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CENTRO UNIVERSITÁRIO MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ USJ ANA PAULA KNAUL CONTRIBUIÇÕES DE PRÁTICAS TRANSDISCIPLINARES NA EDUCAÇÃO DE CRIANÇAS ÍNDIGO São José 2011

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CENTRO UNIVERSITÁRIO MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ – USJ

ANA PAULA KNAUL

CONTRIBUIÇÕES DE PRÁTICAS TRANSDISCIPLINARES NA EDUCAÇÃO

DE CRIANÇAS ÍNDIGO

São José

2011

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ANA PAULA KNAUL

CONTRIBUIÇÕES DE PRÁTICAS TRANSDISCIPLINARES NA EDUCAÇÃO

DE CRIANÇAS ÍNDIGO

Trabalho elaborado para a disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso II, para aprovação no Curso de Pedagogia do Centro Universitário Municipal de São José – USJ. Orientadora: Profª. Dra. Izabel Cristina Feijó de Andrade.

São José

2011

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ANA PAULA KNAUL

CONTRIBUÍÇÕES DE PRÁTICAS TRANSDISCIPLINARES NA EDUCAÇÃO

DE CRIANÇAS ÍNDIGO

Trabalho de Conclusão de Curso elaborado como requisito final para a

aprovação no Curso de Pedagogia do Centro Universitário Municipal de São

José - USJ.

Avaliado em: 20 de Junho de 2011 por:

BANCA EXAMINADORA

_______________________________________________________________ Profª Dra. Izabel Cristina Feijó de Andrade – Orientador(a)

Orientadora

_______________________________________________________________ Profª MSc. Silvanira Lisboa Scheffler

Membro Examinador

_______________________________________________________________ Profª MSc. Marli Lucia Lisboa

Membro Examinador

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Dedico este trabalho, a todas as crianças índigo, compreendidas em sua essência como uma rosa em seu desabrochar para a vida, envolvida pela natureza que conhece o seu papel neste mundo. A esta profundeza de ser humano incomparável que foi possível conhecer a partir das vivências e às futuras gerações que estão chegando nesse processo de evolução e transformação da humanidade.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, por me dar coragem, força de vontade e determinação para ampliar

meus conhecimentos, com um desejo incessante de enfrentar desafios.

A minha família, que foi muito importante na construção deste projeto, porque

me proporcionou momentos de desabafo sobre os vários afazeres em que eu

estava envolvida, em meio a construção deste projeto e me motivou a seguir

em frente, para lutar pelos meus objetivos.

Ao meu namorado, meu amor, grande companheiro de todas as horas, que

soube me compreender nos momentos em que tive que me dedicar

inteiramente para construção deste projeto, escutando-me e dialogando

diariamente sobre a construção do mesmo.

A minha querida professora orientadora, Dra. Izabel Cristina Feijó de Andrade,

que me guiou, me instigando a buscar os fundamentos necessários para a

concretização deste projeto, fomentando a minha sede pelo conhecimento.

Aos demais membros da minha banca examinadora, por terem aceitado o meu

convite para fazerem parte da avaliação deste estudo em que dirijo um olhar

sensível sobre os educandos pesquisados.

A todos os professores que fizeram parte da minha caminhada acadêmica no

Centro Universitário Municipal de São José, contribuindo para aumentar minha

bagagem pedagógica e para elaboração desta pesquisa.

As minhas grandes amigas de sala de aula, Muller, Tavares, Hoffmann,

Córdova, Geleucther, Kuhn, Fontanella, que levarei em meu coração para o

resto da vida, porque juntas pudemos dialogar várias vezes sobre a elaboração

de nossos projetos, uma auxiliando a outra em suas dúvidas e considerações.

Ao Colégio Alternativo Talismã, por me ter proporcionado a oportunidade de

encontrar um espaço onde pude estar em contato com essas crianças

maravilhosas, que foram o foco principal do meu trabalho, e pela relação que

consegui estabelecer com todos os que lá trabalham.

Aos professores e parceiros do Colégio Alternativo Talismã, em especial à

professora Marilene Furtado, psicopedagoga que atua na escola, que me

ajudou em todos os momentos de dúvidas, respondendo aos meus

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questionamentos, iluminando o meu caminho na busca de respostas sobre as

crianças índigo.

Às crianças maravilhosas, que compartilharam comigo vários momentos na

escola, e que me receberam todos os dias com muitos beijos e abraços,

dedicando-me um carinho imenso e fazendo com que eu me sentisse acolhida

no ambiente escolar em que realizei a minha pesquisa.

Às crianças índigo pesquisadas: ao Lírio, pela nobreza de sentimentos que ele

expressa através do olhar brilhante e de um sorriso esplêndido de felicidade; ao

Jasmim, pela pureza e sinceridade que expressa no olhar intenso e profundo,

que é como um rio de imaginações e sentimentos; e finalmente ao Girassol,

uma personalidade verdadeira e serena, que cultiva a verdade e a justiça em

todos os momentos. Agradeço a vocês, crianças, que me deixaram fazer parte

deste mundo especial que existe dentro de cada um que pude conhecer, aos

poucos, durante nossas vivências.

Enfim, agradeço a todos que compreenderam este momento pelo qual

atravessei e ao qual me dediquei de corpo e alma literalmente, para que este

estudo tivesse a mesma essência que descobri nas crianças índigo - uma

essência transcendental.

Por favor, sintam-se todos homenageados.

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Convite para uma reflexão...

TRANSFORMAÇÃO - O recado do lago

Sou um lago que reflete o azul do céu, embora não seja o céu. Mesmo

sendo lago, tenho o sol em meu espelho, tenho as nuvens em minha superfície,

tenho a lua e as estrelas me adornando.

Vou mudando de forma, continuamente, a depender da estação do ano.

Posso tornar-me menor ou maior, mais calmo ou mais movimentado, mais

cristalino ou com águas mais turvas.

O mais importante é a riqueza que guardo em meu interior, os peixes

que abrigo e a vida que habita ao meu redor, as flores que permito existir às

minhas margens e as aves que vêm se encontrar e brincar em minhas águas.

Nunca serei o mesmo e sempre serei eu mesmo...

...Não temo a mudança - eu a abençôo. E quando, mais tarde, deixar

definitivamente de ser lago, minha água habitará o oceano ou o mais profundo

veio da terra; meu leito será, talvez, uma floresta; e minha memória estará

eternizada em todos os que se beneficiaram com meu ser inconstante.

Kau Mascarenhas

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RESUMO

Esta é uma nova era, de crianças mais evoluídas, as chamadas crianças índigo, que precisam de novas práticas pedagógicas para atender às suas especificidades. Com isso, surge a necessidade de dirigir um novo olhar para a educação, considerando o educando, sujeito complexo, como ponto de partida para a elaboração de uma metodologia diferenciada, que trabalha o conhecimento em diferentes níveis de realidade. Pensou-se, então, na prática transdisciplinar para configurar este novo modelo de ensino, que ultrapassa as disciplinas, fazendo com que o educando incorpore o conhecimento adquirido, contextualizando-o em sua realidade. Para a elaboração desta pesquisa, foi realizado um levantamento bibliográfico detalhado da temática em questão, para então ir-se a campo observar as crianças e confirmar se realmente a teoria se faz presente na prática cotidiana escolar. Esta pesquisa é qualitativa e conta com as análises e observações da pesquisadora, com o objetivo de compreender as vivências que envolvem o trio de alunos pesquisados. No campo, a pesquisa participante se fez presente, sendo realizadas duas oficinas, pautadas em estratégias transdisciplinares. Como estratégia para implantação da prática transdisciplinar, contou-se com as contribuições da Programação Neurolinguística ligada ao relaxamento a partir da imaginação criativa. Durante o desenvolvimento desta pesquisa, foi possível perceber, na prática em campo, nas observações realizadas, as dificuldades que os educadores têm para lidar com as crianças índigo, constatando-se, com isso, a importância de utilizar um novo método de trabalho, para conseguir realizar os exercícios pedagógicos com as demais crianças do grupo. Assim, a necessidade de uma metodologia diferenciada se fez presente durante as observações, quando se observou um lado espiritual evoluído dos índigos, que precisa ser trabalhado e compreendido, para que eles se desenvolvam juntamente às outras crianças.

Palavras-chave: Crianças índigo. Transdisciplinaridade. Programação

Neurolinguística. Relaxamento. Imaginação criativa.

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LISTA DE FOTOS

Foto 01 Lírio .......................................................................................... 54 Foto 02 Atividade da apostila de Lírio ................................................... 55 Foto 03 Jasmim ..................................................................................... 59 Foto 04 Girassol .................................................................................... 65 Foto 05 Caixa de Valores ...................................................................... 73 Foto 06 Momento da dinâmica da Caixa de Valores ............................ 74 Foto 07 Relaxamento na oficina “A busca de si, no mundo da

imaginação” ..............................................................................

75 Foto 08 Girassol e Jasmim .................................................................... 77 Foto 09 Girassol realizando seu desenho ............................................. 77 Foto 10 Desenho de Girassol ................................................................ 78 Foto 11 Jasmim pintando seu desenho ................................................ 78 Foto 12 Desenho de Jasmim ................................................................ 79 Foto 13 Desenhos das demais crianças que participaram da oficina ... 79 Foto 14 Pesquisadora e as crianças no término da oficina ................... 80 Foto 15 Relaxamento na oficina o mundo mágico das cores e dos

sentidos ....................................................................................

81 Foto 16 Jasmim socializando a sua interpretação na dinâmica ............ 84 Foto 17 Lírio contando sobre a sua experiência imaginária .................. 85 Foto 18 Momento da pintura da mandala ............................................. 86 Foto 19 Mandala pintada por Lírio ........................................................ 86 Foto 20 Mandala pintada por Jasmim ................................................... 87 Foto 21 Mandala pintada por Girassol .................................................. 87 Foto 22 Mandalas pintadas pelas demais crianças .............................. 88 Foto 23 Jasmim e a pesquisadora com a sua flor amor perfeito .......... 89 Foto 24 Índigos pesquisados: Girassol, Lírio e Jasmim ........................ 89

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................ 11

1.1 OBJETIVOS ................................................................................. 13

1.1.1 Objetivo geral ............................................................................... 13

1.1.2 Objetivos específicos ................................................................... 14

2 REFERENCIAL TEÓRICO .......................................................... 15

2.1 CRIANÇAS ÍNDIGO .................................................................... 15

2.2 CARACTERÍSTICAS POSITIVAS DAS CRIANÇAS ÍNDIGO ..... 21

2.3 CARACTERÍSTICAS NEGATIVAS DAS CRIANÇAS ÍNDIGO .... 22

2.4 PRÁTICA TRANSFORMADORA: TRANSDISCIPLINARIDADE . 24

2.5 PROGRAMAÇÃO NEUROLINGUÍSTICA ................................... 28

2.6 RELAXAMENTO A PARTIR DA IMAGINAÇÃO CRIATIVA ........ 32

3 PERCURSO METODOLÓGICO ................................................. 36

3.1 OFICINAS TRANSDISCIPLINARES/INTERVENÇÕES .............. 41

3.1.1 Oficina: a busca de si no mundo da imaginação ......................... 42

3.1.1.1 Dinâmica da caixa de valores ...................................................... 42

3.1.1.2 Relaxamento dirigido ................................................................... 42

3.1.2 Oficina: o mundo mágico das cores e dos sentidos .................... 45

3.1.2.1 Dinâmica dos sentimentos representados pelas cores ............... 47

4 ANÁLISE DAS OBSERVAÇÕES EM CAMPO ........................... 49

4.1 CARACTERÍSTICAS DAS CRIANÇAS DO COLÉGIO

ALTERNATIVO TALISMÃ – CONCEITUALIZAÇÃO COM OS

BIÓTIPOS DOS ÍNDIGOS, POR NANCY ANN TAPPE................

53

4.2 DIDÁTICA DO EDUCADOR NO PROCESSO DE ENSINO –

APRENDIZAGEM DA CRIANÇA ÍNDIGO ...................................

67

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5 ANÁLISE DAS INTERVENÇÕES / PRÁTICA

TRANSDISCIPLINAR .................................................................

71

5.1 OFICINA: A BUSCA DE SI NOMUNDO DA IMAGINAÇÃO ........ 71

5.2 OFICINA: O MUNDO MÁGICO DAS CORES E DOS

SENTIDOS ..................................................................................

80

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................ 91

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................... 93

ANEXOS .................................................................................................... 97

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1 INTRODUÇÃO

Em busca de um novo olhar para a educação, um olhar focado no

educando, considerando o contexto em que cada um está inserido e

respeitando suas especificidades, é que esta pesquisa propõe alternativas

diferenciadas, com o objetivo de auxiliar no cotidiano, tanto escolar quanto

social das crianças índigo. Este novo olhar é fruto da evolução do universo e

para isso, é preciso atentar para esta nova geração de crianças, identificando

as estratégias adequadas para uma educação transformadora.

Os educadores da atualidade se deparam com uma nova geração de

crianças, mais evoluídas, com um comportamento ainda não classificado pela

psicologia, que não se contentam apenas com o conteúdo aplicado em sala de

aula, que buscam algo mais, algo que transcenda.

A utilização de disciplinas fragmentadas torna difícil associar a teoria à

prática. Por isso, há necessidade de uma prática transdisciplinar, de uma

caminhada entre as disciplinas, buscando ir além, trabalhando os diferentes

níveis de realidade. Como afirma Morin (2009, p. 20), “o conhecimento torna-se

pertinente quando é capaz de situar toda a informação em seu contexto e, se

possível, no conjunto global no qual se insere.”

No estágio de anos iniciais, percebeu-se a possibilidade de um fazer ser-

sendo diferenciado. Isso serviu de guia para o desenvolvimento do tema em

questão, instigando a pesquisadora a aprofundar seus conhecimentos sobre o

assunto e a procurar argumentos válidos para realizar uma prática alternativa

que contemple as atuais exigências educacionais.

A teoria e a prática estão ligadas intrinsecamente e se fizeram presentes

durante a observação do estágio realizado junto a uma turma do 4º ano, no

Colégio Alternativo Talismã1. A classe era composta por três meninas e quatro

meninos, sendo que entre eles havia uma criança índigo. Durante uma

observação do estágio, pode-se presenciar a prática da professora que

lecionava naquela sala. Os alunos chegavam à sala, após uma aula de

Educação Física, e o educando índigo, principalmente, não conseguia se

1Localizada no município de São José - SC, no bairro Barreiros, há 14 anos, a escola segue

uma perspectiva educacional inter e transdisciplinar, trazendo ao educando o saber como forma de transformação da realidade.

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concentrar e prestar atenção às explicações da professora, inquietando, assim,

os demais também. Então, a professora pediu que todos abaixassem a cabeça

e começou a acalmá-los fazendo uma massagem em seus ombros. Em

seguida, iniciou um relaxamento dirigido em que utilizou uma Programação

Neurolinguística adaptada, fazendo com que os alunos recuperassem a

atenção e participassem da aula. O resultado da prática daquela educadora foi

significativamente impulsionador para esta pesquisa. Considera-se interessante

citar aqui Vygotsky (1994, p. 340), que afirma:

[...] ainda que a experiência emocional da criança em relação ao meio social é decisiva no curso de seu desenvolvimento psicológico, pois determina o tipo de influência que a situação ou o meio terá sobre ela. Não é um fator em si que influencia o curso do desenvolvimento da criança, mas os diversos fatores refratados pelo prisma da experiência emocional da criança.

A necessidade de uma metodologia diferenciada, voltada às crianças

índigo, criou um novo olhar para este educando, fazendo a pesquisadora

escolher a transdisciplinaridade como ferramenta estratégica na prática da

educação com estas crianças que hoje vêm sendo consideradas crianças

difíceis de lidar na sala de aula. Desta forma, o objetivo foi proporcionar

momentos de conhecimento interior, resultando em um melhor desenvolvimento

para as mesmas. Tais momentos podem ser mediados por técnicas de

relaxamento ou até mesmo de meditação. No caso desta pesquisa, optou-se

pela técnica do relaxamento, tendo em vista a seguinte afirmação de Goleman

(1999, p.32):

[...] a meditação treina a capacidade de prestar atenção. Isso a diferencia de muitas outras formas de relaxamento que permite que a mente divague à vontade. Esse aguçamento da atenção dura além da própria sessão de meditação.

Com uma prática pautada em técnicas de relaxamento é possível

resgatar o mundo mágico da imaginação das crianças índigo, fazendo destas

experiências uma forma de se autoconhecer e de se autotransformar de dentro

para fora. Além da técnica de relaxamento, escolheu-se a Programação

Neurolinguística, que auxiliou no desenvolvimento da imaginação criativa

dessas crianças, e que nada mais é do que o relaxamento dirigido, pois a

transformação exterior é a conseqüência da transformação interior

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Estas discussões no campo educacional ainda são novas, mas as

experiências práticas se multiplicam a cada dia. Entre elas, a

transdisciplinaridade permite vislumbrar novos horizontes na área educacional.

Portanto, este foi o desafio: apresentar outra forma de relacionamento com as

crianças índigo e assim contribuir para a sua educação. Como ponto de partida,

utilizou-se a Carta da Transdisciplinaridade, elaborada pelo comitê de redação,

composto pelos autores Freitas, Morin, Nicolescu (1994), a qual aponta, no seu

terceiro artigo, um objetivo muito importante:

[...] a transdisciplinaridade é complementar à abordagem disciplinar; ela faz emergir do confronto das disciplinas dos novos dados que as articulam entre si; e ela nos oferece uma nova visão da natureza e da realidade. A transdisciplinaridade não busca o domínio de várias disciplinas, mas a abertura de todas elas àquilo que as atravessa e as ultrapassa.

Desta forma, acredita-se que este trabalho poderá servir como fonte de

referências para o aprofundamento científico na área da educação.

1.1 OBJETIVOS

A seguir apresentam-se o objetivo geral e, posteriormente, os objetivos

específicos. No objetivo geral, será apresentada a intenção principal desta

pesquisa. Nos objetivos específicos, essa intenção será detalhada em

categorias que serão contempladas no decorrer deste trabalho, para uma

melhor compreensão do leitor.

1.1.1 Objetivo geral

Propor uma metodologia transdisciplinar, utilizando como estratégias de

atuação o relaxamento e a programação neurolinguística, para a ampliação da

imaginação criativa e a busca do equilíbrio interior das crianças índigo,

servindo como facilitadores no processo pedagógico escolar.

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1.1.2 Objetivos específicos

a) Observar e apontar as características pontuais das crianças índigo,

suas qualidades e dificuldades.

b) Aplicar a prática transdisciplinar no cotidiano escolar.

c) Descrever as contribuições das técnicas de relaxamento e da

programação neurolinguística na educação de crianças índigo.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

Neste tópico, serão apresentados os fundamentos teóricos, amparados

em autores que argumentam sobre: crianças índigo, prática transdisciplinar,

programação neurolinguística e relaxamento a partir da imaginação criativa.

2.1 CRIANÇAS ÍNDIGO

Com o propósito de discorrer um pouco mais sobre esta “nova era” que

vem movimentando nosso planeta, a chamada era das crianças, buscou-se

uma aproximação transdisciplinar na educação, na tentativa de seguir uma

caminhada que se construirá durante as vivências. Para tanto, iniciou-se

fazendo um levantamento bibliográfico detalhado, pois embora o assunto tenha

muita informação, sendo esta muito extensa, é também algo novo, por isso,

este levantamento tornou-se mais demorado e ao mesmo tempo desafiador. As

informações sobre o assunto, obtidas com diversos autores, ora eram iguais,

ora eram contraditórias. Neste estudo, procurou-se apontar as características

dessas crianças e qual sua principal função neste planeta.

A partir das leituras em Carrol e Tober (2008), Simon (2010) e Vecchio

(2006), relacionadas às crianças índigo, pode-se dizer que são seres

transformadores, que estão abrindo os caminhos de uma nova era e que, de

maneira pacífica e harmoniosa, querem dar uma nova oportunidade às pessoas

para que elas possam transformar o meio em que vivem e principalmente o seu

interior, buscando o crescimento espiritual e preparando-se para o que ainda há

por vir.

Conhecer e dividir experiências faz com que todos possam aprender e

aceitar o novo com outros olhos e de maneira mais aberta, sem preconceitos e

reprovações. Todos empreendem uma caminhada única, e terão que dividir

seus espaços, em todos os momentos, com pessoas que permanecerão junto

durante todo o percurso, que estarão por alguns minutos do seu lado ou que até

mesmo apenas passarão ao seu lado. Independente disso, é preciso fazer

desta convivência uma experiência única e transformadora para o crescimento

pessoal, pois cada um tem algo a ensinar e muito a aprender. Todos estes

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momentos devem servir para o crescimento interior, de forma transformadora e

feliz.

Crianças do Novo Milênio, podendo ser assim chamadas, crianças que

começaram a surgir aos poucos, a partir dos anos 80, com uma aura diferente

ao seu redor, sendo ela azul claro, de acordo com Nancy Ann Tappe a primeira

pessoa conhecida por ter visto a aura de um índigo, como Carrol e Tober (2005)

abordam, (crianças que vieram com uma missão [para espiritualidade]

estabelecida a cumprir, espalhar o amor, paz no mundo). Segundo Carrol e

Tober (2005), os precursores do surgimento dos índigos, existem quatro

biótipos destes índigos, cada um com certas características mais presentes,

podendo ser: conceitual, artístico, interdimensional, humanista.

Conceitual: estas crianças adoram atividades físicas. Interessam-se

mais por projetos do que por pessoas, serão os futuros engenheiros, arquitetos,

projetistas, astronautas, pilotos e oficiais militares. São extremos controladores,

geralmente, dos pais. Na adolescência, têm grande chance de virem a usar

drogas, como um refúgio. Quando não compreendidos, tendem a se isolar.

Artístico: são seres extremamente sensíveis, com estrutura física menor

em estatura, comparando com os demais. Poderão ser futuros médicos, ou

seguirem seu lado artístico. Muito criativos, tem diversas aptidões artísticas.

Interdimensional: são mais evoluídos espiritualmente, trarão novas

filosofias para o mundo. Maiores em estatura. Desde cedo, têm caráter de auto-

suficiência, sempre argumentando que sabem tudo.

Humanista: serão os futuros doutores, advogados, professores,

vendedores, executivos e políticos, trabalharão com a massa. São hiperativos.

Leitores ferozes. São muito simpáticos e sociáveis. Sabem lidar bem com as

situações do cotidiano, têm grande aptidão para resolver problemas.

Franco (2007, p.02) vem contribuir com algumas informações a respeito

destes biótipos:

[...] qualquer tipo de agressividade torna-as rebeldes, o que pode levar algumas a se tornar criminosos seriais. Os estudos generalizados demonstram que algumas delas têm pendores artísticos especiais, enquanto outras são portadoras de grandes sentimentos humanistas, outras mais são emocionais e outras ainda são portadoras de natureza transcendental. Aquelas transcendentais, provavelmente serão os grandes e nobres governantes da Humanidade no futuro. As artísticas vêm trazer uma visão diferenciada a respeito do Mundo, da arte, da beleza. Qualquer tipo

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de punição provoca-lhes ressentimento, amargura que podem levar à violência, à perversidade.

As informações sobre as crianças índigos ainda são recentes para o

mundo acadêmico, e não há constatações científicas que possam apresentar

provas da chegada delas, porém as bibliografias existentes são bastante

convincentes e capazes de ajudar a chegar a alguma conclusão.

Assim sendo, de acordo com o site Fonte de Luz (2001, p. 01), comenta

que

As Crianças Índigo têm estado a encarnar na Terra nos últimos 100 anos. Os primeiros Índigos eram pioneiros e mostradores de caminho. Depois da Segunda Guerra Mundial nasceram um numero significativo delas e estes são os adultos Índigo de hoje. No entanto, na década 70 uma onda grande de Índigos nasceu e por isso agora temos uma geração inteira de Índigos que estão a atingir o fim dos vinte anos e no principio dos seus trinta anos e que irão tomar o seu lugar como lideres deste mundo. Os Índigos continuaram a nascer até mais ou menos o ano 2000 com mais habilidades e maior grau de sofisticação tecnológico e criativo.

