10 passos rede amamenta

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MINSTRIO DA SADE

BRASLIA - DF 2011

MINISTRIO DA SADE Secretaria de Ateno Sade rea Tcnica de Sade da Criana e Aleitamento Materno

OS PRIMEIROS PASSOS (2007-2010)Srie I. Histria da Sade

Braslia DF 2011

2011 Ministrio da Sade Todos os direitos reservados. permitida a reproduo parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte e que no seja para venda ou qualquer fim comercial. A responsabilidade pelos direitos autorais de textos e imagens desta obra da rea tcnica. A coleo institucional do Ministrio da Sade pode ser acessada, na ntegra, na Biblioteca Virtual em Sade do Ministrio da Sade: http://www.saude.gov.br/bvs Srie I. Histria da Sade Tiragem: 1 edio 2011 2.000 exemplares Elaborao, distribuio e informaes: MINISTRIO DA SADE Secretaria de Ateno Sade Departamento de Aes Programticas Estratgicas rea Tcnica de Sade da Criana e Aleitamento Materno SAF Sul, Trecho 2, Lotes 5/6, Ed. Premium, Torre II, auditrio, Sala 1 CEP: 70070-600, Braslia DF Tel.: (61) 3306-8070 Fax: (61) 3306-8023 E-mail: [email protected] Homepage: http://www.saude.gov.br/ Elaborao: Amanda Souza Moura Cristiane Madeira Ximenes Elsa Regina Justo Giugliani Gilmara Cris Nascimento da Silva Llian Cordova do Esprito Santo Coordenao: Elsa Regina Justo Giugliani Fotografias: Arquivo da rea Tcnica de Sade da Criana e Aleitamento Materno. Impresso no Brasil / Printed in Brazil Ficha Catalogrfica Brasil. Ministrio da Sade. Secretaria de Ateno Sade. rea Tcnica de Sade da Criana e Aleitamento Materno. Rede Amamenta Brasil: os primeiros passos (20072010) / Ministrio da Sade. Secretaria de Ateno Sade. rea Tcnica de Sade da Criana e Aleitamento Materno. Braslia : Ministrio da Sade, 2011. 58 p. : il. (Srie I. Histria da Sade ) ISBN N 978-85-334-1806-6 1. Sade da criana. 2. Aleitamento materno. 3. Polticas pblicas em sade. I. Rede Amamenta Brasil. II. Ttulo. III. Srie. CDU 613.953(81) Catalogao na fonte Coordenao-Geral de Documentao e Informao Editora MS OS 2011/0100 Ttulos para indexao: Em ingls: Brazil Breastfeeding Network: first steps (20072010) Em espanhol: Red Amamanta Brasil: primeros pasos (20072010) Projeto grfico e capa: Alisson Sbrana Diagramao: Dino Vincius Ferreira de Araujo Editora MS Coordenao de Gesto Editorial SIA, trecho 4, lotes 540/610 CEP: 71200-040, Braslia DF Tels.: (61) 3233-1774 / 2020 Fax: (61) 3233-9558 E-mail: [email protected] Home page: http://www.saude.gov.br/editora Equipe editorial: Normalizao: Mrcia Cristina Tomaz de Aquino Reviso: Marcia Medrado Abrantes e Mara Soares Pamplona Apoio financeiro: Fundao Oswaldo Cruz (Fiocruz)/ Fundao para o Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico em Sade (Fiotec)

SUMRIOAPRESENTAO ........................................................................................................................ 1 INTRODUO .......................................................................................................................... 2 OBJETIVOS DA REDE AMAMENTA BRASIL .......................................................................2.1 GERAL .......................................................................................................................... 2.2 ESPECFICOS ............................................................................................................. 5 6 8 8 8 8 9 9 11 12 12 13 15 16 16 16 16 17 24 26 27 28 29 31 32 33 34 35 36 37

3 QUEM SE BENEFICIA COM A REDE AMAMENTA BRASIL ................................................ 4 A PROPOSTA .......................................................................................................................4.1 METODOLOGIA DE TRABALHO E REFERENCIAL TERICO................................... 4.2 TUTORES ...................................................................................................................... CAPACITAO DOS TUTORES.................................................................................. 4.3 ORGANIZAO E GOVERNANA................................................................................. COMPETNCIAS .......................................................................................................... 4.4 CERTIFICAO ........................................................................................................... OFICINAS DE TRABALHO SOBRE AM NAS UBS ................................................... 4.5 ACOMPANHAMENTO E MONITORAMENTO ................................................................... ACOMPANHAMENTO DAS UBS .................................................................................... MONITORAMENTO .......................................................................................................

5 PROCESSO DE IMPLANTAO .......................................................................................... 6 RESULTADOS ALCANADOS ............................................................................................. 7 AVALIAO .........................................................................................................................

REFERNCIAS ............................................................................................................................ANEXOS ...................................................................................................................................... Anexo 1 Portaria MS/GM n 2.799, de 18 de novembro de 2008 ............................................ Anexo 2 Ficha 1 Acompanhamento das Oficinas de Formao de Tutores da Rede Amamenta Brasil................................................................................................................... Anexo 3 Ficha 2 de Acompanhamento e Monitoramento das Aes na UBS .......................... Anexo 4 Ficha 3 de Acompanhamento e Monitoramento das Aes na UBS .......................... Anexo 5 Formulrio de Marcadores do Consumo Alimentar em Crianas Menores de 5 anos de Idade ............................................................................................................... Anexo 6 Planilha Mensal Consolidada ..................................................................................... Anexo 7 Participantes da Oficina-Piloto realizada em Londrina/PR, de 25 a 29 de fevereiro de 2008 ............................................................................................................. Anexo 8 Unidades Bsicas de Sade Certificadas na Rede Amamenta Brasil........................ Anexo 9 Lista de Tutores do Brasil que encaminharam ficha de atualizao de dados do tutor at 13/12/2010 e/ou estavam nas listas de frequncia das oficinas

APRESENTAO

Era preciso haver uma poltica nacional de incentivo ao aleitamento materno na rede de ateno bsica, pois na ateno bsica que se d o maior contato da gestante, da purpera e da lactante com o sistema de sade. Era preciso capacitar a rede bsica para acolher e oferecer assistncia qualificada a essas mulheres, bebs e suas famlias. Era preciso uma estratgia que complementasse e se articulasse com os demais componentes da Poltica Brasileira de Promoo, Proteo e Apoio ao Aleitamento Materno. Era preciso que a metodologia dessa estratgia fosse estruturada a partir da problematizao do processo de trabalho das unidades bsicas de sade e valorizasse a experincia de vida de todos os atores. Era preciso uma estratgia que visasse transformao das prticas profissionais e reorganizao do trabalho, tendo como referncia as necessidades de sade das pessoas e das populaes. Era preciso uma estratgia que considerasse as inmeras interfaces do aleitamento materno que compem a rede sociobiolgica da amamentao. Dentro desse contexto, foi criada a Rede Amamenta Brasil. Este documento registra os primeiros passos dessa iniciativa, desde a sua idealizao at a certificao das primeiras unidades bsicas de sade. Esperamos que muitas outras histrias sobre a evoluo da Rede Amamenta Brasil sejam contadas...

