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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Lisis Campestrini Cooper OCORRÊNCIAS DE SURTOS DE DOENÇAS TRANSMITIDAS POR ALIMENTOS NO ESTADO DO PARANÁ CURITIBA 2012

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

Lisis Campestrini Cooper

OCORRÊNCIAS DE SURTOS DE DOENÇAS TRANSMITIDAS POR

ALIMENTOS NO ESTADO DO PARANÁ

CURITIBA

2012

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Lisis Campestrini Cooper

OCORRÊNCIAS DE SURTOS DE DOENÇAS TRANSMITIDAS POR

ALIMENTOS NO ESTADO DO PARANÁ

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado

ao curso de Medicina Veterinária da Faculdade de

Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade

Tuiuti do Paraná, como requisito parcial para

obtenção do grau de Médica Veterinária.

Orientadora: Profª Drª Anderlise Borsoi

CURITIBA

2012

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1. Reitor

Prof. Luiz Guilherme Rangel Santos

2. Pró-Reitor Administrativo

Sr. Carlos Eduardo Rangel Santos

3. Pró-Reitora Acadêmica

Profa Carmen Luiza da Silva

4. Pró-Reitor de Planejamento e Avaliação

Sr. Afonso Celso Rangel Santos

5. Pró-Reitor de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão

Prof a

Roberval Eloy Pereira

6. Secretário Geral

Prof. João Henrique Faryniuk

7. Coordenadora do Curso de Medicina Veterinária

Prof a

Ana Laura Angeli

8. Coordenadora de Estágio Curricular do Curso de Medicina Veterinária

Prof a

Ana Laura Angeli

9. Metodologia Cientifica

Prof. Jair Mendes Marques

10. CAMPUS: PROF. SYDNEI LIMA SANTOS

Rua: Sydnei A. Rangel Santos, 238 – Santo Inácio

CEP: 82010-330 – Curitiba - Paraná

Fone: (41) 3331-7700

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TERMO DE APROVAÇÃO

Lisis Campestrini Cooper

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

Este trabalho de conclusão de curso foi julgado e aprovado para obtenção do título de

Médico Veterinário por uma banca examinadora do Curso de Medicina Veterinária da

Universidade Tuiuti do Paraná.

Curitiba, 22 de novembro de 2011.

___________________________________

Medicina Veterinária

Universidade Tuiuti do Paraná

Orientador: ___________________________________

Profa Anderlise Borsoi

Universidade Tuiuti do Paraná

__________________________

Profª Silvana Krychak Furtado

Universidade Tuiuti do Paraná

________________

Profa Cassima Garcia L. dos Santos

Universidade Tuiuti do Paraná

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, por iluminar cada passo dado e me afastando do

perigo e ainda me presentear com uma família e amigos maravilhosos.

À minha mãe, Rosicleia Campestrini Cooper e meu pai João Alfredo Cooper, que

sempre acreditaram em mim, muito obrigada. Agradeço a sua fidelidade, amizade e os seus

sorrisos.

Meu marido Rodrigo Madureira Mocellin, agradeço pela linda forma de se fazer

presentes todos os momentos.

À minha família e amigos agradeço humilde e profundamente por cada segundo a

mim dedicado como a força desprendida para me fazer ir além. Agradeço a paciência e a

credibilidade.

À madrinha Olga Mussolin Gavelack (in memoriam), que foi e sempre será uma

estrela que me protege e guia meus caminhos, anjo sereno, obrigada pela lição da infância,

do poder da risada, da ingenuidade e do amor incondicional.

Agradeço eternamente à minha família, não apenas a de sangue que amo e sempre

amarei, mas como também a que me foi trazida por Deus e talvez nem saiba que é tão

família pra mim. Agradeço os mimos e a atenção, as risadas e as lágrimas.

Professora, amiga, incentivadora e sem sombra de dúvidas um grande exemplo

Anderlise Borsoi agradeço a paciência e a determinação de me orientar nessa jornada, bem

como todas as dicas e conhecimentos a minha pessoa destinados.

Ao Professor Antônio Carlos Nascimento, que acima de tudo e todos foi na verdade

quem abriu as portas de minha mente para a profissão e sem medo de que eu errasse me

ensinou de forma prática e assertiva o maravilhoso mundo dos cavalos, dos projetos sociais

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em prol dos animais e outras muitas coisas.

Aos demais professores e amigos da UTP que fizeram da universidade a extensão

do meu lar, nesses anos todos, agradeço.

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RESUMO

O estágio foi realizado na Secretaria Estadual de Saúde, no setor de Vigilância

Sanitária de Alimentos, situada na Rua Piquiri, 170 no bairro Rebouças na cidade de

Curitiba, Estado do Paraná. Nesse departamento são registradas todas as ocorrências de

problemas com alimentos, desde denuncias, surtos até informações sobre como legalizar

alimentos e estabelecimentos. A Secretaria de Saúde do Estado do Paraná tem entre outras,

a função de orientar e fiscalizar o trabalho das vinte e duas regionais de saúde, seguindo

uma hierarquia onde os municípios se retratam às devidas regionais e as mesmas informam

o Estado. O estágio foi supervisionado pela Professora Doutora Anderlise Borsoi e pela

orientadora profissional Doutora Marise Penteado. As atividades no estágio foram compilar

os dados com relação à surtos de origem alimentar, apresentar aspectos relacionados ao

controle e notificação de surtos nos sistemas da Secretaria de Saúde do Estado (SESA),

vivenciar na prática as atividades que foram ministradas durante as aulas e aprimorar o

conhecimento profissional pelo acompanhamento da rotina da realizada pelo médico

veterinário nesta área. O estágio foi realizado no período de vinte e quatro de agosto de dois

mil e doze à vinte e um de novembro de dois mil e doze.

Palavras chave: surtos alimentares, vigilância sanitária, Curitiba , estágio curricular.

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 – Mapa das Regionais de Saúde de Curitiba......................................................20

FIGURA 2 - Pirâmide de Doenças Gastro Intestinais, LACEN, 2012.................................23

FIGURA 3 –Página SINANNET .........................................................................................36

FIGURA 4– Página SINANNET Relato de Surto................................................................37

FIGURA 5 – Preenchimento do Agravo da Doença na Ficha de Surto no SINANNET.......37

FIGURA 6 – Preenchimento de Agravo/Síndrome na Ficha de Surto no SINANNET........38

FIGURA 7 – Preenchimento da Ficha de Surto no SINANNET, Modelo Preenchido

Corretamente.........................................................................................................................39

FIGURA 8 – Preenchimento do Modo e Veículo de Transmissão Suspeitos na Ficha de

Surto no SINANNET............................................................................................................39

FIGURA 9 – Aviso de que o Surto foi Registrado com Sucesso no SINANNET:...............40

FIGURA 10 – Opção de Inclusão da Ficha de DTA no

SINANNET:..........................................................................................................................40

FIGURA 11 – Ficha de Surto de DTA no SINANNET:.......................................................41

FIGURA 12 - Preenchimento da Ficha de Surto com Resultados Concluídos no

SINANNET:..........................................................................................................................41

FIGURA 13 – Alimentos Registrados como Causadores de Surto no

SINANNET:..........................................................................................................................44

FIGURA 14 – Alimentos Registrados como Causadores de Surto no LACEN:...................45

FIGURA 15 – Número de Notificações por Regiões SINANNET:......................................45

FIGURA 16 – Número de Notificações por Regiões LACEN:............................................46

FIGURA 17 – Enterobactérias Relatadas e Número de Casos CIEVS 2012:......................47

FIGURA 18 – Enterobactérias Relatadas e Porcentagem de Casos CIEVS

2011:......................................................................................................................................48

FIGURA 19 – Enterobactérias Relatadas e Número de Casos por Regionais CIEVS

2011:......................................................................................................................................48

FIGURA 20 – Enterobactérias Relatadas e Número de Casos por Faixa Etária CIEVS

2011.......................................................................................................................................49

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FIGURA 21 – Casos de Enterobactérias Identificados por S.E. no Paraná CIEVS

2012......................................................................................................................................51

FIGURA 22 - Planilha Desenvolvida no Estágio de Janeiro à Outubro de 2012 com Base

nos Laudos do LACEN PR...................................................................................................53

