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OAB XVII EXAME DE ORDEM 2 FASEDireito Penal
Geovane Moraes e Ana Cristina Mendona
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PEAS DE LIBERDADE
1. DIFERENCIAO ENTRE AS MEDIDAS DE CONTRACAUTELA E O HABEASCORPUS
MEDIDAS DE CONTRACAUTELANada mais so que medidas cautelares que visam
atacar uma cautela j decretada pelo juzo. As medidas de contracautela ou cautelares
de liberdade so endereadas ao juzo processante, o que as diferencia da ao
autnoma de impugnao de Habeas Corpus.
So medidas de contracautela ou cautelares de liberdade o relaxamento de priso,
a liberdade provisria e a revogao da preventiva, que hoje pode ser aplicada tambm
priso temporria.HABEAS CORPUS(HC) Pode ser intentado a qualquer tempo: antes ou durante o
inqurito policial, durante a instruo criminal ou fase recursal ou aps o trnsito em
julgado da sentena penal. O limite para sua utilizao ser o fim da aplicao da pena
privativa de liberdade.
Vale ressaltar que o Habeas Corpus no uma pea privativa de advogado,
sendo esta a razo de ele no ser to cobrado nas peas prtico-profissionais da OAB.
Entretanto, continua sendo um tema de suma importncia para as questes
dissertativas.
2. TIPOS DE PRISES CAUTELARES
PRISO EM FLAGRANTEcabvel tanto o pedido de RELAXAMENTO DA PRISO
EM FLAGRANTE quanto a LIBERDADE PROVISRIA. O relaxamento da priso ser
requerido se houver uma priso em flagrante ilegal. J a liberdade provisria se houver
uma priso em flagrante legal.
PRISO PREVENTIVAquando uma priso preventiva legalmente decretada, deve-
se pleitear, no caso do desaparecimento dos motivos que antes a autorizaram, a
REVOGAO DA PRISO PREVENTIVA. Se a priso preventiva for ilegal (por
ausncia de fundamentao ou por fundamentao inidnea) deve a mesma ser
atacada por meio de Habeas Corpus. Entretanto, se a preventiva for legalmente
decretada e, em um momento posterior, passar a se configurar como priso ilegal, seja
a ttulo de excesso de prazo ou alterao legislativa, poder ser relaxada pelo juiz de
ofcio ou a requerimento, tornando-se desnecessria, muitas vezes, a impetrao do
writ. Mas, caso o juiz no a relaxe de ofcio, o mesmo passa a se configurar como
autoridade coatora, devendo-se impetrar Habeas Corpus no Tribunal.
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PRISO TEMPORRIA trata-se de priso com prazo certo, somente permitida
durante a fase de inqurito policial. Entretanto, somente o juiz pode decret-la. Quando
legalmente decretada, se, em momento anterior ao prazo final, desaparecerem osmotivos, deve-se pedir a REVOGAO da priso temporria. Se a priso temporria
for ilegal, deve ser atacada pela via do Habeas Corpus.
ATENO! Verifica-se do disposto acima o quo importante ser conhecer o tipo
de priso cautelar para identificar a pea processual cabvel. Novamente: para um
pedido de RELAXAMENTO de priso ou de LIBERDADE PROVISRIA faz-se
necessria uma priso em flagrante; em caso de decretao de uma priso preventiva
ou priso temporria ser requerida a REVOGAO da preventiva ou da temporria.
Relaxamento de priso, liberdade provisria e revogao so medidas de contra cautela(cautelares de liberdade) e devem ser, SEMPRE, endereadas ao juzo processante.
3. TIPOS DE MEDIDAS DE CONTRACAUTELA
RELAXAMENTO DA PRISO EM FLAGRANTEcomo s cabvel para flagrante
ILEGAL (ilegalidade material ou formal), o que se discute a legalidade da priso em
flagrante. Neste caso, deve-se demonstrar onde reside a ilegalidade, no caso concreto.
A arguio objetivo-normativa.
LIBERDADE PROVISRIA Lembre-se: serve para atacar flagrantes LCITOS.
Quanto legalidade do flagrante, ela perfeita, no devendo ser discutida. O que se
discute a ausncia de necessidade da manuteno da priso e ausncia dos
pressupostos da preventiva. Neste caso, devem ser observados os arts. 312 e 313 do
CPP, pois atualmente, seja por entendimento jurisprudencial dominante, seja em face
das alteraes implementadas no Cdigo de Processo Penal pela Lei n 12.403/2011,
no caso de inexistirem os requisitos da priso preventiva, consoante jurisprudncia do
STF e STJ, deve o juiz conceder ao preso, de ofcio, a liberdade provisria, no sendo
mais possvel a manuteno do flagrante alm da cincia formal do juiz (art. 310, CPP).
