1 - apostila metodologia atual

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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ PLANO NACIONAL DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES LICENCIATURA EM COMPUTAÇÃO METODOLOGIA CIENTÍFICA PROFª ESP. FLAVIA AUGUSTA MIRANDA LISBOA Abaetetuba 2013

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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ PLANO NACIONAL DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES

LICENCIATURA EM COMPUTAÇÃO

METODOLOGIA CIENTÍFICA

PROFª ESP. FLAVIA AUGUSTA MIRANDA LISBOA

Abaetetuba 2013

Disciplina de Metodologia Científica

Profª Esp. Flavia Lisboa

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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ

PLANO NACIONAL DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES LICENCIATURA EM COMPUTAÇÃO

DISCIPLINA DE METODOLOGIA CIENTÍFICA

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 3 2 CONHECIMENTO .............................................................................................................. 3 2.1 CONHECIMENTO EMPÍRICO ......................................................................................... 3 2.2 CONHECIMENTO TEOLÓGICO ..................................................................................... 4 2.3 CONHECIMENTO FILOSÓFICO ..................................................................................... 4 2.4 CONHECIMENTO CIENTÍFICO ...................................................................................... 4 3 CIÊNCIA......................................................................................................................5 4 MÉTODO CIENTÍFICO ...................................................................................................... 5 4.1 MÉTODO DEDUTIVO ...................................................................................................... 5 4.2 MÉTODO INDUTIVO ....................................................................................................... 5 4.3 MÉTODO HIPOTÉTICO-DEDUTIVO ............................................................................... 6 4.4 MÉTODO DIALÉTICO ..................................................................................................... 6 4.5 MÉTODOS OU TÉCNICAS DE PROCEDIMENTOS ....................................................... 7 5 METODOLOGIA CIENTÍFICA ............................................................................................ 7 5.1 FIGURAS IMPORTANTES DA METODOLOGIA CIENTÍFICA ......................................... 8 6 PESQUISA..................................................................................................................8 6.1 ETAPAS DA PESQUISA CIENTÍFICA ............................................................................. 8 6.2 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA ................................................................................. 14 6.3 TÉCNICAS DE PESQUISA E COLETA DE DADOS ...................................................... 16 7- TIPOS DE TRABALHOS CIENTÍFICOS ......................................................................... 16 7.1 TRABALHOS DE GRADUAÇÃO ................................................................................... 17 7.2 TRABALHO DE CURSO ............................................................................................... 17 7.3 MONOGRAFIA .............................................................................................................. 17 7.4 DISSERTAÇÃO ............................................................................................................. 18 7.5 TESE .....................................................................................................................18 7.6 ARTIGO CIENTÍFICO .................................................................................................... 18 7.7 RESENHA CRÍTICA..................................................................................................19 7.8 SEMINÁRIO ................................................................................................................... 20 7.8.1 Roteiro de seminário .............................................................................................. ..21 7.9 RELATÓRIO .................................................................................................................. 22 7.9.1 Relatório técnico Científico ...................................................................................... 22 7.10 RESUMO DE TEXTOS ................................................................................................ 25 7.11 FICHAMENTO ............................................................................................................. 25

8- APRESENTAÇÃO ORAL ................................................................................................ 26 REFERÊNCIAS .................................................................................................................. 28 ANEXOS ANEXO A – ESTRUTURA DOS TRABALHOS CIENTÍFICOS ACADÊMICOS .................... 71 ANEXO B – FORMAS DE ELABORAR CITAÇÕES E REFERÊNCIAS ............................... 90

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Disciplina de Metodologia Científica

Profª Esp. Flavia Lisboa

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1 INTRODUÇÃO

A aprendizagem e o desenvolvimento do trabalho intelectual exigem conhecimentos de ordem conceitual, técnica e lógica. Estas três dimensões estão interligadas, pois um pensamento ou argumento apresentado pelo aluno ou pesquisador sem apoio em processos lógicos pode não passar de uma idéia superficial. No entanto, o domínio de conceitos reelaborados, sob critérios lógicos e com o auxílio da técnica, é fator determinante para o alcance dos objetivos da formação universitária: aprender a pensar e a produzir conhecimentos. O domínio do saber, dos métodos e das técnicas é uma exigência do ensino superior para vencer o superficialismo e a falta de rigor científico na produção e socialização do conhecimento.

Esta apostila de Metodologia Científica é apresentada a discentes do Curso de Licenciatura em Computação do Plano Nacional de Formação de Professores (PARFOR) para o desenvolvimento de trabalhos técnico-científicos. A apostila pretende contribuir para o aprendizado acadêmico durante toda a trajetória do aluno, como também, na busca do conhecimento, a partir dos trabalhos técnico-científicos permitindo o exercício de práticas essenciais à atividade científica: a busca, o registro e o uso do saber já acumulado e disponível para propósitos próprios de construção do conhecimento.

Dessa forma, esta apresenta conceitos e teorias como: tipos de conhecimento, ciência, métodos e tipos de pesquisa científica, dentre outros tópicos voltados a temática.

2 CONHECIMENTO

Desde os primórdios da humanidade, a preocupação em conhecer e explicar a natureza é uma constante. Ao analisar a palavra francesa para conhecer, tem-se connaissance, que significa nascer (naissance) com (con), logo se concluí que o conhecimento é passado de geração a geração, tornando-se parte da cultura e da história de uma sociedade.

Para conhecer, os homens interpretam a realidade e colocam um pouco de si nesta interpretação, assim, o processo de conhecimento prova que ele está sempre em construção, visto que para cada novo fato tem-se uma análise nova, impregnada das experiências anteriores.

Dessa forma, a busca pelo entendimento de si e do mundo ao seu redor, levou o homem a trilhar caminhos variados, que ao longo dos anos constituíram um vasto leque de informações que acabaram por constituir as diretrizes de várias sociedades.

Algumas dessas informações eram obtidas através de experiências do cotidiano que levavam o homem a desenvolver habilidades para lidar com as situações do dia a dia. Outras vezes, por não dominar determinados fenômenos, o homem atribuía-lhes causas sobrenaturais ou divinas, desenvolvendo um conhecimento abstrato a respeito daquilo que não podia ser explicado materialmente.

Assim, o conhecimento foi se dividindo da seguinte forma: empírico, teológico, filosófico e científico.

2.1 CONHECIMENTO EMPÍRICO

O conhecimento empírico é também chamado de conhecimento popular ou comum. É aquele obtido no dia a dia, independentemente de estudos ou critérios de análise. Foi o primeiro nível de contato do homem com o mundo, acontecendo através de experiências casuais e de erros e acertos.

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É um conhecimento superficial, onde o indivíduo, por exemplo, sabe que nuvens escuras é sinal de mau tempo, contudo não tem idéia da dinâmica das massas de ar, da umidade atmosférica ou de qualquer outro princípio da climatologia. Enfim, ele não tem a intenção de ser profundo, mas sim, básico.

2.2 CONHECIMENTO TEOLÓGICO

É o conhecimento relacionado ao misticismo, à fé, ao divino, ou seja, à existência de um Deus, seja ele o Sol, a Lua, Jesus, Maomé, Buda, ou qualquer outro que represente uma autoridade suprema.

O Conhecimento teológico, de forma geral, encontra seu ápice respondendo aquilo que a ciência não consegue responder, visto que ele é incontestável, já que se baseia na certeza da existência de um ser supremo (Fé).

Os Conhecimentos ou verdades teológicas estão registrados em livros sagrados, que não seguem critérios científicos de verificação e são revelados por seres iluminados como profetas ou santos, que estão acima de qualquer contestação por receberem tais ensinamentos diretamente de um Deus.

2.3 CONHECIMENTO FILOSÓFICO

De acordo com Ruiz (1996), a palavra Filosofia surgiu com Pitágoras através da união dos vocábulos PHILOS (amigo) + SOPHIA (sabedoria). Os primeiros relatos do pensamento filosófico datam do século VI a.C., na Ásia e no Sul da Itália (Grécia Antiga).

A filosofia não é uma ciência propriamente dita, mas um tipo de saber que procura desenvolver no indivíduo a capacidade de raciocínio lógico e de reflexão crítica, sem delimitar com exatidão o objeto de estudo. Dessa forma, o conhecimento filosófico não pode ser verificável, o que o torna sob certo ponto de vista, infalível e exato.

Apesar da filosofia não ter aplicação direta à realidade, existe uma profunda interdependência entre ela e os demais níveis de conhecimento. Essa relação deriva do fato que o conhecimento filosófico conduz à elaboração de princípios universais, que fundamentam os demais, enquanto se vale das informações empíricas, teológicas ou científicas para prosseguir na sua evolução.

2.4 CONHECIMENTO CIENTÍFICO

A ciência é uma necessidade do ser humano que se manifesta desde a infância. É através dela que o homem busca o constante aperfeiçoamento e a compreensão do mundo que o rodeia por meio de ações sistemáticas, analíticas e críticas.

Ao contrário do empirismo, que fornece um entendimento superficial, o conhecimento científico busca a explicação profunda do fenômeno e suas inter-relações com o meio.

Diferentemente do filosófico, o conhecimento científico procura delimitar o objeto alvo, buscando o rigor da exatidão, que pode ser temporária, porém comprovada. Deve ser provado com clareza e precisão, levando à elaboração de leis universalmente válidas para todos os fenômenos da mesma natureza. Ainda assim, ele está sempre sob júdice, podendo ser revisado ou reformulado a qualquer tempo, desde que se possa provar sua ineficácia.