FIGURA 23 – Planilha Desenvolvida no Estágio de Janeiro à Outubro de 2012 com Base

no SINANNET......................................................................................................................54

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Atividades Realizadas no Estágio ........................................................................ 16

Tabela 2: Sinais e Sintomas das Vias Digestivas Superiores e Inferiores que Aparecem

Primeiro ou Predominam 2012.............................................................................................35

Tabela 3: Sinais e Sintomas Neurológicos............................................................................35

Tabela 4: Sinais e Sintomas Respiratórios............................................................................36

Tabela 5: Alimentos envolvidos nos surtos e numero de casos registrados no SINANNET

2012.......................................................................................................................................42

Tabela 6: Alimentos envolvidos nos surtos e numero de casos registrados no LACEN

2012.......................................................................................................................................43

Tabela 7: Resultados dos Laudos do Lacen e o Número de Ocorrências de Cada Resultado

2012......................................................................................................................................49

Tabela 8: Alimentos de Origem Animal Envolvidos nos Surtos e Agentes Encontrados

2012......................................................................................................................................50

Tabela 9: Agentes envolvidos nos surtos e numero de casos registrados no

LACEN.................................................................................................................................50

Tabela 10: Alimentos Envolvidos nos Surtos Separados por Grupos, Numero de Casos

Registrados no LACEN e o Resultado de Ocorrências por Agentes

2012.......................................................................................................................................52

Tabela 11: Alimentos Envolvidos nos Surtos de DTA Separados por Grupos, Numero de

Casos Registrados no SINANNET 2012..............................................................................53

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LISTA DE SIGLAS

ANVISA – Agencia Nacional de Vigilância Sanitária

AOAC – Association of Official Analytical Chemistrys

APHA - American Pharmaceutical and Health Assiciation

APPCC - Avaliação de Perigos e Pontos Críticos de Controle

BPF - Boas Práticas de Fabricação

CIEVS – Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde

DAS - Secretaria de Defesa Agropecuária

DDA - Doenças Diarreicas Agudas

DIPOA - Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal

DNPM - Departamento Nacional de Produção Mineral

DOI - Divisão de Operações Industriais

DTA - Doenças Transmitidas por Alimentos

EUA - Estados Unidos da América

FDA - Food and Drug Administration

FUNSAUDE - Fundo Estadual de Saúde

GMP - Good manufacturing practice

ICMSF - International Commission on Microbiological Specifications for Foods

LACEN - Laboratório Central

MAPA - Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento

MS - Ministério da Saúde

MT - Ministério do Trabalho

OMS - Organização Mundial da Saúde

PCC - Pontos Críticos de Controle

PPHO - Procedimentos Padrões de Higiene Operacional

SELEI - Serviço de Inspeção de Leite e Derivados

SESA – Secretaria da Saúde

SIF - Serviço de Inspeção Federal

SINANNET - Sistema de Informação de Agravos de Notificação

SMS - Secretaria Municipal de Saúde

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SSOP - Sanitation Standard Operating Procedure

SUS – Sistema Único de Saúde

SVS - Secretaria de Vigilância em Saúde

TCC – Trabalho de Conclusão de Curso

UHT - Ultra-high-temperature

USDA - United States Department of Agriculture

UTP – Universidade Tuiuti do Paraná

VA - Vigilância Ambiental

VE - Vigilância Epidemiológica

VEDTHA – Vigilância Epidemiológica das Doenças de Transmissão Hídrica Alimentar

VISA - Vigilância Sanitária

VS - Vigilância Sanitária

PI – Período de Incubação

DNCI – Doença de Notificação Compulsória Imediata

P.E. – Padrão Epidemiológico

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 13

2 DADOS SOBRE O ESTAGIÁRIO 16

2.1 ORIENTADOR ACADÊMICO _______________________________________ 16

2.2 ORIENTADOR PROFISSIONAL _____________________________________ 17

2.3 CARGA HORÁRIA DO ESTÁGIO 17

3 DESCRIÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO 17

4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ________________________________________ 20

4.1 DOENÇAS TRANSMITIDAS POR ALIMENTOS – DTA _________________ 20

4.2 Surto de DTA _____________________________________________________ 22

4.3 Notificação e Investigação de Casos Suspeitos ___________________________ 24

4.4 LEGISLAÇÕES ___________________________________________________ 25

5 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NO ESTÁGIO ______________________ 29

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS 52

REFERÊNCIAS ______________________________________________________ 54

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1 INTRODUÇÃO

Este trabalho de Conclusão de Curso (T.C.C.) apresenta o relatório de estágio

obrigatório da acadêmica Lisis Campestrini Cooper, da Universidade Tuiuti do Paraná, com

o objetivo de compilar dados sobre surtos, apresentar aspectos relacionados ao controle e

notificação de surtos nos sistemas da Secretaria de Saúde do Estado (SESA), vivenciar na

prática as atividades que foram ministradas durante as aulas e aprimorar o conhecimento

profissional pelo acompanhamento da rotina da realizada pelo médico veterinário nesta

área.

Quanto aos temas abordados durante o estágio, é descrito que para qualidade de um

alimento deve-se garantir ao consumidor inocuidade (ausência de efeitos nocivos à saúde),

genuinidade (consumo do produto conforme anunciado), qualidade nutricional (ingesta

adequada de nutrientes) e preço (acessível à maioria da população). Contaminante é

qualquer substância que não seja intencionalmente adicionada, mas nele esteja presente

como resíduo da produção, fabrico, processamento, preparação, tratamento,

acondicionamento, embalagem, transporte e/ou armazenamento ou em resultado a uma

contaminação ambiental. Fontes de contaminação de alimentos, consideradas como a

poluição do ar, solo e água, fertilizantes e praguicidas, antibióticos e promotores do

crescimento, metais, contaminação natural microbiana, contaminação nas operações de

abate, contaminação na ordenha, contaminação na produção de ovos e mel, contaminação

durante o armazenamento e processamento de alimentos.

Dentre as doenças transmitidas por alimentos, mais comumente conhecidas como

DTA, a ingestão de alimentos ou bebidas contaminados figuram como principais fontes.

Existem mais de 250 tipos de DTA e a maioria são infecções causadas por bactérias e suas

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toxinas, vírus e parasitas. Outras doenças são envenenamentos causados por toxinas

naturais (ex. cogumelos venenosos, toxinas de algas e peixes) ou por produtos químicos

prejudiciais que contaminaram o alimento (ex. chumbo e agrotóxicos).

A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que, a cada ano, mais de dois

milhões de pessoas morram por doenças diarreicas, muitas das quais adquiriram ao ingerir

alimentos contaminados. Estima-se que as DTA causem, anualmente, nos Estados Unidos

(EUA), aproximadamente 76 milhões de casos, 325.000 hospitalizações e 5 mil mortes. As

doenças que causam diarreia e vômitos podem levar à desidratação, caso o paciente perca

mais fluidos corporais e sais minerais (eletrólitos) do que a quantidade ingerida. A

reposição destes fluidos e eletrólitos é extremamente importante para evitar a desidratação.

Quando a diarreia é aguda, deve-se ingerir sal de reidratação oral, disponibilizado

gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), ou outras soluções de reidratação oral.

As bebidas esportivas não compensam corretamente as perdas de fluidos e eletrólitos e não

devem ser utilizadas para tratamento de doença diarreica (SVS, 2005), pois a necessidade

de eletrólitos é muito maior do que a que essas bebidas oferecem.

Coliformes fecais, atualmente chamado de coliformes termotolerantes, são bactérias

que estão presentes em grande quantidade no intestino dos animais de sangue quente. Os

coliformes fecais podem contaminar a água através das fezes de animais, por meio de

despejo do esgoto que não foi adequadamente tratado. Neste grupo está presente a bactéria

gram-negativa Escherichia coli, que ao ingerirmos alimentos contaminados por ela, os

resultados desagradáveis (como uma gastrenterite, por exemplo) podem ser brandos ou

desastrosos, dependendo do grau de contaminação.

