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1 UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ CYNTHIA MARIA ROCHA DUTRA EFEITO DA APLICAÇÃO DA KINESIO TAPING NA DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR MIOGÊNICA LOCALIZADA: ANÁLISE ALGOMÉTRICA, ELETROMIOGRÁFICA E TERMOGRÁFICA CURITIBA 2017

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

CYNTHIA MARIA ROCHA DUTRA

EFEITO DA APLICAÇÃO DA KINESIO TAPING NA DISFUNÇÃO

TEMPOROMANDIBULAR MIOGÊNICA LOCALIZADA: ANÁLISE ALG OMÉTRICA,

ELETROMIOGRÁFICA E TERMOGRÁFICA

CURITIBA

2017

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CYNTHIA MARIA ROCHA DUTRA

EFEITO DA APLICAÇÃO DA KINESIO TAPING NA DISFUNÇÃO

TEMPOROMANDIBULAR MIOGÊNICA LOCALIZADA: ANÁLISE ALG OMÉTRICA,

ELETROMIOGRÁFICA E TERMOGRÁFICA

Tese submetida à Banca de Qualificação de Doutorado do Programa de Pós-Graduação em Distúrbios da Comunicação da Universidade Tuiuti do Paraná como requisito parcial para obtenção do Grau de Doutor. Orientadora: Profª. Dra. Rosane Sampaio Santos Co-orientador: Profº. Dr. José Stechman Neto

CURITIBA

2017

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TERMO DE APROVAÇÃO

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DEDICATÓRIA

Dedico esta tese às pessoas muito especiais na minha vida. Minha querida

Madrecita Mirtes Nory a quem devo o exemplo de determinação e caráter; as minhas

mais do que irmãs Tyta e Corine que, com gestos e palavras de amor e incentivo,

nunca me deixaram desanimar; aos meus filhos do coração Jacqueline Cristina e

Raphael Henrique pela torcida calorosa e amorosa; a minha neta Gabriela que é

uma alegria infinita, e ao meu marido Siqueira que, com paciência imensurável,

esteve presente em todos os momentos.

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AGRADECIMENTOS

Um trabalho desta natureza e com as características que aqui apresento, só foi

possível preparar e executar com a colaboração de várias pessoas, pelo que

expresso aqui os meus agradecimentos, nomeadamente:

Primeiramente e principalmente a Deus que é o maior responsável pelas minhas

conquistas e sucesso, que me deu forças para não desistir nas horas mais difíceis e

colocou em meu caminho pessoas ótimas que me ajudaram de inúmeras maneiras a

concluir este trabalho.

Ao meu pai Álvaro (in memoriam) e minha amada Madrecita, Mirtes Nory, que é meu

exemplo de vida. Minha Guerreira!!! Queridos Pais, agradeço a vocês o amor e

atenção por mim dedicados e também por me ensinaram o significado da palavra

perseverança. Criaram sete filhos!!!

Ao meu marido Siqueira, meu grande amor, meu amigo, meu companheiro, meu

mestre, meu porto seguro nessa turbulenta viagem percorrida.

Às minhas queridas e amadas irmãs, Tyta e Corine, meus eternos agradecimentos

pelo apoio, desde o tempo em que nós três estávamos no ventre de nossa mãe.

“Quando um se divide em três não significa que diminuiu, significa que ele ficou mais

forte”!!! Tenho orgulho de ser irmã de vocês. “Amigas para Siempre”!!!

Aos meus filhos abençoados do coração, Jacqueline Cristina e Raphael Henrique,

que fizeram parte desses momentos, me apoiando e incentivando e, a minha neta

Gabriela que é um presente de Deus na minha vida. Amo vocês além do infinito!!!

À minha orientadora, a Professora Doutora Rosane Sampaio Santos pela sabedoria,

detalhismo e competência incomuns e, acima de tudo, exigência. Agradeço a forma

com que sempre acompanhou o andamento deste trabalho, facultando preciosas

ajudas.

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Ao meu co-orientador, o Professor Doutor José Stechman Neto, pelo apoio prestado

ao estudo.

A Universidade Tuiuti do Paraná pela bolsa de doutorado e permissão que a

pesquisa acontecesse nas suas dependências.

Aos participantes desta pesquisa, pela colaboração e confiança a mim depositada.

À minha “amiga-irmã” de coração Katren Pedroso Correa pelo apoio, paciência

infinita e seus ensinamentos e, à querida Elena Maria Fogaça Pedroso pela acolhida

carinhosa em sua casa. Essa dupla é única!!!

A toda a minha “Grande Família Exxxpetáculo” pelo apoio e ânimo nos momentos

difíceis.

À Secretaria do Programa de Mestrado e Doutorado Distúrbios da Comunicação,

nomeadamente Susane Lais da Silva e Luci Mara de Lima Chiquim, pela

colaboração e paciência disponibilizada nos momentos em que precisei.

A todos os professores do Programa de Mestrado e Doutorado Distúrbios da

Comunicação que me conduziram nesta jornada.

A toda administração da Universidade Tuiuti do Paraná, aos meus amigos, colegas,

funcionários e meus queridos alunos pela torcida que fizeram.

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“Viva como se fosse morrer amanhã, aprenda como se fosse viver para sempre”.

(Gandhi)

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RESUMO

Introdução: a disfunção temporomandibular (DTM) miogênica é uma patologia que deve ter assistência multidisciplinar, sendo a terapia Kinesio Taping (KT) uma alternativa terapêutica. Objetivos: avaliar a qualidade metodológica de estudos conduzidos pela Fisioterapia e Fonoaudiologia nas DTM miogênicas (artigo 1); avaliar a efetividade da KT no tratamento da dor associada a disfunções musculoesqueléticas (artigo 2); investigar os efeitos da aplicação da KT na DTM (artigo 3). Métodos: os artigos 1 e 2 seguiram as diretrizes do Preferred Reporting Items for Systematic Review and Meta-Analyses (PRISMA), com cadastro no Registro Prospectivo Internacional de Revisões Sistemáticas (PROSPERO). Foram realizadas buscas com os descritores “disfunção temporomandibular, articulação temporomandibular, Fisioterapia, Fonoaudiologia e dor” e seus correspondentes em inglês (artigo 1); “kinesiotape, Kinesio Taping”, dor, recuperação funcional, reabilitação e algometria”, e seus correspondentes em inglês (artigo 2). O artigo 3 desenvolvido de ensaio clínico randomizado, duplo-cego com grupo controle, realizado na Universidade Tuiuti do Paraná, avaliou o efeito na DTM miogênica pela KT na dor pela escala analógica visual (EVA), no limiar da dor à pressão pela algometria, na função muscular pela eletromiografia (EMG) e na variação da temperatura local pela termografia, pré e pós-intervenção. O grupo experimental (GKT) recebeu KT, o grupo controle (GC) esparadrapo (placebo) ao início da intervenção e mantendo por três dias. Os dados foram analisados (Microsoft® Office Excel 2013) com valores absolutos e relativos, (- %), pelo software R® a distribuição e a comparação das variáveis (testes de Shapiro-Wilk, t de Student ou de Wilcoxon, correlação de Pearson e regressão logístico ordinal, p<0,05). Resultados: no artigo 1, de 501 artigos identificados quatro foram incluídos na revisão, dois deles com escores de nove pontos e outros dois com oito pontos pela escala PEDro, todos relacionados à Fisioterapia; no artigo 2, de 388 artigos identificados 15 randomizados foram incluídos na revisão, oito de cegamento simples e cinco duplos cegos, a maioria deles (80%) envolvendo ambos os sexos. A dor foi analisada especificamente ou em combinação com outros parâmetros por 14 dos estudos (93,33%), e o instrumento mais comumente utilizado (66,7%) foi a EVA. No artigo 3, em 70 participantes elegidos utilizando o RDC/TMD, randomicamente alocados nos GKT (n=35, 27 mulheres, 29,7 ± 8,66 anos) e GC (n=35, 29 mulheres, 32,3 ± 8,58 anos) não foram observadas diferenças no tempo de acometimento; significante na variação da dor (GC p=0,0001, GKT p=0,00031), podendo caracterizar efeito placebo para o GC; na algometria foi significante para o GC (p=0,02245), mas não para o GKT (p=0,05673); a EMG apresentou significância para o GKT referente à média e mediana dos músculos temporal (p=0,04089 e p=0,00026), e masseter média (p=0,00021); a termografia não apresentou significância; sem correlação (r -0,37) entre a algometria e a escala de dor. Conclusão : Pelos estudos levantados apresentarem rigor metodológico elevado, mas baixo número de artigos terem apresentado a KT como eficiente na recuperação funcional, mas no presente estudo a KT não ser claramente responsável pela redução de dor, parecendo eficaz na recuperação da funcionalidade muscular, conclui-se que há necessidade de desenvolvimentos de estudos que, além do rigor metodológico, atentem para um elevado número de participantes, com GC de igual proporção, e que possibilite o seguimento por tempo prolongado favorecendo melhor avaliação das intervenções. Palavras-chaves : Kinesio Taping, dor miogênica, algometria, eletromiografia, termografia.

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ABSTRAT

Introduction: myogenic temporomandibular disorders (TMD) is a condition that should have multidisciplinary assistance. In this regard, the Kinesio Taping technique (KT) is a therapeutic alternative. Objectives: to evaluate systematically the Physical Therapy and Speech Therapy interventions used in the treatment of TMD studies (Article 1); to evaluate the effectiveness of KT therapy in the treatment of pain associated with musculoskeletal disorders (Article 2); to investigate the acute effects of applying KT in patients with myogenic TMD disorders (Article 3). Methods: for Articles 1 and 2, the Preferred Reporting Items for Systematic Review and Meta-Analyses (PRISMA) guidelines were followed and registered in the Prospective International Register of Systematic Reviews (PROSPERO). A search using specific key words for Article 1 ("temporomandibular dysfunction,” “temporomandibular joint,” “physiotherapy, speech therapy,” and “pain"), and for Article 2 (“kinesiotape,” “kinesio taping,” “pain,”“functional recovery,” “rehabilitation,” and “algometry") was completed. The study in Article 3, which involved a double-blind randomized controlled clinical trial, was performed at the Clinical School of Physiotherapy, University of Tuiuti of Parana. The study and assessed pain, electromyography, and thermography results at baseline and after three days of the intervention. An experimental group (KTG) received KT, and a control group (CG) received adhesive tape (placebo). Results: article 1 – of 501 articles found, four were included in the review, which pointed out that a multidisciplinary approach for the management of myogenic TMDs is appropriate. Article 2 – which returned 388 articles and included 15 in the review, most were found to be published in Europe, indicating that there was no consensus on the use of KT, and suggesting that a multidisciplinary interaction seems to be essential for the treatment of myogenic TMD. Article 3 – 70 participants, selected based RDC/TMD, randomly assigned to KTG (27 women, 8 men, middle age 29.71 ± 8.66) and GC (29 women, 6 men, middle age 32.37 ± 8.58). There was no difference in the EMG between KTG and CG in the masseter (p = 0.1494) and temporal (p = 0.699395) muscle. There was a decrease in the values of thermography in the KTG (33.43 ± 0.12 for 32.51 ± 0.21), and maintenance in CG (33.43 ± 0.13 for 33.42 ± 0.2). No significant difference was observed in algometry (0.05673 KTG), with a tendency for improvement, being significant for the CG (p = 0.02245). The data of lower degree of pain, in the KTG, compared to before the experiment, confirm the findings of the EMG results. Conclusion: it was surmised that KT results in an improvement in myogenic TMD symptomatology after a single application. However, further research is needed to determine the medium- and long-term effects of the technique. As a non-invasive and painless method, as an option for treatment, it is an indicated technique, having to take into account the methodology and the time of permanence with the KT that may influence the functional recovery and the analgesia. However, based on crossing data collected in the articles and in the interventions, and taking into account the number of inconsistent and conflicting reports on their effects, we see the need for an appropriate and necessary multidisciplinary approach for the management of myogenic TMD, in particular by using complementary therapy that could potentiate the effects of the treatment.

Keywords: Kinesio Taping, myogenic pain, algometry, electromyography, thermography.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Processo de seleção dos estudos .............................................................. 47

Figura 2. Box dos critérios de inclusão ...................................................................... 60

Figura 3. Fluxo de seleção dos estudos .................................................................... 62

Figura 4. Fluxograma do delineamento da pesquisa ................................................. 84

Figura 5. Algometria realizada em uma das participantes e instrumento de pressão

digital Wagner Force DialTM modelo FDK10. ............................................................. 86

Figura 6. Câmera termográfica modelo Flir One e imagem coletada ........................ 87

Figura 7. Cepat da termografia .................................................................................. 88

Figura 8. Termo-higrômetro digital, TEXTO/608-H1 climatizado e umificador de ar

portátil Midea Liva® ................................................................................................... 89

Figura 9. Posicionamento dos eletrodos na avaliação eletromiográfica /

Eletromiógrafo modelo Miotool 400, Miotec® ............................................................. 90

Figura 10. Aplicação da KT e fita de KT Tex Gold® ................................................... 91

Figura 11. Bloxplot para a idade em relação aos grupos (GC e GKT) e aos sexos (n

= 70) .......................................................................................................................... 94

Figura 12. Distribuição da escala de dor entre os sexos, grupos e tempo de

acometimento da amostra total ................................................................................. 95

Figura 13. Relação da escala de dor em relação ao grupo e ao tempo de

acometimento. ........................................................................................................... 96

Figura 14. Diferença na escala de dor entre os sexos para cada grupo, com a

mediana de os boxplots ............................................................................................ 97

Figura 15. Distribuição de pessoas com menor tempo de acometimento, os

pacientes do sexo masculino obtiveram variação mais negativa que as do feminino

.................................................................................................................................. 97

Figura 16. Dispersão da escala de dor em relação a idade entre a dr e a idade ...... 98

Figura 17. Bloxplot da Algometria dos GC e GKT (n = 70) ...................................... 100

Figura 18. Relação linear negativa entre as variáveis ............................................. 101

Figura 19. Variação temporal do depois em relação ao antes para a variável EMG

masseter inter-grupos ............................................................................................. 103

Figura 20. Variação temporal do depois em relação ao antes para a variável EMG

temporal inter-grupos .............................................................................................. 104

Figura 21. Variação termográfica inter-grupos ........................................................ 105

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Figura 22. Correlação entre termografia e algometria ............................................. 106

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Artigos inseridos na revisão ...................................................................... 49

Tabela 2. Qualidade metodológica e relatórios dos estudos elegíveis (n=4) ............ 50

Tabela 3. Qualidade metodológica e relatórios dos estudos elegíveis (n = 15) ........ 63

Tabela 4. Sumário dos estudos incluídos (n = 15) .................................................... 64

Tabela 5. Resultados e conclusões dos estudos de Kinesio Taping (n = 15) ........... 68

Tabela 6. Caracterização da amostra em relação ao sexo, à idade (em anos) ........ 92

Tabela 7. Frequência observada e relativa (%) para a variável sexo em relação à

variável acometimento .............................................................................................. 94

Tabela 8. Medidas descritivas para a variável Dor (EVA), em sua escala original do

GC, na pré e pós-intervenção (n = 35) ...................................................................... 99

Tabela 9. Medidas descritivas para a variável Dor (EVA), na pré e pós-intervenção (n

= 35, em %) ............................................................................................................... 99

Tabela 10. Medidas descritivas para a variável algometria em sua escala original dos

grupos, na pré e pós-intervenção (n = 70, em Kgf) ................................................. 100

Tabela 11. Medidas descritivas para a variáveL algometria (ALG), na pré e pós-

intervenção (n = 70, em %) ..................................................................................... 100

Tabela 12. Medidas descritivas da EMG do músculo temporal da média e mediana,

em sua escala original, do GC (n=35) e GKT (n=35) na pré e pós-intervenção (em

µV) ........................................................................................................................... 102

Tabela 13. Medidas descritivas da EMG do músculo masseter da média e da

mediana, em sua escala original do GC (n=35) e GKT (n = 35) na pré e pós-

intervenção ((em µV) ............................................................................................... 102

Tabela 14. Medidas da termografia (ºC) em relação aos grupos e momentos ....... 105

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1. Eixos do questionário RDC/DTM .............................................................. 25

Quadro 2. Parâmetros utilizados na EMG ................................................................ 29

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LISTA DE SIGLAS

ATM - Articulação Temporomandibular

CEP - Comitê de Ética em Pesquisa

DTM - Disfunção Temporomandibular

EMG - Eletromiografia

EMGMM - Média da Eletromiografia do Músculo Masseter

EMGTM - Média da Eletromiografia do Músculo Temporal

EMGMMD - Mediana da Eletromiografia do Músculo Masseter

EMGTMD - Mediana da Eletromiografia do Músculo Temporal

EVA - Escala Visual Analógica

FE - Fita Esparadrapo

GC - Grupo de Controle

GKT - Grupo de Kinesio Taping

KT - Kinesio Taping

LED - Light Emitting Diode

LILÁS - Literatura Latino Americana y Del Caribe

m - Média

med - Mediana

sd - Desvio Padrão

PEDro - Physioterapy Evidence Database

PRISMA - Preferred reporting items for systematic reviews and meta-analyses

PROSPERO - Prospective Record of Systematic Reviews

RCT - Randomized Clinical Trial - ensaio clínico randomizado

RDC/TMD - Research Diagnostic Criteria for Temporomandibular Disorders

TA - Tempo de Acometimento

TMO - Terapia Miofuncional Orofacial

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ...................................... .............................................................. 18

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................. 20

2 OBJETIVOS ......................................... ........................................................ 23

2.1 OBJETIVO GERAL ....................................................................................... 23

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ........................................................................ 23

3 REFERENCIAL TEÓRICO ............................... ............................................ 24

3.1 RESEARCH DIAGNOSTIC CRITERIA FOR TEMPOROMANDIBULAR

DISORDERS - RDC/TMD ......................................................................................... 24

3.2 AVALIAÇÃO DE DOR .................................................................................. 25

3.3 ELETROMIOGRAFIA DE SUPERFÍCIE ....................................................... 27

3.4 TERMOGRAFIA ........................................................................................... 30

3.5 KINESIO TAPING ......................................................................................... 33

3.6 EFEITO PLACEBO ....................................................................................... 36

3.7 ESCALA DE QUALIDADE PEDRO .............................................................. 36

3.8 A FONOAUDIOLOGIA E A DTM .................................................................. 37

4 METODOLOGIA........................................ ................................................... 40

4.1 PROCEDIMENTOS ............................................................................................. 40

4.1.1 Artigo 1 .................................... ........................................................................ 40

4.1.2 Artigo 2 .................................... ........................................................................ 41

4.1.3 Artigo 3 .................................... ........................................................................ 41

5 RESULTADOS ........................................ ..................................................... 42

5.1 ARTIGO 1 ............................................................................................................ 42

5.2 ARTIGO 2 ..................................................................................................... 57

5.3 ARTIGO 3 ..................................................................................................... 81

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................. ......................................... 116

7 REFERÊNCIAS .......................................................................................... 118

APÊNDICE A - AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA ........... ................................... 140

APÊNDICE B - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARE CIDO .......... 142

APÊNDICE C - ARTIGO 1 ............................. ......................................................... 145

APÊNDICE D - ARTIGO 2 ............................. ......................................................... 145

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APÊNDICE E - ARTIGO 3 ............................. ......................................................... 147

PÊNDICE F – ESTRATÉGIA DE BUSCA ARTIGO 1 .......... ................................... 148

APÊNDICE G – ESTRATÉGIA DE BUSCA ARTIGO 2 ......... ................................ 150

ANEXO A - FICHA ODONTOLÓGICA: AVALIAÇÃO RDC/TMD ... ....................... 151

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APRESENTAÇÃO

Um dos sintomas que une pessoas com diferentes disfunções é a dor. Ela

pode ser desde incomodativa, passando por debilitante e chegando a até

incapacitante. Como muitas das vezes o seu surgimento é devido a variadas razões,

o seu tratamento também poderá ser diverso.

Entre as diversas possibilidades de tratamento encontramos as

medicamentosas e as chamadas terapias não convencionais, conhecidas na

Fisioterapia também como técnicas complementares integrativas. Cada qual têm

suas vantagens e desvantagens, uma sendo invasiva enquanto que a outra depende

de efeitos que nem sempre são cientificamente comprovados.

Pessoalmente, por razões de afinidade com as terapias não convencionais,

também ditas alternativas, tais como massoterapia, acupuntura, fitoterapia, spiral

tape e, mais recentemente, a Kinesio Taping, e em busca de estudos, voltados a

diferentes problemas de saúde, foi possível verificar que ainda que com resultados

positivos advindos dos tratamentos referentes a essas terapias, elas continuam sem

um embasamento que lhes possibilite credibilidade. Tal fato é, em geral, devido a

grande parte dos estudos falta rigor no levantamento das evidências que podem

ofertar maior credibilidade às terapias convencionais como, por exemplo, a avaliação

da melhora desses pacientes ter ocorrido de forma diferenciada. Para tanto, outros

parâmetros e sinais devem ser investigados, como a alteração na capacidade

funcional muscular, a análise de existência ou não de foco inflamatório, presença de

dor qualitativa e/ou quantitativa. Buscando dirimir as questões acerca do ora

levantado, a entrada no curso de Doutoramento do Programa em Distúrbios da

Comunicação possibilitou uma forma efetiva de estudar e pesquisar sobre elas.

Assim, sendo tanto profissional da área da Educação Física como da

Fisioterapia, e estar envolvida junto às Clínicas Escolas de Fisioterapia, de

Fonoaudiologia e Odontologia, possibilitou constatar alta demanda de casos de

disfunção temporomandibular miogênica em pacientes que as procuram, sendo

tratadas de forma convencional, mas que remetem a assistência interdisciplinar.

Nessa direção, elegeu-se a técnica Kinesio Taping (KT) como alternativa terapêutica

no tratamento nas DTM, especialmente por ser a pesquisadora certificada e

experiente no método.

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Com este fim, respeitando o rigor metodológico necessário a um estudo no

que se refere ao seu protocolo, com amostra maior que o da maioria dos estudos

sobre a temática e incluindo controles e comparações com outras técnicas

avaliativas, desenvolveu-se esta tese, de tal maneira a que se permita sua

reprodutibilidade. Para atender as necessidades expostas no objetivo do estudo, ela

apresenta-se no formato de três artigos originados em estudo realizado na Clínica

de Fisioterapia da Universidade Tuiuti do Paraná - UTP.

Os artigos foram formatados e submetidos consoante as normas das revistas

Journal of Oral Rehabilitation, Journal of Pain e Clinical Rehabilitation,

respectivamente.

Artigo 1

Dutra, C.M. R.; Correa, K. P.; Siqueira, A. P. R. Zeigelboim, B. S.; Stechman Neto,

J.; Sampaio, R. S. Interação entre diferentes áreas da saúde no tratamento das

disfunções temporomandibulares miogênicas: uma revisão sistemática. O artigo teve

como objetivo desenvolver uma revisão sistemática sobre quais são as intervenções

fisioterapêuticas e fonoaudiológicas empregadas no tratamento das disfunções

temporomandibulares miogênicas. Submetido.

Artigo 2

Dutra, C.M. R.; Correa, K. P.; Siqueira, A. P. R. Zeigelboim, B. S.; Stechman Neto,

J.; Sampaio, R. S. A eficácia da Kinesio Taping no tratamento da dor e na

recuperação musculoesquelética: uma revisão sistemática. Neste artigo, foi

contemplado o objetivo de desenvolver uma revisão de sistemática para responder a

seguinte questão: “qual a efetividade da terapia Kinesio Taping no tratamento da dor

associada a problemas musculoesqueléticos?”. Submetido.

Artigo 3

Dutra, C.M. R.; Correa, K. P.; Zeigelboim, B. S.; Stechman Neto, J.; Sampaio, R. S.

Estudo randomizado controlado duplo-cego dos efeitos agudos da Kinesio Taping

na disfunção temporomandibular miogênica. O último artigo teve como objetivo

verificar os efeitos locais da aplicação da KT em adultos com disfunção

temporomandibular miogênica. Em processo de revisão para submissão.

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1 INTRODUÇÃO

A disfunção temporomandibular (DTM), de acordo com a American

Association of Orofacial Pain (AAOP, 2016), é uma terminologia empregada a um

subgrupo das dores orofaciais, cujos sinais e sintomas incluem dor ou desconforto

na articulação temporomandibular, chamada de ATM, nos ouvidos, músculos

mastigatórios e cervicais, de um ou ambos os lados, estalidos, crepitação, amplitude

de movimento mandibular limitada, desvios e dificuldade de mastigação (WILLIAMS

et al., 2012).

Em nível mundial, estudos epidemiológicos relatam que de 40% a 75% da

população apresentam ao menos um dos sinais de DTM, e da mesma população

33% tenham sintomas de dor na face ou na ATM (LEEW, 2010). No Brasil, com

poucos estudos que verifiquem a prevalência do distúrbio, tem-se a indicação de

que 37,5% da população apresenta minimamente um sintoma de DTM

(GONÇALVES et al., 2009).

A DTM, para alguns autores (OKESON; DE LEEUW, 2011; DONNARUMMA

et al., 2010), que une uma série de alterações clínicas da ATM, dos músculos

mastigatórios e estruturas adjacentes, é caracterizada por dor, sons na articulação e

função irregular ou limitação da mandíbula. Outros autores relatam que a disfunção

prejudica as funções do sistema estomatognático, as quais podem ser: a respiração,

a sucção, a mastigação, a deglutição, a fonoarticulação e a postura mandibular

(POMERANC; MARCHESAN, 2004; ANGELI et al., 1999).

Estudos demonstram que a DTM apresenta etiologia multifatorial relacionada

à combinação de fatores como alterações anatômicas (BARRETO; BARBOSA;

FRIZZO, 2013; MILANESI et al., 2013), neuromusculares (BEVILAQUA-GROSSI;

CHAVES; DE OLIVEIRA, 2007), posturais (ARMIJO-OLIVO et al., 2011) e

psicológicas (CAMPI et al., 2013) que se manifestam por meio de sinais e sintomas

que limitam as atividades da vida diária da pessoa (DE FELÍCIO et al., 2010;

BAKKE; HANSDOTTIR, 2008). Apenas um ou diversos desses fatores podem

promover sobrecarga ao complexo músculo-articular, o que ocasiona, como

resultado, devido ao sistema estomatognático não conseguir se adaptar às

sobrecargas, poderá ocorrer uma doença na ATM e/ou patologia na musculatura

mastigatória (OLIVEIRA, 2015).

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21

Oliveira (2015) relata que, entre as DTM, são as alterações miogênicas o

maior subgrupo, com uma representatividade de mais 88% dos casos. Em

concordância, diversos são os estudos que citam como principal queixa da DTM a

dor na musculatura mastigatória, podendo ser acompanhada de fadiga na

musculatura, cefaléia tensional e limitação de abertura mandibular (SOBHANI et al.,

2016; NITSCH et al., 2015; CARRARA et al., 2010; DONNARUMMA et al., 2010;

THELEN et al., 2008; MAZZETTO et al., 2002). Entretanto, os fenômenos

patofisiológicos da evolução das alterações musculares ainda são hipotéticos

(NITSCH et al., 2015; CARRARA et al., 2010) e, desta forma, é fundamental

compreender os mecanismos desencadeantes, permanentes ou contribuintes para o

aparecimento e a continuidade das desordens musculares nas DTM (BIANCHINI,

2000).

Identifica-se na literatura subdivisão das dores musculares como: contração

protetora, dor muscular local, miosite, dor muscular crônica, dor muscular tardia e

dor miofascial (OLIVEIRA, 2015), os quais os pacientes podem ser avaliados e/ou

classificados por meio de um questionário denominado Research Diagnostic Criteria

for Temporomandibular Disorders (RDC/TMD) (HARRISON et al., 2014; MATHEUS

et al., 2009; SLADE et al., 2007).

Outros métodos também têm sido usados para avaliar os indivíduos

acometidos pelas dores miogênicas, como a eletromiografia (EMG) (NITSCH et al.,

2015; CELINSKI et al., 2013; HOTTA et al., 2010; MACHADO et al., 2010), a

termografia (COSTA et al., 2013; ROSSI et al., 2013; HOLEY et al., 2011), a

algometria (CORONADO et al., 2012; DE CAMARGO et al., 2011) e as escalas

visuais analógicas de dor (EVA) (AY et al., 2017; BENLIDAYI et al., 2016; RISTOW

et al., 2014).

Em relação aos tratamentos encontrados na literatura há uma gama infinita,

desde os ortodoxos, realizados por odontólogos, que podem resultar em métodos

invasivos, com lesões de elementos dentários saudáveis, bem como outras

intervenções cirúrgicas, alterando, dessa forma, as funções do sistema

estomatognático e a qualidade de vida do paciente (FLORIAN et al., 2011;

PORTERO et al., 2009; SILVEIRA et al., 2007). Entretanto, há os não invasivos, que

incluem a educação do paciente (ALENCAR et al., 2010; CUNHA et al., 2006)

intervenções fisioterapêuticas (GARBELOTTI et al., 2016; GOMES et al., 2014),

atuações fonoaudiológicas (MACHADO, 2012; BIANCHINI et al., 2010), áreas que

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22

aplicam terapias alternativas, entre essas a Kinesio Taping (KT) (YAZICI et al., 2015;

KULKARNI et al., 2013; NUNES et al., 2013; KARATAS et al., 2012).

A fim de verificar os efeitos da aplicação da técnica da KT em pessoas

acometidas de DTM miogênica localizada na região orofacial, objetivo principal deste

estudo. O desenvolvimento de dois artigos de revisão buscou atender a necessária

fundamentação teórica sobre o tema, levantando os procedimentos de atuação dos

profissionais da Fonoaudiologia e Fisioterapia que comumente atendem a disfunção,

bem como investigando os estudos direcionados para a KT, nomeadamente quanto

às metodologias para o tratamento de problemas musculoesqueléticos.

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2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Analisar os efeitos promovidos pela terapêutica da Kinesio Taping na

disfunção temporomandibular miogênica localizada.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Analisar os tratamentos fisioterapêuticos e fonoaudiólogos empregados nas

DTM miogênicas (artigo 1).

• Analisar a efetividade da terapia Kinesio Taping no tratamento da dor e na

recuperação funcional associada a disfunções musculoesqueléticas (artigo 2).

