universidade estadual de santa cruz -...

133
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA MOLECULAR APLICAÇÃO BIOTECNOLÓGICA DE EXTRATO DE CASCAS DO FRUTO DE CACAU: MECANISMO DE AÇÃO, ATIVIDADE ANTIMICROBIANA E NÃO GENOTÓXICA REGINEIDE XAVIER SANTOS ILHÉUS – BAHIA – BRASIL Novembro de 2013

Upload: duongtram

Post on 15-Dec-2018

217 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZPROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA

MOLECULAR

APLICAÇÃO BIOTECNOLÓGICA DE EXTRATO DE CASCAS DO FRUTO DE CACAU: MECANISMO DE AÇÃO, ATIVIDADE ANTIMICROBIANA E NÃO

GENOTÓXICA

REGINEIDE XAVIER SANTOS

ILHÉUS – BAHIA – BRASIL

Novembro de 2013

Page 2: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

REGINEIDE XAVIER SANTOS

APLICAÇÃO BIOTECNOLÓGICA DE EXTRATO DE CASCAS DO FRUTO DE CACAU: MECANISMO DE AÇÃO, ATIVIDADE ANTIMICROBIANA E NÃO

GENOTÓXICA

Tese apresentada à Universidade Estadual

de Santa Cruz, como parte das exigências

para obtenção do título de Doutor em

Genética e Biologia Molecular.

ILHÉUS – BAHIA – BRASILNovembro de 2013

Page 3: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

REGINEIDE XAVIER SANTOS

Aplicação biotecnológica do extrato de cascas do fruto de cacau: mecanismo

de ação, atividade antimicrobiana e não genotóxica

Tese apresentada à

Universidade Estadual de Santa Cruz, como

parte das exigências para obtenção do título

de Doutora em Genética e Biologia

Molecular.

Área de concentração: Biotecnologia

APROVADA: 21 de Novembro de 2013

Prof. Dra. Jane Marlei Boeira Prof. Dr. Dirceu Joaquim Costa

(UERGS / RS) (UESB / BA)

Prof. Dr. Sonia Cristina Melo Prof. Dr. Luiz Carlos Salay

(UESC / BA ) (UESC / BA)

Prof. Dra. Cristina Pungartnik

(UESC – Orientadora)

Page 4: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

(...) Pois de tudo fica um pouco.

Fica um pouco de teu queixo

No queixo de tua filha.

De teu áspero silêncio

Um pouco ficou, um pouco

nos muros zangados,

nas folhas, mudas, que sobem.

Ficou um pouco de tudo

nos pires de porcelana,

dragão partido, flor branca,

ficou um pouco

de ruga na vossa testa,

retrato.

(...) E de tudo fica um pouco.

(Resíduo)

Drummond de Andrade

Page 5: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

Dedico este trabalho a meu

esposo: JÓ, pela paciência,

incentivo, e acima de tudo pela

amizade!!!!

Page 6: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

AGRADECIMENTOS

"Cada um que passa em nossa vida, passa sozinho, pois cada pessoa é única e nenhuma substitui outra.

Cada um que passa em nossa vida passa sozinho, mas não vai só, nem nos deixa só. Leva um pouco de nós mesmos, deixa um pouco de si mesmo.

Há os que levam muito, mas há os que não levam nada. Essa é a maior responsabilidade de nossa vida, e a prova de que duas almas não se encontram ao acaso"

(Antoine de Saint-Exupéry)

Agradeço...

Ao Programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia Molecular.

Ao CNPq pela concessão da bolsa de estudos.

À minha orientadora Dra. Cristina Pungartnik, TODO MEU CARINHO por encontrar

não só uma orientadora de excelência, mas com uma verdadeira amiga, “mãezona”

e mestra, que deixará ensinamentos de profissionalismo e amizade, para uma vida

inteira.

Ao Dr. Martin Brendel, pela valiosa colaboração e oportunidade de aprender e de

fazer ciência com excelência.

Ao Dra. Grace Gosmann (UFRGS) pela co-orientação, apoio concedido ao meu

aperfeiçoamento profissional, sempre prestativa.

À minha 2a co-orientadora, Aline Zimmer (UFRGS), foi ela que me ensinou tudo

sobre o CLAE. Pessoa de excelente convívio!

À DEUS, pela vida pela minha família e por todas as bênçãos que recebo todos os

dias.

Ào meu esposo, amigo, companheiro... Jó, pela paciência, por estar SEMPRE ao

meu lado, pelos muitos cuidados, por me proporcionar muitos instantes de alegria e

paz em momentos de muito estresse.

Àos meus para sempre amores Lupita, Joannes e Joice com as minhas ausências,

sempre com um sorriso e carinho, cada uma do seu jeito.

Page 7: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

Às minhas sempre amigas e companheiras Tati, Gabí e Sônia pelo companheirismo

e apoio técnico nos trabalhos.

À Diêgo pelas ajudas imensuráveis nos experimentos, IC de total competência.

Os meus agradecimentos se estendem ao pessoal do LaFiS da UFRGS e a Dani

Trentin pelos ensinamentos dos ensaios antibacteriano.

Ao universo de pessoas que me ajudaram em todo o processo de pesquisa, sem

todos vocês não haveria nada nestas páginas.

À todos muito obrigada!

Page 8: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

ÍNDICE

LISTA DE ABREVIATURAS................................................................................... i

RESUMO................................................................................................................. ii

ABSTRACT............................................................................................................. iv

1. INTRODUÇÃO.................................................................................................... 1

2. REVISÃO DE LITERATURA............................................................................... 3

2.1 Theobroma cacao L....................................................................................... 3

2.2 AS CASCAS DO T. cacao.............................................................................. 9

2.3 BIOTRANSFORMAÇÃO................................................................................ 12

2.4 ANTIMICROBIANOS..................................................................................... 15

2.5 GENOTOXICIDADE ..................................................................................... 17

3. OBJETIVOS........................................................................................................ 26

3.1 GERAL............................................................................................................... 26

3.2 ESPECÍFICOS................................................................................................... 26

4. CAPÍTULO I ………………………………………………………...................…….. 27Patente: Privilégio de Inovação - Extrato da casca do fruto do cacaueiro: obtenção e uso agrícola.......................................................................................... 28

4. CAPÍTULO II…………………………………………………………....................… 50Antimicrobial Activity of Fermented Theobroma cacao Pod Husk Extract (CHE)....................................................................................................................... 51

4. CAPÍTULO III…………………………………………………………....................… 67Fermented Theobroma cacao Pod Husk Extract: Genotoxicity in Yeast, bacteria and mammalian cell................................................................................................. 68

5. DISCUSSÃO GERAL.......................................................................................... 91

6. CONCLUSÕES................................................................................................... 997. PERSPECTIVAS................................................................................................. 1008. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................... 101

ANEXOS.................................................................................................................. 119

Page 9: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

LISTA DE ABREVIATURAS

4NQO Óxido de 4-nitroquinoleína

A AdeninaATP Adenosina tri-fosfato

C Citosina

CAT Catalase

CCD Cromatografia em camada delgada

Cepec Centro de Pesquisa do Cacau

Ceplac Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira

CO2 Dióxido de carbono

dag Unidade de medida decagrama (101 g)

G Guanina

H2O2 Peróxido de hidrogênio

H2SO4 Ácido Sulfurico

m Unidade de medida metro

Na2SO4 Sulfato de sódio

NAD Nicotina adenina dinucleotídeo

NAD+ Nicotina adenina dinucleotídeo (oxidado)

NADH Nicotina adenina dinucleotídeo (reduzido)

NER Reparação por excisão de nucleotídeo

T Timina

t Tonelada

TSH Trinidad Select Hybrid

UVC Radiação ultravioleta (254nm)

V79 Células de fibroblastos de pulmão de Hamster Chinese

i

Page 10: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

RESUMO

SANTOS, Regineide Xavier, DS, Universidade Estadual de Santa Cruz, Ilhéus, Novembro

de 2013. Possíveis aplicações biotecnológicas do extrato de cascas de cacau:

mecanismo de ação, atividade antimicrobiana e não genotóxica. Orientadora: Dra.

Cristina Pungartnik. Co-orientador: Dra. Grace Gosmann. Colaborador: Dr. Martin Brendel.

O cacaueiro (Theobroma cacao L.) é uma planta originaria da América do Sul e

Central tendo seu cultivo se espalhado por todo mundo. Na região sul do estado da Bahia

se cultivam mais de 400.000 ha de T. cacao com produção de grande quantidade de

cascas do fruto de cacau após o beneficiamento da fruta, que ficam depositadas no

mesmo local das plantações. O objetivo deste trabalho foi identificar possíveis aplicações

biotecnológicas para o extrato da casca do fruto do cacau fermentada e atestar a

seguridade de uso para humanos e no meio ambiente. O extrato da casca do fruto do

cacau foi obtido por fermentação, com algumas etapas muito importantes, como umidade

e aeração. As cascas durante o processo foi constantemente revolvidas para promover a

aeração, mantidas com umidade em torno de 50 a 60%. A temperatura observada durante

o processo fermentativo ficou entre 60 a 70oC e, por volta dos noventa dias o extrato da

casca do fruto do cacau foi recolhido e colocado para secar em estufa. As análises

químicas no extrato da casca do fruto do cacau, evidenciaram teores macro e

micronutrientes de importância para suprir a necessidade de elementos requeridos

durante o crescimento de mudas do cacaueiro, os quais em alguns solos se encontram

em valores muito baixos. No extrato da casca do fruto do cacau foram realizados ensaios

para a identificação do potencial antimicrobiano e genotóxico, usando os testes de

Salmonella/microssoma, testes de mutações reversas e recombinação em

Saccharomyces cerevisiae e o ensaio Cometa em células de mamíferos V79, além de

análises fitoquímicas para identificação da sua composição. Durante os ensaios com o

extrato da casca do fruto do cacau verificou-se atividade antibacteriana com graus

variados em cepas microbianas Gram-negativas (Pseudomonas aeruginosa e Salmonella

choleraesuis) e também antifúngica em S. cerevisiae (mutantes defectivos para o

transporte de metais) e em Moniliophtora perniciosa fungo que causa grandes prejuízos

às lavouras cacaueira. As análises fitoquímicas preliminares do extrato da casca do fruto

do cacau revelaram a presença de compostos secundários, pertencentes ao grupo dos

fenólicos, terpenos e alcalóides. Os resultados de genotoxidade mostraram que o extrato

da casca do fruto do cacau não foi capaz de induzir genotoxicidade nas linhagens de S.

cerevisiae, nas cepas de S. typhimurium e em células de mamíferos em nenhuma das

ii

Page 11: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

doses testadas. Portanto, o extrato da casca do fruto de T. cacao obtido trabalho consiste,

em uma fonte potencial de identificação de metabólitos com potencial antimicrobianos,

como biofertilizante na produção de mudas de cacaueiro e com indicativo de segurança

na sua manipulação por humanos, além de possibilidades de agregar valor às lavouras do

cacau.

Palavras - chave: Salmonella/microssoma, ensaio Cometa, mutações reversas e recombinação em S. cerevisiae, antimicrobiano.

iii

Page 12: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

ABSTRACT

SANTOS, Regineide Xavier, DS, Universidade Estadual de Santa Cruz, Ilhéus, November,

2013. Potential biotechnological applications of bark extract cocoa: mechanism of

action, antimicrobial activity and not genotoxic. Advisor: Dra. Cristina Pungartnik. Co-

advisor: Dra. Grace Gosmann. Collaborators: Dr. Martin Brendel.

The cocoa tree ( Theobroma cacao L.), a plant native to South America and Central

taking its cultivation spread throughout the world. In the southern state of Bahia cultivate

more than 400.000 hectares of T. cacao producing large quantities of cocoa fruit peels

after processing the fruit, which are deposited in the same location of the plantations. The

aim of this study was to identify possible biotechnological applications for the bark extract

of the fruit of fermented cocoa and certify the security of use to humans and the

environment. The bark extract of the fruit of cocoa has been obtained by fermentation with

some very important steps. The shells during the process was constantly ripped to

promote aeration, kept with humidity around 50-60%. The temperature observed during

the fermentation process was between 60 to 70oC and about ninety days the bark extract

of the fruit of the cocoa was collected and placed in an oven to dry. Chemical analyzes of

the bark extract of the fruit of the cocoa, showed levels of important macro and

micronutrients to meet the need of elements required for the growth of seedlings of cocoa,

which in some soils are very low in intervals. In extract of the fruit of the cocoa tests were

performed for the identification of potential antimicrobial and genotoxic tests using the

Salmonella / microsome, reverse mutation test and recombination in Saccharomyces

cerevisiae and Comet assay, and phytochemical analysis to identify its composition.

During tests with the CHE was found antibacterial activity with varying degrees in microbial

strains Gram - negative (Pseudomonas aeruginosa and Salmonella choleraesuis)

moreover in yeast S. cerevisiae (mutants defective for the transport of metals) and

basidiomycete Moniliophtora perniciosa causing major damage crops cocoa. In preliminary

phytochemical analysis of the stratum extract of the fruit of the cocoa revealed the

presence of secondary compounds belonging to the group of phenolics, terpenes and

alkaloids. By analysis of genotoxicity can be seen that the extract of the fruit of the cocoa

was not able to induce genotoxicity in strains of S. cerevisiae, the strains of S. typhimurium

and in mammalian cells at all doses tested. Therefore, the bark extract of the fruit of T.

cacao obtained work consists in identifying a potential source of antimicrobial metabolites

iv

Page 13: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

with potential as biofertilizer production of cocoa seedlings and indicative of safety in

handling by humans, as well as possibilities to add value to cocoa plantations.

Keywords: Salmonella / microsome, Comet assay, reverse mutation and recombination in

S. cerevisiae, antimicrobial.

v

Page 14: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

vi

Page 15: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

1. INTRODUÇÃO

O cacaueiro (Theobroma cacao L.) é uma planta originaria da América do

Sul e Central tendo seu cultivo espalhado por todo mundo. Suas sementes ou

amêndoas constituem a matéria-prima para fabricação de chocolate e seus

derivados, os quais são consumidos sob diferentes formas e em grandes

quantidades em todos os países.

Na indústria farmacêutica e cosmética, a manteiga de cacau é muito

utilizada, na indústria chocolateira se usa a torta e o pó de cacau para fabricação

de doces e confeitos. Já a polpa do cacau, rica em carboidratos, é utilizada na

fabricação de vinho, licor, vinagre, suco, geléia e outros.

A cacauicultura, produz grande quantidade de resíduos orgânicos (cerca de

7 t de casca fresca), para produção de uma tonelada de amêndoas. Na maioria

das propriedades as cascas são separadas após a quebra dos frutos

permanecendo no mesmo local das plantações.

O aproveitamento desses resíduos orgânicos vem sendo realizados

através do uso na alimentação animal, na extração de pectinas, na produção de

gomas e obtenção de fertilizantes orgânicos por meio da compostagem. Mas,

observa-se que pouco tem sido feito na transformação e ou aproveitamento

destes resíduos, seja por parte dos próprios produtores e/ou pelas autoridades

públicas, constituindo-se, em alguns locais, em um problema ambiental e de

saúde pública.

No entanto, o aproveitamento desses resíduos pode contribuir para

inativação do inóculo de agentes patogênicos, como a Phytophthora spp que

causa a podridão parda, uma doença associada à cultura do cacaueiro. No

entanto, o não aproveitamento destes resíduos representa um desperdício de

matéria-prima, visto que eles contêm uma gama de componentes biologicamente

ativos que em grande parte são descartados.

Os resíduos do cacaueiro parecem ser fonte promissora de futuros

compostos bioativos. Esta idéia está fundamentada pela diversidade de estruturas

produzidas pelas plantas que podem ser utilizados por microrganismos em

1

Page 16: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

processos de biotransformação para produzir uma variedade de novos produtos,

tendo um substrato abundante e de baixo custo.

Assim, frente à elevada proporção de resíduos provenientes da lavoura do

T. cacao torna-se relevante investigar o seu potencial bioativo na perspectiva de

obter alguma substância ou composto biotecnológico. O aproveitamento da casca

do fruto do cacaueiro pode ser visto como um recurso natural de importância na

agricultura sustentável, de forma a reduzir os custos de produção e minimizar o

impacto ambiental.

Entretanto, agentes químicos de fontes naturais, podem ocasionar danos

aos organismos vivos, sendo necessário investigar sua genotoxidade com a

finalidade de atestar a seguridade destes produtos que serão expostos aos

animais e ao espaço ambiental.

Desta forma, este trabalho buscou identificar possíveis aplicações

biotecnológicas do extrato da casca do T. cacao fermentado e atestar a

seguridade de uso para humanos e o meio ambiente.

2

Page 17: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Theobroma cacao L

No início da civilização, a ação antropológica exercia pequena influência

sobre o ambiente. Com o aumento das densidades populacionais humanas e sua

organização em comunidades cada vez mais aparelhadas, os recursos naturais

presentes não mais supriam as necessidades básicas de uma população cada

vez maior. Assim, o homem passou a dedicar-se ao cultivo do solo, dando origem

ao surgimento da agricultura (PATERNIANI, 2001). Tal sistema se expandiu

amplamente, tornando-se muito importante para o desenvolvimento da economia

mundial, como o exemplo da atividade agrícola do cacau.

A cultura cacaueira, representa hoje uma commodity agrícola de

exportação, onde, a produção mundial média está estimada em 3,3 milhões de

toneladas, produzidas por mais de 20 países, nas regiões tropicais da África,

Américas do Sul e Central e Ásia (EFRAIM, 2004; CRUZ et al., 2012). A produção

mundial de cacau, de acordo com o “International Cocoa Organization” (ICCO)

tem sido ascendente, onde os maiores produtores mundiais de cacau são: a

Costa do Marfim com 1.242 mil toneladas, em seguida, se encontra o países de

Gana (632 mil toneladas), Indonésia (550 mil toneladas), Nigéria (240 mil

toneladas), Camarões (205 mil toneladas), Brasil (161 mil toneladas), Equador

(160 mil toneladas) e Papua Nova Guiné, com produção de 50 mil toneladas

(ICCO, 2011).

Entretanto, o cacaueiro pode ser acometido por várias doenças que como

consequência interferem na produção. A podridão-parda ou podridão-de-

phytophthora, causada por Phytophthora spp. é, em termos mundiais, uma das

principais, encontrada em todos os países produtores de cacau. Outras doenças

como a vassoura-de-bruxa, causada pelo fungo Moniliophthora perniciosa,

3

Page 18: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

amonilíase ou podridão-de-moniliophthora, causada por Moniliophthora roreri, e a

murcha-vascular-estriada causada por Oncobasidium theobromae, causam

perdas em várias regiões do mundo (DANTAS NETO et al., 2005)

Até o final dos anos 80, o sul da Bahia era responsável por 84,5% da

produção nacional de cacau, equivalente na época à 15% da produção mundial

(PEREIRA et al., 1989). A queda na produção nacional pode ser, em parte,

explicada pelo aparecimento nas plantações de cacau do fungo M. perniciosa,

causador da doença conhecida como vassoura-de-bruxa (DIAS, 2001). Esta

doença se inicia quando o esporo do fungo penetra e modifica os tecidos em

crescimento da planta, gerando anormalidades e provocando diferentes tipos de

sintomas que podem variar dependendo do órgão infectado e do ciclo de vida do

fungo (Fig. 1) (SILVA & HANSEN, 2002).

Figura 1. Ciclo de vida do M. perniciosa (MEINHARDT, 2008).

O cacau (Theobroma cacao L.) pertence à família das Esterculiaceas,

sendo reclassificado e inserido na família Malvaceae (SOUNIGO et al., 2003), é

considerado uma árvore pré-histórica das florestas tropicais (WHITKUS et al.,

1998). É uma planta perene, desenvolve-se em solos com características

variadas, tais como, mata de dossel, capoeira, sistemas consorciados com outros

cultivos ou até pastagem (SUFRAMA, 2003). É uma planta que se adapta melhor

em áreas com sombreamento, pois a sombra ameniza o efeito direto do sol e

reduz o movimento do ar sob o cacaueiro (SILVA & HANSEN, 2002).

É uma árvore de pequeno porte, geralmente 4-10m de altura (Fig. 2),

raramente alcança tamanhos maiores, a exceção, apenas quando crescida em

4

Page 19: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

zonas de vegetação densa, onde em função do sombreamento, pode atingir até

20 metros (DUKE, 1983; OLIVEIRA et al., 2006). Possui flores pequenas,

amarela-avermelhada, que brotam sob a forma de almofadas unidas ao tronco ou

até mesmo nos ramos lenhosos, mais de 100.00 (cem mil) almofadas são

emersas no período do seu florescimento, dessas, apenas cerca de 0,1%

originam os frutos (SUFRAMA, 2003).

Figura 2. A planta do T. cacao com frutos verdes (Fotos de G. A. Sodré).

Os frutos são sustentados por pedúnculos lenhosos, quando maduros (Fig.

3) adquirem tonalidade variada: esverdeado (fruto jovem) passando a amarelado

(fruto maduro), ou arroxeada a cor alaranjada durante a maturação, dependendo

da variedade cultivada (FERREIRA et al., 2013).

5

Page 20: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

Figura 3. Frutos do T. cacao L (RODRIGUES, 2009).

Cada fruto contém entre 20 a 40 sementes com formato, elipsóide ou

ovóide com 2 a 3cm de comprimento envoltas numa polpa mucilaginosa e

esbranquiçada (Fig. 4), levemente doce e ácida. O fruto do T. cacao em geral tem

peso médio de 500 g, deste 70 a 75% compõe a casca, e 20% representam as

sementes - o grão seco (10%), a amêndoa (8%), a testa (1,5%) e outros

constituintes (0,5%) do total do fruto (ZHENG et al., 2004; LACHENAUD et al.,

2007).

Figura 4. Sementes envoltas em polpa mucilaginosa (BENASSI, 2012)

A maior importância econômica de T. cacao está relacionada

principalmente na utilização das sementes de seus frutos, para a produção do

chocolate e confeitos sob as mais diversas formas, em todos os países. Também

pode-se incluir a manteiga de cacau como uma boa matéria prima para fabricação

de produtos farmacêuticos e cosméticos, além da sua polpa ser também muito

apreciada e consumida em várias regiões (MENEZES & CARMO-NETO, 1993). 6

Page 21: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

São diversos os empregos do cacau ou de seus derivados nas indústrias tendo,

sua composição oriunda tanto do metabolismo primário e/ou secundário. Dos

metabólicos presentes no cacau podem ser encontrados mais de 300 compostos

e substâncias, que incluem as fibras, os aminoácidos, as proteínas, os lipídeos,

os carboidratos, ácido ascórbico, fósforo, cálcio, ferro e outros (GARZARO et al.,

1998) e classes de alcalóides e fenóis (NOJOSA et al., 2003; SCARPARI et al.,

2005).

O grupo dos alcalóides encontrado na fruta do cacau tem como seus

principais representantes as metilxantinas, a teobromina (3,7-dimetilxantina),

cafeína (1,3,7-trimetilxantina) e traços de teofilina (COSTA, 1994; KOYAMA et al.,

2003). Suas metilxantinas são derivados dos nucleotídeos de purina, o qual

parece ser o mais amplo entre o grupo dos alcalóides (ASHIHARA & CROZIER,

2001). Geralmente as metilxantinas tem local de estocagem diferente daquele

onde ocorre sua síntese, onde frequentemente, são produzidos no retículo

endoplasmático, e armazenados nos vacúolos dos tecidos com crescimento ativo,

nas células epidérmicas e hipodérmicas, nas bainhas vasculares e nos vasos

lactíferos, conjuntamente aos compostos fenólicos (ASHIHARA, 1993;

KOSHIISHI, 2001). As metilxantinas no cacau estão distribuídas também em

diferentes partes, são geralmente mais encontradas em tecidos jovens como as

gemas e folhas (BUCHELI et al., 2001, AL-JANABI, 2011). Mas, seu principal local

de síntese e acumulação é verificada nas sementes (cotilédones e eixo

embrionário), também é observada sua presença nas cascas (HAMMERSTONE

JR et al., 1994; SIMÕES et al., 1999). No pericarpo jovem, a teobromina é a

metilxantina mais abundante, enquanto no pericarpo maduro a cafeína é o

principal alcalóide (BUCHELI et al., 2001; KOYAMA et al., 2003). No cacau e no

chocolate, a metilxantina predominantemente encontrada é a teobromina, em

teores próximos a 1,89%, seguida da cafeína, em quantidades menores (0,23%)

(ROZIN et al., 1991).

Os compostos fenólicos encontrados estão nos cotilédones das sementes,

cascas dos frutos e folhas de cacau, onde cerca de 60% dos polifenóis

encontram-se na forma de procianidinas, havendo também flavonóides, 7

Page 22: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

especialmente as catequinas, e a quercetina (FIGUEIRA et al., 1993; ARLÓRIO et

al., 2005; ANDRES-LACUEVA et al., 2008). Segundo LEE et al. (2003), o cacau

possui maior quantidade de compostos fenólicos quando comparado ao chá preto

ou verde e também ao vinho. Os fenólicos, têm sido amplamente estudados em

razão dos efeitos que beneficiam à saúde, como uma potente atividade

antioxidante para prevenir reações oxidativas e formação de radicais livres, além

de gerar proteção contra danos ao DNA das células (WOLLGAST & ANKLAN,

2000b). Os efeitos bioquímicos e farmacológicos dos polifenóis são muito vastos

e dentre estes destacam-se os anti-carcinogênico, anti-trombótico, vasodilatador,

anti-microbianos, analgésico bem como antioxidante (KUO, 1996; FOTSIS et al.,

1997; MAYDATA, 2002; KRIS-ETHERTON & KENN, 2002; GOTTI et al., 2006).

A quantidade dos metabólicos secundários podem variar no conteúdo, os

quais dependem de uma série de fatores como os aspectos genéticos, os

métodos e condições de cultivo, da idade da planta, época de colheita, tipo de

processamento, entre outros (DA CROCE, 2002; ESMELINDRO et al., 2002;

GNOATTO et al., 2007; RAMIREZ-SANCHEZ et al., 2010). Por exemplo, a maior

concentração dos alcalóides estão nas sementes in natura do cacau, sendo

maiores as concentrações de teobromina (cerca 1-2%) que cafeína (0,1%),

entretanto, estes valores são acrescidos após o processo fermentativo das

sementes do cacau (DUKE, 1983; WOLLGAST & ANKLAM, 2000). Já o teor de

epicatequina é diminuída cerca de 70%, e os flavanóis são diminuidos cerca de

90% após processamento das sementes do cacaueiro (WOLLGAST & ANKLAM,

2000; LUNA et al., 2002; EFRAIM et al., 2010).

Durante a etapa de fermentação torra e moagem das sementes ocorrem

alterações no conteúdo total de fenólicos do cacau. Uma das razões para a

diminuição, são as transformações bioquímicas de natureza enzimática. Durante

a fermentação ocorre a morte das células vegetais que perfazem a semente, com

isso, os compostos fenólicos entram em contato com enzimas, como a

polifenoloxidase e glicosidases, sofrendo reações de oxidação e complexação

com proteinas (WOLLGAST & ANKLAM, 2000; LUNA et al., 2002).

8

Page 23: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

2.2 AS CASCAS DO T. cacao

Com o crescente desenvolvimento da sociedade e da economia, passou-se

a existir uma tendência de crescimento cada vez maior no consumo da fruta do

cacau in natura, bem como de seus produtos, tanto no mercado interno como na

exportação (LEAL, 2004). Nos últimos anos, as importações de amêndoa

cresceram 22,74%, Manteiga 14,54%, Pasta (líquor) 98,8% e produtos sólidos

12,7% (CEPLAC, 2011). No entanto a cada tonelada de semente seca obtida,

cerca de 7 a 10 toneladas de casca de cacau (peso fresco) é produzida, gerando

grande quantidade de casca do fruto que são separadas das sementes

(FIGUEIRA et al., 1993; KALVATCHEV et al., 1998; SODRÉ et al., 2012).

As cascas produzidas quase sempre permanecem no solo das plantações

em forma de “casqueiros” e são deixadas para apodrecimento no solo. Estas

muitas vezes produzem odores desagradáveis, impactos sobre a paisagem local,

poluição do curso de águas e favorece a proliferação de microrganismos,

podendo causar doenças nas plantas do próprio cacaueiro (MORORÓ, 2007;

CRUZ et al., 2012). Além de criar potenciais problemas ambientais, as cascas do

cacau descartadas como resíduos, representam um desperdício de matéria-prima

e energia (PELIZER et al., 2007). Embora, estes resíduos sejam de matéria

orgânica e materiais totalmente biodegradáveis, sua produção se dá em grandes

quantidades e de forma intensiva sendo, portanto, necessário um longo período

para que esses resíduos venham a ser reciclados de forma natural.

No Brasil, como em outros países, o aproveitamento das cascas do fruto do

cacaueiro vem crescendo, e experimentações têm sido realizadas com relativo

sucesso para o desenvolvimento e diversas aplicações em diferentes áreas:

• Como fonte de matéria prima de produtos industriais: Por apresentar

uma rica fonte de material lignocelulósico, as cascas tem sido testadas para a

produção do bioetanol e outros produtos biológicos como enzimas, através da

conversão microbiana (REDDY & YANG, 2005).

