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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO CAMPUS DE SINOP INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E AMBIENTAIS CURSO DE AGRONOMIA SANIDADE DE SEMENTES DE SOJA TRATADAS QUIMICAMENTE- SAFRA 2017/2018 BETH KETYELLE DA SILVA MELO SINOP MT JULHO 2019

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

CAMPUS DE SINOP

INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E AMBIENTAIS

CURSO DE AGRONOMIA

SANIDADE DE SEMENTES DE SOJA TRATADAS QUIMICAMENTE-

SAFRA 2017/2018

BETH KETYELLE DA SILVA MELO

SINOP – MT

JULHO – 2019

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

CAMPUS DE SINOP

INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E AMBIENTAIS

CURSO DE AGRONOMIA

SANIDADE DE SEMENTES DE SOJA TRATADAS QUIMICAMENTE-

SAFRA 2017/2018

BETH KETYELLE DA SILVA MELO

SOLANGE MARIA BONALDO

Trabalho de Conclusão de Curso (TCC)

apresentado ao Curso de Agronomia do

ICAA/CUS/UFMT, como parte das

exigências para a obtenção do Grau de

Bacharel em Agronomia.

SINOP – MT

Julho – 2019

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A minha amada mãe Elizoneth, que sempre me apoiou durante os estudos e me deu forças

pra chegar até aqui pois sem ela nada disso se tornaria realidade. Que nunca me deixa

perder a fé de que amanhã sempre será um dia melhor e por ser um exemplo de mulher

guerreira e batalhadora.

Dedico

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus pela vida e por me ter me sustentado até aqui, sem Ele nada

disso seria possível. A minha família pelo apoio e por toda a ajuda necessária em meus

estudos mesmo morando longe, a minha mãe Elizoneth, meu pai Moisés, minha irmã Samara

e irmãos Marcos e Felipe por todo companheirismo durante esses anos.

A minha irmã Ana Paula por estar comigo nesses anos de faculdade estudando juntas

sempre me ouvindo e me dando apoio nos momentos mais difíceis de incertezas e nos alegres

também.

A Universidade Federal de Mato Grosso pela oportunidade de cursar o curso de

Agronomia.

A minha orientadora Solange Maria Bonaldo pela oportunidade de ser sua orientada.

Sou grata pelo conhecimento adquirido até aqui que vai muito além da sala de aula e por

mostrar que pra ensinar precisa muito mais que livros e aulas, é preciso amor e prazer no que

faz.

A todos os professores que dedicam seu tempo a nos ensinar e passar um pouco de

suas histórias de vida, aos técnicos responsáveis pelos laboratórios em especial a equipe do

laboratório de Microbiologia/ Fitopatologia.

Ao professor Ednaldo que se disponibilizou a me ajudar com a parte estatística e

interpretação dos meus resultados.

Ao meu namorado Elton pelo companheirismo e por sempre me incentivar a ser uma

pessoa melhor e nunca desistir dos meus sonhos.

A amiga que a faculdade me deu Daniela Ribeiro por todos esses anos estudando

juntas, pela amizade, companheirismo e pelos momentos de alegria e risadas que passamos

nesses anos.

A Gislaine Oliveira pela paciência em me ensinar todos os processos laboratoriais para

realização do meu TCC e por ser essa pessoa tão positiva e pra cima.

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SUMÁRIO

RESUMO .................................................................................................................................................. 8

ABSTRACT ................................................................................................................................................ 9

1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 10

2 REFERENCIAL TEÓRICO ....................................................................................................................... 12

2.1 A cultura da soja no Brasil ........................................................................................................... 12

2.2 Cenário da Soja no Mato Grosso ................................................................................................. 13

2.3 Qualidade de sementes ............................................................................................................... 13

2.4 Principais grupos de patógenos em sementes de soja ............................................................... 14

2.4.1 Fungos de armazenamento .................................................................................................. 18

2.5 Testes de sanidade de semente .................................................................................................. 19

2.6 Tratamento de semente .............................................................................................................. 19

2.6.1 Tratamento Industrial de sementes (TIS) ............................................................................. 20

3.1 Obtenção das amostras ............................................................................................................... 21

3.2. Tratamento de semente ............................................................................................................. 21

3.3 Análises sanitárias ....................................................................................................................... 22

3.3.1 Método Blotter test .............................................................................................................. 22

3.3.2 Método Ágar-Água ............................................................................................................... 22

3.4 Identificação dos fungos.............................................................................................................. 23

3.5 Procedimentos estatísticos ......................................................................................................... 23

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ............................................................................................................... 24

4.1 Incidência de patógenos .............................................................................................................. 24

4.2 Comparação de métodos de detecção ........................................................................................ 32

4.3 Incidência de fitopatógenos em sementes de soja em função do tratamento químico. ........... 33

5. CONCLUSÕES ..................................................................................................................................... 34

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................... 37

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RESUMO

A semente é o insumo mais importante para garantir um bom estabelecimento da cultura no campo, por isso faz-se necessário o uso de sementes certificadas isentas de patógenos que venham afetar a sua qualidade. Este trabalho analisa a qualidade sanitária de sementes de soja contendo tratamento químico e compara os métodos de sanidade: incubação em ágar-água e papel filtro (blotter test). As sementes analisadas foram cedidas por produtores do estado de Mato Grosso totalizando 18 lotes de cultivares Bonus Ipro e TMG2185Ipro tratadas com os produtos comerciais Standak® Top e Fortenza Duo. As sementes foram desinfestadas e submetidas aos testes de sanidade, incubadas por 7 dias em estufa BOD a 25 °C, ±2 °C sendo utilizadas 400 sementes para cada lote com 16 repetições. Após a incubação as sementes foram analisadas individualmente para determinar a porcentagem da incidência de sementes contaminadas. Na análise os dados foram tabelados em esquema fatorial inteiramente casualizado 2x18 (2 métodos e 18 lotes), submetidos a ANOVA e ao teste Scott- Knott a 5% de probabilidade. Os principais fungos associados a sementes foram Cercospra kikuchii, Aspergillus sp., Penicillium sp., Fusarium sp., Colletotrichum truncatum, Choanephora sp. e Cladosporium sp., sendo o teste de sanidade blotter test superior ao método ágar água somente para C. kikuchii e bactéria. O tratamento químico foi eficaz somente para Choanephora sp., e mostrou baixa eficiência no controle de C. kikuchii. Palavras-chave: Cercospora kikuchii, ágar-água, tratamento químico.

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ABSTRACT

The seed is the most important input to ensure a good crop establishment in the field, so the

use of certified seeds free of pathogens that may affect their quality is necessary. This study

examines the sanitary quality of soybean seeds containing the chemical treatment and also

compares the health methods: incubation on agar-water and filter paper (blotter test). The

seeds analyzed were provided by Mato Grosso State producers totaling 18 lots of cultivars

Bonus Ipro and TMG2185Ipro treated with commercial products Standak® Top and Fortenza

Duo. In the phytosanitary evaluation seeds were disinfected and submitted to sanity tests,

incubated for 7 days with 12 hours photoperiod, 400 seeds being used in each batch with 16

repetitions. After incubation, the seeds were analyzed one by one to determinate the

percentage incidence of contaminated seeds. The analysis data was tabulated in a

randomized factorial 2x18 (Methods 2 and 18 batches) were subjected to ANOVA and the

Scott-Knott test at 5% probability. The main fungi associated with seeds were Cercospra

kikuchii, Aspergillus sp., Penicillium sp., Fusarium sp., Colletotrichum truncatum,

Choanephora sp. and Cladosporium sp., and the sanity check blotter test method top agar to

water only for C. kikuchii and bacteria. With respect to chemical treatment, it was effective only

for Choanephora sp., And showed low efficiency in controlling C. kikuchii.

Key words: Cercospora kikuchii. Agar-water. chemical treatment.

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1 INTRODUÇÃO

A soja (Glycine max) é umas das commodities de maior importância econômica no

cenário mundial sendo que o Brasil é o segundo maior produtor, dando destaque ainda ao

estado do Mato Grosso que contribui com maior parte da produção interna (CONAB, 2019).

Devido aos índices de proteína e lipídeos grande parte do que é produzido está voltada a

fabricação de ração animal e óleo vegetal.

O cultivo da oleaginosa teve grande expansão nos últimos anos motivado

principalmente pela causa humanitária de se ter alimento futuramente, com isso faz-se

necessário maiores investimentos e cuidados para que sejam semeadas sementes de alta

qualidade garantindo sucesso no plantio e consequentemente maior produtividade

(EMBRAPA, 2009).

Utilizar uma semente de qualidade não está ligado apenas as suas características

físicas e fisiológicas como vigor, genética, pureza e uma boa performance de germinação, é

necessário que o produtor enxergue a semente como o principal insumo da base da

agricultura e portanto opte por aquelas que além das características citadas apresentem boas

condições sanitárias também, isentas de microrganismos fitopatogênicos responsáveis por

grandes perdas de lucratividade (KRZYZANOWSKI, et al, 2004).

A semente é um dos principais veículos de disseminação de patógenos com grande

importância para a cultura da soja e os fungos são os responsáveis por maior parte destes

(FORCELINI et al., 2004) Alguns patógenos podem estar associados internamente as

sementes, tornando impossível a certeza sobre a real sanidade das mesmas. Gêneros como

Colletotrichum sp. e Cercospora kikuchii responsáveis por causar antracnose e crestamento

foliar respectivamente, quando associados aos insumos pode tornar fonte de inóculo inicial,

principalmente em áreas novas de plantio.

