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Mariana Mandelli Fernanda Bassette Alexandre Gonçalves Entre as 50 escolas de São Paulo com melhor desempenho no Exame Nacional do Ensino Mé- dio (Enem) de 2009, 34 (ou 68%) tiveram queda nas notas em 2010. Com isso, alguns colé- gios saíram do ranking das 30 mais bem colocadas no ano pas- sado. Mesmo o líder na capital, o Colégio Vértice, teve queda na nota média, de 749,70 para 743,75 pontos – e caiu do 1.º para o 3.º lugar no ranking nacional. Nesse grupo de colégios de eli- te, 27 tiveram aumento da parti- cipação de alunos no exame de 2010 – o que também pode expli- car uma oscilação na nota. Em cinco foi mantida a mesma pro- porção de participantes e em ape- nas dois houve redução. Uma das principais justificati- vas das escolas para explicar a piora no Enem é o fato de duas das principais universidades pú- blicas do Estado – Universidade de São Paulo (USP) e Universida- de Estadual de Campinas (Unicamp) – não usarem a nota da prova como critério de sele- ção no vestibular. É o caso do Colégio Bandeiran- tes, que caiu 7,97 pontos. Segun- do o diretor, Mauro Aguiar, os melhores alunos das turmas de Exatas e de Humanas deixaram de fazer o exame porque, além de darem prioridade para a USP, não existem muitas opções des- ses cursos nas federais da capital que usam o Enem. “É como o time do São Paulo entrar em campo sem o Lucas, o Dagoberto e o Rogério: mesmo que jogue bem, os melhores joga- dores não estão jogando”, diz Aguiar. “A nota do Bandeirantes ainda se sustenta porque alunos de Biológicas fazem o Enem por conta da Medicina da Unifesp.” Na Escola Lourenço Casta- nho – cuja nota caiu 22 pontos –, a situação é parecida. “Os alunos preferem o Insper e a Fundação Getúlio Vargas, além da Fuvest. Poucos querem federais fora de São Paulo”, diz o diretor Alexan- dre Abbatepaulo. Ele avalia que a queda na pontuação do colégio foi muito pequena. Além da preferência por vesti- bulares que não usam o Enem, os diretores apontam outros mo- tivos. “Muitos se desinteressa- ram por conta dos percalços que a prova sofreu, criando ansieda- de e insegurança”, afirma Alek- sej Kozlakowski, professor do El- vira Brandão, que caiu 11 pontos. Peso diferente. Os dois colé- gios que tiveram a queda mais acentuada no desempenho fo- ram o Pioneiro – cuja média caiu 55,1 pontos – e o Maria Imacula- da, com uma redução de 46,68. Em 2009, o Pioneiro ocu- pava a 9.ª posição e o Maria Imaculada, a 11.ª. Agora, eles não aparecem entre os 30 primeiros. Surpreso, Fernan- do Isao Kawahara, di- retor do Pioneiro, diz que as turmas são muito peque- nas – em torno de 20 alunos –, o que faz as notas oscilarem mais. “Se dois dos melhores alu- nos não fazem a prova, por exemplo, a nota cai.” Procurada, a ir- mã Carmem De Cic- cio, diretora pedagó- gica do Maria Imacu- lada, não quis falar so- bre o Enem. Três unidades do Objetivo – Paz, Luís Goes e Cantareira – perderam de 24 a 28 pontos em 2010. Para João Carlos Di Ge- nio, diretor do Objetivo, essa queda “não tem significância”. “Não tem problema. E a redução dos pontos é de cerca de 4%. A gente considera normal.” Enquanto isso, o Objetivo In- tegrado ficou em 2.º lugar na ca- pital, com pelo menos 70 pontos a mais que outras unidades da rede. “Evidente que esse está me- lhor. As aulas são em turno inte- gral e a tendência é prepararmos alunos para o Enem e os vestibu- lares da USP e Unicamp.” Esta é a primeira vez que é possível comparar o desempe- nho das escolas no Enem ano a ano. Isso porque, em 2009, o Ministério da Educação ado- tou a metodologia da Teoria da Resposta ao Item (TRI), que atribui pesos diferentes a cada questão, dependendo do grau de dificuldade. Dentro das qua- tro áreas avaliadas pelo Enem, a média é baseada no número de acertos, consistência das respostas e na dificuldade das questões respondidas correta e incorretamente. Assim, a cada ano, as edições mantêm o mesmo nível de exigência. As escolas têm 30 dias para recorrer da nota, diz o MEC. Incentivo a alunos ajuda a melhorar pontuação PARA ENTENDER As escolas paulistanas entre as 50 melhores de 2009 que aumen- taram suas notas no Enem de 2010 afirmam que o resultado é efeito do trabalho pedagógico e do incentivo dado aos alunos pa- ra participarem do exame. “Incentivamos a participação na prova e explicamos aos alu- nos que cada avaliação deve ser encarada como uma oportunida- de de se analisar e se preparar”, diz Giselle Magnossão, diretora na Colégio Albert Sabin. A escola subiu 7,89 pontos na média do Enem e aumentou de 69% para 91% a participação dos alunos. Das 50 escolas, apenas 16 me- lhoraram a média, composta pe- la nota na prova objetiva e na re- dação. Para Teresinha Kiataqui, coordenadora do ensino médio do Colégio Santa Amália – que cresceu 5,63 pontos –, o resulta- do vem da percepção que os alu- nos passaram a ter do Enem. “Os estudantes sabem que a prova não serve só para fazer ranking, mas para valorizar o conheci- mento e testar habilidades e competências”, explica. A melhora na nota também sig- nificou a melhora de posição no ranking: o Santa Amália pulou da 47.ª posição em 2009 para a 35.ª em 2010. Everton Augustin, diretor do Colégio Humboldt – que aumen- tou 5,67 pontos e foi do 48.º para o 37.º lugar da lista –, destaca que a escola investe no trabalho in- terdisciplinar, bastante cobrado no Enem, não só no ensino mé- dio, mas também no fundamen- tal. “Observamos os resultados dos alunos, fazemos um contro- le da aprendizagem e realizamos simulados de vestibulares e tam- bém do Enem”, diz. Seleção. Entre os colégios pú- blicos que aparecem no ranking das 50 melhores escolas de São Paulo do último Enem, o desta- que vai para as escola técnicas estaduais, as Etecs. A Etec São Paulo aparece em 5.º lugar – me- lhor posição ocupada por uma es- cola pública na lista da capital. A nota subiu mais de 20 pontos. “A melhora é atribuída ao maior in- teresse dos alunos no Enem, cor- po docente, projeto pedagógico integrado e também ao fato de a seleção dos estudantes se dar por meio de um vestibulinho”, afirma Almério de Araújo, coor- denador de ensino médio e técni- co do Centro Paula Souza. / M.M. Notas são comparáveis Em um ano, nota média no Enem cai em 68% das escolas de elite de SP Colégios afirmam que seus melhores alunos não se inscrevem no exame porque USP e Unicamp não utilizam a nota no vestibular Brasil Rio e Minas – Estados com federais que usam o Enem – têm boas notas PÁG. X2 São Paulo As melhores escolas da capital divididas por região e mensalidade PÁG. X3 ESPECIAL No topo O Vértice sempre foi o 1.º colocado em SP X1 SEGUNDA-FEIRA, 12 DE SETEMBRO DE 2011 O ESTADO DE S. PAULO

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Page 1: X1 Emumano,notamédianoEnem caiem68%dasescolasdeelitedeSPaag2179/enem.pdf · nho das escolas no Enem ano a ano. Isso porque, em 2009, o Ministério da Educação ado-tou a metodologia

Mariana MandelliFernanda BassetteAlexandre Gonçalves

Entre as 50 escolas de São Paulocom melhor desempenho noExame Nacional do Ensino Mé-dio (Enem) de 2009, 34 (ou68%) tiveram queda nas notasem 2010. Com isso, alguns colé-gios saíram do ranking das 30mais bem colocadas no ano pas-sado. Mesmo o líder na capital, oColégio Vértice, teve queda nanota média, de 749,70 para743,75 pontos – e caiu do 1.º parao 3.º lugar no ranking nacional.

