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SÉRIE REALIDADE RURAL O Panorama Setorial da Bovinocultura de Corte Gaúcha no Processo de Integração do MERCOSUL 2ª edição revista e atualizada por: Engº Agrº José Mauro da Silva Cachapuz Coordenador do Setor Bovinos de Corte Grupo de Trabalho MERCOSUL/EMATER-RS VOLUME 7 Porto Alegre, 1995.

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SÉRIE REALIDADE RURAL

O Panorama Setorial da Bovinoculturade Corte Gaúcha no Processode Integração do MERCOSUL

2ª edição revista e atualizada

por: Engº Agrº José Mauro da Silva CachapuzCoordenador do Setor Bovinos de CorteGrupo de Trabalho MERCOSUL/EMATER-RS

VOLUME 7

Porto Alegre, 1995.

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Diretoria da EMATER/RS

Presidente: Júlio Carlos FeldensDiretor Administrativo: Paulo Roberto TerrosoDiretor Técnico: Jair Seidel

Grupo de Trabalho MERCOSUL - EMATER/RS

Henrique Roni Borne - Coordenador do Setor PêssegoJosé Ivan da Rosa - Coordenador do Setor TomateNorman Simon - Coordenador do Setor MaçãLuis Ataídes Jacobsen - Coordenador do Setor TrigoAurelino Dutra de Farias - Coordenador do Setor SojaEniltur Anes Viola - Coordenador do Setor MilhoGesner Nunes Oyarzábal - Coordenador do Setor Mandioca/FeijãoJosé Mauro Cachapuz - Coordenador do Setor Bovinos de CorteHenrique Augusto Bartels - Coordenador do Setor de SuínosFernando Ripalda de Freitas - Coordenador do Setor de OvinosAluízio Terra de Oliveira - Coordenador do Setor de LeiteDarci Barros Coelho - Apoio em Administração RuralNarciso G. de Castro - Apoio em Administração RuralNaira de Azambuja Costa - Digitação e Sistematização de DadosRenan Corá de Lima - Revisor Técnico

Marcos Newton Pereira - Coordenador do GT MERCOSUL

Paulo Ebling RodriguesChefe do Departamento de PlanejamentoJosé Luiz Bortoli de AzambujaChefe do Departamento de Operações

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SÉRIEREALIDADE RURAL - VOLUME 7

O Panorama Setorial da Bovinoculturade Corte Gaúcha no Processode Integração do MERCOSUL

2ª edição revista e atualizada

por: Engº Agrº José Mauro da Silva CachapuzCoordenador do Setor Bovinos de CorteGrupo de Trabalho MERCOSUL/EMATER-RS

Porto Alegre, 1995.

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SÉRIE REALIDADE RURAL, v.7

EMATER/RS-ASCARRua Botafogo, 1051 - CEP 90150-053 - Porto Alegre - RS - BrasilFone: (051)233 31 44 - Fax: (051)233 95 98

1995

C110p CACHAPUZ, J. M. da S. O Panorama Setorial daBovinocultura de Corte Gaúcha no Proces-so de Integração do MERCOSUL. 2ª ed. rev.e atual. Porto Alegre: EMATER-RS, 1955.68p. (EMATER/RS. Realidade Rural, 7)

CDU 339.92:635.25

Esta série contém trabalhos elaboradospor técnicos do Grupo de TrabalhoMERCOSUL da EMATER/RS parasubsídio dos Escritórios Regionais eMunicipais.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................................5

2 PRODUÇÃO..........................................................................................................................72.1 Produção Mundial - Principais Países Produtores............................................................................................ 72.1.1 Produção Mundial de Carnes............................................................................................................................... 82.2 Produção nos Países do MERCOSUL.................................................................................................................... 82.2.1 População Bovina ................................................................................................................................................... 82.2.2 Produção de Carne................................................................................................................................................. 92.2.3 Dados de Exportação dos Países do MERCOSUL .......................................................................................... 92.2.4 Dados de Importação dos Países do MERCOSUL - Bovinos de Corte.....................................................102.3 População Bovina dos Principais Estados Brasileiros...................................................................................112.4 Evolução da Produção Estadual...........................................................................................................................112.5 Principais Municípios Produtores de Bovinos do Estado ..............................................................................12

3 CARACTERÍSTICAS ............................................................................................................133.1 Características Físicas das Principais Regiões Produtoras de Carne Bovina (Campanha e Lagoa

Mirim) .........................................................................................................................................................................163.2 Sistema de Produção e Escala de Produção....................................................................................................173.3 Estrutura Agrária e População Rural do Rio Grande do Sul ..........................................................................193.4 Estratificação dos Produtores Rurais em Função do Número de Cabeças..............................................203.5 Organização dos Produtores Rurais...................................................................................................................203.5.1 Sindicatos ...............................................................................................................................................................203.5.2 Cooperativas..........................................................................................................................................................213.5.3 CITES - Clubes de Integração e Troca de Experiências..............................................................................22

4 PLANILHA DE CUSTOS (EM DÓLAR)...................................................................................25

5 INSTRUMENTOS DE POLÍTICA ECONÔMICA.......................................................................435.1 Existência de Incentivos.........................................................................................................................................435.2 Assistência Técnica................................................................................................................................................435.3 Pesquisa.....................................................................................................................................................................445.4 Tributação..................................................................................................................................................................445.4.1 Impostos sobre Importações de Carne Bovina.............................................................................................445.4.2 Impostos sobre Exportações de Carne Bovina.............................................................................................455.4.3 Incidência de Impostos sobre Produtos Agropecuários ............................................................................455.4.4 Impostos a Nível de Produtor.............................................................................................................................45

6 COMERCIALIZAÇÃO ...........................................................................................................476.1 Canais de Comercialização Formais e Informais ............................................................................................476.2 Custos de Comercialização - Preços Médios Recebidos pelos Produtores ............................................51

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7 INDUSTRIALIZAÇÃO/AGROINDÚSTRIAS ............................................................................ 57

8 ABASTECIMENTO ESTADUAL............................................................................................ 598.1 Balanço da Oferta e de Demanda Estadual.......................................................................................................598.1.1 Exportação de Carne Bovina do Rio Grande do Sul......................................................................................598.2 Consumo Estadual no Meio Rural - (Consumo de Carne kg/hab./ano)........................................................608.3 Demanda Interna Estadual (in natura e Industrial) ..........................................................................................61

9 RESTRIÇÕES AO MERCOSUL ............................................................................................ 63

10 VANTAGENS QUE O SETOR APRESENTA EM RELAÇÃO AO MERCOSUL ......................... 65

11 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA.......................................................................................... 67

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1 INTRODUÇÃO

A criação de gado de corte ocupa uma extensão de 160.000km² da área total doEstado, o que corresponde a cerca de 16.000.000ha, ou seja, 56% da área, enquanto osrestantes são ocupados por gado leiteiro, suínos, soja, arroz, milho e outras culturas. Noentanto, quando se avalia em termos monetários de valor bruto da produção, vamosobservar que a bovinocultura de corte aparece no 4º lugar de formação deste valor nosetor primário, embora ocupe, como já foi frisado, a maior área em hectares do Estado.Isto diagnostica bem a situação de baixa produção e produtividade, com a qual vimosconvivendo já há bastante tempo.

Em anos passados, a pecuária de corte teve substancial participação naformação da renda bruta do Estado, chegando a contribuir com 60% na receita global.Hoje a contribuição é de apenas 6,29%, referente à Tabela 1. Mesmo assim, suaimportância se destaca pelos efeitos multiplicadores que provoca, bem como pelosinvestimentos de capital fixo de terra e toda a infra-estrutura para a produção, sendo aindaum dos segmentos mais expressivo de toda a produção animal de acordo com o Gráfico1.

Tabela 1 - Evolução do VBP em valores reais dos principais produtos pecuários

1984 1986 1988Discriminação

(%) Setor (%) Setor (%) Setor

Primário Primário PrimárioCarne- Bovinos 7,23 9,15 6,29- Ovinos 0,42 0,33 0,00- Suínos 7,25 5,72 3,19- Aves 4,15 4,77 4,12

Derivados- Lã 1,29 1,11 2,23- Leite 4,31 4,73 6,23- Ovos de Galinha 1,61 1,86 2,23- Mel 0,07 0,06 0,10

Pecuária 26,37 27,73 24,42

Agricultura 72,41 70,54 71,51Diferença doRebanho

1,22 1,73 4,07

Fonte: Indicadores econômicos (dados preliminares) e EMATER/RS.

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2 PRODUÇÃO

2.1 Produção Mundial - Principais Países Produtores

A nível mundial, conforme Tabela 2, o Brasil a partir de 1990 com 140.000.000 decabeças superou a Comunidade Européia passando a ser o 2º país em número decabeças bovinas. Se considerarmos que a produção bovina da Índia com 197.300.000cabeças, que é a maior do mundo, não é utilizada para alimentação humana, o Brasilentão passa a ocupar a liderança mundial. De 90 a 93 o rebanho brasileiro continuoucrescendo enquanto a Índia e a Europa tiveram redução em seus rebanhos.

Tabela 2 - População bovina mundial

Países 1979/81 1988 1989 1990 1993

Índia 186.500.000 193.000.000 195.000.000 197.300.000 192.700.000

Europa 133.377.000 125.488.000 125.211.000 124.000.000 109.183.000

Brasil 116.645.000 139.598.000 136.814.000 140.000.000 153.350.000

URSS 114.748.000 118.300.000 119.600.000 118.400.000 -

USA 112.152.000 99.622.000 98.065.000 98.162.000 102.750.000

Argentina 55.620.000 50.782.000 50.782.000 50.582.000 50.320.000

China 52.567.000 73.963.000 74.801.000 76.965.000 82.641.000

México 27.706.000 31.200.000 30.900.000 28.200.000 30.649.000

Colômbia 24.110.000 24.245.000 24.598.000 24.550.000 25.324.000

Austrália 26.161.000 21.851.000 22.434.000 22.602.000 24.062.000

Canadá 13.328.000 12.075.000 12.199.000 12.287.000 11.766.000

Uruguai 10.965.000 10.331.000 9.447.000 8.723.000 10.093.000

Fonte: Anuário FAO - 1993 - vol. 44.

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2.1.1 Produção Mundial de Carnes

Conforme a Tabela 3, em termos de produção de carne, o Brasil, a partir de1989, com 2.748.000 toneladas de carnes, passou a ocupar a 4ª posição no rankingmundial, superando inclusive a Argentina. Os maiores produtores mundiais de carne sãoos países da Comunidade Européia com 10.645.000 toneladas e os Estados Unidos com10.633 toneladas. Em 93 a Europa apresentou uma redução expressiva na sua produçãode consumo superada pela USA. O Brasil continua aumentando a sua produção.

Tabela 3 - Produção de carne de onze países em (1.000t)

Países 1979/81 1988 1989 1990 1993

Europa 10.551 10.754 10.645 11.078 10.230

USA 10.002 10.809 10.633 10.463 10.586

URSS 6.790 8.616 8.800 8.700 -

Brasil 2.104 2.581 2.748 2.882 3.080

Argentina 2.933 2.650 2.600 2.650 2.716

México 743 1.754 2.140 1.904 1.300

Austrália 1.683 1.588 1.491 1.679 1.826

Canadá 977 973 980 922 930

Colômbia 607 669 805 820 651

Venezuela 331 313 346 302 377

Uruguai 341 307 331 345 317

Fonte: Anuário FAO - 1993 - vol. 44.

2.2 Produção nos Países do MERCOSUL

2.2.1 População Bovina

Em relação aos países do MERCOSUL, o Brasil com 140.000.000 de cabeças,conforme Tabela 4, no período de 79 a 90, constitui-se no país de maior população bovinachegando a possuir o dobro do número de cabeças do que a Argentina que ocupa asegunda posição com 50.558.00 cabeças. De 90 a 93 o rebanho brasileiro continuacrescendo. Em 1993 o Uruguai apresentou um crescimento significativo. A Argentina eParaguai continuam reduzindo seus rebanhos.

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Tabela 4 - População bovina dos países que integram o MERCOSUL em cabeças

Países 1979/81 1988 1989 1990 1993

Brasil 116.654.000 139.599.000 136.814.000 140.000.000 153.350

Argentina 55.620.000 50.728.000 50.728.000 50.558.000 50.320

Uruguai 10.965.000 10.331.000 9.447.000 8.723.000 10.093

Paraguai 5.966.000 7.780.000 8.074.000 8.254.000 8.074

Fonte: Anuário FAO - 1993 - vol. 44 - Produção

2.2.2 Produção de Carne

No que se refere à produção de carne dos países que compõem o MERCOSUL,a Argentina liderou a produção até 1988 com 2.650.000 toneladas de carne, conformedados da Tabela 5. A partir de 1989, começou a ser superada pelo Brasil que em 1990produziu 2.882.000 toneladas de carne. Estes dados caracterizam a nossa baixaprodutividade que com o dobro da população em cabeças em relação à Argentina temosuma produção de carne semelhante. De 1990 a 93 manteve-se a mesma tendência.

Tabela 5 - Produção de carne dos países que integram o MERCOSUL em (1.000t)

Países 1979/81 1988 1989 1990 1993

Brasil 2.104 2.581 2.748 2.882 3.080

Argentina 2.933 2.650 2.600 2.650 2.716

Uruguai 341 307 331 345 317

Paraguai 107 131 135 137 180

Fonte: Anuário FAO - 1993 - vol. 44 - Produção

2.2.3 Dados de Exportação dos Países do MERCOSUL

Quanto à exportação dos países do MERCOSUL, a Argentina, com 341.549toneladas de carne comercializadas, liderou o mercado até 1981. Posteriormente passoua ser superada pelo Brasil com 383.870 toneladas no ano de 1990. Nos anos 85, 86 e 87,o Brasil chegou a exportar o dobro em toneladas de carne do que a Argentina de acordocom a Tabela 6. De 1990 a 1993, o Brasil e a Argentina praticamente dobraram aquantidade de carne exportada. Para o ano de 1995, em termos de Brasil, espera-se umaredução de cerca de 50% na quantidade de carne exportada devido à política cambialadotada em função do plano real.

