universidade federal de mato grosso instituto de...

42
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM RECURSOS HÍDRICOS DIVERSIDADE DE TRICHOPTERA KIRBY, 1813 EM DIFERENTES ESCALAS ESPACIAIS DA BACIA DO ALTO PARAGUAI ROGÉRIO CONCEIÇÃO LIMA DOS SANTOS CUIABÁ-MT 2014

Upload: others

Post on 04-Mar-2020

1 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE …ri.ufmt.br/bitstream/1/657/1/DISS_2014_Rogerio... · 2018-04-26 · universidade federal de mato grosso instituto de ciÊncias

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM RECURSOS HÍDRICOS

DIVERSIDADE DE TRICHOPTERA KIRBY, 1813 EM DIFERENTES ESCALAS

ESPACIAIS DA BACIA DO ALTO PARAGUAI

ROGÉRIO CONCEIÇÃO LIMA DOS SANTOS

CUIABÁ-MT

2014

Page 2: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE …ri.ufmt.br/bitstream/1/657/1/DISS_2014_Rogerio... · 2018-04-26 · universidade federal de mato grosso instituto de ciÊncias

ii

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM RECURSOS HÍDRICOS

DIVERSIDADE DE TRICHOPTERA KIRBY, 1813 EM DIFERENTES ESCALAS

ESPACIAIS DA BACIA DO ALTO PARAGUAI

ROGÉRIO CONCEIÇÃO LIMA DOS SANTOS

CUIABÁ-MT

2014

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação do Instituto de Ciências Exatas e da Terra, para obtenção do título de Mestre em Recursos Hídricos.

Page 3: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE …ri.ufmt.br/bitstream/1/657/1/DISS_2014_Rogerio... · 2018-04-26 · universidade federal de mato grosso instituto de ciÊncias

iii

ORIENTADORA: Profª. Drª CLAUDIA TASSO CALLIL

CO-ORIENTADOR: Prof. Msc. EDSON MASSOLI JUNIOR

Page 4: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE …ri.ufmt.br/bitstream/1/657/1/DISS_2014_Rogerio... · 2018-04-26 · universidade federal de mato grosso instituto de ciÊncias

iv

BANCA EXAMINADORA

_____________________________________________________

Orientadora: Profª Drª Claudia Tasso Callil

Universidade Federal de Mato Grosso

Departamento de Biologia e Zoologia

_____________________________________________________

Prof. Dr. Victor Lemes Landeiro (Titular)

Universidade Federal de Mato Grosso

Departamento de Botânica e Ecologia

_____________________________________________________

Profa. Dra. Neusa Hamada (Titular)

Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia

Coordenação de Biodiversidade

____________________________________________________

Profª Drª Débora Fernandes Calheiros (Suplente)

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Embrapa Pantanal

Page 5: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE …ri.ufmt.br/bitstream/1/657/1/DISS_2014_Rogerio... · 2018-04-26 · universidade federal de mato grosso instituto de ciÊncias

v

DEDICATÓRIA

Dedico ao meu tio, por toda alegria nordestina compartilhada.

Page 6: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE …ri.ufmt.br/bitstream/1/657/1/DISS_2014_Rogerio... · 2018-04-26 · universidade federal de mato grosso instituto de ciÊncias

vi

SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS .................................................................................................... vii

LISTA DE TABELAS ................................................................................................... viii

RESUMO ...................................................................................................................... 1

ABSTRACT .................................................................................................................. 2

1. INTRODUÇÃO....................................................................................................... 3

2. MATERIAL E MÉTODOS ...................................................................................... 5

2.1 Área de estudo ............................................................................................... 5

2.2 Delineamento amostral ................................................................................... 6

2.3 Variáveis Ambientais ...................................................................................... 8

2.4 Análise de dados ............................................................................................ 9

3. RESULTADOS .................................................................................................... 11

3.1 Descrição geral da comunidade de Trichoptera ............................................ 11

3.2 Particionamento da diversidade .................................................................... 12

3.3 Padrão da distribuição da comunidade ......................................................... 13

4. DISCUSSÃO ....................................................................................................... 16

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 19

ANEXO 1 .................................................................................................................... 29

Page 7: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE …ri.ufmt.br/bitstream/1/657/1/DISS_2014_Rogerio... · 2018-04-26 · universidade federal de mato grosso instituto de ciÊncias

vii

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Área de estudo que compreende a porção norte da bacia do Alto Paraguai, localizada em região de Planalto, no Estado de Mato Grosso....................................... 6 Figura 2 - Modelo hierárquico do particionamento aditivo da diversidade de espécies em quatro escalas diferentes em riachos da Bacia do Alto Paraguai. .......................... 7 Figura 3 – Buffer de 500m seguindo a drenagem do canal para estimativa da cobertura vegetal em escala local em riachos da Bacia do Alto Paraguai..................................... 9

Figura 4 – Particionamento hierárquico da diversidade de larvas de Trichoptera em riachos da Bacia do Alto Paraguai, utilizando como métricas a riqueza de espécies (A) e a diversidade de Shannon (B). Nota=Obs.: Observado; Esp.: Esperado; α1:micro-habitat; β1:micro-habitat; β2:riachos; β3:microbacias; β4:unidades de conservação................................................................................................................. 12 Figura 5 – Escalonamento multidimensional não-métrico (NMDS) baseado na

abundância (A) e presença/ausência (B) de espécies de Trichoptera em riachos da

Bacia do Alto Paraguai na escala de riachos............................................................... 14

Figura 6 – Escalonamento multidimensional não-métrico (NMDS) baseado na

abundância (A) e presença/ausência (B) de espécies de Trichoptera em riachos da

Bacia do Alto Paraguai na escala de microbacias ...................................................... 14

Figura 7 – Representação gráfica da Análise dos Componentes Principais (PCA)

usando matriz de correlação das variáveis ambientais na escala de riachos, de

espécies de Trichoptera em riachos da Bacia do Alto Paraguai. Proporção explicada

por cada eixo (loadings) .............................................................................................. 15

Figura 8 – Representação gráfica da Análise dos Componentes Principais (PCA)

usando matriz de correlação das variáveis ambientais na escala de microbacias, de

espécies de Trichoptera em riachos da Bacia do Alto Paraguai. Proporção explicada

por cada eixo (loadings) .............................................................................................. 16

Page 8: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE …ri.ufmt.br/bitstream/1/657/1/DISS_2014_Rogerio... · 2018-04-26 · universidade federal de mato grosso instituto de ciÊncias

viii

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Particionamento aditivo da diversidade, para a riqueza de espécies e diversidade de Shannon, de Trichoptera em riachos da Bacia do Alto Paraguai. Nota= α1:micro-habitat; β1:micro-habitat; β2:riachos; β3:microbacias; β4:unidades de conservação ................................................................................................................ 13

Tabela 2 – Escalonamento Multidimensional não-Métrico (NMDS) para a escala regional e local das espécies de Trichoptera em riachos da Bacia do Alto Paraguai .......................................................................................................................13

Tabela 3 - Lista de morfoespécies de larvas de Trichoptera em riachos da Bacia do

Alto Paraguai ................................................................................................................29

Page 9: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE …ri.ufmt.br/bitstream/1/657/1/DISS_2014_Rogerio... · 2018-04-26 · universidade federal de mato grosso instituto de ciÊncias

1

RESUMO

Ecossistemas aquáticos são hierarquicamente organizados que e incorporam em

níveis sucessivos diferentes escalas espaciais influenciando as comunidades

aquáticas. A compreensão dos atributos ecológicos envolvidos é fundamental para

evitar a perda da biodiversidade e subsidiar estratégias de conservação. Os objetivos

deste estudo foram identificar quais escalas espaciais estão associadas a maior

diversidade beta e quais são os fatores ambientais mais importantes para estruturar a

comunidade de Trichoptera nas escalas de riachos e microbacias. As coletas foram

espacialmente hierarquizadas em quatro escalas: Unidade de conservação (Escala 4);

12 microbacias (Escala 3); 36 riachos (Escala 2); micro-habitats (Escala 1). Para

amostragem utilizamos o coletor Surber (0,250 mm), e a cobertura vegetal foi

mensurada através do Índice de Vegetação por Diferença Normalizada (NDVI). As

relações entre os componentes da diversidade foram realizadas através da análise de

particionamento aditivo, e a influência do ambiente na comunidade através de

regressão múltipla multivariada com dimensões da NMDS e eixos da PCA. Foram

registrados 4325 larvas de Trichoptera, distribuídos em 36 morfoespécies. As famílias

com maior riqueza foram Hydroptilidae (9 spp.) e Leptoceridae (8 spp.). O

particionamento aditivo demonstrou que a escala de microbacia estão associadas a

maior diversidade beta, tanto para a métrica de riqueza (β3=25%) quanto para

diversidade de Shannon (β3=18,25%). A análise de regressão múltipla multivariada

entre os eixos da PCA e as dimensões do NMDS, na escala de microbacia,

demonstrou que a cobertura vegetal e a condutividade elétrica foram relacionadas com

abundância (Eixo 1 - Pillai Trace= 0,58686, F= 5,6820, p= 0,029) e presença e

ausência (Eixo 1 - Pillai Trace= 0,58187, F= 5,5665, p= 0,03) de larvas de Trichoptera.

A comunidade de Trichoptera nas diferentes escalas espaciais (substratos, riacho,

microbacia e unidade de conservação) foi afetada por múltiplos fatores locais e

regionais. As maiores variações ocorreram na escala de microbacias, influenciadas

pela heterogeneidade de micro-habitats, cobertura vegetal e condutividade elétrica.

Palavras-chave: particionamento, diversidade beta, macroinvertebrados, conservação.

Apoio Financeiro: CAPES, CNPq, SISBIOTA Proc. no. 563134/2010-0, FAPEMAT Proc.

no.751056/2011

Page 10: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE …ri.ufmt.br/bitstream/1/657/1/DISS_2014_Rogerio... · 2018-04-26 · universidade federal de mato grosso instituto de ciÊncias

2

ABSTRACT

Aquatic Ecosystems are hierarchically organized and incorporate into successive levels

different spatial scales, which influence the aquatic communities. The understanding of

ecological attributes involved is crucial to prevent the loss of biodiversity and to

subsidize conservation strategies. The objectives of this study are to identify which

spatial scales are associated with higher beta diversity and what are the environmental

factors most important for structuring community of Trichoptera in scales of streams

and watersheds. The collections were spatially graded in four scales: conservation Unit

(Level 4); 12 watersheds (Scale 3); 36 streams (Level 2); micro-habitats (Scale 1). For

sampling we use the manifold Surber sampler (0.250 mm), and the canopy was

measured through the Vegetation Index by Difference (NDVI). The relations between

the components of diversity were carried out through the analysis of additive

partitioning, and the influence of the environment in the community through multiple

regression multivariate dimensions of NMDS and PCA axs. Were recorded 4325

Trichoptera larvae, distributed in 36 morphospecies. The families with the highest

richness were Hydroptilidae (9 spp.) and Leptoceridae (8 spp.). The additive

partitioning demonstrated that the watershed scale are associated with higher beta

diversity, both for the metric of wealth (β3 = 25%) and Shannon diversity (β3= 18,25%).

