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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO ALEXANDRE FRANCISCO NEKATSCHALOW CRISTIANE PRETO HIAR JOSÉ ANTONIO BERNADELLI GUIMARÃES ANÁLISE DA ALTURA DAS MESAS DE TRABALHO PARA ESCRITÓRIO EM CONFORMIDADE COM A NORMA REGULAMENTADORA NR 17 E AS NORMAS DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR 13965 E NBR 13966 PARA USUÁRIOS DA CIDADE DE PONTA GROSSA-PR PONTA GROSSA JUNHO DE 2009

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA

PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO

ALEXANDRE FRANCISCO NEKATSCHALOW

CRISTIANE PRETO HIAR

JOSÉ ANTONIO BERNADELLI GUIMARÃES

ANÁLISE DA ALTURA DAS MESAS DE TRABALHO PARA ESCRITÓRIO EM

CONFORMIDADE COM A NORMA REGULAMENTADORA NR 17 E AS NORMAS DA

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR 13965 E NBR 13966 PARA

USUÁRIOS DA CIDADE DE PONTA GROSSA-PR

PONTA GROSSA

JUNHO DE 2009

ALEXANDRE FRANCISCO NEKATSCHALOW

CRISTIANE PRETO HIAR

JOSÉ ANTONIO BERNADELLI GUIMARÃES

ANÁLISE DA ALTURA DAS MESAS DE TRABALHO PARA ESCRITÓRIO EM

CONFORMIDADE COM A NORMA REGULAMENTADORA NR 17 E AS NORMAS DA

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR 13965 E NBR 13966 PARA

USUÁRIOS DA CIDADE DE PONTA GROSSA-PR

Trabalho de conclusão de curso apresentado para a obtenção do título de Especialista em Engenharia de Segurança do Trabalho na Universidade Estadual de Ponta Grossa

Orientador: João Manoel Grott

JUNHO DE 2009

AGRADECIMENTOS

Nossos sinceros agradecimentos às pessoas e entidades que gentilmente nos cederam

materiais e parte de seu tempo para nos atender no que precisávamos para o desenvolvimento

deste trabalho.

À Agência da Previdência Social de Ponta Grossa, por nos fornecer dados atualizados

que foram de grande importância para a pesquisa.

Às academias de ginástica Arena Fitness, Vitally e Espaço Vital por nos permitir

levantar a amostra utilizada em nossa pesquisa.

Nossos familiares, pela compreensão de cada momento que tivemos de nos ausentar.

A todos aqueles que, direta ou indiretamente, nos ajudaram na realização deste

trabalho.

Ao nosso professor e orientador João Manoel Grott.

RESUMO

No Brasil, segundo as estimativas de 2007 da Previdência Social, ocorrem cerca de 653.100 acidentes de trabalho. Destes, cerca de 4% referem-se às doenças do trabalho, sendo os Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT) um dos grupos de doenças de maior importância, e aparecem em trabalhadores de diversos setores, principalmente no trabalho em escritórios, associado ao uso do computador. Como essas doenças estão ligadas diretamente à ergonomia, as empresas passaram a comprar o seu mobiliário baseadas na Norma Regulamentadora NR 17 e nas Normas Brasileiras Regulamentadoras (NBR’s) correlacionadas. Assim o objetivo deste trabalho foi o de discutir se as mesas escolhidas neste padrão seriam realmente adequadas ergonomicamente à população de Ponta Grossa, com base na estatura. Desta forma, coletou-se amostras de estatura de pessoas de ambos os sexos, em academias em diversos pontos da cidade. Com base nestas amostras, comparou-se aos dados na literatura e às exigências das normas relacionadas, e traçou-se os percentis para esta população. Com base neste estudo, pode-se concluir que para a população estudada, houve um aumento nas estaturas, seguindo a tendência de crescimento, e as mesas com dimensões baseadas nessas normas, não atenderiam ergonomicamente aos 95% da população.

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Trabalhar com o tronco torcido ........................................................................................... 15

Figura 2 - Monitor excessivamente alto ................................................................................................ 15

Figura 3 - Monitor excessivamente baixo ............................................................................................. 16

Figura 4 - Posição correta em frente ao monitor .................................................................................. 17

Figura 5 - Teclado e mouse devem estar na altura dos cotovelos ........................................................ 18

Figura 6 - Postura ergonomicamente correta para se trabalhar com computadores .......................... 20

Figura 7 - Três tipos básicos do corpo humano, segundo a pesquisa de Sheldon (1940) .................... 31

Figura 8 - Influência das etnias nas medidas antropométricas ............................................................. 32

Figura 9 – Distribuição Normal ou de Gauss ......................................................................................... 34

Figura 10 - Evolução das alturas médias em centímetros por Coorte entre 1938 e 1982 .................... 36

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Doenças relacionadas ao trabalho em escritório no ano de 2008 e de janeiro a abril de

2009 na Agência da Previdência Social de Ponta Grossa ...................................................................... 11

Tabela 2 - Percentis para amostras coletadas com a margem de confiança de 5,0%-95,0%, em metro.

............................................................................................................................................................... 48

Tabela 3 – Comparação entre as amostras coletadas e as apresentadas por Iida (1990) e Couto

(2002), em metros. ................................................................................................................................ 50

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1- Distribuição normal ou de Gauss para a população masculina ........................................... 47

Gráfico 2 – Distribuição normal ou de Gauss para a população feminina ............................................ 47

Gráfico 3 – Distribuição normal ou de Gauss para amostra da população ........................................... 48

Gráfico 4 - Evolução das estaturas femininas conforme as amostras coletadas e as apresentadas por

Iida (1990) e Couto (2002) .................................................................................................................... 50

Gráfico 5 - Evolução das estaturas masculinas conforme as amostras coletadas e as apresentadas por

Iida (1990) e Couto (2002) .................................................................................................................... 51

LISTA DE ABREVIATURAS

Abergo Associação Internacional de Ergonomia

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

AET Análise Ergonômica do Trabalho

APPD Associação de Profissionais de Processamento de Dados

CAT Comunicação de Acidente do Trabalho

CB Comitês Brasileiros

CBO Classificação Brasileira de Ocupações

CE Comissões de Estudo

CID Código Internacional de Doenças

CLT Consolidação das Leis do Trabalho

CPU Central Processing unit

DCO Doença Cervicobraquial Ocupacional

DORT Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho

DRT Delegacia Regional do Trabalho

FEBRABAN Federação Brasileira dos Bancos

FIESP Federação das Indústrias do Estado de São Paulo

IEA International Ergonomics Association

INAMPS Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social

INPS Instituto Nacional de Previdência Social

INRS Institut National de Recherche em Sécurité

INSS Instituto Nacional de Seguro Social

LEM Laudo de Exame Médico

LER Lesões por Esforços Repetitivos

LTC Lesões por Traumas Cumulativos

MET Ministério do Trabalho e Emprego

MPS Ministério da Previdência Social

NBR Norma Brasileira

NR Norma Regulamentadora

OIT Organização Internacional do Trabalho

ONS Organismos de Normalização Setorial

Siate Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma e à Emergência

SINDPD/SP Sindicato dos Empregados em Empresa de Processamento de Dados no Estado de São Paulo

SSMT Secretaria de Segurança e Medicina do Trabalho

SSO Síndrome de Sobrecarga Ocupacional

SSST Serviço de Saúde e Segurança do Trabalho

Sumário

1. Introdução ............................................................................................................................................9

2. O uso da informática e as doenças do trabalho ................................................................................ 13

2.1. Principais situações anti-ergonômicas no trabalho em escritórios com computador ............... 14

2.2. Recomendações Ergonômicas .................................................................................................... 16

3. Lesões por Esforço Repetitivo (LER) - Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT)

............................................................................................................................................................... 21

4. Ergonomia ......................................................................................................................................... 25

5. Antropometria ................................................................................................................................... 28

5.1 Diferenças individuais ................................................................................................................. 30

5.3 Diferenças étnicas ....................................................................................................................... 31

5.4 Realização de medidas antropométricas .................................................................................... 32

5.5 Tendência para o crescimento .................................................................................................... 35

6. Norma Regulamentadora 17 ............................................................................................................. 37

6.1 O processo de elaboração da NR 17 ........................................................................................... 37

6.2 A NR 17 no trabalho sentado ...................................................................................................... 39

7. Normas Brasileiras Regulamentadoras NBR 13965 e NBR 13966 ..................................................... 41

8. Metodologia ...................................................................................................................................... 44

9. Resultados e discussões .................................................................................................................... 45

10. Conclusão ........................................................................................................................................ 52

11. Referências Bibliográficas ............................................................................................................... 53

9

1. Introdução

Segundo estimativas da Organização Internacional do Trabalho (OIT), ocorrem por

ano cerca de 270 milhões de acidentes em serviço e 160 milhões de novos casos de doenças

profissionais no mundo. Ainda com base nos dados da OIT, todos os dias morrem, em média,

cinco mil trabalhadores em decorrência de acidentes ou doenças relacionadas ao trabalho

(CASTRO, 2009).

Já no Brasil, no ano de 2007, de acordo com o Ministério da Previdência Social

(MPS), foram registrados no Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) cerca de 653.100

acidentes do trabalho. Comparando com 2006, o número de acidentes de trabalho aumentou

27,5%, mas esse aumento deveu-se aos acidentes sem Comunicação de Acidente do Trabalho

(CAT) registrada, oriunda da nova sistemática de concessão dos benefícios acidentários

(BRASIL, 2007).

Do total de acidentes registrados, os acidentes típicos representaram 80,7% do total, os

de trajeto 15,3% e as doenças do trabalho 4% (BRASIL, 2007).

Levando-se em conta somente as doenças do trabalho, com base nos dados publicados

no Anuário Estatístico da Previdência Social de 2007, pode-se concluir que:

• 56,1% das pessoas afetadas por doenças do trabalho eram do sexo masculino e

43,9% do sexo feminino;

• a faixa de maior incidência foi a de 30 a 39 anos, com 31,9% do total de

doenças registradas;

• os subgrupos do Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) com maior

número de doenças do trabalho foram os escriturários, com 14%;

10

• dentre os 50 códigos de Código Internacional de Doenças (CID), os mais

incidentes nas doenças do trabalho foram sinovite e tenossinovite (M65),

lesões no ombro (M75) e dorsalgia (M54), com 20,3%, 17% e 7,6% do total,

respectivamente;

• nas doenças do trabalho, as partes do corpo mais incidentes foram o ombro, o

dorso (inclusive músculos dorsais, coluna e medula espinhal) e o ouvido

(externo, médio, interno, audição e equilíbrio), com 16,7%, 12,3% e 11,5%,

respectivamente.

Em Ponta Grossa, a realidade não é tão dramática, porém é preocupante. De acordo

com o tenente André Lopes, relações públicas do 2º Grupamento do Corpo de Bombeiros, a

média é de dez acidentes de trabalho por semana, o que representa 5% do número de

atendimentos prestados pelo Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma e à Emergência

(Siate), sendo que a maior freqüência e também os casos mais graves ocorrem na área da

construção civil (CASTRO, 2009).

Das cinco mil perícias realizadas pelo INSS, nos últimos 15 meses, na agência de

Ponta Grossa, o número de benefícios concedidos por acidentes de trabalho representam 25%

do total. Os casos mais comuns referem-se às doenças osteomusculares, principalmente

problemas na coluna (CASTRO, 2009).

Segundo dados fornecidos pela Agência da Previdência Social de Ponta Grossa, em

2008 foram concedidos 57 benefícios por doenças relacionadas ao trabalho em escritório, e

nos quatros primeiros meses de 2009 já foram concedidos 21 benefícios.

11

Tabela 1 - Doenças relacionadas ao trabalho em escritório no ano de 2008 e de janeiro a abril de 2009 na

Agência da Previdência Social de Ponta Grossa

CID 2008 2009 Síndrome Cervicobraquial 3 3 Sinovite e Tenossinovite 20 7 Síndrome do Manguito Rotator 22 10 Bursite do Ombro 8 1 Epicondilite Medial 2 0 Mialgia 2 0 Total 57 21

Fonte: Agência da Previdência Social de Ponta Grossa – 2009.

Com base nas Estatísticas da Previdência Social, pode-se notar que apesar do trabalho

em escritório parecer mais seguro do que o trabalho no chão de fábrica, as tarefas

administrativas apresentam vários riscos aos funcionários, principalmente pelo fato da

atividade ser associada ao uso do computador.

Couto (2002) apresenta diversos pontos para a segurança do trabalhador de escritório

que utiliza o computador como ferramenta de trabalho. Dentre eles pode-se citar a mesa de

trabalho como um dos pontos fundamentais, pois está relacionada a questões posturais, que

refletem diretamente na saúde do trabalhador.

Assim, com o intuito de evitar futuros problemas com seus funcionários, algumas

empresas e órgãos públicos passaram a exigir das empresas que fornecem o mobiliário laudos

emitidos por um Engenheiro de Segurança do Trabalho ou Ergonomista de que seus produtos

atendem tanto à Norma Regulamentadora NR-17 quanto às Normas da Associação Brasileira

de Normas Técnicas (ABNT) relacionadas a estes produtos (Anexo 01, item 10.1.5.7).

Dentre essas normas podemos citar: NBR 13960 (Móveis para Escritório –

Terminologia), NBR 13962 (Móveis para Escritório – Cadeiras), NBR 13965 (Móveis para

Escritório – Móveis para informática), NBR 13966 (Móveis para escritório – Mesas), NBR

13967 (Móveis para escritório – Sistemas de estação de trabalho), entre outras.

12

Como essas normas são, de certa forma antigas, ou baseadas em normas antigas, fica a

dúvida se o mobiliário produzido, seguindo estas normas, estará adequado aos funcionários

que os irão utilizar.

Deste modo, o objetivo desse trabalho foi o de analisar se as escolha das dimensões

das mesas baseadas nas normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) NBR

13965 e NBR 13966, e na Norma Regulamentadora NR 17, para a população de Ponta

Grossa, são realmente adequadas a este público.

13

2. O uso da informática e as doenças do trabalho

Na história, nunca uma ferramenta de trabalho foi utilizada por tantas pessoas como o

computador está sendo utilizado. Apesar de ser uma ferramenta relativamente nova, há cerca

de 20 anos no mercado, está presente nos diversos setores do mercado, desde a indústria até o

setor de serviços. Hoje, é praticamente inaceitável o trabalho e a comunicação sem o uso dos

recursos proporcionados pelo computador (PATUSSI, 2005; COUTO, 2002).

Juntamente com o avanço tecnológico trazido pelo computador, começaram a aparecer

males físicos e mentais. São muitas as doenças citadas como associadas ao trabalho em

escritório e ao uso do computador, desde problemas simples como dores de cabeça, até

problemas clínicos mais sérios, como distúrbios osteomusculares (PATUSSI, 2005).

No início, os problemas com o uso do computador foram relacionados à frequência de

digitação e foram localizados entre os digitadores. Nos dias de hoje, os problemas entre

digitadores são bem menos frequentes, e a maior ocorrência de distúrbios existe entre aqueles

que fazem uso regular do computador como parte de seu trabalho (COUTO, 2002).

Deste modo, surge a pergunta: por que antigamente, com as máquinas de datilografia

manuais, havia pouco relato de problemas e depois dos computadores, com suas teclas

macias, houve um aumento grande dos problemas? O primeiro fator é que o trabalhador

executando a atividade em computador fica estático, junto do seu posto, com pouca ou

nenhuma mobilidade. O segundo fator é que, embora o teclado seja leve e macio, o

computador está longe de ser um primor de Ergonomia. Pelo contrário, ali encontramos um

desacerto total: teclados muito compridos, mouse sendo operado em posição de abdução do

ombro direito, gabinete e monitor de vídeo dificultando o posicionamento de papéis, livros e

outros fatores, além dos reflexos na tela do monitor. O terceiro fator é que o posto de trabalho

14

teve que, aos poucos, se adaptar às novas exigências. Por muito tempo, o conjunto do

computador foi colocado sobre mesas tradicionais, de escrivaninha, totalmente impróprias

para esse tipo de exigência (COUTO, 2002).

Couto (2002) cita como grande problema no trabalho em escritório a dificuldade que

se tem quando a pessoa racionaliza seu risco como baixo, tendo a desculpa do pouco tempo na

função. Assim, as queixas mais frequentes entre quem trabalha com computador são os

distúrbios músculo-esqueléticos, transtornos da visão, reflexos na tela e fadiga.

Já Bellusci (2003) cita como as doenças mais comuns associadas ao uso do

computador a cervicobraquialgia, mialgia, tenossinovite, tendinite, epicondilite, peritendinite,

bursite, sinovite, síndrome da tensão do pescoço, síndrome do túnel do carpo, cisto sinovial,

síndrome do desfiladeiro torácico, entre outros.

A maioria dessas doenças citadas pertencem ao grupo de doenças dos Distúrbios

Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT).

2.1. Principais situações antiergonômicas no trabalho em escritórios

com computador

Trabalhar com o monitor deslocado para a lateral pode causar dor no pescoço, na

região do trapézio e do músculo esternocleidomastóideo (COUTO, 2002; DUL &

WEERDMEESTER, 1995).

15

Figura 1 – Trabalhar com o tronco torcido

Fonte: ERGONOMIA NO ESCRITÓRIO E NA VIDA PRÁTICA

Trabalhar com o monitor de vídeo excessivamente alto costuma causar dor na região

do pescoço (COUTO, 2002; DUL & WEERDMEESTER, 1995).

Figura 2 - Monitor excessivamente alto

Fonte: ERGONOMIA NO ESCRITÓRIO E NA VIDA PRÁTICA

Trabalhar com o monitor de vídeo excessivamente baixo, além da dor na região do

pescoço, costuma causar dor na região dorsal.

16

Figura 3 - Monitor excessivamente baixo

Fonte: ERGONOMIA NO ESCRITÓRIO E NA VIDA PRÁTICA

Trabalhar com o telefone preso entre o pescoço e o ombro (não necessariamente ligado

ao uso do computador), pode ocasionar dor crônica na região do trapézio e músculo

esternocleidomastóideo (COUTO, 2002; DUL & WEERDMEESTER, 1995).

Trabalhar com o teclado excessivamente baixo, geralmente causado por mesas ditas

"para computador", que têm uma altura muito baixa e obrigam a pessoa a ficar com o tronco

encurvado para frente e com os braços e antebraços fora da posição correta de trabalho,

ocasionam também extensão do punho, com tendência a compressão do nervo mediano no

túnel do punho (COUTO, 2002; DUL & WEERDMEESTER, 1995).

O uso do mouse com abdução do ombro direito, devido ao comprimento

excessivamente grande do teclado (45 cm) e à impossibilidade de situá-lo exatamente à frente

do operador (a letra A, do teclado, deve ficar alinhada com a mão esquerda), e o uso do mouse

longe do corpo pode ocasionar sobrecarga sobre a musculatura do ombro direito (COUTO,

2002; DUL & WEERDMEESTER, 1995).

2.2. Recomendações Ergonômicas

17

O monitor de vídeo deve estar bem posicionado, de frente para os olhos, com um

ângulo de leitura desde os olhos até o centro da tela de 32 a 44 graus. Não se deve trabalhar

com o monitor de lado, pois isso exige torções do tronco e do pescoço, com possíveis

consequências dolorosas para seus músculos (COUTO, 2002; DUL & WEERDMEESTER,

1995).

Em relação à altura do monitor de vídeo, a posição ideal é aquela em que ele se

encontra um pouco abaixo da projeção horizontal de seus olhos e um pouco inclinado para

cima, facilitando a leitura. O limite superior do monitor de vídeo é na projeção horizontal de

seus olhos. Se a pessoa é baixa, é possível colocar o monitor de vídeo direto sobre o tampo da

mesa; porém, se o indivíduo é alto, essa posição do monitor poderá causar dor nos músculos

do pescoço. A primeira linha do monitor deve estar, no máximo, na horizontal dos olhos

(COUTO, 2002; DUL & WEERDMEESTER, 1995).

Figura 4 - Posição correta em frente ao monitor

Fonte: COUTO, 2002

Os braços devem estar na vertical. Os antebraços devem estar horizontalizados e o

teclado e o mouse devem estar na altura dos cotovelos (COUTO, 2002; DUL &

WEERDMEESTER, 1995).

18

Figura 5 - Teclado e mouse devem estar na altura dos cotovelos

Fonte: COUTO, 2002

Deve ser possível apoiar os antebraços, quando necessário. Esse apoio pode ser feito

sobre os braços da cadeira, como, também, pode ser feito em espuma de borda anterior

arredondada situada adiante do teclado. No caso de ser feito o apoio na espuma arredondada,

deve-se ter em mente que a digitação não deve ser feita com os punhos apoiados, pois isso

causa desconforto e dificuldade para a livre movimentação dos tendões. Assim sendo, a

espuma nunca deve ter altura superior à do teclado. Quando a borda anterior da mesa é

arredondada, é dispensável qualquer tipo de apoio para os punhos, que poderão ser apoiados

diretamente na superfície da mesa (COUTO, 2002; DUL & WEERDMEESTER, 1995).

Deve haver possibilidade de movimentar o teclado um pouco para a frente e um pouco

para trás e, inclusive, elaborar um arranjo em que seja possível afastar o teclado,

possibilitando assim, usar a superfície da mesa para a escrita (COUTO, 2002).

19

Deve-se evitar curvar-se para frente, pois a parte superior do corpo de um adulto,

acima da cintura, pesa 40 Kg, em média. Quando o tronco pende para frente, há contração dos

músculos e dos ligamentos das costas para manter essa posição. A tensão é maior na parte

inferior do tronco, onde surgem dores (DUL & WEERDMEESTER, 1995).

Deve-se evitar inclinar a cabeça, pois a cabeça de um adulto pesa de 4 a 5 Kg. Quando

a cabeça se inclina mais de 30 graus para frente, os músculos do pescoço são tensionados para

manter essa postura, e começam a aparecer dores na nuca e nos ombros. Portanto, a cabeça

deve ser mantida o mais próximo possível da postura vertical (DUL & WEERDMEESTER,

1995).

Deve-se evitar torções do tronco, pois causam tensões indesejáveis nas vértebras. Os

discos elásticos que existem entre as vértebras são tensionados, e as articulações e músculos

que existem nos dois lados da coluna vertebral são submetidos a cargas assimétricas, que são

prejudiciais (COUTO, 2002; DUL & WEERDMEESTER, 1995).

Deve-se sentar mantendo um ângulo tronco-coxas de aproximadamente 100 graus. Os

pés devem estar apoiados (COUTO, 2002).

Deve-se procurar usar o mouse sem abdução do ombro. Para tal, pode-se adotar

algumas alternativas: usar o mouse sempre com a mão esquerda ou adotar teclados menores,

que permitam a utilização do mouse pela mão direita, porém próximo do corpo. Outra

alternativa para, pelo menos, reduzir a utilização do mouse é aprender a fazer uso de teclas de

atalho, que inclusive reduzem o tempo de contração estática, especialmente da mão e ombro

que movimentam o mouse (COUTO, 2002).

Nenhuma postura ou movimento repetitivo deve ser mantido por um longo período.

As posturas prolongadas e os movimentos repetitivos são muito fatigantes. A longo prazo,

podem produzir lesões nos músculos e articulações. Isso pode ser prevenido com uma

20

alternância de posturas ou tarefas. Significa, por exemplo, alternar posições sentadas por

aquelas em pé e andando (DUL & WEERDMEESTER, 1995). Levantar e movimentar-se

durante 10 minutos a cada 2 horas. Fazer exercícios de distensionamento e alongamento

especialmente para as áreas sobrecarregadas durante a pausa (COUTO, 2002).

Figura 6 - Postura ergonomicamente correta para se trabalhar com computadores

Fonte: ERGONOMIA PARA ESCRITÓRIOS

21

3. Lesões por Esforço Repetitivo (LER) - Distúrbios Osteomusculares

Relacionados ao Trabalho (DORT)

As afecções músculo-esqueléticas relacionadas ao trabalho, que no Brasil tornaram-se

conhecidas como Lesões por Esforços Repetitivos (LER), representam o principal grupo de

doenças entre as doenças ocupacionais em nosso país. Tratam-se de afecções de importância

crescente em vários países do mundo, com dimensões epidêmicas em diversas categorias

profissionais, apresentando-se de diversas formas clínicas, de difícil manejo por parte de

equipes de saúde e de instituições previdenciárias (BRASIL, 2001b).

A Instrução Normativa INSS/DC Nº 98 – de 05 de dezembro de 2003 (Anexo 04),

conceitua LER/DORT como uma síndrome relacionada ao trabalho, caracterizada pela

ocorrência de vários sintomas concomitantes ou não, tais como: dor, parestesia, sensação de

peso, fadiga, de aparecimento insidioso, geralmente nos membros superiores, mas podendo

acometer membros inferiores. Frequentemente são causa de incapacidade laboral temporária

ou permanente. São resultados da combinação da sobrecarga das estruturas anatômicas do

sistema osteomuscular com a falta de tempo para sua recuperação.