• Investigar os efeitos na disfunção temporomandibular miogênica localizada

promovidos por uma única aplicação da Kinesio Taping (artigo 3).

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3 REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 RESEARCH DIAGNOSTIC CRITERIA FOR TEMPOROMANDIBULAR

DISORDERS - RDC/TMD

O RDC/TMD é um método de avaliação, formulado por uma equipe de

pesquisadores clínicos e epidemiológicos com a finalidade de elaborar um conjunto

de critérios de diagnóstico para classificar e tratar os indivíduos com DTM. Este

instrumento é designado à pesquisa e proporciona uma avaliação multidimensional

da dor crônica resultante da DTM, incluindo variáveis clínicas, bem como fatores

socioeconômicos que podem influenciar o resultado do tratamento (nível

educacional, renda, idade, impacto da dor crônica, entre outros) (SCHIFFMAN et al.,

2014; ARAÚJO et al., 2010; CAVALCANTI et al., 2010; LOOK et al., 2010; LÁZARO-

VALDIVIEZO; ALVARO-MENACHO, 2009; CHAVES et al., 2008; LUCENA et al.,

2006; LOBBEZOO et al., 2005; PEREIRA et al., 2004; GROSSI et al., 2001).

O RDC/TMD, com sua confiabilidade já testada, é considerado padrão ouro,

validado e reconhecido internacionalmente, para o diagnóstico clínico da DTM

(SCHIFFMAN et al., 2014; ARAÚJO et al., 2010; CAVALCANTI et al., 2010; LOOK et

al., 2010; MANFREDINI; CHIAPPE; BOSCO, 2006; DWORKIN; LERESCHE, 1992),

já que o diagnóstico multifatorial é freqüentemente clínico (MOURA et al., 2007;

LEHER et al., 2005; CHUNG et al., 2004). O mesmo se baseia no fato de que não

somente sinais e sintomas clínicos como grau de abertura de boca, sensibilidade à

palpação, dor em repouso, entre outros, como também fatores de ordem sistêmica e

psicossocial em indivíduos com DTM, podem ser empregados na classificação e

prognóstico das DTMs (SCHIFFMAN et al., 2014; ARAÚJO et al., 2010;

CAVALCANTI et al., 2010; LOOK et al., 2010; GENARO et al., 2009; LÁZARO-

VALDIVIEZO; ALVARO-MENACHO, 2009; CHAVES et al., 2008; LUCENA et al.,

2006; REITER et al., 2006; LEHER et al., 2005; LOBBEZOO et al., 2005;

SCHMITTER et al., 2005; PEREIRA et al., 2004; MANFREDINI et al., 2003;

MACFARLANE et al., 2002; YAP; CHUA; HOE, 2002; GROSSI et al., 2001;

DWORKIN; LERESCHE, 1992).

Este instrumento é um questionário com um sistema de diagnóstico de eixos

duplos e de classificação proposto para a pesquisa clínica da DTM apresentado do

Quadro 1.

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Quadro 1. Eixos do questionário RDC/DTM Eixo I Diagnósticos musculares (nos músculos

masseter e temporal) a. Dor miofascial b. Dor miofascial com abertura limitada

Tipos de deslocamento do disco articular a. com redução b. sem redução e com abertura limitada c. sem redução e sem abertura limitada

Artralgia da ATM Osteoartrite da ATM Osteoartrose da ATM

Eixo II Presença de características psicosociais

Fonte: SCHIFFMAN et al., 2014, adaptado pela autora (2017)

De acordo com o quadro, percebe-se, que esse questionário inclui (Eixo I)

métodos para classificação física dos diagnósticos de DTM, bem como para avaliar a

intensidade e severidade da dor crônica, além dos níveis de sintomas depressivos e

físicos não-específicos (Eixo II) (SCHIFFMAN et al., 2014; ARAÚJO et al., 2010;

GENARO et al., 2009; CHAVES et al., 2008; LUCENA et al., 2006; LOBBEZOO et

al., 2005; PEREIRA et al., 2004; MANFREDINI et al., 2003; GROSSI et al., 2001;

YAP et al., 2001).

3.2 AVALIAÇÃO DE DOR

A relevância da dor foi destacada nos anos 90, quando a Sociedade

Americana de Dor proclamou que esta é o quinto sinal a ser examinado (WATKINS

et al., 2006). Em relação às desordens musculoesqueléticas, entre elas a DTM, a

dor é o sintoma mais relatado entre os indivíduos cometidos por essa doença

(KITSOULIS et al., 2011; OKESON; DE LEEUW, 2011).

Dessa forma, métodos para mensurá-la quantitativa e qualitativamente

possuem uma importância fundamental tanto para o diagnóstico como para a

evolução dos tratamentos propostos. Assim, instrumentos como a escala numérica

de classificação de dor, a Escala Visual Analógica (EVA) (BENLIDAYI et al., 2016;

ÖZTÜRK et al., 2016; SOBHANI et al., 2016; SONG et al., 2015; AGUILAR-

FERRÁNDIZ et al., 2014), questionário de dor de McGill (MELZAK, 2005; PIMENTA;

TEIXEIRA, 1996), e a algometria (LAU et al., 2015; WIȨCKIEWICZ et al., 2015) têm

sido empregados em diversas pesquisas.

A EVA avalia o componente de intensidade da dor baseada no relato do

paciente (CRAANE et al., 2012; MALUF et al., 2008; PACKER et al., 2005), validada

internacionalmente, modifica um sintoma subjetivo em uma avaliação objetiva (BAE,

2014; RISTOW et al., 2014; SAAVEDRA-HERNÁNDEZ et al., 2012; FERREIRA-

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VALENTE et al., 2011), sendo grandemente utilizada em razão da facilidade de

aplicação e compreensão por parte do voluntário, além de ser de baixo custo e

altamente confiável (BENLIDAYI et al., 2016; ÖZTÜRK et al., 2016). Geralmente,

esse método é recomendo para pesquisas científicas a fim de padronizar medidas

de resultado (FERREIRA-VALENTE; PAIS-RIBEIRO; JENSEN, 2011).

O método EVA consite por figuras distribuídas sobre uma linha contínua (100

mm) em que a extremidade esquerda representa “sem dor” e a extremidade da

direita “pior dor”, elege o participante uma figura que identifique a dor que está

sentindo no momento (BENLIDAYI et al., 2016; SOBHANI et al., 2016; SONG et al.,

2015; FORTUNATO et al., 2013; FERREIRA-VALENTE et al., 2011; CIENA et al.,

2008).

Acerca do uso da Eva, Rodrigues-Bigaton (2008), com uma amostra de 24

mulheres com diagnóstico de DTM, mensurou a intensidade da dor comparando as

condições pré e pós-aplicação da eletroterapia na busca de redução da algia da

população estudada, estudo posterior de Reis et al. (2016) relatou ser a dor

miofascial (DMF) orofacial um tipo de DTM miogênica, tendo sua origem em pontos

localizados na musculatura. Submetendo a cálculos estatísticos de prevalência, Reis

et al. (2016), buscaram a prevalência de DMF dentre pacientes diagnosticados com

DTM atendidos na Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Juiz de

Fora, analisando o período de tempo no qual 60 pacientes sentiam dor (com DTM

pelo eixo I do RDC/TMD, classificada em aguda ou crônica). Os autores verificaram

prevalência de 93,33%, a maioria dos diagnósticos de DMF associada a algum

diagnóstico articular (73,33%), e predominando dor crônica em 85% dos pacientes.

Em relação à algometria de pressão, a literatura apresenta como um método

sensório-quantitativo que, a partir da avaliação do limiar de dor por pressão (LDP),

constata a presença do processo de sensibilização tanto periférica quanto central

(BERNARDINO, 2012; PIOVESAN, 2001). É um instrumento que tem sido

amplamente utilizado em diversas pesquisas científicas, pois se apresenta com alta

sensibilidade e confiabilidade para mensurar que processo nos tratamentos que

buscam promover a analgesia (YOO, 2015; PIEKARTZ; LÜDTKE, 2011; WYLDE et

al., 2011; LOOK et al., 2010; GOMES et al., 2008; MICHELOTTI et al., 2005;

FARELLA et al., 2000).

Apesar de a literatura relatar que a habilidade técnica do avaliador e a

oscilação da intensidade da dor são fatores que comprometem a confiabilidade do

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método (CHAVES et al., 2010), a algometria é muito utilizada na padronização e

monitoramento de pessoas em tratamento de DTM (KOO et al., 2013; YLINEN et al.,

2007). Dessa forma, nas avaliações de saúde a algometria é utilizada para fornecer

diagnósticos experimentais e médico-legais, creditada como um método quantitativo

que mensura a intensidade da dor, para além de indicar a localização de pontos

dolorosos (LAU et al., 2015; WIȨCKIEWICZ et al., 2015; YLINEN et al., 2007; ETÖZ;

ATAODLU, 2007; VENÂNCIO et al., 2005; DROBEK et al., 2001).

A literatura recomenda seu uso para avaliar a percepção dolorosa com dados

qualitativos, principalmente quando a intervenção no estudo tem proposta

analgésica (MONTENEGRO et al., 2012; WALTON et al., 2011). Observa-se que

tem apresentado a precisão e a confiabilidade no limiar inicial da percepção da algia

na DTM, com destaque tanto na prática clínica como em estudos científicos (DE RUI

et al., 2015; WIȨCKIEWICZ et al., 2015; BERNHARDT; SCHIFFMAN; LOOK, 2007;

ETÖZ; ATAOĞLU, 2007; SANTOS SILVA et al., 2005; VISSCHER et al., 2004),

sendo a avaliação mais fidedigna quando aplicada por um único avaliador (SIVIERO

et al., 2013).

A aplicabilidade dessa técnica é representada pela pressão exercida, de

forma gradativa e uniforme, sobre um ponto do corpo e que conduz a algia, com o

uso da ferramenta denominada algômetro, sendo a menor pressão correspondente a

um nível de tolerância à dor também menor, apresentada em escala em um dial e

expressa em kgf/cm2 (CORONADO et al., 2012; DE CAMARGO et al., 2011).

Ambas as escalas, algométrica e EVA, são instrumentos eficientes para

avaliação da dor, inversamente proporcionais, confiáveis e sensíveis. Se utilizadas

de maneira associada, na avaliação da intensidade dolorosa, tornam-se

instrumentos que levam a uma avaliação de dor menos subjetiva e que melhor

expressam o quadro doloroso, conforme refere Alfonsin (2016).

3.3 ELETROMIOGRAFIA DE SUPERFÍCIE

A eletromiografia (EMG) é o estudo da ativação neuromuscular voluntária por

meio da captação (SANTOS et al., 2008) e análise dos sinais elétricos, que se dá a

partir do recrutamento das unidades motoras e da freqüência com que são

recrutadas (SCHEEREN; KRUEGER; FREITAS, 2015; AL-SALEH et al., 2012;

BOTELHO et al., 2010).

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Enquanto método avaliativo registra graficamente a atividade elétrica

resultante dos potenciais de ação dos músculos em contração (O’DRISCOLL;

DELAHUNT, 2011; O’SULLIVAN; SCHMITZ, 2010) e auxilia a responder exigências

de pesquisas quanto a detalhamento e aprimoramento na avaliação clínica. Envolve

tanto o registro dos potenciais de ação das fibras musculares em situações de

movimentos voluntários, como a análise de potenciais de ação espontâneos das

fibras musculares em repouso, quando estes estejam presentes (GEORGIAKAKI et

al., 2007; GALO et al., 2006; NELSON; HAYES; CURRIER, 2003).

Malta et al. (2006) afirmam que a EMG é um recurso utilizado pela

Fisioterapia, Odontologia e Fonoaudiologia no diagnóstico de lesões

musculoesqueléticas (RIGLER; PODNAR, 2007), provendo análise de maneira

objetiva e precisa da função muscular. Outros autores (RIGLER; PODNAR, 2007;

OCARINO et al., 2005) acrescem que, devido ao desenvolvimento tecnológico,

progressivamente verifica-se a utilização de instrumentos de medição precisos. Na

prática clínica, a EMG se destaca por ser um método que oferece dados

quantitativos da função dos músculos superficiais de maneira simples e sem

procedimentos invasivos (LODETTI et al., 2014; FERRARIO et al., 2007).

A atividade bioelétrica é mensurada por meio de um sistema de captação e de

um software específico para a interpretação do sinal de mensuração, enviado a um

aparelho chamado eletromiógrafo, acoplado a um computador (KONRAD, 2005;

CORREA; SANTOS; VELOSO, 2003).

O sinal EMG captado no corpo humano é um sinal analógico, e deve ser

convertido para sinal digital para poder ser registrado pelo computador. Para tanto,

alguns parâmetros devem ser ajustados na aquisição do sinal EMG, dependendo da

tarefa e objetivos, para posterior análise. O computador funciona como equipamento

de armazenagem dos dados (MARCHETTI; DUARTE, 2006), e os principais

parâmetros de aquisição são explicitados no quadro 2.

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Quadro 2. Parâmetros utilizados na EMG

Fonte: Siqueira (2016), adaptado pela autora (2017)

O número de unidades motoras ativadas durante uma solicitação ou

contração muscular é observado pelos valores de contração dos músculos

envolvidos, e devem ser considerados os valores máximos do Pico ou Amplitude das

Contrações, expressos em µV (microVolt) (SIQUEIRA, 2016).

Para o exame não há necessidade de se tomar qualquer espécie de sedativo

ou de anestesia, podendo ser feito em consultórios médicos ou em local isolado de

distrações (ruídos, sinais elétricos, circulação de pessoas estranhas aos

procedimentos), com o paciente posicionado de forma confortável (sentado ou

deitado). Pode levar de poucos minutos a cerca de 2 horas, na dependência tanto do

problema como do motivo de realização do procedimento (SIQUEIRA, 2016).

Alguns equipamentos têm, internamente, softwares acoplados que executam

simultânea e automaticamente os procedimentos de aquisição, tais como o Miotool

(Miotec Inc®), MyosystemBr1 PXX (DataHominis®) e o TELEmyo 2400T G2

(Noraxon®), entre outros, de tal forma que os dados que se buscam e se fazem

necessários em estudos podem ser acessados de forma direta, devendo apenas ser

inseridos previamente os parâmetros desejados em conjunto com a calibração do

sinal a ser coletado.

Eletrodos Responsáveis por coletar as atividades elétricas das fibras musculares, registradas em microvolts (mV ou µV). Podem ser de agulhas (captam informações isoladas tanto de unidades em atividade como em repouso) ou superficiais (registram as atividades de um conjunto maior de fibras, de forma generalizada).

Filtros Os sinais EMG analógicos devem ser preparados e convertidos a digitais, com utilização de filtros visando eliminar interferências ou aquisições de sinais indesejados, chamados de ruídos. Eletrodos de referência são utilizados, considerando-se também a eliminação de outros tipos de ruídos (BARROS, 2005): 1. Redução de ruídos do ambiente (radiação eletromagnética como a de rede elétrica), com uso de amplificadores de instrumentação além dos filtros; 2. Ruídos de artefatos mecânicos (movimentos entre os eletrodos e a pele), e de movimentos de cabos de conexão, podem ser reduzidos com o uso de filtros passa-alta.

Amplificadores Por serem os sinais de baixa amplitude, o sinal EMG deve ser amplificado para posterior processamento, podendo haver necessidade de redução do nível de ruído, como as interferências que pode ser alterada pela redução da impedância da pele (limpeza e tricotomia, p. ex.). Depois de amplificados os sinais podem ser observados em tela de computador.

Conversor Dispositivos componentes comuns dos equipamentos eletrônicos, utilizados para capturar sinais de voltagem (analógico) e expressar a informação em formato numérico (digital).

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Atualmente a EMG é muito mais do que um elemento complementar no

diagnóstico da DTM (PITTA et al., 2015; ONCINS; FREIRE; MARCHESAN, 2006).

As análises quantitativas dos músculos mastigatórios e do desempenho das funções

do sistema estomatognático (STRINI et al., 2013; SFORZA et al., 2010; BERRETIN-

FELIX et al., 2005) têm sido úteis na definição de planejamentos terapêuticos em

pacientes com DTM (FERREIRA et al., 2014; DE FELÍCIO et al., 2012a).

Para Klasser e Okeson (2006), os fatores biológicos (variabilidade fisiológica,

idade, gênero, morfologia esquelética, espessura da pele e peso) e técnicos

(posicionamento dos eletrodos, interferência de outros músculos além do avaliado -

crosstalk - condições de dor e metodologia estatística) dificultam a reprodutibilidade

e validade da EMG. Porém, Ferreira et al. (2014), De Felício et al. (2012a) e Ferrario

et al. (2000) citam que quando há padronização dos protocolos, a EMG tem se

apresentado como método eficiente de avaliação do sistema estomatognático,

contando com uma boa reprodutibilidade.

3.4 TERMOGRAFIA

Hildebrandt, Raschner e Ammer (2010) afirmam ser a termografia uma

técnica digital que gera imagens bidimensionais referentes a temperatura que,

associadas a determinações anatômicas, torna possível tanto a localização da área

afetada, como a extensão de uma lesão ou estado patológico. A análise de imagens

termográficas geradas oferece uma abordagem útil para o diagnóstico e

acompanhamento de vários distúrbios físicos (JIANG et al., 2005; RING; AMMER,

2000).

Ainda que aparentemente sejam recentes os estudos, a literatura apresenta a

existência de documentos datados de 400 a.C. que relatavam a associação entre a

temperatura corporal e alterações fisiológicas para o tratamento de patologias.

Recentemente, nos anos 50, deu-se início aos estudos biomédicos envolvendo

avaliações termográficas, e a partir desse período tanto às técnicas de

processamento de imagem, como a abrangência de suas aplicações têm evoluido

(JIANG et al., 2005).

O fundamento da técnica, de acordo com a literatura, baseia-se no fato que

quando ocorre lesão muscular também acontece variação térmica na região

comprometida, com aumento da temperatura local (NOLA; GOTOVAC; KOLARIC,

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2012; MORALES et al., 2011). Isto ocorre devido ao aumento do fluxo sanguíneo

próximo do local afetado, que pode ser mensurado por meio da avaliação da

temperatura (MORALES et al., 2011). Por meio de mapeamento térmico, pode-se

inferir o estado fisiológico do tecido ou órgão examinado, baseando-se na emissão

da radiação infravermelha do objeto ou corpo sob análise, o que pode contribuir para

o diagnóstico médico (APLAS et al., 2015; PRASAL; SAWICKA; WYSOKINSKI,

2010; PAVLIDIS et al., 2006).

A aquisição das imagens deve ser feita por uma câmera termográfica, em

ambiente controlado, sendo que para as aplicações médicas normalmente são

usadas câmeras com velocidade de trinta quadros por segundo, resolução térmica

mínima de 0,1 grau Celsius (°C) e de imagens a partir de 320x240 pixels (TKACOVA

et al., 2010).

A câmara capta a radiação infravermelha que, emitida em todos os corpos

acima do zero absoluto, é transformada em imagem, sendo evidenciada por um

espectro de diversas cores e tonalidades, equivalente à temperatura de cada região

corporal (BRIOSCHI; COLMAN, 2005). Geralmente, a termografia é avaliada por

uma palheta de cores, na qual, por exemplo, o azul representa baixa temperatura, o

vermelho representa alta temperatura e a cor preta representa o espaço de ar.

(HILDEBRANDT; RASCHNER; AMMER, 2010). Visando permitir o enquadramento

dos músculos a serem avaliados indica-se a captura de três imagens infravermelhas,

a uma distância de 100 cm do paciente, e em sequência (COSTA et al., 2013).

Apesar de haver, ainda, carência de estudos utilizando a termografia,

encontram-se alguns que já a apresentam como um instrumento auxiliar no

diagnóstico de lesão (MORALES et al., 2011; TKACOVA; FOFFOVA; ZIVCAK;

HUDAK, 2010; TAN et al., 2009). Seu uso está se tornando frequente,

nomeadamente por ser um método diagnóstico não invasivo, indolor, inócuo e

rápido, com imagens em tempo real e sem necessidade de contato com o avaliado

(SANCHES et al., 2013; NOLA; GOTOVAC; KOLARIC, 2012; ITAKURA, 2012; TAN

et al., 2009; BRIOSCHI; ABRAMAVICUS; CORREA, 2005).

Também Brioschi e Colman (2000) já relatavam o real valor clínico da

termografia, com alta sensibilidade em relação às patologias vasculares,

musculares, neurológicas e esqueléticas, possibilitando análise precisa da região

afetada na busca do real diagnóstico das algias e dos pontos gatilhos miofasciais,

como no caso das DTMs (BRIOSCHI et al., 2009).

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Para a aquisição das imagens, torna-se essencial observar as normas

técnicas, pois senão ficarão comprometidas a qualidade e a precisão dos resultados.

Os fatores relevantes para os resultados são a temperatura ambiente e a umidade

na sala de medida, a distância e o ângulo entre a câmera e o segmento avaliado.

Hildebrandt, Raschner e Ammer (2010) salientam a importância de investigações

sobre a confiabilidade visto que variações técnicas e alterações biológicas, como o

ritmo circadiano, podem resultar em interferências de medidas.

A aplicação da termografia é extensa a diversas áreas da saúde, como

ortopedia, odontologia, oncologia, cardiologia, endocrinologia, medicina forense,

Fisioterapia e ergonomia. Em conjunto com observações clínicas ou outros exames

complementares pode ser decisivo na definição do diagnóstico e avaliação das

terapias empregadas (MEIRA et al., 2014).

Como técnica nas avaliações dos distúrbios e lesões do sistema

musculoesquelético (BANDEIRA et al., 2012), os termogramas são utilizados de

forma complementar aos exames convencionais, identificando qual parte do sistema

musculoesquelético está afetada por uma doença ou lesão, ou mesmo para avaliar a

eficácia do tratamento (TKACOVA et al., 2010).

Nahm et al. (2007) estudaram a viabilidade da aplicação da termografia na

avaliação da DTM. Para isso, 61 voluntários com diagnóstico clínico de DTM e 31

voluntários sem sintomas foram submetidos à termografia avaliando-se a diferença

da temperatura dos lados opostos das ATM e dos músculos masseter. O grupo

patológico apresentou variações de temperatura na ATM e no músculo masseter de

0,42 ± 0,38°C e 0,38 ± 0,33°C, respectivamente. Já o grupo controle apresentou

variações de 0,10 ± 0,07°C e 0,15 ± 0,10°C para os mesmos pontos de avaliação.

Lourenço et al. (2011) avaliaram 7 pianistas, da Escola Superior de Música da

cidade de Porto em Portugal, com o diagnóstico de dor. A avaliação consistiu na

aquisição de imagens termográficas em repouso antes de começar a tocar piano,

durante a prática e ao final da atividade, tendo como objetivo correlacionar os pontos

de avaliação termográfica com os pontos de localização da dor. Um padrão de

assimetria térmica foi detectado com temperaturas mais elevadas nos locais onde os

pianistas relataram dor, tais como trapézio, pescoço e ombro. Outro resultado

apontado pelos autores foi a observação de um pianista que apertava os dentes

enquanto tocava piano no qual foi identificado que a temperatura inicial lateral da

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face foi de 32,4ºC do lado direito e 33,3ºC do lado esquerdo, sendo que depois de

tocar piano a temperatura subiu 1,8º C e 1,2° C, respectivamente.

3.5 KINESIO TAPING

Na atualidade, vêm ganhando destaque, dentro das terapias alternativas a

técnica terapêutica denominada Kinesio Taping (KT), a qual se reputa a promoção

de apoio à reabilitação de diversas patologias (BASSET; LINGMAN; ELLIS, 2010;

SLUPIK et al., 2007).

A técnica da KT criada em 1973, por um terapeuta japonês chamado Kenzo

Kase (KASE et al., 2003), envolve a aplicação direta de fita na pele no local a ser

tratado (FU et al., 2008). Divulgada mundialmente após os Jogos Olímpicos em

Seul, em 1988, popularizou-se em todo o mundo, sendo usada de maneira isolada

ou em conjunto com outras técnicas terapêuticas para o tratamento de vários

distúrbios musculares e neuromusculares (MOORE, 2012).

Consiste na aplicação direta de uma bandagem elástica sobre a musculatura

visada, com características únicas como o peso e a espessura similar à pele

humana, sem princípio ativo de medicamento, resistente a água, embora não

impermeáveis, podendo ser aplicados por praticantes de atividades físicas aquáticas

(HALSETH et al., 2004). Possui propriedades elásticas de até 140% do seu

comprimento original (FU et al., 2007; HALSETH et al., 2004), sendo o adesivo a

elas aplicado hipoalérgico, de acrílico, sem a presença de látex, composto por um

tecido de algodão fino e poroso (CSAPO, 2015; CURY, 2011; KAHANOV, 2007a;

KWIATKOWSKA et al., 2007; YOSHIDA; KAHANOV, 2007).

Atuando no aumento da força muscular, da propriocepção por meio de

mecanoreceptores, bem como melhorando a microcirculação entre derme e a fina

camada da epiderme, e promovendo ganho de amplitude de movimento em

qualquer músculo, reputa-se a ela o aumento da atividade do sistema circulatório,

linfático e dos mecanismos analgésicos endógenos (HALSETH et al., 2009;

RIBEIRO et al., 2009; CHEN et al., 2007; SLUPIK et al., 2007).

Credita-se os efeitos à comunicação de princípios mecânicos e estimulatórios,

sendo o principal deles a ativação dos mecanorreceptores cutâneos, desenvolvendo

arco de resposta muscular conforme com o sentido da tensão exercida pela

bandagem (RIBEIRO et al., 2009; CHEN et al., 2007). Igualmente, a literatura

apresenta que essa terapêutica fornece apoio e proteção aos tecidos moles sem

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34

limitar desnecessariamente suas funções (HALSETH et al., 2009; RIBEIRO et al.,

2009; JARACZEWSKA; LONG, 2006).

Autores citam que o potencial elástico da fita é primordial para causar

ondulações ou pregas que, microscopicamente, realizam aumento do espaço

intersticial da pele, descomprimindo e suprimindo as informações aferentes

dolorosas advindas daquela região (KWIATKOWSKA et al., 2007; JARACZEWSKA;

LONG, 2006). Desse modo, resulta em alívio da dor (KAHANOV, 2007a; CHEN et

al., 2007; KAHANOV, 2007b) e promove melhora da circulação sanguínea e linfática

(THELEN; DAUBER; STONEMAN, 2008).

Em estudo realizado por Karatas et al. (2012), objetivando avaliar o efeito da

KT sobre a dor e o desempenho funcional de cirurgiões que apresentam dor

músculo-esquelético na região da coluna cervical e lombo sacral após a realização

de cirurgias, conferiu-se atividade analgésica após a aplicação do KT (p<0,05),

corroborando a teoria de ação antiálgica em 32 cirurgiões de diversas

especialidades entre as idades de 27 e 44 anos.

Corroborando, Evermann (2010) demonstrou sua eficácia ao comparar com

outro método terapêutico tradicional. No estudo formado por dois grupos, um com

aplicação da fita e outro de controle, o resultado exibiu que os indivíduos com

síndrome de pé-equino, com a fita aplicada apresentaram diminuição da dor em um

prazo de 1,67 dias. Em contrapartida, o grupo controle sem fita relatou redução dos

sintomas somente após 10,5 dias.

A literatura cita, também, como finalidades a funcionalidade pós instabilidade

muscular e dores musculoesqueléticas (KULKARNI et al., 2013; NUNES et al., 2013;

KARATAS et al., 2012), e o auxílio na reabilitação sendo utilizada em tratamentos

ortopédicos (PAOLONI et al., 2011; GONZÁLEZ-IGLESIAS et al., 2009, THELEN;

DAUBER; STONEMN, 2008; SLUPIK et al., 2007).

O estudo de Fuentes Filho (2009) aponta que a ação da KT em região lombar

de indivíduos acometidos de lombalgia acarreta alterações sistêmicas posturais no

sentido de normalização nas variáveis baropedométricas de pressão máxima,

distribuição de massas e largura de base, expressando diferenças significativas,

principalmente na avaliação realizada nas 48 horas posteriores à intervenção

terapêutica proposta, quando comparado a um grupo controle.

A aplicação estende-se, também, a lesões desportivas (MERINO-MARBAN et

al., 2011; ZAJT-KWIATKOWSKA et al., 2007;) e na reabilitação desportiva (KAYA;

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35

ZINNUROGLU; TUGCU, 2011; THELEN; DAUBER; STONEMN, 2008; YOSHIDA;

KAHANOV, 2007), a disfunções articulares (LEE; YOO, 2012), à paralisia cerebral

(RIBEIRO et al., 2009), e as disfunções neurológicas (KALICHMAN; VERED;

VOLCHEK, 2010; JARACZEWSKA; LONG, 2006; YASUKAWA; PATEL; SINSUNG,

2006; OSTERHUES, 2004), tais como a esclerose múltipla (CORTESI et al., 2011).

Em concordância, pesquisas recentes provaram a efetividade da KT

(SOBHANI et al., 2016; YAZICI et al., 2015; KASE et al., 2003), que se apresenta

como um recurso não invasivo, de baixo custo e de fácil aplicação, no tratamento

das dores miogênicas corporais globais (THELEN et al., 2008), bem como nas DTM

(BENLIDAYI et al., 2016; CANESCHI et al., 2014; TELLO et al., 2012; RIBEIRO et

al., 2009).

Finalmente, em relação especificamente às questões musculares, o efeito da

KT baseia-se em reduzir o tônus aumentado e oferecer suporte muscular (SLUPIK et

al., 2007; YOSHIDA; KAHANOV, 2007).

Sua aplicação necessita de cuidados primordiais, devendo a pele estar seca e

sem pilosidade (KAHANOV, 2007b), com tricotomia se necessário. Recomenda-se a

permanência por três a quatro dias para a produção de seus efeitos (YOSHIDA;

HALSETH, 2009; KAHANOV, 2007a). Mas, há relatos de aplicação por até 5 dias de

continuidade ao tratamento (FU et al., 2008; GONZÁLEZ-IGLESIAS, 2008; THELEN;

DAUBER; STONEMAN, 2008).