Tais crianças apresentam maiores capacidades, aptidões, sensibilidade,

afetividade, percepção, espiritualismo; todas estas características aparecem

muito mais precocemente do que se está acostumado. Têm seus sentidos

muito aguçados, assim se diferenciando dos demais, tornando-se destaque

para observação e estudos no âmbito social.

Mas afinal, quem são essas crianças? Como se pode identificá-las?

Como se pode contribuir para sua evolução, buscando novas alternativas para

lidar com elas, para um melhor convívio em sociedade? São muitos

questionamentos que serão devidamente respondidos no decorrer da pesquisa.

De acordo com o texto de Menezes (2001), a partir da década de 80 a

chegada das crianças índigo começou a tornar-se visível de maneira mais

expressiva. Para o autor citado, estas crianças estão chegando ao planeta para

uma transformação social, educacional, familiar e espiritual. Os índigos utilizam

o cérebro de maneira diferente, sendo que o hemisfério direito é mais

potencializado e o esquerdo é menos, de acordo com Vecchio (2006). Isto

significa que elas estão muito além do plano intelectual, destacando-se pelo seu

comportamento.

Estas crianças têm características tão diferenciadas que acabam por

desafiar o ambiente em que vivem, quebrando paradigmas, fazendo com que o

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agir e o pensar andem juntos ou pelo menos dentro do mesmo patamar,

gerando uma sociedade mais coesa, confiante, transparente e, principalmente,

muito mais autêntica. Além disso, estas crianças mostram que eu e o próximo

somos um só, restabelecendo a confiança mútua, a confiança na humanidade,

tendo como objetivo diminuir o egoísmo, a inveja, o ódio e potencializar

conseqüentemente, mais solidariedade e doação.

O que vem ocorrendo há anos com muita freqüência, é que estas

crianças estão sendo confundidas, sendo chamadas de crianças com déficit de

atenção e hiperatividade, também podendo ser confundidas com crianças

autistas ou asperger.

Com intuito de conhecer um pouco mais sobre o que se trata essas

síndromes, alguns autores vêm argumentar: segundo Benczik (2000, p. 25)

define o Transtorno de déficit de atenção/Hiperatividade como “um problema de

saúde mental, considerando-o como um distúrbio bidimensional, que envolve a

atenção e a hiperatividade/impulsividade”. Para Dias... et. al. (2009, p. 03) a

síndrome de Asperger ou "Psicopatia Autística"

como a síndrome foi inicialmente denominada pelo pediatra vienense Hans Asperger que, em 1944 descreveu um grupo de crianças, principalmente meninos, com um padrão típico de comportamentos e déficits. Ao resumir as características típicas desta alteração, o autor pontuou a aparência física das crianças, seu bom nível intelectual, dificuldades de linguagem e de atenção, um comportamento problemático em situações sociais e dificuldades emocionais.

O autismo, como Klin (2006, p. 03) aborda, “também conhecido como

transtorno autistico, autismo da infância, autismo infantil e autismo infantil

precoce, é o TID mais conhecido. Nessa condição, existe um marcado e

permanente prejuízo na interação social, alterações da comunicação e padrões

limitados ou estereotipados de comportamentos e interesses”.

De acordo com as características apresentadas pelas síndromes,

algumas possuem pontos em comum com as características das crianças

índigo, no entanto, as características dos índigos se sobressaem, podendo

assim, considerá-los como as novas crianças mais evoluídas, como veremos

posteriormente de forma mais detalhada.

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Simon (2010) afirma que, atualmente, casos de crianças rebeldes, que

se recusam a obedecer, comer, dormir e que desprezam a maior parte dos

adultos deixaram de ser exceção e estão se tornando regra. Os pais,

preocupados, não compreendendo a reação de seus filhos, acabam por achar

que são crianças com problemas psicológicos, levando seus filhos a se

consultarem com psiquiatras e a serem tratados com medicamentos

psicotrópicos. Simon ainda completa afirmando que na França há cerca de 370

institutos de reeducação que acolhem crianças de 5 a 12 anos.

Ainda conforme Simon (2010, p. 14):

[...] esse tratamento químico é uma faca de dois gumes. Ele pode, com efeito, permitir que essas crianças hiperativas se integrem as normas em uso e, assim, tranqüilizar os pais, mas, como todas as drogas desse tipo, gera uma certa euforia que permite aos consumidores esquecer suas diferenças e seus complexos em relação aos outros. Contudo, paralelamente a essas vantagens teóricas, ele destrói a personalidade, a intuição, os dons espirituais, as faculdades extrassensoriais dessas crianças e, sem sombra de dúvida, sua saúde física.

Considerando o que foi aqui exposto, um dos grandes desafios desta

pesquisa é de desmistificar estes conceitos pré-estabelecidos e compreender

melhor estas crianças, procurando uma melhor forma de convívio com elas e

delas com o mundo. Vecchio2 (2007, p.63) vem contribuir, mostrando alguns

obstáculos no desenvolvimento das crianças índigo, dentre os quais:

[...] incutir-lhe medo, sem compreender a autêntica verdade de como funcionam as coisas; preocupá-lo desnecessariamente; fazer um drama trágico por coisas que sempre podem ser solucionadas; mostrar a ela aspectos baixos e negativos da vida, como se essa fosse a única realidade humana; não confiar na sua pureza de intenções; ter intenção pouco firme em assuntos que colocam em jogo os valores humanos;

Por serem crianças com características diferenciadas das demais, torna-

se necessário adotar um convívio diferenciado com elas e com as demais, não

2 Egídio Vecchio, radicado no Brasil desde o ano de 1972, é argentino, doutor em psicologia,

psicopedagogia,e psicologia clínica (Universidade Argentina John F. Kennedy). Pesquisador, professor universitário, palestrante e escritor com várias obras publicadas. Atende crianças e adolescentes índigos, bem como orienta pais e professores para ajudá-los a conviver melhor com seus filhos e alunos, de modo que estes possam desenvolver melhor, sem dificuldades, suas potencialidades tão especiais.

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excluindo ninguém, criando assim uma nova maneira de lidar com as crianças

na escola e na sociedade.

Simon (2010) vem contribuir, explicando que as crianças índigo são

especificamente criativas, querem sempre inovar, não gostam de atividades

repetitivas, o que acarreta dificuldades durante o seu percurso escolar. Quando

não compreendidas, algumas se fecham em sua inquietude, em seu mundo

interior, não exteriorizando o que sentem, por isso, podem chegar a ser

confundidas com autistas, com características semelhantes. Em alguns casos,

essas crianças começam a desenvolver a telepatia3 como meio de

comunicação.

O tema sobre os índigos, as novas crianças, é muito interessante, porém

é algo ainda novo. Antes dos anos 80, as crianças índigos morriam cedo, pois a

freqüência do planeta não era ajustada para a sua permanência por aqui,

porém, com o passar do tempo, estas crianças fizeram transformações

formidáveis no planeta, tornando-o melhor, possibilitando o aumento destas

criaturas, que estão transformando o mundo.

Os autores Carroll e Tober (1999) que escreveram o livro com o título

“The índigo children”, fizeram, por longo tempo, um estudo em relação a estas

crianças e perceberam a grande transformação que estes seres “azuis”

estavam promovendo no planeta. Puderam também verificar a dificuldade com

que os pais lidavam com elas. Eles comentam ainda, que este aparecimento

não é um fenômeno norte-americano, ele foi testemunhado em três continentes

diferentes, mas ninguém deu atenção, exatamente por seguir paradigmas da

psicologia que acreditam que a evolução só é possível da maneira como já foi

considerada anteriormente. Na verdade, a evolução está chegando de maneira

branda e revolucionária, mas poucos estão se dando conta.

Então, o que é uma Criança Índigo? Para os autores citados, é aquela

que apresenta um novo conjunto de atributos psicológicos e tem, em geral, um

comportamento que ainda não foi documentado. Já para Vecchio (2006, p.20):

Uma das diferenças que caracterizam a criança índigo é sua estrutura psicobiológica e espiritual diferente. Suas células são diferentes; o código genético é diferente; a psique é

3 É definida na parapsicologia como a habilidade de adquirir informação acerca dos

pensamentos, sentimentos ou atividades de outra pessoa. Segundo wikipédia: a enciclopédia livre.

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diferente porque sua biologia também é diferente. Sua condição antropológica é diferente, a energia é diferente, a freqüência vibracional é diferente. Os índigos são algo mais que simplesmente criaturas superdotadas. Eles “vêm” ao mundo nada mais nada menos que para mudar a natureza humana.

Seus comportamentos, no entanto, deixam claro que os que interagem

com elas precisam mudar seu tratamento para que encontrem o equilíbrio e não

venham a causar danos a elas. Vecchio (2006) argumenta que a escola,

juntamente com a Pedagogia de Valores, pode contribuir para o

desenvolvimento destas crianças, passando a elas os valores necessários á

sabedoria, para, assim, serem úteis para si mesmas e para o próximo,

aproveitando suas potencialidades em prol do bem.

2.2 CARACTERÍSTICAS POSITIVAS DAS CRIANÇAS ÍNDIGO

Alertando que nem todas as crianças índigo apresentam todas estas

características ao mesmo tempo, pois um indivíduo difere do outro, esta relação

de características foi pesquisada em referenciais teóricos de autores que

argumentam sobre a existência dos índigos, sendo eles: Carroll, Tober (2005),

Vecchio (2006), Simon (2010). A partir destas leituras, considera-se que as

características mais presentes são as seguintes:

a) Nascem, agem e se desenvolvem de uma forma mais madura e

preparada.

b) Têm uma boa auto-estima.

c) Sabem quem são e para que vieram a este mundo.

d) Têm facilidade em identificar tarefas facilitadoras para certos

trabalhos, facilidade em resolver problemas.

e) Não têm vergonha de expressar suas necessidades e o que

precisam.

f) Acreditam ser capazes de realizar tudo.

g) São crianças que possuem metas e objetivos estabelecidos

claramente em sua memória.

h) Possuem diversos talentos.

i) Têm alta sensibilidade espiritual, social, ética e emocional.

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j) Aprendem rápido o que lhes é ensinado.

k) Têm muita energia, são muito ativos.

l) Parecem ter contato extra-sensorial.

m) Têm todos os sentidos do corpo muito aguçados.

n) Encantam-se desde cedo pela tecnologia.

o) São carinhosos, perseverantes, carismáticos.

p) Têm inteligência múltipla e intuitiva.

q) Têm perfil para liderança.

r) Possuem grande agilidade mental.

s) São dotados de uma estrutura física maior e de um metabolismo

acelerado.

t) Têm uma atenção e um respeito maior com a natureza, os animais, a

preservação.

u) Em muitos casos, são vegetarianos.

v) Não suportam a mentira e a manipulação de pessoas.

w) São seres evoluídos e muito criativos.

O fato de ser portadora destas características ou algumas delas não

significa que uma criança é um indivíduo índigo, mas é necessário estar sempre

alerta para compreender estes seres desde muito cedo, pois desta maneira

torna-se possível colaborar com a sua missão. Estas crianças, de alguma

forma, estão sempre pedindo ajuda para descobrir novos limites, ajustes para

suas habilidades ou talentos e assim poder desenvolver o seu “crescimento”.

2.3 CARACTERÍSTICAS NEGATIVAS DAS CRIANÇAS ÍNDIGO

Estas características são descritas a partir de leituras de Atwater (2008),

Cañete (s.d), entre outros teóricos da área. São elas:

a) Não aceitam receber ordens, serem controlados e seguirem padrões.

b) São impacientes.

c) Em alguns casos, são rotulados como crianças com déficit de

atenção, hiperatividade e como bipolares.

d) Não têm medo de nada, têm caráter de auto-suficiência.

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e) Quando não compreendidos, eles se fecham em seu mundo interior,

tentando buscar a compreensão dentro de si.

f) Alguns, quando não compreendidos, passam a ser confundidos com

crianças autistas.

g) Aborrecem-se facilmente, pois querem tudo rápido, como a

velocidade do seu pensamento.

h) Têm grande nível de auto-estima, mas a queda desse nível pode

levar à depressão.

i) Seu estado psíquico é inconstante.

j) Se não compreendidos, podem se frustrar.

Para Menezes (2001), a chegada das crianças índigos fez a primeira

transformação na família, pois esta se baseia na imposição de regras. A família

atual está cada vez mais comprometida com suas atividades diárias e seus

membros acabam tendo cada vez menos tempo para dedicar-se uns aos

outros.

As crianças índigos, por terem um diferencial, não se adaptam às

estruturas rígidas, pois elas primam pelas relações verdadeiras e para isso,

querem o entendimento e a negociação. São crianças intuitivas, sendo assim,

podem ver as verdadeiras intenções e fraquezas dos adultos.

Por serem questionadoras, acabam por resolver os conflitos de maneira

diferente dos demais, isto também influenciará em seu comportamento nas

demais atividades como, por exemplo, no mercado de trabalho, cidadania, nas

relações interpessoais, relações amorosas e nas instituições espirituais, por

serem essencialmente dirigidas pelo hemisfério direito.

Os autores clássicos, como Carroll e Tober (2008), mencionam três

complicações que as crianças índigos podem experimentar e que foram por

eles testemunhadas tanto na vida particular quanto profissional. São as

seguintes:

a) Elas têm a vida como preciosa demais para deixar escapar, sendo

assim, freqüentemente, forçam algumas situações para realizarem o

desejado, fazendo com que seus pais cedam e caiam nas suas

armadilhas, muitas vezes, deixando de ser o exemplo, a modelagem,

fazendo a inversão de papéis.

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b) Estas crianças podem tornar-se emocionalmente irritadas por pessoas

que não as entendam. Quando jovens, podem ter problemas de

ajustamento com outras crianças.

c) Normalmente, as crianças índigos são diagnosticadas como crianças

hiperativas, sendo muitas vezes tratadas com medicamentos, quando

poderiam ser tratadas apenas de forma diferente.

Diante do exposto, é possível concluir que estas crianças são seres

espiritualmente desenvolvidos, vindos com a missão de transformar o planeta,

portanto, deve-se dar a elas a oportunidade de se expressar e dar a todos a

oportunidade de aprender e mudar, considerando-as como agentes

transformadores e ouvindo o que elas têm a dizer.

Sua chegada tem por objetivo a transformação de cada ser, é um pedido

de amor pela humanidade e, principalmente, é um apelo para que o homem não

se perca diante de sua própria inteligência, abastecendo principalmente o ser e

o seu interior, chamado “alma”. Novamente recorre-se a Vecchio (2006, p.19),

que vem contribuir com informações sobre as crianças índigo:

Evidências científicas comprovarão, aos poucos, a existência das 12 hélices às quais Lee Carroll referiu-se, que trata-se de uma tese compartilhada não só por cientistas mas por pesquisadores espiritualistas. Os primeiros, como a doutora Berrenda Fox, obtiveram evidências de mudanças celulares e de formação de outras hélices no DNA, e os segundos receberam espiritualmente a informação que teremos 12 hélices de DNA.

Contudo, aos poucos, os índigos estão sendo inseridos no meio

acadêmico, como crianças mais evoluídas, assim, este trabalho pode vir a ser

mais uma fonte de referências para o estudo da temática. As novas crianças

vêm para transformar o mundo, gerando, com isso, a evolução da espécie

humana.

2.4 PRÁTICA TRANSFORMADORA: TRANSDICIPLINARIDADE

Atualmente, ouve-se falar muito sobre as práticas interdisciplinares na

educação, trabalhando todas as disciplinas englobadas num contexto a que se

quer chegar. A transdisciplinaridade é algo que vai além destas disciplinas, que

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ultrapassa a interdisciplinaridade, que requer algo mais complexo, que é

trabalhar a espiritualidade das crianças em torno da realidade em que se

encontram, alcançando assim um equilíbrio físico, emocional sobre o corpo, a

mente, o espaço e o mundo a sua volta.

A educação Transdisciplinar vem para preencher um vazio que existe

nos indivíduos, acessando o mundo interior, muitas vezes desconhecido pelas

crianças, como aborda Peres... et. al. (2007). Com esta educação, parte-se do

ponto de vista do “eu” da criança, dando voz e autonomia a ela para se

manifestar e ter atitudes diante das situações geradas. A criança deve ser o

foco na sociedade, é ela que se encarregará do futuro, devendo ser regada de

muito equilíbrio, paz, amor e tranqüilidade. Além de todo conteúdo adquirido no

ambiente escolar, deve-se trabalhar a parte espiritual destas crianças para que

assim ela aprenda a lidar com as situações cotidianas inconstantes da vida.

É necessário preparar as crianças não só para o conhecimento, mas

também para um mundo novo, de contextos sociais os mais diversos. O novo

olhar para a transdisciplinaridade requer a liberdade de espírito para transitar

em todas as áreas da diversidade nas disciplinas da vida. Morin (2003, p. 99-

100) ressalta que:

A imensa máquina da educação é rígida e inflexível, fechada, burocratizada. Muitos professores estão instalados em seus hábitos e autonomia disciplinares. [...] Para eles o desafio é invisível. [...] Mas é preciso começar e o começo pode ser desviante e marginal. [...] Como sempre, a iniciativa só pode partir de uma minoria, a princípio incompreendida, às vezes perseguida. Depois a idéia é disseminada, quando se difunde, torna-se força atuante.

Como Morin (2001) aborda sobre em sua obra “os sete saberes

necessários à educação do futuro”, julga-se de grande valia ressaltá-los nesta

pesquisa, como fundamento necessário para a educação da nova geração de

crianças. Esses sete saberes compreendem: primeiro, estudar o próprio

conhecimento; segundo, manter a coerência e pertinência dos conteúdos

aplicados, ligando-os à realidade; terceiro, considerar a importância de estudar

a condição humana, trabalhando de uma maneira ampla no assunto; quarto,

ensinar a identidade terrena, de modo a fazer o indivíduo notar o seu papel

social; quinto, saber enfrentar as incertezas a partir de fundamentos científicos,

assim podendo ir além; sexto, aprender a compreender o diferente; e sétimo, o

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indivíduo construindo a ética global da sua relação com o mundo e a sociedade,

englobando assim, todas as práticas necessárias à educação do futuro.

Partindo deste novo foco, a educação de índigos, o doutor Herrera

Figueroa e Miguel Reale, seu pai, foram os precursores do trialismo4, trazendo

uma nova metodologia a ser trabalhada. No entender de Vecchio (2006), “o

trialismo vem contribuir para uma nova pedagogia espiritualista, que está

contida em nossas células”. Para essa nova Pedagogia, Herrera Figueroa, traz

a Paidosofia5, sendo ela dividida em três modos de viver: físico, mental e

espiritual-valorativo. Desta forma, a nova Pedagogia de Valores traz como eixos

centrais: os valores, os conhecimentos e normas, e os fatos. Mais uma vez

citando Vecchio (2006, p.85-86), considera-se que

na educação paidosófica o índigo aprende a utilizar a sua Inteligência Emocional para lidar com os próprios valores, conhecimentos e acontecimentos, como também aprende a lidar com os acontecimentos, valores e fatos referentes a condutas dos outros. Isto para “paidosóficos”, é educar.

Conforme rege a “Paidosofia”, Vecchio (2006) afirma que os índigos

necessitam de uma educação que mostre os caminhos que os levem à

verdade, trazendo a justiça como valor básico da vida humana, conhecida como

“Dikelogia6”. As pessoas, atualmente, são educadas seguindo o paradigma dos

antigos, sendo influenciados a acreditar no que eles acreditam, e por fim, se

dão conta de que não é isso que realmente é o correto para si. Então, caem no

medo, na culpa, por não aceitarem os mesmos valores que seus pais acreditam

serem os certos. A mente da criança deve ser alimentada pelas normas que a

sociedade deve seguir para então ela mesma criar suas próprias leis, baseada

no que é certo. A criança deve ativar a sua Inteligência Lógica, para assim ser

feliz, e usar esta inteligência criando uma relação das normas da sociedade e

com as suas próprias regras, dando origem à sua personalidade equilibrada.

Para Vecchio (2006, p.89), os principais objetivos da Pedagogia

Paidosófica são:

4 Para Vecchio (2006), é a corrente científica da nova era, que nos trouxe a nova energia.

Segundo Herrera Figueroa e Miguel Reale, os três formam a base da existência, de uma nova visão do mundo e das coisas. 5 Do grego paidós = crianças e sofia = sabedoria. Herrera Figueroa traz a Paidosofia como a

sabedoria acerca das crianças. 6 É a ciência da prática da justiça consigo mesmo e com os outros. Diké, quer dizer valor, em

grego, sendo o estudo de valores.

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Facilitar a aquisição de conhecimentos para o índigo criar as próprias normas de conduta; facilitar a construção de valores para o índigo viver em paz; gerar fatos comportamentais que integrem o índigo consigo mesmo, com seus semelhantes e com Deus; facilitar os caminhos para o índigo completar sua evolução holística a partir de um “DNA capacitado”.

O educador, na escola, precisa optar por um papel de facilitador, no qual

ele cria soluções e alternativas para lidar com as crianças índigo, auxiliando

assim na sua interação com o grupo e contribuindo para o seu

desenvolvimento. Em muitos casos, quando a criança tem um gênio difícil, o

educador deve saber negociar com ela, alcançando sua confiança para ter o

controle da situação.

De acordo com Vecchio (2006), as práticas da Pedagogia de Valores são

eficazes na atuação com crianças índigo. Precisam existir diversos momentos

de aprendizado, de maneira criativa e inovadora, em que a criança índigo possa

desenvolver suas potencialidades. O educador tem de assumir o papel de

facilitador, que contribui no desenvolvimento dos índigos. Toda criança

necessita de motivação, principalmente as crianças índigo, por serem mais

sensíveis e influenciáveis. Por isso a importância de tratá-las como únicas. É

preciso trabalhar com as crianças os valores e as verdades, como lei da vida.

Muitos índigos não gostam da escola, pelo passo vagaroso que ela segue em

comparação ao seu desenvolvimento rápido. Por este motivo, eles sentem a

necessidade de uma prática diferenciada, diversificada e inovadora, que foque

suas potencialidades, a fim de sentirem-se úteis e motivados a aprender cada

vez mais, saciando a sua sede de conhecimentos. Há necessidade de uma

pedagogia da autonomia, fazendo das crianças índigo os autores de suas

próprias decisões e tornando o educador um impulsionador de tudo isto.

Não é possível deixar de falar sobre a pedagogia de valores criada a

partir da metodologia de Maria Montessori (1907) e do Dr. Rudolf Steiner,

criador da Antroposofia. Steiner (1919) apresentou seu método pedagógico

chamado Waldorf, que vem tratar, na metodologia, do amor à criança. Segundo

Franco (2007, p. 01):

[...] a criança não é um adulto em miniatura. É um ser que está sendo formado, que merece o nosso melhor carinho. A criança não é objeto de exibição, e deve ser tratada como criança. Sem pieguismo, mas também sem exigências acima do seu nível intelectual. Então, essas crianças esperam encontrar uma visão diferenciada, porque, ao

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serem matriculadas em escolas convencionais, tornam-se quase insuportáveis.

De acordo com Vecchio (2006) esta pedagogia de Steiner serviu como

impulsionadora de um novo olhar para as crianças, considerando-as como

ponto de partida, para toda e qualquer construção de conhecimento. A criança é

considerada como criança, em sua essência, para fazer o educador doar

espaço da sala de aula às suas idéias e vontades. Da ligação entre a

pedagogia montessoriana e a pedagogia de Steiner surge a Pedagogia de

Valores.

2.5 PROGRAMAÇÃO NEUROLINGUÍSTICA

A mente é a maior força que o ser humano tem em mãos, mas muitas

vezes ele não se dá conta deste poder. É ela que o guia e o estimula a fazer as

coisas. Estando rodeado de pólos negativos e positivos, o ser humano precisa

aprender a filtrar estes pólos de conhecimento, de uma maneira qualitativa para

a prática da vida. A partir das experiências negativas, surge o medo, que serve

para se aprender com os erros, não voltando a cometê-los. Com as

experiências positivas, o homem é estimulado e instigado e refazer estas

ações. Não se pode dizer que devem existir apenas acontecimentos e fatos

positivos, pois é preciso encontrar o equilíbrio e assim ter a experiência como

ponto de partida para alcançar o sucesso esperado.

