universidade federal de sÃo carlos campus … · ... o morango e a alcachofra, os quais ......
TRANSCRIPT
1
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS CAMPUS SOROCABA
CURSO DE BACHARELADO EM TURISMO
PLANO DE DESENVOLVIMENTO TURÍSTICO DO MUNÍCIPIO DE PIEDADE/SP VOL. 2 – PROJETOS TURÍSTICOS
SOROCABA 2014
2
Sumário
Apresentação ........................................................................................................................ 3
1. Projeto Nº1 – Circuito Gastronômico ............................................................................. 4
2. Projeto Nº2 - Mirante .................................................................................................. 23
3. Projeto Nº3 - Orquidário .............................................................................................. 50
4. Projeto Nº4 – Sinalização Turística Básica ................................................................. 65
5. Projeto Nº5 – Revitalização da Rodoviária e da Central de Informações Turísticas ... 83
3
Apresentação
Os Projetos Turísticos, presentes neste volume do Plano de Desenvolvimento
Turístico de Piedade, foram realizados junto às disciplinas de Planejamento Turístico II e
Projetos Turísticos II, ministradas no segundo semestre de 2014, pelos professores Dra.
Beatriz Veroneze Stigliano e Dr. Thiago Allis, respectivamente, com suporte da disciplina
Marketing Turístico, ministrada pela professora Dra. Telma Darn e executados pelos alunos
do 6º período – 3º ano – do curso de bacharelado em Turismo da Universidade Federal de São
Carlos – campus Sorocaba.
A partir do inventário turístico do município de Piedade, assim como seu diagnóstico,
desenvolveram-se reflexões acerca dos potenciais e necessidades relacionadas às ofertas
turísticas de Piedade. Dessa forma, foram desenvolvidos projetos que corrigissem,
incentivassem e alavancassem o desenvolvimento turístico do município.
Os projetos foram desenvolvidos com enfoque prioritário em locais públicos. Assim, a
divisão dos cinco projetos apresentados está presente em âmbitos de interesse geral, atingindo
alguns setores fundamentais para o turismo de Piedade. Para isso, foram utilizadas figuras de
interpretação do patrimônio do munícipio, que buscam criar e explorar uma identidade,
referindo-se, principalmente, às áreas naturais e rurais, aos produtos agrícolas e aos locais de
circulação e uso turístico.
4
1. PROJETO Nº 1 – CIRCUITO GASTRONÔMICO Integrantes: Ana Cláudia Machado, Ana Carolina Machado, Gabriela Fávaro, Beatriz Furlan, Paula Rosa Dolfini, Évelin Fernandes, Suzane Cazonato, Thaís Polverini.
1.1. Introdução
O município de Piedade está localizado no estado de São Paulo, na região
metropolitana de Sorocaba (RMS), e possui cerca de 60 mil habitantes. Sua economia é
predominantemente agrícola, sendo que a cultura em pequenas propriedades é a mais utilizada
para o cultivo de diversos produtos. Dentro dos produtos cultivados, podem ser citados a
castanha, o caqui, a cebola, o morango e a alcachofra, os quais têm produção nos períodos
compreendidos, respectivamente, nos meses de janeiro, março a maio, julho, agosto e
setembro a outubro.
Assim, o trabalho expõe a possibilidade da criação de um calendário gastronômico,
composto por tais produções em diversos meses do ano, sendo um instrumento plausível para
tentar evitar a sazonalidade da atividade turística no município, além de promover a
multifuncionalidade e pluriatividade da agricultura associada às propriedades rurais e
estabelecimentos de alimentos e bebidas participantes.
Diante dessa variedade, o projeto criado é intitulado como Circuito Gastronômico e
funcionará com uma integração entre o calendário de eventos da cidade, a época de colheita
dos respectivos produtos e a criação de novos roteiros, que possibilitarão a degustação de
pratos específicos nos restaurantes e, inclusive, a oportunidade de conhecer as propriedades
participantes.
Assim, esse projeto contará com uma descrição pormenorizada dos novos materiais
que serão criados para a concretização do circuito, os objetivos a serem atingidos, o
orçamento dos materiais, enfim, algumas características relevantes para a estruturação de um
evento que pode maximizar o fluxo de turistas e, inclusive, o fluxo econômico da cidade.
1.1.1. Tema
5
O tema do projeto apresentado é Circuito Gastronômico, que busca integrar os
produtos agrícolas cultivados, consumidos e vendidos no município de Piedade, com a
possibilidade de conhecer as propriedades agrícolas e os restaurantes participantes desse
projeto de diversas maneiras.
O Circuito Gatronômico pode promovera prática de atividades de Turismo Rural e
Gastronômico nas propriedades, com a vivência direta ao cultivo e manejo dos produtos
agrícolas e ao cotidiano familiar, além da experiência gastronômica diferenciada e inusitada
que o turista ou visitante pode realizar. Dessa forma, será possível receber turistas o ano
inteiro evitando, assim, a sazonalidade, e promovendo a divulgação direta e indiretamente do
município para outras diversas regiões.
1.1.2. Objetivos
Os objetivos desse projeto são:
Aumentar o fluxo de turistas nos eventos oferecidos pelo município;
Conhecer os restaurantes e as propriedades envolvidos no projeto;
Evitar a sazonalidade da atividade turística;
Promover a integração entre os turistas e a comunidade local;
Promover a integração entre a comunidade local, o setor público e o setor privado
ligados direta ou indiretamente à atividade turística do município;
Desenvolver a cultura gastronômica local, focando na diversidade agrícola pertencente
ao município.
1.1.3. Procedimentos Metodológicos
Os procedimentos metodológicos para a formatação deste projeto foram, em geral,
baseados na pesquisa bibliográfica e levantamento de dados. Isso foi concretizado com a
utilização de materiais de pesquisa, como documentos oficiais e utilização de dados
fornecidos pela Prefeitura Municipal de Piedade, a utilização do Inventário Turístico de
Piedade (elaborado pelos discentes do 6º semestre do curso de Turismo da UFSCar Sorocaba
6
e finalizado no ano de 2014, pela orientação da Prof.ª Dr.ª Beatriz Veroneze Stigliano), além
de diálogos e entrevistas realizadas com indivíduos envolvidos com a agricultura local do
município e agentes municipais, contando também com o auxílio de proprietários de
estabelecimentos de alimentos e bebidas de Piedade. Por fim, é importante destacar, também,
que foram buscados exemplos de circuitos turísticos de sucesso, para a comprovação da
validade deste projeto, assim como de seu grande potencial.
A proposta do Circuito Gastronômico é também complementada com a ideia da
realização de concursos culinários entre os restaurantes e propriedades, visando a escolha do
melhor prato típico de determinado produto vigente naquele período de colheita. Isso estimula
a participação dos estabelecimentos de alimentos e bebidas no Circuito Gastronômico, além
de fornecer uma alternativa de inserir a atividade do circuito dentro do contexto do município,
associando com a interatividade de residentes, visitantes e turistas.
1.1.4. Justificativa
O município de Piedade possui grande potencial para o desenvolvimento do Turismo
Rural e também do Turismo Gastronômico, devido ao fato de possuir em todos meses do ano,
algum produto em época de colheita. O alinhamento dos dois segmentos turísticos,
juntamente com o setor de eventos, originou o projeto em questão, no qual, caso efetivado,
aproximará os turistas/visitantes e a comunidade local por meio da apreciação de pratos com
produtos da região nos restaurantes participantes, além das visitas às propriedades rurais que
produzem os produtos envolvidos no projeto do Circuito Gastronômico.
Dessa forma, os visitantes poderão conhecer a cultura gastronômica de Piedade em
qualquer época do ano ou, ainda, marcar a sua viagem no período de colheita do produto
desejado, bem como desfrutar de outras riquezas que o município possui além da
gastronomia, fomentando o desenvolvimento do turismo em Piedade e beneficiando tanto os
produtos e empresários locais quanto os visitantes/turistas que possuirão mais opções de lazer
e entretenimento na cidade, o que acarretará em indicações para amigos, parentes e
conhecidos, gerando a propaganda “boca a boca” de forma a atrair maior quantidade de
turistas.
Além disso, este projeto pode ser vislumbrado como uma oportunidade de
consolidação da imagem da cidade de Piedade com estes produtos, de maneira que, sempre
7
que algum destes aparecer no imaginário de algum visitante ou turista, a cidade seja
referenciada de alguma maneira.
1.1.5. Referencial Teórico
O Circuito Gastronômico enaltece um diferencial no que diz respeito à variedade de
produtos agrícolas produzidos em Piedade. Dessa forma, é possível verificar o seu potencial
no Turismo Rural, em que podem ser realizadas desde visitas às propriedades rurais até a
apreciação de pratos específicos nos restaurantes da cidade.
De acordo com Mathieson e Wall (1982), o turismo pode ser definido como um
movimento provisório de pessoas, por períodos inferiores a um ano, para destinos fora do
lugar de residência e de trabalho. As atividades empreendidas durante a estada e as facilidades
são criadas para satisfazer as necessidades dos turistas. Durante a realização do Inventário
Turístico da cidade de Piedade, pudemos observar que o segmento de turismo que prevalece
no município é o Turismo Rural, que segundo o Ministério do Turismo, é o conjunto das
atividades turísticas desenvolvidas no meio rural, comprometidas com a produção
agropecuária, agregando valor a produtos e serviços, resgatando e promovendo o patrimônio
cultural e natural da comunidade. Não só as propriedades, mas também os produtos existentes
no meio rural, podem ser uma oportunidade tanto para os turistas, quanto para os moradores
locais. No caso de Piedade, alimentos in natura, como a alcachofra, o morango, a cebola,o
caqui, a castanha, entre outros.
A castanha portuguesa é uma das principais culturas do município de Piedade. Sua
safra se estende de novembro a maio. Seu fruto é formado em média, por três sementes
comestíveis, as amêndoas, que possuem coloração creme e são revestidas por uma membrana
de cor castanha. Quando o fruto amadurece, o “ouriço” cai e se abre no chão, expondo as
castanhas, que deverão ser desprendidas com muito cuidado em sua manipulação.
Assim como a castanha, o caqui também é chave importante do Circuito
Gastronômico e um dos principais frutos produzidos na cidade. Rico em vitaminas A e C, o
fruto contém ferro, fibras, proteínas e cálcio além de apresentar efeito antioxidante no
organismo. Sua colheita inicia-se no começo de março, e há cada vez maiores variedades de
alimentos feitos com o produto.
O morango por sua vez exige temperaturas mais amenas e os meses de sua colheita
vão desde agosto a setembro. Uma alternativa encontrada pelos produtores de Piedade para
reduzir ações de fungos e pragas, melhorar a qualidade do fruto e ampliar o período safra é o
8
cultivo pelo sistema semi- hidropônico. Com as melhorias no produto, consequentemente há
melhorias e ampliação de sua oferta turística.
A cebola fonte de vitaminas C, ferro, potássio, fósforo e cálcio apresenta seu período
de safra entre os meses de setembro a março, todavia a hortaliça pode ser encontrada o ano
todo. Segundo a Secretaria de Agricultura de Piedade, a cidade já foi conhecida como a
capital da cebola e atualmente quer recuperar esse espaço e “título” investindo em novas
tecnologias de lavoura.
A época da alcachofra vai de agosto a setembro. Além do sabor, as plantações de
alcachofra ajudam a embelezar os campos. Sua colheita é feita nas primeiras horas da manhã,
onde o clima mais fresco ajuda a evitar que a flor murche. Sua cor natural é roxa, mas com o
passar do tempo a planta adquire a coloração verde. Para evitar a mudança na cor e agradar o
mercado, o agricultor coloca sacos de papel 20 dias antes do início da colheita. Atualmente,
além da venda do produto in natura, a comercialização do fruto em conserva e congelados
agradou ao paladar do consumidor.
A hospitalidade rural ou de cidades pequenas possui as suas peculiaridades, tais como:
a aproximação do turista com o morador local, a preocupação com relação à hospedagem e
alimentação do primeiro e, também, a gastronomia característica da localidade. Nesse último
caso, evidencia-se a confecção de produtos caseiros e artesanais e, nesse momento,
simultaneamente, é criado laços entre o morador e visitante, ou seja, é construída a relação
hóspede-anfitrião. Tal fato pode ser ratificado por Freyre (1939, p. 23) que “numa receita de
doce ou de bolo há uma vida (...)”.
O contato com o ambiente rural pode remeter às lembranças vivenciadas pelo visitante
ou pode despertar a curiosidade de quem, raramente, teve a oportunidade de visitar
propriedades rurais. Enfim, essa hospitalidade rural que é visualizada na cidade de Piedade e
pode ser explicada, segundo Portuguez (2002, p.76-77) “em que o turista pode experimentar
maior contato com um ambiente bucólico, bem como com os costumes locais e o dia-a-dia da
vida no campo.”
Partindo do conceito de Circuito Turístico definido por Chan, N. (2005), que define
que um circuito turístico deve contemplar os seguintes elementos: a) território a recorrer, seja
urbano, rural, ou ambos; b) patrimônio natural ou cultural a ser visitado; c) uma temática a ser
desenvolvida; d) serviços a serem prestados; e) atividades a serem realizadas; a escolha da
implantação do circuito parte do princípio da quantidade de produtos agrícolas produzidos no
município ao longo do ano e a necessidade de oferecer uma oferta turística organizada dentro
da temática gastronômica.
9
1.2. Identificação
Os aspectos legais e administrativos são normas e procedimentos legais que são
aplicados/defendidos, para que os direitos e deveres de todos os cidadãos sejam assegurados.
A organização política e social é a forma como o Governo Municipal é organizado
politicamente e como a sociedade é constituída. Segundo o artigo 7º, do capítulo I, da lei
orgânica, o governo municipal é composto pelos Poderes Legislativo e Executivo. O Poder
Legislativo é composto de 13 vereadores, de acordo com a Constituição Federal, e é exercido
pela Câmara Municipal. Já o Poder Executivo, segundo a lei orgânica, artigo 52, é exercido
pelo Prefeito e realiza funções políticas, executivas e administrativas.
A administração do município de Piedade é pública, em que nota-se a constante
presença de diretrizes segundo o Conselho Municipal de Turismo e do Departamento
Municipal de Turismo. Assim, são de participação ativa e estruturada segundo as
competências esperadas de tais órgãos.
A atual prefeita do município de Piedade é a Sra. Maria Vicentina Godinho Pereira da
Silva e o vice-prefeito é o Sr. Renaldo Correa da Silva, ambos realizam as funções
administrativas, políticas e executivas. Quantos aos demais órgãos coordenam ou
supervisionam as atividades do município.
A Prefeitura de Piedade conta com três departamentos, sendo eles o Departamento de
Cultura (realização de eventos culturais), o Departamento de Esportes de Lazer (atribuído à
prática de atividades esportivas, recreativas, lúdicas e de lazer) e o Departamento de Turismo
(atribuído à prática turística no município). Este último está à cargo da LiyoucaSakaguti.
Atualmente, Piedade possui alguns órgãos oficiais de turismo, os quais serão
destacados a seguir:
• O DEMTUR - Departamento de Turismo, responsável por pesquisas relacionadas,
procedimentos de suas análises, providência de documentações, promoção e
divulgação do município (a composição de tal órgão ocorre exclusivamente por
servidores já existentes no quadro de pessoal da prefeitura).
10
• O COMTUR - Conselho Municipal de Turismo, este órgão tem caráter consultivo,
deliberativo e fiscalizador. Ele promove a integração entre o poder público e civil
no que tange ao desenvolvimento turístico do município. Tal conselho tem como
atual presidente o Sr. Osmar do Amaral e mais dezenove integrantes entre
membros, secretários, suplente e vice-presidente.
• O FUTUR - Fundo Municipal de Turismo, o instrumento de suporte financeiro do
município de Piedade, o qual tem como objetivo reunir e aplicar recursos na
elaboração, manutenção e desenvolvimento de peças publicitárias e projetos de
atendimento turístico. Entretanto, o FUTUR encontra-se atualmente inativo em
Piedade.
O Circuito Gastronômico será gerido pela administração pública do município, mais
especificamente pelo Departamento de Turismo e propõe parcerias com órgãos públicos e
privados, ou seja, para a satisfação dos turistas e visitantes, a relação se dará entre a Prefeitura
da cidade, os restaurantes participantes e os proprietários rurais, sendo que a maior parcela de
benefícios será destinada para a divulgação da cidade.
Os benefícios e incentivos para o desenvolvimento do turismo são captados por meio
da Secretaria do Turismo do Estado de São Paulo, segundo a apresentação de projetos e plano
de trabalho pela Secretaria Municipal de Piedade.
O orçamento destinado ao turismo é de 0,5% do orçamento total do município, ou
seja, aproximadamente quinhentos mil reais, que são advindos do repasse da prefeitura para o
Departamento de Turismo, e esta será uma das maneiras de captação de renda para a
realização do projeto. Outros possíveis meios serão através de parcerias com associações e
empresas tenham algum interesse em comum à proposta do projeto para manterem um
vínculo com o mesmo, a fim de auxiliar no seu desenvolvimento, bem como no do município.
Além do retorno na divulgação destes parceiros, em banners, folders, divulgação no site do
Circuito, entre outras propostas a serem discutidas.
Há ainda, a possibilidade de uma parceria com o KAIKAN – Associação Cultural e
Esportiva de Piedade e do Clube PFC – Clube Piedade Futebol Clube, os quais segundo
levantamentos do Inventário Turístico de Piedade (2014), constituem-se de organizações de
caráter não-oficial, mas que de forma direta ou indireta, movimentam o fluxo turístico
piedadense, principalmente com eventos. Considerando ainda a reativação do órgão FUTUR,
este seria também um meio viável para a captação de renda do Circuito Gastronômico.
11
1.2.1. Descrição detalhada do projeto
O projeto da realização de um Circuito Gastronômico no município de Piedade propõe
a integração de cinco roteiros dos produtos de Piedade. A proposta é a realização anual do
circuito, em que os produtos agrícolas castanha, caqui fuyu, morango, alcachofra e cebola
sejam contemplados na realização de pratos por parte dos estabelecimentos de alimentação
participantes, e sejam utilizados como ingrediente principal para movimentação de turistas e
visitantes nos restaurantes do município. A inspiração para realização do projeto surgiu com o
já consolidado Roteiro Gastronômico da Alcachofra, pensando assim na expansão para os
outros produtos típicos de Piedade. A integração entre restaurantes e propriedades também é
pensada como forma de enriquecer a experiência do turista ou visitante, que poderá aprender a
forma que o alimento é plantado e colhido e suas propriedades nutricionais, além da
possibilidade de trocar experiências com os proprietários.
