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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARA CENTRO DE CIENCIAS DA SAUDE CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE PÚBLICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE SAÚDE COMUNITÁRIA CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA UNIVERSIDADE DE FORTALEZA - UNIFOR MARIA DE FÁTIMA FONSECA MOTA SITUAÇÃO VACINAL E OS FATORES ASSOCIADOS À NÃO VACINAÇÃO DAS CRIANÇAS MENORES DE 24 MESES RESIDENTES EM FORTALEZA FORTALEZA 2016

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARA

CENTRO DE CIENCIAS DA SAUDE

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE PÚBLICA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

FACULDADE DE MEDICINA

DEPARTAMENTO DE SAÚDE COMUNITÁRIA

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA

UNIVERSIDADE DE FORTALEZA - UNIFOR

MARIA DE FÁTIMA FONSECA MOTA

SITUAÇÃO VACINAL E OS FATORES ASSOCIADOS À NÃO VACINAÇÃO DAS

CRIANÇAS MENORES DE 24 MESES RESIDENTES EM FORTALEZA

FORTALEZA

2016

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MARIA DE FÁTIMA FONSECA MOTA

SITUAÇÃO VACINAL E OS FATORES ASSOCIADOS À NÃO VACINAÇÃO

DAS CRIANÇAS MENORES DE 24 MESES RESIDENTES EM FORTALEZA

Tese apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Saúde Coletiva da

Universidade Federal do Ceará, como

requisito parcial à obtenção do título de

Doutor em Saúde Coletiva. Área de

concentração: Epidemiologia.

Orientadora: Profa. Dra. Ligia Regina

Franco Sansigolo Kerr

Coorientadora: Profa. Dra. Rosa Maria

Salani Mota.

Coorientador: Prof. Dr. Luciano

Correia

FORTALEZA

2016

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação

Universidade Federal do Ceará

Biblioteca de Ciências da Saúde

M871s Mota, Maria de Fátima Fonseca.

Situação vacinal e os fatores associados à não vacinação das crianças menores de 24 meses

residentes em Fortaleza/ Maria de Fátima Fonseca Mota. – Fortaleza, 2016.

150 f. : il.

Tese (Doutorado) – Universidade Federal do Ceará. Faculdade de Medicina. Curso de Pós-

graduação em Saúde Coletiva, Fortaleza, 2016.

Orientação: Profa. Dra. Ligia Regina Franco Sansigolo Kerr.

Coorientação: Profa. Dra. Rosa Maria Salani Mota.

Coorientação: Prof. Dr. Luciano Correia.

1. Programas de Imunização. 2. Cobertura Vacinal. 3. Avaliação de Serviços de Saúde. I.

Título.

CDD 362.1

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MARIA DE FÁTIMA FONSECA MOTA

SITUAÇÃO VACINAL E OS FATORES ASSOCIADOS À NÃO VACINAÇÃO DAS

CRIANÇAS MENORES DE 24 MESES RESIDENTES EM FORTALEZA

Tese apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Saúde Coletiva da

Universidade Federal do Ceará, como

requisito parcial à obtenção do título de

Doutor em Saúde Coletiva. Área de

concentração: Epidemiologia.

Aprovada em: 02 / 02 / 2016.

BANCA EXAMINADORA

________________________________________

Prof. Dra. Ligia Regina Franco Sansigolo Kerr (Orientador)

Universidade Federal do Ceará (UFC)

_________________________________________

Prof. Dr. Luciano Correia

Universidade Federal do Ceará (UFC)

_________________________________________

Prof. Dr. Álvaro Madeiro Leite

Universidade Federal do Ceará (UFC)

_________________________________________

Profa. Dra. Rosa Salani Mota

Universidade Estadual do Ceará (UFC)

_________________________________________

Profa. Dra. Jocileide Sales Campos

Centro Universitário Christus (Unichristus)

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Dedico este trabalho

Á Deus,

Aos meus pais, Fernando e Helenita, pelo

exemplo de integridade, amor e união.

Aos meus filhos Arthur, Joana, Helenita,

Justyn e Raul, pelo apoio, compreensão,

estímulo e afeto, que me motivam o d ia

adia.

Aos meus netos Arthur, Paula, Jonathyn,

Fernando, Joseph, Marina e Lucas meu novo

amanhã.

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AGRADECIMENTO

À Profa. Dra. Ligia Regina Franco Sansigolo Kerr pela confiança e colaboração na

caminhada.

À Profa. Dra. Rosa Maria Salani Mota pelo incentivo, apoio e colaboração na analise

estatística e, sobretudo pelo seu carinho e disponibilidade.

Ao Prof. Dr. Luciano Correia pelo incentivo, apoio e colaboração nas discussões realizadas

sobre o tema que me ajudaram a compor o trabalho.

Ao Comitê Coordenador do inquérito de Cobertura Vacinal 2007 que autorizou a utilização

do banco de Fortaleza para a realização deste trabalho, especialmente aos professores Maria

Josefa Penon Rujula Gonçalves e José Cassio de Moraes.

À Profa. Dra. Marcia Maria Tavares Machado pelo seu carinho e incentivo nos momentos

difíceis.

À Universidade Federal do Ceará (UFC) pelo compromisso nesta realização.

Aos professores participantes da banca examinadora. Ligia Regina Franco Sansigolo Kerr,

Luciano Correia, Álvaro Madeiro Leite, Rosa Salani Mota e Jocileide Sales Campos pelo

tempo, pelas valiosas colaborações e sugestões.

Aos professores do Doutorado, cuja dedicação possibilitou a formação de profissionais mais

completos e estimulados a continuar na busca do conhecimento científico.

À Secretaria da Saúde do Estado do Ceará e a Secretarias da Saúde do Município de

Fortaleza, pela colaboração e disponibilização dos dados.

Aos amigos e colegas de trabalho e doutorado pela amizade adquirida, colaboração, críticas

e sugestões recebidas.

Á Norma de Carvalho Linhares e Rosane Maria Costa bibliotecárias da Biblioteca de

Ciências da Saúde – UFC - Campus do Porangabuçu, pela gentil colaboração todas as vezes

que solicitado à revisão a bibliográfica.

Aos responsáveis pelas crianças entrevistadas, pelo tempo concedido nas entrevistas.

À equipe de entrevistadores e coordenadores da pesquisa de Fortaleza por sua dedicação e

compromisso.

Aos meus irmãos e sobrinhos por acreditarem em mim sempre e me incentivarem a crescer

pessoal e profissionalmente.

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À Zenaide pela assistência e gentileza com que sempre me foi dispensada.

À Tereza Alves de Paiva, ser humano sensível e de fundamental importância na viabilização

deste estudo.

Por fim uma homenagem a todos os trabalhadores do Sistema único de Saúde (SUS),

principalmente, os diretamente ligados ao serviço de imunizações, pela sua importância

como personagem desta história.

A todos a minha eterna gratidão

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RESUMO

Introdução Imunizar é essencial na redução da morbimortalidade das doenças

imunopreveníveis. A avaliação da cobertura vacinal é fundamental para garantir o sucesso dos

programas de vacinação, além de permitir acompanhar o acúmulo de suscetíveis na

população. Na avaliação dos serviços de vacinação é importante considerar os Fatores

associados a não vacinação ou motivo da baixa Cobertura Vacinal (CV). Objetivo Identificar

a cobertura vacinal e os fatores associados à não vacinação. Método Fundamentado no

método da Organização Pan-americana da Saúde para Inquérito de CV. A amostra constituiu-

se de 1006 crianças menores 24 meses. As CV foram estimadas por tipo de dose e faixas

etárias, associando-se as características das famílias e do processo de imunização das

crianças. As análises consideraram o efeito decorrente de uma amostragem por

conglomerados em múltiplos estágios. A determinação dos fatores associados à não vacinação

foi efetuada através de análise bivariada e multidimensional. Resultados Constatou-se CV

abaixo de 90%, sendo maiores CV por doses aplicadas, em relação às doses válidas. As

variáveis que registram maior chance das crianças não serem vacinadas foram mães com

idade igual ou maior que 30 anos, escolaridade materna de 4 a 10 anos de estudo, criança não

ter sido vacinada na campanha, as vacinas terem sido realizadas no mesmo serviço, a criança

já ter utilizado serviço privado para vacinação e a realização da última vacina ter ocorrido no

serviço privado. Conclusão A população demonstrou baixa cobertura vacinal e falhas em

tanto nos serviços privados como públicos. Programas devem se concentrar em educação

geral e na melhoria da imunização em ambos os contextos de saúde públicos e privados. Os

achados indicam que as campanhas de vacinação ainda serão necessárias para atingir os níveis

de cobertura de 95% defendidos por todas as autoridades de saúde.

Palavras-chave: Programas de Imunização. Cobertura Vacinal. Avaliação de Serviços de

Saúde.

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ABSTRACT

Introduction Immunization is essential in reducing morbidity and mortality from vaccine-

preventable diseases. The evaluation of vaccination coverage is key to ensuring the success of

vaccination programs, and it tracks the accumulation of susceptible individuals in the

population. In the assessment of immunization services it is important to consider the factors

associated with low vaccination coverage. (VC). Objective To identify immunization

coverage and factors associated with non-vaccination. Methods Our study utilized coverage

survey methods as recommended by the Pan American Health Organization. The sample

consisted of 1006 children under 24 months of age. VC was estimated by type of dose and age

groups, associating the characteristics of families and childhood immunization process. The

analysis considered the effect arising from multistage cluster sampling. Factors associated

with non-vaccination were identified through bivariate and multidimensional analyses.

Results VC was less than 90%, with some children receiving multiple inappropriate doses.

The variables associated with non-vaccination included mothers older than 30, maternal

education from 4 to 10 years, children not vaccinated in a campaign, vaccines administered in

the same service, the child had a history of private provider, and child had last immunization

with a private provider. Conclusion The population demonstrated low immunization

coverage, and failures in both public and private health settings. Programs will need to

continue to focus on general education, and on improving immunization in both public and

private health settings. It seems likely that immunization campaigns will still be required to

achieve the 95% coverage levels advocated by all health authorities.

Keywords: Immunization Programs. Vaccination Coverage. Health Care Evaluation.

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1- MAPA POLÍTICO DE FORTALEZA 51

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LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 - HISTÓRICO DA VACINAÇÃO NO BRASIL 26

QUADRO 2 - DESCRIÇÕES DE DOSES VÁLIDAS CONSIDERANDO CADA VACINA 62

QUADRO 3 – VACINAS CONSTANTES NO ESQUEMA VACINAL BÁSICO E NO ESQUEMA

BÁSICO COMPLETO 68

QUADRO 4 - DISTRIBUIÇÃO DAS ENTREVISTAS DO INQUÉRITO DE COBERTURA VACINAL,

SEGUNDO CONGLOMERADOS, ESTRATOS E SECRETARIAS EXECUTIVAS

REGIONAIS (SER) EM FORTALEZA, 2007 73

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1 - RELAÇÃO DE UNIDADES DE SAÚDE QUE REALIZAM VACINAÇÃO POR

SECRETARIAS EXECUTIVAS REGIONAIS - FORTALEZA – 2008 53

TABELA 2 - NÚMERO DE BAIRROS COM CRIANÇAS ENTREVISTADAS NO INQUÉRITO DE

COBERTURA VACINAL, SEGUNDO PARTICIPAÇÃO DOS BAIRROS DAS

SECRETARIAS EXECUTIVAS REGIONAIS (SERS) EM FORTALEZA, 2007 73

TABELA 3 - CARACTERÍSTICA DA ESTRATIFICAÇÃO SOCIODEMOGRÁFICAS DO ICV–

FORTALEZA, 2000 74

TABELA 4 - CARACTERÍSTICAS SOCIODEMOGRÁFICAS DA AMOSTRA DO ICV, SEGUNDO

ESTRATO, FORTALEZA, 2000. 74

TABELA 5 - CARACTERÍSTICAS DAS CRIANÇAS ENTREVISTADAS, FORTALEZA, 2007. 75

TABELA 6 - CARACTERÍSTICAS DAS FAMÍLIAS DAS CRIANÇAS ENTREVISTADAS,

FORTALEZA, 2007. 76

TABELA 7 - CARACTERÍSTICAS DO PROCESSO DE IMUNIZAÇÃO DA CRIANÇA

ENTREVISTADA, FORTALEZA, 2007. 78

TABELA 8 - FATORES ASSOCIADOS À NÃO VACINAÇÃO COM ESQUEMA VACINAL BÁSICO

POR DOSES APLICADAS NA FAIXA ETÁRIA MENOR DE 12 MESES DE IDADE,

FORTALEZA, 2007 83

TABELA 9 - FATORES ASSOCIADOS À NÃO VACINAÇÃO COM ESQUEMA VACINAL BÁSICO

POR DOSES APLICADAS NA FAIXA ETÁRIA MENOR DE 12 MESES DE IDADE,

FORTALEZA, 2007 85

TABELA 10 - FATORES ASSOCIADOS À NÃO VACINAÇÃO COM ESQUEMA VACINAL BÁSICO

POR DOSES VÁLIDAS NA FAIXA ETÁRIA MENOR DE 12 MESES DE IDADE,

FORTALEZA, 2007 89

TABELA 11 - FATORES ASSOCIADOS À NÃO VACINAÇÃO COM ESQUEMA VACINAL BÁSICO

POR DOSES VÁLIDAS NA FAIXA ETÁRIA MENOR DE 12 MESES DE IDADE.

FORTALEZA, 2007 91

TABELA 12 - FATORES ASSOCIADOS À NÃO VACINAÇÃO COM ESQUEMA BÁSICO

COMPLETO POR DOSES APLICADAS NO INTERVALO ETÁRIO DE 12 MESES A

MENOR DE 24 MESES, FORTALEZA, 2007 95

TABELA 13 - FATORES ASSOCIADOS À NÃO VACINAÇÃO COM ESQUEMA BÁSICO

COMPLETO POR DOSES APLICADAS NO INTERVALO ETÁRIO DE 12 MESES A

MENOR DE 24 MESES, FORTALEZA, 2007 97

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TABELA 14 - FATORES ASSOCIADOS À NÃO VACINAÇÃO COM ESQUEMA BÁSICO

COMPLETO POR DOSES VÁLIDAS NO INTERVALO ETÁRIO DE 12 MESES A

MENOR DE 24 MESES, FORTALEZA, 2007 100

TABELA 15 - FATORES ASSOCIADOS À NÃO VACINAÇÃO COM ESQUEMA BÁSICO

COMPLETO POR DOSES VÁLIDAS NO INTERVALO ETÁRIO DE 12 MESES A

MENOR DE 24 MESES, FORTALEZA, 2007 102

TABELA 16 - ANÁLISE MULTIDIMENSIONAL DOS FATORES ASSOCIADOS À NÃO VACINAÇÃO

DAS CRIANÇAS PELO ESQUEMA VACINAL BÁSICO POR DOSES APLICADAS NA

FAIXA ETÁRIA MENOR DE 12 MESES DE IDADE, FORTALEZA, 2007 106

TABELA 17 - ANÁLISE MULTIDIMENSIONAL DOS FATORES ASSOCIADOS À NÃO VACINAÇÃO

DAS CRIANÇAS PELO ESQUEMA VACINAL BÁSICO POR DOSES VÁLIDAS NA

FAIXA ETÁRIA MENOR DE 12 MESES DE IDADE, FORTALEZA, 2007 107

TABELA 18 - ANÁLISE MULTIDIMENSIONAL DOS FATORES ASSOCIADOS À NÃO VACINAÇÃO

DAS CRIANÇAS PELO ESQUEMA BÁSICO COMPLETO POR DOSES APLICADAS NO

INTERVALO ETÁRIO DE 12 MESES A MENOR DE 24 MESES, FORTALEZA, 2007 108

TABELA 19 - ANÁLISE MULTIDIMENSIONAL DOS FATORES ASSOCIADOS À NÃO VACINAÇÃO

DAS CRIANÇAS PELO ESQUEMA BÁSICO COMPLETO POR DOSES VÁLIDAS NO

INTERVALO ETÁRIO DE 12 MESES A MENOR DE 24 MESES, FORTALEZA, 2007 109

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LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1 - CARACTERÍSTICAS DAS FAMÍLIAS DAS CRIANÇAS ENTREVISTADAS,

FORTALEZA, 2007 ........................................................................................... 77

GRÁFICO 2 - PROPORÇÃO DAS VARIÁVEIS RELACIONADAS AO PROCESSO DE IMUNIZAÇÃO

DA CRIANÇA, FORTALEZA, 2007 ...................................................................... 79

GRÁFICO 3 - PREVALÊNCIA DE VACINAÇÃO COM ESQUEMA VACINAL BÁSICO1 E

ESQUEMA BÁSICO COMPLETO2 POR TIPO DE DOSE APLICADA E VÁLIDA EM

FORTALEZA – 2007. ........................................................................................ 82

GRÁFICO 4 - PROPORÇÃO DE VACINADOS PELO ESQUEMA VACINAL BÁSICO POR DOSES

APLICADAS EM RELAÇÃO A FAIXA ETÁRIA MATERNA, FORTALEZA 2007. ...... 85

GRÁFICO 5 - PROPORÇÃO DE VACINADOS PELO ESQUEMA VACINAL BÁSICO POR DOSES

APLICADAS EM RELAÇÃO A PARTICIPOU DA ÚLTIMA CAMPANHA DE

VACINAÇÃO, FORTALEZA 2007 ....................................................................... 86

GRÁFICO 6 - PROPORÇÃO DE VACINADOS PELO ESQUEMA VACINAL BÁSICO POR DOSES

APLICADAS EM RELAÇÃO À DATA DA ÚLTIMA CAMPANHA, FORTALEZA 2007. 86

GRÁFICO 7 - PROPORÇÃO DE VACINADOS PELO ESQUEMA VACINAL BÁSICO POR DOSES

APLICADAS EM RELAÇÃO A TODAS AS VACINAS TEREM SIDO REALIZADAS NO

MESMO SERVIÇO, FORTALEZA 2007................................................................. 87

GRÁFICO 8 - PROPORÇÃO DE VACINADOS PELO ESQUEMA VACINAL BÁSICO POR DOSES

APLICADAS EM RELAÇÃO A CRIANÇA JÁ TER UTILIZADO ALGUM SERVIÇO

PRIVADO PARA VACINAÇÃO, FORTALEZA 2007 ............................................... 87

GRÁFICO 9 - PROPORÇÃO DE VACINADOS PELO ESQUEMA VACINAL BÁSICO POR DOSES

APLICADAS EM RELAÇÃO A ONDE FOI REALIZADA A ÚLTIMA VACINA,

FORTALEZA 2007. ........................................................................................... 88

GRÁFICO 10 - PROPORÇÃO DE VACINADOS PELO ESQUEMA VACINAL BÁSICO POR DOSES

VÁLIDAS EM RELAÇÃO A FAIXA ETÁRIA MATERNA, FORTALEZA 2007. .......... 92

GRÁFICO 11 - COBERTURA VACINAL COM O ESQUEMA VACINAL BÁSICO POR DOSES

VÁLIDAS EM RELAÇÃO À ESCOLARIDADE MATERNA, FORTALEZA 2007 ......... 92

GRÁFICO 12 - PROPORÇÃO DE VACINADOS PELO ESQUEMA VACINAL BÁSICO POR DOSES

VÁLIDAS EM RELAÇÃO A NÚMERO DE FILHOS, FORTALEZA 2007. ................... 93

GRÁFICO 13 - PROPORÇÃO DE VACINADOS PELO ESQUEMA VACINAL BÁSICO POR DOSES

VÁLIDAS EM RELAÇÃO A JÁ TER UTILIZADO ALGUM SERVIÇO PRIVADO PARA

VACINAÇÃO, FORTALEZA 2007 ....................................................................... 93

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GRÁFICO 14 - PROPORÇÃO DE VACINADOS PELO ESQUEMA VACINAL BÁSICO POR DOSES

VÁLIDAS EM RELAÇÃO A ONDE FOI REALIZADA A ÚLTIMA VACINA,

FORTALEZA 2007 ............................................................................................ 94

GRÁFICO 15 - PROPORÇÃO DE VACINADOS PELO ESQUEMA VACINAL BÁSICO POR DOSES

VÁLIDAS EM RELAÇÃO A UTILIZAR EXCLUSIVAMENTE SERVIÇO PRIVADO,

FORTALEZA 2007 ............................................................................................ 94

GRÁFICO 16 – PROPORÇÃO DE VACINADOS PELO ESQUEMA BÁSICO COMPLETO POR

DOSES APLICADAS EM RELAÇÃO A FAIXA ETÁRIA MATERNA, FORTALEZA

2007 ................................................................................................................ 97

GRÁFICO 17 – PROPORÇÃO DE VACINADOS PELO ESQUEMA BÁSICO COMPLETO POR

DOSES APLICADAS EM RELAÇÃO A PARTICIPAÇÃO DA CRIANÇA NA ÚLTIMA

CAMPANHA, FORTALEZA 2007 ........................................................................ 98

GRÁFICO 18 - PROPORÇÃO DE VACINADOS PELO ESQUEMA BÁSICO COMPLETO POR

DOSES APLICADAS EM RELAÇÃO A DATA DA ÚLTIMA CAMPANHA DE

VACINAÇÃO, FORTALEZA 2007 ....................................................................... 98

GRÁFICO 19 - PROPORÇÃO DE VACINADOS PELO ESQUEMA BÁSICO COMPLETO POR

DOSES APLICADAS EM RELAÇÃO A JÁ TER UTILIZADO ALGUM SERVIÇO

PRIVADO PARA VACINAÇÃO, FORTALEZA 2007 ............................................... 99

GRÁFICO 20 - PROPORÇÃO DE VACINADOS PELO ESQUEMA BÁSICO COMPLETO POR

DOSES APLICADAS EM RELAÇÃO A ONDE FOI REALIZADA A ÚLTIMA VACINA,

FORTALEZA 2007 ............................................................................................ 99

GRÁFICO 21 - PROPORÇÃO DE VACINADOS PELO ESQUEMA BÁSICO COMPLETO POR

DOSES VÁLIDAS EM RELAÇÃO A FAIXA ETÁRIA MATERNA – FORTALEZA –

2007. ............................................................................................................. 102

GRÁFICO 22 - PROPORÇÃO DE VACINADOS PELO ESQUEMA BÁSICO COMPLETO POR

DOSES VÁLIDAS EM RELAÇÃO À ESCOLARIDADE MATERNA, FORTALEZA

2007 .............................................................................................................. 103

GRÁFICO 23 - PROPORÇÃO DE VACINADOS PELO ESQUEMA BÁSICO COMPLETO POR

DOSES VÁLIDAS EM RELAÇÃO A NÚMERO DE FILHOS, FORTALEZA 2007 ....... 103

GRÁFICO 24 - PROPORÇÃO DE VACINADOS PELO ESQUEMA BÁSICO COMPLETO POR

DOSES VÁLIDAS EM RELAÇÃO A JÁ TER UTILIZADO ALGUM SERVIÇO PRIVADO

PARA VACINAÇÃO, FORTALEZA 2007 ............................................................ 104

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GRÁFICO 25 - PROPORÇÃO DE VACINADOS PELO ESQUEMA BÁSICO COMPLETO POR

DOSES VÁLIDAS EM RELAÇÃO A ONDE FOI REALIZADA A ÚLTIMA VACINA,

FORTALEZA 2007 .......................................................................................... 104

GRÁFICO 26 - PROPORÇÃO DE VACINADOS PELO ESQUEMA BÁSICO COMPLETO POR

DOSES VÁLIDAS EM RELAÇÃO A UTILIZA EXCLUSIVAMENTE SERVIÇO

PRIVADO, FORTALEZA 2007 .......................................................................... 105

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

BCG Bacilo de Calmette e Guérin - vacina contra a tuberculose

CE Ceará

CEP Comitê de Ética em Pesquisa

CEALAG Centro de Estudos Augusto Leopoldo Ayrosa Galvão

CNES Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde

CORES Coordenadoria Regional de Saúde

CRIE Centro de Referencia de Imunobiologicos Especiais

CV Cobertura Vacinal

DA Dados Administrativos

DATASUS Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde do Brasil.

DPT Vacina Tríplice Bacteriana clássica ou celular contra: a difteria, o tétano e a

pertussis (coqueluche).

EVBa Esquema vacinal básico por doses aplicadas no menor de 1 ano

EVBv Esquema vacinal básico por doses válidas no menor de 1 ano

EBCa Esquema básico completo por doses aplicadas no intervalo de 12 meses a

menor de 24 meses

EBCv Esquema básico completo por doses válidas no intervalo de 12 meses a menor

de 24 meses

ESF Estratégia de Saúde da Família

FA Vacina contra a febre amarela

GTA Grupo Técnico Assessor

HIB Vacina contra o Haemophilus influenzae tipo B

HVB Vacina contra hepatite B

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IC Intervalo de Confiança

ICV Inquérito de Cobertura Vacinal

LI Limite inferior

LS Limite superior

MS Ministério da Saúde

Nº Número

OMS Organização Mundial de Saúde

ONU Organização das Nações Unidas

PAI Programa Ampliado de Imunização

PNAD Pesquisa Nacional por amostra de domicílio

PNI Programa Nacional de Imunização

POLIO Vacina contra a poliomielite - Sabin

PSF Programa de Saúde da Família

QT Quantidade

SCR Vacina tríplice viral, contra o sarampo, a caxumba e a rubéola.

SER Secretaria Executiva Regional

SI - API Aplicativo do Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização

SIA Sistema de informação Ambulatorial

SUS Sistema Único de Saúde

TETRA Vacina DPT + HIB

UBASF Unidade Básica de Saúde da Família

US Unidade de Saúde

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LISTA DE SÍMBOLOS

% Porcentagem

> Maior

< Menor

= Igual

≥ Maior ou igual

≤ Menor ou igual

+ Mais

p p valor

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SUMÁRIO

1.1 AS DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS ................................................................................... 23

1.2 A VACINAÇÃO ................................................................................................................. 24

1.3 HISTÓRICO DA VACINAÇÃO NO BRASIL ..................................................................... 26

1.4 O PROGRAMA NACIONAL DE IMUNIZAÇÃO - PNI ............................................................ 28

1.4.1 O Calendário de Vacinação .................................................................................... 28

1.4.2. As estratégias vacinais ........................................................................................... 29

1.4.3 A Avaliação do programa Nacional de Imunizações (PNI) .................................... 32

1.4.4 Indicadores específicos da atividade de vacinação do PNI .................................... 33

1.4.4.1 Cobertura vacinal (CV) 33

1.4.5 O Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações — SI-PNI........ 36

1.5 ORIGEM DO PROBLEMA DA NÃO VACINAÇÃO ................................................................... 37

1.6 EPIDEMIOLOGIA DAS DOENÇAS IMUNOPREVENÍVEIS ....................................................... 43

1.6.1 Epidemiologia da Poliomielite no Mundo .............................................................. 43

1.6.2 Epidemiologia do Sarampo no Mundo .................................................................... 45

1.7 ATUAIS DESAFIOS ........................................................................................................... 47

1.8 O INTERESSE PELO TEMA ................................................................................................. 47

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2.1. OBJETIVO GERAL ........................................................................................................... 50

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .................................................................................................. 50

3.1. LOCAL DO ESTUDO ......................................................................................................... 51

3.1.1 Descrição do sistema público de saúde e do Programa de Imunização de

Fortaleza .......................................................................................................................... 52

3.2. TIPO DE ESTUDO ............................................................................................................. 53

3.3. POPULAÇÃO DO ESTUDO ................................................................................................. 53

3.3.1 Amostra do estudo ................................................................................................... 53

3.4. A ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO .......................................................................................... 54

3.4.1 Construção dos estratos socioeconômicos .............................................................. 55

3.4.2 O sorteio da quadra de início e a definição dos itinerários. .................................. 56

3.4.3 Distribuição das crianças por Secretarias Executivas Regionais .......................... 58

3.5. COLETA DOS DADOS ....................................................................................................... 58

3.5.1 Seleção e treinamento dos supervisores e entrevistadores ..................................... 58

3.5.2 Informações constantes no questionário do ICV .................................................... 58

3.5.3 Gerenciamento do Banco de Dados ........................................................................ 59

3.6 PROCESSAMENTO DOS DADOS.......................................................................................... 60

3.6.1 Variáveis relacionadas às características das famílias e das crianças .................. 60

3.6.2 Variáveis relacionadas às características do processo de imunização das

crianças ............................................................................................................................ 61

3.6.3 Variáveis relacionadas ao tipo de dose administrada na criança .......................... 61

3.6.4 Variáveis relacionadas às características da cobertura vacinal das crianças ...... 63

3.6.5. Critérios de inclusão e exclusão de variáveis utilizadas no estudo ....................... 63

3.7. ANÁLISE DOS DADOS...................................................................................................... 65

3.7.1 Variáveis Adotadas no Estudo ................................................................................ 65

3.7.1.1. Variáveis dependentes para fatores associados a não vacinação (interesses

ou desfechos) 65

3.7.1.2. Variáveis independentes (preditoras / de exposição) 65

3.7.2. Definições das variáveis utilizadas no Inquérito de cobertura Vacinal ................ 65

3.7.2.1 Cobertura vacinal por Esquema Vacinal Básico - EVB 67

3.7.2.2 Cobertura vacinal por Esquema Básico Completo - EBC 67

3.8. ANÁLISES ESTATÍSTICAS ........................................................................................... 68

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3.9. ASPECTOS ÉTICOS ........................................................................................................... 70

4.1 RESULTADOS DO PROCESSO DE PESQUISA ....................................................................... 72

4.1.1 Descrição da amostra estudada no Inquérito de Cobertura Vacinal em

Fortaleza .......................................................................................................................... 72

4.2 CARACTERÍSTICA DA AMOSTRA ................................................................................ 74

4.2.1 Descrição das características das crianças ......................................................... 75

4.2.2 Descrição das características das famílias das crianças .................................... 76

4.3 DESCRIÇÃO DO PROCESSO DE IMUNIZAÇÃO E DAS COBERTURAS VACINAIS .............. 78

4.3.1 Descrição do processo de imunização ................................................................. 78

4.3.2 Descrição das coberturas vacinais das crianças ................................................. 80

4.3.2.1 Cobertura vacinal das crianças menores de 12 meses pelo Esquema Vacinal

Básico por doses aplicadas e válidas 81

4.3.2.2 Cobertura vacinal das crianças de 12 meses a menor de 24 meses pelo

Esquema Básico Completo por doses aplicadas e válidas 81

4.4 IDENTIFICAÇÃO DOS FATORES ASSOCIADOS À NÃO VACINAÇÃO OU A BAIXAS

COBERTURAS VACINAIS DAS CRIANÇAS MENORES DE 24 MESES, SEGUNDO O ESQUEMA

VACINAL BÁSICO (EVB) E ESQUEMA BÁSICO COMPLETO (EBC), POR DOSES APLICADAS

E VÁLIDAS. ............................................................................................................................ 82

4.4.1 No Contexto Bivariado ............................................................................................ 82

4.4.1.1 Fatores associados à não-vacinação ou a baixas coberturas vacinais pelo

Esquema Vacinal Básico por doses aplicadas (EVBa) 83

4.4.1.2 Fatores associados à não-vacinação ou a baixas coberturas vacinais pelo

Esquema Vacinal Básico por doses válidas (EVBv) 89

4.4.1.3 Fatores associados à não-vacinação ou a baixas coberturas vacinais pelo

Esquema Básico Completo por doses aplicadas (EBCa) 95

4.4.1.4 Fatores associados à não-vacinação ou a baixas coberturas vacinais pelo

Esquema Básico Completo por doses válidas (EBCv) 100

4.4.2 No Contexto Multidimensional .............................................................................. 106

4.4.2.1 Fatores associados à não-vacinação ou a baixas coberturas vacinais pelo

Esquema Vacinal Básico por doses aplicadas (EVBa) 106

4.4.2.2 Fatores associados à não-vacinação ou a baixas coberturas vacinais pelo

Esquema Vacinal Básico por doses válidas (EVBv) 107

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4.4.2.3 Fatores associados à não-vacinação ou a baixas coberturas vacinais pelo

Esquema Básico Completo por doses aplicadas (EBCa) 108

4.4.2.4 Fatores associados à não-vacinação ou a baixas coberturas vacinais pelo

Esquema Básico Completo por doses válidas (EBCv) 109

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23

1 INTRODUÇÃO

1.1 As doenças transmissíveis

As doenças infecciosas ou doenças transmissíveis ainda são um problema de

saúde pública no Brasil, muito embora a proporção do total de mortes causadas por elas tenha

caído de 50% para 5% ao longo dos últimos oitenta anos. Essa redução tem sido mais presente

em algumas doenças infecciosas, do que em outras. (BARRETO et al., 2011).

