universidade estadual de santa cruz programa...

78
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA MOLECULAR Diversidade Genética, Resistência à Antracnose e Mapeamento de Genético da Mangueira ELAINI OLIVEIRA DOS SANTOS ALVES ILHÉUS BAHIA BRASIL Fevereiro de 2015

Upload: duonghuong

Post on 27-Jan-2019

216 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PROGRAMA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/elaini_alves.pdf · BIOLOGIA MOLECULAR Diversidade Genética, Resistência à Antracnose

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E

BIOLOGIA MOLECULAR

Diversidade Genética, Resistência à Antracnose e

Mapeamento de Genético da Mangueira

ELAINI OLIVEIRA DOS SANTOS ALVES

ILHÉUS – BAHIA – BRASIL

Fevereiro de 2015

Page 2: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PROGRAMA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/elaini_alves.pdf · BIOLOGIA MOLECULAR Diversidade Genética, Resistência à Antracnose

ii

ELAINI OLIVEIRA DOS SANTOS ALVES

Diversidade Genética, Resistência à Antracnose e

Mapeamento de Genético da Mangueira

Tese apresentada à Universidade Estadual de

Santa Cruz como parte das exigências para

obtenção do título de Doutora em Genética e

Biologia Molecular.

Área de concentração: Genética e Biologia

Molecular

ILHÉUS – BAHIA – BRASIL

Fevereiro de 2015

Page 3: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PROGRAMA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/elaini_alves.pdf · BIOLOGIA MOLECULAR Diversidade Genética, Resistência à Antracnose

A474 Alves, Elaini Oliveira dos Santos.

Diversidade genética, resistência à antracnose e mapeamento de genético da mangueira / Elaini Oliveira dos Santos Alves. – Ilhéus, BA: UESC, 2015.

xiii, 68 f. : il. Orientador: Ronan Xavier Corrêa. Tese (doutorado) – Universidade Estadual de Santa Cruz. Programa de Pós-Graduação em Gené- tica e Biologia Molecular. Inclui referências.

1. Genética vegetal. 2. Manga. 3. Diversidade gené-

tica. 4. Antracnose. 5. Mapeamento genético. I. Título.

CDD 581.35

Page 4: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PROGRAMA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/elaini_alves.pdf · BIOLOGIA MOLECULAR Diversidade Genética, Resistência à Antracnose

iii

ELAINI OLIVEIRA DOS SANTOS ALVES

Diversidade Genética, Resistência à Antracnose e

Mapeamento de Genético da Mangueira

Tese apresentada à Universidade Estadual de

Santa Cruz como parte das exigências para

obtenção do título de Doutora em Genética e

Biologia Molecular.

Área de concentração: Genética e Biologia

Molecular

APROVADA: 25 de fevereiro de 2015

Dra. Edna Dora Martins Newman Luz

(CEPLAC/CEPEC)

Prof. Dr. Antonio Carlos Oliveira

(UESB)

Prof.ª Dra. Simone Gualberto Santos

(UNIME)

Dr. Daniel Oliveira Jordão de Amaral

(UESC)

Prof. Dr. Ronan Xavier Corrêa

(UESC – Orientador)

Page 5: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PROGRAMA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/elaini_alves.pdf · BIOLOGIA MOLECULAR Diversidade Genética, Resistência à Antracnose

iv

DEDICATÓRIA

À minha mãe, Joana Oliveira dos Santos Alves e

ao meu pai, Belarmino Ferreira Alves (in memoriam).

Page 6: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PROGRAMA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/elaini_alves.pdf · BIOLOGIA MOLECULAR Diversidade Genética, Resistência à Antracnose

v

AGRADECIMENTOS

À minha mãe, Joana, pelo apoio incondicional.

Ao meu orientador Dr. Ronan Xavier Corrêa, pela valiosa orientação.

Ao meu noivo, Clay Cardoso, por todo o incentivo e compreensão.

À Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), principalmente ao Programa de

Pós-graduação em Genética e Biologia Molecular, por oferecer a oportunidade de

formação neste curso.

À FAPESB, Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia, pela bolsa de

doutorado por três anos.

À CAPES, Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, pela

bolsa de doutorado por um ano, inclusive quanto ao período sanduiche.

Ao meu coorientador Dr. Francisco Pinheiro Lima Neto, pela parceria e pelas

madrugadas dedicadas a coletas de folhas no campo, embaladas pelos épicos e

explosivos clássicos de Beethoven e Tchaikovsky.

À minha coorientadora Dra. Ioná dos Santos Araújo, pelo incentivo e mediação no

período sanduiche.

À Embrapa Semiárido, pelo convênio firmado com a UESC, possibilitando a

realização deste trabalho.

À Unicamp, principalmente à professora Dra. Anete Pereira, pela oferta do curso e

disponibilização de reagentes para a obtenção de biblioteca enriquecida de regiões

microssatélites.

À Dra. Maria Angélica Guimarães, colaboradora do projeto na área de Fitopatologia.

Page 7: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PROGRAMA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/elaini_alves.pdf · BIOLOGIA MOLECULAR Diversidade Genética, Resistência à Antracnose

vi

Ao Dr. David Kuhn, supervisor de estágio durante o período sanduiche no ARS-

USDA (Agricultural Research Service - United States Department of Agriculture), por

facilitar minha estadia em território estrangeiro.

À Hilçana Ylka, estagiária na Embrapa Semiárido, pelo auxílio e por toda dedicação.

Ao técnico do laboratório do Centro de Biotecnologia e Genética da UESC, Orley, e

à assistente de pesquisa do USDA, Barbara Freeman, pelo auxílio no manuseio dos

equipamentos de genotipagem.

