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CENTRO UNIVERSITÁRIO MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ – USJ JOICE COELHO CONTABILIDADE DOMÉSTICA: Orçamento familiar. São José 2010

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Page 1: USJ JOICE COELHO - Centro Universitário Municipal de … · Monografia apresentada ao Centro Universitário Municipal de São José – USJ como pré-requisito parcial para obtenção

CENTRO UNIVERSITÁRIO MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ – USJ

JOICE COELHO

CONTABILIDADE DOMÉSTICA:

Orçamento familiar.

São José

2010

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JOICE COELHO

CONTABILIDADE DOMÉSTICA:

Orçamento familiar.

Monografia apresentada ao Centro Universitário Municipal de São José – USJ como pré-requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Ciências Contábeis. Profª. MSC Renato Brittes

São José

2010

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JOICE COELHO

CONTABILIDADE DOMÉSTICA: Orçamento familiar

Esta monografia foi apresentada como Trabalho de Conclusão do Curso de Ciências

Contábeis do Centro Universitário Municipal de São José - USJ, como requisito para

obtenção do grau de Bacharel, obtendo a nota média............, atribuída pela banca avaliadora

constituída pelo orientador e membros abaixo mencionados.

Avaliado em 02 de dezembro de 2010 por:

________________________ Profº. MSc. Renato Brittes

Orientador

________________________ Profº. Alfredo Braun Membro avaliador

________________________

Profº. Dr. Ednaldo Souza Vilela Membro avaliador

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Resumo

O presente trabalho se propõe a estudar o papel da contabilidade para as pessoas físicas,

auxiliando-as no controle do planejamento financeiro pessoal. Com uma pesquisa

bibliográfica e de campo, cujos objetivos são mostrar a importância da contabilidade para as

finanças pessoais, quais ferramentas devem ser usadas para manter o controle orçamentário,

os possíveis pontos positivos e negativos, juntamente com um estudo de caso realizado na

prática através de uma pequena implementação da contabilidade, na forma de um

planejamento financeiro, na vida de uma família de comum. Os resultados obtidos

demonstram que a contabilidade tem importância na gestão das finanças de pessoas comuns,

combinando contabilidade e administração com o uso do fluxo de caixa, não apenas é

importante para as empresas, mas também de grande valor quando usado para controle do

orçamento financeiro doméstico.

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Agradecimento

Tenho muito a agradecer, mas primeiramente agradeço a Deus pela força,

perseverança e saúde que me proporcionou ao longo deste curso e por toda minha vida.

Agradeço a minha família, principalmente a meu pai Edelio, que contribui não

somente com apoio e incentivo para a conclusão desta monografia, como também por sua

participação no desenvolvimento da idéia inicial e colaboração para que esta se realizasse. E

os meus irmãos Jessica e Jacson pelo incentivo demonstrado ao longo no projeto e finalização

da monografia.

A todos os meus colegas de curso, com um agradecimento em especial aos amigos

queridos que conquistei nessa jornada, Stephanye Schlemper, Leonardo Ferraz, Rafael André

dos Santos e Fabrício Constante, que juntos proporcionaram grandes momentos de alegria e

descontração em ocasiões muitas vezes estressantes. Momentos de alegria que jamais serão

esquecidos.

Aos professores por seus ensinamentos e dedicação para com todos os alunos, e em

especial ao professor orientador Renato Brittes pela contribuição e a orientação demonstrada.

E um agradecimento a todos os amigos que contribuíram de alguma forma na

elaboração desta monografia. Agradeço ao Djefferson, um amigo muito especial, que possuiu

grande paciência e demonstrou-se companheiro quando necessitei de calma para finalização

desde trabalho. A todos um muito abrigada!

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LISTA DE PLANILHAS

Planilha 1:Planilha do Orçamento Doméstico ..................................................................... 21 Planilha 2: Planilha do orçamento doméstico em prática. ................................................. 30 Planilha 3: Planilha do orçamento doméstico em prática. ................................................. 32 Planilha 4: Planilha do orçamento doméstico em prática. ................................................. 34

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Despesas previstas da Planilha do Orçamento Doméstico. .............................. 30 Gráfico 2. Despesas reais da Planilha do Orçamento Doméstico. ...................................... 33 Gráfico 3. Despesas ajustadas da Planilha do Orçamento Doméstico. .............................. 35 Gráfico 4:Comparativo das despesas ajustadas com as reais da Planilha do Orçamento Doméstico. ............................................................................................................................... 35

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SUMÁRIO

1.INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 8

2. JUSTIFICATIVA ............................................................................................................. 9

3. PROBLEMÁTICA E OBJETIVOS ............................................................................. 11

3.1 Contabilidade no meio familiar ............................................................................. 11 3.2 Objetivos .................................................................................................................. 11 3.2.1 Geral ......................................................................................................................... 11 3.2.2 Específicos ................................................................................................................ 11 4. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ................................................................ 12

4.1 Modalidade de pesquisa ................................................................................................. 12

4.2 Coleta de dados ............................................................................................................... 12

4.3 Análise e interpretação ................................................................................................... 12

4.4 Ambiente de pesquisa ..................................................................................................... 13

4.5 Etapas da pesquisa ......................................................................................................... 13

5. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................................. 15

5.1 Contabilidade doméstica ................................................................................................ 15

5.2 Orçamento doméstico ..................................................................................................... 15

5.3 Fluxo de caixa ................................................................................................................. 19

5.4 Educação financeira ....................................................................................................... 23

6. ANÁLISE ........................................................................................................................ 25

6.1 Dificuldades na implementação orçamental ................................................................ 25

6.2 O orçamento em prática................................................................................................. 26

6.3 Ponto positivos e negativos ............................................................................................ 36

7. CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES ....................................................................... 40

8. REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 42

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1. INTRODUÇÃO

Geralmente, o tema contabilidade nos faz pensar no âmbito das empresas, em grandes

contas de patrimônio, etc. Entretanto, nos últimos tempos, alguns autores vêm levantando a

questão da contabilidade do meio doméstico, tentando demonstrar de que forma esta ciência

pode auxiliar as pessoas físicas.

De forma geral, a contabilidade é a ciência que tem como objeto de estudo o

patrimônio das entidades, registrando todos os fatos e atos e interpretando-os, com a

finalidade de promover informações sobre o patrimônio, as variações e o estado econômico.

Esta ciência abrange todos os indivíduos e, utilizada da forma adequada, pode ser um

instrumento de grande vantagem para o crescimento e desenvolvimento do orçamento

doméstico.

De acordo com o autor Iudícibus (1998, p.21):

A contabilidade, na qualidade de ciência aplicada, com metodologia especialmente para captar, registrar, acumular, resumir e interpretar os fenômenos que afetam as situações patrimoniais, financeiras e econômicas de qualquer ente, seja este pessoa física, empresa, União, etc.

Outros autores, como Souza e Torralvo (2003), dizem que a educação financeira é

muito pouco explorada no Brasil, a literatura de finanças pessoais é muito restrita, e a maioria

das pessoas possui a crença de que planejamento financeiro é algo que apenas as empresas

devem possuir. Apesar de grande parcela de a população brasileira estar em dificuldade

financeira, a educação orçamentária ainda não é um assunto abrangente, ficando a cabo dos

pais realizarem algum tipo de educação financeira dos filhos, sendo que estes também não

possuem conhecimento para tal.

O objetivo deste trabalho é a busca para uma melhor organização da renda mensal,

sendo interessante para todos os leitores, este projeto deseja demonstrar que através de um

controle das receitas e despesas é possível diminuir os gastos e a administrar melhor a renda.

Este trabalho pode ser útil para todas as pessoas que possuem interesse num desenvolvimento

e administração de seus gastos e receitas.

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2. JUSTIFICATIVA

O orçamento financeiro pessoal é um plano que auxilia a determinar e a controlar as

despesas, assim como planejar, eleger prioridades, controlar seu fluxo de caixa de

determinado período, de preferência mensal. A contabilidade doméstica serve para facilitar no

controle de gastos, para isto é necessário fazer um orçamento doméstico, no qual se

registrarem todas as despesas é fundamental.

Eid Júnior e Garcia (2001, p.8) enumeram em que um planejamento financeiro pode

ajudar:

• Viver com seus recursos;

• identificar prioridades financeiras;

• utilizar adequadamente os recursos para cobrir as despesas;

• cobrir emergências e reduzir o uso do crédito;

• reduzir conflitos e incertezas sobre o dinheiro;

• torná-lo independente e com controle sobre suas finanças ;

• poupar e investir para atingir seus objetivos.

No orçamento doméstico são elaboradas formas de controle da renda, que, por

inúmeras vezes, é ignorado pelas famílias por acharem desnecessário. E, pensando assim é

que surgem os problemas financeiros e, quando isso ocorre, a situação só tende a piorar,

podendo ocorrer problemas como entrar no cheque especial, pagar juros, não se quitar a fatura

do cartão de crédito, pagando-se mais juros, virando uma bola de neve e tornando-se difícil

uma possível estabilidade e poupança.

Para não se chegar nesses casos, ou até mesmo assegurar uma poupança para

aposentadoria, é que a contabilidade doméstica existe, auxiliando num bom desenvolvimento

de orçamento financeiro.

De acordo com BEI Comunicação (2004, p. 14):

Planejar é essencial para viver, e o planejamento financeiro é a base de todo planejamento. Ele independe da renda e permite que você otimize seus recursos para alcançar quaisquer objetivos de curto, médio e longo prazos, deixando o apto a aproveitar as oportunidades que surgem e a contornar eventuais dificuldades. Se for suficientemente preciso, ele garante sua manutenção no presente e “cria” sobras de dinheiro para o futuro.

