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1ºEncontro da Unidade de Saúde Pública ACES Póvoa -Vila do Conde, Grande Porto IV Crianças diferentes ou não? Os filhos cada vez mais únicos Os filhos cada vez mais sós Os filhos infoincluidos

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Apresentação em encontro realizado na Póvoa de Varzim sobre dependência da internet.

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Page 1: 1ºEncontro Da Unidade de Saúde Pública-ACES Póvoa

1ºEncontro da Unidade de Saúde Pública ACES Póvoa -Vila do Conde, Grande Porto IV

Crianças diferentes ou não?Os filhos cada vez mais únicos

Os filhos cada vez mais sós Os filhos infoincluidos

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Famílias, redes sociais, Mídia Digital

Dinâmicas familiares conectadas à tecnologia digital. Constrangimentos ou Obstáculos.

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• As redes sociais ao serem incluidas na constelação familiar podem afigurar-se como elemento homeostático (equilibrador) aparentemente agregador das dinâmicas familiares, mas que podem indiciar ruídos ou perturbação, impedindo o desenvolvimento de relações saudáveis e estruturantes nomeadamente nos processos de vinculação psicoafetiva; vinculos esses muito frágeis ou deficitários que a criança, adolescente,jovem vai desenvolvendo, funcionando , como pouco securizantes, por um lado e indutores da solidão e do isolamento, por outro lado. Por decorrência destes contextos que chegam do exterior em tempo real ao meio familiar, os mesmos, podem pôr em risco o funcionamento da família cujas dinâmicas e interações entre os seus elementos podem ser afetadas, correndo o risco de reproduzirem e desenvolverem as suas dinâmicas e comunicação em função do exterior e por si influenciadas . Com efeito, a comunicação virtual poderá promover falsos laços vinculativos com desconhecidos virtuais ( tal como acontece em grupo de pares face- a -face)tratando-se de grupo de pares circunscritos, igualmente, desconhecidos e pouco ou nada controlados pela família. Podem assim constituir-se como fatores de contaminação (fatores de risco) nas dinâmicas familiares, influenciando-as negativamente. Pior um pouco quando o comportamento da criança, adolescente ou jovem aí encontra o suporte no desenvolvimento de relações de confiança, aparentemente sólidas,e securizantes que na família não conseguiram desenvolver. Vêem-se como filhos sós, infoincluidos.

Resumo

1ºEncontro da Unidade de Saúde Pública ACES Póvoa -Vila do Conde, Grande Porto IV

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Janelas Indiscretas

• Como prevenir, compreender e intervir, como encontrar fatores protetores?

• Quem e porquê?

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Dinâmicas familiares e Mídia digital

• Perigos ou constrangimentos trazidos – impacto.

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Dinâmicas familiares e Mídia digital

• As redes sociais, hoje fazem parte do tecido social e do consciente coletivo a que Greenfield (2009) denomina a época de GEN-D (Geração Digital)

• Greenfield utiliza o conceito de uso compulsivo da Net, dependência virtual, na sua abordagem sobre os efeitos da Internet conectada com os mídia digital no ser humano e nomeadamente na família.

• Considera que a Net é aditiva devido às suas propriedades psicoativas, como de uma substância de dependência se trate.

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Dinâmicas familiares e Midia Digital• Numa abordagem clínica, cabe ao terapeuta apoiar de

forma a minimizar os fatores de risco, ajudando as famílias ou algum dos seus elementos a moderar o seu uso, numa vertente utilitária – uso saudável.

• Todavia, ofertas perniciosas, chamativas e aliciantes que invadem o meio familiar seduzindo e influenciando os comportamentos.

• O impacto, do uso compulsivo da Net, nas famílias ou nos indivíduos é, significativo, quer através do relato objetivo, quer através do relato subjetivo vivenciado pelos pacientes ou pelo sistema familiar;

Page 8: 1ºEncontro Da Unidade de Saúde Pública-ACES Póvoa

• Relacionamentos disfuncionais na conjugalidade ou na relação parental, ausência de interações positivas sólidas e consistentes dentro do sistema familiar, desajustamento escolar, isolamento e solidão, ausência de convivência, de troca de afetos, de contacto físico, interações familiares interrompidas e alimentadas pela conflituosidade sistemática entre os seus elementos, comportamentos agressivos e desajustados, falsa coesão familiar, níveis de ansiedade elevados ou de depressividade, em algum ou entre os seus elementos.

• No casal ou no sistema como grupo, estas dinâmicas não são percebidas, como um todo e nos seus elementos individualmente, aportando-lhes perplexidade, enormes constrangimentos e sofrimento.