REDE AMAMENTA BRASIL: OS PRIMEIROS PASSOS (2007-2010) - 5

1 INTRODUOA Rede Amamenta Brasil uma estratgia de promoo, proteo e apoio ao aleitamento materno (AM) coordenada pela rea Tcnica de Sade da Criana e Aleitamento Materno, do Departamento de Aes Programticas Estratgicas, com o Departamento de Ateno Bsica, ambos vinculados Secretaria de Ateno Sade do Ministrio da Sade. A Rede se prope a aumentar os ndices de amamentao no Pas a partir da circulao e troca de informaes entre os diversos atores, capacitando os profissionais que atuam nas Unidades Bsicas de Sade (UBS) para que se tornem agentes de mudana no ensino e aprendizagem do AM e para uma prtica integralizadora. A estratgia interliga UBS, secretarias municipais e estaduais de sade, o governo federal e a sociedade com o propsito de revisar e atualizar o trabalho interdisciplinar nas UBS, apoiando-se nos princpios da educao permanente, no respeito viso de mundo dos profissionais e nas especificidades locais e regionais. Uma estrutura em rede significa que os integrantes se ligam horizontalmente a todos os demais, diretamente ou por meio dos que os cercam. Os componentes da rede devem definir coletivamente os objetivos, agregar as pessoas, grupos ou organizaes disponveis ao redor desses objetivos e definir fluxos de acordo com a necessidade e gravidade de cada situao. O AM a estratgia isolada que tem o maior impacto na reduo da mortalidade infantil, podendo evitar 13% das mortes por causas prevenveis em menores de 5 anos em todo o mundo1. De acordo com a Organizao Mundial da Sade (OMS) e o Unicef, cerca de 6 milhes de crianas so salvas por ano graas ao aleitamento materno exclusivo (AME)1. O Brasil um dos signatrios da Declarao do Milnio, que inclui, entre os seus oito Objetivos de Desenvolvimento, a reduo em dois teros, at 2015, da mortalidade de crianas menores de 5 anos. Em consonncia com esses objetivos, o Brasil lanou, em 2004, o Pacto Nacional pela Reduo da Mortalidade Materna e Neonatal2. Em 2005, por meio da Agenda de Compromissos para a Sade Integral da Criana e Reduo da Mortalidade Infantil3, o Ministrio da Sade lanou o desafio de assumir a conformao de uma rede nica integrada de assistncia criana, apresentando linhas de cuidado integral sade da criana, dentre elas a promoo, proteo e o apoio ao AM. Em 2006, aps ampla discusso, estabeleceu-se o Pacto pela Sade4, que ratifica todos os compromissos e metas citadas anteriormente. A Rede Amamenta Brasil surgiu da necessidade de a amamentao ser compreendida pelos profissionais e pela sociedade como um processo no apenas biolgico, mas tambm social e cultural, e da necessidade de se estabelecer uma estratgia nacional de promoo, proteo e apoio ao aleitamento materno na ateno bsica. Nos ltimos 35 anos, muitas aes vm sendo desenvolvidas no Brasil na tentativa de recuperar a prtica da amamentao, especialmente em mbito hospitalar. So exemplos a normatizao do sistema de Alojamento Conjunto, a aprovao da Norma Brasileira de Comercializao de Alimentos6 - REDE AMAMENTA BRASIL: OS PRIMEIROS PASSOS (2007-2010)

para Lactentes (NBCAL), o estabelecimento de normas sobre funcionamento dos bancos de leite humano, a implementao da Iniciativa Hospital Amigo da Criana (IHAC) e a interrupo da distribuio de substitutos de leite materno nos servios de sade. Ao mesmo tempo, iniciativas voltadas para o apoio do AM na Ateno Bsica foram realizadas em vrias cidades brasileiras, a exemplo de Londrina, no Paran, que implementou a Iniciativa Unidade Bsica Amiga da Criana (IUBAC), e o Rio de Janeiro, com a Iniciativa Unidade Bsica Amiga da Amamentao (IUBAAM). Contudo, a grande maioria das polticas pblicas e das aes em prol do aleitamento materno implementadas nacionalmente desde a dcada de 1980 teve como foco principal a rede hospitalar. Dessa forma, a proposta de implementao da Rede Amamenta Brasil surgiu no segundo semestre de 2007, quando a experincia de Londrina foi apresentada coordenao da rea Tcnica de Sade da Criana e Aleitamento Materno/DAPES/SAS/MS. A partir de ento, firmou-se uma parceria entre a rea Tcnica, o Departamento de Ateno Bsica e o Ncleo Operacional, composto por 11 profissionais de Londrina, para estruturar o projeto de implantao da Rede e a confeco do Caderno de Tutores.

Figura 1 Ncleo Operacional formado por profissionais de Londrina

Em 1 de agosto de 2008, durante a abertura da Semana Mundial da Amamentao, o Ministro da Sade lanou a Rede Amamenta Brasil. Em 18 de novembro de 2008, foi assinada a Portaria MS/GM n 2.799 (Anexo 1), instituindo a estratgia no mbito do Sistema nico de Sade (SUS). A Portaria estabelece como a Rede se estrutura, como se d sua coordenao nas diferentes esferas de gesto e como se d o seu monitoramento.

REDE AMAMENTA BRASIL: OS PRIMEIROS PASSOS (2007-2010) - 7

2 OBJETIVOS DA REDE AMAMENTA BRASILOs objetivos da Rede Amamenta Brasil so:

2.1 GERALContribuir para o aumento dos ndices de AM no Pas.

2.2 ESPECFICOS Contribuir para o desenvolvimento de competncias nos profissionais de sade para que se tornem agentes de mudana no ensino e aprendizagem do aleitamento materno e para uma prtica integralizadora. Discutir a prtica do AM no contexto do processo de trabalho das unidades bsicas de sade. Pactuar aes de promoo, proteo e apoio ao AM a partir da realidade das unidades bsicas de sade. Monitorar os ndices de AM das populaes atendidas pelas unidades bsicas de sade certificadas.