Ao técnico de laboratório Cícero, da Embrapa Semiárido, sempre muito prestativo

aos trabalhos realizados na instituição.

Aos professores do Programa de Pós Graduação em Genética e Biologia Molecular

da UESC que me orientaram na obtenção de conhecimentos.

À Rita Mércia Estigarribia Borges, quem orientou meus primeiros passos na área de

pesquisa.

Às amigas Carmem, Mariana, Poliana, Cida e Andréia, pelo suporte e pela fidelidade

na amizade.

A todos os colegas do curso, especialmente aos colegas com quem compartilhei

mais tempo no laboratório de Genética Aplicada, Eulaysa, Isabela, Manuela e Dani

Borges, pelo convívio e pela amizade.

Aos colegas do laboratório de Fitopatologia da Embrapa Semiárido, Marília, Karine,

Nelson, Conrado, Cristiane e Valéria, pela ajuda e troca de experiências.

Às colegas de curso e confidentes de desastres naturais da pós-graduação desde o

mestrado Kátia, Sara e Luciana, por compartilharem experiências e estarem sempre

dispostas a auxiliar.

A todos que de alguma forma colaboraram para a realização deste trabalho e/ou

incentivaram.

Page 8: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PROGRAMA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/elaini_alves.pdf · BIOLOGIA MOLECULAR Diversidade Genética, Resistência à Antracnose

vii

LISTA DE ABREVIATURAS

AFLP - “Amplified Fragment Length Polymorphism” ou Polimorfismo de Comprimento

de Fragmento Amplificado

cM - centiMorgan

DNA – “Deoxyribonucleic acid” ou Ácido desoxirribonucléico

Embrapa - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

EST - “Expressed Sequence Tags” ou Etiquetas de Sequências Expressas

IAC – Instituto Agronômico de Campinas

ITS - “Internal Transcribed Sequences” ou Seqüências Internas Transcritas

PCR - “Polymerase Chain Reaction” ou Reação em Cadeia da Polimerase

QTL - “Quantitative Trait Locus” ou Loco de Característica Quantitativa

RAPD - “Random Amplified Polymorphic DNA” ou Polimorfismo de DNA Amplificado

ao Acaso

RFLP - “Restriction Fragment Length Polymorphism” ou Polimorfismo de

Comprimento de Fragmento de Restrição

SNPs- “Single Nucleotide Polymorphism” ou Polimorfismo de Nucleotídeo Único

SSR - “Simple Sequence Repeat” ou Sequência Simples Repetida

UESC – Universidade Estadual de Santa Cruz

Page 9: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PROGRAMA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/elaini_alves.pdf · BIOLOGIA MOLECULAR Diversidade Genética, Resistência à Antracnose

viii

EXTRATO

ALVES, Elaini Oliveira dos Santos, D.S., Universidade Estadual de Santa Cruz,

Ilhéus, fevereiro de 2015. Diversidade Genética, Resistência à Antracnose e

Mapeamento Genético da Mangueira. Orientador: Ronan Xavier Corrêa. Co-

orientadores: Francisco Pinheiro Lima Neto e Ioná dos Santos Araújo.

A Mangifera indica L. (manga) é uma espécie nativa da Índia e Sudeste asiático que

teve seu cultivo disseminado por regiões tropicais e subtropicais do mundo. O Brasil

é um dos maiores produtores e exportadores mundiais de manga e tem seu cultivo

comercial embasado em poucas variedades de origem americana. Dentre estas

poucas variedades, a ‘Tommy Atkins’ predomina nos plantios comerciais. Este fato

causa vulnerabilidade genética e ameaça a sustentabilidade da cultura, devido ao

cultivo monoclonal destas variedades e ao estreitamento genético das mesmas

proveniente do melhoramento genético. Por isso, o conhecimento da variabilidade

genética bem como o estudo da resistência a doenças em mangueira devem estar

entre os principais objetivos nos programas de melhoramento desta espécie. Os

objetivos deste estudo foram: i) descrever a diversidade genética de vinte acessos

do Banco Ativo de Germoplasma de Manga da Embrapa Semiárido, ii) avaliar a

resistência genética à antracnose em uma progênie (‘Haden’ x ‘Tommy Atkins’) e iii)

mapear genes relacionados a esta característica. Foram desenvolvidos 16 novos

marcadores microssatélites, os quais foram utilizados para analisar a variabilidade

genética dos vinte acessos juntamente com outros marcadores microssatélites

obtidos na literatura. Adicionalmente, estes acessos foram analisados quanto à

variabilidade genética com base em descritores morfológicos. A maioria destes

Page 10: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PROGRAMA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/elaini_alves.pdf · BIOLOGIA MOLECULAR Diversidade Genética, Resistência à Antracnose

ix

acessos consiste de variedades consideradas brasileiras. Os agrupamentos com

base em dados de descritores morfológicos possibilitaram observar uma relação

com o histórico de melhoramento de alguns acessos, enquanto que o agrupamento

com base em dados moleculares não refletiu esse histórico, já que os marcadores

moleculares acessam regiões aleatórias do DNA, incluindo aquelas que sofrem

pressão de seleção e as que sofrem pouca ou nenhuma pressão. Para avaliar a

resistência de manga à antracnose, um método de inoculação foi otimizado para

inoculação em folhas destacadas, permitindo a avaliação até 10 dias após a

inoculação para a maioria dos genótipos analisados. Com base nas médias do

tamanho de lesões de uma progênie proveniente do cruzamento entre ‘Haden’ e

‘Tommy Atkins’ observou-se que a resistência à antracnose em folhas de manga é

complexa e possui genes de efeito maior. Esta mesma população foi genotipada

com marcadores SSR e SNP visando o mapeamento do genoma da manga. Os

marcadores SSR permitiram a eliminação de amostras de genótipos provenientes de

autofecundação enquanto os marcadores SNP foram bastante eficientes em

identificar híbridos provenientes de contaminações, pelas polinizações, presentes na

