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Universidade Federal do Rio de Janeiro
Uma análise do transporte hidroviário de passageiros na Baia de
Guanabara: O caso da Ligação entre a Ilha do Fundão e Niterói.
Willians Erler de Simas
2014
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Uma análise do transporte hidroviário de passageiros na Baia de
Guanabara: O caso da Ligação entre a Ilha do Fundão e Niterói.
Willians Erler de Simas
Projeto de Graduação apresentado ao
Curso de Engenharia Naval da Escola
Politécnica, Universidade Federal do
Rio de Janeiro, como parte dos
requisitos necessários à obtenção do
título de Engenheiro.
Orientador:
Luiz Felipe Assis
Rio de Janeiro
Julho - 2014
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Uma análise do transporte hidroviário de passageiros na Baia da
Guanabara: O caso da Ligação entre a Ilha do Fundão e Niterói.
Willians Erler de Simas
PROJETO DE GRADUAÇÃO SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO CURSO
DE ENGENHARIA DE NAVAL DA ESCOLA POLITÉCNICA DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS
REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE
ENGENHEIRO NAVAL.
Examinada por:
_______________________________
Luiz Felipe Assis (Orientador)
D.Sc. 2001 (COPPE/UFRJ)
_______________________________
Floriano Carlos Martins Pires Junior
D.Sc. 1993 (COPPE/UFRJ)
_______________________________
Richard David Schachter,
Ph.D (COPPE/UFRJ)
RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL
JULHO de 2014
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Simas, Willians Erler
Uma análise do transporte hidroviário de passageiros na Baia da
Guanabara: O caso da Ligação entre a Ilha do Fundão e Niterói.
/Willians Erler de Simas – Rio deJaneiro: UFRJ/
Escola Politécnica, 2014.
X, 102 p.: il.; 29,7 cm.
Orientador: Luiz Felipe Assis
Projeto de Graduação – UFRJ/ Escola Politécnica/
Curso de Engenharia Naval, 2014.
Referencias Bibliográficas: p. 92-98.
1.Introdução. 2.Revisões Bibliográficas. 3.Metodologia.
4.Método. 5.Análises. 6.Conclusões.
I. Luiz Felipe Assis,
II. Universidade Federal do
Rio de Janeiro, Escola Politécnica, Curso de Engenharia
Naval. III. D.Sc. 2001 (COPPE/UFRJ)
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Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/ UFRJ como parte
dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Naval.
Uma análise do transporte hidroviário de passageiros na Baia de Guanabara: O caso da
Ligação entre a Ilha do Fundão e Niterói.
Willians Erler de Simas
Julho/2014
Orientador: Luiz Felipe Assis
Curso: Engenharia Naval
Este trabalho faz uma análise preliminar para implantação do transporte hidroviário de
passageiros entre as macrolocalizações da Ilha do Fundão e Grande Niterói, cuja base
do desenvolvimento é a matriz de origem e destino do Plano Direto de Transporte
Urbano do Governo do Estado e a pesquisa de campo para o uso desse modal
hidroviário de passageiros.
Uma série de alternativas de configurações da frota a ser empregada foi analisada, pois
influencia no tempo total de viagem, e consequentemente, no percentual de utilização.
Este é calculado por meio do Método de Preferência Declarada.
A quantidade total de passageiros transportados por dia será estimado por meio de uma
função matemática preliminar que represente valores relativamente aceitáveis.
A Avaliação final à implantação da rota proposta é definida através do menor custo por
passageiro oferecido em comparação às opções de transportes já existentes.
Palavras-chave: Movimento pendular, transporte hidroviário de passageiros, modelo
paramétrico e custo por passageiro.
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Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of
the requirements for the degree of Engineer.
An analysis of the water transportation of passengers in the Baía de Guanabara: The
case of the connection between Ilha do Fundão and Niterói.
Willians Erler de Simas
July/2014
Advisor: Luiz Felipe Assis
Course: Naval Architecture
This work is a preliminary analysis for the implementation of water transportation of
passengers between of the Ilha do Fundão Fundão and Greater Niterói, whose base
development is the matrix of origin and destination of the Direct Plan for Urban
Transport of the State Government and the fieldwork to use this waterways passenger.
A number of alternative configurations of the fleet to be employed was analyzed, it
influences the total travel time, and hence the percentage of use. This is calculated by
dividing the Stated Preference Method. The total number of passengers transported per
day is estimated by means of a preliminary mathematical function that represents
relatively acceptable values.
The final evaluation to the implementation of the proposed route is defined by the
lowest cost per passenger offered compared to existing transport options. The final
evaluation to the implementation of the proposed route is defined by the lowest cost per
passenger offered compared to existing transport options
Keywords: Pendulous movements, water transportation of passengers, parametric model
and cost per passenger.
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DEDICATÓRIA
Aos meus pais, Engenheiro Naval Luiz Fernando Lima de Simas e Rosemer Erler de
Simas, a minha irmã Joyce e a minha noiva Lívia, que sempre me incentivaram em
todos os momentos de minha vida.
AGRADECIMENTOS
Agradeço ao meu orientador, professor Luiz Felipe, aos professores que ganharam o
meu respeito pela competência, Alexandre Alho, Sanglard, Marta, Floriano, Richard e
Severino.
Aos amigos de infância, Thiago Paiva e Rodrigo Lira, aos amigos do Colégio Naval,
aos companheiros de trabalho do Bureau Veritas, aos amigos criados na faculdade,
Patrick, Fabiano Costa, Luiz Gustavo, Lucio Rodolpho, Felipe Vilela, Marcos, Philipe
Viana, Tiago Jordani, Felipe Grael, Mauricio, Mariana, Leonardo, Vitor, Fernando, por
fim, muitas pessoas.
Minha gratidão.
Willians Simas
“Os sábios são os que buscam a
sabedoria, os tontos acreditam já tê-la
encontrado.”
Napoleão Bonaparte
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Sumário:
1. Introdução
1.1. Contexto
1.2. Objetivo
2. Transporte Hidroviário de Passageiros
2.1. Movimentos Pendulares – RJ/IBGE
2.2. Sugestões de Transporte Hidroviário no Mundo
2.2.1. Hong Kong – China
2.2.2. Nova York - EUA
2.2.3. Sydney - Austrália
2.2.4. Stambul –Turquia
2.2.5. Rio de Janeiro - Brasil
3. Metodologia
3.1. Método de Preferência Declarada
4. Método
5. Análises
5.1. Apresentação
5.2. Rota x Tempo
5.3. Estudo de Mercado e Matriz de Deslocamento Pendular
5.4. Função de Demanda
5.5. Tipo de Embarcação
5.5.1. Aerobarco
5.5.2. Monocasco
5.5.3. Catamarã
5.5.4. Seleção da Embarcação
5.5.5. Potência Estimada
5.5.6. Capacidade Mínima e Taxa de Ocupação
5.6. Custos
5.6.1. Custo de Construção
5.6.2. Custo de Operação
5.7. Análise Financeira
5.8. Resultados Analisados
5.8.1. Cenário 1
5.8.2. Cenário 2
6. Conclusões
6.1. Comparativos
6.2. Considerações Finais
7. Referências
8. Anexos
1 Introdução
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1.1 Contexto
A mobilidade populacional vem apresentando transformações significativas no seu
comportamento desde as últimas décadas do Século XX. Essas mudanças têm
demandado um esforço por parte dos estudiosos no sentido de buscar analisar e
estabelecer modelos para esses novos processos de deslocamentos de curta duração,
com distâncias menores e fluxo diário. Este é denominado como movimentos
pendulares que passaram a assumir maior relevância nas estratégias para outros setores
da economia, como o setor industrial, área da saúde, da educação, do lazer, comercial,
dentre outros.
O estudo referente ao setor de transportes estará sempre alinhado com estudo de
mobilidade pendular, pois será fundamental para o planejamento de um modelo de
transporte que atenda a quantidade de passageiros na região. E para que todos sejam
beneficiados em suas necessidades de ir e vir, é essencial uma melhoria do
desenvolvimento de novas opções de transporte e melhoria de gestão dos recursos de
um empreendimento.
Segundo OLIVEIRA e OLIVEIRA (2003) o estudo sobre planejamento pode ser
dividido em três níveis, estratégico, tático e operacional. Cada nível respondendo por
uma série de características, que requer métodos e técnicas diversas cuja adequação vai
depender do tomador de decisões.
Figura 1 – Pirâmide Organizacional – IBGE
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Esse planejamento deve contemplar as necessidades regionais por educação, saúde,
renda per capita local, número de moradores, infraestrutura em transporte, atividades
comerciais e industriais, além do fomento do setor de serviços. Vale ressaltar que há a
necessidade da integração das ações de governo e iniciativa privada para melhora da
sociedade.
Por exemplo, ao se planejar uma rota em um sistema hidroviário, deve-se levar em
conta se os terminais são estações construídas especificamente para operação das barcas
selecionadas no projeto, se existe iluminação pública que permite o seu acesso, se existe
calçamento, modais, comércio próximo, escolas, faculdades, postos de atendimento à
saúde e parques industriais.
Tal investimento proposto pelo projeto poderá acarretar ou não à implantação de
equipamentos urbanos que facilitem a criação de novas oportunidades de negócios, por
exemplo, praças, parques ou espaços dedicados para eventos culturais, conjuntos
habitacionais, dentre outros. O desdobramento dessas ações pode viabilizar a abertura
de novos empreendimentos, a criação de novas rotas e a inclusão de novos sistemas de
transporte.
Assim, a implantação de um sistema de transporte para população deve utilizar uma
análise detalhada e estimar algumas mudanças após implantação do projeto.
Portanto, considerando os transportes um setor essencial à vida, o seu planejamento
deve seguir regras que transcendem seus próprios limites e considere o cidadão como
ator principal e objetivo permanente.