9

Page 24: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

• Como fonte alimentar: esta aplicação tem gerado considerável interesse

em países economicamente avançados. Várias patentes existentes citam sua

utilização como um complemento para alimentos de seres humanos (KLEINERT,

1982; MANEZ & BARFUSS, 1998). Estas especulações são baseadas na

grande quantidade de fibras alimentares presentes nas cascas (ARLORIO et al.,

2005). Devido a isto, os produtos alimentícios enriquecidos com a casca do

cacau contribuem para a oferta de produtos comestíveis de alta flexibilidade,

como, por exemplo, os de característica nutracêutica (AZIZAH et al., 1999). A

pectina, uma fibra solúvel muito utilizada como geleificante, surfactante e

emulsionantes nas indústrias alimentares, foram obtidas das cascas de cacau

(VRIESMANN et al., 2011).

• Como fonte de alimentação dos animais: pode ser produzido pelo

primeiro corte das cascas frescas em pequenos flocos, que são parcialmente

submetidos a secagem, seguido de trituração e posterior granulação. Relatórios

indicam que pode incluir 20% destes flocos em ração para aves, para suínos de

30-50%, e para ovinos, caprinos e bovinos de leite até 50% (WOOD & LASS,

1985). No entanto, o uso de cascas, tem sido frequentemente limitado pelo

conteúdo de cafeína e a teobromina (em proporções que variam de 0,3 a 0,8%)

o qual pode gerar intoxicações em alguns animais (KALVATCHEV et al., 1998).

Nos animais monogástricos, é limitado pelo seu elevado teor de lignina,

polissacarídeos não-amidico - celulose, hemicelulose e pectina (AGYENTE-

BADU & ODDOYE, 2005).

• Como fertilizantes orgânicos: Análises químicas das cascas recém

colhidas e secas revelaram teores elevados de elementos que correspondem a

1,20 dag kg-1 de N; 1,10 dag kg-1 de P; 3,88 dag kg-1 de K; 0,52 dag kg-1 de Ca e

0,36 dag kg-1 de Mg (SANTANA & CABALA-ROSAND, 1982). Esses resultados

justificam o uso dos casqueiros do cacau nas práticas de adubação vegetal

(SANTANA & CABALA-ROSAND, 1982; OLADOKUN 1986; CHEPOTE, 1990;

ABIOLA, 1991). O potássio, um dos nutrientes essenciais para as plantas

superiores, é absorvido em quantidades maiores do que qualquer outro mineral

com exceção do nitrogênio (TISDALE & NELSON, 1975). Praticamente todo o

10

Page 25: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

potássio encontrado nos fertilizantes comerciais são derivados a partir de

reservatórios de minerais. A compostagem de casqueiros de cacau foi utilizado

como uma fonte alternativa de fertilizantes e contribuiu concomitantemente para

inativação do inóculo do agente causal da podridão parda, o Phytophthora spp

(CHEPOTE et al., 1990).

• Como precursor na produção de carvão ativado: As cascas do T.

cacao tem sido sugeridas como fonte de biomassa capaz de evitar uma crise

energética em vários países, como a Indonésia, Gana e até no Brasil

(SYAMSIRO et al., 2012). São apontados como boa fonte energética para

substituir os combustíveis fósseis, para aquecimento e na geração de energia

elétrica ou como uma alternativa para reduzir o problema das emissões globais

de CO2 (AGYENTE-BADU & ODDOYE 2005; OLADAYO, 2010). O uso da

biomassa vegetal tem sido utilizado como fonte de energia, especialmente em

áreas rurais, sendo uma das mais antigas fontes de energia significativas, como

os resíduos de madeira, casca de arroz, bagaço de cana e outros (SYAMSIRO

et al., 2012).

• Como fonte de matéria prima caseira: em algumas localidades em

Gana e Nigéria, as cascas do fruto do cacaueiro são secas, queimadas e

utilizados como uma fonte de cloreto de potássio para a fabricação de sabão

local (TAIWO et al., 2001).

Assim, as cascas frescas ou secas do cacau podem ser usadas de maneira

que poderá reduzir custos e agregar valor ao manejo e manter o interesse dos

agricultores nessa atividade agrícola (SODRÉ et al., 2012). O aproveitamento das

cascas do T. cacao pode ser de grande utilidade nas diversas aplicações

biotecnológicas, além de ser uma alternativa ecologicamente recomendável em

razão da alta carga de matéria orgânica retirada do ambiente.

Entretanto, o aproveitamento dos resíduos produzidos pela agricultura do

cacau, ainda é considerado pequeno e não têm acompanhado o ritmo dos

inúmeros resíduos produzidos (ZENI & PENDRAK, 2006). Sendo interessante,

11

Page 26: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

estudos que abordem mais metodologias de aproveitamento do T. cacao. A

biotransformação de resíduos lignocelulósicos vem abrindo caminhos para vários

setores, por exemplo, da produção de alimentos, energia e produção de enzimas,

buscando a utilização total dos recursos naturais existentes no mundo (VILLAS

BÔAS, 2001).

2.3 BIOTRANSFORMAÇÃO

A biotecnologia faz uso de sistemas celulares para o desenvolvimento de

processos e produtos úteis para a humanidade, sendo a biotransformação uma

importante ferramenta usada na conversões químicas catalisadas por enzimas de

células de origem animal, vegetal, microbiana, e/ou por enzimas purificadas (GIRI

et al., 2001). Na biotransformação, compostos orgânicos podem ser modificados

para um produto recuperável. Sendo esta, uma ferramenta eficaz para produzir

uma variedade de novos produtos ou para síntese de produtos já conhecidos,

mas de forma mais eficiente e de baixo custo (GIRI et al., 2001).

A biotransformação por microrganismos destaca-se por ser realizada por

organismos primitivos (mas de natureza bastante diferentes entre si),

estruturalmente simples, com curto período de geração e por apresentarem

grande diversidade de processos metabólicos (CONTI, 2001; FARNET &

ZAZOPOULOS, 2005). Ademais, possuem a capacidade de transformarem uma

gama de substratos em pouco tempo e com a versatilidade de produzirem

substâncias e compostos largamente utilizados na indústria. Entretanto, um

grande desafio no campo da biotransformação é encontrar a linhagem de

microorganismo apropriada.

Uma variedade de microrganismos, incluindo fungos e bactérias são

utilizados como organismos biotransformadores de produtos de valor econômico.

No entanto, os fungos filamentosos e as leveduras recebem destaque, devido a

capacidade de crescimento em ambientes variados, por exemplo, com baixo teor

de umidade. Mas, são os fungos filamentosos os mais descritos como potenciais

12

Page 27: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

produtores de substâncias ou compostos bioativos (AGUILAR et al., 2007;

NIGAM, 2009).

Sob condições especiais, principalmente dependendo do suprimento de

nutrientes, os microrganismos podem produzir uma ampla variedade de

compostos complexos ou substâncias orgânicas (proteínas, antibióticos, álcoois,

enzimas, ácidos orgânicos, vitaminas, drogas, pigmentos e gorduras), durante a

fase de crescimento exponencial, em que as novas células são produzidas

(MEINHARDT & ESSER, 1993). Estes compostos ou substâncias orgânicas são

formados geralmente do metabolismo primário como o etanol, ou do metabolismo

secundário. Os compostos ou substâncias do metabolismo secundário podem ser

produzidos pela simples conversão de um metabólico primário ou também pode

ser originado de outros compostos, mas para isso é necessário uma quantidade

suficiente de metabólitos primários acumulados (NAJAFPOUR, 2007).

O processo de biotransformação depende da composição química do

substrato, o qual deve possuir elementos imprescindíveis (carbono, nitrogênio,

minerais, água) à síntese de material celular e para formação de produto, além de

serem economicamente viáveis. O uso de uma matéria orgânica de baixo custo,

que reuna todos os componentes essenciais (açúcares fermentáveis e

componentes complementares como nitrogênio e sais minerais) e que dispense a

adição de nutrientes suplementares para as reações metabólicas seria um

substrato ideal (DHILLON et al., 2012). A composição do substrato é muito

importante, pois influencia no tipo, custo, qualidade e quantidade de substâncias e

compostos produzidos (ELIBOL & MOREIRA, 2005; MUFFLER et al., 2011). A

utilização de resíduos agrícolas como substrato para processos de

biotransformação pode representar uma boa alternativa e de valor adicional para

proporcionar maior rentabilidade aos produtores rurais.

O valor nutricional das cascas do fruto do cacau varia com uma série de

fatores (cultivar do cacau, conservação das cascas e condição de maturação),

que apresenta 35% de celulose, 11% hemicelulose, 6% pectina, de proteínas

cerca de 9%, baixo teor de gordura (1%), 7,2% de resíduos minerais (cinzas), Ca

13

Page 28: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

(0,3%) e P (0,15%), proporções menores de Fe, Mn e Zn, Cu e Se e 1,32% a

4,6% dos metabólitos principais os compostos fenólicos e metilxantinas

( AREGHEORE, 2002; CHUNG et al., 2003; ZHENG et al., 2004; LECUMBERRI

et al., 2007; VRIESMANN et al., 2011; SODRÉ et al., 2012). Quanto ao teor de

aminoácidos estão caracterizados os ácido glutâmico, aspártico e a metionina

(16,0%, 11,5%, 1,1% respectivamente do total de ácidos aminados) (CHUNG et

al., 2003). Além do mais, contém um alto teor de vitamina D2 (29.000 U.I./kg),

sendo esta superior ao de qualquer outro alimento de origem vegetal (COSTA,

2005).

A utilização destes resíduos nos processos de biotransformação, além de

fornecer uma boa matriz (substrato) para reduzir os custos de produção e

minimizar os impactos ambientais, está de acordo com a consciência crescente

de conservação de energia (SOCCOL & VANDENBERGHE, 2003; SOUZA et al.,

2004; DAROIT et al., 2007). Constituindo uma solução econômica e ambiental

interessante para os países com abundância destes materiais.

Várias pesquisas comprovam a viabilidade do uso de resíduos como

substrato em processo de biotransformação para a produção de diversos

compostos e substâncias, por exemplo:

Os ácidos orgânicos de diferentes classes, produzidos sob condições

otimizadas por uma estirpe de Lactobacillus delbrueckii sob substratos de casca

de mandioca, o qual produziu cerca de 249,1 mg de ácido láctico, com uma

eficiência de conversão de mais de 99% do açúcar total disponível (JOHN et al.,

2006). No entanto, a produção deste ácido na indústria química, tem como um

dos principais obstáculos o alto custo da matéria-prima (JOHN et al., 2006).

Sendo o uso de resíduos em bioprocessos uma alternativa para substituir os

materiais refinados e caros (ANURADHA et al., 1999). Cascas de romã ricas em

compostos fenólicos foram utilizadas como fontes de nutrientes para a produção

de ácido elágico por Aspergillus niger (ROBLEDO et al., 2008).

As enzimas para várias aplicações, como a exemplo da tanase muito

utilizada pela indústria de alimentos para eliminar os efeitos indesejáveis dos 14

Page 29: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

taninos, são sintetizadas por fungos e bactérias (SABU et al., 2005; MAMMA et

al., 2008).

As substâncias com atividade antimicrobiana como o 6-pentil-α-pirona é um

potente bioativo contra diversos microrganismos foi produzida por Trichoderma

harzianum, utilizando o bagaço da cana como substrato em processos de

biotransformação (ADINARAYANA et al., 2003). Esta lactona tem grande

importância na indústria alimentícia por exalar um aroma característico de coco

( ELLAIAH et al., 2004).

Portanto, a biotransformação microbiana, é um dos procedimentos mais

usuais na obtenção de novos compostos bioativos com diferentes atividades

biológicas (CASTILLO et al., 2000).

2.4 ANTIMICROBIANOS

As substâncias de ações farmacológicas são derivadas a partir de fontes

naturais, plantas, animais e microrganismos, ou são desenvolvidos por síntese

química planejada a partir de produtos naturais (STROBEL et al., 2007).

Vários metabólitos secundários de microrganismos e plantas representam

uma fonte importante de substâncias biologicamente ativas (BAKER, et al., 2007;

TULP, 2007).

As substâncias ativas encontradas nas plantas são acumuladas em uma ou

várias partes dos seus tecidos, folhas, flores, bulbos, rizomas, cascas e outras

partes da planta (BENKEBLIA, 2004; LEE & LEE, 2010; YIM et al., 2010).

Estes compostos produzidos, geralmente são de baixo peso molecular e

com grande diversidade em termos de estrutura e de propriedades físico-químicas

e biológicas (WAKSMUNDZKA-HAJNOS et al., 2008). Das cascas de Taxus

brevifolia (Taxaceae), uma gimnosperma nativa do Hemisfério Norte, obteve-se, o

diterpeno taxol. O óleo volátil da casca do fruto e das folhas de Citrus limon é rico

em limoneno, b-pineno, g-terpineno, terpinoleno, neral e geranial (BISSET &

15

Page 30: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

WICHTL, 2001). Dados farmacológicos indicaram que óleo volátil causou inibição

no crescimento de Candida albicans (EZZAT, 2001).

Os diferentes metabólitos produzidos pelos microrganismos costumam ser

produtos característicos de um grupo particular de organismo, são produtos,

muitos dos quais estão em uso clínico ou constituem em modelos para a síntese

de medicamentos. As substâncias derivadas do metabolismo microbiano,

sintetizados em condições bem definidas, com múltiplas etapas e muitas vezes a

partir de intermediários do metabolismo primário, vem sendo exploradas ao longo

dos anos (STROBEL et al., 2004). Como, por exemplo, a penicilina isolada do

fungo Penicillium chrysogenun, descoberta acidentalmente por Fleming em 1928,

que deu início aos estudo investigativos dos microrganismos, como uma das

fontes prolíficas de produtos naturais (STROBEL et al., 2004; TULP & BOHLIN,

2004; RAVAT et al., 2010). Atualmente, diversos antimicrobianos comercializados,

são produzidos em sua maior parte por fungos e bactérias.

Os antibacterianos mais utilizados são a cicloheximida, a eritromicina, a

neomicina, a estreptomicina, tetraciclina (gênero Streptomyces) e as gramicidinas

S, tirocidinas e bacitracinas, e lipopeptídeos como as iturinas, bacilomicinas,

fengicinas (do gênero Bacillus) (LISBOA, 2006). Enquanto, os antifúngicos

isolados, são as penicilinas G e V (Penicillium chrysogenum), cefalosporina C

(Acremonium chrysogenum), ácido fusídico (Acremonium fusidioides) aflatoxinas

(Aspergillus flavus) (KELLER et al., 2008).

Uma vez que os microrganismos produzem uma variedade de substâncias

com propriedades antimicrobianas, é esperado que novas metodologias possam

identificar substancias candidatas para o desenvolvimento de fármacos (GUO et

al., 2010). Embora existam, nos dias atuais, muitas metodologias disponíveis para

síntese de novos fármacos, os produtos metabólicos representam uma alternativa

de sucesso, historicamente privilegiada (BAKER et al., 2007). Os produtos ativos

microbianos são geralmente sintetizados durante processos de biotransformação,

ou então, derivam de síntese química a partir de substancias microbiana (SILVA et

al., 2004).

16

Page 31: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

Entretanto, associada a descoberta de novas substâncias bioativas, é

imprescindível o conhecimento da toxicidade dessas substâncias para seres

humanos, com a finalidade de fornecer informações relativas aos efeitos tóxicos e

principalmente, para avaliar riscos que possam ser extrapolados ao homem.

2.5 GENOTOXICIDADE

A genotoxicidade ou toxicologia genética é uma especialidade que se ocupa

da identificação e estudo da ação de qualquer agente físico, químico ou biológico

que produz efeitos tóxicos e genotóxicos, sobre o material genético.

O uso de produtos naturais mostrou, ao longo dos anos, que determinadas

substâncias podem apresentar efeitos tóxicos e reações adversas. Pesquisas tem

mostrado que várias substâncias usadas para fins medicinais, para tratamento,

cura e prevenção de doenças podem ser potencialmente agressivas e, por esta

razão, devem ser utilizadas com cuidado, respeitando seus riscos toxicológicos

(CLARKE, 2007).

Os organismos vivos quando expostos a vários agentes (químicos, físicos

ou biológicos) podem sofrer modificações químicas tanto ao nível celular como

molecular (VILLELA et al., 2013). Qualquer modificação na estrutura química do

DNA pode alterar o metabolismo, tais como replicação, transcrição e

recombinação, além de afetar outros processos vitais muito importantes, como

regulação do ciclo celular e/ou divisão celular (FRIEDBERG et al., 1995).

Os efeitos dos genotóxicos podem ser avaliados por vários tipos de

ensaios genéticos, não somente para estimar os danos celulares, mas também

rastrear e analisar o modo de ação de diferentes agentes químicos tóxicos,

natural ou sintético, capazes de interagir com o material genético dos seres vivos,

inclusive o homem (BIANCHI, 2008).

Entre os testes mais usados estão os ensaios com mutantes de

Salmonella typhimurium (incapazes de crescerem na ausência de histidina),

teste muito utilizado nos métodos para detecção de mutações gênicas. No

entanto, a Salmonella é um organismo simples, e os resultados obtidos de

17

Page 32: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

experimentos nem sempre se aplicará para as células eucarióticas. Por esta

razão, é necessário ensaios também com leveduras (Saccharomyces

cerevisiae), para se verificar uma amplitude maior de danos, incluindo as

mutações gênicas até danos cromossômicos e aneuploidias em eucariotos. Mas,

para analisar danos no DNA (quebras simples e duplas, e sítios alcalilábeis), um

ensaio com boa aceitação, empregando células de mamíferos é o ensaio

Cometa (WU & JONES, 2012). Estes testes têm um sistema de validação

internacional para avaliar, detectar, caracterizar e compreender os eventos

genéticos alterados por agentes genotóxicos (CHRISTOFOLETTI, 2008). Os

quais apresentam sensibilidade variada, gerando assim, resultados satisfatórios

para os diversos tipos de agentes testados, extratos, frações, produtos isolados

entre outros (SILVA et al., 2003).

>>Teste Salmonella/microssoma – ensaio de mutação gênica reversa

em Salmonella typhimurium

O ensaio Salmonella/microssoma, também conhecido como teste de Ames

é um bioensaio realizado in vitro com células procarióticas, utilizadas nas últimas

décadas, para avaliar a mutagenicidade de substâncias químicas puras ou

misturas complexas (HENRIQUES et al., 1987). Os testes são também realizados

acrescentando uma fonte exógena de metabolização visando imitar parcialmente

as condições metabólicas dos mamíferos (AMES, 1979).

Para realização dos testes se usa as linhagens de Salmonella typhimurium

que apresentam diferentes mutações em loci específico responsável pela

biossíntese do aminoácido histidina. Estas bactérias não possuem a capacidade

de crescer em meio de cultura sem histidina, portanto, não sintetizam esse

aminoácido, logo, se desenvolvem somente em meio acrescido do mesmo.

Entretanto, esses mutantes, após a exposição a um agente mutagênico, seu

fenótipo (his-) pode ser modificado, revertido (his+). A reversão é um indicativo

que existe alterações nos códons permitindo à célula bacteriana sintetizar o

aminoácido e multiplicar-se. A frequência de mutação reversa é facilmente

quantificada pela contagem do número de colônias (células revertentes) que

18

Page 33: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

crescem em meio mínimo após aos bioensaios de uma população de células a

um agente mutagênico (MORTELMANS & ZEIGER, 2000).

Essas linhagens bacterianas foram desenvolvidas para detectar mutações

do tipo deslocamento do quadro de leitura (frameshift) ou para verificar a

substituição de pares de bases no DNA (base pair substitution) (MARON & AMES,

1983; MORTELMANS & ZEIGER, 2000). As linhagens TA98 e TA100 são as mais

utilizadas para estudos de triagem, pois ensaios com estas linhagens têm se

verificado resultados eficientes na detecção de vários tipos de mutágenos

(FERRAZ, 2011).

A linhagem TA100 é usada para detecção de agentes que possam induzir

metilação e causar substituição de pares de bases do DNA, através de uma

mutação no gene hisG46 que codifica a primeira enzima da biossíntese da

histidina. Sua construção é baseada em uma mutação de ponto, a partir de

alteração de base A-T por G-C, que codifica numa trinca específica prolina para

uma leucina, restaurando a produção da primeira enzima da biossíntese de

histidina que, consequentemente, leva a reversão ao caráter prototrófico (MARON

& AMES, 1983).

A linhagem TA98 detecta agentes mutagênicos que induzem alteração no

quadro de leitura do DNA, apresentando como ponto preferencial de lesão oito

resíduos repetitivos GC no operon do gene hisd3052 que codifica para a enzima

histidinol desidrogenase (catalizadora da reação final na biossíntese de histidina)

(MORTELMANS & ZEIGER, 2000). Os agentes mutagênicos geralmente atuam

nestas unidades repetitivas do DNA ocasionando uma restauração do quadro

correto da leitura envolvida na síntese da histidina. Nesta cepa, a reversão (his+)

ocorre pela deleção de um ou dois pares de bases desta sequência ou, pela

adição de um par (MARON & AMES, 1983).

Essas linhagens bacterianas foram desenvolvidas também com

características genéticas que lhes conferem maior sensibilidade e versatilidade na

detecção de diversos tipos de mutágenos. Tais como: mutação rfa que causa

perda parcial de polissacarídeos da parede bacteriana, aumentando a 19

Page 34: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

permeabilidade da membrana e facilitando a entrada da substância teste pela

célula bacteriana; deleção uvrB responsável pelo sistema de reparação por

excisão de nucleotídeo (NER) evitando que a célula repare o dano induzido pelo

agente teste) e a presença do plasmídio pKM101 (marcadores de resistência a

antibióticos de forma seletiva evitando contaminação por outras bactérias)

(MARON & AMES, 1983).

Com a finalidade de tornar os testes com procariotos mais consistentes e

aplicáveis a mamíferos, os ensaios com bactérias tornaram-se dependentes de

um passo fundamental que é a mimetização do metabolismo de mamíferos, por

um sistema enzimático de indução microssomal (CLAXTON & WOODALL, 2007).

Nas células eucarióticas está presente o sistema enzimático citocromo P-450, o

qual catalisa a ativação de pró-mutágenos (substâncias que não têm ação direta

sobre o DNA), atua na defesa dos organismos, degrada substâncias químicas

inerentes ao metabolismo celular, mas nas bactérias este sistema está ausente.

Os pró-mutágenos após serem metabolizados no organismo, são

convertidos em compostos eletrofílicos (MORTELMANS & ZEIGER, 2000). Esta

transformação é um processo que inclui reação de oxi-redução e hidrólise, que

podem ativar algumas substâncias às moléculas eletrofílicas reativas capazes de

interagir com os sítios nucleofílicos do DNA provocando lesões, formando aductos

e outros (RABELLO-GAY et al., 1991). Para tal, requerem uma conversão

metabólica por ativação enzimática para tornarem-se geneticamente ativos. Como

estas enzimas encontram-se ausentes nas bactérias, torna-se necessária a

adição de uma mistura exógena para a ativação metabólica.

Esta conversão metabólica dos pró-mutágenos, pode ser detectável

adicionando-se a fração S9 mix - sistema de metabolização exógena, a qual induz

um conjunto de enzimas do sistema microssomal hepático (MARON & AMES,

1983). Este sistema é utilizado pela maioria dos laboratórios, podendo ser

adquirido comercialmente, preparado a partir fígados de ratos, pré tratado com

um indutor enzimático.

20

Page 35: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

Assim, teste de Ames pode ser realizado com linhagens bacterianas

sensíveis a diferentes agentes, em presença e ausência de ativação metabólica,

com objetivo de identificar substâncias com ação direta ou indireta sobre o DNA,

acompanhar a atividade positiva ou negativa dos metabólitos gerados pela

biotransformação (KU et al., 2007).

>>Teste de mutagênese e recombinogênese em Saccharomyces

cerevisae

Os danos genéticos podem ser avaliados utilizando bioensaios com

organismos haplóides e diplóides e em todos os estágios do ciclo celular como

G1, síntese de DNA, mitose e meiose. Para avaliação de toxicidade genética,

experimentos de mutações reversas, recombinação mitótica e conversão gênica

mitótica são os mais comumente utilizados. E o fungo S. cerevisiae têm sido de

grande utilidade na avaliação de danos por mutagênicos ambientais ou

farmacológicos, além de ser importante na complementação dos ensaios

realizados em bactérias para detectar mutagênicos (POLI et al., 1999; MATUO et

al., 2012).

Os ensaios utilizando S. cerevisiae são rápidos, economicamente viáveis e

reprodutíveis. Além disso, as leveduras possuem também uma vantagem sobre

os ensaios bacterianos, que é presença de um sistema endógeno de ativação

metabólica (complexo enzimático citocromo P-450 e detoxificação), capaz de

ativar vários pré-mutagênicos sem necessidade de adição de ativador exógeno

para os experimentos (POLI et al., 1999; TOUSSAINT & CONCONI, 2006;

TOUSSAINT et al., 2006; KNIGHT et al., 2007).

Os ensaios de mutação reversa utilizam os processos de reversão de

auxotrofia (microrganismos mutante que necessitam de fatores de crescimento)

para prototrofia (microrganismos que não precisam de fatores de crescimento),

produzidas por uma substituição, inserção, deleção de pares de bases ou por

uma indução de um supressor do gene original (HENRIQUES et al., 1987;

PUNGARTNIK et al., 1999; GASPARRI, 2005; PINHATTI, 2009).

21

Page 36: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

Estes processos ocorrem para uma compensação ou restauração de um

erro gênico envolvido no requerimento nutricional (ZIMMERMANN 1975; BOEIRA

et al., 2002; GASPARRI, 2005). A restauração da mutação pode ser uma reversão

exata do defeito original ou uma compensação causada por dois eventos: (I) por

uma segunda mutação dentro do gene (mutação supressora interna); (II) ou uma

mutação externa, nos alelos sem sentido (nonsense - resultante da troca de um

códon, que codifica um determinado aminoácido, para um outro códon de

terminação da síntese proteica) (ATKIN et al., 1993; GASPARRI, 2005).

Para identificação de mutação reversa, geralmente se utiliza leveduras com

alterações genéticas, para uma ou mais deficiências nutricionais, como, por

exemplo, a linhagem haplóide XV185-14c isolada por Von Borstel (ZIMMERMANN

et al., 1984; HENRIQUES et al., 1997; ROSA et al., 2004). Esta linhagem permite

a detecção por dois tipos de mutações locus específicas: (I) reversões do alelo

ocre lys1-1(alteração para o códon UAA de término de cadeia), ou do alelo

“missense” his1-7(códon alterado codifica um aminoácido diferente) e (II) ou

reversões por deslocamento de quadro de leitura do DNA “frameshift” verificadas

no locus hom3-10 (ZIMMERMANN et al., 1984; HENRIQUES et al., 1997; ROSA

et al., 2004).

A análise das células revertentes, se dá pela contagem das leveduras

semeadas em placas contendo meio seletivo, no qual o fator de crescimento

indispensável para o metabolismo não se encontra presente, ou está em

concentrações muito pequenas, permitindo um “background” de crescimento

(GASPARRI, 2005).

O potencial mutagênico de agentes químicos e físicos podem ser

verificados através da recombinação mitótica, um dos mecanismos usados

pelas células para reparação dos danos no DNA. Ao surgir uma alteração no

DNA, esse pode permanecer irreparável, causando a morte celular, ou pode ser

reparado pelo processo de recombinação. Algumas substâncias carcinogênicas,

podem apresentar resultados negativos em testes que detectam mutagênese,

mas podem induzir a recombinação (SILVA et al., 2003; DEGRANDI, 2009). Esse

22

Page 37: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

fenômeno acontece normalmente em células diplóides e caracteriza-se pela troca

de fragmentos do DNA entre cromátides irmãs ou cromossomos homólogos. A

recombinação pode acontecer por uma troca recíproca (crossing over) e não

recíproca (conversão gênica).

O crossing over, ou permuta, é o produto da troca recíproca de segmentos

de DNA entre dois cromossomos homólogos, onde os alelos recessivo e

selvagem estão posicionado em cromossomos diferentes. As células portadoras

dos alelos em homozigose seriam capazes de restaurar o genótipo original

(ZIMMERMANN, 1975; KUPIEC, 2000).

As linhagens diplóides heterozigotas de S. cerevisiae são sempre usadas

neste tipo de bioensaio, devido a mesma possuir um genótipo, com um par de

marcadores recessivos, distantes entre si, mas localizados no mesmo braço

cromossômico em diferentes homólogos e defronte aos alelos dominantes

correspondentes (VIAU, 2006).

A conversão gênica mitótica pode resultar da troca não recíproca de

informações genéticas entre dois cromossomos homólogos podendo ocorrer

também entre cromátides irmãs e uma duplicação intracromátide (PETES et al.,

1991).

Para visualizar a conversão gênica mitótica pode se usar linhagem de

levedura diplóide heterozigota com dois alelos inativos diferentes no mesmo locus

gênico. A efetivação desses alelos levam as células crescerem em meio que

contenha suplementos nutricionais específicos. A não ser que, um fenótipo do tipo

selvagem muito ativo seja produzido a partir de alelos inativos através da

recombinação intragênica (ZIMMERMANN, 1975; PETES et al., 1991; KUPIEC,

2000).

Neste sentido, a XS2316 é uma linhagem heterozigota para o lócus CYH2

(+/cyh) e heteroalélica para LEU1 (leu1-1/leu1-12), as quais são passíveis de

verificar a recombinação (crossing over) e conversão gênica, respectivamente.

