vera neusa lopes inclusao

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REVISTA DO PROFESSOR, jul./set. 2003 25 (75): Porto Alegre, 19 25-30, Inclusão étnico-racial Cumprindo a lei, práticas pedagógicas contemplam afro-brasileiros •VÉRA NEUSA LOPES Licenciada em Ciências Sociais. Especialista em Planjamento Educacional. Porto Alegre/RS. E-mail: [email protected] A Lei Federal n o 10.639/2003 al- terou as diretrizes e bases da educa- ção nacional fixadas pela Lei n o 9.394/ 2002, ao tornar obrigatório o ensino de História e Cultura Afro-Brasileira no Ensino Fundamental e no Ensino Médio em todos os sistemas de ensi- no (Ver Quadro 1). Dentre os que já tomaram conheci- mento desse dispositivo legal, muitos concordam com o mesmo, outros dis- cordam dele por entenderem que nem sempre a lei faz com que, na prática, ocorram as mudanças necessárias. Essa lei vem reconhecer a existên- cia do afro-brasileiro, seus ancestrais (os africanos), sua trajetória na vida brasileira, na condição de sujeitos na construção da sociedade. Alterou-se a LDB, foi um ganho político. Agora é preciso que se mo- difique o ensino-aprendizagem, para que venhamos a ter um resultado efi- caz no processo educativo. Essa alteração, em seus aspec- tos explícitos e implícitos, precisa ser construída, no dia-a-dia do fazer pe- dagógico no interior das escolas, en- volvendo alunos, professores, cor- po diretivo, corpo administrativo e comunidade escolar em geral, deven- do ter como suporte um currículo moderno, no âmbito da sala de aula. Nessa sala de aula é preciso consi- derar: a) o contexto, que dá sentido às aprendizagens e que, segundo Vayer, é o conjunto de circunstâncias em que se inserem um feito, uma ati- vidade, um comportamento; b) os acontecimentos particulares e pro- jetos que se expressam no meio am- biente, ou seja, nos dados materiais e nas pessoas que compõem o gru- po que atua na sala de aula; c) os diferentes elementos desse ambien- te que possui uma organização que lhe é própria. A contribuição não será igual para todas as comunida- des escolares, pois em cada caso serão levados em conta o contexto e as condições da comunidade en- volvida, além da realidade e da his- tória nacional e mundial. Um dos aspectos positivos da lei é o de ter aberto espaço para que o negro seja incluído nas propostas curriculares como sujeito histórico. E para que tal se cumpra, há que ter pro- fissionais da educação, especialmente professores, devidamente preparados e subsidiados para que possam fazer a releitura do currículo à luz da histó- ria e da cultura afro-brasileira, bem como elaborar nova proposta peda- gógica comfundamento, entre outros, em conhecimentos filosóficos, antro- pológicos, sociológicos, religiosos, his- tóricos, geográficos, culturais que abordem a questão do negro. Os estudos que o professor preci- sará empreender deverão torná-lo competente para participar: a) da recuperação da memória histó- rica, revisando o papel que os negros desempenharam nos diferentes espa- ços e paisagens culturais, na forma- ção étnico-social do povo brasileiro; b) do resgate e da revalorização da cultura negra como um dos elementos formadores da própria cultura brasi- leira, sem com isso desvalorizar as demais culturas, todas significativas para o Brasil; c) do resgate da humanidade do ne- gro, considerando a perda da identi- dade étnica, cultural e pessoal provo- cada pela escravização a que foi sub- metido e suas conseqüências para os descendentes afro-brasileiros; d) do combate ao mito da democracia racial, que mascara a existênca do ci- dadão de segunda categoria ou de segunda classe, situação a que foi sub- metida a maioria da comunidade ne- gra, com dificuldade de acesso, entre outros, aos bens da educação, da saú- de, do trabalho e usufruto dos mesmos. Para chegar a definir a programa- ção pedagógica afinada com o espírito da lei, é preciso que o professor lem- bre sempre que precisamos inovar, bus- cando respostas sobre as finalidades, os motivos, os objetivos e os meios adequados ao trato desta temática. A título de exemplo, apresentamos, a se- Texto da lei Lei n o 10.639, de 9 de janeiro de 2003. Altera a Lei n o 9.394, de 20 de de- zembro de 1996, que estabelece as di- retrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temá- tica "História e Cultura Afro-Brasileira", e dá outras providências. O presidente da República faço sa- ber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 1 0 - A Lei n o 9.394, de 20 de de- zembro de 1996, passa a vigorar acres- cida dos seguintes artigos: "Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares, torna-se obrigatório o en- sino sobre História e Cultura Afro-Bra- sileira. §1 o O conteúdo programático a que se refere o caput deste artigo incluirá o estudo da História da África e dos Afri- canos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, res- gatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política pertinentes à História do Brasil. §2 o Os conteúdos referentes à His- tória e Cultura Afro-Brasileira serão mi- nistrados no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de Edu- cação Artística e de Literatura e Histó- ria Brasileiras". "Art. 79 B. O calendário escolar in- cluirá o dia 20 de novembro como 'Dia Nacional da Consciência Negra'". Art. 2 o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Brasília, 9 de janeiro de 2003; 182 o da Independência e 115 o da República. Luiz Inácio Lula da Silva Cristovam Ricardo Cavalcanti Buarque Atos do Poder Legislativo QUADRO 1 Sem título-1 21/09/2005, 15:42 25 Create PDF with GO2PDF for free, if you wish to remove this line, click here to buy Virtual PDF Printer