The multiple regression analysis multivariate analysis between the axs of the PCA and

the dimensions of the NMDS, the watershed scale, demonstrated that the vegetation

cover and electrical conductivity were related with abundance (Axis 1 - Pillai

Trace=0,58686, F = 5,6820, p = 0,029) and presence and absence (Axis 1 - Pillai

Trace= 0,58187, F = 5,5665, p = 0,03) Trichoptera larvae. The community of

Trichoptera in different spatial scales (substrates, stream, and watershed conservation

unit) was affected by multiple local and regional factors. The largest changes occurred

in the scale of watersheds, influenced by heterogeneity of micro-habitats, vegetation

coverage, and electrical conductivity.

Keywords: Partitioning, beta diversity, macroinvertebrates, conservation.

Financial Support: CAPES, CNPq, SISBIOTA Proc. no. 563134/2010-0, FAPEMAT

Proc. no.751056/2011

Page 11: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE …ri.ufmt.br/bitstream/1/657/1/DISS_2014_Rogerio... · 2018-04-26 · universidade federal de mato grosso instituto de ciÊncias

3

1. INTRODUÇÃO

Entender os fatores que determinam os padrões de diversidade de

espécies tem sido um dos focos da ecologia (Ricklefs, 1987; Caley e Schluter, 1997;

Angermeier e Winston,1998). Mais especificamente, os estudos tentam compreender

como a distribuição varia no tempo e no espaço nas múltiplas escalas espaciais e

temporais. Em ambientes aquáticos, os estudos recentes estão centrados

principalmente nos efeitos locais e regionais sobre a comunidade (Al-Shami et al.,

2013; Heino et al., 2013; Heino et al.,2014; Rádková et al., 2014; Göthe et al., 2014).

Informações sobre a biodiversidade dos ecossistemas aquáticos ainda

são incompletas, especialmente em latitudes tropicais, que suportam a maioria das

espécies do mundo (Dudgeon, 2006; Boyero et al., 2009). Entretanto, esses ambientes

estão entre os mais ameaçados devido às alterações em diferentes escalas

provocadas por atividades antrópicas (Callisto et al., 2001; Strayer e Dudgeon, 2010).

Tal fato evidência a necessidade de compreender os processos que moldam as

variações nas comunidades dos riachos para subsidiar planejamentos eficazes de

conservação. De maneira geral, essas informações auxiliam a desenvolver protocolos

de baixo custo para avaliar a diversidade biológica (Ligiero et al., 2010; Jost et al.,

2010). Para tanto é primordial compreender como os padrões de diversidade são

gerados e mantidos em múltiplas escalas espaciais, como também conhecer a

biodiversidade da região e a distribuição espacial das espécies em toda a paisagem

(Heino et al., 2005; Clarke et al., 2010).

Os riachos são ambientes organizados em diferentes escalas espaciais,

de maneira hierárquica, sendo adequados para o estudo das relações ecológicas em

distintas escalas. As diferenças na dinâmica, tamanho, forma e estágios sucessionais

nos distintos níveis desse ecossistema, proporcionam uma alta heterogeneidade

ambiental que refletem na diversidade biológica (Wu & Loucks, 1995; Hepp e Melo,

2013). Recentemente, a distribuição de macroinvertebrados aquáticos em múltiplas

escalas tem recebido relativa atenção (Clarke et al., 2010; Sanchez-Arguello et al.,

2010; Hepp e Melo, 2012; Al-Shami et al.,2013; Josefson e Göke, 2013; Massoli e

Callil, 2014;) com objetivo de compreender a dinâmica da diversidade nas relações

entre escalas locais e regionais. Uma das abordagens para descrever diferentes

aspectos da diversidade nas diferentes escalas é analisar os diferentes componentes

da biodiversidade.

O particionamento aditivo da diversidade proposto por Allan (1975) e

revisado por Lande (1996) é uma ferramenta analítica que possibilita entender o

padrão de distribuição das espécies. A partição aditiva da diversidade decompõe a

Page 12: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE …ri.ufmt.br/bitstream/1/657/1/DISS_2014_Rogerio... · 2018-04-26 · universidade federal de mato grosso instituto de ciÊncias

4

diversidade regional em componentes que podem ser expressos em unidades iguais e

comparados em escalas temporais e espaciais (Crist et al., 2003). Nesta abordagem, a

diversidade total amostrada (γ) é particionada em componentes alpha (α) e beta (β),

em que alpha é o número médio de espécies que ocorre dentro de uma escala, e beta

está relacionada com a diferenciação na composição da comunidade quando se

aumenta a escala espacial (Veech et al., 2002; Crist e Veech, 2006; Ligeiro et al.,

2010).

O estudo dos componentes espaciais da diversidade, em particular a

diversidade beta, pode ser de dois tipos: turnover (substituição de espécies) e variação

(variação na composição das espécies entre um conjunto de unidades de amostrais)

(Anderson et al., 2011). Neste trabalho defini diversidade beta como variação na

estrutura da comunidade na extensão espacial. Contrastar os valores da amplitude da

diversidade beta observada de cada escala em relação aos gerados por um modelo

nulo, possibilita reconhecer as principais fontes de variação da comunidade nas

escalas locais e regionais (Crist et al., 2003).

A composição das comunidades em escalas locais pode ser

influenciada pela heterogeneidade dos substratos (Huamantinco e Nessimian, 1999;

Boyero e Bosch, 2004; Costa e Melo, 2008; Barnes et al., 2013), disponibilidade de

recursos alimentares (Bucker et al, 2008; Jinggut et al., 2012), largura do riacho (Melo

e Froehlich, 2004), textura e matéria orgânica (Boyero, 2003a; Hepp et al., 2012),

efeitos hidrológicos (Crisci-Bispo et al, 2007; Bernal, 2010), capacidade e limitação de

dispersão de espécies (Petersen et al., 2004; Landeiro et al., 2012). Nas escalas mais

amplas, a variação na estrutura da comunidade pode resultar dos diferentes uso do

solo e estrutura da vegetação (Rios e Baley, 2006; Mykra et al., 2007; Death et al.,

2010; Wahl et al., 2013), fatores históricos, climáticos e geológicos (Ricklefs e

Schluter, 1993; Heino et al., 2003), e relevo topográfico (Astorga et al., 2011).

Escolhi para este estudo larvas de Trichoptera, uma vez que são

importantes componentes dos ecossistemas aquáticos e dos processos ecológicos

(Vannote et al., 1980; Cardinale et al., 2001; Landeiro et al., 2008), com ocorrência

frequentemente associada a ambientes limpos e bem oxigenados (Rosenberg e Resh,

1993). Por serem sensíveis à diversos níveis de poluição (Merritt e Cummins 1984)

são considerados como o grupo mais diverso no ponto de vista funcional entre os

insetos aquáticos (Oliveira e Froehlich, 1997) e bons dispersores em escalas locais

(Collier e Smith, 1998; Bilton et al., 2001). Essas características os tornam organismos

ideais para a avaliação dos processos estruturadores da composição de espécies em

múltiplas escalas espaciais.

Page 13: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE …ri.ufmt.br/bitstream/1/657/1/DISS_2014_Rogerio... · 2018-04-26 · universidade federal de mato grosso instituto de ciÊncias

5

O primeiro é identificar quais escalas espaciais estão associadas a

maior diversidade beta. Minha hipótese é de que a diversidade beta é distribuída de

maneira aleatória ao longo do gradiente espacial estudado, sendo que a maior

variação de riqueza e composição de espécie ocorra na escala de microbacia. O

segundo objetivo é determinar quais são os fatores ambientais mais importantes para

estruturar a comunidade de Trichoptera nas escalas de riachos (local) e microbacias

(regional). Para tanto, a hipótese é que na escala de riachos, a heterogeneidade de

substratos explique melhor a composição das espécies. Enquanto a cobertura vegetal

e os diferentes usos do solo influenciam a comunidade na escala de microbacias.

2. MATERIAL E MÉTODOS

2.1 Área de estudo

A Região Hidrográfica do Paraguai destaca-se por abrigar uma das

maiores extensões úmidas contínuas do planeta, onde está inserida a Bacia do Alto

Paraguai (BAP), na região Centro-Oeste do Brasil (ANA, 2012) (Figura 1). A BAP

ocupa uma área 363.446 km2 (4,3% do território nacional), sendo 53% no Estado de

Mato Grosso, compreendendo duas áreas de condições diversas em relação aos

recursos hídricos e naturais: a região de Planalto, que abrange em geral terras acima

de 200 m de altitude, e a região do Pantanal, com terras de menos de 200 m de

altitude (Calheiros e Oliveira, 2010; ANA, 2012) (Figura 1).

A área de estudo localiza-se na porção norte da BAP, caracterizada por

Planaltos, com 215.813 km2 representando 59% de área da bacia, local das nascentes

dos rios formadores do Pantanal (ANA, 2004) (Figura 1).

Page 14: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE …ri.ufmt.br/bitstream/1/657/1/DISS_2014_Rogerio... · 2018-04-26 · universidade federal de mato grosso instituto de ciÊncias

6

Figura 1 – Área de estudo que compreende a porção norte da Bacia do Alto Paraguai (BAP), localizada em região de Planalto, no Estado de Mato Grosso. Em (A), BAP na região Centro-Oeste do Brasil; (B) BAP com destaque a região de Planalto e Planície; (C) Hidrografia e microbacias amostradas na porção norte da BAP. Microbacias: - Aguapei; -Sangradouro; -Casca; -Quebó-grande; -Quebra-canela; -Melgueira; - Roncador; - Sepotubinha; - Vaquejador; -Rio Claro; -Cuiabá da Larga; -Marzagão.

