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PRESENTE (UM POSSÍVEL MANIFESTO POPULAR) Panfleto ou não… –

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A obra da gente humilde é vista nesta simples, direta, e sincera carta ao seu governo pedindo não só justificativas mas também citando melhorias – sim, ainda aqui existe o governar e isso de “podar o melhor das pessoas e seu tempo na Terra por meio do trabalho compulsório.” O presente vem na forma de alguém clamando uma devida existência, ansiando por outras vozes, boas ideias e soluções neste mundo exacerbadamente material, e que em uníssono tais resoluções se abasteçam, sem méritos que não uma cômoda passagem por este planeta.

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PRESENTE (UM POSSÍVEL MANIFESTO POPULAR)

– Panfleto ou não… –

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NOTA INTRODUTÓRIA AO TEMA DE 'PRESENTE'

A obra da gente humilde é vista nesta simples, direta, e sincera cartaao seu governo pedindo não só justificativas mas também citandomelhorias – sim, ainda aqui existe o governar e isso de “podar o melhordas pessoas e seu tempo na Terra por meio do trabalho compulsório.”O presente vem na forma de alguém clamando uma devida existência,ansiando por outras vozes, boas ideias e soluções neste mundoexacerbadamente material, e que em uníssono tais resoluções seabasteçam, sem méritos que não uma cômoda passagem por esteplaneta.

Quando tamanha dignidade é solicitada, a confessar-se, vemos emqual ponto reside a angústia na vida degradada, vemos nos rostos dequem sofre e necessita a parábola metropolitana. Pois vejam, em “Presente” temos relatos e alguns exemplos dos deslizessociais traduzidos na forma de um manifesto. Refletimos outra vez osdizeres de que “o planeta veio para todos, mas como isso não é lei?” Se oque há então são doutrinações, deslizes, atitudes a subjugar amagnificência humana em vias de expansão sensorial – é, isso existe e émais que possível, é simplesmente natural; refletimos, e nos calamosaqui. O mundo material é de apegar-se. Que será feito? Qual futuro hána servidão?

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“(…) vê-se sem pressão ou metas irreais,sem aquela intransigência... a acharsentido nas ações de cada dia.”

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Carta ao Presidente da República do Brasil, enviada por “Gilmar”,homem do povo.

Data desconhecida (e pouco importa!) Obrigado!

Aqui no tempo, a partir da constatação de que anda tudo errado,começo a botar lenha na fogueira. Minha (real) identidade é irrelevante,por isso inventei meu nome; rogo a você aí lendo que se desfaça detantos preconcebimentos e tradições tolas e atine à razão e calorhumano, antes de começar realmente a ler. Afinal de contas, somostodos humanos jogados nesse mundo sem obviedade! (E há quem digaque estamos então no mesmo barco, né)

A todos presentes das situações várias, fala quem pede a atenção aesta causa; e falo por todo o mundo. Por favor, sinto carência deexplicações… Por que devemos nós trabalharmos SEMPRE, por quetanto a contragosto? Gostaria da resposta real, mas me contento já comalguns favores.

Mesmo sendo o “Panfleto” (na ‘presente’ forma) um monte detentativas, é possível constatar as tais certezas absolutas, apenas vamoslaborando, e como não estamos progredindo na meditação!? Gostaria deuma conclusão definitiva à abordagem do tema, por isso chamei de“carta”, que é mais emotiva e perto da gente. Para vocês eu asseguro:representa a identidade de muitos, dá mostras do que se fazer, do quepodem, nossos gestores, os autodenominados e empossados do nossomundo, que antes da gente vieram e demarcaram para todo lado – vocêacha que em sua livre escolha e arbítrio tem autonomia para uma coisadessas?

Aproveito também para pedir desculpas pelo tom por vezesgrosseiro ou inculto. Tenha em mente que sou fruto do sistema desse

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país! (Estamos seguindo o viés de um país como o Brasil mas a tese épelo planeta Terra igualmente.)

