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1 1 INTRODUÇÃO O acidente e o incidente de trabalho, desde há muito tempo têm se constituído num óbice à integridade física e emocional do trabalhador, afetando de forma direta a sua família e o empregador. É importante salientar que a conscientização exerce um papel fundamental na prevenção de acidentes, considerando não somente o conhecimento, mas também se conscientizando das conseqüências, os cuidados passam a se tornar uma atitude natural. Estudos realizados têm sinalizado que um bom ambiente de trabalho, aliado a uma política de valorização do corpo funcional, tem acarretado uma sensível diminuição nas ocorrências de acidentes. Segundo Mattioli (2001,p. 1), o Brasil é reconhecido mundialmente pelo alto índice de afastamentos decorrentes de acidentes de trabalho. A indústria da construção civil ocupa o primeiro lugar nas estatísticas de acidentes e incidentes de trabalho, o que pode ser explicado pelo baixo índice de escolaridade, treinamento e conscientização dos envolvidos, uma vez que a natureza da atividade expõe diuturnamente o trabalhador a riscos que atentam diretamente contra a sua integridade física. Por outro lado, deve-se frisar que o acidente e o incidente estão presentes em todos os ramos da atividade onde o homem interage de forma direta ou indireta. Considerando também a crescente presença da industrialização, aliada à multidisciplinaridade da equipe, pode-se afirmar que a metodologia desenvolvida logrará êxito em outros ramos de atividade. Segundo Benite (2004), o número excessivo de acidentes, com destaque para a construção civil e os grandes desastres mundiais divulgados pela mídia, levam as empresas a acreditar que a competitividade e o lucro, não são suficientes, ou seja, as empresas devem observar e demonstrar também uma atitude ética responsável quanto à segurança e à saúde do ambiente de trabalho, além de cuidar das questões ambientais. Este trabalho tem por objetivo mostrar a importância da conscientização do trabalhador na redução ou na eliminação dos acidentes de trabalho, e mostrar também que o trabalhador num ambiente de trabalho sadio estará menos suscetível a se envolver em acidentes ou incidentes.

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1 INTRODUÇÃO

O acidente e o incidente de trabalho, desde há muito tempo têm se

constituído num óbice à integridade física e emocional do trabalhador, afetando de

forma direta a sua família e o empregador.

É importante salientar que a conscientização exerce um papel fundamental na

prevenção de acidentes, considerando não somente o conhecimento, mas também

se conscientizando das conseqüências, os cuidados passam a se tornar uma atitude

natural.

Estudos realizados têm sinalizado que um bom ambiente de trabalho, aliado a

uma política de valorização do corpo funcional, tem acarretado uma sensível

diminuição nas ocorrências de acidentes.

Segundo Mattioli (2001,p. 1), o Brasil é reconhecido mundialmente pelo alto índice

de afastamentos decorrentes de acidentes de trabalho.

A indústria da construção civil ocupa o primeiro lugar nas estatísticas de

acidentes e incidentes de trabalho, o que pode ser explicado pelo baixo índice de

escolaridade, treinamento e conscientização dos envolvidos, uma vez que a

natureza da atividade expõe diuturnamente o trabalhador a riscos que atentam

diretamente contra a sua integridade física.

Por outro lado, deve-se frisar que o acidente e o incidente estão presentes em

todos os ramos da atividade onde o homem interage de forma direta ou indireta.

Considerando também a crescente presença da industrialização, aliada à

multidisciplinaridade da equipe, pode-se afirmar que a metodologia desenvolvida

logrará êxito em outros ramos de atividade.

Segundo Benite (2004), o número excessivo de acidentes, com destaque para

a construção civil e os grandes desastres mundiais divulgados pela mídia, levam as

empresas a acreditar que a competitividade e o lucro, não são suficientes, ou seja,

as empresas devem observar e demonstrar também uma atitude ética responsável

quanto à segurança e à saúde do ambiente de trabalho, além de cuidar das

questões ambientais.

Este trabalho tem por objetivo mostrar a importância da conscientização do

trabalhador na redução ou na eliminação dos acidentes de trabalho, e mostrar

também que o trabalhador num ambiente de trabalho sadio estará menos suscetível

a se envolver em acidentes ou incidentes.

2

Este trabalho é composto por uma fundamentação teórica, seguida da

pesquisa de campo, na qual foram aplicados vários questionários, tanto para

empregados quanto para empregadores, com o objetivo de se ter um retrato o mais

próximo possível do cotidiano do trabalhador e do empregador. Após a coleta das

informações, os dados foram tabulados e passaram por tratamentos dos

pesquisadores para finalmente serem tiradas as conclusões.

3

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 DESDE OS PRIMÓRDIOS

O homem pré-histórico procurava proteção contra animais ferozes

adestrando-se na caça e vivendo em cavernas. Inicialmente, a maneira com a qual

subsistia e enfrentava os perigos era devida à sua astúcia, à inteligência superior e

ao uso de suas mãos.

Com a descoberta do fogo e das armas e devido à própria organização tribal

com maior planejamento e ação grupal, o homem evoluiu cientificamente e obteve

maior proteção, porém novos riscos foram introduzidos.

A invenção do machado de pedra, um avanço para assegurar alimentação

para si e sua família, incorria em graves acidentes devido às práticas inseguras em

seu manejo.

Contudo, tanto o homem pré-histórico quanto o da Idade da Pedra já estavam

constantemente expostos a perigos na vida diária, em sua luta pela existência.

Deste modo, conclui-se que tão antigo quanto o homem é o surgimento do

acidente de trabalho, visto sua constante necessidade de luta pela sobrevivência,

quer no desenvolvimento de ferramentas para caça animal, e mesmo em batalhas

por posses entre os da mesma raça humana.

2.2 ATÉ HOJE EM DIA

Antes da Revolução Industrial, com o artífice individual e ainda quando a força

usada era em geral a humana ou a tração animal, os acidentes mais graves eram

devidos às quedas, queimaduras, afogamentos e lesões devidas a animais

domésticos.

Com a aplicação da energia hidráulica à manufatura, seguida da aplicação da

máquina a vapor e da eletricidade, ocorreu uma evolução grandiosa na invenção de

novas e melhores máquinas que acompanhassem a industrialização, incorporando

novos riscos e tornando os acidentes de trabalho maiores e mais numerosos.

Porém, apesar dos esforços, incidentes e acidentes continuam ocorrendo,

mutilando trabalhadores e ceifando suas vidas, apesar da crescente importância

dada à segurança do trabalho.

4

2.3 O PORQUÊ DO TRABALHADOR SER INSUBSTITUÍVEL

De acordo com Santos, (1997, p. 115), o trabalho consiste no exercício de

uma atividade física ou intelectual aplicada na produção de bens ou serviços úteis à

satisfação das necessidades humanas ou dos seres vivos.

“Não se pode esquecer que por trás de qualquer máquina, equipamento ou

material está o homem, a maior riqueza da nação, e se não bastasse isso para

avaliarmos a importância da Segurança e Medicina do Trabalho, pode-se pensar

que, enquanto uma indústria automobilística tem capacidade de produzir mais de

1.000 automóveis por dia com a ajuda humana, necessita-se de no mínimo 20 anos

para formar um homem.”(MARTHA apud ALBERTON, 1981, p. 12).

Por mais que se considere o grau da automação, de uma máquina, célula, ou

fábrica, por trás, ou entre estas, observar-se-á a presença direta ou indireta do

homem. (MARTHA apud ALBERTON 1981, p.12).

2.4 A VALORIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO.

A conscientização e os movimentos mundiais com relação à saúde e

segurança do trabalhador não poderiam deixar de interessar à Organização

Internacional do Trabalho (OIT) e à Organização Mundial da Saúde (OMS).

Desta forma, em 1950, a Comissão conjunta OIT-OMS sobre Saúde

Ocupacional, estabeleceu de forma ampla os objetivos da Saúde Ocupacional. O

tema, desde esta época, foi assunto de inúmeros encontros da Conferência

Internacional do Trabalho a qual, em Junho de 1953, adotou princípios, elaborando a

Recomendação 97 sobre a Proteção à Saúde dos Trabalhadores em Locais de

Trabalho e estabeleceu, em Junho de 1959, a Recomendação 112 com o nome

"Recomendação para os Serviços de Saúde Ocupacional, 1959" (MENDES, 2004).

Pela geração de incapacidade temporária ou permanente, chegando em

muitos casos ao óbito, os acidentes e doenças ocupacionais reduzem a capacidade

de uma parcela importante de uma nação, a população economicamente ativa.

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De acordo com Macher apud Alberton (1981, p.11), é antieconômico buscar o

desenvolvimento industrial de um país sem resolver as conseqüências técnicas,

sanitárias e sociais que este processo traz consigo, pois no balanço final verificar-se-

ia que somente os custos de enfermidades e acidentes já seriam superiores aos

novos bens produzidos. Ou seja, o desenvolvimento tecnológico deve vir

acompanhado pelo desenvolvimento de sistemas de gestão de segurança e saúde

do trabalho, tanto no ambiente produtivo propriamente dito, como em seu ambiente

social e de lazer.

2.5 ENVOLVIDOS DIRETA E INDIRETAMENTE EM UM ACIDENTE DO

TRABALHO

Como conseqüência principal da globalização, e mesmo da competitividade

interna entre as empresas, é notório que estas cada vez mais buscam reduzir seus

custos diretos e indiretos, em todas as áreas de atuação. Não obstante a isto, fica

patente que os acidentes de trabalho causam múltiplos danos ao trabalhador,

através de lesões corporais, com interrupção ou diminuição da capacidade

produtiva. Além deste, outros são envolvidos, como a empresa por meio de seu

departamento pessoal e financeiro, podendo chegar ao órgão público, no caso o

INSS, de acordo com a gravidade e o tempo de afastamento do trabalhador.

Outra parte grandemente afetada, é a família do envolvido, que

principalmente, muito além da baixa financeira, sofre pelo lado emocional.

