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Glaucimar Rodrigues Bittencourt Mariana Denise Moura Ferreira A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NA ALFABETIZAÇÃO Belém / Pará Universidade da Unama 2002

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  • Glaucimar Rodrigues BittencourtMariana Denise Moura Ferreira

    A IMPORTNCIA DO LDICO NA ALFABETIZAO

    Belm / ParUniversidade da Unama

    2002

  • A IMPORTNCIA DO LDICO NA ALFABETIZAO

    Glaucimar Rodrigues BittencourtMariana Denise Moura Ferreira

    Trabalho de Concluso de Curso apresentado ao curso de Pedagogia do Centro deCincias Humanas e Educao da Universidade da Amaznia, como registro para obteno doGrau de Pedagogo, orientado pelo Prof. Dr. Jos Guilherme.

    Belm / ParUniversidade da Amaznia

    2002

  • A IMPORTNCIA DO LDICO NA ALFABETIZAO

    Glaucimar Rodrigues BittencourtMariana Denise Moura Ferreira

    Avaliado Por: ___________________

    Data : ________ / ________ / ______

    Belm / ParUniversidade da Amaznia

    2002

  • EPGRAFE

    Brincar com criana no perder tempo, ganh-lo; se triste ver meninos sem escola,

    mais triste ainda v-los, sentadosenfileirados, em salas sem ar, com exercciosestreis, sem valor para a formao do homem.

    Drummond

  • DEDICATRIA

    Dedicamos este trabalho ao nosso orientador Prof.Dr. Jos Guilherme pela compreenso, apoio,incentivo e ensinamentos que guardaremos parasempre e aos nossos amigos que sempre nosatenderam, diretamente ou indiretamente, que nosauxiliaram a desenvolver este trabalho.

  • AGRADECIMENTOS

    Eu, Mariana Ferreira, agradeo Deus por ter meiluminado a todos os momentos, minha famlia, pai,irmos e principalmente a minha me pelo seu amor esua compreenso, em especial ao Alysson, presenasempre marcantes nessa minha caminhada comopedagoga.

  • Eu, Glaucimar Bittencourt, agradeo este trabalho aosmeus pais, meus avs e principalmente a Deus por terme concedido a graa de caminhar em busca de umconhecimento maior e mais profundo,proporcionando o firmamento e a base da minhacaminhada na profisso como pedagoga.

  • Apresentao

    O tema atual serve de estimulo a todos aqueles que, envolvidos com o processo dealfabetizao, procuram alcanar a profcua relao entre as que pensam e o que vivem pela viada pesquisa sobre o cotidiano, buscando sempre refletir sobre sua pratica pedaggica.

    O trabalho bem orientado pelo professor de nossa instituio, demonstra de maneirainovadora a importncia das atividades ldicas nas praticas educativas da alfabetizao.

    A evoluo da leitura e da escrita, tendncia natural, expressiva e criativa da criana,pode ser facilitada pelo educador por meio de atividades ldicas como apoio ao processo deaquisio da linguagem escrita e falada. Jogar e brincar so atividades que, bem orientadascertamente, contribuiro no desenvolvimento da psicomotricidade no contexto do processoescolar.

  • Sumrio

    Introduo ..................................................................................................................111.REFERENCIAL TERICO ...................................................................................13

    1.1- O Ldico na Educao Infantil ..................................................................131.2 - O Ldico na Perspectiva dos Tericos.......................................................131.3 - Os Benefcios e os Estgios do Ldico parao Desenvolvimento Infantil ................................................................................16

    1.4 - A Utilizao do Ldico no Processo no Ensino-Aprendizagem da Leitura e da Escrita.........................................................................................172. METODOLOGIA..................................................................................................203. ANLISE DOS RESULTADOS ..........................................................................21Consideraes Finais .................................................................................................29REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ......................................................................33ANEXOS ...................................................................................................................34

  • Resumo

    Esta pesquisa objetivou coletar dados que demonstrassem a importncia das atividadesldicas na alfabetizao, visto que jogos e brincadeiras so, conforme os estudiosos, experinciasafetivas que se correlacionam ao ambiente e devem ser aplicadas nas crianas em fase escolar.Respaldada por expressivos referenciais tericos, a proposta de trabalho apresentada permiteafirmar a existncia de jogos e brincadeiras infantis, que se bem aplicadas, certamente ajudarono desenvolvimento da educao psicomotora e conseqentemente, no processo escolar. Aconcluso final permitiu ressaltar os principais aspectos da pesquisa que certamente faro comque os educadores motivem-se para a realizao de novos estudos sobre o tema abordado.

    Palavras-Chaves: Atividades ldicas ; alfabetizao; jogos e brincadeiras;psicomotricidade; processo escolar;

  • Introduo

    O presente trabalho tem por finalidade conscientizar o educador de que os problemasreferentes alfabetizao esto relacionados s prticas educativas (mtodos de ensino).

    Percebe-se que os educadores da atualidade precisam utilizar-se do ldico na educaoinfantil, pois ao separar o mundo adulto do infantil, e ao diferenciar o trabalho da brincadeira, ahumanidade observou a importncia da criana que brinca.

    Os efeitos do brincar comeam a ser investigados pelos pesquisadores que consideram aao ldica como metacomunicao, ou seja, a possibilidade da criana compreender opensamento e a linguagem do outro. Portanto, o brincar implica uma relao cognitiva erepresenta a potencialidade para interferir no desenvolvimento infantil, alm de ser uminstrumento para a construo do conhecimento do aluno.

    Para Vygotsky (1987), a aprendizagem e o desenvolvimento esto estritamenterelacionados, sendo que as crianas se inter-relacionam com o meio objeto e social,internalizando o conhecimento advindo de um processo de construo.

    O brincar permite, ainda, aprender a lidar com as emoes. Pelo brincar, a crianaequilibra as tenses provenientes de seu mundo cultural, construindo sua individualidade, suamarca pessoal e sua personalidade. Mas, Piaget que nos esclarece o brincar, implica umadimenso evolutiva com as crianas de diferentes idades, apresentando caractersticas especficas,apresentando formas diferenciadas de brincar.

    Desta forma, a escola deve facilitar a aprendizagem utilizando-se de atividades ldicasque criem um ambiente alfabetizador para favorecer o processo de aquisio de autonomia deaprendizagem. Para tanto, o saber escolar deve ser valorizado socialmente e a alfabetizao deveser um processo dinmico e criativo atravs de jogos, brinquedos, brincadeiras e musicalidade.