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A função básica da contabilidade doméstica, a curto prazo, é cortar gastos. Ao final de

cada mês, é preciso averiguar para onde foi a nossa renda. É preciso não mais que alguns

minutos por dia para anotar todas as despesas e receitas, e o que para muitos pode ser

considerado perda de tempo, para outros é a garantia de um futuro mais tranquilo. Através de

um orçamento financeiro bem planejado e de uma religiosa contabilidade doméstica, é

possível cortar gastos, diminuir juros, assegurar a estabilidade financeira em meio a crises

econômicas, adquirir tranquilidade na aposentadoria, entre outros.

O melhor método para elaborar o orçamento doméstico é o fluxo de caixa.Nele é

possível visualizar o “confronto” entre as despesas e receitas distribuídas pela linha do tempo

futuro, ficando claras as sobras ou as faltas. No fluxo de caixa, as despesas se dividem em

três: Despesas fixas, despesas variáveis e despesas arbitrárias.

A contabilidade doméstica ajudará a mostrar que é possível viver com nossos recursos

limitados, a identificar nossas prioridades financeiras, a cortar gastos, a manter a estabilidade.

E, quanto mais cedo começarmos com o planejamento mais se tem a ganhar.

A The Financial Planning Association (2005) afirma que:

O planejamento financeiro é um processo a longo prazo de sabiamente controlar suas finanças para que você possa atingir seus objetivos e sonhos, enquanto ao mesmo tempo, negociar as barreiras financeiras que inevitavelmente surgem em cada fase da vida.

O mesmo grupo reitera:

O Planejamento Financeiro fornece direção e sentido para suas decisões financeiras. Permite que você compreenda como cada decisão financeira afeta outras áreas. Por exemplo, comprando um produto especifico de investimento pode ajudar-lhe a terminar de pagar a hipoteca mais rapidamente, ou pode atrasar sua aposentadoria significativamente. Vendo cada decisão financeira como parte do todo, você pode considerar seus defeitos de curto e longo prazo nos seus objetivos de vida. Você pode também adaptar-se mais facilmente às mudanças e sentir-se mais seguro por saber que seus objetivos estão na trilha.

Por isso, justifica-se a realização deste trabalho. Nele iremos adquirir conhecimento

sobre administrar e contabilizar a renda, tanto de uma família como também o conhecimento

poderá auxiliar em empresas ou para as pessoas em geral.

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3. PROBLEMÁTICA E OBJETIVOS

3.1 Contabilidade no meio familiar

A contabilidade está, ou deveria estar envolvida no cotidiano das pessoas físicas, na

forma de planejamento financeiro pessoal. Sendo este de grande importância para uma boa

administração de renda familiar.

Sabendo administrar o planejamento financeiro, ele se torna uma ferramenta forte para

a organização, desenvolvimento, e até mesmo crescimento da renda pessoal.

Com base no exposto, busca-se a resposta para a seguinte questão de pesquisa: De que

forma a contabilidade poderá colaborar na administração da renda de uma família?

3.2 Objetivos

3.2.1 Geral

O objetivo geral deste trabalho é demonstrar formas de realizar o planejamento

financeiro familiar juntamente com a contabilidade, fornecer meios para a elaboração e

acompanhamento deste processo.

3.2.2 Específicos

• Definir a importância do planejamento financeiro pessoal;

• estabelecer ferramentas para manter o controle do orçamentário financeiro;

• evidenciar os possíveis pontos positivos e negativos para gerar o fluxo de caixa familiar;

• demonstrar informações de segurança para a tomada de decisão futura.

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4. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

4.1 Modalidade de pesquisa

A abordagem do trabalho envolve metodologia básica, cujo objetivo é gerar

informações simples e úteis para o conhecimento de todos os indivíduos, possuindo um tema

de interesse bem amplo. Sendo uma pesquisa qualitativa, na qual se procura obter mais

informações sobre o tema e torná-lo mais compreensível.

Possui uma pesquisa exploratória. Existem poucos arquivos publicados referentes ao

tema estudado. Porém, visa a torná-lo mais comum, aproximar este problema da realidade, e

definir hipóteses. Collis (2005) diz “esse tipo de pesquisa é voltado a pesquisadores que

possuem pouco conhecimento sobre o assunto pesquisado, pois, geralmente, há pouco ou

nenhum estudo publicado sobre o tema”.

Envolvendo pesquisa bibliográfica, através de livros publicados, arquivos e

informações disponibilizadas na internet, assim se dará a base de estudo deste trabalho.

4.2 Coleta de dados

A coleta de dados se dará em vista de artigos e leituras sobre contabilidade doméstica,

orçamento financeiro pessoal e fluxo de caixa em livros de contabilidade, administração e

economia, através de uma observação simples, na qual se pretende estudar espontaneamente

os fatos.

O autor Oliveira (2002) esclarece que:

A técnica bibliográfica busca encontrar as fontes primárias e secundárias e os materiais científicos e tecnológicos necessários para a realização do trabalho científico ou técnico-científico. Realizada em bibliotecas públicas, faculdades, universidades e, atualmente, nos acervos que fazem parte de catálogo coletivo e das bibliotecas virtuais.

4.3 Análise e interpretação

A análise será voltada para a importância do tema estudado, após a coleta de todos os

dados obtidos através da pesquisa. Uma análise dos benefícios que podem ser adquiridos

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através da implementação do assunto estudado, para que seja respondida a problemática do

trabalho.

4.4 Ambiente de pesquisa

O ambiente da pesquisa será dado no ambiente familiar, em vista que o objetivo do

trabalho é mostrar a importância da contabilidade doméstica e do planejamento familiar. A

renda e as eventuais receitas e despesas que serão usadas para elaboração do exemplo do

fluxo de caixa serão retiradas de uma família de classe média baixa, com a finalidade de

proporcionar maior estabilidade financeira na aposentadoria e a melhorar a qualidade de vida,

visando a acabar com as despesas necessárias.

4.5 Etapas da pesquisa

A elaboração deste trabalho ocorrerá em três etapas. A primeira acontecerá no

segundo semestre do ano de 2009, com a delimitação de tema, elaboração da problemática,

objetivo geral e objetivos específicos, identificação dos procedimentos metodológicos,

fundamentação teórica, introdução e considerações iniciais. Na segunda etapa, que se dará no

primeiro semestre do ano de 2010, continuarão sendo elaboradas a fundamentação teórica e as

considerações iniciais e na terceira e última etapa, segundo semestre de 2010, serão realizadas

as apresentações dos resultados e conclusão do projeto de estágio.

Na tabela abaixo, pode ser visualizado de forma simples como serão realizado as

ações para a elaboração do trabalho a cada mês.

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Ações 2009 2010

Ago Set Out Nov Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov

Delimitação do Tema X

Problemática e Objetivos X

Procedimentos metodológicos X

Correção Ortográfica e Conclusão do projeto de

Estágio I X

Análise do Conteúdo Produzido X

Levantamento de Literatura X X X

Definição de Coleta de Dados X

Correção Metodológica e Ortográfica X

Apresentação dos Resultados X X

Conclusão do Relatório de Estágio X

Análise do Conteúdo Produzido X X

Proposta de Ação e Revisão X X

Correção Metodológica e Ortográfica X

Conclusão e Apresentação do Projeto de Estágio X

Quadro 1: Cronograma do projeto de estágio. FONTE: Elaborado pela autora (2009).

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5. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

5.1 Contabilidade doméstica

A Contabilidade estuda o patrimônio das entidades, suas variações, registrando fatos e

atos de natureza econômico-financeira que o afetam e estudando suas consequências na

dinâmica financeira.

Kiyosaki (2000, p.81), diz que:

O que falta em sua educação não é saber como ganhar dinheiro, mas como gastá-lo – o que fazer com ele depois de tê-lo ganho. E o que se chama aptidão financeira – o que você faz com o dinheiro depois que o ganhou, como evitar que as pessoas lhe tirem o dinheiro, quanto tempo você o conserva e o quanto esse dinheiro trabalha para você. A maioria das pessoas não descobre o motivo das suas dificuldades financeiras, porque não entende os fluxos de caixa. Uma pessoa pode ser muito instruída, bem-sucedida profissionalmente e ser analfabeta do ponto de vista financeiro.

Desta forma, deve-se perceber que a administração do dinheiro é tão importante

quanto ganhá-lo, pois não adianta ter o dinheiro se não houver a correta contabilização do

mesmo. A aptidão financeira pode ser desenvolvida em casa, através da contabilidade e suas

ferramentas.

Assim como a contabilidade em geral, a doméstica trata do patrimônio das pessoas,

neste caso as físicas, levando em conta que a casa pode ser considerada uma entidade.

Na contabilidade doméstica, a principal ferramenta de auxilio de controle

orçamentário pode ser considerada o fluxo de caixa.

5.2 Orçamento doméstico

A contabilidade doméstica nada mais é que saber administrar seu dinheiro e contas de

casa. Todas as famílias, mesmo sem ter noção de contabilidade, acabam inventando algum

tipo de orçamento para que ao final de cada mês não falte dinheiro e sobrem contas.