2.2 Delineamento amostral

Para testar a primeira hipótese organizei o delineamento de forma

hierárquica, em quatro escalas espaciais, sendo: unidades de conservação (Escala 4);

microbacias (Escala 3); riachos (Escala 2); microhabitat (Escala 1). A escala 4 foi

representada por três categorias: microbacias localizadas dentro dos limites de

Unidades de Conservação; microbacias localizadas parcialmente em Unidades de

Conservação e microbacias localizadas fora de Unidades de Conservação. A escala 3

foi composta por doze microbacias distribuídas igualmente entre cada categoria da

escala 4. A escala 2 foi constituída por trinta e seis, sendo três riachos em cada uma

das microbacias. A escala 1 foi composta por microhabitats formados por diferentes

substratos inseridos em cada riacho (Figura 2).

A

B

C

Page 15: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE …ri.ufmt.br/bitstream/1/657/1/DISS_2014_Rogerio... · 2018-04-26 · universidade federal de mato grosso instituto de ciÊncias

7

Figura 2 - Modelo hierárquico do particionamento aditivo da diversidade de espécies de Trichoptera em quatro escalas diferentes em riachos da Bacia do Alto Paraguai. Adaptado de Sonja et al., (2005).

Em cada riacho, cinco transectos foram demarcados de uma margem a

outra, com espaço de 10 metros entre si, amostrados sempre contra o fluxo do

córrego. As amostragens nos trinta e seis riachos ocorreram uma única vez ao longo

do período de estiagem entre os anos de 2007 e 2013, utilizando coletor tipo Surber

de malha 0,250 mm, com área de 900 cm², sendo cada substrato armazenado

separadamente. Na escala local (riachos), os microhabitats foram analisados

separadamente. Entretanto, para a escala regional adotamos a classificação de Salles

e Ferreira-Júnior (2014) que se baseia na natureza e tamanho dos substratos.

Definimos como substratos inorgânicos, agregando os microhabitat areia, argila,

seixos e rochas expostas. Os microhabitat folhiço, vegetação marginal, tronco e

macrófitas foram classificados como substratos orgânicos.

As larvas de Trichoptera foram identificadas em nível de gênero com

auxílio das chaves taxonômicas propostas por Pescador et al. (1995), Wiggins (1996),

Angrisano e Korob (2001), Pes et al. (2005), Calor (2007) e morfotipadas com o

Diversidade regional (γ)

ESCALA 4 Unidades de

Conservação

3 categorias de unidade de conservação

ESCALA 3 Microbacias

12 microbacias 4 microbacias em cada uma das categorias de

unidade de conservação

ESCALA 2

Riachos 36 riachos 3 riachos em cada

microbacia

ESCALA 1

Microhabitat Heterogeneidade de

Microhabitat

Microhabitat dentro de cada riacho

Page 16: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE …ri.ufmt.br/bitstream/1/657/1/DISS_2014_Rogerio... · 2018-04-26 · universidade federal de mato grosso instituto de ciÊncias

8

material da Coleção Zoológica – Setor Invertebrados Aquáticos/ Trichoptera da

Universidade Federal de Mato Grosso (CZSIA-TUFMT).

2.3 Variáveis Ambientais

Para testar a segunda hipótese, mensurei variáveis físicas, químicas e

atributo de paisagem (cobertura vegetal). Em cada riacho, junto à coleta dos

invertebrados, medi a velocidade da água com auxílio de fluxímetro e a condutividade

elétrica utilizando uma multisonda.

A cobertura vegetal foi avaliada com auxílio do software ArcGis (ESRI,

2012), com o uso do Índice de Vegetação por Diferença Normalizada (NDVI). Este

índice é um indicador da presença e da atividade fotossintética da vegetação verde e

está relacionado com a biomassa e porcentagem de cobertura do solo (Lillesand &

Kiefer, 2000). Essa ferramenta possibilita mensurar atributos de paisagem, além de

relacioná-los às informações das comunidades naturais (Chust et al., 2004).

Utilizei imagens de satélite Landsat 5 Thematic Mapper (TM), com

resolução espacial de 30×30m, restritas ao período do estudo e georreferenciadas a

projeção Universal Transversa de Mercator (UTM) (WGS 84). Calculei o NDVI a partir

de refletância das bandas de infravermelho próximo (NIR, banda 4) e vermelho (R,

banda 3), com a fórmula NDVI = (NIR-R) / (NIR + R). Para a comparação, utilizei as

composições coloridas baseada nas bandas TM5, TM4 e TM3 das imagens. Este

índice gera valores que variam entre 1 e -1, onde áreas em que há presença de

atividade fotossintética apresentam valores positivos, e rochas e solo exposto

apresentam valores próximos a -1.

Calculei o NDVI para cada microbacia e vetorizei as imagens

resultantes para avaliar cada categoria gerada, resultando em valores da cobertura

vegetal nas escalas de riacho (local) e microbacia (regional). Na escala local a partir

do ponto de amostragem, vetorizei um buffer de 500m de raio seguindo a drenagem

do canal (Figura 3). E na escala regional, utilizei como área o limite hidrográfico da

microbacia geradas através de imagens de elevação (SRTM) (Figura 3).

Page 17: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE …ri.ufmt.br/bitstream/1/657/1/DISS_2014_Rogerio... · 2018-04-26 · universidade federal de mato grosso instituto de ciÊncias

9

Figura 3 – Buffer de 500m seguindo a drenagem do canal para estimativa da cobertura vegetal em escala local em riachos da Bacia do Alto Paraguai. Em (A) área de drenagem a partir do ponto de amostragem no riacho, com o buffer de 500 m; (B) buffer de 500 m seguindo a drenagem do corpo hídrico; (C) NDVI na escala regional (Microbacia Quebó-grande).

2.4 Análise de dados

As relações entre os componentes da diversidade nas diferentes

escalas espaciais foram avaliadas através do Particionamento Aditivo de Diversidade,

utilizando o método de randomização baseada no indivíduo disponível no programa

PARTITION 3.0 (Veech e Crist, 2009). Este método realiza um teste de permutação

individualizado atribuindo aleatoriedade de cada indivíduo do conjunto de dados para

qualquer escala espacial e medida de diversidade.

Os dados foram organizados no seguinte sistema hierárquico:

microhabitat (α1), entre microhabitat (β1), entre riachos (β2), entre microbacias (β3), e

entre as categorias de Unidades de Conservação (β4). Logo, o modelo utilizado em

nosso estudo foi: γ (diversidade regional) = α + β1 + β2 + β3 + β4.

C A B

Page 18: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE …ri.ufmt.br/bitstream/1/657/1/DISS_2014_Rogerio... · 2018-04-26 · universidade federal de mato grosso instituto de ciÊncias

10

A diversidade Beta em uma determinada escala hierárquica depende do

número e tamanho das amostras neste nível e acima dele (Økland et al., 1990;

Schmera e Eros, 2008). Por exemplo, a diversidade beta pode ser relativamente alta

se muitas amostras estão disponíveis no nível superior, resultando na dependência

generalizada e positiva da riqueza de táxons em relação ao esforço amostral (Ligeiro

et al., 2009). Para evitar uma comparação enganosa dos valores absolutos da

diversidade beta, utilizo a avaliação baseada em modelos nulos (Ligeiro et al., 2009).

Realizei o particionamento para as métricas de riqueza de espécies e diversidade de

Shannon conforme Crist et al.(2003), utilizando o modelo nulo Tipo I. Este modelo

consiste na randomização da distribuição dos indivíduos e táxons simultaneamente

para todos os níveis da hierarquia (Crist et al.,2003). Logo, a aleatorização dos

indivíduos remove a agregação dentro das unidades amostrais, permitindo-nos avaliar

seu efeito nas diferentes escalas espaciais (Ligiero et al., 2010). Optei por este modelo

uma vez que a colocação não aleatória dos indivíduos é a hipótese nula de interesse

(Crist et al., 2003).

A distribuição nula de cada valor de α e β, nas escala de riacho e

microbacia, foi obtida através de 1.000 aleatorizações. A significância de cada

componente da diversidade foi avaliada pelo contraste entre os valores observados e

esperados (Crist et al., 2003) e convertido em porcentagem para expressar a

contribuição para a diversidade regional. Os valores observados dos componentes da

diversidade foram comparados com os valores do modelo nulo, onde o valor de p é a

proporção de conjuntos de dados aleatórios que forneceram um valor de diversidade

maior do que o valor observado. Portanto, um valor de p baixo (p <0,05) indica que o

valor da diversidade observada é significativamente mais elevado do que o esperado

sob o modelo nulo. Oposto a isso, um valor de p alto (p> 0,95) indica que uma grande

parte dos conjuntos de dados aleatórios produziu maior valor da diversidade (Veech e

Crist, 2009).

Para avaliar a influência das variáveis ambientais sobre a distribuição

de espécies de Trichoptera nas escalas de riacho (local) e microbacia (regional), os

dados de comunidade foram ordenados através do Escalonamento Multidimensional

Não-Métrico (NMDS). Esta análise reduz a dimensionalidade das informações das

múltiplas espécies, de modo que as distâncias na ordenação refletem as semelhanças

entre as unidades amostrais, tanto quanto possível (Legendre e Legendre,1998).

As ordenações da composição da comunidade para as duas escalas

foram realizadas com base na abundância (quantitativa) e na presença e ausência

(qualitativa) das espécies. Utilizei para as ordenações quantitativas uma matriz com

medida de dissimilaridade Bray-Curtis associada aos dados logaritimizados (log [x+1]).

Page 19: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE …ri.ufmt.br/bitstream/1/657/1/DISS_2014_Rogerio... · 2018-04-26 · universidade federal de mato grosso instituto de ciÊncias

11

Para ordenações qualitativas, utilizamos o índice de similaridade de Jaccard

(Legendre e Legendre 1998) que, neste caso, evidencia o padrão das espécies mais

raras. As dimensões do NMDS foram separadas e consideradas como variáveis

dependentes nos testes inferenciais.

As variáveis ambientais de influência nas escalas de riacho e

microbacia foram ordenadas separadamente através da Análise de Componentes

Principais (PCA), que transforma um conjunto de variáveis originais em outro conjunto

de variáveis de mesma dimensão (Legendre e Legendre, 1998). As variáveis utilizadas

nestas análises foram todas previamente padronizadas como sugerido por Gotelli e

Ellison (2010), onde o valor de cada amostra é subtraído da média total e dividido pelo

desvio padrão, buscando reduzir a diferença das unidades de medidas. Os primeiros

eixos da PCA na escala de riacho e de microbacia foram extraídos e considerados

como fatores preditores nas análises inferenciais.

