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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM NUTRIÇÃO CAMILA VANESSA DA SILVA MOREIRA HAMBÚRGUER DE PEIXE VOADOR (HIRUNDICHTHYS AFFINIS): INFLUÊNCIA DO ALECRIM (ROSMARINUS OFFICINALIS) NO PERFIL SENSORIAL E CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUÍMICAS NATAL/RN 2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM NUTRIÇÃO

CAMILA VANESSA DA SILVA MOREIRA

HAMBÚRGUER DE PEIXE VOADOR (HIRUNDICHTHYS AFFINIS): INFLUÊNCIA

DO ALECRIM (ROSMARINUS OFFICINALIS) NO PERFIL SENSORIAL E

CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUÍMICAS

NATAL/RN

2016

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CAMILA VANESSA DA SILVA MOREIRA

HAMBÚRGUER DE PEIXE VOADOR (HIRUNDICHTHYS AFFINIS): INFLUÊNCIA DO

ALECRIM (ROSMARINUS OFFICINALIS) NO PERFIL SENSORIAL E

CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUÍMICAS

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Nutrição, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial à obtenção do títluo de Mestre em Nutrição. Orientadora: Prof.ª Dr.ª Larissa Mont’ Alverne Jucá Seabra Co-orientadora: Prof.ª Dr.ª Karla Suzanne Florentino da Silva Chaves Damasceno

NATAL/RN

2016

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Moreira, Camila Vanessa da Silva.

Hambúrguer de peixe voador (Hirundichthts affinis):

influência do alecrim (Rosmarinus officinalis) no perfil

sensorial e características físico-químicas / Camila Vanessa da

Silva Moreira. - Natal, 2017.

93f.: il.

Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Nutrição.

Centro de Ciências da Saúde. Universidade Federal do Rio Grande

do Norte.

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Larissa Mont' Alverne Jucá Seabra.

Coorientadora: Prof.ª Dr.ª Karla Suzanne Florentino da Silva

Chaves Damasceno.

1. Peixe voador - Dissertação. 2. Análise sensorial -

Dissertação. 3. Controle de qualidade de alimentos - Dissertação.

I. Seabra, Larissa Mont' Alverne Jucá. II. Damasceno, Karla

Suzanne Florentino da Silva Chaves. III. Título.

RN/UF/BS-CCS CDU 597.523

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CAMILA VANESSA DA SILVA MOREIRA

HAMBÚRGUER DE PEIXE VOADOR (HIRUNDICHTHYS AFFINIS): INFLUÊNCIA

DO ALECRIM (ROSMARINUS OFFICINALIS) NO PERFIL SENSORIAL E

CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUÍMICAS

Aprovada em_______ de _____________________ de ____________.

Prof. Dra. Lúcia de Fátima Campos Pedrosa

Coordenadora do Programa de Pós-graduação em Nutrição Universidade Federal do Rio Grande do Norte

BANCA EXAMINADORA

Prof. Dra. Larissa Mont’Alverne Jucá Seabra Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN

Orientadora

Prof. Dra. Thais Souza Passos Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN

Membro Externo

Prof. Dra. Samara Alvachian Cardoso Andrade Universidade Federal de Pernambuco – UFPE

Membro Externo

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AGRADECIMENTOS

A Deus por ter me dado a oportunidade de chegar até aqui e cruzar meu

caminho com pessoas tão importantes e especiais.

Aos meus pais por todo esforço, dedicação e investimento, pelas orações e

forças que sempre estiveram presentes em meu caminho. Por sempre terem

acreditado em mim e trazer tanta força ao longo do meu caminho.

À minha irmã pela parceiria, amizade e amor. A quem quero sempre

representar o melhor exemplo possível.

Ao meu namorado pela compreensão diante de tantas ausências e pela força

que sempre encontrei nele. Obrigada pelos momentos de companheirismo que foram

fundamentais na minha vida.

Aos amigos e amigas que estiveram sempre ao meu lado e em meio a tantos

conflitos internos me ajudaram a compreender melhor o mundo e sempre foram um

suporte de acalanto.

Ao Programa de Pós Graduação em Nutrição pela assistência à minha

pesquisa e por todo embasamento para minha formação como mestre.

Às alunas da iniciação científica com as quais dividi parte do trabalho

experimental e de quem tive um grande apoio.

Ao painel sensorial pela enorme contribuição para o desenvolvimento desde

trabalho, tendo em vista todo o tempo que disponibilizaram voluntariamente para a

participação nesta pesquisa.

Em especial agradeço profundamente à minha orientadora Larissa Seabra, que

cumpriu o seu papel de forma sublime, muitas vezes fazendo até mais do que estava

a seu alcance para o sucesso desta pesquisa, Me ensinou além do que eu poderia

imaginar ao longos destes anos e para mim é uma referência enquanto profissional e

ser humano. Estendo meus agradecimentos especiais à minha co-orientadora Karla

Suzanne, que me guiou ao longo desta pesquisa e muitas vezes me abriu os olhos

quando tudo parecia escuro, obrigada pela sua capacidade de ser uma professora

―mãe‖ e trazer grandes lições para minha vida.

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―A verdadeira viagem de descobrimento não consiste em procurar novas paisagens,

mas em ter novos olhos‖.

(Marcel Proust)

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RESUMO

O peixe voador é um importante recurso pesqueiro do litoral nordestino. No entanto,

seu consumo é desvalorizado pela população em função da grande presença de

espinhas em seu músculo. O processamento deste pescado possibilita a obtenção da

Carne Mecanicamente Separada (CMS), a qual pode ser utilizada como matéria-

prima para produção de diversos alimentos. O objetivo deste trabalho foi desenvolver

formulações de hambúrguer de peixe voador (Hirundichthys affinis) e avaliar a

influência do alecrim no perfil sensorial e qualidade do produto durante o período de

armazenamento. Foram produzidas três formulações de hambúrguer com diferentes

quantidades de alecrim: F1(0%), F2 (0,5%) e F3 (1%). Para a caracterização do

produto foram realizadas análises de composição centesimal e microbiológica. O perfil

sensorial do hambúrguer foi avaliado por meio da Análise Descritiva Quantitativa

(ADQ), após várias etapas de formação de um painel sensorial treinado. A avaliação

das alterações físicas e físico-químicas ao longo do tempo foram verificadas

realizando-se análises de umidade, pH, acidez e análise colorimétrica. O hambúrguer

de peixe voador apresentou teor de carboidratos de 8,3%, proteínas 12,88%, lipídeos

0,99% e valor calórico equivalente a 93,66 Kcal, por 100g de amostra. Todas as

formulações apresentaram-se dentro dos critérios microbiológicos recomendados no

início e no final do período de armazenamento. Os valores de umidade não

apresentaram diferenças entre as formulações ao longo do período de

armazenamento. A acidez da amostra F1(sem alecrim) aumentou significativamente

ao final do período de armazenamento, enquanto o pH aumentou ao final do

armazenamento apenas para F2 e F3 (p<0,05). Com relação à cor, observou-se uma

diminuição significativa nos valores de *a em todas as formulações. Por meio da ADQ

observou-se uma tendência à manutenção de descritores referentes à qualidade

sensorial para as amostras com maior teor de alecrim, quando comparado às

amostras sem alecrim.

Palavras-Chave: Peixe voador; análise sensorial; controle de qualidade de alimentos.

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ABSTRACT

Flying Fish is an important fishery resource of the northeastern coast. However, its

consumption is devalued by the population due to the large presence of pimples in the

muscle. The processing of this fish allows the production of Mechanically Separated

Meat (CMS), which can be used as raw material for production of various foods

products. The objective of this work was to develop formulations of flying fish burguers

(Hirundichthys affinis) and evaluate the influence of rosemary in the sensory profile

and quality of the product during the storage. Three formulations of hamburguers were

produced with different amounts of rosemary: F1(0%), F2 (0.5%) and F3 (1%). For the

characterization of the product were performed analysis of proximate composition and

microbiological. The sensory profile of the burgers was evaluated using the

Quantitative Descriptive Analysis (QDA), after several stages of formation of a sensory

panel trained. The evaluation of the physical properties and physico-chemical

properties over time were verified by analysis of moisture, pH, acidity and colorimetric

analysis. Flying fish burger presented carbohydrate content of 8.3%, protein 12.88%

lipids 0.99% and caloric value equivalent to 93.66 kcal per 100 g of sample. All

formulations were in acordance with the microbiological criteria at the beginning and

end of storage period. Moisture values showed no differences between the

formulations during storage period. Acidity of the sample F1 (without rosemary)

increased significantly at the end of the period of storage, while the pH increased at

the end of the storage only for F2 and F3 (p<0.05). With regard to color, we observed

a significant decrease in the *a values of all formulations. Trought QDA analisis we

observed a tendency of maintenance of descriptors related to the sensory quality for

samples with higher content of rosemary, when compared to the samples without

rosemary.

Keywords: Flying fish; sensory analysis; food quality control.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 10

2. CARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMA ................................................................... 12

3. OBJETIVOS ............................................................................................................ 14

3.1 OBJETIVO GERAL ................................................................................................ 14

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................................. 14

4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................... 15

4.1 PEIXE-VOADOR ................................................................................................... 14

4.2 CARNE MECANICAMENTE SEPARADA DE PESCADO .................................... 16

4.3 OXIDAÇÃO LIPÍDICA E ANTIOXIDANTES .......................................................... 18

4.3.1 ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DO ALECRIM EM CMS ....................................... 19

4.4 CONTROLE DE QUALIDADE EM PRODUTOS ALIMENTARES ........................ 20

4.4.1 ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS E MICROBIOLÓGICAS .................................... 20

4.4.2 ANÁLISE SENSORIAL ....................................................................................... 22

5. METODOLOGIA ..................................................................................................... 24

5.1 TIPO DE PESQUISA ............................................................................................. 24

5.2 MATERIAL ............................................................................................................ 24

5.3 MÉTODOS ............................................................................................................ 24

5.3.1 ELABORAÇÃO DO HAMBÚRGUER .................................................................. 24

5.3.2 COMPOSIÇÃO CENTESIMAL DO HAMBÚRGUER PADRÃO .......................... 26

5.3.3 TESTES DE ACEITAÇÃO E PREFERÊNCIA .................................................... 27

5.3.4 FORMAÇÃO DO PAINEL SENSORIAL ............................................................. 27

5.3.4.1 RECRUTAMENTO DOS CANDIDATOS ......................................................... 27

5.3.4.2 SELEÇÃO DOS PROVADORES ..................................................................... 28

5.3.4.3 ELABORAÇÃO DOS DESCRITORES E FICHA DE ANÁLISE ....................... 29

5.3.4.4 TREINAMENTO E SELAÇÃO FINAL DOS PROVADORES ........................... 30

5.3.5 AVALIAÇÃO DAS ALTERAÇÕES FÍSICO-QUÍMICAS E SENSORIAIS

DURANTE O ARMAZENAMENTO.............................................................................. 31

5.3.5.1 UMIDADE ........................................................................................................ 31

5.3.5.2 pH .................................................................................................................... 31

5.3.5.3 ÍNDICE DE ACIDEZ ........................................................................................ 31

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5.3.5.4 COR ................................................................................................................ 31

5.3.5.5 ANÁLISE SENSORIAL .................................................................................... 32

5.3.6 ANÁLISES MICROBIOLÓGICAS ....................................................................... 32

5.4 ANÁLISES ESTATÍSTICAS .................................................................................. 32

6. ARTIGOS PRODUZIDOS ....................................................................................... 34

6.1 ARTIGO I ............................................................................................................... 34

6.2 ARTIGO II .............................................................................................................. 45

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................... 66

REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 67

APÊNDICES .............................................................................................................. 76

ANEXOS ..................................................................................................................... 88

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1. INTRODUÇÃO

O pescado é um alimento importante na dieta humana, em virtude de suas

proteínas de alto valor biológico, vitaminas, minerais e ácidos graxos essenciais,

caracterizando-se como fonte de nutrientes indispensáveis1,2. Segundo dados

recentes do Ministério da Pesca e Aquicultura, entre os anos de 2012-2013, houve um

aumento de 25% no consumo de pescado per capta no Brasil, alcançando a quantia

de 14,5kg/habitante/ano, e ultrapassando o valor mínimo estabelecido pela OMS

(12kg/hab/ano)3.

A indústria do pescado contribui para o fornecimento de uma grande variedade

de produtos e subprodutos para o consumo, na qual o peixe é o componente

principal, todavia, a sobrevivência da indústria de pesca, futuramente, pode depender

da sua capacidade de responder de imediato às exigências presentes no mercado

consumidor4. Além do desenvolvimento de produtos para atender às demandas de

consumo, é necessário considerar as novas necessidades, tal como o crescente

interesse por alimentos saudáveis, com alto valor nutritivo e de fácil preparo5.

O peixe voador (Hirundichthys affinis) é o principal recurso explorado nas

pescarias artesanais do Rio Grande do Norte (RN) e constitui um importante

suprimento pesqueiro na região nordeste do Brasil, representando cerca de 2,8% do

total desembarcado6. Além disso, pode ser utilizado como matéria-prima para a

produção de produtos derivados em virtude do seu baixo custo e alta disponibilidade

na região. Essa espécie apresenta importância econômica e social por constituir-se

alimento para populações de baixo poder aquisitivo7.

Por meio da utilização de tecnologias, a indústria pode recuperar as partes

comestíveis dos peixes capturados, após o processo de filetagem, aproveitando a

carne que adere à carcaça do peixe transformando-os em Carne Mecanicamente

Separada (CMS). Sendo possível assim, a viabilização de uma matéria-prima de alta

qualidade nutricional e custo reduzido para o desenvolvimento de produtos8. A CMS

tem um elevado teor de proteínas e sabor suave podendo corresponder a até 14% em

peso de um peixe vivo inteiro9. Entretanto, ainda é pouco utilizada como matéria-

prima de produtos de pescado em escala industrial. Com a CMS é possível elaborar

produtos como hambúrgueres de pescado, dentre outros alimentos de conveniência10.

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Dentre os alimentos de origem animal o pescado caracteriza-se pela sua

elevada susceptibilidade à deterioração, quando exposto à condições inadequadas de

armazenamento. Sabe-se que a deterioração é decorrente da atividade de enzimas

autolíticas, rancificação de gorduras (principalmente por oxidação) e da atividade de

micro-organismos deteriorantes11. Para que o pescado se conserve por mais tempo a

fim de estender a comercialização, é necessária a adoção de tecnologias que

aumentem a vida de prateleira do mesmo11.

Em produtos derivados do pescado, a redução da aceitabilidade e diminuição

da vida de prateleira estão ligadas à formação de sabor, aroma e odor desagradável;

à deterioração da coloração; e ao desenvolvimento de sabor e aroma no produto

requentado. A oxidação lipídica em alimentos tem, ainda, um grande impacto nas

perdas econômicas uma vez que a mesma ocasiona descarte de produtos e perdas4.