O orçamento doméstico é realizado, na maioria, num período de um mês, pois cada

mês que se passa, novas contas surgem e despesas fixas também, tais como aluguel, luz, água,

telefone, mensalidade escolar entre muitos outros. Mesmo que a renda familiar seja suficiente

para administrar o lar, é preciso pensar no futuro, em investir o dinheiro que sobrar no fim de

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cada mês, para render juros e a partir daí pensar em como chegar à aposentadoria de forma

mais tranquila, com todas as contas pagas e com uma boa poupança.

De acordo com Kiyosaki (2000, p.92) “a maioria das pessoas considera seu imóvel

residencial, as poupanças e o plano de aposentadoria como o total da sua coluna de ativos,

pois a maioria não tem dinheiro para investir, e simplesmente não investem. Isto lhe custa

experiência de investimento, essa falta de experiência impede que pessoas comuns se tornem

“investidores sofisticados”, e os melhores investimentos são oferecidos a esse tipo de

investidor, aqueles que buscam segurança”.

Kiyosaki (2000, p.92) ainda afirma que:

A demonstração financeira de meu pai instruído é a melhor demonstração da vida de alguém que está na Corrida dos Ratos1. Suas despesas sempre acompanham suas rendas, de modo que nunca investiu em ativos. Em consequência, seus passivos, como hipoteca imobiliária e as dividas do cartão de crédito, eram maiores que seus ativos.

Como foi apresentado, não adianta apenas administrar a renda e fazer uma poupança,

isso adiantaria apenas para as pessoas que almejam uma segurança financeira e não tem

grandes expectativas para a vida econômica. O dinheiro deveria ser investido para aumentar

os ativos geradores de renda, para futuramente terem mais facilidades e cobrirem as despesas.

Para contabilizar a renda familiar, é preciso primeiramente estipular quais as despesas

e qual a renda fixa de cada período. Assim, cortar alguns gastos, apertar ali e diminuir aqui,

para que sobre pelo menos um pouco de dinheiro todo mês e que este seja aplicado na

poupança, e mais tarde, talvez, realizar alguns investimentos.

O orçamento familiar é uma tarefa considerada chata, pois exige grande esforço de

todos os membros da família.

Para o autor Luís Carlos Ewald em seu livro, Sobrou dinheiro! (2003, p.13):

Para se chegar ao Orçamento Doméstico será necessário passar por três fases distintas:

1ª fase Avaliação, na base do “chute”, do valor das despesas que a família acha que estão sendo feitas durante um mês;

2ª fase Acompanhamento e apuração no mês seguinte das despesas realmente efetuadas;

3ª fase Avaliação, programação de possíveis cortes e previsão dos valores que poderão ser gastos no mês seguinte; esse será o Orçamento Doméstico que deverá valer daí para frente, todos os meses, com acompanhamento e ajustes.

1 Corridas dos Ratos baseia-se quando a principal renda é oriunda dos salários e quando seus salários aumentam, os impostos também aumentam. As despesas crescem no mesmo montante que os salários.

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Primeiramente, alguém deve ser o responsável por examinar cada despesa e cada

receita gerada no mês, estipulando um valor no “chute” de quanto está sendo gasto.

Observam-se as receitas e despesas já realizadas, gastos eventuais e outros que julgam

ser necessário. Monta-se uma planilha com os dados obtidos. Essa planilha servirá

futuramente como um comparativo com o orçamento planejado que deve ser rigorosamente

seguido.

Em seguida, é preciso identificar e separar as despesas em grandes grupos. Estes

grupos devem fazer parte do orçamento doméstico padrão, tais como grupos de Despesas

Financeiras, Saúde, Morar, Comer, Ir e Vir, Estudar e Lazer. Dentro destes grupos e

utilizando a planilha já feita através do chute, podemos identificar quais são as despesas mais

comuns e que têm influência no orçamento doméstico. Depois disso, monta-se um esquema

para redução de alguns valores e de manter o seu controle.

Segundo o autor Ewald (2003, p.15), “as despesas podem ser classificadas como

despesas elásticas, que são as que podem ser comprimidas ou reduzidas, e as despesas

inelásticas, que são as despesas que não podem ser diminuídas”.

Ainda de acordo com o autor, após averiguar os grandes grupos é possível observar

que em cada um deles existem as despesas grandes e que normalmente são inelásticas, como

aluguel, prestação do carro, mensalidade da escola das crianças, entre outros. Porém existem

as despesas menores, aquelas às quais não damos tanta ênfase, mas que se somadas podem

ocupar grande parte da renda familiar. E, é nelas onde o perigo maior se encontra, porém são

na maioria elásticas, e isso ajuda no orçamento.

Por exemplo, se todos os dias, após o horário de almoço no trabalho, compramos um

chocolate custando R$ 1,00, estaríamos gastando R$ 22,00, o mesmo número de dia úteis no

mês. Neste caso, tanto podemos diminuir os gastos passando a comprar um bombom de

chocolate dia sim dia não, custando R$ 0,50, passando assim a gastar somente R$ 5,50 por

mês e não se privando do chocolate. Diminuindo R$ 16,50 da renda mensal e R$ 198,00 na

renda anual, tornando este valor significativo, ainda mais se somadas a outros cortes

realizados.

Depois da primeira fase realizada, e as despesas estarem todas divididas em grupos, a

segunda fase pode ser iniciada. Nela, haverá uma apuração mais detalhada dos gastos, sem

nenhum tipo de chute orçamentário, todas as despesas que forem efetuadas devem ser

anotadas na planilha.

Esta fase pode ser difícil, pois exige muita força de vontade de todos os membros da

casa, para que se adaptem ao novo orçamento e contribuam para seu sucesso.

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Não se pode esquecer-se de anotar as receitas na planilha do orçamento, que por sua

vez são mais fáceis de serem controladas, pois em sua maioria são o salário líquido (já

considerados sem os descontos de INSS, vale transporte, vale alimentação, IR, etc), as rendas

extras e o faturamento.

Após escolher um mês para iniciar o orçamento, é preciso escolher um dia na semana

no qual todos os membros da família se reúnam e mostrem o valor de suas despesas, para que

assim o responsável pela planilha possa ter um controle exato.

Passado o mês, um comparativo é feito entre o orçamento chute e o orçamento de

verdade da fase dois. Normalmente, as famílias se assustam, afinal acabam descobrindo que

gastam muito mais com coisas desnecessárias do que imaginavam quando fizeram o

orçamento na base do chute. Assim, com o susto, fica mais fácil para tentar impor o

orçamento doméstico, já que foram notados muitos gastos inúteis.

A fase três é aquela na qual o orçamento de verdade é elaborado, em que os cortes

devem ser estipulados e como devem ser feito isso.

Caso de fato sejam notados gastos desnecessários através das fases anteriores, é a

partir daí que se devem enxugá-los. Afinal, ninguém enriquece esbanjando dinheiro. Cortar o

desnecessário é fundamental para poupar e manter sempre algum dinheiro em mãos para

imprevistas eventualidades.

Nesta fase, também devemos manter o controle daquelas despesas inelásticas e até

mesmo repensá-las. É preciso projetar valores aos grandes grupos que devem ser controlados

e seguidos à risca no próximo mês. Por exemplo, caso haja festas ou outros imprevistos e sua

esposa queira comprar um novo vestido e esta despesa não esteja no orçamento, nada feito,

pois o orçamento deve ser seguido à risca sem nenhuma falha Assim, o projeto inteiro falhará.

Claro que podem ocorrer despesas não planejadas, como emergências médicas que

ultrapassem o valor de despesa registrado no grupo saúde da planilha do orçamento. Esses

imprevistos devem constar na planilha, e sempre que ocorrerem. Deve-se, então, pensar em

uma nova base orçamentária, até que encontrar uma que se adapte aos imprevistos, mas que

continue com o controle da renda familiar.

Stempniewski, em sua cartilha Salve o orçamento doméstico e viva melhor (2009,

p.2), diz que:

Cada qual conhece suas realidades, limitações, necessidades e sabe como comportar-se. Desenvolva uma base de reflexão bastante pragmática sobre o consumo neste momento em que vivemos. Evite cair nas armadilhas do consumismo. Vivemos uma crise e esta ainda estará conosco por um bom tempo. Entenda que ganhar honestamente seu dinheiro exige muito trabalho e é demorado. Consumir traz auto-realização, estabelece uma relação de prazer com o ato, melhora a auto-estima,

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reforça a sensação de poder e diferenciação em relação ao seu grupo de referência. Tudo isto é muito bom. Porém, devemos evitar que isto sobrepuje nossa capacidade periódica de geração de riqueza material e comprometa nossa saúde mental, espiritual e moral.

Para Ewald (2003, p.16), o orçamento doméstico estará projetando um saldo positivo,

ou seja, as Receitas previstas menos as Despesas planejadas devem obter um saldo positivo a

fim de cada mês, para que este possa ser aplicado como investimento. Seria interessante se no

mínimo 10% (por cento) da renda familiar fosse guardado a fim de se ter um futuro mais

estável.

Caso isto não ocorra, e ainda continue faltando dinheiro e sobrando despesa, o

orçamento deve ficar mais drástico, tendo até que diminuir muito os gastos e cortar algumas

despesas totalmente.

5.3 Fluxo de caixa

Para Assaf Neto e Silva (1997, p.35) “(...) o fluxo de caixa é um instrumento que

relaciona os ingressos e saídas (desembolsos) de recursos monetários no âmbito de uma

empresa em determinado intervalo de tempo”.

O fluxo de caixa é indispensável para dar rumo e sinalização financeira aos negócios e

à renda pessoal. Com a sua elaboração correta, pode-se evidenciar uma possível escassez de

caixa, ajuda na manutenção do pagamento de contas, visualização das despesas e receitas,

entre outros benefícios.