3 CIÊNCIA

Pode-se afirmar que ciência é um conjunto de informações sistematicamente organizadas e comprovadamente verdadeiras a respeito de um determinado tema. Contudo existem muitas maneiras de pensar, de organizar e de comprovar os estudos, dependendo do caminho que se segue (método).

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Os objetivos da ciência podem ser apresentados como a melhoria da qualidade de vida intelectual e vida material. Para o alcance dos objetivos, são necessárias novas descobertas e novos produtos.

Os princípios da ciência podem ser classificados como: nunca absoluto ou final, pode ser sempre modificado ou substituído; a exatidão nunca é obtida integralmente, mas sim, através de modelos sucessivamente mais próximos; é um conhecimento válido até que novas observações e experimentações o substituam.

4 MÉTODO CIENTÍFICO

O conhecimento científico passou por várias etapas sempre questionando a maneira de obtenção do saber, ou seja, o método. De origem grega, a palavra método, segundo Ruiz (1996), significa o conjunto de etapas e processos a serem vencidos ordenadamente na investigação dos fatos ou na procura da verdade.

O método não é único e nem uma receita infalível para o cientista obter a verdade dos fatos. Ele apenas tem a intenção de facilitar o planejamento, investigação, experimentação e conclusão de um determinado trabalho científico.

Devido a seu caráter individual, cada método se presta com maior ou menor eficiência a um tipo de pesquisa ou ciência.

Então, método científico é o conjunto de processos ou operações mentais que se deve empregar na investigação. É a linha de raciocínio adotada no processo de pesquisa. Os principais métodos de abordagem que fornecem as bases lógicas à investigação são: dedutivo, indutivo, hipotético-dedutivo e dialético (GIL, 1999).

4.1 MÉTODO DEDUTIVO

Este método foi proposto pelos racionalistas Descartes, Spinoza e Leibniz, pressupõe que só a razão é capaz de levar ao conhecimento verdadeiro.

O raciocínio dedutivo tem o objetivo de explicar o conteúdo das premissas que, quando verdadeiras, levarão inevitavelmente a conclusões verdadeiras, visto que, por intermédio de uma cadeia de raciocínio em ordem descendente, de análise do geral para o particular, chega-se a uma conclusão. Ou seja, a resposta já estava dentro da pergunta.

Essa forma de raciocínio é chamada silogismo, construção lógica que a partir de duas premissas, retira uma terceira logicamente decorrente das duas primeiras, denominada de conclusão (GIL, 1999; LAKATOS; MARCONI, 1997). Veja um clássico exemplo de raciocínio dedutivo:

Todo homem é mortal (premissa maior) Pedro é homem (premissa menor) Logo, Pedro é mortal. (conclusão)

Pode-se definir duas características básicas do método dedutivo, segundo Salmon (1978):

Se todas as premissas são verdadeiras, a conclusão é verdadeira;

Toda a informação ou conteúdo da conclusão já estava implicitamente nas premissas.

4.2 MÉTODO INDUTIVO

A indução já existia desde Sócrates, entretanto seus expoentes modernos são os empiristas Bacon, Hobbes, Locke e Hume. Considera que o conhecimento é fundamentado na experiência, não se levando em conta princípios preestabelecidos.

Assim como no método dedutivo, na indução o raciocínio é fundamentado em premissas, contudo, diferentemente do anterior, premissas verdadeiras levam a conclusões provavelmente verdadeiras.

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No raciocínio indutivo, a generalização deriva de observações de casos da realidade concreta.

Pode-se, segundo Lakatos e Marconi (1997), determinar três etapas fundamentais para toda a indução:

a) Observação dos fenômenos; b) Descoberta da relação entre eles e; c) Generalização da relação.

Veja um clássico exemplo de raciocínio indutivo: a) Antônio é mortal. a) João é mortal. a) Paulo é mortal. ... a) Carlos é mortal. b) Ora, Antônio, João, Paulo... e Carlos são homens. c) Logo, (todos) os homens são mortais.

Define-se assim, duas características básicas do método indutivo segundo Salmon (1978):

Se todas as premissas são verdadeiras, a conclusão é provavelmente verdadeira;

A conclusão encerra informações que não estavam nas premissas.

4.3 MÉTODO HIPOTÉTICO-DEDUTIVO

O método Hipotético-Dedutivo confronta as duas escolas anteriores, ou seja, racionalismo versus empirismo no que diz respeito à maneira de se obter conhecimento.

Ambos buscam o mesmo objetivo, mas enquanto os racionalistas apóiam-se na razão e intuição concebida aos homens, os empiristas partem da experiência dos sentidos, a verdade da natureza.

São inúmeras as críticas aos dois métodos, partindo inclusive de seus próprios defensores, contudo, foi a partir de Sir Karl Raymund Popper que foram lançadas as bases do método hipotético-dedutivo.

Segundo Popper (1980) o método hipotético-dedutivo é o único realmente científico, por não se basear em especulações, mas sim na tentativa de eliminação de erros.

Luciano (2001) afirma que: [...] quando os conhecimentos disponíveis sobre determinado assunto são insuficientes para a explicação de um fenômeno, surge o problema. Para tentar explicar as dificuldades expressas no problema, são formuladas conjecturas ou hipóteses. Das hipóteses formuladas, deduzem-se conseqüências que deverão ser testadas ou falseadas. Falsear significa tornar falsas as conseqüências deduzidas das hipóteses.

4.4 MÉTODO DIALÉTICO

Desde a Grécia antiga, o conceito de Dialética sofreu muitas alterações, absorvendo as concepções de vários pensadores daquela época.

Tem-se o conceito de eterna mudança , instituído por Heráclito (540-480 a.C.) e paralelamente, a essência imutável do ser instituído por Parmênides que valoriza a Metafísica em detrimento da Dialética.

Posteriormente, Aristóteles re-introduz princípios dialéticos nas explicações dominadas pela Metafísica, porém esta permanece norteando as discussões sobre o conhecimento até o Renascimento.

No Renascimento, o pensamento dialético entra em evidência, atingindo seu apogeu com Hegel, que através dos progressos científicos e sociais impulsionados pela Revolução Francesa, compreende que no universo nada está isolado, tudo é movimento e mudança e tudo depende de tudo, retornando assim, às idéias de Heráclito.

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Hegel por ser um idealista, propõe uma visão particular de movimento e mudança, considerando que as mudanças do espírito é que provocam as da matéria. Segundo Lakatos e Marconi (1997) existe primeiramente o espírito que descobre o universo, pois este é a idéia materializada.

A atual fase da dialética está apoiada nos ensinamentos de Marx e Engels, denominada dialética materialista que, assim como na fase anterior, considera que o universo e o pensamento estão em eterna mudança, mas é a matéria que modifica as idéias e não o contrário.

Assim se pode afirmar que a Dialética é um método de interpretação dinâmica e totalizante da realidade da qual se pode extrair quatro regras principais:

Tudo se relaciona;

Tudo se transforma;

Mudança qualitativa;

Luta dos contrários.

4.5 MÉTODOS OU TÉCNICAS DE PROCEDIMENTOS Segundo Lakatos e Marconi (1997), dentro das ciências sociais pode-se

acrescentar aos métodos de abordagem descritos acima, técnicas de procedimento às vezes também tomadas por métodos, que seriam etapas mais concretas da investigação, com finalidade mais restrita em termos de explicação geral do fenômeno.

Essas técnicas são freqüentemente utilizadas de forma associada, podendo ser

descritas segundo Rauen (1997), como:

Histórico: investigação de acontecimentos, processos e instituições no passado para a verificação de sua influência na atualidade;

Comparativo: estudo de semelhanças ou diferenças entre diversos grupos, sociedades ou povos;

Monográfico (ou estudo de caso): estudo de certos elementos, indivíduos, empresas, profissões, grupos, etc., com vistas à obtenção de generalização;

Estatístico: redução de fenômenos sociais à representação quantitativa e aplicação de instrumentos estatísticos de análise;

Tipológico: construção idealizada de um elemento tipo que consiste em modelo perfeito, contra o qual, os dados da realidade são analisados;

Funcionalista: estudo da sociedade a partir das funções de cada elemento;

Estruturalista: preocupa-se com a sociedade como um todo para explicar o comportamento de setores mais específicos ou de indivíduos.

5 METODOLOGIA CIENTÍFICA O papel do aluno no Curso Técnico torna-se mais ativo na aprendizagem e é a

metodologia científica, a disciplina encarregada de fornecer ao aluno os elementos necessários para este autoaprendizado.

Segundo Demo (1996) [...] a proposta atual da metodologia científica é a de introduzir na academia o gosto pela pesquisa.

Para tanto, faz-se necessário à determinação de algumas normas, que têm por finalidade validar um estudo científico, ou seja, os métodos de pesquisa.

Uma das funções da metodologia é a investigação, que significa “descobrir ou averiguar alguma coisa, explorar”.

O objetivo fundamental da investigação cientifica é descobrir respostas para problemas mediante o emprego de procedimentos científicos (de uma maneira sistemática, que possa ser reproduzida).

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Dentre as razões para se investigar, tem-se: 1) Aumentar o conhecimento disponível numa ciência ou numa pratica profissional; 2) Aumentar a troca de informações dentro de uma comunidade; 3) Fundamentar e questionar as praticas teóricas; 4) Aumentar o espírito critico relativamente a um conhecimento; 5) Aumentar o reconhecimento e a credibilidade de uma área cientifica ou profissão; 6) Inovar e promover o desenvolvimento técnico.