população estudada. Um mapa genético preliminar agrupou 18 locos em 8 grupos

de ligação que consistem de dois ou três locos cada grupo. Estes locos cobrem

165,3 cM do genoma da manga. O estudo da diversidade genética de acessos

considerados brasileiros, o conhecimento da herança da resistência de genótipos

mangueira à antracnose e a obtenção de um mapa genético, embora preliminar, são

informações escassas na literatura para a cultura e podem auxiliar programas de

melhoramento genético no desenvolvimento de cultivares superiores.

Palavras-chave: SSR, descritores morfológicos, SNP, Mangifera indica,

Colletotrichum gloeosporioides

Page 11: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PROGRAMA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/elaini_alves.pdf · BIOLOGIA MOLECULAR Diversidade Genética, Resistência à Antracnose

x

ABSTRACT

ALVES, Elaini Oliveira dos Santos, M.S., Universidade Estadual de Santa Cruz,

Ilhéus, february of 2015. Genetic Diversity, Resistance to Anthracnose and

Genetic Mapping of Mango. Advisor: Ronan Xavier Corrêa. Advisor Committee

Members: Francisco Pinheiro Lima Neto e Ioná dos Santos Araújo.

Mangifera indica L. (manga) is native to India and Southeast Asia and had its

cultivation spread for tropical and subtropical regions. Brazil is one of the largest

producer and exporter of mango and has its commercial cultivation grounded in a few

varieties of American origin. Among these few varieties, the 'Tommy Atkins'

predominates in commercial plantations. This fact causes genetic vulnerability and

threatens the sustainability of the culture, due to monoclonal cultivation and narrow

genetic basis for breeding. Therefore, the knowledge of genetic variability and the

study of mango diseases resistance should be among the main objectives in

breeding programs. The objectives of this study were: i) to describe the genetic

diversity of twenty mango accessions of the Germplasm Bank of Embrapa Semiárido,

ii) evaluate the genetic resistance to anthracnose in the offspring ('Haden' x 'Tommy

Atkins') and iii) to map genes related to this feature. Sixteen new microsatellite

markers have been developed, which were used to analyze the genetic variability of

the twenty accesses along with other microsatellite markers from the literature. In

addition, these accesses were analyzed for genetic variability based on

morphological descriptors. Most of these accesses is considered as Brazilian

varieties. The grouping based on morphological descriptors allowed to observe a

historical relationship with improvement of some accesses. However the molecular

Page 12: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PROGRAMA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/elaini_alves.pdf · BIOLOGIA MOLECULAR Diversidade Genética, Resistência à Antracnose

xi

array based on historical data did not reflect this, since the molecular marker access

random DNA regions, including those suffering selection pressure as well as others

under little or none seletion pressure. To assess the mango for anthracnosis

resistance, an inoculation method was optimized for inoculation of detached leaves,

allowing the evaluation 10 days after inoculation for most of the genotypes were

analyzed. Based on the average lesion sizes of the progeny from a cross between

‘Haden’ and ‘Tommy Atkins’ was observed that mango leaves resistance to

anthracnose is complex and has genes of major effect. This same population was

genotyped with SSR and SNPs markers in order to map the mango genome. The

SSR markers allowed the removal of samples from selfing genotypes while the SNP

markers were very efficient in identifying hybrids obtained by contamination during

the pollination process that generate this population. A preliminary genetic map

grouped 18 loci in eight linkage groups consisting each group of two or three loci.

These loci cover 165.3 cM of the mango genome. The study of the genetic diversity

of the Brazilian mango accesses, the knowledge of the resistance inheritance to

mango anthracnose as well as the preliminary genetic map obtained are scarce

information in the literature for this culture and can help the breeding programs to

develope superior cultivars.

Keywords: SSR, morphological parameters, SNP, Mangifera indica.

Page 13: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PROGRAMA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/elaini_alves.pdf · BIOLOGIA MOLECULAR Diversidade Genética, Resistência à Antracnose

xii

ÍNDICE

LISTA DE ABREVIATURAS ...................................................................................... vii

EXTRATO ................................................................................................................. viii

ABSTRACT ................................................................................................................. x

INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 14

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ...................................................................................... 16

Mangifera L. ........................................................................................................... 16

Sistemática e evolução ....................................................................................... 16

Diversidade genética e mapeamento genético ................................................... 17

Antracnose em mangueira ..................................................................................... 20

Resistência genética à antracnose ..................................................................... 21

Mapeamento de genes de resistência de plantas a fitopatógenos ........................ 24

CAPÍTULO 1 ............................................................................................................. 28

Genetic diversity of mango accessions (Mangifera indica) using new microsatellite

markers and morphological descriptors .................... Erro! Indicador não definido.

Introduction ............................................................... Erro! Indicador não definido.

Material and methods ................................................ Erro! Indicador não definido.

Plant Material ......................................................... Erro! Indicador não definido.

Development of new SSR markers ........................ Erro! Indicador não definido.

Morphological Characterization ............................. Erro! Indicador não definido.

Statistical Analyses ................................................ Erro! Indicador não definido.

Results ...................................................................... Erro! Indicador não definido.

Discussion ................................................................. Erro! Indicador não definido.

Acknowledgments ..................................................... Erro! Indicador não definido.