A proposta sugere a participação de todos os estabelecimentos alimentícios da cidade,
cabendo à criatividade de cada um a elaboração de pratos que possam ser inseridos no
contexto de produção agrícola ao longo do ano.O incentivo para a participação dos
restaurantes é feito por meio da divulgação do nome dos restaurantes no site e material
informativo do circuito, além de premiação para o prato melhor colocado no ranking, que será
feito por meio de votação no site do circuito.
Para a concretização desse projeto serão convidados os seguintes restaurantes:
Restaurante Colher de Pau, Restaurante Tomita, Ponto da Esfiha, Restaurante e Lanchonete
Marlon, Cantina Kataoka, Casa de Suco Quatro Estações, Churrascaria Rei do Sul,
Restaurante Rubinho, Restaurante Yumeji, Pizzaria Tchello’s, La Belle Pizzaria, Torre de
Piza, Restaurante Caminho das Águas, Restaurante Estação Boca do MonteChurrascaria
Piccin, totalizando 15 estabelecimentos. Para a realização do evento serão utilizados os
seguintes instrumentos: uma tenda na Feira do Turista, com um telão e projetor para a
exposição do ranking e de fotos dos pratos dos restaurantes envolvidos no Circuito
Gastronômico e venda de produtos artesanais dos alimentos, tais como conservas, além de um
tóten (anexos 1, 2 e 3) que se encontrará na entrada de cada um dos restaurantes participantes
com a foto e descrição do prato, além de curiosidades sobre o produto do roteiro e mapa
temático com a rota de todos os restaurantes.
12
Orçamento para a Tenda
A tenda que será montada na Feira do Turista possuirá a estrutura interna com uma
mesa para exposição dos produtos que serão vendidos de acordo com a época do ano, tais
como miniaturas de artesanato, conservas, calendários, entre outros; além de uma exibição de
fotos, que será realizada por meio do projetor, dos pratos participantes do roteiro e do ranking
que será feito de acordo com a votação do público no site do Circuito Gastronômico. A tenda
será branca, com cobertura de ráfia, (uma resina que tem sua origem no polipropileno, um dos
subprodutos do petróleo), e tubos em aço pintado. Sua largura e o comprimento serão de 3
metros, altura de 2,4 metros e peso de aproximadamente 8kg.
Tabela 1 – Orçamento da tenda
Material Quantidade Valor (unitário) Valor (total)
Tenda 1 R$ 450,00 R$ 450,00
Mesa 1 R$ 300,00 R$ 300,00
Cadeiras 3 R$ 70,00 R$ 210,00
Material informativo 500 R$ 0,15 R$ 75,00
Projetor 1 R$ 760,00 R$ 760,00
TOTAL R$ 1795,00
Fonte: Grupo responsável pelo projeto
Tóten
Os valores descritos abaixo são referentes a confecção de um tóten informativo. Cada
restaurante participante deverá possuir um tóten e o valor deverá ser multiplicado pela
quantidade de restaurantes participantes. Os tótens serão móveis, com a estrutura pensada
para serem resistentes quando expostos à condições climáticas adversas (se for o caso, a
13
depender do estabelecimento de alimentação), de maneira que possuam uma estrutura de
alumínio. Além disso, possuirão placas de policarbonato transparentes, em formato de
“sanduíche”, as quais serão abertas para que os materiais informativos possam ser trocados de
acordo com o produto correspondente ao período vigente. Desta maneira, estas placas serão
trancadas e permitirão que sejam inseridos materiais informativos em seus dois lados. Quanto
ao material informativo, para que este possa ser constantemente trocado, seu material será de
lona, e este se configurá como banners, os quais serão impressos frente e versa e fixados
através da união das placas de policarbonato. As informações contidas serão a descrição do
produto do mês vigente, um mapa com os restaurantes participantes da circuito, curiosidades a
respeito do produto e, inclusive, algum prato em que o principal ingrediente será o caqui, a
castanha, a alcachofra, o morango e o caqui, lembrando que, essas ilustrações serão dos
produtos no seu respectivo mês de colheita.
Tabela 2 – Orçamento dos tótens
Material Quantidade Valor (unitário) Valor (total)
“Pés” de alumínio 4 R$ 18,20 R$ 72,80
Placas de
policarbonato
2 R$ 472,50 R$ 945,00
Material visual no
interior do tóten -
lona (banner)
1 R$ 79,00 R$ 79,00
Parafusos duplos
cromados
4 R$ 16,60 R$ 66,40
Telhado de
policarbonato
(6,5m²)
1 R$325,00 R$325,00
TOTAL R$1488,20
Fonte: Grupo responsável pelo projeto
14
Orçamento Final
Tabela 3 – Orçamento final
Orçamento Total
Tenda R$ 1795,00
Tóten R$ 1488,20
TOTAL R$ 3283,20
Fonte: Grupo responsável pelo projeto
1.2.2. Relação com o público visitante
O público visitante pode ser considerado variável, tendo em vista que é possível
receber desde os turistas internacionais quanto os visitantes que residem no entorno da cidade
de Piedade. A maior demanda turística da cidade está relacionada aos eventos que a cidade
promove. Outro fator favorável à cidade é a sua proximidade da capital e outros pólos
emissores (Sorocaba, Campinas, entre outros) que facilitam a vinda de turistas para o local.
Como não há registros oficiais relacionados à quantidade de turistas/visitantes que o
município recebe atualmente, e tendo em vista o potencial turístico de Piedade em
desenvolvimento, o projeto visa inicialmente, atingir o número máximo de 300 turistas para
pernoite, de acordo com a capacidade total dos meios de hospedagens disponíveis, incluindo
meios alternativos (campings e dormitórios da fazenda Eco Canaã). Já a quantidade estimada
para grupos de visitantes será de 2000 visitantes por produto num primeiro momento, caso
haja adesão de todos os restaurantes e estabelecimentos alimentícios do município.
O público-alvo são jovens casais, famílias, excursões da terceira idade que pretendem
aliar o lazer com nova experiência gastronômica, com faixa etária entre 25 a 70 anos de idade
e que cheguem, principalmente, através das vias rodoviárias.
1.2.3. Material informativo e “souvenirs”
Os materiais informativos que deverão ser confeccionados para o projeto em questão
são dois tipos de folhetos, um que apresentará o Circuito Gastronômico como um todo e outro
15
que trará apenas o roteiro da época e tótens fixados em frente a cada restaurante participante,
com o prato servido no local, curiosidades sobre o produto e mapa temático do circuito. Os
“souvenirs” serão caracterizados por compotas, conservas, miniaturas dos produtos e outros
artesanatos locais.
Os materiais informativos e “souvenirs” referentes ao circuito gastronômico, bem
como aos atrativos turísticos do município de Piedade poderão ser encontrados na Feira do
Turista, que ocorre aos sábados na Praça da Bandeira, 133 - Centro, das 08h:00 às 13h:00, e
na Casa da Cultura do município, sede do Departamento de Cultura, Turismo e Esportes e
Lazer, prédio também localizado na Praça da Bandeira, 133 - Centro.
1.2.3.1. Tenda na Feira do Turista
Localizada na Feira do Turista, a tenda será composta por um telão, em que será
projetado o ranking de satisfação dos pratos participantes do Circuito Gastronômico,
construído por meio de votação do público no site do Circuito Gastronômico assim como
todas as informações necessárias a respeito desse evento para visitantes e turistas. Além disso
neste local, estarão expostos inúmeros produtos gastronômicos locais, com preferência para o
produto em destaque no circuito, com a comercialização de pequenas amostras, “compotas”,
derivados do produto, etc.
1.2.3.2. Folder do Circuito Gastronômico
Para o projeto foram pensados dois tipos de folders: um sobre o circuito gastronômico
em geral, que contará com informações referentes aos produtos de cada período e demais
informações básicas sobre ele, informações sobre o circuito e a proposta do concurso, como
participar, etc. O segundo folder será específico para cada produto, contendo curiosidades,
identificação dos estabelecimentos participantes e seus endereços, além do mapa delimitando
o circuito e locais associados. Os folders serão expostos e distribuídos gratuitamente na tenda
da Feira do Turista e na Casa da Cultura, locais em que podem ser coletadas as informações
turísticas do município.
16
1.3. Considerações Finais
O projeto Circuito Gastronômico possibilita a integração entre a comunidade local e
os visitantes/turistas por meio de visitas às propriedade rurais e aos restaurantes que elaboram
pratos específicos dos respectivos produtos. Ele tem a capacidade de minimizar a
sazonalidade e, inclusive, de valorizar Piedade como um município que não possui apenas um
único produto agrícola relevante mas, no mínimo, cinco produtos. Essa variedade pode ser
considerada um diferencial ao compará-lo comoutros municípios da região, e é um
instrumento para estimular a competitividade turística de Piedade com estes demais. Dentro
dessa questão, podemos utilizar como exemplo o município de São Roque, que compra uma
grande quantidade da alcachofra produzida em Piedade, e recebe anualmente um grande
número de turistas e visitantes pela presença deste produto em variadas atividades turísticas,
interligadas com circuitos turísticos de segmentos do Turismo Rural e do Turismo
Gastronômico.
Assim, o Circuito Gastronômico é um projeto que propõe a viabilização de toda a
potencialidade agrícola do município de Piedade voltada para o estímulo à atividade turística,
levando em conta a sua condição única de um município que possui variadas culturas de
produtos agrícolas, contrapondo alguns municípios vizinhos.
Além disso, o circuito fornece a oportunidade de maior vivência desta condição única
para os residentes, que muitas vezes não conhecem todo esse potencial e sua vocação como
produtora agrícola, assim como os visitantes e turistas, que são realmente o público alvo deste
projeto.
Com isso, o projeto da viabilização de um Circuito Gastronômico anual para o
município de Piedade estimula diversos aspectos positivos para o crescimento e
desenvolvimento sustentável da atividade turística ali, de forma que atenda as necessidades
dos turistas e seja benéfica para os residentes e visitantes do município. Por isso, esperamos
que este projeto possa ser visualizado como uma das inúmeras oportunidades que o município
de Piedade possui para a sua exploração turística, uma vez que, dispõe de equipamentos
naturais e vocação agrícola como principais diferenciais em relação aos demais municípios.
1.4. Referências Bibliográficas
17
FREYRE, G. Açúcar: uma sociologia do doce, com receitas de bolos e doces do nordeste
do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1997 (2a. reimpressão)
PORTUGUEZ, A. P. Agroturismo e Desenvolvimento Regional. São Paulo: Hucitec, 2002
(Série Linha de Frente).
PLANO DE DESENVOLVIMENTO TURÍSTICO DE PIEDADE, vol. 1, Sorocaba, 2014.
MATHIESON, Wall. 1982, apud OMT. Introdução ao turismo. São Paulo: Rocca, 2001.
CHAN, Nélida. Circuitos turísticos. Programación y Cotización. Ediciones turísticas:
Buenos Aires, 2005.
MINISTÉRIO DO TURISMO. Programa de Estruturação dos Segmentos Turísticos.
Disponível em:
<http://www.turismo.gov.br/turismo/programas_acoes/regionalizacao_turismo/estruturacao_s
egmentos/rural.html>. Acesso em 14 de novembro de 2014.
18
1.5. Apêndices / Anexos
Anexo 1 - Frente do Tóten
19
Anexo 2 - Verso do Tóten
20
Anexo 3 - Estrutura do Tóten
21
Anexo 4 - Medidas do Tóten
Anexo 5 - Estrutura da Tenda
22
Anexo 6 – Visão traseira da Tenda
Anexo 7 – Visão superior da Tenda
23
2. PROJETO Nº 2 – MIRANTE Integrantes: Gustavo Ribeiro, Gabriela Bertelli, Laura Lucas Teixeira, Fernanda Azevedo, Marcos Paulo Rocha, Juliane Duarte, Gabriel Costa, Brunno Kawagoe, Daniel Morais.
2.1. Introdução
As Represas são construídas pelo homem para suprir algumas de suas necessidades
(reserva de água doce e geração de energia), porém elas acabam destruindo parte do
ecossistema da região onde estão inseridas. A prática do turismo sustentável nos arredores
dessas construções aparece como uma alternativa para a preservação da natureza ao redor das
represas e também como uma fonte de renda alternativa para as cidades onde os reservatórios
se encontram e para seus moradores.
O turismo sustentável é uma forma de desenvolvimento que visa trazer benefícios para
todos os que estão envolvidos na atividade e trazendo o mínimo de danos para o ambiente em
que está inserido.
Na represa de Ituparanga no município de Piedade vários empreendimentos privados
levam turistas até a represa para a prática de esportes náuticos e para passarem o dia em suas
margens, porém a maioria deles não está preocupado com os impactos que o turismo
descontrolado pode trazer para o ambiente ao seu redor.
O projeto de um mirante na represa visa não só a contemplação das áreas ao redor da
represa, mas também o desenvolvimento de atividades de conscientização ambiental e de
apresentação da história do patrimônio industrial, para turistas e moradores. A venda de
produtos locais e a contratação de moradores para a manutenção e as vendas que ocorreram
no mirante, visa aumentar o contato do turista que passa pela represa com a cidade de Piedade
e seus moradores, como também movimentar a economia local.
O mirante pretende levar o turista para mais perto da natureza e também da estrutura
da barragem, de sua história e da cidade de Piedade, por meio de totens, com informações
sobre a barragem e a represa e seus arredores, disponíveis no local e também de uma pessoa
que ficará lá aos finais de semana para melhor orientar os turistas e para a venda dos produtos
locais.
24
2.1.1. Objetivos
I. Construir um mirante nas margens da Represa de Itupararanga, no
município de Piedade, com vista para a barragem, para a represa e para a
natureza ao seu redor.
II. Desenvolver o turismo na região de forma sustentável, gerando lucro para
os locais, não descaracterizando o ambiente e trazendo o mínimo possível
de impactos sobre ele.
III. Venda de produtos locais aos finais de semana e disponibilização de flyers
sobre o turismo na cidade, para estimular o turista a conhecer Piedade.
IV. Disponibilização de folhetos informativos sobre educação e preservação
ambiental, para maior conscientização dos turistas.
V. Envolver a comunidade local na atividade turística na região da represa.
VI. Trazer para mais perto dos turistas e dos moradores locais a história da
represa e de sua barragem.
2.1.2. Procedimentos metodológicos
I. Elaboração da Proposta
II. Apresentação para a prefeitura
III. Apresentação para a empresa proprietária do terreno
IV. Aprovação do orçamento
V. Contratação da equipe de construção
VI. Qualificação dos funcionários
VII. Elaboração dos folhetos e tótens
VIII. Divulgação em Piedade e cidades vizinhas
IX. Evento de abertura do mirante
25
2.1.3. Justificativa
A represa de Itupararanga é um importante atrativo para a cidade de Piedade, porém
ainda não existe um meio eficiente de uso público da represa na área da cidade.
A construção do mirante com venda de produtos locais e disponibilização de folheteria
de divulgação do turismo de Piedade se apresenta como uma ótima oportunidade da represa
começar a ser reconhecida no turismo da cidade e também atrair turistas para a cidade.
O local escolhido para a construção do mirante (proximidades da barragem) possui um
grande fluxo de carros, que vão para as cidades vizinhas (Votorantim e Sorocaba), muitas
pessoas param na beira da estrada para tirar fotos da barragem, com o mirante essas pessoas
terão um local próprio para tirar suas fotos e também poderão conhecer mais de sua história e
da cidade de Piedade. Pode ser visto também como uma oportunidade de atrair mais turistas
para Piedade, por meio dos folhetos que serão disponibilizados no local.
2.1.4. Referencial teórico
Como visto no inventário, Piedade tem como forte o turismo rural e essa atividade
turística não pode ser realizada sem planejamento. É necessário que a prefeitura faça um
plano de desenvolvimento turístico da localidade e que esteja sempre monitorando e criando
políticas públicas para fiscalizar e regulamentar qualquer atividade que ocorra na área rural,
principalmente em pequenos municípios que têm condições de criar uma prática sustentável.
“A elaboração de planos de desenvolvimento turístico para municípios
- principalmente de pequeno porte, que ainda têm condições de criar uma
atividade turística sustentável - deve ser realizada por técnicos e instituições
para os quais a multidisciplinaridade seja relevante.” (BISSOLI, 2002, p. 15).
O planejamento é um passo importante para o desenvolvimento da atividade turística,
para criar uma estratégia para alcançar os objetivos pré-estabelecidos de uma forma
sustentável, como elucidado pelos autores:
“O uso do território pela atividade turística e a fragilidade dos
recursos dos quais depende o turismo para sua continuidade justificam por si
26
só a necessidade de recorrer-se à técnica de planejamento como forma de
garantir um desenvolvimento turístico sustentável.” (DIAS, 2003, p.37).
“Consiste em um conjunto de atividades que envolvem a intenção de
estabelecer condições favoráveis para alcançar objetivos propostos. Ele tem
como objetivo o aprisionamento de facilidades e serviços para que uma
comunidade atenda seus desejos e necessidades.” (ANSARAH, 2001, p. 66).
Em casos como o deste projeto, é necessário fazer intervenções no meio natural, pois é
indispensável instalar infraestrutura destinada a visitação e criada para dar acesso aos turistas
de forma adequada. E deve-se utilizar das geotecnologias, ou seja, tecnologias de
georeferenciamento, pois isso garante maior controle e maior precisão dos projetos.
“O planejamento constitui uma técnica de uso imprescindível pelas
administrações públicas municipais que apostam no desenvolvimento do
turismo. Esse planejamento é necessário, porque o território é um elemento
básico no desenvolvimento turístico, pois abriga os recursos ambientais e
culturais dos destinos turísticos, além de ser o espaço destinado à instalação
da infra-estrutura e dos equipamentos que irão atender o fluxo de visitantes.”
