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Notícias IPECONT
01/08/2016
Treinamentos da Semana Vem aí, o III Congresso de
Contabilidade do Sul de Minas!
Programe-se com os treinamentos de Agosto/2016 do IPECONT!
Dia 06/08:
Retenções na Fonte Pagadora: ISSQN, IR, CSLL, PIS/COFINS e INSS e a nova EFD – REINF
Para INSCRIÇÕES, clique aqui.
Ou ligue: 3212-6392 / 99257-0600
Boletim TRAB-PREV-RH em 01.agosto.2016
E-Social deve ser adiado mais uma vez
25 jul 2016 Priscila Daniel eSocial 2 Comentários
Empresas que faturaram R$ 78 milhões ou mais em 2014 devem ter mais tempo para enviar
informações trabalhistas ao fisco
Ainda não é oficial, mas o prazo para o uso obrigatório da plataforma do e-Social para o envio de
informações trabalhistas pelas empresas que faturaram R$ 78 milhões ou mais em 2014, previsto para
setembro deste ano, será adiado mais uma vez.
Nos próximos dias, será publicada uma resolução com a nova data e um cronograma de implantação, que
será feita de forma gradativa. A informação é do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), que integra o
Grupo Confederativo do e-Social (GTC), junto com representantes de outras entidades de classe, ministérios
e órgãos do governo.
Com o adiamento, as empresas terão mais tempo para reformular seus sistemas de gestão e evitar o envio
de informações imprecisasà plataforma no futuro.
De acordo com a sócia-diretora da Attend Assessoria, Consultoria e Auditoria, Dilma Rodrigues, além da
preocupação com um software de gestão de recursos humanos adequado às exigências do e-Social, as
empresas devem validar os dados dos funcionários, no link “qualificação cadastral” no portal do e-Social.
Essa validação, que até o mês passado era feita individualmente, já pode ser realizada em lote, por meio de
um arquivo TXT, com o nome, CPF, número do PIS, data de nascimento e outros dados de todos os
colaboradores, de uma só vez.
Em 48 horas, o sistema, depois de cruzar as informações com a Caixa Econômica Federal, Receita Federal,
Ministério do Trabalho e Previdência Social, gera arquivos de retorno, com avisos sobre a existência ou não
de erros no cadastro dos funcionários.
Se o CPF de um funcionário, por exemplo, estiver com algum problema na Receita Federal, será preciso
regularizar antes de enviar os dados ao sistema. Assim, quanto maior o número de colaboradores, mais
trabalho pela frente antes de o e-Social entrar no ar.
Por enquanto, somente os empregadores domésticos que entrariam na lista de obrigatoriedade mais tarde,
estão usando o novo sistema, desde outubro do ano passado.
Esse é mais um motivo para as empresas menores se preocuparam com a nova exigência.
Pelas normas já publicadas, as empresas de pequeno porte, microempresas, MEI (Microempreendedor
Individual), com funcionário, empregadores domésticos e o pequeno produtor rural têm prazos específicos
que diferem das demais empresas.
EMPRESAS QUE NÃO TÊM POLÍTICA DE RH ORGANIZADA PODEM TER PROBLEMAS
Em todos os seminários realizados pelo país sobre o Sistema Público de Escrituração Digital (Sped), que
tem o e-social como um dos módulos, o entanto, o foco está voltado para as grandes empresas.
“As empresas que não possuem uma política de recursos humanos estruturada e organizada tendem a ter
problemas com o e-Social”, alerta a consultora.
Ela também chama a atenção para as normas referentes à medicina ocupacional. No processo de admissão
de funcionários, a maior parte dos empregadores contratam empresas de medicina ocupacional de pequeno
porte para a emissão de laudos médicos.
No e-Social, esses relatórios são codificados e precisarão estar adequados às exigências do e-Social.
“É preciso que essas empresas sejam cobradas para emitirem esses relatórios no formato exigido. Em caso
de erros nos códigos, a responsabilidade pelo envio das informações é do empregador”, explica.
Pelo cronograma atual, o envio dos dados sobre medicina ocupacional está previsto para janeiro de 2017.
Esse prazo também deverá ser adiado.
A adoção do compliance da folha de salários é uma das alternativas para evitar o envio de informações
inconsistentes ao sistema. Como essa ferramenta é possível fazer uma auditoria e análise minuciosa dos
dados informados.
“Com o uso cada vez maior da fiscalização eletrônica, o contribuinte deve ficar mais atento à qualidade das
informações fornecidas”, afirma o diretor técnico da Tributarie, empresa de consultoria financeira e
tributária, Magnus Brugnara.
No entanto, somente as empresas maiores e mais estruturadas, com departamentos internos específicos para
fazer esse pente fino nas informações trabalhistas, usam a ferramenta.
De acordo com Brugnara, um dos erros mais comuns encontrados envolve o uso da alíquota do Seguro de
Acidente de Trabalho (SAT), recolhido por todos os empregadores.
Como as alíquotas oscilam de acordo com o risco de acidente a que estão sujeitos os trabalhadores, é comum
o recolhimento errado da alíquota, seja para maior ou menor. Outra situação comum diz respeito ao
recolhimento ao INSS sobre verbas indenizatórias.
BLOCO K TAMBÉM FOI PRORROGADO
Outra obrigação acessória do Sistema Público de Escrituração Digital (Sped) que teve o prazo de envio
prorrogado foi o Bloco K, que reunirá informações sobre estoque, matéria-prima e uso de insumos no
processo produtivo, além de detalhes industriais sobre a transformação em produto final.
Pelo novo cronograma do Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária), a entrega está prevista para
janeiro de 2017.
A decisão de adiar o prazo foi tomada devido à complexidade relatada pelos contribuintes. Espera-se que o
fisco reveja o nível de detalhamento das informações e também a exigência de informações que, na opinião
de alguns setores industriais, expõem segredos da operação.
Fonte: Diário do Comércio
Provável adiamento do e-Social não deve alterar
as ações de implementação nas empresas
By Priscila Garcia | 26/07/2016 |
De acordo com notícia publicada em 20 de julho de 2016, no portal do Conselho Federal de Contabilidade
(CFC), o Grupo Confederativo do e-Social (GTC) se reuniu no último dia 19, na sede do CFC, para
alinhar os próximos passos para entrada em vigor do módulo. A data prevista é setembro de 2016, mas o
grupo concorda que é inviável. Além da revogação do prazo, o grupo também acertou que concentrará
esforços na construção do leiaute definitivo para o e-Social.
O e-Social é um módulo do Sistema Público de Escrituração Digital (SPED) que concentrará todas as
obrigações trabalhistas e previdenciárias num único espaço.
O GTC tem por objetivo equacionar possíveis divergências entre as necessidades do projeto e das
empresas antes que o módulo entre em vigor. O grupo é formado por representantes do Ministério do
Trabalho, da Secretaria da Previdência do Ministério da Fazenda, da Caixa Econômica Federal, do CFC,
do Sistema S, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), da Confederação Nacional do Comércio
(CNC), da FENACON, de cooperativas, do Sebrae e de empresas de softwares.
Em agosto do ano passado, o GTC foi dividido em subgrupos com o intuito de acelerar as discussões para
a implantação do módulo dentro do prazo previsto, mas, por diversas razões, ainda não há leiaute
definitivo para o projeto. “Estamos vendo os esforços dos atores envolvidos, tanto na realização dos testes
quanto nas discussões de alinhamento, com o objetivo de alcançar as melhorias esperadas para as versões
que foram apresentadas até agora. Há necessidade de ajustes e definição do leiaute para novos testes e o
Grupo está empenhado em produzir uma versão final”, afirma a representante do CFC no GTC, Sandra
Batista.
No encontro desta semana, o coordenador do grupo, José Maia, informou que as mudanças pelas quais
passou o governo não alteraram o compromisso com o projeto. “Apesar das mudanças, as equipes que
tratam do e-Social foram mantidas e o Governo está comprometido com o módulo”. Ele informou que será
publicada uma resolução revogando o prazo atual. “Já havíamos pactuado com esse Grupo que apenas
revogaríamos o prazo quando tivéssemos uma proposta de cronograma para apresentar. Não foi possível
construir esse cronograma, mas estamos trabalhando nisso. A revogação não é, de forma alguma, um sinal
de que o projeto não esteja sendo priorizado pelo Governo”, ressaltou Maia.
Os participantes reforçaram a necessidade de haver um leiaute definitivo para uma repactuação de prazo.
Por isso, haverá uma oficina para os integrantes do Grupo Confederativo nos dias 9, 10 e 11 de agosto, em
São Paulo, para acertar os conceitos que ainda precisam ser fechados para elaboração da versão final do
projeto. Na reunião serão feitos os últimos ajustes no leiaute.
Alertamos que, para fazer frente a esta nova realidade trazida pelo e-Social, as empresas e escritórios de
contabilidade devem trabalhar de maneira árdua para adaptar seus processos e sistemas às novas
exigências. Afinal, várias providências precisam ser tomadas desde já, tais como:
Realizar a qualificação cadastral dos colaboradores, comparando os dados registrados na empresa
com os dados armazenados no CNIS e na Receita Federal. Se os dados estiverem incorretos, não
será possível enviar a carga inicial dos funcionários para a base do e-Social;
Mapear quais procedimentos vêm sendo cumpridos e quais precisam ser adaptados ao e-Social.
Por exemplo, nem sempre as alterações de cargos e salários, horário de trabalho e de mudança no
local de trabalho são feitos em tempo real;
Criar um fluxo para unificação das informações provenientes do RH, do Jurídico, da Contabilidade
e Segurança do Trabalho;
Regularizar todos os programas de saúde ocupacional (PCMSO, PPRA, CIPA, PPP);
Utilizar exaustivamente o ambiente de testes para verificar o funcionamento e os dados a serem
informados.
Ou seja, é muito trabalho pela frente, e sem estas ações integradas não será possível gerar as informações
exigidas pela nova obrigação. Não é viável deixar para a última hora. O trabalho para a geração do e-
Social deve começar já. As pessoas são propensas a deixar quase tudo para depois principalmente se não
houver cobranças. E aqui vai nossa dica para os gestores que nos leem: iniciem JÁ o planejamento para a
geração do e-Social, estabeleçam METAS com suas equipes e, principalmente, COBREM resultados.
Agindo desta forma, as chances de cumprir as exigências do SPED aumentarão consideravelmente.
O direito ao FGTS nos contratos suspensos
Há muitas dúvidas sobre o recolhimento mensal do FGTS entre empregados afastados
Sempre que o empregado se encontra afastado de suas funções no trabalho, com o contrato suspenso, surge
a dúvida a respeito dos recolhimentos mensais do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), se serão
ou não mantidos.
A suspensão ocorre quando há paralisação do contrato de trabalho, portanto, deixa o empregado de prestar
os serviços ao empregador, o qual não está obrigado a lhe pagar os salários.
A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) prevê quais as situações que se enquadram na suspensão do
contrato de trabalho. Conforme a CLT, os empregados podem ter o contrato suspenso em casos de prestação
de serviço militar ou de outro encargo público; aposentadoria por invalidez; afastamento por doença a partir
do 16º dia; período de suspensão decorrente de medida disciplinar aplicada pelo empregador; tempo em que
o empregado se encontrar em reclusão (em sistema prisional); empregado eleito para ocupar cargo de diretor
na empresa; participação em curso ou programa de qualificação profissional, dentre outras.
Especificamente em relação aos recolhimentos do FGTS nas situações de suspensão do contrato de trabalho,
a lei determina que o depósito é obrigatório nos casos de afastamento para prestação do serviço militar
obrigatório e licença por acidente do trabalho.
Portanto, em todas as demais hipóteses de suspensão do contrato de trabalho, que não a prestação do serviço
militar obrigatório e licença por acidente do trabalho, o empregador não está obrigado a efetuar o depósito
do FGTS.
