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1 INTRODUÇÃO O objetivo da pesquisa consistiu em identificar a percepção dos Coordenadores de Saúde da Criança das Capitais em relação aos temas da PNAISC e aos fatores estruturais e organizacionais que podem afetar sua Coordenação. Em Agosto de 2013, no VII Encontro Nacional de Coordenadores de Saúde da Criança dos Estados e Capitais, foi aplicado questionário para levantar as percepções dos Coordenadores das Capitais a respeito de vários temas/fatores, quanto à: • Importância do tema/fator para a área da Saúde da Criança; • Situação atual do tema/fator no seu Estado; • Expectativas quanto à possibilidade de avanços nos próximos dois anos. Todos os 26 Coordenadores de Capitais (100%) responderam o questionário. Para o preenchimento dos questionários, os Coordenadores foram orientados a apreciar cada um dos temas/fatores apresentados, pontuando-os de 0 a 10, sendo que o 0 representava a menor valoração e o 10, a maior valoração, para a avaliação da importância, da situação atual e da expectativa de avanços. DEZEMBRO 2014 V Boletim da Pesquisa Avaliativa do Processo de Formulação e Implantação da PNAISC Estudo da percepção dos Coordenadores de Saúde da Criança das Capitais sobre os temas da PNAISC Neste V Boletim apresentamos os dados obtidos por meio da aplicação do questionário junto aos Coordenadores da Saúde da Criança das Capitais, em Agosto de 2013.

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Page 1: V Boletim da Pesquisa Avaliativa do Processo de Formulação ... · Mulher trabalhadora que amamenta 8,8 ± 2,0 2,1 ± 2,4 6,2 ± 2,6 Campanhas de Mobilização pelo Aleitamento Materno

1

INTRODUÇÃO

O objetivo da pesquisa consistiu em identificar a percepção

dos Coordenadores de Saúde da Criança das Capitais em

relação aos temas da PNAISC e aos fatores estruturais e

organizacionais que podem afetar sua Coordenação.

Em Agosto de 2013, no VII Encontro Nacional de

Coordenadores de Saúde da Criança dos Estados e Capitais,

foi aplicado questionário para levantar as percepções dos

Coordenadores das Capitais a respeito de vários

temas/fatores, quanto à:

• Importância do tema/fator para a área da Saúde da Criança;

• Situação atual do tema/fator no seu Estado;

• Expectativas quanto à possibilidade de avanços nos

próximos dois anos.

Todos os 26 Coordenadores de Capitais (100%) responderam o questionário.

Para o preenchimento dos questionários, os Coordenadores foram orientados a

apreciar cada um dos temas/fatores apresentados, pontuando-os de 0 a 10, sendo que

o 0 representava a menor valoração e o 10, a maior valoração, para a avaliação da

importância, da situação atual e da expectativa de avanços.

DEZEMBRO 2014

V Boletim da Pesquisa Avaliativa do Processo de Formulação e Implantação da PNAISC

Estudo da percepção dos Coordenadores de Saúde da Criança das Capitais sobre

os temas da PNAISC

Neste V Boletim

apresentamos os

dados obtidos por

meio da aplicação do

questionário junto

aos Coordenadores

da Saúde da Criança

das Capitais, em

Agosto de 2013.

Page 2: V Boletim da Pesquisa Avaliativa do Processo de Formulação ... · Mulher trabalhadora que amamenta 8,8 ± 2,0 2,1 ± 2,4 6,2 ± 2,6 Campanhas de Mobilização pelo Aleitamento Materno

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Foi utilizada metodologia quantitativa, com análise descritiva dos dados, mediante o

auxílio do software Epi Info 7. Posteriormente, as questões contidas no instrumento de

coleta de dados foram agrupadas por proximidade temática.

Para cada agrupamento temático, estão apresentados os respectivos gráficos com a

distribuição da frequência das respostas dos Coordenadores das Capitais, uma tabela

contendo a média e o desvio-padrão para cada aspecto considerado (importância,

situação atual e expectativa de avanço), seguido de uma breve análise a respeito dos

dados encontrados. Vale ressaltar que, mais do que empreender uma análise, nossa

intenção foi ofertar uma lente para a apreciação dos dados. Essa lente não é a única

possível, mas pretende ser um disparador para novas análises, baseadas na

experiência e opinião dos leitores.

A fim de facilitar a compreensão do movimento interpretativo realizado, ressaltamos

alguns aspectos:

Na utilização de um instrumento quanti-subjetivo como este, existe uma tendência

de atribuição de notas 10 no quesito importância para todos os aspectos, visto que

os temas abordados são caros à Área de Saúde da Criança. Portanto, a existência

de notas diferentes de 10, ainda que sejam nota 9, aponta mudança de valoração,

que mesmo não sendo estatisticamente significativa, revela-se qualitativamente

relevante.

Os dados de desvio-padrão são apresentados para explicitar a existência de

variabilidade das respostas nos diferentes territórios, ajudando a relativizar os

valores da média.