(DIAS, 2003, p. 37).
“Para Bissoli (1999) ao se trabalhar com planejamento turístico não se
deve negligenciar a necessidade de mudanças estruturais e qualitativas, nem
avaliação de uma nova organização espacial das atividades. Afirma ainda que
no planejamento e desenvolvimento do turismo, o uso da informática garante
melhor controle sobre os projetos, facilita o planejamento eficiente dos
serviços e permite maior controle da administração de projetos e a aplicação
criteriosa de recursos, com o uso de apoio gráfico, cálculos e relatórios.
Lembra que a evolução tecnológica permite não só o manuseio deste tipo de
dados, mas também de informações georreferenciadas a um sistema de
coordenadas através dos Sistemas de Informações Geográficas (SIG’s).”
(BISSOLI, 1999 apud BITTENCOURT; ELIAS, 2006, p. 04).
E pensando no projeto, as infraestruturas devem considerar a paisagem do local,
conservando o meio ambiente, pois o ambiente é um local público e deve proporcionar
contato com a natureza. Outro fato importante é assegurar o controle da capacidade de carga,
27
assegurando que não se cause danos irreparáveis e projetar instalações adequadas a esse
pensamento de desenvolvimento sustentável:
“O planejamento turístico dos recursos naturais de notável valor
paisagístico deve atentar para o fato de que o meio ambiente é considerado
patrimônio público e ao aspecto de que sua conservação ecológica deverá
estar equilibrada com o uso comum pelo povo, possibilitando a todos os
cidadãos o contato com a natureza (...) Os recursos naturais e culturais,
facilmente ameaçados nas economias em desenvolvimento, apresentam-se
como recursos econômicos de longo prazo e devem, por isso, ser protegidos e
administrados.” (RUSCHMANN, 2000 apud IRVING, 1999, p. 66).
“O planejamento, de forma geral, consiste em um conjunto de
atividades que envolve a intenção de estabelecer condições (pontuação)
favoráveis para alcançar objetivos propostos. (...) o planejamento é
fundamental e indispensável para o desenvolvimento de um turismo
equilibrado, também chamado de turismo sustentável, ou seja, aquele que
ocorre em harmonia com os recursos naturais, cultuais e sociais das regiões
turísticas receptoras, preservando-os para as gerações futuras. Importante
instrumento contra o afluxo desordenado de turistas nessas regiões, o
planejamento ajuda, ainda, a evitar danos ambientais e a manter a
atratividade dos recursos naturais e culturais. Contribui, portanto, para que a
atividade continue a se desenvolver, sem prejudicar suas próprias fontes de
existência.” (Ansarah, 2001 p. 66-67).
Além das represas criarem locais de paisagem artificial, pela proximidades com os
grandes centros urbanos passou-se a concentrar atividades de recreação realizadas no
reservatório da represa e como mencionado na obra de Rocha E Branco (1977), a abertura de
espaços públicos aproximam a população local para fazer parte da atividade turística e
oportunidade para que os moradores possam permanecer na cidade de origem:
“Os lagos artificiais dão uma imagem nova e diferente à paisagem. (...)
Aliado à presença da represa e da nova paisagem criada, em certas regiões, é
implantado o turismo. (...) Nas represas situadas mais próximas das cidades,
com o decorrer do tempo, passam as mesmas a se incorporar às áreas
28
urbanas, transformando-se em locais de recreação. Surgem clubes náuticos,
que se estabelecem em suas margens, bem como casas de veraneio. Às vezes,
criam-se animais aquáticos e semiaquáticos, e pratica-se a pesca recreativa.
Toda essa atividade surgida em função das represas tem levado à efetivação
de medidas de proteção da qualidade da água, principalmente se a mesma é
reservada ao abastecimento.” (ROCHA E BRANCO, 1977, p. 2-4).
Infere-se que a cidade de Piedade tem oportunidade de criar um atrativo turístico de
grande importância, pois a cidade que está na fase inicial do planejamento pode regulamentar
e criar políticas públicas e atrativos que condizem com o segmento de turismo e rural, a
paisagem e o planejamento sustentável, atentando-se para as instalações de infraestrutura,
para as novas tecnologias de georreferenciamento, para a capacidade de carga e para a represa
que surge como opção para recreação fora dos centros urbanos se foram planejadas para um
desenvolvimento sustentável.
2.2. Identificação/Caracterização/Aspectos administrativos • Identificação
Mirante Represa de Itupararanga.
• Caracterização
A edificação caracteriza se por uma estrutura adaptada para receber turistas, feita
inteiramente de vidros e com estrutura metálica (para permitir ao turista vista panorâmica).
Possuirá estacionamento e banheiros na parte externa e construção com três pisos: no térreo
uma loja de souveniers e uma pequena lanchonete; no primeiro andar uma área de
convivência (e de contemplação em dias chuvosos) e o aluguel de equipamentos para
observação; o terraço não será coberto e servirá como a principal área de contemplação. Alta
receptiva aos finais de semana.
• Administração
Os aspectos administrativos ficarão sobre responsabilidade da secretaria de turismo,
abrangendo todas as funções incluindo todo o operacional.
29
• Fonte de receita
A captação de receita prevê do valor da entrada, comercialização de souvenirs e
cartões postais, produtos característicos de piedade e produtos da lanchonete, podendo se
estender a parcerias com clubes náuticos.
2.2.1. Descrição detalhada do projeto
O projeto consiste na instalação de um mirante em uma área estratégica pré-definida
que possui um grande potencial contemplativo. Com o projeto será possível a parada de carros
e circulação de pessoas que desejam admirar e fotografar a represa de Itupararanga e sua
barragem com segurança.
A intenção é intensificar e despertar um maior interesse dos visitantes pela área que
ainda recebe poucos olhares por parte pública e privada. Intensificar corresponde a estimular a
visitação como forma de promoção como atrativo e, mais que isso, podendo gerar um espaço
para o uso público com foco aos residentes, e assim instigar a conscientização ambiental em
torno da importância da represa para o município e as demais regiões ao redor.
A área selecionada para isso pertence ao Grupo Votorantim, situada no território do
município de Piedade. E para a execução do projeto a prefeitura do município pedirá a
concessão desse local e parceria com o grupo Votorantim.
O projeto do mirante fundamenta-se em uma estrutura de dois andares com terraço e
também uma área ao seu redor para comportar a parada dos automóveis. A estrutura possui
paredes de vidro voltadas a represa onde o andar térreo apresenta um espaço café e venda de
souvenir que carreguem características de Piedade e de produtos locais. O segundo andar é
uma complementação do café, com a disposição de cadeiras e materiais informativos
selecionados pela prefeitura. O terraço consiste em uma área ao ar livre com uma melhor vista
do atrativo.
Tabela 4 – Estimativa de Custo de Construção Residencial
30
Fonte: Grupo responsável pelo projeto
Tabela 5: Resumo da Estimativa de Custos de Construção Residencial Por Etapa
31
Fonte: Grupo responsável pelo projeto
Tabela 6 – Orçamento (Investimento Inicial)
32
Fonte: Grupo responsável pelo projeto
Tabela 7 – Gastos Gerais Mensais
Fonte: Grupo responsável pelo projeto
2.2.2. Relação com o público visitante
33
A estimativa da quantidade de visitantes que o mirante receberá por dia é de 64
pessoas, levando em consideração aspectos observados durante a visita de campo, como
movimentação de pedestres e quantidade de carros que atravessaram a barragem, aliados à
possibilidade de aumento desse número devido à divulgação que o local terá, após sua
consolidação.
Quanto aos tipos de visitantes que passam pelo mirante, existem diversos, por ser um
lugar de passagem, que liga os municípios de Piedade e Votorantim, como, por exemplo,
pessoas à passeio ou à trabalho. Porém após a consolidação do projeto no local, é esperado
que um diferente tipo de público comece a frequentar a região, que são os turistas e visitantes
em busca da realização do bird watching e interessados no patrimônio industrial da represa e
de sua barragem.
Os dois funcionários ficarão à disposição dos visitantes para o atendimento no local,
além de poderem esclarecer possíveis dúvidas acerca da barragem e do município de Piedade.
2.2.3. Materiais informativos e souvenirs
No local haverá uma distribuição de materiais informativos e souvenires sobre o
turismo na cidade de Piedade- SP e, principalmente, direcionado a represa e sua história.
Esses materiais serão de castas informativas e o lucro com os souvenirs será revertido para
ajudar na manutenção do mirante e do ambiente ao seu redor. Também haverá totens
contendo a história da represa e da barragem, além de informações sobre a natureza ao seu
redor.
Os materiais informativos, como folders, que contam a história e demais informações
das áreas turísticas das cidades, serão distribuídos gratuitamente e cartões postais, entre outros
souvenirs, serão vendidos.
Os souveniers estarão disponíveis no piso térreo os folhetos da represa e do turismo de
Piedade em geral se encontrarão em todos os pisos e os totens no terraço.
2.2.4. Outras atividades propostas
34
Além da própria experiência de observação da barragem, da represa e da paisagem
natural, outras atividades podem ser realizadas na área do mirante, como o Bird watching, que
é um hobby antigo e crescente em todo o mundo, e já possui cerca de 15 mil adeptos no Brasil
e pode ser praticado por todos, sejam crianças, idosos, portadores de necessidades especiais;
outra atividade a ser realizada no mirante, tendo como foco uma melhor observação da
paisagem e o bird watching, é o aluguel de binóculos para os visitantes, proporcionando,
assim, uma experiência mais completa.
Para o visitante que desejar, será possível observar a linda paisagem saboreando um
delicioso café localizado no primeiro piso, juntamente com a lojinha, onde poderão ser
encontrados souvenirs e produtos locais.
Na propriedade haverá, também, local para estacionamento dos veículos dos
visitantes, uma vez que não há área que permite parada e estacionamento de veículos nas vias
que levam até o mirante.
2.2.5. Legislação
A represa de Itupararanga e a mata ao seu redor ficam em uma área de APA (Área de
Proteção Ambiental), instituída pela lei estadual 10.100 de 1998 e alterada pela lei estadual
11.599 de 2003. Uma APA prevê o uso sustentável das áreas de proteção com o intuito de
preservar as áreas naturais e trazer uma melhor qualidade de vida para as pessoas que utilizam
dessa área e manter o controle da ocupação dessas áreas.
Baseado na ideia de APA o projeto do mirante nos arredores da represa, foi colocado
em uma área onde não existe mais vegetação nativa e assim o impacto da construção não
afetará a afetará. O empreendimento pretende aproximar o turista da população local, da
cidade de Piedade e da natureza ao seu redor, trazendo mais turistas para a cidade.
Para que as obras públicas possam ser executadas elas precisam de um projeto que
explique como as mesmas devem ser feitas adequadamente, segundo o artigo 127 do capítulo
VII do código de obras de Piedade, além disso segundo o artigo 131 pelo menos uma vez por
ano os que prestam serviços públicos devem prestar contas de suas atividades para a
prefeitura e de seus planos de crescimento e planos de trabalho, por isso é necessário que após
a construção do mirante haja um acompanhamento do órgão responsável, para a manutenção e
melhoramento do local.
35
Apoiado no artigo 132 (cap. VII do cod. de obras), que permite a realização de obras
públicas com parcerias com empresas privadas e outras cidades, o projeto visa propor parceria
com a Empresa de Cimento Votorantim (proprietária das terras onde é proposta a construção
do mirante) e com o município vizinho, Votorantim.
Esse projeto também visará um maior contado dos cidadãos com a natureza e mantê-la
preservada, por meio da conscientização ambiental e da observação da riqueza natural da
região, como colocado no artigo 182, capitulo VI do código de postura municipal – código
sanitário de Piedade.
O artigo 183 desse mesmo capitulo deverá haver o planejamento, o controle e a
fiscalização em todas as atividades que podem trazer alterações no meio natural, isso também
deverá ser aplicado ao projeto do mirante.
2.3. Considerações finais
O projeto do mirante será benéfico não só para o turismo na região da represa de
Itupararanga, mas também para a atividade turística em todo o município de Piedade, por ser
um atrativo que atrai diversos tipos de visitantes, sendo pessoas que antes só passavam pela
barragem ou visitantes que vão com o objetivo de desenvolver o Bird Watching.
O local, ao aumentar seu número de visitações, pode trazer muito mais visibilidade
para o local, atraindo investimentos para a proteção das áreas naturais que envolvem a represa
e até mais fiscalização quanto aos empreendimentos e atividades que ali se desenvolvem.
Além desses benefícios citados, o mirante poderá servir também como mais uma
forma de divulgação dos produtos característicos que compõem a identidade do município de
Piedade, podendo ser artesanatos, como também produtos alimentícios, como as conservas
Regina, ou os caquis plantados no Sítio Sakagutti, entre outros, fazendo com que os visitantes
que por lá passam, acabem levando esses produtos para outros locais, aumentando a
visibilidade e o reconhecimento de Piedade.
2.4. Referências bibliográficas
36
DIAS, Reinaldo. Planejamento do Turismo: política e desenvolvimento do turismo no
Brasil. São Paulo: Atlas, 2003.
ANSARAH, Marília Gomes dos Reis (Org.). Turismo. Como aprender, como ensinar. São
Paulo: Editora SENAC, 2001. 406 p.
RUSHMANN, Dóris Van De Meene. Turismo no Brasil: Análise e tendências. São Paulo:
Manole, 2000.
BISSOLI, Maria Ângela Marques Ambrizi. Planejamento turístico municipal com suporte
em sistemas de informação. 3. ed. São Paulo: Futura, 2002.
BRANCO, S., ROCHA, A.A. Poluição, proteção e usos múltiplos de represas. CESTESB:
São Carlos, 1977.
2.5. Anexos
Anexo 1 – Localização do mirante
37
38
Fonte: Google Earth, 2014
Alterações: Laura Teixeira
Anexo 2 - Parte Interna do Mirante (Primeiro Andar)
Área cinza: estacionamento
39
Anexo 3 - Disposição dos móveis
40
41
42
Anexo 4 - Parte Interna do Mirante (Segundo Andar)
43
44
45
46
47
Anexo 5 - Paisagens ao Redor do Mirante
48
49
Anexo 6 – Sinalização
Na questão que diz respeito a sinalizações, o projeto terá um modelo especifico para
cada placa de identificação, sobre suas localizações e em seu padrão estabelecido pelas
normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). Tudo sobre a supervisão e
organização da prefeitura de Piedade – SP.
O modelo (desenho pictográfico) representativo de mirante é o apresentado abaixo:
Serão introduzidas apenas o número necessário de placas para que o projeto não seja
oneroso e também porque a cidade é pequena, logo serão necessárias, aproximadamente, seis
placas, essas partirão da entrada da cidade de Piedade – SP até a represa onde se localiza o
mirante.
Na chegada do mirante e em seu interior placas informativas e de sinalização estarão
distribuídas, logo o local será bem definido, sinalizado e informatizado, não só por meios das
placas, mas também, através dos folders que serão distribuídos e de totens informativos
(como a história da represa e da barragem).
50
3. PROJETO Nº 3 – ORQUIDÁRIO
Integrantes: Gustavo Ribeiro, Gabriela Bertelli, Laura Lucas Teixeira,
Fernanda Azevedo, Marcos Paulo Rocha, Juliane Duarte, Gabriel Costa,
Brunno Kawagoe, Daniel Morais.
3.1. Introdução
Piedade é marcada por raízes históricas que agregaram características de produção
rural em seu município. Em outras palavras a sua distribuição geográfica consiste na
significante presença de grandes propriedades de produção agrícola em um perímetro
segmentado e distante a região central e urbana, que corresponde a uma pequena área.
Mediante a característica mencionada a cima é que a possibilidade da realização de
turismo rural no município surge, juntamente com o interesse de proprietários que entendem
essas atividades uma nova forma de renda e desenvolvimento.
O turismo em Piedade está passando por um processo de aprimoramento e existe um
fluxo de pessoas que visitam os atrativos do município. Paralelamente a isso, os
empreendimentos devem se estruturar de maneira a atender esse turismo em desenvolvimento.
E com essa constatação que surge o projeto modelo que propõem uma estrutura para receber
turistas.
O projeto pretende auxiliar os proprietários rurais com alguns pontos essências para
uma visitação, não se tornando um padrão rigoroso, mas sendo adaptável aos diferentes tipos
que culturas que encontramos em Piedade.
3.1.1. Objetivos
I. Desenvolver cada vez mais o turismo rural em ascensão no município.
II. Possibilitar que qualquer empreendimento que deseja um fluxo de turistas possua uma
estrutura que supra as necessidades do visitante.
III. Possibilitar ao empreendedor estabelecer um padrão de atendimento.
IV. Aprimorar a experiência do turista com relação ao turismo rural de Piedade.
51
3.1.2. Procedimentos Metodológicos
I. Elaboração da Proposta
II. Apresentação para a prefeitura
III. Apresentação para o proprietário do empreendimento rural.
IV. Seleção das técnicas cabíveis.
V. Aprovação do orçamento.
VI. Contratação da equipe de construção.
VII. Finalização do projeto.
3.1.3. Justificativa
Fora identificado que o turismo com viés rural em Piedade é realizado e possui um
grande potencial de crescer, porém isso esbarra em certas questões, uma de bastante
relevância é a estrutural onde oque é encontrado consiste em apenas a característica de
produção sendo inapropriada para um fácil deslocamento durante a visitação.
Apesar do interesse com o turismo é necessário que intervenções sejam realizadas para
que essa atividade seja realizada de maneira a agradar e assim, possibilitando até que o turista
volte e tenha interesse por visitar as diversas propriedades turísticas que o município dispõe.
3.1.4. Referenciais Teóricos
Inicialmente é necessário entender o que é Turismo Rural, Turismo no Espaço Rural e
Agroturismo, esses três conceitos têm aspectos equivalentes e muitas vezes ambíguo pelas
interpretações de autores diferentes. Entende-se por Turismo no Espaço Rural como:
“Todas as atividades praticadas no meio não urbano, que consiste de
atividades de lazer no meio rural em várias modalidades definidas com base
na oferta: turismo rural, agroturismo, turismo ecológico ou ecoturismo,
turismo de aventura, turismo de negócios, turismo de saúde, turismo cultural,
52
turismo esportivo, atividades estas que se complementam ou não”.