Para retardar a oxidação lipídica durante o processamento e armazenamento

dos produtos de pescado, antioxidantes sintéticos têm sido utilizados pela indústria.

No entanto a preocupação dos consumidores devido à toxicidade das substâncias

sintéticas tem levado ao aumento do interesse pela utilização de antioxidantes

naturais12, 13. O alecrim (Rosmarinus officinalis), frequentemente utilizado como

condimento, apresenta-se como uma opção viável de antioxidante natural14, 15. A

atividade antioxidante do alecrim tem sido associada à presença de compostos

fenólicos, os quais atuam hidrolisando as reações em cadeia de radicais livres através

da doação de um átomo de hidrogênio16, 17. Diversas pesquisas apontam para eficácia

do efeito antioxidante do alecrim em produtos cárneos18, 19 e no pescado20, 21, 22

durante período de armazenamento.

Dentro deste contexto, o desenvolvimento de produtos de pescado associado à

utilização de substâncias naturais com poder antioxidante, torna-se uma alternativa

adequada para a garantia da disponibilidade de produtos com valor agregado,

aumentando a praticidade, sabor e valor nutritivo.

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2. CARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMA

O Estado do Rio Grande do Norte (RN) desempenha um importante papel no

cenário da atividade pesqueira no Brasil, uma vez que ocupa o décimo lugar em

produção no país e quarto na região Nordeste, a qual é responsável pela maior

parcela da produção nacional23. Dentre os municípios litorâneos que contribuem para

produção pesqueira, Caiçara do Norte se destaca entre as cinco principais áreas no

RN24.

Nesse contexto, o peixe voador (Hirundichthys affinis), se apresenta com

grande importância socioeconômica, uma vez que provêm como fonte de renda e

alimento para as comunidades pesqueiras do município de Caiçara do Norte, no

Estado do Rio Grande do Norte. A produção de H. affinis é responsável pela maior

parte da atividade pesqueira desse município, e isoladamente contribui com 38% da

produtividade pesqueira do RN24.

No entanto, o processamento do peixe voador em grande escala, se depara

com uma limitação referente à estrutura física do peixe, já que o mesmo apresenta a

porção muscular bastante aderida às espinhas, tornando difícil o seu consumo como

peixe inteiro. Assim, o desenvolvimento de produtos a partir desta matéria-prima, se

torna importante para incentivar o aumento do consumo.

O mercado consumidor atual aponta uma exigência à qualidade e ao consumo

de produtos processados com características saudáveis. Segundo Oetterer25, o

processamento do pescado tem como finalidade escoar a produção, prolongar a vida

útil, manter a qualidade, sabor e oferecer variedades seguras de ingestão do produto,

minimizando assim a ação microbiana e enzimática. Nesse sentido, as indústrias de

pescado podem agregar valor aos seus produtos, colocando no mercado alimentos

inovadores e com preço acessível.

Assim, o hambúrguer de peixe voador desponta como uma opção de excelente

valor nutricional e baixo custo, atendendo assim as expectativas presentes no

mercado consumidor. Para a produção de tais produtos, a CMS apresenta-se como

opção de matéria-prima para produtos derivados de pescado.

Conforme a produção dos produtos a base de pescado aumentam, as

dificuldades no abastecimento desses produtos surgem como fatores a serem

considerados. Apesar da estocagem destes produtos ser realizada sob

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congelamento, estudos mostram que não há uma interrupção completa de todas as

possíveis alterações na qualidade, uma vez que as reações responsáveis por induzir

as alterações oxidativas continuam ocorrendo, mesmo em baixas temperaturas26,27.

Além disso, a utilização de grandes proporções de CMS em produtos derivados do

pescado pode acarretar alguns problemas, devido à baixa estabilidade desta matéria-

prima, o que leva ao desenvolvimento de aromas indesejáveis como a rancidez26, 28.

Durante o armazenamento do pescado, por refrigeração ou congelamento,

ocorre a reação de oxidação, a qual pode ser retardada no produto por meio da

utilização de antioxidantes, que podem ser do tipo tradicionais, naturais ou artificiais,

associados ou não de outros aditivos, os quais vem sendo estudados por diversos

autores para avaliar a estabilidade lipídica dos produtos de pescado21, 22, 29.

A demanda por produtos com características saudáveis, tem levado a procura

por métodos naturais para o controle da qualidade dos produtos22. Neste contexto, o

alecrim (Rosmarinus officinalis), se apresenta como uma opção viável. Estudos

comprovam que o alecrim atua positivamente no controle da oxidação lipídica18, 20, 30.

O aproveitamento de matérias-primas disponíveis e a criação de novas

alternativas saudáveis e naturais para manutenção da qualidade dos produtos a base

de pescado, se torna um objeto de estudo imprescindível para o desenvolvimento de

novos produtos. Dentre as matérias-primas disponíveis, o peixe voador permite o

desenvolvimento de diversos produtos a partir de sua CMS. Por sua vez, o alecrim

(Rosmarinus officinalis), pode atuar como um antioxidante viável para evitar o

desenvolvimento de reações oxidativas e manutenção das características físico-

químicas e sensoriais de produtos como hambúrguer.

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3. OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL

Desenvolver hambúrguer de peixe voador (Hirundichthys affinis) e avaliar a

influência do alecrim no perfil sensorial e qualidade do produto durante o

armazenamento.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Elaborar formulação de hambúrguer utilizando peixe voador como matéria-prima e

alecrim como antioxante;

Determinar a composição centesimal dos hambúrgueres;

Avaliar a aceitação sensorial e preferência das formulações em função das

concentrações de alecrim;

Formar um painel de provadores treinados para avaliação do perfil sensorial do

hambúrguer;

Verificar as alterações físicas, físico-químicas e sensoriais do hambúrguer de peixe

voador (Hirundichthys affinis) durante o armazenamento sob congelamento.

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4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

4.1 PEIXE VOADOR

No cenário da atividade pesqueira do Brasil o Estado do Rio Grande do Norte

apresenta-se como uma região de alta relevância, uma vez que este ocupa o décimo

lugar em produção no país e quarto na região Nordeste, a qual é responsável pela

maior parcela da produção nacional23. Dentre os municípios do Estado que

contribuem para produção pesqueira, Caiçara do Norte se destaca entre as cinco

principais áreas do Rio Grande do Norte. Nessa região a pesca artesanal representa

a principal atividade econômica, baseada na captura de uma grande variedade de

peixes. Entre as espécies mais frequentemente pescadas estão o peixe voador

(Hirundichthys affinis)31.

Na última década as ovas de Hirundichthys affinis são intensamente

comercializadas para a produção de produto tipo ―caviar‖, no entanto, sua carne não

possui tanto apreço econômico devido a aderência das espinhas, as quais dificultam o

consumo e consequentemente a comercialização do peixe24. Além da importância

econômica, esses peixes constituem um importante elo ecológico na cadeia trófica

epipelágica, onde são presas preferenciais dos grandes predadores de alto valor

comercial, tais como, dourado (Coryphaena hippurus), albacora (Thunnus albacares),

agulhão branco (Tetrapturus albidus), agulhão negro (Makaira nigricans) e tubarão

azul32.

Segundo dados do ministério da pesca e aquicultura, no ano de 2011, a

produção nacional de peixe voador foi maior que uma tonelada32. Em âmbito estadual,

especificamente no município de Caiçara do Norte, o peixe voador obteve uma

produção média de 41,9% com relação à produção pesqueira local entre os anos de

1993 a 201024. Atualmente, o município de Caiçara do Norte é considerado o maior

produtor dessa espécie de peixe voador no estado, onde são pescados cerca de 550

toneladas por ano33. Apesar da elevada produção, o peixe voador apresenta baixo

valor comercial, e chega a atingir o preço médio de R$0,76/Kg33. Dados mais recentes

demonstram que, vendido em unidades, o peixe voador custa em média R$0,10 nos

meses da melhor safra (maio e junho), quando há abundância da espécie34.

Assim, evidencia-se a importância do peixe voador para o desenvolvimento da

pesca no litoral norte rio-grandense, não apenas em seu aspecto ecológico, mas,

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sobretudo na finalidade econômica deste produto na região cujo desenvolvimento é

fundamentado na pesca artesanal24.

4.2 CARNE MECANICAMENTE SEPARADA DE PESCADO

A redução mundial das populações de peixes comercialmente relevantes, a

importância do peixe na dieta humana e as questões ambientais que envolvem este

setor, apontam para a necessidade de usar todo peixe capturado na pesca35. Tal uso

tende a contribuir para uma maior ingestão da proteína animal, uma vez que várias

tecnologias permitem a utilização de partes não comestíveis como fontes de

alimentos35. Além disso, observa-se que durante últimos anos o desenvolvimento

mundial de produtos no setor da aquicultura tem sido muito limitado 36. Neste sentido,

os sistemas de separação mecânica apresentam-se como uma boa opção para

criação de novos produtos a base de peixe.

De acordo com a FAO/OMS37 a Carne Mecanicamente Separada (CMS) de

peixe é um produto obtido a partir de uma única espécie ou mistura de espécies de

peixes com características sensoriais similares, submetidos a processo de separação

mecânica, resultando em partículas de músculo esquelético isentas de ossos,

vísceras e pele. A recuperação de filés de pescado foi a primeira aplicação

tecnológica historiada de Carne Mecanicamente Separada, a qual teve início no

Japão no final da década de 40 e promoveu um aumento na quantidade de peixes em

filetes produzidos. A partir desta tecnologia foi possível desenvolver a recuperação

mecânica da carne de aves, pescoços, dorsos e outras partes não comestíveis desde

o final da década de 5038.

Embora separadores mecânicos de carne tenham melhorado desde a sua

criação, o modo de ação das máquinas atuais carregam a mesma tecnologia das

máquinas antigas. No início, as prensas primitivas eram derivadas de outros tipos de

indústrias e foram usadas para separar a carne dos ossos, com elevadas pressões.

Isto rendeu uma carne com textura de pasta adequada apenas para uso em salsichas

cozidas39. Ao longo dos anos, foram realizadas melhorias tecnológicas gradualmente

e pré-seleção dos diferentes tipos de carne a serem prensadas com menor pressão, o

que produziu uma carne com textura de maior qualidade e que dificilmente era

distinguida do modelo tradicional de carne picada39.

Atualmente, existem três tipos básicos de desossadeiras mecânicas no

mercado: sistema de cinto-tambor, verruma rotativa, e prensas acionadas

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hidraulicamente39. O sistema de cinto-tambor foi desenvolvido inicialmente para os

peixes, mas foi também usado para aves. Neste sistema, a carne passa através dos

orifícios, enquanto que os ossos, pele e camadas mais espessas de tecido conjuntivo

permanecem no exterior do tambor, e são ejetadas através do tubo de descarga39. O

segundo sistema de verruma rotativa é amplamente usado para produtos de peixes,

neste caso, a carne aderida à espinha em forma de filé, passa por um cortador que

reduz o seu tamanho. O material é pressionado e a carne é expelida através de um

cilindro de aço perfurado enquanto o osso e tecido conjuntivo não passam através do

cilindro perfurado e são empurrados para outra saída no final da máquina39. O

sistema de prensas acionadas hidraulicamente é utilizado para produção de CMS a

partir de carne vermelha, no entanto também pode ser utilizado para matérias-primas

de aves e peixe, em menor escala. O processo envolve três etapas, que visam dividir

os ossos em tamanhos menores, compactar os ossos e em seguida tritura-los

empurrando a carne para fora do osso através de filtros perfurados39.

A CMS é uma matéria-prima geralmente barata, e de elevado valor

tecnológico. No entanto, é caracterizada por uma composição química variável, baixa

estabilidade microbiológica e alta variabilidade nas propriedades funcionais devido ao

seu processamento36, 40, 41. Dessa forma, a sua qualidade é fortemente influenciada

pelo tipo de aditivos utilizados, cuja finalidade principal é de manter as características

nutricionais, microbiológicas e sensoriais do produto42.

A partir da CMS é possível o desenvolvimento de diversos produtos a base

de peixe. A aquisição destes produtos apresenta-se como um atrativo para o mercado

consumidor na medida em que os mesmos demandam menor tempo de cocção e

maior praticidade no consumo43. Logo, o processo de separação mecânica da carne

do pescado é uma possibilidade de utilização de espécies subutilizadas, que contribui

para a diversificação de produtos de pescado44, assim, alimentos como salsicha,

salame, mortadela, linguiça, empanados e hambúrguer tornam-se uma opção

crescente de consumo.

Diversas pesquisas apontam para a importância do desenvolvimento de

produtos a base de pescado, as quais têm sido cada vez mais frequentes45, 46, 47.

Dentre esses produtos observa-se uma demanda alta para o desenvolvimento de

hambúrguer de peixe ou ―fishburguer‖, pelo fato de ser um produto de simples

preparo, prático e com boa qualidade nutricional, além de obter boa aceitabilidade27,48.

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18

Dessa forma o desenvolvimento de hambúrguer de peixe proporciona agregação de

valor a produtos de pescado a partir de peixes de baixo valor comercial49.

4.3 OXIDAÇÃO LIPÍDICA E USO DE ANTIOXIDANTES

A separação mecânica afeta a composição lipídica da CMS resultante, a qual

se apresenta com maior teor de lipídios quando comparado ao filé da carne não

processada. Estes lípidos adicionais podem ter origem a partir da gordura subcutânea

ou da medula óssea e tecido ósseo do animal, variando de acordo com a espécie e

método de separação que foi utilizado50.

A gordura presente na CMS é rica em ácidos graxos poli-insaturados, devido

à presença de fosfolípidos a partir da fração de osso e acompanhamento da medula

espinhal51. O processo de separação mecânica faz com que a carne se torne

altamente suscetível à oxidação lipídica devido ao extensivo rompimento celular e

liberação de enzimas, a qual esta carne foi submetida. Além disso, durante o

processamento, uma maior área da superfície da carne torna-se exposta ao ar que

juntamente ao maior teor de lipídeos torna-se mais suceptível ao ranço52. A taxa de

oxidação lipídica também é influenciada pela pressão exercida sobre a carne durante

o processo de desossamento. Durante o processo, a pressão exercida no

equipamento de desossadeira é proporcional ao rendimento final da carne. Todavia,

alguns estudos comprovam que a maior pressão também aumenta a proporção de

ácidos graxos na CMS51, 53.