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RESULTADOS

A partir do exercício de agrupamento por proximidade temática, foram destacados

os seguintes blocos:

TEMAS

Bloco Componentes

Bloco 1: “Boas práticas

obstétricas e neonatais”

- Boas Práticas Obstétricas e Neonatais

- Método Canguru

- Vigilância de Óbitos Neonatais e Infantis

- Fórum Perinatal

Bloco 2: “Triagem neonatal” - Triagem neonatal (teste do pezinho)

- Triagem neonatal (teste da orelhinha)

- Triagem neonatal (teste do olhinho)

Bloco 3: “Aleitamento

materno”

- Iniciativa Hospital Amigo da Criança (IHAC)

- Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil

- Rede de Bancos de Leite Humano

- Mulher trabalhadora que amamenta

- Campanhas de Mobilização pelo Aleitamento Materno

Bloco 4: “Atenção neonatal” - Qualificação e ampliação de leitos neonatais

- Implementação do ambulatório de seguimento do RN de

risco

- AIDPI-Neonatal

- Iniciativas em capacitação de profissionais em Reanimação

Neonatal

Bloco 5: “Redes de atenção” - Implementação das ações de Saúde da Criança da Rede de

Atenção Psicossocial (RAPS)

- Implementação das ações de Saúde da Criança da Rede de

Urgência e Emergência (RUE)

- Implementação das ações de Saúde da Criança da Rede de

Cuidados à Pessoa com Deficiência

- Linha de cuidado do trauma

Bloco 6: “Brasil Carinhoso e

ANDI”

- Programa de Suplementação de Ferro (Brasil Carinhoso)

- Programa de Suplementação de Vitamina A (Brasil

Carinhoso)

- Programa Saúde na Escola (PSE) incluindo expansão para

creches e pré-escolas (Brasil Carinhoso)

- Programa de Fornecimento gratuito de medicamentos para

Asma na Farmácia Popular do Brasil (Brasil Carinhoso)

- Agenda de Intensificação Atenção Nutricional a Desnutrição

Infantil (ANDI)

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Bloco 7: “DPI, Caderneta e

PNH”

- Iniciativas de Programas de Visitas Domiciliares para

promoção do Desenvolvimento na Primeira Infância (DPI)

- Iniciativas para melhor distribuição e uso da Caderneta de

Saúde da Criança

- Apropriação dos princípios, diretrizes e dispositivos da PNH

na Atenção Integral à Saúde da Criança

Bloco 8: “Crianças em

situação de vulnerabilidade”

- Iniciativas relacionadas à implementação da Linha de

cuidado às crianças e famílias em situação de violência

- Iniciativas em parceria com a Saúde Indígena

- Iniciativas voltadas a crianças filhas de mulheres privadas de

liberdade

Bloco 9: “AIDPI e imunização” - Atenção Integrada às Doenças Prevalentes na Infância

(AIDPI)

- Programa Nacional de Imunização

FATORES

Bloco Componentes

Bloco 10: “Área

Saúde da Criança na

Secretaria”

- Valorização da área de Saúde da Criança na Secretaria

- Adequação da situação da área de Saúde da Criança no organograma

formal da Secretaria

- Sua governabilidade na área de Saúde da Criança na Secretaria

- Estabilidade da ocupação dos cargos na área de Saúde da Criança na

Secretaria

Bloco 11: “Equipe”

- Capacitação da equipe nos diversos temas pertinentes à área de

Saúde da Criança

- Possibilidade de contratar pessoal qualificado para a equipe da

Coordenação de Saúde da Criança

Bloco 12: “Recursos

estruturais e

financeiros”

- Disponibilidade de recursos financeiros para possibilitar a atuação

- Disponibilidade de espaço físico adequado para o trabalho da equipe

- Disponibilidade de recursos de comunicação eficientes (telefonia,

internet, etc.)

- Facilidade de locomoção para atuação junto ao território

- Disponibilidade de materiais e insumos básicos de consumo

Bloco 13:

“Articulação com

outras áreas”

- Articulação com a Atenção Básica na sua Secretaria

- Articulação com a Área de Saúde da Mulher na sua Secretaria

- Articulação com outras áreas da Saúde na sua Secretaria

- Atuação em parceria com outros órgãos e Secretarias do Poder

Público

- Atuação em parceria com entidades e organizações não

governamentais

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Bloco 1: BOAS PRÁTICAS OBSTÉTRICAS E NEONATAIS

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Tabela 1 – Média ± Desvio-Padrão das Notas Atribuídas à percepção dos

Coordenadores Municipais de Saúde da Criança a respeito da importância, situação

atual e expectativas de avanços em sua capital, a respeito das boas práticas

obstétricas e neonatais nas maternidades, Método Canguru, Vigilância de Óbitos

Neonatais e Infantis e Fórum Perinatal:

Importância Situação Expectativa

Implementação das boas práticas obstétricas e neonatais nas maternidades

9,7 ± 0,6 5,6 ± 2,1 7,5 ± 1,9

Método Canguru 9,5 ± 1,3 5,4 ± 2,6 7,3 ± 2,4

Vigilância de Óbitos Neonatais e Infantis 9,7 ± 0,7 7,0 ± 2,3 8,4 ± 2,2

Fórum Perinatal 9,4 ± 0,8 4,7 ± 3,5 7,0 ± 3,1

Os Coordenadores das Capitais

consideraram importantes todos os

itens referentes às boas práticas

obstétricas e neonatais. Para a

implementação das boas práticas

obstétricas e neonatais e vigilância de

óbitos neonatais e infantis, as notas

atribuídas variaram entre 8 e 10. O

fórum perinatal apresenta a menor

média do bloco sobre a importância e,

embora as respostas tenham variado

entre 8 e 10, maior número de

Coordenadores atribuiu notas 8 e 9.