Dinâmicas familiares e Mídia digital

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Dinâmicas familiares e Mídia Digital

• Os pais que se situam neste contexto de dependência da tecnologia digital, interpretam-na confortavelmente como sendo o elemento facilitador da homeostase familiar– Negligenciam os seus deveres parentais;– a comunicação não existe; instala-se o isolamento e a adoção

de comportamentos mais agressivos e/ou reativos– Buscam reforço, na ternura, bem-estar e segurança no exterior;– filhos em casa, sentem-se infoincluídos/autoexcluídos ou

sentidos como excluídos do seu sistema familiar porque os pais não conseguiram “estar lá”

– filhos cada vez mais sós e mais angustiados pela ausência do papel parental como modelo de identificação e de aprendizagem, de vinculação sólida e securizante .

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Dinâmicas familiares e Mídia Digital

• Todos estes contextos leva-nos a considera-los como fatores de risco, uma vez que, muito contribuem para o frágil desenvolvimento pessoal da criança, adolescente ou jovem adulto que ainda em idade precoce não desenvolveu laços de vinculação segura e gratificante, com os seus significativos para a construção da autonomia, autoestima e autoconceito, tão necessários à adultícia que virá.

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Tipo de funcionamento familiar vs compreensão dos fatores de natureza sociológica

• As redes sociais afiguram-se como uma conexão social calculada e controlada dentro de um ambiente circunscrito.

• A imagem que atualmente se pretende incutir é de que aquele que não usa essa tecnologia não possui literacia tecnológica e é olhado como alguém que, económica ou intelectualmente é incapaz.

• Mesmo as famílias mais funcionais e estruturadas deparam-se com este obstáculo e manifestam–se ambivalentes

• A tecnologia serve e é útil para fins laborais, académicos, lúdicos. São hoje incutidas como imprescindíveis.

• Mas como triar o seu uso? Paradoxo? Como resolvê-lo.?

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Tipo de funcionamento familiar vs compreensão

dos fatores de natureza Psico-sociológica • A Família apresenta-se como o berço de uma teia de

emoções e de afetos positivos e negativos que caracterizam o ser humano e o incluem no grupo identificatório específico

• Nela se desenvolvem os laços vinculativos, tão necessários ao desenvolvimento de uma personalidade segura consciente e confiante.

• A família como grupo é um dos maiores microssitemas na qual a criança adolescente ou jovem atravessa as dificuldades e complexidades na formação da sua identidade

• A relação entre os cuidadores e os filhos influencia o bem-estar psicológico destes a longo prazo.

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• Sendo a família o primeiro e mais importante laboratório de aprendizagens, afigura-se, portanto, como a base da vida social.

• Assim, os níveis de conflito e de coesão familiar estão implicitamente ligados e funcionam de uma forma mais positiva ou negativa em conformidade com o tipo de relações próximas ou distantes que os seus membros estabelecem entre si.

• Assim, a perceção do tipo de dinâmicas e relações familiares nos ajuda a compreender o sentido da sua funcionalidade ou disfuncionalidade. Ao compreendermos como funcionam os seus sistemas e subsistemas, com elas estaremos, a ajudá-las a encontrar as suas capacidades e competências no sentido de conseguirem virar-se para dentro de si e não procurarem nas janelas indiscretas, falsas dinâmicas e falsas soluções familiares

• As famílias possuem capacidades e competências… por não as saber usar, ou por não saberem que as possuem, ou se sentem impedidas de as usar por um qualquer motivo

Tipo de funcionamento familiar vs compreensão

dos fatores de natureza Psico-sociológica

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Princípios orientadores para uma prevenção mais eficaz.

Papel dos intervenientes/desafios

• Estudos realizados vêm a demonstrar que as relações de baixa qualidade, que sendo alimentadas por conflituosidade persistente e stress crónico, por autoridade abusiva ou negligência, se repercute no seu papel parental e consequentemente no comportamento dos seus filhos que extrapolam esses comportamentos para o exterior nomeadamente para a escola e nas relações de proximidade face-a-face.

Page 15: 1ºEncontro Da Unidade de Saúde Pública-ACES Póvoa

Prevenção na intervenção/fator protetor

1. Desafios a serem partilhados:

• Qual o papel da comunidade científica? Que paradigmas, que orientações?

• Qual o papel da comunidade científica operante: escola, saúde, forças vivas locais?

• Qual o papel da Escola ? Da saúde?

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Nos laços afetivos, na magia do amor universal tudo é possível!

“o mundo inteiro é um mercado do amor, que, por não ter preço,

do amor permanece distante,A sabedoria Eterna tudo criou em AMOR”

(Farid Ald-Din Atter)

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• Obrigada por partilharem!

15 de setembro de 2015

Albina Sousa([email protected])