Atualmente, contrário ao crescente número de estudos que abordam a

aplicação desta técnica, outros trabalhos (CHANG et al., 2015; CSAPO; ALEGRE,

2015; ARTIOLI; BERTOLINI, 2014) indicam resultados não consensuais, conflitantes

e pouco consistentes, com falta de evidências quanto à efetividade das intervenções

e sem efeitos clínicos significativos (PARREIRA et al., 2014). A metodologia dos

estudos não tem apresentado rigor suficiente, sendo apresentado “n” amostral

pequeno, dificultando sua comprovação clínica (KARATAS et al., 2012; WILLIAMS et

al., 2012; AYTAR et al., 2011).

Apesar de a técnica contar com pouco mais de 40 anos de existência, novos

dados são encontrados, e é relevante que pesquisas entendam e comprovem

benefícios em diversas patologias, com amostras maiores e aprimorada e detalhada

avaliação clínica, buscando informações quantitativas e fidedignas nas dores (KASE;

WALLIS; KASE, 2003), sintoma considerado um problema de saúde pública (SILVA

et al., 2012; KUROIWA et al., 2011; CARRARA; CONTI; BARBOSA, 2010).

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36

3.6 EFEITO PLACEBO

O efeito placebo é inerente as pesquisas relacionadas a condições como dor

crônica, depressão e comprometimento da função motora (QIU et al., 2009; KOSHI

et al., 2007).

Greene et al. (2009) afirmaram que o placebo pode ser considerado uma

terapia intermediária, uma vez que causa mais respostas positivas do que nenhum

tratamento e menos do que uma terapia efetiva promove. De acordo com a literatura

o efeito placebo é esclarecido por mecanismos neuroquímicos, neurobiológicos,

fisiológicos e psicológicos (WALLACE, 2010; GREENE et al., 2009).

Em relação aos mecanismos neuroquímicos, neurobiológicos, fisiológicos de

acordo com Wallace (2010) pode haver uma variação entre os indivíduos no grau do

efeito placebo devido a uma variação genética. Sobre os mecanismos psicológicos,

estão o condicionamento e a expectativa, ambos são fatores cognitivos ativos no

efeito analgesia placebo e resultam, em geral, do contexto no qual o tratamento

acontece (WALLACE, 2010; GREENE et al., 2009).

3.7 ESCALA DE QUALIDADE PEDRO

Com o objetivo de maximizar a efetividade dos serviços da Fisioterapia e

facilitar a aplicação prática das melhores evidências existentes (SHIWA et al., 2011),

verificam-se um instrumento para testar a qualidade metodológica dos estudos a

Escala de Qualidade PEDro (COSTA et al., 2013). No que concerne à escala, ela

demonstra ter bons níveis de confiabilidade e validade (SHIWA, 2012; SHIWA et al.,

2011; MACEDO et al., 2010), expressando o grau de qualidade do estudo. Trata-se

de uma ferramenta eficaz na avaliação da qualidade metodológica e estatística em

estudos controlados e randomizados (SHIWA, 2012). Resumidamente, a Escala tem

11 itens: oito deles relacionados ao rigor metodológico (alocação das amostras de

forma randomizada, alocação escondida, comparação com os dados iniciais,

sujeitos cegos, terapeutas cegos, assessores cegos, acompanhamento e adequada

intenção de tratamento estatístico), e dois relacionados aos relatórios estatísticos

(comparação entre grupos, e apontamentos de estimativa e variabilidade). O item 1,

da elegilibilidade, não é considerado, por isso o limite de 10 pontos como máximo,

com o maior escore representaria a maior qualidade metodológica.

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37

3.8 A FONOAUDIOLOGIA E A DTM

Em pessoas acometidas pela DTM também é observada a ação de

fonoaudiólogos. Isso é importante quando se tem em vista que, em pelo menos em

algum período da vida, entre 20% a 30% da população em geral pode vir ser

acometida de DTM (GARCÍA-MURO et al., 2010; NISHIYAMA et al., 2012;

OHRBACH et al., 2011), e a ação desse profissional é de suma importância tanto na

avaliação (DE FELÍCIO et al., 2004; BIANCHINI; PAIVA; ANDRADE, 2007;

STECHMAN et al., 2009) como na recuperação (CAMPOS; SALLES; MOTTA, 2008)

quando atende no sentido de, ao menos, minimizar sintomas decorrentes do

distúrbio (MELCHIOR et al., 2004).

Stechman et al. (2009), em estudo exploratório levantaram relatos de

sintomas de músicos (n = 92, entre 18 e 58 anos, 82 homens), subdivididos em dois

grupos, de cordas e de sopro, e verificaram não haver diferenças significativas entre

eles quanto a apresentar sinais e sintomas de DTM, concluindo que o encontrado os

coloca como grupos suscetíveis à disfunção, e que o peso dos instrumentos e/ou por

postura e hábitos como o ranger e/ou apertar os dentes, comuns a eles, pode ser

considerado tanto um fator desencadeante quanto um fator agravante ou

perpetuador dos sintomas, caso o problema já esteja instalado.

De Felício et al. (2004) buscaram investigar a associação de sintomas

otológicos (otalgia, zumbido e plenitude auricular) com os achados audiológicos e

com os hábitos parafuncionais orais. Este estudo prospectivo clínico, com 27

pacientes com DTM que passaram por avaliações otorrinolaringológica e

audiológica, revelou que os sintomas otológicos estavam presentes em 88,88% dos

pacientes (59,26% apresentavam otalgia, 74,07% zumbido e 74,07% plenitude

auricular), e nos pacientes com DTM as alterações do sistema estomatognático,

como a dor orofacial e a dificuldade nas atividades funcionais, foi associada de

modo significante aos sintomas otológicos.

Com o objetivo de verificar as características do movimento mandibular na

fala em indivíduos com DTM e em assintomáticos, Bianchini, Paiva e Andrade (2007)

analisaram os resultados sobre 135 participantes adultos divididos em quatro grupos

(ausência de dor, dor leve, dor moderada e dor grave) e mostraram que a presença

de DTM, avaliada por meio de eletrognatografia computadorizada, acarreta redução

das amplitudes máximas de abertura e redução da velocidade tanto de abertura

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38

quanto de fechamento dos movimentos mandibulares durante a fala, e os diferentes

graus de dor parecem não determinar maior redução desses valores. Tal estudo é

corroborado por Bianchini (2000), que constatou que as DTM parecem interferir na

fala, uma vez que se constatou redução da amplitude vertical e desvios em

lateralidade do percurso mandibular quando comparado ao grupo controle composto

por assintomáticos. Neste estudo, a autora observa que as queixas de fala parecem

associar-se à presença de DTM e às características dos movimentos observados.

Quando em ação no tratamento em pacientes com DTM, a terapia

fonoaudiológica miofuncional orofacial (TMO) tem sido proposta como parte do

tratamento desta condição, sendo indicada quando o quadro de dor na DTM não

está exacerbado a fim de não impedir ou dificultar a realização dos exercícios

(MELCHIOR et al., 2016). Foi conduzido estudo em que, após analgesia com

laserterapia de baixa intensidade (LBI), a TMO foi iniciada e dado sequência por 10

a 13 semanas. Concluíram que a TMO instituída 30 dias pós témino da analgesia

promoveu equilíbrio das funções orofaciais da amostra estudada, com diminuição

dos sinais e sintomas de DTM remanescentes, de acordo com a autopercepção dos

indivíduos tratados, mesmo também após 30 dias de término das intervenções.

Igualmente com resultados positivos, Campos, Salles e Motta (2008)

conduziram intervenção em sujeitos com DTM buscando verificar o efeito do RESET

(método não invasivo de relaxamento dos músculos da mandíbula constituído de 15

etapas de energização de determinadas partes do corpo) no sistema

estomatognático. Realizaram 10 sessões de RESET e foram reavaliados 60 dias

após o término das intervenções. Como os autores observaram que alguns

resultados foram mantidos por até dois meses sem a aplicação da técnica (aumento

da abertura máxima de boca, diminuição da dor e sensação de relaxamento geral),

concluíram que existem indícios de que o RESET seja uma terapia complementar

eficaz no tratamento de DTM, podendo ser utilizado como técnica de relaxamento

associada à terapia fonoaudiológica.

Apesar de os estudos ora indicados, cabe ressaltar que a terapia

fonoaudiológica isoladamente não é o suficiente para tratar das disfunções da ATM

(BIANCHINI, 2000), pois esse tratamento não elimina fatores como os oclusais

desencadeantes (MOLINA, 1995), como também os fatores emocionais, sendo

necessário o trabalho integrado com outros profissionais.

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39

4 METODOLOGIA

O presente trabalho apresenta a produção e desenvolvimento de três artigos

científicos, desmembrados dos objetivos da pesquisa, e originados a partir de duas

revisões sistemáticas e um estudo clínico.

De forma geral, este trabalho se caracteriza por ser estudo de revisão

sistemática (artigos 1 e 2), e clínico, randomizado, duplo-cego e com grupo controle,

com características de descritivo e exploratório, com abordagem quantitativa (artigo

3).

4.1 PROCEDIMENTOS

Especificamente, como cada artigo tem a sua característica enquanto tipo de

estudo apontado em cada capítulo a que pertence, os procedimentos para seus

desenvolvimentos são os que seguem.

4.1.1 Artigo 1

Desenvolvimento de artigo de revisão sistemática, com estudos randomizados

controlados, cego e duplo-cego, estando os descritores explicitados no apêndice F.

A busca pelos artigos, em banco de dados eletrônicos, teve início após o

registro no Registro Prospectivo Internacional de Revisões Sistemáticas

(PROSPERO), que recebeu código de registro CRD42917068838.

Como critérios de inclusão elencaram-se estudos randomizados simples ou

duplo cego, sem restrição sexo, idade superior a 18 anos, publicados em inglês,

espanhol ou português, entre 2000 e janeiro de 2017, e que utilizaram como

instrumento o RDC/TMD, e/ou algômetro e/ou a EVA como critérios de avaliação da

dor.

Os critérios de exclusão foram a inexistência de pelo menos um

fonoaudiólogo ou fisioterapeuta na equipe de pesquisa, cartas ou resumos, e

estudos que envolviam animais.

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40

4.1.2 Artigo 2

Desenvolvimento de artigo de revisão sistemática, com estudos randomizados

controlados, cego ou duplo-cego, estando os descritores explicitados no apêndice G.

A busca pelos artigos, em banco de dados eletrônicos, teve início após o

registro no Registro Prospectivo Internacional de Revisões Sistemáticas

(PROSPERO) com código de registro CRD42016052771.

Como critérios de inclusão elencaram-se estudos controlados, simples ou

duplo-cego, sem restrição sexo, idade superior a 18 anos, publicados em inglês,

espanhol ou português, entre 2000 e janeiro de 2017, e que realizaram intervenção

com envolvimento da KT.

Os critérios de exclusão foram trabalhos que tratassem de participantes

hígidos, para avaliação de desempenho e de capacidade física, e artigos de revisão.

4.1.3 Artigo 3

Estudo clínico, randomizado e duplo-cego. Por contar com intervenção, e

com necessidade de atender aos aspectos éticos, o projeto de estudo foi enviado e

aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da UTP, sob parecer nº

2.287.402.

Como critério de inclusão, considerou-se o diagnóstico clínico de TMD e o

diagnóstico de dor miogênica pelo RDC/TMD, com pacientes de 18 a 60 anos de

idade.

Os critérios de exclusão estabelecidos foram: traumatismos recentes ou

antigos na região da face, tratamentos anteriores para DTM, nos últimos seis meses,

usa de medicamentos analgésicos e/ou anti-inflamatórios, uso de placa oclusal,

estivessem em tratamento ortodôntico, presença de distúrbios neurológicos centrais

ou periféricos, tivessem diagnóstico de doença sistêmica, histórico de cirurgias e/ou

de tumores ou traumas na região de cabeça e/ou pescoço.

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5 RESULTADOS

5.1 ARTIGO 1

A ATUAÇÃO DA FISIOTERAPIA E FONOAUDIOLOGIA NO TRATAMENTO DAS

DISFUNÇÕES TEMPOROMANDIBULARES MIOGÊNICAS: REVISÃO

SISTEMÁTICA

Cynthia M. R. Dutra1, Katren P. Corrêa2, Ana P. R. Siqueira3, Bianca S. Zeigelboim4, José S. Neto5,

Rosane S. Santos5

1 Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Distúrbios da Comunicação, Universidade Tuiuti do Paraná, Curitiba, Brasil. 2 Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Tecnologia da Saúde da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Curitiba, Paraná Brasil. 3 Mestre, Programa de Pós-Graduação em Engenharia Biomédica da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Curitiba, Brasil. 4 Pró-Reitora do Programa de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão da Universidade Tuiuti do Paraná, Curitiba, Brasil. 5 Professor no Programa de Pós-Graduação em Distúrbios da Comunicação, Universidade Tuiuti do Paraná, Curitiba, Brasil.

Autor correspondente: MSc. C.M.R. Dutra, Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Distúrbios da Comunicação, Universidade Tuiuti do Paraná, Curitiba, Brasil. Rua: Sydnei Antônio Rangel Santos, nº 238, Santo Inácio, Curitiba, CEP: 82010330, Curitiba, Brasil E-mail: [email protected]

Categoria do artigo: revisão sistemática Resumo Pergunta: quais são as intervenções fisioterápicas e fonoaudiológicas empregadas no tratamento das disfunções temporomandibulares miogênico (DTM)? Desenho: revisão sistemática com estudos randomizados controlados, cego e duplo-cego. Objetivo: analisar os tratamentos fisioterapêuticos e fonoaudiólogos empregados nas DTM miogênicas. Métodos: Considerando estudos publicados entre janeiro de 2000 a janeiro de 2017, e com os descritores Fisioterapia, Fonoaudiologia, distúrbio temporomandibular, dor e miogênica, buscas por estudos sistematizados nas bases MEDLINE, PUBMED, LILACS, SCOPUS, WEB OF SCIENCE, PeDro, COCHRANE, SCIELO, PROQUEST, OPENGREY e GOOGLE ACADÊMICO, avaliados pela Escala PEDro. Resultados: de 501 artigos identificados, 4 foram incluídos na revisão, todos relacionados à Fisioterapia, com elevado rigor metodológico (dois estudos com escores de 9 pontos e outros dois com 8 pontos pela escala PEDro), devido a que os fonoaudiológicos frente à DTM não atenderam aos critérios de rigor metodológico estabelecidos. As intervenções fisioterápicas encontradas, de terapia manual, aconselhamento, quando comparadas com grupo controle ou com outra técnica mostrou-se eficiente na melhora de sintomas frente à dor ou funcionalidade, enquanto que a manipulação cervical não se apresentou eficiente na melhora dos sintomas de dor facial. Conclusão: os estudos encontrados apresentam rigor metodológico elevado, mas o baixo número de artigos identificados permite concluir que a qualidade metodológica dos estudos necessita de maiores cuidados, e a utilização de um instrumento de avaliação do seu rigor se faz necessário e, pela importância da área há a necessidade de estudos com maior rigor metodológico na Fonoaudiologia.

Palavras-chave: Fisioterapia, Fonoaudiologia, Distúrbio Temporomandibular, Dor Miogênica.

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INTRODUÇÃO

A articulação temporomandibular (ATM) é uma das mais complexas

estruturas faciais por ser a única diartrose do crânio. A articulação é classificada

como articulação sinovial do tipo condilar (elipsoide) e contém o osso temporal, a

mandíbula, ligamentos, membrana e fluído sinovial, disco e zona retrodiscal, nervos

e vasos sanguíneos (GROSSMANN et al., 2015). Essa articulação é responsável

pela realização de movimentos complexos como abertura, fechamento, protrusão,

retrusão e movimentos laterais da mandíbula (FREITAS et al., 2011) objetivando

executar as funções básicas do deglutir, mastigar, falar e de expressões faciais

(DONNARUMMA et al., 2010). Devido a sua complexidade e sua exigência nas

funções diárias, pode ocorrer uma série de patologias que recebe a denominação de

disfunção temporomandibular (DTM).

As DTM afetam os músculos mastigatórios, ATM e estruturas adjacentes

(BOVE et al., 2005; OKESON; DE LEEUW, 2011). Essas desordens são

classificadas em dois grupos: as artrogênicas, ou de origem articular, que são

aquelas em que os sinais e sintomas estão relacionados à ATM; as miogênicas, de

origem muscular que apresentam sinais e sintomas, que afetam a musculatura

estomatognática (OZAN et al., 2007; SILVEIRA et al., 2007). Na DTM o principal

sintoma comum a quem é acometido pelo distúrbio é a dor (DONNARUMMA et al.,

2010; NITSCH et al., 2015; SOBHANI et al., 2016; THELEN et al., 2008).

No que se refere ao diagnóstico da dor, dos parâmetros utilizados, com sua

confiabilidade já testada, o RDC/TMD é considerado o padrão ouro para o

diagnóstico clínico da DTM (DWORKIN, 1992; SCHIFFMAN et al., 2014), sendo um

diagnóstico multifatorial e frequentemente clínico (MOURA et al., 2007). Este

instrumento é um questionário com um sistema de diagnóstico de eixos duplos e de

classificação proposto para a pesquisa clínica da DTM. Esse questionário inclui

métodos para classificação física dos diagnósticos de DTM (Eixo I) e métodos para

avaliar a intensidade e severidade da dor crônica, e os níveis de sintomas

depressivos e físicos não-específicos (Eixo II) (SCHIFFMAN, et al., 2014).

Também são considerados no diagnóstico da dor a Escala Visual Analógica

(EVA) que mensura em grandeza qualitativa, e o limiar de dor por pressão

(algometria) (CRAANE et al., 2012; DE LAAT et al., 2003; MALUF et al., 2008;

PACKER et al., 2015).

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Observa-se na literatura uma etiologia multifatorial, incluindo fatores

estruturais, neuromusculares, oclusais, psicológicos, hábitos parafuncionais

(DIEDERICHS et al., 2010; OLIVEIRA, 2015) e lesões traumáticas ou degenerativas

da ATM (AKINBAMI, 2011; FETEIH, 2006; GUARDA-NARDINI et al., 2008). Apesar

de vários estudos se referirem à dor da DTM, os mecanismos patofisiológicos da

evolução das alterações musculares ainda são hipotéticos (OLIVEIRA, 2015).

Epidemiologicamente, detecta-se que entre 20% a 30% da população em

geral pode vir ser acometida de DTM (GARCÍA-MURO et al., 2010; NISHIYAMA et

al., 2012; OHRBACH et al., 2011), e é um dos papéis do fonoaudiólogo tanto na

avaliação (DE FELÍCIO et al., 2004; BIANCHINI; PAIVA; ANDRADE, 2007;

STECHMAN et al., 2009) como na recuperação (CAMPOS; SALLES; MOTTA,

2008), dando continuidade ao tratamento ou, ao menos, no minimizar sintomas

decorrentes do distúrbio (MELCHIOR et al., 2004).

Por nenhum “único tratamento” ser indicado para todas o atendimento a DTM

(OKESON, 1992) justifica-se o presente estudo, e seu propósito é revisar, específica

e sistematicamente os tratamentos fisioterapêuticos e fonoaudiológicos empregados

no tratamento das DTMs miogênicas.

Materiais e métodos

A estratégia de busca utilizada para esta revisão sistemática está

representada no Apêndice F, e foram seguidas as diretrizes do Preferred Reporting

Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA) (MOHER et al., 2009).

A presente revisão foi cadastrada no Registro Prospectivo Internacional de Revisões

Sistemáticas (PROSPERO), com o código de registro CRD42917068838.

A busca pela literatura foi conduzida de 8 de outubro de 2016 a 25 de janeiro

de 2017, e uma pesquisa complementar com as mesmas combinações de palavras,

para cada um dos bancos de dados utilizados (Apêndice F), foi feita em 25 de

janeiro de 2017.

Critérios de inclusão

Os critérios de inclusão foram os seguintes: estudos randomizados simples ou

duplo cego, sem restrição sexo, idade superior a 18 anos, publicados em inglês,

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espanhol ou português, entre 2000 e 2017, e que utilizaram o instrumento

RDC/TMD, e/ou algometria e/ou a EVA como critérios de avaliação da dor.

Critérios de exclusão

Os critérios de exclusão foram a inexistência de pelo menos um

fonoaudiólogo ou fisioterapeuta na equipe de pesquisa, cartas ou resumos, e

estudos que envolviam animais.

Fontes de informação

As estratégias de busca foram utilizadas nos seguintes bancos de dados

eletrônicos (Apêndice F): PubMed (incluindo Medline), América Latina e Caribe

Saúde Ciências (LILACS), Scopus, Web of Science, Physioterapy Evidence

Database (PEDro) e Cochrane Library. Igualmente, realizou-se uma busca de

literatura cinza por meio das bases ProQuest (dissertações e teses), OpenGrey e

Google Acadêmico, e manualmente um levantamento a partir das referências dos

artigos primeiramente selecionados, evitando-se a perda de estudos potencialmente

relevantes.

Seleção dos estudos

Para concluir o processo de seleção, dois revisores (C.M.R.D. e K.P.C.)

atuaram independentemente revisando os títulos e resumos de todos os artigos

elegidos e descartavam aqueles que não se enquadravam nos critérios inclusão.

Utilizando os mesmos critérios de elegibilidade, ambos os revisores avaliaram os

estudos na íntegra e alcançaram um consenso sobre os resultados e conclusões

mediante o uso de uma metodologia predeterminada (WRIGHT et al., 2007). Um

terceiro revisor (A.P.R.S.) efetuava a decisão final quando da divergência entre os

dois primeiros revisores.

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45

Processo de coleta de dados

Após a definição dos artigos a serem incluídos, um dos revisores (C.M.R.D.)

realizava o levantamento dos dados, enquanto o segundo revisor (K.P.C.)

desenvolvia uma checagem cruzada das informações. Ainda nesta fase, o terceiro

revisor (A.P.R.S.) dirimia os desacordos entre os pares (C.M.R.D. e K.P.C.), de tal

maneira a chegar a uma decisão final.

Dados coletados

Os dados coletados foram: profissão dos pesquisadores do estudo, ano de

publicação, país de realização, desenho do estudo, faixa etária dos participantes,

tamanho da amostra, número de pacientes, número de observações, testes

realizados, descrição do estudo, resultados e conclusões.

Se algum dado necessário, entre os apontados neste item, não estavam

completos, buscou-se entrar em contato com os autores para a recuperação de

dados não publicados, o que justifica a realização da pesquisa e levantamento

complementar realizado em 25 de janeiro de 2017.

Na busca de estudos com maior rigor metodológico, dois dos revisores

(C.M.R.D. e K.P.C.) avaliaram o risco de viés em cada um dos estudos incluídos e,

para tanto, fez-se uso da Escala de Qualidade PEDro (SHERRINGTON et al., 2000),

que está inserida na base de dados PEDro. Trata-se de uma ferramenta eficaz na

avaliação de qualidade metodológica e estatística de estudos randomizados

aleatórios (COSTA et al., 2013; SHIWA et al., 2011), composta por 11 itens, oito dos

quais relacionados ao rigor metodológico como o item 1 “da elegibilidade” não é

considerado, o valor máximo de 10 pontos representa a maior qualidade

metodológica. Reputa-se a essa escala um bom nível de validade e de

confiabilidade (SHIWA, 2012).

Resultados

Na busca inicial, 696 artigos originais foram encontrados, sendo que

destes, 195 eram artigos repetidos, restando 501. Após a leitura dos títulos e dos

resumos destes 501 artigos, 32 artigos preencheram, primariamente, os critérios de

inclusão, sendo que estes passaram para a fase de leitura na íntegra.

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46

Com a leitura completa dos artigos, outros 28 foram excluídos. Foram

eliminados 19 deles por não contarem com ao menos um fisioterapeuta ou um

fonoaudiólogo (critério de inclusão), quatro por serem estudos não randomizados ou

sem grupo controle, três por estarem escritos em idiomas não elegidos (dois em

francês, um em turco), e dois eram protocolos de estudo.

Considerando o atendimento dos critérios de inclusão quanto aos

procedimentos metodológicos, permaneceram quatro artigos para serem incluídos

na presente revisão observados na Figura 1.

Embora os estudos encontrados contemplem a Fisioterapia, a busca

perpetrada permite observar que o número de publicações evidenciando a eficácia

do tratamento, baseados em estudos controlados e bem desenhados é escasso. E

apesar de que atuem frente à DTM (STECHMAN NETO et al., 2009; DE FELÍCIO et

al., 2004; MELCHIOR et al., 2016; BIANCHINI; PAIVA; DE ANDRADE, 2007;

TAUCCI; BIANCHINI, 2007), não foram detectados estudos envolvendo a

Fonoaudiologia que contemplassem os critérios de inclusão estabelecidos.

Portanto, no fluxograma abaixo, percebem-se os 501 artigos selecionados, e os

quatro que atenderam aos critérios de inclusão.

Figura 1. Processo de seleção dos estudos

Fonte: A autora, 2017

Artigos encontrados (n=696)

Títulos e resumos buscados

(n=501 / 71,98%)

Artigos repetidos (n=195 / 28,01%)

Artigos excluídos após a busca

títulos / resumos (n=469 / 67,38%)

Artigos excluídos após leitura integral do texto (n=28 / 4,02%)

• Não incluir pelo menos um fisioterapeuta

ou fonoaudiólogo (n=19 / 2,72%) • Estudos não randomizados ou sem grupo

controle (n=4 / 0,57%) • Escritos em língua não escolhida

(n=3 / 0,43%) • Protocolos de estudo (n=2 / 0,28%)

Artigos potencialmente relevantes

para leitura integral de texto

(n=32 / 4,59%)

Artigos incluídos na revisão (n=4 / 0,57%)

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47

Os estudos foram todos randomizados, sendo um deles duplo-cego. Dois

foram conduzidos exclusivamente com mulheres (MALUF et al., 2008; PACKER et

al., 2015), e dois pesquisaram tanto homens como mulheres (DE LAAT et al., 2003;

CRAANE et al., 2012). As publicações aconteceram no período entre 2003 e 2015,

sendo que apenas dois deles foram publicados nos últimos cinco anos (2012 e

2015).

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Tabela 1. Artigos inseridos na revisão Autor/ Ano

Desenho do Estudo

Objetivos Característica da Amostra Intervenção Ap licada Resultado Escala PEDro

De Laat, et al. (2003)

Randomizado cegamento simples

1. avaliar a eficácia de aconselhamento e Fisioterapia em pacientes com dor miofascial do sistema mastigatório. 2. explorar se a duração da Fisioterapia poderia influenciar no resultado.

Dois grupos (ambos com inicial de 13 sujeitos - 11 mulheres e 2 homens em cada), um deles ao final com 9 devido dois pacientes com dor intensa na face persistindo por + de 1 mês, e com músculos sensíveis à palpação.

1. Avaliação: dor a palpação, algometria e EVA, Questionário RDC/TMD. 2. Aconselhamento sobre a presumida etiologia das dores, reforço do caráter benigno do problema, instruções verbais e escritas de como relaxar a musculatura da mandíbula e de como usar o sistema da mandíbula. 3. Exercícios e procedimentos fisioterápicos: Grupo 1 iniciou as sessões de Fisioterapia após a segunda semana de tratamento, que seguiu por 4 semanas; Grupo 2 iniciou ambos os procedimentos desde o primeiro momento, por seis semanas. A Fisioterapia foi aplicada 3 vezes por semana.

Após 6 semanas os grupos aumentaram o limiar da dor (algometria), reduziram os escores de dor e do comprometimento mandíbular, com valores significantes para ambos os grupos e para o músculo masseter. No Grupo 1 houve aumento no limiar da dor pela algometria no músculo temporal após 4 semanas, e ambos músculos após 6 semanas.

8

Maluf, et al. (2008)

Clínico randomizado

Comparar duas intervenções, RPG e Alongamento Estático (AE), no tratamento de mulheres com DTM

Dois grupos com 14 mulheres cada, RPG (final 12 pessoas) e AE (final 12 pessoas), Idades médias similares, alinhamento cervical normal (9), hiperlordose (3) e com retificação (12)

1. Avaliação da intensidade da dor pela EVA e o limiar pela algometria. 2. Oito sessões individuais durante 2 meses (1 por semana). Iniciava-se com 10 minutos de manobras terapêuticas e exercícios respiratórios para relaxamento de ombros e musculatura cervical. Cada grupo era atendido de acordo com a terapia indicada por 30 minutos.

Ambas as técnicas utilizadas em associação com terapia manual, são igualmente efetivas na redução da DTM miogênica.

9

Craane, et al. (2012)

Controlado, randomizado, simples cego

Investigar o efeito da Fisioterapia na dor e na função mandibular em pacientes com Dor Muscular Mastigatória (DMM)

Amostra de 53 pacientes subdivididas em: grupo Fisioterapia (GF) inicial 26, finalizando com 22 pessoas (19 mulheres), com dor a palpação em ao menos 3 locais dos músculos mastigatórios e uma amplitude de movimento pelo menos 40 mm; grupo controle (GC) inicialmente com 27 e finalizando com 23 (20 mulheres) com dor a palpação em ao menos 3 locais dos músculos mastigatórios e uma amplitude de movimento < do que 40 mm, com diferença entre movimento ativo e passivo > 5 mm).

1. Determinação da presença de dor a palpação, intensidade de dor pela EVA, aplicação do Questionário RDC/TMD. 2. O GF recebeu aconselhamento, alongamento muscular, exercícios e trabalhos em casa para 9 sessões em 6 semanas. O GC recebeu apenas o aconselhamento diário. No início e após 3, 6, 12, 26 e 52 semanas, a dor e a função mastigatória foram avaliadas usando EVA, o Questionário de Dor McGill, algometria dos músculos masseter e temporal, o questionário de comprometimento da função mandibular e a abertura bucal máxima ativa e passiva.

Todas as variáveis de classificação de dor diminuíram e todas as variáveis funcionais aumentaram significativamente ao longo do tempo em ambos os grupos. Não foram encontradas diferenças significativas na melhora entre os grupos (interação tempo-tratamento). Estes dados sugerem que a diminuição à longo prazo da dor e a melhoria da função não estão relacionadas com a Fisioterapia ativa.

9

Packer, et al. (2015)

RandomizadoDuplo-cego

Avaliar os efeitos da manipulação alta de tórax na dor facial em mulheres com DTM

Amostra de 32 mulheres com dor miofascial ou dor facial com limitada abertura de boca, randomizadas em dois grupos de 16 sujeitos cada (Experimental e Controle)

1. Limiar da dor pela algometria e EVA, aplicação do Questionário RDC/TMD. 2. Manipulação alta de tórax, aplicada à nível de T1 no Grupo experimental, enquanto que o grupo placebo recebia a mesma movimentação, sem aplicação da técnica manipulativa.