Doenças que causam damping-off ou tombamento de plântulas, são resultado da

infecção dos tecidos de plântulas causada por diversos fungos associados as sementes e na

maioria das vezes o problema é notado apenas no campo devido a redução da densidade de

plantas. Outros gêneros como Aspergillus sp. e Penicillium sp. são facilmente detectados em

testes de sanidade, pois conseguem sobreviver em condições de armazenamento.

Por esta razão testes de sanidades são comumente utilizados a fim de evitar a

introdução de patógenos que possam tornar fonte de inóculo inicial para o desenvolvimento

da doença no campo, pois através das análises das amostras é possível quantificar o real

estado fitossanitário de determinado lote de sementes (GOULART, 2018).

Para obter maior segurança após a semeadura é comum a utilização de tratamento

químico, prática esta que ganhou espaço muito rápido no país. Em 2010, 100% dos

produtores passaram a utilizar fungicidas no tratamento de sementes, através de

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combinações de fungicidas e inseticidas que as protegem de fungos e microrganismos do

ambiente garantindo uniformidade e bom desenvolvimento inicial da cultura no campo

(HENNING et.al., 2010).

Tendo em vista os fatos apresentados, este trabalho analisa a qualidade fitossanitária

de lotes de sementes de soja com tratamento químico, comercializados na safra 2017/2018 e

compara a eficiência na detecção de fungos através do método de incubação ágar-água e

papel filtro (blotter test).

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 A cultura da soja no Brasil

A soja (Glycine max L. Merril) pertence à família Fabaceae, popularmente conhecida

como família das leguminosas. Hoje a cultura se destaca na economia mundial, como uma

das mais importantes commodities no cenário de exportação. Seus grãos são destinados a

produção de ração e de óleo vegetal, além da sua utilização pelas indústrias químicas e de

alimentos. Seu uso também vem ganhando espaço como fonte alternativa para produção de

biocombustíveis (COSTA NETO & ROSSI, 2000).

Devido ao conteúdo proteico a soja tem grande participação na composição de ração,

cerca de 70% é composta pelo grão, que por sua vez é destinada a animais em que sua

finalidade é produção de carne (DALL´AGNOLL, 2016). Visto que no cenário atual da

economia o Brasil exporta soja e carne, os dois complexos estão indiretamente ligados,

ambos de suma importância para a economia do país.

O primeiro relato no Brasil do surgimento do cultivo da soja, aconteceu em 1822, no

estado da Bahia, em contrapartida o primeiro registro agrícola de produção aconteceu apenas

em 1941, no estado do Paraná. Entrando para o cenário nacional com uma produção de 457

toneladas que na época era utilizada como subsídio de alimentação animal, principalmente

feno para gado de leite (BLACK, 2000).

A cultura da soja se expandiu rapidamente pelo país motivada através do

melhoramento genético para obter cultivares resistentes a doenças e adaptados as diversas

condições climáticas do país, principalmente cultivares com características genéticas que

inibem o florescimento precoce da soja, o que foi essencial para a adaptação ao clima do

centro-oeste (DALL´ AGNOL, 2016).

Segundo dados do último levantamento realizado pela CONAB, a expansão territorial

de semeadura da soja na safra 2018/19 teve um incremento de 2% em relação à safra

passada, saindo de 35.149,2 para 35.886,6 milhões de hectares plantados no país. Se

compararmos a safra passada com a de 2006/2007 houve um aumento de 20% na

produtividade saltando de 2.823 kg.ha -¹ na safra 2006/2007, para 3.394 kg.ha-¹ em

2017/2018. Porém o cenário esse ano de 2019 é um pouco diferente, a estimativa na produção

é de uma redução de 3,6% em relação à safra passada. Isso se explica devido a problemas

climáticos que assolou o estado de Mato Grosso do Sul, Goiás e Paraná, principais estados

produtores do país.

O plantio de soja corresponde atualmente a 57% da área destinada a cultivo de grãos

do país (CONAB, 2019). Sua expansão juntamente com a precariedade de cuidados

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fitossanitários permitiu que a maioria dos patógenos disseminados por sementes

espalhassem para regiões produtoras do país (EMBRAPA, 1997).

Goulart (2018) relata que as perdas relacionadas a doenças de plantas cujos agentes

causais são transmitidos via semente no Brasil podem chegar a 10-20%, que corresponde a

uma perda de 8 a 16 milhões de toneladas de grãos por ano. Mesmo os Estados Unidos com

forte potencial agrícola têm perdas anuais que ultrapassam 5 bilhões de dólares.

Por isso há necessidade de se obter estudos a respeito da sanidade das sementes

que são comercializadas na região. Para o produtor ter bom estande de plantas, com boa

germinação e alto vigor produtivo no campo é de suma importância que se adquira sementes

de ótima qualidade (FRANÇA NETO et al., 2016). Espécies de fungos penetram as sementes

e suas estruturas infectando os tecidos internos, muitas vezes o produtor só detecta o

problema depois que ele está presente na lavoura.

2.2 Cenário da Soja no Mato Grosso

De acordo com DALL´AGNOL (2016) a soja teve inicialmente seu cultivo nos estados

do Paraná e Rio Grande do Sul. Em 1940, o estado do Paraná cultivava soja em grandes

extensões territoriais. Logo mais, houve a necessidade de expandir as áreas cultivadas destas

regiões do país, porém o elevado preço da terra naquela época viu-se o cerrado brasileiro

como uma alternativa de expansão da cultura.

Ainda segundo o autor, o objetivo principal foi obter cultivares que se adaptassem as

condições do cerrado, totalmente contrárias as do sul. Houve a necessidade de cultivares

precoces e adaptados ao clima e as baixas altitudes da região. Hoje, o Brasil é capaz de

produzir soja com eficiência em todo o seu território, mas a região centro-oeste (cerrado)

alcança altas médias de produtividade se tornado superior aqueles estados que eram os

primeiros a produzir a cultura.

Segundo a CONAB (2019), o Brasil é o segundo maior produtor mundial de grãos,

perdendo apenas para o EUA, com uma produção estimada de 113.823,4 mil toneladas na

safra 2018/2019. Desta produção 32.134,4 mil toneladas pertencem ao estado de Mato

Grosso, hoje maior produtor nacional de soja, tornando-se economicamente de grande

importância para o agronegócio brasileiro, já que no âmbito de exportações o complexo soja

ocupa o primeiro lugar no ranking das exportações nacionais.

2.3 Qualidade de sementes

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A qualidade das sementes não está relacionada apenas ao caráter germinativo e vigor,

mas no conjunto de fatores que devem estar interligados, como: elevado teor de pureza,

qualidade fisiológica, vigor e sanidade da semente. (CARVALHO & NAKAGAWA, 2012).

Na hora que se realiza o plantio, as sementes estão sujeitas a diversas condições de

estresse que contribuem para a perda do vigor, como semeaduras muito profundas,

compactação das camadas superficiais do solo resultante de fortes chuvas logo após a

semeadura, semeaduras realizadas em solos com baixa temperatura comumente na região

sul do país criando um ambiente estressante para a semente após germinação, além da

exposição dessas sementes a ataques de fungos via solo (FRANÇA-NETO et al., 2016).

Muitos patógenos têm nas sementes seu único veículo de disseminação e entrada nas

lavouras, principalmente em áreas novas de cultivo, isso sob condições de ambiente e clima

favorável para o seu desenvolvimento. Sementes que sofrem deterioração na colheita e com

alta umidade estão mais vulneráveis ao ataque de fungos (FRANÇA-NETO; HENNING, 1984).

É um assunto importante, pois muitos fungos que estão presentes nas sementes, sobrevivem

no solo, se tornando um problema para os próximos plantios, como fonte de inóculo do

patógeno para as próximas safras. (PEREIRA, 1997; PINTO, 1996; PINTO, 1998).

Segundo Goulart (2018), para validar a qualidade de um lote de sementes todos seus

atributos devem ser levados em consideração como pureza, genética, atributos físicos,

fisiológicos e sanitários. Um único fator não é capaz de indicar a real condição de um lote de

semente, sendo necessário a soma de todas as características.

2.4 Principais grupos de patógenos em sementes de soja

Uma semente será considerada de alta qualidade somente quando apresentar

características fisiológica e sanitárias como pureza, altas taxas de vigor, germinação e pureza,

além de garantia de pureza física e varietal (KRZYZANOWSKI, 2004). A presença de fungos

fitopatogênicos vai afetar qualitativamente essas sementes, por isso há uma necessidade de

estudar e entender as peculiaridades de cada grupo e seu ciclo das relações hospedeiro-

doença, reconhecendo suas características, assim como seus danos e prejuízos a cultura.

Fungos que atacam sementes basicamente pertencem a duas classes: aos que

infectam a cultura no campo, e aqueles de armazenamento. Estes últimos são fungos

saprófitas que podem atacar sementes durante todo seu desenvolvimento, desde plantas

jovens a plantas adultas. Os fungos responsáveis por atacar a cultura no campo geralmente

ficam em dormência durante o armazenamento das sementes, pois não sobreviveriam as

condições de armazenamento, porém ao serem semeadas os patógenos presentes se tornam

ativos (GOULART, 2005).