Sempre me fizeram questionamentos sobre como seria o homemlivre efetivamente em qualquer sociedade, ainda que somente muitodepois tivesse como compor uma boa análise sobre o tema. Acho quenão é preciso justificar a própria presença… Digo livre no sentido depoder tentar o que lhe for melhor, que lhe cabe tanto ao prazer quantona vida em comunidade.

Ei, em que porcaria de ponto você explode? Os vivos querespondam!! Qual o limite que pode suportar? Qual o fio tênue entre aesperança e o surto? Tenho questões intoleráveis, quem as quer saber?Me sinto vivo e vibrante, arrisco tudo o que tenho. Lhe agradeçomuitíssimo a atenção! (E também a todos que tenham interesse no tema;aos que por ventura queiram discordar, a conversa é aberta.)

Digo o que digo, não pela revolta em si, mas porque existe umachance de tudo mudar. NÃO DEIXE ACONTECER! Que seja respeitadaa individualidade e o direito ao lazer. Até o que ecoa das nossastentativas, que deveríamos transformar em memória! Recordações devida e sensações – que funcione sim, a seu devido momento, e semsacrifícios a quaisquer das partes – até que se finde nosso ciclo deevolução e possamos voltar ao imemorial.

Quanto te falta ainda por viver? Não se sabe, claro. Ninguém sabe,nem o teu patrão; para as questões superiores somos iguais. Quantomenos ele (o patrão, não Deus!) te remunera (hipoteticamente) maistempo você fica para ele – ao custo da tua atenção o patrão recebeuapenas muita ansiedade e dispersão. O que acontece aos multitarefas?Falham, embananam as ideias? Ou chegam além?! E quem anula? Temou não o benefício? Talvez, depende. Pesa e pesa… o contínuo trabalho éfatídico, ofegante, dá pressão alta! Falta compasso a essa música. Daívocê envelhece – agora mesmo está seu tempo correndo! –, é substituídoe o que te acontece? Aguenta teu corpo cansado e gasto. Quem temférias? Por que é ainda assim?? Quanto nos sobrará para filosofar epensar por exemplo sobre a origem e fim de tudo? Acho que não nosquerem analisando. De sorte que iríamos concluir demais.

O que é estranho mesmo é eu fazer essas perguntas e nunca asrespostas aparecerem… que legal seria um retorno, uma troca de ideias.De nenhum canto ouve-se um pio de esclarecimento. E raro tambémcitar tantas situações e soluções antigas, modelos, dicas, reflexões que

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não se completaram pois foram esquecidas ou suplantadas! Me arrisco adizer que um dos grandes desafios do ser humano seria levar adiante asiniciativas boas dos seus semelhantes – serve de dica aos que começamdo zero. E pensando as situações, comparando com as de nosso presentepaís, temo revelar que tenhamos tantas pendências em comumdesacordo. Olhem para seus vizinhos e pensem em quantos deles sesensibilizam com besterias e fecham os olhos ou viram o rosto diante deproblemas sérios. A rir de comediantes imitando os políticosresponsáveis pela sua miséria – “Parca sociedade vil capitalista”, é orefrão desse processo! Não aprendeu com o passado, ênn? Onde está apoesia dos teus atos? Apodrece e se vê pela TV. Não é burrice, é falta deinformação. Seria isso uma prática ou vício imposto? Ainda? Por que,gente?? Mestres, diplomados, digam! Como isso fica velado? Precisava?Precisava?

Deve-se anotar tais questões, e reclamar por elas. Vai, vai mesmo eresponde.

As forças vão esvaindo-se, tua concentração tipo ponteirodesnorteado. Aproxima-se o relógio das obrigações surdas, secas,idiotas, inúteis. Alguém não te deixa subir na vida, não é? Mas é o quequerem. A Educação como um jogo de piadas e palhaços falsos – o risosai quando a corda parte e, trabalhando, você cai. Nem se vê prostradono solo. Pois contigo caindo há quem suba. Olha, sei que falam de umaeducação exortativa de qualidades, as afinidades como metas… Pensaem você, tua família, amigos, geral; pensa nas tuas horas, nos últimosdias que terá – onde(!?) é que vai ficar de pé no mundo futuro. Nemprecisa ser muito longínquo na citação, nem furtivo no que concluir.Amanhã ou depois já terá sido sugado e engolido, é simples: ou você fazou deixa. Quanto ganha por isso? Vale a pena? Vai deixar? Não soucúmplice. O presente dói.