Ainda quanto à importância, o Método

Canguru apresentou maior variabilidade

nos territórios, tendo sido atribuídas

pelos Coordenadores notas 5, 7, 9 e 10.

Apesar da importância referida, os

Coordenadores apontam dificuldades

para a implantação destes dispositivos,

como se pode observar pelas médias

das notas atribuídas para a situação

atual. Destaca-se as dificuldades para

implantação do fórum perinatal, que

além de apresentar a menor média

sobre a importância, também

apresentou menor média sobre situação

atual, sendo que sete Coordenadores

atribuíram nota zero neste quesito. Essa

dificuldade pode decorrer do fato de

que a implantação do fórum perinatal

depende do incremento de participação

de diferentes atores sociais envolvidos

nesta temática.

No entanto, nota-se que existe uma

importante expectativa de melhora para

todos os dispositivos mencionados.

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Bloco 2: TRIAGEM NEONATAL

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Tabela 2 – Média ± Desvio-Padrão das Notas Atribuídas à percepção dos

Coordenadores Municipais de Saúde da Criança a respeito da importância, situação

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atual e expectativas de avanços em sua capital, a respeito da triagem neonatal (teste

do pezinho, teste da orelhinha e teste do olhinho):

Importância Situação Expectativa

Triagem neonatal (teste do pezinho) 9,9 ± 0,3 8,2 ± 1,1 8,5 ± 2,4

Triagem neonatal (teste da orelhinha) 9,7 ± 0,8 5,8 ± 3,1 7,5 ± 2,8

Triagem neonatal (teste do olhinho) 9,5 ± 1,1 5,1 ± 3,3 7,8 ± 2,6

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Podemos observar que os três

testes referentes à triagem neonatal são

reconhecidos como importantes pelos

Coordenadores de Saúde da Criança das

Capitais, sendo o teste do pezinho o

mais reconhecido dentre eles. Vale

ressaltar que a variação no desvio

padrão mostra maior variabilidade de

notas nos testes da orelhinha e do

olhinho, que receberam também notas

entre 6 e 8.

No que se refere à situação

atual, verifica-se que, na percepção dos

Coordenadores, o teste do pezinho

encontra-se em melhores condições de

implantação, em relação aos testes da

orelhinha e do olhinho. O teste da

orelhinha e o teste do olhinho

receberam mais notas zero quanto à sua

implantação nas capitais, se

comparados ao teste do pezinho.

Os Coordenadores apontam

expectativa de melhora em toda a

triagem neonatal. Em números

absolutos, a média da expectativa de

melhora em relação ao teste do pezinho

é a maior em relação às dos outros dois

testes. Porém, se considerarmos o

deslocamento em relação à média da

situação atual de implantação, o teste

da orelhinha e o teste do olhinho

apresentam uma expectativa de

melhora maior do que o teste do

pezinho. Esses dados podem ser

atribuídos ao fato da implantação do

teste do pezinho estar melhor

consolidada.

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Bloco 3: ALEITAMENTO MATERNO

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Tabela 3 – Média ± Desvio-Padrão das Notas Atribuídas à percepção dos

Coordenadores Municipais de Saúde da Criança a respeito da importância, situação

atual e expectativas de avanços em sua capital, quanto ao Aleitamento Materno:

Importância Situação Expectativa

Iniciativa Hospital Amigo da Criança (IHAC)

9,3 ± 1,3 5,5 ± 2,8 6,8 ± 2,7

Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil 9,5 ± 1,2 5,3 ± 2,3 7,9 ± 1,8

Rede de Bancos de Leite Humano 9,5 ± 1,2 6,3 ± 1,9 7,4 ± 2,3

Mulher trabalhadora que amamenta 8,8 ± 2,0 2,1 ± 2,4 6,2 ± 2,6

Campanhas de Mobilização pelo Aleitamento Materno

9,6 ± 0,9 7,9 ± 1,6 8,2 ± 2,6

As maiores dificuldades apresentadas

correspondem à implantação do

Programa Mulher Trabalhadora que

Amamenta, cuja maioria das notas da

situação atual são iguais ou menores

que três, com elevada frequência de

notas zero, se comparado aos demais

itens perguntados. A média da

importância atribuída à essa estratégia é

de apenas 8,8 e apresenta grande

variação no território nacional, incluindo

notas 3, 5 e 6, o que destoa da

tendência geral dos outros temas.

Também apresenta expectativa de

melhora baixa, com grande variação

entre os territórios.

Os dados referentes à Estratégia

Amamenta e Alimenta Brasil, à Rede de

Banco de Leite Humano e às Campanhas

de Mobilização pelo Aleitamento

Materno comportam-se de maneira

parecida, apresentando média de

importância em torno de 9,5, situação

atual que se concentra em notas iguais

ou superiores a cinco e uma média de

expectativa de melhora em torno de

7,8. Vale ressaltar que o desvio padrão é

elevado, o que denota grande

variabilidade de implantação nos

territórios.