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A maioria das doenças que trazem grandes danos econômicos para a cultura da soja,

são ocasionadas por patógenos cuja sua transmissão ocorre através de sementes.

(GOULART, 2018). Ainda segundo o autor, os principais fungos de importância econômica

na cultura da soja no brasil e que merecem uma maior atenção são : Phomopsis sp. (anamorfo

de Diaporthe sp.), Colletotrichum truncatum, Fusarium sp. (principalmente F. semitectum),

Sclerotinia sclerotiorum, Cercospora kikuchii, Cercospora sojina, Aspergillus sp.

(principalmente A. flavus), Penicillium sp., Alternaria sp., Corynespora cassiicola eRhizoctonia

solani.

Phomopsis sp.- Este fungo etiologicamente possui duas fases, assexuada (também

chamada de fase imperfeita) e outra sexuada. A fase imperfeita é caracterizada pela produção

de conídios através de corpos de frutificação denominados picnídios. Nesta fase ocorre a

contaminação de restos culturais durante a entressafra, porém não leva riscos a próxima

safra. Na fase sexuada (Diaporthe sp.) ou fase perfeita ocorre a produção de ascósporos,

dentro de ascos, que por sua vez são produzidos através de peritécios. Nesta fase ocorre a

doença na nova safra. Tanto picnídio quanto peritécio sobrevivem em restos culturais e podem

infectar a planta (ALMEIDA et al., 2005).

O fungo Phomopsis sojae, responsável pela seca na haste, sobrevive em forma de

micélio dormente em restos culturais e sementes infectadas. Quando essas sementes são

semeadas em umidade, até chegam a emergir, porém os cotilédones não abrem devido a

infecção do fungo impossibilitando a expansão das folhas primárias.

As vagens ficam chochas ou apodrecem e ganham coloração esbranquiçada a

castanho clara. Em condições de alta umidade, o fungo desenvolve frutificações negras

dispostas de forma linear na haste. As sementes podem apresentar rachaduras nos

tegumentos, e enrugamento, também perdem o brilho ao serem encobertas pelo micélio. Para

ocorrer deterioração das sementes a infecção deve ocorrer inicialmente na vagem (ALMEIDA

et al., 2005).

Segundo Goulart (1997), há uma diminuição da viabilidade de P.sojae nas sementes

durante o armazenamento em condições normais de ambiente, e um aumento gradativo de

seus percentuais de germinação em laboratório.

O cancro da haste foi identificado pela primeira vez no Brasil no estado do Paraná em

1989, sendo disseminando por todas as regiões produtoras de soja do país. Os primeiros

sintomas aparecem após 15-20 dias da infecção. São caracterizados por minúsculos pontos

pretos evoluindo para manchas alongadas a elípticas e passam de coloração negra

inicialmente para marrom avermelhada. Uma das primeiras manifestações da planta em

estado avançado de infecção é o aparecimento de folhas amareladas com necroses entre

nervuras, denominadas “folhas carijós” (YORINORI, 1997).

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Colletotrichum truncatum - fungo responsável por causar antracnose na soja, a

doença é causada pela forma anamórfica Colletotrichum dematium var. truncata. É

caracterizado pela presença de acérvulos negros carregados em estromas desenvolvidos.

Esses acérvulos possuem formato que varia de alongado a oval, e hemisférico a cônico

truncados. Possuem numerosas setas pretas em formato de agulha, que se misturam entre

curtas e longas. Os conídios são produzidos em conidióforos e se caracterizam por serem

cônicos, curvos, unicelulares e hialinos (MANANDHAR & HARTMAN, 2008).

De modo geral este patógeno possui baixa ocorrência em sementes (GOULART,

2018). Porém quando infectada ocorre deterioração, e ainda ocasiona morte de plantas jovens

e infecção sistêmica em plantas adultas. Nas sementes é evidente a presença de manchas

deprimidas de coloração castanho escuro (ALMEIDA et al., 2005)

A antracnose é a doença primordial que afeta o desenvolvimento das vagens em seu

período inicial, além de ser um dos principais problemas enfrentados nos cerrados brasileiros.

As causas da doença são atribuídas a elevadas precipitações e altas temperaturas juntamente

com densidade de semeadura. o patógeno pode levar a morte de plântulas, manchas nas

hastes, folhas e vagens. O inóculo procedente de restos culturais causa necroses nos

cotilédones, que ao se expandir pelo hipocótilo em plantas jovens leva ao damping off

(ALMEIDA et al., 2005).

Pesquisas recentes mostra outra espécie do fungo Colletotrichum causando

antracnose em soja no Brasil. Através de análises de plantas de soja coletadas em janeiro de

2012 a 2014 no Mato grosso com os sintomas: lesões necróticas, castanhas irregulares em

colmo, foi possível a identificação do patógeno como Colletotrichum cliviae (BARBIERI et al.,

2017).

Fusarium sp. Entre todas as espécies de Fusarium, o que mais ocorre em sementes

de soja (chegando até 85% dos casos) é o gênero F. semitectum. Responsável por causar

problemas de germinação em laboratório, é considerado, portanto como fungo patogênico.

(GOULART, 2016).

Este gênero ocorre em lugares de climas tropicais e subtropicais, podendo sobreviver

por longos períodos no solo pois tem estruturas de sobrevivência denominadas

clamidósporos. Os conídios são disseminados através do vento e água e podem infectar

ramos, frutos, inflorescências e folhas, afetando o processo fotossintético (MILANESE, 2009).

Espécies de Fusarium atacam o grão quando há ocorrência de alta e umidade no

momento da maturação, colheita e armazenamento e pode levar a podridão das sementes

(MICHEREFF et al., 2005).

Sclerotinia sclerotiorum- Fungo responsável por causar a doença denominada mofo

branco, em que seu principal veículo de disseminação é a semente (YANG et al., 1998). É um

fungo difícil de ser erradicado pois possui estruturas de resistência denominadas escleródios

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que podem permanecer viáveis no solo durante anos. Portanto métodos preventivos que

detectam a presença de fungos em sementes são importantes para evitar a entrada do

patógeno em novas áreas e consequentemente, sua disseminação em novos locais de cultivo,

além de serem medidas economicamente viáveis (GOMES et al., 2008).

É um fungo que merece atenção devido a sua rápida expansão pelo país. Devido a

presença de escleródios é praticamente impossível sua erradicação após entrada e

estabelecimento da doença em áreas de lavoura. Segundo Cardoso (1994), é bem alta a

gama de plantas hospedeiras do patógeno, sendo 21 gêneros somente pertencentes a família

das leguminosas (a qual pertence a soja).

No Brasil, nos estados de São Paulo e Minas Gerais, locais onde o patógeno se

encontra disseminado as perdas chegam a 50% do rendimento em diversas culturas. De

acordo com Campos e Silva (2009), o estado de Goiás teve perdas significativas na safra

2008/09, devido a presença do patógeno na área, em que aproximadamente 1 milhão de

hectares foram infectados pelo patógeno, comprometendo 45% da área produzida.

No teste de sanidade de semente realizado em blotter test o fungo dificilmente é

detectado, precisando de temperaturas entre 10-15°C e vinte e oito dias de incubação

(GOULART, 2016).

Cercospora kikuchii- Agente causal do crestamento foliar, uma das principais

doenças de ocorrência na soja que tem despertado atenção devido aos danos causados.

(JULIATTI et al., 2004). Com alta severidade a planta pode apresentar vagens com tonalidade

castanho arroxeada e desfolha precoce (CARREGAL, et al., 2015).

Alguns autores convergem entre si sobre os efeitos causados por C. kikuchii, Goulart,

(1997) afirma que a taxa de infecção de plantas através da semente é baixa exceto em novas

áreas de plantio, não havendo efeitos negativos na qualidade de sementes em relação a

presença do fungo. Anos depois Hamawaki et al., (2002), verificaram problemas na

germinação e no vigor de sementes infectadas pelo fungo. Segundo estudos realizados na

safra 2014/15, C.kikuchii apresentam maior ocorrência em lotes de sementes de soja no

Brasil (HENNING et al., 2016).

Cercospora sojina- Fungo responsável por causar a doença chamada mancha olho-

de rã que leva a grandes perdas na cultura da soja, no Brasil são registradas 25 raças do

patógeno, por isso deve -se utilizar cultivares resistentes (YORINIRI & KLINGRLFUSS, 2000).

Sementes contaminadas pelo patógeno apresentam tegumento cinza esverdeado,

ocasionando rachaduras, porém causando redução de qualidade de sementes. A

contaminação das sementes atinge casos isolados pois atualmente as cultivares utilizadas

são resistentes a C. sojina (GOULART, 2016).

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18

Alternaria sp.- Patógeno menos importante em infecção de sementes, sendo

predominante a espécie A. alternata, costuma ser de fácil identificação em laboratório pois

seus conídios têm formato de pêra invertida (GOULART, 2005).

Corynespora cassiicola- Agente causal da macha alvo na cultura da soja. Segundo

Yorinori, (1977) a primeira evidência de macha alvo ocorreu no Brasil no estado de Mato

Grosso em 1974. Na safra de 1987/1988 o patógeno foi diagnosticado também nos estados

do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul (YORINORY,1989).

Segundo FAR et al., (2011) C.cassiicola tem um baixo grau de parasitismo, pois possui

uma vasta gama de hospedeiros sendo relatado em mais de 300 de espécies de plantas.

