universidade estadual do ceara centro de ciencias da …€¦ · resultados constatou-se cv abaixo...
TRANSCRIPT
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARA
CENTRO DE CIENCIAS DA SAUDE
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE PÚBLICA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
FACULDADE DE MEDICINA
DEPARTAMENTO DE SAÚDE COMUNITÁRIA
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA
UNIVERSIDADE DE FORTALEZA - UNIFOR
MARIA DE FÁTIMA FONSECA MOTA
SITUAÇÃO VACINAL E OS FATORES ASSOCIADOS À NÃO VACINAÇÃO DAS
CRIANÇAS MENORES DE 24 MESES RESIDENTES EM FORTALEZA
FORTALEZA
2016
MARIA DE FÁTIMA FONSECA MOTA
SITUAÇÃO VACINAL E OS FATORES ASSOCIADOS À NÃO VACINAÇÃO
DAS CRIANÇAS MENORES DE 24 MESES RESIDENTES EM FORTALEZA
Tese apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Saúde Coletiva da
Universidade Federal do Ceará, como
requisito parcial à obtenção do título de
Doutor em Saúde Coletiva. Área de
concentração: Epidemiologia.
Orientadora: Profa. Dra. Ligia Regina
Franco Sansigolo Kerr
Coorientadora: Profa. Dra. Rosa Maria
Salani Mota.
Coorientador: Prof. Dr. Luciano
Correia
FORTALEZA
2016
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação
Universidade Federal do Ceará
Biblioteca de Ciências da Saúde
M871s Mota, Maria de Fátima Fonseca.
Situação vacinal e os fatores associados à não vacinação das crianças menores de 24 meses
residentes em Fortaleza/ Maria de Fátima Fonseca Mota. – Fortaleza, 2016.
150 f. : il.
Tese (Doutorado) – Universidade Federal do Ceará. Faculdade de Medicina. Curso de Pós-
graduação em Saúde Coletiva, Fortaleza, 2016.
Orientação: Profa. Dra. Ligia Regina Franco Sansigolo Kerr.
Coorientação: Profa. Dra. Rosa Maria Salani Mota.
Coorientação: Prof. Dr. Luciano Correia.
1. Programas de Imunização. 2. Cobertura Vacinal. 3. Avaliação de Serviços de Saúde. I.
Título.
CDD 362.1
MARIA DE FÁTIMA FONSECA MOTA
SITUAÇÃO VACINAL E OS FATORES ASSOCIADOS À NÃO VACINAÇÃO DAS
CRIANÇAS MENORES DE 24 MESES RESIDENTES EM FORTALEZA
Tese apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Saúde Coletiva da
Universidade Federal do Ceará, como
requisito parcial à obtenção do título de
Doutor em Saúde Coletiva. Área de
concentração: Epidemiologia.
Aprovada em: 02 / 02 / 2016.
BANCA EXAMINADORA
________________________________________
Prof. Dra. Ligia Regina Franco Sansigolo Kerr (Orientador)
Universidade Federal do Ceará (UFC)
_________________________________________
Prof. Dr. Luciano Correia
Universidade Federal do Ceará (UFC)
_________________________________________
Prof. Dr. Álvaro Madeiro Leite
Universidade Federal do Ceará (UFC)
_________________________________________
Profa. Dra. Rosa Salani Mota
Universidade Estadual do Ceará (UFC)
_________________________________________
Profa. Dra. Jocileide Sales Campos
Centro Universitário Christus (Unichristus)
Dedico este trabalho
Á Deus,
Aos meus pais, Fernando e Helenita, pelo
exemplo de integridade, amor e união.
Aos meus filhos Arthur, Joana, Helenita,
Justyn e Raul, pelo apoio, compreensão,
estímulo e afeto, que me motivam o d ia
adia.
Aos meus netos Arthur, Paula, Jonathyn,
Fernando, Joseph, Marina e Lucas meu novo
amanhã.
AGRADECIMENTO
À Profa. Dra. Ligia Regina Franco Sansigolo Kerr pela confiança e colaboração na
caminhada.
À Profa. Dra. Rosa Maria Salani Mota pelo incentivo, apoio e colaboração na analise
estatística e, sobretudo pelo seu carinho e disponibilidade.
Ao Prof. Dr. Luciano Correia pelo incentivo, apoio e colaboração nas discussões realizadas
sobre o tema que me ajudaram a compor o trabalho.
Ao Comitê Coordenador do inquérito de Cobertura Vacinal 2007 que autorizou a utilização
do banco de Fortaleza para a realização deste trabalho, especialmente aos professores Maria
Josefa Penon Rujula Gonçalves e José Cassio de Moraes.
À Profa. Dra. Marcia Maria Tavares Machado pelo seu carinho e incentivo nos momentos
difíceis.
À Universidade Federal do Ceará (UFC) pelo compromisso nesta realização.
Aos professores participantes da banca examinadora. Ligia Regina Franco Sansigolo Kerr,
Luciano Correia, Álvaro Madeiro Leite, Rosa Salani Mota e Jocileide Sales Campos pelo
tempo, pelas valiosas colaborações e sugestões.
Aos professores do Doutorado, cuja dedicação possibilitou a formação de profissionais mais
completos e estimulados a continuar na busca do conhecimento científico.
À Secretaria da Saúde do Estado do Ceará e a Secretarias da Saúde do Município de
Fortaleza, pela colaboração e disponibilização dos dados.
Aos amigos e colegas de trabalho e doutorado pela amizade adquirida, colaboração, críticas
e sugestões recebidas.
Á Norma de Carvalho Linhares e Rosane Maria Costa bibliotecárias da Biblioteca de
Ciências da Saúde – UFC - Campus do Porangabuçu, pela gentil colaboração todas as vezes
que solicitado à revisão a bibliográfica.
Aos responsáveis pelas crianças entrevistadas, pelo tempo concedido nas entrevistas.
À equipe de entrevistadores e coordenadores da pesquisa de Fortaleza por sua dedicação e
compromisso.
Aos meus irmãos e sobrinhos por acreditarem em mim sempre e me incentivarem a crescer
pessoal e profissionalmente.
À Zenaide pela assistência e gentileza com que sempre me foi dispensada.
À Tereza Alves de Paiva, ser humano sensível e de fundamental importância na viabilização
deste estudo.
Por fim uma homenagem a todos os trabalhadores do Sistema único de Saúde (SUS),
principalmente, os diretamente ligados ao serviço de imunizações, pela sua importância
como personagem desta história.
A todos a minha eterna gratidão
RESUMO
Introdução Imunizar é essencial na redução da morbimortalidade das doenças
imunopreveníveis. A avaliação da cobertura vacinal é fundamental para garantir o sucesso dos
programas de vacinação, além de permitir acompanhar o acúmulo de suscetíveis na
população. Na avaliação dos serviços de vacinação é importante considerar os Fatores
associados a não vacinação ou motivo da baixa Cobertura Vacinal (CV). Objetivo Identificar
a cobertura vacinal e os fatores associados à não vacinação. Método Fundamentado no
método da Organização Pan-americana da Saúde para Inquérito de CV. A amostra constituiu-
se de 1006 crianças menores 24 meses. As CV foram estimadas por tipo de dose e faixas
etárias, associando-se as características das famílias e do processo de imunização das
crianças. As análises consideraram o efeito decorrente de uma amostragem por
conglomerados em múltiplos estágios. A determinação dos fatores associados à não vacinação
foi efetuada através de análise bivariada e multidimensional. Resultados Constatou-se CV
abaixo de 90%, sendo maiores CV por doses aplicadas, em relação às doses válidas. As
variáveis que registram maior chance das crianças não serem vacinadas foram mães com
idade igual ou maior que 30 anos, escolaridade materna de 4 a 10 anos de estudo, criança não
ter sido vacinada na campanha, as vacinas terem sido realizadas no mesmo serviço, a criança
já ter utilizado serviço privado para vacinação e a realização da última vacina ter ocorrido no
serviço privado. Conclusão A população demonstrou baixa cobertura vacinal e falhas em
tanto nos serviços privados como públicos. Programas devem se concentrar em educação
geral e na melhoria da imunização em ambos os contextos de saúde públicos e privados. Os
achados indicam que as campanhas de vacinação ainda serão necessárias para atingir os níveis
de cobertura de 95% defendidos por todas as autoridades de saúde.
Palavras-chave: Programas de Imunização. Cobertura Vacinal. Avaliação de Serviços de
Saúde.
ABSTRACT
Introduction Immunization is essential in reducing morbidity and mortality from vaccine-
preventable diseases. The evaluation of vaccination coverage is key to ensuring the success of
vaccination programs, and it tracks the accumulation of susceptible individuals in the
population. In the assessment of immunization services it is important to consider the factors
associated with low vaccination coverage. (VC). Objective To identify immunization
coverage and factors associated with non-vaccination. Methods Our study utilized coverage
survey methods as recommended by the Pan American Health Organization. The sample
consisted of 1006 children under 24 months of age. VC was estimated by type of dose and age
groups, associating the characteristics of families and childhood immunization process. The
analysis considered the effect arising from multistage cluster sampling. Factors associated
with non-vaccination were identified through bivariate and multidimensional analyses.
Results VC was less than 90%, with some children receiving multiple inappropriate doses.
The variables associated with non-vaccination included mothers older than 30, maternal
education from 4 to 10 years, children not vaccinated in a campaign, vaccines administered in
the same service, the child had a history of private provider, and child had last immunization
with a private provider. Conclusion The population demonstrated low immunization
coverage, and failures in both public and private health settings. Programs will need to
continue to focus on general education, and on improving immunization in both public and
private health settings. It seems likely that immunization campaigns will still be required to
achieve the 95% coverage levels advocated by all health authorities.
Keywords: Immunization Programs. Vaccination Coverage. Health Care Evaluation.
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1- MAPA POLÍTICO DE FORTALEZA 51
LISTA DE QUADROS
QUADRO 1 - HISTÓRICO DA VACINAÇÃO NO BRASIL 26
QUADRO 2 - DESCRIÇÕES DE DOSES VÁLIDAS CONSIDERANDO CADA VACINA 62
QUADRO 3 – VACINAS CONSTANTES NO ESQUEMA VACINAL BÁSICO E NO ESQUEMA
BÁSICO COMPLETO 68
QUADRO 4 - DISTRIBUIÇÃO DAS ENTREVISTAS DO INQUÉRITO DE COBERTURA VACINAL,
SEGUNDO CONGLOMERADOS, ESTRATOS E SECRETARIAS EXECUTIVAS
REGIONAIS (SER) EM FORTALEZA, 2007 73
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 - RELAÇÃO DE UNIDADES DE SAÚDE QUE REALIZAM VACINAÇÃO POR
SECRETARIAS EXECUTIVAS REGIONAIS - FORTALEZA – 2008 53
TABELA 2 - NÚMERO DE BAIRROS COM CRIANÇAS ENTREVISTADAS NO INQUÉRITO DE
COBERTURA VACINAL, SEGUNDO PARTICIPAÇÃO DOS BAIRROS DAS
SECRETARIAS EXECUTIVAS REGIONAIS (SERS) EM FORTALEZA, 2007 73
TABELA 3 - CARACTERÍSTICA DA ESTRATIFICAÇÃO SOCIODEMOGRÁFICAS DO ICV–
FORTALEZA, 2000 74
TABELA 4 - CARACTERÍSTICAS SOCIODEMOGRÁFICAS DA AMOSTRA DO ICV, SEGUNDO
ESTRATO, FORTALEZA, 2000. 74
TABELA 5 - CARACTERÍSTICAS DAS CRIANÇAS ENTREVISTADAS, FORTALEZA, 2007. 75
TABELA 6 - CARACTERÍSTICAS DAS FAMÍLIAS DAS CRIANÇAS ENTREVISTADAS,
FORTALEZA, 2007. 76
TABELA 7 - CARACTERÍSTICAS DO PROCESSO DE IMUNIZAÇÃO DA CRIANÇA
ENTREVISTADA, FORTALEZA, 2007. 78
TABELA 8 - FATORES ASSOCIADOS À NÃO VACINAÇÃO COM ESQUEMA VACINAL BÁSICO
POR DOSES APLICADAS NA FAIXA ETÁRIA MENOR DE 12 MESES DE IDADE,
FORTALEZA, 2007 83
TABELA 9 - FATORES ASSOCIADOS À NÃO VACINAÇÃO COM ESQUEMA VACINAL BÁSICO
POR DOSES APLICADAS NA FAIXA ETÁRIA MENOR DE 12 MESES DE IDADE,
FORTALEZA, 2007 85
TABELA 10 - FATORES ASSOCIADOS À NÃO VACINAÇÃO COM ESQUEMA VACINAL BÁSICO
POR DOSES VÁLIDAS NA FAIXA ETÁRIA MENOR DE 12 MESES DE IDADE,
FORTALEZA, 2007 89
TABELA 11 - FATORES ASSOCIADOS À NÃO VACINAÇÃO COM ESQUEMA VACINAL BÁSICO
POR DOSES VÁLIDAS NA FAIXA ETÁRIA MENOR DE 12 MESES DE IDADE.
FORTALEZA, 2007 91
TABELA 12 - FATORES ASSOCIADOS À NÃO VACINAÇÃO COM ESQUEMA BÁSICO
COMPLETO POR DOSES APLICADAS NO INTERVALO ETÁRIO DE 12 MESES A
MENOR DE 24 MESES, FORTALEZA, 2007 95
TABELA 13 - FATORES ASSOCIADOS À NÃO VACINAÇÃO COM ESQUEMA BÁSICO
COMPLETO POR DOSES APLICADAS NO INTERVALO ETÁRIO DE 12 MESES A
MENOR DE 24 MESES, FORTALEZA, 2007 97
TABELA 14 - FATORES ASSOCIADOS À NÃO VACINAÇÃO COM ESQUEMA BÁSICO
COMPLETO POR DOSES VÁLIDAS NO INTERVALO ETÁRIO DE 12 MESES A
MENOR DE 24 MESES, FORTALEZA, 2007 100
TABELA 15 - FATORES ASSOCIADOS À NÃO VACINAÇÃO COM ESQUEMA BÁSICO
COMPLETO POR DOSES VÁLIDAS NO INTERVALO ETÁRIO DE 12 MESES A
MENOR DE 24 MESES, FORTALEZA, 2007 102
TABELA 16 - ANÁLISE MULTIDIMENSIONAL DOS FATORES ASSOCIADOS À NÃO VACINAÇÃO
DAS CRIANÇAS PELO ESQUEMA VACINAL BÁSICO POR DOSES APLICADAS NA
FAIXA ETÁRIA MENOR DE 12 MESES DE IDADE, FORTALEZA, 2007 106
TABELA 17 - ANÁLISE MULTIDIMENSIONAL DOS FATORES ASSOCIADOS À NÃO VACINAÇÃO
DAS CRIANÇAS PELO ESQUEMA VACINAL BÁSICO POR DOSES VÁLIDAS NA
FAIXA ETÁRIA MENOR DE 12 MESES DE IDADE, FORTALEZA, 2007 107
TABELA 18 - ANÁLISE MULTIDIMENSIONAL DOS FATORES ASSOCIADOS À NÃO VACINAÇÃO
DAS CRIANÇAS PELO ESQUEMA BÁSICO COMPLETO POR DOSES APLICADAS NO
INTERVALO ETÁRIO DE 12 MESES A MENOR DE 24 MESES, FORTALEZA, 2007 108
TABELA 19 - ANÁLISE MULTIDIMENSIONAL DOS FATORES ASSOCIADOS À NÃO VACINAÇÃO
DAS CRIANÇAS PELO ESQUEMA BÁSICO COMPLETO POR DOSES VÁLIDAS NO
INTERVALO ETÁRIO DE 12 MESES A MENOR DE 24 MESES, FORTALEZA, 2007 109
LISTA DE GRÁFICOS
GRÁFICO 1 - CARACTERÍSTICAS DAS FAMÍLIAS DAS CRIANÇAS ENTREVISTADAS,
FORTALEZA, 2007 ........................................................................................... 77
GRÁFICO 2 - PROPORÇÃO DAS VARIÁVEIS RELACIONADAS AO PROCESSO DE IMUNIZAÇÃO
DA CRIANÇA, FORTALEZA, 2007 ...................................................................... 79
GRÁFICO 3 - PREVALÊNCIA DE VACINAÇÃO COM ESQUEMA VACINAL BÁSICO1 E
ESQUEMA BÁSICO COMPLETO2 POR TIPO DE DOSE APLICADA E VÁLIDA EM
FORTALEZA – 2007. ........................................................................................ 82
GRÁFICO 4 - PROPORÇÃO DE VACINADOS PELO ESQUEMA VACINAL BÁSICO POR DOSES
APLICADAS EM RELAÇÃO A FAIXA ETÁRIA MATERNA, FORTALEZA 2007. ...... 85
GRÁFICO 5 - PROPORÇÃO DE VACINADOS PELO ESQUEMA VACINAL BÁSICO POR DOSES
APLICADAS EM RELAÇÃO A PARTICIPOU DA ÚLTIMA CAMPANHA DE
VACINAÇÃO, FORTALEZA 2007 ....................................................................... 86
GRÁFICO 6 - PROPORÇÃO DE VACINADOS PELO ESQUEMA VACINAL BÁSICO POR DOSES
APLICADAS EM RELAÇÃO À DATA DA ÚLTIMA CAMPANHA, FORTALEZA 2007. 86
GRÁFICO 7 - PROPORÇÃO DE VACINADOS PELO ESQUEMA VACINAL BÁSICO POR DOSES
APLICADAS EM RELAÇÃO A TODAS AS VACINAS TEREM SIDO REALIZADAS NO
MESMO SERVIÇO, FORTALEZA 2007................................................................. 87
GRÁFICO 8 - PROPORÇÃO DE VACINADOS PELO ESQUEMA VACINAL BÁSICO POR DOSES
APLICADAS EM RELAÇÃO A CRIANÇA JÁ TER UTILIZADO ALGUM SERVIÇO
PRIVADO PARA VACINAÇÃO, FORTALEZA 2007 ............................................... 87
GRÁFICO 9 - PROPORÇÃO DE VACINADOS PELO ESQUEMA VACINAL BÁSICO POR DOSES
APLICADAS EM RELAÇÃO A ONDE FOI REALIZADA A ÚLTIMA VACINA,
FORTALEZA 2007. ........................................................................................... 88
GRÁFICO 10 - PROPORÇÃO DE VACINADOS PELO ESQUEMA VACINAL BÁSICO POR DOSES
VÁLIDAS EM RELAÇÃO A FAIXA ETÁRIA MATERNA, FORTALEZA 2007. .......... 92
GRÁFICO 11 - COBERTURA VACINAL COM O ESQUEMA VACINAL BÁSICO POR DOSES
VÁLIDAS EM RELAÇÃO À ESCOLARIDADE MATERNA, FORTALEZA 2007 ......... 92
GRÁFICO 12 - PROPORÇÃO DE VACINADOS PELO ESQUEMA VACINAL BÁSICO POR DOSES
VÁLIDAS EM RELAÇÃO A NÚMERO DE FILHOS, FORTALEZA 2007. ................... 93
GRÁFICO 13 - PROPORÇÃO DE VACINADOS PELO ESQUEMA VACINAL BÁSICO POR DOSES
VÁLIDAS EM RELAÇÃO A JÁ TER UTILIZADO ALGUM SERVIÇO PRIVADO PARA
VACINAÇÃO, FORTALEZA 2007 ....................................................................... 93
GRÁFICO 14 - PROPORÇÃO DE VACINADOS PELO ESQUEMA VACINAL BÁSICO POR DOSES
VÁLIDAS EM RELAÇÃO A ONDE FOI REALIZADA A ÚLTIMA VACINA,
FORTALEZA 2007 ............................................................................................ 94
GRÁFICO 15 - PROPORÇÃO DE VACINADOS PELO ESQUEMA VACINAL BÁSICO POR DOSES
VÁLIDAS EM RELAÇÃO A UTILIZAR EXCLUSIVAMENTE SERVIÇO PRIVADO,
FORTALEZA 2007 ............................................................................................ 94
GRÁFICO 16 – PROPORÇÃO DE VACINADOS PELO ESQUEMA BÁSICO COMPLETO POR
DOSES APLICADAS EM RELAÇÃO A FAIXA ETÁRIA MATERNA, FORTALEZA
2007 ................................................................................................................ 97
GRÁFICO 17 – PROPORÇÃO DE VACINADOS PELO ESQUEMA BÁSICO COMPLETO POR
DOSES APLICADAS EM RELAÇÃO A PARTICIPAÇÃO DA CRIANÇA NA ÚLTIMA
CAMPANHA, FORTALEZA 2007 ........................................................................ 98
GRÁFICO 18 - PROPORÇÃO DE VACINADOS PELO ESQUEMA BÁSICO COMPLETO POR
DOSES APLICADAS EM RELAÇÃO A DATA DA ÚLTIMA CAMPANHA DE
VACINAÇÃO, FORTALEZA 2007 ....................................................................... 98
GRÁFICO 19 - PROPORÇÃO DE VACINADOS PELO ESQUEMA BÁSICO COMPLETO POR
DOSES APLICADAS EM RELAÇÃO A JÁ TER UTILIZADO ALGUM SERVIÇO
PRIVADO PARA VACINAÇÃO, FORTALEZA 2007 ............................................... 99
GRÁFICO 20 - PROPORÇÃO DE VACINADOS PELO ESQUEMA BÁSICO COMPLETO POR
DOSES APLICADAS EM RELAÇÃO A ONDE FOI REALIZADA A ÚLTIMA VACINA,
FORTALEZA 2007 ............................................................................................ 99
GRÁFICO 21 - PROPORÇÃO DE VACINADOS PELO ESQUEMA BÁSICO COMPLETO POR
DOSES VÁLIDAS EM RELAÇÃO A FAIXA ETÁRIA MATERNA – FORTALEZA –
2007. ............................................................................................................. 102
GRÁFICO 22 - PROPORÇÃO DE VACINADOS PELO ESQUEMA BÁSICO COMPLETO POR
DOSES VÁLIDAS EM RELAÇÃO À ESCOLARIDADE MATERNA, FORTALEZA
2007 .............................................................................................................. 103
GRÁFICO 23 - PROPORÇÃO DE VACINADOS PELO ESQUEMA BÁSICO COMPLETO POR
DOSES VÁLIDAS EM RELAÇÃO A NÚMERO DE FILHOS, FORTALEZA 2007 ....... 103
GRÁFICO 24 - PROPORÇÃO DE VACINADOS PELO ESQUEMA BÁSICO COMPLETO POR
DOSES VÁLIDAS EM RELAÇÃO A JÁ TER UTILIZADO ALGUM SERVIÇO PRIVADO
PARA VACINAÇÃO, FORTALEZA 2007 ............................................................ 104
GRÁFICO 25 - PROPORÇÃO DE VACINADOS PELO ESQUEMA BÁSICO COMPLETO POR
DOSES VÁLIDAS EM RELAÇÃO A ONDE FOI REALIZADA A ÚLTIMA VACINA,
FORTALEZA 2007 .......................................................................................... 104
GRÁFICO 26 - PROPORÇÃO DE VACINADOS PELO ESQUEMA BÁSICO COMPLETO POR
DOSES VÁLIDAS EM RELAÇÃO A UTILIZA EXCLUSIVAMENTE SERVIÇO
PRIVADO, FORTALEZA 2007 .......................................................................... 105
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
BCG Bacilo de Calmette e Guérin - vacina contra a tuberculose
CE Ceará
CEP Comitê de Ética em Pesquisa
CEALAG Centro de Estudos Augusto Leopoldo Ayrosa Galvão
CNES Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde
CORES Coordenadoria Regional de Saúde
CRIE Centro de Referencia de Imunobiologicos Especiais
CV Cobertura Vacinal
DA Dados Administrativos
DATASUS Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde do Brasil.
DPT Vacina Tríplice Bacteriana clássica ou celular contra: a difteria, o tétano e a
pertussis (coqueluche).
EVBa Esquema vacinal básico por doses aplicadas no menor de 1 ano
EVBv Esquema vacinal básico por doses válidas no menor de 1 ano
EBCa Esquema básico completo por doses aplicadas no intervalo de 12 meses a
menor de 24 meses
EBCv Esquema básico completo por doses válidas no intervalo de 12 meses a menor
de 24 meses
ESF Estratégia de Saúde da Família
FA Vacina contra a febre amarela
GTA Grupo Técnico Assessor
HIB Vacina contra o Haemophilus influenzae tipo B
HVB Vacina contra hepatite B
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IC Intervalo de Confiança
ICV Inquérito de Cobertura Vacinal
LI Limite inferior
LS Limite superior
MS Ministério da Saúde
Nº Número
OMS Organização Mundial de Saúde
ONU Organização das Nações Unidas
PAI Programa Ampliado de Imunização
PNAD Pesquisa Nacional por amostra de domicílio
PNI Programa Nacional de Imunização
POLIO Vacina contra a poliomielite - Sabin
PSF Programa de Saúde da Família
QT Quantidade
SCR Vacina tríplice viral, contra o sarampo, a caxumba e a rubéola.
SER Secretaria Executiva Regional
SI - API Aplicativo do Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização
SIA Sistema de informação Ambulatorial
SUS Sistema Único de Saúde
TETRA Vacina DPT + HIB
UBASF Unidade Básica de Saúde da Família
US Unidade de Saúde
LISTA DE SÍMBOLOS
% Porcentagem
> Maior
< Menor
= Igual
≥ Maior ou igual
≤ Menor ou igual
+ Mais
p p valor
SUMÁRIO
1.1 AS DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS ................................................................................... 23
1.2 A VACINAÇÃO ................................................................................................................. 24
1.3 HISTÓRICO DA VACINAÇÃO NO BRASIL ..................................................................... 26
1.4 O PROGRAMA NACIONAL DE IMUNIZAÇÃO - PNI ............................................................ 28
1.4.1 O Calendário de Vacinação .................................................................................... 28
1.4.2. As estratégias vacinais ........................................................................................... 29
1.4.3 A Avaliação do programa Nacional de Imunizações (PNI) .................................... 32
1.4.4 Indicadores específicos da atividade de vacinação do PNI .................................... 33
1.4.4.1 Cobertura vacinal (CV) 33
1.4.5 O Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações — SI-PNI........ 36
1.5 ORIGEM DO PROBLEMA DA NÃO VACINAÇÃO ................................................................... 37
1.6 EPIDEMIOLOGIA DAS DOENÇAS IMUNOPREVENÍVEIS ....................................................... 43
1.6.1 Epidemiologia da Poliomielite no Mundo .............................................................. 43
1.6.2 Epidemiologia do Sarampo no Mundo .................................................................... 45
1.7 ATUAIS DESAFIOS ........................................................................................................... 47
1.8 O INTERESSE PELO TEMA ................................................................................................. 47
2.1. OBJETIVO GERAL ........................................................................................................... 50
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .................................................................................................. 50
3.1. LOCAL DO ESTUDO ......................................................................................................... 51
3.1.1 Descrição do sistema público de saúde e do Programa de Imunização de
Fortaleza .......................................................................................................................... 52
3.2. TIPO DE ESTUDO ............................................................................................................. 53
3.3. POPULAÇÃO DO ESTUDO ................................................................................................. 53
3.3.1 Amostra do estudo ................................................................................................... 53
3.4. A ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO .......................................................................................... 54
3.4.1 Construção dos estratos socioeconômicos .............................................................. 55
3.4.2 O sorteio da quadra de início e a definição dos itinerários. .................................. 56
3.4.3 Distribuição das crianças por Secretarias Executivas Regionais .......................... 58
3.5. COLETA DOS DADOS ....................................................................................................... 58
3.5.1 Seleção e treinamento dos supervisores e entrevistadores ..................................... 58
3.5.2 Informações constantes no questionário do ICV .................................................... 58
3.5.3 Gerenciamento do Banco de Dados ........................................................................ 59
3.6 PROCESSAMENTO DOS DADOS.......................................................................................... 60
3.6.1 Variáveis relacionadas às características das famílias e das crianças .................. 60
3.6.2 Variáveis relacionadas às características do processo de imunização das
crianças ............................................................................................................................ 61
3.6.3 Variáveis relacionadas ao tipo de dose administrada na criança .......................... 61
3.6.4 Variáveis relacionadas às características da cobertura vacinal das crianças ...... 63
3.6.5. Critérios de inclusão e exclusão de variáveis utilizadas no estudo ....................... 63
3.7. ANÁLISE DOS DADOS...................................................................................................... 65
3.7.1 Variáveis Adotadas no Estudo ................................................................................ 65
3.7.1.1. Variáveis dependentes para fatores associados a não vacinação (interesses
ou desfechos) 65
3.7.1.2. Variáveis independentes (preditoras / de exposição) 65
3.7.2. Definições das variáveis utilizadas no Inquérito de cobertura Vacinal ................ 65
3.7.2.1 Cobertura vacinal por Esquema Vacinal Básico - EVB 67
3.7.2.2 Cobertura vacinal por Esquema Básico Completo - EBC 67
3.8. ANÁLISES ESTATÍSTICAS ........................................................................................... 68
3.9. ASPECTOS ÉTICOS ........................................................................................................... 70
4.1 RESULTADOS DO PROCESSO DE PESQUISA ....................................................................... 72
4.1.1 Descrição da amostra estudada no Inquérito de Cobertura Vacinal em
Fortaleza .......................................................................................................................... 72
4.2 CARACTERÍSTICA DA AMOSTRA ................................................................................ 74
4.2.1 Descrição das características das crianças ......................................................... 75
4.2.2 Descrição das características das famílias das crianças .................................... 76
4.3 DESCRIÇÃO DO PROCESSO DE IMUNIZAÇÃO E DAS COBERTURAS VACINAIS .............. 78
4.3.1 Descrição do processo de imunização ................................................................. 78
4.3.2 Descrição das coberturas vacinais das crianças ................................................. 80
4.3.2.1 Cobertura vacinal das crianças menores de 12 meses pelo Esquema Vacinal
Básico por doses aplicadas e válidas 81
4.3.2.2 Cobertura vacinal das crianças de 12 meses a menor de 24 meses pelo
Esquema Básico Completo por doses aplicadas e válidas 81
4.4 IDENTIFICAÇÃO DOS FATORES ASSOCIADOS À NÃO VACINAÇÃO OU A BAIXAS
COBERTURAS VACINAIS DAS CRIANÇAS MENORES DE 24 MESES, SEGUNDO O ESQUEMA
VACINAL BÁSICO (EVB) E ESQUEMA BÁSICO COMPLETO (EBC), POR DOSES APLICADAS
E VÁLIDAS. ............................................................................................................................ 82
4.4.1 No Contexto Bivariado ............................................................................................ 82
4.4.1.1 Fatores associados à não-vacinação ou a baixas coberturas vacinais pelo
Esquema Vacinal Básico por doses aplicadas (EVBa) 83
4.4.1.2 Fatores associados à não-vacinação ou a baixas coberturas vacinais pelo
Esquema Vacinal Básico por doses válidas (EVBv) 89
4.4.1.3 Fatores associados à não-vacinação ou a baixas coberturas vacinais pelo
Esquema Básico Completo por doses aplicadas (EBCa) 95
4.4.1.4 Fatores associados à não-vacinação ou a baixas coberturas vacinais pelo
Esquema Básico Completo por doses válidas (EBCv) 100
4.4.2 No Contexto Multidimensional .............................................................................. 106
4.4.2.1 Fatores associados à não-vacinação ou a baixas coberturas vacinais pelo
Esquema Vacinal Básico por doses aplicadas (EVBa) 106
4.4.2.2 Fatores associados à não-vacinação ou a baixas coberturas vacinais pelo
Esquema Vacinal Básico por doses válidas (EVBv) 107
4.4.2.3 Fatores associados à não-vacinação ou a baixas coberturas vacinais pelo
Esquema Básico Completo por doses aplicadas (EBCa) 108
4.4.2.4 Fatores associados à não-vacinação ou a baixas coberturas vacinais pelo
Esquema Básico Completo por doses válidas (EBCv) 109
23
1 INTRODUÇÃO
1.1 As doenças transmissíveis
As doenças infecciosas ou doenças transmissíveis ainda são um problema de
saúde pública no Brasil, muito embora a proporção do total de mortes causadas por elas tenha
caído de 50% para 5% ao longo dos últimos oitenta anos. Essa redução tem sido mais presente
em algumas doenças infecciosas, do que em outras. (BARRETO et al., 2011).
As doenças prevenidas pela imunização também chamadas de imunopreveníveis
estão incluídas nas doenças transmissíveis, que são doenças causadas por um agente
infeccioso específico, ou pela toxina por ele produzida, por meio da transmissão desse agente,
ou de seu produto, tóxico a partir de uma pessoa ou animal infectado, ou ainda, de um
reservatório para um hospedeiro suscetível, seja direta ou indiretamente intermediado por
vetor ou ambiente (BRASIL, 2009a).
Desde 1971, no Brasil, muitos esforços foram envidados para o controle, a
eliminação e a erradicação das doenças imunopreveníveis no país. Uma série de iniciativas e
estratégias exitosas foi realizada, envolvendo as três esferas de gestão (União, Estado e
Municípios) nas ações de imunização e tendo como resultado a erradicação da febre amarela
urbana em 1942, varíola em 1973 e poliomielite em 1989 (BRASIL, 2015b).
O Brasil acumula conquistas importantes na redução da morbimortalidade causada
pelas doenças imunopreveníveis. O Programa Nacional de Imunização (PNI) universalizou o
acesso às vacinas, programou estratégias especificas para alcançar e homogeneizar cobertura
vacinal e ampliou a oferta de vacinas à população, constituindo um marco da saúde pública no
Brasil pelo seu elevado grau de organização e sucesso (BRASIL, 2012b; 2014a, MONTEIRO
et al., 2011).
As estratégias do Ministério da Saúde (MS) para o grupo das doenças
imunopreveníveis visam à manutenção da situação de controle ou mesmo a erradicação,
quando esta for factível. Para isso tem investido no fortalecimento da capacidade dos
municípios e dos estados de detectarem rapidamente os casos suspeitos e adotarem medidas
eficazes de bloqueio. Além disso, tem investido também, no aumento da homogeneidade da
cobertura vacinal de rotina em níveis adequados em cada um dos municípios e na adoção de
estratégias específicas na busca dos não vacinados (BRASIL, 2004b).