Para Bellusci (2003) LER/DORT não é uma doença propriamente dita, mas um nome

para designar um grupo de doenças osteomusculares e repercussões sócio-psicológicas que

têm em comum o fato de serem provocadas por condições inadequadas no trabalho. É o nome

dado para quadros clínicos que podem aparecer isoladamente ou associados um ao outro, tais

como: cervicobraquialgia, mialgia, tenossinovite, tendinite, epicondilite, peritendinite, bursite,

sinovite, síndrome da tensão do pescoço, síndrome do túnel do carpo, cisto sinovial, síndrome

do desfiladeiro torácico, entre outros.

22

Magalhães (2009) considerada LER/DORT como aquelas lesões provocadas pelas

condições nas quais o trabalho é realizado, ou seja, como nexo causal.

Brasil (2001b) cita como um grupo heterogêneo de distúrbios funcionais e/ou

orgânicos que apresentam, entre outros, as seguintes características:

• indução por fadiga neuromuscular, causada por: trabalho realizado em posição

fixa (trabalho estático) ou com movimentos repetitivos, principalmente de

membros superiores; falta de tempo de recuperação pós-contração e fadiga;

• quadro clínico variado incluindo queixas de dor, formigamento, dormência,

choque, peso e fadiga precoce;

• presença de entidades ortopédicas definidas como: tendinite, tenossinovite,

sinovite, peritendinite, em particular dos ombros, cotovelos, punhos e mãos;

epicondilite, tenossinovite estenosante (De Quervain), dedo em gatilho, cisto,

síndrome do túnel do carpo, síndrome do túnel ulnar (nível de cotovelo),

síndrome do pronador redondo, síndrome do desfiladeiro torácico, síndrome

cervival ou radiculopatia cervical, neurite digital, entre outras;

• presença de quadros em que as repercussões são mais extensas ou

generalizadas: síndrome miofascial, mialgia, síndrome de tensão do pescoço,

distrofia simpático-reflexa, síndrome complexa de dor regional.

O trabalho em frente ao computador tem sido apontado como a principal causa das

afecções conhecidas como LER/DORT. No entanto, estudos mostram que vários são os

fatores existentes no trabalho que podem contribuir para incidência dessas, tais como: fatores

biomecânicos, psicossociais e fatores ligados à psicodinâmica do trabalho (MAGALHÃES,

2009; BELLUSCI, 2003).

23

Os fatores biomecânicos incluem a repetitividade de movimentos, a manutenção de

posturas inadequadas por tempo prolongado, o esforço físico e a invariabilidade das tarefas;

fatores psicossociais, relacionados às interações hierárquicas com chefias imediatas e chefias

superiores, às interações coletivas intra e intergrupos e às características individuais do

trabalhador, como os traços de personalidade e o seu histórico de vida; e fatores ligados à

psicodinâmica do trabalho, relacionados à maneira como o trabalhador organiza suas

atividades, de acordo com a liberdade que lhe é dada, à forma como ele percebe o seu trabalho

e qual o significado deste para ele (MAGALHÃES, 2009, BRASIL, 2001a).

Segundo BRASIL (2001b), os sinais e sintomas de LER/DORT são múltiplos e

diversificados, destacando-se:

• dor espontânea ou à movimentação passiva, ativa ou contra-resistência;

• alterações sensitivas de fraqueza, cansaço, peso, dormência, formigamento, sensação

de diminuição, perda ou aumento de sensibilidade, agulhadas, choques;

• dificuldades para o uso dos membros, particularmente das mãos, e, mais raramente,

sinais inflamatórios e áreas de hipotrofia ou atrofia.

De difícil diagnóstico, particularmente em casos subagudos e crônicos, a LER/DORT

tem sido objeto de questionamento, apesar das evidências epidemiológicas e ergonômicas, no

que diz respeito ao nexo com o trabalho. O termo DORT não é aceito como diagnóstico

clínico, fazendo-se necessário ser mais específico, definindo exatamente qual das doenças está

sendo referida e que deverá constar no LEM (Laudo de Exame Médico), inclusive com os

exames subsidiários pertinentes (MAGALHÃES, 2009).

A contribuição da análise ergonômica do trabalho, no que diz respeito a LER/DORT,

reside no fato de que os estudos sistemáticos das situações de trabalho, através da análise

24

ergonômica da atividade, têm como objetivo compreender o esforço despendido pelo

trabalhador no desenvolvimento e realização de suas tarefas. Por isso, os fatores de risco

devem ser avaliados no contexto organizacional onde o trabalhador está inserido. A

intervenção sobre os ambientes e condições de trabalho deve basear-se na Análise

Ergonômica do Trabalho – AET, nas medidas de proteção coletiva e individual

implementadas pela empresa/organização, e nas estratégias de defesa individuais e/ou

coletivas adotadas pelos trabalhadores (MAGALHÃES, 2009; BRASIL, 2001b).

25

4. Ergonomia

Iida (1990) define a ergonomia como o estudo da adaptação do trabalho ao homem. O

trabalho com uma acepção bastante ampla, abrangendo não somente máquinas e

equipamentos utilizados para transformar materiais, mas também toda a situação em que

ocorre o relacionamento entre o homem e seu trabalho, envolvendo além do ambiente físico,

também aspectos organizacionais de como esse é programado e controlado para produzir os

resultados desejados.

Em agosto de 2000, a IEA (International Ergonomics Association - Associação

Internacional de Ergonomia) adotou a definição oficial de ergonomia (www.abergo.org.br):

“A ergonomia é uma disciplina científica relacionada ao entendimento das interações entre os

seres humanos e outros elementos ou sistemas, e à aplicação de teorias, princípios, dados e

métodos a projetos a fim de otimizar o bem estar humano e o desempenho global do sistema”.

Para Couto (2002) a ergonomia busca o ajuste mútuo entre o ser humano e seu

ambiente de trabalho de forma confortável e produtiva, procurando adaptar o trabalho às

pessoas. Iida (1990) observa que a adaptação sempre ocorre do trabalho para o homem, e nem

sempre do homem ao trabalho, ou seja, é mais difícil adaptar o homem ao trabalho.

A ergonomia estuda diversos aspectos do comportamento humano no trabalho e outros

fatores importantes para o projeto de sistemas de trabalho, citados por Iida (1990), que são:

• o homem: características físicas, fisiológicas, psicológicas e sociais do trabalhador;

influência do sexo, idade, treinamento e motivação;

• a máquina: todas as ajudas materiais que o homem utiliza no seu trabalho, englobando

equipamentos, ferramentas, mobiliário e instalações;

26

• ambiente: características do ambiente físico que envolve o homem durante o trabalho,

como a temperatura, ruídos, vibrações, luz, cores, gases e outros;

• informação: refere-se às comunicações existentes entre os elementos de um sistema, a

transmissão de informações, o processamento e a tomada de decisões;

• organização: é a conjugação dos elementos acima citados no sistema produtivo,

estudando aspectos como horários, turnos de trabalho e formação de equipes;

• consequências do trabalho: questões de controles como tarefas inspeções, estudos de

erros e acidentes, além dos estudos sobre gastos energéticos, fadiga e estresse.

Dul e Weerdmeester (1995) dizem que a ergonomia é aplicada ao projeto de máquinas,

equipamentos, sistemas e tarefas, visando melhoria na segurança, saúde, conforto e eficiência

no trabalho.

Dul e Weerdmeester (1995) afirmam que vários aspectos do trabalho são alvo de

estudo pela ergonomia, como:

• a postura e os movimentos corporais (sentado, em pé, empurrando, levantando pesos e

puxando);

• fatores ambientais (ruídos, vibrações, iluminação, clima, agentes químicos);

• informação (informações captadas pela visão, audição e outros sentidos);

• controles e relações entre controles e mostradores;

• cargos e tarefas.

Foi durante a II Guerra Mundial que a ergonomia teve seu desenvolvimento, quando

profissionais de diversas áreas do conhecimento como, por exemplo, fisiologistas, psicólogos,

27

antropólogos, médicos e engenheiros trabalharam juntos para resolver os problemas causados

pela operação dos equipamentos militares. Em seguida, no Pós-Guerra, países da Europa e os

Estados Unidos da América tiveram grande interesse nesse novo ramo do conhecimento

(DUL & WEERDMEESTER, 1995).

Em 1949 foi fundada a Sociedade de Pesquisa em Ergonomia, na Inglaterra. Em 1961

criou-se a Associação Internacional em Ergonomia (IEA). No Brasil, em 1983, fundou-se a

Associação Brasileira de Ergonomia (DUL & WEERDMEESTER, 1995).

O divisor de águas da ergonomia foi o projeto da cápsula espacial norte-americana. Na

época (1960), por conta da corrida espacial disputada por União Soviética e Estados Unidos,

os astronautas norte-americanos tinham influência sob a opinião pública e passaram a exigir

melhores condições, principalmente no interior da cápsula espacial (COUTO, 2002).

Outro grande fator que contribuiu para o desenvolvimento da ergonomia no mundo

foram as lesões do sistema osteomuscular. Esse tipo de lesão costuma ser muito doloroso e

incapacitante. Quando o trabalhador é afastado da empresa por conta de lesões

osteomusculares, costuma acionar a justiça por meio de processos indenizatórios. Dessa

forma, as instituições notaram que era economicamente mais viável adotar soluções

ergonômicas, a arcar com os custos gerados pelos processos judiciais (COUTO, 2002).

Por outro lado, merecem destaque empresas que possuem a “mentalidade

ergonômica”, que adotam métodos ergonômicos porque consideram ser o correto, buscando

qualidade de vida no trabalho (COUTO, 2002).

28

5. Antropometria

Couto (2002) define antropometria como sendo o estudo das medidas humanas. O

conhecimento dessas medidas e como saber utilizá-las é de grande importância na

determinação de vários aspectos relacionados ao posto de trabalho, visando à manutenção de

uma boa postura.

A origem da antropometria remonta à antiguidade, pois os Egípcios e Gregos já

observavam e estudavam a relação das diversas partes do corpo (RODRIGUEZ-AÑEZ,

2001).

Santos (2003) afirma que a antropometria se desenvolveu nos séculos XIX e início do

século XX, época em que foram feitas tentativas de classificar a raça humana de acordo com

as dimensões físicas.

Iida (1990) observa que é necessário atentar para a forma de obtenção de dados

antropométricos. Essas informações são obtidas por meio de duas situações distintas:

dimensões estáticas e dimensões dinâmicas.

A antropometria estática mede as diferenças estruturais do corpo humano em

diferentes posições, sem movimento. Essas dimensões devem ser aplicadas em projetos de

objetos sem partes móveis ou com pouca mobilidade, como no caso do mobiliário em geral

(IIDA, 1990).

As dimensões estáticas, também conhecidos como estruturais, dizem respeito às

dimensões estruturais fixas do corpo humano. Para a obtenção dessas informações, são

consideradas as dimensões do corpo quando o indivíduo encontra-se em uma postura

considerada neutra, ou seja, sem a existência de atividade motora. As medidas são feitas em

29

posições corporais fixas, entre pontos anatômicos do esqueleto. Estatura, a altura do ombro e

a altura do olho, são alguns dos exemplos de dados antropométricos estáticos (IIDA, 1990).

Já a antropometria dinâmica mede os alcances dos movimentos. Os movimentos de

cada parte do corpo são medidos mantendo o resto do corpo estático, obtendo, por exemplo,

importantes elementos relacionados aos ângulos utilizados pelas articulações, os alcances dos

segmentos corporais (IIDA, 1990).

Os dados antropométricos dinâmicos verificam os limites da movimentação de cada

segmento corporal a fim de diminuir os esforços físicos e apresentar as posturas naturais e

confortáveis a serem adotadas. Para obtenção das informações antropométricas dinâmicas,

também chamadas de funcionais, são consideradas as dimensões dos diversos segmentos

corporais quando se encontram em movimento (SANTOS, 2003).

Seguindo conceito de Roebuck (1993), citado por Guimarães (2002), o uso da

antropometria torna-se útil para:

• dimensionar objetos e elementos de forma que não constrinjam os movimentos;

• avaliar posturas e distâncias para alcance de controles;

• especificar os espaços livres necessários para separar o corpo humano das fontes de

perigo;

• analisar forças e torques durante o manuseio de materiais;

• serve como base de projetos de ferramentas;

• para confecção de vestuário;

• postos de trabalho;

30

• produtos em geral.

5.1 Diferenças individuais

As diferentes populações mundiais são compostas de indivíduos de diferentes tipos

físicos.

Iida (1990) cita um estudo realizado, em 1940, por Willian Sheldon que classifica a

população americana em três tipos de indivíduos com características dominantes individuais:

o indivíduo endomorfo, o mesomorfo e o ectomorfo.

Segundo este estudo, o indivíduo endomorfo possui formas arredondadas e macias,

com grande depósito de gordura. Externamente é semelhante a uma pêra (estreito em cima e

largo em baixo). O abdômen é grande e cheio e o tórax parece ser relativamente pequeno. Os

braços e pernas são curtos e flácidos. Os ombros e cabeça são arredondados. Os ossos são

pequenos. A pele é macia.

Já o mesomorfo é um indivíduo musculoso, de formas angulosas. Apresenta cabeça

cúbica, maciça, ombros e peito largo, bem como um abdômen pequeno. Os membros são

musculosos e fortes. Possui pouca gordura subcutânea.

O tipo ectomorfo apresenta corpo e membros finos, com um mínimo de gordura e

músculos. Os ombros são largos. O pescoço é fino e comprido, o rosto é magro, queixo

recuado e testa alta. O tórax e abdômen estreitos e finos.

Deve-se levar em consideração que a maioria dos indivíduos não se encontra

exatamente nos tipos básicos apresentados, mas sim misturando características dos três

sujeitos. Dessa maneira, podem ser meso-endomórficos, endo-ectomórficos, ecto-

mesomórficos, etc (IIDA, 1990).

31

Figura 7 - Três tipos básicos do corpo humano, segundo a pesquisa de Sheldon (1940)

Fonte: ERGONOMIA

Iida (1990) ressalta que as diferenças antropométricas significativas entre indivíduos

do sexo masculino e feminino não se encontram exclusivamente em dimensões absolutas, mas

também nas proporções das diversas partes do corpo humano. A maioria dos homens excede a

estatura da maioria das mulheres da mesma origem étnica. Os homens apresentam braços

mais compridos, devido ao antebraço ser maior. Além das dimensões antropométricas, os

homens e as mulheres apresentam diferenças na composição corporal, por exemplo,

geralmente a mulher adulta apresenta maior proporção de gordura na composição corporal

que o homem.

Iida (1990) ainda ressalta, que dentro de uma mesma população de adultos,

considerando as diferenças de estaturas entre os homens mais altos (97,5% da população) e as

mulheres mais baixas (2,5% da população), estatisticamente, o homem é 25% mais alto que a

mulher.

5.3 Diferenças étnicas

Diversos estudos antropométricos realizados durante várias décadas comprovaram a

influência da etnia nas medidas antropométricas.

32

Iida (1990) cita que as variações extremas são encontradas na África. Os menores

povos são os pigmeus da África Central, e os de maior estatura também são os negros

nilóticos que habitam a região sul do Sudão.

Figura 8 - Influência das etnias nas medidas antropométricas

Fonte: ERGONOMIA

5.4 Realização de medidas antropométricas

Há alguns anos atrás, havia preocupação em diversos países em fazer medidas

antropométricas para estabelecer seus padrões nacionais de medidas. Entretanto, devido à

internacionalização da economia, alguns produtos produzidos em certos países são vendidos

no mundo todo, como, por exemplo, aviões, computadores, automóveis e outros, devendo

então, apresentar padrões mundiais. Assim, quando se projeta um produto, deve-se pensar que

os seus usuários podem estar espalhados em 50 países diferentes, com diversidades étnicas,

culturais e sociais (IIDA, 1990).

33

Da mesma forma, na área da antropometria, há tendência de evolução para padrões

mundiais, embora não existam medidas antropométricas confiáveis para a população mundial.

Grande parte das medidas disponíveis é de contingentes das forças armadas. Como a maior

parte dessas medidas foi realizada nas décadas de 60 e 70, é possível que elas tenham

evoluído, principalmente nos países que se desenvolveram economicamente a partir dessas

datas (IIDA, 1990).

Assim, sempre que for possível e economicamente justificável, as medidas

antropométricas devem ser realizadas diretamente, tomando-se uma amostra significativa de

sujeitos que serão usuários ou consumidores do objeto a ser projetado.

A execução dessas medidas compreende as etapas de:

• definição de objetivos: onde ou para quê serão utilizadas as medidas antropométricas;

aplicação da antropometria estática ou dinâmica, as variáveis a serem medidas e os

detalhamentos;

• definição das medidas: descrição dos dois pontos entre os quais serão tomadas as

medidas; indicação da postura do corpo, instrumentos antropométricos a serem

utilizados e a técnica de medida a ser utilizada;

• escolha dos métodos de medida: diretos e indiretos. Os métodos diretos envolvem

leituras de instrumentos que entram em contato físico com o organismo (réguas,

trenas, fitas métricas, esquadros, paquímetros, transferidores, balanças, dinamômetros

e outros). As medidas indiretas geralmente envolvem fotos do corpo ou partes dele

contra uma malha quadriculada.

34

• seleção da amostra: deve ser representativa do universo onde serão aplicados os

resultados, determinadas as características biológicas, inatas, e aquelas adquiridas pelo

treinamento ou pela experiência no trabalho;

• as medições: elaboração de um roteiro para a tomada de medidas e o desenho de

formulários apropriados para as anotações. As pessoas envolvidas nas medições

deverão receber um treinamento prévio, abrangendo conhecimentos básicos de

anatomia humana, reconhecimento de posturas, identificação dos pontos de medida e

uso correto dos instrumentos de medida.

• análises estatísticas: as medidas antropométricas geralmente seguem uma distribuição

normal ou de Gauss. Esta distribuição é representada por dois parâmetros: a média e o

desvio-padrão. Tendo-se o desvio-padrão da distribuição, pode-se calcular o intervalo

de confiança para os percentís desejados.

Figura 9 – Distribuição Normal ou de Gauss

Fonte: ERGONOMIA

Geralmente são desconsiderados os indivíduos dos extremos inferior e superior, que

representam os 5% dos menores valores e os 5% dos maiores valores, respectivamente.

Acomodar indivíduos muito pequenos ou muito altos não seria uma decisão acertada, pelo

fato de beneficiar poucos usuários. Sendo assim, é comum a utilização dos valores medianos

35

para cálculo e análise, onde se encontram 90% da amostra dos usuários do produto a ser

projetado (IIDA, 1990).

5.5 Tendência para o crescimento

Alterações nas características mensuráveis de uma população de seres humanos,

durante um dado período, podem ser descritas pelo termo “tendência secular”. Santos (2003)

observa que essas mudanças podem ser atribuídas pela migração dos povos, por combinação

genética e por complexos processos históricos. Pelo menos durante o último século,

ocorreram alterações na população de quase todo o planeta que levaram ao:

• Aumento da taxa de crescimento das crianças;

• Elevação na estatura dos adultos, com uma provável diminuição da idade na qual a

estatura adulta é atingida;

• Aparecimento da puberdade mais cedo, com o aparecimento do período menstrual nas

adolescentes, e o crescimento repentino nos meninos e meninas.

36

Figura 10 - Evolução das alturas médias em centímetros por Coorte entre 1938 e 1982

Fonte: NOGUERÓL; SHIKIDA; MONASTERIO

37

6. Norma Regulamentadora 17

6.1 O processo de elaboração da NR 17

Em 1986, diante dos numerosos casos de tenossinovite ocupacional entre digitadores,

os diretores da área de saúde do Sindicato dos Empregados em Empresa de Processamento de

Dados no Estado de São Paulo – SINDPD/SP contataram a Delegacia Regional do Trabalho,

em São Paulo – DRT/SP, buscando recursos para prevenir as referidas lesões (BRASIL,

2002).

Foi constituída uma equipe composta de médicos e engenheiros da DRT/SP e de

representantes sindicais que, utilizando a análise ergonômica do trabalho, verificaram as

condições de trabalho e as repercussões sobre a saúde desses trabalhadores, constatando-se a

presença de fatores que contribuíam para o aparecimento das Lesões por Esforço Repetitivo –

LER: o pagamento de prêmios de produção, a ausência de pausas, a prática de horas-extras e a

dupla jornada de trabalho, dentre outros (BRASIL, 2002).

Exceto nos aspectos referentes ao iluminamento, ao ruído e à temperatura, a legislação

em vigor não dispunha de nenhuma norma regulamentadora em que o Ministério do Trabalho

e Emprego (MTE) pudesse se apoiar para obrigar as empresas a alterar a forma como era

organizada a produção (BRASIL, 2002).

Durante 1988 e 1989, a Associação de Profissionais de Processamento de Dados

(APPD nacional) realizou reuniões com representantes da Secretaria de Segurança e Medicina

do Trabalho – SSMT em Brasília, da FUNDACENTRO e da DRT/SP para elaborar um

projeto de norma que estabelecesse limites à cadência de trabalho e proibisse o pagamento de

prêmios de produtividade, também estabelecendo critérios de conforto para os trabalhadores

38

de sua base, incluindo o mobiliário, conforto térmico, ambiência luminosa e o nível de ruído

(BRASIL, 2002).

Durante o segundo semestre de 1989, a DRT/SP elaborou um manual e um

documentário em vídeo sobre o trabalho com terminais de vídeo, com base na tradução e

adaptação do texto “Les écrans de visualisation: guide méthodologique pour médecin du

travail”, publicado pelo INRS (Institut National de Recherche em Sécurité), em 1987, na

França. Assim, foi decidido que não deveria ser elaborada uma norma apenas para os

profissionais em processamento de dados, pois as LER eram observadas também em várias

outras atividades profissionais. Além disso, o Secretário de Segurança e Medicina do

Trabalho não concordava em se elaborar uma norma apenas para o setor de processamento de

dados, argumentando que, em breve, todos os setores produtivos exigiriam uma norma

específica (BRASIL, 2002).

Em meados de 1989, a SSMT pediu à equipe de fiscalização das empresas de

processamento de dados da DRT/SP que elaborasse uma nova redação da NR-17. O prazo

estabelecido para essa atividade foi de apenas 10 dias. Embora não dispusesse de estudos

sistemáticos de ergonomia em outros setores produtivos, a equipe considerou que não se

poderia perder a oportunidade de fazer avançar a legislação. Procurou-se, então, colocar itens

que abrangessem as diversas situações de trabalho, sem a preocupação com o detalhamento.

Um maior ajuste poderia ser feito, após a realização de estudos em outras atividades

(BRASIL, 2002).

Em março de 1990, a Ministra do Trabalho Dorothéa Werneck assinou a portaria que

alterava a NR-17 e a NR-5, enviando para a publicação no Diário Oficial da União.

Infelizmente, a nova NR-5 contrariava fortemente os interesses das classes patronais, e a

portaria não foi publicada (BRASIL, 2002).

39

Em junho de 1990, por interferência do Presidente do SINDPD/SP, conseguiu-se que o

Ministro do Trabalho assinasse a portaria que dava nova redação à NR-17, cujo conteúdo era

o mesmo da portaria que não foi publicada em março (BRASIL, 2002).

Após a publicação, a classe patronal, principalmente a Federação das Indústrias do

Estado de São Paulo – FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e a

FEBRABAN (Federação Brasileira dos Bancos), tomaram conhecimento das possibilidades

abertas pela nova redação e que as alterações não se limitavam à área de processamento de

dados. Foi solicitada imediatamente uma discussão dos técnicos do Ministério do Trabalho e

de representantes dessas instituições para modificar seu conteúdo (BRASIL, 2002).

A equipe de fiscalização em ergonomia realizou debates com advogados e outros

representantes da FIESP e FEBRABAN, principalmente nos aspectos da organização do

trabalho. Como os artigos da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) são regulamentados

pelas Normas e a Ergonomia possui relação apenas com dois artigos da CLT que se referem à

prevenção da fadiga, os empresários argumentavam que os aspectos da organização do

trabalho diziam respeito apenas às empresas. Felizmente, a redação havia sido baseada em

sólidos argumentos e conseguiu-se vencer a oposição patronal em quase todos os aspectos

(BRASIL, 2002).

A nova proposta foi encaminhada à SSST (Serviço de Saúde e Segurança do Trabalho)

e publicada em 23 de novembro de 1990, pela Portaria nº 3.751, com alterações que,

infelizmente, comprometeram, em parte, o seu entendimento e, por consequência, a sua

aplicação prática (BRASIL, 2002).

6.2 A NR 17 no trabalho sentado

No subitem 17.1, dispõe-se que a norma visa o conforto ergonômico dos funcionários.

40

"Esta Norma Regulamentadora visa a estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das

condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a

proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente."

No item 17.3.1, a norma determina que sempre que o trabalho for executado na

posição sentada, o posto de trabalho deve ser planejado ou adaptado para esta posição.