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Tabela 6 - Quantidade de carne exportada pelos países que compõem oMERCOSUL em toneladas

Ano Brasil Argentina Uruguai Paraguai

1980 213.217 312.960 113.189 9831981 282.737 341.549 166.967 -1982 427.906 362.731 142.585 1.3571983 444.225 282.731 177.030 7.1261984 435.963 282.443 114.936 7.3001985 461.300 229.476 102.610 3.1401986 340.730 171.690 140.620 41.3301987 305.420 158.240 62.720 18.1501988 451.510 142.920 92.290 15.8001989 332.880 214.570 140.000 75.3101990 383.870 224.300 168.760 117.0001993 705.290 472.590 74.340 29.380

Fonte: Anuário FAO - Vol. 44 - 1993 - Comércio.

2.2.4 Dados de Importação dos Países do MERCOSUL - Bovinos de Corte

Na década de 80, o Brasil, em relação aos países que compõem o MERCOSUL,liderou as importações, tendo alcançado o seu ápice em 1986 quando chegamos aimportar 478 mil toneladas de carne, conforme Tabela 7, quantia esta que é inferior àmédia anual de carne exportada nos últimos dez anos. Estes fatos foram atribuídos aosefeitos do plano cruzado. Até 1993 a tendência foi a de redução de importação. A partir de1995, com a entrada em vigor do MERCOSUL, a situação poderá sofrer uma reversão.

Tabela 7 - Quantidade de carne importada pelos países que compõem oMERCOSUL em toneladas

Ano Brasil Argentina Uruguai Paraguai

1980 70.085 19.940 27.0001981 65.777 11.017 156.0001982 22.246 13.000 100.0101983 26.000 1.521 101984 38.000 1.700 4501985 40.000 1.110 1.3101986 478.000 18.850 1101987 154.000 10.450 2001988 23.100 1.180 2301989 232.670 3.280 3401990 218.680 2.050 5501993 89.000 8.569 227 480

Fonte: Anuário FAO - Vols. 44/38 - 1993 - Comércio.

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2.3 População Bovina dos Principais Estados Brasileiros

O Rio Grande do Sul, até 1983, ocupou o 3º lugar em termos de número decabeças a nível de Brasil, com 14.912.042, conforme a Tabela 8. A partir daí, começou aser superado pelo Mato Grosso do Sul com 13.882.717 cabeças ficando até o fim dadécada, como o quarto Estado, em número de cabeças. Durante a década de 80, oEstado brasileiro de maior população bovina foi o de Minas Gerais com 20.355.119 decabeças.

Tabela 8 - Quantidade de cabeças de 10 Estados Brasileiros na década de 80

Ano MG GO MS RS SP BH PR MT PR MA

1980 19.615.000 16.454.000 11.904.000 13.082.000 11.867.000 9.090.000 7.915.000 5.249.000 2.411.000 2.836.000

1981 19.710.091 17.087.000 12.943.000 14.150.000 11.693.000 9.308.000 8.050.000 5.497.000 2.810.000 2.906.000

1982 19.839.646 17.438.902 13.190.347 14.412.042 11.649.607 9.349.577 7.938.760 5.967.282 3.198.599 3.054.555

1983 20.054.354 18.687.760 13.472.519 13.733.010 11.487.510 9.427.277 7.964.042 6.365.102 3.588.394 3.129.495

1984 19.901.557 20.003.725 13.882.717 13.547.584 11.487.510 9.747.695 7.934.294 6.787.575 4.073.663 3.907.910

1985 19.940.230 18.030.388 14.976.432 13.468.997 12.241.865 9.258.243 8.538.179 6.503.719 3.485.368 3.230.277

1986 20.032.843 19.008.755 15.986.846 13.728.072 11.746.215 10.113.062 8.538.179 6.859.161 4.096.502 3.428.806

1987 20.190.278 19.969.335 16.496.082 13.729.256 11.891.008 10.113.062 8.563.315 7.407.377 4.580.572 3.550.917

1988 20.291.030 20.646.055 16.976.555 13.829.640 11.912.382 10.758.597 8.472.318 7.850.069 5.365.316 3.673.015

1989 20.355.119 17.095.470 17.732.406 13.832.766 12.260.743 11.245.307 8.603.778 8.473.929 5.870.005 3.813.651

1990 20.471.630 17.635.790 19.163.730 13.715.080 12.262.900 11.505.420 8.616.780 9.041.290 6.182,090 3.900,150

Fonte: IBGE.

2.4 Evolução da Produção Estadual

Nos últimos dez anos, conforme Tabela 9, o número de cabeças tem se mantidoquase que estável, com pequenas variações, de 14.149.701 em 1981 e 12.900.627 em1984 embora a área com agricultura continue aumentando. Em 1992 o rebanho gaúchoapresentou um pequeno crescimento tornando-se o maior rebanho de 1983 para cá.

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Tabela 9 - Desempenho do rebanho bovino do RS na década de 1980/90

Ano Rebanho

1980 14.082.1481981 14.149.7011982 14.212.0421983 13.823.6451984 12.900.6271985 13.563.0501986 13.728.0721897 13.729.2561988 13.829.6401989 13.832.7661990 13.715.0851991 13.672.8011992 13.905.291

Fonte: IBGE.

2.5 Principais Municípios Produtores de Bovinos do Estado

No Estado, os municípios do RS que possuem o maior número de cabeçasestão localizados na região Oeste, Centro-Oeste e Sudoeste, tais como Alegrete com527.703, Bagé com 497.109 e Santana do Livramento com 436.879 cabeças no ano de 90de acordo com a Tabela 10. São municípios tradicionais na exploração extensiva de gadode corte, onde a agricultura, através da cultura de arroz, vem dinamizando o setor,proporcionando uma perfeita integração lavoura-pecuária. Em 1992, o destaque foi ocrescimento do rebanho de Bagé, que passou a ser o município com maior número decabeças no Rio Grande do Sul.

Tabela 10 - Relação dos 10 municípios do RS com maior população bovina

Municípios 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1992

Alegrete 519.423 505.693 532.507 582.963 597.537 591.562 548.377 527.703 501.509

Santana Livramento 490.967 494.723 530.131 519.403 550.403 543.387 503.637 436.897 506.368

Bagé 482.957 492.605 507.081 468.569 473.394 505.112 492.181 497.109 596.183

São Gabriel 480.691 445.311 427.940 456.000 440.210 449.188 465.173 465.200 444.394

Dom Pedrito 444.344 430.082 410.000 424.000 415.072 339.484 407.079 390.376 409.163

Uruguaiana 404.912 416.912 402.113 386.721 410.046 412.230 477.238 445.000 420.000

Rosário do Sul 378.127 353.818 375.023 350.000 347.487 374.252 351.407 362.829 330.461

Itaqui 321.369 343.403 360.174 349.718 342.000 343.000 349.670 310.000 320.000

Santiago 296.917 289.840 287.968 300.000 302.027 303.690 280.900 297.800 244.860

São Borja 257.638 276.604 280.417 297.228 285.000 287.560 246.747 245.000 235.000

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3 CARACTERÍSTICAS

A Bovinocultura de Corte na maioria das regiões é explorada de forma extensiva.De um modo geral, a nossa exploração pecuária baseia-se no campo nativo, que

é fundamentalmente composto por espécies de crescimemto estival, ou seja, deprimavera/verão e parte do outono. Os pastos naturais no inverno cessam seucrescimento e crestam a partir das primeiras geadas, tornando-se insuficientes paraalimentação do rebanho, além disso, são pobres em energia e proteínas. Emobservações médias de quatro anos, a pastagem natural em São Gabriel apresentou umadeficiência protéica anual de 60% e 23% de energia para novilhos em crescimento, sendoque os menores percentuais ocorreram no período de inverno.

Isto faz com que os abates se concentrem entre março e julho caracterizandoépocas de safra e entressafra.

Esta característica tem algumas conseqüências funestas para o setor como aindução de preços, a capacidade acima do parque industrial em determinada parte do anoprejudicando a margem de comercialização.

Outro fato importante é a variação cíclica de preço, também conhecida comociclo do gado, que se pode observar no Gráfico 1 de Grawunder. Convém salientar que setrata de um fenômeno mundial, onde se busca manter constante a renda, retendomatrizes em anos de preços altos e fazendo abates volumosos em épocas de preçosbaixos.

Em termos de rebanho de cria, a escassez de pasto no inverno ocasiona quedasna taxa reprodutiva.

Geralmente, a época carente de pasto coincide com as épocas de maioresnecessidades de um rebanho de cria. As fêmeas em gestação, por exemplo, têm suasexigências máximas, em nutrientes, nos dois últimos meses de gestação eespecialmente durante os três primeiros meses de lactação, que em nosso meiocorrespondem ao fim do inverno e início da primavera.

Dados de pesquisa nos mostram que a categoria de vacas, com primeira cria aopé, é a que apresenta os maiores problemas em termos de produção de terneiros,chegando a atingir taxas de natalidade que oscilam entre 18% e 22%, enquanto a taxaglobal do rebanho situa-se em torno de 50%.

Esta situação acarreta uma grande ociosidade de nossos campos levando-seem conta que, anualmente, cerca de 1.600.000 hectares são ocupados por vacas quenão produzem.

O círculo vicioso com que convive a nossa pecuária, ou seja, o ganho de pesodurante a primavera e verão e a perda de 30% de seu peso vivo no inverno, constitui-seno maior fator responsável pelo baixo desfrute existente.

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A perda de peso no inverno faz com que o animal venha a se alimentar de suaspróprias reservas, fator este que se torna responsável pela elevada idade de abate quecomumente ocorre.

Com vistas a amenizar o problema da produção em bovinos de corte, na décadade 70, através de programas de crédito com juros subsidiados tais como CONDEPE,PRONAP, PRODEPE e PROPEC, houve um incremento na introdução de forrageiras deinverno e verão melhorando a alimentação nos períodos mais críticos. Segundo dados doBoletim da CRA, na época, chegamos a ter 1.200.000ha de pastagens cultivadas deinverno e 300.000ha de pastagens tropicais. Na década de 80, com o fim dos programasde crédito e com a série de crises que o setor vem enfrentando, a área de forrageiras temsido bastante afetada, devido ao seu alto custo de implantação.

Apesar dos esforços feitos pelos órgãos de pesquisa e extensão, a situação, anível de Estado, ainda apresenta índices que deixam a desejar.

O crédito farto e subsidiado na década de 70 levou muitos produtores arealizarem investimentos buscando a incorporação de novas tecnologias, especialmentea implantação de pastagens, para incrementar a produção e a produtividade de seusestabelecimentos. Outros, arredios ao crédito, efetivaram investimentos com recursospróprios, de sorte que, hoje, "produtores de ponta" podem ser encontrados empraticamente todas as regiões do Estado. Eles vêm obtendo índices semelhantes aosobtidos nos países de pecuária desenvolvida, comprovando a potencialidade do setor.Infelizmente, seu número é reduzido.

O pecuarista em geral não tem residência fixa no meio rural, sendo que, namaioria dos casos, ele reside na cidade mais próxima.

A maior parte dos produtores não dispõe da infra-estrutura que lhes proporcionemaiores facilidades no desenvolvimento de suas atividades.

Sua formação cultural e seus métodos de trabalho sempre seguiram a influênciados uruguaios e argentinos.

O setor é pouco dinâmico se comparado a outros segmentos da economia.Mesmo convivendo com baixos indicadores de produção, a situação do

pecuarista tradicional é estável. A rentabilidade e a capacidade de investir no setor éescassa, mas ele tem conseguido atravessar as grandes crises da economia brasileiracom mais tranqüilidade do que outros setores mais dinâmicos, como o da agriculturaempresarial, por exemplo. E isto se deve justamente a esse tipo de comportamento doscriadores, que sistematicamente se recusam a investir mais fortemente na atividade,dando preferência a uma atitude mais conservadora e que visa, em primeira instância,preservar os baixos custos de produção.

Reduzido também é o número de frigoríficos que se dedicam ao abate debovinos. De uma maneira geral, eles estão superdimensionados, trabalhando com grandecapacidade ociosa e concentrados nas regiões da Campanha e Litoral Sul. Essascaracterísticas são indesejáveis, pois acarretam vários problemas, dentre eles a poluição,de difícil e cara solução, e fretes elevados.

Chama a atenção também o isolamento, ou melhor, o distanciamento dosfrigoríficos em relação às outras indústrias de transformação que utilizam o bovino e oovino, ou seus derivados, como insumo básico. É difícil, por exemplo, encontrar-se umcurtume próximo a um frigorífico. Isto reduziria custos e aumentaria a qualidade do courocurtido, evitando a desidratação e posterior reidratação do couro, pois ele seria curtidologo após o abate.

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A proximidade e associação de indústrias afins já foi objeto, inclusive, dolançamento da idéia de um pólo protéico em Bagé, na Região da Campanha. Neste pólo,seriam instaladas as indústrias de segunda geração, começando pelos curtumes,fábricas de calçados, enlatados, salsicharias, botões, farinha de ossos, medicamentos,lanifícios, fábrica de tecidos, etc.

3.1 Características Físicas das Principais Regiões Produtoras de CarneBovina (Campanha e Lagoa Mirim)

• Topografia

A região caracteriza-se por apresentar em sua maioria uma topografiarelativamente plana, com suaves ondulações.