5.1 FIGURAS IMPORTANTES DA METODOLOGIA CIENTÍFICA

Descartes: propôs chegar à verdade através da duvida sistemática e da

decomposição do problema em pequenas partes, características que definiram a base da pesquisa cientifica.

Karl Popper: o cientista deve trabalhar com o falseamento, ou seja, deve fazer uma hipótese e testar suas hipóteses procurando não provas de que ela esta certa, mas provas de que ela esta errada. Se a hipótese não resistir ao teste, diz-se que ela foi falseada. Caso não, diz-se que foi corroborada.

Edgar Morin: propõe, no lugar da divisão do objeto de pesquisa em partes, uma visão sistêmica, do todo. (teoria da complexidade)

Hegel: A construção do conhecimento se da através da comprovação ou refutação de uma afirmação, a tese, que pode ser verdadeira ou falsa. A tese e a pretensão da verdade e deve ser confrontada com a sua negação, a antítese. O resultado do confronto e a síntese.

6 PESQUISA Segundo Köche (1997) pesquisar significa identificar uma dúvida que necessite ser

esclarecida, construir e executar o processo que apresenta a solução desta, quando não há teorias que a expliquem ou quando as teorias que existem não estão aptas para fazê-lo.

Portanto, pesquisar é descobrir, e assim sendo, é um fato natural a todos os indivíduos.

Ruiz (1996) considera que pesquisa científica é a realização completa de uma investigação, desenvolvida e redigida de acordo com as normas de metodologia consagradas pela ciência.

Para que uma pesquisa seja considerada científica, ela deve seguir uma metodologia que compreenda uma seqüência de etapas logicamente encadeadas, de forma que possa ser repetida obtendo-se os mesmos resultados. Dessa maneira, os dados obtidos contribuirão para a ampliação do conhecimento já acumulado, bem como para a sua reformulação ou criação. Sem pesquisa não há progresso!!!

6.1 ETAPAS DA PESQUISA CIENTÍFICA

A pesquisa é composta de três momentos intimamente relacionados: planejamento, execução do projeto de pesquisa e comunicação dos resultados.

a) Planejamento: nessa etapa, deve-se fazer uma reflexão sobre o assunto a ser

investigado, Köche (1997) chama esse momento de “etapa preparatória”. Trata-se de uma etapa em que as atividades que envolvem a investigação devem ser bem pensadas e articuladas, visando a garantir melhor a execução do processo. As decisões tomadas são expressas em um documento chamado projeto de pesquisa

b) Execução do projeto de pesquisa: essa fase tem início quando o pesquisador entra no campo de pesquisa, combinando os instrumentos de coletas de dados disponíveis.

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Após o levantamento dos dados, inicia-se a análise e interpretação desses dados, conforme a abordagem de pesquisa estipulada.

c) Comunicação dos resultados: momento de relatar a sociedade os resultados, as dificuldades e as limitações da investigação. Os resultados de uma pesquisa podem ser expressos por meio de trabalho de conclusão de curso (graduação e especialização), de artigo científico, dissertação (mestrado), tese (doutorado), dentre outros.

Apresenta-se com mais profundidade cada etapa do processo: a) Projeto de pesquisa: A pesquisa científica deve ser planejada, antes de ser

executada. Isso se faz através de uma elaboração que se denomina “projeto de pesquisa”. Um planejamento até alcançar a forma de um projeto, passa pelas seguintes fases: Estudos preliminares: seu objetivo é o equacionamento geral do problema,

fornecendo subsídios para a orientação da pesquisa ou identificando obstáculos que evidenciam a inviabilidade do projeto.

Anteprojeto: é um estudo mais sistemático dos diversos aspectos que deverão integrar o projeto final, mas ainda em bases gerais, mas ainda em bases gerais sem defini-lo com precisão.

Projeto final: é o estudo dos diversos aspectos do problema, já apresentando detalhamento, rigor e precisão.

O início de uma pesquisa sem projeto é uma improvisação, tornado o trabalho

confuso, dando insegurança ao mesmo, reduplicando esforços inutilmente. Agir desta maneira é motivo de muitas pesquisas começadas e não terminadas, num lastimoso esbanjamento de tempo e recursos. Além disto, para uma pesquisa, geralmente é obrigatória a aprovação anterior de um projeto como condição para aceitá-la.

Fazer um projeto de pesquisa é traçar um caminho eficaz que conduza ao fim que se pretende atingir, livrando o pesquisador do perigo de se perder, antes de o ter alcançado. O objetivo de um planejamento é organizar a ação de tal maneira que nos leve a evitar surpresas, pois, organizando bem o que se faz e com antecedência, evitam-se surpresas desagradáveis.

Um projeto serve essencialmente para responder os seguintes questionamentos:

O que fazer?

Por que, para que e para quem fazer?

Onde fazer?

Como, com que, quanto e quando fazer?

Com quanto fazer?

Como pagar?

Quem vai fazer? b) Estrutura do projeto

· Capa o Entidade o Titulo o Autor o Local e data

· Área o Tema o Delimitação do tema

· Resumo o Palavras chave

· Introdução

· Justificativa

· Objetivos

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o Objetivo geral o Objetivos específicos

· Referencial teórico

· Metodologia · Cronograma

· Referências

b.1) Apresentação A apresentação do projeto de pesquisa inicia-se com a capa, onde são indicados os

elementos essenciais à compreensão do estudo que se pretende realizar, sob os auspícios de quem ou para quem e ao conhecimento do responsável pelo trabalho.

O título de uma pesquisa não corresponde ao tema, nem à delimitação do tema, mas emana aos objetivos geral e específicos, quase como uma “síntese” dos mesmos.

b.2) Escolha do tema Tema é o assunto que se deseja estudar e pesquisar, ele deve ser preciso, bem

determinado e específico. Pode surgir de uma dificuldade prática enfrentada pelo coordenador, da sua curiosidade científica, de desafios encontrados na leitura de outros trabalhos ou da própria teoria. Independente de sua origem, o tema é nessa fase, necessariamente amplo, precisando bem o assunto geral sobre o qual se deseja realizar a pesquisa.

b.3) Delimitação do tema Dotado necessariamente de um sujeito e de um objeto, o tema passa por um

processo de especificação. O processo de delimitação do tema só é dado por concluído quando se faz a limitação geográfica e espacial do mesmo, com vistas na realização da pesquisa. Na delimitação do tema é preferível o aprofundamento à extensão.

b.4) Justificativa É o elemento que contribui mais diretamente na aceitação da pesquisa. Consiste

numa exposição sucinta, porém completa, das razões de ordem teórica dos motivos de ordem prática que tornam importante a realização da pesquisa. A justificativa difere da revisão bibliográfica e, por este motivo, não apresenta citações de outros autores. Difere, também, da teoria de base, que vai servir de elemento unificador entre o concreto da pesquisa e o conhecimento teórico da ciência na qual ela se insere. Portanto quando se trata de analisar as razões de ordem teórica ou se referir ao estágio de desenvolvimento da teoria, não se pretende explicitar o referencial teórico que irá se adotar, mas apenas ressaltar a importância da pesquisa no campo da teoria. Deduz-se dessas características, que ao conhecimento científico do pesquisador soma-se boa parte de criatividade e capacidade de convencer, para a redação da justificativa.

b.5) Formulação do problema Problema é uma dificuldade teórica ou prática, no conhecimento de alguma coisa

de real importância, para a qual se deve encontrar uma solução. A formulação do problema prende-se ao tema proposto: ela esclarece a dificuldade específica com a qual se defronta e que pretende resolver por intermédio da pesquisa.

Definir um problema significa especificá-lo em detalhes precisos e exatos. Na formulação de um problema deve haver clareza, concisão e objetividade. A colocação clara do problema pode facilitar a construção da hipótese central.

O problema pode ser levantado, formulado, de preferência em forma interrogativa e delimitado com indicações das variáveis que intervêm no estudo de possíveis relações entre si.

É um processo contínuo de pensar reflexivo, cuja formulação requer conhecimentos prévios do assunto (materiais informativos), ao lado de uma imaginação criadora.

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A caracterização do problema define e identifica o assunto em estudo, ou seja, um problema muito abrangente torna a pesquisa muito abrangente torna a pesquisa mais complexa. Quando bem delimitado, simplifica e facilita a maneira de conduzir a investigação.

Uma vez formulado o problema, devem-se seguir as etapas previstas, para se atingir o proposto.

O problema, antes de ser considerado apropriado, deve ser analisado sob o aspecto de sua valoração:

Viabilidade: pode ser eficazmente resolvido através da pesquisa;

Relevância: deve ser capaz de trazer conhecimentos novos;

Novidade: estar adequado ao estágio atual da evolução científica;

Exeqüibilidade: pode chegar a uma conclusão válida;

Oportunidade: atender a interesses particulares e gerais. b.6) Construção de hipóteses Hipótese é uma proposição que se faz numa tentativa de verificar a validade de

resposta existente para um problema. É uma suposição que antecede a constatação dos fatos e tem como característica uma formulação provisória: deve ser testada para determinar sua validade.

A função da hipótese, na pesquisa científica, é propor explicações para certos fatos e ao mesmo tempo orientar a busca de outras informações.

A clareza da definição dos termos da hipótese é condição de importância fundamental para o desenvolvimento da pesquisa.