23

Page 38: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

>>Teste cometa

O ensaio Cometa, também conhecido como eletroforese de célula única

em gel, é amplamente empregado como um indicativo de danos mutagênicos em

células eucarióticas. Podem ser realizado em diversos tipos celulares, incluindo

fungos, vegetais e células animais in vitro e in vivo (ROSA et al., 2007;

CAVALCANTI et al., 2008). Por meio deste teste é feito uma avaliação de danos

como, a quebras simples e duplas na fita de DNA, eventos de reparo por excisão

incompletos, sítios álcali-lábeis, danos oxidativos ao DNA, ligações cruzadas

entre moléculas: DNA/DNA, DNA/proteínas e DNA/droga (TICE et al., 2000;

BOLOGNESI et al., 2004).

O princípio deste ensaio leva em consideração o comportamento do DNA

em células individualizadas, bem como, sua organização no núcleo celular. Para a

realização do ensaio, as células devem ser inseridas em um gel de agarose,

disposta em fina camada sobre uma lâmina histológica (PINHATTI, 2009). Através

de uma solução de lise em pH alcalino, suas membranas são rompidas. Os

componentes citoplasmáticos e proteínas nucleares precipitam com uso de

soluções salinas. Dessa maneira, resta na lâmina apenas o nucleóide (parte de

DNA do núcleo) que permanece íntegro, para realização da eletroforese.

As células presentes na lâmina, ao serem submetidas ao campo elétrico, o

comportamento de migração do DNA do nucleóide pelo gel. Fragmentos

pequenos migram em direção ao ânodo com uma velocidade maior que a matriz

nuclear. Após a migração do DNA danificado, este assume um aspecto

semelhante ao de um cometa (a cabeça representa o arcabouço de DNA intacto e

a cauda, os fragmentos provenientes da quantidade de dano ocorrido (TICE, et

al., 2000; LEE & STEINERT, 2003; COLLINS, 2004; BURLINSON et al., 2007).

A visualização dos cometas pode ser obtida em microscópio óptico quando

as células forem submetidas a nitrato de prata ou em microscópio de

fluorescência, se as células foram coradas com brometo de etídeo, laranja de

acridina ou DAPI (DEGRANDI, 2009).

24

Page 39: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

Os resultados podem ser obtidos pela análise dos danos de acordo com o

tamanho da cauda em relação a cabeça (núcleo), permitindo avaliar o potencial

genotóxico das amostras.

25

Page 40: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

3. OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL

Identificar possíveis aplicações biotecnológicas do extrato da casca do fruto

do T. cacao fermentado e atestar a seguridade de uso deste extrato para

humanos e o meio ambiente.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

1. Obter um extrato da casca do fruto do T. cacao fermentado;

2. Realizar o fracionamento químico do extrato da casca fruto do T. cacao

fermentado utilizando solventes em uma escala crescente de polaridade;

3. Avaliar o potencial bactericida das frações do extrato da casca do fruto

do T. cacao2 fermentado em bactérias patogênicas;

4. Avaliar o potencial anti-fúngico das frações e do extrato da casca do

fruto T.cacao fermentado contra o fungo M. perniciosa e S. cerevisiae;

5. Determinar o possível mecanismo de ação do extrato da casca do fruto

do T. cacao fermentado em levedura S. cerevisiae

6. Determinar a seguridade de uso do extrato da casca do fruto do T. cacao

fermentado para humanos e o meio ambiente através da avaliação de ensaios

genotóxicos em bactéria, levedura e células de mamíferos.

26

Page 41: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

4. CAPÍTULO I

Page 42: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

Patente: PRIVILÉGIO DE INOVAÇÃO - EXTRATO DA CASCA DO FRUTO DO CACAUEIRO: OBTENÇÃO E USO AGRÍCOLA

1. Título da Invenção: Extrato da casca do fruto do cacaueiro: obtenção e uso agrícola

2. Área de Pesquisa: Ciências Agrárias3. Número do registro: BR11201201718104. Data de depósito: 12/07/20125. Instituição financiadora: Universidade Estadual de Santa Cruz6. Pesquisador Responsável: Dr. George Andrade Sodré7. Nome(s) do(s) Inventor (es):

Inventor Unidade Laboratório

Dr. George Andrade Sodré Senup/DCAA Fitotecnia e Solos

Dr. Paulo César Lima Marrocos Senup/DFCH Fitotecnia e Solos

Dr. José Olimpio Souza Junior DCAA Fitotecnia e Solos

Dr. Martin Brendel DCB Biologia de Fungos

Dra. Cristina Pungartnik DCB Biologia de Fungos

Dr. Raul René Valle Sefis Fisiologia Vegetal

Msc Regineide Xavier Santos PPGGBM Biologia de Fungos

8. RESUMO DO INVENTO A SER DEPOSITADO

1. Introdução:

Os resíduos agrícolas são classificados de acordo com os perigos que

podem causar pelo descarte no ambiente e também pela potencialidade de uso

na agricultura. Na cultura de cacaueiro o resíduo gerado em maior quantidade é a

casca do fruto. Atualmente, a casca é separada permanecendo no solo das

plantações logo após a extração das sementes. Dentre as potencialidades de

aproveitamento de casca do fruto do cacaueiro, destacam-se o uso na

28

Page 43: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

alimentação animal, pectinas e produção de fertilizantes orgânicos (ABIOLA 1988;

CHEPOTE et al., 1990; BARAZARTE et al., 2008).

Em análise química do extrato da casca de frutos de cacaueiros, Sodré et

al (2007), verificaram que a quantidade de potássio (K) foi superior aos demais

nutrientes e representou 73% do total de nutrientes na fração mineral. A

preocupação com a qualidade biológica do extrato da casca de frutos de

cacaueiros e efeitos sobre animais e plantas, levou a ensaios preliminares para

avaliar a atividade anti-microbiana do extrato, os quais se mostraram

extremamente promissores. Nesse contexto, existem diferentes técnicas como

ensaios mutagênicos e genotóxicos utilizados para elucidar o possível potencial

biotecnológico de compostos extraídos de plantas (WILLIAMS 2004; ROSA 2006).

Considerando-se que a região sul do estado da Bahia configura-se como a

maior fronteira nordestina de mata atlântica conservada e onde se cultivam mais

de 400.000 ha com cacaueiros, e, sabendo-se que os empresários do setor

cacaueiro estão preocupados com as questões econômicas e impactos

ambientais dessa atividade, uma forma de despertar ainda mais o interesse dos

cacauicultores por essa atividade é mostrar o valor econômico dos resíduos

desperdiçados, que podem ser utilizados para a produção de fertilizantes, como

para produtos de natureza bioquímica.

Dessa maneira, o trabalho objetivou determinar as características físico-

químicas do extrato obtido da casca de frutos do cacaueiro, viabilizando o uso do

extrato como biofertilizante, caracterizando a atividade biológica (anti-bacteriana e

anti-fúngica) quanto ao seu possível potencial biotecnológico e avaliando a

toxicidade ou genotoxicidade do biofertilizante, visando obter a recomendação de

dose de extrato como biofertilizante a ser aplicada em substituição a adubos

comerciais na produção de mudas de cacaueiros.

Por fim, objetivou-se avaliar o potencial para a produção de patente do

produto tecnológico e determinar se o biofertilizante é seguro para o uso por seres

humanos. Para isso, buscou-se alcançar as seguintes metas: aplicação de doses

do extrato em experimento com 250 mudas de cacaueiro; avaliação do

crescimento das mudas em resposta às doses de extrato aplicadas; obtenção da

dose que permite o maior crescimento econômico das mudas; determinação dos

itens necessários para incluir em processo de patente do produto tecnológico

29

Page 44: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

sobre a atividade anti-fúngica e anti-bacteriana e avaliação do potencial para

produção de patente de processo ou produto tecnológico.

2. Metodologia:

Foram realizadas quatro ações de pesquisa: compostagem, obtenção e

caracterização química do extrato; ensaios de validação de uso do extrato como

biofertilizante; avaliação da atividade biológica e genotóxica do extrato.

Em seguida, realizou-se três experimentos para observar a atividade anti-

bacteriana, três experimentos para a observar a atividade anti-fúngica, três

experimentos (ensaios) com Salmonella/microssomo e três experimentos do

ensaio com Saccharomyces cerevisiae. Após o término dos referidos

experimentos, produziu-se um dossiê reunindo as informações sobre a atividade

anti-fúngica, anti-bacteriana do bioproduto determinado e estudo de

genotoxidade. Esses experimentos foram realizados na Universidade Estadual de

Santa Cruz (Uesc).

2.1Compostagem, obtenção e caracterização química do extrato:

As atividades foram realizadas utilizando-se a infra-estrutura do Centro de

Pesquisa do Cacau (Cepec), pertencente à Comissão Executiva do Plano da

Lavoura Cacaueira (Ceplac), Ilhéus-BA. Inicialmente, preparou-se 2 t (duas

toneladas) de composto da casca do fruto de cacaueiro. Esses frutos foram

colhidos em áreas experimentais, quebrados, separados das sementes e

retirados da área.

Durante a preparação do composto, a casca foi picada em pedaços

retangulares de 1,5 a 2,5 cm de largura e dispostas em pilhas sob lona de

polietileno. As pilhas foram preparadas em camadas de 15 cm de altura e

umedecidas vagarosamente. As dimensões da pilha foram 2,5 m de comprimento,

1,5 m de largura e 1,0 m de altura. O composto foi revolvido a cada 15 dias até o

momento em que não mais se verificou o aquecimento da massa.

Para retirar o extrato da casca do fruto, coletou-se por cada extração 30

litros de composto. Em seguida, colocado sobre uma peneira de 4 mm de malha,

adicionou-se lentamente cinco litros de água destilada. Sob a peneira colocou-se

30

Page 45: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

uma calha de coleta. O extrato obtido foi seco em temperatura ambiente durante

setenta e duas horas utilizando bandejas de alumínio e, em seguida, moído e

passado em peneira de 1,5 mm, obtendo-se uma produção de 200 kg (duzentos

quilogramas) de extrato de casca do fruto de cacaueiro.

Em amostras do extrato, determinou-se o teor de carbono total pelo método

da ignição e o teor de nitrogênio, pelo método Kjeldahl, (JAKSON, 1958). Para

análise de fósforo, potássio, cálcio, magnésio, cobre, ferro, manganês e zinco as

amostras sofreram digestão nitroperclórica. O fósforo foi dosado

colorimetricamente, o potássio por fotometria de chama e os demais nutrientes

por espectrofotometria de absorção atômica. A condutividade elétrica foi

determinada em solução do extrato diluído em água destilada.

Os ácidos fenólicos foram extraídos de 5g (cinco gramas) de extrato da

casca do fruto do cacaueiro pelo refluxo das amostras durante duas horas, em 50

mL (mililitros) de metanol contendo HCl (ácido clorídrico) a 0,1%. Após filtração,

as amostras foram secas em um evaporador rotativo a vácuo e o resíduo

suspenso em HCl 1M (um molar), refluxado por uma hora, resfriado e filtrado. O

filtrado hidrolisado foi centrifugado e o sobrenadante submetido à extração com

acetato de etila (3x20mL). O extrato foi misturado com NaHCO3 (bicarbonato de

sódio) a 5% (3x20mL), submetido a acidificação com HCl até atingir o pH 3,5, e

extraído com acetato de etila (2x25mL). A umidade residual foi removida do

extrato de acetato de etila com Na2SO4 (sulfato de sódio). Logo após, o extrato

resultante foi seco à vácuo e obteve-se a fração fenólica. Posteriormente,

adicionou-se ao extrato ácido 5 mL de HCl + CH3OH (metanol), que foi refluxado

por trinta minutos para esterificação. A determinação dos ácidos fenólicos foi feita

por cromatografia líquida gasosa em uma coluna de vidro empacotada com 3% de

SE-30 ou OV-17 sobre Chromosorb W de 100-120 mesh.

Para a extração das procianidinas, taninos comumente encontrados no

cacaueiro, amostras de extrato foram macerados em almofariz de porcelana com

metanol 80% (40 mL/g de tecido). O homogenato foi resfriado a 4 °C e

centrifugado a 3000xg por dez minutos, e o metanol removido a vácuo com 30 °C.

O extrato foi reconstituído com 4mL/g de solução tampão de MES/KOH 10 mM pH

6, e submetido a uma nova centrifugação. O sobrenadante foi filtrado, esterilizado

e armazenado a -20 °C até sua determinação (EVANS & BASTOS, 1979). As

31

Page 46: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

análises também foram feitas por CLAE, de acordo com o método descrito por

Escribano-Bailón et al (1992).

A determinação do conteúdo de lignina foi realizada pelo método da

percentagem de fibra em detergente ácido (ADF), mediante hidrólise da celulose

em ácido sulfúrico a 72% (ROWLAND & ROBERTS, 1994). De acordo com a

metodologia, 0,5 a 1,0 g de extrato da casca de fruto de cacaueiro seco ao ar

(W1) sofreu imersão em 100 mL de uma solução de cetil trimetil amônio brometo

(CTBA) contendo algumas gotas de etanol. A mistura contida em um frasco foi

fervida em banho-maria por uma hora. Posteriormente, a solução foi filtrada sobre

sucção suave à quente em almofariz filtrante N° 2, previamente calcinado a 550

°C por duas horas. O resíduo foi lavado por três vezes com alíquotas de 50 mL de

água deionizada fervente e, em seguida, com acetona até a remoção de toda

coloração da amostra.

O almofariz com a fibra resultante foi aquecido a 105 °C por duas horas e,

então, tratado com H2SO4 (ácido sulfúrico) a 72%, previamente resfriado a 15 °C

até formar uma massa uniforme. Uma nova porção de H2SO4 a 72% foi

adicionada e o material filtrado a vácuo, foi lavado com água quente e, em

seguida, com acetona. Após secagem por 2 horas o material foi resfriado em

dessecador e pesado (W2). Finalmente, o almofariz foi calcinado a 550 °C por

duas horas e, posteriormente, resfriado em dessecador e pesado (W3). O

percentual de lignina foi obtido pela seguinte equação:

% Lignina = (W2 − W3) 100 / W1

2.2Ensaio de validação do uso do extrato como biofertilizante:

O experimento foi instalado em casa de vegetação do Centro de Pesquisas

do Cacau (Cepec), em vasos contendo substrato formado da mistura de serragem

e areia na proporção volumétrica 2:1. O substrato escolhido foi testado e

recomendado por Sodré (2007) para mudas de cacaueiro. Para a produção das

mudas foram utilizadas mini estacas de ramos plagiotrópicos, do clone Trinidad

Select Hybrid (TSH 1188). A unidade experimental foi constituída por seis plantas,

dispostas em delineamento de blocos ao acaso, com seis tratamentos (doses) e

32

Page 47: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

cinco repetições. Os tratamentos foram constituídos por cinco doses de extrato 2,

4, 6, 8, e 10 g dm-3, misturados ao substrato e um tratamento testemunha

formado pela dose de 2 g dm-3 do fertilizante de liberação lenta (3-5 meses)

Osmocote® (22% N - 4 %P2O5 - 8% K2O) e 1,0 g.dm-3 do fertilizante solúvel PG

Mix 14% N -18% P2O5 - 18% K2O + micronutrientes. As aplicações do extrato e

dos fertilizantes foram realizadas de acordo com Marrocos & Sodré (2004).

As miniestacas foram retiradas da ponta dos ramos das plantas matrizes

com comprimento de seis centímetros. A base da miniestaca foi cortada

transversalmente dois milímetros abaixo de uma gema foliar e, em seguida, a

primeira folha da base para o ápice foi reduzida à metade, e as demais em 20%

do tamanho original de acordo com Sodré (2007). Para o enraizamento foram

utilizados tubetes de 288 cm3, as miniestacas foram inicialmente tratadas na base

com ácido indol-butírico (AIB) misturado em talco 6000 mg.kg-1 e em seguida,

inseridas a 1,5 cm de profundidade e conduzidas a câmara de nebulização. Para

manter a atmosfera saturada a 100% de umidade relativa na superfície da folha,

as miniestacas foram submetidas à nebulização por quinze segundos a cada

cinco minutos, entre às seis e dezoito horas, e quinze segundos a cada hora, das

dezoito às seis horas do dia seguinte.

Quando da verificação da presença de raízes primárias e do início das

primeiras brotações, as miniestacas foram retiradas da câmara de nebulização e

transferidas para crescimento em casa de vegetação, em sacos de polietileno de

840 cm3, preenchidos com o mesmo substrato, onde foram aplicados os

tratamentos. Durante o crescimento, as mudas receberam diariamente irrigações

por micro-aspersão com duração de três minutos a cada três horas.

Após seis meses de permanência das mudas em casa de vegetação,

avaliou-se a altura da planta (AP), diâmetro do caule (DC), massa seca da parte

aérea (MSPA) e das raízes (MSR), número de folhas (NF) e área foliar (AF).

Medições de trocas gasosas foram feitas em folhas maduras do terço superior

das mudas, utilizando um sistema portátil de fotossíntese Li-6400. Os dados

obtidos foram submetidos à análise de variância, usando-se o programa SAS®

(SAS, 1989) e os efeitos de tratamentos avaliados por equações de regressão

ajustadas entre as variáveis avaliadas e as doses de extrato. As equações de

33

Page 48: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

regressão foram selecionadas em função da significância dos coeficientes da

regressão e do maior coeficiente de determinação.

2.3. Preparo do extrato de casca do fruto de cacaueiro para os testes

biológicos, genotóxico, fitoquímicos e fracionamento

O extrato bruto foi preparado no Centro de Pesquisa do Cacau (Cepec),

como anteriormente descrito por Sodré (2010). O extrato bruto seco foi triturado

(2,015g) com movimentos espiralados em almofariz de porcelana até reduzir o

extrato a pó. Após trituração foi adicionado 10 ml de água destilada e realizada a

filtração em papel filtro, repetiu o procedimento por 3 vezes. O resíduo

posteriormente, foi sonicado com 10 pulsos de 40 segundos em amplitude de

60%, adicionado 5mL de água destilada e filtrado como descrito anteriormente.

Após filtração, o extrato foi congelado e concentrou-se por liofilização durante 4

dias, a fim de obter o cacao pod extract [CHE] (1,4700g, rendimento: 72,95% w/

w).

2.4. Fracionamento de CHE

O fracionamento de CHE (100 mg) foi realizada por partição por hidrólise e

em coluna aberta. PARTIÇÃO: com clorofórmio (3 x 30 mL) (CHE1), acetato de

etila (3 x 30 mL) (CHE2), n-butanol (3 x 30 mL) (CHE3), e a fração restante com

água destilada (CHE4). Extrações por HIDRÓLISE foi usado 100 mg de extrato

bruto (CHE) dissolvido em ácido sulfúrico 1N (5 mL). A mistura foi submetida a

refluxo durante 30 min, filtrou-se e alcalinizou-se até pH 10 rendendo CHE5. Este

CHE5 foi submetido a partição solvente por extracção com clorofórmio / metanol

(3:1 v / v), obtendo-se CHE6 ou clorofórmio (3 x 30 mL) originando CHE7.

COLUNA ABERTA: 1,5 g de CHE foi cromatografado em coluna aberta de gel de

sílica 60RP-18 (40-63 um Fluka Analytical), na razão de 1:50 (extracto: sílica).

Misturas de metanol e água de 0% a 100% foram utilizados como eluente.

Quarenta e cinco fracções foram obtidos, que foram agrupados de acordo com o

seu perfil cromatográfico em cromatografia em camada fina usando n-butanol:

ácido acético: água - BAW (4:1:1) como eluente e visualizados sob luz UV (254 e

365 nm, portátil lâmpada UV Modelo 9403E, BioAmerica Inc., EUA), resultando

em cinco frações (CHE8, CHE9, CHE10, CHE11 e CHE12). As frações foram

34

Page 49: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

secas em um evaporador rotativo e armazenado a -20 °C até que os testes

biológicos.

2.4.1. Análises fitoquímica de CHE

A análise fitoquímica para as classes de componentes bioativos foi

realizada usando 10 mg/ml de CHE solubilizado com água destilada. As classes

dos constituintes de bioativos rastreados foram: Compostos fenolicos (Cloreto

ferrico), alcalóides (Mayer, Wagner), saponinas (utilizando o teste de espuma),

glicosídeos cardíacos (Baljet) esteroides, terpenoides e derivados antracênicos

livres (Börntraeger) realizados de acordo com Harbone (1998). Reagentes

específicos de reconhecimento de glicosídeos cardiotônicos (Salkowski, Kedde,

Baljet, Keller-Killiani e Liebermann Burchard), cumarinas voláteis, flavonóides,

taninos (acetato de chumbo e cloreto de ferro III) saponinas, triterpenos

(Liebermann-Burchard e Salkowski) e derivados antracênicos livres (Börntraeger)

foram testados. Para cromatografia em camada fina (TLC) foram utilizados

sistemas e reveladores segundo descrição metodológica descrita de Harborne

(1984) e Wagner e Bladt (1996) para avaliação das frações. Cada um dos testes

foi qualitativamente expresso como negativo (-) ou positivo (+).

2.5. Avaliação de atividade biológica de CHE

Foram realizados ensaios com testes padrões utilizando-se o extrato da

casca do fruto do cacaueiro para as seguintes análises:

‣Atividade anti-bacteriana – Sete cepas bacterianas foram escolhidas para

o ensaio de bioatividade: a) gram-positivo Staphylococcus aureus, St. epidermidis,

e Bacillus subtilis, b) gram-negativas Escherichia coli, Pseudomonas aeruginosa,

Salmonella choleraesuis e Klebsiella pneumoniae;

‣Atividade anti-fúngica - realização de teste de inibição de crescimento

contra M. perniciosa (FILHO et al., 2006) e S. cerevisiae (PUNGARTNIK et al.,

2002; PICADA et al., 2003) através de ensaios microbiológicos e in vitro,

disponíveis no Laboratório de Biologia de Fungos da UESC.

2.6. Avaliação da genotoxicidade de CHE:

‣Ensaio de mutagenicidade Salmonella/microsome

35

Page 50: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

Este teste teve por objetivo avaliar a habilidade de um determinado produto

em induzir mutações reversas nas diferentes linhagens da bactéria Salmonella

typhimurium. O Teste de Ames/Salmonella pode ser realizado em cinco linhagens

diferentes de S. typhimurium, onde cada uma serve para detectar um determinado

tipo de mutação provocada pelo produto em teste.

Em ensaio clássico, a metodologia utilizada para determinar a atividade

mutagênica das amostras foi o teste Salmonella/microssoma no procedimento de

pré-incubação (Maron & Ames, 1983). Foram utilizadas pelo menos 2 linhagens

de Salmonella typhimurium geneticamente modificadas, escolhidas na primeira

etapa do trabalho de acordo com a sensibilidade observada. Preferencialmente

foram utilizadas as linhagens TA 98 e TA 100 que detectam mutagênicos que

causam erro no quadro de leitura e substituição de pares de bases,

respectivamente (MARON & AMES, 1983).

Todas as linhagens foram testadas em presença e ausência de fração de

metabolização hepática (S9). Nos ensaios foram adicionados controles negativos

(200µl de meio nutriente líquido e o solvente utilizado no ensaio), positivos, de

acordo com a cepa e tratamento utilizado, e cinco dosagens do extrato a testar.

Quanto a determinação da atividade citotóxica, a amostra e a cultura

bacteriana foram incubadas a 37°C por quarenta e oito horas. De acordo com a

metodologia utilizada, obteve-se o resultado em colônias sobreviventes por placa.

O percentual de sobrevivência foi calculado pela razão entre o número de

colônias sobreviventes, frente à amostra estudada, e o número observado no

controle negativo, multiplicado por 100.

As curvas dose-resposta obtidas nos diferentes ensaios foram analisadas

estatísticamente pelo programa Salanal (Salmonella Assay Analysis) versão 1.0

do Research Triangle Institute, RTP, Carolina do Norte, EUA. Tal programa

permite avaliar o efeito das avaliações, selecionando os modelos linear e

Bernstein.

‣Genotoxicidade em levedura Sacchoromyeces cerevisiae

Este ensaio tem por objetivo detectar a mutação gênica em células

eucarióticas de S.cerevisiae e a conversão gênica e recombinação mitótica, para

36

Page 51: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

avaliar a habilidade de um determinado produto induzir mutações reversas,

mutações para frente (forward mutation), defasagem no quadro de leitura

(frameshift mutation) e ambos os tipos de recombinação mitótica (conversão

gênica e crossing-over) em microrganismos eucarióticos.

Utilizou-se a linhagem haplóide XV185-14c, a mais usada

internacionalmente, que detecta mutações dos tipos reversão, mutação para

frente e defasagem no quadro de leitura; e a linhagem diplóide XS2316, que é

empregada para detectar crossing-over e conversão gênica mitótica. A cultura

celular foi obtida de colônias isoladas retiradas da placa máster, colocadas para

crescer em meio líquido YEL, contendo 1% de extrato de levedura, 2% de

bactopeptona e 2% de glicose em frasco Erlenmeyer de 30ml no ‘shaker’, por um

período de aproximadamente quarenta e oito horas a 30 °C.

Foram utilizados os seguintes meios de cultura: Meio sintético (SC)

suplementado (1- SC-histidina, 2- SC-lisina, 3- SC-homoserina), estes últimos

com ausência de aminoácidos específicos. As células foram ressuspendidas e

diluídas em solução salina (NaCl 0,9%), contadas em câmera de Neubauer no

microscópio óptico, e o resultado foi utilizado para calcular a concentração celular

(fase exponencial ou como fase estacionária / também os brotos). Para a

sobrevivência, incubou-se as colônias em meio rico YEPD (1% de extrato de

levedura, 2% de bactopeptona, 2% de glicose e 2% ágar) por 3-5 dias em estufa a

30°C, após contagem do número de colônias/revertentes. Todos estes

experimentos foram feitos em triplicata para cada dose testada.

Os resultados foram analisados estatisticamente utilizando o Teste

ANOVA--Tukey’s, considerando estatisticamente significativo * P < 0,05 e** P <

0,01, nos diferentes tratamentos e doses.

‣Teste Cometa

Para os testes Cometa (Padrão e Modificado) foram realizados em células

de fibroblastos de pulmão de Chinese Hamster V79 (eucariontes). O Ensaio

Cometa (EC), “Single Cell Gel Electrophoresis”, é uma técnica rápida e eficiente

quando usada para quantificar as lesões e detectar os efeitos do reparo no DNA

em células individualizadas de mamíferos. As células de fibroblastos (V79) tratado

com o extrato foi misturado com agarose de baixo ponto de fusão e

37

Page 52: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

imediatamente disperso em lâmina de microscopia recoberta com agarose

comum. A seguir, as lâminas foram incubadas em solução de lise gelada durante

24 horas a 4ºC, ao abrigo da luz. Em sequência, as lâminas foram colocadas em

uma cuba de eletroforese horizontal e cobertas pelo tampão de eletroforese por

20 minutos a 4ºC. A eletroforese foi realizada durante 20 minutos a 4ºC a 25V

(0,9V/cm) e 300mA. Todos os passos foram realizados em luz amarela ou

vermelha, para prevenir danos adicionais ao DNA. A seguir, as lâminas foram

neutralizadas, lavadas e coradas. Após coloração, as lâminas foram analisadas

por contagem no microscópio onde foram avaliados, a quantidade de DNA na

cauda do cometa quantificado.

3. RESULTADOS

3.1Caracterização química e biológica do extrato

Tabela 1 – Características de crescimento das mudas de cacaueiro produzidas sob diferentes doses de extrato da casca do fruto do cacaueiro.

Dose de K MSRP MSRS MSPA AF ALT DH

mg kg-1 ....................g kg....................g kg-1.....................................g kg-1................. cm2 cm2 mm

0 0,33ns 0,15ns 1,491 336,1ns 22,32 3,93

125 0,41 0,17 1,84 339,3 25,8 4,1

250 0,36 0,22 1,80 347,9 24,7 4,2

500 0,38 0,21 1,66 306,3 24,3 4,0

1000 0,35 0,16 1,61 303,8 23,3 3,9

CV % 17 11 14 16 12 6

*Significativo a 5% de probabilidade; ns = não significativo. (1) ŷ = -0,0643x2 + 0,3933x + 1,2134 (R2 =0,70); (2) ŷ = -0,6032x2 + 3,6635x + 19,778 (R2 =0,68); (3) ŷ = -0,0654x2 + 0,3827x + 3,654 (R2 =0,83).MSRP = Massa seca de raiz pivotante; MSRS = Massa seca de raiz secundária; MSPA = Massa seca de parte aérea; AF = Área foliar; ALT = Altura das plantas; DH = Diâmetro da haste.

38

Page 53: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

Tabela 2 – Teores de nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio e enxofre nas folhas de cacaueiro submetido à aplicação de diferentes doses de extrato da casca do fruto do cacaueiro.

Dose de K N P K Ca Mg S

mg kg-1 ....................................................g kg-1.......................................................................................................g

.......................................................................................................g

.......................................................................................................g

......................................................................................................

0 18,9ns 2,1ns 21,71 5,1ns 2,5ns 1,22

125 17,7 2,1 24,7 4,3 2,6 1,2

250 17,1 1,9 30,3 4,3 2,5 1,1

500 17,3 2,1 32,4 4,4 2,3 1,2

1000 18,4 1,8 31,6 3,7 2 1

CV % 5,3 7 5,7 8,5 5,9 4,8

ns = não significativo. *Significativo a 5% de probabilidade (1) ŷ = -0,8014x2 + 7,5626x + 14,279 (R2 = 0,96*); (2) ŷ = -0,02x2 + 0,0827x + 1,0873 (R2 = 0,75*).

