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Fechamento: 08/03/2017 às 23h58 Ano: XXIV - Nº 6061 Quinta-feira, 09 de março de 2017 O líder do PT na Câmara, deputado Carlos Zarattini Carlos Zarattini Carlos Zarattini Carlos Zarattini Carlos Zarattini (SP) (SP) (SP) (SP) (SP), qualificou ontem como “grave” a decisão da Segun- da Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) que tornou o senador Valdir Raupp (PMDB-RO) réu por ter recebido doa- ção oficial de uma empreiteira. Para o líder, a posição dos ministros do STF praticamente “criminaliza” as doações legais, registradas na Justiça Eleitoral. Os ministros indica- ram que doações oficiais de campanha podem disfarçar o pagamento de propina e, portanto, configurar crime. “A aceitação da denúncia contra o senador pelo STF é grave, porque, na prática, criminaliza todas as doações empre- sariais feitas a campanhas eleitorais”, disse Zarattini. Ele frisou que toda doação de campanha é passível de investigação pelo Ministério Público, Polícia Federal e pela própria Justiça, no caso de suspeita de corrupção. “Pode haver corrupção, mas isso tem que ser comprovado via investigação. Do jeito que foi feito, (o STF) generalizou, e isso evidentemente é prejudicial a todo o sistema político”. Criminalização Criminalização Criminalização Criminalização Criminalização – O líder do PT disse que, para aceitar a denúncia, seria preciso, antes, comprovar a prática de ato de corrupção. “Parece que, ao aceitar a denúncia e abrir a investigação, fez-se justamente o contrário”. Na opinião de Zarattini questiona decisão do STF que criminaliza doações oficiais de campanha Zarattini, a criminalização do Caixa 1 – as doações oficiais registradas e declaradas à Justiça Eleitoral – é um enorme equívoco, pois coloca sob suspeita todo o mundo, de verea- dores e prefeitos a governadores, deputados, senadores e presidentes da República. Ele lembrou que a raiz dos problemas da política bra- sileira está no financiamento privado de campanhas. O PT há mais de vinte anos defende o financiamento público, justamente para evitar escândalos, distorções, influência do poder econômico na esfera pública e contaminação da política por interesses privados. “A sociedade precisa de- cidir, via Congresso Nacional, se quer ou não o financiamento público de campanhas eleitorais”, recomendou Zarattini. O líder do PT observou que não se trata de perdoar a prática de Caixa 2, tema já analisado e vetado pela Câmara dentro do pacote das 10 medidas anticorrup- ção votado no ano passado. “Caixa 2 é dinheiro não registrado, é doado sem registro nos órgãos competentes. É o dinheiro irregular. Já o Caixa 1 é o dinheiro legalizado. Por isso, a decisão do STF é muito grave, todas as doações ficam sob suspeita”, disse Zarattini. GUSTAVOBEZERRA/PTNACÂMARA “Nenhum direito a menos #Eu paro”. Este foi o principal lema das manifestações que ocorreram ontem (8 de março), Dia Internacional da Mulher, em todo o Brasil. Na Câmara e no Senado, deputadas e senadoras comandaram “apitaços” – uma simbologia para que mulheres fiquem atentas a este momento de retrocessos. A deputada Benedita da Silva (PT-RJ) Benedita da Silva (PT-RJ) Benedita da Silva (PT-RJ) Benedita da Silva (PT-RJ) Benedita da Silva (PT-RJ), referência da luta da mulher negra e trabalhadora, presidiu parte da sessão da Câmara como em um bunker de resistên- cia. Em todo o mundo, mulheres destacaram à necessidade de igualdade de gênero; no Brasil, elas protestaram, sobretudo, contra a reforma da Previdência do governo golpista de Michel Temer. Mulheres protestam em momento histórico de retrocessos Leia mais nas páginas 3, 4 e 5 PAULO PINTO MARCELO CAMARGO DIVULGAÇÃO

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Fechamento: 08/03/2017 às 23h58

Ano: XXIV - Nº 6061Quinta-feira, 09 de março de 2017

O líder do PT na Câmara, deputado Carlos ZarattiniCarlos ZarattiniCarlos ZarattiniCarlos ZarattiniCarlos Zarattini(SP)(SP)(SP)(SP)(SP), qualificou ontem como “grave” a decisão da Segun-da Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) que tornou osenador Valdir Raupp (PMDB-RO) réu por ter recebido doa-ção oficial de uma empreiteira. Para o líder, a posição dosministros do STF praticamente “criminaliza” as doaçõeslegais, registradas na Justiça Eleitoral. Os ministros indica-ram que doações oficiais de campanha podem disfarçar opagamento de propina e, portanto, configurar crime.

“A aceitação da denúncia contra o senador pelo STF égrave, porque, na prática, criminaliza todas as doações empre-sariais feitas a campanhas eleitorais”, disse Zarattini. Ele frisou que toda doação decampanha é passível de investigação pelo Ministério Público, Polícia Federal e pelaprópria Justiça, no caso de suspeita de corrupção. “Pode haver corrupção, mas isso temque ser comprovado via investigação. Do jeito que foi feito, (o STF) generalizou, e issoevidentemente é prejudicial a todo o sistema político”.

CriminalizaçãoCriminalizaçãoCriminalizaçãoCriminalizaçãoCriminalização – O líder do PT disse que, para aceitar a denúncia, seriapreciso, antes, comprovar a prática de ato de corrupção. “Parece que, ao aceitara denúncia e abrir a investigação, fez-se justamente o contrário”. Na opinião de

Zarattini questiona decisão do STF quecriminaliza doações oficiais de campanha

Zarattini, a criminalização do Caixa 1 – as doações oficiaisregistradas e declaradas à Justiça Eleitoral – é um enormeequívoco, pois coloca sob suspeita todo o mundo, de verea-dores e prefeitos a governadores, deputados, senadores epresidentes da República.

Ele lembrou que a raiz dos problemas da política bra-sileira está no financiamento privado de campanhas. O PThá mais de vinte anos defende o financiamento público,justamente para evitar escândalos, distorções, influênciado poder econômico na esfera pública e contaminação dapolítica por interesses privados. “A sociedade precisa de-

cidir, via Congresso Nacional, se quer ou não o financiamento público decampanhas eleitorais”, recomendou Zarattini.

O líder do PT observou que não se trata de perdoar a prática de Caixa 2, temajá analisado e vetado pela Câmara dentro do pacote das 10 medidas anticorrup-ção votado no ano passado. “Caixa 2 é dinheiro não registrado, é doado semregistro nos órgãos competentes. É o dinheiro irregular. Já o Caixa 1 é o dinheirolegalizado. Por isso, a decisão do STF é muito grave, todas as doações ficam sobsuspeita”, disse Zarattini.

GUSTAVOBEZERRA/PTNACÂMARA

“Nenhum direito a menos #Eu paro”. Este foi o principal lema das manifestações que ocorreram ontem (8 de março), Dia Internacional da Mulher, em todo oBrasil. Na Câmara e no Senado, deputadas e senadoras comandaram “apitaços” – uma simbologia para que mulheres fiquem atentas a este momento de retrocessos.A deputada Benedita da Silva (PT-RJ)Benedita da Silva (PT-RJ)Benedita da Silva (PT-RJ)Benedita da Silva (PT-RJ)Benedita da Silva (PT-RJ), referência da luta da mulher negra e trabalhadora, presidiu parte da sessão da Câmara como em um bunker de resistên-cia. Em todo o mundo, mulheres destacaram à necessidade de igualdade de gênero; no Brasil, elas protestaram, sobretudo, contra a reforma da Previdência do governogolpista de Michel Temer.