Praticamente não há regras para a formulação de hipóteses de trabalho e pesquisa científica, mas é necessário que haja embasamento teórico e que ela seja formulada de tal maneira que possa servir de guia na tarefa da investigação.

Os resultados finais da pesquisa poderão comprovar ou rejeitar as hipóteses: neste caso, se forem reformuladas, outros testes terão de ser realizados para sua comprovação.

A utilização de uma hipótese é necessária para que a pesquisa apresente resultados úteis, ou seja, atinja níveis de interpretação mais altos.

b.7) Delimitação da pesquisa Delimitar a pesquisa é estabelecer limites para a investigação. A pesquisa pode ser

limitada em relação: Ao assunto: selecionando um tópico, a fim de impedir que se torne ou muito

extenso ou muito complexo. À extensão: porque nem sempre se pode abranger todo o âmbito onde o fato se

desenrola. Uma série de fatores: meios humanos, econômicos e de exigüidade de prazo – que

podem restringir o seu campo de ação. b.8) Especificação dos objetivos Toda pesquisa deve ter um objetivo determinado para saber o que vai se procurar e

o que se pretende alcançar. Deve partir de um objetivo limitado e claramente definido, sejam estudos formulativos, descritivos ou de verificação de hipóteses. Os objetivos podem definir a natureza do trabalho, o tipo do problema, o material a coletar.

A especificação do objetivo de uma pesquisa responde às questões para quê? E para quem?

b.8.1) Objetivo geral Está ligado a uma visão global e abrangente do tema. Relaciona-se com o

conteúdo intrínseco quer dos fenômenos e dos eventos, quer das idéias estudadas. Vincula-se diretamente à própria significação da tese proposta pelo projeto.

b.8.2) Objetivos específicos

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Apresentam caráter mais concreto. Têm função intermediária a instrumental, permitindo de um lado, atingir o objetivo geral e, de outro, aplicar este a situações particulares.

b.9) Referencial teórico Em uma pesquisa é de fundamental importância que seja realizado um estudo a

respeito do assunto que será abordado na pesquisa. Este pode ser baseado em livros, jornais, revistas, artigos, dissertações, teses, entre outros.

Para realização do estudo do texto é necessário levar em consideração as seguintes orientações:

Encontrar a idéia principal na unidade de leitura 1- Delimite as unidades de leitura do texto, segundo o sentido completo de

pensamentos expressos pelo autor. 2- Analise a unidade de leitura, encontre a idéia principal e formule-a numa frase

resumo.

Sublinhar o texto 1- Não sublinhe na primeira leitura. Antes de começar a sublinhar é preciso ter um

contato inicial com o texto e submetê-lo a um questionamento. 2- Sublinhe durante a leitura reflexiva, mas apenas o que é realmente importante

para o estudo do texto.

Esquematizar o texto 1- Faça uma distribuição gráfica do assunto, mediante divisões e subdivisões que

representem sua subordinação hierárquica. 2- Construa o esquema por meio de chaves de separação ou por listagem com

diferenciação de espaço e/ ou classificação numérica para as divisões e subdivisões dos elementos.

3- Mantenha fidelidade ao texto original. 4- Ordene a estrutura do esquema de forma lógica e facilmente compreensível.

Resumir o texto 1- Não comece a resumir antes de levantar um esquema do texto ou de preparar as

anotações de leitura. 2- Redija o resumo com frases breves, diretas e objetivas. 3- Acrescente ao resumo as necessárias referências bibliográficas. 4- Acrescente sempre que considerar conveniente, suas observações pessoais ao

resumo.

Fazer a análise textual 1- Estabeleça a unidade de leitura. 2- Leia rapidamente o texto completo da unidade de leitura, assinalando na margem

as palavras desconhecidas e pontos que requerem melhor esclarecimento. 3- Estabeleça o sentido das palavras desconhecidas e as eventuais dúvidas que

tenham surgido no texto. 4- Informe-se melhor sobre o autor do texto. 5- Faça um esquema do que foi estudado.

Fazer a análise temática 1- Releia de modo reflexivo o texto da unidade de leitura, com o propósito de

apreender o conteúdo. 2- Procure no texto completo as respostas para perguntas do tipo: a) Do que trata o texto? b) O que mantém a sua unidade global?

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3- Procure encontrar o processo de raciocínio do autor, mediante um esquema do plano do texto (este esquema pode ser muito diferente do obtido na análise textual).

4- Examine cada elemento do texto e compare-o com os ossos de um vertebrado: se faz parte do “esqueleto” do texto é um elemento essencial, caso contrário é um elemento secundário ou complementar.

5- Só dê por terminada a análise temática quando estabelecer com segurança o esquema definitivo do pensamento do autor.

Fazer a análise interpretativa 1- Não se deixe tomar pela subjetividade. 2- Relacione as idéias do autor com o contexto filosófico e científico de sua época e

de nossos dias. 3- Faça a “leitura das entrelinhas” a fim de inferir o que não está explícito no texto. 4- Adote uma posição crítica, a mais objetiva possível, com relação ao texto. Essa

posição tem de estar fundamentada em argumentos válidos, lógicos e convincentes. 5- Faça o resumo do que estudou. 6- Discuta o resultado obtido no estudo. b.9) Metodologia da pesquisa Metodologia significa estudo do método. Método é um procedimento, ou um

conjunto de processos necessários para alcançar os fins de uma investigação. Envolve a definição de como será realizado o trabalho.

Nesta etapa do trabalho científico, descrevem-se, principalmente, os métodos e os procedimentos que serão utilizados na pesquisa, permitindo aumentar a compreensão de estudo a ser realizado e assegurando a réplica científica.

Em um trabalho teórico - empírico a metodologia deve apresentar: a) Tipo de pesquisa b) População e amostra Nesta etapa deve ser definida a população e a mostra. População é entendida

como um conjunto de elementos que possui as características desejáveis para o estudo. A amostra é uma parte escolhida, segundo critérios de representatividade, na população.

c) Procedimento de coleta e análise dos dados Na coleta de dados, deve-se informar como se pretende obter os dados

necessários para a pesquisa. Deve-se correlacionar os objetivos aos meios para alcançá-los, bem como justificar

a adequação de um e outro. d) Instrumento de coleta de dados Neste ponto do trabalho científico, para assegurar a validade dos instrumentos de

coleta de dados, durante sua elaboração, deve ser verificada a compatibilidade dos objetivos específicos de pesquisa.

e) Método de análise dos dados Neste item, os dados coletados na pesquisa de campo devem ser apresentados,

demonstrados, discutidos e argumentados. Pode-se relacionar, ligar ou integrar esses comportamentos, sem ainda concluir.

Os resultados da pesquisa normalmente são apresentados na mesma ordem dos objetivos específicos Deve-se cuidar para não fazer conclusões, isto é, não diagnosticar e prescrever, visto que este procedimento deve figurar na conclusão.

b.9.1) Cronograma Desde que se tenha tomado a decisão de realizar uma pesquisa, deve-se pensar

na elaboração de um esquema que poderá ser ou não modificado e que facilite sua viabilidade. O esquema auxilia o pesquisador a conseguir uma abordagem mais objetiva, imprimindo uma ordem lógica do trabalho. Para que as fases da pesquisa se processem normalmente, tudo deve ser bem estudado e planejado, inclusive a obtenção de recursos materiais, humanos e de tempo.

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Deve ser elaborado um cronograma, determinando as etapas da pesquisa e o tempo necessário para cada uma delas.

b.10) Referências bibliográficas Neste tópico do trabalho deverão ser listados todo o material consultado, utilizado

para a elaboração do trabalho levando em consideração as normas pertinentes.

6.2 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA Existem várias formas de classificar as pesquisas. As formas clássicas de

classificação serão apresentadas a seguir, conforme Gil (1999): a) Do ponto de vista da sua natureza pode ser: Pesquisa Básica: objetiva gerar conhecimentos novos, úteis para o avanço da

ciência sem aplicação prática prevista. Envolve verdades e interesses universais. Pesquisa Aplicada: objetiva gerar conhecimentos para aplicação prática dirigidos à

solução de problemas específicos. Envolve verdades e interesses locais. b) Do ponto de vista da forma de abordagem do problema pode ser: Pesquisa Quantitativa: considera que tudo pode ser quantificável, o que significa

traduzir em números opiniões e informações para classificá-los e analisá-los. Requer o uso de recursos e de técnicas estatísticas (percentagem, média, moda, mediana, desvio padrão, coeficiente de correlação, análise de regressão, etc...).

Pesquisa Qualitativa: considera que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido em números. A interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados são básicos no processo de pesquisa qualitativa. Não requer os usos de métodos e técnicas estatísticas. O ambiente natural é a fonte direta para coleta de dados e o pesquisador é o instrumento chave. É descritiva. Os pesquisadores tendem a analisar seus dados indutivamente. O processo e seu significado são os focos principais de abordagem.

c) Do ponto de vista de seus objetivos pode ser: Pesquisa Exploratória: visa proporcionar maior familiaridade com o problema, com

vistas a torná-lo explícito ou a construir hipóteses. Envolve levantamento bibliográfico; entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas com o problema pesquisado; análise de exemplos que estimulem a compreensão. Assume, em geral, as formas de Pesquisas Bibliográficas e Estudos de Caso.

Pesquisa Descritiva: visa descrever as características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis. Requer o uso de técnicas padronizadas de coleta de dados: questionário e observação sistemática. Assume, em geral, a forma de Levantamento.

