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UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI Curso de graduação em Educação Física (Licenciatura) Vinicius Fernandes de Souza AVALIAÇÃO DA ROTULAGEM NUTRICIONAL DE SUPLEMENTOS DE CREATINA PARA ATLETAS COMERCIALIZADOS EM DIAMANTINA, MINAS GERAIS Diamantina 2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI

Curso de graduação em Educação Física (Licenciatura)

Vinicius Fernandes de Souza

AVALIAÇÃO DA ROTULAGEM NUTRICIONAL DE SUPLEMENTOS DE CREATINA

PARA ATLETAS COMERCIALIZADOS EM DIAMANTINA, MINAS GERAIS

Diamantina

2017

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Vinicius Fernandes de Souza

AVALIÇÃO DA ROTULAGEM NUTRICIONAL DE SUPLEMENTOS DE CREATINA

PARA ATLETAS COMERCIALIZADOS EM DIAMANTINA, MINAS GERAIS

Trabalho de conclusão apresentado ao curso de

graduação em Educação Física da Universidade Federal

dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, como requisito

para a obtenção do título de licenciado em Educação

Física.

Orientador: Prof. Dr.Harriman Aley Morais

Diamantina

2017

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Vinicius Fernandes Souza

AVALIAÇÃO DA ROTULAGEM NUTRICIONAL DE SUPLEMENTOS DE

CREATINAPARA ATLETAS COMERCIALIZADOS EM DIAMANTINA, MINAS

GERAIS

Trabalho de Conclusão apresentado ao curso de graduação

em licenciatura Educação Física da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, como requisito

parcial para a obtenção do título de licenciado em

Educação Física.

Orientador: Dr. Harriman Aley Morais

Aprovado em ... / ... / ...

_______________________________

Fernanda Barbosa Lupki

Instituto de Ciência e Tecnologia - UFVJM

_______________________________

Prof. Dr. Marco Fabricio Dias Peixoto

Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde - UFVJM

_______________________________

Prof. Dr. Harriman Aley Morais

Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde – UFVJM

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RESUMO

Para obter um melhor rendimento em suas atividades físicas, sejam elas amadoras ou de caráter

profissional competitivo, indivíduos recorrem cada vez mais a recursos ergogênicos e/ou

suplementares, mas o mínimo conhecimento e diversas concepções erradas sobre esses recursos

deixam dúvidas sobre como utilizar e quem pode utilizar tais substâncias. Um exemplo bem claro

disso é o uso da creatina que de um tempo pra cá passou a ser o “suplemento da moda, o

suplemento do momento” O uso indiscriminado da substância gerou muitos mitos, no entanto

pesquisas mostram que diversas, pessoas já fizeram, fazem ou farão a suplementação da creatina,

seja para fins competitivos ou não, objetivando ganhos nos níveis de força, potência muscular e

aumento na massa corporal. Nesse contexto, este trabalho teve como objetivo avaliar a

conformidade dos rótulos de suplementos a base de creatina comercializados no município de

Diamantina, Minas Gerais com a RDC nº 18/2010. Para coleta de dados empregou-se um

checklist elaborado a partir das normativas legais de comercialização de suplementos para atletas

e de rotulagem nutricional de alimentos embalados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

Foram identificados seis estabelecimentos que comercializavam suplementos alimentares, sendo

que nestes locais foram catalogados cinco produtos de marcas diferentes designados como

suplementos a base de creatina. Verificou-se que todos os suplementos avaliados apresentaram

uma ou mais inconformidades em seus rótulos, o que inviabilizaria a comercialização destes

produtos. Reforça-se, neste sentido, a necessidade de maior fiscalização sanitária deste tipo de

produto, bem como a maior atenção no uso por praticantes de atividade física.

Palavras-Chave: Suplemento; Atletas; Creatina; Rotulagem nutricional.