A manipulação não se mostrou eficiente na redução da dor para essa amostra.

8

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49

Enquanto os quatro estudos foram avaliados pela EVA, o limiar de dor foi

avaliado por algometria em três dos estudos (DE LAAT et al., 2003; MALUF et al.,

2008; PACKER et al., 2015), igual número de estudos que fizeram uso do RDC/TMD

(DE LAAT et al., 2003; CRAANE et al., 2012; PACKER et al., 2015). Em dois dos

estudos (CRAANE et al., 2012; DE LAAT et al., 2003), previamente à avaliação da

intensidade (EVA) e do limiar de dor (algometria), esteve presente a palpação para

determinar a presença de dor.

Houve perda amostral nos estudos de De Laat et al. (2003), Maluf et al.

(2008) e Craane et al. (2012). Nestes, os resultados, de modo geral, podem ter tido

diferenças quanto ao tratamento estatístico, muito devido a um menor número, por

vezes considerável, de sujeitos ao final quando comparado com o início do estudo.

Ao início, a randomização de cada um buscou a maior similaridade dos sujeitos,

apresentando-se sem diferenças significativas.

O nível de qualidade em que os artigos elegidos se encontram foi

determinada pela Escala de PEDro (SHIWA et al., 2011). Na presente revisão foram

encontrados dois estudos com escores de 9 pontos, esses com um grau de

reconhecido rigor metodológico, e outros dois com 8 pontos (tabela 2).

Tabela 2. Qualidade metodológica e relatórios dos estudos elegíveis (n=4)

Y= sim; N= não. 2: alocação randomizada; 3: alocação secreta; 4: indicadores iniciais; 5: participantes cegos; 6: terapeutas cegos; 7: assessores cegos; 8: adequado seguimento; 9: intenção de tratamento; 10: comparação entre grupos; 11: medidas de precisão como medida de variabilidade.

Estudo Itens escala PEDro Escala PEDro escore (0 a 10)

2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

De Laat, et al. (2003) Y Y Y Y N N Y Y Y Y 8

Maluf, et al. (2008) Y Y Y Y Y N Y Y Y Y 9

Craane, et al. (2012) Y Y Y Y Y N Y Y Y Y 9

Packer, et al. (2015) Y Y Y Y N N Y Y Y Y 8

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50

Discussão

A DTM apresenta-se com uma variedade de fatores, tais como estruturais,

neuromusculares, oclusais, fatores psicológicos e hábitos parafuncionais

(DIEDERICHS et al., 2010; OLIVEIRA, 2015), bem como lesões traumáticas ou

degenerativas da ATM (AKINBAMI, 2011; FETEIH, 2006; GUARDA-NARDINI et al.,

2008). Dentre tantas, as alterações do tipo miogênica representam mais de 88% dos

casos das DTM (DONNARUMMA et al., 2010; MAZZETTO et al., 2002; MCNEELY

et al., 2006)

Na DTM o principal sintoma comum a quem é acometido pelo distúrbio é a

dor (CARRARA et al., 2010; DONNARUMMA et al., 2010; MAZZETTO et al., 2002;

NITSCH et al., 2015; SOBHANI et al., 2016; THELEN et al., 2008). Ainda que hajam

muitos estudos referentes à dor da DTM e que os mecanismos patofisiológicos da

evolução das alterações musculares sejam, ainda, hipotéticos (OLIVEIRA, 2015),

percebe-se que em muitos dos estudos citados já há a interação dos mais variados

profissionais tomando parte nas intervenções, visto que há a necessidade de

interdisciplinaridade na busca de soluções para o distúrbio.

Dessa forma, envolvimentos de profissionais da saúde, e não só da saúde e

inclusive de mais de uma área, têm sido encontrados e com resultados promissores.

Entre eles: fisioterapeutas (CRAANE et al., 2012), odontólogos (ARIJI et al., 2016;

MICHELOTTI et al., 2005; RODRIGUES-BIGATON et al., 2008), médicos

(DOSTALOVÁ et al., 2012), odontólogos e fisioterapeutas (CRAANE et al., 2012; DE

LAAT et al., 2003; HOTTA et al., 2010; MALUF et al., 2008), fonoaudiólogos

(STECHMAN NETO et al., 2009; DE FELÍCIO et al., 2004; MELCHIOR et al., 2016;

BIANCHINI; PAIVA; DE ANDRADE, 2007; BIANCHINI, 2000), médicos,

fisioterapeutas e bioestatísticos (KRAAIJENGA et al., 2014).

Observou-se, também, que na literatura a prevalência de DTM incide no sexo

feminino (ANASTASSAKI KÖHLER et al., 2012; FILLINGIM et al., 2011; NISHIYAMA

et al., 2012), sendo uma possível explicação o fato de as mulheres exibirem maior

tendência à lassidão/frouxidão ligamentar, promovendo maior instabilidade na região

da ATM, ou por apresentarem ser mais tensas devido às condições hormonais, que

poderia gerar aumento nos hábitos parafuncionais (BIASOTTO-GONZALEZ, 2005;

SÁNCHEZ-PÉREZ et al., 2013). Essas informações são corroboradas no presente

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51

estudo, com dois estudos desenvolvidos com mulheres e os outros dois com

predominância delas.

As perdas amostrais aconteceram nos estudos com duração mais alargada,

seis semanas (DE LAAT et al., 2003), dois meses (MALUF et al., 2008) e seis

semanas (CRAANE et al., 2012) de tratamento, e seguimento até 52 semanas, o

que pode ter sido devido a não serem estudos de curto-prazo (PACKER et al.,

2015), permitindo que muitos venham se sentir desmotivados para o

acompanhamento, mesmo sendo eles de importância inclusive para sua própria

saúde, ou por outro lado, que os efeitos positivos do tratamento possam tê-los

levado a interromper após o alcance da melhora pretendida.

De Laat et al. (2003) optaram para a aplicação de procedimentos de

Fisioterapia acompanhada por procedimentos de aconselhamento. Comparando

dois grupos, um com quatro e outro com seis semanas de Fisioterapia convencional

acrescida de procedimentos de autoatendimento, não foi possível detectar

diferenças entre os grupos, que tiveram melhoras significativas em ambos os grupos

no limiar da dor pela algometria no masseter (p < 0,02) e temporal (p < 0,01),

reduziram valores da EVA (p < 0,02) e no comprometimento mandibular (p < 0,01),

havendo indicação dos pesquisadores quanto à necessidade de elucidar a

efetividade dos procedimentos fisioterápicos frente ao aconselhamento, ou mesmo a

nenhum tratamento. Esses resultados são corroborados por Craane et al. (2012) que

também encontraram resultados positivos pela ação das técnicas aplicadas no

estudo, em que os participantes do estudo, após seis sessões intensivas de

Fisioterapia acompanhadas de atividades de autoatendimento como forma de

aconselhamento, tiveram todas as variáveis de dor e funcionais com melhora, e

igualmente não houve diferenças nas melhoras entre os grupos.

Apesar de que um resultado favorável não permita ser generalizado,

principalmente, devido ao fato de que a escolha e a sequência dos exercícios devam

ser individualizadas, pode-se levar a especular que tal melhoramento comum possa

não ser simples coincidência. Quando se comparam os efeitos somente do

autoatendimento, autores (MICHELOTTI et al., 2005) demonstram por um lado que

há a necessidade de estudos mais controlados metodologicamente para dar

sustentação a uma afirmativa de que seria eficaz, mas por outro lado indicam que é

uma abordagem promissora, mormente se adaptada e aplicada individualmente a

pacientes.

Page 52: 1 UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ CYNTHIA MARIA …

52

No estudo de Maluf et al. (2008), tanto a terapia levada a cabo pela

Reeducação Postural Global como o tratamento por meio de alongamentos

estáticos, foram similarmente efetivos para o tratamento de DTM miogênica.

Aplicaram um atendimento a cada semana, por oito semanas; os sintomas foram

mensurados ao início e ao final do período de tratamento, mas também após outros

dois meses e, assim, além dos efeitos crônicos também foram percebidos efeitos

duradouros. Um estudo visando o tratamento da DTM (KRAAIJENGA et al., 2014)

comparou a utilização de equipamento de alongamento mecânico (TheraBite) com

os exercícios padrões da Fisioterapia e, igualmente não foram encontradas

diferenças entre os tratamentos no que se refere à dor, ainda que no parâmetro

funcionalidade a utilização do equipamento tenha se mostrado mais efetiva. No

seguimento, após três meses do término, os pacientes ainda mostravam melhora

quando comparados ao padrão inicial. Pode-se especular que pelo fato de o

equipamento, de fácil utilização e depois de aprendido a ser utilizado e não haver a

necessidade do acompanhamento do fisioterapeuta, possa ter favorecido um melhor

rendimento da questão funcional, para além de facilitar adesão e permanência nos

procedimentos.

No estudo de Craane et al. (2012), dividiu-se a amostra em dois grupos, um

deles de controle, o que favorece melhores especulações sobre os achados nas

intervenções. Ambos grupos foram avaliados desde o início e após 3, 6, 12, 26 e 52

semanas. Igualmente, os dois grupos receberam aconselhamento quanto a

procedimentos de cuidados diários, e o grupo de intervenção recebeu também

alongamento muscular, exercícios e trabalhos a serem realizados em domicílio por

nove semanas. Após o término do período de intervenção, os grupos foram

acompanhados pelos fisioterapeutas para que mantivessem os cuidados. Como as

melhoras foram acrescendo ao passar do tempo em ambos os grupos, sendo a

orientação a única intervenção, credita-se que a melhora do grupo de intervenção

não seja devida à Fisioterapia, e igual melhora do grupo controle prende-se a fatores

diversos.

Designadamente a esse estudo, Wallace (2010) relata ser o efeito placebo

inerente ao contato clínico-paciente, sendo comum em pacientes que sofrem de

condições como dor crônica (KOSHI et al., 2007). Esses autores citam que o contato

repetido no tratamento provavelmente funciona como um processo de

condicionamento no estabelecimento e manutenção do placebo. Referem, também,

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53

que na rotina de prática clínica os efeitos placebos estão sempre presentes e não

podem ser separados dos efeitos ativos.

No estudo de Packer et al. (2015), randomicamente, os autores dividiram em

dois grupos de 16 pacientes que receberam uma manipulação de tórax, uma efetiva

e outra placebo consoante o grupo alocado. Como especificado nos resultados

(tabela 1), em ambos os grupos não foram observadas alterações após os

tratamentos, não se mostrando eficiente mesmo tendo-se em mente que uma única

intervenção pode não ter sido suficiente. A recuperação de uma desordem

artrogênica poderia ter tido sucesso se, conforme referem Bove et al. (2005) e

Okeson, De Leeuw (2011), a DTM também afeta estruturas adjacentes em

decorrência da disfunção, mas como no caso específico deste estudo a não

verificação de haver ou não uma disfunção de segmento vertebral impede maiores

discussões sobre a efetividade das manobras e resultados encontrados nesta

pesquisa. A avaliação pelo RDC/TMD, questionário referenciado por Dworkin (1992)

e Schiffman et al. (2014), que possui em seus eixos o diagnóstico clínico como os

das questões 16a a 16d, poderia ter detectado dores afastadas da região com DTM.

Outros fatos relatados no corpo do estudo, como um possível não posicionamento

do algômetro nos mesmos locais durante as avaliações posteriores à intervenção

inicial, tendem a diminuir tanto o valor qualitativo da metodologia como o peso

qualitativo da pesquisa.

Segundo Oliveira (2015), por serem os mecanismos patofisiológicos da

evolução das alterações musculares ainda hipotéticas, e como afirmam Diedrichs et

al. (2010) a DTM ter uma etiologia multifatorial, não se permite afirmar qual das

terapias poderia ser mais efetiva, nomeadamente por não terem sido os mesmos

meios avaliativos. Contudo, por estarem presentes o RDC/TMD e/ou a algometria e

a EVA como meios avaliativos, de comum entre os estudos encontrou-se a redução

dos sintomas de dor em três deles (DE LAAT et al., 2003; MALUF et al., 2008;

CRAANE et al., 2012).

No presente levantamento observou-se que a ação de fonoaudiólogos em

estudos que atendam elevado rigor metodológico não foi encontrada. Como em pelo

menos em algum período da vida, entre 20% a 30% da população em geral pode vir

ser acometida de DTM (GARCÍA-MURO et al., 2010; NISHIYAMA et al., 2012;

OHRBACH et al., 2011), e a ação desse profissional é de suma importância tanto na

avaliação (DE FELÍCIO et al., 2004; BIANCHINI; PAIVA; ANDRADE, 2007;

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54

STECHMAN et al., 2009) como na recuperação (CAMPOS; SALLES; MOTTA, 2008)

ou, ao menos, no minimizar sintomas decorrentes do distúrbio (MELCHIOR et al.,

2004), isso torna-se preocupante, mesmo sendo importante ressaltar que a terapia

fonoaudiológica isoladamente não é o suficiente para tratar das disfunções da ATM

(BIANCHINI, 2000), pois esse tratamento não elimina fatores como os oclusais

desencadeantes (MOLINA, 1995), bem como também os fatores emocionais, sendo

necessário o trabalho integrado com outros profissionais.

Conclusão

Utilizando-se de aconselhamentos de como relaxar e utilizar o sistema da

mandíbula, ombros e cervical, de exercícios fisioterápicos (manobras, de

alongamento e respiratórios), além da manipulação articular pela Fisioterapia, e com

a excessão de um procedimento avaliativo de dor pela algometria ter sido indicado

como falho, os estudos encontrados apresentam rigor metodológico elevado,

relacionados à área de Fisioterapia.

O baixo número de artigos identificados permite concluir que de maneira geral

a qualidade metodológica dos estudos necessita de maiores cuidados, que a

utilização com precisão de instrumentos de avaliação se faz necessário e, pela

importância da área, que há a necessidade de estudos com maior rigor

metodológico na Fonoaudiologia.

Considerações Finais

Com vistas ao exposto, e em razão dos multifatores que podem e devem ser

tratados e que necessitam atendimentos específicos para uma melhor solução de

sintomas, percebe-se a importância de que nos casos de acometimentos de DTM

uma abordagem interdisciplinar é indicada, e deverá ser empregada para o

tratamento da DTM miogênica.

A Fisioterapia, uma das opções mais indicadas, muitas vezes em conjunto

com outras intervenções, deve abranger as variáveis que possam estar envolvidas

nas causas da disfunção, enquanto que a Fonoaudiologia, apesar de não ter sido

apontada como uma das opções nos estudos elegidos é uma área que bem

atenderia às necessidades de pessoas com esse distúrbio, com possibilidade de

investigar e tratar sintomas, que são comumente atendidos por esses profissionais.

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55

Salienta-se que a aplicação e o uso de instrumentos validados e de padrão

elevado não devem caracterizar uma alta ou baixa qualidade de estudo, pois não se

leva em conta o “como” e “quem” aplicou, podendo levando a viés apesar de

aparentemente terem sido tomado “cuidados metodológicos”.

A presente revisão apresentou como limitação a abertura à entrada de novos

estudos para além do período especificado na metodologia, com o que se pode

encontrar, possivelmente, outros artigos que contemplassem o objetivo da mesma.

A inserção da busca por estudos multi-áreas permitiria a inclusão de outros

que podem atender as necessidades de tratamento da disfunção, como apontado

seguidamente no presente estudo.

Page 56: 1 UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ CYNTHIA MARIA …

56

5.2 ARTIGO 2

A EFETIVIDADE DO USO DA KINESIO TAPING NO TRATAMENTO DE DOR E NA

RECUPERAÇÃO FUNCIONAL MUSCULOESQUELÉTICA: UMA REVISÃO

SISTEMÁTICA

Cynthia M. R. Dutra1, Katren P. Corrêa2, Ana P. R. Siqueira3, Bianca S. Zeigelboim4, José S. Neto5,

Rosane S. Santos5

1 Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Distúrbios da Comunicação, Universidade Tuiuti do Paraná, Curitiba, Brasil. 2 Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Tecnologia da Saúde da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Curitiba, Paraná Brasil. 3 Mestre, Programa de Pós-Graduação em Engenharia Biomédica da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Curitiba, Brasil. 4 Pró-Reitora do Programa de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão da Universidade Tuiuti do Paraná, Curitiba, Brasil. 5 Professor no Programa de Pós-Graduação em Distúrbios da Comunicação, Universidade Tuiuti do Paraná, Curitiba, Brasil. Autor correspondente :

MSc. C.M.R. Dutra, Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Distúrbios da Comunicação,

Universidade Tuiuti do Paraná, Curitiba, Brasil.

Rua: Sydnei Antônio Rangel Santos, nº 238, Santo Inácio, Curitiba, CEP: 82010330, Curitiba, Brasil

E-mail: [email protected]

Categoria do artigo: revisão

RESUMO Objetivo: Analisar a efetividade da terapia Kinesio Taping (KT) no tratamento da dor e na recuperação funcional associada a disfunções musculoesqueléticas. Método: Revisão sistemática por estudos clínicos randomizados e controlados, cego e duplo-cego, publicados em revistas indexadas nas bases de dados eletrônicas LILACS, PubMed, Scopus, Cochrane Library, PEDro, literatura cinza no ProQuest (banco de dissertações e teses), e Open Gray, utilizando-se os descritores kinesiotape, kinesiotaping, functional recovery rehabilitation, pain, pressure pain threshold, algometer, algometry em inglês, e operadores boleanos or e and, e seus correspondentes em português. A qualidade metodológica dos estudos foi avaliada pela Escala PEDro (Physiotherapy Evidence Database). Foram considerados estudos publicados entre janeiro de 2000 a janeiro de 2017. Resultados: De 388 artigos identificados 15 foram incluídos na revisão, todos randomizados, dos quais oito de cegamento simples e cinco duplos cegos, a maioria deles (80%) envolvendo indivíduos de ambos os sexos. Todos analisaram a dor especificamente ou em combinação com outros parâmetros, e o instrumento mais comumente utilizado (66,7%) foi a Escala Visual Análoga (EVA). Conclusão : O uso da técnica do KT apresentou ser eficiente por minimizar a dor e elevação da tolerância a ela, como também na recuperação funcional, com redução das disfunções, com resultados variando de acordo com o método e o seguimento aplicado. Palavras-chave: Kinesio Taping, reabilitação funcional, musculoesquelético, dor

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57

INTRODUÇÃO

A técnica da Kinesio Taping (KT), criada em 1973 pelo Dr. Kenzo Kase (KASE

et al., 2003), consiste na aplicação direta da fita sobre a pele no local a ser tratado

(FU et al., 2008). Recebeu maior atenção e foi cada vez mais conhecida no mundo

após os Jogos Olímpicos em Seul, em 1988. Posteriormente, tornou-se popular em

todo o mundo, sendo usada de forma isolada ou em conjunto com outras técnicas

terapêuticas para o tratamento de vários distúrbios musculares e neuromusculares

(MOORE, 2012).

Estudos diversos demonstraram que, de maneira geral, a aplicação da KT

tem, entre uma gama de finalidades, designadamente a melhora funcional nos casos

de dores musculoesqueléticas (KARATAS et al., 2012) ou de lesões desportivas

(ZAJT-KWIATKOWSKA et al., 2007), para o tratamento de dor e instabilidade

muscular (KULKARNI et al., 2013; NUNES et al., 2013), disfunções articulares (LEE;

YOO, 2012), bem como para prevenção de lesões durante a prática esportiva

(MERINO-MARBAN et al., 2011), em sujeitos com paralisia cerebral (RIBEIRO et al.,

2009), e também em indivíduos com esclerose múltipla (CORTESI et al., 2011).

Porém, outros diversos estudos já perpetrados, pesquisas sistemáticas e

bibliográficas desenvolvidas (ARTIOLI; BERTOLINI, 2014; CHANG et al., 2015;

CSAPO; ALEGRE, 2015; MOSTAFIVAR et al., 2012) apontaram que os resultados

não parecem ser consensuais, além de serem conflitantes e pouco consistentes,

como também acrescem que a carência de evidências que ofereçam suporte quanto

à efetividade das intervenções, com muitos não apresentando efeitos clínicos

significativos sobre o uso da KT.

Estudo clínico de Laborie et al. (2015) também não apontou a eficiência do

uso da KT. Em seguimento não randomizado, prospectivo e comparativo, abordando

grupo com uso de KT frente a um grupo controle sem nenhuma intervenção,

semelhantes quando da alocação dos grupos, os pesquisadores concluíram que não

houve diferença na dor pós-operatória precoce, após três dias da reconstrução do

ligamento cruzado anterior (LCA) e aplicação da KT.

Entretanto, estando a técnica sendo utilizada e investigada há pouco mais de

40 anos, novos dados estão sendo encontrados e, destarte, fazem-se necessárias

novas revisões que possam notificar quer os profissionais como os pacientes, sobre

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58

os possíveis efeitos das intervenções nas condições musculoesqueléticas

relacionadas à dor e à recuperação funcional.

Com este foco, a presente revisão propõe-se responder à pergunta:

Kinesio Taping é uma terapia eficaz no tratamento da dor e na recuperação

funcional musculoesqueléticas?

Método

Identificação e seleção dos estudos

Esta revisão sistemática foi registrada no International Prospective Register of

Systematic Reviews (PROSPERO) com o código CRD42016052771. Seguiu as

diretrizes da lista de verificação do Preferred Reporting Items for Systematic Reviews

and Meta-Analyse (PRISMA) (MOHER et al., 2009).

A busca foi realizada para o período de janeiro de 2000 a janeiro de 2017.

Palavras-chave foram utilizadas nas bases de dados eletrônicas LILACS (Literatura

Latinoamericana y Del Caribe en Ciencias de La Salud), PUBMED (US National

Library of Medicina National Institutes of Hearth), Scopus, Cochrane, PEDro, e

literatura cinza por meio do PROQuest (dissertação e teses) e do Open Grey

(APÊNDICE G). Todos os registros de ensaios clínicos também foram pesquisados,

além de buscas manuais nas listas de referências dos artigos eleitos, pois assim

poderiam ser encontrados artigos de relevância que por ventura não tenham sido

encontrados durante as pesquisas nos bancos de dados eletrônicos ou nas

consultas às especialistas na área. Utilizando-se as mesmas combinações de

palavras, conforme descrito e especificado no Apêndice G, para cada banco de

dados uma nova busca foi realizada em abril de 2017. De forma complementar, no

mês de outubro foi incluído estudo não acessado nas buscas iniciais.

Os estudos foram considerados para a inclusão se contemplassem os

critérios apresentados na Figura 2. Como critérios de exclusão apontou-se: estudos

realizados com participantes hígidos, para avaliação de desempenho e de

capacidade física e artigos de revisão.

A seleção dos artigos para a inclusão na revisão foi realizada a partir dos

títulos e resumos, seguida das leituras dos artigos selecionados no processo de

elegibilidade, realizadas de maneira independente por dois pesquisadores. Diante de

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59

qualquer desacordo foi resolvido por consenso entre os pesquisadores, contando um

terceiro pesquisador para a arbitragem.

Figura 2. Box dos critérios de inclusão

Fonte: A autora, 2017

Avaliação das características dos estudos

Qualidade

No presente estudo um instrumento, utilizado com o objetivo de maximizar a

efetividade dos serviços da Fisioterapia e facilitar a aplicação prática das melhores

evidências existentes (SHIWA et al., 2011), foi usado para testar a qualidade

metodológica dos estudos escolhidos. Assim, a qualidade dos estudos incluídos foi

testada utilizando a Escala de Qualidade PEDro (SHERRINGTON et al., 2000). No

que concerne à escala, ela demonstra ter bons níveis de confiabilidade e validade

(MACEDO et al., 2010; MAHER et al., 2003), que por sua vez expressam o grau de

qualidade do estudo, sendo uma ferramenta eficaz na avaliação da qualidade

metodológica e estatística em estudos controlados e randomizados (SHIWA, 2012).

Resumidamente a escala tem 11 itens, oito deles relacionados ao rigor

metodológico e dois itens relacionados aos relatórios estatísticos. O item um, da

elegilibilidade, como não é ponderado, considera-se um limite de 10 pontos como

máximo, sendo o maior escore representante da maior qualidade metodológica.

Essa escala apresenta um bom nível de validade e de confiabilidade (SHIWA et al.,

2011).

Desenho • Estudos controlados, duplo-cego ou cego simples • Participantes

• Acima de 18 anos de Idade • Disfunção ou dor musculoesquelética

Intervenção • Kinesio Taping • Kinesio Taping versus frente a outra terapia • Kinesio Taping mais outra terapia versus frente a outra terapia

Medidas avaliadas • Medida da intensidade da dor ou incapacidade

Comparação • Kinesio Taping versus sem intervenção ou placebo • Kinesio Taping versus outra terapia • Kinesio Taping mais outra terapia versus outra terapia

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60

Participantes

Foram considerados para inclusão ensaios clínicos envolvendo pessoas com

condições musculoesqueléticas. A idade e o tamanho da amostra foram utilizados

para caracterizar os grupos de participantes.

Intervenção

O uso do Kinesio Taping foi a intervenção experimental para qualquer

condição musculoesquelética. Foram utilizados para caracterizar as intervenções o

procedimento de aplicação e os protocolos de aplicação (duração, frequência,

reaplicação).

Medidas de resultados

Os dados foram extraídos para os seguintes resultados: intensidade da dor,

incapacidade e retorno às funções normais.

Análise de dados

A análise de dados foi descritiva.

Resultados

A busca inicial encontrou 546 artigos. Foram detectados 158 artigos em

duplicata após a análise dos títulos, permanecendo 388 para a leitura dos resumos.

Com a leitura dos resumos vislumbrou-se estudos com desenho de estudo diferente

do proposto, que indicavam participação com menores de idade e com desportistas

ou voltados ao desempenho, levando a um total de 26 artigos eleitos a serem lidos

na íntegra. Foram, então, avaliados de acordo com os critérios de inclusão e

exclusão referidos neste estudo.

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Ao final, com a exclusão de 11 artigos um total de 15 artigos vieram a compor

a presente revisão (Figura 3).

Figura 3. Fluxo de seleção dos estudos Fonte: A autora, 2017

Artigos Encontrados

(n = 546)

Títulos e resumos buscados

(n = 388 / 100%)

Artigos repetidos

(n = 158 / 28,93%)

Artigos excluídos após a busca

Títulos/resumos (n = 362 / 93,30%)

Artigos excluídos após leitura na íntegra

• Não relacionado a disfunção

musculoesquelética (n = 3 /

0,77%)

• Participantes < 18 anos

(n = 5 / 1,28%)

• Sem grupo controle

(n = 3 / 0,77%)

Artigos potencialmente relevantes

para leitura integral de texto

(n = 26 / 6,70%)

Artigos incluídos na revisão

(n = 15 / 3,86%)

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62

O relatório e descrição dos ensaios elegíveis e a qualidade metodológica são

apresentados na página seguinte (Tabela 3), em que os escores PEDro totais estão

representados, e que variaram de 7 a 10, com uma média de 7,93.

Tabela 3. Qualidade metodológica e relatórios dos estudos elegíveis (n = 15) Y= sim; N= não.

Legeanda: 2: alocação randomizada; 3: alocação secreta; 4: indicadores iniciais; 5: participantes cegos; 6: terapeutas cegos; 7: assessores cegos; 8: adequado seguimento; 9: intenção de tratamento; 10: comparação entre grupos; 11: medidas de precisão como medida de variabilidade.

Dos 388 artigos selecionados entre os anos de 2000 e 2016, 15 deles (3,86%)

atenderam aos critérios de inclusão, tendo sido o primeiro deles publicado em 2008

e, dos elegidos 60% a partir de 2014. A maior parte das pesquisas foi desenvolvida

na Europa (53,33%) e Ásia (26,67%), duas no Brasil e outra nos Estados Unidos

(Tabela 4).

Estudo Itens escala PEDroa PEDro escore (0 a 10)

2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

Ay et al. (2015) Y Y N Y Y Y N Y Y Y 8

Benlidayi et al. (2016) Y Y Y Y N N N Y Y Y 7

Öztürk et al. (2016) Y Y Y Y N N Y Y Y Y 8

Oliveira et al. (2015) Y Y Y N N N Y Y Y Y 7

Saavedra-Hernández et al. (2012) Y Y Y Y Y Y Y Y Y Y 10

Thelen et al. (2008) Y Y Y Y N Y Y Y Y Y 9

Sobhani et al. (2016) Y Y Y Y N N N Y Y Y 7

Castro-Sánchez et al. (2012) Y Y Y Y N N Y Y Y Y 8

Bae (2014) Y Y Y N N N Y Y Y Y 7

Paoloni et al. (2011) Y Y Y Y N N Y Y Y Y 8

Song et al. (2015) Y N Y Y N N Y Y Y Y 7

Anandkumar et al. (2014) Y Y Y Y N N Y Y Y N 8

González-Iglesias et al. (2009) Y Y Y Y N Y Y N Y Y 8

González-Iglesias et al. (2009) Y Y Y Y N Y Y N Y Y 8

Added et al. (2016) Y Y Y Y N Y Y N Y Y 8

Djordjevic et al. (2012) Y Y Y Y Y Y N N Y Y 8

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Tabela 4. Sumário dos estudos incluídos (n = 15) Estudo Desenho Participantes Intervenção Resultados Medidos

Benlidayi et al. (2016)

Clínico Randomizado Controlado, Cego Simples

n = 28 Idade = 30,9 (±10,8) Sexo = 24 mulheres / 4 homens

GKT = KT padrão aplicado duas vezes a cada 3 dias + aconselhamento + exercícios para a mandíbula. GC + aconselhamento + exercícios para mandíbula

Movimento da mandíbula, EVA, limitação funcional e eficiência mastigatória pela escala de 5 pontos de Likert, medidos ao início, à 1a e à 6a semanas. RDC/TMD ao início e à 6a semana.

Ay et al. (2016)

Clínico Randomizado Controlado, Duplo Cego, Prospectivo

n = 61 Idade = 44,45 (±17,32) Sexo = 45 mulheres / 16 homens

GKT = KT padrão 5 vezes aplicado a cada 3 dias + exercícios de aconselhamento para a cervical e alongamento posterior GC = Taping placebo 5 vezes por 3 dias + exercícios caseiros

Dor (EVA), algometria, amplitude de movimento cervical e incapacidade.