No item 17.3.2, a norma também especifica que para trabalho manual sentado ou que

tenha de ser feito em pé, as bancadas, mesas, escrivaninhas e os painéis devem proporcionar

ao trabalhador condições de boa postura, visualização e operação e devem atender aos

seguintes requisitos mínimos:

a) ter altura e características da superfície de trabalho compatíveis com o tipo de

atividade, com a distância requerida dos olhos ao campo de trabalho e com a altura do

assento;

b) ter área de trabalho de fácil alcance e visualização pelo trabalhador;

c) ter características dimensionais que possibilitem posicionamento e movimentação

adequados dos segmentos corporais.

O item 17.3.4, expõe que para as atividades em que os trabalhos devam ser realizados

sentados, a partir da análise ergonômica do trabalho, poderá ser exigido suporte para os pés,

que se adapte ao comprimento da perna do trabalhador.

41

7. Normas Brasileiras Regulamentadoras NBR 13965 e NBR 13966

A Norma Brasileira Regulamentadora NBR 13965 - Móveis para escritório - Móveis

para informática - Classificação e características físicas e dimensionais, foi criada pelo

Comitê Brasileiro de Mobiliário e pela Comissão de Estudo de Móveis para Escritório, e foi

aprovada em 1997.

Esta Norma foi baseada nas ANSI/HFS 100:1988, ISO 9241-1:1992 e ISO 9241-

3:1992, e especifica as características físicas e dimensionais e classifica os móveis para

informática para escritório.

Segundo ela, as mesas para informática são classificadas de acordo com a utilização

em:

• mesa para microcomputador: acomodando CPU, monitor de vídeo, teclado e/ou

mouse.

• mesa para terminal: acomodando monitor de vídeo, teclado e mouse

• mesa integrada para informática: estação de trabalho.

• mesa auxiliar: suporte a equipamentos auxiliares de informática, tais como

impressoras, scanners, etc.

• gabinete para informática: semelhante à mesa integrada, porém com portas e

fechamentos lateral e posterior.

É importante verificar que, nos dias atuais, as mesas para a informática não possuem

os tampos reguláveis, portanto, os requisitos para as mesas nesta norma, de interesse ao

42

trabalho, são altura do tampo para monitor, que deve estar entre 720 a 750 mm, a largura do

tampo de no mínimo 780 mm, e a profundidade de no mínimo 750 mm.

Já a Norma Brasileira Regulamentadora NBR 13966 - Móveis para escritório – Mesas

- Classificação e características físicas e dimensionais, também criada pelo Comitê Brasileiro

de Mobiliário e Comissão de Estudo de Móveis para Escritório e aprovada em 1997, baseada

nas NF:D67-604:1972 e EN 527-1:1993, especifica as características físicas e dimensionais e

classifica as mesas para escritório.

Para a classificação, são adotados três critérios: utilização, características físicas e

mobilidade.

De acordo com a utilização, as mesas são classificadas em:

• mesa de trabalho: função principal em um posto de trabalho, para a produção e

execução de tarefas manuais ou informatizadas, sendo normalmente utilizada por uma

só pessoa;

• mesa de reunião: para a realização de reuniões e discussões de trabalho, sendo

normalmente utilizada por um grupo de pessoas;

• mesa auxiliar: função secundária em um posto de trabalho, sendo utilizada como

superfície de apoio, suporte de equipamentos, etc.;

• mesa integrada: permite integrar mais de urna função (trabalho e reunião, por

exemplo) em uma superfície única;

• conexão: superfície utilizada para conectar mesas.

Para o presente trabalho, somente será discutida a mesa de trabalho.

43

Quanto aos requisitos de dimensões, temos que a altura da mesa deve estar entre 720 e

750 mm, a largura deve ter no mínimo 800 mm e a profundidade deve estar entre 600 e 1100

mm.

44

8. Metodologia

O presente trabalho iniciou-se pelo levantamento bibliográfico, no qual foram

consultados artigos disponibilizados na internet, e a biblioteca do Campus Uvaranas da

Universidade Estadual de Ponta Grossa.

Com o levantamento bibliográfico começou-se a delinear a pesquisa dos dados. Em

primeiro lugar, definiu-se as variáveis a serem trabalhadas. Segundo Iida (1990), com base

nas variáveis por ele apresentadas como frequentemente utilizadas em pesquisas na área de

ergonomia, definiu-se que na variável homem, utilizaria-se a antropometria, e na variável

sistema, os postos de trabalho.

Assim, devido à complexidade para realizar as medidas antropométricas, e como não

possuíamos conhecimento técnico necessário para realizar tais medidas, nem mesmo uma

amostra significativa de indivíduos para a coleta de dados, optamos por buscar informações

de estaturas em academias de ginástica da cidade de Ponta Grossa.

O tipo de amostragem escolhido foi a amostragem estratificada. As amostras foram

coletadas em academias do centro da cidade, do bairro de Uvaranas, e do Jardim Carvalho.

Levou-se em conta que os frequentadores de academias são pessoas de classe social A, B e C,

que se enquadram perfeitamente como trabalhadores de escritórios. A faixa etária escolhida

foi entre 18 e 40 anos, para ambos os sexos. As medidas foram feitas antes das pessoas

começarem a frequentar a academia, antes de terem qualquer tipo de preparo físico. Em todas

as academias, as medidas de estatura foram realizadas com as pessoas descalças. O número de

amostras foi o número de dados fornecidos pelas academias.

Os dados coletados foram submetidos à análise estatística e comparados às

bibliografias e normas existentes, para as devidas conclusões.

45

9. Resultados e discussões

A maioria dos produtos é dimensionada para acomodar até 95% da população, por

uma questão econômica. Acima disso, teríamos que aumentar muito o tamanho dos objetos,

para acomodar relativamente uma pequena faixa adicional da população (IIDA, 1990).

O projeto para a média é baseado na idéia de que isso maximiza o conforto para a

maioria. Na prática, isso não se verifica. De fato, há diferenças significativas entre as médias

dos homens e das mulheres, e uma média geral para toda a população acaba beneficiando uma

faixa relativamente pequena, cujas medidas caem dentro da "média adotada" (IIDA, 1990;

COUTO, 2002).

Nos casos em que há uma predominância de homens ou de mulheres, deve-se adotar,

de preferência, as medidas do sexo predominante, pois, com isso, lhe será proporcionado

maior conforto. Isso naturalmente quando os custos não justificam a realização de dois

projetos, um para homens e outro para mulheres, ou a realização de medidas ajustáveis (IIDA,

1990).

No caso da altura das mesas, segundo Iida (1990), temos o caso de uma dimensão

máxima, que é limitada pelas dimensões das pernas. As duas variáveis que influem na altura

da mesa, para trabalho sentado, são a altura do cotovelo e o tipo de trabalho a ser executado.

Quando o trabalhador está sentado, a altura do cotovelo depende da altura do assento e, desta

forma, deve-se dimensionar inicialmente a altura do assento, usando-se a altura poplítea (parte

inferior da coxa). Somando-se a altura poplítea à altura do cotovelo (acima do assento),

obtém-se a altura da mesa.

Baseado nessas medidas, e partindo do princípio que é mais fácil ajustar a altura da

cadeira e manter a altura da mesa fixa, Redgrove (1979) propõe um arranjo com mesa que

46

atenda aos 95% da população masculina, com cadeiras reguláveis, e um estrado, também

regulável, para os pés.

A área de alcance ótimo sobre a mesa pode ser traçada, girando-se os antebraços em

torno dos cotovelos com braços caídos normalmente. Esses descreverão um arco com raio de

35 a 45 cm. A parte central, situada em frente ao corpo, fazendo interseção com os dois arcos,

será a área ótima para se usar as duas mãos. A área de alcance máximo será obtida fazendo-se

girar os braços estendidos em torno do ombro. Esses descrevem arcos de 55 a 65 cm de raio

(IIDA, 1990).

De acordo com a Norma Brasileira Regulamentadora 13965 – Móveis para escritório –

Móveis para informática – Classificação e características físicas e dimensionais, para mesas

com tampos reguláveis, a altura do tampo ou suporte para o teclado deve estar entre 64 cm e

75cm. Para mesas com tampo fixo, as alturas do tampo deve estar entre 72 cm e 75 cm.

De acordo com a Norma Brasileira Regulamentadora 13966 – Móveis para escritório –

Mesas – Classificação e características físicas e dimensionais, o item 5 determina a altura da

mesa de trabalho (que é a distância vertical medida do piso à face superior do tampo da mesa)

entre 72cm e 75cm.

Como estas normas foram baseadas em normas antigas, a NBR 13965 baseou-se nas

normas ANSI/HFS 100:1988, ISO 9241-1:1992 e ISO 9241-3:1992, e a NBR 13966 nas

normas NF D67-604:1972 e EN 527-1:1993, e seguindo o relatado por Iida (1990), que existe

uma tendência de aumento da estatura da população, chega-se ao ponto crucial deste trabalho.

Assim realizou-se a coleta das amostras de estaturas de uma população da cidade de Ponta

Grossa, para comprovar se realmente existe essa tendência de crescimento, e, se assim, as

mesas produzidas conforme as normas acima atenderiam bem ergonomicamente a população

estudada.

47

Segundo Iida (1990) as medidas antropométricas geralmente seguem uma distribuição

normal ou de Gauss. Com base nas amostras de estaturas coletadas, observa-se que elas

seguem a distribuição normal ou de Gauss.

Distribuição Normal - Estatura Masculina

-10

0

10

20

30

40

50

60

70

1,47 1,55 1,63 1,71 1,79 1,87 1,95 2,03 2,11 2,19

Estatura (m)

Fre

qüên

cia

Empírico

Teórico

Gráfico 1- Distribuição normal ou de Gauss para a população masculina

Distribuição Normal - Estatura Feminina

-10

0

10

20

30

40

50

60

70

1,39 1,45 1,51 1,57 1,63 1,69 1,75 1,81 1,87 1,93

Estatura (m)

Fre

qüên

cia

Empírico

Teórico

Gráfico 2 – Distribuição normal ou de Gauss para a população feminina

48

Distribuição Normal - População

-20

0

20

40

60

80

100

120

1,365 1,455 1,545 1,635 1,725 1,815 1,905 1,995 2,085 2,175

Estatura (m)

Fre

qüên

cia

Teórico

Empírico

Gráfico 3 – Distribuição normal ou de Gauss para amostra da população

Segundo Rodriguez-Añez (2001), para a confecção de projetos para a população,

deve-se acomodar a faixa de 5 a 95% de uma população, afinal desenvolver produtos para

100% da população apresenta problemas de ordem técnica e econômica. Assim, utilizando o

intervalo de confiança entre 5,0 - 95,0%, obtemos os seguintes percentis para as amostras

coletadas.

Tabela 2 - Percentis para amostras coletadas com a margem de confiança de 5,0%-95,0%, em metro.

5% 50% 95% Desvio Padrão Homens 1,63 1,76 1,89 0,081 Mulheres 1,51 1,62 1,73 0,067 População 1,52 1,68 1,85 0,101

Isso significa que, no universo do qual a amostra foi retirada, há uma possibilidade de

5% da população masculina ter estatura abaixo de 1,63 m e 5% acima de 1,89 m. Portanto, o

restante 90% estará entre 1,63 m e 1,89 m, sendo a média de 1,76 m. Já para a população

feminina, há uma possibilidade de 5% dessa população ter estatura abaixo de 1,51 m e 5%

acima de 1,73 m. Portanto, o restante 90% estará entre 1,51 m e 1,73 m, sendo a média de

49

1,62 m. Se considerarmos a amostra como um todo, há uma possibilidade de 5% da população

ter estatura abaixo de 1,52 m e 5% acima de 1,85 m. Portanto, o restante 90% estará entre

1,52 m e 1,85 m, sendo a média de 1,68 m.

Segundo Iida (1990), diversos estudos antropométricos, realizados durante várias

décadas, comprovaram a influência da etnia nas medidas antropométricas. No Brasil, devido

ao grande número de povos colonizadores (alemães, italianos, japoneses, portugueses,

libaneses, etc), escravos trazidos pelos colonizadores e também os nativos (índios), em

conjunto à grande extensão territorial, faz com que fique claro as diferenças nas medidas

antropométricas entre as diversas regiões do país. Por exemplo, na região sul, devido à

colonização por alemães, italianos, ucranianos, poloneses, holandeses, entre outras, a

população tende a ser mais alta do que a da região norte, que foi colonizada

predominantemente por espanhóis e portugueses.

As medidas antropométricas de um povo também podem modificar-se com a época,

pois as alterações nos hábitos alimentares, saúde e a prática de esportes podem fazer as

pessoas crescerem.

Ao comparar os dados obtidos da amostra com os dados publicados por Iida (1990) e

Couto (2002), na Tabela 3, observa-se que existe uma tendência de crescimento, se não levar

em conta as diferentes regiões do país. Ao confrontar as medidas realizadas no estado de São

Paulo, observa-se um crescimento de 1,7 cm na média da população de mulheres do ano 1973

para as medidas realizadas no ano de 1995, ou seja, um crescimento de 1,08%. Já para a

população masculina, observa-se 1,06% no crescimento da média, ou seja, um aumento na

estatura média de 1,8 cm. Ao comparar as medidas realizadas nos estados do sul em 1977,

com as medidas realizadas na cidade de Ponta Grossa, no ano de 2009, pode-se observar que a

50

média da população feminina cresceu 3,7 cm, ou seja, 2,3% de aumento. Para a população

masculina esse aumento foi de 3,4%, ou seja, um crescimento de 5,8 cm.

Tabela 3 – Comparação entre as amostras coletadas e as apresentadas por Iida (1990) e Couto (2002), em

metros.

Mulheres Homens 5% 50% 95% 5% 50% 95% SP – Iida e Wierzbicki, 1973 1,478 1,573 1,668 1,574 1,697 1,820 RJ - FIBGE, 1977 1,576 1,695 PR, SC, RS - FIBGE, 1977 1,583 1,702 RJ – INT, 1988 1,595 1,700 1,810 SP – Moleiro e Couto, 1995 1,490 1,590 1,690 1,600 1,715 1,835 PR - Amostras – 2009 1,51 1,62 1,73 1,63 1,76 1,89

Evolução da Estatura Feminina

1,301,351,401,451,501,551,601,651,701,751,80

SP – Iida eWierzbicki,

1973

RJ - FIBGE,1977

PR, SC, RS -FIBGE, 1977

SP – Moleiro eCouto, 1995

PR - Amostras– 2009

Instituições

Est

atur

a (m

)

5%

50%

95%

Gráfico 4 - Evolução das estaturas femininas conforme as amostras coletadas e as apresentadas por Iida

(1990) e Couto (2002)

51

Evolução da Estatura Masculina

1,401,451,501,551,601,651,701,751,801,851,90

SP – Iida eWierzbicki,

1973

RJ - FIBGE,1977

PR, SC, RS- FIBGE,

1977

RJ – INT,1988

SP –Moleiro e

Couto,1995

PR -Amostras –

2009

Instituições

Est

atur

a (m

)

5%

50%

95%

Gráfico 5 - Evolução das estaturas masculinas conforme as amostras coletadas e as apresentadas por Iida

(1990) e Couto (2002)

Segundo Iida (1990) e Couto (2002), a altura da mesa de 75 cm atende bem pessoas de

até 1,75 m de estatura. Como se pode observar, o aumento da estatura apresentado na Tabela

3, ao se utilizar as NBR 13965 e NBR 13966 como pré-requisito para escolha das mesas, não

se estaria atendendo aos 95% da população estudada.

Assim, se o mobiliário não está adequado à população que o utiliza, provavelmente

não está oferecendo o conforto ergonômico recomendado na Norma Regulamentadora 17, no

item 17.1, item 17.3.2. Não haverá conforto para as pernas, e nem a área de alcance será a

ótima, pois os braços serão mais compridos que a área sugestionada por Iida (1990).

Com essas observações, pode-se recomendar que o mobiliário seja dimensionado

fazendo-se um levantamento antropométrico da população utilizadora. Em contrapartida, para

fazer esse levantamento exige-se uma pessoa capacitada e equipamentos para realizar tais

medidas, gerando custos para a empresa.

52

10. Conclusão

Observando o estudo estatístico realizado nas amostras coletadas na cidade de Ponta

Grossa, em 2009, nota-se que tanto a estatura das mulheres, quanto a estatura dos homens é

maior quando comparada com a estatura de outras regiões do país e comparando-se com a

mesma região. Ainda, observa-se uma tendência de crescimento tanto para a população

masculina como para a população feminina.

Assim, pode-se concluir que, para esta população, as normas da associação brasileira

de normas técnicas NBR 13965 - Móveis para escritório - Móveis para informática -

Classificação e características físicas e dimensionais e NBR 13966 - Móveis para escritório –

Mesas - Classificação e características físicas e dimensionais não atenderiam aos 95% desta

população, pois ambas as normas recomendam que a altura de mesas esteja entre 72 cm a 75

cm. Sabendo-se que a altura da mesa de 75 cm atende bem a pessoas de até 1,75 m de altura, e

como a amostra demonstra que o percentil para 95% da população é de 1,89 m de altura,

conclui-se que, para a população estudada, as recomendações das duas NBR não estariam

proporcionando conforto ergonômico aos usuários. Consequentemente, também não estaria

sendo seguida a Norma Regulamentadora 17, pois não haveria o conforto ergonômico

recomendado pela norma.

De tal modo, se for economicamente viável, o mais recomendado seria realizar o

estudo antropométrico da população utilizadora para o dimensionamento do mobiliário. Pode-

-se sugerir que as empresas, ao fazer o exame admissional, utilizando-se do médico do

trabalho, façam algumas medidas antropométricas do funcionário, relacionadas com o cargo

que irá exercer. Esta seria uma maneira mais acessível da pesquisa antropométrica estar

adequando o mobiliário aos seus funcionários.

53

11. Referências Bibliográficas

• BELLUSCI, S. M. Doenças profissionais ou do trabalho. 5. ed. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2003.

• BRASIL. Ministério da Previdência Social. Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social. Anuário Estatístico da Previdência Social. Brasília: MPS/DATAPREV, 2007.

• _______. Ministério da Saúde do Brasil. Organização Pan-Americana da Saúde no Brasil. Doenças relacionadas ao trabalho: manual de procedimentos para os serviços de saúde. Brasília: Ministério da Saúde do Brasil, 2001.

• _______. _______. Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas. Área Técnica de Saúde do Trabalhador. Lesões por Esforços Repetitivos (LER) e Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT). Brasília: Ministério da Saúde, 2001. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/ler_dort.pdf. Acesso em abril de 2009.

• _______. Ministério do Trabalho. Secretária de Inspeção do Trabalho. Manual de aplicação da Norma Regulamentadora nº 17. 2 ed. Brasília : MTE, SIT, 2002.

• CASTRO, G. W. de. A cada minuto, um acidente de trabalho. Jornal da Manhã, Ponta Grossa, 03 de maio de 2009. Disponível em http://www.jmnews.com.br/index.php?setor=NOTICIAS&nid=327199. Acesso em: 03 maio 2009.

• COUTO, H. de A. Como implantar ergonomia na empresa: a prática dos comites de ergonomia. Belo Horizonte: Ed. Ergo, 2002.

• DUL, J.; WEERDMEESTER, B. Ergonomia prática. São Paulo: Ed. Edgard Blücher, 1995.

• ERGONOMIA NO ESCRITÓRIO E NA VIDA PRÁTICA. Disponível em: www.saude.sc.gov.br/SaudeTrabalhador/textos/Ergonomia_postura%20Slides.ppt. Acessado em abril de 2009.

• ERGONOMIA. Disponível em: http://www.ep.ufjf.br/epd_ergonomia/antropometria_medidas.pdf. Acesso em março de 2009.

• IIDA, I. Ergonomia: projeto e produção. São Paulo: Ed. Edgard Blücher, 1990.

• MAGALHÃES, A. Lesões por Esforço Repetitivo – LER / Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho – DORT. Disponível em: http://anvisa.gov.br/Institucional/anvisa/rh/qv/ler_dort.pdf. Acesso em abril de 2009.

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54

• PATUSSI, A. P. Definição de critérios de avaliação ergonômica para mesas de trabalho informatizado. 2005, 107 f. Dissertação (Mestrado Profissionalizante em Engenharia) – Escola de Engenharia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2005. Disponível em:

http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/5975/000522840.pdf?sequence=1. Acesso em março de 2009.

• RODRIGUEZ-AÑEZ, C. R. A antropometria e sua aplicação na ergonomia. Revista Brasileira de Cineantropometria & Desempenho Humano, Florianópolis, v. 3, n. 1, p. 102-108, 2001.

• SANTOS, R; FUJÃO, C. Antropometria. Universidade de Évora. Texto de Apoio. Fevereiro de 2003. Disponível em:

http://www.ensino.uevora.pt/fasht/modulo4_ergonomia/sessao1/texto_apoio.pdf. Acesso em abril de 2009.

55

ANEXO 01

DDDEEEPPPAAARRRTTTAAAMMMEEENNNTTTOOO DDDEEE LLLIIICCCIIITTTAAAÇÇÇÕÕÕEEESSS,,, CCCOOOMMMPPPRRRAAASSS EEE CCCOOONNNTTTRRRAAATTTOOOSSS

EEDDIITTAALL DDEE LLIICCIITTAAÇÇÃÃOO

PROCESSO Nº 059/06

MODALIDADE: PREGÃO Nº 107/06

“REGISTRO DE PREÇOS’’

CRITÉRIO: “MENOR PREÇO”

ABERTURA DA SESSÃO PÚBLICA: DIA 25/07/2006, ÀS 11:00 HO RAS.

LOCAL: Sala dos Pregões – Rua da Consolação, nº 1.483 , 9º andar – São Paulo – Capital.

Custo da cópia reprográfica deste Edital: R$ 26,40 ( vinte e seis reais e quarenta centavos)

O TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO torna público que no seu Departamento de Licitações, Compras e Contratos – SAD 4, localizada na Rua da Consolação, nº 1.483, 8º andar, São Paulo, SP, encontra-se aberta licitação na modalidade Pregão, regida pelas Leis Federais n° 10.520/2002 e de Licitações e Contratos nº 8.666/93, em sua atual redação, Provimentos n°s 55/2003, 56/ 2003, 61/2004 e 62/2004 desta Corte e disposições deste instrumento e de seus Anexos, partes integrantes deste Edital:

Anexo I — Especificações Anexo II — Modelo de Declaração (Decreto nº 4.358/2002) Anexo III — Modelo de Declaração (Requisitos de Habilitação) Anexo IV — Minuta da Ata de Registro de Preços Anexo V — Minuta do Contrato de Compromisso de Fornecimento

Até 02 (dois) dias úteis antes da data fixada para a entrega das propostas, qualquer interessado poderá solicitar esclarecimentos, requerer providências ou formular impugnação escrita contra cláusulas ou condições dos termos deste edital, o que deverá ser feito através de requerimento devidamente protocolado no Departamento de Licitaçõ es, Compras e Contratos .

As respostas por parte da Administração com relação às dúvidas e questionamentos suscitados serão prestadas por escrito e encaminhadas ao suscitante.

O questionamento que implicar em alteração de condição básica da licitação, resultará na revisão do Edital e o prazo de apresentação das propostas será reaberto.

Para que possam receber eventuais informações complementares as empresas que, por qualquer meio, tomarem conhecimento da presente licitação, deverão comunicar imediata e formalmente ao Departamento de Licitações, Compras e Contratos do Tribunal de Justiça o interesse de participação no certame, através de correspondência protocolada ou fac-símile, informando claramente a identificação, endereços, números de telefone/fax e do CNPJ.

As empresas interessadas em participar desta licitação ficam alertadas de que, antes de se dirigirem ao local designado para entrega dos envelopes e sessão pública, serão previamente identificadas pela Fiscalização Judiciária do Tribunal de Justiça, devendo estar no local com a antecedência necessária para cumprimento dos horários e prazos estabelecidos.

56

DO OBJETO DA LICITAÇÃO

1.1 A licitação regida pelo presente Edital, que será processada na modalidade Pregão , tem por objeto a seleção de propostas visando ao REGISTRO DE PREÇOS para aquisição e instalação de conjuntos mobiliários (armários, mesas e gaveteiros), para os Gabinetes e Salas de Audiência, conforme Anexo I (Especificações).

1.2 As quantidades constantes deste Edital são estimativas, referem-se à previsão de consumo para o período de 12 (doze) meses de vigência contratual, e para eventual prorrogação deste Registro de Preços.

DOS IMPEDIMENTOS À PARTICIPAÇÃO

2.1 Serão impedidas de participar da presente licitação:

2.1.1 as empresas suspensas do direito de licitar pelo Tribunal de Justiça, no prazo e nas condições do impedimento;

2.1.2 aquelas que tenham sido declaradas inidôneas pela Administração direta ou indireta, Municipal, Estadual ou Federal;

2.1.3 aquelas que estiverem em regime de concordata ou de falência;

2.1.4 empresas em consórcio, qualquer que seja a forma de sua constituição; e,

2.1.5 servidor de qualquer órgão ou entidade vinculada ao Tribunal de Justiça, bem assim a empresa da qual tal servidor seja sócio, dirigente ou responsável técnico.