Mulheres protestam em momento histórico de retrocessos

Leia mais nas páginas 3, 4 e 5

PAULO PINTO MARCELO CAMARGODIVULGAÇÃO

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Líder da Bancada: Deputado Carlos Zarattini (SP)

Coordenadora Geral: Chica Carvalho Coordenador de Comunicação: Carlos Leite Coordenador Adjunto : Rogério Tomaz Jr., Paulo Paiva Nogueira (Assessoria de Imprensa) Editores: Denise Camarano (Editora-

chefe); Vânia Rodrigues e Tarciano Ricarto Redação: Benildes Rodrigues, Gizele Benitz, Héber Carvalho, Tarciano Ricarto e Vânia Rodrigues - Rádio PT: Ana Cláudia Feltrim , Chico Pereira , Ivana Figueiredo e Gabriel

Sousa Fotógrafo: Gustavo Bezerra Video: João Abreu, Jonas Tolocka, Jocivaldo Vale, Crisvano Queiroz

Projeto Gráfico: Sandro Mendes - Diagramação: Ronaldo Martins - Web designer e designer gráfico: Claudia Barreiros - Secretária de Imprensa: Maria das Graças e Eva Gomes

Colaboração: Assessores dos gabinetes parlamentares e da Liderança do PT.

O Boletim PT na Câmara foi criado em 8 de janeiro de 1991 pela Liderança do PT na Câmara dos Deputados.EX

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O deputado Vicentinho (PT-SP)Vicentinho (PT-SP)Vicentinho (PT-SP)Vicentinho (PT-SP)Vicentinho (PT-SP) ocu-pou a tribuna nesta semana para defender acandidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lulada Silva à Presidência da República em2018 e lembrar todo o legado deixado peloex-presidente, com as obras de Transposi-ção do Rio São Francisco. “Venha, compa-nheiro Lula! Vamos conversar com o nossopovo, pois tenho certeza de que, como pre-sidente da República, você vai reacender aesperança do nosso povo”, afirmou.

Vicentinho lembrou a trajetória de luta do pre-sidente Lula desde os tempos no Sindicato dos Me-talúrgicos, na década de 70, durante a ditaduramilitar, e depois como o melhor presidente da Re-pública. “Meu companheiro Luiz Inácio Lula da Sil-va, com quem eu convivo desde 1977, quando mefiliei ao Sindicato dos Metalúrgicos. Vivemos asgrandes greves, a prisão, a cassação, enfrentamostodos os tipos de dificuldade. Você não desanimou.Você era o nosso guia, levava-nos à luta. Em você,companheiro Lula, eu deposito a maior esperançado mundo”, ressaltou o petista.

O deputado Vicentinho também destacou os avan-ços registrados no País durante os dois mandatos dopresidente Lula e que tiveram continuidade no gover-no Dilma Rousseff. “Você, presidente Lula, acabou

O deputado Carlos Zarattini (PT-SP)Carlos Zarattini (PT-SP)Carlos Zarattini (PT-SP)Carlos Zarattini (PT-SP)Carlos Zarattini (PT-SP), líderda Bancada do PT, assinou requerimento nesta se-mana sugerindo a criação de Comissão Parlamentarde Inquérito (CPI) com a finalidade de investigar acontabilidade da Previdência Social. O objetivo éesclarecer com precisão as receitas e despesas dosistema, bem como todos os desvios de recursos,focando não somente nos valores, mas também nosbeneficiários desses desvios.

Justifica o líder do PT que uma ampla reforma daPrevidência está em andamento no Congresso Nacio-

CONTRA OS RETROCESSOS

Vicentinho defende candidatura de Lulaem 2018 para “reacender a esperança”

Líder do PT cobra CPI para investigar contas da Previdêncianal e tramitando a toque de caixa . “Pretende-se quevários dos atuais direitos sejam reformulados. Emque pese a mudança da estrutura demográfica dapopulação brasileira, bem como a crise fiscal por quepassa o Estado, é imprescindível conhecer detalhada-mente a situação das receitas e despesas da Seguri-dade Social e, mais especificamente, o seu braçoprevidenciário, para que se possa construir uma justalegislação que atenda aos anseios de todos”.

Para o líder, há divergência entre setores im-portantes da sociedade sobre a existência de défi-

cit ou superávit na Previdência. Na avaliação deCarlos Zarattini, “a Câmara pode contribuir muitocom a presente discussão da reforma previdenciá-ria, ao promover, por meio da criação de comissãoparlamentar de inquérito, a análise das fontes decusteio da Previdência, das despesas e de todos osvalores que de alguma maneira são desviados dosistema”. Lembra que a previdência é peça centralpara a saúde fiscal do Estado, mas também para obem-estar da população, principalmente a parcelamais carente da sociedade”.

com a fome neste País, foi o responsável pela geraçãode milhares de empregos neste Brasil, tirando a ju-ventude do desemprego. Você, Lula, chamado de anal-fabeto e tratado com preconceito, fez muito mais pelaeducação do que o presidente anterior, o FHC, quenão construiu nenhuma universidade pública. Enquan-to, você construiu 14. E também 214 escolas técni-cas, fora as 78 construídas no governo da presidentaDilma”, afirmou o parlamentar petista.

TransposiçãoTransposiçãoTransposiçãoTransposiçãoTransposição – Vicentinho também elogiouas obras de transposição do São Francisco, inicia-das no primeiro mandato de Lula e que estão sen-do concluídas. “Este projeto já estava previsto hácerca de 100 anos e nunca ninguém havia tiradodo papel. Isso porque a elite não queria levarágua para o Nordeste. Tentaram boicotar, mas vocêconseguiu, presidente Lula. Hoje, o Nordeste está

em festa. Mesmo alguns tentando tirar vanta-gem, o povo sabe que foi o presidente Lulaquem realizou a transposição”. Vicentinho re-feriu-se ao governador de São Paulo, GeraldoAlckmin, que tenta conseguir dividendos polí-ticos da transposição do São Francisco, obraque criticava quando fazia oposição a Lula eDilma.

PrevidênciaPrevidênciaPrevidênciaPrevidênciaPrevidência – O deputado do PT tam-bém criticou a reforma da Previdência propos-

ta pelo ilegítimo Michel Temer e que vai de encontroa todo apoio dado por Lula aos mais pobres, aosjovens, aos trabalhadores rurais e às mulheres. “Ogolpe do Temer não foi apenas tirar a presidentaDilma, uma mulher digna. O golpe é agora. Os traba-lhadores estão ameaçados com esta reforma que oTemer quer fazer”, disse.

MulheresMulheresMulheresMulheresMulheres – Vicentinho homenageou as mulhe-res pelo Dia Internacional da Mulher e lembrou a ex-primeira dama, Marisa Letícia, falecida recentemente,e a presidenta Dilma Rousseff. “Presto homenagem atodas as mulheres do Brasil e, em especial, à compa-nheira Marisa, esposa e companheira de todas as horasdo presidente Lula. Também homenageio a nossa que-rida companheira, presidenta Dilma Rousseff, cassadainjustamente, mulher honesta, mulher que preservavaos direitos do nosso povo, hoje ameaçados”, afirmou.