24
O controle das doenças imunopreveníveis tem obtido êxito por meio de políticas
públicas eficientes e de esforços concentrados dos diferentes níveis de governo e da sociedade
civil, tendo como componentes fundamentais o programas de imunizações e de vigilância
epidemiológica (BARRETO et al., 2011; CENTRO DE ESTUDOS AUGUSTO LEOPOLDO
AYROSA GALVÃO, 2007)
1.2 A vacinação
A história das vacinações começa com a vacinação anti-variólica, no final do
século XVIII, com a descoberta da vacina por Edward Jenner (1790-1792) na Inglaterra
(PINTO; VERANI,1990).
A vacina é uma preparação que contém microrganismos vivos ou mortos ou
frações deles possuidora de propriedades antigênicas. As vacinas são empregadas para induzir
em um indivíduo a imunidade ativa e específica contra um microrganismo (WALDMAN; DA
COSTA ROSA, 1998).
Imunização ou vacinação é o ato de proteger, tornar imune, livre de contrair
doença, mediante administração de antígenos (imunização ativa) ou mediante a administração
de anticorpos específicos (imunização passiva). Compreende-se por imunização ativa a
imunidade adquirida naturalmente pela infecção ou artificialmente pela vacinação, através da
inoculação de frações ou produtos de agentes infecciosos ou do próprio agente morto,
modificado ou de uma forma variante, os imunobiológicos. Para que um imunobiológico
possa agir no organismo e criar defesas ou anticorpos é preciso que a atividade de vacinação
seja cercada de cuidados, adotando-se procedimentos adequados antes, durante e após a
administração desses produtos na população. O individuo pode ser vacinado e não estar
imunizado (suscetível) devido a vários fatores como cadeia de frio, técnica de vacinação e
problemas inerentes ao próprio individuo. Considera-se suscetível qualquer pessoa ou animal
que, supostamente, não possui resistência suficiente contra determinado agente patogênico
capaz de protegê-la da doença, caso venha a entrar em contato com este agente (BRASIL,
2008; ROUQUAYROL, et al. 2003).
Os benefícios diretos e indiretos gerados com ações de imunizações são
inequívocos e surpreendentes: inúmeras evidências demonstram seu potencial de redução da
mortalidade entre as crianças, melhoria das condições de saúde e bem-estar das comunidades,
25
além de representar economia para a sociedade, tanto através de redução de custos com
consultas, tratamentos e internações hospitalares decorrentes das doenças, como de menor
absenteísmo escolar e de trabalho. Dessa forma, o grande desafio que se apresenta para todos
nós é o de apoiar, através de educação, informação e conscientização, ações que promovam o
alcance das imunizações a todas as comunidades (FEIJÓR; SÁFADI, 2006).
O impacto positivo da vacinação sobre a morbidade e a mortalidade da população
tem demonstrado um papel de imensa relevância na mudança do panorama da saúde pública
mundial. Se bem gerenciadas, as ações de vacinação apresentam resultados surpreendentes e
constituem uma das ações de saúde de caráter preventivo de maior efetividade e de melhor
eficiência. Tal importância fez a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização Pan-
Americana de Saúde (OPAS) incluírem a vacinação entre as cinco ações básicas de saúde
voltadas para a infância, ao lado da promoção do aleitamento materno, do controle das
diarreias e terapia de reidratação oral, além da vigilância do processo de crescimento e
desenvolvimento (BRASIL, 2009b)
Nas últimas décadas, entre os maiores avanços observados na área da saúde, a
imunização vem ocupando um espaço progressivamente maior em todo o mundo. O
desenvolvimento da ciência, microbiologia, farmacologia e da imunologia tem se somado aos
estudos de epidemiologia e sociologia, os quais evidenciam o grande impacto que as vacinas
têm representado para a sociedade atual, significando um dos principais fatores de promoção
de saúde e prevenção de doenças (FEIJÓR; SÁFADI, 2006).
A erradicação da varíola foi a maior conquista da saúde pública mundial. E o
binômio vacinas e imunizações continuam a demonstrar alto desempenho na prevenção e no
controle de outras doenças imunopreveníveis (HOMMA et al., 2011).
Nos últimos anos, verificou-se uma grande mobilização internacional por vacinas
e vacinações, apresentando como resultado a introdução de novas vacinas nos programas
nacionais de vacinação, o aumento do acesso à vacinação de populações carentes, o aumento
da cobertura vacinal e a eliminação e prevenção de doenças imunopreveníveis em patamares
nunca atingidos (HOMMA et al., 2011).
O grande avanço dos programas de vacinação em todo o mundo, atingindo altas
coberturas com as vacinas tradicionais e em alguns países com a introdução de novas vacinas
de alto valor agregado, vem salvando vidas de milhares de crianças de doenças
imunopreveníveis (HOMMA et al., 2011).
26
1.3 Histórico da Vacinação no Brasil
Quadro 1 - Histórico da Vacinação no Brasil
1804 Instituída a primeira vacinação no País - contra a varíola
1885 Introdução da primeira geração da vacina antirrábica
1904 Edição do decreto da obrigatoriedade da vacinação e da revacinação contra a
varíola, em toda a República (Decreto nº 1.261, de 31/10/1904)(revolta da vacina)
1937 Produção e introdução da vacina contra a Febre Amarela
1942 A febre amarela nas áreas urbanas do Brasil é considerada erradicada
1950 No início da década, implantação do toxóide tetânico (TT) e da vacina DTP, em
alguns estados.
1961 Primeira campanha de vacinação com a vacina poliomielite, projeto experimental
em Petrópolis/RJ e Santo André/SP.
1962 Primeira campanha nacional contra a varíola
1967 Introdução da vacina contra o sarampo para as crianças de 8 meses a 4 anos
1968 Inicia-se a vacinação com a vacina BCG
1970
Registros oficiais do Ministério da Saúde sobre casos de doenças preveníveis por
vacinação:
11.545 casos – poliomielite
1.771 casos – varíola
10.496 casos – difteria
81.014 casos – coqueluche
109.125 casos – sarampo
111.945 casos – tuberculose
1971 Último caso de varíola no Brasil
1973 Brasil recebe da OMS o Certificado de Erradicação da Varíola
Criado o Programa Nacional de Imunizações – PNI
1975
Lei nº 6.259
Institui o Programa Nacional de Imunizações (PNI) e do Sistema Nacional de
Vigilância Epidemiológica
Calendário vacinal em todo o território nacional em caráter obrigatório, através
do atestado de vacinação.
1976 Regulamentação do PNI por meio do Decreto nº 78.231 de 30/12/1976.
1977
Instituído pela Portaria nº 452 o primeiro Calendário Básico e o Cartão de Vacinas
(Portaria MS nº 85 de 04/04/1977 - Aprova modelo de carteira de vacinações)
com as vacinas obrigatórias para os menores de um ano de idade.
1980 Início das Campanhas Nacionais de Vacinação contra poliomielite
1986 Criado o Zé Gotinha, por Darlan Rosa
1989 Ultimo caso de poliomielite no Brasil
27
Implantação gradativa da vacina contra hepatite B
1993 Desenvolvido o SI-PNI
Criados os Centros de Referência Imunobiológicos Especiais - CRIE
1994 Certificação internacional da erradicação da transmissão autóctone do poliovírus
selvagem no Brasil
1995 Primeira campanha de seguimento de sarampo
1998 Implantação de hepatite B em todo o Brasil
1999
Substituição da vacina TT pela dupla adulto (difteria e Tétano) na faixa etária de
7 anos e mais
Realizada a 1ª Campanha de Vacinação do Idoso com a vacina contra influenza.
2001 Campanha de vacinação contra rubéola para mulheres em idade fértil
2002 Introdução da vacina Tetravalente (Difteria, tétano, coqueluche, e infecções
causadas pelo Haemophilus influenzae tipo b) para os menores de 1 ano
2002-
2003 Implantação da vacina tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola)
2004 Instituído em Portaria nº 597 o Calendário Vacinação da Criança, do Adolescente
e do Adulto e Idoso.
2006 Inclusão da vacina contra o rotavírus humano para os menores de 6 meses de
idade
2008 Campanha nacional de vacinação para eliminação da rubéola
2010
Realização da Estratégia de Vacinação Contra o Vírus Influenza Pandêmica A
(H1N1) 2009 – (dirigida a crianças 6meses a <5anos, trabalhadores de saúde,
gestantes, indivíduos com co-morbidades, adultos saudáveis na faixa etária de 20
a 39 anos
Inclusão de novas vacinas (contra infecções pneumocócicas – vacina
pneumocócica 10 valente e da vacina conjugada meningocócica C)
Portaria de nº 3.318 onde as vacinas recomendadas em cada calendário
(Criança, do Adolescente e do Adulto e Idoso) vinculam-se a situações de
populações de alto risco devido à área de residência, idade, condição de saúde, ou
comportamento de risco.
Criado o calendário de vacinação do indígena
2012
Introdução da vacina Pentavalente (difteria, tétano, coqueluche, Haemophilus
influenza tipo b e hepatite B) para os menores de 1 ano
Introdução da vacina Inativada contra a poliomielite (VIP) para os menores de 1
ano.
Institucionalizada a multivacinação e monitoramento rápido de coberturas
A partir de 2012, o Brasil passou a realizar somente uma etapa da Campanha
Nacional com vacina Poliomielite.
2013 Implantação da vacina tetraviral (sarampo, caxumba, rubéola e varicela)
Ampliação da faixa etária da vacina hepatite B até 49 anos
Fonte: FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE (1998), BRASIL (2003; 2013a)
28
1.4 O Programa Nacional de Imunização - PNI
No Brasil, desde o inicio do século XIX, as vacinas são utilizadas como medida
de controle de doenças. No entanto, somente a partir do ano de 1973 foi formulado o
Programa Nacional de Imunizações (PNI), regulamentado pela Lei Federal no 6.259, de 30 de
outubro de 1975, e pelo Decreto n° 78.321, de 12 de agosto de 1976, que instituiu o Sistema
Nacional de Vigilância Epidemiológica (SNVE) (BRASIL, 2014b).
O PNI organiza toda a politica nacional de vacinação da população brasileira e
tem como missão o controle, a erradicação e a eliminação de doenças imunopreveníveis.
Considerado uma das principais e mais relevantes politicas em saúde publica no Brasil, em
especial pelo importante impacto obtido na redução da morbimortalidade causada pelas
doenças imunopreveníveis nas ultimas décadas. As diretrizes e responsabilidades para a
execução das ações de vigilância em saúde, entre as quais se incluem as ações de vacinação,
estão definidas em legislação nacional que aponta que a gestão das ações é compartilhada pela
União, pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios (BRASIL, 2014b).
O PNI tem sido muito exitoso, alcançando uma das mais altas taxas de cobertura
de imunização do mundo, sem o uso de estratégias coercitivas. Todas as vacinas são ofertadas
ao público gratuitamente (BRASIL, 2010; BARRETO et.al., 2011).
Dentre as vacinas de rotina ofertadas pelo PNI em 2015 incluem-se: BCG (Bacilo
de Calmette e Guérin); vacina oral poliomielite (VOP) e vacina poliomielite inativada (VIP);
tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola - SCR); hepatite B (HB); tríplice bacteriana
(difteria, coqueluche e tétano - DPT); Pentavalente (DTP + Haemophilus influenzae tipo b
(Hib); + HB); febre amarela; vacina oral rotavírus humano; pneumocócica 10 valente
(conjugada), Meningocócica C, Hepatite A, Tetraviral (Sarampo, Rubéola, Caxumba e
Varicela (catapora)) (BRASIL, 2015b).
A abrangência e desempenho do Programa Nacional de Imunização do Brasil são
comparáveis ao de países desenvolvidos (HOMMA, et al., 2011). Sua complexidade é
crescente, pois em pouco tempo, introduziu numerosas vacinas no calendário de rotina,
incluiu vacinas combinadas e ampliou a oferta das vacinas já fornecidas (DOMINGUES;
TEIXEIRA, 2013)
1.4.1 O Calendário de Vacinação
29
O calendário vacinal foi instituído em todo o território nacional em caráter
obrigatório desde 1975, pela lei nº 6.259 através do atestado de vacinação (BRASIL, 2013a).
Em 1977, foi estabelecido o primeiro calendário básico de vacinação, com as
vacinas obrigatórias para os menores de um ano (contra tuberculose, poliomielite, sarampo,
difteria, tétano e coqueluche), em todo o território nacional, pela Portaria MS nº 452/1977 e
ocorreu a aprovação, pelo Ministério da Saúde, do modelo de Caderneta de Vacinações a ser
adotada em todo o território nacional a partir de 1º de julho de 1978, para as crianças nascidas
a partir de 1º de julho de 1977 (BRASIL, 2013a).
As vacinas ofertadas na rotina dos serviços de saúde são definidas nos calendários
de vacinação, nos quais estão estabelecidos: os tipos de vacina; o numero de doses do
esquema básico e dos reforços; a idade para a administração de cada dose; e o intervalo entre
uma dose e outra no caso do Imunobiológico cuja proteção exija mais de uma dose (BRASIL,
2014b).
Considerando o risco, a vulnerabilidade e as especificidades sociais, os
calendários de vacinação são regulamentados por Portaria ministerial em todo o território
nacional, com orientações especificas de vacinação para crianças, adolescentes, adultos,
gestantes, idosos e indígenas (BRASIL, 2014b).
Conforme Migowski e Reis, (2007) no Brasil três instituições divulgam
calendários de vacinação, sendo a primeira o Ministério da Saúde por meio do Programa
Nacional de Imunizações (PNI), que publica calendários para crianças, adolescentes, adultos e
idosos; a segunda é a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), que publica um calendário
vacinal para crianças e adolescentes; e a terceira a Sociedade Brasileira de Imunizações
(SBIm), que publica todos os anos calendários atualizados para a vacinação de crianças,
adolescentes, adultos, mulheres gestantes ou não e o calendário vacinal para o bebê
prematuro. Além destes, a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia
(FEBRASGO) periodicamente lança o Guia Prático da Vacinação da Mulher.
1.4.2. As estratégias vacinais
As estratégias vacinais ou ações de vacinação podem ser utilizadas de forma
isolada ou combinadas, já que não existe uma solução única. A escolha de uma ou outra
forma de trabalhar leva em conta as características do território e da população, assim como, a
30
capacidade instalada e os índices de cobertura que vêm sendo alcançados (FUNDAÇÃO
NACIONAL DE SAÚDE, 2001c).
A vacinação de rotina consiste no atendimento da população no dia-a-dia do
serviço de saúde. O trabalho rotineiro proporciona o acompanhamento contínuo e programado
das metas previstas, facilitando o monitoramento sistemático (mensal, trimestral ou anual), de
forma a identificar em tempo hábil se as metas estão sendo alcançadas. Nesta ação as vacinas
precisam ser administradas na época certa, com o número de doses certas, e em intervalos
preconizados, para que o individuo possa adquirir a proteção desejada. Quando são detectadas
metas vacinais abaixo dos percentuais estabelecidos, é necessário identificar mecanismos para
superação dos problemas. Um desses mecanismos é a chamada “intensificação da rotina” que
consiste em trabalhar o dia-a-dia de forma mais dinâmica, tornando a vacinação mais
acessível à população suscetível, o que inclui o desenvolvimento de ações fora do serviço de
saúde, com equipe de profissionais em busca dos não vacinados (FUNASA, 2001c).
A vacinação de campanha é uma ação que tem um fim determinado e específico.
É uma estratégia com abrangência limitada no tempo, que visa, sobretudo, a vacinação em
massa de uma determinada população, com uma ou mais vacinas. Às doses aplicadas de
vacinas nas campanhas devem proporcionar resistência de um grupo ou população à
introdução e disseminação de um agente infeccioso, sendo essa resistência baseada na elevada
proporção de indivíduos imunes entre os membros desse grupo ou população e na uniforme
distribuição desses indivíduos imunes no espaço geográfico a que eles pertencem. A intensa
mobilização da comunidade, principalmente por meio dos veículos de comunicação de massa,
e, também, a ampliação do número de postos, faz com que a população fique mais próxima da
vacina, possibilitando o alcance de maiores contingentes e a obtenção de altos índices de
cobertura (FUNASA, 2001c). Em 2015 foi 36º ano de Campanha Nacional de Vacinação
contra a Poliomielite e o 26º ano livre da doença no país (BRASIL, 2015b).
O Brasil serviu de exemplo para outros países ao adotar, a partir do ano de 1980, a
estratégia anual de campanhas nacionais de vacinação contra a poliomielite em duas etapas,
vacinando crianças menores de cinco anos de idade independentemente do estado vacinal
anterior. Até 2011, o país realizou duas etapas da campanha, nos meses de junho e agosto, e a
partir de 2012, o Brasil passou a realizar somente uma etapa da Campanha Nacional com
vacina Poliomielite, ocorrendo no mês de Junho. Espera‐se mundialmente, que as campanhas
periódicas de vacinação, junto com a vacinação de rotina, continuem a assegurar a imunidade
na população e minimize o risco de ocorrência de um surto, sendo que a chave do sucesso
31
será o continuado empenho de todos os envolvidos, cujo apoio tem sido imprescindível na
interrupção da cadeia de transmissão da poliomielite (BRASIL, 2013c).
O Brasil está livre do poliovírus desde 1990, e assim deve se manter até a concreta
certificação mundial da erradicação deste agente infeccioso. Dessa forma, a estratégia tem
como objetivo garantir a não reintrodução da doença no território brasileiro, com a
manutenção de altas e homogêneas coberturas vacinais contra a poliomielite, tanto nas ações
de rotina, como nas campanhas de vacinação e a adequada Vigilância das Paralisias Flácidas
Agudas (BRASIL, 2013b; 2013c).
A vacinação casa a casa conhecida também como varredura e operação limpeza é
adotada, geralmente, em situações especiais, como, por exemplo, em surtos localizados. Esta
estratégia, da mesma forma que as equipes móveis, garantem o alcance de toda a população-
alvo, com a obtenção de altas coberturas, mas requer também grande mobilização de recursos
humanos e materiais. A vacinação é feita na casa das pessoas, visitando-se todos os
domicílios de cada rua, quarteirão ou bairro. Cada equipe tem um croqui da sua área de
atuação. O trabalho é avaliado diariamente a partir do registro das intercorrências, como por
exemplo: casas fechadas, crianças doentes, crianças sozinhas, ausência de crianças no
momento da passagem da equipe, etc. Os vacinadores devem ter um posto fixo de referência
para apoio, suprimento, guarda de vacinas e outros insumos (FUNASA, 2001c).
A vacinação de bloqueio é uma atividade prevista pelo sistema de vigilância
epidemiológica, sendo executada quando da ocorrência de um ou mais casos de doença
imunopreveníveis, quando este fato provoca uma alteração não esperada no comportamento
epidemiológico da doença. Com o bloqueio a cadeia de transmissão de doença é interrompida,
mediante a eliminação dos suscetíveis, em curto espaço de tempo. O bloqueio vacinal é
seletivo, ou seja, conforme a avaliação da situação vacinal (FUNASA, 2001c).
A campanha de seguimento contra o sarampo é uma atividade que se realiza
periodicamente em nível nacional, com o objetivo de resgatar indivíduos não vacinados ou
com esquema incompleto e aqueles que não obtiveram resposta imunológica satisfatória à
vacinação, minimizando o risco de adoecimento e reduzindo ou eliminando os bolsões de não
vacinados. Nas campanhas de seguimento, a vacina é administrada de forma indiscriminada.
O intervalo entre uma campanha e outra depende da cobertura vacinal alcançada na rotina dos
serviços em um determinado período ou conforme a situação epidemiológica do sarampo
(BRASIL, 2014c).
32
O Brasil realiza campanhas de seguimento contra o sarampo desde 1995, com a
vacinação de população alvo específica que, na grande maioria das vezes, abrangeu as
crianças de um a quatro anos de idade. Foram realizadas cinco grandes campanhas de
seguimento contra o sarampo no Brasil, que aconteceram com intervalos que variaram entre
dois e quatro anos, conforme a situação epidemiológica vigente. A última campanha de
seguimento ocorreu em 2011(BRASIL, 2014c).
A Intensificação vacinal confere o incremento da vacinação de rotina, como a
busca ativa de faltosos, identificação de bolsões de não vacinados e vacinação oportuna dos
mesmos, especialmente quando há casos confirmados da doença. Nesta estratégia deverão ser
consideradas as indicações do Calendário Nacional de Vacinação e será adotada quando a
cobertura vacinal encontra abaixo de 95%, a fim de garantir a manutenção da imunidade de
grupo. A intensificação vacinal é seletiva, ou seja, conforme a avaliação da situação vacinal
(CEARÁ, 2015b).
O Monitoramento Rápido de Cobertura (MRC) é uma atividade de supervisão das
ações de vacinação, recomendada pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), cujo
objetivo principal é identificar a situação vacinal de determinado grupo alvo, num certo local
e período de tempo, para subsidiar a programação das atividades de vacinação. Pode ser
aplicado para uma ou mais vacinas e utiliza a estratégia de visita casa a casa em localidades
escolhidas aleatoriamente. No momento da visita é feita a verificação do cartão de vacinação,
ou outro comprovante de vacinação, e, caso haja indivíduos não vacinados, interroga-se o
motivo da “não vacinação”, permitindo planejar futuras ações com base nos problemas
identificados. Aproveita-se esta oportunidade para vacinar os não vacinados (BRASIL,
2015b).
A eliminação da poliomielite na Índia em 2012 foi resultado de quatro estratégias
fundamentais, propostas pelo programa da OPAS/OMS: manutenção de altas coberturas da
vacina oral contra a poliomielite na rotina; realização de campanhas nacionais anuais de
imunização; vigilância das paralisa flácida aguda (PFA); e vacinações casa a casa, com
intensificação da imunização em comunidades que mantêm a circulação viral (GLOBAL...,
2013).
1.4.3 A Avaliação do programa Nacional de Imunizações (PNI)
A análise ou avaliação do impacto provocado por uma atividade, uma ação, um
programa tem por finalidade estabelecer se as intervenções produzem os efeitos propostos.
33
Esta análise pode ser realizada em qualquer etapa do trabalho, desde a definição da política,
no planejamento, antes e durante a implementação. Na área da saúde, a avaliação de
resultados procura analisar a situação de saúde de um indivíduo ou de um grupo, como
resultado, da interação ou da falta de interação com o serviço de saúde, com os diversos
fatores ambientais e demais determinantes sociais do processo saúde-doença (FUNASA,
2001c).
O monitoramento, também considerado como avaliação do processo, possibilita o
acompanhamento de planos, programas, projetos e atividades. É o trabalho sistemático
voltado à análise da cobertura e do desenvolvimento das atividades, verificando-se até que
ponto a população-alvo está sendo atendida naquilo que é objeto da ação (FUNASA, 2001c).
O monitoramento das coberturas vacinais é uma atividade de rotina no âmbito da gestão do
Programa Nacional de Imunizações (PNI) no Ministério da Saúde (MS), nas Secretarias
Estaduais (SES) e Municipais de Saúde (SMS), devendo esta ação ser realizada de modo
contínuo e regular. (TEIXEIRA, 2010).
O Programa Nacional de Imunizações (PNI), seguindo as metas do Programa
Ampliado de Imunizações (PAI) da Organização Mundial de Saúde (OMS), propõe duas
formas de avaliação da cobertura vacinal: pelo Método administrativo e pelo Método
estatístico e destaca que, a disponibilidade dos dois métodos fornecerá maiores subsídios na
avaliação final dos serviços de vacinação. A avaliação da cobertura de vacinação pelo método
administrativo é realizada pela análise de informações obtidas no sistema de registro dos
serviços de saúde. Em geral, em função da disponibilidade das informações e permite realizar
análise da evolução do programa e de seus indicadores. Já a avaliação pelo método estatístico
(ou pesquisa de campo ou inquérito populacional ou inquérito domiciliar) consiste em
inquéritos ou levantamento de campo, realizados por meio de entrevistas em uma adequada
amostra de domicílios, o que permite a obtenção de dados mais reais (FUNASA, 2001b).
1.4.4 Indicadores específicos da atividade de vacinação do PNI
1.4.4.1 Cobertura vacinal (CV)
Cobertura vacinal é um indicador que estima a proporção da população-alvo
vacinada e supostamente protegida para determinadas doenças. É calculado com a utilização,
no numerador, do total daquelas doses que completam o esquema vacinal e, no denominador,
da estimativa da população-alvo, multiplicando-se por 100. A partir desta análise pode-se
34
avaliar, entre outros aspectos, o acesso da população aos serviços, o grau de aceitação do
programa de vacinação pela comunidade e a efetividade e eficiência das ações do PNI. Os
resultados permitem dirigir as ações de imunizações para grupos mais suscetíveis, revisar as
estratégias, acelerar as atividades para cobrir a população-alvo ou, ainda, assegurar o apoio da
comunidade. No Brasil a cobertura vacinal é calculada a partir dos dados de produção (ou
dados administrativos), que são os dados oriundos dos registros de doses aplicadas nas salas
de vacina das unidades básicas de saúde, clínicas de vacinação e hospitais. (FUNASA, 2001b;
BRASIL, 2003; 2014b).
Na construção do indicador o numerador é obtido consultando-se o registro de
doses aplicadas e, o denominador pela estimativa de população informada pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ou pelos registros do Sistema de Informação de
Nascidos Vivos (SISNAC) (FUNASA, 2001b).
A Cobertura vacinal mede o grau de utilização dos meios oferecidos pelo setor
público e pelo setor privado para atender às necessidades de saúde da população na área
geográfica referida (BRASIL, 2011).
As características do indicador de cobertura vacinal são:
a) Conceito:
É o percentual de crianças vacinadas com vacinas específicas, em determinado
espaço geográfico, e no ano considerado.
b) Interpretação:
Estima o nível de proteção da população infantil contra doenças selecionadas,
evitáveis por imunização, mediante o cumprimento do esquema básico de
vacinação.
O número de doses necessárias e os intervalos recomendados entre as doses, para
cada tipo de vacina, constam de normas nacionais estabelecidas pelo Ministério da
Saúde.
c) Usos:
Analisar variações geográficas e temporais no percentual de crianças menores de
um ano de idade vacinadas com cada tipo de imunizante recomendado pelo
Programa Nacional de Imunização (PNI).
35
Identificar situações de insuficiência que possam indicar a necessidade de
estudos especiais e medidas de intervenção.
Contribuir para a avaliação operacional e de impacto dos programas de
imunização, bem como para o delineamento de estratégias de vacinação.
Avaliar a homogeneidade de coberturas vacinais, calculando o percentual de
municípios que alcançam as metas epidemiológicas, estabelecidas para cada
vacina.
Subsidiar processos de planejamento, execução, monitoramento e avaliação de
políticas públicas relativas à atenção a saúde da criança e ao controle de doenças
evitáveis por imunização.
d) Limitações:
Valores médios elevados podem encobrir bolsões de baixa cobertura em
determinados grupos populacionais, comprometendo o controle das doenças.
Imprecisões do registro de doses de vacina aplicadas, principalmente durante a
realização de campanhas de vacinação.
A demanda da população não residente aos postos de vacinação, principalmente
em campanhas, dificulta a avaliação da cobertura vacinal.
Imprecisões da base de dados demográficos utilizada para estimar o número de
crianças com menos de um ano de idade, especialmente em anos intercensitários.
e) Método de cálculo
Número de crianças com esquema básico completo
na idade-alvo para determinado tipo de vacina x 100
Número de crianças na idade alvo*
* O número de crianças na idade-alvo é obtido, de acordo com a unidade da
Federação e o ano, da base demográfica do IBGE ou do Sistema de Informação de Nascidos
Vivos (SINASC).
A partir da análise dos percentuais de cobertura vacinal pode-se concluir, entre
outros aspectos, sobre o acesso da população ao serviço, o grau de aceitação da comunidade
36
ao programa de vacinação e sobre a efetividade e eficiência das ações do PNI conforme o
nível de atenção (local, municipal, estadual e nacional). (FUNASA, 2001b).
1.4.5 O Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações — SI-PNI
No campo da imunização, as primeiras informações coletadas se referiam apenas
aos dados sobre vacinação. Ate meados da década de 1990, essas informações eram obtidas
em planilhas elaboradas manualmente, consolidadas por tipos de vacinas e basicamente
relativas às doses aplicadas em crianças com menos de um ano de idade. A partir de 1994, foi
desenvolvido o Sistema de Informação de Avaliação do Programa de Imunizações (SI-API),
implantado em todas as Unidades da Federação somente no final da mesma década (1998)
(BRASIL, 2014b).
O SI-API permite avaliar nas três esferas gestoras do PNI (municípios, estados e
país) dados sobre vacinados por tipo de imunobiológicos, faixa etária, alvo da vacinação e
instancia de gestão, por ocorrência da vacinação, disponibilizando dados desde a sala de
vacina ate a instancia nacional. Emite relatórios por período de tempo (mês, ano, series
históricas), permitindo a construção dos indicadores de desempenho do PNI, tais como: taxas
de abandono de vacinação e homogeneidade de coberturas vacinais. Assim, o sistema
possibilita aos técnicos e gestores a avaliação e o monitoramento das atividades de vacinação,
subsidiando o planejamento e a programação das ações de imunização (BRASIL, 2003, 2008,
2011; 2014b).
Com o avanço das ações do PNI ao longo dos anos (em especial, no que diz
respeito à implantação de novas vacinas ou contemplando novos grupos populacionais com
vacinas já existentes), varias versões do SI-API foram desenvolvidas, adequando-se às
necessidades de registros. Além disso, a complexidade cada vez maior do PNI gerou a
necessidade de informações mais ágeis e sobre outras ações além dos registros dos vacinados
e, por isso, outros subsistemas foram criados para subsidiar a gestão do PNI. Os principais
subsistemas são os seguintes: Sistema de Informação de Estoque e Distribuição de
Imunobiológicos (SI-EDI); o Sistema de Informação de Apuração dos Imunobiológicos
Utilizados (SI-AIU); o Sistema de Informação de Eventos Adversos Pós-Vacinais (SI-EAPV);
o Sistema de Informação de Insumos Estratégicos (SIES) e o Sistema de Informação dos
Centros de Referência de Imunobiológicos Especiais (SI-CRIE). A esse conjunto de
subsistemas denominou-se Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações (SI-
PNI) (BRASIL, 2003, 2008, 2011; 2014b).
37
Embora com todos esses subsídios o SI-API mostra, em relação à coleta do dado,
fatores limitadores que refletem nos resultados da análise da real da situação das coberturas
vacinais, homogeneidade de coberturas e da taxa de abandono, vez que esta é feita por dose
aplicada no local de ocorrência da vacinação, o que em parte interfere no conhecimento da
real cobertura vacinal. Acrescente-se a esta dificuldade a não identificação do vacinado e sua
procedência, a magnitude da mobilidade populacional e migração entre municípios, estados e
país, subestimação ou superestimação da população, desconhecimento da parcela da
população que utiliza serviços privados não cadastrados no SI-API, dentre outras. As
inconsistências verificadas sejam no numerador ou denominador que compõem o indicador de
coberturas vacinais, embora identificadas pelo excesso ou reduzido número de doses
aplicadas, não permitem atribuir com certeza o quanto se deve aos fatores acima relacionados,
em especial se subestimação ou superestimação da população comprometendo sobremaneira a
confiabilidade dos dados (BRASIL, 2008, 2011).
O Ministério da Saúde considerando a importância da obtenção de dados
individuais sobre a situação vacinal por local de ocorrência da vacinação visando à melhoria
da avaliação das coberturas vacinais, taxas de abandono, estratificação dos dados por faixa
etária e as estratégias de vacinação; a necessidade de aprimorar as informações relativas ao
controle da gestão e gerência de imunobiológicos e à situação vacinal coletiva e individual
dos usuários do SUS através da expansão do uso do Sistema de Informação do Programa
Nacional de Imunizações (SI-PNI) e seus subsistemas, institui pela portaria GM nº 2.363 de
18 de outubro de 2012 que se reporta ao repasse financeiro destinado à aquisição de
equipamentos para a implantação do Sistema de Informação do Programa Nacional de
Imunizações (SI-PNI) e Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), no
âmbito das unidades de saúde para cada sala de vacinação cadastrada no Sistema de
Informação de Avaliação do Programa Nacional de Imunizações (SIAPI) de cada Município e
do Distrito Federal (BRASIL, 2012a).
1.5 Origem do problema da não vacinação
A vacinação passou por diversas crises que muito influenciaram e ainda hoje
influenciam na resistência e aceitabilidade em relação às vacinas. Muitas são as variáveis que
fazem a população ter pensamentos diferentes em relação à importância da vacinação,
38
sobretudo das crianças. Dentre elas cita-se: as questões demográficas, socioeconômicas,
religiosas, científicas, políticas, de gestão, entre outras (MOULIN, 2003).
De acordo com Moulin (2003) a resistência anti-vacinal, considerada
frequentemente na atualidade, como um elemento estranho, fora do contexto, inadmissível,
adquire retrospectivamente uma perspectiva diferente, na qual pode ser uma resposta a uma
experiência inadequada ou de fracasso motivada por um procedimento médico falho ou
incompletamente validado, inoportunamente aplicado, e não raro mal explicado e comentado.
Moulin (2003) comenta também, que ao considerar as representações e as práticas
das comunidades em relação à vacinação, na análise histórica acabou constatando que em
várias ocasiões a segurança do indivíduo foi sacrificada ao bem público, como por exemplo, a
própria descoberta da vacina por Edward Jenner no século XVIII.
Na verdade a vacinação tem sido incansavelmente apresentada como sendo a
solução global para o problema das epidemias e das doenças infecciosas, mas basta uma única
vacina ser vista como ineficaz ou perigosa ou mesmo apenas suspeita para que ocorra o
descredito e a instituição da vacina é abalada cada vez que uma vacina é questionada ou
revela suas falhas. Observa-se que a opinião pública manifesta uma capacidade incontestável
de análise diante de um acidente, ou até mesmo do falecimento de um sujeito vacinado, da
ineficácia ou do caráter duvidoso de uma vacina. Esta situação é conflitante tendo em vista
que a trajetória das vacinas e da vacinação no decorrer do tempo não foi de modo algum no
mesmo sentido, ou seja, novos produtos foram introduzidos, os modos de administração
diversificaram-se, algumas vacinas apareceram e desapareceram, o princípio da
obrigatoriedade tem sido repetidamente proclamado, atacado ou revisto e principalmente os
indicadores de mortalidade e morbidade revelam em todos esses anos sucesso em relação às
doenças imunopreveníveis (MOULIN, 2003).