Ciente do envolvimento das múltiplas partes, com perdas para todas,

considera-se importantíssimo a implementação de uma Política de Segurança do

Trabalho, tomando por referência inicial o cumprimento das exigências legais,

procurando conciliar a manutenção do lucro do empresário, bem como sua

satisfação. Nesta mesma vertente, a implementação adequada desta política

propicia condições seguras às atividades laborais do trabalhador, aqui considerado

como produtor, consumidor e, acima de tudo, cidadão apto ao trabalho, ou em idade

economicamente ativa.

Um trabalho importante sobre o Sistema de Gestão da Segurança e Saúde do

Trabalho (SGSST) foi realizado pelo pesquisador Benite (2004, p.12), concluindo

ser o SSGTS um instrumento válido e eficaz para a constante melhoria das

condições em ambientes de trabalho.

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2.6 SOBRE A LEGISLAÇÃO

As normas regulamentadoras de medicina e segurança no trabalho,

estabelecidas em Lei ou em Portarias do Ministério do Trabalho e Emprego são

plenamente aplicáveis ao empregado e ao empregador, sujeitos à relação de

trabalho (emprego), regidas pela Consolidação das Leis do Trabalho.

Nesta linha, considera-se ordenança jurídica a segurança, a higiene e a

medicina do trabalho, matéria de direito constitucional, sendo direito social

indisponível dos trabalhadores, ou seja, considerado de direito público, subjetivo dos

trabalhadores, no exercício de suas funções trabalhistas.

Cabe portanto ao empregador tomar medidas cabíveis, no sentido de

minimizar os riscos inerentes à atividade trabalhista, por meio da aplicação de

normas de saúde, higiene e segurança, não medindo esforços em busca da

conscientização do trabalhador.

2.7 SOBRE A VALIDAÇÃO DA LEGISLAÇÃO

2.7.1 Composição da Bancada de Validação da Legislação

As normas internacionais de trabalho, são divididas em duas grandes classes,

a saber: convenções e recomendações.

As duas classes são originárias da OIT – Organização Internacional do

Trabalho, através de seu Parlamento, a Conferência Internacional do Trabalho,

constituído por 4 delegados para cada Estado Membro, sendo 1 representante dos

trabalhadores, 2 do governo e 1 dos empregadores.

É interessante observar que as convenções distinguem-se das

recomendações, porque as convenções, uma vez ratificadas, constituem fonte

formal de direito, gerando direitos subjetivos individuais, principalmente nos países

onde vigora a teoria do monismo jurídico, e desde que não se trate de diploma

meramente promocional ou programático.

Por outro lado, as recomendações e as convenções não ratificadas

constituem fonte material de direito, visto que servem de inspiração e de modelo

para a atividade legislativa nacional.

7

Desta forma, os atos administrativos de natureza regulamentar, os

instrumentos de negociação coletiva, de laudo de arbitragem ou de decisões

normativas dos tribunais do trabalho, são dotados do poder normativo, quando

apreciam conflitos de interesse coletivo.

2.8 A CONVENÇÃO 155

A Convenção 155 dispõe, no seu art. 1°, que ela se aplica a todas as áreas de

atividade econômica, facultando ao Estado Membro, após consulta prévia às

organizações sindicais de empregadores e trabalhadores interessadas, excluir total

ou parcialmente da sua aplicação determinadas áreas de atividade econômica.

No art. 2°, diz que ela se aplica a todos os trabalhadores das áreas de

atividade econômica abrangidas, facultando, da mesma forma, a exclusão parcial ou

total de categorias limitadas de trabalhadores que apresentariam problemas

particulares para sua aplicação.

No art. 3°, são definidas algumas expressões utilizadas no texto da norma:

a) a expressão "áreas de atividade econômica" abrange todas as áreas em

que existam trabalhadores empregados, inclusive a administração pública;

b) o termo "trabalhadores" abrange todas as pessoas empregadas, incluindo

os funcionários públicos;

c) a expressão "local de trabalho" abrange todos os lugares onde os

trabalhadores devem permanecer ou onde têm que comparecer, e que estejam sob

o controle, direto ou indireto, do empregador;

d) o termo "regulamentos" abrange todas as disposições às quais a

autoridade ou as autoridades competentes tiverem dado força de lei;

e) o termo "saúde", com relação ao trabalho, abrange não só a ausência de

afecções ou de doenças, mas também os elementos físicos e mentais que afetam a

saúde e estão diretamente relacionados com a segurança e a higiene no trabalho.

2.9 O RISCO

Apesar das Normas Regulamentadoras (NR) ditarem as normas de

segurança, e por mais que se esforcem o empregador e o empregado, o risco é

inerente ao viver humano, principalmente no ambiente de trabalho. Desta forma, é

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de fundamental importância a observação do Anexo 2, onde constam as

penalidades passíveis ao empregador, caso ocorra algum acidente com seu

empregado.

2.10 RESPONSABILIDADE DO EMPREGADOR E DO EMPREGADO

As normas estabelecem procedimentos em todos os locais de trabalho,

visando obrigar as empresas quanto ao cumprimento de todas as disposições que

assegurem condições dignas e seguras ao trabalhador. Incumbe-se aos

responsáveis (os órgãos federais, estaduais e municipais) a coordenação,

orientação, supervisão e fiscalização, além das demais atividades relacionadas com

a segurança e medicina do trabalho.

Diante do exposto, é de fundamental importância citar a responsabilidade da

empresa, aqui considerada empregador, em cumprir e fazer cumprir as normas de

segurança e medicina do trabalho, instruindo adequadamente os empregados

através de ordens de serviço, quanto às precauções a serem tomadas no sentido de

evitar acidentes de trabalho, bem como doenças ocupacionais.

Da mesma importância, é responsabilidade do empregado observar as

normas de segurança e medicina do trabalho, colaborando com o empregador e a

empresa na aplicação destas normas, para benefício de ambas as partes

envolvidas.

2.11 DEFINIÇÕES

2.11.1 Acidente

De acordo com Ferreira (1994, p.10), acidente é o acontecimento de

determinado fato inesperado perante os olhos humanos.

2.11.2 Ato Inseguro

É o ato que, contrariando preceito de segurança, pode causar ou favorecer a

ocorrência de acidente.

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2.12 ACIDENTE DE TRABALHO

Segundo Galvão (2004, p. 1), acidente de trabalho é aquele que acontece no

exercício do trabalho e causa lesão corporal ou perturbação funcional.

Porém, infelizmente, algumas pessoas ainda consideram acidentes como

fatos inesperados, de causas fortuitas e/ou desconhecidas.

Esta concepção errônea coloca os acidentes, em grande parte, como

ocorrências inevitáveis e incontroláveis. Esta constatação leva as pessoas em geral

e a organização como um todo, a um estado de inércia frente aos acidentes, sem

que seja tomada nenhuma atitude para a sua prevenção.

Esta inércia poderia ser explicada por uma conclusão lógica de que sendo o

acidente inevitável, nada poderia ser feito para evitá-lo.

No entanto, sabe-se que os acidentes com causas fortuitas ou desconhecidas

devem-se geralmente a fatores incontroláveis da natureza como terremotos,

maremotos, raios etc., sendo os demais acidentes geralmente previsíveis e,

portanto, controláveis.

Atualmente os acidentes são considerados como fatos indesejáveis, podendo

as causas da maior parte dos mesmos ser conhecidas e controladas.

Este controle depende da eficiência das equipes e das pessoas envolvidas,

ficando tanto a investigação quanto a prevenção, aliados aos materiais e recursos

disponíveis e à capacidade, à iniciativa e à criatividade do pessoal técnico de

segurança, bem como da efetiva participação da alta administração da empresa,

aqui considerado empregador.

Partindo da premissa de que nada ocorre por acaso ou isoladamente, pode-

se afirmar que todo e qualquer acidente é presumível, tornando-se desta forma

possível de ser evitado.

Um bom exemplo do fato acima, é o “jogo de dominó” aplicado ao acidente de

trabalho. Tal fato demonstra uma cadeia de eventos, de causas e conseqüências de

atitudes do homem-trabalhador, onde uma deficiência numa determinada situação

acaba por acarretar uma conseqüência muito desastrosa, que poderia, em tese, ter

sido evitada por uma atitude mínima de prevenção, sem custo ou com custo

extremamente baixo. Tomando como exemplo, pode-se citar uma deficiência de

limpeza, ocasionando a queda do trabalhador e o mesmo se ferindo gravemente (o

acidente poderia ser evitado com uma adequada limpeza do local de trabalho).

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2.13 FATORES QUE AUXILIAM NA PREVENÇÃO DOS ACIDENTES DE

TRABALHO

2.13.1 O exame admissional

O exame admissional é um item muito importante, uma vez que pode detectar

possíveis problemas de saúde do futuro empregado, e também possibilita um

diagnóstico precoce em determinadas situações, minimizando assim o risco do

empregado ser surpreendido por um mal-estar ou uma doença que comprometa o

seu bom desempenho laboral.

2.13.2 O treinamento e a conscientização do uso dos EPIs

O treinamento e a conscientização da importância do uso de EPI’s por parte

dos empregados é um fator fundamental para a prevenção de acidentes, pois além

da proteção propriamente dita, desenvolve no mesmo um sentimento de

preservação e de cuidado com a própria integridade física.

2.13.3 A limpeza e a organização

A limpeza e a organização do ambiente de trabalho, seja num canteiro de

obras ou numa indústria, com toda a certeza vai redundar em um ambiente de

trabalho mais agradável e com menores riscos de ocorrência de acidentes, uma vez

que deixarão o local isento de elementos estranhos que possam provocar quaisquer

óbices ao desenvolvimento normal das atividades.

2.14 A CIPA

A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), é uma comissão que

tem a incumbência de zelar pelo meio ambiente de trabalho no interior das empresas

onde foram criadas, e são compostas por representantes do empregador e dos

empregados.

11

Ela é regida pela Lei nº 6.514, de 22/12/77, e regulamentada pela NR-5 do

Ministério do Trabalho; também foi aprovada pela portaria nº 3.214, de 08/06/76,

publicada no D.O.U. de 29/12/94 e modificada em 15/02/95.