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SUMÁRIO

1

INTRODUÇÃO..........................................................................................................................111

2 OBJETIVOS..............................................................................................................................12

2.1 Objetivo geral..........................................................................................................................12

2.2 Objetivos específicos ..............................................................................................................12

3 REFERENCIAL TEÓRICO....................................................................................................13

4 METODOLOGIA......................................................................................................................18

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO...............................................................................................19

6 CONCLUSÃO...........................................................................................................................24

REFERÊNCIAS............................................................................................................................25

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1 INTRODUÇÃO

A utilização de suplementos visando o aumento do desempenho físico é na atualidade uma

estratégia bastante evidenciada no cotidiano de indivíduos fisicamente ativos, sejam eles praticantes

de atividade física não atletas, atletas e fisiculturistas (MEDEIROS et al., 2010). Porém, em nosso

país, os suplementos devem ser elaborados para atender a demanda diferenciada do organismo em

função de uma situação fisiológica distinta ou simplesmente necessitar de complementação para

atendimento das necessidades diárias, sendo oficialmente reconhecidos os alimentos para fins

especiais (BRASIL, 1998a), os alimentos adicionados de nutrientes essências (BRASIL, 1998b), os

suplementos vitamínicos ou minerais (BRASIL, 1998c) e os alimentos para atletas (BRASIL, 2010).

Na ausência de regulamentações legais específicas, têm-se tornado habitual a

comercialização de “suplementos alimentares” dos mais variados tipos, sendo comum a venda dos

chamados suplementos pré-treino, que incluem uma variedade de compostos, isolados ou em

misturas, tais como a cafeína, dimetilamina, creatina, arginina, b-alanina e taurina, aos quais são

atribuídas as propriedades de maior ganho de força, de resistência ou de massa muscular (SMITH et

al., 2010; SPRADLEY et al., 2012). Dentre estes pré-treinos, o consumo de creatina se destaca,

tendo em vista que sua ação ergogênica já foi testada e comprovada no aumento dos níveis de força

e potência muscular, sendo assim, amplamente utilizada na tentativa de aumentar força e massa

muscular em indivíduos saudáveis e atletas (GUALANO et al., 2010; MEDEIROS et al., 2010).

No entanto, segundo COSTA; ROCHA; QUINTÃO, 2013; SANTOS et al., 2013; a busca

pelo corpo perfeito, faz com que as pessoas procurem por substâncias que otimizem e acelerem o

processo para realizarem seus desejos, tornando-se comum o consumo de suplementos alimentares,

os quais muitas vezes são adquiridos sem nenhuma prescrição profissional, expondo as pessoas ao

risco de uso exagerado e inadequado destes produtos.

Assim, a hipótese desta pesquisa surgiu após observação da ausência e/ou incompatibilidade

de informações contidas na rotulagem dos produtos, propondo-se a pesquisar a lei e averiguar as

possíveis inadequabilidade destes suplementos, uma vez que do ponto de vista do educador físico, o

real conhecimento do produto é importante para o entendimento do poder de estimulo e/ou alteração

do metabolismo e desempenho dos usuários.

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2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral

• Avaliar a rotulagem de suplementos de creatina para atletas comercializados em

Diamantina/MG.

2.2 Objetivos específicos

• Catalogar os suplementos de creatina comercializados em Diamantina.

• Coletar informações dos rótulos e investigar a conformidade destes suplementos de acordo

com a legislação específica.

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3 REFERENCIAL TEÓRICO

Os músculos esqueléticos dos seres humanos são capazes de oxidar diferentes substratos

energéticos para a produção de adenosina trifosfato (ATP), incluindo a glicose, o glicogênio, os

ácidos graxos, os corpos cetônicos, bem como os esqueletos carbonados de alguns aminoácidos

(alanina, aspartato, glutamato, valina, leucina e isoleucina). Todavia, a fonte imediata mais

abundante de ATP, em exercícios de alta intensidade e curta duração, é a fosfocreatina ou fosfato de

creatina (PERALTA; AMANCIO, 2002; SMITH; MARKS; LIEBERMAN, 2007). Neste sentido,

este referencial abordará alguns aspectos relacionados ao metabolismo da creatina e seu uso como

suplemento para atletas.