A oxidação lipídica nos produtos a base de carne ocorre primeiramente

através do mecanismo de reação em cadeia de radicais de oxigénio singlet54. Durante

o processamento da carne, o oxigênio pode ser convertido em várias espécies

reativas de oxigênio, incluindo o radical hidroxila, ânion superóxido e radical peroxil

(lipídios) 55, 56. Uma variedade de produtos secundários são formados no processo de

peroxidação lipídica. Muitos dos produtos finais da oxidação lipídica são responsáveis

por ranço oxidativo e podem participar na formaçãode compostos nocivos a saúde

através da reação com outros componentes de carne57.

Os recentes avanços na pesquisa com antioxidantes permitiram a

comunidade científica a possibilidade de atenuar as espécies reativas de oxigênio em

carnes processadas57, 58. Embora os antioxidantes sintéticos, tais como hidroxianisol

butilado (BHA), hidroxitolueno butilado (BHT), galato de propila (GP), e

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butilhidroquinona terciária (TBHQ), tenham sido muito utilizados para inibir alterações

deletérias induzidas pela oxidação, eles estão sob crescente avaliação, devido aos

potenciais efeitos genotóxicos58.

Por conseguinte, a tendência cresceu para o uso de antioxidantes naturais

derivados de vários vegetais que são ricos em radicais polifenóis59. Enquanto os

antioxidantes sintéticos, quando utilizados em alta dosagem podem apresentar efeito

cancerígeno, não existem provas documentais indicando efeitos adversos do uso de

antioxidantes naturais. Esses atuam por meio da neutralização das espécies reativas

de oxigênio e consequentemente reduzem a probabilidade de formação de toxinas

mesmo quando submetidos a elevadas temperaturas60. Além disso, quando utilizados

na formulação do produto processado a base de carne, os antioxidantes naturais

podem aumentar o potentical antioxidante existente no alimento57.

4.3.1 ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DO ALECRIM EM CMS

A atividade antioxidante é amplamente observada em especiarias e ervas, por

exemplo, orégano, alecrim, tomilho, canela, pimenta, noz-moscada, alcaçuz, anis,

casca de cássia, erva-doce, cinza espinhosa, cardamomo rodada, manjericão, alho,

coentros e gengibre61, 62. Esta atividade é atribuída a vários compostos fenólicos, que

são estruturalmente relacionados, mas que diferem na quantidade e tipo, dependendo

da fonte específica61.

Uma propriedade comum destes compostos fenólicos é a capacidade de

quebrar reações em cadeia de radicais livres pela doação de hidrogénio e elétrons59.

Neste contexto, o alecrim tem recebido atenção considerável para utilização como

agente antioxidante em carnes processadas57. A sua atividade antioxidante tem sido

associada com a presença de vários terpenos fenólicos, tais como o ácido carnósico,

carnosol, o rosmanol e rosmaridifenol63.

O alecrim é um pequeno arbusto presente em todos os países do

Mediterrâneo, na região da África e foi aclimatado no Brasil. A planta cresce

amplamente em terreno rochoso e pastagens nas areas montanhosas64. Apresenta-se

sob forma de diferentes espécies: R. officinalis , R. eriocalyx , R. lavandulaceus e R.

laxiflorus65. O alecrim foi utilizado durante séculos como aromatizante de alimentos,

além de ser importante na medicina tradicional para combater cólicas e aliviar os

sintomas de doenças do sistema nervoso66, 67. O Rosmarinus officinalis é uma das

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espécies com maiores propriedades antioxidantes as quais são atribuídas a seus

compostos fenólicos, como carnosol, ácido carnósico, rosmanol, rosmadial,

epirosmanol, rosmadiferol e ácido rosmarínico68. Estes compostos denotam-se de

forma eficaz no controle de vários microorganismos patogénicos e deteriorantes em

alimentos69. A maioria dos estudos fitoquímicos e farmacológicos focados no

Rosmarinus officinalis demonstram seu uso universal como um agente conservante

de alimentos70.

Diversos achados comprovam o efeito antioxidante do alecrim para produtos a

partir de carnes processadas. Colindres e Brewer71 avaliaram o efeito de

antioxidantes naturais comparados a três antioxidantes sintéticos, de acordo com

parâmetros sensoriais de cor e estabilidade oxidativa de hambúrguers congelados, ao

longo de seis meses de armazenamento. Dentre os resultados obtidos, observaram

que o alecrim, apresentou maior efeito antioxidante quando comparado a dois

antioxidantes sintéticos utilizados (BHA e BHT). Em outro estudo mais recente,

comparou-se 13 extratos de especiarias comuns para avaliar o efeito antioxidante e

verificaram que o alecrim, é extraordinariamente eficaz na inibição da peroxidação

lipídica em hambúrgueres de carne bovina cozidos61. Da mesma forma Sampels et

al72, observou a supressão substancial da oxidação lipídica em hambúrguer de carne

de porco pré-cozido a partir da utilização do extrato de alecrim durante o processo de

refrigeração por seis meses72.

4.4 CONTROLE DE QUALIDADE EM PRODUTOS ALIMENTARES

4.4.1 ANÁLISES FISICO-QUÍMICAS E MICROBIOLÓGICAS

O processamento de uma matéria-prima como pescado influencia

significativamente a qualidade do mesmo, devido ao fato deste alimento ser

facilmente modificado através das reações de oxidação. Contudo, para se garantir a

qualidade, faz-se necessário a realização de avaliações físico-química nestes

produtos, com a finalidade de assegurar suas características e ainda avaliar o efeito

dos antioxidantes73.

A contaminação microbiológica é um fator que está intimamente ligado à

qualidade do alimento e diretamente influenciada por fatores intrínsecos ao produto

como o pH e umidade74. A acidez do produto é indicada pelo seu pH, o qual no

pescado apresenta-se neutro, em torno de 7. A maioria das bactérias se desenvolvem

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entre um pH de 4,5 e 8,5, enquanto seu ponto ótimo de desenvolvimento é no pH

entre 6,5 e 7,5, Portanto, o pescado torna-se bastante susceptível a deterioração e

seu pH não deve ser inferior a 5,5 nem maior que 8,075. A utilização de compostos

antioxidantes visa manter estável o pH do produto e as análises instrumentais atuam

como uma forma de avaliar a eficácia destes compostos74.

Já a umidade, está relacionada ao conteúdo total de água no alimento. Em

pescado esse teor corresponde em média a 70%, variando de acordo com o tipo.

Devido aos valores elevados de umidade, as bactérias podem desenvolver-se

rapidamente, desta forma, a avaliação da umidade é uma medida de controle que

deve ser realizada periodicamente ao longo do período de armazenamento do

produto75.

Outro parâmetro para se determinar a qualidade do produto é o índice de

acidez. De maneira geral as gorduras são compostas de três ácidos graxos (AG)

ligados a uma molécula de glicerol por pontes de ésteres (triglicerídeos). Os Ácidos

Graxos Livres (AGL) são produzidos quando esses triglicerídeos são hidrolisados.

Portanto, a presença de AGL indica que o alimento sofreu reações desfavoráveis

como hidrólise enzimática ou oxidação lipídica. Por meio do índice de acidez é

possível quantificar o teor de AGL presentes no alimento e assim, avaliar

determinação do controle de qualidade75.

Em produtos a base de pescado, a evolução da cor durante o período de

armazenamento pode ser associada com reações enzimáticas e não enzimáticas que

resultam na degradação de proteínas miofibrilares e desorganização de miofibrilas76.

Dessa forma, a avaliação da cor ao longo do período de armazenamento também é

um método importante para se avaliar a qualidade do produto. A cor do peixe está

associada com um pigmento heme presente na estrutura física do músculo do

animal35. Alguns autores observaram que em peixes de cor branca, a mudanças de

cor pode ser atribuída a alterações na matriz proteica, sendo assim, a constatação de

alterações na qualidade do alimento, torna-se real quando há uma modificação na sua

coloração76. A colorimetria apresenta-se como um método instrumental para se

avaliar a modificação da cor de determinado produto e utiliza o sistema CIE L* a* b*

para identificar mudanças na luminosidade e matriz de cor do alimento77. Em um

estudo recente, foi demonstrado uma correlação positiva entre a estabilidade

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oxidativa e o padrão de cor no alimento quando submetido a atuação de antioxidantes

naturais como o alecrim77.

4.4.2 ANÁLISE SENSORIAL

A análise sensorial é uma ciência usada para evocar, medir, analisar e

interpretar reações das características dos alimentos e como são percebidas pelos

sentidos visão, olfato, sabor, tato e audição78. Dessa forma caracteriza-se como uma

ferramenta importante no controle de qualidade durante o processo de

desenvolvimento de novos produtos.

Para garantia do controle de qualidade, as propriedades sensoriais e fatores

que afetam os atributos do produto e aceitação dos consumidores devem ser

investigados79. Dentre os métodos sensoriais mais utilizados para caracterizar as

propriedades sensoriais do produto está a Análise Descritiva Quantitativa (ADQ).

A análise de sabor e aroma apresenta um papel crucial no desenvolvimento de

produtos, uma vez que os compostos orgânicos voláteis são parâmetros importantes

na avaliação da qualidade e atributos sensoriais80. Em um sistema complexo, como

um hambúrguer, os atributos sensoriais percebidos são o resultado de uma mistura

de odores e dificilmente relacionado a um único composto volátil81.

Os efeitos sobre o sabor são particularmente importantes em produtos de

pescado, uma vez que após o processamento as reações químicas permitem a

formação de compostos voláteis tais como álcoois, aldeídos, terpenos, ésteres e

ácidos82. Tais efeitos estão diretamente relacionados com a sensação de odor e sabor

dos alimentos que afetam a aceitabilidade do consumidor83, 84.

O método ADQ utiliza escalas não estruturadas, ancoradas um pouco aquém

dos extremos com termos que indicam a intensidade do atributo avaliado. Assim, o

teste de análise descritiva é um método sensorial largo, flexível e que fornece

informações detalhadas sobre todas as propriedades sensoriais do produto85.

Diversas pesquisas apontam para a utilização da ADQ como ferramenta na

análise sensorial de hambúrgueres de pescado. As alterações químicas e sensoriais

em hambúrgueres de peixe elaborados com CMS de carpa (Cyprinus carpio), foram

estudadas por Tokur et al27. Os referidos autores observaram que os parâmetros de

cor, odor, sabor e aceitabilidade geral para formulações de hambúrgueres, diminuíram

durante o período de armazenamento congelado.

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Em outro estudo foram avaliados hambúrgueres de tilápia produzidos a partir

de CMS durante oito meses de armazenamento sob congelamento, e através da

ADQ, constataram pequenos aumentos de acidez. Entretanto, significativos nos

teores de ácidos graxos livres durante o período, embora, os parâmetros sensoriais

analisados como cor, odor, sabor, textura e aceitação global tenham permaneceram

estáveis, concluindo que o produto permaneceu com boa qualidade físico-química e

sensorial durante o período86.

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5. METODOLOGIA

5.1 TIPO DE PESQUISA

O presente estudo corresponde a uma pesquisa experimental, descritiva de

abordagem quantitativa e foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital

Universitário Onofre Lopes, obtendo parecer favorável para seu desenvolvimento

(protocolo nº 1.043.587) (Anexo 1).

5.2 MATERIAL

O peixe voador utilizado para elaboração das formulações de hambúrguer foi

obtido fresco no município de Caiçara do Norte (RN) e transportado para o

Laboratório de Tecnologia do Pescado da Escola Agrícola de Jundiaí/Universidade

Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) em caixas isotérmicas com gelo, onde foi

realizado o processamento para a obtenção da CMS do peixe. No laboratório, foram

lavados 33,577kg de peixe com água clorada a 10 ppm, descabeçados, eviscerados,

e lavados novamente. Logo após a limpeza, foram extraídos 13,320kg da CMS em

desossadeira mecânica (Usitécnica – USI 100), do tipo verruma rotativa, cujos discos

possuem diâmetro de 0,5cm, obtendo-se assim um rendimento de 39,7% de CMS em

relação ao total de peixe voador que foi utilizado como matéria-prima. O laboratório

onde se realizou o processamento era climatizado para manutenção da temperatura

adequada da CMS.

Acondicionou-se a CMS obtida em embalagens plásticas e submeteu-se as

mesmas ao processo de refrigeração na câmara de congelamento do laboratório até

alcançar uma temperatura média de 5ºC no centro geométrico da carne. Em seguida,

foram transportadas em caixas isotérmicas ao Laboratório de Técnica Dietética do

Departamento de Nutrição (DNUT) na UFRN, e congeladas em freezer vertical

doméstico a temperatura média de -18ºC por dois meses, até a produção do

hambúrguer.

5.3 METÓDOS

5.3.1 ELABORAÇÃO DO HAMBÚRGUER

O processo de elaboração do hambúrguer foi realizado no Laboratório de

Técnica Dietética do Departamento de Nutrição da Universidade Federal do Rio

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Grande do Norte. Todas as etapas foram realizadas de acordo com as boas práticas

de fabricação (BPF) com a finalidade de evitar possíveis contaminações e garantir a

uniformidade do produto final87.

A Figura 1 apresenta o fluxograma da elaboração dos hambúrgueres de peixe

voador. Foram produzidas três formulações de hambúrguer de peixe voador com

diferentes quantidades de alecrim: 0% (F1), 0,5% (F2) e 1% (F3).

FIGURA 1. Fluxograma de elaboração de hambúrguer com CMS de peixe voador.

Para a produção dos hambúrgueres todos os ingredientes foram previamente

pesados em uma balança digital analítica da marca HZT (510g x 0,01g) de acordo

com as proporções expressas na Tabela 1. Os ingredientes e percentuais utilizados

foram adaptados da metodologia proposta por Cavalcante et al. (2010)88. Utilizou-se

alecrim desidratado comercial, adquirido no mercado local. A CMS foi manualmente

homogeneizada com todos os ingredientes e em seguida a massa foi formatada em

moldes com 90mm de diâmetro para a padronização do produto final, obtendo-se um

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hambúrguer com peso médio de 90g. Após o preparo, as amostras de hambúrguer

foram armazenadas em embalagens plásticas de 180 micras, individualizadas,

etiquetadas e submetidas ao congelamento (-18ºC) em freezer doméstico para

posteriormente realizar a caracterização das amostras e avaliação da estabilidade

durante o armazenamento por 90 dias.

INGREDIENTE FORMULAÇÃO

F1 F2 F3

CMS de peixe voador (g) 1000 1000 1000 Amido de milho (%) 10 10 10

Sal (%) 1,5 1,5 1,5

Cebola triturada (%) 5 5 5

Óleo de soja (%) 5 5 5

Pimenta do reino (%) 0,01 0,01 0,01

Alecrim (%) 0 0,5 1,0 F1: Hambúrguer sem alecrim; F2: Hambúrguer com 0,5% de alecrim; F3: Hambúrguer com 1% de alecrim.