Além de sobreviver em sementes, raízes e hastes, ainda se trata de um fungo saprófita, ou

seja, consegue sobreviver em restos vegetais (SINCLAIR & BACKMAN, 1989).

AVOZANI (2011) ao estudar sobre o fungo encontrou incidência de Corynepora

cassicola variando de 9% a 82 % em amostras de várias regiões brasileiras nos anos de 2009

e 2010.

Rhizoctonia solani – Fungo que possui como característica intrínseca e importante

para a identificação em laboratório a presença de hifas formando um ângulo de 90 graus.

Segundo Goulart (1997), é suspeito afirmar a importância deste patógeno associado as

sementes como fonte de inóculo pelo fato de ser um fungo natural do solo. O patógeno produz

escleródios que se encontram conectados por micélio e é responsável por causar tombamento

em plântulas pois afeta a formação de tecidos jovens (GOULART, 2005).

2.4.1 Fungos de armazenamento

Aspergillus sp. - Das espécies existentes do fungo, a que ocorre com maior

frequência em sementes e grãos é Aspergillus flavus, deixando as sementes colonizadas com

uma coloração verde amarela a verde oliva (KLICH, 2002; SAMSON, 2000).

Durante o processo de armazenamento causam diversos problemas nos grãos e

levam a deterioração. Fatores como umidade e temperatura favorecem a presença deste

fungo e a produção de micotoxinas, que são prejudiciais tanto ao homem quanto aos animais.

As aflatoxinas B1, B2, G1 E G2 estão entre as principais toxinas prejudiciais ao homem

e alimentos e são produzidas por várias espécies do gênero Aspergillus (MAZIERO &

BERSOT, 2010). No Brasil, nos relatos de fungos toxigênicos em sementes estão presentes

os gêneros Fusarium, Aspergillus e Penicillium (KAUASHIMA; SOARES, 2006).

Penicillium sp.- Ocorre em menor frequência que Aspergillus em condições de

armazenamento. Sua presença é notada principalmente em sementes com qualidade inferior

(GOULART, 2016). As colônias oriundas deste fungo apresentam crescimento rápido,

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19

geralmente com coloração esverdeada a branca constituída de massa de conidióforos

(SAMSON, et al., 2000).

Vários pesquisadores apontam Aspergillus e Penicillum como os principais fungos de

armazenamento responsáveis por processos de deterioração em sementes contaminadas

(BELLETTINI et al., 2005; BERJAK, 1987).

2.5 Testes de sanidade de semente

A incidência de fungos presentes em sementes de soja tem sido relatada em todo

mundo, afetando diferentes países onde a cultura é cultivada. No ano de 1981, 35 espécies

de fungos que são transmitidos via sementes de soja haviam sido encontrados (PEREIRA,

2005).

É importante o produtor ter a ciência em utilizar sementes sadias no plantio,

principalmente em novas áreas. Muitos patógenos encontram-se internamente a sementes,

por isso há necessidade de se realizar testes de sanidades, para garantir que estas estejam

isentas de microrganismos fitopatogênicos e assim evitar a contaminação e instalação de

fonte de inóculo assim como perdas econômicas futuras. No caso de dúvida em relação a

condição da semente o produtor deverá realizar o tratamento químico do lote (BEDENDO et

al., 2011).

Com o teste de sanidade é possível analisar e identificar possíveis patógenos em

amostras de sementes, determinando seu estado sanitário e consequentemente o do seu lote.

Os testes são realizados em laboratórios de fitopatologia e o mais comum para soja é o

método de incubação em papel filtro (blotter test), pois é eficiente para a maioria dos

patógenos de importância para a cultura (GOULART, 2018).

2.6 Tratamento de semente

A soja é uma cultura que tem grande participação econômica tanto no país como no

mundo, por isso deve-se estar atento a novas tecnologias e investimentos que garantam uma

maior produção aliada com maior desempenho mesmo em condições adversas (LINZMEYER

JÚNIOR et al., 2008).

Umas das práticas que tem sido adotada pelos produtores a fim de se ter um melhor

desempenho germinativo é o tratamento de sementes a base de fungicidas que protege a

semente durante a fase inicial do processo de germinação, deixando-a isenta de fungos que

geralmente estão associados a elas além de proteger contra patógenos do ambiente

(MACHADO, 2000).

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De modo que no Brasil 100% das sementes são tratadas com fungicidas, 30% com

inseticidas e 50% com micronutrientes a fim de proteger a semente e garantir uma maior

uniformidade no estande inicial do desenvolvimento da cultura (BAUDET & PESKE, 2006).

De acordo com Heninng et. al., (2010) o uso do tratamento de sementes com

fungicidas era pouco utilizado pelos agricultores, quando na safra de 1991/1992 a semeadura

com sementes tratadas foi realizada em apenas 5% da área. Porém na safra 2006/2007

atingiu 100% da área.

Malvik, (2018) relata a importância do tratamento de sementes com fungicidas pois

diminuem a incidência de patógenos em sementes e plântulas e sugere o uso de combinação

com dois ingredientes ativos diferentes para melhor eficácia.

2.6.1 Tratamento Industrial de sementes (TIS)

O tratamento industrial de sementes tem sido bem aceito pelos produtores, é realizado

pela própria indústria que vende as sementes pois necessita de equipamentos sofisticados e

com maior tecnologia. Geralmente é realizado na unidade de beneficiamento de sementes

(UBS) e consiste na mistura de fungicidas, inseticidas, micronutrientes, nematicidas,

inoculantes entre outros (FRANÇA-NETO et al., 2015).

No entanto, deve-se ficar atento aos pacotes oferecidos pelas empresas, com a

combinação dos produtos misturados e no volume de calda recomendado para não causar

fitotoxicidade nas sementes ou ainda impactos ambientais (KRZYZANOWSKI, et al., 2014).

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3 MATERIAL E MÉTODOS

O presente trabalho foi conduzido no laboratório de Fitopatologia da Universidade

Federal do Mato Grosso, Campus Sinop. Para as análises de sanidade as amostras foram

submetidas a duas metodologias: método de papel filtro (Blotter test) e incubação em ágar-

água, descritas pelas Regras de Análise de Sementes (BRASIL, 2009).

3.1 Obtenção das amostras

As sementes foram cedidas por produtores da região de Sinop foram analisados lotes

distintos proveniente das cultivares BONUS IPRO e TMG2185IPRO. Todas as cultivares

utilizadas no trabalho receberam tratamento químico, sendo 16 lotes tratadas com o produto

comercial Standak® Top [fipronil +tiofanatometilico + piraclostrobina] e 2 com tratamento

Fortenza Duo [ciantraniliprole e tiametoxam], totalizando 18 amostras. (Tabela 1).

Tabela 1. Lote e tratamento químico utilizado para cada cultivar de soja analisada na safra 2017/2018.

Cultivar Lote Tratamento químico ( Produto comercial)

Bonus Ipro 3250 Fortenza Duo¹ Bonus Ipro 3235 Fortenza Duo Bonus Ipro 110518 Standak® Top² Bonus Ipro 3250 Standak® Top Bonus Ipro 3235 Standak® Top Bonus Ipro 3229 Standak® Top Bonus Ipro 3267 Standak® Top Bonus Ipro 115318 Standak® Top Bonus Ipro 110418 Standak® Top Bonus Ipro 115618 Standak® Top Bonus Ipro 3234 Standak® Top Bonus Ipro s/ lote Standak® Top Bonus Ipro 1461 Standak® Top Bonus Ipro 1463 Standak® Top TMG2185 Ipro 1460 Standak® Top TMG 2185 Ipro 1463 Standak® Top TMG 2185 Ipro 55008 Standak® Top TMG2185 Ipro 550013 Standak® Top

3.2. Tratamento de semente

As sementes analisadas estavam tratadas com os produtos comerciais Standak® Top

e Fortenza Duo.

¹ composição química do produto: ciantraniliprole + tiametoxam

² composição química do produto: fipronil +tiofanatometilico + piraclostrobina

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Standak® Top- Produto com efeitos complementares de fungicidas e inseticidas em solução,

protege as sementes de pragas e doenças e garante um bom estabelecimento da cultura na

lavoura. Possui ação protetora (Piraclostrobina), sistêmica (Tiofanato Metílico) e de contato e

ingestão (Fipronil) O produto oferece proteção as pragas: coró, tamanduá-da-soja e lagarta-

elasmo. A dose recomendada para o tratamento de sementes é de 200 ml do produto

comercial para cada 100 kg de sementes (BASF 2018).

Fortenza Duo- Produto que combina a ação de dois inseticidas (Ciantraniliprole e

Tiametoxam) para o controle de pragas iniciais para a cultura da soja, milho algodão. Tem

amplo espectro controlando vaquinhas, percevejo, elasmo, corós, mosca-branca, lagarta-

rosca, lagarta-falsa-medideira, lagarta-da-soja (SYNGENTA, 2019).

3.3 Análises sanitárias

3.3.1 Método Blotter test

Para a execução desse método cada amostra continha 400 sementes, divididas em

16 repetições com 25 sementes cada. As sementes foram previamente desinfestadas em uma

solução de hipoclorito a 1% (produto comercial IMPEX) durante 3 minutos, logo após

distribuídas uniformemente em placas de Petri. Cada placa recebeu duas folhas de papel

germitest, previamente umedecidas com água destilada esterilizada. As sementes foram

incubadas em incubadora tipo BOD (Biological oxygen clemand) durante 7 dias com

fotoperíodo de 12 horas a 25 °C ±2 °C.