(GRAZIANO DA SILVA et al., 1998:14).
Entende-se como Agroturismo atividades complementares às atividades agrícolas:
“Atividades internas à propriedade, que geram ocupações
complementares às atividades agrícolas, as quais continuam a fazer parte do
cotidiano da propriedade, em menor ou maior intensidade. Devem ser
entendidas como parte de um processo de agregação de serviços e bens não-
materiais existentes nas propriedades rurais (paisagem, ar puro, etc.) a partir
do ‘tempo livre’ das famílias agrícolas, com eventuais contratações de mão-
de-obra externa”. (GRAZIANO DA SILVA et al., 1998:14).
E Tulik deixa mais elucidado:
“Derivação do Turismo Rural, mas caracteriza-se por uma interação
mais efetiva entre o turista com a natureza e as atividades agrícolas”. (TULIK,
1993).
Segundo Beni (2003) Turismo Rural é a denominação dada ao deslocamento de
pessoas a espaços rurais, em roteiros programados ou espontâneos, com ou sem pernoite para
fruição dos cenários e instalações rurícolas – nesse sentido, alguns autores valem-se da
expressão turismo no meio rural para incluir também o agroturismo.
O turismo rural está diretamente ligado ao tema do projeto: A criação de um modelo
turístico nos atrativos e nas construções na área rural. Isso reflete um processo de
planejamento sustentável na localidade, principalmente em Piedade que é uma cidade de
pequeno porte, onde pode-se criar um modelo padronizado e ideal, pois ainda não possui
problemas de que grandes centros possuem como poluição, congestionamentos e
impermeabilidade do solo. Com isso a cidade pode se tornar referência nesse planejamento
sustentável e com a ajuda de técnicos e bacharéis em turismo pode realizar o planejamento
que explore os recursos naturais, com monitoramento e fiscalização e inovação desses
profissionais:
“A elaboração de planos de desenvolvimento turístico para municípios
principalmente de pequeno porte que ainda têm condições de criar uma
53
atividade turística sustentável deve ser realizada por técnicos e instituições
para os quais a multidisciplinaridade seja relevante, como conclui”
(BISSOLI,2002).
Para Boullón (1993, p.68 apud Martinéz e Monzonís, 2000), estas estruturas têm de se
adaptar ao turismo, devendo apresentar:
• Definição quanto ao tipo de exploração turística rural;
• Preparação do produto turístico (permanência, programação de
atividades, transporte de acesso e interno, capacitação e treinamento de recursos
humanos);
• Definição da estrutura turística local
• E definição de uma estratégia de marketing e comercialização.
Elucidando que o projeto deve contemplar esse pontos adequando-se ao turismo e ao
mesmo tempo, valorizando, preservando e conservando o meio ambiente e a paisagem local.
Ruschmann (1994) cita a definição dada pela Comissão Mundial sobre o Meio
Ambiente (CMMAD) que entende o termo desenvolvimento sustentável, como: “um processo
de transformação no qual a exploração dos recursos, a direção dos investimentos, a orientação
da evolução tecnológica e a mudança institucional se harmonizam e reforçam o potencial
presente e futuro, a fim de atender as necessidades e aspirações humanas”.
Visando um planejamento sustentável, a exploração dos recursos dever estar alinhada
com a necessidade de manutenção e conservação da área rural presente na localidade, para
isso necessita-se de um planejamento sustentável que visa explorar os recursos naturais, mas
que visa conformar com o potencial presente e futuro:
“Considerando que o conceito de desenvolvimento sustentável sugere
um legado permanente de uma geração a outra, para que todas as pessoas
possam prover suas necessidades, a sustentabilidade, ou seja, a qualidade
daquilo que é sustentável, passa a incorporar o significado de manutenção e
conservação ab aeterno dos recursos naturais. Isso exige avanços científicos e
tecnológicos que ampliem permanentemente a capacidade de utilizar,
recuperar e conservar esses recursos, bem como novos conceitos de
necessidades humanas para aliviar as pressões da sociedade sobre eles”
(Barbieri, 2000).
54
E pensando no projeto, as infraestruturas devem considerar a paisagem do local,
conservando o meio ambiente. Fato igualmente importantíssimo é assegurar o controle da
capacidade de carga, assegurando que não se cause danos irreparáveis e projetar instalações
adequadas a esse pensamento de desenvolvimento sustentável:
• Deverá considerar ainda que a conservação dos recursos
naturais de valor paisagístico notável deve atentar para o fato de que o meio ambiente
é considerado patrimônio público e o aspecto da sua conservação ecológica deverá
estar equilibrado com o uso comum pelo povo, possibilitando a todos os cidadãos o
contato com a natureza (RUSHMANN, 2000).
• E Segundo Ansarah (2001) o planejamento turístico deve
ordenar as ações do homem sobre o território a fim de evitar que este cause danos
irreparáveis para o meio ambiente, através de construções inadequadas que destruam a
atratividade da área e também, dos impactos ambientais como pisoteamento excessivo,
poluição e acúmulo de lixo.
3.2 Identificação, caracterização, aspectos administrativos e fonte de
receita
Identificado como “Estrutura modelo para atendimento turístico em propriedade rural”
para ser implantado em propriedade agrícola que apresenta uma estrutura contemplada apenas
pela rotina produtiva.
O projeto é caracterizado por adaptar o espaço cultivado para a visitação turística,
possibilitando através de estruturas e atendimentos adequados, uma visita capaz de satisfazer
a aproximação do turista ao ambiente produtivo.
Por atender ambiente rural o espaço a ser trabalhado não deve ser descaracterizado,
mantendo assim os aspectos que tornam a propriedade atrativa.
A principal característica deste projeto é desenvolver um padrão das estruturas visando
uma otimização no desenvolvimento das atividades turísticas inseridas nas propriedades
rurais
55
A proposta prioriza atender necessidades de adaptação em propriedades privadas do
setor da agricultura piedadense, portanto toda parte gerencial se estabelece como
responsabilidade do proprietário.
A captação de receita provém do valor da visita, comercialização dos produtos
cultivados na propriedade bem como demais produtos do município que estejam associados
ao COMTUR, outros produtos adjacentes também podem ser comercializados com o intuito
de acolher o turista como alimentação e souvenires.
3.2.1. Descrição detalhada do projeto
O projeto de estruturação de um modelo para atendimento turístico a ser desenvolvido
em propriedades rurais no município de Piedade tem como objetivo padronizar as estruturas e
visitações nos estabelecimentos onde existe a possibilidade de praticar o agroturismo.
O agroturismo tem como vantagem ser especialmente executado por membros da
família da localidade rural, com a possibilidade de contratação eventual de auxiliares, assim
barateando custos de contratação de funcionário. A intenção é buscar um contato maior dos
turistas e visitantes com os produtores locais, mostrando o funcionamento de uma produção
agrícola com os materiais já existentes, estimulando assim à conservação ambiental, educação
ambiental, entre diversas outras atividades relacionadas ao meio ambiente e agregando valor
aos produtos agrícolas dos estabelecimentos rurais locais.
O projeto trata-se de um modelo de diversas estruturas que possibilitaram uma
visitação turística ás propriedades rurais como:
1 – Placas sinalizadoras nas entradas de cada propriedade rural, indicando que o local
tem a possibilidade de receber visitações e com informações básicas sobre que produtos
agrícolas podem ser encontrados no local.
2 – Entrada(as) com espaço suficiente para o acesso de ônibus e vans, contendo um
local para a manobra e estacionamento destes.
3 – Trajetos demarcados com pedregulhos no espaço rural, fazendo com que o
visitante tenha uma orientação espacial mais controlada, contando também com placas de
sinalização, indicando as estruturas que poderão ser encontradas no caminho.
4 – Uma estrutura física de recepção, contando com um funcionário para receber na
entrada os visitantes com informações uteis e necessárias sobre o local, assim como sobre a:
produção, visitação, palestras e workshops.
56
Figura 1 – Desenho do projeto
Fonte: Grupo responsável pelo projeto
Figura 2 – Desenho do projeto
57
Fonte: Grupo responsável pelo projeto
3.2.2. Orçamento
Orçamento simulado e desenvolvido para a reforma da casa onde serão recebidos os
turistas, este deve servir para vendas de souvenires, produtos alimentícios, produtos rurais da
propriedade e/ou de piedade, e também para reuniões e orientações antes ou depois da chega
dos turistas de informações ligadas a determinado tipo de roteiro ou circuito.
Tabelas 8 e 9: Orçamentos
58
Fonte: Grupo responsável pelo projeto
Fonte: Grupo responsável pelo projeto
*Encargo Social: 129,34%
Descrição dos Parâmetros Unidade Valores Atribuídos
Área do Terreno m². 100,00
Área do Pavimento Térreo m². 50,00
Área do Pavimento Superior m². 0,00
Área Total Reformada m². 50,00
Numero de Pavimentos un. 1,00
Pé Direito do Pavimento Térreo m. 2,00
Pé Direito do Pavimento
Superior
m. 0,00
Número de Dormitórios un. 2,00
Número de Banheiros un. 2,00
Descrição das Etapas
de Obra.
Mão de Obra
(R$)
Material
(R$)
Custo Total
(R$)
Alvenaria de Vedação. 2.021,01 2.438,60 4.459,61
Cobertura. 3.757,80 6.642,95 10.400,75
Esquadrias e Vidros. 2.581,77 9.970,97 12.552,74
Parede e Teto –
Chapisco, Emboço e
Reboco.
7.285,38 1.360,64 1.360,64
Piso – Regularização. 2.010,15 1.578,75 3.588,90
Pintura. 3.625,81 1.832,14 5.457,95
Paisagismo. 139,77 181,69 321,46
Limpeza Final. 417,55 0,00 417,55
TOTAL 19.257,47 24.005,74 38.559,60
59
(Nota: Encargos sociais são os custos demandados pela contratação de mão-de-obra que
extrapolam a remuneração referente ao trabalho efetivamente realizado). (Arquitecasa.com)
3.2.3. Relação com o público visitante
A relação com o público na propriedade é muito próxima, pois os grupos que visitam
as estufas não podem ser muito grandes, no máximo 5 ou 6 pessoas, pois como o proprietário
explicou, em grupos grandes a informação não pode ser passada de forma efetiva. Os grupos
pequenos também facilitam o deslocamento dentro do sítio, fazendo com que o monitor passe
o tempo todo passando informações, e não perdendo tempo em reunir o grupo, que muitas
vezes, quando grande, pode se dispersar. Por isso, a quantidade estimada de pessoas a serem
recebidas por dia não deverá passar de 30 pessoas, para que as atividades desenvolvidas sejam
de fato efetivas.
As visitas devem ser todas feitas com um agendamento prévio, já que exigem à
contratação de um profissional qualificado e que tenha um conhecimento aprofundado sobre o
assunto, no caso as orquídeas. Quanto aos funcionários, a formação e o preparo do
conhecimento que devem adquirir para acompanhar os grupos não são simples e requer
investimento de tempo e recursos, portanto, como o local não recebe um número muito
elevado de visitantes, o preparo de 2 a 3 funcionários já é suficiente para atender a demanda.
A propriedade também é extremamente preocupada com a acessibilidade e com o bem
estar de pessoas que possuam qualquer tipo dificuldade, já que serão feitas adaptações nos
caminhos que ligam as estufas e também nos acessos a outros espaços da propriedade, além
de ter como outra possibilidade levar os visitantes de carro aos locais, como ao pomar, por
exemplo, e a todas as estufas.
3.2.4. Material informativo/souvenirs/sinalização
Na propriedade já existem diversos materiais explicativos, que podem ser
disponibilizados ao visitante que quiser saber mais sobre as orquídeas, também estão
disponíveis todas as informações sobre o florescimento das flores e os produtos utilizados nas
mesmas.
60
Esse projeto pretende aproximar mais ainda o turista dessas informações, por meio das
placas, que terão as informações básicas sobre a planta e também por meio de um aplicativo
que a partir de uma imagem contida na placa irá fornecer mais informações daquele produto.
Haverá uma loja localizada no final do trajeto de visitação, que possibilitará ao
visitante a compra do produto do sitio, no caso do orquidário, a vendas das orquídeas e dos
produtos necessários para cultivá-las e também livretos que ensinem como fazê-lo. Também é
proposta a venda de lembrancinhas que se associem com as flores: chaveiros, camisetas,
canecas, etc.
O estabelecimento também pode desenvolver folders que possam ser distribuídos em
outros pontos da cidade, para uma maior captação de turistas, porém esses pontos devem ser
pensados estrategicamente, para se atrair a demanda desejada para o tipo de empreendimento
divulgado, tanto em quantidade, como também em qualidade.
Pretende-se realizar uma padronização na identificação dos produtos agrícolas da
propriedade, permitindo ao turista conhecer melhor as produções agrícolas e seus dados
básicos. No caso do orquidário foi proposto um modelo de placa para identificar as flores do
estabelecimento:
Figura 3 – Modelo de Placa de Identificação de Flores
Fonte: Grupo responsável pelo projeto
Esse modelo pode ser utilizado como adesivo nos vasos ou como placas para as
plantas que estão na natureza.
As Placas de sinalização interna do estabelecimento também serão personalizadas e
serão colocadas em vários pontos da propriedade em dois idiomas, como as mostradas abaixo:
Figura 4 – Placa de sinalização interna (banheiros)
61
Fonte: Grupo responsável pelo projeto
Figura 5 – Placa de sinalização interna (Estufa)
Fonte: Grupo responsável pelo projeto
Figura 6 – Placa de sinalização interna (Loja)
Fonte: Grupo responsável pelo projeto
Também é proposta a sinalização indicativa para a chegada até o local, colocada em
pontos estratégicos para o público visitante. Como a sinalização a partir das estradas
principais de acesso à propriedade e a partir do centro da cidade. Também foi pensada na
padronização dessa sinalização como as placas internas da propriedade.
Figura 7 – Placa de sinalização no município
62
Fonte: Grupo responsável pelo projeto
Outra sinalização proposta é a implantação de placas nas entradas da propriedade.
Figura 8 – Placa de sinalização na entrada da propriedade
Fonte: Grupo responsável pelo projeto
3.2.5. Outras atividades possíveis
Outras atividades sugeridas a serem executadas nas propriedades são palestras e/ou
workshops sobre o produto agrícola cultivado na propriedade, sobre sua forma de produção,
curiosidades, entre outras informações. Aconselha-se que essa palestra/workshop aconteça
antes da visita guiada, permitindo, assim, um primeiro contato do guia com os visitantes,
realizando um primeiro contato, também, dos visitantes com o produto que será visto
posteriormente, e a exposição de instruções e regras que deverão ser seguidas por todos
durante o percurso.
63
É viável, também, a disponibilização de um espaço para comercializar os produtos
exclusivamente produzidos na propriedade e para a comercialização de materiais informativos
pertinentes e relacionados ao produto agrícola tratado no local.
3.3. Considerações Finais
A atividade turística só ocorre de forma integral quando é entendido que deve haver
uma mudança de postura que se adeque ao acolhimento e necessidades do turista. Essa
postura deve funcionar de maneira a antecipar qualquer ponto negativo que o atrativo poderia
apresentar ou ser perceptível ao visitante.
O primeiro passo a questões que vão de frente as necessidades dos turistas deve ser
dado pelo proprietário do empreendimento, com finalidade de maximizar a experiência no
meio. Com o foco voltado as atividades rurais, a condução no trajeto de produção junto a
explicações pertinentes caracterizam uma atenção especial e que acaba por colocar o visitante
nessa realidade.
As medidas apresentadas no projeto também evitam degradações ao meio ambiente e
as edificações das propriedades, com, por exemplo, a relação da demarcação de onde os
visitantes irão passar, podendo preservar certas regiões e evitando problemas que seriam
enfrentados em longo prazo. E também as propostas são um bom ponto de partida para
colocar em prática as aulas de turismo receptivo que proprietários rurais fizeram em cursos
públicos.
Com o aumento da visitação e do contato com o local produtor, há uma valorização
dos produtos que fazem parte das características e identidade do município. E o projeto visa
conseguir um padrão estrutural que permita esse aumento da visitação e assim alavancando o
turismo rural de Piedade.
3.4. Referências Bibliográficas
64
BARBIERI, José Carlos. Desenvolvimento e meio ambiente: as estratégias de mudanças da
Agenda 21. 3. ed. Petrópolis: Vozes, 2000. p. 31.
RUSCHMANN, Doris van de Meene. Turismo e planejamento sustentável: A proteção do
meio ambiente. 10º ed. Campinas, SP: Papirus, 1997.
BISSOLI, Maria Ângela Marques Ambrizi. Planejamento turístico municipal com suporte
em sistemas de informação. 3. ed. São Paulo: Futura, 2002.
MARTINÉZ, F.J.; MONZONÍS, J.S. Alojamiento turístico rural: gestion y
comercialización. Madri: Sintesis, 2000.
ANSARAH, Marília Gomes dos Reis (Org.). Turismo. Como aprender, como ensinar. São
Paulo: Editora SENAC, 2001. 406 p.
RUSHMANN, Dóris Van De Meene. Turismo no Brasil: Análise e tendências. São
Paulo: Manole, 2000.
GRAZIANO DA SILVA, José et al. Turismo em áreas rurais: suas possibilidades e
limitações no Brasil. In: Turismo Rural e Desenvolvimento Sustentável. (Org.) ALMEIDA,
J.A. et al. Santa Maria: Centro Gráfico, 1998.
TULIK, Olga. Recursos Naturais e Turismo: tendências contemporâneas. In: Turismo e
Análise, nº 2. São Paulo: ECA/USP, 1993.
BENI, Mário Carlos. Análise estrutural do turismo. 8ª ed. São Paulo, Senac, 2003.
65
4. PROJETO Nº 4 – SINALIZAÇÃO TURÍSTICA BÁSICA
Integrantes: Giovanna Modenese, Camila Seixas, Marcia Ohata, Amanda Sanson, Juliana Inowe, Noely Moura, Bruna Ribeiro.
4.1. Introdução
O projeto proposto situa-se na atual falta de sinalização básica existente no município
de Piedade, situada no interior do estado de São Paulo, considerando a dificuldade de acesso
para a chegada em determinados equipamentos e pontos turísticos. A maioria desses
equipamentos que estão localizados na área rural, constata-se maior dificuldade da localização
dos visitantes por essas vias.