A investigação de surtos de Doenças transmitidas por alimento no Paraná teve início

em 1978, porém no período de 2006 a 2012, essa investigação tem sofrido falhas pelo

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simples motivo de que as regionais de saúde não estão oferecendo a devida atenção para a

informação oficial dos mesmos, bem como quando os surtos são notificados e amostras são

enviadas ao laboratório central, os surtos são considerados encerrados apenas com o

parecer do laudo do laboratório, o que não é correto, pois mesmo após a ciência do agente e

alimento causador da doença, é necessária uma investigação detalhada para que se

esclareça onde foi instalada a contaminação, por exemplo: se foi a matéria prima, se foi na

hora de servir ou se foi o manipulador o responsável pela contaminação, para que possam

ser administradas as medidas cabíveis para o controle desse risco (JATAI, 2012).

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2 DADOS SOBRE O ESTAGIÁRIO

As atividades de estágio curricular estão descritas abaixo na tabela1, foram

realizadas na Secretaria Estadual da Saúde, desenvolvidas pela estagiária Lisis Campestrini

Cooper, abordaram o setor de vigilância sanitária de alimentos, onde foi trabalhado

principalmente com surtos e DTAs.

TABELA 1 : Atividades Realizadas no Estágio:

ATIVIDADES CARGA HORÁRIA

Revisão de Legislações 46h

Acompanhamento da Rotina do Departamento 46h

Apanhado de Dados dos SINANNET 46h

Apanhado de Dados LACEN 46h

Elaboração de Planilha com os Dados Apanhados

dos Sistemas de Notificação (LACEN,

SINANNET)

46h

Elaboração de Gráficos com os Dados Apanhados

dos Sistemas de Notificação (LACEN,

SINANNET)

46h

Atualizar as Planilhas e Gráficos, para que a

Secretaria Tenha Dados Estatísticos para Fornecer à

População e às Regionais

46h

Treinamento em Análise de Surtos 40h

Internado Fazenda Pé da Serra (UTP) 20h

Internato Clinica Veterinária da UTP 20h

Elaboração do TCC 14h

Total 416h

2.1 ORIENTADOR ACADÊMICO

A orientação acadêmica foi realizada pela Professora Doutora Anderlise Borsoi,

responsável pelas disciplinas de Doença de Aves e Suínos, Higiene e Inspeção de Produtos

de Origem Animal do curso de Medicina Veterinária da UTP (Universidade Tuiuti do

Paraná).

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2.2 ORIENTADOR PROFISSIONAL

O estágio foi orientado pela Medica Veterinária Doutora Marise Penteado, Chefe da

Divisão Sanitária de Alimentos da Secretaria Estadual de Saúde do Paraná.

2.3 CARGA HORÁRIA DO ESTÁGIO

O estágio na SESA PR teve início dia 24/08/2012 com previsão de término dia

21/11/2012, totalizando 360 horas. Foram realizados também o internado na fazenda e na

clínica da UTP, e algumas horas disponíveis para elaboração do TCC, totalizando a carga

horária exigida pela disciplina de estágio curricular de 416h.

3 DESCRIÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO

A Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (SESA – PR), esta situada na Rua

Piquiri, 170, bairro Rebouças, na cidade de Curitiba, Paraná (CEP: 80230140) e atende

pelos fones 41 33304300 e 41 33304406.

A SESA – PR é responsável por todos os programas da área da saúde do estado,

bem como o monitoramento e armazenamento de dados das regionais de saúde, que no caso

do Paraná são 22. A SESA é composta pela seguinte equipe:

Governador do Estado do Paraná, Sr. Carlos Alberto Richa; Secretário de Estado da Saúde:

Michele Caputo Neto; Diretor Geral: Rene José Moreira dos Santos; Chefe de Gabinete:

Romeu Munaretto; Superintendente de Gestão de Sistemas de Saúde: Paulo Almeida;

Superintendente de Vigilância em Saúde: Sezifredo Paulo Alves Paz; Superintendente de

Políticas de Atenção Primária em Saúde: Márcia Cecília Huçulak; Superintendente de

Infra-Estrutura da Saúde: Pythagoras Schmidt Schroeder; Diretora da Escola de Saúde

Pública e Centro Formador de Recursos Humanos: Célia Regina Rodrigues Gil; Diretor de

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Unidades Próprias: Charles London; Diretor do Grupo Setorial de Recursos Humanos:

Romildo Ribeiro Sbrissia; Diretor de Políticas de Urgência e Emergência: Vinicius Filipak;

Diretor Executivo do Fundo Estadual de Saúde: Olavo Gasparin; Assessor Jurídico: Carlos

Alexandre Lorga.

As ações de Vigilância Sanitária (VISA) devem promover e proteger a saúde da

população, com ações capazes de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e intervir

nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e da circulação de

bens e da prestação de serviços de interesse da saúde. No Brasil, a ANVISA (Agência

Nacional de Vigilância Sanitária) é responsável por criar normas e regulamentos e dar

suporte para todas as atividades da área no País. A ANVISA também é quem executa as

atividades de controle sanitário e fiscalização em portos, aeroportos e fronteiras.

No Paraná a VISA coordena o trabalho feito em todas as cidades (pelas vigilâncias

municipais, Figura 1) e complementa ações e normas quando há necessidade.

A VISA garante a qualidade dos serviços de alimentos. As ações da divisão são

válidas para todos os tipos de alimentos, matérias-primas, coadjuvantes de tecnologia,

processos tecnológicos, aditivos, embalagens, equipamentos, utensílios e também aos

aspectos nutricionais. A fiscalização e inspeção dos serviços fica a cargo das Secretarias

Municipais de Saúde e pode ser complementado pela VISA Estadual.

A Vigilância Sanitária de Produtos tem o objetivo de controlar, monitorar, fiscalizar

e regulamentar a produção, distribuição, transporte e comercialização de medicamentos,

correlatos, saneantes domissanitários, cosméticos, produtos de higiene, perfumes e

agrotóxicos, coordenando as ações de Vigilância Sanitária e Farmacovigilância.

A Vigilância Sanitária de Serviços tem uma das principais atividades da vigilância é

a fiscalização de hospitais, laboratórios, bancos de sangue e clínicas médicas, estéticas e

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odontológicos, visando a qualidade dos serviços prestados. Estes lugares devem estar

sempre higienizados, pois tem um risco maior de transmissão de doenças e infecções.

Contato - Divisão de Vigilância Sanitária

Telefone: 41- 3330 4536 | Fax: 41- 3330 4535 e-mail: [email protected]

Em Curitiba para denúncias deve-se entrar em contato com a vigilância sanitária

municipal. Curitiba, pelos seguintes telefones: 0800 644 0041, 156, 41 - 3350 9381

As atividades que o departamento realiza abrangem: listagem de alimentos

apreendidos, desinterditados, liberados, proibidos e suspensos. Procedimentos técnicos para

inspeção sanitária das indústrias de palmitos. Formação de comissões e grupos de trabalho,

conferências e aulas, informes técnicos, inspeção, legislações, resíduos agrotóxicos em

alimentos, resíduos de medicamentos veterinários em alimentos, registro de produtos,

rótulos de alimentos, segurança alimentar, formulários e surtos.

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FIGURA 1 – Mapa das Regionais de Saúde do Paraná:

Fonte: SESA PR, 2012

4 REVISÃO BIBLIOGRAFICA

4.1 Doenças Transmitidas por Alimentos - DTA

Os sintomas mais comuns para as doenças transmitidas por alimentos são falta de

apetite, náuseas, vômitos, diarreia, dores abdominais e febre (dependendo do agente

etiológico). Podem ocorrer também afecções extra intestinais em diferentes órgãos e

sistemas como no fígado (Hepatite A), terminações nervosas periféricas (Botulismo), má

formação congênita (Toxoplasmose) dentre outros. As pessoas adoecem após ingerir água

ou alimentos contaminados (MS, 2012).

As DTA são dividas em 3 grupos onde o primeiro é a infecção, que ocorre devido à

ingestão do alimento com a presença do agente vivo e o agente vivo causa a patologia no

interior do organismo, em infecção sempre há presença de febre. Em seguida temos a

toxinfecção onde o agente é ingerido no alimento e produz toxinas patogênicas no

organismo, pode ou não haver febre. E por ultimo temos a intoxicação onde a toxina do

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agente está presente no alimento e causa a patologia no organismo, neste caso não há

presença de febre (Silva, 2007).