Para relacionar a comunidade com as variáveis ambientais utilizei a

Regressão Múltipla Multivariada, empregando quatro modelos. Dois modelos foram

utilizados na escala de riachos, de forma a relacionar as dimensões do NMDS

(abundância e presença/ausência) com os eixos da PCA das variáveis ambientais na

escala de riacho, e dois modelos na escala de microbacia, onde as dimensões do

NMDS (abundância e presença/ausência) com os eixos da PCA das variáveis

ambientais de microbacia. Todas estas análises foram realizadas no ambiente do

programa R (R Core Team, 2013) utilizando as funções do pacote vegan (Oksanen et

al., 2013).

3. RESULTADOS

3.1 Descrição geral da comunidade de Trichoptera

Foram coletadas 4325 larvas distribuídas em 12 famílias, 30 gêneros e

36 morfoespécies. As famílias mais representativas foram Hydropsychidae (1864 ind.;

43,10%), Leptoceridae (1192 ind.; 27,56%) e Helicopsychidae (381 ind.; 8,81%)

(ANEXO 1). Hydroptilidae e Leptoceridae apresentaram o maior número de

morfoespécies, 9 spp. e 8 spp., respectivamente. As morfoespécies mais abundantes

foram Smicridea sp (1595 ind.; 36,9%), Nectopsyche sp (963 ind.; 22,28%) e

Helicopsychidae sp (381 ind.; 8,82%) (ANEXO 1). Neotrichia sp.2, Metrichia sp.,

Flintiella sp. e Itaura sp. foram as morfoespécies menos abundantes, com 1 indivíduo

cada (0,02%) (ANEXO 1).

Page 20: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE …ri.ufmt.br/bitstream/1/657/1/DISS_2014_Rogerio... · 2018-04-26 · universidade federal de mato grosso instituto de ciÊncias

12

3.2 Particionamento da diversidade

O particionamento hierarquizado dos componentes alpha e beta

apresentou um padrão diferente para as duas métricas de análises empregadas. No

particionamento com riqueza, a escala que mais contribuiu para a diversidade total foi

a de microbacias (25%) e de unidade de conservação (22,97%), e foram maiores que

o esperado no modelo nulo (p<0,05) (Figura 4). Na análise com a diversidade de

Shannon, que utiliza a riqueza e abundância relativa, a escala que mais contribuiu

também foi a de microbacias, representando 18,25% (p<0,05) da diversidade total. A

escala espacial de micro-habitat (β1) apresentou a segunda maior contribuição, com

16,42% (p<0,05), seguido de riachos (15,82%; p<0,05) (Figura 4). A menor escala (α1),

para ambas as métricas, representaram 24,42% e 35,89% (p<0,95) da diversidade

total, e foram menores do que o esperado de acordo com o modelo nulo em que os

indivíduos são randomizados entre unidades amostrais (Figura 4).

Figura 4 – Particionamento hierárquico da diversidade de larvas de Trichoptera em riachos da Bacia do Alto Paraguai, utilizando como métricas a riqueza de espécies (A) e a diversidade de Shannon (B). Nota=Obs.: Observado; Esp.: Esperado; α1:micro-habitat; β1:micro-habitat; β2:riachos; β3:microbacias; β4:unidades de conservação.

Na métrica riqueza, a partição aditiva mostrou que as escalas α1 e β1

foram menores do que o esperado de acordo com o modelo nulo (p>0,95), no qual os

indivíduos são distribuídos aleatoriamente entre unidades amostrais (Tabela 1). Na

análise com a diversidade de Shannon, todas as escalas espaciais apresentaram o

valor do componente beta maior do que o esperado ao acaso (Tabela 1).

24,42

49,6011,83

13,50

15,78

11,2525

14,2222,97

11,44

0

20

40

60

80

100

Obs Esp

Riq

ueza (

%) β UC

β microbacia

β riacho

β microhabitat

α microhabitat35,89

62,58

16,42

9,9615,82

9,3318,25

9,1613,63 8,98

0

20

40

60

80

100

Obs Esp

Div

ers

idad

e

de S

han

no

n (

%)

β UC

β microbacia

β riacho

β2

α1

β1

A B

β4

β3

β2

α1

Page 21: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE …ri.ufmt.br/bitstream/1/657/1/DISS_2014_Rogerio... · 2018-04-26 · universidade federal de mato grosso instituto de ciÊncias

13

Tabela 1 - Particionamento aditivo da diversidade, para a riqueza de espécies e diversidade de Shannon, de Trichoptera em riachos da Bacia do Alto Paraguai. Nota= α1:micro-habitat; β1:micro-habitat; β2:riachos; β3:microbacias; β4:unidades de conservação.

Riqueza de espécies Diversidade de Shannon

Escalas Observado Esperado P Observado Esperado p

α1 8,79 17,86 >0,95 2,95 7,04 >0,95 β1 4,26 4,86 >0,95 1,35 1,12 <0,05 β2 5,68 4,05 <0,05 1,3 1,05 <0,05 β3 9 5,12 <0,05 1,5 1,03 <0,05 β4 8,27 4,12 <0,05 1,12 1,01 <0,05 Γ 36 8,22

3.3 Padrão da distribuição da comunidade

O padrão de distribuição das espécies de Trichoptera foi reduzido em

duas dimensões através da análise NMDS, tanto para os dados da escala local quanto

para a regional, gerando valores de estresse (Stress) que variaram de 0,105 a 0,210

(Tabela 2).

Tabela 2 – Escalonamento Multidimensional não-Métrico (NMDS) para a escala regional e local das espécies de Trichoptera em riachos da Bacia do Alto Paraguai.

Escalas NMDS Número de dimensões Stress r2

Local Abundância 2 0,210 0,80

Presença/Ausência 2 0,193 0,83

Regional Abundância 2 0,093 0,95

Presença/Ausência 2 0,105 0,97

A representação gráfica da distribuição dos locais na escala riachos não

demonstrou a existência de nenhum grupo em relação à composição da comunidade

(Figura 4). Entretanto, a configuração final da ordenação das microbacias com dados

de presença e ausência demonstrou o isolamento das microbacias Sangradouro e

Aguapei e a existência de um agrupamento entre as demais microbacias (Figura 5).

Page 22: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE …ri.ufmt.br/bitstream/1/657/1/DISS_2014_Rogerio... · 2018-04-26 · universidade federal de mato grosso instituto de ciÊncias

14

A B

A B

Figura 5 – Escalonamento multidimensional não-métrico (NMDS) baseado na abundância (A) e presença/ausência (B) de espécies de Trichoptera em riachos da Bacia do Alto Paraguai na escala de riachos. Riachos: -agu1; -agu2; -agu3; -san1; -san2; -cas1; -cas2; -cas3; -qgd1; -qgd2; -qgd3; -qca1; -qca2; -qca3; -mel1; -mel2; -mel3; -ron1; -ron2; -ron3; -sep1; -sep2; -sep3; -vaq1; -vaq2; -vaq3; -rcl1; -rcl2; -rcl3; -cba1; -cba2; -cba3; -maz1; -maz2; -maz3.

Figura 6 – Escalonamento multidimensional não-métrico (NMDS) baseado na abundância (A) e presença/ausência (B) de espécies de Trichoptera em riachos da Bacia do Alto Paraguai na escala de microbacias. Microbacias: - Aguapei; -Sangradouro; -Casca; -Quebó-grande; -Quebra-canela; -Melgueira; - Roncador; -Sepotubinha; -Vaquejador; -Rio Claro; -Cuiabá da Larga; -Marzagão.

Page 23: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE …ri.ufmt.br/bitstream/1/657/1/DISS_2014_Rogerio... · 2018-04-26 · universidade federal de mato grosso instituto de ciÊncias

15

Na escala de riachos, a PCA realizada com as variáveis ambientais

extraiu dois eixos que explicaram 39,78% da variação total dos dados. O eixo 1 foi

correlacionado a condutividade elétrica e os substratos argila, seixo e tronco, enquanto

que o eixo 2 com os substratos rocha exposta e folhiço (Figura7).

Figura 7 – Representação gráfica da Análise dos Componentes Principais (PCA)

usando matriz de correlação das variáveis ambientais na escala de riachos, de

espécies de Trichoptera em riachos da Bacia do Alto Paraguai. Proporção explicada

por cada eixo (loadings). C.veg=cobertura vegetal; c.ele=Condutividade elétrica;

v.cor=velocidade da correnteza; VMA=vegetação marginal; AEA=areia; REP=rocha

exposta; ARG=argila; SEX=seixo; TRN=tronco; MER=macrófita enraizada;

FLO=folhiço.

Na escala microbacias, a PCA extraiu dois eixos que somados

representaram 69,11% da variância total. O primeiro eixo explicou 45,38% e

apresentou alta correlação com condutividade elétrica e cobertura vegetal. O segundo

eixo que explicou 23,73%, teve alta correlacão com substratos inorgânicos e

condutividade elétrica (Figura 8).

Page 24: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE …ri.ufmt.br/bitstream/1/657/1/DISS_2014_Rogerio... · 2018-04-26 · universidade federal de mato grosso instituto de ciÊncias

16

Figura 8 – Representação gráfica da Análise dos Componentes Principais (PCA)

usando matriz de correlação das variáveis ambientais na escala de microbacias, de

espécies de Trichoptera em riachos da Bacia do Alto Paraguai. Proporção explicada

por cada eixo (loadings). C.veg=cobertura vegetal; c.ele=Condutividade elétrica;

v.cor=velocidade da correnteza; s.ino=substratos inorgânicos; s.org=substratos

orgânicos.

A análise de regressão múltipla multivariada entre os eixos da PCA e as

dimensões do NMDS, para a escala de riachos não indicaram relação. Entretanto na

escala de microbacia, demonstrou que a cobertura vegetal e a condutividade elétrica

foram relacionadas com abundância (Eixo 1 - Pillai Trace= 0,58686, F= 5,6820, p=

0,029) e presença e ausência (Eixo 1 - Pillai Trace= 0,58187, F= 5,5665, p= 0,03) de

larvas de Trichoptera.