Pesquisa Explicativa: visa identificar os fatores que determinam ou contribuem para a ocorrência dos fenômenos. Aprofunda o conhecimento da realidade porque explica a razão, o porquê das coisas. Quando realizada nas ciências naturais requer o uso do método experimental e nas ciências sociais, o uso do método observacional. Assume, em geral, as formas de Pesquisa Experimental e Pesquisa Ex-post-facto.

d) Do ponto de vista dos procedimentos técnicos pode ser: Pesquisa Bibliográfica: utiliza material já publicado, constituído basicamente de

livros, artigos de periódicos e atualmente com informações disponibilizadas na Internet. Quase todos os estudos fazem uso do levantamento bibliográfico e algumas pesquisas são desenvolvidas exclusivamente por fontes bibliográficas. Sua principal vantagem é possibilitar ao investigador a cobertura de uma gama de acontecimentos muito mais ampla do que aquela que poderia pesquisar diretamente (GIL, 1999). A técnica bibliográfica visa encontrar

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as fontes primárias e secundárias e os materiais científicos e tecnológicos necessários para a realização do trabalho científico ou técnico-científico. Realizada em bibliotecas públicas, faculdades, universidades e, atualmente, nos acervos que fazem parte de catálogo coletivo e das bibliotecas virtuais (OLIVEIRA, 1998).

Pesquisa Documental: quando elaborada a partir de materiais que não receberam

tratamento analítico, documentos de primeira mão, como documentos oficiais, reportagens de jornal, cartas, contratos, diários, filmes, fotografias, gravações etc., ou ainda documentos de segunda mão, que de alguma forma já foram analisados, tais como: relatórios de pesquisa, relatórios de empresas, tabelas estatísticas, etc (GIL, 1999); e os localizados no interior de órgãos públicos ou privados, como: manuais, relatórios, balancetes e outros.

Levantamento: envolve a interrogação direta de pessoas cujo comportamento se

deseja conhecer acerca do problema estudado para, em seguida, mediante análise quantitativa, chegar as conclusões correspondentes aos dados coletados. O levantamento feito com informações de todos os integrantes do universo da pesquisa origina um censo (GIL, 1999). O levantamento usa técnicas estatísticas, análise quantitativa e permite a generalização das conclusões para o total da população e assim para o universo pesquisado, permitindo o cálculo da margem de erro. Os dados são mais descritivos que explicativos (DENCKER, 2000).

Estudo de Caso: envolve o estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos,

de maneira que se permita o seu amplo e detalhado conhecimento (GIL, 1999). O estudo de caso pode abranger análise de exame de registros, observação de acontecimentos, entrevistas estruturadas e não-estruturadas ou qualquer outra técnica de pesquisa. Seu objeto pode ser um indivíduo, um grupo, uma organização, um conjunto de organizações, ou até mesmo uma situação (DENCKER, 2000). A maior utilidade do estudo de caso é verificada nas pesquisas exploratórias. Por sua flexibilidade, é sugerido nas fases iniciais da pesquisa de temas complexos, para a construção de hipóteses ou reformulação do problema. É utilizado nas mais diversas áreas do conhecimento. A coleta de dados geralmente é feita por mais de um procedimento, entre os mais usados estão: a observação, análise de documentos, a entrevista e a história da vida (GIL, 1999).

Pesquisa-Ação: concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou

com a resolução de um problema coletivo. Os pesquisadores e participantes representativos da situação ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo (GIL, 1999). Objetiva definir o campo de investigação, as expectativas dos interessados, bem como o tipo de auxílio que estes poderão exercer ao longo do processo de pesquisa. Implica no contato direto com o campo de estudo envolvendo o reconhecimento visual do local, consulta a documentos diversos e, sobretudo, a discussão com representantes das categorias sociais envolvidas na pesquisa. É delimitado o universo da pesquisa, e recomenda-se a seleção de uma amostra. O critério de representatividade dos grupos investigados na pesquisa-ação é mais qualitativo do que quantitativo. É importante a elaboração de um plano de ação, envolvendo os objetivos que se pretende atingir, a população a ser beneficiada, a definição de medidas, procedimentos e formas de controle do processo e de avaliação de seus resultados (GIL, 1999). Não segue um plano rigoroso de pesquisa, pois o plano é readequado constantemente de acordo com a necessidade, dos resultados e do andamento das pesquisas. O investigador se envolve no processo e sua intenção é agir sobre a realidade pesquisada (DENCKER, 2000).

Pesquisa Participante: Pesquisa realizada através da integração do investigador

que assume uma função no grupo a ser pesquisado, mas sem seguir uma proposta pré-definida de ação. A intenção é adquirir conhecimento mais profundo do grupo. O grupo investigado tem ciência da finalidade, dos objetivos da pesquisa e da identidade do pesquisador. Permite a observação das ações no próprio momento em que ocorrem

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(DENCKER, 2000). Esta pesquisa necessita de dados objetivos sobre a situação da população. Isso envolve a coleta de informações sócio-econômicas e tecnológicas que são de natureza idêntica às adquiridas nos tradicionais estudos de comunidades. Esses dados podem ser agrupados por categorias, como: geográficas, demográficas, econômicas, habitacionais, educacionais, e outros (GIL, 1999).

Pesquisa Experimental: quando se determina um objeto de estudo, selecionam-se

as variáveis que seriam capazes de influenciá-lo, definem-se as formas de controle e de observação dos efeitos que a variável produz no objeto. (GIL, 1999). A pesquisa experimental necessita de previsão de relações entre as variáveis a serem estudadas, como também o seu controle e por isso, na maioria das situações, é inviável quando se trata de objetos sociais (GIL, 1996). Esse tipo de pesquisa é geralmente utilizado nas ciências naturais. Exemplo: Analisar os efeitos colaterais do uso de um determinado medicamento em crianças de até 8 anos.

Pesquisa Ex-Post-Facto: quando o experimento se realiza depois dos fatos. O

pesquisador não tem controle sobre as variáveis (GIL, 1999). É um tipo de pesquisa experimental, mas difere da experimental propriamente dita pelo fato de o fenômeno ocorrer naturalmente sem que o investigador tenha controle sobre ele, ou seja, nesse caso, o pesquisador passa a ser um mero observador do acontecimento. Por exemplo: a verificação do processo de erosão sofrido por uma rocha por influência do choque proveniente das ondas do mar (BOENTE, 2004). Esse tipo de pesquisa é geralmente utilizado nas ciências naturais. 6.3 TÉCNICAS DE PESQUISA E COLETA DE DADOS

O planejamento é primordial para o desenvolvimento da pesquisa científica. Assim, definidos tema, objeto, problema, tipo e campo de pesquisa, a etapa seguinte é a coleta de dados, que também deve ser planejada.

Após a definição do projeto, o desenvolvimento da pesquisa parte da coleta de dados e informações, tecnicamente levantados, analisados e interpretados visando sua correta utilização conforme o objetivo da pesquisa.

Entenda-se por técnica o conjunto de preceitos ou processos utilizados por uma ciência ou arte. No caso de pesquisas de campo, é necessário analisar e interpretar os dados obtidos, mediante técnicas estatísticas para a devida elaboração do relatório de sustentação do trabalho científico. Cabe ainda à técnica o encadeamento lógico do trabalho a ser apresentado, cuja redação deverá ser concisa, clara e objetiva, visando facilitar o entendimento pelo leitor.

Definidos as fontes de dados e o tipo de pesquisa, devem-se abordar as técnicas de pesquisas e a coleta de dados. Normalmente, faz-se urna pesquisa bibliográfica prévia, de acordo com a natureza da pesquisa, passando-se em seguida aos detalhes desta, determinando-se as técnicas a serem utilizadas na coleta de dados, a fonte da amostragem, que deverá ser significativa, isto é, representativa e suficiente para apoiar conclusões, e as técnicas de registro desses dados e as de análise posterior.

Dentre as técnicas de pesquisa e coleta de dados destaca-se as seguintes: • observação direta intensiva: observação, entrevista, história de vida, discussão

em grupo. • observação direta extensiva: questionário, formulário, medidas de opinião e de

atitudes, análise de conteúdo, testes, sociometria, pesquisa de mercado.

7 TIPOS DE TRABALHOS CIENTÍFICOS

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Existem diversos tipos de trabalhos acadêmicos e/ou científicos. Pode-se citar, dentre eles, os seguintes tipos: Trabalhos de Graduação, Trabalho de Conclusão de Curso, Monografia, Dissertação, Tese, Artigos Científicos, paper, resenha crítica.

Apesar de haver essa classificação, aceita inclusive internacionalmente, é comum encontrar certos equívocos em torno da palavra monografia com respeito a dissertações, teses e trabalhos de fim de curso de graduação.

Etimologicamente, monografia é um estudo sobre um único assunto, realizado com profundidade. No entanto, essa nomenclatura, monografia, parece destinada aos Cursos de

Especialização, e teria como fim primeiro levar o autor a se debruçar sobre um assunto em profundidade com o intuito de transmiti-lo a outrem ou de aplicá-lo imediatamente.

Esses relatórios científicos possuem características próprias, como a sistemática, a investigação, a fundamentação, a profundidade e a metodologia. E, dependendo do caso, a originalidade e a contribuição da pesquisa para a ciência, como é o caso das teses e dissertações.