5.3.2 COMPOSIÇÃO CENTESIMAL DO HAMBÚRGUER PADRÃO

A análise de composição centesimal foi realizada em triplicata, com a amostra

padrão (F1). Após dois dias de congelamento, as amostras foram descongeladas a

5ºC, por 24 horas, para realização da análise. Os procedimentos foram realizados

segundo a metodologia proposta no Manual de Métodos Físico-Químicos para Análise

de Alimentos do Instituto Adolfo Lutz89. A determinação de umidade foi realizada pela

técnica de secagem em estufa a 105°C; a de cinzas, por incineração em mufla a

550°C; Proteína foi realizada conforme o método de Kjeldahl (fator de conversão:

6,25), os lipídeos totais foram extraídos segundo o método de Bligh e Dyer, e os

carboidratos determinados por diferença. O valor energético foi calculado

considerando os fatores de Atwater: 4kcal/g de proteína, 9kcal/g de lipídios e 4kcal/g

de carboidrato.

TABELA 1 - Ingredientes utilizados nas formulações de hambúrgueres de peixe

voador (H. Affinis).

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5.3.3 TESTES DE ACEITAÇÃO E PREFERÊNCIA

Os testes de aceitação e preferência foram realizados por provadores não

treinados, com o objetivo de avaliar a aceitação das formulações de hambúrguer com

diferentes quantidades alecrim. Os provadores foram recrutados entre alunos,

funcionários e professores da UFRN/DNUT, sendo convidados a participar apenas

aqueles que apresentavam consumo regular de peixe. Os testes de aceitação foram

realizados em três dias diferentes. Em cada análise participaram 48 provadores,

totalizando 144 provadores nos três dias de análise. Para o teste de aceitação foi

utilizada uma escala hedônica de 9 pontos, variando do gostei extremamente (9) ao

desgostei extremamente (1)90. As amostras foram preparadas em frigideira teflon,

sem gordura sob temperatura de 74 ± 1,3 ºC no centro geométrico, durante o tempo

de 6 minutos para cada hambúrguer. Servidas a uma temperatura de 40 ± 1,9ºC e

apresentadas aos provadores de forma monádica, com água e biscoito salgado. Os

testes foram realizados em cabines individuais.

Os resultados do teste de aceitação foram expressos pela média das notas de

aceitação global. Para o cálculo do Índice de Aceitabilidade (IA) dos produtos, foi

adotada a expressão: IA (%) = A x 100/B, na qual, A= nota média obtida para o

produto, e B= nota máxima dada ao produto. O IA com boa repercussão têm sido

considerado ≥ 70%90.

O teste de preferência foi realizado com 60 provadores, os quais avaliaram as

3 amostras e ordenaram as mesmas em forma decrescente de acordo com a

preferência individual90. As amostras foram preparadas e servidas aos provadores sob

as mesmas condições que foram efetuadas no teste de aceitação. Os resultados dos

testes de aceitação e preferência estão dispostos no Artigo I.

5.3.4 FORMAÇÃO DO PAINEL SENSORIAL

5.3.4.1 RECRUTAMENTO DOS CANDIDATOS

Para a formação do painel sensorial pelo método ADQ, foram recrutados em

outro momento um novo grupo de 60 candidatos. Aqueles que concordaram em

participar da pesquisa assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(TCLE) no qual constavam os objetivos, os riscos, benefícios e os procedimentos

metodológicos da pesquisa (Apêndice 1). O recrutamento dos candidatos ocorreu

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entre os alunos, professores e funcionários do Departamento de Nutrição da UFRN e

foi realizado por meio de um questionário, com perguntas relacionadas a

disponibilidade de tempo para as sessões de treinamento; condições médicas que

limitariam a percepção do candidato; se gosta ou não de pescado; habilidade em

quantificar os atributos sensoriais utilizando escalas de intensidade; e questões que

verificaram a familiaridade do candidato com termos descritivos de sabor (Apêndice

2). Nesta etapa foram determinados fatores de exclusão como questões referentes à

disponibilidade em participar do treinamento, capacidade em quantificar atributos

sensoriais no alimento e a familiarização com escalas sensoriais. Foram eliminados

os candidatos que obtiveram abaixo de 80% de acertos nas questões referentes a

escalas presentes no questionário de recrutamento (Apêndice 2). Como critérios de

inclusão observou-se também se o candidato gostava e consumia peixe e

hambúrguer, e como critérios e exclusão se era fumante, portador de alguma doença

que influenciasse no seu paladar e se estava tomando algum medicamento que

pudesse comprometer o seu desempenho. Com base nesses critérios, foram

aprovados 54 candidatos dentre os 60 recrutados.

5.3.4.2 SELEÇÃO DOS PROVADORES

Com os 54 candidatos pré-selecionados após análise dos questionários, deu-

se início a etapa de seleção. Nesta etapa, foram realizados o teste de reconhecimento

de gostos básicos e o teste triangular91.

No Teste de Reconhecimento de gostos básicos, foram apresentadas, aos

provadores, amostras referência para cinco gostos básicos (doce, amargo, ácido,

umami e salgado). As concentrações para cada gosto foram utilizadas conforme a

metodologia descrita pela ISO 858691, onde para gosto amargo utilizou-se uma

solução em água de cafeína (0,2g/L), ácido em solução de ácido cítrico (0,2g/L),

salgado por cloreto de sódio (1,3g/L), doce com sacarose (6g/L) e umami pela

solução de glutamato monossódico (0,3g/L). Em seguida os provadores receberam 6

amostras codificadas com três dígitos aleatórios e foram solicitados a degustar e

classificar os gostos percebidos em: ácido, amargo, doce, umami, salgado e não

identificado registrando seu julgamento em formulário próprio (Apêndice 3). O Teste

de Reconhecimento de gostos básicos foi realizado 3 vezes. Foram selecionados os

provadores que acertaram 80% dos gostos em 80% dos testes realizados91.

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O Teste Triangular com amostras de produtos à base de pescado

(hambúrguer, nuggets e linguiça), teve como objetivo avaliar a capacidade dos

candidatos em discriminar as amostras. Cada candidato realizou o teste cinco vezes

em dias alternados. Apresentou-se aos candidatos um triângulo de cada vez, com as

amostras devidamente codificadas com números aleatórios de três dígitos, em

arranjos balanceados (AAB, ABA, BAA, BBA, BAB, ABB). As amostras foram

preparadas de forma uniforme com a finalidade de não reconhecimento visual de

eventuais diferenças entre as mesmas e foram servidas a uma temperatura média de

40°C. Os provadores foram informados de que duas amostras eram iguais e uma era

diferente e foram solicitados a analisar e identificar com um círculo na ficha de

respostas (Apêndice 4) qual era a amostra diferente. Solicitou-se, ainda, que os

provadores enxaguassem a boca após cada degustação e comessem um biscoito

cream cracker para que fosse feita a limpeza do palato. Foram selecionados os

candidatos que podiam distinguir entre as amostras em 60% dos testes92.

Ao longo da realização dos testes, os candidatos eram informados

individualmente por e-mail sobre a data de realização do teste, bem como os critérios

para ser selecionado e o resultado individual em cada teste com uma avaliação de

desempenho, Dentre os 54 candidatos pré-selecionados, apenas 46 compareceram a

todos os testes realizados nesta etapa e dentre esses, foram aprovados 19

candidatos para a próxima estapa;

5.3.4.3 ELABORAÇÃO DOS DESCRITORES E FICHA DE ANÁLISE

Os 19 provadores selecionados na etapa anterior foram convocados para uma

reunião, onde foi apresentado o trabalho, seus objetivos e a importância da análise

sensorial.

Para determinação dos termos descritivos para as três formulações do

hambúrguer de peixe voador, as amostras foram apresentadas em seguida, os

provadores receberam as amostras aos pares e foram solicitados a descrever as

diferenças e semelhanças entre as amostras relativas a atributos de aparência,

aroma, sabor e textura (Apêndice 5). Os termos descritivos semelhantes foram

agrupados e discutidos pelo grupo em cada uma das 11 reuniões realizadas, sempre

com a moderação de um facilitador. Durante as sessões, os provadores avaliaram as

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amostras e cada atributo sensorial foi discutido exaustivamente, procurando sempre

entrar em um consenso quanto a relevância e intensidade do atributo sensorial, bem

como as referências que seriam utilizadas.

Após as discussões, foram definidos os descritores sensoriais do produto, suas

definições, referências dos extremos da escala e a sequência de avaliação. Em

seguida foi construída a ficha de definição e referências dos descritores sensoriais e a

ficha de avaliação (ficha de ADQ – Apêndice 6). A ficha da ADQ foi construída com

uma escala linear, não estruturada de 10 cm, para cada descritor, ancorada nas

extremidades com termos que indicavam a intensidade do descritor avaliado.

5.3.4.4 TREINAMENTO E SELEÇÃO FINAL DOS PROVADORES

Durante o treinamento, foram realizadas três sessões de avaliação sensorial,

onde cada provador foi solicitado a avaliar a intensidade de cada descritor para as

amostras de hambúrgueres, utilizando a ficha de avaliação elaborada. As amostras

foram apresentadas de forma monádica e as sessões foram realizadas em dias

distintos.

Para seleção final dos provadores foram escolhidos três atributos (cor externa,

aroma de fritura e sabor de fritura), para avaliar o desempenho do provador e poder

de consenso com a equipe. Para avaliar o desempenho do provador e validar a

equipe sensorial utilizou-se uma análise de variância, com duas fontes de variação

(amostras e repetições) para cada provador. Os dados foram tabulados com os

valores das notas de cada provador para cada uma das três amostras em teste, nas

três repetições, obtendo-se o Famostra e o Frepetição. Para a avaliação do poder de

consenso com a equipe, utilizou-se análise de variância de dois fatores (amostras e

provador), sendo os dados tabulados com os valores médios das notas de cada

provador para cada uma das três amostras, obtidos nas três repetições.

Assim, para o painel sensorial foram selecionados 10 provadores os quais

apresentaram Famostra significativo (p< 0,05), Frepetição, Fprovador e FamostraXprovador não

significativos (p>0,05)86.

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5.3.5 AVALIAÇÃO DAS ALTERAÇÕES FÍSICO-QUÍMICAS E SENSORIAIS

DURANTE O ARMAZENAMENTO.

No dia seguinte (tempo 0) ao da elaboração dos hambúrgueres, foram iniciadas

as análises físico-químicas, em triplicata, das três formulações. Estas análises se

repetiram após 30, 60 e 90 dias de armazenamento sob congelamento.

5.3.5.1 UMIDADE

Como procedimento para a determinação de umidade, foi utilizado o método de

secagem por estufa à temperatura de 105ºC até o peso constante. A medida do peso

foi realizada em balança analítica (210 g x 0,0001g) da marca Technal.

5.3.5.2 pH

O extrato utilizado para determinação do pH foi preparado à partir de 3 gramas

de cada amostra moída, diluída em 50 mL de água destilada e submetido à agitação

por 30 minutos. O homogenato foi filtrado em papel filtro com diâmetro de 15 cm e o

pH foi medido por peagâmetro digital previamente calibrado da marca Hanna®.

5.3.5.3 INDICE DE ACIDEZ

O índice de acidez foi obtido por meio da acidez titulável total, a qual foi

determinada por titulação com NaOH 0,1 N, utilizando uma solução de fenolftaleína

1% como indicador e expressa em mL de NaOH 0,1 N por 100 gramas de amostra93.

5.3.5.4 COR

A determinação da cor foi realizada em colorímetro Minolta® CR10 com esfera

de integração e ângulo de visão de 45º, ou seja, iluminação d/45 e iluminante D e

índices colorimétricos foram expressos no sistema de cor CIELAB (Commission

International for Ilumination)94. O equipamento foi previamente calibrado no preto e no

branco antes das medidas de cor. As análises foram realizadas em triplicada. sendo

avaliados a luminosidade (L*), índice de cor vermelha (a*), índice de amarelecimento

(b*) ao passo que a diferença total de cor numérica (ΔE) entre amostras foi calculada

pela fórmula:

( ) [(

) (

) (

) ]

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32

onde β representa os valores dos parâmetros de cor (L *, a * e b *) mensurados no dia

90 e α representa os valores dos mesmos parâmetros medidos no dia 0. Uma

variação de cor (ΔE) igual a 2,3 unidades corresponde a uma diferença apenas

perceptível para o aparelho, já variações maiores são consideradas como uma

diferença de cor evidente para o olho humano95.

5.3.5.5 ANÁLISE SENSORIAL

Foi realizado o teste de Análise Descritiva Quantitativa98. Os 10 provadores

selecionados e treinados avaliaram três amostras de hambúrguer (F1, F2 e F3) a

cada 30 dias durante o período de 90 dias de armazenamento. As análises foram

realizadas em cabines individuais no laboratório de análise sensorial de alimentos do

DNUT/UFRN.

Cada provador recebeu as amostras, em pratos descartáveis brancos

codificados com números aleatórios de três dígitos. Junto com a amostra, foram

entregues biscoitos tipo cream cracker e um copo com água para serem utilizados

entre as avaliações. Além disso, cada provador recebeu o TCLE, a ficha de definições

e referências dos descritores e a ficha de avaliação. Os resultados estão dispostos no

artigo II.

5.3.6 ANÁLISES MICROBIOLÓGICAS

Com o objetivo de garantir a inocuidade do produto até o final do estudo, foram

realizadas análises microbiológicas em dois momentos da pesquisa: após o

processamento (dia 0) e ao final do período de armazenamento (dia 90), com as três

amostras (F1, F2 e F3). As análises microbiológicas foram as exigidas para produtos

derivados do pescado pela Resolução RDC n° 12 de 2001 da ANVISA/MS96 as quais

se tratam de: Staphylococcus coagulase positiva, Coliformes a 45ºC e pesquisa de

Salmonella sp, As análises seguiram a metodologia descrita no Manual Analítico

Bacteriológico97

5.4 ANÁLISES ESTATÍSTICAS

Os dados oriundos das análises físico-químicas e sensorial foram submetidos à

análise de variância (ANOVA), sendo realizado o teste Tukey ao nível de 5% de

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33

significância para comparação entre as medidas obtidas utilizando programas do

pacote estatístico Action Stat®

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34

6. ARTIGOS PRODUZIDOS

6.1 ARTIGO I

Artigo intitulado ―Avaliação sensorial do hambúrguer de peixe-voador e o efeito

do alecrim na aceitabilidade.― enviado para o Boletim do Instituto de Pesca, que

possui fator de impacto 0,525 e Qualis B5 para nutrição.