De acordo com Halperin (2011, p. 2),
Apesar das grandes realizações, os programas de vacinação são
vítimas de seu próprio sucesso à medida que as doenças contra as
quais a vacina protege se tornam mais raras, diminui também o medo
que essas doenças provocam na população. Efeitos adversos incomuns
associados às vacinas tornam-se relativamente mais frequentes à
medida que as doenças e suas manifestações tornam-se mais raras. Os
pais passam a ter mais receio das vacinas utilizadas nas crianças
39
saudáveis do que das doenças que nunca viram. Isso faz das vacinas
um alvo fácil para alegações de que causam uma série de problemas
de saúde para os quais não há explicações comprovadas. Isso diminui
ainda mais a confiança do público nos programas de vacinação e
acarreta um risco de diminuição da taxa de vacinação e de retorno das
doenças que as vacinas evitam.
A propósito do tema motivos de não vacinação, Silva et al. (1999) relatam que,
apesar da inquestionável importância que as vacinas têm na prevenção de doenças,
principalmente na infância, muitas crianças ainda deixam de ser vacinadas pelos mais
diferentes fatores, mesmo em locais com ampla disponibilidade de serviços de saúde. Vários
estudos de avaliação da cobertura vacinal e dos fatores relacionados à não-vacinação
realizados em amostras representativas da população infantil foram desenvolvidos no mundo
e no Brasil no sentido de elucidar esta questão. Dentre os fatores associados para a não
vacinação destacam-se: baixa renda, residência em área rural, extremos de idade materna,
maior número de filhos, baixa escolaridade materna, maior número de moradores no
domicílio, residência há menos de 1 ano na área, falta de conhecimento acerca das doenças
preveníveis por imunização, dificuldades de transporte, conflitos trabalhistas motivados pela
perda de dias de trabalho para o cuidado dos filhos, ausência de seguro-saúde e presença de
doença na criança.
Silva et al. (1999) também referiram, que não somente fatores relacionados com
os usuários estão associados a níveis mais baixos de cobertura vacinal, os fatores estruturais
relacionados aos serviços de saúde (retardo no agendamento das consultas, falta de consultas
noturnas ou nos finais de semana, filas, tempo de espera, falta de brinquedos, distrações para
as crianças durante a espera e oportunidades perdidas de vacinação) também dificultam a
administração da vacina.
Outro aspecto importante na avaliação da cobertura vacinal diz respeito ao acesso
e à adesão da população aos serviços. Conforme Moraes et al. (2003) quanto melhor
estruturada estiver a rede de atenção básica, maiores serão o acesso e a adesão ao Programa
Nacional de Imunizações.
Mota (2008) na mesma discussão das razões para não vacinar e de vacinação
incompleta para a idade relata que é especialmente importante à avaliação das estratégias
adotadas localmente pelos programas de vacinação, quer das ações de rotina ou das atividades
de campanha vacinal. Diferentes motivações que revelam aspectos da percepção dos pais e
40
responsáveis quanto à necessidade de vacinar as crianças pequenas podem também indicar os
obstáculos presentes para o acesso aos serviços.
Obregón et al. (2009) expõem sobre o desafio da comunicação nas lições
aprendidas na Índia e Paquistão para alcançar a erradicação da poliomielite. Os autores
ilustram como estratégias baseadas em evidências (campanhas sustentadas na mídia,
mobilização social intensiva da comunidade, comunicação interpessoal e a defesa da política
nacional) que combinadas têm contribuído para a redução da incidência da poliomielite nesses
países. Os resultados mostram que as estratégias de comunicação ocorreram através de vários
níveis como: a mobilização de redes sociais e líderes, a criação de vontade política e o
aumento do conhecimento, assegurando desta forma, ao indivíduo e a comunidade níveis
adequados de demanda, superação de barreiras de gênero e a resistência à vacinação, com o
objetivo de alcançar as populações mais pobres e marginalizadas.
Halperin (2011) ao discutir algumas questões relacionadas aos pais e profissionais
e a administração das vacinas, relata que as questões mais importantes que dizem respeito à
vacina são a inocuidade e o modo como à informação sobre as doenças e as vacinas são
transmitidas pelos profissionais aos pais. Os pais têm muitas opiniões equivocadas sobre as
vacinas e querem entender das doenças contra as quais seu filho é vacinado e obter
explicações sobre os riscos e os benefícios de cada vacina. Por isso, as atitudes, as crenças e o
comportamento dos pais em relação à vacinação são muito esclarecedores e devem ser
levados em conta no planejamento de novos programas de vacinação, pois a informação é um
componente crítico na decisão entre vacinar ou não vacinar seus filhos. E alerta aos
planejadores de programas de vacinação que estes devem estar atentos aos profissionais
envolvidos nesta atividade, pois nem sempre são os melhores defensores da vacinação e que
talvez eles mesmos precisem ser incluídos no público-alvo de programas educativos.
Pugliesi, et al.,(2010) sugeriram que uma visão ativa e consciente dos benefícios
das imunizações para as mães, substituiu possíveis desconhecimentos ou resistências que
possuíssem em relação à vacinação e que um conjunto de fatores políticos, econômicos,
culturais e tecnológicos determinou as mudanças verificadas na observância das mães ao
calendário vacinal.
Molina et al. (2007) observaram associação significativa entre a ocorrência de
vacinação em atraso e a falta de informações prestadas na sala de vacina, tais como tipo de
vacina e reações adversas ou agendamento da próxima dose. Embora uma parte dessa
porcentagem possa ser atribuída ao próprio acompanhante da criança (distração ou
41
esquecimento), denota a precariedade do processo de comunicação. E destaca também que, do
ponto de vista ético e legal, o paciente tem direito a informações sobre as ações preventivas,
diagnósticas e terapêuticas aplicáveis a sua situação. Assim, as orientações dadas à pessoa
cuidadora, no momento da vacinação, constituem um dos elementos fundamentais para a
continuidade e o sucesso dos programas de imunização, permitindo que adquiram o
conhecimento e pratiquem atitudes adequadas a todo processo.
O cumprimento de leis sobre a vacinação são recomendações do GTA da OPAS
(2002) para todos os países. O Brasil segue estas orientações desde a Lei Federal nº 6.259 de
1975 a qual tornou obrigatório a comprovação das vacinas, através de atestado de vacinação,
no pagamento do salário-família dos trabalhadores mediante a apresentação dos atestados de
vacinação dos seus beneficiários. A portaria GM nº 597 de 8 de abril de 2004, que instituiu
em todo território nacional, os calendário básico de vacinação da criança, o calendário de
vacinação do adolescente e calendário de vacinação do adulto e idoso, ampliou o caráter
obrigatório da apresentação do comprovante vacinal, estabelecendo que este deveria ser
mostrado mediante os seguintes eventos: pagamento de salário-família, matrícula em creches,
pré-escola, ensino fundamental, ensino médio e universidade, alistamento militar,
recebimento de benefícios sociais concedidos pelo governo e na contratação trabalhista e
estabelece que as instituições públicas e privadas deverão exigir a apresentação do
comprovante de vacinação, atualizado de acordo com o calendário e faixa etária estabelecida.
Verani et al. (1993) argumentaram que os surtos de poliomielite paralítica no
Nordeste do Brasil em 1986 provocaram estudos e reflexões sobre os métodos de controle. Do
mesmo modo, um surto na Colômbia, em 1991, não deixa dúvidas quanto à necessidade de se
ampliar o conceito de bloqueio, já que a existência de bolsões de suscetíveis confirma que a
vacinação convencional sozinha não foi capaz de interromper a cadeia de transmissão. De
fato, em algumas áreas, durante os anos 70, a persistência da transmissão do vírus da varíola
desafiou as práticas de vacinação convencionais, fossem elas de rotina ou campanhas. Do
mesmo modo, o surto de poliomielite ocorrido no Nordeste do Brasil em 1986 confirma que a
presença de suscetíveis possibilitou a reprodução do vírus em níveis dificilmente detectáveis
pelo sistema tradicional de vigilância epidemiológica. Se, por um lado, a detecção destes
surtos de formas paralíticas da infecção não tem alcançado uma extensão que possibilite
interferir na cadeia de transmissão do vírus, a demarcação epidemiológica da extensão de
cada surto precede e condiciona os métodos e estratégias de controle da transmissão.
42
Na preocupação do conhecimento mais preciso da cobertura vacinal em menores
de um ano e os motivos associados ou não a vacinação no Brasil foi realizado em 2007 um
inquérito de cobertura vacinal nas áreas urbanas das capitais dos estados do Brasil no qual foi
comparando os dados de doses aplicadas, válidas e os dados de produção dos serviços de
atenção básica e encontrou os seguintes resultados: a cobertura vacinal esquema básico
completo de todas as vacinas, segundo doses válidas (doses de vacina recebidas considerando
os intervalos apropriados entre as doses e a idade da criança no momento da aplicação)
somente 68% das crianças apresentaram este esquema completo com uma variação de 48 a
86% entre as capitais, enquanto na observação de doses aplicadas (doses de vacina recebidas
sem considerar os intervalos apropriados entre as doses e a idade da criança no momento da
aplicação) esse percentual eleva-se para 81% com uma heterogeneidade das coberturas
vacinais variando de 60% (Recife) a 98% (Curitiba) entre as capitais. Na maioria das capitais
as coberturas vacinais analisadas de forma individualizada encontram-se acima de 90%. No
entanto, a cobertura com esquema completo para o conjunto das vacinas com doses válidas
em nenhuma delas atingiu este patamar (CEALAG, 2007).
As avaliações das coberturas vacinais (nacionais e estaduais) indicam resultados
historicamente adequados às metas estabelecidas, especialmente no grupo infantil, o que se
têm observado pela redução progressiva da incidência das doenças imunopreveníveis no
Brasil, contudo, a desagregação da informação por município evidencia a existência e
manutenção de baixas CV que predispõem ao acúmulo de suscetíveis e colocam em risco a
saúde da população e o atual estado de controle, eliminação ou erradicação de doenças
(TEMPORÃO, 2003; CEALAG, 2007; MOTA, 2008; TEIXEIRA et al., 2010). Mesma
situação, também é apontada pelo informe técnico campanha nacional contra poliomielite e
campanha de multivacinação para atualização do esquema vacinal de 2015, onde as
coberturas da vacina de poliomielite nacionais e estaduais são boas, no entanto as coberturas
vacinais municipais ainda são heterogêneas, podendo levar a formação de bolsões de pessoas
não vacinadas, possibilitando a reintrodução do poliovírus, principalmente pelo fluxo de
viajantes no Brasil (BRASIL, 2015b).
As comparações feitas entre os dados administrativos e os obtidos pelos inquéritos
de cobertura vacinal têm indicado diferenças importantes entre essas fontes de informação
que apontam para a existência de falhas no registro de doses aplicadas. Outro aspecto
observado é a homogeneidade vacinal, por um lado, os inquéritos localizados e os dados do
PNI apontam que há regiões onde as coberturas vacinais ultrapassam 100% e, por outro, são
43
verificadas baixas coberturas em municípios de uma mesma região (CEALAG, 2007; MOTA,
2008).
Outro fato identificado no inquérito de cobertura vacinal nas capitais brasileiras
em 2007 foi quanto ao comparecimento das crianças à última campanha de vacinação, onde
foi verificado que cerca de 92% das crianças compareceram à última campanha de vacinação,
constatando que somente em 5 capitais, o comparecimento da criança variou entre 95% a
100%. As outras capitais mostram percentuais abaixo de 95% (16 capitais de 90% a 94% e 6
capitais o comparecimento foi abaixo de 90%) (CEALAG, 2007).
Conforme o CEALAG (2007), o conhecimento preciso da cobertura vacinal em
menores de um ano é um dos elementos importantes para o programa de vigilância
epidemiológica na medida em que permite acompanhar o acúmulo de suscetíveis na
população, bem como aquilatar, até que ponto a imunidade de massa está se constituindo em
barreira efetiva para a interrupção da transmissão das doenças prevenidas com a imunização.
Essa resistência é baseada na elevada proporção de indivíduos imunes entre os membros dessa
população e na uniforme distribuição desses indivíduos imunes. Criando uma barreira que
protege inclusive um eventual resíduo de suscetíveis existente.
1.6 Epidemiologia das Doenças Imunopreveníveis
1.6.1 Epidemiologia da Poliomielite no Mundo
Desde a realização da Assembleia Mundial da Saúde em 1988, houve redução da
incidência mundial da Poliomielite em mais de 99% e o número de países onde a pólio era
endêmica passou de 125 para três (Nigéria, Paquistão e Afeganistão). Sem esse esforço
internacional, mais de 10 milhões de pessoas teriam sido afetadas pela poliomielite (BRASIL,
2015b).
No entanto, muitos esforços deverão ser empenhados para que o mundo fique
livre desta doença. Conflitos, instabilidade política, populações de difícil acesso e
infraestrutura inadequada continuam a representar desafios para erradicação da poliomielite.
Os desafios são diferentes em cada país e que exigem soluções locais. Assim, em 2013, a
Iniciativa Global de Erradicação da Pólio lançou um plano mais abrangente e ambicioso para
44
erradicar globalmente a doença, o Plano Estratégico de Erradicação da Pólio e Endgame
2013-2018 (BRASIL, 2015b).
A Iniciativa Global de Erradicação da Poliomielite (criada em 1988) promoveu
para que a doença, hoje, afete um número reduzido de crianças ao redor do mundo. No
entanto, essa situação vai mudar rapidamente se a poliomielite não for erradicada, uma vez
que a doença tem potencial epidêmico e ainda restam três países endêmicos (Nigéria,
Paquistão e Afeganistão), representando uma ameaça às áreas livres (BRASIL, 2015b).
Diante deste cenário, a Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou em 05 de
maio de 2014 a Declaração de Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional
(ESPII), sob o Regulamento Sanitário Internacional (RSI, 2005), e emitiu recomendações
temporárias para reduzir a propagação internacional do poliovírus selvagem, em virtude da
ocorrência de casos de poliomielite em 10 países localizados na Ásia Central, Oriente Médio e
África Central. O surgimento de casos nesses países durante o período de baixa transmissão
foi considerado um “acontecimento extraordinário”, além de um risco para a saúde pública de
outros países onde a doença está controlada (BRASIL, 2015b).
Atualmente, dados da OMS demonstram que entre os anos de 2014 e 2015, nove
países registraram casos da doença, e na sua maioria, decorrente de importações do poliovírus
selvagem de países endêmicos ou de países não endêmicos (BRASIL, 2015b).
Conforme a Iniciativa Global de Erradicação da poliomielite, que tem por objetivo
assegurar que a transmissão do poliovírus seja interrompida globalmente através de ação
coordenada nacional e internacionalmente, a poliomielite no mundo apresenta os seguintes
números de casos confirmados por vírus selvagem nos últimos 11 anos: 2005 (1.979 casos),
2006 (1.997 casos), 2007 (1.315 casos), 2008 (1.651 casos), 2009 (1.604 casos), 2010 (1.352
casos), 2011 (650 casos), 2012 (223 casos), 2013 (416 casos), 2014 (415 casos), e 2015 (100
casos), sendo estes distribuídos nos seguintes países: Afeganistão (19) e Paquistão (53) países
endêmicos transmissão pelo vírus selvagem e os países como circulante do poliovírus
derivado da vacina são: Paquistão (2) Guiné (4), Lao PDR (7), Madagascar (10), Myanmar
(2), Nigeria (1) e Ucrânia (2) (GLOBAL..., 2015; 2016).
No Brasil, foram notificados 2.564 casos de poliomielite em 1979 e 1.290 em
1980, quando se iniciaram as campanhas nacionais de vacinação. Em 1981, foram apenas 122
casos notificados. Entretanto, em 1984 houve o recrudescimento de casos no Nordeste,
quando se registrou baixa cobertura vacinal e problemas na conservação de vacinas. Em 1989,
45
foram registrados os últimos casos de poliomielite no país, mantendo-se com incidência zero
desde aquele ano. Em 1994 o país recebeu da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS)
a Certificação de área livre de circulação do poliovírus selvagem do seu território, juntamente
com os demais países das Américas (BRASIL, 2015b). As coberteuras vacinais da vacina
contra a poliomielite na seríe historica de 2000 a 2014 no Brasil foram acima de 95% (OMS-
UNICEF..., 2016).
1.6.2 Epidemiologia do Sarampo no Mundo
Em relação ao sarampo, diferentes regiões do mundo estão definindo metas para a
eliminação do sarampo e da rubéola. No entanto, surtos recentes de sarampo em países como
o Reino Unido, Alemanha, Itália e Holanda constituem uma ameaça para a eliminação, além
da circulação endêmica em países da África, Ásia e Oceania. Durante o período de novembro
de 2012 a outubro de 2013, a união europeia registrou 12.096 casos de sarampo. Na Nigéria,
4.000 casos de sarampo resultaram em 36 óbitos. No início de junho, a Organização Mundial
de Saúde emitiu um comunicado expressando preocupação com o crescente número de
doenças transmissíveis, incluindo casos de sarampo na Síria, onde cerca de 7.000 casos
conhecidos foram relatados até agora (CEARÁ, 2015b).
No Brasil, há evidências da interrupção da transmissão autóctone do vírus do
sarampo desde o ano 2000. Porém, o Ministério da Saúde confirmou vários casos importados
de sarampo entre os anos de 2001 a 2015. A partir de 2010, foram confirmados 68 casos (3 no
Pará, 8 no Rio Grande do Sul e 57 na Paraíba). Em 2011, foram confirmados 43 casos (1 no
Piauí, 1 na Bahia, 1 no Distrito Federal, 1 em Minas Gerais, 1 no Mato Grosso do Sul, 4 no
Rio de Janeiro, 7 no Rio Grande do Sul e 27 em São Paulo). Em 2012, foram confirmados
casos em Pernambuco e São Paulo. Em 2013, foram notificados 621 casos suspeitos e 220
confirmados, sendo este número cinco vezes maior que em 2011. Foram confirmados casos de
Sarampo em Minas Gerais (02 casos), Distrito Federal (01 caso), Pernambuco (200 casos),
São Paulo (05 casos), Paraíba (09 casos), Santa Catarina (01 caso), Espírito Santo (01 caso) e
Ceará (01 caso) (CEARÁ, 2015a; 2015c; 2015e). Em 2014, foram confirmados 876 casos em
todo o país (OMS-UNICEF..., 2016).
No Ceará em 2013, as coberturas vacinais adequadas pelos parâmetros
estabelecidos (igual o maior de 90% para a BCG e contra o rotavirus; e igual ou maior a 95%
para as vacinas contra hepatite B, contra a poliomielite, vacina tetravalente (contra tétano,
coqueluche e Haemophilus influenzae tipo b) e tríplice viral (contra o sarampo, rubéola e
46
caxumba)) foram alcançadas em mais de 70% dos municípios (homogeneidade) para as
vacinas e tríplice viral (87,5%), contra o rotavirus (73,9%) e contra a poliomielite (72,8%). As
outras vacinas não alcançaram a homogeneidade em pelo menos de 70% dos municípios. Em
2014, com dados sujeitos a revisão, a homogeneidade só foi alcançada pela vacina tríplice
viral (71,7%) (CEARÁ, 2014).
Conforme os dados da SESA-CE/Programa Nacional de Imunizações, com dados
sujeitos a revisão, o Ceará na serie histórica na série histórica de 16 anos (2000 a 2015)
apresentou coberturas vacinais contra o sarampo acima de cem por cento (exceto os anos de
2000 (85%) e 2012 (98%)), tendo o ultimo caso de sarampo ocorrido em 1999. Entre os anos
de 2013 a 2015, ocorreu um surto de sarampo no qual foram confirmados em 2013 (1 caso),
2014 (747 casos) e em 2015 (168 casos), mesmo com coberturas vacinais com percentuais
acima do preconizado (2013 (115%), 2014 (141%) e 2015 (104%). O Estado do Ceará, adotou
inúmeras estratégias de vacinação diante do surto de Sarampo na busca de população
suscetível e em setembro de 2015 a transmissão do vírus do sarampo foi tida como
interrompida (CEARÁ, 2015e, BRASIL, 2015c; 2016).
No Estado do Ceará notificou 4.094 casos suspeitos de sarampo entre 25/12/2013
e 12/09/2015. Desses, 22% (916/4094) foram confirmados e 78% (3178/4094) descartados.
Dos 184 municípios do Estado, 38 apresentaram pelo menos um caso confirmado de sarampo
durante o surto, os municípios de Caucaia (91), Fortaleza (395), Sobral (82), Massapê (129) e
Uruburetama (62) foram os que apresentaram o maior numero de casos confirmados
(CEARÁ, 2015e).
Na Análise do comportamento das doenças imunopreveníveis constante no Plano
Municipal de Saúde de Fortaleza de 2010 a 2013, verificou-se que estas se apresentavam
eliminadas ou em tendência decrescente. A poliomielite estava erradicada e casos de difteria e
sarampo não eram confirmados há mais de uma década (ultimo caso de sarampo tinha
ocorrido em 1999) (FORTALEZA, 2013). Fortaleza, pelos dados administrativos oriundos do
programa municipal de imunizações, apresentou coberturas vacinais contra o sarampo acima
de 95%, na serie histórica de 2000 a 2015, exceto no ano de 2008 (94%), entretanto, entre os
anos de 2013 a 2015 foram confirmados casos de sarampo nesta cidade (2013 (1 caso), 2014
(324 casos) e 2015 (70 casos)). Segundo os dados do Programa Estadual de
Imunizações/SESA-CE, as coberturas vacinais nestes anos foram acima de cem por cento
(2013 (112%), 2014 (130%) e em 2015 (108%)) (CEARÁ, 2015e, BRASIL, 2015c; 2016).
47
1.7 Atuais Desafios
Durante os últimos 50 anos, a mortalidade infantil caiu mais de 60%, as taxas de
fecundidade total foram reduzidas pela metade, à taxa de crescimento da população mundial
tem diminuído pela metade desde o pico no final de 1960, e a esperança média de vida em
todo o mundo aumentou em quase 20 anos (FINEBERG; HUNTER, 2013). O Brasil e o
mundo vêm experimentando sucessivas transformações nos determinantes sociais da saúde e
na organização dos serviços de saúde (VICTORA, et al., 2011a).
Os desafios para a saúde global são enormes, e as disparidades entre e dentro dos
países são grandes, a conectividade do comércio global, viagens, mão de obra qualificada e a
exposição coletiva de ameaças transnacionais, como as alterações climáticas e as pandemias,
bem como, o comportamento pessoal que afeta a saúde de todos os países. Soluções para os
problemas globais de saúde dependem de novas tecnologias, da capacidade de melhoria dos
recursos humanos, da qualidade dos sistemas de saúde e de uma melhor governança
(FINEBERG; HUNTER, 2013).
Alguns autores alertam que o risco de reintrodução do poliovírus selvagem
persiste e pode ser facilitado pela globalização (FRED, KITAGAWA E OLIVEIRA, 2011).
Considerando a natureza turística de Fortaleza, assim como, as consequências do retorno das
doenças imunopreveníveis (sarampo), se faz necessária à realização de estudos que possam
nortear as ações de vacinação.
1.8 O interesse pelo Tema
O interesse pelo tema foi motivado por algumas passagens na minha vida, entre as
quais posso listar as seguintes:
A imagem de uma criança acometida por paralisa infantil no Hospital São José,
estão entre as lembranças mais tocantes que conservei dos tempos de estudante universitária
de enfermagem;
Participar da equipe central de imunizações, tanto no âmbito estadual, como em
Fortaleza entre os anos de 1993 a 2002. Experiência desafiadora quanto ao alcance de
coberturas vacinais e gratificante ao perceber o impacto na morbimortalidade das
imunopreveníveis, neste período;
48
Experiência como gestora de saúde do município de Mulungu – CE, planejando e
executando intervenções estratégicas nas ações de imunizações visando superar obstáculos ao
acesso aos serviços públicos de saúde;
Experiência como docente universitária na disciplina de diagnóstico de saúde da
comunidade da Faculdade de Medicina da Universidade do Ceará, motivada pelo aprender e
ensinar;
Participação como supervisora local da cidade de Fortaleza no inquérito de
cobertura vacinal nas capitais do Brasil realizado em 2007 e, por fim;
Estudos mostram que os sistemas rotineiros de avaliação de cobertura vacinal, por
meio de dados administrativos utilizando o número de doses aplicadas, oferecem estimativas
pouco precisas (CEALAG, 2007; WALDMAN, 2008), assim como, comparações feitas entre
os dados administrativos e os obtidos pelos inquéritos de cobertura vacinal têm indicado
diferenças importantes entre essas fontes de informação, apontando para a existência de falhas
no registro de doses aplicadas. Outro aspecto observado foi a heterogeneidade as coberturas
vacinais em municípios de uma mesma região (CEALAG, 2007; MOTA, 2008, BRASIL,
2015b) que colocam em risco a saúde da população e o atual estado de controle, eliminação
ou erradicação de doenças (TEMPORÃO, 2003; CEALAG, 2007; MOTA, 2008; TEIXEIRA
et al., 2010), possibilitando a reintrodução do poliovírus (BRASIL, 2015b). Fato este já
ocorrido no Nordeste do Brasil em 1986, onde a presença de suscetíveis possibilitou a
reprodução do vírus em níveis dificilmente detectáveis pelo sistema tradicional de vigilância
epidemiológica (VERANI et al., 1993). No Ceará, como em todo o País, devido à manutenção
de níveis adequados de coberturas vacinais na população, baseados em dados administrativos,
as doenças imunopreveníveis se encontram em tendência decrescente de incidência ou sem
registro de casos. Entretanto, entre os anos de 2013 a 2015 ocorreu um surto de sarampo no
Estado com a presença de 916 casos (CEARÁ, 2015e).
Considerando que a vacina contra a poliomielite apresenta cobertura preconizada
para o controle da doença, tal qual o sarampo apresentava, e, diante da presença da
Poliomielite em alguns países, da mobilidade humana globalizada, surge a preocupação da
possibilidade da reintrodução do polivirus no nosso Estado (CEARÁ, 2014; 2015a; 2015d;
2015e).
Diante destas informações e do conhecimento que um programa de vacinação tem
como objetivo final reduzir a morbidade e a mortalidade pelas doenças imunopreveníveis e a
redução desses indicadores só ocorrera se alcançados e mantidos altos níveis de coberturas
49
vacinais de forma homogênea, a possibilidade de encontrar respostas que possam auxiliar na
tomada de decisões dos gestores/gerentes motivou o interesse por este tema.
O presente estudo pretende identificar a situação vacinal e os fatores associados à
não vacinação das crianças menores de 24 meses residentes em Fortaleza, com o intuito de
contribuir com gestores e técnicos, na identificação de possíveis suscetíveis existentes na
população.
50
2. OBJETIVOS
2.1. Objetivo Geral
Identificar a cobertura vacinal e os fatores associados à não vacinação das
crianças menores de 24 meses residentes em Fortaleza.
2.2 Objetivos Específicos
a) Estimar a cobertura vacinal das crianças menores de 12 meses pelo Esquema
Vacinal Básico por doses aplicadas e válidas através do Inquérito de Cobertura
Vacinal;
b) Estimar a cobertura vacinal das crianças de 12 meses a menor de 24 meses pelo
Esquema Básico Completo por doses aplicadas e válidas através do Inquérito de
Cobertura Vacinal;
c) Identificar os fatores associados à não-vacinação ou a baixas coberturas
vacinais das crianças menores de 24 meses segundo o Esquema Vacinal Básico e
Esquema Básico Completo, por doses aplicadas e válidas.
51
3 METODOLOGIA
3.1. Local do estudo
Fortaleza, capital do Ceará, localiza-se no Nordeste do Brasil, com uma área de
314,930 km² e 2.571.896 habitantes estimados em 2014, além da maior densidade
demográfica entre as capitais do país, com 7.786,4 hab/km². É a maior cidade do Ceará em
população e a quinta do Brasil. A Região Metropolitana de Fortaleza é a oitava mais populosa
do Brasil e a terceira do Nordeste, com 3.818 380 habitantes em 2014. É a cidade nordestina
com a maior área de influência e possui a terceira maior rede urbana do Brasil em população,
atrás apenas de São Paulo e do Rio de Janeiro. No turismo, a cidade alcançou as marcas de
segundo destino mais desejado do Brasil e quarta cidade brasileira que mais recebe turista de
acordo com o Ministério do Turismo (Fortaleza, 2015).
O município de Fortaleza encontrava-se dividido em seis regiões administrativas
denominadas de Secretarias Executivas Regionais (SERs) desde 1997 (Lei nº 8.000 de 25 de
janeiro). As SERs funcionam como instâncias executoras das políticas públicas municipais
com a responsabilidade pelo atendimento da população em suas respectivas áreas de
abrangência. Em 2007 o Município possuía 116 bairros (FORTALEZA, 2007b; 2013) (Figura
1).
Figura 1- Mapa político de Fortaleza
Fonte: Prefeitura Municipal de Fortaleza, 2007.
52
Atualmente (2015) Fortaleza esta dividida em 119 bairros e 7 em Secretarias
Executivas Regionais (SER I, SER II, SER III, SER IV, SER V, SER VI e a regional do
Centro). A regional do Centro abranger somente um bairro de mesmo nome.
3.1.1 Descrição do sistema público de saúde e do Programa de Imunização de Fortaleza
O sistema público de saúde de Fortaleza tem por base uma rede municipal de
Unidades de Saúde (ou pontos de atenção à saúde), que tem por objetivo executar ações de
forma integrada envolvendo a atenção primária, secundária e terciária.
Em 2005, próximo do período em que foi feito o presente estudo, o Município
possuía 1.712 estabelecimentos de saúde inscritos no Cadastro Nacional de Estabelecimentos
de Saúde (CNES), dos quais 133 eram públicos (8%) e 1.578 privados (92%). Dos
estabelecimentos de saúde públicos, 108 eram da esfera administrativa municipal (80%), 21
da estadual (16%) e 5 (4%) da federal. Dos estabelecimentos públicos municipais, 9 eram
unidades hospitalares, 88 unidades eram do tipo centro de saúde/unidade básica e 11 outros
tipos de unidades de saúde. No ano de 2005 em Fortaleza existiam 77 equipes do Programa de
Saúde da Família (PSF) e em 2006, as equipes do Programa de Saúde da Família aumentaram
para 234 (FORTALEZA, 2006a, 2013).
Como parte do processo de descentralização e municipalização das ações da
saúde, seguindo a diretriz constitucional de 1988, desde 1991 a Secretaria Municipal da
Saúde de Fortaleza assumiu a responsabilidade pelas atividades de vacinação e pela gestão
do Programa de Imunização no município.
Na administração dos imunobiológicos a cidade de Fortaleza em 2005 possuía
119 salas de vacinas, incluindo um Centro de Referencia de Imunobiológico Especial (CRIE).
Destas 109 (91,5%) salas eram do setor público e 10 salas do setor privado. A SER II e SER
VI com 25 salas cada, apresentavam o maior número de salas e a SER IV o menor (14).
(FORTALEZA, 2006a, 2013) (Tabela 1).
No setor privado existiam 10 salas de vacina, distribuídas em 3 hospitais e 7 em
clinicas. As salas de vacina hospitalares privadas duas eram situadas na SER II e uma sala na
SER IV. Já as salas de vacinas de clinicas privadas 1 na SER I e 6 na SER II (Tabela 1).
53
Tabela 1 - Relação de Unidades de Saúde que Realizam Vacinação por Secretarias
Executivas Regionais - Fortaleza – 2008
Secretarias Executivas
Regionais I II III IV V VI Total
US Municipal 12 11 16 12 19 20 90
US Estadual 0 1 0 0 0 0 1
Hospital Municipal 1 1 1 0 2 2 7
Hospital Estadual 1 1 1 1 0 1 5
Hospital Federal 0 1 1 0 0 0 2
US Federal 0 1 0 0 0 0 1
Hospital Filantrópico 0 1 0 0 0 2 3
Hospital Privado 0 2 0 1 0 0 3
Clínicas Privadas 1 6 0 0 0 0 7
Total 15 25 19 14 21 25 119
Fonte: Secretaria Municipal da Saúde de Fortaleza
Quanto ao monitoramento da cobertura vacinal do Município ainda hoje
(2016) é realizado, exclusivamente, a partir dos dados de produção dos serviços, nos
quais, não se identifica o usuário, seja pelo nome ou pelo número do Cartão Nacional de
Saúde (CNS), fato esse, que dificulta o conhecimento da real situação da cobertura vacinal,
evidenciando-se a necessidade de desenvolver estudos para avaliar, com maior acurácia,
esse indicador.
3.2. Tipo de estudo
Trata-se de um inquérito de cobertura vacinal realizado em Fortaleza no ano de
2007.
3.3. População do estudo
A coorte do estudo foi formada pelas crianças nascidas no ano de 2005 que em
primeiro de julho de 2007 estavam com idade entre 18 e 30 meses.
3.3.1 Amostra do estudo
A amostra do estudo foi formada pela coorte das crianças nascidas em 2005 e
que participaram do inquérito de cobertura vacinal realizado em Fortaleza em 2007.
54
3.4. A organização do estudo
Este estudo foi elaborado com base nos dados coletados no Inquérito
domiciliar de cobertura Vacinal (ICV) realizado em Fortaleza em 2007 (CEALAG, 2007).
A Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde encomendou à
Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa - São Paulo, um inquérito epidemiológico
domiciliar com o objetivo de estimar a cobertura vacinal na população de 18 a 30 meses de
idade em três momentos de sua vida, a saber: em menores de um ano, aos 18 meses e no
momento da entrevista, residentes nas áreas urbanas das capitais de todas as unidades
federativas do Brasil. Além de obter a cobertura para a capital o inquérito foi elaborado
para estimar a cobertura vacinal em cada um dos estratos de condições de vida existentes
(CEALAG, 2007).
O processo de amostragem por conglomerados preconizados pela Organização
Pan-americana da Saúde para a realização de inquéritos de cobertura vacinal pressupõe o
sorteio de 7 crianças na faixa etária estabelecida para cada conglomerado num total de 30
conglomerados por área estudada (CEALAG, 2007).