Nesse grupo de colégios de eli-te, 27 tiveram aumento da parti-cipação de alunos no exame de2010 – o que também pode expli-car uma oscilação na nota. Emcinco foi mantida a mesma pro-porção de participantes e em ape-nas dois houve redução.

Uma das principais justificati-vas das escolas para explicar apiora no Enem é o fato de duasdas principais universidades pú-blicas do Estado – Universidadede São Paulo (USP) e Universida-de Estadual de Campinas(Unicamp) – não usarem a notada prova como critério de sele-ção no vestibular.

É o caso do Colégio Bandeiran-tes, que caiu 7,97 pontos. Segun-do o diretor, Mauro Aguiar, osmelhores alunos das turmas deExatas e de Humanas deixaramde fazer o exame porque, alémde darem prioridade para a USP,não existem muitas opções des-ses cursos nas federais da capitalque usam o Enem.

“É como o time do São Pauloentrar em campo sem o Lucas, oDagoberto e o Rogério: mesmoque jogue bem, os melhores joga-dores não estão jogando”, dizAguiar. “A nota do Bandeirantesainda se sustenta porque alunosde Biológicas fazem o Enem porconta da Medicina da Unifesp.”

Na Escola Lourenço Casta-nho – cuja nota caiu 22 pontos –,a situação é parecida. “Os alunospreferem o Insper e a FundaçãoGetúlio Vargas, além da Fuvest.Poucos querem federais fora deSão Paulo”, diz o diretor Alexan-dre Abbatepaulo. Ele avalia que aqueda na pontuação do colégiofoi muito pequena.

Além da preferência por vesti-bulares que não usam o Enem,os diretores apontam outros mo-tivos. “Muitos se desinteressa-ram por conta dos percalços quea prova sofreu, criando ansieda-de e insegurança”, afirma Alek-sej Kozlakowski, professor do El-vira Brandão, que caiu 11 pontos.

Peso diferente. Os dois colé-gios que tiveram a queda maisacentuada no desempenho fo-ram o Pioneiro – cuja média caiu55,1 pontos – e o Maria Imacula-da, com uma redução de 46,68.Em 2009, o Pioneiro ocu-pava a 9.ª posição e oMaria Imaculada, a11.ª. Agora, eles nãoaparecem entre os30 primeiros.

Surpreso, Fernan-do Isao Kawahara, di-retor do Pioneiro, diz queas turmas são muito peque-nas – em torno de 20 alunos–, o que faz as notas oscilaremmais. “Se dois dos melhores alu-

nos não fazem a prova,por exemplo, a nota

cai.” Procurada, a ir-mã Carmem De Cic-cio, diretora pedagó-

gica do Maria Imacu-lada, não quis falar so-

bre o Enem.Três unidades do Objetivo

– Paz, Luís Goes e Cantareira –perderam de 24 a 28 pontos em2010. Para João Carlos Di Ge-nio, diretor do Objetivo, essa

queda “não tem significância”.“Não tem problema. E a reduçãodos pontos é de cerca de 4%. Agente considera normal.”

Enquanto isso, o Objetivo In-tegrado ficou em 2.º lugar na ca-pital, com pelo menos 70 pontosa mais que outras unidades darede. “Evidente que esse está me-lhor. As aulas são em turno inte-gral e a tendência é prepararmosalunos para o Enem e os vestibu-lares da USP e Unicamp.”

Esta é a primeira vez que épossível comparar o desempe-nho das escolas no Enem anoa ano. Isso porque, em 2009,

o Ministério da Educação ado-tou a metodologia da Teoria daResposta ao Item (TRI), queatribui pesos diferentes a cadaquestão, dependendo do graude dificuldade. Dentro das qua-tro áreas avaliadas pelo Enem,a média é baseada no número

de acertos, consistência dasrespostas e na dificuldade dasquestões respondidas corretae incorretamente. Assim, acada ano, as edições mantêmo mesmo nível de exigência.As escolas têm 30 dias pararecorrer da nota, diz o MEC.

Incentivo aalunos ajudaa melhorarpontuação

PARA ENTENDER

As escolas paulistanas entre as50 melhores de 2009 que aumen-taram suas notas no Enem de2010 afirmam que o resultado éefeito do trabalho pedagógico edo incentivo dado aos alunos pa-ra participarem do exame.

“Incentivamos a participaçãona prova e explicamos aos alu-nos que cada avaliação deve serencarada como uma oportunida-de de se analisar e se preparar”,diz Giselle Magnossão, diretorana Colégio Albert Sabin. A escolasubiu 7,89 pontos na média doEnem e aumentou de 69% para91% a participação dos alunos.

Das 50 escolas, apenas 16 me-lhoraram a média, composta pe-la nota na prova objetiva e na re-dação. Para Teresinha Kiataqui,coordenadora do ensino médiodo Colégio Santa Amália – quecresceu 5,63 pontos –, o resulta-do vem da percepção que os alu-nos passaram a ter do Enem. “Osestudantes sabem que a provanão serve só para fazer ranking,mas para valorizar o conheci-mento e testar habilidades ecompetências”, explica.

A melhora na nota também sig-nificou a melhora de posição noranking: o Santa Amália pulou da47.ª posição em 2009 para a 35.ªem 2010.

Everton Augustin, diretor doColégio Humboldt – que aumen-tou 5,67 pontos e foi do 48.º parao 37.º lugar da lista –, destaca quea escola investe no trabalho in-terdisciplinar, bastante cobradono Enem, não só no ensino mé-dio, mas também no fundamen-tal. “Observamos os resultadosdos alunos, fazemos um contro-le da aprendizagem e realizamossimulados de vestibulares e tam-bém do Enem”, diz.

Seleção. Entre os colégios pú-blicos que aparecem no rankingdas 50 melhores escolas de SãoPaulo do último Enem, o desta-que vai para as escola técnicasestaduais, as Etecs. A Etec SãoPaulo aparece em 5.º lugar – me-lhor posição ocupada por uma es-cola pública na lista da capital. Anota subiu mais de 20 pontos. “Amelhora é atribuída ao maior in-teresse dos alunos no Enem, cor-po docente, projeto pedagógicointegrado e também ao fato de aseleção dos estudantes se darpor meio de um vestibulinho”,afirma Almério de Araújo, coor-denador de ensino médio e técni-co do Centro Paula Souza. / M.M.

Notas sãocomparáveis

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X1 SEGUNDA-FEIRA, 12 DE SETEMBRO DE 2011 O ESTADO DE S. PAULO

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Melhoresdo País têmalta taxa departicipaçãoPelo menos 75% dos alunos fizeram Enemem 26 dos 30 colégios com notas mais altas

‘Sociedade comparava coisas sem a cautela devida’, afirma Haddad

● Dois colégios privados de Tere-sina, no Piauí, despontaram nova-mente entre as melhores médiasdo Enem no País: o InstitutoDom Barreto e o EducandárioSanta Maria Goretti. Ambas tive-ram também uma alta participa-ção de seus alunos na prova –95% e 100% respectivamente. Asduas ainda privilegiam uma car-ga horária elevada, com mais desete horas diárias de aula e refor-ço aos sábados.