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REVISTA DO PROFESSOR, jul./set. 200325

(75):Porto Alegre, 19 25-30,

Inclusão étnico-racialCumprindo a lei, práticas pedagógicas contemplam afro-brasileiros

•VÉRA NEUSA LOPESLicenciada em Ciências Sociais.Especialista em Planjamento Educacional.Porto Alegre/RS.E-mail: [email protected]

A Lei Federal no 10.639/2003 al-terou as diretrizes e bases da educa-ção nacionalfixadas pela Leino 9.394/2002, ao tornar obrigatório o ensinode História e Cultura Afro-Brasileirano Ensino Fundamental e no EnsinoMédio em todos os sistemas de ensi-no (Ver Quadro 1).

Dentre os que já tomaramconheci-mento desse dispositivo legal, muitosconcordamcomo mesmo, outros dis-cordamdele por entenderemque nemsempre a lei faz com que, na prática,ocorramas mudanças necessárias.

Essa leivemreconhecer a existên-cia do afro-brasileiro, seus ancestrais(os africanos), sua trajetória na vidabrasileira, na condição de sujeitos naconstrução da sociedade.

Alterou-se a LDB, foi um ganhopolítico. Agora é preciso que se mo-difique o ensino-aprendizagem, paraque venhamos a ter um resultado efi-caz no processo educativo.

Essa alteração, em seus aspec-tos explícitos e implícitos, precisa serconstruída, no dia-a-dia do fazer pe-dagógico no interior das escolas, en-volvendo alunos, professores, cor-po diretivo, corpo administrativo ecomunidade escolar emgeral, deven-do ter como suporte um currículomoderno, no âmbito da sala de aula.Nessa sala de aula é preciso consi-derar: a) o contexto, que dá sentidoàs aprendizagens e que, segundoVayer, é o conjunto de circunstânciasem que se inserem um feito, uma ati-vidade, um comportamento; b) osacontecimentos particulares e pro-jetos que se expressam no meio am-biente, ou seja, nos dados materiaise nas pessoas que compõem o gru-po que atua na sala de aula; c) osdiferentes elementos desse ambien-te que possui uma organização que

lhe é própria. A contribuição nãoserá igual para todas as comunida-des escolares, pois em cada casoserão levados em conta o contextoe as condições da comunidade en-volvida, além da realidade e da his-tória nacional e mundial.

Um dos aspectos positivos da lei éo de ter aberto espaço para que onegro seja incluído nas propostascurriculares como sujeito histórico. Epara que talse cumpra, háque ter pro-fissionais da educação, especialmenteprofessores, devidamente preparadose subsidiados para que possam fazera releitura do currículo à luz da histó-ria e da cultura afro-brasileira, bemcomo elaborar nova proposta peda-gógica comfundamento, entre outros,em conhecimentos filosóficos, antro-pológicos, sociológicos, religiosos, his-tóricos, geográficos, culturais queabordem a questão do negro.