    Com a utilizao desses recursos pedaggicos, o professor poder utilizar-se, porexemplo, de jogos e brincadeiras em atividades de leitura ou escrita em matemtica e outroscontedos, devendo, no entanto, saber usar os recursos no momento oportuno, uma vez que ascrianas desenvolvam o seu raciocnio e construam o seu conhecimento de forma descontrada.

    As atividades ldicas tm o poder sobre a criana de facilitar tanto o progresso de suapersonalidade integral, como o progresso de cada uma de suas funes psicolgicas, intelectuais emorais. Ao ingressar na escola, a criana sofre um considervel impacto fsico-mental, pois, atento, sua vida era exclusivamente dedicada aos brinquedos e ao ambiente familiar.

  • Na escola, a criana permanece durante muitas horas em carteiras escolares nadaadequadas, em salas pouco confortveis, observando horrios e impossibilitada de mover-selivremente. Pela necessidade de submeter-se disciplina escolar, muitas vezes a crianaapresenta uma certa resistncia em ir escola. O fato no est apenas no total desagrado peloambiente ou pela nova forma de vida e, sim, por no encontrar canalizao para as suasatividades preferidas.

    O crescimento, ainda em marcha, exige maior consumo de energia e no se pode permitirque a criana permanea, por longo tempo, trancafiada na sala de aula, calma e quieta, quando elamais necessita de movimento.

    A escola deve partir de exerccios e brincadeiras simples para incentivar a motricidade eas habilidades normais da criana em um perodo de adaptao para, depois, gradativamentecomplic-los um pouco possibilitando um melhor aproveitamento geral.

    Com as atividades ldicas, espera-se que a criana desenvolva a coordenao motora, aateno, o movimento ritmado, conhecimento quanto posio do corpo, direo a seguir eoutros; participando do desenvolvimento em seus aspectos biopsicolgicos e sociais; desenvolvalivremente a expresso corporal que favorece a criatividade, adquira hbitos de prticasrecreativas para serem empregados adequadamente nas horas de lazer, adquira hbitos de boaatividade corporal, seja estimulada em suas funes orgnicas, visando ao equilbrio da sadedinmica e desenvolva o esprito de iniciativa, tornando-se capaz de resolver eficazmentesituaes imprevistas.

    Tais questes podero ser contempladas na elaborao deste projeto, que certamenteencontrar um novo caminho para reorientar suas prticas pedaggicas: como o processo ldicoinfluencia na aprendizagem das crianas na alfabetizao?; quais as dificuldades encontradas peloprofessor diante da utilizao dos jogos em cada sala de aula?; quais os benefcios das atividadesldicas em uma escola tradicional?

    Esta pesquisa tem como objetivo geral , refletir a importncia da ludicidade na prticapedaggica como facilitador do ensino, aprendizagem do aluno na alfabetizao e, comoobjetivos especficos, identificar e analisar as necessidades existentes dentro da escola paraimplantar a cultura do ldico; reconhecer as dificuldades encontradas pelo professor diante dautilizao dos jogos em sala de aula e; apontar os benefcios das atividades ldicas em umaescola tradicional.

  • 1. Referencial Terico1.1 - Ldico na Educao Infantil1.2 - O Ldico na Perspectiva dos Tericos

    Com o pensamento obsessivo de que a alfabetizao se limita s quatro paredes da salade aula e o mtodo adequado d ao professor o controle da alfabetizao de seus alunos, oprprio professor entra em conflito frente situao de que o nmero de crianas com acesso alfabetizao aumentou e trouxe, como conseqncia, o fracasso escolar notvel.

    Descobriu-se, ento, a prtica falida e comeou o discurso da culpa: alunos submetidos,carentes, deficientes. Escola, mquina de reproduo das relaes de poder. Professor mal pago,mal formado, incompetente.

    Para Ferreiro (1989), o problema da alfabetizao foi sempre uma deciso tomadasomente pelos professores, sem considerar, porm, as crianas. Tradicionalmente, asinvestigaes sobre as questes de alfabetizao giram em torno de uma nica pergunta: comoensinar a ler e escrever?.

    Segundo Poppovic (1968), a prontido para alfabetizao significa ter um nvelsuficiente sob determinados aspectos para iniciar o processo da funo simblica que a leitura e asua transposio grfica que a escrita (Assuno Jos & Coelho, 1982, p. 5)

    Como a escrita uma funo culturalmente mediada, a criana se desenvolve numacultura letrada e est exposto aos diferentes usos da linguagem escrita e ao seu formato, tendodiferentes concepes a respeito desse objetivo cultural ao longo de seu desenvolvimento. Aprincipal condio necessria para que uma criana seja capaz de compreender adequadamente ofuncionamento da lngua escrita, que essa criana descubra que a lngua escrita um sistema designos que no tem significado em si. Os signos representam outra realidade, isto , o que seescreve, tem uma funo instrumental, funcionando como suporte para a memria e a transmissode idias e conceitos.

    Dentro do vasto programa de pesquisas do grupo de Vygotsky (1987), foi desenvolvidoum estudo experimental sobre o desenvolvimento da escrita. Foi solicitado s crianas que nosabiam ler e escrever que memorizassem uma srie de sentenas faladas por ele. Propositalmente,o nmero de sentenas era maior do que aquele que a criana conseguiria lembrar-se. Depois deficar evidente para a criana sua dificuldade em memorizar todas as sentenas faladas, o

  • experimentador sugeriu que ela passasse a escrever as sentenas, como ajuda para a memria.A partir da observao da produo de diversas crianas nessa situao, foi delineado umpercurso para a pr-histria da escrita. As crianas, inicialmente, imitaram o formato da escrita doadulto produzindo apenas rabiscos mecnicos sem nenhuma funo instrumental, isto , nenhumarelao com os contedos a serem representados. Obviamente, esse tipo de grafismo no ajudavaa criana em seu processo de memorizao. Ela no era capaz de utilizar sua produo escritacomo suporte para a recuperao da informao a ser lembrada.

    Vygotsky (1987), cita que importante mencionar a lngua escrita, como a aquisio deum sistema simblico de representao da realidade. Tambm contribui para esse processo odesenvolvimento dos gestos, dos desenhos e do brinquedo simblico, pois essas so tambmatividades da carter representativo, isto , utilizam-se de signos para representar significados.

    O desenhar e brincar deveriam ser estgios preparatrios ao desenvolvimento dalinguagem escrita das crianas. Os educadores devem organizar todas essas aes e todo ocomplexo processo de transio de um tipo de linguagem escrita para outro. Devemacompanhar esse processo atravs de seus momentos crticos at o ponto da descoberta deque se pode desenhar no somente objetos, mas tambm a fala. Se quisssemos resumirtodas essas demandas prticas e express-las de uma forma unificada, poderamos dizer oque se deve fazer , ensinar s crianas a linguagem escrita e no apenas a escrita deletras (Vygotsky, 1987, p.134).