3.1 Creatina: estrutura e metabolismo

A creatina é um aminoácido não-proteico (ácido α-metil guanidino acético) de ocorrência

natural, que pode ser obtida via alimentação, especialmente pelo consumo de carnes vermelhas e

peixes (Tabela 1), ou ser sintetizada endogenamente pelo fígado, pâncreas e rins a partir dos

aminoácidos glicina, arginina e metionina (PERALTA; AMANCIO, 2002; GUALANO et al.,

2008a).

Tabela 1 – Teor de creatina em alguns alimentos

Alimento Creatina (g/kg)

Bacalhau 3,0

Arenque 6,5 a 10,0

Linguado 2,0

Salmão 4,5

Carne de boi 4,5

Carne de porco 5,0

Leite 0,1 Fonte: BALSOM; SÖDERLUND; EKBLOM (1994).

Alimentos de origem vegetal têm quantidades insignificantes de creatina e, em indivíduos

vegetarianos radicais, que não ingerem nenhum tipo de alimento de origem animal, restringem sua

ingestão de creatina a valores muito próximos de zero, portanto a síntese endógena passa a exercer a

função de única fonte desse composto (FRANCO; MARIANO, 2009).

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A síntese endógena da creatina começa nos rins, onde a glicina se combina com a arginina,

como formação de orinitina e de guanidinoacetato, reação catalisada pela arginina-glicina

amidinotransferase (AGAT). O guanidinoacetato é exportado para o fígado e pâncreas, onde é

metilado pela S-adenosilmetionina, reação catalisada pela N-guanidinoacetatometiltransferase

(GAMT) formando a creatina (CAMERON; MACHADO, 2004; SMITH; MARKS; LIEBERMAN,

2007). O esquema desta reação pode ser observado na figura 1.

Figura 1 – Reações de síntese da creatina

A creatina formada é então liberada na circulação e segue para alguns tecidos, como o

músculo esquelético, o coração, o cérebro, a retina e os testículos. Os músculos esqueléticos retêm

quase 95% de toda a quantia corporal de creatina, sendo que mais da metade dela destina-se às

fibras do tipo II. Da creatina total do músculo aproximadamente 60% se encontra sob a forma

fosforilada (MAUGHAN; GLEESON; GREENHAFF, 2000; PERALTA; AMÂNCIO, 2002;

CAMERON; MACHADO, 2004; RIEGEL, 2005).

Se ingerida, via alimentos ou suplementos para atletas, a creatina é absorvida no intestino.

Observa-se um pico nos níveis séricos de creatina cerca de 60 minutos após sua ingestão oral na

forma mono-hidratada e, após esse período, os níveis plasmáticos diminuem, indicando sua absorção

pelos tecidos (KREIDER et al., 2017).

A captação de creatina pela célula muscular é um processo saturável e mediado por um

transportador dependente de sódio e cloro e de alta afinidade, o qual mantém as concentrações

intracelulares de creatina em cerca de 500-1000 vezes maiores do que no plasma sanguíneo

(PERALTA; AMÂNCIO, 2002; CAMERON; MACHADO, 2004; FRANCO; MACHADO, 2009).

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Nos tecidos, a fosfocreatina é formada pela reação reversível da creatina com o ATP, reação

catalisada pela creatina quinase ou creatina fosfotransferase (CPK – creatinephospokinase). No

músculo esquelético existe um equilíbrio reversível entre a creatina e a fosfocreatina: na condição de

repouso, aproximadamente dois terços do conteúdo de creatina está na forma fosforilada e o restante

fica na forma livre (MAUGHAN; GLEESON; GREENHAFF, 2000; PERALTA; AMÂNCIO, 2002;

CAMERON; MACHADO, 2004)

A fosfocreatina é um composto instável, que cicliza espontaneamente formando a creatinina,

que não pode ser metabolizada e é excretada pela urina. Nos indivíduos sadios, a creatina muscular

também se degrada irreversivelmente em creatinina, numa taxa de 2 gramas ao dia, mas é

continuamente reposta pela síntese endógena de creatina e/ou por sua ingestão dietética. A

concentração plasmática de creatinina é notavelmente constante e, desta forma, sua dosagem

sanguínea é um importante método de avaliação da função renal. Importante ressaltar que a taxa de

degradação da creatina está relacionada com a quantidade de massa muscular apresentada pelo

indivíduo (MAUGHAN; GLEESON; GREENHAFF, 2000; CAMERON; MACHADO, 2004;

RIEGEL, 2005; SMITH; MARKS; LIEBERMAN, 2007).

