volume 1_paulo vitor grossi (2015)

32

Upload: paulo-vitor-grossi

Post on 07-Apr-2016

232 views

Category:

Documents


6 download

DESCRIPTION

Primeira parte da Série de Volumes, mesmo que devolvido muito tarde às pessoas (antes apenas Rara (Volume Três), depois Volume II: Adiós, Lite de Ratura) e visto como curto demais, neste pequeno livro estão reunidos os mais antigos (precedentes, primais) escritos deste autor, entre os anos de 2003 e 2006, intercalando Literatura e Música, a beber das duas fontes.. como amigas. Assim sendo, como que dizendo por fim que nos "dá visto, só não presente / Feliz é quem que faz o visto / pois foi na certa! / Há em ver... Algo ao acaso? / Será o tal AMAR?"; "Tudo começou na vez que teve... A lembrança mais antiga" Contém Eu não me lembra nada (2004-2006)...............pág. 8 As Cartas Manequim (2003-2006)...................pág. 25 * http://paulovitorgrossi.com/

TRANSCRIPT

Page 1: Volume 1_paulo vitor grossi (2015)
Page 2: Volume 1_paulo vitor grossi (2015)

Volume 1

Page 3: Volume 1_paulo vitor grossi (2015)
Page 4: Volume 1_paulo vitor grossi (2015)

Eu não me lembra nada (2004-2006)...............pág. 8As Cartas Manequim (2003-2006)...................pág. 25

Page 5: Volume 1_paulo vitor grossi (2015)
Page 6: Volume 1_paulo vitor grossi (2015)

* * *

Tudo começou na vez que teve...

A lembrança mais antiga (destruí o colar de pérolas)

Mais do que marrom eu via este restaurante, com pratos egente faminta, cadeiras simples, falta de garçons. Não haviaMúsica. As palavras se mesclavam e formavam um ginásio emplena luta. Ninguém esperava sua vez.Veio a agonia, puxei quase sem querer aquele colar;escorriam e criavam mais barulho – eram todas falsas, feitaspara serem vendidas em feira pública, mas eram dela, da queme trouxe.Barulho! Mais barulho... Comida, cheiro de gente, pano,sucos e fumaças . .Mais balanço:

- Procurem meu colar!, dizia a bolada.- Deixa eu ajudá, mãeêê!, era o que eu falava. Senta aí,

azucrinação!- Aguentei o barulho... Até uma hora fiz que nem!- Fica aí, azucrinação!

Page 7: Volume 1_paulo vitor grossi (2015)

IntuiXíii... se é da curiosidadeNão se aquieta, mexe em tudo, zoa

Page 8: Volume 1_paulo vitor grossi (2015)

Por que não se juntou a nós,neste passeio de domingo?Me dá tua atenção paternacom que a conversa até calar

Page 9: Volume 1_paulo vitor grossi (2015)

Uma capa amarelae uma história didáticaA família vela desobedece

Estavam se movendo na casade acordo como os dedos,tecendo uma linha pela moralIgual futuro provedor

Pensamento nunca se lascou seainda sem interferência

Page 10: Volume 1_paulo vitor grossi (2015)

Água adentro

Uma formiga passa pela visão, a danada enquanto a pegaramtrabalhando levando seu grão de arroz pela cozinha da vovóe ainda viva colocada em uma caixa de fósforos, jogada novaso sanitário... Te... Deram descarga!Lá vai adentrar o vaso e surfar nas águas dos canos deesgoto, o veículo da formiga chegaria lá em tal lugar: umdepósito de cocô! Imaginava isso que o destino de nossasnecessidades era aspirante.

Page 11: Volume 1_paulo vitor grossi (2015)

Feliz morador do planeta NG2544 / Volto àcasa e tudo continua como deixado / Nestestempos de descanso, frieza / Papo folhas ecultivo da flor tipo linda / Ela está feliz, masnão diz / Como um doce de espinhos /Sem medo de voltar em mais lares / Assimsou feliz / Sei que ela Cacta me ama, / aquineste planeta mundo como a Lua e o Sol /

Page 12: Volume 1_paulo vitor grossi (2015)

Pelas paredes, dentro, fora da poltrona, embaixo de braços de cadeirase mesas também, nem procurem....... Melecas !muitas em forma de bolinhas,tiradas pelos dedos massados. Tudo arremessadas... pelo ar... grande vocêvoando... quão lindo é esse momento! Em paz, faço, grudo... Sux- eiras da respiração bolotas, verdes, amarelas e fumegadas; secreções nasais,

Page 13: Volume 1_paulo vitor grossi (2015)

Arremesso de calango

Aêeeeeee! Voa, chato.Quem te mandou se jogar na piscina?Por que você não ficou no muro?