Em todo o caso, destaca-se que a estrutura dos trabalhos científicos é quase sempre a mesma, compreendendo quase sempre uma introdução, um desenvolvimento e uma conclusão. A introdução dos trabalhos costuma abranger os objetivos da pesquisa, bem como os problemas, as delimitações e a metodologia adotada para a realização do trabalho. O desenvolvimento é mais livre, podendo o pesquisador dissertar sobre o tema propriamente dito, sem, contudo, abandonar pontos importantes como a demonstração, a análise e a discussão dos resultados. Por fim, o autor poderá escrever suas conclusões a respeito da discussão realizada ou dos resultados obtidos. É neste ponto que o pesquisador será enfático, ressaltando as posições que deseja defender ou refutar.

7.1 TRABALHOS DE GRADUAÇÃO

Os trabalhos de graduação não constituem exatamente trabalhos de cunho

científico, mas de iniciação científica, uma vez que esses trabalhos tenham que ser apresentados dentro de uma sistemática e organização que estimulem o raciocínio científico. Visto que o enfoque pretendido em trabalhos de graduação é voltado para a assimilação de um conteúdo específico, é comum que uma revisão bibliográfica, ou uma revisão literária, seja tida como suficiente. Porém, nada impede que existam outros tipos de trabalhos acadêmicos, como relatórios e pequenas pesquisas. No entanto, é importante ter em mente a cientificidade da sistemática adotada para a realização desses trabalhos.

7.2 TRABALHO DE CURSO

O Trabalho de Curso (TC), também conhecido como Trabalho de Final de Curso, é tido como uma monografia sobre um assunto específico. Tem como objetivo levar o aluno a refletir sobre temas determinados e transpor suas idéias para o papel na forma de uma pesquisa ou na forma de um relatório. Para o caso da graduação, por se tratar de mais um requisito para a complementação do curso, o estudo não necessita ser tão completo em relação ao tema escolhido como o caso de uma dissertação ou tese, mas o aluno não deve perder de vista a clareza, a objetividade e a seriedade da pesquisa.

7.3 MONOGRAFIA

A monografia, para obter o título de especialista em cursos de pós-graduação em

nível de lato sensu, é parecida com o Trabalho de Final de Curso apresentado em cursos de graduação.

Também possui como objetivo levar o aluno a refletir sobre temas determinados e transpor suas idéias para o papel na forma de uma pesquisa. Para o caso da pós-graduação, o estudo necessita ser um pouco mais completo em relação ao tema escolhido para a pesquisa.

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7.4 DISSERTAÇÃO

As dissertações, que paulatinamente vão se destinando aos trabalhos de cursos de pósgraduação stricto sensu (mestrado), buscam, sobretudo, a reflexão sobre um determinado tema ou problema expondo as idéias de maneira ordenada e fundamentada. E, dessa forma, como resultado de um trabalho de pesquisa, a dissertação deve ser um estudo o mais completo possível em relação ao tema escolhido.

Deve procurar expressar conhecimentos do autor a respeito do assunto e sua capacidade de sistematização. E, dentro deste contexto, uma das partes mais importantes da dissertação é a fundamentação teórica, que procura traduzir o domínio do autor sobre o tema abordado e a sua perspicácia de buscar tópicos não desenvolvidos.

7.5 TESE

A tese, a exemplo da dissertação dirigida para o mestrado, vai assumindo o papel

de um trabalho de conclusão de pós-graduação stricto sensu (doutorado). Caracteriza-se como um avanço significativo na área do conhecimento em estudo. As teses devem tratar de algo novo naquele campo do conhecimento, de forma que promovam uma descoberta, ou mesmo uma real contribuição para ciência. O trabalho deve ser inédito, contributivo e não trivial. Os argumentos utilizados devem comprovar e convencer de que a idéia exposta é verdadeira.

7.6 ARTIGO CIENTÍFICO

O objetivo principal do artigo é levar ao conhecimento do público interessado

alguma idéia nova, ou alguma abordagem diferente dos estudos realizados sobre o tema, como por exemplo: particularidades locais ou regionais em um assunto, a existência de aspectos ainda não explorados em alguma pesquisa, ou a necessidade de esclarecer uma questão ainda não resolvida.

A principal característica do artigo científico é que as suas afirmações devem estar baseadas em evidências, sejam estas oriundas de pesquisa de campo ou comprovadas por outros autores em seus trabalhos. Isso não significa que o autor não possa expressar suas opiniões no artigo, mas que deve demonstrar para o leitor qual o processo lógico que o levou a adotar aquela opinião e quais evidências que a tornariam mais ou menos provável, formulando hipóteses. Os artigos científicos têm por objetivo publicar resultados de uma pesquisa ou estudo. Em geral, são publicados em revistas, jornais ou outros periódicos especializados e mesmo considerando-se seu formato reduzido, tratam-se sempre de trabalhos completos (MARCONI; LAKATOS, 2007). O estilo de redação de um artigo deve ser claro, conciso e objetivo. Preferencialmente, o artigo é escrito na terceira pessoa e a linguagem deve ser gramaticalmente correta, precisa, coerente e simples, levando em consideração o público a que se destina (MEDEIROS, 2007). Tipos de artigos científicos (NBR 6022:2003) Os artigos científicos podem ser: a) Original: publicação que apresenta temas ou abordagens originais (relatos de experiência de pesquisa, estudo de caso, etc); b) De revisão: publicação que resume, analisa e discute informações já publicadas. Estrutura (NBR 6022:2003)

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A estrutura de um artigo é constituída de elementos pré-textuais, textuais e pós-textuais. Elementos pré-textuais a) título, e subtítulo (se houver): O título e subtítulo (se houver) devem figurar na página de abertura do artigo, diferenciados tipograficamente ou separados por dois-pontos (:) e na língua do texto; b) nome(s) do(s) autor(es): Nome(s) do(s) autor(es), acompanhado(s) de credenciais que o(s) qualifique(m) na área de conhecimento do artigo, alinhados à margem. As credenciais, bem como os endereços postal e eletrônico, devem aparecer em rodapé indicado por número na página de abertura; c) resumo na língua do texto: Elemento obrigatório, constituído de uma sequência de frases concisas e objetivas e não de uma simples enumeração de tópicos, contendo, no mínimo 100 e, no máximo, 250 palavras, seguido, logo abaixo, das palavras representativas do conteúdo do trabalho, isto é, palavraschave. d) palavras-chave na língua do texto: Elemento obrigatório, as palavras-chave devem figurar logo abaixo do resumo, antecedidas da expressão Palavras-chave: separadas entre si por ponto e finalizadas também por ponto. Sugere-se a utilização entre 3 a 5 palavras. Elementos textuais a) introdução: Parte inicial do artigo, elaborada com a delimitação do assunto tratado, o objetivo da pesquisa e outros elementos necessários para situar o tema do artigo; b) desenvolvimento (materiais e métodos, resultados e discussão – se houver): Parte principal do artigo, que contém a exposição ordenada e pormenorizada do assunto tratado. Divide-se em seções e subseções, conforme a NBR 6024, que variam em função da abordagem do tema e do método. c) conclusão/considerações finais: Parte final do artigo, na qual se apresentam as conclusões correspondentes aos objetivos e hipóteses. Elementos pós-textuais a) título, e subtítulo (se houver) em língua estrangeira (NBR 6022:2003): O título, e subtítulo (se houver) em língua estrangeira, diferenciados tipograficamente ou separados por dois pontos (:), precedem o resumo em língua estrangeira; b) resumo em língua estrangeira: Elemento opcional (definido pelo colegiado de cada curso), versão do resumo na língua do texto, para idioma de divulgação internacional, com as mesmas características (em inglês Abstract, em espanhol Resumen, em francês Résumé, por exemplo); c) palavras-chave em língua estrangeira (NBR 6022:2003): Elemento opcional, versão das palavras-chave na língua do texto para a mesma língua do resumo; d) nota explicativa (NBR 6022:2003): usada para comentários ou esclarecimentos; e) referências (NBR 6022:2003): seguindo as normas especificadas neste Manual, para identificação individual dos fundamentos teóricos da pesquisa; f) glossário (NBR 6022:2003): expressões utilizadas no texto, de uso restrito ou sentido obscuro, acompanhadas de suas respectivas definições; g) apêndice(s) (NBR 6022:2003): documento complementar elaborado pelo autor do trabalho; h) anexo(s) (NBR 6022:2003): documentos não elaborados pelo autor, mas utilizados para fundamentação, comprovação ou ilustração.

7.7 RESENHA CRÍTICA

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É um tipo de redação técnica que avalia precisa e sinteticamente a importância de uma obra científica ou de um texto literário. A resenha nunca pode ser completa e exaustiva. O resenhador deve proceder seletivamente, filtrando apenas os aspectos pertinentes do objeto, isto é, apenas aquilo que é funcional em vista de uma intenção previamente definida.

A resenha crítica combina resumo e julgamento de valor. Seu objetivo é oferecer informações para que o leitor possa decidir quanto à consulta ou não do original. Daí a resenha deve resumir as idéias da obra, avaliar as informações nela contidas e a forma como foram expostas e justificar a avaliação realizada.

A resenha crítica consta de: a) uma parte descritiva em que se dão informações sobre o texto: nome do autor (ou dos autores); título completo e exato da obra (ou do artigo);

nome da editora e, se for o caso, da coleção de que faz parte a obra; lugar e data da publicação; número de volumes e páginas. Pode-se fazer, nessa parte, uma descrição sumária da estruturada obra (divisão em capítulos, assunto dos capítulos, índices, etc.). No caso de uma obra estrangeira, é útil informar também a língua da versão original e o nome do tradutor (se se tratar de tradução).

b) uma parte com o resumo do conteúdo da obra:

indicação sucinta do assunto global da obra (assunto tratado) e do ponto de vista adotado pelo autor (perspectiva teórica, gênero, método, tom, etc.);

resumo que apresenta os pontos essenciais do texto e seu plano geral.

comentários e julgamentos do resenhador sobre as idéias do autor, o valor da obra, etc.