4. DISCUSSÃO

Analisei qual escala mais contribui para a diversidade beta de

Trichoptera em diferentes escalas espaciais e observei que as escalas de microbacias

e micro-habitat são as mais representativas. O particionamento aditivo de riqueza e

diversidade de Shannon mostrou que a diversidade média na menor escala (α1) foi

menor do que o esperado ao acaso, demonstrando que os indivíduos estão

distribuídos de forma agregada. A heterogeneidade dos substratos amostrados

propicia um mosaico de habitats estruturalmente complexo, com diferentes nichos que

Page 25: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE …ri.ufmt.br/bitstream/1/657/1/DISS_2014_Rogerio... · 2018-04-26 · universidade federal de mato grosso instituto de ciÊncias

17

permitem a coexistência de um maior número de espécies, além da preferência

desses organismos por diferentes micro-habitats (Shmida e Wilson, 1985; Hildrew e

Townsend, 1994; Urbanic et al.,2005; Barnes et al.,2013). Essa distribuição agregada

também foi observada por Massoli e Callil (2014), que avaliaram gênero de

Trichoptera e Ligeiro et al. (2010) que estudaram famílias de macroinvertebrados,

ambos no bioma Cerrado.

O valor observado na métrica de riqueza para o componente

microhabitat (β1) foi diferente do esperado ao acaso, demonstrando uma distribuição

não aleatória dos Trichoptera, o que provavelmente ocorreu devido à combinação de

diversos fatores físicos e estruturais do riacho. Essa agregação pode estar associada

à diversidade funcional e a especialização de gêneros desse grupo para diferentes

tipos de micro-habitats (Merritt e Cummins 1996; Huamantinco e Nessimian 1999; Pes

et al., 2005; Fidelis et al., 2008) ou ainda, à complexidade dos substratos (Mackay e

Wiggins, 1979; Benke e Wallace, 1997; Barnes et al., 2013).

Os componentes de diversidade para as métricas de riqueza e diversidade de

Shannon na escala de microbacia foram maiores do que o esperado. Diversos fatores

podem explicar a maior variação na estrutura da comunidade nesta escala. Por

exemplo, as distâncias espaciais das microbacias que podem dificultar a dispersão

dos organismos. O aumento da distância entre os locais eleva a limitação de dispersão

e afeta a variação na composição das espécies (Nekola e White, 1999, Hubbell 2001;

Thompson e Townsend, 2006; Heino et al., 2013), fato também descrito em estudos

em pequenas escalas (<20 km) (Hepp e Melo, 2009; Ligeiro et al., 2010). Estes

organismos, quando imaturos, são relativamente sésseis com dispersão limitada e

dependente da deriva à jusante para a busca de recursos em condições desfavoráveis

(Bass, 2004; Leung et al., 2009). Quando adultos podem migrar à montante ou para

outros riachos em voos laterais curtos (Collier e Smith, 2000), não possibilitando

grandes migrações.

A escala de microbacias (β3) para as duas métricas analisadas foi a que

mais contribuiu para a diversidade. Além da influência da extensão espacial, a

variação na estrutura da comunidade pode também ser provocada por processos

locais de interações bióticas e condições ambientais. A diversidade beta pode estar

intimamente associada com a heterogeneidade ambiental medida na mesma escala

(Heino et al., 2013). Os diferentes níveis de cobertura vegetacional das microbacias

provocam uma heterogeneidade nos riachos (Rios e Baley, 2006; Death e Collier,

2010; Salvarrey et al.,2014) que a compõe e influenciam a comunidade dos

Trichoptera.

Page 26: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE …ri.ufmt.br/bitstream/1/657/1/DISS_2014_Rogerio... · 2018-04-26 · universidade federal de mato grosso instituto de ciÊncias

18

A estruturas da comunidade de Trichoptera responde a vários

gradientes ambientais representadas pelas características locais e/ou regionais.

Nenhuma relação significativa foi encontrada para a escala local (riachos) com as

variáveis ambientais mensuradas. A ausência de significância da abundância e da

presença/ausência entre as variáveis relativas à escala local se deve provavelmente à

amostragem de tipos de micro-habitat não seletiva e sim abrangendo toda

heterogeneidade dos riachos. Logo, elencamos diferentes variáveis (substratos) que

não foram correlacionadas devido à aleatoriedade de ocorrência. Esta variação

ambiental pode refletir na estimativa da comunidade quando locais semelhantes não

são selecionados (Hepp e Melo, 2012). Entretanto, esse delineamento possibilitou

demonstrar a importância desse mosaico para a manutenção da diversidade como

observado no particionamento. Em comunidades lóticas os fatores que determinam

localmente sua estrutura e diversidade não estão só associados às variáveis

ambientais (Logue et al., 2011), mas também às interações entre as espécies

coexistentes (Allan e Castillo, 2007) e diferentes nichos e recursos alimentares

fornecidos pela disponibilidade de habitats heterogêneos (Bucker et al., 2008; Heino et

al., 2013).

Em escala de regional (microbacia) a relação entre abundância e

presença/ausência das morfoespécies com os substratos e características físicas e

químicas da água foram significativas. Essas diferenças foram evidentes nas análises

baseadas na comunidade com os eixos da PCA. Esse fato sugere que a comunidade,

nesta escala, é fortemente influenciada pela composição de substratos inorgânicos,

condutividade elétrica e cobertura vegetal. As mudanças na matriz vegetacional

podem provocar alterações na química e física da água, assim como na deposição de

sedimentos que modificam a heterogeneidade dos microhabitats.

As microbacias com menor cobertura vegetacional apresentaram menor

riqueza e abundância de morfoespécies e baixa disponibilidade de substratos

orgânicos, sugerindo que este fator atua como regulador ambiental para as espécies

de Trichoptera. A retirada de vegetação provoca o aumento da sedimentação e

decréscimo na entrada de matéria orgânica alóctone (Delong e Brusven, 1994; Young

e Huryn, 1999; Downes et al. 2006) favorecendo a homogeneização dos micro-

habitats. Essas modificações alteram a riqueza e composição de macroinvertebrados

(Sponseller et al., 2001; Sweeney et al., 2004; Rios e Bailey, 2006; Burcher et al.,2007;

Heep e Santos, 2009; Suga e Tanaka, 2012; Boyero 2012) reduzindo a disponibilidade

de habitats e/ou tornando-os inadequados para a sobrevivência (Voelz e McArthur,

2000).

Page 27: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE …ri.ufmt.br/bitstream/1/657/1/DISS_2014_Rogerio... · 2018-04-26 · universidade federal de mato grosso instituto de ciÊncias

19

Diversos atributos da paisagem modificados pelas atividades humanas

caracterizam as microbacias e podem estar refletidos na variável condutividade

elétrica, por exemplo, os diferentes usos do solo. Das quatro microbacias relacionadas

à alta condutividade, Sangradouro e Aguapei apresentaram baixa abundância, riqueza

e cobertura vegetal. A remoção ou substituição da mata ciliar afeta negativamente as

comunidades aquáticas, principalmente pelas mudanças das condições ambientais,

como incidência de luz, entrada de nutrientes e deposição de serapilheira (Couceiro et

al., 2007; Júnior et al., 2013), diminuindo a diversidade de espécies (Nessimian et

al.,2008; Hepp e Melo, 2009). Entretanto, a condutividade pode ser também um reflexo

da estrutura geológica onde os riachos estão inseridos, como observado no nosso

estudo. As microbacias Quebó-grande e Marzagão estão localizadas em matriz

calcária e não arenítica como as demais, sendo o motivo pelos elevados valores de

condutividade nestes ambientes. Os diferentes usos da terra associados à

hidromorfologia são importantes para explicar a variação na composição e riqueza de

macroinvertebrados aquáticos (Feld e Hering, 2007; Ruiz-García et al., 2011).

Nos diferentes níveis hierárquicos estudados os maiores valores de

diversidade beta ocorreram na escala superior, demonstrando a importância das

microbacias como fontes de maior variação na estrutura a comunidade. Tal fato

evidência que amostragens nessa escala podem refletir avaliações da diversidade de

Trichoptera mais eficientes. Nossos resultados demonstram ainda, que na escala local

de riachos essa estruturação está associada à diversidade de micro-habitat e em

escalas mais amplas, à matriz vegetacional onde estão inseridas as microbacias.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS (BRASIL). Panorama da qualidade das águas

superficiais do Brasil:2012/Agência Nacional de Águas-Brasília:ANA, 2012. 264p.

AGÊNCIA NCAIONAL DE ÁGUAS (BRASIL). Implementação de práticas de

gerenciamento integrado de bacia hidrográfica para o Pantanal e a Bacia do Alto

Paraguai: programas de ações estratégicas para o gerenciamento integrado do

Pantanal e Bacia do Alto Paraguai. GEF. Relatório Final. Brasília, 2004. 513 p.

ALLAN, J.D. Components of Diversity. Oecologia, 18, p.359–367, 1975.

Page 28: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE …ri.ufmt.br/bitstream/1/657/1/DISS_2014_Rogerio... · 2018-04-26 · universidade federal de mato grosso instituto de ciÊncias

20

AL-SHAMI, S. A.;HEINO, J.; CHE SALMAH, M. R.; ABU HASSAN, A.; SUHAILA, A. H.;

MADRUS, M. R. Drivers of beta diversity of macroinvertebrate communities in tropical

forest streams. Freshwater Biology, 58, p.1126–1137. 2013.

ANDERSON, M.J.; CRIST, T.O.; CHASE, J.M.; VELLEND, M.; INOUYE, B.D.;

FREESTONE, A.L.; SANDERS, N.J.; CORNELL, H.V.; COMITA, L.S.; DAVIES, K.F.;

HARRISON, S.P.; KRAFT, N.J.; STEGEN, J.C.; SWENSON, N.G. Navigating the

multiple meanings of β diversity: a roadmap for the practicing ecologist. Ecology

Letters, 14: 19-28, 2011.

ANGERMEIER, P.L.;, WINSTON, M.R. Local vs. regional influences on local diversity

in stream fish communities of Virginia. Ecology, 79, p.911-927. 1998.

ANGRISANO, E.B; KOROB, P.G. Trichoptera. In: FERNÁNDEZ, H.R. & E.

DOMÍNGUEZ (Ed). Guía para determinación de los artrópodos bentónicos

sudamericanos. Universidad Nacional de Tucumán, San Miguel de Tucumán, 2001.

ASTORGA, A.; HEINO, J.; LUOTO, M.; MUOTKA, T. Freshwater biodiversity at

regional extent: determinants of macroinvertebrate taxonomic richness in headwater

streams. Ecography, 34, p.705–713. 2011.

BARNES, J. B.; VAUGHAN, I. P.; ORMEROD, S. J. Reappraising the effects of habitat

structure on river macroinvertebrates. Freshwater Biology, 58, p.2154–2167. 2013.