Em uma decisão recente, a Subseção I Especializada em Dissídios Individuais (SDI-1) do Tribunal Superior
do Trabalho (TST) não reconheceu o direito aos depósitos do FGTS do período de suspensão do contrato
de trabalho de uma empregada bancária em virtude da aposentadoria por invalidez.
Há inúmeras ações na Justiça do Trabalho nas quais se discute o direito ao FGTS nas hipóteses em que o
trabalhador já se encontra aposentado por invalidez, entretanto, as decisões têm seguido o texto literal da
Lei 8.036 publicada em maio de 1990 - que rege o hoje o FGTS -, sob o fundamento de que a norma do
parágrafo 5º do artigo 15 não é exemplificativa, não deixando margem para interpretação ampliativa.
Marcia Bello, coord. de relações do trabalho do Sevilha, Arruda Advogados
Previdência Volta a Ter Site Próprio
25/07/2016
A Previdência Social voltou a ter um site próprio, em plataforma que inclui informações da Secretaria de
Previdência e serviços do INSS. O cidadão já pode acessar todo conteúdo sobre Previdência Social no
site previdência.gov.br.
O Portal inclui informações sobre políticas de previdência, dados estatísticos e notícias, além dos serviços
do INSS, como agendamento de benefícios e simulação de aposentadorias.
Até o dia 7 de agosto, para garantir o pleno acesso a todas as informações e serviços, todo o conteúdo da
Previdência também estará disponível no site do Ministério do Trabalho. A migração definitiva de dados
ocorrerá em 8 de agosto.
A partir de 8 de agosto, o Portal do Ministério do Trabalho irá operar apenas com o endereço trabalho.gov.br,
com serviços exclusivos do Ministério do Trabalho. A mudança ocorre porque a Previdência passa a ser
Secretaria, vinculada ao Ministério da Fazenda.
Redes sociais – As redes sociais Facebook e Twitter, canais para divulgação de informações sobre
previdência por onde o cidadão interage e tira dúvidas, também foram reativados e podem ser acessados
pelo www.facebook.com/PrevidenciaOficial e www.twitter.com/PrevOficial.
As redes sociais do Ministério do Trabalho permanecem com o mesmo acesso no Facebook, Twitter e
demais perfis. Os serviços do Ministério do Trabalho, permanecem disponíveis no portal mtps.gov.br.
Fonte: MTPS – 22/07/2016.
Auxílio-doença já passará por revisão em poucas
semanas
Os mais jovens serão os primeiros a serem chamados
Atraso. Greve no INSS em 2015 represou a liberação de benefícios, que entram na conta de 2016
Brasília. A partir de agosto, o governo começa a convocar os trabalhadores que estão afastados por motivo
de doença e recebem o auxílio há mais de dois anos, sem data definida para acabar. Os mais jovens serão
os primeiros a serem chamados para comparecer a um posto do INSS, com data e horário previamente
marcados, para a realização da perícia médica.
Ao todo, serão 532 mil segurados. Os aposentados por invalidez, que estão na mesma situação, um
universo de 1,5 milhão, ficarão para uma segunda etapa, ao longo de 2017. Mas pessoas com mais de 60
anos ficarão de fora.
A orientação é que os segurados aguardem nas suas residências o comunicado do INSS porque a revisão
dos benefícios será feita de forma escalonada. As normas sobre o processo constarão de uma portaria
conjunta, que será publicada nos próximos dias pelos ministérios da Fazenda, do Planejamento e do
Desenvolvimento Social.
Ajuste fiscal. A revisão dos benefícios previdenciários faz parte das medidas do ajuste fiscal. Embora haja
uma determinação legal, isso nunca foi feito, sob o argumento de que o processo de revisão não pode
atrasar as novas concessões. Para contornar o problema, o governo baixou uma medida provisória,
concedendo um adicional para os peritos que quiserem realizar perícias extras, além da carga de trabalho
normal.
Segundo um técnico do governo que está participando das discussões, não há motivo para pânico porque
não haverá endurecimento na perícia. Além disso, não foram fixadas metas sobre novos procedimentos
para o médicos peritos.
“Aquele segurado que de fato tem problema de saúde que o incapacite para o trabalho continuará
recebendo o auxílio”, disse o técnico, lembrando que, ao fazer a revisão dos benefícios a cada dois anos, o
governo está apenas cumprindo a legislação.
Efeito da greve. O governo terá que incorporar, neste ano, parte dos gastos com auxílio-doença que foram
represados em 2015. O benefício, que costuma crescer, em média, 5% ao ano, teve alta em 2015 abaixo de
1%. A razão, aparentemente, foi a longa greve dos médicos peritos do INSS no ano passado. A equipe
econômica do presidente interino, Michel Temer, terá que incorporar aos gastos deste ano a recuperação
de parte dessas concessões represadas em 2015. O Planejamento pretende reduzir essas despesas com as
medidas de revisão já anunciadas.
300 mil não serão convocados
Brasília. Cerca de 300 mil trabalhadores que estão recebendo o auxílio-doença há mais de dois anos, mas
cujo benefício já tem data para acabar, não serão convocados para a revisão do auxílio a partir do mês que
vem, segundo um técnico do governo federal que está participando das discussões.
Caso estejam recuperados, podem voltar ao trabalho normalmente. Se julgarem que ainda estão incapazes,
podem marcar uma nova perícia, com antecedência de 15 dias do vencimento.
Vai se aposentar por idade? Fique por dentro
Publicado por Ian Ganciar Varella - 2 dias atrás
Aposentadoria urbana
Em regra, aposentadoria por idade será devida ao segurado homem que completar 65 anos de idade e a
mulher com 60 anos de idade, desde que comprovem a carência do artigo 142 da Lei 8.213/91 pagas
tempestivamente.
Carência permanente é 180 meses, salvo para casos de direito adquirido.
Aposentadoria rural
Exemplos de segurados especiais, a pessoa física residente no imóvel rural ou em aglomerado urbano ou
rural próximo a ele que, individualmente ou em regime de economia familiar, ainda que com o auxílio
eventual de terceiros, na condição de:
A) produtor, seja proprietário, usufrutuário, possuidor, assentado, parceiro ou meeiro outorgados,
comodatário ou arrendatário rurais, que explore atividade:
1. Agropecuária em área de até 4 (quatro) módulos fiscais;
2. De seringueiro ou extrativista vegetal que exerça suas atividades nos termos do inciso XII do caput do
art. 2º da Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000, e faça dessas atividades o principal meio de vida;
b) pescador artesanal ou a este assemelhado que faça da pesca profissão habitual ou principal meio de
vida; e c) cônjuge ou companheiro, bem como filho maior de 16 (dezesseis) anos de idade que,
comprovadamente, trabalhem com o grupo familiar respectivo.
Porém para os trabalhadores rurais de ambos os sexos e para os que exerçam suas atividades em regime de
economia familiar, será reduzido em 5 anos de idade em face da determinação constitucional, portanto:
60 anos de idade, se homem;
55 anos de idade, se mulher.
Esta redução só será aplicada, se o trabalhador rural comprovar o efetivo exercício de atividade rural,
ainda que de forma descontínua, no período imediatamente anterior ao requerimento do benefício, por
tempo igual ao número de meses de contribuição correspondente a carência do benefício pretendido.
Aposentadoria híbrida
E, caso o trabalhador rural que não consiga comprovar exigência, mas que utilize períodos de
contribuição urbana, fará jus aposentadoria, ao completar:
65 anos de idade, se homem e;
60 anos de idade, se mulher.
Por muito tempo, a jurisprudência entendeu que a aposentadoria híbrida era privativa do trabalhador rural.
Entretanto, a segunda turma do STJ, Resp 1.407.613, entendeu favoravelmente ao trabalhador urbano
que, na época do requerimento administrativo, ostente essa qualidade e pretendo computar período
pretérito de carência a qualidade de trabalhador rural.
É possível considerar o tempo de serviço rural anterior ao advento da lei 8213/91 para fins de carência de
aposentadoria híbrida por idade, sem que isso seja necessário o recolhimento de contribuições
previdenciárias para esse fim.
Comprovação de exercícios de atividade rural
Alguns exemplos:
Contrato de arrendamento parceria meação ou comodato rural, cujo período da atividade será
considerado somente a partir da data do registro do reconhecimento de firma do documento em
cartório.
Blocos de nota do produtor rural.
Notas fiscais entrada de mercadorias emitidas pela empresa adquirente da produção, com indicação
do nome do segurado como vendedor.
Certidão de casamento civil ou religioso que conste a profissão ou qualquer outro dado que
evidencie o exercício da atividade rurícola e seja contemporâneo ao fato nele declarado.
Importante esclarecer que a prova exclusivamente testemunhal não basta à comprovação da atividade
rurícola, para efeito da obtenção de benefício previdenciário, devendo existir início de prova material.
Valor do benefício da aposentadoria por idade:
Urbana: de um salário mínimo até o teto previdenciário, nos termos do artigos 29, II e 50 da Lei
8.213/91.
Rural: um salário mínimo, nos termos do artigo 39 da Lei 8.213/91.
Híbrida: O período como segurado especial o limite mínimo de salário de contribuição (um
salário mínimo), nos termos do artigo 29, II da Lei 8.213/91.
Rais 2015/2016 – Encerramento das Atividades
29/07/2016
O (A) estabelecimento/entidade que encerrou as atividades em 2015 e não entregou a declaração da RAIS
deverá marcar a opção “Encerramento das Atividades“, disponível no programa GDRAIS2015, e informar
a data do encerramento de suas atividades.
A data de desligamento dos empregados, quando for o caso, é obrigatória e deve ser menor ou igual à data
de encerramento das atividades do estabelecimento.
No caso de encerramento das atividades no decorrer de 2016, o estabelecimento pode antecipar a entrega
da declaração, utilizando o programa GDRAIS2015.
O campo data de encerramento pode ser preenchido com o dia, mês e ano equivalente à data em que está
sendo entregue a declaração da RAIS (no formato DD/MM/AAAA).
A data de desligamento dos empregados, quando for o caso, é obrigatória e deve ser menor ou igual à data
de encerramento das atividades do estabelecimento.
No caso de encerramento das atividades, em anos-base anteriores, os estabelecimentos deverão utilizar os
programas disponíveis nos endereços eletrônicos: http://portal.mte.gov.br/index.php/rais ou
http://www.rais.gov.br.
Legislação veta gestantes em locais de trabalho
insalubres
O advogado especializado na área trabalhista, Agostinho Zechin Pereira, prevê dificuldades para
empresas com 100% de áreas com más condições. – Foto: Divulgação
A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) tem previsão específica para a proteção à maternidade, mas a
nova Lei de Gestantes e Lactantes 13.287, publicada em 12 de maio de 2016, vai além, ao proibir a
gestante ou lactante em atividades ou locais insalubres.
A insalubridade é constituída por todo agente físico, químico ou biológico que pode causar danos à saúde
do trabalhador. Essa nova lei veda à empregada gestante ou lactante de exercer algum tipo de atividade em
locais desse tipo. Se uma empresa tem algum tipo de setor que seja considerado insalubre e nesse local
preste serviço uma empregada grávida ou que esteja amamentando, ela não poderá trabalhar nesse local.
Segundo essa lei, a empregada terá que ser afastada e passar a exercer a sua atividade em um local que
seja salubre.
O advogado especializado na área trabalhista e sócio do escritório Lemos e Associados de Campinas,
Agostinho Zechin Pereira, prevê dificuldades para empresas com 100% de locais de trabalho insalubre. “O
espírito da lei é que ela seja deslocada. Imaginemos que em uma empresa uma funcionária gestante ou
lactante trabalhe em um setor que tenha muito ruído e isso é um agente insalubre. Ela não pode trabalhar
nesse setor, que tem ruído, então a empresa terá que deslocar essa funcionária para um outro setor que seja
saudável. Isso pode acontecer se a empresa tiver locais salubres. Se for o caso de uma empresa onde 100%
das instalações são insalubres, não há a saída para essa situação, segundo a lei. A partir daí vão se criar
situações jurídicas. Na minha avaliação, num caso desses, a empresa não terá outra alternativa a não ser
colocar a funcionária em casa e continuar a pagar o salário. Demitir não se pode, pois a mulher tem
estabilidade de cinco meses após o parto”, avalia.