Segundo Santos (2000) e Saraiva (2000), as partes essenciais de uma resenha são:

a) identificação da obra: fichamento que inclui autor, título, dados referentes à publicação (edição, cidade, editora e ano), total de páginas resenhadas;

b) credenciais do autor da obra: formação, outras publicações e atividades desenvolvidas na área, podendo ser reduzida no caso do autor ser muito conhecido;

c) conteúdo: exposição sintética do conteúdo da obra, com os pontos mais significativos, já segmentados num esquema (conforme item 2.1), e breves explicações sobre as conclusões do autor da obra;

d) crítica: deve ser feita no último momento da resenha, após a exposição do conteúdo. A crítica deve apresentar as contribuições importantes da obra, com a análise do estilo, da forma, com os méritos e as considerações éticas. Deve, não obstante, destacar as eventuais falhas, incoerências e limitações do texto, sempre baseada em fundamentos teóricos.

Quando desenvolvida por profissionais da área, a resenha apresenta-se como produção de ponta, trazendo para a comunidade científica discussões sobre livros recém publicados.

Quando produzida por estudantes, é um excelente exercício de autonomia intelectual, pois oportuniza um treinamento de compreensão e crítica, além do contato mais aproximado com os autores da área e com o pensamento já elaborado, o que poderá servir de modelo interessante de produção científica.

Convém lembrar que, como em qualquer trabalho acadêmico, não há espaço na resenha para comentários jocosos ou sarcásticos. O texto deve ser objetivo e claro, além de gramatical e ortograficamente impecável. 7.8 SEMINÁRIO

Existem diferentes configurações para os seminários. No entanto, a opção neste Manual deu-se pelo seminário de caráter didático, já que na graduação esta forma de trabalho é, comumente, utilizada para levar os alunos a uma ‘reflexão aprofundada sobre um

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determinado tema. Para Andrade, “o Seminário constitui uma das técnicas mais eficientes de aprendizagem, quando convenientemente elaborado e apresentado” (2003, p.109). Severino (2000) salienta que o seminário é um método de estudos, e uma atividade didática promovida em equipes. O autor ainda acrescenta que, para facilitar a participação de todos, pode-se fornecer aos participantes um texto roteiro com o seguinte conteúdo: apresentação da temática e um esquema geral do assunto, ou ainda a própria unidade (texto na íntegra) a ser apresentada. O professor deve atuar sempre como orientador e supervisor na preparação e na apresentação do trabalho. Dentre os vários objetivos destacados por Nérici (apud ANDRADE, 2003), com o Seminário, como metodologia de ensino, o professor poderá: a) Ensinar pela pesquisa; b) Ensinar a utilização de instrumentos lógicos de trabalho intelectual; c) Ensinar a trabalhar em grupo e a desenvolver o sentimento de comunidade intelectual; d) Promover a sistematização de fatos estudados e observados, ensinando seus alunos a refletir sobre eles. No entanto, para atingir aos objetivos propostos é importante se considerar que a organização do Seminário compreende várias etapas, e que estas devem ser cuidadosamente planejadas e executadas. Segue abaixo uma sugestão de roteiro para os trabalhos. 7.8.1 Roteiro de seminário a) Exposição dos temas que constarão no seminário, pelo professor para a turma; b) Entrega de texto/roteiro com especificações sobre o trabalho (número de integrantes das equipes, material de pesquisa, datas das orientações, datas de apresentação, critérios de avaliação); c) Pesquisa e elaboração prévia dos trabalhos feita pelos integrantes dos grupos; d) Orientação dos grupos (feita pelo professor); e) Apresentações dos grupos para os demais alunos da turma; f) Elaboração de sínteses e conclusões (alunos e professor). O seminário é uma metodologia essencialmente coletiva, mas todos os integrantes dos grupos precisam conhecer o trabalho que será exposto, bem como, no final das apresentações, os alunos da turma precisarão elaborar suas sínteses. Além disso, a leitura de um texto é importante para a complementação do trabalho e para a aprendizagem. 7.9 RELATÓRIO "É a exposição escrita na qual se descrevem fatos verificados mediante pesquisas ou se historia a execução de serviços ou de experiências. É geralmente acompanhado de documentos demonstrativos, tais como tabelas, gráficos, estatísticas e outros." (UFPR, 1996) OBJETIVOS De um modo geral, podemos dizer que os relatórios são escritos com os objetivos: • Divulgar os dados técnicos obtidos e analisados; • Registrá-los em caráter permanente. TIPOS DE RELATÓRIOS

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Os relatórios podem ser dos seguintes tipos: • Técnico-científicos; • De viagem; • De estágio; • De visita; • Administrativos; • e fins especiais. 7.9.1 Relatório Técnico-Científico É o documento original pelo qual se faz a difusão da informação corrente, sendo ainda o registro permanente da informações obtidas. É elaborado principalmente para descrever experiências, investigações, processos, métodos e análises. Fase de um relatório Geralmente a elaboração do relatório passa pelas seguintes fases: a) plano inicial: determinação da origem, preparação do relatório e do programa de seu desenvolvimento; b) coleta e organização do material: durante a execução do trabalho, é feita a coleta, a ordenção e o armazenamento do material necessário ao desenvolvimento do relatório. c) redação: recomenda-se uma revisão crítica do relatório, considerando-se os seguintes aspectos: redação (conteúdo e estilo), següência das informações, apresentação gráfica e física. Estrutura do Relatório Técnico-Científico Os relatórios técnico-científicos constituem-se dos seguintes elementos: Capa Deve conter os seguintes elementos:

Nome da organização responsável, com subordinação até o nível da autoria;

Título;

Subtítulo se houver;

Local;

Ano de publicação, em algarismo arábico. Falsa folha de rosto Precede a folha de rosto. Deve conter apenas o título do relatório. Verso da falsa folha de rosto Nesta folha elabora-se padronizadamente, a "Ficha catalógráfica" (solicite auxílio ao Bibliotecário da sua área, para a confecção da mesma). Os relatórios técnico-científicos constituem-se dos seguintes elementos:

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Errata Lista de erros tipográficos ou de outra natureza, com as devidas correções e indicação das páginas e linhas em que aparecem. É geralmente impressa em papel avulso ou encartado, que se anexa ao relatório depois de impresso. Folha de rosto É a fonte principal de identificação do relatório, devendo conter os seguintes elementos: a) nome da organização responsável, com subordinação até o nível de autoria; b) título; c) subtítulo, se houver; d) nome do responsável pela elaboração do relatório; e) local; f) ano da publicaçào em algarismos arábicos Sumário Denominado Contents em inglês, Table des Metières em francês, Contenido em espanhol, é a relação dos capítulos e seções no trabalho, na ordem em que aparecem. Não deve ser confundido com: a) índice: relação detalhada dos assuntos, nomes de pessoas, nomes geográficos e outros, geralmente em ordem alfabético; b) resumo: apresentação concisa do texto, destacando os aspectos de maior interesse e importância; c) listas: é a enumeração de apresentação de dados e informação (gráficos, mapas, tabelas) utilizados no trabalho. Listas de tabelas, ilustrações, abreviaturas, siglas e símbolos

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Listas de tabelas e listas de ilustrações são as relações das tabelas e ilustrações na ordem em que aparecem no texto. As listas têm apresentação similar a do sumário. Quando pouco extensas, as listas podem figurar sequencialmente na mesma página. Resumo Denominado Resumé em francês, Abstracts em inglês, Resumen em espanhol, é a apresentação concisa do texto, destacando os aspectos de maior importância e interesse. Não deve ser confundido com Sumário, que é uma lista dos capítulos e seções. No sumário, o conteúdo é descrito pôr títulos e subtítulos, enquanto no resumo, que é uma síntese, o conteúdo é apresentado em forma de texto reduzido. Texto Parte do relatório em que o assunto é apresentado e desenvolvido. Conforme sua finalidade, o relatório é estruturado de maneira distinta. O texto dos relatórios técnico-científicos contém as seguintes seções fundamentais: a) introdução: parte em que o assunto é apresentado como um todo, sem detalhes. b) desenvolvimento: parte mais extensa e visa a comunicar os resultados obtidos. c) resultados e conclusões: consistem na recapitulação sintética dos resultados obtidos, ressaltando o alcance e as conseqüências do estudo. d) recomendações: contêm as ações a serem adotadas, as modificações a serem feitas, os acréscimos ou supressões de etapas nas atividades. Anexo (ou Apêndice) É a matéria suplementar, tal como leis, questionários, estatísticas, que se acrescenta a um relatório como esclarecimento ou documentação, sem dele constituir parte essencial. Os anexos são enumerados com algarismos arábicos, seguidos do título. Ex.: ANEXO 1 - FOTOGRAFIAS ...... ANEXO 2 - QUESTIONÁRIOS A paginação dos anexos deve continuar a do texto. Sua localização é no final da obra. Referências bibliográficas São a relação das fontes bibliográficas utilizadas pelo autor. Todas as obras citadas no texto deverão obrigatoriamente figurar nas referências bibliográficas. A padronização das referências é seguida de acordo com a NBR-6023/ago.1989 da ABNT - Associação Brasileira de Normas Técncias. Algumas pessoas, utilizam as normas americanas da APA - American Psychological Association, diferenciando-se uma da outra em alguns aspectos da estruturação. Apresentação gráfica Modo de organização física e visual de um trabalho, levando-se em consideração, entre outros aspectos, estrutura, formatos, uso de tipos e paginação.