2.15 UM EXEMPLO DA IMPORTÂNCIA DO INVESTIMENTO EM SEGURANÇA E

SAÚDE DO TRABALHO

Segundo Alencar (2004, p 2, 4), pesquisas demonstram que todo

investimento na promoção da segurança e da saúde do trabalho traz retornos

financeiros para as empresas. Para citar como exemplo, a multinacional General

Motors constatou que para cada dólar investido em segurança e saúde do trabalho,

outros seis dólares foram economizados em gastos com assistência médica,

benefícios, aumento de produtividade, entre outros.

2.16 UMA ESTATÍSTICA COMPROVANDO A REDUÇÃO DE ACIDENTES

Pela tabela a seguir, pode-se notar uma redução substancial dos números de

acidentados em relação ao de segurados. Vários fatores contribuíram para tal

queda, como:

a) a adoção de campanha de conscientização dos trabalhadores no tocante à

segurança no meio ambiente de trabalho, aliada a uma maior fiscalização por

intermédio dos órgãos governamentais;

b) a implementação cada vez maior da CIPA, que contribui para o aumento

da segurança e da conscientização dos trabalhadores, uma vez que esta comissão

atua junto ao público interno da empresa e é constituída pelos próprios funcionários;

c) a conscientização da necessidade do uso dos EPI’s e dos EPC’s pelos

empregados e empregadores;

d) o alto custo social e financeiro para a empresa, para o trabalhador e para o

Estado, uma vez que além de se perder temporária ou permanentemente a força de

trabalho, a manutenção do salário deve ser preservada.

Vale salientar, porém, que o quadro a seguir, contempla apenas os

trabalhadores formais. O quadro apresenta a relação ano a ano de 1971 a 1996,

entre o número de segurados e o número de acidentados, que são comunicados ao

órgão da previdência social através da CAT. Esta Comunicação de Acidente do

12

Trabalho - CAT deverá ser feita pela empresa, ou na falta desta, pelo próprio

acidentado, seus dependentes, pela entidade sindical competente, pelo médico

assistente ou por qualquer autoridade pública, e acaba por compor o quadro oficial

que, por sua vez, alimentará o sistema previdenciário para a concessão do auxílio

doença acidentário.

Infelizmente, a quantidade de acidentes de trabalho é muito superior ao

divulgado oficialmente, haja vista termos quase a metade da força de trabalho na

informalidade, o que acaba por distorcer a estatística acidentária do País.

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ANO N° SEGURADOS N° ACIDENTADOS PERCENTUAL

ACIDENTADOS/SEGURADOS

1971 7.553.472 1.330.523 17,61%

1972 8.148.987 1.504.723 18,47%

1973 10.956.956 1.632.696 14,90%

1974 11.537.024 1.796.761 15,57%

1975 12.996.796 1.916.187 14,74%

1976 14.945.489 1.743.825 11,67%

1977 16.589.605 1.614.750 9,73%

1978 16.638.799 1.551.501 9,32%

1979 17.637.127 1.444.627 8,19%

1980 18.686.355 1.464.211 7,84%

1981 19.188.536 1.270.465 6,62%

1982 19.476.362 1.178.472 6,05%

1983 19.671.128 1.003.115 5,10%

1984 19.673.915 961.575 4,89%

1985 20.106.390 1.077.861 5,36%

1986 21.568.660 1.207.859 5,60%

1987 22.320.750 1.137.124 5,09%

1988 23.045.901 992.737 4,31%

1989 23.678.607 888.343 3,75%

1990 22.755.875 693.572 3,05%

1991 22.792.858 629.918 2,76%

1992 22.803.065 532.514 2,33%

1993 22.722.008 412.293 1,81%

1994 23.016.637 388.304 1,68%

1995 23.614.200 424.137 1,79%

1996 24.311.448 395.455 1,62%

1997 23.275.605 369.065 1,58%

Tabela 1: Número de Acidentes do Trabalho Ocorridos no Período de 1971 a 1997

(Fonte: INSS)

14

3 MÉTODO DA PESQUISA

3.1 DETERMINAÇÃO DOS ENTREVISTADOS

Foi proposta uma breve entrevista, guiada por um questionário utilizado como

roteiro, com o objetivo de buscar perceber o grau de envolvimento e de satisfação do

empregador, aqui tratado como empresa, e do empregado, aqui tratado como

trabalhador.

O questionário formulado foi utilizado como ferramenta de avaliação da

mentalidade geral do empregado e do empregador, e também como um instrumento

que estimulasse um diálogo com características informais, que dessem a abertura

necessária ao entrevistado para que fosse mostrada a sua verdadeira opinião.

As perguntas, elaboradas pelos pesquisadores do presente trabalho,

passaram por refinamentos semânticos, buscando disfarçar o enquadramento e

usando expressões que não fossem associadas à culpa, com o intuito dos

entrevistados se sentirem mais à vontade para responder os quesitos. Para tanto,

contou-se com o auxílio de um psicólogo especializado em linguagem e

comunicação.

Por meio do questionário abaixo listado, inicialmente idealizado pelo grupo de

trabalho em forma de questões diretas, entrevistou-se o empresário, e na seqüência

um empregado, isoladamente. A indicação do empregado entrevistado partiu do

departamento de pessoal, tendo como única exigência dos pesquisadores que este

estivesse há mais de um ano ligado à empresa.

3.1.1 O Questionário aplicado aos empregadores e empregados

O questionário, listado em sua íntegra à seguir, buscou na sua formulação e

na aplicação extrair o máximo de informação, para se retratar com a maior fidelidade

o dia-a-dia dos entrevistados.

a) Questionário aplicado ao empregador

Qual o tipo mais comum de acidente de trabalho que ocorre na empresa?

O que causa esse tipo de acidente?

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O que poderia ser feito para se prevenir ou evitar o acidente?

Na sua opinião, o seu empregado, especificamente, está colaborando com a política

de prevenção de acidentes do trabalho da empresa?

Existe algum tipo de prejuízo (financeiro ou da imagem da empresa) quando da

ocorrência de algum acidente de trabalho?

Existe algum tipo de prejuízo para um empregado quando ele se acidenta no

trabalho?

Qual é o nível de escolaridade médio de seus empregados? Qual é o nível de

escolaridade médio dos seus empregados que mais se envolvem em acidentes?

Você conhece a rotina de seu empregado (tomando uma classe como exemplo)

dentro e fora da empresa?

Você conhece a situação familiar de seus empregados?

Existe algum outro tipo de atividade que ele possa exercer dentro da empresa? É

estimulado pela empresa?

Existe algum espaço destinado ao lazer ou ao descanso do empregado na

empresa?

De que maneira são coletadas ou levantadas informações sobre o grau de

satisfação dos empregados, as sugestões de melhorias, etc?

Os empregados e diretores se encontram em algum tipo de reunião em algum

momento?

Existe algum investimento da empresa em capacitação ou em educação de

funcionários?

Existe algum plano de ascensão profissional dentro da empresa?

A sua empresa conhece, ou já se utiliza de alguma ação alternativa, a exemplo de

diversas outras empresas no Brasil e no mundo, que visem reduzir o estresse,

promover a integração do empregado e o seu comprometimento com a empresa, ou

de trabalhar o orgulho e auto-estima do funcionário? (ex., atividades físicas, salas

adaptadas para usos alternativos, programas de alfabetização, creches etc.)

Na sua opinião, o seu empregado em geral gosta de trabalhar aqui?

b) Questionário aplicado ao empregado

Qual o tipo mais comum de acidente de trabalho que ocorre na empresa?

O que causa esse tipo de acidente?

16

O que poderia ser feito para se prevenir ou evitar o acidente?

Na sua opinião, a empresa onde você trabalha está colaborando para prevenir os

acidentes de trabalho?

Você sabe se existe algum tipo de prejuízo (financeiro ou da imagem da empresa)

quando da ocorrência de algum acidente de trabalho?

Você já se acidentou?

Você sabe se existe algum tipo de prejuízo pessoal ou moral para o trabalhador que

se acidenta em trabalho?

O fato dele ficar afastado, na sua opinião é bom ou ruim para ele? Por quê?

O afastamento de um trabalhador por imprudência ou imperícia, é considerado

desmoralizante perante a família, os amigos, os colegas de trabalho?

Um afastamento prolongado pode causar algum distúrbio emocional ao trabalhador?

Qual é o nível de escolaridade médio seu e de seus colegas?

Qual a sua rotina diária? O que você faz num dia comum da sua vida (dentro e fora

da empresa)?

Qual a sua situação familiar?

Além de trabalhar, o que mais você faz nas dependências da empresa, ou em

evento promovido pela empresa?

Existe algum espaço destinado ao lazer ou descanso dos empregados na empresa?

Vocês dão sugestões, ou exprimem o grau de satisfação de vocês de alguma forma?

Qual?

Depois de começar a trabalhar aqui você fez algum curso de treinamento ou

capacitação?

Você gosta de trabalhar aqui?

17

4 AS EMPRESAS PESQUISADAS

As pesquisas foram efetuadas em cinco empresas nos segmentos da

indústria da construção civil e metal-mecânica, e seus nomes, a pedido dos

proprietários, serão omitidos. Desta forma, serão nomeados como: Empresa A, B, C,

D e E.

4.1 A EMPRESA “A”

A empresa “A”, é uma empresa do ramo da indústria metal-mecânica e atua

nas áreas de projeto, instalação e manutenção industrial, calderaria e soldagem.

Está localizada na cidade de Araucária na região metropolitana de Curitiba e tem no

seu quadro de colaboradores 53 funcionários fixos.

4.2 A EMPRESA “B”

A empresa “B”, atua no ramo da indústria metalúrgica, tendo como uma das

principais áreas de atuação a soldagem e a usinagem. Está localizada no distrito

industrial de Pinhais, também na região metropolitana de Curitiba, contando

atualmente no seu quadro funcional com 4 empregados.

4.3 A EMPRESA “C”

A empresa “C” tem como área de atuação a construção civil, construindo

obras residenciais e comerciais de 30 a 3.000 m2. É uma empresa de pequeno

porte, na qual o engenheiro civil exerce todas as atividades, desde a direção, a

responsabilidade técnica, as compras, a execução e as demais que se fizerem

necessárias. Atua em Curitiba e mantém uma média de 20 a 30 obras por ano.