• Solos

A região apresenta uma certa variabilidade quanto à profundidade dos solos,possuindo desde os solos rasos até os com boa profundidade. Os solos apresentambaixo teor de fósforo, pH variando de 5,0 a 6,0 e geralmente são bem providos depotássio. O teor de matéria orgânica varia de médio a baixo.

• Vegetação

A região apresenta campos de muito boa composição botânica. Pastosbaixos e densos formam uma cobertura vegetal que se constitui em excelente pastagemnatural, onde existem, em associação, apreciável número de boas forrageiras.

A maioria das forrageiras existentes na região são gramíneas de ciclo estival,primavera-verão.

• Forrageiras de Ciclo Estival

As gramíneas de maior ocorrência são (Paspalum notatum) grama-forquilha,(Axonopus compressus) grama-tapete, (Paspalum dilatatum) capim-melador e espéciesdos gêneros Chloris sp.

Cerca de 40% da cobertura vegetal da região é formada pela grama-forquilhae grama-tapete.

A ocorrência de leguminosas é restrita a algumas espécies tais como:(Desmodium canum) pega-pega, (Vicia sp.) ervilhaca, (Adesmia bicolor) babosa.

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• Forrageira do Ciclo Hibernal

As gramíneas que mais ocorrem são as flexilhas, espécies dos gênerosStipa sp. e Piptochaectium.

As leguminosas surgem no fim do inverno e início da primavera, sendorepresentadas pelo (Trifolium polimorphum) trevo-nativo, (Medicago hispida) trevo-carretilha e (Medicago arabica) trevo-manchado.

As invasoras que mais comumente ocorrem são arbustos dos gêneros(Vernonia sp.) alecrim (Baccharis) carqueja, (Eupatorium) chirca, (Eringium) caraguatá e(Baccharis coridifolia) mio-mio.

• Clima

Subtropical, do tipo fundamental, temperado chuvoso da classificação deKoopper, com chuvas mensais.

A altitude máxima varia de 20m até 181 metros.As precipitações variam de 1.250mm a 1.350mm com variações de 20% ao

ano.A distribuição das chuvas durante o ano situa-se em torno de 34% no

inverno, 25% na primavera, 25% no outono e 16% no verão.A temperatura média anual da Região é de 17,6ºC. A temperatura média do

mês mais quente, janeiro, é de 24ºC e a do mês mais frio, junho, é de 12,5ºC. Astemperaturas extremas são de 4ºC negativos, no mês mais frio e 41ºC positivos, no mêsmais quente.

A umidade relativa do ar oscila entre 75 - 85%.Os ventos predominantes são os originados do Nordeste e Sudeste.A formação de geada na Região se dá de abril a outubro, sendo que a maior

ocorrência se dá nos meses de junho, julho e agosto.A maior freqüência de ocorrência de nevoeiro se verifica nos meses de abril

e agosto.Na região já ocorreram nevadas durante os meses de junho e agosto.

3.2 Sistema de Produção e Escala de Produção

De um modo geral, as propriedades caracterizam-se pela exploração extensiva,realizando as três fases de criação ou seja cria-recria e engorde simultaneamente. Istofaz com que os nossos problemas sejam agravados, dificultando a racionalização e aadoção das práticas recomendadas.

Nas regiões mais importantes para o setor (Campanha e Lagoa Mirim), abovinocultura de corte é explorada de forma extensiva, num sistema misto, junto com aovinocultura, direcionada para a produção de lã. A proporção ovino/bovino mais comum éde dois ovinos para cada bovino e uma lotação próxima da média de um animal porhectare.

Na década de 70, o trigo e a soja praticamente expulsaram a pecuária doPlanalto e, na de 80, intensificou-se a expansão da lavoura de arroz, na região daCampanha.

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Além de proporcionar uma maior diversificação, a agricultura trouxe também umexpressivo incremento na renda do pecuarista. E, em muitos casos, é até maior do que aobtida com as criações.

Os benefícios apresentados pela agricultura foram inúmeros, pois, melhorandoas condições econômico-financeiras dos criadores, ela viabilizou investimentos,principalmente os que se referem a uma maior utilização de máquinas nas fazendas, coma introdução de pastagens e limpeza de campo. E praticamente tudo isto foi feito semriscos, pois a agricultura foi introduzida na região da Campanha, por agricultores vindosde outras partes do Estado, plantando em parceria e garantindo um rendimento mínimoao dono das terras, menos em casos de frustração. Proporcionou também uma novaconcepção, em termos de gerir a atividade rural e propiciando ainda uma verdadeiraintegração da lavoura com a pecuária.

A Depressão Central é a região onde encontramos as lavouras (soja, milho, trigoe arroz) coexistindo com a pecuária extensiva, principalmente a invernada de bois, nasrestevas de arroz, e, considerando a lavoura mais importante dessa região, a relaçãobovino/ovino a densidade e a produtividade na Depressão Central é maior que naCampanha, mas em compensação, a lavoura tem maior participação. Na região deCampos de Cima da Serra, predomina uma exploração tradicional e praticamenteexclusiva com bovinos de corte, em moldes até mais tradicionais que os da Campanha.

O sistema de produção oficial elaborado em 1977 por pesquisadores,extensionistas e produtores caracteriza-se por ser um sistema misto para bovinos decorte e ovinos, baseado em 5 grandes práticas, cuja adoção depende do estrato no qual oprodutor se enquadra.

As práticas que compõem o sistema são:

• Melhoramento Zootécnico.• Alimentação.

• Sanidade.

• Manejo.

• Construção e melhoria de benfeitorias e aquisição de máquina eequipamentos.

O sistema é composto de 3 estratos que variam de acordo com a área dapropriedade, o desfrute, o índice de natalidade, a idade de abate dos novilhos e com aidade de entouramento de suas novilhas.

O sistema abrange as microrregiões da Campanha e Lagoa Mirim envolvendo 14(quatorze) municípios.

Programas como o novilho jovem, por parte da indústria, têm despertadointeresse de um número razoável de produtores, principalmente nas microrregiões daCampanha e Lagoa Mirim, que, através de melhoria das condições de alimentação,racionalização do manejo, adoção de um programa de controle de verminose e práticasde melhoramento, têm conseguido reduzir a idade de abate para 30 meses.

O programa de engorde de novilhos na região do Planalto e Missões através daEMATER, CADECRUZ e Cooperativas com vistas a aproveitar as áreas plantadas comaveia como cobertura do solo, na época de inverno, surge como uma nova alternativa decriar uma zona de invernada especializada.

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A realização da feira de terneiros, por parte da Secretaria da Agricultura, emborahoje já se comece a contestar um dos seus principais objetivos que é a obtenção deterneiros com maior peso por ocasião da venda, tem contribuído para que um certonúmero de produtores racionalizem suas práticas de manejo, melhorem a alimentação eadotem programas de controle de verminose etc.

O que se tem discutido ultimamente é uma maior importância ao número deterneiros participantes da feira, em detrimento do seu peso.

O novo enfoque da exploração do bovino de corte, difundido pelaEMATER/IPZFO/IEPE, em que a viabilização econômica do setor tem que ter comoprioridade um aumento da taxa de natalidade, poderá se transformar na mola propulsorapara o aumento da produção e produtividade tão desejada para a próxima década.

O programa de aumento da taxa de natalidade, preconizado pelaEMATER/IPZFO/IEPE desde 1982, baseia-se no desmame aos 90 dias de idade.

Os resultados obtidos em todas as fases, do desmame ao abate, com pequenoscustos adicionais, nos levam a acreditar que dispomos de tecnologia que proporcionamudanças profundas na produtividade e economicidade na bovinocultura de corte.

3.3 Estrutura Agrária e População Rural do Rio Grande do Sul

De acordo com a Tabela 11, 49,91% dos agricultores (pecuária e agricultura)possuem de 10 a 50ha e 0,66% de agricultores possuem mais de 1.000ha. Entretanto,estes agricultores que possuem mais de 1.000ha ocupam 27,34% da área total emhectares e os de 10 a 50ha ocupam 21,80% da área total em ha.

Tabela 11 - Estrutura agrária no Rio Grande do Sul

Grupos de área Número deestabelecimento

(%) Área(ha)

(%)

Menos de 10ha 182.402 36,57 876.130 3,67

10 a 50ha 248.937 49.91 5.192.352 21,80

50 a 100ha 30.756 6,16 2.074.445 8,71

100 a 500ha 27.271 5,47 5.756.894 24,17

500 a 1.000ha 4.932 0,98 3.404.006 14,29

1.000 e mais 3.317 0,66 6.513.425 27,34

Fonte: IBGE - 1985.

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3.4 Estratificação dos Produtores Rurais em Função do Número de Cabeças

A Tabela 12 nos mostra que 91,68% dos produtores de bovinos, no Estado,possuem até 50 cabeças e que apenas 2,86% possuem de 200 a 2.000 ou maiscabeças.

Tabela 12 - Estratificação dos produtores, no Rio Grande do Sul, em grupos pelonúmero de cabeças

Grupo A 01 a 50 cabeças 91,68%

Grupo B 50 a 200 cabeças 5,46%

Grupo C 200 a 2.000 cabeças (+ou-) 2,86%

Total de produtores 412.238

Total de bovinos 13.468.977

Média bovina/produtores 32,67 cabeças

Fonte: Farsul - 1991.

3.5 Organização dos Produtores Rurais

No Rio Grande do Sul, as principais formas de organização dos produtoresligados ao setor pecuário são:

3.5.1 Sindicatos

Compostos de duas federações:

• FETAG

Entidade que congrega os sindicatos dos trabalhadores, envolvendo 288sindicatos e 12 em fase de organização com um número de 537.429 trabalhadores ruraissindicalizados.

• FARSUL

Entidade que tem como filiados o total de sindicatos rurais existentes noEstado que são 118 com aproximadamente 58.000 associados o que representa 27,01%do total do número de proprietários.

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3.5.2 Cooperativas

As cooperativas filiadas à OCERGS somavam, em 1989, 658.551 associados.Existem, ainda, 30 cooperativas não filiadas à OCERGS. (Ver Tabela 13)

Tabela 13 - Tipos e números de cooperativas filiadas à OCERGS

Tipos de Cooperativasde 1°Grau

EmFuncionamento

ParalisadasNúmero de

Associados/1989

• Eletrificação e telefonia rural 18 1 126.291• Consumo 51 14 65.890• Escolares 7 1.304• Habitacionais 12 18 2.909• Crédito ⇒ Rural

⇒ Urbano6834

195.980

• Trabalho⇒ UNIMEDs 21⇒ UNIODONTOs 6⇒ Transporte 16 2 21.487⇒ Artesanais 4 1⇒ Outros (madeiras, costureiras, do-

ceiras, prestação de serviços, etc.) 13 3

• Produção⇒ Agrícolas mistas 101 5⇒ Carnes 13 3⇒ Lacticínios 8⇒ Lãs 12 344.690⇒ Rizícolas 21⇒ Vinícolas 23

• Produção industrial 2• Produção florestal 2

Subtotal 432 48 658.551

Tipos de cooperativasde 2° grau

EmFuncionamento

ParalisadasNúmero de

Associados/1989• COCECRER 1• CCGL 1• CENTRALSUL 1• FECOERGS 1• UNIMED/RS 1• FECOCARNE 1• FECOLÃ 1• FECOTRIGO 1• FECOVINHO 1Total das cooperativas filiadasà OCERGS 441 48 658.551

Fonte: OCERGS - 1989.

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Apesar do expressivo número de cooperativas, o destino das mesmas foisempre traçado por políticas do governo.

O associado não conseguia se envolver no processo de decisões, nem nadefinição das políticas e metas da sua cooperativa.

As constantes frustrações de safras e a crise generalizada da economianacional, o crédito escasso e demasiadamente caro atingiram seriamente o sistemacooperativista que, para resistir, sentiu a necessidade de mais uma estratégia deautogestão, com a participação do quadro associativo para proteger os espaçosadquiridos nos diversos segmentos.

Segundo a OCERGS, no momento, só 93 cooperativas têm o seu quadroorganizado. (Ver Tabela 14)

Tabela 14 - Percentual de participação por produto do cooperativismo no RS

Participação na produção em %Produto/Serviço1987 1988 1989

Bovinos (1) 40 34 43Suínos (1) 21 21 21Ovinos (1) 71 58 66Lãs 90 70 70Arroz 35 43 46Soja 70 49 50Trigo 90 76 78Vinho 40 40 40Leite “in natura” 50 56 62Armazenagem (2) 44 44 45Eletrificação rural (3) 43 47 52

(1) Bovinos, ovinos e suínos correspondem ao número de cabeças abatidas sob inspeção federal.(2) Capacidade de armazenagem.(3) Percentuais correspondentes ao número de propriedades rurais energizadas.

3.5.3 CITES - Clubes de Integração e Troca de Experiências

Constituiu-se numa forma de organização de produtores que exploram,principalmente, bovinos de corte e ovinos.

Como o próprio nome mostra, tem por filosofia a integração de pessoas e a trocade experiências, com vistas à conjugação de esforços e introdução de novos processostecnológicos já comprovados.

São grupos formais, com personalidade jurídica, de 12 agricultores com nomínimo uma reunião mensal.

Na atualidade, existem 103 clubes com 786 associados, sendo que a EMATERpresta assessoramento a 53 destes clubes. Estes clubes estão organizados em umaFederação, a FEDERACITE.

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Principais objetivos dos CITEs:

a) Estimular a troca de experiências agropastoris e a introdução de modernosprocessos tecnológicos entre seus associados.

b) Propiciar condições para que cada associado possa se constituir em umempresário rural.

c) Melhorar os índices de produção e de produtividade de cada estabeleci-mento, através da integração lavoura-pecuária.

d) Criar condições através do associativismo para o uso comum de máquinas,equipamentos e prestação de serviços, bem como proporcionar medidas,visando a comercialização em conjunto de safras obtidas pelos associados,quando não cooperativados.

e) Incentivar a preservação do solo e melhorar as suas características defertilidade pela adoção de práticas conservacionistas adequadas.

f) Estimular o plantio de essências florestais nativas exóticas e frutíferas emcada propriedade.