Tabela 3 - Caracterização físico-química do extrato

Características MédiasMédias

N (g kg-1) 20,0

P (g kg-1) 2,35

K (g kg-1) 135,7

Ca (g kg-1) 12,9

Mg (g kg-1) 14,0

Fe (mg kg -1) 1140,01140,0

Zn (mg kg -1) 134,6

Cu (mg kg -1) 58,6

Mn (mg kg -1) 292,1

S total (mg kg -1) ND

Si total (g 100g-1) ND

Si solúvel (g 100g-1) 0,05

Umidade e voláteis (g 100g-1) 9,6 (0,1)29,6 (0,1)2

Cinzas (g 100g-1) 38,7 (0,1)238,7 (0,1)2

Lipídios totais (g 100g-1) ND < 0,13ND < 0,13

Proteína (N x 5,75) (g 100g-1) 12,1 (0,1)212,1 (0,1)2

Carboidratos totais (g 100g-1) 39,6 4

39

Page 54: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

Calorias (kcal 100g-1) 207 5

Fibra (g 100g-1) 1,1 (0,0)21,1 (0,0)2

Frutose (g 100g-1) ND < 0,23ND < 0,23

Glicose (g 100g-1) ND < 0,23ND < 0,23

Sacarose (g 100g-1) ND < 0,23ND < 0,23

Teobromina (g 100g-1) ND < 3,03ND < 3,03

Teofilina (g 100g-1) ND < 3,03ND < 3,03

Fibra detergente ácido (FDA) (g 100g-1) 1,57 (0,03)21,57 (0,03)2

Fibra detergente neutro (FDN) (g 100g-1) 1,79 (0,05)21,79 (0,05)2

Polifenóis totais (g 100g-1) 26,50 626,50

Contagem total de aeróbios pisicrotróficos (UFC g-1)1 4,6 x 1044,6 x 104

Esporos de bactérias termófilas acidófilas (UFC g-1)1 >6,5 x 103>6,5 x 103

Esporos de bactérias termófilas aeróbias totais e "flat sour" (UFC 10g-1)1oros de bactérias termófilas aeróbias totais e "flat sour" (UFC 10g-1)1 8,0 x 1028,0 x 102

Esporos de bactérias termófilas anaeróbicas produtoras de H2S (em 4g)1

S (em presentespresentes

Esporos de bactérias termófilas anaeróbias não produtoras de H2S (em 4g)1

S (em presentespresentes

Esporos de bactérias mesófilas aeróbias (UFC g-1)1 >6,5 x 104>6,5 x 104

Esporos de bactérias mesófilas anaeróbicas (em 4g)1 presentespresentes

Atividade de água em 25°C (média de três repetições)1 0,274

Ácidos fúlvicos (g 100g-1) 35,3

Ácidos húmicos (g 100g-1) 5,4

Resíduo insolúvel (g 100g-1) 59,31 Unidades formadoras de colônias.2 Média e estimativa do desvio padrão3 ND = Não detectado.4 Calculado por diferença: 100 - (g 100g-1 umidade + g 100g-1 cinzas + g 100g-1 proteína + g 100gtotais).

proteína + g 100geína + g 100g-1 lipídios lipídios lipídios

5 O valor calórico da amostra foi calculado pela soma das porcentagens de proteína e carboidratos multiplicados pela fator4 (kcal g-1) somado ao teor de lipídios totais multiplicado pelo fator 9 (kcal g-1).

O valor calórico da amostra foi calculado pela soma das porcentagens de proteína e carboidratos O valor calórico da amostra foi calculado pela soma das porcentagens de proteína e carboidratos O valor calórico da amostra foi calculado pela soma das porcentagens de proteína e carboidratos O valor calórico da amostra foi calculado pela soma das porcentagens de proteína e carboidratos

6 Limite de quantificação = 0,01

40

Page 55: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

3.2 Avaliação de atividade biológica de CHE

Table 4. Inibição do crescimento bacteriano.

" "

Linhagens Crescimento Bacteriano (%) Crescimento Bacteriano (%) scimento Bacteriano (%)

" 1.0 mg/mL 5.0 mg/mL 10.0 mg/mL

Gram-positiva

B. subtilis 113.5 (± 6.6) 109.8 (± 3.5) 100.9 (± 1.7)

S. aureus 134.1 (± 3.1) 144.5 ( ± 2.7) 103.2 (± 1.3)

St. epidermidis 100.9 ( ± 2.7) 98.3 (± 0.9) 92.5 (± 1.4)

Gram-negativa

K. pneumonia 34.9 (± 3.6) 27.1(± 4.2) 3.0 (± 0.2)

P. aeruginosa 37.0 (± 3.6) 0.1 (± 2.1) 29.4 (±9.4)

S. choleraesuis 19.7 (± 5.2) 0.1 ( ± 8.8) 0.1( ± 1.1)

" " " " "

Figura 1. Sobrevivência S.cerevisiae

41

Page 56: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

Figura 2. Sobrevivência de M.perniciosa

Figura 3. Rendimentos químicos e inibição do crescimento bacteriano das

frações de CHE (MIC mg / mL).

*: Dose maxima aplicada;nt: não testada; Se nenhum número for dada nenhuma atividade foi observada.

42

Page 57: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

3.3. Avaliação da genotoxicidade de CHE:

Figura 4. Teste Cometa

43

Page 58: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

Tabela 5. Genotoxicidade em levedura Sacchoromyeces cerevisiae (XV185-14)

Agent Treatment (µg/mL)

Survival (%)

His1/107

survivorsaLys1/107 survivorsb

Hom3/107 survivorsb

Stationary phase - Cells treated in NaCl 0,9%phase - Cells treated in NaCl 0,9%phase - Cells treated in NaCl 0,9%phase - Cells treated in NaCl 0,9%

4NQOd 0.5 65.1±2.4 48.2±10.9*** 11.6±3.4 4.2±0.9

NC c 0 100e 9.9±4.0e 4.2±0.8e 3.0±0.9e

CHE 50 92.3±3.7 10.8±3.4 3.9±0.9 2.1±0.5

100 80.0±7.7 11.4±4.0 4.1±0.7 2.3±1.2

200 78.9±8.3 9.8±3.0 2.8±0.7 2.1±0.4

Exponential phase - Cells treated in NaCl 0,9%Exponential phase - Cells treated in NaCl 0,9%phase - Cells treated in NaCl 0,9%phase - Cells treated in NaCl 0,9%

4NQO 0.5 99.1±1.72 52.2±3.8*** 16.6±0.1 6.2±0.7

NC 0 100 14.0±0.2 2.6±0. 4 0.9±0.25

CHE 50 97.6±3.3 18.0±0.6 2.5±0.07 2.2±0.07

100 99.8±0.2 13.0±0.1 2.2±0.02 3.3±0.5

200 99.1±0.2 7.0±0.4 0.8±0.02 1.9±0.9

a Revertentes Locus-especifico; b Revertentes Locus- não especifico (forward mutation); c Controle Negativo (solvente); d Controle Positivo; e Média e desvio padrão de pelo menos três experimentos independentes. * Diferença Significativa em comparação com o controle negativo para P<0.05; ** P<0.01; ***P<0.001/ teste ANOVA-Tukey’s.

44

Page 59: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

Tabela 6. Genotoxicidade em levedura Sacchoromyeces cerevisiae (XS2316)

Agent Treatment (µg/mL)

Survival (%)

Crossing-over/105

survivorsaGene conversion/10

5

survivorsb

Stationary phase - Cells treated in NaCl 0,9%phase - Cells treated in NaCl 0,9%phase - Cells treated in NaCl 0,9%phase - Cells treated in NaCl 0,9%

4NQOc 0.5 97.5±3.5 106.8±2.5 44.3±2.9

NC b 0 100e17.7±0.3

e 2.8±1.5

e

CHE 200 99.5±0.6 35.4±4.2 1.7±1.5

400 95.6±6.2 36.4±4.3 3.6±1.4

800 95.0±7.0 40.9±3.8 1.1±0.7

Exponential phase - Cells treated in NaCl 0,9%phase - Cells treated in NaCl 0,9%phase - Cells treated in NaCl 0,9%phase - Cells treated in NaCl 0,9%

4NQOc 0.5 84.3±1.7 153.8±2.5 39.1±6.1

NC b 0 100 12.3±0.9 4.2±2.4

CHE 200 99.5±0.7 18.0±0.5 5.2±3.6

400 79.3±23.3 26.0±0.2 6.1±1.7

800 89.7±3.1 22.2±2.2 2.9±0.5

a Média e desvio padrão de pelo menos três experimentos independentes; b Controle Negativo (solvente); c Controle Positivo. * Diferença Significativa em comparação com o controle negativo para P<0.05; ** P<0.01; ***P<0.001/ teste ANOVA-Tukey’s.

45

Page 60: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

Tabela 7. Genotoxicidade em levedura S. typhimurium

S. typhimurium S. typhimurium strainsS. typhimurium strainsstrains

Agent Concentration

(µg/plate)

TA100 TA98

Rev/platea MIb Rev/platea MIb

Without metabolic activation (-S9)Without metabolic activation (-S9)Without metabolic activation (-S9)

NCc - 125.3±4.6 - 22.3±4.5 -

CHE 1000 104.3±6.4 0.83 26.0±2.0 1.17

2000 101.0±14.8 0.81 20.7±3.5 0.93

3000 103.7±11.7 0.83 22.0±4.4 0.99

4000 112.3±3.5 0.90 19.3±1.5 0.87

5000 114.3±13.0 0.91 18.3±9.0 0.82

PCd 0.5 (4NQO)

1 (NaN3)

468.0±46.9*** 3.74 182.3±30.6*** 8.18

With metabolic activation (+S9)With metabolic activation (+S9)With metabolic activation (+S9)

NCc - 156.3±13.2 - 23.7±1.5 -

CHE 1000 157.7±12.7 1.01 22.3±0.6 0.94

2000 161.0±15.4 1.03 27.0±4.4 1.14

3000 160.3±5.3 1.03 22.5±6.4 0.95

4000 157.0±23.1 1.01 21.7±5.9 0.92

5000 152.0±8.0 0.97 27.0±6.6 1.14

PCd 1 (AFB1) 454.0±144.8* 2.90 764.7±130.1*** 32.3aNumber of revertants/plate: mean of three independent experiments ± SD; bMI: mutagenic index (nº. of his+ induced in the sample/nº. of spontaneous his+ in the negative control); cNC: negative control distillated water (10 µl) used as a solvent for the extract; dPC: positive control (-S9) sodium azide to TA100; 4-NQO to TA98; (+S9) aflatoxin B1. *Data significant in relation to negative control p<0.05; *** p<0.001.

46

Page 61: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

3.4 Análises fitoquímica da fração bioativa de CHE

Figura 5. Análise fitoquímica de CHE e frações bioativas.

Extract Fractions bioactiveFractions bioactiveFractions bioactive

CHE CHE8 CHE9 CH12

Alkaloids + - + +

Amino acids nt - - -

Anthraquinones - nt nt nt

Cardiac glycosides - nt nt nt

Flavonoids nt + + -

Phenolic compounds + + + +

Saponins - - - -

Steroids and terpenes nt + + +

47

Page 62: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

Referências Bibliográficas:

Abiola, S.S. 1988. Studies on the value of cocoa husk in nutrition of cockerls. PhD thesis, Dept. Animal. Science., University of Ibadan, Nigeria.

Barazarte, H.; Sangronis, E.; Unai, E. Cocoa (Theobroma cacao L.) hulls: a possible commercial source of pectins. La cascara de cacao (Theobroma cacao L.): una posible fuente comercial de pectinas. Archivos Latino americanos de Nutricion., v.58, p. 64-70, 2008.

Chepote, R.E.; Santana,J.L.C.; De LEON, F. Como utilizar composto de casca de cacau na adubação do cacaueiro. Difusão Agropecuária., v.2, n.1, p. 11-17, 1990.

Escribano-BAILÓN, T., Gutierrez- FERNANDEZ, Y., Rivas-GONZALO, J. C. Characterization of procianydins of Vitis vinifera variety Tinta del Pais grape seeds. J. Agric. Food Chem., v.40, p.1794-1799, 1992.

Evans, H.C.; Bastos, C. N. Uma reavaliação do ciclo de vida da vassoura-de-bruxa (Crinipellis perniciosa) do cacaueiro (Resumo). Fitopatologia Brasileira., 4:104. 1979.

Filho, D.F.; Pungartnik, C; Cascardo, J.C.M; Brendel, M. Broken hyphae of the basidiomycete C.perniciosa allow quantitative assay of toxicity. Curr. Microbiol., v.52, p.407-412, 2006.

Jackson, M.L. Nitrogen determinations for soil and plant tissue. In:______. Soil chemical analysis. Englewood Chiffis: Prentice-Hall, 1958. p.183-204.

Maron,D.M.; Ames, B.N. Revised methods for the Salmonella mutagenicity test. Mutat. Res., v.113p. 173-215, 1983.

Marrocos, P.C.L.; Sodré, G.A. Sistema de Produção de mudas de cacaueiros. In: Barbosa, J.G.; Prieto MARTINEZ, H, E; Pedrosa, M.W.; Sediyama, M.A.N. (Ed.). Nutrição e adubação de plantas cultivadas em substrato.Viçosa: Universidade Federal de Viçosa,. p. 283-311, 2004.

Picada, J.N.; Maris, A.F.; Ckless, K.; Salvador, M.; Khromov-Borisov, N.N.; Henriques, J.A.P. Differential mutagenic, antimutagenic and cytotoxic responses induced by apomorphine and its oxidation product, 8-oxo-apomorphine-semiquinone, in bacteria and yeast. Mutat. Res., v. 539, p.29-41, 2003.

Pungartnik, C.; Picada, J.; Brendel, M.; Henriques, J.A.P. Further phenotypic characterisation of pso mutants of Saccharomyces cerevisiae with respect to DNA repair and response to oxidative stress. Genet. Mol. Res. v. 1, p. 79-89, 2002.

48

Page 63: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

Rosa, R.M.; Melecchi, M.I; da Costa Halmenschlager, R.; Abad, F.C.; Simoni, C.R.; Caramao, E.B.; Henriques, J.A.; Saffi, J.; de Paula Ramos, A.L. Antioxidant and antimutagenic properties of Hibiscus tiliaceus L. Methanolic extract. J. Agric Food Chem., v. 20, p.7324-30, 2006.

Sodré, G.A. Substratos e estaquia na produção de mudas de cacaueiro. (Tese de doutorado). Universidade Estadual Paulista-UNESP, Jaboticabal – SP. 2007, 84p.

Williams, R.J.; Spencer, J.P.E.; Rice-Evans, C. Flavonoids: antioxidants or signaling molecules? Free Radical Biology & Medicine, v. 36, p. 838-849, 2004.

Zimmermann, F.K. Procedures used in the induction of mitotic recombination and mutation in the yeast Saccharomyces cerevisiae. Mutat. Res., v.31, p. 71-86, 1975.

49

Page 64: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

3. CAPÍTULO II

Page 65: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

Antimicrobial Activity of Fermented Theobroma cacao Pod Husk

Extract

R.X. Santos 1; D.A. Oliveira 1; G.A. Sodré, 2,3; G. Gosmann, 4; M. Brendel 1; C.

Pungartnik1

Artigo publicado na Genetics and Molecular Research (GMR)

51

Page 66: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

Antimicrobial Activity of Fermented Theobroma cacao Pod Husk

Extract

R.X. Santos 1; D.A. Oliveira 1; G.A. Sodré, 2,3; G. Gosmann, 4; M. Brendel 1; C.

Pungartnik1

1Departamento de Ciências Biológicas, Universidade Estadual de Santa Cruz, Ilhéus,

Bahia.2Departamento Ciências Agrárias, Universidade Estadual de Santa Cruz, Ilhéus, Bahia.3 Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira, Ilhéus, Bahia.4 Faculdade de Farmácia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Rio

Grande do Sul.

Corresponding author: C. Pungartnik E-mail: [email protected]

Phone/Fax: +55 73 36805336

52

Page 67: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

ABSTRACT. Theobroma cacao L. contains more than 500 different chemical

compounds some of which have been traditionally used as antioxidant, anti-

carcinogenic, immune modulating, vasodilatory and analgesic effects generating and

anti-microbial drug. Spontaneous aerobic fermentation of cacao husks yields a crude

husk extract [CHE] with antimicrobial activity. CHE was fractioned by solvent partition

with polar solvent extraction or by silica gel chromatography and a total of 12 sub-

fractions were analyzed for chemical composition and bioactivity. CHE was effective

against the yeast Saccharomyces cerevisiae and the basidiomycete Moniliophthora

perniciosa. Antibacterial activity was determined using 6 strains: Staphylococcus

aureus, St. epidermidis and Bacillus subtilis (Gram+) and Pseudomonas aeruginosa,

Klebsiella pneumoniae and Salmonella choleraesuis (Gram-). At doses of up to 10 mg/

mL CHE was not effective against the tested Gram+ but against medically important P.

aeruginosa and S. choleraesius with a MIC of 5.0 mg/mL. Sub-fractions varied widely

in activity and strongest antibacterial activity was seen with CHE8 against S.

choleraesius (MIC 1.0 mg/mL) and CHE9 against S. epidermidis (MIC 2.5 mg/mL). All

bioactive CHE-fractions contained phenols, steroids or terpenes but no saponins.

Fraction CHE9 contained flavonoids, phenolics, steroids and terpenes, amino acids and

alkaloids, while CHE12 had the same compounds but lacked flavonoids.

Key words: Pod Husk Extract, Theobroma cacao, Antibacterial activity

53

Page 68: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

INTRODUCTION

Cacao (Theobroma cacao L.) is a neotropical species native to humid tropical plains of

Central and South America (Whitkus et al., 1998). It is classified in the genus

Theobroma, family Malvaceae Esterculiacea and is considered a prehistoric tree already

cultured more than 3,000 years ago by Olmecs and Mayans (Dillinger et al., 2000). The

Mesoamerican people used the seeds of T. cacao as bargaining chips and to produce

beverages to be consumed during rituals or as a medicine to relieve symptoms

associated with sicknesses of cardiovascular, gastrointestinal and nervous character

(Henderson et al., 2007; Prufer and Hurst, 2007; Trognitz et al., 2011). Indigenous

people from Central and South America still use cocoa in folk medicine (Jenny et al.,

2009).

Cocoa has become an important ethno medicinal plant since it has an unique chemical

composition of more than 500 different compounds (Crown and Hurst, 2009). Amongst

their reported contribution for human health, there is the antioxidant (Carl et al., 2005;

Mhd Jalil and Ismail, 2008), anti-inflammatory (Selmi et al., 2008), anti-carcinogenic

(Fotsis et al., 1997; Maskarinec, 2009), immune modulating, vasodilator and analgesic

effects generating (Wollgast and Anklam, 2000) and anti-microbial activity (Osawa et

al., 1990; Percival et al., 2006; Summa et al., 2008; Fapohunda and Afolayan, 2012).

Almonds or cocoa beans constitute the raw material for the production of chocolate and

its derivatives, which are used in different forms worldwide. Processing of cocoa in the

farms begins with the opening of the fruit (pods) in the field under the trees, where the

seeds are separated from the husks. The seeds are then fermented in wooden boxes and

sun-dried, to be later processed by industry (Forsyth and Quesnel, 1957; Kalvatchev et

al., 1998; Camu et al., 2008).

The cultivation of cocoa is of economic importance for several countries such as Ghana,

Ivory Coast, Nigeria, Indonesia, Malaysia and Brazil (Azizah et al., 2007; Hii et al.,

2009). At the same time, commercial cocoa culture may represent a serious problem due

to the generation of huge amounts of pod husks, unused organic material generally left

behind in the fields. For each ton of dry seed about 7 tons of fresh pod husks are

produced (Figueira et al., 1993). These residues, left in the field of most farms, may

serve as reservoir of nutrients for various microorganisms (Vriesmann et al., 2012),

including those responsible for different diseases of cacao, e.g. for the fungus causing

witches’ broom. Thus, by helping propagation of unwanted fungi, uncontrolled deposits

of cacao pod husks may lead to a reduction of cacao production (Kalvatchev et al.,

1998). On the other hand, these cacao husks contain a range of biologically active

compounds (Lecumberri et al., 2007; Rice-Evans, 2001) and, therefore, may represent a

valuable source for the isolation of substances of economic value.

Here we show that controlled spontaneous aerobic fermentation of cacao husks

represents an economic alternative to their uncontrolled waste disposal and that this

process not only decreases the extent of environmental problems but also yields an

54

Page 69: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

extract enriched with secondary metabolic compounds (such as phenols, alkaloids,

terpenoids) with antimicrobial activity.

MATERIAL AND METHODS

Plant material

T. cacao plants selected for this study were Scavina-6 clones resistant against the fungus

Moniliophthora perniciosa (formerly Crinipellis perniciosa (Stahel) Singer) growing in

experimental areas of the Comissão Executiva de Planejamento da Lavoura Cacaueira

(Executive Committee of the Plan of Cocoa Farming, CEPLAC) in Ilhéus, Bahia. The

majority of cacao pods were harvested and processed at CEPLAC while a 200 kg batch

of pod husks was obtained from a farm not using chemical products (organic cultivar),

serving as a control. After seed removal from the opened pods the remaining husks were

collected and transported to the Centro de Pesquisas do Cacau (Cocoa Research

Center–CEPEC) Ilhéus, Bahia.

Preparation of Cacao pod husk extract - CHE

Crude extract was prepared at CEPEC as described. Initially, 2 tons of cacao husks

(from CEPLAC) were transferred to CEPEC (Fig. 1A). To prepare CHE empty pod

husks of T. cacao were chopped into rectangular pieces of about 1.5 to 2.5 cm width,

slightly humidified, and placed on a polyethylene tarp to form piles with 2.5 m length x

1.5 m width x 1.0 m height (Fig. 1B). During a 3 months period, the piles of chopped

husks were stirred every 15 d until there was no more heat dissipation. Each pile was

then transferred into a wooden recipient with a bottom sieve (4 mm mesh), 5 L of

distilled water was poured over the fermented husks and the aqueous crude extract

collected in a bottom tray (Fig. 1C). The obtained crude extract was transferred into

glass Petri dishes (150 mm diameter), dried at room temperature for 72 h, ground in an

electric grinder and passed through a 1.5 mm mesh sieve. Fourteen t of fresh cocoa

husks yielded 20 kg of dry crude extract (Fig. 1D). Pod husks from the organic cultivar

were treated separately (as control) in the same manner.

Two g of this crude extract was reduced to powder using a porcelain mortar, suspended/

dissolved in 10 mL of distilled water and filtered through a paper filter (Whatman, 80g/

m2, porosity 3 µm). The remaining non-dissolved material was re-submitted to the same

procedure twice to yield a total of 30 mL water-dissolved extract. The still remaining

insoluble residue was resuspended 5 mL of distilled water and subjected to sonication

(Ultrasonic processor Gex 130, 130 W), with 10 pulses of 40 s each, 60% output with

10 s intervals, and filtered as described above. A total of 35 mL of this aqueous extract

was frozen at -20 oC, later concentrated by freeze-drying for 4 d in order to obtain cocoa

husk extract [CHE] (yield of 72.95% w/w). 100g of CHE was submitted to standard

microbiological (Downes and Ito, 2001) analysis.

Fractionation of CHE

CHE (100 mg) was fractionated by solvent partition by extraction with chloroform (3 x

30 mL) (CHE1), ethyl acetate (3 x 30 mL) (CHE2), n-butanol (3 x 30 mL) (CHE3), or

the remaining distilled water fraction (CHE4). Other extractions were performed after

55

Page 70: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

hydrolysis where 100 mg of CHE was dissolved in 1N sulfuric acid (5 mL). The

mixture, refluxed for 30 min, filtered and alkalized to pH 10 yielded CHE5. This CHE5

was submitted to solvent partition by extraction with chloroform/methanol (3:1 v/v),

yielding CHE6 or chloroform (3 x 30 mL) yielding CHE7.

1.5 g of CHE was chromatographed in an open column of silica gel 60RP-18 (a 40-63

Fluka Analytical), in the ratio 1:50 (extract:silica). Mixtures of methanol and water 0%

to 100% were used as eluent. Forty-five fractions were obtained, which were grouped

according to their chromatographic profile in thin layer chromatography (TLC) using

silica gel 60 GF254 plates, n-butanol:acetic acid:water - BAW (4:1:1, v/v) as eluent and

visualized under UV light (254 and 365 nm, handheld UV Lamp Model 9403E,

BioAmerica Inc., USA) resulting in five fractions (CHE8 to CHE12).

All fractions were dried in a rotary evaporator and stored at -20 oC until used in

biological tests. Yield for CHE and CHE-fractions are described in Table 1.

Antibacterial bioassay

The bacterial cultures were grown in Mueller-Hinton agar at 25 °C for 24 h, thereafter

suspended in 10 mL of saline (NaCl 0.9%) and suspensions adjusted to optical density

for a 0.5 McFarland standard [108 colony forming units (CFU) /mL]. Six bacterial

strains were used: a) Gram-positive Staphylococcus aureus (ATCC25921), St.

epidermidis (ATCC35984), and Bacillus subtilis, b) Gram-negative Pseudomonas

aeruginosa (ATCC27853), Klebsiella pneumoniae and Salmonella choleraesius.

Antibacterial bioassay using CHE or CHE-fractions was performed using micro-

dilution broth with modifications (Basri et al., 2012). In a 96 micro-well polystyrene

plate, to each 80 µL of inoculum (1.5 x 105 CFU/mL) 40 µL of Tryptic Soy Broth (TSB)

was added and 80 µL of either CHE (original concentrations 1.0, 5.0 and 10.0 mg/mL)

or CHE-fractions (CHE1 to CHE12, in concentrations of 0.1 – 10 mg/mL). Negative

control was the inoculum plus TSB and water instead of the CHE or CHE-fractions.

Plates were closed and incubated at 37 oC for 24 h. All tests were performed in

triplicate. CHE and CHE-fractions were dissolved in distilled water. Antibacterial

activity was assessed by optical density readings at 600 nm (Beckman DU-70 UV-vis

spectrophotometer) at 0 and 24 h after inoculation. Minimum inhibitory concentration

(MIC) of CHE was taken as the lowest concentration of the test agent that restricted

growth increase to a level of OD <0.05 of the control after the incubation period. For

the results of the MIC the percentage of inhibition was calculated according to (Zampini

et al., 2005). Results represent data of a minimum of 3 repetitions.

Antifungal bioassay

Two fungal species, Saccharomyces cerevisiae (BY4741, EUROSCARF) and

Moniliophthora perniciosa were used in this study. S. cerevisiae was obtained by

inoculation of an isolated colony into liquid YPD (1% yeast extract, 2% peptone, 2%

glucose, 48 h). Survival of stationary yeast culture exposed to CHE (50-200 mg/mL, 1 h

at 30 °C in saline) was determined by plating appropriately diluted aliquots on solid

YPD (triplicate) and incubating at 30 °C for 2-3 days. M. perniciosa cultures were

prepared by inoculation of aliquots during 7 d in CPD media [2% of peptone, glucose

56

Page 71: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

and agar, according to Filho et al. (2006)]. From those, 5 mL culture was incubated at

different concentrations of CHE (50-200 mg/mL, 24 h). One mL of broken hyphae

suspension was applied to three plates of CPD, and counted after 7 d, at 25 °C. All

results (yeast and M. perniciosa) were expressed as the percentage of survival related to

the untreated controls and are the mean of at least three independent experiments; with

error bars representing standard deviation as calculated GraphPad Prism program

(GraphPad Software Inc., San Diego, CA).

Phytochemical screening of CHE and bioactive CHE-fractions

Contents of phytochemicals in CHE extracts was determined using 1 mg/mL of the

respective extract in distilled water. The following classes of constituents were screened

for: alkaloids (using both Wagner’s test and Mayer’s test); anthraquinones (using the

Bornträger’s test); cardiac glycosides (using the Baljet’s test); phenolic compounds

(using FeCl3 as the reagent); and saponins (using the Froth test) for their ability to

produce suds (Harborne, 1998). The preliminary phytochemical analysis was also done

for bioactive CHE-fractions using silica gel 60 GF254 TLC plates and BAW (4:1:1, v/v)

as eluent. The spots were visualized under UV light (254 and 365 nm) first, then by

using specific reagents as vanillin ammonia 1% and ferric chloride 2% (polyphenol

compounds), or flavonoids (Natural Reagent -Polyethylene glycol - NP/PEG), or

anisaldehyde/sulfuric acid then heating (steroids and terpenes) or ninhydrin 0.1%

(amines and aminoacids). All these tests, procedures and reagents are described

elsewhere (Harborne, 1984; Wagner and Bladt, 1996).

RESULTS AND DISCUSSION

As little information is available on the presence of antimicrobial compounds in cacao

pod husk an extract was prepared (CHE) and its activity antimicrobial investigated

(Figure 1). Dried CHE powder was black and after dilution in water showed a dark-red

color, absorbing at λmax = 210 and 265 nm; at concentrations >1 mg/mL it is a viscous

fluid; the extraction process to obtain CHE rendered approximately 72.95% of the initial

crude extract.