Câmara debate trabalho escravo em sessão solene

Numa iniciativa da deputada Erika Kokay (PT-DF)Erika Kokay (PT-DF)Erika Kokay (PT-DF)Erika Kokay (PT-DF)Erika Kokay (PT-DF), entre outros parlamentares, a Câmara realiza sessão solene, nessa sexta-feira (10), emhomenagem ao Dia Nacional do Combate ao Trabalho Escravo e ao Dia Nacional do Auditor-Fiscal do Trabalho. A sessão solene está marcada para as15 horas, no plenário da Câmara.

ZECA RIBEIRO/AGÊNCIACÂMARA

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8 DE MARÇO

No Dia Internacional da Mulher, 8 de março, o plenário da Câmara foidas deputadas, que presidiram a sessão e tiveram aprovados projetos pri-oritários da bancada feminina, objeto de consenso entre os líderes parti-dários. Um deles, o PL 3170/15, obriga hospitais e demais estabeleci-mentos de atenção à saúde, públicos e particulares, a acompanhar o pro-cesso de amamentação, prestando orientações às mães quanto à técnicaadequada. A deputada Erika KokayErika KokayErika KokayErika KokayErika Kokay (PT-DF) elogiou a aprovação.

“Este projeto enfrenta uma violência que muitas vezes nem é percebi-da, que é uma mãe não poder amamentar seu filho, sua filha. Apoiamos aproposta e continuamos na luta para que as mulheres não sofram esta eoutras tantas violências”, disse.

Também foi aprovado o PL 4411/16, que inscreve o nome de ZuleikaAngel Jones (Zuzu Angel) no Livro dos Heróis da Pátria, depositado noPanteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves, em Brasília. A deputada

Mulheres vão às ruas por direitos e protestam

contra Temer: “lugar de mulher é onde ela quiser”

Câmara aprova projetos da bancada femininaBenedita da Silva (PT-RJ)Benedita da Silva (PT-RJ)Benedita da Silva (PT-RJ)Benedita da Silva (PT-RJ)Benedita da Silva (PT-RJ) elogiou a aprovação. “Apoio a iniciativa dadeputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ). Nada melhor neste 8 de março doque homenagear esta heroína brasileira, Zuzu Angel”, afirmou.

Foram aprovados ainda outros dois projetos: o PL 4176/15, que veda ouso de algemas em mulheres grávidas durante o parto e durante a fase derecuperação pós-parto, e o PL 3452/15, que institui agosto como o Mês doAleitamento Materno. Todas as matérias seguem para apreciação do Senado.

UrgênciasUrgênciasUrgênciasUrgênciasUrgências – Os deputados e deputadas aprovaram ainda o regime deurgência para a tramitação de duas propostas. Uma delas foi o PL 5346/16, que acrescenta dispositivo à Lei Maria da Penha para dar prioridade àsmulheres vítimas de violência doméstica e familiar na realização de exa-mes periciais. E o PL 4477/16, que considera obrigatória a cobertura deteste sorológico para Zika vírus pelos planos e seguros privados de assis-tência à saúde.

De braços dados para simbolizar a união das mulheres contra a reformada Previdência (PEC 287/16), senadoras, deputadas e militantes sociaisdesceram a rampa do Congresso Nacional no fim da tarde de ontem, parase encontrarem com a Marcha de Mulheres do DF. Eram mais de cinco milmanifestantes contra o desmonte da Previdência e por reivindicações histó-ricas por igualdade. “A nossa luta por igualdade é bem maior do que tempoe idade”, foi um dos refrãos mais cantados, em uma referência à propostado governo golpista de Temer, que retira das mulheres o direito constituci-onal de se aposentarem cinco anos antes dos homens.

Esse direito foi assegurado por causa da dupla ou tripla jornada que amulher enfrenta diariamente. A diferenciação também levou em conta ofato de a mulher receber em média 27% a menos do que os homens etrabalharem cerca de 8 horas semanais a mais que eles.

O discurso impróprio feito pelo presidente golpista de Michel Temerhoje, em homenagem à mulher, também foi respondido na manifestaçãocom palavras de ordem repetidas exaustivamente: “Lugar de mulher éonde ela quiser”. Temer não escondeu o seu machismo ao naturalizardeveres comumente atribuídos às mulheres na sociedade. A participaçãodo público feminino no campo econômico, por exemplo, foi restrita àscompras de supermercado. “Ninguém é mais capaz de indicar os desa-justes de preço no supermercado do que a mulher. Ninguém é capaz demelhor detectar as flutuações econômicas do que a mulher, pelo orça-mento doméstico”, disse Temer.

Para as manifestantes, o presidente ilegítimo no seu discurso equivo-cado desconsiderou, por exemplo, o fato de o Brasil ter sido governado poruma mulher. A presidenta eleita Dilma Rousseff, que foi retirada do poderpor um golpe no qual Temer teve participação.

CentralidadeCentralidadeCentralidadeCentralidadeCentralidade – As manifestações neste 8 de março – Dia Internaci-onal da Mulher – foram diferentes do que acontece tradicionalmente noBrasil. As trabalhadoras urbanas e rurais decidiram não centralizar os atosem Brasília. A perversidade da reforma proposta pelo governo Temer levoumilhares de mulheres para as ruas das principais cidades brasileiras. Oobjetivo foi alertar a população sobre as intenções da reforma que levaráos brasileiros a trabalhar mais e a se aposentar ganhando menos.

Além da luta contra as reformas da Previdência e Trabalhista, as mani-festantes também cobraram o fim da violência contra as mulheres e ocombate ao feminicídio. O ato deste 8 de março foi o começo da mobiliza-ção para a greve geral convocada para o dia 15 de março. Parlamentares emilitantes deixaram claro que vai haver muita resistência.

Na tribunaNa tribunaNa tribunaNa tribunaNa tribuna – O discurso de resistência à retirada de direitos e contraa reforma da Previdência ecoou também no plenário da Câmara. A deputadaLuizianne Lins (PT-CE) Luizianne Lins (PT-CE) Luizianne Lins (PT-CE) Luizianne Lins (PT-CE) Luizianne Lins (PT-CE) destacou a importância da luta contra o des-monte da Previdência. “Nós estamos diante de uma reforma que golpeiade maneira dura direitos conquistados pelas mulheres ao longo de muitaslutas. O governo golpista de Temer quer destruir o nosso futuro quando quertirar à força o direito das mulheres, que já têm uma tripla jornada detrabalho, que trabalham em média mais do que os homens”, criticou. Adeputada citou dados do Ipea que demonstram que as mulheres têm umajornada de trabalho de 53,6 horas, contra 46,1 horas dos homens.

Luizianne lamentou ainda o fato de a mulher trabalhar mais e ganharmenos. “Mesmo assim, a sanha deste governo ilegítimo, que chegou ao poderpor um golpe, é de acabar com os nossos direitos através da reforma Trabalhistae da reforma da Previdência”, afirmou. A deputada conclamou ainda as mulhe-res a permanecerem nas ruas para derrotar as reformas de Temer.