Um dos colégios mais tradicio-nais da cidade, o Dom Barreto foifundado na década de 1960 pe-las Irmãs Missionárias de JesusCrucificado e hoje é conhecidopor ter um corpo docente forma-do apenas por professores commestrado ou doutorado. A dire-ção da escola estipula metasanuais a serem cumpridas.

CELSO JUNIOR/AE–8/9/2011

Das 30 escolas com as melhoresnotas no Enem em todo o País,12 tiveram participação de todosos alunos no exame e, em outras14, pelo menos 75% deles realiza-ram a prova no ano passado. Ape-nas 4 colégios entre os mais bemcolocados tiveram um porcen-tual inferior de participação deestudantes.

Os dados mostram que há umconjunto de escolas de elite queconsegue obter pontuações ele-vadas com participação de prati-camente todos os seus alunos noEnem. Outro característica co-mum é o fato de elas também rea-lizarem processos seletivos paraingresso de alunos – escolhendoapenas os melhores.

São colégios que estão concen-trados no Rio de Janeiro e MinasGerais – Estados onde as princi-pais universidades públicas sãofederais que utilizam a nota doEnem em seu processo seletivo.Entre os cerca de 800 colégiosque tiveram 100% de participa-ção do exame, um terço está loca-lizado nesses dois Estados.

Vestibular. Minas tem cinco fe-derais que usam o Enem no vesti-bular – a Federal de Minas Ge-rais (UFMG), por exemplo, utili-za o exame como primeira fasede seu processo seletivo. O Riotem outras três universidadesque também adotam o exame – amais tradicional delas, a Federaldo Rio de Janeiro (UFRJ), usa oEnem para preencher de 20% a60% das vagas.

“A participação tem crescidoconforme aumenta a adesão dasuniversidades federais ao exa-me. Isso mostra que o Enem vi-rou o grande vestibular nacio-nal”, afirma o educador OcimarAlavarse, da Faculdade de Educa-ção da Universidade de São Pau-lo (USP). “Antes, havia uma dis-puta regional, agora há uma dis-puta com padrão nacional e bali-zada pelo Ministério da Educa-ção”, diz Alavarse.

O ponto positivo da alta parti-cipação dos alunos é obter um

retratomais preciso do desempe-nho da escola, sem grandes dis-torções. “É uma porcentagemmais real, mais fiel ao desempe-nho daquela escola”, afirma a ex-presidente do Instituto Nacio-nal de Estudos e Pesquisas Edu-cacionais (Inep) Maria HelenaGuimarães de Castro. “Acho váli-do, para comparação, conside-rar as escolas que tiveram umaparticipação mínima de 75% dosalunos na prova.”

Maratona. Para passar nos seisvestibulares em que se inscre-veu, três deles pelas notas doEnem, o estudante mineiro Car-los Henrique Andrande Xavier,de 18 anos, enfrentou uma mara-tona de estudos em uma escolatradicional de Belo Horizonte, oColégio Santo Antônio, que teveuma das maiores médias do Paíse um foco na preparação do alu-no para o Enem.

O objetivo dele sempre foi seraprovado em uma das federaisdo Estado e, para isso, além daalta carga horária de estudos, in-vestiu em simulados semanaisdo Enem. Hoje, ele cursa o pri-meiro período de EngenhariaMecânica da UFMG.

Pedro Firmino dos Santos, de17 anos, aluno do Colégio Ber-noulli, concentra seus estudosno Enem em busca de uma vagade Medicina em universidade fe-deral. Ele tem aulas todas as ma-nhãs de segunda a sábado e, trêsvezes por semana, estuda tam-bém à tarde

O colégio também dedica par-te das aulas para preparar o alu-no para o exame. “Apostamosem uma carga horária elevada.Para ficar na ponta, isso é funda-mental”, diz o diretor de ensinodo Bernoulli, Rommel Fernan-des. “Investimos também nos si-mulados do Enem, que são apli-cados com frequência aos sába-dos. Eles são essenciais para queos alunos não tomem sustos nahora da prova”, diz. /ALINE

RESKALLA, CEDÊ SILVA, OCIMARA

BALMANT E MARIANA MANDELLI

“O Pisa consideraideal uma taxa departicipação de, nomínimo, 80%.”M. Helena G. Castro, ex-presidente do Inep

93%das escolas

do Paíscom a menor

taxa departicipaçãosão públicas

No Piauí, cargahorária elevada eaula aos sábados

Excelência4 escolas de

aplicaçãoaparecementre as

melhorespúblicas do

País

Rafael Moraes Moura / BRASÍLIA

Ao modificar a forma de divulga-ção dos dados do Enem, agrupan-do as escolas que tiveram índicesemelhante de participação dosalunos, o MEC quer ajudar a so-ciedade a analisar as informa-ções e fazer com que os colégiosestimulem seus estudantes a seinscreverem no exame.

“Os técnicos do Inep entende-ram que era preciso um avançomaior, pois a sociedade compara-va as coisas sem a cautela devi-da”, afirmou o ministro da Edu-cação, Fernando Haddad, naquinta-feira, quando apresen-tou os dados do Enem para os

jornalistas, em Brasília.Até 2010, o MEC divulgava

uma única lista de escolas, deacordo com a pontuação obtidapelos seus alunos. A partir desteano, os colégios foram divididosde acordo com o porcentual departicipação dos alunos. Assim,foram divulgadas quatro listas:de 2% a menos de 25%, de 25% amenos de 50%, de 50% a menosde 75% e de 75% a 100%.

Para a presidente do Inep, Mal-vina Tuttman, as mudanças nadivulgação dos resultados ajuda-rão pesquisadores do instituto,órgãos de pesquisa e universida-des a apontar “linhas de investi-gação que possam subsidiar polí-ticas públicas educacionais”.

Questionado sobre o que seriamelhor – uma escola com notaalta, mas baixa participação ououtra com nota inferior, mas altaparticipação –, Haddad desta-cou que a pontuação obtida pelocolégio no Enem não deve ser oúnico critério de avaliação. “Em-

bora seja um dado importante, aescola tem dimensões que nãosão avaliadas pela prova.”

Segundo ele, a taxa de partici-pação dos alunos no exame dáaos pais um subsídio a mais nahora de avaliar uma escola. “É

uma variável a mais que está sen-do ressaltada. Até para que as es-colas com baixa participação se-jam estimuladas a inscrevermais alunos”, explicou.

No Enem 2010, a taxa médiade participação dos alunos con-

cluintes do ensino médio foi de56%. Esse é, para Haddad, umponto de partida para a avaliaçãoda escola. “É um bom critério. Aescola que está com menos de56% tem uma participação infe-rior à média do País.”

Desigualdade. Haddad tam-bém destacou que sempre existi-rão diferenças no desempenhodas escolas, mas o País precisaacabar com os grandes fossos.“As distâncias são intoleráveis.Precisamos reduzi-las, não pode-mos aceitar esse nível de desi-gualdade.”

O ministro destacou que mui-tas vezes as condições socioeco-nômicas das famílias interferemmais no resultado de uma escolado que o trabalho direto do dire-tor, do professor em sala de aula.“Mais de 2/3 da explicação do de-sempenho está fora da escola.”