The antibacterial activity including growth inhibition and MIC assays by CHE and

bioactive CHE-fractions are given in Table 1 and 2, while antifungal activity of CHE

tested with S. cerevisiae and M. perniciosa is shown in figure 2. In Table 1 we can

observe that for K. pneumonia, there was a dose-dependent activity, i.e., 10x higher

concentration led to 10x less bacterial growth. Strongest inhibitory activity was

obtained against P. aeruginosa and S. choleraesius. Interestingly, the bacterial growth of

P. aeruginosa was only inhibited at 5 mg/mL CHE but not at the higher exposure dose

of 10.0 mg/mL (Table 1). This puzzling result was obtained in each of 3 independent

experiments and only with P. aeruginosa. The observed recovery of growth ability by

this bacterium at higher dose of CHE might be explained by the presence of a

compound in CHE that, at 10 mg/mL, can compensate the original antibacterial activity

witnessed at lower CHE doses, by inducing alteration in the bacteria’s physiology. This

compound could be either the same one responsible for the observed antimicrobial

effect at lower doses (induction only at CHE doses > 5 mg/mL) or another non-toxic

compound of CHE that induces these changes in the bacterial metabolism. Similar

57

Page 72: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

observations were already reported by Saito (2012) for the same bacterium, i.e., when

testing antimicrobial activity of a plant extract (Cassia alata) in P. aeruginosa.

At the applied doses of 1 to 10 mg/mL CHE was not effective against any of the tested

gram-positive bacteria, but displayed bactericidal activity of varying degree with gram-

negative bacteria (Table 1). Gram-positive and are commonly distinguished by their cell

wall characteristics, which are related to the surface elements and the permeability

properties. The probable chemical compound or group of compounds responsible for

the specific bactericidal action of CHE on Gram-negative bacteria may have been

extracted by the polar solvent (water). The outer membrane surrounding the cell wall of

Gram-negative bacteria is known to contribute to the diffusion of hydrophilic

compounds through its channel proteins, especially porins with hydrophilic

characteristics (Tortora et al., 2010). This structural composition of cell wall may

contribute to the entry of bioactive compounds of increasing polarity, i.e., CHE, which

may result in the observed increased cell death (Table 1).

While there were varying results within different bacteria, both yeast and M. perniciosa

showed dose-dependent survival when exposed to CHE for 1 hour and 24 hours,

respectively (Fig. 2). The data indicate that CHE has considerable in vitro activity not

only against bacteria but also against the two fungi tested as it inhibited growth of both

fungi in a dose-dependent manner. Broken hyphae of M. perniciosa proved to be

significantly more resistant to CHE than yeast. The CHE-resistance of M. perniciosa

resembles the much higher resistance to UVC when compared to yeast and also

suggests that CHE does not induce oxidative stress damage, as M. perniciosa was much

more sensitive to H2O2 and paraquat as likewise treated yeast cells (Filho et al., 2006).

The production of the antifungal CHE activity during decay of the cacao husks is an

aerobic process as treating the husk fragments in closed 60 L containers under anaerobic

conditions for three months did not produce at any time effluents with antimicrobial

activity (data not shown). Indeed, microbiological analysis of CHE showed the presence

of aerobic psychrotrophic microbes (4.6x104 CFU/g), spores from thermophilic

acidophilus bacteria (> 6.5x103 CFU/g), mesophilic aerobic bacteria (> 6.5x104 CFU/g),

and indicated the presence thermophiles anaerobes producers and non-producers of H2S

and mesophilic aerobic bacteria. Also, no exothermic fermentation was observed as

daily measurements never yielded temperatures above 31 oC, i.e., temperatures only 2 to

3 degrees above those of the environment. Also, bioactive compounds are unlike to be

proteins since boiling of CHE eliminated all antifungal activity (data not shown). CHE

derived from husks from organic cacao culture had likewise antimicrobial activity as the

standard CHE derived from cacao husks from CEPLAC (data not shown), indicating

that biotransformation of applied agrotoxic substances are not the source of the

observed antimicrobial potential.

Various methodologies and solvents were used to obtain 12 CHE fractions and to

identify whether the observed bioactivity depends on a single or on a group of chemical

compounds (Table 2). From those 12 fractions only CHE8, CHE9 and CHE12 were

effective against two bacteria Gram- bacteria (S. choleraesius with a MIC of 1.0 mg/

mL) and Gram+ S. epidermidis (MIC of 2.5 mg/mL), a bacterium causing the majority

of hospitalar infections (Table 2). According to Fabry (1998), chemical compounds/

extracts with MIC values less than 8 mg/mL are potentially useful candidates for

therapeutic application. Therefore, the chemical components of CHE may be considered

58

Page 73: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

as good candidate against Gram-negative bacteria of medical importance, such as P.

aeruginosa and S. choleraesius. The other fractions exhibited MIC above 10 mg/mL

(CHE3 and CHE4 to S. choleraesuis) or not detected activity (data not shown).

We observed strongest inhibitory activity of the CHE extract against P. aeruginosa

(Table 1). When separating compounds present in CHE one would expect that some

CHE fraction produced even better inhibition against P. aeruginosa, because of the

higher purity of the inhibitory compound obtained by fractioning (Table 2). However,

our analysis showed that none of the fractions tested were active against P. aeruginosa.

That may be due to the existence of “synergistic interaction” amongst substances

present in CHE, that together could exert antibacterial activity against P. aeruginosa

[synergism is characterized when the interaction of two or more compounds yields

higher efficiency than either single compound (Varel, 2002)] or that the active

compounds were not eluted but retained in the column.

Some information on the nature of possible antimicrobial substances in CHE and its

sub-fractions (Table 2) was obtained. Better yields were obtained for water fractions

independent of methodology used (CHE4, CHE5, CHE8). Apparently, acidic hydrolysis

of CHE rendered the extract without inhibitory power against any of the tested bacteria

(CHE5, CHE6, CHE7). Fractions CHE4, CHE5 and CHE8 had a deep red color with

smooth texture and yielded 59.80%, 61.55% and 43.33%, respectively.

The physical characteristics of fractions CHE1, CHE2, CHE3, CHE6 and CHE7

obtained by different methodologies, showed ivory color, liquid texture and yielded

extracts of less than 1.3% that could not inhibit bacterial growth, demonstrating that the

majority of active compounds are polar ones.

In order to try to correlate the antibacterial activity with a chemical class of compound,

CHE was submitted to different colorimetric assays (Table 3) while the bioactive CHE-

fractions were submitted to TLC for qualitative screening of the secondary metabolites

(Table 2). The presence of phenolic compounds, steroids or terpenes and absence of

saponins was observed in all bioactive CHE-fractions. Fractions CHE8 and CHE9 were

positive for flavonoids. Fractions CHE9 and CHE12 were positive for steroids, terpenes

and alkaloids (Table 3).

The phyto-constituents in CHE and its bioactive CHE-fractions can be associated with

their antimicrobial activity. Thus, the observed antibacterial activity (Table 2) cannot be

attributed to only one class of phytochemicals (Table 3). The antimicrobial activities

shown by the extract will likely be due to one or more of the several phytochemical

constituents present in the extract. The phytochemicals detected during chemical

screening are known as substances of important antimicrobial activity (Kumar et al.,

2009). Some of these compounds, the terpenes, polyphenols and alkaloids are known to

have antibacterial, fungicidal and insecticidal activity (Hernández et al., 2000; Akiyama

et al., 2001; Ahmad et al., 2001).

CONCLUSION

Utilization of the enormous amounts of normally wasted cacao pod husks via

fermentation and bioprocessing of their extract [CHE] may be a positive way to

transform what could be an environmental problem into a biotechnological solution.

59

Page 74: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

Our study revealed that after spontaneous aerobic fermentation of cacao pod husks, the

obtained CHE is an important source of metabolites that contains bioactive compounds

against bacteria of medical relevance, especially against Gram-negative P. aeruginosa

and S. choleraesius. CHE also revealed fungicidic activity against the basidiomycete

fungus M. perniciosa and the yeast S. cerevisiae. CHE contains a mixture of secondary

metabolites either from the proper pod husks of T. cacao or from bio-transformed

derivatives formed during their aerobic fermentation or from the combination of both

sources as shown by the identification and presence of mainly phenolics and some

nitrogen-containing compounds. Our results provide evidence that some phytochemicals

extracted from aerobically fermented cocoa pod husks are bioactive and thus a potential

source of natural antibacterial and antifungal agents. These results warrant further

studies regarding analysis of the active CHE constituents and to determine their

potential for therapeutic application.

ACKNOWLEDGEMENTS

We would like to thank to Dr. Liovando Marciano da Costa from Universidade Federal

de Viçosa, Departamento de Solos for chemical analysis of CHE. Research financed by

CNPq. R.X.S. and D.O. held CNPq fellowships. G.G. is grateful to CNPq and CAPES

for financial support. M.B. is visiting professor at UESC.

60

Page 75: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

REFERENCES

Ahmad I and Beg AZ (2001). Antimicrobial and Phytochemical studies on 45 Indian

medicinal plants against multi-drug resistant human pathogens. J Ethnopharmacol. 74:

87-91.

Akiyama H, Kazuyasu F, Yamasaki O, Oono T, Iwatsuki K (2001). Antibacterial action

of several tannins against Staphylococcus aureus. J Antimicrob Chemother. 48: 487-491.

Azizah O, Amin I, Nawalyah AG, Ilham A (2007). Antioxidant capacity and phenolic

content of cocoa beans. Food Chem. 100: 1523-1530.

Basri DF, Tan LS, Shafiei Z and Zin NM (2012). In vitro antibacterial activity of galls of

Quercus infectoria olivier against oral pathogens. Evid Based Complement Alternat

Med. 2012: 1-6.

Camu N, Gonzalez A, De Winter T, Van Schoor A, et al. (2008). Influence of turning

and environmental contamination on the dynamics of populations of lactic acid and

acetic acid bacteria involved in spontaneous cocoa bean heap fermentation in Ghana.

Appl Environ Microbiol. 74: 86-98.

Carl LK, Roberta RHT, Patricia IO, César, GF, et al. (2005). Cocoa antioxidants and

cardiovascular health. Ame J Clin Nutr. 81: 298-303.

Crown PL and Hurst WJ (2009). Evidence of cacao use in the Prehispanic American

Southwest. Proc Natl Acad Sci USA. 106: 2110-2113.

Downes FP and Ito K (2001). Compendium of methods for the microbiological

examination of foods, 4th ed. American Public Health Association, Washington, D. C.

Dillinger TL, Barriga P, Escárcega S, Jiminez M, et al. (2000). Food of the gods: Cure

for humanity? A cultural history of the medicinal and ritual use of chocolate. J Nutr.

130: 2057-2072.

Fabry W, Okemo PO, Ansorg R (1998). Antibacterial activity of East African medicinal

plants. J Ethnopharmacol. 60: 79-84.

Fapohunda SO and Afolayan A (2012). Fermentation of Cocoa Beans and Antimicrobial

Potentials of the pod Husk Phytochemicals. Biol Psychiatry. 3: 158-164.

Figueira A, Janick J, BeMiller JN (1993). New products from Theobroma cacao: Seed

pulp and pod gum. News crops. 2: 1-5.

Filho DF, Pungartnik C, Cascardo JCM, Brendel M (2006). “Broken hyphae of the

basidiomycete Crinipellis perniciosa allow quantitative assay of toxicity,” Curr

Microbiol. 52: 407- 412.

61

Page 76: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

Forsyth WGC and Quesnel VC (1957). Cocoa glycosidase and color changes during

fermentation. J Sci Food Agric. 8: 505-509.

Fotsis T, Pepper MS, Aktas E, Breit S, et al. (1997). Flavonoids, dietaryderived

inhibitors of cell proliferation and in vitro angiogenesis. Cancer Res. 57: 2916-2921.

Harborne JB (1984). Phytochemical methods: A guide to modern techniques of plant

analysis. Chapman and Hall, 278p. London.

Harborne JB (1998). Phytochemical Methods. Clarendon Press, Oxford, pp. 295.

Henderson JS, Joyce RA, Hall GR Hurst WJ, et al. (2007). Chemical and archaeological

evidence for the earliest cacao beverages. Pro Natl Acad Sci USA. 104: 18937-18940.

Hernández NE, Tereschuk ML, Abdala LR (2000). Antimicrobial activity of flavonoids

in medicinal plants from Tafí del Valle (Tucumán, Argentina). J Ethnopharmacol. 73:

317-322.

Hii CL, Law CL, Cloke M, Suzannah S (2009). Thin layer drying kinetics of cocoa and

dried product quality. Biosyst Eng. 102: 153-161.

Jenny M, Santer E, Klein A, Ledochowski M, et al. (2009). Cacao extracts suppress

tryptophan degradation of mitogen-stimulated peripheral blood mononuclear cells. J

Ethnopharmacol. 122: 261-267.

Kalvatchev Z, Garzaro D, Cedezo FG (1998). Theobroma cacao L.: Un nuevo enfoque

para nutrición y salud. Agroalimentaria 6: 23-25.

Kumar A, Rajput G, Dhatwalia VK, Srivastav G (2009). Phytocontent screening of

mucuna seeds and exploit in opposition topathogenic microbes. J Biol Environ Scien. 3:

71-76.

Lecumberri E, Mateos R, Izquierdo-Pulido M, Ruperez P, et al. (2007). Dietary fibre

composition, antioxidant capacity and physico-chemical properties of a fibre-rich

product from cocoa (Theobroma cacao L.). Food Chem. 104: 948-954.

Maskarinec G (2009). Cancer Protective Properties of Cocoa: A Review of the

Epidemiologic Evidence. Nutr Cancer. 61: 573-579.

Mhd Jalil AM and Ismail A (2008). Polyphenols in cocoa and cocoa products: Is there a

link between antioxidant properties and health? Molecules. 13: 2190-2219.

Osawa K, Matsumoto T, Maruyama T, Naito Y, et al. (1990). Inhibitory effects of

aqueous extract of cacao bean husk on collagenase of Bacteroides gingivalis. Bull Tokyo

dent coll. 31: 125-128.

Percival RS, Devine DA, Duggal MS, Chartron S, et al. (2006). The effect of cocoa

polyphenols on the growth, metabolism, and biofilm formation by Streptococcus mutans

and Streptococcus sanguinis. Eur J oral sci. 114: 343-348.

62

Page 77: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

Prufer K and Hurst WJ (2007). Chocolate in the underworld space of death: Cacao

seeds from an early Classic mortuary cave. Ethnohistory. 54: 273-301.

Rice-Evans C (2001). Flavonoid antioxidants. Curr Med Chem. 8: 797-807.

Saito ST, Trentin DS, Macedo A J, Pungartnik C, et al. (2012). Bioguided Fractionation

Shows Cassia alata Extract to Inhibit Staphylococcus epidermidis and Pseudomonas

aeruginosa Growth and Biofilm Formation. Evid Based Complement Alternat Med.

2012: 1-13.

Selmi C, Cocchi CA, Lanfredini M, Keen CL, et al. (2008). Chocolate at heart: The

anti-inflammatory impact of cocoa flavanols. Molecular nutrition & food research 52:

1340-1348.

Summa C, McCourt J, Cammerer B, Fiala A, et al. (2008). Radical scavenging activity,

anti-bacterial and mutagenic effects of Cocoa bean Maillard Reaction products with

degree of roasting. Mol Nutr Food Res. 52: 342 -351.

Tortora GJ, Funke BR, Case CL (2010). Microbiology: an introduction, Pearson

Benjamin Cummings, Reading, MA. 10th edition.

Trognitz B, Scheldeman X, Hansel-Hohl K, Kuant A, Hermann M (2011). Genetic

Population Structure of Cacao Plantings within a Young Production Area in Nicaragua.

PLoS Curr. 6: 16056-16069.

Varel VH (2002). Carvacrol and thymol reduce swine waste odor and pathogens:

stability of oils. Curr Microbiol. 44: 38-43.

Vriesmann LC, Teófilo RF, Petkowicz CLO (2012). Extraction and characterization of

pectin from cacao pod husks (Theobroma cacao L.) with citric acid. LWT – Food Sci

Technol. 2012: 108–116.

Wagner H and Bladt S (1996). Plant drug analysis: A thin layer chromatography atlas.

2th. Springer. Berlin.

Whitkus R, Cruz M, Mota-Bravo, Somez-Pompa, A (1998). Genetic diversity and

relationships of cacao (Theobroma cacao L.) in southern Mexico. TAG. Theor Appl

Genet. 96: 621-627.

Wollgast J and Anklam E (2000). Review on polyphenols in Theobroma cacao: changes

in composition during the manufacture of chocolate and methodology for identification

and quantification. Food Res Int. 33: 423-447.

Zampini IC, Vattuone MA, Isla MI (2005). Antibacterial activity of Zuccagnia punctata

Cav.ethanolic extracts. J Ethnopharmacol. 102: 450-456.

63

Page 78: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

Figure legends

Figure 1. Various steps in the production of cacao husk extract (CHE): A) T. cacao

plant; B) Husks of T. cacao at CEPLAC farm; C-D) piled chopped cacao husks, slightly

humidified; E) chopped cacao husks after 60 days; F) chopped cacao husks in wooden

recipient with a bottom sieve, to collect crude extract (G); H-I) dried crude extract

obtained from husks of T. cacao. Photos from G. A. Sodré.

Figure 1

64

Page 79: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

Figure 2. Survival of M. perniciosa and S. cerevisisae after CHE treatment. (●) S.

cerevisiae, 1 hour exposure; (■) M. perniciosa, 24 h exposure.

Table 1. Bacterial growth inhibition by CHE

Microbial strains Bacterial growth (%) Bacterial growth (%) terial growth (%) a

!

Microbial strains1.0 mg/mL 5.0 mg/mL 10.0 mg/mL

Gram-positive

B. subtilis 113.5 (± 6.6) 109.8 (± 3.5) 100.9 (± 1.7)

S. aureus 134.1 (± 3.1) 144.5 (± 2.7) 103.2 (± 1.3)

S. epidermidis 100.9 (± 2.7) 98.3 (± 0.9) 92.5 (± 1.4)

Gram-negative

K. pneumoniae 34.9 (± 3.6) 27.1(± 4.2) 3.0 (± 0.2)

P. aeruginosa 37.0 (± 3.6) 0.1 (± 2.1) 29.4 (± 9.4)

S. choleraesuis 19.7 (± 5.2) 0.1 (± 8.8) 0.1(± 1.1)

a Mean value ± SD

65

Page 80: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

Table 2. Chemical yields and inhibition of bacterial growth by CHE-fractions

CHE fractions

Chemicalcharacteristic

Chemicalcharacteristic

Minimum Inibitory Concentration (mg/mL)Minimum Inibitory Concentration (mg/mL)Minimum Inibitory Concentration (mg/mL)CHE

fractions Extraction solvent (v:v)

Yield (%)

P. aeruginosa S. choleraesuis S. epidermidis

CHE1 chloroform 1.24 nt

CHE2 ethylacetate 0.19 nt

CHE3 n-butanol 0.27 > 10

CHE4 water 59.80 > 10

CHE5 water 61.55

CHE6 chloroform:ethanol (1:1) 0.39

CHE7 chloroform 0.21

CHE8 water 43.33 1.0 > 10

CHE9 water:methanol (7:3) 5.34 > 10 2.5

CHE10 water:methanol (5:5) 1.07

CHE11 water:methanol (3:7) 1.74

CHE12 methanol 0.21 1.0 > 10

*: Maximal applied dose was 10 mg/mL; nt: not tested; If no number is given no activity was

observed.

Table 3. Phytochemical screening of CHE and bioactive

CHE-fractions

Extract Fractions bioactiveFractions bioactiveFractions bioactive

CHE CHE8 CHE9 CH12

Alkaloids + - + +

Amino acids nt - - -

Anthraquinones - nt nt nt

Cardiac glycosides - nt nt nt

Flavonoids nt + + -

Phenolic compounds + + + +

Saponins - - - -

Steroids and terpenes nt + + +

(+): presence; (−): absence; nt = not tested.

66

Page 81: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

Fermented Theobroma cacao Pod Husk Extract: Genotoxicity in Yeast, Bacteria and Mammalian cells

Santos, R.X.; Oliveira, D.; Sodré, G.A.; Gosmann, G;

Brendel, M.; Henriques, J.A.P ; Pungartnik, C.

Artigo a ser submetido para publicação na Mutation Research - Genetic Toxicology and

Environmental Mutagenesis

68

Page 82: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

Fermented Theobroma cacao Pod Husk Extract: Genotoxicity in Yeast, Bacteria and Mammalian cells

Santos, R.X.a; Oliveira, D.a; Sodré, G.A.b,d; Gosmann, Gc;

Brendel, M.a; Henriques, J.A.P e; Pungartnik, C.a,*

aDepartamento de Ciências Biológicas; bDepartamento Ciências Agrárias, Universidade Estadual de Santa Cruz, Rod. Ilhéus Itabuna, Km 16, Ilhéus, BA, Brazil. CEP 45662-900.

c Faculdade de Farmácia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Avenida Ipiranga, 2752, Porto Alegre, RS, Brazil. CEP 90610-000.

d Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira, Km 22 Rod. Ilhéus/Itabuna, Ilhéus, BA, Brazil. CEP 45653-919.

e Dept. de Biofísica, Centro de Biotecnologia, UFRGS, Av. Bento Gonçalves 9500, 91507-970 Porto Alegre, RS, Brazil

*Corresponding author: [email protected]

Phone/Fax: +55 73 36805336

69

Page 83: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

Abstract

Theobroma cacao L. is a plant of economic importance to the southern region of Bahia.

Cocoa culture generates a large amount of organic waste from the fruit’s husk, which is

underused. New technologies were encouraged to economically use these pod husks,

thereby reducing this waste. Therefore it is extremely important to use the pod husks of

the cocoa fruit and ensure the safety of generated products or extracted compounds.

Analysis of cocoa pod husk extract (CHE) revealed that it contains high levels of transition

metals such a zinc (Zn), iron (Fe), manganese (Mn), and copper (Cu). We also evaluated

toxicity and genotoxicity / mutagenicity of CHE in established test systems (comet assay,

tests in Saccharomyces cerevisiae and Salmonella / microsome test). It was observed that

STAT yeast cells harboring fet3∆ and aft1∆ mutant alleles were sensitive to CHE

compared to isogenic WT. Comet assay in V79 CHE-exposed cells showed no DNA

damage. No CHE-induced mutations were found in strains TA98 and TA100 of Salmonella

typhimurium (with or without metabolic activation) or in the haploid yeast strain XV185-14c

at exposure concentrations ranging between 50 to 200 ug / mL. CHE was not-

recombinogenic (gene conversion and crossing over) in the diploid yeast strain XS2316.

Absence of genotoxicity while demonstrating a toxic potential against microbes suggest

that CHE, or some of the substances contained in it, may hold promise for a

biotechnological application.

Key words: Cocoa; comet assay, genotoxicity, transition metals.

70

Page 84: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

1. Introduction

Cacao (Theobroma cacao L.), a tropical evergreen tree belonging to the Malvaceae family

(Whitlock et al., 2001) is the most economically important species of the genus Theobroma

for many small crop farmers in developing countries with tropical climate. Cacao seeds

(beans) constitute the raw material for the production of chocolate and confectioneries

worldwide and some of their components are also used in cosmetics and pharmaceuticals

(Kalvatchev et al., 1998).

Cacau is produced in monocultures with up to 1,000 trees per hectare and this creates two

problems: (a) phytopathogens like the basideomycete fungus Moniliophthora perniciosa,

the causal agent of witches’ broom, may cause dramatic losses in crop production and (b)

the processing of the ripe cacao pods on the farm leaves a huge amount of organic waste

in form of the empty pod husks (Figueira et al., 1993; Santos et al., 2013). Some million

tons of cacao pod husks are disposed of every year, often left behind in the fields,

resulting in an undesirable waste of organic material (Vriesmann et al., 2011) that contains

valuable organic compounds. The simplest way to get rid of this pod husks is to macerate

them and distribute them under the trees as organic fertilizer. This, however, may also help

to spread plant pathogens, especially microbes that thrive on the rich organic material

(Donkoh et al., 1991).

Alternative approaches have been to extraxt cacao metabolites of economic value (Nojosa

et al., 2003) from the pod husks (Reddy and Yang, 2005; Vriesmann et al., 2011; Syamsiro

et al., 2012) or to subject the macerated pod husks to aerobic fermentation that curbs the

development of pathogenic microbes and produces a stable compost (bio fertilizer) with

antifungal activity that can be safely spread on the cacao farm (Sodré et al., 2012).

71

Page 85: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

This aerobic fermentation of pod husks also produced a liquid water extract with antifungal

activity. We standardized the extraction procedure and verified the extract’s antimicrobial

potential (Santos et al., 2013). Here we wish to report our experiments that evaluated the

biological safety. i.e., cytotoxic and genotoxic activities, of cacao husk extract (CHE).

2. Material and Methods

2.1 Materials, chemicals, reagents and media.

All plastics and media were purchased from Gibco®, Eppendorf® (Hamburg, Germany)

and Becton, Dickinson and Company® (BD, Franklin Lakes, N. J., USA). All chemicals and

reagents were P.A. grade and purchased from either Sigma Aldrich Inc, Chemicals and

Reagents (Sigma-Aldrich Co. LLC, USA) or from Merck Chemicals & Reagents (Merck

KGaA, Darmstadt, Germany).

2.2 Preparation of Cacao pod husk extract - CHE

T. cacao plants selected for this study were Scavina-6 clones resistant against the fungus

Moniliophthora perniciosa (formerly Crinipellis perniciosa (Stahel) Singer) growing in

experimental areas of the Comissão Executiva de Planejamento da Lavoura Cacaueira

(Executive Committee of the Plan of Cocoa Farming, CEPLAC) in Ilhéus, Bahia. Crude

extract was prepared as described by Santos et al. (2013).

Two grames of this crude extract was reduced to powder using a porcelain mortar,

suspended/dissolved in 10 mL of distilled water and filtered through a paper filter

(Whatman, 80g/m2, porosity 3 µm). The remaining non-dissolved material was re-

submitted to the same procedure twice to yield a total of 30 mL water-dissolved extract.

The still remaining insoluble residue was resuspended in 5 mL of distilled water and

72

Page 86: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

subjected to sonication (Ultrasonic processor Gex 130, 130 W), with 10 pulses of 40 s

each, 60% output with 10 s intervals, and filtered as described above. A total of 35 mL of

this aqueous extract was frozen at -20 oC, later concentrated by freeze-drying for 4 d in

order to obtain cocoa husk extract [CHE] (yield of 72.95% w/w). 100 g of CHE was

submitted to biological analysis.

2.2 Analytical methods

Zinc (Zn), copper (Cu), manganese (Mn), iron (Fe) concentrations were determined by

nitropercloric digestion according to the Association of Official Analytical Chemists (AOAC)

guidelines (2005). All analyses were carried out in triplicate, the results were expressed as

mg/1000 g.

2.3 Assays with S. cerevisiae

2.3.1 Strains and media

Relevant genotypes of yeast strains used in this work are given in Table 1. Media and

solutions were prepared according to Burke et al. (2000). Complete liquid medium (YPD)

was used for routine growth of yeast cells. For plates, the medium was solidified with 2%

agar. Minimal medium (MM) was supplemented with the appropriate amino acids and

nitrogen base uracil to yield synthetic complete medium (SC). For mutagenesis in the

strain XV-185-14c, the omission media lacking lysine (SC-lys), histidine (SC-his), or

homoserine (Sc-hom) were used. For evaluation of recombinogenisis, leucine was omitted

from the synthetic complete medium (SC-leu) or supplemented with 0.2 % (w/v)

cycloheximede (SC + cyh).

2.3.2. Yeast growth and treatments

73

Page 87: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

Stationary phase (STAT) cultures were obtained by inoculation of an isolated colony in

liquid SC for 48 h. Exponential growth (LOG) were obtained by inoculation of 5x105 cells/

mL of an SC culture in stationary phase into fresh 50 mL SC medium.

For all the experiments the cells in STAT phase or LOG phase, were washed twice with

saline solution (0.9% NaCl, pH 5.0) and suspension of 2 x108 cells/mL was incubated at

30 °C for a time 24 h with various concentrations of CHE in saline. To evaluate sensitivity

to CHE, yeast cultures were exposed to concentrations verging from 5 to 40 mg/mL. To

verify mutagenicity and recombinogenisis, cells were pretreated with non cytotoxic

concentrations of CHE. After CHE exposure cells were washed in saline, plated in

appropriate dilution for phenotypic analysis of determination survival or mutagenesis or

recombinogenisis.

2.3.3. Sensitivity assay in yeast wild and mutant isogenic strains

Post-treatment, the cells were diluted in 1:10 steps in sterile saline and 5 µL of each

dilution (suspensions containing from 107 to 103 cell/mL) was placed on surface of solid

SC solid medium. Cellular growth on SC was determined after 5 d incubation at 30ºC.

Photos were taken using a Canon PowerShot G10 camera. Photos represent one of at

least three independent experiments with similar results.

For survival determination, suitable aliquots were plated in triplicate on solid SC, plates

were incubated at 30°C for 2-3 days before counting the colonies. Presented results are

the mean of at least three independent experiments and error bars represent standard

deviation as calculated by GraphPad Prism® program.