4.4 A EMPRESA “D”

É uma empresa do ramo da construção civil, atuando há mais de trinta anos

em Curitiba, executando obras horizontais e verticais, tanto residenciais quanto

comerciais. Está mais voltada para a construção de imóveis com valores finais

18

limitados a R$ 72.000,00 que é o teto máximo para a utilização da Carta de Crédito

– FGTS.

4.5 A EMPRESA “E”

É uma empresa do segmento da construção civil, de grande porte com

atuação em vários Estados. Possui uma estrutura organizacional completa, com

vários departamentos e setores. O seu público alvo é a classe A. Ela faz muito uso

da terceirização nas diversas etapas da obra, porém as empresas contratadas

devem se adequar às normas do contratante no que tange a execução dos trabalhos

e principalmente a segurança no canteiro de obras. A inobservância de quaisquer

dos quesitos é fator de rescisão contratual.

19

5 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

De um modo geral, observa-se que a relação homem-trabalho, conforme

tratado no início deste estudo, vem de longa data, ou seja, desde os primórdios da

humanidade.

É por meio do trabalho remunerado, seja ele formal ou informal, que o

homem busca meios que possibilitem os recursos necessários à sobrevivência e ao

crescimento pessoal, familiar, e toda uma nação.

A princípio observou-se que independentemente do setor verificado, a

capacitação técnica somada à conscientização dos envolvidos (empregador e

empregado) conduz a uma direta redução do índice de incidentes e acidentes de

trabalho.

Quanto ao trabalho desenvolvido, das cinco empresas pesquisadas, três

delas são possuidoras da CIPA - Comissão Interna de Prevenção de Acidente, ou

seja, estão de acordo com as Normas Regulamentadoras (NRs), que tratam do

assunto. O fato com certeza em muito tem contribuído para a conscientização,

envolvimento e conseqüente redução do número de incidentes e acidentes de

trabalho com afastamentos em tais empresas.

Muito além de um acontecimento fortuito, que interfere no andamento normal

do trabalho, causando danos pessoais, materiais, ou ambos, além de danos ao meio

ambiente, e considerando além do conceito prevencionista os acidentes sem lesão

são tão importantes quanto os que resultam em lesões pessoais.

Outro item de extrema importância observado no desenvolvimento da

pesquisa de campo refere-se ao fato do conhecimento do ambiente de trabalho e da

estrutura da empresa por parte dos empregados envolvidos, e conseqüentemente

do grau de envolvimento do empregador e do autoconhecimento das possibilidades

em realizar a atividade em referência. Os fatos sinalizam um ambiente de

tranqüilidade, imprescindível para a prevenção de acidentes de trabalho.

Após a aplicação da pesquisa de prospecção e das análises das respostas

obtidas, conclui-se que é alto o grau de fidelidade dos entrevistados, visto a

coerência entre as partes envolvidas, principalmente no que tange a necessidade e

os conseqüentes benefícios da redução do número de acidentes de trabalho.

Também observou-se a influência benéfica que a interação empregador-

empregado traz para a redução do índice de falta do trabalhador, tanto por acidente

20

de trabalho como por razões adversas, e muitas vezes desconhecidas do próprio

departamento pessoal da empresa em questão.

Com o desenvolvimento da industrialização, verificou-se o desdobramento do

trabalho em diversas etapas.

Com o objetivo de agilizar ainda mais o processo de manufatura, bem como

alcançar uma melhor otimização de seus investimentos, as organizações

principalmente as indústrias, vêm se utilizando da divisão do trabalho. Nesta direção,

divide-se o trabalho em pequenas tarefas, fazendo com que cada operador se torne

altamente especializado no seu ofício, aumentando grandemente a sua eficiência.

Por outro lado, observou-se que para o empregado desempenhar bem suas

atividades é imprescindível que o clima organizacional, ou seja, o bem-estar

psicológico dos envolvidos esteja presente no ambiente de trabalho das

organizações. Isto pode vir a se tornar um fator decisivo para o aumento da

produtividade e harmonia interna.

Também cabe citar aqui a influência do trabalho na vida do ser humano, bem

como as transformações ocorridas no mercado de trabalho, em decorrência tanto

das novas tecnologias como da divisão de tarefas, sem excluir a importância de

aspectos ambientais favorecedores de um maior desempenho por parte dos

membros de uma organização. Nesta direção é que foi desenvolvido este trabalho,

visando sobretudo a busca de resultados sobre a importância de ferramentas que

elevem a conscientização do trabalhador e do empregador, visando a redução e

prevenção dos acidentes de trabalho.

De acordo com Correia (2.000), é notório que a tecnologia por si só não é

suficiente para o alcance de um retorno ao investimento financeiro, uma vez que

este, isoladamente, não produz qualidade de vida no trabalho.

Segundo a autora, e também pelas conclusões levantadas pelo grupo, a

tecnologia, de um modo geral, pode influenciar tanto positiva quanto negativamente

a vida do trabalhador.

No caso das empresas do ramo metal-mecânico, destaca-se que a empresa

“A”, não teve acidentes com afastamento nos últimos dois anos, enquanto a

empresa “B” comemorou recentemente a marca de um ano também sem acidente

com afastamento do trabalho.

A empresa “E” até a primeira quinzena do mês de Julho de 2005 já contava

com mais de 620 dias sem acidentes de trabalho, ratificando mais uma vez que a

21

prevenção, a conscientização e a obrigatoriedade de se seguirem as normas de

segurança são a direção correta para um ambiente de trabalho cada dia mais seguro

e saudável.

O nível de escolaridade, na sua grande maioria, é o ensino fundamental,

possuindo o ensino médio os empregados do setor administrativo.

Outro ponto digno de ser ressaltado é o interesse, principalmente por parte do

empregador, em desenvolver programas sociais, voltados para a aproximação do

empregado, e mesmo de seus familiares com a empresa. Para esta finalidade, são

destinados locais para descanso e lazer na própria empresa e em outros casos,

locais externos, como canchas de futebol e chácaras.

Paralelamente a este fato, de acordo com tendência verificada pelas grandes

empresas, também as de médio e mesmo de pequeno porte, buscam a capacitação

profissional de seus funcionários, na expectativa de um retorno a médio prazo,

muitas vezes incentivados pelos credores, uma vez que esta atitude pode ser um

requisito para a liberação de recursos.

Também é interessante salientar o grau de liberdade de expressão dado ao

empregado, por meio principalmente da “caixinha de sugestão”, adotada pelas

empresas pesquisadas. Consultando o departamento pessoal e posteriormente

alguns funcionários sobre o atendimento destes, observou-se a pró-atividade do

empregador, em relação ao fato, o que também contribui para a aproximação e

conseqüentemente, a interação das partes envolvidas.

Como conseqüência dos fatos observados, conclui-se que o grau de

satisfação do funcionário com a empresa onde está lotado é alto, em função,

principalmente, das possibilidades de desenvolvimento profissional e principalmente

da conscientização de todos.

Outro item de extrema importância, quando analisados os resultados das

empresas A e B, relaciona-se à aplicação das APRs, principalmente no caso da

empresa do ramo Calderaria. No Anexo 1, consta o material desenvolvido e aplicado

por elas, como parte de seu Sistema de Gestão Sobre Segurança do Trabalho.

Independentemente do querer ou não do homem, verifica-se seu constante

desenvolvimento pessoal e tecnológico, visto sua necessidade de vida em

comunidade. Paralelamente a este fato, observa-se que, na época atual, o trabalho

humano vem se desenvolvendo sob condições em que os riscos aumentaram e os

acidentes são mais graves do que aqueles que ocorriam há mais de cem anos,

22

fazendo com que o homem, na sua busca diária para prover a sua própria

subsistência e da sua família, necessite cada vez mais da prevenção para evitar os

acidentes de trabalho.

Desta forma, deve ser crescente o interesse do empregador e empregado

pelo bem-estar físico e psicológico de todos, para conseqüentemente, enquanto

cidadãos, gozarem do seu merecido bem-estar.

Observadas as respostas das partes envolvidas (empregador e empregado),

verifica-se a afinidade deles quanto ao desejo de contribuir para o estabelecimento e

manutenção do mais alto grau possível de bem-estar físico e mental dos

trabalhadores.

Considerando os fatos, sabe-se que para ser completa e eficaz, a segurança

deve nascer e progredir junto com a tecnologia da área, ou seja, toda a organização

deve estar integrada, e todo trabalho deve ser pensado e planejado com segurança

sendo, portanto, a execução segura uma decorrência natural da atividade planejada.

5.1 DIVISÕES DE DEVERES E RESPONSABILIDADES

O extrato abaixo faz parte do Manual de Segurança desenvolvido e aplicado

pela Empresa “A”, tratado neste trabalho.

Para melhor compreensão, foi dividido da seguinte maneira:

A Empresa

É responsável por propiciar os meios e os recursos adequados para que

todas as atividades sejam executadas com segurança. Cabe à empresa e a cada um

dos trabalhadores garantir que sejam realizados todos os esforços necessários para

preservar a segurança das pessoas.

O Superior Imediato.

É o principal responsável pela segurança de todas as pessoas sob seu

comando.

A Equipe de Segurança do Trabalho

23

Esta equipe deve atuar de forma preventiva, proporcionando o apoio e o

suporte técnico aos funcionários.

O Colaborador

Ele tem a responsabilidade de zelar por sua segurança e pela segurança de

seus colegas. Todos têm o dever de identificar tarefas inseguras e também de obter,

com persistência e determinação, uma solução segura junto aos níveis superiores.

24

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Considera-se que o trabalho é de importância primordial para que o ser

humano consiga concretizar seus sonhos e ideais, pois é por meio dele que se criam

e constroem bens necessários à sua sobrevivência e à de outras pessoas, além de

também obter recursos para adquirir outros produtos, frutos do trabalho de outras

pessoas.

Por meio deste advento, formaram-se duas classes sociais: trabalhadores

(força de trabalho) e empregador (donos dos meios de produção).