Em seus estudos, O’Connor (1995, p.19) explica que a

Programação neurolinguística é a arte e a ciência da excelência, ou seja, das qualidades pessoais. É arte porque cada pessoa imprime sua personalidade e seu estilo, àquilo que faz, algo que jamais pode ser apreendido através de palavras ou técnicas. E é ciência porque utiliza um método e um processo para determinar os padrões que as pessoas usam para obter resultados excepcionais naquilo que fazem. Esse processo chama-se modelagem, e os padrões, habilidades e técnicas descobertas através dele estão sendo cada vez mais usados em terapia, no campo educacional e profissional, para criar um nível de comunicação mais eficaz, um melhor desenvolvimento pessoal e uma aprendizagem mais rápida.

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A programação neurolinguística teve origem nos anos 70, com os

precursores John Grinder e Richard Bandler, uma parceria feita com o objetivo

de encontrar novas técnicas para melhorar a comunicação entre as pessoas,

através de uma mudança pessoal, e para melhorar a convivência entre os

indivíduos alcançando a felicidade e o bem estar social de todos.

A fim de compreender melhor a programação neurolinguística, acredita-

se que é importante resgatar o momento em que foi elaborada esta palavra

para chamar esta nova técnica inventada por Grinder e Bandler, em 1976.

Dessa forma, O’Connor et. al. (1995, p.21) assim definem:

A parte “Neuro” da PNL reconhece a idéia fundamental de que todos os comportamentos nascem dos processos neurológicos da visão, audição, olfato, paladar, tato e sensação. Percebemos o mundo através dos cinco sentidos. “Compreendemos” a informação e depois agimos. Nossa neurologia inclui não apenas os processos mentais invisíveis, mas também as reações fisiológicas as idéias e acontecimentos. Uns refletem os outros no nível físico. Corpo e mente formam uma unidade inseparável, um ser humano. A parte “Lingüística” do título indica que usamos a linguagem para ordenar nossos pensamentos e comportamentos e nos comunicarmos com os outros. A “Programação” refere-se à maneira como organizamos nossas idéias e ações a fim de produzir resultados.

Tendo em vista a necessidade que todos têm de organizar seus

pensamentos, objetivos, suas metas para criar as estratégias de ação, surge a

PNL como ferramenta a ser utilizada para se encontrar o equilíbrio esperado

diante das situações e viajar no mundo imaginário.

Com o auxílio da Programação Neurolinguística é possível dar uma

ressignificação aos fatos ocorridos durantes as vivências das pessoas, que

muitas vezes deixaram um sentimento negativo. Em muitos casos, nota-se que

pessoas próximas possuem traumas por situações ocorridas em algum

momento da sua vida, mal interpretadas quando ocorridas, e durante a vida

carregam consigo a carga negativa do acontecimento. Este pensamento

negativo é uma crença que o indivíduo tem e interioriza ao se deparar com a

situação. A PNL pode ser considerada um filtro, por meio do qual cada indivíduo

pode moldar e mudar a interpretação a respeito de algo. Por este motivo, nunca

se tem a garantia de que a pessoa compreendeu aquilo que alguém está

tentando comunicar. Segundo O’Connor et. al. (1995), as pessoas analisam

também a linguagem corporal, o tom de voz e as palavras que o outro utiliza ao

repassar a informação, para então criar a sua interpretação.

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Também Mascarenhas (2007, p. 43) vem tratar do “[...] pressuposto da

PNL, de que, por detrás de qualquer comportamento negativo, há sempre uma

intenção positiva. Todas as subpersonalidades têm uma razão, uma motivação

positiva no fundo, para fazerem o que fazem.”

Estas subpersonalidades que Mascarenhas (2007) aborda, constituem

um conjunto de “eus” existentes dentro de cada um e que em algum momento

de sua vida o indivíduo irá manifestar, pois poderá se deparar com situações

em que será necessário que este “eu” desconhecido venha à tona para dominar

a situação. Mesmo não gostando deste “eu” existente de si, o ser humano não

pode matá-lo, pois ele contribui para a formação de sua personalidade,

equilibrando suas características. É preciso educar essas subpersonalidades,

como são chamadas, pois assim como os seres humanos, essas identidades

internas também são capazes de crescer, se transformar e evoluir

significativamente.

É de grande importância a criação do equilíbrio entre as

subpersonalidades, servindo como estratégia interessante para trabalhá-las,

fazer uma ligação com a prática da PNL e o relaxamento dirigido, a partir da

imaginação criativa, no qual o educador conduz o educando a um relaxamento,

concentrando as emoções, juntamente com a atenção do corpo e da mente.

Falando sobre este assunto, Bolstad (1997, p.02) enfatiza que:

[...] aprender e criar funcionam melhor quando a mente do estudante está livre da distração, quando está em estado de calma e alerta quase meditativos. Pesquisas mostram que conseguindo que os estudantes relaxem no inicio de cada sessão de estudo, o seu rendimento aumentará 25%. A PNL nos fornece algumas maneiras notáveis de colocar os estudantes rapidamente naquele estado.

Como uma estratégia que vem a ser fundamentada neste estudo, a

prática do relaxamento, ligada a PNL, tem por objetivo criar uma nova

metodologia na atuação com as crianças índigo que, na maioria dos casos,

exibem um comportamento muito ativo, comparado ao das demais crianças.

Para realizar o relaxamento com a prática da PNL dirigida, existe um manual

que indica os níveis necessários para obter a mudança, ou seja, para encontrar

o equilíbrio, a atenção, que é o foco neste trabalho junto com as crianças

índigo. Seguem alguns itens que, segundo Mascarenhas (2007, p.62), são

necessários para que a transformação e a aprendizagem ocorram:

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[...] ambiente (onde): tudo aquilo que nos rodeia, os contextos onde estamos inseridos; comportamento (o quê): atos, posturas, falas, pensamentos; o que provocamos; capacidades (como): estratégias, habilidades, competências, talentos; conjunto de potenciais que colocamos a serviço; crenças e valores (os porquês): convicções que constroem nossos paradigmas; o que é importante; certezas e definições que norteiam nossas vidas; identidade (quem): papéis que desempenhamos personas; nosso eu diante do mundo e nossa missão; espiritual (quem mais): os diversos sistemas maiores que o eu com os quais estou conectado: eu e comunidade, eu e família, eu e Deus, eu e universo, etc.

Estes níveis explicam as necessidades envolvidas na prática da PNL,

para sua eficácia na transmissão através das palavras juntamente com o

relaxamento dirigido. É necessário todo um contexto para que a prática venha a

fazer a diferença no cotidiano do educando.

Ainda segundo O’Connor et. al. (1995, p.26), “os indivíduos têm quatro

estágios de aprendizagem: incompetência inconsciente, incompetência

consciente, competência consciente, competência inconsciente”. Por isso a

necessidade de esclarecer estes possíveis níveis de aprendizado, fazendo com

que o indivíduo se reeduque a partir de sua auto-avaliação diante dos

acontecimentos ocorridos em suas vivências.

É interessante compreender como a PNL se desenvolve no cérebro e

respalda comportamento das pessoas. O’Connor et. al. (1995, p.132) assim se

expressam sobre o tema:

o hemisfério esquerdo, geralmente considerado o lado dominante, cuida da linguagem. Ele processa a informação da maneira analítica e racional. O lado direito, conhecido como o hemisfério não dominante, trata a informação de maneira mais hoslística

7 e intuitiva.

Parece também estar mais envolvido na música, na visualização e em tarefas que incluem comparação e mudança gradativa.

É possível realizar a ressignificação em seis etapas, conforme descreve

O’Connor (1995), que são: identificar o comportamento que quer ser mudado;

estabelecer uma comunicação do lado responsável com o lado a ser mudado

no indivíduo; descobrir a intenção positiva deste comportamento; pedir ao seu

lado criativo ajuda para criar novas maneiras de alcançar o mesmo objetivo;

7 Segundo Weil (2006, p.01), o movimento holístico consiste em passar da realidade relativa do

mundo concreto à realidade absoluta do mundo de luz e integrar os dois mundos de tal modo que o programa do todo se encontra em todas as partes. O movimento holístico, por conseguinte, transcende toda fragmentação disciplinar e integra nele o novo paradigma transdisciplinar, tal como foi descrito, por Basarab Nicolescu.

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perguntar ao lado da ação a ser mudada se aceita novas opções de

comportamento; realizar uma verificação ecológica para saber se há alguma

outra parte de mim que não queira aceitar esta mudança de comportamento.

2.6 RELAXAMENTO A PARTIR DA IMAGINAÇÃO CRIATIVA

Na atualidade, existe um número bastante grande de crianças com um

desenvolvimento intelectual muito avançado, o que dificulta um pouco, para o

educador, pensar em uma metodologia diferenciada que atenda a este

movimento acelerado, este novo ritmo que vem tomando conta das novas

crianças. Se alguém parar para analisar a criança e a sua essência, lembrará

de coisas que fazia quando era criança como, por exemplo, inventar histórias

durante as brincadeiras. Em todos os momentos, a imaginação falava mais alto,

era ela quem guiava, quem levava a criança a fazer das brincadeiras um

momento mágico e inesquecível.

Ao parar para pensar nessas novas crianças, com este desenvolvimento

intelectual, espiritual, extra-sensorial avançado e, com certeza, com uma

imaginação muito mais fértil, sem limites entre o pensar e o imaginar, o

pedagogo (ou o profissional da educação) descobrirá que é possível unir o útil

ao agradável, utilizando como estratégia metodológica a imaginação das

crianças, para então alcançar seus objetivos nesta prática pedagógica.

Juntamente com a imaginação, o relaxamento vem fazer com que as crianças

tenham um olhar para dentro de si, alcançando um equilíbrio emocional e físico,

para então dar início às atividades pedagógicas. A este propósito, Hay (1991,

p.45) diz que “o relaxamento é uma grande ajuda. É absolutamente essencial

para poder se contactar o poder dentro de nós. Se estivermos tensos e

assustados, ficamos automaticamente desligados dessa energia.”

Pode-se pensar também na utilização desta metodologia, de imaginação

e relaxamento para a introdução de algum conteúdo programado que o

educador quer trazer, tornando este novo conhecimento mais significativo, pois

inicia com uma introdução na mente das crianças, para então exteriorizar as

sensações e os conhecimentos iniciais sobre a temática em questão

Levando em conta esses aspectos, no estágio nos anos iniciais foi

realizado através do relaxamento dirigido. A partir da abordagem

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transdisciplinar como uma prática alternativa, utilizou-se o relaxamento como

uma forma de introdução ao conteúdo a ser trabalhado, tanto na disciplina de

artes como na de filosofia. Fazendo uma ligação intrínseca entre os conteúdos,

através de uma prática diferenciada, realizou-se um relaxamento, induzido por

uma das estagiárias, que remeteu o aluno a uma contextualização imaginária

em volta do conteúdo indígena que seria trabalhado. O objetivo era atingir a

atenção diferenciada dos educandos e obter uma melhor assimilação quanto à

cultura indígena, instigando sua curiosidade e provocando questionamentos

sobre a temática. Criando um clima de relaxamento, foi proposta uma viagem

imaginária, despertando para a criatividade, mediante o uso de uma técnica de

meditação dirigida para obter o relaxamento desejado. Segundo Goleman

(1999, p.32):

[...] a meditação treina a capacidade de prestar atenção. Isso a diferencia de muitas outras formas de relaxamento que permitem que a mente divague a vontade [...] Verificou-se, por exemplo, que a meditação aperfeiçoa a habilidade da pessoa de captar sutis manifestações no ambiente e de prestar atenção ao que está acontecendo, em vez de deixar a mente dispersar-se.

A meditação é um guia para um caminho desconhecido. Goleman

(1999), em uma de suas obras, define a meditação como a arte da atenção.

Mantendo o equilíbrio do corpo, da mente e do seu espírito, o indivíduo

consegue aumentar o seu nível de concentração em tudo que faz. Pode-se

trabalhar a meditação de uma maneira positiva dentro da instituição, buscando,

através dela, uma ressignificação de fatos na vida dos educandos.

A prática do relaxamento, na busca da imaginação criativa, também está

ligada à Programação Neurolinguística, pois será através da palavra falada do

condutor/educador que a criança irá alcançar o nível de relaxamento esperado.

Por intermédio dessa projeção, durante o relaxamento dirigido, o educando

trabalha a atenção, ao ouvir cada detalhe com a expressão oral do educador, e

transporta estas informações para a imaginação, que vai tecendo uma história,

um contexto, construído a partir do que é escutado. Este procedimento faz com

que a fala do educador se internalize e viaje nos pensamentos das crianças.

Contando sua história, Hay (1991, p.15) afirma:

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[...] na escola também ninguém me ensinou que a minha escolha das palavras tinha alguma coisa a ver com as minhas experiências futuras ao longo da vida. Ninguém me disse que os meus pensamentos tinham um potencial criador, nem que podiam literalmente moldar a minha vida. Nunca ninguém me esclareceu que as palavras que saíssem da minha boca ser-me-iam devolvidas como experiência.

É possível praticar com as crianças uma nova forma de se moldarem a

pensar e a falar coisas positivas, e utilizando esta imaginação fantástica,

podem-se criar contextos que serão trabalhados nas disciplinas,

ressignificando, ou seja, dando novos sentidos aos acontecimentos e

esclarecendo questões de uma maneira objetiva. Goleman (1999, p. 63) afirma

que “as crenças da pessoa que medita determinam de que modo ela interpreta

e rotula as suas experiências de meditação.” O indivíduo deve estar aberto à

ressignificação de rótulos, rompendo com paradigmas falsos, internalizados em

sua subjetividade, com o objetivo de auxiliar no seu cotidiano e nas relações

sociais. Com relação ao que se acabou de comentar, Freire (2002, p.46)

afirma:

[...] respeitar a leitura do mundo do educando significa tomá-la como ponto de partida para compreensão do papel da curiosidade, de modo geral, e da humana, de modo especial, como um dos impulsos fundantes da produção do conhecimento.

Atualmente a escola vem tentando se adaptar aos métodos

interdisciplinaridades de educar, caminhando entre as disciplinas, mas ainda há

muita resistência por conta do material didático que o educador deve seguir,

principalmente em escolas públicas, em que as disciplinas ainda estão muito

fragmentadas. A mudança deve partir do educador, que deve trazer uma nova

perspectiva para a educação, iniciando com seus alunos esse novo olhar, mais

focado no ser educando.

Entretanto, os alunos já estão tão acomodados à esse modelo de

educação que muitas vezes acabam se desmotivando de freqüentar as aulas,

por isso, qualquer prática nova que seja abordada com eles irá criar um impacto

e influenciar seus olhares sobre a escola.

Na busca de argumentos para a fundamentação desta questão,

consultou-se Goleman (1999, p. 36), que declara o seguinte:

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... a meditação é o esforço para reexercitar a atenção. É isso que dá a meditação os efeitos incomparáveis de obtenção de conhecimentos, aumento da concentração e capacidade de relacionar-se com empatia. A meditação é porém mais usada como uma técnica rápida e fácil de relaxamento.

Os avanços tecnológicos e o desenvolvimento mundial trazem uma

bagagem de informações muito grande, que muitas vezes se perde, porque o

indivíduo não consegue organizá-las dentro de si e assim, acaba não

assimilando o necessário. A prática transdisciplinar é o olhar para o aluno, para

auxiliá-lo a encontrar o equilíbrio, para conseguir, de uma maneira significativa

e satisfatória, organizar toda esta explosão de informações do cotidiano,

propiciando uma melhor qualidade de vida, com equilíbrio de corpo, mente e

alma.

Para finalizar estas considerações, cita-se novamente Goleman (1999)

para quem “o efeito mais importante da meditação, do relaxamento, seja a paz

interior, um refúgio onde você pode escapar da turbulência do seu dia-dia.

Fazendo do hábito de meditar uma prática que lhe trará calma e energia”.

Desta forma, o relaxamento vem para contribuir significativamente no

desenvolvimento do educando na escola, auxiliando em sua concentração, para

então realizar as atividades pedagógicas.

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3 PERCURSO METODOLÓGICO

No decorrer do percurso acadêmico no Centro Universitário Municipal de

São José, deparei-me com diferentes metodologias de ensino e pensadores

que influenciaram significativamente a história da educação. Durante minha

formação acadêmica, sempre tive como objetivo buscar novos desafios, e

realizar e lutar por algo que realmente acredito ser o correto para a educação.

Ainda como acadêmica, pude compreender que, como fala Vygotsky (1994), o

meio social influencia significativamente na formação e no desenvolvimento da

criança. Também acompanhei o pensamento de Piaget (1975) que, em suas

teorias da cognição e percepção, afirma que o desenvolvimento da criança

ocorre por estágios, sendo o educador um precursor de estímulos para as

crianças.

Entretanto, todo este conhecimento adquirido ao longo dos anos não

bastou e sendo assim, me propus a enfrentar um desafio maior, buscando algo

novo, que pudesse criar um impacto positivo e transformador na educação.

Depois de estudar tantas teorias realmente comprovadas por vários pensadores

na área da educação, pude perceber a necessidade de estratégias para por em

prática uma educação transformadora, que conquista a criança, trazendo-a para

a escola. Descobri então que a palavra certa é ousar, partindo dos educadores

o desafio de efetivar uma educação voltada à criança como um ser - sendo.

Mas foi somente quando me deparei com o estudo da

transdisciplinaridade que pude enxergar a peça que faltava no jogo de ensinar e

aprender, de troca de experiências no ambiente pedagógico. Exatamente no

momento do estágio, ao observar as crianças, com suas brincadeiras, suas

especificidades, seus olhares, suas vontades, seus medos, tão distintos uns

dos outros, é que pude notar, na sua individualidade, os seus comportamentos.

Percebi que a maioria tem personalidade muito específica, cada uma com um

jeito diferente de reagir às situações, mas em meio a tantas, notei um pequeno

grupo que se destacava dos demais. Estas crianças, com suas personalidades

um tanto quanto rebeldes, sem medo de agir, incontroláveis ou até mesmo,

incompreendidas, talvez se sentissem diferentes diante do grupo. E constatei

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que elas precisavam de uma atenção diferenciada, que o educador trouxesse

uma prática que realmente trabalhasse de forma significativa, no sentido de

desenvolver para evoluir. De fato, as crianças índigo, precisam de uma

evolução interior, elas precisam compreender a si mesmas para depois

entender o mundo e evoluir, juntamente com seus colegas e parceiros. Por isso,

busquei na transdisciplinaridade a prática voltada às crianças índigo,

trabalhando não somente entre as disciplinas, fazendo a realidade agir entre

elas, mas com o objetivo de englobar os diversos níveis de realidade, fazendo o

educando incorporar esta prática, pois conforme Peres et. al. (2007, p.14):

A transdisciplinaridade vem preencher o vazio existencial no qual a humanidade está imersa, pois tal concepção integra diferentes níveis de realidade, mais flagrantemente dicotômicos no mundo dominante, uma vez que a crise da modernidade se origina dessas rupturas e é nutrida por elas. É fundamental, dentro desta perspectiva, a valorização de uma consciência social, ecológica, planetária e espiritual própria da antropologia globalizante [...]

Para a execução desta prática transdisciplinar a que me refiro nesta

pesquisa, foi de suma importância fazer um levantamento bibliográfico

detalhado buscando, através das argumentações teóricas, um aprendizado

sobre a identidade dessas novas crianças e sobre as contribuições da

abordagem transdisciplinar no âmbito pedagógico. Sempre com a intenção de

atingir uma metodologia aplicada que ajude a potencializar as inteligências

destas crianças procurei enfatizar as comprovações científicas da Programação

Neurolinguística (PNL). Este novo olhar para a transdisciplinaridade, juntamente

com a PNL, a força das palavras faladas, traz consigo a necessidade de uma

atuação pedagógica significativa rumo a uma metodologia que trabalhe o que a

criança tem de mais puro e ingênuo dentro de si, a sua imaginação, que torna

mágico o mundo infantil.

A PNL, junto com o relaxamento, vem equilibrar os sentimentos e as

emoções, organizando tudo isto no interior da criança, resultando assim em

atitudes externas equilibradas, objetivas e conscientes.

Essa postura de pesquisador engendra um movimento qualitativo dos

dados. Segundo Gil (2002, p. 133) vem argumentar sobre os fatores que

influenciam nesta pesquisa:

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... tais como a natureza dos dados coletados, a extensão da amostra, os instrumentos de pesquisa e os pressupostos teóricos que nortearam a investigação. Pode-se, no entanto, definir esse processo como uma seqüência de atividades, que envolve a redução dos dados, a categorização desses dados, sua interpretação e a redação do relatório.

Esses fatores garantem uma argumentação capaz de suportar todos os

questionamentos possíveis sobre o objeto estudado, com amparo de grandes

referenciais teóricos da área.

Ainda conforme Gil (2009, p.175), “... não há fórmulas ou receitas

predefinidas para orientar os pesquisadores. Assim, a análise dos dados na

pesquisa qualitativa passa a depender muito da capacidade e do estilo do

pesquisador”.

Como afirma Gil (2009) a pesquisa qualitativa deixa claro o papel do

pesquisador diante da temática em estudo, sendo ele o indicador dos caminhos

a seguir, no percurso metodológico, para alcançar os objetivos esperados.

Nesse sentido, buscou-se por um novo caminho a seguir na prática

pedagógica, com o objetivo de melhorar o desenvolvimento das crianças índigo,

procurando compreendê-las e atendê-las por meio de uma prática

contextualizada, voltada ao ser educando, respeitando suas especificidades e

utilizando seus desejos e suas vontades como ferramentas na construção de

uma nova metodologia voltada para elas.

No momento da pesquisa de campo, optei por ver, na prática, como

funciona toda a teoria que os envolve. Assim, fiz contato com o Colégio

Alternativo Talismã, localizado em Barreiros, São José/SC, lembrando que

neste mesmo colégio surgiu a escolha pela temática desta pesquisa, quando

realizei o estágio de ensino fundamental e séries iniciais, na 7ª fase do meu

percurso acadêmico.

O presente estudo tem como foco especial o desenvolvimento das

crianças índigo, por isso, senti a necessidade de realizar observações na

instituição, com o intuito de lançar um olhar minucioso sobre as crianças que se

destacam das demais, ou seja, aquelas que possuem as características

específicas das crianças índigo. Por isso, se fez necessário a realização de sete

observações, nas quais procurei ressaltar as características mais marcantes

dessas crianças, com a ajuda dos profissionais da escola, dentre eles,

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professores, diretora e psicopedagoga, salientando os obstáculos encontrados

durante o processo de ensino-aprendizagem e na interação das crianças índigo

com as demais na instituição.

A respeito do estudo de campo, Gil (2002, p. 53) vem contribuir quando

explica que

a pesquisa é desenvolvida por meio da observação direta das atividades do grupo estudado e de entrevistas com informantes para captar suas explicações e interpretações do que ocorre no grupo. Esses procedimentos são geralmente conjugados com muitos outros, tais como a análise de documentos, filmagens e fotografias.

Desta forma, Gil (2002) enfatiza a contribuição do contato pessoal do

pesquisador com o envolvido, observando de modo a ter uma experiência direta

com seu objeto de estudo. O mesmo autor também afirma que a presença do

pesquisador no campo torna os resultados mais fidedignos.

Uma vez que meu intuito era o de considerar e efetivar o método

transdisciplinar com as crianças índigo, foi preciso colocar a proposta em

prática, colhendo as informações geradas durante o percurso para,

posteriormente, serem analisadas e estruturadas de acordo com a

fundamentação teórica de autores que defendem o método.

No campo, a pesquisa participante se fez presente, em que foram

realizadas duas oficinas, pautadas em estratégias transdisciplinares. Desse

modo, analisei os relatos das crianças, desvendando todo o processo. Sobre a

realização das oficinas pedagógicas, Veiga (1995, apud Lins e Miyata, 2008,

p.12) vem contribuir ao declarar que “as oficinas permitem o ensino de um

determinado ofício na prática, possibilitando ao aluno experimentar as diversas

técnicas disponíveis naquele ofício”. Criam-se, assim, possibilidades para o

educando ir além do que está sendo proposto, instigando a sua criatividade a

partir da prática gerada, podendo, posteriormente, utilizar a produção desta

imaginação para criar formas distintas de construir conhecimentos.