Page 14: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PROGRAMA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/elaini_alves.pdf · BIOLOGIA MOLECULAR Diversidade Genética, Resistência à Antracnose

xiii

References ................................................................ Erro! Indicador não definido.

Figure captions ......................................................... Erro! Indicador não definido.

CAPÍTULO 2 ............................................................................................................. 45

Natureza Genética da resistência à Colletotrichum em uma população segregante

de mangueira (Mangifera indica L.)........................................................................ 45

Introdução .............................................................................................................. 46

Material e métodos ................................................................................................. 47

Obtenção dos isolados fúngicos ......................................................................... 47

Teste de patogenicidade e preparo do inóculo ................................................... 47

Material vegetal utilizado .................................................................................... 48

Inoculações ......................................................................................................... 48

Análises estatísticas ........................................................................................... 50

Resultados ............................................................................................................. 50

Teste de patogenicidade ..................................................................................... 50

Avaliação da agressividade dos isolados em mudas .......................................... 51

Avaliação da resistência da população segregante Haden x Tommy Atkins à

antracnose em folhas destacadas ...................................................................... 52

Discussão .............................................................................................................. 55

Conclusão .............................................................................................................. 57

Referências ............................................................................................................ 57

CAPÍTULO 3 ............................................................................................................. 60

Identificação de híbridos de progênie Haden x Tommy Atkins e Mapa de ligação

preliminar para Mangifera indica L. ........................................................................ 60

Introdução .............................................................................................................. 61

Material e métodos ................................................................................................. 62

Resultados ............................................................................................................. 63

Discussão .............................................................................................................. 65

Referências ............................................................................................................ 66

CONCLUSÕES GERAIS ........................................................................................... 68

REFERÊNCIAS COMPLEMENTARES ..................................................................... 69

Page 15: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PROGRAMA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/elaini_alves.pdf · BIOLOGIA MOLECULAR Diversidade Genética, Resistência à Antracnose

14

INTRODUÇÃO

A Mangifera indica L. (mangueira) é uma espécie nativa da Índia e Sudeste

asiático que teve seu cultivo disseminado por regiões tropicais e subtropicais do

mundo. É uma das frutas mais procuradas no mundo, consumida preferencialmente

in natura e industrializada de diversas formas.

O Brasil é o terceiro maior produtor de frutas do mundo e a manga está entre

as dez frutas mais produzidas no país, sendo a segunda mais exportada. O volume

da manga exportada do Brasil nos últimos três anos corresponde a cerca de 18% do

total das exportações de frutas frescas do país. Em 2011 e 2012, a receita obtida

pela exportação das mangas superou a receita obtida pela exportação de melões,

que figuram em primeiro lugar nas exportações de frutas do Brasil. Em 2013, a

receita obtida pela exportação de ambas foi praticamente equiparada (Anuário

Brasileiro de Fruticultura, 2011, 2012, 2013, 2014), o que evidencia a importância da

mangicultura para o país.

A moderna mangicultura brasileira está baseada nas variedades americanas,

sendo que a ‘Tommy Atkins’ é a mais representativa, pois reúne um maior número

de características de interesse aos segmentos da cadeia produtiva (produtores,

distribuidores e consumidores). Recentemente, a variedade Palmer predomina nas

expansões dos pomares da cultura e tende a tomar o espaço da Tommy Atkins

(Anuário Brasileiro de Fruticultura, 2014).

O cultivo monoclonal e o estreitamento genético proveniente do

melhoramento genético causam vulnerabilidade genética e ameaçam a

sustentabilidade comercial da cultura, uma vez que a suscetibilidade a determinadas

doenças pode causar grandes prejuízos, caso venha a ocorrer nos plantios

Page 16: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PROGRAMA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/elaini_alves.pdf · BIOLOGIA MOLECULAR Diversidade Genética, Resistência à Antracnose

15

comerciais. Por isso, a resistência a doenças é uma das características mais

importantes na escolha de um cultivar para o plantio.

Dentre as doenças que ocorrem em mangueira, a antracnose (causada por

fungos do gênero Colletotrichum) é considerada a mais importante em pós-colheita,

principalmente em regiões de clima úmido. Na região Nordeste do Brasil, a produção

de manga vem aumentando e dominando principalmente o mercado para

exportação. No entanto, a incidência de doenças fúngicas causadoras de danos pós-

colheita pode acometer a cultura nos períodos chuvosos, causando prejuízos.

O melhoramento genético da manga é um procedimento demorado devido ao

seu longo período juvenil, autoincompatibilidade, baixo pegamento de frutos,

produção de uma única semente por fruto, poliembrionia e poliploidia, entre outros

aspectos. A espécie é predominantemente alógama, considerada alopoliploide, mais

provavelmente anfidiploide, ou seja, um poliploide constituído por dois conjuntos

cromossômicos de duas espécies diferentes (Pinto et al. 2002a).

A caracterização da diversidade genética da manga vem sendo bastante

estudada, principalmente após o advento dos marcadores moleculares, mas o

conhecimento da herdabilidade dos caracteres de importância agronômica,

principalmente caracteres quantitativos, é bastante escasso.

O mapeamento de genes é uma importante ferramenta nos programas de

melhoramento de espécies cultivadas, mas não tem sido relatado para manga

provavelmente devido aos referidos aspectos da natureza da espécie que tornam o

procedimento de cultivo e obtenção de dados demorado.

Atualmente, a Embrapa Semiárido possui um Banco Ativo de Germoplasma

(BAG) de Manga, composto de 162 acessos, e vem cultivando, desde 2002,

populações segregantes visando identificar genótipos superiores. Estas populações

são valiosas fontes para estudos de herdabilidade e mapeamento de características.