    Grandes tericos como ROUSSEAU, FROEBEL, DEWEY e PIAGET confirmam aimportncia do ldico para a educao da criana.

    Segundo Rousseau (1968), as crianas tm maneira de ver, sentir e pensar que lhe soprprias e s aprendem atravs da conquista ativa, ou seja, quando elas participam de umprocesso que corresponde sua alegria natural.

    Para Froebel , a educao mais eficiente aquela que proporciona atividades, auto-expresso e participao social s crianas. Ele afirma que a escola deve considerar a crianacomo atividade criadora e despertar, mediante estmulos, as suas faculdades prprias para acriao produtiva. Sendo assim, o educador deve fazer do ldico uma arte, um instrumento parapromover a facilitar a educao da criana. A melhor forma de conduzir a criana atividade, auto-expresso e socializao seria atravs do mtodo ldico.

    J Dewey (1952), pensador norte-americano, afirma que o jogo faz o ambiente natural dacriana, ao passo que as referncias abstratas e remotas no correspondem ao interesse da

  • criana. Em suas palavras: somente no ambiente natural da criana que ela poder ter umdesenvolvimento seguro.

    Piaget (1973), mostra claramente em suas obras que os jogos no so apenas uma formade desafogo ou entretenimento parta gastar energia das crianas, mas meios que contribuemenriquecem o desenvolvimento intelectual.

    Para Piaget (1973), os jogos e as atividades ldicas tornara-se significativas medida quea criana se desenvolve, com a livre manipulao de materiais variados, ela passa a reconstituir,reinventar as coisas, o que j exige uma adaptao mais completa. Essa adaptao s possvel,a partir do momento em que em que ela prpria evolui internamente, transformando essasatividades ldicas, que o concreto da vida dela, em linguagem escrita que o abstrato.

    Se o ldico to discutido por psiclogos e pensadores, no seria este o momento daescola parar e refletir tambm sobre a importncia do ldico (jogos e brinquedos) para a criana?Quais os benefcios para ela? Como utilizar essas atividades ldicas para aquisio da linguagemescrita e do conhecimento como um todo? Com o passar dos anos, a deixa o meio familiar e vaiao encontro de uma outra realidade: a escolar. Como ser esta escola? O que acontecer? Comose comporta? So questes que passam pela cabecinha desse pequeno ser que, muitas vezes,encontrar na escola o mesmo ambiente familiar. No entanto, se ela consegue uma escolacomprometida com o seu desenvolvimento e que compreenda as suas necessidades de correr,brincar, jogar, de expandir-se em vez de torna-se prisioneira por vrias horas, com certeza seruma criana alegre e feliz. A escola deve aproveitar todas as manifestaes de alegria da crianae canaliz-la emocionalmente atravs de atividades ldicas educativas. Essas atividades ldicas,quando bem direcionadas, trazem grande benefcios que proporcionam sade fsica, mental,social e intelectual criana, ao adolescente, at mesmo ao adulto.

    1.3 - Os Benefcios e os Estgios do Ldico para o Desenvolvimento Infantil:

    As brincadeiras, para a criana, constituem atividades primrias que trazem grandesbenefcios do ponto de vista fsico, intelectual e social. Como benefcio fsico, o ldico satisfazas necessidades de crescimento e de competitividade da criana. Os jogos ldicos devem ser abase fundamental dos exerccios fsicos impostos s crianas pelo menos durante o perodo

  • escolar. Como benefcio intelectual, o brinquedo contribui para a desinibio, produzindo umaexcitao mental e altamente fortificante.

    Illich (1976), afirma que os jogos podem ser a nica maneira de penetrar os sistemasformais. Suas palavras confirmam o que muitas professoras de primeira srie comprovamdiariamente, ou seja, a criana s se mostra por inteira atravs das brincadeiras.

    Como benefcio social, a criana, atravs do ldico representa situaes que simbolizamuma realidade que ainda no pode alcanar; atravs dos jogos simblicos se explica o real e o eu.Por exemplo, brincar de boneca representa uma situao que ainda vai viver desenvolvendo uminstinto natural.

    Como benefcio didtico, as brincadeiras transformam contedos maantes em atividadesinteressantes, revelando certas facilidades atravs da aplicao do ldico. Outra questoimportante a disciplinar, quando h interesse pelo que est sendo apresentado e faz com queautomaticamente a disciplina acontea.

    Concluindo, os benefcios didticos do ldico so procedimentos didticos altamenteimportantes; mais que um passatempo; o meio indispensvel para promover a aprendizagemdisciplinar, o trabalho do aluno e incutir-lhe comportamentos bsicos, necessrios formao desua personalidade.

    Estudar as relaes entre as atividades ldicas e o desenvolvimento humano uma tarefacomplexa, e para facilitar o estudo classificou-se o desenvolvimento em trs fases distintas:aspectos psicomotores, aspectos cognitivos e aspectos afetivo-sociais.

    Nos aspectos psicomotores encontram-se vrias habilidades musculares e motoras, demanipulao de objetos, escrita e aspectos sensoriais.

    Os aspectos cognitivos dependem, como os demais, de aprendizagem e maturao quepodem variar desde simples lembranas de aprendido at mesmo formular e combinar idias,propor solues e delimitar problemas.

    J os aspectos afetivo-sociais incluem sentimentos e emoes, atitudes de aceitao erejeio de aproximao ou de afastamento.

    O fato que esses trs aspectos interdependem uns do outros, ou seja, a criana necessitados trs para tornar-se um indivduo completo.

    Ainda com respeito s categorias psicomotoras, cognitivas e afetiva, assim como aseriao dos brinquedos, deve-se levar em conta cinco pontos bsicos: integrao entre o jogo e o

  • jogador, deixando-o aberto para o mundo para transform-lo sua maneira; o prprio corpohumano o primeiro jogo das crianas; nos jogo de imitao, a imagem ou modelo a ser seguido importante; os jogos de aquisio comeam desde cedo e para cada idade existe alguns maisapropriados; os jogos de fabricao ajudam na criatividade, no sentimento de segurana e podersobre o meio.

    Numa obra sobre ensino de leitura, Duffy, Sherman e Roehler (1977) propuseram ummodelo para descrever as relaes das operaes envolvidas no processo da leitura.

    1.4 - A Utilizao do Ldico no Processo do Ensino-Aprendizagem da Leitura e da Escrita.