DA PARTICIPAÇÃO NA LICITAÇÃO

3.1 A participação nesta Licitação, modalidade Pregão, importa total e irrestrita submissão dos proponentes às condições previstas no Provimento n° 56/2003 da Eg régia Presidência do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo e às estabelecidas neste Edital, cabendo ainda ao interessado o seguinte:

3.2 Apresentar a documentação a seguir indicada:

3.2.1 Habilitação Jurídica:

3.2.1.1 Registro comercial, no caso de empresa individual;

3.2.1.2 Ato constitutivo (estatuto ou contrato social), devidamente registrado, atualizado com a indicação dos atuais administradores ou dirigentes;

3.2.1.3 Decreto de autorização e ato de registro ou autorização para funcionamento expedido pelo órgão competente, quando se tratar de firma estrangeira em funcionamento no país e a atividade assim o exigir.

3.2.2 Qualificação Técnica:

57

3.2.2.1 Registro ou inscrição da empresa fabricante no Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (C.R.E.A), órgão fiscalizador da atividade profissional a que está sujeita, sem o qual está impedida de funcionar, conforme exigência estabelecida na Lei nº 5.194 de 24 de dezembro de 1966, especialmente no que dispõe os artigos 59 e 60, bem como na Resolução nº 417, de 27 de março de 1998 expedida pelo Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia, devidamente atualizada e, inclusive, com a menção de sua validade.

3.2.2.1.1 Empresas comerciais também deverão apresentar o referido documento emitido para a empresa fabricante, haja vista a relação de solidariedade que se estabelece entre as partes envolvidas no processo de fabricação e comercialização do produto.

3.2.2.2 Atestado(s) de Capacidade Técnica passado(s) por pessoa(s) jurídica(s) de direito público ou privado, que comprove(m) ter a licitante fornecido e instalado, satisfatoriamente, objeto de natureza e vulto similares e/ou compatíveis ao desta licitação.

3.2.2.2.1 Para fins de compatibilidade, poderá ser considerada a somatória das quantidades fornecidas.

3.2.2.2.2 O(s) atestado(s) deverá(ão) ser apresentado(s) em papel timbrado do emitente, contendo endereço, telefone e, se houver, correio eletrônico, para contato, bem como identificação do signatário, a fim de possibilitar possíveis diligências .

3.2.3 Qualificação Econômico-Financeira:

3.2.3.1 Balanço patrimonial ou balanço de abertura e demonstrações contábeis do último exercício social, já exigíveis e apresentados na forma da lei, que comprovem a boa situação financeira da empresa, devidamente assinados por contador e pelo representante legal (administrador da empresa), vedada a sua substituição por balancetes ou balanços provisórios.

3.2.3.1.1 A comprovação de boa situação financeira da licitante será aferida com base nos índices de Liquidez Geral (LG) e Liquidez Corrente (LC), maiores ou iguais que 1 (um), apurados mediante a aplicação das fórmulas a seguir:

3.2.3.1.2 Caso o resultado obtido em qualquer dos í ndices referidos no subitem anterior seja inferior a um, será obrigatór ia a demonstração de patrimônio líquido, no importe de 1 0% (dez por cento) sobre o valor estimado da contratação, nos t ermos dos §§ 2º e 3º do artigo 31 da Lei Federal nº 8.666/93, em sua atual redação.

3.2.3.1.3 Se ausente o preenchimento da condição aci ma, o participante deverá apresentar declaração comprometendo-se a efe tuar o recolhimento da caução substitutiva no momento da a ssinatura da avença e/ou recebimento do instrumento equivalen te, cujo

prazolongoaexigívelcirculantepassivoprazolongoarealizávelcirculanteativo

LG++=≥ 1

circulantepassivocirculanteativo

LC =≥ 1

58

percentual, desde já, fica fixado em 1% (um por cen to) sobre o valor a ser contratado.

3.2.3.2 Certidão negativa de pedido de falência ou concordata expedida pelo distribuidor da sede da pessoa jurídica, ou de distribuição cível expedida no domicílio da pessoa física. Na hipótese de a sede do licitante não ser no Estado de São Paulo, além da certidão referida neste subitem, deverá vir também declaração/certidão emitida pelo distribuidor ou equivalente do Fórum da respectiva comarca informando os Ofícios de Distribuição Cíveis existentes.

3.2.3.2.1 No caso de certidão positiva relativa ao item acima, o interessado deverá juntar certidão de objeto e pé expedida pelo ofício competente.

3.2.4 Regularidade Fiscal:

3.2.4.1 Inscrição no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ);

3.2.4.2 Inscrição no cadastro de contribuintes estadual e municipal, se houver, relativo à sede da licitante, pertinente ao seu ramo de atividade e compatível com o objeto deste edital;

3.2.4.3 Certificados de regularidade perante a Seguridade Social (CND-INSS) e o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS);

3.2.4.4 Certidões de regularidade para com a Fazenda Federal (Certidão Quanto à Dívida Ativa da União e Certidão de Tributos e Contribuições Federais), Estadual e Municipal (Certidão de Tributos Mobiliários) da sede do interessado.

3.2.4.4.1 As certidões, em geral, quando emitidas pela Internet poderão ser consultadas no site do órgão, quando houver dúvida acerca de sua regularidade.

3.2.4.5 No caso de certidão positiva relativa aos subitens 3.2.4.3 e 3.2.4.4, o interessado deverá juntar certidão de objeto e pé expedida pelo ofício competente.

3.2.4.5.1 A Certidão Positiva com Efeitos de Negativa tem os mesmos efeitos da certidão negativa, e, portanto, não há necessidade de juntar certidão de objeto e pé (Art. 206 do CTN).

3.2.4.6 Cumprimento da exigência prevista no inciso V, do artigo 27 da Lei de Licitações e Contratos nº 8.666/93, em sua atual redação, estabelecida pela Lei nº 9.854, de 27 de outubro de 1999, por meio de declaração firmada pelo licitante nos moldes estabelecidos pelo Decreto nº 4.358, de 05 de setembro de 2002, nos moldes do Anexo II deste Edital.

3.2.4.7 Os documentos para habilitação poderão ser apresentados em original, cópias autenticadas em cartório ou conferidas e autenticadas pela Equipe de Apoio no ato da abertura do respectivo envelope, mediante confronto com os originais.

3.2.4.8 As certidões que não tenham prazo de validade expresso no seu corpo, ter-se-ão como válidas pelo prazo de 90 (noventa) dias contados de sua emissão.

3.2.5 O Cadastro da empresa no Sistema SIAFÍSICO-CADFOR, desde que com validade igual ou superior à data de abertura dos Envelopes, substitui os documentos referidos no subitem 3.2, excetuados os enunciados nos subitens 3.2.2.1, 3.2.2.2 e 3.2.4.6 deste Edital, que deverão ser apresentados em qualquer hipótese.

3.2.5.1 A confirmação de cadastro no Sistema SIAFÍSICO – CADFOR, bem como a validade das certidões no referido sistema serão feitas pelo Pregoeiro.

59

3.2.5.2 A(s) certidão(ões), bem como qualquer outro documento cujo prazo de validade tenha(m) expirado, deverá(ão) ser apresentada(s) no Envelope nº 02 (Documentação de Habilitação).

3.3 Os licitantes deverão cotar todos os itens do Lote Único (itens 1.1 a 1.13).

DA APRESENTAÇÃO DAS PROPOSTAS E DA DOCUMENTAÇÃO DE HABILITAÇÃ O

4.1 No dia, hora e local designados neste Edital, serão iniciados os trabalhos de credenciamento dos interessados no Pregão. Aberta a sessão, os interessados ou seus representantes apresentarão declaração, conforme modelo (Anexo III) dando ciência de que cumprem plenamente os requisitos de habilitação e, em seguida, o Pregoeiro procederá o recebimento dos Envelopes nº 01 (Proposta Comercial) e nº 02 (Documentação para Habilitação) de todos os licitantes credenciados.

4.1.1 Para o credenciamento deverão ser apresentados os seguintes documentos:

4.1.1.1 Tratando-se de representante legal, o Estatuto Social, Contrato Social ou outro instrumento de registro comercial, registrado na Junta Comercial, no qual estejam expressos seus poderes para exercer direito ou assumir obrigações em tal investidura.

4.1.1.2 Tratando-se de procurador, o instrumento de procuração pública ou particular com firma reconhecida do qual constem poderes específicos para formular lances, negociar preços, interpor recursos e desistir de sua interposição e praticar todos os demais atos pertinentes ao certame, acompanhado do correspondente documento, dentre os indicados no subitem anterior, que comprove os poderes do mandante para a outorga.

4.1.1.3 Tratando-se de representante comercial, deverá ele comprovar tal condição com a apresentação do respectivo contrato de representação, ou procuração específica, devendo, no entanto, todos os documentos de habilitação e da proposta serem apresentados em nome do representado.

4.1.1.4 O(s) documento(s) referido(s) no(s) subitem(ns) anterior(es) não será(ão) devolvido(s) ao licitante, pois passará(ão) a fazer parte integrante do processo.

4.1.2 Será exigida a exibição da Cédula de Identidade do credenciado, para a devida identificação e correspondente registro em ata.

4.1.3 Nenhum interessado poderá representar mais de uma empresa.

4.2 A abertura dos envelopes contendo as propostas ocorrerá na mesma data e local designados no preâmbulo deste Edital, tão logo se encerre a fase de credenciamento.

4.3 Os atos públicos poderão ser presenciados por quaisquer pessoas, porém só terão direito de usar a palavra, a rubricar documentos, a interpor recursos e a firmar as atas os representantes devidamente credenciados pelos licitantes.

4.4 Declarada encerrada a fase de credenciamento pelo Pregoeiro, não serão admitidos novos proponentes.

4.5 As propostas e a documentação de habilitação das empresas interessadas deverão ser entregues em envelopes separados, não transparentes, fechados, lacrados e rubricados no fecho, com o seguinte endereçamento:

ENVELOPE N° 01 – PROPOSTA DE PREÇOS

Ao Pregoeiro do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo

Processo n° 059/06

60

Pregão n° 107/06

Objeto: Aquisição e instalação de mesas, cadeiras e gaveteiros

Nome da empresa licitante:

ENVELOPE N° 02 – DOCUMENTAÇÃO DE HABILITAÇÃO

Ao Pregoeiro do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo

Processo n° 059/06

Pregão n° 107/06

Objeto: Aquisição e instalação de mesas, cadeiras e gaveteiros

Nome da empresa licitante:

4.6 Os documentos relacionados no subitem 3.2.1-Habilitação Jurídica, não precisarão vir dentro do Envelope 2-Documentação de Habilitação, se forem apresentados quando do credenciamento neste Pregão (subitem 4.1).

4.7 Não será admitido o encaminhamento de propostas via fax, postal, por meio eletrônico ou similar.

4.7.1 Após o recebimento dos envelopes não será aceita retificação de preços ou condições da proposta.

4.8 Envelope n° 1 – Proposta de Preços

4.8.1 A proposta de preços, que deverá ser apresentada datilografada ou digitada sem rasuras ou emendas, em papel timbrado e assinada, com nome da empresa ou razão social, telefone, fax e endereço completo; C.N.P.J. e Inscrição Estadual ou Municipal; número do processo e número do Pregão, compreenderá:

4.8.1.1 indicação dos prazos de entrega e pagamento;

4.8.1.2 indicação da marca e modelo dos produtos cotados;

4.8.1.3 preço unitário de cada um dos subitens e o seu total, conforme Modelo A do Anexo I , bem como o total geral, incluídos os encargos relativos a frete, embalagens, impostos, bem como outras despesas que integrem os preços propostos;

4.8.1.3.1 quando o valor original da proposta tiver sido alterado por conta de lance(s) oferecido(s) verbalmente na sessão pública do Pregão, os preços nela constantes serão desconsiderados, prevalecendo os constantes na respectiva ata da sessão e que serão consignados no Contrato ou instrumento equivalente.

4.8.1.4 prazo de garantia, contra qualquer defeito de fabricação, que não poderá ser inferior a 05 (cinco) anos, contados da data do recebimento definitivo.

4.8.2 Deverá ser anexado à proposta:

4.8.2.1 Declaração firmada pelo responsável legal d a empresa fabricante (sócio ou diretor que faça parte do Contrato Social), de que t erá condições de fornecer

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os materiais no prazo estabelecido no Edital e de ac ordo com a Especificação constante do Anexo I do mesmo instrumento licitatório.

4.8.2.1.1 Empresas comerciais também deverão apresen tar o referido documento emitido pela empresa fabricante.

4.8.2.2 Prospectos dos produtos da linha normal de produção da empresa fabricante que efetivamente fornecerá os produtos.

4.8.3 O prazo de validade da proposta não poderá ser inferior a 60 (sessenta) dias, contados da data de abertura do envelope, suspendendo-se este prazo na hipótese de interposição de recurso administrativo ou judicial.

4.8.4 Não serão consideradas propostas com oferta de vantagem não prevista neste Edital.

DOS PREÇOS

5.1 Os preços cotados do objeto da presente licitação, deverão ser expressos em moeda corrente nacional, nele inclusos os acréscimos e despesas, como tributos, sem inclusão de qualquer encargo financeiro ou previsão inflacionária, sem que sofra correção ou reajuste durante o período licitatório.

5.2 Caso o preço proposto seja composto, total ou parcialmente, por algum item cujo mercado esteja vinculado ao dólar (US$), a licitante em sua proposta comercial, observado o subitem anterior, indicará quais itens e a taxa de câmbio utilizada, objetivando respaldar eventual pedido de reequilíbrio econômico financeiro, devendo ser apresentado, neste caso, planilha detalhada de composição dos custos do(s) respectivo(s) item(ns).

5.3 Quaisquer tributos ou encargos legais criados, alterados ou extintos, bem como a superveniência de disposições legais, quando ocorridas após a data limite para apresentação da proposta comercial, de comprovada repercussão no preço que vier a ser contratado, implicarão na revisão deste, para mais ou para menos, conforme o caso.

DO JULGAMENTO DA LICITAÇÃO

6.1 Da abertura dos envelopes e oferecimento de lances.

6.1.1 Constatada a inviolabilidade dos envelopes, o Pregoeiro procederá, imediatamente, à abertura das propostas de preços.

6.1.1.1 A proposta comercial será inicialmente verificada quanto ao atendimento das condições aqui expressas, sendo desclassificada aquela que estiver em desacordo com qualquer exigência disposta neste edital, contiver vícios ou, a juízo do Tribunal de Justiça contiver preços manifestamente inexeqüíveis, assim considerada aquela que não venha demonstrada sua viabilidade e que comprovem que os custos de insumo são coerentes com os do mercado.

6.1.1.2 A critério do pregoeiro poderão ser solicitadas aos licitantes a composição de seu preço, assim como, através de justificativas técnicas, de que os preços dos insumos e salários e os coeficientes de produtividade são compatíveis com os do mercado e com o objeto licitado, com a finalidade de demonstrar a sua exeqüibilidade.

6.1.1.3 O não atendimento pelo licitante ao previsto no subitem anterior, no prazo que o Tribunal de Justiça fixar, acarretará a desclassificação de sua proposta comercial.

6.1.1.4 Também serão desclassificadas as propostas:

6.1.1.4.1 Que não atenderem aos requisitos mínimos das especificações; e,

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6.1.1.4.2 Que apresentarem preço total de participação superior a:

� Lote Único � R$ 17.757.500,40 (dezessete milhões, setecentos e cinqüenta e sete mil, quinhentos reais e quarenta centavos);

6.1.1.5 A adjudicação do objeto deste Pregão será feita considerando-se o menor preço total do Lote Único.

6.1.2 Nenhuma proposta comercial será recusada por formalidades que não impliquem na essência do procedimento licitatório.

6.1.3 Não será aceita proposta comercial que considerar condições de desembolso de quaisquer valores que não estejam inclusos no valor proposto.

6.1.4 Verificadas as condições estabelecidas nos subitens acima e a conformidade das propostas com os requisitos formais estabelecidos neste Edital, o Pregoeiro dará início à etapa competitiva da licitação através de lances verbais, sucessivos e decrescentes, que poderão ser oferecidos pelos autores da proposta de valor mais baixo e das ofertas com preços até 10% (dez por cento) superiores à primeira.

6.1.5 Se não houver pelo menos três propostas escritas de preços nas condições definidas no subitem anterior, poderão fazer lances verbais os autores das melhores propostas, até o máximo de 3 (três), quaisquer que tenham sido os preços nelas indicados, ficando, em tal hipótese, desconsiderada a condição estabelecida no subitem 6.1.1.4.2.

6.1.6 No caso de empate nos preços, serão admitidas todas as propostas empatadas e após observado o disposto no artigo 3º, parágrafo 2º, da Lei de Licitações e Contratos nº. 8.666/93, alterada pelas Leis Federais nºs. 8.883/94, 9.032/95, 9.648/98 e 9.854/99 a determinação da ordem de oferecimento de lance será decidida por sorteio.

6.1.7 O Pregoeiro, se for o caso, e necessário, estabelecerá a duração da fase de lances. Ocorrendo tal hipótese, encerrado o tempo estabelecido, o Pregoeiro fará análise das propostas.

6.1.8 Se necessário, o Pregoeiro, no ato da fase de lances determinará índice ou valor de redução mínimo a ser aplicado entre os lances.

6.1.9 A desistência em apresentar lance verbal, quando convocado pelo Pregoeiro, implicará na exclusão do licitante da fase de lances verbais e na manutenção do último preço apresentado, para efeito de ordenação das propostas.

6.2 Classificação das Propostas.

6.2.1 Para efeito de classificação, será considerado o preço final do lote (Lote Único), resultante do valor originariamente cotado, e, se o caso, dos lances verbais oferecidos.

6.2.2 As propostas consideradas aceitáveis serão classificadas segundo a ordem crescente dos preços finais, a partir da de valor mais baixo.

6.2.3 Concluída a apreciação das propostas, o pregoeiro indicará na ata da sessão os fundamentos da decisão sobre aceitabilidade ou inaceitabilidade, bem como sobre a classificação de propostas.

6.2.4 Uma vez proclamado o vencedor da etapa de lances, o pregoeiro poderá negociar com este melhores condições quanto aos preços. Em caso de resultado positivo na negociação, os novos valores serão consignados na ata da sessão e passarão a compor a proposta.

6.2.5 Serão também registrados os fornecedores, na ordem de sua classificação, para fins de convocação remanescente, na forma do art. 2º, parágrafo 3º, do Provimento nº 61/04, art. 5º do

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Provimento nº 55/03 e art. 64, parágrafo 2º, da Lei de Licitações e Contratos nº 8.666/93, em sua atual redação.

6.2.6 A existência de preços registrados não obriga a Administração a firmar as contratações que deles poderão advir, sem que caiba direito à indenização de qualquer espécie. Fica facultada a utilização de outros meios, respeitada a legislação pertinente às licitações e ao sistema de registro de preços (Provimento nº 55/03 e Provimento nº 61/04), assegurando-se ao beneficiário do registro preferência em igualdade de condições.

6.2.7 O procedimento deste Pregão será encerrado com a fase da classificação das propostas, a qual, após a publicação, o transcurso do prazo para interposição de recursos e a necessária homologação, ensejará, ao critério da Administração, a lavratura da correspondente Ata de Registro de Preços (Anexo IV), com o registro dos preços de todas as empresas classificadas no presente certame, tendo em vista os limites fixados no subitem 6.1.1.4.2.

6.2.8 Após o fechamento da negociação dos preços constantes da ata, mencionada no subitem 6.2.4, a licitante vencedora deverá encaminhar, dentro de no máximo 48 (quarenta e oito) horas , à Coordenadoria de Contratos Administrativos, fone/fax (0xx11) 3214-0303/3257-0594, a nova planilha de custos unitários e totais de cada subitem do Lote Único.

6.3 Análise da documentação de qualificação do licitan te.

6.3.1 Depois de classificadas e ordenadas as propostas, a etapa seguinte do julgamento consistirá na análise da qualificação dos licitantes.

6.3.2 O Pregoeiro procederá à abertura do envelope da documentação de habilitação do autor da proposta classificada em primeiro lugar, para verificação do atendimento das exigências estabelecidas neste Edital.

6.3.3 Será inabilitada a licitante que não apresentar quaisquer documentos de qualificação ou os apresentar em desacordo com as condições estabelecidas neste edital.

6.3.4 Constatado o atendimento dos requisitos de habilitação, o licitante será declarado vencedor do certame.

6.3.5 Se a proposta classificada em primeiro lugar não atender aos requisitos de habilitação, o Pregoeiro fará a abertura do envelope da documentação do autor da proposta classificada em segundo lugar, e assim sucessivamente, até que uma oferta e seu autor atendam, integralmente, os requisitos do Edital, sendo então o licitante declarado vencedor.

6.3.5.1. As empresas que não atenderem aos requisitos de habilitação estarão sujeitas às penalidades previstas no artigo 13 do Provimento 56/2003.

6.3.6 Todos os documentos do(s) licitante(s) vencedor(es) serão colocados à disposição dos presentes para exame e rubrica, podendo qualquer licitante manifestar imediata e motivadamente a intenção de recorrer.

6.3.7 O Pregoeiro poderá pedir esclarecimentos e promover diligências em qualquer fase da licitação e sempre que julgar necessário elucidar ou complementar a instrução do processo, vedada a inclusão posterior de documento ou informação que deveria constar originariamente de um dos envelopes.

6.3.8 A ausência de alguma informação em documento exigido poderá ser suprida pelo Pregoeiro, se os dados existirem em outro documento ou disponíveis por meio eletrônico.

6.3.9 Não havendo interposição de recurso ou decididos os eventualmente formulados, pela autoridade competente, o Presidente do Tribunal de Justiça, adjudicará o objeto ao licitante vencedor, que será convocado para assinar o contrato decorrente da licitação.

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6.3.10 Os envelopes fechados contendo a documentação de habilitação dos demais licitantes ficarão à disposição para retirada, por 30 (trinta) dias, após a assinatura do contrato pelo vencedor.

DOS PRAZOS

7.1 Os fornecedores que tenham seus preços registrados poderão ser convocados a firmar as contratações decorrentes do Registro de Preços no prazo de 05 (cinco) dias úteis a contar da convocação expedida pela Administração, podendo este prazo ser prorrogado por igual período, desde que ocorra motivo justificado e aceito pela Administração.

7.2 O prazo de validade do Registro de Preços será de 12 (doze) meses, contados da assinatura da Ata de Registro.

7.3 Mantidas as mesmas condições, o prazo de vigência do Registro de Preços poderá ser prorrogado por período igual ou inferior ao estabelecido no subitem anterior, desde que:

7.3.1 o(s) fornecedor(es) apresente(m) desempenho satisfatório na execução do(s) Contrato(s) decorrente(s) do Registro de Preços; e,

7.3.2 a pesquisa prévia de mercado não revele preços inferiores àqueles registrados.

DOS RECURSOS E SUAS IMPUGNAÇÕES

8.1 Serão admitidos recursos, após declarado(s) o(s) vencedor(es), na forma prevista no art. 10, inc. XVIII, do Provimento n° 56/2003, que estabelece normas para a modalidade Pregão no Tribunal de Justiça, cuja intenção deverá ser feita imediata e motivadamente, a partir do que será concedido ao recorrente o prazo de 3 (três) dias para apresentação de suas razões, ficando os demais licitantes intimados à formulação das contra-razões em igual prazo, que começará a fluir a partir do término do prazo do recorrente.

8.1.1 O prazo de 03 (três) dias para a apresentação de contra-razões ao recurso, a que alude o subitem anterior, é comum aos demais licitantes.

8.2 A falta de manifestação imediata e motivada do licitante importará a decadência do direito de recurso, culminando com a adjudicação do objeto do certame ao licitante vencedor.

8.3 O recurso contra decisão do Pregoeiro não terá efeito suspensivo e seu acolhimento importará a invalidação apenas dos atos insuscetíveis de aproveitamento.

8.4 A decisão proferida em grau de recurso será definitiva e dela dar-se-á conhecimento mediante publicação no Diário Oficial da Justiça e na Internet.

DO RESULTADO, DA HOMOLOGAÇÃO E ADJUDICAÇÃO

9.1 O resultado final da licitação constará da respectiva ata da sessão pública, a ser assinada pelo Pregoeiro e pelos presentes, onde também serão registrados os valores das propostas escritas, os valores dos lances verbais oferecidos, com os nomes dos respectivos ofertantes, justificativas de eventuais declarações de aceitabilidade/inaceitabilidade, classificação/desclassificação de propostas e habilitação/inabilitação proclamadas, os fundamentos da adjudicação feitos pelo Pregoeiro, bem assim quaisquer outras circunstâncias a critério dele.