A amostra por conglomerados é uma técnica probabilística na qual as unidades
amostrais são grupos (clusters) de elementos. Os conglomerados, ao contrário dos estratos,
devem ser heterogêneos, porém bastante semelhantes entre si em relação à variável de
interesse. Mais do que representativos de subconjuntos populacionais, os conglomerados
devem ser típicos da população total (Barata et al., 2005).
Os conglomerados são definidos habitualmente a partir de limites geográficos
ou políticos. No primeiro estágio, são sorteados 30 conglomerados, proporcionalmente ao
tamanho populacional. No segundo estágio, são selecionadas sete crianças do grupo etário
de interesse em cada conglomerado (Barata et al., 2005).
Os inquéritos realizados nas capitais brasileiras variaram de 2 a 5 conforme o
tamanho da população. Em Fortaleza foram realizados 5 inquéritos e sorteados 30
conglomerados (CEALAG, 2007).
Os parâmetros utilizados para o cálculo do tamanho da amostra foram:
proporção de crianças vacinadas = 0,80
nível de significância de 0,05
precisão da estimativa = 0,07
55
efeito do desenho = 1,5
perdas estimadas = 0,10
Com base nesses valores, estimou-se o tamanho da amostra em 210 crianças
por inquérito ou 7 (sete) crianças por conglomerado, totalizando 1050 crianças para os
5(cinco) inquéritos.
Para obter uma amostra representativa e probabilística das crianças residentes
na área de cada inquérito foram executados os seguintes procedimentos:
a) aquisição junto ao IBGE dos mapas dos setores censitários e suas
respectivas populações para cada uma das capitais.
b) classificação dos setores censitários em 5 estratos socioeconômicos,
representando quintis elaborados com base na renda e na escolaridade dos
chefes de família, segundo metodologia descrita abaixo:
c) os setores em cada um dos estratos foram agrupados de forma a constituir
conglomerados com no mínimo 56 crianças menores de um 4 anos. Embora a
metodologia consista em entrevistar 7 crianças da coorte de interesse em cada
um dos 30 conglomerados, sabendo-se que passados 7 anos, parte das famílias
pode haver mudado de endereço, parte das crianças pode ter morrido, etc.,
optou-se por considerar como unidade mínima 56 crianças esperadas.
Para as capitais com 5 inquéritos o número de conglomerados sorteados em
cada um dos 5 estratos foi de 30.
3.4.1 Construção dos estratos socioeconômicos
Para a construção dos estratos socioeconômicos foram utilizados 3 variáveis
socioeconômicas:
Variáveis relacionadas à renda:
1. % de responsáveis pelo domicilio particular com renda acima de 20
salários mínimos;
2. Renda nominal média dos responsáveis pelo domicilio.
Variável relacionada à escolaridade:
3. % de chefes de família com 17 anos ou mais de escolaridade.
Os estratos foram construídos da seguinte maneira:
56
a) ordenaram-se os setores censitários em ordem decrescente da variável
escolaridade e atribuíram-se os pontos correspondentes ao posto obtido, setor
por setor. em caso de empate atribuiu-se o mesmo posto aos setores.
b) ordenaram-se os setores censitários em ordem decrescente da variável renda
acima de 20 salários mínimos e atribuíram-se os pontos correspondentes ao
posto obtido, setor por setor.
c) ordenaram-se os setores censitários em ordem decrescente da variável renda
nominal média e atribuíram-se os pontos correspondentes ao posto obtido setor
por setor.
d) a pontuação correspondente aos postos obtidos com cada uma das variáveis
foi somada, resultando num escore socioeconômico.
e) os setores censitários foram, então, ordenados da menor para a maior
pontuação.
f) foram identificados os quintis segundo a pontuação total.
g) em cada estrato definido com base nos quintis, os setores censitários
contíguos foram agrupados, de modo a formar conglomerados com pelo menos
56 crianças na faixa de 1 a 4 anos.
Sorteio dos conglomerados e do ponto de partida em cada estrato:
a) sorteio sistemático dos mesmos, de acordo com a fração amostral
correspondente. Para as capitais com 5 inquéritos foram sorteados 30
conglomerados em cada um dos 5 estratos (objetivo de entrevistar 1.050
crianças), para as capitais com 3 inquéritos foram sorteados 18 conglomerados
(630 crianças) e para as capitais com dois inquéritos, 12 conglomerados (420
crianças);
b) após o sorteio dos conglomerados correspondentes, obtiveram-se os mapas
digitalizados dos setores sorteados que possibilitaram a execução da próxima
etapa do processo, que foi o sorteio da quadra de início e a definição dos
itinerários.
3.4.2 O sorteio da quadra de início e a definição dos itinerários.
57
A segunda fase do sorteio compreende a numeração das quadras do
conglomerado e o sorteio de uma delas. Em cada quadra sorteou-se um dos lados e este
serviu como ponto de inicio.
A partir do ponto de inicio se entrevistou as primeiras sete crianças cujo
nascimento se deu entre 01/01/2005 a 31/12/2005 moradores no setor ou setores que
formam o conglomerado.
Como norma para a tomada das sete crianças do conglomerado adotou-se o
seguinte procedimento:
a) entrando no domicilio sorteado como ponto de partida investigar se lá
residia criança do grupo etário requerido;
b) se não residisse criança neste grupo etário, prosseguia-se o percurso neste
lado do quarteirão até a próxima casa que vivesse uma criança dentro do
critério de data de nascimento e assim sucessivamente;
c) caso o total de crianças neste lado do quarteirão não atingisse o valor de 7
dirigia-se ao a outra face do quarteirão no sentido horário (dobrando a direita)
até completar 7 crianças;
d) caso o número de 7 crianças não fosse alcançado neste quarteirão dirigia-se
ao quarteirão seguinte obedecendo o numero de ordem dos quarteirões e a
partir de uma esquina preestabelecida de acordo com os critérios estabelecido
no manual do entrevistador;
e) caso ao entrar em um domicilio e constatar que residisse mais de uma
criança no grupo alvo selecionava-se aquela cuja data de nascimento fosse
mais próxima da data da entrevista. Caso fossem gêmeos procedia-se um
sorteio de uma deles.
f) caso ao entrar em um domicilio verificasse que o numero de crianças ali
residentes supera o numero requerido pela pesquisa (7 crianças ) selecionava
aquela cuja data de nascimento for mais próxima da data da entrevista;
g) caso no domicilio residisse uma criança na faixa etária do inquérito e após
dois retornos não fosse possível obter as informações desejadas a seu respeito,
esta criança não deveria ser substituída por outra, pois se falseavam os dados
que se pretendia obter, ou seja, viciava-se a amostra e induzia-se a erros no
58
resultado do inquérito. Neste caso o numero de crianças entrevistadas neste
conglomerado foi inferior a 7 e criança sorteada e foi computada como perda.
O mesmo procedimento foi adotado quando houve recusa. Jamais se substituía
uma criança sorteada.
3.4.3 Distribuição das crianças por Secretarias Executivas Regionais
Posteriormente, conforme o local de residência (bairro), as crianças foram
distribuídas por Secretarias Executivas Regionais (I, II, III, IV, V e VI) de Fortaleza.
3.5. Coleta dos dados
3.5.1 Seleção e treinamento dos supervisores e entrevistadores
Concluída a fase do processo de definição da amostragem, passou-se à seleção
dos supervisores de campo, coordenadores de SERs e entrevistadores e ao treinamento dos
mesmos, com especial ênfase na segunda etapa do sorteio, definição dos itinerários e
aplicação dos questionários.
Em situação de difícil acesso à população (por exemplo, os condomínios
fechados), com vários intermediários entre o entrevistador e o potencial sujeito da
pesquisa, foi necessário fazer o rastreamento prévio para otimizar o desempenho do
trabalho de campo, enviando, antes dos entrevistadores, uma equipe que identificou a
presença ou não de crianças na faixa etária de interesse no local.
3.5.2 Informações constantes no questionário do ICV
Composição do questionário do ICV (Anexo C):
a) identificação: questões 1 a 9
1.Controle, 2.Hora início, 3.Estrato, 4.Conglomerado, 5.Endereço,
6.Entrevistado, 7.Telefone, 8.Relação com a criança sorteada e 9.Entrevistador;
b) controle da Entrevista: questões 10 a 14
10. Data da entrevista, 11 e 13 Motivo da não realização da entrevista e 12 e 14
as datas da visita não realizada;
c) características da mãe e da criança: questões 15 a 41
59
15. Nome da criança, 16. Sexo, 17. Data do nascimento, 18. Cor da criança, 19.
Idade da mãe, 20. Nº de Filhos, 21. Ordem de Nascimento da Criança, 22.
Possui companheiro morando junto 23. Alguma avó mora junto, 24. Anos de
estudos da Mãe, 25. Mãe Trabalha Fora, 26. Nº de cômodos para dormir e 27.
N.º de Pessoas. Nesta casa existe: 28. Rádio, 29. Geladeira ou Freezer, 30.
Videocassete/DVD, 31. Máquina de lavar roupa (não considerar tanquinho),
32. Forno de micro-ondas, 33. Linha telefônica instalada e 34.
Microcomputador. Nesta Casa, qual a quantidade existente de: 35. Televisor,
36. Automóveis (uso particular), 37. Aparelho de ar condicionado, 38. Há
quanto tempo mora nesta casa 39. Onde morou antes. 40. A criança é vacinada
e 41. Possui carteira.
d) detalhamento das vacinas realizadas: questões 42 a 50
As vacinas que compõem o calendário vacinal do Anexo E foram as seguintes:
BCG, Contra Poliomielite, Haemophilus influenzae B (Hib), Hepatite B,
Tetravalente (Difteria, Tétano, Coqueluche e Hib), DPT (Difteria, Tétano e
Coqueluche), Tríplice Viral (Sarampo, Caxumba e Rubéola), Sarampo e Febre
Amarela.
e) participação em Campanha e uso de serviço: questões 51 a 57
51. Participou da última campanha, 52. Por que não pode comparecer, 53.
Todas as vacinas foram realizadas no mesmo serviço, 54. Você já utilizou
algum serviço privado para vacinação, 55. Onde foi realizada a última vacina,
56. Você utiliza exclusivamente serviço privado e 57. Hora de término.
f) Vacinas que não se enquadram no esquema tradicional (calendário oficial de
2005)
vacina contra meningococo C
vacina contra pneumococo
vacina contra hepatite A
vacina contra varicela
3.5.3 Gerenciamento do Banco de Dados
60
O banco de dados teve como base o instrumento de coleta (Anexo C) e a
definição prévia de critérios de crítica para o processo de digitação.
O banco foi construído em Epi-Info, versão 6.04d
Os questionários foram revisados inicialmente pelos coordenadores de SERs e
seus respectivos entrevistadores, os quais se certificaram que todos os formulários estavam
devidamente preenchidos e que cada criança pertencia efetivamente à coorte de interesse.
Posteriormente os coordenadores de SERs juntamente com a supervisão local do inquérito
revisavam novamente os formulários. Feito isso, os questionários eram enviados para a
coordenação geral da pesquisa para a digitação.
No nível central, depois da dupla digitação os questionários de cada inquérito e
da compatibilização eletrônica, os bancos de dados foram submetidos ao programa de
crítica para identificação de erros de preenchimento e/ou digitação. Após a correção dos
problemas encontrados os bancos foram considerados prontos para analise.
3.6 Processamento dos dados
No processamento dos dados as variáveis foram agrupadas segundo as
características:
3.6.1 Variáveis relacionadas às características das famílias e das crianças
1. Quanto às características da criança participante do ICV
Sexo
Cor
Ordem de Nascimento
2. Quanto às características das famílias das crianças entrevistadas
Idade da mãe
Escolaridade da mãe
Mãe Trabalha Fora de casa
Nº de Filhos
Presença da avó morando junto
Presença do companheiro morando junto
61
3.6.2 Variáveis relacionadas às características do processo de imunização das crianças
A criança é vacinada
Possui carteira de vacinação
A criança participou da ultima campanha
Todas as vacinas foram realizadas no mesmo serviço (público ou privado)
Você já utilizou algum serviço privado para vacinação
Onde foi realizada a última vacina
Você utiliza exclusivamente serviço privado
Considerou-se vacinado em campanha todas as crianças que possuem doses de
vacina contra a poliomielite registrada como campanha, ou seja, doses aplicadas no
intervalo da semana anterior e posterior ao sábado do dia D de campanha.
3.6.3 Variáveis relacionadas ao tipo de dose administrada na criança
O tipo de doses de vacinas administradas nas crianças participantes do ICV foi
avaliado de duas formas: doses aplicadas e doses válidas.
Doses aplicadas - São as doses de cada uma das vacinas registradas na carteira
de vacinação, independente da idade e intervalo entre as doses. A análise do esquema de
doses aplicadas por tipo de vacina tem por objetivo a comparação com os dados oficiais de
cobertura vacinal. Nesta condição nem sempre as doses são efetivas para gerar uma
proteção para as crianças vacinadas (CEALAG, 2007).
Doses válidas - São as doses de vacina recebidas considerando os intervalos
apropriados entre as doses e a idade da criança no momento da aplicação (CEALAG,
2007) (Quadro 2).
62
Quadro 2 - Descrições de doses válidas considerando cada vacina
Vacinas Dose Descrição*
BCG-ID Dose única Dose aplicada em qualquer momento
Hepatite B
(HVB)
1ª dose Aplicada a partir do nascimento
2ª dose Após 30 dias da primeira
3ª dose Intervalo mínimo de 120 dias após a segunda dose e
aplicada a partir de 6 meses de idade.
Tetravalente
(DTP + Hib)
1ª dose Dose aplicada com pelo menos 45 dias de idade
2ª dose Dose aplicada com intervalo mínimo de 30 dias entre
a primeira e a segunda dose
3ª dose Dose aplicada com intervalo mínimo de 30 dias entre
segunda e a terceira
DTP
(Tríplice Bacteriana) 1º Reforço
Considerado válido quando aplicado com intervalo
mínimo de 168 dias da terceira dose
Pólio
1ª dose Dose aplicada com pelo menos 45 dias de idade
2ª dose Dose aplicada com intervalo mínimo de 30 dias entre
a primeira e a segunda dose
3ª dose Dose aplicada com intervalo mínimo de 30 dias entre
segunda e a terceira
1º Reforço Considerado válido quando aplicado com intervalo
mínimo de 168 dias da terceira dose
Haemophilus
influenzae tipo B
(Hib)
1ª dose Dose aplicada com pelo menos 45 dias de idade
2ª dose Dose aplicada com intervalo mínimo de 30 dias entre
a primeira e a segunda dose
3ª dose Dose aplicada com intervalo mínimo de 30 dias entre
segunda e a terceira
Dose única Qualquer dose aplicada a partir dos 12 meses
SRC (Tríplice Viral) Dose única Dose aplicada a partir dos 12 meses de idade
Fonte: CEALAG, (2007)
Nota: *Doses válidas - doses considerando os intervalos apropriados entre as doses e a idade
da criança no momento da aplicação.
63
3.6.4 Variáveis relacionadas às características da cobertura vacinal das crianças
Esquema Vacinal Básico (EVB) - doses de cada uma das vacinas com
aplicação prevista para as crianças menores de 12 meses de idade.
Esquema Vacinal Básico por doses aplicadas (EVBa) - doses de cada uma
das vacinas com aplicação prevista para as crianças menores de 12 meses de
idade registradas na carteira de vacinação, independente da idade e intervalo
entre as doses;
Esquema Vacinal Básico por doses válidas (EVBv) - doses de cada uma
das vacinas com aplicação prevista para as crianças menores de 12 meses de
idade considerando os intervalos apropriados entre as doses e a idade da
criança no momento da aplicação (Quadro 2);
Esquema Básico Completo (EBC) - doses de cada uma das vacinas com
aplicação prevista para as crianças dentro do intervalo de 12 meses a menor
de 24 meses de idade;
Esquema Básico Completo por doses aplicadas (EBCa) - doses de cada
uma das vacinas com aplicação prevista para as crianças no intervalo de 12
meses a menor de 24 meses de idade registradas na carteira de vacinação,
independente da idade e intervalo entre as doses;
Esquema Básico Completo por doses válidas (EBCv) - doses de cada uma
das vacinas com aplicação prevista para as crianças dentro do intervalo de 12
meses a menor de 24 meses de idade considerando os intervalos apropriados
entre as doses e a idade da criança no momento da aplicação (Quadro 2).
3.6.5. Critérios de inclusão e exclusão de variáveis utilizadas no estudo
Na discussão das variáveis foram consideradas as vacinas recomendadas pelo
PNI constantes no calendário básico de vacinação da criança instituído pela portaria Nº
597/GM de 8 de abril de 2004, composto das seguintes vacinas: vacina BCG (protege
formas graves da tuberculose); vacina contra a hepatite B (protege contra o vírus da
hepatite B); vacina Tetravalente (protege contra difteria, coqueluche, tétano e de
infecções graves por Hemophilus influenzae b); vacina contra poliomielite (protege
contra poliomielite ou paralisia infantil); vacina Tríplice Viral SRC (protege contra
64
Sarampo, Caxumba e Rubéola) e a vacina contra febre amarela (protege contra febre
amarela). As respectivas orientações sobre as vacinas quanto à idade preconizada, o
número de doses, o intervalo mínimo entre as doses conforme orientações do PNI
constam no Anexo E (BRASIL, 2004).
O ano em que as vacinas foram disponibilizadas pelo PNI na rede pública de
saúde de Fortaleza influenciou na construção das variáveis deste estudo, por isso se faz
necessário alguns esclarecimentos:
a) a vacina trivalente (DTP) é administrada em Fortaleza desde 1973, a
vacina contra Haemophilus influenzae tipo B (HIB) foi implantada no ano
2000 e a vacina Tetravalente (DPT + HIB) substituiu as vacinas DPT
(difteria, coqueluche e tétano) e a HIB a partir de 2004. Por entender que
ainda poderia haver a possibilidade de disponibilidade da vacina HIB
(monovalente) na rede de serviço, ou seja, independente da tetravalente
considerou-se como vacinada contra o Haemophilus influenzae tipo B a
criança menor de 1 ano que apresentou 3 doses de vacina da tetravalente ou
da HIB e a criança de 1 ano ou mais que apresentasse 1 dose HIB
(FORTALEZA, 2006b; BRASIL, 2011);
b) a partir de 2003, a vacina contra sarampo em menores de 1 ano foi
substituída pela tríplice viral (SCR – sarampo, caxumba e rubéola) em
crianças de 1 ano, desta forma as doses aplicadas contra da vacina contra o
sarampo foram consideradas assim: 2001 a 2003 vacina monovalente contra o
sarampo, 2004 a 2011 vacina tríplice viral;
c) a vacina oral de rotavírus humano (VORH) foi implantada em Fortaleza
em março de 2006 para crianças entre 6 e 24 semanas de vida. Neste estudo
esta vacina não foi considerada (FORTALEZA, 2006b);
d) a vacina contra febre amarela em 2005 estava indicada para as crianças a
partir dos 09 meses de idade, que residisse ou que iria viajar para área
endêmica, área de transição e área de risco potencial.
Fortaleza não estava incluída nestas indicações supracitadas, por isso, a
vacina contra febre amarela não estava incluída no calendário oficial do Município em
2005 e sendo assim, esta vacina não foi avaliada neste estudo (BRASIL 2004a);
e) as vacinas contra meningococo C, contra pneumococo, contra hepatite A e
contra varicela, não foram avaliadas neste estudo, uma vez que não faziam
65
parte do calendário oficial do PNI no ano de 2005 e consequentemente não
estavam disponíveis nas unidades básicas de saúde do serviço público,
embora estas estivessem disponíveis no setor privado e no CRIE do setor
público.
Não foram incluídas as variáveis presentes no questionário do ICV de 2007,
relacionadas à posse de bens duráveis (rádio, geladeira ou freezer, videocassete/DVD,
máquina de lavar roupa, forno de micro-ondas, linha telefônica instalada e
microcomputador, televisor, automóveis (uso particular), aparelho de ar condicionado) e
as relacionadas à moradia (aglomeração intradomiliciar, anos de residência no domicílio,
onde morou antes há quanto tempo mora nesta casa)
A questão imediatamente posterior à participação na ultima campanha foi
“por que não pode comparecer a ultima campanha de vacinação”, aplicada de forma
subjetiva, somente para quem respondeu não a participação na ultima campanha (74
indivíduos) não foi avaliada neste estudo.
3.7. Análise dos Dados
3.7.1 Variáveis Adotadas no Estudo
3.7.1.1. Variáveis dependentes para fatores associados a não vacinação (interesses ou
desfechos)
Coberturas vacinais do Esquema Vacinal Básico (EVB) por doses
aplicadas (EVBa) e doses validas (EVBv).
Coberturas vacinais do Esquema Básico Completo (EBC) por doses
aplicadas (EBCa) e doses validas (EBCv).
3.7.1.2. Variáveis independentes (preditoras / de exposição)
Variáveis relacionadas às características das crianças
Variáveis relacionadas às características das famílias das crianças
Variáveis relacionadas às características do processo de imunização das
crianças
3.7.2. Definições das variáveis utilizadas no Inquérito de cobertura Vacinal
66
A avaliação da cobertura de vacinação é um indicador de saúde relevante e
pode ser entendido como a proporção de crianças que receberam as vacinas preconizadas
pelo PNI conforme a idade.
O cálculo da cobertura vacinal pode ser construído para cada vacina, para
cada dose, para o número de doses completadas, bem como, por grupo de idade e áreas
geográficas (área de abrangência do Programa, do município ou Estado) em um ano
considerado. Este indicador estima o nível de proteção da população infantil contra
doenças selecionadas, evitáveis por imunização, mediante o cumprimento do esquema
básico de vacinação (FUNASA, 2001c). Conforme o manual do treinando de capacitação
de pessoal em sala de vacinação a cobertura de vacinação das vacinas de múltiplas doses,
o cálculo é realizado com o registro da terceira (hepatite B, Poliomielite, DTP,
tetravalente e Haemophilus Influenzae b) e das vacinas uni dose (BCG e da Tríplice
Viral) o cálculo é feito com a primeira dose.
Para conhecer a cobertura vacinal é necessário ter informações sobre a
população-alvo e sobre o número de vacinados nessa população.
A meta operacional básica é vacinar 100% dos menores de um ano com todas
as vacinas indicadas para o primeiro ano de vida (FUNASA, 2001c). Neste estudo para
análise das coberturas vacinais pelo ICV utilizou-se como meta recomendada para todas
as vacinas nas duas faixas etárias 95% coberturas vacinais.
Doses aplicadas são as doses de cada uma das vacinas registradas na carteira
de vacinação, sem considerações referentes aos intervalos apropriados entre as doses e a
idade da criança no momento da aplicação. Nesta condição nem sempre as doses são
efetivas para gerar uma proteção para as crianças vacinadas (CEALAG, 2007).
A análise por doses aplicadas tem por objetivo a comparação com os dados
oficiais de cobertura vacinal.
Doses válidas por tipo de vacina são as doses de vacina recebidas
considerando os intervalos apropriados entre as doses e a idade da criança no momento
da aplicação (CEALAG, 2007).
Esquema de doses válidas por tipo de vacina compreendeu as vacinas
preconizadas para as crianças no calendário oficial do PNI administradas a partir da idade
mínima indicada e, no caso de múltiplas doses, considerou-se o intervalo igual ou maior
que o mínimo recomendado (CEALAG, 2007).
67
A administração de vacinas com intervalos menores que os mínimos
recomendados podem diminuir a resposta imunológica, pelo que as doses administradas
em intervalos excessivamente curtos não devem ser consideradas válidas. O
encurtamento do intervalo entre doses pode ainda aumentar o número de reações adversas
devidas, provavelmente, à formação do complexo antígeno-anticorpo (CEALAG, 2007).
3.7.2.1 Cobertura vacinal por Esquema Vacinal Básico - EVB
São as doses de cada uma das vacinas com aplicação prevista para as crianças
menores de 12 meses de idade, ou seja, uma dose da vacina BCG, três doses das vacinas
DPT/TETRA, Hepatite B, contra poliomielite e contra o Haemophilus influenzae tipo B
(Quadro 3).
O Esquema Vacinal Básico foi avaliado por tipo dose (aplicadas - EVBa e
válidas- EVBv) de acordo com a descrição abaixo:
Número de crianças menores de 12 meses de idade, segundo doses aplicadas
(EVBa) e válidas (EVBv) x 100
Total de entrevistas do ICV de crianças menores de 12 meses de idade
3.7.2.2 Cobertura vacinal por Esquema Básico Completo - EBC
São as doses de cada uma das vacinas com aplicação prevista para o primeiro
ano de vida, ou seja, uma dose da vacina BCG, três doses das vacinas DPT/TETRA,
Hepatite B, contra poliomielite e contra o Haemophilus influenzae tipo B e uma dose da
tríplice viral (Quadro 3).
O Esquema Básico Completo foi estudado por tipo dose (aplicadas - EBCa e
válidas- EBCv) de acordo com a descrição abaixo:
Número de crianças no intervalo etário de 12 meses a menor de 24 meses,
segundo doses aplicadas (EBCa) e válidas (EBCv) x 100
Total de entrevistas do ICV de crianças no intervalo etário de
12 meses a menor de 24 meses
68
O cálculo dos indicadores de cobertura vacinal da criança com idade inferior
a 12 meses (Esquema Vacinal Básico - EVB) e da cobertura vacinal da criança com idade
no intervalo de 12 meses a menor de 24 meses (Esquema Básico Completo - EBC) foram
construídos conforme quadro abaixo (Quadro 3)
Quadro 3 – Vacinas constantes no Esquema Vacinal Básico e no Esquema Básico
Completo
Variáveis Vacinas Dose
Esq
uem
a B
ásic
o C
om
ple
to
(12 m
eses
a m
eno
r de
24 m
eses
)
Esq
uem
a V
acin
al B
ásic
o
(men
or
de
12 m
eses
)
BCG-ID
Protege formas graves da tuberculose Dose única
Hepatite B (HVB)
Protege contra o vírus da hepatite B 3 doses
Tetravalente (DTP + HIB)
Protege contra difteria, coqueluche, tétano
e de infecções graves por Hemophilus influenzae b
3 doses
Poliomielite (VOP)
Protege contra poliomielite ou paralisia infantil 3 doses
Haemophilus influenzae tipo B (HIB) 3 doses
SRC (Tríplice Viral)
Protege contra Sarampo, Caxumba e Rubéola Dose única
Fonte: Elaborada pela própria autora
* Haemophilus influenzae tipo B (HIB) - Considerou-se como vacinada contra o
Haemophilus influenzae tipo B a criança menor de 1 ano que apresentou 3 doses de
vacina da tetravalente ou da vacina HIB e a criança no intervalo de 12 meses a menor de
24 meses que apresentou 1 dose da vacina HIB.
3.8. Análises Estatísticas
A analise descritiva da população foi realizada através da construção de
tabelas e gráficos.
69
A determinação dos fatores de risco associados a não vacinação foi realizada
através da análise bivariada e multidimensional considerando as categorias de cada
variável independente.
As analises de associações em tabelas de contingencia bidimensionais foram
realizadas através os testes χ2 (qui-quadrado) de Pearson ou do teste exato de Fisher.
A analise multidimensional foi realizada através da analise de regressão
logística e da estatística de Wald.
As variáveis que na análise de associação bivariada com os desfechos (não
vacinação) na cobertura vacinal nos Esquema Vacinal Básico e o Esquema Básico
Completo por doses aplicadas e doses validadas que apresentaram significância estatística
de até 20% foram consideradas como fatores independentes para o ajuste da analise no
contexto multidimensional. As variáveis nestas condições que apresentaram frequências
muito baixas em pelo menos uma casela e ou colinearidade com uma ou mais das
variáveis já presentes no modelo foram desconsideradas para o ajuste final,
permanecendo aquela cuja importância epidemiológica e/ou clínica seja mais reconhecida
na literatura científica.
As variáveis que devido a problemas metodológicos foram excluídas nas
analises multidimensional, seja pelo Esquema Vacinal Básico (EVBa e EVBv) e/ou pelo
Esquema Básico Completo (EBCa e EBCa) foram: sexo; ordem de nascimento da
criança; mãe trabalha fora de casa; presença da avó e presença do companheiro.
Foi adotado um coeficiente de confiança igual a 95% (IC95%) para estimativa
dos intervalos de confiança dos Odds Ratio (OR) e o nível de significância 5% para os
testes estatísticos.
Na analise bivariada os OR foram estimados para as variáveis com p < 0,05.
Na analise devido à baixa frequência de observações nas caselas das tabelas
decidiu-se por avaliar o comportamento das variáveis abaixo utilizando a seguinte
categorização:
Cor da criança – preta ou parda e não preta e não parda;
Ordem de nascimento da criança: primeiro filho (1º filho) e as outras (2º
ou mais filhos);
70
Faixa etária da mãe: mães com menos de 30 anos e mães com 30 ou mais
anos;
Escolaridade materna: 0 a 3 anos de estudo, 4 a 10 anos de estudo e 11 e
mais anos de estudo;
Número de filhos: 1 Filho e 2 e mais Filhos.
Com base nos dados coletados no Inquérito domiciliar de cobertura Vacinal
(ICV) as análises levaram em conta o efeito decorrente da utilização de uma amostra por
conglomerados em múltiplos estágios. Maiores esclarecimentos encontram-se no item “A
organização do estudo” e na referência (CEALAG, 2007 p.13).
As análises estatísticas deste estudo foram realizadas através do modulo de
delineamento de amostragem complexa do programa estatístico Stata versão 11.0. Os
pesos foram estimados através do delineamento de amostragem e disponíveis no banco de
dados do ICV.
3.9. Aspectos éticos
O presente projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP)
envolvendo seres humanos do Hospital São Carlos de Fortaleza - Ceará, vinculado a
Plataforma Brasil, no dia 13 de novembro de 2012 sob protocolo nº 144.857 constando na
ata de 29 de outubro de 2012 (Anexo A).
O projeto de pesquisa seguiu os princípios éticos da Resolução 196/96 do
Conselho Nacional de Saúde (BRASIL, 1996) respeitando os quatro referenciais básicos
da bioética: a autonomia, não maleficência, beneficência e justiça.
O projeto do inquérito de cobertura vacinal foi aprovado pelo Comitê de Ética
em Pesquisa da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, conforme
registro nº 428 de 26 de outubro de 2006.
O Termo de Consentimento Livre e Esclarecido do projeto do inquérito de
cobertura vacinal foi elaborado pela equipe responsável pelo inquérito e preenchido
durante as entrevistas com a presença dos entrevistadores (Anexo B).
Os entrevistadores foram treinados e receberam o Manual do Entrevistador.
Neste, continha todas as informações sobre a realização das entrevistas.
71
Para o estudo do inquérito de cobertura vacinal de Fortaleza proposto neste
trabalho, os dados foram obtidos do banco de dados resultantes do processamento do
inquérito de Cobertura Vacinal realizado em Fortaleza em 2007. A coordenação
institucional do inquérito de Cobertura Vacinal 2007 foi do Departamento de Medicina
Social da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa São Paulo, através do Centro de
Estudos Augusto Leopoldo Ayrosa Galvão- CEALAG e a autorização para este trabalho
foi do Comitê Coordenador da COBERTURA VACINAL 2007, o qual solicitou como
obrigatoriedade em publicações futuras, a menção ao fato de tratar-se de análise parcial
de dados pertencentes ao projeto de COBERTURA VACINAL 2007 (Anexo D).
Quanto aos dados administrativos das Unidades de Saúde de Fortaleza foram
solicitadas as autorizações para a utilização das informações dos bancos de dados do
Programa Nacional de Imunizações (PNI) da Secretaria da Saúde do município de
Fortaleza, através da Carta de Anuência (Apêndice A) e do Termo de Autorização do Fiel
Depositário (Apêndice B).
72
4. RESULTADOS
No inquérito de cobertura vacinal realizado na zona urbana das capitais dos 26
estados brasileiros e do Distrito Federal em 2007, o município de Fortaleza exibiu o maior
número de entrevistas realizadas entre as capitais com 5 (cinco) inquéritos e registrou o
segundo melhor percentual de desempenho dentro da região nordeste, superando o percentual
alcançado no Brasil mostrando, desta forma, o bom desempenho do trabalho de campo o que
faz com que as estimativas produzidas pelo inquérito sejam mais confiáveis (CEALAG,
2007).
Os resultados a seguir referem-se a uma análise, segundo o Método estatístico.
Método estatístico de avaliação dos níveis de cobertura de vacinação que utiliza
os dados vacinais resultantes de inquéritos vacinais. Este método permite a obtenção de dados
mais confiáveis por consistir de um levantamento de campo, realizado por entrevistas
domiciliares, utilizando uma amostra probabilística. Metodologicamente, o propósito a
amostragem nos inquéritos é obter estimativas com grau de precisão aceitável em uma parcela
representativa da população. Dessa forma, não sendo necessário avaliar toda a população,
evita desperdício de tempo e de recursos materiais e financeiros e garante maior qualidade às
medidas, uma vez que um número menor de entrevistas permite maior cuidado em sua
realização (BARATA et al., 2005).
4.1 Resultados do Processo de Pesquisa
Em Fortaleza das 1.050 entrevistas previstas foram realizadas 1.006 (95,8%). A
maior parte das informações sobre as vacinas aplicadas foi obtida mediante a consulta às
carteiras de vacinação: 95,7% (CEALAG, 2007).
4.1.1 Descrição da amostra estudada no Inquérito de Cobertura Vacinal em Fortaleza
Avaliando-se a participação dos bairros por Secretarias Executivas Regionais
(SERs) quando da realização da pesquisa identificou-se que dos 166 bairros existentes em
Fortaleza em 2007, 92 (79,3%) registraram crianças entrevistadas no ICV. A SER II registrou
a maior participação de bairros no ICV, isto é, dos 21 bairros existentes, 19 participaram
(90,5%) e na SER IV (68,4%) a menor (Tabela 2).