Bae (2014)

Clínico Randomizdo Controlado

n = 42 Idade= 23,0 (± 3,0) Sexo = 25 mulheres / 17 homens

GKT = KT padrão, 3 vezes por semana durante 2 semanas no músculo esternocleideomastoídeo. GC = sem intervenção

Dores gatilhos (por palpação), intensidade de dor (EVA), dor à pressão (algometria), amplitude de movimento da ATM

González-Iglesias, et al. (2009)

Clínico Randomizado Controlado, Duplo Cego, Alocação Secreta

n = 41 Idade = 33 (± 7) Sexo = 21 mulheres / 20 homens

GKT = K padrão “Y” KT sobre a coluna cervical, “I” na horizontal sobre C3-C6 GC = KT placebo, horizontal simples, simples vertical, sem tensão

Dor pela Escala Numérica da Dor, Índice de Incapacidade Cervical, amplitude de movimento cervical pré e pós-tratamento, e às 24 h de seguimento.

Öztürk et al. (2016)

Clínico Randomizado Controlado, Cego Simples, Placebo Controlado

n = 37 Idade = 30,9 (±6,7) Sexo = 28 mulheres / 9 homens

GKT = KT aplicado no músculo trapézio + programa de exercícios caseiros (alongamento de cervical e fortalecimento) GC = KT placebo aplicado no músculo trapézio + programa de exercícios caseiro (alongamento de cervical e fortalecimento)

Dor cervical (EVA e algometria), medida da força do músculo elevador escapular, ao início, após e a 1 mês de seguimento.

Saavedra-Hernández et al. (2012)

Clínico Randomizado Controlado, Cego Simples, AlocaçãoSecreta

n = 76. Idade = 45 (± 9,5). Sexo = 36 mulheres/ 40 homens

GKT = KT aplicado na cervical, mantida por uma semana. GC = 2 manipulações diretamente na meia cervical e junção cervicotorácica.

Dor pela Escala Numérica da Dor, incapacidade (Índice de Incapacidade de Cervical) e dados de amplitude de movimento cervical na pré- e a 1 semana.

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Estudo Desenho Participantes Inter venção Resultados Medidos

Sobhani et al. (2016)

Clínico Randomizado Controlado, Cego Simples, quase-experimental

n = 39 Idade = 35 (± 10,5) Sexo = 39 homens

Comparação (GKT), Agulhamento a seco (GA) e Terapia Manual (TM). GKT = KT padrão em “Y” e em “I” sobre a cervical. GA – terapia + alongamento passivo. MT – Técnica Imobilização Cervical (IC), mobilização dinâmica suave, mobilização cervical e torácica

Intensidade da dor (EVA), Índice de Incapacidade da Cervical, amplitude de movimento da cervical (goniômetro)

Added et al., (2016)

Clínico Randomizado Controlado, Cego Simples

n = 148 Idade = 45,1 (± 11,6) Sexo = 106 mulheres / 42 homens

GKT = KT padrão “I”, KT nos músculos eretores espinhais paralelo ao processo espinhoso da coluna vertebral + exercícios fisioterapêuticos GC = apenas exercícios fisioterapêuticos.

Dor (EVA); Incapacidade (Questionário Roland-Morris de Incapacidade); Impressão sobre a recuperação (Escala Global do Efeito Percebido) – ao início, 5 sem, 3 meses 6 meses satisfação com o cuidado (MedRisk – instrumento para medir a satisfação do cliente com os cuidados fisioterapêuticos) nas 5 sem.

Djordjevic et al., (2012)

Clínico Randomizado Controlado, Duplo Cego, Transversal

n = 20; GKT = 51,8 (± 5,3); GC = 54,1 (± 6,8); Sexo = 13 mulheres; 7 homens

GKT – KT + exercícios de mobilização de movimento GC – exercícios de mobilização

Determinar se Terapia KT + Exercícios seriam melhores se Terapia somente com Exercícios

Thelen et al. (2008)

Clínico Randomizado Controlado, Duplo Cego, Prospectivo Desenho de Dupla Medida

n = 42 Idade = 18-24 Sexo = 6 mulheres / 36 homens

GKT = KT padrão nos ombros com protocolo para tendinite/impactação de manguito rotador, duas vezes: uso por 48-72 horas, 12-24 horas de descanso, então mais 48-72 h de tape. Última avaliação ao 6o dia. GC = KT placebo, sem tensão.

Dor pela Escala Numérica da Dor e incapacidade (SPADI), amplitude de movimento (goniômetro padrão), intensidade da dor pela Escala Catastrófica de Dor

Castro-Sánchez et al. (2012)

Clínico Randomizado Controlado, Cego Simples, Alocação Secreta, análise de intenção de tratar

n = 60 Idade = 48,5 (± 14) Sexo = 40 mulheres / 20 homens

GKT = KT padrão sobre a coluna lombar por uma semana GC = KT placebo por uma semana

Índice de Incapacidade de Oswestry, Questionário de Dor e de Incapacidade Lombar de Roland-Morris, EVA, Escala de Kinesiofobia de Tampa, amplitude de movimento de flexão de tronco, e Teste de McQuade para resistência dos músculos do tronco.

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Estudo Desenho Participa ntes Intervenção Resultados Medidos

Paoloni et al. (2011)

1.procedimento pré/pós-teste 2. Clínico Randomizado Controlado, Cego Simples

n = 39 Idade = 62,5 (± 12,7) Sexo = 25 mulheres / 14 homens

Período de 4 semanas. GKT = KT padrão. GC 1 = KT padrão + exercícios terapêuticos. GC 2 = Exercícios terapêuticos

Intensidade da dor (EVA), incapacidade (Questionário de Incapacidade de Roland-Morris)

Anandkumar et al. (2014)

Clínico Randomizado Controlado, Duplo Cego, pré/pós-teste no GC

n = 40 Idade = 55,8 (± 5,0) Sexo= 23 mulheres / 17 homens

Realização da Tarefa Padrão de Subir Escada, subindo e descendo 5 degraus. GKT = KT padrão com 3 faixas em “I”. GC = KT sem tensão

Pré- e pós-teste do torque isocinético de quadríceps, Tarefa Padrão e dor durante a Tarefa Padrão (EVA).

Oliveira et al. (2015)

Clínico Randomizado Controlado, Cego Simples

n = 45 Idade = 29,1 (± 6,0) Sexo = 45 homens

GKT = KT aplicado nos vastos medial e lateral, e reto femoral. GC = avaliado ao início e descanso por 10 minutos. Placebo = KT placebo sem tensão

Atividade EMG de vasto lateral

Song et al. (2015)

Clínico Randomizdo Controlado, Estudo Transversal

n = 24 Idade = GKT 25,7 (± 6,1) Sexo = 24 mulhees

3 repetições de agachamento a fundo (perna dominante). GKT = KT padrão GC 1 = KT placebo GC 2 = sem intervenção

Dor na perna teste (EVA), movimento de quadril, rotação e deslocamento patelar (medida cinemática com o eletromagnético Fastrak), ativação muscular durante o agachamento pela EMG.

Legenda: CRC - clínico randomizado controlado; CD - duplo-cego; CS - cego simples; GKT - grupo experimental; GC - grupo controle; KT - kinesio tape; EVA - escala visual analógica; sem – semana; F – feminino; M - masculino

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Todos têm design randomizado, com oito artigos (53,33%) controlados cego-

simples, cinco artigos (33,33%) duplo-cego (Tabela 5.). Dos estudos elegidos, a

maioria deles (80%) envolveu indivíduos de ambos os sexos, o restante se

direcionou somente a um deles, dois foram com homens (13,33%) e um com

mulheres (6,66%). As intervenções analisaram, especificamente ou em associação a

outros parâmetros, a dor (93,33%), sendo um deles (6,66%) na região face (ATM),

seis (40%) na região cervical, dois na região dos ombros (13,33%), três na região da

lombar (20%) e três em membros inferiores (20%).

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Tabela 5. Resultados e conclusões dos estudos de Kinesio Taping (n = 15)

Artigo País Resultados Medidos Grupo De Estudo Grupo Contr ole Resultados

Benlidayi et al. (2016)

Turquia

Eficácia da KT na dor, eficiência mastigatória, amplitude de abertura bucal e limitação funcional na ATM.

KT em "Y" para ATM, 2 vezes, durante 3 dias. Eles receberam diretrizes para exercícios para maxilar e para fortalecer os músculos mastigatórios, durante 6 semanas (n = 14).

Eles receberam diretrizes de exercícios para o maxilar e fortalecimento os músculos mastigatórios durante 6 semanas (n = 14).

Maior abertura ativa da boca; melhorias na EVA, eficiência mastigatória e limitação funcional no grupo de estudo. Maior eficácia subjetiva do tratamento, redução nos escores de dor, depressão e Incapacidade no grupo de estudo.

Ay et al. (2016)

Turquia

Eficácia do KT na dor, limiar de dor na pressão, faixa de movimento cervical e deficiência na síndrome da dor miofascial.

KT "I" no elevador de escápula 5 vezes, 3 dias de intervalo por 15 dias (n = 31).

Mesmo procedimento com músculo em posição neutra e KT sem tensão (n=30).

Melhoria da dor, do limiar de dor em pressão, da amplitude de movimento e na deficiência em ambos os grupos. Inter grupos melhoraram significativamente em relação à dor, limiar de dor à pressão e flexão lateral. Nos outros itens, a diferença não foi significativa.

Bae (2014)

Coreia

Alterações na dor miofascial e na amplitude de movimento da ATM por KT nos pontos de gatilho do músculo esternocleidomastóideo.

KT em "Y" foi aplicado ao músculo esternocleidomastoideo nas porções clavicular e externa, 3 vezes por semana durante 2 semanas. A avaliação dos sujeitos ocorreu pré-aplicação e 2 semanas após a intervenção (n = 23).

Nenhuma intervenção foi realizada (n = 19). Participaram nas avaliações e reavaliações.

O GKT com alívio na dor articular, EVA e algometria com melhora significativa; Amplitude de movimento da ATM aumentou significativamente. Entre os grupos não houve diferenças significativas nesses três itens avaliados.

González-Iglesias et al. (2009)

Espanha

Efeitos a curto prazo sobre dor e amplitude de movimento em pacientes com chicoteamento cervical agudo.

KT em "Y" aplicado à coluna cervical, sobre os músculos extensores cervicais posteriores, com tensão de 15 a 25%, e outro KT aplicado em "I" perpendicular ao KT "Y" (n = 21), sobre região do centro da região. A fita foi mantida por 1 dia (n = 21; 33 ± 6 anos).

Duas fitas KT "I", perpendicular uma ao outro, com visual semelhante, sem tensão, uma na região C1-T2 e outra na região média cervical. Foi mantido por um dia (n = 20; 32 ± 7 anos).

GKT experimentou grande diminuição da dor imediatamente após a aplicação e no seguimento em 24 horas. Foi significativo para todas as direções da amplitude de movimento cervical bilateral. GKT com grande melhora na amplitude de movimento quando comparado ao GC.

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Artigo País Resultados Medidos Grupo De Estudo Grupo Controle Resultados

Öztürk et al. (2016)

Turquia

Efeitos de curto e médio prazo da aplicação KT na dor e na força muscular em pacientes com síndrome de dor miofascial.

KT em "I" no músculo trapézio, duas vezes por semana durante 3 dias, com intervalo de dia (n = 20).

O mesmo procedimento com músculo em posição neutra e fita aplicada em uma tensão neutra (n = 20).

Menos dor e na algometria no GKT. Aumento da força a favor do grupo de estudo, com aumento intragrupo.

Saavedra-Hernández et al. (2012)

Espanha

Efeitos a curto prazo do KT versus manipulação cervical em pacientes com dor mecânica no pescoço,

KT em "Y" na parte posterior do cervical nos músculos extensores, com 15 a 25% de tensão. Uma fita "I" perpendicular a "Y." Aplicações com flexão cervical. Permanência por uma semana (n = 40; 46 ± 9 anos).

Receberam duas intervenções manipuladoras diretamente na junção da linha mediana cervical e cervical, bilateralmente (n = 16; 44 ± 10 anos).

Nenhuma alteração na dor e na deficiência em qualquer grupo. Maior ganho de amplitude rotacional cervical para o grupo de manipulação manual. Nenhuma alteração na faixa cervical de movimento de flexão e extensão, flexão lateral direita ou esquerda.

Sobhani et al. (2016)

Irã

Eficácia do KT versus agulhamento a seco versus terapia manual na dor, deficiência, amplitude de movimento na dor miofascial crônica.

KT em "Y" nos músculos do pescoço, com 15 a 25% de tensão. 4 KT em "I" no músculo trapézio, nas KT "pernas" em "Y." KT em "estrela" nos pontos gatilho (n = 13).

O grupo de agulhamento a seco foi tratado com agulha no músculo trapézio superior e escápula elevador. O grupo de terapia manual recebeu técnicas de mobilização nas mesmas regiões.

As medidas buscadas foram melhoradas com as três intervenções. A gama de movimento cervical para rotação direita e esquerda foi melhor no grupo de terapia manual.

Djordjevic et al., (2012)

Sérvia

Lesão e impactação no manguito rotador livbre de dor; amplitude movimento de ombros

KT + Terapia de Mobilização pelo Movimento

Programa de exercícios supervisionados para Síndrome de Impacto: mobilização e fortalecimento com isometria

Exercíco de Mobilização + KT melhoraram a amplitude de movimento. A dor permaneceu inalterada. A melhora da terapia combinada foi mais rápida.

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Artigo País Resultados Medidos Grupo De Estudo Grupo Controle Resultados

Thelen et al. (2008)

USA

Eficácia clínica do KT para dor no ombro através da análise da Incapacidade e da amplitude de movimentos sem dor.

KT no supraspinoso 'Y' com flexão contralateral e rotação interna, com extensão e adução dos ombros. KT em "Y" sobre o deltóide. Um KT em "I" aplicado do processo coracóide no deltóide posterior com 50-75% de tensão. Mantido por dois períodos de 48 a 72 horas. (n = 21; 21 ± 2 anos).

Duas fitas KT em "I" na articulação acromioclavicular e transversalmente na porção distal do deltoide. Mantido por dois períodos de 48 a 72 horas. (n = 21; 20 ± 2 anos).

O GKT apresentou melhora imediata da dor durante a adução do ombro. Não há diferenças intergrupos na amplitude de movimento, dor ou deficiência em qualquer intervalo de tempo.

Added et al., (2016)

Brasil

Efetividade da KT em pacientes com dor lombar crônica não específica quando adicionada uma terapia física

KT padrão “I” nos músculos eretores da espinha, paralelos ao processo espinhal da coluna lombar, com adição de 10 (duas vezes na semana) de sessões de Fisioterapia consistindo de exercícios e terapia manipulativa

Dez sessões de Fisioterapia, duas vezes na semana consistindo de exercícios e terapia manipulativa

Não houve diferença entre grupos nos resultados primários da EVA (diferença média –0.01 pontos) ou incapacidade (diferença média, 1.14) no seguimento de 5 sem. Sem diferenças entre grupo para os outros resultados avaliados, exceto incapacidade 6 meses após a divisão dos grupos (diferença média 2.01 pontos) a favor do GC.

Castro-Sánchez et al. (2012)

Espanha

Efeito da KT na redução da Incapacidade e lombalgia leve crônica, analisando a deficiência, a cinesiofobia, o Índice de Incapacidade de Oswestry, o Questionário de Incapacidade de Roland-Morris e a força da resistência do tronco.

KT em "estrela" aplicado com 25% de tensão na área lombar. Eles mantiveram o KT no lugar por 7 dias (n = 30; 50 ± 15 anos).

KT aplicado em "I", transversalmente no ponto imediatamente acima do ponto máximo da dor lombar. Manutenção por 7 dias (n = 29; 47 ± 13 anos).

O GKT, na semana de aplicação, a Incapacidade de 2 a 6 pontos no índice Oswestry e 0,4 a 2 pontos no Questionário Roland-Morris. Efeitos não foram significantes 4 semanas depois. Os grupos tiveram uma diminuição da dor. A força da resistência do tronco melhorou. Outros resultados não foram significativos.

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Artigo País Resultados Medidos Grupo De Estudo Grupo Co ntrole Resultados

Paoloni et al. (2011)

Itália

Comparação do efeito de KT versus KT mais exercícios versus apenas exercícios na dor, Incapacidade e função muscular em pacientes com dor lombar crônica (n = 39; 63 ± 12 anos).

Aplicação 3 tiras KT paralelas em "I", na região de T12 a L5 na região lombar e 2 tiras de 4 cm bilateral, com 40% de tensão. KT substituído a cada 3 dias. Prazo de 4 semanas. Grupo KT n = 13; Grupo KT + exercícios (igual ao CG) n = 13 tiras KT paralelas em "I" na região lombar bilateral com 40% de tensão. KT substituído a cada 3 dias e acompanhamento de 4 semanas. Grupo KT (n = 13); Grupo KT + Exercícios (n = 13).

Grupo Exercício apenas (n = 13) realizando 3 vezes/semana, por 4 semanas consecutivas, durante 30 minutos, exercícios fisioterapêuticos de relaxamento, abdominais, extensores torácicos e lombares, psoas, isquiotibiais e músculos pélvicos. Foi encorajado a praticar em casa.

Todos os três grupos apresentaram redução significativa na dor após o tratamento. Somente o grupo de exercícios apresentou redução na Incapacidade. O retorno às funções normais dos músculos lombares foi observado em 28% dos pacientes, mas sem redução da dor. O exercício pode melhorar a Incapacidade e a dor em pessoas com dor lombar crônica.

Anandkumar et al. (2014)

Índia

Eficácia da KT na dor e torque isocinético no quadríceps do joelho com osteoartrite.

Três fitas "I" KT aplicadas com tensão de 50 a 75%, duas nas laterais das coxas convergentes para a tuberosidade da tíbia e uma na face medial anterior para a borda medial da patela. Torque de isocinética máxima testada a 900 e 1200/seg, com 5 repetições a cada velocidade. Intervalo de 15 minutos entre os ensaios, 30 minutos para reavaliação, teste de "padrão de subir escada" e EVA (n = 20).

Placebo igual de KT, colocado sem tensão (n = 20).

Grande melhoria no pico de torque do quadríceps (concêntrico e excêntrico em velocidades angulares de 900/s e 1200/s), tarefa padrão de subir escadas e na dor, em favor do grupo experimental quando comparado ao controle.

Oliveira et al. (2015)

Brasil

Efeitos imediatos do KT sobre o desempenho neuromuscular e o equilíbrio de indivíduos submetidos a reconstrução de LCA.

Foi realizado testes de equilíbrio monopodal no baropodômetro, com coleta de dados EMGs das funções musculares. Teste de resistência por dinamômetro isocinético. Então KT aplicado sobre o quadríceps. Reavaliado após a aplicação (n = 15).

Grupo de controle (n = 15) sem aplicação KT e grupo placebo (n = 15) com aplicação placebo KT, na mesma localização, sem tensão.

Nenhuma das variáveis analisadas mostrou diferenças, tanto intra como entre grupos.

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71

Artigo País Resultados Medidos Grupo De Estudo Grupo Controle Resultados

Song et al. (2015)

China

Efeitos da taping rotacional na dor, cinemática da articulação do membro inferior e ativação muscular em mulheres com dor patelofemoral.

Um grupo de estudo transversal em 3 subgrupos sofreu exercícios de agachamento a fundo com a perna dominante na frente. A ordem de execução (com KT, sem KT, KT placebo) foi determinada por randomização. Cada exercício teve um intervalo de 30 segundos entre eles. Ritmo de 30°/seg por metrônomo. Número/hora de repetições não uniformes. KT em "I" com 20% de tensão aplicada contornando o joelho, interna na perna ao lado da coxa. KT placebo colocado na coxa sem tensão.

Oito mulheres saudáveis com características semelhantes. Participaram igualmente nos testes.

O grupo livre de KT, em comparação com o grupo controle, aumentou o ângulo de adução durante o exercício. O GE apresentou menor ativação do reto femoral no início do exercício, de 0 a 15. O uso de fitas KT para a rotação do fêmur e do placebo reduziu a dor no grupo de estudo. Acredita-se que o efeito placebo seja a razão do resultado mais baixo no grupo KT placebo.

Legenda: ATM – articulação temporomandibular; GKT - grupo experimental; GC - grupo controle; KT - kinesio tape; EVA - escala visual analógica

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72

Qualitativamente, referenciado em 10 estudos (66,67%), a EVA foi o

instrumento mais utilizado. Em três dos estudos (20%) fez-se uso da Escala de

Numérica de Classificação Dor (SAAVEDRA-HERNÁNDEZ et al., 2012;

GONZÁLEZ-IGLESIAS et al., 2009; THELEN et al., 2008) e um estudo utilizou

também a Escala de Catastrofização da Dor (THELEN et al., 2008). Para se

quantificar a dor, o limiar de dor por pressão (algometria) foi o instrumento utilizado

por três dos estudos (17,64%) (ÖZTÜRK et al., 2016; AY et al., 2015; BAE et al.,

2014).

Visto ser a recuperação funcional um dos objetivos da busca, para a análise

e quantificação funcional nos estudos foram encontrados, como instrumentos de

avaliação, o Índice de Incapacidade Cervical (SOBHANI et al., 2016; SAAVEDRA-

HERNÁNDEZ et al., 2012; GONZÁLEZ-IGLESIAS et al., 2009), Escala de

Incapacidade de Dor na Nuca (AY et al., 2015), questionários “Índice de

Incapacidade Oswestry” (CASTRO-SÁNCHEZ et al., 2012) e de “Incapacidade de

Roland-Morris” (ADDED et al., 2016; CASTRO-SÁNCHEZ et al., 2012; PAOLONI et

al., 2010), Tarefa Padrão de Subir Escada (ANANDKUMAR et al., 2014);

goniometria (SOBHANI et al., 2016; AY et al., 2015; BAE, 2014; SAAVEDRA-

HERNÁNDEZ et al., 2012; THELEN et al., 2008), testes isocinéticos

(ANANDKUMAR et al., 2014), de dinamometria para avaliação da força (ÖZTÜRK et

al., 2016), eletromiografia (OLIVEIRA et al., 2015; PAOLONI et al., 2011; SONG et

al., 2015), Testes Positivo de Hawkins Kennedy, de Neers, de Velocidade e Exames

eletroaxiosonográficos (DJORDJEVIC et al., 2012), bem como testes avaliativos das

funções da ATM e mastigatórias (BENLIDAYI et al., 2016; BAE et al., 2014).

Dos estudos elegidos, seis deles compararam os efeitos da técnica da KT

com a aplicação da bandagem sem a tensão recomendada (placebo) (ÖZTÜRK et

al., 2016; AY et al., 2015; ANANDKUMAR et al., 2014; CASTRO-SÁNCHEZ et al.,

2012; GONZÁLEZ-IGLESIAS et al., 2009; THELEN et al., 2008) e dois foram

comparados com outra técnica fisioterapêutica (BENLIDAYI et al., 2016;

SAAVEDRA-HERNÁNDEZ et al., 2012). Outros estudos compararam a técnica da

KT a nenhum (ADDED et al., 2016; BAE, 2014) ou a outros procedimentos

(SOBHANI et al., 2016; PAOLONI et al., 2011) ou frente a placebo e a procedimento

de controle (OLIVEIRA et al., 2015; SONG et al., 2015).

Os resultados encontrados referiram-se, entre outros sintomas, mais

especificamente à dor e à recuperação funcional ou a alguma incapacidade tal como

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73

dor na nuca (AY et al., 2015; PAOLONI et al., 2011). Tais resultados reputaram a

melhora nos sintomas investigados nos grupos de intervenção como significativa em

12 dos estudos (ADDED et al., 2016; ÖZTÜRK et al., 2016; BENLIDAYI et al., 2016;

SOBHANI et al., 2016; AY et al., 2015; SONG et al., 2015; ANANDKUMAR et al.,

2014; BAE, 2014; CASTRO-SÁNCHEZ et al., 2012; SAAVEDRA-HERNÁNDEZ et

al., 2012; GONZÁLEZ-IGLESIAS et al., 2009; THELEN et al., 2008), contra um em

que não foi observado efeito no parâmetro estudado (OLIVEIRA et al., 2015) e a

outro (PAOLONI et al., 2011) em que não houve diferença entre os grupos. Também

pode ser verificado que em dois dos estudos (SAAVEDRA-HERNÁNDEZ et al.,

2012; DJORDJEVIC et al., 2012), as melhorias em alguns sintomas ocorreram, mas

não na dor, que permaneceu igual ou não alterou significativamente; em outro

estudo (ÖZTÜRK et al., 2016) em que as diferenças também foram significativas no

grupo controle, parecendo um efeito placebo devido à aplicação da técnica sem

tensão. Com igual efeito, em seguimento do estudo de Paoloni et al. (2011),

observou-se que a melhora da incapacidade, ao final de 6 meses, foi mais

acentuada para o grupo controle.

Verificou-se que a aplicação das técnicas de KT seguiu as orientações

propostas na literatura (KASE et al., 2013), de acordo com região e sintoma a serem

tratados.

Discussão

Na diversidade de possibilidades de tratamento reputadas à técnica da KT,

ela abrange dores localizadas como em joelhos (SONG et al., 2015; ANANDKUMAR

et al., 2014), região cervical, ombros e pés (AY et al., 2015), região

temporomandibular (BENLIDAYI et al., 2016). Já um estudo pesquisou em conjunto

com a eletromiografia a atividade muscular pós-cirurgia de reconstrução de LCA

(OLIVEIRA et al., 2015). Para os mesmos autores, os domínios também foram

encontrados outros, nos quais esses domínios são os que mais apresentaram

associação com a utilização da KT, independente do delineamento da pesquisa, da

população, faixa etária, sexo e mesmo do tipo de intervenção realizada

(DONNARUMMA et al., 2010; KARATAS et al., 2012; KULKARNI et al., 2013;

NUNES et al., 2013; OKESON; DE LEEUW, 2011; ZAJT-KWIATKOWSKA et al.,

2007).

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Neste levantamento da tabela 5, apesar e devido ao reduzido número de

estudos, com 15 elegidos, o resultado aponta para a necessidade de futuras

pesquisas que contemplem a utilização da técnica da KT com adequado rigor

metodológico, com o que sua efetividade possa ser confirmada, tal como estudo de

Saavedra-Hernández et al. (2012), que mostra crescimento de cuidados maiores nos

procedimentos metodológicos a serem seguidos e indica maior rigidez no controle

das variáveis de estudo.

Contudo, também se percebeu que há grande carência de estudos com rigor

metodológico em países regularmente fonte de pesquisas, tal como os EUA

(THELEN et al., 2008) e Itália (PAOLONI et al., 2011), com apenas um estudo cada,

ou mesmo o Japão, onde a técnica se originou, mas com nenhum artigo atual de

referência. Destaca-se que em países em que as condições de saúde da população

carecem de equipamentos (COMARÚ; WESTPHAL, 2004) a utilização desta técnica

poderia suprir a falta daqueles.

Dos 15 estudos selecionados, sete deles de desenho transversal (OLIVEIRA

et al., 2015; SONG et al., 2015; ANANDKUMAR et al., 2014; SAAVEDRA-

HERNÁNDEZ et al., 2012; DJORDJEVIC et al., 2012; GONZÁLEZ-IGLESIAS et al.,

2009; THELEN et al., 2008), e os demais longitudinal (ADDED et al., 2016;

BENLIDAYI et al., 2016; ÖZTÜRK et al., 2016; SOBHANI et al., 2016; AY et al.,

2015; BAE, 2014; CASTRO-SÁNCHEZ et al., 2012; PAOLONI et al., 2011). Embora

os ensaios randomizados sejam o padrão-ouro para determinação de efeito de uma

terapêutica (JADAD et al., 2007), além de importantes para a avaliação de

intervenções para a saúde, percebe-se que há um número baixo desses estudos

incluídos na revisão (3,86% de 388 encontrados) e seu uso parece não estar sendo

tão difundido quanto deveria ser.

Com um percentual aparentemente baixo, a presente revisão conta com

número de estudos randomizados e controlados que sobrepõe em número a

revisões anteriormente perpetradas, como a de Eguia et al. (2014) que no período

de 1986 a janeiro de 2013, de 122 artigos encontrou apenas dois artigos incluídos,

ambos randomizados. Comparando com Saa e Martínez (2012), que em buscas

entre 2000 e 2010 tiveram 41 encontrados e inseridos, apenas oito eram

randomizados e um deles controlado, ou Csapo e Alegre (2014), em buscas de 2010

até março de 2014, de 147 artigos relacionados 19 foram inseridos, porém com

apenas dois randomizados e outros cinco controlados.

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75

Seguindo a mesma linha, em outra revisão sistemática (ARTIOLI;

BERTOLINI, 2014), de 101 estudos 10 foram incluídos no estudo. A presença de

apenas cinco randomizados e dois controlados demonstram presença de baixo

número de estudos com alto padrão de rigor oferecido e denotam pequena adesão,

ou cuidado, com os parâmetros metodológicos dos estudos.

Outra revisão (PARREIRA et al., 2014) levantou ao final do período entre

2008 e 2013, 12 estudos com grupos controle, que contaram com um total de 495

participantes contra os 742 do presente estudo que abrangeu um tempo mais

alargado de buscas de 16 anos. No estudo comparou-se de forma diversificada o

uso da KT com outras intervenções fisioterápicas, com grupo controle sem

intervenções ou com uso de placebo, concluído que as intervenções em populações

com condições musculoesqueléticas não possuem evidências suficientes que deem

suporte ao seu uso. Nesse levantamento, incluindo os estudos que tenham sido

randomizados e contando com comparação com grupo controle, detectaram que a

qualidade das evidências era baixa ou muito baixa e perceberam que os resultados

com o uso da KT não eram melhores do que o tratamento com placebo ou outro

tratamento, como os encontrados por Öztürk et al. (2016) que, em seu estudo com

pacientes com sintomas acima de duas semanas, além de citarem que muitos dos

estudos possuíam alto risco de viés na metodologia, reforçando a necessidade de

maior rigor neste quesito. Esse achado é ratificado por Added et al. (2016), que

igualmente concluíram não ser a KT mais eficaz que tratamentos fisoterápicos

tradicionais tais como exercícios ou terapia manual.