3 QUEM SE BENEFICIA COM A REDE AMAMENTA BRASILA criana mamando exclusivamente nos primeiros seis meses e mantendo o AM por dois anos ou mais, tem melhor qualidade de vida e menor risco de adoecer e morrer, ao mesmo tempo em que tem a oportunidade de estreitar o vnculo afetivo com a me. A mulher amamentando mais, ela tem menos riscos de ter complicaes aps o parto, cncer de mama e ovrios e de desenvolver diabetes. A famlia quando a criana alimentada ao seio, a famlia economiza com a compra de alimentos e de remdios e seus laos afetivos so reforados. Os profissionais a insero da UBS na Rede Amamenta Brasil implica em aumento das competncias dos profissionais de sade em AM e tambm em estmulo pela busca por mais conhecimento. O SUS com o aumento das taxas de AM, h reduo de agravos sade de crianas e mulheres. O Pas ter como consequncia, cidados mais saudveis e evitar gastos com remdios e internaes hospitalares.

8 - REDE AMAMENTA BRASIL: OS PRIMEIROS PASSOS (2007-2010)

4 A PROPOSTAA Rede Amamenta Brasil se integra e se articula aos demais componentes da Poltica Brasileira de Promoo, Proteo e Apoio ao Aleitamento Materno, como a Iniciativa Hospital Amigo da Criana, a Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano e outras aes da Poltica.

4.1 METODOLOGIA DE TRABALHO E REFERENCIAL TERICOA metodologia utilizada o grande diferencial da Rede, no existindo um procedimento padro, com passos determinados a serem seguidos. De acordo com a proposta de educao permanente em sade, a participao das UBS se d com a realizao de uma oficina de trabalho, durante a qual toda a equipe discute o seu processo de trabalho em relao s aes de promoo, proteo e apoio ao AM. Assim, cada equipe expe suas dificuldades e acertos e busca as solues a partir da sua realidade.

Figura 2 Oficina de trabalho na UBS

O profissional de sade que atua junto mulher que amamenta deve ter habilidade cientfica, tcnica e de relacionamento para assistir, alm da mulher, o seu companheiro, filhos, famlia e comunidade, reunindo os diferentes segmentos que compem a extensa rede sociobiolgica do AM. Espera-se desse profissional que conhea os aspectos histricos, sociais, culturais e biolgicos da amamentao. Em sua formao, os profissionais de sade adquirem determinados conhecimentos sobre AM. Por outro lado, tm conhecimentos oriundos do senso comum e de suas experincias pessoais. importante a valorizao desses diferentes conhecimentos, favorecendo um elo de complementaridade entre o saber cientfico e o saber popular.REDE AMAMENTA BRASIL: OS PRIMEIROS PASSOS (2007-2010) - 9

Por essa razo, o referencial terico da estratgia Rede Amamenta Brasil a educao crtico-reflexiva, que considera o processo de aprendizado de maneira integrada e qualitativa. Nesse referencial, o aprendizado se d de forma ativa, reflexiva, crtica e solidria, com problematizao da realidade, de forma que o aprendiz aprende a aprender, apreendendo, assim, o novo conhecimento. O ponto de partida da aprendizagem a realidade concreta e a experincia adquirida pelo profissional de sade em sua vida diria, como um ser crtico e inacabado, que tem autonomia e identidade. A educao crtico-reflexiva possibilita vrias estratgias para o ensino eficaz, sendo um caminho metodolgico que visa ao desenvolvimento do pensamento crtico e criativo e tambm preparao para uma atuao poltica. A contextualizao o fator que confere pertinncia ao conhecimento. De acordo com Paulo Freire5, ao apreender a realidade o homem elabora hipteses sobre o desafio dessa realidade e procura solues, transformando a realidade e criando um mundo prprio: seu eu e suas circunstncias. A metodologia de operaes mentais proposta por Bruscilovscky6 foi escolhida por considerar-se que pode ser aplicada em todo o Pas, e seus pressupostos podem ser compreendidos mesmo por profissionais que no tenham experincia com educao crtico-reflexiva. um mtodo utilizado para educao de adultos, que estimula o aprendiz a racionalizar sobre a aprendizagem cotidiana de forma ativa, reflexiva e solidria. A proposta deste mtodo substituir atitudes empricas por atitudes intencionais e fundamentadas. As operaes mentais no se desenvolvem de forma linear ou sequencial, podendo se alternar. O mtodo pode ser aplicado em diferentes situaes educativas, desde que se mantenha coerente com a proposta de transformar o adulto, de um mero repetidor e consumidor passivo, em um indivduo reflexivo capaz de produzir conhecimento e modificar o seu meio. A experincia adquirida pelo adulto em sua vida diria o incio do processo que o levar busca de mais informaes, uma vez que precisamente no dia-a-dia que o adulto tem as experincias mais valiosas. A falta de estmulos adequados dificulta o alcance do pensamento abstrato; portanto, fundamental proporcionar ao educando conflito cognitivo que lhe permita desenvolver suas potencialidades, com a utilizao de trs grupos de operaes mentais para a anlise de determinada situao: Representao, cujo objetivo orientar o educando e estimul-lo para que responda perguntas do tipo o que e como, estimulando-o a observar a realidade sistematicamente, a penetrar nos fenmenos, a classificar ideias, diferenciando os dados da realidade dos juzos e pontos de vista pessoais, exercitando o uso de critrios e formas de classificao relevantes. O educador pode facilitar o processo estimulando a participao dos educandos e criando o conflito cognitivo, por meio de dramatizaes, visitas, filmes, entrevistas, simulaes, observaes, etc. Relao, que a busca das causas e consequncias e o conhecimento das leis e teorias, favorecendo a anlise dos fatos e a compreenso da situao, avanando-se gradualmente at as generalizaes e abstraes. A busca dessas informaes deve ser estimulada por leituras de textos,10 - REDE AMAMENTA BRASIL: OS PRIMEIROS PASSOS (2007-2010)

busca on-line e/ou biblioteca, mesa-redonda, aula expositiva, roda de leitura, etc.; at se chegar sntese integradora final. Ao, cujo objetivo fazer com que todo o processo anterior de reflexo e conhecimento leve as pessoas a se tornarem protagonistas conscientes, determinando objetivos, explicitando os valores e princpios que guiaram a ao, selecionando mtodos e tcnicas adequados, concretizando mudanas, e tendo controle dos resultados. Isso ocorre quando o sujeito aplica na prtica os conceitos apreendidos.