73
Tabela 2 - Número de bairros com crianças entrevistadas no Inquérito de Cobertura Vacinal,
segundo participação dos bairros das Secretarias Executivas Regionais (SERs) em Fortaleza,
2007
SER
Bairros* Participação dos Bairros no ICV
Total % Sim Não % Bairros % Bairros por
SER
I 15 12,9 13 2 11,2 86,7
II 21 18,1 19 2 16,4 90,5
III 16 13,8 14 2 12,1 87,5
IV 19 16,4 13 6 11,2 68,4
V 18 15,5 14 4 12,1 77,8
VI 27 23,3 19 8 16,4 70,4
Fortaleza 116 100 92 24 79,3 79,3 *Nota: os bairros participantes do ICV estão descritos no Apêndice C
Verifica-se no Quadro 4 que cada estrato populacional (A, B, C, D, e E) foi
formado por 30 conglomerados distribuídos nas seis Secretarias Executivas Regionais
totalizando 150 conglomerados em Fortaleza.
Na distribuição de conglomerados por SERs a SER II mostrou mais
conglomerados do estrato A (18). Situação inversa ocorreu na SER III e SER V onde não
ocorreram registros de conglomerados no estrato A (Quadro 4).
Quadro 4 - Distribuição das entrevistas do Inquérito de Cobertura Vacinal, segundo
conglomerados, estratos e Secretarias Executivas Regionais (SER) em Fortaleza, 2007
SER
Estrato
Conglomerados
Crianças
A B C D E Nascidas em
2005
I 2 3 5 5 6 21 147
II 18 7 3 1 1 30 210
III 0 4 5 7 4 20 140
IV 6 7 5 3 0 21 147
V 0 2 6 8 10 26 182
VI 4 7 6 6 9 32 224
Conglomerados 30 30 30 30 30 150 1050
Fonte: A própria autora
74
Abaixo são mostradas algumas características sociais demográfica da
estratificação de Fortaleza realizada para a obtenção da amostra de setores censitários, com
dados referentes ao censo demográfico de 2000. Nota-se, na tabela, gradiente decrescente
nítido de renda nominal média dos responsáveis pelo domicilio e do percentual de chefes de
família com 17 anos ou mais de escolaridade quando se vai do estrato A (R$ 2.863,0; 7,5%)
ao E (R$ 279,0; 0,1%) (Tabela 3).
Tabela 3 - Característica da estratificação sociodemográficas do ICV– Fortaleza, 2000
Estrato Setores Crianças de
1-4 anos
Renda
Média (R$)
% Escolaridade
> 17 anos
% Renda > 20
Salários Mínimos
A 266 10.336 2.863,0 7,5 27,7
B 282 14.169 1.156,4 1,8 5,3
C 392 23.945 683,0 0,7 1,7
D 387 42.430 442,1 0,3 4,5
E 697 73.466 279,0 0,1 0,1
Fonte: Inquérito de Cobertura Vacinal, 2007.
4.2 Característica da Amostra
Evidencia-se que os setores da amostra sorteada em Fortaleza revelaram
resultados comparáveis com o universo do ICV garantindo a representatividade do processo
amostral (Tabela 4).
Tabela 4 - Características sociodemográficas da amostra do ICV, segundo estrato, Fortaleza,
2000.
Estrato Setores Crianças de
1-4 anos
Renda
Média (R$)
% Escolaridade
>17 anos
% Renda >20
Salários Mínimos
A 65 2.406 2.861,2 7,3 27,5
B 58 2.819 1.114,3 1,9 5,7
C 53 3.060 690,2 0,6 1,9
D 42 3.477 436,5 0,4 0,4
E 40 4.086 277,2 0,1 0,1
Fonte: Inquérito de Cobertura Vacinal, 2007.
75
4.2.1 Descrição das características das crianças
Tabela 5 - Características das crianças entrevistadas, Fortaleza, 2007.
Variável Obs.2 Proporção
1 [Intervalo de Confiança 95%]
Sexo
Masculino 505 53,7 50,2 - 57,2
Feminino 501 46,3 42,8 - 49,8
Total 1006 100,0
Cor
Preta ou Parda 488 50,8 46,3 - 55,3
Não Preta e Não Parda 513 49,2 44,7 – 53,7
Total 1001 100,0
Ordem de nascimento
1º filho 500 45,7 42,0 - 49,5
2º ou mais filho 502 54,3 50,5 – 58,0
Total 1002 100,0
1 Valores ponderados
2 Número de observações
As crianças do sexo masculino (53,7%; IC95% 50,2 - 57,2), da cor da pele Preta ou
Parda (50,8%; IC95% 46,3 - 55,3) e ser o segundo ou mais filho na ordem de nascimento
(54,3%; IC95% 50,5 – 58,0) predominaram (Tabela 5).
76
4.2.2 Descrição das características das famílias das crianças
Tabela 6 - Características das famílias das crianças entrevistadas, Fortaleza, 2007.
Variável Obs.2 Media
1 [Intervalo de Confiança 95%]
Idade da mãe 995 27,5 26,9 - 28,1
Número de filhos 1006 2,1 2,0 - 2,2 1 Médias ponderadas 2 Número de observações
(continua)
(continuação)
Tabela 6 - Características das famílias das crianças entrevistadas, Fortaleza, 2007.
Variável Obs.2 Proporção
1 [Intervalo de Confiança 95%]
Faixa etária materna
< 30 anos 639 65,8 62,0 - 69,4
30 ou mais 354 34,2 30,6 – 38,0
Total 993 100,0
Mãe trabalha fora de casa
Sim 394 35,1 31,4 – 39,0
Não 611 64,9 61,0 - 68,6
Total 1005 100,0
Escolaridade materna
0 a 3 anos 42 4,8 3,3 - 6,9
4 a 10 anos 424 48,4 43,5 - 53,3
11 e mais 533 46,9 41,7 – 52,0
Total 999 100,0
Número de filhos
1 Filho 432 38,4 34,7 - 42,2
2 e mais Filhos 574 61,6 57,8 - 65,3
Total 1006 100,0
Presença da avó
Sim 337 34,0 30,0 - 38,3
Não 666 66,0 61,7 – 70,0
Total 1003 100,0
Presença do companheiro
Sim 747 75,2 71,4 - 78,7
Não 258 24,8 21,3 - 28,6
Total 1005 100,0
1 Valores ponderados
2 Número de observações
77
Em Fortaleza a média da idade das mães foi de 27,5 anos (IC95% 26,9 - 28,1)
apresentando proporção de 65,8% (IC95% 62,0 - 69,4) das mães na faixa etária inferior a 30
anos. As mães que não exerciam trabalho remunerado fora de casa representaram 64,9%
(IC95% 61,0 - 68,6) das entrevistas e mães com 11 e mais anos de estudo representaram
46,9% (IC95% 41,7 – 52,0), sendo que a proporção de mães analfabetas funcionais (indivíduo
maior de quinze anos e que possui escolaridade inferior a quatro anos) apontou apenas 4,8%
(IC95% 3,3 - 6,9) (Tabela 6 e Gráfico 1).
O número médio de filhos por família no Município de Fortaleza foi de 2,1
(IC95% 2,0 - 2,2) e a presença de dois ou mais filho nas famílias representou 61,6% (IC95%
57,8 - 65,3) (Tabela 6 e Gráfico 1).
A ausência da avó morando com a família foi referida por 66,0% (IC95% 61,7 –
70,0) das entrevistadas e a presença do companheiro identificou-se em 75,2% (IC95% 71,4 -
78,7) das famílias das crianças (Tabela 6 e Gráfico 1).
Gráfico 1 - Características das famílias das crianças entrevistadas, Fortaleza, 2007
* Proporção (%), LS – (Limite Superior IC95%) e LI – (Limite Inferior do IC95%).
Fx et mãe <
30 anos
Mãe trabalha
fora de casa
- Não
Escolaridade
materna 11
ou mais anos
Número de
filhos - 2 e
mais Filhos
Ausência da
avó
Presença do
companheiro
LS 69,4 68,6 52,0 65,3 70,0 78,7
LI 62,0 61,0 41,7 57,8 61,7 71,4
Proporção 65,8 64,9 46,9 61,6 66,0 75,2
20
40
60
80
100
78
4.3 Descrição do processo de imunização e das Coberturas Vacinais
4.3.1 Descrição do processo de imunização
As variáveis avaliadas no processo de imunização são aquelas relacionadas aos
responsáveis sobre o conhecimento da situação vacinal da criança e do local onde a vacina
foi administrada.
Tabela 7 - Características do processo de imunização da criança entrevistada, Fortaleza,
2007.
Variável Obs.2 Proporção
1 [Intervalo de Confiança 95%]
A criança é vacinada
Sim 1003 99,9 99,1 – 100,0
Não 1 0,1 0,0 - 0,9
Total 1004 100,0
Possui carteira
Sim 985 98,3 96,7 - 99,1
Não 15 1,7 0,9 - 3,4
Total 1000 100,0
Participou da última campanha
Sim 926 92,4 90,1 - 94,3
Não 74 7,6 5,7 - 9,9
Total 1000 100,0
Data da última campanha
Vacinada dia D 790 78,7 75,1 - 81,9
Vacinada fora do dia D 131 12,8 10,7 - 15,2
Não vacinada 85 8,5 6,5 - 11,1
Total 1006 100,0
Todas as vacinas foram realizadas no
mesmo serviço
Sim 762 82,6 77,8 - 86,5
Não 237 17,4 13,5 - 22,3
Total 999 100,0
Você já utilizou algum serviço privado
para vacinação
Sim 108 7,4 5,5 - 9,8
Não 891 92,6 90,2 - 94,5
Total 999 100,0
Onde foi realizada a última vacina
Público 970 98,7 97,9 - 99,2
Privado 26 1,3 0,8 - 2,1
Total 996 100,0
Você utiliza exclusivamente serviço
privado
Sim 136 13,5 9,8 - 18,2
Não 862 86,6 81,8 - 90,2
Total 998 100,0
1 Valores ponderados
2 Número de observações
79
As questões relacionadas ao processo de imunização das crianças entrevistada
em Fortaleza que atingiram valores das respostas sim acima de 95% foram: a criança é
vacinada 99,9% (IC95% 99,1 – 100,0); a criança possui carteira de vacinação 98,3% (IC95%
96,7 - 99,1) e o local da realização da última vacina ter sido no setor público 98,7% (IC95%
97,9 - 99,2). Enquanto que as questões: participou da última campanha 92,4% (IC95% 90,1 -
94,3); a data da última vacina de campanha ter ocorrido no dia D de vacinação 78,7% (IC95%
75,1 - 81,9) e se todas as vacinas foram realizadas no mesmo serviço 82,6% (IC95% 77,8 -
86,5) exibiram proporções de respostas positivas entre 75% e 95%. Agora, os temas já
utilizou algum serviço privado para vacinação 7,4% (IC95% 5,5 - 9,8) e utiliza
exclusivamente serviço privado 13,5% (IC95% 9,8 - 18,2) obtiveram valores de respostas sim
abaixo de 15% das entrevistas (Tabela 7 e Gráfico 2).
Gráfico 2 - Proporção das variáveis relacionadas ao processo de imunização da criança,
Fortaleza, 2007
* Proporção (%), LS – (Limite Superior IC95%) e LI – (Limite Inferior do IC95%).
Quando perguntado aos entrevistados se a criança era vacinada verifica-se que
das 1004 entrevistas que responderam esta questão, 1003 (99,9%; IC95% 99,1 – 100,0)
afirmaram que sim (Tabela 7 e Gráfico 2).
Quando questionado aos responsáveis, se as crianças possuíam a carteira de
vacinação foi referido por 985 (98,3%; IC95% 96,7 - 99,1) que sim (Tabela 7 e Gráfico 2).
O comparecimento na última campanha contra poliomielite (25 de agosto de
2007) foi relatado em 926 (92,4%; IC95% 90,1 - 94,3) de 1000 entrevistas. Entretanto,
observando o registro da data da vacinação na última campanha na carteira de vacinação da
A criança é
vacinada
Possui
caderneta
Participou da
últimacampanha
Vacinada dia
D dacampanha
Todas as
vacinasforam
realizadas no
mesmoserviço
Já utilizou
serviçoprivado para
vacinação
Realizou a
últimavacina no
Público
Utiliza
exclusivamente serviço
privado
LS 99,98 99,14 94,26 81,88 86,52 9,84 99,21 18,21
LI 99,11 96,65 90,11 75,09 77,75 5,46 97,92 9,78
Proporção 99,9 98,3 92,4 78,7 82,6 7,4 98,7 13,5
0%
20%
40%
60%
80%
100%
80
criança foi identificada a presença de 790 (78,7%; IC95% 75,1 - 81,9) crianças vacinadas no
dia D da campanha. A criança vacinada fora do dia D de multivacinação percebeu-se em
12,8% (131; IC95% 10,7 - 15,2) da amostra e em 85 (8,5%; IC95% 6,5 - 11,1) carteiras de
vacinação verificou-se que não havia registro de vacinação de campanha. Considerando
como vacinado em campanha crianças com doses de vacina contra a poliomielite registrada
no período da semana anterior à semana posterior ao sábado do dia D de campanha,
identificou-se em 91,5% das carteiras de vacina das crianças registro desta dose, muito
próximo do que foi relatado pelos responsáveis (92,4%) (Tabela 7 e Gráfico 2).
Em relação ao serviço de vacinação que era utilizado pela criança, as questões
foram assim respondidas: todas as vacinas foram realizadas no mesmo serviço foi
respondida por 762 (82,6%; IC95% 77,8 - 86,5) responsáveis que sim; se já utilizou algum
serviço privado para vacinação, foi relatado por 891 (92,6%; IC95% 90,2 - 94,5) indivíduos
que nunca utilizaram este tipo de serviço; onde foi realizada a última vacina da criança se no
serviço público ou privado, 970 (98,7%; IC95% 97,9 - 99,2) entrevistados disseram ter
ocorrido no serviço público e 26 (1,3%; IC95% 0,8 - 2,1) no serviço privado das 996
respostas. Quanto ao questionamento se a criança utiliza exclusivamente o serviço privado
para a vacinação foi afirmado por 136 (13,5%; IC95% 9,8 - 18,2) dos participantes (Tabela 7
e Gráfico 2).
4.3.2 Descrição das coberturas vacinais das crianças
As coberturas vacinais apresentadas se referem aos dados coletados diretamente
das cadernetas de vacinação ou, quando esta não estava disponível, do registro de vacinas
das unidades de saúde (CEALAG, 2007).
A situação da cobertura vacinal das crianças foi avaliada conforme duas faixas
etárias pré-estabelecida: a primeira quando a criança era menor de 12 meses, qualificada
como Esquema Vacinal Básico (EVB) e a segunda, quando a idade da criança encontrava-se
dentro do intervalo etário de 12 meses a menor de 24 meses, denominada de Esquema
Básico Completo (EBC). Em ambas as faixas etárias foram observadas as vacinas previstas,
assim como, o tipo de dose administrada, ou seja, doses aplicadas (doses registradas na
carteira de vacinação, independente da idade da criança e intervalo entre as doses) e doses
válidas (doses considerando os intervalos apropriados entre as doses e a idade da criança no
momento da aplicação) (Quadro 2 e Quadro 3).
81
4.3.2.1 Cobertura vacinal das crianças menores de 12 meses pelo Esquema Vacinal Básico
por doses aplicadas e válidas
Definiram-se como Esquema Vacinal Básico (EVB) as doses de cada uma das
vacinas com aplicação prevista para o primeiro ano de vida (uma dose de BCG e três doses
das vacinas DPT/TETRA, VOP, HVB, e HIB). Observou-se em ambos os desfechos
variáveis por doses aplicadas (doses registradas na carteira de vacinação, independente da
idade da criança e intervalo entre as doses) e válidas (doses considerando os intervalos
apropriados entre as doses e a idade da criança no momento da aplicação) (Quadro 3).
No Esquema Vacinal Básico foi identificada presença de 899 registros por doses
aplicadas e 816 registros por doses válidas.
Percebeu-se em Fortaleza pelo Esquema Vacinal Básico que as variáveis doses
aplicadas (89,3%; IC95% 86,2 – 91,8) e válidas (80,5%; IC95% 76,9 – 83,6) revelaram
coberturas vacinal abaixo de 90%, não obtendo a meta recomendada pelo PNI de crianças
vacinadas com todas as vacinas quando menores de 1 ano. Identificou-se também, que mais
crianças (8,8%) apresentaram cobertura vacinal por doses aplicadas do que por doses válidas
(Gráfico 3).
4.3.2.2 Cobertura vacinal das crianças de 12 meses a menor de 24 meses pelo Esquema
Básico Completo por doses aplicadas e válidas
Definiu-se Esquema Básico Completo (EBC) quando a criança apresentava
idade no intervalo de 12 meses a menor de 24 meses e possuía as seguintes doses de vacina:
uma dose de BCG; três doses das vacinas DPT/TETRA, VOP, HVB e HIB e uma dose da
vacina tríplice viral (SCR). Observando em ambos os desfechos as variáveis por doses
aplicadas (doses registradas na carteira de vacinação, independente da idade da criança e
intervalo entre as doses) e válidas (doses considerando os intervalos apropriados entre as
doses e a idade da criança no momento da aplicação) (Quadro 3).
Em Fortaleza no Esquema Básico Completo verificou-se a ocorrência de 857
registros por doses aplicadas e 775 registros por doses válidas. Considerando o EBCa como
parâmetro para que todas as crianças tenham o esquema básico de imunização completo,
tendo em vista a presença da vacina Tríplice Viral, no Município, 84,8% (IC95% 81,40 –
87,65) das crianças receberam todas as doses de vacinas para completar o esquema básico de
imunização, e a proporção de crianças com EBCa é consideravelmente mais elevada quando
82
compara-se ao EBCv (76,3%; IC95% 72,58 – 79,69). Identificou-se uma diferença 8,5% a
mais na cobertura vacinal por dose aplicada do que por dose válidas (Gráfico 3).
Gráfico 3 - Prevalência de vacinação com Esquema Vacinal Básico1 e Esquema Básico
Completo2 por tipo de dose aplicada e válida em Fortaleza – 2007.
* CV – Cobertura vacinal (%), LS - Limite Superior do IC95% e LI - Limite Inferior do IC95%. 1 Crianças menores de 12 meses
2 Crianças de 12 a 24 meses
4.4 Identificação dos fatores associados à não vacinação ou a baixas coberturas
vacinais das crianças menores de 24 meses, segundo o Esquema Vacinal Básico (EVB)
e Esquema Básico Completo (EBC), por doses aplicadas e válidas.
4.4.1 No Contexto Bivariado
Os resultados da análise bivariada estão apresentados agrupados de acordo
variáveis relacionadas às características das crianças, das mães e ao processo de imunização
das crianças, segundo situação vacinal das crianças quando menores de 12 meses de idade
(Coberturas vacinais do Esquema Vacinal Básico (EVB) por doses aplicadas aplicada
(EVBa) e doses validas válida (EVBv)) e quando as crianças encontravam-se no intervalo
etário de 12 meses a menor de 24 meses (Coberturas vacinais do Esquema Básico Completo
(EBC) por doses aplicadas (EBCa) e doses validas (EBCv)).
EVBa EVBv EBCa EBCv
LS 91,8 83,6 87,7 79,7
LI 86,2 76,9 81,4 72,6
CV 89,3 80,5 84,8 76,3
70%
75%
80%
85%
90%
95%
100%
83
4.4.1.1 Fatores associados à não-vacinação ou a baixas coberturas vacinais pelo Esquema
Vacinal Básico por doses aplicadas (EVBa)
Tabela 8 - Fatores associados à não vacinação com Esquema Vacinal Básico por doses
aplicadas na faixa etária menor de 12 meses de idade, Fortaleza, 2007
EVBa Sim % Não % Fortaleza p-valor
Sexo da criança
0,122
Masculino 444 87,6 61 12,4 505
Feminino 455 91,4 46 8,6 501
Cor da criança
0,055
Preta ou Parda 448 92,1 40 7,9 488
Não Preta e Não Parda 446 86,4 67 13,6 513
Ordem de nascimento
0,331
1º filho 449 90,8 51 9,2 500
2º ou mais filho 447 88,3 55 11,7 502
Faixa etária materna
0,012
< 30 anos 580 91,7 59 8,3 639
≥ 30 anos 307 84,8 47 15,3 354
Mãe trabalha fora de casa
0,421
Sim 349 88,2 45 11,8 394
Não 550 90,0 61 10,0 611
Escolaridade materna
0,249
0 a 3 anos de estudo 40 96,6 2 3,4 42
4 a 10 anos de estudo 380 87,8 44 12,2 424
11 e mais anos de estudo 474 90,2 59 9,9 533
Número de filhos
0,273
1 filho 388 91,2 44 8,8 432
Dois ou mais filhos 511 11,9 63 88,2 574
Presença da avó
0,267
Sim 295 87,5 42 12,5 337
Não 602 90,3 64 9,7 666
Presença do companheiro
0,301
Sim 671 88,7 76 11,3 747
Não 228 91,2 30 8,8 258
(Continua)
84
(Continuação)
Tabela 8 - Fatores associados à não vacinação com Esquema Vacinal Básico por doses
aplicadas na faixa etária menor de 12 meses de idade, Fortaleza, 2007
EVBa Sim % Não % Fortaleza p-valor
Possui carteira de Vacinação
0,000
Sim 895 91,0 90 9,1 985
Não 4 16,3 11 83,7 15
Participou da última campanha 0,006
Sim 837 90,6 89 9,4 926
Não 60 78,1 14 21,9 74
Data da vacinação na última campanha
0,005
Vacinada dia D 713 90,8 77 9,3 790
Vacinada fora da campanha 120 89,9 11 10,1 131
Não vacinada na campanha 66 75,4 19 24,7 85
Todas as vacinas foram realizadas no mesmo
serviço 0,008
Sim 677 88,6 85 11,4 762
Não 220 94,9 17 5,1 237
Já utilizou algum serviço privado para vacinação
0,000
Sim 79 74,5 29 25,5 108
Não 818 90,9 73 9,1 891
Onde foi realizada a última vacina
0,000
Público 881 90,2 89 9,9 970
Privado 13 54,0 13 46,0 26
Utiliza exclusivamente serviço privado
0,213
Sim 115 85,9 21 14,1 136
Não 781 90,3 81 9,7 862
85
Tabela 9 - Fatores associados à não vacinação com Esquema Vacinal Básico por doses
aplicadas na faixa etária menor de 12 meses de idade, Fortaleza, 2007
EVBa p-valor OR (IC 95%)
Faixa etária materna
< 30 anos 0,012 1
≥ 30 anos
1,99 (1,15 - 3,43)
Participou da última campanha
Sim 0,006 1
Não 2,72 (1,31 - 5,66)
Data da vacinação na última campanha
Vacinada dia D 1
Vacinada fora da campanha 0,809 1,11 (0,49 - 2,51)
Não vacinada na campanha 0,003 3,21 (1,49 - 6,91)
Todas as vacinas foram realizadas no mesmo serviço
Sim 0,008 2,40 (1,23 - 4,68)
Não
1
Já utilizou algum serviço privado para vacinação
Sim 0,000 3,43 (1,92 -6,15)
Não
1
Onde foi realizada a última vacina
Público 0,000 1
Privado
7,81 (2,90 - 21,06)
Faixa Etária Materna
A faixa etária materna registrou associação estatística significante com o EVBa (p
= 0,012). Verificou-se também, que crianças com mães com 30 anos ou mais de idade tem
maior chance de não serem vacinadas pelo EVBa (OR = 1,99; IC95%:1,15 - 3,43) (Tabela 8,
Tabela 9 e Gráfico 4).
Gráfico 4 - Proporção de Vacinados pelo Esquema Vacinal Básico por doses aplicadas em
relação a Faixa Etária Materna, Fortaleza 2007.
Participou da última campanha
91,7% 84,8%
8,3% 15,3%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
< 30 anos ≥ 30 anos
Com EVBa Sem EVBa
86
A participação na última campanha de vacinação registrou associação
estatisticamente significante com o EVBa (p = 0,006). A não participação das crianças na
última campanha de vacinação mostrou uma maior chance das mesmas não serem vacinadas
pelo EVBa (OR = 2,72; IC95%: 1,31 - 5,66) (Tabela 8, Tabela 9 e Gráfico 5).
Gráfico 5 - Proporção de Vacinados pelo Esquema Vacinal Básico por doses aplicadas em
relação a Participou da última campanha de vacinação, Fortaleza 2007
Data da vacinação na última campanha
A data da última campanha apresentou associação estatisticamente significativa
em relação às crianças terem sido vacinadas pelo EVBa (p = 0,005). Comparando-se crianças
que foram vacinadas no dia D da campanha, aquelas que não foram vacinadas na campanha
exibiram maior chance de não serem vacinadas pelo EVBa (OR = 3,21; IC95%: 1,49 - 6,91).
Entretanto, se a criança foi vacinada, porém fora do dia D de campanha, a chance de não ser
vacinada pelo EVBa não diferiu significativamente das vacinadas no dia D (OR = 1,11;
IC95%: 0,49 - 2,51) (Tabela 8, Tabela 9 e Gráfico 6).
Gráfico 6 - Proporção de Vacinados pelo Esquema Vacinal Básico por doses aplicadas em
Relação à data da última campanha, Fortaleza 2007.
90,6%
78,1%
9,4%
21,9%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Participou Não Participou
Com EVBa Sem EVBa
90,8% 89,9%
75,4%
9,3% 10,1%
24,7%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Vacinada dia D Vacinada fora da
campanha
Não vacinada na
campanha
Com EVBa Sem EVBa
87
Todas as vacinas foram realizadas no mesmo serviço
Todas as vacinas serem realizadas no mesmo serviço exibiu no contexto bivariado
associação significativa para o EVBa (p = 0,008). A realização da vacinação no mesmo
serviço registrou maior chance das crianças não serem vacinadas pelo EVBa (OR = 2,40;
IC95%: 1,23 - 4,68) (Tabela 8, Tabela 9 e Gráfico 7).
Gráfico 7 - Proporção de Vacinados pelo Esquema Vacinal Básico por doses aplicadas em
Relação a Todas as vacinas terem sido realizadas no mesmo serviço, Fortaleza 2007
Já utilizou algum serviço privado para vacinação
A utilização de algum serviço privado para vacinação exibiu no contexto
bivariado associação significativa com EVBa (p = 0,000). Já ter utilizado serviço privado para
aplicação de alguma vacina apresentou maior chance das crianças não possuírem o EVBa
((OR = 3,43; IC95%: 1,92 -6,15) (Tabela 8, Tabela 9 e Gráfico 8).
Gráfico 8 - Proporção de Vacinados pelo Esquema Vacinal Básico por doses aplicadas em
Relação a criança já ter utilizado algum serviço privado para vacinação, Fortaleza 2007
88,6% 94,9%
11,4% 5,1%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Mesmo serviço Diferentes serviço
Com EVBa Sem EVBa
74,5%
90,9%
25,5%
9,1%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Já utilizou serviço privado Não utilizou serviço privado
Com EVBa Sem EVBa
88
Onde foi realizada a última vacina (Público ou Privado)
O serviço onde foi realizada a última vacina da criança (público ou privado)
exibiu associação com o EVBa (p = 0,000). Além do mais, a realização da última vacina ter
sido realizada no serviço privado registrou maior chance das crianças não serem vacinadas
pelo EVBa (OR = 7,81; IC95%: 2,90 - 21,06) (Tabela 8, Tabela 9 e Gráfico 9).
Gráfico 9 - Proporção de Vacinados pelo Esquema Vacinal Básico por Doses Aplicadas em
relação a Onde foi realizada a última vacina, Fortaleza 2007.
90,2%
54,0%
9,9%
46,0%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Público Privado
Com EVBa Sem EVBa
89
4.4.1.2 Fatores associados à não-vacinação ou a baixas coberturas vacinais pelo Esquema
Vacinal Básico por doses válidas (EVBv)
Tabela 10 - Fatores associados à não vacinação com Esquema Vacinal Básico por doses
válidas na faixa etária menor de 12 meses de idade, Fortaleza, 2007
EVBv Sim % Não % Fortaleza p-valor
Sexo da criança
0,501
Masculino 408 79,6 97 20,4 505
Feminino 408 81,6 93 18,4 501
Cor da criança 0,134
Preta ou Parda 405 82,7 83 17,3 488
Não Preta e Não Parda 406 78,1 107 21,9 513
Ordem de nascimento
0,062
1º filho 416 84,3 84 15,7 500
2º ou mais filho 398 77,9 104 22,1 502
Faixa etária materna
0,013
< 30 anos 529 83,3 110 16,7 639
≥ 30 anos 278 75,6 76 24,4 354
Mãe trabalha fora de casa
0,874
Sim 322 88,2 72 11,8 394
Não 494 90,0 117 10,0 611
Escolaridade materna
0,053
0 a 3 anos de estudo 33 75,6 9 24,4 42
4 a 10 anos de estudo 338 77,0 86 23,0 424
11 e mais anos de estudo 441 84,6 92 15,4 533
Número de filhos
0,047
1 filho 359 84,5 73 15,5 432
Dois ou mais filhos 457 78,0 117 22,0 574
Presença da avó
0,561
Sim 273 88,2 64 11,8 337
Não 541 90,0 125 10,0 666
Presença do companheiro
0,382
Sim 605 88,2 142 11,8 747
Não 211 90,0 47 10,0 258 (Continua)
90
(Continuação)
Tabela 10 - Fatores associados à não vacinação com Esquema Vacinal Básico por doses
válidas na faixa etária menor de 12 meses de idade, Fortaleza, 2007
EVBv Sim % Não % Fortaleza p-valor
Possui carteira de Vacinação
0,000
Sim 813 82,0 172 18,0 985
Não 3 13,9 12 86,1 15
Participou da última campanha 0,193
Sim 756 88,2 170 11,8 926
Não 58 90,0 16 10,0 74
Data da vacinação na última
campanha 0,237
Vacinada dia D 642 81,4 148 18,6 790
Vacinada fora da campanha 110 81,1 21 18,9 131
Não vacinada na campanha 64 71,4 21 28,6 85
Todas as vacinas foram realizadas no
mesmo serviço 0,077
Sim 615 79,7 147 20,3 762
Não 199 86,3 38 13,7 237
Já utilizou algum serviço privado
para vacinação 0,003
Sim 72 88,2 36 11,8 108
Não 742 90,0 149 10,0 891
Onde foi realizada a última vacina
0,001
Público 800 81,4 170 18,6 970
Privado 12 51,1 14 48,9 26
Utiliza exclusivamente serviço
privado 0,003
Sim 99 88,2 37 11,8 136
Não 715 90,0 147 10,0 862
91
Tabela 11 - Fatores associados à não vacinação com Esquema Vacinal Básico por doses
válidas na faixa etária menor de 12 meses de idade. Fortaleza, 2007
EVBv p-valor OR(IC95%)
Faixa etária materna
< 30 anos 0,013 1
≥ 30 anos
1,61 (1,11 - 2,35)
Escolaridade materna
0 a 3 anos de estudo 0,190 1,77 (0,75 - 4,18)
4 a 10 anos de estudo 0,020 1,64 (1,08 - 2,47)
11 e mais anos de estudo 1
Número de filhos
1 filho 0,047 1
Dois ou mais filhos
1,54 (1,00 - 2,36)
Já utilizou algum serviço privado para vacinação
Sim 0,003 2,34 (1,33 - 4,31)
Não
1
Onde foi realizada a última vacina
Público 0,001 1
Privado
4,19 (1,64 -10,69)
Utiliza exclusivamente serviço privado
Sim 0,003 1,93 (1,25 - 2,96)
Não
1
Faixa Etária Materna
A faixa etária materna apresentou associação estatisticamente significativa com o
EVBv (p = 0,013). Além disso, crianças com mães com 30 anos ou mais de idade (OR = 1,61;
IC95%: 1,11 - 2,35), registram maior da chance das crianças não serem vacinadas pelo EVBv
(Tabela 10, Tabela 11e Gráfico 10).
92
Gráfico 10 - Proporção de Vacinados pelo Esquema Vacinal Básico por doses válidas em
relação a Faixa Etária Materna, Fortaleza 2007.
Escolaridade da mãe
A escolaridade materna registrou associação boderlane com EVBv (p = 0,053).
Crianças que possuem mães com 11 e mais anos de estudo, comparadas as crianças com mães
de menor escolaridade, apresentaram menor chance de não serem vacinadas no EVBv ((0 a 3
anos OR = 1,77; IC95%:: 0,75 - 4,18); 4 a 10 anos OR = 1,64; IC95%:: 1,08 - 2,47)) (Tabela 10,
Tabela 11 e Gráfico 11).
Gráfico 11 - Cobertura Vacinal com o Esquema Vacinal Básico por doses válidas em Relação
à Escolaridade Materna, Fortaleza 2007
83,3% 75,6%
16,7% 24,4%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
< 30 anos ≥ 30 anos
Com EVBv Sem EVBv
75,6% 77,0% 84,6%
24,4% 23,0% 15,4%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
0 a 3 anos de estudo 4 a 10 anos de estudo 11 e mais anos de estudo
Com EVBv Sem EVBv
93
Nº de Filhos
Verificou-se que houve associação estatisticamente significante entre Número de
filhos e o EVBv (p = 0,047). Percebeu também, que a presença de dois ou mais filhos mostrou
maior chance das crianças não serem vacinadas pelo EVBv, quando comparadas as crianças
filhas únicas (OR = 1,54; IC95%: 1,00 - 2,36) (Tabela 10, Tabela 11 e Gráfico 12).
Gráfico 12 - Proporção de Vacinados pelo Esquema Vacinal Básico por doses válidas em
relação a Número de filhos, Fortaleza 2007.
Já utilizou algum serviço privado para vacinação
Já ter utilizado algum serviço privado para vacinação mostrou associação
significativa com o EVBv (p = 0,003) e ter utilizado este tipo de serviço, registrou maior
chance das crianças não serem vacinadas pelo EVBv (OR = 2,34; IC95%: 1,33 - 4,31) (Tabela
10, Tabela 11 e Gráfico 13).
Gráfico 13 - Proporção de Vacinados pelo Esquema Vacinal Básico por doses válidas em
relação a Já ter utilizado algum serviço privado para vacinação, Fortaleza 2007
84,5% 78,0%
15,5% 22,0%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
1 filho Dois ou mais filhos
Com EVBv Sem EVBv
88,2% 90,0%
11,8% 10,0%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Já utilizou serviço privado Não utilizou serviço privado
Com EVBv Sem EVBv
94
Onde foi realizada a última vacina (Público ou Privado)
O serviço onde foi realizada última vacina das crianças (público ou privado)
apresentou associação significativa com o EVBv (p = 0,001), mas a realização da última
vacina ter ocorrido no serviço privado registrou maior chance das crianças não serem
vacinadas pelo EVBv (OR = 4,19; IC95%: 1,64 -10,69) (Tabela 10, Tabela 11 e Gráfico 14).