A nova lei reforça que a empregada gestante ou lactante, afastada de suas atividades originais, pare de
receber o adicional de insalubridade, durante esse período.
A CLT já tem um dispositivo, o artigo 194, informando sobre o direito ao adicional de insalubridade, que
cessará com a eliminação do risco.
“Se a empregada não estiver exercendo a sua atividade em local insalubre, ela não deve mais receber esse
adicional de insalubridade, enquanto estiver afastada do ambiente insalubre”, reforça Agostinho.
Lei é omissa
O advogado Agostinho Zechin Pereira destaca que a lei é omissa com relação à troca de função, como por
exemplo, se a funcionária trabalha em uma câmara fria e durante esse período passa a ser telefonista.
“A lei não diz que pode ou que não pode. A única coisa que a lei diz é que a empregada deve exercer as
suas atividades em local salubre. Isso já nos traz o raciocínio que ela não deve ser afastada e ficar em
licença remunerada. A lei em momento algum fala isso.
Muito pelo contrário”, diz o advogado. Ele acescenta que “a lei fala que a empregada deve continuar
exercendo a sua atividade, contudo em local salubre. No caso de trabalhar em uma câmara fria, ela terá
que mudar de função. Entendo que ela poderá exercer outra função, desde que seja compatível com a que
vinha exercendo anteriormente. A empregada não poderá ser colocada em um cargo muito inferior ao que
exercia, que seria considerado uma redução funcional hierárquica, o que poderia gerar, segundo alguns,
uma indenização por dano moral”, explica. No caso do setor de saúde, estudos oficiais comprovam que
90% dos profissionais que exercem atividade de enfermagem são formados por mulheres.
“Dessa forma, em um hospital com 100 profissionais de enfermagem, cerca de 90 são mulheres. Se 10%
desse número for de gestantes ou lactantes, o hospital poderá ter problemas. Imagine hoje uma empresa
seja ela qual for ficar sem 10 pessoas? Com certeza teremos outras situações que podem caracterizar
insalubridade, como exposição ao ruído ou a poeira ou ao calor ou frio excessivos”, diz.
O advogado acredita que muitas empresas não tem conhecimento dessa nova lei. Com relação ao período
de amamentação Agostinho Pereira diz que é outra questão a ser analisada. “O objetivo dessa lei não foi
colocar limites para o período de amamentação. Até porque esse período tem que ser definido caso a caso,
inclusive levando-se em conta a necessidade do período de amamentação de cada criança. Provavelmente
essa questão deverá ser definida mediante uma declaração médica, que comprove o período necessário de
amamentação”, finaliza. Postado por: imprensa_pcsc
Afastamento de trabalhador por estresse aumenta
com a recessão
Os números da Previdência Social advertem: a crise econômica já faz mal à saúde do brasileiro.
A participação das doenças mentais nos afastamentos associados ao trabalho subiu de 4% para quase 5%
das licenças nos últimos três anos.
Algumas delas, como transtornos ansiosos e reação grave ao estresse, cresceram ainda mais -com taxas de
expansão na casa dos 30% nesse mesmo período.
São sintomas de uma relação já observada e medida em países desenvolvidos: recessões prolongadas,
como a que o Brasil atravessa agora, afetam a saúde mental da população, com fortes prejuízos sociais e
econômicos.
Pesquisas recentes mostram que a crise financeira global, que estourou em 2008, provocou aumento da
incidência de doenças como depressão e da taxa de suicídio em vários países.
Os dados mais recentes de saúde no Brasil ainda não foram computados, mas o relato de especialistas e as
estatísticas da Previdência já indicam efeitos da atual contração econômica brasileira, que já dura dois
anos.
DEMANDA
Há uma procura crescente por auxílios-doença, principalmente psiquiátricos, desde o fim do ano passado,
disse o presidente da Associação Nacional dos Médicos Peritos, Francisco Cardoso.
“Os pedidos de auxílio-doença costumam aumentar em períodos de crise. Vimos isso, por exemplo, no
período de crises que ocorreu entre 1999 e 2001”, afirmou.
Para Marco Pérez, diretor do departamento de saúde ocupacional da Secretaria de Políticas de Previdência
Social, ainda é cedo para verificar o efetivo impacto da recessão nas estatísticas de afastamento do
trabalho.
Mas ele disse esperar que esse efeito possa aparecer. “Não há a menor dúvida de que uma crise econômica
gera impactos sobre os aspectos emocionais e afetivos de uma pessoa”, afirmou.
Em 2009, ano em que o Brasil sentiu os efeitos da crise global com mais intensidade, também houve um
salto nesses afastamentos -cujo nome técnico é auxílio-doença acidentário.
A causa mais visível do estresse provocado por uma crise econômica é a ameaça do desemprego. Entre o
início de 2014 e o primeiro trimestre deste ano, o número de desocupados, de acordo com as estatísticas
do IBGE, aumentou de 7 milhões para mais de 11 milhões de pessoas.
“Além da perda do emprego, o risco de ficar desempregado também tem impacto na vida emocional”,
disse Pérez.
Esse efeito da sobrecarga de trabalho e da perspectiva de ser atingido por cortes na saúde mental de quem
continua empregado foi verificado pelo professor Jörg Huber, do Centro de Pesquisa em Saúde na
Universidade de Brighton (Inglaterra), em estudo após a crise de 2008/2009 no Reino Unido.
Segundo ele, crescem os sintomas de estresse, ansiedade e depressão.
“Nossas pesquisas indicam que até 40% dos adultos apresentaram sintomas de saúde mental debilitada
após a crise global de 2008/2009 no Reino Unido. Quanto maior o impacto no ambiente de trabalho, mais
fortes os efeitos na saúde”, afirmou Pérez à Folha.
O estresse prolongado pode causar ainda problemas como diabetes e doenças cardíacas. Mas nem todo o
mundo é afetado, ressalta Huber. “Alguns grupos têm graus mais altos de resiliência, se adaptam melhor à
adversidade.”
PRODUTIVIDADE
A consequência da piora na saúde mental para o país, além da óbvia perda de qualidade de vida, é um
aumento dos gastos públicos e privados com saúde e uma menor capacidade de crescimento no longo
prazo.
Para Cardoso, da ANMP, muitos beneficiários que entram em afastamento acabam não voltando ao
mercado. “Quanto mais tempo a pessoa fica recebendo o benefício, mais difícil se torna tirá-la. Muitos
cultivam a doença, deixando de tomar, por exemplo, medidas que poderiam ajudá-la a superar o problema
e voltar ao trabalho.”
Em relatório intitulado “O impacto das crises econômicas na saúde mental”, publicado em 2011, a
Organização Mundial da Saúde alertou as autoridades europeias para a necessidade de agir a fim de
mitigar os efeitos da recessão.
“Enquanto as crises econômicas podem ter efeitos na saúde mental, problemas de saúde mental também
têm efeitos significativos sobre a economia. As consequências ocorrem, principalmente, sob a forma de
perda de produtividade”, diz o relatório.
“Os transtornos mentais graves muitas vezes começam na adolescência ou com jovens adultos, o que faz
com que a perda de produtividade possa ter longa duração.”
Segundo dados da consultoria farmacêutica IMS Health, também aumentou o consumo de medicamentos
antidepressivos e estabilizadores de humor, notadamente a partir de 2015.
Desde o ano passado, o ritmo de vendas desses medicamentos é superior ao do total da indústria
farmacêutica.
Parte desse aumento pode ser creditada à maior incidência de doenças mentais. Porém, a quebra de
patentes de alguns medicamentos barateou remédios e pode ter facilitado o acesso dos consumidores a
eles.
Folha de São Paulo
Postado por: Portal Contábil SC
Conheça todos os absurdos que ainda existem na
CLT
29 de julho de 2016
A legislação trabalhista tem mais de 1.700 regras, entre leis, portarias, normas e súmulas. Para o professor
da USP José Pastore, ela reúne “absurdos”, que poderiam fazer sentido na década de 1940, quando foram
criadas, mas são anacrônicas no século.
A legislação trabalhista tem mais de 1.700 regras, entre leis, portarias, normas e súmulas. Para o professor
da USP José Pastore, ela reúne “absurdos”, que poderiam fazer sentido na década de 1940, quando foram
criadas, mas são anacrônicas no século XXI. Imposições legais vão desde hora extra menor que 60 minutos
até proibição de divisão de férias em dois períodos de 15 dias para quem tem 50 anos ou mais.
HORA COM MENOS DE 60 MINUTOS
O artigo 71 da CLT prevê que a hora noturna — entre 22h de um dia e 5h do dia seguinte — seja de 52
minutos e 30 segundos. Com isso, o trabalhador tem direito a sete minutos e 30 segundos a mais por cada
hora trabalhada.
50 ANOS COM FÉRIAS COMPLETAS
Trabalhadores com 50 anos ou mais devem gozar as férias em período único. A permissão para dividir as
férias em dois períodos de 15 dias é só para quem tiver até 49 anos.
DESCANSO ANTES DA HORA EXTRA
As mulheres têm direito a descanso de 15 minutos entre a jornada regular de trabalho e o início da hora
extra. O benefício foi considerado constitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF) de 2014.
PRAZO DE DOIS ANOS DE PRESCRIÇÃO
A legislação prevê um prazo de até dois anos para que os trabalhadores reclamem na Justiça sobre
violações trabalhistas. O prazo, segundo Pastore, é superior ao de outros países. Na Alemanha, a
prescrição é de algumas semanas.
ENTRAR E SAIR EM 10 MINUTOS
A CLT estabelece tempo máximo de dez minutos para que os trabalhadores entrem e saiam da empresa,
incluído nesse período o tempo para saída na hora do almoço. Pastore pondera que esse tempo pode ser
suficiente para quem trabalha em empresa menores, mas para os operários de uma siderúrgica, que passam
por pátio até chegar ao portão da fábrica, esse tempo não é suficiente
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— Esse tempo pode ser negociado entre as partes, não precisa estar na lei.
ACORDOS ETERNOS
Segundo Pastore, há súmula do Tribunal Superior do Trabalho (TST) que torna válida para sempre
cláusulas negociadas nas convenções coletivas. Elas não têm prazo de validade. Se uma das partes quiser
aquela cláusula, ela não vai cair, mesmo que a conjuntura econômica ou as condições de trabalho mudem,
afirma o sociólogo.
PONTO NA EMPRESA
O especialista chama a atenção para a obrigatoriedade de se marcar o ponto na empresa. Mesmo que o
empregado possa trabalhar em casa ou tenha que se deslocar para outro local para trabalhar, ele é obrigado
a passar na companhia primeiro para marcar o ponto.
Fonte: Jornal Contábil
Para críticos da reforma trabalhista, mudança
prejudica paridade entre as partes
25 de julho de 2016
Entre os críticos da reforma trabalhista que pretende dar mais força às negociações coletivas entre
empregadores e empregados, o argumento é que mudar em um momento de crise prejudicaria a paridade
entre os atores da negociação.
“Acho isso um ato de covardia, porque estamos vivendo uma crise que fragiliza a classe trabalhadora e a
atuação sindical, no momento que o país tem 12 milhões de desempregados”, afirma Francisco Giordani,
diretor da Escola Judicial do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região (Campinas e interior de São
Paulo).
Giordani afirma que a base para qualquer negociação é o equilíbrio entre os negociadores, o que não
existe no Brasil. “A legislação trabalhista vem justamente para suprir a deficiência do poder de fogo,
vamos dizer assim, da classe trabalhadora […] As pessoas que dizem que a CLT está superada tem que ser
enquadradas em duas situações: ou desconhecem ou são mal intencionadas.”