Para a implantação da Iniciativa Hospital

Amigo da Criança (IHAC), os

Coordenadores atribuíram a segunda

menor média de importância do bloco e

sinalizam certa dificuldade nessa

implantação, já que a média da situação

atual é de 5,5, com expectativa de

melhora modesta.

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Bloco 4: ATENÇÃO NEONATAL

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Tabela 4 – Média ± Desvio-Padrão das Notas Atribuídas à percepção dos

Coordenadores Municipais de Saúde da Criança a respeito da importância, situação

atual e expectativas de avanços em sua capital, quanto à Atenção Neonatal:

Importância Situação Expectativa

Qualificação e ampliação de leitos neonatais 9,7 ± 0,6 5,4 ± 2,9 7,8 ± 1,6

Implementação do ambulatório de seguimento do RN de risco

9,5 ± 1,2 5,3 ± 2,8 7,0 ± 2,4

AIDPI-Neonatal 9,6 ± 1,2 4,0 ± 3,1 7,3 ± 2,2

Iniciativas em capacitação de profissionais em Reanimação Neonatal

8,7 ± 2,8 4,3 ± 2,7 6,5 ± 2,7

Neste bloco, o componente relacionado

à qualificação e ampliação dos leitos

neonatais foi o que recebeu dos

Coordenadores as maiores notas quanto

à importância. E, embora a situação

atual esteja aquém da importância

atribuída, com elevada variabilidade nos

territórios, apresenta considerável

expectativa de melhora nos próximos

dois anos. Estes resultados podem estar

associados aos crescentes incentivos

federais disponibilizados nos últimos

anos.

A implementação do ambulatório de

seguimento do RN de risco e do AIDPI-

Neonatal apresentam comportamentos

parecidos no que se refere à

importância atribuída, com médias em

torno de 9,5 e com elevada variação

entre os territórios. No entanto, apesar

da importância atribuída, os

Coordenadores referem dificuldades

para a implantação dos mesmos,

especialmente para o AIDPI-Neonatal,

que apresentou sete notas zero e a

menor média do bloco para situação

atual.

A importância referida pelos

Coordenadores ao item das iniciativas

em capacitação de profissionais em

Reanimação Neonatal apresenta média

de 8,7, a menor do grupo. Vale ressaltar

que essa média pode ter sido

influenciada pela atribuição de uma

nota zero e de uma nota dois,

deslocando a média para baixo. A

dificuldade de implantação dessa

iniciativa nos territórios e a reduzida

expectativa de melhora chamam a

atenção. Como se trata de uma ação

que depende menos de recursos

financeiros dos estados e capitais, e

para a qual o Ministério da Saúde tem

oferta sistemática de cursos, poder-se-ia

esperar que os Coordenadores tivessem

apresentado menores dificuldades na

implantação e maior expectativa de

melhora.

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Bloco 5: REDES DE ATENÇÃO

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Tabela 5 – Média ± Desvio-Padrão das Notas Atribuídas à percepção dos

Coordenadores Municipais de Saúde da Criança a respeito da importância, situação

atual e expectativas de avanços em sua capital, quanto às Redes de Atenção:

Importância Situação Expectativa

Implementação das ações de Saúde da Criança da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS)

9,7 ± 0,7 4,6 ± 2,9 6,3 ± 2,7

Implementação das ações de Saúde da Criança da Rede de Urgência e Emergência (RUE)

9,5 ± 1,2 5,2 ± 2,6 7,1 ± 2,4

Implementação das ações de Saúde da Criança da Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência

9,7 ± 0,8 4,2 ± 2,9 6,5 ± 3,2

Linha de cuidado do trauma 8,3 ± 2,2 4,5 ± 3,1 6,1 ± 3,0

Por sua importância e centralidade na Saúde da Criança, a Rede Cegonha foi avaliada

através de suas diversas iniciativas, discutidas nos demais blocos temáticos (vide texto

introdutório do Boletim).

Embora os Coordenadores das Capitais

tenham atribuído elevada importância à

implementação das Redes de Atenção, a

linha de cuidado do trauma apresenta

menor média de importância e maior

variabilidade nos territórios.

As médias atribuídas pelos

Coordenadores sobre a situação atual

concentram-se em torno de 4,6, com

bastante variabilidade entre as Capitais,

o que denota dificuldades na

implemantação dessas Redes de

Atenção. Vale ressaltar, no entanto, que

se trata de estratégias relativamente

novas no cenário nacional e cuja

implantação depende de investimentos

em ações intersetoriais e da articulação

interfederativa, o que demanda

modificações na lógica de

municipalização presente no SUS.

Ademais, a articulação de Redes requer

a superação do modelo fragmentado de

atenção à saúde que tem se perpetuado

há décadas no Brasil.

A dificuldade na implantação das Redes

também poderia estar associada ao fato

delas transversalizarem todos os ciclos

de vida, não tendo sido formuladas

exclusivamente para crianças, o que

demanda dos Coordenadores e dos

serviços a necessidade de considerar a

especificidade da criança nesse

contexto.