As bactérias são seres formados de apenas uma célula e que têm vida independente,

alguns deles trazem prejuízos à saúde podendo levar à morte, outros são até benéficos e

necessários tanto na indústria de alimentos (produção de alimentos e bebidas), como para

proteger o intestino ou outras regiões do corpo (Silva, 2007).

As bactérias preferem ambientes úmidos, não se desenvolvendo em alimentos

desidratados, preferem alimentos ricos em proteínas como carnes, leite, ovos, peixes,

algumas produzem “toxinas”, que são um tipo de veneno, ou seja, uma substância de efeito

tóxico para o homem (Silva, 2007).

Os fungos são divididos em bolores e leveduras. Multiplicam-se em alimentos mais

secos, frescos e que tenham quantidades maiores de açúcar (frutas e doces em geral) alguns

também são produtores de toxinas, podendo produzir toxinas alergênicas ou cancerígenas

(Silva, 2007).

Os vírus são uma exceção, pois não possuem vida própria, só crescem quando estão

dentro da célula do organismo do homem ou dos animais, o homem adquire esses micro-

organismos através da ingestão da água, leite, ou outro alimento contaminado e também

pelo ar ou junto de pessoas doentes, através do contato direto ou de manipulação de

alimentos (Ex.: hepatite, sarampo, rubéola, etc.). Os vírus não se multiplicam em alimentos

(Silva, 2007).

Os parasitas intestinais desenvolvem uma fase de vida no organismo do homem ou

do animal, e outra no solo, água ou alimentos, ao contrário de algumas bactérias e fungos,

nunca são benéficos aos seres humanos, sendo geralmente malignos (Silva, 2007).

No homem os micro-organismos são classificados como benignos neutros, que

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vivem no organismo sem causar bem ou mal, benignos saprófitos, que encontram-se no

intestino do homem, ajudando a proteger e evitar doenças. E os malignos, que invadem o

organismo do homem em número elevado ou não, com produção de toxinas ou não,

podendo causar doenças leves ou graves, inclusive a morte (Silva, 2007).

Nos alimentos a classificação é dada como benignos ou fermentadores, que são

aqueles que, quando colocados em determinado alimento ou bebida, transformam e

modificam sua função sem causar doença e patogênicos, micro-organismos perigosos e

colocam em risco a saúde e até a vida do homem, são veiculados pelos alimentos e causam

infecções intestinais através da agressão ao epitélio ou provocam intoxicações através da

produção de toxinas no alimento ou no intestino (Silva, 2007).

4.2 SURTO DE DTA

Um surto de DTA é definido como um incidente em que a duas ou mais pessoas

apresentam uma enfermidade semelhante após a ingestão de um mesmo alimento, e as

análises epidemiológicas apontam o alimento como a origem da enfermidade. Entretanto,

um único caso de botulismo ou envenenamento químico pode ser suficiente para

desencadear ações relativas a um surto, devido à gravidade desses agentes (VS SC, 2012).

Os surtos de enfermidades transmitidas por alimentos registrados representam

apenas a "ponta do iceberg". A probabilidade de que um surto seja reconhecido e notificado

pelas autoridades de saúde depende, entre outros fatores, da comunicação dos

consumidores, do relato dos médicos, das atividades de vigilância sanitária das secretarias

municipais e estaduais de saúde, como podemos observar na figura 2, que nos orienta sobre

a quantidade estimativa de pessoas que adoecem e o numero de notificações que realmente

é realizado.

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FIGURA 2 – Pirâmide de Doenças Gastro Intestinais, LACEN, 2012:

Fonte: FARAH, 2012.

Para que uma enfermidade transmitida por alimentos ocorra, o patógeno ou sua(s)

toxina(s) deve(m) estar presente(s) no alimento. Apenas a presença do patógeno não

significa que a enfermidade ocorrerá (VS SC, 2012).

Os perigos encontrados são os seguintes: perigo biológico (bactérias, vírus,

parasitas, toxinas), perigos químicos (pesticidas, herbicidas, antibióticos), perigos físicos

(fragmentos de vidros, metais, madeiras) (SEBRAE, 2012).

De 2000 a 2011 foram notificados 8.663 surtos de DTA, 163.425 pessoas doentes,

112 óbitos, agente etiológico 46,1% dos surtos, veículo (alimento) 34,4%, local de

ocorrência 26,5% (VEDTHA, 2011).

As apresentações clínicas das DTA são as seguintes, infecção (ingestão de

microrganismos patogênicos que se multiplicam no intestino. Ex: Brucella spp, Salmonella

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spp, C. jejuni), intoxicação (ingestão de toxina presente no alimento. Ex: Staphylococcus

aureus, C. botulinum, B. cereus - emética) e toxinfecção (ingestão de alimento com

microrganismos patogênicos, que produzirá toxinas no intestino. Ex: V. cholerae, C.

perfringens, E. coli O157:H7, B. cereus - diarreica) (VEDTHA, 2011).

Aspectos epidemiológicos a serem observados são distribuição geográfica,

morbidade, mortalidade e letalidade, modo de transmissão, modo de contaminação, PI,

suscetibilidade, resistência, agentes etiológicos mais comuns (VEDTHA, 2011).

A notificação é regida pela Portaria 104 – SVS/MS, 25/01/2011, onde se encontram

mais de 200 tipos de notificações, entre elas podemos encontrar as seguintes notificação

compulsória, individual (caso suspeito de), botulismo –DNCI, cólera – DNCI, febre tifoide,

esquistossomose (em área não endêmica), doença de Creutzfeldt – Jacob, surto ou

agregação de casos ou de óbitos por:-agravos inusitados alteração do P.E. A Lista estadual

e municipal pode ter outros agravos (SVS PR).

4.3 NOTIFICAÇÃO E INVESTIGAÇÃO DE CASOS SUSPEITOS

De acordo com a Portaria n° 2.472, de 31 de agosto de 2010 (SVS/MS, 2010) todo

surto de DTA deve ser notificado às autoridades locais de saúde e investigado

imediatamente. A unidade de saúde notificadora deve utilizar a ficha de

notificação/investigação SINAN, encaminhando-a para ser processada conforme o fluxo

estabelecido pela SMS (SVS/MS, 2010).

A notificação dos surtos segundo a portaria deveria ser notificado em até 24 horas à

SMS, por serviço telefônico. Em situações de surtos com ocorrência de óbitos ou

internações graves, e no caso da SMS e/ou SES não disporem de infraestrutura,

principalmente nos finais de semana, feriados e período noturno, a notificação poderá ser

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feita pelos profissionais de saúde à Secretaria de Vigilância em Saúde – SVS/MS pelo

Disque-Notifica 0800-644-6645, por meio de correio eletrônico ([email protected])

ou, diretamente pelo sítio eletrônico da Secretaria de Vigilância em Saúde, no

endereço www.saude.gov.br/svs (SESA PR, 2012).

Toda investigação de surto de DTA deve ser feita em parceria com a VISA,

vigilância ambiental, LACEN e outras instituições de acordo com a situação. A VISA

deverá realizar a inspeção sanitária de todos os estabelecimentos produtores dos alimentos

suspeitos, coletar amostras de água e alimentos, descrever o fluxograma da produção de

cada um deles, realizar swab dos utensílios e superfícies, verificar se algum manipulador

adoeceu e, se necessário, orientar que o produtor forneça amostras para serem analisadas

(SESA PR, 2012).

É função da Secretaria de Saúde do Estado identificar e retirar, imediatamente, o

alimento contaminado, para interromper a cadeia de transmissão e evitar a ocorrência de

novos casos. Orientar aos pacientes que não utilizem medicamentos sem indicação médica

e procurem atendimento médico para realizar o tratamento adequado (SESA PR, 2012).

4.4 Legislações

Os órgãos legisladores oficiais são o Ministério da Agricultura Pecuária e

Abastecimento (MAPA), a Secretaria de Defesa Agropecuária (DAS), o Departamento de

Inspeção de Produtos de Origem Animal (DIPOA), a Divisão de Operações Industriais

(DOI), o Serviço de Inspeção de Leite e Derivados (SELEI), a Agência Nacional de

Vigilância Sanitária (ANVISA), o Ministério da Saúde (MS), o Ministério do Trabalho

(MT), o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM).