3.3.2 Método Ágar-Água

Para a realização deste teste 400 sementes foram divididas em subamostras de 25

sementes cada, totalizando 16 repetições. As sementes foram desinfestadas em solução com

hipoclorito 1% (produto comercial IMPEX) por 3 minutos para desinfestação a fim de eliminar

algum contaminante.

Cada placa recebeu aproximadamente 16 ml do meio de ágar água, autoclavados a

120 °C /1 atm por 20 minutos. Em seguida as sementes foram distribuídas equidistantes e

incubadas em estufa BOD, com fotoperíodo controlado de 12 horas e temperatura de 25°C

±2 °C durante 7 dias.

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3.4 Identificação dos fungos

Para a identificação dos patógenos as sementes foram analisadas uma a uma após o

período de incubação, com auxílio de microscópio óptico (AF: 400x) e lupa estereoscópica.

Para a identificação do fungo Cercospora kikuchii foram consideradas infectadas apenas

sementes que apresentaram tegumento roxo, coloração característica do fungo.

Para os demais fungos, foram considerados a presença de sinais sobre as sementes

e acérvulos no caso de Colletotrichum truncatum. A identificação morfológica foi realizada

com auxílio de microscópio para visualização das estruturas fúngicas: conídios e conidióforos.

3.5 Procedimentos estatísticos

A incidência dos patógenos foi calculada através da porcentagem de sementes

infectadas para cada repetição. Os dados foram analisados com auxílio do programa SISVAR

em esquema fatorial inteiramente casualizado 2x18 (2 métodos e 18 lotes) submetidos a

análise de variância e em seguida ao teste Scott-Knott a 5% de probabilidade com

transformação de dados (√x+1).

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4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1 Incidência de patógenos

Foi constatada a presença de fungos sobre as sementes nas duas metodologias

analisadas, tanto incubação em meio ágar-água e no método de papel filtro (blotter test).

Dentre os patógenos encontrados foram identificados 7 fitopatógenos: Aspergillus sp.,

Penicillium sp., Fusarium sp., Cladosporium sp., Choanephora sp,. Colletotrichum truncatum

e Cercospora kikuchii.

De acordo com os dados da safra 2014/2015, os fungos de maior incidência nos lotes

de sementes comercializados no país foram Aspergillus sp., (Fusarium pallidoroseum,

Colletotrichum truncatum e Cercospora kikuchii. HENNING et al., (2016), concordando com

os resultados encontrados neste trabalho.

O fungo Aspergillus sp. foi encontrado nos lotes 1461,3235 e 3250, da cultivar Bonus

Ipro e apresentaram a maior incidência do patógeno, 2,25, 1,87 e 1,75% respectivamente não

diferindo estatisticamente.

Quando comparadas as duas metodologias, elas não diferiram na detecção do fungo

sendo ambos considerados importantes métodos na realização de sanidade para Aspergillus

sp., embora que para o lote 1461 a incubação em meio ágar-água apresentou média de 4,25

% e mostrou-se mais eficiente.

Tabela 2. Incidência (%) de Aspergillus sp. em sementes de soja com tratamento químico em diferentes métodos de análise sanitária.

Cultivar/Lote Ágar-água Blotter-test Média

Bonus Ipro/ 1461 4,25 Aa 0,25 Ba 2,25 a Bonus Ipro /3235 1,25 Bc 2,50 Aa 1,87 a Bonus Ipro/ 3250 2,00 Ab 1,50 Ba 1,75 a TMG2185IPRO/55008 1,00 Ac 0,00 Bb 0,50 b Bonus Ipro/3235 0,00 Bc 1,50 Ab 0,75 b Bouns Ipro/3234 0,50 Ac 0,50 Ab 0,50 b Bonus Ipro/ 110418 0,00 Bc 0,50 Ab 0,25 b TMG2185Ipro/1463 0,00Ac 0,00 Ab 0,25 b TMG2185Ipro/1460 0,25 Ac 0,00 Bb 0,13 b Bonus Ipro/sem lote 0,00 Bc 0,25 Ab 0,13 b TMG2185IPRO/550013 0,00 Bc 0,25 Ab 0,13 b Bonus Ipro/ 1463 0,00 Bc 0,25 Ab 0,13 b Bonus Ipro/3267 0,00 Ac 0,00 Ab 0,00 b Bonus Ipro/115318 0,00 Ac 0,00 Ab 0,00 b Bonus Ipro/3250 0,00 Ac 0,00 Ab 0,00 b Bonus Ipro /110518 0,00 Ac 0,00 Ab 0,00 b Bonus Ipro/3229 0,00 Ac 0,00 Ab 0,00 b Bonus Ipro 115618 0,00 Ac 0,00 Ab 0,00 b

0,52 A 0,44 A

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Em relação ao fungo Penicillium sp. houve diferença significativa entre os lotes, visto

que as maiores médias de incidência de sementes infectadas foram obtidas nos lotes 1463,

3235 e 1461 com 3,87 3,13 e 1,13% respectivamente, ambos da cultivar Bonus Ipro.

Para análise da sanidade há diferença estatística entre os dois métodos, conferindo

ao método de incubação em meio ágar superioridade ao Blotter test, com média de 1,10% de

incidência do patógeno (Tabela 3).

Tabela 3. Incidência (%) de Penicillium sp. em sementes de soja com tratamento químico, em diferentes métodos de análise sanitária.

Cultivar/Lote Ágar-água Blotter test Média

Bouns Ipro/ 1463 6,50 Aa 1,25Ba 3,87 a Bonus/ 3235 5,00 Aa 1,25 Ba 3,13 a Bonus Ipro/ 1461 2,25 Ab 1,00 Ba 1,13 b TMG2185IPRO/55008 2,75 Ab 1,00 Ba 1,38 b Bonus Ipro/ 110418 1,75Ab 1,00 Ba 0,88 b Bonus Ipro /110518 0,75 Ac 1,00 Aa 0,38 b Bonus Ipro 115618 0,00 Bc 0,50 Aa 0,25 b Bouns Ipro/3234 0,50 Ac 1,00 Ba 0,25 b Bonus Ipro/3250 0,25 Ac 1,00 Aa 0,13 b TMG2185IPRO/1463 0,00 Ac 0,25 Ba 0,13 b Bonus Ipro/115318 0,00 Ac 1,00 Aa 0.00 b Bonus Ipro/3229 0,00 Ac 1,00 Aa 0,00 b Bonus Ipro/sem lote 0,00 Ac 1,00 Aa 0,00 b Bonus Ipro /3250 0,00 Ac 1,00 Aa 0,00 b Bonus Ipro/3235 0,00 Ac 1,00 Aa 0,00 b TMG2185IPRO/1460 0,00 Ac 1,00 Ba 0,00 b Bonus Ipro/3267 0,00 Ac 1,00 Aa 0,00 b TMG2185IPRO/550013 0,00 Ac 1,00 Aa 0,00 b

Média 1,10 A 0,18 B

Médias seguidas de mesma letra maiúscula na linha e minúscula na coluna não diferem entre si pelo

teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade. C.V.: 42,41%

Os fungos considerados de armazenamento Aspergillus sp. e Penicillium sp. são

comumente encontrados em trabalhos que avaliam testes de sanidade de sementes e para

este trabalho não foi diferente, estando de acordo com outros pesquisadores (HENNING,

1987; PATRÍCIO et al., 1991).

Neste estudo foi encontrado incidência dos fungos de armazenamento Aspergillus sp.,

e Penicillium sp., no trabalho realizado por Venceslau,(2015) onde analisa a sanidade de

sementes de soja no Mato Grosso em função da época de colheita o único fungo de

armazenamento encontrado nas cultivares GB874 RR e TMG132 RR foi Aspergillus sp. no

mês de fevereiro , período com maior incidência de incidência do fungo.

CHAGAS (2014) ao estudar a qualidade de sementes de soja usadas no estado Mato

Grosso na safra 2013/2014 encontrou maior incidência dos patógenos Aspergillus sp.,

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Penicillium sp. e Fusarium semitectum, neste estudo estes gêneros também foram

encontrados com altas incidências.

No lote 110518 da cultivar Bonus Ipro houve a maior incidência de Fusarium sp. com

1,63% em comparação aos demais lotes que apresentaram médias menores. Para este

patógeno fica evidente que o método em Ágar água é superior ao método de incubação em

papel filtro para avaliação de sanidade, já que neste último método não teve incidência do

fungo em nenhum lote (Tabela 4).

Tabela 4. Incidência (%) de Fusarium sp em sementes de soja com tratamento químico em diferentes métodos de análise sanitária.

