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UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI - URCA CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA - CCT DEPARTAMENTO DA CONSTRUÇÃO CIVIL TECNOLOGIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL HABILITAÇÃO EM EDIFÍCIOS TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO RAFAELA AMANDA RODRIGUES DOS SANTOS SEGURANÇA NO TRABALHO ATRAVÉS DO USO DE EPI’S: ESTUDO DE CASO REALIZADO NA OBRA DO CONTORNO DE JUAZEIRO DO NORTE TRECHO 2 E 3 JUAZEIRO DO NORTE CE 2016

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI - URCA CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA - CCT

DEPARTAMENTO DA CONSTRUÇÃO CIVIL TECNOLOGIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL HABILITAÇÃO EM

EDIFÍCIOS TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

RAFAELA AMANDA RODRIGUES DOS SANTOS

SEGURANÇA NO TRABALHO ATRAVÉS DO USO DE EPI’S: ESTUDO DE CASO REALIZADO NA OBRA DO CONTORNO DE JUAZEIRO DO NORTE – TRECHO 2

E 3

JUAZEIRO DO NORTE – CE

2016

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RAFAELA AMANDA RODRIGUES DOS SANTOS

SEGURANÇA NO TRABALHO ATRAVÉS DO USO DE EPI’S: ESTUDO DE CASO REALIZADO NA OBRA DO CONTORNO DE JUAZEIRO DO NORTE – TRECHO 2

E 3

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Comissão Examinadora do Curso Tecnologia da Construção Civil com habilitação em Edifícios da Universidade Regional do Cariri – URCA, como requisito para conclusão de curso.

Orientador: Prof. Esp. Dirceu Tavares de

Figueiredo

JUAZEIRO DO NORTE – CE

2016

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A Deus.

A meus pais, Francisco de Assis e Maria

Auxiliadora, ao meu irmão, amigos e

professores que contribuíram de alguma

forma para a realização deste trabalho.

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AGRADECIMENTOS

Inicialmente quero agradecer a Deus, se não fosse pelos planos Dele eu não

teria chegado até aqui. E aos meus pais, que com seus ensinamentos e dedicação

me proporcionaram uma vida voltada para a educação, sempre acompanhando com

amor todas as minhas escolhas e nunca permitindo que eu desista, mesmo quando

estive prestes a isso. Desse modo, tudo que faço é pensando neles e para eles.

Em segundo lugar a minha família que sempre foi meu amparo nas horas

difíceis, em especial a minha tia Erivania, que sempre cuidou de mim como uma mãe

e me educou, se hoje estou aqui firme e forte é porque sua mão me amparou.

Agradeço também aos meus tios, padrinhos e primos que nunca desistiram de mim e

que sempre sonharam junto comigo por dias melhores. Aos meus avós: Antônia,

Valdemar, Francisca e Francisco que estão no plano espiritual mandando sempre

boas energias e sempre guiando meus passos.

Aos meus amigos que encontrei nessa caminhada que foram parte essencial

de minha trajetória acadêmica, que sempre que as dificuldades surgiam, nós sempre

abraçávamos a causa e permanecíamos unidos independentemente do resultado. Em

especial Rodrigo Alencar, Joaquim Ferreira Costa Filho, Francisco Cláudio, Thiago

George, Maria Aparecida, entre tantos outros que estarão sempre em meu coração.

Ao meu irmão Rafael Amon Rodrigues dos Santos, que na ausência do meu

pai cuida de mim todos os dias, juntamente com sua noiva Naiane França que se

tornou mais que uma amiga. Assim, destaco que vocês se tornaram parte de mim para

todo o sempre.

Agradeço a Romário Vieira que sempre foi mais que um amigo, que sempre

nas horas de dificuldades me amparava em seu lar e sempre se mostrou pronto a

enfrentar qualquer batalha a meu lado.

Agradeço também, a paciência e o apoio das minhas amigas de infância

Francisca Monalisa e Jessica Costa que sempre me proporcionaram grandes alegrias

e compartilhamos sempre todas as coisas, apesar de distantes estão sempre

presentes em minha vida.

Aos amigos recentes de outras batalhas, mas não menos importantes: Luciene

Galdino que me ajudou na escolha do tema e me socorreu no momento crucial,

quando as ideias fugiram lá estava ela com uma luz que me salvou. Agradeço também

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a Carla Jayane que eu tive a alegria de ganhar sua amizade e lealdade. A Fernanda

Janine, Flávia Vanessa, Leonardo Alves, Daniel Bernardes que são especiais para

mim, que me encantam com sua gentileza e amizade sincera.

Ao presente que Deus me deu nesse fim de curso, duas meninas que se

tornaram parte da minha vida, Jessica Araruna e Suely Clementino, que tem me

ajudado nesse finalzinho de curso. Agradeço por tudo que elas fizeram por mim.

Aos meus professores que são inspiração e modelo a seguir como: Renato

Oliveira, Vangivaldo, Dr. Paulo, Aloísio, Anchieta e ao meu orientador Dirceu pala

paciência em me guiar sempre nas escolhas certas.

Ao famoso Zé zelador, que com sua alegria e carinho tornaram meus dias

exaustivos mais alegres.

Agradeço a meu guia espiritual que sempre está em comunicação comigo me

mostrando qual caminho a seguir e me acalmando, sempre me mandando boas

energias e pensamentos de fé.

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“A persistência é o caminho do êxito ”

(Charles Chaplin)

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RESUMO

Atualmente a Construção Civil é um ramo que apresenta grande destaque na

sociedade. Isso porque, este setor é responsável por um elevado índice de

contratação como também, um dos grandes vilões nas altas taxas de acidentes de

trabalho. Desse modo, apesar da legislação e normas atuais vigentes, que garantem

a segurança dos operários durante a realização de suas atividades, o crescente índice

de acidentes até então, gera grande preocupação tendo em vista que, estes trazem

grandes perdas para a população. Contudo, grande parte dos índices de acidentes se

deve à falta ou má utilização dos Equipamentos de Segurança Individual (EPI’s).

Dessa forma, nesse contexto, este trabalho buscou destacar a importância dos

equipamentos de segurança do trabalho, dentre eles, a utilização dos EPI’s como

método preventivo que garante a proteção dos operários e minimiza os danos

causados por acidentes de trabalho nas construções. Com isso, por meio do estudo

de caso, a Obra do Contorno de Juazeiro do Norte/CE – Trecho II e III foi apresentado

todos os métodos que são utilizados como forma de segurança, onde são realizados

o Controle, Distribuição, Treinamentos, Diálogos Semanais de Segurança, Ordens de

Serviço e Fiscalização do uso dos EPI’s, além dos métodos corretivos para disciplinar

aqueles que se recusarem a agir de acordo com as regras apresentadas pela

empresa. Através das visitas e estudos realizados na obra observou-se que a

empresa cumpre as exigências normativas, assim como disponibiliza os EPI’s a todos

seus empregados e que tal cumprimento é fator de extrema importância no auxílio à

proteção do trabalhador. Identificou-se também que, a mesma executa suas tarefas

atendendo todos os padrões de segurança tratados nas Normas Regulamentadoras

(NR) assim como, em consonância com a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT).

Palavras-chave: Construção Civil, segurança do trabalho, acidentes de trabalho, EPI.

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ABSTRACT

Currently the Construction is a sector that has great prominence in society. This is

because this sector is responsible for a high employment rate as well as one of the

great villains in high rates of work accidents. Thus, despite the current legislation and

current standards, which guarantee the safety of workers during the course of its

activities, the increasing rate of accidents until then, generates major concern given

that these bring great losses to the population. However, much of accident rates due

to the lack or misuse of Personal Safety Equipment (PSE). Thus, in this context, this

study sought to highlight the importance of work safety equipment, including the use

of PSE as a preventive method that guarantees the protection of workers and

minimizing the damage caused by industrial accidents in construction. Thus, through

the case study, the Work of Juazeiro do Norte / CE - Excerpt II and III It was presented

all the methods that are used as a form of security where the control is performed,

Distribution, Training, Security Weekly Dialogues, Service Orders and supervision of

the use of PPE, in addition to corrective methods to discipline those who refuse to act

according to the rules set by the company. Through visits and studies in work it was

found that the company fulfills the requirements to provide the PPE to all its employees

and that such compliance is extremely important factor in helping to worker protection.

It also identified that it performs its tasks meeting all safety standards addressed in the

Regulatory Norms (NR) as well as in line with the Consolidation of Labor Laws (CLT).

Keywords: Civil Construction, work safety, work accidents, EPI

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: - Acidentes do Trabalho, por tipo, com e sem CAT, 1988 a 2013. ............. 17

Figura 2: Indices de acidentes no estado ................................................................. 18

Figura 3: Exemplo de EPC ........................................................................................ 27

Figura 4: EPI para Proteção da Cabeça .................................................................... 30

Figura 5: EPI’s para proteção de olhos e face.......................................................... 31

Figura 6: EPI´s para proteção auditiva ...................................................................... 31

Figura 7: EPI’s para proteção dos membros superiores ........................................... 32

Figura 8: Botas para proteção de membros inferiores .............................................. 33

Figura 9: Cinturão do tipo paraquedista para proteção contra riscos de queda ........ 34

Figura 10: Fluxograma da metodologia apresentada ................................................ 39

Figura 11: Mapa de localização da Obra do Contorno de Juazeiro do Norte - CE .... 40

Figura 12: Ficha de EPI ............................................................................................. 45

Figura 13: Estoque de EPI’s existente na cidade de Missão Velha ........................... 46

Figura 14: Estoque de EPI’s existente na sala de segurança ................................... 46

Figura 15: Treinamento realizado com os funcionários da Obra ............................... 48

Figura 16 Alguns dos Assuntos que são tratados na Integração dos funcionários ... 48

Figura 17: Assuntos tratados no DSS ....................................................................... 50

Figura 18: DSS realizado com os funcionários da obra ............................................ 51

Figura 19: Ordem de Serviço Funcional .................................................................... 53

Figura 20: Modelo de advertência disciplinar adotada na empresa .......................... 54

Figura 21: Modelo de advertência disciplinar adotada na empresa .......................... 55

Figura 22: Execução do Viaduto 1 – Trecho II .......................................................... 57

Figura 23: Execução do Viaduto 1 e asfaltamento de vias – Trecho II ...................... 57

Figura 24: Execução do Viaduto 2 – Trecho III ......................................................... 58

Figura 25: Asfaltamento, execução de passeios e drenagem– Trecho II .................. 58

Figura 26: Terra Armada dos Viadutos I e II – Trecho II e III Fonte: Coral Construtora

Rodovalho Alencar (2016) ......................................................................................... 58

Figura 27: Execução da drenagem – Trecho III ........................................................ 59

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Nº de acidentes do trabalho e óbitos em canteiros de obras, Brasil e Ceará,

2012 a 2014................................................................................................................19

Tabela 2: Normas regulamentadoras da Saúde e Segurança do Trabalho............... 24

Tabela 3: Lista de equipamentos de proteção individual da obra do Contorno de

Juazeiro do Norte....................................................................................................... 44

Tabela 4: Relação do Estoque de EPI’s no mês de Outubro de 2016....................... 47

Tabela 5: Relação dos EPI’s com seus respectivos CA’s e preço unitário................ 52

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LISTA DE SIGLAS

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas

AEAT - Anuário Estatístico de Acidentes do Trabalho

CA - Certificado de Aprovação

CAT - Cadastro de Comunicação de Acidente de Trabalho

CLT - Consolidação das leis do Trabalho

DSS - Dialogo semanal de Segurança

EPC- Equipamento de Proteção Coletiva

EPI - Equipamentos de Segurança Individual

INSS- Instituto Nacional de Serviço Social

MPT - Ministério Público do Trabalho

MTE - Ministério do Trabalho e Emprego

NR- Normas Regulamentadoras

OIT - Organização Internacional do Trabalho

PIB - Produto Interno Bruto

SINMETRO - Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial

UPA - Unidade de Pronto Atendimento

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 12

1.1 JUSTIFICATIVA ............................................................................................. 13

1.2 OBJETIVOS ................................................................................................... 14

1.2.1 GERAL: ........................................................................................................... 14