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Avaliação sensorial do hambúrguer de peixe voador e o efeito do alecrim na aceitabilidade

Camila Vanessa da Silva Moreira

Ana Paula Araújo da Silva

Rodrigo Antonio Ponce de Leon Ferreira de Carvalho

Karla Suzanne Florentino da Silva Chaves Damasceno

Larissa Mont´Alverne Jucá Seabra

RESUMO

O peixe voador (Hirundichthys affinis) é um importante recurso pesqueiro na região nordeste

do Brasil. Uma das formas de utilização deste peixe é por meio do seu processamento para

produção de Carne Mecanicamente Separada (CMS), a qual é utilizada para a produção de

produtos a base de pescado. O presente trabalho teve por objetivo estudar a influência da

adição de alecrim (Rosmarinus oficinnalis) na aceitação e preferência sensorial do hambúrguer

de peixe voador. Foram propostas três formulações de hambúrguer de peixe voador com

diferentes quantidades de alecrim: F1 (0%), F2 (0,5%) e F3 (1%). Foram realizados os testes de

aceitação global, intenção de compra e preferência das formulações com provadores não

treinados. Os resultados mostraram que apesar das formulações de hambúrguer adicionadas

de alecrim terem sido bem aceitas, a formulação sem alecrim apresentou maior aceitação

(p<0,05), sendo também a mais preferida pelos provadores, com um índice de aceitação de

93,3%. Desta forma fica clara a viabilidade da utilização da CMS do peixe voador para a

elaboração de hambúrguer e possibilidade de utilização do alecrim para agregar valor ao

produto, além do elevado potencial de mercado desse produto com concentrações diferentes

de alecrim.

Palavras-Chave: Peixe Voador; Hambúrguer; Alecrim; Análise Sensorial.

Sensory evaluation of flying fish burger and the effect of rosemary in the acceptability

ABSTRACT

The flying fish (Hirundichthys affinis) is an important fishing resource in the northeast region of

Brazil. One of the forms of use of this fish is through its processing for production of

Mechanically Separate Meat (CMS), the fish base is used for the products development. The

objective of the present work had the objective to study the influence of the addition of

rosemary (Rosmarinus oficinnalis) in the acceptance and sensory preference of the hamburger of

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flying fish. It was proposed three formulations of hamburger of flying fish with different

quantities of rosemary: F1 (0 %), F2 (0,5 %) and F3 (1 %). There were carried out the tests of

global acceptance and preference of the formulations with panelists not trained. The results

showed that in spite of the rosemary formulation to have been quite accepted, the formulation

without rosemary presented higther acceptance (p<0,05), being most preferred also by the

panelists. In this way it clear the viability of the use of the rosemary in the hamburger of flying

fish and the elevated potential of market of this product with different concentrations from

rosemary.

Key Words: Flying Fish; Hamburger; Rosemary; Sensory Analysis.

INTRODUÇÃO

O pescado é um constituinte alimentar importante da dieta, sendo composto por

proteínas de alta digestibilidade, ácidos graxos poli-insaturados, vitaminas e minerais

essenciais (CLERFEUILLE et al., 2013). Estudos apontam para uma relação direta entre o

consumo de pescado e a expectativa de vida da população (TACON; METIAN, 2013;

SAMPELS, 2015).

O peixe voador (Hirundichthys affinis) constitui um importante recurso pesqueiro em

várias regiões do Caribe, Sudeste da Ásia, Pacífico sul e também no Brasil (HUANG; OU, 2012;

HSIEN et al., 2015). Na região nordeste do Brasil, o voador representa cerca de 2,8% do total

desembarcado, sendo o principal recurso explorado nas pescarias artesanais do Rio Grande do

Norte (ARAÚJO et al., 2011) e pode ser utilizado como matéria-prima para a produção de

produtos derivados. Em virtude do seu baixo custo e alta disponibilidade na região, essa

espécie apresenta importância econômica e social por constituir-se alimento para populações

de baixo poder aquisitivo (ARAÚJO; CHELLAPA, 2002). Apesar de sua elevada

disponibilidade, o peixe voador ainda é pouco consumido em virtude de sua composição

física na qual as espinhas apresentam-se bastante aderidas ao músculo, dificultando seu

consumo (RIBEIRO et al., 2010).

Com a utilização de novas tecnologias é possível aproveitar as partes comestíveis dos

peixes, após o aproveitamento da carne que adere a carcaça do peixe por meio da obtenção da

Carne Mecanicamente Separada (CMS) (GEHRING et al., 2011). Dessa forma, é factível a

viabilização de uma matéria-prima de alta qualidade nutricional e custo reduzido para o

desenvolvimento de produtos (FUCHS et al., 2013). Com a CMS é possível elaborar produtos

como hambúrgueres de pescado, dentre outros alimentos de conveniência (GEHRING et al.,

2011). Todavia, além do desenvolvimento de produtos para atender às demandas de consumo,

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é necessário considerar as novas necessidades, tal como o crescente interesse por alimentos

saudáveis, com alto valor nutritivo e de fácil preparo (SILVA; FERNANDES, 2010).

Um dos motivos para o baixo consumo do pescado é o fato deste alimento ser

facilmente degradado e propenso a oxidação e ao desenvolvimento de aromas desagradáveis

(SAMPELS, 2015). Assim, a utilização de substâncias antioxidantes, exerce um papel

importante na qualidade dos produtos a base de pescado. O alecrim (Rosmarinus officinalis) é

uma dessas substâncias importante devido à sua forte capacidade antioxidante e solubilidade

em gordura. Os antioxidantes naturais retardam a rancidez oxidativa e garantem a qualidade

do produto (GALLEGO et al., 2013; ZHANG et al., 2010; ZHENG et al., 2012). Assim, o objetivo

deste estudo foi avaliar sensorialmente o hambúrguer de peixe voador e o efeito do alecrim na

aceitabilidade deste produto.

MATERIAL E MÉTODOS

O peixe voador utilizado para elaboração das formulações de hambúrguer foi obtido

no município de Caiçara do Norte (RN) e transportado, em caixas térmicas, para o Laboratório

de Tecnologia do Pescado da Escola Agrícola de Jundiaí/Universidade Federal do Rio Grande

do Norte (UFRN) em caixas térmicas, onde foi realizado o processamento para a obtenção da

CMS. No laboratório, 33,577kg de peixe-voador foram lavados com água clorada a 10 ppm,

descabeçados, eviscerados, e lavados novamente. Logo após a limpeza, foram extraídos em

desossadeira mecânica 13,320kg de CMS, correspondendo a um rendimento de 39,7%. Após o

resfriamento, acondicionou-se a CMS em embalagens plásticas e caixas isotérmicas para ser

transportada até o Laboratório de técnica dietética do Departamento de Nutrição (DNUT) na

UFRN, para a produção do hambúrguer.

Foram produzidas três formulações de hambúrguer de peixe voador com diferentes

quantidades de alecrim: 0% (F1), 0,5% (F2) e 1% (F3). Para a produção dos hambúrgueres a

CMS foi homogeneizada com os ingredientes de acordo com as proporções expressas na

Tabela 1. Utilizou-se alecrim desidratado comercial, adquirido no mercado local. Todos os

ingredientes foram pesados em balança analítica da marca HZT e formatados em moldes com

90mm de diâmetro para a padronização do produto final, produzindo um hambúrguer com

peso médio de 90g. Após o preparo, as amostras de hambúrguer foram armazenadas em

embalagens individualizadas, etiquetadas e submetidas ao congelamento sob uma

temperatura média de -18ºC em freezer doméstico.

As análises sensoriais foram realizadas com provadores não treinados. Os provadores

foram recrutados entre alunos, funcionários e professores da UFRN/DNUT, sendo

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convidados a participar apenas aqueles que apresentavam consumo regular de peixe. Esta

pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário Onofre

Lopes, e obteve parecer favorável para seu desenvolvimento (protocolo nº 1.043.587). Todos os

provadores assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE). Aos provadores

recrutados foi aplicado um questionário de identificação para obter dados referentes às

características demográficas e a frequência de consumo de hambúrgueres pelos provadores.

Os testes de aceitação foram realizados em três dias diferentes. Em cada análise

participaram 48 provadores, totalizando 144 provadores nos três dias de análise. Para o teste

de aceitação global foi utilizada uma escala hedônica de 9 pontos, variando do gostei

extremamente (9) ao desgostei extremamente (1). As amostras foram preparadas em frigideira

teflon, sem gordura sob temperatura no centro geométrico de 74ºC ± 1,3, durante o tempo de

aproximadamente 6 minutos para cada hambúrguer. As amostras foram servidas a uma

temperatura de 40ºC ± 1,9 e apresentadas aos provadores de forma monádica, com água e

biscoito salgado. Os testes foram realizados em cabines individuais. Os resultados do teste de

aceitação foram expressos pela média das notas de aceitação global. Para o cálculo do Índice

de Aceitabilidade (IA) dos produtos, foi adotada a expressão: IA (%) = A x 100/B, na qual, A=

nota média obtida para o produto, e B= nota máxima dada ao produto. O IA com boa

repercussão têm sido considerado ≥ 70% (DUTCOSKY, 2007). A intenção de compra dos

produtos foi avaliada utilizando uma escala hedônica de 5 pontos com um mínimo de 1

(certamente não compraria ) e no máximo 5 (certamente compraria ) (DAMÁSIO; SILVA,

1996).

O teste de preferência foi realizado no quarto dia de análise sensorial, com 60

provadores, os quais avaliaram as 3 amostras e ordenaram as mesmas em forma crescente de

acordo com a preferência individual (DUTCOSKY, 2007). As amostras foram preparadas e

servidas aos provadores sob as mesmas condições que foram efeturadas no teste de aceitação.

Os dados oriundos do questionário, teste de aceitação e teste de intenção de compra

foram submetidos à análise estatística descritiva. Para verificar se houve diferença

significativa entre os tratamentos quanto a aceitação e intenção de compras foi realizada uma

ANOVA, com posterior teste de Tukey para comparação das médias (p<0,05). Os resultados

do teste de ordenação da preferência foram analisados com base no teste de soma de ordens

de Friedman, utilizando-se a tabela de Christensen (DUTCOSKY, 2007), a qual indica a

diferença crítica entre os totais de ordenação, ao nível de significância de 5%, de acordo com o

número de tratamentos testados e o número de julgamentos obtidos.

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RESULTADOS E DISCUSSÃO:

A faixa etária predominante dos provadores foi de 20 a 30 anos, sendo a maioria do

sexo feminino. Quase todos os provadores apresentaram curso superior incompleto (92%).

Com relação aos hábitos de consumo, 17,8% dos provadores relataram consumir

hambúrguer uma vez na semana, e 28,1% mensalmente. Pereira e Koifman (1999) consideram

como habitual o consumo de determinado alimento de 1 a 3 vezes ao mês. Sendo assim, pode-

se verificar que a maioria dos provadores desta pesquisa possuem o hábito de consumir

hambúrguer. Um estudo realizado com 99 acadêmicos em Mato Grosso (MT) demonstrou que

39% dos alunos de graduação consomem hambúrgueres de 1-3 vezes ao mês (CARVALHO et

al., 2013). Tal valor corrobora com a média de frequência de consumo encontrada entre os

provadores desta pesquisa. Dessa forma, é possível observar a viabilidade de consumo do

hambúrguer de peixe voador para determinados grupos, uma vez que o consumo habitual de

hambúrguer se faz presente nesta faixa etária.

Na avaliação da aceitação global do produto por meio de escala hedônica, o

hambúrguer de peixe voador sem alecrim (F1) apresentou maior nota, diferindo

significativamente (p<0,05) das demais formulações (F2 e F3) (Tabela 2).

O método de escala hedônica busca avaliar a aceitação do produto pelo provador,

seguindo uma escala previamente estabelecida a qual varia gradativamente (DUTCOSKY,

2007). Os resultados obtidos no presente estudo, foram superiores aos encontrados por Mélo et

al. (2014) que testaram fishburguers de carne mecanicamente separada de Tilápia e verificaram

uma aceitação global com média de 7,0. Em outro estudo foi realizada a aceitação global com

diferentes formulações de hambúrguer produzido a partir da CMS de cavala e as médias

obtidas variaram de 6,68 a 6,84 (QUADROS et al., 2015), valores inferiores aos resultados da

avaliação global das três formulações de hambúrguer do presente estudo. Sary et al. (2009)

avaliaram hambúrguer com CMS de tilápia e obtiveram média de 7,5 para aceitação global,

esta média indica o produto classificado como “gostei regularmente” e “gostei muito”. As

médias obtidas na análise sensorial do hambúrguer de peixe voador indicam a classificação de

“gostei extremamente” para a formulação F1 (sem alecrim), enquanto as notas para

formulações F2 (0,5% de alecrim) e F3 (1% de alecrim), indicam a classificação de “gostei

muito”.

Trindade et al. (2009), investigaram o efeito do extrato de alecrim (400ppm) na

aceitação de hambúrguer de carne bovina com provadores não treinados. A formulação de

hambúrguer com alecrim obteve baixa média de aceitação global (6,3), resultado bem inferior

ao encontrado nas médias de aceitação global para o hambúrguer de peixe voador com do

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presente estudo (F2 e F3). Os autores da referida pesquisa, afirmaram que a baixa aceitação do

hambúrguer, se deu pelo fato do extrato de alecrim ser utilizado com carne bovina, e sugerem

a utilização do alecrim com produtos a base de pescado para melhores resultados nas médias

de aceitação global.

Com os dados da aceitação global é possível definir o índice de aceitabilidade do

produto (Tabela 2). A adição de 0,5% e 1% do alecrim na composição do hambúrguer de peixe

voador interferiu no índice de aceitabilidade do produto. No entanto, apesar da formulação

sem alecrim (F1) ter apresentado maior valor neste índice, as duas formulações com alecrim

também obtiveram boa aceitação, uma vez que apresentaram valores de IA superior a 70%.

Tais resultados foram superiores aos encontrados por Serafini (2013), que avaliou o

efeito do extrato de manjerona, com função antioxidante, na aceitabilidade de hambúrguer,

todas as quatro formulações do estudo obtiveram o IA inferior a 70%. Já outros autores que

avaliaram a aceitação do hambúrguer de peixe a base de carne mecanicamente separada

obtiveram IA superior a 70% (MÉLO et al., 2014). Em outro estudo realizado com hambúrguer

de peixe sem adição de ervas antioxidantes, o índice de aceitabilidade foi 78% (QUEIROGA,

2014) sendo também inferior as médias obtidas no presente estudo para as formulações de

hambúrguer com alecrim.

É possível observar que, as médias para intenção de compra das duas formulações

com alecrim (F2 e F3), não diferiram significativamente entre si (p>0,05), apresentando

diferença apenas para a formulação sem alecrim, a qual obteve maior média para intenção de

compra (Tabela 2). A frequência de provadores quanto à intenção de compra apresentada na

Tabela 2, demonstra um maior interesse de compra por parte dos julgadores para a

formulação F1. Observou-se ainda que embora a formulação F2 tenha sido responsável pelo

menor índice de aceitação tal formulação despertou nos provadores boa intenção de compra.