ALESSANDRO DANTAS MÍDIA NINJA

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Na manhã de ontem, Dia Internacional da Mulher, a entrada doanexo IV da Câmara dos Deputados foi palco de uma manifestaçãodiferente de outras que normalmente ocorrem no local. Desta vez,deputadas e servidoras da Câmara montaram um “piquete” paraconscientizar as pessoas que chegavam ao prédio – onde se localizaa maioria dos gabinetes parlamentares – sobre os retrocessos conti-dos na reforma da Previdência de Temer. As manifestantes tambémconvocaram as mulheres a aderirem à paralização mundial convoca-da para ontem – 8 de março – pela necessidade de mais visibilida-de aos direitos de gênero.

Durante o “piquete”, deputadas e servidoras entregaram panfle-tos explicando os direitos das mulheres ameaçados pela reforma.Entre eles, a paridade na idade de aposentadoria entre homens emulheres, que retira o direito delas se aposentarem cinco anos antesque os homens; o aumento no tempo mínimo de contribuição de 15 para 25anos, além da redução no valor da pensão de viúvas, que passariam a receberapenas 60% do valor do benefício, acrescidos de 10% por dependente.

Para a coordenadora do Núcleo de Mulheres da Bancada do PT naCâmara e presidente da Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos Humanosdas Mulheres, deputada Ana PAna PAna PAna PAna Perugini (PT-SP)erugini (PT-SP)erugini (PT-SP)erugini (PT-SP)erugini (PT-SP), a mobilização é um atode resistência contra os retrocessos propostos pelo governo Temer. “Estamosnos posicionando contra a reforma da Previdência, que significa o fim da

Parlamentares e servidoras mobilizam outras mulherespara lutar contra retrocessos da reforma da P

No Dia Internacional da Mulher, 8 de março, a sessão ordinária noplenário da Câmara teve início sob a Presidência da deputada Benedita daBenedita daBenedita daBenedita daBenedita daSilva (PT-RJ)Silva (PT-RJ)Silva (PT-RJ)Silva (PT-RJ)Silva (PT-RJ), referência na luta pelos direitos das minorias. Da tribuna,deputadas e deputados da Bancada do PT homenagearam as mulheres peladata, instituída pela ONU. De forma unânime, todos reafirmaram o compro-misso de lutar contra a reforma da Previdência do governo Temer, que retiradireitos, principalmente, das mulheres do campo e da cidade.

Em pronunciamento, a deputada Benedita da Silva lembrou o movimen-to internacional em defesa dos direitos da mulher, que marca o 8 de março.“Neste dia em que internacionalmente se comemora o dia da mulher,estamos parando contra aquilo que vem prejudicando todas nós, contra aviolência que tem crescido em nosso País e no mundo. Estamos parandoporque queremos garantir os direitos conquistados. Estamos parando porquerespeitamos a Constituição brasileira e queremos que ela seja cumprida naseguridade, na proteção aos trabalhadores e às trabalhadoras”, disse.

A deputada Benedita da Silva reafirmou a preocupação com aspropostas de reformas da Previdência e Trabalhista e que trazem preju-

Sob a presidência de Benedita, petistas repudiam reforma previdenciária

aposentadoria da mulher, não apenas da trabalhadora urbana, mas datrabalhadora rural, das empregadas domésticas e das professoras. Essepiquete é para conscientizar e chamar as mulheres que trabalham naCâmara para lutarem contra esse retrocesso”, destacou.

As deputadas Erika Kokay (PT-DF)Erika Kokay (PT-DF)Erika Kokay (PT-DF)Erika Kokay (PT-DF)Erika Kokay (PT-DF) e Benedita da SilvaBenedita da SilvaBenedita da SilvaBenedita da SilvaBenedita da Silva(PT-RJ)(PT-RJ)(PT-RJ)(PT-RJ)(PT-RJ), também presentes à mobilização, lembraram que o 8 deMarço é dia de luta. “Hoje paramos contra os que querem eliminar aúnica política pública que reconhece que existe desigualdade entre ho-

mens e mulheres no mercado de trabalho”, disse Erika. “O 8 de Marçorepresenta a luta das trabalhadoras que tiveram seus corpos queima-dos porque não aceitavam a jornada de 14 horas. Hoje estamos aquicontra essa reforma da Pversa ao retirar nossos direitos”, ressaltou Benedita.

Os deputados petistas Almeida (BA)Almeida (BA)Almeida (BA)Almeida (BA)Almeida (BA)compareceram à manifestação.

AAAAAto Públicoto Públicoto Públicoto Públicoto PúblicoPúblico contra a Reforma da Previdência TEMERosa para as Mulhe-res”, organizada pela Frente Pdência Social, presidida pelo senador Pdeputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP).

Durante o Ato, que contou com a presença de vários parlamenta-res petistas, a deputada pressão popular pode evitar a aprovação da reforma de Ta rua, senão essa porcaria de reforma, que retira os direitos das mulheres, corre orisco de passar”, alertou.

O Ato contou ainda com a presença dos deputados petistas (MG)(MG)(MG)(MG)(MG), Assis Carvalho (PI)Assis Carvalho (PI)Assis Carvalho (PI)Assis Carvalho (PI)Assis Carvalho (PI)José Guimarães (CE)José Guimarães (CE)José Guimarães (CE)José Guimarães (CE)José Guimarães (CE)Zé Carlos (MA)Zé Carlos (MA)Zé Carlos (MA)Zé Carlos (MA)Zé Carlos (MA).

FOTOS: GUSTAVOBEZERRA/PTNACÂMARA

ízos, principalmente, para as mulheres. “Há pressa em fazer comque a CLT seja mudada para prejudicar o trabalhador e a trabalha-dora. Essa reforma prejudica muito mais a mulher, porque aumentaa jornada de trabalho. Ao aumentar a jornada de trabalho, a mulher,que já tem dupla jornada de trabalho, terá a tríplice jornada detrabalho. Com relação à Previdência, querem acabar com ela, paraque o trabalhador e a trabalhadora, cada vez mais empobrecidos,fiquem à mercê da iniciativa privada”, ressaltou.

A deputada Erika Kokay (PT-DF)Erika Kokay (PT-DF)Erika Kokay (PT-DF)Erika Kokay (PT-DF)Erika Kokay (PT-DF)pessoas podem ofertar às mulheres como homenagem é impedir que essa reformada Previdência retire nossos direitos, que soframos esse ataque, essa violênciaprofunda institucional aos direitos das mulheres através de uma reforma que, naverdade, é uma destruição da Previdência Social”, disse.

O deputado Décio Lima (PT-SC) Décio Lima (PT-SC) Décio Lima (PT-SC) Décio Lima (PT-SC) Décio Lima (PT-SC) governo ilegítimo de T“Quero exaltar as mulheres guerreiras, que estão nas lutas, nas praças, nossindicatos, nas entidades e nos movimentos sociais fazendo a resistência da causapor nenhum direito a menos no nosso país. Viva as mulheres brasileiras”, disse.