O presidente do Confederação Nacional dos Trabalhadores em Turismo e Hospitalidade (Contratuh),
Moacyr Tesch, diz que o fato de os empresários não saberem negociar é um empecilho para que uma
eventual reforma seja bem sucedida.
“Essa proposta do negociado sobre o legislado, especialmente no momento de crise, e num contexto de
liberdade sindical mitigada em face do princípio constitucional da unicidade sindical, representam um
tremendo risco de precarização. O próprio exemplo de outros países que passaram ou que estão passando
por crises econômicas, como é o caso da Espanha, demonstram que nos momentos de crise é que a
proteção do direito do trabalho se faz mais importante”, afirma o ministro Lelio Bentes, do Tribunal
Superior do Trabalho.
Partindo do exemplo espanhol, o ministro explica que, no Direito Internacional, o que vigora é o princípio
da norma mais favorável e que as garantias estabelecidas podem somente ser ampliadas por norma
coletiva, nunca o contrário.
“No início da crise econômica espanhola a primeira iniciativa que se tomou, uma das primeiras iniciativas
foi uma reforma trabalhista flexibilizando os requisitos para a demissão e o índice de desemprego continua
em torno de 25% e entre jovens chega até os 50%.”
Luiz de Mello Filho afirma que prestigiar negociações coletivas acabaria com caráter federal das leis do
Trabalho.
Para Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, que também é ministro do TST, há outro problema: com um
novo modelo, pode haver a explosão de normas trabalhistas, gerando o enfraquecimento da natureza
federal da lei trabalhista.
“Porque quando você fixar essa reforma do negociado sobre o legislado, corremos o risco de ter centena
de milhares de legislações trabalhistas. Porque cada empresa vai querer que se constitua um sindicato e
fazer um acordo para estabelecer as regras dela.”
Enescu diz que saída da crise não é pela flexibilização, mas pelo aumento salarial somado à capacitação
profissional.
Livio Enescu, presidente da Associação dos Advogados Trabalhistas de São Paulo, vê a fase atual como o
pior momento possível para qualquer debate sobre o assunto, pois, se “passar um boi passará uma boiada”.
“O momento agora é de o capital entender que agora cabe a ele o sofrimento”, diz.
Enescu destaca que a fase vivida pelo Brasil será resolvida com aumento salarial e capacitação do
trabalhador, que poderá consumir mais e aprenderá a fazer isso de maneira mais consciente e qualitativa.
O advogado cita que a China, exemplo para muitos empregadores a até pouco tempo atrás, chegou num
ponto em que começa a reverter essa ideologia para melhorar a vida de seus cidadãos.
Fonte: Conjur
Negociado versus legislado
Especialistas defendem reforma sindical antes da
trabalhista
25 de julho de 2016, 6h55
Por Tadeu Rover e Brenno Grillo
A reforma da legislação trabalhista pode sair do papel até o fim deste ano. O governo federal pretende
encaminhar uma proposta até o fim deste ano, e o novo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo
Maia, já disse que quer votar o projeto antes de 2017. (Leia também as reportagens Para críticos da
reforma trabalhista, mudança prejudica paridade e Normas já permitem flexibilizar regras trabalhistas,
dizem especialista, produzidas pela ConJur)
O tema é controverso por envolver o posicionamento político dos autores — uns mais à esquerda e outros
à direita — e o momento vivido pela economia brasileira, considerado desfavorável pelos que são
contrários à qualquer mudança nas leis que regulam as relações entre empregados e empregadores.
Apesar das nítidas diferenças ideológicas, especialistas ouvidos pela revista eletrônica Consultor
Jurídico dizem que, antes de qualquer mudança nas leis trabalhistas, é preciso reformar o modelo sindical
brasileiro.
Para o presidente do Colégio de Presidentes e Corregedores dos Tribunais Regionais do Trabalho, Lorival
Ferreira dos Santos, o problema é que não existe pluralidade sindical no país, conforme a Convenção 87
da OIT.
“Para isso precisa haver a mudança na Constituição da República, artigo 8º. Hoje prevalece o princípio da
unicidade, do sindicato único”, diz Santos, também presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª
Região (Campinas e interior de Sâo Paulo).
“A Constituição Federal de 1988 trouxe, digamos assim, uma liberdade para se criar entidades sindicais”,
opina Santos. Segundo ele, para se criar um sindicato é só protocolizar o pedido e registrar a instituição, e
isso gerou uma onda de novos atores inexpressivos e pouco representativos. “Quais os sindicatos
representativos, por exemplo, que nós temos? Metalúrgicos, bancários, construção civil. Mas são poucos.”
O ministro Lelio Bentes, do Tribunal Superior do Trabalho, também coloca a reforma sindical como
prioridade para qualquer mudança posterior.
“Sem sombra de dúvidas a estrutura sindical brasileira precisa ser revista. Precisamos ter entidades
sindicais verdadeiramente representativas.” Ele destaca que o Brasil tem, atualmente, mais de 24 mil
organizações sindicais, mas que metade delas nunca firmou uma convenção coletiva sequer.
“Isso demonstra uma distorção trágica na estrutura sindical brasileira, imposta por uma determinação
constitucional que trouxe para o plano constitucional um dispositivo da Consolidação das Leis do
Trabalho da década de 1940 que é a unicidade sindical, reforçada e agravada pelo imposto sindical; uma
forma artificial de dar uma sustentação econômica à entidades sindicais que muitas vezes não tem a
mínima legitimidade junto à categoria sequer para angariar seus próprios associados”, explica Bentes.
Também ministro do TST, Luiz Philippe diz que é preciso haver um pluralismo sindical efetivo para
evitar que apenas um único interesse, o da maioria da direção do sindicado, prevaleça. “No Brasil apenas
17% dos trabalhadores são sindicalizados. Então já temos um problema enorme. Além dos 17%, eles só
têm a proteção legal, e não a proteção do negociado. De outro lado os sindicatos representam apenas 17%,
então nós temos da massa trabalhadora um déficit de quase 83%.”
Luiz Philippe detalha que os instrumentos coletivos são fontes autônomas de direito para melhorar as
condições da categoria representada, um estatuto mínimo superior ao estatuto legal, desde que observadas
as condições específicas. “Temos que assegurar um pluralismo para que, se eu assinar um acordo que não
seja bom para a categoria, eu não mais os represente. Eu posso ter a constituição de uma outra chapa,
outro segmento, que vá fazer um acordo melhor. Então não é democrático.”
Em entrevista à ConJur, o presidente do TST, Ives Gandra Filho, defensor do
fortalecimento das negociações coletivas, também defendeu a reforma sindical antes de outras mudanças.
“Penso que o caminho seria o pluralismo sindical, sendo os acordos coletivos firmados com os sindicatos
de maior representatividade e as ações de substituição processual protegendo apenas os associados, de
modo a estimular a filiação.”
Livio Enescu, presidente da Associação dos Advogados Trabalhistas de São Paulo, já se declara contrário
a qualquer flexibilização da leis trabalhistas. Ele vê o movimento sindical ainda em busca da maturidade e
defende que as convenções coletivas ganhem mais protagonismo. De acordo com Enescu, uma mudança
agora nesse sentido só garantiria vitórias às categorias já solidificadas, como a dos metalúrgicos, por
exemplo. “A maioria dos sindicatos são cartoriais.”
Por outro lado, Moacyr Tesch, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Turismo e
Hospitalidade (Contratuh), diz que a falta de maturidade parte dos empregadores, que não sabem negociar,
chegando a aparentar um certo egoísmo quando o assunto são seus empregados.
“Acho que a reforma que eles querem fazer é para enfraquecer o modelo sindical”, diz. Tesch afirma ainda
que, quando se fala em reforma, sempre são analisados grandes centros, mas as pessoas esquecem que o
Brasil apresenta realidades diferentes. “Qualquer lugar tem problema de representatividade, mas não
podemos generalizar o processo.”
Tadeu Rover é repórter da revista Consultor Jurídico.
Brenno Grillo é repórter da revista Consultor Jurídico.
Revista Consultor Jurídico, 25 de julho de 2016, 6h55
Não deixe para amanhã o que você pode mudar
hoje
Alguns estudos mostram que o cérebro leva até 30 dias para se acostumar a uma rotina e
transformá-la em hábito
Veja se você se identifica com o exemplo a seguir. Você entra às 9h no trabalho, mas tem a seguinte
rotina - coloca o despertador para tocar às 7h30, mas atrasa o horário com a função Soneca e só toma
coragem de levantar lá pelas 8 horas. O resultado você já sabe – mal consegue tomar um bom café da
manhã, chega ao escritório atrasado e ainda corre o risco de cruzar com o chefe pelo corredor
olhando meio torto. Se isso aconteceu mais de uma vez e não apenas às segundas-feiras, por
exemplo, temos aí um hábito criado.
Agora, pense em quantos maus hábitos criamos ao longo do tempo e que fazem parte da rotina sem
ao menos percebermos que se trata de um mau costume. A boa notícia é que tudo isso é criado pelo
nosso cérebro e pode ser reprogramado, trocando por hábitos melhores e assim ter mais qualidade de
vida.
O começo de tudo
Tal assunto deu origem ao livro O poder do hábito, de Charles Duhigg.
Charles é repórter investigativo do "New York Times" e com base em mais de 300 entrevistas com
cientistas e executivos, leitura de artigos e pesquisas em empresas, reuniu tudo em sua obra e chega a
uma conclusão animadora – a chave para que cada pessoa tome iniciativas melhores, tais como fazer
exercícios, parar de fumar, ser uma pessoa mais produtiva, ter controle financeiro é entender como os
nossos hábitos funcionam.
Ok, mas você acha que é simples assim? Não, não é. Mas a ideia, segundo o autor, não é
simplesmente abandonar um comportamento ruim, mesmo porque sabemos que não é fácil começar a
frequentar a academia e achar super legal para quem é sedentário.
Para mudar um mau hábito é preciso primeiro entendê-lo e descobrir a sua origem. O livro ilustra
isso muito bem e mostra que cada hábito é composto por três etapas: deixa, rotina e recompensa.
Primeiro surge a deixa, aquele clique que aciona um comportamento, depois disso inicia-se uma
rotina e em seguida vem uma recompensa que motivou a busca.
O ciclo acima foi descoberto por meio de uma experiência com ratos: quando colocados em uma
caixa em formato de T, as cobaias farejavam o caminho, chegavam até a ponta direita e depois até a
esquerda, onde encontravam o chocolate. A experiência foi repetida várias vezes até que os roedores
iam direto para o lado esquerdo onde o chocolate era deixado sempre.
Pronto, estava criado um hábito.
Nós também passamos por isso. Os hábitos são criados para poupar o indivíduo de pensar ao executar
tarefas simples como tomar banho, dormir e comer, por exemplo. Assim, os hábitos ajudam a
preservar energia para coisas complicadas. O problema é quando o hábito é criado para automatizar
algum comportamento prejudicial, como a preguiça de começar a fazer exercício pela manhã ou
começar a investir.
A primeira dica é reconhecer um mau hábito e estar disposto a mudá-lo. Mas pra dar certo é
necessário ser realista. Caso queira começar a praticar exercícios, não adianta se martirizar - acordar
às 6h da manhã e sair correndo com a meta de fazer 5 km.
Se você é sedentário, provavelmente a experiência será péssima. Você vai ficar quebrado e achar que
definitivamente não tem a mínima aptidão para práticas esportivas. Em vez disso, que tal começar
aos poucos? É preciso tornar a "deixa" prazerosa, já que é o início de tudo. Por exemplo, se dê de
presente um tênis novo e deixe próximo da sua cama a roupa para se exercitar.