Desse modo sendo fundamental ressaltar a importância de promover uma efetiva
sinalização turística para a organização das localidades receptoras, transmitindo maior
informação e orientação aos habitantes e visitantes. A sinalização proporciona variadas
opções de roteiros e usos dos atrativos. Desta forma, contribui para a valorização,
conservação e divulgação da localidade, tornando-se um valioso recurso para o
desenvolvimento do turismo local.
De acordo com dados obtidos a partir da realização do inventário turístico de Piedade,
a cidade recebe em torno de 200 mil turistas por ano, sendo 60 mil na alta temporada,
compreendendo os meses de fevereiro, março, maio, julho, agosto e setembro. Os principais
visitantes são oriundos da região entorno de Piedade e da capital (São Paulo). Há também
turistas do Rio de Janeiro e Paraná (Brasil) e turistas da Alemanha e Japão (internacional). Os
principais tipos de turismo no município são o Turismo Rural, Turismo Cultural e
Ecoturismo.
Durante visitas ao município, foi possível constatar a falta de placas de sinalização
orientando a chegada à cidade e alguns equipamentos turísticos.
Verifica-se com isso que, sem a sinalização turística adequada, não há condições de se
promover qualquer produto, equipamento ou serviço turístico. Além de possibilitar a melhora
do aproveitamento da visita e o desenvolvimento da atividade turística local.
66
4.1.1. Tema
Implantação da sinalização turística básica para o município de Piedade, em pontos
estratégicos onde identifica-se ausência de sinalização, a fim de garantir o acesso fácil ao
visitante até o atrativo.
4.1.2. Objetivo O projeto objetiva a implantação de novas placas em locais estratégicos, que sejam
mais modernas, didáticas e interpretativas.
4.1.3. Procedimentos Metodológicos O procedimento metodológico aplicado para o projeto de sinalização do município de
Piedade teve como princípio analisar o documento do inventário turístico, realizado pelos
discentes do curso de bacharelado em Turismo da Universidade Federal de São Carlos -
Campus Sorocaba, no que se referia ao diagnóstico, e onde foram detectados falhas na
sinalização turística do município de Piedade.
A etapa posterior visou buscar referências em pesquisas acadêmicas, site do Ministério
do Turismo, Iphan - com relação aos procedimentos adotados pelo Guia Brasileiro de
Sinalização Turística (GBST), a fim de embasar o projeto em fontes críveis e com amplo
conhecimento sobre o assunto, além de verificar as leis existentes e aplicar as leis específicas
que existem para sinalização turística no país.
Sendo assim, para um melhor planejamento com relação a sinalização e resultados
eficientes, houve necessidade em mapear os atrativos turísticos e separá-los por região para
verificar quais pontos necessitariam de intervenções.
Buscou-se ainda, um estreitamento na relação de comunicação junto ao Departamento
de Turismo do município, através de entrevista semi-estruturada, o qual trouxe dados
importantes para que a elaboração do projeto de sinalização se tornasse efetivo e com bom
desenvolvimento prático.
Foram realizadas pesquisas de campo, observação in loco dos problemas relatados que
constam no diagnóstico e feitas às devidas anotações quanto aos locais onde não havia
sinalização ou nos locais onde as mesmas estavam degradadas ou deficitárias.
67
4.1.4. Justificativa O município de Piedade recebe atualmente cerca de 200 mil turistas que adentram no
município através de três principais acessos. O projeto de sinalização básica visa
manter/aumentar este número, visto que, o turista mal orientado pode implicar em adquirir
uma relação de topofobia. Os desdobramentos dessa relação são negativos para um município
que almeja o crescimento sustentável do turismo.
Com o aproveitamento das sinalizações existentes, o projeto de sinalização
complementar demonstra que o município é bem organizado e preocupado em receber seus
visitantes. Este investimento é revertido para munícipes e turistas.
Ao promover a sinalização de forma dinâmica e temática, salienta e valoriza a
identidade do município, agregando valor a experiência obtida na localidade.
A sinalização adequada dos atrativos existentes visa orientar seus visitantes de forma
que a visita seja produtiva, além de informar a potencialidade turística, já que o turismo rural
é um dos meios que move a economia da cidade, e, o turista ao permanecer mais tempo na
localidade, tende a gastar mais e assim gerar maiores receitas ao município.
4.2. Descrição detalhada do projeto
A finalidade do projeto é promover ações que visam ordenar a disposição dos objetos,
mantendo as placas de sinalização já existentes no município e complementando com novas
placas e painéis com informações contextualizadas, (informações de acesso, placas
indicadoras), cumprindo com o objetivo dado pelo conjunto: objeto, história, cultura,
importância atual para todos os envolvidos e interpretação dos visitantes. O principal foco do
projeto é que as placas interajam com os visitantes, incentivando a visita ao equipamento
turístico. Assim, nos resultados do projeto pode-se inferir que a implantação da sinalização
seria fator determinante na visitação, integração e dinamização dos atrativos turísticos.
4.2.1. Etapas do projeto
68
1. Estudo do local, promover a escolha de lugares estratégicos para disposição das
placas, dentro do percurso em que se encontra até a chegada ao atrativo turístico.
2. Elaboração dos textos em pelos menos, duas línguas. Recomenda-se o português e
inglês.
3. Elaboração da confecção de novos suportes, o projeto busca por meio de signos, cores
e fontes, criar um tema para a sinalização, que seja condizente com o tema do
município (no caso Turismo Rural) conferindo identidade ao atrativo.
4. Feedback da nova sinalização, por meio de entrevistas profundas e de preferência
informais, com visitantes aleatórios. Tais entrevistas influenciarão diretamente na fase
de adaptação, para analisar quais impactos as mudanças na sinalização causaram,
sendo assim uma prévia da implantação definitiva.
5. Implantação definitiva: Considerando as alterações obtidas no feedback, a implantação
será oficializada.
Lembrando que todo entorno das placas, são meios rurais, então seu suporte será
fincado no chão. Com exceções das placas que serão colocadas no centro da cidade, e
terão que ser presas com material adequado para ruas e calçadas, como cimento.
4.2.2. Referencial Teórico
O Guia Brasileiro de Sinalização Turística - Iphan atende a crescente solicitação da
sociedade por uma orientação que facilite o acesso aos atrativos culturais e naturais,
contribuindo para o conhecimento do potencial turístico nacional. Além disso, implanta no
Brasil, por meio de regulamentação do Denatran, a sinalização de cor marrom, reconhecida e
consagrada na maioria dos países como indicativa de bens turísticos e patrimoniais. Por fim,
padroniza e estabelece pictogramas desenvolvidos de acordo com padrões e recomendações
internacionais.
Em 1998 foi realizada na cidade de São Paulo, pela SET, uma pesquisa de demanda de
sinalização turística. Concluiu-se que, “46,52% dos turistas estrangeiros perceberam a
sinalização dentro do Estado de modo satisfatório. Mais da metade do total (53,48%)
demonstraram sua insatisfação ao avaliarem essa sinalização como deficiente (25,67%) e
regular (27,81 %). A publicação do SEBRAE e do SPC & VB relata o percentual de turistas
69
estrangeiros que conheceram a infra-estrutura urbana paulistana e seu grau de satisfação com
ela. No que se refere à sinalização urbana, 69,2% se utilizaram desta infra-estrutura, dos quais
27,8% a consideram "boa", 44,4% "regular" e 27,8% "ruim" ”.
Ou seja, esse dado, ainda quando São Paulo já era a capital brasileira mais visitada por
turistas estrangeiros, a sinalização era deficitária e os órgãos responsáveis por esse
planejamento não se atentaram a isso.
Em contraste, e provavelmente por resultados desses dados, este ano (2014), São
Paulo recebeu novas implantações de sinalização em mais de 70 atrativos, pela SPTuris
(empresa municipal de turismo e eventos). Meta impulsionada pela Copa do Mundo, segundo
a empresa.
O interessante é que o objetivo da SPTuris, não é simplesmente de trabalhar com a
sinalização com a simples função de informar e direcionar; mas sim de trabalhar com o
sentido do conhecer através do turismo, ou seja, trabalhando com a interpretação e percepção
dos locais a serem visitados. Então, implantaram três tipos de placas sinalizadoras seguidas
abaixo:
1) placas interpretativa de monumento: já fixada à frente de 53 atrativos no centro, contém com informações básicas do respectivo ponto turístico em português, inglês e espanhol e QR Code; 2) placas interpretativa de região: também trilingues, são 19 totens já instalados em pontos de grande circulação de turistas na região central e que contém mapa local, contexto histórico e turístico, além do QR Code; 3) placas direcionais: trazem o nome do atrativo, um pictograma que indica sua tipologia (parque, museu, centro de cultura, etc) e uma seta com a direção a seguir para chegar ao local. Estas é que começaram a ser instaladas esta semana na região do centro e Paulista.
Foi um total de 441 placas instaladas até os jogos. Um legado da copa bem planejado e
aproveitado pelo dinheiro público.
A sinalização turística pode e deve favorecer também os munícipes, pois
primeiramente deve-se beneficiar e atender os residentes, se estiver bom, acessível, legível e
compreensível por eles, estará bom aos turistas. Obviamente que aos brasileiros, e para todos
os casos deve-se haver uma pesquisa para avaliar se a interpretação da sinalização foi
atendida imediatamente, sem dúvidas, garantindo que não haja topofobia.
70
“A sinalização proporciona variadas opções de roteiros e usos das
atrações. Desta forma, contribui para a valorização, conservação e
divulgação da localidade, com enfoque educacional, tornando-se um
valioso recurso para o desenvolvimento do turismo local”. (Souza,
Maria Eliane. 2006)
Então, é importante que seja incluído nas placas de sinalização, informações
históricas, de vegetação, colonização, cultural, artística; e até mesmo histórias de contos
populares do patrimônio/monumento.
4.2.3. Recomendações básicas para implantação de sinalização turística Para que a sinalização turística seja estabelecida de forma eficaz, diversos aspectos
devem ser observados no sentido de atender aos deslocamentos dos turistas. Neste sentido, é
fundamental que seja mantida a padronização em todos os planos desenvolvidos.
Com o intuito de embasar a análise deste projeto, serão apresentadas a seguir algumas
das mais relevantes recomendações estabelecidas pelo Guia Brasileiro de Sinalização
Turística de acordo com o Iphan.
• Placa de Identificação de Atrativo Turístico
Possui o intuito de indicar a localização do destino procurado, compreendendo a
identificação do local por meio de seu nome e do respectivo pictograma.
Segundo o Guia Brasileiro de Sinalização Turística, este tipo de placa deve apresentar
a forma quadrada e conter o pictograma referente ao atrativo turístico colocado acima da
mensagem.
• Placas Indicativas de Sentido (Direção)
Este tipo de placa apresenta feitios diferenciados em função das direções a
serem informadas e do atendimento às necessidades de cada local com relação. São utilizados,
basicamente, quatro tipos de placas com setas direcionais, para garantir a orientação aos
71
destinos: pré-sinalização; confirmação de saída; confirmação em frente e de posicionamento
na pista.
• Visibilidade, Legibilidade e Segurança
Deve ser visualizada e lida a uma distância que permita segurança e tempo hábil para a
tomada de decisão; selecionar trajetos de fácil compreensão para os usuários, com o objetivo
de valorizar os aspectos de interesse cultural e turístico, levando em conta a segurança do
trânsito; garantir a integridade dos monumentos destacados e impedir que a sinalização
interfira em sua visualização.
• Suficiência
Oferecer as mensagens necessárias a fim de atender os deslocamentos dos usuários e
auxiliar a adaptação dos usuários às diversas situações viárias.
• Continuidade e coerência
Assegurar a continuidade das mensagens até atingir o destino pretendido, mantendo
coerência nas informações e ordenar a cadência das mensagens, para garantir precisão e
confiabilidade.
• Atualidade e valorização
Acompanhar a dinâmica dos meios urbano e rural, adequando a sinalização a cada
nova realidade e assegurar a valorização da sinalização, mantendo-a atualizada.
A seguir, as placas que serão colocadas de acordo com o projeto:
• Placa 01,02,03- Cada uma com 2,00 m²
3 Suportes Coluna Simples (CS) – 21/2” X 3,60m x 2,75 mm
72
Fundo Marrom, Letra e/ou Símbolos Preto e Branco, Altura Letra (mm) 125
Figura 9 – Placa de sinalização
Repr. Itupararanga
Repr. Itupararanga
Repr. Itupararanga
Fonte: Grupo responsável pelo projeto
• Placa 04 e 05 – Cada uma com 2,00 m²
2 Suportes Coluna Simples (CS) – 21/2” X 3,60m x 2,75 mm
Fundo Marrom, Letra e/ou Símbolos Preto e Branco, Altura Letra (mm) 150
Figura 10 – Placa de sinalização
Cachoeira
Cachoeira
Fonte: Grupo responsável pelo projeto
• Placa 06 e 07 – Cada uma com 2,00 m²
Braço Planejado Light – Galvanizado de 3” x 2,70m x 3,75mm
Fundo Marrom, Letra e/ou Símbolos Preto e Branco, Altura Letra (mm) 125
Figura 11 – Placa de sinalização
73
Turismo Rural
Pq. Jurupará
Turismo RuralPq. Jurupará
Fonte: Grupo responsável pelo projeto
• Placa 08 – 4,00 m²
Suporte Coluna Simples (CS) – 21/2” X 3,60m x 2,75 mm
Fundo Marrom, Letra e/ou, Símbolos Preto e Branco, Altura Letra (mm) 125 e 125
Figura 12 – Placa de sinalização
Turismo Rural
Pq. Jurupará
Repr. Itupararanga
Turismo Rural
Fonte: Grupo responsável pelo projeto
• Placa 09 e 010 - Cada uma com 2,00 m²
2 Suportes Coluna Simples (CS) – 21/2” X 3,60m x 2,75 mm
Fundo Marrom, Letra e/ou, Símbolos Preto e Branco, Altura Letra (mm) 150
74
Figura 13 – Placa de sinalização
Turismo Rural
Turismo Rural
Fonte: Grupo responsável pelo projeto
• Placas 011, 012 e 013 – 0,50 x 1,00 m
Suporte Coluna Simples (CS) – 21/2” X 3,60m x 2,75 mm
Fundo Marrom, Letra e/ou, Símbolos Preto e Branco, Altura do Símbolo (mm) 150
Figura 14 – Placa de sinalização
Fonte: Grupo responsável pelo projeto
4.2.4. Orçamento
- Detalhamento das Placas com seu suporte adequado
Tabela 10 - Orçamento
Placa Suporte Valor (R$) Total (R$)
01 CS 210,00+445,00 655,00
02 CS 210,00+445,00 655,00
75
03 CS 210,00+445,00 655,00
04 CS 210,00+445,00 655,00
05 CS 210,00+445,00 655,00
06 BP 250,00 + 962,00 1.212,00
07 BP 250,00+962,00 1.212,00
08 CS 320,00+445,00 765,00
09 CS 210,00+445,00 655,00
010 CS 210,00+445,00 655,00
011 CS 230,00 230,00
012 CS 230,00 230,00
013 CS 230,00+445,00 675,00
TOTAL (R$) 8.909,00
Fonte: Grupo responsável pelo projeto
Resumo do custo de Sinalização
• Materiais
- Placas
07 Placas (2,00x1,00)
- Valou unidade R$210,00 = R$ 1,470,00
03 Placas (1,00x0,50)
- Valor Unidade R$ 230,00 = R$690,00
01 Placa (2,00x2,00)
- Valor Unidade R$ 320,00 = R$320,00
02 Placas (2,00x1,00)
- Valor Unidade R$250,00 = R$500,000
76
Sub Total: R$ 2.980,00
- Suporte para Placas
Tipo CS 09 Unidades
- Valor por Unidade R$445,00 = R$ 4.005,00
Tipo BP 02 Unidades
- Valor por Unidade R$962,00 = R$1.924,00
Sub Total : R$5.929,00
• Mão de Obra
Instalação – R$ 16.650,00
- Totalizando:
Total Material : R$8.909,00
Total Instalação: R$16.650,00
• TOTAL FINAL : R$ 25.559,00 (VINTE E CINCO MIL, QUINHENTOS E
CINQUENTA E NOVE REAIS)
4.2.5. Principais resultados esperados com a implantação do projeto
• Uma sinalização mais eficaz e que consiga explorar e transmitir as informações ali
dispostas.
• Um ordenamento das placas que respeite o ambiente, e que possua um aspecto
paisagístico.
• Placas elaboradas de forma que promovam e estimulem a identidade do local.
• Placas que valorizem o contexto apresentado e o atrativo turístico
77
4.3. Considerações Finais
Conforme apresentado no desenvolvimento do trabalho deve-se levar em consideração
que o presente projeto preocupou-se em analisar a questão sobre a sinalização existente nos
atrativos turísticos de Piedade, porém, nota-se a real necessidade da elaboração de um projeto
integrado de sinalização turística para o município visando uma sinalização mais eficaz visto
seu considerável desenvolvimento turístico e, conseqüentemente, seu fluxo crescente de
visitantes.
Desse modo o trabalho objetiva a implantação de novas placas em locais estratégicos,
que sejam mais didáticas e explicativas com a finalidade de transmitir maior informação e
orientação aos habitantes e visitantes. Além disso, a existência de uma parceria intermunicipal
seria uma oportunidade para que a sinalização turística esteja em todas as áreas.
4.4. Referências
Dias, Laura; Ulian, Flávia. Comunicação Visual e Acessibilidade do Turista Estrangeiro
na Cidade de São Paulo. Turismo em Análise. 2011.
Souza, Maria Eliane. Sinalização turística e percepção do espaço geográfico. Turismo - Visão e Ação - vol. 8 - n.1 p. 165 - 176 jan. /abr. 2006
INSTITUTO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO NACIONAL. Disponível em: <portal.iphan.gov.br/files/Guia_Embratur>. Acesso em: 14 nov. 2014. MINISTÉRIO DO TURISMO. Guia Brasileiro de Sinalização Turística. EMBRATUR; IPHAN; DENATRAN, 2001. MINISTÉRIO DO TURISMO. Disponível em: <http://www.turismo.gov.br/turismo/o_ministerio/publicacoes/cadernos_publicacoes/12manual_sinalizacao.html>. Acesso em: 14 nov. 2014.