No teste de preferência por ordenação, a formulação F1 obteve a maior preferência,

diferindo significativamente apenas da F3 (p<0,05). Isto significa que tanto a formulação de

hambúrguer sem alecrim, como a formulação com 0,5% de alecrim, podem ser utilizados sem

prejuízo na preferência do consumidor. Esse resultado confirma o obtido no teste de aceitação

global, onde se pode verificar que F1 obteve a maior nota, seguido de F2 e F3.

A amostra preferida pelos provadores foi a que obteve maior nota na intenção de

compra. Tais resultados comprovam a viabilidade de mercado do hambúrguer de peixe

voador e demonstraram a possibilidade de boa comercialização das formulações com alecrim,

uma vez que ambas também tiveram elevados percentuais de intenção de compra.

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CONCLUSÕES

O hambúrguer de peixe voador apresentou boa aceitação pelos provadores. Apesar

da adição de alecrim nas formulações de hambúrguer de peixe voador resultar em uma

redução da aceitação global do produto, o índice de aceitabilidade e preferência

permaneceram satisfatórios. As notas da intenção de compra indicam que o produto possui

bom potencial de mercado, para as formulações de hambúrguer com e sem alecrim.

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Tabela 1. Ingredientes utilizados nas formulações dos hambúrgueres de peixe voador.

INGREDIENTE FORMULAÇÃO

F1 F2 F3

Cms de peixe voador (g) 1000 1000 1000

Amido de milho (%) 10 10 10

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Sal (%) 1,5 1,5 1,5

Cebola triturada (%) 5 5 5

Óleo de soja (%) 5 5 5

Pimenta do reino (%) 0,01 0,01 0,01

Alecrim (%) 0 0,5 1,0

Tabela 2. Média das notas de aceitação global, percentual de índice de aceitação,

intenção de compra e preferência das formulações de hambúrguer de peixe voador

com quantidades diferentes de alecrim.

FORMULAÇÃO ACEITAÇÃO

GLOBAL

ÍNDICE DE

ACEITAÇÃO

(%)

INTENÇÃO

DE

COMPRA

TOTAL DE

ORDENAÇÃO

F1 8,43a± 0,78 93,3 4,70a ± 0,65 100a

F2 7,61b± 1,49 81,7 4,15b ± 1,05 114ab

F3 7,35b± 1,26 84,7 3,88b ± 0,94 146b

Nota: a, b, c: letras diferentes na mesma coluna diferem significativamente entre si

pelo teste de Tukey ao nível de 5% de significância. Concentrações de alecrim: F1(0);

F2(0,5%) e F3 (1%).

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45

6.2 ARTIGO II

Artigo intitulado ―Flying fish hamburguer (Hirundichthys affinis): the influence of

rosemary (Rosmarinus officinalis) on sensory and physicochemical characteristics.―

Revista Brasileira de Ciência e Agrotecnologia ‖, que possui fator de impacto 0,701 e

Qualis B2 para a área de Nutrição.

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46

Comprovação de submissão:

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47

FLYING FISH HAMBURGUER (Hirundichthys affinis): INFLUENCE OF ROSEMARY

(Rosmarinus officinalis) ON SENSORY AND PHYSICOCHEMICAL

CHARACTERISTICS.

Camila Vanessa da Silva Moreira

Hellen Francisca Marcelino de Paula

Rodrigo Antonio Ponce de Leon Ferreira de Carvalho

Karla Suzanne Florentino da Silva Chaves Damasceno

Larissa Mont’alverne Jucá Seabra

ABSTRACT: The flying fish is an important fishing resource of Brazil and can be used as raw

material to produce various products. This study aimed to develop flying fish hamburger

formulations with different amounts of rosemary and assess its influence on the

physicochemical and sensory characteristics throughout 90 days of storage under freezing. In

order to assess the influence of the rosemary during the storage, moisture, pH, acidity and color

analysis were performed at 0, 30, 60 and 90 days of freezing. Sensory attributes were assessed

using quantitative descriptive analysis (QDA) with a trained panel, in the same days of the

other analysis. It was observed that the acidity of the sample without rosemary raised

significantly at the end of the storage period. The pH raised at the end of the storage only for

the samples with rosemary at day 30 and 60. The L* values increased throughout the time for

all samples at the end of the storage period, however a* values decreased significantly in all

formulations (p<0.05). Sensory analysis showed even though significant changes were not

observed throughout the time, regarding smell and rancidity taste, the samples with rosemary

presented lower values for these attributes, and greater maintenance of the global quality for the

sample with 1% of rosemary during the storage. The formulations with rosemary obtained

better maintenance of the sensory characteristics during the analysis period.

INDEXTERMS: Flying fish; Hamburger; Rosemary; Sensory Analysis.

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48

INTRODUCTION

Fying fish (Hirundichthys affinis) is a fishing resource explored worldwide. In 2013 its

production in Brazil represented 54 thousand tons out of the 923 thousand captured in the

world, which places the country in the world’s 8th

position of capture of this fish (FishStatj,

2016). This species has economic and social importance because it is nourishment for the

populations with low purchasing power, in addition, it can be used as raw material to produce

derived products because of its low cost and great availability in the Northeast region of Brazil

(Araújo, 2011).

However, the consumption of flying fish faces a limitation regarding the physical

structure of the fish, because it has the muscle portion very attached to the fishbone. Therefore,

the development of products with this raw material becomes important to stimulate the increase

of its consumption (Cavalcante et al., 2012).

Using technologies, it is possible to recover fish´s edible parts, after the filleting

process, exploiting the meat attached to the carcase of the fish, through the Mechanically

Separated Meat (MSM), allowing the use of a raw material of hight nutritional high quality and

reduced cost to develop products (Fuchs et al., 2013). The MSM has great protein content and

smooth taste and it can correspond up to 14% of the weight of a whole fish (Blanco et al.,

2007), however, it is still little used as raw material for fishing products in large scale. With

MSM it is possible to elaborate products such as hamburgers of fish, among other foods

(Gehring et al., 2011).

Among animal source foods, fish is characterized by its increased susceptibility to

deterioration when exposed to inappropriate storage conditions. It is known that the

deterioration comes from the activity of autolytic enzymes, rancidity and fats (especially by

oxidation) and the activity of deteriorating microorganisms (Bonacina; Queiroz, 2007; Silva-

Pereira et al., 2015). For the fish to be preserved for a longer time, to extend the

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commercialization, it is necessary to adopt technologies that increase its shelf life (Barbosa-

Pereira et al., 2013; Bertolin et al., 2010).

In order to delay lipid oxidation during processings and storage of fish products,

synthetic antioxidants have been used in the industry, however, the consumers’ concern on the

toxicity of the product have led to the increased interest on the analysis with natural

antioxidants (Serdaroğlu; Felekoğlu, 2005; Silva; Santana, 2008). Rosemary (Rosmarinus

officinalis), frequently used as condiment, is a viable option of natural antioxidant (Rohlík;

Pipek; Pánek, 2010). The antioxidant activity of the rosemary is associated to the presence of

phenolic compounds, which hydrolyze chain reactions of free radicals through the donation of

an atom of hydrogen (Basaga et al., 1997). Various researches point to the effectiveness of

antioxidant effect of rosemary in meat products (Georgantelis et al., 2007) and in fish (Gao et

al., 2014; Hernández et al., 2014; Seabra et al., 2011), during the storage period.

The use of new alternatives to quality maintenance of food products and the utilization

of available aquatic resousers becomes an object of study indispensable for the development of

new fish products. Therefore, this research aimed to develop a hamburger based on the flying

fish MSM and asses the effect of rosemary in the sensory and physicochemical characteristics

of the product throughout its storage period.

MATERIAL AND METHODS

Development of the hamburger

The fresh flying fish used in the elaboration of the hamburger formulations (Figure 1)

was obtained recently-captured in the city of Caiçara do Norte, RN state, Brazil and was

transported in isothermal boxes with ice to the laboratory of fish technology the Agricultural

School of Jundiaí/UFRN, then it was submitted to beheading and evisceration, followed by

wash in chlorinated water (10ppm). Right after, the fishes were processed, to the extraction of

MSM, in a mechanical deboning machine (usitécnica – USI 100). The MSM obtained was

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frozen and stored in domestic freezer (-18ºC) until the hamburger production. The hamburger

elaboration process was performed according to the good manufacturing practices (GMP) in

order to ensure the quality of the product (Brasil, 2002).

Figure 1: Flowchart of hamburger elaboration with flying fish MSM

Three formulation of the flying fish hamburger were produced, with different amounts

of rosemary: 0% (F1), 0.5% (F2) and 1% (F3). For the production of the hamburgers, all

ingredients were previously weighted in an analytical digital balance HZT (0.1g precision)

according to the proportions expressed in Table 1. The ingredients and percentages used were

Freeze and storage at -18ºC

Packaging

Hamburger weighting

Hamburger modeling

Manual homogenization of the MSM and ingredients

Weighting of the ingredients

Flying fish MSM

Process in mechanical deboning machine

Evisceration and clean of the fresh fish

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adapted from the methodology proposed by Cavalcante et al. (2010). After the prepare, the

hamburger samples were stored in plastic packaging of 180 microns, they were individualized,

targeted and frozen (-18ºC) in domestic freezer.

Table 1: Ingredients used in the formulations of flying fish hamburgers (H. affinis).

INGREDIENT FORMULATION

F1 F2 F3

Flying fish MSM (g) 1000 1000 1000

Corn starch (%) 10 10 10

Salt (%) 1.5 1.5 1.5

Crushed onion (%) 5 5 5

Soy oil (%) 5 5 5

Black pepper (%) 0.01 0.01 0.01

Rosemary (%) 0 0.5 1.0

F1: Hamburger without rosemary; F2: Hamburger with 0.5% of Rosemary; F3: Hamburger

with 1% of rosemary.

Characterization of the samples

For the characterization of the samples, the centesimal composition and microbiological

analysis were performed. The centesimal composition was performed in triplicate, with the

standard sample (F1). After two days of freezing, the samples were defrosted at 5ºC, during 24

hours, for the analysis performance. The procedures performed followed the methodology

proposed in the Manual de Métodos Físico-Químicos para análise de Alimentos Do Instituto

Adolfo Lutz (Brasil, 2005). The microbiological analysis performed were positive coagulase

Staphylococcus, coliforms at 45ºC and Salmonella sp. (FDA, 1992).

Physicochemical analysis

Next day (0 time) of the elaboration of the hamburgers formulations, the

physicochemical analysis were initiated, in triplicate. These analysis were repeated after 30, 60

and 90 days of storage under freezing (-18ºC). Physicochemical analysis realized were:

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moisture, pH in digital pH meter, acidity index and expressed in mL of NaOH 0.1 N per 100

grams of sample (Instituto Adolfo Lutz, 2005). The colorimeter Minolta® CR10 was used for

the colorimetric measure. The color was measured in triplicate and on three points of the

hamburgers of each formulation. The measures of color were performed according to the

CIELab system (CIE, 1976), the assessments were lightness (L*), red color index (a*),

yellowness index (b*) while the total difference of numerical color (ΔE) among the samples

was calculated using the formula:

( ) [(

) (

) (

) ]

Where β represents the values of the parameters of color (L*, a* and b*) measured in the 90th

day and α represents the values of the same parameters measured in the day 0. A color variation

(ΔE) equal to 2.3 units corresponds to a difference only perceptible to the device, however the

greater variations are considered a color difference apparent to the human eye (Sharme, 2003).

The sensory analysis was approved by the Ethic Committee of the University Hospital

Onofre Lopes of the Federal University of Rio Grande Do Norte (protocol n. 1.043.587). For

the analysis of the sensory characteristics of the product, the Quantitative Descriptive Analysis

(QDA) was used, based on the methodology described by Stone and Sidel, 2004. Its application

comprised steps of recruiting of the candidates, selection of the tasters, elaboration of the

descriptors and analysis file, training and final selection of the team and sensory analysis of the

sample. All candidates who agreed to participate in the research signed a Term of Consent

which contained the objectives, the risks, benefits and methodological procedures of the

research.

There were 60 candidates recruited among students, teachers and employees of the

department of nutrition of the UFRN, and the recruiting was performed by the distribution of a

questionnaire, with questions related to the availability of time to the training sessions; medical

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conditions which limit. The candidates who obtained less than 80% correct answers in the

questions referring to the scales present in the recruitment questionnaire, therefore 54

candidates were led to the selection step.

During the selection of the members of the panel, identification tests were performed

regarding the basic tastes and triangular tests, according to the methodology descripted in the

ISO 8586 (ISO, 2012). In recognition test of the basic tastes, the testers were familiarized with

reference samples for five basic tastes (sweet, bitter, acid, umami and salted). Then they were

requested to taste the samples, identify the tastes, this time with coded samples and register

their judgment in a personal record. The test was carried out three times in order to select the

candidates who could identify 80% of the basic tastes in 80% of the teste (Dutcosky, 2013).

The triangular tests were performed with five repetitions in alternate days with samples of fish-

based products (nuggets) besides samples of commercial hamburger (chicken, steake and fish).

One triangle was presented to the candidates a time, with approximately 20g of cooked sample,

duly coded with random numbers of three digits in balanced arrangements. The testers were

requested to analyze and identify which one was the different sample, the candidates who could

distinguish the samples in 60% were selected (Faria & Yotsuyanagi, 2002).

For the development of the descriptors, sensory analysis were conducted with samples

of the flying fish hamburger. The 19 selected testers received samples of the three formulations

of flying fish hamburger and they were requested to describe the similarities and differences

referring to appearance, texture, smell and taste among the samples. The discussions were

performed in 11 meetings, in which the sensory descriptors were established and a record was

created to work as a reference record (Table 2) for the analysis of the samples by the QDA,

according to the following characteristics: external color, rancidity smell, rancidity taste and

global quality. A non-structured linear scale of 10 cm was used, containing the terms that

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indicate the intensity of each descriptor. All of the selection process and training was conducted

according to the ISO 8586 (2012).

Table 2: Definitions and references of descriptive terms for the flying fish hamburger by the

team of descriptive sensory analysis.

Descriptor Definition References

External

color

Color of the external part of the

hamburger, varying from light

beige to deep brown after the

frying.

Light beige: grilled fish fillet

Deep brown: steak hamburger

from Sadia®

Rancid taste Taste of stale oil, which reminds

of soap flavor.

Little: cereal bar with coconut

from Nutry®

Much: outdated Brazil nut

Rancid smell Taste of stale oil, which reminds

of soap flavor.

Little: virgin soy oil

Much: outdated Brazil nut

Global

Quality

Sum of the quality factors that

contribute to the determination of

the acceptance level of the

product.