Este estudo teve caráter participativo, uma vez que, segundo Gil (2002,

p. 55), “a pesquisa participante, assim como a pesquisa-ação, caracteriza-se

pela interação entre pesquisadores e membros das situações investigadas.” Ou

seja, há uma intensa interação do pesquisador com o pesquisado. Para Grossi

(1981), a

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pesquisa participante é um processo de pesquisa no qual a comunidade participa na análise de sua própria realidade, com vistas a promover uma transformação social em benefício dos participantes que são oprimidos. Portanto, é uma atividade de pesquisa, educacional orientada para a ação. Em certa medida, tentativa da Pesquisa Participante foi vista como uma abordagem que poderia resolver a tensão contínua entre o processo de geração de conhecimento e o uso deste conhecimento, entre o mundo "acadêmico" e o "irreal", entre intelectuais e trabalhadores, entre ciência e vida.

Para complementar as observações sobre pesquisa participante, Lakatos

e Marconi (1991) vêm definir

a pesquisa participante como um tipo de pesquisa que não possui um planejamento ou um projeto anterior à prática, sendo que o mesmo só será construído junto aos participantes (objetos de pesquisa). Os quais auxiliarão na escolha das bases teóricas da pesquisa de seus objetivos e hipóteses e na elaboração do cronograma de atividades.

As oficinas foram justamente sendo realizadas com a participação ativa

das crianças e permitiram descobrir a essência que faz com que elas se sintam

estimuladas. Desta forma, pode-se trabalhar com uma metodologia aplicada à

interação das mesmas, respeitando suas especificidades, considerando o olhar

do educando como ponto de partida para a criação de uma prática pedagógica

transdisciplinar.

As crianças pesquisadas foram observadas em suas salas de aula, no

momento em que realizavam atividades pedagógicas propostas pela professora

da classe, com a intenção de analisar suas reações e contribuições, diante das

situações geradas no meio.

No decorrer da pesquisa, na instituição de ensino, tive a ajuda da

psicopedagoga da escola e dos parceiros, sendo eles professores, diretores,

entre outros. Todos contribuíram para a formulação do conceito sobre as

crianças índigo naquele grande grupo observado, sendo que já havia, por parte

da instituição de ensino, um prévio conhecimento sobre o tema das crianças

índigo.

Todos os professores relataram casos já ocorridos com seus educandos

na escola, apontando as crianças que mais chamavam a atenção por conta do

seu perfil, e que, portanto, tinham a possibilidade de serem crianças índigo.

Mas essas contribuições não bastaram, tive de analisar sob vários ângulos as

crianças mencionadas, para então, filtrar as informações obtidas e, juntamente

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com as análises, identificar três crianças com características específicas de

serem prováveis índigos.

O grupo pesquisado possui três crianças índigo que no decorrer deste

estudo foram mencionadas por nomes de flores, preservando a sua real

identidade. São elas: Lírio, com 5 anos de idade, que freqüenta o Pré; Jasmim,

com 9 anos, que freqüenta o 3º ano; e Girassol, com 9 anos, que freqüenta o 5º

ano. Todos são do sexo masculino e alunos do Colégio Alternativo Talismã.

Na realização das oficinas transdisciplinares, além das três crianças

pesquisadas que participaram da dinâmica, procurei trazer, juntamente com

elas, outras quatro crianças que estudam em suas salas, e que têm maiores

afinidades com as pesquisadas, com o objetivo de gerar uma interação maior

com o grande grupo.

3.1 OFICINAS TRANSDISCIPLINARES / INTERVENÇÕES

As oficinas transdisciplinares têm como objetivo trabalhar o lado interior

das crianças para assim alcançarem um entendimento de si e do grupo. Para

se autoconhecer e facilitar a interação entre elas e o educador, de modo a

encurtar as distâncias existentes e explorar um lado que as crianças têm

necessidade de conhecer para então evoluir significativamente. Juntamente

com uma metodologia diferenciada, é possível atender às especificidades de

cada criança e fazer do mundo imaginário as portas para a criatividade e para o

desenvolvimento de suas potencialidades.

Foram realizadas duas oficinas, cada uma com duração aproximada de

60 minutos. É importante ressaltar, que as oficinas foram efetuadas após o

intervalo do recreio, com o objetivo de mostrar o efeito da oficina na criança

índigo, trazendo as contribuições da mesma no processo pedagógico escolar.

Essa metodologia aplicada às crianças índigo e às demais auxilia o processo de

ensino aprendizagem, podendo ser uma forma de introduzir um conteúdo ou

trabalhar a partir da imaginação das crianças, além de proporcionar o

desenvolvimento das aptidões para o conhecer. O uso do relaxamento vem

equilibrar as emoções, de forma a organizar, assim, as informações que a

criança irá receber. Apresenta-se, a seguir, o desenvolvimento de cada oficina.

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3.1.1 Oficina: a busca de si no mundo da imaginação

Na primeira dinâmica que esta oficina propôs, as crianças estiveram em

contato com os valores necessários do ser humano, socializando com os

demais a sua interpretação sobre estes valores. Durante esta oficina, as

crianças tiveram um entendimento melhor de si, propiciado por um momento de

tranqüilidade, relaxante.

3.1.1.1 Dinâmica da caixa de valores

a) Ferramentas necessárias:

- caixa decorada;

- cartões contendo palavras que representam valores como, por

exemplo: honestidade, verdade, justiça, ética, disciplina, integridade,

paz, auto-estima, autocontrole, autoconfiança, auto-aceitação e

desapego, amor, fé.

b) Atividade:

Organizadas em uma roda, as crianças tiveram que retirar da caixa

um cartão e socializar com o grupo o que significava o valor para elas.

c) Objetivos:

Promover a interação entre os pesquisados, sobre os valores que

fazem parte de nossa personalidade, com objetivo de criar um diálogo

entre os mesmos para assim se conhecerem melhor uns aos outros e

a si mesmos, a partir do significado atribuído por eles a cada valor.

3.1.1.2 Relaxamento dirigido

a) Ferramentas necessárias na construção do relaxamento:

Na construção da oficina no Colégio Alternativa Talismã, foi

necessário um ambiente espaçoso, para colocar colchonetes no chão,

e que tivesse luz de baixa intensidade. A decoração também foi muito

importante e para tornar o ambiente harmônico, ele foi decorado com

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estrelas nas paredes, mandala, almofadas, essências com cheiro

suave, transmitindo paz. Também foi colocada uma música de fundo

calma e relaxante, criando assim um local apropriado para a

realização da oficina e para a busca de si.

Com o objetivo de iniciar a oficina no momento em que as crianças

estivessem mais ativas, foi decidido fazê-la após o recreio, para ser de

grande impacto o efeito das contribuições da oficina.

b) O relaxamento passo a passo

Iniciou-se a oficina explicando o que seria feito e pedindo a ajuda de

todos para que participassem, colaborando com o que seria proposto.

Então, foi dito às crianças que se sentissem bem, escutando a música

de fundo e assim entrando em sintonia com o ambiente num clima de

paz e relaxamento. Logo depois, pediu-se que elas se deitassem nos

colchonetes, sentindo-se à vontade, sem nada incomodando, em uma

posição confortável.

Começou-se, então, o relaxamento propriamente dito, dando-se as

instruções, de modo calmo, às crianças:

“Fechem os olhos e suavemente vamos relaxar os pés, soltando-os,

deixando-os leve; depois as pernas, deixando-as cair, acalmando-as,

em seguida soltando o quadril, deixando-o relaxar e respirando

profundamente. Agora relaxe os braços, o peito, solte-os, deixe-os

sentirem-se bem e em paz. Agora o pescoço, sinta-o confortável e

solto, relaxe seus olhos, descanse-os, mas fique atento à minha fala,

pois você irá conhecer o desconhecido, que existe dentro de si. Escute

atento, descanse, relaxe, respire. Agora, em harmonia, vamos respirar

bem fundo, inspirar, puxar o ar pelo nariz e imaginar que você está

inspirando uma luz azul, que vai purificando todo o seu corpo, fazendo

você quase flutuar, de tão leve que sente seu corpo. Inspire essa luz

azul e solte o ar. Solte o ar e imagine que ele é escuro, um ar sujo,

pois estão saindo de você as energias negativas, que agora não

fazem mais parte do seu ser. Inspire a luz azul e solte o ar escuro e

sujo, e sinta seu corpo sendo purificado e pronto para viajar no mundo

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desconhecido da imaginação. Você vai viajar para se autoconhecer e

compreender as suas atitudes, vontades, seus medos, sentimentos,

compreendendo melhor o seu papel no mundo.

Acompanhando a minha fala, agora, nesse momento, você vai se

dirigir ao momento em que você se encontrava dentro da barriga da

sua mãe, sentindo o calor que o aquecia, a tranqüilidade que você

tinha naquele espaço que era só seu. Era o seu momento. Sinta essa

sensação boa, agora veja você criança, vindo ao mundo, dando os

primeiros passos, falando as primeiras palavras, lembre dos seus pais

e do sentimento deles por você naquele momento de descobertas.

Veja você bem pequeno, agora, converse com a criança que você vê,

pergunte a ele o que ele gosta de fazer, sinta o que o aflige, pergunte

do que tem medo e porque tem medo, escute-o compreenda-o,

converse com ele, leia os pensamentos dele, dessa criança que é

você, que agora você tem a oportunidade de conhecer melhor,

conhecer a sua essência.

Após esse contato com você, no seu íntimo, dê um abraço em você e

diga com seu pensamento que o entende e que o ama. Pois você ama

a si mesmo, você pode e é capaz de conseguir o que quiser, basta

querer. Então, agora, se despeça dessa criança em quem você se vê

e nesse momento você vai se sentir bem e em paz consigo, porque

conseguiu conhecer a sua essência, para assim compreender o

mundo do qual faz parte. Você volta, agora, com um conhecimento

acerca de quem é você mesmo e do seu papel no mundo. Você sabe

que é capaz e vai conseguir fazer o bem e dar o bem sempre. Agora,

nesse momento, você vai voltando da viagem e vai sentindo seu

corpo, sentindo todo o seu corpo relaxado, e se dá conta que está

deitado em um colchonete, vai tomando consciência da sala em que

está. E agora você irá abrir seus olhos e se sentirá muito bem. Você já

pode abrir os olhos, ficando sentado em cima do colchonete”.

c) Após o relaxamento

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Iniciou-se então uma conversa com os alunos para que trocassem

idéias com os colegas e parceiros sobre a experiência realizada na

infância interior de cada um, falando sobre medos, vontades,

sentimentos, o que gostavam de fazer. O objetivo dessa conversa era

o de conhecer melhor os sujeitos estudados, quem eles são na sua

individualidade.

Após essa conversa, deu-se a cada criança uma folha para que

escrevessem o que sentiram durante o relaxamento e qual foi a

sensação, se conseguiram realmente alcançar o objetivo da atividade

e mergulhar no mundo imaginário. Logo após descreverem o que

sentiram, pediu-se que fizessem um desenho descrevendo o que

imaginaram durante a sessão de relaxamento, para então, registrar a

oficina transdisciplinar.

d) Objetivos esperados

A partir da situação proposta, fazer com que os educando tenham

um olhar focado para dentro de si, com o objetivo de se

autoconhecerem para se autocontrolarem de forma equilibrada nas

situações inconstantes do dia-a-dia. Promover um bem estar

coletivo, com o intuito de alcançar mais tranqüilidade e calma para

execução das atividades escolares.

3.1.2 Oficina: o mundo mágico das cores e dos sentidos

Nesta oficina, as crianças entraram em contato com seus sentimentos e

emoções, a partir de uma viagem em seu mundo imaginário. As cores

escolhidas para compor os desenhos que foram feitos após a oficina

representaram estes sentimentos.

a) O relaxamento passo a passo

Na segunda oficina, voltou-se a falar com as crianças:

“Hoje nós iremos viajar no mundo mágico das cores e dos sentidos. E

vocês sabem onde fica este mundo? Dentro de cada um de nós e

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cada um irá representar ao seu modo, do seu jeito. Irei iniciar

contando uma história para vocês, para depois, realizarmos uma

atividade sobre o que foi contado.

Neste momento, você pode deitar sobre os colchonetes, na posição

que melhor se adapta para o seu conforto. Feche seus olhos e viaje a

partir da minha voz, no mundo imaginário que está dentro de você.

Relaxe seus pés, suas pernas, todo o seu corpo, solte-o e deixe-o

descansar no local em que você está deitado. Sinta seu corpo

relaxado e com uma paz imensa dentro de si, sentindo-se leve como

uma pena, para voar até onde a sua mente permitir.

Agora imagine você leve com uma pena, voando muito alto, com uma

paz intensa dentro do seu coração, e de repente você enxerga, lá de

cima, um ambiente muito colorido, mas você não sabe o que é, então,

sua curiosidade se torna maior que a sua vontade de voar e você

desce até este local colorido. Chegando ao destino, você fica

impressionado, pois são muitas cores: azul céu, amarelo, branco,

cinza, dourado, laranja, lilás, marrom, mostarda, ouro, prata, rosa

claro, rosa choque, verde água, verde bandeira, vermelho, violeta. E

então você percebe muitas formas: quadrados, triângulos, losangos,

retângulos, formas ovais... Então você se aproxima e consegue ver,

além dos seus próprios olhos, consegue sentir o cheiro agradável e

suave que exalam. Você sente este cheiro que vai purificando seu

corpo, deixando-o feliz e contente. Ao mesmo tempo em que observa

as cores, você tem vários sentimentos: amor, carinho, saudade, afeto,

emoção, curiosidade, alegria, beleza, tranqüilidade, harmonia. Estes

sentimentos bons vão tomando conta de você. Você fica se

questionando: o que serão essas cores com formas que você está

vendo? Então, você se aproxima e cada vez que vai chegando mais

perto, e você pode notar essas cores em movimento, e percebe que

as elas estão caindo do céu em cima de você e que são flores: rosas,

jasmins, girassóis, lírios, cravos, margaridas, orquídeas, tulipas,

violetas, que trazem consigo um perfume fantástico e uma beleza

inconfundível. São elas que vêm para trazer a energia que você

precisa. Então, neste momento em que você se depara com estas

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lindas flores, vem à sua mente a imagem da sua linda mãe, que

merece um presente. Você seleciona a mais bela de todas, para dar à

sua doce mãe, que sempre o acolheu com tanto amor e cuidado,

durante todos estes anos. Traga consigo essa flor que concentra uma

paz imensa em sua beleza e se despeça do ambiente que trouxe uma

sensação muito boa para você. Aos poucos você vai se distanciando,

se sentindo leve e voltando, em paz consigo e com o mundo,

herdando desta viagem um presente para sua mãe. Agora você vai

sentindo todo o seu corpo e vai se dando conta do local em que você

está. E você levanta contente e feliz, com uma sensação muito boa,

sentindo-se calmo e leve

.

b) Após o relaxamento

Foi feita a socialização no grupo, e as crianças falaram sobre os

sentimentos e as emoções sentidas durante o relaxamento. O objetivo

era analisar o envolvimento dos pesquisados durante a dinâmica

proposta.

c) Objetivos esperados:

A partir do relaxamento realizado, proporcionar aos educandos um

momento para si, podendo vivenciar uma imensa quantidade de

sentimentos bons durante esta prática. As crianças índigo

pesquisadas e que realizaram o relaxamento são muito ativas, daí a

importância de desta forma, auxiliando no equilíbrio dos seus

sentimentos, com uma metodologia voltada para si.

3.1.2.1 Dinâmica dos sentimentos representados pelas cores

a) Ferramentas necessárias:

- música relaxante;

- imagens de mandalas para colorir;

- lápis de cor.

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b) Atividade:

As crianças escolheram a imagem de mandala que mais as atraiu,

para então colori-la com lápis de cor, expressando seus sentimentos

sobre aquele momento a partir das cores.

c) Objetivos:

Realizar uma análise das imagens das mandalas, no que diz respeito

às cores que os educandos utilizaram em sua produção, as quais,

segundo Grisa (2009), vem fundamentar estas representações.

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49

4 ANÁLISE DAS OBSERVAÇÕES EM CAMPO

Para dar início à pesquisa de campo, considerou-se de suma importância

ter um amparo teórico aprofundado que guiasse a execução do trabalho e para

tanto, consultaram-se diversas bibliografias que tratam sobre as crianças

índigo. Com base nos argumentos teóricos pesquisados, pode-se conhecer, na

prática, a essência que rege estas crianças, as características que as

diferenciam das demais, suas ações diante das situações geradas no ambiente

pedagógico, concretizando a sua presença no meio.

Em suas pesquisas, Carrol eTober (2005, p.21), argumentam sobre essa

nova criança dizendo que

...uma criança índigo é aquela que apresenta um conjunto de características psicológicas incomuns e um padrão de comportamento que ainda não classificado pela ciência. Esse tipo de comportamento faz com que todos os que interagem com ela (principalmente seus pais) tenham de se adaptar as circunstâncias diferentes e a um tipo específico de criação. Ignorar estas características é obrigar essa nova vida a crescer em um ambiente instável e insatisfatório.

Considerando os referenciais, pareceu indispensável uma preparação,

por parte da pesquisadora, para ir a campo e observar estas crianças, com um

olhar sensível, conhecendo o que constitui cada uma delas, para então

compreender suas atitudes, lembrando sempre da parábola do “Pequeno

Príncipe” de Saint-Exupéry: “é somente com o coração que se pode ver; o que

é essencial é invisível a olho nu.” Realmente, foi necessário ver além dos

próprios olhos, sentir a reação dos educandos no seu íntimo para poder

entendê-los.

Dessa maneira, a partir das leituras realizadas sobre a temática e da

prática em campo, foi-se evidenciando, para a pesquisadora, a existência

dessas crianças, permitindo-lhe dirigir um olhar diferenciado para todas as

crianças, observando, além de suas atitudes, os valores que formam sua

personalidade. E foi assim que se pode destacar, em meio a tantas, a

existência das crianças índigo, inseridas no grupo de alunos da escola, as quais

já vinham mostrando seu diferencial há longo tempo. Julga-se que é

fundamental salientar aqui o entendimento de Carroll e Tober (2005), para

quem

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as crianças índigo trazem consigo características específicas que se tornam presentes quando observadas e analisadas, trazendo consigo uma certeza no seu desenvolvimento, agindo como nobres, sabem dizer quem são e com uma certeza absoluta, sobre o seu papel no mundo. Tem uma auto-estima muito alta, pois se sentem como seres especiais. Apresentando também algumas complicações para sua convivência no mundo atual, não seguem ordens, têm muita dificuldade em lidar com isto, pois tudo deve ser conversado e esclarecido. Estas crianças, não conseguem se habituar a rotina, pois precisam de atividades que desenvolvam a sua criatividade, que é inigualável, e inalcançável, a não ser por outro índigo, que está no mesmo ritmo acelerado de evolução.

Após muita leitura e com a ajuda essencial dos professores da escola, foi

possível identificar os índigos no Colégio Alternativo Talismã e conceituá-los por

meio da vivência e da troca de experiências com os educadores.

Para a construção de conceitos acerca da existência das crianças índigo

no colégio, foi preciso fazer várias observações, durante algumas tardes e

manhãs, nas salas de Pré, 3º, 4º e 5º ano, com o intuito de observar os

educandos com idades de 5 a 10 anos, analisando a interação das crianças

entre si, durante a realização das atividades propostas, contando com o auxílio

da professora da classe para guiar na identificação dos alunos que possuem

um diferencial especial.

Um caso interessante marcou o início da pesquisa. Durante uma

observação realizada pela pesquisadora na turma do 3º ano, conversando com

a professora da classe sobre a temática e sobre o que se estava buscando em

campo, a educadora relatou que F, um educando do 3º ano, é muito inteligente

e que ela tinha certeza de que o mesmo é índigo, afirmação esta baseada em

algumas leituras que ela mesma fizera sobre o tema. A educadora prosseguiu,

afirmando que o aluno se sobressai em meio às outras crianças, pois pensa

muito rápido, e escreve muito bem, sendo o melhor aluno da classe,

inteligentíssimo, segundo ela. Intrigada com esta inteligência que ela

descreveu, a pesquisadora passou a observá-lo, tanto nas suas atitudes quanto

nas suas contribuições durante as aulas, muito marcantes e consideráveis. Mas

não foi possível ver mais do que isso, apenas um aluno superdotado, que não

apresentou, em momento algum, as características específicas que definem as

crianças índigo. Diante dessa constatação, é importante ressaltar uma

afirmação de Simon (2010, p.25):

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os superdotados podem se tornar gênios em matemática, pois o hemisfério esquerdo de seu cérebro é hipertrofiado, e possuem dados racionais e analíticos. Mesmo assim, elas não têm uma visão sintética do mundo, ao passo que, nas crianças índigo, os dois hemisférios são bem equilibrados, o que lhes permite utilizar o pensamento global ou o pensamento concreto, de acordo com as circunstâncias.

A situação ocorrida em campo deixa claro o papel do pesquisador, que

deve ter o olhar voltado para o educando, sempre com o amparo dos

referenciais teóricos que argumentam sobre as crianças índigo, deixando claro

quem são elas, para não confundi-las com nenhuma outra. Foi neste momento

em campo que se percebeu ser necessária muita sensibilidade por parte da

pesquisadora, a fim de não se deixar guiar somente pelo que é relatado.

Outro auxílio importante foi o trabalho da psicopedagoga da escola, que

presta auxilio aos educadores, quando estes têm dificuldades em lidar com os

educandos. É ela quem projeta novas metodologias e cria situações que

venham a instigar o educando a buscar conhecimento para assim suprir suas

dificuldades. Deste modo, a psicopedagoga ajuda os educadores, que algumas

vezes não se sentem preparados para lidar com as diversas situações que

ocorrem durante o ano letivo e não sabem como agir diante das mesmas.

Simon (2010) contribui neste ponto, afirmando que as crianças índigo, não

aceitam qualquer resposta, só se forem muito bem fundamentadas. Elas não se

adaptam ao ensino repetitivo e lento, pois estão muito à frente das demais

crianças, querem informações novas sempre, para estar sempre evoluindo.

A psicopedagoga foi uma espécie de guia para o encontro da

pesquisadora com as crianças índigo que estudam na escola, revelando

situações ocorridas que criaram um ponto de interrogação e instigaram a busca

por respostas. A psicopedagoga, há cinco anos, realiza um estudo sobre as

crianças índigo, porque sentiu a necessidade de se aprofundar no tema, a partir

do cotidiano que presenciou no Colégio Alternativo Talismã.

Diante dos indícios da existência de três crianças índigo na instituição,

com a ajuda dos parceiros da escola, as análises das observações realizadas

foram divididas em duas categorias, em virtude da sua presença continua

durante as observações. As categorias elencadas são: características das

crianças índigo do colégio alternativo talismã - conceitualização com os biótipos

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dos índigos, por Nancy Ann Tappe; e didática do educador no processo ensino-

aprendizagem da criança índigo.

Nas categorias foram analisadas as características presentes durante as

observações das três crianças pesquisadas. Ressalta-se que foi a partir de um

levantamento bibliográfico detalhado que surgiu a possibilidade de criar esta

ponte entre as características das crianças índigo e as peculiaridades das

demais crianças no Colégio Alternativo Talismã, para então ser estabelecido o

conceito de índigo. Somente após a análise das observações, juntamente com

os referenciais teóricos é que se estabeleceu este conceito.

Durante as análises, foi imprescindível todo o cuidado para preservar a

identidade das crianças, que foram identificadas na pesquisa com nomes de

flores, quais sejam: Lírio, Jasmim e Girassol. Na escolha dos nomes das

flores, pesquisou-se, inicialmente, o significado de cada nome de flor, segundo

a fonte de pesquisa: <http://www.floresrosas.com.pt/significado-flor.htm>.