Assim, o presente estudo é uma parceria da UESC com a Embrapa utilizando os

acessos catalogados para descrever a diversidade genética, e uma progênie

(‘Haden’ x ‘Tommy Atkins’) para avaliar a resistência genética à antracnose e

mapear genes relacionados a esta característica.

Page 17: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PROGRAMA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/elaini_alves.pdf · BIOLOGIA MOLECULAR Diversidade Genética, Resistência à Antracnose

16

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Mangifera L.

Sistemática e evolução

A maioria das espécies do gênero Mangifera L. ocorre na região tropical da

Ásia, considerada seu centro de origem e diversidade. Este gênero pertence à

família Anacardiaceae e possui 69 espécies, as quais foram descritas e classificadas

com base na morfologia floral antes da década de 1990 (Kostermans e Bompard,

1993). A maioria destas espécies está incluída em dois subgêneros (Mangifera e

Limus) com outras onze espécies ocupando posições taxonômicas incertas

(Mukherjee e Litz, 1998). Segundo Hidayat et al. (2011), há muitos problemas

taxonômicos e filogenéticos dentro do gênero Mangifera que são difíceis de

solucionar porque há dificuldades na caracterização dos órgãos reprodutivos das

espécies deste gênero.

Algumas espécies do gênero Mangifera produzem frutos. No entanto, a

espécie M. indica L. foi amplamente disseminada pelos continentes por produzir

frutos consideravelmente superiores, conhecidos como manga. Algumas variedades

da própria espécie M. indica produzem frutos com qualidade inferior que são

referidas como mangas selvagens, bem como os frutos das outras espécies

Mangifera (Kostermans e Bompard, 1993; Manica, 1981).

Estudos filogenéticos com base em marcadores moleculares envolvendo

variadas regiões do DNA podem auxiliar na compreensão da relação e evolução das

Page 18: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PROGRAMA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/elaini_alves.pdf · BIOLOGIA MOLECULAR Diversidade Genética, Resistência à Antracnose

17

espécies de Mangifera. Estes estudos têm sido realizados, porém com uma

quantidade parcial de espécies do gênero, o que impossibilita inferências

conclusivas sobre a taxonomia do gênero. No entanto, estes estudos têm

comprovado o potencial destas ferramentas para o esclarecimento da taxonomia do

gênero.

Eiadthong et al. (2000) confirmaram a utilidade de marcadores AFLP na

análise da relação filogenética de 14 espécies Mangifera, dentre elas a Mangifera

indica. Yonemori et al. (2002) usaram sequências ITS de DNA ribossomal nuclear

para investigar as relações filogenéticas entre 14 espécies Mangifera. Nishiyama et

al. (2006) utilizaram hibridização genômica in situ para examinar relações

filogenéticas entre M. indica e oito espécies selvagens do gênero. Hidayat et al.

(2011) também analisaram a relação filogenética comparando sequencias do gene

matK do genoma do cloroplasto de 19 espécies do gênero, incluindo M. indica e

relataram ter encontrado limitação na utilização deste marcador para a taxonomia de

Mangifera. Os estudos mencionados foram regionais e, portanto, não abrangeram as

69 espécies conhecidas do gênero. Não há relato na literatura de uma análise

sistemática molecular completa envolvendo todas as espécies do gênero Mangifera,

no entanto, alguns desses autores sugerem, com base em análises moleculares

realizadas, que as espécies de Mangifera podem ser classificadas usando dados

moleculares.

Do ponto de vista evolutivo, entender as relações filogenéticas

intraespecíficas também é importante, principalmente para nortear a evolução

manejada pelos programas de melhoramento genético. Hidayat et al. (2013)

estudaram o padrão evolutivo de treze cultivares da Malásia, Taiwan e Indonésia

comparando sequencias ITS do DNA ribossomal nuclear.

Diversidade genética e mapeamento genético

Alguns estudos intraespecíficos visam detectar a diversidade genética

levando em consideração o tipo embrionário das variedades de manga. Os

genótipos desta espécie podem ser do tipo monoembriônico, que contêm um único

embrião zigótico e desenvolveu-se principalmente em regiões subtropicais (Índia),

ou do tipo poliembriônico, o qual contém um ou mais embriões e desenvolveu-se em

Page 19: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PROGRAMA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/elaini_alves.pdf · BIOLOGIA MOLECULAR Diversidade Genética, Resistência à Antracnose

18

regiões tropicais, mais precisamente no sudeste asiático (Litz, 2009). Este tipo de

divergência é responsável, em parte, pela alta diversidade genética considerada

dentro da espécie. A ocorrência de hibridização dentro dos grupos de mesmo tipo

embriônico ou entre os grupos também atua no processo evolutivo da espécie.

Análises RAPD confirmaram que os tipos mono e poliembriônicos de manga

possuem bases genéticas diferentes e que alguns cultivares poliembriônicos que

ocorrem ao longo da costa oeste da Índia devem ter sido introduzidos do sudeste

asiático (López-Valenzuela et al., 1997; Ravishankar et al., 2004). Viruel et al. (2005)

também relataram uma clara diferenciação entre genótipos monoembriônicos e

poliembriônicos com base em marcadores SSR. Eles analisaram 28 cultivares e

sugeriram que a análise de um número maior de genótipos será necessária para

elucidar o processo de domesticação da mangueira e o deslocamento de material

vegetal entre diferentes países.

Kumar et al. (2001) mostraram que resultados mais expressivos na aplicação

de marcadores RAPD em estudos genéticos de mangueira são obtidos quando a

base genética é larga. Díaz-Matallana et al. (2009) utilizaram marcadores RAPD na

análise de diversidade em seis populações e recomendaram a aplicação de outros

marcadores moleculares para a análise da diversidade genética da cultivar ‘Hilacha’

da Colômbia para complementar as informações obtidas.