1.2 Objetivo
Este projeto busca analisar o potencial do transporte hidroviário de passageiros, com
foco na população da Região Metropolitana do Grande Rio, em especial aos de São
Gonçalo e Niterói, utilizando a estação de Araribóia no centro de Niterói, com o
Município do Rio de Janeiro. A Ilha do Fundão, onde se localiza o outro terminal está
próximo dos bairros como a da Ilha do Governador, Penha, Olaria, Ramos e
Bonsucesso.
Esse estudo foi desenvolvido com perspectiva de atender ao grande número de
estudantes e funcionários que frequentam o campus da Universidade Federal do Rio de
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Janeiro, Aeroporto Internacional do Galeão, nos polos tecnológicos, moradores e aos
funcionários das empresas dos bairros próximos das duas estações mencionadas.
A localização do terminal da Ilha do Fundão está previsto no Plano Diretor da UFRJ
2020 e considera a proximidade com terminal de integração rodoviária do campus e do
terminal do BRT que ligará a Ilha do Governador à Barra da Tijuca, passando pela Ilha
do Fundão.
Na região de Niterói há o Terminal Hidroviário de Araribóia, que está localizado ao
lado do Terminal Rodoviário de Niterói e do futuro Terminal do sistema BRT que está
previsto para 2016 e este ligará Niterói a Itaboraí, passando por São Gonçalo.
As expectativas focadas são a melhoria da qualidade de vida, da redução do tempo de
viagem nas horas de “rush”, a redução do custo por passageiro, o uso de transporte com
menor emissão de poluentes, utilização de modais, viabilidade financeira, viabilidade
técnica e o desenvolvimento do transporte hidroviário que é subutilizado no Brasil.
Portanto um tema de suma importância para a esfera da comunidade, Estatal e
empresarial.
2 Transporte Hidroviário de Passageiros
2.1 Movimentos Pendulares – RJ/IBGE
Segundo OLIVEIRA e OLIVEIRA (2003) a mobilidade pendular é uma das dimensões
do processo de deslocamento da população no território, num contexto determinado e
socialmente constituída, no tempo e no espaço; ganha novas formas provenientes das
mudanças na organização da economia e da sociedade.
Esta análise dos deslocamentos vincula-se no movimento do mercado de trabalho e nas
condições da qualificação (técnica e educacional), sem levar em conta as outras
motivações dos deslocamentos sociais e territoriais. Entre as motivações não
econômicas destacam-se os motivos social, psicológico, político e cultural.
A necessidade do estudo e controle dos fluxos de população, data do início da
Revolução Industrial. No Século XX os Estados Unidos realizaram censo para analisar a
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migração, pois seria um veículo circulante e necessário, para orientar o estudo do
crescimento das cidades.
Destaca-se que os deslocamentos populacionais não se dão exclusivamente em função
do mercado de trabalho e do educacional, como se afirmou anteriormente. Ressalta-se
que as diversas práticas, atividades, ações e trajetórias, incluídas nos movimentos da
população, correspondem a múltiplas dimensões da realidade social, que podem ser
analisadas, por exemplo, através:
Da esfera da vida pública e da privada; através da análise dos itinerários
biográficos;
Do ciclo de vida (social e demográfico);
Da relação entre o domicílio e o trabalho;
Das condições de habitabilidade;
Das mudanças na estrutura econômica, na social e os novos processos das
empresas;
Da questão da mobilidade residencial e da imobilidade;
Das condições de deslocamento do lugar de residência ao lugar de trabalho,
estudo ou outra atividade;
Do tempo médio de deslocamento entre a residência e o local de destino;
Dos processos de circularidade do trabalho;
Dos processos de segregação sócio-espacial dentro da metrópole (acesso à
infraestrutura urbana – serviços sociais – saúde, educação e segurança pública);
Das trajetórias migratórias (espaciais e laborais) e,
Das redes sociais.
As diversas iniciativas para que a população seja posta em movimento pendular estão,
entre outras as suas carências, representadas por um “sistema de valores”, o que
possibilita a construção de indicadores.
As carências revelam as condições de vida da população, que poderão ser investigadas
pelas condições ambientais, de trabalho, de saúde e de educação, da condição
reprodutiva, da produtividade, do uso do tempo social, do acesso ao consumo de bens e
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serviços entre outros aspectos da vida cotidiana, refletida nas condições de ocupação
territorial, social e econômica da população.
Os movimentos pendulares além de constituírem um fenômeno complexo, por se inter-
relacionar com os distintos fatores determinantes da mobilidade espacial da população
que estão, por sua vez, associados direta e indiretamente a um sistema de carências e de
necessidades referidas ao cotidiano da população. Em consequência, manifestam-se por
diferentes níveis escalares cujos paramentos podem ser abalizados, por exemplo, em
relação a:
Urbanização/metropolização;
Migração (regional e inter-regional);
Mobilidade cotidiana e a mobilidade residencial;
Despesas com viagens e renda obtidas através do trabalho;
O nível de escolaridade;
O nível de renda;
As viagens de negócios e eventos sociais (eventos turísticos).
Ao se estudar mobilidade pendular na região metropolitana para trabalhar ou estudar no
Rio de Janeiro, constata-se que havia diferenças profundas entre as pessoas que faziam
esses movimentos; por um lado, a maioria recebia até cinco salários mínimos conforme
verificado no Censo Demográfico de 2010 conforme demonstrado na Figura 2. Essas
informações são necessárias para implantar um sistema de transporte com tarifa mais
popular.
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Figura 2 - Planilha de movimento pendular – RJ – IBGE
Tais informações são fundamentais para o diagnóstico, a avaliação e o planejamento do
espaço urbano para a mobilidade diária, especialmente nas grandes e médias cidades.
Além disso, permitirá, não só dimensionar a intensidade de movimento pendular pelo
trabalho fora dos espaços metropolitanos, como também, os dados para discussão
teórica a respeito do próprio conceito sobre deslocamentos pendulares.
Questões contidas no Censo servem para identificar se o indivíduo pertence à parcela da
população que realiza migração pendular. Parte do questionário demonstrado na figura
3.
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Figura 3 – Parte do questionário do censo – IBGE
As matrizes de deslocamento pendular entre regiões são criadas com base das
informações obtidas pelo Censo Demográfico do IBGE. Uma análise do comportamento
transitório desenvolvido pelo governo Estadual do Rio de Janeiro através do relatório do
PDTU, consequentemente facilitando um planejamento da infraestrutura do sistema de
transporte entre regiões.
A utilização do transporte hidroviário na Baía de Guanabara é de longa data, além das
quatro rotas existentes, novas rotas poderiam ser criadas, ligando os terminais de Niterói
e Praça XV com as localidades do fundo da baía, conforme demonstrado na figura 4
abaixo.
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Figura 4 – Esboço das rotas existentes e possíveis para transporte de passageiros pela
Baía de Guanabara-www.google.com
2.2 Sugestões de Transporte Hidroviário no Mundo
2.2.1 Hong Kong - China
A Companhia Star Ferry, com mais de 100 anos de operação é testemunho de muitas
mudanças ocorridas em Hong Kong nos últimos anos.
A Companhia Ferry Star surgiu por volta de 1898 e desde então suas embarcações
foram usados no transporte entre a Ilha de Hong Kong e a Península Kowloon. A
empresa possui 12 balsas de dois andares e cada um tem uma cabine no convés
superior. Esse tipo de embarcação são monocascos com velocidades pequenas e
capacidades reduzidas de passageiros, sendo justificada pelas distâncias navegadas
relativamente curtas. Todos têm a palavra "Star" em seus nomes, tais como Night Star,
Polar Star, Golden Star, dentre outros.
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O Star Ferry opera em quatro rotas: entre Wanchai e Tsim Sha Tsui, Tsim Sha Tsui e
Central, Central e Hung Hom, e Hung Hom e Wanchai, tais rotas foram demonstradas
na figura 5.
Figura 5 – Imagem das rotas operadas pela Star Ferry – www.starferry.com
O Star Ferry é o favorito entre os habitantes locais por ser acessível, prático, rápido e
por ter os preços dos ingressos mais baratos em Hong Kong.
Em 2003, a Companhia Ferry Star projetou uma reprodução de balsa da década de 1920
e atualmente utilizada para passeios na Victoria Harbor. Ela provou ser muito popular
entre os turistas que podem desfrutar do visual dos arranha-céus com suas fachadas
iluminadas, cafeteria e um terraço para banho de sol. Tal embarcação é vista na figura 6.
Figura 6– Imagem do barco Celestial Star – www.starferry.com.hk
http://www.starferry.com/http://www.starferry.com.hk/
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2.2.2 Nova Iorque - EUA
NY Waterway, empresa criada em 1981 por Arthur Edward Imperatore com compra um
terreno nas margens do Rio Hudson em New Jersey, onde a empresa está sediada até
hoje. Em 1986, ele estabeleceu uma rota através do rio entre Weehawken - Port Imperial
e Pier 78, na parte Oeste de Manhattan.
Três anos depois, ele começou a operação entre Hoboken Terminal e Battery Park City.
Durante o curso da década de 90 foram adicionadas inúmeras rotas em todo o Hudson.
Em fevereiro de 2011, foi contratada para operar em Brooklyn, Queens e nos terminais
de Parte Leste do Rio Hudson. Atualmente a NY Waterway opera 12 rotas conforme a
figura 7.
Figura 7 – Imagem de algumas rotas operadas pela NY Waterway
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Subsidiados pela cidade de Nova York, o serviço foi originalmente planejado para os
passageiros, mas depois de alguns meses tornou-se popular com os usuários finais de
semana e turistas.
Em 11 de setembro de 2001, o atentado do World Trade Center destrói o terminal
PATH, reduzindo a capacidade de passageiros no terminal Hudson River. Após os
atentados das torres gêmeas houve uma redução significativa de passageiros, somado
com a incapacidade de reduzir seus custos fixos, ficou a beira da falência, até que em
dezembro de 2004, houve profunda preocupação de que haveria um desligamento total
de serviço de balsa, prejudicando os deslocamentos diários de 30.000 passageiros.