É interessante aqui salientar como a lei da oferta e da procura determina o

valor do trabalho. Normalmente os empregadores têm um maior poder de barganha

nessas relações econômicas, pois as necessidades dos trabalhadores sempre são

mais urgentes do que a dos empregadores.

Outro fator que merece destaque relata o grande contingente de homens

fortes desempregados, pressionando sobremodo as condições de barganha, de

direitos e mesmo salariais, daqueles que estão empregados (exército de reservas de

trabalhadores). (FRANCO, CHACON, apud LEANDRO, 1991).

Independentemente do aspecto legal entre o empregador e empregado

considera-se que: “nada pode ser tão urgente, ou importante, que não possa ser

realizado com segurança” (FERREIRA, 1994).

A frase acima muito mais do que um jargão popular, é uma realidade que

deve se tornar prioridade no viver profissional do trabalhador e que deve estar muito

bem consolidado na consciência também do empregador.

25

7 CONCLUSÕES

Dia após dia observa-se a interdisciplinaridade em todos os ramos de

atividades e constata-se a influência e a conseqüência de ações relacionadas ao

bem estar e ao desenvolvimento no tocante a segurança no trabalho e a qualidade

de vida da mesma forma que de ações diretamente relacionadas à minimização dos

índices de afastamentos, principalmente por acidentes de trabalho.

A Constituição da República assegurou a todos os trabalhadores urbanos e

rurais, homens e mulheres, o direito à redução dos riscos, inerentes ao trabalho, por

meio de normas de saúde, higiene e segurança.

Os resultados obtidos em campo, por meio de observações da equipe, bem

como demonstrado pela pesquisa de prospecção, apontam para os benefícios

oriundos da ação social, bem como da conscientização das partes (empregador e

empregado).

O questionário aplicado durante a pesquisa de prospecção mostrou-se

suficiente à proposta inicialmente estabelecida, que foi a de obter, de modo

imparcial, o depoimento das partes envolvidas nas respostas aos quesitos

formulados.

O SGSST - Sistema de Gestão de Segurança e Saúde do Trabalho traz

melhorias significativas nas condições do ambiente de trabalho, principalmente

quando acompanhado da instituição de uma nova cultura. O fato é comum em boa

parte da bibliografia consultada, tendo sido observado diretamente em campo, por

meio de observações realizadas nas empresas A e B deste trabalho. O fato pode ser

naturalmente explicado pelo constante desenvolvimento de máquinas e

equipamentos, o que provoca, por conseqüência, a necessidade de um certo grau

de escolaridade, considerando, ainda que limitada, a aplicação da educação

continuada. Por conseqüência de tal situação, verifica-se o ascender de uma cultura

profissional, conduzindo à conscientização, e conseqüentemente à redução dos

índices de quase acidentes, e mesmo dos acidentes de trabalho.

A implementação de uma Política de Segurança do Trabalho, a partir do

cumprimento das exigências legais, bem como da interação desta com a Ação

Social, contribuem grandemente para a redução de afastamento por acidente do

trabalho.

26

O ambiente de trabalho deve ser não apenas o mais seguro possível, mas

também, o mais salubre possível, uma vez que o bem-estar físico e mental é um dos

mais importantes direitos do cidadão-empregado e deve ser respeitado pelo

empregador e valorizado pelo empregado.

Apesar do grande interesse demonstrado pelas partes envolvidas na redução

dos riscos e perdas advindos dos acidentes de trabalho, o obstáculo alegado por um

dos empregadores entrevistados foi o custo de implementação de ações de

conscientização e integração. Do ponto de vista da equipe pesquisadora deste

trabalho, verifica-se a necessidade de uma cultura de valorização do indivíduo,

intrínseca a uma mentalidade geral que tem clara a compreensão do retorno social e

financeiro que ela pode acarretar.

27

8 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

Uma vez considerado suficiente, de acordo com a proposição deste trabalho,

recomenda-se a aplicação do questionário de prospecção a um grupo maior de

empresas, bem como o tratamento estatístico dos resultados.

Recomenda-se também se aprofundarem estudos, ressaltando os extremos,

os quais sejam: empresa que aplica a recomendação de ação social versus empresa

que não a aplica, relacionando o fato ao universo dos índices de acidentes do

trabalho.

28

REFERÊNCIAS

ABRH-PR. Empregado é Fiel a Pacote de Benefícios, Profissão e Trabalho,

Classificados Gazeta do Povo - Curitiba, 10/07/05, p.2.

ALBERTON, Anete. Uma Metodologia para Auxiliar no Gerenciamento de Riscos e

na Seleção de Alternativas de Investimentos em Segurança. 1996 Dissertação de

Mestrado – UFSC, Santa Catarina, 1996. disponível em

http://www.eps.ufsc.br/disserta96/anete/index/indx_ane.htm, acesso em 10 jul 2005.

ALENCAR, Rodrigo Raphael Rodrigues de. O Ministério Público do Trabalho na

Defesa do Meio Ambiente do Trabalho. disponível em

www.pgt.mpt.gov.br/publicacoes/ seguranca/mpt_defesa_mat.pdf, acesso em 08

jul.2005.

ALMEIDA, I.M. Construindo a Culpa e Evitando a Prevenção, Tese de Doutoramento

da Faculdade de Saúde Pública da USP – São Paulo, 2.000, p. 2, 5, 33, 186.

BENITE, A. G.: Sistema de Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho Para

Empresas Construtoras. 2004. Dissertação de Mestrado, Escola Politécnica, S.P.,

2004.

BRAGANÇA, L. Manual de Segurança. Curitiba: Engemecal, 2.004.

BROWN, I.D. Accident Reporting And Analysis, In Wilson J.R., colett EM, Ed.

London Taylor & Francis, 1.990, pp 755-778.

CORREIA, A. C.: Um Instante de Reflexão Sobre o Homem e o Trabalho,

Caderno de Pesquisas em Administração, São Paulo, V. 1, Nº 11, 1º TRIM./2000,

p.6-8.

FERREIRA, S.M.: Reengenharia na Prevenção – Instalação e Funcionamento da

CIPA, Ed. Jolan, Rio de Janeiro, 1.994.

29

GALVÃO, Rosana Cristina Fagundes de L. Aspectos Jurídicos e Sociais –

Necessidade de Prevenção, disponível em

http://www.prt21.gov.br/fepmat/bi0405.pdf, acesso em 08 jul. 2005.

LEANDRO, C.M. A Flexibilização Trabalhista e o Emprego no Brasil, Monografia de

Graduação, Universidade de Taubaté, 2.003.

MATTIOLI, C. E.: Aspectos Jurídicos da Insalubridade por Ruído, Monografia –

Curso de Engenharia de Segurança do Trabalho, UNESP Bauru, S.P., novembro de

2.001.

NRs: Segurança e Medicina do Trabalho, Normas Regulamentadoras, 56 Edição,

Ed. Atlas S.A., 2.005.

SANTOS, A.J.: Direito Penal do Trabalho. São Paulo : Ltr, 1997. p. 115).

30

APÊNDICE

APÊNDICE 1

Conforme citado no item 4.3 deste trabalho, segue abaixo, anexo referente a

APR – Análise Preliminar de Risco, considerando aqui em um sentido amplo, em

busca da minimização dos acidentes e mesmo incidentes do trabalho.

Trata-se aqui, de um formulário a ser preenchido pelo técnico de segurança

da empresa, estando este em contato direto, com o empregado responsável, e

colaborador da atividade proposta. O formulário deve ser preenchido com o maior

grau de imparcialidade possível, aproveitando para tanto, experiências oriundas de

serviços anteriores. Quanto a formatação do documento, verificou-se diversidade,

porém o conteúdo básico foi preservado.

QUESTIONAMENTO A SER RESPONDIDO

O que pode acontecer de errado durante o desenvolvimento da atividade?

Com que freqüência pode acontecer tal imprevisto?

Quais são os efeitos e as conseqüências do fato?

Precisamos reduzir os riscos, e de que modo isto pode ser feito? Observar a

participação e a experiência dos envolvidos, direta e indiretamente.

ESTRUTURA DE UMA APR.

Durante a elaboração de uma APR, recomenda-se a metodologia abaixo, com

o objetivo de se atingir o proposto.

1 - Introdução

2 - Objetivo

3 - Dados gerais sobre a região onde se localiza a atividade

4 - Caracterização do empreendimento

4.1 - Descrição das operações

31

4.2 - Descrição dos Sistemas de Segurança

4.3 - Público Alvo

5 - Análise Crítica do Sistema

6 - Caracterização das Substâncias Relacionadas

7 - Análise Preliminar de Perigos

7.1 - Considerações para estudo de A.P.R.

7.2 - Consolidação das planilhas de A.P.P.

8 - Medidas preventivas e mitigadoras sugeridas

9 - Bibliografia

32

APÊNDICE 2

Penalidades Aplicadas ao Empregador em Caso de Negligência e Conseqüente

Acidente ao Trabalhador.

Conseqüências do descumprimento das normas legais, convencionais, contratuais e

regulamentadoras de segurança, higiene e medicina do trabalho.

O empregado dispõe de cinco comportamentos juridicamente tutelados:

a) reclamar perante a CIPA e/ou SESMT (item 5.18.c da NR-5 e item 9.4.2 da

NR-9);

b) apresentar denúncia da irregularidade ao órgão local do Ministério do

Trabalho e Emprego ou do Ministério Público do Trabalho (inciso XXXIV, a do art. 5°

da Magna Carta - direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direito ou

contra ilegalidade ou abuso de poder);

c) requerer judicialmente as providências para eliminação ou neutralização do

agente agressivo (neste caso, a ação coletiva - ação civil pública - é mais

recomendável e eficaz), ou a indenização por danos materiais e morais sofridos em

decorrência de acidente de trabalho, através de ação individual;

d) interromper a prestação dos serviços (jus resistente do empregado - item

3.1.1 da NR-3 c/c art. 161, §6° da CLT);

e) postular a rescisão indireta do contrato de trabalho com fulcro no art. 483 da

CLT.