Adicionalmente, estudos de delineamento randomizado não apresentaram

valor positivo para o uso do KT se comparados com os grupos de controle (BAE,

2014), mesmo que algum (ÖZTÜRK et al., 2016) tenha apresentado melhoras frente

a placebo, sendo que nesse devendo se considera que o efeito pode ser, também,

pelos exercícios de acompanhamento, o que havia sido detectado junto ao estudo

de Djordjevic et al. (2012).

Afora falhas que foram apontadas, como a falta de evidências e um rigor no

número mais elevado de participantes, há a questão de estudos com pouco tempo

de seguimento. Quando esse item é contemplado e aponta os efeitos do tratamento,

vem a falhar ao não evidenciar claramente que a técnica seria a razão principal das

melhoras. Tal fato percebe-se ao já citado estudo de Added et al. (2016) que, com

148 participantes, não encontrou diferenças entre intervenções com KT e exercício

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76

frente a somente com exercícios, quer no pós-tratamento como nos seguimentos por

cinco semanas. Reforçando a falta de evidência da eficiência da terapia, aos seis

meses de seguimento, a melhora da incapacidade pelo Questionário de

Incapacidade de Roland-Morris aconteceu a favor do grupo controle, sem diferenças

para o grupo com KT. Resultados semelhantes foram obtidos por Djordjevic et al.

(2012), em estudo com 20 pacientes acometidos de Síndrome de Impacto de

Manguito Rotador, não reconhecendo diferenças entre o grupo atendido por KT

acrescido de terapia de mobilização pelo movimento em comparação com o grupo

atendido com terapia de Exercícios Supervisionados e com atividades de

mobilização e de fortalecimento. Também após cinco dias de seguimento em

quaisquer dos grupos não foram observadas diferenças, mas concluiu-se ter o

tratamento pelo KT em conjunto com a terapia de mobilização uma eficácia

acelerada frente a somente Exercícios Supervisionados.

O estudo de Oliveira et al. (2015), sobre o efeito crônico da terapia na

atividade eletromiográfica em sujeitos pós reconstrução de LCA, não apresentou

mudanças significativas em quaisquer grupos de estudo (KT, placebo ou controle)

na amplitude da ativação do EMG no músculo pesquisado (vasto lateral), o que

corrobora resultados de autores como Laborie et al. (2015), também com

participantes pós reconstrução de LCA, e que igualmente não teve diferença na dor

pós-operatória pós três dias de intervenção. Contrariamente a ambos, com

participantes acometidos de dor lombar crônica, Paoloni et al. (2010) concluíram

haver significante redução da dor como resultado da aplicação do KT.

Contudo, como observado, ressalta-se que nos três estudos houve

seguimento de pouca duração, levando a especular que pode ter havido alterações

nos resultados não detectados com o passar do tempo.

Foi referenciado que a EVA se tornou o instrumento mais utilizado para a

determinação da dor, com alta replicabilidade e validade (JENSEN, 1999),

corroborando as indicações de Freitas et al. (2009), Ferreira-Valente, Pais-Ribeiro e

Jensen (2011), que afirmam ser esse instrumento o de maior uso em estudos

relacionados à dor, enquanto que para as incapacidades específicas, protocolos

foram consistentes com as deficiências a serem investigadas. O uso da algometria

em três dos estudos leva a que as avaliações da sintomatologia da dor possam ter

sido menos subjetivas, tal como é referido por Alfonsin (2016).

Os estudos randomizados de cegamento-simples (CASTRO-SÁNCHEZ et al.,

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77

2012; PAOLONI et al., 2011; SOBHANI et al., 2016) demonstraram que o uso da KT

resultou melhoras nos parâmetros buscados (dor, incapacidade e resistência de

força). Quando se compara as técnicas utilizadas, a terapia manual (SOBHANI et al.,

2016) favoreceu aumento na amplitude de movimento, possivelmente, pela própria

ação do movimentar da articulação, fato que também ocorreu no estudo de Paoloni

et al. (2011), no qual o grupo com aplicação de KT teve maior redução na

incapacidade da região lombar. No estudo, um dos grupos foi contemplado pela

terapia via exercício físico e KT, e a utilização da banda de KT pode ter levado a

impedir maior amplitude de movimentos ao executar os exercícios e a liberdade de

movimentos do grupo controle ter gerado maior ganho em comparação àquele

grupo. Sobhani et al. (2016), por sua vez, não encontraram resultados significativos

na comparação entre os grupos, ainda que ao início as melhoras possam ter sido

mais acentuadas e no seguimento, houve manutenção, ou mesmo piora, ao longo

do tempo.

Relativamente aos estudos investigados, três aqueles com design

randomizado e duplo-cego (ANANDKUMAR et al., 2014; AY et al., 2015; THELEN et

al., 2008), apresentaram resultados favoráveis e significativos com relação à dor,

amplitude de movimento, incapacidade e força, inclusive quando comparados com o

grupo controle. Pode-se inferir que a melhor estabilidade, reputada como uma das

propriedades da banda de KT, possa ter favorecido ao desempenho no componente

relativo à força (torque, força e retorno venoso), bem como a amplitude de

movimentos quando do afastamento da dor. Quanto à recuperação funcional, tais

achados corroboram tanto Tsai et al. (2009) que também alcançaram melhoras com

o uso da KT no sentido da melhoria do retorno venoso em pessoas com linfedema

relacionado ao câncer de mama, como também Ristow et al. (2014) que detectaram

acréscimo na funcionalidade, com melhorias pós extração de dentes do siso na

redução de edema, trismo e menor morbidade dentária.

Entretanto, não se torna possível afirmar que isso é exclusivamente da

aplicação da KT, pois, também, no grupo controle aconteceram melhoras. No estudo

de Aguilar-Ferrándiz et al. (2014), com amostra final de 104 indivíduos (alocados em

dois grupos iniciais de 60), por serem realizados com uma amostra relativamente

pequena, pode-se especular que poderá ter havido outras variáveis a interferir na

melhora, tal como pode ser reputado a um efeito placebo (GREENE et al., 2009)

quando utilizado a KT sem tensão ou a bandagem não elástica. Esse efeito tem

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respaldo no estudo de Song et al. (2015) em pesquisa transversal com sujeitos

acometidos de dor na região patelofemoral, o qual apontou ter o uso de bandagem

(KT placebo) favorecido a melhoria, corroborando com Koshi et al. (2007) para as

quais é comum esse efeito em pacientes que sofrem de condições como dor

crônica. O efeito da fita placebo, presumidamente, pode ser decorrente de estímulos

proprioceptivos quando utilizada a fita placebo no local, tal com o se reputa ser uma

das qualidades da KT (HALSETH et al., 2009; RIBEIRO et al., 2009).

No que concerne ao escore de qualidade dos estudos, é importante ter em

vista que todos os artigos aqui apresentados foram analisados por dois revisores

independentes no sentido de aplicar uma ferramenta que determinasse a referida

qualidade dos mesmos. Como o padrão em estudos clínicos em Fisioterapia é

determinado pela Escala de Qualidade PEDro (SHERRINGTON et al., 2000), foi o

instrumento escolhido por ranquear os artigos de acordo com a qualidade de seus

desenvolvimentos, designadamente no que se refere à metodologia (SHIWA, 2012).

Considerações Finais

O uso da KT tem se expandido pelo mundo e nas mais diversas áreas. A

grande divulgação, conhecimento e crédito nas propriedades da mesma, muitas

vezes, decorrem do uso que é feito por atletas que a usar, que emprestam seus

rostos e, mais acertadamente, seus desempenhos em prol da técnica.

Independente de qual o fim a que se direciona, o resultado final é com toda a

certeza a busca do sanar a disfunção, e nessa busca todos os procedimentos para a

recuperação da saúde são válidos.

Foi observado a partir desta revisão que há uma associação entre a utilização

do KT e a recuperação funcional pela diminuição de incapacidades, havendo

resultados positivos encontrados nas intervenções que contaram com o uso da KT

associado a outra terapia, o que indica a multivariedade de procedimentos que

podem vir a ser mais efetivos.

Para futuros estudos, de acordo com os presentes achados, eles deverão ser

os mais variados, e devem ser estimulados a elevar o rigor metodológico. Para isso,

fazer uso da randomização, com grupos controle, cegamento, seguimento mais

longos, e tratamentos estatísticos adequados. Com uma amostragem com maior

número de participantes, poder-se-á extrapolar os resultados para populações

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também maiores.

Ao se atentar para o aparecimento de novos estudos, incluindo os para além

do período especificado na metodologia a ser utilizada, e para tal eventualmente

executando novas buscas no decurso do estudo com o objetivo de sanar ou clarear

possíveis impasses, poderá ser possível cercar e sustentar resultados obtidos em

pesquisas futuras.

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5.3 ARTIGO 3

ESTUDO RANDOMIZADO CONTROLADO DUPLO-CEGO DOS EFEITO S DA APLICAÇÃO DA KINESIO TAPE NA DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR LOCALIZADA

Cynthia M. R. Dutra1, Katren P. Corrêa2, Bianca S. Zeigelboim3, José S. Neto4, Rosane S. Santos4

1 Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Distúrbios da Comunicação, Universidade Tuiuti do Paraná, Curitiba, Brasil. 2 Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Tecnologia da Saúde da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Curitiba, Paraná Brasil. 3 Pró-Reitora do Programa de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão da Universidade Tuiuti do Paraná, Curitiba, Brasil. 4 Professor no Programa de Pós-Graduação em Distúrbios da Comunicação, Universidade Tuiuti do Paraná, Curitiba, Brasil.

Autor correspondente :

MSc. C.M.R. Dutra, Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Distúrbios da Comunicação,

Universidade Tuiuti do Paraná, Curitiba, Brasil.

Rua: Sydnei Antonio Rangel Santos, nº 238, Santo Inácio, Curitiba, CEP: 82010330, Curitiba, Brasil

E-mail: [email protected]

Resumo: Objetivo: Investigar os efeitos na disfunção temporomandibular miogênica localizada promovidos por uma única aplicação da Kinesio Taping. Desenho : estudo clínico randomizado, controlado duplo cego, com grupos paralelos. Local : Clínica Escola de Fisioterapia da Universidade Tuiuti do Paraná. Participantes: 70 participantes com diagnóstico clínico de Disfunção Temporomandibular (TMD) e diagnóstico de dor miogênica pelo Research Diagnostic Criteria for Temporomandibular joint Disorders (RDC/TMD) há mais de seis meses, foram aleatoriamente sub-divididos em um grupo experimental (GKT), ou em um grupo controle (CG). Intervenção : GKT – recebeu KT; GC – recebeu placebo com esparadrapo. Medidas principais : a dor (escala visual analógica – EVA), limiar à dor por pressão (algometria), termografia (avaliação da temperatura corporal) e eletromiografia (EMG) (funcionalidade muscular) foram medidos no momento imediatamente antes da intervenção, e ao terceiro dia de tratamento. Análise estatística : descritiva pelo Microsoft® Office Excel 2013 (valores absolutos e relativos - %), e pelo software R®da distribuição e comparação das variáveis pelos testes de Shapiro-Wilk, t de Student ou de Wilcoxon, e a correlação de Pearson e regressão logístico ordinal para a variável acometimento. Manteve-se um nível de significância a 5% (p<0,05). Resultados : Não foram observadas diferenças no tempo de acometimento frente ao sexo, dor ou grupo; entre os momentos foi significante a variação da dor para o GC (p=0,0001) e para o GKT (p=0,00031), podendo caracterizar efeito placebo para o GC; na algometria foi significante a variação para o GC (p=0,02245), mas não para o GKT (p=0,05673); a EMG apresentou significância para o GKT referente aos músculos temporal, na média e mediana (p=0,04089 e p=0,00026), e masseter média (p=0,00021), sem significância para o GC; a termografia com variação maior do GKT não apresentou significância entre os momentos. Entre a algometria e a escala de dor não houve correlação (r -0,37). Conclusão : o presente estudo não apresentou resultados que atestem ser a KT responsável pela redução no quadro álgico em pessoas com DTM miogênica quando diagnosticada pela Escala Visual Analógica, mas parecendo ser eficaz na recuperação da funcionalidade da musculatura da ATM pela EMG, sem significância nos resultados da resistência da dor à pressão pela algometria e da variação da temperatura frente à disfunção pela termografia. Os resultados positivos apresentados pelo GC sugerem ter havido efeito placebo no tratamento. Sugere-se estudos com maior tempo de seguimento para melhor avaliação das intervenções. Palavras-chaves: Kinesio Taiping, eletromiografia, algometria e termografia.

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81

INTRODUÇÃO

A prática da alimentação e a comunicação verbal promovem forças de

compressão e de cisalhamento na região de Articulação Temporomandibular (ATM),

que é a mais forte do corpo humano (DONNARUMMA, et al., 2010; NEUMANN,

2010). Tosato e Caria (2006) relatam que devido a trauma, doença reumática, lesão

meniscal ou sobrecarga crônica da articulação, tanto a ATM como as estruturas

periarticulares podem sofrer lesões outras que as deixam suscetíveis a um quadro

de disfunções temporomandibulares (DTM).

A DTM é apresentada como um grupo de doenças que afetam os músculos

da mastigação, a ATM e as estruturas adjacentes (CUCCIA; CARADONNA, 2009;

DURHAM et al., 2013; TEIXEIRA, 2015), da qual as alterações miogênicas

representam o maior subgrupo com mais de 80% dos casos (OLIVEIRA, 2015;

SIQUEIRA; TEIXEIRA, 2009) com predominância do sexo feminino (MAIXNER et al.,

2011; THELEN et al., 2008) e na faixa etária entre 20 e 40 anos (HARRISON et al.,

2014; OLIVEIRA, 2015) impactando de forma negativa a vida da população afetada

(BAKKE; HANSDOTTIR, 2008; TJAKKES et al., 2010).

Em 1992 foram criados o Research Diagnostic Criteria for

Temporomandibular Disorders (RDC/TMD) (DWORKIN, 1992), um sistema padrão

para examinar, diagnosticar e classificar as DTM, que foi então dividida em 3 grupos

(HILGENBERG et al., 2012; MANFREDINI et al., 2011; UÇAR et al., 2013; WIESE et

al., 2011), sendo atualizado em 2014 (SCHIFFMAN et al., 2014), a partir de quando

se permite melhor identificação da classificação dos tipos de DTM, possibilitando

conduzir diagnóstico mais preciso e um planejamento terapêutico melhor

direcionado e objetivo (DE SENNA et al., 2009).

Com isso, percebe-se que uma abordagem multidisciplinar por meio de

tratamentos fisioterapêuticos, fonoaudiológicos e odontológicos (BORIN et al., 2012)

são fundamentais, buscando reduzir a sobrecarga e levando ao alívio da dor

(SOBHANI et al., 2016; THELEN et al., 2008).

Pesquisas recentes têm retratado a terapia da Kinesio Taping (KT), criada por

Kenzo Kase em 1973 (KASE et al., 2003), como uma técnica para tratar diversos

distúrbios, promovendo redução das algias articulares, miogênicas (AY et al., 2015;

BENLIDAYI et al., 2016), e ações linfáticas e dérmicas (KASE et al., 2013), estas

que visam promover aumento da estimulação somato-sensorial por meio de input

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82

proprioceptivo e mecanorreceptivo, permitindo respostas de inibições, ativações e de

facilitações musculares (CHANG et al., 2015).

Enquanto que para as diversas regiões do corpo encontram-se uma

variedade de estudos, voltado à ATM há poucos tratando sobre o tema (BENLIDAYI

et al., 2016).

Assim sendo, o presente trabalho tem como objetivo principal analisar os

efeitos agudos promovidos pela terapêutica da KT na DTM.

Materiais e Métodos

Este estudo clínico randomizado, controlado e duplo cego, com grupos

paralelos (MOHER; SCHULZ; ALTMAN, 2004) foi aprovado pelo Comitê de Ética em

Pesquisa da Universidade Tuiuti do Paraná (UTP) (parecer nº 2.287.402). Foi

realizado nas Clínicas Escola de Odontologia e de Fisioterapia da UTP, essa última,

local de apresentação e recrutamento dos participantes.

A seleção dos participantes foi baseada nos seguintes critérios: apresentar

diagnóstico de DTM miogênica a partir da avaliação RDC/TMD há pelo menos 6

meses e idade entre 18 e 60 anos. Os critérios de exclusão estabelecidos foram:

traumatismos recentes ou antigos na região da face, indivíduos que tivessem

realizado tratamento para DTM nos últimos seis meses ou uso de medicamentos

analgésicos e/ou anti-inflamatórios, uso de placa oclusal, em tratamento ortodôntico,

presença de distúrbios neurológicos centrais ou periféricos, tivessem diagnóstico de

doença sistêmica, histórico de cirurgias e/ou de tumores ou traumas na região de

cabeça e/ou pescoço.

O fluxograma apresentado na Figura 4 mostra o delineamento aplicado no

estudo, no qual os procedimentos descritos foram empregados em outros estudos,

nomeadamente o diagnóstico de DTM pelo RDC/TMD (SCHIFFMAN et al., 2014), a

anamnese da dor (CORONADO et al., 2012; FERREIRA-VALENTE et al., 2011), a

avaliação eletromiográfica (BOTELHO et al., 2010) e a avaliação termográfica

(CARVALHO et al., 2012).

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83

Figura 4. Fluxograma do delineamento da pesquisa

Intervenção KT (01 aplicação)

Dia 1: Avaliação pré-intervenção: - Algometria

- EVA - Termografia

- EMG

Alocação Grupo Controle (GC)

Alocação Grupo Experimental (GKT)

Randomização

Intervenção Esparadrapo (01 aplicação)

Dia 3: Avaliação pós-intervenção: - Algometria

- EVA - Termografia

- EMG

Dia 3: Avaliação pós-intervenção: - Algometria

- EVA - Termografia

- EMG

Fim da pesquisa

Oferta da intervenção KT para os alocados no GC

Submissão e Aceite do projeto pelo o CEP da UTP

Assinatura do TCLE

Seleção da Amostra

Análise dos critérios de inclusão e exclusão

Dia 1: Avaliação pré-intervenção: - Algometria

- EVA - Termografia

- EMG

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Após aprovação pelo CEP o convite para participar da pesquisa foi realizado

por meio de cartazes distribuídos na UTP. A busca por pessoas com dor miogênica

foi conduzida de acordo com os princípios éticos, conforme a resolução 466/2012 do

Conselho Nacional de Saúde do Ministério da Saúde, em concordância com a

Declaração de Helsinque.

O primeiro contato aconteceu via telefone, sendo agendada entrevista inicial

na qual foi apresentada a proposta do estudo e os participantes foram informados

sobre a randomização para a composição de dois grupos, grupo de estudo (GKT)

que receberia a fita terapêutica KT e o grupo controle (GC), placebo (esparadrapo

da mesma cor que a fita KT). Foram informados também que ao final da pesquisa os

participantes que fizessem parte do GC poderiam receber a intervenção realizada no

grupo de estudo, se assim o desejassem.

A partir de cálculo amostral (BUSSAB; MORETTIN, 1987) foi estipulado um

número de 96 participantes para tomar parte do estudo. No total, 77 pessoas

atenderam ao chamamento, e foram submetidos ao protocolo de avaliação de

RDC/TMD como critério de inclusão, realizada por um dentista. O RDC/TMD é um

método padrão e um esquema de diagnóstico bem operacionalizado (SCHIFFMAN

et al., 2014), com alta confiabilidade e que é amplamente empregado pelos

profissionais clínicos e de pesquisa quando presença de diagnóstico de dor

miogênica proveniente da DTM. Após o aceite em participar do estudo, com a

assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (APÊNDICE B).

Ao término, sete foram excluídos (dois por uso de placa oclusal e cinco por fazerem

uso de anti-inflamatórios).

Os 70 participantes incluídos foram alocados aleatoriamente em dois grupos

por meio do método de envelopes, com cartões coloridos (azul para GKT e amarelo

para o GC). Os cartões foram colocados separadamente em envelopes fechados,

cada participante escolhia aleatoriamente um cartão e o entregava à fisioterapeuta

que aplicou a técnica, e que permaneceu cega frente às demais avaliações, para

que fosse aplicada a KT ou o tratamento placebo (fita esparadrapo – FE, de igual cor

e textura semelhante a KT), conforme sua alocação.

Todos os avaliadores e participantes foram cegos em relação ao tratamento.

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85

Mensuração dos resultados esperados

Todos os participantes foram submetidos à primeira etapa de avaliações:

EVA, algometria, termografia e EMG da região afetada. Logo após receberam a

aplicação da KT ou FE, de acordo com sua alocação. Após três dias aconteceu nova

etapa de avaliações.

A EVA avalia o componente de intensidade da dor baseada no relato do

paciente (CRAANE et al., 2012; MALUF et al., 2008; PACKER et al., 2005), validada

internacionalmente, bem como modifica um sintoma subjetivo em uma avaliação

objetiva (BAE, 2014; RISTOW et al., 2014; SAAVEDRA-HERNÁNDEZ et al., 2012;

FERREIRA-VALENTE et al., 2011),

Foram realizadas higiene e tricotomia do local a ser tratado, iniciando-se a

etapa das avaliações que seguiram a seguinte ordem:

1ª - Avaliação da dor utilizando-se a algometria (Figura 5), utilizando-se o

instrumento de pressão digital Wagner Force DialTM, modelo FDK10 (Wagner

Instruments, EUA), aplicado com pressão progressiva e crescente a cada segundo,

e a EVA, conduzida por um único avaliador para todos os participantes, nos dois

momentos (ALFOSIN, 2016; SIVIERO et al., 2013).

Figura 5. Algometria realizada em uma das participantes e instrumento de pressão digital Wagner

Force DialTM modelo FDK10. Fonte: A autora, 2017

2ª - Termografia: fez-se uso de uma câmera termográfica, modelo FlirOneTM (FLIR

Systems© Inc., EUA), com controle de ganho automático, sensibilidade térmica

<0,1°C a 25°C e amplitude de -200C a +600C, resolução de 640 x 480, acoplada a

uma câmera ligada por meio de um cabo USB mini B a um computador com

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software específico instalado para aquisição, armazenamento, processamento e

análise de imagens infravermelhas denominado FLIR ONE© (Figura 6).

Figura 6. Câmera termográfica modelo Flir One e imagem coletada

Fonte: A autora, 2017

O conjunto da câmera foi posicionado sobre um tripé, regulável para ser

mantido à altura da face do participante com o computador posicionado em mesa ao

lado. A câmera permaneceu a um metro da cadeira utilizada para a coleta. Todos os

posicionamentos foram padronizados, marcando-se os enquadramentos e pontos de

fixação dos equipamentos de forma a garantir a fidedignidade nas avaliações pré e

pós (Figura 7).

O ambiente contava com bloqueio de luminosidade externa e com baixa

iluminação, essa realizada por lâmpada fria tipo ligth emition diode (LED), evitando

causar alteração de temperatura local, contra uma superfície mate (minimamente

reflexiva), com controle de temperatura (entre 21oC e 23°C), e monitoramento da

umidade (mantida em 50%). A temperatura e umidade foram monitoradas em tempo

integral pelo termo-higrômetro digital da marca TESTO 608-H1 (Figura 8) com faixa

de mensuração 0-500C e precisão ± 0,50C para a temperatura, e de 5-95% (± 0,10)

de relativa do ar com precisão de 0,1% de umidade relativa. A manutenção dos

parâmetros foi obtida com auxílio de um climatizador de ar portátil e umificador

Midea Liva frio com controle remoto, regulado para manter a temperatura estável.

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Figura 7. Setup da termografia

O participante permanecia por 15 minutos no ambiente controlado com

objetivo de ambientação, isolado da área de coleta das imagens por um biombo.

Para a aquisição das imagens, era mantido sentado, ereto na cadeira de coleta,

dorso apoiado na cadeira, pés apoiados ao solo, olhar fixo à frente e mãos apoiadas

sobre as coxas (COSTA et al., 2013).

Para o estudo foram realizadas três imagens nas posições frontal, lateral

direita e esquerda, e na distância padrão estabelecida em 1m (COSTA et al., 2013),

com tempo médio de aquisição de 30 segundos para cada posição.

No sentido de confiabilidade e de minimizar intergerências de medidas

(HILDEBRANDT; RASCHNER; AMMER, 2010), uma segunda avaliadora, a mesma

nos dois momentos foi responsável pela aquisição de imagens de todos os

participantes.

As demais instruções para a coleta seguiram o guia da International Academy

of Clinical Thermology (IACT, 2002).

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Figura 8. Termo-higrômetro digital, TEXTO/608-H1 climatizado e umificador de ar portátil Midea Liva® Fonte: A autora, 2017

3ª - EMG: foi utilizado o eletromiógrafo modelo Miotool 400 (Miotec® - Equipamentos

Biomédicos Ltda., Brasil) em conjunto com o software Miograph que acompanha o

aparelho (Figura 9). Possui quatro canais, filtro Passa Baixa, função específica para

cálculo do RMS, com ganho de sinal de até 2000 vezes. Foram utilizados eletrodos

descartáveis pré-ampliados de configuração bipolar da marca Double Trace®,

modelo LH-ED4020, com 15 mm de raio, utilizados prioritariamente com o aparelho

e software da MIOTEC®. O aparelho foi acoplado a um microcomputador portátil da

marca DELL®, modelo Inspiron I3 7359, com processador I7 e 8 GB da RAM,

compatível com o software nele instalado. Com sensores calibrados sempre ao

início das sessões de avaliação, e seguindo preceitos de variados estudos

(GONZALEZ et al., 2011; BOTELHO et al., 2010; CALLAGHAN et al., 2009), os

eletrodos foram posicionados na região dos músculos masseter e temporal, e no

osso frontal um eletrodo neutro (Figura 8). Com dados coletados ao ser realizado a

máxima contração da musculatura, com duração de três segundos, por três vezes,

com intervalo de 60 segundos entre cada coleta (SIQUEIRA, 2016), o de maior

amplitude foi considerado para o estudo.

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Figura 9. Posicionamento dos eletrodos na avaliação eletromiográfica / Eletromiógrafo modelo Miotool 400, Miotec®

Fonte: A autora, 2017

Para a coleta, o participante era mantido sentado, ereto na cadeira de coleta,

dorso apoiado na cadeira, pés apoiados no solo, olhar fixo à frente e mãos apoiadas

sobre as coxas, confortavelmente (SIQUEIRA, 2016).

Visando a padronização dos protocolos e a reprodutibilidade do estudo

(FERREIRA, 2014; DE FELÍCIO et al., 2012a; FERRARIO et al., 2000) a mesma

avaliadora foi a responsável pelo teste em todos os participantes.

4a - KINESIO TAPING

Grupo de Intervenção

O GKT foi tratado com uma aplicação da fita Kinesio Tape (Kinesio Tex Gold®,

de cor bege) pela da técnica de inibição em “Y” (KASE et al., 2003). Aplicou-se a KT

nos músculos masseter e temporal, consoante ao tamanho do músculo

comprometido, com fixação da âncora na região da ATM e participante com a boca

fechada. O estiramento das outras extremidades em 15% (tensão leve) com o

participante em abertura total da boca (KASE et al., 2013). O participante era

orientado a fechar novamente a boca e as outras extremidades eram fixadas na

pele, encerrando a aplicação da técnica (PAOLONI et al., 2011) (Figura 10).

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Figura 10. Aplicação da KT e fita de KT Tex Gold®

Fonte: A autora (2017)

Grupo de Controle

O GC recebeu uma aplicação da FE (marca 3M®) na mesma região e a partir

de posição neutra (boca fechada), sem o alongamento da fita. Ao final do estudo foi

ofertada a aplicação de KT a todos estes participantes.

A fisioterapeuta que aplicou a técnica tem a certificação e experiência na

aplicação do método.

Análise dos Dados

Os dados levantados foram analisados utilizando-se a estatística descritiva

por meio do software R (R CORE TEAM, 2014) e pelo Microsoft Office Excel 2013.

A caracterização da amostra foi realizada em termos da frequência absoluta e

relativa para as variáveis gênero, lateralidade e tempo de acometimento. A idade

está pela média e mediana, além de desvio padrão, mínimo e máximo.

A relação entre a escala de dor frente ao grupo de alocação, ao sexo e tempo

de acometimento foi determinada a partir de uma variável ordinal de dor com 3

categorias: < 0, = 0 e > 1, e se ajustou um modelo de regressão logístico ordinal

considerando as três interações e a idade.

Para as variáveis da EMG de masseter médio, masseter mediano, temporal

médio e temporal mediano, da dor (EVA e algometria) e da termografia em relação

ao grupo foi calculada a variação de cada variável entre os momentos depois em

relação ao antes da intervenção. Essas variações foram apresentadas em valores

absolutos e relativos (%).

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Para verificar a normalidade das distribuições das variáveis entre os grupos

foi aplicado o teste de Shapiro-Wilk. Aquelas que apresentaram distribuição normal

foram descritas a partir da média e desvio padrão e os valores do depois em relação

ao antes da intervenção foram comparados por meio do Teste t de Student

(BUSSAB; MORETTIN, 1987). Se a exigência de normalidade não foi atendida, o

Teste Wilcoxon foi aplicado (SIEGEL, 1975). Relativamente aos escores de dor

(EVA e algometria) e da termografia, além desses testes não-paramétricos e devido

ao caráter ou subjetivo da avaliação e/ou pela característica ordinal da variável,

foram ainda indicados os valores máximos e mínimos.

Os resultados estão apresentados em tabelas e figuras.

Em todas as análises foi considerada um nível de significância de p<0,05.

Resultados

Caracterização da Amostra

A amostra foi constituída por 70 participantes com DTM miogênica, sendo que

56 desses indivíduos (80%) eram do sexo feminino. As participantes do sexo

feminino apresentaram uma idade média 31,66 anos ± 9,09 e máxima de 57 anos,

enquanto os do sexo masculino 28,57 anos ± 6,32 chegaram a idade máxima de 40

anos. Ambos os sexos apresentaram 20 anos como idade mínima.

Por grupos a média de idade do GC foi de 32,3 (± 8,58) contra 29,7 anos (±

8,66) do GKT. Ambos os grupos tiveram idades mínima e máxima iguais, de 20 e 57

anos, respectivamente.

Na Tabela 6 é apresentada a caracterização da amostra, GKT e GC, em

separado.