NY Waterway opera com embarcações do tipo catamarã devido suas velocidades e um
maior número de embarcações empregadas com capacidade de até 400 passageiros,
visando redução do intervalo de espera e do tempo da viagem devida à competitividade
do transporte metroviário.
A Autoridade Portuária, bem como agências Municipais e Estaduais já haviam
contribuído à construção de novos terminais de ferry para ser alugado a operadores
privados. A paralisação foi evitada quando a nova Companhia BillyBey Ferry
Company, concordou em assumir quase metade dos equipamentos e rotas de NY
Waterway.
A empresa possui atualmente uma frota totalizando 33 embarcações e 16 terminais,
onde alguns exemplares da frota são vistas na figura 8.
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Figura 8 – Imagem de embarcações da NY Waterway - www.nywaterway.com[14]
NY Waterway tem desempenhado um papel em uma série de operações de resgate e de
emergência. A empresa teve uma importância fundamental para a evacuação da Ilha de
Manhattan devido ao caos criado no sistema de transporte de massa após o atentado,
pois o sistema de metro foi fechado por segurança. Durante a greve dos maquinistas em
2005, a NY Waterway foi a que forneceu a opção de transporte para a população que
iria para o centro financeiro.
A empresa foi fundamental para o resgate de passageiros do voo 1549, da companhia
aérea US Airways, que fez um pouso de emergência no Rio Hudson no ano de 2009.
Sua ação no episódio ganhou a atenção da mídia tanto por seus esforços para resgatar os
passageiros do avião e pela contratação do capitão da embarcação, Brittany Catanzaro,
que possuía apenas 20 anos. Comprovada pela figura 9.
http://www.nywaterway.com[14/
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Figura 9 – Imagem das Embarcações da NY Waterway resgatando avião no Rio
Hudson – www.globo.com
2.2.3 Sydney - Austrália
Harbour City Ferries, uma parceria entre a Veolia Transdev e Serviços Transfield,
operou Sydney Ferries sob o modelo de franquia do Governo NSW desde 28 de Julho
de 2012. O Governo mantém a propriedade das embarcações e o estaleiro de Balmain; e
o controle sobre a estrutura tarifária, rotas e horários através do seu contrato de serviço
com Harbour City Ferries.
Sydney Ferries pode traçar suas raízes já que a chegada da primeira frota de Sydney
Cove, onde, o primeiro serviço de balsa foi estabelecido a partir da Enseada do
assentamento agrícola de Parramatta em 1789.
Atualmente o Terminal Quay é o centro da rede, fornecendo acesso a outros 37 cais que
variam de Manly, no extremo norte do porto de Sydney, por meio dos subúrbios do
Leste e Norte, subúrbios adjacentes ao Rio Parramatta, a Península Balmain e Darling
Harbour, porto de Darling. Em 2011/12 foi transportado 14,7 milhões de passageiros.
http://www.globo.com/
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Figura 10 – Imagem de algumas rotas operadas pela Harbour City Ferries
Frota Sydney Ferries é composto de 28 embarcações, que viajam cerca de 1,3 milhões
de quilómetros por ano. A frota é dividida em seis classes de embarcações: Freshwater
Class (4 navios), Lady Class (2 navios), First Fleet Class (9 navios), RiverCats (7
navios), HarbourCats (2 navios) e SuperCats (4 navios).
.
Figura 11 – imagem de alguns exemplares de embarcações -
http://www.transport.nsw.gov.au/content/sydney-ferries
Sydney Ferries oferece um serviço de transporte público exclusivo para as pessoas de
Sydney. Para os moradores que vivem ao lado do porto de Sydney e do Rio Parramatta,
http://www.transport.nsw.gov.au/content/sydney-ferries
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viagem de ferry é a forma mais prática de deslocamento para o distrito empresarial de
Sydney. Os serviços de balsa também permitir que todos os moradores e visitantes de
Sydney possam apreciar a beleza natural da Baia de Sydney.
2.2.4 Istambul
İstanbul Deniz Otobüsleri (IDO)é companhia Turca fundada em 1987 em Istambul pelo
Conselho Metropolitano com o objetivo de promover o transporte marítimo de
passageiros e veículos. Transporte hidroviário antes de 1987 era realizado pela
companhia İstanbul Ulaşım e Ticaret. Em seguida foi fundada pelo Conselho
Metropolitano uma segunda companhia de transporte marítimo. Mais tarde, em 1988, a
organização passou por uma mudança de título, tornando-se Istambul Deniz Otobüsleri
Sanayi ve Ticaret (IDO), traduzido como Istambul Mar Ônibus Indústria e Comércio.
Travessias marítimas são uma importante alternativa de transporte em Istambul, uma
vez que é cercada por água. Com o trânsito cada vez mais caótico a cada dia em
Istambul, você estará economizando tempo todos os dias na troca do modal rodoviário
pelo marítimo, que têm uma história que remonta a 27 anos.
IDO introduziu na rotina de Istambul novas rotas para atender o aumento da demanda e
está reduzindo os preços ainda mais com o objetivo de proporcionar mais viagens mais
baratas. A utilização da capacidade vem aumentando a cada dia, e consequentemente os
preços em breve serão competitivos com as alternativas de transporte.
Em fevereiro de 2005, o Conselho Metropolitano de Istambul expressou o seu desejo de
assumir Türkiye Şehir Hatları ISLETMESI enviando um protocolo com o Alto
Conselho de Privatização. As operações de aquisição foram realizadas pela IDO em
nome do Conselho Metropolitano de Istambul. Após a aquisição, o Conselho
Metropolitano de Istambul tornou-se a única autoridade responsável pelo transporte
marítimo em Istambul e essa responsabilidade foi em grande parte transferido para IDO.
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Em junho de 2011, IDO foi privatizada e passou a ser dirigida por TASS Joint Venture
(Tepe - Akfen - Souter - Sera).
A IDO se desenvolveu ao longo dos anos desde a sua fundação, atualmente conta com
35 terminais e o total de 41 embarcações, sendo dividida em três tipos de serviço
oferecido:
i) IDO Fast Ferries :
O total de nove unidades classificados neste tipo de embarcação, que transportam
passageiros e veículos, sendo dividida em cinco classes diferentes. Alguns exemplares
podem ser observados na figura 12.
Figura 12 – imagem de alguns exemplares de Fast Ferries da IDO -
www.ido.com.tr
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Altamente sendo utilizado em rotas longas para travessia de automóveis e
passageiros por serem embarcações rápidas, pontuais e confortáveis, uma ótima
opção para transito caótico como da Turquia.
ii)IDO Catamarã de passageiros:
A Companhia de Navegação IDO opera 24 catamarãs, sendo dividida em 4 classes
diferentes representadas abaixo nas figuras abaixo.
Figura 13 – imagem de exemplar de catamarã da IDO - http://www.ido.com.tr
Figura 14 – imagem de exemplar de catamarã da IDO - http://www.ido.com.tr
A área de atuação da IDO está representada no mapa abaixo:
http://www.ido.com.tr/
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Figura 15 – Imagem de algumas rotas operadas pela IDO
iii)IDO Frota Convencional:
Possui em sua frota o total de 18 embarcações desta classe, podendo transportar
passageiros e veículos ao mesmo tempo. Barcaças utilizadas para travessia em pequenas
derrotas, esse tipo de embarcação é lenta e de pequena capacidade de veículos e
desconfortável para passageiros. Alguns exemplares podem ser observados na figura 16.
Figura 16 – imagem de exemplares da frota convencional da IDO -
http://www.ido.com.tr
2.2.5 Rio de Janeiro – Brasil
http://www.ido.com.tr/
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As barcas circulam na Baía de Guanabara desde 1835, realizando o percurso Rio –
Niterói. A Sociedade de Navegação de Nictheroy operava três barcas que trafegavam de
hora em hora, com a capacidade de 250 passageiros cada, mantendo exclusivamente o
fluxo para Niterói, quando foi fundada a Companhia Inhomirim em 1840, que a
princípio realizava pequenas carreiras de navegação. Em 1850 obtém permissão para
operar entre a Praça XV e Niterói segundo NORONHA SANTOS (1934).
Entretanto, com o objetivo de contornar a disputa pela concorrência, as duas
Companhias entram num acordo e transformam-se numa única, com o nome de
Companhia Niterói – Inhomirim.
Esta nova Companhia, além de manter as viagens para Niterói, operava os principais
portos do fundo da baía, sendo os principais pontos de embarque e desembarque
produtos como o café do Vale do Paraíba e a cana de açúcar. Também iniciou a operar
para Botafogo, por ser um bairro de aristocratas e por ser procurado por banhistas,
tornando-se o destino mais lucrativo para a Companhia Niterói – Inhomirim. Em 1860,
a Niterói – Inhomirim já possuía nove barcas para Niterói.
No ano de 1858, entretanto, é obtida outra concessão para o trecho Praça XV-Niterói ao
empresário Dr. Cliton Tuyl que, imediatamente vende aos empresários americanos
Thomas Ragney e W. F. Jones, denominado Companhia Ferry, SILVA (1992).
Após realizar as necessárias obras de adaptação dos portos, novo tipo de barca com
mais luxo, velocidade, remodelação da estação da Praça XV conforme figura 17,
adaptação do cais para nova barca e maior número de viagens. A empresa passa a operar
com 24 viagens diárias em 1862.
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Figura 17 – Imagem da estação praça XV da Companhia Ferry - início do século XX –
www.rioquepassou.com.br
A Ferry realizava a travessia Rio - Niterói com mais velocidade e conforto em
comparação a concorrente e ainda mantinha o preço das tarifas menor, fazendo com que
a Companhia Niterói – Inhomirim suspendesse os serviços em 1865.
Eliminada a concorrência, a Companhia Ferry elevou o preço das tarifas, também
expandiu sua lucratividade, sendo possível a incorporação outra Empresa que já
prestava serviços públicos em Niterói e em São Gonçalo.
A Companhia Ferry cria novas carreiras para a ilha de Paquetá e para a Ilha do
Governador em 1903.