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Portaria nº 1428, de 26 de novembro de 1993 – MS

Aprova o Regulamento Técnico para a inspeção sanitária de alimentos, as diretrizes para o

estabelecimento de Boas Práticas de Produção e de Prestação de Serviços na Área de

Alimentos e o Regulamento Técnico para o estabelecimento de padrão de identidade e

qualidade para serviços e produtos na área de alimentos. De âmbito Federal (SILVA, 2007).

Portaria nº 326, de 30 de junho de 1997 - MS

Aprova o Regulamento Técnico "Condições Higiênico Sanitárias e de Boas Práticas de

Fabricação para Estabelecimentos Produtores Industrializadores de Alimentos". De âmbito

Federal (SILVA, 2007).

Portaria nº 368, de 04 de setembro de 1997 - MAPA

Aprova o Regulamento Técnico sobre as condições Higiênico- Sanitárias e de Boas Práticas

de Fabricação para Estabelecimentos Elaboradores Industrializadores de Alimentos. De

âmbito Federal (SILVA, 2007).

Portaria nº 216, de 15 de setembro de 2004 ANVISA

Dispõe sobre o Regulamento Técnico de Boas Práticas para Serviços de Alimentação. De

âmbito Federal (SILVA, 2007).

Resolução – RDC no 12, de 02 de janeiro de 2010 - ANVISA

Aprovar o Regulamento Técnico Sobre Padrões Microbiológicos Para Alimentos. De

âmbito Federal (SILVA, 2007).

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Resolução - RDC nº 91, de 11 de maio de 2001 - ANVISA

Aprova o Regulamento Técnico - Critérios Gerais e Classificação de Materiais para

Embalagens e Equipamentos em Contato com Alimentos constante do

Anexo desta Resolução. De âmbito Federal (SILVA, 2007). Obs.: As Boas Praticas de

Fabricação são um dos critérios exigidos (SILVA, 2007).

Resolução RDC nº 275, de 21 de outubro de 2002 ANVISA

Aprova o Regulamento Técnico de Procedimentos Operacionais Padronizados aplicados

aos Estabelecimentos Produtores Industrializadores de Alimentos e a Lista de Verificação

das Boas Práticas de Fabricação em Estabelecimentos Produtores Industrializadores de

Alimentos. De âmbito Federal (SILVA, 2007).

Circular nº 272, de 22/12/1997 – DIPOA/DAS/MAPA

Implanta o Programa de Procedimentos Padrão de Higiene Operacional (PPHO) e do

Sistema de Análise de Risco e Controle de Pontos Críticos (ARCPC) em estabelecimentos

envolvidos com o comércio internacional de carnes e produtos cárneos, leite e produtos

lácteos e mel e produtos apícolas. De âmbito Federal. Obs.: ARCPC era a sigla usada no

passado pelo MAPA para HACCP/APPCC (SILVA, 2007).

Resolução nº 10, de 22/05/2003 – DIPOA/MAPA

Institui o Programa Genérico de Procedimentos – Padrão de Higiene Operacional – PPHO,

a ser utilizado nos Estabelecimentos de Leite e Derivados que funcionam sob o regime de

Inspeção Federal, como etapa preliminar e essencial dos Programas de Segurança

Alimentar do tipo APPCC (Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle). De âmbito

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Federal (SILVA, 2007).

Portaria nº 40, de 20 de janeiro de 1997 MAPA

Aprova o Manual de Procedimentos no Controle de Bebidas e Vinagres, baseado nos

princípios do sistema de Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle APPCC. De

âmbito Federal (SILVA, 2007).

Portaria nº 46, de 10 de fevereiro 1998 MAPA

Institui o Sistema de Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle APPCC, a ser

implantado gradativamente nas indústrias de produtos de origem animal sob o regime do

Serviço de Inspeção Federal- SIF, de acordo com o manual Genérico de Procedimentos,

anexo a esta Portaria. De âmbito Federal (SILVA, 2007).

Portaria nº 15, de 23 de agosto 1988 ANVISA

Determina que o registro de produtos saneantes domis sanitários com finalidade

antimicrobiana seja procedido de acordo com as normas regulamentares anexas à Portaria.

De âmbito Federal (SILVA, 2007).

Portaria nº 518, de 25 de março 2004 MS

Estabelece os procedimentos e responsabilidades relativos ao controle e vigilância da

qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade e dá outras

providências. De âmbito Federal (SILVA, 2007).

Portaria nº 24, de 29 de dezembro 1994 MT

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Esta norma regulamentadora – NR 07 estabelece a obrigatoriedade de elaboração e

implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam

trabalhadores como empregados, do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional –

PCMSO, com objetivo de promoção e preservação da saúde do conjunto dos seus

trabalhadores. De âmbito Federal (SILVA, 2007).

Resolução RDC nº 18, de 29 de fevereiro 2000 ANVISA

Dispões sobre as normas gerais para funcionamento de empresas especializadas na

prestação de serviços de controle de vetores e pragas urbanas. De âmbito Federal (SILVA,

2007).

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5 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NO ESTÁGIO

Leitura e estudo do Roteiro de Investigação de Surto de DTA. Esse roteiro tinha

como objetivo de demonstrar como se realiza de forma simplificada a notificação,

investigação, coleta de amostra e conclusão de surtos de DTA (SESA, 2012):

1 – As ocorrências de Surtos deveriam ser notificadas – na suspeita de ocorrências

de surtos as vigilâncias (Sanitária, Epidemiológica e Ambiental) deveriam coletar

informações básicas sobre os surtos e notificá-lo no SINANNET, caso ainda não tenha sido

notificado (pelas regionais), informar imediatamente os setores das vigilâncias de saúde

responsáveis (regional de saúde), por telefone o mais breve possível (no máximo 24h).

2 – O local de ocorrência deveria ser orientado – para que outras pessoas não

fossem expostas ao alimento suspeito e não viessem a ficar doentes, a vigilância deveria

fornecer algumas informações para garantir que pessoas não contaminadas se

contaminassem, por exemplo:

Evitar que alimentos suspeitos continuassem a ser consumidos (se ainda

houvesse);

Guardar sob refrigeração todas as sobras dos alimentos suspeitos até a

chegada da pessoa ou grupo encarregado pela instituição;

Preservar as embalagens e respectivos acondicionamentos, quando a suspeita

estiver relacionada a produtos industrializados;

Não fazer automedicação;

Orientar os doentes para que procurassem o Serviço de Saúde.

3 – Investigação do Surto – após a notificação, deveria ser realizada uma

investigação mais detalhada do surto. Onde seria identificada a população de risco e fatores

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de risco associados ao surto. Os responsáveis deveriam se deslocar para o local onde se

encontram os expostos e identificariam imediatamente a fonte de contaminação, coletariam

amostras, se possível, para o diagnóstico e identificação de agentes etiológicos das doenças

relacionadas ao surto. Estas amostras deveriam ser enviadas para análise clínica e

bromatológica e o Inquérito Coletivo deveria ser preenchido.

4 – Identificação da origem do surto (alimento ou água) e se foi fonte comum,

pontual ou persistente – se a refeição suspeita tivesse ocorrido em um evento especial

(casamento, aniversário, etc.) pessoa responsável pela organização deveria ser contatada a,

para obter a relação dos participantes com os respectivos endereços e locais de produção e

preparação dos alimentos.

Se fosse um domicílio, deveria ser investigado se a contaminação ocorreu no

mesmo ou se o alimento veio contaminado.

Considerar se o alimento/água foi servido em um evento especial:

Fonte comum, pontual: casamento, aniversário, etc.;

Fonte comum persistente: manipulador portador de salmonella sp.

Dados a coletar:

Relação dos participantes;

Locais de aquisição de matéria prima, preparo, distribuição e consumo dos

alimentos;

Relação dos manipuladores.

Nas perguntas empregaríamos termos de fácil compreensão, nunca induzindo à

resposta. O investigador deveria ser hábil e ágil e mostrar a importância de informações

fidedignas. Para isso usaria os formulários:

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Inquérito coletivo: para entrevistas de comensais doentes e não doentes;

Histórico dos alimentos;

Entrevista com manipuladores.

5 – Coleta de Material – clínico (fezes), bromatológico (alimentos), esta coleta se

daria como consta no manual designado pelo laboratório central LACEN, com toda

orientação de encaminhamento. Seria de suma importância identificar as duas amostras

como sendo amostras relacionadas a surtos e colocar o número de notificação no

SINANNET.