9.2 Assinada a ata da sessão pública, o Pregoeiro encaminhará o processo da licitação à Colenda Comissão de Acompanhamento de Licitações para análise da regularidade do procedimento. A partir daí a homologação e adjudicação do certame serão procedidas pelo Excelentíssimo Senhor Desembargador Presidente do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, cuja decisão será publicada no Diário Oficial da Justiça (Seção VI – Coordenadoria de Contratos Administrativos) e na Internet e afixado no quadro de avisos para conhecimento geral.

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DAS CONDIÇÕES DA CONTRATAÇÃO E DAS GARANTIAS

10.1 Homologado o resultado e adjudicado o objeto da licitação, a vencedora terá o prazo de 05 (cinco) dias, a contar do recebimento da comunicação específica, para assinar o respectivo Contrato, que obedecerá às condições e obrigações indicadas na Minuta de Contrato de Compromisso de Fornecimento (Anexo V), dentre as quais, desde já, cabe destacar a seguinte:

10.1.1 Na hipótese do fornecedor, primeiro classificado, ter seu preço cancelado, poderão ser convocados os fornecedores remanescentes, na ordem de classificação, para fazê-lo em igual prazo e nas mesmas condições propostas pelo primeiro classificado, inclusive quanto ao preço.

10.1.2 Os licitantes remanescentes com preços registrados não estão obrigados a fornecer, mas se o fizerem deverão observar necessariamente as especificações mínimas do produto do primeiro colocado e de acordo com o seu preço constante da Ata de Registro de Preços.

10.1.3 Havendo recusa dos demais licitantes, a Administração promoverá a dispensa na forma do artigo 24, inciso II, da Lei nº 8.666/93, em sua atual redação, ou a licitação na modalidade correspondente, considerando a expectativa de consumo no exercício.

10.1.4 Observados os critérios e condições estabelecidos no presente Edital, a Administração poderá comprar de mais de um fornecedor registrado, segundo a ordem de classificação, desde que razões de interesse público justifiquem – com eventual aumento da demanda estimada e que o primeiro classificado não possua condições de fornecimento compatível com o necessário solicitado pela Administração – observadas as condições do Edital e o menor preço registrado.

10.1.5 Após a homologação do certame, a contratada deverá, no prazo improrrogável de até 05 (cinco) dias, a contar do ato da assinatura do Contrato, apresentar(em) à Comissão de Recebimento de Bens e Serviços, uma peça de cada produto (amostra), para análise, aferição e, se o caso, aprovação.

10.1.5.1 O fornecimento das amostras deverá ser procedido junto ao prédio do Almoxarifado Central, localizado na Rua Carlota Luiza de Jesus, nº 50 – Tatuapé – São Paulo, SP, fone (0xx11) 2294-3880, aos cuidados da Comissão de Recebimento de Bens e Serviços, após agendamento prévio.

10.1.5.1.1 A análise dos mobiliários será realizada sob a coordenação da Sra. Rosângela, da SAD 4.1.1 – Serviço de Triagem de Pedidos e Apoio em Novos Projetos, fone (0xx11) 3151-6603, em até 02 (dois) dias úteis.

10.1.5.2 A(s) amostra(s) aprovada(s) servirá(ão) como parâmetro quando do recebimento total do lote adquirido, sendo posteriormente incorporadas ao patrimônio do Tribunal de Justiça.

10.1.5.3 Caso uma ou mais amostra venha a ser reprovada, a contratada deverá proceder, no prazo improrrogável de até 05 (cinco) dias, às correções necessárias, tendo em vista que o recebimento do objeto da licitação só será concluído se atendidas perfeitamente todas as especificações constantes do Anexo I deste Edital.

10.1.5.4 A oportunidade de correção acima prevista será concedida apenas uma única vez. Se novas falhas de fabricação vierem a ocorrer a contratação será rescindida, com a aplicação das penalidades cabíveis à contratada.

10.1.5.5 Toda e qualquer despesa que venha a incidir nesta fase da aquisição, inclusive aquelas relativas a fretes e transportes, passagens e estadias, correrão por conta da contratada.

10.1.5.6 O prazo de entrega do objeto desta licitação não será alterado em decorrência das condições acima previstas.

10.1.5.7 As amostras deverão vir acompanhadas de Pareceres Té cnicos , emitidos e assinados por Arquiteto ou Engenheiro especialista em Engenharia de Segurança do Trabalho, bem como por Médico especialista em Medicina do Trabalho;

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comprovando que os mobiliários (amostras) ofertados (Especificação – Anexo I) atendem as normas da NR 17, bem como da ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas (alterada).

10.1.5.7.1 Não serão aceitos atestados ou declarações de forma genérica, devendo, para cada produto (cada item), ser apresentado um Parecer Técnico específico.

10.1.5.8 Também deverá acompanhar as amostras, cópias autenticadas das Carteiras de Identidade Profissional (C.R.E.A. e C.R.M.) dos profissionais que assinarão os Pareceres Técnicos, com comprovação das devidas especializações em Engenharia do Trabalho e Medicina do Trabalho, respectivamente.

10.1.5.8.1 A comprovação das especializações deverá ser feita por meio de cópia autenticada do respectivo Diploma do Curso, ou dos apontamentos registrados na Carteira de Registro nos devidos Conselhos ou na Carteira de Trabalho.

10.2 A contratada deverá executar o fornecimento e instalação dos produtos com estrita observância das especificações, das condições deste Edital e da sua proposta.

10.3 A contratada estará obrigada a atender de imediato sempre que solicitado pelo Contratante. Em caso de não atendimento das solicitações e persistindo as falhas a Nota Fiscal não será atestada nem mesmo parcialmente. Além disso, as ocorrências serão de imediato, passadas ao setor responsável pelo acompanhamento dos contratos, no caso o SAD 4.2 – Coordenadoria de Contratos Administrativos, para que providências cabíveis sejam logo tomadas.

10.4 No interesse da Administração, e nos termos do art. 65, § 1º, da Lei Federal de Licitações e Contratos, o valor do contrato decorrente desta licitação poderá ser acrescido ou reduzido em até 25% (vinte e cinco por cento), com aumento ou supressão dos quantitativos correspondentes, sem que disso resulte para a contratada direito a qualquer reclamação ou indenização.

DO PRAZO DE ENTREGA E DO RECEBIMENTO DO OBJETO DA LICITAÇÃO

11.1 Os produtos objeto deste Pregão, sistema de Registro de Preços, deverão ser entregues e instalados no decorrer do exercício, no prazo de até 30 (trinta) dias, contados a partir da Autorização de Fornecimento, sendo a 1ª parcela, contados a partir da aprovação da amostra, e as demais parcelas deverão ser fornecidas para tantas quantas forem as parcelas e sua quantidades, até o limite total previsto, devidamente embalados, e, em conformidade com o estabelecido neste Edital, observado o disposto no artigo 110 e seu parágrafo único da Lei de Licitações e Contratos nº 8.666/93, em sua atual redação, devendo, contudo, aguardar a Nota de Empenho.

11.1.1 As quantidades a serem entregues na 1ª parcela enco ntram-se relacionadas no Modelo B do Anexo I , parte integrante deste Edital.

11.1.2 A entrega deverá ser procedida em diversas localidades dentro da Capital, sendo que a relação dos locais será fornecida oportunamente, dentro do prazo estabelecido para entrega.

11.1.3 A montagem e a instalação deverão ser efetuadas de acordo com cronograma definido pela Administração de cada do prédio, quando da entrega.

11.1.4 Todo o mobiliário e os vidros deverão ser entregues embalados individualmente. A embalagem deverá proporcionar a proteção dos produtos durante o transporte e a estocagem, com indicação do produto e demais informações necessárias à sua identificação e segurança.

11.1.5 Todos os produtos deverão vir acompanhados de Manual de Instrução de uso e limpeza/conservação.

11.1.6 Concluída cada entrega e instalação/montagem do mobiliário, será procedida nova análise do material pelo Administrador, com base na especificação, oportunidade em que a amostra aprovada preliminarmente servirá como parâmetro para recebimento definitivo (subitem 10.1.5.2), a qual encontra-se à disposição no SAD 3.1.1 – Diretoria de Serviço de Almoxarifado.

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11.1.6.1 No caso de reprovação de alguma peça, tanto de vidro como de mobiliário, a Contratada deverá proceder de imediato sua reposição, sem prejuízo de aplicação das penalidades cabíveis e sem ônus para o Tribunal de Justiça.

11.1.7 Todos os produtos que, porventura, apresentarem defeitos de fabricação ou em desacordo com o especificado, deverão ser substituídos pela empresa contratada, sem qualquer ônus para o Tribunal de Justiça.

11.1.8 Na hipótese dos produtos apresentarem defeitos, totais ou parciais, desde a entrega, quando de seu uso e durante todo o período de garantia, o Tribunal de Justiça cientificará o licitante acerca das circunstâncias, podendo a Administração rescindir o contrato ou tornar sem efeito o instrumento equivalente, aplicando as penalidades previstas neste edital ou, a seu critério exclusivo, autorizar a substituição dos produtos defeituosos, em prazo nunca superior a 10 (dez) dias, reiniciando-se o prazo para o seu recebimento, caso ainda não tenha sido efetivado.

11.1.9 O recebimento será feito nos termos do artigo 73, da Lei de Licitações e Contratos nº 8.666/93, alterada pelas Leis Federais nºs. 8.883/94, 9.032/95, 9.648/98 e 9.854/99, bem como da Portaria nº 7.296/06, da Egrégia Presidência do Tribunal de Justiça, da seguinte forma:

11.1.9.1 Provisoriamente, em até 48 (quarenta e oito) horas, contados da entrega e instalação dos produtos.

11.1.9.2 Definitivamente, em até 10 (dez) dias, contados da entrega e instalação dos produtos, computando-se o prazo do recebimento provisório ou da diligência técnica, se necessário.

11.2 Na hipótese de ocorrência do previsto no artigo 65, inciso II, alínea “d”, da Lei de Licitações e Contratos nº 8.666/93, em sua atual redação, o fornecedor adjudicatário deverá, primeiramente, observar os prazos de entrega que foram propostos enquanto for apreciado o pedido de remanejamento de preços, sob pena de incorrer em inadimplência, com a conseqüente aplicação das penalidades legais e as previstas neste Edital.

DO DESCUMPRIMENTO DA OBRIGAÇÃO E DAS PENALIDADES

12.1 A inexecução total ou parcial do ajustado ensejará a sua rescisão pela Administração na forma e conseqüências previstas na Lei nº 8.666/93 e posteriores alterações e art. 36 e 37 do Provimento n° 55/2003, que institui o Regulamento e Normas para Licitações e Contratos Administrativos, sem prejuízo da aplicação das penalidades a que aludem a mencionada legislação federal, art. 38 do aludido Provimento e art. 13 do Provimento n° 56/2003, que es tabelece normas e procedimento para a licitação na modalidade pregão:

Provimento nº 55/2003:

Art. 38 – Os casos de descumprimento, inexecução, inadimplência e atraso na execução do contrato são os previstos na Lei Federal nº 8.666/93.

§ 1° – A recusa da contratada em assinar o contrato, aceitar ou retirar instrumento equivalente, dentro do prazo estabelecido pelo Tribunal de Justiça e/ou no edital caracteriza o descumprimento total da obrigação assumida, sujeitando-a às seguintes penalidades:

I – multa de 20% (vinte por cento) a 100% (cem por cento) sobre o valor das mercadorias não entregues ou da obrigação não cumprida, conforme previsto no edital;

II – pagamento correspondente à diferença de preço do licitante classificado na seqüência ou decorrente de nova licitação ou contratação para o mesmo fim.

§ 2° – O atraso injustificado na execução do servi ço, incluída assistência técnica em bem ou produto em período de garantia, compra ou obra, sem prejuízo do que dispõe o § 1° do art. 86 da Lei Federal n° 8.666/93, sujeitará o contratado à multa de mora, calculada por dia de atraso da obrigação não cumprida na seguinte proporção:

I – atraso até 30 (trinta) dias, multa de 1% (um por cento) ao dia; e

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II – atraso superior a 30 (trinta) dias, limitado a 45 (quarenta e cinco) dias, multa de 2% (dois por cento) ao dia.

III – atraso superior a 45 (quarenta e cinco) dias, caracteriza inexecução parcial ou total, conforme o caso, aplicando o disposto no parágrafo seguinte.

§ 3° – Pela inexecução total ou parcial do serviço, compra ou obra, bem como pelo atraso ou não atendimento de assistência técnica em bem ou produto em período de garantia, poderão ser aplicadas ao contratado as seguintes penalidades:

I – multa de 20% (vinte por cento) a 100% (cem por cento) sobre o valor das mercadorias não entregues ou da obrigação não cumprida;

II – pagamento correspondente à diferença de preço do licitante classificado na seqüência ou decorrente de nova licitação ou contratação para o mesmo fim.

Provimento n° 56/2003:

Art. 13 – O licitante que não celebrar o contrato, deixar de entregar o bem ou de executar serviços, ensejar o retardamento da execução do objeto, não mantiver a proposta, falhar ou fraudar na execução do contrato, comportar-se de modo inidôneo, fazer declaração falsa ou cometer fraude fiscal, garantido o direito do devido processo legal e da prévia e ampla defesa, ficará impedido de licitar e contratar com a Administração, pelo prazo de até cinco anos, enquanto perdurarem os motivos determinantes da punição ou até que seja promovida a reabilitação perante o próprio Tribunal de Justiça.

12.2 Independentemente da efetivação da rescisão contratual, fica facultado ao Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo a retenção de quaisquer importâncias devidas ao licitante contratado para pagamento ou amortização, total ou parcial, as multas aplicadas e/ou perdas causadas, sem prejuízo da adoção das medidas acima e judiciais para cobrança do remanescente ou mesmo do valor total devido, caso não seja possível a retenção ora pactuada ou esta seja insuficiente.

12.3 O Tribunal de Justiça suspenderá o pagamento de qualquer fatura quando houver pendência e/ou imperfeições no objeto contratado, sendo que nenhum pagamento isentará a licitante de suas responsabilidades contratuais e civis.

12.4 Os valores referentes a multa e demais importâncias, quando não ressarcidos pelo licitante, serão atualizados pelo IPCA – Índice de Preços Consumidor Amplo, vigente à época ou outro índice que legalmente o substitua ou represente, calculado “pro rata die” e acrescido de juros de mora de 6% (seis por cento) ao ano.

DAS CONDIÇÕES DE PAGAMENTO

13.1 O pagamento será efetuado em 30 (trinta) dias, contados a partir do recebimento definitivo do objeto licitado (ateste da Nota Fiscal). Após este prazo, será observado o disposto na legislação vigente.

13.2 O pagamento efetuado fora do prazo estabelecido, será acrescido de mora, nos termos da legislação vigente.

13.3 Para o pagamento deverá ser apresentada Nota Fiscal/Fatura, com indicação do número da agência e conta corrente no Banco Nossa Caixa S.A., a qual será atestada preliminarmente pela Diretoria de Serviço de Administração de cada prédio, e definitivamente pela Comissão de Recebimento de Bens e Serviços – SAD 3.1.1.1, e, em seguida, encaminhada à Secretaria de Orçamento e Finanças.

13.4 As despesas decorrentes desta licitação correrão à conta das dotações orçamentárias específicas, consignadas no Orçamento para o presente exercício, subelemento de despesa 4.4.90.52.

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DO REAJUSTE E DA ATUALIZAÇÃO DOS PREÇOS

14.1 Durante o período de validade do Registro de Preços (subitem 7.2), os preços não serão reajustados automaticamente.

14.2 Os preços registrados, quando sujeitos a controle oficial, poderão ser reajustados nos termos e prazos fixados pelo órgão controlador.

14.3 O disposto no subitem anterior aplica-se igualmente, nos casos de incidência de novos impostos ou taxas e de alteração das alíquotas dos já existentes.

14.4 Os preços registrados obrigam os proponentes e poderão, de acordo com as circunstâncias e justificadamente ser atualizados, para menos ou para mais, nesta última hipótese desde que haja fatores imprevistos que possam gerar conseqüências incalculáveis.

14.5 Independentemente de solicitação dos contratados, a Administração poderá convocar o licitante vencedor, após assinatura do contrato, para negociar a redução de preços, visando manter o mesmo objeto cotado na qualidade e especificações indicadas nas propostas, em virtude da redução dos preços de mercado.

14.6 Em qualquer caso a revisão aplicada não poderá ultrapassar o preço praticado no mercado, a ser aferido mediante pesquisa de preços, e deverá manter a diferença percentual apurada entre o preço originalmente constante da proposta e o preço de mercado vigente à época da adjudicação.

14.7 Caso a Administração rejeite a revisão dos preços registrados e recusando-se o fornecedor a mantê-los, a Administração simultaneamente poderá:

14.7.1 promover licitação convencional específica para o item, preferencialmente, sob a modalidade pregão;

14.7.2 requerer aos licitantes que foram habilitados neste Pregão para o sistema de Registro de Preços a apresentação de nova proposta, para o respectivo item, gerando novo julgamento.

14.8 Se nova empresa se interessar em ingressar no Sistema de Registro de Preços para o respectivo item, deverá, com pelo menos 03 (três) dias de antecedência ao dia designado para entrega das propostas, apresentar os documentos de habilitação ou Certificado de Registro Cadastral.

14.9 Na hipótese do subitem anterior, e dentro das peculiaridades da modalidade Pregão, apreciados os documentos relativos à habilitação, ao final da sessão pública, o pregoeiro comunicará aos licitantes presentes as empresas consideradas habilitadas para fins do exercício do direito de impugnação.

14.10 Havendo entre os presentes interessados na impugnação, será observado o que dispõe a Lei Federal nº 8.666/93 a respeito, em sua atual redação.

DO CANCELAMENTO DO REGISTRO DO FORNECEDOR

15.1 O registro do fornecedor poderá ser cancelado, garantida a prévia defesa no prazo de 5 (cinco) dias úteis a contar do recebimento da notificação, nas seguintes hipóteses:

15.1.1 pela Administração, quando:

15.1.1.1 o fornecedor não cumprir as exigências contidas no Edital ou Ata de Registro de Preços;

15.1.1.2 o fornecedor, injustificadamente, deixar de firmar o contrato decorrente do Registro de Preços;

15.1.1.3 o fornecedor der causa à rescisão administrativa de contrato decorrente do Registro de Preços, por um dos motivos elencados no art. 78, da Lei de Licitações e Contratos nº. 8.666/93, em sua atual redação;

15.1.1.4 os preços registrados se apresentarem superiores aos praticados pelo mercado;

15.1.1.5 por razões de interesse público, devidamente fundamentados, na forma do inciso XII, do art. 78, da Lei de Licitações e Contratos nº. 8.666/93, em sua atual redação.

15.1.2 pelo fornecedor, quando, mediante solicitação por escrito, comprovar estar impossibilitado de cumprir as exigências do instrumento convocatório que deu origem ao Registro de Preços.

15.2 O cancelamento será precedido de processo administrativo, sendo que a decisão final deverá ser fundamentada.

70

15.3 A comunicação do cancelamento do preço registrado, nos casos previstos no subitem 15.1.1, será feita pessoalmente ou por escrito, juntando-se o comprovante nos autos.

15.4 No caso de ser ignorado, incerto ou inacessível o lugar do fornecedor, a comunicação será feita por publicação no Diário Oficial da Justiça, considerando-se cancelado o preço registrado a partir de então.

15.5 A solicitação do fornecedor para cancelamento de preço registrado, que deverá ser formulada com antecedência mínima de 30 (trinta) dias, não o desobriga do fornecimento dos produtos, até a decisão final da Administração, facultada a esta a aplicação das penalidades previstas neste instrumento convocatório (item 12), caso não aceitas as razões do pedido.

15.6 Enquanto perdurar o cancelamento, poderão ser realizadas novas licitações para aquisição dos bens constantes do Registro de Preços e/ou utilização da faculdade prevista no subitem 10.1.2, deste Edital.

DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

16.1 Ultimada a presente Licitação, com a adjudicação, procedida pela autoridade competente do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, as obrigações daí decorrentes constarão de Contrato ou Instrumento equivalente.

16.2 Decairá do direito de impugnar os termos deste Edital quem não o fizer no prazo de 02 (dois) dias úteis anteriores à data designada para entrega dos envelopes, estabelecido no art. 11 do Provimento n° 56/2003 que estabelece Normas e Procedimentos para a Modalidade Pregão no Tribunal de Justiça.

16.3 O Tribunal de Justiça poderá adiar ou revogar a presente licitação sempre que verificadas razões de interesse público decorrente de fato superveniente, pertinente e suficiente para justificar tal ato, ou anular o procedimento, de ofício ou por provocação de terceiros, mediante parecer escrito e fundamentado, quando constatada ilegalidade no seu processamento.

16.4 A autoridade competente para aprovar o procedimento poderá inabilitar a licitante vencedora, mediante decisão fundamentada, e sem prejuízo de outras sanções cabíveis, assegurado o direito de ampla defesa, caso tenha conhecimento de qualquer circunstância anterior ou posterior ao julgamento da licitação, que desabone sua idoneidade financeira, técnica ou administrativa.

16.5 O Presidente do Tribunal de Justiça poderá determinar o cancelamento da nota de empenho que vier a ser emitida em decorrência desta licitação e rescindir o Contrato celebrado, independentemente de interpelação judicial ou extrajudicial, assegurando-se o contraditório e ampla defesa, quando:

16.5.1 for requerida ou decretada a falência ou liqüidação da contratada, ou quando for atingida por execução judicial ou outros fatores que comprometam a sua capacidade econômico-financeira;

16.5.2 a contratada for declarada inidônea ou punida com proibição de licitar ou contratar com qualquer órgão integrante da Administração Pública ou suspensa do direito de licitar e contratar com o Tribunal de Justiça;

16.5.3 em cumprimento de decisão administrativa ou judicial, que declare a nulidade da adjudicação.

16.6 Em caso de concordata, o Contrato poderá ser mantido, se a contratada oferecer garantias que sejam consideradas adequadas e suficientes para o satisfatório cumprimento das obrigações por ela assumidas.

16.7 Este Edital está disponível no site do Tribunal de Justiça www.tj.sp.gov.br e o substrato no Diário Oficial da Justiça poderá ser consultado via Internet: www.imprensaoficial.com.br .

16.8 Eventuais dúvidas ou esclarecimentos poderão ser obtidos por escrito no Departamento de Licitações, Compras e Contratos, na Rua da Consolação, nº 1.483, 8º andar, das 09:00 às 19:00 horas, ou pelo fax nº. (0xx11) 3258-4554.

16.9 Cópias deste Edital serão fornecidas pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo aos interessados, mediante o pagamento de R$ 26,40 (vinte e seis reais e quarenta centavos) relativo ao custo das cópias reprográficas, no horário das 09:30 às 18:30 horas e endereço acima.

71

DO FORO

17.1 Fica eleito, com renúncia a quaisquer outros por mais privilegiados que possam ser, o Foro da Comarca de São Paulo, Capital, competente, uma das Varas da Fazenda Pública da Comarca.

São Paulo, 12 / 07 / 2006.

Luiz Carlos Krzyzanovski da Silva

Diretor de Departamento de Licitações, Compras e Contratos

SAD 4

72

ANEXO 02

NR 17 - Ergonomia (117.000-7)

17.1. Esta Norma Regulamentadora visa a estabelecer parâmetros que permitam a adaptação

das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a

proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente.

17.1.1. As condições de trabalho incluem aspectos relacionados ao levantamento, transporte e

descarga de materiais, ao mobiliário, aos equipamentos e às condições ambientais do posto de

trabalho, e à própria organização do trabalho.

17.1.2. Para avaliar a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas

dos trabalhadores, cabe ao empregador realizar a análise ergonômica do trabalho, devendo a

mesma abordar, no mínimo, as condições de trabalho, conforme estabelecido nesta Norma

Regulamentadora.

17.2. Levantamento, transporte e descarga individual de materiais.

17.2.1. Para efeito desta Norma Regulamentadora:

17.2.1.1. Transporte manual de cargas designa todo transporte no qual o peso da carga é

suportado inteiramente por um só trabalhador, compreendendo o levantamento e a deposição

da carga.

17.2.1.2. Transporte manual regular de cargas designa toda atividade realizada de maneira

contínua ou que inclua, mesmo de forma descontínua, o transporte manual de cargas.

17.2.1.3. Trabalhador jovem designa todo trabalhador com idade inferior a 18 (dezoito) anos e

maior de 14 (quatorze) anos.

17.2.2. Não deverá ser exigido nem admitido o transporte manual de cargas, por um

trabalhador cujo peso seja suscetível de comprometer sua saúde ou sua segurança. (117.001-5

/ I1)

73

17.2.3. Todo trabalhador designado para o transporte manual regular de cargas, que não as

leves, deve receber treinamento ou instruções satisfatórias quanto aos métodos de trabalho

que deverá utilizar, com vistas a salvaguardar sua saúde e prevenir acidentes. (117.002-3 / I2)

17.2.4. Com vistas a limitar ou facilitar o transporte manual de cargas, deverão ser usados

meios técnicos apropriados.

