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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
INSTITUTO DE CULTURA E ARTE
CURSO DE DESIGN - MODA
MARIANA SANTANA DE OLIVEIRA
MANUAL - GUIA METODOLÓGICO PARA PROJETOS DE DESIGN E
ARTESANATO
FORTALEZA
2016
MARIANA SANTANA DE OLIVEIRA
MANUAL - GUIA METODOLÓGICO PARA PROJETOS DE DESIGN E
ARTESANATO
Trabalho de conclusão de curso
caracterizado como manual metodológico
para projetos que envolvam design e
artesanato. Orientado pela Profa. Dr.
Francisca Raimunda Nogueira Mendes,
no curso de Design - Moda, Instituto de
Cultura e Arte, Universidade Federal do
Ceará
FORTALEZA
2016
MARIANA SANTANA DE OLIVEIRA
MANUAL - GUIA METODOLÓGICO PARA PROJETOS DE DESIGN E ARTESANATO
Monografia apresentada ao Curso de Design-Moda do Instituto de Cultura e Arte da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para obtenção do Título de Bacharel em Design-Moda.
Aprovada em 21/12/2017.
BANCA EXAMINADORA
_____________________________________________________ Profa. Dra. Francisca Raimunda Nogueira Mendes (Orientadora)
Universidade Federal do Ceará (UFC)
_____________________________________________________ Profa. Dra. Araguacy Paixão Almeida Figueiras
Universidade Federal do Ceará (UFC)
_____________________________________________________ Profa. Msc. Marta Sorélia Felix de Castro
Universidade Federal do Ceará (UFC)
RESUMO
O presente trabalho pretende apresentar o projeto de desenvolvimento o
manual “Manual – Feito à mãos”. A constatação por meio de pesquisas,
entrevistas e questionários, da necessidade de uma proposta de metodologia
de design adaptada a projetos com artesanato foi a motivação para a criação
do manual. Baseada na metodologia de Design Thinking, o desenvolvimento do
produto utilizou pesquisa bibliográfica sobre metodologias de design, além de
observações de grupos artesanais e entrevistas com designers que trabalham
com artesanato, resultando em um manual com intenções de ser lançado por
uma editora, com vendas online e presenciais em livrarias, contando com a
edição comercial e a edição de colecionador.
Palavras-chave: Artesanato. Design. Manual.
ABSTRACT
The present work aims to present the development of the manual
“Manual – Feito à Mãos” – collectively handmade. The confirmation, through
researches, interviews and questionnaires, of the necessity of a design
methodological proposal adapted to artisanal projects was the motivation to the
manual’s creation. Based on the “Design Thinking” methodology, the product
development made use of literature review about design methodologies,
besides in sight observations of artisanal groups and interviews with designers
that work with artisanship. All of which results in a manual that aims to be
released by a publishing company, with both online and presential sales,
counting with the commercial edition and the collector’s edition.
Palavras-chave: Handcraft. Design. Manual.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Pergunta questionário sobre tempo livre..........................................19
Figura 2 – Pergunta questionário sobre local de compra..................................19
Figura 3 – Pergunta questionário sobre renda mensal......................................20
Figura 4 – Fluxograma Metodologia..................................................................22
LISTA DE TABELAS
Tabela 1- Briefing...............................................................................................11
Tabela 2 – Planilha de orçamento.....................................................................24
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................... 9
2 OBJETIVOS .............................................................................................. 11
2.1 Objetivo geral ........................................................................................... 11
2.2 Objetivos específicos .............................................................................. 11
3 BRIEFING .................................................................................................. 11
4 COMPOSTO DE MARKETING ................................................................. 17
4.1 Análise do Produto .................................................................................. 17
4.2 Análise do Público-alvo .......................................................................... 18
4.3 Proposta de Ponto de venda ................................................................... 19
4.4 Proposta de promoção do material ........................................................ 20
5 METODOLOGIA ........................................................................................ 21
6 ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS ................................................................ 22
6.1 Edição comercial ..................................................................................... 22
6.2 Edição de colecionador ........................................................................... 23
7 PLANILHA DE CUSTOS/ORÇAMENTOS ................................................ 24
8 AVALIAÇÃO DE CDS ............................................................................... 24
8.1 Competitividade ....................................................................................... 24
8.2 Diferenciação ........................................................................................... 24
8.3 Sustentabilidade ...................................................................................... 24
REFERÊNCIAS ......................................................................................... 25
9
1 INTRODUÇÃO
Enxergar o outro como a si mesmo é o maior desafio de um designer. A
característica adaptável desse profissional é requerida em cada trabalho do
qual ele participa. Entender as necessidades de cada situação pede um
método que mude de acordo com as características do objeto trabalhado e dos
envolvidos naquele contexto. Munari (2008) reforça que nenhum método é
absoluto ou definitivo. Identificar valores objetivos que melhorem o processo é
argumento suficiente para que ele seja modificado.
A metodologia é descrita por Papanek (1998) como um conjunto de
procedimentos utilizados no desenvolvimento de um determinado produto,
onde se relacionam métodos, caminho para se atingir um objetivo; técnicas,
como habilidade para execução de ações ou produtos; e ferramentas, como
instrumentos ou utensílios.
Assim, quando voltamos a metodologia projetual do design para o fazer
artesanal, encontramos algumas modificações que o contexto pede para que
sejam realizadas. Borges (2011) afirma que o movimento de trabalhos com
designers envolvendo artesãos no Brasil começou na década de 1980, com
uma busca da revitalização do artesanato, através da preservação de técnicas
produtivas tradicionais daquela produção artesanal, junto com a incorporação
de novos elementos, formais e/ou técnicos, aos objetos.
Esses projetos utilizavam a metodologia projetual do design para intervir
na produção por meio de politicas públicas ou privadas, e reestruturava o
processo produtivo, o produto e o mercado no qual o objeto fabricado estava
inserido, de acordo com Silva (2011).
Essa relação se tornaria delicada ao observarmos como a inserção de
métodos do design poderiam contribuir com a revitalização da produção
artesanal sem deturpar sua essência e representatividade e o valor social
atribuído a ela. Borges (2011) afirma que a sensibilidade em desenvolver uma
metodologia que resulte de um diálogo entre artesão e designer é fundamental
para alcançar essa meta, estabelecendo parâmetros éticos nesse encontro
10
para que ocorra uma melhora, e não a piora, da situação anterior,
compartilhando e desenvolvendo metodologias baseadas no diálogo.
Partindo desta ideia, o manual a seguir torna-se uma proposta para
designers, estudantes e demais leitores que desejem repensar os métodos
utilizados pelo designer quando o mesmo atua em campos regidos pelo
processo artesanal. A intenção é gerar a empatia necessária para intervir no
método do outro, se colocando no lugar deste, entendendo seu contexto antes
de atribuir-lhe modificações. O nome “Manual - feito à mãos”, remete ao
trabalho coletivo, feito por várias mãos, como o artesanato. O ”manual” remete
ao livro com instruções sobre determinado assunto e ao trabalho manual em si.
A metodologia para a construção do manual foi construída seguindo o
mesmo pensamento de analisar os dois lados, tanto do artesão quanto do
designer, utilizando princípios do Design Thinking. Após pesquisa bibliográfica
em livros, artigos e outros trabalhos que proponham metodologias de design de
produto e do design de moda no campo industrial e artesanal, foram avaliadas
essas duas vertentes do design, para se comparar o que poderia continuar a
ser reproduzido no material como um método que funcione com o artesanato.