Os dados divulgados peloMEC indicam que os estudantesconcluintes do ensino médio re-gular conseguiram 9,63 maispontos no Enem 2010 se compa-rada à edição de 2009. Pela pri-meira vez a comparação é possí-vel graças à adoção da Teoria deResposta ao Item (TRI), ferra-menta que calibra a dificuldadede avaliações distintas.

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Fosso. O ministro Fernando Haddad: ‘Precisamos reduzir a distância entre as escolas’

Ministro da Educaçãodefende nova forma dedivulgação dos dadosdo Enem: ‘Era precisoum avanço maior’

PisaÉ uma avaliação

feita em 65países

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O ESTADO DE S. PAULO SEGUNDA-FEIRA, 12 DE SETEMBRO DE 2011 Educação X3

João Naves de OliveiraESPECIAL PARA O ESTADOCAMPO GRANDE

Com prioridade na disciplina ena organização, duas escolas par-ticulares de Mato Grosso do Sul

estão entre as que alcança-ram as maiores notas noEnem 2010 no País.

“Aqui não há espaço paraabsolutamente nada quenão seja o ensino”, afirma

Maria Luíza Dutra, coordena-dora pedagógica do Colégio

Alexandre Fleming, de Cam-po Grande.

O coordenador pedagógi-co do Colégio Bionatus, Ja-mal Aparecido dos Santos,

destaca a infraestrutura da esco-la para o bom resultado no exa-me. “Não deixamos faltar nadapara nossos alunos. Quem nãotem meios para estudar em casa,por exemplo, pode fazer isso nocolégio. Temos cabines exclusi-vas para professores de plantãotirar dúvidas e bibliotecas, entreoutros recursos, até mesmo du-rante os feriados.”

Nas duas escolas, os professo-res estão sempre atentos para odesempenho dos estudantes aolongo do ano. “Quem perde au-las ou tem dificuldades de apren-dizado passa a ser assistido deforma individual. Se for o caso,atuamos junto com a família pa-ra reverter o quadro”, explica Ma-ria Luíza.

A coordenadora pedagógicado Alexandre Fleming tambémdestaca a diversidade do conteú-do ensinado aos estudantes, co-mo sociologia, filosofia, raciocí-nio lógico e geopolítica, além dasdisciplinas comuns.

“Adotamos uma série de medi-das a partir do primeiro dia deaula do 3.º ano do ensino médio.Temos uma carga diária de novehoras, e o resultado é que os alu-nos que fazem o Enem entramna universidade, como ocorreuagora com os 85 estudantes quese formaram”, diz Maria Luíza.

No Bionatus, o conteúdo doensino médio é dado até o 2.ºano, explica Santos. “No 3.º faze-mos revisões e, a cada 15 dias, si-mulados. Produzimos todo o ma-terial didático.”

O coordenador pedagógicoafirma que a escola é conhecidana região por seu rigor. “Sóaguenta ficar no Bionatus quemquer estudar – e muito.”

De acordo com Santos, quasetodos os 140 alunos que se forma-ram em 2010 fizeram o Enem ecerca de 90% foram aprovadosem universidades. “Poucos tive-ram justificativas, como ques-tões familiares ou de saúde, paranão fazer a prova.”

Na rádio

No tablet

● Cobrança para que os alunosse dediquem aos estudos e foconos temas importantes para osvestibulares. Segundo os estu-dantes, esse é o segredo do Colé-gio São Bento, no Rio, para voltara liderar o Enem em 2010, apósfigurar como a quarta melhorescola do País no exame ante-rior. Em 2005, 2007 e 2008 a es-cola carioca já havia conquistadoo primeiro lugar no exame.

O São Bento ministra aulas em

período integral (das 7h30 às16h30). No ensino médio, pormensalidades de R$ 1.974,29(para os dois primeiros anos) ouR$ 2.139,70 (para o 3.º ano), oaluno tem 16 disciplinas, entreelas teologia e história da arte.

Fundado em 1858, o colégiofica no centro, é mantido peloMosteiro de São Bento e só acei-ta homens. Para ingressar, é pre-ciso ser aprovado em uma avalia-ção aplicada pela escola. Entreos ex-alunos estão o maestroHeitor Villa-Lobos (1887-1959) eo comediante Hélio de La Peña.

“Não temos uma preparaçãoespecífica para o Enem, mas pa-ra os vestibulares de uma manei-

ra geral. O resultado do exameconfirma a fama da escola e be-neficia quem estuda lá, porque,em uma seleção, isso será leva-do em conta”, afirma GuilhermeAntônio, de 17 anos, que cursa o2.º ano e pretende cursar Enge-nharia Química.

“O resultado aumenta a pres-são sobre nós, mas é um incenti-vo também. Quando chegar nos-sa vez (de fazer o Enem), vamosquerer manter o nível”, afirmaLucas Martins, de 15 anos, quecursa o 1.º ano e quer prestarvestibular para Direito. Procura-da pelo Estado, a direção da es-cola não quis se manifestar so-bre o Enem. / FÁBIO GRELLET

MS emplaca duas particulares no topo

Na web

FABIO MOTTA/AE

740,79foi a nota obtidapelo Colégio deAplicação daFederal de Viçosa,que é gratuito, emciências humanas –a maior do País

Ocimara BalmantESPECIAL PARA O ESTADO

Para passar para a segunda faseem Medicina, o curso mais con-corrido da Universidade Federalde Minas Gerais (UFMG), o can-didato que prestou o vestibulardo ano passado teve de fazer 750pontos no Enem. Uma nota queapenas dois colégios do Brasil ti-veram como média: São Bento,do Rio de Janeiro, e InstitutoDom Barreto, do Piauí.

Isso mostra que a peneira doSistema de Seleção Unificada (Si-su) – que seleciona estudantespara vagas em universidades fe-derais por meio da nota do Enem– é apertada. Mesmo as notas decolégios no topo do ranking po-dem ser baixas demais para en-trar nas instituições mais concei-tuadas que adotam o Enem co-mo critério parcial ou único deseleção, caso da UFMG.

“Ficar entre os primeiros colo-cadosnorankingdoEnemnãosig-nifica que a nota obtida pelos alu-nos seja boa”, diz o educadorFrancisco Soares, especialista emsistemas de avaliação. “Isso signi-fica que, quando eu pego uma no-ta, ela é verdade, mas não é toda averdade. Uma nota alta em com-paração com outras escolas nãosignifica, necessariamente, que oresultado seja bom. Um bom re-sultado é só aquele que produzum outro resultado”, afirma.

Um exemplo prático do ques-tionamentodoeducadoréoresul-tado obtido pelos alunos brasilei-ros no Pisa, avaliação internacio-nal organizada pela OrganizaçãoparaaCooperaçãoeoDesenvolvi-mento Econômico (OCDE).

As melhores notas obtidas pe-los alunos brasileiros dos melho-res colégios privados foram infe-

riores às dos alunos de escolaspúblicas medianas de vários paí-ses desenvolvidos.

Dificuldade. Pela média dos co-légios no Enem, por exemplo, oestudante do Vértice, o maisbem classificado colégio da cida-de de São Paulo, com nota743,45, ficaria de fora da disputapor uma vaga no curso de Medici-na da UFMG. O aluno da escolapaulistana conseguiria ir para asegunda fase do curso de Enge-nharia Química, que registrou719 como nota de corte.

“É um levantamento que con-sidera a nota média da escola. Éclaro que há alunos com nota aci-ma ou abaixo dela, mas essa com-paração é importante para anali-sar que essa classificação é bemrelativa”, diz Soares.