4.2 TUTORESOs tutores so um dos principais pilares de sustentao da Rede Amamenta Brasil. necessrio que o tutor esteja aberto para o novo e disposto a se desapegar das formas tradicionais de transmisso do conhecimento. Associado disposio de experienciar uma metodologia crtico-reflexiva no ensino e aprendizagem do AM, importante que o tutor tenha conhecimento terico e vivencial na rea e, se possvel, em educao. O tutor tem o compromisso de visitar periodicamente uma ou mais UBS, adotando-as e oferecendo apoio sempre que necessrio. Ele deve conhecer em profundidade a Poltica Nacional de Ateno Bsica (PNAB), compreendendo os princpios da Ateno Bsica, o processo de trabalho das equipes da Estratgia Sade da Famlia (ESF) e as competncias de cada profissional preconizadas na PNAB. O profissional que pretende ser tutor da Rede Amamenta Brasil deve preencher os seguintes requisitos: Ter curso superior. Ter experincia em manejo clnico do AM. Ter realizado pelo menos um curso de formao em AM. Ter disponibilidade para participar integralmente do processo, que inclui a capacitao de 40 horas em carter de imerso, a multiplicao das oficinas de formao de tutores, a conduo de oficinas de trabalho em AM e o acompanhamento das UBS. Os seguintes requisitos so desejveis, porm no obrigatrios: Ter experincia e/ou vivncia em ateno bsica em sade. Ter experincia em educao. Ter vivncia em metodologias ativas de aprendizagem. Ter perfil de liderana. Ter participado na organizao de atividades relacionadas com polticas pblicas de sade em AM. Fazer parte de entidades (comits, ONGs, associaes) relacionadas ao AM.

REDE AMAMENTA BRASIL: OS PRIMEIROS PASSOS (2007-2010) - 11

Ter experincia em conduo de grupos. Excepcionalmente, sero permitidos tutores que no preencham todas as exigncias.

CAPACITAO DOS TUTORESOs tutores so capacitados durante uma oficina que utiliza os referenciais da educao crtico-reflexiva no ensino e aprendizagem do AM, adquirindo subsdios para auxiliarem na formao de novos tutores e competncia para a realizao de oficinas de trabalho em AM nas UBS. Considerando a proposta metodolgica, as Oficinas de Formao de Tutores so realizadas em carter de imerso, durante cinco dias consecutivos, totalizando 40 horas, com a participao de at 30 profissionais (Anexo 2). As oficinas tm atividades tericas e prticas, incluindo discusses, leitura de textos, troca de experincias, dramatizaes, projeo de filmes, realizao de dinmicas de grupo, anlise da realidade local, snteses e propostas de ao. Alm disso, os tutorandos praticam, sob superviso, uma oficina de trabalho em uma UBS. Durante a oficina de formao de tutores, os participantes recebem o Caderno de Tutores7, no qual apresentada a proposta e a estrutura da Rede Amamenta Brasil e a metodologia da oficina de trabalho em AM; o Caderno de Ateno Bsica no 23 Sade da criana: nutrio infantil8; e o filme Amamentao: muito mais do que alimentar a criana9. Diversos outros materiais podem ser utilizados durante as oficinas, como lbum seriado, bonecas e mamas cobaias, ficando a critrio do tutor buscar alternativas de material ilustrativo. Figura 3 - Material de apoio das Oficinas de Formao de TutoresISBN 978-85-334-1561-4

9 788533 415614

Cadernos de Ateno Bsica N 23 - Sade da Criana: Nutrio Infantil

SADE DA CRIANA

Aleitamento Materno e Alimentao Complementar

Braslia DF 2009

23

4.3 ORGANIZAO E GOVERNANAA coordenao nacional da Rede Amamenta Brasil da rea Tcnica de Sade da Criana e Aleitamento Materno e do Departamento de Ateno Bsica, assessorados pelo Comit Nacional de Aleitamento Materno. A implantao e a coordenao da Rede Amamenta Brasil nos estados de responsabilidade das coordenaes estaduais da rea da Criana e/ou da Ateno Bsica, assim como de responsabilidade das coordenaes municipais a sua implantao e coordenao nas UBS dos municpios. As UBS12 - REDE AMAMENTA BRASIL: OS PRIMEIROS PASSOS (2007-2010)

SADE DA CRIANA

SADE DA CRIANA: Nutrio Infantil

devem se reportar s coordenaes municipais, que, por sua vez, se reportam s coordenaes estaduais, que possuem canal de comunicao direta com o Ministrio da Sade. Figura 4 Estrutura Organizacional da Rede Amamenta Brasil6

Comit Nacional de Aleitamento Materno

Coordenao Nacional rea Tcnica de Sade da Criana e Aleitamento Materno DAPES/SAS/MS Departamento de Ateno Bsica DAB/SAS/MS

Coordenao Estadual

Coordenao Municipal

Coordenao Gerencial da Unidade Bsica de Sade

Tutores

Tutores

COMPETNCIASCada esfera de gesto tem competncias especficas, assim como os tutores. No entanto, algumas competncias so comuns a todos.

DE TODOS Divulgar a Rede Amamenta Brasil. Promover articulao entre as diferentes esferas e servios. Alocar recursos oramentrios e financeiros para implementar a Rede Amamenta Brasil. Criar referncia ou grupos matriciais responsveis pelo planejamento, articulao, monitoramento e avaliao das aes, nos diferentes nveis. Divulgar sistematicamente os resultados do processo avaliativo das aes da Rede Amamenta Brasil.

DO MINISTRIO DA SADE Coordenar a Rede Amamenta Brasil no mbito nacional. Elaborar e disponibilizar material de capacitao. Capacitar profissionais como multiplicadores. Acompanhar e avaliar as redes estaduais.REDE AMAMENTA BRASIL: OS PRIMEIROS PASSOS (2007-2010) - 13

Disponibilizar sistema eletrnico de monitoramento dos dados de AM coletados pelas UBS. Fornecer apoio tcnico aos estados para a consecuo do programa. Certificar as UBS que cumprirem os critrios para incluso na Rede. Monitorar os indicadores de aleitamento materno em todos os nveis.