Em seguida, foram realizadas entrevistas que contemplavam designers
que já trabalharam ou trabalham com artesãos e sua produção, e estes
segundos, que puderam expressar as dificuldades, falhas e acertos de suas
experiências, além de observações de grupos artesanais como a ARTEZA –
Cooperativa de Curtumeiros e Artesãos de couro de Cabaceiras (PB) e a FIA1
– Oficina de Artesãs, de Sobral (CE).
A construção do manual se deu em um passo a passo que convida o
leitor a pensar nos métodos usualmente propostos, refletindo sua usabilidade
em trabalhos artesanais, e finalmente como se poderia adaptar aquela etapa
projetual para a maior eficácia na construção de novas peças de artesanato.
A proposta de distribuição do manual é que este seja lançado por uma
editora de livros, a editora Ubu, e que sua venda seja realizada tanto em
livrarias físicas quanto online, e pelo site da editora.
1 Projeto da Prefeitura de Sobral e Instituto de Assessoria para o Desenvolvimento Humano (IADH), em parceria com a marca Catarina Mina, que une designers e artesãs com objetivo de potencializar a rentabilidade do trabalho artesanal do local.
11
Os resultados do trabalho aqui descrito se mostram promissores ao que
se refere ao seu apoio a futuros projetos que envolvam artesanato e design,
para que sejam construídos pelos dois lados, agregando muito mais
possibilidades e sucesso ao resultado final.
2. Objetivos
2.1 Objetivos gerais:
Elaborar e lançar no mercado um manual metodológico para o
desenvolvimento de produtos que envolvam design e artesanato.
2.2 Objetivos específicos:
- Analisar as experiências de designers e artesãos para avaliar as dificuldades,
falhas e acertos ocorridos em trabalhos que envolvessem os dois.
- Construir um passo a passo compreensível para o designer, que inclua o
artesão na construção do artefato compartilhado por ambos.
3. BRIEFING
Natureza do projeto
Justificativa
Suprir a necessidade de
uma metodologia de
design que seja eficaz
em trabalhos que
envolvam artesanato e
artesãos.
Objetivo do projeto
Propor um manual que
aborde uma metodologia
de design para trabalhos
com artesanato
12
Resultados desejáveis
Disseminar por meio da
venda do manual a
cultura no design de
uma metodologia que
valorize o artesanato e
suas especificidades.
Responsabilidades pelo
projeto
Incluir e enaltecer
tipologias artesanais do
Brasil em trabalhos com
a presença de designer,
sem ferir o valor
simbólico e os métodos
daquela produção.
Análise setorial Produto
Livro Manual
metodológico “Manual –
Feito à mãos”
Concorrentes
Design+ Artesanato:
Um novo caminho –
Adélia Borges
Projeto de Produto –
Mike Baxter
Fashion Design:
Manual do estilista –
Sue Jones
Planejamento de
coleções – Doris
Treptow
Das coisas nascem
coisas – Bruno
Munari
Preços e promoções
Preço:
Promoção: Site da
13
editora, Facebook da
editoria Ubu e do
manual, Instagram da
editora Ubu e do
manual.
Marca
Manual – Feito à mãos
Estudo de tendências
As tendências
apontadas para o
desenvolvimento do
manual foi o
crescimento de
trabalhos de design com
artesanato, e a
necessidade de
adaptação da
metodologia a essa
nova proposta de
projeto.
Estratégia da empresa
Proposta de uma nova
metodologia de design,
voltada para o
artesanato. Conteúdo
didático. Preços
acessíveis para classes
B, C e D, em duas
versões do livro.
Público-alvo
Sexo:
Feminino e Masculino
Faixa-etária:
A partir de 18 anos
Escolaridade: A partir do ensino
14
superior incompleto
Nível de renda:
Classes B, C e D
Ocupação:
Designer ou estudante
de design
Hobbies:
O público-alvo tem como
principais atividades de
lazer acessar redes
sociais, ler e frequentar
shows
Portfólio da Empresa
Marca
Manual – Feito à mãos
Imagem corporativa
Uma marca responsável
socialmente, acessível
ao público, que valoriza
o trabalho artesanal.
Segmentação de
mercado
Estudantes de design ou
designers que tenham
interesse em trabalhar e
estudar sobre
artesanato
Objetivos do negócio e
estratégias de design
Principais resultados
visados pelo projeto
Facilitar a interação
design-artesanato com
um manual
metodológico de design
para trabalhos que
envolvam artesanato,
sustentável para os dois
lados.
Atividades de design,
correspondentes aos
resultados visados
Pesquisa sobre o tema,
entrevistas e
questionários com
15
público-alvo e pessoas
envolvidas no assunto.
Desenvolvimento da
identidade visual e
diagramação
característica de um
manual, que possua
relação com o tema
abordado.
Objetivos, prazos e
orçamento do projeto
Tempo previsto -Quatro meses para o
desenvolvimento do
manual.
-Um mês pra revisão e
produção
-Seis meses de
divulgação e início da
distribuição do manual
em sua primeira edição.
Orçamento R$75 (edição comercial
R$175 (edição de
colecionador
Recursos humanos
necessários
Autora (desenvolvimento
de conteúdo, identidade
visual e diagramação)
Artesão Bordadeiro
(Para desenvolvimento
da capa versão comum
e edição de
colecionador, essa
segunda bordada à
mão)
16
Revisores de Texto
Gráfica
(Desenvolvimento do
protótipo e produção em
série)
Editora (Distribuição e
divulgação)
Equipe de marketing
(Divulgação do produto
da editora e
acompanhamento das
mídias sociais)
Responsabilidade por
aprovação
Mariana Santana e
Editora Ubu
Aprovação,
Implementação e
avaliação
Aprovação do projeto
(preparação dos
materiais de
apresentação, e
responsáveis pelas
aprovações e
implementação)
O manual será
preparado pela autora,
que o apresentará como
proposta à editora, por
sua vez responsável
pela aprovação do
projeto
Implementação: e
avaliação (providências
necessárias para a
implementação)
A proposta do manual
deve ser aceita pela
editora, que produzirá e
comercializará o produto
em seu site e
17
distribuição para
livrarias.
Avaliação
(critério para medir o
sucesso do projeto)
Número de exemplares
vendidos e comentários
dos usuários.
Informações de
Pesquisa
Tendências dos
negócios, avanços
tecnológicos, pesquisas,
lançamentos de novos
produto
Desenvolvimento de
nova proposta de
metodologia de design,
voltada para o
artesanato.
4. COMPOSTO DE MARKETING
O composto de marketing é uma teoria de E. J. McCarthy, definida por uma
interação da empresa com o meio interno e externo. Essa interação é definida
pelos conceitos de produto, preço, promoção e distribuição. Essas são as
ferramentas usadas por uma empresa para organizar-se com relação à sua
missão de negócios (COBRA, 2000).
4.1 Análise do Produto
Kotler e Armstrong (2015) definem produto como algo disponível em um
mercado para apreciação, aquisição, uso ou consumo, suprindo uma
necessidade ou desejo. Eles podem ser tangíveis, como roupas, automóveis;
ou intangíveis, como serviços, eventos, pessoas, lugares, ideias, etc.