Em vez de começar numa segunda-feira, tente começar no sábado, chame um amigo para
acompanhá-lo e comece a fazer uma simples caminhada. Como recompensa você pode dar uma
parada para tomar uma água de coco ou até mesmo programar uma viagem e fazer uma caminhada
neste lugar diferente.
O importante é você encontrar uma gratificação que lhe agrade após o exercício para fazer disso um
hábito. Se tiver uma recaída, não se culpe: o importante é não desistir.
Alguns estudos mostram que o cérebro leva até 30 dias para se acostumar a uma rotina e transformá-
la em hábito.
Lembre-se que isso só vai dar certo se você compreender o real desejo e motivação por trás de um
novo hábito. Por exemplo, é difícil economizar dinheiro e fechar o mês no azul? Então, que tal se
propor a planejar uma viagem de férias, por exemplo? Não é uma motivação prazerosa?
Para isso, pesquise quanto isso vai custar e calcule quanto você precisa economizar por mês para
fazer aquela viagem nas próximas férias. Assim, quando bater aquela vontade súbita de trocar de
carro ou gastar com supérfluos lembre-se do seu objetivo e ocupe o seu tempo com outra coisa
naquele instante.
Se até agora tudo isso pareceu muito bom na teoria e difícil na prática, deixamos aqui uma última
reflexão para ajudar a conquistar novos e bons hábitos.
Suas crenças se tornam seus pensamentos.
Seus pensamentos se tornam suas palavras.
Suas palavras se tornam suas ações.
Suas ações se tornam seus hábitos.
Seus hábitos se tornam seus valores.
Seus valores se tornam o seu destino.
(Mahatma Gandhi)
Fonte: http://blog.rico.com.vc/
O alto nível de estresse e a responsabilidade das
empresas
Um estudo da psicóloga Marilda Lipp, pós-doutora pelo National Institutes of Health, dos Estados
Unidos, autora de 22 livros e uma das principais referências nos estudos das causas, consequências e
tratamento do estresse no País, revelou que entre os executivos brasileiros, o índice de estresse
também aumentou dramaticamente. “Há 10 anos, o porcentual de executivos brasileiros com estresse
era de aproximadamente 45%. Agora, ultrapassa 59%”, diz Lipp.
Dos profissionais que trabalham em escritórios sem exercer cargos de chefia, 35% têm sinais de
estresse e “a pressa se tornou uma constante”, afirma. Importante destacar que, não por acaso, os
participantes disseram sofrer de doenças que têm forte relação com o estresse, como hipertensão,
asma, gastrite, depressão, doença do pânico e ansiedade. Esta última, em 55,6%.
No caso das doenças psicossomáticas, gastrite (32,64%) e asma ou outra doença respiratória
(20,45%) lideram. E, para aliviar o estresse, 63% fazem atividade física (o que é ótimo!); 53%
comem (o que é péssimo); 62,45% rezam ou fazem irradiações mentais; 38,53% fazem compras;
21,81% procuram calmantes; 15,83% procuram um centro espírita; 10,39% procura um pastor;
9,75% fumam cigarros, entre outros. Além disso, 75% conversam com amigos ou familiares para
aliviar o estresse.
A especialista sugere algumas alternativas para reduzir o estresse negativo no trabalho, para
empregados e empregadores: melhorar o relacionamento com colegas, chefes e subordinados;
controlar o estresse e a raiva; gerenciar bem o tempo de cada atividade; realizar testes periódicos de
estresse; buscar horários flexíveis; campanhas de esclarecimento e repúdio ao assédio moral; sala de
relaxamento; atividade física e alimentação adequada (convênios com academias e nutricionistas).
Complementar a essas informações um estudo realizado em 2015 pela International Stress
Management Association (Associação Internacional do Controle do Estresse) aponta o Brasil como o
segundo país com o maior nível de estresse do mundo. De cada dez trabalhadores, três pelos menos
sofrem da chamada Síndrome de Burnout, esgotamento mental intenso causado por pressões no
ambiente profissional. Os principais estressores: 89% desequilíbrio entre esforço e recompensa; 78%
falta de tempo (longa jornada) e 63% relacionamentos interpessoais.
Mais alarmante ainda é que, segundo Lipp, “são poucas as empresas que assumem a responsabilidade
sobre o nível de estresse de seus empregados e possuem programas efetivos de prevenção”.
Estadão
Inserção no mercado ainda enfrenta desafios
00:00 · 26.07.2016 por Carol Kossling - Repórter
Hoje, de acordo com o banco de vagas do IDT, são 152 vagas para deficientes, sendo 136 delas
apenas na Capital ( Foto: Alex Costa )
Apesar da Lei que estabelece cotas para trabalhadores com deficiência ter completado 25 anos no
último domingo, ainda existem dificuldades tanto para os empregados se adequarem às vagas
disponíveis, que às vezes são avessas ao perfil deles, como para as empresas preencherem o quadro
de colaboradores.
Para a coach e consultora de recursos humanos, Bernadete Pupo, o problema acontece por dois
fatores. O primeiro é por conta do próprio profissional não se valorizar o suficiente para competir no
mercado de trabalho. "Eles acabam se acomodando em termos de capacitação, muitas vezes até pela
falta de condições, seja financeira ou outros motivos", explica.
E, por outro lado, as empresas se deparam com dificuldades de encontrar pessoas com deficiência. A
dificuldade é tanta que esse mercado está sendo explorado por agências especializadas para auxiliar
as organizações. "Acompanho de perto a questão da Lei de Cotas, inclusive conheço empresas que
foram autuadas por não cumprirem a cota", diz. Em geral, as empresas querer preencher a cota, mas
não oferecerem uma vaga adequada à pessoa com deficiência.
Punição estimula
Segundo a auditora fiscal, Fernanda Cavalcanti, responsável no Ministério do Trabalho pela
fiscalização do cumprimento da Lei de Cotas, muitas empresas acabam contratando as pessoas com
deficiência apenas depois de multadas. Elas alegam que não possuem vagas adequadas a esses
trabalhadores, já que muitos deles possuem limitações físicas ou intelectuais que dificultariam sua
inclusão.
"Mas é sempre bom lembrar que os postos de trabalho devem ser adaptados às pessoas, com e sem
deficiência, e não as pessoas que devem se adaptar aos postos de trabalho", pondera a auditora fiscal
do Ministério.
Esperando uma vaga
Portadora de deficiência motora, a assistente administrativo Nara Barroso, 46,está sem trabalho há 11
meses e há nove está procurando uma nova oportunidade. "Fui ao Sine e reativei minha rede de
networking. Fui chamada para três vagas, mas não tinham o meu perfil", relata.
Ela comenta que seu cargo abrange muitas áreas e a dela é mais voltada a atividades de escritório.
Para Nara, o pior são as pessoas não darem retorno sobre a seleção e o que diferencia de um
recrutamento convencional é saber qual o grau de dificuldade da deficiência do candidato. "É preciso
ter cuidado onde vai colocar a pessoa. Tem gente que não pergunta e te coloca em qualquer setor para
preencher a cota. A fiscalização fica em cima", ressalta.
Desinformação
A gerente do atendimento especializado à pessoa com deficiência do Instituto de Desenvolvimento
do Trabalho (IDT), Fátima Almeida, acredita que os maiores desafios atuais no Estado são a
desinformação e falta de esclarecimento sobre o assunto deficiência. "A partir do momento que
caírem estes preconceitos as empresas vão ver com um novo olhar. A empresa deve verificar antes da
deficiência a competência do candidato para vaga", analisa.
Fátima reforça que contratar um deficiente não significa um ônus para as empresas. E que é preciso
ver o preconceito e as questões de acessibilidade para estes trabalhadores. Hoje, no banco de vagas
do IDT, são 152 vagas para deficientes, sendo 136 apenas na Capital. Entre as funções, digitador,
vendedor interno, teleoperador, recepcionista e auxiliar para os setores de comércio, serviço e
indústria.
Nacional e regras
De acordo com o Ministério do Trabalhas, se seguissem a lei, as empresas brasileiras gerariam pelo
menos 827 mil vagas para pessoas com deficiência ou beneficiário reabilitado. De acordo com
estimativa baseada no censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), há no
Brasil, pelo menos sete milhões de pessoas com deficiência elegíveis para a cota.
No entanto, as empresas geraram apenas 381.322 postos de trabalho, conforme os registros da
Relação Anual de Informações Sociais do Ministério do Trabalho de 2014, o dado mais atual. O
número é quase três vezes menor do que a real capacidade prevista na legislação.
A lei que estabelece cotas para os trabalhadores nas empresas é a Lei 8.213 de 24 de julho de 1991. A
regra determina que empresas com 100 ou mais empregados são obrigadas a preencher, de 2% a 5%
dos seus cargos, com beneficiários reabilitados ou pessoas com deficiência.
Oposição e base reagem contra as reformas
trabalhista e previdenciária
Primeiro teste do governo às mudanças da Previdência e das leis do trabalho será aprovar 'MP
da Morte', que criou bônus aos peritos para reavaliar aposentadoria por invalidez e auxílio-
doença
Brasília - Oposição e integrantes da base aliada do governo interino planejam uma série de ações para
reagir contra as reformas previdenciária e trabalhista a serem enviadas ao Congresso Nacional até o
final deste ano.
O primeiro desafio do governo para emplacar essas propostas será aprovar a Medida Provisória 739,
apelidada de "MP da Morte", que revê auxílio-doença e aposentadoria por invalidez com mais de dois
anos.
Em agosto, a Comissão de Direitos Humanos do Senado começa em São Paulo uma série de mais dez
audiências pelo País para debater projetos que afetam direitos dos trabalhadores.
As investidas dos parlamentares contra as reformas fazem eco às manifestações das principais centrais
sindicais do País. Ontem, em São Paulo, as entidades aprovaram documento contrário às propostas do
governo do presidente interino, Michel Temer. "Essa medida provisória é uma supressão total de
direitos dos trabalhadores", afirmou ao DCI o deputado federal Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), cuja
legenda integra a base governista.
O petebista é um dos copresidentes da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Previdência Social,
lançada em maio passado. Uma das reivindicações do grupo é a recriação do Ministério da Previdência.
"Eu não sou governista. Meu partido é que é da ala do governo", posicionou-se Faria de Sá, em resposta
a uma pergunta sobre o apoio dado ao governo Temer com a votação a favor da abertura do processo
de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff.
"Votei a favor do impeachment para salvar o País. Agora vou votar contra a reforma da Previdência
para salvar os aposentados", justificou.
Com a MP 739, o governo quer, a partir de agosto, rever 840 mil auxílios-doença e três milhões de
aposentadorias por invalidez. Para isso, os peritos do Instituto Nacional de Serviço Social (INSS) farão
mutirão aos sábados e poderão usar a primeira e a última hora do expediente para as reavaliações. O
pagamento poderá ser mantido pelo governo até 2018, enquanto houver benefícios na fila para analisar.
Com as revisões, o governo espera gerar uma economia de R$ 6,3 bilhões em dois anos.
Bônus e "Jabutizão"
Sá apontou duas graves falhas na MP, editada em 7 de julho passado. Uma cria bônus aos peritos
médicos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), no valor de R$ 60 por perícia realizada. É o
chamado Bônus Especial de Desempenho Institucional por Perícia Médica em Benefícios por
Incapacidade.
A MP também estabelece que o aposentado por invalidez poderá ser convocado a qualquer momento
para avaliação das condições que causaram o afastamento ou a aposentadoria.
Além disso, segundo o parlamentar, o contribuinte passará a pagar 12 meses em vez de 4 meses, como
carência, para voltar a ter direitos aos benefícios previdenciários. "Isso é um 'jabutizão' que é supressão
total de direitos", acrescentou, referindo ao termo 'jabuti' usado no Congresso para a inserção de artigos
estranhos ao assunto principal da MP.
Uma das emendas à medida provisória é do senador Paulo Paim (PT-RS), que revoga totalmente a
matéria.