Segundo Zdanowicz (1992), “o fluxo de caixa é o instrumento que permite ao

administrador financeiro: planejar, organizar, coordenar, dirigir e controlar os recursos

financeiros de sua empresa para um determinado período”.

O fluxo de caixa pode ser resumido como um controle e não é só importante para o

administrador financeiro, mas para todos os indivíduos que possuem algum tipo de renda,

negócio, e que precisam ou querem manter o controle das suas finanças. Esse controle é útil

tanto para a pessoa física quanto para a empresa que está crescendo e aumentando suas

atividades quanto no momento em que apresenta prejuízo, tornando mais fácil a visualização

de problemas que estão levando a esse prejuízo.

Assim Zdanowicz (1992):

Todas as operações, sejam elas de uma empresa ou de uma pessoa física, devem possuir um controle. Este controle refere-se a tudo o que for saída ou entrada de

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caixa, em função de que toda a administração do ativo é importante, pois deve ter em mente os objetivos simultâneos da administração financeira: liquidez e rentabilidade.

Desta forma, qualquer organização, incluindo uma casa, se não for bem administrada e

não obtiver os dados necessários sobre grau de rentabilidade e liquidez, se torna difícil obter o

controle de despesas e receitas, e sem saber quanto dinheiro está sobrando ou faltando, as

tomadas de decisão podem ser perigosas.

A planilha do orçamento serve como um auxílio para documentar os valores das

despesas e das receitas, porém é necessário que se faça o fluxo de caixa para se obter os dados

corretamente. Assim, o fluxo de caixa na Contabilidade, promove uma projeção de todos os

pagamentos (direitos) e recebimentos esperados em um determinado período de tempo. O

controlador de fluxo de caixa necessita de uma visão geral sobre todas as funções da empresa,

como: pagamentos, recebimentos, compras e outros, porque é necessário prever o que se

poderá gastar no futuro, dependendo do que se consome hoje.

A planilha abaixo é um exemplo de planilha de orçamento doméstico.

Planilha do Orçamento Doméstico

Mês/ano:

Receita Bruta (R$)

Renda Líquida

(R$) Prevista Recebida

Minha receita Bruta (R$): Receita esposa/marido (bruta):

(R$): Outra receita da família (R$):

Natureza da Despesa Planejado Realizado

Moradia Aluguel Condomínio Água Energia elétrica Gás Telefone/celular IPTU Prestações Concerto/manutenção Empregada/faxineira Limpeza

Alimentação Supermercado Padaria Feira Restaurante

Transporte Combustível

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Estacionamento IPVA Seguro do carro Prestações Ônibus/metrô/trem Manutenção Multas

Saúde Plano de saúde Dentista Farmácia Seguro de vida Outros

Educação Mensalidade escolar Aulas particulares Transporte escolar Cursos extras Outros

Beleza Vestuário Academia Higiene pessoal Salão de beleza Outros

Investimentos Previdência privada Aplicação financeira Outros

Lazer Viagens Clube Cigarro Festas

Reservas para Gastos Futuros Impostos Escola/faculdade Outros

Despesa Total: Receita líquida total (R$) Despesa Total (R$) Saldo*

Planilha 1:Planilha do Orçamento Doméstico Fonte: Ewald (2003, p.124) com alterações da autora.

Além do fluxo de caixa ser um ótimo método de controle orçamental, também existe

outros métodos para tal, assim como o próprio balanço patrimonial. Sendo este um dos mais

importantes modelos de demonstrações financeiras usadas na contabilidade empresarial.

_______________________________ 1 Saldo pode ser positivo ou negativo.

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Para Iudícibus (1998).

O Balanço Patrimonial é uma das mais importantes demonstrações contábeis, por meio do qual podemos apurar a situação patrimonial e financeira de uma entidade em determinado momento. Nessa demonstração, estão claramente evidenciados o Ativo, o Passivo e o Patrimônio Líquido da entidade.

O Ativo compreende os bens e os direitos da entidade, ou da pessoa física, expressados

em moeda. Todos os componentes que pertencem ao ativo ficam compostos do esquerdo do

Balanço Patrimonial. E os componentes do passivo localizam-se do lado direito, juntamente com

o patrimônio liquido.

Para montar um controle orçamental através do balanço patrimonial podemos definir, no

geral, seus componentes assim:

Os Passivos são basicamente as obrigações a pagar, isto é, as quantias que a pessoa física

deve a terceiros.

Os ativos podem ser divididos em ativo em curto prazo e ativo em longo prazo. A

diferenciação de ativo de curto prazo para ativo de longo prazo é a liquidez. Os de curto são os

bens e direitos que podem ser convertidos em espécie em menos de um ano, assim como os

geradores de renda, já os de longo prazo serão os demais de prazo maior. No Passivo também são

classificadas as obrigações, que podem ser as dívidas, em curto prazo as que vencem em menos de

um ano e as que vencem depois de um ano em longo prazo.

Balanço Patrimonial Ativo Passivo

Ativo de Curto Prazo Passivo de Curto Prazo Saldo da Conta Corrente......... Saldo Devedor de Financiamento Saldo de Renda Fixa............... Prestações.............................. Ativo de Longo Prazo Passivo de Longo Prazo Empréstimos Concedidos........ Prestações.............................. FGTS........................................ Ativo Permanente Patrimônio Líquido Casa/Apartamento................... Seu Patrimônio........................ Carro/Moto................................ Total De Ativos......................... Total do Passivo.......................

O Exemplo acima é apenas para representar como poderia ser montado o Balanço

Patrimonial com os dados de uma pessoa física.

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5.4 Educação financeira

A educação financeira deveria ser tratada de forma mais importante na vida das

pessoas, iniciando-se na infância, para que desde cedo as crianças saibam o valor do dinheiro,

e que com o passar dos anos se tornem jovens conscientes e adultos responsáveis.

Kiyosaki, (2000), enfatiza a importância de se começar cedo a ensinar educação

financeira às crianças.

Infelizmente, a grande maioria dos pais não assume esse compromisso, nem tem condições de fazê-lo, pois não tem tempo ou conhecimento para tal. Portanto, cabe a todos nós ajudar a interromper este ciclo vicioso, educando-se financeiramente e orientando os jovens e adultos a serem mais racionais e menos emotivos no campo das finanças. Pois, é através da orientação adequada que se terá o resultado esperado, implantando-se uma nova cultura financeira na sociedade.

A educação financeira, apesar de ser um trabalho difícil de manter, pode ser vista de

uma forma mais fácil, como uma receita de bolo, onde se devem utilizar todos os ingredientes

na medida certa.

Para Theodoro (2007), os ingredientes são consciência, organização, orçamento,

pesquisa, controle, meta, investimento e perseverança.

1. Consciência: Assim como em diversas áreas de recuperação, o primeiro passo é

sempre admissão do problema. Admitir problema financeiro, rever suas finanças, analisar a

dimensão do déficit em seu orçamento, e não adiar a recuperação.

De acordo com o site Infomoney:

“Enfrentar a realidade talvez seja a forma mais eficiente de resolvermos nossos problemas. E, para isso, temos que estar cientes de qual é nossa situação atual. Um exemplo simples: a reação da maioria das pessoas quando sofre algum tipo de dor ou mal estar é ir ao médico e buscar identificar o que está ocorrendo. Quanto antes conhecermos a doença, mais fácil será a cura. O mesmo se aplica na hora de analisarmos nossas finanças”.

2. Organização: Após a primeira etapa, é preciso organizar-se, estipular os débitos e

definir a prioridade de quitação deles. É preciso pagar as contas que insidam maiores juros e

cortar suas compras no cartão de crédito e cheque especial, ou seja, eliminar ao máximo suas

despesas.

“O maior desafio para construir uma vultosa poupança está na dor que imediatamente é sentida quando se renuncia ao consumo imediato, na esperança de ser recompensada em um futuro ainda mais distante. Para jovens, principalmente, esse é um desafio muitas vezes insuportável”. (Mauro Halfeld).

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3. Orçamento: Esse ingrediente é, com certeza, o mais importante, pois é nele onde são

monitoradas as despesas e as receitas, bem como a tentativa de prever eventuais dificuldades

financeiras, assim como já citado anteriormente.

4. Pesquisa: Nessa etapa, é feita pesquisa de valores mais baixos para aquelas despesas

fundamentais e inelásticas, tais como educação, alimentação, entre outras. A pesquisa de

mercado auxilia para obter informações sobre os preços de mercado e de muita importância

para as compras.

5. Controle: O controle baseia-se em anotar todos os gastos e rendas obtidas durante o mês,

para que, ao final dele, possa ser lançado na planilha do orçamento financeiro pessoal, ou

familiar. Também se deve manter o controle dos ‘ingredientes’ acima com determinação.

6. Meta: As metas são de acordo com cada pessoa.Elas são estipuladas depois de cumpridas

as metas acima e adquirida a estabilidade financeira para, então, assim, possa-se ir atrás da

independência financeira.

7. Investimento: Os investimentos são uma boa forma de obter a independência financeira,

porém é de extrema importância que a pessoa que for investir não esteja afundada em dívidas.

Alguns destes investimentos são imóveis, negócio próprio, fundos de renda, poupança, entre

outros.

8. Perseverança: A perseverança consiste em dar continuidade ao orçamento financeiro e as

metas estipuladas, mesmo quando estes não são atingidos conforme planejado. Disciplina é

essencial para a perseverança, bem como contabilizar diariamente cada gasto e o que recebe

através do fluxo de caixa.