O produto em questão trata-se de um manual que propõe a reflexão de
uma metodologia de design em projetos que tenham como protagonista a
participação de artesão e seu trabalho artesanal, uma demanda real
diagnosticada após a análise da bibliografia sobre o tema e uma pesquisa via
questionário online com designers e estudantes de design que demonstraram
interesse no produto.
18
A proposta é que o manual seja produzido como exemplares físicos, e
comercializado em livrarias e através da venda online no site da editora Ubu,
que será a editora proposta para publicar o livro. Esta segunda será auxiliada
por meio das redes sociais destinadas ao produto, como Facebook e
Instagram, que de acordo com o supracitado questionário, apontou ser o
principal hobbie do público-alvo.
4.2 Análise do Público-alvo
A pesquisa do público-alvo do produto se deu por meio de questionário
online da plataforma “Typeform”. O direcionamento do questionário foi atingir
designers e estudante de design, incluindo design de produto, design de moda,
e design gráfico, de cidades com forte cultura ligada a essa área e ao
artesanato, como Fortaleza (CE), Recife (PE) e Campina Grande (PB). A
formação dos participantes deu-se em universidades públicas, privadas, e
cursos complementares em design. Participantes do questionário do sexo
feminino e masculino demonstraram interesse no material proposto.
A maioria dos participantes descreveu sua renda mensal como até 3
salários mínimos (73%), seguido de 4 a 10 salários mínimos (19%) e de 10 a
20 salários mínimos (8%), classificando-se como classe D, C e B,
respectivamente.
Figura 1 – Pergunta questionário sobre renda mensal
Fonte: Acervo da autora
19
As principais atividades de lazer escolhidas pelo público-alvo, com
possibilidade de escolher mais de uma opção, foram acessar redes sociais
(87%), ler (55%), frequentar feiras e eventos da economia local (50%), ir ao
cinema (47%), e ir a shows e festas (47%).
Figura 2 – Pergunta questionário sobre tempo livre
Fonte: Acervo da autora
4.3 Proposta de Ponto de venda
De acordo com o questionário, o público-alvo do Manual possui o hábito
de comprar principalmente em livrarias( 82%) e por compra online (68%), o que
destaca a necessidade de manter os dois tipos de ponto de venda para o
produto.
20
Figura 3 – Pergunta questionário local de compra de livros
Fonte: Acervo da autora
A venda presencial tem como proposta ocorrer em livrarias de todo o
país onde o Manual seja solicitado à editora, enquanto as vendas online serão
realizadas no site da editora e o site das livrarias. A página do Facebook e o
perfil no Instagram do manual serão feitos para direcionar o cliente para o site
da editora, para que ele possa realizar a compra online, divulgando o produto
nas principais redes sociais utilizadas pelos usuários.
4.4 Proposta de promoção do material
Após o questionário direcionado ao público-alvo do produto apontar o
acesso às redes sociais como a principal atividade de lazer dos envolvidos na
pesquisa, a promoção do produto em questão ocorrerá por meio destas. As
ferramentas Facebook e Instagram, respectivamente por meio de uma página e
um perfil, serão as formas principais de divulgação do manual, que contarão
com o apoio de postagens impulsionadas nessas duas redes sociais, para
aumentar a quantidade de visualizações do material divulgado. O conteúdo a
ser divulgado nas supracitadas redes sociais, inclui:
1. Imagens do processo de desenvolvimento, fabricação e
distribuição do manual.
2. Contato por email com a autora.
3. Imagens dos eventos de lançamentos nas livrarias
21
4. Divulgação de fotos dos leitores com seus manuais, postadas
com a hashtag #manualfeitoamaos
5. Divulgação de produções artesanais no Brasil ou assuntos
relacionados
As postagens sobre o Manual serão divulgadas também no Facebook,
Instagram, site e blog da editora Ubu, como parte de seu conteúdo, assim
como dos demais livros da empresa.
A divulgação presencial do manual será feita por meio de lançamentos
em livrarias das capitais do país, a serem definidas junto com a editora, a fim
de aproximar os leitores da autora e do produto aqui trabalhado.
A divulgação no site da editora haverá não apenas a possibilidade de
compra online, mas também de conhecer mais sobre o material, através de
abas com resumo do Manual, perfil da autora, e links para a página do
facebook e do instagram
5. METODOLOGIA
Para pensar numa metodologia de desenvolvimento do manual foi
utilizado o Design Thinking como método. Esse raciocínio pouco utiliza o
pensamento abdutivo, buscando formular questionamentos através de
perguntas a serem respondidas a partir das informações coletadas durante a
observação do problema, encaixando a solução no problema (VIANA et. al,
2012).
A escolha da metodologia se baseou no fato de que o Design Thinking,
de acordo com o mesmo autor, possui seu foco no ser humano, utilizando a
multidisciplinaridade, colaboração e tangibilização de pensamentos e
processos para buscar soluções inovadoras, que é exatamente o objetivo do
Manual.
É uma metodologia versátil e inovadora para pensarmos a proposta de
outra metodologia igualmente diferente e adaptável à diferentes situações e
pessoas. Para isso, a metodologia segue as seguintes etapas: Imersão,
Análise e síntese; Ideação e Prototipação.
22
Figura 4 - Fluxograma Metodologia
Fonte: Acervo da autora
6. ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS
De acordo com o questionário, o manual possui variados públicos-alvo,
com diferentes poderes aquisitivos. Atendendo a essa diversidade, o manual
tem como proposta duas edições com especificações técnicas diferentes. Uma
é a edição comercial, mais simples, com preço acessível à estudantes e classe
B e C. A segunda é a edição de colecionador, com encadernação especial,
voltada para colecionadores e à classe A.
6.1 Edição comercial
Tamanho A5 (21 cm x 14,8 cm)
Número de páginas: 54
Margens:
Superior: 2,5cm
Inferior: 2 cm
Laterais: 1,5 cm
Encadernação tipo brochura
Capa Mole, de papel couché fosco 40 kg
23
Impressão: Colorida
Cores
Verde: R:96 G:255 B:201 / C:47 M:0 Y:36 K:0 Pantone #60FFC9
Laranja R:247 G:107 B:35 / C:0 M:72 Y:97 K:0 Pantone #F76B23
Preto R:0 G:0 B:0 / C:75 M:68 Y:67 K:90 Pantone #F00000
Rosa R:241 G:123 B:164/ C:0 M:66 Y:9 K:0 Pantone #F17BA4
Miolo: Papel Couché branco
6.2 Edição de Colecionador
Tamanho A5 (21 cm x 14,8 cm)
Número de páginas: 54
Margens:
Superior: 2,5cm
Inferior: 2 cm
Laterais: 1,5 cm
Encadernação estilo longstich, feita manualmente
Capa dura, de papel paraná, forrada com tecido sarja bordada à mão
com linha de meada para bordado
Impressão: Colorida
Cores
Verde: R:96 G:255 B:201 / C:47 M:0 Y:36 K:0 Pantone #60FFC9
Laranja R:247 G:107 B:35 / C:0 M:72 Y:97 K:0 Pantone #F76B23
Preto R:0 G:0 B:0 / C:75 M:68 Y:67 K:90 Pantone #F00000
Rosa R:241 G:123 B:164/ C:0 M:66 Y:9 K:0 Pantone #F17BA4
Miolo: Papel couché branco
24
7. PLANILHA DE CUSTOS / ORÇAMENTO
Impressão Encadernação Bordado(tecido,
linha, mão-de-
obra e
ferramentas
Mão-
de-
obra
Preço
de
venda
Comercial R$26,00 R$9,10 - R$30 R$75
Colecionador R$26,00 R$30 R$60,00 R$30 R$175
8. Avaliação CDS
8.1 Competitividade
- Proposta inovadora de metodologia para design voltada para projetos com
artesanato
- Produto que atende a uma lacuna deixada pelas metodologias já utilizadas
8.2 Diferenciação
- Design gráfico e encadernação diferenciados, que correspondem à proposta
do tema do manual, tornando-se um atrativo visual para o produto.