2.3.4 Detection of induced mutation and mitotic recombination

Haploid strain XV185-14c was used for assaying mutagenicity. After CHE exposure, cell

survival was determined on SC (3–5 d, 30 °C), and mutation induction (LYS, HIS or HOM

revertants) on the appropriate omission media (7–10 d, 30 °C). Strain XS2316 (2 x 107

74

Page 88: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

cells/mL) was used for analysis of mitotic recombination. After CHE treatment, appropriate

dilutions of cells were plated onto SC plates to determine cell survival, and colonies grown

on SC-leu and SC+cyh were scored for intragenic mitotic recombination (gene conversion)

and intergenic recombination (crossing-over), respectively. Assays were repeated at least

four times, and plating was performed in triplicate for each dose. CHE exposure

concentration in mutagenesis assay was 0.5 - 2.5 mg/mL and 2 - 8 mg/mL for

recombinogenisis. Assays were repeated at least three times, and plating was performed

in triplicate for each dose.

2.4 Salmonella/microsome mutagenicity assay

Salmonella typhimurium strains TA98 and TA100 were kindly provided by B. M. Ames

(University of California, Berkeley, CA, USA). Mutagenicity was assayed by the

preincubation procedure. The S9 metabolic activation mixture (S9 mix) was prepared

according to Maron and Ames (1983). Briefly, 100 µL of test bacterial cultures (1-2 x 109

cells/mL) were incubated at 37 oC with different amounts of CHE in the presence or

absence of S9 mix for 20 min, without shaking. Subsequently, 2 mL of soft agar (0.6%

agar, 0.5% NaCl, 50 µM histidine, 50 µM biotin, pH 7.4, 46oC) were added to the test tube

and poured immediately onto a plate of minimal agar (1.5% agar, Vogel-Bonner E medium,

containing 2% glucose). Aflatoxin B1 (1 µg/plate) was used as positive control for all

strains in the presence of metabolic activation (with S9 mix). In the absence of metabolic

activation, 4-nitroquinoline-oxide (4-NQO, 0.5 µg/plate) was used for strain TA98 and

sodium azide (1 µg/plate) for strain TA100. Plates were incubated in the dark at 37 oC for

48 h before counting the revertant colonies.

2.5 CHE cytotoxicity in eucaryotic cells

75

Page 89: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

V79 cells were maintained in tissue-culture flasks at 37◦C in a humidified atmosphere

containing 5% CO2, and were harvested by treatment with 0.15% trypsin and 0.08% of

EDTA PBS. Cells (2 × 105 cells) were seeded into each flask and grown/incubated 1 d

prior to treatment.

The concentrations used for each sample were based on trypan blue exclusion, which was

determined as described by Robichova and Slamenova (2002). Treated and washed, as

well as control V79 cells were trypsinized, stained with trypan blue (0.4%), and the number

of viable (uncolored) and dead (colored) cells was counted. The ratio of number of viable

cells/all cells results in the percentage of viable cells. Dose was considered cytotoxic when

cell survival was <70%.

2.6 Comet assay

The Comet Assay was performed based on the protocol proposed by Singh et al. (1988).

Briefly, a cell suspension of 20 µL of cell culture in 1 mL of RPMI 1640 was exposed to 20

µL of CHE (final concentration of 0, 625 to 5 µg/mL, 1 h, 37 °C), 15 µL of that cell

suspension were mixed with 90 µL of low-melting agarose, in a micro-centrifuge tube. The

cell suspension was transferred to an agarose pre-coated glass slide, covered with a glass

cover slip (22 mm x 66 mm), and immediately placed in a refrigerator (4 °C) for 5 min to

allow complete agarose solidification. Slides were prepared in duplicate and coded.

Cover slips were then removed and the slides immersed in cold (4 °C) lysing

solution (2.5 M NaCl, 100 mM Na2EDTA, 10 mM Tris with 1% (v/v) Triton X-100 and

freshly added 10% DMSO pH 10), protected from light for at least 8 h. Cells were exposed

to alkali (300 mM NaOH/1 mM Na2EDTA, pH >13, 30 min, 4°C), to allow DNA unwinding

and expression of alkali-labile sites. For electrophoresis, an electric yield of 78 V/cm was

applied for 25 min at 4 °C. After electrophoresis, the slides were neutralised and silver

stained (Nadin et al., 2001). One hundred cells were scored visually according to the tail

76

Page 90: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

length and the amount of DNA present in the tail. Each comet was given an arbitrary value

of 0–4 (0, undamaged; 4, maximally damaged), as described by Collins et al. (1995).

Damage score was thus assigned to each sample and can range from 0 (completely

undamaged: 100 cells x 0) to 400 (with maximum damage: 100 cells x 4). International

guidelines and recommendations for the comet assay consider that visual scoring of

comets is a well-validated evaluation method as it is highly correlated with computer-based

image analysis (Collins et al., 1995; Burlinson et al., 2007).

2.6 Statistical analysis

The results were analyzed by the Salmonella Statistic Assay (Environmental

Monitoring System Laboratory, EPA - Software Version 2.3, April 1988). A test substance

was considered mutagenic when significant dose-response and ANOVA variance were

observed, and the increase in the mean number of revertants on test plates was at least

twice higher than that observed in the negative control plates.

3. Results and Discussion

In order to know the interaction of CHE with S. cerevisiae, we performed sensitivity

experiments. The range of lethal CHE concentrations on yeast was determined in a drop

test using different haploid strains. The mutant strain fet3∆ showed high sensitivity to 10

mg/mL CHE exposure as compared to the WT control, whereas mutant alleles fre1∆ and

ntg2∆) did not confer sensitivity to the same CH exposure (Fig. 1).

In order to quantify the drop test results for CHE-sensitive strains, we determined survival

kinetics of haploid yeast strains. We observed that STAT yeast cells harboring fet3∆ and

aft1∆ mutant alleles were sensitive to 10 mg/mL CHE as compared to the isogenic WT

that showed some 85% survival, while fet4∆ and zap1∆ mutants had WT-like survival (Fig.

2). Several transition metals, such as zinc (Zn), iron (Fe), manganese (Mn), or copper

(Cu) are essential micronutrients for all organisms, used in redox processes, regulation of

77

Page 91: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

osmotic pressure, and also are essential components of enzymes. However, transition

metals in high concentration can damage the structure of DNA, cell membranes and may

change enzymes specificity (Rutherford and Bird, 2004). We found that CHE contains a

high amount of Fe, followed by Mn and Zn, with intermediate proportions of Cu (Table 2).

In theory, the most simple and effective cellular strategy to avoid toxic intracellular

concentrations of metals is to eliminate the channels or transporters responsible for their

uptake by the membrane (Eide and Guerinot, 1997). Metals may enter into the cytoplasm

through multiple transporters; however the absence of even only one of these transport

routes may already disturb the normal metal metabolism of the cells (Pócsi, 2011).

Since it was unknown if CHE interacted with DNA we chose the unicellular eukaryotic

organism S. cerevisiae to determine whether CHE produce DNA damage and whether this

induces mutagenesis and recombination.

The haploid yeast strain XV185-14c was used for assaying mutagenicity, as it permits the

detection of two types of locus-specific (reversion of the lys1-1 ochre or his1-7 missense

alleles) and frameshift mutations (hom3-10) (Von Borstel et al., 1971). Our experiments

clearly show that CHE was not able to induce mutations (in concentrations of 50 to 200 µg/

mL), neither in alleles allowing locus-specific mutation nor to frameshift sensitive allele

hom3-10 it also did not significantly reduce cell viability as compared to the negative

control (Table 3).The percentage of survival among the different treatments ranged

between 78.9 and 99.8% compared to the negative control. Only the positive control

treatment with 4NQO (0.5 µg/mL) was significantly different, with 65.5% survival.

Possible recombinogenic effects of CHE were investigated by using the diploid yeast strain

XS2316, which allows the detection of two-forms of mitotic recombination (crossing-over

and gene conversion). The recombinogenic effect of CHE was assayed using diploid LOG

cells held under either growth or non-growth (saline) conditions (Table 4). CHE-exposed

78

Page 92: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

cells were grown on SC medium, yielding results of cell survival. Colonies grown on SC-

leu and SC+cyh were scored for intragenic recombination (gene conversion) and

intergenic recombination (crossing-over), respectively. CHE did not induce any

recombinogenic events in diploid LOG cells. However, we observed an increase in mitotic

crossing-over for almost all doses of CHE-exposure in STAT cells in relation to negative

control. In order to eliminate possible revertants to cycloheximide-resistance resulting from

mutation at the CYH2 locus, resistant colonies were replica-plated on a series of plates

with SC–Lys, SC–Met and SC–Ade media for screening the recombination of cyh2

homozygocity.

Possible mutagenicity in prokaryotes exposed to CHE was determined in the Ames test

using S. typhimurium strain TA98 that detects frameshift mutations based on the reversion

of this strain from His− to His+ (Table 5). The CHE dose range was determined in a range

finder experiment with strain TA100 with and without metabolization, and cytotoxicity was

not observed at concentrations up to 5,000 µg/plate (data not shown). In mutagenicity

assays CHE doses ranging between 1,000-5,000 µg/plate were used. The extract was not

mutagenic in strain TA98 (detects frameshift mutation in the DNA target –C–G–C–G–C–

G–C–G) in the absence or presence of metabolic activation. Also, no mutagenicity was

seen in strain TA100 detecting base pair substitutions (Leucine [GAG] by Proline [GGG]) in

the absence or presence of metabolic activation. Results, therefore, indicated that CHE in

exposure doses up to 5 mg/mL was not mutagenic in the Salmonella/microsome assay.

The ability of CHE to damage DNA in mammalian cells was estimated by the Single Gel

Electrophoresis Test (Comet assay) in which the tail length (the comet) indicates the extent

of migration of the genetic material in the direction of the anode is giving an estimate of

DNA damage, particularly of the extent of DNA strand breaks. CHE exposure

concentrations of up to 10 µg/mL did not reveal significant DNA breakage (genotoxicity)

79

Page 93: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

(Fig. 3A and 3B) as comets were not significantly altered when compared to the controls.

Our results indicate that CHE-exposure does not induce genotoxic or comutagenic effects

in V79 cells.

4. Conclusion

In summary, our results show that CHE in the applied exposure concentrations, was not

genotoxic in our pro- and eukaryotic microbial and mammalian test systems.

Acknowledgements

Research financed by CNPq. R.X.S. and D.O. held CNPq fellowships. G.G. is grateful to

CNPq and CAPES for financial support. M.B. is visiting professor at UESC.

80

Page 94: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

References

Association of Official Analytical Chemists (AOAC). Methods of analysis of the

Association of Official Analytical Chemits. 15th ed. Washington; 2005. p. 65-77.

Burke, D., Dawson, D., Stearns, T. Methods in yeast genetics. N.Y.: Cold Spring

Harbour Laboratory Course Manual, CSH Laboratory Press. 2000.

Burlinson, B., Tice, R.R., Speit, G., Agurell, E., Brendler-Schwaab, S.Y., Collins, A.R.,

Escobar, P., Honma, M., Kumaravel, T.S., Nakajima, M., Sasaki, Y.F., Thybaud, V., Uno,

Y., Vasquez, M., Hartmann, A. Fourth international workgroup on genotoxicity testing:

results of the in vivo comet assay workgroup. Mutat Res. 627: 31–35. 2007.

Collins, A.R., Ma, A.G., Duthie, S.J. The kinetics of repair of oxida- tive DNA damage

(strand breaks and oxidised pyrimidines) in human cells. Mutat Res. 336: 69–77. 1995.

Donkoh, A., Atuahene, C. C., Wilson, B. N., & Adomako, D. Chemical composition of

cocoa pod husk and its effect on growth and food efficiency in broiler chicks. Anim. Feed

Sci. Technol. 35: 161–169. 1991.

Eide, D., Guerinot, M.L. Metal ion uptake in eukaryotes: research on Saccharomyces

cerevisiae reveals complexity and insights about other species. ASM News. 63:

199-205. 1997.

Figueira, A., Janick, J., & BeMiller, J. N. New products from Theobroma cacao: Seed

pulp and pod gum. In J. Janick, & J. E. Simin (Eds.), New crops. 475–478. 1993

Kalvatchev, Z., Garzaro, D., & Cedezo, F. G. Theobroma cacao L.: Un nuevo enfoque

para nutrición y salud. Agroalimentaria. 6: 23–25. 1998.

Maron, D.M., Ames, B.N. Revised methods for the Salmonella mutagenicity test. Mutat

Res. 113: 173-215, 1983.

Nadin, S.B., Vargas-Roig, L.M., Ciocca, D.R., A silver staining method for single-cell gel

assay. J Histochem Cytochem. 49: 1183–1186. 2001.

81

Page 95: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

Nojosa, G.B.A., Resende, M.L.V., Aguilar, M.A.G., Bezerra, K.M.T., Anhert, D.E.

Componentes fenólicos e enzimas oxidativas em clones de Theobroma cacao

resistentes e suscetíveis a Crinipellis perniciosa. Fitopat Bras. 28:148-154. 2003.

Pócsi, I. Toxic metal/metalloid tolerance in fungi: A biotechnology-oriented approach. In

Cellular effects of heavy metals. Edited by Gáspár Bánfalvi, New York: Springer 31–48.

2011.

Reddy, N., Yang, Y. Biofibers from Agricultural Byproducts for Industrial Applications.

Biotechnology. 23(1): 22-27, 2005.

Robichova, S., Slamenova, D. Effects of vitamins C and E on cytotoxicity induced by N-

nitroso compounds, N-nitroso morpholine and N-methyl-N′- nitro-N-nitroso guanidine in

Caco-2 and V79 cell lines. Cancer Lett. 182: 11–18, 2002.

Rutherford, J. C., Bird, A. J. Metal–responsive transcription factors that regulate iron,

zinc, and copper homeostasis in eukaryotic cells. Eukaryot. Cell. 3: 1-13. 2004.

Santos, R.X., Oliveira, D.A., Sodré, S.A., Gosmann, G., Brendel, B., Pungartnik, C.

Antimicrobial Activity of Fermented Theobroma cacao Pod Husk Extract. Genet Mol

Res. 2013.

Singh, B.N., Singh, B.R., Singh, R.L., Prakash, D., Dhakarey, R. Upadhyay, G. Singh,

H.B. Oxidative DNA damage protective activity, antioxidant and anti-quorum sensing

potentials of Moringa oleifera. Food Chem Toxicol. 47 (6): 1109-1116, 2009.

Sodré, G. A., Venturin, M.T., Ribeiro, D.O., Marrocos, P.C.L. Extrato da casca do fruto

do cacaueiro como fertilizante potássico no crescimento de mudas de cacaueiro. Rev.

Bras. Frutic., Jaboticabal. 34: 2012.

Syamsiro, M., SaptoadiI, H., Tambunanam, B.H., Pambudi, N.A. A preliminary study on

use of cocoa pod husk as a renewable source of energy in Indonesia. ENERGY FOR

SUSTAINABLE DEVELOPMENT. 16: 74-77. 2012.

Von Borstel, RC., Cain, K.T., Steinberg, C.M. Inheritance of spontaneous mutability in

yeast. Genetics. 69: 17–27. 1971.

82

Page 96: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

Vriesmann, L.C., Teófilo, R.F., Petkowicz, C.L. O. Optimization of nitric acid- mediated

extraction of pectin from cacao pod husks (Theobroma cacao L.) using response

surface methodology. Carbohydr Polym. 84: 1230-1236, 2011.

Whitlock, B.A., Bayer, C., Baum, D.A. Phylogenetic relationships and floral evolution of

the Byttnerioideae (“Sterculiaceae” or Malvaceae) based on sequences of the

chloroplastgene, ndhF. Syst. Bot. 26: 420-437. 2001.

83

Page 97: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

Figure caption

Table 1. Yeast strains used and their relevant genotypes

Strains Genotype Protein lacking Source

DY1457 Mata: ade6 can1∆100oc his3 leu2 trp1 ura3 none David J Eide

DEY1394 Like DY1457 except fet3Δ::His3 Class of integral membrane multicopper oxidases

David J Eide

DDY33 Like DY1457 except fet4Δ::Leu2 Low-affinity Fe(II) transporter of the plasma membrane

David J Eide

DEY1524 Like DY1457 except aft1Δ::Trp1 Transcription factor involved in iron utilization and homeostasis

David J Eide

ZHY6 Like DY1457 except zap1Δ::Trp1 Zinc-regulated transcription factor

David J Eide

BY4741 Matα his3∆1 leu2∆0 lys2∆0 ura 3∆0 none Euroscaf

Ntg2 Like SJR753 except ntg2Δ::hisG DNA N-glycosylase and apurinic/apyrimidinic (AP) lyase; involved

in base excision repair

Swanson et al., 1999

∆Fre1 Like BY4741 except fre1∆::His3 Ferric reductase and cupric reductase

Dennis J Thiele

ctt1∆ Like SOD+ except ctt1∆::TRP1 cytosolic catalase T Gralla, Los Angeles

XV185-14c MATα: ade2∆2 his1-798 lys1∆1 trp5-48 hom3-10 arg4-17 none Von Borstel et al., 1971

XS2316 MATα + leu1-1 trp5-48 + + + his1-208 none Machida & Nakai (1980)

MATα ade6 leu1-12 + cyh2 met13 lys5-1 his1-208

84

Page 98: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

Table 2. Chemical composition of CHE.

Minerals (mg/dm- (mg/dm- (mg/dm-3)

Fe 1155.0 ± 19.1

Zn 134.0 ± 2.5

Cu 58.6 ± 1.1

Mn 292.1 ± 1.3

Results are the mean of triplicate measurements ± SD.

85

Page 99: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

Figure 1. Sensitivity of haploid yeast strains to CHE

Yeast strains: A: control, B: CHE exposure (condicionn 24 h, 30 oC). 1. BY4741; 2. ctt1∆; 3. fre1∆; 4. ntg2∆; 5. fet3∆.

86

A B

Page 100: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

Figure 2. Sensitivity to CHE of haploid STAT yeast cells.

Cells were diluted in saline. (⧫) WT; (♢)zap1∆ (◯)fet3∆; (☐)fet4∆ (∆)aft1∆

87

Page 101: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

Table 3. Indution of point mutation (his1-7), 0chre allele (lys1-1) and frameshift (hom3-10)

mutations in haploid XV185-14 strain of S.cerevisiae after CHE treatments.

Agent Treatment (µg/mL)

Survival (%)His1/107

survivorsa

Lys1/107 survivorsb

Hom3/107 survivorsb

Stationary phase - Cells treated in NaCl 0,9%phase - Cells treated in NaCl 0,9%phase - Cells treated in NaCl 0,9%phase - Cells treated in NaCl 0,9%

4NQOd 0. 5 65.1±2.4 48.2±10.9*** 11.6±3.4 4.2±0.9

NC c 0 100e 9.9±4.0e 4.2±0.8e 3.0±0.9e

CHE 50 92.3±3.7 10.8±3.4 3.9±0.9 2.1±0.5

100 80.0±7.7 11.4±4.0 4.1±0.7 2.3±1.2

200 78.9±8.3 9.8±3.0 2.8±0.7 2.1±0.4

Exponential phase - Cells treated in NaCl 0.9%phase - Cells treated in NaCl 0.9%phase - Cells treated in NaCl 0.9%phase - Cells treated in NaCl 0.9%

4NQO 0. 5 99.1±1.72 52.2±3.8*** 16.6±0.1 6.2±0.7

NC 0 100 14.0±0.2 2.6±0. 4 0.9±0.25

CHE 50 97.6±3.3 18.0±0.6 2.5±0.07 2.2±0.07

100 99.8±0.2 13.0±0.1 2.2±0.02 3.3±0.5

200 99.1±0.2 7.0±0.4 0.8±0.02 1.9±0.9

a Locus-specific revertants; b Locus-nonspecific revertant (forward mutation); c Negative control (solvent); d Positive control; e Mean and standard deviation per three independent experiments. * Significantly different from the negative control at P<0.05; ** P<0.01; ***P<0.001/ one-way ANOVA-Tukey’s multiple comparison test.

88

Page 102: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

Table 4. Effects of CHE in diploid XS2316. Induction of crossing-over (+/cyh2) and gene

conversion (leu-1/leu1-12)

Agent Treatment (µg/mL)

Survival (%) Crossing-over/105

survivorsa

Gene conversion/105

survivorsb

Stationary phase - Cells treated in NaCl 0,9%phase - Cells treated in NaCl 0,9%phase - Cells treated in NaCl 0,9%phase - Cells treated in NaCl 0,9%

4NQOc 0.5 97.5±3.5 106.8±2.5 44.3±2.9

NC b 0 100e17.7±0.3

e 2.8±1.5

e

CHE 200 99.5±0.6 35.4±4.2 1.7±1.5

400 95.6±6.2 36.4±4.3 3.6±1.4

800 95.0±7.0 40.9±3.8 1.1±0.7

Exponential phase - Cells treated in NaCl 0.9%phase - Cells treated in NaCl 0.9%phase - Cells treated in NaCl 0.9%phase - Cells treated in NaCl 0.9%

4NQO 0.5 84.3±1.7 153.8±2.5 39.1±6.1

NC 0 100 12.3±0.9 4.2±2.4

CHE 200 99.5±0.7 18.0±0.5 5.2±3.6

400 79.3±23.3 26.0±0.2 6.1±1.7

800 89.7±3.1 22.2±2.2 2.9±0.5

a Mean and standard deviation per three independent experiments; b Negative control

(solvent); cPositive control.

89

Page 103: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

Table 5. Induction of his+ revertants in S. typhimurium strains by CHE with and without metabolic activation (S9 mix)

S. typhimurium strainsS. typhimurium strainsstrains

Agent Concentration

(µg/plate)

TA100 TA98

Rev/platea MIb Rev/platea MIb

Without metabolic activation (-S9)Without metabolic activation (-S9)Without metabolic activation (-S9)

NCc - 125.3±4.6 - 22.3±4.5 -

CHE 1000 104.3±6.4 0.83 26.0±2.0 1.17

2000 101.0±14.8 0.81 20.7±3.5 0.93

3000 103.7±11.7 0.83 22.0±4.4 0.99

4000 112.3±3.5 0.90 19.3±1.5 0.87

5000 114.3±13.0 0.91 18.3±9.0 0.82

PCd 0.5 (4NQO)

1 (NaN3)

468.0±46.9*** 3.74 182.3±30.6*** 8.18

With metabolic activation (+S9)With metabolic activation (+S9)With metabolic activation (+S9)

NCc - 156.3±13.2 - 23.7±1.5 -

CHE 1000 157.7±12.7 1.01 22.3±0.6 0.94

2000 161.0±15.4 1.03 27.0±4.4 1.14

3000 160.3±5.3 1.03 22.5±6.4 0.95

4000 157.0±23.1 1.01 21.7±5.9 0.92

5000 152.0±8.0 0.97 27.0±6.6 1.14

PCd 1 (AFB1) 454.0±144.8* 2.90 764.7±130.1*** 32.3

aNumber of revertants/plate: mean of three independent experiments ± SD; bMI: mutagenic index (nº. of his+ induced in the sample/nº. of spontaneous his+ in the negative control); cNC: negative control distillated water (10 µl) used as a solvent for the extract; dPC: positive control (-S9) sodium azide to TA100; 4-NQO to TA98; (+S9) aflatoxin B1. *Data significant in relation to negative control p<0.05; *** p<0.001.

90

Page 104: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

Figure 3. DNA damage measured in CHE exposure. A) Results are expressed by the index of the damage (tail size) in comets formed and B) The results were expressed as olive tail moment. Data are expressed as mean ± SD (n=6)

A

B

91

Page 105: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

4. CAPÍTULO III

Page 106: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

5. DISCUSSÃO GERAL

A geração de resíduo está ligado ao setor produtivo de uma cultura

agrícola. O processo agro industrial tem como finalidade transformar a matéria-

prima em produto, no entanto, como resultado dessas atividades surgem os

subprodutos residuais, cuja recuperação é na maioria das vezes, indesejável, pois

acarreta ônus a empresa (LIMA, 1975).

O aproveitamento de resíduo agro industrial é uma forma de evitar danos

ao manejo da cultura, riscos à saúde pública, agregar valor a produção, minimizar

os impactos ambientais adversos e seria ainda uma maneira de aproveitar a

matéria-prima orgânica. De acordo com Pelizer et al. (2007), os resíduos de

plantas podem conter muitas substâncias de alto valor nutricional e se

manipulados com uma metodologia adequada, esses materiais podem ser

transformados em produtos comerciais ou matérias-primas para processos

diversos.

Os compostos orgânicos dos resíduos são potenciais para se obter

substâncias bioativas (GLÓRIA, 1992). Mas, para tanto os compostos orgânicos,

na sua grande maioria, necessitam sofrer transformações para que adquiram

condições compatíveis com aquilo que se deseja produzir.

O processo de fermentação em materiais orgânicos vegetais, sob

determinadas condições de umidade e temperatura, pode produzir substâncias

com atributos físicos, químicos e biológicos superiores àqueles encontrados nos

materiais utilizados inicialmente no processo (ZENI & PENDRAK, 2006).

A fermentação, processo pelo qual foi obtido o extrato da casca do fruto do

cacau, é um meio de transformação de materiais grosseiros em extratos ricos em

carbono orgânico, de macro e micronutrientes essenciais para o desenvolvimento

das plantas como o nitrogênio (N), fósforo (P), cálcio (Ca), magnésio (Mg) entre

outros.

Por esta razão, um montante de casqueiro, quando tratados corretamente,

não representam um lixo orgânico, mas é uma maneira estratégica de fornecer

condições adequadas aos microrganismos para desencadear o processo de

91

Page 107: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

fermentação e realizar transformações microbianas ou bioconversões de

substâncias com valor biotecnológico.

Para a produção de um extrato por fermentação, o processo deve

apresentar algumas etapas muito importante, como as que foram realizadas para

a obtenção do extrato da casca do fruto do cacau. As cascas do cacau foram

separadas de materiais resíduais do ambiente e acondicionadas em um local

higienizado (lona de plástico) para ser feito o extrato. Em seguida foram cortadas

em pedaços retangulares de 1,5 a 2,5 cm de largura disposto em camadas com

cerca de 15 cm, a fim de promover a aeração, fator importante para que ocorra

uma fermentação de maneira satisfatória do material orgânico. Quanto maiores

forem as partículas da fermentação, mais demorado será o processo. As

camadas de cascas de cacau foram umedecidas vagarosamente, mantendo a

umidade em torno de 50 a 60%, pois as bactérias e fungos necessitam de água

para o metabolismo microbiano (COSTA, 1994). A cada 15 dias as camadas eram

revolvidas, para evitar fermentações indesejáveis, pois estas acentuam a perda

de nitrogênio além de desprender odores desagradáveis que são atrativos para

insetos, e para impedir a formação de temperaturas altas. Como resultado da

ação dos microrganismos na decomposição da matéria orgânica, ocorre a

liberação de calor elevando a temperatura do meio. Um valor de temperatura ideal

segundo Gomes e Pacheco (1988), é de 60 a 70oC o que, que inclusive, promove

a destruição de organismos não fermentadores. E assim, por volta dos noventa

dias o extrato da casca do fruto do cacau foi produzido.

As análises químicas evidenciaram teores importantes de macro e

micronutrientes no extrato da casca do fruto do cacau (Tabela 3 - CAPÍTULO I).

Os valores encontrados demonstram que este extrato apresenta nutrientes de

grande validade para suprir a necessidade de elementos requerida pelas plantas,

os quais em alguns solos encontram-se em teores muito baixos. Sendo que entre

os elementos conhecidos como essenciais para o crescimento vegetal, o

nitrogênio, o fósforo e o potássio são geralmente os mais deficientes nos solos

agrícolas (COSTA, 1994). Além disto, na maioria dos tipos de solos é observado

alguma deficiência nutricional, principalmente de micronutrientes como, por

92

Page 108: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

exemplo, o zinco (Zn). Por tanto, a produção de um extrato rico como o extrato da

casca do fruto do cacau, pode proporcionar adições de nutrientes particularmente

N, P e K de modo onde os nutrientes possam ser disponibilizados para as culturas

agrícolas, como observado na tabela 2 (CAPÍTULO I).

O extrato da casca do fruto do cacau, aplicado no solo como fonte de K

resultou em aumento significativo no teor de K e nível crítico foliar de 32,1 g kg-1.

para atingir 90% da produção de massa seca da parte aérea. Prado et al. (2004),

obteve respostas quadráticas à aplicação de potássio em mudas de

maracujazeiro com nível crítico foliar de 38,5 g kg-1. O modelo quadrático

apresentado na Tabela 2 (CAPÍTULO I) indica alta preditividade de um modelo

ajustado. As variáveis massa seca da parte aérea (MSPA), altura da planta (AP) e

diâmetro do caule (DC) mostraram respostas quadráticas e significativas às doses

de K (Tabela 1 - CAPÍTULO I). O desenvolvimento das mudas de cacau tratadas

com extrato da casca do fruto do cacau concordam com os resultados de Nunes

& Leal (2001) que também verificaram maior desenvolvimento vegetativo de

mudas de tomateiro pulverizadas com extrato obtido da fermentação

metanogênica da matéria orgânica e água.

Por outro lado, não foi verificada respostas significativas de crescimento

para as raízes, mas se observou a redução de massa seca para as pivotantes e

secundárias na dose 1000 mg em comparação com as doses 125 e 250 mg

respectivamente (Tabela 1 - CAPÍTULO I). No entanto, considerando que o K

presente no extrato pode elevar a salinidade do solo, era de se esperar que as

altas concentrações de K no solo, levassem as raízes a crescer menos e

apresentar deformações como resposta das plantas aos ajustes no ambiente. Nos

ambientes salinos, o crescimento, a absorção de água e nutrientes das raízes

ficam comprometidas, porque diminui o potencial osmótico próximo à rizosfera,

dificultando o transporte dos íons até as raízes (MARSCHNER, 1995; KOYRO &

EISA, 2008).