17.2.5. Quando mulheres e trabalhadores jovens forem designados para o transporte manual

de cargas, o peso máximo destas cargas deverá ser nitidamente inferior àquele admitido para

os homens, para não comprometer a sua saúde ou a sua segurança. (117.003-1 / I1)

17.2.6. O transporte e a descarga de materiais feitos por impulsâo ou tração de vagonetes

sobre trilhos, carros de mão ou qualquer outro aparelho mecânico deverão ser executados de

forma que o esforço físico realizado pelo trabalhador seja compatível com sua capacidade de

força e não comprometa a sua saúde ou a sua segurança. (117.004-0 / 11)

17.2.7. O trabalho de levantamento de material feito com equipamento mecânico de ação

manual deverá ser executado de forma que o esforço físico realizado pelo trabalhador seja

compatível com sua capacidade de força e não comprometa a sua saúde ou a sua segurança.

(117.005-8 / 11)

17.3. Mobiliário dos postos de trabalho.

17.3.1. Sempre que o trabalho puder ser executado na posição sentada, o posto de trabalho

deve ser planejado ou adaptado para esta posição. (117.006-6 / I1)

17.3.2. Para trabalho manual sentado ou que tenha de ser feito em pé, as bancadas, mesas,

escrivaninhas e os painéis devem proporcionar ao trabalhador condições de boa postura,

visualização e operação e devem atender aos seguintes requisitos mínimos:

a) ter altura e características da superfície de trabalho compatíveis com o tipo de atividade,

com a distância requerida dos olhos ao campo de trabalho e com a altura do assento;

(117.007-4 / I2)

74

b) ter área de trabalho de fácil alcance e visualização pelo trabalhador; (117.008-2 / I2)

c) ter características dimensionais que possibilitem posicionamento e movimentação

adequados dos segmentos corporais. (117.009-0 / I2)

17.3.2.1. Para trabalho que necessite também da utilização dos pés, além dos requisitos

estabelecidos no subitem 17.3.2, os pedais e demais comandos para acionamento pelos pés

devem ter posicionamento e dimensões que possibilitem fácil alcance, bem como ângulos

adequados entre as diversas partes do corpo do trabalhador, em função das características e

peculiaridades do trabalho a ser executado. (117.010-4 / I2)

17.3.3. Os assentos utilizados nos postos de trabalho devem atender aos seguintes requisitos

mínimos de conforto:

a) altura ajustável à estatura do trabalhador e à natureza da função exercida; (117.011-2 / I1)

b) características de pouca ou nenhuma conformação na base do assento; (117.012-0 / I1)

c) borda frontal arredondada; (117.013-9 / I1)

d) encosto com forma levemente adaptada ao corpo para proteção da região lombar. (117.014-

7 / Il)

17.3.4. Para as atividades em que os trabalhos devam ser realizados sentados, a partir da

análise ergonômica do trabalho, poderá ser exigido suporte para os pés, que se adapte ao

comprimento da perna do trabalhador. (117.015-5 / I1)

17.3.5. Para as atividades em que os trabalhos devam ser realizados de pé, devem ser

colocados assentos para descanso em locais em que possam ser utilizados por todos os

trabalhadores durante as pausas. (117.016-3 / I2)

17.4. Equipamentos dos postos de trabalho.

17.4.1. Todos os equipamentos que compõem um posto de trabalho devem estar adequados às

características psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho a ser executado.

75

17.4.2. Nas atividades que envolvam leitura de documentos para digitação, datilografia ou

mecanografia deve:

a) ser fornecido suporte adequado para documentos que possa ser ajustado proporcionando

boa postura, visualização e operação, evitando movimentação freqüente do pescoço e fadiga

visual; (117.017-1 / I1)

b) ser utilizado documento de fácil legibilidade sempre que possível, sendo vedada a

utilização do papel brilhante, ou de qualquer outro tipo que provoque ofuscamento. (117.018-

0 / I1)

17.4.3. Os equipamentos utilizados no processamento eletrônico de dados com terminais de

vídeo devem observar o seguinte:

a) condições de mobilidade suficientes para permitir o ajuste da tela do equipamento à

iluminação do ambiente, protegendo-a contra reflexos, e proporcionar corretos ângulos de

visibilidade ao trabalhador; (117.019-8 / I2)

b) o teclado deve ser independente e ter mobilidade, permitindo ao trabalhador ajustá-lo de

acordo com as tarefas a serem executadas; (117.020-1 / I2)

c) a tela, o teclado e o suporte para documentos devem ser colocados de maneira que as

distâncias olho-tela, olhoteclado e olho-documento sejam aproximadamente iguais; (117.021-

0 / I2)

d) serem posicionados em superfícies de trabalho com altura ajustável. (117.022-8 / I2)

17.4.3.1. Quando os equipamentos de processamento eletrônico de dados com terminais de

vídeo forem utilizados eventualmente poderão ser dispensadas as exigências previstas no

subitem 17.4.3, observada a natureza das tarefas executadas e levando-se em conta a análise

ergonômica do trabalho.

17.5. Condições ambientais de trabalho.

76

17.5.1. As condições ambientais de trabalho devem estar adequadas às características

psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho a ser executado.

17.5.2. Nos locais de trabalho onde são executadas atividades que exijam solicitação

intelectual e atenção constantes, tais como: salas de controle, laboratórios, escritórios, salas de

desenvolvimento ou análise de projetos, dentre outros, são recomendadas as seguintes

condiçôes de conforto:

a) níveis de ruído de acordo com o estabelecido na NBR 10152, norma brasileira registrada no

INMETRO; (117.023-6 / I2)

b) índice de temperatura efetiva entre 20oC (vinte) e 23oC (vinte e três graus centígrados);

(117.024-4 / I2)

c) velocidade do ar não superior a 0,75m/s; (117.025-2 / I2)

d) umidade relativa do ar não inferior a 40 (quarenta) por cento. (117.026-0 / I2)

17.5.2.1. Para as atividades que possuam as características definidas no subitem 17.5.2, mas

não apresentam equivalência ou correlação com aquelas relacionadas na NBR 10152, o nível

de ruído aceitável para efeito de conforto será de até 65 dB (A) e a curva de avaliação de

ruído (NC) de valor não superior a 60 dB.

17.5.2.2. Os parâmetros previstos no subitem 17.5.2 devem ser medidos nos postos de

trabalho, sendo os níveis de ruído determinados próximos à zona auditiva e as demais

variáveis na altura do tórax do trabalhador.

17.5.3. Em todos os locais de trabalho deve haver iluminação adequada, natural ou artificial,

geral ou suplementar, apropriada à natureza da atividade.

17.5.3.1. A iluminaçâo geral deve ser uniformemente distribuída e difusa.

17.5.3.2. A iluminação geral ou suplementar deve ser projetada e instalada de forma a evitar

ofuscamento, reflexos incômodos, sombras e contrastes excessivos.

77

17.5.3.3. Os níveis mínimos de iluminamento a serem observados nos locais de trabalho são

os valores de iluminâncias estabelecidos na NBR 5413, norma brasileira registrada no

INMETRO. (117.027-9 / I2)

17.5.3.4. A medição dos níveis de iluminamento previstos no subitem 17.5.3.3 deve ser feita

no campo de trabalho onde se realiza a tarefa visual, utilizando-se de luxímetro com

fotocélula corrigida para a sensibilidade do olho humano e em função do ângulo de

incidência. (117.028-7 / I2)

17.5.3.5. Quando não puder ser definido o campo de trabalho previsto no subitem 17.5.3.4,

este será um plano horizontal a 0,75m (setenta e cinco centímetros) do piso.

17.6. Organização do trabalho.

17.6.1. A organização do trabalho deve ser adequada às características psicofisiológicas dos

trabalhadores e à natureza do trabalho a ser executado.

17.6.2. A organização do trabalho, para efeito desta NR, deve levar em consideração, no

mínimo:

a) as normas de produção;

b) o modo operatório;

c) a exigência de tempo;

d) a determinação do conteúdo de tempo; e) o ritmo de trabalho;

f) o conteúdo das tarefas.

17.6.3. Nas atividades que exijam sobrecarga muscular estática ou dinâmica do pescoço,

ombros, dorso e membros superiores e inferiores, e a partir da análise ergonômica do trabalho,

deve ser observado o seguinte: para efeito de remuneração e vantagens de qualquer espécie

deve levar em consideração as repercussões sobre a saúde dos trabalhadores; (117.029-5 / I3)

b) devem ser incluídas pausas para descanso; (117.030-9 / I3)

78

c) quando do retorno do trabalho, após qualquer tipo de afastamento igual ou superior a 15

(quinze) dias, a exigência de produção deverá permitir um retorno gradativo aos níveis de

produção vigentes na época anterior ao afastamento. (117.031-7 / I3)

17.6.4. Nas atividades de processamento eletrônico de dados, deve-se, salvo o disposto em

convenções e acordos coletivos de trabalho, observar o seguinte:

a) o empregador não deve promover qualquer sistema de avaliação dos trabalhadores

envolvidos nas atividades de digitação, baseado no número individual de toques sobre o

teclado, inclusive o automatizado, para efeito de remuneração e vantagens de qualquer

espécie; (117.032-5)

b) o número máximo de toques reais exigidos pelo empregador não deve ser superior a 8

(oito) mil por hora trabalhada, sendo considerado toque real, para efeito desta NR, cada

movimento de pressão sobre o teclado; (117.033-3 / I3)

c) o tempo efetivo de trabalho de entrada de dados não deve exceder o limite máximo de 5

(cinco) horas, sendo que, no período de tempo restante da jornada, o trabalhador poderá

exercer outras atividades, observado o disposto no art. 468 da Consolidação das Leis do

Trabalho, desde que não exijam movimentos repetitivos, nem esforço visual; (117.034-1 / I3)

d) nas atividades de entrada de dados deve haver, no mínimo, uma pausa de 10 (dez) minutos

para cada 50 (cinqüenta) minutos trabalhados, não deduzidos da jornada normal de trabalho;

(117.035-0 / I3)

e) quando do retorno ao trabalho, após qualquer tipo de afastamento igual ou superior a 15

(quinze) dias, a exigência de produção em relação ao número de tóques deverá ser iniciado

em níveis inferiores do máximo estabelecido na alínea "b" e ser ampliada progressivamente.

(117.036-8 / I3)

79

ANEXO 03

NBR 13965

Móveis para escritório - Móveis para informática - Classificação e características físicas e

dimensionais

SET 1997

Origem: Projeto 15:300.01-006:1997

CB-15 - Comitê Brasileiro de Mobiliário

CE-15:300.01 - Comissão de Estudo de Móveis para Escritório

Esta Norma foi baseada nas ANSI/HFS 100:1988, ISO 9241-1:1992 e ISO 9241-

3:1992

Válida a partir de 30.10.1997

Palavras-chave: Móvel para informática. Escritório. Móvel para escritório

Prefácio

A ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas – é o Fórum Nacional de

Normalização. As Normas Brasileiras, cujo conteúdo é de responsabilidade dos Comitês

Brasileiros (CB) e dos Organismos de Normalização Setorial (ONS), são elaboradas por

Comissões de Estudo (CE), formadas por representantes dos setores envolvidos, delas fazendo

parte: produtores, consumidores e neutros (universidades, laboratórios e outros).

Os Projetos de Norma Brasileira, elaborados no âmbito dos CB e ONS, circulam para

Votação Nacional entre os associados da ABNT e demais interessados.

1 Objetivo

Esta Norma especifica as características físicas e dimensionais e classifica os móveis

para informática para escritório.

80

2 Referência normativa

A norma relacionada a seguir contém disposições que, ao serem citadas neste texto,

constituem prescrições para esta Norma. A edição indicada estava em vigor no momento

desta publicação. Como toda norma está sujeita a revisão, recomenda-se àqueles que realizam

acordos com base nesta que verifiquem a conveniência de se usar a edição mais recente da

norma citada a seguir.

A ABNT possui a informação das normas em vigor em um dado momento.

NBR 13960:1997 - Móveis para escritório - Terminologia

3 Definições

Para os efeitos desta Norma, aplicam-se as definições da NBR 13960.

4 Classificação

4.1 Mesas para informática

Para classificação de mesas de informática é adotado o critério da utilização, em

função do equipamento a ser suportado.

4.1.1 Classificação quanto à utilização

4.1.1.1 mesa para microcomputador: Mesa com características e dimensões adequadas ao

trabalho em microcomputador, acomodando CPU, monitor de vídeo, teclado e/ou mouse.

4.1.1.2 mesa para terminal: Mesa com características e dimensões adequadas ao trabalho em

terminal, acomodando monitor de vídeo, teclado e mouse.

4.1.1.3 mesa integrada para informática: Mesa composta de várias superfícies destinadas ao

apoio dos equipamentos de informática, que compõem uma estação de trabalho.

4.1.1.4 mesa auxiliar: Mesa que se caracteriza por dar suporte a equipamentos auxiliares de

informática, tais como impressoras, scanners, etc.

4.1.1.5 gabinete para informática: Mobiliário semelhante à mesa integrada, porém com portas

e fechamentos lateral e posterior.

81

4.2 Acessórios para informática

Para classificação dos acessórios de informática é adotado o critério da utilização.

4.2.1 apóia-pés: Acessório para apoio dos pés do usuário em altura e ângulo que favoreçam a

postura adequada ao trabalho informatizado.

4.2.2 apóia-punhos: Acessório acoplável à borda de contato do usuário em mesas de

informática, para apoio dos punhos em condições adequadas ao trabalho informatizado.

4.2.3 passagem de fiação: Elemento de suporte e/ou passagem de cabos em geral, com saídas

para ligação com terminais e redes.

4.2.4 suporte para disquetes: Acessório com dimensões e características adequadas ao

arquivamento de disquetes.

4.2.5 suporte para fitas: Acessório com dimensões e características adequadas ao

arquivamento de fitas magnéticas.

4.2.6 suporte para formulário contínuo: Apoio para papel formulário contínuo, utilizado em

mesas para impressoras matriciais.

4.2.7 suporte para monitor: Acessório acoplável às mesas para informática, constituído de

superfície de apoio para monitor de vídeo, podendo ser fixo ou possuir mecanismos de

regulagem e deslocamento.

4.2.8 suporte para texto: Acessório acoplável às mesas para informática, constituído por uma

haste móvel com um prendedor de papel na extremidade.

4.2.9 Abafador de ruído: Acessório utilizado em impressoras matriciais com a finalidade de

reduzir o ruído gerado por esses equipamentos.

5 Requisitos

5.1 Dimensões

5.1.1 Apresentação das medidas

82

As medidas do mobiliário para informática devem ser apresentadas pelos fornecedores

em milímetros, na seguinte seqüência:

l (largura) x p (profundidade) x h (altura)

5.1.2 Descrições e procedimentos de medição

5.1.2.1 Mesa para microcomputador e terminal (ver figuras 1 e 2)

5.1.2.1.1 altura do tampo da mesa - h: Distância vertical medida do piso à face superior do

tampo, podendo ser:

a) hm - altura do tampo para monitor;

b) ht - altura do tampo para teclado.

5.1.2.1.2 largura do tampo da mesa - l: Distância horizontal medida entre as bordas laterais do

tampo, podendo ser:

a) lm - largura do tampo para monitor;

b) lt - largura do tampo para teclado.

5.1.2.1.3 profundidade do tampo da mesa - p: Distância horizontal medida entre as bordas

frontal e posterior do tampo, podendo ser:

a) pm - profundidade do tampo para monitor;

b) pt - profundidade do tampo para teclado.

5.1.2.1.4 distância para a visualização do monitor - d: Distância horizontal medida do centro

do monitor à linha vertical tangente ao olho do usuário. Esta distância depende, além das

características do mobiliário, da postura do usuário e das características do monitor de vídeo.

5.1.2.1.5 altura livre para os joelhos - a: Distância vertical medida do piso à face inferior do

tampo da mesa ou do tampo ou suporte do teclado, que deve permitir a acomodação das

pernas do usuário.

83

5.1.2.1.6 profundidade livre para os joelhos - b: Distância horizontal, medida

transversalmente à mesa a partir da borda de contato com o usuário, que deve permitir a

acomodação das pernas deste.

5.1.2.1.7 profundidade livre para os pés - c: Distância horizontal, medida transversalmente à

mesa a partir da borda de contato com o usuário, que deve permitir a acomodação dos pés

deste.

5.1.2.1.8 largura livre para as pernas - e: Distância horizontal, medida longitudinalmente à

mesa, que deve permitir a acomodação das pernas do usuário.

5.1.2.1.9 raio da borda de contato com o usuário - r: Aquele que define a concordância entre

as superfícies superior e inferior do tampo com a borda de contato com o usuário (ver figura

3).

5.1.3 Variáveis e valores

Para a definição das dimensões da mesa para microcomputador e terminal, foram

consideradas as dimensões de equipamentos usuais de informática: microcomutador composto

por CPU, monitor 14", teclado e mouse. Equipamentos de uso específico, como estações

gráficas, possuem dimensões maiores e, portanto, necessitam de mobiliário com

características compatíveis.

5.1.3.1 Dimensões gerais de mesa para microcomputador e terminal

As dimensões de mesa para microcomputador e terminal devem estar de acordo com a

tabela 1.

84

Figura 1 - Dimensões gerais de mesa para microcomputador e terminal (vista lateral)

Figura 211 - Dimensões gerais de mesa para microcomputador e terminal (vista frontal)

85

Figura 3 - Raio da borda de contato com o usuário

86

Tabela 1 - Dimensões gerais de mesa para microcomputador e terminal (Dimensões em milímetros)

Código Variável Valor

Mínimo Máximo

Hm Altura do tampo para monitor (ver nota) 640 980

Ht Altura do tampo ou suporte para teclado (ver nota) 640 750

L Largura do tampo 780 -

Lt Largura do tampo para teclado 500 -

P Profundidade do tampo da mesa 750 -

Pm Profundidade do tampo para monitor 460 -

Pt Profundidade do tampo para teclado 220 -

D Distância para visualização do monitor 450 -

A Altura livre para os joelhos (ver nota) 560 660

B Profundidade livre para os joelhos 450 -

C Profundidade livre para os pés 570 -

E Largura livre para as pernas 600 -

R Raio da borda de contato com o usuário 2,5 -

NOTA - As alturas hm, ht e a, apresentadas na tabela, referem-se a mesas com tampos reguláveis. Os intervalos de regulagem poderão ser excedidos pelo fabricante, desde que os valores mínimo e máximo estejam incluídos na faixa de regulagem. Para mesas com tampo fixo, as alturas dos tampos hm e ht devem estar entre 720 mm e 750 mm e a altura livre mínima para as pernas deve ser de 660 mm.

87

ANEXO 04

NBR 13966

Móveis para escritório – Mesas - Classificação e características físicas e dimensionais

SET 1997

Origem: Projeto 15:300.01-007:1997

CB-15 - Comitê Brasileiro de Mobiliário

CE-15:300.01 - Comissão de Estudo de Móveis para Escritório

NBR 13966 – Office furnishings – Desks – Classification and physical and

dimensional characteristics

Descriptors: Desk, Office furnishing

Esta Norma foi baseada nas NF:D67-604:1972 e EN 527-1:1993

Válida a partir de 30.10.1997

Palavras-chave: Mesa, Escritório, Móvel para escritório

Prefácio

A ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas – é o Fórum Nacional de

Normalização. As Normas Brasileiras, cujo conteúdo é de responsabilidade dos Comitês

Brasileiros (CB) e dos Organismos de Normalização Setorial (ONS), são elaboradas por

Comissões de Estudo (CE), formadas por representantes dos setores envolvidos, delas fazendo

parte: produtores, consumidores e neutros (universidades, laboratórios e outros).

Os Projetos de Norma Brasileira, elaborados no âmbito dos CB e ONS, circulam para

Votação Nacional entre os associados da ABNT e demais interessados.

1 Objetivo

88

Esta Norma especifica as características físicas e dimensionais e classifica as mesas

para escritório.

2 Referência normativa

A norma relacionada a seguir contém disposições que, ao serem citadas neste texto,

constituem prescrições para esta Norma. A edição indicada estava em vigor no momento

desta publicação. Como toda norma está sujeita a revisão, recomenda-se àqueles que realizam

acordos com base nesta que verifiquem a conveniência de se usar a edição mais recente da

norma citada a seguir.

A ABNT possui a informação das normas em vigor em um dado momento.

NBR 13960:1997 - Móveis para escritório - Terminologia

3 Definições

Para os efeitos desta Norma, aplicam-se as definições da NBR 13960.

4 Classificação

Para os efeitos desta Norma são adotados três critérios de classificação: utilização,

características físicas e mobilidade.

4.1 Utilização

De acordo com este critério, as mesas são classificadas segundo sua utilização ou

aplicação mais caracteristica.

4.1.1 mesa de trabalho: Mesa que se caracteriza por ter função principal em um posto de

trabalho, com dimensões e características compatíveis com a produção e execução de tarefas

manuais ou informatizadas, sendo normalmente utilizada por uma só pessoa.

4.1.2 mesa de reunião: Mesa com dimensões e características compatíveis com a realização de

reuniões e discussões de trabalho, sendo normalmente utilizada por um grupo de pessoas.

4.1.3 mesa auxiliar: Mesa que se caracteriza por ter função secundária em um posto de

trabalho, sendo utilizada como superfície de apoio, suporte de equipamentos, etc.

89

4.1.4 mesa integrada: Mesa que possui características formais que permitem integrar mais de

urna função (trabalho e reunião, por exemplo) em uma superiície única.

4.1.5 conexão: Superfície utilizada para conectar mesas.

4.2 Características físicas

De acordo com este critério. as mesas são classificadas em função de suas

características físicas e dos recursos oferecidos pelos seus subsistemas e componentes.

Exemplo, mesa de trabalho com gaveteiro, mesa auxiliar com painel frontal, etc.

4.3 Mobilidade

De acordo com este critério, as mesas são classificadas quanto a possibilidade ou não

de movimentação.

4.3.1 mesa fixa: Mesa que não possui dispositivos para sua movimentação.

4.3.2 mesa móvel: Mesa que possui dispositivos para regulagem no posicionamento do tampo.

5 Requisitos

5.1 Dimensões

5.1.1 Apresentação das medidas

As medidas de armários, arquivos, gaveteiros, etc. devem ser apresentadas pelos

fornecedores em milímetros, na seguinte seqüência:

l (largura) x p (profundidade) x h (altura)

5.1.2 Descrições e procedimentos de medição

5.1.2.1 Mesa

5.1.2.1.1 altura da mesa - h: Distância vertical medida do piso à face superior do tampo da

mesa (ver figura 1 e tabelas 1 e 2):

a) h1 - altura da mesa de trabalho;

b) h2 - altura da mesa de reunião;

c) h3 - altura da mesa auxiliar.

90

5.1.2.1.2 largura da mesa - l: Distância horizontal medida entre as bordas laterais da mesa (ver

figura 2 e tabelas 1 e 3):

a) l1 - largura da mesa de trabalho;

b) l2 - largura da mesa de reunião;

c) l3 - largura da mesa auxiliar.

5.1.2.1.3 profundidade da mesa - p: Distância horizontal medida entre as bordas frontal e

posterior da mesa (ver figura 1 e tabela 1 e 4):

a) p1 - profundidade da mesa de trabalho;

b) p2 - profundidade da mesa de reunião;

c) p3 - profundidade da mesa auxiliar.

5.1.2.1.4 altura livre sob o tampo da mesa - a: : Distância vertical medida do piso à face

inferior do tampo da mesa, que deve permitir a acomodação das pernas do usuário (ver figura

1 e tabela 1).

5.1.2.1.5 profundidade livre para o joelho - b: Distância horizontal, medida transversalmente à

mesa a partir da borda de contato com o usuário, que deve permitir a acomodação das pernas

do usuário (ver figura 1 e tabela 1).

5.1.2.1.6 profundidade livre para os pés - c: Distância horizontal, medida transversalmente à

mesa a partir da borda frontal ao usuário, que deve permitir a acomodação dos pés do usuário

(ver figura 1 e tabela 1).

5.1.2.1.7 diâmetro da mesa - d: Distância horizontal, em mesa redonda, entre dois pontos da

borda da mesa alinhados pelo centro (ver tabela 5).

5.1.2.1.8 largura livre para as pernas - e: Distância horizontal, medida longitudinalmente à

mesa, que deve permitir a acomodação das pernas do usuário (ver figura 2 e tabela 1).

91

5.1.2.1.9 raio da borda de contato com o usuário - r: raio que define a concordância entre as

superfícies superior e inferior do tampo com a borda de contato com o usuário (ver figura 1 e

tabela 6).