    Leitura (Funcional) o reconhecimento e compreenso das palavras e frases que so:Cdigo Grafmico, Cdigo Sinttico e o Cdigo Semntico.

    O Cdigo Grafmico refere-se s correspondncias entre os sons e os sinais grficos, ouseja, entender o que se escreve e o que se fala. O Cdigo Sinttico trata do problema das ligaesentre palavras e frases. O Cdigo Semntico relaciona-se questo do significado, ao contedodas mensagens escritas, sendo que este modelo vale para a leitura e para a linguagem como umtodo.

    A facilidade com que a criana aprender a usar os trs cdigos depender da linguagemoral e da semelhana entre a linguagem da instruo. Para esses trs autores, a leitura umprocesso aprendido de reconhecimento e compreenso de palavras e frases que se apoiammutuamente, levando a criana a se interessar por materiais impressos, brincando, recreando-se edescobrindo significados, melhorando dessa forma sua linguagem e sua comunicao com outraspessoas.

    Segundo Vygotsky (1987), a escrita muito mais difcil do que parece, embora suaaprendizagem interaja com a da leitura.

    Ao incluir-se a escrita junto com a leitura, v-se que aprender a ler uma tarefa dificlimapara uma criana de 7 anos. Neste momento, as habilidades psicomotoras incluem destrezamanual e digital, coordenao mos-alhos, resistncia a fadiga e equilbrio fsico. Fica claro que aescrita , enquanto conjunto de movimentos coordenados, um exemplo de complexidade para acriana.

  • Se, para criana, a escrita uma atividade complexa, o jogo, ao contrrio, umcomportamento ativo cuja estrutura ajuda na apropriao motora necessria para a escrita.

    Ao lado das atividades de integrao da criana escola, deve-se promover a leitura e aescrita juntamente, utilizando-se para isto a dramatizao, conversas, recreao, desenho, msica,histrias lidas e contadas, gravuras, contos e versos.

    Para alguns pensadores, as atividades ldicas realizadas pelas crianas permitem que elasse desenvolva, alcanando objetivos como a linguagem, a motricidade, a ateno e a inteligncia.

    O papel da escola promover a facilitao corporal (conhecimento do corpo e suaspotencialidades); exerccios realizados com olhos fechados facilitam esse conhecimento; -espacial, posicionado a criana em espaos diferenciados; - temporal, vivida a partir da marcaortmica, - escrita, atravs da movimentao ampla, direo esquerda-direita.

    Foi Gouva (1967) quem usou a frase; antes das descobertas das numerosas vitaminas, jhaviam encontrado a mais importante para as crianas; a vitamina R (recreao); para ela arecreao ou atividade ldica tudo quanto diverte e entretm o ser humano e envolva a ativaparticipao.

    Bontempo (1972) lembra que as crianas que falam mal so tambm as crianas quepouco brincam, pois h uma estrita relao entre o brinquedo e a linguagem.

    Em suma, a escola deve aproveitar as atividades ldicas para o desenvolvimento fsico,emocional, mental e social da criana. Linguagem e brinquedo mostram sua origem comum emvrios aspectos. Atravs do smbolo ldico corporal e concreto, orienta-se a criana para aspalavras.

    Chama-se ateno para a possibilidade de o jogo imaginrio ser usado para facilitar aaquisio da linguagem, tanto oral como escrita, sendo que, para isso acontecer, deve existir umparalelo entre a linguagem e a ao que envolve, relao entre dois modos de atuar, o ldico e olingstico.

    No ensino da leitura e escrita, deve-se levar em conta o relacionamento da estrutura dalngua e a estrutura do ldico. Podem-se tambm estabelecer relaes entre o brinquedo scio-dramtico das crianas, na sua criatividade, desenvolvimento cognitivo e as habilidades sociais.Entre elas destacam-se: criao de novas combinaes de experincias; seletividade e disciplinaintelectual; concentrao aumentada; desenvolvimento de habilidades de cooperao entre outros.

  • Para a criana que se engaja no jogo scio-dramtico, mais fcil para ela participar do jogo davida escolar.

    Para Suntton & Smith (1971), as crianas classificadas como mais ldicas, so maisengajadas em atividades fsicas durante o brinquedo, mais alegres e bem humoradas, maisflexveis com o grupo, saram-se melhor em tarefas como: sugerir novas idias sobre o uso dobrinquedo, novos ttulos para histrias, listas mais ricas de nome de animais, de coisas paracomer, de brinquedos, etc.

    Afirma ainda que todas as matrias escolares permitem aproveitar a ludicidade para cadatipo de conhecimento. Sendo assim, para a criana fazer a transposio entre a lngua oral e aescrita, necessrio trabalhar primeiramente o concreto, pois para ela a alfabetizao torna-semais fcil atravs da ludicidade.

    A funo dos brinquedos, na obteno de melhor equilbrio emocional de crianas, foipercebida e utilizada na rea educacional, pois atividades fsicas e recreativas influenciampositivamente vrios outros aspectos afetivo-sociais das crianas.

    O brinquedo, como atividade agradvel, no pode ser confundido com um jogo de sentidode partidas competides, que podem significar obrigao, treinamento, atividade difcil,fanatismo, ansiedade, etc.

    Toda vez que a competitividade ou a agressividade superam os demais atributos jogo-brinquedo, este passa a ser jogo-vcio ou jogo-obrigao. O jogo-brinquedo , em essncia, denatureza criativa. A maioria dos escritores e artistas criativos apresentam uma atitude bemhumorada e ldica diante da vida.

    As crianas com curiosidades mais altas tiveram melhores respostas quando podiammanipular objetos atravs das atitudes ldicas, encontrando correlao entre o brinquedo e ocomportamento de busca de informao.

  • 2. Metodologia:

    Para realizar este trabalho de cunho terico, acerca da construo de conhecimento, comoprincpio educativo, resolvemos lanar mo de uma pesquisa prtica, utilizando uma abordagemqualitativa descritiva, pois este tem como objetivo identificar a importncia do ldico naeducao pr-escolar, direcionada alfabetizao, dando enfoque ao valor psicopedaggicoatribudo por educadores em suas prticas educativas.

    Este estudo teve, como objetivo inicial, diagnosticar e posteriormente analisardescrevendo a realidade encontrada em escolas particulares, no que diz respeito incorporaodo ldico na prtica concreta de professores e crianas pr-escolares.

    Esta pesquisa foi realizada em duas escolas particulares: uma de nome Colgio MaristaNossa Senhora de Nazar, que ser tratada no texto como escola A e a outra de nome Centro deEnsino Clube do Pimpolho, denominada de escola B, localizados nos seguintes bairros eendereos: Colgio Marista Nossa Senhora de Nazar, Av. Nazar, n 902, bairro Nazar; eCentro de Ensino Clube do Pimpolho, Trav. Alferes Costa, n 2007, bairro Pedreira, fone 276-6868.