Gráfico 14 - Proporção de Vacinados pelo Esquema Vacinal Básico por doses válidas em
relação a Onde foi realizada a última vacina, Fortaleza 2007
Utiliza exclusivamente serviço privado
Utilizar exclusivamente serviço privado para vacinação mostrou associação
significativa para o EVBv (p = 0,003) e a utilização exclusiva do serviço privado registrou
maior chance das crianças não serem vacinadas pelo EVBv, quando associado as crianças que
não utilizam exclusivamente serviço privado (Serviço público ou misto (privado e público ))
(OR = 1,93; IC95%: 1,25 - 2,96) (Tabela 10, Tabela 11 e Gráfico 15).
Gráfico 15 - Proporção de Vacinados pelo Esquema Vacinal Básico por doses válidas em
relação a Utilizar exclusivamente serviço privado, Fortaleza 2007
81,4%
51,1%
18,6%
48,9%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Público Privado
Com EVBv Sem EVBv
88,2% 90,0%
11,8% 10,0%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Exclusivamente serviço privado Serviço público ou misto
(privado e público )
Com EVBv Sem EVBv
95
4.4.1.3 Fatores associados à não-vacinação ou a baixas coberturas vacinais pelo Esquema
Básico Completo por doses aplicadas (EBCa)
Tabela 12 - Fatores associados à não vacinação com Esquema Básico Completo por doses
aplicadas no intervalo etário de 12 meses a menor de 24 meses, Fortaleza, 2007
EBCa Sim % Não % Fortaleza p-valor
Sexo da criança
0,139
Masculino 425 83,1 80 16,9 505
Feminino 432 86,8 69 13,2 501
Cor da criança 0,054
Preta ou Parda 426 87,8 62 12,3 488
Não Preta e Não Parda 426 81,6 87 18,4 513
Ordem de nascimento
0,441
1º filho 432 86,0 68 14,0 500
2º ou mais filho 422 84,0 80 16,0 502
Faixa etária materna
0,017
< 30 anos 557 87,6 82 12,4 639
≥ 30 anos 290 80,4 64 19,6 354
Mãe trabalha fora de casa
0,243
Sim 334 82,7 60 17,3 394
Não 523 86,0 88 14,0 611
Escolaridade materna
0,075
0 a 3 anos de estudo 36 89,6 6 10,4 42
4 a 10 anos de estudo 356 81,4 68 18,6 424
11 e mais anos de estudo 460 87,8 73 12,2 533
Número de filhos
0,408
1 filho 373 86,3 59 13,7 432
Dois ou mais filhos 484 83,9 90 16,1 574
Presença da avó
0,666
Sim 286 84,0 51 16,0 337
Não 569 85,2 97 14,8 666
Presença do companheiro
0,216
Sim 635 83,9 112 16,1 747
Não 222 87,6 36 12,4 258
(Continua)
96
(Continuação)
Tabela 12 - Fatores associados à não vacinação com Esquema Básico Completo por doses
aplicadas no intervalo etário de 12 meses a menor de 24 meses, Fortaleza, 2007
EBCa Sim % Não % Fortaleza p-valor
Possui carteira de Vacinação
0,000
Sim 856 86,6 129 13,4 985
Não 1 2,4 14 97,6 15
Participou da última campanha
0,005
Sim 801 86,2 125 13,8 926
Não 54 71,8 20 28,2 74
Data da vacinação na última campanha
0,006
Vacinada dia D 680 85,8 110 14,2 790
Vacinada fora da campanha 117 88,3 14 11,7 131
Não vacinada na campanha 60 69,9 25 30,1 85
Todas as vacinas foram realizadas no mesmo
serviço 0,330
Sim 650 84,6 112 15,4 762
Não 205 87,8 32 12,2 237
Já utilizou algum serviço privado para vacinação
0,000
Sim 76 70,6 32 29,4 108
Não 779 86,3 112 13,7 891
Onde foi realizada a última vacina
0,000
Público 840 85,6 130 14,4 970
Privado 13 54,0 13 46,0 26
Utiliza exclusivamente serviço privado
0,741
Sim 113 84,1 23 15,9 136
Não 741 85,3 121 14,7 862
97
Tabela 13 - Fatores associados à não vacinação com Esquema Básico Completo por doses
aplicadas no intervalo etário de 12 meses a menor de 24 meses, Fortaleza, 2007
EBCa p-valor OR(IC95%)
Faixa etária materna
< 30 anos 0,017 1
≥ 30 anos
1,72 (1,10 - 2,69)
Participou da última campanha
Sim 0,005 1
Não
2,45 (1,30 - 4,61)
Data da vacinação na última campanha
Vacinada dia D
1
Vacinada fora da campanha 0,550 0,81 (0,40 - 1,64)
Não vacinada na campanha 0,004 2,61 (1,36 - 5,02)
Já utilizou algum serviço privado para vacinação
Sim 0,000 2,63 (1,58 - 4,38)
Não
1
Onde foi realizada a última vacina
Público 0,000 1
Privado
5,07 (1,91 - 13,46)
Faixa Etária Materna
A faixa etária materna mostrou associação estatisticamente significativa com o
EBCa (p = 0,017). Verificou-se que crianças filhas de mães com 30 anos ou mais, apontaram
maior chance das crianças não serem vacinadas pelo EBCa, (OR = 1,72, IC95%: ,10 - 2,69)
(Tabela 12, Tabela 13 e Gráfico 16).
Gráfico 16 – Proporção de Vacinados pelo Esquema Básico Completo por doses aplicadas em
relação a Faixa Etária Materna, Fortaleza 2007
87,6% 80,4%
12,4% 19,6%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
< 30 anos ≥ 30 anos
Com EBCa Sem EBCa
98
Participou da última campanha
A participação na última campanha de vacinação apresentou associação estática
significativa pelo EBCa (p = 0,005) e a não Participação das crianças na última campanha
registrou maior chance delas não serem vacinadas pelo EBCa (OR = 2,45; IC95%: 1,30 - 4,61)
(Tabela 12, Tabela 13 e Gráfico 17).
Gráfico 17 – Proporção de Vacinados pelo Esquema Básico Completo por doses aplicadas em
relação a Participação da criança na última campanha, Fortaleza 2007
Data da vacinação na última campanha
A data da vacinação da criança na última campanha mostrou associação
significativa com o EBCa (p = 0,006). Comparando crianças que foram vacinadas no dia D da
campanha, as crianças que não foram vacinadas na campanha mostraram maior chance de não
serem vacinadas pelo EBCa (OR = 2,61; IC95%: 1,36 - 5,02). Entretanto, se a criança foi
vacinada porem, fora do dia D da campanha, a chance de não serem vacinadas pelo EBCa não
diferiu significativamente das vacinadas no dia D (OR = 0,81; IC95%: 0,40 - 1,64) (Tabela 12,
Tabela 13 e Gráfico 18).
Gráfico 18 - Proporção de Vacinados pelo Esquema Básico Completo por doses aplicadas em
relação a Data da última campanha de vacinação, Fortaleza 2007
86,2%
71,8%
13,8%
28,2%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Participou Não Participou
Com EBCa Sem EBCa
85,8% 88,3%
69,9%
14,2% 11,7%
30,1%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Vacinada dia D Vacinada fora da
campanha
Não vacinada na
campanha
Com EBCa Sem EBCa
99
Já utilizou algum serviço privado para vacinação
Já ter utilizado algum serviço privado para vacinação mostrou no contexto
bivariado associação significativa com EBCa (p = 0,000). Já ter utilizado serviço privado para
a aplicação de alguma vacina apresentou maior chance das crianças não serem vacinadas pelo
EBCa (OR = 2,63; IC95% : 1,58 - 4,38) (Tabela 12, Tabela 13 e Gráfico 19).
Gráfico 19 - Proporção de Vacinados pelo Esquema Básico Completo por doses aplicadas em
relação a já ter utilizado algum serviço privado para vacinação, Fortaleza 2007
Onde foi realizada a última vacina (Público ou Privado)
O serviço onde foi realizada última vacina da criança (público ou privado) exibiu
no contexto bivariado associação significativa com EBCa (p = 0,000). A realização da última
vacina ter ocorrido no serviço privado registrou maior chance das crianças não serem
vacinadas pelo EBCa (OR = 5,07; IC95%: 1,91 - 13,46) (Tabela 12, Tabela 13 e Gráfico 20).
Gráfico 20 - Proporção de Vacinados pelo Esquema Básico Completo por doses aplicadas em
relação a Onde foi realizada a última vacina, Fortaleza 2007
70,6%
86,3%
29,4%
13,7%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Já utilizou serviço privado Não utilizou serviço privado
Com EBCa Sem EBCa
85,6%
54,0%
14,4%
46,0%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Público Privado
Com EBCa Sem EBCa
100
4.4.1.4 Fatores associados à não-vacinação ou a baixas coberturas vacinais pelo Esquema
Básico Completo por doses válidas (EBCv)
Tabela 14 - Fatores associados à não vacinação com Esquema Básico Completo por doses
válidas no intervalo etário de 12 meses a menor de 24 meses, Fortaleza, 2007
EBCv Sim % Não % Fortaleza p-valor
Sexo da criança
0,500
Masculino 389 75,4 116 24,6 505
Feminino 386 77,4 115 22,6 501
Cor da criança 0,172
Preta ou Parda 382 78,4 106 21,6 488
Não Preta e Não Parda 389 74,0 124 26,0 513
Ordem de nascimento
0,054
1º filho 400 80,3 100 19,7 500
2º ou mais filho 373 73,5 129 26,5 502
Faixa etária materna
0,006
< 30 anos 507 79,8 132 20,2 639
≥ 30 anos 261 71,2 93 28,8 354
Mãe trabalha fora de casa
0,936
Sim 309 76,5 85 23,5 394
Não 466 76,3 145 23,8 611
Escolaridade materna
0,003
0 a 3 anos de estudo 30 73,2 12 26,8 42
4 a 10 anos de estudo 313 70,8 111 29,2 424
11 e mais anos de estudo 428 82,3 105 17,7 533
Número de filhos
0,038
1 filho 347 80,8 85 19,2 432
Dois ou mais filhos 428 73,5 146 26,5 574
Presença da avó
0,891
Sim 263 76,0 74 24,0 337
Não 510 76,4 156 23,6 666
Presença do companheiro
0,512
Sim 574 75,8 173 24,3 747
Não 201 78,1 57 21,9 258
(Continua)
101
(Continuação)
Tabela 14 - Fatores associados à não vacinação com Esquema Básico Completo por doses
válidas no intervalo etário de 12 meses a menor de 24 meses, Fortaleza, 2007
EBCv Sim % Não % Fortaleza p-valor
Possui carteira de Vacinação
0,000
Sim 774 77,9 211 22,1 985
Não 1 2,4 14 97,6 15
Participou da última campanha 0,104
Sim 721 77,4 205 22,7 926
Não 52 67,4 22 32,6 74
Data da vacinação na última campanha 0,162
Vacinada dia D 612 77,1 178 22,9 790
Vacinada fora da campanha 105 78,5 26 21,5 131
Não vacinada na campanha 58 65,9 27 34,1 85
Todas as vacinas foram realizadas no mesmo
serviço 0,313
Sim 587 75,9 175 24,1 762
Não 186 80,1 51 19,9 237
Já utilizou algum serviço privado para vacinação
0,003
Sim 69 61,7 39 38,3 108
Não 704 77,8 187 22,2 891
Onde foi realizada a última vacina
0,010
Público 760 77,2 210 22,8 970
Privado 12 51,1 14 48,9 26
Utiliza exclusivamente serviço privado
0,009
Sim 93 67,8 43 32,2 136
Não 680 78,2 182 21,8 862
102
Tabela 15 - Fatores associados à não vacinação com Esquema Básico Completo por doses
válidas no intervalo etário de 12 meses a menor de 24 meses, Fortaleza, 2007
EBCv p-valor OR(IC95%)
Faixa etária materna
< 30 anos 0,006 1
≥ 30 anos
1,59 (1,14 - 2,22)
Escolaridade materna
0 a 3 anos de estudo 0,185 1,71(0,77 - 3,77)
4 a 10 anos de estudo 0,001 1,91 (1,33 - 2,77)
11 e mais anos de estudo
1
Número de filhos
1 filho 0,038 1
Dois ou mais filhos
1,52 (1,02 - 2,25)
Já utilizou algum serviço privado para vacinação
Sim 0,003 2,18 (1,29 - 3,68)
Não
1
Onde foi realizada a última vacina
Público 0,010 1
Privado
3,24 (1,26 - 8,34)
Utiliza exclusivamente serviço privado
Sim 0,009 1,71 (1,14 - 2,55)
Não
1
Faixa Etária Materna
A faixa etária materna registrou associação estatística significante com o EBCv (p
= 0,006). Constatou-se também, que crianças com mães com 30 anos ou mais de idade,
exibiram maior chance das crianças não serem vacinadas pelo EBCv (OR = 1,59, (IC95%: 1,14
- 2,22) (Tabela 14, Tabela 15 e Gráfico 21).
Gráfico 21 - Proporção de Vacinados pelo Esquema Básico Completo por doses válidas em
relação a Faixa Etária Materna – Fortaleza – 2007.
79,8% 71,2%
20,2% 28,8%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
< 30 anos ≥ 30 anos
Com EBCv Sem EBCv
103
Escolaridade da mãe
Escolaridade Materna registrou associação estatisticamente significativa em
relação ao EBCv (p = 0,003). Crianças com mães com escolaridade materna de 11 e mais
anos de estudo apresentaram menor chance de não serem vacinadas pelo EBCv, comparadas
as criança com mães de menor escolaridade ((0 a 3 anos OR = 1,71; IC95%: 0,77 - 3,77) e 4 a
10 anos OR 1,91; IC95%: 1,33 - 2,77)) (Tabela 14, Tabela 15 e Gráfico 22).
Gráfico 22 - Proporção de Vacinados pelo Esquema Básico Completo por doses válidas em
relação à Escolaridade Materna, Fortaleza 2007
Nº de Filhos
Número de filhos apresentou associação significativa para o EBCv (p = 0,038). A
presença de dois ou mais filhos na família, registrou maior chance das crianças não serem
vacinadas pelo EBCv (OR = 1,52; IC95%: 1,02 - 2,25) (Tabela 14, Tabela 15 e Gráfico 23).
Gráfico 23 - Proporção de Vacinados pelo Esquema Básico Completo por doses válidas em
relação a Número de filhos, Fortaleza 2007
73,2% 70,8%
82,3%
26,8% 29,2%
17,7%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
0 a 3 anos de estudo 4 a 10 anos de estudo 11 ou mais anos de
estudo
Com EBCv Sem EBCv
80,8% 73,5%
19,2% 26,5%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
1 filho Dois ou mais filhos
Com EBCv Sem EBCv
104
Já utilizou algum serviço privado para vacinação
Já ter utilizado algum serviço privado para vacinação mostrou associação
significativa para o EBCv (p = 0,003). Já ter utilizado serviço privado realizar alguma vacina
registrou maior chance das crianças não serem vacinadas pelo EBCv, (OR = 2,18; IC95%: 1,29
- 3,68) (Tabela 14, Tabela 15 e Gráfico 24).
Gráfico 24 - Proporção de Vacinados pelo Esquema Básico Completo por doses válidas em
relação a já ter utilizado algum serviço privado para vacinação, Fortaleza 2007
Onde foi realizada a última vacina (Público ou Privado)
O serviço onde foi realizada última vacina da criança (público ou privado)
registrou associação estatisticamente significativa em relação ao EBCv (p = 0,010). A
realização da última vacina da criança ter ocorrido no serviço privado, exibiu maior chance
das crianças não serem vacinadas pelo EBCv (OR = 3,24; IC95%: 1,26 -8,34) (Tabela 14,
Tabela 15 e Gráfico 25).
Gráfico 25 - Proporção de Vacinados pelo Esquema Básico Completo por doses válidas em
relação a Onde foi realizada a última vacina, Fortaleza 2007
61,7%
77,8%
38,3%
22,2%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Já utilizou serviço privado Não utilizou serviço privado
Com EBCv Sem EBCv
77,2%
51,1%
22,8%
48,9%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Público Privado
Com EBCv Sem EBCv
105
Utiliza exclusivamente serviço privado
Utilizar exclusivamente o serviço privado para vacinação mostrou associação
significativa para o EBCv (p = 0,009). Utilizar exclusivamente o serviço privado para
vacinação registrou maior chance das crianças não serem vacinadas pelo EBCv (OR = 1,71;
IC95%: 1,14 - 2,55), quando comparadas as crianças que utilizam o serviço público ou misto
(privado e público ) (Tabela 14, Tabela 15 e Gráfico 26).
Gráfico 26 - Proporção de Vacinados pelo Esquema Básico Completo por doses válidas em
relação a Utiliza exclusivamente serviço privado, Fortaleza 2007
67,8% 78,2%
32,2% 21,8%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Exclusivamente serviço
privado
Serviço público ou misto
(privado e público )
Com EBCv Sem EBCv
106
4.4.2 No Contexto Multidimensional
4.4.2.1 Fatores associados à não-vacinação ou a baixas coberturas vacinais pelo Esquema
Vacinal Básico por doses aplicadas (EVBa)
Tabela 16 - Análise multidimensional dos fatores associados à não vacinação das crianças
pelo Esquema Vacinal Básico por doses aplicadas na faixa etária menor de 12 meses de idade,
Fortaleza, 2007
EVBa p - valor *OR(IC95%)
Faixa etária materna
< 30 anos 0,036 1
≥ 30 anos
1,91 (1,04 - 3,49)
Data da vacinação na última campanha
Vacinada dia D
1
Vacinada fora da campanha 0,821 0,90 (0,37 - 2,20)
Não vacinada na campanha 0,016 2,77 (1,21 - 5,99)
Todas as vacinas foram realizadas no mesmo
serviço
Sim 0,000 4,62 (2,12 - 10,04)
Não
1
Já utilizou algum serviço privado para vacinação
Sim 0,001 5,67 (2,87 - 11,22)
Não
1 * OR ajustado para as demais variáveis
No contexto multidimensional as variáveis que apresentaram maior chance das
crianças não serem vacinadas pelo EVBa foram: faixa etária materna maior ou igual a 30 anos
(p = 0,036; OR = 1,91; IC95%: 1,04 - 3,49); a criança não ter sido vacinada na última
campanha (p = 0,016; OR = 2,77; IC95%: 1,21 - 5,99); todas as vacinas terem sido realizadas
no mesmo (p = 0,000; OR = 4,62; IC95%: 2,12 - 10,04)) e já ter utilizado algum serviço
privado para vacinação (p = 0,001; OR = 5,67; IC95%: 2,87 - 11,22)). A data da última dose de
vacina de campanha ter sido fora da campanha não apresentou uma exposição importante (p =
0,821; OR = 0,90; IC95%: 0,37 – 2,20) (Tabela 16).
Na análise bivariada participou da ultima campanha de vacinação e onde foi
realizada a última vacina apresentaram importância significativa para o EVBa, porém no
contexto multidimensional não foram estatisticamente significante para explicar este
desfecho.
107
4.4.2.2 Fatores associados à não-vacinação ou a baixas coberturas vacinais pelo Esquema
Vacinal Básico por doses válidas (EVBv)
Tabela 17 - Análise multidimensional dos fatores associados à não vacinação das crianças
pelo Esquema Vacinal Básico por doses válidas na faixa etária menor de 12 meses de idade,
Fortaleza, 2007
EVBv p-valor *OR (IC95%)
Faixa etária materna
< 30 anos 0,031 1
≥ 30 anos
1,57 (1,04 - 2,38)
Escolaridade materna
0 a 3 anos de estudo 0,139 1,98 (0,79 - 4,90)
4 a 10 anos de estudo 0,023 1,71 (1,08 - 2,70)
11 e mais anos de estudo
1
Já utilizou algum serviço privado para vacinação
Sim 0,024 2,05 (1,09 - 3,84)
Não
1
Onde foi realizada a última vacina
Público 0,044 1
Privado
3,05 (1,03 - 9,03) * OR ajustado para as demais variáveis
No contexto multidimensional as variáveis que proporcionaram maior chance das
crianças não serem vacinadas pelo EVBv foram: faixa etária materna igual ou superior a 30
anos (p = 0,031; OR = 1,57; IC95%: 1,04 - 2,38); mães com escolaridade de 4 a 10 anos de
estudo (p = 0,023; OR = 1,71; IC95%: 1,08 - 2,70), já ter utilizado algum serviço privado para
vacinação (p = 0,024; OR = 2,05; IC95%: 1,09 - 3,84) e a última vacina ter ocorrido no serviço
privado (p = 0,044; OR = 3,05; IC95%: 1,03 - 9,03). As mães com escolaridade de 0 a 3 anos
de estudo (p = 0,139; OR = 0,1,98; IC95%: 0,79 - 4,90) não apresentaram exposição importante
(Tabela 17).
No contexto bivariado número de filhos e utilizar exclusivamente o serviço
privado para vacinação apresentaram importância significativa para o EVBv, porém no
contexto multidimensional não foram estatisticamente significante para explicar este
desfecho.
108
4.4.2.3 Fatores associados à não-vacinação ou a baixas coberturas vacinais pelo
Esquema Básico Completo por doses aplicadas (EBCa)
Tabela 18 - Análise multidimensional dos fatores associados à não vacinação das
crianças pelo Esquema Básico Completo por doses aplicadas no intervalo etário de 12
meses a menor de 24 meses, Fortaleza, 2007
EBCa p-valor *OR(IC95%)
Faixa etária materna
< 30 anos 0,028 1
≥ 30 anos
1,71 (1,06 - 2,77)
Data da vacinação na última campanha
Vacinada dia D
1
Vacinada fora da campanha 0,682 0,86 (0,41 - 1,79)
Não vacinada na campanha 0,013 2,35 (1,67 - 13,24)
Onde foi realizada a última vacina
Público 0,003 1
Privado
4,72 (1,68 - 13,24)
* OR ajustado para as demais variáveis
No contexto multidimensional as variáveis que proporcionaram maior
chance das crianças não serem vacinadas pelo EBCa foram: faixa etária materna igual
ou superior a 30 anos (p = 0,028; OR = 1,71; IC95%: 1,06 - 2,77); a criança não foi
vacinada na última campanha (p = 0,013; OR = 2,35; IC95%: 1,67 - 13,24) e a realização
a última vacina ter ocorrido no serviço privado (p = 0,003; OR = 4,72; IC95%: 1,68 -
13,24). A data da última dose de vacina de campanha ter sido fora da campanha (p =
0,682; OR = 0,86; IC95%: 0,41 - 1,79) não apresentou uma exposição importante (Tabela
18).
Na análise bivariada participou da ultima campanha de vacinação e já ter
utilizado algum serviço privado para vacinação apresentaram importância significativa
para o EBCa, porém no contexto multidimensional não foram estatisticamente
significante para explicar este desfecho.
109
4.4.2.4 Fatores associados à não-vacinação ou a baixas coberturas vacinais pelo Esquema
Básico Completo por doses válidas (EBCv)
Tabela 19 - Análise multidimensional dos fatores associados à não vacinação das crianças
pelo Esquema Básico Completo por doses válidas no intervalo etário de 12 meses a menor de
24 meses, Fortaleza, 2007
EBCv p-valor *OR (IC95%)
Faixa etária materna
< 30 anos 0,021 1
≥ 30 anos
1,55 (1,07 - 2,24)
Escolaridade materna
0 a 3 anos de estudo 0,148 1,85 (0,80 - 4,25)
4 a 10 anos de estudo 0,001 1,96 (1,30 -2,94)
11 e mais anos de estudo
1
Já utilizou algum serviço privado para vacinação
Sim 0,002 2,29 (1,35 - 3,89)
Não
1
* OR ajustado para as demais variáveis
No contexto multidimensional as variáveis que proporcionaram maior chance das
crianças não serem vacinadas pelo EBCv foram: faixa etária materna igual ou superior a 30
anos (p = 0,021; OR = 1,55; IC95%: 1,07 - 2,24); mães com 4 a 10 anos de estudo (p = 0,001;
OR = 1,96; IC95%: 1,30 - 2,94) e Já ter utilizado algum serviço privado para vacinação (p =
0,002; OR = 2,29; IC95%: 1,35 - 3,89). As mães com 0 a 3 anos de estudo não apresentaram
exposição importante (p = 0,148; OR = 1,85; IC95%: 0,80 - 4,25) (Tabela 19).
No contexto bivariado número de filhos, onde foi realizada a última vacina e
utilizar exclusivamente o serviço privado apresentaram importância significativa para o
EBCv, porém no contexto multidimensional não foram estatisticamente significante para
explicar estes desfechos.
110
5. DISCUSSÃO
É notório que o PNI vem contribuindo para o avanço da saúde pública no Brasil,
sendo incontestável o impacto do uso sistemático das vacinas no perfil epidemiológico da
população através da redução, controle ou erradicação das doenças imunopreveníveis.
Entretanto, o desafio constante de obtenção de elevadas coberturas vacinais de forma
homogênea se faz necessário para evitar a formação de bolsões de susceptíveis e a reintrodução
de doenças erradicadas e/ou controladas.
Este estudo mostrou um percentual importante de crianças não vacinadas
adequadamente, tanto para as coberturas vacinais pelo Esquema Vacinal Básico (crianças
menores de 12 meses), como pelo Esquema Básico Completo (crianças no intervalo de 12
meses a menores de 24 meses) por doses aplicadas e válidas. Semelhantes resultados foram
encontrados por Pereira et. al., (2009) em Sarandí - PR que observaram que as crianças com
12 meses de idade (68,9%) e crianças de 13 a 23 meses (81,7%) apresentaram cobertura
vacinal abaixo de preconizado. Mesma situação foi encontrada por Ramos, et al., (2010) em
Belém - Pará que detectaram que o índice de cobertura vacinal em crianças, quanto ao
calendário básico de vacinação dos dois primeiros anos de vida foi de 87,97%.
Identificou-se percentuais maiores de CV por doses aplicadas (EVBa e EBCa)
em relação às doses válidas (EVBv e EBCv). Situação também encontrada em todas as
capitais brasileiras no ICV de 2007 (CEALAG, 2007). Segundo Moraes et al. (2003), ao não
considerar os intervalos apropriados entre as doses, a cobertura calculada pode superestimar
a proteção real, incluindo entre os vacinados crianças que, ao receberem as doses com
intervalos mais curtos, podem não ter desenvolvido imunidade. Intervalos mais longos
teriam efeito semelhante ao da aplicação em idades incorretas, uma vez que manteriam as
crianças suscetíveis por um período maior de tempo.
No modelo multidimensional as características das mães que explicaram a não
vacinação das crianças foram: faixa etária materna igual ou superior a 30 anos em todos os
desfechos (EVBa, BVBv, EBCa e EBCv) e escolaridade materna de 4 a 10 anos de estudo
para os desfechos BVBv e EBCv.
Crianças com mães com 30 anos ou mais de idade registram maior chance de não
serem vacinadas pelos EVB e EBC, tanto por doses aplicadas, como por doses válidas. Alias
esta variável esteve presente em todos os desfechos como fator de risco para a não vacinação.
111
Tais resultados diferem dos encontrados por Carneiro et al. (2013) em Volta Redonda – RJ
que constataram que a maioria das mães das crianças com cartões atrasados encontravam-se
na faixa etária entre 26 e 30 anos e dos resultados achados por Luhm (2008) em Curitiba -
PR, no qual foi observado que a idade materna de 35 anos e mais aparece associada a
esquema vacinal completo. Uma possível explicação deste achado poderia ser que uma mãe
nesta faixa etária pode ter mais filhos e ter mais dificuldade de levar a criança para vacinar, e
se trabalhar, isto ainda dificultaria mais a visita à unidade de saúde, aliada á estas questões, a
ausência das doenças imunopreveníveis e a falsa percepção que elas não existem. Pugliesi et
al. (2010) em Rio de Janeiro-RJ sugeriram que uma visão ativa e consciente dos benefícios
das imunizações para as mães, substituiu possíveis desconhecimentos ou resistências que
possuíssem em relação à vacinação.
Mães com escolaridade materna de 4 a 10 anos de estudo as crianças
apresentaram maior chance de não serem vacinadas nos desfechos por doses válidas.
Corroborando com este resultado Carneiro et al. (2013) verificaram que crianças com
cartões atrasados as mães tinham baixa escolaridade e o estudo de SILVA et al. (1999) onde,
a baixa escolaridade materna foi associada à não vacinação. Entretanto no estudo de Ramos,
et al. (2010) não foram percebidas relações significativas entre a escolaridade dos
responsáveis e condição vacinal.
No modelo multidimensional as características do processo de imunização da
criança que explicaram a não vacinação foram: a criança não foi vacinada na última
campanha (EVBa e EBCa); todas as vacinas foram realizadas no mesmo serviço (EVBa); já
ter utilizado algum serviço privado para vacinação (EVBa, EVBv e EBCv) e a realização da
última vacina ter ocorrido no serviço privado (EVBv e EBCa).
A não participação na campanha de vacinação mostrou maior chance das
crianças não serem vacinadas pelos esquemas EVBa e EBCa, resultado que pode estar
reforçando a importância da estratégia de campanha dia D como uma ação positiva na
captação de crianças com vacinas em atraso. Dando suporte a esta interpretação este estudo
mostrou também que as crianças que não foram vacinadas na campanha, quando
comparadas às crianças que foram vacinadas na data do dia D da campanha, revelaram
maior chance de não serem vacinadas pelos esquemas por doses aplicadas nas duas faixas
etárias. Entretanto, se a criança foi vacinada porem, fora do dia D da campanha, a chance
delas não serem vacinadas pelos esquemas EVBa e EBCa não diferiu significativamente das
vacinadas na data do dia D da campanha. Esta condição sugere que a data do dia D da
112
campanha mostrou ser uma estratégia importante na busca de não vacinados. No entanto, a
vacinação de campanha ser ampliada para uma semana a mais e a menos da data do dia D de
campanha não se mostrou significante.
O comparecimento na última campanha contra poliomielite foi relatado por 92,4%
das entrevistas. Observando o registro da data da vacinação na última campanha na carteira de
vacinação da criança foi identificada em 91,5% das carteiras de vacina das crianças
(Considerando como vacinado em campanha crianças com doses de vacina contra a
poliomielite registrada no período da semana anterior à semana posterior ao sábado do dia D
de campanha) existia registro desta dose, muito próximo do que foi relatado pelos
responsáveis. Gatti e Oliveira (2005) em Bauru – SP apresentaram semelhante resultados ao
confrontarem a opinião do entrevistado com a situação vacinal real. Eles observaram que
havia uma forte associação positiva entre ambos, ou seja, os respondentes revelaram elevado
grau de consciência sobre a situação vacinal de suas crianças.
A criança vacinada no mesmo serviço registrou maior chance de não ser
vacinada pelo EVBa, em relação às crianças vacinadas em diferentes serviços. No Sistema
Único de Saúde (SUS), as unidades básicas de saúde funcionam como porta de entrada para
os serviços ofertados, através da Estratégia de Saúde da Família, que têm a responsabilidade
sanitária das famílias de uma área adscrita. Este fato aponta para uma provável inexistência
do vínculo das famílias adscritas às unidades de saúde, o que dificulta o segmento das
crianças nas ações de imunizações. Entendendo que a decisão de vacinar, assim como, o
local da vacinação, depende da família, a efetivação da vacinação em Fortaleza poderá estar
associada à conveniência dos responsáveis e/ou à disponibilidade das vacinas na unidade de
saúde.
A utilização de serviço privado para a aplicação de alguma vacina apresentou
maior chance das crianças não apresentarem os esquemas adequados de vacinação (EVBa,
EVBv e EBCv). Barata et al. (2012), descrevendo os achados do ICV de 2007 nas capitais
brasileiras, relataram que, ao verificar as crianças que receberam todas as vacinas em
serviços públicos, estas eram mais propensas a ser completamente vacinadas aos 18 meses
de idade, do que aqueles que receberam algumas ou todas as vacinas no serviço privado,
dados consistentes com este estudo. Neste sentido, estratégias de rastreamento de crianças
frequentadoras do serviço privado, como também, esclarecimentos e parceria com os
estabelecimentos privado de vacinação, poderiam incrementar as coberturas vacinais destas
crianças.
113
A realização da última vacina ter ocorrido no serviço privado registrou maior
chance das crianças não terem sido vacinadas pelos EVBv e EBCa. Resultados similares
foram encontrados por Moraes (2002), Luhm (2008) e Barata et al. (2012).
Os motivos das baixas CV ou não vacinação alguns autores sugerem estar
relacionados ao conhecimento dos pais sobre as doenças e as vacinas, aos profissionais de
saúde e aos serviços de saúde. A importância do conhecimento dos pais sobre as doenças e
as vacinas faz a diferença entre vacinar ou não seus filhos, sendo um dos elementos
fundamentais para a continuidade e o sucesso dos programas de imunizações, concordam com
essa afirmação os autores Halperin (2011), Pugliesi et al. (2010) , Molina et al. (2007), Mota
(2008) e Bujes (2012).
Os profissionais de saúde serem os responsáveis pelos motivos das baixas CV ou
não vacinação tiveram a mesma opinião os autores Carneiro et al. (2013) que relataram que os
profissionais de saúde devem participar mais ativamente na busca de crianças faltosas e
Molina et al. (2007) que sugeriu ser a falta de informações prestadas na sala de vacina.
O serviço de saúde ser o responsável pelos motivos das baixas CV ou não
vacinação compartilham da mesma opinião os autores: Gonçalves e Machado (2012) em
Milagres - CE disseram que as oportunidades perdidas de vacinação acontecem diariamente
nas unidades de saúde; Molina et al. (2007) em Botucatu - São Paulo expuseram que o
motivo do atraso vacinal e a não-vacinação estão mais relacionados às características do
serviço, do que os relacionadas à população; Travassos e Martins (2004) relatando sobre os
conceitos de acesso e utilização de serviços de saúde, afirma que o comportamento do
indivíduo é geralmente responsável pelo primeiro contato com os serviços de saúde e os
profissionais de saúde são responsáveis pelos contatos subsequentes; Silva et al. (1999) em
São Luís – MA apresentaram que os fatores estruturais relacionados aos serviços de saúde
dificultam a administração da vacina.
