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1 INTRODUÇÃO A história mostra que o trabalho sempre esteve ligado ao homem desde os mais longínquos tempos. Segundo Maia (2005), a origem do trabalho deu- se quando os senhores, aqueles que detinham melhores condições socioeconômicas, viram em outros “trabalhadores que poderiam atender as suas necessidades básicas”. Isso ocorreu ao longo dos séculos, e o tempo ao se cristalizar registrou inimagináveis tipos de trabalho. No Brasil, o trabalho teve início, primeiramente com a tentativa de domesticar o índio e induzi- lo ao trabalho. Mais tarde, o trabalho efetivou-se com a chegada dos os negros que vieram de terras distantes para prestar os mais diversos tipos de serviços aos senhores e, em menor proporção, atender aos seus próprios interesses. O trabalho não exigia comprovação da experiência e era realizado ou em regime de escravidão ou através de negociações de permuta; o trabalho era executado em troca de mercadorias (alimentos, moradia, vestuário etc.). Atualmente, o trabalho compreende, de acordo com a Delta & Ambientec (1998), “a representação social do indivíduo, onde ele concretiza suas necessidades de sobrevivência e realização pessoal”. Nesse contexto, o trabalho assume singular importância na vida dos seres humanos, tant o no âmbito socioeconômico como antropológico e psicológico, pois ao mesmo tempo em que é o elemento central da atividade produtiva como indivíduo e sociedade, figura como

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1 INTRODUÇÃO

A história mostra que o trabalho sempre esteve ligado ao homem

desde os mais longínquos tempos. Segundo Maia (2005), a origem do trabalho deu-

se quando os senhores, aqueles que detinham melhores condições

socioeconômicas, viram em outros “trabalhadores que poderiam atender as suas

necessidades básicas”. Isso ocorreu ao longo dos séculos, e o tempo ao se

cristalizar registrou inimagináveis tipos de trabalho.

No Brasil, o trabalho teve início, primeiramente com a tentativa de

domesticar o índio e induzi-lo ao trabalho. Mais tarde, o trabalho efetivou-se com a

chegada dos os negros que vieram de terras distantes para prestar os mais diversos

tipos de serviços aos senhores e, em menor proporção, atender aos seus próprios

interesses. O trabalho não exigia comprovação da experiência e era realizado ou em

regime de escravidão ou através de negociações de permuta; o trabalho era

executado em troca de mercadorias (alimentos, moradia, vestuário etc.).

Atualmente, o trabalho compreende, de acordo com a Delta &

Ambientec (1998), “a representação social do indivíduo, onde ele concretiza suas

necessidades de sobrevivência e realização pessoal”. Nesse contexto, o trabalho

assume singular importância na vida dos seres humanos, tanto no âmbito

socioeconômico como antropológico e psicológico, pois ao mesmo tempo em que é

o elemento central da atividade produtiva como indivíduo e sociedade, figura como

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fator de realização individual ou social, chegando a dimensionar aspectos

emocionais, como, por exemplo, a auto-estima e a autoconfiança.

Contudo, em contrapartida aos efeitos benéficos do trabalho, surgem

os efeitos maléficos provocados pelo ambiente de trabalho, pela carga horária, pela

segurança e pelas condições em que o trabalho é desenvolvido. Nesse particular,

Selli e Kurcgant (2000) afirmam que o trabalho desenvolvido em ambientes quentes,

frios, ou na presença de ruídos, geram, como qualquer outro, os processos de

saúde-doença nos trabalhos. Trata-se dos processos de adaptação, que são as

soluções que o corpo humano encontra para se manter vivo e funcionando, diante

de fatores que o levem a sair fora de seu funcionamento fisiológico normal. Um

processo que se agrava quando o homem se dedica excessivamente ao trabalho ao

desenvolvimento do trabalho, esquecendo-se dos fatores sociais, do cuidar do

próprio corpo e de proporcionar ao mesmo, condições para que este não sofra com

cargas de trabalho excessivo e/ou com as condições de trabalho, cargas horárias e

agentes nocivos à saúde humana.

Cabe salientar que a partir da industrialização, que propiciou o

aperfeiçoamento da mão-de-obra especializada, o trabalho passou a ocupar, em

média, 75% do tempo dos seres humanos, fazendo com que o ambiente de trabalho

seja objeto de constante preocupação, a qual deve ser concentrada na saúde e na

segurança, que interferem na integridade do cidadão e em sua capacidade para

trabalhar.

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Contudo, apesar do avanço tecnológico e legislativo ocorrido no

transcorrer do século XX, visando proporcionar ao trabalhador o amparo legal, que

lhe assegure a melhor integridade possível no desenvolvimento de suas atribuições

(equipamentos, treinamento, adequação de cargas horárias, prevenção, indenização

etc.), a problemática da insalubridade ainda permeia, especialmente, o chão das

industrias pesadas, que, pelo gênero de atividade expõem seus colaboradores à

inalação e/ou contato físico (pele, audição e visão) com produtos prejudiciais à

saúde, cuja permanência nesse estado pode acarretar invalidez permanente e/ou

temporária.

Essa realidade alerta para a necessidade de que os profissionais de

segurança e saúde no trabalho voltem suas atenções para o reconhecimento e a

possibilidade de eliminar todos os riscos existentes nos locais de trabalho. Assim, a

ação do engenheiro especializado em segurança do trabalho contribui para a

elaboração, o desenvolvimento e a prática das estratégias que visam inibir os

aspectos insalubres e proporcionar ao ser humano (trabalhador e colaborador) o

ambiente de trabalho próprio ao desenvolvimento de sua função, visando a

segurança e a integridade física, assim como os benefícios que podem trazer a

administração da organização.

Desta feita, com vistas a contribuir para a solução da problemática que

envolve a insalubridade, eventual causa de afastamento dos colaboradores de uma

indústria de embalagens; e, escopando propiciar o aprimoramento das condições de

segurança e saúde ocupacional dos seus colaboradores, além de evitar perdas

mútuas, partindo-se da hipótese de que o fato gerador se concentra nas condições

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ambientais do trabalho, de um setor básico e imprescindível para o crescimento do

país, o presente estudo de caso, originalmente recebeu o título de AVALIAÇÃO DOS

RISCOS FÍSICOS E QUÍMICOS DE UMA INDÚSTRIA DE EMBALAGENS DE

ARAPONGAS-PR, e visava analisar em um só estudo os riscos decorrentes de

agentes físicos e químicos insalubres, com os quais os colaboradores da empresa

mantém contato. Contudo, num segundo momento, achou-se propicio o

desmembrado em dois trabalhos distintos, que receberam os títulos: AVALIAÇÃO

DOS RISCOS FÍSICOS DE UMA INDÚSTRIA DE EMBALAGENS DE

ARAPONGAS-PR e AVALIAÇÃO DOS RISCOS QUÍMICOS DE UMA INDÚSTRIA

DE EMBALAGENS DE ARAPONGAS-PR, que analisam os riscos físicos e químicos,

respectivamente, e figuram como complemento um do outro.

Assim, o presente estudo, que tem como escopo principal à

avaliação dos riscos químicos, realiza no Capítulo 5 uma pesquisa bibliográfica, que

compôs a fundamentação teórica necessária ao desenvolvimento de toda pesquisa

exploratória, e aborda os temas-chave: O trabalho e sua importância para o ser

humano, as relações entre trabalho e saúde, ambientes de trabalho, legislação

regulamentadora das condições e ambiente de trabalho, desenvolvimento do mapa

de riscos ambientais e os agentes químicos nocivos à saúde humana, assim como

seus efeitos e os cuidados preventivos.

No Capítulo 6 são apresentadas a caracterização da empresa e sua

história. O sétimo e ultimo capítulo discute os dados coletados na pesquisa realizada

junto ao Técnico de Segurança de Trabalho, representante da empresa; e na

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pesquisa realizada junto aos funcionários estudados, e apresenta os resultados

encontrados na forma de tabelas, gráficos e comentários.

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2 JUSTIFICATIVA

Segundo Galvêas (2005, p. 1), o início da segunda metade do

século XVIII, a Europa foi palco do fenômeno que caracterizou a passagem da

manufatura à indústria mecânica. A introdução de máquinas fabris multiplicou o

rendimento do trabalho e, conseqüentemente, a produção global. Tal advento

transforma as relações sociais e cria duas novas classes sociais, fundamentais para

a operação do sistema. Os empresários (capitalistas), que são os proprietários dos

capitais, prédios, máquinas, matérias-primas e bens produzidos pelo trabalho; e os

operários, proletários ou trabalhadores assalariados, que possuem apenas sua força

de trabalho e a vendem aos empresários para produzir mercadorias em troca de

salários.

Para o mesmo autor, o início da revolução foi marcada por

empresários que impõem duras condições de trabalho aos operários sem aumentar

os salários, para assim aumentar a produção e garantir uma margem de lucro

crescente. A disciplina era imposta com rigidez, mas as condições de trabalho nem

sempre ofereciam segurança. Em algumas fábricas a jornada ultrapassava 15 horas,

os descansos e férias não são cumpridos, mulheres e crianças trabalham sem

receber tratamento diferenciado.

Nesse contexto, surgem os conflitos entre os operários revoltados

com as péssimas condições de trabalho e os empresários. As primeiras

manifestações são de depredação de máquinas e instalações fabris. Com o tempo

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surgem as organizações de trabalhadores de uma mesma área, resultado de uma

conquista gradual do direito de associação.

Contudo, a principal conseqüência do processo de industrialização,

segundo Abrão e Meurer (2005, p. 1-3), é a subdivisão da produção em várias

operações sistematizadas, cuja disciplina é rigorosa, mas as condições de trabalho

não oferecem segurança. Algumas jornadas de trabalho ultrapassam o limite de

quinze horas, os descansos e as férias não são cumpridos e mulheres e crianças

não recebem tratamento diferenciado. Em suma, o trabalho na fábrica exaure os

nervos ao extremo, suprime o jogo variado dos músculos e confisca todas as

atividades livres, físicas e espirituais do trabalhador.

No Brasil, a saúde, as condições de trabalho e os acidentes foram e

ainda são motivos de grande preocupação nos trabalhadores, desde o início do

processo de industrialização, quando se passou, segundo Maia (2005), a definir as

tarefas e as remunerações, e surgiram os contratos de trabalho, que continham as

regras e direitos dos trabalhadores e empregados, especificando as classes

trabalhadoras.

Cabe anotar que no governo de Getúlio Vargas criou-se a CLT -

Consolidação das Leis do Trabalho, o salário mínimo, a carteira de trabalho, o

décimo terceiro salário, o FGTS, a aposentadoria e as férias, entre outros, que visam

atender às necessidades dos trabalhadores e de suas famílias. Após um tempo e

depois de muita luta, foi reconhecido o direito dos deficientes, e a lei passou a

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garantir as cotas para pessoas com deficiência trabalharem nas empresas. (MAIA,

2005).

Apesar dos avanços legislativos para garantir melhores condições

ao trabalhador brasileiro, esse período registra semelhança com o ocorrido na

Europa, pois se verificam nas indústrias péssimas condições de trabalho, jornadas

prolongadas, baixos salários e alto índice de acidentes de trabalho.