    Nos sujeitos desta pesquisa, foram analisadas, em cada uma das escolas, caractersticasdistintas como: a prtica de professores graduados em Pedagogia e com nvel mdio, com ointuito de caracterizar um paralelo qualitativo de resultados. Foram escolhidas escolasparticulares, diante das prticas desenvolvidas diariamente, pelas duas categorias de sujeitosentrevistados. Essas metodologias (pelo menos ao que se parece) mostram-se antagnicas no quese refere s instalaes, aos recursos e clientela.

    Em cada escola pesquisada foram investigadas turmas de alfabetizao, sendo que, cadauma destas, teve dois educadores com nvel de formao diferenciado, isto , a turma A tevecomo docente, apenas com o magistrio enquanto que a B dever Ter um professor comgraduao em Pedagogia.

    Foram entrevistados 2 professores de escolas particulares, e a entrevista foi do tipo semi-aberta, tendo como instrumento um roteiro (anexo 1), com questes que apontam a importnciado ldico e suas funes no cotidiano do educador.

    Para que esta pesquisa de campo ficasse mais completa, foi necessrio coletar dados dostcnicos responsveis em analisar os planejamentos e avaliaes realizadas nas instituies de

  • ensino que se deu atravs de um questionrio (anexo 2) aos tcnicos, com perguntas mistas,questionando o planejamento e avaliao educacional, para identificar se a psicomotricidade estimulada dentro dos planos de aula, e como avaliado o aluno da educao infantil, no que serefere insero e ao grau do interesse pelo desenvolvimento atravs de jogos e brincadeiras.

    A partir dos resultados obtidos, foram traados paralelos qualificativos dos resultados,acerca de metodologias utilizadas, recursos pedaggicos implementados, instalaes fsicas eclientela.

    Estes dados obtidos foram analisados luz da Tizuko Kishimoto.Nas consideraes finais, abordamos a importncia do ldico na educao infantil, as

    inferncias que o ldico proporciona a crianas pr-escolares, metodologias, recursos einstalaes necessrias para a estimulao de crianas de alfabetizao e a formao necessriado educador infantil.

  • 3. Anlise e Discusso dos Dados:

    As entrevistas sero analisadas de forma quantitativa e as respostas dos professores e dosgestores merecem tratamentos subjetivos.

    As professoras entrevistadas apresentam caractersticas distintas a primeira graduada aum ano no curso de Educao Infantil, tem 38 anos e atua h vinte anos; a outra tem apenas omagistrio com 24 anos e atua h trs anos.

    As gestoras: a primeira tem 41 anos est concluindo o curso de Pedagogia e atua h doisanos e a outra tambm tem 41 anos formada a onze anos e atua h trs anos.

    3.1. Anlise das Entrevistas com as Professoras.

    1. Voc considera importante a pratica do ldico nas escolas? Comente.

    P1. Sim, pois atravs do ldico a criana revela o seu verdadeiro sentimento, amplia suas

    relaes sociais, aproxima-se mais do seu mediador de sala e desenvolve suas habilidades deforma prazerosa.

    P2. Sem dvida, a prtica do ldico nas escolas muito importante, pois assim ns

    conseguimos alcanar nosso objetivo com sucesso. Isto , o aluno aprende o contedo, fazendo oque ele mais gosta: brincando.

    Pensar a importncia do brincar nos remete s mais diversas abordagens existentes, comopodemos observar P1 que v o jogo como uma forma de compreender melhor o funcionamento dapsique, enfim, das emoes, da personalidade dos indivduos, j a P2 analisa a contribuio dojogo para a educao, desenvolvimento e/ou aprendizagem da criana. Portanto, o ldico deverestar o relacionamento a cultura da criana para que a mesma tenha prazer em apreenderconhecimentos ligados a sua realidade.

    2. No seu entendimento, que atividades ldicas so capazes de contribuir na maturao da crianana alfabetizao? D exemplos.

  • P1. Jogo da memria, pular, corda, dramatizao, boliche de slabas, msica, etc.P2. Domin de palavras e figuras, boliches de palavras e nmeros, etc.

    Observa-se que tanto na resposta P1 quanto na P2 elas utilizam atividades que desperteminteresse dos alunos, contribuindo para a construo do conhecimento do mesmo, o que na faseda alfabetizao, muito importante, pis o aluno precisa aprender de maneira prazerosa,principalmente o processo da leitura e da escrita. As situaes criadas por elas, atravs dos jogos,imitando a vida real e atuam atravs na formao de significados permitindo a construo dafuno simblica e da construo do pensamento verbal-lgico atravs de intra e inter pessoaispor interagir e construir conhecimentos.

    3- Quais as dificuldades que voc enfrenta, dentro da sala de aula, para trabalhar com aludicidade?

    P1. Nenhuma, pois a linha de trabalho toda voltada para a ludicidade e apresentam athoje resultados positivos, principalmente com aqueles alunos que apresentam dificuldades naaprendizagem.

    P2. A minha maior dificuldade a falta de espao fsico. O nmero de alunos supera otamanho da sala de aula, o que prejudica e muito no processo ensino-aprendizagem. Outradificuldade so os pais, uma vez que os mesmos ainda pensam que aprendizagem s acontecequando as crianas esto caladas, sentadas e escrevendo.

    Observa-se que as respostas das professoras so contraverso, uma vez que a P1 no temdificuldade para utilizar o ldico, devido a escola lhe oferecer todos os recursos, espaos e o quelhe for necessrio para a prtica do ldico facilitando-a, porm a P2 no tem o mesmo espao,dificultando os seus objetivos com os jogos alm de precisar conscientizar os pais que oconhecimento se alcana tambm atravs de brincadeiras.

  • 4- Com qual funo a psicomotricidade atua em sala de aula?

    P1. A psicomotricidade tem a funo de trabalhar nas crianas a mente e o corpo. Em umasala de aula, quando se trabalha o ldico, voc exercita diversas funes psicomotoras, como alateralidade, a concentrao, o equilbrio e outras e essas funes so muito importantes na vidada criana pois o seu corpo com sintonia com sua mente. Sem dvida, a criana aprende commais eficincia, quando as suas funes psicomotoras esto bem trabalhadas.

    P2. muito importante que a criana conhea seu corpo e perceba o que ela pode realizarcom ele. As atividades de pular, correr, sentar, andar essencial para o desenvolvimentobiopsicosocial do ser humano.