Assim, Lírio é o educando que estuda no Pré e o significado do nome da flor é

doçura, inocência, pureza; Jasmim é o educando do 3º ano e o significado do

nome da flor é amor, beleza delicada, graça; e Girassol é o educando do 5º ano

e o significado do nome da flor é dignidade, glória, paixão. Desta forma,

procurou-se atribuir o significado do nome de cada flor a cada criança

pesquisada, destacando as características em comum.

A seguir, apresentam-se as análises das observações das crianças, a

partir das categorias escolhidas, consideradas as mais marcantes durante o

percurso de observação. São elas: características das crianças do Colégio

Alternativo Talismã - conceitualização com os biótipos dos índigos, por Nancy

Ann Tappe; e didática do educador no processo ensino-aprendizagem da

criança índigo.

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4.1 CARACTERÍSTICAS DAS CRIANÇAS DO COLÉGIO ALTERNATIVO

TALISMÃ - CONCEITUALIZAÇÃO COM OS BIOTIPOS DOS ÍNDIGOS,

POR NANCY ANN TAPPE

No percurso das observações na classe do Pré, foi interessante perceber

as diferenças apresentadas pela criança índigo, em sua interação com as

demais. Quando Lírio se apresentou para a pesquisadora, diante dos demais, já

trouxe um linguajar diferenciado, conforme se observa no Relatório de

Observação do dia 16/03/2011:

no momento em que iniciou as apresentações, eu ainda não sabia quem era Lírio no meio de tantas crianças, foi no momento da apresentação que notei em suas primeiras palavras, ele se levantou dizendo: - Só um minuto professora, meu célebro ta confuso. Esperou uns instantes e disse: – Deu, agora já posso falar. Então se apresentou, com um olhar diferenciado dos demais, e uma firmeza em seu linguajar, notória.

Apesar de sua personalidade estar ainda em processo de construção,

podendo sofrer alterações ao longo do seu desenvolvimento, Lírio, com cinco

anos de idade, demonstra, em vários momentos, uma visão global de mundo

diante das questões solicitadas durante as atividades, conforme Relatório de

Observação do dia 16/03/2011:

durante uma atividade da aula de Inglês em que pintavam um desenho sobre a diferença do dia e da noite, sentei ao lado de Lírio contribuindo: - Nossa! Que lindo que está ficando o seu desenho, bem colorido. E questionei: - Mas, não entendi uma coisa Lírio, porque no mar você pintou metade dele roxo claro e metade roxo escuro? Lírio respondeu: - É porquê o mar, assim como o mundo todo, muda todos os dias, uma hora ele ta roxo claro, daqui a pouco ele já fica escuro. – Assim, como todas as coisas do mundo mudam, podemos pintar da cor que queremos. Explicando minuciosamente uma simples pintura.

Lírio sempre fundamenta muito bem as suas explicações, trazendo uma

visão ampla dos cuidados necessários que se deve ter com o planeta. Como

abordam Carroll, Tober (2005, p. 135-136) sobre a preocupação e o amor que

as crianças índigo têm pelo mundo, “essas crianças se preocupam com todos

os seres vivos: o planeta, os animais, as plantas e as pessoas. Reagem a

qualquer demonstração de crueldade, injustiça, violência e insensibilidade.”

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Foto 01: Lírio

Fonte: Colégio Alternativo Talismã, 2011.

Em outra observação, mais um acontecimento semelhante relativo ao

cuidado e à compreensão da natureza, chamou a atenção, pela facilidade que

Lírio tem de formular conceitos a partir das ações humanas, contextualizando a

ação na futura conseqüência da mesma. No Relatório de observação do dia

07/04/2011, pode-se perceber este fato:

folheando sua apostila, reparei em um desenho que me intrigou em que o enunciado dizia: - Desenhe abaixo, como ficará a natureza se não cuidarmos dela. Lírio desenhou uns bonecos pintados em vermelho, e no canto um tronco com uma serra ao lado e um boneco também em vermelho em cima do mesmo, e acima uma nuvem preta. Curiosa, em ter a explicação do significado do desenho de Lírio, iniciamos uma conversa: Pesquisadora: - O que você desenhou aqui? Lírio: - Então, essa parte escura é um arco-íris, que vai ficar assim se não cuidarmos. Pesquisadora: - E esses bonecos em vermelho o que é? Lírio: - esses em vermelhos somos nós que vamos ficar tristes e vamos morrer por causa da poluição, se não cuidarmos. Pesquisadora: - E porque este tronco, com esta pessoa em cima pintada de vermelho, e essa serra ao lado? Lírio: - É que se cortarem as árvores, vão destruir o planeta, o tronco vai cair, porque foi cortado, e com ele a pessoa que está em cima vai morrer por isso ela está pintada de vermelho.

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Foto 02: Atividade da apostila de Lírio.

Fonte: Colégio Alternativo Talismã, 2011.

Reforça-se esta afirmativa com as palavras de Simon (2010, p.157),

quando ela assim se manifesta:

... todas as crianças índigo afirmam, sem exceção, que estão a serviço do universo em que evoluem e que tudo é solidário com tudo. Elas estão, dessa forma, particularmente designadas para nos ajudar a preservar a Terra e seus habitantes. Não temos um planeta suplementar e devemos salvar este em que vivemos.

Segundo a mesma autora, todos os índigos têm essa missão, mesmo

que implícita em suas atitudes, que ao longo do tempo vão demonstrando a

partir de suas ações cotidianas.

Em conversa com a professora da classe, ela também contribuiu

afirmando que, do mesmo modo que Lírio expõe suas opiniões bem

fundamentadas, ele exige igualmente explicações minuciosas sobre os seus

questionamentos, caso contrário, não se dá por satisfeito. Mais uma vez

recorre-se a Simon (2010, p. 23) que vem ilustrar esta questão:

... essas crianças do terceiro milênio mostram uma insaciável necessidade de conhecimento. Elas fazem perguntas pertinentes e exigem respostas apropriadas. Não desejam absolutamente um ensino estereotipado e se recusam a aprender o que consideram desinteressante e que, sem dúvida, lhes é inútil para a vida.

Outra característica interessante notada foi a empatia de Lírio com

relação a algumas pessoas, especialmente com a pesquisadora. Durante a

pesquisa na escola, foi necessário criar um vínculo de amizade com ele, que no

começo demonstrou resistência, mas a pesquisadora persistiu com a conversa,

interessada em conhecê-lo. Nesse sentido, Vecchio (2006, p. 165) vem

contribuir quando fala sobre a importância do diálogo: “Dialogar sem impor

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decisões, aprender a brincar, a rir, a respeitar para ser respeitado, são atitudes

essenciais que honram os sentimentos e a inteligência do índigo.” De fato, aos

poucos, o aluno foi se soltando e assim diminuiu a distância existente, dando

chance de se compreender um pouco mais o seu universo interior e toda essa

vibração que ele quer manifestar e compartilhar com todos, demonstrando-se

muito ativo em todos os momentos. Vecchio (2006, p. 34) trata justamente

dessa característica presente no índigo, que

capta com a sua Intuição Emocional as emoções e sentimentos de pessoas que se aproximam dele. Quando o índigo possui essa empatia, constitui-se em verdadeiro radar que sintoniza tanto os sentimentos amorosos, nobres, positivos de uma pessoa, quanto os negativos. Isso explica muitas vezes porque o índigo, pode, na mesma hora, sem razão aparente, mostrar-se amistoso e carinhoso diante de uma pessoa, e até de um desconhecido ou, ao contrário, fechar-se, não conversar, não querer nada com essa pessoa, negar-se até cumprimentá-la, mesmo que seus pais o obriguem a cumprir um ritual considerado como parte de conduta social de uma pessoa bem-educada.

Esta característica presente na criança índigo fez resgatar uma conversa,

realizada com a professora da turma, sobre a presença da pesquisadora na

sala de aula observando Lírio, como se constata no Relatório de Obseração do

dia 16/03/2011:

simpatizei-me muito com ele, e percebi que ele também gostou de mim, a educadora da sala disse que tive sorte disso acontecer, pois ano passado outra menina fez estágio na sala dele, e ela não conseguiu realizar nada com eles, pois pelo fato dele não simpatizar com a estagiária, ele não contribui com nenhuma aula, atrapalhando o andamento das atividades, tirando a atenção dos demais.

De acordo ainda com Vecchio (2006), as crianças índigo possuem

personalidades fortes e tendem a se fechar quando não compreendidas ou

quando sua opinião não é levada em conta. Isto ocorreu durante a participação

da pesquisadora na brincadeira com papéis picados com as crianças, em uma

das observações, como o Relatório de observação do dia 15/04/2011 atesta:

Lírio não conseguia pegar os papéis picado, então ficava bravo todas as vezes, mas pedia repetição, não querendo desistir. As crianças começaram a pedir para poderem jogar o papel no meu lugar, Lírio ficou emburrado e disse que só participaria se eu continuasse a jogar. Atendendo o pedido de uma criança deixei-o jogar, Lírio então, se negou a continuar participando. Mostrando o seu lado rebelde, que as

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coisas devem ser como ele quer e planeja, caso contrário ele não participa. No instante do acontecido à educadora, apontou para situação que estava ocorrendo, contribuindo dizendo que é assim que ele reage diariamente as posições da qual ele não está de acordo, por isso ela tem sempre de agir com muita cautela com o mesmo, negociando questões, e argumentando através de uma conversa minuciosa, fazendo-o compreender, mas dificilmente ele cede, só quando ele quer.

No decorrer das vivências com as crianças da turma do Pré, no Colégio

Alternativo Talismã, a professora contou que Lírio sempre realiza as atividades

propostas com muita facilidade e rapidez, com um raciocínio muito acelerado,

trazendo contribuições às aulas, e que muitas vezes, ela mesma se pergunta

como ele sabe tanto sobre tantos assuntos e de onde tira várias idéias curiosas,

sobressaindo-se diante dos demais educandos. Realmente, Carrol e Tober

(2008, p. 19) ressaltam que:

índigos possuem muita sabedoria. É interessante observá-los. Parecem ter na ponta da língua, uma lista de questões e perguntas muito sérias sobre a vida, pronta para ser despejada em qualquer um que esteja disposto a ouvi-las. Até os que não fazem tantas perguntas possuem uma forma de raciocínio muito perspicaz.

Teve-se um exemplo dessa inteligência especial quando, durante uma

conversa, Lírio interferiu fazendo um comentário inusitado, transcrito no

Relatório de Observação do dia 16/03/2011:

Um colega de Lírio que estava sentado próximo me questionou: - Tia, de que planeta você é? Então respondi: - Eu sou do planeta terra e você? Ele responde: - Ah, eu também. Lírio, então contribui, dizendo: - Não! Ele não é do planeta terra, ele é de um planeta em que os et’s controlam a mente das pessoas. E seguiu terminando a sua pintura.

É nesse momento que se para a fim de pensar de onde vem esse

conhecimento das crianças índigo acerca destas questões do Além, sendo que

as demais crianças desconhecem quase tudo sobre o assunto. Ressalta-se

ainda a quantidade de palavras que o menino domina em seu vocabulário,

destacando-se das demais crianças.

A partir das características que Lírio apresentou, juntamente com as

leituras realizadas sobre os biótipos de Lee Carroll e Nancy Ann Tappe, foi

possível notar em Lírio as características de um índigo humanista. Com efeito,

nas adaptações de Vecchio (2006, p.57) aos biótipos criados, o autor esclarece

que os indivíduos índigos

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são muito sociais, amorosos, superativos (não hiperativos) e de opiniões muito firmes. Displicentes com seu corpo, brincam com diversos brinquedos. Não gostam de ordenar seu quarto ou sala, são leitores ávidos e revelam grande capacidade de persuasão. Possíveis profissões: médico, sociólogo, psicólogo, psicopedagogo, conselheiro, professor, vendedor, empresário, político.

Analisando as características mais presentes nessas crianças, é possível

apaixonar-se por elas, conhecendo a sua essência e a pureza que trazem os

significados das coisas em suas palavras. Mas não se pode negar também que

elas devem ser educadas com muita cautela, tanto pelos pais como pelos

educadores, para assim conviver em sociedade de forma harmônica e saudável

para sua evolução.

A partir dos biótipos formulados por Nancy Ann Tappe em que Carroll e

Tober (2005) abordam, conceituando as diferentes personalidades dos índigos

com características muito específicas, fica mais fácil compreendê-los. Todos

apresentam peculiaridades em comum, mas ao mesmo tempo trazem traços

bem distintos, que podem ser explicados através das quatro categorias:

humanista, conceitual, artística e interdimensional, criadas pelos respectivos

autores.

Nesta pesquisa, durante as observações das crianças e ao fazer as

análises das mesmas, conseguiu-se identificar três biótipos de crianças índigo:

humanista, interdimensional e conceitual. Para formular este conceito, levou-se

em conta as características de cada biótipo apoiada nas idéias de Nancy Ann

Tappe, ressaltando, porém, uma consideração de Vecchio (2006, p. 59): “ [...]

não encontraremos um biótipo puro. Encontramos, sim, biótipos mesclados,

porém com a predominância de um deles.”

Observando Jasmim, durante a aula, no 3º ano, não foi possível notar

nenhuma característica aparente, ele demonstrou ser apenas um educando que

apresenta déficit de atenção e um alto grau de hiperatividade, o que dificulta

sua concentração para a realização das atividades propostas, segundo a

professora da sala já havia mencionado e ficou registrado no Relatório de

Observação do dia 25/03/2011:

ele apresentava muita dificuldade na elaboração da escrita das palavras, e na leitura das mesmas. Um aluno com perfil tímido, com déficit de atenção, e muita hiperatividade, que pela conversa que tive com a sua educadora, esta hiperatividade vem sendo inibida por um medicamento que ele toma já faz algum tempo, a ritalina.

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Foto 03: Jasmim

Fonte: Colégio Alternativo Talismã, 2011.

No decorrer das aulas, Jasmim demonstrava, em vários momentos, uma

certa agitação, não alcançando a concentração necessária para as atividades

que eram propostas, e se negando a fazê-las, dizendo que não conseguia.

Relativamente a esta falta de atenção, Cañete (s/d, p.02) aborda, em um artigo,

as rotulagens atribuídas às crianças atualmente:

Não é a toa que estamos assistindo a uma verdadeira epidemia de crianças, jovens e agora de adultos rotulados de DDA (distúrbio de déficit de atenção) e de DDAH (distúrbio de déficit de atenção com hiperatividade), de bipolaridade, de crianças problemas. Na verdade, os rótulos são tentativas da ciência de fragmentar, catalogar e assim poder controlar por meio da supressão dos sintomas. Nem estamos falando de cura. É evidente aqui, que faço uma ressalva importante para a necessidade de que profissionais competentes avaliem e façam um diagnóstico diferencial. Mas, por enquanto ainda é pequeno o número de profissionais, médicos, psicólogos, pedagogos que se dispuseram a encarar um estudo mais atento e profundo, sem preconceitos, a este tema tão desafiador.

Por isso, é importante desmistificar estes conceitos estabelecidos,

trazendo uma nova explicação para as atitudes destas crianças com um

desenvolvimento espiritual superior ao das demais, que são chamadas de

crianças índigo.

Neste ponto, Simon (2010, p. 20) vem contribuir, fazendo a distinção:

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Muitas vezes tendemos a fazer o amálgama entre as crianças índigo e a crianças que sofrem de transtornos obsessivos do comportamento, de hiperatividade, ou de déficit de atenção, mas as crianças que sofrem de déficit de atenção não são de forma alguma índigo. Existem inúmeras diferenças entre elas e é impossível constatar qualquer anomalia física nas crianças índigo.

Foi durante uma conversa com a psicopedagoga que se teve

conhecimento de que Jasmim sabe ler, mas no seu tempo, e durante as aulas

sempre se nega a fazê-lo. A psicopedagoga da escola realiza atendimentos

semanais com Jasmim, trabalhando a prática da leitura, instigando-o com

histórias inusitadas, como contos antigos. Ela relatou que tudo com ele deve ser

muito negociado, para que então ele aceite o que está sendo proposto, como

se pode constatar no Relatório de Observação do dia 25/03/2011:

Chegando a sala, a educadora sugeriu que lessem um livro de histórias, e ele não quis, então ela começou a conversar com ele perguntando porque ele estava tão nervoso, não querendo realizar as atividades. Ele não respondeu, apenas dizia que não queria fazer nada.

Esta é uma característica muito presente nos índigos, em que tudo deve

ser muito bem argumentado e negociado.

Todas as três crianças pesquisadas apresentaram esta característica

marcante e por isso cita-se Vecchio (2006, p.164), que se manifesta sobre as

contribuições da Pedagogia de Valores aplicada ao índigo durante as

negociações:

[...] é baseada na negociação com o índigo: negociar, negociar, negociar. Por negociação devemos entender, dar opções à criança, propor acordos que não sejam autoritários nem manipuladores. Permitir e incentivar o índigo a buscar suas próprias soluções. Seja qual for a situação, expor a verdade dos fatos. Procurar com cuidado, bom senso e tolerância, transmitir aquilo que poderá ferir sua sensibilidade.

Ao longo das observações, as visitas da pesquisadora às salas dos

pesquisados se tornaram freqüentes, e por isso, ela pode notar em Jasmim

momentos de muita agitação, em que mal conseguia ficar sentado,

demonstrando necessidade de se locomover pela sala, mas também notou

momentos em que ele aparentava estar fechado no seu mundo interior, quieto

em seu canto. Estes momentos podem ser justificados pelo uso do

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medicamento, ritalina8, que inibe a personalidade do consumidor. Segundo

Simon (2010, p. 14):

[...] esse tratamento químico é uma faca de dois gumes. Ele pode, com efeito, permitir que essas crianças hiperativas se integrem às normas em uso e, assim tranqüilizar os pais, mas, como todas as drogas desse tipo, gera uma certa euforia que permite aos consumidores esquecer sua diferença e seus complexos em relação aos outros. Contudo, paralelamente a essas vantagens teóricas, ele destrói a personalidade, a intuição, os dons espirituais, as faculdades extrassensoriais dessas crianças e, sem sombra de dúvida, sua saúde física.

Muitas vezes, a pesquisadora observou Jasmim, em sua sala, ainda

ativo, não conseguindo se concentrar nas palavras da educadora. Durante uma

conversa com a psicopedagoga da escola, sobre os atendimentos que ela

presta a Jasmim, a profissional trouxe a questão de falta de concentração como

um empecilho, como algo que vem a perturbar o aluno há muito tempo. Segue

a conversa de Jasmim com a educadora, constante do Relatório de Observação

do dia 06/04/2011:

Jasmim chegou à sala impaciente, negando-se realizar as atividades propostas pela educadora, então, iniciaram uma conversa, pois ela queria saber o porquê dele estar agindo desta forma, a criança começou a contar que não consegue se concentrar, por causa dos seus amigos ocultos que ficam lhe perturbando.

Jasmim relatou os motivos pelos quais não consegue se concentrar nas

aulas, sendo por isso diagnosticado com déficit de atenção. Outro relato, sobre

uma situação semelhante, de outra criança índigo, citado por Carrol e Tober

(2008, p. 110) mostra os pontos em comum que essas crianças têm:

meu primeiro filho morreu durante o parto. Seu nome seria Douglas. Jessica nasceu 13 meses depois e nunca escondemos dela que quase teve um irmão. Sempre dissemos que ele havia morrido e que fora para o céu. Às vezes, ela me diz que falou com ele e me transmite seus recados. Também fala de seu “anjo”, que se chama Sabrina. Jamais lhe disse que essas visões são fruto de sua

8 RITALINA é um estimulante do sistema nervoso central. Seu mecanismo de ação no homem

ainda não foi completamente elucidado, mas presumivelmente ele exerce seu efeito estimulante ativando o sistema de excitação do tronco cerebral e o córtex. O mecanismo pelo qual ele produz seus efeitos psíquicos e comportamentais em crianças não está claramente estabelecido, nem há evidência conclusiva que demonstre como esses efeitos se relacionam com a condição do sistema nervoso central. RITALINA dada a crianças psicóticas pode exacerbar os sintomas comportamentais e as alterações de pensamento. O abuso de RITALINA pode conduzir à tolerância acentuada e dependência psíquica com graus variados de comportamento anormal. Fonte: http://www.bulas.med.br/bula/3721/ritalina.htm

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imaginação (como meus pais faziam comigo). Acredito que suas experiências como o mundo espiritual são tão (ou mais) válidas quanto as que temos neste nível de realidade em que vivemos.

Carrol e Tober (2008) entendem que essas crianças são espiritualmente

mais desenvolvidas, sentem-se bem em um ambiente religioso, pois acreditam

em Deus e sentem que possuem algo que vai além da realidade, constituindo o

ser. Para os autores, essas crianças são extremamente sensíveis, podendo

sentir a energia vibracional das pessoas com as quais convivem.

Jasmim contou mais sobre as crianças que ele costuma ver e que o

perturbam muito, e estas informações constam do Relatório de Observação do

dia 06/04/2011:

eles estão aqui, bem ao seu lado, eles não querem que eu faça as atividades, porque eles falam que quando estavam na escola, também não faziam. A educadora questionou novamente: - Mas como eles são? Como você sabe que estão aqui? Jasmim responde: - Eu to vendo eles, os dois estão com uma calça azul e uma blusa vermelha, é o Rã-rã e o Tcheury, e eles dizem que não é pra eu fazer a atividade. A psicopedagoga chegou a ficar assustada por este relato, então, conversou com o menino dizendo que esses amigos devem ir embora, porque ele sabe sim fazer a atividade. Realizou com o menino uma oração, abraçando-o, pedindo a Deus para que faça com que parem de perturbá-lo, Durante a oração Jasmim. dizia: - Olha! eles estão indo embora, estão subindo e desaparecendo.

É importante que tanto os pais, quanto educadores das crianças índigo,

respeitem e aceitem este comportamento, pois se a criança índigo é

compreendida, ela continua evoluindo. Nas palavras de Carrol e Tober (2008,

p.83):

[...] quanto mais leve e tranqüilo for o processo, melhor será o relacionamento familiar. Os pais podem evitar dar grande atenção a fatos e circunstâncias negativas e se concentrar nas experiências positivas e no aprendizado, contribuindo para o processo de evolução da raça humana ao oferecer ao mundo um ser mais equilibrado que pode transmitir a todos ao seu redor muito amor, compaixão e paz.

Por sua vez, Galvão (1995, apud Vega e Silva, 2008, p. 03) mencionam

a importância da afetividade, segundo a teoria walloniana:

[...] a inteligência e a afetividade estão integradas auxiliando no processo da aprendizagem. A teoria Walloniana suscita uma prática que deve atender as necessidades da criança nos planos afetivo, cognitivo e motor, promovendo o seu desenvolvimento em todos esses níveis.

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Esta afetividade se fez presente em uma das observações, em que se

pode notar as contribuições da mesma no desenvolvimento de Jasmim, de

acordo com o que se lê no Relatório de Observação do dia 06/042011:

quando Jasmim ganhou o cartão do seu colega ficou muito feliz, pois estava escrito: Para o meu melhor amigo, seguindo com um desenho em baixo de uma carro-foguete, ele adorou e disse que gosta muito do amigo também. Foi interessante notar, como ele muda diante de situações de afetividade, demonstrando amor e afeto com os colegas, diferentemente de outras vezes que o presenciei na sala de aula, quieto em seu canto, e muito fechado. Até a professora da sala comentou, que ele teve um grande avanço nos últimos dias, interagindo melhor com os colegas.

Por isso, é fundamental dirigir um olhar sensível para estas crianças,

compreendendo a sua essência e atendendo às suas necessidades ao longo do

seu desenvolvimento.

Finalmente, analisando os biótipos elencados por Nancy Ann Tappe,

acredita-se que Jasmim apresentou características do índigo interdimensional.

Também Carrol e Tober (2005, p.31), em seus estudos, dizem que estes

indivíduos

são fisicamente mais desenvolvidos que os outros índigos e já aos dois anos respondem a tudo dizendo: eu sei e posso fazer sozinho. Deixe-me em paz. Trarão novas filosofias e religiões ao mundo. Podem ser briguentos por causa de seu tamanho e por não se encaixarem na sociedade como os outros tipos.