Através desta “receita de bolo”, fica mais evidente como se iniciar o orçamento financeiro

doméstico e o torna um pouco mais simples e de melhor compreensão. Obviamente não é

fácil manter o orçamento financeiro, pois é um trabalho árduo que exige tempo e disciplina.

Essa receita também não é uma fórmula mágica para o enriquecimento. Está mais para uma

forma de controle e de auxílio para a manutenção das contas e seu controle, ajudando na

conquista das metas de cada um e independência financeira.

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6. ANÁLISE

6.1 Dificuldades na implementação orçamental

Após analisados alguns fatores para montar o orçamento financeiro pessoal e familiar,

evidenciado alguns benefícios e a trajetória de como deve ser iniciado, é preciso colocá-lo em

prática. Iniciar um orçamento financeiro familiar é uma decisão saudável para adquirir uma

estabilidade financeira, principalmente nos dias atuais, em que não é possível se prever todos

os gastos e eventualidades. Para quem possui uma família e deseja trazer uma segurança

financeira para seus entes, o orçamento torna-se ainda mais importante, uma vez que através

de um orçamento bem estruturado é possível alcançar objetivos derivados da programação

financeira, tais como viagens, carro novo, faculdade para os filhos, entre outros.

Entretanto, depois de estipular objetivos e traçar as metas para atingi-los com o

planejamento orçamental, é preciso pô-lo em prática, e essa pode ser uma tarefa difícil e

desestimulante. O autor e consultor financeiro Caio Fragata Torralvo (2006) explica em um

de seus artigos sobre orçamento financeiro o porquê de algumas pessoas não conseguirem

permanecer com as metas estipuladas antes da implementação do orçamento financeiro.

Existem vários motivos que podem ser elencados. O mais comum erro observado é estabelecer metas muito agressivas, mirando apenas atingir determinada quantia de recursos (geralmente múltiplos de milhões de reais) e, para isso, topam inicialmente com grandes privações. Da mesma forma, alguns acabam se desanimando com o prazo contemplado no planejamento para que algumas metas sejam atingidas: manter privações por dezenas de anos não é tarefa fácil, tampouco recomendada. Além disso, alguns acabam relevando o fato de que a implantação do planejamento financeiro envolve uma série de decisões a serem tomadas. E decidir implica, inevitavelmente, um ganho e uma perda. Quando se trata de decisões financeiras, os desdobramentos das decisões se prolongam ao longo do tempo.

Como pôde ser visto a maioria das pessoas que decidem realizar o planejamento

financeiro, estipulam metas exageradas que exigem uma árdua e longa privação de confortos

e desejos consumistas que podem surgir dia a dia. E, não apenas a privação de confortos, mas

também coisas simples como, por exemplo, se sua meta é guardar dinheiro para pagar a uma

escola particular e futuramente uma faculdade para seus filhos, e estes devem ser privados de

um doce ou um brinquedo fora da época estipulada para ganhá-los (que seriam aniversários e

natais), pois a meta de guardar uma grande quantidade de dinheiro exige que se evitem todos

os gastos supérfluos, assim como doces.

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Mas, a privação destes pode trazer o descontentamento tanto dos filhos, como dos

pais, por não aderirem a um pedido simples dos primeiros.

Além disto, a longa espera para perceber os benefícios do planejamento, de fato,

desestimula seus usuários. E, nos dias de hoje, tudo parece ir contra a continuidade de um

orçamento financeiro, a mídia e seus intensos anúncios de mercadorias cada vez mais

tecnológicas, modernas, e práticas, com cada vez maior acesso de compra, feitas em várias

vezes no cartão de crédito, e muitas vezes com juros altíssimos mascarados pela facilidade da

compra.

Torralvo (2006) ainda diz que:

“... às vezes, não será possível resistir àquela tentação de compra. Ao invés de se penalizar, por que não procurar entender os motivos que podem ter precipitado esta compra e aprender com isto?... Assim, para o sucesso da implantação do planejamento financeiro pessoal, sugere-se ficar atento a estes fatores. Caso contrário, será como aquela dieta que nos propomos a começar na próxima segunda-feira: basta passar um pedaço daquele bolo de chocolate que não resistimos e abortamos o plano, no máximo até terça-feira.”

Querendo ou não, o consumismo faz parte do ser humano, portanto para realização do

orçamento financeiro pessoal ou familiar é necessário avaliar qual planejamento é mais

adequado para os desejos de cada tipo de família ou pessoa, pois o orçamento financeiro exige

muita disciplina e determinação. Então, ao invés de criá-lo baseado em números que se deseja

alcançar, é melhor criá-lo baseado em pequenos desejos que se quer atingir. Claro, que para

cada pessoa é diferente, quanto maior a capacidade de controle pessoal, mais fácil será manter

o planejamento e assim atingir os objetivos.

6.2 O orçamento em prática

A fim de adquirir mais conhecimento sobre o tema aqui estudado, orçamento

financeiro familiar, foi necessário colocá-lo em prática. Para isso foi escolhida um família de

classe média baixa, cujas despesas quase ultrapassam as rendas. O objetivo do provedor da

renda familiar era diminuir os gastos, para no fim de cada mês guardar algum dinheiro e criar

uma poupança.

Como citado anteriormente, para iniciar o planejamento financeiro familiar, é preciso

estabelecer as metas.Depois de feito isso para dar o impulso inicial e impactar o futuro

usuário do planejamento faz-se uma planilha orçamentária na base do chute. No mês

subsequente, serão anotadas todas as despesas e gastos e realizada uma nova planilha. Então,

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após o comparativo entre as planilhas, o usuário pode identificar seus gastos com maior

precisão. A partir daí, é que se iniciam os cortes e diminuição das despesas.

A Financenter (2005) diz o seguinte:

Definir e avaliar seus objetivos e sonhos, ou seja, indicar quanto você precisa para realizá-los e determinar se são factíveis e o prazo para alcançá-los são duas peças essenciais desse seu quebra-cabeça financeiro. Projetar a evolução de seu orçamento doméstico e seu patrimônio com vistas a estabelecer metas periódicas.

O grande segredo para ajudar a realizar o orçamento doméstico é definir claramente os

objetivos financeiros. Precifique seus desejos e objetivos, como uma viajem ou um carro

novo, e comece a poupar para tal. Mesmo que estes desejos sejam de grande importância e

valor ou se o desejo é se tornar financeiramente independente, faça o mesmo. Com isso, você

verá claramente que toda vez que abrir mão de poupar para gastar, você ficará um pouco mais

longe de alcançar seu objetivo. E, assim, vai ficando mais fácil pensar em economizar, pois

você pode ter o pensamento de que cada gasto extra adiará o seu desejo principal, que vale a

pena esperar para comprar depois de realizar o objetivo aquilo que talvez seja almejado antes,

como trocar o celular, por exemplo. Às vezes é melhor permanecer com aquele que já se

possui por mais alguns meses e ficar mais próximo do seu objetivo maior e vê-lo realizado.

Um questionário básico pode ser realizado antes de iniciado o orçamento financeiro, a

fim de estabelecer com mais clareza o objetivo geral da pessoa ou da família interessada em

realizar um controle financeiro. O questionário a seguir foi criado por Reinaldo Domingos,

educador financeiro e aplicado pela autora ao responsável direto pelos rendimentos familiares

da família estudada nesta pesquisa.

1. Você controla seus ganhos e gastos? a) ( ) Registro periodicamente todos os pequenos e grandes gastos e ganhos detalhadamente por tipo de despesas / rendimentos. b) ( ) Registro somente os grandes ganhos e despesas. c) (x) Começo o mês anotando, mas não concluo, ou deixo alguns itens sem anotar. d) ( ) Não registro meus gastos e ganhos em nenhum período do ano. 2. Você já parou para pensar em seus sonhos e objetivos de curto, médio e longo prazo? a) ( ) Sim, sempre faço essa reflexão e registro em um lugar que vejo frequentemente (agenda, caderno ou arquivo no computador). b) (x) Sim, sempre faço esta reflexão, mas não registro. c) ( ) Somente faço planos de curto prazo. d) ( ) Não tenho claramente meus sonhos de curto, médio e longo prazo. 3. Você já fez um diagnóstico financeiro de sua vida? a) ( ) Uma vez por ano faço essa análise (diagnóstico) e registro o que eu ganho e o que eu