Entretanto, Ramos et al. (2010) relataram não haver um motivo único expressivo
constatado pelo estudo que justificasse o índice de cobertura vacinal em crianças nos dois
primeiros anos de vida.
114
6. CONCLUSÃO
Neste estudo encontraram-se percentuais maiores de vacinados por doses
aplicadas do que por doses válidas em todos os desfechos, indicando este fato, o
desconhecimento do tempo de permanência de suscetíveis o que favorece a formação de
possíveis bolsões de não vacinados. Este tempo de exposição destas crianças sem a
vacinação ideal para sua faixa etária, a mobilidade globalizada da população que tem
aumentado (lazer, negócios, eventos e convenções e outros motivos), entre outros poderá
possibilitar a reentrada de doenças que hoje são erradicadas e/ou controladas em Fortaleza.
Escolaridade materna apresentou associação significativa somente para os
desfechos por doses válidas (EVBv e EBCv), esquema no qual as vacinas tem a possiblidade
de melhor resposta imunológica e o tempo de exposição da criança como suscetíveis dentro
do previsto. Conclui-se então, que os serviços de imunizações precisam investir em
conhecimentos e informações sobre as vacinas das crianças menores de 24 meses, visando à
adesão de mães com menos escolaridade.
Mães com escolaridade de 0 a 3 anos de estudo, embora os resultados não
tenham sido estatisticamente significativos pelos EVBv e EBCv, merece maiores
investigações, pois este fato, poderá ter ocorrido devido o tamanho da amostra (42).
A realização de busca de não vacinados nas campanhas de vacinação poderá
estar associada à comprovação deste estudo de maiores percentuais de vacinados por doses
aplicadas, em relação doses válidas. Além de que, no contexto multidimensional as crianças
não terem sido vacinadas no dia D de campanha apresentaram maior chance das crianças
não serem vacinadas pelos esquemas de doses aplicadas (EVBa e EBCa).
Identificou-se nas carteiras de vacina que a maioria das crianças possuía registro
da dose de campanha, embora a CV em todos os desfechos tenha sido abaixo do
preconizado pelo PNI, sugerindo então, que na campanha de agosto de 2007 a busca de não
vacinados não foi efetiva na capital do Ceará. Desta forma, em Fortaleza a estratégia de
campanha deve ser considerada e melhor operacionalizada visando busca efetiva dos não
vacinados, tendo em vista, que a estratégia de rotina não ter conseguindo atingir a meta da
cobertura vacinal para as devidas faixas etárias. Essa observação reforça a relevância das
práticas educativas, de comunicação e informação com relação à vacinação, além, da prática
da cobrança da lei nº 6.259, de 30 de outubro de 1975 e da portaria nº 597/GM de 8 de abril
de 2004 que preveem a obrigatoriedade apresentação do comprovante de vacinação
115
atualizado para efeito de pagamento de salário-família, matrícula em creches, pré-escola,
ensino fundamental ,ensino médio e universidade, alistamento militar, recebimento de
benefícios sociais concedidos pelo Governo e contratação trabalhista, nas instituições
públicas e privadas.
É preocupante a identificação de crianças aos 24 meses apresentarem esquemas
incompletos, pois após esta idade a procura pelo serviço de vacinação diminui, tendo vista,
que o calendário básico de vacinação da criança de 2016 na faixa etária superior a 24 meses
as próximas doses de vacina deverão ser administradas aos 4 anos (reforços da DTP e da
vacina contra a poliomielite).
A utilização de serviço privado para a aplicação de alguma vacina, assim como,
a realização da última vacina ter ocorrido no serviço privado registraram maior chance das
crianças não terem sido vacinadas. Este achado causou curiosidade, por um lado, devido o
perfil das mães que utilizam o serviço privado de vacinação (maior poder aquisitivo e maior
escolaridade) e por outro, os serviços privados de imunizações se mantem com a venda do
produto, neste caso doses de vacina, então quanto mais doses vendidas maior receita. Este
fato merece outros estudos.
Segundo Victora et al. (2011b) a implantação do SUS se fez acompanhar de
importante descentralização do sistema de saúde e resultou na expansão do acesso aos
serviços de saúde, especialmente à atenção básica. Diante desta realidade se faz necessário
entender os motivos das baixas coberturas vacinais e investir na fidelização da clientela ao
serviço de vacinação, através da avaliação e monitoramento das ações, treinamento de
pessoal, melhoria na ambiência da sala de vacina entre outras ações. A estratégia de busca
de não vacinados é a prova da falência da não adesão dos usuários ao serviço, seja ela por
que causa for. De modo que, a ampliação e consolidação de serviços de atenção básica
disponibilizados pela Estratégia de Saúde da Família (ESF), mesmo tendo garantido
melhores níveis de acesso aos serviços de saúde para grande parte da população, nas altas e
homogêneas coberturas vacinais, importantes para o controle das doenças imunopreveníveis,
continuam um desafio.
116
7. RECOMENDAÇÕES
Este estudo mostrou coberturas vacinais abaixo de 90% nas duas faixas etárias,
indicando que um percentual importante das crianças não esta vacinada adequadamente.
Conforme o CEALAG (2007), o conhecimento preciso da cobertura vacinal em menores de
um ano é um dos elementos importantes para o programa de vigilância epidemiológica na
medida em que permite acompanhar o acúmulo de suscetíveis na população, bem como
aquilatar, até que ponto a imunidade de massa está se constituindo em barreira efetiva para a
interrupção da transmissão das doenças prevenidas com a imunização. Diante do exposto,
Fortaleza precisa ficar atenta quanto à presença de suscetíveis na população, objetivando a
formação de barreiras para a interrupção da transmissão das doenças imunopreveníveis.
O PNI necessita rever suas práticas e entender que o sucesso do programa envolve
o modelo de gestão, o usuário, a atenção multiprofissional e o serviço. Sendo assim, se faz
necessárias mudanças no modelo de gestão do programa de uma atenção centrada na demanda
espontânea, para uma atenção centrada na demanda regulada e com foco na pessoa usuária.
De uma ação reativa na busca de faltosos, para uma ação proativa na procura de maior adesão
ao programa. De uma gestão centrada na avaliação da homogeneidade de coberturas vacinais,
para uma gestão centrada na corresponsabilidade do usuário no seu processo saúde doença.
Na atenção focada no profissional da sala de vacina, para uma atenção multiprofissional na
USF e por fim, em um serviço que garanta à imunização da clientela, a credibilidade do
programa, a adesão dos usuários ao serviço e a identificação dos fatores associados a não
vacinação ou motivos de baixas coberturas vacinais, objetivando uma efetiva imunização da
população e a redução da morbimortalidade das doenças imunopreveníveis.
A convivência entre a equipe multiprofissional, a família e a comunidade
influencia na captação de usuário e no fortalecimento da atenção a vacinação. Na unidade de
saúde todos devem estar envolvidos em solicitar a carteira de vacinação por ocasião da
presença da criança para qualquer tipo de atendimento, e não somente na sala de vacina.
Igualmente importante, são os registros precisos, acessíveis e atuais para que se possa realizar
um monitoramento eficaz do estado de imunização da área adscrita.
A qualificação e sensibilização permanente do pessoal da saúde (profissionais e
estudantes) em vacinação se faz necessária, devido ao perfil epidemiológico das doenças
imunopreveníveis, a introdução de novas vacinas, rotatividade de profissionais nas unidades
de saúde, a mobilidade da população, as migrações originárias de guerras, entre outros.
117
Os procedimentos relacionados às ações de imunizações no Brasil até o ano de
2008 eram registrados e faturados no Sistema de informação Ambulatorial (SIA) do SUS por
imunobiológicos, onde esses geravam recursos para as unidades de saúde executoras destas
ações, pois esses procedimentos eram pagos por produção apresentada no SIA/SUS.
Entretanto, a partir de 2008 (ano da implantação da tabela unificada SIGTAP - Sistema de
Gerenciamento da Tabela de procedimentos da Tabela de Procedimentos, Medicamentos e
OPM do SUS), os procedimentos de vacinação continuaram a ser registrados no SIA, para
fins de apresentação/registros de doses aplicadas e remunerados pelo Piso da Atenção Básica
Fixo (PAB FIXO), mantidos na programação física do SIA/SUS nas unidades básicas de
saúde, considerando que o PAB FIXO já remunera tais procedimentos. Os gestores só teriam
que ajustar periodicamente a quantidade física desses procedimentos por unidade de saúde e
registrar a realização das doses aplicadas no SIA/SUS. Diante desta mudança da lógica de
remuneração desses procedimentos, questiono se este fato possa estar influenciando na gestão
das ações de imunizações das coberturas vacinais de rotinas e campanhas, quanto à
diminuição do monitoramento e avaliação das metas vacinais, por não gerar mais recursos,
ocasionando menor busca de não vacinados e de oportunidades perdidas de vacinação? Esta
reflexão merece maiores estudos.
118
REFERÊNCIAS
BARATA, R. B.; MORAES, J. C.; ANTONIO, P. R. A.; DOMINGUEZ, M. Inquérito de
cobertura vacinal: avaliação empírica da técnica de amostragem por conglomerados proposta
pela Organização Mundial da Saúde. Rev. Panam. Salud Publica, v. 17, n. 3, p. 184–190,
2005.
BARATA, R.B.; RIBEIRO, M.C.; DE MORAES, J.C.; FLANNERY, B. Socioeconomic
inequalities and vaccination coverage: results of an immunisation coverage survey in 27
Brazilian capitals, 2007-2008. J. Epidemiol. Community Health, v. 66, n. 10, p. 934-941,
2012.
BARRETO, M. L.; BASTOS, F.; XIMENES, R. A. A.; BARATA, R. B.; RODRIGUES, L.
C. Sucessos e fracassos no controle de doenças infecciosas no Brasil: o contexto social e
ambiental, políticas, intervenções e necessidades de pesquisa. 2011. (Saúde no Brasil, 3).
Disponível em: <http://download.thelancet.com/flatcontentassets/pdfs/brazil/brazilpor3.pdf>.
Acesso em: 20 mar 2013.
BRASIL. Lei Federal nº 6.259, de 30 de outubro de 1975. Dispõe sobre a organização das
ações de Vigilância Epidemiológica, sobre o Programa Nacional de Imunizações e
Notificação compulsória de doenças. Brasília, 1975.
______. Decreto Federal nº 78.231, de 30 de dezembro de 1976. Regulamenta a lei 6.259 e dá
outras providências. Brasília, 1976.
______. Constituição Federal (1988). Constituição da República Federativa do Brasil.
Brasília, DF: Senado Federal, 1988.
______. Programa Nacional de Imunizações (PNI): 30 anos. Brasília, 2003. (Série C.
Projetos e Programas e Relatórios).
______. Portaria GM n.º 597, de 8 de abril de 2004. Institui, em todo o território nacional, os
calendários de vacinação. Brasília, 2004a.
______. Situação da prevenção e controle das doenças transmissíveis no Brasil. Brasília,
2004b.
______. Ministério da Saúde. DATASUS. Sistema de Informação do Programa Nacional de
Imunizações. Subsistema de Avaliação do Programa de Imunizações API. Disponível em:
<http://www.datasus.gov.br/catalogo/pni.htm>. Acesso em: 20 set. 2008.
______. Ministério da Saúde. Guia de vigilância epidemiológica. 7. ed. Brasília, 2009a.
(Série A. Normas e Manuais Técnicos).
______. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise de
Situação de Saúde. Saúde Brasil 2008 : 20 anos de Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil /
Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Análise de
Situação em Saúde. – Brasília: Ministério da Saúde, 2009b.
______. Portaria GM n.º 3.318, de 28 de outubro de 2010. Institui em todo o território
nacional, o calendário básico de vacinação da criança, o calendário do adolescente e o
calendário do adulto e idoso. Brasília, 2010.
______. Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações: Manual-SI-PNI.
Brasília, 2011.
______. Portaria GM/MS n.º 2.363 de 18 de outubro de 2012 Institui repasse financeiro do
Fundo Nacional de Saúde aos Fundos de Saúde dos Estados, Distrito Federal e Municípios,
119
por meio do Piso Variável de Vigilância e Promoção da Saúde, para fomento na implantação
do Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI) e Sistema de
Informação de Agravos de Notificação (SINAN), no âmbito das unidades de saúde. Brasília,
2012a.
______. Saúde Brasil 2011: uma análise da situação de saúde e a vigilância da saúde da
mulher. Brasília, 2012b.
______. Programa Nacional de Imunizações (PNI): 40 anos. Brasília, 2013a.
______. Informe Técnico Campanha Nacional de Vacinação Contra A Poliomielite.
Brasília, 2013b.
______. Saúde Brasil 2012: uma análise da situação de saúde e dos 40 anos do Programa
Nacional de Imunizações. Brasília, 2013c.
______. Ministério da Saúde. Guia de Vigilância em Saúde. Brasília, 2014a.
______. Ministério da Saúde. Manual de Normas e Procedimentos para Vacinação.
Brasília, 2014b.
______. Informe Técnico Campanha Nacional de Vacinação Contra a Poliomielite e de
Seguimento Contra o Sarampo. Brasília, 2014c.
______. Protocolo de Monitoramento Rápido de Cobertura (MRC) pós-campanha de
vacinação com a vacina Tríplice Viral em crianças de 6 meses a menores de 5 anos de
idade. Brasília, 2015a.
______. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância
Epidemiológica. Coordenação Geral do Programa Nacional de Imunizações. Informe técnico
campanha nacional contra poliomielite e campanha de multivacinação para atualização
do esquema vacinal. Brasília, 2015b.
______. Ministério da Saúde. DATASUS. Sistema de Informação do Programa Nacional de
Imunizações. Subsistema de Avaliação do Programa de Imunizações API. Disponível em:
http://pni.datasus.gov.br/. Acesso em: 10 dez. 2015c.
______. Ministério da Saúde. DATASUS. Sistema de Informação do Programa Nacional de
Imunizações. Subsistema de Avaliação do Programa de Imunizações API. Disponível em:
http://pni.datasus.gov.br/. Acesso em: 28 jan. 2016.
BUJES, M. K. Motivos do atraso vacinal em crianças: uma pesquisa bibliográfica. Trabalho
de Conclusão de Curso (Especialização) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto
Alegre, 2012.
CARNEIRO, S. G.; RIBEIRO, T. T.; CARDOSO, M. D. T.; STRAPASSON, J. F.; COSTA,
A. F. BALDONI; GUINA, F. D. Avaliação da Cobertura Vacinal em crianças de 2 meses a 5
anos na Estratégia Saúde da Família. Cadernos UniFOA, ano 7, n. 22 ago. 2013.
CEARÁ. Secretaria da Saúde do Estado/ situação de Saúde Ceará/ Secretaria da Saúde do
Estado; organização, Cícera Borges Machado. Fortaleza: Secretaria da Saúde do Estado, 2014
______. Bol. Epidemiol. Sarampo, mar. 2015a. Disponível em:
<http://www.saude.ce.gov.br/index.php/boletins>. Acesso em: 27 mar. 2015.
______. Estratégias de vacinação para a prevenção de casos de sarampo e o controle do
surto no Ceará. Fortaleza, 2015b.
120
______. Coordenadoria de Promoção e Proteção à Saúde. Núcleo de Vigilância
Epidemiológica. Bol. Epidemiol. Sarampo, jun. 2015c. Disponível em:
<http://www.saude.ce.gov.br/index.php/boletins>. Acesso em: 29 jun. 2015c
______. Bol. Epidemiol. Sarampo, ago. 2015d. Disponível em:
<http://www.saude.ce.gov.br/index.php/boletins>. Acesso em: 28 ago. 2015.
______. Bol. Epidemiol. Nota de encerramento surto do Sarampo, set. 2015e. Disponível
em: <http://www.saude.ce.gov.br/index.php/boletins>. Acesso em: 28 dez. 2015.
CENTRO DE ESTUDOS AUGUSTO LEOPOLDO AYROSA GALVÃO. Inquérito de
cobertura vacinal nas áreas urbanas das capitais, Brasil: cobertura vacinal 2007. São
Paulo, 2007.
DOMINGUES, C. M. A. S.; TEIXEIRA, A. M. D. S. Coberturas vacinais e doenças
imunopreveníveis no Brasil no período 1982-2012: avanços e desafios do Programa Nacional
de Imunizações. Epidemiol. Serv. Saúde, v. 22, n. 1, p. 9-27, 2013.
FEIJÓ, R.B.; SÁFADI, M.A.P. Imunizações: três séculos de uma história de sucessos e
constantes desafios. J. Pediatr., v.82, n. 3, supl., p. S1-S3, 2006.
FINEBERG, H. V.; HUNTER, D. J. A global view of health--an unfolding series. N. Engl. J.
Med., v. 368, n. 1, p. 78-79, 2013.
FORTALEZA. Relatório de gestão do ano de 2005 da Secretaria Municipal de Saúde de
Fortaleza: saúde, qualidade de vida e a ética do cuidado. Fortaleza, 2006a.
______. Doenças evitáveis por imunização. Bol. Saúde de Fortaleza, v.10, n.2, jul./dez.
2006b.
______. Relatório de gestão do ano de 2006 da Secretaria Municipal de Saúde de
Fortaleza: saúde, qualidade de vida e a ética do cuidado. Fortaleza, 2007b.
______. Secretaria Municipal de Saúde. Plano Municipal de Saúde de 2010 a 2013.
Fortaleza, 2013.
______. In: Wikipédia. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Fortaleza#cite_note-8>.
Acesso em: 26 ago. 2015.
FRED, J.; KITAGAWA, B. Y.; OLIVEIRA, S. S. D. Avaliação do sistema de vigilância
epidemiológica da poliomielite e paralisias flácidas agudas no Estado de São Paulo, 2008.
BEPA Boletim Epidemiológico Paulista (Online), v. 8, n. 86, p. 4-18, 2011.
FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE (Brasil). Programa Nacional de Imunizações: PNI
25 anos. Brasília, 1998.
______. Manual de normas de vacinação. 3. ed. Brasília, 2001a.
______. Capacitação de pessoal em sala de vacinação - manual do treinando. 2. ed. rev. e
ampl. Brasília, 2001b.
______. Manual de procedimentos para vacinação. 4. d. Brasília, 2001c.
GATTI, M. A. N.; OLIVEIRA, L. R. Crianças faltosas à vacinação, condições de vida da
família e concepção sobre vacina: um inquérito domiciliar. Salusvita, Bauru, v. 24, n. 3, p.
427- 436, 2005
GONÇALVES, S. M. L.; MACHADO, M. D. F. A. S. Opinião de um grupo de cuidadores
sobre a imunização básica. Rev. Rene, v. 9, n. 1, 2012.
121
HALPERIN, S. A. Práticas atuais de vacinação e seus efeitos sobre o desenvolvimento social
e afetivo na primeira infância (do nascimento aos 5 anos de idade). In: TREMBLAY, R. E.;
2011.
HOMMA, A., DE MENEZES MARTINS, R., LEAL, M. D. L. F., DA SILVA FREIRE, M.,
& COUTO, A. R. (2011). Atualização em vacinas, imunizações e inovação tecnológica
Vaccines, immunization and technological innovation: an update. Ciência & Saúde Coletiva,
16(2), 445-458.
LUHM, K. R. Cobertura vacinal e fatores associados à situação vacinal em Curitiba.
Tese (Doutorado) - Faculdade de Saúde Pública, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2008.
MOLINA, A. C.; GODOY, I.; CARVALHO, L.R.; CALDAS JUNIOR, A. L. Situação vacinal
infantil e características individuais e familiares do interior de São Paulo. Acta Scientiarum.
Health Science, v. 29, n. 2, p. 99-106, 2007.
MONTEIRO, S.; TAKANO, O. A.; WALDMAN, E. A. Avaliação do sistema brasileiro de
vigilância de eventos adversos pós-vacinação. Rev. Bras. Epidemiol., v.14, n. 3, p. 361-371,
2011.
MORAES, J. C.; RIBEIRO, M. C. S. A.; SIMOES, O.; CASTRO, P. C.; BARATA, R. C.
Inquérito de cobertura vacinal no primeiro ano de vida. Coorte de nascidos vivos entre
setembro de 1997 e agosto de 1998, residentes no Estado de São Paulo, 2000. Relatório de
Pesquisa. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE EPIDEMIOLOGIA, 5., 2002, Curitiba.
Anais... Curitiba: ABRASCO, 2002.
MORAES, J. C.; SIMÕES, O.; RIBEIRO, M. C. S. A.; CASTRO, P. C.; BARATA, R. B.
Qual é a cobertura vacinal real? Epidemiol. Serv. Saúde, v. 12, n. 3, p. 147-153, 2003.
MOTA, E. Inquérito domiciliar de cobertura vacinal: a perspectiva do estudo das
desigualdades sociais no acesso à imunização básica infantil. Rev. Bras. Epidemiol., v. 11,
supl. 1, p. 125-128, 2008.
MOULIN, A. M. A hipótese vacinal: por uma abordagem crítica e antropológica de um
fenômeno histórico. Hist. Cienc. Saude-Manguinhos, v. 10, supl. 2, p. 499-517, 2003.
OBREGÓN, R.; CHITNIS, K.; MORRY, C.; FEEK, W.; BATES, J.; GALWAY, M.;
OGDEN, E. Achieving polio eradication: a review of health communication evidence and
lessons learned in India and Pakistan. Bull. World Health Organ., v. 87, n. 8, p. 624-630,
2009.
ORGANIZAÇÃO MUNIDIAL DE SAÚDE (OMS) – FUNDO DAS NAÇÕES UNIDAS
PARA A INFANCIA (UNICEF). OMS doenças imunopreveníveis: sistema de
monitoramento. 2015 resumo global.
http://apps.who.int/immunization_monitoring/globalsummary/timeseries/tswucoveragepol3.ht
ml. Acesso em: 14 jan. 2016.
ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE. Municípios: melhorando os serviços de
imunizações. In: REUNIÃO DO GRUPO TÉCNICO ASSESSOR EM DOENÇAS
PREVENÍVEIS POR VACINAÇÃO, 15., 2002, Washington. Conclusões e recomendações:
informe final. Washington, 2002.
PEREIRA, D.R.; MATHIAS, T.A.F.; SOARES, D.F.P.P.; CARVALHO, W.O. Cobertura
vacinal em crianças de 12 a 23 meses de idade: estudo exploratório tipo Survey. Rev. Eletr.
Enf. [Internet]. 2009;11(2):360-7.
PINTO, C.S.; VERANI, J.F. A erradicação da Poliomielite no contexto dos programas de
imunização. Cad. Saúde Pública v.6, n.3, Rio de Janeiro Set. 1990.
122
PUGLIESI, M. V.; TURA, L. F. R.; ANDREAZZI, M. F. S. Mães e vacinação das crianças:
estudo de representações sociais em serviço público de saúde. Rev. Bras. Saude Mater.
Infant, vol.10, no.1, Recife. 2010.
RAMOS, C. F.; PAIXÃO, J. G. M.; DONZA, F. C. S.; SILVA, A. M. P.; CAÇADOR, D. F.;
DIAS, V. D. V.; SODRÉ, É. F. L. M. Cumprimento do calendário de vacinação de crianças
em uma unidade de saúde da família. Rev. Pan-Amaz. Saúde, v. 1, n. 2, p. 55-60, 2010.
ROUQUAYROL, M. Z.; PONTES, L. R. S. K. Medidas de saúde coletiva. In:
ROUQUAYROL, M.Z.; ALMEIDA FILHO, N. Epidemiologia & saúde. 6. ed. Rio de
Janeiro: Medsi, 2003. p. 37-82.
SILVA, A. A. M.; GOMES, U. A.; TONIAL, S. R.; SILVA, R. A. Cobertura vacinal e fatores
de risco associados a não vacinação em localidade urbana do nordeste brasileiro, 1994. Rev.
Saúde Pública, v. 33, n. 2, p. 147-156, 1999.
TEIXEIRA, A. M. S.; ROCHA, C. M. V. Vigilância das coberturas de vacinação: uma
metodologia para detecção e intervenção em situações de risco. Epidemiol. Serv. Saúde, v.
19, n. 3, p. 217-226, 2010.
TEMPORÃO, J. G. O Programa Nacional de Imunizações (PNI): origens e desenvolvimento.
Hist. Ciênc. Saúde-Manguinhos, v. 10, p. 601-617, 2003.
THE GLOBAL Polio Eradication Iniciative. Data and monitoring. Disponível em:
<http://www.polioeradication.org/Dataandmonitoring/Poliothisweek.aspx>. Acesso em: 20
mar 2013.
THE GLOBAL Polio Eradication Iniciative. Data and monitoring. Disponível em:
<http://www.polioeradication.org/Dataandmonitoring/Poliothisweek.aspx>. Acesso em: 28
ago. 2015.
THE GLOBAL Polio Eradication Iniciative. Data and monitoring. Disponível em:
<http://www.polioeradication.org/Dataandmonitoring/Poliothisweek.aspx>. Acesso em: 30
jan. 2016.
TRAVASSOS, C.; MARTINS, M. Uma revisão sobre os conceitos de acesso e utilização de
serviços de saúde. Cad. Saúde Pública, v. 20, supl. 2, p. S190-198, 2004.
VERANI, J. F. A erradicação da poliomielite no contexto dos programas de imunização. Cad.
Saúde Pública, v. 6, n. 3, p. 340-358, 1990.
VERANI, J. F. S.; MARANHÃO, E. P.; LAENDER, F. Desenvolvimento dos sistemas de
vigilância epidemiológica da varíola e da poliomielite: a transformação de conceitos em
categorias operacionais. Cad. Saúde Pública, v. 9, n. 1, p. 28-38, 1993.
VICTORA, C. G.; AQUINO, E. M. L.; LEAL, M. C.; MONTEIRO, C. A.; BARROS, F. C.;
SZWARCWALD, C. L. Saúde no Brasil 2 Saúde de mães e crianças no Brasil: progressos e
desafios. Veja, v. 6736, n. 11, p. 60138-4, 2011a.
VICTORA, C. G.; BARRETO, M. L.; LEAL, M. C.; MONTEIRO, C. A.; SCHMIDT, M. I.;
PAIM, J.; BASTOS, F. I.; ALMEIDA, C.; BAHIA, L.; TRAVASSOS, C.; REICHENHEIM,
M.; BARROS, F. C. Saúde no Brasil 6: Condições de saúde e inovações nas políticas de
saúde no Brasil: o caminho a percorrer. Lancet, v. 377, n. 9782, p. 90-102, 2011b.
WALDMAN, E.A; & da Costa Rosa, T.E. (1998). Saúde & Cidadania. Vigilância em Saúde
Pública. (Vol. 7): Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Publica. (1998).
123
http://portalses.saude.sc.gov.br/arquivos/sala_de_leitura/saude_e_cidadania/ed_07/10.html.
Acesso e 26/12/2015.
WALDMAN, E. A. Mesa-redonda: desigualdades sociais e cobertura vacinal: uso de
inquéritos domiciliares. Rev. Bras. Epidemiol., v. 11, supl. 1, p. 129-132, 2008.
124
REFERÊNCIAS LIDAS
ALMEIDA FILHO, N. Higher education and health care in Brazil. Lancet, v. 377, n. 9781, p.
1898-1900, 2011.
BARATA, R. D.C. B. O desafio das doenças emergentes e a revalorização da epidemiologia
descritiva. Rev. Saúde Pública, v. 31, n. 5, p. 531-537, 1997.
BARATA, R. C.; MORAES, J. C.; RIBEIRO, M. C. S. A.; SIMÕES, O.; CASTRO, P. C.;
MENDES, J. D. V.; GUIBU, I. A.; GONÇALVES, M. J. P. R. Inquérito de cobertura
vacinal no município de São Paulo. São Paulo: CEALAG, 2002.
BECKER, R. A. Análise da mortalidade: delineamentos básicos. Brasília, 1991.
BRASIL. Sistema de Informação de Agravos de Notificação–SINAN: normas e rotinas.
Brasília, 2006. (Série A. Normas e Manuais Técnicos).
______. PNI. Manuais. Disponível em:
<http://portal.saude.gov.br/portal/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=28894>. Acesso em: 18
set. 2008.
______. Portaria nº 2.452/ GM/MS, de 31 de agosto de 2010. Define as terminologias
adotadas em legislação nacional, conforme disposto no Regulamento Sanitário Internacional
2005 (RSI 2005), a relação de doenças, agravos e eventos em saúde pública de notificação
compulsória em todo o território nacional e estabelecer fluxo, critérios, responsabilidades e
atribuições aos profissionais e serviços de saúde. Brasília, 2010.
______. Informe Técnico Campanha de Seguimento Contra o Sarampo. Brasília, 2011.
______. Protocolo de Monitoramento Rápido de Cobertura (MRC) pós-campanha de
vacinação com a vacina Tríplice Viral em crianças de 6 meses a menores de 5 anos de
idade. Brasília, 2015.
CEARÁ. Secretaria da Saúde. Indicadores e dados básicos para a saúde. Fortaleza, 2005.
______. Informes sobre as doenças imunopreveníveis. Bol. Epidemiol., nov. 2006.
Disponível em:
<http://www.saude.ce.gov.br/site/index.php?option=com_phocadownload&view=category&i
d=9:boletins&Itemid=247>. Acesso em: 28 set. 2010.
______. Secretaria do Turismo. Estudos Turísticos da SETUR: evolução do turismo no
Ceará. 4. ed. Fortaleza, 2009a.
______. A morbidade das doenças imunopreveíveis. Bol. Epidemiol., set. 2009b. Disponível
em:
<http://www.saude.ce.gov.br/site/index.php?option=com_content&view=article&id=470&Ite
mid=286>. Acesso em: 28 set. 2010.
CENTERS FOR DISEASE CONTROL. Update: diphtheria epidemic. New independent
states of the former Soviet Union, January 1995 - March 1996. MMWR Morb. Mortal.
Wkly. Rep., v. 45, n. 32, p. 693-697, 1996.
CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION. Ten great public health
achievements —United States, 1900–1999. MMWR Morb. Mortal. Wkly. Rep., v. 48, n.
12, p. 241-243, 1999.
125
DABBAGH, A.; EGGERS, R.; COCHI, S.; DIETZ, V.; STREBEL, P.; CHERIAN, T. A new
global framework for immunization monitoring and surveillance. Bull. World Health
Organ., v. 85, n. 12, p. 904-905, 2007.
DOMINGUES, C. M. A. S.; TEIXEIRA, A. M. D. S.; CARVALHO, S. M. D. National
immunization program: vaccination, compliance and pharmacovigilance. Rev. Inst. Med.
Trop. São Paulo, v. 54, p. 22-27, 2012.
FACCHINI, L.A.; PICCINI, R.X.; TOMASI, E.; THUMÉ, E.; SILVEIRA, D.S.; SIQUEIRA,
F.V., et al. Desempenho do PSF no Sul e no Nordeste do Brasil: avaliação institucional e
epidemiológica da atenção básica à saúde. Ciênc. Saúde Coletiva, v.11, p. 669-681, 2006.
FLEURY, S. Brazil's health-care reform: social movements and civil society. Lancet, v. 377,
n. 9779, p. 1724-1725, 2011.
FORTALEZA. Secretaria Municipal de Saúde. Analise Situacional de Saúde. Bol. Saúde de
Fortaleza, v. 8, n.1, p. 137, jan./jun. 2004a.
______. Morbidade. Bol. Saúde de Fortaleza, v.8, n.2, jul./dez. 2004b.
______. Doenças infecciosas. Bol. Saúde de Fortaleza, v.11, n.2, jul./dez. 2007a.
______. Analise de mortalidade (II). Bol. Saúde de Fortaleza, v. 14, n. 1, jan./jun. 2010.
FRANÇA, I. S.; SIMPLÍCIO, D. N.; ALVES, F. P.; BRITO, V. R. S. Cobertura vacinal e
mortalidade infantil em Campina Grande, PB, Brasil. Rev. Bras. Enferm., v. 62, n. 2, p. 258-
271, 2009.
FRANK, J. M. El concepto y la medicion de accesibilidad. In: ORGANIZACIÓN
PANAMERICANA DE LA SALUD. Investigaciónes sobre servicios de salud: una
antología. Washington, DC: OPAS, 1992. p. 929-943. (Publicación Científica, 534).
FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS. Turismo no Brasil 2011 a 2014. 2014d Disponível em:
http://www.turismo.gov.br/export/sites/default/turismo/o_ministerio/publicacoes/downloads_
publicacoes/Turismo_no_Brasil_2011_-_2014_sem_margem_corte.pdf. Acesso em: 24 abr.
2014.
FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE (Brasil). Manual de Procedimentos do Sistema de
Informações Sobre Nascidos Vivos. Brasília, 2001a.
______. Programa Nacional de Imunizações. Manual de Rede de Frio. Brasília, 2001b.
______.Manual de Procedimento do Sistema de Informações Sobre Mortalidade:
Brasília, 2001c.
IBGE. Censo demográfico de 2000. Rio de Janeiro, 2002.
______. Censo demográfico de 2010. Rio de Janeiro, 2010. Disponível em:
<http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/estimativa2014/estimativa_tcu.shtm>.
Acesso em: 29 ago. 2015.
JULIANO, Y.; COMPRI, P. C.; ALMEIDA, L. R.; FREIRE, P. V. MOREIRA, F. T.;
VIEIRA, F. H. S.; ROSSI, S.; FIGUEIRA, K. Segunda etapa da Campanha Nacional de
Multivacinação do município de São Paulo, 2005: perfil de cobertura de diferentes Unidades
Básicas de Saúde. Rev. Paul. Pediatr., v. 26, n. 1, p. 14-19, 2008.
KLEINERT, S.; HORTON, R. Brazil: towards sustainability and equity in health. Lancet, v.
377, n. 9779, p. 1721-1722, 2011.
126
MENDES, E. V. As redes de atenção à saúde. Brasília: Organização Pan-Americana da
Saúde, 2011.
MIGOWSKI, E.; REIS, B.R.; GODINHO, A. C. B. F. Bulário. In: MIGOWSKI, E. Vacinas:
riscos e benefícios – um guia prático e rápido. São Paulo: BBS Editora, 2007. p. 77-260.