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Bloco 6: BRASIL CARINHOSO E ANDI

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Tabela 6 – Média ± Desvio-Padrão das Notas Atribuídas à percepção dos

Coordenadores Municipais de Saúde da Criança a respeito da importância, situação

atual e expectativas de avanços em sua capital, quanto ao Brasil Carinhoso e ANDI:

Importância Situação Expectativa

Programa de Suplementação de Ferro (Brasil Carinhoso)

9,4 ± 1,0 6,2 ± 1,4 6,9 ± 2,8

Programa de Suplementação de Vitamina A (Brasil Carinhoso)

9,1 ± 1,5 5,9 ± 2,9 7,1 ± 3,0

Programa Saúde na Escola (PSE) incluindo expansão para creches e pre-escolas (Brasil Carinhoso)

9,8 ± 0,6 6,8 ± 2,6 8,3 ± 1,7

Programa de Fornecimento gratuito de medicamentos para Asma na Farmacia Popular do Brasil (Brasil Carinhoso)

9,5 ± 1,3 6,9 ± 2,9 7,8 ± 3,0

Agenda de Intensificação Atenção Nutricional a Desnutrição Infantil (ANDI)

9,4 ± 1,0 4,6 ± 3,0 6,7 ± 2,4

Os gráficos referentes ao Programa de

Suplementação de Ferro e de Vitamina

A e o de fornecimento gratuito de

medicamentos para Asma tendem a se

comportar de modo parecido, com

média de importância em torno de 9,3,

situação atual que aponta para

variabilidade de implantação entre os

territórios e considerável expectativa de

melhora.

Em relação aos demais, o programa

Saúde na Escola chama atenção por

apresentar a maior importância e a

maior expectativa de melhora atribuída

pelos Coordenadores. É importante

ressaltar que a implantação do PSE

depende de ações intersetoriais.

A Agenda de Intensificação da Atenção

Nutricional a Desnutrição Infantil (ANDI)

apresenta a menor média de situação

atual, sendo que metade dos

respondentes atribuíram notas iguais ou

menores que cinco, o que aponta para

dificuldades em sua implantação.

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Bloco 7: DPI, CADERNETA E PNH

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Tabela 7 – Média ± Desvio-Padrão das Notas Atribuídas à percepção dos

Coordenadores Municipais de Saúde da Criança a respeito da importância, situação

atual e expectativas de avanços em sua capital, quanto ao DPI, Caderneta e PNH:

Importância Situação Expectativa

Iniciativas de Programas de Visitas Domiciliares para promoção do Desenvolvimento na Primeira Infância (DPI)

9,1 ± 2,5 4,2 ± 3,0 6,1 ± 3,5

Iniciativas para melhor distribuição e uso da Caderneta de Saúde da Criança

9,9 ± 0,3 7,9 ± 1,9 8,6 ± 1,9

Apropriação dos princípios, diretrizes e dispositivos da PNH na Atenção Integral à Saúde da Criança

9,4 ± 1,6 6,3 ± 1,8 8,0 ± 2,0

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Os coordenadores das capitais atribuem

elevada importância às iniciativas para

melhor distribuição e uso da Caderneta

de Saúde da Criança. Para os itens

referentes a Visitas Domiciliares para a

promoção do DPI e à apropriação dos

princípios, diretrizes e dispositivos da

PNH, embora sejam consideradas

importantes, apresentam menores

médias, maior variabilidade entre os

territórios e incluem notas zero e três.

Avaliam que há relevante dificuldade na

implantação das iniciativas de Visitas

Domiciliares para a promoção do DPI. A

incidência de notas zero atribuídas pelos

Coordenadores para a situação atual,

bem como a baixa expectativa de

melhora nesse aspecto, chamam a

atenção. Isto pode estar relacionado ao

fato de que a realização de visitas

domiciliares requer investimentos

estruturais e de articulação entre os

diferentes pontos da rede de atenção à

saúde da criança. Essa constatação

parece estar em consonância com os

dados encontrados sobre as dificuldades

na articulação das Redes de Atenção. É

importante destacar que este tema não

trata de qualquer visita domiciliar,

apenas para acompanhamento das

condições biológicas da criança, mas de

visita que se ocupa do cuidado de forma

mais abrangente, incluindo a questão do

vínculo familiar, da importância do

lúdico para o bebê, visando o

desenvolvimento pleno da infância.

As iniciativas para melhor distribuição e

uso da Caderneta de Saúde da Criança

parecem estar melhor estabelecidas e

com importante expectativa de

melhora. A estratégia de registro e

monitoramento de dados sobre a saúde

da criança, especialmente no que diz

respeito à imunização e ao crescimento

e desenvolvimento, encontra-se

historicamente consolidada na Atenção

Básica, o que poderia explicar este

resultado.

Os dados sobre a situação atual

apontam para variabilidade nos

territórios no que diz respeito à

apropriação dos princípios, diretrizes e

dispositivos da PNH. Entretanto,

verifica-se uma importante expectativa

de melhora, o que tende a contribuir

para a consolidação das demais

iniciativas analisadas neste bloco.