BASS, D. Diurnal stream drift of benthic macroinvertebrates on small oceanic Island of

Dominica, West Indies. Caribbean Journal of Science, 40-2, p.245-252. 2004.

BENKE, A. C.; WALLACE, J. B. Trophic basis of production among riverine caddisflies:

implications for food web analysis. Ecology 78, p.1132-1145, 1997.

BERNAL, R.R. Effects of Hydrologic Gradients on Woody Debris Breakdown and

Macroinvertebrate Colonization in a Cumberland Plateau Watershed, Eastern

Kentucky, U.S.A. Masters Theses & Specialist Projects. Paper 149, 2010.

BILTON, D.T.; FREELAND, J.R.; OKAMURA, B. Dispersal in freshwater invertebrates

Annual Review of Ecology and Systematics, 32. p.159–181, 2001.

Page 29: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE …ri.ufmt.br/bitstream/1/657/1/DISS_2014_Rogerio... · 2018-04-26 · universidade federal de mato grosso instituto de ciÊncias

21

BOYERO L. Multiscale patterns of spatial variation of stream macroinvertebrate

communities. Ecological Research, 18, p.365-379, 2003a.

BOYERO L; BOSCH, J. The effect of riffle-scale environmental heterogeneity on

macroinvertebrate communities in a tropical stream. Hydrobiologia, 524, p.125-132,

2004.

BOYERO, L. The quantification of local substrate heterogeneity in streams and its

significance for macroinvertebrate assemblages. Hydrobiologia, v.499, p.161-168,

2003b.

BOYERO, L; RAMIREZ, A; DUDGEON D; PEARSON, R.G. Are tropical streams really

different? Journal of the North American Benthological Society, 28, p.397-403, 2009.

BOYERO,L.; BARMUTA, L.A.; RATNARAJAH, L.; SCHMIDT, K.; PEARSON, R.G.

Effects of exotic riparian vegetation on leaf breakdown by shredders: a tropical–

temperate comparison. Freshwater Science, 31(2), p.296-303, 2012.

BUCKER, F.; GONCALVES, R.; BUCKUP. G. B.; MELO, A. S. Effect of environmental

variables on the distribution of two fresh-water crabs (Annomura: Aeglidae). Journ.

Crust. Biol, 28, p.248 – 251, 2008.

BURCHER, C.L.; VALETT, H.M.; BENFIELD, E.F. The land-cover cascade:

relationships coupling land and water. Ecology, 88, p.228–242, 2007.

CALEY, M. J.; SCHLUTER, D. The relationship between local and regional diversity.

Ecology, 78, p.70-80, 1997.

CALHEIROS, D.F.; OLIVEIRA, M.D. O Rio Paraguai e sua Planície de Inundação: O

Pantanal Mato-Grossense. Ciência & Ambiente, 41, p.113-130, 2010.

CALLISTO, M.; MORETTI, M.; GOULART, M. Macroinvertebrados bentônicos como

ferramenta para avaliar a saúde de riachos. Revista Brasileira de Recursos Hídricos, v.

6, n. 1, p. 71-82, 2001.

Page 30: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE …ri.ufmt.br/bitstream/1/657/1/DISS_2014_Rogerio... · 2018-04-26 · universidade federal de mato grosso instituto de ciÊncias

22

CALOR, A.R. Trichoptera. In: Guia on-line: Identificação de larvas de Insetos

Aquáticos do Estado de São Paulo. Froehlich, C.G. (org.), 2007. Disponível em:

http://sites.ffclrp.usp.br/aguadoce/guiaonline. Acesso em: 21 dez.2013.

CARDINALE, B. J.; SMITH, C. M.; PALMER, M. A. The influence of initial colonization

by hydropsyhid caddisfly larvae on the development of stream invertebrate

assemblages. Hydrobiologia 455: 19–27, 2001.

CHUST, G; PRETUS, J.L.; DUCROT, D.; VENTURA, D. Scale dependency of insect

assemblages in response to landscape pattern. Landscape Ecology, 19, p.41-57, 2004.

CLARKE, A.; NALLY, R.M.; BOND, N.R.; LAKE, P.S. Conserving macroinvertebrate

diversity in headwater streams: the importance of knowing the relative contributions of

α and β diversity. Diversity and Distributions, 16, p.725-736, 2010.

COLLIER, K.J.; SMITH, B.J. Interactions of Adult Stoneflies (Plecoptera) with Riparian

Zones I. Effects of Air Temperature and Humidity on Longevity. Aquatic Insects, v22,

2000.

COSTA, S.S.; MELO, A.S. Beta diversity in stream macroinvertebrate assemblages:

among-site and among-microhabitat components. Hydrobiologia, 598, p.131-138,

2008.

COUCEIRO, S. R. M.; HAMADA, N.; LUZ, S. L. B.; FORSBERG, B. R.; PIMENTEL, T.

P. Deforestation and sewage effects on aquatic macroinvertebrates in urban stream in

Manaus, Amazonas, Brazil. Hydrobiologia 575:271-284, 2007.

CRISCI-BISPO, V. L.; BISPO, P.C.; FROEHLICH, C. G. Ephemeroptera, Plecoptera

and Trichoptera assemblages in two Atlantic Rainforest streams, Southeastern Brazil.

Revista Brasileira de Zoologia, 24, 312-318, 2007.

CRIST, T. O.; VEECH, J. A. Additive partitioning of rarefaction curves and species–

area relationships: unifying α-, β- and γ-diversity with sample size and habitat area.

Ecology Letters, 9, p.923–932, 2006.

Page 31: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE …ri.ufmt.br/bitstream/1/657/1/DISS_2014_Rogerio... · 2018-04-26 · universidade federal de mato grosso instituto de ciÊncias

23

CRIST, T.O.; VEECH, J.A.; GERING, J.C.; SUMMERVILLE, K.S. Partitioning species

diversity across landscapes and regions: a hierarchical analysis of α, β, and γ diversity.

The American Naturalist, 162, p.734‐743, 2003.

DEATH, R. G.; COLLIER, K. J. Measuring stream macroinvertebrate responses to

gradients of vegetation cover: when is enough enough? Freshwater Biology, 55,

p.1447–1464, 2010.

DELONG, M.D.; BRUSVEN. Macroinvertebrate community structure along the

longitudinal gradient of an agriculturally impacted stream. Environmental

Management, 22(3): 445–457, 1998.

DOWNES B. J., LAKE P. S.,GLAISTER A. & BOND N. R. Effects of sand

sedimentation on the macroinvertebrate fauna of lowland streams: are the effects

consistent? Freshwater Biology, 51, 144–60, 2006.

DUDGEON, D.; ARTHINGTON, A. H.; GESSNER, M. O.; KAWABATA, Z.-I.;

KNOWLER, D. J.; LÉVÊQUE, C.; NAIMAN, R. J.; PRIEUR-RICHARD, A.-H.; SOTO,

D.; STIASSNY, M. L. J.; SULLIVAN, C. A. Freshwater biodiversity: importance, threats,

status and conservation challenges. Biological Reviews, 81, p.163–182, 2006.

ENVIRONMENTAL SYSTEMS RESEARCH INSTITUTE (ESRI). Inc. ArcGIS, Version

10.1. Redlands, CA. 2012.

FELD, C. K.; HERING, D. Community structure or function: effects of environmental

stress on benthic macroinvertebrates at different spatial scales. Freshwater Biology,

52: 1380–1399, 2007.

FIDELIS, L.; NESSIMIAN, J.L.; HAMADA, N. Distribuição espacial de insetos aquáticos

em igarapés de pequena ordem na Amazônia Central. Acta Amazonica, vol. 38, no. 1,

p. 127-134, 2008.

GOTELLI, N. J.; ELLISON, A. M. Princípios de Estatística em Ecologia. Artmed

Editora. 2010. 683p.

Page 32: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE …ri.ufmt.br/bitstream/1/657/1/DISS_2014_Rogerio... · 2018-04-26 · universidade federal de mato grosso instituto de ciÊncias

24

GÖTHE, E.; L. SANDIN; ALLEN, C. R.; ANGELER, D. G. Quantifying spatial scaling

patterns and their local and regional correlates in headwater streams: implications for

resilience. Ecology and Society 19(3): 15, 2014.

HEINO, J.; GRÖNROOS, M.; ILMONEN, J.; KARHU, T.; NIVA, M.; PAASIVIRTA, L.

Environmental heterogeneity and beta diversity of stream macroinvertebrate

communities at intermediate spatial scales. Freshwater Science, 32, p.142-154, 2013.

HEINO, J.; ILMONEN,J.; PAASIVIRTA, L. Continuous variation of macroinvertebrate

communities along environmental gradients in northern streams. Boreal Environment

Research, 19, p.21-38, 2014.

HEINO, J.; MUOTKAT, T.; PAAVOLA, R. Determinants of Macroinvertebrate Diversity

in Headwater Streams: Regional and Local Influences. Journal of Animal Ecology, 72,

p.425-434, 2003.

HEINO, J.; SOININEN, J.; LAPPALAINEN, J.; VIRTANEN, R. The relationship between

species richness and taxonomic distinctness in freshwater organisms. Limnology and

Oceanography, 50, p.978-986, 2005.

HEPP, L. U.; LANDEIRO, V. L.; MELO, A. S. Experimental assessment of the effects of

environmental factors and longitudinal position on alpha and beta diversities of aquatic

insects in a Neotrpical stream. International Review of Hydrobiology, v. 97, p. 157-167,

2012.

HEPP, L. U.; MELO, A. S. Dissimilarity of stream insect assemblages: effects of

multiple scales and spatial distances. Hydrobiologia 703, p.239–246, 2012.

HEPP, L.U.; SANTOS, S. Benthic communities of streams related to different land uses

in a hydrographic basin in southern Brazil. Environmental Monitoring and Assessment,

vol. 157, no. 1-4, p. 305-318, 2009.

HUAMANTINCO, A.A.; NESSIMIAN, J.L. Estrutura e distribuição espacial da

comunidade de larvas de Trichoptera (Insecta) em um tributário de primeira ordem do

Rio Paquequer, Teresópolis, RJ. Acta Limnologica Brasiliensia, 11(2), p.1-16, 1999.

Page 33: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE …ri.ufmt.br/bitstream/1/657/1/DISS_2014_Rogerio... · 2018-04-26 · universidade federal de mato grosso instituto de ciÊncias

25

JINGGUT, T.; YULE, C. M.; BOYERO, L. Stream ecosystem integrity is impaired by

logging and shifting agriculture in a global megadiversity center (Sarawak, Borneo).