Ao celebrar o Dia Internacional da Mulher, o deputado (PT-SE)(PT-SE)(PT-SE)(PT-SE)(PT-SE) lembrou algumas mulheres símbolos da luta por melhores condições devida para o povo. “Psejamos socialmente iguais, humanamente diferentes e totalmente livres. VivaRosa Luxemburgo! Viva a irmã Dorothy! Viva Margarida Alves! Viva as mulherestrabalhadoras do campo e da cidade que dão a vida e lutam para construir umasociedade sem preconceito e justa”.

8 DE MARÇO

RIO DE JANEIRO - MÍDIA NINJABELO HORIZONTE - DIVULGAÇÃO

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arlamentares e servidoras mobilizam outras mulherespara lutar contra retrocessos da reforma da Previdência

Mulheres sindicalistas entregammanifesto de apoio ao ex-presidente Lula

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva rece-beu nesta semana, na sede do Instituto Lula, umacomissão formada por movimentos de mulheres sin-dicalistas para a entrega de um manifesto de apoioao ex-presidente.

O documento, que é em reconhecimento aos avan-ços das políticas públicas para as mulheres nos últimos13 anos no Brasil, presta também solidariedade ao ex-presidente pela perseguição da qual vem sendo vítimae pela morte de D. Marisa Letícia.

Entre as mulheres, esteve presente a ex-minis-tra da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Eleo-nora Menicucci. “Hoje, o agradecimento das mu-lheres brasileiras é imenso. No seu governo, vocêteve a sensibilidade de ouvir duas demandas impor-tantes: criar a Secretaria de Política das Mulheres ea Lei Maria da Penha, que foi fundamental para avida das mulheres”, lembrou a ex-ministra.

“Foi o presidente que mais fez pela luta das mu-lheres. Além da Lei Maria da Penha, deu o cartão doBolsa Família na mão das mulheres”, lembrou Juvan-dia Moreira, presidenta do Sindicato dos Bancários.

“Nós, mulheres, estamos aqui para te apoiar edizer que cada uma de nós, neste 8 de março, esta-

remos nas ruas brigando contra a reforma da Previ-dência, pela descriminalização do aborto e para televar à presidência em 2018”, disse Junéia Batis-ta, da Secretaria de Mulheres da Central Única dosTrabalhadores (CUT).

Durante o encontro, Lula lembrou as conquistas,a importância do empoderamento feminino e o resul-tado da luta das mulheres no País. “À medida que amulher vai ficando independente economicamente,ela vai tomando conta do seu próprio nariz”, disse.

O ex-presidente ressaltou que, caso volte à Pre-sidência da República, será criada novamente a Se-cretaria de Políticas para as Mulheres. “O custo ézero diante dos benefícios”, completa. Para ele, éimportante que as mulheres tenham maior repre-sentatividade na Câmara, no Senado e na liderançados movimentos sindicais.

“Se tem uma coisa de que eu tenho orgulho, foiinfluenciar a sociedade brasileira a acreditar queela podia ter um presidente que saiu do meio dopovo. E vou continuar influenciando as mulherespara que tenham consciência de que, a Dilma, foi sóo primeiro passo, e que as mulheres podem muitomais”, afirmou Lula.

Governos Lula e Dilma:

13 anos de protagonismo de direitos

- 36- 36- 36- 36- 36 milhões de brasileiras e brasileirossaíram da pobreza: as mulheres representando92% dos titulares dos cartões do Bolsa Família;

- 11- 11- 11- 11- 11 milhões de pessoas atendidas peloMinha Casa Minha Vida: as mulheres consti-tuindo 90% dos beneficiados da faixa de me-nor renda;

- 9,5 - 9,5 - 9,5 - 9,5 - 9,5 milhões cursaram o Pronatec: asmulheres perfazendo 59% do total; as matrícu-

As políticas inclusivas e de combate à desigualdade voltadas para as mulheres tiveram prioridadenos governos Lula e Dilma. O PT deixou o governo federal em 2016 com números extraordinários departicipação feminina nos programas criados. Veja alguns exemplos:

las de beneficiários do Bolsa Família no Prona-tec chegam a 1,79 milhão, 67% dos quaisformado por mulheres;

- Mais de 4 milhões chegaram à universida-de por meio do ProUni e do FIES: são mulheres59% no FIES e 53% no ProUni;

- Mais de 1,2 milhão de cisternas foramentregues: 94% instaladas no semiárido nordes-tino em nome das mulheres.

RICARDO STUCKERT

Sob a presidência de Benedita, petistas repudiam reforma previdenciária

mens e mulheres no mercado de trabalho”, disse Erika. “O 8 de Marçorepresenta a luta das trabalhadoras que tiveram seus corpos queima-dos porque não aceitavam a jornada de 14 horas. Hoje estamos aquicontra essa reforma da Previdência de Temer, que é arbitrária e per-versa ao retirar nossos direitos”, ressaltou Benedita.

Os deputados petistas Afonso Florence (BA)Afonso Florence (BA)Afonso Florence (BA)Afonso Florence (BA)Afonso Florence (BA) e RobinsonRobinsonRobinsonRobinsonRobinsonAlmeida (BA)Almeida (BA)Almeida (BA)Almeida (BA)Almeida (BA) e a deputada Jandira Feghali (PC do B-RJ) tambémcompareceram à manifestação.

AAAAAto Públicoto Públicoto Públicoto Públicoto Público – também foi realizado ontem na Câmara o “AtoPúblico contra a Reforma da Previdência TEMERosa para as Mulhe-res”, organizada pela Frente Parlamentar Mista em Defesa da Previ-dência Social, presidida pelo senador Paulo Paim (PT-RS) e pelodeputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP).

Durante o Ato, que contou com a presença de vários parlamenta-res petistas, a deputada Margarida Salomão (PT-MG)Margarida Salomão (PT-MG)Margarida Salomão (PT-MG)Margarida Salomão (PT-MG)Margarida Salomão (PT-MG) disse que apenas apressão popular pode evitar a aprovação da reforma de Temer. “Temos que ir paraa rua, senão essa porcaria de reforma, que retira os direitos das mulheres, corre orisco de passar”, alertou.

O Ato contou ainda com a presença dos deputados petistas Adelmo LeãoAdelmo LeãoAdelmo LeãoAdelmo LeãoAdelmo LeãoAssis Carvalho (PI)Assis Carvalho (PI)Assis Carvalho (PI)Assis Carvalho (PI)Assis Carvalho (PI), Givaldo Vieira (ES)Givaldo Vieira (ES)Givaldo Vieira (ES)Givaldo Vieira (ES)Givaldo Vieira (ES), João Daniel (SE)João Daniel (SE)João Daniel (SE)João Daniel (SE)João Daniel (SE),

José Guimarães (CE)José Guimarães (CE)José Guimarães (CE)José Guimarães (CE)José Guimarães (CE), Luiz Couto (PB)Luiz Couto (PB)Luiz Couto (PB)Luiz Couto (PB)Luiz Couto (PB), PPPPPatrus Ananias (MG)atrus Ananias (MG)atrus Ananias (MG)atrus Ananias (MG)atrus Ananias (MG) eZé Carlos (MA)Zé Carlos (MA)Zé Carlos (MA)Zé Carlos (MA)Zé Carlos (MA).

A deputada Erika Kokay (PT-DF)Erika Kokay (PT-DF)Erika Kokay (PT-DF)Erika Kokay (PT-DF)Erika Kokay (PT-DF) reiterou que “o maior respeito que aspessoas podem ofertar às mulheres como homenagem é impedir que essa reformada Previdência retire nossos direitos, que soframos esse ataque, essa violênciaprofunda institucional aos direitos das mulheres através de uma reforma que, naverdade, é uma destruição da Previdência Social”, disse.