Já segundo Vecchio (2006, p.58-59), de acordo com as características

que Jasmim apresentou, ele é um índigo multidimensional, porque estas

crianças

gostam de filosofia acerca do cosmo, revelam tendência para a espiritualidade, vivem com a sensação de não pertencer a este mundo, buscam por si mesmo sua relação com Deus. Com alguma freqüência, quando crianças, expressam que enxergam seres do Além como anjo, parentes falecidos etc. Apresentam apuradíssimo senso de justiça. Mesmo quando crianças constituem-se em corajosos defensores dos menos capacitados, seja física, seja psiquicamente.

A partir desta análise e dos argumentos teóricos que fundamentam tais

características, é possível compreender as atitudes de Jasmim durante o seu

desenvolvimento.

Ao observar Girassol, estudante do 5º ano, notaram-se características

em comum com Lírio e Jasmim. A educadora relatou que, em vários momentos

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das aulas, é necessária uma abordagem de negociação para facilitar a

convivência com ele e conseguir realizar o seu planejamento pedagógico com a

turma. O relato da educadora, durante uma observação, está registrado no

Relatório de Observação do dia 12/04/2011:

contribuiu confirmando que Girassol é muito diferente das outras crianças, é preciso negociar situações com ele, pois se num momento ele não quer realizar uma atividade, ele não deixa que os demais façam, por isso, ela relata que conseguiu ter um novo olhar para com ele, aprendendo melhor a lidar, para assim facilitar a convivência dele com o grupo e sua interação na aula, utilizando-o como ajudante em diversos momentos das aula, assim ela conseguiu estreitar as distâncias, criando um laço de harmonia com o educando.

Outro dado importante a ressaltar foi uma atitude que Girassol teve, no

final do ano passado, chamando a sua mãe para uma conversa séria que é

relatada na seqüência, dentro do Relatório de Observação do dia 12/04/2011:

em uma conversa com a mãe de Girassol que trabalha na instituição em que realizo as observações, ela vem contar que no final do ano passado Girassol quis ter uma conversa muito séria com ela, segundo ele mesmo a comunicou, dizendo que se sentia diferente das outras crianças, que ele não queria mais ser assim. Disse também, que iria mudar, para todos gostarem dele. Segundo a mãe de Girassol ele brigava muito com os colegas, pois não os respeitava. Girassol tinha um olhar de auto-suficiência para si, o que prejudica suas vivências com os colegas. Ele prometeu a mãe que iria mudar, iria ser mais calmo, ouvir mais os colegas, para ser igual a todo mundo.

Girassol demonstrou, com sua atitude, ter uma visão adulta quando

tomou a iniciativa de chamar a mãe para conversar sobre uma dificuldade que

atrapalhava seu relacionamento com os demais colegas. Pronunciando-se

sobre esses seres frágeis, Carroll e Tober (2008, p. 83) apontam o tratamento

que deve ser dado a eles:

ao reconhecer em seu filho ou neto as características índigo, sua família terá melhores resultados em termos de educação tratando-o com respeito e amor como se fosse um adulto miniatura ou mesmo como um Cristo mirim. É preciso que se lembrem, constantemente, de dar o máximo em termos de apoio e incentivo a esse ser que habita ainda um frágil corpo infantil.

As crianças índigo incorporam uma personalidade forte, demonstrando

em muitos momentos um instinto de liderança, tornando-se, na maioria das

vezes, o centro das atenções do grupo. Segundo um relato da educadora

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quanto à posição de Girassol diante dos demais: “... Girassol sempre teve um

instinto de liderança, uma influência sobre os colegas, conseguindo dominar a

todos, fazendo-os participar ou não das atividades propostas.” (Relatório de

observação do dia 12/04/2011).

Foto 04: Girassol

Fonte: Colégio Alternativo Talismã, 2011.

Quando se refere a essa característica presente nos índigos, Condron

(2008, p. 40) declara que eles possuem

alta auto-estima, forte integridade, honesta, direta, altamente sensível. Possui um senso de missão e o exibe desde cedo. Não será dissuadida depois que seu coração/cabeça tiver se decidido. Demanda escolhas e o direito de fazê-las. Energia excessiva leva a mudanças rápidas de atenção. Entedia-se facilmente. Precisa de adultos estáveis emocionalmente, amor constante. Habilidades de curas inatas. Atraídas por pensamento de grupo quanto a necessidade apresenta-se, não será isolada. Desenvolvimento do ser.

Na verdade, durante as observações, Girassol sempre demonstrou este

instinto de liderança, tanto nas brincadeiras realizadas quanto durante as aulas,

nos momentos em que queria se destacar, respondendo a todos os

questionamentos que a educadora fazia durante o processo de ensino-

aprendizagem. Numa tarde, foi possível perceber isso mais claramente, e o fato

consta do Relatório de Observação do dia 16/03/2011:

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girassol se pronúncia com muita firmeza e determinação, uma auto-estima muito forte. Na atividade da apostila, a questão pedia para citar o nome de objetos e Girassol declara: - eu coloquei lápis, borracha e apontador, porque é tudo que eu preciso neste momento.

Outra situação marcou uma característica muito relevante de Girassol,

que é a de não aceitar ordens e imposições feitas pelos adultos. O fato ocorreu

no estágio de séries iniciais, quando a pesquisadora ainda me encontrava na

fase de amadurecimento desta temática para o projeto de conclusão de curso.

O que me impressionou realmente foi a atitude de Girassol em resposta a uma

situação em que se contrariou sua vontade, como destacado no Relato do

Estágio de séries iniciais da Intervenção em outubro/2010 apresentado a seguir:

durante a realização desta atividade pedagógica, uma reação de Girassol fez com que fosse interrompida a atividade. Girassol era um dos auxiliares que estavam filmando. Durante a filmagem, ele brigou com um colega da outra sala, pois não queria que este aparecesse na filmagem, empurrando-o, entre várias discussões. Por este motivo, retirei a máquina filmadora dele, passando este papel a outro aluno, pois ele não estava se comportando. Com esta ação, Girassol ficou irremediável, pois foi contrariado. Repetindo várias vezes: - Não! sou eu quem vai filmar, a professora disse que eu iria fazer este papel. Ela não pode tirar a máquina de mim, sou eu que devo filmar. Com isso, gerou conflitos e tivemos que nos reunir na sala de aula para conversar com todos sobre o acontecido. Girassol ainda muito bravo, pelo fato da estagiária ter tirado a câmera dele respondeu: - Foi combinado! Nós já tínhamos combinado que eu iria filmar, ela não podia ter tirado a máquina de mim.

A partir do relato deste acontecimento ocorrido no estágio de séries

iniciais, é possível constatar a forte personalidade que Girassol apresenta, não

aceitando ser contrariado quanto às decisões acordadas inicialmente,

mostrando assim ter um gênio inflexível diante de situações impostas. Simon

(2010, p. 31) explica essa atitude das crianças, dizendo que:

[...] elas resistem ao tom autoritário, mas ouvem as explicações sensatas. Detestam se sentir depreciadas ou ser criticadas em público e suportam com dificuldade que lhes seja sugerida uma orientação de vida, pois julgam saber melhor do que ninguém o que farão mais tarde, mesmo que isso não corresponda aos hábitos familiares. Recusam receber ordens injustificadas, mas buscam o diálogo e desejam principalmente ser interlocutores para seus pais.

O mesmo autor também alerta sobre a importância do diálogo com estas

novas crianças, frisando que é preciso explicar minuciosamente caso ocorra

mudanças de planos nas situações, se não cumprirem o prometido.

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Com a análise das características de Girassol segundo os referenciais

teóricos, foi possível o encaixe do educando dentro do biótipo Conceitual,

segundo as idéias de Nancy Ann Tappe expressas por Menezes (2001, p. 04):

[...] índigos conceituais estão mais para projetos do que para pessoas. Serão os futuros engenheiros, arquitetos, projetistas, astronautas, pilotos e oficiais militares. Eles não são desajeitados, ao contrário, são bem atléticos como crianças. Eles têm um ar de controle e a pessoa que eles tentam controlar na maioria das vezes é a mãe se são meninos. As meninas tentam controlar os pais. Se eles são impedidos de fazer isso, existe um grande problema. Este tipo de Índigo tem tendência para outras inclinações, especialmente as drogas na puberdade. Os pais precisam observar bem o padrão de comportamento dessas crianças quando elas começarem a esconder ou a dizer coisas tais como, "Não chegue perto do meu quarto": é exatamente quando os pais precisam se aproximar mais.

Finalizando esta análise, constataram-se, no decorrer das observações,

as características presentes nos pesquisados, e a partir da análise, as

especificidades foram salientadas com o auxílio de referenciais teóricos

constituindo, assim, a criança índigo.

4.2 DIDÁTICA DO EDUCADOR NO PROCESSO DE ENSINO-

APRENDIZAGEM DA CRIANÇA ÍNDIGO

Ao observar, na prática docente, como funciona o direcionamento das

atividades destinadas às crianças índigo, juntamente com as demais crianças,

considerou-se interessante notar a didática que o educador adota para lidar

com estas crianças, que são um tanto quanto rebeldes e não aceitam ordens,

ao mesmo tempo em que consegue concentrar a atenção da turma em sua

interações. Em vários momentos das observações, as estratégias que os

educadores utilizaram para lidar com as crianças índigo tornaram as vivências

em grupo satisfatórias para todos, a partir de um “jogo de cintura”, durante as

atividades que eram propostas. A educadora comentou sobre as atitudes de

Lírio, na sala do Pré, mostrando como ela lida com ele, e essa conversa pode

ser lida no Relatório de Observação do dia 16/03/2011:

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[...] tudo deve ser negociado com ele. Dizendo o porquê que ele precisa fazer a atividade, e que só pode ir ao parque no término da mesma, utilizando de argumentos bem fundamentados. Uma resposta do tipo: - Não pode, porque não, jamais pode ser dada a ele, pois jamais é aceita. Ela afirma que conseguindo lidar com ele em sala de aula, é possível de realizar a atividade em que todos participem, ele é o centro das atenções da turma, as crianças seguem o que ele faz e acata.

Nas atividades pedagógicas, a educadora mostrou a importância de

gerar problematizações, instigando o educando a buscar o conhecimento. O

Relatório de Observação do dia 07/04/2011 apresenta esse relato:

em um momento a educadora, mostrou uma imagem que apresentava a foto de um crocodilo com a boca aberta e dentro da boca do animal, um passarinho intacto, não ferido pelo animal. Então, ela questionou: - O que será que esse passarinho ta fazendo dentro da boca do crocodilo? E as crianças logo responderam: - Ele vai ser comido, professora! Ele vai morrer! E Lírio antenado na questão, ainda em silêncio esperou a educadora se pronunciar quanto a resposta dos colegas. E ela questiona novamente: - Será mesmo? Lírio então, se manifesta: - Não, professora. Ele só ta limpando o dente do crocodilo, por isso que ele está vivo. A educadora demonstra-se surpresa, e pergunta como ele sabe. Logo Lírio responde dizendo que viu na televisão. Até mesmo as crianças ficam surpresas com as atitudes de Lírio diante das situações que são proposta, pois ele se sobressai entre o grupo.

Com relação à forma de aquisição do conhecimento, Freire (1994, apud

Freitas, 2004, p. 05) defende a importância da curiosidade epistemológica ao se

referir a uma

educação que se comprometa em promover essa passagem da curiosidade ingênua à curiosidade epistemológica, que estimule criticamente a capacidade de aprender, de aventurar-se e arriscar-se no exercício fundamental da inteligibilidade crítica do mundo.

Neste ponto é possível estabelecer uma relação com o que a professora

propôs aos educandos do Pré, na sala de aula de Lírio.

Igualmente quando Freitas (2004) discorre sobre a proposta de Paulo

Freire para a educação, ela diz que o papel do educador é o de motivar o

educando a ir à busca do conhecimento epistemológico, dessa forma, a

curiosidade se torna agente principal da construção do conhecimento, tornando-

o muito mais significativo.

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Em uma situação na sala de aula, em que Lírio ficou bravo por não ter

sido feita a sua vontade e se excluiu da brincadeira, a educadora da turma

procedeu de modo a conseguir sua adesão, como ela mesma me contou e está

registrado no Relatório de Observação do dia 15/04/2011:

no instante do acontecido à educadora, apontou para situação que estava ocorrendo, contribuindo dizendo que é assim que ele reage diariamente as posições da qual ele não está de acordo, por isso ela tem sempre de agir com muita cautela com o mesmo, negociando questões, e argumentando através de uma conversa minuciosa, fazendo-o compreender, mas dificilmente ele cede, só quando ele quer. [...] deixando claro o “jogo de cintura” que a educadora deve ter para lidar com ele, caso contrário, como já descreveu a mesma sobre o educando, ele não faz as atividades propostas e tira a atenção de todos da turma, não os deixando participar.

Na observação de Jasmim, a psicopedagoga deixou clara a necessidade

da conversa com o educando, para que ele possa expor seus pensamentos e

posteriormente consiga se concentrar na atividade que ela vai propor. O

Relatório de Observação do dia 25/03/2011 ilustra essa atitude:

chegando a sala, a educadora sugeriu que lessem um livro de histórias, e ele não quis, então ela começou a conversar com ele perguntando porque ele estava tão nervoso, não querendo realizar as atividades. Ele não respondeu, apenas dizia que não queria fazer nada. Ela continuou interrogando-o sobre o final de semana, e os amigos que tem no quarto dele, se ainda estão aparecendo, então ele começou a falar: - Olha, o meu amigo cacariano ainda vem me visitar.

A educadora propõe a conversa como estratégia para lidar com as

resistências do educando à realização dos seus objetivos, com o intuito de

compreender melhor o que se passa em sua mente e o que o impede de fazer o

que é solicitado.

Em alguns momentos, Jasmim mencionou as conversas que ele tem

com amigos ocultos, contando detalhes das mesmas para a educadora, e a

pesquisadora registrou essa conversa no Relatório de Observação do dia

25/03/2011:

a educadora segue questionando, mas quem é ele? Jasmim responde: - Ele é como um bicho de estimação é uma mistura de homem com cachorro. Ela continua, mas pra quê ele vai a sua casa? - Ele vai lá em casa porque os espíritos incomodam ele na rua, ai ele vai lá. O planeta dele foi destruído e eu tava lá, eu era um deles. A educadora pergunta: - Mas ele não pode ir à sua casa, ele tem que voltar para o lugar de onde ele veio. Jasmim fala: - Não, ele precisa

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evoluir, e quando acontecer isso ele vai ganhar mísseis para combater os seus inimigos. A educadora segue: - Você tem que esquecer esse amigo, pois se ele tem inimigos ele não é do bem.

Neste relato, foi possível notar a importância que a educadora dá às

histórias que Jasmim conta. Ela o escutou com atenção, e em momento algum

contradisse o que ele contou como se fosse uma invenção. Mas o alertou,

dizendo que não é bom continuar tendo estas influências negativas. Sobre

essas visões, Carrol e Tober (2005, p. 56) acrescentam que

a maioria dos índigos consegue ver anjos e outros seres e descrevem tudo com detalhes. E não se trata de imaginação, mas de mera explicação. Costumam falar abertamente de suas visões um com o outro a não ser que sejam reprimidos pelos pais. Por sorte, as pessoas estão um pouco mais abertas e dispostas a ouvir esses emissários. Nossas fantasias sobre crianças estão sendo, pouco a pouco, substituídas pela curiosidade e pela confiança.

Com base nesta vivência, é importante ressaltar a necessidade que as

crianças índigo têm de serem compreendidas e escutadas com respeito,

levando em conta suas contribuições.

A partir desta análise foi possível identificar também o perfil que o

educador precisa possuir para aprender a lidar melhor com estas novas

crianças que vêm habitando a terra cada em número maior. É preciso ser um

educador com uma ampla flexibilidade para então, a partir de um

aprofundamento sobre a temática, criar um ambiente qualitativo para o

desenvolvimento das potencialidades das crianças, sendo elas compreendidas,

cada uma em sua especificidade.

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5 ANÁLISE DAS INTERVENÇÕES / PRÁTICA TRANSDISCIPLINAR

Nesta parte do trabalho, analisa-se a prática transdisciplinar realizada

com as crianças índigo através das oficinas pedagógicas, salientando as

contribuições das dinâmicas, com o amparo de referenciais teóricos que

confirmam as contribuições.

5.1 OFICINA: A BUSCA DE SI, NO MUNDO DA IMAGINAÇÃO

Esta oficina tem como objetivo principal propor as contribuições das

práticas transdisciplinares na educação de crianças índigo, com a intenção de

relacionar a Programação Neurolinguística ao relaxamento a partir da

imaginação criativa, para trabalhar além das disciplinas, proporcionando

momentos de interação do educando consigo mesmo. Esses momentos são

essenciais ao desenvolvimento dos índigos, porque lhes proporcionam uma

nova maneira de lidarem com sentimentos e emoções que podem ser

prejudiciais ao seu desenvolvimento, caso não sejam compreendidos, por

serem as crianças índigo muito sensíveis. Vecchio (2006, p.153), em suas

pesquisas, dá uma orientação prática para lidar com a criança índigo:

[...] um bom facilitador, pai ou professor conscientiza as pessoas sobre o valor de vivenciar as sete palavras-chaves. Ensina como harmonizar a mente, as emoções, os instintos e o corpo. Ensina como conhecer as energias. Conduz aos poucos seus filhos e alunos até eles alcançarem os quatro primeiros valores, a fim de que, completando a vivência dos 28 valores, tenham pleno o poder da sabedoria em seu coração e em suas mãos.

Na realização da oficina pedagógica, participaram três crianças índigo:

Lírio, Jasmim e Girassol, que foram assim conceituadas a partir da leitura de

estudos de diversos autores e das análises de suas características. Juntamente

com estas, mais quatro crianças se fizeram presentes na atuação da dinâmica.

Foi possível perceber, com a prática do relaxamento provocando a imaginação

criativa, a influência gerada nas crianças índigo, foco principal deste estudo.

A prática transdisciplinar contribui para o desenvolvimento do grupo todo,

mas atende especialmente às especificidades espirituais que os índigos

apresentam, de forma crescente e diferenciada dos demais. Nicolescu (1999, p.

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103) contribui com seu comentário sobre a personalidade complexa dos

sujeitos:

a máscara torna-se mais importante que o rosto. Há um único rosto, mas várias máscaras. A máscara a persona – corresponde a uma certa personalidade, em função das necessidades da vida individual e social. O desacordo constante entre a vida individual e social produz as múltiplas personalidades de um único e mesmo indivíduo. As contradições e os conflitos entre as diferentes personalidades de uma única e mesma pessoa levam a dissolução do ser interior, que não se reconhece dentro de suas múltiplas máscaras.

Diante dessa constatação, torna-se difícil o desenvolvimento, tanto

individual como social, a vivência dos sujeitos com essas várias realidades que

habitam dentro de si. Do mesmo modo Mascarenhas (2007) se manifesta sobre

as várias subpersonalidades existentes dentro de uma personalidade,

evidenciando a necessidade de educar cada uma delas, para melhor lidar com

as situações cotidianas. Daí a necessidade desta prática transdisciplinar,

fazendo com que o indivíduo incorpore, a partir da programação

neurolinguística auxiliada pelo relaxamento, um bem-estar equilibrado e valores

importantes para o seu desenvolvimento.

Na oficina proposta, o objetivo principal foi de fazer com que os

educandos tivessem um olhar focado para dentro de si, com o intuito de se

autoconhecerem para se autocontrolarem de forma equilibrada nas situações

inconstantes do dia-a-dia, promovendo um bem estar coletivo e alcançando

mais tranqüilidade e calma para execução das atividades escolares.

Iniciou-se com a dinâmica da “Caixa de Valores”, em que o educando

precisava retirar da caixa um valor e socializar o significado do mesmo com o

grupo.

Foto 05: Caixa de Valores

Fonte: Colégio Alternativo Talismã, 2011.

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O objetivo principal era o de promover a interação entre os pesquisados

sobre os valores que fazem parte de sua personalidade, desta forma, criando

um diálogo entre eles, para conhecerem melhor uns aos outros e a si mesmos a

partir do significado que cada um atribuiu. A seguir, apresenta-se o Relatório da

Intervenção do dia 18/04/2011, com o registro desse momento:

no momento da dinâmica todos participaram, contribuindo sobre as suas interpretações sobre cada valor. Para Lírio de 5 anos, justiça, é fazer o correto sempre. Para Girassol de 9 anos, paz, é tranqüilidade e silêncio. Jasmim de 9 anos, argumentou sobre o valor da “fé”, e ele contribui dizendo que fé é acreditar nas pessoas, em deus, é acreditar nos anjos... Então eu questiono: Mas você acredita em anjos? Jasmim responde: - Sim, eu era um anjo. Sempre andava eu e mais dois anjos. Então questionei: - E lembras o seu nome de anjo? E ele responde: Sim, eu tinha o nome de Misael, era bem legal. Algumas crianças que estavam presentes na roda começaram a rir, do que Jasmim estava contando, dizendo: - Até parece que ele já foi anjo. Nesse momento Jasmim encerrou o assunto e não quis mais falar sobre.

Foto 06: Momento da dinâmica da Caixa de Valores.

Fonte: Colégio Alternativo Talismã, 2011.

Essas crianças têm necessidade de um conhecimento específico sobre

os valores necessários que o ser humano deve possuir para ser feliz. Recorre-

se mais uma vez a Vecchio (2006, p.129), que destaca o que Osho diz ao

abordar o tema da importância da conscientização na criança:

[...] quando Osho fala “consciência” entenda “conscientização”. A única possibilidade que a criança tem de criar um mundo belo, pleno de paz e alegria depende de não ser contaminada pelo passado negativo dos adultos. Quanto mais condicionamentos e programações negativas pais e educadores induzirem o índigo, nessa mesma proporção diminuirá a capacidade dessa criança ser feliz na busca de si mesma e de Deus.

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Nesse sentido, torna-se importante para o desenvolvimento das crianças

índigo, principalmente por serem mais suscetíveis às energias e vibrações do

meio, conforme trazem Carroll e Tober (2005), a contribuição do convívio com

valores que somem em sua personalidade, abolindo, assim, o “script de vida”,

como diz Eric Berne (1995), para então anular as questões negativas gravadas

no inconsciente das crianças. A esse respeito Vecchio (2006, p.130) vem

considerar:

um choque emocional ou mental que resgate a pessoa à própria realidade; eliminação de programações, tal como fazemos no primeiro passo da Pedagogia de Valores; uma educação baseada em valores espirituais, principalmente a partir do valor Justiça amparado pelo valor verdade. Com esse tipo de orientação, a criança aprende a aplicar primeiro em si mesma esse valor e depois aplicará o que corresponde aos outros.

As crianças índigo, em vários momentos de suas vivências, demonstram

ter tido um contato com o além, ultrapassando a realidade, como no caso de

Jasmim, que disse já ter sido um anjo. A educadora Constance Snow (apud

Carrol e Tober, 2008, p. 86), relata o seguinte sobre os seus alunos índigos:

[...] em vários momentos assuntos espirituais ou discussões sobre a vida vêm à tona. Essas crianças têm uma consciência desses assuntos, muito mais desenvolvida que a de seus pais. Á medida que evoluo espiritualmente, percebo melhor (e me surpreendo) com os conceitos claros e coerentes que elas apresentam.

Muitas destas novas crianças apresentam características paranormais

sendo que, segundo Atwater (2008, p. 79):

[...] sonhos vividos, projeções mentais de vida real, imaginação criativa, comunicação telepática, clarividência, clariaudição, claricognição e clariolfato são comuns. Os lobos pré-frontais são ativos em estados mais elevados de conhecimento intuitivo. Eles funcionam como se fossem “asas” do cérebro – ampliando nossas mentes para experiências mais ricas de nós mesmas, nossos relacionamentos com os outros e com o nosso mundo.

As crianças índigo apresentam um conjunto de características que as

diferenciam das demais, por isso, um trabalho voltado ao seu desenvolvimento,

com técnicas que as auxiliam a desabrochar, é tão importante.