Parece que há uma inflação do “Sistema” – quantos zeros agem hojeem dia?? Talvez eu seja um desses ‘zeros’, somado a tantos mais. Digaseus nomes, então, vamos... diga, irmão; diga, irmã; precisamos das tuasvozes.

Como pode ser essa Democracia se ninguém crê? É fé então ou oquê, preciso que me digam a resposta, pois sozinho não a consigo –talvez se pensarmos juntos, tenhamos essa tal resposta, né!?

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Tanta busca de poder privado que vem de tão longe – me passem asdatas (históricas), por gentileza! E sem retoques, maquiagens, ideologiasconfusas, tá…

Há quem diga que o “Perdedor desculpa-se zombando doadversário” – o Perdedor é o povo? E falam que comprovada afragilidade humana, pouco restaria a não ser bajular… sossegar o ego!Dito isso, esbarro na frase clássica de Platão: “Como pode uma sociedadeser salva, ou ser forte, se não tiver à frente seus homens mais sábios”.Deixo que pensem na conotação afirmativa ou negativa dela.

Quem é interessante o bastante para merecer crédito? Falta tempopara produzir, por exemplo, Arte? Proponho, aliás, a discussão do tema:“Nossa Arte se mostra pouco relevante?”

Vamos pensar juntos, que tal!? Incitar ações para recuperar emtodos homens e mulheres o tal “pleno desenvolvimento intelectual, físicoe técnico.”

Imaginando ainda maior nosso papel, em como humanizar-se eenriquecer assim a própria Natureza e o meio em que vivemos – no caso,vamos começar devagar, com nosso território, o Brasil! Pois daquisaímos, apesar de todas as traquinagens. E, sim… bem, até poderíamosestender o que aprendemos a outras regiões, países, sempre com ointuito da plenitude. Qualquer coisa, é facinho se conectar à rede edivulgar o que aprendeu. Se pudéssemos melhorar esse mundo, poxa,veja o exemplo da Arte e como reconfigurou as pessoas – mesmo que noBrasil seja complicado. Que seja uma consequência (o trabalho), boapara a existência e sua validação neste mundo.

Lembrando: artista no Brasil sofre demais da conta, é muitomarginalizado – elá existe arte sem artista? Importar dos outros não nosajuda. E onde é que fica a distração que a cultura oferece? Parece quenão vale a pena! Entrega sua incontestável criatividade ao “horáriocomercial”, não resiste, chama todos de escrotos!! Chora e vai-se. Vainão, vai não!!! Há tanto desperdício de talentos (em diversas áreas!) Damesma forma sendo franco ou claro, quem se propõe a dizer algo nessepaís é tomado por criminoso ou até mesmo insultado – queimpertinência que nada! O cenário é confuso.

Presidente (Governantes, todos juntos em coro armado), por qualmotivo temos pensado pouco, falado um monte de atrocidades vãs, oumesmo ficamos individualistas ainda sabendo que não vai dar em nada!

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E falando em nível de espécie, devo lembrar que só estamos aquidiscutindo esse tipo de questão foi porque formamos grupos coesos eprogredimos. Será que estes mesmos motivos já não bastam pararefletirmos em prol da melhoria de tudo e todos? Afinal de contas, osbenefícios serão para ricos e pobres! Acham que estamos estacionadosna evolução? Ninguém aqui é carro, e o manobrista também precisa deférias.

São mesmo palavras ásperas, porém necessárias; tem certo teorhumano, portanto, condizente a todos. Todos. Que rumo tomamos osvivos?