As doenças prevenidas pela imunização também chamadas de imunopreveníveis

estão incluídas nas doenças transmissíveis, que são doenças causadas por um agente

infeccioso específico, ou pela toxina por ele produzida, por meio da transmissão desse agente,

ou de seu produto, tóxico a partir de uma pessoa ou animal infectado, ou ainda, de um

reservatório para um hospedeiro suscetível, seja direta ou indiretamente intermediado por

vetor ou ambiente (BRASIL, 2009a).

Desde 1971, no Brasil, muitos esforços foram envidados para o controle, a

eliminação e a erradicação das doenças imunopreveníveis no país. Uma série de iniciativas e

estratégias exitosas foi realizada, envolvendo as três esferas de gestão (União, Estado e

Municípios) nas ações de imunização e tendo como resultado a erradicação da febre amarela

urbana em 1942, varíola em 1973 e poliomielite em 1989 (BRASIL, 2015b).

O Brasil acumula conquistas importantes na redução da morbimortalidade causada

pelas doenças imunopreveníveis. O Programa Nacional de Imunização (PNI) universalizou o

acesso às vacinas, programou estratégias especificas para alcançar e homogeneizar cobertura

vacinal e ampliou a oferta de vacinas à população, constituindo um marco da saúde pública no

Brasil pelo seu elevado grau de organização e sucesso (BRASIL, 2012b; 2014a, MONTEIRO

et al., 2011).

As estratégias do Ministério da Saúde (MS) para o grupo das doenças

imunopreveníveis visam à manutenção da situação de controle ou mesmo a erradicação,

quando esta for factível. Para isso tem investido no fortalecimento da capacidade dos

municípios e dos estados de detectarem rapidamente os casos suspeitos e adotarem medidas

eficazes de bloqueio. Além disso, tem investido também, no aumento da homogeneidade da

cobertura vacinal de rotina em níveis adequados em cada um dos municípios e na adoção de

estratégias específicas na busca dos não vacinados (BRASIL, 2004b).

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O controle das doenças imunopreveníveis tem obtido êxito por meio de políticas

públicas eficientes e de esforços concentrados dos diferentes níveis de governo e da sociedade

civil, tendo como componentes fundamentais o programas de imunizações e de vigilância

epidemiológica (BARRETO et al., 2011; CENTRO DE ESTUDOS AUGUSTO LEOPOLDO

AYROSA GALVÃO, 2007)

1.2 A vacinação

A história das vacinações começa com a vacinação anti-variólica, no final do

século XVIII, com a descoberta da vacina por Edward Jenner (1790-1792) na Inglaterra

(PINTO; VERANI,1990).

A vacina é uma preparação que contém microrganismos vivos ou mortos ou

frações deles possuidora de propriedades antigênicas. As vacinas são empregadas para induzir

em um indivíduo a imunidade ativa e específica contra um microrganismo (WALDMAN; DA

COSTA ROSA, 1998).

Imunização ou vacinação é o ato de proteger, tornar imune, livre de contrair

doença, mediante administração de antígenos (imunização ativa) ou mediante a administração

de anticorpos específicos (imunização passiva). Compreende-se por imunização ativa a

imunidade adquirida naturalmente pela infecção ou artificialmente pela vacinação, através da

inoculação de frações ou produtos de agentes infecciosos ou do próprio agente morto,

modificado ou de uma forma variante, os imunobiológicos. Para que um imunobiológico

possa agir no organismo e criar defesas ou anticorpos é preciso que a atividade de vacinação

seja cercada de cuidados, adotando-se procedimentos adequados antes, durante e após a

administração desses produtos na população. O individuo pode ser vacinado e não estar

imunizado (suscetível) devido a vários fatores como cadeia de frio, técnica de vacinação e

problemas inerentes ao próprio individuo. Considera-se suscetível qualquer pessoa ou animal

que, supostamente, não possui resistência suficiente contra determinado agente patogênico

capaz de protegê-la da doença, caso venha a entrar em contato com este agente (BRASIL,

2008; ROUQUAYROL, et al. 2003).

Os benefícios diretos e indiretos gerados com ações de imunizações são

inequívocos e surpreendentes: inúmeras evidências demonstram seu potencial de redução da

mortalidade entre as crianças, melhoria das condições de saúde e bem-estar das comunidades,

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além de representar economia para a sociedade, tanto através de redução de custos com

consultas, tratamentos e internações hospitalares decorrentes das doenças, como de menor

absenteísmo escolar e de trabalho. Dessa forma, o grande desafio que se apresenta para todos

nós é o de apoiar, através de educação, informação e conscientização, ações que promovam o

alcance das imunizações a todas as comunidades (FEIJÓR; SÁFADI, 2006).

O impacto positivo da vacinação sobre a morbidade e a mortalidade da população

tem demonstrado um papel de imensa relevância na mudança do panorama da saúde pública

mundial. Se bem gerenciadas, as ações de vacinação apresentam resultados surpreendentes e

constituem uma das ações de saúde de caráter preventivo de maior efetividade e de melhor

eficiência. Tal importância fez a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização Pan-

Americana de Saúde (OPAS) incluírem a vacinação entre as cinco ações básicas de saúde

voltadas para a infância, ao lado da promoção do aleitamento materno, do controle das

diarreias e terapia de reidratação oral, além da vigilância do processo de crescimento e

desenvolvimento (BRASIL, 2009b)

Nas últimas décadas, entre os maiores avanços observados na área da saúde, a

imunização vem ocupando um espaço progressivamente maior em todo o mundo. O

desenvolvimento da ciência, microbiologia, farmacologia e da imunologia tem se somado aos

estudos de epidemiologia e sociologia, os quais evidenciam o grande impacto que as vacinas

têm representado para a sociedade atual, significando um dos principais fatores de promoção

de saúde e prevenção de doenças (FEIJÓR; SÁFADI, 2006).

A erradicação da varíola foi a maior conquista da saúde pública mundial. E o

binômio vacinas e imunizações continuam a demonstrar alto desempenho na prevenção e no

controle de outras doenças imunopreveníveis (HOMMA et al., 2011).

Nos últimos anos, verificou-se uma grande mobilização internacional por vacinas

e vacinações, apresentando como resultado a introdução de novas vacinas nos programas

nacionais de vacinação, o aumento do acesso à vacinação de populações carentes, o aumento

da cobertura vacinal e a eliminação e prevenção de doenças imunopreveníveis em patamares

nunca atingidos (HOMMA et al., 2011).

O grande avanço dos programas de vacinação em todo o mundo, atingindo altas

coberturas com as vacinas tradicionais e em alguns países com a introdução de novas vacinas

de alto valor agregado, vem salvando vidas de milhares de crianças de doenças

imunopreveníveis (HOMMA et al., 2011).

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1.3 Histórico da Vacinação no Brasil

Quadro 1 - Histórico da Vacinação no Brasil

1804 Instituída a primeira vacinação no País - contra a varíola

1885 Introdução da primeira geração da vacina antirrábica

1904 Edição do decreto da obrigatoriedade da vacinação e da revacinação contra a

varíola, em toda a República (Decreto nº 1.261, de 31/10/1904)(revolta da vacina)

1937 Produção e introdução da vacina contra a Febre Amarela

1942 A febre amarela nas áreas urbanas do Brasil é considerada erradicada

1950 No início da década, implantação do toxóide tetânico (TT) e da vacina DTP, em

alguns estados.

1961 Primeira campanha de vacinação com a vacina poliomielite, projeto experimental

em Petrópolis/RJ e Santo André/SP.

1962 Primeira campanha nacional contra a varíola

1967 Introdução da vacina contra o sarampo para as crianças de 8 meses a 4 anos

1968 Inicia-se a vacinação com a vacina BCG

1970

Registros oficiais do Ministério da Saúde sobre casos de doenças preveníveis por

vacinação:

­ 11.545 casos – poliomielite

­ 1.771 casos – varíola

­ 10.496 casos – difteria

­ 81.014 casos – coqueluche

­ 109.125 casos – sarampo

­ 111.945 casos – tuberculose

1971 Último caso de varíola no Brasil

1973 ­ Brasil recebe da OMS o Certificado de Erradicação da Varíola

­ Criado o Programa Nacional de Imunizações – PNI

1975

Lei nº 6.259

­ Institui o Programa Nacional de Imunizações (PNI) e do Sistema Nacional de

Vigilância Epidemiológica

­ Calendário vacinal em todo o território nacional em caráter obrigatório, através

do atestado de vacinação.

1976 Regulamentação do PNI por meio do Decreto nº 78.231 de 30/12/1976.

1977

Instituído pela Portaria nº 452 o primeiro Calendário Básico e o Cartão de Vacinas

(Portaria MS nº 85 de 04/04/1977 - Aprova modelo de carteira de vacinações)

com as vacinas obrigatórias para os menores de um ano de idade.

1980 Início das Campanhas Nacionais de Vacinação contra poliomielite

1986 Criado o Zé Gotinha, por Darlan Rosa

1989 ­ Ultimo caso de poliomielite no Brasil

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­ Implantação gradativa da vacina contra hepatite B

1993 ­ Desenvolvido o SI-PNI

­ Criados os Centros de Referência Imunobiológicos Especiais - CRIE

1994 Certificação internacional da erradicação da transmissão autóctone do poliovírus

selvagem no Brasil

1995 Primeira campanha de seguimento de sarampo

1998 Implantação de hepatite B em todo o Brasil

1999

­ Substituição da vacina TT pela dupla adulto (difteria e Tétano) na faixa etária de

7 anos e mais

­ Realizada a 1ª Campanha de Vacinação do Idoso com a vacina contra influenza.

2001 Campanha de vacinação contra rubéola para mulheres em idade fértil

2002 Introdução da vacina Tetravalente (Difteria, tétano, coqueluche, e infecções

causadas pelo Haemophilus influenzae tipo b) para os menores de 1 ano

2002-

2003 Implantação da vacina tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola)

2004 Instituído em Portaria nº 597 o Calendário Vacinação da Criança, do Adolescente

e do Adulto e Idoso.

2006 Inclusão da vacina contra o rotavírus humano para os menores de 6 meses de

idade

2008 Campanha nacional de vacinação para eliminação da rubéola

2010

­ Realização da Estratégia de Vacinação Contra o Vírus Influenza Pandêmica A

(H1N1) 2009 – (dirigida a crianças 6meses a <5anos, trabalhadores de saúde,

gestantes, indivíduos com co-morbidades, adultos saudáveis na faixa etária de 20

a 39 anos

­ Inclusão de novas vacinas (contra infecções pneumocócicas – vacina

pneumocócica 10 valente e da vacina conjugada meningocócica C)

­ Portaria de nº 3.318 onde as vacinas recomendadas em cada calendário

(Criança, do Adolescente e do Adulto e Idoso) vinculam-se a situações de

populações de alto risco devido à área de residência, idade, condição de saúde, ou

comportamento de risco.

­ Criado o calendário de vacinação do indígena

2012

­ Introdução da vacina Pentavalente (difteria, tétano, coqueluche, Haemophilus

influenza tipo b e hepatite B) para os menores de 1 ano

­ Introdução da vacina Inativada contra a poliomielite (VIP) para os menores de 1

ano.

­ Institucionalizada a multivacinação e monitoramento rápido de coberturas

­ A partir de 2012, o Brasil passou a realizar somente uma etapa da Campanha

Nacional com vacina Poliomielite.

2013 ­ Implantação da vacina tetraviral (sarampo, caxumba, rubéola e varicela)

­ Ampliação da faixa etária da vacina hepatite B até 49 anos

Fonte: FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE (1998), BRASIL (2003; 2013a)

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1.4 O Programa Nacional de Imunização - PNI

No Brasil, desde o inicio do século XIX, as vacinas são utilizadas como medida

de controle de doenças. No entanto, somente a partir do ano de 1973 foi formulado o

Programa Nacional de Imunizações (PNI), regulamentado pela Lei Federal no 6.259, de 30 de

outubro de 1975, e pelo Decreto n° 78.321, de 12 de agosto de 1976, que instituiu o Sistema

Nacional de Vigilância Epidemiológica (SNVE) (BRASIL, 2014b).

O PNI organiza toda a politica nacional de vacinação da população brasileira e

tem como missão o controle, a erradicação e a eliminação de doenças imunopreveníveis.

Considerado uma das principais e mais relevantes politicas em saúde publica no Brasil, em

especial pelo importante impacto obtido na redução da morbimortalidade causada pelas

doenças imunopreveníveis nas ultimas décadas. As diretrizes e responsabilidades para a

execução das ações de vigilância em saúde, entre as quais se incluem as ações de vacinação,

estão definidas em legislação nacional que aponta que a gestão das ações é compartilhada pela

União, pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios (BRASIL, 2014b).

O PNI tem sido muito exitoso, alcançando uma das mais altas taxas de cobertura

de imunização do mundo, sem o uso de estratégias coercitivas. Todas as vacinas são ofertadas

ao público gratuitamente (BRASIL, 2010; BARRETO et.al., 2011).

Dentre as vacinas de rotina ofertadas pelo PNI em 2015 incluem-se: BCG (Bacilo

de Calmette e Guérin); vacina oral poliomielite (VOP) e vacina poliomielite inativada (VIP);

tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola - SCR); hepatite B (HB); tríplice bacteriana

(difteria, coqueluche e tétano - DPT); Pentavalente (DTP + Haemophilus influenzae tipo b

(Hib); + HB); febre amarela; vacina oral rotavírus humano; pneumocócica 10 valente

(conjugada), Meningocócica C, Hepatite A, Tetraviral (Sarampo, Rubéola, Caxumba e

Varicela (catapora)) (BRASIL, 2015b).

A abrangência e desempenho do Programa Nacional de Imunização do Brasil são

comparáveis ao de países desenvolvidos (HOMMA, et al., 2011). Sua complexidade é

crescente, pois em pouco tempo, introduziu numerosas vacinas no calendário de rotina,

incluiu vacinas combinadas e ampliou a oferta das vacinas já fornecidas (DOMINGUES;

TEIXEIRA, 2013)

1.4.1 O Calendário de Vacinação

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O calendário vacinal foi instituído em todo o território nacional em caráter

obrigatório desde 1975, pela lei nº 6.259 através do atestado de vacinação (BRASIL, 2013a).

Em 1977, foi estabelecido o primeiro calendário básico de vacinação, com as

vacinas obrigatórias para os menores de um ano (contra tuberculose, poliomielite, sarampo,

difteria, tétano e coqueluche), em todo o território nacional, pela Portaria MS nº 452/1977 e

ocorreu a aprovação, pelo Ministério da Saúde, do modelo de Caderneta de Vacinações a ser

adotada em todo o território nacional a partir de 1º de julho de 1978, para as crianças nascidas

a partir de 1º de julho de 1977 (BRASIL, 2013a).

As vacinas ofertadas na rotina dos serviços de saúde são definidas nos calendários

de vacinação, nos quais estão estabelecidos: os tipos de vacina; o numero de doses do

esquema básico e dos reforços; a idade para a administração de cada dose; e o intervalo entre

uma dose e outra no caso do Imunobiológico cuja proteção exija mais de uma dose (BRASIL,

2014b).

Considerando o risco, a vulnerabilidade e as especificidades sociais, os

calendários de vacinação são regulamentados por Portaria ministerial em todo o território

nacional, com orientações especificas de vacinação para crianças, adolescentes, adultos,

gestantes, idosos e indígenas (BRASIL, 2014b).

Conforme Migowski e Reis, (2007) no Brasil três instituições divulgam

calendários de vacinação, sendo a primeira o Ministério da Saúde por meio do Programa

Nacional de Imunizações (PNI), que publica calendários para crianças, adolescentes, adultos e

idosos; a segunda é a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), que publica um calendário

vacinal para crianças e adolescentes; e a terceira a Sociedade Brasileira de Imunizações

(SBIm), que publica todos os anos calendários atualizados para a vacinação de crianças,

adolescentes, adultos, mulheres gestantes ou não e o calendário vacinal para o bebê

prematuro. Além destes, a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia

(FEBRASGO) periodicamente lança o Guia Prático da Vacinação da Mulher.

1.4.2. As estratégias vacinais

As estratégias vacinais ou ações de vacinação podem ser utilizadas de forma

isolada ou combinadas, já que não existe uma solução única. A escolha de uma ou outra

forma de trabalhar leva em conta as características do território e da população, assim como, a

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capacidade instalada e os índices de cobertura que vêm sendo alcançados (FUNDAÇÃO

NACIONAL DE SAÚDE, 2001c).

A vacinação de rotina consiste no atendimento da população no dia-a-dia do

serviço de saúde. O trabalho rotineiro proporciona o acompanhamento contínuo e programado

das metas previstas, facilitando o monitoramento sistemático (mensal, trimestral ou anual), de

forma a identificar em tempo hábil se as metas estão sendo alcançadas. Nesta ação as vacinas

precisam ser administradas na época certa, com o número de doses certas, e em intervalos

preconizados, para que o individuo possa adquirir a proteção desejada. Quando são detectadas

metas vacinais abaixo dos percentuais estabelecidos, é necessário identificar mecanismos para

superação dos problemas. Um desses mecanismos é a chamada “intensificação da rotina” que

consiste em trabalhar o dia-a-dia de forma mais dinâmica, tornando a vacinação mais

acessível à população suscetível, o que inclui o desenvolvimento de ações fora do serviço de

saúde, com equipe de profissionais em busca dos não vacinados (FUNASA, 2001c).

A vacinação de campanha é uma ação que tem um fim determinado e específico.

É uma estratégia com abrangência limitada no tempo, que visa, sobretudo, a vacinação em

massa de uma determinada população, com uma ou mais vacinas. Às doses aplicadas de

vacinas nas campanhas devem proporcionar resistência de um grupo ou população à

introdução e disseminação de um agente infeccioso, sendo essa resistência baseada na elevada

proporção de indivíduos imunes entre os membros desse grupo ou população e na uniforme

distribuição desses indivíduos imunes no espaço geográfico a que eles pertencem. A intensa

mobilização da comunidade, principalmente por meio dos veículos de comunicação de massa,

e, também, a ampliação do número de postos, faz com que a população fique mais próxima da

vacina, possibilitando o alcance de maiores contingentes e a obtenção de altos índices de

cobertura (FUNASA, 2001c). Em 2015 foi 36º ano de Campanha Nacional de Vacinação

contra a Poliomielite e o 26º ano livre da doença no país (BRASIL, 2015b).

O Brasil serviu de exemplo para outros países ao adotar, a partir do ano de 1980, a

estratégia anual de campanhas nacionais de vacinação contra a poliomielite em duas etapas,

vacinando crianças menores de cinco anos de idade independentemente do estado vacinal

anterior. Até 2011, o país realizou duas etapas da campanha, nos meses de junho e agosto, e a

partir de 2012, o Brasil passou a realizar somente uma etapa da Campanha Nacional com

vacina Poliomielite, ocorrendo no mês de Junho. Espera‐se mundialmente, que as campanhas

periódicas de vacinação, junto com a vacinação de rotina, continuem a assegurar a imunidade

na população e minimize o risco de ocorrência de um surto, sendo que a chave do sucesso

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será o continuado empenho de todos os envolvidos, cujo apoio tem sido imprescindível na

interrupção da cadeia de transmissão da poliomielite (BRASIL, 2013c).

O Brasil está livre do poliovírus desde 1990, e assim deve se manter até a concreta

certificação mundial da erradicação deste agente infeccioso. Dessa forma, a estratégia tem

como objetivo garantir a não reintrodução da doença no território brasileiro, com a

manutenção de altas e homogêneas coberturas vacinais contra a poliomielite, tanto nas ações

de rotina, como nas campanhas de vacinação e a adequada Vigilância das Paralisias Flácidas

Agudas (BRASIL, 2013b; 2013c).

A vacinação casa a casa conhecida também como varredura e operação limpeza é

adotada, geralmente, em situações especiais, como, por exemplo, em surtos localizados. Esta

estratégia, da mesma forma que as equipes móveis, garantem o alcance de toda a população-

alvo, com a obtenção de altas coberturas, mas requer também grande mobilização de recursos

humanos e materiais. A vacinação é feita na casa das pessoas, visitando-se todos os

domicílios de cada rua, quarteirão ou bairro. Cada equipe tem um croqui da sua área de

atuação. O trabalho é avaliado diariamente a partir do registro das intercorrências, como por

exemplo: casas fechadas, crianças doentes, crianças sozinhas, ausência de crianças no

momento da passagem da equipe, etc. Os vacinadores devem ter um posto fixo de referência

para apoio, suprimento, guarda de vacinas e outros insumos (FUNASA, 2001c).

A vacinação de bloqueio é uma atividade prevista pelo sistema de vigilância

epidemiológica, sendo executada quando da ocorrência de um ou mais casos de doença

imunopreveníveis, quando este fato provoca uma alteração não esperada no comportamento

epidemiológico da doença. Com o bloqueio a cadeia de transmissão de doença é interrompida,

mediante a eliminação dos suscetíveis, em curto espaço de tempo. O bloqueio vacinal é

seletivo, ou seja, conforme a avaliação da situação vacinal (FUNASA, 2001c).

A campanha de seguimento contra o sarampo é uma atividade que se realiza

periodicamente em nível nacional, com o objetivo de resgatar indivíduos não vacinados ou

com esquema incompleto e aqueles que não obtiveram resposta imunológica satisfatória à

vacinação, minimizando o risco de adoecimento e reduzindo ou eliminando os bolsões de não

vacinados. Nas campanhas de seguimento, a vacina é administrada de forma indiscriminada.

O intervalo entre uma campanha e outra depende da cobertura vacinal alcançada na rotina dos

serviços em um determinado período ou conforme a situação epidemiológica do sarampo

(BRASIL, 2014c).

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O Brasil realiza campanhas de seguimento contra o sarampo desde 1995, com a

vacinação de população alvo específica que, na grande maioria das vezes, abrangeu as

crianças de um a quatro anos de idade. Foram realizadas cinco grandes campanhas de

seguimento contra o sarampo no Brasil, que aconteceram com intervalos que variaram entre

dois e quatro anos, conforme a situação epidemiológica vigente. A última campanha de

seguimento ocorreu em 2011(BRASIL, 2014c).

A Intensificação vacinal confere o incremento da vacinação de rotina, como a

busca ativa de faltosos, identificação de bolsões de não vacinados e vacinação oportuna dos

mesmos, especialmente quando há casos confirmados da doença. Nesta estratégia deverão ser

consideradas as indicações do Calendário Nacional de Vacinação e será adotada quando a

cobertura vacinal encontra abaixo de 95%, a fim de garantir a manutenção da imunidade de

grupo. A intensificação vacinal é seletiva, ou seja, conforme a avaliação da situação vacinal

(CEARÁ, 2015b).

O Monitoramento Rápido de Cobertura (MRC) é uma atividade de supervisão das

ações de vacinação, recomendada pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), cujo

objetivo principal é identificar a situação vacinal de determinado grupo alvo, num certo local

e período de tempo, para subsidiar a programação das atividades de vacinação. Pode ser

aplicado para uma ou mais vacinas e utiliza a estratégia de visita casa a casa em localidades

escolhidas aleatoriamente. No momento da visita é feita a verificação do cartão de vacinação,

ou outro comprovante de vacinação, e, caso haja indivíduos não vacinados, interroga-se o

motivo da “não vacinação”, permitindo planejar futuras ações com base nos problemas

identificados. Aproveita-se esta oportunidade para vacinar os não vacinados (BRASIL,

2015b).

A eliminação da poliomielite na Índia em 2012 foi resultado de quatro estratégias

fundamentais, propostas pelo programa da OPAS/OMS: manutenção de altas coberturas da

vacina oral contra a poliomielite na rotina; realização de campanhas nacionais anuais de

imunização; vigilância das paralisa flácida aguda (PFA); e vacinações casa a casa, com

intensificação da imunização em comunidades que mantêm a circulação viral (GLOBAL...,

2013).

1.4.3 A Avaliação do programa Nacional de Imunizações (PNI)

A análise ou avaliação do impacto provocado por uma atividade, uma ação, um

programa tem por finalidade estabelecer se as intervenções produzem os efeitos propostos.

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33

Esta análise pode ser realizada em qualquer etapa do trabalho, desde a definição da política,

no planejamento, antes e durante a implementação. Na área da saúde, a avaliação de

resultados procura analisar a situação de saúde de um indivíduo ou de um grupo, como

resultado, da interação ou da falta de interação com o serviço de saúde, com os diversos

fatores ambientais e demais determinantes sociais do processo saúde-doença (FUNASA,

2001c).

O monitoramento, também considerado como avaliação do processo, possibilita o

acompanhamento de planos, programas, projetos e atividades. É o trabalho sistemático

voltado à análise da cobertura e do desenvolvimento das atividades, verificando-se até que

ponto a população-alvo está sendo atendida naquilo que é objeto da ação (FUNASA, 2001c).

O monitoramento das coberturas vacinais é uma atividade de rotina no âmbito da gestão do

Programa Nacional de Imunizações (PNI) no Ministério da Saúde (MS), nas Secretarias

Estaduais (SES) e Municipais de Saúde (SMS), devendo esta ação ser realizada de modo

contínuo e regular. (TEIXEIRA, 2010).

O Programa Nacional de Imunizações (PNI), seguindo as metas do Programa

Ampliado de Imunizações (PAI) da Organização Mundial de Saúde (OMS), propõe duas

formas de avaliação da cobertura vacinal: pelo Método administrativo e pelo Método

estatístico e destaca que, a disponibilidade dos dois métodos fornecerá maiores subsídios na

avaliação final dos serviços de vacinação. A avaliação da cobertura de vacinação pelo método

administrativo é realizada pela análise de informações obtidas no sistema de registro dos

serviços de saúde. Em geral, em função da disponibilidade das informações e permite realizar

análise da evolução do programa e de seus indicadores. Já a avaliação pelo método estatístico

(ou pesquisa de campo ou inquérito populacional ou inquérito domiciliar) consiste em

inquéritos ou levantamento de campo, realizados por meio de entrevistas em uma adequada

amostra de domicílios, o que permite a obtenção de dados mais reais (FUNASA, 2001b).

1.4.4 Indicadores específicos da atividade de vacinação do PNI

1.4.4.1 Cobertura vacinal (CV)

Cobertura vacinal é um indicador que estima a proporção da população-alvo

vacinada e supostamente protegida para determinadas doenças. É calculado com a utilização,

no numerador, do total daquelas doses que completam o esquema vacinal e, no denominador,

da estimativa da população-alvo, multiplicando-se por 100. A partir desta análise pode-se

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avaliar, entre outros aspectos, o acesso da população aos serviços, o grau de aceitação do

programa de vacinação pela comunidade e a efetividade e eficiência das ações do PNI. Os

resultados permitem dirigir as ações de imunizações para grupos mais suscetíveis, revisar as

estratégias, acelerar as atividades para cobrir a população-alvo ou, ainda, assegurar o apoio da

comunidade. No Brasil a cobertura vacinal é calculada a partir dos dados de produção (ou

dados administrativos), que são os dados oriundos dos registros de doses aplicadas nas salas

de vacina das unidades básicas de saúde, clínicas de vacinação e hospitais. (FUNASA, 2001b;

BRASIL, 2003; 2014b).

Na construção do indicador o numerador é obtido consultando-se o registro de

doses aplicadas e, o denominador pela estimativa de população informada pelo Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ou pelos registros do Sistema de Informação de

Nascidos Vivos (SISNAC) (FUNASA, 2001b).

A Cobertura vacinal mede o grau de utilização dos meios oferecidos pelo setor

público e pelo setor privado para atender às necessidades de saúde da população na área

geográfica referida (BRASIL, 2011).

As características do indicador de cobertura vacinal são:

a) Conceito:

É o percentual de crianças vacinadas com vacinas específicas, em determinado

espaço geográfico, e no ano considerado.

b) Interpretação:

Estima o nível de proteção da população infantil contra doenças selecionadas,

evitáveis por imunização, mediante o cumprimento do esquema básico de

vacinação.

O número de doses necessárias e os intervalos recomendados entre as doses, para

cada tipo de vacina, constam de normas nacionais estabelecidas pelo Ministério da

Saúde.

c) Usos:

Analisar variações geográficas e temporais no percentual de crianças menores de

um ano de idade vacinadas com cada tipo de imunizante recomendado pelo

Programa Nacional de Imunização (PNI).

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Identificar situações de insuficiência que possam indicar a necessidade de

estudos especiais e medidas de intervenção.

Contribuir para a avaliação operacional e de impacto dos programas de

imunização, bem como para o delineamento de estratégias de vacinação.