Science of The Total Environment Volume 437, p.83–90, 2012.

JOSEFSON, A. B.; GÖKE, C. Disentangling the effects of dispersal and salinity on beta

diversity in estuarine benthic invertebrate assemblages. Journal of Biogeography, 40,

p.1000–1009, 2013.

JOST, L.; DEVRIES, P.; WALLA, T.; GREENEY, H.; CHAO, A.; RICOTTA,

R. Partitioning diversity for conservation analyses. Divers. Distrib., 16, 65–76, 2010.

MONTEIRO JÚNIOR, C. DA S.; COUCEIRO, S. R. M.; HAMADA, N.; JUEN, L. Effect

of vegetation removal for road building on richness and composition of Odonata

communities in Amazonia, Brazil. International Journal of Odonatology, 16:2, 135-144,

2013.

LOGUE, J.B.; MOUQUET, N.; PETER, H.; HILLEBRAND, H. Empirical approaches to

metacommunities: a review and comparison with theory. Trends in Ecology &

Evolution, v.26, 482-491, 2011.

LANDE, R. Statistics and partitioning of species diversity, and similarity among multiple

communities. Oikos 76, p.5-13, 1996.

LANDEIRO, V.L.; HAMADA, N.; MELO, A.S. Responses of aquatic invertebrate

assemblages and leaf breakdown to macroconsumer exclusion in Amazonian 'terra

firme' streams. Fundamental and Applied Limnology, v. 172, p. 49-58, 2008

LANDEIRO, V.L.; BINI, L.M.; MELO, A.S.; PES, A.M.O.; MAGNUSSON, W.E. The

roles of dispersal limitation and environmental conditions in controlling caddisfly

(Trichoptera) assemblages. Freshwater Biology, 57, p.1554–1564, 2012.

LEGENDRE, P.; LEGENDRE, L. Numerical ecology (second English ed.), Amsterdam:

Elsevier Science BV, 1998. 853 p.

LEUNG, E.S.; ROSENFELD, J.S.; BERNHARDT, J.R. Habitat effects on invertebrate

drift in a small trout stream: implications for prey availability to drift-feeding fish.

Hidrobiologia, vol. 623, p.113-125, 2009.

Page 34: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE …ri.ufmt.br/bitstream/1/657/1/DISS_2014_Rogerio... · 2018-04-26 · universidade federal de mato grosso instituto de ciÊncias

26

LIGEIRO, R.; MELO, A.S.; CALLISTO, M. Spatial scale and the diversity of

macroinvertebrates in a Neotropical catchment. Freshwater Biology, 55, p.424-435,

2010.

LILLESAND,T.M.; KIEFER,R.W. Remote Sensing and image interpretation. 4o.Ed.

John Wilwy & Sons, NY, 2000. 612 p.

MACKAY, R. J.; WIGGINS, G. B. Ecological diversity in Trichoptera. Annual Review of

Entomology 24, p.185-208, 1979.

MASSOLI, E. V.; CALLIL, C. T. Hierarchical analysis of the diversity of Trichoptera in

the headwaters of the Cuiabá River Basin, Brazil. International Review of Hydrobiology,

99, p.236–243, 2014.

MELO, A. S.; C. G. FROEHLICH. Substrate stability in streams:effects of stream size,

particle size, and rainfall on frequency of movement and burial of particles. Acta

Limnologica Brasiliensia, 16, p.381-390, 2004.

MERRITT, R. W.; CUMMINS, K.W. An introduction to the aquatic insects of North

America (3rd ed). Kendall Hunt Publishing Co., Debuque, IA, 1996.

MYKRÄ, H.; HEINO, J.; MUOTKA, T. Scale-related patterns in the spatial and

environmental components of stream macroinvertebrate assemblage variation. Global

Ecology and Biogeography, 16, p.149–159, 2007.

NEKOLA, J. C. ; WHITE, P. S. The distance decay of similarity in biogeography and

ecology. Journal of Biogeography, 26: 867–878, 1999.

NESSIMIAN, J. L.; VENTICINQUE, E. M.; ZUANON, J.; DE MARCO, P. JR.; GORDO,

M.; FIDELIS, L.; BATISTA, J. D.; JUEN, L. Land use, habitat integrity, and aquatic

insect assemblages in Central Amazonian streams. Hydrobiologia 614(1), p.117-131,

2008.

ØKLAND, R.H.; EILERTSEN, O.; ØKLAND T. On the relationship between sample plot

size and beta diversity in boreal coniferous forests. Vegetatio, 87, 187–192. 1990.

Page 35: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE …ri.ufmt.br/bitstream/1/657/1/DISS_2014_Rogerio... · 2018-04-26 · universidade federal de mato grosso instituto de ciÊncias

27

OLIVEIRA, L.G.; FROEHLICH, C.G. The Trichoptera (Insecta) fauna of a Cerrado

stream in southeastern Brazil. Naturalia 22, p.183-197, 1997.

PES, A.M.O.; HAMADA, N.; NESSIMIAN, J.L. Chaves de identificação de larvas para

famílias e gêneros de Trichoptera (Insecta) da Amazônia Central, Brasil. Revista

Brasileira de Entomologia. 49(2), p.181-204, 2005.

PESCADOR, M.L.; RASSMUSSEN, A.K.; HARRIS, S.C. Identification manual for the

caddisfly (Trichoptera) larvae of Florida. Department of Environmental Protection, FL.,

1995.

PETERSEN, I.; MASTERS, Z.; HILDREW, A.G.; ORMEROD, S.J. Dispersal of adult

aquatic insects in catchments of differing land use.Journal of Applied Ecology, 41,

p.934–950, 2004.

R CORE TEAM. R: A language and environment for statistical computing. R

Foundation for Statistical Computing, Vienna, Austria, 2013. URL http://www.R-

project.org/.

RÁDKOVÁ, V.; SYROVÁTKA, V.; BOJKOVÁ, J.; SCHENKOVÁ, J.; KROUPALOVÁ, V.;

HORSÁK, M. The importance of species replacement and richness differences in

small-scale diversity patterns of aquatic macroinvertebrates in spring fens .

Limnologica 47, p.52–61, 2014.

RICKLEFS, R. D. Community diversity: relative roles of local and regional processes. -

Science 235, p.167-171, 1987.

RICKLEFS, R.E.; SCHLUTER, D. Species Diversity in Ecological Communities:

Historical and Geographical Perspectives. University of Chicago Press, Chicago, 1993.

RIOS, S.L.; BAILEY, R.C. Relationship between riparian vegetation and stream benthic

communities at three spatial scales. Hydrobiologia, vol. 55, p.153-160, 2006.

ROSENBERG, D.M.; RESH, V.H. Freshwater biomonitoring and benthic

macroinvertebrates. 1 ed. Chapman and Hall, London, 1993.

Page 36: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE …ri.ufmt.br/bitstream/1/657/1/DISS_2014_Rogerio... · 2018-04-26 · universidade federal de mato grosso instituto de ciÊncias

28

RUIZ-GARCÍA, A.; MÁRQUEZ-RODRÍGUEZ, J.; FERRERAS-ROMERO,M.

Implications of anthropogenic disturbance factors on the Trichoptera assemblage in a

Mediterranean flubial system: Are Trichoptera useful for identifyong land-use

alterations?. Ecological Indicators, Vol.14, Issue 1, p.114-123, 2012.

SALLES, F.F.; FERREIRA-JÚNIOR, N. Habitat e Hábitos. In: HAMADA, N. et al. (Ed.).

Insetos aquáticos na Amazônia brasileira: taxonomia, biologia e ecologia. Manaus:

2014. cap.3, p. 385-405.

SALVARREY, A.V.B.; KOTZIAN, C.B.; SPIES, M.R.; BRAUN, B. The influence of

natural and anthropic environmental variables on the structure and spatial distribution

along longitudinal gradient of macroinvertebrate communities in southern Brazilian

streams. Journal of Insect Science, p.14-13, 2014.

SANCHEZ-ARGUELLO, R.; CORNEJO, A.; PEARSON, R.G.; BOYERO, L. Spatial and

temporal variation of stream communities in a human-affected tropical watershed.

International Journal of Limnology, 46, p.149-156, 2010.

SCHMERA, D.; ERÖS T. Linking scale and diversity partitioning in comparing species

diversity of caddisflies in riffle and pool habitats. Fundamental and Applied

Limnology, 172, 205–215, 2008.

SHMIDA, A.; WILSON, M. R. Biological determinants of species diversity. Journal of

Biogeography 12: 1–20, 1985.

SPONSELLER, R. A.; BENFIELD, E. F.; VALETT, H. M. Relationships between land

use, spatial scale and stream macr oinvertebrate communities. Freshwater Biology 46,

p.1409–1424, 2001.

STRAYER, D.L.; DUDGEON, D. Freshwater biodiversity conservation: recent progress

and future challenges. Journal of the North American Benthological Society 29, p.344-

358, 2010.

SUGA, C.M.; TANAKA, M.O. Influence of a forest remnant on macroinvertebrate

communities in a degraded tropical stream. Hydrobiologia, v.703, p.203-213, 2013.

Page 37: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE …ri.ufmt.br/bitstream/1/657/1/DISS_2014_Rogerio... · 2018-04-26 · universidade federal de mato grosso instituto de ciÊncias

29

SWEENEY, B. W.; BOTT, T. L.; JACKSON, J. K.; KAPLAN, L. A.; NEWBOLD, J. D.;

STANDLEY, L.J.; HESSION, W. C.; HORWITZ, R. J. Riparian Deforestation, Stream

Narrowing, and Loss of Stream Ecosystem Services. Proceedings of the National

Academy of Sciences 101, p.14132-14137, 2004.

THOMPSON, R.; TOWNSEND, C. A truce with neutral theory: local deterministic

factors, species traits and dispersal limitation together determine patterns of diversity in

stream invertebrates. Journal of Animal Ecology, 75:476–484, 2006.

TOWNSEND, C. R.; HILDREW, A. G. Species traits in relation to habitat templet for

river systems. Freshwater Biology, 31, p.265-275, 1994.

URBANIC, G.; TOMAN, M.J.; KRUSNIK, C. Microhabitat type selection of caddisfly

larvae (Insecta: Trichoptera) in a shallow lowland stream. Hydrobiologia, 541, p.1–12,

2005.