- Proposta de metodologia de design diferente das usuais voltada para um tipo
de projeto especifico, que valorize os dois lados do processo, o do artesão e do
designer.
8.3 Sustentabilidade
- Valorização do trabalho manual na produção do livro (bordado do projeto
gráfico)
- Inclusão do artesão como ator importante e com voz na pesquisa para
desenvolvimento do manual.
- Preço coerente com o mercado, que valorize a cadeia produtiva que
desenvolveu o produto (autora, revisores, gráfica, bordadeira)
25
REFERÊNCIAS
BORGES, Adélia. Design + artesanato: O caminho brasileiro. São Paulo:
Editora Terceiro Nome, 2011.
CANCLINI, Néstor García. As culturas populares no capitalismo. São Paulo:
Brasiliense, 1989.
COBRA, Marcos. Administração de marketing no Brasil. São Paulo, 2000.
Disponível em https://books.google.com.br/books?hl=pt-
PT&lr=&id=lC6WmnOV4kC&oi=fnd&pg=PR17&dq=composto+de+marketing+4
+ps&ots=PvC48_SF4j&sig=PLyxC5Vxksinjllr3cuIowvyNj4#v=onepage&q=comp
osto%20de%20marketing%204%20ps&f=false . Acesso em 30/10/2016
JONES, Sue Jenkyn. Fashion design: manual do estilista. São Paulo: Cosac
Naify, 2005.
KOTLER, Philip; ARMSTRONG; Gary. Princípios de marketing. São Paulo:
Pearson Education do Brasil, 2015.
MUNARI, Bruno; Das coisas nascem coisas. Tradução José Manuel de
Vasconcelos – 2 ed – São Paulo: Martins Fontes, 2008.
PAPANEK, Victor. Arquitetura e Design – Ecologia e ética. Lisboa. 1998.
PAB. Programa do Artesanato Brasileiro. Artesanato. Disponível em
<http://www.mdic.gov.br//sitio/interna/interna.php?area=4&menu=20466>.
Acesso em 29/03/2015.
PHILLIPS, Peter L. Briefing: a gestão do projeto de Design. São Paulo: Editora
Blucher, 2007.
SILVA, Emanuelle Kelly Ribeiro da. Quando a cultura entra na moda: a
mercantilização do artesanato e suas repercussões no cotidiano de
bordadeiras de Maranguape. 2011. 165f. Dissertação (Mestrado) –
Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2011.
TREPTOW, Doris. Inventando moda: planejamento de coleção. 3 ed .
Brusque: Edição da Autora, 2005
VIANNA, Maurício [et al.]. Design thinking: inovação em negócios. Rio de
Janeiro : MJV Press, 2012. Disponivel em http://portal.procenge.com.br/wp-
content/uploads/2013/05/Design-Thinking-
27
APÊNDICE
1. Entrevistas com designers
Entrevistadas:
Juliana Loss Justo
Manuela de Fátima Medeiros
Celina Cavalcanti Hissa
1) Nome completo
2) Idade
3) Descreva brevemente sua experiência com artesanato
4) Por que você começou a trabalhar com artesanato?
5) Como ocorre o processo criativo e produtivo do seu trabalho?
6) Quais as maiores dificuldades em trabalhar com artesãos e artesanato?
7) Quais são as melhores coisas em trabalhar com artesanato?
8) Qual o papel do designer em trabalhos que envolvam artesanato?
2. Questionário online para público-alvo
1) Idade
2) Sexo:
3) Qual sua renda mensal?
a) Acima de 20 salários mínimos
b) De 10 a 20 salários mínimos
c) De 4 a 10 salários mínimos
d) Até 2 salários mínimos
4) No seu tempo livre, você costuma:
a) Ler
a) Ir ao cinema
28
b) Ir a shows, festas...
c) Ir ao shopping
d) Acessar redes sociais
e) Frequentar feiras e outros eventos da economia local
5) Onde você costuma comprar livros?
a) Internet
b) Livrarias
c) Sebos
d) Feiras de produtos locais
6) Quanto você costuma gastar em um livro que seja de seu interesse
acadêmico/profissional?
a) R$ 10-50
b) R$ 50-100
c) R$ 100-150
d) R$ 150-200
7) Ocupação
8) Em qual instituição você estudou/estuda, e qual o curso?
9) Numa escala 1 a 10, qual o seu interesse por artesanato:
10) Você já desenvolveu algum trabalho que envolvesse artesanato?
11) Explique brevemente esse trabalho:
12) Você acha que a metodologia projetual ensinada no seu curso consegue
abranger de forma eficaz trabalhos que envolvam artesanato?
13) Você sentiu dificuldades relacionadas à metodologia de projeto ao realizar
esse trabalho?
14) Você estaria interessado em um manual metodológico de design para
trabalhos que envolvam artesanato?
15) Alguma observação adicional?
Portfólio CriativoTrabalho de conclusão de curso I
Mariana Santana de OliveiraOrientadora: Francisca Raimunda Nogueira Mendes
2016.2
feito à mãosMANUAL
O Manual - feito à mãos foi pensado com a intenção de propor uma metodologia nova, um novo jeito de pensar design, em união com o artesanato. Destinado à prossionais da área, sua proposta inovadora é reetida em suas pesquisas,referências e projeto gráco, conciliando de forma maleável e dinâmica, o design e artesanato.
BREVE INTRODUÇÃO
1. Designer2. Interesse em trabalhar e consumir artesanato3. Uso frequente de redes sociais4. Leitor, assíduo de livrarias 5. Frequenta feiras e eventos locais6. Shows e festas como lazer
COMPORTAMENTO
1
2
3
4
5
6
1. Fashion Design - Manual do EstilistaSue Jones2. Inventando moda - Planejamento de coleções. Doris Treptow3. Design+Artesanata - O caminho Brasileiro. Adélia Borges4. Das coisas nascem coisas. Bruno Munari5. Projeto de Produto - Guia prático para design de novos produtos. Mike Baxter
MERCADO
1
2
3
4
5
1. Linhas, agulhas, bastidor 2. Impressora3. Papel couché fosco4. Papel Paraná5. Sarja Branca6.Cola e tesoura7.Guilhotina
TECNOLÓGICO
1
24
3
5
6
7
Produtos/marcas que unem artesanato e design:1. Bolsa de crochê - Catarina Mina2. Sandália de couro da marca Vitalina3. Camisa com bordado de linha do ateliê Átomo4. Colar de cerâmica marca Uinverso 5. Vestido de renda renascença Fernanda Yamamoto6. Blusa de crochê marca Helen Rodel7. Chapéu de palha Fia-Ocina de artesãs
INSPIRAÇÃO1
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ReleaseCartela de cores e materiais
Estudo de layouts, cores, esboços, propostas, geração de alternativa e
fotograas do processo criativo
RELEASEO contraste entre o aconchego da t i p o g r a a m a n u a l c o m a praticidade e objetividade da tipograa sans serif foi o ponto de partida para o desenvolvimento do projeto gráco de um manual sobre design e artesanato. Utilizando cores vivas, o auxílio de linhas e exp lorando o potenc ia l dos espaços brancos para tornar a leitura dinâmica e ao mesmo tempo, minimalista, a experiência do Manual - Feito à mãos pretende ampl iar o conhecimento de maneira agradável aos olhos do leitor.