Atualmente, os acidentes de trabalho ainda constituem a face visível

de um processo de desgaste e destruição física de parcela da força de trabalho no

sistema capitalista.

No Brasil, segundo dados da Campanha Nacional de Combate aos

Acidentes de Trabalho - CANCAT, ocorreram 6.677 (seis mil e seiscentos e setenta

e sete) acidentes de trabalho graves e fatais no ano de 1995; e 3.296 (três mil e

duzentos e noventa e seis) aposentadorias por invalidez permanente, decorrentes

de acidentes de trabalho. (MAIA, 2005, p. 1).

Uma visão holística revela que o problema atinge proporções

gigantes e aterrorizantes, pois as perdas não se limitam à sociedade, que sofre

mediante maus tratos ou destratos com o homem e o meio ambiente, decorrentes de

uma produção, mas atingem a saúde do indivíduo, que acarreta em redução de sua

capacidade laboral, e afeta o seu rendimento e a sua remuneração; além dos

prejuízos à empresa que arca com o custo da reposição do trabalhador substituto,

desde o processo de avaliação e seleção, passando pelo treinamento na função até

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o atendimento do nível de qualidade e de produção que se poderia esperar pela

continuidade do trabalho do afastado.

São perdas e/ou danos humanos ou materiais, que levam as

empresas, cada vez mais, a concluir que o custo-benefício da engenharia de

segurança na prevenção de acidentes é positivo, pois os recursos financeiros

destinados ao controle e à prevenção de doenças operacionais se revertem, em

médio e/ou longo prazo, em benefícios para a empresa, em relação à produtividade,

eficiência e eficácia no trabalho exercido pelo empregado.

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3 OBJETIVOS

3.1 Objetivo Geral

Detectar e analisar as possíveis causas de riscos ambientais por

agentes químicos, que ocasionam os afastamentos temporários ou permanentes dos

funcionários em uma indústria de embalagens, localizada na cidade de Arapongas,

Estado do Paraná, objetivando contribuir para a prevenção das ocorrências de

doenças ocupacionais e para o melhoramento das condições de segurança da

indústria em questão.

3.2 Objetivos Específicos

· Realizar o levantamento das condições atuais de segurança e

saúde ocupacional na indústria;

· Elaborar um estudo das condições ideais de segurança e saúde

ocupacional;

· Citar e comentar a legislação pertinente ao tema;

· Analisar as condições de segurança e saúde ocupacional na

atualidade.

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· Apresentar um diagnóstico geral sobre riscos de doenças

ocupacionais;

· Despertar o espírito prevencionista nos indivíduos envolvidos na

atividade;

· Contribuir para o cumprimento das normas, procedimentos e

medidas de segurança, reduzindo o número de acidentes e/ou

doenças ocupacionais.

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4 METODOLOGIA

4.1 Perspectiva do Estudo

O presente trabalho compreende um estudo de caso, com caráter

exploratório qualitativo e quantitativo, que visa através da observação, análise de

documentos e entrevista, detectar as possíveis causas de insalubridade, com a

finalidade de prevenir problemas de saúde e/ou acidentes e inibir os constantes

afastamentos (temporários e/ou permanente) de colaboradores.

Vale salientar que, segundo Gil (1996), o estudo de caso possui uma

série de vantagens, “o que faz com que se torne o delineamento mais adequado em

várias situações”, tais como: o estímulo a novas descobertas, a ênfase na totalidade

e a simplicidade dos procedimentos.

A primeira etapa tratará de levantar os dados sobre a situação atual

da empresa, no tocante ao ambiente e às condições de trabalho proporcionado pela

empresa aos seus colaboradores. A coleta de dados compreende a observação e a

entrevista junto ao técnico de segurança do trabalho, além da análise documental

em livros, atas e outros documentos pertinentes ao tema. Essa etapa da pesquisa

será norteada mediante o planejamento das questões e o teste-piloto do

questionário, composto por perguntas objetivas e subjetivas, que objetivaram

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conhecer a política utilizada pela empresa para o trato com a segurança e saúde de

seus colaboradores.

A segunda etapa trata da coleta de dados junto aos colaboradores

da empresa, através da aplicação de 11 (onze) questionários, previamente

planejado, compostos por perguntas objetivas e subjetivas, que objetivaram

conhecer, através do critério de amostra, a opinião da totalidade sobre o tema

insalubridade na indústria objeto do presente estudo.

O critério de amostragem adotado é o de amostra não-probabilística

por conveniência, que, segundo Samara e Barros (2002), propicia a seleção dos

elementos de acordo com a conveniência do pesquisador; assim, são escolhidas

pessoas acessíveis e dispostas a responder ao questionário.

Para preservar a identidade dos entrevistados, as transcrições de

falas constantes na apresentação e discussão dos dados, são identificadas através

da denominação “Colaborador”, seguida do número de ordem destinado aos

questionários.

A apresentação dos dados, processados através de tabulação

manual, complementada pela discussão, compõem gráficos, tabelas e relatórios. A

elaboração de um relatório informativo de conclusão integra as conclusões e as

sugestões propostas.

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4.2 Delimitação do Estudo

O objeto de estudo compreende uma industria de embalagens,

localizada na cidade de Arapongas, Estado do Paraná, iniciado em maio de 2004.

4.3 Limitações do Estudo

A principal dificuldade compreende o receio por parte da empresa

em tornar públicas singularidades quanto às suas ações e políticas pertinentes ao

tema.

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5 FUNDAMENTAÇÃO TEORICA

5.1 O Trabalho e Sua Importância para o Ser Humano

Segundo Alves (2005, p. 1), uma das primeiras dimensões

estruturais da categoria de trabalho, em significado histórico-ontológico, define o

“trabalho como intercâmbio orgânico entre o homem e a Natureza”, seguindo o

pressuposto estrutural e estruturante da atividade humana genérica. Trata-se do

início constitutivo do ser social, distinção primordial do homo sapiens diante dos

demais animais, pois,

(...) apenas o animal homem tornou-se capaz de constituir tal intercâmbio orgânico, consciente e racional, com a Natureza, no sentido de mudar as formas da matéria, constituindo objetivações (que aparecem como “segunda natureza”), em sua busca pela satisfação das necessidades vitais. (ALVES, 2005, p. 1).

O trabalho pré-capitalista era composto por múltiplas formas

societais, atividades práticas instrumentais de luta pela existência, que, ao contrário

da integração a um metabolismo sistêmico de produção e reprodução social

atualmente existente, compreendia “mundos de trabalho”, pois somente com o

advento do capitalismo constitui o mundo de trabalho no sentido singular, a forma

social de trabalho sob a vigência do trabalho abstrato, oriundo das múltiplas

espécies do trabalho escravo ao artesanal, unicidade das atividades de luta pela

existência, que tenderia a envolver todas as demais atividades prático-instrumentais

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num processo sistêmico de acumulação de valor, elemento do processo de

civilização humano-genérico.

Para o mesmo autor, o trabalho surge como modo de produção

social, que mesmo com sua “forma estranhada”, tende a possuir, como “pressuposto

negado”, signo de “humanização e hominização”, cujo aperfeiçoamento implica num

determinado modo de cooperação social e aprimoração do produto social da

atividade do trabalho, além de um determinado grau e modo de desenvolvimento de

forças produtivas do trabalho social.

Nesse contexto, os mundos de trabalho do homo sapiens

compreendem atividades de trabalho meramente predatórias. “O homem é um mero

parasita da natureza”. Um “caçador, coletor/extrator e pescador”, que usufrui,

através do desenvolvimento das rudimentares técnicas pré-históricas, daquilo que a

natureza primordial lhe oferecia, pois somente com a invenção da agricultura é que

o homem veio a tornar-se realmente um produtor social. (ALVES, 2005, p. 1).

Apesar da caça, pesca, coleta e extração mineral constituírem

atividades sócio-gregárias, é o trabalho da agricultura que dá inicio ao processo de

evolução da espécie humana, que se impõe em novas formas de sociedade, de

relação com a Natureza e consigo mesmo. A partir da agricultura surgem as

primeiras civilizações (Mesopotâmia, Egípcia e Chinesa), assim como as

aglomerações humanas, ainda que esparsas, além de um complexo de sociedades,

de organizações sociais e políticas, originárias das margens dos afluentes férteis dos

rios, como: Tigre/Eufrates, Nilo, Amarelo. Trata-se da primeira Revolução Humana,

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ocorrida há cerca de 10.000 anos, importante salto no desenvolvimento das forças

produtivas sociais. Concomitantemente ocorre o desenvolvimento da atividade

artesanal, da produção de utensílios e artefatos, ferramentas e objetos técnicos

diversos, o homem revela-se um produtor de objetos úteis, oriundos da atividade

artesanal, composta por força de trabalho (trabalho vivo), meio de trabalho (técnica e

ferramenta) e objeto da natureza (matéria-prima), fatores constituintes do processo

de trabalho.

Assim, o artesanato constitui a forma primordial do processo de

trabalho constituído pelo homem, que somente se alterou, através dos tempos, em

meio ou técnicas, o qual, atualmente imerso na relação-capital tende a possuir

diferente forma histórico-social, mas que outrora recebeu nova qualidade à sua

forma, proporcionada pelo mercado, pela troca comercial originada no seio das

sociedades antigas, a qual denota a dimensão de autonomia dos homens livres pré-

capitalistas. “O trabalhador artesão dominava o processo de trabalho e seus

elementos (o meio de trabalho e o seu objeto, alem, é claro, de serem possuidores

de habilidades técnicas pessoais adquiridas)”. (ALVES, 2005, p. 1).

Vale salientar que,

(...) o artesão pré-capitalista era a representação plena do homem autônomo, capaz de transformar a natureza por meio do desenvolvimento das técnicas e de sua ciência particular, tendo o domínio de seu oficio. É contra tal forma de trabalho que o capital irá lutar nos primeiros séculos de sua existência, buscando expropriar o homem trabalhador de seus objetos, de seus instrumentos e por fim, de suas habilidades. (ALVES, 2005, p. 1).

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Contudo, os artesãos, embora homens livres e detentores do

domínio de suas atividades de trabalho, não possuíam autonomia nas suas

atividades de vida política e social, pois já se submetiam às classes sociais

dominantes e seu Estado político, cujo caráter societal promovia a divisão

hierárquica do trabalho social e o poder político.

A liberdade sobre as atividades de trabalho foi lentamente sufocada

pelo desenvolvimento da produção capitalista, que levou o artesão a perder

gradativamente o objeto de trabalho (matéria-prima), até então fornecida por

estranhos: o capitalista-comerciante. Em outras palavras, o capitalismo transforma a

força de trabalho, o trabalho vivo, em mercadoria.

Brandão Junior (2000, p. 1) concordam e afirmam que alguns

séculos antes da Revolução Industrial os instrumentos de trabalho eram concebidos

pelo próprio homem (trabalhador) de forma artesanal e prazerosa, os quais são

submetidos à divisão social capitalista, que afasta os pequenos artesãos da

concepção e produção do seu produto e os limita ao exercício de funções

previamente determinadas por outrem. O início do sistema fabril submete os

trabalhadores a normas e desadapta o sistema habitual do trabalho humano e abala

a estrutura familiar, social, física e mental dos trabalhadores. (Machado et al, 1997).