O deputado Décio Lima (PT-SC) Décio Lima (PT-SC) Décio Lima (PT-SC) Décio Lima (PT-SC) Décio Lima (PT-SC) afirmou que a reforma da Previdência dogoverno ilegítimo de Temer “é uma grande agressão” às mulheres brasileiras.“Quero exaltar as mulheres guerreiras, que estão nas lutas, nas praças, nossindicatos, nas entidades e nos movimentos sociais fazendo a resistência da causapor nenhum direito a menos no nosso país. Viva as mulheres brasileiras”, disse.

Ao celebrar o Dia Internacional da Mulher, o deputado João DanielJoão DanielJoão DanielJoão DanielJoão Daniel lembrou algumas mulheres símbolos da luta por melhores condições de

vida para o povo. “Parabenizo todas as mulheres. Queremos um mundo ondesejamos socialmente iguais, humanamente diferentes e totalmente livres. VivaRosa Luxemburgo! Viva a irmã Dorothy! Viva Margarida Alves! Viva as mulherestrabalhadoras do campo e da cidade que dão a vida e lutam para construir umasociedade sem preconceito e justa”.

8 DE MARÇO

SÃO PAULO - JORNALISTAS LIVRE

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NA TRIBUNA

O deputado Zé Geraldo (PT-PA)Zé Geraldo (PT-PA)Zé Geraldo (PT-PA)Zé Geraldo (PT-PA)Zé Geraldo (PT-PA) registrouem plenário a sua indignação com a morosidadedo governo ilegítimo de Michel Temer para solu-cionar a trafegabilidade, com chuva ou sol, dasprincipais rodovias da Amazônia abertas há maisde 40 anos. “A situação é insustentável, por isso,peço que, este ano, o governo federal libere cer-ca de R$ 400 milhões para asfaltar as rodoviasporque agora tem contrato, tem licença, mas fal-

O deputado Henrique FontanaHenrique FontanaHenrique FontanaHenrique FontanaHenrique Fontana(PT-RS)(PT-RS)(PT-RS)(PT-RS)(PT-RS) usou a tribuna da Câmara nestasemana para acusar o governo ilegítimo deMichel Temer de querer desmontar o siste-ma de Previdência pública brasileira. Naavaliação do deputado, o interesse maiorda reforma previdenciária (PEC 287/16) éabrir mercado para que empresas privadassupram aquilo que não será mais oferecidopelo sistema público. “As alterações pro-postas têm caráter injusto e cruel e ampliam asdesigualdades”, criticou, ao citar a mudança do cál-culo para o valor do benefício e a fixação da idademínima de 65 anos para a aposentadoria.

Pelas regras atuais, a aposentadoria é calculadapela média dos últimos salários, quando o trabalha-dor recebe um rendimento melhor. O governo Temerpropõe que o benefício seja proporcional à média detodos os vencimentos, o que poderá acarretar em umaredução de 30% a 40% do benefício.

O deputado citou como exemplo alguém que ini-ciou sua vida de trabalho ganhando um salário míni-mo, trabalhou durante 5 anos e melhorou para umsalário e meio; em mais 5 anos de trabalho, subiupara dois salários; em mais 10 anos, talvez, melhore

O deputado Nelson PNelson PNelson PNelson PNelson Pe l legr ino (PT-BA)e l legr ino (PT-BA)e l legr ino (PT-BA)e l legr ino (PT-BA)e l legr ino (PT-BA)manifestou, na tribuna, preocupação com o anun-ciado retorno à pauta da Câmara do projeto de lei(PL 4302/98) que terceiriza todas as atividadeseconômicas no Brasil. A proposta foi encaminhadapelo Executivo durante a gestão de Fernando Hen-rique Cardoso e foi desengavetado pelo presidenteilegítimo Michel Temer e pelo presidente da Casa,deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Pellegrino lembrou que os deputados já discu-tiram e rejeitaram o PL 4.330/04, que atualmen-

Fontana: reforma da Previdência é cruel,desmonta sistema público e amplia desigualdades

Pellegrino rechaça projeto que terceiriza atividade econômicate tramita no Senado Federal. “Esses dois proje-tos têm uma característica comum: a permissãode terceirização de todas as atividades dos setoresda economia. Todo mundo sabe que a terceiriza-ção é um fator de precarização do trabalho e nãode especialização como é propalado”, alertou.

De acordo com Nelson Pellegrino, todo o mundosabe que os trabalhadores terceirizados não têmos mesmos salários dos profissionais diretamentecontratados. “Os terceirizados não têm as mesmascondições de trabalho, e a terceirização indiscri-

minada desorganiza o movimento sindical na me-dida em que você terá uma empresa em que hávárias outras terceirizando o trabalho dentro dela”.

A preocupação, segundo o deputado do PTbaiano, é ainda maior neste momento em sediscute na Câmara a reforma Trabalhista. “Nãovejo por que esse açodamento para colocar empauta uma matéria que é muito complicada, quetraz retrocesso e precariza o mercado de traba-lho. Portanto, espero que essa matéria não sejavotada”, ponderou.

para três salários mínimos. Ele vai chegar ao final dasua longa trajetória de trabalho – como muitos tra-balhadores que iniciaram a sua vida laboral aos 16anos de idade –, e vai chegar aos 65 anos ganhando,por hipótese, R$ 3 mil reais; mas, quando se aposen-tar, verá que o seu benefício será de R$1,5 mil, porexemplo. Uma redução 50%.

Henrique Fontana alertou ainda que pela refor-ma proposta pelo governo Temer, não há regra detransição para a composição do valor da aposenta-doria, mesmo para quem está prestes a se aposen-tar. “A regra de transição é só para os anos detrabalho, a regra de transição não existe para ovalor das aposentadorias. Portanto, alguém que estáa 1 ano de se aposentar, a 2 anos, ou a 3 anos, vaiter uma redução no seu benefício em torno de 30%,

40% ou 50%, conforme o caso e a médiaque estiver sendo usada no cálculo dessecidadão trabalhador”, explicou.

A idade mínima de 65 anos tambémfoi duramente criticada pelo deputado.“É inaceitável como critério justo e equi-librado. Não se tratam os diferentes deforma igual. Não se pode tratar um tra-balhador, filho de uma família pobre, quecomeça a trabalhar aos 16 anos de ida-

de, da mesma forma que alguém que tem opor-tunidade de cursar uma universidade inteira ecomeçar a trabalhar aos 25 anos. A idade míni-ma de 65 anos penalizará os mais pobres e osque têm os menores salários”, afirmou.

O deputado Henrique Fontana disse acredi-tar que a reforma da Previdência não será apro-vada e desafiou a base do governo a aprovar amatéria. “Desafio a base do governo a colocaraqui dentro deste plenário 308 votos para apro-var uma proposta cruel e injusta, que desprote-ge especialmente os mais pobres, e que tentacobrar a conta daqueles que não têm conta ne-nhuma com o País, aliás, têm é créditos com oBrasil”, concluiu.