1.2.2 ESPECÍFICOS: ............................................................................................... 14

2 PANORAMA DA SEGURANÇA DO TRABALHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL15

2.1 ACIDENTES DE TRABALHO ........................................................................ 15

2.1.1 ACIDENTES DE TRABALHO NO CEARÁ .................................................... 18

2.2 SEGURANÇA DO TRABALHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL .......................... 20

2.2.1 EVOLUÇÃO DA SEGURANÇA DO TRABALHO NO BRASIL ..................... 21

2.3 LEGISLAÇÃO DE SEGURANÇA DO TRABALHO ....................................... 22

2.3.1 NORMAS TÉCNICAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL .......................................... 24

2.4 EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO COLETIVA (EPC) .................................... 27

2.5 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI) ................................. 28

2.5.1 TIPOS DE EPI’S UTILIZADO NA CONSTRUÇÃO CIVIL .............................. 29

2.5.1.1 EPI’S PARA PROTEÇÃO DA CABEÇA .................................................. 30

2.5.1.2 EPI’S PARA PROTEÇÃO DE OLHOS E FACE ....................................... 30

2.5.1.3 EPI’S PARA PROTEÇÃO AUDITIVA....................................................... 31

2.5.1.4 EPI’S PARA PROTEÇÃO DOS MEMBROS SUPERIORES .................... 32

2.5.1.5 EPI’S PARA PROTEÇÃO DOS MEMBROS INFERIORES ..................... 32

2.5.1.6 EPI’S PARA PROTEÇÃO CONTRA QUEDAS COM DIFERENÇA DE

NÍVEL.........................................................................................................................33

2.6 CONSCIENTIZAÇÃO DO USO POR MEIO DE TREINAMENTOS E

ORIENTAÇÕES ........................................................................................................ 34

2.7 CERTIFICADO DE APROVAÇÃO DOS EPI’S .............................................. 35

2.8 FISCALIZAÇÃO QUANTO AO USO .............................................................. 36

2.9 APLICAÇÃO DE MEDIDAS CORRETIVAS ................................................... 37

2.9.1 ADVERTÊNCIAS DISCIPLINARES ............................................................... 38

2.9.2 SUSPENSÃO ................................................................................................. 38

3 METODOLOGIA ............................................................................................. 39

3.1 OBRA CONTORNO DE JUAZEIRO DO NORTE – TRECHO II E III ............. 40

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3.1.1 CARACTERÍSTICAS DA AVENIDA DO CONTORNO – TRECHO II E III ..... 41

3.2 MÉTODOS PREVENTIVOS DE SEGURANÇA ADOTADOS NA OBRA ...... 43

3.2.1 DISTRIBUIÇÃO DOS EPI’S ........................................................................... 44

3.2.1.1 FORMAS DE DISTRIBUIÇÃO .................................................................. 44

3.2.1.2 CONTROLE DE DISTRIBUIÇÃO ............................................................. 45

3.2.2 TREINAMENTO QUANTO AO USO .............................................................. 47

3.2.3 REALIZAÇÃO DO DSS (DIALOGO SEMANAL DE SEGURANÇA) ............. 49

3.2.4 CA (CERTIFICADO DE APROVAÇÃO) ......................................................... 51

3.3 ORDEM DE SERVIÇO FUNCIONAL (OSF) ................................................... 52

3.4 FISCALIZAÇÃO DOS MÉTODOS UTILIZADOS ........................................... 53

3.5 MEDIDAS CORRETIVAS ADOTADAS PELA EMPRESA ............................ 54

3.5.1 ADVERTÊNCIA DISCIPLINAR ...................................................................... 54

3.5.2 SUSPENSÃO ................................................................................................. 55

3.6 MEDIDAS ADOTADAS APÓS A OCORRÊNCIA DOS ACIDENTES............ 56

3.6.1 RELATÓRIO DE INVESTIGAÇÃO DE ACIDENTES ..................................... 56

3.7 AVALIAÇÃO DA METODOLOGIA DE SEGURANÇA QUE A EMPRESA SE

UTILIZA..................................................................................................................... 57

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................... 60

REFERÊNCIA ........................................................................................................... 61

ANEXO A – TERMO DE AUTORIZAÇÃO DE USO DE DADOS ............................. 65

ANEXO B – RELATÓRIO DE INVESTIGAÇÃO DE ACIDENTES DA OBRA .......... 66

ANEXO C – CONTINUAÇÃO DO RELATÓRIO DE INVESTIGAÇÃO DE ACIDENTES

DA OBRA.................................................................................................................. 67

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1 INTRODUÇÃO

Atualmente a Construção Civil é um ramo que apresenta grande destaque na

sociedade. Isso porque, este setor é responsável por um elevado índice de

contratação como também, por uma quantidade significativa do Produto Interno Bruto

(PIB) no Brasil, o que o torna na economia brasileira um dos que mais emprega.

Entretanto, apesar da grande participação desse setor no desenvolvimento da

economia ainda é grande a existência de problemas com acidentes de trabalho em

meio à execução das construções.

Assim, apesar da legislação e normas atuais vigentes, que garantem a

segurança dos operários durante a realização de suas atividades, o crescente índice

de acidentes até então, gera grande preocupação tendo em vista que, este acarreta

grandes perdas para a população. Segundo a FUNDACENTRO (2011 apud Mendes,

2013), “os acidentes do trabalho geram como consequência as perdas, que podem

ser de vários tipos: às pessoas, à propriedade, aos produtos, ao meio ambiente e aos

serviços”. Contudo, o afastamento do acidentado também causa problemas para a

empresa já que, o mesmo deixara de realizar suas atividades, assim como, ao

governo, que devido ao seu afastamento deverá efetuar o desembolso com sinistro

por parte da Previdência Social.

Desse modo, geralmente a ocorrência de acidentes de trabalho está

relacionada a falta de treinamento próprio, desatenção, comportamento inadequado,

entre outros. Entretanto, grande parte dos índices de acidentes se deve à falta ou má

utilização dos Equipamentos de Segurança Individual (EPI’s) já que, estes se

apresentam como uma maneira de garantir a proteção dos operários durante a

realização de suas atividades, o que minimiza ocorrência de acidentes.

Nesse contexto este trabalho busca destacar a importância dos equipamentos

de segurança do trabalho, dentre eles, a utilização dos EPI’s como método preventivo

que garante a proteção dos operários e minimiza os danos causados por acidentes

de trabalho nas construções. Desse modo, por meio do estudo de caso, descrever os

métodos que são utilizados pelos funcionários da Obra do Contorno de Juazeiro do

Norte/CE – Trecho 2 e 3 para garantir a segurança no desenvolvimento de suas

atividades dentro dessa construção destacando os EPI´s que são necessários

juntamente com as vantagens de sua utilização.

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1.1 JUSTIFICATIVA

Atualmente o setor de construção civil apresenta uma grande influência na

economia brasileira já que, este é responsável por uma quantidade significativa do

Produto Interno Bruto (PIB) do país juntamente com uma alta taxa de emprego.

Conforme destaca a Construbusiness brasileiro (2011 apud Resende, 2013), “esse

papel é facilmente comprovado pelo fato deste setor representar cerca 15,5% do PIB

e pela elevada taxa de emprego que gira em torno de 6% da população ativa no país,

mostrando que é o setor na economia brasileira que mais emprega”.

Contudo, apesar da grande participação desse setor no desenvolvimento da

economia ainda é grande a existência de problemas com acidentes de trabalho em

meio à execução das construções. Segundo Caldeiras e Pimenta (2013), “a

construção civil possui grande importância na geração de emprego, é um ramo de

expansão e destaque a cada ano, no entanto ainda existem muitas obras clandestinas

que oferecem empregos informais, precários e sem condições nenhuma de

segurança”.

A partir de dados elaborados pela UNESCO, através da análise de 13.000

profissões registradas em diversos países, constatou-se que os operários da

construção civil estão entre as doze classes mais sujeitas a acidentes de trabalho

(CAVALCANTE, 2013). Segundo o registro constante no Anuário Brasileiro de

Proteção, de 2015, divulgado pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), “entre

2012 e 2013 houve um acréscimo de 387 para 445 (14,99%) assim, a média anual de

mortes laborais nos últimos 24 anos é 193, uma mortalidade de 43 óbitos a cada 100

mil empregados”.

Entretanto, esse índice pode ser ainda maior tendo em vista que muitos

operários trabalham nas obras sob condições irregulares. De acordo com Grohmann

(2015), “deve-se levar em conta, ainda, que estes números não refletem a globalidade

total de acidentes, pois, os especialistas em segurança no trabalho acreditam que

apenas 50% dos acidentes de trabalho são registrados oficialmente”. Desse modo,

apesar da existência de leis que coíbem o trabalho de pessoas irregulares nas

construções, como a Consolidação das leis do Trabalho (CLT), essa é uma atividade

ainda é bastante recorrente em obras de construção civil que dificultam a segurança

dos operários.

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Contudo, grande parte do alto índice de acidentes está relacionada à falta ou

má utilização dos Equipamentos de Segurança Individual (EPI’s) já que, estes se

apresentam como uma maneira de garantir a proteção dos operários durante a

realização de suas atividades, o que minimiza bastante ocorrência de acidentes.

Assim, uma comprovação disso pode ser obtida por meio dos dados apresentados

por Caldeiras e Pimenta (2013). Segundo os autores, “dados do INSS informam que

acidentes envolvendo as mãos representam 49% do total de ocorrências registradas;

já lesões em membros superiores são 7%, totalizando 56% entre mãos e braços”.

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Geral:

Destacar a importância do uso dos EPI’s como método preventivo para garantir

a segurança dos funcionários da Obra do Contorno de Juazeiro do Norte/CE – Trecho

2 e 3.

1.2.2 Específicos:

Específicos 1: Abordar o panorama da segurança do trabalho no setor da

Construção Civil.

Específicos 2: Descrever os tipos de EPI’s que são mais utilizados na

Construção Civil, como também, os procedimentos adotados para treinamento,

fiscalização, controle de qualidade e medidas corretivas a serem adotadas quanto ao

uso destes equipamentos.

Específicos 3: Analisar, através do estudo de caso, os métodos de segurança

do trabalho que são adotados na Obra do Contorno de Juazeiro do Norte – Trecho II

e III.

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2 PANORAMA DA SEGURANÇA DO TRABALHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL

2.1 Acidentes de trabalho

A construção civil é uma área de grande crescimento e constante evolução que

se dá em decorrência do crescimento das cidades, tendo em vista, a sua elevada

demanda por novas habitações. De acordo com Coltre (2011, p. 12),

“como resultado, a evolução do trabalho sempre se alicerçou na busca do homem por métodos e processos que permitissem uma melhor produção de bens e serviços necessários à sua satisfação, haja vista que, este sempre vislumbrou o aumento de produtividade juntamente com o aproveitamento das tecnologias”.

Com todo o crescimento tecnológico que está evoluindo cada vez mais em

relação a maquinários e tecnologias para melhoria e rapidez de produção, o

colaborador está mais exposto a riscos dentro do ambiente de trabalho (CALDEIRAS

E PIMENTA, 2013). Para Araújo (2004 apud Coltre, 2011), “o risco consiste na

probabilidade da ocorrência e do dano e das consequências de um evento perigoso”.

Nesse caso, entende-se que quando se tem o risco de acidente há uma determinada

chance, dependendo da atividade a ser executada, que o acidente de trabalho ocorra

dentro da obra.

Philipp Jr et al. (2004 apud Coltre, 2011) lembra ainda que, os riscos estão

relacionados à noção de ameaça (evento indesejável e danoso) podendo ser

classificados a partir da natureza de seus agentes e de sua fonte geradora. Assim, os

riscos podem variar conforme o trabalho ou equipamento a ser utilizado na realização

das atividades e podem resultar nos populares acidentes de trabalho.

Segundo Brasil (1976 apud Coltre, 2011), “acidente de trabalho é o que ocorre

pelo exercício do trabalho a serviço da empresa provocando lesão corporal ou

perturbação funcional que cause a morte, a perda ou redução, permanente ou

temporária, da capacidade para o trabalho”. Entretanto, a ocorrência dos acidentes

está ligada a uma série de fatores relacionados ao homem, o equipamento e a tarefa

a ser executada. Conforme destaca Coltre (2011), “Tais acidentes podem ter inúmeras

causas como: falta de treinamento próprio, desatenção, descuido, comportamento

inadequado, instruções inadequadas, entre outros que representam na maioria das

vezes falta de gerenciamento”.