    Observa-se que a resposta da professora P1 complementa a resposta da P2, pois asmesmas levam em considerao a importncia da funo psicomotora e o desenvolvimento dashabilidades motoras exercidas em cada atividade realizada pelos alunos. A criana tem umprocesso contnuo de desenvolvimento que se inicia no seu nascimento. E a primeira forma derelao com o meio atravs do movimento que ser modificada pelo aparecimento dalinguagem oral, que gradualmente substituir a ao expressa atravs do movimento. Todo esteprocesso psicomotor prepara a criana aos movimentos refinados da escrita formal.

    5 - Atravs desta metodologia, de que maneira voc avalia seus alunos?

    P1. Avalio o cognitivo dos alunos, juntamente com i nvel de aprendizagem da turma.Mas tambm avalio o emocional das crianas, a sociabilidade de um aluno com outro, asinceridade das crianas perante a regra do jogo, o respeito entre os colegas, a interao da turma,a reao daqueles que perdem, o grau de concentrao, ateno entre outros.

    P2. O aluno que desenvolve essas atividades, com toda a certeza, ter mais facilidade narealizao de tarefas feitas no caderno, livro e outros. Propicia o entendimento mais rpido no seuraciocnio lgico, enfim a participao ativa do educando na construo de reconstruo do seuconhecimento trazido de casa.

  • Percebe-se que as respostas das professoras acabam tendo uma relao entre si a qual a P1coloca muito bem uma avaliao cognitiva levando em considerao os seus aspectos afetivos,sociais e principalmente a relao com o prximo e a P2 complementa que na hora de avaliar levaem considerao a realidade do aluno fora da escola, melhorando o processo do ensino-aprendizagem

    3.2- Anlise das Entrevistas com Gestoras.

    1 - De que forma o ldico est inserido no planejamento e qual a importncia que possui naprtica pedaggica?

    G1- O ldico est inserido no planejamento de forma quase que total no contedoprogramtico, pois entendemos que atravs de jogos e brincadeiras que as crianas conseguemassimilar melhor o conhecimento.

    importante para a prtica pedaggica, porque o ldico vem resgatar a bagagemcultural da criana e atravs disso fazer com que elas prprias construam seu saber. G2- No planejamento, o ldico est contido em todas as propostas de trabalho (quandolidamos com as parlendas , travalngua, poema, jogo motor...), o que ainda precisamosamadurecer o conhecimento acerca do desenvolvimento da criana, para que possamos naelaborao das atividades de atender a necessidade especfica delas (nvel maturacional) efavorecer mais oportunidades para o jogo simblico que no ocupa o devido lugar no cotidianoda prtica pedaggica.

    importante principalmente o nvel da Educao Infantil, o qual precisa focar as suasaes nessa aprendizagem simblica da criana, j que ela amplia a o seu vocabulrio, a suapercepo das coisas, caracterizando uma evoluo cognitiva acelerante, jamais apreciada emoutra fase da vida.

    Percebe-se que nas respostas tanto da G1 quanto da G2, o ldico est inserido noplanejamento de suas escolas, levando em considerao a importncia do mesmo, na prtica

  • pedaggica o qual se destaca pelo alto valor educativo, pelas possibilidades de explorao queproporcionam s crianas onde estas estabelecem relaes lgicas com o ambiente em que vivem.

    2 - Que orientao voc d aos seus professores neste sentido?

    G1- A orientao que os professores procurem pesquisar e antes de repassar aos alunos,faam uma anlise para saber se este jogo ou brincadeira se encaixa na realidade da criana.

    G2- Atravs do grupo de estudo, sinalizando teoricamente as possibilidades de trabalho.Pela anlise do plano de aula (onde questiono e/ ou sugiro outras idias)

    Observa-se nas respostas das gestoras, a importncia em capacitar os seus professorespara poderem trabalhar com o ldico que fazem, atravs de pesquisa e de grupo de estudos, assuas professoras para poder ter o embasamento terico utilizando na prtica do ldico noprocesso ensino-aprendizagem dos seus alunos.

    3 - Os objetivos so previamente analisados e discutidos? Com qual intuito?

    G1- Em alguns momentos sim, mas o ideal seria que o plano fosse construdo em parceriacom o coordenador. A qualidade estaria mais garantida.G2- Com certeza, procuramos analisar e discutir para que possamos detectar alguma falha

    ou erro nos objetivos empregados.Essa discusso tem como intuito que seja feita uma reflexo sobre o que estamos

    repassando aos nossos alunos.

    Observa-se nas respostas das gestoras, a importncia da anlise no planejamento eprincipalmente uma prvia reflexo, antes de colocar em prtica o ldico na sala de aula.

    4- Os professores interessam-se mais por qual tipo de atividade?

    G1- muito diversificado o interesse dos professores at porque as turmas so diferentes.G2- Pelos jogos motores e jogos de linguagem.

  • Observa-se que a resposta da G1 est de acordo com a realidade da turma, preocupando-secom a diversidade de interesses, j na G2 apenas pelos jogos motores e jogos de linguagem pois,preocupa-se com o processo da alfabetizao.

    5- Estes planejamentos esto de acordo com os PCNS? como?

    G1- Sim, na maior parte do planejamento ns nos orientamos atravs do PCNS,entretanto, trazemos para a realidade da sua comunidade escolar.

    G2- Sim, quando procuramos criar, desenvolver atividades com as crianas que setransformem em aprendizagem significativa e quando entendemos o porqu de estarmospropondo essa dinmica, alm de nenhum momento esquecer da realidade do aluno.

    Percebe-se que a resposta da G1 acaba complementando a resposta da G2 quando diz quetrabalha com a realidade da comunidade da escola, fazendo assim uma aprendizagemsignificativa alm de estar efetivando a contribuio para a valorizao da auto-estima eampliao e suas possibilidades cognitivas.

    A educao psicomotora, na idade escolar, deve ser, antes de tudo, uma experincia ativade confrontao com o meio. A ajuda educativa proveniente dos pais e do meio escolar tem afinalidade no de ensinar criana comportamentos motores, mas, sim, permite-lhe exercer a suafuno de ajustamento, individualmente ou outras crianas.

    Todos os jogos e brincadeiras infantis, que parecem apenas passatempos, na verdade,preparam o terreno para um aprendizado posterior.

    No entanto, embora brincar seja natural para a criana, no convm dar-lhe liberdade total(quando quer, como quer, onde quer), assim como contraditrio dirig-la sempre.

    O movimento da criana melhora atravs do pensamento enriquecido pela orientaointerna da habilidade melhor desenvolvida e executada, pois inteligncia pensamento e aoconstituem um crculo fechado.