Preservação da CLT
Paim preside a Comissão de Direitos Humanos do Senado. Desde junho passado ele está realizando o
que chama de cruzada nacional contra projetos que atacam os direitos dos trabalhadores e aposentados.
Entre as propostas destacam-se: a ampliação da terceirização da mão de obra para todas as atividades
das empresas, a regulamentação do trabalho escravo e a prevalência do negociado em acordos coletivos
sobre a legislação trabalhista.
"O único extrato da cadeia produtiva que não pode ser arrochado é o da classe trabalhadora, como já
aconteceu em outras ocasiões na história do Brasil", disse Paim, que ontem esteve no município gaúcho
de Canoas para discutir as reformas com entidades locais de trabalhadores.
No documento apresentado em São Paulo, as centrais sindicais são contrárias, sobretudo, ao aumento
da idade mínima para aposentadoria e ao avanço da lei de terceirização.
A manifestação contou com o apoio do deputado governista Paulinho da Força (SP), parlamentar do
Solidariedade e presidente da Força Sindical, e também de representantes da Central Única dos
Trabalhadores (CUT), que é contra o impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff.
Seu chefe é torturador, autocrático, amoroso ou
participativo? Leia e descubra
Professor de MBA e de pós-graduação da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o especialista Randes
Enes fez um estudo em que classifica quatro tipo de líderes. “Existem outros perfis, mas estes são os
que prevalecem. No processo de modernização da gestão empresarial, não há mais espaço para a
grosseria, para aqueles que aumentam a tensão e o estresse no ambiente de trabalho”, afirma. Com
base nesse trabalho, o Radar do Emprego quer usar esses dados para que você possa descobrir em
que categoria seu chefe se enquadra. Para Enes, “o bom andamento da gestão ocorre quando se
combina a presença de líderes amorosos e participativos. Sabemos que existem muitos indivíduos
que trabalham com pessoas autoritárias e torturadoras como chefes, mas não existe real envolvimento
e busca por excelência nessas situações”. Veja abaixo:
Líder torturador
• Sarcástico, zomba ou usa a ironia no relacionamento com as pessoas;
• Temperamental, por mudar rapidamente de humor e se tornar uma pessoa de difícil convivência;
• Radical, ou seja, é intransigente em sua opinião e intolerante com opiniões contrárias à sua;
• Oportunista, tira proveito da situação em prol de seus interesses;
• Duro, ou seja, severo e áspero com as pessoas;
• Agressivo, por tratar as pessoas com hostilidade.
Líder autocrático
• Manda, proíbe, ameaça, exige e castiga;
• Autoritário, concentra o poder de decisão;
• Dita sozinho as normas e atividades;
• É autossuficiente;
• Não promove o aparecimento de novas lideranças;
• Não estimula a iniciativa.
Líder amoroso
• Cuidadoso, é uma pessoa solícita e que pensa nas demais pessoas da equipe;
• Educado, ou seja, é gentil e respeitoso na usa forma de falar e agir;
• Filosófico, ao repousar sua forma de agir em valores e na ética;
• Entusiasmado, transmite empolgação e força de vontade;
• Idealista, por crer no valor da ética, da moral, da bondade e da solidariedade;
• Imaginativo, ou seja, que tem muitas ideias e planos.
Líder participativo
• Valoriza as ideias e iniciativas;
• Coordena, envolve, promove a participação e a cooperação;
• Cria um clima de liberdade, de comunicação aberta e a verdadeira integração;
• Favorece o surgimento de novas lideranças;
• Compartilha o poder de decisão
Estadão
A Nova Indústria dos “Danos Morais”
27/07/2016
Por Júlio César Zanluca
No Brasil, as ilusões alimentam os programas de tv, os comerciais, e, mais recentemente, as ânsias
financeiras dos incautos que tentam buscar, através do judiciário, direitos que são muito vagos ou
difusos, sob uma suposta existência de “dano moral“.
Preliminarmente, especifico ao leitor que dano moral, de modo geral, é a reparação que se faz
necessária, por aquele que a causou, para o que sofreu prejuízo em decorrência de negligência, ação ou
omissão do primeiro.
Um exemplo é o dano moral decorrente do atraso da entrega de um imóvel. Neste caso, há obviamente
um dano efetivo, pois além da carga do estresse provocado pelo atraso na ocupação pelo comprador,
podem ocorrer despesas acessórias (como aluguel de outro imóvel no período do atraso para atender a
necessidade de acomodação).
Pois bem, de posse deste conceito, as “vítimas” se espalharam no país, ao ponto de qualquer um querer
se arvorar de “direitos” por reparações dúbias, diria até, inexistentes.
É o que chamamos de “indústria”, no sentido pejorativo, tão típico dos brasileiros para nomear as
aberrações de nosso país. Entope-se o judiciário de milhares de ações sobre uma causa espúria, sem
nexo, sem fatos (e eu diria até, sem prejuízo às “vítimas”), para, de alguma forma, espoliar empresários,
empreendedores, administradores e outras (estas sim, as verdadeiras) vítimas do “sistema de
indenização”.
O judiciário já tem refutado inúmeras pretensões, bem como reduzido o valor dos pleitos a valores
mais compatíveis com o suposto dano. Há causas em que o consumidor, o “lesado” ou a “vítima”
exigem milhões de reais em “indenização”. Ora, isto se trata de tentativa óbvia de enriquecimento
ilícito, já amplamente repudiado pelo nosso judiciário (mas, convenhamos, não de forma tão intensa
quanto o necessário para evitar os descalabros que se vêem).
Mas é especialmente no âmbito trabalhista que a preocupação é maior, por parte dos empresários.
Qualquer pressão maior sobre o trabalhador (ainda que em decorrência da própria necessidade de
manutenção do negócio e dos empregos) pode gerar, em tese, um “direito” ao “dano moral”. Ora é o
chefe, que irritado, esbraveja com os funcionários (e quem nunca perdeu a calma que atire a primeira
pedra…), ora é uma exigência mais apertada de produtividade (afinal, a concorrência com os
importados é feroz), ora é uma redução da participação nos lucros (afinal, quem não deixou de ganhar
o que esperava nos últimos meses desta crise econômica sem fim no Brasil) – gerando “estresse” nos
colaboradores. Com argumentos bem encantadores, conseguem pleitear possíveis negociações (em
parcelas!) para esfolar financeiramente o empreendedor!
O que digo para os empresários é sempre o mesmo: – lutem contra esta indústria! Não façam acordos,
nem parcelamentos, nem confissões – façam o certo: defendam-se!
Porém, além deste procedimento, recomendo também olhar com mais atenção para possíveis causas
que possam gerar verdadeiros pleitos de dano moral, como deixar de oferecer equipamentos de
segurança para os trabalhadores (riscos de acidentes de trabalho) e colocar prepostos despreparados
emocional e psicologicamente para lidar com os colaboradores.
Trata-se de gestão de riscos – analisar o que está ocorrendo internamente e fazer a prevenção. Afinal,
a “indústria” do dano moral só se efetivará contra você se você a alimentar, deixando de fazer sua
parte!
Júlio César Zanluca é autor de várias obras de cunho técnico empresarial, como “Prevenção de Riscos
Trabalhistas” e “Auditoria Trabalhista“
Contrato de Trabalho a Tempo Parcial – Férias
28/07/2016
Considera-se trabalho em regime de tempo parcial aquele cuja duração não exceda a vinte e cinco horas
semanais.
A Constituição Federal estabelece uma jornada normal de trabalho de 44 horas semanais, ou seja, 220
horas mensais considerando, em média, 5 semanas no mês (44 horas x 5 semanas).
Para o contrato de trabalho a tempo parcial a jornada normal mensal, considerando uma jornada de 25
horas semanais, será de 125 horas (25 horas x 5 semanas).
Após cada período de doze meses de vigência do contrato de trabalho a tempo parcial, o empregado
terá direito a férias, na seguinte proporção:
18 (dezoito) dias → para a jornada semanal superior a 22 (vinte e duas) horas, até 25 (vinte e
cinco) horas;
16 (dezesseis) dias → para a jornada semanal superior a 20 (vinte horas), até 22 (vinte e duas)
horas;
14 (quatorze) dias → para a jornada semanal superior a 15 (quinze) horas, até 20 (vinte) horas;
12 (doze) dias → para a jornada semanal superior a 10 (dez) horas, até 15 (quinze) horas;
10 (dez) dias → para a jornada semanal superior a 5 (cinco) horas, até 10 (dez) horas;
8 (oito) dias → para a jornada semanal igual ou inferior a 5 (cinco) horas.
Não será permitida a conversão de parte das férias em abono pecuniário.
Fica vedado o parcelamento das férias em dois períodos, mas poderá o trabalhador ser incluído nas
férias coletivas que forem concedidas aos demais empregados de acordo com os critérios estabelecidos
para a concessão das coletivas.
Petrobras é condenada a indenizar empregado
vítima de assédio moral após retornar de licença
(Qua, 27 Jul 2016 15:28:00)
A Quinta Turma do Tribunal Superior do Trabalho rejeitou embargos da Petróleo Brasileiro S.A. (Petrobras) contra decisão
que a condenou a pagar R$ 50 mil, em indenização por danos morais, para um técnico de operação alvo de condutas
abusivas e discriminatórias de superiores.
O empregado público se licenciou das atividades em 2007, devido a um quadro depressivo, e alegou que os supervisores
dificultaram seu retorno ao trabalho. Quando retomou as atividades, em 2011, afirmou ter sido obrigado a trabalhar sozinho
em uma sala sem acesso à internet. Outro dano apontado foi a nota zero que recebeu de um gerente em avaliação funcional,
sendo que, na mesma ocasião, os colegas lhe atribuíram 9,2 pontos, numa escala de zero a dez.
Segundo ele, o assédio moral consistiu em perseguições pelo fato de ter denunciado suposto esquema de fraudes na
administração e descumprimento da legislação trabalhista por parte de gestores da empresa na Refinaria Landulpho Alves,
na Bahia. Tratava-se de irregularidades em contratos sem licitação, pagamentos por serviços não prestados, jornada de
trabalho excessiva e utilização indevida de mão de obra terceirizada.
A Petrobras negou que tenha agido de forma discriminatória e defendeu que a avaliação baixa ou o isolamento momentâneo
do técnico em uma sala decorreram da dificuldade de readaptá-lo, após o fim da licença previdenciária. Para a defesa da
estatal, os fatos alegados não preenchem um requisito para a configuração do assédio moral: a repetição da conduta danosa.
O Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região (BA) condenou a Petrobras ao pagamento de R$ 50 mil por dano moral,
uma vez que o empregado conseguiu comprovar o isolamento e o vício na avaliação de desempenho. "Soa, no mínimo,
estranho que toda a equipe, avaliando a participação do reclamante (empregado), tenha concluído por lhe atribuir uma nota
média de 9,2 pontos, e o seu superior hierárquico tenha lhe creditado, para o mesmo quesito, nota zero", destacou o TRT-
BA.
TST
No recurso ao TST, a Petrobras afirmou que a decisão regional violou o artigo 93, inciso IX, da Constituição Federal,
porque deixou de se manifestar sobre fatos e provas apresentados pela defesa, acerca da dificuldade para readaptar o
trabalhador depois da licença previdenciária. No entanto, o relator, desembargador convocado Valdir Florindo, negou
provimento ao agravo, por concluir que o Regional explicitou suficientemente os motivos da condenação.
Ao julgar embargos declaratórios apresentados pela empresa, o ministro Barros Levenhagen reiterou que o acórdão da
Quinta Turma não deixou qualquer tipo de omissão que permita o cabimento dos embargos, nos termos do artigo 1.022 do
Código de Processo Civil de 2015. "A pretensão da embargante (Petrobras) não é sanar omissão, contradição ou
obscuridade, mas provocar novo pronunciamento da Turma", concluiu.