Com o uso do Enem como cri-tério único de avaliação no vesti-bular da Universidade Federal

do Rio de Janeiro (UFRJ) nesteano, o cenário deve se repetir. Anota dos cursos mais concorri-dos deve ficar acima da médiadas conquistadas pelos colégiosque lideram os rankings.

Fora do eixo. Apesar de apontara necessidade de contextualizaras notas de cada escola e ressal-tar que algumas delas selecio-nam apenas os melhores alunosparafazer o exame, Soaresacredi-ta que o grande mérito do Enemé mostrar que há centros de exce-lência espalhados pelo País todo.

“Uma escola de Teresina no al-to da lista derruba um pouco es-sa ideia de predomínio do Sul eSudeste que ainda reina na cabe-ça de muita gente”, afirma o espe-cialista. “Antes de saírem os re-sultados do Enem por escola,não se fazia ideia de que haviabons colégios longe do eixo quetodos já conhecem.”

Só 2 escolas têm médiapara vaga em MedicinaLiderar ranking não significa que nota de todos os alunos seja boa

9colégiosprivados doRio aparecementre os 20melhores ecom maisparticipaçãodo País

“O São Bento éuma experiênciade vida, vai além

da nota.”Álvaro Braga, de 15 anos

Confiraboletimsobre adivulgaçãoda nota doEnemàs 14h50

Confira asnotas epesquisepor Estado,cidade etipo deescola

Restrito a meninos,São Bento adotaperíodo integral

406foi a menorpontuação obtidapelas escolas combaixa participaçãono Enem. A notaé de uma escolada Bahia

Estadão ESPNFM 92.9 / AM 700

estadao.com.br/educacao

355pontosseparam aescola commaior médiano Enem daescola com amédia maisbaixa

Escolas apontam rigor nadisciplina e organizaçãocomo fatores queelevaram o ensino, alémde foco no vestibular

Topo. Guilherme Antônio, do S. Bento: nota confirma fama

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Page 4: X1 Emumano,notamédianoEnem caiem68%dasescolasdeelitedeSPaag2179/enem.pdf · nho das escolas no Enem ano a ano. Isso porque, em 2009, o Ministério da Educação ado-tou a metodologia

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Ponto naprova ‘custa’de R$ 16a R$ 52Mensalidade varia até 298% nas top 30;técnicas são opção entre as gratuitas

Tradicional

ENSINORELIGIOSOE FOCO NAFORMAÇÃO

Carlos LordeloFelipe Oda

Cinco das 10 escolas de São Pau-lo com melhor desempenho noEnem de 2010 ficam na zona sul– região que tem as escolas maiscaras do grupo de elite. Em mé-dia, os alunos do Vértice, Móbi-le, Bandeirantes, Etapa e do Pen-tágono do Morumbi pagam R$2.335 de mensalidade no 3.º anodo ensino médio – ou R$ 39,47por ponto obtido no Enem.

Única escola da zona leste en-tre as top 10, o Agostiniano Men-del, do Tatuapé, alcançou 693,6pontos no Enem. Mas no Men-del a anuidade (soma de mensali-dades e outras taxas) chega a R$11.500,00, enquanto no Vérticeela é de R$ 38.974,00.

É como se cada ponto noEnem “custasse” R$ 16,50 noMendel e R$ 52,40 no Vértice.Aliás, enquanto o valor das anui-dades nas 30 escolas top variaaté 298%, a diferença máxima depontuação não chega a 11%.

Estudar na líder do rankingnão depende, porém, só de di-nheiro. O Vértice recusa transfe-rências no 3.º ano do médio e sóoferece, em média, 15 vagas no1.º ano para alunos de fora. Cadauma delas é disputada por trêscandidatos, que fazem entrevis-tas, provas (redação, gramática ematemática) e passam um dia deexperiência no colégio.

Apenas 63 alunos cursam o 3.ºano, em duas turmas. “Dos nos-sos professores, 25% têm mestra-do ou titulação equivalente e to-dos são graduados”, diz AdilsonGarcia, diretor do colégio.

Estudante de Engenharia naMauá, a ex-aluna do Vértice AnaFlávia Pimenta Franco, de 18anos, diz que não sentiu pressão

para ir bem no vestibular. “Osalunos sabem que estão na me-lhor escola. Os professores nãofazem mais pressão por resulta-dos do que a que já sentimos.”

Na região central, as cinco me-lhores escolas superaram esteano as da zona oeste, com médiade 697,15 pontos. É lá que fica oColégio Integrado Objetivo, 2.ºdo ranking. “Nossa grande dife-rença é a carga horária integral”,diz o diretor pedagógico Eduar-do Figueiredo. No máximo 45alunos cursam o 3.º ano do ensi-no médio e não há provas paraingressar no colégio.

Marcela Malheiro Santos, de17, chegou ao Integrado graças àdiretora do Colégio Objetivo daunidade Teodoro, em Pinheiros.“Fiz o fundamental lá e ela meindicou para esse colégio dife-rente, que preparava para o vesti-bular.” Marcela prestou 13 vesti-bulares para Medicina e passouem 10 – está cursando a USP.“Eles estimulam a competiçãonatural entre alunos. Distri-buem inscrições de vestibular enotebooks para os melhores.”

Estímulo. Na zona oeste, a me-lhor média no Enem foi a do San-ta Cruz (714,14). O colégio temseis turmas de 3.º ano do ensinomédio, cada uma com 38 alunos.Por ano, cerca de 300 candidatosde fora disputam as 50 vagas ofe-recidas no 1.º ano do médio.“Não abrimos vaga para o 2.º ou3.º ano”, diz o diretor-geral, Fá-bio Luiz Marinho Aidar Junior.

Para a ex-aluna Adriana Bara-tela, de 18, o principal diferencialdo Santa é o estímulo ao “amadu-recimento”. “Temos autonomiapara construir a grade e optarpor conteúdos extraclasse.”

Melhor da zona norte no

Enem e 12.º no ranking paulista-no, o Colégio Jardim São Paulo,unidade Tremembé, não prevêabrir vagas em 2012 no ensinomédio – este ano, há duas turmascom 25 alunos no 3.º ano. “Quere-mos investir na formação dosalunos que já estão no colégio”,diz a diretora pedagógica Mariade Fátima Lima de Carvalho.

Entre as escolas públicas, astécnicas continuaram em desta-que no Enem – até porque seusestudantes passam por um vesti-bulinho, o que também ajuda aselecionar os melhores alunos. AEtec São Paulo, no centro, ocupao 1.º lugar entre as públicas e o 5.ºno ranking geral. Logo abaixo es-tão o Liceu de Artes e Ofícios e aEtec Parque da Juventude, emSantana. Em funcionamento háapenas quatro anos, ela partici-pou do Enem pela primeira vez.“Os alunos entendem melhor osconteúdos de qualquer área doconhecimento que contextuali-ze e o torne concreto”, diz Almé-rio Melquíades de Araújo, coor-denador de ensino técnico doCentro Paula Souza, que admi-nistra as Etecs.