Os estudos que o professor preci-sará empreender deverão torná-locompetente para participar:a) da recuperação da memória histó-rica, revisando o papel que os negrosdesempenharam nos diferentes espa-ços e paisagens culturais, na forma-ção étnico-socialdo povo brasileiro;b) do resgate e da revalorização dacultura negra como umdos elementosformadores da própria cultura brasi-leira, sem com isso desvalorizar asdemais culturas, todas significativaspara o Brasil;c) do resgate da humanidade do ne-gro, considerando a perda da identi-dade étnica, cultural e pessoal provo-cada pela escravização a que foi sub-metido e suas conseqüências para osdescendentes afro-brasileiros;d) do combate ao mito da democraciaracial, que mascara a existênca do ci-dadão de segunda categoria ou desegunda classe, situação aque foisub-metida a maioria da comunidade ne-gra, com dificuldade de acesso, entreoutros, aos bens da educação, da saú-de, do trabalhoe usufruto dos mesmos.

Para chegar a definir a programa-ção pedagógica afinadacomo espíritoda lei, é preciso que o professor lem-bre semprequeprecisamos inovar, bus-cando respostas sobre as finalidades,os motivos, os objetivos e os meiosadequados ao trato desta temática. Atítulo de exemplo, apresentamos, a se-

Texto da leiLei no 10.639, de 9 de janeiro de

2003.Altera a Lei no 9.394, de 20 de de-

zembro de 1996, que estabelece as di-retrizes e bases da educação nacional,para incluir no currículo oficial da Redede Ensino a obrigatoriedade da temá-tica "História e Cultura Afro-Brasileira",e dá outras providências.

O presidente da República faço sa-ber que o Congresso Nacional decretae eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 10 - A Lei no 9.394, de 20 de de-zembro de 1996, passa a vigorar acres-cida dos seguintes artigos:

"Art. 26-A. Nos estabelecimentos deensino fundamental e médio, oficiais eparticulares, torna-se obrigatório o en-sino sobre História e Cultura Afro-Bra-sileira.

§ 1o O conteúdo programático a quese refere o caput deste artigo incluirá oestudo da História da África e dos Afri-canos, a luta dos negros no Brasil, acultura negra brasileira e o negro naformação da sociedade nacional, res-gatando a contribuição do povo negronas áreas social, econômica e políticapertinentes à História do Brasil.

§ 2o Os conteúdos referentes à His-tória e Cultura Afro-Brasileira serão mi-nistrados no âmbito de todo o currículoescolar, em especial nas áreas de Edu-cação Artística e de Literatura e Histó-ria Brasileiras".

"Art. 79 B. O calendário escolar in-cluirá o dia 20 de novembro como 'DiaNacional da Consciência Negra'".

Art. 2o Esta Lei entra em vigor nadata de sua publicação.

Brasília, 9 de janeiro de 2003; 182o

da Independência e 115o da República.

Luiz Inácio Lula da SilvaCristovam Ricardo Cavalcanti Buarque

Atos do Poder Legislativo

QUADRO 1

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REVISTA DO PROFESSOR,26

jul./set. 2003(75):Porto Alegre, 19 25-30,

guir, alguns questionamentos básicoscujas respostas poderão servir de sub-sídios na capacitação do docente, comvistas à reformulação curricular.

â Para que cumprir a lei?Para:

• romper com o modelo pedagógicovigente, fazendo comque a sociedadecivilorganizada, por meio de suas legí-timasrepresentações, incluindo osafro-brasileiros, seja chamada, na condiçãode decisora, para a construção de umanova escola quecontemple os brasilei-ros descendentes de africanos;• propiciar umnovo perfilde professore aluno, de modo que, no exercício deuma relação de ajuda, se apropriemdesaberessobrea históriae acultura afro-brasileiras, a seremsocializados comasrespectivas comunidades, rompendocoma pedagogia clássica que priorizao modelo eurocêntrico;• promover a releitura da história domundo, especialmente do mundo afri-cano do período pré-colonial, comseus reinados e impérios, sua culturae os reflexos sobre a vida dos afro-brasileiros e dos brasileiros em geral;• garantir visibilidade ao afro-brasileiroe promover a cidadania e a igualdaderacial, alcançáveis por meio de umapedagogia multirraciale interétnica;• garantir que o afro-brasileiro, naconstrução de sua personalidade, en-contre referências em outros negros,considerando que o negro que não sevê emoutro temdificuldade emreco-nhecer-se e identificar-se como tal;• fazer surgir novos materiais pedagó-gicos contando a verdade históricasobre os afro-brasileiros, substituindoos livros didáticos e para-didáticoseivados de erros e preconceitos, hojecolocados à disposição das escolas.