VANNOTE, R.L.; MINSHALL, G.W.; CUMMINS, K.W.; SEDELL, J.R.; CUSHING, C.E.

The river continuum concept. Canadian Journal of Fisheries and Aquatic Science,

Toronto, v.37, p.130-137, 1980.

VEECH J.; CRIST, T. PARTITION: software for hierarchical additive partitioning of

species diversity, version 3.0. 2009. Acesso: Novembro – 2014.

VEECH, J.A.; SUMMERVILLE, K.S.; CRIST, T.O.; GERING,J.C. The additive

partitioning of species diversity: recent revival of an old ideia. Oikos, Copenhagen,

v.99,n.1,p.3-9, 2002.

VOELZ, N. J. ; MCARTHUR, V. An exploration of factors influencing lotic insect

species richness. Biodiversity and Conservation 9:1543-1570, 2000.

WAHL, C.M; NEILS, A.; HOOPER, D. Impacts of land use at the catchment scale

constrain the habitat benefits of stream riparian buffers. Biologia de Água Doce, 58,

p.2310-2324, 2013.

WIGGINS, G.B. Larvae of the North American Caddisfly Genera (Trichoptera), 2nd

edition, 1996.

Page 38: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE …ri.ufmt.br/bitstream/1/657/1/DISS_2014_Rogerio... · 2018-04-26 · universidade federal de mato grosso instituto de ciÊncias

30

WU, J.; LOUCKS, O.L. From balance of nature to hierarchical patch dynamics: a

paradigm shift in ecology. Quertely Review of Biology 70, p.439-466, 1995.

YOUNG, R. G.;HURYN, A. D. Effects of land use on stream metabolism and organic

matter turnover. Ecological Applications 9:1359–1376, 1999.

Page 39: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE …ri.ufmt.br/bitstream/1/657/1/DISS_2014_Rogerio... · 2018-04-26 · universidade federal de mato grosso instituto de ciÊncias

29

ANEXO 1

Tabela 3 - Lista de morfoespécies de larvas de Trichoptera em riachos da Bacia do Alto Paraguai.

Microbacia Quebó Grande Rio Claro Vaquejador Marzagão Cbá. da Larga Casca

Riacho qgd1 qgd2 qgd3 rcl1 rcl2 rcl3 vaq1 vaq2 vaq3 maz1 maz2 maz3 cba1 cba2 cba3 cas1 cas2 cas3

Leptoceridae Nectopsyche Muller sp. 301 38 0 1 0 2 0 7 1 25 0 32 159 9 61 5 6 112

Nectopsyche Muller sp.2 8 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 3 0 1 0 0 0

Nectopsyche Muller sp.3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 8 0 0 0

Nectopsyche Muller sp.4 9 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0

Oecetis McLachlan sp. 11 1 2 2 0 8 22 2 0 1 2 4 1 0 2 0 4 50

Oecetis McLachlan sp.2 3 0 0 0 0 0 0 1 0 3 1 0 0 0 0 0 0 9

Triplectides Kolenati sp. 0 0 5 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0

Setodes Rambur sp. 0 0 0 0 0 0 0 3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Polycentropodidae Cernotina Ross sp. 3 0 1 0 0 12 0 0 0 0 1 0 0 0 1 3 0 4

Polycentropus Curtis sp. 0 0 0 0 0 0 4 3 0 0 3 0 0 0 0 0 0 0

Polyplectropus Ulmer sp. 0 0 4 0 0 1 1 1 0 3 0 0 0 0 1 1 0 0

Cyrnellus Banks sp. 19 2 3 0 0 33 0 0 0 0 0 6 0 0 1 3 0 2

Hydropsychidae Macrostemum Kolenati sp.

0 0 0 3 1 0 20 0 0 0 0 0 0 1 1 0 1 14

Macronema Pictet sp. 8 0 0 0 2 1 2 1 0 8 16 0 0 4 2 2 14 3

Smicridea McLahlan sp. 284 35 2 0 1 16 0 0 0 3 4 3 586 164 8 0 19 28

Leptonema Guérin sp. 4 0 0 0 0 1 2 0 0 0 0 0 31 0 2 0 0 1

Synoestropsis Ulmer sp. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0

Hydroptilidae Neotrichia Morton sp. 2 11 1 0 0 1 1 0 0 3 0 10 18 3 0 2 2 3

Neotrichia Morton sp.2 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Metrichia Ross sp. 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Oxyethira Eaton sp. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 12 0 0 0 1 0

Page 40: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE …ri.ufmt.br/bitstream/1/657/1/DISS_2014_Rogerio... · 2018-04-26 · universidade federal de mato grosso instituto de ciÊncias

30

Microbacia Quebó Grande Rio Claro Vaquejador Marzagão Cbá. da Larga Casca

Riacho qgd1 qgd2 qgd3 rcl1 rcl2 rcl3 vaq1 vaq2 vaq3 maz1 maz2 maz3 cba1 cba2 cba3 cas1 cas2 cas3

Hydroptila Dalman sp. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 14 0 0 1 2 1 0 0 0

Flintiella Agrisano sp. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Betrichia Mosely sp. 0 0 3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Ochrotrichia Mosely sp. 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Leucotrichini 2 10 0 0 0 0 0 0 0 3 0 0 0 0 0 0 0 0

Sericostomatidae Genus.A 0 0 0 0 0 0 1 0 3 1 0 0 0 0 0 0 0 0

Ecnomidae Austrotinodes Schmid sp. 1 0 0 0 0 0 2 0 0 1 1 1 2 0 0 0 1 0

Odontoceridae Marilia Muller sp. 0 0 5 0 0 0 1 0 0 0 0 0 1 0 3 5 3 1

Marilia Muller sp.2 0 0 1 2 0 6 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0

Helicopsychidae Helicopsychidae Sielbold sp.

46 67 3 1 0 0 0 5 1 16 0 50 29 23 19 3 1 2

Calamoceratidae Phylloicus Muller sp. 18 0 0 0 0 7 1 0 0 0 0 3 0 0 0 0 3 8

Philopotamidae Wormaldia McLachlan sp.

0 1 0 0 2 29 1 0 0 0 0 0 1 5 0 1 2 0

Chimarra Stephens sp. 5 8 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 7 0 0 0 0 0

Glossosomatidae Itaura Müller sp. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Hydrobiosidae Atopsyche Banks sp. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 3 0 0 0

Abundância 724 174 30 9 6 118 59 24 5 81 28 111 851 211 114 28 57 237

Riqueza 16 10 3 5 4 13 13 9 3 12 7 9 13 8 14 12 12 13

Page 41: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE …ri.ufmt.br/bitstream/1/657/1/DISS_2014_Rogerio... · 2018-04-26 · universidade federal de mato grosso instituto de ciÊncias

31

Tabela 3 cont. - Lista de morfoespécies de larvas de Trichoptera em riachos da Bacia do Alto Paraguai

Microbacia Roncador Melgueira Quebra Canela Sepotubinha Sangradouro Aguapei

Riacho ron1 ron2 ron3 mel1 mel2 mel3 qca1 qca2 qca3 sep1 sep2 sep3 san1 san2 agu1 agu2 agu3

Leptoceridae Nectopsyche Muller sp. 8 16 156 0 0 0 4 9 2 0 3 1 0 3 1 0 1

Nectopsyche Muller sp.2 0 0 0 0 0 0 0 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Nectopsyche Muller sp.3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Nectopsyche Muller sp.4 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Oecetis McLachlan sp. 0 0 0 7 7 0 2 11 9 1 0 4 0 0 0 1 5

Oecetis McLachlan sp.2 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0

Triplectides Kolenati sp. 0 0 3 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Setodes Rambur sp. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Polycentropodidae Cernotina Ross sp. 1 0 2 1 24 0 1 6 1 74 4 0 0 1 0 0 0

Polycentropus Curtis sp. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Polyplectropus Ulmer sp. 0 0 1 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Cyrnellus Banks sp. 0 0 0 0 0 0 0 3 2 3 2 0 0 3 0 0 0

Hydropsychidae Macrostemum Kolenati sp.

2 0 1 0 12 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1 0

Macronema Pictet sp. 3 0 6 4 12 8 0 16 0 8 0 3 0 0 0 0 0

Smicridea McLahlan sp. 246 0 45 3 10 0 18 82 12 0 20 6 0 0 0 0 0

Leptonema Guérin sp. 0 0 0 8 19 0 0 2 0 8 8 0 0 0 0 0 0

Synoestropsis Ulmer sp. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Hydroptilidae Neotrichia sp. Morton 1 0 24 0 2 3 1 3 2 0 0 0 4 1 0 4 23

Neotrichia Morton sp.2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Metrichia Ross sp. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Oxyethira Eaton sp. 0 0 1 1 7 32 0 2 0 0 0 0 0 0 0 1 0

Hydroptila Dalman sp. 0 0 1 0 0 0 0 1 0 0 0 0 3 0 0 0 0

Flintiella Agrisano sp. 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Betrichia Mosely sp. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Page 42: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE …ri.ufmt.br/bitstream/1/657/1/DISS_2014_Rogerio... · 2018-04-26 · universidade federal de mato grosso instituto de ciÊncias

32

Microbacia Roncador Melgueira Quebra Canela Sepotubinha Sangradouro Aguapei

Riacho ron1 ron2 ron3 mel1 mel2 mel3 qca1 qca2 qca3 sep1 sep2 sep3 san1 san2 agu1 agu2 agu3

Ochrotrichia sp. Mosely 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 3 0 0 0 0 0

Leucotrichini 0 0 3 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Sericostomatidae Genus.A 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Ecnomidae Austrotinodes sp. Schmid 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0

Odontoceridae Marilia sp. Muller 9 0 9 1 9 0 0 9 0 2 1 1 0 0 0 0 0

Marilia sp.2 Muller 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Helicopsychidae Helicopsychidae sp. Sielbold

3 7 0 0 0 0 1 96 0 1 4 1 1 0 0 0 1

Calamoceratidae Phylloicus sp. Muller 0 0 0 2 2 0 0 17 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Philopotamidae Wormaldia sp. McLachlan

0 0 0 0 2 0 0 11 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Chimarra sp. Stephens 0 0 0 0 0 0 0 177 0 1 0 0 0 0 0 0 0

Glossosomatidae Itaura sp. Müller 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Hydrobiosidae Atopsyche sp. Banks 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Abundância 275 24 252 31 108 43 27 454 29 98 43 20 8 8 1 7 30

Riqueza 10 3 12 9 13 3 6 20 7 8 8 8 3 4 1 4 4