Cultivar/ Lote Ágar-água Blotter test Média

Bonus Ipro /110518 3,25 Aa 0.00 Ba 1,63 a

Bonus Ipro/3235 1,25 Ab 0,00 Ba 0,63 b

Bonus Ipro/3250 0,50 Ac 0,00 Ba 0,25 b

Bonus Ipro/3267 0,50 Ac 0,00 Ba 0,25 b

Bonus Ipro/3229 0,00 Ad 0,00 Aa 0,00 b Bonus Ipro/115318 0,00 Ad 0,00 Aa 0,00 b Bonus Ipro/ 110418 0,00 Ad 0,00 Aa 0,00 b

Bonus Ipro 115618 0,00 Ad 0,00 Aa 0,00 b

Bouns Ipro/3234 0,00 Ad 0,00 Aa 0,00 b

Bonus Ipro/sem lote 0,00 Ad 0,00 Aa 0,00 b

Bonus Ipro//3250 0,00 Ad 0,00 Aa 0,00 b

Bonus Ipro/3235 0,00 Ad 0,00 Aa 0,00 b

Bonus Ipro/1461 0,00 Ad 0,00 Aa 0,00 b

Bonus Ipro/1463 0,00 Ad 0,00 Aa 0,00 b

TMG2185Ipro/1460 0,00 Ad 0,00 Aa 0,00 b

TMG 2185Ipro/1463 0,00 Ad 0,00 Aa 0,00 b

TMG 2185Ipro/55008 0,00 Ad 0,00 Aa 0,00 b

TMG2185Ipro/550013 0,00 Ad 0,00 Aa 0,00 b

Média 0,30 A 0.00 Ba

Nos resultados destes trabalho, a presença de Fusarium sp. não foi tão acentuada

como no trabalho realizado por Barros (2012) em que analisou a presença de fungos em

amostras de principais culturas de interesse agronômico em Uberlândia nos anos de 2001 a

2008, o gênero Fusarium foi o de maior ocorrência na cultura da soja, responsável por 18%

das ocorrências.

Zacaro (2007) afirma que o gênero Fusarium é responsável por causar doenças em

diversas culturas de interesse agronômico e econômico, ocasionando perdas de

produtividade.

Médias seguidas de mesma letra maiúscula na linha e minúscula na coluna não diferem entre si

pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade, dados transformados (√x+1). CV: 22,08 %

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A incidência de Cercospora kikuchii, apresentou maior porcentagem de incidência

comparado aos demais fungos contabilizados neste trabalho. Os lotes 110418 e 3250 da

cultivar Bonus Ipro obtiveram as médias de incidência de 10,50 e 10,25% respectivamente.

Os métodos também se diferiram significativamente e com 5,47% o meio de incubação em

blotter test é melhor para detectar este fungo (Tabela 5).

Tabela 5. Incidência (%) de Cercospora kikuchii em sementes de soja com tratamento químico, em diferentes métodos de análise sanitária.

Cultivar/Lote Ágar-água Blotter test Média

Bonus Ipro/ 110418 10,75 Aa 10,25 Ba 10,50 a Bonus Ipro/3250 6,75 Bb 13,75 Aa 10,25 a Bouns Ipro/3234 8,00 Aa 7,75 Bb 7,87 b Bonus Ipro /110518 5,50 Bb 10,75 Aa 8,12 b Bonus Ipro/3235 5,00 Bb 11,50 Aa 8,25 b Bonus Ipro/3267 3,75 Bc 12,00 Aa 7,38 b Bonus Ipro/sem lote 4,50 Bb 6,50 Ab 5,50 c TMG2185IPRO/1463 3,75 Bc 7,75 Ab 5,75 c Bonus Ipro/3229 2,75 Bc 7,25 Ab 5,00 c TMG2185IPRO/1460 1,00 Bc 1 ,75 Ac 1,38 d Bonus Ipro/ 1461 0,25 Bc 4,00 Ac 2,13 d Bouns Ipro/ 1463 6,00 Ab 1,25 Bc 3,62 d Bonus Ipro 115618 1,25 Bc 1,50 Ac 1,38 e Bonus Ipro/115318 1,00 Bc 2,00 Ac 1,50 e Bonus Ipro /3250 1,00 Ac 0,00 Ac 0,50 e TMG2185IPRO/55008 0,00 Bc 0,50Ac 0,25 e TMG2185IPRO/550013 0,25 Ac 0,00 Bc 0,13 e Bonus/ 3235 0,00 Ac 0,00 Ac 0,00 e

Média 3,36 B 5,47 A

Em relação a porcentagem de Cercospora kikuchii de 10,50% obtida neste estudo,

Goulart (2005) relata que o fungo somente é considerado uma fonte importante de inóculo

primário em áreas novas devido as taxas de transmissão semente-planta-semente serem

baixas.

Segundo Giesler (2019), sementes de soja contaminadas pelo fungo perdem

qualidade, além de ser o principal meio de disseminação do patógeno em áreas de plantio,

responsável também pelo crestamento foliar, uma das principais doenças foliares de final de

ciclo que ocorreram na safra 2018/2019.

Carlin (2019) afirma que o crestamento foliar causado por Cercospora kikuchii tem

sido a doença de final de ciclo de maior importância no Mato Grosso causando redução da

produtividade de 3 sc/ha a 5 sc/ha. Segundo o autor o uso de cultivares susceptíveis e o baixo

desempenho de alguns fungicidas tem levado ao aumento da doença.

Médias seguidas de mesma letra maiúscula na linha e minúscula na coluna não diferem entre

si pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade, dados transformados (√x+1). CV: 40,33%

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28

Houve diferença significativa para a incidência do fungo Colletotrichum truncatun, os

lotes 110518 e 115618 da cultivar Bonus Ipro apresentaram maior incidência com 0,38 e

0,25% respectivamente. Os demais lotes não diferiram entre si, com relação a incidência de

C. truncatum (Tabela 6).

Para a realização da sanidade e detecção do fungo, os testes não se diferem

estatisticamente, permitindo a escolha entre os métodos para realizar as análises, mesmo que

para o lote 110518 o método Blotter test mostrou pequena diferença de 0,75% na

porcentagem do fungo.

Tabela 6. Incidência (%) de Colletotrichum truncatum em sementes de soja com tratamento químico, em diferentes métodos de análise sanitária.

Cultivar/ Lote Ágar-água Blotter test

Média

Bonus Ipro /110518 0,00 Ba 0,75 Aa 0,38 a

Bonus Ipro 115618 0,50 Aa 0,00 Bb 0,25 a

Bonus Ipro/sem lote 0,25 Aa 0,00 Bb 0,13 b

Bonus Ipro/3235 0,00 Aa 0,00 Ab 0,00 b

Bonus Ipro/3229 0,00 Aa 0,00 Ab 0,00 b

Bonus Ipro/3267 0,00 Aa 0,00 Ab 0,00 b

Bonus Ipro/115318 0,00 Aa 0,00 Ab 0,00 b

Bonus Ipro/ 110418 0,00 Aa 0,00 Ab 0,00 b

Bonus Ipro/3250 0,00 Aa 0,00 Ab 0,00 b

Bouns Ipro/3234 0,00 Aa 0,00 Ab 0,00 b

Bonus Ipro//3250 0,00 Aa 0,00 Ab 0,00 b

Bonus/3235 0,00 Aa 0,00 Ab 0,00 b

Bonus Ipro/1461 0,00 Aa 0,00 Ab 0,00 b

Bonus Ipro/1463 0,00 Aa 0,00 Ab 0,00 b

TMG2185Ipro/1460 0,00 Aa 0,00 Ab 0,00 b

TMG 2185Ipro/1463 0,00 Aa 0,00 Ab 0,00 b

TMG 2185Ipro/55008 0,00 Aa 0,00 Ab 0,00 b

TMG2185Ipro/550013 0,00 Aa 0,00 Ab 0,00 b

Média 0,42 A 0,42 A

É importante observar a presença de Coletotrichum truncatum nas sementes, sendo

este fungo responsável por grandes danos as plantas no campo. Os resultados obtidos

mostraram incidência de 0,38%, singular ao trabalho realizado por Pesqueira (2013), em que

ao avaliar o controle químico da antracnose em soja com fungicidas, na sanidade de sementes

foi relatada a incidência de Colletotrichum em sementes de soja nos valores entre 0,03 e

1,27%.

Mesmo parecendo um percentual pequeno encontrado nesse trabalho, se

considerarmos uma semeadura de 180 mil sementes/ha¹ a fim de obter um estande de 150

Médias seguidas de mesma letra maiúscula na linha e minúscula na coluna não diferem entre si pelo

teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade, dados transformados (√x+1). CV: 12,74%

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mil plantas, serão 684 sementes/ha contaminadas que podem ser inseridas na lavoura como

inóculo primário.

Em estudos realizados por Danelli et al., (2011), utilizando as cultivares FUNDACEP

53 RR e FUNDACEP 55 RR para avaliação de sanidade de sementes em função de diferentes

tratamentos de sementes e parte aérea obtiveram médias que variou de 0,10% a 2,16 % de

incidência de C. truncatum.

De acordo com Marco Filho (2005), fungos do gênero Fusarium sp. e Colletotrichum

sp. são considerados fungos de campo e sua ocorrência é maior em sementes que

permanecem no campo após a maturação, ficando expostas ao calor e umidade.

Para o fungo Choanephora sp. não há diferença significativa em nenhum dos lotes, e

nem entre as metodologias. A maior incidência (1,88%), ocorreu no lote 3250 da cultivar

Bonus Ipro, porém estatisticamente não se difere das demais (Tabela 7).

Tabela 7. Incidência (%) de Choanephora sp. em sementes de soja com tratamento químico, em

diferentes métodos de análise sanitária.

