versos malditos

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Maldito tu eras, maldito tu és, bendito serás

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Após quase 2 anos, voltei a escrever, e neste livreto faço uma compilação de novos poemas, todos de minha autoria.Sempre misturando elementos reais e ficcionais, "Versos Malditos" é uma breve viagem poética por vários mundos e situações. Tenham uma boa leitura.

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Maldito tu eras, maldito tu s,bendito sers

Textos, edio e fotografiaGlauco SilvaTodos os direitos reservados

Anunciao

Mais um dia ensolarado em que no sentia os raios de luz,enxergava somente o cinza.Dor!Perda...No era a primeira vez,quem dera fosse...Novamente a mesma sensao ruim.Aperto no peito...Ser que morreria mais uma vez?Pensamentos...Lamentos...Tudo fora de ordem.O corao havia sido enganado novamente.Engano?Seria apenas mais um,causando um enorme dano.

O homem triste

H quem diga que ele tinha um lindo sorrisoe as vestes mais lindas de toda cidade.Ento o que houve com este sujeitoque hoje anda imundo e tristonho?Onde ficaram seus sonhos?Quem roubou tua felicidade?Respostas que somente o homem triste sabe.

Insnia

Rolando pela cama,ouvindo todos os rudos da madrugada,perde a pacincia e abre a porta.Senta-se na escada, acende um cigarroe observa a rua deserta.Altas horas!E o sono, onde est?Volta para cama,incomoda-se com o tic tac do relgio,percebe que est quase na horade acordar do que no dormiu.Mau humorado ficars,pela noite toda,alerta.

Causa Mortis

Ao lado do corpo, cocanae uma garrafa de usque.Cena deprimente de um homementregue dor de uma separao.No quarto h mveis e pequenos objetos quebrados,alm de fotos espalhadas pelo choe em todas elas um sorriso,de uma bela mulher,que o fez perder a razo.O dia cinza

J no ouvia o ronco dos motores,nem sentia mais a fumaa, tampouco notava as conversas alheias.Confuso...Atordoado...Andando como um zumbi,procurava as respostas que ele j sabiae no se conformaraEntretanto, esse era apenas mais um diapara sua coleo de piores dias.E as cinzas do incndioque pintou o cu algumas horas antes,agora o tomara por completo.No sentia fome, nem frio,apenas um grande vazioda saudade de um abrao que no veio.Chuva, molhe agora este homem e lave tua alma,neste dia cinza, carrancudo e feio.

Fashionistas

Entre olhares e nenhuma palavra,seres to opostos, porm iguais.Tu s rival de Gagae eu apenas o cara da jaqueta preta,mas por que no estarmos dispostos aventura de uma noite, de um dia,de vrias noites, vrios dias?A morte

A morte veio at mim enquanto estava distrado.Olhou-me fixamente sorrindo,pediu permisso e sentou-se ao meu lado.Dividimos algumas doses juntos,perdi-me em teu encanto.Tinha belas curvas e bom papo.Levou-me para todos os cantos.Eu gostava e fazia teu jogo,deixava-me seduzire nem percebiaque aos poucos estava morrendo.Doce morte,triste vida,no havia mais sada.

Orgasmo

Buscar-te ei em minutos de loucuraCom movimentos frenticosAntecedidos pelos toques irrestritosde tuas mos e tua bocaBuscar-te ei contigo agora,entre sussurros e gemidos,ei de sermos s prazer, agora!

Vintage love

Ainda resta um pouco do licor de menta sobre a mesa,sinto teu perfume em meu travesseiro,relembro cada curva de teu corpo,ainda que a mais bela seja a do teu sorriso.

Provocaes ao p do ouvido,suspiros, sussurros...Demos adeus s nossas vestimentas,E esquecemos nosso choque de culturas.

A noite dos amantes foi nossa.Sem pudores e receios,como se fssemos velhos conhecidos,Ei de chamar-te carinhosamente, meu vintage love.

Platnico

Ainda que o chocolate alegree que a msica distraia,sou o mesmo clichde um homem buscando teu corpo,teu rosto,em qualquer algum que passa.Chega de declaraes,chega de confisses,ei de parar com tudoe acostumar-me com a saudadede algo que na verdade nunca tive,este algo em forma de voc!

Observador

Gosto!Gosto desses jovens escrevendo inocentes poemas.Sonhadores, despertando para o mundo,descobrindo sentimentos,vivendo novas sensaes.Gosto!Gosto desses jovens escrevendo simples versos.Desbravadores, indo contra a corrente,projetando um novo futuropara as novas geraes.Gosto!