    Atravs do seu conhecimento e sensibilidade, o educador deve dosar teoria e prtica demaneira gradual, combinados os estmulos adequados para o tipo de aluno (clientela) que ensina.

  • Educar no s ensinar a ler, a resolver um problema, a dar forma a um pensamento. ,principalmente, atender s necessidades do desenvolvimento da criana, a fim de prover a plenarealizao de sua personalidade. Para tal, preciso que a escola satisfaa os interesses profundasatravs do brinquedo da aprendizagem e do trabalho.

    A necessidade de auto-expresso mais presente ainda que a necessidade desobrevivncia. Ela se satisfaz nas atividades criadoras, proporcionando expanso as idias e aossentimentos, possibilitando assimilar alegrias e eliminar as frustraes de cada dia.

    Realiza-se tambm pela satisfao das curiosidades prprias de cada idade e danecessidade de esforo, bem como pela integrao com os grupos atravs das atividadesrecreativas e scio-culturais.

    O brincar pode ser visto, portanto, como a base sobre a qual se desenvolvem o espritoconstrutivo, a imaginao, a faculdade de sistematizar e absterei, a capacidade deinteragir socialmente, abrindo caminho para o desenvolvimento do trabalho, da cincia eda arte. (MACHADO, Dulce V. H. Folha de So Paulo, 13/03/83).

    Atravs do ldico, mostrar o professor que a aprendizagem ativa, dinmica e contnua,ou seja, uma experincia basicamente social, que tem a capacidade de conectar o indivduo comsua cultura e meio social mais amplo.

    A atividade ldica prepara (e preparada por ela) a alfabetizao bem como toda aaprendizagem intelectual ou de relao com o mundo da cultura.

    Quando o professor das sries iniciais tiver se conscientizado de que essa educao pelomovimento uma pea mestre do edifcio pedaggico, que permite criana resolver maisfacilmente os problemas atuais de sua escolaridade e a prepara, por outro lado, essa atividadeocupar um lugar privilegiado ao lado da leitura, da escrita e da matemtica, matrias ditas combase, sua existncia futura de adulto.

    O professor constatar que esse material educativo no-verbal constitudo pelomovimento por vez um meio insubstituvel para afirmar certas percepes, desenvolver certasformas de ateno, por em jogo certos aspectos da inteligncia, realizando o sonho da criana de,ao caminhar para a escola, encontrar um amigo, um lder, algum muito consciente que sepreocupa com ela fazendo-a sorrir e aprender ao mesmo tempo.

  • Consideraes Finais

    Acreditamos ser importante deixar aos leitores algumas consideraes a respeito dainteligncia da criana.

    Entendemos por inteligncia: a investigao da novidade com adaptao contnua desituaes novas. Quando um beb tenta passar um objeto por entre obstculos intercalados(cercados) ele o faz de diversas maneiras, no se dando conta de que o tamanho do objeto influidiretamente no espao disponvel para a passagem do mesmo.

    Percebemos tambm que, quando uma criana v vrios deslocamentos de um objetosendo escondido por um adulto (em uma brincadeira de esconde-esconde) ela sempre ir procur-lo onde o viu pela ltima vez.

    Isso significa que as noes de antes e depois esto, apenas iniciando, e futuramente seroaplicadas a acontecimentos externos. Da vem a importncia de observ-las em atividadesldicas, para a compreenso de tal procedimento infantil.

    Quando a criana brinca ou pratica exerccios motores, ela combina diferentes aesmotoras entre si, divertindo-se em repetir vrias vezes os mesmos esquemas, porm modificandoa cada repetio de um movimento.

    Em certos movimentos de sua infncia, a criana finge aes como: dormir, levar a mo boca como se estivesse comendo. Esses esquemas simblicos indicam um esboo derepresentao ou evocao de uma situao ausente j vivenciada. Esta fase marca o incio darepresentao e, considera os exerccios motores simples e os smbolos ldicos da brincadeirasimblica.

    PIAGET destaca a possibilidade da criana imitar certos sons significativos da lngua queouve. Isto , possvel devido a coordenao progressiva de esquemas vocais j conhecidos e poracomodao, tambm progressiva, desses mesmos esquemas.

    No primeiro ano de vida, a criana comea a esboar os esquemas fonticos da lngua:PAP para papai, comida, etc. Para PIAGET, o uso que a criana faz destes vocbulos lembraum conjunto de smbolos, definidos subjetivamente, pois pode mudar sua significao em umnico dia. Ex.: a criana emite sons diferentes toda vez que v o mesmo brinquedo (boneca) nodecorrer de um nico dia. Em outras ocasies a criana age e em seguida verbaliza algo. Este

  • comportamento indica que os esquemas verbais so diretamente ligados s aes realizadas sobreo meio.

    A construo da noo do tempo exige tambm o desenvolvimento da representao, poisassim ser permitido criana pegar um objeto e recordar um fato relativo a ele, reconstituindoum acontecimento no mais ligado percepo direta. Uma vez interiorizada a imitao fornece,aos simples exerccios motores, todo um simbolismo gestual e passa a funcionar na ausncia domodelo, evoluindo assim a linguagem. Passando-se para a fase da brincadeira simblica,posteriormente surge o desenho na vida da criana.

    Todo esse simbolismo intervm de forma decisiva no desenvolvimento psicolgico,enriquecendo as relaes interindividuais, antes restritas imitao de sons e gestos, dando lugara uma comunicao mais ampla com o meio. PIAGET considera esta passagem um exemplo degeneralizao construtiva.

    Um desenvolvimento hormnio, ldico, que inclui aprender a ouvir opinies diferentes e acontra-argumentar, estabelecendo comparaes objetivas entre vrias maneiras de secompreender um mesmo fato, pouco a pouco vai contribuir para tornar a criana apta a umintercambio, real com os outros, favorecendo a troca de experincias, por estar baseada nacooperao e na reciprocidade.

    Excluindo a aceitao passiva de idias ou sugestes mal compreendidas, a criana,quando tem um esquema mais evoludo de linguagem, passa a ser sujeito ativo de suas aes e asdefende com conversa com o adulto, sendo lgico para ela o que pode ser manipulado etransformado de acordo com sua vivncia.

    O fazer um dos critrios essenciais a orientar as condutas do professor frente scrianas. Sendo assim, o que realmente importa selecionar o maior nmero possvel desituaes que promovam o desenvolvimento de habilidades variadas, pois o objetivo sempre aaprendizagem.