Em caso de acidente de trabalho, além da indenização a que tem direito pela

legislação previdenciária, paga pela Previdência Social (teoria da responsabilidade

objetiva), pode o empregado postular o pagamento de indenização por danos

materiais ou morais, em havendo a concorrência de dolo ou culpa do empregador

quando da ocorrência do acidente de trabalho (teoria da responsabilidade civil

subjetiva), conforme se depreende do inciso XXVIII do art. 7° e do inciso X do art. 5°

da Magna Carta.

A responsabilidade civil alcança não só o real empregador, bem como todos aqueles

que, de alguma forma, possa ter contribuído para a ocorrência do acidente. Assim,

no caso de terceirização de serviços, podem responder civilmente pelos danos

causados ao trabalhador o empregador e o tomador dos serviços. Tal

33

responsabilidade, embora subjetiva, ou seja, dependente da prova de culpa, é

solidária nos termos do art. 1518 e seu parágrafo único do Código Civil.

34

APÊNDICE 3

QUESTIONÁRIOS RESPONDIDOS PELAS EMPRESAS

EMPRESA “A”: Engenharia Mecânica e Caldeiraria.

ATIVIDADES PRINCIPAIS: Manutenção Industrial, Caldeiraria e Soldagem.

LOCALIZAÇÃO: Araucária.

NÚMERO DE FUNCIONÁRIOS: 53 Fixos, Com Aumento em Período de Parada.

RESPONSÁVEL PELAS INFORMAÇÕES: Engenheiro Mecânico

Qual o tipo mais comum de acidente de trabalho que ocorre na empresa?

Queimadura.

O que causa esse tipo de acidente?

Normalmente “borra”, escória do processo de soldagem ou corte.

O que poderia ser feito para se prevenir ou evitar o acidente?

Maior atenção durante o trabalho.

Na sua opinião, o seu empregado, especificamente, está colaborando com a política

de prevenção de acidentes do trabalho da empresa?

Sim.

Existe algum tipo de prejuízo (financeiro ou da imagem da empresa) quando da

ocorrência de algum acidente de trabalho?

Com certeza, principalmente em se tratando da política adotada pelo maior cliente,

que valoriza sobremodo a segurança do trabalhador.

Existe algum tipo de prejuízo para um empregado quando ele se acidenta no

trabalho?

Com certeza.

35

Qual é o nível de escolaridade médio de seus empregados? Qual é o nível de

escolaridade médio dos seus empregados que mais se envolvem em acidentes?

Primeiro grau – chão de fábrica.

Segundo grau técnico – administrativo e projeto

Você conhece a rotina de seu empregado (tomando uma classe como exemplo)

dentro e fora da empresa?

Chão de fábrica – Não

Administrativo - Sim

Você conhece a situação familiar de seus empregados?

Não.

Existe algum outro tipo de atividade que ele possa exercer dentro da empresa? É

estimulado pela empresa?

Não.

Existe algum espaço destinado ao lazer ou descanso do empregado na empresa?

Não.

De que maneira são coletadas ou levantadas informações sobre o grau de

satisfação dos empregados, as sugestões de melhorias, etc?

Durante o DDS – diálogo diário sobre segurança;

Caixa de sugestões.

Os empregados e diretores se encontram em algum tipo de reunião em algum

momento?

Sim.

Empregador com todos - Reunião mensal da CIPA e Confraternização.

Empregador e empregado individual – a direção está aberta aos funcionários.

Existe algum investimento da empresa em capacitação ou educação de

funcionários?

Sim – pagamento de cursos de interesse para a empresa e empregado.

36

Existe algum plano de ascensão profissional dentro da empresa?

Sim.

A sua empresa conhece, ou já se utiliza de alguma ação alternativa, a exemplo de

diversas outras empresas no Brasil e no mundo, que visem reduzir o estresse,

promover a integração do empregado e o seu comprometimento com a empresa, ou

de trabalhar o orgulho e auto-estima do funcionário? (ex., atividades físicas, salas

adaptadas para usos alternativos, programas de alfabetização, creches, etc....)

Sim. Treinamento em leitura de desenhos e metrologia.

Na sua opinião, o seu empregado em geral gosta de trabalhar aqui?

Sim.

EMPREGADO - CALDEIREIRO

Qual o tipo mais comum de acidente de trabalho que ocorre na empresa?

Queimadura e esmagamento.

O que causa esse tipo de acidente?

Atividade de soldagem e movimentação de grandes peças.

O que poderia ser feito para se prevenir ou evitar o acidente?

Maior atenção.

Na sua opinião, a empresa onde você trabalha, está colaborando para prevenir os

acidentes de trabalho?

Sim.

37

Você sabe se existe algum tipo de prejuízo (financeiro ou da imagem da empresa)

quando da ocorrência de algum acidente de trabalho?

Sim.

Você já se acidentou?

Não.

Você sabe se existe algum tipo de prejuízo pessoal ou moral para o trabalhador que

se acidenta em trabalho?

Sim. Pessoal – financeiro.

O fato dele ficar afastado, na sua opinião é bom ou ruim para ele? Por quê?

Ruim. Dores.

O afastamento de um trabalhador por imprudência ou imperícia, é considerado

desmoralizante perante família, amigos, colegas de trabalho?

Sim. Principalmente entre os colegas de trabalho.

Um afastamento prolongado pode causar algum distúrbio emocional ao trabalhador?

Não sei.

Qual é o nível de escolaridade médio de você e seus colegas?

Primeiro grau, com treinamentos no SENAI.

Qual a sua rotina diária? O que você faz num dia comum da sua vida (dentro e fora

da empresa)?

Levanto por volta das 6:30, quase sempre indo de bicicleta para o trabalho,

chegando +/- 7:30, as 8:00 temos o DDS, iniciando atividades de trabalho na

seqüência; o almoço é entre 12 e 12:30, retornando às atividade normais de trabalho

até 17:18 horas; retornando para casa e ficando com a família (banho, jantar,

televisão, sono).

38

Qual a sua situação familiar?

Boa.

Além de trabalhar, o que mais você faz nas dependências da empresa, ou

promovido pela empresa?

Jogamos futebol e fazemos churrasco.

Existe algum espaço destinado ao lazer ou descanso dos empregados na empresa?

A sala do DDS, com cafezinho e água.

Vocês dão sugestões, ou exprimem o grau de satisfação de vocês de alguma forma?

Qual?

Sim. Caixinha, reunião da CIPA e no DDS.

Depois de começar a trabalhar aqui, você fez algum curso de treinamento ou

capacitação?

Sim. Leitura de desenho.

Você gosta de trabalhar aqui?

Sim.

EMPRESA “B”: METALÚRGICA

ATIVIDADES PRINCIPAIS: Soldagem e Usinagem

LOCALIZAÇÃO: Distrito Industrial – Pinhais

NÚMERO DE FUNCIONÁRIOS: 74

RESPONSÁVEL PELAS INFORMAÇÕES: Diretor Administrativo.

Qual tipo mais comum de acidente de trabalho que ocorre na empresa?

Queimadura e pequenos cortes.

O que causa este tipo de acidente?

Lidar com peças em processo de fabricação, sem o uso dos EPIs apropriados.

39

O que poderia ser feito para se prevenir ou evitar o acidente?

Conscientização do trabalhador.

Na sua opinião, o seu empregado, especificamente, está colaborando com a política

de prevenção de acidentes do trabalho da empresa?

Sim.

Existe algum tipo de prejuízo (financeiro ou da imagem da empresa) quando da

ocorrência de algum acidente de trabalho?

Acredito que sim, principalmente quando o acidente é grave.

Existe algum tipo de prejuízo para um empregado quando ele se acidenta no

trabalho?

Sim. Afastamento do convívio com os colegas de trabalho.

Qual é o nível de escolaridade médio de seus empregados? Qual é o nível de

escolaridade médio dos seus empregados que mais se envolvem em acidentes?

Nível SENAI;

Nível Aprendiz.

Você conhece a rotina de seu empregado (tomando uma classe como exemplo)

dentro e fora da empresa?

Sim.

Você conhece a situação familiar de seus empregados?

A maioria deles.

Existe algum outro tipo de atividade que ele possa exercer dentro da empresa? É

estimulado pela empresa?

Ainda não, estamos em fase de expansão. (observado pelo pesquisador, sobre nova

área adquirida pela empresa).

Existe algum espaço destinado ao lazer ou descanso do empregado na empresa?

Em projeto.

40

De que maneira são coletadas ou levantadas informações sobre o grau de

satisfação dos empregados, as sugestões de melhorias, etc?

Caixinha de sugestões e encontro semanal, para apresentação de sugestões.

Os empregados e diretores se encontram em algum tipo de reunião em algum

momento?

Por ser uma empresa de médio porte, normalmente empregador e empregado, se

encontram regularmente, pela fábrica.

Existe algum investimento da empresa em capacitação ou educação de

funcionários?

Sim. A empresa reconhece o esforço e vontades de seus funcionários.

Existe algum plano de ascensão profissional dentro da empresa?

Sim. Todos tem oportunidade, desde que comprove desejo de ascensão pessoal e

profissional.

A sua empresa conhece, ou já se utiliza de alguma ação alternativa, a exemplo de

diversas outras empresas no Brasil e no mundo, que visem reduzir o estresse,

promover a integração do empregado e o seu comprometimento com a empresa, ou

de trabalhar o orgulho e auto-estima do funcionário? (ex., atividades físicas, salas

adaptadas para usos alternativos, programas alfabetização, creches, etc....)

Conforme dito anteriormente, a empresa está em ascensão e visa projetos para o

benefício do profissional e conseqüentemente da empresa.

Na sua opinião, o seu empregado em geral gosta de trabalhar aqui?

Com certeza.

41

EMPREGADO: OPERADOR DE TORNO CNC

Qual o tipo de acidente mais comum que ocorre na empresa?

Queimadura.

O que causa este tipo de acidente?

Descuido.

O que poderia ser feito para se prevenir ou evitar o acidente?

Mais cuidado

Na sua opinião, a empresa onde você trabalha, está colaborando para prevenir os

acidentes de trabalho?

Sim.

Você sabe se existe algum tipo de prejuízo (financeiro ou da imagem da empresa)

quando da ocorrência de algum acidente de trabalho?

Sim.

Você já se acidentou?

Não.