Diz Marx: “A depreciação do mundo dos homens aumenta na razãodireta da ‘colocação em valor’ do mundo das coisas. O trabalho nãoproduz mais do que mercadorias; produz a si mesmo e produz otrabalhador enquanto mercadoria.” Por acaso não chamam por“Sociedade” uma comunidade conforme os fins? Se não admitecontradição, o que fazer? Tal como aquela máxima de que o temor deque tenhamos criado forças incontroláveis capazes de destruir nossasociedade, ou a da própria noção de controle! Que pena… “Teu domingotornará a comida sem gosto, e a água único descanso.”

Acontece também do “presente” virar fardo, outro dia ou cansaço.Quer saber o motivo de não sair fala de quem é meio bobo? Juntando osfatos… talvez seja algo de pouca iniciativa, medo de crítica. Ou sóbronquice! Tanto faz. Muda a boca, não sai nada. Só sente, percebe ouaceita. Quem quer escutar? Quem pode ou merece? De tão profundo,murcha. Afinal, o tombo só existe quando alguém diz que foi. Tenhocerteza de que o povo daqui é do mais forte dentre os que existem!

É necessário algo mais racional. Quem são os modelos deadministração? O quê? Como é?

Que tal um Órgão fiscalizador de órgãos?! Do tipo sujeito a reajustese revisões constantes – mas tem que participar mesmo, todos, não sóouvindo as notícias – precisamos uma efetiva. Uma efetiva e forte“Ordem e Progresso” – Ordem? Ainda não parece! Nem temtransparência, clareza produtiva. Olha, que chata a corrupção em todosos sentidos, como há perda fora da honestidade...

Desordenado, ofereci a verdade… Falhei, já que isso é pedantismo!Estou inferior em tudo. Vocês, que leem, e para todo mundo que isso

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chegar… Com certeza alguém já sentiu algum dos sintomas da “pobreza”(seja ela de qual ramo). Admita, você também não gosta disso!

Você que ficou ou sempre foi, digamos, pobre, que sabe que tantos etantos bens nem são tão necessários assim, você que só aprendeu aconviver com o pouco que tem, mas valoriza a vida. Não pense que suarecompensa é impossível e desnecessária. Digo para não acostumar-se.

Todo sistema que se esgota, pois se esgota, é errado. O equilíbrionunca é falho. Se existe a palavra “Harmonia”, tem um porquê!

E mais: temos ainda circulando entre nós a frase do Sr. Erasmo deRoterdã: “Ninguém pode escolher os próprios pais ou a pátria, mas cadaum pode moldar sua personalidade pela educação.”

A vida, dizem, tem diversas formas de ver a mesma “coisa”,apresentando-se por milhares de formas e fatos. Ela mesma disse(Risos), e aproveitou para frisar.

Recordo o caso do “vendedor sem rosto” (ou seis dias de trabalho.)Contaram certa vez em uma empresa em que estive, e gravei. Era assim:

“ Às vezes fico sem rosto.

Uso mecanicamente minhas funções. Mas, nesta vez, fiquei foi porum sonhado dinheiro de fim de ano: para me deixar, para alugar domeu trabalho!

Passeei como um fantasma pelos corredores vazios do shopping dolado oeste, onde consegui colocação. Estacionamentos subterrâneos,depósitos, almoxarifado… tudo por seis dias maquinais. E as pessoascontinuavam freneticamente comprando nas lojas! Compravam detudo um pouco: indiferença, modelos estáticos, supérfluos, ilusões,euforia, paraísos, sonhos e luxúria. E eu demorei eternos seis diastrabalhando naquele ambiente. Oferecia adesões de cartões de crédito,e usava uma máquina fotocopiadora.