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Bloco 8: CRIANÇAS EM SITUAÇÃO DE VULNERABILIDADE

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Tabela 8 – Média ± Desvio-Padrão das Notas Atribuídas à percepção dos Coordenadores

Municipais de Saúde da Criança a respeito da importância, situação atual e expectativas de

avanços em sua capital, quanto às crianças em situação de vulnerabilidade:

Importância Situação Expectativa

Iniciativas relacionadas à implementação da Linha de cuidado às crianças e famílias em situação de violência

9,5 ± 0,8 6,1 ± 1,8 8,1 ± 1,4

Iniciativas em parceria com a Saúde Indígena 7,5 ± 3,2 3,8 ± 3,8 5,4 ± 3,4

Iniciativas voltadas a crianças filhas de mulheres privadas de liberdade

8,5 ± 2,0 3,3 ± 3,1 5,9 ± 3,3

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As iniciativas relacionadas à

implementação da Linha de cuidado às

crianças e famílias em situação de

violência configuram estratégias cuja

implantação depende tanto da

discussão sobre os valores da sociedade

a este respeito como da articulação de

um elevado número de atores e de

investimentos na intersorialidade,

prevendo trabalho que inclua os órgãos

de assistência social, justiça e segurança

pública. O elevado número de variáveis

a serem consideradas na implantação

dessas iniciativas pode explicar as

dificuldades na situação atual e a

modesta expectativa de melhora, que

no gráfico se apresenta por meio de

uma curva achatada à esquerda.

A distribuição de dados encontrada no

gráfico referente às iniciativas voltadas

a crianças filhas de mulheres privadas

de liberdade destaca-se por fugir do

padrão encontrado nos demais gráficos

analisados até então. Apresenta

importância atribuída relativamente

mais baixa que a maioria das variáveis,

com média de 8,5, e ampla variabilidade

das respostas dos Coordenadores, com

alguns Coordenadores atribuindo notas

de importância 3, 5 ou 6, o que não

acontece para a maioria das variáveis.

Da mesma forma, muitos

Coordenadores atribuíram nota zero à

situação atual e a expectativa de

melhora aparece distribuída por todo o

eixo horizontal, diferente do padrão

habitual, que apresenta concentração

dos dados relativos à expectativa de

melhora à direita do eixo. Esse

posicionamento dos Coordenadores

pode configurar um reflexo de como a

discussão da política prisional se dá na

sociedade.

Os dados referentes às iniciativas em

parceria com a Saúde Indígena, no que

se refere a importância atribuída,

situação atual e expectativa de avanço,

mantêm um padrão semelhante ao das

iniciativas voltadas a crianças filhas de

mulheres privadas de liberdade. Isto

pode apontar para a dificuldade de

pautar as políticas para populações

vulneráveis. Cabe ressaltar, no entanto,

que algumas capitais não possuem

populações indígenas, o que pode

refletir a posição de alguns destes

Coordenadores. Esta questão precisa ser

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melhor estudada, fazendo-se sua análise por regiões do país.

Bloco 9: AIDPI E IMUNIZAÇÃO

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Tabela 9 – Média ± Desvio-Padrão das Notas Atribuídas à percepção dos

Coordenadores Municipais de Saúde da Criança a respeito da importância, situação

atual e expectativas de avanços em sua capital, quanto ao AIDPI e Imunização:

Importância Situação Expectativa

Atenção Integrada às Doenças Prevalentes na Infância (AIDPI)

9,3 ± 2,3 4,6 ± 2,5 6,9 ± 2,6

Programa Nacional de Imunização 9,9 ± 0,3 8,4 ± 1,2 8,3 ± 2,5

Ambas as iniciativas – Atenção

Integrada às Doenças Prevalentes na

Infância (AIDPI) e Programa Nacional de

Imunização (PNI) - são desenvolvidas

majoritariamente pela Atenção Básica e

contribuem significativamente para a

redução da mortalidade infantil. No

entanto, as notas atribuídas pelos

Coordenadores ao PNI são superiores às

atribuídas ao AIDPI, para a importância,

e ainda mais, para a situação atual e

expectativa de melhora.

Vale ressaltar que o PNI está

consolidado no cenário nacional e vai ao

encontro da tradição preventivista que

prevaleceu por décadas na Saúde

Coletiva, enquanto o AIDPI incorpora

ações assistenciais às de promoção de

saúde e de prevenção de agravos, no

âmbito da Atenção Básica. Essa poderia

ser uma das possíveis explicações para

as dificuldades de implantação e à

modesta expectativa de melhora

relatada pelos Coordenadores para o

AIDPI. Outra possibilidade é de que a

melhora das condições sócio sanitárias e

a mudança no perfil dos agravos mais

comuns da infância tenham afetado a

valorização desta estratégia, refletindo

em sua situação atual e expectativa de

avanço.