DOS ESTADOS Instituir e coordenar a Rede Amamenta Brasil no mbito estadual. Formar tutores em seus municpios. Fornecer apoio tcnico aos municpios para a consecuo da linha de ao. Solicitar ao Ministrio da Sade a certificao das UBS elegveis. Acompanhar e avaliar as redes municipais.

DOS MUNICPIOS Instituir e coordenar a Rede Amamenta Brasil no mbito do municpio. Selecionar os tutores responsveis pelas Oficinas de Trabalho em aleitamento materno nas UBS, considerando os critrios estabelecidos. Fornecer apoio tcnico s UBS para a consecuo da linha de ao. Solicitar ao estado a certificao das UBS elegveis. Acompanhar e avaliar as aes das UBS.

DAS GERNCIAS E EQUIPES DAS UBS Viabilizar as condies necessrias para a realizao da Oficina. Pactuar atividades que promovam, protejam e apiem a amamentao. Construir fluxograma de atendimento dupla me-beb em amamentao. Alimentar continuamente o sistema de monitoramento da Rede Amamenta Brasil. Analisar criticamente os dados de monitoramento da UBS e da avaliao e dar-lhes visibilidade.

DO TUTOR Conhecer a Poltica Nacional de Ateno Bsica. Multiplicar as Oficinas de Tutores. Conduzir Oficinas de Trabalho em AM nas UBS. Auxiliar na construo do fluxograma de atendimento dupla me-beb em amamentao nas UBS sob sua responsabilidade. Acompanhar, por meio de visitas peridicas, o desenvolvimento das aes em AM nas UBS sob sua responsabilidade.14 - REDE AMAMENTA BRASIL: OS PRIMEIROS PASSOS (2007-2010)

4.4 CERTIFICAOAs UBS que realizarem oficina de trabalho em AM podero ser certificadas na Rede Amamenta Brasil, desde que cumpram os critrios para isso. A validade da certificao de um ano, ao trmino do qual a UBS dever comprovar que continua cumprindo os seguintes critrios: Garantir a participao de no mnimo 80% da equipe na Oficina de Trabalho em AM. Monitorar os indicadores de AM da sua rea de abrangncia. Concretizar pelo menos uma ao pactuada. Construir e implementar fluxograma de atendimento dupla me-beb no perodo de amamentao. A UBS recebe certificado emitido pelo Ministrio da Sade (Figura 5). A validade da certificao de um ano, renovvel a cada ano, desde que continue cumprindo os critrios para receber o selo anual de certificao. Figura 5 Certificado concedido UBS no momento da certificao

REDE AMAMENTA BRASIL: OS PRIMEIROS PASSOS (2007-2010) - 15

OFICINAS DE TRABALHO SOBRE AM NAS UBSCoordenadas por tutores, essas oficinas promovem a discusso da prtica do AM no contexto do processo de trabalho das UBS e a pactuao de aes de promoo, proteo e apoio ao AM, de acordo com a realidade de cada equipe e comunidade. A oficina de trabalho tem durao mnima de 6 horas, podendo chegar a 8 horas. Recomenda-se que o nmero de participantes seja de no mximo 30. Todos os membros da equipe, independentemente de sua formao ou funo, devem participar. Se o nmero de membros da equipe for maior que 30, devem ser realizadas duas ou mais oficinas em momentos distintos. Obrigatoriamente o coordenador da UBS deve participar de toda a oficina e coordenar a implementao das aes pactuadas. Ao final da oficina, o tutor responsvel pela UBS deve registrar as aes que foram pactuadas e o quantitativo de profissionais que participou da oficina (Anexo 3). Para que todos os membros da equipe possam participar da oficina, a UBS deve ser fechada durante o perodo da oficina. Se isso no for possvel, outra alternativa deve ser encontrada pelo gestor municipal para propiciar a participao de todos.

4.5 ACOMPANHAMENTO E MONITORAMENTOA realizao da oficina de trabalho em AM apenas o primeiro passo para a UBS participar da Rede Amamenta Brasil. Para a continuidade desse processo, necessrio o acompanhamento da UBS e o monitoramento dos indicadores de AM.

ACOMPANHAMENTO DA UBSCada UBS deve ter um tutor responsvel por acompanhar e apoiar o desenvolvimento das aes em AM das equipes. Para isso, ele faz visitas sistemticas s unidades. As visitas devem ser realizadas no mximo a cada trs meses, sendo sua frequncia definida entre o tutor e a equipe, a partir das necessidades de cada UBS. Nessas visitas, o tutor preenche a ficha de acompanhamento das aes pactuadas na UBS (Anexo 4) para registrar a etapa de implementao das aes.

MONITORAMENTOO acompanhamento das prticas de alimentao das crianas atendidas na UBS fornece informaes fundamentais para o planejamento e avaliao das aes de incentivo amamentao. Por isso, o monitoramento dos indicadores de AM um dos requisitos para a certificao da UBS na Rede Amamenta Brasil. Visando aperfeioar o trabalho desenvolvido pelas equipes de sade, optou-se por adotar o Sisvan Web, sistema gerenciado pela Coordenao Geral de Alimentao e Nutrio do Departamento de Ateno Bsica do MS, lanado em janeiro de 2008, para o monitoramento dos indicadores de AM.

16 - REDE AMAMENTA BRASIL: OS PRIMEIROS PASSOS (2007-2010)

O Sisvan Web contempla um mdulo sobre consumo alimentar, com questes que permitem a construo dos indicadores de AM para as crianas na faixa etria de 0 a 24 meses. Para as crianas menores de seis meses, devem ser monitorados os seguintes indicadores: AM exclusivo; AM predominante; e AM, de acordo com as definies da OMS10. Em 2010, aps relatos de dificuldades de UBS de vrios estados em acessar o Sisvan Web, a rea Tcnica de Sade da Criana e Aleitamento Materno e a Coordenao Geral de Alimentao e Nutrio ofereceram aos estados e municpios uma nova alternativa de monitoramento, como medida temporria para certificar as UBS que cumprem todos os critrios, mas no conseguem acessar o Sisvan Web. As UBS podem monitorar os ndices de AM por meio do Formulrio de Marcadores do Consumo Alimentar para Crianas Menores de 5 Anos de Idade (Anexo 5) e consolidar os dados mensais na Planilha Mensal Consolidada (Anexo 6). As UBS certificadas que monitoram seus ndices utilizando essas planilhas devero fazer esforo no sentido de implementarem o Sisvan Web no prazo de um ano, a contar da data de certificao.