5.1.3 Variáveis e valores

5.1.3.1 Mesa de trabalho

As dimensões gerais da mesa de trabalho variam de acordo com os valores da tabela

5.1.3.2 Mesa

5.1.3.2.1 A altura da mesa de trabalho varia de acordo com os valores da tabela 2.

5.1.2.1.2 A largura da mesa varia de acordo com os valores da tabela 3.

5.1.3.2.3 A profundidade da mesa varia de acordo com os valores da tabela 4.

5.1.3.2.4 O diâmetro da mesa varia de acordo com os valores da tabela 5.

5.1.3.2.5 O raio da borda de contato com o usuário varia de acordo com o valor da tabela 6

(ver figura 3).

92

Figura 1 12- Dimensões gerais da mesa de trabalho (vista lateral)

93

Figura 2 - Dimensões gerais da mesa de trabalho (vista frontal)

Figura 3 - Raio da borda de contato com o usuário

94

Tabela 1 - Dimensões gerais da mesa de trabalho - Dimensões em milímetros

Código Variável Valor

Mínimo Máximo

h1 Altura da mesa de trabalho 720 750

l1 Largura da mesa de trabalho 800 -

p1 Profundidade da mesa de trabalho 600 1100

A Altura livre sob o tampo 660 -

B Profundidade livre para os joelhos 450 -

C Profundidade livre para os pés 570 -

E Largura livre para as pernas 600 -

NOTA - As dimensões da tabela referem-se a mesas sem regulagem do tampo. com tampos reguláveis. As alturas mínimas e máximas para mesas de trabalho com

regulagem podem exceder estes limites desde que contemplem o intervalo indicado.

Tabela 2 - Altura da mesa de trabalho - Dimensões em milímetros

Código Variável Valor

Mínimo Máximo

h1 Altura da mesa de trabalho 720 750

h2 Altura da mesa de reunião 720 750

h3 Altura da mesa auxiliar 600 750

Tabela 3 - Largura da mesa de trabalho - Dimensões em milímetros

Código Variável Valor

Mínimo Máximo

l1 Largura da mesa de trabalho 800 -

l2 Largura da mesa de reunião 1200 -

l3 Largura da mesa auxiliar 500 -

95

Tabela 4 - Profundidade da mesa - Dimensões em milímetros

Código Variável Valor

Mínimo Máximo

p1 Profundidade da mesa de trabalho 600 1100

p2 Profundidade da mesa de reunião 800 1250

p3 Profundidade da mesa auxiliar 500 1750

p4 Profundidade da mesa ou conexão utilizada com o microcomputador

750 -

Tabela 5 – Diâmetro da mesa - Dimensões em milímetros

Código Variável Valor

Mínimo Máximo

D Diâmetro da mesa 800 1600

Tabela 6 - Raio da borda - Dimensões em milímetros

Código Variável Valor Mínimo

R Raio da borda de contato com o usuário 2,5

96

ANEXO 05

INSTRUÇÃO NORMATIVA INSS/DC Nº 98 - DE 05 DE DEZEMBRO DE

2003 – DOU DE 10/12/2003

ANEXO

SEÇÃO I

ATUALIZAÇÃO CLÍNICA DAS LESÕES POR ESFORÇOS REPETITIVOS (LER)

DISTÚRBIOS OSTEOMUSCULARES RELACIONADOS AO TRABALHO (DORT)

1 INTRODUÇÃO

As Lesões por Esforços Repetitivos (LER) ou Distúrbios Osteomusculares

Relacionados ao Trabalho (DORT) têm se constituído em grande problema da saúde pública

em muitos dos países industrializados.

A terminologia DORT tem sido preferida por alguns autores em relação a outros tais

como: Lesões por Traumas Cumulativos (LTC), Lesões por Esforços Repetitivos (LER),

Doença Cervicobraquial Ocupacional (DCO), e Síndrome de Sobrecarga Ocupacional (SSO),

por evitar que na própria denominação já se apontem causas definidas (como por exemplo:

“cumulativo” nas LTC e “repetitivo” nas LER) e os efeitos (como por exemplo: “lesões” nas

LTC e LER).

Para fins de atualização desta norma, serão utilizados os termos Lesões por Esforços

Repetitivos/ Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (LER/DORT).

2. CONCEITO

Entende-se LER/DORT como uma síndrome relacionada ao trabalho, caracterizada

pela ocorrência de vários sintomas concomitantes ou não, tais como: dor, parestesia, sensação

de peso, fadiga, de aparecimento insidioso, geralmente nos membros superiores, mas podendo

acometer membros inferiores. Entidades neuro-ortopédicas definidas como tenossinovites,

sinovites, compressões de nervos periféricos, síndromes miofaciais, que podem ser

97

identificadas ou não. Freqüentemente são causa de incapacidade laboral temporária ou

permanente. São resultado da combinação da sobrecarga das estruturas anatômicas do sistema

osteomuscular com a falta de tempo para sua recuperação. A sobrecarga pode ocorrer seja

pela utilização excessiva de determinados grupos musculares em movimentos repetitivos com

ou sem exigência de esforço localizado, seja pela permanência de segmentos do corpo em

determinadas posições por tempo prolongado, particularmente quando essas posições exigem

esforço ou resistência das estruturas músculo-esqueléticas contra a gravidade. A necessidade

de concentração e atenção do trabalhador para realizar suas atividades e a tensão imposta pela

organização do trabalho, são fatores que interferem de forma significativa para a ocorrência

das LER/DORT.

O Ministério da Previdência Social e o Ministério da Saúde, respectivamente, por

meio do Decreto nº 3.048/99, anexo II e da Portaria nº 1.339/99, organizaram uma lista

extensa, porém exemplificativa, de doenças do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo

relacionadas ao trabalho.

3. ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS E LEGAIS

Com o advento da Revolução Industrial, quadros clínicos decorrentes de sobrecarga

estática e dinâmica do sistema osteomuscular tornaram-se mais numerosos. No entanto,

apenas a partir da segunda metade do século, esses quadros osteomusculares adquiriram

expressão em número e relevância social, com a racionalização e inovação técnica na

indústria, atingindo, inicialmente, de forma particular, perfuradores de cartão. A alta

prevalência das LER/DORT tem sido explicada por transformações do trabalho e das

empresas. Estas têm se caracterizado pelo estabelecimento de metas e produtividade,

considerando apenas suas necessidades, particularmente a qualidade dos produtos e serviços e

competitividade de mercado, sem levar em conta os trabalhadores e seus limites físicos e

psicossociais. Há uma exigência de adequação dos trabalhadores às características

98

organizacionais das empresas, com intensificação do trabalho e padronização dos

procedimentos, impossibilitando qualquer manifestação de criatividade e flexibilidade,

execução de movimentos repetitivos, ausência e impossibilidade de pausas espontâneas,

necessidade de permanência em determinadas posições por tempo prolongado, exigência de

informações específicas, atenção para não errar e submissão a monitoramento de cada etapa

dos procedimentos, além de mobiliário, equipamentos e instrumentos que não propiciam

conforto.

Entre os vários países que viveram epidemias de LER/DORT estão a Inglaterra, os

países escandinavos, o Japão, os Estados Unidos, a Austrália e o Brasil. A evolução das

epidemias nesses países foi variada e alguns deles continuam ainda com problemas

significativos.

O advento das LER/DORT em grande número de pessoas, em diferentes países,

provocou uma mudança no conceito tradicional de que o trabalho pesado, envolvendo esforço

físico, é mais desgastante que o trabalho leve, envolvendo esforço mental, com sobrecarga

dos membros superiores e relativo gasto de energia.

No Brasil, as LER/DORT foram primeiramente descritas como tenossinovite

ocupacional. Foram apresentados, no XII Congresso Nacional de Prevenção de Acidentes do

Trabalho - 1973, casos de tenossinovite ocupacional em lavadeiras, limpadoras e

engomadeiras, recomendando-se que fossem observadas pausas de trabalho daqueles que

operavam intensamente com as mãos.

No campo social, sobretudo na década de 80, os sindicatos dos trabalhadores em

processamento de dados travaram uma luta pelo enquadramento da tenossinovite como

doença do trabalho.

Monteiro (1995) descreve com detalhes a trajetória do processo de reconhecimento

das LER/DORT no Brasil. Em novembro de 1986, a direção geral do Instituto Nacional de

99

Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS) publicou a Circular de Origem nº

501.001.55 nº 10, pela qual orientava as Superintendências para que reconhecessem a

tenossinovite como doença do trabalho, quando resultante de “movimentos articulares

intensos e reiterados, equiparando-se nos termos do parágrafo 3º, do artigo 2º da Lei nº 6.367,

de 19/10/76, a um acidente do trabalho”. Ainda nessa Circular, há referência a “todas as

afecções que, relacionadas ao trabalho, resultem de sobrecarga das bainhas tendinosas, do

tecido peritendinoso e das inserções musculares e tendinosas, sobrecarga essa a que, entre

outras categorias profissionais, freqüentemente se expõem digitadores de dados,

mecanógrafos, datilógrafos, pianistas, caixas, grampeadores, costureiras e lavadeiras.”

Em 6 de agosto de 1987, o então Ministro de Estado da Previdência e Assistência

Social, com base em pareceres do então Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) e

INAMPS, constantes no Processo nº 30.000.006119/87, originado de requerimento do

Sindicato dos Empregados em Empresas de Processamento de Dados do Estado do Rio de

Janeiro, publicou a Portaria nº 4.062, reconhecendo que “a tenossinovite do digitador” podia

ser considerada uma doença ocupacional. Também essa Portaria enquadrava a “síndrome” no

parágrafo 3º, do artigo 2º da Lei nº 6.379/76 como doença do trabalho e estendia a

peculiaridade do esforço repetitivo a determinadas categorias, além dos digitadores, tais como

datilógrafos, pianistas, entre outros.

Em 23/11/90, o Ministro do Trabalho publicou a Portaria nº 3.751 alterando a NR 17 e

atualizando a Portaria nº 3.214/78. Embora não se tratasse de uma Portaria exclusiva para a

prevenção das LER/DORT, abordava aspectos das condições de trabalho que propiciavam a

ocorrência dessa síndrome. Estabelecia, por exemplo, que “nas atividades que exigissem

sobrecarga muscular estática ou dinâmica do pescoço, ombros, dorso e membros superiores e

inferiores, e partir da análise ergonômica do trabalho”, o sistema de avaliação de desempenho

para efeito de remuneração e vantagens de qualquer espécie devia levar em consideração as

100

repercussões sobre a saúde do trabalhador. Também estabelecia pausas para descanso e para

as atividades de processamento eletrônico de dados, limitava a oito mil o número máximo de

toques por hora e a cinco horas o tempo máximo efetivo de trabalho de entrada de dados na

jornada de trabalho.

Em 1991, o então Ministério unificado do Trabalho e da Previdência Social, na sua

série Normas Técnicas para Avaliação de Incapacidade, publicou as normas referentes às

LER, que continham critérios de diagnóstico e tratamento, ressaltavam aspectos

epidemiológicos com base na experiência do Núcleo de Saúde do Trabalhador do INSS de

Minas Gerais, descrevendo casos entre diversas categorias profissionais, tais como: digitador,

controlador de qualidade, embalador, enfitadeiro, montador de chicote, montador de tubos de

imagem, operador de máquinas, operador de terminais de computador, auxiliar de

administração, auxiliar de contabilidade, operador de telex, datilógrafo, pedreiro, secretário,

técnico administrativo, telefonista, auxiliar de cozinha e copeiro, eletricista, escriturário,

operador de caixa, recepcionista, faxineiro, ajudante de laboratório, viradeiro e vulcanizador.

Em 1992, foi a vez do Sistema Único de Saúde por meio da Secretaria de Estado da

Saúde de São Paulo e das Secretarias de Estado do Trabalho e Ação Social e da Saúde de

Minas Gerais publicarem resoluções sobre o assunto.

Em 1993, o INSS publicou uma revisão das suas normas sobre LER, ampliando o seu

conceito, reconhecendo na sua etiologia além dos fatores biomecânicos, os relacionados à

organização do trabalho.

Em 1998, em substituição às normas de 1993, o INSS publicou a OS Nº 606/98, objeto

da presente revisão.

4. FATORES DE RISCO

O desenvolvimento das LER/DORT é multicausal, sendo importante analisar os

fatores de risco envolvidos direta ou indiretamente. A expressão "fator de risco" designa, de

101

maneira geral, os fatores do trabalho relacionados com as LER/DORT. Os fatores foram

estabelecidos na maior parte dos casos, por meio de observações empíricas e depois

confirmados com estudos epidemiológicos.

Os fatores de risco não são independentes. Na prática, há a interação destes fatores nos

locais de trabalho. Na identificação dos fatores de risco, deve-se integrar as diversas

informações.

Na caracterização da exposição aos fatores de risco, alguns elementos são

importantes, dentre outros:

a) a região anatômica exposta aos fatores de risco;

b) a intensidade dos fatores de risco;

c) a organização temporal da atividade (por exemplo: a duração do ciclo de trabalho, a

distribuição das pausas ou a estrutura de horários);

d) o tempo de exposição aos fatores de risco.

Os grupos de fatores de risco das LER podem ser relacionados com (Kuorinka e

Forcier, 1995):

a) o grau de adequação do posto de trabalho à zona de atenção e à visão. A dimensão do posto

de trabalho pode forçar os indivíduos a adotarem posturas ou métodos de trabalho que

causam ou agravam as lesões osteomusculares;

b) o frio, as vibrações e as pressões locais sobre os tecidos. A pressão mecânica localizada é

provocada pelo contato físico de cantos retos ou pontiagudos de um objeto ou ferramentas

com tecidos moles do corpo e trajetos nervosos;

c) as posturas inadequadas. Em relação à postura existem três mecanismos que podem causar

as LER/DORT:

c.1) os limites da amplitude articular;

c.2) a força da gravidade oferecendo uma carga suplementar sobre as articulações e músculos;

102

c.3) as lesões mecânicas sobre os diferentes tecidos;

d) a carga osteomuscular. A carga osteomuscular pode ser entendida como a carga mecânica

decorrente:

d.1) de uma tensão (por exemplo, a tensão do bíceps);

d.2) de uma pressão (por exemplo, a pressão sobre o canal do carpo);

d.3) de uma fricção (por exemplo, a fricção de um tendão sobre a sua bainha);

d.4) de uma irritação (por exemplo, a irritação de um nervo).

Entre os fatores que influenciam a carga osteomuscular, encontramos: a força, a

repetitividade, a duração da carga, o tipo de preensão, a postura do punho e o método de

trabalho;

e) a carga estática. A carga estática está presente quando um membro é mantido numa posição

que vai contra a gravidade. Nesses casos, a atividade muscular não pode se reverter a zero

(esforço estático). Três aspectos servem para caracterizar a presença de posturas estáticas: a

fixação postural observada, as tensões ligadas ao trabalho, sua organização e conteúdo;

f) a invariabilidade da tarefa. A invariabilidade da tarefa implica monotonia fisiológica e/ou

psicológica;

g) as exigências cognitivas. As exigências cognitivas podem ter um papel no surgimento das

LER/DORT, seja causando um aumento de tensão muscular, seja causando uma reação mais

generalizada de estresse;

h) os fatores organizacionais e psicossociais ligados ao trabalho. Os fatores psicossociais do

trabalho são as percepções subjetivas que o trabalhador tem dos fatores de organização do

trabalho. Como exemplo de fatores psicossociais podemos citar: considerações relativas à

carreira, à carga e ritmo de trabalho e ao ambiente social e técnico do trabalho. A “percepção“

psicológica que o indivíduo tem das exigências do trabalho é o resultado das características

103

físicas da carga, da personalidade do indivíduo, das experiências anteriores e da situação

social do trabalho.

5. DIAGNÓSTICO

Reproduzimos abaixo, parte do fascículo 105, Série A. Normas e Manuais Técnicos, do

Ministério da Saúde (2001), que detalha procedimentos diagnósticos.

“O diagnóstico de LER/DORT consiste, como em qualquer caso, nas etapas habituais de

investigação clínica, com os objetivos de se estabelecer a existência de uma ou mais entidades

nosológicas, os fatores etiológicos e de agravamento:

a) história da moléstia atual - As queixas mais comuns entre os trabalhadores com

LER/DORT são a dor localizada, irradiada ou generalizada, desconforto, fadiga e sensação de

peso. Muitos relatam formigamento, dormência, sensação de diminuição de força, edema e

enrijecimento muscular, choque, falta de firmeza nas mãos, sudorese excessiva, alodínea

(sensação de dor como resposta a estímulos não nocivos em pele normal). São queixas

encontradas em diferentes graus de gravidade do quadro clínico.

É importante caracterizar as queixas quanto ao tempo de duração, localização,

intensidade, tipo ou padrão, momentos e formas de instalação, fatores de melhora e piora,

variações no tempo.

O início dos sintomas é insidioso, com predominância nos finais de jornada de

trabalho ou durante os picos de produção, ocorrendo alívio com o repouso noturno e nos

finais de semana. Poucas vezes o paciente se dá conta de sua ocorrência precocemente. Por

serem intermitentes, de curta duração e de leve intensidade, passam por cansaço passageiro ou

“mau jeito”. A necessidade de responder às exigências do trabalho, o medo de desemprego, a

falta de informação e outras contingências, principalmente nos momentos de crise que

vivemos, estimulam o paciente a suportar seus sintomas e a continuar trabalhando como se

nada estivesse ocorrendo.

104

Aos poucos, os sintomas intermitentemente tornam-se presentes por mais tempo

durante a jornada de trabalho e, às vezes, passam a invadir as noites e finais de semana. Nessa

fase, há um aumento relativamente significativo de pessoas que procuram auxílio médico, por

não conseguirem mais responder à demanda da função. No entanto, nem sempre conseguem

receber informações dos médicos sobre procedimentos adequados para conter a progressão do

problema.

Muitas vezes recebem tratamento baseado apenas em antiinflamatórios e sessões de

fisioterapia, que “mascaram” transitoriamente os sintomas, sem que haja ação de controle de

fatores desencadeantes e agravantes. O paciente permanece, assim, submetido à sobrecarga

estática e dinâmica do sistema músculo-esquelético, e os sintomas evoluem de forma tão

intensa, que sua permanência no posto de trabalho se dá às custas de muito esforço. Não

ocorrendo mudanças nas condições de trabalho, há grandes chances de piora progressiva do

quadro clínico.

Em geral, o alerta só ocorre para o paciente quando os sintomas passam a existir,

mesmo por ocasião da realização de esforços mínimos, comprometendo a capacidade

funcional, seja no trabalho ou em casa.

Com o passar do tempo, os sintomas aparecem espontaneamente e tendem a se manter

continuamente, com a existência de crises de dor intensa, geralmente desencadeadas por

movimentos bruscos, pequenos esforços físicos, mudança de temperatura ambiente,

nervosismo, insatisfação e tensão. Às vezes, as crises ocorrem sem nenhum fator

desencadeante aparente. Essas características já fazem parte de um quadro mais grave de dor

crônica, que merecerá uma abordagem especial por parte do médico, integrado em uma

equipe multidisciplinar.

Nessa fase, dificilmente o trabalhador consegue trabalhar na mesma função e várias de

suas atividades cotidianas estão comprometidas.

105

É comum que se identifiquem evidências de ansiedade, angústia, medo e depressão,

pela incerteza do futuro tanto do ponto de vista profissional, como do pessoal. Embora esses

sintomas sejam comuns a quase todos os pacientes, com longo tempo de evolução, às vezes,

mesmo pacientes com pouco tempo de queixas também os apresentam, por testemunharem

problemas que seus colegas nas mesmas condições enfrentam, seja pela duração e dificuldade

de tratamento, seja pela necessidade de peregrinação na estrutura burocrática da Previdência

Social, seja pelas repercussões nas relações com a família, colegas e empresa.

Especial menção deve ser feita em relação à dor crônica dos pacientes com

LER/DORT. Trata-se de quadro caracterizado por dor contínua, espontânea, atingindo

segmentos extensos, com crises álgicas de duração variável e existência de comprometimento

importante das atividades da vida diária. Estímulos que, a princípio não deveriam provocar

dor, causam sensações de dor intensa, acompanhadas muitas vezes de choque e

formigamento. Os achados de exame físico podem ser extremamente discretos e muitas vezes

os exames complementares nada evidenciam, restando apenas as queixas do paciente, que, por

definição, são subjetivas. O tratamento convencional realizado para dor aguda não produz

efeito significativo, e para o profissional pouco habituado com o seu manejo, parece

incompreensível que pacientes há muito tempo afastados do trabalho e sob tratamento,

apresentem melhora pouco significativa e mantenham períodos de crises intensas.

Essa situação freqüentemente desperta sentimentos de impotência e “desconfiança” no

médico, que se julga “enganado” pelo paciente, achando que o problema é de ordem

exclusivamente psicológica ou de tentativa de obtenção de ganhos secundários. Do lado de

alguns pacientes, essa evolução extremamente incômoda e sofrida, traz depressão e falta de

esperança, despertando o sentimento de necessidade de “provar a todo o custo” que realmente

têm o problema e que não se trata de “invenção de sua cabeça”.

106

b) Investigação dos diversos aparelhos - como em qualquer caso clínico, é importante que

outros sintomas ou doenças sejam investigados.

A pergunta que se deve fazer é: tais sintomas ou doenças mencionados podem ter

influência na determinação e/ou agravamento do caso? Lembremos de algumas situações que

podem causar ou agravar sintomas do sistema músculo-esquelético e do sistema nervoso

periférico, como por exemplo: trauma, doenças do colágeno, artrites, diabetes mellitus,

hipotireoidismo, anemia megaloblástica, algumas neoplasias, artrite reumatóide, espondilite

anquilosante, esclerose sitêmica, polimiosite, gravidez e menopausa.

Para ser significativo como causa, o fator não-ocupacional precisa ter intensidade e

freqüência similar àquela dos fatores ocupacionais conhecidos. O achado de uma patologia

não-ocupacional não descarta de forma alguma a existência concomitante de LER/DORT.

Não esquecer que um paciente pode ter dois ou três problemas ao mesmo tempo. Não há regra

matemática neste caso: é impossível determinar com exatidão a porcentagem de influência de

fatores laborais e não laborais e freqüentemente a evolução clínica os dá maiores indícios a

respeito.

Do ponto de vista da legislação previdenciária, havendo relação com o trabalho, a

doença é considerada ocupacional, mesmo que haja fatores concomitantes não relacionados à

atividade laboral.

c) Comportamentos e hábitos relevantes - hábitos que possam causar ou agravar sintomas do

sistema músculo-esquelético devem ser objeto de investigação: uso excessivo de computador

em casa, lavagem manual de grande quantidade de roupas, ato de passar grande quantidade de

roupas, limpeza manual de vidros e azulejos, ato de tricotar, carregamento de sacolas cheias,

polimento manual de carro, o ato de dirigir, etc.

Essas atividades acima citadas geralmente agravam o quadro de LER/DORT, mas

dificilmente podem ser consideradas causas determinantes dos sintomas do sistema músculo-

107

esquelético, tais como se apresentam nas LER/ODRT, uma vez que são atividades com

características de flexibilidade de ritmo e tempos. Além do mais, não se tem conhecimento de

nenhum estudo que indique tarefas domésticas como causas de quadros do sistema músculo-

esquelético semelhantes aos quadros das LER/DORT; em contraposição, há vários que

demonstram associação entre fatores laborais de diversas categorias profissionais e a

ocorrência de LER/DORT.

As tarefas domésticas não devem ser confundidas com atividades profissionais de

limpeza, faxina ou cozinha industrial. Estas últimas são consideradas de risco para a

ocorrência de LER/DORT.

d) antecedentes pessoais - história de traumas, fraturas e outros quadros mórbidos que possam

ter desencadeado e/ou agravado processos de dor crônica, entrando como fator de confusão,

devem ser investigados.

e) Antecedentes familiares - existência de familiares co-sangüíneo com história de diabetes e

outros distúrbios hormonais, “reumatismos, deve merecer especial atenção.

f) História ocupacional - Tão fundamental quanto elaborar uma boa história clínica é

perguntar detalhadamente como e onde o paciente trabalha, tentando ter um retrato dinâmico

de sua rotina laboral: duração de jornada de trabalho, existência de tempo de pausas, forças

exercidas, execução e freqüência de movimentos repetitivos, identificação de musculatura e

segmentos do corpo mais utilizados, existência de sobrecarga estática, formas de pressão de

chefias, exigência de produtividade, existência de prêmio por produção, falta de flexibilidade

de tempo, mudanças no ritmo de trabalho ou na organização do trabalho, existência de

ambiente estressante, relações com chefes e colegas, insatisfações, falta de reconhecimento

profissional, sensação de perda de qualificação profissional.

Fatores como ruído excessivo, desconforto térmico, iluminação inadequada e móveis

desconfortáveis contribuem para a ocorrência de LER/DORT.