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Bloco 10: ÁREA SAÚDE DA CRIANÇA NA SECRETARIA

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Tabela 10 – Média ± Desvio-Padrão das Notas Atribuídas à percepção dos

Coordenadores Municipais de Saúde da Criança a respeito da importância, situação

atual e expectativas de avanços em sua capital, quanto à área Saúde da Criança na

Secretaria:

Importância Situação Expectativa

Valorização da área de Saúde da Criança na Secretaria 9,8 ± 0,7 6,2 ± 2,0 7,5 ± 2,5

Adequação da situação da área de Saúde da Criança no organograma formal da Secretaria

9,3 ± 1,3 5,9 ± 3,0 6,6 ± 2,7

Sua governabilidade na área de Saúde da Criança na Secretaria

9,7 ± 0,6 6,8 ± 1,6 7,2 ± 2,5

Estabilidade da ocupação dos cargos na área de Saúde da Criança na Secretaria

9,5 ± 0,9 5,8 ± 2,6 7,2 ± 3,0

Os Coordenadores consideraram

importante todos os aspectos

associados à inserção da área da Saúde

da Criança na Secretaria, porém, a

adequação do organograma formal e a

estabilidade da ocupação de cargos

foram os aspectos menos valorizados e

apresentaram maior variabilidade nos

territórios.

Embora esta grande variabilidade entre

os territórios permaneça para os itens

sobre a situação atual e expectativa de

melhora para todos os componentes

deste bloco, percebe-se uma

expectativa de melhora mais modesta

na questão relativa à adequação do

organograma, que depende de

pactuações políticas mais amplas,

envolvendo não só os executivos

municipais.

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Bloco 11: EQUIPE

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Tabela 11– Média ± Desvio-Padrão das Notas Atribuídas à percepção dos

Coordenadores Municipais de Saúde da Criança a respeito da importância, situação

atual e expectativas de avanços em sua capital, quanto à Equipe de Saúde da Criança

na Secretaria:

Importância Situação Expectativa

Capacitação da equipe nos diversos temas pertinentes à área de Saúde da Criança

9,2 ± 2,3 6,0 ± 2,3 7,8 ± 2,5

Possibilidade de contratar pessoal qualificado para a equipe da Coordenação de Saúde da Criança

9,1 ± 1,8 4,2 ± 3,2 5,0 ± 3,3

As respostas referentes à importância

atribuída à capacitação da equipe e à

possibilidade de contratação de pessoal

apresentaram grande variabilidade

entre os diferentes territórios e tiveram

médias inferiores quando comparadas à

maioria das variáveis analisadas.

Chama atenção que na situação atual

sobre a possibilidade de contratação de

pessoal, quatorze Coordenadores, de

um total de 25, atribuíram nota igual ou

inferior a cinco, com cinco notas zero. A

média da expectativa de melhora é

baixa e representa um modesto

deslocamento em relação à situação

atual. Esses dados parecem remeter à

baixa autonomia para a contratação na

área da Saúde da Criança, que depende

da realização de concursos públicos

e/ou de remanejamentos internos que

nem sempre estão dentro da

governabilidade dos Coordenadores.

Em relação à capacitação da equipe nos

diversos temas pertinentes à área de

Saúde da Criança, observamos que

embora haja dificuldades em sua

implantação, apresenta uma melhor

situação atual e maior expectativa de

melhora, o que pode estar relacionado à

maior governabilidade dos

Coordenadores para desenvolver

processos de formação junto às equipes.

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Bloco 12: RECURSOS ESTRUTURAIS E FINANCEIROS

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Tabela 12– Média ± Desvio-Padrão das Notas Atribuídas à percepção dos

Coordenadores Municipais de Saúde da Criança a respeito da importância, situação

atual e expectativas de avanços em sua capital, quanto aos recursos estruturais e

financeiros da área de Saúde da Criança na Secretaria:

Importância Situação Expectativa

Disponibilidade de recursos financeiros para possibilitar a atuação

9,5 ± 1,1 3,7 ± 2,9 5,1 ± 3,2

Disponibilidade de espaço físico adequado para o trabalho da equipe

9,4 ± 1,0 6,2 ± 2,3 6,7 ± 2,7

Disponibilidade de recursos de comunicação eficientes (telefonia, internet, etc.)

9,4 ± 1,2 6,9 ± 2,3 7,6 ± 2,4

Facilidade de locomoção para atuação junto ao território

9,3 ± 1,2 6,7 ± 1,9 7,1 ± 2,6

Disponibilidade de materiais e insumos básicos de consumo

9,3 ± 1,3 6,2 ± 2,2 7,1 ± 2,2

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Todos os dados referentes à

infraestrutura da área de Saúde da

Criança na Secretaria, na percepção dos

Coordenadores, apresentam um

comportamento semelhante: são

considerados relativamente

importantes, a situação atual de

implantação está bem abaixo da

importância atribuída e com pequena

expectativa de melhora. Já em relação à

disponibilidade de recursos financeiros,

embora mantenha média de

importância semelhante aos demais, a

situação atual apresenta-se bastante

inferior.

Da análise desses gráficos emergem

pelo menos duas possibilidades de

interpretação. Uma delas seria que a

insuficiência de recursos financeiros e

estruturais compromete a implantação

das ações de saúde da criança nos

territórios, dificultando a obtenção de

melhores resultados e a outra seria que

as áreas de Saúde da Criança das

Secretarias têm conseguido efetivar o

seu trabalho, apesar dessas

dificuldades.