Embora exista pouco estudo sobre a composição deste tipo de extrato,

sabe-se que os mesmos possuem todos os elementos necessários para a

nutrição vegetal, podendo variar na composição e concentração de seus

93

Page 109: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

nutrientes (SODRÉ, 2012). Sendo que a composição deste tipo de extrato, está

diretamente associada com a matéria-prima a ser fermentada, com o período e o

tipo de fermentação (aeróbica e/ou anaeróbica), bem como com as características

dos microorganismos fermentadores.

O extrato CHE além de uma fonte suplementar de macro e micronutrientes

para as plantas, apresentou também efeitos antimicrobianos (Tabela 4; Figura 1, 2

e 3 - CAPÍTULO I; Figura 2, Tabela 1 e 2 - CAPÍTULO II). Pulverizações com

extrato de produto de fermentação foi realizada em mudas de Passiflora edulis,

na qual induziu maior altura, diâmetro, número de ramos, número de flores, de

frutos, contribuiu também para uma cultura de maracujazeiro, livre de doenças

fúngicas e bacterianas (COLLARD et al., 2000). Pinheiro & Barreto (1996), Nunes

& Leal (2001), sugere que ação direta deste tipo de extrato, sobre os fitoparasitas

é devido à presença de substâncias tóxicas no extrato. A ação tóxica do extrato

provavelmente é resultado da presença de metabólitos antimicrobianos

produzidos ou transformados durante o metabolismo microbiano (TRATCH &

BETTIOL, 1997; DELEITO, 2002).

Os agentes antimicrobianos podem agir sobre organismos patogênicos

susceptíveis, atuando de várias maneiras e de intensidade diversas, sobre a

parede celular e/ou membrana celular, sobre a atividade enzimática ou estruturas

do protoplasma, bloqueando certas reações enzimáticas ou sínteses de enzimas

na célula microbiana, interrompendo seu crescimento e reprodução (efeito

bacteriostático) e/ou induzir a morte do organismo (efeito bactericida e fungicida)

(CHOPRA et al., 2002; MCDERMOTT et al., 2003). Estes efeitos podem surgir da

interferência direta ou indireta sobre as vias metabólicas dos microrganismos

podendo alterar desde a permeabilidade (membrana externa) até os processos de

síntese (parede celular, ácido fólico, DNA, RNA e proteínas) (CHOPRA et al.,

2002; FLUHR et al., 2010).

Como observado na Tabela 4 (CAPÍTULO I) e na tabela 1 (CAPÍTULO II) a

ação do CHE foi mais efetivo nas cepas bacteriana Gram-negativas. Nestas

cepas microbianas (Gram-negativas) existem duas membranas, uma na face

externa da parede celular e outra na face interna. Sendo que, na membrana que

94

Page 110: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

antecede a parede bacteriana existem proteínas denominadas porinas de

característica hidrofílica, que facilitam a entrada de substâncias polares para o

espaço periplasmático (EUMKEB et al., 2010). Assim, a composição estrutural

membranar destas bactérias, podem ter contribuído para entrada de compostos

polares de CHE de ação antibacteriana. A permeabilidade das substancias e/ou

dos compostos bioativos, influenciam diretamente na ação do antibacteriano.

Brown (2004) e Buynak, (2004), durante experimentos verificaram que alguns

antibacterianos (meticiclina e a oxacilina) foram inativos contras as bactérias

Gram-negativas, por não conseguirem ultrapassar a membrana externa destas

bactérias, impedindo a difusão das substancias bioativas ao seu alvo no interior

celular. Hennebele et al., (2008) sugere que geralmente os extratos com efeitos

antimicrobianos de caráter polar ou de média polaridade apresentam ação

bioativa antibacteriana em bactérias Gram negativas.

Afim de purificar a/as substancia(s) bioativa (s) para detectar melhor

inibição antibacteriana, principalmente contra P. aeruginosa e S. choleraesuis,

realizou-se o fracionamento de CHE e posteriormente, seguiu-se

experimentações das frações obtidas com as linhagens bacterianas (Figura 5 -

CAPÍTULO I e Tabela 3 - CAPÍTULO II). Nos resultados obtidos encontrou-se

duas frações ativas (CHE8 e 12: Figura 3-CAPÍTULO I e Tabela 2-CAPÍTULO II )

contra S. choleraesuis, no entanto, as análises mostraram que, todas as frações

testadas foram inativas contra P. aeruginosa, visto que esta linhagem foi sensível

ao extrato bruto (tabela1). Acredita-se que o efeito de CHE sobre P. aeruginosa,

tenha sua ação de modo sinérgico, ou seja, sua atividade é dependente da

interação de dois ou mais compostos, em vez de cada componente separado

(VAREL, 2002).

Em contra partida a atividade antibacteriana in vitro contra S. epidermidis

não foi observado para o extrato CHE nas doses testadas, mas antibacteriana

moderada para uma fração (CHE 9: Figura 3-CAPÍTULO I e Tabela 2-CAPÍTULO

II). Sugere-se então que as substâncias ativas estavam presentes no extrato

bruto, mas em concentrações em que a bioatividade não era detectável ou estava

suprimida por outras substâncias. Visto que nas matrizes complexas podem

95

Page 111: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

conter uma mistura de substancias tóxicas e protetoras que podem atuar

simultaneamente.

O CHE mostrou-se bioativo não somente contra bactérias, mas também

aos fungos, S. cerevisiae e o fungo basidiomiceto M. perniciosa que causa

grandes prejuízos às lavouras cacaueira (Figura 1 e 2: CAPÍTULO I; Figura 2:

CAPÍTULO II). A ação de CHE em M. perniciosa, acredita-se que possa estáar

relacionada os compostos fenólicos. Altas concentrações de fenóis foi verificada

em folhas maduras em SCA um clone resistente a M. perniciosa por Nojosa

(2002) é importante salientar que a infecção do cacaueiro por M. perniciosa

ocorre geralmente em tecidos jovens (tecido pelo qual a incidência de fenóis são

menores no cacaueiro) (NOJOSA, 2002). Comparando-se os dados referentes à

atividade antifúngica de extrato CHE e o teor de fenólicos encontrado em clones

resistentes do T. cacao por Nojosa (2002), é possível inferir que os fenólicos

estejam relacionados ao potencial antifúngico do extrato CHE (Figura 2:

CAPÍTULO I e CAPÍTULO II).

Em análises fitoquímicas preliminares do CHE detectou-se a presença de

compostos fenólicos (Figura 5: CAPÍTULO I; Tabela 3: CAPÍTULO II). Estes

compostos fenólicos têm se destacado como importante antimicrobiano para

várias culturas, devido seus efeitos tóxicos e/ou atuação sobre enzimas, por

exemplo, as catequina, galocatequina e isoquercitina presentes nas plantas de

Gossypium hirsutum, o algodão (NICHOLSON, 1992; SCHWAN-ESTRADA et al.,

2008).

Nas análises fitoquímicas preliminares do CHE e frações (Figura 5:

CAPÍTULO I; Tabela 3: CAPÍTULO II) revelaram a presença de compostos

secundários, pertencentes principalmente ao grupo dos fenólicos e alcalóides.

Estes compostos tem sido descritos na literatura como substâncias de importante

atividade antimicrobiana (GURIB-FAKIM, 2008) onde seus mecanismos de ação

envolvem inibição da síntese de ácidos nucléicos, inibição das funções da

membrana citoplasmática e inibição do metabolismo energético (CUSHNIE &

LAMB, 2005). Substâncias destes grupos podem apresentar ação de acordo com

96

Page 112: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

a sua concentração e/ou as espécies de bactérias estudadas (MATASYOH et al.,

2009). Dessa forma, é possível supor que estes grupos contribuíram para a

atividade antimicrobiana decorrente do composto das cascas do cacau, CHE

extrato e CHE frações, principalmente os compostos fenólicos.

A fração de maior atividade teve seu perfil demonstrado pela técnica de

cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE) e métodos espectroscópicos como,

Infra-Vermelho (IV), espectrometria de massas (LC-MS) e Ressonância Magnética

(anexo). No entanto, pela inconsistência dos dados não foi possível determinar

estruturalmente a (s) substância (s) bioativa (s) de ação antimicrobiana.

No capitulo III (Figura 1 e 2) foi verificado a sensibilidade dos mutantes

defectivos em sistemas de transporte dos metais Fe, Zn e Cu. Os mais sensíveis

quando comparados com a linhagem selvagem foram os mutantes fet3 e aft1

que apresentaram resultados mais acentuados.

Os metais são essenciais e fundamentais para processos metabólicos dos

microrganismos, esses micronutrientes estão presentes como cofatores para

inúmeras enzimas e exercem papel estrutural em um grande número de

proteínas. No entanto, estes metais podem ser tóxicos, se os níveis de captação e

distribuição não forem regulados, uma vez que o excesso pode comprometer as

funções celulares (EIDE et al., 2003). Os elevados níveis, desses metais

essenciais encontrado no extrato das cascas do fruto do cacaueiro (Tabela1:

CAPITULO III), pode ocasionar danos às membranas celulares, modificar a

especificidade de enzimas, interferir nas funções das células e provocar danos à

estrutura do DNA (BEYERSMANN & HARTWIG, 2008).

Usualmente, os microrganismos podem utilizar vários mecanismos de

resistência a metais, de modo a lhes permitirem a sobrevivência em ambientes

com elevada concentração de metais ou contaminados com metais pesados

(WALDRON & ROBINSON, 2009). Os mecanismos mais descritos para

resistência da célula são: (I) exclusão do metal através de uma barreira de

permeabilidade; (II) ativação de bombas de efluxo; (III) “sequestro” do metal

intracelular; e (IV) redução enzimática e redução da sensibilidade dos alvos

97

Page 113: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

celulares em relação aos íons metálicos. Entretanto, as linhagens utilizadas neste

estudo (Tabela 1: e Figura 2: CAPITULO III), apresentavam deficiência para

realização destes mecanismos, visto que eram mutantes defectivos em sistemas

de transporte dos metais Fe, Zn e Cu e seus respectivos fatores de transcrição.

Portanto, para a sobrevivência dos organismos naturais, os mesmos

devem manter as concentrações citoplasmáticas de cobre, ferro e zinco em níveis

não tóxicos, para que esses metais sejam apenas suficientes para o crescimento

celular e participação em processos metabólicos vitais.

No capitulo III (Figura 4, Tabela 5 e 6: CAPITULO I; Tabela 3, 4 e 5; Figura

3 A e B: CAPITULO III) pode-se observar que o CHE não foi capaz de induzir

genotoxicidade nas linhagens de S. cerevisiae, nas cepas de S. typhimurium e

nem em células de mamíferos em nenhuma das doses testadas. Sendo que na

Tabela 5 para a linhagem de S. typhimurium TA100 o ensaio com CHE mostrou o

número de revertentes em alguns lócus menor que no controle (dose zero de

extrato), mostrando que o extrato deve ter substâncias capazes de diminuir a

própria mutagênese espontânea da linhagem.

Quando as células de mamíferos foram expostas às concentrações do

CHE (Figura 3 A e B), a maioria das células não apresentaram danos no DNA

quando comparado com o controle.

Os resultados aqui descritos não descartam a possibilidade de ação

genotóxica relacionada à CHE, nas condições dos testes avaliados neste

trabalho. Segundo Maron & Ames (1983), um resultado negativo no “spot test”

não é indicação suficiente da não genotoxidade de um composto, assim como o

resultado positivo também não é suficiente para indicar a genotoxidade, sem que

estes resultados estejam em concordância com vários outros testes de análise.

No entanto, o fato de CHE não indicar atividade genotóxica torna-o bastante

interessante na identificação de substâncias biologicamente ativas no extrato de

cascas de cacau.

98

Page 114: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

6. CONCLUSÕES GERAL

Os resultados obtidos no desenvolvimento do trabalho permitiram concluir que:

É possível usar o composto proveniente da casca do fruto de T. cacao como fonte

de potássio 391,6 mg de K dm-3 de solo. Em função de sua composição, facilidade de

produzir e aplicar o composto, possibilita usá-lo como biofertilizante na produção de

mudas de cacaueiro, além de agregar valor ao resíduo gerado nas lavouras do cacau.

O extrato da casca do fruto de T. cacao tem potencial antifúngico contra os fungos

M.perniciosa e induz sensibilidade em mutantes específicos de S.cerevisiae envolvidos

com o transporte de metais bem como é eficaz contra as bactérias patogênicas Gram

negativas P. aeruginosa S. choleraesuis. Frações do composto também apresentaram

atividade antibacteriana em linhagens de S. choleraesuis (CHE8 e CHE12 - CIM de 1 mg/

mL), S. epidermidis (CHE9 - CIM 2,5 mg/mL). O extrato obtido neste trabalho consiste,

portanto, em uma fonte potencial de identificação de metabólitos antimicrobianos com

aplicação na indústria farmacêutica.

Os alcalóides, terpenos e principalmente os fenólicos parecem ser os constituintes

de maior atividade antimicrobiana, detectados no composto da casca do fruto de T. cacao.

Sugerindo que o composto ou os metabólicos isoladamente sejam os responsáveis pela

atividade antimicrobiana observadas neste estudo.

O composto da casca do fruto de T. cacao não apresentou genotoxicidade perante

os ensaios de Salmonella/microssomo (mutação), S. cerevisiae (mutação, recombinação,

perda de cromossomo) e Teste Cometa (danos ao DNA, quebra de cromossomo), sendo

demonstrado sua possível seguridade de uso para humanos e no meio ambiente.

99

Page 115: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

7. PERSPECTIVAS

Seria de extrema importância complementar os dados mostrados nesse trabalho

para uma melhor compreensão dos mecanismos farmacológicos e toxicológicos dos

extratos da casca do fruto de T. cacao:

‣ Identificar as moléculas bioativas, presentes nos extratos de T. cacao,

responsáveis pelo efeito, antifúngico e antibacteriano;

‣ Monitorar via qPCR ou PCR tempo real à expressão de alguns genes

envolvidos no mecanismo de defesa do fungo (transportadores de membrana),

submetidos a diferentes condições de crescimento (com e sem extrato de

cacau);

‣ Caracterizar alterações morfológicas causadas pelos extratos de T. cacao em

linhagens de levedura e M. perniciosa utilizando a microscopia eletrônica de

transmissão e varredura;

‣ Avaliar a sensibilidade de M. perniciosa a frações e extrato do T. cacao em

basidiósporos e hifas monocarióticas;

‣ Verificar o efeito das frações do extrato de T. cacao nas mesmas linhagens de S.

cerevisiae utilizadas neste estudo utilizando outras condições de tratamento:

variando a fase de crescimento e fontes de carbono.

100

Page 116: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABIOLA, S.S.; TEWE, O.O. Chemical evaluation of cocoa by-products. Tropical Agriculture., Trinidad, v. 68, p. 335-336, 1991.

AGUILAR, C.N.; RODRÍGUEZ, R.; GUTIERREZ-SANCHEZ, G.; AUGUR, C.; FAVELA-TORRES, E.; PRADO BARRAGÁN, L.A.; RAMÍREZ-CORONEL, A.; CONTRERAS-ESQUIVEL, J.C. Microbial tannases: advances and perpectives. Appl Microbiol Biotechnol, v. 76, p. 47-59, 2007.

AGYENTE-BADU, K.; ODDOYE, E.O.K. Uses of cocoa by-products. Proceedings of 24th Biennial Conference of Ghana Science Association, University of Ghana. Legon, p.115-127, 2005.

AL-JANABI, A.A.H.S. Potential activity of the purine compounds caffeine and aminophylline on bacteria. J Glob Infect Dis., v. 3, p. 133-137, 2011.

AMES, B.N.; Identifyting enviromental chemicals causing mutations and cancer. Science., v. 204, p. 587-593,1979.

ANASTÁCIO FERRAZ, E.R. Avaliação da eficiência do tratamento com fotoeletrocatálise e cloração convencional na remoção dos azo corantes, Disperse Orange 1, Disperse Red 1 e Disperse Red 13 de amostras aquosas. 2011. 158f. Tese (Doutorado). Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2011.

ANDRES-LACUEVA, C.; MONAGAS, M.; KHAN, N.; IZQUIERDO-PULIDO, M.; URPI-SARDA, M.; PERMANYER, J.; LAMUELA-RAVENTOS, R.M. Flavanol and flavonol contents of cocoa powder products: influence of the manufacturing process. J Agric Food Chem., Washington, v. 56, p. 3111-3117, 2008.

ANURADHA, R; SURESH, A.K.; VENKATESH K.V. Simultaneous saccharification and fermentation of starch to lactic acid Process. Biochem Pharmacol (Los Angel)., v. 35, p. 367–375, 1999.

AREGHEORE, E.M. Chemical evaluation and digestibility of cocoa (Theobroma cacao) byproducts fed to goats. Trop Anim Health Prod., v. 34, p. 339, 2002.

101

Page 117: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

ARLORIO, M.; COISSON, J.D.; TRAVAGLIA, F.; VARSALDI, F.; MIGLIO, G.; LOMBARDI, G.; MARTELLI, A. Antioxidant and biological activity of phenolic pigments from Theobroma cacao hulls extracted with supercritical CO2. Food Chem Toxicol., v. 38, p. 1009-1014, 2005.

ASHIHARA, H. Purine metabolism and the biosynthesis of caffeine in maté leaves. Phytochemistry., v. 33, p. 1427-1430, 1993.

ASHIHARA, H.; CROZIER, A. Caffeine: A well known but little mentioned compound in plant science. Trends Plant Sci., v. 6, p. 407-413, 2001.

ATKIN, A.L.; RIAZI, M.A.; GREER, C.L.; ROY, K.L.; BELL, J.B. The functional analysis of nonsense suppressors derived from in vitro engineered Saccharomyces cerevisiae tRNA (Trp) genes. Genes(Basel)., v. 134, p. 57-65, 1993.

AZIZAH, A.H.; NIK RUSLAWATI, N.M.; SWEE TEE, T. Extraction and characterization of antioxidant from cocoa by-products. Food Chem., v. 64, p. 199-202, 1999. http://dx.doi.org/10.1016/S0308-8146(98)00121-6

BENKEBLIA, N. Antimicrobial activity of essential oil extracts of various onions (Allium cepa) and garlic (Allium sativum). Food Sci Biotechnol., Chichester., v. 37, n. 2, p. 263-268, 2004.

BAKER, D. D.; CHU, M.; OZA, U.; RAJGARHIA, V. Drug Discovery. Nat. Prod. Rep. 2007, 24, 1225; Harvey, A. L.; Today 2008.

BENASSI, V. 2012 http://www.ufvjm.edu.br/site/cienciaetudo/categoria/colunas/ciencia-atualidades-vivian-benassi/.

BEYERSMANN, D.; HARTWIG, A. Carcinogenic metal compounds: recent insight into molecular and cellular mechanisms. Arch Toxicol., v. 82, p. 493-512, 2008.

BIANCHI, J. Análise dos efeitos citotóxicos, genotóxicos e mutagênicos do inseticida Malation, utilizando os sistemas teste de Allium cepa e células de mamíferos. Dissertação (Mestrado). Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho”, Instituto de Biociências de Rio Claro, Rio Claro, SP, Brasil. 2008. 128p.

102

Page 118: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

BISSET, N.M.; WICHTL, M. Herbal drugs and phytopharmaceuticals. 2.ed. Medpharm: Boca Raton, CRC / Stuttgart. 2001.

BOEIRA, J. M.; VIANA, A. F.; PICADA, J. N.; HENRIQUES, J.A.P. Genotoxic and recombinogenic activities of the two beta-carboline alkaloids harman and harmine in Saccharomyces cerevisiae. Mutat Res., v. 500, p. 39-48, 2002.

BOLOGNESI, C.; BUSCHINI, A.; BRANCHI, E.; CARBONI, P.; FURLINI, M.; MARTINO, A.; MONTEVERDE, M.; POLI, P.; ROSSI, C. Comet and micronucleus assays in zebra mussel cells for genotoxicity assessment of surface drinking water treated with three different disinfectants. Sci Total Environ., v. 333, p. 127-136, 2004.

BOLOGNESI, C.; LANDINI, E.; PERRONE, E. E ROGGIERI, P. Cytogenetic biomonitoring of a floriculturist in Italy: micronucleus analysis by fluorescence in situ hybridization (FISH) with all-chromosome centromeric probe. Mutat Res., v. 557, p. 109-117, 2004.

BROWN, K. The history of penicillin from discovery to the drive to production. Pharm Hist., v. 34, p. 37-43, 2004.

BUYNAK J.D. The discovery and development of modified penicillin- and cephalosporin-derived beta-lactamase inhibitors. Curr Med Chem., v. 11, p. 1951–1964, 2004.

BUCHELI, P.; ROUSSEAU, G.; ALVAREZ, M.; LALOI, M.; MCCARTHY, J. Developmental variation of sugars, carboxylic acids, purine alkaloids, fatty acids, and endoproteinase activity during maturation of Theobroma cacao L. seeds. J. Agric. Food Chem., v. 49, p. 5046-5051, 2001.

BURLINSON, B.; TICE, R.R.; SPEIT, G.; AGURELL, E.; BRENDLER-SCHWAAB, S.Y.; COLLINS, A.R.; ESCOBAR, P.; HONMA, M.; KUMARAVEL, T.S.; NAKAJIMA, M.; SASAKI, Y.F.; THYBAUD, V.; UNO, Y.; VASQUEZ, M.; HARTMANN, A. Fourth International Workgroup on Genotoxicity testing: results of the in vivo Comet assay workgroup. Mutat Res., v. 627, p. 31-35, 2007.

CASTILHO, L.R.; POLATO, C.M.S.; BARUQUE, E.A.; SANT’ANNA JR, G.L.; FREIRE, D.M.G. Economic analysis of lipase production by Penicillium restrictum in solid-state and submerged fermentations. Biochem Eng J., v. 4, 239–247, 2000.

103

Page 119: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

CAVALCANTI, B.C.; JÚNIOR, H.V.; SELEGHIM, M.H.; BERLINCK, R.G.; CUNHA, G.M.; MORAES, M.O.; PESSOA, C. Cytotoxic and genotoxic effects of tambjamine D, an alkaloid isolated from the nudibranch Tambja eliora, on Chinese hamster lung fibroblasts. Chem Biol Interact., v. 174, p. 155-162, 2008.

CEPLAC - COMISSÃO EXECUTIVA DO PLANO DA LAVOURA CACAUEIRA. Cacau: informações de mercado. Brasília, 2011. 11p. Disponível em: http:// www.ceplac.gov.br/.../infomercado/informações%20de%20mercado%208>.

CHEPOTE, R.E Efeito do composto da casca do fruto do cacau no crescimento e produção do cacaueiro. Agrotópica., v. 15, p. 1-8, 2003.

CHEPOTE, R.E.; SANTANA, C. J.L.; DE LEON, F. Como utilizar composto de casca de cacau na adubação do cacaueiro. Difusão Agropecuária (Brasil), v. 2, p. 11-17, 1990.

CHOPRA, I.; HESSE, L.; O’NEIL, L.A.J. Exploiting current understanding of antibiotic action for discovery of new drugs. Symp Ser Soc Appl Microbiol. v. 31, p. 4-15, 2002.

CHRISTOFOLETTI, C.A. Avaliação dos potenciais citotóxico, genotóxico e mutagênico das águas de um ambiente lêntico, por meio dos sistemas-teste de Allium cepa e Oreochromis niloticus. Dissertação de Mestrado. Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho”, Instituto de Biociências de Rio Claro, Rio Claro, SP, Brasil, 2008. 118p.

CHUNG B.; KENJI, Y.; KANG-WAN, I. Compositional Characterization of Cacao (Theobroma cacao L.) Hull). Agric Chem Biotechnol., v. 46, p. 12-16, 2003.

CLARKE, J.H.R.; RATES, S.M.K.; BRIDI, R. Um alerta sobre o uso de produtos de origem vegetal na gravidez. Infarma., v. 19, p. 41-48, 2007.

CLAXTON L.D.; WOODALL Jr, G.M. A review of the mutagenicity and rodent carcinogenicity of ambient air. Mutat Res., v. 636, p. 36-94, 2007.

COLLARD, F.H.; ALMEIDA, A.; COSTA, M.D.R.; ROCHA, M.C. Efeito do uso do biofertilizante Agrobio na cultura do maracujazeiro amarelo (Passiflora edulis f. flovicarpa Deg). Rev Bioc., v.7, n.1, p.15-21, 2000.

104

Page 120: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

CONTI, R.; RODRIGUES, J.A.R.; MORAN, P.J.S. Biocatálise: avanços recentes. Quím Nova., v. 24, p. 672-675, 2001.

COSTA, A.F. Farmacognosia. 4.ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian., 2: 1994.

COSTA, M.S.S.; COSTA, L.A.M.; SESTAK, M.; OLIBONE, D.; SESTAK, D.; KAUFMANN, A.V.; ROTTA, S.R. Compostagem de resíduos da indústria de desfibrilação de algodão. Eng Agríc, Jaboticabal., v. 25. p. 540-548, 2005.

CRUZ, G.; HUUHTANEN, M.; CARRIÓN, L.; ALVARENGA, E.; KEISKI, R.L. Production of Activated Carbon from Cocoa (Theobroma cacao) Pod Husk. J Civil Environment Engg., v. 2, p. 109, 2012. doi:10.4172/2165-784X.1000109.

CUSHNIE, T.P.T.; LAMB, A.J. Antimicrobial activity of flavonoids. International Journal of Antimic Agents., v. 26, p. 343–335, 2005.

DA CROCE, D.M. Características físico-químicas de extratos de erva-mate (Ilex paraguariensis St. Hil) no estado de Santa Catarina. Ciência Florestal., v. 2, p. 107-113, 2002.

DANTAS NETO, A, CORREA, R. X., MONTEIRO, W.R. Characterization of a cocoa population for mapping of genes of resistance to Witches' Broom and Phytophthora pod rot. Fitopatol Bras., v. 30, n.4, p. 380-386, 2005.

DAROIT, D.J.; SILVEIRA, S.T.; HERTZ, P.F.; BRANDELLI, A. Production of extracellular β-glucosidase by Monascus purpureus on different growth substrates. Process Biochem., v. 4, p. 904-908, 2007.

DEGRANDI, T.H. Toxicidade genética do ditelureto de difenila: um estudo empregando modelos biológicos procariotos e eucariotos. 2009. 121p. Disertação (Mestrado). Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2009.

DHILLON, G.; KAUR, S.; BRAR, S.K.; VERMA, M. Potential of apple pomace as a solid substrate for fungal cellulase and hemicellulase bioproduction through solid-state fermentation. Ind Crops Prod., v. 38, p. 6-13, 2012. http://dx.doi.org/10.1016/j.indcrop.2011.12.036

105

Page 121: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

DIAS, L.A.S. Melhoramento Genético do cacaueiro. Editora Folha de Viçosa Ltda., p. 578, 2001.

DUKE, J.A.. Theobroma cacao L. Handbook of Energy Crops. Center for New Crops and Plants Products.1983.

EIDE, D.J. Multiple regulatory mechanisms maintain zinc homeostasis in Saccharomyces cerevisiae. J Nutr., v. 133, p. 1532-1535, 2003.

EFRAIM, P. Estudo para minimizar as perdas de flavonóides durante a fermentação de cacau para produção de chocolate. 2004. 114p. Dissertação (Mestrado) – Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2004.

EFRAIM, P.; PEZOA-GARCÍA, N. H.; JARDIM, D. C. P.; NISHIKAWA, A.; HADDAD, R.; EBERLIN, M. N. Influência da fermentação e secagem de amêndoas de cacau no teor de compostos fenólicos e na aceitação sensorial. Ciên e Tecn Alimen., Campinas, v.30, p. 42-150, 2010.

ELLAIAH, P.; PRABHAKAR, T.; RAMAKRISHNA, B.; THAER TALEB, A.; ADINARAYANA, K. Production of lipase by immobilized cells of Aspergillus niger. Process Biochem., v.39, 525–528, 2004.

ELIBOL, M.; MOREIRA, A.R. Optimizing some factors affecting alkaline protease production by a marine bacterium Teredinobacter turnirae under solid substrate fermentation. Process Biochem., v. 40, p. 1951-1956, 2005.

ESMELINDRO, M.C.; TONIAZZO, G.; WACZUK, A.; DARIVA, C.; OLIVEIRA, D. Caracterização físico-química da erva-mate: Influência das etapas do processamento industrial. Ciência e Tecnologia de Alimentos, Campinas, v. 22, p. 193-204, 2002.

EUMKEB, G.; SAKDARAT, S.; SIRIWONG, S. Reversing β-lactam antibiotic resistance of Staphylococcus aureus with galangin from Alpinia officinarum Hance and synergism with ceftazidime. Phytomedicine. Antimicrob Agents Chemother., v. 29, p. 345-8, 2010.

EZZAT, S.M. In vitro inhibition of Candida albicans growth by plant extracts and essential oils. World J Microb Biot., v. 17, p. 757-759, 2001.

106

Page 122: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

FARNET, C.M.; ZAZOPOULOS, E. Improving drug discovery from microorganisms. In: ZANG, L.; DEMAIN, A.L. Natural products: drug discovery and therapeutic medicine. Huma press. Totowa, 2005. 95-106p.