Na capital brasileira no início do século XX, houve a ausência de investimentos no
sistema de transporte hidroviário, principalmente a partir da gradual expansão do
sistema rodoviário, representando o início de um longo período de descaso por parte do
Estado.
A Companhia Cantareira foi criada em 1889 e seguia em franca expansão até o ano de
1908, sofre uma nova reestruturação e passa a ser financiada diretamente pela
Leopoldina Railway, que monopolizaria por muito tempo, não só o transporte de
passageiros na Baía de Guanabara, como a provisão de infraestrutura física na sua orla
oriental, ABREU (1987). A partir deste momento o número de passageiros cresce,
assim como também crescem os problemas estruturais e econômicos, que em primeiro
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29
de dezembro de 1925 que ocorre o primeiro conflito da história devido aumento das
tarifas, por consequência a população inicia uma série de depredações às estações
“Niterói” e “Gragoatá”.
O transporte de passageiros foi concedido o controle acionário da Companhia de
navegação Cantareira à Frota Carioca S/A em 1953, devido a problemas de operação e
gestão da empresa. A Frota Carioca investiu em novas embarcações para aumentar a
capacidade diária de transporte de passageiro e reduzir os intervalos de viagem. Uma
dessas embarcações pode ser visualizada na imagem abaixo, figura 18. Esta foi
adquiridas de um estaleiro Americano e até hoje continua sendo operada pela
concessionária CCR Barcas com o nome de Itaipu.
Figura 18 – Imagem da barca Itaipu na década de 50-Frota Carioca -
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No período do Governo de Jucelino Kubischek, uma nova empresa de transporte foi
criada. A Frota Barreto S.A passou a controlar as ações da Frota Carioca S/A e da Cia.
Cantareira. Nesse período este sistema passou por um processo de modernização e
redução do tempo de travessia para 20 minutos com o uso de embarcações de transporte
de passageiros convencionais e com embarcações tipo Ferry Boat, onde na figura 19
pode ser visto um Ferry Boat em operação.
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Figura 19 – Imagem do ferry da companhia Frota Barreto década de 50 -
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Em 1959, ocorreu a maior revolta por parte dos usuários do transporte Hidroviário que
ficaria conhecido como a “Revolta das barcas” por causa das filas de passageiros cada
vez maiores, atrasos constantes dos horários das barcas e insatisfação por parte dos
funcionários. No dia 18 de fevereiro de 1959, a Frota Barreto ameaça paralisar as
operações caso não haja aumento da tarifa ou um maior subsídio do governo. Sem
sucesso, em seis de março do mesmo ano, o Grupo retira algumas barcas de circulação
com o objetivo de pressionar. Em sequência, trabalhadores marítimos ameaçam entrar
em greve e depois não houve o pagamento dos salários por falta de verba. Em
consequência em maio de 1959, o tráfego na baía foi paralisado devido à greve, uma
vez que a concessionária se recusou a pagar o aumento salarial decretado pelo governo.
Com a greve, as estações das barcas amanhecem ocupadas por policiais e Fuzileiros
Navais. Toda esta proteção foi insuficiente, pois a população invade as estações das
barcas de Niterói ateando fogo e destruindo toda a sua estrutura.
O Presidente JK desapropriou, transferindo-a o controle à União. A partir de então, o
transporte enfrentou uma profunda decadência ponto de vista da infraestrutura.
No governo militar do General Costa e Silva, devido o programa de estatização, criou o
Serviço de Transportes da Baía de Guanabara - STBG S.A, que realizava entre Rio e
Niterói, o transporte de passageiros, cargas e veículos. Uma sociedade de economia
mista que controlaria o sistema de transporte aquaviário na Baía de Guanabara.
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Em 1976 foi criada a Aerobarcos do Brasil Transportes Marítimos e Turismo –
TRANSTUR e autorizada a explorar somente o serviço público de transporte seletivo de
passageiros no trecho Praça XV a Niterói e Praça XV a Ilha do Governador, no trecho
da Praça XV a Niterói (Praça Arariboia) era realizado por meio de
aerobarcos (hydrofoil) e na década de 2000 a TRANSTUR se torna a primeira empresa
a usar catamarãs, com o nome fantasia de Jumbo Cat. Tais embarcações citadas podem
ser vistas na figura 20.
Figura 20 – Imagem A - Catamarã Jumbo Cat I e Imagem B - Aerobarco da
TRANSTUR - www.google.com/imagens
Estas embarcações competiam com as embarcações convencionais (barcas) e o
transporte rodoviário através da ponte Rio- Niterói. As viagens duravam
aproximadamente sete minutos. Em 2007 a empresa suspendeu suas operações após
várias interrupções alegando problemas de desequilíbrio econômico-financeiro.
Em 1974 houve a inauguração da Ponte Rio – Niterói e consequentemente uma redução
do número de passageiros transportados pelo sistema hidroviário. Neste período houve
fusão do Estado da Guanabara e o Estado do Rio de Janeiro e essa empresa passou para
o controle do governo estadual, com o nome de Companhia de Navegação do Estado do
Rio de Janeiro - CONERJ. O Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro construiu
embarcações tradicionais com a capacidade de 2000 passageiros, visto na figura 6
imagem A, e o Estaleiro Maclaren e EMAQ construiu embarcações com capacidades,
visualizada na figura 21.
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Aerobarcos&action=edit&redlink=1http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Catamar%C3%A3s&action=edit&redlink=1http://pt.wikipedia.org/wiki/2007
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Figura 21 – Imagem da Barca Boa Viagem e Barca Brizamar - CONERJ –
www.ccrbarcas.com
Em fevereiro de 1998 um consórcio de empresas privadas assume o controle acionário
da CONERJ, sob o regime de concessão por 25 anos, renováveis, dando origem a
Barcas S/A. Esta concessão previa na modernização da frota, implantar a nova linha
entre São Gonçalo e Praça XV e com custo reduzido.
A frota herdada era composta por embarcações tradicionais da CONERJ. Em 1999,
cerca de 70% da frota enfrenta revisões e reformas, e a operação na linha Rio x Niterói
passou a contar com oito embarcações. Em 2004 foi inaugurada a linha marítima Rio x
Charitas que no primeiro ano de operação atendeu cerca de cinco mil usuários por dia.
Atualmente a empresa que opera essas linhas é a CCR Barcas.
Com o aumento da demanda devido obras na região portuário do município do Rio de
Janeiro e a demolição do viaduto da Rodrigues Alves, a CCR Barcas teve que fretar
barcas da Ásia até serem entregues as novas embarcações licitadas e repassadas pelo
Estado.
Em dezembro de 2011, secretário estadual de Transportes, Júlio Lopes, anunciou
licitação para a compra de oito barcas para melhorar a capacidade de transporte de
passageiros na linha Rio-Niterói, "Estamos finalizando entendimentos com o Banco do
Brasil para um empréstimo de R$ 350 milhões”, conforme imagem da figura 22. A
licitação envolvia a aquisição de oito embarcações, seis com capacidade para 2000
passageiros e duas para 500 passageiros. As embarcações menores serão construídas na
Indústria Naval do Ceará - INACE e as demais na China.
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33
Figura 22 – Imagem do anúncio da licitação de novas barcas em 2011–www.globo.com
Desde 2012 vem ocorrendo uma série de protestos por parte dos usuários do transporte
hidroviário por causa das filas de passageiros cada vez maiores, atrasos constantes dos
horários das barcas, barcas antigas com mais de 35 anos, isso tudo somado com um
agravante, pois com as obras de infraestrutura na zona portuária da cidade do Rio de
Janeiro, houve um aumento de demanda em torno de 20%. Esses problemas
operacionais são relatados semanalmente em jornais e sites de notícias conforme
exemplificado abaixo pela figura 23.
Figura 23 – Imagem de reportagens atuais referentes a protestos contra barcas –
www.globo.com
O Grupo CCR assumiu o controle acionário da concessionária Barcas S/A em 2 de julho
de 2012, adquirindo 80% das ações da empresa conforme a referência [26]. Com a
chegada da Camargo Correa - CCR, um dos maiores grupos privados de concessões de
infraestrutura da América Latina. A CCR Barcas é a única concessionária dedicada à
operação de transporte de massa no modal hidroviário e com direito de atuação no
Estado do Rio de Janeiro. A frota de 21 embarcações é composta de 12 catamarãs e 9
http://www.globo.com/
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barcas tradicionais, onde a imagem dos tipos de embarcações e capacidade de
passageiros são apresentados na figura 24.
Figura 24 – Imagem das barcas da companhia CCR Barcas em 2013 -
www.ccrbarcas.com.br
As embarcações transportam 29 milhões de passageiros por ano com as seis linhas
oferecidas pela empresa. Onde é cobrado o valor de tarifa unificada de R$ 4,50. A linha
mais lucrativa da empresa é a rota Niterói x Praça XV com intervalo de viagens de 20
minutos em média. Vale mencionar que o sistema barcas aceita o bilhete social,
denominado Bilhete Único que consiste em um benefício tarifário, na integração das
tarifas praticadas nos serviços de transporte intermunicipal, para ser utilizada em no
máximo 3h (três horas), com 01 transbordo, uma hora entre as integrações e com valor
de tarifa fixado em R$ 5,25.
3 Metodologia
Os requisitos dos consumidores, da equipe de projeto e do Estado, podem ser
mensuráveis, portanto transformados em características a serem analisadas e avaliadas.
Vale ressaltar que os requisitos de mérito mais importante é o tempo de viagem e o
custo por passageiro.
http://www.ccrbarcas.com.br/
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35
O projeto se iniciou a partir de uma extensa pesquisa bibliográfica cujo objetivo era
estudar as principais características do sistema de transporte hidrográfico mundial,
compará-los e destacando suas principais vantagens e desvantagens ao tipo empregado
de embarcação, velocidades, derrotas, dentre outros.