Little: low quality

Much: high quality

During the training, the participants were submitted to three sensory analysis sessions in

which they were requested to assess the intensity of each descriptor in the three samples of

flying fish hamburger (F1, F2, F3), using the QDA record. To assess the performance of the

team and validate the sensory team, a variance analysis was used, with two variation sources

(samples and repetitions) to each tester. The data were tabulated with the values of the rating of

each tester for each one of the three testing samples, in the three repetitions, obtaining Fsample

and Frepetition. To the assessment of the consensus power of the team, variance analysis of two

factors was used (samples and tester), the data were tabulated with the mean values of the

ratings of each tester for each one of the three samples, obtained in the three repetitions. The

testers who had the following presentations were selected: significant Fsample (p<0.05), non-

significant Frepetition, Ftester and FsampleXtester and therefore the final panel remained with 10 testers

who were selected and trained.

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The final descriptive quantitative analysis occurred in the same days of the

physicochemical analysis. The 10 testers selected assessed three hamburger samples (F1, F2,

and F3) every 30 days during the period of 90 days of storage. The analysis were carried out in

individual booths in the laboratory of food sensory analysis of the DNUT/UFRN. Each tester

received the samples in disposable white plates, coded with random three-digit numbers. Along

with the sample, crackers and a glass of water were given to be used between the assessments.

In addition, each tester received the TC, the record of definitions and references of the

descriptors and the evaluation form.

Statistical Analysis

Data from the physicochemical and sensorial analysis were submitted to the variance

analysis (ANOVA) and the Tukey test was carried out at 5% of significance level for

comparison among the measures obtained using programs of the statistical package Action

Stat®.

RESULTS

Characterization of the samples

The values obtained in centesimal composition of the sample of standard flying fish

hamburger are shown in Table 3.

The flying fish hamburger presented 1% of fat content which is considered low (Brasil,

2005). According to the Brazilian Laws of Health, the definition of a “low-fat” product

corresponds to that in which the fat content is lower than 3% in the portion (Brasil, 1996).

Therefore, flying fish hamburger can be characterized as low-fat product.

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Table 3: Centesimal composition of the formulation of flying fish hamburger.

COMPOSITION STANDARD SAMPLE

Moisture (%) 76.32 ±1.30

Ash (%) 1.88 ± 0.01

Protein (%) 12.88 ±0.07

Lipid (%) 0.99 ± 0.07

Carbohydrate (%) 8.30

Caloric Value (kcal) 93.66

* Mean and standard deviation of the analysis were carried out in triplicate.

All results of the microbiological analysis are according to the resolution RDC n. 12 of

2001 of the ANVISA/MS (Brasil, 2001), which deals with microbiological patterns for foods.

Physicochemical analysis

The results of the physicochemical analysis of the three hamburger formulations

throughout the 90 days of analysis are shown in Table 4.

Table 4: Values of moisture, pH and acidity of the formulations of flying fish hamburger

during the storage under freezing.

ANALYSIS FORMULATION

F1 F2 F3

Moisture

Day 0 70.56±0.25aA

71.34±0.79aAB

70.80±0.69aA

Day 30 71.16±0.44aA

71.33±0.12aAB

71.00±0.30aA

Day 60 72.46±1.07aA

72.03±0.08aA

72.11±0.10aA

Day 90 74.57±0.60aA

70.30±0.08aB

70.99±0.36aA

pH

Day 0 6.46±0.01aA

6.43±0.01abC

6.41±0.02aC

Day 30 6.58±0.05aA

6.53±0.02aB

6.53±0.02aA

Day 60 6.61±0.03aA

6.58±0.03abA

6.54±0.01bA

Day 90 6.40±0.06aA

6.48±0.02bB

6.47±0.01bB

Acidity

Day 0 13.77±0.60aB

14.67±0.46aA

13.62±0.59aA

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F1=without rosemary; F2=0.5% of rosemary; F3=1% of rosemary. a b

. Different

lowercase letters in the same line demonstrate the significant variation among the three

formulations by the Tukey test (p<0.05).

A B. Different capital letters in the same column demonstrate the significant variation for

the formulation throughout the time, by the Tukey test (p<0.05).

During the 90 days of storage, the moisture values of the three formulations did not

change significantly (p>0.05). No statistical difference was found among formulations during

storage period.

Regarding the pH values, the Regulation of Industrial and Sanitary Inspection of

Animal Source Food (RIISPOA) sets the values lower than 6.8 for fish consumption (Brasil,

1997). All values were according to those recommended by the current legislation for fish.

Such values vary from 6.40 to 6.61 (low suitability for the development of microorganisms),

however, without significant differences among the formulations. During the storage period, an

increase of the pH values was observed for the samples with rosemary, and a reduction of the

pH for the samples without rosemary at day 90 (F1). However, it is important to highlight that

all values were according to the legislation, even those that increased throughout the time. The

results were better than those found by Schelegueda et al. (2016), observed pH value higher

than 7,15 for fishburg after the period of 15 days of storage under freezing. However, in other

similar studies, Naveena et al (2013) did not found effect of rosemary on breaded buffalo meat

and chicken pH during storage. Mohamed and Mansour (2012) also did not find alterations

originated from the natural extracts of rosemary in the storage of frozen meat rissoles.

There was no significant difference in the values of acidity for the F2 samples (0.5% of

rosemary) and F3 (1% of rosemary) during the storage period. However, the F1 sample

(without rosemary) behaved differently, showing a significant increase (p<0.05) in acidity

Day 30 12.74±0.83aB

14.78±0.41bA

15.55±0.45bA

Day 60 15.55±0.44aA

15.30±0.86bA

15.31±0.85bA

Day 90 19.30±1.94aA

17.52±2.23aA

15.61±1.21aA

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index between the days 60 and 90 of the analysis. The increase of acidity indicates the

development of hydrolytic reactions, with the production of free fatty acids, therefore, the

determination of the acidity is crucial in the assessment of the deterioration status of foods that

contain lipids in their composition, assessing its rancidity status (Erdmanna, 2016).

Table 5: Values of L*, a*, b* and ΔE* of the formulations of flying fish hamburger during the

storage under freezing.

*Patterns expressed in the CIALAB color system (Commission International for Ilumination).

a b

: Different lowercase letters in the same line demonstrate the significant variation among the

three formulations by the Tukey test (p<0.05). A B

: Different capital letters in the same column

demonstrate the significant variation for the formulations throughout the time, by the Tukey

test (p<0.05).

The values of lightness (L*) increased throughout the time for all samples at the end of

the storage period (p<0,05). The L* parameters corresponds to the brightness of the meat

throughout the time, the readings showed a tendency to the increase of brightness in all

Color Formulation

F1 F2 F3

Day 0

L * 50.23 ± 5.94aBC

39.60 ± 4.89abB

28.61 ± 1.98bC

a * 0.88 ± 0.20bA

1.02 ± 0.07bA

1.70 ± 0.16aA

b * 13.82 ± 1.12aA

10.70 ± 0.99bB

10.36 ± 0.25bB

Day 30

L * 59.03 ± 5.07aAB

54.20 ± 1.84aA

39.46 ± 4.21bB

a * 0.37 ± 0.25bAB

0.68 ± 0.06abAB

0.81 ± 0.06aB

b * 12.65 ± 1.04aA

12.74 ± 0.11aB

10.95 ± 0.04bB

Day 60

L * 45.75 ± 2.44aC

41.79 ± 0.77aB

26.83 ± 4.00bC

a * 0.55 ± 0.09aAB

0.58 ± 0.02aB

1.07 ± 0.39aAB

b * 12.60 ± 1.30aA

11.34 ± 0.02abB

10.31 ± 0.55bB

Day 90

L * 62.55 ± 3.15aA

61.04 ± 4.10aA

57.36 ± 5.00aA

a * - 0.16 ± 0.53aB

0.32 ± 0.30aB

0.44 ± 0.34aB

b * 16.19 ± 2.08aA

15.91 ± 1.60aA

14.23 ± 0.66aA

ΔE*ab 12,59 22,08 29,04

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samples. These values were expected, since in this condition, the formation of oxymyoglobin

and desoxymyoglobin occur throughout the storage time of the product (Pennacchia, Ercolini,

& Villani, 2011).

The values of b* did not variate significantly throughout the time in the sample without

rosemary (F1). However, the two samples with rosemary (F2 and F3) had the values of b*

increased in the day 90, an increase of the intensity of yellow color in the product is observed

in the samples with rosemary. These values are presented differently than what is verified in

literature, where there is a reduction in the parameters of b* color during the period of storage

in meat products, because of the loss of color in these products (Hayes et al., 2010), pointing an

effect favorable to the presence of rosemary in the hamburger samples, probably because of the

reduction of the oxidation of the pigments in the hamburger.

The values of a* where higher in the samples with rosemary for the analysis carried

out in the days 0, 30 and 60, which ensures the increase of the red color intensity in the

hamburger, directly proportional to the amount of rosemary in these days of analysis.

According to the literature an increase in the parameters of a* during the period of storage can

occur because of the decrease of the oxidation of the pigments of oxymyoglobin present in the

meat of the hamburger (Keenan et al., 2015), which suggests a reduction of the oxidation of

these pigments in the samples that have rosemary in their formulation.

The color variation (ΔE*ab) for each one of the formulations showed differences in

terms of storage and treatment, indicating that there was difference perceptible to the human

eye, because a variation higher than 2.3 is considered discernible (Sharma, 2003). The

increased values of (ΔE*ab) are originated from the increased variations of the parameter of L*

color. Similar L* values are also reported in the literature by Oliveira et al. (2015), who asses

the color in catfish MSM. The color variation of a certain food is caused by the presence of

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unstable natural pigments that participate in different reactions, therefore, the alteration of the

color of a certain food indicates possible chemical and biochemical alterations that can occur

during the process and storage (Keenan et al., 2015).

Sensory Analysis

The average scores of the Quantitative Descriptive Analysis (QDA) obtained from the

testers’ assessment for each characteristic are shown in Table 6.

Table 6: Descriptive Quantitative Analysis of formulations of flying fish hamburger stored

under freezing.

Days of analysis

0 30 60 90

External color

F1 3.93 ± 0.25bAB

3.71 ± 0.47ªB 4.41 ± 0.28ª

A 4.13 ± 0.17

bAB

F2 4.56 ± 0.33ªA 3.99 ± 0.60ª

A 4.27± 0.48ª

A 4.77 ± 0.28ª

A

F3 4.23 ± 0.33abA

3.77 ± 0.60ªA 4.56 ± 0.59ª

A 4.54 ± 0.11ª

A

Rancid smell

F1 0.20 ± 0.45ªA 0.46 ± 0.36ª

A 1.06 ± 0.90ª

A 1.27 ± 1.22ª

A

F2 0.07 ± 0.16ªA 0.09 ± 0.13

abA 0.71 ± 0.96ª

A 0.61 ± 0.35ª

A

F3 0.00 ± 0.00aA

0.05 ± 0.07bA

0.51± 0.98ªA 0.70 ± 0.81ª

A

Rancid taste

F1 0.22 ± 0.49ªA 0.16 ± 0.36ª

A 1.17 ± 1.24ª

A 1.15 ± 0.76ª

A

F2 0.15 ± 0.34ªA 0.04 ± 0.09ª

A 0.13 ± 0.29ª

A 0.62 ± 0.55ª

A

F3 0.07± 0.16ªA 0.01 ± 0.02ª

A 0.29 ± 0.23ª

A 0.54 ± 0.59ª

A

Global

Quantity

F1 7.77 ± 0.19ªA 7.07 ± 0.09ª

B 5.97 ± 0.33

abC 5.77 ± 0.22ª

C

F2 7.59 ± 0.20ªA 7.48 ± 0.33ª

A 6.48 ± 0.57ª

B 6.02 ± 0.67ª

B

F3 5.47 ± 0.77bB

6.67 ± 0.91ªA 5.67 ± 0.27

bAB 5.62 ± 0.40ª

AB

*Values expressed in average and Standard Deviation; F1=without rosemary; F2=0.5% of

rosemary; F3=1% of rosemary. a b

Different lowercase letters in the same column demonstrate

the significant variation among the three formulations by the Tukey test (p<0.05). A B

. Different

capital letters in the same line demonstrate the significant variation for the formulation

throughout the time, by the Tukey test (p<0.05).

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61

When the results of the external color are evaluated throughout the storage time, it is

observed that no sample presented statistical difference throughout the storage time (p>0.05).

Colindres and Brewer (2012) assessed the effect of natural antioxidants, such as the rosemary

in the sensorial pattern of color throughout the period of six months of storage under freeze and

among the results obtained, they observed that the hamburger samples with rosemary

maintained their characteristics of color without sensory changes throughout the storage period.

Regarding the rancid smell, even though statistical differences were not found

throughout the storage period (p>0.05), it was observed that in the products that contained

rosemary in their formulation, the values detected by the testers were lower than those of the

products without rosemary. However, only at 30 days of analysis, it was possible to observe a

value significantly lower (p<0.05) for the rancid smell in the formulation with addition of 1%

of rosemary (F3), compared to the product without rosemary. The rancid taste showed the same

tendency to decrease as the amount of rosemary increased, however, statistical differences were

not observed (p>0,05). In another recent study, 13 extracts of regular spices were compared to

assess the antioxidant effect and they verified that rosemary is efficient in the inhibition of lipid

peroxidation in cooked beef hamburgers (Sampels, 2015), which leads to the reduction in the

sensory characteristics of rancidity. Similarly, other study observed the substantial suppression

of the lipid oxidation in pre-cooked pork hamburger from the use of rosemary extract during

the refrigeration time during six months (Jiang et al., 2013).

According to the sensory board the global quality corresponds to the sum of the quality

factors that contribute to determinate the product acceptance. At the end of the freezing period,

the F1 and F2 formulations showed global quality significantly lower than obtained in the

beginning of the analysis (p<0.05). However in the formulation with 1% of rosemary (F3) the

testers did not observe significant changes in the global quality throughout the storage

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(p>0.05), demonstrating that they maintained the global quality until the end of the storage

period.

CONCLUSIONS

The development of the flying fish hamburger from the mechanically separated meat

was shown to be a viable alternative to the offer of new fish-based products. The formulations

with rosemary obtained better maintenance of the sensory characteristics during the period of

storage under freezing. The addition of rosemary was also shown to be efficient for the

maintenance of the acidity index in the samples of flying fish hamburger, suggesting a direct

correlation with the reduction of the effects originated from the lipid oxidation.

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7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estudo com hambúrguer de peixe-voador e alecrim possibilitou agregar

mais informações sobre as potencialidades deste antioxidante natural na

conservação da qualidade do produto, assim como sobre a viabilidade da utilização

de peixe voador no desenvolvimento de produtos alimentares.