FIGUEIRA, A.; JANICK, J.; BEMILLER, J.N. New products from Theobroma cacao: Seed pulp and pod gum. p. 475-478. In Janick J and Simon JE (eds.), New crops. Wiley, New York, 1993.

FLUHR, J. W.; DEGITZ K. Antibiotics, azelaic acid and benzoyl peroxide in topical acne therapy. J Dtsch Dermatol Ges., v. 1, p. 24-30, 2010.

FOTSIS, T.; PEPPER, M.S.; AKTAS, E.; BREIT, S.; RASKU, S.; ADLERCREUTZ, H.; WAEHAELAE, K.; MONTESANO, R.; SCHWEIGERER, L. Flavonoids, dietary- derived inhibitors of cell proliferation and in vitro angiogenesis. Cancer Res., v. 57, p. 2916-2921, 1997.

FRIEDBERG, E.C.; WALKER, G.C.; SIEDE. W. DNA repair and mutagenesis. ASM Press, Washington, D.C. 1995.

GARZARO, D.; CEDEZO, F.G.; KALVATCHEV, Z. Theobroma cacao L.: Un nuevo enfoque para nutrición y salud. Agroaliment., 1998.

GASPARRI, S. Estudo das atividades antioxidantes e mutagênica/antimutagênica induzidas pelo extrato vegetal da Costus spicatus. 2005. 79f. Dissertação (Mestrado) - Universidade Luterana do Brasil, Canoas, 2005.

GIRI, A.; DHINGRA, V.; GIRI, C.C.; SINGH, A.; WARD, O.P.; NARASU, M.P. Biotransformations using plant cells, organ cultures and enzyme systems: current trends and future prospects. Biotechnol Adv., v. 19, p. 175-199, 2001.

GLORIA, N.A. Uso agronômico de resíduos. In: Reunião Brasileira de Fertilidade do Solo e Nutrição de Plantas. Piracicaba. Anais Campinas: Fundação Cargill, v. 20,1992. 195-212p.

GNOATTO, S.C.B.; BASSANI, V.L.; COELHO, G.C.; SCHENKEL, E.P. Influência do método de extração nos teores de metilxantinas em erva-mate (Ilex paraguariensis A. St.-Hil., Aquifoliaceae). Quim Nova., v. 30p. 304-307, 2007.

107

Page 123: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

GOMES, W.R.; PACHECO, E. Composto orgânico. Lavras: Escola Superior de Agric de Lavras, 1988. 11p. (Boletim Técnico, 11).

GOTTI, R.; FURLANETTO, S.; PINZAUTI, S.; CAVRINI, V. Analysis of catechins in Theobroma cacao beans by cyclodextrin-modified micellareletrokinetic chromatography. J Chromatogr A., New York, v. 112, p. 345-352, 2006.

GUO, S.; SONG, Y.; HUANG, Q.; YUAN, H.; WAN, B.; WANG, Y.; HE, R.; BECONI, M.G.; FRANZBLAU, S.G.; KOZIKOWSKI, A.P. Identification, synthesis, and phamacological evaluation of tetrahydroindazole based ligants as novel antituberculosis agents. J Med Chem., v. 53, n. 2, p. 649-659, 2010.

GURIB-FAKIM, A. Medicinal plants: traditions of yesterday and drugs of tomorrow. Mol Aspects Med., v.27, p.1-93, 2006.

HAMMERSTONE JR, J.F.; ROMANCZYK JR, L.J.; AITKEN, W.M. Purine alkaloid distribution within Herrania and Theobroma. Phytochemistry., v. 35, p, 1237-1240, 1994.

ICCO. International Cocoa Organization. Produção mundial de cacau. Disponível em: http://www.icco.org/.

JOHN, R.P.; NAMPOOTHIRI, K.M.; PANDEY, A. Solid-state fermentation for L- lactic acid production from agro wastes using Lactobacillus delbrueckii. Process Biochem., v. 41, p. 759–763, 2006.

KALVATCHEV, Z.; GARZARO, D.; CEDEZO, F.G. Theobroma cacao L.: Un nuevo enfoque para nutrición y salud. Agroalimentaria., v. 6, p. 23-25, 1998.

KLEINERT, J. Review Chocolate, Confectionery and Bakery. June. 1982.

KNIGHT, A.W.; BILLINTON, N.; CAHILL, P.A.; SCOTT, A.; HARVEY, J.S.; ROBERTS K.J.; TWEATS, D.J.; KEENAN, P.O.; WALMSLEY, R.M. An analysis of results from 305 compounds tested with the yeast RAD54-GFP genotoxicity assay (GreenScreen GC)-including relative predictivity of regulatory tests and rodent carcinogenesis and performance with autofluorescent and coloured compounds. Mutagenesis., v. 22, p. 409-416, 2007.

108

Page 124: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

KOSHIISHI, C.; CROZIER, A.; ASHIHARA, H. Profiles of purine and pyrimidine nucleotides in fresh and manufactured tea leaves. J Agric Food Chem., v. 49, p. 4378-4382, 2001.

KOYAMA, Y. TOMODA,Y.; KATO,M.; ASHIHARA, H. Metabolism of purine bases, nucleosides and alkaloids in theobromine-forming Theobroma cacao leaves. Plant Physiol and Bioch., v. 41, p. 977-984, 2003.

KOYRO, H. W.; EISA, S. S. Effect of salinity on composition, viability and germination of seeds of Chenopodium quinoa Willd. Plant and Soil, v. 302, p.79-90, 2008.

KRIS-ETHERTON, P.M.; KEEN, C.L. Evidence that the antioxidant flavonoids in tea and cacao are beneficial for cardiovascular health. Current Opion in Lipodology., v. 13, p. 41-49, 2002.

KU, W.W.; BIGGER, A.; BRAMBILLA, G.; GLATT, H.; GOCKE, E.; GUZZIE, P.J.;HAKURA, A.; HONMA, M.; MARTUS, H.J.; OBACH, R.S.; ROBERTS, S. Strategy for genotoxicity testing metabolic considerations. Mutat Res., v. 627, p. 59-77, 1996.

KUO, S.M. Antiproliferative potency of structurally distinct dietary flavonoids on human colon cancer cells. Cancer Lett., v. 110, p. 41-48, 1996.

KUPIEC, M. Damage-induced recombination in the yeast Saccharomyces cerevisiae. Mutat Res., v. 451, p. 91-105, 2000.

LACHENAUD, P. Fruit trait variability in wild cocoa trees (Theobroma cacao L.) from the Camopi and Tanpok basins in French Guiana. Acta Bot. Gallica., v. 154, p. 117-128, 2007.

LEAL, J.B. Diversidade genética de cacaueiros (Theobroma cacao L.) resistentes à vassoura-de-bruxa com base em marcadores RAPD e microssatélites. 2004, 61f. Dissertação (Mestrado) - Universidade Estadual de Santa Cruz, Ilhéus, Bahia, 2004.

LECUMBERRI, E.; MATEOS, R.; IZQUIERDO, M.; RUPÉREZ, P.; GOYA, L.; BRAVO, L. Dietary fibre composition, antioxidant capacity and physico-chemical properties of a fibre-rich product from cocoa (Theobroma cacao L.). Food Chem., v. 104, p. 948-954, 2007.

109

Page 125: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

LEE, R.F.; STEINERT, S. Use of the single cell gel electrophoresis/comet assay for detecting DNA damage in aquatic (marine and freshwater) animals. Mutat Res., v. 544, p. 43-64, 2003.

LIMA, U.A.; AQUARONE, E.; BORZANI, W. Biotecnologia: Tecnologia das fermentações. São Paulo, Edgard Blucher, v.1, 1975.

LISBOA, M.P.; BONATTO, D.; BIZANI, D.; HENRIQUES, J.A.; BRANDELLI, A. Characterization of a bacteriocin-like substance produced by Bacillus amyloliquefaciens isolated from the Brazilian Atlantic forest. Int Microbiol., v. 9 (2), p.111-118, 2006.

LUNA, F.; CROUZILLAT, D.; CIROU, L.; BUCHELI, P. Chemical composition and flavor of Ecuadorian cocoa liquor. J Agric Food Chem., Washington, v. 50, p. 3527-3532, 2002. http://dx.doi.org/10.1021/jf0116597

MAMMA, D.; KOURTOGLOU, E.; CHRISTAKOPOULOS, P. Fungal multienzyme production on industrial byproducts of the citrus-processing industry. Bioresour Technol., v. 99, p. 2373-2383, 2008.

MANEZ, A.; BARFUSS, D. Production of a compound liquor for compound coatings and alternatives to chocolate. Nestec S.A. Vevey, Switzerland, Patent US 5,919,502. 1998.

MARON, D.M.; AMES, B.N. Revised methods for the Salmonella mutagenicity test. Mutat Res., v. 113, p. 173-215, 1983.

MATASYOH, J.C.; MAIYO, Z.C.; NGURE, R.M.; CHEPKORIR, R. Chemical composition and antimicrobial activity of the essential oil of Coriandrum sativum. Food Chem, v. 113, p. 526-529, 2009.

MATUO, R.; SOUSA, F.G.; SOARES, D.G.; BONATTO, D.; SAFFI, J.; ESCARGUEIL, A.E.; LARSEN, A.K.; HENRIQUES, J.A.P. Saccharomyces cerevisiae as a model system to study the response to anticancer agents. Cancer Chemother Pharmacol., v. 70, p. 491–502, 2012.

MAYDATA, A.G. Chocolate, Polifenoles y Protección a la Salute. Acta Farm. Banaerense., v. 21, p. 149-52, 2002.

110

Page 126: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

MEAINHARDT, F.; ESSER, K. Filamentos Fungi. In: REHM, H. J.; REED, G. Biotechnology: Biological Fundamental Aspects. New York: VCH Publishers, 1993. p. 516-542.

MCDERMOTT, P.F.; WALKER, R,D.; WHITE, D.G. Antimicrobials: modes of action and mechanisms of resistance. Int J Toxicol., v. 22, p. 135-43, 2003.

MEDINA, L.F.C.; VIAU, C.M. ; MOURA, D.J.; SAFFI, J.; STEFANI, V.; BRANDELLI, A.; HENRIQUES, J.A.P. Genotoxicity of aminohydroxynaphthoquinones in bacteria, yeast, and Chinese hamster lung fibroblast cells. Mutat Res., v. 650, p.140-149, 2008.

MEINHARDT, L.; RINCONES, J.; BAILEY, B; AIME, M.; GRIFFITH, G.; ZHANG, D.; PEREIRA, G. Moniliophthora perniciosa, the causal agent of witches’ broom disease of cacao: what’s new from this old foe? Mol Plant Pathol., v. 9, p. 577–588, 2008. doi:10.1111/j.1364-3703. 2008.

MENEZES, J.A.S.; CARMO – NETO, D. A modernização do agribusiness Cacau. São Paulo: Fundação Cargil, 1993. 225 p.

MORORÓ, R.C. Aproveitamento dos derivados, sub-produtos e e residuos do cacau. Raul R. Valle ed. Ciencia Tecnologia e Manejo do Cacaueiro, Grafica e Editora Vital Ltda. Itabuna, Bahia, p. 371-421, 2007.

MORTELMANS, K.; ZEIGER, E. The Ames Salmonella/microsome mutagenicity assay. Mutat Res., v. 455, p. 29-60, 2000.

MUFFLER, K.; LEIPOLD D.; SCHELLER, M.C.; HAAS, C.; STEINGROEWER, J.; BLEY, T.; NEUHAUS, H.E.; MIRATA, M.A.; SCHRADER, J.; ULBER, R. Biotransformation of triterpenes. Process Biochem., v. 46, p. 1–15, 2011.

NAJAFPOUR, G.D. Biochemical Engineering and Biotechnology. First Edition, Elsevier, 2007. 421 p.

NIGAM, P.S.; PANDEY, A. Solid-state fermentation technology for bioconversion of biomass and agricultural residues. In: Nigam PS, Pandey A, editors. Biotechnology for agro- industrial residues utilization. first ed. Netherlands: Springer; 2009. 197–221p.

111

Page 127: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

NICHOLSON, R.L. Phenolic compounds and their role in disease resistance. Annu Rev Phytopathol., v. 30, p. 369-389, 1992.

NOJOSA, G.B.A.; RESENDE, M.L.V.; AGUILAR, M.A.G; BEZERRA. K.M.T.; ANHERT, D.E. Componentes fenólicos e enzimas oxidativas em clones de Theobroma cacao resistentes e suscetíveis a Crinipellis perniciosa. Fitopatol. Bras., p. 28, 2003.

NUNES, M.U.C.; LEAL, M.L.S. Efeito da aplicação de biofertilizante e outros produtos químicos e biológicos, no controle da broca pequena do fruto e na produção do tomateiro tutorado em duas épocas de cultivo e dois sistemas de irrigação. Hort Bras., v. 19, p. 53-59. 2001.

OLADOKUN, M.A.O. Use of cocoa pod husk as fertilizer for maize production. Nigerian J Agronomy., v. 1, p. 103, 1986.

OLADAYO, A. Proximate composition of some agricultural wastes in Nigeria and their potential use in activated carbon production. J. Appl Sci Manag., v. 14, p. 55-58, 2010.

OLIVEiRA, C.R.M.; BARBOSA, J.P.R.A.D.; SOARES, A.M.; OliVEiRA, l.E.M.; MACEDO, R.l.g. Trocas gasosas de cafeeiros (Coffea arabica l.) e seringueiras (Hevea brasiliensis Muell. Arg.) em diferentes sistemas de cultivo na região de lavras-MG. Rev Arv, Viçosa., MG, v.30, n.2, p.197-206, 2006.

PATERNIANI, E. Agricultura sustentável nos trópicos. Seropédica: Embrapa Agrobiologia, 2001. 21p.

PELIZER, H.L; PONTIERI, H.M.; MORAES O.I. Utilização de resíduos agroindustriais em processos biotecnológicos como perspectiva de redução do impacto ambiental. São Paulo: JOURNAL OF TECHNOLOGY MANAGEMENT & INNOVATION., v. 2: 2007.

PEREIRA, J.L.; RAM, A.; FIGUEIREDO, J.M.; ALMEIDA, L.C.C. Primeira ocorrência de vassoura-de-bruxa na principal região produtora de cacau do Brasil. Agrotr., v.1, p. 79-81, 1989.

PETES, T.D., MALONE, R.E.; SYMINGTON, L.S. Recombination in Yeast. Cold Spring Harbor Laboratory Press, Cold Spring Harbor, NY. 1991.

112

Page 128: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

PINHATTI, V.R. Avaliação das atividades biológicas e genotóxicas em dois derivados de guanilhidrazonas. 2009. 94f. Disertação (Mestrado). Universidade Federal do Rio Grande Sul. 2009.

POLI, P.; BUSCHINI, A.; CANDI, A.; ROSSI, C. Bleomycin genotoxicity alteration by glutathione and cytochrome P-450 content in respiratry proficient and deficient strains of Saccharomyces cerevisiae. Mutagenesis., v. 14, p. 233-238, 1999.

PRADO, R.M.; BRAGHIROLLI, L.F.; NATALE, W.; CORRÊA, M.C.M.; ALMEIDA, E.V. Aplicação de potássio no estado nutricional e na produção de matéria seca de mudas de maracujazeiro-amarelo. Rev Brasil de Frut, v.26, n.2, p.295-299, 2004.

PUNGARTNIK, C.; KERN, M.C.; BRENDEL, M.; HENRIQUES, J.A.P. Mutant allele pso7-1, that sensitizes Saccharomyces cerevisiae to photoactivated psoralen, is allelic to COX11, encoding a protein indispensable for a functional cytochrome c oxidase. Curr Genet., v. 36, p. 124-129, 1999.

RABELO-GAY, M.N.; RODRIGUES, M.A.P.R.; MONTELEONE NETO, R. Mutagênese, teratogênese e carcinogênese: métodos e critérios de avaliação. Rev Bras Gen., Ribeirão Preto-SP, v. 1, p. 246, 1991.

RAMIREZ-SANCHEZ, I.; MAYA, L.; CEBALLOS, G.; VILLARREAL, F. Fluorescent detection of (-)-epicatechin in microsamples from cacao seeds and cocoa products: Comparison with Folin-Ciocalteu method. J Food Compost Anal., v. 23, p. 790-793. 2010. http://dx.doi.org/10.1016/j.jfca.2010.03.014

RAVAT, F.; LE-FLOCH, R.; VINSONNEAU, C.; AINAUD, P.; BERTIN-MAGHIT, M.; CARSIN, H.; PERRO, G. Antibiotics and the burn patient. SFETB. Burns. 5: 20510-518, 2010.

ROBLEDO, A.; AGUILERA-CARBÓ, A.; RODRIGUEZ, R.; MARTINEZ, J. L.; GARZA, Y.; AGUILAR, C.N. Ellagic acid production by Aspergillus niger in solid state fermentation of pomegranate residues. J Ind Microbiol Biotechnol., v. 35, p. 507–513, 2008.

REDDY, G.V.; RAVINDRA BABU, P.; KOMARAIAH, P.; ROY, K.R.R.M.; KOTHARI. I.L. Utilization of banana waste for the production of lignolytic and cellulolytic enzymes by solid substrate fermentation using two Pleurotus species (P.

113

Page 129: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

ostreatus and P. sajor-caju). Process Biochem., v. 38, p. 1457-1462, 2003. http://dx.doi.org/10.1016/S0032-9592(03)00025-6

REDDY, N.; YANG, Y. Biofibers from Agricultural byproducts for Industrial Applications. Trends in Biotechnol., v. 23 (1), p. 22–27, 2005.

RODRIGUES, A.P. 2009. http://cacauechocolatee.blogspot.com.br. acesso outubro 2013.

ROSA, R.M.; MOURA, D.J.; MELECCHI, M.I.; SANTOS, R.S.; RICHTER, M.F.; CAMARÃO, E.B.; HENRIQUES, J.A.P.; RAMOS, A.L.L.P.; SAFFI, J. Protective effects of Hibiscus tiliaceus L. methanolic extract to V79 cells against cytotoxicity and genotoxicity induced by hydrogen peroxide and tert-butyl-hydroperoxide. Toxicol In Vitro., v. 21, p. 1442-1452, 2007b.

ROSA, R.M.; MOURA, D.J.; ROMANO, A.C.S.; SAFFI, J.; HENRIQUES, J.A.P. Antioxidant activity of diphenyl diselenide prevents the genotoxicity of several mutagens in Chinese hamster V79 cells. Mutat Res., v. 631, p. 44-54, 2007a.

ROSA, R.M.; PICADA, J.D.; SAFFI, J.; HENRIQUES, J.A. Cytotoxic, genotoxic, and mutagenic effects of diphenyl diselenide in Chinese hamster lung fibroblasts. Mutat Res., v. 628, p. 87- 98, 2007.

ROSA, R.M.; SULZBACHER, K.; PICADA, J.N.; ROESLER, R; SAFFI, J.; BRENDEL, M.; HENRIQUES, J.A. Genotoxicity of diphenyl diselenide in bacteria and yeast. Mutat Res., v. 563, p. 107-115, 2004.

ROZIN, P.; LEVINE, E.; STOESS, C. Chocolate craving and liking. Appetite, London., v.17, p.177-185, 1991.

SABU, A.; PANDEY, A.; JAAFAR DAUD, M.; SZAKACSET, G. Tamarind seed powder and palm Kernel cake: two novel agro residues for the production of tannase under solid state fermentation by Aspergillus niger ATCC 16620. Bioresour Technol., Essex, v. 96, p. 1223-1228, 2005.

SANTANA, M.B.M.; CABALA-ROSAND, P. Dynamics of nitrogen in a shaded cocoa plantation. Pl. and Soil., v. 67, p. 271-281, 1982.

114

Page 130: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

SCARPARI, L.M.; MEINHARDT, L.W.; MAZZAFERA, P.; POMELLA, A.W.; SCHIAVINATO, M.A.; CASCARDO, J.C.; PEREIRA, G.A. Biochemical changes during the development of witches' broom: the most important disease of cocoa in Brazil caused by Crinipellis perniciosa. J Exp Bot., v. 56, p. 865-877, 2005.

SCHWAN-ESTRADA, K.R.F.; STANGARLIN, J.R.; PASCHOLATI, S.F. Mecanismos bioquímicos de defesa vegetal. In: PASCHOLATI, S.F.; LEITE, B.; STANGARLIN, J.R.; CIA, P. (Ed.). Interação Planta Patógeno – fisiologia, Bioquímica e Biologia Molecular. Piracicaba: FEALQ, 2008. 227-248p.

SILVA J.; ERDTMANN B.; HENRIQUES J.A.P. Genética Toxicologia. Porto Alegre: Alcance, 2003. 422p.

SILVA, M.G.; FURTADO, N.A.J.C.; PUPO, M.T.; FONSECA, M.J.V.; SAID, S.; SILVA, A.A.F.; BASTOS, J.K. Antibacterial activity from Penicillium corylophilum Dierckx, Microbiol Res (Pavia)., v. 159, p. 317-322, 2004.

SILVA, S.A.; HANSEN, D.S. Cultura do cacau. Quarterly Bulletin of cocoa statistics.,v. 28, p. 1-32, 2002. Disponível em://www.culturasregionais.ufba.br/cul- tura-cacau.doc

SILVA, S.D.V.; LUZ, E.D.M.N.; ALMEIDA, O.C.; GRAMACHO, K.P.; BEZERRA, J.L. Redescrição da sintomatologia causada por Crinipellis perniciosa em cacaueiro. Agrotr., CEPLAC, Itabuna, BA, v.14, p.1-28, 2002. Edição especial.

SIMÕES, C.O.; SCHENKEL, E.P.; GOSMÃO, G.; MELLO, J.C.P.; MENTZ, L.A.; PETROVICK, P.R. Farmacognosia da Planta ao Medicamento. 5ªed. Porto Alegre/Florianópolis: Editora UFRGS/ Editora UFSC. 1999.

SOCCOL, C.R.; VANDENBERGHE, L.P.S. Overview of solid-state fermentation in Brazil. Biochem Eng J., v. 13, p. 205-219, 2003.

SODRE, G. A.; VENTURIN, M.T.; RIBEIRO, D.O.; MARROCOS, P.C.L. Extrato da casca do fruto do cacaueiro como fertilizante potássico no crescimento de mudas de cacaueiro. Rev. Bras. Frutic., Jaboticabal, 34: 2012.

SOUNIGO,O.; LACHENAUD, P.; BASTIDE, P.; CILAS, C.; N’GORAN, J.; LANAUD, J. Assessment of the value of doubled haploids as progenitors in cocoa (Theobroma cacao L.) breeding. J Gen Appl Microbiol., p. 49, 2003.

115

Page 131: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

SOUZA, A.Q.L.; SOUZA, A.D.L.; ASTOLFI FILHO, S.; BELÉM PINHEIRO, M.L.; SARQUIS, M.I.M.; PEREIRA, J.O. Atividade antimicrobiana de fungos endofíticos isolados de plantas tóxicas da Amazônia: Palicourea longiflora (aubl.) rich e Strychnos cogens bentham. Acta Amazonica., v. 34, p. 185-195, 2004.

STROBEL, G.; DAISY, B.; CASTILLO, U.; HARPER, J.J. The value of natural products to future pharmaceutical discovery Dwight. Nat. Prod., v. 67, p. 257. 2004.

SUFRAMA, Superintendência da Zona Franca de Manaus. Cacau: potencialidades regionais e estudo de viabilidade econômica. Manaus, 2003. 28p.

SYAMSIRO, M.; SAPTOADI, H.; TAMBUNAN, B.H.; PAMBUDI, N.A. A preliminary study on use of cocoa pod husk as a renewable source of energy in Indonesia. ENERGY FOR SUSTAINABLE DEVELOPMENT., v.16, p. 74-77. 2012 ISSN 09730826.

TAIWO, O.E.; OSINOWO, F.A.O. Evaluation of various agro-wastes for traditional black soap production. Bioresour Technol., v. 79, p. 95, 2001.

TICE, R.R.; AGURELL, E.; ANDERSON, D.; BURLINSON, B.; HARTMANN, A.; KOBAYASHI, H.; MIYAMAE, Y.; ROJAS, E.; RYU, J.C.; SASAKI, Y.F. Single cell gel/comet assay: guidelines for in vitro and in vivo genetic toxicology testing. Environ Mol Mutagen., v. 35, p. 206-221, 2000.

TISDALE, S.L.; NELSON, W.L. Soil fertility and fertilizers. New York: Macmillan Publishing, 1975. 694p.

TOPAKAS, E.; KYRIAKOPOULOS, S.; BIELY, P.; HIRSCH, J.; VAFIADI, C.; CHRISTAKOPOULOS, P. Carbohydrate esterases of family 2 are 6-0- deacetylases. FEBS Letters., v. 584, p. 543-548, 2010.

TOUSSAINT, M.; CONCONI, A. High-throughput and sensitive assay to measure yeast cell growth: a bench protocol for testing genotoxic agents. Nat Protoc., v. 1, p. 1922-1928, 2006.

116

Page 132: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

TOUSSAINT, M.; LEVASSEUR, G.; GERVAIS-BIRD, J.; WELLINGER, R.J.; ELELA, S.A.; CONCONI, A. A high-throughput method to measure the sensitivity of yeast cells to genotoxic agents in liquid cultures. Mutat Res., v. 606, p. 92-105, 2006.

TULP, M.; BOHLIN, L. Drug Discovery. Nat. Prod. Rep. 2007, 24, 1225; Harvey, A. L.; Today, v. 9, p. 450, 2004.

VAREL, V.H. Carvacrol and thymol reduce swine waste odor and pathogens: stability of oils. Curr Microbiol., v. 44, p. 38-43.

VEIGA JÚNIOR, V.F.; PINTO, A.C.; MACIEL, M.A.M. Plantas medicinais: cura segura? Quím Nova., v. 28, p. 519-28, 2005.

VIAU C, PUNGARTNIK C, SCHMITT MC, BASSO TS, HENRIQUES, J.A.P.; BRENDEL, M. Sensitivity to Sn2+ of the yeast Saccharomyces cerevisiae depends on general energy metabolism, metal transport, anti-oxidative defences, and DNA repair. Biometals., v.19, p. 705-714, 2006.

VILLAS BÔAS, S.G.; ESPOSITO, E.; MENDONÇA, M.M. Novel lignocellulolytic ability of Candida utilis during solid-substrate cultivation on apple pomace. World J Microbiol Biotechnol., v. 8, p. 541-545, 2002b.

VRIESMANN, L.C.; AMBONI, R.D.M.C.; PETKOWICZ, C.L.O. Cacao pod husks (Theobroma cacao L.): composition and hot-water-soluble pectins. Ind Crops Prod., v. 84, p. 1230-1236, 2011a.

VRIESMANN, L.C.; TEÓFILO, R.F.; PETKOWICZ, C.L.O. Optimization of nitric acid-mediated extraction of pectin from cacao pod husks (Theobroma cacao L.) using response surface methodology. Carbohydr Polym., v. 84, p. 1230-1236, 2011b.

WALDRON, K.J.; ROBINSON, N.J. How do bacterial cells ensure that metalloproteins get the correct metal. Nat Rev Microbiol., v. 7, p. 25-35, 2009.

WAKSMUNDZKA-HAJNOS, M.; SHERMA, J.; KOWALSKA, T. Thin Layer Chromatography in Phitochemistry. Vol.99. Chr Sci Series, 2008.

117

Page 133: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Inícionbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/regineide_xavier_.pdf · PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA ... Novembro

WHITKUS, R.; CRUZ, M.; MOTA-BRAVO, SOMEZ-POMPA, A. Genetic diversity and relationships of cacao (Theobroma cacao L.) in southern Mexico. Theor Appl Genet., v. 96, p. 621-627, 1998.

WOLLGAST, J.; ANKLAM, E. Review on polyphenols in Theobroma cacao: changes in composition during the manufacture of chocolate and methodology for identification and quantification. Food Res Int., v. 33, p. 423-447, 2000.

WOOD, G.A.R.; LASS, R.A. Cocoa. London: Ed. New York Longman, 1985. 620p.WU, J.H.; JONES, J. Assessment of DNA interstrand crosslinks using the modified alkaline comet assay. Methods in Molecular Biology., v. 817, p. 165-181, 2012.

ZENI, G.; PENDRAK, I.P. Trabalho de conclusão de curso: Bionconversão de celulose em proteína utilizando a levedura Cândida utillis e o fungo Pleurotus ostreatus. Ponta Grossa, Universidade Federal Tecnológica do Paraná, 2006.

ZHENG, X.Q.; ASHIHARA, H. Distribution, biosynthesis and function of purine and pyridine alkaloids in Coffea arabica seedlings. Plant Sci., v. 166, p. 807–813, 2004.

ZIMMERMANN, F.K.; VIG, B.K. Mutagen specificity in the induction of mitotic crossing-over in Saccharomyces cerevisiae. Mol Gen Genet., v. 139, p. 255-268, 1975.

ZIMMERMANN, F.K.; VON BORSTEL, R.C.; VON HALLE, E.S.; PARRY, J.M.; SIEBERT, D.; ZETTERBERG, G.; BARALE, R.; LOPRIENO, N. Testing of chemicals for genetic activity with Saccharomyces cerevisiae: a report of the U.S. Environmental Protection Agency Gene-Tox Program. Mutat Res., v. 133, p.199-244,1984.

118