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Bloco 13: ARTICULAÇÃO COM OUTRAS ÁREAS

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Tabela 13– Média ± Desvio-Padrão das Notas Atribuídas à percepção dos

Coordenadores Municipais de Saúde da Criança a respeito da importância, situação

atual e expectativas de avanços em sua capital, quanto à articulação com outras

áreas:

Importância Situação Expectativa

Articulação com a Atenção Básica na sua Secretaria 9,8 ± 0,5 8,2 ± 1,4 8,2 ± 2,4

Articulação com a Área de Saúde da Mulher na sua Secretaria

9,9 ± 0,5 8,4 ± 1,4 8,9 ± 1,4

Articulação com outras áreas da Saúde na sua Secretaria

9,6 ± 0,9 7,0 ± 1,6 7,9 ± 2,0

Atuação em parceria com outros órgãos e Secretarias do Poder Público

9,3 ± 1,1 7,1 ± 1,6 8,0 ± 2,1

Atuação em parceria com entidades e organizações não governamentais

9,2 ± 1,4 5,9 ± 2,7 7,4 ± 2,1

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45

Do conjunto de aspectos relacionados à

articulação da Saúde da Criança com

outras áreas, os Coordenadores

percebem melhor articulação com a

área de Saúde da Mulher e com a

Atenção Básica que apresentam as

melhores médias no componente

“situação atual”. Esse resultado pode

decorrer da afinidade temática e o

reconhecimento da importância da

Atenção Básica para a efetivação da

Atenção Integral à Saúde da Criança.

No que se refere à articulação com

outras áreas de saúde, outros órgãos e

secretarias do Poder Público e com

entidades e organizações não

governamentais, pode-se perceber que

embora a situação atual seja inferior aos

dois primeiros, existe uma importante

expectativa de melhora atribuída pelos

Coordenadores.

Essa tendência pode ser atribuída ao

progressivo reconhecimento da

importância da articulação com os

outros órgãos e setores para lidar com a

complexidade inerente à produção de

saúde.

SÍNTESE CONCLUSIVA

A pesquisa aqui apresentada proporciona um importante panorama do

desenvolvimento da Saúde da Criança nos territórios, sob a ótica dos Coordenadores

das Capitais, na medida em que, a partir da análise dos dados, torna-se possível

identificar a percepção desses atores sobre os temas/fatores que apresentam maiores

avanços ou que estão melhor consolidados, bem como aqueles que permanecem

como desafios para a Saúde da Criança.

Nesse sentido, se utilizarmos como critério a obtenção de média maior que 7,5 no

item “situação atual”, verificamos que os temas/fatores que se incluem nesta condição

são: Triagem neonatal (teste do pezinho), Programa Nacional de Imunização,

Campanhas de Mobilização pelo Aleitamento Materno, Iniciativas para melhor

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distribuição e uso da Caderneta de Saúde da Criança, Articulação com a Atenção Básica

e Articulação com a Área de Saúde da Mulher. Esses seriam, portanto, os

temas/fatores que, na percepção dos Coordenadores de Saúde da Criança das Capitais,

encontram-se melhor consolidados no Município.

Analogamente, se utilizarmos como critério a obtenção de média menor que 4,0 no

item “situação atual”, verificamos que os temas/fatores que atendem a este critério

são: Mulher trabalhadora que amamenta, Iniciativas voltadas a crianças filhas de

mulheres privadas de liberdade, Iniciativas em parceria com a Saúde Indígena e

Disponibilidade de Recursos Financeiros.

Entre 4,0 e 5,0 na situação atual, encontramos: Ações na RAPS (média = 4,6), ações na

Rede de Cuidados à pessoa com deficiência (média = 4,2), Agenda de Intensificação da

Atenção Nutricional à Desnutrição Infantil – ANDI (média = 4,6), DPI (média = 4,2),

Fórum Perinatal (média = 4,7), Linha de Cuidado do Trauma (média = 4,5), AIDPI

(média = 4,6), AIDPI Neonatal (média = 4,0), Capacitação em Reanimação Neonatal

(média = 4,3) e Possibilidade de contratar pessoal qualificado para a Equipe de Saúde

da Criança (média = 4,2).

Esses seriam os temas/fatores que, na percepção dos Coordenadores de Saúde da

Criança das Capitais, permanecem como maiores desafios para a área da Saúde da

Criança no Município.

Este estudo compõe parte do escopo da pesquisa avaliativa que abrange também: o

estudo hermenêutico das tradições que informam a PNAISC, o estudo qualitativo do

processo de sua formulação e implantação, o estudo da percepção dos Coordenadores

Estaduais e o levantamento quantitativo dos indicadores clássicos de Saúde da Criança

por território.

Por fim, frente a gama de possibilidades de análises proporcionada por este

Instrumento da Pesquisa, entendemos que sua aplicação periódica pode ajudar a

monitorar as ações e apreender os movimentos que têm sido produzidos nos

territórios, como estratégia para promover reflexões que subsidiem as tomadas de

decisão e o planejamento de ações.

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Na próxima edição, apresentaremos a evolução do processo de construção da Política

nos territórios com base em dois documentos: o material de campo produzido pela

Pesquisa Avaliativa em outubro de 2013, consolidado e apresentado no I Boletim; e a

síntese da dinâmica sobre as cartografias dos territórios, coordenada pelas tutoras da

EBBS em Setembro de 2014,

Atenciosamente,

Equipe da Pesquisa Avaliativa.