CORES
1. VerdeR:96 G:255 B:201 / C:47 M:0 Y:36 K:0 Pantone #60FFC92. LaranjaR:247 G:107 B:35 / C:0 M:72 Y:97 K:0 Pantone #F76B233.PretoR:0 G:0 B:0 / C:75 M:68 Y:67 K:90 Pantone #F000004. RosaR:241 G:123 B:164/ C:0 M:66 Y:9 K:0 Pantone #F17BA4
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1. Linhas, agulhas, bastidor e tecido2. Papel couché fosco3. Papel Paraná4. Sarja Branca
MATERIAIS
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ESTUDOS DE LAYOUTS
Os estudos do layout iniciaram-se com a ideia de algo que remetesse o feito à mão,o artesanal, aliando-ao conceito de praticidade,objetividade que o design se propõe a ter. Assim, a diagramação do manual teve como primeira etapa um brainstorm para a geração de ideiasque lembrassem os dois conceitos supracitados.
BRAINSTORM
MANUAL: artesanato palha mãos dedoscosturar escrever caligraa linha agulha palhabarro couro bordado tecido metal cerâmica renda
DESIGN: prático linhas ângulos círculos triângulo constraste preto e branco cores minimalista liberdade escala serifa sans-serif uxogramadireção textura verniz
ELEMENTOS DO LAYOUTMargensSup:2,5Inf:2,0Lat: 1,5
Explorar espaçosbrancos
Corpo de texto:Century Gothic/Duas colunas
Auxílio de linhas e retângulos
guiando a leitura
Century Gothic Bold Caixa alta
para títulos e elementos
de destaque
ELEMENTOS DO LAYOUT
A proposta de contemplar caligraas manuais pode ser vista no layout do Manual. Foram coletadas caligraas de pessoas de todo o Brasil, que no projeto, aparecem nas páginas iniciais do manual
PROCESSO CRIATIVO
1. Pesquisa presencial em livrarias, explorando referências. 2. A diagramação desenvolvida no software Adobe InDesign3. Coleta de caligraas de pessoas diversas com a palavra «manual»
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Desenvolvimento gráco da marcaEmbalagem
Peça publicitáriaRedes socias
SiteProdutos grácos promocionais
DESENVOLVIMENTO GRÁFICO DA MARCA feito à mãos
feito à mãos
feito à mãos
MANUAL
MANUAL
MANUAL
MANUAL
A identidade visual da marca se encaixa no conceito de «marcas mutantes», ou seja, logos que mudam sua forma de acordo com o uso. No caso do Manual - Feito à mãos, a maleabilidade da marca se identica com a ideia da metodologia do livro e a adaptação que ela propõe.
TIPOGRAFIA
CENTURY GOTHIC BOLD (CAIXA ALTA)
ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ
0123456789
Century Gothic Regular
ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ
abcdefghijklmnopqrstuvwxyz
0123456789
Arsenale whiteABCDEGFHIJKLMNOPQRSTUVWXYZabcdefghijklmnopqrstuvwxyz
Utilizada na logo com contorno e sombra que variam as cores entre rosa,laranja e verde, dando noção de tridimencionalidade,a Century Gothic Bold confere praticidade e objetividade à identidade do Manual. É usada no peso bold e em caixa alta proporcionando força à marca.O versão da fonte em peso regular é utilizada no corpo de textoe informações extras como nome da autora e descrição do manual.
A fonte Arsenale White remete à caligraa manual, com diferenças entre tamanho e forma irregular. É usada para lembrar o aconchego dos trabalhos feitos à mão. Seu uso foi limitado por não ter tanta legibilidade quanto à outras fontes, usada em detalhes pequenos
CORES
As cores utilizadas(verde, rosa e laranja), que se repetiram ao longo da diagramação, foram cores vivas, que variam entre frias e quentes, e que representam a diversidade artesanal, em tons que se opões mas que são harmoniosos quando combinados. O preto foi usado para oferecer contraste no corpo de texto com fundo branco.
REDES SOCIAIS
feito à mãosMANUALMANUAL
Manual -Feito à mãos
Guia Metodológico para design e artesanato
Editora Ubu
feito à mãosMANUALMANUAL
Manual - Feito à mãos
Guia metodológico para design e [email protected] NOW:www.editoraubu.com.br/manualfeitoamãos
manualfeitoamaos
REDES SOCIAIS
SITE
Mariana Santana
Mariana Santana e Francisca Mendes
Mariana Santana
Ubu
Manual - Feito à mãos
Guia metodológico para design e artesanato
EMBALAGEM
feito à mãosMANUALMANUAL
EcoBag(para compras online)
Tecido Murinho
Serigraa
Papel kraft estampado
35c
m
25c
m 35cm
20cm
Envelope
PRODUTOS GRÁFICOSPROMOCIONAIS
feito à mãosMariana Santana
Designer e escritora+55 085 00000-0000
Editora Ubu+55 085 00000-0000
@manualfeitoamaos
/manualfeitoamaos
MANUAL
Cartão de visita/ Marca-página
Manual Feito à mãos: Guia metodológico para design e artesanato
ConteúdoMariana Santana de Oliveira
RevisãoFrancisca Raimunda Nogueira Mendes
Diagramação e CapaMariana Santana de Oliveira
Impressão e acabamentoOriginal Gráica e It’s Cat Book
Copyright © 2016 Mariana SantanaTodos os direitos reservados. Proibida a reprodução deste manual
por quaisquer meios existentes, sem a autorizaçãoescrita da autora, salvo em breve
citações, com indicações da fonte.