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gasto e faço uma reunião familiar mensal. b) ( ) Faço a análise, mas não registro em nenhum lugar. c) (x) Faço essa análise quando estou em situação de desequilíbrio financeiro. d) ( ) Nunca fiz a análise de diagnóstico financeiro, nem me reúno com a família para falar sobre dinheiro 4. Quando você recebe seu salário e ganhos mensais, você: a) ( ) Reservo (guardo) de 10% a 20% dos meus ganhos mensais para realização dos meus sonhos b) ( ) Reservo (guardo) 10% dos meus ganhos, mas ainda não sei como vou utilizar essa reserva. c) (x) Não costumo guardar dinheiro, porém estou equilibrado financeiramente. d) ( ) Não guardo dinheiro porque não consigo pagar todas as minhas despesas do mês. 5. Quando você vai ao supermercado, você: a) ( ) Faço uma lista, pesquiso os preços antes de ir ao supermercado e levo encartes da concorrência para baixar preços. Sempre respeito o meu orçamento mensal para a alimentação. b) ( ) Às vezes, faço lista de compras e costumo pesquisar alguns preços e marcas mais baratas no próprio supermercado. c) (x) Tenho uma idéia do que comprar, mas não costumo pesquisar preços. d) ( ) Não faço lista e compro os produtos que mais gosto. Geralmente, compro alguns lançamentos. 6. Ao ir ao Shopping Center, como você se comporta? a) ( ) Vou ao Shopping para passear, contenho-me e só compro o que está previsto em meu orçamento. b) (x) Gosto de passear no shopping e, quando há promoções, geralmente compro. c) ( ) Passeio no shopping aos finais de semana e quando gosto de algum produto da vitrine, experimento e compro. d) ( ) Adoro shopping. Vou mais de três vezes por semana e sempre compro o que me agrada. 7. Como você costuma pagar suas compras? a) (x) Sempre pesquiso o preço a vista do produto, peço desconto ou parcelo sem juros sempre observando a disponibilidade do meu orçamento. b) ( ) Sempre pesquiso o preço do produto e faço o pagamento parcelado. c) ( ) Costumo usar cheque pré-datado, crediário e parcelamento no cartão, mas somente quando compro mais do que deveria. d) ( ) Sempre opto pelo parcelamento, crediário e pelo cheque pré-datado por falta de disponibilidade financeira. 8. Você utiliza um orçamento financeiro que prioriza uma reserva de dinheiro mensal para a realização de seus sonhos? a) ( ) Sim, reservo dinheiro mensalmente para meus sonhos de curto, médio e longo prazo. b) ( ) Faço orçamento mensal financeiro, mas não priorizo meus sonhos. c) ( ) Utilizo orçamento, mas não preencho todos os meses. d) (x) Não faço orçamento financeiro. 9. Onde você investe o seu dinheiro guardado? a) ( ) Guardo dinheiro aplicando no mercado financeiro (bancos, bolsa, previdência privada

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etc.). Sempre com perfil conservador. b) ( ) Invisto em imóveis para alugar e para aumentar meu patrimônio. c) ( ) Invisto em títulos de capitalização e ações com perfil arrojado. d) (x) Nunca sobra dinheiro para investir. 10. Se você hoje ficar desempregada, por quanto tempo você consegue manter seu mesmo padrão de vida? a) ( ) Por 20 ou 30 anos. b) ( ) Por até 10 anos. c) ( ) Por menos de 01 ano. d) (x) Por apenas 01 a 03 meses.

Como pode ser analisado através das questões, a maior dificuldade desta entidade é

fazer sobrar o dinheiro para poupar e investir. Dentre a maioria dos problemas existentes com

o orçamento doméstico, este ainda não é o pior, mas como imprevistos acontecem é muito

provável que qualquer eventualidade que ocorra, desde um acidente de carro ou a necessidade

do uso de aparelho dental de um dos filhos, abale todo o plano orçamental, até então, nada

eficiente. De nada adianta conseguir quitar todas as contas e não deixar despesas se a qualquer

emergência seria necessário fazer um empréstimo por não haver nada em caixa, e assim ter de

pagar juros sobre empréstimos. Ou talvez até não conseguir encaixar essa nova conta no

orçamento.

Abaixo segue a planilha realizada na base do chute orçamentário, onde se pode notar

que as despesas previstas estão realmente altas, principalmente despesas arbitrárias, sendo

estas as mais desnecessárias, por serem quase sempre despesas com gastos supérfluos.

Planilha do Orçamento Doméstico

Mês/ano: Setembro de 2010

Receita Bruta

(R$) Líquida

(R$) Prevista Recebida

Minha Receita Bruta (R$): R$ 3.500,00 R$ 2.900,00 Receita esposa/marido (Bruta):

(R$): R$ 1.000,00 Outra Receita da família (R$): R$ 200,00

Natureza da Despesa Prevista Realizado

DESPESAS FIXAS

Prestações Móveis/Eletro R$ 800,00 Prestações do Carro R$ 630,00

Seguro do Carro R$ 120,00 Plano de Saúde R$ 200,00

Transporte Escolar R$ 140,00 Prestações com Vestuário R$ 120,00

Outras Outras

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DESPESAS VARIÁVEIS

Água R$ 45,00 Energia Elétrica R$ 230,00

Gás R$ 25,00 Telefone R$ 160,00

Celular R$ 15,00 Supermercado R$ 700,00

Padaria R$ 60,00 Feira R$ 60,00

Combustível R$ 80,00 Média mensal IPVA R$ 50,00

Farmácia R$ 20,00 Outros

DESPESAS ARBITRÁRIAS

Restaurante R$ 100,00 Estacionamento R$ 20,00

Clube R$ 200,00 Festas R$ 50,00

Cigarro R$ 80,00 Outros R$ 100,00 Outros

Reservas para Gastos Futuros

Impostos Escola/faculdade Outros

Despesa Total: Receita Líquida Total (R$) R$ 4.100,00 Despesa Total (R$) R$ 4.005,00 Saldo* R$ 95,00

Planilha 2: Planilha do orçamento doméstico em prática.

Através do gráfico de pizza é possível visualizar a diferença entre as despesas

decorrentes. Nele nota-se que quase 50% da renda total líquida são com despesas fixas. Estas,

entretanto, são as mais difíceis de enxugar, pois normalmente são despesas com gastos

necessários, ou gastos decorrentes de um longo tempo de quitação, como a compra de um

carro, assim é preciso aguardar o pagamento até o fim e a partir daí manter o controle destas

despesas. Nesse caso, grande parte destas despesas é com prestações Então, uma forma de

enxugá-las seria deixar que acabassem as prestações e evitar ao máximo criar novas.

Despesas Fixas 49%

Despesas Variáveis 35%

Despesas Arbitrárias 13%

Sobras 2%

Gráfico 1: Despesas previstas da Planilha do Orçamento Doméstico.

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Já com as despesas variáveis o gráfico apresentou um índice de 35%, todas as

despesas variáveis podem ser enxugadas, bastando economizar um pouco em cada uma delas.

Por exemplo, economizar a energia elétrica simplesmente apagando as luzes da casa durante o

dia, ou a luz do quarto do filho à noite, depois que ele dormiu; deixar uma televisão ligada por

vez; ou nas compras de supermercado se focar no necessário e não deixar-se influenciar por

produtos cheios de marketing, entre outros.

Os gastos com as despesas arbitrárias formaram um total de 13%, o que pode parecer

pouco se comparado as demais despesas, entretanto, estas poderiam ser todas cortadas se a

meta do planejamento familiar for muito grande e exigir mais sacrifícios. Se este fosse o caso

da família em questão, haveria um corte de R$ 550,00 das despesas mensais, em um ano a

família economizaria R$ 6.600,00, isso somente considerando os valores das despesas

arbitrárias. Ainda faltariam somar as sobras da renda mensal e os demais cortes e economias

realizadas no orçamento. Se este dinheiro fosse aplicado na caderneta de poupança, pois é

uma aplicação de baixíssimo nível, a juros compostos de 3% ao mês geraria R$ 234,17 ao ano

de juros, e mesmo sendo este um valor baixo, ainda assim é muito melhor que deixar o

dinheiro parado ou gastá-lo com bobagens.

A segunda etapa do processo de iniciação do orçamento financeiro doméstico é feita

durante o mês subsequente àquele no qual anotamos a renda e as despesas na planilha.

Durante este mês, é necessário anotar todos os gastos e rendimentos extras e isso é de extrema

importância, pois só anotando exatamente todos os gastos é que o comparativo entre a

primeira planilha será feito corretamente com a segunda planilha, que montaremos com os

dados anotados.

Coletadas todas as despesas e gastos obtidos ao fim do mês é hora de compararmos

com as supostas despesas que foram feitas na base do chute no primeiro mês. Abaixo, segue a

planilha preenchida com os reais gastos e os gastos base de chute para que fique mais visível a

comparação.

Planilha do Orçamento Doméstico

Mês/ano: Setembro de 2010

Receita

Bruta (R$) Líquida (R$) Prevista Recebida

Minha Receita Bruta (R$): R$ 3.500,00 R$ 2.900,00 R$ 2.900,00 R$ 2.800,00

Receita esposa/marido (Bruta): (R$): R$ 1.000,00 R$ 1.000,00 R$ 1.400,00

Outra Receita da família (R$): R$ 200,00 R$ 200,00 R$ 200,00

Natureza da Despesa Prevista Realizado

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DESPESAS FIXAS

Prestações de Móveis/Eletro R$ 800,00 R$ 800,00 Prestações do Carro R$ 630,00 R$ 630,00

Seguro do Carro R$ 120,00 R$ 120,00 Plano de Saúde R$ 200,00 R$ 200,00

Transporte Escolar R$ 140,00 R$ 140,00 Prestações com Vestuário R$ 120,00 R$ 65,00

Outras Outras

DESPESAS VARIÁVEIS

Água R$ 45,00 R$ 42,80 Energia Elétrica R$ 230,00 R$ 276,74

Gás R$ 25,00 R$ 25,00 Telefone R$ 160,00 R$ 199,46

Celular R$ 15,00 R$ 15,00 Supermercado R$ 700,00 R$ 686,98

Padaria R$ 60,00 R$ 94,50 Feira R$ 60,00 R$ 65,75

Combustível R$ 80,00 R$ 80,00 Média mensal IPVA R$ 50,00 R$ 50,00

Farmácia R$ 20,00 R$ 57,40 Outros

DESPESAS ARBITRÁRIAS

Restaurante R$ 100,00 R$ 250,00 Estacionamento R$ 20,00 R$ 18,00

Clube R$ 200,00 R$ 322,60 Festas R$ 50,00 R$ -

Cigarro R$ 80,00 R$ 82,00 Outros R$ 100,00 R$ 178,30 Outros

Reservas para Gastos Futuros

Impostos Escola/faculdade Outros

Despesa Total: Receita Líquida Total (R$) R$ 4.100,00 R$ 4.400,00 Despesa Total (R$) R$ 4.005,00 R$ 4.399,53 Saldo* R$ 95,00 R$ 0,47

Planilha 3: Planilha do orçamento doméstico em prática.