Assim, a despeito do advento do capitalismo, que castrou no homem

o prazer e o domínio sobre suas atividades o obrigou-o a tornar-se senhor e servo

da produção e comercialização de bens, o trabalho é uma atividade fundamental na

vida humana, “pois pode funcionar como fonte de construção, realização, satisfação,

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riqueza”, provedor e mantenedor de bens materiais e serviços úteis à sociedade

humana.

Ansoline (2005, p. 1) concorda e afirma que:

(...) na relação do homem com o trabalho, não somente se “ganha como também se constrói a vida, estabelecendo-se um status social que não se restringe ao ambiente físico do trabalho. Pelo contrário, a atividade profissional é parte inextricável do universo individual e social de cada um, podendo ser traduzida tanto como meio de equilíbrio e de desenvolvimento quanto como fator diretamente responsável pela saúde. (ANSOLINE, 2005, p. 1).

Contudo, também pode ser fonte inesgotável de escravidão,

exploração, sofrimento mental, doenças e morte, pois a lógica capitalista defende o

processo de valorização do capital, através da produção da mais-valia, que gera o

desgaste/adaptação humano, conceito associado a um processo de trabalho que

fragmenta a relação entre trabalhadores e os meios de produção e o produto

resultante do trabalho. Trata-se da lógica de acumulação, na qual os trabalhadores

se submetem a toda sorte de riscos materiais, ambientais, maquinários,

instrumentais e organizacionais, que, segundo Brito e Porto (apud BRANDÃO

JUNIOR, 2000, p. 2), impõem a coerção e o ritmo de produção, por meio de métodos

de trabalho, relações hierárquicas e sistemas punitivos, o que constitui fato histórico

de mais alta importância civilizatória, pois institui socialmente a “força de trabalho

como mercadoria que irá contribuir para que a forma-mercadoria se torne a célula-

mater da sociedade ocidental”. (ALVES, 2005, p. 4).

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5.2 As Relações em Trabalho e Saúde

Segundo Galvêas (2005, p. 4), o advento da Revolução Industrial

acarretou em imenso aumento da produtividade, por meio da utilização dos

equipamentos mecânicos, da energia a vapor e, posteriormente, da eletricidade, que

substituíram animais e diminuíram a utilização do trabalho humano, o que resultou

em excesso de mão-de-obra e desemprego, os quais passam a se incorporar às

grandes massas de mendigos que circundavam as grandes cidades. A tragédia só

não tomou proporções muitos piores porque paralelamente ocorreu a revolução

agrícola, que proporcionou o desenvolvimento de novas técnicas, rotação de safras,

sementes selecionadas e o surgimento de novos equipamentos agrícolas, que para

sorte da humanidade produziu um extraordinário aumento de alimentos, barateando

a alimentação e melhorando as condições de sobrevivência dos trabalhadores.

Contudo, não demorou muito e a industria têxtil desenvolvida exigiu uma enorme

produção de algodão, fazendo com que os camponeses fossem expulsos de suas

terras e passassem a engrossar as enormes filas de desempregados.O excesso de

mão-de-obra nas cidades industriais fez baixar os salários, permitindo que somente

os especializados mantivessem seus postos e suas dignas remunerações.

Nesse contexto, as condições de vida do trabalhador se deterioram,

o desemprego e a miséria assolam a Europa, e aqueles que porventura conseguem

o trabalho se submetem às condições de trabalho impostas, por absoluta falta de

melhor opção.

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Para Brandão Junior (2000, p. 2), a falta de experiência profissional

causa no trabalhador um sentimento de desqualificação e corte em sua identidade

profissional, resultando na alienação progressiva em relação aos processos de

produção, pois “o trabalho torna-se estranho aos desejos e interesses da pessoa”.

Vale salientar que, além da separação entre concepção e execução,

outras formas de divisão do trabalho foram implantadas, originando atividades

laborais cada vez mais segmentadas, o que serviu para intensificar o ritmo das

atividades e favoreceu o aumento do controle exercido sobre os trabalhadores,

acarretando em fadiga, superexploração, ansiedade, acidentes e uma série de

doenças.

A hierarquização e a divisão de tarefas constituem aspectos

essenciais na organização do trabalho, o que do ponto de vista capitalista funciona

como modo de garantir, simultaneamente, o máximo de eficácia no processo de

produção e a máxima sujeição possível dos trabalhadores.

Segundo Seligmann-Silva (1994),

(...) os dispositivos e processos psicológicos e psicossocias utilizados como forma de pressionar os trabalhadores são de toda ordem. As tecnologias de controle como a disciplinarização dos mecanismos de trabalho, a gestão dos afetos realizados pelos serviços de Recursos Humanos e as novas formas mais sofisticadas de controle – introjeção da dominação, controle recíproco, etc. – têm importante peso para a vida psíquica dos (as) trabalhadores (as), quer em termos de cansaço físico, mental e de tensão, quer no efeito alienante. (apud BRANDÂO JUNIOR, 2000, p. 3).

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Vale salientar que nesse contexto ocorre a ocultação do desgaste

dos trabalhadores através da monetarização dos riscos no trabalho. Essa prática

induz o trabalhador a aceitar as condições de insalubridade e de risco de vida

(periculosidade) pagos em dinheiro, ao invés de exigir a transformação das

condições de trabalho, visto que pela ação do aparelho ideológico institucional, a

saúde e a integridade física e mental do trabalhador fica em segundo plano ante os

interesses da produtividade. Assim, a monetarização dos riscos leva o trabalhador a

submeter-se à negação do próprio risco existente na concentração de inúmeras

tecnologias industriais de fabricação, que concentram energias e materiais que o

corpo humano não possui preparo suficiente para enfrentar sem os devidos

cuidados e equipamentos que proporcionem proteção.

Cabe acrescentar e frisar que, embora dinâmico e flexível, o ser

humano possui limites para enfrentar determinadas alterações ambientais que

impedem ou desfavorecem a manutenção e a expressão de sua vida, pois,

(...) o uso de novas técnicas tornam maiores as exigências de concentração mental e a tendência é tornar o trabalho mais intenso e complexo. O acidente com máquinas e instrumentos de trabalho associados a material biológico e o desgaste físico e mental decorrentes de ritmos elevados de trabalho e mecanismos rígidos de coerção, são alguns dos exemplos de casos onde o trabalhador (a) pode adoecer em função do trabalho. (BRANDÃO JUNIOR, 2000, p. 4) (grifo nosso).

Tal desgaste provém da tentativa ou do processo que o corpo

desenvolve para se adaptar às condições às quais está exposto e pelas quais sofre

agressão, do risco ao qual está exposto, o que acarreta em perda da capacidade

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potencial e/ou efetiva corporal e psíquica. (LAURELL apud BRANDÃO JUNIOR,

2000, p. 4).

A expressão Carta de Trabalho é utilizada por Laurell e Noriega

(apud BRANDÃO JUNIOR, 2000, p. 3) para denominar o conceito de Risco, que

engloba aspectos físicos, químicos, mecânicos, fisiológicos e psíquicos, os quais

“interatuam dinamicamente entre si e com o corpo do (a) trabalhador (a)”.

Segundo Oliveira (2001, p. 4), as cargas podem ser divididas em

dois grupos: as que têm materialidade externa ao corpo do trabalhador, tais como

físicas, químicas, biológicas e mecânicas, e as que adquirem materialidade no corpo

humano: fisiológicas e psíquicas.

As cargas físicas, como, por exemplo, vibrações, ruídos, umidade,

ocasionam alterações nos mecanismos fisiológicos humanos, que podem ser

reversíveis ou não; as químicas consistem em poeiras, gases, vapores etc., as

biológicas (microorganismos) e as mecânicas, provenientes de equipamentos

utilizados no processo de trabalham, compõem as cargas que possuem

materialidade própria, que causam danos à saúde do trabalhador, e se manifestam

independentemente do corpo do trabalhador e se interatuam com o mesmo. Já as

cargas fisiológicas se expressam pelas condições de trabalho ao qual se submete o

trabalhador, pelo esforço repetitivo, posturas estáticas, rotação de turnos, posições

incômodas, entre outras; e as psíquicas se concentram nas cargas que provocam

tensão prolongada ou sobrecarga psíquica, como, por exemplo, ritmo acelerado de

trabalho, trabalho perigoso, atenção e supervisão constante etc., ou ainda subcarga

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psíquica, “que limita o uso da capacidade mental decorrente de atividades

desprovidas de conteúdo, da separação entre concepção e execução do trabalho”,

que resultam em desqualificação do trabalhador. (OLIVEIRA, 2001, p. 4).

Assim, o desgaste não se expressa claramente, pois como é

decorrente de um processo de adaptação, desenvolvido pelo corpo do trabalhador

como conseqüência da ação das cargas de trabalho agressivas, que como afirmam

Laurell e Noriega (apud OLIVEIRA, 2001, p. 4), não se traduz por um processo

isolado, mas por um conjunto de processos biopsíquicos, que podem acarretar em

perda de órgãos, bem como em comprometimento do desenvolvimento das

potencialidades psíquicas ou biológicas do trabalhador.

Nesse contexto, cabe salientar que a identificação da carga com a

intenção de amenizar o desgaste é vital tanto para a sociedade quanto para o

capitalismo, pois as perdas e os danos humanos ou materiais, justificam o custo-

benefício da engenharia de segurança na prevenção de acidentes, que visa o

controle e a prevenção dos acidentes, e proporciona benefícios para a empresa, em

relação à produtividade, à eficiência e à eficácia no trabalho exercido pelo

trabalhador.

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5.3 Ambientes de Trabalho

Segundo Wada (apud SANTOS, 2005, p.1), o ambiente de trabalho

compreende “um conjunto de fatores interdependentes, materiais ou abstratos, que

atua direta e indiretamente na qualidade de vida das pessoas e nos resultados dos

seus trabalhos”. O local de trabalho (escritório, fábrica, banco) deve ser sadio e

agradável, pois aqueles que nele co-atuam precisam ter condições que lhes

proporcionem o máximo de proteção e satisfação no trabalho.

Assim, os fatores que compõem o ambiente de trabalho podem ser

agrupados em dois blocos: físicos e organizacionais. Vale salientar, no entanto, que

ambos se equivalem em grau de importância, pois um ambiente de trabalho é

resultado desses diversos fatores.

Contudo, considerando a natureza do estudo em questão, o mérito

ater-se-á nos aspectos físicos, que contribuem para composição do ambiente de

trabalho, cujas características apresentam risco à saúde e à integridade física

humana, constante preocupação da segurança no trabalho e, portanto, objeto de

avaliações.

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5.3.1 Avaliações ambientais

Para Panzotto (2002, p. 23), a avaliação ambiental deve ser

realizada in loco (no local do trabalho), sempre que este abrigar pessoas que

executam tarefas, independentemente do tempo de permanência das mesmas.

Considerando que todo ambiente é impreterivelmente visitado por funcionários em

determinado período de tempo (dias, meses ou anos), toda avaliação precisa ser

ampla e irrestrita, sendo executada em todos os ambientes da organização

(indústria, comércio, administrativa, construção civil, serviços bancários etc.), além

de ser coerente com a realidade profissional e abranger todos os riscos de todos os

ambientes profissionais, cujo resultado positivo advém da junção da avaliação

qualitativa e quantitativa dos ambientes.