Avaliar a homogeneidade de coberturas vacinais, calculando o percentual de

municípios que alcançam as metas epidemiológicas, estabelecidas para cada

vacina.

Subsidiar processos de planejamento, execução, monitoramento e avaliação de

políticas públicas relativas à atenção a saúde da criança e ao controle de doenças

evitáveis por imunização.

d) Limitações:

Valores médios elevados podem encobrir bolsões de baixa cobertura em

determinados grupos populacionais, comprometendo o controle das doenças.

Imprecisões do registro de doses de vacina aplicadas, principalmente durante a

realização de campanhas de vacinação.

A demanda da população não residente aos postos de vacinação, principalmente

em campanhas, dificulta a avaliação da cobertura vacinal.

Imprecisões da base de dados demográficos utilizada para estimar o número de

crianças com menos de um ano de idade, especialmente em anos intercensitários.

e) Método de cálculo

Número de crianças com esquema básico completo

na idade-alvo para determinado tipo de vacina x 100

Número de crianças na idade alvo*

* O número de crianças na idade-alvo é obtido, de acordo com a unidade da

Federação e o ano, da base demográfica do IBGE ou do Sistema de Informação de Nascidos

Vivos (SINASC).

A partir da análise dos percentuais de cobertura vacinal pode-se concluir, entre

outros aspectos, sobre o acesso da população ao serviço, o grau de aceitação da comunidade

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ao programa de vacinação e sobre a efetividade e eficiência das ações do PNI conforme o

nível de atenção (local, municipal, estadual e nacional). (FUNASA, 2001b).

1.4.5 O Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações — SI-PNI

No campo da imunização, as primeiras informações coletadas se referiam apenas

aos dados sobre vacinação. Ate meados da década de 1990, essas informações eram obtidas

em planilhas elaboradas manualmente, consolidadas por tipos de vacinas e basicamente

relativas às doses aplicadas em crianças com menos de um ano de idade. A partir de 1994, foi

desenvolvido o Sistema de Informação de Avaliação do Programa de Imunizações (SI-API),

implantado em todas as Unidades da Federação somente no final da mesma década (1998)

(BRASIL, 2014b).

O SI-API permite avaliar nas três esferas gestoras do PNI (municípios, estados e

país) dados sobre vacinados por tipo de imunobiológicos, faixa etária, alvo da vacinação e

instancia de gestão, por ocorrência da vacinação, disponibilizando dados desde a sala de

vacina ate a instancia nacional. Emite relatórios por período de tempo (mês, ano, series

históricas), permitindo a construção dos indicadores de desempenho do PNI, tais como: taxas

de abandono de vacinação e homogeneidade de coberturas vacinais. Assim, o sistema

possibilita aos técnicos e gestores a avaliação e o monitoramento das atividades de vacinação,

subsidiando o planejamento e a programação das ações de imunização (BRASIL, 2003, 2008,

2011; 2014b).

Com o avanço das ações do PNI ao longo dos anos (em especial, no que diz

respeito à implantação de novas vacinas ou contemplando novos grupos populacionais com

vacinas já existentes), varias versões do SI-API foram desenvolvidas, adequando-se às

necessidades de registros. Além disso, a complexidade cada vez maior do PNI gerou a

necessidade de informações mais ágeis e sobre outras ações além dos registros dos vacinados

e, por isso, outros subsistemas foram criados para subsidiar a gestão do PNI. Os principais

subsistemas são os seguintes: Sistema de Informação de Estoque e Distribuição de

Imunobiológicos (SI-EDI); o Sistema de Informação de Apuração dos Imunobiológicos

Utilizados (SI-AIU); o Sistema de Informação de Eventos Adversos Pós-Vacinais (SI-EAPV);

o Sistema de Informação de Insumos Estratégicos (SIES) e o Sistema de Informação dos

Centros de Referência de Imunobiológicos Especiais (SI-CRIE). A esse conjunto de

subsistemas denominou-se Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações (SI-

PNI) (BRASIL, 2003, 2008, 2011; 2014b).

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Embora com todos esses subsídios o SI-API mostra, em relação à coleta do dado,

fatores limitadores que refletem nos resultados da análise da real da situação das coberturas

vacinais, homogeneidade de coberturas e da taxa de abandono, vez que esta é feita por dose

aplicada no local de ocorrência da vacinação, o que em parte interfere no conhecimento da

real cobertura vacinal. Acrescente-se a esta dificuldade a não identificação do vacinado e sua

procedência, a magnitude da mobilidade populacional e migração entre municípios, estados e

país, subestimação ou superestimação da população, desconhecimento da parcela da

população que utiliza serviços privados não cadastrados no SI-API, dentre outras. As

inconsistências verificadas sejam no numerador ou denominador que compõem o indicador de

coberturas vacinais, embora identificadas pelo excesso ou reduzido número de doses

aplicadas, não permitem atribuir com certeza o quanto se deve aos fatores acima relacionados,

em especial se subestimação ou superestimação da população comprometendo sobremaneira a

confiabilidade dos dados (BRASIL, 2008, 2011).

O Ministério da Saúde considerando a importância da obtenção de dados

individuais sobre a situação vacinal por local de ocorrência da vacinação visando à melhoria

da avaliação das coberturas vacinais, taxas de abandono, estratificação dos dados por faixa

etária e as estratégias de vacinação; a necessidade de aprimorar as informações relativas ao

controle da gestão e gerência de imunobiológicos e à situação vacinal coletiva e individual

dos usuários do SUS através da expansão do uso do Sistema de Informação do Programa

Nacional de Imunizações (SI-PNI) e seus subsistemas, institui pela portaria GM nº 2.363 de

18 de outubro de 2012 que se reporta ao repasse financeiro destinado à aquisição de

equipamentos para a implantação do Sistema de Informação do Programa Nacional de

Imunizações (SI-PNI) e Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), no

âmbito das unidades de saúde para cada sala de vacinação cadastrada no Sistema de

Informação de Avaliação do Programa Nacional de Imunizações (SIAPI) de cada Município e

do Distrito Federal (BRASIL, 2012a).

1.5 Origem do problema da não vacinação

A vacinação passou por diversas crises que muito influenciaram e ainda hoje

influenciam na resistência e aceitabilidade em relação às vacinas. Muitas são as variáveis que

fazem a população ter pensamentos diferentes em relação à importância da vacinação,

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sobretudo das crianças. Dentre elas cita-se: as questões demográficas, socioeconômicas,

religiosas, científicas, políticas, de gestão, entre outras (MOULIN, 2003).

De acordo com Moulin (2003) a resistência anti-vacinal, considerada

frequentemente na atualidade, como um elemento estranho, fora do contexto, inadmissível,

adquire retrospectivamente uma perspectiva diferente, na qual pode ser uma resposta a uma

experiência inadequada ou de fracasso motivada por um procedimento médico falho ou

incompletamente validado, inoportunamente aplicado, e não raro mal explicado e comentado.

Moulin (2003) comenta também, que ao considerar as representações e as práticas

das comunidades em relação à vacinação, na análise histórica acabou constatando que em

várias ocasiões a segurança do indivíduo foi sacrificada ao bem público, como por exemplo, a

própria descoberta da vacina por Edward Jenner no século XVIII.

Na verdade a vacinação tem sido incansavelmente apresentada como sendo a

solução global para o problema das epidemias e das doenças infecciosas, mas basta uma única

vacina ser vista como ineficaz ou perigosa ou mesmo apenas suspeita para que ocorra o

descredito e a instituição da vacina é abalada cada vez que uma vacina é questionada ou

revela suas falhas. Observa-se que a opinião pública manifesta uma capacidade incontestável

de análise diante de um acidente, ou até mesmo do falecimento de um sujeito vacinado, da

ineficácia ou do caráter duvidoso de uma vacina. Esta situação é conflitante tendo em vista

que a trajetória das vacinas e da vacinação no decorrer do tempo não foi de modo algum no

mesmo sentido, ou seja, novos produtos foram introduzidos, os modos de administração

diversificaram-se, algumas vacinas apareceram e desapareceram, o princípio da

obrigatoriedade tem sido repetidamente proclamado, atacado ou revisto e principalmente os

indicadores de mortalidade e morbidade revelam em todos esses anos sucesso em relação às

doenças imunopreveníveis (MOULIN, 2003).

De acordo com Halperin (2011, p. 2),

Apesar das grandes realizações, os programas de vacinação são

vítimas de seu próprio sucesso à medida que as doenças contra as

quais a vacina protege se tornam mais raras, diminui também o medo

que essas doenças provocam na população. Efeitos adversos incomuns

associados às vacinas tornam-se relativamente mais frequentes à

medida que as doenças e suas manifestações tornam-se mais raras. Os

pais passam a ter mais receio das vacinas utilizadas nas crianças

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saudáveis do que das doenças que nunca viram. Isso faz das vacinas

um alvo fácil para alegações de que causam uma série de problemas

de saúde para os quais não há explicações comprovadas. Isso diminui

ainda mais a confiança do público nos programas de vacinação e

acarreta um risco de diminuição da taxa de vacinação e de retorno das

doenças que as vacinas evitam.

A propósito do tema motivos de não vacinação, Silva et al. (1999) relatam que,

apesar da inquestionável importância que as vacinas têm na prevenção de doenças,

principalmente na infância, muitas crianças ainda deixam de ser vacinadas pelos mais

diferentes fatores, mesmo em locais com ampla disponibilidade de serviços de saúde. Vários

estudos de avaliação da cobertura vacinal e dos fatores relacionados à não-vacinação

realizados em amostras representativas da população infantil foram desenvolvidos no mundo

e no Brasil no sentido de elucidar esta questão. Dentre os fatores associados para a não

vacinação destacam-se: baixa renda, residência em área rural, extremos de idade materna,

maior número de filhos, baixa escolaridade materna, maior número de moradores no

domicílio, residência há menos de 1 ano na área, falta de conhecimento acerca das doenças

preveníveis por imunização, dificuldades de transporte, conflitos trabalhistas motivados pela

perda de dias de trabalho para o cuidado dos filhos, ausência de seguro-saúde e presença de

doença na criança.

Silva et al. (1999) também referiram, que não somente fatores relacionados com

os usuários estão associados a níveis mais baixos de cobertura vacinal, os fatores estruturais

relacionados aos serviços de saúde (retardo no agendamento das consultas, falta de consultas

noturnas ou nos finais de semana, filas, tempo de espera, falta de brinquedos, distrações para

as crianças durante a espera e oportunidades perdidas de vacinação) também dificultam a

administração da vacina.

Outro aspecto importante na avaliação da cobertura vacinal diz respeito ao acesso

e à adesão da população aos serviços. Conforme Moraes et al. (2003) quanto melhor

estruturada estiver a rede de atenção básica, maiores serão o acesso e a adesão ao Programa

Nacional de Imunizações.

Mota (2008) na mesma discussão das razões para não vacinar e de vacinação

incompleta para a idade relata que é especialmente importante à avaliação das estratégias

adotadas localmente pelos programas de vacinação, quer das ações de rotina ou das atividades

de campanha vacinal. Diferentes motivações que revelam aspectos da percepção dos pais e

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responsáveis quanto à necessidade de vacinar as crianças pequenas podem também indicar os

obstáculos presentes para o acesso aos serviços.

Obregón et al. (2009) expõem sobre o desafio da comunicação nas lições

aprendidas na Índia e Paquistão para alcançar a erradicação da poliomielite. Os autores

ilustram como estratégias baseadas em evidências (campanhas sustentadas na mídia,

mobilização social intensiva da comunidade, comunicação interpessoal e a defesa da política

nacional) que combinadas têm contribuído para a redução da incidência da poliomielite nesses

países. Os resultados mostram que as estratégias de comunicação ocorreram através de vários

níveis como: a mobilização de redes sociais e líderes, a criação de vontade política e o

aumento do conhecimento, assegurando desta forma, ao indivíduo e a comunidade níveis

adequados de demanda, superação de barreiras de gênero e a resistência à vacinação, com o

objetivo de alcançar as populações mais pobres e marginalizadas.

Halperin (2011) ao discutir algumas questões relacionadas aos pais e profissionais

e a administração das vacinas, relata que as questões mais importantes que dizem respeito à

vacina são a inocuidade e o modo como à informação sobre as doenças e as vacinas são

transmitidas pelos profissionais aos pais. Os pais têm muitas opiniões equivocadas sobre as

vacinas e querem entender das doenças contra as quais seu filho é vacinado e obter

explicações sobre os riscos e os benefícios de cada vacina. Por isso, as atitudes, as crenças e o

comportamento dos pais em relação à vacinação são muito esclarecedores e devem ser

levados em conta no planejamento de novos programas de vacinação, pois a informação é um

componente crítico na decisão entre vacinar ou não vacinar seus filhos. E alerta aos

planejadores de programas de vacinação que estes devem estar atentos aos profissionais

envolvidos nesta atividade, pois nem sempre são os melhores defensores da vacinação e que

talvez eles mesmos precisem ser incluídos no público-alvo de programas educativos.

Pugliesi, et al.,(2010) sugeriram que uma visão ativa e consciente dos benefícios

das imunizações para as mães, substituiu possíveis desconhecimentos ou resistências que

possuíssem em relação à vacinação e que um conjunto de fatores políticos, econômicos,

culturais e tecnológicos determinou as mudanças verificadas na observância das mães ao

calendário vacinal.

Molina et al. (2007) observaram associação significativa entre a ocorrência de

vacinação em atraso e a falta de informações prestadas na sala de vacina, tais como tipo de

vacina e reações adversas ou agendamento da próxima dose. Embora uma parte dessa

porcentagem possa ser atribuída ao próprio acompanhante da criança (distração ou

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esquecimento), denota a precariedade do processo de comunicação. E destaca também que, do

ponto de vista ético e legal, o paciente tem direito a informações sobre as ações preventivas,

diagnósticas e terapêuticas aplicáveis a sua situação. Assim, as orientações dadas à pessoa

cuidadora, no momento da vacinação, constituem um dos elementos fundamentais para a

continuidade e o sucesso dos programas de imunização, permitindo que adquiram o

conhecimento e pratiquem atitudes adequadas a todo processo.

O cumprimento de leis sobre a vacinação são recomendações do GTA da OPAS

(2002) para todos os países. O Brasil segue estas orientações desde a Lei Federal nº 6.259 de

1975 a qual tornou obrigatório a comprovação das vacinas, através de atestado de vacinação,

no pagamento do salário-família dos trabalhadores mediante a apresentação dos atestados de

vacinação dos seus beneficiários. A portaria GM nº 597 de 8 de abril de 2004, que instituiu

em todo território nacional, os calendário básico de vacinação da criança, o calendário de

vacinação do adolescente e calendário de vacinação do adulto e idoso, ampliou o caráter

obrigatório da apresentação do comprovante vacinal, estabelecendo que este deveria ser

mostrado mediante os seguintes eventos: pagamento de salário-família, matrícula em creches,

pré-escola, ensino fundamental, ensino médio e universidade, alistamento militar,

recebimento de benefícios sociais concedidos pelo governo e na contratação trabalhista e

estabelece que as instituições públicas e privadas deverão exigir a apresentação do

comprovante de vacinação, atualizado de acordo com o calendário e faixa etária estabelecida.

Verani et al. (1993) argumentaram que os surtos de poliomielite paralítica no

Nordeste do Brasil em 1986 provocaram estudos e reflexões sobre os métodos de controle. Do

mesmo modo, um surto na Colômbia, em 1991, não deixa dúvidas quanto à necessidade de se

ampliar o conceito de bloqueio, já que a existência de bolsões de suscetíveis confirma que a

vacinação convencional sozinha não foi capaz de interromper a cadeia de transmissão. De

fato, em algumas áreas, durante os anos 70, a persistência da transmissão do vírus da varíola

desafiou as práticas de vacinação convencionais, fossem elas de rotina ou campanhas. Do

mesmo modo, o surto de poliomielite ocorrido no Nordeste do Brasil em 1986 confirma que a

presença de suscetíveis possibilitou a reprodução do vírus em níveis dificilmente detectáveis

pelo sistema tradicional de vigilância epidemiológica. Se, por um lado, a detecção destes

surtos de formas paralíticas da infecção não tem alcançado uma extensão que possibilite

interferir na cadeia de transmissão do vírus, a demarcação epidemiológica da extensão de

cada surto precede e condiciona os métodos e estratégias de controle da transmissão.

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Na preocupação do conhecimento mais preciso da cobertura vacinal em menores

de um ano e os motivos associados ou não a vacinação no Brasil foi realizado em 2007 um

inquérito de cobertura vacinal nas áreas urbanas das capitais dos estados do Brasil no qual foi

comparando os dados de doses aplicadas, válidas e os dados de produção dos serviços de

atenção básica e encontrou os seguintes resultados: a cobertura vacinal esquema básico

completo de todas as vacinas, segundo doses válidas (doses de vacina recebidas considerando

os intervalos apropriados entre as doses e a idade da criança no momento da aplicação)

somente 68% das crianças apresentaram este esquema completo com uma variação de 48 a

86% entre as capitais, enquanto na observação de doses aplicadas (doses de vacina recebidas

sem considerar os intervalos apropriados entre as doses e a idade da criança no momento da

aplicação) esse percentual eleva-se para 81% com uma heterogeneidade das coberturas

vacinais variando de 60% (Recife) a 98% (Curitiba) entre as capitais. Na maioria das capitais

as coberturas vacinais analisadas de forma individualizada encontram-se acima de 90%. No

entanto, a cobertura com esquema completo para o conjunto das vacinas com doses válidas

em nenhuma delas atingiu este patamar (CEALAG, 2007).

As avaliações das coberturas vacinais (nacionais e estaduais) indicam resultados

historicamente adequados às metas estabelecidas, especialmente no grupo infantil, o que se

têm observado pela redução progressiva da incidência das doenças imunopreveníveis no

Brasil, contudo, a desagregação da informação por município evidencia a existência e

manutenção de baixas CV que predispõem ao acúmulo de suscetíveis e colocam em risco a

saúde da população e o atual estado de controle, eliminação ou erradicação de doenças

(TEMPORÃO, 2003; CEALAG, 2007; MOTA, 2008; TEIXEIRA et al., 2010). Mesma

situação, também é apontada pelo informe técnico campanha nacional contra poliomielite e

campanha de multivacinação para atualização do esquema vacinal de 2015, onde as

coberturas da vacina de poliomielite nacionais e estaduais são boas, no entanto as coberturas

vacinais municipais ainda são heterogêneas, podendo levar a formação de bolsões de pessoas

não vacinadas, possibilitando a reintrodução do poliovírus, principalmente pelo fluxo de

viajantes no Brasil (BRASIL, 2015b).

As comparações feitas entre os dados administrativos e os obtidos pelos inquéritos

de cobertura vacinal têm indicado diferenças importantes entre essas fontes de informação

que apontam para a existência de falhas no registro de doses aplicadas. Outro aspecto

observado é a homogeneidade vacinal, por um lado, os inquéritos localizados e os dados do

PNI apontam que há regiões onde as coberturas vacinais ultrapassam 100% e, por outro, são

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verificadas baixas coberturas em municípios de uma mesma região (CEALAG, 2007; MOTA,

2008).

Outro fato identificado no inquérito de cobertura vacinal nas capitais brasileiras

em 2007 foi quanto ao comparecimento das crianças à última campanha de vacinação, onde

foi verificado que cerca de 92% das crianças compareceram à última campanha de vacinação,

constatando que somente em 5 capitais, o comparecimento da criança variou entre 95% a

100%. As outras capitais mostram percentuais abaixo de 95% (16 capitais de 90% a 94% e 6

capitais o comparecimento foi abaixo de 90%) (CEALAG, 2007).

Conforme o CEALAG (2007), o conhecimento preciso da cobertura vacinal em

menores de um ano é um dos elementos importantes para o programa de vigilância

epidemiológica na medida em que permite acompanhar o acúmulo de suscetíveis na

população, bem como aquilatar, até que ponto a imunidade de massa está se constituindo em

barreira efetiva para a interrupção da transmissão das doenças prevenidas com a imunização.

Essa resistência é baseada na elevada proporção de indivíduos imunes entre os membros dessa

população e na uniforme distribuição desses indivíduos imunes. Criando uma barreira que

protege inclusive um eventual resíduo de suscetíveis existente.

1.6 Epidemiologia das Doenças Imunopreveníveis

1.6.1 Epidemiologia da Poliomielite no Mundo

Desde a realização da Assembleia Mundial da Saúde em 1988, houve redução da

incidência mundial da Poliomielite em mais de 99% e o número de países onde a pólio era

endêmica passou de 125 para três (Nigéria, Paquistão e Afeganistão). Sem esse esforço

internacional, mais de 10 milhões de pessoas teriam sido afetadas pela poliomielite (BRASIL,

2015b).

No entanto, muitos esforços deverão ser empenhados para que o mundo fique

livre desta doença. Conflitos, instabilidade política, populações de difícil acesso e

infraestrutura inadequada continuam a representar desafios para erradicação da poliomielite.

Os desafios são diferentes em cada país e que exigem soluções locais. Assim, em 2013, a

Iniciativa Global de Erradicação da Pólio lançou um plano mais abrangente e ambicioso para

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erradicar globalmente a doença, o Plano Estratégico de Erradicação da Pólio e Endgame

2013-2018 (BRASIL, 2015b).

A Iniciativa Global de Erradicação da Poliomielite (criada em 1988) promoveu

para que a doença, hoje, afete um número reduzido de crianças ao redor do mundo. No

entanto, essa situação vai mudar rapidamente se a poliomielite não for erradicada, uma vez

que a doença tem potencial epidêmico e ainda restam três países endêmicos (Nigéria,

Paquistão e Afeganistão), representando uma ameaça às áreas livres (BRASIL, 2015b).

Diante deste cenário, a Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou em 05 de

maio de 2014 a Declaração de Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional

(ESPII), sob o Regulamento Sanitário Internacional (RSI, 2005), e emitiu recomendações

temporárias para reduzir a propagação internacional do poliovírus selvagem, em virtude da

ocorrência de casos de poliomielite em 10 países localizados na Ásia Central, Oriente Médio e

África Central. O surgimento de casos nesses países durante o período de baixa transmissão

foi considerado um “acontecimento extraordinário”, além de um risco para a saúde pública de

outros países onde a doença está controlada (BRASIL, 2015b).

Atualmente, dados da OMS demonstram que entre os anos de 2014 e 2015, nove

países registraram casos da doença, e na sua maioria, decorrente de importações do poliovírus

selvagem de países endêmicos ou de países não endêmicos (BRASIL, 2015b).

Conforme a Iniciativa Global de Erradicação da poliomielite, que tem por objetivo

assegurar que a transmissão do poliovírus seja interrompida globalmente através de ação

coordenada nacional e internacionalmente, a poliomielite no mundo apresenta os seguintes

números de casos confirmados por vírus selvagem nos últimos 11 anos: 2005 (1.979 casos),

2006 (1.997 casos), 2007 (1.315 casos), 2008 (1.651 casos), 2009 (1.604 casos), 2010 (1.352

casos), 2011 (650 casos), 2012 (223 casos), 2013 (416 casos), 2014 (415 casos), e 2015 (100

casos), sendo estes distribuídos nos seguintes países: Afeganistão (19) e Paquistão (53) países

endêmicos transmissão pelo vírus selvagem e os países como circulante do poliovírus

derivado da vacina são: Paquistão (2) Guiné (4), Lao PDR (7), Madagascar (10), Myanmar

(2), Nigeria (1) e Ucrânia (2) (GLOBAL..., 2015; 2016).

No Brasil, foram notificados 2.564 casos de poliomielite em 1979 e 1.290 em

1980, quando se iniciaram as campanhas nacionais de vacinação. Em 1981, foram apenas 122

casos notificados. Entretanto, em 1984 houve o recrudescimento de casos no Nordeste,

quando se registrou baixa cobertura vacinal e problemas na conservação de vacinas. Em 1989,

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foram registrados os últimos casos de poliomielite no país, mantendo-se com incidência zero

desde aquele ano. Em 1994 o país recebeu da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS)

a Certificação de área livre de circulação do poliovírus selvagem do seu território, juntamente

com os demais países das Américas (BRASIL, 2015b). As coberteuras vacinais da vacina

contra a poliomielite na seríe historica de 2000 a 2014 no Brasil foram acima de 95% (OMS-

UNICEF..., 2016).

1.6.2 Epidemiologia do Sarampo no Mundo

Em relação ao sarampo, diferentes regiões do mundo estão definindo metas para a

eliminação do sarampo e da rubéola. No entanto, surtos recentes de sarampo em países como

o Reino Unido, Alemanha, Itália e Holanda constituem uma ameaça para a eliminação, além

da circulação endêmica em países da África, Ásia e Oceania. Durante o período de novembro

de 2012 a outubro de 2013, a união europeia registrou 12.096 casos de sarampo. Na Nigéria,

4.000 casos de sarampo resultaram em 36 óbitos. No início de junho, a Organização Mundial

de Saúde emitiu um comunicado expressando preocupação com o crescente número de

doenças transmissíveis, incluindo casos de sarampo na Síria, onde cerca de 7.000 casos

conhecidos foram relatados até agora (CEARÁ, 2015b).

No Brasil, há evidências da interrupção da transmissão autóctone do vírus do

sarampo desde o ano 2000. Porém, o Ministério da Saúde confirmou vários casos importados

de sarampo entre os anos de 2001 a 2015. A partir de 2010, foram confirmados 68 casos (3 no

Pará, 8 no Rio Grande do Sul e 57 na Paraíba). Em 2011, foram confirmados 43 casos (1 no

Piauí, 1 na Bahia, 1 no Distrito Federal, 1 em Minas Gerais, 1 no Mato Grosso do Sul, 4 no

Rio de Janeiro, 7 no Rio Grande do Sul e 27 em São Paulo). Em 2012, foram confirmados

casos em Pernambuco e São Paulo. Em 2013, foram notificados 621 casos suspeitos e 220

confirmados, sendo este número cinco vezes maior que em 2011. Foram confirmados casos de

Sarampo em Minas Gerais (02 casos), Distrito Federal (01 caso), Pernambuco (200 casos),

São Paulo (05 casos), Paraíba (09 casos), Santa Catarina (01 caso), Espírito Santo (01 caso) e

Ceará (01 caso) (CEARÁ, 2015a; 2015c; 2015e). Em 2014, foram confirmados 876 casos em

todo o país (OMS-UNICEF..., 2016).

No Ceará em 2013, as coberturas vacinais adequadas pelos parâmetros

estabelecidos (igual o maior de 90% para a BCG e contra o rotavirus; e igual ou maior a 95%

para as vacinas contra hepatite B, contra a poliomielite, vacina tetravalente (contra tétano,

coqueluche e Haemophilus influenzae tipo b) e tríplice viral (contra o sarampo, rubéola e

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caxumba)) foram alcançadas em mais de 70% dos municípios (homogeneidade) para as

vacinas e tríplice viral (87,5%), contra o rotavirus (73,9%) e contra a poliomielite (72,8%). As

outras vacinas não alcançaram a homogeneidade em pelo menos de 70% dos municípios. Em

2014, com dados sujeitos a revisão, a homogeneidade só foi alcançada pela vacina tríplice

viral (71,7%) (CEARÁ, 2014).

Conforme os dados da SESA-CE/Programa Nacional de Imunizações, com dados

sujeitos a revisão, o Ceará na serie histórica na série histórica de 16 anos (2000 a 2015)

apresentou coberturas vacinais contra o sarampo acima de cem por cento (exceto os anos de

2000 (85%) e 2012 (98%)), tendo o ultimo caso de sarampo ocorrido em 1999. Entre os anos

de 2013 a 2015, ocorreu um surto de sarampo no qual foram confirmados em 2013 (1 caso),

2014 (747 casos) e em 2015 (168 casos), mesmo com coberturas vacinais com percentuais

acima do preconizado (2013 (115%), 2014 (141%) e 2015 (104%). O Estado do Ceará, adotou

inúmeras estratégias de vacinação diante do surto de Sarampo na busca de população

suscetível e em setembro de 2015 a transmissão do vírus do sarampo foi tida como

interrompida (CEARÁ, 2015e, BRASIL, 2015c; 2016).

No Estado do Ceará notificou 4.094 casos suspeitos de sarampo entre 25/12/2013

e 12/09/2015. Desses, 22% (916/4094) foram confirmados e 78% (3178/4094) descartados.

Dos 184 municípios do Estado, 38 apresentaram pelo menos um caso confirmado de sarampo

durante o surto, os municípios de Caucaia (91), Fortaleza (395), Sobral (82), Massapê (129) e

Uruburetama (62) foram os que apresentaram o maior numero de casos confirmados

(CEARÁ, 2015e).

Na Análise do comportamento das doenças imunopreveníveis constante no Plano

Municipal de Saúde de Fortaleza de 2010 a 2013, verificou-se que estas se apresentavam

eliminadas ou em tendência decrescente. A poliomielite estava erradicada e casos de difteria e

sarampo não eram confirmados há mais de uma década (ultimo caso de sarampo tinha

ocorrido em 1999) (FORTALEZA, 2013). Fortaleza, pelos dados administrativos oriundos do

programa municipal de imunizações, apresentou coberturas vacinais contra o sarampo acima

de 95%, na serie histórica de 2000 a 2015, exceto no ano de 2008 (94%), entretanto, entre os

anos de 2013 a 2015 foram confirmados casos de sarampo nesta cidade (2013 (1 caso), 2014

(324 casos) e 2015 (70 casos)). Segundo os dados do Programa Estadual de

Imunizações/SESA-CE, as coberturas vacinais nestes anos foram acima de cem por cento

(2013 (112%), 2014 (130%) e em 2015 (108%)) (CEARÁ, 2015e, BRASIL, 2015c; 2016).

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1.7 Atuais Desafios

Durante os últimos 50 anos, a mortalidade infantil caiu mais de 60%, as taxas de

fecundidade total foram reduzidas pela metade, à taxa de crescimento da população mundial

tem diminuído pela metade desde o pico no final de 1960, e a esperança média de vida em

todo o mundo aumentou em quase 20 anos (FINEBERG; HUNTER, 2013). O Brasil e o

mundo vêm experimentando sucessivas transformações nos determinantes sociais da saúde e

na organização dos serviços de saúde (VICTORA, et al., 2011a).

Os desafios para a saúde global são enormes, e as disparidades entre e dentro dos

países são grandes, a conectividade do comércio global, viagens, mão de obra qualificada e a

exposição coletiva de ameaças transnacionais, como as alterações climáticas e as pandemias,

bem como, o comportamento pessoal que afeta a saúde de todos os países. Soluções para os

problemas globais de saúde dependem de novas tecnologias, da capacidade de melhoria dos

recursos humanos, da qualidade dos sistemas de saúde e de uma melhor governança

(FINEBERG; HUNTER, 2013).