MORAES, J. C.; BARATA, R. B.; RIBEIRO, M. C. S. A.; CASTRO, P. C. Cobertura vacinal
no primeiro ano de vida em quatro cidades do estado de São Paulo, Brasil. Rev. Panam.
Salud Publica, v. 8, n. 5, p. 332-341, 2008.
MORAES, J. C.; RIBEIRO, M. C. S. A. Desigualdades sociais e cobertura vacinal: uso de
inquéritos domiciliares. Rev. Bras. Epidemiol. v. 11, supl. 1, p. 113-124, 2008.
NIGENDA-LÓPEZ, G.; OROZCO, E.; LEYVA, R. Motives for non-vaccination: critical
review of the international literature, 1950-1990. Rev. Saúde Pública, v. 31, p. 313-320,
1997.
NÓBREGA, A. A.; TEIXEIRA, A.M.S.; LANZIERI, T. M. Avaliação do Sistema de
Informação do Programa de Imunizações (SI-API). Cad. Saúde Coletiva, v. 18, n. 1, p.145-
153, 2010.
PAIM, J.; TRAVASSOS, C.; ALMEIDA, C.; BAHIA, L.; MACINKO, J. O sistema de
saúde brasileiro: história, avanços e desafios. 2011. (Saúde no Brasil, 1). Disponível em:
<http://download.thelancet.com/flatcontentassets/pdfs/brazil/brazilpor1.pdf>. Acesso em: 20
mar. 2013.
PEREIRA, I. C. Situação vacinal e motivo da não vacinação em crianças de zero a cinco
anos no município de Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Dissertação (Mestrado) –
Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, 2000.
QUIRINO, M. D. Vacinação da criança durante o primeiro ano de vida: conhecimento
das mães e ações educativas desenvolvidas pelos funcionários das Unidades Básicas de Saúde
do Município de São Paulo. Tese (Doutorado) - Universidade Federal de São Paulo, São
Paulo, 1998.
SÃO PAULO. Secretaria de Estado da Saúde. Centro de Referência em Saúde do Trabalhador
de São Paulo. Pesquisas indicam pequena participação dos médicos no incentivo à vacina
contra influenza. Rev. Saúde Pública, v. 38, p. 607-608, 2004.
SILVA, E. P. C. Métodos de amostragem para estimação da cobertura vacinal. Rev. Saúde
Pública, v. 20, n. 5, p. 377-384, 1986.
SILVA, E. P. C.; NAKAO, N.; JUAREZ, E. Plano amostral para avaliação da cobertura
vacinal. Rev. Saúde Pública, v. 23, n. 2, p. 152-161, 1989.
SILVA, L. J. (Ed.). Vacinação, segurança de imunobiológicos e direitos do cidadão
[editorial]. Rev. Saúde Pública, v. 30, n. 4, p. 297-298, 1996.
SILVA, V. J. Imunização: histórico sobre a vacinação no Brasil. 2008. Disponível
em:<http://artigos.netsaber.com.br/resumo_artigo_14438/artigo_sobre_imuniza%C3%87%C3
%83o:_hist%C3%93rico_sobre_a_vacina%C3%87%C3%83o_no_brasil>. Acesso em: 23
mar. 2013.
SMITH, J.; LEKE, R.; ADAMS, A.; TANGERMANN, R. H. Certification of polio
eradication: process and lessons learned. Bull. World Health Organ., v. 82, n. 1, p. 24-30,
2004.
SOBERÓN, G. La extensión de cobertura de los servicios de salud. Gac. Méd. Méx., v. 124,
n. 5/6, p. 163-166, 1988.
127
SOUZA, A. C. Análise do Programa Nacional de Imunização no Estado de Mato Grosso,
2006-2008. Dissertação (Mestrado) - Faculdade de Ciências Médicas, Santa Casa de São
Paulo, São Paulo, 2010.
SZWARCWALD, C. L.; VALENTE, J. G. Avaliação da cobertura de vacinação em Teresina
— Piauí (Brasil — 1983). Cad. Saúde Pública, v. 1, n. 1, p. 41-49, 1985.
TEIXEIRA, A. M. S. Denominadores para o cálculo das coberturas vacinais: um estudo
das bases de dados para estimar a população de menores de um ano de idade, Bahia, 2008.
Dissertação (Mestrado) - Universidade de Federal da Bahia, Salvador, 2008.
TEIXEIRA, A.M.S.; ROCHA, C.M.V. Programa nacional de imunizações (PNI) e coberturas
vacinais. In: CUNHA, J.; KREBS, L. S.; BARROS, E. (Org.). Vacinas e imunoglobulinas:
consulta rápida. Porto Alegre: ARTMED, 2009. pt. 1, cap. 2.
VICTORA, C. G. 40 anos do Programa Nacional de Imunizações: o desafio da equidade.
Epidemiol. Serv. Saúde, v. 22, n. 2, p. 201-202, abr./ jun. 2013.
VICTORA, C. G. Epidemiology and global policy in child health. Public Health, v. 126, n. 3,
p. 220-222, 2012.
WALDMAN, E.A; & da Costa Rosa, T.E. (1998). Saúde & Cidadania. Vigilância em Saúde
Pública. (Vol. 7): Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Publica. (1998).
http://portalses.saude.sc.gov.br/arquivos/sala_de_leitura/saude_e_cidadania/ed_07/10.html.
Acesso e 26/12/2015.
128
APÊNDICE
129
APÊNDICE A - Carta de Anuência
130
APÊNDICE B - Termo de Autorização do Fiel Depositário
131
APÊNDICE C - Bairros por Secretaria Executiva Regional de Fortaleza, Segundo
Participação no Inquérito de Cobertura Vacinal, 2007
SER I SERI I SER III SER IV SER V SER VI
Álvaro
Wayne Aldeota
Amadeu
Furtado X Aeroporto X Bom Jardim Aerolândia
Barra do
Ceará Cais do Porto
Antônio
Bezerra Benfica Canindezinho
Alagadiço
Novo X
Carlito
Pamplona Centro
Autran
Nunes Bom Futuro X Conj. Ceará I
Alto da
Balança
Cristo
Redentor Cidade 2000 Bela Vista
Couto
Fernandes X
Conj. Ceará
II Ancuri
Farias Brito Cocó Bom
Sucesso Damas
Conj.
Esperança X Barroso
Floresta De Lourdes X Dom
Lustosa
Demócrito
Rocha Genibaú Cajazeiras
Jacarecanga Dionísio Torres Henrique
Jorge Dendê
Granja
Lisboa Cambeba
Jd Guanabara Dunas X João XXIII Fátima Granja
Portugal Castelão X
Jd Iracema Guararapes Jóquei Clube Itaoca Jd Cearense Cid
Funcionários
Monte
Castelo
Joaquim
Távora
Padre
Andrade X Itaperi José Walter Coaçu X
Moura Brasil X Luciano
Cavalcante
Parque
Araxá Jd América
Manuel
Sátiro Curió
Pirambu X Meireles Parquelândia José
Bonifácio X Maraponga
Edson
Queiroz
São Gerardo
ou Mucuripe Pici Montese Mondubim Guajerú
(Alagadiço) P de Iracema Pres.
Kennedy
Pam
Americano
Pq Pres
Vargas X Jangurussu
Vila Ellery Papicu Quintino
Cunha Parangaba Pq São José X
Jd das
Oliveiras
Vila Velha
Praia do Futuro
I
Rodolfo
Teófilo Parreão
Pq Santa
Rosa
Lagoa
Redonda
Praia do Futuro
II
Serrinha Siqueira Mata Galinha
S João Tatuapé
Vila União
Plan. Airton
Sena Messejana
Salinas
Vila Peri X
Passaré
Varjota
Paupina X
Vicente Pizon
Pedras X
Pq dois
Irmãos
Pq Iracema X
Legenda
Pq Manibura
X Nº de Bairros Não Participantes do ICV 24
Sabiaguaba X
Nº de Bairros Participantes do ICV 92
Sapiranga
Coité
132
133
ANEXO
134
ANEXO A - Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) do Hospital São Carlos do Ceará
135
136
ANEXO B - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
INQUÉRITO DE COBERTURA VACINAL NAS ÁREAS URBANAS DAS CAPITAIS
DOS ESTADOS DO BRASIL, 2007
SECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE/ MINISTÉRIO DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE MEDICINA SOCIAL / FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS
DA SANTA CASA DE SÃO PAULO
Caro Senhor (a),
A Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde encomendou à
Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa - São Paulo, uma pesquisa para avaliar como
vai a vacinação das crianças aqui na cidade.
Como o Sr(a) sabe, as vacinas são feitas para evitar algumas doenças e evitar
epidemias por essas doenças. Quanto mais pessoas vacinadas, menor a chance de que essas
doenças ocorram na população.
Para avaliar se as crianças estão tomando as vacinas que elas precisam, além de
olhar os registros dos postos de saúde, ou clínicas de vacina, é necessário verificar se as
crianças estão tomando as vacinas corretamente. E se elas não estão tomando as vacinas nos
momentos corretos, quais são as razões para que isto aconteça. Conhecendo o que de fato está
acontecendo é que a Secretaria poderá melhorar a vacinação das crianças, e prevenir doenças
e epidemias, beneficiando toda população.
Para chegar a essas informações, esta pesquisa está acontecendo, e nós
solicitamos a sua colaboração.
Sua participação consiste em mostrar a carteirinha de vacina do seu(sua)s
filho(a)s, e responder a algumas perguntas sobre a situação de vacina das crianças. Todas as
informações que o Sr. (a) prestar serão mantidas em sigilo.
Somente crianças nascidas em 2005 serão pesquisadas. Nem todas as casas serão
visitadas pelos entrevistadores, apenas uma amostra que representará o município.
Nenhuma pessoa entrevistada ganhará ou pagará nada para participar da pesquisa.
Qualquer dúvida, favor entrar em contato com o ............................ (nome e
telefone)
Se o Senhor (a) concordar, por favor, queira assinar na linha abaixo.
_____________________________
Assinatura do entrevistado
_________________________
Entrevistador
137
ANEXO C - Questionário do Inquérito de Cobertura Vacinal nas Capitais Brasileiras
COBERTURA VACINAL NAS CAPITAIS BRASILEIRAS
NASCIDO ENTRE 1º DE JANEIRO DE 2005 E 31 DE DEZEMBRO DE 2005
Identificação 1.Controle |__||__||__||__||__||__|
2 Hora início |__||__| : |__||__| Capital
3. Estrato: |__| 4 Conglomerado |__||__|
5 Endereço
6 Entrevistado 7 Telefone:
8 Relação com a criança sorteada
9. Entrevistado
Controle da entrevista
10 Data da entrevista |__||__|/|__||__|/|__||__|
Motivo da não realização da entrevista: 1 - Recusa 2 - Casa Fechada 3 - Informante Ausente
11 Motivo |__| 12 Data |__||__|/|__||__|/|__||__|
13 Motivo |__| 14 Data |__||__|/|__||__|/|__||__|
Características da mãe e da criança
15 Nome da
Criança
16 Sexo |__| 1-Masc 2-Fem 17 Data Nascimento |__||__|/|__||__|/|__||__|
18 Cor da criança: |__| 1-Branca 2-Preta 3-Amarela
4-Parda 5-Indígena
19 Idade da mãe |__||__|
20 Nº de Filhos |__||__| 21 Ordem de Nascimento da Criança: |__||__|
22 Possui companheiro morando junto? |__| 1-Sim 2-Não 9-Ign
23 Alguma avó mora junto ? |__| 1-Sim 2-Não 9–Ign
24 Anos de estudos da Mãe |__||__|
25 Mãe Trabalha Fora |__| 1-Sim 2-Não 9-Ign
26 Nº de cômodos para dormir |__||__| 27 N.º de Pessoas |__||__|
Nesta casa existe ? 1-Sim 2-Não 9-Ign
28 Rádio |__| 29 Geladeira ou Freezer |__|
30
Videocassete/DVD
|__| 31 Máquina de lavar
roupa
|__| (não considerar tanquinho)
32 Forno de
microondas
|__| 33 Linha telefônica
instalada
|__|
34 Microcomputador |__|
Nesta Casa, qual a quantidade existente
de:
(Se não tiver anotar 0 (zero). Se tiver 9 ou mais registrar 9)
35 Televisor |__| 36 Automóveis (uso particular) |__|
37 Aparelho de ar condicionado |__| Se houver ar condicionado central, anotar número de cômodos servidos
38 Há quanto tempo mora nesta casa ? |__||__|Anos Se morar há menos de 2 anos passar para a
pergunta seguinte, senão pule para o bloco BCG
39 Onde morou antes? |__| 1-Mesmo município 2-Outro município
138
40 A criança é vacinada? |__| 1-Sim 2-Não 9-Ign 41 Possui carteira ? |__|1-Sim 2-Não 9-Ign
42 Vacina BCG Idade (meses) Idade (meses)
1 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 2 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__|
43 Vacina contra Poliomielite
Idade (meses) Idade (meses)
1 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 2 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__|
3 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 4 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__|
5 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 6 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__|
7 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 8 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__|
9 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 10 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__|
44 Vacina Tetravalente
Idade (meses) Idade (meses)
1 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 2 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__|
3 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 4 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__|
5 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 6 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__|
45 Vacina contra Hepatite B
Idade (meses) Idade (meses)
1 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 2 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__|
3 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 4 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__|
46 Vacina Tríplice Viral (SCR)
Idade (meses) Idade (meses)
1 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 2 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__|
3 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 4 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__|
47 Vacina contra Hib
Idade (meses) Idade (meses)
1 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 2 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__|
3 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 4 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__|
48 Vacina DPT Idade (meses) Idade (meses)
1 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 2 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__|
3 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 4 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__|
49 Vacina contra Sarampo Idade (meses) Idade (meses)
1 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 2 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__|
50 Vacina contra Febre Amarela Idade (meses) Idade (meses)
1 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 2 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__|
51 Participou da última campanha ? (Data) |__| 1-Sim 2-Não 9-Ign
52 Por que não pode comparecer ?
53 Todas as vacinas foram realizadas no mesmo serviço? |__| 1-Sim 2-Não 9-Ign
54 Você já utilizou algum serviço privado para vacinação ? |__| 1-Sim 2-Não 9-Ign
55 Onde foi realizada a última vacina ? |__| 1-Público 2-Privado 9-Ign
56 Você utiliza exclusivamente serviço privado ? |__| 1-Sim 2-Não 9-Ign
57 Hora Término
|__||__| : |__||__|
139
Anotar vacinas que não se enquadram no esquema tradicional
Vacina :
Controle
|__||__||__||__||__||__|
Idade (meses) Idade (meses)
1 |__||__|/|__||__|/|_
_||__|
|__||__| 2 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__|
3 |__||__|/|__||__|/|_
_||__|
|__||__| 4 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__|
5 |__||__|/|__||__|/|_
_||__|
|__||__| 6 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__|
Vacina :
Idade (meses) Idade (meses)
1 |__||__|/|__||__|/|_
_||__|
|__||__| 2 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__|
3 |__||__|/|__||__|/|_
_||__|
|__||__| 4 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__|
5 |__||__|/|__||__|/|_
_||__|
|__||__| 6 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__|
Vacina :
Idade (meses) Idade (meses)
1 |__||__|/|__||__|/|
__||__|
|__||__| 2 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__|
3 |__||__|/|__||__|/|
__||__|
|__||__| 4 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__|
Vacina :
Idade (meses) Idade (meses)
1 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 2 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__|
3 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 4 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__|
Vacina :
Idade (meses) Idade (meses)
1 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 2 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__|
3 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 4 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__|
Vacina :
Idade (meses) Idade (meses)
1 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 2 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__|
3 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 4 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__|
Vacina :
Idade (meses) Idade (meses)
1 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 2 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__|
Vacina :
Idade (meses) Idade (meses)
1 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 2 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__|
140
Equipes de coordenação
NOME FORMAÇÃO
(Titulo Maximo)
José Cassio de Moraes
Rita de C. Barradas Barata
Ione Aquemi Guibu
Manoel Carlos Sampaio de Almeida Ribeiro
Maria Amélia de Sousa Mascena Veras
Maria Josefa Penon Rujula Gonçalves
Osíris Simões
Paulo Carrara de Castro
Karina Cássia Ribeiro
Maria Lucia Rocha Mello
Helena Barbosa
Expedito Luna
Prof. Doutor
Prof. Doutor
Mestrado
Prof. Doutor
Prof. Doutor
Prof. Doutor
Mestrado
Mestrado
Prof. Doutor
Mestrado
Mestrado
Prof. Doutor
141
ANEXO D - Protocolo de Conduta para Fornecimento e Utilização de Dados e
Publicação do Estudo: Inquérito se Cobertura Vacinal nas Capitais Brasileiras 2007 –
Cobertura Vacinal 2007
1. O projeto COBERTURA VACINAL 2007 é um estudo que será desenvolvido em todas
as capitais brasileiras e no município de Campinas, com o objetivo de investigar a cobertura
vacinal real em crianças de 0 a 18 meses de idade residentes nas capitais dos estados
brasileiros; avaliar o acesso e a adesão ao Programa Nacional de Imunizações; estimar as
diferenças entre os dados administrativos e aqueles produzidos no inquérito e identificar a
existência de heterogeneidade na cobertura vacinal de populações de distintos estratos
socioeconômicos em cada capital. A coorte de estudo serão as crianças nascidas em 2005.
2. O projeto tem como coordenador principal José Cássio de Moraes (FCMSCSP)
3. A Coordenação Central é formada por:
José Cássio de Moraes (coordenador principal)
Expedito de Albuquerque Luna
Helena Barbosa
Ione Guibu
Manoel Carlos Sampaio de Almeida Ribeiro
Maria Amélia Mascena Veras
Maria Josefa Penón Rújula (Pepita)
Maria Lúcia Rocha de Mello
Oziris Simões
Paulo Carrara de Castro
Rita Barradas Barata
4. Comitê coordenador é formado por
Coordenador principal
Representante da SVS Ministério da Saúde
5. A coordenação institucional do estudo é do Depto de Medicina Social da Faculdade de
Ciências Médicas da Santa Casa São Paulo através do Centro de Estudos Augusto Leopoldo
Ayrosa Galvão- CEALAG. As análises básicas serão realizadas neste local em cooperação
com outras instituições que participam da COBERTURA VACINAL 2007.
6. O estudo deverá gerar obrigatoriamente um relatório técnico a serem enviados à
Organização Pan-americana da Saúde e à Secretaria de Vigilância da Saúde do Ministério da
Saúde do Brasil, co-financiadores do projeto. Este relatório deverá conter as informações
142
relevantes referentes a todas as capitais brasileiras destacando a cobertura média estimada e
as coberturas observadas em cada estrato socioeconômico evidenciando as desigualdades
intramunicipais.
7. O artigo gerado a partir do relatório geral do projeto será da autoria do grupo que
compõem a coordenação central.
8. Além do artigo referente ao relatório geral poderão ser produzidos artigos referentes a
cada uma das capitais estudadas. Nestes casos a autoria será do coordenador local (se
houver) e do membro da coordenação central responsável pelo inquérito em cada uma das
capitais, acrescido de outros componentes das equipes locais à critério do coordenador
central (com base dos preceitos das boas normas de conduta científica). Nesses casos haverá
menção ao fato de tratar-se de análise parcial de dados pertencentes ao projeto de
COBERTURA VACINAL 2007.
9. Estudos adicionais poderão ser conduzidos a partir dos dados coletados mediante
solicitação de utilização do banco de dados por terceiros ou por membros da própria equipe
de pesquisa. Nestes casos a autoria será dos proponentes havendo obrigatoriedade de
menção ao grupo responsável (autor corporativo “COBERTURA VACINAL 2007”).
10. Todas as publicações por qualquer membro do Grupo de Trabalho (formado pela
coordenação central, coordenadores locais e supervisores responsáveis pela coleta de dados)
e por outros pesquisadores que não pertençam a este, devem se pautar pelos critérios de
autoria e demais normas do documento: Requisitos Uniformes para Manuscritos Submetidos
a Periódicos Biomédicos: escrevendo e editando para publicações biomédicas (Tradução
Publicada na Revista Epidemiologia e Serviços de Saúde, Vol 15, nº 1, janeiro/março de
2006), disponível em meio eletrônico:
http://www.saude.gov.br/svs/pub/pub00htm).
11. O banco de dados da COBERTURA VACINAL 2007 permanece como propriedade do
Ministério da Saúde - Secretaria de Vigilância em Saúde, que em conjunto com o Depto de
Medicina Social mantém a sua guarda. Quaisquer análises realizadas com esses dados, que
não sejam aquelas especificadas nos protocolos da COBERTURA VACINAL 2007
precisarão do consentimento do Comitê Coordenador.
12. Dependendo da solicitação e do desenho de estudo proposto, o Comitê Coordenador da
COBERTURA VACINAL 2007 pode impor restrições no banco a ser fornecido, de forma a
garantir que sejam preservados os propósitos do projeto original.
13. A solicitação de dados deve incluir os nomes e as instituições dos pesquisadores
individuais que serão responsáveis pela análise e interpretação de dados da COBERTURA
143
VACINAL 2007 além da apresentação resumida do projeto contendo:
justificativa do estudo;
objetivos;
explicitação dos itens do banco de dados da COBERTURA VACINAL 2007
solicitado;
metodologia proposta para a análise;
cronograma proposto para o término e publicação do estudo.
14. Os propósitos da apresentação do protocolo são:
14.1 Fornecer justificativa suficiente para o fornecimento de dados por parte do Comitê
Coordenador;
14.2 Permitir que o Comitê Coordenador possa prevenir a duplicação de esforços e juntar
investigadores com interesses similares;
14.3 Permitir que o Comitê Coordenador forneça sugestões em relação a aspectos práticos
da preparação e interpretação dos dados, visando à obtenção do melhor resultado possível.
Protocolo de acordo a ser assinado entre o solicitante e ao Comitê Coordenador
Acordo
Li e entendi o Protocolo de Conduta sobre as Condições de Fornecimento e Utilização de
Dados do Projeto COBERTURA 2007. Concordo em seguir cada uma das condições que
fazem parte desse acordo.
Data: ____________________
Assinatura do investigador principal: ___________________________________
Nome (em letras de forma):
_______________________________________________________________
Cargo: _______________________________________________________________
Endereço da Instituição:
_______________________________________________________________
Aprovação O Comitê Coordenador revisou o protocolo submetido pelo coordenador
principal e aprova o acesso aos dados da COBERTURA 2007 solicitados.
Data: ________________
Membro do Comitê Coordenador: ____________________________________
144
ANEXO E – Portaria Nº 597/GM de 8 de abril de 2004
Institui, em todo território nacional, os calendários de vacinação.
O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso de suas atribuições e tendo em
vista o disposto nos arts 27 e 29 do Decreto nº 78.231, de 12 de agosto de 1976, que
regulamenta a Lei nº 6.259, de 30 de outubro de 1975, e
Considerando a necessidade de estabelecer normas sobre o Programa Nacional
de Imunizações,
R E S O L V E:
Art. 1º Instituir, em todo território nacional, os calendários de vacinação
visando o controle, eliminação e erradicação das doenças imunopreveníveis por intermédio
do Programa Nacional de Imunizações, vinculado ao Departamento de Vigilância
Epidemiológica – DEVEP, da Secretaria de Vigilância em Saúde.
Art. 2º Estabelecer que a partir de 2004 serão adotados o Calendário Básico de
Vacinação da Criança, o Calendário de Vacinação do Adolescente e Calendário de
Vacinação do Adulto e Idoso, conforme disposto nos Anexos I, II e III desta Portaria,
respectivamente.
Art. 3º Determinar que as vacinas e períodos estabelecidos nos calendários
constantes dos Anexos I, II e III desta Portaria são de caráter obrigatório.
Art. 4º O cumprimento da obrigatoriedade das vacinações será comprovado por
meio de atestado de vacinação a ser emitido pelos serviços públicos de saúde ou por
médicos em exercício de atividades privadas, devidamente credenciadas para tal fim pela
autoridade de saúde competente, conforme disposto no art. 5º da Lei 6.529/75.
§ 1º O comprovante de vacinação deverá ser fornecido por médicos e ou
enfermeiros responsáveis pelas unidades de saúde, devidamente carimbado e assinado tendo
o número da unidade que esta fornecendo, bem como o número do lote e laboratório
produtor da vacina aplicada.
§ 2º O atestado de vacinação também poderá ser fornecido pelas clínicas
privadas de vacinação e que estejam de acordo com a legislação vigente, atendendo as
exigências para o funcionamento de estabelecimentos privados de vacinação, seu
licenciamento, fiscalização e controle.
145
§ 3º As vacinas obrigatórias e seus respectivos atestados serão gratuitos na rede
pública dos serviços de saúde.
Art. 5º Deverá ser concedido prazo de 60 (sessenta) dias para apresentação do
atestado de vacinação, nos casos em que ocorrer a inexistência deste ou quando forem
apresentados de forma desatualizada.
§ 1º Para efeito de pagamento de salário-família será exigida do segurado a
apresentação dos atestados de vacinação obrigatórias estabelecidas nos Anexos I, II e III
desta Portaria.
§ 2º Para efeito de matrícula em creches, pré-escola, ensino fundamental ,ensino
médio e universidade o comprovante de vacinação deverá ser obrigatório, atualizado de
acordo com o calendário e faixa etária estabelecidos nos Anexos I, II e III desta Portaria.
§ 3º Para efeito de Alistamento Militar será obrigatória apresentação de
comprovante de vacinação atualizado.
§ 4º Para efeito de recebimento de benefícios sociais concedidos pelo Governo,
deverá ser apresentado comprovante de vacinação, atualizado de acordo com o calendário e
faixa etária estabelecidos nos Anexos I, II e III desta Portaria.
§ 5º Para efeito de contratação trabalhista, as instituições públicas e privadas
deverão exigir a apresentação do comprovante de vacinação, atualizado de acordo com o
calendário e faixa etária estabelecidos nos Anexos I, II e III desta Portaria.
Art. 6º Fica delegada competência ao Secretário de Vigilância em Saúde para
editar normas regulamentadoras desta Portaria.
Art. 7º Fica revogada a Portaria nº 221/GM, de 05 de maio de 1978, publicada
no Diário Oficial Seção 1, Parte 1, de 11 de maio de 1978, pág. 6924.
Art. 8º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.
HUMBERTO COSTA
146
ANEXO I
CALENDÁRIO BÁSICO DE VACINAÇÃO
IDADE VACINAS DOSE DOENÇAS EVITADAS
Ao nascer BCG-ID Dose única Formas graves da Tuberculose
Contra Hepatite B (1)
1ª dose Hepatite B
1 mês Contra Hepatite B 2ª dose Hepatite B
2 meses
Tetravalente (DTP +
Hib) (2)
1ª dose
Difteria, Tétano, Coqueluche,
Meningite e outras infecções por
Haemophilus influenza Tipo b
VOP (Vacina Oral
Contra a Pólio) 1ª dose Poliomielite ou Paralisia Infantil
4 meses
Tetravalente (DTP +
Hib) 2ª dose
Difteria, Tétano, Coqueluche,
Meningite e outras infecções por
Haemophilus influenza Tipo b
VOP (Vacina Oral
Contra a Pólio) 2ª dose Poliomielite ou Paralisia Infantil
6 meses
Tetravalente (DTP +
Hib) 3ª dose
Difteria, Tétano, Coqueluche,
Meningite e outras infecções por
Haemophilus influenza Tipo b
VOP (Vacina Oral
contra a Pólio) 3ª dose Poliomielite ou Paralisia Infantil
Contra Hepatite B 3ª dose Hepatite B
9 meses Contra Febre Amarela
(3) Dose única Febre Amarela
12 meses SRC (Tríplice Viral) Dose única Sarampo, Caxumba e Rubéola
15 meses
DTP (Tríplice
Bacteriana) 1º reforço Difteria, Tétano, Coqueluche
VOP (Vacina Oral
contra a Pólio) reforço Poliomielite ou Paralisia Infantil
4 - 6 anos
DTP (Tríplice
Bacteriana) 2º reforço Difteria, Tétano, Coqueluche
SRC (Tríplice Viral) Reforço Sarampo, Caxumba e Rubéola
6 - 10 anos BCG-ID
(4) Reforço formas graves da Tuberculose
10 anos Contra Febre Amarela Reforço Febre Amarela
147
(1)
A primeira dose da vacina contra Hepatite B deve ser administrada na maternidade,
nas primeiras 12 horas de vida do recém nascido. O esquema básico se constitui de
03 (três) doses, com intervalos de 30 dias da primeira para a segunda dose e 180
dias da primeira para a terceira dose.
(2)
O esquema de vacinação atual é feito aos 2, 4 e 6 meses de idade com a vacina
Tetravalente e dois reforços com a Tríplice Bacteriana (DTP). O primeiro reforço
aos 15 meses e o segundo, entre 4 e 6 anos.
(3)
A vacina contra Febre Amarela está indicada para crianças a partir dos 09 meses de
idade, que residam ou que irão viajar para área endêmica (estados: AP, TO, MA,
MT, MS, RO, AC, RR, AM , PA, GO e DF), área de transição (alguns municípios
dos estados: PI, BA, MG, SP, PR, SC E RS) e área de risco potencial (alguns
municípios dos estados BA, ES e MG). Se viajar para áreas de risco, vacinar contra
Febre Amarela 10 (dez) dias antes da viagem.
(4) Em alguns estados, esta dose não foi implantada. Aguardando conclusão de estudos
referentes a efetividade da dose de reforço..
ANEXO II
CALENDÁRIO DE VACINAÇÃO DO ADOLESCENTE (¹)
IDADE VACINAS DOSE DOENÇAS EVITADAS
De 11 a 19 anos (na primeira vista ao
serviço de saúde)
Hep B 1ª dose Contra Hepatite B
dT (²)
1ª dose Contra Difteria e Tétano
FA (³)
dose
inicial Contra Febre Amarela
SCR (4)
dose única Contra Sarampo,
Caxumba e Rubéola
1 mês após a 1ª dose contra Hepatite B Hep B 2ª dose Contra Hepatite B
6 meses após a 1ª dose contra Hepatite B Hep B 3ª dose Contra Hepatite B
2 meses após a 1ª dose contra Difteria e
Tétano dT 2ª dose Contra Difteria e Tétano
4 meses após a 1ª dose contra Difteria e
Tétano dT 3ª dose Contra Difteria e Tétano
A cada 10 anos por toda vida dT
(5) Reforço Contra Difteria e Tétano
FA Reforço Contra Febre Amarela
148
(1) Adolescente que não tiver comprovação de vacinação anterior, seguir este esquema. Se
apresentar documentação com esquema incompleto, completar o esquema já iniciado.
(2)
Adolescente que já recebeu anteriormente 03 (três) doses ou mais das vacinas DTP,
DT ou dT, aplicar uma dose de reforço. É necessário doses de reforço da vacina a cada
10 anos. Em ferimentos graves, antecipar a dose de reforço para 05 anos após a última
dose. O intervalo mínimo entre as doses é de 30 dias.
(3)
Adolescente que resida ou que irá viajar para área endêmica (estados: AP, TO, MA,
MT, MS, RO, AC, RR, AM, PA, GO e DF), área de transição (alguns municípios dos
estados PI, BA, MG, SP, PR, SC E RS) e área de risco potencial (alguns municípios
dos estados BA, ES e MG). Em viagem para essas áreas, vacinar 10 (dez) dias antes da
viagem.
(4) Adolescente que tiver duas doses da vacina Tríplice Viral (SCR) devidamente
comprovada no cartão de vacinação, não precisa receber esta dose.
(5)
Adolescentes grávidas, que esteja com a vacina em dia, mas recebeu sua última dose
há mais de 5 (cinco) anos, precisa receber uma dose de reforço. Em caso de ferimentos
graves, a dose de reforço deve ser antecipada para cinco anos após a última dose.
ANEXO III
CALENDÁRIO DE VACINAÇÃO DO ADULTO E DO IDOSO
IDADE VACINAS DOSE DOENÇAS EVITADAS
A partir de 20 anos
dT (1)
1ª dose Contra Difteria e Tétano
FA (2)
dose inicial Contra Febre Amarela
SR e/ou SCR (3)
dose única Sarampo, Caxumba e Rubéola
2 meses após a 1ª dose
contra Difteria e
Tétano
dT 2ª dose Contra Difteria e Tétano
4 meses após a 1ª dose
contra Difteria e
Tétano
dT 3ª dose Contra Difteria e Tétano
A cada 10 anos por
toda vida
dT (4)
Reforço Contra Difteria e Tétano
FA Reforço Contra Febre Amarela
60 anos ou mais
Influenza (5)
dose anual Contra Influenza ou Gripe
Pneumococo (6)
dose única Contra Pneumonia causada pelo
pneumococo
149
(1)
A partir dos 20 (vinte) anos gestantes, não gestante, homens e idosos que não
tiverem comprovação de vacinação anterior, seguir o esquema acima de 3 doses.
Apresentando documentação com esquema incompleto, completar o esquema já
iniciado. O intervalo mínimo entre as doses é de 30 dias.
(2)
Adulto/Idoso que resida ou que irá viajar para área endêmica (estados AP, TO,
MA, MT, MS, RO, AC, RR, AM, PA, GO e DF), área de transição (alguns
municípios dos estados PI, BA, MG, SP, PR, SC E RS) e área de risco potencial
(alguns municípios dos estados BA, ES e MG). Em viagem para essas áreas,
vacinar 10 (dez) dias antes da viagem.
(3)
A vacina dupla viral - SR (Sarampo e Rubéola) e/ou a vacina tríplice viral - SCR
(Sarampo, Caxumba e Rubéola) deve ser administrada em mulheres de 12 a 49
anos que não tiverem comprovação de vacinação anterior e em homens até 39
(trinta e nove) anos.
(4)
Mulher grávida, que esteja com a vacina em dia, mas recebeu sua última dose há
mais de 05 (cinco) anos, precisa receber uma dose de reforço. Em caso de
ferimentos graves em adultos, a dose de reforço deverá ser antecipada para cinco
anos após a última dose.
(5) As vacinas contra Influenza é oferecida anualmente durante a Campanha Nacional
de Vacinação do Idoso.
(6)
A vacina contra pneumococos é aplicada, durante a Campanha Nacional de
Vacinação do Idoso, nos indivíduos que convivem em instituições fechadas, tais
como, casas geriátricas, hospitais, asilos, casas de repouso, com apenas um
reforço cinco anos após a dose inicial.
150