Olá Gestante Bem Cuidada! Hoje vamos falar sobre a icterícia neonatal, o famoso “amarelão”, um dos problemas mais frequentes neste período. Esta condição pode ser fisiológica, quando reflete apenas uma adaptação neonatal ou patológica, podendo alcançar concentrações elevadas de bilirrubina no sangue (hiperbilirrubinemia). Neste caso, ela pode ser lesiva ao cérebro, causando letargia, hipotonia e sucção débil nos primeiros dias de vida.

Detectando cedo o Problema

A icterícia é reversível quando recebe um diagnóstico precoce e intervenção terapêutica imediata. Caso contrário, pode tornar-se crônica, causando sequelas neurológicas permanentes - a kernicterus, ou até óbito. Quando “fisiológica”, caracteriza-se pelo início tardio, após 24 horas, com pico entre os dias 3 e 4 de vida. Nesses casos, o exame de sangue da bilirrubinemia total (BT) máxima é de 12 mg/dL. A visualização da icterícia depende da experiência do profissional, da pigmentação da pele do bebê e da luminosidade. Como um método de triagem alternativo à coleta de sangue (invasivo e doloroso), em algumas instituições, é utilizado um equipamento de avaliação da bilirrubina transcutânea (Btc).

Tratando a Icterícia Neonatal

O tratamento da icterícia ocorre pela fototerapia com lâmpada fluorescente, aquela luzinha azul, que pode estar presente em um aparelho parecido com um abajour ou no próprio berço. Quando aplicada de maneira adequada, tem grande eficácia.

Para a maioria dos recém-nascidos, aqueles com idade gestacional maior que 35 semanas, a fototerapia é instituída no alojamento conjunto, ao lado da mãe, que pode amamentar sempre que precisar. É necessário cuidar da temperatura corporal e peso; controlar o aumento da oferta hídrica; proteger os olhos com cobertura radiopaca; expor o bebê ao máximo de luz possível, deixando-o apenas de fralda, sem cremes ou óleos; e seguir as orientações da equipe de saúde.

Casos extremos da doença e suas consequências

Em casos mais graves, pode ser necessário um tratamento mais agressivo. A exsanguíneotransfusão (EST) pode ser realizada por equipe especialista em cuidados intensivos neonatais. Para determinar se a icterícia é fisiológica ou patológica, leva-se em conta a dosagem periódica da bilirrubinemia total, a idade gestacional e a idade pós-natal. A consequência mais temida é a encefalopatia bilirrubínica, caracterizada na fase crônica pela tétrade paralisia cerebral atetóide grave, neuropatia auditiva, paresia vertical do olhar, displasia dentária e, ocasionalmente, deficiência mental. Então, como a icterícia é reversível desde que haja um diagnóstico precoce e uma intervenção terapêutica imediata, na dúvida, não deixe de procurar o seu médico da Clinipam para avaliar seu bebê!

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ICTERÍCIA NEONATAL

TEXTO: Manuela Lacerda Gomes

Enfermeira Obstétrica no Pronto Atendimento Ginecológico e Obstétrico da Clinipam.

EDIÇÃO E REVISÃO: Clinipam