Tabela 6. Caracterização da amostra (n = 70) em relação ao sexo, à idade (em anos) Variáveis Categorias GKT (n=35) GC (n=35)

Sexo Feminino 27 (77,1%) 29 (82,9%)

Masculino 8 (22,9%) 6 (17,1%)

Idade (anos) Mediana (anos) Mín – Máx (anos)

Feminino 30,59 ± 8,97 26 ± 9,25

Masculino

26,75 ± 7,18 28

20 a 57

31 ± 4,38 31

20 a 57

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A média de idade do GC foi 2,6 anos (8,75%) maior que o GKT que, com

iguais mínima e máxima e juntamente com os desvios-padrão de ± 8,58 (GC) e de ±

8,66 (GKT), representam que os grupos variam na mesma faixa de valores. Assim, a

partir dos boxplot (Figura 11), e apesar de a média e a mediana do grupo feminino

serem superiores em relação ao masculino, pode-se perceber que a variação da

idade foi similar.

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Figura 11. Bloxplot para a idade em relação aos grupos (GC e GKT) e aos sexos (n = 70)

Tempo de Acometimento

A distribuição do tempo de acometimento (TA) foi similar entre os grupos, e

com 77,1% do GKT e 82,9% do GC com tempos superiores a um ano, reforçam a

similaridade entre os grupos quando consideradas todas as variáveis (Tabela 7).

Tabela 7. Frequência observada e relativa (%) para a variável sexo em relação à variável acometimento da dor Tempo de Acometimento 6 a 12 meses 13 a 18 meses Acima de 19 meses

Sexo Feminino 11 (19,6 %) 27 (48,2 %) 18 (32,1 %) Sexo Masculino 3 (21,4 %) 5 (35,7 %) 6 (42,9 %)

GKT (n=35) 8 (22,9%) 13 (37,1%) 14 (40%)

GC (n=35) 6 (17,1%) 19 (54,3%) 10 (28,6%)

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Quando analisada a variável sexo em relação à variável TA, percebe-se que

independente do tempo, o sexo feminino é o mais acometido pela patologia

estudada, sendo que a maioria dessas participantes teve um TA entre 13 a 18

meses (48,2%), enquanto entre os participantes do sexo masculino o acometimento

acima de 19 meses foi o mais frequente (42,9%).

Tempo de Acometimento Frente ao Sexo e Grupo

Na Figura 12 encontra-se a distribuição da escala de dor entre os sexos dos

pacientes, grupo e acometimento, bem como na figura 13 a relação da escala de

dor em relação ao grupo e o acometimento.

Figura 12. Distribuição da escala de dor entre os sexos, grupos e tempo de acometimento da amostra total

Acometimento 6 a 12 meses 13 a 18 meses Acima de 19 meses

Feminino Masculino

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95

Figura 13. Relação da escala de dor em relação ao grupo e ao tempo de acometimento.

Na figura 12, apesar da variação entre os grupos, não se observa

comportamento determinístico entre os grupos para a escala de dor. Com a mediana

de os boxplots próximas, na figura 13, não se apresentam diferenças na escala de

dor entre os acometimentos para cada grupo, com apenas efeito geral de grupo.

Na figura 14 observa-se que não parece haver diferença na escala de dor

entre os sexos para cada grupo, com a mediana de os boxplots próximas, com

apenas efeito geral de grupo. O gráfico da figura 15 sugere que, para as pessoas

com menor tempo de acometimento, os pacientes do sexo masculino obtiveram

variação mais negativa que às do feminino.

Acometimento 6 a 12 meses 13 a 18 meses Acima de 19 meses

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Figura 14. Diferença na escala de dor entre os sexos para cada grupo, com a mediana de os boxplots

Figura 15. Distribuição de pessoas com menor tempo de acometimento, os pacientes do sexo

masculino obtiveram variação mais negativa que as do feminino

Sexo feminino masculino

6 a12 meses 13 a 18 meses Acima de 19 meses Acometimento

Sexo feminino masculino

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Gráficos de Correlação da Escala de Dor e Idade

Na figura 16, a seguir, apresenta a escala de dor em relação à idade, na qual

visualiza-se a dispersão da escala de dor em relação à idade, notando-se que não

existe padrão claro entre as duas variáveis.

Figura 16. Dispersão da escala de dor em relação à idade entre a dor e a idade

Escala de Dor e Algometria

Escala de dor

Os valores da dor pela EVA, decrescendo, apresentam igual comportamento

nos dois grupos, após a intervenção, com melhoras significativas em ambos (Tabela

8).

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Tabela 8. Medidas descritivas para a variável Dor (EVA), em sua escala original do GC, na pré e pós-intervenção (n = 35)

Variável Pré Pós

M med dp m med dp p

GC 7,97 8 ± 1,2 7,74 8 ± 1,27 0,0001

GKT 6,89 7 ± 1,51 5,94 6 ± 1,55 0,00031

Escala visual analógica = EVA. m = média. med = mediana. sd = desvio padrão

Contudo, ao se comparar as médias dos grupos, percentualmente, os valores

das diferenças entre os momentos pré e pós intervenção de 3,94% para o GC e de

8,74% para o GKT, são superiores a favor do grupo que recebeu a Kinesio Tape.

A rejeição da hipótese de normalidade, o valor-p = 0.00009 (teste de

Wilcoxon) indica que os indivíduos do GKT obtiveram menores valores para a escala

de dor depois do experimento do que antes se comparado aos indivíduos do GC.

Na tabela 9 estão dispostas as medidas percentuais das diferenças entre os

momentos pré e pós-intervenção de ambos os grupos.

Tabela 9. Medidas descritivas para a variável Dor (EVA), na pré e pós-intervenção (n = 35, em %)

Variável GC GKT

mín m med sd Máx mín m med Sd máx

EVA -33 -3 0 ± 7 11 -43 -12 -14 ± 22 60 mín = mínimo. m = média. med = mediana. sd = desvio padrão. máx = máximo.

Para a variável EVA o GC apresentou mediana igual a 0, ou seja, não

retratando diferença entre o antes e o depois. Já para o GKT, a mediana igual a -

0.14 e um valor máximo igual a 43% indicam que pelo menos metade dos pacientes

exibiram menor valor de dor em 14%, e algum paciente melhorou em 43% da dor

que estava sentindo.

Algometria

Os valores percentuais de diferença, entre os momentos pré e pós

intervenção, de -2,97% para o GC e de 15,99% para o GKT, indicam ser superiores

a favor do grupo que recebeu a Kinesio Tape. Na tabela 10, a seguir, é possível

visualizar as medidas da algometria, crescente em ambos os grupos, nos dois

momentos da avaliação.

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99

Tabela 10. Medidas descritivas para a variável algometria em sua escala original dos grupos, na pré e pós-intervenção (n = 70, em Kgf)

Variável Pré Pós

M med sd m med sd p

GC 1,88 1,9 ± 0,34 1,94 1,97 ± 0,28 0,02245

GKT 1,83 1,93 ± 0,36 1,99 2,1 ± 0,41 0,05673 m = média. med = mediana. sd = desvio padrão

Tabela 11. Medidas descritivas para a variáveL algometria (ALG), na pré e pós-intervenção (n = 70, em %)

Variável GC GKT

mín m med sd Máx mín m med sd máx

ALG -33 5 3 ± 20 73 -20 9 11 ± 12 38 mín = mínimo. m = média. med = mediana. sd = desvio padrão. máx = máximo.

Com a rejeição da normalidade da variação, com um valor-p = 0,08213 (teste

de Wilcoxon) não existe diferença na variação de algometria entre os grupos (Tabela

11).

Figura 17. Bloxplot da Algometria dos GC e GKT (n = 70)

No boxplot nota-se (Figura 17) efetivamente que o GKT possui variação de

mediana ligeiramente superior a dos participantes do GC. Entretanto, um

participante do GC suportou a maior pressão dentre todos (ponto mais alto no

gráfico), com mais que 0,6 de pressão em relação a antes.

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Correlação entre a EVA e a Algometria

Na Figura 18 verifica-se relação linear negativa entre as variáveis. O valor do

coeficiente de correlação amostral de Pearson, igual a -0.37 é fraca ou, no máximo

moderado, e o valor-p igual a 0.0000014 afirmam inexistir uma forte correlação entre

os dados levantados.

Figura 18. Relação linear negativa entre as variáveis

Eletromiografia

Com vistas à determinação do comportamento da EMG, (Tabela 12 e Tabela

13) estão apresentadas as medidas descritivas do músculo temporal (T) e masseter

(M), considerando suas variações absolutas e percentuais (%) e seus níveis de

significância (p < 0,05) em relação aos dois momentos, em valores absolutos (µV).

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Tabela 12. Medidas descritivas da EMG do músculo temporal da média e mediana, em sua escala original, do GC (n=35) e GKT (n=35) na pré e pós-intervenção (em µV)

GRUPO Variável Pré-intervenção Pós-intervenção

m med sd m med Sd % p

GKT EMG TM 229.95 225.5 ± 19.32 227.74 221.5 ±21.14 -0,96 0,04089*

EMG TMD 191.97 189.45 ± 15.51 190.02 187.01 ±17.96 -1,02 0,00026*

GC EMG TM 235,26 229,91 ± 23,03 226,56 222,74 ±16,35 -3,7 0,09228

EMG TMD 193,43 193,85 ± 18,95 189,86 189,94 ±13,75 -1,85 0,18019

* significante (p<0,05) Teste de Wilcoxon – M valor p = 0,59926; MD valor – p = 0,69395 Legenda: média da EMG do músculo temporal = EMGTM; mediana da EMG do músculo temporal = EMGTMD; m = média; med = mediana; sd = desvio padrão; % = diferença de percentual

Tabela 13. Medidas descritivas da EMG do músculo masseter da média e da mediana, em sua escala original do GC (n=35) e GKT (n = 35) na pré e pós-intervenção (em µV)

GRUPO Variável Pré-intervenção Pós-intervenção

m med Sd m med Sd % p

GKT EMG MM 217.48 216.21 ± 22.96 217.99 211.12 ±30.25 +0,23 0,00021*

EMG MMD 175.64 175.78 ± 24.31 173.7 165.53 ±28.82 -1,10 0,28518

GC EMG MM 227,37 226,58 ± 25,75 215,53 209,49 ±24,11 -6,21 0,29578

EMG MMD 186,85 183,59 ± 25,21 176,46 168,46 ±26,44 -6,56 0,48741

* significante (p<0,05) Teste de Wilcoxon – M valor p = 0,14934; MD valor – p = 0,34359 Legenda: média da EMG do músculo masseter = EMGMM; mediana da EMG do músculo masseter = EMGMMD; m = média; med = mediana; sd = desvio padrão; % = diferença de percentual.

Nas tabelas 12 e 13, percebem-se alterações para mais ou para menos entre

os dois momentos, com acréscimo apenas no músculo masseter do GKT (0,23%).

No GC as alterações aconteceram todas para menos, quer no músculo masseter

(média - 6,21% e mediana - 6,56%) como no temporal (média - 3,70% e mediana -

1,85%).

Na figura 19, a seguir, apresentam-se os boxplot da variação temporal

intergrupos do músculo masseter.

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102

grupos

Figura 19. Variação temporal do depois em relação ao antes para a variável EMG masseter inter-grupos

Na figura 19, os valores são similares na variação do EMG masseter entre os

grupos, estando a linha média (gráfico superior) e a mediana (gráfico inferior) do

GKT superior à linha mediana do CG. O teste de Wilcoxon demostra não haver

diferença na variação entre os grupos.

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Figura 20. Variação temporal do depois em relação ao antes para a variável EMG temporal inter-

grupos

Não existe diferença na variação do EMG temporal entre os grupos, quer pela

média (gráfico superior) como pela mediana (gráfico inferior) estarem próximas. O

valor-p do teste de Wilcoxon comprova a inexistência. Observa-se a presença de um

outlier que pode ter levado a menor variação para o GKT (figura 20).

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Termografia

A figura 21, a seguir, revela que em média o grupo GKT teve variação de

termografia maior se comparado ao GC.

Variação termográfica inter-grupos

Figura 21. Variação termográfica inter-grupos

Na tabela 14, a seguir, evidenciam-se as variações reveladas e representadas

pelas medidas da termografia em cada um dos momentos da pesquisa, para ambos

os grupos.

Tabela 14. Medidas da termografia (ºC) em relação aos grupos e momentos

Pré PÓS GRUPO min m Med sd máx min m med sd máx p

GC 32,99 33,42 33,42 ±0,2 33,89 33,2 33,43 33,42 ±0,13 33,82 0,13008 GKT 32,13 32,51 32,47 ±0,21 33,04 33,23 33,44 33,42 ±0,12 33,73 0,18669

Teste t de Student valor-p = 0,00001 mín = mínimo. m = média. med = mediana. sd = desvio padrão. máx = máximo.

O resultado do teste t de Student indica haver diferença na variação de

termografia entre os grupos, com o GKT exibindo variação termográfica menor se

comparado com o GC. Entre os momentos, as medidas da termografia tiveram

acréscimo de 0,01 ºC no GC e de 0,93 ºC no GKT.

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Correlação entre Termografia e Algometria

Entre as duas variáveis, a partir da figura 22, a seguir, não parece haver um

padrão para o diagrama de dispersão, o que é corroborado pelo coeficiente de

correlação amostral de Pearson igual a +0.12 e o valor-p igual a 0.13, indicando que

a correlação foi nula entre as duas variáveis.

Figura 22. Correlação entre termografia e algometria

Discussão

Idade da Amostra

Após o processo de recrutamento, os 80% (n=56) do sexo feminino refletem a

predominância e vai ao encontro ao retratado na literatura, com autores como

Vielsmeier et al. (2012), Beriat et al. (2011), Gonçalves et al. (2010), Lima et al.

(2007), Tosato e Caria (2006) e que apresentam a prevalência feminina nesse

distúrbio, alcançando uma proporção de até 8:1, conforme refere Mobilio et al.

(2011), sendo a algia da região da ATM o sintoma principal. Posto que essa

prevalência não está completamente esclarecida, Minghelli, Kiselova e Pereira

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(2014) imputam essa preponderância aos níveis de estrogênio elevados quando

compararam pacientes mulheres com e sem DTM, concluindo que pode ter sido o

envolvimento da substância elemento influenciador na sua patologia. Pinto et al.

(2017) corroboram os fatores hormonais ao mostrar que a flutuação de hormônios

ovarianos durante o ciclo menstrual, este associada à resposta a dor.

Outras pesquisas como as de Sánchez-Pérez et al. (2013) e Biasotto-

Gonzalez (2005) citavam que condições hormonais das mulheres, independente do

tempo de acometimento, levavam a serem mais tensas, que poderia gerar aumento

nos hábitos parafuncionais e com isso favorecer o aparecimento dessas disfunções,

igualmente referenciado por Diederichs et al. (2010).

Em outra direção, Anastassaki Köhler et al. (2012), Nishiyama et al. (2012) e

Fillingim et al. (2011) creditam ser uma possível explicação o fato de as mulheres

exibirem maior tendência à lassidão/frouxidão ligamentar.

No presente estudo, a média de idade, com iguais amplitude e com desvios

padrão similares, reflete o que é exposto na literatura com variados autores, como

Harrison et al. (2014) e Oliveira et al. (2015) relatando ser regular a prevalência de

idade nas DTM entre 20 e 45 anos e com a etiologia de origem miogênica como a

mais comum nessa faixa etária, bem caracterizando a amostra dos atributos da

população acometida do problema.

Tempo de Acometimento da DTM

O tempo de acometimento superiores a um ano, similar entre os grupos, com

77,1% do GKT e 82,9% do GC diferenciam-se de estudos levantados e com menor

tempo de padecimento, como o de Öztürk et al. (2016) em verificação da dor e da

força em pacientes com síndrome de dor miofascial no trapézio e que apresentavam

dor por duas semanas, de Sobhani et al. (2016) com pacientes com dor na nuca, de

Ay et al. (2016) na região cervical e de Castro-Sánchez et al. (2012) que contavam

com dor por três meses. No presente estudo, a totalidade da amostra apresentou

tempo de acometimento acima dos seis meses, igual ao citado por Harrison et al.

(2014), Matheus et al. (2009) e, em 2007, por Slade et al., nos quais também a DTM

já estaria instalada em todos eles, sendo a dor principal sintoma da disfunção.

Poucos estudos com perídos de acometimento longo foram encontrados e os

mais alargados indicavam acometimento de sujeitos com até 12 a 17 meses pós

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intervenção em LCA (OLIVEIRA et al., 2014), ou um tempo máximo de

sintomatologia de dor (nos ombros) não mais do que seis meses, relatado por

Thelen et al. (2008), este tempo igual ao mínimo do presente estudo.

Escala de Dor e Algometria

Acompanhando estudos de Coronado et al. (2012) e de Camargo et al.

(2011), que fizeram uso da algometria, bem como de Benlidayi et al. (2016) e de Ay

et al. (2015), que utilizaram a EVA em suas pesquisas, o presente estudo fez uso de

ambos instrumentos que eficientes na avaliação da dor, são inversamente

proporcionais, confiáveis e sensíveis, e quando associados um ao outro se tornam

instrumentos de melhor avaliação de dor, conforme refere Alfonsin (2016).

Escala de dor

Nesta pesquisa, os valores significativos de melhora, bem como as diferenças

percentuais de sintomatologia da dor terem decrescido corroboram tanto Benlidayi et

al. (2016), nos resultados significativos de redução a dor, como Bae (2014) ao

investigar a dor e a amplitude de movimento na ATM, com 42 pacientes (23,1 ± 3,0

anos) a partir da aplicação da KT em trigger points da musculatura da região. Neste,

foi obtido valor significativo em nível de p<0,01.

Por a reabilitação não ter um mecanismo de melhora ainda explicado, como

citam Öztürk et al. (2016) e Basset, Lingman e Ellis (2010), restabelecimento do GKT

pode ser creditado à KT pelo apoio à reabilitação de diversas patologias (SLUPIK et

al., 2007), nelas inclusas a dor referida por Kahanov, (2007a) e Chen et al. (2007).

Porém, não se encontra na literatura uma razão para igual evolução do GC, com

efeito também significativo. Para esse, o efeito placebo pode ter tido a sua

influência, muito por ter sido o tempo de intervenção curto, sem seguimento

posterior, efeito esse tanto quanto uma terapia intermediária como alega Greene et

al. (2009) como um mecanismo fisiológico e psicológico tal como descrevem Wallace

(2010) e Greene et al. (2009).

Todavia, independente dos motivos que levaram aos efeitos positivos, as

melhoras relatadas devem a ser considerados mesmo sendo a EVA um instrumento

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de avaliação subjetiva, mas a melhoria em quaisquer níveis é sempre objetivo a ser

buscado em qualquer intervenção que busque o sanar da manifestação da dor.

Pode-se especular que a significância mais forte do GC sobre o GKT pode ser

explicada pelo fato de o nível de dor do GC ser mais grave do que do grupo de

intervenção ao início do tratamento, o que pode favorecer a uma melhora mais

acentuada ao início. E, mais uma vez, a falta de um seguimento no recurso

terapêutico estudado impossibilita respostas sobre o acontecido. Não obstante, em

termos absolutos o alívio, em termos percentuais, foi superior a favor do grupo de

intervenção, mesmo não existindo diferenças entre os grupos, e o GKT teve

efetivamente menores valores para a EVA depois do experimento quando

confrontado com o GC.

Os resultados encontrados ratificam estudos de Kwiatkowska et al. (2007) e

de Jaraczewska e Long (2006) quanto aos efeitos analgésicos, ou de estimulação da

analgesia apontados por Halseth et al. (2009) e também por Ribeiro et al. (2009).

Antagonicamente, Thelen et al. (2008) detectaram melhora na funcionalidade do

manguito rotador acometido de síndrome de impacto, porém sem diferenças nos

sintomas da dor e sem significância ao comparar com grupo placebo no seguimento

de 30 dias, quando então se apresentaram iguais resultados que o grupo

experimental. Anandkumar et al. (2014) alcançaram resultados similares em estudo

com 40 participantes com osteoartrite em joelho, dos quais 20 (55,7 ± 5,8 anos)

receberam KT para verificar seus efeitos no torque isocinético de quadríceps. Nesse

estudo, o grupo KT também mostrou melhoras significativas (p≤0,038801) frente ao

grupo placebo tanto na produção de torque como na redução da dor.

Agrega pesquisa de Öztürk et al. (2016), que apresentou melhoras na dor em

ambos os grupos (KT e controle com KT placebo) na síndrome dolorosa miofascial e

na força, com um possível efeito placebo existente sendo estimado por possíveis

efeitos psicológicos como relatam Wallace (2010) e Greene et al. (2009), estando a

melhora no contexto do tratamento. Song et al. (2015) também adicionam a esse

achado quando, em pesquisa transversal com pacientes que sofriam de dor na

região patelofemoral, também apontaram para um efeito placebo do KT decorrente

de estímulos proprioceptivos quando utilizado bandagem placebo no local.

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Algometria

Quanto à algometria, ainda que a pesquisa de Freitas et al. (2014) tenha

estudado a fibromialgia, ela foi um dos instrumentos utilizados para registrar o

sintoma do limiar da dor à pressão e a tolerância álgica à pressão, encontrando

diferenças significativas (p = 0,016). Chaves et al. (2016), entretanto, alertam que o

método ainda que validado e reconhecido internacionalmente, pode apresentar

oscilação na intensidade da dor, além de relatarem que a habilidade técnica do

avaliador pode vir a comprometer os resultados.

Esse estudo demonstrou que houve melhoras significantes para o GC e não

significantes, ainda que com valor próximo à significância, para o GKT. Igualmente

com o ocorrido na EVA, podem raciocinar que o valor obtido pelo GC em relação ao

GKT pode ser elucidado pelo nível de dor do GC ser mais grave ao início do

tratamento, que pode vir a ser favorecida, mais uma vez, tanto pela falta de um

seguimento no tratamento como também pelos já relatados efeitos placebo que, em

razão dos aparecimentos de respostas para esse grupo, devem ser investigados.

Escala de Dor versus Algometria

A EVA e a algometria não apresentam correlação forte. Contudo, de acordo

com as afirmativas de Alfonsin (2016), a utilização concomitante de ambos os

instrumentos oferta maior peso aos achados, levando a que pode tornar a avaliação

menos subjetiva.

Apesar de não serem significantes, os resultados indicam diferenças que

demonstram melhoras nos índices de dor quer nos valores subjetivos da EVA como

nos quantitativos da algometria, o que valida ser o tratamento efetivo na

administração dos sintomas álgicos, que é corroborado por Ay et al. (2016), Öztürk

et al. (2016) e Bae (2014), que utilizaram ambos instrumentos de avaliação da dor e

obtiveram respostas igualmente positivas, com resultados significativos.

O uso da KT como controle ou minimizar da dor, é também um dos objetivos

quando se busca o tratamento da disfunção em pauta. Os resultados sugerem que

os efeitos da KT variam de acordo além da metodologia também do tempo de

seguimento e, em muitos deles, os efeitos agudos (RISTOW et al., 2014; BAE, 2014)

são mais acentuados que nos de acompanhamento mais alargado (BENLIDAYI et

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110

al., 2016), incluindo os que venham a tratar de outras disfunções que não apenas as

mandibulares (AY et al., 2017; ÖZTÜRK et al., 2016). Added et al. (2016), em estudo

randomizado e controlado com 148 pacientes, não encontraram diferenças entre os

grupos controle e de intervenção nos resultados primários da intensidade da dor ou

incapacidade em cinco semanas de seguimento, e também não foram observadas

diferenças entre os grupos para qualquer outro resultado avaliado, exceto para

incapacidade seis meses após a randomização, esta também em favor do grupo

controle.

No presente estudo os resultados agudos, foco da pesquisa, podem favorecer

o continuar do tratamento, ou mesmo o início de outros procedimentos. Com este

foco, cita-se pesquisa de Pauloni et al. (2010) que, em estudo randomizado e de

cegamento simples, mostram fato a ser considerado, pois no momento

imediatamente ao final da fase 1 do estudo aconteceu significante redução da dor

como resultado da aplicação do KT, o que poderia permitir início de outros

procedimentos, incluindo os invasivos, nos quais a dor poderia vir a ser um fator

limitante.

Pela facilidade de aplicação e de uso, mesmo não sendo ela a única opção

para o tratamento da dor, o presente achado indica eficiência do seu uso no manejo

da dor, embora outros não deem a mesma indicação, como aqueles que têm

resultados semelhantes entre grupos de intervenção e grupo controle de forma

aguda (LABORIE et al., 2015), como crônica (SAAVEDRA-HERNANDEZ et al.,

2012), ou ainda em comparação com outras técnicas (SOBHANI et al., 2016).

Acrescem Artioli e Bertolini (2013), que outras possibilidades de terapia

possam ter os mesmos efeitos, principalmente os agudos, enquanto que não tenham

evidências científicas em termos crônicos, mais uma vez reputa-se a escolha da

mesma ser devido à sua popularidade (KALRON; BAR-SELA, 2013), a quem

Parreira et al. (2014) fazem par, ao afirmarem ser ela muito produto de marketing,

com a já referida necessidade de melhor controle e atenção ao rigor metodológico.

Em razão dos argumentos, este estudo randomizado, controlado, com duplo

cegamento, envolvendo outras técnicas de avaliação como a eletromiografia e a

termografia, busca acrescentar positivamente os estudos que continuam sendo

levados a termo.

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Termografia

A termografia não apresentou diferenças significativas entre os momentos em

ambos os grupos, igualmente como o encontrado por Agillar-Ferrándiz et al. (2014).

No estudo, 120 mulheres foram investigadas sobre as alterações musculares

e articulares induzidas por KT aplicada com a técnica de compressão, buscando

verificar se haveria efeitos positivos sobre as mulheres pós menopausa com

insuficiência venosa leve-moderada crônica. Apresentaram como alterações

máximas 0,29 ºC de acréscimo e de 0,23 ºC de decréscimo na temperatura, valores

inferiores aos do GKT (0,93 ºC) do presente estudo. Enquanto este estudo foi

realizado com um intervalo de três dias, a mensuração aconteceu ao final da

intervenção de 4 semanas, com redução significativa da dor tanto no grupo com KT

(p=0,043) como no GC (0,016), com aparente efeito placebo devido tanto, de acordo

com Wallace (2010), a fatores fisiológicos como resultado do contexto do tratamento

durante quatro semanas, ou pode ter ocorrido efeito psicológico que levou à melhora

(GREENE et al., 2009).

Segundo Nola, Gotovac e Kolaric (2012) e Morales et al. (2011), a variação

térmica na região comprometida pode demonstrar diagnóstico de lesão, o que é

corroborado por Tkacova et al. (2010). Assim, ainda que as alterações nesta

pesquisa não tenham sido significativas, as modificações apontam para a existência

de alguma patologia local, o que já era referido por Brioschi e Colman (2005).

Eletromiografia

Klasser e Okeson (2006) citam que a variabilidade quanto à idade, gênero,

além da espessura de pele e peso, podem dificultar a reprodutibilidade e validade da

EMG. Porém, acatando às indicações de Ferreira et al. (2014), de Felício et al.

(2012a) e de Ferrario et al. (2000), a padronização dos protocolos realizadas neste

estudo nos dá indicação de metódo eficiente na avaliação, e possibilita a sua

reprodutibilidade.

Enquanto meio diagnóstico da função muscular, como referem Rigler; Bodnar

(2007) e Ocarino et al. (2005), os resultados foram foi significante parcialmente no

presente estudo (os valores da mediana do músculo masseter não são

significativos).

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112

Percentualmente, a maior ativação (0,23%) do músculo temporal do GKT

mostra pequena diferença na função, melhor que os valores mais baixos

apresentados pelas demais variáveis, e essas maiores e menores ativações no GKT

podem ser devido a feedback sensoriais promovidos pelo uso da bandagem KT,

como apontam Halseth et al. (2009) e Ribeiro et al. (2009) ao citarem o aumento da

força muscular e da propriocepção por meio de mecanoreceptores locais. Contudo,

e ainda que mais acentuados, também foram percentualmente baixas as diferenças

negativas para o GC com uso de esparadrapo, levando a que possa presumir que as

diferenças tenham sido devido a efeito placebo, tal qual aludem Qiu et al. (2009) e

Koshi et al (2007) ser esse efeito inerente a quaisquer pesquisas relacionadas a

funções motoras. Tais resultados discretos são contrários aos de Paoloni et al.

(2011), que apresentaram grande ativação EMG devido à redução do medo de

movimentar-se e à melhora da função muscular com o uso da KT, representada pelo

ganho funcional em 11 da população de participantes (28% de 39 participantes), que

equivaliam a 43% dos atendidos pela KT ou KT e exercícios (26 sujeitos).

Quando se comparam os resultados com estudos voltados à avaliação da

EMG para a funcionalidade, conquanto que em região de joelhos, designadamente

com dor patelar (SONG et al., 2015) com 16 participantes mulheres comparadas

com controle saudáveis, ou em recuperação de reconstrução de LCA (OLIVEIRA et

al., 2015) atuando com 15 voluntários entre 12 e 17 semanas pós-operação e

comparados com placebo e controle saudáveis, os presentes achados são

contrários a ambos, que não apresentaram alterações significativas na atividade

eletromiográfica tanto no grupo LCA, que se apresentou sem alteração na amplitude

de ativação na musculatura analisada, como também sem interação na atividade

muscular, não obstante nesse estudo o grupo que recebeu a KT apresentou menor

atividade EMG na musculatura em comparação ao GC. Sugeriram que seria devido

a uma maior eficiência muscular que levou a necessitar de menor ativação para o

mesmo trabalho.

Enquanto as informações de Song et al. (2015) são inconclusivas, pois não

destacam comprovadamente a eficácia da KT com uso da EMG, estudo de Hsu et

al. (2009) em intervenção junto a jogadores amadores de basquetebol que sofriam

de síndrome de impacto nos ombros, subdivididos em grupo KT com aplicação de

KT na região e grupo controle (GC) com taping placebo, após avaliação EMG no

trapézio inferior mostraram haver mudanças positivas na mobilidade escapular e no

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113

desempenho muscular, com os resultados oferecendo suporte ao uso da KT como

meio de tratamento da disfunção.

No presente estudo, corroborando Karatas et al. (2012) quanto ser a KT

efetiva na melhora funcional nas dores musculoesqueléticas, observamos o

resultado positivo da terapia KT designadamente frente à melhora funcional

encontrada, e ela está representada na maior ativação significativa das unidades

motoras exibida pelos sinais da EMG no GKT.

