10 pé diabético importancia controlo glicemico

Pé DiabéticoImportância do controlo glicémico

CONSELHO REGIONAL DE PORTALEGRE

09 de DEZEMBRO 2013

Ana Rita Gomes de ElvasInterna de Medicina Interna

Assistente Convidada da Faculdade Ciências da Saúde - UBI


A Diabetes atinge mais de 382 milhões de pessoas em todo o

mundo, correspondendo a 8,3% da população mundial e

continua a aumentar em todos os países.

Portugal posiciona-se entre os países Europeus que registam

uma mais elevada taxa de prevalência da Diabetes.

Fonte: Internacional Diabetes Federation (IDF), IDF Diabetes Atlas, 6th edition, 2013


O mau controlo da diabetes está, intimamente, relacionado com o

aparecimento de complicações tardias, tais como:

Nefropatia

Retinopatia

Pé diabético e neuropatia

Doença coronária, enfarte do miocárdio e AVC


As complicações macrovasculares (doença

coronária, arteriopatias e AVC) são a

principal causa de mortalidade em

pessoas com diabetes


O pé diabético é uma das complicações mais graves da diabetes,

sendo o principal motivo de ocupação prolongada de camas

hospitalares pelas pessoas com diabetes e o responsável por cerca

de 70% de todas as amputações efetuadas por causas não

traumáticas.


Estima-se que cerca de 25% de todas as pessoas com diabetes tenha

condições favoráveis ao aparecimento de lesões nos pés,

nomeadamente pela presença de neuropatia sensitivo-motora e de

doença vascular aterosclerótica.


IMPORTÂNCIA DO CONTROLO GLICÉMICONA PREVENÇÃO


Prevenção primária envolve:

Controlo glicémico adequado

Controlo fatores de risco associados:

• Tabaco

• HTA

• Hiperlipidemia

• Obesidade

Exame físico periódico, incluindo exame vascular

Estratégias de higiene e cuidados específicos com o pé


1. Observação correta e adequada dos pés

2. Conselhos práticos de higiene

3. Conhecimento dos agentes agressores

4. Uso de palmilhas e calçado específico

5. Remoção de calosidades

6. Cuidados ungueais adequados


As complicações micro e macrovasculares são dependentes das

alterações glicémicas, quer da hiperglicemia crónica mantida

quer das flutuações com picos de hiperglicemia.

Estas alterações da glicemia levam a complicações pela

excessiva glicação de proteínas e pelo stress oxidativo.


HiperglicemiaProdução de

espécies reativas de O2

Stress Oxidativo

Inflamação sistémica

Disfunção endotelial

↓ Secreção de Insulina


HiperglicemiaProdução de

espécies reativas de O2

Stress Oxidativo

Inflamação sistémica

Disfunção endotelial

↓ Secreção de Insulina

A disfunção endotelial é o principal mecanismo responsável pelas complicações vasculares


A diminuição dos níveis de glicemia em doentes com diabetes

tipo 2 é acompanhada de uma redução nos níveis de

marcadores de inflamação


A avaliação contínua do controlo glicémico é essencial.

Para isso existem dois métodos efetivos:

•Monitorização da glicemia capilar pelo doente;

•Doseamento da HbA1C;

ADA. V. Diabetes Care. Diabetes Care 2013;36(suppl 1):S17.

A1C (%) Média de glicemia (mg/dL)

6 126

7 154

8 183

9 212

10 240

11 269

12 298


Os objetivos devem ser individualizados consoante:

– Duração da diabetes

– Idade/Esperança de vida

– Co-morbilidades associadas

– Risco de hipoglicemia

– Considerações individuais dos doentes



HbA1C mais altas podem ser consideradas em doentes com:

– História de hipoglicemia grave

– Esperança de vida curta

– Complicações micro ou macrovasculares avançadas

– Co-morbilidades extensas



IMPORTÂNCIA DO CONTROLO GLICÉMICONO TRATAMENTO


Quando se estabelece a lesão, nomeadamente úlcera, torna-se

prioritário o controlo da infeção. O seu desbridamento cirúrgico, o

tratamento médico e a obtenção de um bom controlo glicémico, com

eventual insulinoterapia, são medidas essenciais para se obter a cura

das úlceras.


RECOMENDAÇÕES FINAIS


Os alvos glicémicos e as opções terapêuticas para os atingir

devem ser determinados de forma individualizada;

O plano alimentar, a atividade física e a educação terapêutica da

pessoa com diabetes continuam a ser os alicerces de todos os

programas de tratamento;

Na ausência de contra-indicações, a metformina constitui o

fármaco de 1ª linha;


Caso a terapêutica com metformina isolada não seja suficiente

para obter o controlo metabólico desejado, o suporte científico,

para uma escolha preferencial da terapêutica a seguir, é limitado. A

associação de 1-2 agentes orais ou injectáveis é considerada

razoável, com o objectivo de proporcionar melhor controlo

glicémico com menos efeitos secundários;

Muitos doente irão necessitar de terapêutica com insulina

isoladamente ou em associação com outros agentes para manter o

controlo glicémico adequado;


Sempre que possível, todas as decisões terapêuticas, deverão ser

tomadas conjuntamente com o doente, focando as suas preferências,

necessidades e valores;

A redução abrangente do risco cardiovascular deverá constituir um

foco principal da abordagem terapêutica pelo que a redução da

HbA1C não constitui o objetivo final.


Referências:• 6th IDF Diabetes Atlas; IDF; 2013.

• Diabetes, Factos e Números 2013; Relatório Annual do Observatório Nacional de Diabetes; 2013.

• Diabetes Report Card – 2012, CDC, 2012.

• First diabetes prevalence study in Portugal: PREVADIAB study; Diabet Med. 2010 Aug; 27 (8): 879-

81.

• Morbilidade Hospitalar; DGS; Diversos anos.

• National Diabetes Fact Sheet – 2011, CDC, 2011.

• OCDE Health Data 2012; OCDE; 2012.

• www.apdp.pt

• www.dgs.pt

• www.spd.pt


CONSELHO REGIONAL DE PORTALEGRE

Obrigada!!Ana Rita Gomes ElvasInterna de Medicina Interna

Assistente Convidada da Faculdade Ciências da Saúde - UBI

10 pé diabético importancia controlo glicemico

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