O papel fisiológico da fosfocreatina no músculo esquelético é prover energia livre pronta e

disponível para suportar a grande mudança do nível momentâneo de trabalho, ou seja, os músculos

podem passar instantaneamente do repouso, quando necessitam de energia apenas para manter seu

tônus, a uma atividade dezenas de vezes maior. Além da estocagem energética, tem sido atribuído à

fosfocreatina a função de tampão fisiológico para os cátions de hidrogênio (CAMERON;

MACHADO, 2004; RIEGEL, 2005).

Por ser a hidrólise da fosfocreatina uma reação mais exergônica que a hidrólise do ATP, esse

sistema funciona de forma eficiente, que não permite um decréscimo importante na concentração do

ATP. Neste sentido, as reservas musculares de fosfocreatina permitem um suporte energético

importante para prazos curtos (5-10 s), mas suficiente para que o metabolismo glicolítico o substitua

na ressíntese do ATP (CAMERON; MACHADO, 2004).

3.2Suplementação alimentar de creatina

Face à prioridade de fornecer ATP para o trabalho muscular, a suplementação de creatina

tem sido proposta para aumentar a creatina muscular e, consequentemente, obter melhor

performance para executores de esforços de alta intensidade e curta duração. Porém, sabe-se que

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quando o nível tecidual de creatina já é alto e ocasionado por treino intenso acompanhado de

alimentação correta, a suplementação exógena parece ser menos eficiente ou até mesmo ineficiente

(RIEGEL, 2005).

A suplementação oral de creatina tem sido estudada desde a década de 1920, sendo que, de

forma geral, os principais achados relacionavam-se ao aumento de massa corporal total e de massa

corporal magra (CAMERON; MACHADO, 2004). No meio esportivo, esta substância foi

popularizada nos Jogos Olímpicos de 1992, em Barcelona, especialmente pelos corredores de alta

velocidade, sendo que seu uso não é considerado como doping pelo Comitê Olímpico Internacional

(PERALTA; AMÂNCIO, 2002; FRANCO; MARIANO, 1992).

As estratégias de suplementação predominantemente usadas em vários estudos se dividem

basicamente em três tipos: a) altas doses de creatina (20 a 30 g/dia) em curtos períodos de tempo

(entre 5 a 7 dias); b) altas doses de creatina (20 a 30 g/dia) em curtos períodos de tempo (entre 5 a 7

dias) e dose de manutenção (de 2 a 5 g/dia) durante 28 dias; c) pequenas doses de creatina (entre 2 a

5 g/dia) durante longos períodos de tempo. Fato é que a continuidade na suplementação em altas

doses faz com que cerca de 90% da creatina seja excretada, mostrando uma baixa captação pelos

tecidos (CAMERON; MACHADO, 2004; FRANCO; MARIANO, 2009; NEMEZIO; OLIVEIRA;

SILVA, 2015; KREIDER et al.,2017).

Vários efeitos ergogênicos tem sido relatado à suplementação de creatina e incluem o

aumento da massa muscular em decorrência do aumento da síntese de proteínas miofibrilares ou da

diminuição da proteólise; melhora na performance em atividades de alta intensidade e exercícios

intermitentes; alterações em índices de força e de potência; redução de alguns indicadores

metabólicos de fadiga, tais como concentrações de lactato intramuscular e sérico, pH, concentração

de amônia (intra e extracelular) e de glicogênio muscular (CAMERON; MACHADO, 2004;

FRANCO; MACHADO, 2009; KREIDER et al., 2017).