A decisão foi unânime.
(Alessandro Jacó/GS) =mProcesso: AIRR - 698-91.2013.5.05.0161
O TST possui oito Turmas julgadoras, cada uma composta por três ministros, com a atribuição de analisar recursos de revista, agravos, agravos de instrumento, agravos
regimentais e recursos ordinários em ação cautelar. Das decisões das Turmas, a parte ainda pode, em alguns casos, recorrer à Subseção I Especializada em Dissídios
Individuais (SBDI-1).
Esta matéria tem caráter informativo, sem cunho oficial.
Permitida a reprodução mediante citação da fonte.
Secretaria de Comunicação Social - Tribunal Superior do Trabalho - Tel. (61) 3043-4907
Descanso semanal
Empregado deve ter folga a cada sete dias trabalhados, diz TST
21 de julho de 2016, 20h30
É nula a previsão em instrumento coletivo que admita a compensação de descanso semanal remunerado no
período de até 30 dias, permitindo jornada de trabalho superior a sete dias consecutivos. O entendimento,
da ministra Maria Cristina Peduzzi, do Tribunal Superior do Trabalho, foi seguido por unanimidade por
seus colegas da Seção Especializada em Dissídios Coletivos (SDC) para anular parte de cláusula de
convenção coletiva dos trabalhadores de empresas de transporte rodoviário em Pelotas (RS).
A norma tratava do sistema de acúmulo de folgas. Segundo o Ministério Público do Trabalho, que
apresentou recurso ao TST sobre o assunto, a cláusula permitia 20 dias corridos de trabalho sem descanso.
O dispositivo fazia parte da convenção coletiva celebrada entre o Sindicato dos Trabalhadores em
Transporte Rodoviário de Pelotas e o Sindicato das Empresas de Transporte Rodoviário de Pelotas em
dissídio coletivo.
O MPT recorreu ao TST argumentando que a garantia de repouso semanal remunerado tem caráter
imperativo e coercitivo e que não conceder folgas semanais coloca em risco a saúde do trabalhador e a
segurança da sociedade. A ministra Maria Peduzzi explicou que a possibilidade de compensação de
horários mediante acordo ou convenção coletiva (artigo 7º, inciso XIII, da Constituição Federal) não
implica liberdade negocial absoluta para os sujeitos coletivos.
Isso inclui, segundo ela, respeitar parâmetros protetivos das relações de trabalho e do próprio trabalhador,
como a tutela da saúde, higiene e segurança. "Uma das projeções dessa tutela está nos artigos 7º, inciso
XV, da Constituição e 1º da Lei 605/1949, que garantem o direito ao repouso semanal remunerado,
preferencialmente aos domingos."
Segundo os artigos 1º e 6º do Decreto 27.048/49, que regulamenta a Lei 605/1949, o descanso remunerado
deve ser usufruído no período de uma semana, isto é, no ciclo de sete dias. No caso julgado, a ministra
detalhou que a cláusula previa uma espécie de compensação em que a duração do trabalho se estendia por
sete dias consecutivos ou mais, com a posterior concessão do descanso semanal remunerado ou feriado
trabalhado, resultando num sistema de acúmulo de folgas.
A decisão da SDC excluiu apenas a possibilidade quanto ao descanso semanal, mas não quanto aos
feriados. "A concessão de folga após o sétimo dia desnatura o repouso semanal", ressaltou a relatora,
ressaltando que, de acordo com a Orientação Jurisprudencial 410 da Subseção 1 Especializada em
Dissídios Individuais (SDI-1) do TST, a concessão de repouso semanal remunerado após o sétimo dia
consecutivo de trabalho viola o artigo 7º, inciso XV, da Constituição. Com informações da Assessoria de
Imprensa do TST.
Revista Consultor Jurídico, 21 de julho de 2016, 20h30
Empresa não aplica corretamente o banco de
horas e é condenada a pagar horas extras
A 10ª Câmara do TRT-15 deu parcial provimento ao recurso de um reclamante, determinando que fosse
desconsiderado o regime de compensação pelo sistema de banco de horas e que fossem apuradas, como
extras, as horas excedentes aos limites diários ou ao limite semanal de 44 horas. Ao mesmo tempo, o
acórdão negou provimento ao recurso da reclamada, um renomado frigorífico, “por irregularidade de
representação processual”.
O recurso do reclamante afirmou ser “inválido o regime de compensação noticiado nos autos, pelo sistema
de banco de horas”. Segundo o trabalhador, era habitual a realização de sobrejornada. O relator do
acórdão, desembargador Fabio Grasselli, afirmou que “de início, por ausência de impugnação específica,
prevaleceram os horários de entrada e saída constantes dos cartões de ponto e, com relação aos períodos
em que os documentos não foram exibidos (de 9/4/2007 a 31/11/2007), foram considerados os horários de
trabalho consignados na exordial”.
O juízo da Vara do Trabalho de Lins, que julgou a ação trabalhista, tendo analisado a prova documental,
concluiu que a empresa “não apurou corretamente as horas extras trabalhadas” e, por isso, considerou
“regular a adoção do regime de banco de horas” e condenou a empresa ao pagamento, “como extras, das
horas laboradas além da 8ª diária para o labor realizado de segunda a sexta-feira e após a 4ª diária aos
sábados”. Já com relação aos períodos não abarcados pelos cartões de ponto, deferiu as horas extras com
base na jornada exposta na inicial.
O trabalhador não concordou e, no recurso, insistiu no pedido de desconsideração do banco de horas. O
colegiado concordou com a tese do reclamante e afirmou que, “de fato, a empresa não demonstrou ter
observado o ‘banco de horas’ implementado por intermédio dos Acordos Coletivos de Trabalho, firmados
com amparo no artigo 59, parágrafo 2º, da CLT, pois não foram apresentados quaisquer extratos mensais
informando os minutos ou as horas contabilizadas a débito ou a crédito relativo a esse sistema
compensatório, impossibilitando a conferência e o acompanhamento por parte do trabalhador”. O acórdão
ressaltou que “tal irregularidade, por si só, acarreta a invalidade do procedimento”.
A Câmara salientou também que, pela habitualidade na prestação de horas extras, “os acordos de
compensação de jornada não surtem efeito algum, já que descumpridos com a frequente prorrogação da
carga horária, na medida em que desvirtua a finalidade do instituto do regime de compensação”. E, por
isso, acolheu o pedido do trabalhador, desconsiderando o regime de compensação pelo sistema de banco
de horas e considerando como extras “as horas excedentes aos limites diários ou ao limite semanal de 44
horas”.
(Processo 0001082-18.2012.5.15.0062 RO)
Âmbito Jurídico
CLT: Empresa não pode alegar desconhecer
processo se filial recebeu intimação
Posted By Redator on 28 de julho de 2016
Se uma empresa tem um funcionário responsável por receber e administrar correspondências em uma de
suas unidades, a companhia não pode alegar desconhecimento de ação trabalhista capaz de afastar sua
condenação à revelia. O entendimento é da Subseção II Especializada em Dissídios Individuais (SDI-2) do
Tribunal Superior do Trabalho.
O colegiado negou provimento a recurso em ação rescisória na qual uma rede de lanchonetes de São Paulo
pretendia desconstituir sentença transitada em julgado. A empresa havia sido condenada a indenizar em
R$ 800 mil, por danos morais e materiais, os dependentes de um empregado morto durante assalto a uma
filial.
Ao TST, a empresa indicou erro de fato no julgamento e apontou violação do artigo 841, parágrafo 1º, da
CLT, além de contrariedade aos princípios da legalidade, do devido processo legal, do contraditório e da
ampla defesa.
Porém, para a ministra Maria Helena Mallmann, relatora, o artigo 841 da CLT não exige a pessoalidade
como requisito para tornar válida a citação, que deve apenas ser entregue no endereço correto do
destinatário. Segundo ela, a notificação só precisa ser anulada quando fica comprovada a impossibilidade
de o destinatário a ter recebido.
“Embora sustente que a unidade estava desativada, a empresa não apresentou nenhuma prova nesse
sentido”, afirmou. “Ali se encontrava pessoa autorizada a receber correspondências dirigidas à empresa.
Tanto que assim o fez”, completou.
A ministra também ressaltou que os dependentes apresentaram o comprovante de inscrição e situação
cadastral, expedido pela Receita Federal, que demonstrava que a unidade de Salvador continuava ativa em
março de 2014.
Outro fato destacado é que o endereço indicado na capital paulista é de empresa de pequeno porte (EPP),
com CNPJ diferente e proprietário diferente. “Não há nenhum documento que relacione as duas empresas,
a não ser a similitude do objeto contratual (pamonha e milho)”, concluiu.
Documento de terceiro
A empresa alegava que não teve ciência da ação trabalhista, pois a notificação judicial foi encaminhada a
um endereço desativado em Salvador (BA) e recebida por terceiro, que só a entregou ao proprietário cerca
de quatro meses depois da audiência.
Também afirmou que os dependentes do trabalhador, que ajuizaram a ação, em junho de 2013, na 3ª Vara
do Trabalho de Mogi das Cruzes (SP), agiram de má-fé ao indicar o endereço da unidade desativada em
vez da sede da empresa, em São Paulo, depois que a carta de citação direcionada à filial de Mogi das
Cruzes foi devolvida porque o estabelecimento estava em reforma.
Por fim, a companhia alegou que a unidade de Salvador já estava desativada quando a ação foi ajuizada, e
que só tomou ciência da reclamação em fevereiro de 2014, ao comparecer à capital baiana para concretizar
a venda do ponto comercial, momento em que recebeu o documento de terceiro.
A lanchonete foi condenada à revelia, e a ação transitou em julgado em janeiro de 2014. A empresa então
ajuizou a ação rescisória, com pedido de liminar, no Tribunal Regional do Trabalho da 2º Região (SP),
para suspender a execução e declarar a nulidade da citação. O TRT-2, no entanto, considerou
improcedente o pedido, ao ressaltar que a rede tomou conhecimento da ação em fevereiro de 2014, mas só
protocolou a petição de juntada de procuração, indicando advogado, cerca de um mês depois. Com
informações da Assessoria de Imprensa do TST.
Processo 4446-79.2014.5.02.0000
Empregado que pede demissão tem direito a PLR
O TST restabeleceu sentença que considerou inválida a norma coletiva que excluía o pagamento da
parcela a trabalhadores que pedissem rescisão contratual antes da distribuição dos lucros – Foto:
Divulgação
O empregado que pede demissão antes da data da distribuição dos lucros pela companhia tem direito ao
valor proporcional ao tempo de trabalho. Esse foi o entendimento da Quinta Turma do Tribunal Superior
do Trabalho (TST) ao restabelecer uma sentença da primeira instância.
Em decisão unânime, o colegiado reconheceu os direitos de dois auxiliares de laboratório que pediram
demissão de uma empresa de laticínios de Goiás. Conforme acórdão, eles tiveram reconhecido o direito de
receber o pagamento da participação nos lucros e resultados (PLR) do ano de 2014 de forma proporcional.
Isso porque, os ministros do TST consideraram inválida a norma coletiva que excluía o pagamento da
parcela a empregados que pedissem rescisão contratual antes da data da distribuição dos lucros da
empresa.
Em julgamento na 14ª Vara do Trabalho de Goiânia (GO) um dos trabalhadores obteve direito a receber o
equivalente a dez meses de trabalho no exercício de 2014, enquanto o outro conseguiu valor proporcional
a seis meses .
No entanto, em recurso da empresa, a desembargadora Kathia Maria Bomtempo de Albuquerque, do
Tribunal Regional do Trabalho da 18ª Região, julgou improcedente o pedido, entendendo que o acordo
coletivo, “livremente pactuado pelas partes, através do sindicato da categoria profissional, merece ser
respeitado”.