O PERFILDAS ESCOLAS● Na hora de matricular o filho,pais devem analisar valores emétodo pedagógico do colégio

“Nossos alunossão seletivos nahora de escolherquais provas fazer.”Mauro Aguiar, diretor do Bandeirantes

Ligação. Adrianamantém vínculoscom o colégio

1ºlugar na redepública é daEtec SP, nocentro, quemelhorou

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A promotora de Justiça AdrianaCerqueira de Souza, de 40 anos,foi aluna do Colégio Marista Ar-quidiocesano, na Vila Mariana,do jardim de infância até o fimdo ensino médio. Seu marido, oadvogado Marcelo Pina, de 39anos, também passou parte desua infância em uma escola cató-lica. Isso explica, em parte, porque optaram por matricularseus filhos Henrique, de 7 anos, eMarina, de 3, na tradicional esco-la da zona sul de São Paulo.

O perfil do colégio – que temaulas de ensino religioso umavez por semana – atrai Adriana,

que vê nele uma forma pertinen-te de transmissão de valores.“Acho que o ensino religioso va-loriza a pessoa pelo o que ela é,mesmo que não seja bem-sucedi-da econômica e financeiramen-te. Ela se sente acolhida de outraforma”, acredita.

Adriana diz que a filha estavaem uma escola com ênfase volta-da para o empreendedorismo.“Eles ensinavam a vender adesi-vos, bolinhos para fazer dinhei-ro para comprar um periquito pa-ra a escola. Mas me questionei seo princípio da escola era formarempreendedores ou formar umacidadã com ética.”

Além de seus três irmãos tam-bém terem estudado no Arqui,Adriana acredita que a base reli-giosa da instituição ajudou acriar vínculos afetivos com o co-légio. “Todos temos carinho mui-to grande pela escola, as famíliasse conhecem. A gente cresce, co-loca os filhos ali e vira uma gran-de família”, diz Adriana, que fre-quenta eventualmente missas eajuda projetos maristas.

Apesar de o Arqui ser uma es-cola católica, Henrique tem umaprendizado religioso ecumêni-co, o que entusiasma a mãe.“Meu filho chegou em casa falan-do de judaísmo, da religião mu-çulmana, de rituais de diversasreligiões. Percebi que com issoele trazia muitos valores huma-nos.” / FELIPE MORTARA

THIAGO TEIXEIRA/AE

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X4 Educação SEGUNDA-FEIRA, 12 DE SETEMBRO DE 2011 O ESTADO DE S. PAULO

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O ESTADO DE S. PAULO SEGUNDA-FEIRA, 12 DE SETEMBRO DE 2011 Educação X5

ESCOLACONCENTRATODAS ASATIVIDADES

UM ENSINOVOLTADOPARA OMERCADO

A GUINADAPARA OMÉTODOWALDORF

AFINIDADECOM IDEAISDOS PAISTEM PESO

Estudante do 2.º ano do ensinomédio, Maíra até reclama de vezem quando, mas logo se aprumae volta para os cadernos. Aos 16anos, ela é aluna de tempo inte-

gral do Colégio Nossa SenhoraAparecida, em Moema. Está ládesde os primeiros anos do ensi-no fundamental.

A escolha da mãe, MaristelaCarvalho Pereira Reis, foi garan-tir que a filha dedicassemais tem-po aos estudos, mas, hoje, ela vêoutras vantagens na decisão.

“Enquanto ela está lá, sei queestá segura. Além disso, ela faz oscursos extras, como a aula de gi-nástica, ali dentro mesmo. Paraela, é um ganho de tempo. Paramim, uma economia de dinhei-ro. Gasto menos com combustí-vel, com estacionamento e ainda

tenho desconto nas mensalida-des.”

A rotina é puxada: durante asemana, as aulas vão das 7 às 16horas e, por conta do vestibular,alguns sábados também têm ati-vidades, como provas e simula-dos. Se o aluno ficar de recupera-ção em alguma matéria, a cargahorária se estende para o fim datarde. “Eu sei que é puxado, masacho mais válido do que ela ir pracasa e ver TV ou ficar no compu-tador o dia todo. Na escola, que-rendo ou não, ela estuda”, dizMaristela. / OCIMARA BALMANT

LIBERDADE EAUTONOMIADESDE O 1ºDIA DE AULA

Colocar em prática os conheci-mentos adquiridos em sala de au-la e aumentar as chances de in-gresso no mercado de trabalho.Segundo os alunos, são essas asduas principais apostas na horade optar por estudar em uma es-cola de ensino técnico.

Nathalie Menegoli Ribeiro, de16 anos, acaba de terminar o cur-so técnico de Nutrição na EscolaTécnica Estadual (Etec) ParqueBelém, que fez concomitante-mente com o ensino médio emoutro colégio estadual.

“Não queria ficar paradaem casa e acho que agora tereimais chances quando for dis-putar uma vaga, o que podeajudar a pagar uma faculda-de”, diz. Ela ainda afirma quemuito do conteúdo que apren-deu no curso técnico ajudounas aulas do ensino regular.

Henrique Teixeira, de 16anos, aluno do ensino médioregular da Etec São Paulo – amelhor instituição públicapaulistana em desempenhono Enem 2010 –, afirma queos pontos mais fortes do cur-so são o corpo docente e a au-tonomia dos alunos.

“Meus pais queriam uma es-cola forte, que me ajudasse aestudar para ter chance nosvestibulares. Acho que, com oensino que recebo aqui, euconsigo”, diz ele, que querprestar vestibular para Direi-to. “Conheço alunos de esco-las estaduais regulares quenão aprenderam o conteúdoque eu estou tendo.” /

MARIANA MANDELLI

Alternativa

Hádezanos,quandoocasaldejor-nalistas Márcia Nogueira Tonel-lo, de53 anos, e Paulo Zocchi, de 51anos, procurava uma escola para afilha Mariana, hoje com 17 anos, ocritériolevadoemcontaeraaafini-dade com seus ideais e com a for-maçãoque elajáhavia recebidonapré-escola.“Queríamosumaesco-laquetivesseumalinha acolhedo-ra,mastambémcombomconteú-do e sem ser extremamente rígi-da. Visitamos o Logus, e abrimosumlequecomaEscoladaVila,Os-wald de Andrade, Caravelas e Ve-ra Cruz”, conta Zocchi.

O perfil da formação inicial foitão determinante que todos oscolegas que estudaram com Ma-riana na escola de educação in-fantilAlecrim, em Pinheiros,à ex-ceçãode um, migraram parao Os-wald de Andrade. “Buscávamosum ensino que estimulasse a au-tonomia e fosse próximo dela eda gente”, afirma Márcia, lem-brando que descartaram de caraas grandes escolas tradicionais.

Zocchi encontrou com a dire-ção da escola uma linha de diálo-go eficiente. “São muito abertosa ouvir o que você tem a dizer etomam isso em consideração. Es-tou satisfeito com a educaçãoque a Mariana teve lá”, ressalta opai da estudante.

Mariana, que está no 3.º anodo ensino médio, pretende estu-dar Letras na USP e se especiali-zar em Grego Antigo. Os paisolham para o horizonte e para opassado. “Os alunos que saemdo Oswald são ótimos universitá-rios. Eventualmente não são pri-meiros, mas são preparados pa-ra serem bons alunos depois, sa-bem procurar fontes, pesquisar,têm noção de intertextualida-de”, diz Zocchi. / FELIPE MORTARA

Humanista

JúliaBorges,de16 anos,contra-ria o que faz a massa. Em vez derumar para um método aposti-ladonoensinomédio,paratrei-nar para o vestibular, ela tro-cou uma escola convencionalpelo ensino médio no ColégioWaldorf Micael. “Ela estava li-mitada, era tudo só voltado pa-ra o vestibular e não quería-mos isso para ela”, diz a mãe,Lilian Paranhos de Oliveira.