6 – Conclusão do Surto – só ocorreria depois de todas as informações essenciais

serem obtidas possibilitando identificar as causas relacionadas ao surto: alimento

suspeito, provável agente etiológico, fator de risco causal, etc.

Nem de todo o surto é possível coletar amostras, porém isso não impede a sua

conclusão.

Após preenchida a ficha de investigação do surto de DTA, esta deveria ser digitada no

Sistema de Informação de Agravos de Notificação - SINANNET que facilitaria a

formulação e avaliação das políticas, planos e programas de saúde, subsidiando o processo

de tomada das decisões, com vistas a contribuir para a melhoria da situação de saúde da

população. As atribuições do SINANNET são coletar, transmitir e disseminar dados

gerados rotineiramente pelo sistema de vigilância epidemiológica, fornecendo informações

para análise do perfil da morbidade da população nas três esferas de governo.

A leitura e estudo da padronização da investigação das DTA teve como objetivo

reconhecer as situações de surtos e de casos, bem como interpretar laudos e relatórios e

compreender como deveriam ser usados os sistemas e registrados esses dados mesmo que

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apenas para arrecadação de dados para o TCC, pois o SINANNET não deveria ser usado

como dado estatístico devido à sua pouca utilizações pelas regionais.

A Notificação do surto de DTA deveria ser seguida da investigação do surto de DTA e

da conclusão do surto de DTA.

Em detrimento da situação que foi mostrada no trabalho com as DTAs, seria de

grande valia a padronização e o estabelecimento de critérios para seu desempenho, sendo os

aspectos a serem padronizados:

Notificação do surto de DTA;

Investigação do surto de DTA;

Conclusão do surto de DTA.

Quanto a notificação – geralmente as DTA ocorrem de forma epidêmica – SURTO –

e, de acordo com o código de saúde do Paraná, Lei no

13331 de 23 de novembro de 2001,

Decreto no

5711 de 05 de maio de 2002, no capítulo III da vigilância sanitária e ambiental

na seção XXI dos alimentos para consumo humano, no artigo 367:

“Art. 367. A SESA/ISEP coordenará as ações de vigilância epidemiológica de

Doenças Transmitidas por Alimentos, através do sistema estadual de notificação,

investigação e controle desses agravos.”

“Parágrafo único. Os serviços de vigilância sanitária e epidemiológica municipais

deverão notificar de imediato e obrigatoriamente a SESA/ISEP os agravos por doenças

transmitidas e/ou veiculadas por alimento.”

Compreendendo desta forma os surtos de DTA. Portanto, a notificação de um surto

de DTA deverá ser feita da forma mais rápida possível (de preferência por telefone) à

autoridade sanitária local e as instâncias superiores (SESA, 2002).

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Quanto a investigação – junto à notificação de surto do SINANNET deveria haver,

um inquérito para investigação dos alimentos e agentes envolvidos, porém este inquérito

como é para qualquer tipo de surto, não tem informações importantes e específicas

relacionadas a surtos de DTA, assim sendo, a investigação deveria ser realizada no

Inquérito Coletivo específico para surto de DTA, onde tem-se, por exemplo data e hora do

início dos sintomas que seriam informações fundamentais para investigação.

Quanto à conclusão – todo o surto de DTA deveria ser finalizado no SINANNET

através da ficha de investigação de surto (DTA) que poderia ser encontrada na pasta do

SINANNET (C:/sinannet/areadedocumentos/documentação/ficha/ surto_dta_net.pdf), essa

ficha corresponde ao antigo relatório final de surto. A sequencia de acesso e preenchimento

de dados no sistema esta ilustrada nas Figuras 3 a 12 (SESA PR, 2012).

Para confirmação do agente e do alimento incriminado poderia ser empregado tanto

para critério clínico epidemiológico, laboratorial clínico, laboratorial bromatológico,

laboratorial clínico bromatológico ou inconclusivo.

Mesmo que o resultado do laboratório tivesse sido negativo deveria ser empregado

outro critério, e para isso seria necessária uma investigação bem feita com bom

embasamento técnico. O resultado inconclusivo denotaria uma investigação sem precisão

ou mal feita. Outro fator importante a considerar em relação à conclusão de surto seria

quanto ao número de agentes etiológicos, raramente existe mais de um agente envolvido em

um surto. (SESA PR 2012).

As tabelas 2 a 4 apresentam a caracterização das principais doenças e agentes

envolvidos em alimentos 2012:

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TABELA 2 - Sinais e Sintomas das Vias Digestivas Superiores e Inferiores que Aparecem

Primeiro ou Predominam:

Fonte: JATAI, 2012

TABELA 3 – Sinais e Sintomas Neurológicos:

Fonte: JATAI, 2012

SINAIS E SINTOMAS DAS VIAS DIGESTIVAS SUPERIORES (NÁUSEA – VÔMITO) QUE APARECEM

PRIMEIRO OU PREDOMINAM

SINAIS E SINTOMAS DAS VIAS DIGESTIVAS INFERIORES (CÓLICA-DIARRÉIA) PREDOMINANTES

Período de incubação Período de incubação

< 1 hora Entre 1 e 6 horas Entre 7 e 12

horas Entre 7 a 12

horas Entre 12 e 72 horas > 72 horas

Fungos silvestres Antimônio Cádmio Cobre

Fluoreto de Sódio

Chumbo Estanho

Zinco

Sem febre

Staphylococcus aureus

Bacillus cereus (cepa emética)

Nitritos

Sem febre

Fungos com ciclopeptídeos Fungos com giromitrínicos

Sem febre

Bacillus cereus (capa diarréica)

Clostridium perfringens

Sem febre

Vibrio cholerae (Sem febre)

Escherichia coli patogênica Salmonella

Shigella Vibrio

parahaemolyticus Vibrio vulnificus Campylobacter Plesiomonas shigelloides Aeromonas hidrophilla

Vírus entéricos: ECHO, coxsackie,

pólio, reovirus, adenovírus e

outros. Entamoeba hystolytica

Diphylobotrium latum

Taenia solium/ saginata Yersínia

enterocolitica Giárdia intestinalis Escherichia coli O

157:h7 Outros parasitas

intestinais

SINAIS E SINTOMAS NEUROLÓGICOS (TRANSTORNOS VISUAIS, FORMIGAMENTOS E PARALISIAS)

Período de incubação

< 1 hora Entre 1 e 6 horas Entre 12 e 72 horas > 72 horas

Fungos com ácido ibotênico

Fungos com muscinol

Hidrocarbonetos clorados Ciguatera

”Erva de feiticeiro” e “saia branca” (Datura) Cicuta aquática

Fungos com muscarina Organofosforados Toxinas marinhas

Tetradontídeos

Clostridium botulinum Mercúrio

Fósforo triostocresil

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TABELA 4 – Sinais e Sintomas Sistêmicos e Respiratórios:

Fonte: JATAI, 2012

FIGURA 3 – Página SINANNET:

Fonte: SINANNET, 2012

SINAIS E SINTOMAS SISTÊMICOS

FARINGITE – SINAIS E SINTOMAS RESPIRATÓRIOS

Período de incubação Período de incubação

< 1 hora Entre 1 e 6 horas > 72 horas < 1 hora Entre 12 e 72 horas

Histamina, Tiramina Glutamato

Monossódico Ácido Nicotínico

Vitamina A

Brucella abortus Brucella melitensis

Brucella suis Coxiella burnetti

(Febre Q) Salmonella thyphi

Vírus da Hepatite A e E

Toxoplasmose gondii Micobacterium

Echinococcus spp.