CROSS (1970) apud JONES (1972) é essencialmente um meio de resolver um conflito
que existe entre a análise lógica e do pensamento criativo. a dificuldade é que a
imaginação não funciona bem a menos que seja livre para alternar entre todos os
aspectos do problema, em qualquer ordem, e em qualquer momento, enquanto que a
análise lógica rompe, se houver a menos de saída a partir de uma sistemática passo-a-
passo sequência de passos.
Segue-se que qualquer método de projeto deve permitir dois tipos de pensamento para
continuar juntos se houver progresso é para ser feita. Os métodos existentes dependem
largamente mantendo a lógica e a imaginação, o problema e a solução, para além apenas
por um esforço de vontade, e seus erros em grande parte pode ser atribuída à dificuldade
de manter ambos os processos vão separadamente na mente de uma pessoa. projeto
sistemático é essencialmente um meio de manter a lógica e a imaginação separado por
meios externos ao invés de internos.
1 - Para deixar a mente livre para produzir as ideias, Soluções, palpites, suposições, a
qualquer tempo, sem ser inibida por limitações práticas e sem confundir os processos de
análise.
2 - Para fornecer um sistema de notação, que registra todos os itens de informações de
projeto fora da memória, mantém requerimentos de design e soluções completamente
separados um do outro, e fornece um meio sistemático de se relacionar soluções para
necessidades com o compromisso mínimo possível. Isto significa que enquanto a mente
se move a partir de análise do problema a procura de soluções, sempre que considerar
necessário, a gravação se desenvolve em três fases distintas:
Análise: Listagem de todos os requisitos de projeto e a redução destes a um conjunto
completo de especificações de desempenho relacionados logicamente.
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36
Síntese: Encontrar possíveis soluções para cada especificação de desempenho individual
e construção de projetos completos de estes com menos compromisso possível.
Avaliação: Avaliar a precisão com que projeto alternativo em cumprir requisitos de
performace para a operação, fabricação e venda antes do design final ser selecionado.
.
3.1 Método de Preferência Declarada (MPD)
SOUZA (1999) determinou que qualquer produto ou serviço pode ser visto como uma
coleção de vários atributos com características estruturais, funcionais, psicológicas,
sociais e econômicas. O entendimento das influências individuais e conjuntas desses
atributos no processo de escolha do consumidor é o principal objetivo dos MPD.
Outros métodos compartilham desse mesmo objetivo, mas os MPD se diferenciam
porque procuram internalizar características particulares do comportamento humano em
uma situação de escolha.
Essas características que derivam da subjetividade e incerteza presentes no
processamento de informações na mente humana são importantes na medida de
atributos do produto, carregados de conceitos subjetivos (como qualidade,
conveniência, etc.), são incluídos na análise. Trata-se, portanto, de uma abordagem do
estudo da demanda que considera variáveis comportamentais e qualitativas na estrutura
de seus modelos.
GREEN e SRINAVASAN (1990) definem os MPD como qualquer conjunto de
métodos que têm como objetivo a decomposição da estrutura de preferências de
consumidores, possibilitando a estimação de parâmetros através da avaliação de um
conjunto de alternativas que são pré-especificadas em termos de níveis dos atributos de
diferentes produtos.
Um mecanismo de escolha probabilística foi então introduzido, através do
desenvolvimento da teoria probabilística, para explicar essas inconsistências. Pode-se
dizer que o comportamento humano é inerentemente probabilístico, mas por outro lado,
-
37
pode-se argumentar que o comportamento dito probabilístico não passa de uma
admissão da falta de um conhecimento mais preciso sobre os processos individuais de
decisão. Se fosse possível especificar as causas das inconsistências, a teoria de escolha
determinística poderia ser usada, no entanto, são normalmente desconhecidas, ou
conhecidas, mas não mensuráveis.
Dentro da teoria de escolha probabilística existem duas abordagens distintas: (a)
utilidade constante, que considera o comportamento do consumidor como
fundamentalmente probabilístico; e (b) utilidade randômica, que considera um
componente aleatório associado ao comportamento de escolha individual. A abordagem
que faz uso do conceito de utilidade randômica será comentada a seguir, pois através
dela é desenvolvido o modelo Logit.
Segundo ORTÚZAR e WILLUMSEN (1990), a base teórica, o paradigma na geração
de modelos de escolha discreta é a teoria da utilidade randômica, formalizada por apud
BEN-AKNA e LERMANN (1985). Essa teoria considera que o indivíduo sempre
selecionará a alternativa com a maior utilidade, sendo as inconsistências observadas no
comportamento de escolha resultantes das deficiências da observação do analista, pois
as utilidades não são perfeitamente conhecidas pelo analista, por isso devem ser tratadas
como variáveis randômicas.
Função utilidade aplicada nos MPD:
Para representar a atratividade das alternativas consideradas em um estudo de
preferências declaradas, o conceito de função utilidade é usado. Uma alternativa, por si
só, não produz uma utilidade: a utilidade é derivada de suas características ORTÚZAR e
WILLUMSEN (1994). As características são definidas pelos atributos considerados na
análise e a forma como eles se relacionam; compondo o termo constante. Na teoria da
escolha probabilística, onde conceito de função utilidade é representado pela soma do
termo constante e a perturbação aleatória.
Termo constante (V,):
-
38
O termo constante é o componente responsável pela acomodação dos fatores
considerados relevantes no processo de escolha analisado. A identificação desses
fatores- chamados de atributos, segundo a nomenclatura utilizada nos MPD - será
abordada. Trata-se de ponto fundamental na análise com dados de preferência
declarada, pois é a partir dos atributos selecionados que o respondente atribui utilidades
às alternativas apresentadas; e a partir das utilidades atribuídas escolhe a melhor
alternativa. Se for omitido um atributo importante, as respostas aos estímulos tendem a
apresentar uma variância muito grande, provocando dificuldade na avaliação dos
resultados. A inclusão de um atributo de pouca importância não causa maiores danos
em termos de interpretação dos resultados, pois provavelmente tal atributo não
apresentará significância estatística, podendo ser retirado do modelo.
A característica mais importante de uma FU é sua forma funcional, pois é ela que traduz
em uma equação matemática os processos mentais de escolha por um produto, como as
percepções individuais dos atributos e a maneira como eles são relacionados.
LOUVIERE (1988) apresenta formas funcionais possíveis de serem adotadas para a FU:
linear, multiplicativa, distributiva, dual-distributiva. No entanto a forma funcional mais
comum e recomendada na literatura é a compensatória aditiva linear, como a seguir:
Onde
β = coeficientes dos atributos
x = atributos incluídos na análise como tempo, custo, outros.
Perturbação aleatória:
Esse componente da forma funcional, utilizado em modelos derivados a partir do
conceito de utilidade randômica, representa incertezas inerentes a deficiências de
observação, idiossincrasias e critérios particulares de cada indivíduo.
-
39
A consideração de um componente aleatório flexibiliza o modelo de escolha através do
reconhecimento da incapacidade de incluir todos os elementos que influenciam o
processo decisório e do comportamento incerto das pessoas frente a opções
competitivas de escolha. Essa flexibilização permite que aparentes irracionalidades
sejam explicadas: aquelas que surgem quando dois indivíduos com as mesmas
características, frente ao mesmo conjunto de escolha, escolhem opções diferentes, e
aquelas relacionadas ao fato de que nem sempre a melhor alternativa - sob o ponto de
vista do analista - será escolhida.
O modelo Logit é um modelo de utilidade randômica, ou seja, a distribuição dos termos
randômicos deve seguir as suposições colocadas acima.
Modelo Logit.
Entre as técnicas analíticas citadas os modelos de escolha discreta são os mais utilizados
na área de pesquisa em transportes, sendo o modelo Logit utilizado com freqüência na
literatura mais recente.
ORTÚZAR e WILLUNSEN (1990) demonstram como o modelo Logit Multinomial é
derivado a partir da teoria da utilidade aleatória e das hipóteses que todas as
perturbações aleatórias são (1) independentemente distribuídas, (2) identicamente
distribuídas e (3) Gumbel (Weibul) distribuídas com parâmetro de localização e
parâmetro de escala p > 0, para chegar a sua forma final:
Forma funcional da alternativa ônibus (Von):
Onde:
α= coeficientes da equação funcional para utilidade ônibus.
-
40
Forma funcional da alternativa barco-ônibus (Vob):
Onde:
γ= coeficientes da equação funcional para utilidade de barco
Onde:
β= coeficientes da equação funcional para modal ao acesso até o terminal barcas.
Substituindo (2) e (3) em (I), temos a utilidade da alternativa barco-ônibus:
Onde teremos para as duas opções de deslocamento:
-
41
O comportamento do passageiro, morador de São Gonçalo, será diferente ao morador de
Niterói na utilização do sistema de transporte hidrográfico em questão, pois o tempo de
deslocamento de casa ao terminal das barcas (Tvat) será superior, fazendo com que ao
se calcular a forma funcional (Vbo sg) com base na MPD obtenha valores diferentes em
relação ao de Niterói (Vbo nit). Por isso o percentual de utilização da rota para cada
localidade deve calcular separadamente, uma forma funcional do deslocamento de
Niterói à Ilha do Fundão e São Gonçalo à Ilha do fundão.
4 Método
O método desenvolvido para o projeto é representado pelo fluxograma, onde representa
a sequência lógica. A síntese de Cenário das zonas regionais apresenta cinco análises,
onde apenas a análise Geo-populacional será representada no modelo computacional.
O Econômico analisa se existem polos comerciais e indústrias nas duas regiões.
-
42
O Político verifica se existe interesse do Governo Estadual e Federal na
implantação do modal.
Ambiental verifica se os impactos ambientais são menores que as opções de
transporte existentes.
A Análise de Saúde é importante ser verificada por ser um dos motivadores do
deslocamento pendular.
Análise Geo-populacional representa a análise dos movimentos pendulares com
base do Plano Diretor para transportes urbano na Região Metropolitana do Rio
de Janeiro.