5.3.1.1 Avaliação quantitativa

A realização da avaliação quantitativa requer instrumentos

científicos, os quais devem estar calibrados e preparados para cada tipo de análise

a ser realizada. Essa avaliação é essencial para a elaboração do Programa de

Prevenção de Riscos Ambientais, Norma Regulamentadora no. 9 (NR-9), através da

qual se pode atestar a insalubridade ou não de um ambiente de trabalho; e na

elaboração de laudos técnicos em Engenharia de Segurança de Trabalho, relatórios

de insalubridade etc., pois oferece precisão e confiabilidade às avaliações.

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A avaliação quantitativa compreende a medição da quantidade de

iluminação, ruído, temperatura, umidade e velocidade do ar, entre outros fatores

presentes no ambiente de trabalho, cuja natureza, quantidade ou qualidade possam

auferir perigo à saúde e à integridade física do trabalhador.

5.3.1.2 Avaliação qualitativa

A avaliação qualitativa compreende toda avaliação que não usa

recursos instrumentais científicos, mas se baseia na prática de profissionais, opinião

de pessoas, experiência empírica e ambiental etc.. Trata-se de avaliação subjetiva,

na qual os riscos são identificados e reconhecidos com base na experiência do dia-

a-dia e nos conhecimentos teóricos de atividades prevencionais, entre outras. Nesse

contexto, os funcionários figuram como peças fundamentais para a elaboração da

avaliação, pois no ambiente de trabalho se expõem ao calor, às vibrações e aos

ruídos que podem representar riscos.

Assim, segundo Ponzetto (2002, p. 25), a avaliação qualitativa tem

por finalidade levantar a composição de algum elemento, químico, biológico etc.,

para que, “através da fórmula usada para a confecção do referido produto, se

pesquise, em literatura técnica, o risco que ele causará ao ser humano e ao meio

ambiente”. O Quadro 1 apresenta os tipos de riscos (agentes ambientais), utilizada

para estabelecer a qualitativa em determinado ambiente de trabalho.

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Riscos Químicos

Riscos Físicos Riscos Biológicos

Riscos Ergonômicos

Riscos Mecânicos

Poeira Ruído Vírus Postura Incorreta

Máquinas Sem proteção

Fumos Vibração Bactérias Trabalho físico pesado

Choques elétricos

Nevoas Umidade Protozoários Treinamento inadequado

Ferramentas defeituosas

Vapores Pressões anormais

Fungos Jornada prolongada

Equipamentos inadequados

Gases Temperaturas extremas

Bacilos Trabalho noturno Perigo de incêndio

Produtos químicos em geral

Radiação ionizante e não ionizante

Parasita

Conflitos, tenções emocionais

Material fora de especificação

Substâncias químicas

Alturas extremas Animais peçonhentos

Desconfortos Armazenamento inadequado

Fumaças Calor Suor Monotonia Arranjo físico deficiente

Combustíveis em geral

Frio Águas residuais, efluentes

Responsabilidade excessiva

Edificações perigosas

Fonte: Ponzetto, 3002, p. 26.

Quadro 1. Tipos de riscos, baseados nos agentes ambientais da avaliação

qualitativa.

5.4 Legislação Regulamentadora das Condições e Ambiente de Trabalho

5.4.1 Breve histórico da segurança e saúde no trabalho

Segundo Panzetto (2002, p. 17), até 1945, a preocupação dos

profissionais de segurança e saúde do trabalho era voltada para o reconhecimento e

eliminação de riscos existentes nos ambientes de trabalho. Essa era a grande

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preocupação das Comissões de Prevenção de Acidentes da Ligth, primeira forma de

CIPA no Brasil, que, por recomendação dos empregadores, buscavam a modificação

dos ambientes fabris, devido ao grande crescimento do número de operários que se

acidentavam no trabalho. Na década de 1960, a Itália perde inúmeros trabalhadores

ao ano em decorrência das inadequadas condições de trabalho e da falta de

treinamento eficiente nas empresas, o que leva os trabalhadores italianos,

organizados e assistidos por seus Sindicatos, a tomarem medidas que efetivamente

eliminassem os riscos e criassem condições dignas e seguras, adotando uma cultura

empírica, que aliou conhecimento técnico de profissionais de saúde, médicos e

psicólogos. No início da década de 1970, surge o Federeziane dei Lavorato

Metalmeccanici (FLM), que desenvolveu o “modelo italiano”, cujo princípio era a

formação de grupos homogêneos, no qual “a experiência da subjetividade operária,

aliada à avaliação consensual e não à delegação pessoal, possibilitava a

participação dos trabalhadores nas ações de controle da saúde nos locais de

trabalho”. Assim,

Era necessário, portanto, que o ambiente de trabalho ficasse livre da nocividade dos agentes ambientais, impondo-se que as descobertas cientificas nessa área ficassem conhecidas por todos, ou seja, trazendo ao conhecimento dos trabalhadores e principalmente da Comissão Italiana essas informações de forma mais eficaz. (PONZETTO, 200, p. 18).

Contudo, a questão se concentrava em como informar sobre a

intensidade dos riscos em cada área, e também aos tipos de riscos durante a

exposição. Para tanto, criou-se um mapa, que representava as áreas de riscos, as

intensidades e os tipos, além das recomendações para sua possível eliminação. O

mapa de riscos ambientais possui a representação gráfica, que se disseminou por

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todo o mundo e chegou ao Brasil no início da década de 1980, cujos resultados

positivos foram constatados depois de algum tempo.

São Paulo, através da Fundacentro “Fundação Jorge Duprat

Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho” e da Delegacia Regional do

Trabalho de Osasco, foi o primeiro a ministrar cursos de preparação de instrutores

de diversos ramos de atividade. Em 1990, aconteceu o XI Ciclo de Debates sobre

Segurança e Saúde, que englobou o tema “Mapa de Riscos Ambientais” e contou

com a participação do sindicalista italiano Roberto Ripamonte, representante da

Central Sindical Italiana (CGIL). O modelo italiano que serviu de parâmetro para as

experiências positivas brasileiras, convenceu os empresários a participarem

juntamente com os funcionários, e subsidiou o processo de confecção, e estimulou a

oficialização do Mapa de Riscos Ambientais mediante portaria.

No mesmo ano, foi regulamentada a Portaria no. 5, do DNSST,

publicada em 20.08.1992, que dispunha sobre a obrigatoriedade da elaboração do

Mapa de Riscos Ambientais (Norma Regulamentadora no. 9 – Riscos Ambientais).

A parti daí, medidas de leis, decretos, portarias e normas,

juntamente com o esforço contínuo de autoridades, órgãos, associações e

profissionais comprometidos com a segurança no trabalho, contribuem para a

preservação da saúde e diminuição do número de acidentes no trabalho ocorridos

nas empresas.

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Assim, as atuais Normas Regulamentadoras, as NRs, existem desde

a aprovação e publicação da Portaria no. 3.214, de 08 de Junho de 1978, a qual

regulamenta diversos artigos do Capítulo V do Titulo II da Consolidação das Leis do

Trabalho, alterado pela Lei no. 6.514, de 22 de Dezembro de 1977, relativos à

Segurança e Medicina do Trabalho.

Desta forma, as Normas Regulamentadoras no. 9, 15 e 16

regulamentam os arts. 189 a 197, da Lei no. 6.514/77, a saber:

· Norma Regulamentadora no. 15: Trata das Operações

Insalubres;

· Norma Regulamentadora no. 16: Trata das Operações e

Atividades Perigosas; e

· Norma Regulamentadora no. 9, que até 29 de Dezembro de

1994, discorria sobre os Riscos Ambientais.

Contudo, a Portaria no. 5, publicada em 18 de Agosto de 1992, pela

SSST, impunha a decisão de que o Mapa de Riscos deveria ser incluído na Norma

Regulamentadora no. 9 (NR-9), devido à obrigatoriedade da representação gráfica

dos riscos existentes nos diversos locais de trabalho. No entanto, tal fato gerou

problemas de ordem dentro das Normas, pois “o Mapa de Risco deveria ser

realizado pelo empregador, mas seria executado pela CIPA (Portaria n. 5, de

18.08.1992, NR-9, item 9.4, alínea c)”, cujas atribuições estavam definidas e

determinadas no item 5.16 da NR-5, na qual não constava a execução do

mapeamento, assistido pela referida Comissão. A atribuição à CIPA pela execução

do Mapa de Riscos Ambientais passou a ter validade pela Portaria no. 25, de

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29.12.1994, com redação incluída na Norma Regulamentadora no. 5, item 5.16. A

mesma portaria, 30.12.1995, alterou a denominação para “Programa de Prevenção

de Riscos Ambientais - (PPRA)”.

Dessa forma, o grande problema dos cipeiros atualmente é a falta de

instrumentos que permitam a confecção exata do Mapa de Riscos Ambientais. Os

cursos possuem duração de apenas 20 horas, tempo considerado insuficiente para

atender à necessidade para entendimento completo, tanto teórico como prático.

Contudo, apesar da tentativa de alterar o currículo do curso, pela Portaria n. 5, de

18.04.1994, que incluía o Mapa de Riscos Ambientais, não foi concretizada.

Portanto, o que existe, na prática, é a obrigatoriedade da execução do documento

por parte da CIPA, conforme Portaria no. 8, de 23.02.1999, que sobre a nova

redação da NR-5, discorre:

5.16 A CIPA terá por atribuição: a) identificar os riscos do processo de trabalho, e elaborar o mapa de riscos, com a participação do maior número de trabalhadores com assessoria do SESMT, onde houver. (PONZETTO, 2002, p. 21).

5.5 Desenvolvimento do Mapa de Riscos Ambientais

Segundo Ponzetto (2002, p. 84), o Mapa de Riscos Ambientais deve

ser elaborado anualmente pela CIPA e conter as informações necessárias para

estabelecer o diagnóstico das condições de segurança e saúde do trabalho nas

empresas. Sua confecção deve facilitar a troca e a divulgação de informações entre

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os trabalhadores, além de estimular a participação dos mesmos nas atividades de

prevenção, em todas as sua etapas, a saber:

· conhecimento do processo de trabalho no local analisado;

Vale salientar que:

Não é só o local de trabalho que deve ser analisado, mas também o número de trabalhadores atuando no ambiente, inclusive quando se tem um compartilhamento com outras seções ou departamentos, sendo, portanto, necessário saber quantos atuam como profissionais ou freqüentam o local, mesmo esporadicamente. (PONZETTO, 2002, p. 84).

Nesse contexto, devem ser informados os dados demográficos, tais

como: idade, sexo, e os dados relativos aos treinamentos profissionais e de

segurança e saúde, além da jornada de trabalho e dos instrumentos e materiais de

trabalho utilizados, como, por exemplo: tipos de máquinas e equipamentos,

atividades exercidas e o ambiente de trabalho em geral.