â Por que cumpri-la?O racismo, o preconceito e a dis-

criminação são malefícios que existemna escola, como na sociedade em ge-ral, muitas vezes mascarados ou, ou-tras tantas, assumidos descaradamen-te, estando presentes nas atitudes, nosvalores e normas vigentes, nos proce-dimentos que realizamos para viabili-zar nossos intentos.

São fatores de um processo cruelde dominação, que mina a cultura dosconsiderados dominados, entre nós,os negros e os indígenas.

Trabalhando a partir de valoreseuroetnocêntricos, o sistema de edu-cação leva crianças e adolescentesafro-brasileiros a se sentirem inferio-res e a serem considerados como talpelosdemais, ao conviveremcomima-gens estereotipadas que causam da-nos psicológicos e morais, bloquean-do o desenvolvimento da personalida-de pessoal, étnica e cultural dos afro-descendentes.

O brasileiro, de um modo geral,sabe muito pouco a respeito do afro-descendente, ou o que sabe está re-pleto de idéias preconceituosas. Nos-so conhecimento, por exemplo, come-ça naentradado negro no Brasil, comoescravizado, mercadoria, descalço,semi-nu e selvagem. É conhecido depoucos, a história do africano livre,senhor de sua vida, produtor de suacultura, à época dos grandes reinos eimpérios na África Pré-Colonial.

Está na hora de desmontar asinverdades e omissões existentes, fa-zendo emergir a verdade.

â O que fazer?É preciso:

• incluir no currículo escolar temas es-pecíficos da história, da cultura, dosconhecimentos, dasmanifestações ar-tísticas e religiosas do segmento afro-brasileiro, considerando os conteúdosde aprendizagemtomados emsuas di-mensões de:a) conteúdos conceituais, relativos ao

que é preciso saber, em termos defatos, conceitos e princípios;b) conteúdos procedimentais, relacio-nados ao saber fazer, em termos deregras, técnicas, métodos, destrezas eestratégias que tornem o fazer peda-

Releitura

da história

do mundo? Com

certeza!

Conhecimento da história

africana pré-colonial?

Sem dúvida!

Negrobrasi

leiro

como sujeito da

história? Sim!

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REVISTA DO PROFESSOR, jul./set. 200327

(75):Porto Alegre, 19 25-30,

gógico adequado à internalização dosconteúdos conceituais;c) conteúdos atitudinais, referentesao ser, em termos de normas, atitu-des e valores existenciais, estéticos,intelectuais, morais e religiosos, com

ênfase no ser negro e sua contribui-ção para a formação da cidadaniabrasileira;• reconhecer o direito dos negros deserem sujeitos de sua própria históriae da história da comunidade.

â Como preparar-se?É urgente e inquestionávela neces-

sidade de capacitação do professor ,para que possa cumprir a lei 10.639/2003. A aplicabilidade deste disposi-tivo legalestá na relação direta com aproficiência do docente em tratar datemática estabelecida .

A ênfase dos estudos a empreen-der deverá ser sobre o artigo 26 quetorna obrigatório o ensino da históriae da cultura afro-brasileira, estabele-cendo como conteúdo programáticoHistória da África e dos Africanos,a cultura negra brasileira e o negrona sociedade nacional a serem de-senvolvidos especialmente nas áreasde Educação Artística, Literatura eHistória Brasileiras. O atendimentoao artigo 79 torna-se, então, uma con-seqüência do que tiver sido verda-deiramente abordado no atendimentoao artigo 26.

Dessa forma, tratar a temática donegro no currículo escolar não maises-tará na dependência do professor sernegro, de querer ou não, de saber ounão. É decaráter obrigatório para todoo magistério e tem função estratégicapara a formação do cidadão brasileiro.

Paraoatendimentoàlei,éfundamen-talque conhecimentose saberes relati-vos àmatéria, de que algunsde nós so-mos possuidores, sejam socializadosentre os demais educadores e amplia-dos para todaa comunidade escolar.

Não há como conhecer, de modosistematizado, a históriae acultura dosafro-brasileiros, sem mudar o currí-culo, entendendo-o nas dimensões decurrículo oculto e currículo explícito,vividos no âmbito das instituições es-colares e, muito particularmente, nassalas de aula.