Como puderam ser notados os reais gastos foram superiores aos gastos que

supostamente eram realizados, e isso é normal quando não se mantêm um controle preciso das

finanças. Muito embora não tenham sido exageradamente superiores, este orçamento está

claramente fora de um orçamento considerado de qualidade Nele não há praticamente sobras,

o que coloca esta família em risco de endividamento para qualquer eventualidade futura.

Novamente, com o gráfico de pizza será possível visualizar todas as despesas com

clareza. Se antes, as despesas arbitrárias formaram um total de 13% das rendas, agora ele

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forma um total de 19%, o que é um aumento considerável, pois são estas despesas as mais

tranquilas de serem economizadas.

Despesas Fixas 44%

Despesas Variáveis 36%

Despesas Arbitrárias 19%

Sobras 0%

Gráfico 2. Despesas reais da Planilha do Orçamento Doméstico.

Colocando estes valores de porcentagem para valores em Reais seria um total de R$

850,90, o que é relativamente alto, se comparado com a renda total da família. Agora, imagine

cortar totalmente estas despesas, todo ano economizaria R$ 10.210,80, um valor considerável

para se manter na caderneta de poupança e que ajudaria bastante em casos de emergências,

dependendo delas é claro. Obviamente, não é recomendado que se façam cortes orçamentais

tão abrangentes e tão difíceis de serem seguidos. Afinal, nas despesas arbitrárias quase sempre

promovem uma grande motivação e o interesse por se trabalhar e buscar adquirir mais renda.

Um corte desta profundidade apenas desmotivaria o usuário do orçamento financeiro

doméstico. De nada adianta poupar e poupar para o futuro e ficar insatisfeito no presente.

De acordo com a Financenter (2005):

Cada decisão financeira que você toma, traz consequências para o seu bolso. Se você economiza mais para comprar uma casa própria isto gera impacto sobre o poder de consumo de sua família. Esta correlação entre as diversas decisões financeiras implica que você sempre tem que avaliar as consequências geradas sobre outros itens de seu planejamento financeiro.

Entretanto, pequenos reajustes podem ser feitos, sem causar estresse financeiro. A

terceira etapa consiste em cortar os gastos mais desnecessários e diminuir aqueles já

existentes. Essa parte do processo é mais difícil, mas o primeiro mês de cortes e reajustes de

despesas não é definitivo, pois é apenas no qual iremos averiguar em que é possível cortar

mais para daí em diante estipular um valor para cada despesa e um valor para ser guardado e

futuramente investido.

Observe a planilha abaixo com os cortes realizados no terceiro mês de implementação

do orçamento financeiro doméstico.

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Planilha do Orçamento Doméstico

Mês/ano: Outubro de 2010

Receita Bruta

(R$) Líquida

(R$) Recebida Ajustada

Minha Receita Bruta (R$): R$ 3.500,00

R$ 2.800,00

R$ 2.800,00 R$ 2.800,00

Receita esposa/marido (Bruta): (R$): R$ 1.400,00 R$ 1.400,00 R$ 1.300,00

Outra Receita da família (R$): R$ 200,00 R$ 200,00 R$ 300,00

Natureza da Despesa Recebida Ajustada

DESPESAS FIXAS

Prestações de Móveis/Eletro R$ 800,00 R$ 800,00 Prestações do Carro R$ 630,00 R$ 630,00

Seguro do Carro R$ 120,00 R$ 120,00 Plano de Saúde R$ 200,00 R$ 200,00

Transporte Escolar R$ 140,00 R$ 140,00 Prestações com Vestuário R$ 65,00 R$ 65,00

Outras Outras

DESPESAS VARIÁVEIS

Água R$ 42,80 R$ 40,86 Energia Elétrica R$ 276,74 R$ 230,25

Gás R$ 25,00 R$ 25,00 Telefone R$ 199,46 R$ 180,38

Celular R$ 15,00 R$ 15,00 Supermercado R$ 686,98 R$ 549,45

Padaria R$ 94,50 R$ 54,00 Feira R$ 65,75 R$ 42,00

Combustível R$ 80,00 R$ 85,00 Média mensal IPVA R$ 50,00 R$ 50,00

Farmácia R$ 57,40 R$ 20,00 Outros

DESPESAS ARBITRÁRIAS

Restaurante R$ 250,00 R$ 120,00 Estacionamento R$ 18,00 R$ 20,00

Clube R$ 322,60 R$ - Festas R$ - R$ -

Cigarro R$ 82,00 R$ 52,00 Outros R$ 178,30 R$ 60,40 Outros

Reservas para Gastos Futuros

Impostos Escola/faculdade Outros

Despesa Total: Receita Líquida Total (R$) R$ 4.400,00 R$ 4.400,00 Despesa Total (R$) R$ 4.399,53 R$ 3.499,34 Saldo* R$ 0,47 R$ 900,66

Planilha 4: Planilha do orçamento doméstico em prática.

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Fica realmente claro que os resultados dos cortes financeiros provocaram uma grande

mudança positiva no orçamento desta família. Na planilha anterior o saldo final foi de um

total R$ 0,47 da renda, na atual ocorreu uma sobra de R$ 900,66, considerando que foram

efetuados apenas reajustes em algumas despesas, e eliminada somente uma despesa arbitrária.

No gráfico de pizza fica ainda mais nítido o resultado das mudanças efetuadas, com

uma sobra de 20% das rendas, e diminuição para 6% das despesas arbitrárias, que antes

totalizavam 19%.

Despesas Fixas 45%

Despesas Variáveis 29%

Despesas Arbitrárias 6%

Sobras 20%

Gráfico 3. Despesas ajustadas da Planilha do Orçamento Doméstico.

Terminada esta etapa, fica mais fácil perceber quais despesas podem ser dispensadas e

quais são mais necessárias, para, assim, estipular um valor aproximado de quanto será gasto

em cada uma delas nos meses seguintes. Muito embora seja cedo ainda para definir valores

para cada despesa, pois o orçamento necessita de adaptação e envolvimento de seus usuários

para poder funcionar como o devido. Porém, agora de inicio, é possível notar que as despesas

arbitrárias é que sofreram os maiores cortes.Assim, como citado anteriormente, são estas

despesas normalmente as mais fáceis de serem diminuídas.

0

10

20

30

40

50

DespesasFixas

DespesasVariáveis

DespesasArbitrárias

Sobras

Reais

Ajustado

Gráfico 4:Comparativo das despesas ajustadas com as reais da Planilha do Orçamento Doméstico.

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Como visto no gráfico anterior podemos perceber que as mudanças realizadas no

orçamento surtiram um grande efeito positivo, tanto na diminuição das despesas como no

aumento das sobras.

Todavia, também ficou claro que não será possível manter este orçamento com os

mesmo cortes durante todos os meses seguintes, afinal as despesas arbitrárias, que sofreram

maior impacto, podem ser facilmente diminuídas, mas não totalmente dispensadas. Cada

família ou pessoa conhece suas limitações e necessidades. Com uma analise dos objetivos

estipulados e planilha ajustada, a família deve traçar uma média de valores para as despesas, e

manter essa média de gastos até atingir os objetivos traçados inicialmente. Claro que

dependendo dos objetivos pode haver mudanças no valor ou tempo de ajuste do orçamento.

Algumas mudanças podem ocorrer e talvez a planilha deva ser reajustada para manter o

controle orçamentário até o fim.

De acordo com a Financenter (2005):

Planejamento financeiro é algo dinâmico. Além dos seus objetivos e os de sua família poderem mudar ao longo dos anos devido às mudanças de estilo de vida e outras questões, a situação da economia também é mutável, assim como os preços dos sonhos também mudam. É preciso revisar seu plano financeiro constantemente e fazer os ajustes necessários. Isto ajudará você a manter seu plano na direção desejada para atingir suas metas e realizar seus sonhos.

O importante ao manter o orçamento doméstico é controlar os gastos e guardar a

quantia necessária para tornar seu objetivo cada vez mais perto. Com o tempo, os usuários do

orçamento pessoal aperfeiçoam seu registro de gastos, à medida que avançarem no

conhecimento das finanças irão melhorar também a formatação de sua planilha e seu método

de registro de gastos.

6.3 Pontos positivos e negativos

O orçamento financeiro familiar ou pessoal é uma tarefa fácil de criar, no entanto

difícil de manter na prática, isso porque geralmente as pessoas não gostam de ter um valor

estipulado para gastar e nem de economizar em todas as despesas já existentes. Nada que é

rigoroso agrada, mas os resultados sempre são incentivadores e atraentes.

Após a realização das etapas feitas no tópico anterior, e através dos resultados

positivos obtidos, que normalmente ocorrem com todas as pessoas que iniciam o orçamento

doméstico, deixam seus usuários motivados e estimulados a mantê-lo na prática, pois

acreditam que irá ser fácil manter o ritmo do controle orçamentário, mas muitas vezes

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esquecem o quão difícil pode ser se privar de determinados prazeres diários. A demora para

realização dos objetivos é outro fator determinante para a desistência da continuidade do

orçamento.