· “identificar os riscos ambientais no local analisado, conforme a

classificação da Tabela de Riscos Ambientais” (Quadro 1, sub-

capítulo 5.3.1.2);

a) Identificar as medidas preventivas existentes (coletiva, individual, de organização, de higiene e conforto no tocante a banheiros, lavatórios, vestuários, armários, bebedouros, refeitórios, áreas de lazer etc.) e sua eficácia. (...)

b) Identificar os indicadores de saúde (queixas mais freqüentes e comuns entre os trabalhadores expostos aos mesmos riscos, acidentes de trabalho ocorridos, doenças profissionais diagnosticadas, causas mais freqüentes de ausência ao trabalho). (...)

c) Conhecer os levantamentos ambientais já realizados no local. (...)

d) Elaborar o Mapa de Riscos, sobre o layout da empresa, indicando, através dos círculos, o grupo a que pertence o risco, de acordo com a

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cor padronizada; o número de trabalhadores expostos ao risco, a especificação do agente agressivo e que deve ser anotada dentro do circulo no caso de Mapa do tipo geral, e a intensidade do risco, de acordo com o tamanho do círculo. (PONZETTO, 2002, p. 85-86).

Tais círculos são coloridos, conforme estabelece a norma em

segurança do trabalho, constante no Quadro 2, a seguir:

RISCOS AMBIENTAIS COR PADRONIZADA Agente Químico Vermelho Agente Físico Verde

Agente Ergonômico Amarelo Agente Biológico Marrom Agente Mecânico Azul

Fonte: PONZETTO, 2002, p. 86

Quadro 2. Cores padronizadas dos riscos ambientais

Além de seguir o roteiro para a realização do Mapa de Riscos, que

ajuda os cipeiros a identificarem os riscos ambientais, assim como o levantamento

de todos os problemas de um setor de trabalho. O Quadro 3, a seguir, mostra o

modelo do roteiro, que deve ser preenchido pelo responsável pelo setor analisado.

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ROTEIRO PARA REALIZAÇÃO DO MAPA DE RISCOS

SETOR A SER ANALISADO: __________________________________________________________________

DESCRIÇÃO QUANTIDADE

FUNCIONÁRIOS QUE TRABALHAM NO SETOR

1. PRINCIPAIS ATIVIDADES EXERCIDAS:

_________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________

2. MÁQUINAS, EQUIPAMENTOS OU INSTRUMENTOS UTILIZADOS:

_________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________

DESCRIÇÃO SIM NÃO

No desempenho das funções, podem ocorrer acidente(s)?

2.1. DESCREVA OS ACIDENTES QUE PODEM CORRER NO SETOR:

_________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________

2.2. QUEIXAS MAIS FREQÜENTES DOS FUNCIONÁRIOS DO SETOR:

_________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________

2.3. INCIDENTE(S) OCORRIDO(S) NOS ÚLTIMOS 12 MESES:

_________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________

2.4. ACIDENTE(S) E/OU AFASTAMENTO(S) OCORRIDO(S) NOS ÚLTIMOS 12 MESES:

_________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________

3. EQUIPAMENTO(S) DE USO OBRIGATÓRIO UTILIZADO(S):

DESCRIÇÃO SIM NÃO

EPI (Equipamento de Proteção Individual)

EPC (Equipamento de Proteção Coletiva)

Qual(is) Equipamento(s)?

__________________________________________________________________________________________

4. DETERMINAÇÃO DO TAMANHO DOS CÍRCULOS:

PREENCHIMENTO OS ITENS PEQUENO MÉDIO GRANDE

SOMENTE O ITEM 2.2

2.2 E 2.3

2.2; 2.3; 2.4 OU SOMENTE ITEM 3

Fonte: POZETTO, 202, p. 89-90

Quadro 3. Roteiro para realização do mapa de riscos

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O Quadro 4, a seguir, apresenta a classificação dos riscos

identificados no setor, baseados nos itens 2.1 e 2.2 do referido roteiro.

CLASSIFICAÇÃO DOS RISCOS IDENTIFICADOS NO SETOR, BASEADO NOS ITENS 2.1 E 2.2:

TAMANHOS DESCRIÇÃO CORES SIM NÃO

P M G RISCO FÍSICO VERDE

Tipo de Riscos (baseado no Quadro 5):

RISCO QUÍMICO VERMELHO Tipo de Riscos (baseado no Quadro 5):

RISCO BIOLÓGICO MARROM Tipo de Riscos (baseado no Quadro 5):

RISCO ERGONÔMICO AMARELO Tipo de Riscos (baseado no Quadro 5): Medidas Preventivas:

RISCO MECÂNICO AZUL Tipo de Riscos (baseado no Quadro 5): Medidas Preventivas:

Fonte: PONZETTO, 2002, p. 91

Quadro 4. Formulário para classificação dos riscos identificados no setor, baseado

nos itens 2.1 e 2.2 do roteiro para realização do mapa de risco

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O tipo de risco a constar na classificação dos riscos a serem

identificados no setor são especificados no Quadro 5, a seguir:

TIPOS DE RISCOS

Riscos

Químicos

Riscos Físicos Riscos

Biológicos

Riscos

Ergonômicos

Riscos Mecânicos

Poeira Ruído Vírus Postura Incorreta Máquinas sem

proteção

Fumos Vibração Bactérias Trabalho físico

pesado

Choques elétricos

Névoas Umidade protozoários Treinamento

inadequado

Ferramentas

defeituosas

Vapores Pressões

anormais

Fungos Jornada prolongada Equipamentos

inadequados

Gases Temperaturas

extremas

Bacilos Trabalho Noturno Perigo de incêndio

Produtos

químicos em

geral

Radiação

ionizante e não

ionizante

Parasitas Conflitos, tensões

emocionais

material fora de

especificação

Substâncias

químicas

Alturas extremas Animais

peçonhentos

Desconforto Armazenamento

inadequado

Fumaças Calor Suor Monotonia Arranjo físico

deficiente

Combustíveis em

geral

Frio Águas residuais,

efluentes

Responsabilidade

excessiva

Edificações

perigosas

7. TOTAL GERAL ANALISADO NO SETOR

SIM NÃO DESCRIÇÃO P M G

FÍSICO (Verde)

QUÍMICO (Vermelho)

BIOLÓGICO (Marrom)

ERGONÔMICO (Amarelo)

RISCO MECÂNICO (Azul)

__D__ D/2 M/2

_____________________________ ___________________________ Responsável pelo Setor Analista Técnico Fonte: PONZETTO, 2002, p. 92

Quadro 5. Tipos de Riscos

REGRAS PARA DEFINIR TAMANHOS Risco Grande = D Risco Médio = D/2 Risco

Pequeno = Médio/2

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Cabe acrescentar que as instruções para preenchimento do roteiro

se concentram em:

· preenchimento das principais atividades, ou as exercidas no dia-

a-dia;

· preenchimento dos tipos de máquinas e equipamentos usados

durante o expediente normal, além dos instrumentos

eventualmente utilizados:

- atenção à experiência e conhecimento do trabalhador quanto

aos diversos tipos de acidentes que a atividade, etapa ou

trabalho podem provocar, lembrando que o responsável do

setor é a pessoa que mais pode conhecer sobre os possíveis

acidentes oriundos do processo produtivo.

- dar liberdade para que o funcionário e/ou encarregado

comente sobre as queixas mais freqüentes.

- este item fica condicionado à instrução que os membros da

CIPA devem transmitir aos encarregados: a diferença

conceitual e prática entre incidente e acidente, ou seja,

esclarecer que incidente é quase um acidente.

- o preenchimento deste item requer que o funcionário ou

encarregado seja informado sobre acidentes com perda de

tempo ou afastamento nos últimos 12 meses;

· o preenchimento deve ocorrer somente se o setor usar EPI ou

EPC, definido anteriormente por autoridade competente em

Segurança e Saúde do Trabalho;

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· deve servir como orientação no momento de definir os tamanhos

dos círculos para os respectivos riscos classificados;

· não é necessário o preenchimento imediato, pois requer análise

detalhada dos itens anteriores;

· preenchimento do Tipo de Risco, o qual pode ser baseado nos

itens anteriores.

Cabe lembrar que as medidas preventivas são medidas de

segurança que devem ser providenciadas, e terão mais êxito se for seguida a teoria

prevencional. Assim, se for possível o risco deve ser eliminado. Se não, deve ser

isolado do ambiente profissional, e se isso também não for possível, o risco deve ser

sinalizado.

· baseia-se no item 5, e trata do levantamento final de todos os

riscos existentes no setor, com os respectivos tamanhos e cores.

O último fator a ser considerado compreende a Regra Prática para

determinar o diâmetro do círculo, que pode ter qualquer tamanho, desde que exista

proporcionalidade e atinja um padrão ideal de visualização para todos os Mapas da

empresa.

Cabe acrescentar que o Mapa de Risco pode ser Geral e setorial.

Geral quando abrange uma área maior, que não contenha divisórias nem paredes,

geralmente aplicadas a áreas fabris, produção indução industrial, montagem

industrial, construção civil etc. Setorial quando abrange todos os setores da empresa

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de forma mais específica para cada risco, com informações setoriais,

recomendações e procedimentos a serem seguidos, números de funcionários

envolvidos e tipo de riscos a que se expõem.

5.6 Agentes Químicos Nocivos à Saúde Humana

Segundo Ponzetto (2002, p. 28), agente químico é todo elemento ou

substância química nociva que possa ser absorvida pelo corpo humano, via cutânea

(pele), digestiva (boca ou estômago), ou respiratória (nariz e pulmões), os quais,

para Soto, Saad e Fantazzini (1994, p. 7), podem poluir o local de trabalho e, ao

entrar em contato com o organismo humano, apresentar ação localizada ou serem

distribuídos aos diferentes órgãos e tecidos, ou levados por fluidos internos (sangue

e outros), podendo produzir ação generalizada.

5.6.1 Absorção via cutânea

Segundo Ponzetto (2002, p. 28), ao atingirem a pele humana,

ácidos, álcalis e solventes podem ser absorvidos, provocando lesões, como, por

exemplo, caroços ou chagas, além de comprometer as mucosas dos olhos, boca e

nariz. Para Soto, Saad e Fantazzini (1994, p. 7), quando a pele e a gordura protetora

não conseguem impedir a penetração da substância, o agente químico pode agir na

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superfície da pele e provocar irritação primária, ou combinar com as proteínas da

pele e gerar sensibilidade, ou ainda penetrar através da pele, atingir o sangue e

atuar como tóxico generalizado. Contudo, vale salientar que,

Apesar destas considerações, normalmente a pele é uma barreira bastante efetiva para os diferentes tóxicos, e são poucas as substâncias que conseguem ser absorvidas em quantidades perigosas. Por essas razões, as medidas de prevenção de doenças, nesses casos, devem incluir a proteção da superfície do corpo. (SOTO; SAAD; FANTAZZINI, 1994, p. 7).

5.6.2 Via digestiva

Segundo Ponzetto (2002, p. 28), outra forma para a contaminação

do organismo, acidental ou não, de substâncias nocivas, é a ingestão de alimentos

contaminados, deteriorados ou através da saliva. Isso acontece por hábitos

inadequados, como, por exemplo, a ingestão de líquidos no local de trabalho ou ao

umedecer os lábios com a língua, usar as mãos para beber água, ou até mesmo a

falta de higiene ambiental e pessoal. Assim, a ingestão acidental ou proposital de

ácidos, álcalis ou solventes, podem, conforme o tipo do produto, ocasionar lesões,

como: queimaduras na boca, estômago e esôfago.