Alguns autores alertam que o risco de reintrodução do poliovírus selvagem

persiste e pode ser facilitado pela globalização (FRED, KITAGAWA E OLIVEIRA, 2011).

Considerando a natureza turística de Fortaleza, assim como, as consequências do retorno das

doenças imunopreveníveis (sarampo), se faz necessária à realização de estudos que possam

nortear as ações de vacinação.

1.8 O interesse pelo Tema

O interesse pelo tema foi motivado por algumas passagens na minha vida, entre as

quais posso listar as seguintes:

A imagem de uma criança acometida por paralisa infantil no Hospital São José,

estão entre as lembranças mais tocantes que conservei dos tempos de estudante universitária

de enfermagem;

Participar da equipe central de imunizações, tanto no âmbito estadual, como em

Fortaleza entre os anos de 1993 a 2002. Experiência desafiadora quanto ao alcance de

coberturas vacinais e gratificante ao perceber o impacto na morbimortalidade das

imunopreveníveis, neste período;

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Experiência como gestora de saúde do município de Mulungu – CE, planejando e

executando intervenções estratégicas nas ações de imunizações visando superar obstáculos ao

acesso aos serviços públicos de saúde;

Experiência como docente universitária na disciplina de diagnóstico de saúde da

comunidade da Faculdade de Medicina da Universidade do Ceará, motivada pelo aprender e

ensinar;

Participação como supervisora local da cidade de Fortaleza no inquérito de

cobertura vacinal nas capitais do Brasil realizado em 2007 e, por fim;

Estudos mostram que os sistemas rotineiros de avaliação de cobertura vacinal, por

meio de dados administrativos utilizando o número de doses aplicadas, oferecem estimativas

pouco precisas (CEALAG, 2007; WALDMAN, 2008), assim como, comparações feitas entre

os dados administrativos e os obtidos pelos inquéritos de cobertura vacinal têm indicado

diferenças importantes entre essas fontes de informação, apontando para a existência de falhas

no registro de doses aplicadas. Outro aspecto observado foi a heterogeneidade as coberturas

vacinais em municípios de uma mesma região (CEALAG, 2007; MOTA, 2008, BRASIL,

2015b) que colocam em risco a saúde da população e o atual estado de controle, eliminação

ou erradicação de doenças (TEMPORÃO, 2003; CEALAG, 2007; MOTA, 2008; TEIXEIRA

et al., 2010), possibilitando a reintrodução do poliovírus (BRASIL, 2015b). Fato este já

ocorrido no Nordeste do Brasil em 1986, onde a presença de suscetíveis possibilitou a

reprodução do vírus em níveis dificilmente detectáveis pelo sistema tradicional de vigilância

epidemiológica (VERANI et al., 1993). No Ceará, como em todo o País, devido à manutenção

de níveis adequados de coberturas vacinais na população, baseados em dados administrativos,

as doenças imunopreveníveis se encontram em tendência decrescente de incidência ou sem

registro de casos. Entretanto, entre os anos de 2013 a 2015 ocorreu um surto de sarampo no

Estado com a presença de 916 casos (CEARÁ, 2015e).

Considerando que a vacina contra a poliomielite apresenta cobertura preconizada

para o controle da doença, tal qual o sarampo apresentava, e, diante da presença da

Poliomielite em alguns países, da mobilidade humana globalizada, surge a preocupação da

possibilidade da reintrodução do polivirus no nosso Estado (CEARÁ, 2014; 2015a; 2015d;

2015e).

Diante destas informações e do conhecimento que um programa de vacinação tem

como objetivo final reduzir a morbidade e a mortalidade pelas doenças imunopreveníveis e a

redução desses indicadores só ocorrera se alcançados e mantidos altos níveis de coberturas

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vacinais de forma homogênea, a possibilidade de encontrar respostas que possam auxiliar na

tomada de decisões dos gestores/gerentes motivou o interesse por este tema.

O presente estudo pretende identificar a situação vacinal e os fatores associados à

não vacinação das crianças menores de 24 meses residentes em Fortaleza, com o intuito de

contribuir com gestores e técnicos, na identificação de possíveis suscetíveis existentes na

população.

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2. OBJETIVOS

2.1. Objetivo Geral

Identificar a cobertura vacinal e os fatores associados à não vacinação das

crianças menores de 24 meses residentes em Fortaleza.

2.2 Objetivos Específicos

a) Estimar a cobertura vacinal das crianças menores de 12 meses pelo Esquema

Vacinal Básico por doses aplicadas e válidas através do Inquérito de Cobertura

Vacinal;

b) Estimar a cobertura vacinal das crianças de 12 meses a menor de 24 meses pelo

Esquema Básico Completo por doses aplicadas e válidas através do Inquérito de

Cobertura Vacinal;

c) Identificar os fatores associados à não-vacinação ou a baixas coberturas

vacinais das crianças menores de 24 meses segundo o Esquema Vacinal Básico e

Esquema Básico Completo, por doses aplicadas e válidas.

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3 METODOLOGIA

3.1. Local do estudo

Fortaleza, capital do Ceará, localiza-se no Nordeste do Brasil, com uma área de

314,930 km² e 2.571.896 habitantes estimados em 2014, além da maior densidade

demográfica entre as capitais do país, com 7.786,4 hab/km². É a maior cidade do Ceará em

população e a quinta do Brasil. A Região Metropolitana de Fortaleza é a oitava mais populosa

do Brasil e a terceira do Nordeste, com 3.818 380 habitantes em 2014. É a cidade nordestina

com a maior área de influência e possui a terceira maior rede urbana do Brasil em população,

atrás apenas de São Paulo e do Rio de Janeiro. No turismo, a cidade alcançou as marcas de

segundo destino mais desejado do Brasil e quarta cidade brasileira que mais recebe turista de

acordo com o Ministério do Turismo (Fortaleza, 2015).

O município de Fortaleza encontrava-se dividido em seis regiões administrativas

denominadas de Secretarias Executivas Regionais (SERs) desde 1997 (Lei nº 8.000 de 25 de

janeiro). As SERs funcionam como instâncias executoras das políticas públicas municipais

com a responsabilidade pelo atendimento da população em suas respectivas áreas de

abrangência. Em 2007 o Município possuía 116 bairros (FORTALEZA, 2007b; 2013) (Figura

1).

Figura 1- Mapa político de Fortaleza

Fonte: Prefeitura Municipal de Fortaleza, 2007.

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Atualmente (2015) Fortaleza esta dividida em 119 bairros e 7 em Secretarias

Executivas Regionais (SER I, SER II, SER III, SER IV, SER V, SER VI e a regional do

Centro). A regional do Centro abranger somente um bairro de mesmo nome.

3.1.1 Descrição do sistema público de saúde e do Programa de Imunização de Fortaleza

O sistema público de saúde de Fortaleza tem por base uma rede municipal de

Unidades de Saúde (ou pontos de atenção à saúde), que tem por objetivo executar ações de

forma integrada envolvendo a atenção primária, secundária e terciária.

Em 2005, próximo do período em que foi feito o presente estudo, o Município

possuía 1.712 estabelecimentos de saúde inscritos no Cadastro Nacional de Estabelecimentos

de Saúde (CNES), dos quais 133 eram públicos (8%) e 1.578 privados (92%). Dos

estabelecimentos de saúde públicos, 108 eram da esfera administrativa municipal (80%), 21

da estadual (16%) e 5 (4%) da federal. Dos estabelecimentos públicos municipais, 9 eram

unidades hospitalares, 88 unidades eram do tipo centro de saúde/unidade básica e 11 outros

tipos de unidades de saúde. No ano de 2005 em Fortaleza existiam 77 equipes do Programa de

Saúde da Família (PSF) e em 2006, as equipes do Programa de Saúde da Família aumentaram

para 234 (FORTALEZA, 2006a, 2013).

Como parte do processo de descentralização e municipalização das ações da

saúde, seguindo a diretriz constitucional de 1988, desde 1991 a Secretaria Municipal da

Saúde de Fortaleza assumiu a responsabilidade pelas atividades de vacinação e pela gestão

do Programa de Imunização no município.

Na administração dos imunobiológicos a cidade de Fortaleza em 2005 possuía

119 salas de vacinas, incluindo um Centro de Referencia de Imunobiológico Especial (CRIE).

Destas 109 (91,5%) salas eram do setor público e 10 salas do setor privado. A SER II e SER

VI com 25 salas cada, apresentavam o maior número de salas e a SER IV o menor (14).

(FORTALEZA, 2006a, 2013) (Tabela 1).

No setor privado existiam 10 salas de vacina, distribuídas em 3 hospitais e 7 em

clinicas. As salas de vacina hospitalares privadas duas eram situadas na SER II e uma sala na

SER IV. Já as salas de vacinas de clinicas privadas 1 na SER I e 6 na SER II (Tabela 1).

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Tabela 1 - Relação de Unidades de Saúde que Realizam Vacinação por Secretarias

Executivas Regionais - Fortaleza – 2008

Secretarias Executivas

Regionais I II III IV V VI Total

US Municipal 12 11 16 12 19 20 90

US Estadual 0 1 0 0 0 0 1

Hospital Municipal 1 1 1 0 2 2 7

Hospital Estadual 1 1 1 1 0 1 5

Hospital Federal 0 1 1 0 0 0 2

US Federal 0 1 0 0 0 0 1

Hospital Filantrópico 0 1 0 0 0 2 3

Hospital Privado 0 2 0 1 0 0 3

Clínicas Privadas 1 6 0 0 0 0 7

Total 15 25 19 14 21 25 119

Fonte: Secretaria Municipal da Saúde de Fortaleza

Quanto ao monitoramento da cobertura vacinal do Município ainda hoje

(2016) é realizado, exclusivamente, a partir dos dados de produção dos serviços, nos

quais, não se identifica o usuário, seja pelo nome ou pelo número do Cartão Nacional de

Saúde (CNS), fato esse, que dificulta o conhecimento da real situação da cobertura vacinal,

evidenciando-se a necessidade de desenvolver estudos para avaliar, com maior acurácia,

esse indicador.

3.2. Tipo de estudo

Trata-se de um inquérito de cobertura vacinal realizado em Fortaleza no ano de

2007.

3.3. População do estudo

A coorte do estudo foi formada pelas crianças nascidas no ano de 2005 que em

primeiro de julho de 2007 estavam com idade entre 18 e 30 meses.

3.3.1 Amostra do estudo

A amostra do estudo foi formada pela coorte das crianças nascidas em 2005 e

que participaram do inquérito de cobertura vacinal realizado em Fortaleza em 2007.

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3.4. A organização do estudo

Este estudo foi elaborado com base nos dados coletados no Inquérito

domiciliar de cobertura Vacinal (ICV) realizado em Fortaleza em 2007 (CEALAG, 2007).

A Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde encomendou à

Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa - São Paulo, um inquérito epidemiológico

domiciliar com o objetivo de estimar a cobertura vacinal na população de 18 a 30 meses de

idade em três momentos de sua vida, a saber: em menores de um ano, aos 18 meses e no

momento da entrevista, residentes nas áreas urbanas das capitais de todas as unidades

federativas do Brasil. Além de obter a cobertura para a capital o inquérito foi elaborado

para estimar a cobertura vacinal em cada um dos estratos de condições de vida existentes

(CEALAG, 2007).

O processo de amostragem por conglomerados preconizados pela Organização

Pan-americana da Saúde para a realização de inquéritos de cobertura vacinal pressupõe o

sorteio de 7 crianças na faixa etária estabelecida para cada conglomerado num total de 30

conglomerados por área estudada (CEALAG, 2007).

A amostra por conglomerados é uma técnica probabilística na qual as unidades

amostrais são grupos (clusters) de elementos. Os conglomerados, ao contrário dos estratos,

devem ser heterogêneos, porém bastante semelhantes entre si em relação à variável de

interesse. Mais do que representativos de subconjuntos populacionais, os conglomerados

devem ser típicos da população total (Barata et al., 2005).

Os conglomerados são definidos habitualmente a partir de limites geográficos

ou políticos. No primeiro estágio, são sorteados 30 conglomerados, proporcionalmente ao

tamanho populacional. No segundo estágio, são selecionadas sete crianças do grupo etário

de interesse em cada conglomerado (Barata et al., 2005).

Os inquéritos realizados nas capitais brasileiras variaram de 2 a 5 conforme o

tamanho da população. Em Fortaleza foram realizados 5 inquéritos e sorteados 30

conglomerados (CEALAG, 2007).

Os parâmetros utilizados para o cálculo do tamanho da amostra foram:

proporção de crianças vacinadas = 0,80

nível de significância de 0,05

precisão da estimativa = 0,07

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efeito do desenho = 1,5

perdas estimadas = 0,10

Com base nesses valores, estimou-se o tamanho da amostra em 210 crianças

por inquérito ou 7 (sete) crianças por conglomerado, totalizando 1050 crianças para os

5(cinco) inquéritos.

Para obter uma amostra representativa e probabilística das crianças residentes

na área de cada inquérito foram executados os seguintes procedimentos:

a) aquisição junto ao IBGE dos mapas dos setores censitários e suas

respectivas populações para cada uma das capitais.

b) classificação dos setores censitários em 5 estratos socioeconômicos,

representando quintis elaborados com base na renda e na escolaridade dos

chefes de família, segundo metodologia descrita abaixo:

c) os setores em cada um dos estratos foram agrupados de forma a constituir

conglomerados com no mínimo 56 crianças menores de um 4 anos. Embora a

metodologia consista em entrevistar 7 crianças da coorte de interesse em cada

um dos 30 conglomerados, sabendo-se que passados 7 anos, parte das famílias

pode haver mudado de endereço, parte das crianças pode ter morrido, etc.,

optou-se por considerar como unidade mínima 56 crianças esperadas.

Para as capitais com 5 inquéritos o número de conglomerados sorteados em

cada um dos 5 estratos foi de 30.

3.4.1 Construção dos estratos socioeconômicos

Para a construção dos estratos socioeconômicos foram utilizados 3 variáveis

socioeconômicas:

Variáveis relacionadas à renda:

1. % de responsáveis pelo domicilio particular com renda acima de 20

salários mínimos;

2. Renda nominal média dos responsáveis pelo domicilio.

Variável relacionada à escolaridade:

3. % de chefes de família com 17 anos ou mais de escolaridade.

Os estratos foram construídos da seguinte maneira:

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a) ordenaram-se os setores censitários em ordem decrescente da variável

escolaridade e atribuíram-se os pontos correspondentes ao posto obtido, setor

por setor. em caso de empate atribuiu-se o mesmo posto aos setores.

b) ordenaram-se os setores censitários em ordem decrescente da variável renda

acima de 20 salários mínimos e atribuíram-se os pontos correspondentes ao

posto obtido, setor por setor.

c) ordenaram-se os setores censitários em ordem decrescente da variável renda

nominal média e atribuíram-se os pontos correspondentes ao posto obtido setor

por setor.

d) a pontuação correspondente aos postos obtidos com cada uma das variáveis

foi somada, resultando num escore socioeconômico.

e) os setores censitários foram, então, ordenados da menor para a maior

pontuação.

f) foram identificados os quintis segundo a pontuação total.

g) em cada estrato definido com base nos quintis, os setores censitários

contíguos foram agrupados, de modo a formar conglomerados com pelo menos

56 crianças na faixa de 1 a 4 anos.

Sorteio dos conglomerados e do ponto de partida em cada estrato:

a) sorteio sistemático dos mesmos, de acordo com a fração amostral

correspondente. Para as capitais com 5 inquéritos foram sorteados 30

conglomerados em cada um dos 5 estratos (objetivo de entrevistar 1.050

crianças), para as capitais com 3 inquéritos foram sorteados 18 conglomerados

(630 crianças) e para as capitais com dois inquéritos, 12 conglomerados (420

crianças);

b) após o sorteio dos conglomerados correspondentes, obtiveram-se os mapas

digitalizados dos setores sorteados que possibilitaram a execução da próxima

etapa do processo, que foi o sorteio da quadra de início e a definição dos

itinerários.

3.4.2 O sorteio da quadra de início e a definição dos itinerários.

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A segunda fase do sorteio compreende a numeração das quadras do

conglomerado e o sorteio de uma delas. Em cada quadra sorteou-se um dos lados e este

serviu como ponto de inicio.

A partir do ponto de inicio se entrevistou as primeiras sete crianças cujo

nascimento se deu entre 01/01/2005 a 31/12/2005 moradores no setor ou setores que

formam o conglomerado.

Como norma para a tomada das sete crianças do conglomerado adotou-se o

seguinte procedimento:

a) entrando no domicilio sorteado como ponto de partida investigar se lá

residia criança do grupo etário requerido;

b) se não residisse criança neste grupo etário, prosseguia-se o percurso neste

lado do quarteirão até a próxima casa que vivesse uma criança dentro do

critério de data de nascimento e assim sucessivamente;

c) caso o total de crianças neste lado do quarteirão não atingisse o valor de 7

dirigia-se ao a outra face do quarteirão no sentido horário (dobrando a direita)

até completar 7 crianças;

d) caso o número de 7 crianças não fosse alcançado neste quarteirão dirigia-se

ao quarteirão seguinte obedecendo o numero de ordem dos quarteirões e a

partir de uma esquina preestabelecida de acordo com os critérios estabelecido

no manual do entrevistador;

e) caso ao entrar em um domicilio e constatar que residisse mais de uma

criança no grupo alvo selecionava-se aquela cuja data de nascimento fosse

mais próxima da data da entrevista. Caso fossem gêmeos procedia-se um

sorteio de uma deles.

f) caso ao entrar em um domicilio verificasse que o numero de crianças ali

residentes supera o numero requerido pela pesquisa (7 crianças ) selecionava

aquela cuja data de nascimento for mais próxima da data da entrevista;

g) caso no domicilio residisse uma criança na faixa etária do inquérito e após

dois retornos não fosse possível obter as informações desejadas a seu respeito,

esta criança não deveria ser substituída por outra, pois se falseavam os dados

que se pretendia obter, ou seja, viciava-se a amostra e induzia-se a erros no

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resultado do inquérito. Neste caso o numero de crianças entrevistadas neste

conglomerado foi inferior a 7 e criança sorteada e foi computada como perda.

O mesmo procedimento foi adotado quando houve recusa. Jamais se substituía

uma criança sorteada.

3.4.3 Distribuição das crianças por Secretarias Executivas Regionais

Posteriormente, conforme o local de residência (bairro), as crianças foram

distribuídas por Secretarias Executivas Regionais (I, II, III, IV, V e VI) de Fortaleza.

3.5. Coleta dos dados

3.5.1 Seleção e treinamento dos supervisores e entrevistadores

Concluída a fase do processo de definição da amostragem, passou-se à seleção

dos supervisores de campo, coordenadores de SERs e entrevistadores e ao treinamento dos

mesmos, com especial ênfase na segunda etapa do sorteio, definição dos itinerários e

aplicação dos questionários.

Em situação de difícil acesso à população (por exemplo, os condomínios

fechados), com vários intermediários entre o entrevistador e o potencial sujeito da

pesquisa, foi necessário fazer o rastreamento prévio para otimizar o desempenho do

trabalho de campo, enviando, antes dos entrevistadores, uma equipe que identificou a

presença ou não de crianças na faixa etária de interesse no local.

3.5.2 Informações constantes no questionário do ICV

Composição do questionário do ICV (Anexo C):

a) identificação: questões 1 a 9

1.Controle, 2.Hora início, 3.Estrato, 4.Conglomerado, 5.Endereço,

6.Entrevistado, 7.Telefone, 8.Relação com a criança sorteada e 9.Entrevistador;

b) controle da Entrevista: questões 10 a 14

10. Data da entrevista, 11 e 13 Motivo da não realização da entrevista e 12 e 14

as datas da visita não realizada;

c) características da mãe e da criança: questões 15 a 41

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15. Nome da criança, 16. Sexo, 17. Data do nascimento, 18. Cor da criança, 19.

Idade da mãe, 20. Nº de Filhos, 21. Ordem de Nascimento da Criança, 22.

Possui companheiro morando junto 23. Alguma avó mora junto, 24. Anos de

estudos da Mãe, 25. Mãe Trabalha Fora, 26. Nº de cômodos para dormir e 27.

N.º de Pessoas. Nesta casa existe: 28. Rádio, 29. Geladeira ou Freezer, 30.

Videocassete/DVD, 31. Máquina de lavar roupa (não considerar tanquinho),

32. Forno de micro-ondas, 33. Linha telefônica instalada e 34.

Microcomputador. Nesta Casa, qual a quantidade existente de: 35. Televisor,

36. Automóveis (uso particular), 37. Aparelho de ar condicionado, 38. Há

quanto tempo mora nesta casa 39. Onde morou antes. 40. A criança é vacinada

e 41. Possui carteira.

d) detalhamento das vacinas realizadas: questões 42 a 50

As vacinas que compõem o calendário vacinal do Anexo E foram as seguintes:

BCG, Contra Poliomielite, Haemophilus influenzae B (Hib), Hepatite B,

Tetravalente (Difteria, Tétano, Coqueluche e Hib), DPT (Difteria, Tétano e

Coqueluche), Tríplice Viral (Sarampo, Caxumba e Rubéola), Sarampo e Febre

Amarela.

e) participação em Campanha e uso de serviço: questões 51 a 57

51. Participou da última campanha, 52. Por que não pode comparecer, 53.

Todas as vacinas foram realizadas no mesmo serviço, 54. Você já utilizou

algum serviço privado para vacinação, 55. Onde foi realizada a última vacina,

56. Você utiliza exclusivamente serviço privado e 57. Hora de término.

f) Vacinas que não se enquadram no esquema tradicional (calendário oficial de

2005)

­ vacina contra meningococo C

­ vacina contra pneumococo

­ vacina contra hepatite A

­ vacina contra varicela

3.5.3 Gerenciamento do Banco de Dados

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60

O banco de dados teve como base o instrumento de coleta (Anexo C) e a

definição prévia de critérios de crítica para o processo de digitação.

O banco foi construído em Epi-Info, versão 6.04d

Os questionários foram revisados inicialmente pelos coordenadores de SERs e

seus respectivos entrevistadores, os quais se certificaram que todos os formulários estavam

devidamente preenchidos e que cada criança pertencia efetivamente à coorte de interesse.

Posteriormente os coordenadores de SERs juntamente com a supervisão local do inquérito

revisavam novamente os formulários. Feito isso, os questionários eram enviados para a

coordenação geral da pesquisa para a digitação.

No nível central, depois da dupla digitação os questionários de cada inquérito e

da compatibilização eletrônica, os bancos de dados foram submetidos ao programa de

crítica para identificação de erros de preenchimento e/ou digitação. Após a correção dos

problemas encontrados os bancos foram considerados prontos para analise.

3.6 Processamento dos dados

No processamento dos dados as variáveis foram agrupadas segundo as

características:

3.6.1 Variáveis relacionadas às características das famílias e das crianças

1. Quanto às características da criança participante do ICV

Sexo

Cor

Ordem de Nascimento

2. Quanto às características das famílias das crianças entrevistadas

Idade da mãe

Escolaridade da mãe

Mãe Trabalha Fora de casa

Nº de Filhos

Presença da avó morando junto

Presença do companheiro morando junto

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3.6.2 Variáveis relacionadas às características do processo de imunização das crianças

A criança é vacinada

Possui carteira de vacinação

A criança participou da ultima campanha

Todas as vacinas foram realizadas no mesmo serviço (público ou privado)

Você já utilizou algum serviço privado para vacinação

Onde foi realizada a última vacina

Você utiliza exclusivamente serviço privado

Considerou-se vacinado em campanha todas as crianças que possuem doses de

vacina contra a poliomielite registrada como campanha, ou seja, doses aplicadas no

intervalo da semana anterior e posterior ao sábado do dia D de campanha.

3.6.3 Variáveis relacionadas ao tipo de dose administrada na criança

O tipo de doses de vacinas administradas nas crianças participantes do ICV foi

avaliado de duas formas: doses aplicadas e doses válidas.

Doses aplicadas - São as doses de cada uma das vacinas registradas na carteira

de vacinação, independente da idade e intervalo entre as doses. A análise do esquema de

doses aplicadas por tipo de vacina tem por objetivo a comparação com os dados oficiais de

cobertura vacinal. Nesta condição nem sempre as doses são efetivas para gerar uma

proteção para as crianças vacinadas (CEALAG, 2007).

Doses válidas - São as doses de vacina recebidas considerando os intervalos

apropriados entre as doses e a idade da criança no momento da aplicação (CEALAG,

2007) (Quadro 2).

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Quadro 2 - Descrições de doses válidas considerando cada vacina

Vacinas Dose Descrição*

BCG-ID Dose única Dose aplicada em qualquer momento

Hepatite B

(HVB)

1ª dose Aplicada a partir do nascimento

2ª dose Após 30 dias da primeira

3ª dose Intervalo mínimo de 120 dias após a segunda dose e

aplicada a partir de 6 meses de idade.

Tetravalente

(DTP + Hib)

1ª dose Dose aplicada com pelo menos 45 dias de idade

2ª dose Dose aplicada com intervalo mínimo de 30 dias entre

a primeira e a segunda dose

3ª dose Dose aplicada com intervalo mínimo de 30 dias entre

segunda e a terceira

DTP

(Tríplice Bacteriana) 1º Reforço

Considerado válido quando aplicado com intervalo

mínimo de 168 dias da terceira dose

Pólio

1ª dose Dose aplicada com pelo menos 45 dias de idade

2ª dose Dose aplicada com intervalo mínimo de 30 dias entre

a primeira e a segunda dose

3ª dose Dose aplicada com intervalo mínimo de 30 dias entre

segunda e a terceira

1º Reforço Considerado válido quando aplicado com intervalo

mínimo de 168 dias da terceira dose

Haemophilus

influenzae tipo B

(Hib)

1ª dose Dose aplicada com pelo menos 45 dias de idade

2ª dose Dose aplicada com intervalo mínimo de 30 dias entre

a primeira e a segunda dose

3ª dose Dose aplicada com intervalo mínimo de 30 dias entre

segunda e a terceira

Dose única Qualquer dose aplicada a partir dos 12 meses

SRC (Tríplice Viral) Dose única Dose aplicada a partir dos 12 meses de idade

Fonte: CEALAG, (2007)

Nota: *Doses válidas - doses considerando os intervalos apropriados entre as doses e a idade

da criança no momento da aplicação.

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3.6.4 Variáveis relacionadas às características da cobertura vacinal das crianças

Esquema Vacinal Básico (EVB) - doses de cada uma das vacinas com

aplicação prevista para as crianças menores de 12 meses de idade.

Esquema Vacinal Básico por doses aplicadas (EVBa) - doses de cada uma

das vacinas com aplicação prevista para as crianças menores de 12 meses de

idade registradas na carteira de vacinação, independente da idade e intervalo

entre as doses;

Esquema Vacinal Básico por doses válidas (EVBv) - doses de cada uma

das vacinas com aplicação prevista para as crianças menores de 12 meses de

idade considerando os intervalos apropriados entre as doses e a idade da

criança no momento da aplicação (Quadro 2);

Esquema Básico Completo (EBC) - doses de cada uma das vacinas com

aplicação prevista para as crianças dentro do intervalo de 12 meses a menor

de 24 meses de idade;

Esquema Básico Completo por doses aplicadas (EBCa) - doses de cada

uma das vacinas com aplicação prevista para as crianças no intervalo de 12

meses a menor de 24 meses de idade registradas na carteira de vacinação,

independente da idade e intervalo entre as doses;

Esquema Básico Completo por doses válidas (EBCv) - doses de cada uma

das vacinas com aplicação prevista para as crianças dentro do intervalo de 12

meses a menor de 24 meses de idade considerando os intervalos apropriados

entre as doses e a idade da criança no momento da aplicação (Quadro 2).

3.6.5. Critérios de inclusão e exclusão de variáveis utilizadas no estudo

Na discussão das variáveis foram consideradas as vacinas recomendadas pelo

PNI constantes no calendário básico de vacinação da criança instituído pela portaria Nº

597/GM de 8 de abril de 2004, composto das seguintes vacinas: vacina BCG (protege

formas graves da tuberculose); vacina contra a hepatite B (protege contra o vírus da

hepatite B); vacina Tetravalente (protege contra difteria, coqueluche, tétano e de

infecções graves por Hemophilus influenzae b); vacina contra poliomielite (protege

contra poliomielite ou paralisia infantil); vacina Tríplice Viral SRC (protege contra

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Sarampo, Caxumba e Rubéola) e a vacina contra febre amarela (protege contra febre

amarela). As respectivas orientações sobre as vacinas quanto à idade preconizada, o

número de doses, o intervalo mínimo entre as doses conforme orientações do PNI

constam no Anexo E (BRASIL, 2004).

O ano em que as vacinas foram disponibilizadas pelo PNI na rede pública de

saúde de Fortaleza influenciou na construção das variáveis deste estudo, por isso se faz

necessário alguns esclarecimentos:

a) a vacina trivalente (DTP) é administrada em Fortaleza desde 1973, a

vacina contra Haemophilus influenzae tipo B (HIB) foi implantada no ano

2000 e a vacina Tetravalente (DPT + HIB) substituiu as vacinas DPT

(difteria, coqueluche e tétano) e a HIB a partir de 2004. Por entender que

ainda poderia haver a possibilidade de disponibilidade da vacina HIB

(monovalente) na rede de serviço, ou seja, independente da tetravalente

considerou-se como vacinada contra o Haemophilus influenzae tipo B a

criança menor de 1 ano que apresentou 3 doses de vacina da tetravalente ou

da HIB e a criança de 1 ano ou mais que apresentasse 1 dose HIB

(FORTALEZA, 2006b; BRASIL, 2011);

b) a partir de 2003, a vacina contra sarampo em menores de 1 ano foi

substituída pela tríplice viral (SCR – sarampo, caxumba e rubéola) em

crianças de 1 ano, desta forma as doses aplicadas contra da vacina contra o

sarampo foram consideradas assim: 2001 a 2003 vacina monovalente contra o

sarampo, 2004 a 2011 vacina tríplice viral;

c) a vacina oral de rotavírus humano (VORH) foi implantada em Fortaleza

em março de 2006 para crianças entre 6 e 24 semanas de vida. Neste estudo

esta vacina não foi considerada (FORTALEZA, 2006b);

d) a vacina contra febre amarela em 2005 estava indicada para as crianças a

partir dos 09 meses de idade, que residisse ou que iria viajar para área

endêmica, área de transição e área de risco potencial.