MANUALfeito à mãos
Mariana Santana
Guia metodológico para design e artesanato
MANUAL
SUMÁRIOINTRODUÇÃO CONHECER PESSOAS TEMPO LUGAR PROCESSOS CLASSIFICAÇÃO MOTIVO FAZER IMERGIR CRIAR EXPERIMENTAR PRODUZIR AVALIAR COMPARTILHAR QUALIDADE SUSTENTABILIDADE VALOR SIMBÓLICO DEDICAÇÃOFINALIZAR
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Este é principalmen-te, um convite. Um convi-te para pensarmos juntos, para fazermos juntos. Obser-var que todo trabalho arte-sanal é coletivo, ensinado com paciência pela mãe, o pai, a tia, uma vizinha, que passaram um pouquinho dos seus saberes para quem tinha sede de aprender. Uma dupla, que se tornou um trio, que se tor-nou um grupo, e que saiu por aí disseminando co-nhecimento, identidade e coletividade mundo à fora.Independente da téc-nica, o fazer junto possi-bilitou trocas, que multi-plicaram possibilidades para os envolvidos. Nesse contexto, sa-ber ouvir, se colocar no lu-gar do outro e entender sua necessidade, é mais que uma característica es-
sencial de um designer no mundo em que vivemos, é o dever empático de todos, respeitando e ampliicando o que o próximo tem a dizer, como se fosse ele mesmo. O design muitas vezes nos lembra que sua função é “criar soluções”, se adap-tar a todas as situações. Entretanto quando traba-lhamos com artesanato, muitas vezes esquecemos que devemos nos adaptar às condições de um lugar, para propor-lhe melhorias. O que acaba ocor-rendo é a imposição de valores industriais, de pro-dução em série e aliena-ção do trabalhador, à um fazer artesanal orgânico, totalmente ligado ao co-tidiano de quem o faz, à seus hábitos, à sua famí-lia. Nesse momento deve-mos pensar onde nossos
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INTRODUÇÃO
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métodos estão errando. Convido-o a buscar comigo um caminho para compreender o artesa-nato e todos aqueles que estão envolvidos e repre-sentados por essa cadeia produtiva. O caminho é maleável, podendo mu-dar de acordo com a ne-cessidade de cada um, de cada demanda, de cada tipologia artesanal. É nesse traçar de rotas onde reside a necessidade de
caminharmos juntos, de re-ver conceitos, de ver o que o outro não está vendo, de decidir junto como che-gar ao objetivo desejado. Indo além de proje-tar uma peça, ou a meto-dologia que nos levará ao produto inal, é compreen-der que o processo deve estar a disposição de quem constrói o resultado, para que este continue reletin-do de forma sadia as pes-soas e as mãos que o fez.
Todos os dias, conhe-cemos pessoas e coisas novas. Após uma apresen-tação rápida, a tendência natural é querer saber mais sobre aquela novidade: quem ela é, como e quan-do ela acontece, onde ela ocorre, por quê existe. Quando começa-mos um projeto, nossa re-ação é bem semelhante. Buscamos pesquisar mais a respeito sobre nosso novo objeto de trabalho.Quando ele envolve um
determinado trabalho arte-sanal, devemos conhecer não apenas o produto inal, mas as pessoas, a comu-nidade, a matéria-prima, a economia local, heran-ça cultural e tudo o que se relaciona a ele. Nestor Garcia Canclini nos lembra que o artesanato deve ser compreendido como um processo e não somente como um resultado. Pen-semos junto em tudo o que normalmente envolve o ar-tesanato:
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PESSOASQuem faz
TEMPOQuando faz
LUGAROnde faz
PROCESSOComo faz
MOTIVOPorque foi feito
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PESSOAS Tudo o que já foi feito, foi feito por alguém. Conhe-cer o artesão que desen-volve determinada peça é mostrar quem aquele obje-to transporta. Nele foi gas-to tempo, processo criativo para desenvolvê-lo e mãos habilidosas que se preocu-param com cada detalhe. O trabalho artesanal
é mais próximo da pessoa que o faz do que o produ-to industrial. A produção na maioria das vezes ocorre na casa do artesão, ou em um ambiente familiar, o que im-plica em um processo que depende da rotina da casa, incluindo tarefas domésti-cas, ilhos, marido/esposa ou um outro trabalho ixo.
ARTESÃO
FAMÍLIATRABALHOAMIGOS
CASALAZER
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TEMPO
O trabalho manual possui um ritmo de produ-ção singular. Como o seu nome explica, ele depende das mãos para acontecer, e diferente de uma máqui-na industrial, esse membro possui limitações. Sujeito ao cansaço, fadiga, as mãos são relexo do pensamento humano, que comanda a
produção de cada peça. O esmero empregado nes-se trabalho é muitas vezes proporcional ao tempo produtivo, que costuma demorar mais, atribuindo um valor maior aos pro-dutos. Isso deve ser leva-do em consideração na sua divulgação e preço, como falaremos adiante.
MANUAL
INDUSTRIALHORÁRIO FIXOFOCO NA QUANTIDADERITMO DA MÁQUINA
HORÁRIO FLEXÍVELFOCO NA QUALIDADE
RITMO DO ARTESÃO
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LUGAR
O espaço onde uma atividade artesanal acon-tece abriga muito mais do que uma simples demarca-ção territorial. As relações estabelecidas ali e o senti-mento de pertencimento ao lugar, reletem direta-mente no produto inal. Es-tudar previamente o local e conhecer um pouco mais sobre a dinâmica, contribui-rá para o desenvolvimento de uma coleção que relita profundamente sua origem, contruibuindo para o de-senvolvimento local e a au-to-estima de quem vive ali.
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Nos cursos de design e moda, o aluno passa por inúmeras disciplinas sobre como produzir uma peça. Noções de modelagem, montagem, tipos de ma-teriais, são requeridas para que se adeque a criação com a realidade de seu uso. Para planejar um produto, é essencial saber quais eta-pas são necessárias para chegar ao produto inal.
PROCESSO
Quando voltamos esse estu-do pro artesanato, o know--how pertence ao artesão. Ainda que não se do-mine a técnica da mesma maneira que ele, compre-ender (e respeitar) o fazer à mão é necessário para que novas criações se baseiem em técnicas já existentes mas com possibilidade de inovação e otimização.Para isso, o designer precisa:
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1.Determinar a TIPOLOGIA ARTESANAL 2.Conhecer a METODOLOGIA3.Informar-se sobre a MATÉRIA-PRIMA4.Identiicar as DIFERENTES TÉCNICAS
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CLASSIFICAÇÃO
Classiicar signiica deinir diferenças entre as coisas e organizá-las em categorias, tornando mais fácil compreender as es-peciicidades. Os diferentes tipos de artesanato são de-inidos pela matéria-prima, destino, forma de produ-ção e origem, que formam diversas ideias de classiicar um objeto a partir de como ele foi feito. Conhecer as características de cada tipo artesanal permite lidar de forma consciente com as possibilidades e limitações que aquele objeto ofere-ce, além de situá-lo diante de produções semelhantes.
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CATEGORIASARTE POPULARATIVIDADES QUE CARACTERIZAM O MODO DE VIVER DE UM POVOTRABALHOS MANUAISPRODUTOS FEITOS COM MOLDES E PADRÕES DEFINI-DOSPRODUTOS ALIMENTÍCIOS (TÍPICOS)PROCESSADOS POR MÉTODOS TRADICIONAIS EM PEQUENA ESCALAINDUSTRIANATO/SOUVENIRPRODUZIDOS INDUSTRIALMENTE MASEXPRESSAM IDENTIDADE CULTURAL ARTESANATOARTEFATOS FEITOS MANUALMENTE POR UM ARTESÃOQUE DOMINA TODO O PROCESSO. USO ADORNOS E ACESSÓRIOS DECORATIVO EDUCATIVO LÚDICO RELIGIOSO UTILITÁRIO
MATÉRIA-PRIMAMINERALVEGETALANIMALMINERAL+VEGETAL+ANIMAL-RECICLÁVEL/REAPROVEITÁVELNATURALPROCESSADA
20 Fonte: Termo de Referência- Atuação do Sistema SEBRAE no Artesanato
A tradição que en-volve o artesanato é uma de suas características mais fortes. Antes de pro-por mudanças, deve-se estudar como surgiu aque-la atividade, se já houve experiências com design, se foram boas ou não. Essa é uma manei-ra de compreender suas feições atuais, e interagir de forma eicaz com seus mecanismos. É deinir ca-racterísticas próprias, e não apenas aplicar um modelo de produção para todas as situações, independen-te de seus antecedentes.