Uma larga base genética pode ser encontrada em coleções de germoplasma.

Segundo Bespalhok et al. (2007), germoplasma pode ser definido como o conjunto

de genótipos que podem doar genes para uma determinada espécie, o que torna

uma coleção de germoplasma uma importante fonte de variabilidade genética

disponível para o melhoramento de plantas.

Santos et al. (2008) realizaram o primeiro estudo sobre a similaridade

genética entre um grande número de acessos de mangueira envolvendo genótipos

provenientes de introduções no Brasil e detectaram similaridade entre 30 e 97%

entre os acessos da coleção de germoplasma estudada. Estes autores estimaram a

similaridade genética de 105 acessos de diferentes origens geográficas do Banco de

Germoplasma da Embrapa Semiárido (dos quais 53 são considerados cultivares

brasileiros) com base em marcadores AFLP. Estes marcadores, assim como os

RAPD, são do tipo dominante, ou seja, não permitem distinguir heterozigotos de

homozigotos.

Page 20: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PROGRAMA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/elaini_alves.pdf · BIOLOGIA MOLECULAR Diversidade Genética, Resistência à Antracnose

19

Posteriormente, Ribeiro et al. (2012) analisaram a similaridade de 103

acessos do mesmo Banco de germoplasma, dentre os quais a maioria estava entre

os 105 analisados por Santos et al. (2008). Estes autores obtiveram o coeficiente de

similaridade entre 30 e 100% usando marcadores SSR e observaram agrupamentos

diferentes dos relatados por Santos et al. (2008). Marcadores SSR são do tipo

codominantes e podem, portanto, dar uma contribuição ainda maior aos programas

de melhoramento genético porque eles fornecem informação sobre o estado de cada

loco. Outros trabalhos de caracterização molecular de mangueira com base em

marcadores SSR também foram realizados (Viruel et al., 2005, Eiadthong et al.,

1999, Kumar et al., 2013).

Adicionalmente, tem-se constatado variabilidade genética intracultivar

utilizando marcadores moleculares (Begum et al., 2013a, Begum et al., 2013b,

Begum et al., 2013c).

Em suporte aos programas de melhoramento genético, além de estimar a

diversidade genética, os estudos com base em marcadores moleculares podem

identificar alguns marcadores específicos para acessos de M. indica, o que

possibilita a identificação genética de acessos em coleções de germoplasma (Pandit

et al, 2007; Tomar et al., 2011). Também tem sido realizados estudos de inferência

de pedigree (Schnell et al., 2006) e mapeamento genético (Kashkush et al., 2001),

entre outros trabalhos direcionados à genética da espécie.

O primeiro mapa de ligação genética da manga foi baseado em marcadores

AFLP (Amplified fragment length polymorphism) e formou 13 dos 20 grupos de

ligação esperados para a espécie (Kashkush et al., 2001). O referido estudo

analisou 29 progênies do cruzamento entre ‘Tommy Atkins’ e ‘Keitt’ e definiu 34

marcadores AFLP cobrindo 161.5 cM, sendo que a estimativa de tamanho do

genoma da manga em cM varia entre 440 a 590 cM. A partir daí nenhum outro mapa

de ligação genética de manga foi publicado.

Muitos avanços no entendimento da genética da mangueira foram obtidos,

principalmente após o advento do uso dos marcadores moleculares. No entanto,

estes avanços são poucos se comparados com os obtidos em outras fruteiras

perenes como cacau, laranja, pera, entre outras, que possuem um grande número

de marcadores específicos (como SSR e SNPs) desenvolvidos e,

consequentemente, aplicados aos estudos genéticos.

Page 21: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PROGRAMA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/elaini_alves.pdf · BIOLOGIA MOLECULAR Diversidade Genética, Resistência à Antracnose

20

Antracnose em mangueira

Embora cultivada em diversas regiões, a mangueira prefere ambientes

tropicais com clima bem definido e inverno seco. A chuva e a alta umidade durante o

florescimento e desenvolvimento dos frutos reduzem o rendimento, propiciando

ainda o surgimento de doenças fúngicas (Cunha et al., 1994a).

Uma das doenças fúngicas mais importantes da mangueira é a antracnose, a

qual ocorre em todas as áreas produtoras do mundo, variando a incidência da

doença de acordo com a umidade do ambiente (Cunha et al., 1994b).

Espécies de Colletotrichum são responsáveis pela ocorrência de antracnose

numa extensa gama de hospedeiros (Menezes et al., 2002). A espécie

Colletotrichum gloeosporioides (Penz.) Penz. & Sacc. tem sido referida como agente

causal de antracnose em mangueira (Cunha et al., 1994b) e outras fruteiras

incluindo pinha (López e Pereira, 2010), abacate (Coates et al., 1993), maçã

(Carvalho et al., 2000), goiaba (Singh e Sharma, 1982), caju (Lopez e Lucas, 2010),

mamão (Dickman, 1994; Andrade et al., 2007), maracujá (Junqueira et al., 2003) e

citrus (Feichtenberger et al., 2005). Este fungo é associado à pelo menos 470

hospedeiros de diferentes gêneros (Ferrari et al., 2011).

O fungo C. gloeosporioides é a forma imperfeita ou anamorfa do fungo

Glomerella cingulata (Ston.). Esta espécie pertence ao reino Eumicota, Filo

Ascomicota, Ordem Sordariomycetes, Família Glomerellaceae e Gênero Glomerella

(Colletotrichum) (Index Fungorum, 2015).