Fortaleza não estava incluída nestas indicações supracitadas, por isso, a

vacina contra febre amarela não estava incluída no calendário oficial do Município em

2005 e sendo assim, esta vacina não foi avaliada neste estudo (BRASIL 2004a);

e) as vacinas contra meningococo C, contra pneumococo, contra hepatite A e

contra varicela, não foram avaliadas neste estudo, uma vez que não faziam

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65

parte do calendário oficial do PNI no ano de 2005 e consequentemente não

estavam disponíveis nas unidades básicas de saúde do serviço público,

embora estas estivessem disponíveis no setor privado e no CRIE do setor

público.

Não foram incluídas as variáveis presentes no questionário do ICV de 2007,

relacionadas à posse de bens duráveis (rádio, geladeira ou freezer, videocassete/DVD,

máquina de lavar roupa, forno de micro-ondas, linha telefônica instalada e

microcomputador, televisor, automóveis (uso particular), aparelho de ar condicionado) e

as relacionadas à moradia (aglomeração intradomiliciar, anos de residência no domicílio,

onde morou antes há quanto tempo mora nesta casa)

A questão imediatamente posterior à participação na ultima campanha foi

“por que não pode comparecer a ultima campanha de vacinação”, aplicada de forma

subjetiva, somente para quem respondeu não a participação na ultima campanha (74

indivíduos) não foi avaliada neste estudo.

3.7. Análise dos Dados

3.7.1 Variáveis Adotadas no Estudo

3.7.1.1. Variáveis dependentes para fatores associados a não vacinação (interesses ou

desfechos)

Coberturas vacinais do Esquema Vacinal Básico (EVB) por doses

aplicadas (EVBa) e doses validas (EVBv).

Coberturas vacinais do Esquema Básico Completo (EBC) por doses

aplicadas (EBCa) e doses validas (EBCv).

3.7.1.2. Variáveis independentes (preditoras / de exposição)

Variáveis relacionadas às características das crianças

Variáveis relacionadas às características das famílias das crianças

Variáveis relacionadas às características do processo de imunização das

crianças

3.7.2. Definições das variáveis utilizadas no Inquérito de cobertura Vacinal

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A avaliação da cobertura de vacinação é um indicador de saúde relevante e

pode ser entendido como a proporção de crianças que receberam as vacinas preconizadas

pelo PNI conforme a idade.

O cálculo da cobertura vacinal pode ser construído para cada vacina, para

cada dose, para o número de doses completadas, bem como, por grupo de idade e áreas

geográficas (área de abrangência do Programa, do município ou Estado) em um ano

considerado. Este indicador estima o nível de proteção da população infantil contra

doenças selecionadas, evitáveis por imunização, mediante o cumprimento do esquema

básico de vacinação (FUNASA, 2001c). Conforme o manual do treinando de capacitação

de pessoal em sala de vacinação a cobertura de vacinação das vacinas de múltiplas doses,

o cálculo é realizado com o registro da terceira (hepatite B, Poliomielite, DTP,

tetravalente e Haemophilus Influenzae b) e das vacinas uni dose (BCG e da Tríplice

Viral) o cálculo é feito com a primeira dose.

Para conhecer a cobertura vacinal é necessário ter informações sobre a

população-alvo e sobre o número de vacinados nessa população.

A meta operacional básica é vacinar 100% dos menores de um ano com todas

as vacinas indicadas para o primeiro ano de vida (FUNASA, 2001c). Neste estudo para

análise das coberturas vacinais pelo ICV utilizou-se como meta recomendada para todas

as vacinas nas duas faixas etárias 95% coberturas vacinais.

Doses aplicadas são as doses de cada uma das vacinas registradas na carteira

de vacinação, sem considerações referentes aos intervalos apropriados entre as doses e a

idade da criança no momento da aplicação. Nesta condição nem sempre as doses são

efetivas para gerar uma proteção para as crianças vacinadas (CEALAG, 2007).

A análise por doses aplicadas tem por objetivo a comparação com os dados

oficiais de cobertura vacinal.

Doses válidas por tipo de vacina são as doses de vacina recebidas

considerando os intervalos apropriados entre as doses e a idade da criança no momento

da aplicação (CEALAG, 2007).

Esquema de doses válidas por tipo de vacina compreendeu as vacinas

preconizadas para as crianças no calendário oficial do PNI administradas a partir da idade

mínima indicada e, no caso de múltiplas doses, considerou-se o intervalo igual ou maior

que o mínimo recomendado (CEALAG, 2007).

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A administração de vacinas com intervalos menores que os mínimos

recomendados podem diminuir a resposta imunológica, pelo que as doses administradas

em intervalos excessivamente curtos não devem ser consideradas válidas. O

encurtamento do intervalo entre doses pode ainda aumentar o número de reações adversas

devidas, provavelmente, à formação do complexo antígeno-anticorpo (CEALAG, 2007).

3.7.2.1 Cobertura vacinal por Esquema Vacinal Básico - EVB

São as doses de cada uma das vacinas com aplicação prevista para as crianças

menores de 12 meses de idade, ou seja, uma dose da vacina BCG, três doses das vacinas

DPT/TETRA, Hepatite B, contra poliomielite e contra o Haemophilus influenzae tipo B

(Quadro 3).

O Esquema Vacinal Básico foi avaliado por tipo dose (aplicadas - EVBa e

válidas- EVBv) de acordo com a descrição abaixo:

Número de crianças menores de 12 meses de idade, segundo doses aplicadas

(EVBa) e válidas (EVBv) x 100

Total de entrevistas do ICV de crianças menores de 12 meses de idade

3.7.2.2 Cobertura vacinal por Esquema Básico Completo - EBC

São as doses de cada uma das vacinas com aplicação prevista para o primeiro

ano de vida, ou seja, uma dose da vacina BCG, três doses das vacinas DPT/TETRA,

Hepatite B, contra poliomielite e contra o Haemophilus influenzae tipo B e uma dose da

tríplice viral (Quadro 3).

O Esquema Básico Completo foi estudado por tipo dose (aplicadas - EBCa e

válidas- EBCv) de acordo com a descrição abaixo:

Número de crianças no intervalo etário de 12 meses a menor de 24 meses,

segundo doses aplicadas (EBCa) e válidas (EBCv) x 100

Total de entrevistas do ICV de crianças no intervalo etário de

12 meses a menor de 24 meses

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O cálculo dos indicadores de cobertura vacinal da criança com idade inferior

a 12 meses (Esquema Vacinal Básico - EVB) e da cobertura vacinal da criança com idade

no intervalo de 12 meses a menor de 24 meses (Esquema Básico Completo - EBC) foram

construídos conforme quadro abaixo (Quadro 3)

Quadro 3 – Vacinas constantes no Esquema Vacinal Básico e no Esquema Básico

Completo

Variáveis Vacinas Dose

Esq

uem

a B

ásic

o C

om

ple

to

(12 m

eses

a m

eno

r de

24 m

eses

)

Esq

uem

a V

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al B

ásic

o

(men

or

de

12 m

eses

)

BCG-ID

Protege formas graves da tuberculose Dose única

Hepatite B (HVB)

Protege contra o vírus da hepatite B 3 doses

Tetravalente (DTP + HIB)

Protege contra difteria, coqueluche, tétano

e de infecções graves por Hemophilus influenzae b

3 doses

Poliomielite (VOP)

Protege contra poliomielite ou paralisia infantil 3 doses

Haemophilus influenzae tipo B (HIB) 3 doses

SRC (Tríplice Viral)

Protege contra Sarampo, Caxumba e Rubéola Dose única

Fonte: Elaborada pela própria autora

* Haemophilus influenzae tipo B (HIB) - Considerou-se como vacinada contra o

Haemophilus influenzae tipo B a criança menor de 1 ano que apresentou 3 doses de

vacina da tetravalente ou da vacina HIB e a criança no intervalo de 12 meses a menor de

24 meses que apresentou 1 dose da vacina HIB.

3.8. Análises Estatísticas

A analise descritiva da população foi realizada através da construção de

tabelas e gráficos.

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A determinação dos fatores de risco associados a não vacinação foi realizada

através da análise bivariada e multidimensional considerando as categorias de cada

variável independente.

As analises de associações em tabelas de contingencia bidimensionais foram

realizadas através os testes χ2 (qui-quadrado) de Pearson ou do teste exato de Fisher.

A analise multidimensional foi realizada através da analise de regressão

logística e da estatística de Wald.

As variáveis que na análise de associação bivariada com os desfechos (não

vacinação) na cobertura vacinal nos Esquema Vacinal Básico e o Esquema Básico

Completo por doses aplicadas e doses validadas que apresentaram significância estatística

de até 20% foram consideradas como fatores independentes para o ajuste da analise no

contexto multidimensional. As variáveis nestas condições que apresentaram frequências

muito baixas em pelo menos uma casela e ou colinearidade com uma ou mais das

variáveis já presentes no modelo foram desconsideradas para o ajuste final,

permanecendo aquela cuja importância epidemiológica e/ou clínica seja mais reconhecida

na literatura científica.

As variáveis que devido a problemas metodológicos foram excluídas nas

analises multidimensional, seja pelo Esquema Vacinal Básico (EVBa e EVBv) e/ou pelo

Esquema Básico Completo (EBCa e EBCa) foram: sexo; ordem de nascimento da

criança; mãe trabalha fora de casa; presença da avó e presença do companheiro.

Foi adotado um coeficiente de confiança igual a 95% (IC95%) para estimativa

dos intervalos de confiança dos Odds Ratio (OR) e o nível de significância 5% para os

testes estatísticos.

Na analise bivariada os OR foram estimados para as variáveis com p < 0,05.

Na analise devido à baixa frequência de observações nas caselas das tabelas

decidiu-se por avaliar o comportamento das variáveis abaixo utilizando a seguinte

categorização:

Cor da criança – preta ou parda e não preta e não parda;

Ordem de nascimento da criança: primeiro filho (1º filho) e as outras (2º

ou mais filhos);

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Faixa etária da mãe: mães com menos de 30 anos e mães com 30 ou mais

anos;

Escolaridade materna: 0 a 3 anos de estudo, 4 a 10 anos de estudo e 11 e

mais anos de estudo;

Número de filhos: 1 Filho e 2 e mais Filhos.

Com base nos dados coletados no Inquérito domiciliar de cobertura Vacinal

(ICV) as análises levaram em conta o efeito decorrente da utilização de uma amostra por

conglomerados em múltiplos estágios. Maiores esclarecimentos encontram-se no item “A

organização do estudo” e na referência (CEALAG, 2007 p.13).

As análises estatísticas deste estudo foram realizadas através do modulo de

delineamento de amostragem complexa do programa estatístico Stata versão 11.0. Os

pesos foram estimados através do delineamento de amostragem e disponíveis no banco de

dados do ICV.

3.9. Aspectos éticos

O presente projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP)

envolvendo seres humanos do Hospital São Carlos de Fortaleza - Ceará, vinculado a

Plataforma Brasil, no dia 13 de novembro de 2012 sob protocolo nº 144.857 constando na

ata de 29 de outubro de 2012 (Anexo A).

O projeto de pesquisa seguiu os princípios éticos da Resolução 196/96 do

Conselho Nacional de Saúde (BRASIL, 1996) respeitando os quatro referenciais básicos

da bioética: a autonomia, não maleficência, beneficência e justiça.

O projeto do inquérito de cobertura vacinal foi aprovado pelo Comitê de Ética

em Pesquisa da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, conforme

registro nº 428 de 26 de outubro de 2006.

O Termo de Consentimento Livre e Esclarecido do projeto do inquérito de

cobertura vacinal foi elaborado pela equipe responsável pelo inquérito e preenchido

durante as entrevistas com a presença dos entrevistadores (Anexo B).

Os entrevistadores foram treinados e receberam o Manual do Entrevistador.

Neste, continha todas as informações sobre a realização das entrevistas.

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71

Para o estudo do inquérito de cobertura vacinal de Fortaleza proposto neste

trabalho, os dados foram obtidos do banco de dados resultantes do processamento do

inquérito de Cobertura Vacinal realizado em Fortaleza em 2007. A coordenação

institucional do inquérito de Cobertura Vacinal 2007 foi do Departamento de Medicina

Social da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa São Paulo, através do Centro de

Estudos Augusto Leopoldo Ayrosa Galvão- CEALAG e a autorização para este trabalho

foi do Comitê Coordenador da COBERTURA VACINAL 2007, o qual solicitou como

obrigatoriedade em publicações futuras, a menção ao fato de tratar-se de análise parcial

de dados pertencentes ao projeto de COBERTURA VACINAL 2007 (Anexo D).

Quanto aos dados administrativos das Unidades de Saúde de Fortaleza foram

solicitadas as autorizações para a utilização das informações dos bancos de dados do

Programa Nacional de Imunizações (PNI) da Secretaria da Saúde do município de

Fortaleza, através da Carta de Anuência (Apêndice A) e do Termo de Autorização do Fiel

Depositário (Apêndice B).

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72

4. RESULTADOS

No inquérito de cobertura vacinal realizado na zona urbana das capitais dos 26

estados brasileiros e do Distrito Federal em 2007, o município de Fortaleza exibiu o maior

número de entrevistas realizadas entre as capitais com 5 (cinco) inquéritos e registrou o

segundo melhor percentual de desempenho dentro da região nordeste, superando o percentual

alcançado no Brasil mostrando, desta forma, o bom desempenho do trabalho de campo o que

faz com que as estimativas produzidas pelo inquérito sejam mais confiáveis (CEALAG,

2007).

Os resultados a seguir referem-se a uma análise, segundo o Método estatístico.

Método estatístico de avaliação dos níveis de cobertura de vacinação que utiliza

os dados vacinais resultantes de inquéritos vacinais. Este método permite a obtenção de dados

mais confiáveis por consistir de um levantamento de campo, realizado por entrevistas

domiciliares, utilizando uma amostra probabilística. Metodologicamente, o propósito a

amostragem nos inquéritos é obter estimativas com grau de precisão aceitável em uma parcela

representativa da população. Dessa forma, não sendo necessário avaliar toda a população,

evita desperdício de tempo e de recursos materiais e financeiros e garante maior qualidade às

medidas, uma vez que um número menor de entrevistas permite maior cuidado em sua

realização (BARATA et al., 2005).

4.1 Resultados do Processo de Pesquisa

Em Fortaleza das 1.050 entrevistas previstas foram realizadas 1.006 (95,8%). A

maior parte das informações sobre as vacinas aplicadas foi obtida mediante a consulta às

carteiras de vacinação: 95,7% (CEALAG, 2007).

4.1.1 Descrição da amostra estudada no Inquérito de Cobertura Vacinal em Fortaleza

Avaliando-se a participação dos bairros por Secretarias Executivas Regionais

(SERs) quando da realização da pesquisa identificou-se que dos 166 bairros existentes em

Fortaleza em 2007, 92 (79,3%) registraram crianças entrevistadas no ICV. A SER II registrou

a maior participação de bairros no ICV, isto é, dos 21 bairros existentes, 19 participaram

(90,5%) e na SER IV (68,4%) a menor (Tabela 2).

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Tabela 2 - Número de bairros com crianças entrevistadas no Inquérito de Cobertura Vacinal,

segundo participação dos bairros das Secretarias Executivas Regionais (SERs) em Fortaleza,

2007

SER

Bairros* Participação dos Bairros no ICV

Total % Sim Não % Bairros % Bairros por

SER

I 15 12,9 13 2 11,2 86,7

II 21 18,1 19 2 16,4 90,5

III 16 13,8 14 2 12,1 87,5

IV 19 16,4 13 6 11,2 68,4

V 18 15,5 14 4 12,1 77,8

VI 27 23,3 19 8 16,4 70,4

Fortaleza 116 100 92 24 79,3 79,3 *Nota: os bairros participantes do ICV estão descritos no Apêndice C

Verifica-se no Quadro 4 que cada estrato populacional (A, B, C, D, e E) foi

formado por 30 conglomerados distribuídos nas seis Secretarias Executivas Regionais

totalizando 150 conglomerados em Fortaleza.

Na distribuição de conglomerados por SERs a SER II mostrou mais

conglomerados do estrato A (18). Situação inversa ocorreu na SER III e SER V onde não

ocorreram registros de conglomerados no estrato A (Quadro 4).

Quadro 4 - Distribuição das entrevistas do Inquérito de Cobertura Vacinal, segundo

conglomerados, estratos e Secretarias Executivas Regionais (SER) em Fortaleza, 2007

SER

Estrato

Conglomerados

Crianças

A B C D E Nascidas em

2005

I 2 3 5 5 6 21 147

II 18 7 3 1 1 30 210

III 0 4 5 7 4 20 140

IV 6 7 5 3 0 21 147

V 0 2 6 8 10 26 182

VI 4 7 6 6 9 32 224

Conglomerados 30 30 30 30 30 150 1050

Fonte: A própria autora

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74

Abaixo são mostradas algumas características sociais demográfica da

estratificação de Fortaleza realizada para a obtenção da amostra de setores censitários, com

dados referentes ao censo demográfico de 2000. Nota-se, na tabela, gradiente decrescente

nítido de renda nominal média dos responsáveis pelo domicilio e do percentual de chefes de

família com 17 anos ou mais de escolaridade quando se vai do estrato A (R$ 2.863,0; 7,5%)

ao E (R$ 279,0; 0,1%) (Tabela 3).

Tabela 3 - Característica da estratificação sociodemográficas do ICV– Fortaleza, 2000

Estrato Setores Crianças de

1-4 anos

Renda

Média (R$)

% Escolaridade

> 17 anos

% Renda > 20

Salários Mínimos

A 266 10.336 2.863,0 7,5 27,7

B 282 14.169 1.156,4 1,8 5,3

C 392 23.945 683,0 0,7 1,7

D 387 42.430 442,1 0,3 4,5

E 697 73.466 279,0 0,1 0,1

Fonte: Inquérito de Cobertura Vacinal, 2007.

4.2 Característica da Amostra

Evidencia-se que os setores da amostra sorteada em Fortaleza revelaram

resultados comparáveis com o universo do ICV garantindo a representatividade do processo

amostral (Tabela 4).

Tabela 4 - Características sociodemográficas da amostra do ICV, segundo estrato, Fortaleza,

2000.

Estrato Setores Crianças de

1-4 anos

Renda

Média (R$)

% Escolaridade

>17 anos

% Renda >20

Salários Mínimos

A 65 2.406 2.861,2 7,3 27,5

B 58 2.819 1.114,3 1,9 5,7

C 53 3.060 690,2 0,6 1,9

D 42 3.477 436,5 0,4 0,4

E 40 4.086 277,2 0,1 0,1

Fonte: Inquérito de Cobertura Vacinal, 2007.

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4.2.1 Descrição das características das crianças

Tabela 5 - Características das crianças entrevistadas, Fortaleza, 2007.

Variável Obs.2 Proporção

1 [Intervalo de Confiança 95%]

Sexo

Masculino 505 53,7 50,2 - 57,2

Feminino 501 46,3 42,8 - 49,8

Total 1006 100,0

Cor

Preta ou Parda 488 50,8 46,3 - 55,3

Não Preta e Não Parda 513 49,2 44,7 – 53,7

Total 1001 100,0

Ordem de nascimento

1º filho 500 45,7 42,0 - 49,5

2º ou mais filho 502 54,3 50,5 – 58,0

Total 1002 100,0

1 Valores ponderados

2 Número de observações

As crianças do sexo masculino (53,7%; IC95% 50,2 - 57,2), da cor da pele Preta ou

Parda (50,8%; IC95% 46,3 - 55,3) e ser o segundo ou mais filho na ordem de nascimento

(54,3%; IC95% 50,5 – 58,0) predominaram (Tabela 5).

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4.2.2 Descrição das características das famílias das crianças

Tabela 6 - Características das famílias das crianças entrevistadas, Fortaleza, 2007.

Variável Obs.2 Media

1 [Intervalo de Confiança 95%]

Idade da mãe 995 27,5 26,9 - 28,1

Número de filhos 1006 2,1 2,0 - 2,2 1 Médias ponderadas 2 Número de observações

(continua)

(continuação)

Tabela 6 - Características das famílias das crianças entrevistadas, Fortaleza, 2007.

Variável Obs.2 Proporção

1 [Intervalo de Confiança 95%]

Faixa etária materna

< 30 anos 639 65,8 62,0 - 69,4

30 ou mais 354 34,2 30,6 – 38,0

Total 993 100,0

Mãe trabalha fora de casa

Sim 394 35,1 31,4 – 39,0

Não 611 64,9 61,0 - 68,6

Total 1005 100,0

Escolaridade materna

0 a 3 anos 42 4,8 3,3 - 6,9

4 a 10 anos 424 48,4 43,5 - 53,3

11 e mais 533 46,9 41,7 – 52,0

Total 999 100,0

Número de filhos

1 Filho 432 38,4 34,7 - 42,2

2 e mais Filhos 574 61,6 57,8 - 65,3

Total 1006 100,0

Presença da avó

Sim 337 34,0 30,0 - 38,3

Não 666 66,0 61,7 – 70,0

Total 1003 100,0

Presença do companheiro

Sim 747 75,2 71,4 - 78,7

Não 258 24,8 21,3 - 28,6

Total 1005 100,0

1 Valores ponderados

2 Número de observações

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Em Fortaleza a média da idade das mães foi de 27,5 anos (IC95% 26,9 - 28,1)

apresentando proporção de 65,8% (IC95% 62,0 - 69,4) das mães na faixa etária inferior a 30

anos. As mães que não exerciam trabalho remunerado fora de casa representaram 64,9%

(IC95% 61,0 - 68,6) das entrevistas e mães com 11 e mais anos de estudo representaram

46,9% (IC95% 41,7 – 52,0), sendo que a proporção de mães analfabetas funcionais (indivíduo

maior de quinze anos e que possui escolaridade inferior a quatro anos) apontou apenas 4,8%

(IC95% 3,3 - 6,9) (Tabela 6 e Gráfico 1).

O número médio de filhos por família no Município de Fortaleza foi de 2,1

(IC95% 2,0 - 2,2) e a presença de dois ou mais filho nas famílias representou 61,6% (IC95%

57,8 - 65,3) (Tabela 6 e Gráfico 1).

A ausência da avó morando com a família foi referida por 66,0% (IC95% 61,7 –

70,0) das entrevistadas e a presença do companheiro identificou-se em 75,2% (IC95% 71,4 -

78,7) das famílias das crianças (Tabela 6 e Gráfico 1).

Gráfico 1 - Características das famílias das crianças entrevistadas, Fortaleza, 2007

* Proporção (%), LS – (Limite Superior IC95%) e LI – (Limite Inferior do IC95%).

Fx et mãe <

30 anos

Mãe trabalha

fora de casa

- Não

Escolaridade

materna 11

ou mais anos

Número de

filhos - 2 e

mais Filhos

Ausência da

avó

Presença do

companheiro

LS 69,4 68,6 52,0 65,3 70,0 78,7

LI 62,0 61,0 41,7 57,8 61,7 71,4

Proporção 65,8 64,9 46,9 61,6 66,0 75,2

20

40

60

80

100

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78

4.3 Descrição do processo de imunização e das Coberturas Vacinais

4.3.1 Descrição do processo de imunização

As variáveis avaliadas no processo de imunização são aquelas relacionadas aos

responsáveis sobre o conhecimento da situação vacinal da criança e do local onde a vacina

foi administrada.

Tabela 7 - Características do processo de imunização da criança entrevistada, Fortaleza,

2007.

Variável Obs.2 Proporção

1 [Intervalo de Confiança 95%]

A criança é vacinada

Sim 1003 99,9 99,1 – 100,0

Não 1 0,1 0,0 - 0,9

Total 1004 100,0

Possui carteira

Sim 985 98,3 96,7 - 99,1

Não 15 1,7 0,9 - 3,4

Total 1000 100,0

Participou da última campanha

Sim 926 92,4 90,1 - 94,3

Não 74 7,6 5,7 - 9,9

Total 1000 100,0

Data da última campanha

Vacinada dia D 790 78,7 75,1 - 81,9

Vacinada fora do dia D 131 12,8 10,7 - 15,2

Não vacinada 85 8,5 6,5 - 11,1

Total 1006 100,0

Todas as vacinas foram realizadas no

mesmo serviço

Sim 762 82,6 77,8 - 86,5

Não 237 17,4 13,5 - 22,3

Total 999 100,0

Você já utilizou algum serviço privado

para vacinação

Sim 108 7,4 5,5 - 9,8

Não 891 92,6 90,2 - 94,5

Total 999 100,0

Onde foi realizada a última vacina

Público 970 98,7 97,9 - 99,2

Privado 26 1,3 0,8 - 2,1

Total 996 100,0

Você utiliza exclusivamente serviço

privado

Sim 136 13,5 9,8 - 18,2

Não 862 86,6 81,8 - 90,2

Total 998 100,0

1 Valores ponderados

2 Número de observações

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As questões relacionadas ao processo de imunização das crianças entrevistada

em Fortaleza que atingiram valores das respostas sim acima de 95% foram: a criança é

vacinada 99,9% (IC95% 99,1 – 100,0); a criança possui carteira de vacinação 98,3% (IC95%

96,7 - 99,1) e o local da realização da última vacina ter sido no setor público 98,7% (IC95%

97,9 - 99,2). Enquanto que as questões: participou da última campanha 92,4% (IC95% 90,1 -

94,3); a data da última vacina de campanha ter ocorrido no dia D de vacinação 78,7% (IC95%

75,1 - 81,9) e se todas as vacinas foram realizadas no mesmo serviço 82,6% (IC95% 77,8 -

86,5) exibiram proporções de respostas positivas entre 75% e 95%. Agora, os temas já

utilizou algum serviço privado para vacinação 7,4% (IC95% 5,5 - 9,8) e utiliza

exclusivamente serviço privado 13,5% (IC95% 9,8 - 18,2) obtiveram valores de respostas sim

abaixo de 15% das entrevistas (Tabela 7 e Gráfico 2).

Gráfico 2 - Proporção das variáveis relacionadas ao processo de imunização da criança,

Fortaleza, 2007

* Proporção (%), LS – (Limite Superior IC95%) e LI – (Limite Inferior do IC95%).

Quando perguntado aos entrevistados se a criança era vacinada verifica-se que

das 1004 entrevistas que responderam esta questão, 1003 (99,9%; IC95% 99,1 – 100,0)

afirmaram que sim (Tabela 7 e Gráfico 2).

Quando questionado aos responsáveis, se as crianças possuíam a carteira de

vacinação foi referido por 985 (98,3%; IC95% 96,7 - 99,1) que sim (Tabela 7 e Gráfico 2).

O comparecimento na última campanha contra poliomielite (25 de agosto de

2007) foi relatado em 926 (92,4%; IC95% 90,1 - 94,3) de 1000 entrevistas. Entretanto,

observando o registro da data da vacinação na última campanha na carteira de vacinação da

A criança é

vacinada

Possui

caderneta

Participou da

últimacampanha

Vacinada dia

D dacampanha

Todas as

vacinasforam

realizadas no

mesmoserviço

Já utilizou

serviçoprivado para

vacinação

Realizou a

últimavacina no

Público

Utiliza

exclusivamente serviço

privado

LS 99,98 99,14 94,26 81,88 86,52 9,84 99,21 18,21

LI 99,11 96,65 90,11 75,09 77,75 5,46 97,92 9,78

Proporção 99,9 98,3 92,4 78,7 82,6 7,4 98,7 13,5

0%

20%

40%

60%

80%

100%

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80

criança foi identificada a presença de 790 (78,7%; IC95% 75,1 - 81,9) crianças vacinadas no

dia D da campanha. A criança vacinada fora do dia D de multivacinação percebeu-se em

12,8% (131; IC95% 10,7 - 15,2) da amostra e em 85 (8,5%; IC95% 6,5 - 11,1) carteiras de

vacinação verificou-se que não havia registro de vacinação de campanha. Considerando

como vacinado em campanha crianças com doses de vacina contra a poliomielite registrada

no período da semana anterior à semana posterior ao sábado do dia D de campanha,

identificou-se em 91,5% das carteiras de vacina das crianças registro desta dose, muito

próximo do que foi relatado pelos responsáveis (92,4%) (Tabela 7 e Gráfico 2).

Em relação ao serviço de vacinação que era utilizado pela criança, as questões

foram assim respondidas: todas as vacinas foram realizadas no mesmo serviço foi

respondida por 762 (82,6%; IC95% 77,8 - 86,5) responsáveis que sim; se já utilizou algum

serviço privado para vacinação, foi relatado por 891 (92,6%; IC95% 90,2 - 94,5) indivíduos

que nunca utilizaram este tipo de serviço; onde foi realizada a última vacina da criança se no

serviço público ou privado, 970 (98,7%; IC95% 97,9 - 99,2) entrevistados disseram ter

ocorrido no serviço público e 26 (1,3%; IC95% 0,8 - 2,1) no serviço privado das 996

respostas. Quanto ao questionamento se a criança utiliza exclusivamente o serviço privado

para a vacinação foi afirmado por 136 (13,5%; IC95% 9,8 - 18,2) dos participantes (Tabela 7

e Gráfico 2).

4.3.2 Descrição das coberturas vacinais das crianças

As coberturas vacinais apresentadas se referem aos dados coletados diretamente

das cadernetas de vacinação ou, quando esta não estava disponível, do registro de vacinas

das unidades de saúde (CEALAG, 2007).

A situação da cobertura vacinal das crianças foi avaliada conforme duas faixas

etárias pré-estabelecida: a primeira quando a criança era menor de 12 meses, qualificada

como Esquema Vacinal Básico (EVB) e a segunda, quando a idade da criança encontrava-se

dentro do intervalo etário de 12 meses a menor de 24 meses, denominada de Esquema

Básico Completo (EBC). Em ambas as faixas etárias foram observadas as vacinas previstas,

assim como, o tipo de dose administrada, ou seja, doses aplicadas (doses registradas na

carteira de vacinação, independente da idade da criança e intervalo entre as doses) e doses

válidas (doses considerando os intervalos apropriados entre as doses e a idade da criança no

momento da aplicação) (Quadro 2 e Quadro 3).

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81

4.3.2.1 Cobertura vacinal das crianças menores de 12 meses pelo Esquema Vacinal Básico

por doses aplicadas e válidas

Definiram-se como Esquema Vacinal Básico (EVB) as doses de cada uma das

vacinas com aplicação prevista para o primeiro ano de vida (uma dose de BCG e três doses

das vacinas DPT/TETRA, VOP, HVB, e HIB). Observou-se em ambos os desfechos

variáveis por doses aplicadas (doses registradas na carteira de vacinação, independente da

idade da criança e intervalo entre as doses) e válidas (doses considerando os intervalos

apropriados entre as doses e a idade da criança no momento da aplicação) (Quadro 3).