    A partir do momento em que as atividades comearam a ser oferecidas em sala de aula,notamos um progresso que repercute em todo conjunto, apesar de no ser manifestadoimediatamente, mas, o avano registrado numa situao, logo interfere em outras e, num espaono muito longo de tempo, as diferenas de progresso (quando a criana trabalhada de maneiraldica) vo se somando e daro lugar futuramente ao progresso total, global. Isto justifica aimportncia de se trabalhar com uma srie de atividades ldicas, pois o conjunto destas que vai

  • influir nas transformaes que ocorrem medida em que as crianas so conduzidas a tomarconscincia das aes exercidas sobre os objetos.

    A criana deve sentir-se sempre capaz de exercitar o que foi proposto. O progresso dosmovimentos, do ponto de vista quantitativa, surge atravs do funcionamento de um esquema.Esse progresso repercute nos demais movimentos, possibilitando a introduo de outras e maiscomplexas atividades.

    Sabemos que a noo de espao comea a se desenvolver desde o nascimento e estsempre subordinada aos progressos da inteligncia. agindo sobre as coisas que a criana podeconstruir todo um sistema de relaes espaciais referentes aos seus prprios movimentos e aosdeslocamentos dos objetos (deslocamentos dos objetos entre si).

    E como a linguagem vai ser estimulada ?Ela evolui porque o professor conversa o tempo todo com seus alunos sobre o que esto

    realizando (para a comprovao disto basta comparar o incio e o fim do ano letivo na primeirasrie do primeiro grau). As crianas tambm conversam, se comunicam entre si; elasdesenvolvem a linguagem porque e falam.

    Somente com a prtica do dilogo que se aprende a dialogar. Pois, se a criana aprende aagarrar, agarrando; a salta, saltando; entendemos ento que dominar uma ao implica em agirsobre o objeto a ser conhecido (processo que tambm ocorre com a linguagem).

    Lembramos aqui, que o objetivo deste relato fornecer um referencial para que oprofessor possa compreender a importncia das tentativas (desenvolvidas com atividades ldicas)que conduzem ao desenvolvimento do raciocnio, aprendendo a respeitar a criana e valorizandocada descoberta que esta venha a fazer em sua vida escolar.

    O respeito pelas vrias etapas deste desenvolvimento constitui uma conduta que, por serteoricamente refletida, transcede quaisquer que sejam as caractersticas do meio imediato. O querealmente interessa atribuir a cada criana o papel de sujeito ativo na construo de formas cadavez mais aprimoradas de conhecimento, pois somente o indivduo ativo capaz de atuar frente spresses sociais, compreendendo-as para transform-las.

    No podemos duvidar da influncia do meio, mas, sim, procurar uma maneira de intervirtambm com a preocupao de acelerar o ritmo do desenvolvimento infantil, obedecendo sempreos limites desta evoluo. Em nosso trabalho consideramos muito o aspecto linguagem poracreditarmos estar nele o princpio da alfabetizao.

  • Se a nica maneira de dominar o dilogo pratic-lo, d criana sua chance (J. S.BRUNER, p. 225).

    E exatamente esta prtica que defendemos: proporcionar criana a oportunidade deexpor suas idias. Porm, se por um lado devemos enfatizar o processo dialgico, partindo destainterao para compreender o funcionamento da linguagem, por ouro, precisamos reconhecer quena relao com o meio e com o ldico, de forma especial, intervm muitas formas deconhecimento.

    O conhecimento lingstico, social e cognitivo, no constituem formas isoladas, masaspectos que se relacionam intimamente num fluxo dinmico de interferncias. Relacionando oconjunto destas, enfatizamos as atividades ldicas e reconhecemos, atravs de nossas prticas quea aplicao das mesmas ampliam as possibilidades de intervirmos nos aspectos do conhecimentoinfantil.

  • Referncias Bibliogrficas

    ARAJO, Vnia Carvalho. O jogo no contexto da educao psicomotora. Ed. Cortez.

    BOCK, Ana M.; FURTADO, Odair; TEIXEIRA, Maria de Lourdes T. Psicologias: umaintroduo ao estudo de psicologia. Saraiva, so Paulo, 1999.

    FERREIRO, Emlia; TEBEROSKY, Ana. Psicognese da lngua escrita. Porto Alegre: ArtesMdicas, 1997.

    FRIEDMANN, Adriana. O brincar na brinquedoteca

    GARCIA, Regina Leite. Resivitando o pr-escolar.

    POPOVIC, A. M. Alfabetizao: Disfunes psiconeurolgicas. So Paulo: Vetor, 1968.

    RILLO, Glida. Educao: pr-escolar. So Paulo: Atica 1982.

    RODRIGUES, Maria. O desenvolvimento do pr-escolar e o jogo.

    ROSE, Sanny. Brincar, conhecer, ensinar.

    KISHIMOTO, Tisuko Morchida. Jogos infantis: o jogo, a criana e a educao. Petrpolis: RJ:Vozes, 1993.

    KISHIMOTO, Tisuko Morchida. O jogo e a educao infantil. SP: pioneira, 1994.

  • ANEXOS

  • Questionrio I

    ROTEIRO DE ENTREVISTA

    Parte I - Dados Pessoais

    a) Sexo: masculino ( ) feminino ( )

    b) Idade:

    c) Tempo de formado :

    d) Tempo de atuao:

    Parte II - Questes Especficas

    1.Voc considera importante a prtica do ldico nas escolas? Comente.

    2.No seu entendimento, que atividades ldicas so capazes de contribuir na maturao da crianana alfabetizao? D exemplos.

    3. Quais as dificuldades que voc enfrenta dentro da sala de aula para trabalhar com a ludicidade?

    4. Com qual funo a psicomotricidade atua em sala de aula?

    5.Atravs desta metodologia, de ,que maneira voc avalia seus alunos?

  • Questionrio II

    ROTEIRO DE ENTREVISTA

    Parte I - Dados Pessoais

    a) Sexo: masculino ( ) feminino ( )

    b) Idade:

    c) Tempo de formado:

    d) Tempo de atuao:

    Parte II - Questes Especficas

    1. De que forma o ldico est inserindo no planejamento e qual a importncia possui na prticapedaggica?

    2. Que orientao voc d aos seus professores neste sentido?

    3. Os objetivos so previamente analisados e discutidos? Com qual intuito?

    4. Os professores interessam-se mais por qual tipo de atividade?

    5. Estes planejamentos esto de acordo com os PEN'S ? Como ?

    ApresentaoResumoIntroduoReferencial Terico - Ldico na Educao Infantil e na Perspectiva dos TericosMetodologiaAnlise e Discusso dos DadosConsideraes FinaisReferncias Bibliogrficas