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Contudo, outro fator que também influência na ocorrência de acidentes em

construção civil são os profissionais que trabalham em obras de forma irregular. De

acordo com Santana e Oliveira (2004 apud Takahashi et al., 2012, p. 977),

Os trabalhadores da construção civil mostram estágios mais avançados de precarização do trabalho que os demais trabalhadores, evidenciados pela maior proporção de trabalhadores informais, sem contrato assinado em carteira, bem como trabalhadores que subsistem por meio de ‘bicos.

Desse modo, atualmente o país enfrenta um alto índice de acidentes de

trabalho. De acordo com a Previdência Social (2014), “Considerando-se o total de

acidentes do trabalho na construção civil observa-se que entre 2006 e 2012 houve um

crescimento de 116% na quantidade de acidentes”. Ainda de acordo com o órgão, “em

2008 os acidentes na construção civil representaram 6,9% do total de acidentes no

Brasil, passando a representar 8,9% em 2012, evidenciando o crescente peso desse

setor na ocorrência de acidentes do trabalho”.

Assim, de acordo com o Ministro do Trabalho e Emprego (2015), “apenas no

período entre 2011 e 2013, excluindo os acidentes de trajeto, ocorreram 221.843

acidentes envolvendo máquinas e equipamentos, resultando em 601 óbitos, 13.724

amputações e 41.993 fraturas”. Desse modo, com a crescente ocorrência de

acidentes o número de sinistro pago pela Previdência Social passa a apresentar

também um grande aumento. Conforme destaca Cavalcante (2013, p. 12),

O custo dos sinistros nos canteiros de obras, na linha da atividade industrial ou nos demais locais de prestação de serviços, enseja o desembolso por parte da Previdência Social do montante de R$ 71 bilhões para atender os trabalhadores acidentados, conforme cita o Jornal Diário do Nordeste em 2012.

Outro dado que também chama a atenção é taxa de acidente de trabalho por

tipo, onde é possível observar o crescimento dos acidentes e doenças do trabalho

(Figura 1).

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Figura 1: - Acidentes do Trabalho, por tipo, com e sem CAT, 1988 a 2013.

Fonte: Previdência Social apud. Ministério do Trabalho e Emprego (2015)

Segundo o Ministro do Trabalho e Emprego (2015, p. 5),

Isso ocorre em grande parte por causa dos acidentes e doenças sem CAT incorporados a partir de 2007 como também, à elevação do número de acidentes de trajeto, piora de condições de trabalho, grande aumento dos empregos formais nos últimos oito anos e à melhoria do sistema de notificação”.

Entretanto, esses problemas não afetam unicamente a Previdência Social com

o alto desembolso de sinistro tendo em vista que, a empresa também é atingida com

o afastamento de seu funcionário já que este deixara de desenvolver sua respectiva

atividade na obra. Segundo Remade (2008 apud Silva, 2013), “como resultados dos

acidentes e doenças do trabalho tem-se prejuízo para a empresa, pois quando o

funcionário fica doente, ele se afasta do seu posto de trabalho, acarretando atraso na

produção e, em vez de produzir lucro, ele gera gasto”.

Desse modo, dentre os estados que são os grandes vilões no país por

apresentarem elevados índices de acidente de trabalho está o estado do Ceará.

Assim, para maior compreensão disso será abordado a seguir um pouco dessa

situação.

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2.1.1 Acidentes de Trabalho no Ceará

Atualmente no estado do Ceará a área de segurança e saúde do trabalho é um

ramo que ainda apresenta grande precariedade na sociedade. Uma confirmação disso

pode ser vista pela constante reincidência de acidentes de trabalho no estado. De

acordo com a publicação do site do Diário do Nordeste em 2012 pode-se obter

algumas considerações a respeito da segurança e saúde do Trabalho no Ceará:

Segundo a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego no Ceará, dos 121 auditores fiscais do trabalho que existem no Estado, apenas 26 atuam na área de segurança e saúde no trabalho, dos quais 23 estão lotados em fortaleza. Os outros três atuam em Maracanaú, Sobral e Cariri, o que significa que dezenas de municípios não contam com fiscalização, fato que tende a facilitar o aumento do número de acidentes no trabalho.

Assim, de acordo com uma pesquisa apresentada pelo Anuário Estatístico de

Acidentes do Trabalho – AEAT no período de 2013 constatou-se que o estado do

Ceará ocupa a 12° posição no país em acidentes de trabalho assim como, o 12° lugar

em números de óbitos por acidentes de trabalho. Desse modo, por meio da imagem

a seguir pode-se compreender melhor essa situação.

Figura 2: Indices de acidentes no estado

Fonte: TEM/RAIS, MPS/AEAT

Conforme destaca o site do G1 no estado do Ceará (2014)1, “para o procurador

do trabalho Carlos Leonardo Holanda Silva, titular no Ministério Público do Trabalho

(MPT) no Ceará da Coordenadoria Nacional de Defesa do Meio Ambiente de

Trabalho, a situação cearense é ainda mais preocupante porque, enquanto

nacionalmente os números começam a apresentar uma lenta redução nos últimos

anos, as estatísticas se mostram crescentes no Estado”.

1 Disponível: http://g1.globo.com/ceara/noticia/2014/04/ceara-registra-mais-de-13-mil-acidentes-de-trabalho-por-ano.html. Acesso: 25/10/2016

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No entanto, os fatores que condicionam a ocorrência dos acidentes de trabalho

podem ser os mais diversos. Sendo assim, conforme cita o Diário do Nordeste (2012):

Os aumentos expressivos dos acidentes de trabalho no Ceará em muitas vezes são gerados pela carência na fiscalização na área de segurança e saúde do trabalho, falta de consciência, tanto por parte dos empregados como dos empregadores, aliados a negligencia e a ausência de prevenção, sem considerar que os dados de acidentes não são atualizados e, em muitas vezes, subnotificados. (Diário do Nordeste2 em 2012, p. 1).

Desse modo, no Brasil, segundo dados oficiais (Brasil. MTPS, 2016 apud

Linhares et al., 2016), “os acidentes registrados em canteiros de obras são mais de

60 mil ao ano, com mais de 400 mortes, enquanto no Ceará, são mais 1.400 ao ano,

com mais de 10 mortes”, conforme mostra a tabela abaixo:

Tabela 1: Nº de acidentes do trabalho e óbitos em canteiros de obras, Brasil e Ceará, 2012 a 2014.

Fonte: Brasil. MTPS (2016)

Assim, como resultado da ocorrência dos acidentes de trabalho pode-se

perceber que além das empresas serem afetadas com o afastamento dos funcionários

o governo também é atingido com essas ocorrências, tendo em vista que, as pessoas

acidentadas passaram a ser beneficiadas por meio do desembolso de sinistros pela

Previdência Social. Desse modo, conforme destaca a Revista Proteção (2016, p. 1)3:

Os acidentes criam um impacto na vida e na família do trabalhador, na sociedade, na previdência social, nas empresas e na economia. Além de gerar anualmente milhares de processos com pedidos de indenizações por dano material e moral", afirma o desembargador do Tribunal Regional do Trabalho do Ceará Francisco José Gomes.

No entanto, para minimizar essa situação a empresa deve realizar um forte

controle da segurança do trabalho que é aplicada na execução das construções como

2 Disponível: http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/cadernos/cidade/acidentes-de-trabalho-crescem-103-no-ceara-1.583830. Acesso: 24/10/2016 3 Disponível: http://www.protecao.com.br/noticias/estatisticas/ceara_e_o_3º_no_ranking_de_ acidentes_de_trabalho_no_nordeste/JyyAJjyAAJ/10005. Acesso: 24/10/2016

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também, fiscalizar os métodos de sua aplicação a fim de garantir a adequada

segurança das pessoas.

Para minimizar e até acabar com os acidentes do trabalho é necessário um ambiente adequado para realizar o trabalho e cultura de segurança onde todos os envolvidos estejam cientes dos riscos e perigos a que estão submetidos no ambiente de trabalho, quais as medidas de segurança devem ser adotadas, ter um comportamento seguro neste ambiente e um líder responsável e comprometido para que faça cumprir todas as medidas e comportamentos necessários para que uma cultura segura seja instituída. (COLTRE, 2011, p. 15)

2.2 Segurança do trabalho na Construção Civil

De acordo com Bisso (1990 apud Silva e Mendonça, 2012) “o trabalho foi uma

atividade incorporada à própria existência do ser humano, todavia, a preocupação em

controlar os malefícios causados ao homem pelo trabalho é bem recente”. Uma

demonstração disso pode ser vista pelo elevado índice de acidentes que se surgiram

nos últimos anos em vários setores industriais, sendo que destes está o ramo da

construção civil pela grande precariedade vista durante a execução de suas

atividades. Nesse caso, visando reduzir essa constante insurgência de acidentes no

trabalho, principalmente nas construções, definiu-se métodos que objetivassem a

segurança dos profissionais durante a realização de suas atividades.

Segundo Coltre (2011), “a segurança do trabalho pode ser entendida como o

conjunto de medidas adotadas visando minimizar os acidentes de trabalho, as

doenças ocupacionais, bem como para proteger a integridade e a capacidade de

trabalho”. Nesse sentido também se posicionam Caldeira e Pimenta (2013), “a

segurança do trabalho deve gerar uma minimização de acidentes, deixando o

empregador seguro, sabendo que a empresa que ele representa e executa sua função

se preocupa com o seu bem-estar e sua saúde”.

Conforme destaca Salgado et al. (2011 apud Clemente et al., 2015), “o sucesso

de qualquer empresa depende da qualidade das condições de trabalho e saúde do

trabalhador, o que reflete no ideal de qualidade e produtividade”. Com isso, definindo-

se um padrão de segurança ideal para a realização das atividades nas obras é

possível coibir e/ou amenizar a ocorrência dos acidentes para assim, evidenciar a

produtividade e a qualidade do exercício das atividades realizadas pelos funcionários.

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Silva e Mendonça (2012) lembram ainda que “diante de um mundo globalizado

é importante que as grandes organizações voltem sua atenção não apenas para o

desenvolvimento da produção e comercialização de seus produtos e serviços, mas

principalmente para seus colaboradores de forma que esses não sejam encarados

como meros recursos produtivos”. Desse modo, conforme destaca Cruz (1998 apud

Coltre, 2011), “o gerenciamento da segurança e saúde no trabalho pode tomar o

mesmo caminho do gerenciamento da qualidade do produto e/ou serviço a ser

prestado levando naquele a consideração dos riscos e perigos a que está exposto o

trabalhador nas obras”.

2.2.1 Evolução da segurança do trabalho no Brasil

Na atual estrutura organizacional do Estado brasileiro compete ao Ministério do

Trabalho e Emprego (MTE), entre outras atribuições, a fiscalização do trabalho, a

aplicação de sanções previstas em normas legais ou coletivas sobre esta área, bem

como as ações de segurança e saúde no trabalho (BRASIL, 2003a apud Santos,

2015). Entretanto, para que o país chegasse a ter esse tipo de sistema organizacional

que fiscalizasse e regulamentasse as ações de segurança e saúde no trabalho foram

necessárias várias mudanças realizadas ao longo dos tempos por melhores condições

de trabalho.

Conforme destaca Oliveira (2009 apud Silva e Mendonça, 2012), “no Brasil, em

1919, surgiu a Lei 3.725, que tratava da definição de acidente de trabalho, a

declaração de acidentes e a ação judicial”. Já em 1934, de acordo com os mesmos

autores, “foi promulgada a terceira constituição que adotou medidas

regulamentadoras quanto a proteção do trabalhador, da mulher e do menor, da

jornada de trabalho de oito horas diárias, da instituição do salário mínimo, do

reconhecimento dos sindicatos e da centralização dos serviços médicos”.

Não obstante o Brasil ser signatário da OIT, somente pela Portaria 3227 de 1972 é que veio a obedecer a Recomendação 112, de 1959, daquela Organização. Tomou-se, então, obrigatória a existência de Serviços de Segurança e Medicina do Trabalho nas empresas, de acordo com o número de empregados e o grau de risco em que se enquadram. Ainda assim, em tomo 85% dos trabalhadores ficaram excluídos destes serviços obrigatórios (ARAÚJO, 2011, p. 9).

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2.3 Legislação de Segurança do Trabalho

Conforme destaca Cisz (2015), “segundo a literatura, a preocupação com os

acidentes e doenças decorrentes do trabalho humano, surgiu na Grécia Antiga,

quando Hipócrates (considerado o Pai da Medicina) fez algumas referências aos

efeitos do chumbo na saúde humana”. Assim, de acordo com o autor, “no Antigo Egito

e no mundo greco-romano já existiam estudos realizados por leigos e médicos,

relacionando saúde e ocupações”.