O aumento da massa corporal também tem sido associado a maior retenção hídrica

provocada pelo aumento nas concentrações intramusculares de fosfocreatina (NEMEZIO;

OLIVEIRA; SILVA, 2015). Por exemplo, Zanelli et al. (2015) demonstraram que após 28 dias de

suplementação com creatina (20 g/dia por sete dias e doses de manutenção de 5 g/dia) houve um

aumento significativo no peso, água corporal total, massa magra e hidratação da massa magra em

indivíduos previamente treinados. Porém, estes mesmos autores relatam que essas mudanças não

foram detectadas nos indivíduos não-treinados.

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Sugere-se que o mecanismo pelo qual a suplementação com creatina poderia ter efeitos

ergogênicos potencias consiste em um aumento do conteúdo muscular de creatina e fosfocreatina, o

qual permitiria um aumento na velocidade de ressíntese de ATP, uma diminuição da fadiga

muscular e uma melhor recuperação durante exercícios repetidos de alta intensidade (FRANCO;

MACHADO, 2009; NEMEZIO; OLIVEIRA; SILVA, 2015; KREIDER et al., 2017).

Neste sentido Alves et al. (2014) conduziram um estudo clínico, para avaliar o efeito da

suplementação de creatina associada ou não ao treinamento de força sobre a peroxidação lipídica em

mulheres idosas, não tendo observado nenhuma alteração significativa, ao longo de 24 semanas, na

peroxidação lipídica, um importante marcador de estresse oxidativo no plasma destas mulheres.

Em diversos estudos com diferentes protocolos de suplementação, tais como 20 g de creatina

mono-hidratada durante 6 dias (MEDEIROS et al., 2010), 20 g de creatina durante cinco dias e 3 g

por sete dias (GOMES; AOKI, 2005) ou por 51 dias subsequentes (ALTIMARI et al., 2006), 30g de

creatina por dia durante 1 semana, seguidas por doses de manutenção de 3 g durante 5 semanas

(SOUZA JÚNIOR et al., 2007) verificou-se a presença de significativas evidências que demonstram

o quanto a suplementação de creatina é capaz de promover aumentos de força e hipertrofia, em

diferentes grupos de indivíduos. Entretanto, Altimari et al. (2010) empregando o mesmo protocolo

de suplementação (20 g de creatina durante cinco dias e 3 g por 51 dias subsequentes) demonstrou

que esta substância não foi um recurso ergogênicos eficiente em esforços físicos de alta intensidade

e curta duração que envolve uma única série.

Embora o uso de creatina seja comum, ainda não há consenso sobre os efeitos colaterais

resultantes do consumo de creatina por tempo prolongado (PERALTA; AMÂNCIO, 2002). Sabe-se

que concentrações plasmáticas de creatina, como as obtidas por suplementação oral, inibem a

expressão do gene responsável pela síntese da AGAT, diminuindo a síntese endógena de creatina

(CAMERON; MACHADO, 2004). Outro destaque refere-se ao fato de que nem todos os indivíduos

respondem à suplementação, ou seja, a captação muscular de creatina é relativamente baixa em

cerca de 30% dos indivíduos. Além disso, deve-se ter em mente que os efeitos mais pronunciados da

suplementação de creatina sobre a realização do exercício em geral são observados em indivíduos

que apresentam aumento superior a 25% da concentração de creatina total muscular durante a

suplementação ((MAUGHAN; GLEESON; GREENHAFF, 2000).

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4 METODOLOGIA

A primeira etapa do trabalho consistiu na identificação dos estabelecimentos que

comercializam suplementos alimentares (drogarias e farmácias), em Diamantina, Minas Gerais.

Nestes locais, realizou-se um levantamento dos produtos vendidos em dois períodos (março e junho

de 2015). Dados dos rótulos foram coletados para sua classificação de acordo com Resolução nº 18,

de 27 de abril de 2010, da Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária -

ANVISA (BRASIL, 2010). Durante toda a realização da pesquisa, os estabelecimentos e os

produtos foram identificados por códigos inteiramente aleatórios, para garantir o sigilo das

informações coletadas. Apenas os produtos encontrados no comércio varejista nas duas visitas foram

analisados.