Você sabe se existe algum tipo de prejuízo pessoal ou moral para o trabalhador que

se acidenta em trabalho?

Sim.

O fato dele ficar afastado, na sua opinião é bom ou ruim para ele? Por quê?

Muito ruim.

O afastamento de um trabalhador por imprudência ou imperícia, é considerado

desmoralizante perante família, amigos, colegas de trabalho?

Sim. Principalmente entre os amigos de trabalho.

42

Um afastamento prolongado pode causar algum distúrbio emocional ao trabalhador?

Acredito que sim.

Qual é o nível de escolaridade médio de você e seus colegas?

SENAI.

Qual a sua rotina diária? O que você faz num dia comum da sua vida (dentro e fora

da empresa)?

Saio de casa por volta das 7 horas iniciando o trabalho às 08, parando para o

almoço às 12 h; retornando às 13h, trabalhando até 18 h, retornando para casa e

descansando com a família.

Qual a sua situação familiar?

Sob controle.

Além de trabalhar, o que mais você faz nas dependências da empresa, ou

promovido pela empresa?

Promovido pela empresa, freqüentamos uma cancha alugada regularmente pela

empresa; outras vezes vamos a uma chácara de um colega que trabalha na

empresa, com o churrasco pago pela empresa.

Existe algum espaço destinado ao lazer ou descanso dos empregados na empresa?

Na empresa não.

Vocês dão sugestões, ou exprimem o grau de satisfação de vocês de alguma forma?

Qual?

Sim. Caixinha de sugestões.

Depois de começar a trabalhar aqui, você fez algum curso de treinamento ou

capacitação?

Sim. Treinamento em CNC.

Você gosta de trabalhar aqui?

Sim.

43

EMPRESA “C”: Construção Civil.

ATIVIDADES PRINCIPAIS: Construção residencial e comercial.

LOCALIZAÇÃO: Curitiba.

NÚMERO DE FUNCIONÁRIOS: 2 Fixos e 12 autônomos.

RESPONSÁVEL PELAS INFORMAÇÕES: Engenheiro Civil.

EMPREGADOS

Qual o tipo mais comum de acidente de trabalho que ocorre na empresa?

Queda, pregos.

O que causa esse tipo de acidente?

Descuido, andaimes malfeitos, canteiros sujos.

O que poderia ser feito para se prevenir ou evitar o acidente?

Atenção e ser responsável.

Na sua opinião, a empresa onde você trabalha, está colaborando para prevenir os

acidentes de trabalho?

Não colabora, podia fornecer equipamentos, cintos, sapatão, capacete,

luva.

Você sabe se existe algum tipo de prejuízo (financeiro ou da imagem da empresa)

quando da ocorrência de algum acidente de trabalho?

O mais prejudicado é a empresa, porque perde o funcionário.

Você já se acidentou?

Nunca.

Você sabe se existe algum tipo de prejuízo pessoal ou moral para o trabalhador que

se acidenta em trabalho?

44

Bastante, porque sai na carteira, o tempo segurado. Não fica bem visto na empresa

em que trabalha.

O fato dele ficar afastado, na sua opinião é bom ou ruim para ele? Por quê?

Pra ele é ruim, a não ser aqueles que gostam de ficar encostados. Porque o INSS

paga o mesmo, e quando volta ao trabalho pode perder o emprego.

O afastamento de um trabalhador por imprudência ou imperícia, é considerado

desmoralizante perante família, amigos, colegas de trabalho?

Não.

Um afastamento prolongado pode causar algum distúrbio emocional ao trabalhador?

Dá. Se sente sem valor, sem utilidade, fica deprimido.

Qual é o nível de escolaridade médio de você e seus colegas?

Primário. 4a

Qual a sua rotina diária? O que você faz num dia comum da sua vida (dentro e fora

da empresa)?

Eu acordo e vou trabalhar, quando chego em casa estou tão cansado que tomo um

banho, janto e vou dormir cedo.

Qual a sua situação familiar?

Esposa e dois filhos. Boa situação, só eu trabalho.

Além de trabalhar, o que mais você faz nas dependências da empresa, ou

promovido pela empresa?

Nunca teve nada, às vezes tem churrasco que quem faz é o cliente, não é a

empresa.

Existe algum espaço destinado ao lazer ou descanso dos empregados na empresa?

Não.

45

Vocês dão sugestões, ou exprimem o grau de satisfação de vocês de alguma forma?

Qual?

Conversamos direto.

Depois de começar a trabalhar aqui, você fez algum curso de treinamento ou

capacitação?

Não.

Você gosta de trabalhar aqui?

Gosto.

EMPRESA

Qual o tipo mais comum de acidente de trabalho que ocorre na empresa?

Acidente pequeno é o mais comum, com pregos no chão.

O que causa esse tipo de acidente?

Falta de organização, relaxo do pessoal.

O que poderia ser feito para se prevenir ou evitar o acidente?

Eles poderiam ser mais caprichosos no canteiro, usar a botina.

Na sua opinião, o seu empregado, especificamente, está colaborando com a política

de prevenção de acidentes do trabalho da empresa?

Ah, não está porque eles não gostam de usar os epis.

Existe algum tipo de prejuízo (financeiro ou da imagem da empresa) quando da

ocorrência de algum acidente de trabalho?

Financeiro sempre tem, imagem da empresa não prejudica.

46

Existe algum tipo de prejuízo para um empregado quando ele se acidenta no

trabalho?

Ah, tem o prejuízo pessoal, de ficar sem trabalhar, mas ele recebe tudo certinho

Qual é o nível de escolaridade médio de seus empregados? Qual é o nível de

escolaridade médio dos seus empregados que mais se envolvem em acidentes?

Eles tem o primário.

Você conhece a rotina de seu empregado (tomando uma classe como exemplo)

dentro e fora da empresa?

Não.

Você conhece a situação familiar de seus empregados?

De alguns, sim.

Existe algum outro tipo de atividade que ele possa exercer dentro da empresa? É

estimulado pela empresa?

Não, não temos estrutura para isso.

Existe algum espaço destinado ao lazer ou descanso do empregado na empresa?

Idem.

De que maneira são coletadas ou levantadas informações sobre o grau de

satisfação dos empregados, as sugestões de melhorias, etc?

Eles conversam diretamente.

Os empregados e diretores se encontram em algum tipo de reunião em algum

momento?

Eles tratam tudo diretamente comigo.

Existe algum investimento da empresa em capacitação ou educação de

funcionários?

Não, não sobra verba. E se a gente passa a embutir isso no custo pro cliente, a

gente perde competitividade.

47

Existe algum plano de ascensão profissional dentro da empresa?

Sim, eles vão aprendendo com o tempo e sendo promovidos.

A sua empresa conhece, ou já se utiliza de alguma ação alternativa, a exemplo de

diversas outras empresas no Brasil e no mundo, que visem reduzir o estresse,

promover a integração do empregado e o seu comprometimento com a empresa, ou

de trabalhar o orgulho e auto-estima do funcionário? (ex., atividades físicas, salas

adaptadas para usos alternativos, programas de alfabetização, creches, etc....)

Não, mas se houvesse como encaixar isso no orçamento seria interessante, acho

uma idéia muito bacana.

Na sua opinião, o seu empregado em geral gosta de trabalhar aqui?

Gosta.

EMPRESA “D”: Construção Civil.

ATIVIDADES PRINCIPAIS: Construção residencial e comercial.

LOCALIZAÇÃO: Curitiba.

NÚMERO DE FUNCIONÁRIOS: Mais de 300.

RESPONSÁVEL PELAS INFORMAÇÕES: Engenheiro Civil.

EMPRESA

Qual o tipo mais comum de acidente de trabalho que ocorre na empresa?

Graças ao trabalho de segurança realizado na empresa, nesta obra em

particular,não tivemos acidentes de trabalho, apenas “incidentes”. O “incidente” mais

comum, foi “martelada no dedo”.

48

O que causa esse tipo de acidente?

Desatenção.

O que poderia ser feito para se prevenir ou evitar o acidente?

Fazemos esta prevenção através de treinamentos semanais,mostrando quais são e

como ocorrem os acidentes. Este tipo em particular é combatido com o ambiente de

trabalho saudável e uma preocupação com a vida extra obra do funcionário,

evitando que o problema de fora, entre na obra.

Na sua opinião, o seu empregado, especificamente, está colaborando com a política

de prevenção de acidentes do trabalho da empresa?

Sim, conseguimos inverter a situação, ou seja, os empregados nos apresentam os

problemas antes dos mesmos acontecerem.

Existe algum tipo de prejuízo (financeiro ou da imagem da empresa) quando da

ocorrência de algum acidente de trabalho?

Sim, a imagem da empresa, está diretamente relacionada à imagem de seus

funcionários ou trabalhador. Se ocorre algum problema com o mesmo, a empresa,

perde.

Existe algum tipo de prejuízo para um empregado quando ele se acidenta no

trabalho?

A empresa, trabalha dentro das leis. Não ocorrerá perseguição a este funcionário,

mas se o acidente for grave, e o tempo de recuperação longo, o INSS é quem terá

de remunerar este funcionário, não precisamos nem comentar o final.

Qual é o nível de escolaridade médio de seus empregados? Qual é o nível de

escolaridade médio dos seus empregados que mais se envolvem em acidentes?

Na empresa, 1º grau completo, nos empreiteiros, 4ª série completa. Os incidentes

ocorreram com funcionários dos empreiteiros,com a 4ª série completa, pois são em

maior número e os que estão mais envolvidos com o serviço.

49

Você conhece a rotina de seu empregado (tomando uma classe como exemplo)

dentro e fora da empresa?

Conhecemos a rotina dos empregados, dentro da empresa. Fora, apenas o que nos

é passado pelo empregado.

Você conhece a situação familiar de seus empregados?

Apenas o que é passado pelo empregado.

Existe algum outro tipo de atividade que ele possa exercer dentro da empresa? É

estimulado pela empresa?

No momento, não. Estamos estudando a possibilidade de implantar sala de aula no

canteiro.

Existe algum espaço destinado ao lazer ou descanso do empregado na empresa?

Sim, o refeitório é tido como um local de descanso.