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4 PLANILHA DE CUSTOS (EM DÓLAR)

Segundo a análise do Professor Atos F. Grawunder, reforça-se a hipótese de quea abertura de mercado permitirá a venda de produtos e compra de insumos, a preçosinternacionais, trazendo benefícios para a bovinocultura de corte, aumentando o retornoda atividade. No Rio Grande do Sul, a área mínima economicamente viável deverá passarde 3.900 para 1.000 hectares. Com o uso de tecnologia mais avançada, propriedadescom 800 hectares passarão a ser rentáveis.

Tabelas (15, 16, 17, 18, 19, 20, 21, 22, 23, 24 e 25).

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Tabela 15 - Custo de uma tonelada de carcaça - carne bovina

Procedimento: 1,97472 + /bovinos vivosRendimentos: 1 + /carne (carcaça)

I - CUSTO VARIÁVEL US$/ta) Matéria-prima: 1.326,33

(-) couro, miúdos, outros 260, 1.066,15b) Mão-de-obra direta 46,60c) Energia elétrica 17,97d) Serviços de terceiros 39,49e) Combustíveis 0,60f) Manutenção 14,21g) Transporte do gado 4,74h) Comissão do comprador de gado 17,58i) Outros gastos de fábrica 37,12

Subtotal 1.244,46

II - CUSTO FIXOa) Mão-de-obra indireta 81,36b) Serviços de terceiros 8,89c) Gastos gerais, adm. e vendas 113,35d) Manutenção 5,53

Subtotal 209,13

III - CUSTO TOTAL 1.453,59

Fonte: Agropecuária Sulbrasileira no contexto do MERCOSUL - IEPE - Porto Alegre/1992.

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27

Tabela 16 - Preços de mercado (US$/Ano)

Estado Rio Grande do Sul

TradicionalCom abate aos

Desmame aos 90 diasCom abate aosModelo

4,5 anos 2 anos 4,5 anos 2 anos

RECEITAS 24,268 35,422 30,794 55,462

CUSTOS VARIÁVEIS⇒ Prod. Vet. e Minerais 2,906 3,207 4,750 5,419⇒ Mão-de-obra 4,024 4,463 4,542 5,393⇒ Pastagens cultivadas 0 9,228 2,335 16,898⇒ Outros 3,011 4,438 3,665 6,008

Total 9,941 21,335 15,292 33,719

CUSTOS FIXOS⇒ Remuneração família 4,800 4,800 4,800 4,800⇒ Reparos benfeitoriais 3,930 4,079 3,996 4,190⇒ Outros 1,854 1,862 1,857 1,867

Total 10,584 10,741 10,654 10,857

JUROS CAPITAL⇒ Capital circulante 298 640 459 1,012⇒ Benfeitoriais 1,438 1,485 1,459 1,520⇒ Rebanho 7,472 8,376 8,635 10,427

Total 9,209 10,501 10,553 12,959

Fonte: Relatório dos Modelos Pecuários - Projetos MERCOSUL/Brasil Atos F. Grawunder -IEPE/UFRGS.

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Tabela 17 - Preços sem impostos (US$/Ano)

Estado Rio Grande do Sul

TradicionalCom abate aos

Desmame aos 90 diasCom abate aosModelo

4,5 anos 2 anos 4,5 anos 2 anos

RECEITAS 21,268 35,422 30,794 55,462

CUSTOS VARIÁVEIS⇒ Prod. Vet. e Minerais 2,831 3,124 4,628 5,279⇒ Mão-de-obra 4,024 4,463 4,542 5,393⇒ Pastagens cultivadas 0 8,686 2,170 15,867⇒ Outros 3,007 4,407 3,651 5,950

Total 9,862 20,679 14,990 32,488

CUSTOS FIXOS⇒ Remuneração família 4,800 4,800 4,800 4,800⇒ Reparos benfeitoriais 3,573 3,710 3,634 3,811⇒ Outros 1,626 1,633 1,629 1,638

Total 9,999 10,143 10,063 10,249

JUROS CAPITAL⇒ Capital circulante 296 620 450 975⇒ Benfeitoriais 1,311 1,354 1,331 1,386⇒ Rebanho 7,472 8,376 8,635 10,427

Total 9,209 10,350 10,415 12,788

Fonte: Relatório dos Modelos Pecuários - Projetos MERCOSUL/Brasil Atos F. Grawunder -IEPE/UFRGS.

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29

Tabela 18 - Preços de paridade (US$/Ano)

Estado Rio Grande do Sul

TradicionalCom abate aos

Desmame aos 90 diasCom abate aosModelo

4,5 anos 2 anos 4,5 anos 2 anos

RECEITAS 21,268 35,422 30,794 55,462

CUSTOS VARIÁVEIS⇒ Prod. Vet. e Minerais 2,531 2,792 4,250 4,848⇒ Mão-de-obra 4,071 4,419 4,515 5,342⇒ Pastagens cultivadas 0 6,410 1,604 11,714⇒ Outros 3,056 4,217 3,704 5,651

Total 9,659 17,838 14,173 27,556

CUSTOS FIXOS⇒ Remuneração família 4,800 4,800 4,800 4,800⇒ Reparos benfeitoriais 3,429 3,565 3,490 3,666⇒ Outros 1,619 1,626 1,622 1,631

Total 9,848 9,991 9,912 10,097

JUROS CAPITAL⇒ Capital circulante 290 535 425 827⇒ Benfeitoriais 1,289 1,332 1,308 1,363⇒ Rebanho 7,490 8,398 8,655 10,454

Total 9,069 10,265 10,265 12,644

Fonte: Relatório dos Modelos Pecuários - Projetos MERCOSUL/Brasil Atos F. Grawunder -IEPE/UFRGS.

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Tabela 19 - Exploração mista de ovinos e bovinos de corte no RS - Brasil

Sumário de resultados econômicos relação ovinos: bovinos 2,3 (U$S/Ano)

Mercado Simpósio Paridade

Itens

Ovinos Bovinos Total Ovinos Bovinos Total Ovinos Bovinos Total

Receitas• Carne 5,597 5,597 4,517• Lã 7,510 7,510 8,809Total 13,108 14,075 27,183 13,108 14,075 27,183 13,326 15,642 28,968

Custos Variáveis 5,021 6,579 11,601 4,987 6,527 11,514 4,807 6,393 11,200Custos Fixos 3,711 7,246 10,957 3,574 6,977 10,550 3,522 6,877 10,399Juros 2,347 6,161 8,508 2,300 6,069 8,369 2,366 6,062 8,448

Margem Bruta 8,086 7,496 15,582 8,120 7,548 15,669 8,519 9,249 17,768Resultado I 4,375 251 4,625 4,547 572 5,118 4,997 2,372 7,369Resultado II 2,027 -5,910 -3,883 2,247 -5,497 -3,251 2,610 -3,689 -1,079

Uso da Terra (ha) 339 661 1.000 339 661 1.000 339 661 1.000

Retorno a Terra• US$/ha/ano 5,98 -8,94 -3,88 6,63 -8,31 -3,25 7,71 -5,58 -1,08• %/ano 0,75 -1,12 -49,00 0,83 -1,04 0,41 0,97 -0,70 -0,14

Área Mínima paraResultado II > = 0 (ha) 649 4.560 1.532 616 4.145 1.435 569 2.114 1.107

Resultado porProduto

Ovinoslã

Carne BovinosCarne

Ovinoslã

Carne BovinosCarne

Ovinoslã

Carne BovinosCarne

Receitas Totais (US$) 7,510 5,597 14,075 7,510 5,597 14,075 8,809 4,517 15,642 (%) 57 43 57 43 66 34Produção Total (kg) 4,212 11,899 30,118 4,212 11,899 30,118 4,212 11,899 30,118

Receitas/kg 1,78 0,47 0,47 1,78 0,47 0,47 2,09 0,38 0,52Custos Variáveis/kg 0,68 0,18 0,22 0,68 0,18 0,22 0,75 0,14 0,21Custos Fixos/kg 0,50 0,13 0,24 0,49 0,13 0,23 0,55 0,10 0,23Custos Juros/kg 0,32 0,08 0,20 0,31 0,06 0,20 0,37 0,70 0,20Custo Total 1,51 0,40 0,66 1,48 0,39 0,65 1,68 0,31 0,64

Margem Bruta/kg 1,10 0,29 0,25 1,10 0,29 0,25 1,34 0,24 0,31Resultado I/kg 0,60 0,16 0,01 0,62 0,16 0,02 0,78 0,14 0,06Resultado II/kg 0,28 0,70 -0,20 0,31 0,60 -,18 0,41 0,70 -0,12

Fonte: Relatório dos Modelos Pecuários - Projeto MERCOSUL - Brasil - Atos F. Grawunder - IEPE/UFRGS.

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Tabela 20 - Cálculo de custos por regiões na Argentina

País Argentina Argentina Argentina Argentina Argentina

Localización Oeste Bs.As Centro Sur Bs.As Sudeste Bs.As Entre Rios Centro Sur Bs.As

Tecnologia Climax(invernada)

Média(invernada)

Climax(invernada)

Média(invernada)

Média(cria)

Representatividad

I - Indicadores Tecnológicos

Superfície del prédio 2.000 2.000 800 1.300 2.000

Superfície agrícola/lechera/ovinos 665 1.357,54 285 - 1.275,07

Superfície para vacunos 1.235 524,46 475 400 624,07

• % de campo natural - - - - -

• % de pasturas permanentes 80 85 80 0,9 85

- % de 2 anos de duración - - - - -

- % de 3 y 4 anos de duración - - - - -

- % de 5 y + anos de duración 100 - 100 - 100

• % de verdeos de invierno 20 15 20 0,1 15

• % de verdeos de verano - - - - -

MS producida/ha vacua/ha 7.000 7.000 4.887,33 6.500 7.000

Relación novillo/vaca - - - - -

Relación novillo > 3 anos/< 3 anos - - - - -

Dotación (UG/ha vacuna) 0,85 0,33 0,76 0,28 0,38

Edad al primer entore - - - - -

• % de toros - - - - -

• % de parición - - - - -

• % de destete - - - - -

Mortandad (%) 2 1 2 2,5 2

Kg ternero destetado/vacaentorada/ano - - - - -

kg carne vendidos/ha vacuna/ano 524,49 531,35 454,48 454,50 157,79

Trabajo total empleado(jornada/ha/ano) 0,81 0,21 0,38 0,88 0,48

• pasturas 0,09 - 0,06 - 0,27

• manejo animal 0,73 0,13 0,32 0,88 0,20

• otros - 0,08 - - -

Uso de energia - - - - -

• consumo gasoll (l/ha) 0,0149 0,140 0,0267 0,134 0,033

Continua...

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32

...Continuação

II - IndicadoresEconómicos

US$(ano)

US$(kg)

US$(ano)

US$(kg)

US$(ano)

US$(kg)

US$(ano)

US$(kg)

US$(ano)

US$(kg)

1 - Ingresso bruto 325,18 0,62 309,43 0,582 281,78 0,62 357,72 0,434 88,56 0,561

2 - Costos variables I 324,69 - 328,23 - 271,87 - 335,93 - 33,22 -

Costos variables II 296,88 0,566 274,47 0,517 245,54 0,54 288,67 0,35 30,18 0,191

2.1 - Comercialización 93,88 - 47,61 - 48,55 - 67,33 - 8,58 -

2.2 - Insumos 200,72 - 240,72 - 177 - 226,67 - 21,27 -

2.3 - Servicios 12,56 - 24,27 - 25,75 - 21,68 - 6,55 -

2.4 - Mano de obra 2,07 - - - 7.62 - 4,25 - - -

2.5 - Diversos (%) 15,46 - 15,63 - 12,95 - 16 - 1,82 -

2.6 - Crédito IVA 27,81 - 53,76 - 26,33 - 47,26 - 8,04 -

2.7 - Crédito venta subproductos - - - - - - - - - -

3 - Margens bruto 28,30 0,054 34,96 0,066 36,24 0,08 69,05 0,084 58,38 0,37

4 - Costos fijos 57,1 0,109 45,97 0,087 60,13 0,132 36,71 0,045 45,97 0,291

5 - Costos totales 353,98 0,675 320,44 0,603 305,67 0,673 325,37 0,394 76,15 0,483

6 - Resultado I -28,80 -0,055 -11,01 -0,021 -23,89 -0,053 32,35 0,039 12,41 0,079

7 - Recursos disponibles 2.207,21 - 1.352,18 - 2.121,32 - 906,28 - 1.158,39 -

8 - Interés sobre el capitalsin tierra 62,59 - 41,07 - 54,39 - 36,08 - 25,57 -

9 - Costo total + Interéssobre el capital sim tierra 416,57 0,794 361,51 0,68 360,06 0,792 361,45 0,438 101,72 0,645

10 - Resultado II -91,39 -0,174 -52,08 -0,098 -78,28 -0,172 -3,73 -0,005 -13,16 -0,083

III - Indicadores Ecométricos

1 - Valorización residual de latierra (US$) -6,77 -6,83 -5,8 -0,93 -1,72

2 - Precio de equilibrio (US$) 0,794 0,68 0,792 0,438 0,645

3 - Productividad de equilibriopara Resultado I (%) 8,86 3,56 8,48 -9,04 14,01

4 - Productividad de equilibriopara Resultado II (%) 28,1 16,83 27,78 1,04 14,86

5 - Productividad del trabajo(kg/ jor.) 643,55 2.542 1.207,12 933,54 332,19

6 - Carga tributaria yarancelaria teórica en elcosto de producción (%) 28,39 23 20,21 28,39 30,27

Fonte: Estudios sobre Competitividad de Productos Agropecuarios en el MERCOSUL. Ministério de Ganaderia y PescaUruguai.