No entanto, “o pioneiro a estabelecer medidas de prevenção de acidentes foi

Gaius Plinius, conhecido como Plínio “o velho”, que publicou a enciclopédia “História

Natural”, onde foram abordados temas sobre à segurança do trabalho”. (ANVISA,

2009 apud. Timbo e Eufrásio, 2009,). Contudo, com o passar dos tempos as

incidências dos acidentes de trabalho cresciam cada vez mais e com a revolução

industrial essa situação ficou alarmante. De acordo com Cisz (2015), “com o advento

da Revolução Industrial e a expansão do capitalismo industrial, o número de acidentes

do trabalho, incluindo as doenças decorrentes do trabalho humano, cresceu

assustadoramente, devido às péssimas condições de trabalho existentes”.

Com isso, as pessoas que se acidentavam nessa época passavam a viver na

miséria ou até morriam por falta de cuidados adequados. Conforme destaca Timbo e

Eufrásio (2009), “na época da Revolução Industrial, inexistia proteção para aquele que

sofresse um infortúnio laboral, ficando à mercê da caridade e da benevolência dos

patrões”. Sendo assim, como enfatiza Fiorillo (2007 apud Timbo e Eufrásio, 2009, p.

350) sobre a grande necessidade de realizar mudanças nessa situação:

A preocupação com a criação de metas para a melhoria das relações de trabalho e meio em que determinadas tarefas eram executadas cresceu em meados do século XVIII, porque com a Revolução Industrial, houve a organização de grupos empenhados em lutar por melhores condições de trabalho, pleiteando modificações e benefícios.

Assim, segundo Rodrigues (1993 apud. Cisz, 2015), “nesse ínterim, o

conhecimento acumulado até então começou a ser utilizado para formação de leis de

proteção à saúde e à integridade física dos trabalhadores, numa tentativa de preservar

o novo modo de produção”. Desse modo, já no século XX a abordagem desse tema

passou a ser mais aprofundado pela sociedade assim como, com a criação das leis

que acolhem os trabalhadores os índices de acidentes de trabalho tiverem uma clara

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redução. No entanto, no Brasil, apenas nas últimas décadas é que esse assunto

começou de fato a ser abordado.

Conforme lembra Silva (2012), “a CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas) foi

a primeira legislação efetiva que trata de segurança e saúde do trabalho no Brasil.

Segundo a Autora Limogni-França (2003 apud. Santos, 2015), “o grande marco no

Brasil desde o início da OIT (Organização Internacional) sobre Segurança e Medicina

no Trabalho foi no ano de 1943, onde foi criada a CLT que vem sendo alterada ao

longo dos anos de acordo com as necessidades e assim acontecem também Normas

Regulamentadoras”.

Desse modo, a evolução da legislação trabalhista no Brasil se deu da seguinte

forma:

Em 1919 surge a primeira lei de acidentes do trabalho, com o Decreto

Legislativo nº 3.724, de 15 de janeiro. Em 1934 surge a segunda lei de acidentes do

trabalho, com o decreto nº. 24.637, de 10 de julho. Já, a terceira lei de acidentes do

trabalho surge em 1944, com o Decreto – Lei 7.036, de 10 de novembro, que, no seu

artigo 82, reformou a legislação sobre o seguro de acidentes do trabalho.

Em 1967 surgiu a quarta lei de acidentes do trabalho no Brasil, com o Decreto-

Lei nº. 293, de 28 de fevereiro que teve curta duração, onde tornou-se a Lei nº. 5.316,

de 14 de setembro do mesmo ano. A Lei nº. 5.316, de 14 de setembro de 1967, foi a

quinta lei de acidentes do trabalho. A sexta lei de acidentes do trabalho foi dada com

a Lei n. 6.367, de 19 de outubro de 1976, que amplia a cobertura previdenciária de

acidente de trabalho. Em 1978, a Portaria 3.214, de 8 de junho, aprova as Normas

Regulamentadoras – NR (28 ao todo).

Assim, atualmente segundo Cavalcante (2013), “o Brasil possui uma ampla

legislação trabalhista e previdenciária acerca de acidente de trabalho, existindo,

dentre os regramentos, 35 (trinta e cinco) normas regulamentadoras (NR) oriundas do

Ministério do Trabalho e Emprego (MTE)”. Contudo, dentre as áreas de maior

aplicação das NR’s está o setor da construção civil que é, como falado anteriormente,

um dos grandes vilões nas incidências de acidentes de trabalho. Desse modo, para

maior compreensão dos tipos de normas técnicas existentes no país e suas definições

para o setor de construção civil a seguir será dado uma maior descrição sobre esse

assunto.

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2.3.1 Normas técnicas na Construção Civil

Segundo Lopes Netto (2004, apud Mendes, 2013), “as normas técnicas são

‘documentos voluntários, frutos do consenso e produzidos no âmbito da sociedade,

por organizações técnicas’ como a Associação Brasileira de Normas Técnicas

(ABNT)”. Sendo assim, “no Brasil, as Normas Regulamentadoras – NR referentes à

segurança e saúde do trabalho trabalham em conjunto com a CLT (SANTOS, 2015)”.

Desse modo, as normas técnicas podem ser utilizadas na elaboração de planos

e projetos de segurança do trabalho nas empresas. Conforme destaca Mendes

(2013), “as normas e os regulamentos podem auxiliar na elaboração dos planos,

projetos de segurança, ordens de serviço e servirem também como parâmetros de

dimensionamento”. Ainda de acordo com o autor, “os regulamentos técnicos são

‘documentos compulsórios emitidos por autoridade estatal’, tais como as portarias e

normas regulamentadoras do MTE e instruções normativas do INSS”.

Assim, as atuais normas regulamentadoras de saúde e segurança do trabalho

para o setor de construção civil segundo o portal do MTE, adp. Santos (2015) são:

Tabela 2: Normas regulamentadoras da Saúde e Segurança do Trabalho

NORMA DISPOSIÇÂO NORMA DISPOSIÇÂO

NR Nº 01 Disposições Gerais NR Nº 13 Caldeiras, Vasos de Pressão e Tubulações

NR Nº 02 Inspeção Prévia NR Nº 15 Atividades e Operações Insalubres

NR Nº 03 Embargo ou Interdição NR Nº 16 Atividades e Operações Perigosas

NR Nº 04 Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho

NR Nº 17 Ergonomia

NR Nº 05 Comissão Interna de Prevenção de Acidentes

NR Nº 18 Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção

NR Nº 06 Equipamentos de Proteção Individual – EPI

NR Nº 19 Explosivos

NR Nº 07 Programas de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO

NR Nº 20 Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis

NR Nº 08 Edificações NR Nº 21 Trabalho a Céu Aberto

NR Nº 09 Programas de Prevenção de Riscos Ambientais

NR Nº 24 Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho

NR Nº 10 Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade

NR Nº 26 Sinalização de Segurança

NR Nº 11 Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais

NR Nº 27 Registro Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho no MTB

NR Nº 12 Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos

NR Nº 28 Fiscalização e Penalidades

Fonte: adaptado. Santos (2015)

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Contudo, a forma de aplicação dessas normas se dá fazendo-se uso da

Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), que age fiscalizando os

métodos de proteção de acidentes nas construções sendo está instituída por 5

integrantes da empresa executora juntamente com um técnico e um engenheiro de

segurança do trabalho. De acordo com Segurança e Medicina do Trabalho (2008

apud. Silva, 2013), “As empresas com mais de vinte funcionários têm que ter

constituída a CIPA, que tem como objetivo a prevenção de acidentes e doenças

decorrentes do trabalho”.

A CIPA, por sua vez, que se constitui num instrumento de que os trabalhadores dispõem para tratar da prevenção de acidentes do trabalho, das condições do ambiente do trabalho e de todos os aspectos que afetam sua saúde e segurança, estando a CIPA regulamentada pela CLT, nos arts. 162 a 165 e pela Norma Regulamentadora 5 (NR-5), contida na Portaria nº 3.214 de 8 de junho de 1978, editada pelo Ministério do Trabalho. (CAVALCANTE, 2013, p. 21)

Desse modo, na legislação atual vigente existem várias situações que podem

configurar um tipo de acidente de trabalho. Assim, de acordo com Caldeira e Pimenta

(2013), estas são:

a) O acidente ocorrido no trajeto entre a residência e o local de trabalho do segurado;

b) A doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo

exercício do trabalho peculiar a determinada atividade;

c) A doença do trabalho, adquirida ou desencadeada em função de condições

especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente.

No entanto, de acordo com Caldeira e Pimenta (2013), ainda existem alguns

atos que podem ser considerados acidente de trabalho:

I. O acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja

contribuído diretamente para a morte do segurado, para perda ou redução da sua

capacidade para o trabalho, ou que tenha produzido lesão que exija atenção

médica para a sua recuperação;

II. O acidente sofrido pelo segurado no local e horário do trabalho, em consequência

de ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou

companheiro de trabalho; ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo

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de disputa relacionada com o trabalho; ato de imprudência, de negligência ou de

imperícia de terceiro, ou de companheiro de trabalho; ato de pessoa privada do uso

da razão; desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos decorrentes

de força maior;

III. A doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de

sua atividade; e

IV. O acidente sofrido pelo segurado, ainda que fora do local e horário de trabalho,

na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa;

na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo

ou proporcionar proveito; em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo,

quando financiada por esta, dentro de seus planos para melhor capacitação da

mão-de-obra, independentemente do meio de locomoção utilizado, inclusive

veículo de propriedade do segurado; no percurso da residência para o local de

trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive

veículo de propriedade do segurado.

Desse modo, quando o indivíduo sofre um acidente que se enquadre dentro

das situações citadas anteriormente a empresa contratante deve realizar a chamada

CAT (Cadastro de Comunicação de Acidente de Trabalho), que é um formulário que

comunica a ocorrência de um acidente com o empregado assim como, se há o

afastamento do funcionário. Assim, dessa maneira o empregado acidentado é

encaminhado para o INSS para que sejam tomadas as devidas medidas cabíveis

sobre o caso.

Entretanto, ainda é possível identificar nas construções, mesmo com a

aplicação das legislações e normas, uma constante incidência de acidente de

trabalho. Conforme destaca Cavalcante (2013), “Vale ressaltar que, mesmo com a

implementação da legislação, ao que parece, o setor da construção civil ainda

apresenta números alarmantes referentes à segurança e saúde no trabalho no Brasil”.

Desse modo, conforme completa o autor, “todavia, ainda assim, é preciso que se

adotem medidas preventivas, tanto da parte do Governo, quanto das empresas, a fim

de que se diminua o índice de acidentes, estes que, em última análise, afetam a toda

a sociedade’’.

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2.4 Equipamento de Proteção Coletiva (EPC)

“Equipamento de Proteção Coletiva (EPC) é todo equipamento utilizado para

atender a vários trabalhadores ao mesmo tempo, destinado à proteção do trabalhador

a riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho (TAVARES,

2009)”. De acordo com Costa (2013), “os EPC são usados para proteger

trabalhadores da exposição a agentes insalubres e/ou perigosos não como apenas

equipamentos, mas, também métodos e tecnologias para proteção de grupos de

pessoas que realizam determinadas atividades”.

Desse modo, são exemplos de EPC, segundo Tavares (2009), “as barreiras de

contato nas partes móveis e energizadas, criadas na concepção das máquinas e

equipamentos, os equipamentos de controle de sinistros, tais como: sprinkles,

extintores, escadas e saídas de emergências, dentre outros”. Assim, na imagem a

seguir tem-se alguns exemplos de EPC’s que são mais utilizados durante a execução

de obras na Construção Civil.

Figura 3: Exemplo de EPC

Fonte: http://almeidaclaudya.blogspot.com.br/2013_05_01_archive.html

Contudo Costa (2013), destaca que para o desenvolvimento e implantação de

medidas de proteção coletiva, com os EPC, deve-se obedecer à seguinte hierarquia:

1. Medidas que eliminem ou reduzam a utilização ou a formação de agentes

ambientais prejudiciais à saúde.

2. Medidas que previnam a liberação ou disseminação desses agentes no ambiente

de trabalho.

3. Medidas que reduzam os níveis de concentração desses agentes no ambiente de

trabalho.