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5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Nas lojas e farmácias visitadas foram identificados e analisados 5 rótulos de suplementos

para atletas que atendiam ao critério de serem compostos por creatina. Estes foram analisados e os

resultados encontram-se na tabela 1, na qual verificam-se as irregularidades encontradas nos

diferentes produtos, segundo as normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (BRASIL,

2010), e nela pode-se verificar que todos os rótulos dos suplementos continham alguma

inconformidade em relação à legislação brasileira vigente.

Esteves e Toledo (2016), analisando o rótulo de 10 suplementos de creatina para atletas

(cinco marcas nacionais e cinco importadas), disponíveis no mercado varejista de Ribeirão Preto

(SP), relatam que apenas 40% dos produtos nacionais estavam de acordo com a legislação vigente,

enquanto que nenhum produto importado se apresentou adequado. Resultado semelhante foi descrito

por Araújo e Navarro (2015) que verificaram que de 18 produtos, 22,2% estavam em total

conformidade com a legislação brasileira vigente, e 77,8% apresentaram alguma irregularidade. As

diferenças entre os resultados podem ser derivadas da análise de produtos diferentes, bem como de

distintos itens avaliados em cada estudo.

Outros autores (PHILLIPS, 2011; ZILCH et al., 2012; COSTA; ROCHA; QUINTÃO, 2013;

MOREIRA et al., 2013; SANTOS et al., 2013) já relataram que o uso de suplementos,

especialmente os de proteína, de creatina e os ricos em carboidratos, são comuns entre praticantes de

atividade física, os quais consomem estes produtos sem nenhuma orientação profissional adequada.

Em outros estudos, constatou-se ainda que vários suplementos apresentam incoerências em suas

rotulagens nutricionais (PINHEIRO; NAVARRO, 2008; LISBÔA; LIBERALLI; NAVARRO,

2011; ZIMBERGE et al., 2012; MOREIRA et al., 2013; SILVA; LUPKI; MORAIS, 2017).

A rotulagem nutricional prevista na legislação (BRASIL, 2002, 2010) tem como objetivo

apresentar informações claras e precisas sobre o produto alimentício e, conforme relatado por alguns

autores (FELIX, 2011; ZIMBERG, 2012; MOREIRA et al., 2013), quando adequadamente

apresentados permitem ao consumidor fazer escolhas alimentares de forma sensata e segura. Porém,

ao se constatar que vários suplementos são comercializados sem a adequada rotulagem, percebe-se a

necessidade de fiscalização sanitária mais contínua e rigorosa (MOREIRA et al., 2013), bem como

da educação nutricional, especialmente em academias, onde o uso de suplementos para atletas é

consumido de forma indiscriminada pelos praticantes de atividade física.

No presente estudo, verificou-se que todas os suplementos atendiam a algumas exigências

previstas na resolução nº 18/2010, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (BRASIL, 2010),

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isto é, continham de 1,5 a 3,0 de creatina na porção do produto, a quantidade de creatina estava

declarada no rótulo, continham o prazo de validade e não continham nenhuma imagem e/ou

expressão que fazia referência a hormônios ou outras substâncias farmacológicas e/ou do

metabolismo.

Tabela 1 –Conformidades e inconformidades de suplementos de creatina para atletas

comercializados em Diamantina/MG

NC = não conforme; C = conforme

Fonte: Dados da pesquisa.

Item avaliado Suplemento

A B C D E

Artigo 5ºClassificação e designação

a. Suplemento de creatina para atletas NC C NC C C

Artigo 10 Requisitos específicos

a. 1,5 a 3 g de creatina na porção C C C C C b. Creatina monoidratada com grau de pureza mínima de 99.9% NC NC NC NC NC

c. Pode ser adicionado de carboidratos C C C C C

d. Não pode de fibras alimentares C C C C C

Artigo 20 Fonte

a. Tamanho da fonte da designação no mínimo 1/3 da fonte da

marca NC NC NC NC NC

Artigo 21 Frase obrigatória

a. Frase em destaque e negrito (Este produto não substitui uma

alimentação equilibrada e seu consumo deve ser orientado

por nutricionista ou médico)