Lote Ágar-água Blotter test Média

Bonus Ipro /3250 3,75 Aa 0,00 Ba 1,88 Bonus Ipro/3229 0,50 Ab 0,00 Ba 0,25 Bonus Ipro/3235 0,25 Ab 0,00 Ba 0,13 Bonus Ipro 115618 0,25 Ab 0,00 Ba 0,13 Bonus Ipro/3250 0,00 Ab 0,00 Aa 0,00 Bonus Ipro/3267 0,00 Ab 0,00 Aa 0,00 Bonus Ipro/115318 0,00 Ab 0,00 Aa 0,00 Bonus Ipro/ 110418 0,00 Ab 0,00 Aa 0,00 Bouns Ipro/3234 0,00 Ab 0,00 Aa 0,00 Bonus Ipro/sem lote 0,00 Ab 0,00 Aa 0,00 Bonus Ipro /110518 0,00 Ab 0,00 Aa 0,00 Bonus/3235 0,00 Ab 0,00 Aa 0,00 Bonus Ipro/1461 0,00 Ab 0,00 Aa 0,00 Bonus Ipro/1463 0,00 Ab 0,00 Aa 0,00 TMG2185Ipro/1460 0,00 Ab 0,00 Aa 0,00 TMG 2185Ipro/1463 0,00 Ab 0,00 Aa 0,00 TMG 2185Ipro/55008 0,00 Ab 0,00 Aa 0,00 TMG2185Ipro/550013 0,00 Ab 0,00 Aa 0,00

Média 1,04 A 1,00 A

Como dito, foi observado a presença de Choanephora sp. identificado em algumas

amostras, Sinclair e Backman (1989) cita o gênero como um dos agentes patogênicos

importantes para a cultura da soja, porém não foi encontrado trabalhos publicados que relatam

inicidência deste patógeno em sementes de soja no Brasil, portanto sendo este o primeiro

trabalho.

Médias seguidas de mesma letra maiúscula na linha e minúscula na coluna não diferem entre si

pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade, dados transformados (√x+1). CV: 29,53%

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Mesmo não sendo um resultado significativo é importante estarmos atentos a este

patógeno, pois tem sido encontrado atribuído a podridão de flores e frutos de curcubitáceas e

outras plantas (FREIRE, 2006). No Mato Grosso foi relada a presença de Choanephora

curcubitarum em Crotalaria spectabilis, cultura muito utilizada para o controle de nematoide

(ALFENAS et al., 2018).

Para Cladosporium sp, nos lotes 115618 e 3250 ocorram maior porcentagem de

incidência do fungo com 5,63 e 5,38% respectivamente, evidenciando o método ágar-água

como o mais eficiente para detecção deste patógeno (Tabela 8).

Tabela 8. Incidência (%) de Cladosporium sp. em sementes de soja com tratamento químico em diferentes métodos de análise sanitária.

Cultivar/lote Ágar-água Blotter test

Média

Bonus Ipro 115618 7,25 Aa 4,00Ba 5,63 a

Bonus Ipro /3250 7,25 Aa 3,50Ba 5,38 a Bonus Ipro/3235 7,75 Aa 1,50 Bb 4,63 a Bonus Ipro /110518 4,25 Ab 1,25Bb 2,75 c Bonus Ipro/sem lote 4,50Ab 1,75 Bb 3,13 b Bouns Ipro/3234 4,00 Ab 0,25 Bb 2,13 c Bonus Ipro/3229 3,25 Ac 0,50 Bb 1,88 c TMG2185IPRO/550013 3,00 Ac 0,00 Bb 1,50 c Bonus Ipro/ 110418 2,25Ac 0,50 Bb 1,38 d Bouns Ipro/ 1463 1,00 Bd 1,50 Ab 1,25 d TMG2185IPRO/1460 2,00Ac 0,25Bb 1,13 d Bonus Ipro/3250 1,54 Ad 0,00 Bb 0,88 d Bonus Ipro/3267 1,25 Ad 0,25 Bb 0,75 d Bonus Ipro/ 1461 1,25 Ad 0,50 Bb 0,88 d Bonus Ipro/3267 0,50 Ad 0,50 Ab 0,50 d Bonus Ipro/ 3235 0,75 Bd 0,00 Ab 0,38 d TMG2185IPRO/55008 0,75 Ad 0,00 Bb 0,38 d TMG2185IPRO/1463 0,25 Ad 0,00 Bb 0,13 d Média 2,93 A 0,94 B

É comum a presença do contaminantes em testes de sanidade como no caso de

Cladosporium sp. identificado nas amostras analisadas. Porém não chega a causar danos,

pois atua como componente da microflora das sementes, e costuma ocorrer em diversas

espécies vegetais (GOULART, 2018).

Para alguns fungos o período de incubação não foi suficiente para realizar a

identificação dos mesmos, portanto foram classificados como não identificados- N.I. (Tabela

9).

Observa-se que os lotes 3250, 3267, 3235 e 3250 todos da cultivar Bonus Ipro

apresentaram as maiores porcentagens de fungos N.I., com as médias 1,53, 1,38, 1,25 e

Médias seguidas de mesma letra maiúscula na linha e minúscula na coluna não diferem entre si pelo

teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade, dados transformados (√x+1). CV: 45, 52%

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1,00% respectivamente. E para avaliação de sanidade o método em meio ágar-água se diferiu

estatisticamente em relação ao método de incubação com papel filtro (Tabela 9).

Tabela 9. Incidência (%) de fungos não identificados em sementes de soja com tratamento químico, em diferentes métodos de análise sanitária.

Cultivar/lote Ágar-água Blotter test Média

Bonus Ipro/3250 1,75 Aa 1,31 Ba 1,53 a Bonus Ipro/3267 1,00 Bb 1,75 Aa 1,38 a Bonus Ipro/3235 2,50 Aa 0,00 Bb 1,25 a Bonus Ipro /3250 1,75 Aa 0,25 Bb 1,00 a Bonus Ipro/115318 1,00 Ab 0,75 Ba 0,88 a Bonus Ipro/ 110418 0,50 Bb 1,00 Aa 0,75 b Bonus Ipro /110518 0,50 Bb 0,75 Aa 0,63 b Bonus Ipro 115618 1,38 Aa 0,00 Bb 0,63 b Bonus Ipro/ 1461 1,00 Ab 0,25 Bb 0,63 b Bouns Ipro/ 1463 0,75 Ab 0,25 Bb 0,50 b Bouns Ipro/3234 0,75 Ab 0,00 Bb 0,38 b Bonus Ipro/sem lote 0,50 Ab 0,25 Bb 0,38 b Bonus Ipro/3229 0,75 Ab 0,00 Bb 0,38 b TMG2185IPRO/55008 0, 25Ab 0,25 Bb 0,13b Bonus/ 3235 0,00 Bb 0,25 Ab 0,13 b TMG2185IPRO/1463 0,25Bb 0,00 Ab 0,25b TMG2185IPRO/1460 0,00 Ab 0,00 Ab 0,00 b TMG2185IPRO/550013 0,00 Ab 0,00 Ab 0,00 b

Média 0,81 A 0,40 B

Para estes fungos não identificados seria interessante um período maior de incubação

além dos 7 dias previstos pela Regra de Análises de Semente (BRASIL, 2009), ou a utilização

de um outro teste de sanidade.

Também foi considerada a presença de bactérias nas sementes analisadas (Tabela

10) com maior percentual de bactérias notado no lote 3234 com 6,25% de incidência. Para

detecção de bactérias os métodos em meio ágar-água e no blotter test se diferiram, sendo o

último mais eficaz para este tipo de microrganismo, como se pode observar obteve média de

2,70%.

Médias seguidas de mesma letra maiúscula na linha e minúscula na coluna não diferem entre si

pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade, dados transformados (√x+1). CV: 39,67%.

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Tabela 10. Incidência (%) de bactérias em sementes de soja com tratamento químico, em diferentes

métodos de análise sanitária.

Cultivar/lote Ágar-água Blotter test Média

Bouns Ipro/3234 4,50 Ba 8,00 Aa 6,25 a Bouns Ipro/ 1463 4,50 Ba 5,50 Ab 5,00 b Bonus Ipro/ 110418 3,50Ba 6,00 Ab 4,75 b Bonus/ 3235 5,12Aa 3,50 Bc 4,31 b TMG2185IPRO/1463 4,25 Aa 3,25 Bc 3,75 b Bonus Ipro/sem lote 2,50 Bb 3,50 Ac 3,00 c Bonus Ipro /3250 2,75 Bb 3,00 Ac 2,88 c Bonus Ipro 115618 1,50 Bb 2,75 Ac 2,13 c Bonus Ipro/ 1461 1,50 Bb 3,25 Ac 2,38 c Bonus Ipro/3267 1,25 Bb 3,00 Ac 2,13 c TMG2185IPRO/1460 1,50 Bb 2,25 Ac 2,00 c TMG2185IPRO/55008 2,50 Ab 1,00 Ad 1,75 c Bonus Ipro/3229 2,75 Ab 1,00 Bd 1,88 c Bonus Ipro/3235 2,75 Ab 0,25 Bd 1,50 d Bonus Ipro/3250 1,75 Ab 0,75 Bd 1,25 d Bonus Ipro/115318 1,25 Ab 0,75 Bd 1,00 d TMG2185IPRO/550013 0,50 Bb 1,00 Ad 0,75 d Bonus Ipro /110518 1,50 Ab 0,00 Bd 0,75 d

Média 2,57B 2,70 A

4.2 Comparação de métodos de detecção

A interação da incidência do patógeno em cada lote e métodos mostra que para os

fungos Fusarium sp., Penicillium sp., Cladosporium sp. e Choanephora sp. o melhor método

foi incubação em ágar-água (Tabela 11).