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Negrito, grifo ou itálico São empregados para: a) palavras e frases em língua estrangeira; b) títulos de livros e periódicos; c) expressões de referência como ver, vide; d) letras ou palavras que mereçam destaque ou ênfase, quando não seja possível dar esse realce pela redação; e) nomes de espécies em botânica, zoologia (nesse caso não se usa negrito); f) os títulos de capítulos (nesse caso não se usa itálico). Medidas de formatação do relatório Margem superior:............ 2,5 cm Margem inferior:.............. 2,5 cm Margem direita:............... 2,5 cm Margem esquerda:............3,5 cm Entre linhas (espaço):........1,5 cm Tipo de letra..................... Times New Roman ou uutro tipo de letra serifada(1) Tamanho de fonte:............12 Formato de papel:.............A4 (210 X 297 mm) 7.10 RESUMO DE TEXTOS

O resumo é a condensação das ideias contidas no texto. Resumir um texto significa captar as idéias essenciais, na progressão e no encadeamento em que aparecem. Para resumos de textos, não há um limite determinado de palavras. Para Barros e Lehfeld (2000), antes de se elaborar o resumo, deve-se fazer o esquema do texto, pois é necessário que se compreenda o conteúdo global. "Não é possível ir resumindo à medida que se vai fazendo a primeira leitura" (FIORIN, SAVIOLI, 2000, p. 420). O texto do resumo deve ser escrito em estilo objetivo sem comentários ou julgamentos ao que está sendo condensado. 7.11 FICHAMENTO

O fichamento é uma técnica de estudo que visa retirar de um texto, aula, palestra ou atividades similares as idéias centrais, anotando-as em fichas (eletrônicas ou de papel), devidamente identificadas, de modo a facilitar o acesso as suas informações toda vez que for necessário. Trata-se da sistematização das ideias sob a forma de frases ou palavras-chave. Salvador (1982) distingue dois tipos de fichas: ficha bibliográfica e ficha de apontamentos. A primeira é indicada para anotações sobre as referências bibliográficas e os comentários sobre a obra; a segunda, para anotar a exposição de ideias dos autores (em forma de citações), hipóteses, doutrinas, cópia de textos, etc. A estrutura das fichas, tanto as bibliográficas, quanto as de apontamentos, compreende as seguintes partes: a) Cabeçalho ou titulação (título genérico, título específico); b) Referências (elaboradas de acordo com as normas deste manual); c) Corpo da ficha: nas fichas bibliográficas, o texto é constituído pelos comentários sobre a obra (em forma de esboço/esquema ou de síntese); nas fichas de apontamentos, o corpo é constituído por citações (trechos importantes retirados dos textos lidos), sempre entre aspas, independente do número de linhas.

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Ressalta-se ainda que, no corpo da ficha, quando esta for elaborada a partir de um livro, deve-se registrar a página da qual estão sendo retiradas as informações. Ex.:

GESTÃO LEGISLATIVO MUNICIPAL

BOTELHO, Milton Mendes. Gestão Administrativa, contábil e financeira do legislativo municipal . 2.ed. Curitiba: Juruá, 2010.

“A organização do Poder Legislativo no Brasil surgiu em 1532, quando Martim Afonso de Souza instalou a primeira Câmara brasileira, a de São Vicente, que passou a exercer os três poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário.” (p. 21) “A Câmara Municipal tem funções específicas, autonomia administrativa e financeira para gerir seus atos e desenvolver suas atividades constitucionais.” (p.22)

Obs.: O aluno pode elaborar suas fichas mesclando as duas formas; intercalando frases em forma de esboço ou comentários e citações. 8 APRESENTAÇÃO ORAL

Além do conhecimento do conteúdo a ser apresentado, para se ter uma boa apresentação oral, deve-se haver a preocupação com alguns detalhes como: apresentação pessoal (roupas e sapatos, cabelos, acessórios...), postura e linguagem utilizadas, recursos audiovisuais e de apoio, cumprimento do tempo e outros.

Quanto à apresentação pessoal, o apresentador deve se preocupar com o tipo de roupa (evita-se trajes muito coloridos, despojados ou formais demais). As mulheres devem cuidar com os modelos muito justos e decotados e com o excesso de acessórios (brincos, pulseiras e outros). Os cabelos, barba (homens) e unhas merecem atenção especial.

Para que sua apresentação oral seja bem-sucedida, fique atento às dez regras básicas para apresentação oral:

Antes de iniciar sua apresentação, respire bem e procure deixar o corpo relaxado;

Pesquise, estude, enfim, prepare-se bem e com antecedência. É mais fácil ser convincente quando se domina o assunto;

Cumprimente a platéia;

Transmita confiança aos seus ouvintes. Mostre firmeza e determinação. Fale com entusiasmo;

Não decore sua apresentação. Fale de forma espontânea;

Exponha o assunto de maneira clara e objetiva, sem repetições;

Ao elaborar sua apresentação, observe inicialmente o público que o assistirá. Escreva para ele e de acordo com ele;

Evite gírias, expressões vulgares, cacoetes e piadas;

Não use termos que denotem intimidade com o público, tais como: meu coração, minha querida;

Não perca a oportunidade de falar. A prática e o exercício é que lhe proporcionarão confiança.

Os recursos audiovisuais e de apoio como slides, transparências em retro-projetores, vídeos, cartazes, painéis, e outros, devem ser utilizados quando forem ilustrar a apresentação oral.

Deve-se organizar o conteúdo que se quer enfatizar ou expor visualmente e preparar antecipadamente o material. Para os recursos já prontos (vídeos) deve-se verificar a qualidade dos mesmos e também o tempo duração para não ultrapassar o tempo total da apresentação.

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A apresentação de alguns trabalhos acadêmicos exige o cumprimento do tempo. Por isso, seguem algumas dicas de distribuição do tempo:

Introdução: 15% do tempo - Nesse tempo devem ser apresentados o tema e o(s) objetivo(s) de maneira clara e direta.

Corpo do trabalho: 75% do tempo. Nesse tempo deve ser feita a apresentação total da pesquisa, como também dos fundamentos bibliográficos diretamente ligados ao tema.

Conclusão: 10% do tempo. Nesse período deve ser feito um fechamento da pesquisa, reforçando a idéia central do trabalho e as principais conclusões.

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REFERÊNCIAS ANDRADE, Maria M. Introdução à metodologia do trabalho científico. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1999. APRESENTAÇÃO Oral. Portal do Espírito. Disponível em: http://www.espirito.org.br/portal/ artigos/ednilsom-comunicacao/apresentacao-oral.html>. Acesso em: 30 jul. 2003. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023: informação e Documentação: referências: elaboração. Rio de Janeiro, 2002. ______. NBR 10520: informação e documentação: citações em documentos: apresentação. Rio de Janeiro, 2002. ______. NBR 14724: informação e documentação: trabalhos acadêmicos: apresentação. Rio de Janeiro, 2005. CERVO, Amado L.; BERVIAN, Pedro A. Metodologia científica. 4. ed. São Paulo: Mackron Books, 1996.

DEMO, Pedro. Introdução à metodologia da ciência. 2.ed. São Paulo: Atlas, 1996. 118p.

DEMO, Pedro. Educar pela pesquisa. 5. ed. Campinas: Autores Associados, 2002. DICAS para apresentação oral. Unicamp. Disponível em: <http://www.agr.unicamp.br/workpos/ dicas_apres_oral.pdf>. Acesso em: 30 jul. 2003. FIORIN, José L.; SAVIOLI, Francisco P. Para entender o texto: leitura e redação. 3. ed. São Paulo: Ática, 1992. FLORES, Lúcia L. et al. Redação: o texto técnico/científico e o texto literário. Florianópolis: Ed. da UFSC, 1992. GIL, Antônio C. Métodos e técnicas em pesquisa social. São Paulo: Atlas, 1999. KÖCHE, José Carlos. Fundamentos de metodologia científica. 19. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1997.

LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia do trabalho científico. 4 ed. São Paulo : Atlas, 1997. 216 p.

_______. Metodologia científica. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2000. _______. Metodologia do trabalho científico. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2003. LUCIANO, F. L. Metodologia científica e da pesquisa. Criciúma: Ed. do Autor, 2001. MEDEIROS, João Bosco. Redação científica: a prática de fichamentos, resumos e resenhas. São Paulo: Atlas, 1991.

OLIVEIRA, Silvio Luiz de. Tratado de metodologia científica. São Paulo: Pioneira, 1998. 320p.

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POPPER, Karl S. A Lógica da pesquisa científica. 2. ed. São Paulo: Cultrix, 1975.

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RUIZ, João Alvaro. Metodologia científica: guia para eficiência nos estudos. 4 ed. São Paulo : Atlas, 1996. 186 p.

SEVERINO, Antonio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 23 ed. São Paulo : Cortez, 2007.

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ANEXOS

ANEXO A – ESTRUTURA DOS TRABALHOS CIENTÍFICOS ACADÊMICOS ANEXO B – FORMAS DE ELABORAR CITAÇÕES E REFERÊNCIAS