LIMITAÇÕES DO ESTUDO

O presente estudo apresenta algumas limitações na sua metodologia, como

uma quantidade maior de participantes, maior homogeneidade da amostra e um

seguimento mais alargado no que se refere ao número de intervenções.

CONCLUSÃO

Ao término do presente estudo pode-se concluir que:

1. a KT promove diminuição no quadro álgico em pessoas com DTM miogênica,

diagnosticada pela Escala Visual Analógica, parecendo não ser decorrente apenas

de sua aplicação;

2. a KT pode promover aumento não significante na tolerância à dor por pressão,

com a alteração parecendo não ser devida apenas à sua aplicação;

3. a KT promove melhora funcional na região da ATM quando avaliada pela EMG;

4. a KT pode apresentar alteração nos valores da termografia, embora não tenham

sido significativas.

Este estudo apresentou a DTM miogênica como uma alteração que necessita

de diagnóstico multifuncional para poder ser bem investigada e tratada, visto que os

instrumentos de diagnóstico parecem não responder às necessidades de

diagnóstico.

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Dados Clínicos Encontrados

• A KT pode ser utilizada no tratamento da dor e na recuperação funcional na DTM

• A KT tem efeitos agudos no tratamento da dor na DTM

• O uso da termografia como método diagnóstico da funcionalidade da região deve ser utilizada em conjunto com outras técnicas

• A EMG tem serventia na análise da função da região a ser investigada

• Uso da KT como ferramenta para recuperação funcional na DTM

• A KT é útil como ferramenta para recuperação funcional na DTM

• A KT pode ser considerada como opção ou complemento no tratamento da

DTM

Conflito de Interesse

Os autores declaram nenhum potencial conflito de interesse com respeito à

pesquisa, autoria, e/ou publicação deste artigo.

Apoio

Os autores não receberam suporte financeiro para a pesquisa, autoria e/ou

publicação deste artigo.

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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A formatação desta tese em três artigos buscou atender às necessidades do

estudo bem como abranger um maior espectro acerca da DTM, objeto deste

trabalho, para além de possibilitar o envolvimento de diversas áreas, favorecendo a

compreensão da disfunção e do quanto a mesma impacta nas funções diárias do

paciente. Acresce que permitiu novos entendimentos de como uma doença

“específica” pode ser diagnosticada e, com suas devidas limitações, poderia ser

atendida por uma equipe multidisciplinar, designadamente o fisioterapeuta e o

fonoaudiólogo.

Para o desenvolvimento da pesquisa, a aplicação do instrumento RDC/TMD,

ainda que extenso e trabalhoso, oferece segurança tanto ao profissional como ao

paciente, com o que se tem um meio de demonstrar a real necessidade de um

tratamento.

A partir da revisão de literatura e o seguimento com o primeiro artigo pode-se

observar que os estudos encontrados mostraram carecer de rigor metodológico, com

o que seria possível ofertar maior credibilidade da informação que venha a ser

disseminada.

A área da Fonoaudiologia, importante no atendimento e na recuperação de

pacientes com DTM, a qual não se fez presente com estudos dotados de precisão

metodológica, mesmo que tal não a desqualifique da contribuição ímpar durante

qualquer atendimento ambulatorial, nem descaracterize a necessidade de

atendimento multiprofissional que possa abranger as facetas que compõem as

causas dos acometimentos de DTM. Com o diagnóstico, acompanhamento e

avaliação final pode-se perceber a importância da atenção multiprofissional do

fisioterapeuta e do fonoaudiólogo, com o que as respostas aos tratamentos

possibilitam melhor interação profissional/paciente.

Igualmente, o segundo artigo foi desenvolvido buscando levantar informações

de sucesso, ou não, da técnica Kinesio Taping que, a partir de 1973, não tão

recente, também necessita de estudos no sentido de rigor metodológico. Nos

estudos, a aplicação da técnica variava consoante o local e a necessidade do

paciente, aplicando-se então maior ou menor tensão na bandagem, e justamente

isso pode vir ser a maior dificuldade em se replicar experimentos realizados. No

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116

presente estudo, buscou-se acompanhar os ditames que a técnica prescreve,

mostrando a necessária participação de pesquisadores envolvidos, e certificados e

experientes para acompanhar as diferenças para cada paciente, individualizando e

definindo o atendimento a ser prescrito. Na revisão, com foco em várias regiões

corporais, percebeu-se que há a possibilidade de se acatar a técnica da KT como

válida, mesmo que com poucos seguimentos de longa duração. O estudo também

se voltou a efeito agudo da terapia.

Para o artigo três, com a colaboração da Universidade Tuiuti do Paraná pode

ser ofertado o acompanhamento oferecido pela Clínica Escola de Fisioterapia.

Nesse artigo, com o tratamento, discussão e análise do material levantado,

acredita-se que a tese que ora se apresenta atendeu seus objetivos, sejam eles

relacionados ao conhecimento da produção científica das áreas de atuação na DTM

bem como verificar e analisar variações decorrentes de técnicas de avaliação da dor

na região temporomandibular, que levaram à análise dos efeitos desta terapia nos

participantes da pesquisa.

Fica, então, a expectativa de que o estudo possa servir como norteador para

novas pesquisas, igualmente como alerta, que atendam os parâmetros de qualidade

representados por desenho de estudo quer em termos de randomização como

também de cegamento dos pesquisadores e pacientes, e que se possam,

efetivamente, se prestar à comunidade que atua na área.

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7 REFERÊNCIAS

ADDED, M. A. N.; COSTA, L. O. P.; DE FREITAS, D. G.; FUKUDA, T. Y.; MONTEIRO, R. L.; SALOMÃO, E. C.; DE MEDEIROS, F. C.; COSTA, L. D. C. M. Kinesio Taping does not provide additional benefits in patients with chronic low back pain who receive exercise and manual therapy: a randomized controlled trial. Journal of Orthopaedic & Sports Physical Therapy , v. 46, n. 7, p. 506-513, 2016. AGUILAR-FERRÁNDIZ, M. E.; CASTRO-SÁNCHEZ, A. M.; MATARÁN-PEÑARROCHA, G. A.; GUISADO-BARRILAO, R.; GARCÍA-RÍOS, M. C.; MORENO-LORENZO, C. A. Randomized controlled trial of a mixed Kinesio Taping–compression technique on venous symptoms, pain, peripheral venous flow, clinical severity and overall health status in postmenopausal women with chronic venous insufficiency. Clinical rehabilitation , v. 28, n. 1, p. 69-81, 2014. AKHBARI, B.; TAKAMJANI, I. E.; SALAVATI, M.; SANJARI, M.A. A 4-week biodex stability exercise program improved ankle musculature onset, peak latency and balance measures in functionally unstable ankles. Physical Therapy in Sport , v. 8, p.117–129, 2007. AKINBAMI, B. O. Evaluation of the mechanism and principles of management of temporomandibular joint dislocation. Systematic review of literature and a proposed new classification of temporomandibular joint dislocation. Head & face medicine . v. 7, n. 1, p. 10, 2011. ALENCAR, F. G. P.; MENDES, C. R.; GUIMARÃES, M. R. Avaliação longitudinal de pacientes com disfunções temporomandibulares tratados com placas oclusais, aconselhamento e farmacoterapia. Revista Odontológica do Brasil Central , v. 15, n. 40, p. 63-70, 2010. ALFONSIN, M. M. Correlação da algometria, escala análogo visual, es cala numérica de avaliação da dor em mulheres com dor pé lvica crônica . 2013. 110 f. Dissertação (Mestrado em Medicina) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2013. AL-SALEH, M. A.; ARMIJO-OLIVO, S.; FLORES-MIR, C.; THIE, N. M. Electromyography in diagnosing temporomandibular disorders. J Am Dent Assoc , v. 143,n . 4, p. 351-62, 2012. ANANDKUMAR, S.; SUDARSHAN, S.; NAGPAL, P. Efficacy of Kinesio Taping on isokinetic quadriceps torque in knee osteoarthritis: a double blinded randomized controlled study. Physiotherapy theory and practice , v. 30, n. 6, p. 375-383, 2014. ANASTASSAKI KÖHLER, A.; HUGOSON, A.; MAGNUSSON, T. Prevalence of symptoms indicative of temporomandibular disorders in adults: cross-sectional epidemiological investigations covering two decades. Acta Odontologica Scandinavica , v. 70, n. 3, p. 213-223, 2012.

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APÊNDICE A - AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA

Data da avaliação: ____/____/____

1. DADOS PESSOAIS ☺ Nome: ___________________________________________________________________________ Fone(res):_____________________Fone(com):_____________________Celular: _______________ Idade: _______ Sexo: ( ) F ( ) M Raça: ____________________ Peso:______Kg Altura:__________cm Profissão: ___________________________ Tabagista: Sim ( ) Não ( ) Etilista: Sim ( ) Não ( ) Pratica Atividade Física: sim ( ) não ( ) Frequência: ____________________ 2. DIAGNÓSTICO CLÍNICO RDC/TM: _________ _________________________________________

3. ANAMNESE � Queixa principal: __________________________________________________________________

4. EXAME FÍSICO � 4.1 Inspeção � Presença de edema �: sim ( ) não ( ) Local: _____________________________________________ Presença de hematoma �: sim ( ) não ( ) Local: _______________________________________ Presença de escoriações �: sim ( ) não ( ) Local: ______________________________________ Presença de cicatrizes �: sim ( ) não ( ) Local: ________________________________________ Dispositivos auxiliares (órtese ou prótese): sim ( ) não ( ) Qual: ____________

4.2 Palpação � Presença de dor �: Sim ( ) Não ( ) Local: ___________________________________________ Textura da pele: normal ( ) alterada ( ) Local: __________________________________________ Temperatura: ( ) normal ( ) aumentada ( ) diminuída Local: ____________________________ Sensibilidade: ( ) normal ( ) aumentada ( ) diminuída Local: ____________________________ Presença de aderência �: sim ( ) não ( ) Local: ________________________________________ Presença de espasmo �: sim ( ) não ( ) Local: _________________________

INSPEÇÃO E PALPAÇÃO FA CIAL

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5. AVALIAÇÃO ALGOMÉTRICA 5.1 Músculo Masseter Direito: sim ( ) não ( ) Valor: __________ Esquerdo: sim ( ) não ( ) Valor: _________ 5.2 Músculo Temporal Direito: sim ( ) não ( ) Valor: __________ Esquerdo: sim ( ) não ( ) Valor: __________

6. AVALIAÇÃO ESCALA VISUAL ANALÓGICA 6.1 Músculo Masseter Direito: sim ( ) não ( ) Valor: __________ Esquerdo: sim ( ) não ( ) Valor: _________ 6.2 Músculo Temporal Direito: sim ( ) não ( ) Valor: __________ Esquerdo: sim ( ) não ( ) Valor: _________

Fonte: https://themighty.com/2016/06/how-to-answer-rate-your-pain-on-a-scale-of-1-to-10-questions/

(modificado). 7. AVALIAÇÃO ELETROMIOGRÁFICA 7.1 Músculo Masseter Direito: sim ( ) não ( ) Valor: __________ Esquerdo: sim ( ) não ( ) Valor: _________ 7.2 Músculo Temporal Direito: sim ( ) não ( ) Valor: __________ Esquerdo: sim ( ) não ( ) Valor: _________

8. AVALIAÇÃO TERMOGRÁFICA 8.1 Músculo Masseter Direito: sim ( ) não ( ) Valor: __________ Esquerdo: sim ( ) não ( ) Valor: _________ 8.2 Músculo Temporal Direito: sim ( ) não ( ) Valor: __________ Esquerdo: sim ( ) não ( ) Valor: _________

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APÊNDICE B - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARE CIDO

Eu, Cynthia Maria Rocha Dutra, Fisioterapeuta e Educadora Física,

doutoranda do Curso de Pós Graduação em Distúrbios da Comunicação, da

Universidade Tuiuti do Paraná, estou convidando você a participar de um estudo

intitulado “Ensaio clínico randomizado controlado duplo-cego do efeito agudo da

Kinesio Taping na disfunção temporomandibular miogênica localizada.” Este estudo

é importante pois buscará verificar se a aplicação de uma técnica de tratamento

chamada Kinesio Taping, com bandagens adesivas, poderá auxiliar na diminuição

da dor e dos desconfortos que você possa estar sentindo na região da face.

a) O objetivo desta pesquisa é analisar o efeito da técnica de Kinesio Taping na

disfunção temporomandibular miogênica.

b) Caso você participe da pesquisa, será necessário que você preencha um

questionário que serve como avaliação de disfunção temporomandibular, e para

determinar se há necessidade de tratamento. Se for o caso, você deverá se preparar

para uma bateria de testes que serão realizados às sextas-feiras. Na sequência,

passará por uma avaliação fisioterápica na região do rosto, e você nos informará o

quanto de dor está sentindo. Completando esses questionários faremos a separação

em dois grupos, por sorteio, para nos dirigirmos aos testes de avaliação antes do

tratamento. Após o sorteio será realizada a termografia para verificar se estão com

alguma inflamação com uso de uma câmara fotográfica que mede o calor da pele, e

na sequência a eletromiografia, buscando saber se o nível de força da mordida está

sendo afetado pela dor ou não. Quando completarmos estes testes faremos a

aplicação da terapia no rosto, de acordo com os sintomas que apresentarem. Você

irá permanecer por 3 dias com as bandagens no rosto, quando retornará para a

retirada das bandagens e refaremos o exame fisioterapêutico e os de avaliação da

termografia e de eletromiografia. Por isso a necessidade de realizarmos os testes

junto ao final de semana.

c) Para tanto você deverá comparecer na Clínica Escola de Fisioterapia da

Universidade na próxima sexta-feira, rua Sydnei Antônio Rangel Santos, 245. Para a

realização das avaliações, exames e questionários será necessário que permaneça

conosco cerca de 60 minutos, tempo em que será aplicado inclusive o tratamento

com as bandagens.

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d) Como todos os exames não envolvem quaisquer manipulações ou uso de

medicamento, não deverá qualquer desconforto. Contudo, além dos responsáveis

pelo estudo serem capacitados para atendimentos emergenciais, na clínica nos será

dado o suporte para situações adversas.

e) Os procedimentos serão individualizados, e os dados de igual maneira serão

sigilosos, e será identificado por um número que constará no envelope de sorteio.

Assim, você não será identificado em nenhuma situação, inclusive em relatórios ou

publicações que sejam resultado desta pesquisa, e evitaremos qualquer tipo de

constrangimento.

f) Os benefícios esperados com essa pesquisa são de caráter muscular, e espera-se

que o tratamento possa proporcionar analgesia (diminuição da dor), do desconforto

na região e redução na rigidez (contratura) no local. Esta é uma pesquisa científica,

e nem sempre você poderá ser diretamente beneficiado com o resultado da

pesquisa, mas poderá contribuir para o avanço científico.

g) Os pesquisadores Cynthia Maria Rocha Dutra, responsável por este estudo

poderá ser localizada junto à Clínica Escola de Fisioterapia da Universidade Tuiuti

do Paraná, rua Sydnei Antonio Rangel Santos, 245, no horário das 13:30 às 17:30

diariamente, e às sextas-feiras no horário das 08:00 às 12:00 também. Contatos em

outros momentos poderão ser feito pelo e-mail [email protected], diretamente

com a responsável pela pesquisa, com quem poderão esclarecer eventuais dúvidas

que você possa ter e fornecer-lhe as informações que queira, antes, durante ou

depois de encerrado o estudo.

h) Neste estudo será utilizado um grupo controle e um grupo placebo. Isto significa

que você poderá receber o tratamento que normalmente as pessoas recebem (grupo

controle) ou um tratamento que não tem efeito (placebo). Se você receber o placebo,

semelhante ao do controle, não há nenhum risco, e ao final dos três dias poderá

fazer uso do mesmo tratamento, se assim o desejar.

i) A sua participação neste estudo é voluntária e se você não quiser mais fazer parte

da pesquisa poderá desistir a qualquer momento e solicitar que lhe devolvam este

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido assinado. O seu atendimento está

garantido e não será interrompido caso você desista de participar.

j) As informações relacionadas ao estudo poderão ser conhecidas por pessoas

autorizadas, como o caso da orientadora dos profissionais envolvidos diretamente

na pesquisa, Profª. Dra. Rosane Sampaio Santos. No entanto, reafirmamos que se

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qualquer informação for divulgada em relatório ou publicação, isto será feito sob

forma codificada, para que a sua identidade seja preservada e mantida sua

confidencialidade.

k) O material obtido sejam eles os questionários, fotos ou resultados, serão

utilizados unicamente para essa pesquisa e será descartado ao término do estudo,

ou seja, dentro de um prazo de nove meses.

l) As despesas necessárias para a realização da pesquisa, referentes ao

deslocamento, não são de sua responsabilidade, sendo ressarcido destes valores.

Além destes valores, entretanto, você não receberá qualquer outro valor em dinheiro

pela sua participação.

m) Sendo os resultados publicados, não aparecerá seu nome, e sim um código, ou

serão apresentados apenas dados gerais de todos participantes da pesquisa, como

já afirmado como compromisso de sigilo de informações.

n) Se você tiver dúvidas sobre seus direitos como participante de pesquisa, você

pode contatar também o Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade Tuiuti

do Paraná, pelo telefone (041) 3331-7668.

Eu,_________________________________ li esse Termo de Consentimento e

compreendi a natureza e objetivo do estudo do qual concordei em participar. A

explicação que recebi menciona os riscos e benefícios, e a possibilidade de ser

tratado igualmente com terapia regular no caso de placebo, se assim o desejar. Eu

entendi que sou livre para interromper minha participação a qualquer momento sem

justificar minha decisão e sem qualquer prejuízo para mim, e sem que afete um

possível outro tratamento na Clínica Escola de Fisioterapia da Universidade. Os

cuidados prévios para a realização do estudo estão claros, e não tenho dúvidas

quanto à pesquisa.

Eu concordo voluntariamente em participar deste estudo.

Curitiba, ___ de ___________ de 20_____.

_________________________________________________________

[Assinatura do Participante de Pesquisa ou Responsável Legal]

_________________________________________________________

[Nome e Assinatura do Pesquisador Responsável ou quem aplicou o TCLE]

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APÊNDICE C - ARTIGO 1

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APÊNDICE D - ARTIGO 2

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APÊNDICE E - ARTIGO 3

ESTUDO RANDOMIZADO CONTROLADO DUPLO-CEGO DOS EFEITO S DA APLICAÇÃO DA KINESIO TAPE NA DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR LOCALIZADA

Cynthia M. R. Dutra1, Katren P. Corrêa2, Bianca S. Zeigelboim3, José S. Neto4, Rosane S. Santos4

1 Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Distúrbios da Comunicação, Universidade Tuiuti do Paraná, Curitiba, Brasil. 2 Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Tecnologia da Saúde da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Curitiba, Paraná Brasil. 3 Pró-Reitora do Programa de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão da Universidade Tuiuti do Paraná, Curitiba, Brasil. 4 Professor no Programa de Pós-Graduação em Distúrbios da Comunicação, Universidade Tuiuti do Paraná, Curitiba, Brasil.

Autor correspondente :

MSc. C.M.R. Dutra, Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Distúrbios da Comunicação,

Universidade Tuiuti do Paraná, Curitiba, Brasil.

Rua: Sydnei Antonio Rangel Santos, nº 238, Santo Inácio, Curitiba, CEP: 82010330, Curitiba, Brasil

E-mail: [email protected]

Resumo: Objetivo: Investigar os efeitos na disfunção temporomandibular miogênica localizada promovidos por uma única aplicação da Kinesio Taping. Desenho : estudo clínico randomizado, controlado duplo cego, com grupos paralelos. Local : Clínica Escola de Fisioterapia da Universidade Tuiuti do Paraná. Participantes: 70 participantes com diagnóstico clínico de Disfunção Temporomandibular (TMD) e diagnóstico de dor miogênica pelo Research Diagnostic Criteria for Temporomandibular joint Disorders (RDC/TMD) há mais de seis meses, foram aleatoriamente sub-divididos em um grupo experimental (GKT), ou em um grupo controle (CG). Intervenção : GKT – recebeu KT; GC – recebeu placebo com esparadrapo. Medidas principais : a dor (escala visual analógica – EVA), limiar à dor por pressão (algometria), termografia (avaliação da temperatura corporal) e eletromiografia (EMG) (funcionalidade muscular) foram medidos no momento imediatamente antes da intervenção, e ao terceiro dia de tratamento. Análise estatística : descritiva pelo Microsoft® Office Excel 2013 (valores absolutos e relativos - %), e pelo software R®da distribuição e comparação das variáveis pelos testes de Shapiro-Wilk, t de Student ou de Wilcoxon, e a correlação de Pearson e regressão logístico ordinal para a variável acometimento. Manteve-se um nível de significância a 5% (p<0,05). Resultados : Não foram observadas diferenças no tempo de acometimento frente ao sexo, dor ou grupo; entre os momentos foi significante a variação da dor para o GC (p=0,0001) e para o GKT (p=0,00031), podendo caracterizar efeito placebo para o GC; na algometria foi significante a variação para o GC (p=0,02245), mas não para o GKT (p=0,05673); a EMG apresentou significância para o GKT referente aos músculos temporal, na média e mediana (p=0,04089 e p=0,00026), e masseter média (p=0,00021), sem significância para o GC; a termografia com variação maior do GKT não apresentou significância entre os momentos. Entre a algometria e a escala de dor não houve correlação (r -0,37). Conclusão : o presente estudo não apresentou resultados que atestem ser a KT responsável pela redução no quadro álgico em pessoas com DTM miogênica quando diagnosticada pela Escala Visual Analógica, mas parecendo ser eficaz na recuperação da funcionalidade da musculatura da ATM pela EMG, sem significância nos resultados da resistência da dor à pressão pela algometria e da variação da temperatura frente à disfunção pela termografia. Os resultados positivos apresentados pelo GC sugerem ter havido efeito placebo no tratamento. Sugere-se estudos com maior tempo de seguimento para melhor avaliação das intervenções.

Palavras-chaves: Kinesio Taiping, eletromiografia, algometria e termografia

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PÊNDICE F – ESTRATÉGIA DE BUSCA ARTIGO 1

Database Search (January 1th 2000; updated on April 15th, 2017)

Cochrane

temporomandibular joint disorders in All Fields OR temporomandibular disorders in All Fields OR muscular temporomandibular disorders in All Fields AND therapy in All Fields OR treatment in All Fields OR intervention in All Fields OR treatments in All Fields OR interventions in All Fields OR physiotherapy in All Fields OR physical therapy in All Fields OR physicaltherapy in All Fields OR physiotherapist in All Fields OR Speech therapy in All Fields AND Speech therapist in All Fields AND pain in All Fields between years 2000 and 2016

LILACS (tw:(temporomandibular joint disorders)) OR (tw:(temporomandibular disorders)) AND (tw:(muscular temporomandibular disorders )) AND (tw:(therapy)) OR (tw:(treatment)) OR (tw:(intervention)) AND (tw:(physical therapy)) OR (tw:(physicaltherapy)) OR (tw:(Speech therapy )) AND (tw:(Speech therapist ))

PubMed "temporomandibular joint disorders"[MeSH Terms] OR ("temporomandibular"[All Fields] AND "joint"[All Fields] AND "disorders"[All Fields]) OR "temporomandibular joint disorders"[All Fields]) OR ("temporomandibular joint disorders"[MeSH Terms] OR ("temporomandibular"[All Fields] AND "joint"[All Fields] AND "disorders"[All Fields]) OR "temporomandibular joint disorders"[All Fields] OR ("temporomandibular"[All Fields] AND "disorders"[All Fields]) OR "temporomandibular disorders"[All Fields])) OR (("muscles"[MeSH Terms] OR "muscles"[All Fields] OR "muscular"[All Fields]) AND ("temporomandibular joint disorders"[MeSH Terms] OR ("temporomandibular"[All Fields] AND "joint"[All Fields] AND "disorders"[All Fields]) OR "temporomandibular joint disorders"[All Fields] OR ("temporomandibular"[All Fields] AND "disorders"[All Fields]) OR "temporomandibular disorders"[All Fields]))) AND ("therapy"[Subheading] OR "therapy"[All Fields] OR "therapeutics"[MeSH Terms] OR "therapeutics"[All Fields])) OR ("therapy"[Subheading] OR "therapy"[All Fields] OR "treatment"[All Fields] OR "therapeutics"[MeSH Terms] OR "therapeutics"[All Fields])) OR ("Intervention (Amstelveen)"[Journal] OR "intervention"[All Fields] OR "Interv Sch Clin"[Journal] OR "intervention"[All Fields])) OR ("therapeutics"[MeSH Terms] OR "therapeutics"[All Fields] OR "treatments"[All Fields])) OR interventions[All Fields]) AND ("physical therapy modalities"[MeSH Terms] OR ("physical"[All Fields] AND "therapy"[All Fields] AND "modalities"[All Fields]) OR "physical therapy modalities"[All Fields] OR "physiotherapy"[All Fields])) OR ("physical therapy modalities"[MeSH Terms] OR ("physical"[All Fields] AND "therapy"[All Fields] AND "modalities"[All Fields]) OR "physical therapy modalities"[All Fields] OR ("physical"[All Fields] AND "therapy"[All Fields]) OR "physical therapy"[All Fields])) OR physicaltherapy[All Fields]) OR ("physical therapists"[MeSH Terms] OR ("physical"[All Fields] AND "therapists"[All Fields]) OR "physical therapists"[All Fields] OR "physiotherapist"[All Fields])) OR ("speech therapy"[MeSH Terms] OR ("speech"[All Fields] AND "therapy"[All Fields]) OR "speech therapy"[All Fields])) OR (("speech"[MeSH Terms] OR "speech"[All Fields]) AND therapist[All Fields])) AND (("pain"[MeSH Terms] OR "pain"[All Fields]) AND myogenic[All Fields] AND ("pain"[MeSH Terms] OR "pain"[All Fields]))) OR (("pain"[MeSH Terms] OR "pain"[All Fields]) AND myogenic[All Fields] AND ("pain"[MeSH Terms] OR "pain"[All Fields]))

Scopus

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Web of

science

Tópico: ((TS=(temporomandibular joint disorders OR temporomandibular disorders OR muscular temporomandibular disorders AND therapy OR treatment OR intervention OR treatments OR interventions AND physiotherapy OR physical therapy OR physicaltherapy OR physicaltherapist OR speech therapy OR speech therapist AND pain OR miogenic pain))

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ProQuest mandibular AND joint AND disorders OR mandibular AND disorders OR muscular AND mandibular AND disorders AND therapy OR treatment OR intervention OR treatments OR interventions AND physiotherapy OR physical AND therapy OR physiotherapy OR physiotherapist OR speech AND therapy OR speech AND therapist AND pain OR miogenic AND pain

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APÊNDICE G – ESTRATÉGIA DE BUSCA ARTIGO 2

Database Search (January 1th 2000; updated on April 15th, 2017) Cochrane

kinesiotape in All Fields OR kinesiotaping in All Fields OR Kinesio Taping in All Fields AND PAIN in All Fields AND Functional recovery Rehabilitation in All Fields OR Rehabilitation in All Fields OR Functional Rehabilitation in All Fields AND Algometer in All Fields OR Algometry in All Fields OR Pressure Pain Threshold in All Fields between years 2000 and 2017

LILACS (tw:(kinesiotape)) OR (tw:(kinesiotaping)) OR (tw:(Kinesio Taping)) AND (tw:(pain)) AND (tw:(functional recovery )) OR (tw:(rehabilitation functional )) OR (tw:(rehabilitation)) AND (tw:(algometer )) OR (tw:(algometry )) OR (tw:(pressure pain threshold)) AND (instance:"regional")

PubMed (((((((((("athletic tape"[MeSH Terms] OR ("athletic"[All Fields] AND "tape"[All Fields]) OR "athletic tape"[All Fields] OR "kinesiotape"[All Fields]) AND kinesiotaping[All Fields] AND kinesio[All Fields] AND taping[All Fields]) AND kinesiotaping[All Fields]) AND (kinesio[All Fields] AND taping[All Fields])) AND ("pain"[MeSH Terms] OR "pain"[All Fields])) AND ("recovery of function"[MeSH Terms] OR ("recovery"[All Fields] AND "function"[All Fields]) OR "recovery of function"[All Fields] OR ("functional"[All Fields] AND "recovery"[All Fields]) OR "functional recovery"[All Fields])) AND ("rehabilitation"[Subheading] OR "rehabilitation"[All Fields] OR "rehabilitation"[MeSH Terms])) AND (Functional[All Fields] AND ("rehabilitation"[Subheading] OR "rehabilitation"[All Fields] OR "rehabilitation"[MeSH Terms]))) AND Algometer[All Fields]) AND Algometry[All Fields]) AND (("pressure"[MeSH Terms] OR "pressure"[All Fields]) AND ("pain threshold"[MeSH Terms] OR ("pain"[All Fields] AND "threshold"[All Fields]) OR "pain threshold"[All Fields]))

Scopus

( kinescope AND ion AND all AND fields OR videotaping AND ion AND all AND fields OR kinesio AND taping AND ion AND all AND fields AND pain AND ion AND all AND fields AND functional AND recovery AND rehabilitation AND ion AND all AND fields OR rehabilitation AND ion AND all AND fields OR functional AND rehabilitation AND ion AND all AND fields AND algometer AND ion )

Web of Science Tópico: ((kinesin taking OR kinesiotaping) OR ((((((kinesin tape AND pain) AND functional rehabilitation) AND functional recovery) AND alcometer) AND algometry) AND pressure pain threshold))

Open Grey kinesio tapaing and pain and Functional Rehabilitation and Algometer

ProQuest kinesio tapaing and pain and Functional Rehabilitation and Algometer

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ANEXO A - FICHA ODONTOLÓGICA: AVALIAÇÃO RDC/TMD

Critérios de Diagnóstico para Pesquisa das Desorden s

Temporomandibulares RDC / DTM Editado por

Francisco J. Pereira Jr. – DDS, MS, PhD

Colaboradores Kimberly H. Huggins – RDH, BS Samuel F. Dworkin – DDS, PhD Richard Ohrbach – DDS, PhD

Research Diagnostic Criteria for Temporomandibular Disorders Edited by: Samuel F. Dworkin, DDS,PhD and Linda LeResche,ScD (see language translation at website: RDC-TMDinternational.org)

Back-translation

Eduardo Favilla, DDS

Revised April 8, 2009