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2.5 Equipamentos de Proteção Individual (EPI)

“O Equipamento de proteção individual (EPI) é todo dispositivo ou produto de

uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis

de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho (SEGURANÇA E MEDICINA DO

TRABALHO, 2008, apud SILVA, 2013)”. Assim, segundo Nascimento et al. (2009

apud. Cisz, 2015) “os EPI’s formam, em conjunto, um recurso amplamente utilizado

para a segurança do trabalhador no exercício de suas funções, e por essa razão,

assumem a responsabilidade de preservar o trabalhador contra os mais variados

riscos aos quais está sujeito nos ambientes de trabalho”.

Para Pelloso e Zandonadi (2012 apud Silva, 2013), “o funcionário será mais

receptível ao EPI quanto mais confortável e agradável, para isso os equipamentos

devem ser práticos, proteger bem, de fácil manutenção e duradouros”. Desse modo,

os tipos de EPI´s podem variar dependendo do tipo de atividade ou de riscos que

poderão ameaçar a segurança e a saúde do trabalhador e da parte do corpo que se

pretende proteger (CAVALCANTE, 2013).

Assim, de acordo com Simões (2010), “a escolha do EPI a ser utilizado cabe

ao Engenheiro de Segurança, que deverá usar os seguintes critérios para definir qual

o tipo correto de equipamento que poderá ser usado”:

Os riscos que o serviço oferece;

Condições de trabalho;

Parte a ser protegida;

Qual o trabalhador que irá usar o EPI.

Segundo Cisz (2015), “o uso dos EPI’s encontra-se previsto nas Leis de

Consolidação do Trabalho (CLT) e é regulamentado pela NR 6 do Ministério do

Trabalho e Emprego, sendo o mesmo, segundo a legislação vigente, obrigatório”.

Contudo, esta mesma legislação também dispõe que a empresa é obrigada a fornecer

aos empregados, os EPI's adequados aos riscos, gratuitamente e em perfeito estado

de conservação e funcionamento (MENDES, 2013). Nesse caso, o órgão executor do

serviço deve fornecer e distribuir os equipamentos de segurança que forem

necessários para a realização das atividades de seus funcionários como também,

fiscalizar se estes estão sendo corretamente utilizados na obra.

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2.5.1 Tipos de EPI’s utilizado na construção Civil

Em conformidade com as definições dos vários autores mencionados, apresentadas no tópico anterior, poderemos afirmar que os EPI’s são todos instrumentos de uso pessoal que fornecem proteção ao trabalhador contra os riscos que são expostos no ambiente de trabalho, pois são capazes de neutralizar e evitar lesões em casos de acidentes. (CISZ, 2015, p. 19).

De acordo com Alves (2013), a adoção de equipamento de proteção individual

será realizada nas seguintes circunstâncias:

a. sempre que as medidas de proteção coletiva (EPC) não oferecerem completa

proteção contra os riscos de acidentes no trabalho ou de doenças profissionais.

São exemplos de EPC: sistemas de ventilação ambiental, proteção contra incêndio

e explosão, chuveiro de emergência, lava-olhos;

b. enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas;

c. em situações de emergência;

d. quando a atividade do empregado apresentar risco ocupacional em função do tipo

de agente (químico, físico ou biológico), quantidade e tempo de exposição do

empregado ao agente, sensibilidade individual do empregado e toxicidade do

agente.

Desse modo, ainda segundo Alves (2013), são alguns exemplos de riscos no

ambiente de trabalho:

a. físicos: ruídos, frio, calor, pressões anormais, umidade;

b. químicos: poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases, substâncias;

c. biológicos: bactérias, fungos, vírus, etc;

d. ergonômicos: movimentos repetitivos, postura inadequada, etc.

Assim, atualmente existem diversos tipos de EPI’s no mercado que visam a

proteção, saúde e o conforto do trabalhador. Sendo assim, os tipos mais conhecidos

de EPI’s são aqueles que se referem a proteção para a cabeça, os olhos e face, para

os ouvidos, membros superiores e inferiores além, daqueles que são utilizados contra

quedas com diferenças de nível, conforme será melhor tratado a seguir.

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2.5.1.1 EPI’s para Proteção da Cabeça

A proteção da cabeça é feita por meio do uso obrigatório de capacetes e capaz.

Dessa forma, de acordo com Simões (2010), “os capacetes de segurança são para

proteção contra impactos de objetos sobre o crânio, choques elétricos e de proteção

do crânio e face. Já, o capuz pode ser utilizado para a proteção do crânio e pescoço

contra riscos de origem térmicas”.

Figura 4: EPI para Proteção da Cabeça

Fonte: A- Cisz (2015). B. Ville Proteção (1989 apud. Simões, 2010)

No entanto, é importante destacar que se o capacete ou capuz apresentar

algum tipo de variação em sua estrutura deve ser feita a sua imediata substituição

para assim, evitar que este equipamento deixe de desempenhar sua função

adequadamente. Assim, segundo Alves (2013), “estes, por sua vez, deveram ser

substituídos anualmente ou sempre que apresentar trincas, perfuração, deformação

ou outra danificação resultante de impacto ou desgaste que possa reduzir o grau de

segurança original”.

2.5.1.2 EPI’s para Proteção de Olhos e Face

Ramos (2009 apud. Cisz, 2015) “destaca que os óculos são EPI’s utilizados

principalmente, para evitar perfuração dos olhos através de corpos estranhos como

no corte de arames e cabos, no uso de chave de boca; de talhadeiras; de furadeiras;

de agentes químicos que possam prejudicar a visão, etc”. Já, conforme cita Silva

(2013), “os óculos (Figura 4), são destinados para proteção dos olhos contra impactos

de partículas volantes, desde poeira a estilhaços de madeiras gerados por serras.

A B

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Figura 5: EPI’s para proteção de olhos e face

Fonte: http://www.epihaus.com.br/#!blank-4/bl4u3 (2016)

De acordo com Alves (2013), “os óculos de proteção deverão ser substituídos

anualmente ou quando apresentar avaria que comprometa o uso ou a proteção.

Agora, o protetor facial deverá ser substituído quando este apresentar deformações

já, o visor do protetor deverá ser substituído anualmente ou quando muito arranhado

ou com sujeira incrustada no material.”.

2.5.1.3 EPI’s para Proteção Auditiva

Conforme a NR-6 os EPI’s para proteção auditiva dividem-se em três tipos:

circumauricular; inserção e o semi-auricular para proteção do sistema auditivo contra

níveis de pressão sonora superiores ao estabelecido na NR-15. Assim, de acordo com

Simões (2010), “a proteção do sistema auditivo deve ser feita contra níveis de pressão

sonoras entre 85Db e 115Db, conforme expressa a NR 15 de 1978”.

Figura 6: EPI´s para proteção auditiva

Fonte: https://www.logismarket.ind.br/leal-seg/protetor-auditivo/2105706977-2408099864-p.html (2016)

No entanto, deve ser lembrado que para esse tipo de protetor deve ser feito a

substituição anualmente, sendo que, para o protetor tipo concha a substituição é feita

a cada 2 meses, independentemente de sua utilização.

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2.5.1.4 EPI’s para Proteção dos Membros Superiores

“A NR-6 afirma que a proteção dos membros superiores é realizada através do

uso de luvas, de creme protetor, de manga, de braçadeira e de dedeira (Cisz, 2015)”.

Ainda de acordo com o autor, “as luvas protegem as mãos contra agentes abrasivos

e escoriantes; agentes cortantes e perfurantes; choques elétricos; agentes térmicos;

agentes biológicos; agentes químicos; vibrações; umidade proveniente de operações

com uso de água e radiações ionizantes”.

Figura 7: EPI’s para proteção dos membros superiores

Fonte: http://guerreiroepi.com.br/epis.html (2016)

No entanto, conforme destaca Alves (2013), “a substituição das luvas deve ser

feita anualmente ou quando rasgadas, furadas ou com outra avaria que comprometa

a proteção da luva”.

2.5.1.5 EPI’s para Proteção dos Membros Inferiores

Os membros inferiores dos trabalhadores da construção civil são protegidos pelo uso de EPI’s denominados de calçados, segundo a NR-6, os mesmos são divididos em: calçado para proteção contra impactos de quedas de objetos sobre os artelhos (articulações), agentes provenientes de energia elétrica, agentes térmicos, abrasivos e escoriastes, cortantes e perfurantes; calçados para proteção de pernas e pés contra umidade proveniente de operações com uso de água, e contra respingos de produtos químicos. (CISZ, 2015, p. 23).

De acordo com Silva (2011), “os protetores dos membros inferiores, ou seja, as

botas de couro devem ser periodicamente limpas e engraxadas para manter o couro

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macio sendo que, este tipo de calçado não deve ser utilizado em locais com excesso

de umidade, já que, para estes casos é indicado a utilização das botas de borracha”.

Assim, na imagem a seguir apresentasse alguns dos tipos de calçados que são

utilizados nas obras de construção civil.

Figura 8: Botas para proteção de membros inferiores

Fonte: Nestor Waldhelm Neto (2012 apud. Cisz, 2015)

Da mesma forma, com citado anteriormente a substituição dos protetores para

membros inferiores deve ser feita anualmente ou quando estes não apresentarem

condições adequadas de uso.

2.5.1.6 EPI’s para Proteção Contra Quedas com Diferença de Nível

Para proteção contra quedas em altura a NR 6 estabelece o uso dos seguintes EPI's: dispositivo trava-queda e cinturão dispositivo trava-queda: "para proteção do usuário contra quedas em operações com movimentação vertical ou horizontal, quando utilizado com cinturão de segurança para proteção contra quedas" (MENDES, 2013, p. 46).

Conforme destaca Silva (2011), “ o cinto de segurança (Figura 8) deverá ser

usado em trabalhos superiores a dois metros de altura, principalmente na armação de

lajes. Assim, segundo Mendes (2013), “com uso desse tipo de equipamento o operário

é capaz de movimentar-se no plano horizontal, bem como subir e descer escadas,

rampas e pilhas de materiais sem risco de queda”.

Sobre a confecção desse tipo de equipamento Marcon et al. (2010 apud Cisz,

2015), mencionam que o mesmo deve ser confeccionado em cadarço de material

sintético (100% poliamida), sendo acolchoado na cintura e nas pernas, dotado de

cinco fivelas duplas sem pino, utilizada para ajuste, cinco meias argolas em D.

Contudo, para a utilização desse tipo de EPI é importante lembrar que, o operário

deve apresentar um treinamento especifico assim como, adequado e que o

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conscientize dos riscos existentes na realização de tarefas em locais com grandes

diferença de nível.

Figura 9: Cinturão do tipo paraquedista para proteção contra riscos de queda

Fonte: Mendes (2013)

No entanto, antes de executar qualquer tarefa deve-se, de antemão, averiguar

se o equipamento apresenta boas condições de uso. Assim, conforme alerta Silva

(2009 apud. Cisz, 2015), durante o uso desses EPI’s deve-se evitar o contato com

materiais cortantes e químicos, revisar as condições das costuras, das partes

metálicas, das conexões, do rabicho e do mosquetão, assim como deve revisar

também o cabo auxiliar de segurança, verificando assim se o mesmo está fixado

corretamente.

2.6 Conscientização do uso por meio de treinamentos e orientações

Os EPIs têm a finalidade de neutralizar a ação de certos acidentes que

poderiam causar lesões aos trabalhadores e protegê-los contra possíveis danos à

saúde causados pelas condições de trabalho (REMADE, 2003 apud SILVA, 2013).

Para isso, tornasse obrigatório a realização de treinamentos em todos os operários

afim de conscientizá-los a despeito do uso adequados dos EPI’s assim como, dos

problemas que a sua não utilização ou má utilização podem trazer.

Segundo Sales (2010 apud Alves, 2013), “a melhor forma de prevenção de

acidente é a conscientização e formação dos trabalhadores no local de trabalho, a que

acresce a aplicação de todas as medidas de segurança coletiva e individual inerente

a atividade desenvolvida”. Desse modo, quando o funcionário está consciente dos

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riscos durante a realização de suas atividades o mesmo passar a executa-las de forma

que os riscos existentes na tarefa sejam minimizados ao máximo.