Outras espécies do mesmo gênero também foram relatadas como agente

causal de antracnose em mangueira, como Colletotrichum acutatum (Arauz, 2000;

Jayasinghe e Fernando, 2009), Colletotrichum asianum, Colletotrichum fructicola,

Colletotrichum tropicale, Colletotrichum karstii e uma nova espécie denominada

Colletotrichum dianesii (Lima et al., 2013).

Este patógeno afeta ramos, folhas, inflorescências e frutos, podendo

sobreviver na forma saprofítica por longo tempo em ramos mortos, frutos

remanescentes e em hospedeiros alternativos, que podem ser várias espécies de

plantas silvestres e cultivadas, de onde se disseminam pela chuva ou pelo vento

(Cunha et al., 1994b), por insetos e ferramentas (Tavares, 2004). Com o

desenvolvimento da doença, folhas, pecíolos e ramos infectados servem de fonte de

inóculo para outras partes da planta, como flores e frutos (Ferrari et al., 2011).

Page 22: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PROGRAMA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/elaini_alves.pdf · BIOLOGIA MOLECULAR Diversidade Genética, Resistência à Antracnose

21

O desenvolvimento da antracnose é favorecida por temperaturas e umidade

relativa elevadas. Os conídios do fungo são liberados e disseminados quando os

acérvulos se encontram úmidos, germinam na presença de água e, após a

germinação, produzem um apressório, iniciando a penetração no tecido do

hospedeiro (Tavares, 2004).

O sintoma típico da doença é caracterizado por manchas grandes e

arredondadas de bordos ligeiramente elevados e com o centro da lesão levemente

deprimido, onde são produzidas massas de conídios alaranjados (Bailey e Jeger,

1992).

Os frutos podem ser afetados em qualquer estádio de seu desenvolvimento.

Quando novos, chegam a cair antes de amadurecerem, mas durante o processo de

amadurecimento o patógeno pode, a princípio, ficar latente e posteriormente

provocar seu apodrecimento (Cunha et al., 1994b).

O mercado externo exige tratamento pós-colheita contra a antracnose para

que os frutos cheguem aos mercados importadores em boas condições de

comercialização (Cunha et al., 1993). A imersão dos frutos em água quente pura ou

combinada com fungicidas é o tratamento mais recomendado e mais econômico

para o controle da antracnose após a colheita. Cultivares que possuem a casca mais

grossa, como a ‘Tommy Atkins’ e a ‘Keitt’, suportam bem o tratamento a 54º ± 1ºC

somente com água quente, porém, aquelas que possuem a casca mais fina, como a

Haden, devem ser tratadas a 52ºC com adição de fungicida (Filgueiras et al., 2000).

A identificação de alguns cultivares suscetíveis e outros resistentes tem sido

relatada (Fisher et al., 2009; Carvalho et al., 2004; Ploetz, 1994). Das variedades

plantadas para o mercado externo a ‘Tommy Atkins’ é considerada a menos

suscetível à antracnose (Prusky et al., 2009). Outras variedades identificadas como

resistentes são IAC 111, Alfa, Beta, Parvin (Galli et al., 2009), Surpresa e Zill

(Fischer et al., 2009). As variedades Haden, Bourbon, Roxa e Rosa, de grande

aceitação comercial, são tidas como bastante suscetíveis (Cunha et al., 1994b; Galli

et al., 2009).

Resistência genética à antracnose

A resistência genética de espécies cultivadas a determinadas doenças tem

sido alvo de estudos desde o advento dos trabalhos de Mendel. A interação entre

Page 23: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PROGRAMA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/elaini_alves.pdf · BIOLOGIA MOLECULAR Diversidade Genética, Resistência à Antracnose

22

patógeno e hospedeiro foi descrita geneticamente pela primeira vez por Flor (1955),

o qual definiu o modelo gene-a-gene, presumindo que para cada gene de resistência

no hospedeiro existe um que corresponde a virulência no patógeno. Esta teoria dá

suporte ao entendimento da coevolução do hospedeiro e do patógeno.

O processo evolutivo, por meio da seleção natural, tende a favorecer

indivíduos com genes de resistência e patógenos com genes de virulência,

estabelecendo um processo de coevolução do hospedeiro e do patógeno, o que

permite a sobrevivência de ambos (Borém e Miranda, 2009). Portanto, o

desenvolvimento de cultivares superiores advindos de novas fontes de resistência

genética a diversas doenças é de grande importância, já que o uso de cultivares

resistentes é a estratégia mais eficiente e econômica de controlar as doenças de

plantas (Bueno et al., 2001; Yorinori e Kiihl, 2001), além de conferir grande

vantagem ambiental ao proporcionar a diminuição do uso de agrotóxicos.

Segundo Yorinori e Kiihl (2001) a seleção de cultivares resistentes nem

sempre é simples, pois para a maioria das doenças a resistência estável

(monogênica) é menos frequente.

A investigação do modo de herança de genes de resistência à antracnose em

algumas culturas tem sugerido um padrão mendeliano (Faleiro et al., 2003; Marin et

al. 2003; Mahasuk et al., 2009). No entanto, em algumas culturas bastante

estudadas, como feijão, milho e pimenta, observou-se que a tendência de um

padrão mendeliano da resistência à doença pode ocorrer devido a existência de um

gene de efeito maior associado a genes de efeito menor (Dantas Neto et al., 2005;

Mahasuk et al., 2009; Kim et al., 2008; Faleiro et al., 2003, Campa et al., 2011;

Gonçalves-Vidigal et al., 2012).