NC C NC NC NC

Artigo 23 Informações adicionas

a. Consumo acima de 3g pode ser prejudicial à saúde C C NC NC NC

b. Não deve ser consumida crianças, gestantes, idosos e

portadores de enfermidades C C NC C NC

c. A quantidade de creatina na porção deve ser declarada no

rótulo do produto C C C C C

Artigo 26 Rotulagem dos produtos

a. Designação de cada produto C C C NC C

b. Lista de ingredientes C C C NC C

c. Número de registro C C C NC C

d. Prazo de validade C C C C C

e. Informação nutricional C C C NC C

Artigo 27 Nos rótulos dos produtos não podem constar.

a. Imagens e ou expressões que induzam o consumidor a

engano quanto a propriedades e ou efeitos que não possuam

ou não possam ser demonstrados referentes a perda de peso,

ganho ou definição de massa muscular e similares.

NC C C NC C

b. Imagens e ou expressões que façam referências a hormônios

e outras substâncias farmacológicas e ou do metabolismo C C C C C

c. As expressões: "anabolizantes", "hipertrofia muscular",

“massa muscular”, "queima de gorduras", "fatburners",

"aumento da capacidade sexual", “anticatabólico”,

“anabólico”, equivalentes ou similares.

NC C C NC C

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Opondo-se a esse fato, também se detectou que 40% (n = 2) dos produtos avaliados não

apresentavam a classificação e a designação correta “Suplemento de creatina para atletas” expressa

em seus rótulos, como preconiza a legislação brasileira. Já nos produtos que apresentavam a correta

designação, ressalta-se que em nenhum deles o tamanho da fonte da designação era de no mínimo

1/3 da fonte da marca como exigido por lei. Este tipo de inconformidade já foi relatado por Araújo e

Navarro (2015), que ao analisarem 18 produtos à base de creatina comercializados em Natal/RN,

verificaram que apenas um deles (5,5%) estava com a designação incorreta. Por outro lado, Esteves

e Toledo (2016), ao avaliarem 10 suplementos de creatina para atletas (cinco marcas nacionais e

cinco importadas), disponíveis no mercado varejista de Ribeirão Preto (SP), observaram que a

correta designação na rotulagem estava ausente ou apresentado incorretamente em 20% dos

produtos nacionais e 40% dos importados.

Com relação aos requisitos específicos, destaca-se que a única inconformidade observada

para todas as marcas se refere ao fato de que em nenhuma delas foi mencionado o grau de pureza da

creatina empregada na formulação dos produtos, o qual, segundo a legislação (BRASIL, 2010)

deveria ser de no mínimo 99,9%. Outros autores (ARAÚJO; NAVARRO, 2015) já relataram a

mesma situação em 14 (77,8%) de 18 produtos base de creatina comercializados em Natal/RN. E,

além disso, também ainda observaram ainda que, em outros quatro suplementos, diferentes tipos de

creatina foram encontrados, tais como a etil-ester, decanato ou apenas a denominação de creatina,

não especificando o tipo.

De acordo com o artigo 21 da Resolução RDC nº 18 (BRASIL, 2010), em todos os rótulos

dos produtos deve constar a seguinte frase em destaque e negrito: “Este produto não substitui uma

alimentação equilibrada e seu consumo deve ser orientado por nutricionista ou médico”. Entretanto,

no presente estudo, 80% das marcas não cumpriram esta regra. Além disso, dois suplementos

também não apresentam a informação adicional prevista no artigo 23 da referida legislação. Outros

pesquisadores (ESTEVES; TOLEDO, 2016) também já relataram a ausência de uma ou mais dessas

advertências em 60% das marcas importadas e 40% das nacionais, dos suplementes de creatina, por

eles estudados.