Assim que fez a mudança, apreocupação era mais com ofato de Julia sentir dificulda-de de acompanhar o raciocí-nio de quem estuda em um co-légio Waldorf desde criançado que o receio de que a garotanão tivesse a carga adequadade aulas de genética ou trigo-nometria. “A apostila já vemmastigada. Parece mais com-pleta, mas não é. Na nova esco-la, Júlia aprendeu a defendersuas ideias, a argumentar. Per-cebo que, de um modo geral,os alunos Waldorf são mais li-gados à área de humanas.

Julia pretende prestar mo-da no vestibular. Uma decisãoque tem o apoio da família.Mas, se mudar de ideia, nãotem problema. “Seja qual for apedagogia da escola, 17 anosnão é idade para alguém esco-lher o que quer fazer para oresto da vida”, afirma a mãe./OCIMARA BALMANT

Liberal

Entre tudo aquilo que aprendeue desenvolveu nos três anos doensino médio no Colégio SantaCruz, Adriana Baratela, de 18anos, destaca o amadurecimen-to. “É o que aprendemos desde oprimeiro dia de aula. São os alu-nos que controlam a própria fre-quência e têm autonomia paraconstruir a grade curricular.”

A ex-aluna afirma que a liber-dade dada aos estudantes porprofessores e diretores do colé-gio não pode ser confundidacom falta de compromisso ouacompanhamento adequadodos alunos.

“Aprendemos desde cedo nocolégio a tomar nossas própriasdecisões e a responder por elas.Nesse aspecto, o ambiente doSanta Cruz é bem peculiar. Te-mos liberdade, mas somos mui-to bem orientados.”

Outra característica positivaressaltado por Adriana é o “bomambiente” no colégio – localiza-do no Alto de Pinheiros, na zonaoeste da cidade. “Há muito res-peito dentro da escola. Todossão muito bem recebidos por alu-nos, professores e funcionários.O Santa Cruz até incentiva a ‘so-cialização’ entre as turmas. En-tre cada aula temos cinco minu-tos de intervalo para falar comos amigos.”

Para Adriana, o bom desempe-nho do colégio em vestibulares erankings no Enem é resultado doprocesso de amadurecimentodos seus alunos.

“O desempenho é uma conse-quência. Temos um ótimo con-teúdo, desenvolvemos habilida-des e criamos responsabilidade -lição para toda vida”, diz a estu-dante, que se prepara para pres-tar o vestibular do curso de Medi-cina. /FELIPE ODA

NILTON FUKUDA/AE

109escolasparticulares doEstado de SãoPaulo tiveram aparticipação de100% de seusalunos no Enem

Nathalie.Jornadadupla

Integral

2escolas públicasdo Estado de SãoPaulo contaramcom a participaçãode todos os seusalunos na últimaedição do Enem

Técnica

O dia inteiro.Maristelacom a filha:segurança

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X6 Educação SEGUNDA-FEIRA, 12 DE SETEMBRO DE 2011 O ESTADO DE S. PAULO

Artigo

Nota não é reflexo da qualidade da escola

Avaliação acirra competição no Chile

Uma das poucas quebras deparadigma que ocorreramna educação brasileira naúltima década foi a incor-

poração de indicadores educacionaisao interesse do grande público. Con-tinuamos com uma educação de mui-to baixa qualidade e desigual, mas pe-lo menos a consciência a respeito des-sas dificuldades parece estar mais cla-ra por causa das informações obtidaspor avaliações externas.

Da mesma maneira que aprende-mosa entendernossos níveisde coles-

terol separando a gordura “boa” da gor-dura “ruim” e a proporção entre elas, osindicadoresde educação devem sercom-preendidos pelos seus componentes enão apenas pela ponta do iceberg em quese transformaram. Por consequência,qualquer decisão educacional séria develevar em conta fatores adicionais aos va-lores de desempenho e os possíveis ran-kings, exatamente como fazem nossosmédicos no caso do colesterol alto.

Oproblemaéque,assimcomofabrican-tes de margarina capturam o indicador docolesterolparavendermais,asescolaspar-ticulares capturaram o Enem para suasações de marketing. O Enem foi concebi-doinicialmenteparaserumaavaliaçãovo-luntáriaeindividualdoalunoqueconcluís-se o ensino médio. Aos poucos ele foi sen-

do modificado e passou a ser referência dequalidade de escolas, depois de redes deensinoeagoraéparteimportantedosiste-ma de seleção para o ensino superior.

Pormaisquesejainteressanteumsiste-manacionaldeseleçãoparaoensinosupe-rior, a pressa com que o MEC direcionoutodasasenergiasparareformularoEnem,em detrimento de uma melhor concep-çãodoÍndicedeDesenvolvimentodaEdu-cação Básica (Ideb), por exemplo, é maisum exemplo de como colocar o governo aserviço da classe média em detrimentodointeresse da população em geral.

Em novembro de 2009 os alunos doensino fundamental fizeram a Prova Bra-sil e preencheram os questionários decontexto que a complementam. Esta-mos quase em novembro de 2011 e ainda

não temos os microdados para poder le-var melhor gestão pedagógica às escolasou para embasar importantes pesquisaspara subsidiar políticas públicas. O Idebseria infinitamente melhor se, pelo me-nos, incorporasse as faltas dos alunosque não fizeram as provas no seu cálculo,comoestásendo feitoagoracom oEnem.

Se apenas 50% de nossos jovens (de 25a 34 anos) terminam o ensino médio e só11% vão para o ensino superior, a impor-tânciadeum Enemreformadoclaramen-te atende a um grupo particular da socie-dade. A maior contribuição do Enem co-mo política pública seria a de servir co-mo certificação de conclusão de ensinomédio para quem tiver mais de 18 anos ealcançaruma nota mínima, mas comtan-tas mexidas recentes, até isso fica com-

prometido. Mais urgente que calibraro Enem é ter dados detalhados sobrea educação fundamental para queachemos as fórmulas para conseguirque todos os jovens tenham, no míni-mo, 12 anos de escolaridade. O MECpoderia ter feito isto antes, ou tomaresta providência logo.

E fica a dica para os pais que estãotentados a usar o Enem como princi-pal indicador de qualidade para esco-lher a escola dos filhos: este indica-dor não é o reflexo da qualidade deuma escola. Visitas, conversas comoutros pais e uma boa investigaçãodos métodos pedagógicos ainda sãoa melhor forma de saber se uma esco-la é realmente boa e adequada para operfil de sua família.

WERTHER SANTANA/AE

Importância de ranking divide os paisEmbora muitos apostem na força da escola competitiva, outros preferem ignorar vestibular e investir no desenvolvimento social do filho

VICTOR RUIZ CABALLERO/REUTERS–11/7/2011

EVELSON DE FREITAS/AE

Mariana Mandelli

Levarem conta a posição da esco-la no ranking do Exame Nacio-nal do Ensino Médio (Enem) nahora de escolher onde o filho vaiestudar ainda é um fator de pesopara algumas famílias. Outras,no entanto, procuram ignorar apublicidade em torno das melho-res escolas e afirmam buscar am-bientes mais voltados para o de-senvolvimento social das crian-ças, sem o foco prematuro na ava-liação e nos vestibulares.

É o caso da família de BeatrizBusin Campos, de 16 anos. Elaestudava em uma escola que es-tá entre as cinco melhores deSão Paulo de acordo com o de-sempenho no Enem em 2009 eem 2010. Apesar de ter ido para otal colégio por escolha própria,Beatriz afirma que não era feliz.