O Fluxograma básico foi desenvolvido para servir como método a ser desenvolvido
para a análise, conforme a figura 27 abaixo:
-
43
Figura 27 – Imagem do método por fluxograma.
-
44
5 Análise
5.1 Apresentação
Como já citado anteriormente, há um fato muito constante na história do sistema de
transporte hidroviário no Estado do Rio de Janeiro, a falta de investimentos em novas
rotas, o sucateamento das embarcações, atrasos e gestão ineficiente. Geralmente as
ações tomadas pelo Estado e as empresas são destinadas para mitigar falhas ou protestos
populares, devido o mau atendimento ao público ou ao custo da tarifa.
A falta de uma política de expansão do transporte de massa, como hidroviário,
metroviário ou ferroviário faz com que se concentre este deslocamento pendular no
modal rodoviário ou transporte individual (carro e moto), esse acontecimento pode ser
observado na planilha abaixo criado pelo plano diretor de transporte urbano da região
metropolitana do Rio de Janeiro:
Figura 28 – planilha de número de viagens diárias na região metropolitana do Rio de
Janeiro – PDTU-2003
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45
A impedância para o uso do transporte hidroviário para região Metropolitana do Rio de
Janeiro é um erro grave, principalmente por possuir uma grande extensão de águas
abrigadas. O investimento financeiro na infraestrutura marítima é inferior que na
rodoviária por investir na construção do cais, boias de sinalização e dragagem. Em
contrapartida o investimento no sistema rodoviário necessita de pontes, viadutos,
asfalto, sistema de iluminação e rede de águas pluviais.
A consciência ambiental está em foco no mundo e vale ressaltar que percentual de
monóxido de carbono por passageiros transportados no rodoviário devido queima de
combustível fóssil é maior no modal marítimo.
Deve-se ressaltar a expansão do número de carros fabricados no Brasil nesta década,
com planos que visam aumentar a venda de automóveis por meio da redução de
impostos e taxas de juros. Todavia os Estados e Municípios não possuem a mesma
agilidade que o mercado e não consegue ampliar os investimentos com infraestrutura
rodoviária. RESENDE e SOUSA (2009) determinam o aumento dos congestionamentos
e o aumento do tempo de viagem nas grandes metrópoles. Observados na figura 29
abaixo.
Figura 29 – Representação do aumento do tempo dos congestionamentos – RESENDE e
SOUSA (2009)
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46
Logo há a necessidade de investimento de novas rotas na região da Baia de Guanabara,
visando à melhoria da qualidade de vida para a população e também a ampliação do
mercado de transporte por meio hidroviário, que possui uma participação pífia, com
apenas 0,41%.
5.2 Rota x Tempo
A macrolocalização já foi anteriormente definida que é um estudo dos mercados
utilizando as informações demográficas e de consumo dos mercados em busca de
mercados potenciais aliadas aos bancos de dados
Consequentemente deve-se determinar o local de implantação dos terminais, esta
decisão está vinculada a microlocalização. Esta é quando o analista responsável utiliza
os resultados do estudo de macrolocalização, porém vai até os mercados fisicamente
para conferência das informações analisadas, bem como, verificar informações muito
importantes tais como: fluxo de pessoas e veículos, mão das ruas, pontos de referência e
presença de opções de transportes. O Objetivo da microlocalização é que encontre o
“ponto favorável” para a implantação dos terminais hidroviários. Devemos perceber que
na microlocalização o feeling do analista se faz necessário, mas não trabalha sozinho.
Figura 30 – Representação da microlocalização do terminal da Ilha do Fundão
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47
O Terminal da Ilha do Fundão foi levado em consideração o estudo de microlocalização
para que se instale o terminal em um local onde não é necessário investimentos
grandiosos em dragagem, proximidade do hospital universitário e de fácil acesso para
outros modais. Portanto a escolha foi na vizinhança do terminal de integração e do
terminal do BRT.
Vale ressaltar que nesta região possui um Plano Diretor da UFRJ- UFRJ 2020 [22] com
a perspectiva da implantação de um terminal ferroviário da Supervia junto ao terminal
do BRT.
Inicialmente a macrolocalização do outro terminal está atendendo a região de central de
Niterói e São Gonçalo, como os bairros de Alcântara, Gradim, Barreto, Neves, Ponta da
Areia, Icaraí, Santa Rosa, Alameda e Tribobó.
O terminal hidroviário poderia ser instalado na região de São Gonçalo por possuir uma
rota menor com 8 km, perspectiva de construção do metro e BRT. Todavia há
empecilhos na implantação do terminal marítimo devido dragagem da região de
manguezal ser muito complicada e custosa. Portanto o terminal de Araribóia foi
definido no estudo de microlocalização para região da Grande Niterói, por possuir este
terminal próximo do terminal rodoviário, centros comerciais, Universidade Federal
fluminense e um baixo investimento para adaptação do píer para a nova embarcação.
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48
Figura 31 – Representação da microlocalização do terminal da Araribóia - Niterói
A rota escolhida levou em conta o caminho mais curto (derrota) entre os terminais do
Fundão e Araribóia definidos nos estudos de microlocalização. Esta deverá ser
comparada com a melhor opção de transporte público realizado atualmente entre esses
dois locais, no caso a linha de ônibus Galeão x Charitas realizado pela Viação 1001,
onde será avaliado no capítulo comparação de resultados desse projeto final.
O itinerário rodoviário leva para percorrer vias saturadas como Avenida Brasil e a Ponte
Rio-Niterói em um trecho de 26 quilômetros aproximadamente 66 minutos sem
congestionamento. Vale ressaltar que durante os horários de pico da manhã e pico da
tarde, horários de rush, o tempo gasto pode chegar a 99 minutos.
A rota realizada pela barca do projeto está representada na imagem da figura 32 abaixo
em vermelho e a rota em verde pelo itinerário do ônibus.
-
49
Figura 32 – Representação da rota hidroviária e a rodoviária – www.google.maps
Tal rota marítima apresenta uma derrota de 14 km (7,56 milhas náuticas) e o tipo de
embarcação será posteriormente.
Tempo da viagem hidroviária, ou seja, o tempo navegando que consiste na soma dos
tempos de desatracação, aceleração, da viagem de cruzeiro, desaceleração e atracação.
Tendo a seguinte composição:
T viagem = T desatracação + T aceleração + T cruzeiro + T desaceleração + T atracação
Tempo médio do usuário (T médio) dentro do sistema pode ser representado pela
seguinte fórmula:
T médio = T médio de espera + T embarque + T viagem + 0,5 x T desembarque
Substituindo a fórmula de T viagem em T médio, resulta em:
T médio = T médio de espera + T embarque + T desatracação + T aceleração +
http://www.google.maps/
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50
T cruzeiro + T desaceleração + T atracação + 0,5 x T desembarque
O tempo médio de espera será considerado como a metade dos intervalos de viagem
para facilitar as análises.
Considerando-se o tempo médio dos tempos de embarque, desatracação, aceleração,
desaceleração, atracação e desembarque o tempo médio de 10,2 minutos, este valor
corresponde ao verificado para os terminais existentes operadas pela companhia CCR
Barcas na Baía de Guanabara. Tal resultado está demonstrado conforme na abaixo..
Logo:
T embarque + T desatracação + T aceleração + T desaceleração +
+ T atracação + 0,5 x T desembarque = 10,2 [min]
Figura 33 – Representação do tempo médio de (des)embarque, (des)atracação e
(des)aceleração.
Portanto a fórmula geral de tempo médio no modelo computacional fica representado
como na figura abaixo:
-
51
Figura 34 – Fórmulas dos tempos de viagem e intervalos de viagem
5.3 Estudo de Mercado e Matriz de Deslocamento Pendular
Esta fase de desenvolvimento do projeto apresenta uma importância significativa, pois
se não houver uma demanda mínima para a rota Fundão-Niterói, o investimento será
inviável economicamente. A estimativa de passageiros será baseada nos dados de
deslocamento pendular de pesquisa com credibilidade como nos dados obtidos no Plano
Diretor de Transporte Urbano na Região Metropolitana do Rio de Janeiro (PDTU),
mencionada na referência bibliográfica [23], cujo pedido feito pelo o Governo do
Estado do Rio de Janeiro.
O Plano Diretor tem como intenção discutir ações necessárias para melhoria, definir o
planejamento de investimentos, estudos e criar um fluxograma com o deslocamento
entre as zonas regionais. As zonas regionais estão representadas no mapa da figura 35.
Figura 35 – Zonas regionais da região metropolitana do Rio de Janeiro – PDTU-2003
-
52
Tal pesquisa foi realizada com base de dados quantitativos entre a população dentro de
20 zonas regionais, que permitiu obter uma série informações necessária para
desenvolvimento do projeto. Inicialmente foram criados três gráficos de deslocamento
total entre as 20 zonas no período de 24 horas, um para cada modo de viagem. Isso
permite observar três picos de deslocamento, denominados como pico da Manhã entre
as horas das 06:30 e 09:30, Pico do Almoço entre as horas das 11:30 e 13:30 e pico da
tarde entre as horas das 17:30 e 19:30 para cada tipo de deslocamento. Estes gráficos
podem ser vistos nas figuras 36 e 37.
No caso do modo de transporte com uso de coletivos, deve-se observar que no pico do
almoço apresenta um movimento de 72% do pico da manhã, e que os valores do pico da
manhã e do pico da tarde estão aproximados na quantidade de viagens, respectivamente,
1,003 milhões e 950 mil. Fato pode ser observado abaixo:
Figura 36 – Distribuição de viagens de transporte coletivo – PDTU-2003
-
53
Figura 37 - Distribuição de viagens em modo individual e não motorizado– PDTU-2003
No transporte não motorizado geralmente será para trechos relativamente próximos e
neste apresenta o pico do horário do almoço o com maior número de viagens, devido o
horário de entrada e saída das escolas, saída do trabalho ou das instituições de ensino
para almoçar. Estes movimentos realizados sem motorização será considerado nulo para
a rota desejada, devido presença física da Baía de Guanabara, praticamente toda sua
totalidade do movimento pendular entre a área do fundão e a área de Niterói - São
Gonçalo será feito por modo individual ou modo coletivo.
