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  • 7/23/2019 152261oab 22FASE_DIREITO_PENALfase Direito Penal Aula01

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    OAB XVII EXAME DE ORDEM 2 FASEDireito Penal

    Geovane Moraes e Ana Cristina Mendona

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    PEAS DE LIBERDADE

    1. DIFERENCIAO ENTRE AS MEDIDAS DE CONTRACAUTELA E O HABEASCORPUS

    MEDIDAS DE CONTRACAUTELANada mais so que medidas cautelares que visam

    atacar uma cautela j decretada pelo juzo. As medidas de contracautela ou cautelares

    de liberdade so endereadas ao juzo processante, o que as diferencia da ao

    autnoma de impugnao de Habeas Corpus.

    So medidas de contracautela ou cautelares de liberdade o relaxamento de priso,

    a liberdade provisria e a revogao da preventiva, que hoje pode ser aplicada tambm

    priso temporria.HABEAS CORPUS(HC) Pode ser intentado a qualquer tempo: antes ou durante o

    inqurito policial, durante a instruo criminal ou fase recursal ou aps o trnsito em

    julgado da sentena penal. O limite para sua utilizao ser o fim da aplicao da pena

    privativa de liberdade.

    Vale ressaltar que o Habeas Corpus no uma pea privativa de advogado,

    sendo esta a razo de ele no ser to cobrado nas peas prtico-profissionais da OAB.

    Entretanto, continua sendo um tema de suma importncia para as questes

    dissertativas.

    2. TIPOS DE PRISES CAUTELARES

    PRISO EM FLAGRANTEcabvel tanto o pedido de RELAXAMENTO DA PRISO

    EM FLAGRANTE quanto a LIBERDADE PROVISRIA. O relaxamento da priso ser

    requerido se houver uma priso em flagrante ilegal. J a liberdade provisria se houver

    uma priso em flagrante legal.

    PRISO PREVENTIVAquando uma priso preventiva legalmente decretada, deve-

    se pleitear, no caso do desaparecimento dos motivos que antes a autorizaram, a

    REVOGAO DA PRISO PREVENTIVA. Se a priso preventiva for ilegal (por

    ausncia de fundamentao ou por fundamentao inidnea) deve a mesma ser

    atacada por meio de Habeas Corpus. Entretanto, se a preventiva for legalmente

    decretada e, em um momento posterior, passar a se configurar como priso ilegal, seja

    a ttulo de excesso de prazo ou alterao legislativa, poder ser relaxada pelo juiz de

    ofcio ou a requerimento, tornando-se desnecessria, muitas vezes, a impetrao do

    writ. Mas, caso o juiz no a relaxe de ofcio, o mesmo passa a se configurar como

    autoridade coatora, devendo-se impetrar Habeas Corpus no Tribunal.

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    PRISO TEMPORRIA trata-se de priso com prazo certo, somente permitida

    durante a fase de inqurito policial. Entretanto, somente o juiz pode decret-la. Quando

    legalmente decretada, se, em momento anterior ao prazo final, desaparecerem osmotivos, deve-se pedir a REVOGAO da priso temporria. Se a priso temporria

    for ilegal, deve ser atacada pela via do Habeas Corpus.

    ATENO! Verifica-se do disposto acima o quo importante ser conhecer o tipo

    de priso cautelar para identificar a pea processual cabvel. Novamente: para um

    pedido de RELAXAMENTO de priso ou de LIBERDADE PROVISRIA faz-se

    necessria uma priso em flagrante; em caso de decretao de uma priso preventiva

    ou priso temporria ser requerida a REVOGAO da preventiva ou da temporria.

    Relaxamento de priso, liberdade provisria e revogao so medidas de contra cautela(cautelares de liberdade) e devem ser, SEMPRE, endereadas ao juzo processante.

    3. TIPOS DE MEDIDAS DE CONTRACAUTELA

    RELAXAMENTO DA PRISO EM FLAGRANTEcomo s cabvel para flagrante

    ILEGAL (ilegalidade material ou formal), o que se discute a legalidade da priso em

    flagrante. Neste caso, deve-se demonstrar onde reside a ilegalidade, no caso concreto.

    A arguio objetivo-normativa.

    LIBERDADE PROVISRIA Lembre-se: serve para atacar flagrantes LCITOS.

    Quanto legalidade do flagrante, ela perfeita, no devendo ser discutida. O que se

    discute a ausncia de necessidade da manuteno da priso e ausncia dos

    pressupostos da preventiva. Neste caso, devem ser observados os arts. 312 e 313 do

    CPP, pois atualmente, seja por entendimento jurisprudencial dominante, seja em face

    das alteraes implementadas no Cdigo de Processo Penal pela Lei n 12.403/2011,

    no caso de inexistirem os requisitos da priso preventiva, consoante jurisprudncia do

    STF e STJ, deve o juiz conceder ao preso, de ofcio, a liberdade provisria, no sendo

    mais possvel a manuteno do flagrante alm da cincia formal do juiz (art. 310, CPP).