Qualquer que seja o modo comoo professor venha a preparar-se, oacesso à informação é fundamental. Eisso se processa através de leitura crí-tica e de discussão e de coleta e or-ganização de informações pertinentes.As leituras podem ser feitas em duasdireções:a) sobre o currículo oculto, onde sematerializam as atitudes precon-ceituosas e os procedimentos quediscriminam;

Conhecimento da história

africana pré-colonial?

Sem dúvida!

Valorização da

cultura afro-brasi-

leira? Já é tempo!

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REVISTA DO PROFESSOR,28

jul./set. 2003(75):Porto Alegre, 19 25-30,

b) sobre o currículo explícito, onde va-mos encontrar aprogramação de ensi-no, os conhecimentos,os fatos, oscon-ceitos relativosao tema abordado.

Dois grupos de leituras poderãoser úteis:• umque contémtítulos quese referemà relação negro/educação- negro/cur-rículo escolar e indicampráticas peda-gógicas possíveis de seremrealizadasemsala de aula (Quadro 2);•outro que apresenta algumas obrasque abordamaspectos filosóficos, an-tropológicos, econômicos, religiosos,históricos, geográficos, entre outros,que poderão embasar uma progra-mação de ensino que evidencie umareleitura da História do Brasil e daÁfrica (Quadro 3).

Várias são as estratégias de apren-dizagem, não-excludentesentre si, quepoderão ser disponibilizadas, para queo professor tenha condições de tor-nar factível o que dispõe a lei. Essasestratégias se complementame juntasgarantem ao professor um suporteadequado para que seja um mediadorna aprendizagem que a sua classedeve empreender. Em todas, o aces-so às fontes é fundamental.

Destacamos três estratégias queconsideramos válidas e significativas,a serem utilizadas pelo educador: es-tudos individualizados (auto-aprendi-zagem) , estudos realizados em par-ceria (aprendizagemjuntamente comos alunos) e estudos comtutoria, pormeio de participação em eventos deformação continuadapromovidose/ouexecutados pelos gestores dos siste-mas educacionais.

Estudos individualizadosO professor não pode esperar por

algo que, talvez, ainda demore: a in-clusão da temática na formação con-tinuada dos docentes. Nem pode,também, ficar aguardando a refor-mulação dos currículos dos cursosuniversitários de licenciatura e normalsuperior, incluindo a história do negroe as práticas pedagógicas necessáriaspara as aprendizagens respectivas.Ele, por isso, precisa assumir parte daresponsabilidade por sua capacitaçãoe organizar-se para aprender sozinho

a partir de uma decisão pessoal, o quesignifica definir os conteúdos essen-ciais de aprendizagemque são os maisurgentes, estabelecer seus tempos eespaços de aprendizagem, partir embusca dos novos conhecimentos queserão necessários para, depois, traba-lhar comos alunos.

Para começar, convém refletir so-bre alguns pontos, como os exemplosque seguem:•quemsoueuequemsão meusalunos?• como nos relacionamos?• como se configura o currículo quedesenvolvemos?• que posturas político-pedagógicas,referenciais teóricos, concepçõesembasamnossaspráticas pedagógicas?• como organizar o currículo para queseja possíveldesenvolver adequada-mente a temática em questão?• como construir saberes coletivamen-te, sendo o professor um dos apren-dentes e, ao mesmo tempo, ummedia-dor entre o aluno e o objeto da apren-dizagem?• que estratégias podem ser usadaspara desconstruir estereótipos e cons-truir novos saberes sobre a realidadeafro-brasileira?• como criar um clima emsala de aulaque ofereça iguais oportunidades paratodos e propicieao aluno afro-descen-dente manter emalta sua auto-estima?• quais atitudes devem ser estimula-das emsalade aula, consentâneas comvalores afro-brasileiros da cultura equais devemser combatidas?• que significados têm palavras ouexpressões, como as enumeradas aseguir, e qual a relação que mantêmcoma situação dos afro-brasileiros nocontexto escolar e da comunidade?- agressão/agressividade; autonomia/dependência; cidadania; confiança/;dignidade; direitos/deveres/responsa-bilidade; discriminação/preconceito/racismo;embranquecimento/enegreci-mento/mestiçagem; escravidão/escra-vização/liberdade/libertação; esperan-ça/desesperança/expectativa; exclu-são/inclusão/pertencimento; igualdade/desigualdade/diferença/semelhança;habitação; justiça; participação/parti-lha; religiosidade/religião; sujeito/ob-jeto; trabalho/trabalho escravo/empre-