108

Deve-se observar, também, empregos anteriores e suas características, independente

do tipo de vínculo empregatício.

Cabe ao médico atentar para os seguintes questionamentos:

• houve tempo suficiente de exposição aos fatores de risco?

• houve intensidade suficiente de exposição aos fatores de risco?

• os fatores existentes no trabalho são importantes para, entre outros, produzir ou

agravar o quadro clínico?

As perguntas acima não podem ser compreendidas matematicamente. Estudos

conclusivos, por exemplo, de tempo de exposição a fatores predisponentes necessário e

sufuciente para o desencadeamento de LER/DORT não nos parecem ser de fácil execução,

uma vez que mesmo atividades semelhantes nunca são executadas de forma igual, mesmo que

aparentemente o sejam.

Em condições ideais, a avaliação médica deve contar com uma análise ergonômica,

abrangendo o posto de trabalho e a organização do trabalho.”

g) Exame físico

h) Exames complementares - exames complementares devem ser solicitados à luz de

hipóteses diagnósticas e não de forma indiscriminada. Seus resultados devem sempre levar em

conta o quadro clínico e a evolução, que são soberanos na análise e conclusão diagnóstica.

Conclusão diagnóstica: a conclusão diagnóstica deve considerar o quadro clínico, sua

evolução, fatores etiológicos possíveis, com destaque para a anamnese e fatores ocupacionais.

É importante lembrar sempre que os exames complementares devem ser interpretados à luz do

raciocínio clínico. Um diagnóstico não-ocupacional não descarta LER/DORT.

QUADRO I

109

RELAÇÃO EXEMPLIFICATIVA ENTRE O TRABALHO E ALGUMAS ENTIDADES

NOSOLÓGICAS

LESÕES CAUSAS OCUPACIONAIS

EXEMPLOS ALGUNS DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS

Bursite do cotovelo (olecraniana)

Compressão do cotovelo contra superfícies duras

Apoiar o cotovelo em mesas

Gota, contusão e artrite reumatóide

Contratura de fáscia palmar

Compressão palmar associada à vibração

Operar compressores pneumáticos

Heredo – familiar (Contratura de Dupuytren)

Dedo em Gatilho

Compressão palmar associada à realização de força

Apertar alicates e tesouras

Diabetes, artrite reumatóide, mixedema, amiloidose.

Epicondilites do Cotovelo

Movimentos com esforços estáticos e preensão prolongada de objetos, principalmente com o punho estabilizado em flexão dorsal e nas prono-supinações com utilização de força.

Apertar parafusos, desencapar fios, tricotar, operar motosserra

Doenças reumáticas e metabólicas, hanseníase, neuropatias periféricas, contusão traumas.

Síndrome do Canal Cubital

Flexão extrema do cotovelo com ombro abduzido. Vibrações.

Apoiar cotovelo ou antebraço em mesa

Epicondilite medial, seqüela de fratura, bursite olecraniana forma T de Hanseníase

Síndrome do Canal de Guyon

Compressão da borda ulnar do punho.

Carimbar Cistos sinoviais, tumores do nervo ulnar, tromboses da artéria ulnar, trauma , artrite reumatóide e etc

Síndrome do Desfiladeiro Torácico

Compressão sobre o ombro, flexão lateral do pescoço, elevação

Fazer trabalho manual sobre veículos, trocar lâmpadas, pintar

Cervicobraquialgia, síndrome da costela cervical, síndrome da primeira costela,

110

do braço. paredes, lavar vidraças, apoiar telefones entre o ombro e a cabeça

metabólicas, Artrite Reumatóide e Rotura do Supra-espinhoso

Síndrome do Interósseo Anterior

Compressão da metade distal do antebraço.

Carregar objetos pesados apoiados no antebraço

Síndrome do Pronador Redondo

Esforço manual do antebraço em pronação.

Carregar pesos, praticar musculação, apertar parafusos.

Síndrome do túnel do carpo

Síndrome do Túnel do Carpo

Movimentos repetitivos de flexão, mas também extensão com o punho, principalmente se acompanhados por realização de força.

Digitar, fazer montagens industriais, empacotar

Menopausa, trauma, tendinite da gravidez (particularmente se bilateral), lipomas, artrite reumatóide, diabetes, amiloidose, obesidade neurofibromas, insuficiência renal, lupus eritematoso, condrocalcinose do punho

Tendinite da Porção Longa do Bíceps

Manutenção do antebraço supinado e fletido sobre o braço ou do membro superior em abdução.

Carregar pesos Artropatia metabólica e endócrina, artrites, osteofitose da goteira bicipital, artrose acromioclavicular e radiculopatias C5-C6

Tendinite do Supra – Espinhoso

Elevação com abdução dos ombros associada a elevação de força.

Carregar pesos sobre o ombro

Bursite, traumatismo, artropatias diversas, doenças metabólicas

Tenossinovite de De Quervain

Estabilização do polegar em pinça seguida de rotação ou desvio ulnar do carpo, principalmente se acompanhado de força.

Apertar botão com o polegar

Doenças reumáticas, tendinite da gravidez (particularmente bilateral), estiloidite do rádio

Tenossinovite dos extensores dos dedos

Fixação antigravitacional do punho. Movimentos repetitivos de flexão

Digitar, operar mouse

Artrite Reumatóide, Gonocócica, Osteoartrose e Distrofia Simpático–

111

e extensão dos dedos. Reflexa (síndrome Ombro - Mão)

Obs.1: considerar a relevância quantitativa das causas na avaliação de cada caso. A presença de um ou mais dos fatores listados na coluna “Outras Causas e Diagnóstico Diferencial” não impede, a priori, o estabelecimento do nexo.

Obs. 2 : vide Decreto nº 3048/99, Anexo II, Grupo XIII da CID –10 – “ Doenças do Sistema Osteomuscular e do Tecido Conjuntivo, Relacionadas com o Trabalho”

6. TRATAMENTO

Nas LER/DORT, em geral, como em qualquer outro caso, quanto mais precoce o

diagnóstico e o início do tratamento adequado, maiores as possibilidades de êxito. Isto

depende de vários fatores, dentre eles, do grau de informação do paciente, da efetividade do

programa de prevenção de controle médico da empresa, da possibilidade de o paciente

manifestar-se em relação às queixas de saúde sem “sofrer represálias”, explícitas ou

implícitas, e da direção da empresa, que pode facilitar ou não o diagnóstico precoce.

A gravidade do problema está intimamente relacionada ao tempo de evolução do

quadro clínico. No entanto, às vezes encontramos casos de início relativamente recente que

evoluem rapidamente para quadros graves, como distrofia simpático reflexa ou síndrome

complexa de dor regional, de difícil controle. O papel do médico da empresa é fundamental

no diagnóstico precoce, no controle dos fatores de risco e na realocação do trabalhador dentro

de um programa de promoção da saúde, prevenção de agravos ocupacionais, diminuição da

possibilidade de agravamento e cronificação dos casos e reabilitação.

O controle da dor crônica músculo-esquelética exige o emprego de abordagem

interdisciplinar, que tente focalizar as raízes do problema. Os tratamentos costumam ser

longos e envolvem questões sociais, empregatícias, trabalhistas e previdenciárias, além das

clínicas. Se todos estes aspectos não forem abordados adequadamente, dificilmente obtém-se

sucesso no tratamento.

112

A equipe multiprofissional, composta por médicos, enfermeiros, terapeutas corporais,

profissionais de terapias complementares, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, psicólogos

e assistentes sociais, deve estabelecer um programa com objetivos gerais e específicos do

tratamento e da reabilitação para cada caso, e cada meta devem ser conhecida pelos pacientes,

pois do contrário as pequenas conquistas não serão valorizadas, esperando-se curas radicais e

imediatas.

Alguns dos recursos terapêuticos que podem ser utilizados em um programa de

tratamento e reabilitação encontram-se abaixo citados:

• medicamentos, que devem ser prescritos de maneira cautelosa. Os pacientes precisam

ser bem orientados quanto à forma correta de utilização e o que esperar deles. Além

disso, é importante considerar o tempo de tratamento, que pode ser um fator

importante a considerar nos casos de medicamentos de alto custo. Os medicamentos

analgésicos e antiinflamatórios são úteis no combate à dor aguda e inflamação, mas, se

usados isoladamente, não são efetivos para o combate da dor crônica. Nesse caso, é

necessário, a associação dos psicotrópicos (antidepressivos tricíclicos e

fenotiazínicos), que proporcionam efeito analgésico e ansiolítico, estabilizam o humor

e promovem alterações na simbologia da dor;

• em alguns casos de dor crônica refratária a técnicas menos invasivas, o bloqueio da

cadeia simpática com anestésicos locais ou outras formulações pode ser utilizado a fim

de diminuir o desconforto e propiciar a possibilidade do emprego de medidas

fisioterapêuticas como a cinesioterapia, para recuperação do trofismo e da amplitude

articular da região afetada pela lesão. O agulhamento seco e a infiltração locais de

anestésicos produzem resultados satisfatórios em alguns casos;

• atividades coletivas com os grupos de adoecidos por LER/DORT têm sido realizadas

com bons resultados nos serviços públicos de saúde, permitindo a socialização da

113

vivência do adoecimento e da incapacidade, a discussão e reflexão sobre os temores e

dúvidas dos pacientes em relação ao adoecimento e às dificuldades encontradas no

estabelecimento do diagnóstico, tratamento e reabilitação;

• a fisioterapia utiliza recursos de eletrotermofototerapia, massoterapia e cinesioterapia,

sendo que a combinação de técnicas adequadas deve ser definida para cada caso. Não

é possível padronizar o tipo nem a duração do tratamento. Seus objetivos principais

são: alívio da dor, relaxamento muscular e prevenção de deformidades,

proporcionando uma melhora da capacidade funcional dos pacientes portadores de

LER/DORT. A presença ativa do fisioterapeuta é fundamental para uma avaliação

contínua da evolução do caso e para mudanças de técnicas ao longo do tratamento.

Alguns recursos como alongamentos, automassagem, e relaxamentos podem ser

realizados em abordagens grupais; as técnicas especificas para cada caso são aplicadas

em sessões individuais;

• apoio psicológico é essencial aos pacientes portadores de LER/DORT, para que se

sintam amparados em sua insegurança e temor no que se refere às atividades prévias

no trabalho, às conseqüências do adoecimento, às perspectivas no emprego. A

abordagem dos aspectos psicossociais das LER/DORT e do sofrimento mental que

cada paciente apresenta são muito úteis no processo de recuperação e reabilitação;

• os grupos informativo-psicoterapêutico-pedagógicos, promovidos por profissionais da

área de saúde mental, também propiciam a troca de experiências a respeito de toda

problemática das LER/DORT, enriquecendo as discussões e os progressos durante o

tratamento. Situações de conflitos, de medo, que trazem sofrimento expresso de

diferentes maneiras são enfrentadas coletivamente, por meio de técnicas

diversificadas;

114

• a terapia ocupacional tem se mostrado bastante importante na conquista da autonomia

dos pacientes adoecidos por LER/DORT. Nas atividades em grupo são discutidos

temas referentes às atividades da vida cotidiana, para que esses trabalhadores possam

se apropriar novamente das suas capacidades e re-significar o seu ”fazer”, levando em

conta as mudanças decorrentes do adoecimento. Individualmente, a terapia

ocupacional também pode atuar na indicação e confecção de órteses de

posicionamento adequadas para cada caso visando a prevenção de deformidades;

• as terapias complementares, como a acupuntura, do-in, shiatsu, entre outras, também

têm se mostrado bastante eficazes no tratamento da LER/DORT;

• terapias corporais de relaxamento, alongamento e reeducação postural têm sido de

extrema importância, assim como a hidroterapia.

Nos casos em que houver quadro de compressão nervosa periférica, também o

tratamento clínico deve ser instituído de forma integral e inter-disciplinar. Os procedimentos

cirúrgicos não têm se mostrado úteis, mesmo nos casos em que a indicação cirúrgica parece

adequada. Freqüentemente ocorre evolução para dor crônica de difícil controle.

7. PREVENÇÃO

A prevenção das LER/DORT não depende de medidas isoladas, de correções de

mobiliários e equipamentos.

Um programa de prevenção das LER/DORT em uma empresa inicia-se pela criteriosa

identificação dos fatores de risco presentes na situação de trabalho. Deve ser analisado o

modo como as tarefas são realizadas, especialmente as que envolvem movimentos repetitivos,

movimentos bruscos, uso de força, posições forçadas e por tempo prolongado. Aspectos

organizacionais do trabalho e psicossociais devem ser especialmente focalizado.

115

A identificação de aspectos que propiciam a ocorrência de LER/DORT e as estratégias

de defesa, individuais e coletivas, dos trabalhadores, deve ser fruto de análise integrada entre

a equipe técnica e os trabalhadores, considerando-se o saber de ambos os lados. Análises

unilaterais geralmente não costumam retratar a realidade das condições de risco e podem levar

a conclusões equivocadas e a conseqüentes encaminhamentos não efetivos.

A Norma Regulamentadora (NR 17) estabelece alguns parâmetros que podem auxiliar

a adapatação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores,

de modo a proporcionar conforto, segurança e desempenho eficiente.

Embora não seja específica para a prevenção de LER/DORT, trata da organização do

trabalho nos aspectos das normas de produção, modo operatório, exigência de tempo,

determinação do conteúdo de tempo, ritmo de trabalho e conteúdo das tarefas.

No item 17.6.3. da NR 17, para as atividades que exijam sobrecarga muscular estática

ou dinâmica do pescoço, ombros, dorso e membros superiores e inferiores, e a partir da

análise ergonômica do trabalho, estabelece inclusão de pausas para descanso. Para as

atividades de processamento de dados, estabelece número máximo de toques reais por hora

trabalhada, o limite máximo de cinco horas por jornada para o efetivo trabalho de entrada de

dados, pausas de dez minutos para cada cinqüenta minutos trabalhados e retorno gradativo à

exigência de produção em relação ao número de toques nos casos de afastamento do trabalho

por quinze dias ou mais.

Embora normas técnicas ajudem a estabelecer alguns parâmetros, o resultado de um

programa de prevenção de agravos decorrentes do trabalho em uma empresa, depende da

participação e compromisso dos atores envolvidos, em especial a direção da empresa,

passando pelos diversos níveis hierárquicos, incluindo trabalhadores e seus sindicatos,

supervisores, cipeiros, profissionais da saúde e de serviço de segurança do trabalho, gerentes e

cargos de chefia.

116

8. DA NOTIFICAÇÃO

A notificação tem por objetivo o registro e a vigilância dos casos das LER/DORT,

garantindo ao segurado os direitos previstos na legislação acidentária

Havendo suspeita de diagnóstico de LER/DORT, deve ser emitida a Comunicação de

Acidente do Trabalho – CAT. A CAT deve ser emitida mesmo nos casos em que não acarrete

incapacidade laborativa para fins de registro e não necessariamente para o afastamento do

trabalho. Segundo o artigo 336 do Decreto nº 3.048/99, “para fins estatísticos e

epidemiológicos, a empresa deverá comunicar o acidente de que tratam os artigos 19, 20, 21 e

23 da Lei nº 8.213, de 1991”. Dentre esses acidentes, se encontram incluídas as doenças do

trabalho nas quais se enquadram as LER/DORT.

Do artigo 336 do Decreto nº 3.048/99, destacam-se os seguintes parágrafos:

“Parágrafo 1º Da comunicação a que se refere este artigo receberão cópia fiel o

acidentado ou seus dependentes, bem como o sindicato a que corresponda a sua categoria.

Parágrafo 2º Na falta do cumprimento do disposto no caput, caberá ao setor de

benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social comunicar a ocorrência ao setor de

fiscalização, para a aplicação e cobrança da multa devida.

Parágrafo 3º Na falta de comunicação por parte da empresa, podem formalizá-la o

próprio acidentado, seus dependentes, a entidade sindical competente, o médico que o assistiu

ou qualquer autoridade pública, não prevalecendo nesses casos o prazo previsto neste artigo.”

117

ANEXO 06

AMOSTRAS

Tabela 1 - Amostras da população feminina.

Quantidade Estatura 1 1,49 2 1,53 3 1,54 4 1,59 5 1,60 6 1,62 7 1,62 8 1,63 9 1,64 10 1,67 11 1,68 12 1,73 13 1,74 14 1,49 15 1,62 16 1,63 17 1,63 18 1,63 19 1,73 20 1,77 21 1,52 22 1,62 23 1,63 24 1,64 25 1,67 26 1,69 27 1,69 28 1,70 29 1,71 30 1,72 31 1,49 32 1,56 33 1,56 34 1,58 35 1,60 36 1,62 37 1,62 38 1,62 39 1,63 40 1,63 41 1,64 42 1,67 43 1,45 44 1,55

45 1,55 46 1,56 47 1,58 48 1,58 49 1,59 50 1,60 51 1,64 52 1,64 53 1,66 54 1,69 55 1,70 56 1,72 57 1,76 58 1,76 59 1,77 60 1,79 61 1,49 62 1,58 63 1,61 64 1,63 65 1,64 66 1,67 67 1,69 68 1,51 69 1,54 70 1,55 71 1,57 72 1,60 73 1,63 74 1,66 75 1,67 76 1,52 77 1,57 78 1,60 79 1,61 80 1,62 81 1,62 82 1,62 83 1,62 84 1,63 85 1,63 86 1,65 87 1,65 88 1,72 89 1,74 90 1,51 91 1,54

118

92 1,55 93 1,57 94 1,58 95 1,59 96 1,61 97 1,61 98 1,62 99 1,63 100 1,63 101 1,63 102 1,65 103 1,67 104 1,69 105 1,77 106 1,55 107 1,56 108 1,59 109 1,60 110 1,60 111 1,60 112 1,62 113 1,63 114 1,67 115 1,69 116 1,71 117 1,57 118 1,60 119 1,67 120 1,67 121 1,68 122 1,75 123 1,56 124 1,60 125 1,62 126 1,64 127 1,64 128 1,64 129 1,65 130 1,66 131 1,67 132 1,67 133 1,69 134 1,87 135 1,53 136 1,57 137 1,58 138 1,59 139 1,66 140 1,53

141 1,54 142 1,57 143 1,62 144 1,63 145 1,65 146 1,69 147 1,53 148 1,54 149 1,54 150 1,55 151 1,56 152 1,58 153 1,59 154 1,60 155 1,66 156 1,67 157 1,71 158 1,72 159 1,52 160 1,52 161 1,57 162 1,66 163 1,70 164 1,56 165 1,57 166 1,57 167 1,63 168 1,63 169 1,68 170 1,50 171 1,57 172 1,59 173 1,64 174 1,67 175 1,54 176 1,60 177 1,64 178 1,61 179 1,61 180 1,66 181 1,51 182 1,58 183 1,63 184 1,63 185 1,63 186 1,65 187 1,55

119

Tabela 2 - Amostras da população masculina.

Quantidade Estatura 1 1,60 2 1,69 3 1,73 4 1,73 5 1,74 6 1,75 7 1,76 8 1,77 9 1,81 10 1,83 11 1,85 12 1,88 13 1,92 14 1,72 15 1,74 16 1,75 17 1,75 18 1,75 19 1,80 20 1,80 21 1,80 22 1,85 23 1,90 24 2,10 25 1,73 26 1,74 27 1,74 28 1,74 29 1,75 30 1,75 31 1,81 32 1,84 33 1,85 34 1,86 35 1,61 36 1,64 37 1,65 38 1,70 39 1,72 40 1,73 41 1,74 42 1,77 43 1,77 44 1,78 45 1,79 46 1,81 47 1,83 48 1,86 49 1,94

50 1,57 51 1,62 52 1,71 53 1,76 54 1,79 55 1,80 56 1,81 57 1,83 58 1,85 59 1,86 60 1,87 61 1,90 62 1,92 63 1,63 64 1,67 65 1,73 66 1,76 67 1,78 68 1,80 69 1,80 70 1,86 71 1,69 72 1,71 73 1,74 74 1,74 75 1,75 76 1,76 77 1,77 78 1,82 79 1,82 80 1,64 81 1,66 82 1,73 83 1,81 84 1,84 85 1,84 86 1,95 87 1,68 88 1,68 89 1,71 90 1,78 91 1,79 92 1,82 93 1,83 94 1,86 95 1,57 96 1,69 97 1,71 98 1,73 99 1,73 100 1,74 101 1,75

120

102 1,75 103 1,76 104 1,77 105 1,78 106 1,80 107 1,86 108 1,62 109 1,63 110 1,70 111 1,70 112 1,71 113 1,73 114 1,81 115 1,61 116 1,71 117 1,72 118 1,72 119 1,78 120 1,80 121 1,59 122 1,81 123 1,82 124 1,85 125 1,70 126 1,70 127 1,74

128 1,78 129 1,80 130 1,78 131 1,86 132 1,62 133 1,67 134 1,74 135 1,75 136 1,76 137 1,86 138 1,69 139 1,74 140 1,75 141 1,83 142 1,72 143 1,79 144 1,71 145 1,77 146 1,55 147 1,67 148 1,70 149 1,77 150 1,83 151 1,77 152 1,70 153 1,76

121

ANEXO 07

ANÁLISE ESTATÍSTICA

Tabela 1 - Análise estatística de toda a população

Li Ls mi fi Fi P' i=G(x) F(x) f(x) fiN | F(x) - G(x) |

1,32 1,41 1,365 0 0 0,0000 0,0034 0,0034 1 0,0034 1,41 1,5 1,455 6 6 0,0176 0,0345 0,0311 11 0,0169 1,5 1,59 1,545 61 67 0,1971 0,1765 0,1420 48 0,0205 1,59 1,68 1,635 111 178 0,5235 0,4845 0,3079 105 0,0391 1,68 1,77 1,725 98 276 0,8118 0,8026 0,3181 108 0,0092 1,77 1,86 1,815 54 330 0,9706 0,9591 0,1566 53 0,0115 1,86 1,95 1,905 9 339 0,9971 0,9957 0,0366 12 0,0013 1,95 2,04 1,995 0 339 0,9971 0,9998 0,0041 1 0,0027 2,04 2,13 2,085 1 340 1,0000 1,0000 0,0002 0 0,0000 2,13 2,22 2,175 0 340 1,0000 1,0000 0,0000 0 0,0000

340 339

Tabela 2 - Análise estatística para a população feminina.

Li Ls mi fi Fi P' i=G(x) F(x) f(x) fiN | F(x) - G(x) |

1,36 1,42 1,39 0 0 0,0000 0,0013 0,0013 0 0,0013 1,42 1,48 1,45 1 1 0,0053 0,0173 0,0160 3 0,0119 1,48 1,54 1,51 23 24 0,1283 0,1120 0,0948 18 0,0163 1,54 1,6 1,57 51 75 0,4011 0,3753 0,2633 49 0,0257 1,6 1,66 1,63 66 141 0,7540 0,7191 0,3438 64 0,0349 1,66 1,72 1,69 34 175 0,9358 0,9303 0,2112 39 0,0055 1,72 1,78 1,75 10 185 0,9893 0,9913 0,0609 11 0,0020 1,78 1,84 1,81 1 186 0,9947 0,9995 0,0082 2 0,0048 1,84 1,9 1,87 1 187 1,0000 1,0000 0,0005 0 0,0000 1,9 1,96 1,93 0 187 1,0000 1,0000 0,0000 0 0,0000

187 186 Tabela 3 - Análise estatística para a população masculina.

Li Ls Mi fi Fi P' i=G(x) F(x) f(x) fiN | F(x) - G(x) |

1,43 1,51 1,47 0 0 0,0000 0,0010 0,0010 0 0,0010 1,51 1,59 1,55 4 4 0,0261 0,0179 0,0169 3 0,0082 1,59 1,67 1,63 15 19 0,1242 0,1325 0,1146 18 0,0084 1,67 1,75 1,71 57 76 0,4967 0,4482 0,3156 48 0,0486 1,75 1,83 1,79 52 128 0,8366 0,8034 0,3553 54 0,0332 1,83 1,91 1,87 20 148 0,9673 0,9670 0,1635 25 0,0003 1,91 1,99 1,95 4 152 0,9935 0,9976 0,0306 5 0,0042 1,99 2,07 2,03 0 152 0,9935 0,9999 0,0023 0 0,0065 2,07 2,15 2,11 1 153 1,0000 1,0000 0,0001 0 0,0000 2,15 2,23 2,19 0 153 1,0000 1,0000 0,0000 0 0,0000

153

122

Onde:

Li LIMITE INFERIOR

Ls LIMITE SUPERIOR

mi PONTO MÉDIO

fi FREQUÊNCIA EMPÍRICA DE CLASSE

Fi FREQUÊNCIA ACUMULADA ABSOLUTA

P' i=G(x) FREQUÊNCIA ACUMULADA RELATIVA

F(x) FUNÇÃO DE DISTRIBUIÇÃO

f(x) DISTRIBUIÇÃO UNIFORME

fiN FREQUENCIA TEÓRICA DA CLASSE