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Tabela 21 - Cálculo de custos por regiões na Argentina e Brasil

País Argentina Argentina Argentina Brasil Brasil

Localización Cuenca Salado Corrientes Entre Rios Paraná RS

Tecnologia Média(cria)

Média(cria)

Média(cria)

Actual(88%)

Mej.(d.90 dias)(75%)

I - Indicadores Tecnológicos

Superfície del prédio 1.500 3.000 1.300 1.000 1.000

Superfície agrícola/lechera/ovinos - - - - -

Superfície para vacunos 1.500 3.000 600 1.000 1.000

• % de campo natural 100 100 100 10,2 86,54

• % de pasturas permanentes - - - - -

- % de 2 anos de duración - - - 22,45 -

- % de 3 y 4 anos de duración - - - 22,45 -

- % de 5 y + anos de duración - - - 44,90 -

• % de verdeos de invierno - - - 11,35 -

• % de verdeos de verano - - - 2,11 -

MS producida/ha vacuna/ha 4.000 5.100 4.000 - -

Relación novillo/vaca - - - 0,7 0,38

Relación novillho > 3 anos/ < 3 anos - - - - -

Dotación (UG/ha vacuna) 0,67 0,84 0,43 0,17 0,66

Edad al primier entore - - - - -

• % de toros 4 5 4 1,2 1,4

• % de parición 74 65 82 56 80

• % de destete 74 65 82 55,6 69

Mortandad (%) 2 2 2 0,4 11

Kg ternero destetado/vaca/vaca/ entorada/ano

125,8 104 139,4 95,58 94,21

kg carne vendidos/ha vacuna/ano 79,19 71,56 117,46 95,58 94,21

Trabajo total empleado(jornada/ha/ano) 0,49 0,45 0,77 1,98 1,36

• pasturas - - - - -

• manejo animal 0,49 0,25 0,77 1,98 1,36

• otros - - - - -

Uso de energia - - - - -

• consumo gasoll (l/ha) - - - - -

Continua...

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34

...Continuação

II - IndicadoresEconómicos

US$(ano)

US$(kg)

US$(ano)

US$(kg)

US$(ano)

US$(kg)

US$(ano)

US$(kg)

US$(ano)

US$(kg)

1 - Ingresso bruto 45,48 0,574 40,04 0,56 67,87 0,578 55,43 0,58 55,58 0,59

2 - Costos variables I 18,31 - 19,03 - 29,32 - 39,72 - 33,71 -

Costos variables II 17,38 0,219 17,59 0,246 27,08 0,246 39,72 0,402 33,71 0,358

2.1 - Comercialización 10,67 - 7,62 - 11,67 - 1,38 - 1,82 -

2.2 - Insumos 3,62 - 6,12 - 5,07 - 23,87 - 12,94 -

2.3 - Servicios 2,96 - 4,3 - 6,03 - 6,16 - 11,95 -

2.4 - Mano de obra 0,19 - 0,08 - 5,15 - 5,17 - 5,39 -

2.5 - Diversos (5%) 0,87 - 0,91 - 1,4 - 1,89 - 1,61 -

2.6 - Crédito IVA 0,93 - 1,44 - 2,24 - - - - -

2.7 - Crédito venta subproductos - - - - - - - - - -

3 - Margens bruto 28,1 0,355 22,45 0,314 40,79 0,347 15,71 0,178 21,88 0,232

4 - Costos fijos 39,51 0,499 18,56 0,259 36,71 0,313 9,79 0,102 10,86 0,115

5 - Costos totales 56,89 0,718 36,15 0,505 63,78 0,543 49,51 0,504 44,56 0,473

6 - Resultado I -11,41 -0,144 3,89 0,054 4,09 0,035 5,92 0,076 11,02 0,117

7 - Recursos disponibles 514,12 - 398,9 - 689,38 - 1.186,45 - 1.042,22 -

8 - Interés sobre el capitalsin tierra 13,46 - 15,26 - 18,73 - 21,48 - 13,09 -

9 - Costo total + Interés sobre l capital sim tierra 70,36 0,888 51,41 0,718 82,51 0,702 70,99 0,725 57,65 0,612

10. Resultado II -24,88 -0,314 -11,37 -0,159 -14,64 -0,125 -15,56 -0,145 -2,07 -0,022

III - Indicadores Ecométricos

1 - Valorización residual de latierra (US$) -8,29 -6,32 -3,66 -1,73 0,26

2 - Precio de equilibrio (US$) 0,888 0,718 0,702 0,725 0,612

3 - Productividad de equilibriopara Resultado I (%) 25,1 -9,72 -6,02 -13,07 -19,82

4 - Productividad de equilibriopara Resultado II (%)

54,7 28,4 21,57 25,03 3,72

5 - Productividad del trabajo(kg/ jor.)

163,17 158,79 152,74 48,34 69,47

6 - Carga tributaria yarancelaria teórica en elcosto de producción (%)

28,39 28,39 28,39 7,4 4,3

Fonte: Estudios sobre Competitividad de Productos Agropecuarios en el MERCOSUL. Ministério de Ganaderia y PescaUruguai.

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35

Tabela 22 - Cálculo de custos por regiões no Brasil e Paraguai

País Brasil Brasil Brasil Paraguay Paraguay

Localización RS SC SC Pte. Hayes Pte. Hayes

Tecnologia Actual Mej.(d.90 dias) Actual Ciclo Completo Ciclo Completo

Representatividad (75%) (78%) (78%) - -

I - Indicadores Tecnológicos

Superfície del prédio 1.000 1.000 1.000 10.000 1.200

Superfície agrícola/lechera/ovinos - - - - -

Superfície para vacunos 1.000 1.000 1.000 7.450 829

• % de campo natural 100 92,47 100 74,5 69

• % de pasturas permanentes - - - - -

- % de 2 anos de duración - - - - -

- % de 3 y 4 anos de duración - - - - -

- % de 5 y + anos de duración - - - - -

• % de verdeos de invierno 6,35 - - - -

• % de verdeos de verano 1,18 - - - -

MS producida/ha vacuna/ha - - - - -

Relación novillo/vaca 0,67 0,38 0,5 0,51 -

Relación novillho > 3 anos/ < 3 anos 0,48 - - - -

Dotación (UG/ha vacuna) 0,66 0,35 0,35 0,42 0,44

Edad al primier entore - - - 2,5 2,5

• % de toros 1,1 1,4 1,1 - -

• % de parición 50 80 56 - -

• % de destete 34 69 40 52,9 49

Mortandad (%) 16 11 16 3,9 3,3

Kg ternero destetado/vacaentorada/ ano

- - - - -

kg carne vendidos/ha vacuna/ano 45,5 55,65 31,55 40,6 39,93

Trabajo total empleado(jornada/ha/ano) 1,18 0,89 0,79 0,68 0,61

• pasturas - - - - -

• manejo animal 1,18 0,89 0,79 0,68 0,61

• otros - - - - -

Uso de energia - - - - -

• consumo gasoll (l/ha) - - - 0,45 2,08

Continua...

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36

...Continuação

II - IndicadoresEconómicos

US$(ano)

US$(kg)

US$(ano)

US$(kg)

US$(ano)

US$(kg)

US$(ano)

US$(kg)

US$(ano)

US$(kg)

1 - Ingresso bruto 21,26 0,467 35,62 0,64 16,09 0,51 19,24 0,474 19,21 0,481

2 - Costos variables I 9,37 - 18,2 - 5,23 - 8,15 - 7,57 -

Costos variables II 9,37 0,206 18,2 0,327 5,23 0,166 8,15 0,201 7,57 0,19

2.1 - Comercialización - - 1,13 - 0,4 - 1,5 - 1,63 -

2.2 - Insumos 2 - 7,24 - 1,09 - 4,02 - 3,08 -

2.3 - Servicios 2,9 - 6,7 - 1,62 - 2,24 - 2,5 -

2.4 - Mano de obra 4,02 - 2,27 - 1,87 - - - - -

2.5 - Diversos (5%) 0,45 - 0,87 - 0,25 - 0,39 - 0,36 -

2.6 - Crédito IVA - - - - - - - - - -

2.7 - Crédito venta subproductos - - - - - - - - - -

3 - Margens bruto 11,9 0,262 17,41 0,313 10,86 0,344 11,09 0,273 11,63 0,291

4 - Costos fijos 11,14 0,245 10,35 0,186 10,12 0,321 13,98 0,344 33,07 0,828

5 - Costos totales 20,51 0,451 28,56 0,513 15,35 0,487 22,13 0,545 40,65 1.018

6 - Resultado I 0,76 0,017 7,06 0,127 0,74 0,023 -2,89 -0,071 -21,44 -0,537

7 - Recursos disponibles 978,23 - 982,15 - 933,3 - 345,08 - 373,27 -

8 - Interés sobre el capitalsin tierra 9,32 - 9,54 - 6,67 - 10,19 - 10,46 -

9 - Costo total + Interés sobre el capital sim tierra 29,83 0,656 38,09 0,684 22,02 0,698 32,32 0,796 51,1 1,28

10 - Resultado II -8,57 -0,188 -2,48 -0,044 -5,93 -0,188 -13,08 -0,322 -31,9 -0,799

III - Indicadores Ecométricos

1 - Valorización residual dela tierra (US$) -1,07 -0,31 -0,74 -6,54 -15,95

2 - Precio de equilibrio (US$) 0,656 0,684 0,698 0,796 1,28

3 - Productividad deequilibrio

para Resultado I (%)-3,56 -19,82 -4,59 15 11,64

4 - Productividad deequilibrio

para Resultado II (%)40,28 6,95 36,87 67,95 166,07

5 - Productividad del trabajo(kg/jor.) 38,56 62,25 40,14 59,31 65,46

6 - Carga tributaria yarancelaria teórica en elcosto de producción (%) 3,15 4,43 3,65 7,27 5,96

Fonte: Estudios sobre Competitividad de Productos Agropecuarios en el MERCOSUL. Ministério de Ganaderia y PescaUruguai.

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37

Tabela 23 - Cálculo de custos por regiões no Uruguai

País Uruguay Uruguay Uruguay Uruguay Uruguay

Localización Litoral altaaptitud

Ganaderageneral

Litoral altaaptitud

Basaltoganadera

Ganaderageneral

Tecnologia Agrícola agrícola

Representatividad Actual Actual Actual Actual Actual

4,99% de losestablecimientos

37,19% de losestablecimientos

ganaderos

6,02% de losestablecimientos

ganaderos

5,88% de losestablecimientos

ganaderos

24,02% de losestablecimientos

ganaderos

I - Indicadores Tecnológicos

Superfície del prédio 91 109 280 434 412

Superfície agrícola/lechera/ovinos 34 104 80 11 12

Superfície para vacunos 69 104 234 425 404

• % de campo natural 40,82 - 54,41 43,78 59,93

• % de pasturas permanentes - - - - -

- % de 2 anos de duración 2,19 - 3,85 0,21 0,45

- % de 3 y 4 anos de duración 4,37 - 5,25 0,21 0,45

- % de 5 y + anos de duración - - - - -

• % de verdeos de invierno 2,19 - - - -

• % de verdeos de verano - - - - -

MS producida/ha vacuna/ha - - - - -

Relación novillo/vaca 0,57 0,48 0,75 0,84 0,52

Relación novillho >3 anos/< 3 anos 0,3 0,4 0,32 0,78 0,48

Dotación (UG/ha vacuna) 0,67 0,54 0,54 0,38 0,51

Edad al primier entore 57 43 44 45 39

• % de toros 5,26 4 4,26 4,69 3,49

• % de parición 84,21 72 76,6 60,94 68,6

• % de destete 71,71 72 74,6 61 69

Mortandad (%) 12,5 2 2 2

Kg ternero destetado/vacaentorada/ ano 142,8 122,4 130,9 91,5 103,5

kg carne vendidos/ha vacuna/ano 72 50 54,2 34,3 47,6

Trabajo total empleado(jornada/ha/ano) 1,16 1,31 1,09 0,38 0,69

• pasturas - - 0,51 - -

• manejo animal 0,4 0,27 0,27 0,19 0,26

• otros 0,76 1,04 0,31 0,19 0,42

Uso de energia - - - - -

•consumo gasoll (l/ha) 0,73 - 0,284 - -

Continua...