5 PROCESSO DE IMPLANTAOA Rede Amamenta Brasil se estrutura em diferentes esferas que se interconectam. O conjunto resultante como uma malha de mltiplos fios que pode se espalhar indefinidamente para todos os lados, sem que nenhum de seus ns possa ser considerado principal ou central, nem representante dos demais. Assim, a Rede vai se capilarizando, sendo de responsabilidade dos estados a implantao das Redes estaduais, e dos municpios a implantao das Redes municipais. A proposta de capilarizao da Rede est demonstrada na Figura 6. Figura 6 Capilaridade da Rede Amamenta Brasil6SE M AL BA SP SC(Curitiba)

M M

RS

Alagoas(Macei)

M M M

PR

MG AP Oficinas Macrorregionais de Formao de Tutores TO MT DF

Paran

RJ RS RO AM MA RR Amazonas(Manaus)

(Braslia)

Distrito Federal

AC GO

MS Paraba PI CE(Joo Pessoa)

PE

Legenda: M = MunicpiosUBS

PA

PB RN

= Unidade Bsica de Sade

REDE AMAMENTA BRASIL: OS PRIMEIROS PASSOS (2007-2010) - 17

Em fevereiro de 2008, foi realizada uma oficina-piloto em Londrina, Paran, com a participao de profissionais com grande experincia na rea de AM de todo o Pas, dentre eles: gestores estaduais e municipais, pesquisadores, professores e representantes de bancos de leite, hospitais, sociedades cientficas e sociedade civil (Anexo 7). A partir dessa oficina-piloto, foram realizados ajustes sugeridos pelos participantes.

Figura 7 Oficina-Piloto realizada em Londrina/PR

Figura 8 Atividade de dramatizao durante a Oficina-Piloto em Londrina/PR

Em maio do mesmo ano, iniciaram-se as cinco oficinas macrorregionais. Para participar dessas oficinas, foram convidados dois representantes de cada estado e dois de cada capital. Aos estados e capitais que sediaram as oficinas macrorregionais foram disponibilizadas entre 12 e 16 vagas.

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Quadro 1 - Locais e datas em que ocorreram as oficinas macrorregionais.DATA 5 a 9/5/2008 2 a 6/6/2008 23 a 27/6/2008 7 a 11/7/2008 11 a 15/8/2008 LOCAL Macei/AL Manaus/AM Curitiba/PR Joo Pessoa/PB Braslia/DF ESTADOS PARTICIPANTES MG, BA, ES, SE, AL MA, RO, RR, AM, TO, PA, MS RS, SC, SP, RJ, PR PB, CE, PE, PI, RN AP, MT, AC, GO, DF

Figura 9 Oficina macrorrregional realizada em Macei/Al

Figura 10 Oficina macrorrregional realizada em Manaus/AM

REDE AMAMENTA BRASIL: OS PRIMEIROS PASSOS (2007-2010) - 19

Figura 11 Oficina macrorrregional realizada em Curitiba/PR

Figura 12 Oficina macrorrregional realizada em Joo Pessoa/PB

Figura 13 Oficina macrorrregional realizada em Braslia/DF

20 - REDE AMAMENTA BRASIL: OS PRIMEIROS PASSOS (2007-2010)

Durante as cinco oficinas macrorregionais, 150 tutores foram capacitados, voltando para seus estados com o compromisso de auxiliar na capacitao de novos tutores estaduais. Em 2009, todos os estados tiveram apoio do MS para realizar pelo menos uma oficina estadual de formao de tutores, com o envio de trs tutores externos ao estado para auxiliar nessa primeira etapa estadual. Foram realizadas oficinas estaduais de formao de tutores no Distrito Federal e em 22 estados brasileiros, com exceo do Maranho, Pernambuco, Amap e Minas Gerais. O estado do Amap realizou sua primeira oficina estadual de formao de tutores em novembro de 2010. Em 2010, a Rede Amamenta Brasil deu os primeiros passos para atravessar as fronteiras do Pas, chegando at a Argentina, Paraguai, Colmbia e Peru. De 13 a 17 de setembro, a I Oficina Internacional da Rede Amamenta Brasil, realizada em Foz do Iguau (PR) (Figura 14), envolveu 12 profissionais da Argentina e 12 do Paraguai, alm de 10 do Brasil. O xito foi tamanho que a Rede Amamenta hoje uma proposta de poltica pblica no Paraguai, com articulao direta da Coordenao de Aleitamento Materno do Ministrio de Sade Pblica e Bem-Estar Social daquele pas.

Figura 14 I Oficina Internacional da Rede Amamenta Brasil, Foz do Iguau/PR

Entre 8 e 12 de novembro, ocorreu a II Oficina Internacional da Rede Amamenta no municpio de Tabatinga (AM) (Figura 15), sendo formados seis profissionais da cidade de Letcia, na Colmbia, e quatro da cidade de Santa Rosa, no Peru, alm de 18 profissionais brasileiros. Os profissionais formados nessas oficinas voltaram aos seus pases com o compromisso de ajudar os gestores a implementar a Rede Amamenta e de expandi-la para os municpios vizinhos.REDE AMAMENTA BRASIL: OS PRIMEIROS PASSOS (2007-2010) - 21

Figura 15 II Oficina Internacional da Rede Amamenta Brasil, Tabatinga/AM

Em 17 de novembro de 2010, foram certificadas as primeiras UBS na Rede Amamenta Brasil. Dez UBS so do municpio de Corumb (Figura 16) e oito so do municpio de Dourados (Figura 17), ambos do Mato Grosso do Sul (Anexo 8).

Figura 16 Certificao das UBS em Corumb/MS

Figura 17 Certificao das UBS em Dourados/MS22 - REDE AMAMENTA BRASIL: OS PRIMEIROS PASSOS (2007-2010)

Figura 18 Linha do tempo dos principais marcos da Rede Amamenta Brasil

2007 Fev. Mai. Jun. Jul.

Idealizao e elaborao da proposta

Oficina-piloto em Londrina/PR Oficina Macrorregional em Macei/AL Oficinas Macrorregionais em Manaus/AM e Curitiba/PR

2008

Oficina Macrorregional em Joo Pessoa/PB

Oficina Macrorregional em Braslia/DF

Ago.

Ministro da Sade lana a Rede Amamenta Brasil na abertura da SMAM 2008

Nov.