No entanto, quando não ocorre uma conscientização adequada dos operários

aos riscos que suas tarefas apresentam estes passam a não realizar a utilização dos

EPI’s adequadamente assim como, se colocam indiferentes aos riscos, o que em

muitas vezes se mostra como um grande indício para o surgimento de acidentes de

trabalho. Conforme destaca Lacombe (2005 apud. Silva, 2013), “em geral os

funcionários, quando não são bem instruídos e treinados no uso do EPI, afirmam que

os riscos a que se expõem são pequenos, que já estão acostumados e sabem como

evitar o perigo e que o uso de EPIs é incômodo e limitam os movimentos”.

Desse modo, “tanto os colaboradores, como os empregadores devem ter total

consciência ao implementar as medidas de segurança, principalmente a utilização dos

EPI’s, com as especificações adequadas, com a realização de treinamentos e

entendimento dos procedimentos e operações a serem realizadas (SILVA, 2013)”.

Assim, fazendo-se uso dessas medidas o operário poderá desenvolver suas

atividades de forma segura e adequada, evitando-se assim, a ocorrência de acidentes

de trabalho.

2.7 Certificado de aprovação dos EPI’S

“Conforme a NR 6 o equipamento de proteção individual de fabricação nacional

ou importado só poderá ser posto à venda para ser utilizado com a indicação do

Certificado de Aprovação (C.A.) que é um certificado que atesta a qualidade e a

eficácia do equipamento para aquele determinado uso (CISZ, 2015)”. Assim, conforme

observa Alves (2013):

Toda empresa deve cobrar esses certificados como forma de garantia da qualidade do EPI adquirido e da seriedade do fabricante. Na Embrapa Pecuária Sudeste, a Segurança do Trabalho trabalha com o Setor de Patrimônio e Suprimentos no sentido de exigir tais certificados nos editais dos processos de aquisição de EPIs. (ALVES, 2013, p. 12)

Desse modo, para que o EPI seja determinado como apto ele também passa

por uma avaliação do SINMETRO4 afim de que, seja atestado a sua conformidade

4 SINMETRO - Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial

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com as especificações do órgão fiscalizador e este seja direcionado a

comercialização. Assim, de acordo Cisz (2015) “como previsto na NR-6, para fins de

comercialização, o C.A. concedido aos EPI’s terá validade de 5 (cinco) anos para

aqueles equipamentos com laudos de ensaio que não tenham sua conformidade

avaliada no âmbito do SINMETRO”.

2.8 Fiscalização quanto ao uso

Essa etapa consiste em realizar a averiguação se de fato os funcionários estão

realmente fazendo uso dos equipamentos conforme descrito no treinamento de

segurança. Desse modo, segundo a NR 05 (1978), “a fiscalização quanto ao uso é a

parte do controle de riscos que consiste em efetuar vistorias nas áreas e meios de

trabalho, com o objetivo de descobrir e corrigir situações que comprometam a

segurança dos trabalhadores”.

No entanto, existem diferentes formas para a realização de inspeções nas

obras, sendo estas distribuídas entre: inspeção parcial, geral e especifica que é feito

em locais pontuais a ocorrência de acidentes. Conforme a NR 05 (1978, p. 12):

A inspeção parcial é realizada quando se quer ter uma visão panorâmica de todos os setores da empresa. Já, a inspeção geral deve ser realizada onde já se sabe da existência de problemas, seja por queixas dos trabalhadores ou ocorrência de doenças e acidentes do trabalho. A inspeção especifica é uma inspeção em que se procura identificar problemas ou riscos determinados.

Contudo, a NR 05 (1978), ainda destaca que durante a inspeção do uso dos

equipamentos de segurança devem ser analisadas as seguintes etapas:

Observação e coleta de informações do ambiente e dos meios de trabalho;

Registro de dados e elaboração do relatório;

Apresentação nas reuniões da CIPA;

Encaminhamento do relatório através do Presidente da CIPA;

Acompanhamento da implantação das medidas recomendadas.

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2.9 Aplicação de medidas corretivas

Quando um funcionário se recusa a fazer a utilização dos EPI’s

adequadamente durante a realização de suas atividades, sem justa causa, ou os

utiliza de forma errônea, mesmo estes passando por treinamento ocorre o surgimento

de um impasse entre a empresa e o operário, tendo em vista, que o mesmo está

realizando suas tarefas de forma irregular, o que pode vir a prejudicar a empresa ou

até mesmo, gerar um possível acidente de trabalho.

Desse modo, para que o funcionário passe a exercer sua atividade de forma

devida a empresa deve tomar algumas atitudes com vigor corretivo. No entanto,

qualquer medida corretiva que a empresa possa se utilizar deve ser baseada nas

normas da CLT. Assim, de acordo com a normatização da CLT (Consolidação das

Leis Trabalhistas), o empregador deverá observar determinados requisitos no

momento da aplicação da penalidade:

a) atualidade da punição: a punição sempre deve ser imediata, exceto quando a falta

cometida requeira apuração de fatos e das responsabilidades para se punir.

b) unicidade da pena: não se pode aplicar primeiro uma advertência e depois uma

suspensão por uma única falta cometida;

c) proporcionalidade: neste item impera o bom senso do empregador para dosar a

pena merecida pelo empregado devido ao ato faltoso. Deve-se considerar o

seguinte: - o passado funcional do empregado (se já cometeu outros atos faltosos);

- os motivos determinantes para a prática da falta; - a condição pessoal do

empregado (grau de instrução, necessidade, etc.). Havendo rigor na pena ou a

advertência mediante humilhação do empregado (na presença de clientes ou

colegas), poderá ensejar a rescisão indireta do contrato de trabalho, uma vez que

caracteriza falta grave do empregador.

d) penas pecuniárias e transferências: não se admite a instituição de penas

pecuniárias (multas), exceto para atletas profissionais, e nem as transferências

punitivas.

Nesse caso, atualmente as penalidades que podem ser aplicadas, segundo a

CLT, são a advertência disciplinar e a suspensão, conforme será melhor

compreendida a seguir:

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2.9.1 Advertências disciplinares

De acordo com Correa et al. (2013), “a advertência é um aviso ao empregado,

de forma verbal ou por escrito, para que o mesmo tome conhecimento do seu

comportamento ilícito e das implicações que podem advir em caso de reincidência”.

Dessa forma, quando um funcionário age de forma irregular este é inicialmente

advertido verbalmente. Contudo, caso essa advertência não tenha alcançado o

objetivo proposto o mesmo passará a ser a advertência por escrito.

Segundo Haugg e Melo (2014), “a advertência disciplinar tem origem na

normatividade autônoma, em especial nos costumes trabalhista (fonte de direito,

conforme art. 8º da CLT), embora também seja referida em alguns instrumentos

convencionais coletivos”. Ainda conforme destaca o autor, “o objetivo da advertência

disciplinar deve ser pedagógico, ou seja, mostrar ao funcionário que está errado e que

não deve cometer novamente a mesma falta”.

2.9.2 Suspensão

A suspensão pode ser definida como uma medida mais drástica as

advertências disciplinares. Desse modo, “a suspensão visa disciplinar, resgatar o

comportamento do empregado conforme as regras impostas pela empresa (Correa et

al., 2013)”. Assim, conforme observa Delgado (2010 apud. Haugg e Melo, 2014), “a

suspensão pode ser compreendida como uma pena tipicamente trabalhista que atinge

o obreiro no plano pecuniário: ele é privado da oportunidade de trabalho e,

consequentemente, da remuneração que o trabalho lhe proporciona”.

Segundo Delgado (2005 apud. Haugg e Melo, 2014), “no Brasil, a CLT permite

a suspensão disciplinar do empregado de até 30 (trinta) dias (art. 474), ultrapassando

este prazo, terá os mesmos efeitos da dispensa sem justa causa, assegurando todos

os direitos inerentes”. Dessa forma, conforme pode ser observado a suspensão tanto

proporciona interrupção das atividades do funcionário como, gera a redução no salário

do mesmo pelos dias que este passou em suspensão.

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3 METODOLOGIA

Para maior compreensão da metodologia abordada, onde pretendesse

destacar o uso dos EPI’s como método eficiente na garantia da segurança dos

operários, este trabalho busca conhecer e identificar as técnicas de segurança que

são utilizadas na Obra do Contorno de Juazeiro do Norte – Trecho II e III. Assim, para

maior concepção do processo adotado neste trabalho a seguir apresenta-se um

fluxograma descrevendo todo o percurso que será realizado.

Figura 10: Fluxograma da metodologia apresentada

Fonte: o autor (2016)

Desse modo, conforme fluxograma apresentado será feito um estudo dos

métodos de segurança do trabalho que a referida obra utiliza na realização de suas

atividades assim como, identificar a forma que é feito a distribuição, conscientização,

controle e fiscalização do uso dos EPI’s durante a execução da construção para com

isso, pode avaliar os métodos adotados.

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3.1 Obra Contorno de Juazeiro do Norte – Trecho II e III

Com o aumento substancial, em todas as cidades do Brasil, da frota de

veículos, as vias de ligações entre as cidades de Barbalha/Juazeiro/Crato estão

operando já quase no limite de suas capacidades. Razão pela qual foi planejado

construir uma avenida contornando a área urbana da Cidade de Juazeiro do Norte e

fazendo a ligação entre as rodovias CE-060 que liga Barbalha a Juazeiro e CE-292

que liga Juazeiro a Crato.

Figura 11: Mapa de localização da Obra do Contorno de Juazeiro do Norte - CE

Fonte: Google Earth (2016)

Esse contorno desafogará o tráfego dessas vias e aumentará a mobilidade

viária entre essas cidades, principalmente de tráfego pesado. O projeto foi dividido em

três segmentos, Trecho-01, Trecho-02 e Trecho-03. O Trecho-01 já está finalizado e

o ponto final está localizado na extremidade esquerda da ponte existente sobre o Rio

Salgadinho com coordenadas X=464173.6100 e Y=9204122.9446. O Trecho 02

apresenta seu início nas coordenadas X=464203.6009 e Y=9204088.0283 e término

nas coordenadas X=462582.7136 e Y=9202123.1215. Já o Trecho 03, tem seu início

nas coordenadas X=462582.7136 e Y=9202123.1215 e seu término nas coordenadas

X=460499.6095 e Y=9201033.7206, que ligara esse ponto a Rodovia CE-292

praticamente na divisa dos municípios de Juazeiro e Crato.

FINAL – TRECHO III

FINAL –TRECHO I INICIO – TRECHO II

FINAL – TRECHO II INICIO – TRECHO III

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3.1.1 Características da Avenida do Contorno – Trecho II e III

De acordo com informações obtidas pela empresa executora da obra, Coral

Construtora Rodovalho Alencar, esses dois trechos contam com as seguintes

características:

Os trechos terão três interseções: A primeira na partida, ou seja, na saída da ponte

sobre o Rio Salgadinho, onde a Avenida do Contorno encontra na Avenida Leandro

Bezerra que atualmente passa sobre a ponte e será constituída de uma rotatória

com as Alças 1.000 (X=464266.5603 e Y=9204026.4177) e 2.000 (X=464208.9492

e Y=9204093.6175). A segunda interseção é para cruzar os trilhos do metrô da Rua

Paulo Maia, com um viaduto projetado e os Ramais 3.000 (X=462790.5398 e

Y=9202355.8878), 4.000 (X=462675.6160 e Y=9202150.2721) e 5.000

(X=462540.9657 e Y=9202068.5968). A última será na chegada da Avenida do

Contorno a rodovia CE-292 que liga Juazeiro a Crato, realizado um viaduto para

novamente cruzar em desnível com os trilhos do metrô e a chegada a CE-292.