Seguia em condução pública. Via aquelas pessoas sujas, feias,maltrapilhas e com aspecto de derrotismo e como isso deprime ainda,como essa rotina imposta estraga as pessoas. Nós somos o pós, asmáquinas humanas, todos em fila indiana para sobreviver e lidar com

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os nossos estereótipos capitalistas. Essa é uma verdade dura: eu sou,eu vivo pelo meu trabalho. Sem o que produzo, morro. É umaimposição do senhor ‘Dinheiro’. Ah, sim, sim, para vocês eu me abalomuito nesta selva de trocas. E a galera ainda pensa no disparate dageladeira do anúncio como se fossem mulas atrás das sombras!!!

Novamente no shopping (que tinha mais cara de CentroComercial), eles, elas, passam e não me olham nos olhos. Pessoas esuas pressas. É o consumo, o status. É animal, é humano. Como pode?Vira é stress.

Suas intenções mostradas interessadas eram maiores do que anecessidade real da coisa, poxa!

Durante seis dias tive dores nas pernas por ficar tanto tempo empé, e tanto tempo sem ter rosto. Aí a dor vinha de um marasmo... Quemnunca ficou sem rosto? Quantos mais coexistem tristes nesse cenário?

Quando termina a atividade, o TRABALHO saúda o ÓCIO –bêbado de café, pedindo para terminar logo com essa agonia tola(substituiu para desejada)

A volta do trabalho é sempre chata – quando não monótona –.Temos um empurrão aqui, outro ali; e na superlotação, tosses econversa fiada; o ônibus é o palco e o encontro. Será que ali juntinhosno calor lado a lado é que desejamos a aproximação? É a vida adulta.Mau humor irritadiço: é a vida adulta. Todos sabem, e eu tambémchego a essa conclusão.

‘Mais um dia está vindo…meu trabalho é esperar’ ”

Não tem como apenas participar (desse jogo.) Parece que aimposição está aí, doa a quem doer. E existem pois outras alternativas?Não vamos só reclamar, isso cansa. Mas por enquanto vamos continuarcom o relato.

Há quem diga também que a graça de fugir é pelo simples motivo dese encher de vontade para voltar. Acreditam também que depois decansar os dedos, as costas, as pernas, poucos fariam por puro prazer. É aobrigação carimbada e muda para o resto. Onde está o chefe?

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Descansando em casa! Contando algumas cédulas, ora. Quem acha ocontrário? Que atire a primeira pedra e me acerte a fuça!!!

Brasileiros, tornados seres inteiramente passivos! Seriamos apenasuma (semi-)potência cega ou algo mais relevante ao passarmos pelaHistória? Ah (favor evitar) promessas de governo sempre aproximativascom relação a uma meta longínqua… Essa jogada política de alienar oempregado do processo total já está batida. Melhor mudar de assunto,tem uma cambada bem irritada com isso…

Uma cultura muito nova sempre em condições de fortalecer-se commais contribuições no estilo que lhe é próprio não se permitiria.

Pensar é bom, legal! Só quem pensa também expõe. E terintelectuais por perto não fere ninguém – não como um sistemacompleto e absoluto, mas como conjunto de proposições. O presenteresistindo a fim de estar no depois – afinal, o que temos é isso mesmo!Para amanhã tudo pode acontecer, e ontem já foi.

Até aproveito para indicar umas reflexões (grifos meus!) a seremdesenvolvidas, se me permitem a liberdade. Cada novo comando novamentalidade em um bem social; sem essa coisa de efeitos de médio elongo prazo; o que é válido deve ser agora!

Dentro de um apanhado geral da situação trabalhista, faz-seimperioso discutir um salário-mínimo decente aos que se atiram àlabuta; e também produtos e serviços em um padrão acessível; fim dasjornadas excessivas – por uma participação partilhada de acordo com asnecessidades dos servidores – quantas horas empresta, tantas lhevoltariam em lazer (exemplo); possibilidade igualmente de escolha entremais de um tipo de emprego, ganhando quanto real precise, pois estajornada é mais leve – o funcionário pode ter mais de uma atuação.(Exemplo: 3 horas batente normal, 3 horas estágio); pouca enrolação nodia a dia e nas burocracias, objetividade (e, sabe mais, presençaobrigatória só pioras as coisas.); serviços otimizados; cada coisa a seutempo e caminhando em procissão – e que ouçam o que as pessoasfalam!; extinção de segregações e racismos; primazia pela felicidadegeral!