Para Soto, Saad e Fantazzini (1994, p. 7-8), a ingestão “representa

apenas uma via secundária para o ingresso de tóxicos no organismo”, pois ao

contrário de Ponzetto (2002, p. 28), acreditam que “nenhum trabalhador ingere,

conscientemente, produtos tóxicos”. Segundo ele, isso só acontece de forma

acidental ou ao engolir partículas que podem ser retidas na parte superior do trato

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respiratório ou ainda ao inalar substâncias, como: pós ou fumos. Os mesmos autor

es ainda consideram que “o aparelho digestivo está formado de tal modo que

seleciona os materiais úteis ao organismo, e rejeita os que não lhe servem”.

5.6.3 Via respiratória

De acordo com Ponzetto (2002, p. 28), “as substâncias penetram

pelo nariz e pela boca, afetam a garganta e chegam aos pulmões”, podendo, através

da corrente sangüínea, atingir outros órgãos e manifestar seus efeitos tóxicos. As

substâncias químicas que possuem forma de pó, quando suspensas no ar, podem

penetrar no organismo também via respiração, pois micro-partículas podem vencer

as barreiras naturais do organismo e atingir partes mais profundas do pulmão.

Para Soto, Saad e Fantazzini (1994, p. 7), a inalação compreende o

principal meio de intoxicação, pois a “superfície dos alvéolos pulmonares representa,

no homem adulto, uma superfície entre 80 e 90 m2”, o que facilita a absorção de

gases e vapores. Alguns sólidos e líquidos ficam retidos nesses tecidos e podem

produzir ação localizada.

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55

5.6.4 Contaminantes químicos ambientais

O ambiente de trabalho pode abrigar seis tipos mais comuns de

agentes químicos ou substâncias contaminantes, ou seja, substâncias que oferecem

risco químico ao trabalhador:

· poeiras: são produzidas mecanicamente pelas rupturas de

partículas maiores. Exemplo: fibras de amianto e poeira de sílica;

· fumos: trata-se de partículas sólidas produzidas pela

condensação de vapores metálicos. Exemplo: óxido de zinco

utilizado nas operações de soldagem com materiais metálicos;

vapores de chumbo em trabalhos a temperaturas superiores a

500o C e de outros metais em operações de fusão;

· fumaça: são produzidas por combustão incompleta. Exemplo: a

liberação por escapamentos de automóveis, que contêm

monóxido de carbono;

· neblina: compreendem partículas líquidas produzidas por

condensação de vapores, as quais podem ser extremamente

prejudiciais à saúde. Exemplo: Quando o elemento químico base

é anidrido sulfúrico, gás clorídrico ou qualquer outro elemento

com características corrosivas semelhantes;

· gases: são dispersões de moléculas que se misturam ao ar e o

tornam tóxico quando possuem elementos tóxicos em sua

composição. Exemplo: O GLP (gás liquefeito de petróleo), de uso

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doméstico ou industrial, monóxido de carbono, gás sulfídrico e o

gás cianídrico, entre outros;

· vapores: trata-se de dispersões de moléculas no ar que podem

se condensar para formar líquidos ou sólidos em condições

normais de temperatura e pressão. Exemplo: vapores de benzol e

dissulfito de carbono, entre outros.

A possibilidade da toxidade (potencial tóxico da substância no

organismo) dos contaminantes químicos ambientais representar risco a saúde do

trabalhador depende: da concentração (grande quantidade do produto), do índice de

ar inalado durante a jornada do trabalho e da sensibilidade individual (nível de

resistência de cada um, variável de pessoa para pessoa), a qual deve considerar os

minutos de exposição ao produto contaminante.

Ayres e Corrêa (2001, p. 137) asseveram que a NR-9, da Portaria

3.217/78 classifica esses tais produtos, compostos ou substâncias em:

· agentes químicos com limites de tolerância – gases e vapores:

substâncias químicas, cujas exposições estão previstas no Anexo

11, da NR-15, com a definição de limites de tolerância;

· agentes químicos de avaliação qualitativa: produtos químicos

cujas atividades e operações são consideradas insalubres, em

decorrência de inspeção realizada no local de trabalho, e

definidas pelo Anexo 13, da NR-15;

· poeiras minerais: aerodispersóides (fumos, poeiras, fibras,

fumaças, neblinas e névoas), representados por partículas

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57

sólidas ou líquidas em dispersão no ar, com limites de tolerância

definidos pelo Anexo 12, da NR-15.

Quanto à toxidade, os agentes químicos são classificados em:

· toxidade: substâncias químicas que penetram em um organismo

e, ao serem absorvidas por ele, provocam desde pequenas

alterações fisiológicas ou funcionais, que podem indicar perigo à

saúde do organismo, até mesmo grandes desequilíbrios, que

podem resultar em morte. As intoxicações podem ser agudas

(temporárias) ou crônicas (atuantes em longo prazo);

· efeitos fisiológicos: contaminantes atmosféricos, que podem ser

irritantes e asfixiantes simples, demonstrados no Quadro 6, a

seguir:

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Efeito Fisiológico Sintomas Substâncias Contaminantes atmosféricos

Irritantes ácido sulfúrico, H2S, álcoois, éteres etc.

Asfixiantes simples Diminuem o teor de oxigênio que chega ao sangue

nitrogênio, gás carbônico (CO2), butano (gás de botijão), metano, Hélio e outros.

Asfixiantes químicos

· Narcóticos

Atuam sobre o sistema nervoso central, que quando atingem o sangue, tornam-se anestésicos e podem conduzir a paradas cardíacas, respiratórias e morte, ou podem danificar órgãos, como, o fígado, por exemplo.

Éter etílico, acetona, éter isopropílico, trilene, pentrane, fluotane, protóxido, ciclo propano, éter sulfúrico, tolueno, xileno, n-hexano etc.

Intoxicantes sistêmicos:

- Compostos que causam lesões nos órgãos;

- Quando utilizados em concentrações elevadas, podem causar intoxicações agudas, com possibilidade de morte.

- Hidrocarbonetos alogenados (clorofórmio, tetracloreto de carbono, cloreto de vinila etc.).

- Composto que causam lesões no sistema formador do sangue;

- Acumulam-se nos tecidos graxos, medula óssea e sistema nervoso

- Hidrocarbononetos aromáticos (benzeno, fenóis, e, em certo grau, o tolueno, xileno e naftaleno).

- Compostos que afetam o sistema nervoso;

- álcool metílico, álcool etílico, dissulfeto de carbono, éteres.

- Composto tóxicos inorgânicos

- cianuretos (cianureto de sódio e potássio, os fluoretos e compostos de arsênico, fósforo e enxofre.

- Metais tóxicos.

- chumbo: produz alterações gerais no organismo, tais como: saturnismo (arco gengival de coloração azulada, aumento do teor de chumbo no sangue, palidez, lassidão, anemia, cólicas saturninas, polineurite saturnina, hipertensão arterial, psicose tóxica, episodio de mania aguda, delírios, convulsões, coma, náuseas e vômitos.

- mercúrio: Por ser líquido, pode ser inalado em

grande quantidade, produzindo intoxicação aguda (pneumonia química: e intoxicação crônica (hidragirismo), manifestando: tremores das mãos, dificuldade da fala, alterações psíquicas (irritabilidade, nervosismo, melancolia), dor de cabeça, perturbações intestinais, falta de apetite, queda dos dentes, gengivite, estomatite, tremor dos dedos, das pálpebras, da língua, dos lábios e outros.

- cromo: Produz alterações na pele, com

ulcerações de difícil cicatrização; ulcerações da mucosa (particularmente septo nasal, que pode ser perfurado; e câncer brônquico.

- ligargírio (PbO), Bióxido de Chumbo (PbO2), Trióxido de Chumbo (Pb3O4 - zarcão, anticorrosivos etc.), Cloreto de Chumbo, Sulfeto de Chumbo (PbS – galena - o mineral de chumbo mais importante),

- cromo hexavalente (cromita – FeOCr2O3), e cromo trivalente.

Fonte: Adaptação de Ayres; Corrêa, 2001, p. 139-142.

Quadro 6. Efeitos fisiológicos dos agentes químicos

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Os agentes químicos com limite de tolerância – gases e vapores,

são normatizados pela NR-15, Anexo 11, da Portaria 3.214/78 (Apêndice A), a qual

estabelece os Limites de Tolerância para agentes químicos de absorção por via

respiratória, cujas medidas preventivas se concentram em:

· medidas de controle no ambiente de trabalho (ventilação local

exaustora e ventilação geral diluidora);

· medidas de controle no trabalhador – EPI (educação e

treinamento).

Os agentes químicos de avaliação qualitativa compreendem os

agentes químicos de risco, em decorrência da inspeção realizada no local de

trabalho, os quais são definidos e normatizados pelo Anexo 13 e Anexo 13-A, da

NR-15. Entre os agentes químicos referidos no Quadro 1, do Anexo II, da NR-15,

(Apêndice B), destaca-se o benzeno, que devido ao grau de insalubridade, e limite

de tolerância igual a 8 ppm, possui normalização especificada no Anexo 13-A,

incluído na NR-15, pela Portaria 14, de 20.12.1995, (Apêndice C), a qual estabelece

o VRT-MPT, que corresponde à concentração média de benzeno no ar, para zona

de respiração dos trabalhadores de 1,0 ppm para empresas descritas no Anexo 13-A

e 2,5 ppm para empresas siderúrgicas.

As medidas de controle coletivas ou individuais objetivam a redução

de riscos a que se sujeitam os trabalhadores:

§ relativas ao ambiente; substituição do produto tóxico ou nocivo,

alteração ou mudança do processo ou operação,

enclausuramento ou encerramento da operação, segregação da

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operação ou processo, ventilação geral diluidora, ventilação local

exaustora, limitação do tempo de exposição, educação e

treinamento, além de ordem, limpeza e conservação;

§ relativa ao trabalhador: Levantamento dos agentes

contaminantes, seleção e viabilização de Equipamentos de

Proteção Individual – EPI, tais como: protetores oculares e

faciais, de membros superiores (luvas especificas), para

membros inferiores (máscaras e respiradores, aventais e roupas

especiais, entre outros).

As poeiras mineiras (fibrogênicos, irritantes, alergênicos,

cancerígenos, tóxicos, cutâneos, pneumoconiose, silicose, berilose,

bissinose/bagaçose e de origem animal, são normatizados pele Anexo 12, da NR-15,

da Portaria 3.214/78 – MTB, (Anexo D), que estabelece os Limites de Tolerância

para Asbesto, Manganês e seus componentes, além da Sílica Livre Cristalizada.

A Instrução 1, de 11.04.1994, da Secretaria de Segurança e Saúde

do Ministério do Trabalho, estabelece que, não sendo suficientes as medidas

coletivas adotadas no ambiente de trabalho, os empregados deverão adotar a

proteção individual que garanta condições adequadas de trabalho.

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61

6 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA

NOME DA EMPRESA: Indústria de Embalagens.

FORMA JURÍDICA: Sociedade por Cotas de Responsabilidade Limitada.

ENDEREÇO: Arapongas - Paraná.