78
SÃO PAULO TURISMO Disponível em
<http://www.cidadedesaopaulo.com/sp/br/noticias/4473-avenida-paulista-recebe-sinalizacao-
turistica> Acesso em: 20 de novembro de 2014.
4.5. Anexos
Anexo 1 - Localização das placas que serão sinalizadas
Fonte: Google Earth
Anexo 2 - Sinalizações
Primeira sinalização para Represa de Itupararanga
79
Antes Depois
Uma das sinalizações da estrada SP - 250
Antes Depois
Uma das sinalizações da estrada SP - 079
Antes Depois Anexo 3 – Modelo/exemplo de como poderá ser feita a sinalização
80
Anexo 4 - Modelo padrão das posições de pictogramas, descrições e indicações dos lugares
Exemplo de sinalização
Fonte: bancodevideos.turismo.gov.br
81
Anexo 5 – Exemplo de sinalização em Cachoeira do Chá
Na entrada da Cachoeira do Chá em Tapiraí-SP foi colocada, recentemente, sinalizações turísticas e informações de âmbito em educação ambiental e trazendo traços de colonização e cultura do município e região.
Cachoeira do Chá, Tapiraí-SP
Fonte: Camila Seixas
82
Cachoeira do Chá - Tapiraí-SP
Fonte: Camila Seixas
83
5. PROJETO Nº 5 – REVITALIZAÇÃO DA RODOVIÁRIA E DA
CENTRAL DE INFORMAÇÕES TURÍSTICAS
Integrantes: Renan Kury, Júlia Machado, Giovana Destro, Ana Paula
Remério, Amanda Cruz, Sara Ferreira, Mariana Camargo.
5.1. INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem como tema a revitalização da Rodoviária e da Central de
Informações Turísticas de Piedade, que estão situadas em uma das entradas mais importantes
do município, a entrada para quem vem de Sorocaba. O enfoque maior será dado à rodoviária,
pois a mesma necessita muito mais intervenções do que a CIT, que já possui uma estrutura
condizente com a função, necessitando apenas de uma reforma interna. A revitalização de
ambos poderá trazer muitos benefícios para o município, não somente para eventuais turistas
e visitantes, mas também para os próprios moradores de Piedade.
Piedade é um município do interior do estado de São Paulo, há aproximadamente 104
km da capital. O município faz fronteira com as cidades de Votorantim, Salto de Pirapora,
Pilar do Sul, Tapiraí e Ibiúna .
Em 2013, de acordo com o IBGE e o site da Prefeitura de Piedade, a área total do
município era de 747 km², sendo 40.17 km² de área urbana e 688.83km² de área rural. O
número de habitantes é de aproximadamente 54.323 mil, sendo que, aproximadamente 21.729
mil vivem em área urbana e 32.593 mil em área rural. Da população total, 26.311 são homens
e 23.820 são mulheres.
Piedade possui uma economia agrícola e faz parte do Cinturão Verde do Estado de
São Paulo, onde seus hortifrutigranjeiros abastecem a grande metrópole do nosso país,
gerando também recursos para o desenvolvimento do município de Piedade.
Com relação ao Turismo, o município possui uma razoável quantidade de pousadas na
área rural, o que propicia um contato maior entre homem e natureza. Esse apelo, se bem
explorado, pode trazer muitos benefícios para a cidade e também para os donos de tais
estabelecimentos.
A maior demanda turística da cidade está relacionada aos eventos que ela promove. O
Colha e Pague de Caqui, que acontece em uma propriedade privada na zona rural, eventos
relacionados ao turismo rural como a Expap (Exposição Agrícola de Piedade) e esportes
84
radicais estão entre os eventos que mais recebem público. Ou seja, para esses eventos existe
uma demanda, na maioria das vezes turística.
Os eventos realizados durante o ano são acessíveis aos turistas que têm curiosidade de
participar, conhecer o local e o que ele oferece, visto que, tanto os eventos promovidos na
cidade, quanto os locais turísticos onde são realizados esses eventos, recebem muito bem o
visitante.
Nota-se em Piedade uma paisagem, predominantemente, rural e caracterizada pela
cultura agrícola do município. Assim, ao se deslocar pelas estradas que dão acesso aos
principais atrativos, é possível visualizar vastas plantações repletas das mais variadas frutas,
verduras e hortaliças, contrastando com os focos de mata atlântica. Tudo isso cria um cenário
muito propício para a prática do Turismo, desde que seja respeitado todo esse patrimônio
natural.
A Rodoviária de Piedade é administrada pela Prefeitura Municipal. Também
conhecido como Terminal Rodoviário, o equipamento iniciou suas atividades em outubro de
1986 e possui sinalização turística e de acesso para quem se encontra nos limites do
município. Por localizar-se na área urbana fica próximo a restaurantes, ruas comerciais, bares
e lanchonetes, postos de combustível, posto de saúde e posto mecânico. Também possui ponto
de táxi e diversos pontos de ônibus em suas proximidades, inclusive um terminal de ônibus
urbano ao qual se tem acesso na parte de trás da rodoviária.
No âmbito municipal, os ônibus urbanos são caracterizados como transporte público
municipal e, no âmbito estadual, a rodoviária possui cadastro na Artesp (Agência Reguladora
de Serviços Públicos Delegados de Transporte do Estado de São Paulo) para realização de
transporte público rodoviário intermunicipal. Com relação ao seu funcionamento, não possui
atendimento em língua estrangeira, contudo apresenta informativos impressos turísticos com
linhas e horários. Funciona durante o ano todo, todos os dias da semana, com horário de
abertura do guichês às 06h00 e fechamento às 22h00.
Possui normalmente uma média de fluxo de 14.000 passageiros por mês, aumentando
significativamente esse número em feriados prolongados, datas em que a cidade recebe maior
quantidade de turistas. Recebe principalmente passageiros das cidades vizinhas de Sorocaba,
Votorantim, Araçoiaba, Ibiúna e da capital São Paulo.
Segundo o site oficial de turismo do estado de São Paulo, as Centrais de Informação
Turística (CITs) funcionam como importante fonte de informação turística e sem custo para a
população.O atendimento, em tese, é feito por pessoas qualificadas, bacharéis e estudantes de
turismo bilíngües, e com profundo conhecimento do patrimônio turístico. Nas CITs os turistas
85
também encontram à sua disposição guias turísticos, culturais, de compras, além de mapas da
cidade e folhetos de locais para visitação.
Atualmente, em Piedade, não existe uma CIT em funcionamento. Sua estrutura está
sendo utilizada pelo SAMU, porém, toda a sinalização de CIT continua lá.
5.1.1. Objetivos
5.1.1.1. Geral
Revitalizar a rodoviária e a Central de Informações Turísticas de Piedade.
5.1.1.2. Específicos
• Readequar o espaço em ambas as estruturas;
• Garantir a acessibilidade;
• Suprir a necessidade de uma CIT no município;
• Aumentar o fluxo turístico no município;
• Melhorar a rodoviária também para os moradores, que precisam muito de seus
serviços.
5.1.2. Procedimentos metodológicos
A metodologia utilizada nesse projeto parte de uma visita ao município de Piedade,
por alunos da UFSCar – campus Sorocaba, para o levantamento de informações necessárias
para a melhoria da arquitetura e da disposição dos elementos presentes tanto na Rodoviária
quanto na CIT.
A partir da visita, elencamos o que mais precisava de intervenção e criamos um
projeto escrito e físico, com base em nossas visitas ao longo do ano e conversas com
moradores e o poder público. Elaboramos também uma planilha de custos para auxiliar.
5.1.3. Justificativa
86
A revitalização da Rodoviária e da CIT em Piedade visa o aprimoramento da
experiência de quem utiliza a rodoviária e o complemento da experiência para quem utilizará
a CIT, já que não existe uma atualmente em funcionamento.
Além é claro, dos benefícios para os turistas, essas reformas trarão benefícios também
para os habitantes locais, que necessitam da rodoviária no seu dia-a-dia e que também
poderiam descobrir, através da CIT, locais em Piedade que eles nem mesmo sabiam existir.
5.1.4. Relação com o público-alvo
5.1.4.1. O público-alvo de Piedade
A principal demanda ocorrente no município de Piedade atualmente é a de visitantes
de origem da região de Piedade, Sorocaba e São Paulo. De acordo com dados da Secretária de
Turismo do município, Piedade também recebe, ainda que em pequena quantidade, turistas de
outros estados como Paraná e Rio de Janeiro, e turistas estrangeiros oriundos principalmente
do Japão e Alemanha devido o histórico da cidade de imigrantes e herança cultural ligada a
estes países.
O perfil da maior demanda em Piedade é o de visitantes que vão à cidade devido aos
eventos, principalmente aos eventos diretamente ligados à agricultura e gastronomia, e
eventos ligados ao esporte radical. Por ano, Piedade recebe em torno de 200 mil pessoas e os
meses de maior movimentação são os meses que mais ocorrem eventos de grande porte
(Fevereiro, Março, Maio, Julho, Setembro e Agosto).
Deste modo, a rodoviária de Piedade faz-se importante, à medida que é por meio dela
que, uma parte dos visitantes da região chega até o município. A rodoviária recebe em torno
de 14 mil pessoas por mês (entre moradores e turistas/visitantes), sendo a maioria de origem
da região.
Já no âmbito da Central de Informação Turística, a mesma atualmente encontra-se
funcionando de forma temporária na Casa da Cultura, não possuindo sinalização adequada.
Essa falta de sinalização acarreta no não conhecimento de sua existência como CIT, por meio
dos turistas e visitantes. Sendo assim, torna-se de extrema importância a instalação de uma
CIT estrategicamente localizada, sinalizada e com estrutura e funcionamento próprio.
5.1.4.2. O projeto e os turistas/visitantes
87
A melhoria e adaptação dos espaços, incluindo a implementação de infraestrutura, que
estão diretamente ligados à atividade turística acarreta na atratividade do município no âmbito
do turismo, gera segurança, conforto e satisfação aos turistas, visitantes e até mesmo aos
próprios moradores locais. Sendo assim, o projeto de reforma da Rodoviária Municipal de
Piedade visa readaptar o espaço da rodoviária buscando a melhoria na qualidade do espaço
para melhor atender e fidelizar os visitantes que vão à Piedade e também atender as
necessidades e satisfazer os moradores locais.
A rodoviária de uma cidade é um dos principais portões de entrada e formação de
opinião sobre o local como um todo, ou seja, a rodoviária gerará a primeira impressão do
visitante àquele destino. Todas as pessoas, estejam elas no papel de visitante/turista ou
morador local, utilizam-se do espaço da rodoviária de uma cidade para chegar à cidade e/ou
visitar outros destinos (turismo emissivo). A rodoviária contará com implementação de
melhores equipamentos (cadeiras, bancos, balcões, etc.), reformas nas áreas de uso em
comum (guichês, banheiros, lojas,etc.), acessibilidade para deficientes físicos (rampas,
espaços específicos nos banheiros, etc.), informação e sinalização, todas as mudanças
previstas para à rodoviária estão descritos no item 5.
Portanto, a rodoviária quando bem estruturada, equipada, limpa e segura gera maior
rapidez e eficiência nos serviços prestados (o transporte), uma vez que não haverá falta de
infraestrutura, sendo assim, imprevistos poderão ser resolvidos com maior agilidade em razão
de se ter um local planejado.
Com a reforma da rodoviária de Piedade poderá ser percebido um aumento de sua
utilização por meio de públicos que, antes ou não frequentavam o local por falta de estrutura
ou sua frequência era reduzida pelo mesmo motivo, como é o caso de deficientes físicos. A
rodoviária poderá também estimular o uso do transporte coletivo. Vê-se também a melhoria
do espaço da rodoviária como uma ferramenta, cuja integrada a outros elementos ligados ao
turismo (como sinalização, infraestrutura turística, acessibilidade e divulgação do turismo),
que poderá estimular o fluxo de visitação, tendo a rodoviária um meio de agregação à
experiência positiva de viagem desses turistas e/ou visitantes.
O mesmo ocorrerá com o espaço destinado à Central de Informações Turísticas, que
será capaz de melhorar a viagem dos visitantes dando-lhes informações necessárias, suporte,
além de maior divulgar (com mais abrangência) os equipamentos e estabelecimentos do
município.
88
5.1.5. Referencial teórico
Para a construção do referencial teórico, buscamos outras obras de revitalização em
rodoviárias de outros municípios brasileiros.
5.1.5.1. Requalificação do Complexo Rodoferroviário de Curitiba
O objetivo da requalificação (reforma e ampliação) do edifício da Rodoferroviária de
Curitiba, é aperfeiçoar os espaços e a articulação do equipamento. A intervenção consiste em
obras no sistema viário e na rodoferroviária , que propõe melhorias no local onde há vendas
de passagens, instalação de elevadores e passarelas para melhorar a acessibilidade, áreas
institucionais, pavimento térreo, áreas exclusivas para embarque e desembarque, áreas
comerciais, canaletas de acumulação para os ônibus, área de estacionamento, novos acessos,
paisagismo e luminotécnica.
A obra foi iniciada em junho de 2012, com a demanda de investimento de R$ 46
milhões, com financiamento da Caixa Econômica no PAC da Copa. O projeto de
requalificação foi desenvolvido para atender cinco principais objetivos: acessibilidade,
capacidade, segurança, informação e conforto. Segundo seu legado, o objetivo é uma
rodoviária modernizada, com novas instalações com acesso facilitado por meio e melhorias
viárias na região. A administração desse legado é pública (municipal).
De acordo com Fruet, a obra preservou a estrutura original do terminal, mas projetou
soluções modernas de acessibilidade e mobilidade, fundamentais para atender ao intenso
fluxo diário de pessoas. O projeto procurou suprir então as necessidades dos usuários,
preservando as características do local, reforçando a iluminação, segurança, acessos adaptados
e melhorias na mobilidade.
5.1.5.2. Estação Rodoviária de Marília
No ano de 1997, em Marília, cidade situada a 450 Km de São Paulo, iniciou-se o
planejamento da construção de seu terceiro terminal rodoviário intermunicipal.
O projeto adotado é de fácil leitura para seus usuários. A questão da viagem foi
elaborada de forma lúdica no projeto, onde se inspirou uma grande viagem espacial, pois o
projeto tem forma de uma nave espacial com duas asas laterais pergoladas, uma de convívio,
89
privilegiada com um espelho d'água com fonte luminosa e a outra dando ênfase ao
paisagismo, contendo bancos e floreiras. Com estes elementos a nave espacial (rodoviária) se
compõe com harmonia de formas e funcionalidade tornando agradável o passeio em uma
rodoviária e marcando assim o indivíduo que passa pela cidade
O projeto arquitetônico que Marília adotou para a elaboração de sua rodoviária é a
criação de um Bloco Central, onde se localizam
lanchonetes e restaurantes, serviços, circulação vertical, plataformas de
embarque/desembarque, bilheterias, lojas, sanitários, administração, escritórios e outras
dependências. No centro deste bloco, acima da cobertura possui um Cone, onde este contém
caixa de escada, elevador, depósito, mirante, casa de máquinas, reservatório superior. Possui
também dois blocos laterais em pergolado metálico, onde se localizam os caixas de bancos,
floreiras, fonte luminosa, espelho d’água. O local também possui ambientes de apoio do
edifício, como estacionamento, guarita, casa de força, gerador, medidores, central de GLP.
5.1.5.3. Projeto do Terminal Rodoviário – Luís Eduardo Magalhães
Foi proposto para a cidade de Luís Eduardo Magalhães, localizada no oeste baiano, o
projeto de um terminal rodoviário, devido às deficiências que o atual apresenta por não
permitir a possibilidade de reforma e expansão. Sendo assim, foi proposto um terminal
rodoviário junto ao shopping center da cidade podendo tornar-se uma nova leitura dos
espaços que são voltados para o sistema de transporte e contribuir para uma integração da
população local, ou seja, esse equipamento será utilizado pelos indivíduos que utilizam os
serviços oferecidos pelo terminal, como também pelas pessoas que buscam ao lazer do
shopping. O terminal rodoviário tem o objetivo também de promover uma maior opção de
lazer para aqueles que esperam o seu horário, possibilitando que estes possam passear pelo
shopping enquanto esperam o horário de saída do ônibus.
O projeto implica na implantação de uma edificação de forma longitudinal do terreno,
ou seja, obteremos então um terminal rodoviário independente de um shopping, que estarão
ligados através de um hall de entrada, que é um marco do projeto por permitir a passagem de
carros particulares e táxis tenham acesso também a parte coberta, além de o acesso de
pedestres através de uma praça de pergolados, definindo assim os eixos de circulação entre o
shopping e o terminal rodoviário.
O acesso dos ônibus se dá pela Avenida Barreiras chegando de forma simples até as
plataformas de embarque e desembarque. Já o acesso de automóveis se dá pela Rua 2. Para
90
que se obtenha eficiência no sistema operacional foram criadas também plataformas
independentes para atender as linhas interestaduais e intermunicipais, pois os tempos de
embarque e desembarque são diferentes. Em relação ao setor administrativo está bem restrito
com acesso de serviços e interligado com as bilheterias.
5.1.6. Aspectos administrativos e legislação pertinente
O município de Piedade tem sua prefeitura dividida em várias diretorias. Em relação
ao trânsito, Piedade conta com o DITRACOPI (Diretoria de trânsito e transporte coletivo).
Este é o órgão responsável pela organização e fiscalização do trânsito municipal;
processamento das multas municipais, recursos de multas, defesa prévia e pela Junta
Administrativa de Recursos de Infrações (JARI); fiscalização dos transportes coletivos como
ônibus, táxis, vans escolares; autorização para uso de placa vermelha (aluguel); manutenção
da sinalização viária do município, estudos técnicos referentes ao trânsito; estacionamento
rotativo pago denominado “Zona Azul” e responsável pela educação de trânsito.