Contrariados, os ex-empregados alegaram ao TST que seria devido o pagamento da PLR de forma
proporcional aos meses trabalhados, porque efetivamente contribuíram para o resultado positivo da
empresa. Conforme material divulgado pela Corte, os trabalhadores argumentaram ainda que o acordo
coletivo, ao retirar o direito à PLR do empregado que pedir demissão, ofende o princípio da isonomia, que
dispõe sobre o direito de todos os trabalhadores, sem distinção, à participação nos lucros ou resultados da
empresa.
Nesse sentido, ministro Antonio José de Barros Levenhagen, relator do recurso ao TST, avaliou que o
produto do trabalho de todos os empregados associa-se aos lucros obtidos pela empresa no período
estipulado. “Uns de forma integral, visto que emprestaram sua força de trabalho durante todo o período, e
outros de forma proporcional aos meses trabalhados, como é o caso dos autores da ação”, ressaltou.
Para Levenhagen, a interpretação restritiva feita pelo TRT de Goiás, é incompatível com os princípios da
igualdade e da isonomia (artigos 5º, caput, e 7º, inciso XXX, da Constituição da República) por configurar
tratamento discriminatório entre empregados que contribuíram para o desempenho operacional de
financeiro da empresa contratante.
“Não compartilho do entendimento de que contraria o senso de Justiça a cláusula coletiva que exclui
empregado da PLR da empresa quando houver pedido de demissão”.
O ministro frisou ainda que esse é o posicionamento consolidado na Súmula 451 do TST, que trata da
PLR. Citando diversos precedentes nesse sentido, o ministro concluiu pelo direito ao pagamento da PLR
de 2014 de forma proporcional aos trabalhadores.
“Entendo que o que foi livremente pactuado pelas partes, através do sindicato da categoria profissional,
em Acordo Coletivo de Trabalho, merece ser respeitado”, concluiu o relator.
DCI
Entendimento do TST
Adicional de transferência é devido mesmo que empresa forneça
alojamento
25 de julho de 2016, 14h43
O adicional de transferência é devido enquanto durar o trabalho em outra cidade. Além disso, o fato de a
empresa fornecer alojamento não a isenta de ter que pagar esse benefício. Com esse entendimento,
consolidado na Orientação Jurisprudencial 113 da Seção de Dissídios Individuais I do Tribunal Superior
do Trabalho, o desembargador do Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região (MG) Paulo Roberto de
Castro manteve a condenação de uma empresa de geologia e sondagens a pagar o adicional de
transferência para um ajudante de sondagens.
No caso, o trabalhador foi contratado em Belo Horizonte, mas prestou serviços em diversas cidades em
diferentes estados, como Corumbá, Belo Horizonte e Nova Lima. Para o desembargador, ficou
demonstrado que a empresa alterava o local de prestação de serviços do trabalhador de forma constante. E,
apesar do caráter itinerante das atividades da empresa, ficou claro, a seu ver, o caráter provisório da
transferência da prestação de serviços em local diverso da contratação.
"São transitórias as remoções que acontecem sequencialmente no tempo contratual, evidenciando, por sua
reprodução sucessiva, o caráter não definitivo de cada uma", esclareceu o desembargador, ressaltando que
o que determina o pagamento do adicional em questão é a provisoriedade da transferência, em face da
necessidade do serviço.
Por fim, o desembargador destacou que a circunstância de a empresa ter assegurado ao trabalhador a
permanência em alojamentos com alimentação não exclui o direito ao adicional de transferência.
Diante disso, Castro deu provimento ao recurso do ajudante de sondas para condenar a empresa a pagar a
ele adicional de transferência, no importe de 25%, nos períodos em que trabalhou em localidade diversa
de seu local de contratação, devendo este integrar o salário para reflexos em férias mais um terço, 13º
salário e FGTS mais 40%. Com informações da Assessoria de Imprensa do TRT-3.
Processo 0011283-53.2015.5.03.0012
Revista Consultor Jurídico, 25 de julho de 2016, 14h43
Direito garantido
Professora temporária dispensada quando estava grávida será
indenizada
25 de julho de 2016, 13h54
Uma universidade pública do Paraná terá de indenizar uma professora temporária que foi demitida quando
estava grávida. A 3ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região manteve, na última semana, a
decisão de primeiro grau que condenou a instituição a pagar à autora valor equivalente a cinco meses de
salário.
A docente foi contratada temporariamente por 150 dias e depois, já grávida, teve seu contrato renovado.
Contudo, ao entrar com pedido de licença-maternidade, foi orientada pela Pró-Reitoria de Gestão de
Pessoas que aguardasse. Após várias tentativas de regularizar a sua situação, a professora foi informada de
que o seu contrato de trabalho estava prestes a encerrar e que ela perderia o vínculo empregatício com a
instituição.
Ela ajuizou ação na Justiça Federal de Curitiba contra a universidade pedindo a manutenção do contrato
de trabalho após a gestação e o direito à licença-maternidade pelo prazo de cinco meses a contar do parto.
A ação foi julgada procedente, e a universidade recorreu ao tribunal alegando que a garantia de
estabilidade provisória é para contrato de prazo indeterminado, e não para regimes temporários.
A desembargadora federal Marga Inge Barth Tessler, relatora do caso, manteve a decisão de primeira
instância, entendendo que, embora não haja garantia de permanência no cargo, é direito constitucional a
estabilidade provisória no caso da autora.
Segundo a desembargadora, “o direito à estabilidade provisória das gestantes abrange a todas que prestam
serviço à administração pública, independentemente da natureza do vínculo, sendo devida, na hipótese de
rescisão contratual sem justa, uma indenização pelo tempo da estabilidade provisória”, concluiu. Com
informações da Assessoria de Imprensa do TRF-4.
Revista Consultor Jurídico, 25 de julho de 2016, 13h5
Abalo pessoal
Gerente rebaixado após voltar de licença médica receberá R$ 100
mil
22 de julho de 2016, 14h14
Empregado rebaixado de função sem motivo ao retornar de licença médica deve ser indenizado. Com esse
entendimento, a 5ª Turma do Tribunal Superior do Trabalho não conheceu de recurso de um banco contra
condenação ao pagamento R$ 100 mil a um gerente de agência rebaixado de função ao retornar de licença
médica. Na agência em Varginha (MG), da qual foi gerente por mais de 11 anos, ele foi colocado para
trabalhar em local onde cabia apenas uma pessoa, sem ar condicionado e monitorado por câmera de vídeo.
O valor da indenização foi arbitrado na primeira instância, que condenou a instituição financeira por danos
morais, e mantido pelo Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região (MG). Segundo o TRT-3, o bancário,
com mais de 27 anos de serviços prestados à instituição, sofreu rebaixamento imotivado, passando a
executar funções meramente operacionais, em geral feitas pelos caixas bancários.
"A situação de rebaixamento foi por ele vivenciada no mesmo ambiente laboral, perante a mesma equipe
de trabalho, em relação à qual ele detinha função diferenciada de gerência, tornando o impacto pessoal da
mudança muito mais penoso para o empregado", afirmou o TRT-3.
O banco recorreu ao TST alegando que o TRT-3 excedeu os valores rotineiramente arbitrados a título de
danos morais em casos semelhantes, fixando a indenização muito superior ao razoável. O relator do
recurso, ministro Barros Levenhagen, porém, considerou que o valor de R$ 100 mil foi razoável e
proporcional, levando-se em conta a gravidade do dano experimentado pelo bancário e "a avantajada
estatura econômico-financeira do banco e o caráter pedagógico inerente ao ressarcimento do dano moral".
Para Levenhagen, ficou evidente, diante dos registros do TRT-3, "a contínua desvalorização profissional,
da qual se segue o caráter discriminatório do empregador", por se tratar de trabalhador que antes exerceu
função de gerência por pelo menos 11 anos.
Entre as informações sobre as condições experimentadas pelo trabalhador, o ministro destacou
especialmente o fato de que ele já estava afastado por problemas de saúde que envolviam aspectos
psicológicos — depressão e síndrome do pânico. A situação teria levado o bancário à perda de confiança
em si mesmo, "à desconstrução da imagem pessoal de um profissional que havia construído sólida carreira
bancária, sem qualquer mácula que o denegrisse".
Por outro lado, foi comprovada a gravidade do dano também em razão do meio ambiente impróprio, e as
condições físicas do novo local de trabalho reforçam, segundo o relator, o intuito discriminatório do
banco. De acordo com testemunhas, tratava-se de local pequeno, quente, apertado, onde ficava apenas
uma pessoa, sem ar condicionado e monitorado por câmera de vídeo, sem qualquer contato com os
colegas. A decisão foi unânime. Com informações da Assessoria de Imprensa do TST.
Revista Consultor Jurídico, 22 de julho de 2016, 14h14
Acordo salgado
Para encerrar ação movida pelo MPT, Itaú-Unibanco pagará R$
10 milhões
22 de julho de 2016, 17h29
O Itaú-Unibanco pagará R$ 10 milhões para encerrar uma ação civil pública movida pelo Ministério
Público do Trabalho. Fechado na semana passada, o acordo prevê o pagamento dessa quantia como
indenização por danos morais coletivos pela prática de infrações recorrentes relacionadas aos controles de
jornada de seus funcionários.
Segundo o MPT, a empresa submetia os empregados a mais de duas horas-extras por dia sem justificativa
e deixava de conceder o período integral dos intervalos para descanso (mínimo de uma hora para jornadas
de mais de seis horas diárias). Além da verba indenizatória, também ficou acordado que a empresa deverá
mudar suas regras internas para se adequar a legislação.
Outra acusação era que a empresa utilizava mecanismo de controle de ponto em desacordo com as
exigências previstas na Portaria 1.510/2009 do Ministério do Trabalho e Emprego, que disciplina o
registro eletrônico de ponto. Entre as irregularidades estava o fato de que o sistema usado pelo banco
impedia o acesso aos arquivos pelos auditores fiscais do trabalho.
As medidas impostas pelo acordo têm alcance nacional e devem impactar, somente no estado do Paraná, o
dia a dia de aproximadamente quatro mil trabalhadores. A audiência de acordo foi feita no Juízo Auxiliar
de Conciliação do Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região (PR) e conduzida pelo relator do processo,
desembargador Cássio Colombo Filho. Com informações da Assessoria de Imprensa do MPT.
Revista Consultor Jurídico, 22 de julho de 2016, 17h29
Momento de integração
Empresa pode mandar trabalhador usar chapéu de palha em
período junino
24 de julho de 2016, 10h40
O cliente que vê empregados de uma empresa utilizando vestimentas em datas festivas encara a situação
como momento de integração entre os funcionários, e não de forma depreciativa. Assim, o empregador
não abusa do poder quando manda seus funcionários usarem peças de roupas para celebrar as festas
juninas e nem ofende o direito a imagem do trabalhador.
Esse foi o entendimento do juiz Luis Henrique Santiago Rangel, da 9ª Vara do Trabalho de Belo
Horizonte, ao rejeitar pedido de um ex-funcionário de uma rede varejista que queria ser indenizado por ter
de usar chapéu de palha e camisa listrada no período junino, gorro em época de natal e colares havaianos
no período de Carnaval.
O autor disse ter sofrido dano moral com a violação do seu direito de imagem. O juiz reconheceu que a
prática era comum no ambiente de trabalho, de acordo com prova testemunhal, porém concluiu que a
conduta da empregadora não pode ser considerada abusiva, de forma a causar danos morais ao
trabalhador, pois não o expõe a qualquer situação vexatória.
“É de se esperar que um cliente observe o empregado com tais vestimentas como uma pessoa integrada ao
momento festivo, e não como alguém inferior ou que estivesse sendo depreciado”, diz a sentença. O autor
já apresentou recurso, ainda em trâmite no Tribunal Regional Federal da 3ª Região. Com informações da
Assessoria de Imprensa do TRT-3.
Processo 0000096-57.2015.5.03.0009
Revista Consultor Jurídico, 24 de julho de 2016, 10h40