RAMO DE ATIVIDADE: Indústria

ATIVIDADE PRINCIPAL: Produção de embalagens.

TOTAL DE EMPREGADOS: 67.

ÁREA DE ATUAÇÃO: Estados do Paraná e mais quatro estados.

CAPITAL SOCIAL: Dado não fornecido pela empresa.

FATURAMENTO MENSAL: Dado não fornecido pela empresa.

6.1 Histórico da Empresa

Fundada em 2002, compreende a mais nova filiada de um grupo que

atua há mais de quarenta anos, como um dos dez maiores produtores de papelão

ondulado do Brasil, que juntos geram mais de 1000 empregos e produzem mais de

20.000 toneladas/mês de papelão em todo o Brasil.

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7 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS DADOS

Com o objetivo de detectar e analisar os possíveis riscos físicos,

que acarretam em afastamentos temporários e permanentes, em uma indústria de

embalagens da cidade de Arapongas-PR, e contribuir para o melhoramento da

segurança e saúde do trabalho, o presente estudo buscou conhecer a opinião do

responsável pela segurança no trabalho (Anexo A), e dos funcionários da empresa

(Anexo B), quanto à existência de agentes químicos nocivos no ambiente de

trabalho.

7.1 Análise da Pesquisa Realizada com o Técnico de Segurança de Trabalho –

Representante da Empresa

A empresa, no ato representada por seu Técnico de Segurança do

trabalho, 2o Grau completo, funcionário da empresa a menos de um ano, informou

que os funcionários da empresa manuseiam agentes químicos, tais como: Hidróxido

de Sódio, Boro (Oxido e decahidratado), colas a base de solventes orgânicos, mas

que os mesmos não mantém contato com os produtos, pois a empresa fornece e

exige o uso de equipamentos de proteção, que compreende: protetores auriculares,

máscaras para poeira e névoas, protetor facial, luvas contra riscos mecânicos e de

látex, creme para proteção, avental contra riscos mecânicos, óculos com tonalidade,

calçados de segurança, máscara de solda e mangote de raspa. Contudo, segundo

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63

ele, a fiscalização quanto à utilização dos equipamentos por parte dos funcionários

não é constante, pois somente às vezes é realizada pela empresa.

7.2 Análise da Pesquisa Realizada com os funcionários da Empresa

Visando detectar o nível de risco ambiental existente na empresa

objeto de estudo, foram entregues um total de 11 (onze) questionários, destinados à

obtenção de respostas de um funcionário de cada setor da indústria, composto por

dezoito questões objetivas e subjetivas (Anexo B), cujos resultados são

apresentados em forma de tabelas, gráficos e respectivos comentários.

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64

27

,27

%

36

,36

%

9,1

0%

27

,27

%

0,00%

5,00%

10,00%

15,00%

20,00%

25,00%

30,00%

35,00%

40,00%

1

De 19 a 25 anos

De 26 a 30 anos

De 31 a 40 anos

Acima de 40 anos

7.2.1 Resultados

A idade dos funcionários compõe os dados apresentados na

Tabela 1, a seguir:

Tabela 1. Idade dos funcionários

Quantidade de Funcionários Percentual Idade

03 27,27% De 19 a 25 anos

04 36,36% De 26 a 30 anos

01 9,10% De 31 a 40 anos

03 27,27% Acima de 40 anos

Fonte: Dados coletados pelos autores.

O Gráfico 1, a seguir, mostra a distribuição dos funcionários

estudados segundo a faixa etária.

Fonte: Dados coletados pelos autores.

Gráfico 1. Distribuição dos funcionários estudados segundo a faixa etária

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65

Os resultados demonstram que os funcionários são jovens adultos,

ou seja, a maioria (36,36%) possui idade entre 26 a 30 anos e 18,18% de 19 a 25

anos. Os demais se dividem em 9,10% de 31 a 40 anos e 27,27% acima de 40 anos.

Isso indica que a empresa opta por selecionar e recrutar colaboradores com idade

de até 30 anos, considerada como a de maior produtividade.

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66

A Tabela 2, a seguir, apresenta a escolaridade dos funcionários.

Tabela 2. A escolaridade dos funcionários

Quantidade de Funcionários Percentual Grau de Instrução

01 9,09% 2o Grau completo

02 18,18% 2o Grau incompleto

07 63,63% 1o Grau completo

01 9,10% 3o Grau completo

Fonte: Dados coletados pelos autores.

O Gráfico 2, a seguir, apresenta a distribuição dos funcionários

estudados segundo a escolaridade.

Fonte: Dados coletados pelos autores.

Gráfico 2. Distribuição dos funcionários estudados segundo a escolaridade

9,09% 18

,18

%

63

,63

%

9,10%0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

1

Segundo Grau Completo

Segundo Grau Incompleto

Primeiro Grau Completo

Terceiro Grau Completo

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Os resultados demonstram que o grau de instrução detectado na

maioria da população, Primeiro Grau completo, não condiz com a formação

educacional natural para a idade, ou seja, uma população de jovens adultos, com

idade ente 19 a 30 anos, normalmente já teria que ter concluído o Segundo Grau do

Ensino Fundamental. Isso demonstra que o trabalho executado na empresa exige

capacitação escolar mínima.

Como tentativa de coletar dados e conhecer a opinião de todos os

setores da empresa, os questionários foram entregues propositalmente para um

funcionário de cada setor. Assim, as funções dos entrevistados são relacionadas a

seguir:

· gerente Financeiro;

· manutenção – mecânico;

· operador de Caldeira

· encarregado de Onduladeira;

· encarregado de Acessórios;

· operador de Impressora Rotativa;

· conferente;

· modelista (amostra);

· montador de Clichê – Pré-montador;

· operador de Impressora;

· operador de Empilhadeira.

As funções listadas, desempenhadas pela população entrevistada,

comprovam que as tarefas são puramente técnicas, o que denota a necessidade de

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68

conhecimento técnico para sua eficiência, o qual é sabidamente adquirido em

Cursos Técnicos Específicos, o que não implica obrigatoriamente na conclusão do

Ensino Fundamental, embora este, sem sombra de dúvida, viesse a somar

competências e capacidades.

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O tempo de serviço dos funcionários está demonstrado na Tabela 3,

a seguir:

Tabela 3. Tempo de serviço dos funcionários na empresa

Quantidade de Funcionários Percentual Tempo de serviço

06 54,54% De 1 ano e 1 mês a 5 anos

04 36,36% Menos de 1 ano

01 9,10% De 5 anos e 1 mês a 10 anos

Fonte: Dados coletados pelos autores.

O Gráfico 3, a seguir, mostra a distribuição dos funcionários estudos

segundo o tempo de serviço.

Fonte: Dados coletados pelos autores.

Gráfico 3. Distribuição dos funcionários estudados segundo o tempo de serviço

Os resultados demonstram que a maioria dos funcionários (54,54%

da população) possui tempo de serviços inferior a cinco anos.

54,54%

36,36%

9,10%

0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

1

De 1 ano e 1 mês a 5anos

Menos de 1 ano

De 5 anos e um mês a 10anos

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70

A Tabela 4, a seguir apresenta a presença de agentes químicos no

local de trabalho.

Tabela 4. Contato com agentes químicos

Quantidade de Funcionários Percentual Contato com Agente Químico

08 72,72% Não

03 27,28% Sim

Fonte: Dados coletados pelos autores.

O Gráfico 4, a seguir, apresenta a distribuição dos funcionários

estudados segundo o contato com agentes químicos durante o desenvolvimento de

suas atividades.

Fonte: Dados coletados pelos autores

Gráfico 4. Distribuição dos funcionários estudados segundo o contato com agentes

químicos durante o desenvolvimento de suas atividades

72,72%

27,28%

0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

80,00%

1

Não

Sim

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Os resultados demonstram que a maioria dos funcionários não

mantém contato com agentes químicos. Contudo, uma parcela considerável dos

mesmos (27,28%) afirma que para desenvolver suas atividades precisam manusear

aquentes químicos.

Segundo os funcionários, os agentes químicos manuseados são:

· “graxas, óleos minerais, tinner, querosene.” (Colaborador 7);

· “cola à base de solventes orgânicos (cola de sapateiro).”

Colaborador 5);

· “hidróxido de Sódio e Boro (decahidratado de óxido).”

(Colaborador 6).

Contudo, todos os funcionários afirmaram que nunca houve nenhum

acidente durante a manipulação dos agentes químicos no ambiente de trabalho; e

que a empresa fornece os equipamentos necessários para a segurança do

trabalhador, tais como:

· “protetores auriculares, máscaras, luvas de látex, creme de

proteção e calçados de segurança.” (Colaborador 6);

· “luvas de látex, protetor auricular, máscara para vapores

orgânicos.” (Colaborador 5);

· “máscara de solda, avental de raspa, luvas de látex, protetor

auricular, creme de proteção, mangote de raspa e calçado de

segurança.” Colaborador 7);

· “protetor auricular.” (Colaboradores 11, 2, 3, 9, 8, 1);

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· “protetor auricular, protetor facial, avental de raspa, luva de

raspa e óculos de proteção.” (Colaborador 4);

· “protetor auricular, luvas de látex e avental de raspa.”

(Colaborador 10).

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A Tabela 5, a seguir, mostra a assiduidade com que os

equipamentos de proteção são usados pelos funcionários.

Tabela 5. Assiduidade do uso dos equipamentos de proteção

Quantidade de Funcionários Percentual Assiduidade de Uso

08 72,72% Sempre

03 27,28% Às vezes

Fonte: Dados coletados pelos autores.

O Gráfico 5, a seguir, apresenta a distribuição dos funcionários

estudados segundo a assiduidade do uso dos equipamentos de proteção.

Fonte: Dados coletados pelos autores

Gráfico 5. Distribuição dos funcionários estudados segundo a assiduidade do uso

dos equipamentos de proteção

72,72%

27,28%

0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

80,00%

1

Sempre

Às vezes

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Cabe salientar que:

A educação e o treinamento são os pontos mais importantes na proteção do trabalhador. É necessário informar sobre a toxidez, inflamabilidade, reatividade com outros produtos, vias de penetração, limites de tolerância e medidas preventivas a serem tomadas. A seleção do EPI deve considerar os efeitos do produto químico, sua concentração e vias de penetração. (AYRES; CORRÊA, 2002, p. 144),

No entanto, além da educação e do treinamento, existe necessidade

de preocupação constante por parte da administração com a fiscalização do uso,

pois é comum o funcionário se recusar a usar os equipamentos de proteção pessoal,

mesmo quando tem total conhecimento dos riscos que corre, alegando motivos,

como:

· “a máscara incomoda, pois quando o tempo está muito quente a

respiração fica dificultada.” (Colaborador 6).

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8 CONCLUSÃO

O trabalho desenvolvido junto à Indústria de Embalagens permitiu a

análise do ambiente de trabalho por ela proporcionado, quanto aos riscos ambientais

proporcionados por agentes químicos nocivos à saúde e à integridade física de seus

funcionários, cujas condições, segundo Ponzetto (2002), obedecem as

determinações da NR-15, do Ministério do Trabalho e Emprego, e deve ser

avaliadas in loco (sempre que existirem pessoas trabalhando, mesmo quando o

tempo de permanência se limitar a minutos).