Rezo

No peo aos santos,no ouo pastores,nem atenho-me s religies.Minha reza com os mortos.Amadas pessoas que estiveram comigo,como se estivessem ainda ao meu lado.Protegendo-me,dando-me forae pazpara seguir em frente.O caminho at o ultimo suspiro tortuoso e difcil,mas em transe,encontro-mee encontro-osabenoando meus passos,e eles dizemum passo de cada vez.

Depois

Alimentava-me sem sentir sabor algum,martelava as palavras ditas e lembravada tragdia anunciada e realizada.No restava mais nada, nada...Finito

Lembra-te,tu no s imortal vampiro,nem outro ser criado pela imaginao humana.s apenas o ser humano.

Nasces...Cresces...Morres...

E neste tempodo incio at o final,pensaste no que fizera,ou ainda quer fazer?

Lembra-te,tu no s infinitoe isso nem precisaria ser dito.

Frio e s

Saudade, ainda lembro teu nome,mesmo tentando esquecer.Confesso, no estava preparado pra ti neste dia gelado.Por que vens a mim, hoje?Por que no senti tua falta nos primeiros dias?Por que deixar-me neste triste estado?Maldito luto desse amor impossvel.Essa saudade bandida que toma-me sem permisso,faz meu dia ainda mais frio,s me traz dore um enorme vazio.

Amargo

Ainda houve coragem de dirigir-lhe as ltimas palavras.Depois de tanto rancor,enorme dor.

Perdeu-se o encanto,o respeitoe o amor

O peito agora sangracomo se uma espada estivesse cravada.Quanto tempo demora,para passar este amargor?

A mais longa e bela viagem

estranho.Olhando as velhas fotos,parece que vivi cem anos.So tantos rostos, sorrisos,festas, amigos,paisagens, animais de estimao.

De certo, estou de passageme olhando as velhas fotos,vejo que fiz e ainda permaneofazendo uma grande viagempor essa estrada que chamamos de vida.

No sei se para arrepender-me ou conformar-se,mas vejo que perdi muito da minha ingenuidade.Ainda tenho o riso fcil,mas no to radiante e simples como outrora.Tambm no confio em qualquer um como antes.Quem dera antes eu fosse assim...Seriam menos despedidas, menos dores e arrependimentos.

So tantos pensamentos...Chega de olhar as velhas fotosou ento jamais pararei de escrever sobre meu universo,que certamente tem muito a ver com o teu.

Entre tantos ts

Por tantas vezes fujo do espelho.A imagem refletida no sou eu.Por tantas vezes chorei(e ainda choro)

Riram quando eu estava feliz com meu novo vestido,apontaram-me como se eu fosse uma aberrao,trataram-me com muito desprezo...

Por tantas vezes me sinto se este corpo no o meu.Por tantas vezes desejei a morte( e s vezes, ainda desejo)

No riam,no apontem-me,no desprezem-me...

Sou apenas uma mulherpresa neste corpo msculo.Masculinidade que no faz parte de mim.Por que tive de nascer assim?

Invisibilidade proposital

Andando por todos os cantos,observando...Seguindo por qualquer caminho,desbravando...Nos ps, o velho calado.No corpo, a humilde vestimenta.Observa,desbravae segue.Fazendo-se invisvel aos olhares normais,constri em sua mente a estriabaseada naquilo que presencia.Cuidado meu caro, ele o sujeito raroa passar-se por um homem comum.

Homo

Ainda que elogiassem teus belos olhos,tua boca carnuda,teu sorriso radiantee teu corpo viril,nenhuma mulher o conquistara.

Ainda que elogiassem tua inteligncia,tua diplomacia,teu poder de persuasoe tua gentileza,nenhuma mulher o conquistara.

Era um caso perdido.Desperdcio!Era o que elas diziam sempre,mas como seriam verdadeiras tais afirmaesse os homens sempre o conquistaram?

O paciente

Picadas de agulha,dores intensas,sensao ruim...Como uma cobaia, o paciente respira.Precisa de flego,segura o choro, afasta-se e olha pela janela.Observa um menino brincando na chuva.To lindo o sorriso do pequeno,to pura tua alma,ento o paciente volta no tempoe lembra-se que um dia tambm foi uma inocente criana,tornando-se assim ciente, de toda inocncia que perdeu.

Eme um cinco dois

Basta uma dose,porque duas overdose.Garons, eu gostei deste trem,vamos mais uma vez?T vendo at o Gyodai na minha cama.Ser que pelo menos ele me ama?O som do headphone t no taloNem est, mas parece...E agora, o que escrevo pra rimar?Sei l...S querianinar.