Hidróxido de sódio Streptococcus pyogenes

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FIGURA 4 – Página SINANNET Relato de Surto:

Fonte: SINANNET, 2012

FIGURA 5 – Preenchimento do Agravo da Doença na Ficha de Surto no SINANNET:

Fonte: SINANNET, 2012

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FIGURA 6 – Preenchimento de Agravo/Síndrome na Ficha de Surto no SINANNET:

Fonte: SINANNET, 2012

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FIGURA 7 – Preenchimento da Ficha de Surto no SINANNET, Modelo Preenchido

Corretamente:

Fonte: SINANNET, 2012

FIGURA 8 – Preenchimento do Modo e Veículo de Transmissão Suspeitos na Ficha de

Surto no SINANNET:

Fonte: SINANNET, 2012

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40

FIGURA 9 – Aviso de que o Surto foi Registrado com Sucesso no SINANNET:

Fonte: SINANNET, 2012

FIGURA 10 – Opção de Inclusão da Ficha de DTA no SINANNET:

Fonte: SINANNET, 2012

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41

FIGURA 11 –Ficha de Surto de DTA no SINANNET:

Fonte: SINANNET, 2012

FIGURA 12 – Preenchimento da Ficha de Surto com Resultados Concluídos no

SINANNET:

Fonte: SINANNET, 2012

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42

O SINANNET não é a melhor referência para dados estatísticos, pois nem todas as

regionais o utilizam de forma correta, bem como existem poucas regionais que por alguma

razão o utilizam, em geral as maiores apenas, que mesmo de forma tardia e incompleta

ainda alimentam o sistema.

Pode ser observado nas tabelas 5 e 6 e figuras 13 e 14 os alimentos mais apontados

como suspeitos de causarem surtos no SINANNET e LACEN no ano de 2012,

respectivamente. Esses dados, que serão apresentados em tabelas e Figuras, correspondem

aos levantamentos realizados durante o estágio curricular.

Ressaltando que o número de casos citados nas tabelas e gráficos são de alimentos

suspeitos.

TABELA 5: Alimentos envolvidos nos surtos e número de casos registrados no

SINANNET 2012

ALIMENTO N° DE CASOS

Maionese 4

Água 3

Salgadinhos Congelados 3

Arroz e Feijão 3

Linguiça Colonial 2

Queijo Suino 2 Fonte: SINANNET, 2012

Ainda com um surto para cada alimento apareceram bolos, lasanha, leite

achocolatado, docinhos de festa, feijão, x-salada, queijo, leite, ovo, carne suína, carne

moída, lanche, abacate, pizza, laranja, pastel de carne e salame.

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43

TABELA 6: Alimentos envolvidos nos surtos e número de casos registrados no LACEN

2012:

ALIMENTO N° DE CASOS

Arroz Cozido 15

Bolo 11

Feijão Cozido 11

Salsichão 7

Queijo Suíno 6

Carne Moída 6

Leite 6

Risolis Crus 5

Salame 5

Bebida Láctea 4

Bolinhas de Queijo 4

Croquete Cru 4

Macarrão Cozido 4

Pudim 4

Lingüiça Colonial 4

Queijo Mussarela 4

Carne de Frango 4

Coxinha Crua 3

Carne de Porco 3

Salada de Alface 3

Beijinho 3

Danone Lata 2

Peito de Chester 2

Quibe Cru 2

Brigadeiro 2

Lingüiça Pura Defumada 2

Carne Bovina Cozida em Cubos 2

Coxinha Frita 2

Purê de Batata 2

Polenta 2

Café com Leite 2

Marmitex 2

Cenoura 2 Fonte: LACEN PR, 2012

Ainda com um surto para cada alimento apareceram strogonoff, lasanha de queijo e

frango, mel silvestre, vitamina caseira, semente de lichia, pastel frito, recheio de bolinha de

queijo, pizza, frango crocante, filé e lingüiça assados, ovos, lingüiça calabresa, lingüiça tipo

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44

toscana, farofa, carne moída cozida com milho, quirera de milho cozida, melancia,

enroladinho de salsicha, pudim, repolho com cenoura, cubos ao molho, sopa de mandioca,

salada de berinjela cozida, sagu de kiwi, arroz integral cozido, salada de cenoura com

beterraba, couve flor, salada de pepino, laranja, pão de centeio, salgadinhos fritos, mingau

com maisena, mingau de chocolate, ciabata, pesto, doce de goiaba cremoso, molho de

tomate tradicional, queijo frescal, knacker, suco de uva, beterraba, chuchu, salada de frutas,

sorvete, torta de milho, carne bovina, canja, sopa camponesa, pão de cenoura com

margarina, repolho, arroz doce, carne com beterraba, mingau, risoto canjica, bolinho de

carne e maria mole.

Os alimentos prontos são os maiores suspeitos neste caso por serem mais

disponíveis para a população, bem como os mesmos possuem maior possibilidade de

contaminação por serem manipulados mais vezes que os outros grupos de alimentos.

FIGURA 13 - Alimentos Registrados como Causadores de Surto no SINANNET:

Fonte: SINANNET, 2012

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45

FIGURA14 – Alimentos Registrados como Causadores de Surto no LACEN:

Ocorrencias e Alimentos Envolvidos em Surtos

de DTA - LACEN PR

0

2

4

6

8

10

12

Bolo

Sals

ichã

o

Feijã

o

Ris

olis

Cro

que

te

Pudim

Que

ijo

Coxin

ha

Beiji

nho

Carn

e de

Peito

de

Sala

da d

e

Lin

güi

ça

Alimentos Envolvidos

de

Oco

rrên

cia

s L

AC

EN

PR Seqüência1

Fonte: LACEN PR, 2012

Nas figuras 15 e 16 estão apresentados a lista das regionais e estatística de

ocorrências das mesmas no ano de 2012.

FIGURA 15 – Número de Notificações por Regiões SINANNET:

0

5

10

15

20

25

Nº de

Notificações

1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21

Regionais de Saúde

Nº GERAL DE NOTIFICAÇÕES SINANET

Nº GERAL DE

NOTIFICAÇÕES

SINANET

Fonte: SINANNET, 2012

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46

FIGURA 16 – Número de Notificações por Regiões LACEN:

Nº GERAL DE NOTIFICAÇÕES LACEN PR

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

1 3 5 7 9

11

13

15

17

19

21

Regionais

de N

oti

ficaçõ

es

Seqüência2

Fonte: LACEN PR, 2012

O Centro de Investigação Epidemiológica da Vigilância Sanitária (CIEVS), realizava

semanalmente um informativo que foi publicado no site da SESA, desse site foram

retiradas as figuras 17 a 21, pois elas possuem dados estatísticos de agentes, que

contribuiram para este trabalho e para o trabalho da VISA.

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47

FIGURA 17 – Enterobactérias Relatadas e Número de Casos CIEVS 2012:

Fonte: CIEVS, 2012

FIGURA 18 – Enterobactérias Relatadas e Porcentagem de Casos CIEVS 2011:

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48

Fonte: CIEVS, 2012

FIGURA 19 – Enterobactérias Relatadas e Número de Casos por Regionais CIEVS 2011:

Fonte: CIEVS, 2012

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49

Figura 20 - Enterobactérias Relatadas e Número de Casos por Faixa Etária CIEVS 2011:

Fonte:CIEVS, 2012

As tabelas 7 a 10 apresentam dados como lista de agentes encontrados pelo LACEN

PR, lista de alimentos de origem animal registrados, lista de agentes encontrados nos

produtos de origem animal registrados, bem como uma tabela estatística dos mesmos,

dados coletados em 2012.

TABELA 7: Resultados dos Laudos do LACEN e o Número de Ocorrências de Cada

Resultado 2012:

LAUDOS Nº DE OCORRÊNCIAS

Amostra de Acordo com os Padrões 78

As semeaduras não revelaram a presença

de microrganismos patogênicos e nem de

indicadores da presença dos mesmos.

35

Coliformes a 45ºC 28

Estafilococcos coagulase positiva abaixo

da dose infectante

7

S. aureus acima da dose infectante 6

Clostridios sulfito redutores a 46ºC

abaixo da dose infectante

4

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50

Continuação da TABELA 7.

Salmonella sp. 4

Bacillus cereus acima da dose infectante 4

Estafilococcos Coagulase positiva acima

da dose infectante

3

Bacilus cereus abaixo da dose infectante 2 Fonte: LACEN PR, 2012

Foi relatado com um caso também, Clostridios sulfito redutores a 46ºC acima da

dose infectante, Clostridios sulfito redutores a 46ºC acima da dose infectante.