MOTIVO
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IMERGIR O contato inicial proposto no capitulo an-terior foi necessário para introduzir a interação em que pensaremos agora. Entender PESSOAS, LUGAR, TEMPO, PROCESSOS e MO-TIVOS de uma atividade artesanal representa um estudo do que aquela pro-dução vive ou já viveu. Entretanto, este é um saber supericial para um trabalho que tenha em mente a melhoria da-quele artesanato e das pessoas que o fazem.
PARA INTERAGIR É NECESSÁRIO
IMERGIR
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A primeira etapa dessa imersão é investigar e incorporar as necessida-des daquela produção, avaliando o motivo do design ser requisitado ali. A maioria das meto-dologias de design iniciam seu passo a passo com a identiicação de um proble-ma. A necessidade é o que motiva e guia o projeto, e durante todo o desenvolvi-mento, ela deve ser lembra-da para que não se perca o objetivo real do projeto.
NECESSIDADE
OBJETIVOS
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Na formulação de um objetivo para o pro-jeto, é essencial lembrar que as implicações do de-sign vão muito além da criação de um produto. Quando trabalhamos com artesanato, a inluên-cia da produção e de seu re-sultado inal afeta de forma ainda mais próxima o espa-ço e a vida dos envolvidos. Como designer, manter uma postura críti-ca perante as consequên-
cias do processo e quem ele irá afetar é importante para que o objetivo princi-pal do projeto se mante-nha até a sua conclusão. Os objetivos podem variar entre modernizar téc-nicas, renovar os produtos, organizar a produção de acordo com novas ten-dências de mercado, entre outros, contanto que te-nham em mente beneiciar as pessoas e o ambiente em que ele acontecerá:
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O QUE MOTIVOUESSE PROJETO?
QUAL O MEU PAPELNESSE PROJETO?
PARA QUEM FOI FEITOESSE PROJETO?
QUAIS AS CONSEQUÊNCIASPARA O AMBIENTE?
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Assim, passamos a enxergar no papel do designer a possibilidade de propor uma mudan-ça, que será absorvida pelos artesãos e demais envolvidos no processo. Observe que a modi-icação deve ser pensada no artesão e em seu traba-lho, de forma independen-te. Essa ideia deve ser man-tida durante todo o projeto, para que a evolução do tra-balho não dependa do de-signer, e sim dos artesãos.
O DESIGNER NÃO É A MUDANÇA MAS A
PROVOCAÇÃO DA MUDANÇA
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O ato de criar, mui-tas vezes pensado como uma atividade centrada na igura do estilista/desig-ner, é questionado diante dos novos parâmetros do mundo em que vivemos. Em um projeto desen-volvido de forma COLETIVA, a criação deve ser dividida, compartilhada, somando
experiências de várias pes-soas. Descartando a ideia de que o designer traz a peça e o artesão executa, a criação deve ser encara-da como uma possibilidade de troca. Explorar referên-cias e inspirações junto com o artesão é um processo rico que o trabalho arte-sanal pode proporcionar.
CRIAR
ARTESÃO
DESIGNER
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TENDÊNCIASTECIDOSFORMAS
CORES AVIAMENTOS
TEMAS
Os elementos acima, que compõem as referên-cias de qualquer projeto de design e moda, busca-das em sites, revistas, blogs, personalidades, livros, arte, músicas, serão pensados e discutidos em conjunto, pos-sibilitando ao artesão apre-sentar suas próprias referên-cias, ideias e suas reações diante de novas propos-tas. É essencial que o arte-são se reconheça naquele produto. As peças desen-volvidas irão representá-lo.
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O DESIGN FEITO PARA QUEM NÃO É DESIGNER
O design deve ser projetado para facilitar o processo não apenas para o designer, mas para to-dos. A atenção aos peque-nos momentos do projeto é imprescindível para que ele funcione em conjunto. Quando trabalhamos com artesãos, devemos ter em mente que a paciência e boa vontade que eles pos-suem em acolher as ideias e compartilhar suas técni-cas devem ser recíprocas. Para isso, é necessá-ria a consciência de que impor uma metodologia do design para uma pro-jeto que não funciona na lógica industrial é inviável.
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1. Entenda, respeite e adapte a demandas à METODOLOGIA do artesão
2. Não imponha um RITMO industrial à produção
3. Evite TERMOS TÉCNICOS
4. Ao utilizar FICHAS TÉCNICAS, torne-as claras e adaptadas ao projeto
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Assim, como deten-tores da habilidade técnica de todas as etapas de uma peça, o artesão é respon-sável por aprovar a VIABI-LIDADE dos novos produtos. Assim como na indús-tria, novos produtos estão sujeitos à rejeição. Cabe à equipe, juntos, decidir se vale a pena insistir na ideia inicialmente recusada. É importante regis-trar que, as novas pro-postas, técnicas e ma-
EXPERIMENTAR
teriais não devem ser desencorajados perante a possibilidade do erro, pelo contrário: o momento de ex-perimentar, testar e conhe-cer, é agora, na criação. Esse exercício possibi-litará o aprendizado ao lon-go do tempo, conhecendo o que pode funcionar ou não com aquela produ-ção. Ao se pensar junto e propor novas ideias, elas estão sujeitas à rejeição, devido à vários fatores:
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DIFICULDADE DE EXECUÇÃO
REJEIÇÃO DO ARTESÃO
MATERIAL INADEQUADO
LIMITAÇÕES DA TÉCNICA
IDEIAS QUE NÃO SE APLICAM À TIPOLOGIA
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PRODUZIR Deinidas as cria-ções e veriicada sua viabilidade, é hora de por as ideias em prática. O acompanhamen-to do designer nesse mo-mento é importante para lembrar dos objetivos da produção, e garantir um padrão de qualidade do produto, que deve ser compartilhado por todos. Trabalhar no gru-po a ideia de qualidade e os ideais da produção é essencial para que to-dos participem e contri-buam com esse processo
A IDEIA DE QUALIDADE
DEVE SER DIVIDIDA
POR TODOS35
O tempo produti-vo é mais uma vez, um assunto importante a ser trabalhado. Uma fábrica rende milhares de produ-tos por dia. A fabricação em larga escala relete um nível de produtivida-de que não se adequa às mãos humanas. O padrão artesanal é deinido por uma pessoa que domina to-
das as etapas da produção. Com alta deman-da, é comum o erro de forçar o artesão a traba-lhar de forma desgastante para que o prazo, e con-sequentemente a meta produtiva, seja alcançada. Isso pode comprometer a qualidade do produto i-nal e o ritmo do artesão.
ADEQUAR OS PRAZOS AO ARTESÃO É EVITAR UM COLAPSO PRODUTIVO
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CRESCIMENTO DA PRODUÇÃO
X PRAZOS
REMANEJAR HORÁRIOS DE TRABALHO COM O ARTESÃO
CONTRATAR MÃO DE OBRA EXTRA
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AVALIAR Para analisar o re-sultado inal de um pro-jeto, devemos voltar ao seu início, e acompanhar o seu desenvolvimento. Em qualquer traba-lho, avaliar não somen-te o resultado inal, mas o processo para atingi--lo, é indispensavel para a qualidade do mesmo e a garantia de que os ob-jetivos foram cumpridos.