Publicao da Portaria MS/GM n 2.799 de 18/11/2008, instituindo a Rede Incio das oficinas estaduais e municipais de formao de tutores

2009 Set. 2010 Nov.

I Oficina Internacional de Formao de Tutores em Foz do Iguau/PR II Oficina Internacional de Formao de Tutores em Tabatinga/AM Certificao das 1as UBS na Rede Amamenta Brasil em Corumb/MS e Dourados/MS

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6 RESULTADOS ALCANADOSAt dezembro de 2010, foram realizadas, alm das cinco oficinas macrorregionais de formao de tutores, 58 oficinas estaduais e municipais, o que resultou na formao de 1.415 tutores (Anexo 9) e envolvimento de 1.034 UBS e 22.571 profissionais de sade. O quadro 2 apresenta os resultados alcanados at o momento em cada estado, enquanto a Figura 9 apresenta o nmero de UBS envolvidas em cada unidade da Federao. Quadro 2 Resultados Alcanados na Rede Amamenta Brasil at 2010N Oficinas de formao de tutores Regio Norte AC AP AM PA RO RR TO Regio Nordeste AL BA CE MA PB PE PI RN SE Regio Centro-Oeste DF GO MT 12 2 em Rio Branco 1 em Cruzeiro do Sul 1 em Macap 2 em Manaus 1 em Tabatinga 1 em Belm 1 em Porto Velho 1 em Boa Vista 1 em Palmas 1 em Araguana 18 6 em Macei 1 em Salvador 1 em Fortaleza 1 em Sobral 1 em Crato 1 em Crates 0 1 em Joo Pessoa 1 em Campina Grande 1 em Patos 0 1 em Teresina 1 em So Raimundo Nonato 2 em Natal 1 em Aracaju 10 4 em Braslia 1 em Goinia 1 em Cuiab N Tutores formados 227 30 22 70 25 18 18 44 413 149 25 77 4 59 4 41 39 15 270 84 33 20 N UBS envolvidas 121 31 8 35 6 7 8 26 332 221 25 31 0 26 0 13 11 5 270 64 13 7 N Profissionais envolvidos 3.484 608 240 972 289 349 367 659 6.032 3.245 745 856 0 638 0 328 --220 6.159 1.954 457 175

continua...24 - REDE AMAMENTA BRASIL: OS PRIMEIROS PASSOS (2007-2010)

continuao... MS Regio Sul 2 em Campo Grande 1 em Corumb 1 em Dourados 13 2 em Londrina 1 em Irati 1 em Curitiba 1 em Ponta Grossa 2 em Foz do Iguau 2 em Porto Alegre 2 em Florianpolis 1 em Blumenau 1 em So Jos 5 1 em Vitria 0 1 em Pira 1 em Marlia 1 em Ribeiro Preto 1 em Perube 58 133 334 186 241 3.573 4.812

PR

186

135

3.021

RS SC Regio Sudeste ES MG RJ SP Brasil

44 104 171 37 4 34 96 1.415

48 58 70 13 0 10 47 1.034

900 891 2.084 678 0 189 1.217 22.571

Figura 19 Nmero de UBS que realizaram a oficina em cada estado

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7

AVALIAOO acompanhamento da implementao da Rede Amamenta Brasil nos diferentes estados brasileiros fundamental para a identificao de eventuais fragilidades e pontos fortes, para a estratgia e para os ajustes necessrios. Da mesma maneira, no mdio prazo importante que seja realizada avaliao do impacto da Rede nos indicadores de AM. Tendo em vista o carter inovador da estratgia, em julho de 2010, o MS iniciou pesquisa de avaliao da implantao da Rede em trs cidades: Porto Alegre (RS), Braslia (DF) e Corumb (MS), que dever ser concluda em julho de 2011. A pesquisa pretende identificar os fatores que dificultam e favorecem esse processo a fim de fornecer aos gestores subsdios para o planejamento e avaliao da Poltica de AM na Ateno Bsica em nosso Pas. A abordagem metodolgica para essa avaliao a pesquisa sinttica e o estudo de casos mltiplos. A investigao utilizar mtodos quantitativos e qualitativos, incluindo a realizao de grupos focais com os atores envolvidos no processo, avaliao normativa e anlise documental.

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REFERNCIAS1. JONES, G. et al. How many child deaths can we prevent this year? Lancet, London, v. 362, n. 9377, p. 65-71, Jul. 2003. 2. BRASIL. Ministrio da Sade. Pacto pela Reduo da Mortalidade Materna e Neonatal. Disponvel em: . Acesso em: 16 mar. 2011. 3. BRASIL. Ministrio da Sade. Agenda de Compromissos para a Sade Integral da Criana e Reduo da Mortalidade Infantil. Disponvel em: . Acesso em: 16 mar. 2011. 4. BRASIL. Ministrio da Sade. Pacto pela Sade. Disponvel em: . Acesso em: 16 mar. 2011. 5. FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessrios prtica educativa. So Paulo: Paz e Terra, 1996. 6. BRUSILOVSCKY, S. Treinamento mental: um mtodo para um enfoque educao de adultos. In: BRASIL. Ministrio da Sade. Capacitao pedaggica para instrutor/supervisor: rea da sade. Braslia, DF, 1989. p. 22-26. 7. BRASIL. Ministrio da Sade. Secretaria de Ateno Sade. Departamento de Aes Programticas Estratgicas. Rede Amamenta Brasil: caderno do tutor. Braslia, DF, 2009. 8. BRASIL. Ministrio da Sade. Secretaria de Ateno Sade. Departamento de Ateno Bsica. Sade da criana: nutrio infantil: aleitamento materno e alimentao complementar. Braslia, DF, 2009. 9. BRASIL. Ministrio da Sade. Secretaria de Ateno Sade; SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA. Amamentao: muito mais do que alimentar a criana. [S.l.: s.n., 200-]. 1 DVD (22 min), color. Em portugus e espanhol. 10. WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). Indicators for assessing infant and young child feeding practices: Conclusions of consensus meeting held 6-8 November 2007, Washington, DC, 2007. Disponvel em: < http://www.who.int/nutrition/publications/iycf_indicators_for_peer_review.pdf>. Acesso em: 16 mar. 2011.