Assim, com base nesse pensamento, o presente estudo investigou e

concluiu que, de maneira geral, a empresa, conduz e gerencia a questão de riscos

ambientais de maneira satisfatória. E, embora se tenha constatado a existência de

riscos químicos, tais como graxas, óleos naturais, tinner, querosene, cola à base de

solventes orgânicos, hidróxido de sódio e boro (dexahidratado de óxido), os mesmos

não oferecem riscos à saúde dos funcionários.

A pesquisa também demonstrou que nunca houve nenhum acidente

ou incidente com os funcionários, relacionados ao uso dos produtos químicos.

Segundo empresa e funcionários, a questão é bem administrada, pois são

fornecidos os Equipamentos de Proteção Individual, tais como luvas de látex,

máscaras para vapores orgânicos, avental de raspa, creme de proteção, calçado de

segurança, além de mangotes e luvas de raspa.

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Contudo, observou-se a resistência, por parte de alguns

funcionários, em utilizar corretamente e constantemente os equipamentos fornecidos

para sua segurança, motivo pelo qual sugere-se que a empresa intensifique o

programa de informações, educação e conscientização sobre a importância do EPI

(Equipamento de Proteção Individual) permanentemente, através de palestras,

cursos e/ou similares.

Dessa forma, cabe reconhecer que o estudo revelou consenso geral

entre empresa e colaboradores, de que o ambiente de trabalho está assistido a

contento quanto à prevenção de acidentes de trabalho, provenientes do manuseio

de agentes químicos prejudiciais à integridade física e á saúde humana.

Finalizando, espera-se que a realização deste trabalho contribuía

para proporcionar ou implementar o bem-estar de pessoas que desenvolvem

atividades e provêm seus sustentos em empresas cujos riscos ambientais são uma

realidade constante, motivo pelo qual sugere-se que estudos futuros foquem a

conscientizam de empresários e colaboradores para a prevenção, forma mais

adequada de evitar acidentes e/ou doenças ocupacionais causadas pelo manuseio

de agentes químicos.

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de Acidentes do Trabalho: Aspectos Técnicos e Legais. São Paulo: Atlas, 2001.

BARBOSA FILHO, Antonio Nunes. Segurança do Trabalho & Gestão Ambiental.

São Paulo: Atlas, 2001.

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MAIA, Verena dos Santos. A História do Trabalho no Brasil. Disponível em:

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SELLI, Vanda Eliza Andrés; KURCGANT, Paulina. A Saúde do Trabalhador de

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SOTO, José Manuel Osvaldo Gana; SAAD, Irene Ferreira de Souza Duarte;

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APÊNDICES

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APÊNDICE A - ANEXO N. 11 da NR-15

AGENTES QUÍMICOS CUJA INSALUBRIDADE É CARACTERIZADA POR LIMITE DE TOLERÂNCIA E INSPEÇÃO NO LOCAL DE TRABALHO

(115.015-4 / I4) 1. Nas atividades ou operações nas quais os trabalhadores ficam expostos a agentes químicos, a caracterização de insalubridade ocorrerá quando forem ultrapassados os limites de tolerância constantes do Quadro no. 1 deste Anexo. 2. Todos os valores fixados no Quadro no. 1 - Tabela de Limites de Tolerância são válidos para absorção apenas por via respiratória. 3. Todos os valores fixados no Quadro no. 1 como "Asfixiantes Simples" determinam que nos ambientes de trabalho, em presença destas substâncias, a concentração mínima de oxigênio deverá ser 18 (dezoito) por cento em volume. As situações nas quais a concentração de oxigênio estiver abaixo deste valor serão consideradas de risco grave e iminente. 4. Na coluna "VALOR TETO" estão assinalados os agentes químicos cujos limites de tolerância não podem ser ultrapassados em momento algum da jornada de trabalho. 5. Na coluna "ABSORÇÃO TAMBÉM PELA PELE" estão assinalados os agentes químicos que podem ser absorvidos, por via cutânea e, portanto, exigindo na sua manipulação o uso da luvas adequadas, além do EPI necessário à proteção de outras partes do corpo . 6. A avaliação das concentrações dos agentes químicos através de métodos de amostragem instantânea, de leitura direta ou não, deverá ser feita pelo menos em 10 (dez) amostragens, para cada ponto - ao nível respiratório do trabalhador. Entre cada uma das amostragens deverá haver um intervalo de, no mínimo, 20 (vinte) minutos. 7. Cada uma das concentrações obtidas nas referidas amostragens não deverá ultrapassar os valores obtidos na equação que segue, sob pena de ser considerada situação de risco grave e iminente. Valor máximo = L.T. x F. D. Onde: L.T. = limite de tolerância para o agente químico, segundo o Quadro no. 1. F.D. = fator de desvio, segundo definido no Quadro no. 2.

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QUADRO Nº 2

LT. F.D

(PP, OU MG/M3 0 a 1 3 1 a 10 2 10 a 100 1,5 100 a 1000 1,15 Acima de 1000 1,1

8. O limite de tolerância será considerado excedido quando a média aritmética das concentrações ultrapassar os valores fixados no Quadro no. 1. 9. Para os agentes químicos que tenham "VALOR TETO" assinalado no Quadro no. 1 (Tabela de Limites de Tolerância) considerar-se-á excedido o limite de tolerância, quando qualquer uma das concentrações obtidas nas amostragens ultrapassar os valores fixados no mesmo quadro. 10. Os limites de tolerância fixados no Quadro no. 1 são válidos para jornadas de trabalho de até 48 (quarenta e oito) horas por semana, inclusive. 10.1 Para jornadas de trabalho que excedam as 48 (quarenta e oito) horas semanais dever-se-á cumprir o disposto no art. 60 da CLT.

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APÊNDICE B – QUADRO 1, do ANEXO 11, da NR-15

TABELA DE LIMITES DE TOLERÂNCIA

* ppm - partes de vapor ou gás por milhão de partes de ar contaminado. ** mg/m3 - miligramas por metro cúbico de ar.

* ppm - partes de vapor ou gás por milhão de partes de ar contaminado. ** mg/m3 - miligramas por metro cúbico de ar.

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APÊNDICE C

ANEXOS 12, 13 e 13/A, da NR-15.

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Produção de trióxido de amônio - ustulação de sulfeto de níquel. Insalubridade de grau médio Aplicação a pistola de tintas de alumínio. Fabricação de pós de alumínio (trituração e moagem). Fabricação de emetina e pulverização de ipeca. Fabricação e manipulação de ácido oxálico, nítrico e sulfúrico, bromídrico, fosfórico, pícrico. Metalização a pistola. Operações com bagaço de cana nas fases de grande exposição à poeira. Operações com o timbó. Operações de galvanoplastia: douração, prateação, niquelagem, cromagem, zincagem, cobreagem, anodização de alumínio. Telegrafia e radiotelegrafia, manipulação em aparelhos do tipo Morse e recepção de sinais em fones. Trabalhos com escórias de Thomas: remoção, trituração, moagem e acondicionamento. Trabalho de retirada, raspagem a seco e queima de pinturas. Trabalhos na extração de sal (salinas). Fabricação e manuseio de álcalis cáusticos. Trabalho em convés de navios. Insalubridade de grau mínimo

Fabricação e transporte de cal e cimento nas fases de grande exposição à poeira. Trabalhos de carregamento, descarregamento ou remoção de enxofre ou sulfitos em geral, em sacos ou granel.

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ANEXOS

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ANEXO A - QUESTIONÁRIO – EMPRESA

Este questionário tem a finalidade de angariar dados que possam dar

embasamento ao trabalho de conclusão, apresentado ao Curso de Especialização

em Engenharia de Segurança do Trabalho UEPG – Universidade Estadual de Ponta

Grossa-PR, que é exigido como requisito para aprovação.

Sua colaboração é de suma importância para a realização do mesmo

e, portanto, desde já antecipo agradecimento.

1. Idade:

( ) até 18 anos ( ) de 19 a 25 anos ( ) de 26 a 30 anos

( ) de 31 a 40 anos ( ) acima de 40 anos.

2) Escolaridade:

( ) 1o Grau completo

( ) 2o Grau incompleto

( ) 2o Grau completo

( ) 3o Grau incompleto

( ) 3o Grau completo

( ) pós-graduação

3) Sua função: ___________________________.

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4) Tempo de trabalho:

( ) menos de 1 ano

( ) de 1 ano e 1 mês a 5 anos

( ) de 5 anos e 1 mês a 10 anos

( ) acima de 10 anos.

5) Os funcionários da empresa têm contato com algum agente químico no seu

local de trabalho?

( ) sim ( ) não

6) Se sim, quais?

__________________________________________________________________

___________________________________________________________________

__________________________________________________________________.

7) Há ou já houve algum acidente com funcionários durante a manipulação de

agentes químicos?

( ) sim ( ) não

8) Se sim, quais?

__________________________________________________________________

___________________________________________________________________

__________________________________________________________________.

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9) A empresa fornece e exige o uso de equipamentos de proteção?

( ) sim ( ) não

10) Se sim, quais?

__________________________________________________________________

___________________________________________________________________

__________________________________________________________________.

11) A utilização é fiscalizada pela empresa:

( ) sempre

( ) às vezes

( ) nunca

12) Se não, qual o motivo?

__________________________________________________________________

___________________________________________________________________

__________________________________________________________________.

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ANEXO B - QUESTIONÁRIO – FUNCIONÁRIOS

Este questionário tem a finalidade de angariar dados que possam dar

embasamento ao trabalho de conclusão, apresentado ao Curso de Especialização

em Engenharia de Segurança do Trabalho UEPG – Universidade Estadual de Ponta

Grossa-PR, que é exigido como requisito para aprovação.

Sua colaboração é de suma importância para a realização do mesmo

e, portanto, desde já antecipo agradecimento.

1. Idade:

( ) até 18 anos ( ) de 19 a 25 anos ( ) de 26 a 30 anos

( ) de 31 a 40 anos ( ) acima de 40 anos.

2) Escolaridade:

( ) 1o Grau completo

( ) 2o Grau incompleto

( ) 2o Grau completo

( ) 3o Grau incompleto

( ) 3o Grau completo

( ) Pós-graduação

3) Sua função: ___________________________.

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4) Tempo de trabalho:

( ) menos de 1 ano

( ) de 1 ano e 1 mês a 5 anos

( ) de 5 anos e 1 mês a 10 anos

( ) acima de 10 anos.

5) Você tem contato com algum agente químico no seu local de trabalho?

( ) sim ( ) não

6) Se sim, quais?

__________________________________________________________________

___________________________________________________________________

__________________________________________________________________.

7) No seu ambiente de trabalho há ou já houve algum acidente na manipulação

de agentes químicos?

( ) sim ( ) não

8) Se sim, quais?

__________________________________________________________________

___________________________________________________________________

__________________________________________________________________.

9) A empresa fornece equipamentos de proteção?

( ) sim ( ) não

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10) Se sim, quais?

__________________________________________________________________

___________________________________________________________________

__________________________________________________________________.

11) Os equipamentos são utilizados por você:

( ) sempre

( ) às vezes

( ) nunca

12) Se não, qual o motivo?

__________________________________________________________________

___________________________________________________________________

__________________________________________________________________.