Tabela 11. Comparação dos métodos em ágar-água e blotter test para detecção dos patógenos.

Patógeno Método

Aspergillus sp. Ágar-água/ Blotter test

Penicillium sp. Ágar-água

Fusarium sp. Ágar-água

Cercospora kikuchii Blotter test

Colletotrichum truncatum Ágar-água/ Blotter test

Cladosporium sp.

Ágar-água

Choaneohora sp. Ágar-água

Bactéria Blotter test

Médias seguidas de mesma letra maiúscula na linha e minúscula na coluna não diferem entre si

pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade, dados transformados (√x+1). CV: 43,44%

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A metodologia utilizando o teste de papel filtro foi eficiente para Cercospora kikuchii. e

bactérias. Para Aspergillus sp, e Colletotrichum truncatum os testes não diferem, podendo ser

utilizados. Os resultados obtidos confrontam Goulart (2005), que afirma que o blotter test é o

método mais eficaz para cultura da soja.

No trabalho realizado por Pereira, (2017) em que se avaliou sementes de soja

infectadas com Cercospora kikuchii sob déficit hídrico, constatou que em sementes infectadas

pelo fungo submetidas a estresse hídrico ocorreu aumento de manchas púrpuras em

sementes e plântulas anormais, o que explica as altas incidências de C. kikuchii no teste de

sanidade bloter test, pois mesmo molhando todos os dias as placas, não foi possível controlar

a umidade exata deste teste.

Para que ocorra o desenvolvimento de fungos é necessário temperatura e umidade

favorável para que os esporos germinem produzindo hifas para infectar grãos e substratos

(PRADO, 1991). Isso explica o teste de sanidade em ágar-água se mostrar superior em

relação ao blotter teste, pois existe maior teor de umidade neste meio, favorecendo o

desenvolvimento de patógenos.

4.3 Incidência de fitopatógenos em sementes de soja em função do tratamento

químico.

Em todos os lotes mesmo com a presença de tratamento químico ocorreu incidência

de pelo menos um fungo. O Fungo Cercospora kikuchii obteve maior incidência no lote 110418

com o tratamento químico Standak® Top. Para Cladosporium sp. o lote 3250 com maior

incidência do fungo é tratado com Fortenza Duo.

Os demais fitopatógenos Aspergillus sp., Penicillium sp., Colletotrichum truncatum,

Fusarium sp., bactérias e os fungos não identificados ocorreram em maior incidência em lotes

com tratamento Standak® Top. Para Choanephora sp. o tratamento químico não difere

estatisticamente nos lotes (Tabela 12).

Os lotes 3229, 3267 e 115318 com tratamento Standak® Top apresentaram bom

controle dos fungos de armazenamento Aspergillus sp e Penicilium sp., não havendo

incidência destes fungos nestes lotes, em relação aos demais lotes todos tiveram incidência

destes fitopatógenos.

Em relação aos fungos considerados de campo, responsáveis por doenças

importantes de final de ciclo na lavoura, o lote 3235 tratado com Fortenza Duo não apresentou

incidência dos fungos: Colletotrichum truncatum, Cercospora kikuchii e Fusarium sp., em

relação aos demais lotes.

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Tabela 12 . Incidência (%) de fitopatógenos em diferentes lotes de sementes de soja.

Lotes Produto Asper. Penic. Clado. Collet. Cerc. Fusar. Choa. Bact. N.I¹.

110518 Standak® Top

0,00 b³ 0,38 b 2,75 c 0,38 a 8,13b 1,63 a 0,00 1,50 b 0,63 b

3250 Standak® Top

0,00 b 0,13 b 0,88 d 0,00 b 10,25 a 0,25 b 0,00 1,75 b 1,53 a

3235 Standak® Top

0,75 b 0,00 b 4,63 a 0,00 b 8,25 b 0,63 b 0,13 2,75 b 1,25 a

3229 Standak® Top

0,00 b 0,00 b 1,88 c 0,00 b 5,00 c 0,00 b 0,25 2,75 b 0,38 b

3267 Standak® Top

0,00 b 0,00 b 0,75 d 0,00 b 7,38 b 0,00 b 0,00 1,25 b 1,38 a

115318 Standak® Top

0,00 b 0,00 b 0,50 d 0,00 b 1,50 e 0,25 b 0,00 1,25 b 0,88 a

110418 Standak® Top

0,25 b 0,88 b 1,38 c 0,00 b 10.50 a 0,00 b 0,00 3,50 b 0,75 b

115618 Standak® Top

0,00 b 0,25 b 6,63 a 0,25 a 1,38 e 0,00 b 0,00 1,50 b 0,63 b

3234 Standak® Top

0,13 b 0,25 b 2,13 c 0,00 b 7,88 b 0,00 b 1,88 4,50 a 0,38 b

s/ lote Standak® Top

1.75 a 0,00 b 3,13 b 0,13 b 5,50 c 0,00 b 0,00 2,50 b 0,38 b

3250 Fortenza Duo

1,88 a 0,00 b 5,58 a 0,00 b 0,50 e 0,00 b 0,00 2,75 b 1,00 a

3235 Fortenza Duo

2,25 a 3,13 a 0,38 d 0,00 b 0,00 e 0,00 b 0,00 5,12 a 0,13 b

1461 Standak® Top

0,13 b 1,13 a 0,88 d 0,00 b 2,13 d 0,00 b 0,00 1,50 b 0,63 b

1463 Standak® Top

0,13 b 3,88 a 1,25 d 0,00 b 2,63 d 0,00 b 0,00 4,50 a 0,50 b

1460 Standak® Top

0,25 b 0,00 b 1,13 d 0,00 b 1,38 e 0,00 b 0,00 1,75 b 0,00 b

1463 Standak® Top

0,50 b 0,13 b 0.13 d 0,00 b 5,75 c 0,00 b 0,00 4,25 a 0,13 b

55008 Standak® Top

0,13 b 1,38 b 0,38 d 0,00 b 0,25 e 0,00 b 0, 00 2,50 b 0,25 b

550013 Standak® Top

1,04 b 0,00 b 1,50 c 0,00 b 0,13 e 0,00 b 0,00 0,50 c 0,00 b

Sig². ** ** ** * ** ** NS ** **

O tratamento químico presente nas sementes foi eficaz no controle de Choanephora

sp., resultado diferente dos encontrados por Danelli et al, (2011) que ao analisar a incidência

¹ Não identificados

² Significância estatística pelo teste F em relação ao tratamento químico: NS (não significativo) * (significativo) ** (altamente significativo)

³ Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de scott-knott a 5% de probabilidade.

Asper: Aspergillus sp,. Penic: Penicillium sp., Clado: Cladosporium sp., Collet.: Colletotrichum truncatum, Cerc: Cecospora kikuchii, Fusar: Fusarium sp. Choa: Choanephora sp.,

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de fungos em diferentes tratamentos de semente e foliar, observou que tratamentos com o

produto comercial Standak® Top mostraram eficiência no controle dos fungos Fusarium e

Colletotrichum truncatum.

Enquanto para Cercospora kikuchii os autores notaram baixa eficiência do produto

com incidência de 2,62%, concordando com os resultados encontrados neste trabalho onde

o produto não mostrou eficiência no controle C. kikuchii. obtendo médias que variaram de 0,13

a 10,50% de incidência do fungo.

No trabalho realizado por Oliveira, (2016) em que avalia a redução de acérvulos de

isolados de Colletotrichum spp. em sementes de soja da cultivar TMG 132, mostra um bom

controle de incidência de acérvulos em sementes tradadas com o produto comercial Standak®

Top nos isolados: CL-3; NO-1; RO-1 e SC-1. E para os isolados BG-1; BR-1; CL-1; CN-2; FN-

1; MA-2; MT-1; NU-2; NX-1; PN-1; SI-3; SO-6 e VE-5 o tratamento não foi eficaz e ainda

favoreceu a produção de acérvulos em alguns isolados IN-1; IT-2; NA-1; TB-2; CL-7 e CL-3.

Por outro lado, no trabalho realizado por Ferreira (2016) ao avaliar a sanidade de

sementes de soja tratadas com fungicidas e inseticidas antes e após o armazenamento o

tratamento com Standak® Top foi eficiente no controle de Fusarium sp. somente após as

sementes serem submetidas ao armazenamento no período de dois meses. Entretanto em

sementes recém colhidas o produto não demonstrou controle do fungo.

Para aquelas cultivares tratadas com Fortenza Duo a incidência de patógenos se

explica pelo fato deste tratamento químico oferecer apenas proteção contra pragas, já que

não possui fungicidas em sua combinação e sim ação de dois inseticidas (Tabela 12).

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5. CONCLUSÕES

Na análise fitossanitária de sementes com tratamento químico os fungos encontrados

foram Cercospora kikuchii, Cladosporium sp. Aspergillus sp, Penicillium sp, Fusarium sp.,

Choanephora sp. e Colletotrichum truncatum, com maior incidência de Cercospora Kikuchii.

O método Ágar-água mostrou-se superior em relação ao Blotter teste na detecção de

fungos em sementes com tratamento químico.

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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Dissertação. Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária. Passo Fundo, 2011. p 39.

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BARROS F., C., JULIATTI F., C. Levantamento de fungos em amostras recebidas no

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período de 2001-2008. Uberlândia- MG. pg. 77. 2012.

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