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No momento do relaxamento, com o despertar da imaginação criativa,

pode-se perceber as crianças mergulharem na história, pelas suas expressões

corporais durante a atividade realizada.

Foto 07: Relaxamento na oficina “A busca de si, no mundo da imaginação”.

Fonte: Colégio Alternativo Talismã, 2011.

Elas deitaram-se nos colchonetes, seguindo a voz da pesquisadora,

prontas para a viagem ao mundo imaginário, cujo objetivo era resgatar a si

próprio desde pequeno, com o auxílio de afirmações positivas que a

pesquisadora foi reproduzindo, guiando-os para o autoconhecimento de uma

maneira positiva e construtiva. Hay (1998, p. 19) contribui com sua

argumentação sobre a importância das afirmações positivas:

[...] se quisermos obter resultados positivos precisamos de introduzir padrões positivos ao nível do pensamento e linguagem. Está disposto a mudar o seu diálogo interior para afirmações positivas? Lembre-se que cada palavra que pronuncia, cada pensamento que ocorre, representam sempre uma afirmação. A afirmação é um ponto de partida. Abre-nos o caminho para a mudança. Fundamentalmente estamos a transmitir ao nosso subconsciente o seguinte: "Assumi o controle. Estou ciente que há coisas que têm de mudar." Quando me refiro a fazer afirmações quero significar uma escolha consciente de frases ou de palavras que, de um modo positivo, o ajudem a eliminar algo na sua vida ou que contribuam para criar algo de novo.

Na verdade, o que Hay (1998) quer destacar é o poder que a palavra

falada tem sobre o indivíduo, a partir das afirmações positivas, ressignificando

sentimentos para um autoconhecimento da sua essência interior. Vale repetir

que as crianças índigo necessitam de compreensão, inicialmente por si

mesmas, posteriormente pelos outros.

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Também O’Connor e Seymour (1995, p.144) afirmam suas idéias sobre a

ressignificação por intermédio da programação neurolinguística:

[...] o ponto fundamental da ressignificação é a distinção entre comportamento e intenção o que você faz e o que está realmente tentando obter com esta ação. É uma diferença primordial que deve ser feita quando lidamos com qualquer tipo de comportamento.

Após todas essas colocações, pode-se enfatizar que os objetivos da

pesquisa foram alcançados, com a prática realizada junto às crianças índigo,

iniciando com o relaxamento, em que obtiveram uma tranqüilidade e calma,

para posteriormente alcançarem uma melhor concentração para realizar suas

atividades escolares. Ressalta-se que vários professores da instituição já

alegaram que sentem dificuldades em conseguir a atenção dessas crianças em

sala de aula, por serem muito ativas e difíceis de lidar. Para Hay (1998, p. 23):

[...] é sempre bom relaxar o corpo antes de começar a sua reprogramação. Algumas pessoas começam pelas pontas dos pés e vão subindo até à cabeça, contraindo e relaxando. Seja qual for a técnica, liberte a tensão. Entregue as emoções. Tente alcançar um estado de abertura e receptividade. Quando mais relaxado estiver, mais fácil será receber a nova informação. Não se esqueça que está sempre em controlo e que está sempre a salvo.

Procura-se novamente amparo em Goleman (2001, p. 94), que assim se

manifesta sobre a importância do equilíbrio das emoções para a prática da

atenção:

[...] na medida em que estejamos preocupados com pensamentos movidos pela emoção, dispomos, na mesma proporção, de menos espaço para atenção em nossa memória operacional. Para uma criança em idade escolar, isso significa menos atenção a ser dada ao professor, a um livro, a um dever de casa. Quando isso se mantêm ao logo dos anos, o resultado é a deficiência no aprendizado que se refletiu nas notas baixas [...]

Desta forma, pode-se concluir que o objetivo da oficina foi alcançado,

recuperando-se a atenção dos educandos através da prática realizada. Os

próprios alunos, posteriormente, deram seus relatos e fizeram um desenho

sobre suas interpretações imaginárias durante o processo realizado. Lírio, um

dos índigos pesquisados e analisados na escola, não esteve presente nesta

prática, participando apenas da primeira dinâmica da “caixa de valores”, pois

sua mãe chegou mais cedo para buscá-lo.

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Foto 08: Girassol e Jasmim.

Fonte: Colégio Alternativo Talismã, 2011.

Por sua vez, Girassol relatou após a dinâmica: - eu adorei, agora to

sentindo uma paz, uma coisa boa. E quanto ao desenho que realizou, Girassol

argumentou: - Eu desenhei esse menino verde, pois no começo da minha

imaginação, ele veio na minha mente, e ficou nela em toda a tua fala, por isso

que desenhei ele.

Foto 09: Girassol realizando seu desenho.

Fonte: Colégio Alternativo Talismã, 2011.

No desenho, Girassol mostra sua interpretação durante a dinâmica,

representando o que conseguiu pensar por meio do desenho de um menino

verde em cima de uma montanha, separada das demais montanhas.

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Foto 10: Desenho de Girassol.

Fonte: Colégio Alternativo Talismã, 2011.

Finalmente, Jasmim fez seu relato sobre a dinâmica do relaxamento

dizendo: - Eu consegui me ver, vi vários “eus”, eu bem pequeno, eu mais novo

e eu mais velho.

Foto11: Jasmim pintando seu desenho.

Fonte: Colégio Alternativo Talismã, 2011.

Jasmim conseguiu incorporar a dinâmica de maneira positiva, ele relatou

que estava se sentindo muito bem, distribuindo vários sorrisos e continuando a

contar a história que imaginou: - Eu me vi bem pequeno, eu tinha uma coisa na

pele, e uma doença estomacal, por isso eu vivia de fraldas.

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Foto 12: Desenho de Jasmim.

Fonte: Colégio Alternativo Talismã, 2011.

Pelo relato de Jasmim, pode-se notar a sua incorporação na prática

transdisciplinar elaborada e também as suas contribuições posteriores sobre a

mesma, fundamentando de maneira minuciosa e instigante a sua interpretação.

Foto 13: Desenhos das demais crianças que participaram da oficina.

Fonte: Colégio Alternativo Talismã, 2011.

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São esses relatos acerca das contribuições da prática que fomentam a

vontade de implantar cada vez mais esta dinâmica no âmbito escolar,

principalmente na atuação com crianças índigo, que demonstraram a

incorporação do sentido e da essência da oficina.

Foto 14: Pesquisadora e as crianças no término da oficina.

Fonte: Colégio Alternativo Talismã, 2011.

5.2 OFICINA: O MUNDO MÁGICO DAS CORES E DOS SENTIDOS

A segunda oficina pedagógica realizada teve como objetivo principal,

proporcionar às crianças uma viagem no seu mundo imaginário através das

cores e dos sentidos. Os educandos tiveram a oportunidade de imaginar cores,

formas, aromas e sentimentos, podendo sentir as boas sensações que a

dinâmica tinha como intuito propor. Foi um momento único para cada um que

participou, considerando cada interpretação e fantasia que posteriormente as

crianças tiveram a oportunidade de socializar com os demais. Saes (2010, p.

40) fala sobre o que vem a ser a imaginação para Aristóteles:

[...] a imaginação depende de nossa vontade, de uma maneira que os juízos não podem depender. Pois podemos imaginar o que bem quisermos, e em nossa imaginação as imagens formam livremente, sem que sua verdade ou falsidade esteja em questão.

Foi exatamente esta liberdade de pensamentos e interpretações que a

prática da oficina tinha como intuito de oferecer às crianças, para então se

poder conversar sobre os valores dos sentimentos que a criança pôde

experimentar na dinâmica, respeitando suas especificidades, dando liberdade a

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cada uma para viajar em seu mundo imaginário, guardando os sentimentos em

seu interior. Também se referindo à imaginação, Postic (1993, p. 13) assim

argumenta:

[...] imaginar é evocar seres, colocá-los em determinada situação, fazê-los viver como se quer. É criar um mundo a seu bel-prazer, libertando-se. Tudo é possível. Tudo acontece. Na vida artística, imaginar é um ato criador. Na vida cotidiana, imaginar é uma atividade paralela à ação que exercemos ligada à realidade. A imaginação é um processo. O imaginário é seu produto.

Isto quer dizer que é possível utilizar como ferramenta, no ambiente

pedagógico, este imaginário, produto construído com as crianças, como

estratégia para a construção de conhecimentos e valores necessários à

formação e ao desenvolvimento da criança e na prática do educador em sala de

aula.

Esta oficina se propôs, em vários momentos, a trabalhar a significação

dos sentimentos bons e das emoções do ser humano, fazendo com que o

educando incorporasse este sentimento, a partir do relaxamento dirigido.

Foto 15: Relaxamento na oficina o mundo mágico das cores e dos sentidos

Fonte: Colégio Alternativo Talismã, 2011.

A mente humana tem um enorme poder para captar o que é dito, ou seja,

a palavra falada tem domínio sobre o ser humano, influencia significativamente

em seus pensamentos e em suas atitudes cotidianas, como Hay (1998, p. 19)

explica:

A mente subconsciente é extremamente directa. Não tem quaisquer estratégias ou desígnios secretos. Age em conformidade com o que lhe dizem. Se disser "Odeio este carro", ela não lhe vai dar um carro novo fantástico, porque não sabe o que pretende. Caso venha a ter

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um carro novo, provavelmente passado pouco tempo, vai estar a detestá-lo porque essa era a mensagem que andava a transmitir. O subconsciente fixou apenas, odeio este carro. Por isso é importante declarar os nossos desejos de uma forma positiva, por exemplo: "Tenho um carro novo fantástico que satisfaz todas as minhas necessidades."

A oficina buscou interiorizar no educando as afirmações positivas que se

fizeram presentes durante toda a dinâmica do relaxamento. Os educandos

participaram significativamente da dinâmica proposta, conseguindo incorporar a

essência dessa atividade, o que pôde ser comprovado nos seus relatos após o

relaxamento.

Girassol socializou com o grupo a sua experiência na intervenção

realizada: “Eu me senti tão leve, igual a uma pena mesmo, e consegui ver duas

flores, uma igual a esta aqui e outra bem diferente.” Esta flor que Girassol citou

estava presente na sala, enfeitando-a, e posteriormente deu-se uma a cada

criança, no término da atividade, como recordação. A intenção, ao se escolher a

flor a ser dada, foi justamente o seu significado, Amor-Perfeito, que é

relacionado a pensamentos e recordações de acordo com a fonte:

<http://www.floresrosas.com.pt/significado-flor.htm>.

Girassol continuou o seu relato: “Essa flor que eu trouxe da viagem, darei

uma para minha mãe, e outra para minha televisão, porque eu amo muito ela.

Seguiu com risadas. Essa outra flor bem diferente que lhe falei é como um Lírio,

pois minha mãe ama lírios.” Girassol deixa explícito o valor que dá as

tecnologias, conceituando-se assim como índigo conceitual, como já foi

analisado. Após o relato de Girassol, a pesquisadora completou sua fala,

lembrando aos alunos que essa flor que cada um trouxera da viagem imaginária

deveria ser guardada em seus corações, pois ela simboliza o sentimento que

deve ser dado todos os dias a esta pessoa tão especial em suas vidas.

Após essa viagem imaginária, foi interessante perceber a mudança do

estado de agitação de Girassol, que é sempre muito ativo, e que após a

atividade aparentou estar muito calmo, tranqüilo, sem a ansiedade que está

presente diariamente nas demais atividades escolares, como os professores já

haviam comentado, e que também foi possível perceber durante as

observações realizadas na escola.

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Hay (1998, p. 45) dá este depoimento sobre as contribuições do

relaxamento para o ser humano:

[...] o relaxamento é uma grande ajuda. É absolutamente essencial para poder contactar o Poder dentro de nós. Se estivermos tensos e assustados, ficamos automaticamente desligados dessa energia. Bastam uns minutos por dia para nos libertar e relaxar. Em qualquer altura podemos inspirar profundamente, fechar os olhos e soltar a tensão que tenhamos sobre os ombros. Quando expirar, concentre-se e faça a seguinte afirmação em silêncio: "Amo-te. Está tudo bem." Vai ver como fica mais calmo. Esse é um processo de construção de mensagens que nos acalmam, que afirmam que não é necessário viver debaixo de fogo, assustados o tempo inteiro.

Diante dessa afirmação, torna-se importante a aplicação deste método

na educação das crianças índigo, que geralmente vêm sendo confundidas com

crianças portadoras de hiperatividade e déficit de atenção, como aborda

Vecchio (2006), por serem, na maioria das vezes, muito ativas e não

conseguirem fixar a atenção em algo por muito tempo.

Goleman (2001, p. 88) vem afirmar sobre a importância da mente

tranqüila, para alcançar a atenção:

[...] a área pré-frontal é o local da memória operacional, que é a capacidade de prestar atenção e reter na mente qualquer informação que seja destacada. A memória operacional é vital para a compreensão e o entendimento, o planejamento e a tomada de decisões, o raciocínio e o aprendizado. Quando a mente está tranqüila, a memória operacional tem seu melhor desempenho. Mas, quando ocorre uma emergência, o cérebro passa para um estado de autoproteção, retirando recursos da memória operacional e distribuindo-os para outras áreas do cérebro, a fim de manter os sentidos superalertas, ou seja, assumir uma postura mental delineada para a sobrevivência.

Por isso, considera-se a necessidade de equilibrar as emoções e os

sentimentos, para conquistar a atenção nas demais atividades cotidianas. No

decorrer das socializações, as crianças foram se manifestando, contando até

onde conseguiram chegar, a partir da proposta. Jasmim veio contribuir na

intervenção realizada, com uma fala diferenciada das demais crianças,

relatando: “Eu vi várias flores, era muito lindo, mas era umas flores diferentes,

estranhas, eram pessoas flores, uma coisa que eu nunca vi antes. Foi bem

legal. Quando eu tava voltando dessa viagem, tinha alguém me perseguindo e

era um menino de 15 anos, ele me contou a sua idade, tinha os olhos bem

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puxados também. Nesse momento, Lírio completou: Ah... ele era japonês

então.

Foto 16: Jasmim socializando a sua interpretação na dinâmica.

Fonte: Colégio Alternativo Talismã, 2011.

Julga-se oportuno citar uma situação ocorrida neste mesmo dia, na

escola: “um relato da psicopedagoga da escola me fez criar relação a este

“menino de olho puxado” que Jasmim relatou. A psicopedagoga havia

mencionado há alguns minutos antes da dinâmica, quando encontrei com a

mesma no corredor da escola, que Jasmim agora estava tendo visões com um

menino japonês. A psicopedagoga relata que foi nos atendimentos que ela

realiza com Jasmim, ele relatou sobre este “amigo oculto”.

Como já foi mencionado, Jasmim é um índigo interdimensional.

Segundo Vecchio (2006), esses indivíduos expressam ter visões diariamente,

com anjos e espíritos, como se tivessem o “canal aberto” para as vibrações

externas, mas em outros níveis de realidade que não se consegue alcançar.

Como Carrol e Tober (2010, p.70) vêm considerar:

[...] os índigos têm uma forte conexão espiritual, independentemente da denominação religiosa em que forem socializados pelos pais e família. Repetidamente, as crianças dizem: “Deus é amor; Deus é Deus; é claro que existe um Deus.”

Os índigos têm um desenvolvimento espiritual muito mais desenvolvido

que as outras crianças, e com isso, têm uma grande ligação com o Divino, pois

elas sabem que são especiais.

De fato, ao analisar as considerações dos índigos a partir da oficina, foi

possível observar, em seus relatos, essa espiritualidade. Assim, continuando a

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contar sobre suas experiências Lírio fez um comentário inusitado: “eu achei que

parece que a gente tava num velório, de morte. Por que vi muitas flores, e

parecia que alguém morreu.”

Foto 17: Lírio contando sobre a sua experiência imaginária.

Fonte: Colégio Alternativo Talismã, 2011.

Lírio, de apenas 5 anos, terminou a sua consideração e ficou com a

aparência séria, demonstrando aos seus amigos a sua interpretação e a sua

incorporação na dinâmica.

No fim da socialização do relaxamento, foi possível perceber a interação

das crianças com o que foi proposto, resultando em bons sentimentos que elas

deixaram guardados em seu interior.

Após a socialização, as crianças realizaram a pintura de uma mandala

que os remetia à imagem de uma flor com várias formas, como o relaxamento

também propôs em sua imaginação.

Nesse momento, foi solicitado que as crianças deixassem transparecer,

a partir das cores, os sentimentos e as emoções sentidos durante o

relaxamento, expressando assim o que se passou no seu íntimo. Elas puderam

escolher o desenho da mandala que mais lhes chamou a atenção, tendo várias

opções, para então colori-las.

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Foto 18: Momento da pintura da mandala.

Fonte: Colégio Alternativo Talismã, 2011.

Os desenhos ficaram maravilhosos, com uma imensidão de cores, e

todos pintaram entusiasmados, as formas que as mandalas apresentavam.

Após esta pintura, como ferramenta de análise, foi necessário o amparo em

referenciais teóricos que argumentam sobre o significado das cores, para então

ser possível interpretar todos os sentimentos e as emoções que as crianças

estavam sentindo, em especial, os pesquisados: Lírio, Jasmim e Girassol.

Lírio, em seu desenho, deu destaque para as cores: verde, preto,

vermelho, rosa, violeta, azul, amarelo, ouro.

Foto 19: Mandala pintada por Lírio.

Fonte: Colégio Alternativo Talismã, 2011.

Jasmim, em sua representação pelas cores, encontrou um lápis do

colega, um lápis que tinha todas as cores em um único material. Jasmim assim

se expressou: “Nossa. Perfeito este lápis para esta pintura, é como um arco-íris

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tem todas as cores, e o arco-íris me deixa muito feliz.” Então, Jasmim realizou

toda a sua pintura com um lápis que englobava todas as cores.

Foto 20: Mandala pintada por Jasmim.

Fonte: Colégio Alternativo Talismã, 2011.

Girassol utilizou o azul índigo no centro de sua pintura, e ainda vermelho,

preto, azul claro, amarelo, laranja e verde.

Foto 21: Mandala pintada por Girassol.

Fonte: Colégio Alternativo Talismã, 2011.

Grisa (2009, p. 197-199) fala do significado das cores escolhidas pelas

crianças índigo pesquisadas:

[...] o AZUL está presente na cor do céu. O azul é firmamento é a tranqüilidade colocada acima de nossas cabeças. Imagine um céu vermelho ou laranja! O cinza dos dias nublados já nos acabrunha... O AMARELO faz-se presente na cor do sol que transmite vitalidade aos seres vivos. O sol, através de sua energia amarela, transmite naturalmente, ALEGRIA, ENTUSIASMO...O VERDE representa a

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saúde, especialmente a saúde psíquica: tranqüilidade e vitalidade são os elementos básicos de equilíbrio psíquico... O VERMELHO é a cor quente, representa o estímulo mais forte das energias coloridas. O vermelho se faz presente na cor do sangue e do fogo, particularmente na brasa... O VIOLETA é obtido misturando-se o azul com o vermelho. No choque entre o quente e o frio não há aço que resista... protege-nos , ainda, contra males mentais ou espirituais, contra as perturbações psíquicas... O DOURADO representando a PERFEIÇÃO... O PRETO é ausência de energia.

A partir destas representações foi possível conhecer os sentimentos e

emoções presentes nas crianças índigo após o relaxamento dirigido.

Foto 22: Mandalas pintadas pelas demais crianças.

Fonte: Colégio Alternativo Talismã, 2011.

Grisa (2009, p.91) também se pronuncia sobre as contribuições do rilex

psicossomático, o relaxamento, sobre quem o pratica:

[...] essas técnicas, como o próprio nome já diz, visam dar-lhe a oportunidade de exercitar o relaxamento, afrouxamento, o desligar das tensões físicas, musculares e nervosas, obtendo – simultaneamente – uma tranqüilizarão interior, da mente e do coração.

Essa prática auxilia a equilibrar o lado interior das crianças índigo, por

terem sua espiritualidade mais desenvolvida que as demais crianças da escola.

Esta metodologia faz com que a criança muito ativa e que apresenta grande

falta de atenção durante as atividades pedagógicas reencontre sua atenção,

através da paz e da harmonia que irá reinar em seu interior.

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Foto 23: Jasmim e a pesquisadora com a sua flor amor perfeito.

Fonte: Colégio Alternativo Talismã, 2011.

Um campo que vem sendo estudado aos poucos é o da inteligência

espiritual, existindo teóricos da área, como Emmons (2000, apud Silva, 2001, p.

04), que já estruturaram habilidades para os indivíduos que a possuem. Com

efeito,

Emmons sugere cinco habilidades como sendo os componentes operacionais que caraterizam a "inteligência espiritual" são cinco: a capacidade de transcendência; a habilidade de entrar em estados espiritualmente iluminados de consciência; a capacidade de investir em atividades, eventos e relacionamentos carregados com senso do sagrado; a habilidade de utilizar recursos espirituais para resolver problemas na vida e a capacidade de ser virtuoso e de se comportar efetivamente como tal.

Foto 24: Índigos pesquisados: Girassol, Lírio e Jasmim.

Fonte: Colégio Alternativo Talismã, 2011.

Considerando-se que os índigos representam uma nova realidade de

crianças, com características específicas, ficou clara, na presente pesquisa, a

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necessidade da implantação de novas práticas pedagógicas para atender essas

novas crianças que vem surgindo no mundo e que necessitam de uma

metodologia diferenciada para se desenvolver. Uma das estratégias que podem

ser adotadas para atender a estas especificidades tão distintas,

compreendendo-as em sua essência, vem a ser a transdisciplinaridade.

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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

No processo de construção do Relatório de Pesquisa em questão, foi

possível analisar a educação de vários pontos de vista, compreendendo a

prática transdisciplinar como necessária dentro do ambiente pedagógico, onde

o educando não apenas adquire os conhecimentos sobre determinada temática,

mas também incorpora este conhecimento em sua realidade social. Esta ciência

ultrapassa as barreiras existentes entre as disciplinas, ela vai além,

desfragmentando conceitos, tornando-os intrinsecamente ligados, na formação

do mesmo.

Como um exemplo para explicar melhor esta questão, pode-se citar a

educação dos anos 70, época em que os pais eram muito rígidos com seus

filhos, ensinando em casa os valores que a criança deveria seguir, para crescer

como uma pessoa de caráter, respeitando os demais. Com o passar dos anos,

essa educação foi deixando a desejar, os pais sentiram-se muito envolvidos

com seu lado profissional e com isso, não deram mais a devida atenção e a

educação necessária, que deveria partir de casa, aos seus filhos.

O impacto dessa mudança foi sentido na escola, e hoje as crianças

chegam sem demonstrar respeito pelos educadores, tornando-se cada vez mais

difícil para os educadores lidarem com essas crianças. Entre elas, vêm também

inseridas as crianças índigo, que precisam de uma atenção diferenciada e de

uma nova maneira de lidar, como este projeto vem abordar.

Durante esta pesquisa, foi possível perceber, na prática em campo, nas

observações realizadas, as dificuldades que os educadores têm para lidar com

as crianças índigo, negociando momentos. Isso mostrou a importância de se

trabalhar utilizando um novo método, para então conseguir realizar os

exercícios pedagógicos com as demais crianças do grupo.

Assim, a necessidade de uma metodologia diferenciada se fez presente

durante as observações, mostrando um lado espiritual evoluído dos índigos,

que precisa ser trabalhado e compreendido, para que então se desenvolvam

juntamente às outras crianças.

A prática transdisciplinar é a metodologia da transformação, sendo

preciso implantá-la nas escolas, como uma nova forma de ensinar os valores

humanos e científicos às crianças, criando, nesses pequenos seres, uma

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consciência acerca dos conhecimentos imprescindíveis para a formação do

sujeito.

Como estratégias de apoio à prática transdisciplinar, a Programação

Neurolinguística e o relaxamento conseguiram potencializar o que as crianças

têm de mais legítimo e específico: a sua imaginação criativa e o seu lado

interior. As crianças pesquisadas relataram o bem-estar que a prática trouxe a

elas, ajudando a tranqüilizá-las para assim equilibrar suas emoções e seus

sentimentos, com isso auxiliando na busca da atenção, para a retomada dos

conteúdos em sala de aula.