GUSTAVOBEZERRA/PTNACÂMARA

Zé Geraldo denuncia caos nas rodovias da Amazônia e pede soluçãota dinheiro”, lamentou.

Zé Geraldo lembrou que a Transamazônica e aCuiabá-Santarém foram abertas no governo Médici.Da abertura até o fim do governo Fernando HenriqueCardoso, mais de 20 anos de gestão, as rodoviasficaram totalmente abandonadas. A partir do governoLula, segundo Zé Geraldo, houve um processo de or-denamento fundiário e ambiental naquela região, como plano da BR-163, da Transamazônica, para iniciar

o asfaltamento de mais de 2 mil quilômetros derodovia: da Cuiabá-Santarém, do Mato Grosso atéSantarém; e da Transamazônica, de Marabá, passan-do por Altamira, até Itaituba.

“Avançou-se bastante. Temos hoje mais de 50%dessas rodovias asfaltadas. Mas aqueles 150 quilô-metros que estão ainda em estrada de chão na BR-163 estão gerando um caos para quem precisa trafe-gar por essa região”, afirmou.

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CONTRA O GOLPE

Expositores que participaram ontem daaudiência pública da comissão especial dareforma da Previdência (PEC 287/16) critica-ram a imposição de regras que acabam oudificultam a aposentadoria especial de algu-mas categorias profissionais. O debate abor-dou a aposentadoria especial de profissionaisque exercem atividades prejudiciais à saúde.Para o médico do Trabalho do DepartamentoIntersindical Estudos e Estatísticas Socioeco-nômicos (Dieese), Zuher Handar, a realidade do mer-cado de trabalho brasileiro torna temerária a intençãodo governo ilegítimo de Temer.

“O Ministério da Saúde aponta cerca de 700 milcasos anuais de doenças ou acidentes relacionados aotrabalho. Apesar da melhoria histórica nas condiçõesde trabalho, a cada dia aparecem novos riscos, desdeestresse até doenças e acidentes, e por isso mesmosão necessárias compensações adicionais até que pos-samos eliminar esses riscos”, afirmou o médico.

Como exemplo de categoria impactada por ati-vidade com prejuízo a saúde, o representante daConfederação Nacional dos Trabalhadores em Esta-belecimento de Ensino (Contee), Rodrigo Pereira dePaula, demonstrou que os professores – especial-

Durante audiência da comissão espe-cial que trata do projeto da reforma Traba-lhista (PL 6787/16), as confederações pa-tronais se manifestaram ontem, como erade se esperar, favoráveis à proposta do go-verno ilegítimo de Michel Temer, que aca-ba com os direitos trabalhistas contidos naCLT. Para os parlamentares do PT que com-põem a comissão, não foi surpresa a “sin-tonia fina” entre o governo de Temer e asconfederações patronais.

“Parece até que quem está falando é o governo.É a concordância dos empresários com o texto apre-sentado. A minha impressão é que essa propostadeve ter sido discutida previamente com eles. Éuma missa encomendada do setor empresarial paraferrar com os trabalhadores”, reagiu o deputadoRobinson Almeida (PT-BA)Robinson Almeida (PT-BA)Robinson Almeida (PT-BA)Robinson Almeida (PT-BA)Robinson Almeida (PT-BA).

Segundo o deputado, os argumentos susten-tados pelo setor empresarial não têm base narealidade e são falácias governamentais. “Creioque o que aqui foi falado não condiz com a rea-lidade. A tese de que a reforma vai gerar empre-go não se sustenta, não tem nenhum exemplo no

Novas regras para aposentadoria especialsão temerárias diante do alto índice de doenças

mente do ensino fundamental – precisam da apo-sentadoria especial.

“Por conta do excesso de alunos em sala de aula,em média 30 alunos nas escolas particulares e 45nas públicas, os professores estão expostos ao estres-se excessivo, problemas de voz e problemas ergonô-micos, uma vez que ficam em média 7 horas em pé”,argumentou. Entre os problemas ergonômicos, estãoa tendinite, a bursite, os problemas de coluna e ou-tras doenças do gênero.

Em relação à aposentadoria dos professores, osecretário de Políticas de Previdência do Governo,Benedito Brunca, afirmou que o fim da aposentadoriaespecial se justifica pelo equilíbrio financeiro e atu-arial, “porque isso onera o caixa da Previdência”.

Resposta Resposta Resposta Resposta Resposta – Os deputados ArlindoArlindoArlindoArlindoArlindoChinaglia (PT-SP)Chinaglia (PT-SP)Chinaglia (PT-SP)Chinaglia (PT-SP)Chinaglia (PT-SP) e PPPPPepe Vepe Vepe Vepe Vepe Vargasargasargasargasargas(PT-RS)(PT-RS)(PT-RS)(PT-RS)(PT-RS) afirmaram que a argumentação dogoverno não leva em conta a questão social eque mesmo o alegado desequilíbrio da Pre-vidência não pode ser comprovado com osnúmeros oficiais.

“Porque o governo não apresenta a to-talidade das receitas? O que consegue ounão aportar para a Previdência? Vimos on-

tem no debate com os auditores fiscais que o com-bate à fraude de grandes devedores e com maiseficiência na fiscalização poderíamos arrecadar bi-lhões a mais”, disse Chinaglia.

“Como médico, digo que a vida está em pri-meiro lugar, acima de qualquer prioridade. Mas seo Estado não cumpre o seu papel de fiscalizar asempresas, então, a saída é punir o trabalhador?Será que alguém consegue imaginar uma profes-sora de 65 anos dando aula na pré-escola? Porisso eu digo, o viés econômico não pode prevale-cer nesse debate”, afirmou Pepe Vargas.

Também participaram da audiência pública osdeputados Assis Carvalho (PT-PI)Assis Carvalho (PT-PI)Assis Carvalho (PT-PI)Assis Carvalho (PT-PI)Assis Carvalho (PT-PI) e LuizLuizLuizLuizLuizSérgio (PT-RJ)Sérgio (PT-RJ)Sérgio (PT-RJ)Sérgio (PT-RJ)Sérgio (PT-RJ).

Audiência com confederações patronais mostra“sintonia fina” de Temer com empresariado

mundo de que isso tenha ocorrido. Além do mais,culpar a CLT pela alta judicialização é outra fa-lácia”, sustentou Robinson Almeida, que expli-cou que o aumento das ações judiciais é resulta-do da tentativa das grandes e médias empresasde não pagar as rescisões trabalhistas.

O deputado PPPPPatrus Ananias (PT-MG)atrus Ananias (PT-MG)atrus Ananias (PT-MG)atrus Ananias (PT-MG)atrus Ananias (PT-MG) reba-teu o argumento do representante da ConfederaçãoNacional da Agricultura (CNA), Cristiano Zaranza,que defendeu autonomia dos acordos coletivos paraserem celebrados diretamente entre patrões e tra-balhador. “Essa não é uma proposta de reformaTrabalhista. É para acabar no Brasil com os grandesprincípios tutelares do Direito do Trabalho e tem a

sua referência fundamental na lei que visa,democraticamente, proteger a parte econo-micamente mais frágil e promover o bemcomum e a justiça social”, afirmou.