Algumas dicas para manter o orçamento seriam se manter sempre motivado, pensar no

que irá conseguir alcançar, nas metas, na recompensa adquirida ao fim do orçamento, seja ela

um carro, uma viajem ou até mesmo a quitação de uma dívida.

Arlindo Roberto Perez (2008) cita o seguinte:

Comece a planejar com pensamento positivo. Se ele for elaborado achando que orçamento familiar é sacrifício, haverá problemas na hora da execução. Não fique a imaginar nos pontos negativos, mas pense nas consequências futuras que um bom orçamento familiar irá lhe trazer. Ou seja, nas recompensas que você vai obter como resultado. O que você vai conseguir ao por em prática este novo planejamento financeiro? Você vai liquidar mais cedo uma dívida pendente, vai poder guardar dinheiro para viajar com a família nas próximas férias, fazer reforma da casa ou ainda para a educação dos seus filhos. Seja qual for a meta na sua vida, você precisa se concentrar em cima do planejamento financeiro feito para que seja o melhor caminho para você conquistar os seus objetivos

Outra dica para manter o usuário envolvido no orçamento é desde o início criar um

orçamento realista, não acreditar que irá viver com o básico e guardar toda a renda como se

ela não existisse, pois isso raramente vai acontecer. As tentações do consumismo estão por

todos os lados e dificilmente alguém resiste a elas por muito tempo.

Peres (2008) ainda diz que:

Um dos maiores erros cometidos por pessoas que fazem o planejamento financeiro é criar metas muito difíceis logo de início. O que acontece é que por serem metas bem elevadas, ficam desmotivados quando as metas não são atingidas. Criar metas elevadas é muito importante, mas no início é melhor criar metas mais modestas e possíveis de concretização. Uma maneira fácil de começar é fazer pequenos planos para curtos espaços de tempo. A partir destas pequenas conquistas passamos para a meta seguinte. E estas pequenas metas vão contribuir para a grande meta que almejamos atingir. E, assim, por diante até o objetivo final. O planejamento financeiro de pequenas metas e a sua realização nos dá segurança e convicção em nossa capacidade e logo estaremos realizando o nosso objetivo.

A contabilidade doméstica, apesar de obter alguns pontos negativos, possui pontos

positivos que os superam nas vantagens. Alguns deles podem ser listados resumidamente a

seguir, tais como:

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• Planejamento futuro:

Com o planejamento futuro, os usuários da contabilidade doméstica poderão alcançar

metas, desejos e objetivos. Elaborando um plano financeiro no qual você possa poupar uma

quantia mensalmente por um determinado tempo a fim de comprar ou investir no seu futuro.

• Melhor visão da situação financeira familiar:

Uma visão da situação financeira auxilia no controle dos gastos e permite a redução e

ajustes dos mesmos.

• Equilíbrio entre receitas e despesas:

Manter o equilíbrio entre as receitas e as despesas não só é necessário como é

realmente preciso para manter uma vida financeira saudável. E, melhor que manter o

equilíbrio é fazer um desequilíbrio positivo, ou seja, conseguir deixar as receitas em alta se

comparadas com as despesas. Assim, sobra mais para poupar ou investir.

• Controle mais apurado sobre o consumo:

Quando se inicia o orçamento financeiro doméstico e colocam-se no papel todos os

gastos e despesas, é que percebemos o quanto gastamos desnecessariamente. Com pequenas

coisinhas durante o mês, mas que ao seu final, somadas, tornam-se grandes gastos. A

contabilidade auxilia não somente a poupar e investir, mas a manter uma maneira saudável de

como gastar bem, saber onde gastar e como gastar para que o dinheiro renda mais e você

consiga perceber em que está investindo.

• Menor risco de inadimplência e dívidas:

A inadimplência financeira é algo acaba com qualquer orçamento, pois estar em atraso

com as dívidas faz mal para o bolso e para a cabeça também. Aquelas pessoas que matêm

suas contas em dia, economizam muito dinheiro, pois se livram de encargos adicionais como

multas e juros. E, juros todos nós pagamos, mesmo sem perceber, pois estão eles embutidos

nas parcelas das nossas compras, só não os vemos. Atrasar as parcelas só os aumentaria, o que

seria o mesmo que jogar dinheiro fora.

Para manter o orçamento de forma estável e melhorando é preciso manter sempre as

contas em dia. Um meio interessante de fazê-lo é reservar um local específico para colocar

todas as faturas de contas que chegam e separá-las na ordem de vencimento. Certifique-se,

todos os dias, se possível, seus vencimentos para não atrasar nenhuma conta.

Caso ocorra alguma emergência, e não seja possível pagar todas as faturas no prazo

correto, dê prioridade àquelas com menor multa e juros. Quase sempre, os cartões de crédito

possuem as taxas mais elevadas de multas.

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Fazer pesquisas de preços é importante, pois sempre é possível economizar

comprando em vários lugares diferentes e analisando todas as formas de pagamento. Melhor

ainda é poder comprar a vista, assim fica mais fácil pedir um desconto, do que a prazo

evitando os juros também.

Através do referencial teórico e da pesquisa realizada com a família, pode-se perceber

que o orçamento financeiro não é um tema de conhecimento popular, sendo que aqueles que o

conhecem não o usam como é proposto. De fato, este é um tema de conceito muito amplo,

envolve a área básica da administração, economia e é claro, a contabilidade. Entretanto é

facilmente resumido em: Saber administrar tudo que entra e sai de despesas e receitas durante

o mês.

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7. CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES

Este trabalho teve como objetivo principal mostrar que a contabilidade tem papel

fundamental na gestão de finanças pessoais, auxiliando no controle do planejamento do

orçamento financeiro elaborado. Pois assim como nas empresas e governos, onde é preciso se

manter um controle de receita e despesa para se informar do saldo final, no dia a dia isso

também é muito importante.

O objetivo principal deste trabalho gerou em volta da pergunta de pesquisa: De que

forma a contabilidade poderá colaborar na administração da renda de uma família?

É notória a dificuldade das pessoas em administrar suas rendas pessoais, a

contabilidade está presente para auxiliar a vida das pessoas físicas também. Como foi citada

na inicial a contabilidade capta, registra, acumula, resumi e interpreta os fenômenos que

afetam as situações patrimoniais, financeiras e econômicas de qualquer ente, seja este pessoa

física, empresa, União, entre outros.

Um estudo de caso realizado com a implementação do orçamento financeiro familiar

numa família de classe média baixa nos revelou a grande diferença entre manter um controle

das despesas e receitas através do fluxo de caixa e a não realização deste controle. Com um

resultado positivo desta implementação, é possível notar que o uso contínuo da contabilidade,

em longo prazo, nas finanças pessoais auxilia os usuários a manterem o controle das finanças,

a viverem com seus recursos, administrarem as despesas, proporciona uma maior segurança

em caso de eventos inesperados cujo fator principal seja a falta de dinheiro, ensina a

importância de se guardar uma parte do dinheiro para o futuro, investir, entre demais

benefícios.

Evidenciamos que o melhor método para elaborar o orçamento doméstico é o fluxo de

caixa, através do “confronto” que ele nos permite visualizar entre as despesas e receitas

distribuídas por um determinado período, deixando nítido onde estão as sobras ou as faltas

geradas. Com o fluxo de caixa próprio para efetuar a contabilidade doméstica foi possível

diferenciar os tipos de despesas existentes para deixar o orçamento financeiro mais fácil e

assim manter um controle mais adequado de tais despesas, sendo estas despesas divididas em

três: Despesas fixas, despesas variáveis e despesas arbitrárias.

Depois de aplicado o instrumento de coleta de dados, processados os mesmos,

colocado em prática o orçamento financeiro e obtido as informações que geraram as

respectivas análises, obtivemos os resultados e as seguintes conclusões: Planejar é essencial,

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para tudo na vida, e com as finanças não é diferente. Manter um controle e planejamento

através da contabilidade pode auxiliar seus usuários a viverem com seus recursos, administrar

as contas, tornar-se independente, desmistificando a contabilidade com as pessoas em geral.

Um controle orçamentário através do fluxo de caixa ajuda a manter o orçamento em dia,

auxiliando na prevenção de despesas desnecessárias, e principalmente ajuda a manter a

estabilidade no orçamento familiar. Apesar de alguns pontos negativos, os pontos positivos

continuam em vantagem, pois os resultados finais são realmente motivadores para aqueles que

levam a contabilidade na vida pessoal a sério. A contabilidade está presente na vida de todos

basta ter um pouco de conhecimento e saber usá-la.

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8. REFERÊNCIAS

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PEREZ, Arlindo Roberto. Disponível em: <http://www.artigonal.com/financas-pessoais-artigos/o-que-faz-um-orcamento-familiar-ser-bem-sucedido-870916.html> acesso: 01/11/2010 às 14h33min. THEODORO, Flávio. A Importância da Contabilidade Doméstica. Disponível em < http://www.academiafinanceira.com/arquivos/pdf/A%20import%C3%A2ncia%20da%20contabilidade%20dom%C3%A9stica.pdf > acesso: 11/08/09 às 13h30min.

TORRALVO, Caio Fragata. As dificuldades práticas do Planejamento Financeiro. Disponível em < http://www.expomoney.com.br/newsnova/materia.asp?rregn=178 > Acesso em 01/11/2010 às 17hs.