O DITRACOPI é também o órgão de natureza pública responsável pelo Terminal
Rodoviário de Piedade. Este, conhecido como Rodoviária, teve sua inauguração em outubro
de 1986, localizado na área urbana, podendo ser caracterizado como transporte público
municipal e, em relação ao âmbito estadual, possui cadastro na Artesp (Agência Reguladora
de Serviços Públicos Delegados de Transporte do Estado de São Paulo) o que significa que a
rodoviária possui autorização para a realização de transporte público rodoviário
intermunicipal.
O Terminal Rodoviário Municipal de Piedade conta com as funções de agentes de
limpeza externa e interna, os quais são responsáveis pela limpeza dos banheiros e toda
estrutura em si, como também a função de fiscal de embarque o qual é responsável pelas
fiscalização dos horários de chegadas e partidas e a conferência da taxa de embarque. Com
relação a fontes de receita do Terminal Rodoviário, a principal delas é a taxa de embarque.
Estas são arrecadadas através das viagens intermunicipais. O guarda-volumes e as lanchonetes
podem também ser considerados fontes de receita para a rodoviária. Considerando também as
empresas atuantes que executam o transporte intermunicipal e utilizam os guichês, estas
fazem sua própria arrecadação, repassando diariamente as taxas de embarque para a Prefeitura
Municipal através de relatórios de pagamentos.
91
Estamos propondo o planejamento das reformas para a rodoviária, que deverá ser feita
por empresas privadas através de licitações públicas.
Em relação à CIT (Central de Informações Turísticas) de Piedade, suas funções
atualmente estão sendo realizadas junto à Casa da Cultura, em condições precárias. Não existe
um funcionário específico para a função de dar informações, sendo essa função designada a
uma pessoa diferente a cada dia, geralmente quem está com menos trabalho acumulado. Não
existe também uma sinalização específica para a CIT, o que faz com que muitas pessoas nem
saibam que dentro da Casa da Cultura você pode receber informações sobre turismo.
Pretendemos, com esse projeto, colocar novamente a CIT no seu local de origem: uma
estrutura próxima à rodoviária, que no momento está sendo usada pelo SAMU.
Segue abaixo a Lei, em que demonstra a importância da CIT para a cidade de Piedade,
e seu órgão responsável:
“Lei 2.964, 26 de fevereiro de 1998, Artigo 1º - Fica criado o Departamento Municipal
de Turismo, órgão diretamente relacionado ao Prefeito Municipal, cuja a competência é a de
planejar, pesquisar, proceder levantamentos, análises, providenciar documentações, promover
e divulgar o município, a cargo da Prefeitura Municipal.
Parágrafo Único – COMTUR – Conselho Municipal de Turismo, será, órgão
consultivo de DEMTUR.
Artigo 2º - o Departamento Municipal de Turismo – DEMTUR, terá como atividades
específicas a elaboração e a coordenação de estudos de base, necessários a manutenção do
sistema municipal de turismo.
Parágrafo Único – Incluem-se nessas atividades, a implantação de uma política de
incentivos ao turismo, campanhas, pesquisas, trabalhos de divulgação turística, implantação
de serviços de estatística, elaboração de programas e projetos, elaboração de calendários
turísticos, divulgação de realizações, elaboração de informação para o público e
manutenção do posto de informações, além do serviço de assessoramento ao empresário,
entre outras.
5.2. Descrição do projeto
5.2.1. Análise da construção, do terreno e do entorno
92
Em geral, a estrutura física da rodoviária se encontra bastante deteriorada, a seguir
seguem os apontamentos da análise realizada do espaço ocupado pela mesma e de seu
entorno.
A área interna possui ótimo espaço de circulação para cadeirantes e pessoas com
mala, porém em alguns lugares o desnível do piso prejudica a acessibilidade.
As paredes estão ruins e precisam de lixamento e pinturas padronizadas, igualmente a
todas as janelas do recinto, já as portas precisam ser trocadas, pois estão em péssimo estado
de conservação. Existem cinco guichês, sendo que dois deles estão inativos, quatro salas onde
funcionam um guarda volume, as informações da rodoviária, a administração e a última, que
antigamente era uma banca de jornal, hoje é um depósito. Há ainda uma copa com uma janela
transparente, que limita a privacidade dos funcionários durante seu horário de descanso (uma
cortina resolveria esse inconveniente).
Os banheiros para usuários são a pior parte da rodoviária, apesar de terem vários
números de boxes, não possuem um que seja adaptado à deficientes. Os vasos não têm tampa
e assento, as torneiras e vários azulejos estão quebrados, as portas danificadas e precisam ser
trocadas. Não dispõem de saboneteiras e lixos suficientes. A limpeza só é realizada de
segunda a sexta feira, consequentemente nos finais de semana ficam muito sujos. Voltado
para o uso dos funcionários, estão disponíveis dois banheiros/vestiários.
O teto apresenta goteiras e alguns bancos de espera estão quebrados (internos e
externos – ponto de táxi), há poucos lixos e não ocorre coleta seletiva. As placas e relógios
não são padronizados, assim como não existem as que informam o horário de funcionamento
das repartições e que indicam o terminal de ônibus e táxis na parte externa, causando várias
insatisfações e desorientações. O bebedouro está com defeito e mal localizado, há um balcão
sem uso perto da entrada e um caixa eletrônico 24 horas. A rodoviária não fecha em nenhum
momento, não contanto com nenhum segurança, inferindo a mesma vulnerabilidade e uso do
espaço por marginais e moradores de rua, que podem danificar o patrimônio e gerar perigo
para usuários e funcionários.
Em frente à rodoviária, encontra-se um terminal com linhas urbanas da cidade, ponto
positivo enquanto sistema de transporte municipal que facilita a circulação dos visitantes e
moradores, contudo são necessárias algumas reformas, em paredes, bancos etc. Mais à direita,
dois chalés funcionam como sede do SAMU, sendo um aberto, utilizado como
estacionamento das viaturas; tais estruturas estão em boas condições e bem sinalizadas, ao
93
lado do mesmo estão fixados três totens, um deles com informações do próprio SAMU e os
seguintes com informações e imagens turísticas.
O estacionamento é adequado e bem distribuído, com vagas reservadas para
deficientes e idosos e as características paisagísticas são harmoniosas, com jardins e adornos
bem cuidados; da mesma forma se encontra uma pequena praça, que fica atrás do terminal
citado anteriormente. Na região do embarque e desembarque de passageiros o asfaltamento é
péssimo e em alguns lugares não há faixas de pedestres, como entre o terminal de ônibus e a
rodoviária, lugar onde transita um número considerável de pessoas.
5.2.2. Programa
Tabela 11 – Programa do Projeto Copa Lanchonetes Guichês de
viação Agência receptiva
Loja de souvenirs
Área de espera
Comer X X
Descansar X X
Armazenar alimentos X X
Esquentar alimentos X X
Vender passagens de usuários X
Realizar trocas de passagens X
Tirar dúvidas sobre viagens vendidas X
Vender passeios e excursões Turísticas
X
Indicar e disponibilizar guias turísticos X
Vender souvenirs e outros artigos
X
Vender produtos típicos de Piedade
X
Recarregar bateria X X
Esperar o ônibus X
Usar o caixa eletrônico X
Conferir a hora X
Vender alimentos e bebidas X X
Fonte: Grupo responsável pelo projeto
Tabela 12 – Programa do projeto
94
Informações / guarda volume
Administração
Banheiro dos
usuários
Vestiário de funcionários
Ponto de Taxi
Tirar dúvidas sobre a rodoviária X
Guardar pertences de usuários X
Administrar e gerir problemas da rodoviária
X
Atender telefones X X
Realizar reuniões X
Satisfazer necessidades fisiológicas X X
Trocar de roupa e se arrumar X X
Tomar banho X
Lavar Mãos X X
Tomar um taxi X
Esperar um Taxi X
Estacionamento de taxis X
Fonte: Grupo responsável pelo projeto
Tabela 13 – Programa do projeto CIT Estacionamento Embarque e
desembarque Almoxarifado
Informar turistas sobre o turismo de Piedade
X
Distribuir panfletos, folders e guias
X
Informar sobre diversas questões da cidade
X
Comercializar Piedade como um produto turístico
X
Esperar pelo atendimento
X
Armazenar e expor produtos
X
Estacionar
X
Embarque e desembarque de passageiros
X
Armazenar produtos de limpeza
X
Armazenar itens de reparo e outros objetos
X
Fonte: Grupo responsável pelo projeto
95
5.2.3. Acessibilidade interna e externa
A Acessibilidade na Rodoviária de Piedade é muito precária. Atualmente, existe uma
rampa para cadeirantes ao lado da entrada da rodoviária, porém, um pouco distante da faixa
de pedestres. Existe também uma rampa no outro lado da rua, para quem vem do
estacionamento, próxima a vaga destinada às pessoas com deficiência física ou dificuldade de
locomoção. Essa vaga não possui a sinalização padrão para a vaga de deficientes, então
propomos que seja inserida uma placa com o símbolo internacional. Nesse caso, propomos
uma reforma no acesso à rodoviária. De acordo com a Norma Brasileira ABNT NBR
9050/2004:
“As faixas de travessia de pedestres devem ser executadas conforme o Código de
Trânsito Brasileiro – Lei nº 9.503, de 23 de Setembro de 1977.”
Ainda de acordo com a norma, as calçadas devem ser rebaixadas junto às faixas de
pedestres, com ou sem semáforo, e sempre que houver foco de pedestres. Não deve haver
desnível entre o término do rebaixamento da calçada e a pista de rolamento. Esse
rebaixamento, o que está sendo proposto nesse projeto, pode ser melhor exemplificado em um
esquema presente em cartilha do CREA, intitulada Guia de Acessibilidade Urbana – Fácil
Acesso Para Todos:
Figura 15 – Rebaixamento de Guia de Calçada
Fonte: Cartilha do CREA
Juntamente com o rebaixamento das guias, propomos uma reforma geral das calçadas
ao redor da rodoviária, que estão em péssimas condições. Ainda de acordo com a Cartilha,
“toda calçada deve ser construída a partir de um meio-fio de granito bruto ou de concreto pré-
moldado, pois o meio-fio faz parte do arremate entre o passeio (calçada) e a rua. Os pisos
devem ser executados sobre um lastro regularizado de concreto ou contra piso, compatÌvel
96
com o piso utilizado sobre solo compactado. Nunca se deve assentar o piso diretamente sobre
o solo”. Em nossa proposta, as calçadas serão de concreto. O piso receberá um tratamento
superficial, enquanto ainda está sendo executada a concretagem do pavimento. Com isso,
através de formas de estamparia, seria possível, por exemplo, a reprodução de elementos que
remetam à cidade, como por exemplo o morango. Essa reforma será feita nas calçadas do
entorno da rodoviária.
Outro elemento necessário para uma melhor acessibilidade no local é a implementação
de piso tátil em toda a rodoviária. Esse piso será antiderrapante e contará com a sinalização
obrigatória, para deficientes visuais.
Na rodoviária já existem 4 telefones públicos (orelhões), porém nenhum é adaptado
para pessoas com deficiência. De acordo com o Decreto Federal nº 5.296/2004: “A
concessionária do serviço telefônico fixo comutado, na modalidade local, deverá assegurar
que, no mínimo, dois por cento do total de telefones de uso público, sem cabine (orelhões),
com capacidade para originar e receber chamadas locais e de longa distância, nacional e
internacional, estejam adaptados para o uso de pessoas com deficiência auditiva e para
usuários de cadeiras de rodas”. Assim, pelo menos 1 telefone deve ser adaptado para essas
pessoas.
Os banheiros, tanto masculino e feminino, precisam de pelo menos uma cabine
especial para cadeirantes, com espaço mais largo, vaso sanitário modificado e barras de apoio.
A entrada de ambos também precisa ser modificada para que se torne mais ampla, hoje uma
cadeira de rodas não conseguiria entrar em nenhum dos dois banheiros.
Os balcões de atendimento estão em uma altura adequada, qualquer pessoa com
deficiência física consegue comprar suas passagens ou buscar informações sem necessidade
de ajuda extra.
A área de espera, no centro da rodoviária, não tem um espaço designado para
cadeirantes nem cães-guia, sendo necessária uma intervenção. No chão, será pintado o
símbolo internacional de acesso ao lado de dois assentos convencionais.
Na parte de trás da rodoviária, existe um acesso até o Terminal Urbano de Piedade,
onde circulam ônibus municipais. É necessário atravessar a rua para chegar ao terminal e não
existe uma faixa de pedestres muito menos rampa da calçada para a rua. Propomos que seja
construída uma faixa de pedestres elevada que atenda aos requisitos da Norma Brasileira
ABNT 9050/2004:
“Faixa elevada é a elevação do nível da pista de rolamento, composta de área plana
elevada, sinalizada com faixa de travessia de pedestres e rampa de transposição para veículos.
97
Destinada a promover a concordância entre os níveis das calçadas em ambos os lados da via,
devendo apresentar declividade transversal de no máximo 3%. Os veículos reduzem a
velocidade para acesso a uma faixa de domínio preferencial dos pedestres, sendo
caracterizada a prevalência destes sobre os veículos. As rampas de concordância entre o nível
da pista e o nível do passeio devem respeitar alguns parâmetros definidos para platôs (rampas
de acesso), como inclinação entre 1:8 e 1:10, conforme Manual de Medidas Moderadoras do
Tráfego. Deve ser instalada sinalização tátil de alerta paralela ao longo da interseção entre os
trânsitos de pedestres e veículos, para que as pessoas com deficiência visual possam detectar o
ponto final da calçada e o início da pista de rolamento”.
Assim, a rodoviária de Piedade terá duas técnicas diferentes na implementação de
novas faixas de pedestres: a que está entre duas rampas na calçada e a faixa elevada, que
também é acessível para deficientes visuais e físicos.
Por fim, para uma rodoviária verdadeiramente acessível, colocaremos novos
bebedouros na parte interna, com alturas diferenciadas: um com a altura convencional e outro
com altura acessível para deficientes físicos e também crianças.
Na estrutura da CIT, é necessária uma rampa de acesso, de acordo também com as
normas nacionais. A entrada, proposta por nós, terá um espaço amplo, para que uma cadeira
de rodas possa entrar. Lá dentro, o espaço também é amplo, não havendo objetos soltos que
possam atrapalhar a locomoção. O balcão de atendimento possuirá pelo menos uma parte dele
um pouco mais baixo, para que um cadeirante possa se informar normalmente.
5.2.4. Materiais, técnicas e estilos construtivos
Os materiais utilizados nesse projeto são de primeira qualidade, garantindo a
durabilidade das obras, resistindo a grande circulação de pessoas, ações climáticas, produtos
de limpeza. Além disso, os materias optados para a programação visual propiciam aspectos
limpos de apresentação, dando suavidade ao ambiente. Dessa forma, os frequentadores da
rodoviária e da CIT se sentirão muito mais aconchegantes e confortáveis. Os materias de
promoção da cidade como destino turístico, também foram pensados visando prender a
atenção dos visitantes e, posteriormente, incentivá-los a conhecer o que está proposto neles,
direcionando-os à agência receptiva ou à central de informações turísticas para solucionar
algumas dúvidas.
98
É importante ressaltar que em nosso projeto cabe algumas alterações de materiais. Por
exemplo, o mobiliário em madeira poderia ser entregue a marceneiros locais, incentivando os
trabalhadores da cidade e gerando emprego local. Da mesma forma, a mão de obra pode ser
contratada inteiramente em Piedade e os materiais em ferro por serralheiros da cidade. Isso,
além do impacto direto em empregos e economia, ainda minimiza custos e esforços aos
gestores do projeto.
Os principais materiais utilizados nas revitalizações são: argamassa, gesso, rejunte,
tinta. Esses materiais são utilizados principalmente para arrumar as paredes para que possam
ser repintadas; para modificar algumas estruturas, como paredes, sem que tenham que ser
demolidas, etc. As técnicas para esse tipo de serviço são de conhecimento da mão-de-obra que
será contratada, bem como o estilo construtivo. Porém, de qualquer jeito, não está no projeto
fazer reformas muito diferentes das convencionais; propomos apenas que essas mudanças
sejam feitas para que as estruturas e a própria estética da rodoviária e da CIT sejam mais
atraentes e, no caso das estruturas, seguras.
Para a reforma das calçadas, o material a ser utilizado, bem como as técnicas e estilos
já foram descritos anteriormente.
Sugerimos também a reforma completa do telhado da rodoviária, porém não temos
conhecimento o suficiente para propor como seria feita essa reforma, muito menos os
materiais que seriam utilizados. Sugerimos apenas por problemas com goteiras e por
deterioração do material usado atualmente.
Outro aspecto importante do projeto é o fechamento da rodoviária durante o período
da noite, quando ela não funciona, por questões de segurança, como já foi mencionado. Para
isso, seria preciso o levantamento de paredes na área do embarque, para que possam ser
colocados portões. Esses portões também existiriam na entrada da rodoviária e nas duas
saídas para os pontos de táxi e o terminal de ônibus urbano. Infelizmente, também não
possuímos condições de orçar esses materiais nem as técnicas. Enfatizamos, porém, a
importância desse aspecto do projeto pois, se ela continuar aberta 24h por dia, nossas
intervenções provavelmente serão arruinadas.
Acrescentamos também, embora não seja necessariamente um item de um projeto de
reforma, a necessidade de contratação de mais segurança tanto para a rodoviária quanto para a
CIT. A presença de usuários de drogas e de álcool é muito presente, infelizmente, na
localidade. Em todas nossas visitas, não vimos um policial no entorno. É também comum o
99
cheiro de urina na rodoviária, visto que a mesma fica aberta durante a noite, sendo propícia
para “meio de hospedagem” de moradores de rua.
5.2.5. Orçamento e custos operacionais
Tabela 14 - Orçamento MATERIAIS PREÇO UNIDADE PREÇO TOTAL
ÁREA INTERNA CIMENTO/GESSO R$800,00 R$800,00
TINTA R$700,00 R$700,00 5 CONJUNTO DE PORTAS DE
MADEIRA R$172,90 R$864,50
5 MAÇANETAS R$17,40 R$87,45 11 ASSENTOS SANITÁRIOS R$33,90 R$372,90
5 TORNEIRAS DE AÇO R$52,90 R$264,50 11 VÁLVULAS PARA DESCARGA R$125,90 R$1384,90
11 PORTAS DE MADEIRA BRANCAS
R$89,90 R$988,90
DISPLAY P/ CATÁLOGO DE CHÃO, ACRÍLICO, 8 BANDEJAS
DE 35X25CM
R$947,86 R$947,86
PANFLETOS 10X15 CM, FRENTE E VERSO – 2500 UN.