No Esquema Vacinal Básico foi identificada presença de 899 registros por doses

aplicadas e 816 registros por doses válidas.

Percebeu-se em Fortaleza pelo Esquema Vacinal Básico que as variáveis doses

aplicadas (89,3%; IC95% 86,2 – 91,8) e válidas (80,5%; IC95% 76,9 – 83,6) revelaram

coberturas vacinal abaixo de 90%, não obtendo a meta recomendada pelo PNI de crianças

vacinadas com todas as vacinas quando menores de 1 ano. Identificou-se também, que mais

crianças (8,8%) apresentaram cobertura vacinal por doses aplicadas do que por doses válidas

(Gráfico 3).

4.3.2.2 Cobertura vacinal das crianças de 12 meses a menor de 24 meses pelo Esquema

Básico Completo por doses aplicadas e válidas

Definiu-se Esquema Básico Completo (EBC) quando a criança apresentava

idade no intervalo de 12 meses a menor de 24 meses e possuía as seguintes doses de vacina:

uma dose de BCG; três doses das vacinas DPT/TETRA, VOP, HVB e HIB e uma dose da

vacina tríplice viral (SCR). Observando em ambos os desfechos as variáveis por doses

aplicadas (doses registradas na carteira de vacinação, independente da idade da criança e

intervalo entre as doses) e válidas (doses considerando os intervalos apropriados entre as

doses e a idade da criança no momento da aplicação) (Quadro 3).

Em Fortaleza no Esquema Básico Completo verificou-se a ocorrência de 857

registros por doses aplicadas e 775 registros por doses válidas. Considerando o EBCa como

parâmetro para que todas as crianças tenham o esquema básico de imunização completo,

tendo em vista a presença da vacina Tríplice Viral, no Município, 84,8% (IC95% 81,40 –

87,65) das crianças receberam todas as doses de vacinas para completar o esquema básico de

imunização, e a proporção de crianças com EBCa é consideravelmente mais elevada quando

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82

compara-se ao EBCv (76,3%; IC95% 72,58 – 79,69). Identificou-se uma diferença 8,5% a

mais na cobertura vacinal por dose aplicada do que por dose válidas (Gráfico 3).

Gráfico 3 - Prevalência de vacinação com Esquema Vacinal Básico1 e Esquema Básico

Completo2 por tipo de dose aplicada e válida em Fortaleza – 2007.

* CV – Cobertura vacinal (%), LS - Limite Superior do IC95% e LI - Limite Inferior do IC95%. 1 Crianças menores de 12 meses

2 Crianças de 12 a 24 meses

4.4 Identificação dos fatores associados à não vacinação ou a baixas coberturas

vacinais das crianças menores de 24 meses, segundo o Esquema Vacinal Básico (EVB)

e Esquema Básico Completo (EBC), por doses aplicadas e válidas.

4.4.1 No Contexto Bivariado

Os resultados da análise bivariada estão apresentados agrupados de acordo

variáveis relacionadas às características das crianças, das mães e ao processo de imunização

das crianças, segundo situação vacinal das crianças quando menores de 12 meses de idade

(Coberturas vacinais do Esquema Vacinal Básico (EVB) por doses aplicadas aplicada

(EVBa) e doses validas válida (EVBv)) e quando as crianças encontravam-se no intervalo

etário de 12 meses a menor de 24 meses (Coberturas vacinais do Esquema Básico Completo

(EBC) por doses aplicadas (EBCa) e doses validas (EBCv)).

EVBa EVBv EBCa EBCv

LS 91,8 83,6 87,7 79,7

LI 86,2 76,9 81,4 72,6

CV 89,3 80,5 84,8 76,3

70%

75%

80%

85%

90%

95%

100%

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83

4.4.1.1 Fatores associados à não-vacinação ou a baixas coberturas vacinais pelo Esquema

Vacinal Básico por doses aplicadas (EVBa)

Tabela 8 - Fatores associados à não vacinação com Esquema Vacinal Básico por doses

aplicadas na faixa etária menor de 12 meses de idade, Fortaleza, 2007

EVBa Sim % Não % Fortaleza p-valor

Sexo da criança

0,122

Masculino 444 87,6 61 12,4 505

Feminino 455 91,4 46 8,6 501

Cor da criança

0,055

Preta ou Parda 448 92,1 40 7,9 488

Não Preta e Não Parda 446 86,4 67 13,6 513

Ordem de nascimento

0,331

1º filho 449 90,8 51 9,2 500

2º ou mais filho 447 88,3 55 11,7 502

Faixa etária materna

0,012

< 30 anos 580 91,7 59 8,3 639

≥ 30 anos 307 84,8 47 15,3 354

Mãe trabalha fora de casa

0,421

Sim 349 88,2 45 11,8 394

Não 550 90,0 61 10,0 611

Escolaridade materna

0,249

0 a 3 anos de estudo 40 96,6 2 3,4 42

4 a 10 anos de estudo 380 87,8 44 12,2 424

11 e mais anos de estudo 474 90,2 59 9,9 533

Número de filhos

0,273

1 filho 388 91,2 44 8,8 432

Dois ou mais filhos 511 11,9 63 88,2 574

Presença da avó

0,267

Sim 295 87,5 42 12,5 337

Não 602 90,3 64 9,7 666

Presença do companheiro

0,301

Sim 671 88,7 76 11,3 747

Não 228 91,2 30 8,8 258

(Continua)

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84

(Continuação)

Tabela 8 - Fatores associados à não vacinação com Esquema Vacinal Básico por doses

aplicadas na faixa etária menor de 12 meses de idade, Fortaleza, 2007

EVBa Sim % Não % Fortaleza p-valor

Possui carteira de Vacinação

0,000

Sim 895 91,0 90 9,1 985

Não 4 16,3 11 83,7 15

Participou da última campanha 0,006

Sim 837 90,6 89 9,4 926

Não 60 78,1 14 21,9 74

Data da vacinação na última campanha

0,005

Vacinada dia D 713 90,8 77 9,3 790

Vacinada fora da campanha 120 89,9 11 10,1 131

Não vacinada na campanha 66 75,4 19 24,7 85

Todas as vacinas foram realizadas no mesmo

serviço 0,008

Sim 677 88,6 85 11,4 762

Não 220 94,9 17 5,1 237

Já utilizou algum serviço privado para vacinação

0,000

Sim 79 74,5 29 25,5 108

Não 818 90,9 73 9,1 891

Onde foi realizada a última vacina

0,000

Público 881 90,2 89 9,9 970

Privado 13 54,0 13 46,0 26

Utiliza exclusivamente serviço privado

0,213

Sim 115 85,9 21 14,1 136

Não 781 90,3 81 9,7 862

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85

Tabela 9 - Fatores associados à não vacinação com Esquema Vacinal Básico por doses

aplicadas na faixa etária menor de 12 meses de idade, Fortaleza, 2007

EVBa p-valor OR (IC 95%)

Faixa etária materna

< 30 anos 0,012 1

≥ 30 anos

1,99 (1,15 - 3,43)

Participou da última campanha

Sim 0,006 1

Não 2,72 (1,31 - 5,66)

Data da vacinação na última campanha

Vacinada dia D 1

Vacinada fora da campanha 0,809 1,11 (0,49 - 2,51)

Não vacinada na campanha 0,003 3,21 (1,49 - 6,91)

Todas as vacinas foram realizadas no mesmo serviço

Sim 0,008 2,40 (1,23 - 4,68)

Não

1

Já utilizou algum serviço privado para vacinação

Sim 0,000 3,43 (1,92 -6,15)

Não

1

Onde foi realizada a última vacina

Público 0,000 1

Privado

7,81 (2,90 - 21,06)

Faixa Etária Materna

A faixa etária materna registrou associação estatística significante com o EVBa (p

= 0,012). Verificou-se também, que crianças com mães com 30 anos ou mais de idade tem

maior chance de não serem vacinadas pelo EVBa (OR = 1,99; IC95%:1,15 - 3,43) (Tabela 8,

Tabela 9 e Gráfico 4).

Gráfico 4 - Proporção de Vacinados pelo Esquema Vacinal Básico por doses aplicadas em

relação a Faixa Etária Materna, Fortaleza 2007.

Participou da última campanha

91,7% 84,8%

8,3% 15,3%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

< 30 anos ≥ 30 anos

Com EVBa Sem EVBa

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86

A participação na última campanha de vacinação registrou associação

estatisticamente significante com o EVBa (p = 0,006). A não participação das crianças na

última campanha de vacinação mostrou uma maior chance das mesmas não serem vacinadas

pelo EVBa (OR = 2,72; IC95%: 1,31 - 5,66) (Tabela 8, Tabela 9 e Gráfico 5).

Gráfico 5 - Proporção de Vacinados pelo Esquema Vacinal Básico por doses aplicadas em

relação a Participou da última campanha de vacinação, Fortaleza 2007

Data da vacinação na última campanha

A data da última campanha apresentou associação estatisticamente significativa

em relação às crianças terem sido vacinadas pelo EVBa (p = 0,005). Comparando-se crianças

que foram vacinadas no dia D da campanha, aquelas que não foram vacinadas na campanha

exibiram maior chance de não serem vacinadas pelo EVBa (OR = 3,21; IC95%: 1,49 - 6,91).

Entretanto, se a criança foi vacinada, porém fora do dia D de campanha, a chance de não ser

vacinada pelo EVBa não diferiu significativamente das vacinadas no dia D (OR = 1,11;

IC95%: 0,49 - 2,51) (Tabela 8, Tabela 9 e Gráfico 6).

Gráfico 6 - Proporção de Vacinados pelo Esquema Vacinal Básico por doses aplicadas em

Relação à data da última campanha, Fortaleza 2007.

90,6%

78,1%

9,4%

21,9%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Participou Não Participou

Com EVBa Sem EVBa

90,8% 89,9%

75,4%

9,3% 10,1%

24,7%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Vacinada dia D Vacinada fora da

campanha

Não vacinada na

campanha

Com EVBa Sem EVBa

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87

Todas as vacinas foram realizadas no mesmo serviço

Todas as vacinas serem realizadas no mesmo serviço exibiu no contexto bivariado

associação significativa para o EVBa (p = 0,008). A realização da vacinação no mesmo

serviço registrou maior chance das crianças não serem vacinadas pelo EVBa (OR = 2,40;

IC95%: 1,23 - 4,68) (Tabela 8, Tabela 9 e Gráfico 7).

Gráfico 7 - Proporção de Vacinados pelo Esquema Vacinal Básico por doses aplicadas em

Relação a Todas as vacinas terem sido realizadas no mesmo serviço, Fortaleza 2007

Já utilizou algum serviço privado para vacinação

A utilização de algum serviço privado para vacinação exibiu no contexto

bivariado associação significativa com EVBa (p = 0,000). Já ter utilizado serviço privado para

aplicação de alguma vacina apresentou maior chance das crianças não possuírem o EVBa

((OR = 3,43; IC95%: 1,92 -6,15) (Tabela 8, Tabela 9 e Gráfico 8).

Gráfico 8 - Proporção de Vacinados pelo Esquema Vacinal Básico por doses aplicadas em

Relação a criança já ter utilizado algum serviço privado para vacinação, Fortaleza 2007

88,6% 94,9%

11,4% 5,1%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Mesmo serviço Diferentes serviço

Com EVBa Sem EVBa

74,5%

90,9%

25,5%

9,1%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Já utilizou serviço privado Não utilizou serviço privado

Com EVBa Sem EVBa

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88

Onde foi realizada a última vacina (Público ou Privado)

O serviço onde foi realizada a última vacina da criança (público ou privado)

exibiu associação com o EVBa (p = 0,000). Além do mais, a realização da última vacina ter

sido realizada no serviço privado registrou maior chance das crianças não serem vacinadas

pelo EVBa (OR = 7,81; IC95%: 2,90 - 21,06) (Tabela 8, Tabela 9 e Gráfico 9).

Gráfico 9 - Proporção de Vacinados pelo Esquema Vacinal Básico por Doses Aplicadas em

relação a Onde foi realizada a última vacina, Fortaleza 2007.

90,2%

54,0%

9,9%

46,0%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Público Privado

Com EVBa Sem EVBa

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89

4.4.1.2 Fatores associados à não-vacinação ou a baixas coberturas vacinais pelo Esquema

Vacinal Básico por doses válidas (EVBv)

Tabela 10 - Fatores associados à não vacinação com Esquema Vacinal Básico por doses

válidas na faixa etária menor de 12 meses de idade, Fortaleza, 2007

EVBv Sim % Não % Fortaleza p-valor

Sexo da criança

0,501

Masculino 408 79,6 97 20,4 505

Feminino 408 81,6 93 18,4 501

Cor da criança 0,134

Preta ou Parda 405 82,7 83 17,3 488

Não Preta e Não Parda 406 78,1 107 21,9 513

Ordem de nascimento

0,062

1º filho 416 84,3 84 15,7 500

2º ou mais filho 398 77,9 104 22,1 502

Faixa etária materna

0,013

< 30 anos 529 83,3 110 16,7 639

≥ 30 anos 278 75,6 76 24,4 354

Mãe trabalha fora de casa

0,874

Sim 322 88,2 72 11,8 394

Não 494 90,0 117 10,0 611

Escolaridade materna

0,053

0 a 3 anos de estudo 33 75,6 9 24,4 42

4 a 10 anos de estudo 338 77,0 86 23,0 424

11 e mais anos de estudo 441 84,6 92 15,4 533

Número de filhos

0,047

1 filho 359 84,5 73 15,5 432

Dois ou mais filhos 457 78,0 117 22,0 574

Presença da avó

0,561

Sim 273 88,2 64 11,8 337

Não 541 90,0 125 10,0 666

Presença do companheiro

0,382

Sim 605 88,2 142 11,8 747

Não 211 90,0 47 10,0 258 (Continua)

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90

(Continuação)

Tabela 10 - Fatores associados à não vacinação com Esquema Vacinal Básico por doses

válidas na faixa etária menor de 12 meses de idade, Fortaleza, 2007

EVBv Sim % Não % Fortaleza p-valor

Possui carteira de Vacinação

0,000

Sim 813 82,0 172 18,0 985

Não 3 13,9 12 86,1 15

Participou da última campanha 0,193

Sim 756 88,2 170 11,8 926

Não 58 90,0 16 10,0 74

Data da vacinação na última

campanha 0,237

Vacinada dia D 642 81,4 148 18,6 790

Vacinada fora da campanha 110 81,1 21 18,9 131

Não vacinada na campanha 64 71,4 21 28,6 85

Todas as vacinas foram realizadas no

mesmo serviço 0,077

Sim 615 79,7 147 20,3 762

Não 199 86,3 38 13,7 237

Já utilizou algum serviço privado

para vacinação 0,003

Sim 72 88,2 36 11,8 108

Não 742 90,0 149 10,0 891

Onde foi realizada a última vacina

0,001

Público 800 81,4 170 18,6 970

Privado 12 51,1 14 48,9 26

Utiliza exclusivamente serviço

privado 0,003

Sim 99 88,2 37 11,8 136

Não 715 90,0 147 10,0 862

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91

Tabela 11 - Fatores associados à não vacinação com Esquema Vacinal Básico por doses

válidas na faixa etária menor de 12 meses de idade. Fortaleza, 2007

EVBv p-valor OR(IC95%)

Faixa etária materna

< 30 anos 0,013 1

≥ 30 anos

1,61 (1,11 - 2,35)

Escolaridade materna

0 a 3 anos de estudo 0,190 1,77 (0,75 - 4,18)

4 a 10 anos de estudo 0,020 1,64 (1,08 - 2,47)

11 e mais anos de estudo 1

Número de filhos

1 filho 0,047 1

Dois ou mais filhos

1,54 (1,00 - 2,36)

Já utilizou algum serviço privado para vacinação

Sim 0,003 2,34 (1,33 - 4,31)

Não

1

Onde foi realizada a última vacina

Público 0,001 1

Privado

4,19 (1,64 -10,69)

Utiliza exclusivamente serviço privado

Sim 0,003 1,93 (1,25 - 2,96)

Não

1

Faixa Etária Materna

A faixa etária materna apresentou associação estatisticamente significativa com o

EVBv (p = 0,013). Além disso, crianças com mães com 30 anos ou mais de idade (OR = 1,61;

IC95%: 1,11 - 2,35), registram maior da chance das crianças não serem vacinadas pelo EVBv

(Tabela 10, Tabela 11e Gráfico 10).

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92

Gráfico 10 - Proporção de Vacinados pelo Esquema Vacinal Básico por doses válidas em

relação a Faixa Etária Materna, Fortaleza 2007.

Escolaridade da mãe

A escolaridade materna registrou associação boderlane com EVBv (p = 0,053).

Crianças que possuem mães com 11 e mais anos de estudo, comparadas as crianças com mães

de menor escolaridade, apresentaram menor chance de não serem vacinadas no EVBv ((0 a 3

anos OR = 1,77; IC95%:: 0,75 - 4,18); 4 a 10 anos OR = 1,64; IC95%:: 1,08 - 2,47)) (Tabela 10,

Tabela 11 e Gráfico 11).

Gráfico 11 - Cobertura Vacinal com o Esquema Vacinal Básico por doses válidas em Relação

à Escolaridade Materna, Fortaleza 2007

83,3% 75,6%

16,7% 24,4%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

< 30 anos ≥ 30 anos

Com EVBv Sem EVBv

75,6% 77,0% 84,6%

24,4% 23,0% 15,4%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

0 a 3 anos de estudo 4 a 10 anos de estudo 11 e mais anos de estudo

Com EVBv Sem EVBv

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93

Nº de Filhos

Verificou-se que houve associação estatisticamente significante entre Número de

filhos e o EVBv (p = 0,047). Percebeu também, que a presença de dois ou mais filhos mostrou

maior chance das crianças não serem vacinadas pelo EVBv, quando comparadas as crianças

filhas únicas (OR = 1,54; IC95%: 1,00 - 2,36) (Tabela 10, Tabela 11 e Gráfico 12).

Gráfico 12 - Proporção de Vacinados pelo Esquema Vacinal Básico por doses válidas em

relação a Número de filhos, Fortaleza 2007.

Já utilizou algum serviço privado para vacinação

Já ter utilizado algum serviço privado para vacinação mostrou associação

significativa com o EVBv (p = 0,003) e ter utilizado este tipo de serviço, registrou maior

chance das crianças não serem vacinadas pelo EVBv (OR = 2,34; IC95%: 1,33 - 4,31) (Tabela

10, Tabela 11 e Gráfico 13).

Gráfico 13 - Proporção de Vacinados pelo Esquema Vacinal Básico por doses válidas em

relação a Já ter utilizado algum serviço privado para vacinação, Fortaleza 2007

84,5% 78,0%

15,5% 22,0%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

1 filho Dois ou mais filhos

Com EVBv Sem EVBv

88,2% 90,0%

11,8% 10,0%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Já utilizou serviço privado Não utilizou serviço privado

Com EVBv Sem EVBv

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94

Onde foi realizada a última vacina (Público ou Privado)

O serviço onde foi realizada última vacina das crianças (público ou privado)

apresentou associação significativa com o EVBv (p = 0,001), mas a realização da última

vacina ter ocorrido no serviço privado registrou maior chance das crianças não serem

vacinadas pelo EVBv (OR = 4,19; IC95%: 1,64 -10,69) (Tabela 10, Tabela 11 e Gráfico 14).

Gráfico 14 - Proporção de Vacinados pelo Esquema Vacinal Básico por doses válidas em

relação a Onde foi realizada a última vacina, Fortaleza 2007

Utiliza exclusivamente serviço privado

Utilizar exclusivamente serviço privado para vacinação mostrou associação

significativa para o EVBv (p = 0,003) e a utilização exclusiva do serviço privado registrou

maior chance das crianças não serem vacinadas pelo EVBv, quando associado as crianças que

não utilizam exclusivamente serviço privado (Serviço público ou misto (privado e público ))

(OR = 1,93; IC95%: 1,25 - 2,96) (Tabela 10, Tabela 11 e Gráfico 15).

Gráfico 15 - Proporção de Vacinados pelo Esquema Vacinal Básico por doses válidas em

relação a Utilizar exclusivamente serviço privado, Fortaleza 2007

81,4%

51,1%

18,6%

48,9%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Público Privado

Com EVBv Sem EVBv

88,2% 90,0%

11,8% 10,0%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Exclusivamente serviço privado Serviço público ou misto

(privado e público )

Com EVBv Sem EVBv

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95

4.4.1.3 Fatores associados à não-vacinação ou a baixas coberturas vacinais pelo Esquema

Básico Completo por doses aplicadas (EBCa)

Tabela 12 - Fatores associados à não vacinação com Esquema Básico Completo por doses

aplicadas no intervalo etário de 12 meses a menor de 24 meses, Fortaleza, 2007

EBCa Sim % Não % Fortaleza p-valor

Sexo da criança

0,139

Masculino 425 83,1 80 16,9 505

Feminino 432 86,8 69 13,2 501

Cor da criança 0,054

Preta ou Parda 426 87,8 62 12,3 488

Não Preta e Não Parda 426 81,6 87 18,4 513

Ordem de nascimento

0,441

1º filho 432 86,0 68 14,0 500

2º ou mais filho 422 84,0 80 16,0 502

Faixa etária materna

0,017

< 30 anos 557 87,6 82 12,4 639

≥ 30 anos 290 80,4 64 19,6 354

Mãe trabalha fora de casa

0,243

Sim 334 82,7 60 17,3 394

Não 523 86,0 88 14,0 611

Escolaridade materna

0,075

0 a 3 anos de estudo 36 89,6 6 10,4 42

4 a 10 anos de estudo 356 81,4 68 18,6 424

11 e mais anos de estudo 460 87,8 73 12,2 533

Número de filhos

0,408

1 filho 373 86,3 59 13,7 432

Dois ou mais filhos 484 83,9 90 16,1 574

Presença da avó

0,666

Sim 286 84,0 51 16,0 337

Não 569 85,2 97 14,8 666

Presença do companheiro

0,216

Sim 635 83,9 112 16,1 747

Não 222 87,6 36 12,4 258

(Continua)

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96

(Continuação)

Tabela 12 - Fatores associados à não vacinação com Esquema Básico Completo por doses

aplicadas no intervalo etário de 12 meses a menor de 24 meses, Fortaleza, 2007

EBCa Sim % Não % Fortaleza p-valor

Possui carteira de Vacinação

0,000

Sim 856 86,6 129 13,4 985

Não 1 2,4 14 97,6 15

Participou da última campanha

0,005

Sim 801 86,2 125 13,8 926

Não 54 71,8 20 28,2 74

Data da vacinação na última campanha

0,006

Vacinada dia D 680 85,8 110 14,2 790

Vacinada fora da campanha 117 88,3 14 11,7 131

Não vacinada na campanha 60 69,9 25 30,1 85

Todas as vacinas foram realizadas no mesmo

serviço 0,330

Sim 650 84,6 112 15,4 762

Não 205 87,8 32 12,2 237

Já utilizou algum serviço privado para vacinação

0,000

Sim 76 70,6 32 29,4 108

Não 779 86,3 112 13,7 891

Onde foi realizada a última vacina

0,000

Público 840 85,6 130 14,4 970

Privado 13 54,0 13 46,0 26

Utiliza exclusivamente serviço privado

0,741

Sim 113 84,1 23 15,9 136

Não 741 85,3 121 14,7 862

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97

Tabela 13 - Fatores associados à não vacinação com Esquema Básico Completo por doses

aplicadas no intervalo etário de 12 meses a menor de 24 meses, Fortaleza, 2007

EBCa p-valor OR(IC95%)

Faixa etária materna

< 30 anos 0,017 1

≥ 30 anos

1,72 (1,10 - 2,69)

Participou da última campanha

Sim 0,005 1

Não

2,45 (1,30 - 4,61)

Data da vacinação na última campanha

Vacinada dia D

1

Vacinada fora da campanha 0,550 0,81 (0,40 - 1,64)

Não vacinada na campanha 0,004 2,61 (1,36 - 5,02)

Já utilizou algum serviço privado para vacinação

Sim 0,000 2,63 (1,58 - 4,38)

Não

1

Onde foi realizada a última vacina

Público 0,000 1

Privado

5,07 (1,91 - 13,46)

Faixa Etária Materna

A faixa etária materna mostrou associação estatisticamente significativa com o

EBCa (p = 0,017). Verificou-se que crianças filhas de mães com 30 anos ou mais, apontaram

maior chance das crianças não serem vacinadas pelo EBCa, (OR = 1,72, IC95%: ,10 - 2,69)

(Tabela 12, Tabela 13 e Gráfico 16).

Gráfico 16 – Proporção de Vacinados pelo Esquema Básico Completo por doses aplicadas em

relação a Faixa Etária Materna, Fortaleza 2007

87,6% 80,4%

12,4% 19,6%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

< 30 anos ≥ 30 anos

Com EBCa Sem EBCa

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98

Participou da última campanha

A participação na última campanha de vacinação apresentou associação estática

significativa pelo EBCa (p = 0,005) e a não Participação das crianças na última campanha

registrou maior chance delas não serem vacinadas pelo EBCa (OR = 2,45; IC95%: 1,30 - 4,61)

(Tabela 12, Tabela 13 e Gráfico 17).

Gráfico 17 – Proporção de Vacinados pelo Esquema Básico Completo por doses aplicadas em

relação a Participação da criança na última campanha, Fortaleza 2007

Data da vacinação na última campanha

A data da vacinação da criança na última campanha mostrou associação

significativa com o EBCa (p = 0,006). Comparando crianças que foram vacinadas no dia D da

campanha, as crianças que não foram vacinadas na campanha mostraram maior chance de não

serem vacinadas pelo EBCa (OR = 2,61; IC95%: 1,36 - 5,02). Entretanto, se a criança foi

vacinada porem, fora do dia D da campanha, a chance de não serem vacinadas pelo EBCa não

diferiu significativamente das vacinadas no dia D (OR = 0,81; IC95%: 0,40 - 1,64) (Tabela 12,

Tabela 13 e Gráfico 18).

Gráfico 18 - Proporção de Vacinados pelo Esquema Básico Completo por doses aplicadas em

relação a Data da última campanha de vacinação, Fortaleza 2007

86,2%

71,8%

13,8%

28,2%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Participou Não Participou

Com EBCa Sem EBCa

85,8% 88,3%

69,9%

14,2% 11,7%

30,1%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Vacinada dia D Vacinada fora da

campanha

Não vacinada na

campanha

Com EBCa Sem EBCa

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99

Já utilizou algum serviço privado para vacinação

Já ter utilizado algum serviço privado para vacinação mostrou no contexto

bivariado associação significativa com EBCa (p = 0,000). Já ter utilizado serviço privado para

a aplicação de alguma vacina apresentou maior chance das crianças não serem vacinadas pelo

EBCa (OR = 2,63; IC95% : 1,58 - 4,38) (Tabela 12, Tabela 13 e Gráfico 19).

Gráfico 19 - Proporção de Vacinados pelo Esquema Básico Completo por doses aplicadas em

relação a já ter utilizado algum serviço privado para vacinação, Fortaleza 2007

Onde foi realizada a última vacina (Público ou Privado)

O serviço onde foi realizada última vacina da criança (público ou privado) exibiu

no contexto bivariado associação significativa com EBCa (p = 0,000). A realização da última

vacina ter ocorrido no serviço privado registrou maior chance das crianças não serem

vacinadas pelo EBCa (OR = 5,07; IC95%: 1,91 - 13,46) (Tabela 12, Tabela 13 e Gráfico 20).

Gráfico 20 - Proporção de Vacinados pelo Esquema Básico Completo por doses aplicadas em

relação a Onde foi realizada a última vacina, Fortaleza 2007

70,6%

86,3%

29,4%

13,7%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Já utilizou serviço privado Não utilizou serviço privado

Com EBCa Sem EBCa

85,6%

54,0%

14,4%

46,0%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Público Privado

Com EBCa Sem EBCa

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100

4.4.1.4 Fatores associados à não-vacinação ou a baixas coberturas vacinais pelo Esquema

Básico Completo por doses válidas (EBCv)

Tabela 14 - Fatores associados à não vacinação com Esquema Básico Completo por doses

válidas no intervalo etário de 12 meses a menor de 24 meses, Fortaleza, 2007

EBCv Sim % Não % Fortaleza p-valor

Sexo da criança

0,500

Masculino 389 75,4 116 24,6 505

Feminino 386 77,4 115 22,6 501

Cor da criança 0,172

Preta ou Parda 382 78,4 106 21,6 488

Não Preta e Não Parda 389 74,0 124 26,0 513

Ordem de nascimento

0,054

1º filho 400 80,3 100 19,7 500

2º ou mais filho 373 73,5 129 26,5 502

Faixa etária materna

0,006

< 30 anos 507 79,8 132 20,2 639

≥ 30 anos 261 71,2 93 28,8 354

Mãe trabalha fora de casa

0,936

Sim 309 76,5 85 23,5 394

Não 466 76,3 145 23,8 611

Escolaridade materna

0,003

0 a 3 anos de estudo 30 73,2 12 26,8 42

4 a 10 anos de estudo 313 70,8 111 29,2 424

11 e mais anos de estudo 428 82,3 105 17,7 533

Número de filhos

0,038

1 filho 347 80,8 85 19,2 432

Dois ou mais filhos 428 73,5 146 26,5 574

Presença da avó

0,891

Sim 263 76,0 74 24,0 337

Não 510 76,4 156 23,6 666

Presença do companheiro

0,512

Sim 574 75,8 173 24,3 747

Não 201 78,1 57 21,9 258

(Continua)

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101

(Continuação)

Tabela 14 - Fatores associados à não vacinação com Esquema Básico Completo por doses

válidas no intervalo etário de 12 meses a menor de 24 meses, Fortaleza, 2007

EBCv Sim % Não % Fortaleza p-valor

Possui carteira de Vacinação

0,000

Sim 774 77,9 211 22,1 985

Não 1 2,4 14 97,6 15

Participou da última campanha 0,104

Sim 721 77,4 205 22,7 926

Não 52 67,4 22 32,6 74

Data da vacinação na última campanha 0,162

Vacinada dia D 612 77,1 178 22,9 790

Vacinada fora da campanha 105 78,5 26 21,5 131

Não vacinada na campanha 58 65,9 27 34,1 85

Todas as vacinas foram realizadas no mesmo

serviço 0,313

Sim 587 75,9 175 24,1 762

Não 186 80,1 51 19,9 237

Já utilizou algum serviço privado para vacinação

0,003

Sim 69 61,7 39 38,3 108

Não 704 77,8 187 22,2 891

Onde foi realizada a última vacina

0,010

Público 760 77,2 210 22,8 970

Privado 12 51,1 14 48,9 26

Utiliza exclusivamente serviço privado

0,009

Sim 93 67,8 43 32,2 136

Não 680 78,2 182 21,8 862

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102

Tabela 15 - Fatores associados à não vacinação com Esquema Básico Completo por doses

válidas no intervalo etário de 12 meses a menor de 24 meses, Fortaleza, 2007

EBCv p-valor OR(IC95%)

Faixa etária materna

< 30 anos 0,006 1

≥ 30 anos

1,59 (1,14 - 2,22)

Escolaridade materna

0 a 3 anos de estudo 0,185 1,71(0,77 - 3,77)

4 a 10 anos de estudo 0,001 1,91 (1,33 - 2,77)

11 e mais anos de estudo

1

Número de filhos

1 filho 0,038 1

Dois ou mais filhos

1,52 (1,02 - 2,25)

Já utilizou algum serviço privado para vacinação

Sim 0,003 2,18 (1,29 - 3,68)

Não

1

Onde foi realizada a última vacina

Público 0,010 1

Privado

3,24 (1,26 - 8,34)

Utiliza exclusivamente serviço privado

Sim 0,009 1,71 (1,14 - 2,55)

Não

1

Faixa Etária Materna

A faixa etária materna registrou associação estatística significante com o EBCv (p

= 0,006). Constatou-se também, que crianças com mães com 30 anos ou mais de idade,

exibiram maior chance das crianças não serem vacinadas pelo EBCv (OR = 1,59, (IC95%: 1,14

- 2,22) (Tabela 14, Tabela 15 e Gráfico 21).