Foi possível notar que as abordagens utilizadas durante essa pesquisa,

trouxeram um grande benefício às crianças pesquisadas, com a contribuição

dos educadores de cada uma delas, os quais vieram reportar a melhora no

comportamento de seus alunos após as oficinas.

Desta forma, esta pesquisa de campo, com caráter participativo, deixou

clara a efetivação da prática realizada e a sua real contribuição. Assim,

considera-se que é interessante estimular os novos educadores a se

apropriarem da mesma, para lidarem com seus alunos, auxiliando no convívio e

no desenvolvimento de alguns alunos específicos, como os índigos, essa nova

era de crianças mais evoluídas.

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ANEXOS

Os anexos apresentam os relatórios das observações realizadas no

Colégio Alternativo Talismã.

1ª OBSERVAÇÃO

DIA: 16.03.2011

Observando Girassol

Idade: 9 anos

Instituição: Colégio Alternativo Talismã

Período: Vespertino

Duração: 2 horas e 30 minutos.

Turma: 5º ano / 4ª série

Na chegada a escola os educandos estavam na sala de dinâmicas

realizando um jogo de mímicas, da disciplina de Geografia. Tinham de adivinhar

o que o colega estava representando na mímica, sobre a temática de geografia,

as respostas estavam distribuídas em um quadro, para auxiliá-los na

adivinhação. Girassol estava muito entusiasmado com a brincadeira, ficava

sempre se pronunciando: - Essa eu sei, vocês não irão acertar. Ele sempre

chamando a atenção da turma com a sua participação ativa.

Após esta atividade, seguimos para a sala, em que realizavam uma

atividade na apostila, Girassol se pronúncia com muita firmeza e determinação,

uma auto-estima muito forte. Na atividade da apostila, a questão pedia para

citar o nome de objetos e Girassol declara: - eu coloquei lápis, borracha e

apontador, porque é tudo que eu preciso neste momento.

Reflexão sobre pontos importantes:

A partir da minha caminhada na escola, durante uma intervenção do

estágio em séries inicias, que meu grupo propôs para a sala de Girassol um

acontecimento marcou muito aquela tarde, ficando registrado na minha

memória. Hoje, utilizando deste acontecimento como base para estudos, o qual

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venho realizando sobre crianças índigo, acho de suma necessidade citar este

fato.

Durante uma intervenção proposta à turma do 4º ano no Colégio

Alternativo Talismã, no estágio de séries iniciais, foi realizado entrevistas nas

salas de aula da escola, com o auxílio de máquinas filmadoras e um microfone

confeccionado por um dos alunos, para então, fizessem o papel de repórteres

entrevistando as turmas. Os alunos do 4º ano foram divididos em: dois

repórteres, dois filmavam, e os demais faziam as anotações do que as crianças

iam falando sobre o que mais gostavam na escola, e também o que seria

interessante ter na escola para melhorias, entre outras questões. Durante a

realização desta atividade pedagógica, uma reação de Girassol fez com que

fosse interrompida a atividade. Girassol era um dos auxiliares que estavam

filmando. Durante a filmagem, ele brigou com um colega da outra sala, pois não

queria que este aparecesse na filmagem, empurrando-o, entre várias

discussões. Por este motivo, retirei a máquina filmadora dele, passando este

papel a outro aluno, pois ele não estava se comportando. Com esta ação,

Girassol ficou irremediável, pois foi contrariado. Repetindo várias vezes: - Não!

sou eu quem vai filmar, a professora disse que eu iria fazer este papel. Ela não

pode tirar a máquina de mim, sou eu que devo filmar. Com isso, gerou conflitos

e tivemos que nos reunir na sala de aula para conversar com todos sobre o

acontecido.

Girassol ainda muito bravo, pelo fato da estagiária ter tirado a câmera

dele respondeu: - Foi combinado! Nós já tínhamos combinado que eu iria filmar,

ela não podia ter tirado a máquina de mim.

Analisando este fato, pude perceber a necessidade que existe em

cumprir com acordos, e a importância da conversa com estes alunos, pois

senão eles deixam de ser bons alunos, para se rebelarem diante dos demais,

gerando conflito com toda a turma. Deve ser usados argumentos bem

fundamentados, na explicação de um fato com as crianças índigo, para assim

não causar situações como esta que presenciamos. Não se pode realizar uma

ação sem comunicá-lo antes, e sem argumentar bem o porquê que será feito tal

coisa.

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2 ª OBSERVAÇÃO

DIA: 16.03.2011

Observando Lírio

Idade: 5 anos

Instituição: Colégio Alternativo Talismã

Período: Vespertino

Duração: 2 horas.

Turma: Pré

Antes de iniciar a observação, conversei bastante com a educadora do

pré, questionando como ocorre o desenvolvimento do Lírio na sala de aula. Ela

declarou que tudo deve ser negociado com ele. Dizendo o porquê que ele

precisa fazer a atividade, e que só pode ir ao parque no término da mesma,

utilizando de argumentos bem fundamentados. Uma resposta do tipo: - Não

pode, porque não, jamais pode ser dada a ele, pois jamais é aceita. Ela afirma

que conseguindo lidar com ele em sala de aula, é possível de realizar a

atividade em que todos participem, ele é o centro das atenções da turma, as

crianças seguem o que ele faz e acata.

Ao iniciar a observação, fiz uma apresentação para a turma, dizendo que

ficaria com eles até o fim daquela tarde, e que gostaria que todos se

apresentassem. No momento em que iniciou as apresentações, eu ainda não

sabia quem era Lírio no meio de tantas crianças, foi no momento da

apresentação que notei em suas primeiras palavras, ele se levantou dizendo: -

Só um minuto professora, meu celebro ta confuso. Esperou alguns instantes e

disse: – Deu, agora já posso falar. Então se apresentou, com um olhar

diferenciado dos demais, e uma firmeza em seu linguajar, notória. Simpatizei-

me muito com ele, e percebi que ele também gostou de mim, a educadora da

sala disse que tive sorte disso acontecer, pois ano passado outra menina fez

estágio na sala dele, e ela não conseguiu realizar nada com eles, pois pelo fato

dele não simpatizar com a estagiária, ele não contribui com nenhuma aula,

atrapalhando o andamento das atividades, tirando a atenção dos demais.

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Durante uma atividade da aula de Inglês em que pintavam um desenho

sobre a diferença do dia e da noite, sentei ao lado de Lírio contribuindo: -

Nossa! Que lindo que está ficando o seu desenho, bem colorido. E questionei: -

Mas, não entendi uma coisa Irã, porque no mar você pintou metade dele roxo

claro e metade roxo escuro? Lírio respondeu: - É porque o mar, assim como o

mundo todo, muda todos os dias, uma hora ele ta roxo claro, daqui a pouco ele

já fica escuro. – Assim, como todas as coisas do mundo mudam, podemos

pintar da cor que queremos. Explicando minuciosamente uma simples pintura.

Um colega de Lírio que estava sentado próximo me questionou: - Tia, de

que planeta você é? Então respondi: - Eu sou do planeta terra e você? Ele

responde: - Ah, eu também. Irã então contribui dizendo: - Não! Ele não é do

planeta terra, ele é de um planeta em que os et’s controlam a mente das

pessoas. E seguiu terminando a sua pintura.

É interessante destacar, a quantidade de palavras existente em seu

vocabulário, assim se destacando das demais crianças. Em sua pronúncia

sempre uma certeza, do que é e de quem é. E um conhecimento a cerca de

questões do além, que as outras crianças não tratam durante o cotidiano.

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3ª OBSERVAÇÃO

DIA: 25.03.2011

Observando Jasmim

Instituição: Colégio Alternativo Talismã

Período: Matutino

Duração: 1 hora.

Turma: 3º ano

Todos os alunos que observei, tive um indicativo da psicopedagoga da

escola, que atualmente realiza um estudado aprofundado em crianças índigo. A

mesma me indicou as crianças que ela nota algo diferente, com características

que se encaixam no perfil das crianças índigo.

Durante a observação realizada na sala de aula, não notei nenhuma

característica que pudesse caracterizar esta criança como índigo. Ele

apresentava muita dificuldade na elaboração da escrita das palavras, e na

leitura das mesmas. Um aluno com perfil tímido, com déficit de atenção, e muita

hiperatividade, que pela conversa que tive com a sua educadora, esta

hiperatividade vem sendo inibida por um medicamento que ele toma já faz

algum tempo, ritalina.

Este aluno sempre necessita da intervenção da educadora na realização

das atividades, pois não consegue alcançar o objetivo sozinho.

Após esta observação não consegui compreender o porquê da

psicopedagoga acreditar que o educando seja índigo. Comecei a questioná-la,

então ela pediu que eu voltasse num outro dia para observar o atendimento

dado a este aluno, o qual ela realiza três vezes por semana, no período de uma

hora por atendimento.

Chegando a sala, a educadora sugeriu que lessem um livro de histórias,

e ele não quis, então ela começou a conversar com ele perguntando porque ele

estava tão nervoso, não querendo realizar as atividades. Ele não respondeu,

apenas dizia que não queria fazer nada. Ela continuou interrogando-o sobre o

final de semana, e os amigos que tem no quarto dele, se ainda estão

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aparecendo, então ele começou a falar: - Olha o meu amigo cacariano ainda

vem me visitar.

A educadora segue questionando, mas quem é ele?

Jasmim responde:

- Ele é como um bicho de estimação é uma mistura de homem com

cachorro.

Ela continua, mas pra quê ele vai a sua casa?

- Ele vai lá em casa porque os espíritos incomodam ele na rua, ai ele vai

lá. O planeta dele foi destruído e eu tava lá, eu era um deles.

A educadora pergunta:

- Mas ele não pode ir na sua casa, ele tem que voltar para o lugar de

onde ele veio.

Jasmim fala:

- Não, ele precisa evoluir, e quando acontecer isso ele vai ganhar

mísseis para combater os seus inimigos.

A educadora segue:

- Você tem que esquecer esse amigo, pois se ele tem inimigos ele não é

do bem.

- Será que ele é real?

Jasmim responde:

- É sim, basta eu acreditar nele.

A psicopedagoga disse que já conversou com a mãe do menino pra ela

não o deixar ver muitos filmes com história de ficção, pois a sua imaginação é

muito rápida e ele começa a fantasiar muita coisa.

A psicopedagoga acha de suma importância realizar este trabalho com o

aluno, pois pelo fato de ele ter uma sensibilidade muito grande, engendra em

uma imaginação muito fértil também. Dificultando sua concentração na

realização das atividades pedagógicas, pois sua mente não para, dá para

perceber só olhando para ele, em sua agitação.

É necessário uma prática que tire ele desse mundo imaginário espiritual,

que trata de temas não reais na realidade em que vive, com isso se tornando

diferente das demais crianças. É preciso que ele se envolva com conteúdos que

fazem parte do seu cotidiano, para não ter tanto tempo para fantasiar. Mas é de

grande necessidade também, trabalhar este lado espiritual tão evoluído, que

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segue num ritmo acelerado em comparação às demais crianças. Ele precisa de

momento para trabalhar o seu lado interior.

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4ª OBSERVAÇÃO

DIA: 06.04.2011

Observando Jasmim

Instituição: Colégio Alternativo Talismã

Período: Vespertino

Duração: 2 horas e 30 minutos.

Turma: 3º ano

Relatos sobre acontecimentos com Jasmim antes desta

observação: “Na chegada à escola, fui logo conversar a psicopedagoga, para

saber como está o desenvolvimento do Jasmim durante os atendimentos. Ela

me relatou um caso ocorrido durante a manhã, em um atendimento. Jasmim

chegou a sala impaciente, negando realizar as atividades propostas pela

educadora, então, iniciaram uma conversa, pois ela queria saber o porquê dele

estar agindo desta forma, a criança começou a contar que não consegue se

concentrar, por causa dos seus amigos ocultos que ficam lhe perturbando.

A educadora questionou-o, querendo aprofundar no assunto, para saber

quem são esses amigos. O menino, logo, respondeu: - Eles estão aqui, bem ao

seu lado, eles não querem que eu faça as atividades, porque eles falam que

quando estavam na escola, também não faziam. A educadora questionou

novamente: - Mas como eles são? Como você sabe que estão aqui? Jasmim

responde: - Eu to vendo eles, os dois estão com uma calça azul e uma blusa

vermelha, é o Rã-rã e o Dcheury, e eles dizem que eu não é pra eu fazer a

atividade.

A psicopedagoga chegou a ficar assustada por este relato, então,

conversou com o menino dizendo que esses amigos devem ir embora, porque

ele sabe sim fazer a atividade. Realizou com o menino uma oração, abraçando-

o, pedindo a Deus para que faça com que parem de perturbá-lo, Durante a

oração Jasmim disse: - Olha! eles estão indo embora, estão subindo e

desaparecendo. A educadora demonstrou-se muito assustada com o

acontecido. Mas, em todo o momento, escutou o que Jasmim tinha a dizer, com

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intuito de compreendê-lo. Após o ocorrido, ele se acalmou e conseguiu voltar a

se concentrar na atividade que ela estava propondo anteriormente.

Jasmim relata para a psicopedagoga, ter essas visões diariamente,

dizendo que o perturbam muito, não o deixando fazer nada.

Continuando a conversa com a psicopedagoga, ela me relata de outro

caso ocorrido com Jasmim em uma situação em que o pai de Jasmim vem até a

escola e puxa a sua orelha em frente a todos os colegas. Jasmim conversando

com a psicopedagoga relata se sentir muito mal com isso, pois ninguém

acredita nele. E demonstra ter se sentido ridicularizado em frente a todos os

seus colegas, pela ação do pai. Curiosa, do por que do ocorrido, me dirigi à

educadora da sala, a professora que atua na sala de Jasmim, e ela relata que

se sentiu culpada pelo acontecido. Então, perguntei o motivo, e ela responde: -

Pois, contei ao pai, que Jasmim não quis realizar a atividade em sala de aula,

pois dizia que tinha passarinhos perto de sua mesa, que não o deixavam em

paz, para ele se concentrar para fazer. Ela conta que presenciou a cena, do pai

brigando com Jasmim e dizendo para ele parar de inventar coisas, logo,

puxando a sua orelha.”

Relato do Início da observação em sala de aula: “Chegando a sala, todos

estavam entretidos na produção de um coração com papel reciclado, que os

mesmos fizeram. Este coração seria entregue ao seu amigo secreto, a partir do

sorteio realizado. Tinham de escrever no coração uma mensagem para este

amigo secreto, que posteriormente seria revelado, e guardar o segredo.

Terminada a construção do cartão, fomos até o pátio da escola, sentar embaixo

das árvores para realizar a revelação do amigo secreto.

Na revelação do amigo secreto todos estavam muito entusiasmados,

para ver o que o amigo havia escrito sobre quem pegou. Quando Jasmim

ganhou o cartão do seu colega ficou muito feliz, pois estava escrito: Para o meu

melhor amigo, seguindo com um desenho em baixo de uma carro-foguete, ele

adorou e disse que gosta muito do amigo também. Foi interessante notar, como

ele muda diante de situações de afetividade, demonstrando amor e afeto com

os colegas, diferentemente de outras vezes que o presenciei na sala de aula,

quieto em seu canto, e muito fechado. Até a professora da sala comentou, que

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ele teve um grande avanço nos últimos dias, interagindo melhor com os

colegas.”

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5ª OBSERVAÇÃO

DIA: 07.04.2011

Observando Lírio

Instituição: Colégio Alternativo Talismã

Período: Vespertino

Duração: 3 horas.

Turma: Pré

A educadora inicia a tarde, com uma conversa sobre os animais,

perguntando às crianças quem são eles e onde vivem. Todos queriam falar ao

mesmo tempo, intervindo continuamente na explicação da educadora com suas

contribuições. Iran sempre era o primeiro a responder as perguntas que ela

trazia, sobre a temática em questão. Ela apresentava imagens contidas na

apostila, e questionava as crianças sobre que animal se tratava, e onde o

mesmo morava. Iran sempre demonstrando muito interesse e conhecimento

acerca dos animais.

Em um momento a educadora, mostrou uma imagem que apresentava a

foto de um crocodilo com a boca aberta e dentro da boca do animal, um

passarinho intacto, não ferido pelo animal. Então, ela questionou: - O que será

que esse passarinho ta fazendo dentro da boca do crocodilo? E as crianças

logo responderam: - Ele vai ser comido, professora! Ele vai morrer! E Lírio

antenado na questão, ainda em silêncio esperou a educadora se pronunciar

quanto a resposta dos colegas. E ela questiona novamente: - Será mesmo?

Lírio então, se manifesta: - Não, professora. Ele só ta limpando o dente do

crocodilo, por isso que ele está vivo. A educadora demonstra-se surpresa, e

pergunta como ele sabe. Logo Lírio responde dizendo que viu na televisão. Até

mesmo as crianças ficam surpresas com as atitudes de Lírio diante das

situações que são proposta, pois ele se sobressai entre o grupo.

Durante a tarde, segui-se com atividades referentes aos animais e seus

habitats, trabalhando na produção da escrita e da leitura a partir da temática

abordada.

Conversando com Lírio, pedi para olhar sua apostila, para ver suas

produções. Ele logo reagiu com muita simpatia ao meu interesse sobre suas

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atividades. Folheando sua apostila, reparei em um desenho que me intrigou em

que o enunciado dizia: - Desenhe abaixo, como ficará a natureza se não

cuidarmos dela. Lírio desenhou uns bonecos pintados em vermelho, e no canto

um tronco com uma serra ao lado e um boneco também em vermelho em cima

do mesmo, e acima uma nuvem preta. Curiosa, em ter a explicação do

significado do desenho de Iran, iniciamos uma conversa:

Pesquisadora: - O que você desenhou aqui, Iran?

Lírio: - Então, essa parte escura é um arco-íris, que vai ficar assim se não

cuidarmos.

Pesquisadora: - E esses bonecos em vermelho o que é?

Lírio: - esses em vermelhos somos nós que vamos ficar tristes e vamos morrer

por causa da poluição, se não cuidarmos.

Pesquisadora: - E porque este tronco, com esta pessoa em cima pintada de

vermelho, e essa serra ao lado?

Lírio: - É que se cortarem as árvores, vão destruir o planeta, o tronco vai cair,

porque foi cortado, e com ele a pessoa que está em cima vai morrer, por isso

ela está pintada de vermelho.

Foi muito significativo poder observar, como ele gerou esta

contextualização em volta da temática abordada na atividade, representando

através do desenho desde a ação das pessoas quanto a natureza, até as

conseqüências e o impacto causado na natureza e nos seres humanos.

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6ª OBSERVAÇÃO

DIA: 12.04.2011

Observando Girassol

Instituição: Colégio Alternativo Talismã

Período: Vespertino

Duração: 3 horas.

Turma: 5º ano

Iniciando mais uma tarde de observação, os alunos se encontravam na

quadra para a aula de educação física, começando por um alongamento em

que todos participavam. A educadora propôs a brincadeira de “congelar,

interagindo com os educandos na diversão. Tive logo, um primeiro contato com

a educadora, conversando sobre a minha temática, e fazendo questionamentos

quanto ao comportamento do aluno Girassol. No mesmo instante, ela contribuiu

confirmando que Girassol é muito diferente das outras crianças, é preciso

negociar situações com ele, pois se num momento ele não quer realizar uma

atividade, ele não deixa que os demais façam, por isso, ela relata que

conseguiu ter um novo olhar para com ele, aprendendo melhor a lidar, para

assim facilitar a convivência dele com o grupo e sua interação na aula,

utilizando-o como ajudante em diversos momentos das aulas, assim ela

conseguiu estreitar as distâncias, criando um laço de harmonia com o

educando.

A educadora prossegue contando que Girassol sempre teve um instinto

de liderança, uma influência sobre os colegas, conseguindo dominar a todos,

fazendo-os participar ou não das atividades propostas. Por isso, a educadora

precisou aprender a observar, para então trabalhar com Girassol conquistando-

o para as suas aulas, assim conquistando também os demais.

A educadora vem contribui afirmando que Girassol mudou muito seu

comportamento do ano passado para o presente momento. Está mais calmo,

respeitando mais os colegas, aceitando as opiniões alheias, com isso, tendo um

melhor convívio com todos.

Em uma conversa com a mãe de Girassol que trabalha na instituição em

que realizo as observações, ela vem contar que no final do ano passado

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Girassol teve uma conversa muito séria com ela, dizendo que se sentia

diferente das outras crianças, que ele não queria mais ser assim. Disse

também, que iria mudar, para todos gostarem dele. Segundo a mãe de Girassol

ele brigava muito com os colegas, pois não os respeitava, Girassol tinha um

olhar de auto-suficiência para si, o que prejudica suas vivências com os

colegas. Ele prometeu a mãe que iria mudar, iria ser mais calmo, ouvir mais os

colegas, para ser igual a todo mundo.

Como confirmado pela educadora de educação física, ele está

totalmente diferente neste ano, mais calmo, centrado, respeitando a voz dos

colegas e participando ativamente das atividades propostas, mas ainda com

seu diferencial diante dos demais, dando contribuições nas aulas que muitas

vezes nem imagina de onde ele tirou tal coisa.

É interessante notar, que a dificuldade para lidar com ele existe, mas a

educadora teve de criar toda uma prática para conquistar o educando,

trazendo-o para o seu lado. É necessário que o educador tenha esta

sensibilidade para enxergar as diferenças existentes no grupo para então

compreender cada um em sua especificidade, criando novas abordagens para

lidar com estes.

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7ª OBSERVAÇÃO

DIA: 15.04.2011

Observando Lírio

Instituição: Colégio Alternativo Talismã

Período: Vespertino

Duração: 3 horas.

Turma: Pré

Chegando a sala as crianças realizavam uma atividade na apostila, Lírio

vem logo me cumprimentar com um sorriso intenso, mostrando o desenho que

havia feito. Durante este percurso de observação me senti todos os dias muito

acolhida por todos da turma, inclusive pela professora sempre me

recepcionando muito bem, e comentando sobre o desenvolvimento de Lírio na

escola, dizendo que ele tem sempre muita rapidez e aptidão em realizar as

atividades, contribuindo sempre com comentários que a educadora diz se

perguntar de onde que ele tira tudo isso.

Durante a explicação da educadora sobre os animais, tema no qual

estão trabalhando, Lírio sempre se sobressai com seus comentários e

questionamentos inusitados e curiosos, ao qual até mesmo os outros

educandos ficam impressionados com seu raciocínio acelerado.

Iniciamos uma brincadeira enquanto a educadora arrumava a sala para

dar continuidade às atividades. A brincadeira do papel picado, eu jogava pra

cima os papéis e quem conseguisse pegar a maior quantidade era o vencedor.

Contávamos juntos os resultados, trabalhando na matemática, que todos

sentiam muita facilidade, e contavam na maior descontração, sempre pedindo

“bis” na brincadeira. Lírio não conseguia pegar os papéis picado, então ficava

bravo todas as vezes, mas pedia repetição, não querendo desistir. As crianças

começaram a pedir para poderem jogar o papel no meu lugar, Lírio ficou

emburrado e disse que só participaria se eu continuasse a jogar. Atendendo o

pedido de uma criança deixei-o jogar, Iran então, se negou a continuar

participando. Mostrando o seu lado rebelde, que as coisas devem ser como ele

quer e planeja, caso contrário ele não participa.

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No instante do acontecido à educadora, apontou para situação que

estava ocorrendo, contribuindo dizendo que é assim que ele reage diariamente

as posições da qual ele não está de acordo, por isso ela tem sempre de agir

com muita cautela com o mesmo, negociando questões, e argumentando

através de uma conversa minuciosa, fazendo-o compreender, mas dificilmente

ele cede, só quando ele quer.

É importante ressaltar, sobre as atitudes de Lírio diante de suas

vontades, deixando claro o “jogo de cintura” que a educadora deve ter para lidar

com ele, caso contrário, como já descreveu a mesma sobre o educando, ele

não faz as atividades propostas e tira a atenção de todos da turma, não os

deixando participar.