O representante da Confederação Na-cional de Saúde, Hospitais, Estabeleci-mentos e Serviços (CNS), Alexandre Za-netti, e o gerente de Relações Institucio-nais da Confederação Nacional das Insti-tuições Financeiras (CNF), Damião de

Morais, defenderam a “modernização” da CLT comoforma de enfrentamento da crise que se acentuouapós o golpe que levou Michel Temer ao poder.Morais também representou a Federação Nacionaldos Bancos (Febraban), na audiência.

Para o deputado PPPPPaulão (PT-AL)aulão (PT-AL)aulão (PT-AL)aulão (PT-AL)aulão (PT-AL), o CongressoNacional, em vez de debater a reforma Trabalhista,deveria debruçar-se sobre a reforma Tributária. “Agente deveria discutir reforma Tributária, porque noBrasil quem paga tributo são os mais pobres, aclasse trabalhadora, a classe média. Essa elite re-presentada pelas confederações abriga os maioressonegadores de tributos do País. Esse é o debate,mas ele não é realizado”, argumentou.

ZECARIBEIRO/AGENCIACÂMARA

BILLY BOSS/AGENCIACÂMARA

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RIO SÃO FRANCISCO

Transposição: Guimarães critica oportunismoe lembra que projeto tem DNA de Lula

Remonta aos tempos do impé-rio, durante o domínio de D. PedroII, as primeiras propostas de canali-zação do Rio São Francisco para so-lucionar a mazela da seca no semiá-rido. Getúlio Vargas, ainda no Esta-do Novo, realizou uma série de estu-dos para avaliar a viabilidade do pro-jeto. Nos estertores da última dita-dura, Figueiredo retomou a ideia,mas não a tirou do papel. FHC che-gou a assinar um documento intitu-lado “Compromisso pela vida do São Francisco”, que apon-tava a necessidade de revitalização do rio para, então, sepassar à construção de canais em vários eixos.

Quase 200 anos depois, coube a um retirante nordes-tino e a uma mineira radicada nos pampas a tão sonhadaconcretização – literalmente, no âmbito da engenharia –do maior empreendimento hídrico da história do Brasil eum dos maiores do planeta. A decisão foi de Luiz InácioLula da Silva e de Dilma Rousseff, o primeiro operáriopresidente e a primeira mulher a governar o Brasil.

A transposição foi a maneira de resolver o desequilíbrio hídrico de umPaís que abriga extremos relativos à disponibilidade de água: de um lado,60% da Amazônia e cerca de dois terços do Aquífero Guarani; do outro,uma imensa região de baixíssimos índices pluviométricos e raros mananci-ais subterrâneos de grande volume cuja extensão – 844 mil Km² – seriao 33º maior país do mundo em área territorial.

“Passaram 100 anos prometendo. FHC foi ao Ceará e fez um belo comício,em 1994, quando disse: no meu governo, nos primeiros quatro anos, eu voucomeçar a obra. Passaram os 8 anos e não fizeram nada. Mas o País sabe queesta obra foi pensada estrategicamente pelo presidente Lula”, lembrou compropriedade na tribuna da Câmara, na última terça-feira (7), o deputado JoséJoséJoséJoséJoséGuimarãesGuimarãesGuimarãesGuimarãesGuimarães (PT-CE)(PT-CE)(PT-CE)(PT-CE)(PT-CE), ele mesmo filho do sertão central do Ceará, onde a terraé a mais árida entre todas as zonas áridas da caatinga, bioma que abarca boaparte do Nordeste e chega ao norte de Minas Gerais.

Golpe contra Dilma deteriorou economia do país, afirma Bohn GassO deputado Bohn Gass (PT-RS)Bohn Gass (PT-RS)Bohn Gass (PT-RS)Bohn Gass (PT-RS)Bohn Gass (PT-RS) usou a tribuna

da Câmara nesta semana para fazer uma avaliação docenário econômico desta semana, com destaque parao resultado do PIB (Produto Interno Bruto) – conjuntode bens e serviços produzidos pelo País, divulgadopelo IBGE. “Pasmem! Nós tivemos uma queda de 3,6%do nosso PIB em 2016”, lamentou.

Na avaliação do deputado Bohn Gass, esse cená-rio é diferente de outras situações, quando havia que-da localizada na agricultura, por um problema de cli-matologia, ou na indústria, por outra situação esporádica, ou na importa-ção/exportação, por causa do câmbio. “Desta vez, o que o IBGE apresentaé uma queda generalizada do PIB”, afirmou. O parlamentar gaúcho desta-

cou que a agropecuária apresenta menos 6,6%; a in-dústria menos 3,8% e o setor de serviços, 2,7%.

“Então, esse resultado, na minha avaliação, é umdos principais problemas que estamos enfrentando atu-almente no governo Temer”, afirmou Bohn Gass, lem-brando que o golpe para retirar a presidenta eleitaDilma Rousseff tinha como argumento melhorar a eco-nomia, aquecendo o setor empresarial e aumentandoa geração de emprego. “No entanto, quando esse go-verno ilegítimo iniciou as suas medidas, tudo isso caiu

por terra, porque a política que o Temer está desenvolvendo retrai consu-mo, as pessoas não compram, o desemprego aumenta, o comércio vendemenos e, obviamente, a indústria não produz”.

Guimarães, como todo bom nor-destino que admira a cultura popu-lar, conhece bem os versos de “Atriste partida”, poema do seu con-terrâneo Patativa do Assaré que foiimortalizado em canção gravada porLuiz Gonzaga, que compartilha comLula tanto a origem quanto o êxodoem busca de melhor sorte na vida.“Sem chuva na terra / Descambajaneiro / Depois fevereiro / E o mes-mo verão / Meu Deus, meu Deus /

Então o nortista / Pensando consigo / Diz: ‘isso é castigo,Não chove mais não’”, registrou Patativa.

“Foi preciso um nordestino, cabeça-chata, com olharvoltado para os pobres, iniciar a obra, juntamente com onosso saudoso José Alencar, que coordenou, com ex-Minis-tro da Integração Ciro Gomes, os preparativos para iniciar aobra. Essa foi uma ação emergencial, mas, sobretudo, es-truturante para o Nordeste brasileiro”, reconheceu, orgu-lhoso, Guimarães em seu discurso.

O pronunciamento do parlamentar cearense, atual lí-der da Minoria na Câmara, serviu também para criticar o oportunismo e ahipocrisia dos golpistas que passaram anos a fio atacando incessantemente atransposição do Velho Chico. “Peça publicitária”, “um dos maiores fracassosdo governo”, “um dos mais gritantes equívocos em série promovidos pelagestão petista”, “enganação oficial”, entre outros termos duros, fazem partedo conjunto de diatribes publicadas pelo PSDB em suas redes sociais e portaisentre 2010 e 2016. Apenas a conta do PSDB na Câmara, nesse período,postou 101 tweets “denunciando” o projeto que Lula iniciou e Dilma pratica-mente concluiu antes de ser afastada pelo golpe parlamentar.

“Eu vejo agora que muitos dos que ficavam fiscalizando a obra,dizendo que essa obra não tinha futuro, estão querendo fazer festa comchapéu alheio, como dizem os cearenses”, ironizou Guimarães, quemencionou o governador tucano de São Paulo, Geraldo Alckmin, e opresidente ilegítimo Michel Temer.

RICARDO STUCKERT

GUSTAVOBEZERRA/PTNACÂMARA