“Tirei algumas notas baixas eminha mãe foi chamada”, lem-bra ela, que achava o clima da es-cola “pesado e tenso”. “Os pro-fessores eram distantes, as aulaseram muito compridas e eu tam-bém não fiz muitos amigos. Nãoconsegui me apegar à escola.”

Após concluir o 1.º ano do ensi-no médio, Beatriz decidiu mu-dar de colégio e acabou optandopelo Colégio Equipe, escolhaque foi comemorada por suamãe. “Não queria que ela tivesseido para a outra escola porqueesse ranking não quer dizer na-da”, afirma Cynthia Busin, de 49anos. “Lá, ela só tinha aula deeducação física e ainda era opcio-nal. A adolescência é um períodorico, em que o jovem deve tertempo para fazer esportes, tocarviolão, viver além da escola. Irbem no vestibular é só um peda-cinho da vida.”

Valores. Para as famílias que ig-noram os ranqueamentos, as es-colas devem considerar os mes-mos valores que são exaltadosdentro de casa. “O importante é

o meu filho estar feliz, bem, estu-dando num lugar onde a aborda-gem humana do conhecimento évalorizada”, explica a pedagogaRegina Gammardella Rizzi, de 53anos, mãe de João Pedro, tam-

bém aluno do Equipe.“Os rankings podem desper-

tar a curiosidade num primeiromomento, mas são como uma fo-tografia instantânea”, opina Re-gina. “É como avaliar todo o co-

nhecimento de um aluno apenaspor uma prova.”

João Pedro, que está no 3.º anodo ensino médio e quer Medici-na na Universidade de São Paulo(USP), um dos cursos mais con-

corridos do País, não teme ficarpara trás por não estar estudan-do em um colégio que apareceno topo do ranking do Enem. “Aeducação que eu recebo não éapenas para passar no vestibu-

lar”, afirma ele, que não descartaa possibilidade de ter de fazerum curso pré-vestibular paraconquistar a vaga sonhada. “Va-le mais sacrificar esse tempo nocursinho do que todos os anosda minha educação voltados ape-nas para isso.”

Critérios. As famílias que assu-mem utilizar a nota no Enem co-mo critério para selecionar as es-colas afirmam que também con-sideram outros aspectos na deci-são. “O fato de não haver examede seleção e ter um perfil diferen-ciado contou na hora da esco-lher o Stockler”, conta a advoga-da Deborah Chow, de 49 anos,mãe de Rafael, de 16 anos. “Olha-mos o ranking para definir op-ções, mas não acho que o Enemseja o único critério.”

Maria Carolina Silva de Ma-tos, de 16 anos, que acaba de in-gressar no 2.º ano do ensino mé-dio do Augusto Laranja, afirmaque sua família optou pela esco-la também pela localização.

“Eu precisava de um colégiocom foco nos vestibulares por-que quero fazer Medicina emuma das universidades esta-duais de São Paulo”, conta MariaCarolina. “Essa é a melhor esco-la no Enem do meu bairro, e achoque esse é um indicativo de que oensino é forte.”

Supervalorização. Para o pro-fessor e consultor em educaçãoAntonio José Lopes, os pais pres-sionam as escolas para melhoraro desempenho no ranking doEnem. “É fato que existem esco-las que tentam manipular os re-sultados, mas o peso do rankingaumenta por conta da importân-cia que as famílias dão a isso”,afirma. “Pais que colocam o filhona educação infantil em determi-nada escola já pensando no vesti-bular são péssimos pais, porquenão pensam no desenvolvimen-to afetivo dessas crianças.”

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Enem

ESPECIAL

Na rua. Chilenos protestam por reforma educacional

Na busca por boasnotas, colégios cortamaulas de artes e idiomas eabrem mão de alunoscom média baixa

3ºde São Paulo,

Colégio daEmbraer, em

S.J. dosCampos, édestaque

João Paulo CharleauxESPECIAL PARA O ESTADOSANTIAGO

O Sistema de Medição da Quali-dade da Educação (Simce), usa-do para avaliar o ensino em nívelnacional no Chile, é um exemplodo extremo do que pode levar acompetição entre as escolas.

Para preparar seus alunos pa-ra o Simce, muitos colégios pre-ferem simplesmente reduzir acarga horária de disciplinas con-sideradas menos importantes sóporque elas não são avaliadas noexame. Artes, educação física, re-ligião, música e até mesmo o ensi-no de idiomas, em alguns casos,ficam em segundo plano no se-gundo semestre. Tudo para queos alunos possam se dedicar deforma concentrada ao conteúdoavaliado pelo Simce e por outraavaliação anual, a Prova de Sele-ção Universitária (PSU), equiva-lente ao vestibular brasileiro.

O exemplo mais extremo des-

sa lógica ocorreu em novembro,quando o então ministro da Edu-cação, Joaquín Lavín, defendeu adiminuição da carga de ensino dehistóriaparaqueos alunos pudes-sem estudar mais matemática elinguagem, as duas principais dis-ciplinas avaliadas pelo Simce.

O anúncio despertou críticas.“Temos de nos perguntar: paraque estamos formando nossosjovens? Para o trabalho ou para avida? O único intuito dessas me-didas é o de compreender os cál-culos matemáticos para o traba-lho e ponto. Esta é a ideia que setem de educação”, disse o presi-dente do Sindicato dos Professo-

res, Jaime Gajardo.“Esses instrumentos apenas

põem no papel o que todos já sa-bem: que os colégios privados debairros ricos são muito superio-res aos colégios públicos de bair-

ros pobres. A questão é como iralém disso, como medir os alu-nos e as escolas em relação a simesmos”,disse ao Estado o dire-tor do programa de pós-gradua-çãodaUniversidadeMetropolita-

na de Ciências da Educação doChile, Rolando Pinto.

Além de alterar o currículo nabusca por melhores pontuações,algumas escolas também adian-tam o início da alfabetização deseusalunoscomaintençãodecon-seguir melhor desempenho noexamenacionaldeaprendizagem.

Outra críticarecorrente ao mo-delo chileno é a de que ele é inca-paz de diagnosticar problemasde aprendizagem ou apontar so-luções pedagógicas mais estrutu-radas.O Simce divulga os resulta-dos anuais por colégio, o que pro-voca uma grande competitivida-de, sobretudo entre as escolasprivadas – algumas delas acusa-das de recomendar que os alunosque puxam a média para baixonão renovem suas matrículas.

“Agora podemosfazer comparaçõespara subsidiarpolíticas públicas.”Malvina Tuttman, presidente do Inep

“O colégiotem de serpara a vida enão apenaspara ovestibular.”Cynthia, mãe de Beatriz

“Olhamos oranking,mastambémusamosoutroscritérios.”Deborah, mãe de Rafael

EXPEDIENTE: COORDENAÇÃO SIMONE IWASSO E SERGIO POMPEU; EDIÇÃO JOSÉ EDUARDO BARELLA, SERGIO POMPEU, SIMONE IWASSO e BIA REIS; REPORTAGEM ALEXANDRE GONÇALVES, CARLOS LORDELO, CAROLINA STANISCI, CEDÊ SILVA, FELIPE MORTARA, FELIPE ODA,FERNANDA BASSETTE, ÍSIS BRUM, MARIANA MANDELLI e OCIMARA BALMANT; PROJETO GRÁFICO FÁBIO SALES; EDITORA DE ARTE REGINA ELIZABETH; INFOGRAFIA EQUIPE ARTE ESTADO

VariaçãoEntre as top 30

de SP, médiavariou 11%