Com a realização do presente estudo, demonstrou-se que o hambúrguer de

peixe voador (H. affinis) adicionado de alecrim, é um produto viável para ser

produzido em escala artesanal e industrial, podendo se constituir em fonte de renda

para comunidades pesqueiras além de ser uma alternativa de produto saudável para

a população.

Concomitantemente a esta pesquisa foi possivel a participação como co-

orientadora nos trabalhos de conclusão de curso intitulados "Efeito do alecrim na

aceitação e preferência sensorial do hambúrguer de peixe voador (Hirundichthys

afiinis)" e "Hamburguer de peixe voador: elaboração, composição centesimal e

análise microbiológica"). Foi possível também a colaboração em três trabalhos de

iniciação científica, além de duas bancas de TCC e envio de resumo para o I

Encontro Nacional de Agroindústria (Anexo 2). A presente pesquisa fez parte de um

grande projeto em parceria com a Escola Agrícola de Jundiaí/UFRN, intitulado

"Projeto voador: agregação de valor em renda ao pescado em Caiçara do Norte".

Com isso tive a oportunidade de participar de reuniões com a comunidade pesqueira

de Caiçara do Norte, além de ministrar treinamento para os pescadores sobre a

importancia do peixe voador.

Como perspectivas futuras pode-se citar a possibilidade de aplicação das

diferentes formas de apresentação do alecrim (extratos, óleos e em pó) em outros

produtos a base de peixe-voador (linguiça, nuggets e bolinhos), analisando a

estabilidade que o alecrim poderia agregar na vida de prateleira e análise sensorial

destes produtos.

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APÊNDICES

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APÊNDICE 1 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)

I – Esclarecimentos ao participante

Este é um convite para participar do projeto “Aceitação e perfil sensorial de produtos à base

de peixe-voador (Hirundichthys affinis)”, que tem como pesquisadora responsável a professora Karla

Suzanne Florentino da Silva Chaves Damasceno. O objetivo do projeto é desenvolver produtos à base

de peixe-voador e avaliar sua aceitação e perfil sensorial.

Sua decisão em responder o questionário é voluntária, portanto se não desejar participar do

estudo, não sofrerá nenhum dano ou prejuízo quanto à assistência e poderá se retirar no momento

oportuno. Ficará garantido sigilo em relação à privacidade do participante quanto aos dados

confidenciais.

É importante a elaboração de novos produtos práticos, com considerado valor nutritivo e

custo reduzido elaborados à base de peixe-voador, um pescado abundante no Nordeste do Brasil.

Os produtos serão elaborados com a Carne Mecanicamente Separada (CMS) ou surimi do

peixe-voador. Os ingredientes usados para o processamento dos produtos serão o amido de milho,

proteína texturizada de soja, sal, cebola desidratada, óleo de soja, alho desidratado, cebolinha

desidratada, salsinha desidratada, glutamato monossódico, pimenta branca, carboximetilcelulose,

ovo, farinha de trigo, tempero pronto para carne branca, tripolifosfato de sódio e bicarbonato de

sódio.

Caso decida aceitar o convite e assinar o termo de consentimento você será submetido ao

seguinte procedimento: você receberá uma amostra de produto elaborado à base do peixe-voador e

será solicitado a degustar e a indicar se gostou ou não do produto através da marcação da pontuação

em uma escala hedônica que vai de 9 pontos (gostou muitíssimo) a 1 ponto (desgostou muitíssimo).

Caso concorde em participar do treinamento, você será submetido(a) ao(s) seguinte(s)

procedimento(s): inicialmente, será realizado um recrutamento com a aplicação de um questionário.

Após o recrutamento, para seleção, serão aplicados testes, como o Teste de Reconhecimento de

Gostos e o Teste Triangular. No Teste de Reconhecimento de gostos os participantes receberão

amostras de diferentes gostos para que classifiquem em gosto ácido, amargo, doce, salgado e não

identificado. E no Triangular os provadores receberão três amostras do produto a ser avaliado sendo

duas iguais e uma diferente entre elas, após a degustação deverão indicar qual amostra difere. No

treinamento, serão abordados os conceitos relativos as propriedades sensoriais e diante desse

conhecimento mais aprofundado, as amostras de hambúrguer serão usadas para novos testes, o

Triangular, o de Aceitação Global (usando a escala Hedônica) e a Análise Descritiva Quantitativa. Este

último, teste será realizado em conjunto, e os participantes desenvolverão, inicialmente os termos

que serão utilizados e depois as amostras dos produtos serão apresentadas para a avaliação de cada

atributo.

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Os riscos potenciais envolvidos são: desenvolver algum tipo de manifestação alérgica ao produto, como: dor abdominal, diarreia, dificuldade para deglutir, irritação na boca, na garganta, nos olhos, na pele ou em qualquer outra região, tontura ou desmaio, congestão nasal, náusea e vômitos, corrimento nasal, manchas escamosas com coceira (dermatite atópica), descamação ou bolhas, edema (angioedema), principalmente nas pálpebras, face, lábios e língua, dispneia, cólicas estomacais, sintomas da síndrome de alergia oral (irritação nos lábios, língua e garganta e edema nos lábios), podendo até a apresentar parada cardiorrespiratória. Porém, ao responder o questionário de recrutamento, o participante que tiver alguma alergia a qualquer pescado será excluído. Os riscos potenciais de intoxicação alimentar devido a contaminação durante o preparo dos produtos, serão controlados com a adoção das boas práticas de manipulação de acordo com a legislação vigente, garantindo assim condições higiênico-sanitárias satisfatórias do produto final. Além disso, ao final da produção serão realizadas análises microbiológicas do produto de forma a garantir segurança efetiva no processo produtivo e produto final. Caso não tenha certeza ou conhecimento se apresenta ou não alergia e/ou intolerância alimentar ao produto analisado, você não deve participar da pesquisa. Se algum sintoma aparecer após o consumo dos produtos, o provador deverá entrar em contato com o pesquisador responsável para que este avalie e se responsabilize pelo tratamento dos sintomas, caso seja necessário. E ainda, se o provador tiver alguma urgência/emergência decorrente do teste sensorial com o produto proposto, o pesquisador responsável o levará ao atendimento médico mais próximo.

Quanto aos benefícios, a participação dos provadores na análise sensorial, permite-lhes

adquirir experiência e conhecimento mais aprofundado nessa área, e tornarem-se aptos a participar

de outros painéis sensoriais, se assim desejarem. Ainda dentre os benefícios, está a possibilidade de

contribuição com o desenvolvimento de novos produtos à base de Peixe Voador que futuramente

poderão ser utilizados em escala industrial, favorecendo a economia local e crescimento do comércio

de produtos à base pescado.

Você não terá nenhum custo ao participar da pesquisa, no entanto se você tiver algum gasto

que seja devido à sua participação na pesquisa, este será ressarcido, caso solicite. Em qualquer

momento, se você sofrer algum dano comprovadamente decorrente desta pesquisa, você terá

direito a indenização.

Todas as informações obtidas serão sigilosas e seu nome não será identificado em nenhum

momento. Os dados serão guardados em local seguro e a divulgação dos resultados será feita de

forma a não identificar os voluntários.

Você ficará com uma cópia deste Termo e toda dúvida que você tiver a respeito deste

projeto, poderá perguntar diretamente à Profa. Karla Suzanne Florentino da Silva Chaves Damasceno

([email protected]) no Departamento de Nutrição da UFRN, localizado na Av. Senador salgado

Filho n. 3000, Campus Universitário ou pelo telefone 3342-2291.

O estudo será realizado de acordo com a Resolução CNS/MS n. 466-2012. Dúvidas a respeito

da ética dessa pesquisa poderão ser questionadas ao Comitê de Ética em Pesquisa da UFRN no

endereço Av. Nilo Peçanha, 620 – Petrópolis, Natal/RN ou pelo telefone (84) 3342-5003. E-mail:

[email protected]

II - Termo de Consentimento

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Eu, ___________________________________________________, após ter sido esclarecido

e compreendido as informações descritas, concordo em participar da pesquisa.

Autorizo a utilização das informações obtidas com a finalidade de desenvolver a pesquisa

citada e também a publicação do referido trabalho de forma escrita, podendo utilizar inclusive

minhas informações. Concedendo também o direito de uso para quaisquer fins de ensino e

divulgação nos jornais e/ou revistas científicas, desde que mantenham o sigilo sobre minha

identidade.

Fui informado dos propósitos e objetivos do estudo estando ciente que minha participação é

voluntária e que posso a qualquer momento me desligar sem nenhum constrangimento.

Natal, ____/____/______.

_____________________________________

Assinatura do participante da pesquisa

_____________________________________

Assinatura do Pesquisador responsável

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APÊNDICE 2

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO

ACEITAÇÃO E PERFIL SENSORIAL DE PRODUTOS A BASE DE PEIXE VOADOR

QUESTIONÁRIO PARA RECRUTAMENTO DE PROVADORES

Nome:

Idade: Sexo: M ( ) F( ) Profissão:

Endereço: Telefone:

E-mail:

Gostaria de participar de um treinamento de análise sensorial? ( ) Sim ( ) Não

Quais os seus horários livres para a participação do treinamento:

Indique os períodos em que você pretende tirar férias este ano:

Você gosta de peixe? ( ) Sim ( ) Não

Se sim, consome? ( ) Sim ( ) Não

Gosta de Hambúrguer?( ) Sim ( ) Não

Se sim, consome? ( ) Sim ( ) Não

Apresenta Alergia e/ou intolerância alimentar? Apresenta Aversão a algum tipo de alimento?

( ) Sim ( ) Não

Vegetais

( ) Sim ( ) Não

Quais?

Se sim, qual?

Peixes

( ) Sim ( ) Não

Quais?

Apresenta Algum tipo de Problema relacionado á:

Crustáceos

( ) Sim ( ) Não

Quais?

Diabete:

( ) Sim ( ) Não

Hipertensão

( ) Sim ( ) Não

Algum tipo de carne

( ) Sim ( ) Não

Quais?

Hipoglicemia

( ) Sim ( ) Não

Doença Bucal

( ) Sim ( ) Não

Apresenta sintomas ou problemas relacionados à:

Faz Uso de Prótese Dentária?

( ) Sim ( ) Não Resfriado

( ) Sim ( ) Não

Frequência:

Dor de Cabeça

( ) Sim ( ) Não

Frequência:

Tem hábito de Fumar?

( ) Sim ( ) Não

Congestão Nasal

( ) Sim ( ) Não

Frequência:

Tem hábito de consumir bebidas alcoólicas?

( ) Sim ( ) Não

Uso de medicamentos

( ) Sim ( ) Não

Já realizou algum curso sobre análise sensorial?

( ) Sim ( ) Não

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Cite 3 alimentos que sejam salgados:______________________________________

Cite 3 alimentos que sejam doces:________________________________________

Cite 3 alimentos que sejam amargos:______________________________________

Cite 3 alimentos que sejam ácidos: _______________________________________

Descreva algumas características de sabor que você percebe em hambúrguer assado:

________________________________________________________________________

______________________________________________________________

Descreva algumas características de sabor que você percebe em hambúrguer frito:

________________________________________________________________________

______________________________________________________________

Cite um alimento que seja suculento: _____________________________________

Cite dois alimentos crocantes:___________________________________________

Cite um alimento que grude nos dentes ao ser mastigado: ____________________

Especifique os alimentos que você não pode comer ou beber por razões de saúde.

Explique, por favor.

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

_________________________________________________________

Você se encontra em dieta por razões de saúde? Em caso positivo, explique por favor.

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

_________________________________________________________

Frequência:

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Mrque na linha direita de cada figura, um trecho que indique a proporção da figura que foi

coberto de preto (não use régua, use apenas sua capacidade visual de avaliar).

Exemplo:

Agora é sua Vez:

APÊNDICE 4

Nenhuma Toda

__________________________________

Nenhuma Toda

__________________________________

Nenhuma Toda

__________________________________

Nenhuma Toda

__________________________________

Nenhuma Toda

_______│___________________________

Nenhuma Toda

__________________________________│

Nenhuma Toda

________________│_________________

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APENDICE 3

FICHA DO TESTE DE IDENTIFICAÇÃO DOS GOSTOS

Nome:_______________________________________ Data: ____________________

ETAPA 1: Você está recebendo 5 soluções identificadas com os gostos: DOCE,

SALGADO, UMAMI, AMARGO E ÁCIDO. Prove-as cuidadosamente apenas com o

objetivo de se familiarizar aos gostos.

ETAPA 2: Você está recebendo 6 soluções codificadas. Prove cuidadosamente cada

solução e identifique o gosto percebido. Preencha ao lado de cada código o nome do

gosto. Faça uma pausa e enxague a boca com água entre as provas de uma amostra para a

outra.

AMOSTRA GOSTO

965

882

367

584

126

258

Comentários: ________________________________________________________

Muito obrigada!

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APÊNDICE 4

FICHA DO TESTE DE TRIANGULAR

Nome:_______________________________________ Data: ____________________

No grupo de amostras, duas são iguais e uma é diferente. Prove cuidadosamente cada uma

das amostras, na ordem em que são apresentadas, e faça um círculo em volta da amostra

diferente.

Código da Amostra

Comentários: ________________________________________________________

Muito obrigada!

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APÊNDICE 5

FICHA DE DESENVOLVIMENTO DOS DESCRITORES

Nome:_______________________________________Data: _______________

Você está recebendo duas amostras de Hambúrguer de Peixe Voador. Deguste

cuidadosamente cada uma delas, compare as duas amostras e descreva em que elas são

similares e em que são diferentes, quanto à aparência, aroma, sabor e textura.

Amostras: ___________ ___________

APARÊNCIA

AROMA

SABOR

TEXTURA

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APÊNDICE 6

FICHA DE ANÁLISE DESCRITIVA QUATITATIVA DO HAMBURGUER DE PEIXE E

HAMBURGUER DE PEIXE COM ALECRIM

Nome: ___________________________________________ Data _____/_____/_____

Instruções: Analise atentamente a amostra e marque com um traço vertical o ponto da escala

que melhor quantifica a intensidade de cada descritor avaliado.

CÓDIGO DAS AMOSTRAS:

APARÊNCIA

Cor Externa ____________________________________________

Bege Claro Marrom Escuro

AROMA

Aroma de fritura

_____________________________________________

Pouco Muito

Aroma de Ranço

______________________________________________

Pouco Muito

SABOR

Sabor de fritura

_______________________________________________

Pouco Muito

Sabor de Ranço

_______________________________________________

Pouco Muito

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Amargo

_______________________________________________

Pouco Muito

QUALIDADE GLOBAL

_______________________________________________

Pouca Muita

Muito Obrigada!

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ANEXOS

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ANEXO 1

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ANEXO 2