Gráfico 21 - Proporção de Vacinados pelo Esquema Básico Completo por doses válidas em

relação a Faixa Etária Materna – Fortaleza – 2007.

79,8% 71,2%

20,2% 28,8%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

< 30 anos ≥ 30 anos

Com EBCv Sem EBCv

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103

Escolaridade da mãe

Escolaridade Materna registrou associação estatisticamente significativa em

relação ao EBCv (p = 0,003). Crianças com mães com escolaridade materna de 11 e mais

anos de estudo apresentaram menor chance de não serem vacinadas pelo EBCv, comparadas

as criança com mães de menor escolaridade ((0 a 3 anos OR = 1,71; IC95%: 0,77 - 3,77) e 4 a

10 anos OR 1,91; IC95%: 1,33 - 2,77)) (Tabela 14, Tabela 15 e Gráfico 22).

Gráfico 22 - Proporção de Vacinados pelo Esquema Básico Completo por doses válidas em

relação à Escolaridade Materna, Fortaleza 2007

Nº de Filhos

Número de filhos apresentou associação significativa para o EBCv (p = 0,038). A

presença de dois ou mais filhos na família, registrou maior chance das crianças não serem

vacinadas pelo EBCv (OR = 1,52; IC95%: 1,02 - 2,25) (Tabela 14, Tabela 15 e Gráfico 23).

Gráfico 23 - Proporção de Vacinados pelo Esquema Básico Completo por doses válidas em

relação a Número de filhos, Fortaleza 2007

73,2% 70,8%

82,3%

26,8% 29,2%

17,7%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

0 a 3 anos de estudo 4 a 10 anos de estudo 11 ou mais anos de

estudo

Com EBCv Sem EBCv

80,8% 73,5%

19,2% 26,5%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

1 filho Dois ou mais filhos

Com EBCv Sem EBCv

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104

Já utilizou algum serviço privado para vacinação

Já ter utilizado algum serviço privado para vacinação mostrou associação

significativa para o EBCv (p = 0,003). Já ter utilizado serviço privado realizar alguma vacina

registrou maior chance das crianças não serem vacinadas pelo EBCv, (OR = 2,18; IC95%: 1,29

- 3,68) (Tabela 14, Tabela 15 e Gráfico 24).

Gráfico 24 - Proporção de Vacinados pelo Esquema Básico Completo por doses válidas em

relação a já ter utilizado algum serviço privado para vacinação, Fortaleza 2007

Onde foi realizada a última vacina (Público ou Privado)

O serviço onde foi realizada última vacina da criança (público ou privado)

registrou associação estatisticamente significativa em relação ao EBCv (p = 0,010). A

realização da última vacina da criança ter ocorrido no serviço privado, exibiu maior chance

das crianças não serem vacinadas pelo EBCv (OR = 3,24; IC95%: 1,26 -8,34) (Tabela 14,

Tabela 15 e Gráfico 25).

Gráfico 25 - Proporção de Vacinados pelo Esquema Básico Completo por doses válidas em

relação a Onde foi realizada a última vacina, Fortaleza 2007

61,7%

77,8%

38,3%

22,2%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Já utilizou serviço privado Não utilizou serviço privado

Com EBCv Sem EBCv

77,2%

51,1%

22,8%

48,9%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Público Privado

Com EBCv Sem EBCv

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105

Utiliza exclusivamente serviço privado

Utilizar exclusivamente o serviço privado para vacinação mostrou associação

significativa para o EBCv (p = 0,009). Utilizar exclusivamente o serviço privado para

vacinação registrou maior chance das crianças não serem vacinadas pelo EBCv (OR = 1,71;

IC95%: 1,14 - 2,55), quando comparadas as crianças que utilizam o serviço público ou misto

(privado e público ) (Tabela 14, Tabela 15 e Gráfico 26).

Gráfico 26 - Proporção de Vacinados pelo Esquema Básico Completo por doses válidas em

relação a Utiliza exclusivamente serviço privado, Fortaleza 2007

67,8% 78,2%

32,2% 21,8%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Exclusivamente serviço

privado

Serviço público ou misto

(privado e público )

Com EBCv Sem EBCv

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106

4.4.2 No Contexto Multidimensional

4.4.2.1 Fatores associados à não-vacinação ou a baixas coberturas vacinais pelo Esquema

Vacinal Básico por doses aplicadas (EVBa)

Tabela 16 - Análise multidimensional dos fatores associados à não vacinação das crianças

pelo Esquema Vacinal Básico por doses aplicadas na faixa etária menor de 12 meses de idade,

Fortaleza, 2007

EVBa p - valor *OR(IC95%)

Faixa etária materna

< 30 anos 0,036 1

≥ 30 anos

1,91 (1,04 - 3,49)

Data da vacinação na última campanha

Vacinada dia D

1

Vacinada fora da campanha 0,821 0,90 (0,37 - 2,20)

Não vacinada na campanha 0,016 2,77 (1,21 - 5,99)

Todas as vacinas foram realizadas no mesmo

serviço

Sim 0,000 4,62 (2,12 - 10,04)

Não

1

Já utilizou algum serviço privado para vacinação

Sim 0,001 5,67 (2,87 - 11,22)

Não

1 * OR ajustado para as demais variáveis

No contexto multidimensional as variáveis que apresentaram maior chance das

crianças não serem vacinadas pelo EVBa foram: faixa etária materna maior ou igual a 30 anos

(p = 0,036; OR = 1,91; IC95%: 1,04 - 3,49); a criança não ter sido vacinada na última

campanha (p = 0,016; OR = 2,77; IC95%: 1,21 - 5,99); todas as vacinas terem sido realizadas

no mesmo (p = 0,000; OR = 4,62; IC95%: 2,12 - 10,04)) e já ter utilizado algum serviço

privado para vacinação (p = 0,001; OR = 5,67; IC95%: 2,87 - 11,22)). A data da última dose de

vacina de campanha ter sido fora da campanha não apresentou uma exposição importante (p =

0,821; OR = 0,90; IC95%: 0,37 – 2,20) (Tabela 16).

Na análise bivariada participou da ultima campanha de vacinação e onde foi

realizada a última vacina apresentaram importância significativa para o EVBa, porém no

contexto multidimensional não foram estatisticamente significante para explicar este

desfecho.

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107

4.4.2.2 Fatores associados à não-vacinação ou a baixas coberturas vacinais pelo Esquema

Vacinal Básico por doses válidas (EVBv)

Tabela 17 - Análise multidimensional dos fatores associados à não vacinação das crianças

pelo Esquema Vacinal Básico por doses válidas na faixa etária menor de 12 meses de idade,

Fortaleza, 2007

EVBv p-valor *OR (IC95%)

Faixa etária materna

< 30 anos 0,031 1

≥ 30 anos

1,57 (1,04 - 2,38)

Escolaridade materna

0 a 3 anos de estudo 0,139 1,98 (0,79 - 4,90)

4 a 10 anos de estudo 0,023 1,71 (1,08 - 2,70)

11 e mais anos de estudo

1

Já utilizou algum serviço privado para vacinação

Sim 0,024 2,05 (1,09 - 3,84)

Não

1

Onde foi realizada a última vacina

Público 0,044 1

Privado

3,05 (1,03 - 9,03) * OR ajustado para as demais variáveis

No contexto multidimensional as variáveis que proporcionaram maior chance das

crianças não serem vacinadas pelo EVBv foram: faixa etária materna igual ou superior a 30

anos (p = 0,031; OR = 1,57; IC95%: 1,04 - 2,38); mães com escolaridade de 4 a 10 anos de

estudo (p = 0,023; OR = 1,71; IC95%: 1,08 - 2,70), já ter utilizado algum serviço privado para

vacinação (p = 0,024; OR = 2,05; IC95%: 1,09 - 3,84) e a última vacina ter ocorrido no serviço

privado (p = 0,044; OR = 3,05; IC95%: 1,03 - 9,03). As mães com escolaridade de 0 a 3 anos

de estudo (p = 0,139; OR = 0,1,98; IC95%: 0,79 - 4,90) não apresentaram exposição importante

(Tabela 17).

No contexto bivariado número de filhos e utilizar exclusivamente o serviço

privado para vacinação apresentaram importância significativa para o EVBv, porém no

contexto multidimensional não foram estatisticamente significante para explicar este

desfecho.

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108

4.4.2.3 Fatores associados à não-vacinação ou a baixas coberturas vacinais pelo

Esquema Básico Completo por doses aplicadas (EBCa)

Tabela 18 - Análise multidimensional dos fatores associados à não vacinação das

crianças pelo Esquema Básico Completo por doses aplicadas no intervalo etário de 12

meses a menor de 24 meses, Fortaleza, 2007

EBCa p-valor *OR(IC95%)

Faixa etária materna

< 30 anos 0,028 1

≥ 30 anos

1,71 (1,06 - 2,77)

Data da vacinação na última campanha

Vacinada dia D

1

Vacinada fora da campanha 0,682 0,86 (0,41 - 1,79)

Não vacinada na campanha 0,013 2,35 (1,67 - 13,24)

Onde foi realizada a última vacina

Público 0,003 1

Privado

4,72 (1,68 - 13,24)

* OR ajustado para as demais variáveis

No contexto multidimensional as variáveis que proporcionaram maior

chance das crianças não serem vacinadas pelo EBCa foram: faixa etária materna igual

ou superior a 30 anos (p = 0,028; OR = 1,71; IC95%: 1,06 - 2,77); a criança não foi

vacinada na última campanha (p = 0,013; OR = 2,35; IC95%: 1,67 - 13,24) e a realização

a última vacina ter ocorrido no serviço privado (p = 0,003; OR = 4,72; IC95%: 1,68 -

13,24). A data da última dose de vacina de campanha ter sido fora da campanha (p =

0,682; OR = 0,86; IC95%: 0,41 - 1,79) não apresentou uma exposição importante (Tabela

18).

Na análise bivariada participou da ultima campanha de vacinação e já ter

utilizado algum serviço privado para vacinação apresentaram importância significativa

para o EBCa, porém no contexto multidimensional não foram estatisticamente

significante para explicar este desfecho.

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109

4.4.2.4 Fatores associados à não-vacinação ou a baixas coberturas vacinais pelo Esquema

Básico Completo por doses válidas (EBCv)

Tabela 19 - Análise multidimensional dos fatores associados à não vacinação das crianças

pelo Esquema Básico Completo por doses válidas no intervalo etário de 12 meses a menor de

24 meses, Fortaleza, 2007

EBCv p-valor *OR (IC95%)

Faixa etária materna

< 30 anos 0,021 1

≥ 30 anos

1,55 (1,07 - 2,24)

Escolaridade materna

0 a 3 anos de estudo 0,148 1,85 (0,80 - 4,25)

4 a 10 anos de estudo 0,001 1,96 (1,30 -2,94)

11 e mais anos de estudo

1

Já utilizou algum serviço privado para vacinação

Sim 0,002 2,29 (1,35 - 3,89)

Não

1

* OR ajustado para as demais variáveis

No contexto multidimensional as variáveis que proporcionaram maior chance das

crianças não serem vacinadas pelo EBCv foram: faixa etária materna igual ou superior a 30

anos (p = 0,021; OR = 1,55; IC95%: 1,07 - 2,24); mães com 4 a 10 anos de estudo (p = 0,001;

OR = 1,96; IC95%: 1,30 - 2,94) e Já ter utilizado algum serviço privado para vacinação (p =

0,002; OR = 2,29; IC95%: 1,35 - 3,89). As mães com 0 a 3 anos de estudo não apresentaram

exposição importante (p = 0,148; OR = 1,85; IC95%: 0,80 - 4,25) (Tabela 19).

No contexto bivariado número de filhos, onde foi realizada a última vacina e

utilizar exclusivamente o serviço privado apresentaram importância significativa para o

EBCv, porém no contexto multidimensional não foram estatisticamente significante para

explicar estes desfechos.

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110

5. DISCUSSÃO

É notório que o PNI vem contribuindo para o avanço da saúde pública no Brasil,

sendo incontestável o impacto do uso sistemático das vacinas no perfil epidemiológico da

população através da redução, controle ou erradicação das doenças imunopreveníveis.

Entretanto, o desafio constante de obtenção de elevadas coberturas vacinais de forma

homogênea se faz necessário para evitar a formação de bolsões de susceptíveis e a reintrodução

de doenças erradicadas e/ou controladas.

Este estudo mostrou um percentual importante de crianças não vacinadas

adequadamente, tanto para as coberturas vacinais pelo Esquema Vacinal Básico (crianças

menores de 12 meses), como pelo Esquema Básico Completo (crianças no intervalo de 12

meses a menores de 24 meses) por doses aplicadas e válidas. Semelhantes resultados foram

encontrados por Pereira et. al., (2009) em Sarandí - PR que observaram que as crianças com

12 meses de idade (68,9%) e crianças de 13 a 23 meses (81,7%) apresentaram cobertura

vacinal abaixo de preconizado. Mesma situação foi encontrada por Ramos, et al., (2010) em

Belém - Pará que detectaram que o índice de cobertura vacinal em crianças, quanto ao

calendário básico de vacinação dos dois primeiros anos de vida foi de 87,97%.

Identificou-se percentuais maiores de CV por doses aplicadas (EVBa e EBCa)

em relação às doses válidas (EVBv e EBCv). Situação também encontrada em todas as

capitais brasileiras no ICV de 2007 (CEALAG, 2007). Segundo Moraes et al. (2003), ao não

considerar os intervalos apropriados entre as doses, a cobertura calculada pode superestimar

a proteção real, incluindo entre os vacinados crianças que, ao receberem as doses com

intervalos mais curtos, podem não ter desenvolvido imunidade. Intervalos mais longos

teriam efeito semelhante ao da aplicação em idades incorretas, uma vez que manteriam as

crianças suscetíveis por um período maior de tempo.

No modelo multidimensional as características das mães que explicaram a não

vacinação das crianças foram: faixa etária materna igual ou superior a 30 anos em todos os

desfechos (EVBa, BVBv, EBCa e EBCv) e escolaridade materna de 4 a 10 anos de estudo

para os desfechos BVBv e EBCv.

Crianças com mães com 30 anos ou mais de idade registram maior chance de não

serem vacinadas pelos EVB e EBC, tanto por doses aplicadas, como por doses válidas. Alias

esta variável esteve presente em todos os desfechos como fator de risco para a não vacinação.

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111

Tais resultados diferem dos encontrados por Carneiro et al. (2013) em Volta Redonda – RJ

que constataram que a maioria das mães das crianças com cartões atrasados encontravam-se

na faixa etária entre 26 e 30 anos e dos resultados achados por Luhm (2008) em Curitiba -

PR, no qual foi observado que a idade materna de 35 anos e mais aparece associada a

esquema vacinal completo. Uma possível explicação deste achado poderia ser que uma mãe

nesta faixa etária pode ter mais filhos e ter mais dificuldade de levar a criança para vacinar, e

se trabalhar, isto ainda dificultaria mais a visita à unidade de saúde, aliada á estas questões, a

ausência das doenças imunopreveníveis e a falsa percepção que elas não existem. Pugliesi et

al. (2010) em Rio de Janeiro-RJ sugeriram que uma visão ativa e consciente dos benefícios

das imunizações para as mães, substituiu possíveis desconhecimentos ou resistências que

possuíssem em relação à vacinação.

Mães com escolaridade materna de 4 a 10 anos de estudo as crianças

apresentaram maior chance de não serem vacinadas nos desfechos por doses válidas.

Corroborando com este resultado Carneiro et al. (2013) verificaram que crianças com

cartões atrasados as mães tinham baixa escolaridade e o estudo de SILVA et al. (1999) onde,

a baixa escolaridade materna foi associada à não vacinação. Entretanto no estudo de Ramos,

et al. (2010) não foram percebidas relações significativas entre a escolaridade dos

responsáveis e condição vacinal.

No modelo multidimensional as características do processo de imunização da

criança que explicaram a não vacinação foram: a criança não foi vacinada na última

campanha (EVBa e EBCa); todas as vacinas foram realizadas no mesmo serviço (EVBa); já

ter utilizado algum serviço privado para vacinação (EVBa, EVBv e EBCv) e a realização da

última vacina ter ocorrido no serviço privado (EVBv e EBCa).

A não participação na campanha de vacinação mostrou maior chance das

crianças não serem vacinadas pelos esquemas EVBa e EBCa, resultado que pode estar

reforçando a importância da estratégia de campanha dia D como uma ação positiva na

captação de crianças com vacinas em atraso. Dando suporte a esta interpretação este estudo

mostrou também que as crianças que não foram vacinadas na campanha, quando

comparadas às crianças que foram vacinadas na data do dia D da campanha, revelaram

maior chance de não serem vacinadas pelos esquemas por doses aplicadas nas duas faixas

etárias. Entretanto, se a criança foi vacinada porem, fora do dia D da campanha, a chance

delas não serem vacinadas pelos esquemas EVBa e EBCa não diferiu significativamente das

vacinadas na data do dia D da campanha. Esta condição sugere que a data do dia D da

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112

campanha mostrou ser uma estratégia importante na busca de não vacinados. No entanto, a

vacinação de campanha ser ampliada para uma semana a mais e a menos da data do dia D de

campanha não se mostrou significante.

O comparecimento na última campanha contra poliomielite foi relatado por 92,4%

das entrevistas. Observando o registro da data da vacinação na última campanha na carteira de

vacinação da criança foi identificada em 91,5% das carteiras de vacina das crianças

(Considerando como vacinado em campanha crianças com doses de vacina contra a

poliomielite registrada no período da semana anterior à semana posterior ao sábado do dia D

de campanha) existia registro desta dose, muito próximo do que foi relatado pelos

responsáveis. Gatti e Oliveira (2005) em Bauru – SP apresentaram semelhante resultados ao

confrontarem a opinião do entrevistado com a situação vacinal real. Eles observaram que

havia uma forte associação positiva entre ambos, ou seja, os respondentes revelaram elevado

grau de consciência sobre a situação vacinal de suas crianças.

A criança vacinada no mesmo serviço registrou maior chance de não ser

vacinada pelo EVBa, em relação às crianças vacinadas em diferentes serviços. No Sistema

Único de Saúde (SUS), as unidades básicas de saúde funcionam como porta de entrada para

os serviços ofertados, através da Estratégia de Saúde da Família, que têm a responsabilidade

sanitária das famílias de uma área adscrita. Este fato aponta para uma provável inexistência

do vínculo das famílias adscritas às unidades de saúde, o que dificulta o segmento das

crianças nas ações de imunizações. Entendendo que a decisão de vacinar, assim como, o

local da vacinação, depende da família, a efetivação da vacinação em Fortaleza poderá estar

associada à conveniência dos responsáveis e/ou à disponibilidade das vacinas na unidade de

saúde.

A utilização de serviço privado para a aplicação de alguma vacina apresentou

maior chance das crianças não apresentarem os esquemas adequados de vacinação (EVBa,

EVBv e EBCv). Barata et al. (2012), descrevendo os achados do ICV de 2007 nas capitais

brasileiras, relataram que, ao verificar as crianças que receberam todas as vacinas em

serviços públicos, estas eram mais propensas a ser completamente vacinadas aos 18 meses

de idade, do que aqueles que receberam algumas ou todas as vacinas no serviço privado,

dados consistentes com este estudo. Neste sentido, estratégias de rastreamento de crianças

frequentadoras do serviço privado, como também, esclarecimentos e parceria com os

estabelecimentos privado de vacinação, poderiam incrementar as coberturas vacinais destas

crianças.

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A realização da última vacina ter ocorrido no serviço privado registrou maior

chance das crianças não terem sido vacinadas pelos EVBv e EBCa. Resultados similares

foram encontrados por Moraes (2002), Luhm (2008) e Barata et al. (2012).

Os motivos das baixas CV ou não vacinação alguns autores sugerem estar

relacionados ao conhecimento dos pais sobre as doenças e as vacinas, aos profissionais de

saúde e aos serviços de saúde. A importância do conhecimento dos pais sobre as doenças e

as vacinas faz a diferença entre vacinar ou não seus filhos, sendo um dos elementos

fundamentais para a continuidade e o sucesso dos programas de imunizações, concordam com

essa afirmação os autores Halperin (2011), Pugliesi et al. (2010) , Molina et al. (2007), Mota

(2008) e Bujes (2012).

Os profissionais de saúde serem os responsáveis pelos motivos das baixas CV ou

não vacinação tiveram a mesma opinião os autores Carneiro et al. (2013) que relataram que os

profissionais de saúde devem participar mais ativamente na busca de crianças faltosas e

Molina et al. (2007) que sugeriu ser a falta de informações prestadas na sala de vacina.

O serviço de saúde ser o responsável pelos motivos das baixas CV ou não

vacinação compartilham da mesma opinião os autores: Gonçalves e Machado (2012) em

Milagres - CE disseram que as oportunidades perdidas de vacinação acontecem diariamente

nas unidades de saúde; Molina et al. (2007) em Botucatu - São Paulo expuseram que o

motivo do atraso vacinal e a não-vacinação estão mais relacionados às características do

serviço, do que os relacionadas à população; Travassos e Martins (2004) relatando sobre os

conceitos de acesso e utilização de serviços de saúde, afirma que o comportamento do

indivíduo é geralmente responsável pelo primeiro contato com os serviços de saúde e os

profissionais de saúde são responsáveis pelos contatos subsequentes; Silva et al. (1999) em

São Luís – MA apresentaram que os fatores estruturais relacionados aos serviços de saúde

dificultam a administração da vacina.

Entretanto, Ramos et al. (2010) relataram não haver um motivo único expressivo

constatado pelo estudo que justificasse o índice de cobertura vacinal em crianças nos dois

primeiros anos de vida.

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114

6. CONCLUSÃO

Neste estudo encontraram-se percentuais maiores de vacinados por doses

aplicadas do que por doses válidas em todos os desfechos, indicando este fato, o

desconhecimento do tempo de permanência de suscetíveis o que favorece a formação de

possíveis bolsões de não vacinados. Este tempo de exposição destas crianças sem a

vacinação ideal para sua faixa etária, a mobilidade globalizada da população que tem

aumentado (lazer, negócios, eventos e convenções e outros motivos), entre outros poderá

possibilitar a reentrada de doenças que hoje são erradicadas e/ou controladas em Fortaleza.

Escolaridade materna apresentou associação significativa somente para os

desfechos por doses válidas (EVBv e EBCv), esquema no qual as vacinas tem a possiblidade

de melhor resposta imunológica e o tempo de exposição da criança como suscetíveis dentro

do previsto. Conclui-se então, que os serviços de imunizações precisam investir em

conhecimentos e informações sobre as vacinas das crianças menores de 24 meses, visando à

adesão de mães com menos escolaridade.

Mães com escolaridade de 0 a 3 anos de estudo, embora os resultados não

tenham sido estatisticamente significativos pelos EVBv e EBCv, merece maiores

investigações, pois este fato, poderá ter ocorrido devido o tamanho da amostra (42).

A realização de busca de não vacinados nas campanhas de vacinação poderá

estar associada à comprovação deste estudo de maiores percentuais de vacinados por doses

aplicadas, em relação doses válidas. Além de que, no contexto multidimensional as crianças

não terem sido vacinadas no dia D de campanha apresentaram maior chance das crianças

não serem vacinadas pelos esquemas de doses aplicadas (EVBa e EBCa).

Identificou-se nas carteiras de vacina que a maioria das crianças possuía registro

da dose de campanha, embora a CV em todos os desfechos tenha sido abaixo do

preconizado pelo PNI, sugerindo então, que na campanha de agosto de 2007 a busca de não

vacinados não foi efetiva na capital do Ceará. Desta forma, em Fortaleza a estratégia de

campanha deve ser considerada e melhor operacionalizada visando busca efetiva dos não

vacinados, tendo em vista, que a estratégia de rotina não ter conseguindo atingir a meta da

cobertura vacinal para as devidas faixas etárias. Essa observação reforça a relevância das

práticas educativas, de comunicação e informação com relação à vacinação, além, da prática

da cobrança da lei nº 6.259, de 30 de outubro de 1975 e da portaria nº 597/GM de 8 de abril

de 2004 que preveem a obrigatoriedade apresentação do comprovante de vacinação

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115

atualizado para efeito de pagamento de salário-família, matrícula em creches, pré-escola,

ensino fundamental ,ensino médio e universidade, alistamento militar, recebimento de

benefícios sociais concedidos pelo Governo e contratação trabalhista, nas instituições

públicas e privadas.

É preocupante a identificação de crianças aos 24 meses apresentarem esquemas

incompletos, pois após esta idade a procura pelo serviço de vacinação diminui, tendo vista,

que o calendário básico de vacinação da criança de 2016 na faixa etária superior a 24 meses

as próximas doses de vacina deverão ser administradas aos 4 anos (reforços da DTP e da

vacina contra a poliomielite).

A utilização de serviço privado para a aplicação de alguma vacina, assim como,

a realização da última vacina ter ocorrido no serviço privado registraram maior chance das

crianças não terem sido vacinadas. Este achado causou curiosidade, por um lado, devido o

perfil das mães que utilizam o serviço privado de vacinação (maior poder aquisitivo e maior

escolaridade) e por outro, os serviços privados de imunizações se mantem com a venda do

produto, neste caso doses de vacina, então quanto mais doses vendidas maior receita. Este

fato merece outros estudos.

Segundo Victora et al. (2011b) a implantação do SUS se fez acompanhar de

importante descentralização do sistema de saúde e resultou na expansão do acesso aos

serviços de saúde, especialmente à atenção básica. Diante desta realidade se faz necessário

entender os motivos das baixas coberturas vacinais e investir na fidelização da clientela ao

serviço de vacinação, através da avaliação e monitoramento das ações, treinamento de

pessoal, melhoria na ambiência da sala de vacina entre outras ações. A estratégia de busca

de não vacinados é a prova da falência da não adesão dos usuários ao serviço, seja ela por

que causa for. De modo que, a ampliação e consolidação de serviços de atenção básica

disponibilizados pela Estratégia de Saúde da Família (ESF), mesmo tendo garantido

melhores níveis de acesso aos serviços de saúde para grande parte da população, nas altas e

homogêneas coberturas vacinais, importantes para o controle das doenças imunopreveníveis,

continuam um desafio.

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116

7. RECOMENDAÇÕES

Este estudo mostrou coberturas vacinais abaixo de 90% nas duas faixas etárias,

indicando que um percentual importante das crianças não esta vacinada adequadamente.

Conforme o CEALAG (2007), o conhecimento preciso da cobertura vacinal em menores de

um ano é um dos elementos importantes para o programa de vigilância epidemiológica na

medida em que permite acompanhar o acúmulo de suscetíveis na população, bem como

aquilatar, até que ponto a imunidade de massa está se constituindo em barreira efetiva para a

interrupção da transmissão das doenças prevenidas com a imunização. Diante do exposto,

Fortaleza precisa ficar atenta quanto à presença de suscetíveis na população, objetivando a

formação de barreiras para a interrupção da transmissão das doenças imunopreveníveis.

O PNI necessita rever suas práticas e entender que o sucesso do programa envolve

o modelo de gestão, o usuário, a atenção multiprofissional e o serviço. Sendo assim, se faz

necessárias mudanças no modelo de gestão do programa de uma atenção centrada na demanda

espontânea, para uma atenção centrada na demanda regulada e com foco na pessoa usuária.

De uma ação reativa na busca de faltosos, para uma ação proativa na procura de maior adesão

ao programa. De uma gestão centrada na avaliação da homogeneidade de coberturas vacinais,

para uma gestão centrada na corresponsabilidade do usuário no seu processo saúde doença.

Na atenção focada no profissional da sala de vacina, para uma atenção multiprofissional na

USF e por fim, em um serviço que garanta à imunização da clientela, a credibilidade do

programa, a adesão dos usuários ao serviço e a identificação dos fatores associados a não

vacinação ou motivos de baixas coberturas vacinais, objetivando uma efetiva imunização da

população e a redução da morbimortalidade das doenças imunopreveníveis.

A convivência entre a equipe multiprofissional, a família e a comunidade

influencia na captação de usuário e no fortalecimento da atenção a vacinação. Na unidade de

saúde todos devem estar envolvidos em solicitar a carteira de vacinação por ocasião da

presença da criança para qualquer tipo de atendimento, e não somente na sala de vacina.

Igualmente importante, são os registros precisos, acessíveis e atuais para que se possa realizar

um monitoramento eficaz do estado de imunização da área adscrita.

A qualificação e sensibilização permanente do pessoal da saúde (profissionais e

estudantes) em vacinação se faz necessária, devido ao perfil epidemiológico das doenças

imunopreveníveis, a introdução de novas vacinas, rotatividade de profissionais nas unidades

de saúde, a mobilidade da população, as migrações originárias de guerras, entre outros.

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Os procedimentos relacionados às ações de imunizações no Brasil até o ano de

2008 eram registrados e faturados no Sistema de informação Ambulatorial (SIA) do SUS por

imunobiológicos, onde esses geravam recursos para as unidades de saúde executoras destas

ações, pois esses procedimentos eram pagos por produção apresentada no SIA/SUS.