    REVOGAO DA PRISO PREVENTIVADe acordo com o art. 316 do CPP, o juiz

    poder revogar a priso preventiva quando h falta de motivo para que a mesma

    subsista, portanto, a deciso que decreta ou denega a priso preventiva lastreada na

    clusula rebus sic stantibus, ou seja, dura enquanto durar o estado das coisas. Se uma

    priso preventiva foi legalmente decretada, porm seus motivos desapareceram, dever

    a mesma ser revogada pelo juiz, sendo possvel ao preso, atravs do seu advogado,

    postular a REVOGAO DA PREVENTIVA.

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    Para tanto, dever sustentar o desaparecimento dos motivos que justificavam a

    priso, pleiteando, ao final, sua revogao, com a expedio do competente alvar de

    soltura.REVOGAO DA PRISO TEMPORRIA Da mesma forma que na preventiva,

    quando decretada uma priso temporria (Lei n 7.960/89) legal, possvel que, antes

    do fim do prazo estabelecido em lei, os motivos que antes a justificavam venham a

    desaparecer.

    Neste caso, perfeitamente cabvel sua revogao, de ofcio ou a requerimento.

    Contudo, j que nos encontramos em fase de inqurito (a priso temporria no pode

    ocorrer durante o processo, somente em fase pr-processual) e a ao penal ainda no

    foi intentada, no h que se falar na aplicao das medidas do art. 319 do CPP.

    4. QUADROS SINTICOS PARA MEDIDAS DE LIBERDADE

    MEDIDAS DE

    CONTRACAUTELA

    (PEDIDO DE LIBERDADE)

    CAUSA OU

    CAUTELA

    (TIPO DE PRISO)

    EFEITOS

    Relaxamento de Priso

    Priso ILEGAL

    Liberdade Plena

    Liberdade ProvisriaPriso em flagrante

    LEGAL

    Vinculao ao juzo e ao

    processo, podendo ainda o

    juiz impor uma dascautelares no prisionais

    previstas nos arts. 319 e320 do CPP

    Revogao da PreventivaPriso preventiva

    LEGAL

    Acarretaria liberdadeplena, mas o juiz pode

    cumular com as cautelares

    no prisionais previstas

    nos arts. 319 e 320 do CPP.

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    MEDIDAS DE

    CONTRACAUTELA

    (PEDIDO DE LIBERDADE)

    CAUSA OU

    CAUTELA

    (TIPO DE PRISO)

    EFEITOS

    Relaxamento de PrisoPriso ILEGAL

    Liberdade Plena

    Liberdade ProvisriaPriso em flagrante

    LEGAL

    Vinculao ao juzo e ao

    processo, podendo ainda o

    juiz impor uma das

    cautelares no prisionais

    previstas nos arts. 319 e

    320 do CPP

    Revogao da PreventivaPriso preventiva

    LEGAL

    Acarretaria liberdade

    plena, mas o juiz pode

    cumular com as cautelares

    no prisionais previstas

    nos arts. 319 e 320 do CPP.

    HIPTESES FTICAS

    HIPTESEAUTORIDADE

    COATORAMEDIDACABVEL

    Priso em flagrante ilegal da

    qual o juiz ainda no tomou

    cincia.Delegado de Polcia

    Relaxamento de priso

    endereado ao juiz.

    Juiz toma cincia da priso emflagrante legal e ainda no se

    manifestou acerca da concessoda liberdade provisria, no

    decretou a preventiva, nem

    relaxou a priso, mas ainda

    estamos dentro de um prazo

    razovel.

    Liberdade provisria aojuiz

    Juiz toma cincia da priso emflagrante e no se manifesta

    Juiz Habeas corpusno tribunal

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    acerca da concesso da

    liberdade provisria, nem

    decreta a preventiva, nem relaxa

    a priso. Ou seja, mantm opreso em flagrante alm do que

    autoriza a lei art. (310 do CPP).

    Priso temporria decretada

    ilegalmente. Juiz

    Habeas corpusno tribunal

    Priso preventiva decretada

    ilegalmente Juiz

    Habeas corpusno tribunal

    Priso preventiva legal cujos

    pressupostos desapareceram.

    Revogao da preventiva

    ao juiz.Caso ele negue, habeas

    corpus no tribunal.

    Priso em flagrante legal. Liberdade provisria ao

    juiz.

    Priso temporria legal cujos

    motivos cessaram.

    Revogao da temporria

    ao juiz. Caso ele negue,

    habeas corpusno tribunal.

    Inqurito policial instaurado em

    conduta flagrantemente atpica

    ou quando for evidente a falta de

    justa causa.

    Delegado de Polcia

    Habeas corpusao juiz para

    trancamento do inqurito

    policial.

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