REVOGAO DA PRISO PREVENTIVADe acordo com o art. 316 do CPP, o juiz
poder revogar a priso preventiva quando h falta de motivo para que a mesma
subsista, portanto, a deciso que decreta ou denega a priso preventiva lastreada na
clusula rebus sic stantibus, ou seja, dura enquanto durar o estado das coisas. Se uma
priso preventiva foi legalmente decretada, porm seus motivos desapareceram, dever
a mesma ser revogada pelo juiz, sendo possvel ao preso, atravs do seu advogado,
postular a REVOGAO DA PREVENTIVA.
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Para tanto, dever sustentar o desaparecimento dos motivos que justificavam a
priso, pleiteando, ao final, sua revogao, com a expedio do competente alvar de
soltura.REVOGAO DA PRISO TEMPORRIA Da mesma forma que na preventiva,
quando decretada uma priso temporria (Lei n 7.960/89) legal, possvel que, antes
do fim do prazo estabelecido em lei, os motivos que antes a justificavam venham a
desaparecer.
Neste caso, perfeitamente cabvel sua revogao, de ofcio ou a requerimento.
Contudo, j que nos encontramos em fase de inqurito (a priso temporria no pode
ocorrer durante o processo, somente em fase pr-processual) e a ao penal ainda no
foi intentada, no h que se falar na aplicao das medidas do art. 319 do CPP.
4. QUADROS SINTICOS PARA MEDIDAS DE LIBERDADE
MEDIDAS DE
CONTRACAUTELA
(PEDIDO DE LIBERDADE)
CAUSA OU
CAUTELA
(TIPO DE PRISO)
EFEITOS
Relaxamento de Priso
Priso ILEGAL
Liberdade Plena
Liberdade ProvisriaPriso em flagrante
LEGAL
Vinculao ao juzo e ao
processo, podendo ainda o
juiz impor uma dascautelares no prisionais
previstas nos arts. 319 e320 do CPP
Revogao da PreventivaPriso preventiva
LEGAL
Acarretaria liberdadeplena, mas o juiz pode
cumular com as cautelares
no prisionais previstas
nos arts. 319 e 320 do CPP.
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MEDIDAS DE
CONTRACAUTELA
(PEDIDO DE LIBERDADE)
CAUSA OU
CAUTELA
(TIPO DE PRISO)
EFEITOS
Relaxamento de PrisoPriso ILEGAL
Liberdade Plena
Liberdade ProvisriaPriso em flagrante
LEGAL
Vinculao ao juzo e ao
processo, podendo ainda o
juiz impor uma das
cautelares no prisionais
previstas nos arts. 319 e
320 do CPP
Revogao da PreventivaPriso preventiva
LEGAL
Acarretaria liberdade
plena, mas o juiz pode
cumular com as cautelares
no prisionais previstas
nos arts. 319 e 320 do CPP.
HIPTESES FTICAS
HIPTESEAUTORIDADE
COATORAMEDIDACABVEL
Priso em flagrante ilegal da
qual o juiz ainda no tomou
cincia.Delegado de Polcia
Relaxamento de priso
endereado ao juiz.
Juiz toma cincia da priso emflagrante legal e ainda no se
manifestou acerca da concessoda liberdade provisria, no
decretou a preventiva, nem
relaxou a priso, mas ainda
estamos dentro de um prazo
razovel.
Liberdade provisria aojuiz
Juiz toma cincia da priso emflagrante e no se manifesta
Juiz Habeas corpusno tribunal
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acerca da concesso da
liberdade provisria, nem
decreta a preventiva, nem relaxa
a priso. Ou seja, mantm opreso em flagrante alm do que
autoriza a lei art. (310 do CPP).
Priso temporria decretada
ilegalmente. Juiz
Habeas corpusno tribunal
Priso preventiva decretada
ilegalmente Juiz
Habeas corpusno tribunal
Priso preventiva legal cujos
pressupostos desapareceram.
Revogao da preventiva
ao juiz.Caso ele negue, habeas
corpus no tribunal.
Priso em flagrante legal. Liberdade provisria ao
juiz.
Priso temporria legal cujos
motivos cessaram.
Revogao da temporria
ao juiz. Caso ele negue,
habeas corpusno tribunal.
Inqurito policial instaurado em
conduta flagrantemente atpica
ou quando for evidente a falta de
justa causa.
Delegado de Polcia
Habeas corpusao juiz para
trancamento do inqurito
policial.
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