– Adoro o clima tropical, por isso caio na piscina sem camuflagem sem nadona... É pra me refrescar, fugir, comer. Cair no quintal é puro acidente, foi mal...

Pra não te matar, te jogo fora.Voa, voa, chatêêra.Voa para a casa do vizinho, que agora será tua.

– Se lá tiver plantas, e mais insetos, eu vou mesmo, hein!

Acho até que você gosta de ser arremessado pela bruta pá;debaixo pra cima, alto. E quando você cai e fica aqui no meuquintal...Ah, assim não dá!Só te enxotar.

– iAHHHhhhhuÚ..........

Voou! Parece que acha que é passarinho...

– Eu voooooooooooou

Page 14: Volume 1_paulo vitor grossi (2015)

Oolos, olor

Trocar significados?Ou então uma inversão?

Deixo-o pelo desenvolvimento,crescer, expressar-se:– Isso, relaxante!

Matéria orgânica; Decomposição; Nasce uma aberração: adorar bolos, bolor.

Farinha, ovos, açúcar e gorduras pa cariuUma delícia na vitrine!Mofo é gostoso?

Bafio, bafo... Pode-se ver um cheiro?E se for ruim como quando dá dor de barriga?Oolos, olor, doras morôs, então!

Macio como uma nuvem ou espuma de barbearRecheio de leite condensado com amendoimCalda de chocolate, amarronzada

Criou bolor..fora. Uma semana sem usoGeladeira ruim e vasilhas sem tampaVerdão, ó em cima...

Page 15: Volume 1_paulo vitor grossi (2015)

É hora do almoço!

Sabe-se! As matriarcais senhoras prepararam oBanquete Real! Demora, mas chega a hora de saciara fome e energia gastas. Vamos lá, irmãos, primas,tios engraçados, pais, avôs, pirralhada, o quantotodos esperamos. Larga a cerveja e o cuidado com ocarro, solta a conversa fiada e as judiações, deixa osbrinquedos chamativos, voltem os casais que deramum giro. Variedades de comidas e guloseimas parasobremesa, as matriarcais se rejubilam pois mamãessão para quanto durar. Elas fizeram com cuidado eamor às crias

Page 16: Volume 1_paulo vitor grossi (2015)

Tissa, lalagartixa

Teus olhos, esbugalhados,Perninhas com dedinhos que colamEla não sabe o que é onomatopeia

Filha da Dona Osga, adoram mosquitos no papá,formigas quando acorda, e sobremesa de poeira para cear

Teus primos, lagartos pequeninos frequentementeTodos só saem quando as pessoas dormemEla não come legumes, se segura na sujeira do sofá

Tissa, lagartíssia, filhinha da mamãe,pede respeito: – Ei, vão pisar nas uvas!

Page 17: Volume 1_paulo vitor grossi (2015)

Peixes também

Sou um peixe. Estou numa loja de animais fedida a ração.Chega um alguém e me compra por uma quantia reduzida.Me olhou e achou lindo. Colocaram o pobrezinho aqui numsaco plástico.Daí chego ao que seria minha casa. Até um dado aquáriopróprio me deixaram; e mais comida nova e diferente... Tudomuito gentil da parte deles.Três horas depois eu vi meu final. Não sei o porquê. Talveztenha ficado sem ar, desconfiasse, quem sabe se não queriaficar preso, ou fosse para ir mesmo. É isso, estou emimagem agora. Acho que reflito no Mar para peixes nestemomento...... Que seja divertido; se ainda for um peixe, estouno lugar certo.Alguém então comprou outro peixe, eu vi daqui. Por que oMar está ficando cheio? Desde quando o Mar lotado?Mas uma hora tem que ir, fui legal nadando!!

Page 18: Volume 1_paulo vitor grossi (2015)

Fiz uma história em quadrinhos(tudo pedido pela professora a ser organizado no tom desse dever )

Nisso, larguei esse troço:rabiscos pequenos em dó,régua e lápis palhetado em ré cores,falta de cores e fala fácil além miPara finalizar, utilizei um dia normal de salvamento de pessoas por um heroísmo filmado, tanto sol maior

Page 19: Volume 1_paulo vitor grossi (2015)

Mais doces, Maria, está frio...