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38

...Continuação

II - IndicadoresEconómicos

US$(ano)

US$(kg)

US$(ano)

US$(kg)

US$(ano)

US$(kg)

US$(ano)

US$(kg)

US$(ano)

US$(kg)

1 - Ingresso bruto 35,28 0,49 25 0,5 27,64 0,51 18,18 0,53 24,28 0,51

2 - Costos variables I 7,07 - 3,78 - 11,83 - 5,88 - 7,14 -

Costos variables II 7,07 0,098 3,78 0,076 11,83 0,218 5,88 0,171 7,14 0,15

2.1 - Comercialización 3,3 - 2,4 - 5 - 3,6 - 4,5 -

2.2 - Insumos 1,84 - - - 14,29 - 1,2 - 1,2 -

2.3 - Servicios 1,6 - 1,2 - 1,97 - 0,8 - 1,1 -

2.4 - Mano de obra - - - - - - - - -

2.5 - Diversos (5%) 0,34 - 0,18 - 0,56 - 0,28 - 0,34 -

2.6 - Crédito IVA - - - - - - - - - -

2.7 - Crédito venta subproductos - - - - - - - - - -

3 - Margens bruto 28,21 0,392 21,22 0,424 15,81 0,292 12,3 0,359 17,14 0,36

4 - Costos fijos 67,56 0,938 43,26 0,865 38,47 0,71 17,96 0,523 26,04 0,547

5 - Costos totales 74,64 1.037 47,04 0,941 50,3 0,928 23,84 0,695 33,18 0,697

6 - Resultado I -39,36 -0,547 -22,04 -0,441 -22,65 -0,418 -5,66 -0,165 -8,9 -0,187

7 - Recursos disponibles 789,19 - 587,01 - 876,99 - 498,35 - 506,44 -

8 - Interés sobre el capitalsin tierra 9,22 - 8,53 - 11,53 - 4,94 - 7,38 -

9 - Costo total + Interés sobre el capital sim tierra 83,85 1,165 55,57 1,111 61,53 1,135 28,77 0,839 40,56 0,852

10 - Resultado II -48,57 -0,675 -30,57 -0,611 -33,88 -0,625 -10,59 -0,309 -16,28 -0,342

III - Indicadores Ecométricos

1 - Valorización residual delatierra (US$) -8,1 -7,64 -5,65 -2,65 -4,07

2 - Precio de equilibrio (US$) 1,165 1,111 1,135 0,839 0,852

3 - Productividad deequilibrio para ResultadoI (%)

111,55 88,16 81,95 31,11 36,68

4 - Productividad deequilibrio para ResultadoII (%)

137,68 122,29 122,58 58,26 67,08

5 - Productividad del trabajo(kg/jor.) 62,07 38,04 49,67 90,13 69,78

6 - Carga tributaria yarancelaria teórica en elcosto de producción (%) 13,41 3,61 9,98 6,32 10,49

Fonte: Estudios sobre Competitividad de Productos Agropecuarios en el MERCOSUL. Ministério de Ganaderia y PescaUruguai.

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39

Tabela 24 - Cálculo de custos por regiões no Uruguai

País Uruguay Uruguay Uruguay Uruguay Uruguay

Localización Ganaderageneral

Litoral médiaaptitud

Basaltoganadera

Ganaderageneral

Ganaderageneral

Tecnologia

Representatividad Actual Actual Actual Actual Actual

24,02% de losestablecimientos

ganaderos

3,96% de losstablecimientos

ganaderos

3,35% de losestablecimientos

ganaderos

8,42% de losestablecimientos

ganaderos

24,02% de losestablecimientos

ganaderos

I - Indicadores Tecnológicos

Superfície del prédio 412 934 1.254 1.228 1.228

Superfície agrícola/lechera/ovinos 62 196 25 44 184

Superfície para vacunos 410 833 1.240 1.199 1.218

• % de campo natural 36,60 54,36 50,01 64,56 57,07

• % de pasturas permanentes - - - - -

- % de 2 anos de duración 1,58 2,7 0,16 0,33 2,54

- % de 3 y 4 anos de duración 3,26 5,48 0,37 0,71 5,08

- % de 5 y + anos de duración - - - - -

• % de verdeos de invierno 1,58 - 0,16 0,49 3,75

• % de verdeos de verano - - - - -

MS producida/ha vacuna/ha - - - - -

Relación novillo/vaca 0,85 0,8 0,83 0,59 0,99

Relación novillho > 3 anos/ < 3 anos 0,49 0,33 0,56 0,54 0,49

Dotación (UG/ha vacuna) 0,39 0,54 0,4 0,52 0,61

Edad al primier entore 39 43 32 33 33

• % de toros 3 5,99 4,76 5,31 6,44

• % de parición 70 75,45 61,9 69,39 80

• % de destete - 75 62 69 80

Mortandad (%) 4 2 2 2 2

Kg ternero destetado/vacaentorada/ ano 105 120 93 103,5 49,5

kg carne vendidos/ha vacuna/ano 39,8 56 41,2 52,9 68,1

Trabajo total empleado(jornada/ha/ano) 0,61 0,72 0,39 0,65 0,58

• pasturas 0,37 0,26 0,06 0,13 0,15

• manejo animal 0,19 0,27 0,2 0,26 0,3

• otros 0,05 0,18 0,13 0,26 0,13

Uso de energia - - - - -

• consumo gasoll (l/ha) 0,1844 0,0366 0,061 0,03 0,031

Continua...

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40

...Continuação

II - IndicadoresEconómicos

US$(ano)

US$(kg)

US$(ano)

US$(kg)

US$(ano)

US$(kg)

US$(ano)

US$(kg)

US$(ano)

US$(kg)

1 - Ingresso bruto 21,09 0,53 28,56 0,51 22,25 0,54 27,51 0,52 36,09 0,53

2 - Costos variables I 7,14 - 11,56 - 7,92 - 8,56 - 13,82 -

Costos variables II 7,14 0,179 11,56 0,206 7,92 0,192 8,56 0,162 13,82 0,203

2.1 - Comercialización 3,8 - 5,5 - 4,4 - 4,9 - 6,7 -

2.2 - Insumos 1,86 - 3,88 - 2,27 - 2,15 - 3,36 -

2.3 -Servicios 1,14 - 1,62 - 0,87 - 1,11 - 3,1 -

2.4 - Mano de obra - - - - - - - - -

2.5 - Diversos (5%) 0,34 - 0,55 - 0,38 - 0,41 - 0,66 -

2.6 - Crédito IVA - - - - - - - - - -

2.7 - Crédito venta subproductos - - - - - - - - - -

3 - Margens bruto 13,95 0,351 17 0,304 14,33 0,348 18,95 0,358 22,27 0,327

4 - Costos fijos 16,98 0,427 21,67 0,387 13,96 0,339 17,16 0,324 19,09 0,28

5 - Costos totales 24,12 0,606 33,23 0,593 21,88 0,531 25,72 0,486 32,91 0,483

6 - Resultado I -3,03 -0,076 -4,67 -0,083 0,37 0,009 1,79 0,034 3,18 0,047

7 - Recursos disponibles 570,85 - 554,67 - 522,12 - 546,58 - 557,4 -

8 - Interés sobre el capitalsin tierra 7,41 - 7,21 - 5,78 - 6,93 - 7,79 -

9 - Costo total + Interés sobre el capital sim tierra 31,53 0,792 40,44 0,722 27,66 0,671 32,64 0,617 40,7 0,598

10 - Resultado II -10,43 -0,262 -11,88 -0,212 -5,42 -0,131 -5,14 -0,097 -4,61 -0,068

III - Indicadores Ecométricos

1 - Valorización residual dela tierra (US$) -2,61 -2,97 -1,35 -1,28 1,15

2 - Precio de equilibrio (US$) 0,792 0,722 0,671 0,617 0,598

3 - Productividad deequilibrio para ResultadoI (%)

14,34 16,35 -1,65 -6,5 -8,81

4 - Productividad deequilibrio para ResultadoII (%)

49,45 41,6 24,35 18,67 12,77

5 - Productividad del trabajo(kg/jor.) 65,49 77,88 104,76 81,74 116,73

6 - Carga tributaria yarancelaria teórica en elcosto de producción (%) s/d 19,11 22,3 14,73 s/d

Fonte: Estudios sobre Competitividad de Productos Agropecuarios en el MERCOSUL. Ministério de Ganaderia y PescaUruguai.

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41

Tabela 25 - Cálculo de custos por regiões no Uruguai

País Uruguay Uruguay Uruguay Uruguay

Localización Litoral altaaptitud

Ganaderageneral

Ganaderageneral

Basaltoganadera

Tecnologia agrícola

Representatividad Actual Actual Actual Actual

0,51% de losestablecimientos

ganaderos

2,50% de losestablecimientos

ganaderos

1,20% de losestablecimientos

ganaderos

2,07% de losestablecimientos

ganaderos

I - Indicadores Tecnológicos

Superfície del prédio 2.801 3.503 3.503 3.784

Superfície agrícola/lechera/ovinos 597 203 175 47

Superfície para vacunos 2.483 3.355 3.375 3.739

• % de campo natural 56,48 68,93 66,22 57,47

• % de pasturas permanentes - - - -

- % de 2 anos de duración 2,43 0,66 0,51 0,19

- % de 3 y 4 anos de duración 4,89 1,34 1,01 0,36

- % de 5 y + anos de duración - - - -

• % de verdeos de invierno 1,8 0,66 0,51 0,19

• % de verdeos de verano - - - -

MS producida/ha vacuna/ha - - - -

Relación novillo/vaca 0,83 0,61 0,55 0,64

Relación novillho > 3 anos/ < 3 anos 0,34 0,54 0,52 0,52

Dotación (UG/ha vacuna) 0,57 0,53 0,51 0,43

Edad al primier entore 49 27 40 34

• % de toros 7,06 6,1 6,78 6,44

• % de parición 76,47 69,19 68,69 63,74

• % de destete 76 69 69 64

Mortandad (%) 2 2 2 2

Kg ternero destetado/vacaentorada/ ano 129,2 103,5 60,00 96

kg carne vendidos/ha vacuna/ano 64,9 53,1 451,2 40,3

Trabajo total empleado(jornada/ha/ano) 0,72 0,31 0,32 0,23

• pasturas 0,05 0,032 0,07 0,02

• manejo animal 0,28 0,26 0,25 0,21

• otros 0,39 0,018 - -

Uso de energia - - - -

• consumo gasoll (l/ha) 0,005 0,0184 0,0183 0,004

Continua...

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42

...Continuação

II - IndicadoresEconómicos

US$(ano)

US$(kg)

US$(ano)

US$(kg)

US$(ano)

US$(kg)

US$(ano)

US$(kg)

US$(ano)

US$(kg)

1 - Ingresso bruto 33,1 0,51 27,61 0,52 26,11 0,51 21,36 0,53

2 - Costos variables I 13,02 - 8,53 - 7,89 - 6,83 -

Costos variables II 13,02 0,201 8,53 0,161 7,89 0,154 6,83 0,17

2.1 - Comercialización 6,2 - 5,1 - 4,6 - 4,2 -

2.2 - Insumos 4,28 - 1,92 - 1,82 - 1,41 -

2.3 - Servicios 1,92 - 1,1 - 1,1 - 0,9 -

2.4 - Mano de obra - - - - - - - -

2.5 - Diversos (5%) 0,62 - 0,41 - 0,38 - 0,33 -

2.6 - Crédito IVA - - - - - - - -

2.7 - Crédito venta subproductos - - - - - - - -

3 - Margens bruto 20,08 0,309 19,08 0,359 18,22 0,356 14,53 0,36

4 - Costos fijos 22,87 0,352 15,86 0,299 15,12 0,295 11,13 0,276

5 - Costos totales 35,89 0,553 24,39 0,459 23,02 0,45 17,97 0,446

6 - Resultado I -2,79 -0,043 3,22 -0,061 3,09 0,06 3,39 0,084

7 - Recursos disponibles 743,54 - 637,66 - 635,14 - 514,24 -

8 - Interés sobre el capitalsin tierra 6,99 - 6,66 - 6,51 - 5,56 -

9 - Costo total + Interés sobre el capital sim tierra 42,88 0,661 31,05 0,585 29,53 0,577 23,52 0,584

10 - Resultado II -9,78 -0,151 -3,44 -0,067 -3,41 -0,067 -2,16 -0,054

III - Indicadores Ecométricos

1 - Valorización residual dela tierra (US$) -1,63 -0,69 -0,68 -0,54

2 - Precio de equilibrio (US$) 0,661 0,585 0,577 0,584

3 - Productividad deequilibrio para ResultadoI (%)

8,43 11,67 -11,65 -11,85

4 - Productividad deequilibrio para ResultadoII (%)

29,54 12,45 13,08 13,08

5 - Productividad del trabajo(kg/jor.) 90,31 169,36 160,37 160,37

6 - Carga tributaria yarancelaria teórica en elcosto de producción (%) 19 25,49 25,4 25,4

Fonte: Estudios sobre Competitividad de Productos Agropecuarios en el MERCOSUL. Ministério de Ganaderia y PescaUruguai.

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5 INSTRUMENTOS DE POLÍTICA ECONÔMICA

5.1 Existência de Incentivos

Praticamente, desde 1980, a pecuária não tem um programa de incentivos, noque diz respeito a crédito rural com juros subsidiados com vistas ao aumento deprodução e produtividade.

Um dos únicos programas de incentivo existente se refere a uma bonificação de5% a mais no preço do kg vivo, proporcionado pela indústria de carne com o pioneirismoda CICADE através do Programa Novilho Jovem. Este programa prevê o abate dosanimais com até 36 meses com a produção de uma carne de melhor qualidade, que éembalada em caixa destinada ao mercado interno no país inteiro, consumida por umpúblico mais exigente.

5.2 Assistência Técnica

Os dados nos mostram que apenas 34,50% dos produtores rurais recebemalgum tipo de assistência técnica. (Ver Tabela 26)

Tabela 26 - Tipo e origem da assistência técnica no RS

AssistênciaTécnica

NúmeroProdutores

Origem NúmeroProdutores

Agrícola 98.963 Governamental 89.712

Animal 98.551 Própria 13.355

Outra s/declaração 68.271

Fonte: Censo Agropecuário n° 24 - 1985 - IBGE.

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Os órgãos oficiais responsáveis pela assistência técnica são a Secretaria daAgricultura e Abastecimento, através da EMATER e do Departamento de ProduçãoAnimal.

Pelo setor privado, destacam-se as associações de raça, os escritóriosparticulares. Algumas cooperativas chegaram a ter departamentos técnicos estru-turadospara prestar assistência técnica aos seus associados, mas em função das últimas crisespraticamente este tipo de prestação de serviço desapareceu.

5.3 Pesquisa

A pesquisa na área animal no Estado é executada pela EMBRAPA através dedois centros nacionais, o CNPO em Bagé que engloba bovinos de corte, bovinos de leite,forrageiras e naturalmente ovinos, e CPATB (Centro de Pesquisa Agropecuária de TerrasBaixas de Clima Temperado) com atuação na área de bovinos de corte, búfalos eforrageiras.