Entretanto, a partir de 2008 (ano da implantação da tabela unificada SIGTAP - Sistema de

Gerenciamento da Tabela de procedimentos da Tabela de Procedimentos, Medicamentos e

OPM do SUS), os procedimentos de vacinação continuaram a ser registrados no SIA, para

fins de apresentação/registros de doses aplicadas e remunerados pelo Piso da Atenção Básica

Fixo (PAB FIXO), mantidos na programação física do SIA/SUS nas unidades básicas de

saúde, considerando que o PAB FIXO já remunera tais procedimentos. Os gestores só teriam

que ajustar periodicamente a quantidade física desses procedimentos por unidade de saúde e

registrar a realização das doses aplicadas no SIA/SUS. Diante desta mudança da lógica de

remuneração desses procedimentos, questiono se este fato possa estar influenciando na gestão

das ações de imunizações das coberturas vacinais de rotinas e campanhas, quanto à

diminuição do monitoramento e avaliação das metas vacinais, por não gerar mais recursos,

ocasionando menor busca de não vacinados e de oportunidades perdidas de vacinação? Esta

reflexão merece maiores estudos.

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119

por meio do Piso Variável de Vigilância e Promoção da Saúde, para fomento na implantação

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Acesso e 26/12/2015.

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APÊNDICE

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APÊNDICE A - Carta de Anuência

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APÊNDICE B - Termo de Autorização do Fiel Depositário

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APÊNDICE C - Bairros por Secretaria Executiva Regional de Fortaleza, Segundo

Participação no Inquérito de Cobertura Vacinal, 2007

SER I SERI I SER III SER IV SER V SER VI

Álvaro

Wayne Aldeota

Amadeu

Furtado X Aeroporto X Bom Jardim Aerolândia

Barra do

Ceará Cais do Porto

Antônio

Bezerra Benfica Canindezinho

Alagadiço

Novo X

Carlito

Pamplona Centro

Autran

Nunes Bom Futuro X Conj. Ceará I

Alto da

Balança

Cristo

Redentor Cidade 2000 Bela Vista

Couto

Fernandes X

Conj. Ceará

II Ancuri

Farias Brito Cocó Bom

Sucesso Damas

Conj.

Esperança X Barroso

Floresta De Lourdes X Dom

Lustosa

Demócrito

Rocha Genibaú Cajazeiras

Jacarecanga Dionísio Torres Henrique

Jorge Dendê

Granja

Lisboa Cambeba

Jd Guanabara Dunas X João XXIII Fátima Granja

Portugal Castelão X

Jd Iracema Guararapes Jóquei Clube Itaoca Jd Cearense Cid

Funcionários

Monte

Castelo

Joaquim

Távora

Padre

Andrade X Itaperi José Walter Coaçu X

Moura Brasil X Luciano

Cavalcante

Parque

Araxá Jd América

Manuel

Sátiro Curió

Pirambu X Meireles Parquelândia José

Bonifácio X Maraponga

Edson

Queiroz

São Gerardo

ou Mucuripe Pici Montese Mondubim Guajerú

(Alagadiço) P de Iracema Pres.

Kennedy

Pam

Americano

Pq Pres

Vargas X Jangurussu

Vila Ellery Papicu Quintino

Cunha Parangaba Pq São José X

Jd das

Oliveiras

Vila Velha

Praia do Futuro

I

Rodolfo

Teófilo Parreão

Pq Santa

Rosa

Lagoa

Redonda

Praia do Futuro

II

Serrinha Siqueira Mata Galinha

S João Tatuapé

Vila União

Plan. Airton

Sena Messejana

Salinas

Vila Peri X

Passaré

Varjota

Paupina X

Vicente Pizon

Pedras X

Pq dois

Irmãos

Pq Iracema X

Legenda

Pq Manibura

X Nº de Bairros Não Participantes do ICV 24

Sabiaguaba X

Nº de Bairros Participantes do ICV 92

Sapiranga

Coité

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ANEXO

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ANEXO A - Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) do Hospital São Carlos do Ceará

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ANEXO B - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

INQUÉRITO DE COBERTURA VACINAL NAS ÁREAS URBANAS DAS CAPITAIS

DOS ESTADOS DO BRASIL, 2007

SECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE/ MINISTÉRIO DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE MEDICINA SOCIAL / FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS

DA SANTA CASA DE SÃO PAULO

Caro Senhor (a),

A Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde encomendou à

Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa - São Paulo, uma pesquisa para avaliar como

vai a vacinação das crianças aqui na cidade.

Como o Sr(a) sabe, as vacinas são feitas para evitar algumas doenças e evitar

epidemias por essas doenças. Quanto mais pessoas vacinadas, menor a chance de que essas

doenças ocorram na população.

Para avaliar se as crianças estão tomando as vacinas que elas precisam, além de

olhar os registros dos postos de saúde, ou clínicas de vacina, é necessário verificar se as

crianças estão tomando as vacinas corretamente. E se elas não estão tomando as vacinas nos

momentos corretos, quais são as razões para que isto aconteça. Conhecendo o que de fato está

acontecendo é que a Secretaria poderá melhorar a vacinação das crianças, e prevenir doenças

e epidemias, beneficiando toda população.

Para chegar a essas informações, esta pesquisa está acontecendo, e nós

solicitamos a sua colaboração.

Sua participação consiste em mostrar a carteirinha de vacina do seu(sua)s

filho(a)s, e responder a algumas perguntas sobre a situação de vacina das crianças. Todas as

informações que o Sr. (a) prestar serão mantidas em sigilo.

Somente crianças nascidas em 2005 serão pesquisadas. Nem todas as casas serão

visitadas pelos entrevistadores, apenas uma amostra que representará o município.

Nenhuma pessoa entrevistada ganhará ou pagará nada para participar da pesquisa.

Qualquer dúvida, favor entrar em contato com o ............................ (nome e

telefone)

Se o Senhor (a) concordar, por favor, queira assinar na linha abaixo.

_____________________________

Assinatura do entrevistado

_________________________

Entrevistador

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ANEXO C - Questionário do Inquérito de Cobertura Vacinal nas Capitais Brasileiras

COBERTURA VACINAL NAS CAPITAIS BRASILEIRAS

NASCIDO ENTRE 1º DE JANEIRO DE 2005 E 31 DE DEZEMBRO DE 2005

Identificação 1.Controle |__||__||__||__||__||__|

2 Hora início |__||__| : |__||__| Capital

3. Estrato: |__| 4 Conglomerado |__||__|

5 Endereço

6 Entrevistado 7 Telefone:

8 Relação com a criança sorteada

9. Entrevistado

Controle da entrevista

10 Data da entrevista |__||__|/|__||__|/|__||__|

Motivo da não realização da entrevista: 1 - Recusa 2 - Casa Fechada 3 - Informante Ausente

11 Motivo |__| 12 Data |__||__|/|__||__|/|__||__|

13 Motivo |__| 14 Data |__||__|/|__||__|/|__||__|

Características da mãe e da criança

15 Nome da

Criança

16 Sexo |__| 1-Masc 2-Fem 17 Data Nascimento |__||__|/|__||__|/|__||__|

18 Cor da criança: |__| 1-Branca 2-Preta 3-Amarela

4-Parda 5-Indígena

19 Idade da mãe |__||__|

20 Nº de Filhos |__||__| 21 Ordem de Nascimento da Criança: |__||__|

22 Possui companheiro morando junto? |__| 1-Sim 2-Não 9-Ign

23 Alguma avó mora junto ? |__| 1-Sim 2-Não 9–Ign

24 Anos de estudos da Mãe |__||__|

25 Mãe Trabalha Fora |__| 1-Sim 2-Não 9-Ign

26 Nº de cômodos para dormir |__||__| 27 N.º de Pessoas |__||__|

Nesta casa existe ? 1-Sim 2-Não 9-Ign

28 Rádio |__| 29 Geladeira ou Freezer |__|

30

Videocassete/DVD

|__| 31 Máquina de lavar

roupa

|__| (não considerar tanquinho)

32 Forno de

microondas

|__| 33 Linha telefônica

instalada

|__|

34 Microcomputador |__|

Nesta Casa, qual a quantidade existente

de:

(Se não tiver anotar 0 (zero). Se tiver 9 ou mais registrar 9)

35 Televisor |__| 36 Automóveis (uso particular) |__|

37 Aparelho de ar condicionado |__| Se houver ar condicionado central, anotar número de cômodos servidos

38 Há quanto tempo mora nesta casa ? |__||__|Anos Se morar há menos de 2 anos passar para a

pergunta seguinte, senão pule para o bloco BCG

39 Onde morou antes? |__| 1-Mesmo município 2-Outro município

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40 A criança é vacinada? |__| 1-Sim 2-Não 9-Ign 41 Possui carteira ? |__|1-Sim 2-Não 9-Ign

42 Vacina BCG Idade (meses) Idade (meses)

1 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 2 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__|

43 Vacina contra Poliomielite

Idade (meses) Idade (meses)

1 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 2 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__|

3 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 4 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__|

5 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 6 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__|

7 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 8 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__|

9 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 10 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__|

44 Vacina Tetravalente

Idade (meses) Idade (meses)

1 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 2 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__|

3 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 4 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__|

5 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 6 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__|

45 Vacina contra Hepatite B

Idade (meses) Idade (meses)

1 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 2 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__|

3 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 4 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__|

46 Vacina Tríplice Viral (SCR)

Idade (meses) Idade (meses)

1 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 2 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__|

3 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 4 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__|

47 Vacina contra Hib

Idade (meses) Idade (meses)

1 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 2 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__|

3 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 4 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__|

48 Vacina DPT Idade (meses) Idade (meses)

1 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 2 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__|

3 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 4 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__|

49 Vacina contra Sarampo Idade (meses) Idade (meses)

1 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 2 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__|

50 Vacina contra Febre Amarela Idade (meses) Idade (meses)

1 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 2 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__|

51 Participou da última campanha ? (Data) |__| 1-Sim 2-Não 9-Ign

52 Por que não pode comparecer ?

53 Todas as vacinas foram realizadas no mesmo serviço? |__| 1-Sim 2-Não 9-Ign

54 Você já utilizou algum serviço privado para vacinação ? |__| 1-Sim 2-Não 9-Ign

55 Onde foi realizada a última vacina ? |__| 1-Público 2-Privado 9-Ign

56 Você utiliza exclusivamente serviço privado ? |__| 1-Sim 2-Não 9-Ign

57 Hora Término

|__||__| : |__||__|

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Anotar vacinas que não se enquadram no esquema tradicional

Vacina :

Controle

|__||__||__||__||__||__|

Idade (meses) Idade (meses)

1 |__||__|/|__||__|/|_

_||__|

|__||__| 2 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__|

3 |__||__|/|__||__|/|_

_||__|

|__||__| 4 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__|

5 |__||__|/|__||__|/|_

_||__|

|__||__| 6 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__|

Vacina :

Idade (meses) Idade (meses)

1 |__||__|/|__||__|/|_

_||__|

|__||__| 2 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__|

3 |__||__|/|__||__|/|_

_||__|

|__||__| 4 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__|

5 |__||__|/|__||__|/|_

_||__|

|__||__| 6 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__|

Vacina :

Idade (meses) Idade (meses)

1 |__||__|/|__||__|/|

__||__|

|__||__| 2 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__|

3 |__||__|/|__||__|/|

__||__|

|__||__| 4 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__|

Vacina :

Idade (meses) Idade (meses)

1 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 2 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__|

3 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 4 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__|

Vacina :

Idade (meses) Idade (meses)

1 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 2 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__|

3 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 4 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__|

Vacina :

Idade (meses) Idade (meses)

1 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 2 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__|

3 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 4 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__|

Vacina :

Idade (meses) Idade (meses)

1 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 2 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__|

Vacina :

Idade (meses) Idade (meses)

1 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__| 2 |__||__|/|__||__|/|__||__| |__||__|

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Equipes de coordenação

NOME FORMAÇÃO

(Titulo Maximo)

José Cassio de Moraes

Rita de C. Barradas Barata

Ione Aquemi Guibu

Manoel Carlos Sampaio de Almeida Ribeiro

Maria Amélia de Sousa Mascena Veras

Maria Josefa Penon Rujula Gonçalves

Osíris Simões

Paulo Carrara de Castro

Karina Cássia Ribeiro

Maria Lucia Rocha Mello

Helena Barbosa

Expedito Luna

Prof. Doutor

Prof. Doutor

Mestrado

Prof. Doutor

Prof. Doutor

Prof. Doutor

Mestrado

Mestrado

Prof. Doutor

Mestrado

Mestrado

Prof. Doutor

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ANEXO D - Protocolo de Conduta para Fornecimento e Utilização de Dados e

Publicação do Estudo: Inquérito se Cobertura Vacinal nas Capitais Brasileiras 2007 –

Cobertura Vacinal 2007

1. O projeto COBERTURA VACINAL 2007 é um estudo que será desenvolvido em todas

as capitais brasileiras e no município de Campinas, com o objetivo de investigar a cobertura

vacinal real em crianças de 0 a 18 meses de idade residentes nas capitais dos estados

brasileiros; avaliar o acesso e a adesão ao Programa Nacional de Imunizações; estimar as

diferenças entre os dados administrativos e aqueles produzidos no inquérito e identificar a

existência de heterogeneidade na cobertura vacinal de populações de distintos estratos

socioeconômicos em cada capital. A coorte de estudo serão as crianças nascidas em 2005.

2. O projeto tem como coordenador principal José Cássio de Moraes (FCMSCSP)

3. A Coordenação Central é formada por:

José Cássio de Moraes (coordenador principal)

Expedito de Albuquerque Luna

Helena Barbosa

Ione Guibu

Manoel Carlos Sampaio de Almeida Ribeiro

Maria Amélia Mascena Veras

Maria Josefa Penón Rújula (Pepita)

Maria Lúcia Rocha de Mello

Oziris Simões

Paulo Carrara de Castro

Rita Barradas Barata

4. Comitê coordenador é formado por

Coordenador principal

Representante da SVS Ministério da Saúde

5. A coordenação institucional do estudo é do Depto de Medicina Social da Faculdade de

Ciências Médicas da Santa Casa São Paulo através do Centro de Estudos Augusto Leopoldo

Ayrosa Galvão- CEALAG. As análises básicas serão realizadas neste local em cooperação

com outras instituições que participam da COBERTURA VACINAL 2007.

6. O estudo deverá gerar obrigatoriamente um relatório técnico a serem enviados à

Organização Pan-americana da Saúde e à Secretaria de Vigilância da Saúde do Ministério da

Saúde do Brasil, co-financiadores do projeto. Este relatório deverá conter as informações

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relevantes referentes a todas as capitais brasileiras destacando a cobertura média estimada e

as coberturas observadas em cada estrato socioeconômico evidenciando as desigualdades

intramunicipais.

7. O artigo gerado a partir do relatório geral do projeto será da autoria do grupo que

compõem a coordenação central.

8. Além do artigo referente ao relatório geral poderão ser produzidos artigos referentes a

cada uma das capitais estudadas. Nestes casos a autoria será do coordenador local (se

houver) e do membro da coordenação central responsável pelo inquérito em cada uma das

capitais, acrescido de outros componentes das equipes locais à critério do coordenador

central (com base dos preceitos das boas normas de conduta científica). Nesses casos haverá

menção ao fato de tratar-se de análise parcial de dados pertencentes ao projeto de

COBERTURA VACINAL 2007.

9. Estudos adicionais poderão ser conduzidos a partir dos dados coletados mediante

solicitação de utilização do banco de dados por terceiros ou por membros da própria equipe

de pesquisa. Nestes casos a autoria será dos proponentes havendo obrigatoriedade de

menção ao grupo responsável (autor corporativo “COBERTURA VACINAL 2007”).

10. Todas as publicações por qualquer membro do Grupo de Trabalho (formado pela

coordenação central, coordenadores locais e supervisores responsáveis pela coleta de dados)

e por outros pesquisadores que não pertençam a este, devem se pautar pelos critérios de

autoria e demais normas do documento: Requisitos Uniformes para Manuscritos Submetidos

a Periódicos Biomédicos: escrevendo e editando para publicações biomédicas (Tradução

Publicada na Revista Epidemiologia e Serviços de Saúde, Vol 15, nº 1, janeiro/março de

2006), disponível em meio eletrônico:

http://www.saude.gov.br/svs/pub/pub00htm).

11. O banco de dados da COBERTURA VACINAL 2007 permanece como propriedade do

Ministério da Saúde - Secretaria de Vigilância em Saúde, que em conjunto com o Depto de

Medicina Social mantém a sua guarda. Quaisquer análises realizadas com esses dados, que

não sejam aquelas especificadas nos protocolos da COBERTURA VACINAL 2007

precisarão do consentimento do Comitê Coordenador.

12. Dependendo da solicitação e do desenho de estudo proposto, o Comitê Coordenador da

COBERTURA VACINAL 2007 pode impor restrições no banco a ser fornecido, de forma a

garantir que sejam preservados os propósitos do projeto original.

13. A solicitação de dados deve incluir os nomes e as instituições dos pesquisadores

individuais que serão responsáveis pela análise e interpretação de dados da COBERTURA

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143

VACINAL 2007 além da apresentação resumida do projeto contendo:

justificativa do estudo;

objetivos;

explicitação dos itens do banco de dados da COBERTURA VACINAL 2007

solicitado;

metodologia proposta para a análise;

cronograma proposto para o término e publicação do estudo.

14. Os propósitos da apresentação do protocolo são:

14.1 Fornecer justificativa suficiente para o fornecimento de dados por parte do Comitê

Coordenador;

14.2 Permitir que o Comitê Coordenador possa prevenir a duplicação de esforços e juntar

investigadores com interesses similares;

14.3 Permitir que o Comitê Coordenador forneça sugestões em relação a aspectos práticos

da preparação e interpretação dos dados, visando à obtenção do melhor resultado possível.

Protocolo de acordo a ser assinado entre o solicitante e ao Comitê Coordenador

Acordo

Li e entendi o Protocolo de Conduta sobre as Condições de Fornecimento e Utilização de

Dados do Projeto COBERTURA 2007. Concordo em seguir cada uma das condições que

fazem parte desse acordo.

Data: ____________________

Assinatura do investigador principal: ___________________________________

Nome (em letras de forma):

_______________________________________________________________

Cargo: _______________________________________________________________

Endereço da Instituição:

_______________________________________________________________

Aprovação O Comitê Coordenador revisou o protocolo submetido pelo coordenador

principal e aprova o acesso aos dados da COBERTURA 2007 solicitados.

Data: ________________

Membro do Comitê Coordenador: ____________________________________

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ANEXO E – Portaria Nº 597/GM de 8 de abril de 2004

Institui, em todo território nacional, os calendários de vacinação.

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso de suas atribuições e tendo em

vista o disposto nos arts 27 e 29 do Decreto nº 78.231, de 12 de agosto de 1976, que

regulamenta a Lei nº 6.259, de 30 de outubro de 1975, e

Considerando a necessidade de estabelecer normas sobre o Programa Nacional

de Imunizações,

R E S O L V E:

Art. 1º Instituir, em todo território nacional, os calendários de vacinação

visando o controle, eliminação e erradicação das doenças imunopreveníveis por intermédio

do Programa Nacional de Imunizações, vinculado ao Departamento de Vigilância

Epidemiológica – DEVEP, da Secretaria de Vigilância em Saúde.

Art. 2º Estabelecer que a partir de 2004 serão adotados o Calendário Básico de

Vacinação da Criança, o Calendário de Vacinação do Adolescente e Calendário de

Vacinação do Adulto e Idoso, conforme disposto nos Anexos I, II e III desta Portaria,

respectivamente.

Art. 3º Determinar que as vacinas e períodos estabelecidos nos calendários

constantes dos Anexos I, II e III desta Portaria são de caráter obrigatório.

Art. 4º O cumprimento da obrigatoriedade das vacinações será comprovado por

meio de atestado de vacinação a ser emitido pelos serviços públicos de saúde ou por

médicos em exercício de atividades privadas, devidamente credenciadas para tal fim pela

autoridade de saúde competente, conforme disposto no art. 5º da Lei 6.529/75.

§ 1º O comprovante de vacinação deverá ser fornecido por médicos e ou

enfermeiros responsáveis pelas unidades de saúde, devidamente carimbado e assinado tendo

o número da unidade que esta fornecendo, bem como o número do lote e laboratório

produtor da vacina aplicada.

§ 2º O atestado de vacinação também poderá ser fornecido pelas clínicas

privadas de vacinação e que estejam de acordo com a legislação vigente, atendendo as

exigências para o funcionamento de estabelecimentos privados de vacinação, seu

licenciamento, fiscalização e controle.

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§ 3º As vacinas obrigatórias e seus respectivos atestados serão gratuitos na rede

pública dos serviços de saúde.

Art. 5º Deverá ser concedido prazo de 60 (sessenta) dias para apresentação do

atestado de vacinação, nos casos em que ocorrer a inexistência deste ou quando forem

apresentados de forma desatualizada.

§ 1º Para efeito de pagamento de salário-família será exigida do segurado a

apresentação dos atestados de vacinação obrigatórias estabelecidas nos Anexos I, II e III

desta Portaria.

§ 2º Para efeito de matrícula em creches, pré-escola, ensino fundamental ,ensino

médio e universidade o comprovante de vacinação deverá ser obrigatório, atualizado de

acordo com o calendário e faixa etária estabelecidos nos Anexos I, II e III desta Portaria.

§ 3º Para efeito de Alistamento Militar será obrigatória apresentação de

comprovante de vacinação atualizado.

§ 4º Para efeito de recebimento de benefícios sociais concedidos pelo Governo,

deverá ser apresentado comprovante de vacinação, atualizado de acordo com o calendário e

faixa etária estabelecidos nos Anexos I, II e III desta Portaria.

§ 5º Para efeito de contratação trabalhista, as instituições públicas e privadas

deverão exigir a apresentação do comprovante de vacinação, atualizado de acordo com o

calendário e faixa etária estabelecidos nos Anexos I, II e III desta Portaria.

Art. 6º Fica delegada competência ao Secretário de Vigilância em Saúde para

editar normas regulamentadoras desta Portaria.

Art. 7º Fica revogada a Portaria nº 221/GM, de 05 de maio de 1978, publicada

no Diário Oficial Seção 1, Parte 1, de 11 de maio de 1978, pág. 6924.

Art. 8º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

HUMBERTO COSTA

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ANEXO I

CALENDÁRIO BÁSICO DE VACINAÇÃO

IDADE VACINAS DOSE DOENÇAS EVITADAS

Ao nascer BCG-ID Dose única Formas graves da Tuberculose

Contra Hepatite B (1)

1ª dose Hepatite B

1 mês Contra Hepatite B 2ª dose Hepatite B

2 meses

Tetravalente (DTP +

Hib) (2)

1ª dose

Difteria, Tétano, Coqueluche,

Meningite e outras infecções por

Haemophilus influenza Tipo b

VOP (Vacina Oral

Contra a Pólio) 1ª dose Poliomielite ou Paralisia Infantil

4 meses

Tetravalente (DTP +

Hib) 2ª dose

Difteria, Tétano, Coqueluche,

Meningite e outras infecções por

Haemophilus influenza Tipo b

VOP (Vacina Oral

Contra a Pólio) 2ª dose Poliomielite ou Paralisia Infantil

6 meses

Tetravalente (DTP +

Hib) 3ª dose

Difteria, Tétano, Coqueluche,

Meningite e outras infecções por

Haemophilus influenza Tipo b

VOP (Vacina Oral

contra a Pólio) 3ª dose Poliomielite ou Paralisia Infantil

Contra Hepatite B 3ª dose Hepatite B

9 meses Contra Febre Amarela

(3) Dose única Febre Amarela

12 meses SRC (Tríplice Viral) Dose única Sarampo, Caxumba e Rubéola

15 meses

DTP (Tríplice

Bacteriana) 1º reforço Difteria, Tétano, Coqueluche

VOP (Vacina Oral

contra a Pólio) reforço Poliomielite ou Paralisia Infantil

4 - 6 anos

DTP (Tríplice

Bacteriana) 2º reforço Difteria, Tétano, Coqueluche

SRC (Tríplice Viral) Reforço Sarampo, Caxumba e Rubéola

6 - 10 anos BCG-ID

(4) Reforço formas graves da Tuberculose

10 anos Contra Febre Amarela Reforço Febre Amarela

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(1)

A primeira dose da vacina contra Hepatite B deve ser administrada na maternidade,

nas primeiras 12 horas de vida do recém nascido. O esquema básico se constitui de

03 (três) doses, com intervalos de 30 dias da primeira para a segunda dose e 180

dias da primeira para a terceira dose.

(2)

O esquema de vacinação atual é feito aos 2, 4 e 6 meses de idade com a vacina

Tetravalente e dois reforços com a Tríplice Bacteriana (DTP). O primeiro reforço

aos 15 meses e o segundo, entre 4 e 6 anos.

(3)

A vacina contra Febre Amarela está indicada para crianças a partir dos 09 meses de

idade, que residam ou que irão viajar para área endêmica (estados: AP, TO, MA,

MT, MS, RO, AC, RR, AM , PA, GO e DF), área de transição (alguns municípios

dos estados: PI, BA, MG, SP, PR, SC E RS) e área de risco potencial (alguns

municípios dos estados BA, ES e MG). Se viajar para áreas de risco, vacinar contra

Febre Amarela 10 (dez) dias antes da viagem.

(4) Em alguns estados, esta dose não foi implantada. Aguardando conclusão de estudos

referentes a efetividade da dose de reforço..

ANEXO II

CALENDÁRIO DE VACINAÇÃO DO ADOLESCENTE (¹)

IDADE VACINAS DOSE DOENÇAS EVITADAS

De 11 a 19 anos (na primeira vista ao

serviço de saúde)

Hep B 1ª dose Contra Hepatite B

dT (²)

1ª dose Contra Difteria e Tétano

FA (³)

dose

inicial Contra Febre Amarela

SCR (4)

dose única Contra Sarampo,

Caxumba e Rubéola

1 mês após a 1ª dose contra Hepatite B Hep B 2ª dose Contra Hepatite B

6 meses após a 1ª dose contra Hepatite B Hep B 3ª dose Contra Hepatite B

2 meses após a 1ª dose contra Difteria e

Tétano dT 2ª dose Contra Difteria e Tétano

4 meses após a 1ª dose contra Difteria e

Tétano dT 3ª dose Contra Difteria e Tétano

A cada 10 anos por toda vida dT

(5) Reforço Contra Difteria e Tétano

FA Reforço Contra Febre Amarela

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(1) Adolescente que não tiver comprovação de vacinação anterior, seguir este esquema. Se

apresentar documentação com esquema incompleto, completar o esquema já iniciado.

(2)

Adolescente que já recebeu anteriormente 03 (três) doses ou mais das vacinas DTP,

DT ou dT, aplicar uma dose de reforço. É necessário doses de reforço da vacina a cada

10 anos. Em ferimentos graves, antecipar a dose de reforço para 05 anos após a última

dose. O intervalo mínimo entre as doses é de 30 dias.

(3)

Adolescente que resida ou que irá viajar para área endêmica (estados: AP, TO, MA,

MT, MS, RO, AC, RR, AM, PA, GO e DF), área de transição (alguns municípios dos

estados PI, BA, MG, SP, PR, SC E RS) e área de risco potencial (alguns municípios

dos estados BA, ES e MG). Em viagem para essas áreas, vacinar 10 (dez) dias antes da

viagem.

(4) Adolescente que tiver duas doses da vacina Tríplice Viral (SCR) devidamente

comprovada no cartão de vacinação, não precisa receber esta dose.

(5)

Adolescentes grávidas, que esteja com a vacina em dia, mas recebeu sua última dose

há mais de 5 (cinco) anos, precisa receber uma dose de reforço. Em caso de ferimentos

graves, a dose de reforço deve ser antecipada para cinco anos após a última dose.

ANEXO III

CALENDÁRIO DE VACINAÇÃO DO ADULTO E DO IDOSO

IDADE VACINAS DOSE DOENÇAS EVITADAS

A partir de 20 anos

dT (1)

1ª dose Contra Difteria e Tétano

FA (2)

dose inicial Contra Febre Amarela

SR e/ou SCR (3)

dose única Sarampo, Caxumba e Rubéola

2 meses após a 1ª dose

contra Difteria e

Tétano

dT 2ª dose Contra Difteria e Tétano

4 meses após a 1ª dose

contra Difteria e

Tétano

dT 3ª dose Contra Difteria e Tétano

A cada 10 anos por

toda vida

dT (4)

Reforço Contra Difteria e Tétano

FA Reforço Contra Febre Amarela

60 anos ou mais

Influenza (5)

dose anual Contra Influenza ou Gripe

Pneumococo (6)

dose única Contra Pneumonia causada pelo

pneumococo

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(1)

A partir dos 20 (vinte) anos gestantes, não gestante, homens e idosos que não

tiverem comprovação de vacinação anterior, seguir o esquema acima de 3 doses.

Apresentando documentação com esquema incompleto, completar o esquema já

iniciado. O intervalo mínimo entre as doses é de 30 dias.

(2)

Adulto/Idoso que resida ou que irá viajar para área endêmica (estados AP, TO,

MA, MT, MS, RO, AC, RR, AM, PA, GO e DF), área de transição (alguns

municípios dos estados PI, BA, MG, SP, PR, SC E RS) e área de risco potencial

(alguns municípios dos estados BA, ES e MG). Em viagem para essas áreas,

vacinar 10 (dez) dias antes da viagem.

(3)

A vacina dupla viral - SR (Sarampo e Rubéola) e/ou a vacina tríplice viral - SCR

(Sarampo, Caxumba e Rubéola) deve ser administrada em mulheres de 12 a 49

anos que não tiverem comprovação de vacinação anterior e em homens até 39

(trinta e nove) anos.

(4)

Mulher grávida, que esteja com a vacina em dia, mas recebeu sua última dose há

mais de 05 (cinco) anos, precisa receber uma dose de reforço. Em caso de

ferimentos graves em adultos, a dose de reforço deverá ser antecipada para cinco

anos após a última dose.

(5) As vacinas contra Influenza é oferecida anualmente durante a Campanha Nacional

de Vacinação do Idoso.

(6)

A vacina contra pneumococos é aplicada, durante a Campanha Nacional de

Vacinação do Idoso, nos indivíduos que convivem em instituições fechadas, tais

como, casas geriátricas, hospitais, asilos, casas de repouso, com apenas um

reforço cinco anos após a dose inicial.

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