De que maneira são coletadas ou levantadas informações sobre o grau de

satisfação dos empregados, as sugestões de melhorias, etc?

Através de palestras e cursos que ocorrem semanalmente. Também através da

participação dos funcionários nas reuniões da CIPA da empresa.

Os empregados e diretores se encontram em algum tipo de reunião em algum

momento?

Sim, em reuniões que ocorrem em momentos específicos do planejamento,em

atividade como DIPAT, em churrascos de confraternização, etc.

Existe algum investimento da empresa em capacitação ou educação de

funcionários?

Sim, existem treinamentos e cursos que são oferecidos no decorrer da obra.

50

Existe algum plano de ascensão profissional dentro da empresa?

Sim, os funcionários que mais se destacam, são aproveitados à medida que

necessitamos de mão de obra para atividades específicas.

Exemplo: um servente desta obra está se destacando e recebendo treinamento para

se tornar auxiliar de almoxarife e mais tarde, almoxarife da empresa.

A sua empresa conhece, ou já se utiliza de alguma ação alternativa, a exemplo de

diversas outras empresas no Brasil e no mundo, que visem reduzir o estresse,

promover a integração do empregado e o seu comprometimento com a empresa, ou

de trabalhar o orgulho e auto-estima do funcionário? (ex., atividades físicas, salas

adaptadas para usos alternativos, programas de alfabetização, creches, etc....)

Estamos estudando a implantação de salas de aula no canteiro.

Na sua opinião, o seu empregado em geral gosta de trabalhar aqui?

Acredito que a maioria, gosta. Procuramos tornar a obra um ambiente saudável.

Queremos que o funcionário que passa mais tempo na obra com os colegas que em

casa com a família, tenha satisfação em fazer parte da equipe.

FUNCIONÁRIOS

Qual o tipo mais comum de acidente de trabalho que ocorre na empresa? Caso

tenha ocorrido?

Acidente, não apenas “incidentes”, como “martelada no dedo”.

O que causa esse tipo de acidente?

Seria a falta de atenção.

O que poderia ser feito para se prevenir ou evitar o acidente?

Estar mais atento ao serviço e também cumprir as normas de segurança da

empresa.

51

Na sua opinião, a empresa onde você trabalha, está colaborando para prevenir os

acidentes de trabalho?

Com certeza, temos treinamentos e reuniões constantes visando a prevenção de

acidentes.

Você sabe se existe algum tipo de prejuízo (financeiro ou da imagem da empresa)

quando da ocorrência de algum acidente de trabalho?

Com certeza, existe. Se ocorre um acidente, a noticia logo se espalha. Serve para os

outros prestarem mais atenção para que não ocorram novamente os acidentes.

Você já se acidentou?

Fiquei uma vez pendurado numa viga, mas foi por pura desatenção.

Você sabe se existe algum tipo de prejuízo pessoal ou moral para o trabalhador que

se acidenta em trabalho?

Com certeza, deve existir. Além do sofrimento físico pelo acidente, ele deve se

submeter às limitações impostas pela situação.

O fato dele ficar afastado, na sua opinião é bom ou ruim para ele? Por quê?

É muito ruim. O empregado além de ter de ficar parado, precisa enfrentar a fila do

INSS e passar por várias perícias.

O afastamento de um trabalhador por imprudência ou imperícia, é considerado

desmoralizante perante família, amigos, colegas de trabalho?

Acho que não. Acaba por servir de alerta para os outros colegas de trabalho.

Um afastamento prolongado pode causar algum distúrbio emocional ao trabalhador?

Pode. Ficar parado por muito tempo, acaba deixando o empregado deprimido.

Qual é o nível de escolaridade médio de você e seus colegas?

O nível fundamental.

52

Qual a sua rotina diária? O que você faz num dia comum da sua vida (dentro e fora

da empresa)?

Normalmente, saio da obra e vou para casa.

Qual a sua situação familiar?

Uma família normal, com esposa e filhos.

Além de trabalhar, o que mais você faz nas dependências da empresa, ou

promovido pela empresa?

Participo de palestras e também de churrascos de confraternização.

Existe algum espaço destinado ao lazer ou descanso dos empregados na empresa?

Existe o refeitório que é também um local de descanso.

Vocês dão sugestões, ou exprimem o grau de satisfação de vocês de alguma forma?

Qual?

Temos livre acesso à chefia para conversar sobre vários assuntos.

Depois de começar a trabalhar aqui, você fez algum curso de treinamento ou

capacitação?

Participei de vários treinamentos. A empresa se preocupa muito com os

treinamentos.

Você gosta de trabalhar aqui?

Gosto. O ambiente de trabalho é muito bom.

53

EMPRESA “E”: Construção Civil.

ATIVIDADES PRINCIPAIS: Construção residencial e comercial.

LOCALIZAÇÃO: Curitiba.

NÚMERO DE FUNCIONÁRIOS: 8 Fixos.

RESPONSÁVEL PELAS INFORMAÇÕES: Engenheiro Civil.

EMPRESA

Qual o tipo mais comum de acidente de trabalho que ocorre na empresa?

Não tem ocorrido acidentes. Nas duas vezes que ocorreu, o empregado escorregou

e ficou afastado durante 1 dia e na outra vez, entrou cimento nos olhos e não

ocorreu afastamento.

O que causa esse tipo de acidente?

Descuido.

O que poderia ser feito para se prevenir ou evitar o acidente?

Periodicamente, chamar a atenção dos funcionários visando a sua conscientização.

Na sua opinião, o seu empregado, especificamente, está colaborando com a política

de prevenção de acidentes do trabalho da empresa?

Sim, o empregado está consciente que trabalhando com segurança, todos tem a

ganhar.

Existe algum tipo de prejuízo (financeiro ou da imagem da empresa) quando da

ocorrência de algum acidente de trabalho?

Sim, ocorre prejuízo com o afastamento além de prejudicar o sistema da qualidade

onde um dos itens é a não ocorrência de acidentes.

54

Existe algum tipo de prejuízo para um empregado quando ele se acidenta no

trabalho?

Nunca ocorreu acidente na empresa além dos citados na primeira questão.

Qual é o nível de escolaridade médio de seus empregados? Qual é o nível de

escolaridade médio dos seus empregados que mais se envolvem em acidentes?

Nível fundamental.

Você conhece a rotina de seu empregado (tomando uma classe como exemplo)

dentro e fora da empresa?

Somente dentro da empresa.

Você conhece a situação familiar de seus empregados?

Sendo uma pequena empresa, a interação com os empregados é muito próxima

onde a empresa acaba por conhecer cada um dos colaboradores.

Existe algum outro tipo de atividade que ele possa exercer dentro da empresa? É

estimulado pela empresa?

Não.

Existe algum espaço destinado ao lazer ou descanso do empregado na empresa?

Não.

De que maneira são coletadas ou levantadas informações sobre o grau de

satisfação dos empregados, as sugestões de melhorias, etc?

A empresa possui um sistema de qualidade e os funcionários tem liberdade para

conversar.

Os empregados e diretores se encontram em algum tipo de reunião em algum

momento?

Sim, normalmente nos treinamentos de qualidade e segurança.

55

Existe algum investimento da empresa em capacitação ou educação de

funcionários?

Sim, os cursos do Sinduscon.

Existe algum plano de ascensão profissional dentro da empresa?

Sim, dentro da habilidade, condição e interesse, existe ascensão.

A sua empresa conhece, ou já se utiliza de alguma ação alternativa, a exemplo de

diversas outras empresas no Brasil e no mundo, que visem reduzir o estresse,

promover a integração do empregado e o seu comprometimento com a empresa, ou

de trabalhar o orgulho e auto-estima do funcionário? (ex., atividades físicas, salas

adaptadas para usos alternativos, programas de alfabetização, creches, etc....)

Não.

Na sua opinião, o seu empregado em geral gosta de trabalhar aqui?

Sim, existe no quadro de pessoal da empresa funcionários com mais de trinta anos

de casa.

FUNCIONÁRIOS

Qual o tipo mais comum de acidente de trabalho que ocorre na empresa? Caso

tenha ocorrido?

Ocorreu uma vez, quando machuquei o pé.

O que causa esse tipo de acidente?

Descuido.

O que poderia ser feito para se prevenir ou evitar o acidente?

O local estava escuro, depois foi instalado uma lâmpada.

56

Na sua opinião, a empresa onde você trabalha, está colaborando para prevenir os

acidentes de trabalho?

Sim.

Você sabe se existe algum tipo de prejuízo (financeiro ou da imagem da empresa)

quando da ocorrência de algum acidente de trabalho?

Sim.

Você já se acidentou?

Uma vez.

Você sabe se existe algum tipo de prejuízo pessoal ou moral para o trabalhador que

se acidenta em trabalho?

Sim.

O fato dele ficar afastado, na sua opinião é bom ou ruim para ele? Por quê?

É ruim, prejudica a pessoa e a empresa.

O afastamento de um trabalhador por imprudência ou imperícia, é considerado

desmoralizante perante família, amigos, colegas de trabalho?

Não deveria ser.

Um afastamento prolongado pode causar algum distúrbio emocional ao trabalhador?

Com certeza, o trabalhador fica triste, querendo voltar ao trabalho.

Qual é o nível de escolaridade médio de você e seus colegas?

O nível fundamental.

Qual a sua rotina diária? O que você faz num dia comum da sua vida (dentro e fora

da empresa)?

Trabalha o dia inteiro na obra e depois vai para casa.

57

Qual a sua situação familiar?

Sou separado, com duas filhas.

Além de trabalhar, o que mais você faz nas dependências da empresa, ou

promovido pela empresa?

Participo de treinamentos e palestra do sindicato.

Existe algum espaço destinado ao lazer ou descanso dos empregados na empresa?

Não

Vocês dão sugestões, ou exprimem o grau de satisfação de vocês de alguma forma?

Qual?

Sempre podemos dar sugestão.

Depois de começar a trabalhar aqui, você fez algum curso de treinamento ou

capacitação?

A empresa dá vários treinamentos visando a capacitação e segurança.

Você gosta de trabalhar aqui?

Sim, trabalho nesta empresa há 26 anos.