A Secretaria da Agricultura até 1990, através do IPZFO (Instituto de PesquisasFrancisco Osório) e de umas 6 Estações Experimentais espalhadas pelo interior doEstado, também foi responsável por um grande aporte de tecnologia.

Atualmente a pesquisa da Secretaria da Agricultura foi incorporada por umafundação que passou para a Secretaria de Ciências e Tecnologia estando em fase dereestruturação.

As Universidades Públicas e Privadas, através das escolas de Agronomia,Veterinária e Zootécnica, também, desempenham um importante papel na geração denovas tecnologias para o setor. Entre elas, destacam-se a UFRGS, UFSM e UFPEL.

5.4 Tributação

5.4.1 Impostos sobre Importações de Carne Bovina

• Imposto Federal: IPI PIS FINSOCIAL ALÍQ.IMPORTAÇÃO NT 0,65% 26% 30%

• Imposto Estadual: ICMS 12%

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5.4.2 Impostos sobre Exportações de Carne Bovina

• Imposto Federal: IPI PIS FINSOCIAL NT NT 2%

• Imposto Estadual: ICMS 5,2%

5.4.3 Incidência de Impostos sobre Produtos Agropecuários

• Imposto Federal: IPI PIS FINSOCIAL NT 0,65% 2%

• Imposto Estadual: ICMS 12%

5.4.4 Impostos a Nível de Produtor

• FUNRURAL até 1990: 2,5% sobre a receita bruta • ITR: Variável de produtor para produtor • INSS: 28,2% da folha dos empregados • COFINS: 2% da renda bruta • Observação: Imposto de produtor para produtor não existe.

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6 COMERCIALIZAÇÃO

6.1 Canais de Comercialização Formais e Informais

A comercialização de animais em pé (vivos), de reprodutores (machos efêmeas), de terneiros novilhos magros, é feita de produtor a produtor diretamente ouatravés de leilões realizados por escritórios especializados em eventos específicos e porocasião de exposições feiras. Especificamente, para a comercialização de terneiros,existe um programa oficial de Governo, que é chamado de Feiras de terneiros, queocorrem em 2 épocas na primavera e no outono. Em ambas as épocas, exige-se, para ainscrição dos terneiros, uma idade e um peso mínimo. Historicamente, os terneiros sãocomercializados integralmente, com preço superior, em quilo/vivo, do que os animaisvendidos prontos para o abate.

A comercialização de animais grandes é feita por frigoríficos, cooperativas ematadouros.

Com inspeção estadual, estão registrados na Secretaria da Saúde e MeioAmbiente 353 estabelecimentos ligados ao ramo segundo dados também doSICADERGS. (Ver Tabela 27)

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Tabela 27 - Relação das cooperativas e frigoríficos com a capacidade diária deabate no RS, sob inspeção federal

Estabelecimentos Municípios CapacidadeReses/Dia

Cooperativa Rural Alegretense Ltda. Alegrete 800Frigorífico Pradense Ltda. Antônio Prado 180Frigorífico São Domingos Ltda. Bagé 200Coop. Ind. Reg. Carnes Der. Ltda. CICADE Bagé 700Frigorífico Pampeano Ltda. Bagé 550Frigorífico Pampeano Ltda. Bagé 550Coop. Reg. Agrícola Languiru Ltda. Bom Retiro do Sul 120Frigorífico PP Ltda. Bom Retiro do Sul 150Frigorífico Caçapava Ltda. Caçapava do Sul 270Frangosul Alimentos S.A. Caxias do Sul 600Coop. Reg. Tritícola Serrana Ltda. Dom Pedrito 240Costi S.A. - Ind. Com. Encantado 110Coop. Suinoc. de Encantado Ltda. Encantado 50Frigorífico Erechim Ltda. Erechim 100Frigorífico Perini Ltda. Farroupilha 400Coop. Trit. Getúlio Vargas Ltda. Getúlio Vargas 50Coop. Reg. Castilhense Ltda. Júlio de Castilhos 450Ind. de Prod. Alim. Gledi Ltda. Montenegro 400Coop. Suinoc. Caí Superior Ltda. Montenegro 180Frigorífico Zuchetti S.A. Nova Araçá 40Frivale S.A. Parobé 350Z.D. Costi Ltda. Passo Fundo 50Matadouro Irigon Ltda. Pedro Osório 100Frigorífico Casarin Ltda. Pelotas 400Frigorífico Extremo Sul S.A. Pelotas 400Frigorífico Rio Pel Ltda. Pelotas 800Coop. R. Santanense Ltda. Santana Livramento 350Swift-Armour S.A. Ind. Com. Santana Livramento 1.200Coop. R. Gabrielense Ltda. São Gabriel 500Coop. R. Sananduva Car. Der. Ltda. Sananduva 50Frigorífico Silva Ltda. Santa Maria 250Prenda S.A. Santa Rosa 200Frigorífico Santo Ângelo S.A. Santo Ângelo 160Frigorífico São Luiz Ltda. São Luiz Gonzaga 250Cooperativa Rural Serrana Ltda. Tupanciretã 500Cooperativa Fronteira Oeste Ltda. Uruguaiana 600Frigorífico Vacariense S.A. Vacaria 700

Fonte: SICADERGS.

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Nos últimos quinze anos, houve uma redução em torno de 61% no número deestabelecimentos aptos para a exportação internacional de carne. (Ver Tabela 28)

(*) Em junho de 1995 apenas três frigoríficos estão operando com o mercadoexterno face a problemas econômico-financeiros.

Tabela 28 - Relação dos estabelecimentos exportadores de carne sob inspeçãofederal no Ministério da Agricultura do RS

Estabelecimento Municípios de Origem

Coop. R. Alegretense Ltda. AlegreteCICADE (*) BagéFrigorífico Pampeano Ltda. BagéBRASMANN do Sul Caxias do SulCoop. Reg. Trit. Serrana Ltda. Dom PedritoFrigorífico Perini FarroupilhaCoop. R. Castilhense Ltda. Júlio de CastilhosFrivale S. A. Frigorífico ParobéFrigorífico Casarin Ltda. PelotasFrigorífico Extremo Sul S.A.(*) PelotasFrigorífico Rio Pel S. A.(*) PelotasFrigorífico Três Coroas Ltda. Rio PardoCoop. R. Santanense Ltda. Santana do LivramentoCoop. R. Gabrielense Ltda. São GabrielCoop. Fronteira Oeste Ltda. UruguaianaFrigorífico Vacariense VacariaSwift - Armour S.A. Santana do Livramento

Fonte: INSTUCARNES - Dez/89.

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A nível de mercado interno, nos últimos 15 anos, a redução no número deestabelecimentos ficou em torno de 57%. (Ver Tabela 29)

Tabela 29 - Relação dos estabelecimentos habilitados ao mercado interno sobinspeção federal

Estabelecimento Municípios de Origem

Frigorífico Pradense Ltda. Antônio PradoFrigorífico Cicade de Bagé BagéCoop. Reg. Agric. Languiru Ltda. Bom Retiro do SulFrigorífico P. P. Bom Retiro do SulFrigorífico Caçapava Ltda. Caçapava do SulCosti S.A. Ind. e Com. EncantadoCoop. Suinoc. Encantado Ltda. EncantadoFrigorífico Erechim Ltda. ErechimDamo S.A. Ind. Com. Exp. Imp. Frederico WestphalenCoop. Tritícola Getúlio Vargas Getúlio VargasImbratex S. A. Imp. Exp. JaguarãoComp. Transp. Dois C. Ltda. MontenegroFrigorífico Zuchetti S.A. Nova AraçáFrigorífico Bassanense S. A. Nova BassanoCom. Transp.de Carnes Formighieri Ltda Passo FundoZ. D. Costi Ltda. Passo FundoMat. Irigon Ltda. Pedro OsórioCoop. Reg. Sananduva Car. Deriv. Ltda. SananduvaFrigorífico Silva Ltda. Santa MariaPrenda S.A. Santa RosaFrigorífico Santo Ângelo Santo ÂngeloCoop. Reg. Tritícola Serrana Ltda. São Luiz GonzagaSulina Alimentos S.A. Serafina CorreaCoop. Rural Serrana Ltda. Tupanciretã

Fonte: INSTUCARNE - Dez/89.

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A comercialização de animais gordos, ou seja, prontos para o abate, seconcentra no RS em épocas bem definidas entre março e julho, em conseqüência denossa exploração basear-se no campo natural, que é composto de espécies decrescimento estival.

Esta situação nos leva a algumas conseqüências funestas como a indução depreços, a capacidade ociosa do parque industrial, durante o período de entressafra,prejudicando a margem de comercialização. O Gráfico 3, compara a evolução dos preçosna safra (jan./jun.), com a evolução dos preços na entressafra (jul./dez.) numa sériehistórica de 23 anos. Como se observa, as cotações na safra normalmente são inferioresàs da entressafra, salvo algumas exceções determinadas por crises econômicas ou poralterações bruscas na condução da economia. Ex.: Plano Cruzado. No Gráfico 4, ospreços reais do boi têm apresentado uma tendência de queda, ou seja (Cr$ 21,54 pormês), como nos mostra o gráfico, através de uma série história de 23 anos. E este fato écomum tanto para os preços de safra como da entressafra. Mas cabe ressaltar que atendência de queda não é exclusiva de carne, mas sim de quase todos os preçosagrícolas. Outro fator importante a ser observado no Gráfico 5, é a relação de troca entreo salário mínimo e o preço do boi (kg/vivo). Nos últimos 20 anos, um salário foi capaz deadquirir, em média, 115,97kg de boi vivo, por mês. O gráfico mostra a tendênciadeclinante. Em média, a cada mês, o salário mínimo deixou de adquirir 140g de boi vivo,ou seja, 1,68kg/ano e 33,6kg num espaço de 20 anos. Cabe destacar também que cercade 2/3 das perdas acumuladas em 20 anos aconteceram nos últimos 5 anos.

6.2 Custos de Comercialização - Preços Médios Recebidos pelosProdutores

Como se pode observar, nos anos de 1979 e 1980 respectivamente, o valor damédia anual dos preços mensais corrigidos do kg/vivo do boi, tanto em cruzeiroscorrigidos pelo IGP como em dólar médio foram os mais altos da década 70/80. Estavariação cíclica de preço é conhecida também como o ciclo de gado, onde o produtortenta manter constante a renda, retendo matrizes em anos de preços altos e praticandograndes abates de matrizes em épocas de preços baixos. Na década de 80/90, osmaiores preços em cruzeiros corrigidos se deram em 1986 e 1987, atribuídos aofenômeno ciclo do gado e também aos efeitos do plano cruzado. Estes altos preços nãocoincidiram com os valores em dólar médio devido à manipulação do câmbio, ocorridapor ocasião do plano cruzado. Por este motivo, para uma análise mais condizente com anova realidade, tem-se recomendado o uso de preços em cruzeiros, a partir de 86,atualizados pelo IGP.

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Tabela 30 - Média anual dos preços mensais do kg/vivo do boi corrigidos 03/11/1992

Ano Em CR$ Outubro/92 (*) Em US$ (**)

1973 8.237,06 0,381974 9.215,22 0,491975 8.001,90 0,461976 7.137,22 0,441977 6.624,57 0,441978 7.851,33 0,561979 11.013,83 0,821980 10.580,07 0,791981 7.121,70 0,641982 5.798,00 0,531983 6.415,34 0,471984 7.503,19 0,541985 6.416,64 0,451986 7.273,77 0,571987 7.766,85 0,681988 5.228,85 0,531989 6.092,03 0,771990 5.209,39 0,851991 4.660,27 0,64

Fonte: EMATER/RS.Notas: (*) corrigidos IGP-DI da FGV (out/92 estimado); (**) Dólar comercial médio (venda).

Nesta década, o maior índice de abate de fêmeas foi nos anos 88 e 89,prenunciando com isso o início de uma fase de preços altos a partir de 1992 provenienteda redução do rebanho. (Ver Tabela 31)

Tabela 31 - Quantidade de animais abatidos (machos e fêmeas) a nível de Brasil

Ano Bois (%) no Total Vacas (%) no Total Total

1980 7.215 75,4 2.273 23,7 9.5731981 7.166 72,0 2.709 27,2 9.9561982 7.547 64,7 4.018 34,5 11.6591983 7.629 66,0 3.831 33,2 11.5481984 6.495 69,6 9.681 36,0 10.2141985 7.144 67,4 3.415 32,2 10.6081986 6.483 71,1 2.592 28,4 9.1111987 6.967 69,7 2.982 29,8 9.9961988 7.500 63,0 4.400 37,0 11.9001989 8.322 61,8 5.107 37,94 13.4621990 8.704 66,4 4.367 33,33 13.104

Fonte: IBGE.

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7 INDUSTRIALIZAÇÃO/AGROINDÚSTRIAS

A indústria de carne surgiu no Brasil nos anos de 1917, através de grandesgrupos estrangeiros, tais como Swift/Wilson/Armour e Anglo construindo frigoríficos noRio Grande do Sul e São Paulo com vistas a desfrutarem do rebanho bovino, tido como omais lucrativo devido ao sistema de engorda extensivo.

Hoje existem mais de 215 indústrias com linhas de abates e aproveitamentoglobal com o serviço de carne bovina encontrando-se preparadas para atender asexigências do mercado interno e externo oferecendo cortes e produtos cárneos, deacordo com a preferência do mercado comprador de carnes nobres, especiais,desossadas, empacotadas, resfriadas, congeladas etc. Entretanto, a indústria frigorífica,por ser extremamente técnica, necessita de grande imobilização financeira eminvestimentos em máquinas, capacidade de frio, estocagem higiênico-sanitária e de mão-de-obra especializada, exigindo para uma viabilização econômica abates diários o anointeiro. O período de estratégia com uma sensível redução de abates traz sérios prejuízosà indústria com conseqüências para o consumidor.