R$80,00 R$80,00
BANNER C/ CALENDÁRIO DE EVENTOS 90X180 CM
R$95,00 R$95,00
18M EM PLACAS EM POLICARBONATO P/
SINALIZAÇÃO – 1 UN.=6M
R$325,00 R$975,00
AGÊNCIA RECEPTIVA MESA DE MADEIRA “L” 120X120
CM R$379,90 R$379,90
2 POLTRONAS ESTOFADAS R$299,90 R$599,80 DESKTOP DELL R$1899,00 R$1899,00
IMPRESSORA MULTIFUNCIONAL R$1299,00 R$1299,00 DISPLAY P/ CATÁLOGO DE MESA, ACRÍLICO, 20X10 CM
R$18,30 R$18,30
PANFLETOS 10X15 CM, FRENTE E VERSO – 2500 UN.
R$80,00 R$80,00
FOLDERS 20X30 CM, FRENTE E VERSO, 2 DOBRAS PARALELAS –
2500 UN.
R$370,00 R$370,00
10 BANNERS C/ ATRATIVOS 60X90 CM
R$29,00 R$290,00
CENTRAL DE INFORMAÇÕES TURÍSTICAS – C.I.T. 10 ARGAMASSA PCT. C/ 20KG R$8,99 R$89,90
2 REJUNTE PCT. C/ 5KG R$16,20 R$32,40 PISO INTERNO - 35M² R$12,99 R$455,00
TINTA R$300,00 R$300,00 2 JANELAS AÇO C/ GRADE, 4
FOLHAS R$299,90 R$599,80
PORTA AÇO C/ GRADE, 3 FOLHAS R$716,00 R$716,00 2 ESTANTES/DIVISÓRIA R$399,90 R$799,80
5 POLTRONAS ESTOFADAS R$299,90 R$1499,50 MESA DE MADEIRA “L” 120X120
CM R$379,90 R$379,90
2 LÂMPADAS FLUORESCENTE – 40W
R$5,90 R$11,80
DESKTOP DELL R$1899,00 R$1899,00
100
PANFLETOS 10X15 CM, FRENTE E VERSO – 2500 UN.
R$80,00 R$80,00
FOLDERS 20X30 CM, FRENTE E VERSO, 2 DOBRAS PARALELAS –
2500 UN
R$370,00 R$370,00
10 BANNERS C/ ATRATIVOS 60X90 CM
R$29,00 R$290,00
MÃO DE OBRA TOTAL R$10000,00 PREÇO TOTAL R$30020,11
Fonte: Grupo responsável pelo projeto
5.2.6. Escolha e disposição do mobiliário
O mobiliário presente na rodoviária precisa de uma mudança. Algumas cadeiras da
área de espera precisam ser trocadas, por estarem danificadas. Também é necessário colocar
mais lixeiras, com cores diferentes para cada tipo de material descartado. O bebedouro
existente é muito alto, o bocal está adaptado de uma maneira péssima, pois o antigo quebrou.
Propomos a implementação de novos bebedouros, mais próximos da área de embarque e com
altura adaptada para deficientes físicos e crianças. O layout atual será mantido, utilizaremos
duas das salas que não têm mais utilidade para: criação de uma agência de turismo receptivo e
uma loja de souvenires. A rodoviária terá um display de chão, com panfletos promocionais
sobre Piedade. Também terá um grande banner com o calendário de eventos. Dentro da
agência receptiva, também haverá banners de divulgação, folders e outros materiais turísticos.
Na CIT, o mobiliário será composto de um balcão de informações no canto esquerdo,
ao fundo; uma estante virada para a entrada da central e, atrás da estante, duas poltronas para
espera. As paredes terão cerca de 10 banners, dispostos em duas paredes das seis. Esses
banners apresentarão o calendário de eventos do município, imagens promocionais, mapas
etc. A CIT também terá, dentro da estante, folders e panfletos para os turistas. Em três das
paredes, serão pintados os elementos característicos de Piedade já citados nesse projeto: a
alcachofra, o morango e o caqui.
5.2.7. Identidade e programação visual
101
Considerando a desconexa disposição de elementos de decoração e informação na
rodoviária, propõe-se neste projeto a retirada dos mesmos e substituição por novos objetos e
imagens que estejam alinhados com o tema proposto. A identidade a ser incorporada pelo
ambiente é alinhada ao Turismo Rural e o tem como enfoque, pois já se encontra mais
consolidado em relação à outros.
O projeto altera desde a pintura de todos os portões, portas, paredes entre outros até
placas de informação suspensas, relógios suspensos e guias turísticos existentes na CIT. Tais
imagens têm a função de remeter às principais plantações da cidade, como o caqui, alcachofra
e morango, motivando de forma agradável e sutil o turista que ali passa a identificar as
possibilidades existentes de turismo e pode interessar-se em conhecê-las.
Esta sinalização deve ser trilíngue (português, inglês espanhol) e obedecer ainda a um
padrão que abarque as plantações citadas e outros padrões como: posição das mesmas,
tamanhos, cores, materiais e fontes. Há a colocação de novas lixeiras de coleta seletiva,
suportes de panfletos turísticos e placas de indicação de espaços como guichês, agência
receptiva, administração e telefones úteis. O mesmo padrão deve existir em consonância com
as cores das paredes das plataformas, guichês, janelas, cadeiras de espera, bancos de espera no
entorno, telefones públicos, painéis de horários de chegadas e saídas e paredes
externas/laterais.
Externamente, um letreiro grande e também temátizado nos padrões deve identificar o
Terminal Rodoviário e outro o Terminal de Ônibus, considerando a proximidade de ambos.
Com a possibilidade de patrocínio, um painel flat suspenso traria mais dinâmica e
entretenimento para quem espera. Sem deixar de lado o marketing da cidade ou os horários de
chegadas e partidas previstas, o mesmo pode mostrar vídeos que exaltem todas as
possibilidades de turismo, passar filmes promocionais de hotéis, restaurantes e atrativos, com
telefones, dicas, localização e sites, assim como o calendário de eventos oficiais da cidade,
com imagens, vídeos e informações.
A programação visual deverá ser pouco alterada, mas ainda sim revista por um
profissional da área, sendo fiel ao layout proposto e à identidade a ser incorporada. O formato
em U do edifício deve ser mantido, assim como a disposição dos guichês, cadeiras de espera e
prédio laterais. O que se altera é o teto devido às goteiras, todos os ambientes a serem
tornados acessíveis, a implantação da loja de souvenirs e agência receptiva e a administração,
considerando o melhor espaço possível para o fluxo de passageiros e funcionários da
rodoviária.
102
Assim sendo, a programação visual proposta objetiva ser sem entraves, promover
acessibilidade, colaborar com o fluxo e promover dentro do espaço estudados, elementos e
pontos que mostrem e lembrem aos turistas que Piedade tem uma identidade e o turismo rural
está intimamente ligado à mesma.
5.2.8. Projeto paisagístico e de iluminação
O projeto paisagístico caracteriza-se como simples. Não são necessários elementos
hídricos, extremamente grandes ou altos no interior da rodoviária.
Os canteiros do entorno devem ser mantidos e ter somente suas flores trocadas, tendo
espécimes que também são significativas em produções agrícolas em Piedade e possam ser
ambientadas um mesmo canteiro sem mútuas intervenções malignas de crescimento e de
forma harmoniosa do ponto estético. Placas nestes canteiros também devem ser fincadas nos
mesmo. De material simples, mas resistente a sol e chuva, elas devem identificar a espécie,
com foto, nome científico e propriedade Piedadense da qual foi trazida ou então se tem
plantações iguais, com site e telefone.
A iluminação interna encontra-se satisfatória e atende bem as necessidades de turistas
e funcionários, pois já se encontra padronizada, com bom funcionamento, nível de
racionamento e disposição da luminosidade. Entretanto o balcão de informações pode ser
melhor iluminado a fim de ser visto de longe e ter aspecto mais receptivo durante o período
noturno.
A iluminação do entorno pode melhorada com instalação de lâmpadas e spots mais
altos e mais difusos em dois pontos do edifício, a fim de iluminar os canteiros supracitados e
oferecer mais seguranças aos transeuntes, além de diminuir a poluição visual. O espaço de
taxistas e estacionamento ficaria então melhor iluminado assim como a CIT e o início das
plataformas de embarque ainda externas à rodoviária. Spots menos potentes e direcionados de
baixo para cima devem ser instalados metros abaixo dos letreiros também supracitados.
5.2.9. Materiais informativos e souvenires
Com a reforma da rodoviária e a inclusão de uma Central de Informação Turística
103
(CIT) localizada ao lado, vê-se necessário a disponibilidade, tanto na CIT quanto na própria
rodoviária, de materiais informativos, bem como materiais auxiliares (como computadores,
internet e sistemas de turismo).
A Central de Informação Turística terá:
• Folders de divulgação da cidade;
• Folders de atrativos separados por categorias (atrativos culturais, pousadas,
gastronomia e etc.) contendo informações como horário de funcionamento, localização
e “como chegar”, preços (se for o caso), contato, entre outros;
• Mapas da cidade e dos atrativos;
• Livros e/ou guias para consulta. Poderão ser criados novos guias se for necessário;
• Folders de divulgação dos eventos do mês, contendo informações para os visitantes;
• Fotos/Imagens a serem mostradas ao público como forma de auxilio;
• Cartões postais a serem dadas e/ou vendidas ao público;
• Panfleto de divulgação da loja de souvenir da rodoviária;
• Dois Displays para catálogo de chão, no material acrílico para armazenamento desses
materiais;
• Um Display para catálogo de mesa, no material acrílico para fácil consulta dos
materiais ao público.
A Rodoviária contará com:
• Um Display para catálogo de chão, no material acrílico para guardar os materiais
informativos e de divulgação, de forma reduzida, que poderão ser adquiridos pelo
público. Este display ficará localizado perto do espaço destinado ao guarda-volumes e
posto de informação;
• Uma loja específica de souvenir e produtos locais para atender o público;
• Folders para distribuição, que poderão também ser encontrados na CIT;
• Outros materiais, também encontrados na CIT, que poderão ser distribuídos na banca
da rodoviária.
Esses materiais informativos melhorarão a qualidade da viagem/visita daqueles que
chegam à Piedade, dando-lhes informações exatas sobre a cidade e seu turismo em geral,
mostrando-lhes todas as opções existentes em Piedade. Consequentemente, a melhoria das
informações (e a forma de transmiti-las) acerca do turismo de Piedade irá aumentar o fluxo de
104
visitação nos estabelecimentos. Para produção destes materiais, cabe ao poder público decidir
se haverá parcerias com o privado. Será necessária a contratação de profissionais para
produção, bem como impressão, destes materiais.
A fim de agregar e melhorar a infraestrutura turística do município, bem como
divulgar o turismo de Piedade, a rodoviária contará com um espaço/loja destinado à venda de
souvenires e produtos típicos como o caqui, cebola, morango, alcachofra e castanha (circuito
gastronômico) de Piedade e entorno. Vê-se necessária a disponibilização de um espaço para
venda de tais produtos em razão de a rodoviária ser um dos maiores meios de acesso ao
município, circulando turistas e visitantes que também buscam por produtos típicos da região
e produtos que rementem ao município, como forma de recordação da viagem. Esses produtos
serão uma forma de qualificar a experiência daqueles que visitam Piedade. Com isso dito,
pensamos que o espaço que antigamente era uma banca de jornais e hoje é um depósito
poderia servir para esse propósito.
Os pontos a seguir auxiliam a estabelecer os tipos de produtos necessários à loja de
souvenir e produtos do circuito gastronômico:
• Caqui (circuito gastronômico);
• Morango (circuito gastronômico);
• Cebola (circuito gastronômico);
• Alcachofra (circuito gastronômico);
• Castanhas (circuito gastronômico);
• Caqui desidratado;
• Doces à base de caqui (ex: sorvetes e compotas);
• Doces à base de morango;
• Compotas de doces caseiros, em geral;
• Artesanatos do município e até mesmo regionais;
• Chaveiros;
• Canecas, copos e utensílios, em geral;
• Cartões Postais e fotos;
• Camisas e roupas em geral;
• Objetos que remetem à identidade local com frases (ex: mini caqui, alcachofra, etc.);
• Bonecos e ursinhos;
• Bolsas e mochilas;
105
• Bonés e outros tipos de chapéus;
• Outros tipos de produção local.
Poderá haver parceria com a Casa do Artesão de Piedade, bem como alguns produtos
também poderão ser vendidos na Central de Informação Turística.
5.2.10. Sugestões
Conhecendo nossas limitações, fizemos uma lista de sugestões que poderiam ser
realizadas nesse projeto de revitalização da rodoviária, porém, não possuimos conhecimento o
suficiente para orçar alguns materiais e serviços, ou realizar alguns cálculos. Sendo assim,
sugerimos:
Com o objetivo de analisar a melhoria efetiva da rodoviária, propõe-se que seja feito
um estudo estatístico de aumento de demanda pós implementação do projeto. Esse estudo
deverá ser feito por profissionais da área e conta com a análise de variáveis capazes de serem
influenciadoras (ou não) no aumento da demanda turística, tais como: melhoria na
sinalização, acessibilidade, reforma visual e etc. Para que haja essa análise, deverá ser
realizadas pesquisas com o público frequentador da rodoviária a cerca das mudanças
ocorridas na mesma (mudanças propostas neste projeto), cujos resultados deverão ser
convertidos de dados qualitativos para quantitativos e assim, ser realizado o que se chama de
regressão logística para dados categorizados. Tal regressão apresenta uma forma ampla e mais
complexa da regressão linear simples, apresentando assim, um trabalho completo de análise
de demanda turística a partir de mudanças realizadas pelos projetos propostos.
Com o objetivo de manter as alterações propostas bem cuidadas e em funcionamento,
sugerimos a reforma do teto da rodoviária, trocando o atual material por outro mais resistente,
que permita o levantamente de paredes para que a rodoviária possa ser fechada enquanto não
estiver funcionando. Devem existir duas portas nas saídas para os táxis; um portão de entrada
que possa ser devidamente fechado e, propomos também, que, no embarque, sejam erguidas
paredes (como mostrado no projeto físico) para que portões possam ser instalados. Sugerimos
também a melhoria no policiamento, com pelos menos três policiais fazendo turnos para
garantir a segurança dos passageiros, sejam eles visitantes ou moradores.
Para melhoria na acessibilidade, propomos a reforma total das calçadas no entorno da
rodoviária, pois o desnível é muito grande. Dificilmente uma pessoa em uma cadeira de rodas
106
consegue passar sem problemas por ali. Sugerimos também a colocação de motivos alegres
nas calçadas, como o caqui, o morango e a alcachofra, através de técnicas de calçamento.
Também propomos, por fim, a abertura de editais para contratação de pessoas para
trabalharem tanto na agência receptiva quanto na CIT, visto que são estruturas geridas pelo
poder público.
5.3. Considerações finais
Embora elaborado por estudantes de bacharelado em Turismo, este projeto não têm
importância diminuída pela não-formação em arquitetura ou engenharia civil. Pelo contrário,
oferece a oportunidade de propostas de revitalização estética do ponto paisagístico, funcional
e arquitetônico para os profissionais das áreas citada e também para os de Turismo.
A cada cuidadosa escolha de materiais, técnicas de promoção, elementos gráficos ou
reais, além de intervenção de marketing, de identidade, ou física, buscou-se tornar os espaços
escolhidos com melhor infraestrutura, atratibilidade e funcionalidade, melhorando a
experiência de turistas e moradores. Assim, as alterações e implementações propostas na
rodoviária e no Centro de Informações Turísticas, são resultados de atenta análise realizada
que visou promover além do município em si, mais segurança, visibilidade, acessibilidade e
também aumento no fluxo de turistas. Elementos estes importantes para um destino que
deseja consolidar-se no mercado como Piedade.
5.4. Referências
<http://www.cidades.ibge.gov.br/painel/economia.php?lang=...|piedade|infogr%E1ficos:-
despesas-e-receitas-or%E7ament%E1rias-e-pib>
Acesso em: 04/11/2014
<http://www.cidadedesaopaulo.com/sp/br/centrais-de-informacao-turistica>
Acesso em: 04/11/2014
107
<http://site.klmgrafica.com.br/tabela/>
Acesso em: 14/11/2014
<http://www.tudoemacrilico.com/>
Acesso em: 14/11/2014
<http://www.rodoviariaonline.com.br/modernizacao-da-rodoviaria-de-curitiba/>
Acesso em: 15/11/2014
<http://www.copatransparente.gov.br/acoes/curitiba-requalificacao-da-rodoferroviaria-
projetos-de-engenharia-e-arquitetura>
Acesso em: 15/11/2014
<www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/conteudo.phtml?id=1473254>
Acesso em: 15/11/2014
<http://www.piedade.sp.gov.br/portal/secretarias/>
Acesso em: 15/11/2014
<http://www.metalica.com.br/estacao-rodoviaria-de-marilia-em-sp-projeto>
Acesso em: 15/11/2014
<http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=390435>
Acesso em: 15/11/2014
<www.telhanorte.com.br>
Acesso em: 16/11/2014
<www.etna.com.br>
Acesso em: 16/11/2014
108
<http://www2.ucg.br/arq2/tfg/TFG-2%20,%202007-
1/TERMINAL%20RODOVIARIO%20_%20Resumo.pdf>
Acesso em: 14/11/2014
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9050: Acessibilidade de
pessoas portadoras de deficiências a edificações, espaço, mobiliário e equipamentos
urbanos. Rio de Janeiro, 2004.
BRASIL. Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997. Institui o Código de Trânsito Brasileiro.
5.5. ANEXOS
Anexo 1 – Imagens do projeto feitas no software SketchUp
109
Anexo 2 – Imagens do projeto feitas no software SketchUp
Anexo 3 – Placas de sinalização da rodoviária
110