Entre as coordenadas: X=464203.6009 e Y=9204088.0283; X=462582.7136 e

Y=9202123.1215 a seção acabada tem as seguintes dimensões:

Pista de Rolagem: 2 x 3,00m;

Faixa de Segurança: 2 x 0,50m;

Ciclovia no Canteiro Central: 2,70m;

Passeios (Calçada): 2 x 2,00m;

No segmento citado acima, nas coordenadas X=462733.5597 e Y=9202170.5072

foi projetado um viaduto para transpor a linha férrea, e a configuração da seção é

a seguinte:

Lado Esquerdo:

Pista de Rolagem: 2 x 3,00m;

Faixa de Segurança: 2 x 0,50m;

Passeio (Calçada): 2,00m;

Viaduto:

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Pista de Rolagem: 2 x 3,00m;

Faixa de Segurança: 2 x 0,50m;

Lado Direito:

Ciclovia: 2,70m;

Pista de Rolagem: 2 x 3,00m;

Faixa de Segurança: 2 x 0,50m;

Passeio (Calçada): 2,00m;

Entre as coordenadas: X=462702.7503 e Y=9202135.8094; X=460724.7706 e

Y=9201132.8983 na pista direita, está passando sobre a linha férrea que é utilizada

pelo Metrô do Cariri e passa a ter o traçado pela margem direita da ferrovia. Essa

pista passa a ter as seguintes dimensões:

Lado Direito:

Ciclovia: 2,70m;

Pista de Rolagem: 2 x 3,00m;

Faixa de Segurança: 2 x 0,50m;

Passeio (Calçada): 2,00m

No mesmo segmento a pista da esquerda faz uma acomodação para usar a

margem esquerda da ferrovia. Essa pista passa a ter as seguintes dimensões:

Pista de Rolamento: 2 x 3,00m;

Faixa de Segurança: 2 x 0,50m;

Passeio (Calçada): 2,00m

Entre as coordenadas X=462702.7503 e Y=9202135.8094; X=460724.7706 e

Y=9201132.8983 a Avenida de Contorno usa o traçado da ferrovia em via duplicada

com a faixa central com largura variável que é ocupada pela ferrovia.

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Entre as estacas 160 e 190 da via direita da avenida está previsto em projeto um

retorno com conversão para Juazeiro.

Entre as coordenadas X=460803.5033 e Y=9201247.3285 e X=460499.6095 e

Y=9201033.7206, a pista direita, passa sobre a linha férrea que é utilizada pelo

Metrô do Cariri, ficando as duas pistas (esquerda e direita) à esquerda da ferrovia,

fazendo em seguida a interseção com a CE-292, chamada de Av. Padre Cícero,

nessa passagem sobre a linha do Metrô foi projeto um viaduto com 70 metros de

extensão. Neste segmento, as vias ficaram com as seguintes seções.

Lado Esquerdo:

Pista de Rolagem: 2 x 3,00m;

Faixa de Segurança: 2 x 0,50m;

Calçada: 2,00m;

Viaduto:

Ciclovia: 2,40m;

Pista de Rolagem: 2 x 3,00m;

Faixa de Segurança: 2 x 0,50m;

Lado Direito:

Pista de Rolagem: 2 x 3,00m;

Faixa de Segurança: 2 x 0,50m;

Calçada: 2,00m;

3.2 Métodos preventivos de segurança adotados na obra

Para que o desenvolvimento da obra ocorra de forma adequada e dentro dos

critérios estipulados pelas NRs em consonância com a CLT a empresa responsável

pela execução da Obra do Contorno de Juazeiro do Norte – Trecho II e III determinou

várias técnicas de controle, distribuição e treinamentos no que tange a utilização dos

EPI’s, conforme poderá ser melhor compreendido a seguir:

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3.2.1 Distribuição dos EPI’s

Essa etapa efetua-se após a formalização do processo de contratação dos

funcionários pela empresa. Assim, a distribuição dos EPI’s somente ocorre

posteriormente ao processo administrativo que o torne apto a realização de suas

atividades. Dessa forma, após a capacitação do funcionário pelo setor administrativo

da empresa este é direcionado ao setor de segurança do trabalho, que se localiza no

canteiro de obras da empresa, para o recebimento dos EPI’s.

3.2.1.1 Formas de distribuição

Atualmente a forma de distribuição que o setor de segurança do trabalho se

utiliza para a entrega dos EPI’s aos funcionários recém-contratados se dá através do

uso de uma relação dos tipos de equipamentos (Tabela 3) que são mais utilizados na

empresa a partir das funções a serem exercidas na construção. Assim, para cada

função na empresa apresenta-se uma relação com os equipamentos que são mais

utilizados e seus respectivos CA (Certidão de Aprovação) que foram emitidos pelo

SINMETRO (Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial).

Tabela 3: Lista de equipamentos de proteção individual da obra do Contorno de Juazeiro do Norte

EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL: AVENTAL DE RASPA LUVAS ALGODÃO

BOTA DE COURO N (BRACOL) LUVAS DE VAQUETA

BOTA P.V.C. LUVAS LATEX

CALÇA JEANS LUVAS PROMAT (CURTA)

CAMISA ENCARREGADOS LUVAS PROMAT (LONGA)

CAMISA MOT./ OP./ APONTADOR MASCARA RESPIRATÓRIA CG 306

CAPA DE CHUVA MASCARA RESPIRATÓRIA PFF 2(S)

CAPACETE DE SEGURANÇA ÓCULOS DE SEGURANÇA

CARNEIRA PARA CAPACETE PROTETOR AURICULAR (CONCHA)

CINTO DE SEGURANÇA PROTETOR AURICULAR (PLUG)

CINTO DE SEGURANÇA (COMUM) TALABARTE (ABISORVEDOR DE ENERGIA)

FARDAMENTO SERVENTE TOCA ARABE

Fonte: Coral Construtora Rodovalho Alencar (2016)

Desse modo, o funcionário preenche uma ficha onde se apresentam os tipos

de EPI’s que foram recebidos, a data do recebimento e a assinatura de cada

equipamento que foi entregue. Além disso, na ficha de EPI também consta um termo

de responsabilidade em que o funcionário garante realizar os cuidados devidos com

os equipamentos recebidos assim como, efetuar a sua utilização adequadamente,

como mostra a imagem a seguir.

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Figura 12: Ficha de EPI

Fonte: Coral Construtora Rodovalho Alencar (2016)

Desse modo, conforme mostra a imagem para o funcionário que for contratado

para a função de servente irá receber os seguintes EPI’s: Capacete, Óculos, Protetor

Auricular, Protetor respiratório PFF2, Fardamentos, Toca Árabe, Par de Luvas

Vaquetas e um Par de botas de couro.

3.2.1.2 Controle de distribuição

O controle de distribuição dos equipamentos de proteção é feito através de uma

relação da quantidade de itens existentes no estoque da segurança do trabalho

(Figura 12) localizado na cidade de Missão Velha. Contudo, além desse estoque

encontra-se na sala de segurança do trabalho também um estoque de equipamento

de segurança, porém, em menor quantidade, conforme apresenta-se na imagem 13.

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Figura 13: Estoque de EPI’s existente na cidade de Missão Velha

Fonte: Coral Construtora Rodovalho Alencar (2016)

Figura 14: Estoque de EPI’s existente na sala de segurança

Fonte: Coral Construtora Rodovalho Alencar (2016)

Desse modo, quando falta algum equipamento de segurança do estoque da

sala de segurança, localizada no canteiro de obras em Juazeiro do Norte, é feito uma

solicitação para o recebimento do mesmo do estoque existente na cidade de Missão

Velha. Assim, por meio da tabela a seguir pode-se compreender melhor como é feito

o controle de estoque dos EPI’s para a Obra do Contorno de Juazeiro do Norte –

Trecho II e III.

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Tabela 4: Relação do Estoque de EPI’s no mês de Outubro de 2016

Fonte: Coral Construtora Rodovalho Alencar (2016)

Assim, como pode ser visto, para o mês de Outubro existe no estoque do

deposito de segurança do trabalho localizado na cidade de Missão Velha, no caso do

capacete vermelho, 17 capacetes novos e 23 que já foram utilizados, o que formam

uma quantidade de 40 capacetes.

3.2.2 Treinamento quanto ao uso

O treinamento (Figura 14) quanto ao uso dos EPI’s é feito juntamente com a

entrega dos equipamentos. Desse modo, nesta etapa o técnico de segurança da

empresa alerta aos funcionários sobre os riscos de suas atividades, que podem variar

de acordo com a função a ser exercida. Em seguida, também é feito a descrição de

todos os processos de segurança do trabalho que a Coral se utiliza a fim de garantir

que as novas pessoas compreendam a metodologia de segurança adotada.

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Figura 15: Treinamento realizado com os funcionários da Obra

Fonte: Coral Construtora Rodovalho Alencar (2016)

Desse modo, na imagem a seguir pode-se ver alguns dos assuntos que são

tratados durante o treinamento ou seja, a integração do funcionário a empresa.

Figura 16 Alguns dos Assuntos que são tratados na Integração dos funcionários

Fonte: Coral Construtora Rodovalho Alencar (2016)

Assim, como pode ser visto, dentre os assuntos que são tratados no

treinamento está o uso dos EPI’s, os tipos existentes e significado, entre outras

abordagens, sendo que todo o treinamento é realizado com base na NR 18. Além

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disso, outra atividade que também ganha bastante destaque na empresa é o DSS

(Dialogo semanal de Segurança), que será melhor compreendido a seguir:

3.2.3 Realização do DSS (Dialogo Semanal de Segurança)

Este tipo de atividade consiste em realizar um diálogo semanal, onde é feito a

conscientização dos funcionários da empresa sobre vários assuntos referentes a

segurança do trabalho na construção. Assim sendo, a cada semana são abordadas

várias temáticas que visam realizar a conscientização das pessoas para a segurança,

além de, adverti-los sobre os riscos pertinentes a suas atividades.

Desse modo, o DSS é realizado no canteiro de obras da empresa 1 (uma) vez

por semana, sendo que geralmente ocorre nas quintas-feiras. Assim, conforme

apresenta-se na figura 16 a seguir, dentre os assuntos que são comumente tratados

no DSS o uso dos EPI’s é uma temática que é constantemente destacada, tendo em

vista, a grande necessidade de garantir a segurança dos operários na execução dos

viadutos, por serem locais pontuais a ocorrência de acidentes de trabalho.

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Figura 17: Assuntos tratados no DSS

Fonte: Coral Construtora Rodovalho Alencar (2016)

Na imagem abaixo podemos ver como o DSS é realizado, onde há a

participação de todos os funcionários da obra. Atualmente a obra do Contorno de

Juazeiro do Norte – trecho II e III conta com aproximadamente 270 funcionários, sendo

que destes encontram-se pedreiros, serventes, carpinteiro, ferreiro, operadores de

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maquinas, encarregados de campo e a administração da obra, além do técnico de

segurança do trabalho e seus auxiliares.

Figura 18: DSS realizado com os funcionários da obra

Fonte: Coral Construtora Rodovalho Alencar (2016)

3.2.4 CA (Certificado de Aprovação)

Conforme dito anteriormente, C.A. é um certificado que atesta a qualidade e a

eficácia do equipamento para aquele determinado uso. Dessa forma, todo

equipamento de segurança somente pode ser utilizado mediante a emissão desse

certificado de aprovação pelo SINMETRO. Assim, na execução da obra do Contorno

– trecho II e III é feito uma relação dos equipamentos que são mais utilizados pelos

funcionários e, a partir daí, é feito um orçamento prévio nas distribuidoras assim como,

a avaliação das condições jurídicas dos equipamentos para então executar a compra

dos mesmos.

Desse modo, conforme mostra a tabela a seguir, podem-se ver alguns dos

EPI’s mais utilizados na obra assim como, seus respectivos CA’s e preços de compra

feitos pela construtora.

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Tabela 5: Relação dos EPI’s com seus respectivos CA’s e preço unitário

EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL:

C.A. VALOR UNID

EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL:

C.A. VALOR UNID

CAPACETE DE SEGURANÇA

29792 R$ 7,80 LUVAS PROMAT (LONGA) 1713 R$ 20,00

CARNEIRA PARA CAPACETE

XXXXXX R$ 5,82 BOTA DE COURO N (BRACOL)

31888 R$ 56,00

TOCA ARABE XXXXXX R$ 11,90 BOTA P.V.C. 26629 R$ 23,00

ÓCULOS DE SEGURANÇA 15649 R$ 3,50 CAPA DE CHUVA 30236 R$ 23,25

PROTETOR AURICULAR (PLUG)

15485 R$ 1,00 MASCARA RESPIRATÓRIA CG 306

7072 R$ 27,40

PROTETOR AURICULAR (CONCHA)

14545 R$ 15,25 CAMISA MOT. / OP. / APONTADOR

XXXXXX R$ 13,00

MASCARA RESPIRATÓRIA PFF 2(S)

14103 R$ 1,10 FARDAMENTO SERVENTE XXXXXX R$ 52,40

AVENTAL DE RASPA 25841 R$ 28,00 CAMISA ENCARREGADOS XXXXXX R$ 36,00

LUVAS DE VAQUETA 9455 R$ 15,30 CALÇA JEANS XXXXXX R$ 27,70

LUVAS ALGODÃO 31281 R$ 1,90 CINTO DE SEGURANÇA (COMUM)

15728 R$ 172,80

LUVAS LATEX 25165 R$ 2,20 CINTO DE SEGURANÇA 35994 R$ 49,20

LUVAS PROMAT (CURTA) 1713 R$ 8,50 TALABARTE (ABISORVEDOR DE ENERGIA)

35994 R$ 174,20

Fonte: Coral Construtora Rodovalho Alencar (2016)

Nesse caso, conforme pode ser visto, para os equipamentos, como: carneira

para capacete, fardamento, calças e camisa a empresa não utiliza um tipo que

apresente um C.A. especifico. Contudo, vale ressaltar que estes são itens que não

oferecem grandes riscos à segurança do funcionário, o que nesse caso, não implica

na obrigatoriedade para o uso desse tipo de equipamento com a presença de um C.A.

para que seja garantido a sua eficiência.