Calcula-se que a ociosidade se aproxima de 60%. A capacidade de abate sobinspeção federal se aproxima de 2,9 milhões de cabeça/mês. O atual parque industrial orainstalado, dentro da normalidade, tem condições de responder tanto quantitativamentecomo qualitativamente para o ano 2.000, onde se estima um abate de 30 milhões decabeças e 6.100.000 toneladas de carnes/ano.

Em termos de Rio Grande do Sul, o problema também é a ociosidade de suacapacidade instalada. A nossa produção situa-se ao redor de 1.000.000 a 2.000.000 decabeças/ano, enquanto que a capacidade instalada é para cerca de 6.000.000 decabeças/ano. Isto corresponde a uma ociosidade superior a três vezes a produção. Osuperdimensionamento destas unidades e a produção sazonal da carne sãoresponsáveis por essa ociosidade. A solução passa por uma produção de carne ao longodos 12 meses através de um sistema mais intensivo com pastagens artificiais integradocom a agricultura ou então alguns frigoríficos terão que redirecionar as suas atividades.

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8 ABASTECIMENTO ESTADUAL

8.1 Balanço da Oferta e de Demanda Estadual

Como se pode observar na Tabela 32, os municípios da grande Porto Alegre seconstituem como os maiores consumidores da nossa carne com uma média na décadade 80 de 54.398.071,27kg de carne. (Sob Inspeção Federal).

Tabela 32 - Distribuição da carne produzida no RS

Ano

GrandePorto Alegre

(kg)

Interiordo RS

(kg)

OutrosEstados

(kg)

Outros PaísesMercado

Internacional(kg)

Total

1980 61.375.454 57.764.072 38.696.881 26.922.654 184.819.0611981 58.968.873 42.941.827 33.247.406 42.534.645 177.692.2121982 66.941.427 55.929.310 33.658.340 48.818.647 205.341.7321983 54.414.953 52.409.465 39.208.540 52.449.656 198.482.6141984 40.530.239 53.965.604 32.851.460 50.109.142 177.456.4451985 52.301.484 47.449.088 51.301.059 49.814.742 200.866.3731986 46.932.565 37.409.750 49.214.661 28.700.350 162.257.3261987 52.664.160 34.770.825 32.866.125 25.714.852 145.015.9621988 57.208.923 45.944.054 49.388.692 47.681.906 200.223.5751989 60.836.624 45.150.580 48.354.253 34.920.927 189.262.3841990 46.204.082 49.176.355 43.824472 20.994.735 160.199.644

Fonte: Instituto Sul-Rio-Grandense de Carnes - Setembro/91.

8.1.1 Exportação de Carne Bovina do Rio Grande do Sul

Os dados nos mostram que os maiores preços foram obtidos em 80 e 81. De 82até 90 os preços mantiveram-se estáveis. (Ver Tabela 33)

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Tabela 33 - Quantidade de carnes do RS exportada para o Mercado Internacional

Ano (kg) (US$) (US$/kg)

1980 26.922.654 95.346.766 3,551981 42.534.645 131.534.645 3,101982 48.818.647 119.567.223 2,451983 52.449.656 121.705.130 2,331984 50.109.142 114.122.171 2,281985 49.814.742 109.267.047 2,201986 28.700.350 66.484.948 2,321987 25.714.852 75.464.928 2,941988 47.681.906 100.532.247 2,111989 34.920.927 57.460.123 1,651990 20.994.735 39.556.166 1,88

Fonte: Instituto Sul-Rio-Grandense de Carnes.

8.2 Consumo Estadual no Meio Rural - (Consumo de Carne kg/hab./ano)

A Tabela 34 mostra que nos últimos 10 anos, em média, o consumo manteve-seem torno de 20,85kg/hab./ano, sendo superior ao consumo do país cuja média no mesmoperíodo foi de 15,35kg/hab./ano. (Cálculo sobre os dados oficiais da Inspeção Federal).

Tabela 34 - Quantidade de carne (kg/hab./ano) consumida no RS e Brasil na décadade 80

Ano Rio Grande do Sul Brasil

1980 19,9 17,21981 19,2 15,41982 25,2 16,01983 23,8 14,51984 17,7 12,11985 25,1 12,71986 18,1 14,81987 16,9 13,91988 21,2 13,21989 21,3 19,51990 21,3 19,6

Fonte: CEPA/RS - Instucarne/IBGE (Baseado em dados oficiais).

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Mesmo se considerarmos o abate clandestino que é estimado em 50% a maisna produção, o Brasil em relação aos países que compõem o MERCOSUL possui omenor consumo por habitante ano (Tabela 35) o que vem caracterizando a perda dopoder aquisitivo da nossa população nestes últimos anos. De 1990 a 1993, a tendênciaem termos de consumo permaneceu inalterada.

Tabela 35 - Consumo de carne nos países do MERCOSUL (kg/hab/ano)

País 1988 1989 1990 1993

Brasil 13,2 19,5 19,6 22,9

Argentina 73,4 70,8 69,0 69,5

Uruguai 63,6 62,6 57,4 61,7

Paraguai 46,0 31,0 32,0 -

Fonte: Insttucarne - IBGE e World Livestock Situation U.S.D.A. October - 1992. Gatt - InternacionalMeat Council (JMC).

8.3 Demanda Interna Estadual (in natura e Industrial)

Segundo o Diese, entre os meses de maio e agosto de 1992, quando o salárioera de Cr$ 230.000,00, isto eqüivaleria a 26,54kg de colchão mole, o que corresponde a30,54% a mais do que os 20,33kg a que correspondia em agosto de 1985.

Isto quer dizer que a carne, entre agosto de 1985 e agosto de 1992, subiu menosque a inflação e menos ainda que o salário mínimo.

De acordo com o Diese, o salário mínimo perdeu 54,39% de seu valor real entre1985 e 1992. Apesar de corroído, o salário mínimo conseguiria comprar uma quantidademaior de carne do que sete anos atrás. Segundo dados da AGRIPLAN, Boletim nº 17 anoII, 01/08/95.

Em junho de 1995, com um salário mínimo se adquire em torno de 43,5kg decarne de segunda com um incremento de 70% em relação a igual período em 1994. Isto éatribuído ao crescimento do poder aquisitivo da população devido ao Plano Real.

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Tabela 36 - Quantidade de carne adquirida com o salário mínimo

Mês de Agosto

Ano Carne (kg)

1980 23,901981 29,511982 28,801983 23,721984 20,681985 20,331986 26,341987 16,631988 25,441989 19,041990 15,721991 26,141992 26,54

Fonte: Diese e Centro de Informações Gazeta Mercantil.

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9 RESTRIÇÕES AO MERCOSUL

Além dos desencontros nas economias dos países integrantes do MERCOSUL,tais como políticas de câmbio, tributária e de salários na parte agrícola especificamentena carne, enfrentamos problemas de custo de produção mais elevado. Há uma menorprodução e produtividade em relação ao Uruguai e Argentina, não só por condiçõestécnicas de produção, mas sim pela qualidade superior do solo que nos coloca emsituação de inferioridade.

A falta de padronização de Normas Sanitárias Gerais para todos os países temprejudicado o Brasil funcionando como verdadeira barreira de protecionismo. Há, também,necessidade de se estabelecerem normas metrológicas e de padronização comuns aospaíses que integram o MERCOSUL. Freqüentemente temos recebido produtos compadrões diferentes dos nossos, muitas vezes de qualidade inferior e de menor custocompetindo de forma desleal com os nossos e até em alguns casos desrespeitando ocódigo interno do consumidor.

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10 VANTAGENS QUE O SETOR APRESENTA EM RELAÇÃO AOMERCOSUL

A integração de países para a formação de um mercado comum implica emprejuízos para alguns setores econômicos de cada país e benefícios para outros. Aintegração não pode ser analisada setorialmente e sim de forma global. Inicialmente, ospaíses com maior competitividade levam maior vantagem.

Mas o importante é que os países que constituem o MERCOSUL negociem embloco. O fato do RS de ter predominantemente o seu rebanho originário de raçaseuropéias poderá facilitar o tipo de negócio em bloco como, por exemplo: a venda decarne para o Mercado Comum Europeu. O parque industrial do Estado é um dos melhoraparelhados no que diz respeito à exportação, com ênfase ao processamento de carneenlatada e pré-cozida. Este mesmo parque industrial ainda pode servir de acessoprincipal de importação de carne, com vistas a atender os outros Estados da União, quetêm grande potencial de consumo.

Ainda, segundo a análise do professor Atos F. Grawunder do IEPE, a abertura demercado permitirá a venda de produtos e compra de insumos, a preços internacionais, etrará benefícios para a bovinocultura de corte aumentando o retorno da atividade.

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11 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

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BICCA, E.F. Extensão Rural: da pesquisa ao campo. Porto Alegre: Agropecuária, 1992.184p.

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CACHAPUZ, J.M. da S. Caracterização da Bovinocultura de Corte no RS. In: EN-CONTRO REGIONAL DE PECUÁRIA, Bagé, 1984.

CONJUNTURA ECONÔMICA. Brasília; CONAB. v.3, n.16, maio, 1992.

CROQUE, C. et al. Estudios sobre Competitividad de Productos Agropecuários enel MERCOSUR: sistemas de produccion, coeficientes tecnológicos, margenes yresultados agropecuários 5. Montevideo: Ministério Agricultura; GTZ, 1992. 223p.

EMATER. Rio Grande do Sul. O Setor Primário do Rio Grande do Sul Diagnóstico ePerspectivas Sócio-Econômicas - Resumo Geral. Porto Alegre, 1991. 50p.(EMATER. Rio Grande do Sul. Realidade Rural, 1)

EMATER. Rio Grande do Sul. O Setor Primário do Rio Grande do Sul Diagnóstico ePerspectivas Sócio-Econômicas: Análises Setoriais. Porto Alegre, 1991. 166p.(EMATER. Rio Grande do Sul. Realidade Rural, 2)

EMATER. Rio Grande do Sul. O Setor Primário do Rio Grande do Sul Diagnóstico ePerspectivas Sócio-Econômicas. Porto Alegre, 1991. 339p (EMATER. RioGrande do Sul. Realidade Rural, 3)

EMBRAPA; EMBRATER. Sistema de Produção Misto para Bovinocultura de Corte eOvinocultura: microrregiões da Campanha e Lagoa Mirim/RS. Porto Alegre:EMATER/RS, 1977. 88P. (Boletim, 88)

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68

FAO. Anuário de Produção 1990. Roma, 1990. v.44

FAO. Anuário de Comércio 1990. Roma, 1990. v.38

GRAWUNDER, Atos F. Projeto Mercosul-Brasil: relatório sobre projetos pecuários.Porto Alegre: IEPE, 1992. 32p.

IBGE. Anuário Estatístico 1980-1989. Rio de Janeiro.

IEPE. A Agropecuária Sulbrasileira no Contexto do MERCOSUL. Porto Alegre, 1992.255p.

IPARDES. MERCOSUL: custos e incidência tributária na produção agropecuária eagroindustrial. Curitiba, 1992. 63p.

MUNOZ, R. El Mercado Internacional de la Carne Bovina. In: CONGRESSO LATI-NOAMERICANO DE COMÉRCIO EXTERIOR, 9.

SEMINÁRIO REGIONAL DE ECONOMIA AGRÍCOLA, 2., Cruz Alta, 1991. Perspectivasda Agroindústria no MERCOSUL. Cruz Alta: UNICRUZ, 1992. 200p.

TOLEDO, H.C. Industrialização da Carne: história. São Paulo. Sindicato da Indústriado Frio no Estado de São Paulo, s.d. 10f.

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PUBLICAÇÕES DA SÉRIE REALIDADE RURAL

Volume 1 - O setor Primário do Rio Grande do Sul - Diagnóstico e Perspectivas Sócio-Econômicas(Resumo Geral).

Volume 2 - O Setor Primário do Rio Grande do Sul - Diagnóstico e Perspectivas Sócio-Econômicas(Análises Setoriais).

Volume 3 - O Setor Primário do Rio Grande do Sul - Diagnóstico e Perspectivas Sócio-Econômicas(Análises por Atividades).

Volume 4 - A Incorporação de Pequenos e Médios Produtores no Processo de Integração doMERCOSUL.

Volume 5 - Lã e Carne Ovina: O MERCOSUL, Frente aos Maiores Produtores Mundiais.

Volume 6 - Sojicultura Rio-Grandense - Panorama Setorial/MERCOSUL.

Volume 7 - O Panorama Setorial da Bovinocultura de Corte Gaúcha no Processo de Integração doMERCOSUL. 2ª edição.

Volume 8 - O Panorama Setorial da Triticultura Gaúcha no Processo de Integração do MERCOSUL.

Volume 9 - A Suinocultura Rio-Grandense: um Panorama Setorial no MERCOSUL.

Volume 10 - O Panorama Setorial do Feijão no Processo do MERCOSUL.

Volume 11 - Acompanhamento Técnico das Lavouras de Soja Assistidas pela EMATER/RS - 1992/93.

Volume 12 - O Panorama Setorial da Cultura da Maçã no Processo de Integração do MERCOSUL.

Volume 13 - A Cultura do Pêssego no Rio Grande do Sul, no Processo de Integração do MERCOSUL.

Volume 14 - Diagnóstico Agroeconômico da Cebola no Rio Grande do Sul.

Volume 15 - Diagnóstico do Setor Pesqueiro do Rio Grande do Sul.

Volume 16 - Acompanhamento Técnico das Lavouras de Soja Assistidas pela EMATER/RS - 1993/94.

Volume 17 - Diagnóstico do Setor Leiteiro do Rio Grande do Sul no Âmbito do MERCOSUL.