Os objetivos iniciais podem ter se modiicado ao lon-go do projeto, e é opre-ciso analisar se tais mu-danças foram positivas. É o momento de olhar o trabalho como um todo, sendo possível veriicar erros e corrigÍ-los, antes de sua distribuição e divulgação. Alguns questiona-mentos podem contri-buir para esse propósito:
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OS OBJETIVOS INICIAIS SE MANTIVERAM?
AS MUDANÇAS REALIZADAS FORAM, AFINAL, POSITIVAS?
QUAIS OS BENEFÍCIOS QUE O PROJETO TROUXE PARA
OS ARTESÃOS E O LOCAL DE PRODUÇÃO?
QUEM CONSTRUIU A COLEÇÃO, SE IDENTIFICA
COM ELA?
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Contar uma histó-ria. A história de uma tradi-ção antiga e de uma nova produção, pensada cole-tivamente para o agora. História de um lugar, das pessoas por trás do fazer. Para contá-la, foi pre-ciso conhecer seus persona-gens, onde ela acontecia, como acontecia. Foi ne-cessário imergir nela, como um de seus protagonistas. A divulgação de uma
coleção artesanal deve se-mear todas as coisas boas que ela possui. Seja por meios de comunicação an-tigos ou recentes, compar-tilhar a origem, o processo e os frutos da produção, são maneiras de valorizá-la. Muito além de ter como o objetivo vender, contar sobre a produ-ção é enaltecer o traba-lho dedicado de quem fez, à mão, essa historia. Cada produção possui singularidades que podem ser compartilha-das para enaltecê-las .
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O produto artesa-nal é feito por uma pes-soa, que domina todas as etapas da produção. O artesão conhece to-dos os processos de uma peça e tem consciência sobre como unir o pas-so a passo produtivo. A qualidade do artesa-nato se destaca peran-te o produto industrial por ter atenção aos detalhes, e dedicação ao desenvolvimento.
A coleta de ma-téria-prima é realizada, em sua maioria, no lo-cal de produção, como um produto da região. A mão-de-obra, muitas vezes familiar, pode ser responsável pelo susten-to de várias famílias. A produção artesanal se encaixa como atividade sustentável exatamente por ser uma cadeia pro-dutiva que se mantém, explorando de forma consciente o ambiente e pessoas envolvidas.
QUALIDADE
SUSTENTABILIDADE
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O sentimento de pertencimento que o artesanato oferece é cada vez mais procura-do no mercado atual. A homogeneiza-ção dos produtos indus-triais perante à produ-ção globalizada, tem provocado uma rea-ção inversa a essa cor-rente, que procura em produtos únicos, com pequenas quantidades e agregados de histó-ria, valor social e local.
Em comparação ao produto industrial, o artesanato encontra-se em desvantagem quan-do falamos sobre tem-po, valor e quantidade. A indústria pro-duz muito mais em me-nos tempo, num cus-to por unidade muito menor. Um obstáculo que para a promoção do produto, pode se tornar um benefício. Divulgar o quão especial é um produ-to feito à mão, em um tempo que respeita o ritmo do trabalhador e que produz peças sin-gulares, faz o consumi-dor entender porque o produto artesanal é mais caro e porque vale a pena investir nele.
VALOR SIMBÓLICO
DEDICAÇÃO
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O design se reinven-ta a cada instante. Seus métodos, técnicas, prois-sionais, produtos, acom-panham essa mudança. O tempo corre desenfrea-damente nos dias de hoje, e uma pausa às vezes é mais do que necessária. Ter atenção à forma como interagimos com o artesanato é aprender com ele. É prestar atenção em cada etapa, se dedican-do aos detalhes, à intera-ção das pessoas que estão criando algo novo. Parar e analisar o que estamos fazendo, como estamos fazendo, e os efeitos das nossas práticas é saudável para entender o impac-to que causamos. Este é o proposito desse manual. O passo a passo aqui apresentado é maleável, e assim deve ser. Cada situa-
ção, cada comunidade e cada artesão pede a adap-tação dos métodos de acordo com suas especiici-dades, e uma metodologia deve seguir essa máxima. A capacidade do design se adaptar deve estar à ser-viço dos que fazem o arte-sanato, e não o contrário. A identidade e sen-timento de pertencimen-to que o artesanato possui é cercada de tradição, mas está sempre em cons-tante mudança, sujeita a intervenções e avanços. As melhorias que o design pode proporcio-nar são inúmeras, e bus-car uma visão critica sobre o processo e quem essas mudanças estão afetan-do nos torna conscien-tes sobre o impacto que causamos, nos torna ver-dadeiramente designers.
FINALIZAR
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FAZER
CONHECER
COMPARTILHAR
IMERSÃOIDENTIFICAÇÃO DE
NECESSIDADESDEFINIÇÃO DE OBJETIVOS
QUESTIONAMENTOS SOBRE O PROJETOCRIAÇÃO
Pesquisa e troca de referências SIMPLICAÇÃO DO PROCESSO
EXPERIEMENTAÇÃO E DEFINIÇÃODA VIABILIDADE
PRODUÇÃO Prazo e qualidade
AVALIAÇÃO DO PROJETO
PESSOASTEMPOLUGAR
PROCESSOMOTIVO
DIVULGAÇÃO DO PROJETO
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Mariana Santana de Oliveira, 22 anos, é natural de Campina Grande-PB e graduanda do curso de Design-Moda da Universi-dade Federal do Ceará. Foi bolsista do Programa de Educação Tutorial, onde desenvolveu atividades re-lacionadas à pesquisa, en-sino e extensão. Atualmen-te é estagiária da marca de lingerie Linge e uma das de-signers do projeto Fia - Oi-cina de artesãs, da cidade de Sobral - CE. O interesse em artesanato, metodo-logia, cultura, e design, foi o motivo para o desenvol-vimento do Manual - Feito à mãos, como um de seus trabalhos de conclusão de curso de graduação.
SOBRE A AUTORA
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BORGES, Adélia. Design + artesanato: O caminho brasilei-ro. São Paulo: Editora Terceiro Nome, 2011.CANCLINI, Néstor García. As culturas populares no capi-talismo. São Paulo: Brasiliense, 1989.JONES, Sue Jenkyn. Fashion design: manual do estilista. São Paulo: Cosac Naify, 2005.MUNARI, Bruno; Das coisas nascem coisas. Tradução José Manuel de Vasconcelos – 2 ed – São Paulo: Martins Fontes, 2008.PAPANEK, Victor. Arquitetura e Design – Ecologia e ética. Lisboa. 1998.PAB. Programa do Artesanato Brasileiro. Artesanato. Dis-ponível em <http://www.mdic.gov.br//sitio/interna/inter-na.php?area=4&menu=20466>. Acesso em 29/03/2015.SILVA, Emanuelle Kelly Ribeiro da. Quando a cultura entra na moda: a mercantilização do artesanato e suas reper-cussões no cotidiano de bordadeiras de Maranguape. 2011. 165f. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2011.TREPTOW, Doris. Inventando moda: planejamento de coleção. 3 ed . Brusque: Edição da Autora, 2005VIANNA, Maurício [et al.]. Design thinking: ino-vação em negócios. Rio de Janeiro : MJV Press, 2012. Disponivel em http://portal.procenge.com.br/wp-content/uploads/2013/05/Design-Thinking-- Inova%C3%83%C2%A7%C3%83%C2%A3o-em-Ne-g%C3%83%C2%B3cios.pdf. Acesso em:30/10/2016
BIBLIOGRAFIA