3.3 Ordem de Serviço Funcional (OSF)

A ordem de serviço consiste em habilitar o funcionário para a realização de

suas atividades na construção. Desse modo, essa técnica consiste em preparar o

indivíduo para a realização de sua função assim como, dar a confirmação de que este

está consciente dos riscos de suas atividades assim como, das medidas preventivas

de acidentes que devem ser adotadas pelo mesmo.

Dessa forma, na imagem a seguir tem-se um modelo de Ordem de serviço que

é adotado pela empresa, onde são descritos todos os assuntos tratados

anteriormente.

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Figura 19: Ordem de Serviço Funcional

Fonte: Coral Construtora Rodovalho Alencar (2016)

3.4 Fiscalização dos métodos utilizados

A forma de fiscalização que a construtora se utiliza se dá por meio de vistorias

semanais a execução da obra assim como, através de levantamentos de informações

pertinentes a insatisfação dos funcionários com realização de algumas atividades.

Desse modo, o técnico de segurança da empresa através dos dados coletados

buscará solucionar esses impasses. Assim como, por meio das vistorias semanais

corrigir erros de segurança e aconselhar aqueles que não estão fazendo o uso

adequado dos equipamentos de proteção.

Contudo, quando o indivíduo mesmo sendo repreendido por seus atos

irregulares se recusa a agir de forma devida, seguindo as regras estipuladas pela

empresa são tomadas algumas medidas corretivas, conforme abordado a seguir.

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3.5 Medidas corretivas adotadas pela empresa

Atualmente a empresa responsável pela execução da obra adota as medidas

corretivas tratadas conforme dispõe as leis trabalhistas da CLT. Assim, de acordo com

a mesma para manter a ordem e a disciplina no ambiente de trabalho o empregador

possui a faculdade de aplicar determinadas penalidades, mas dentro de um senso

justo e moderado.

3.5.1 Advertência Disciplinar

A advertência disciplinar adotada pela construtora se baseia nas normas

tratadas pela CLT. Desse modo, a advertência disciplinar é utilizada como forma de

evitar a reincidência de atos faltosos de qualquer natureza previstos por lei, onde são

necessários a tomada de medidas cabíveis a situação.

Dessa forma, na imagem pode-se ver um exemplo de advertência verbal que é

utilizado pela empresa quando um funcionário comete um ato faltoso durante a

realização de suas tarefas.

Figura 20: Modelo de advertência disciplinar adotada na empresa

Fonte: Coral Construtora Rodovalho Alencar (2016)

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3.5.2 Suspensão

A suspensão, conforme abordado anteriormente, trata-se de uma medida mais

rigorosa para que o indivíduo que cometeu atitudes irregulares seja repreendido e

passe a não pratica-las. Com isso, o funcionário é liberado de suas atividades por um

determinado prazo de tempo para que este repense o seu comportamento. Contudo,

os dias que o mesmo ficou ausente também serão debitados em seu salário.

No entanto, o período que o funcionário possa passar suspenso depende da

gravidade do ato a ser analisado pelo setor administrativo da empresa. Assim, na

imagem abaixo, pode ser ver um exemplo de um modelo de suspensão que a

construtora se utiliza para disciplinar de forma mais rigorosa aqueles que cometem

atos faltosos na construção.

Figura 21: Modelo de advertência disciplinar adotada na empresa

Fonte: Coral Construtora Rodovalho Alencar (2016)

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3.6 Medidas adotadas após a ocorrência dos acidentes

As medidas adotadas no caso de ocorrência de acidente são baseadas

conforme está expresso nas normas da CLT. Dessa forma, após a realização dos

primeiros socorros ao acidentado é dever do setor de segurança averiguar como o

incidente aconteceu e com isso elaborar um relatório de investigação de acidentes,

no qual será melhor tratado abaixo.

3.6.1 Relatório de investigação de acidentes

Esta etapa consiste em levantar todos os dados possíveis, por meio de

entrevistas a pessoas que viram o acidente assim como, a versão do indivíduo

acidentado para com isso, realizar um relatório de identificação dos motivos que

levaram a ocorrência do acidente a fim de que, sejam tomadas as medidas cabíveis

para o caso. Desse modo, segundo levantamentos realizados na referida obra

identificou-se um relatório de acidente de trabalho onde é descrito a ocorrência de um

caso de investigação de acidentes (Anexos C e D).

Segundo o relatório o Sr. José Alexandre Pereira Filho (Pedreiro) identificou-se

que, ele e outro colaborador o Sr. Marcos Antônio Barbosa de Souza (Aux. de

Encanador), executava a atividade de encaixe das caixas (manilha quadrada / aduela)

coletora de água pluvial, atividade executada dentro de uma vala. As manilhas

estavam sendo içada pela escavadeira hidráulica, ao fazer a desconexão, logo após

a do Marcos Antônio, o José Alexandre, pediu ao operador o Sr. José Hercules de

Sousa Calixto que baixasse a concha para facilitar a retirada da corrente, o operador

não atentando o que se pedira, acabou erguendo - a, prensando a mão direita do

colaborador entre a concha e a corrente usada para o içamento.

Mediante essa ocorrência o indivíduo, Srº José Alexandre, foi encaminhado

para UPA (Unidade de Pronto Atendimento) na cidade de Juazeiro do Norte/CE, onde

foi submetido a procedimento cirúrgico, e sutura de 08 (Oito) pontos, sendo o mesmo

liberado logo em seguida. No entanto, este ficará afastado das suas atividades

laborais por um período de 05 (Cinco) dias. Contudo, é importante salientar que esta

situação foi a única incidência de acidente de trabalho que até o referido momento foi

identificada na obra.

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3.7 Avaliação da metodologia de segurança que a empresa se utiliza

Durante a visita realizada na referida obra constatou-se que esta busca realizar

todas suas atividades conforme tratadas nas normas legislativas sobre o uso,

conscientização e fiscalização dos EPI’s além de, realizar os métodos corretivos de

forma adequada aos que cometem irregularidades na obra.

Dessa forma, nas imagens abaixo podemos ver alguns funcionários da

construtora realizando suas atividades com todos os EPI’s de forma adequada. Assim

como, todos os funcionários que trabalham na execução dos viadutos estão fazendo

o uso dos equipamentos de segurança como, o uso do cinturão de proteção contra

queda acoplado a uma linha de vida. Contudo, como a obra se encontra em

andamento apenas um dos 2 (dois) viadutos a serem executados está em grau com

grande avançado, sendo este considerando um local pontual a ocorrência de

acidentes.

Figura 22: Execução do Viaduto 1 – Trecho II

Fonte: Coral Construtora Rodovalho Alencar (2016)

Figura 23: Execução do Viaduto 1 e asfaltamento de vias – Trecho II

Fonte: Coral Construtora Rodovalho Alencar (2016)

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Figura 24: Execução do Viaduto 2 – Trecho III

Fonte: Coral Construtora Rodovalho Alencar (2016)

Figura 25: Asfaltamento, execução de passeios e drenagem– Trecho II

Fonte: Coral Construtora Rodovalho Alencar (2016)

Figura 26: Terra Armada dos Viadutos I e II – Trecho II e III

Fonte: Coral Construtora Rodovalho Alencar (2016)

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Figura 27: Execução da drenagem – Trecho III

Fonte: Coral Construtora Rodovalho Alencar (2016)

Desse modo, atualmente a obra se encontra com toda a parte de drenagem

concluída, 70% da parte de asfaltamento dos trechos estão executados, 60% do

Viaduto 1 está concluído e 30% do Viaduto 2. Já elevação de terra armada para o

Viaduto 1 se encontra com 70% pronta e o Viaduto 2, conta com 40% pronto.

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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através do estudo realizado constatou-se que atualmente ainda é bastante

considerável o índice de acidentes de trabalho na construção civil. No entanto, é

importante lembrar que essa situação já foi mais alarmante no país. Desse modo, este

trabalho buscou mostrar as medidas de prevenção que são utilizadas nas construções

que possibilitam a minimização dos acidentes de trabalho e preservam a integridade

dos trabalhadores.

Assim, através das visitas e estudos realizados na Obra do Contorno de

Juazeiro do Norte – Trecho II e III observou-se que a empresa cumpre as exigências

em disponibilizar os EPI’s a todos seus empregados e que tal cumprimento é fator de

extrema importância no auxílio à proteção do trabalhador. Identificou-se também que,

a mesma executa suas tarefas atendendo todos os padrões de segurança tratados

nas Normas Regulamentadoras (NR) assim como, em consonância com a

Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT).

No entanto, vale salientar que, o alinhamento do planejamento da segurança

com as etapas produtivas não é uma tarefa fácil para as grandes empresas. Contudo,

no caso estudado constatou-se que a empresa prioriza esse planejamento, pois define

as metas da produção junto com a equipe de segurança.

Assim, este trabalho, se mostra como um meio de contribuição para que se

tenha uma visão mais abrangente dos dispositivos de segurança que são geralmente

utilizados no setor da construção civil, bem como, atentar para os métodos de

aquisição, controle e distribuição dos EPI’s.

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REFERÊNCIA

ALVES, T. C. Manual de equipamento de proteção individual. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Embrapa Pecuária Sudeste, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. São Carlos, SP, 2013. Disponível em: http://www.cppse.embrapa.br/sites/default/files/principal/publicacao/Documentos111.pdf. Acesso: Agosto de 2016. ARAÚJO, D. C. Introdução a Segurança do trabalho. Apostilha de introdução a segurança do trabalho. 2011. Disponível em: https://pt.scribd.com/doc/102282118/APOSTILA-DE-INTRODUCAO-A-SEGURANCA-DO-TRABALHO-pdf. Acesso: Agosto de 2016. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TECNICAS. NR 5 - COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES. 1978. Disponível em: http://trabalho.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR5.pdf. Acesso: Agosto de 2016. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TECNICAS. NR 6 - EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL – EPI. 1978. Disponível em: http://trabalho.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR6.pdf. Acesso: Agosto de 2016. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TECNICAS. NR 18 - CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DE TRABALHO NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO. 1978. Disponível em: http://trabalho.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR18/NR18atualizada2015.pdf. Acesso: Agosto de 2016. CALDEIRAS, K. V. L., PIMENTA, C. P. Principais causas de acidentes de trabalho ocorridos na construção civil em estudo realizado em obras de Maringá-PR. Artigo – Revista Alvorada de Maringá. Paraná, 2013. Disponível em: http://www.alvoradamaringa.com.br/revista/index.php/smg/article/download/35. Acesso: Agosto de 2016. CAVALCANTE, R. R. Acidentes de trabalho: Uma análise do acidente de trabalho na construção civil na região Nordeste, para o ano de 2011. UFC – Universidade Federal do Ceará, Mestrado profissional em Economia de empresas CAEN/MPE, Curso de Pós-Graduação em Economia. Fortaleza, 2013. Disponível em: http://www.repositorio.ufc.br/bitstream/riufc/9519/1/2013_dissert_rrcavalcante.pdf. Acesso: Agosto de 2016. CISZ, C. R. Conscientização do uso de EPI’s, quanto à segurança pessoal e coletiva. Universidade Tecnológica Federal do Paraná, UTFPR. Curitiba, 2015. Disponível em: http://repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/3833/1/CT_CEEST_XXIX_2015_07.pdf. Acesso: Agosto de 2016.

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ANEXO A – Termo de Autorização de Uso de Dados

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ANEXO B – Relatório de Investigação de Acidentes da Obra

Fonte: Construtora Rodovalho Alencar (2016)

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ANEXO C – Continuação do Relatório de Investigação de Acidentes da Obra

Fonte: Construtora Rodovalho Alencar (2016)