go/subemprego/desemprego; verda-de/mentira;visibilidade/ invisibilidade.• o que existe em nosso entorno quedá visibilidade ao negro e ao papelque este desempenha no desenvolvi-mento da comunidade?• o que sabemos sobre os afro-brasi-leiros e o que ainda precisamos saber?• como criar uma relação de ajudaentre todos na sala de aula, para quesejamos sujeitos da história que estásendo construída?• o que incluir na proposta pedagógi-ca para desenvolver a temática, con-siderando as áreas de conhecimentoe as transversalidades? Por exemplo:- tempo e espaço de origem dos gru-pos étnicos africanos que vieram parao Brasil (rotas da escravidão);- semelhanças e diferenças de tipo fí-sico entre os africanos; escravidão;religião; costumes; língua;- mudanças que os negros vêm pro-vocando nos costumes brasileiros aolongo dos tempos;- semelhanças e diferenças de vidaentre afro-brasileiros , negros em ou-tros países de fala portuguesa, negrosem países de fala espanhola, negrosna América Central e nos EstadosUnidos; africanos no Brasil hoje;- as africanidades brasileiras, manifes-tadas, nas artes, nos esportes, na culi-nária, na língua, na religião, como ele-mentos de formação da cidadania; onegro brasileiro e a cultura;- papeldo negro e da negra na defini-ção e na defesa do território: osquilombos rurais e os quilombos urba-nos;onegro nasperiferias; aquestão daposse de terras;- o negro e o trabalho no campo e nacidade, a questão do salário;- o negro e as questões relativas àsaúde;- África e africanos na era Pré- Colo-nial, no período de dominação euro-péia, hoje; vínculos com o Brasil; bra-sileiros na África;• diversidade étnico-culturalda popu-lação brasileira.

Para ampliar os seus saberes, oprofessor pode também valer-se doacesso a sites na internet, como:www.ipea.gov.br ;www.ceert.gov.br ;

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REVISTA DO PROFESSOR, jul./set. 200329

(75):Porto Alegre, 19 25-30,

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Bases para prática pedagógica renovadaQUADRO 2

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Estudos em parceriaJuntos, professor e crianças e/ou

adolescentes integram um grupo de

aprendizagemparaconstruir conheci-mentos e saberes sobre a temáticaafro-brasileira. Nesse caso, o profes-sor é, ao mesmo tempo, um apren-dente (ser que aprende) e um media-dor entreo aluno (outro ser que apren-

de) e o objeto da aprendizagem.Os projetos de trabalho podem

constituir um bom exemplo da es-tratégia apresentada, que pode le-var o docente a revisar seus conhe-cimentos (se já os tem) e a aprender

Sem título-1 21/09/2005, 15:4229Create PDF with GO2PDF for free, if you wish to remove this line, click here to buy Virtual PDF Printer

REVISTA DO PROFESSOR,30

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QUADRO 3 Fundamentação teórica para o currículo

mais sobre o assunto em pauta. Onível de desenvolvimento dos alu-nos norteará o grau de dificuldadesque deverá ser vencido por todos(alunos e professor).

Assimcomo os alunos organizarãoos documentos que comprovamo ní-vel de aprendizagem alcançado, oprofessores enriquecerão o seu reper-tório iniciado com os estudos indivi-dualizados, como que tiverem apren-dido juntamente com as crianças eadolescentes, por ocasião dos estu-dos coletivos.

Estudos com tutoriaDentre as várias modalidades de

formação continuada, sugerimos osestudos comtutoria.

Essa forma de trabalho compreen-de uma programação a longo prazo,constituída de diferentes eventos emdiferentes situações, promovida e/ouexecutada pela administração do sis-tema escolar de modo contínuo e in-tegrado, com o objetivo de capacitaro quadro de magistério para cumpri-mento dos dispositivos legais referen-tes à temática afro-brasileira.

É preciso, por fim, levar em contaque, agora isso (temática afro-bra-sileira) se aprende na escola, poispassou a ser parte integrante do currí-culo escolar.

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Sem título-1 21/09/2005, 15:4230Create PDF with GO2PDF for free, if you wish to remove this line, click here to buy Virtual PDF Printer

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