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ANEXOS

Anexo 1 PORTARIA MS/GM N 2.799, DE 18 DE NOVEMBRO DE 2008.Institui, no mbito do Sistema nico de Sade SUS, a Rede Amamenta Brasil. O MINISTRO DE ESTADO DA SADE, no uso das atribuies que lhe conferem os incisos I e II do pargrafo nico do art. 87 da Constituio, e Considerando as prioridades, objetivos e metas do Pacto pela Vida em 2008, definidos pela Portaria GM/MS n 325, de 21 de fevereiro de 2008, entre os quais estabelece a reduo da mortalidade materna e infantil; Considerando a Poltica Nacional de Ateno Bsica definida por meio da Portaria GM/MS n 648, de 28 de maro de 2006, que estabelece como princpios da Ateno Bsica a universalidade, a acessibilidade, a integralidade, o vnculo, a responsabilizao, a equidade, a humanizao, a longitudinalidade e a coordenao do cuidado; Considerando o Pacto Nacional pela Reduo da Mortalidade Materna e Neonatal, lanado em 8 de maro de 2004, que visa monitorar o cumprimento das aes de proteo sade da criana e da mulher; Considerando o compromisso internacional assumido pelo Brasil de cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milnio, em especial o quarto Objetivo, cuja meta a reduo em dois teros da mortalidade de crianas menores de cinco anos, no perodo de 1990 e 2015; Considerando a Pesquisa Nacional de Demografia e Sade da Criana e da Mulher PNDS/2006, que revela que os ndices de aleitamento materno no Brasil esto bem abaixo do recomendado; Considerando ser o aleitamento materno importante estratgia de vnculo entre me e filho e de proteo e promoo da sade da criana e da me, cujo sucesso tem implicao direta na reduo da mortalidade materna e infantil; Considerando a existncia da Iniciativa Hospital Amigo da Criana e da Rede de Bancos de Leite Humano como marcos importantes da promoo do aleitamento materno com foco na ateno hospitalar; e Considerando a necessidade de fomentar as aes de promoo do aleitamento materno nas unidades bsicas de sade, postos de sade, centros de sade e unidades de sade da famlia, resolve: Art. 1 Instituir, no mbito do Sistema nico de Sade SUS , a Rede Amamenta Brasil, com o objetivo de contribuir para a reduo da mortalidade materna e infantil atravs do aumento dos ndices de aleitamento materno no Brasil. Pargrafo nico. A Rede Amamenta Brasil se constitui numa estratgia de promoo, proteo e apoio prtica do aleitamento materno na Ateno Bsica, por meio de reviso e superviso do processo de trabalho interdisciplinar nas unidades bsicas de sade. Art. 2 A Rede Amamenta Brasil ser formada pelo conjunto das unidades bsicas de sade que cumprirem os critrios de incluso definidos no Caderno de Tutores a ser publicados pela Rede. Art. 3 A Rede Amamenta Brasil ser desenvolvida de forma articulada com a Rede de Bancos de Leite Humano, a Rede Norte-Nordeste de Sade Perinatal e com o Pacto Nacional pela Reduo da Mortalidade Materna e Neonatal, e contar com a participao de um representante de cada uma dessas instituies. Art. 4 A Rede, ora instituda, ser coordenada, em mbito nacional, pelo Departamento de Aes Programticas Estratgicas em conjunto com o Departamento de Ateno Bsica, da Secretaria de Ateno Sade, do Ministrio da Sade, e, em mbito estadual e municipal, pelas Secretarias Estaduais e Municipais de Sade. 1 coordenao nacional compete dar apoio tcnico aos Estados e Municpios na consecuo da Rede, acompanhar as atividades das Redes Estaduais e certificar as Unidades Bsicas de Sade que cumprirem os critrios de incluso, de acordo com critrios definidos em ato especfico a ser editado. 2 coordenao estadual compete dar apoio tcnico aos Municpios na consecuo da Rede e acompanhar as atividades das Redes Municipais.

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3 coordenao municipal compete dar apoio tcnico s Unidades Bsicas de Sade para sua incluso na Rede, acompanhar e avaliar as aes de promoo, proteo e apoio ao aleitamento materno das unidades bsicas de sade certificadas. Art. 5 Para fins de monitoramento e avaliao dos indicadores de aleitamento materno, nas unidades bsicas de sade, pela Rede Amamenta Brasil, ser utilizado o Sistema de Vigilncia Alimentar e Nutricional SISVAN. Art. 6 O Regimento Interno, para o funcionamento articulado da Rede Amamenta Brasil, ser publicado em portaria especfica da Secretaria de Ateno Sade, no prazo de 30 dias, a contar da data de publicao desta Portaria. Art. 7 Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicao. JOS GOMES TEMPORO

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Anexo 2

Ficha 1 Acompanhamento das Oficinas de Formao de Tutores da Rede Amamenta Brasil

MINISTRIO DA SADE/SAS DAPES - REA TCNICA DE SADE DA CRIANA E ALEITAMENTO MATERNO e DAB REDE AMAMENTA BRASIL

Estados Ficha 1: Acompanhamento das Oficinas de Formao de Tutores da Rede Amamenta Brasil nos EstadoPERODO: No UBS CAPACITADAS:

Preencher uma ficha para cada oficina ESTADO: MUNICPIO: TUTORES DA OFICINA: PARTICIPANTESFormao profissional Cargo/funo Endereo eletrnico Telefones Municpio onde atua Municpio

UBS CAPACITADASNome

Nome

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Anexo 3 Ficha 2 de Acompanhamento e Monitoramento das Aes na UBS

Aes pactuadas: Perodo pr-natal: Perodo ps-natal: Na comunidade: Outros:

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Anexo 4 Ficha 3 de Acompanhamento e Monitoramento das Aes na UBS

Aes de incentivo amamentao pactuadas

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Anexo 5 Formulrio de Marcadores do Consumo Alimentar em Crianas Menores de 5 anos de IdadeMinistrio da Sade/ SAS/ DAB/ CGPAN SISTEMA DE VIGILNCIA ALIMENTAR E NUTRICIONAL Estabelecimento de Sade Nome ou Matrcula do Profissional de Sade Nome completo* Endereo completo Identificao (tipo e nmero) * Campos de preenchimento obrigatrio (fundo cinza). FORMULRIO DE MARCADORES DO CONSUMO ALIMENTAR - CRIANAS MENORES DE 5 ANOS DE IDADE CRIANAS MENORES DE 6 MESES 1. A criana ontem recebeu leite do peito? Sim (pule para a pergunta 3) Nunca ____meses No OU ___ dias 2. Se no, at que idade seu filho mamou no peito? Data de preenchimento:* / / Data de nascimento:* / / N CNES

3. At que idade seu filho ficou em aleitamento materno exclusivo? (ler para o entrevistado: aleitamento exclusivo s leite do peito, sem ch, gua, leites, outras bebidas ou alimentos)