Vários autores (SILVA; LUPKI; MORAIS, 2017) já alertaram para o fato de que a venda de

suplementos não necessita de receita médica ou de prescrição nutricional, o que favorece o uso

indiscriminado pelo público em geral e, neste sentido, o uso indiscriminado. Além disso, sabe-se

que, em um ambiente de academia, o consumo de suplementos é uma prática rotineira, sendo o

consumo muitas vezes indicado por treinadores sem formação na área, por personaltrainer/instrutor,

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como por meio de publicidade na internet, especialmente em redes sociais ( FELIX, 2011; ZILCH et

al., 2012; COSTA; ROCHA; QUINTÃO, 2013; SANTOS et al., 2013).

Outra informação ausente em 60% dos produtos avaliados neste trabalho refere-se à da frase

“Consumo acima de 3g pode ser prejudicial à saúde” prevista no artigo 23 da RDC nº 18/2010

(BRASIL, 2010). Araújo e Navarro (2015) alertam ainda para o fato de que, muitas vezes, alguns

produtos trazem a informação de uso sugerindo que o consumo possa ser superior ao valor máximo

estabelecido pela legislação brasileira.

Não há, evidência conclusiva sobre efeitos colaterais de seu uso. Mas é importante ressaltar

que não são poucos os trabalhos bem controlados sem demonstração de benefício significativo com

o consumo de creatina. Faltam também mais estudos para determinar se o aumento de peso

decorrente do seu consumo é devido à retenção de água ou a um aumento verdadeiro da síntese de

proteínas (PERALTA et al. 2002).

Gualano et al. (2008b) sugere o estudo sistemático das situações particulares em que esse

suplemento possa ou não incorrer em risco à saúde do consumidor. Apesar da existência de

inúmeros relatos de caso na literatura indicando que a creatina possa prejudicar a função renal, não

há evidências sustentáveis de que essa substância possa apresentar riscos a homens saudáveis.

Pesquisas bem controladas, no entanto, devem investigar sujeitos com doenças renais pré-existentes

e com propensão à nefropatia. Recomenda-se a monitoração sistemática nesses consumidores, até

que se ateste a segurança da suplementação nesses casos.

De acordo com o artigo 26 da RDC nº 18/2010 (BRASIL, 2010), somente uma das marcas

não atendeu a quatro especificações exigidas, tendo em seu rótulo apenas a informação obrigatória

do prazo de validade. Esse fato assume relevância na medida em que a escolha por determinado

produto é realizada em função das informações nutricionais disponibilizadas no seu rótulo,

reforçando a importância do papel desempenhado pela indústria de suplementos alimentares e pelo

setor regulador, no sentido de garantir que os rótulos apresentem informações fidedignas e

completas ao consumidor (PINHEIRO; NAVARRO, 2008; MOREIRA et al., 2013).

Outro ponto que merece destaque refere-se ao fato que dois suplementos continham em seus

rótulos imagens ou expressões que podem induzir o consumidor a um efeito não relacionado ao tipo

de produto comercializado. Segundo Goston e Correia (2010), geralmente os suplementos são

anunciados e comercializados como produtos para aumentar a massa muscular, melhorar a

performance, reduzir o percentual de gordura corporal ou auxiliar a perda ponderal, além de

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prevenir e geralmente são mencionados como “produtos milagrosos”, capazes de trazer “resultados

mágicos” em um curto intervalo de tempo para compensar um consumo alimentar deficiente.

Todavia, Peralta e Amâncio (2002) destacam que embora possa ser evidenciada alguma

vantagem decorrente da suplementação com a creatina, nem todo indivíduo que consome tal

substância será necessariamente beneficiado com o melhor desempenho desportivo.

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6 CONCLUSÃO

Concluiu-se que dos cinco suplementos alimentares a base de creatina identificados no

comércio varejista de Diamantina/MG, muitos não seguiam as normas do arcabouço legislativo

vigente, o que deveria inviabilizar sua comercialização. Reforça-se, portanto, a necessidade de

fiscalização sanitária mais rigorosa, bem como o estímulo a prática de hábitos alimentares

saudáveis.

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AUTORIZAÇÃO

Autorizo a reprodução e/ou divulgação total ou parcial do presente trabalho, por qualquer

meio convencional ou eletrônico, desde que citada à fonte.

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Vinicius Fernandes de Souza

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