E o que é “perfil pra empresa”? Eu não sou isso de perfil, sou genteboa. Sempre que alguém é admitido, logo no primeiro dia já perguntamde onde é, a ficha toda. Tem os que moram longe, perto, no meio, evivem dilemas por isso. De toda forma, continuam incapazes de aceitar a

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opinião do outro!! Os que já sabem sua colocação de oprimidos,preparam-se.

Este tipo de empregado não quer ganhar o troféu do mês. Este sópensa em perder suas horas e voltar para SUA casa. Quer paz. Precisa jáde tanto. Seria só isso, porém, mesmo assim, é confundido.

E ainda não vendo diferença entre conhecer e realizar a liberdade,tem que enfrentar se deseja continuar até a sua realização. De rescisãocontratual a rescisão contratual, seguem em fila com seus formulários depreencher… Acho que sou um deles!

Bem… eu ouço os sentidos, e ela ali ao lado, pobre mulher. Eu te vi,sim. Sei que existe. Somos irmãos de dor. O mesmo barco, pois. Põe-sefraca, esta senhora prefere a cama, já que lhe esvaiu o gás. Qual seunome, tua história? Apenas relembra quando ria e não se preocupavacom o aluguel dos sonhos. Afunda-se em escapismos a fim de atenuar osufoco. Cai a pele pelo cigarro, dói a barriga pela bebida. Tem serviço nasegunda. Ninguém se dá ao trabalho de esperar até ela se ajeitar. Precisacontinuar. Poucos estendem a mão. É o cúmulo! Quem escolheu porisso? Por que o peão não pode decidir se joga ou não e a que hora? O sernão tem direito a existir tranquilamente? Onde está a empatia fora dasutopias partidárias? A qualquer indivíduo deve ser ofertado uma casa e omínimo. Se quer ou não participar desta “Sociedade”, cabe a si eleger.Temo discordar de Michel Foucault, quando diz que “As luzes quedescobriram as liberdades inventaram também as disciplinas”; beladesculpa para autoritarismo!

Enquanto isso, trampo para conter as contas, sabe como é! Nota-seque ainda não escapei… volteando nessa de produzir o que não tenho, oque não há. Achava que as tecnologias viriam para diminuição dajornada de trabalho… mas os robôs estão no Cinema!

Para cada um que fez greve de fome e aceitou seus ideais e morreupor isso; para cada um que mostrou a verdade é pedida a notícia de finalfeliz, de descanso e mútuo consenso. Com quantas mortes será precisoacordar? Pessoas querem sabedoria. O país brasileiro desconfia delemesmo; o mundo quer urgentemente e no íntimo a volta de umaPangeia.

Peço a quem quer ouvir: não revelem suas identidades, escolham oSol ao invés do concreto fechado. Minem a comunidade com novas e

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criativas soluções, refaçam das bases; talvez outros conceitos sejamaceitos de uma melhor forma!

Recordem dos ditos cidadãos anônimos… sem palavras estou.Pergunto se não seriam gente de carne e osso.

O que tenho para dizer no final que apresento é que se a Educaçãofoi mesmo deixada de lado a ponto do povo sofrer, é de se concluir quechegamos ao caos. O grande caos da gente! Este é o “presente” que lhedeixo.

Pensa. *** Favor repassar para os dirigentes do resto do mundo,pode ser até nas redes sociais

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Paulo Vitor Grossi é escritor e músico independente, publicou entreoutros títulos o romance “c a c t u s”, além do argumento de “Amor,Ódio, Redenção e Morte” e a novela/roteiro “Casa de Praia”. Participougrupos de música ALICE, íO, Instrumental Vox, SAEM e ummantra.Pela Poesia, lançou a conferência de “Amerê” e a experiência em diversaslínguas, CIRCULAR

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