Família, chorando, desculpa. Só vim aqui lhe pedir mais édoce. Mas não é só isso, foi uma desculpa esfarrapada.Queria te ver e discutir de novo contigo. Fizemos tudoerrado, mas te amo. Fizemos tudo errado, mas sou seu,somos todos. Tudo errado, mas somos felizes.Se somos diferentes é por que saímos de barrigas. Traz maisdoces e volteamos felizes escarpagensSe somos diferentes é por que saímos de barrigas. Traz maisdoce, um monte, isso aí

Page 20: Volume 1_paulo vitor grossi (2015)

Secretices

A menina diz:– Vocês não devem conhecer porque ele é meu. Desde minhainfância, ele está no que quero. Eu o moldo, e quando nãovivo a minha vida, fico brincando

O menino diz:– Vocês têm seus tijolos para os mundos secretos que não sãorevelados como o meu de barro. Eu fujo daí e durmoQuando não vivo a minha vida, zoo brincando

(Os anos e cabelos passam)

A adulta e o adulto dizem às novas crianças que– Temos nossas próprias sociedades. Somos reis das vidas dospequenos. Pena que eles são infelizes sem nossa presençaÉ engraçado, nos mesmos sentimentos a energia é valente,muito mais agora, com corpos mais leves. “Te vejo nos mundos que quiser”As crianças primevas riem das de Idade

Page 21: Volume 1_paulo vitor grossi (2015)

Eu não me lembra nada

Às vezes os conselhos não servem para nada, só irritar,vemos a vida prática nos servir muito facilmente deconhecimentos – digo isso por experiência própria. Cada umcom seu risco!Eu, um Ser Humano, demoro uma inteira vida toda paraaprender, por que quando jovem não posso ter a Sabedoria?Não me lembro nada, pai. Esqueci quem fui, quem sou equem queria ter sido ou se deveria acaso azarar.Esqueci, pois deixei de lado umas inocências, dúvidas, ânsiasde respostas, contas, fôlegos

Page 22: Volume 1_paulo vitor grossi (2015)
Page 23: Volume 1_paulo vitor grossi (2015)

Sobre Cartas & Manequim:

O texto é o assunto da Carta. O assunto é livre e pessoal (…)– pode ser qualquer algo que inventar. Há um remetente (ounão, você o escolhe) que envia a carta e um destinatário,quem sabe, ou pode ser algo jogado ao vento sem ter lugarpróprio.Um grupo, pessoa, local? Depende da percepção e situaçãoem êxtase, e o porquê de se colocar importância; nestepequeno livro sobre algumas letras esquecidas, temos oexemplo, como um povo que se chamaria Manequim e estána pura ida sem expressão do intelecto; se não, pode ser tudode brincadeira, um modelo nunca alcançado; pode serVERDADE, pode ser só SENTIMENTO. Que seja! Dizem variar

Page 24: Volume 1_paulo vitor grossi (2015)

A Loja das Madeiras

“Preza-se D'Alguéns,

É a POEIRA! Preparadela tudo era com pitadas de sal paratirar o gosto amargo!”

A loja é tão velhinha mas ainda preserva características devendas boas... E talhados e estofados de qualidade nem forteda melhor casa... “Melhores são as raridades”, diz o anciãovendedor ciumento. Tirar as peças de lá lhe dá nervosos“MADEIRA DE LEI – EXCLAMA – só na seção denovidades”, disse quando questionado sobre qual rudeza usarpara colocar no piso de casa, ou se querer deixar mais quentee aconchegante – como se existisse realmente uma equidadedessas – desigual mas lustrável ali se expondo por revisitar!

Page 25: Volume 1_paulo vitor grossi (2015)

que estupidez é essa? acervo numa assembleia de mapas!!!????elenco, banda, orquestra, no mesmo coro... um buquê cheio de cachospara a caravana corja, horda, malta, quadrilha, tudo junto...um cardume e uma vara expostos na galeria – desenhada no enxovalrebanho, nuvem, manada, junta, turma, que faremos?nosso molho está aguado quão estúpido é evasivo além de poema esfarelado Coletivo

Page 26: Volume 1_paulo vitor grossi (2015)

É o começo, Escrevi isto aqui em você, maluca, Por alegria,minha querida, é de entender, Calhorda esta situação,Reunindo pedacinhos, Restarei, Na vista o vestido vigor, Jogode plataforma nima instante, Saudade regular que corrói,Qual alguma paixão, Moira? Você quer o poema? Qualconcepção de Poesia

Page 27: Volume 1_paulo vitor grossi (2015)

Perdeu o encanto ou a rua é sem saída?(Bilhete não entregue)

Pequenhez é isso, Perdeu o encanto ou a rua é sem saída?

(momentar)

Page 28: Volume 1_paulo vitor grossi (2015)

Eu dou visto, só não sou presenteFeliz é quem que faz o vistopois foi na certa!

Há em ver... Algo ao acaso?Será o tal AMAR?

Page 29: Volume 1_paulo vitor grossi (2015)
Page 30: Volume 1_paulo vitor grossi (2015)

2009 & 2014 2015 por PAULO VITOR GROSSI

Page 31: Volume 1_paulo vitor grossi (2015)

Valeu, Dona Vânia

Page 32: Volume 1_paulo vitor grossi (2015)