Os movimentos pendulares das regiões do estudo no pico da manhã são vistas nas
figuras 38 e 39 abaixo. Uma matriz de deslocamento/origem para análise de mercado
pode ser criada utilizando tais dados.
-
54
Figura 38 – Linhas de deslocamento pendular durante pico da manhã- PDTU-2003
Figura 39 - Linhas de deslocamento pendular durante pico da manhã- PDTU-2003
-
55
Houve a possibilidade de obter uma matriz de deslocamento pendular no período do
pico da manhã, que será de suma importância, pois é no período do dia onde se há o
maior fluxo de passageiros, e com esses dados, possibilitará estimar o total de
passageiros por dia. Abaixo foi inserida a Matriz de deslocamento/origem no período do
pico da manhã do estudo do PDTU/2003.
Figura 40 – Matriz deslocamento/origem – PDTU 2003
Com a Matriz de deslocamento/origem do pico da manhã de 2003 com base no Censo
realizado em 2010 para o ano a ser analisado. Utilizando o relatório do PDTU/2003 foi
possível verificar o total populacional dos três municípios e compará-los com os dados
fornecidos pelo Censo do IBGE de 2010. Possibilitando o cálculo do percentual de
crescimento populacional anual no período de 2003 a 2010.
Com o percentual anual de crescimento calculado, há possibilidade em criar matriz de
deslocamento pendular para qualquer ano desejado. A taxa de crescimento populacional
foi calculado por meio de progressão geométrica, conforme descrito na figura a seguir.
-
56
Figura 41 – Cálculo da taxa de crescimento populacional – 2003 a 2013
O fator de correção foi multiplicado em todas as células da Matriz de
deslocamento/origem do pico da manhã de 2003, referente a etapa 1. Com esta ação
obteve a Matriz de deslocamento/origem do pico da manhã para o ano desejado pela
análise.
O sistema Araribóia x Praça XV anos de 2003 a 2010 fornece dados importantes para
definir o percentual que utiliza o sistema de transporte hidroviário entre os dois
municípios. O total de viagens nos dois meses soma o valor igual a 2811701, conforme
em “Cooperação Técnica no Desenvolvimento de Estudos, Título do Projeto: Revisão
Tarifária Quinquenal da Concessionária Barcas S.A. Transportes Marítimos, referente
ao 2° Quinquênio do Contrato de Concessão (2003/2008)”, na página 155, tabela 60
[26], inserido na figura 42 abaixo.
Figura 42 – Movimento de passageiros– Relatório Barcas/Governo do Estado
A média de passageiros entre 2003 e 2010 entre a estação de Araribóia e Praça XV foi:
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57
Nr. total Passageiros = 120690438
Média de passageiros por ano = 120690438/(7+1/12) = 170338650
A etapa 3 representa a matriz de deslocamento pendular entre Niterói e o Rio de Janeiro
referente ao Plano Diretor da Região Metropolitana []. Nesta foi possível determinar o
total de deslocamentos por dia.
Nr. de passageiros ao ano(PDTU-2003) = 55195391
Figura 43 – Percentual que utiliza a rota Niterói x Praça XV
O percentual que utiliza o sistema barcas na região de Niterói e São Gonçalo para a
Praça XV será considerado como percentual de utilização máxima o limite abaixo
calculado:
Nr. total Passageiros = 120690438
Nr. de passageiros ao ano(PDTU-2003) = 55195391
Percentual máxima de utilização = 120690438 / 55195391= 30,87%
As variáveis livres são características da embarcação que influenciam as variáveis
dependentes que definem as características desta análise de projeto. As três variáveis
livres escolhidas no modelo matemático são:
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58
i) Número de embarcações
ii) Velocidade
iii) Ano
Figura 44 – Variáveis Livres do modelo matemático
SOUZA (2002) realizou pesquisa junto ao público, visando determinar o percentual de
utilização de rotas na Baía de Guanabara com base nos conceitos de MPD.
Considerando como exemplo a configuração do sistema de transporte com os valores
das variáveis a seguir, ano de 2013, velocidade de 20 nos e uma embarcação; inicia-se a
análise das variáveis dependentes.
Com base nesta tese foi possível determinar uma a forma funcional que será necessário
para se estimar o percentual de utilização. Tal forma funcional está demostrado abaixo:
Onde:
α = coeficientes da forma funcional do deslocamento por ônibus
β = coeficientes da forma funcional do deslocamento por ônibus e embarcação
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59
Como o tempo de viagem saindo de Niterói difere do passageiro saindo de São
Gonçalo, foi necessário calcular para cada deslocamento as funções Von (para viagem
de ônibus) e Vbo (Viagem barca e ônibus). O valor de custo será inserido o valor da
tarifa do bilhete único de 5,25 Reais tanto para o ônibus intermunicipal e para o ônibus
mais barca. E para os coeficientes será feito a calibração para os dias atuais comparando
seus resultados com os valores observados pela pesquisa realizada para esta rota.
Em seguida os intervalos de espera e o tempo de viagem rodoviária dos trechos entre
Ilha do Fundão x Niterói e Ilha do Fundão x São Gonçalo foram preenchidos no modelo
matemático com valores informados no site do Rio Ônibus, listados abaixo:
Figura 45 – Tempo médio de espera, formas funcionais e percentuais de utilização para
o exemplo.
Von= -0,011*5,25-0,028*Taon-0,034*Teon-0,031*Tvon
Vbo= -0,06*(Taat+Teat+Tvat)-0,011*5,25-0,052hdy-0,089*Tvb
Para Niterói, considerando o intervalo de viagem da barca (Hdy) igual a 32,9min e o
tempo de viagem de barca (Tvb) igual a 32,9min, houve a possibilidade de se calcular
as funções:
Von= -0,011*5,25-0,028*7,8-0,034*18,1-0,031*66 = -2,9
Vbo= -0,06*(5+7+10)-0,011*5,25-0,052*32,9-0,089*32,9= -6,1
Consequentemente o percentual de utilização proveniente de Niterói para a Ilha do
Fundão deve ser calculado:
-
60
Logo para a configuração ano, número de embarcações e velocidade como
exemplificação, tem-se a probabilidade de utilização de Niterói para o fundão de 4%,
como demostrado abaixo.
O procedimento apresentado anteriormente foi repetido para o trecho entre São Gonçalo
e a Ilha do Fundão, adotando respectivamente seus intervalos de espera e viagem.
Von= -0,011*5,25-0,028*7,8-0,034*18,1-0,031*120 = -4,6
Vbo= -0,06*(6+7,5+42)-0,011*5,25-0,052*32,9-0,089*32,9= -8,0
Mudando com as configurações das variáveis livres para cada exemplar (ano, número
de embarcações e velocidade), houve o cálculo do percentual de utilização para cada
trecho através da fórmula oriunda da MPD e observou percentuais diferentes para o
mesmo exemplo de configuração entre a origem da viagem diferente. Essa diferença de
percentual deve existir, pois o tempo de viagem de ônibus até o terminal hidroviário
(Taat) será maior vindo de São Gonçalo do que vindo de Niterói, além do tempo de
viagem rodoviária ser maior para aquela. A diferença retratada acima é facilmente
visualizada no gráfico abaixo.
-
61
Figura 46 – Pesquisa tempo total e curva do percentual de utilização
A função FU representada anteriormente por Vob e Von são responsáveis pelo calculo
do percentual de utilização. Uma forma para verificar a calibração do método de
preferência declarada é confrontando os valores adquiridos em pesquisa realizada entre
cem pessoas que realizam esse deslocamento. Abaixo listou os valores da pesquisa para
o percentual o percentual que utilizariam o sistema dependendo do tempo de viagem.
Figura 47 – Tempo médio de manobra analisado no sistema CCR barcas
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62
Logo o percentual de utilização na planilha da pesquisa demonstrada acima apresenta
valores próximos as calculados na MPD, com variação entre elas no máximo de dois
por centos da taxa de utilização:
Figura 48 – Comparativo da calibração do percentual da pesquisa e do MPD.
Logo o cálculo do percentual de utilização realizado para cada trecho de deslocamento
foi considerado satisfatório ao ser confrontado com os dados reais e de pesquisa.
A Curva de distribuição de viagens no transporte público da região metropolitana do
Rio de Janeiro por dia, podendo ser visto na figura 49, possibilita contabilizar a
quantidade de viagens em todos os picos diários e assim calcular o percentual do pico
em questão em relação à quantidade de viagens do pico da manhã.
Tendo o pico manhã com 1003 mil viagens e pico do almoço com 723 mil viagens,
houve a possibilidade em se estimar o percentual do pico do almoço em relação ao pico
da manhã, este valor é igual a 72% do pico da manhã. Vale ressaltar que este percentual
será incorporado na função paramétrica do cálculo da quantidade de passageiros. Esse
percentual fora do pico será utilizado posteriormente na função paramétrica de
demanda.
Percentual = N° Viagens pico da manhã / N° Viagens pico do almoço
Percentual= 723000 / 1003000 = 72%
-
63
Figura 49 – Distribuição diária das viagens de transportes coletivos – PDTU - 2003
O pico da tarde visa quantificar o número de passageiros a partir da curva de
distribuição de viagens no transporte público da região metropolitana do Rio de Janeiro
por dia. O pico manhã apresenta 1003 mil viagens e 998 mil viagens no pico do tarde.
Logo durante o pico da tarde os seus valores corresponderão aos valores do pico da
manhã, porém em fluxo contrário. Esse percentual fora do pico será utilizado
posteriormente na função paramétrica de demanda.
Utilizando o pico da manhã como o horário comparativo com os demais horários
selecionados fora dos picos de viagem (vales), realizou o cálculo para cada ponto fora
do pico de um percentual em relação ao pico da manhã. Assim em seguida, foi feito a
média dos percentuais desses pontos em relação ao pico da manhã, possibilitando
estimar a quantidade de deslocamento pendular nesses intervalos. Esse percentual fora
do pico será utilizado posteriormente na função paramétrica de demanda.