TABELA 8: Alimentos de Origem Animal Envolvidos nos Surtos e Agentes Encontrados

LACEN 2012:

ALIMENTO MICRORGANISMO

Lingüiça Colonial Salmonella spp

Filé Assado Bacillus cereus

Lingüiça Assada Salmonella spp

Leite Coliformes fecais 45ºC

Lingüiça Calabresa Coliformes fecais 45ºC

Queijo Suino Coliformes fecais 45ºC, Estafilo coccos coagulase

positiva, Salmonella spp., S. Aureus, Clostridios

Sulfito Redutores a 46ºC

Quibe Congelado Coloformes fecais 45ºC

Risolis de Carne Coliformes fecais 45ºC, Clostridos Sulfito

Redutores a 46ºC, S. Aureus

Queijo Coliformes fecais 45ºC, Estafilococcos coagulase

positiva

Salame Estafilococcos coagulase positiva

Queijo Frecal Coliformes fecais 45ºC Fonte: LACEN PR, 2012

TABELA 9: Agentes envolvidos nos surtos das 204 análises do ano de 2012 e numero de

casos registrados no LACEN:

AGENTES CAUSADORES DE SURTOS

EM PRODUTOS DE ORIGEM ANIMAL

Nº DE OCORRÊNCIAS

Coliformes fecais 45ºC 11

Estafilococcos coagulase positiva 4

Salmonella spp 3

Clostridios Sulfito Redutores a 46ºC 2

S. aureus 2

Bacillus cereus 1 Fonte: LACEN PR, 2012

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51

Nas Semanas Epidemiológicas (SE) de 01 a 17 em 2012 o CIEVS relatou como

podemos observar na figura 21 a frequencia de casos de enterobactérias por semana. Os

dados oferecidos pelo CIEVS são resultados de análises clínicas do LACEN PR, estas

podem ser relacionadas ou não com DTA.

FIGURA 21 – Casos de Enterobactérias Identificados por S.E. no Paraná CIEVS 2012:

Fonte: CIEVS, 2012

Podemos observar nas tabelas 10 e 11 os alimentos separados por grupos e seus

dados nos sistemas SINANNET e LACEN no ano de 2012.

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52

TABELA 10: Alimentos Envolvidos nos Surtos Separados por Grupos, Numero de Casos

Registrados no LACEN Paraná e o Resultado de Ocorrências por Agentes de Janeiro à

Outubro de 2012:

GRUPOS

ALIMEN

TOS

Nº DE

CASOS

C.

Sulfito

Reduto

r a 46ºC

B.

cereus

Stap.

Coag. +

Coliformes a

45ºC

Salmonell

a

S.aureus E.coli

Cereais 19 0 1 NI 1 NI 3 0 0 0

Embutid

os

4 0 0 0 1 0 0 0

Produtos

Cárneos

34

4 NI, 1

I

1 I 2, 1 NI 8 4 2 I 0

Derivado

s Lácteos

13 0 0 1 I 2 0 0 0

Hortaliça

s,

Verduras,

Frutas

13 0 0 1 NI 1 0 0 0

Produtos

Prontos

48 1 I 1 I 1 NI 8 0 1 NI 4

NI – Abaixo da dose Infectante; I – Acima da dose Infectante

Fonte: LACEN PR, 2012

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53

TABELA 11: Alimentos Envolvidos nos Surtos de DTA Separados por Grupos, Numero de

Casos Registrados no SINANNET de Janeiro a Outubro de 2012:

GRUPOS DE

ALIMENTOS

ALIMENTOS DO GRUPO Nº DE REGISTROS

SINANNET

Cereais Feijão, Arroz 3

Embutidos Salame 1

Produtos Cárneos

Lingüiça Colonial, Ovo,

Carne Suina, Queijo Suino,

Carne Moida

7

Derivados Lácteos Leite Achocolatado Leco,

Queijo, Leite 3

Hortaliças, Verduras, Frutas Abacate, Laranja 2

Produtos Prontos

Maionese, Bolo, Lasanha,

Salgadinhos Congelados,

Docinhos, X Salada, Lanche,

Pizza, Pastel de Carne

14

Água Água 1 Fonte: SINANNET, 2012

As figuras 22 e 23 ilustram as tabelas pela estágiaria elaboradas, que serão

alimentadas até o final deste ano e usadas como modelo de compilação de dados nos

próximos anos.

FIGURA 22 - Planilha Desenvolvida no Estágio de Janeiro à Outubro de 2012 com

Base nos Laudos do LACEN PR

Fonte: LACEN PR

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54

Essa tabela conta também com os seguintes dados: Amostra Imprópria,

Estabelecimento, Data de Emissão do Laudo do LACEN, Memorando, C. Sulfito Redutor a

46o

C, Bacillus Cereus, Staphylococcus Coagulase Positiva, Coliformes a 45o

C,

Salmonella, S, Aureus, NMP de E. Coli, NMP de Coliformes a 35o

C, Consistência, Cor,

Odor, pH, Análise Macroscópica, Incubação à 35o

C por 7 dias, Aspecto, Textura, Gordura,

Incubação à 55o

C por 5 dias, Unidade Amostral sem Incubação, pH após Incubação à 35o C

por 10 dias, pH após à Incubação à 55o C após 5 dias.

FIGURA 23 – Planilha Desenvolvida no Estágio de Janeiro à Outubro de 2012 com

Base no SINANNET

Fonte: SINANNET 2012

Ainda nesta planilha encontram-se os seguintes dados: Município, Regional,

Número de Suspeitos, Alimento Envolvido, Local de Preparo do Alimento, Local de

Ocorrência do Surto, Memorando, Concluido e Resultado do Laudo do LACEN.

Oficina de Investigação de Surtos de Doenças de Veiculação Hídrica e Alimentar, é

uma oficina organizada pelo CIEVS e ocorreu no período de 22 a 26/10/12, essa oficina

teve como objetivo Capacitar técnicos das regionais e municípios, atualização das

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55

vigilâncias epidemiológicas, sanitárias e de alimentos sobre as DVHA, enfatizar a

metodologia utilizada para a elucidação dos casos e apresentação e manejo do sistema de

monitoramento das DDA.

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56

6 . CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os surtos de DTA devem ser investigados seguindo as seguintes recomendações:

coletar informações básicas para controle do surto, diagnosticar a doença e identificar o

agente etiológico, identificar os fatores de risco associados, propor medidas de intervenção,

prevenção, controle, analisar a distribuição da DTA na população de risco, divulgar os

resultados às áreas envolvidas e à população.

Os 10 passos da investigação de um surto são: 1 - determinar a existência de um

surto, 2 - confirmar diagnóstico, 3 - compor uma equipe, 4 - implementar medidas de

controle imediatas, 5 - desenvolver definição, 6 - identificar e contar os casos, 7 - gerar

hipótese, testar hipótese, 8 - analisar dados de tempo, lugar e pessoa, 9 - implementar

medidas de prevenção e controle, 10 - comunicar os resultados e avaliar impacto.

As conseqüências dos surtos DTA são, em muitos casos, sequelas e óbitos, prejuízo

ao comércio e turismo, perdas econômicas, desemprego, conflitos, disseminação de

doenças.

O sistema de vigilância das DTA é iniciado com o conhecimento do surto pela

Secretaria Municipal de Saúde, de maneira formal ou informal. Em seguida, é feita a

notificação aos órgãos hierárquicos superiores por telefone, e-mail ou fax e a SMS digita no

SINAN-NET a ficha de notificação.

Através do estágio curricular e o acompanhamento das atividades pode ser

percebido que os sistemas são falhos, porém existem maneiras de utilizá-los de forma que

possam auxiliar a SESA com dados eficazes e em tempo real. E provável que, se fossem

realizados treinamentos, esclarecimento e conscientização em cada município ou até

mesmo para cada regional, esses sistemas seriam por demais eficazes, assim como é o

sistema de trabalho da VE, que fornece semanalmente o informativo CIEVS, mesmo esse

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57

sistema não é de total confiança com relação aos valores, pois acredita-se que existem

muito mais números do que os registrados no sistema. Para um apanhado de dados

seguramente fidedigno, seria necessária uma interação harmoniosa do estado com as

regionais de saúde, onde estas deveriam ter total contato e controle dos surtos de seus

municípios, do departamento de alimentos com o epidemiológico, juntamente com o

LACEN PR.

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58

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http://portal.saude.gov.br/portal/saude/Gestor/area.cfm?id_area=1529> Acesso em: outubro

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