-
64
Figura 50 - Seleção dos horários das viagens fora dos picos na curva de Distribuição das
viagens nos transportes coletivos - 2003 – PDTU
Utilizando como referência a tabela dos horários das viagens, representado pelos cinco
vales da curva acima foi definido a quantidade de viagens a ser realizadas.
Como exemplo a circunferência selecionada na parte superior a esquerda na curva da
figura 50, tem:
Horário 19:35
N° de viagens no Horário na curva PDTU = 325000 viagens
Deve-se em seguida verificar no intervalo do pico da manhã, entre os horários de 6:30 e
9:30 deverá quantificar o número de viagens realizadas. Esta região do pico da manhã
foi marcado na curva com uma circunferência selecionada na crista mais elevada.
N° de viagens no pico da manhã na curva (PDTU)= 2603000
Percentagem = N° de viagens no pico da manhã / N° de viagens no Horário
Percentagem = 2603000 / 325000
Percentagem = 0,1249 = 12,49%
-
65
Realizando o mesmo procedimento com os demais pontos, possibilita calcular essa
média desses percentuais e em seguida definir a quantidade transportada fora dos
horários de pico. Logo a quantidade total transportada pela barca nos horários fora dos
picos de viagens pode ser estimada por meio da média do percentual entre pontos fora
do pico com o pico da manhã multiplicado pela quantidade de viagens no pico da
manhã.
Em seguida deve verificar o percentual em relação ao horário selecionado da viagem
fora do pico. Este será calculado pela divisão do Número de viagens no pico da manhã e
Número de viagens no Horário, sendo os dois retirados na curva de distribuição de
viagens do PDTU.
Figura 51 – Percentual médio fora dos horários de pico em função do pico da manhã
Portanto o percentual no horário fora dos picos a ser adotado posteriormente na função
paramétrica de demanda será igual a 12% do registrado do pico matinal.
-
66
5.4 Função de Demanda
O modelo paramétrico foi aplicado considerando algumas premissas, sem comprometer os objetivos
a serem alcançados. No que diz respeito à demanda foi considerada sujeita a variações de quantidade
de passageiros por causa dos horários de pico. Ela foi determinada utilizando critérios explicados
anteriormente para que, assim, não ocorressem problemas com a capacidade de suprir a demanda
nos horários de pico, por isso existe nos resultados dos cenários analisados a avaliação se atende à
capacidade mínima necessária.
O percentual de utilização inicial é equivalente da pesquisa junto aos interessados pela nova rota
proposta neste projeto, tendo inicialmente o percentual de utilização vindo de Niterói (Pob nit) e o
percentual vindo de São Gonçalo (Pob sg), que apresentará variação conforme valores das variáveis
livres.
A criação de uma função paramétrica para determinar a quantidade total de passageiros que utilizam
a rota foi desenvolvida conforme apresentado do anexo 8.3. A função que representa a quantidade
de passageiros por dia, demanda, está na fórmula geral representado abaixo:
f(Mmanhã Ano)Total = (Pob) x (Fanual) x 2,8 x [f(Mmanhã 2003) O , D + f(Mmanhã 2003) D , O]
Onde:
f(Mmanhã) Total = Quantidade total de passageiros.
f(Mmanhã 2003) O, D = Quantidade de passageiro da matriz do pico da manhã saindo de ‘O’ para o
destino ‘D’ entre as zonas regionais do plano diretor de 2003.
f(Mmanhã 2003) D, O = Quantidade de passageiro da matriz do pico da manha saindo de ‘D’ para o
destino ‘O’ entre as zonas regionais do plano diretor de 2003.
Pob = Percentual de utilização [%]
Fanual = Fator de correção anual da demanda.
O fator de crescimento anual de demanda é calculado por meio da figura 42, onde é possível
determinar o crescimento de demanda do sistema barcas.
-
67
Figura 52 – Índice de crescimento de demanda do sistema barcas
Vale mencionar que o crescimento da demanda não pode ser vinculado ao crescimento
populacional, pois outros fatores influenciam nesta correção da demanda. Poderá ter um crescimento
populacional na região metropolitana e ao mesmo tempo uma redução de engarrafamento ou
construção de novas opções de transporte, fará com que a demanda no sistema barcas reduza.
Fanual = (1+Idemanda)̂ (Ano-2013)
Onde:
Idemanda =Taxa de crescimento populacional da região = 0,79% a.a.
Ano = Ano analisado.
Então para os passageiros vindos de Niterói teremos:
f(Mmanhã Ano)nit = (Pob nit) x (Fanual) x [f(Mmanhã nit 2003) O , D + f(Malmoço nit 2003) O ,
D + f(Mtarde nit 2003) O , D + f(Mfora nit 2003) O , D + f(Mmanhã nit 2003) D , O +
f(Malmoço nit 2003) D , O + f(Mtarde nit 2003) D , O + f(Mfora nit 2003) D , O ]
f(Mmanhã Ano)nit = (Pob nit) x (Fanual) x [f(Mmanhã nit 2003) O , D + 0,72 x f(Mmanhã nit
2003) O , D + f(Mmanhã nit 2003) O , D + 0,12xf(Mmanhã nit 2003) O , D + f(Mmanhã nit
2003) D , O + 0,72xf(Mmanhã nit 2003) D , O + f(Mmanhãnit 2003) D , O + 0,12xf(Mmanhã nit
2003) D , O ]
então:
-
68
f(Mmanhã Ano)nit = (Pob nit) x (Fanual) x [2,84xf(Mmanhã nit 2003) O , D + 2,84xf(Mmanhã nit
2003) D , O ]
de niterói tem a demanda abaixo:
f(Mmanhã Ano)nit = (Pob nit) x (Fanual) x 2,8 x [f(Mmanhã nit 2003) O , D + f(Mmanhã nit 2003)
D , O]
de são gonçalo tem a demanda abaixo:
f(Mmanhã Ano)sg = (Pob nit) x (Fanual) x 2,8 x [f(Mmanhã sg 2003) O , D + f(Mmanhã sg 2003)
D , O]
Vale ressaltar que a demanda total para a rota analisada consiste na soma dos
deslocamentos oriundas de São Gonçalo (f(Mmanhã Ano)sg ) e de Niterói (f(Mmanhã
Ano)nit ).
Demanda = f(Mmanhã Ano)nit + f(Mmanhã Ano)sg
Considerando como exemplo a configuração da variável livre sendo o ano de 2013,
velocidade de 20 nos e uma embarcação, encontra-se tais resultados para demanda
diária.
Figura 53 – Demanda dentro e fora dos horários de pico para exemplo
A demanda anual pode ser obtida a partir dos resultados de demanda diário, bastando
multiplicar pelos dias de operação no ano. Tal análise para o sistema de transporte
hidroviário fica vinculada na operação somente em dias úteis, como ocorre na linha
-
69
existente entre ao estação Praça XV e Cocotá. Logo totalizando no mês um total de 21
dias.
.
Dias de operação no ano = 21 x 12 = 252 dias operação ao ano.
Demanda anual = 656951 passageiros ao ano.
5.5 Tipos de Embarcação:
5.5.1 Aerobarco:
É um monocasco dotado de fólios na popa, na proa e, por vezes, a meia nau, que na
velocidade de cruzeiro navega suportado unicamente pela sustentação hidrodinâmica
dos fólios. Os fólios são ligados ao casco por colunas com altura suficiente para que o
casco fique elevado acima da superfície da água.
Figura 54 – Imagem de aerobarco
Os tipos básicos são: fólio secante, fólio submerso e fólios combinados (Fluvial de
baixo calado e Marítimo ).
Hidrodinâmica do aerobarco:
A maioria dos cascos tem formas prismáticas, para aumentar o componente de
sustentação hidrodinâmica, antes da velocidade de decolagem. Quando a sustentação
hidrodinâmica se iguala ao peso, na velocidade de decolagem, o casco é suspendido da
água, diminuindo a resistência, que fica limitada ao arrasto dos fólios. Após a
decolagem, o aerobarco requer menos potência que o monocasco.
Comportamento no mar:
-
70
• Fólio Secante: em ondas, a oscilação da área submersa fólios gera variação na força de
sustentação o que causa movimentos de caturro, afundamento e jogo para restaurar o
equilíbrio; um fólio secante sem sistema de aumento de estabilização, tem uso restrito
em ondas.
• Fólio Submerso: os movimentos da embarcação estão desacoplados, em alto grau, do
efeito das ondas e desta forma, se mostra uma embarcação adequada ao transporte de
passageiros ou armamentos militares em altos estados de mar.
• Fólios combinados fluviais: adequados para água protegida e regiões de baixo calado.
• Fólio combinado maritimo: não apresentam afundamento como os fólios secantes, e
usam flaps ativos no fólio de vante para reduzir o caturro.
Capacidade de Carga:
O crescimento dos aerobarcos é limitado pela regra do quadrado-cubo, pois o peso do
aerobarco cresce com seu volume e força de sustentação do fólio cresce com a área do
fólio e com a velocidade do aerobarco. Aerobarcos muito grandes, que não tenham
fólios descomunais, devem usar velocidades altas, limitadas, entretanto, pela cavitação
dos fólios.
Manobrabilidade:
Os aerobarcos usam lemes a ré dos hélices para realizar as manobras. Alguns usam
colunas de sustentação do fólio dianteiro, do tipo leme, para aumentar a
manobrabilidade. Fólios Submersos também usam esse tipo de coluna no fólio dianteiro
e flaps de controle nos fólios. Esses sistemas permitem alta manobrabilidade na
velocidade de cruzeiro.
Material do casco e dos fólios:
Os aerobarcos, sensíveis ao peso, usam materiais leves em sua estrutura. Casco de
alumino e com colunas e fólios de aço.
Sistema de Propulsão:
Esses tipos de embarcações usam