Mahasuk et al. (2009) estudaram o modo de herança da resistência à

antracnose em pimenta (Capsicum spp.) e identificaram três diferentes genes

recessivos, cada um atuando na resistência de diferentes partes da planta (mudas,

frutos verdes e frutos vermelhos). Com base na análise de ligação, eles sugeriram

que os genes de resistência em frutos verdes e vermelhos estavam ligados

(frequência de recombinação de 0,25), mas o gene de resistência das mudas não

estava ligado aos genes de resistência dos frutos. Kim et al. (2008) identificaram, na

cultura, um gene de efeito maior associado à resistência a antracnose. A distribuição

da população segregante e os resultados dos testes de qui-quadrado indicaram que

esta resistência é controlada por um único gene recessivo, mas a distribuição

Page 24: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PROGRAMA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/elaini_alves.pdf · BIOLOGIA MOLECULAR Diversidade Genética, Resistência à Antracnose

23

contínua da população segregante sugeriu que genes de efeito menor possam

existir e afetem a resistência.

Em feijoeiro, estudos da segregação da resistência a antracnose inicialmente

evidenciaram uma herança monogênica. Vários estudos foram realizados no sentido

de identificar e mapear genes de resistência para diferentes raças de C.

lindemuthianum com base em diferentes cultivares. Foram identificados diferentes

locos para diferentes cultivares analisados, caracterizando a existência de séries

multialélicas e/ou agrupamentos gênicos, bem como foram mapeados genes de

efeito menor e QTL para a resistência da cultura à antracnose (Adam-Blondon et al.,

1994; Alzate-Marin et al., 1999; Geffroy et al., 2000; Faleiro et al., 2003, Campa et

al., 2011; Gonçalves-Vidigal et al., 2012). Esta observação pode ser resultante do

avanço no entendimento dos mecanismos moleculares sobre a resistência e das

especificidades da evolução da interação planta-patógeno em cada patossistema.

Kelly e Vallejo (2004) revisaram os estudos direcionados a resistência a

antracnose em feijoeiro e sugeriram que a localização da maioria dos genes de

efeito maior que conferem resistência à doença possibilita a piramidação dos genes

para desenvolver resistência mais durável e que se faz necessário elucidar os

mecanismos moleculares por trás da resistência para confirmar o modelo gene-a-

gene e caracterizar as interações planta-patógeno a nível molecular.

Modelos contrastantes de herança foram encontrados para a resistência a

antracnose em milho, tais como dominância, aditividade e suas interações e indícios

de resistência de herança complexa, provavelmente condicionada por genes de

pequeno efeito (Matiello et al., 2012).

Em manga, assim como em outras fruteiras que são acometidas por

antracnose, os estudos da genética da resistência ainda são iniciais e têm sido

realizados visando, basicamente, a identificação de fontes de resistência. Estudos

no sentido de entender o modo de herança dos genes de resistência, bem como o

mapeamento destes genes são essencialmente importantes para acelerar os

avanços no melhoramento da cultura.

Page 25: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PROGRAMA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/elaini_alves.pdf · BIOLOGIA MOLECULAR Diversidade Genética, Resistência à Antracnose

24

Mapeamento de genes de resistência de plantas a fitopatógenos

O mapeamento genético surgiu com as pesquisas de Thomas Hunt Morgan

sobre ligação e recombinação genética. Em 1913, Sturtevant, um dos seus

estudantes, sugeriu a utilização da frequência de recombinantes como uma medida

da distância entre dois genes, o que permitiu a construção de mapas genéticos

(Griffiths et al., 2008). Assim, inicialmente, os mapas genéticos representavam a

posição relativa dos genes com base nos marcadores fenotípicos de um

determinado organismo.

Os métodos clássicos de mapeamento são relativamente adequados para

características de herança simples. No entanto, a maioria das características

vegetais e animais de importância econômica são quantitativas. Segundo Young

(1996), a genética quantitativa clássica não tem sido suficientemente adequada para

dissecar caracteres de herança complexa, cuja expressão fenotípica apresenta uma

variação contínua, atribuída à segregação simultânea de muitos genes distribuídos

pelo genoma. Estes caracteres são denominados QTL (“Quantitative Trait Loci”).

Com o uso dos marcadores moleculares e o desenvolvimento de ferramentas

estatísticas computacionais tornou-se possível mapear QTLs, incrementando a

construção de mapas genéticos para o melhoramento genético de uma espécie.

O mapeamento de genes baseia-se na verificação de desequilíbrio de ligação

entre dois locos diferentes em uma população segregante. Se dois alelos são

encontrados juntos em uma população com maior frequência do que a esperada

para os locos de segregação independente, os alelos estão em desequilíbrio de

ligação. A escolha dos genitores com fenótipos contrastantes para a característica

que se deseja mapear é extremamente importante na construção de mapas

genéticos, de forma a maximizar o desequilíbrio de ligação entre um loco e a região

genômica associada à característica de interesse (Ferreira e Grattapaglia, 1998).

Além da obtenção de dados fenotípicos em uma progênie, também é princípio

básico do mapeamento genético a identificação de regiões no genoma associadas

aos fenótipos dos indivíduos em uma progênie (Broman e Sen, 2009), trabalho que

ficou mais preciso e eficiente com o uso de marcadores moleculares. Assim, uma

grande variedade e quantidade de marcadores moleculares são essenciais para

acessar diversas variações no DNA e identificar genes associados a uma

característica de interesse.

Page 26: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PROGRAMA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/elaini_alves.pdf · BIOLOGIA MOLECULAR Diversidade Genética, Resistência à Antracnose

25

Existem, basicamente, três tipos de variação alélica com grande importância

para estudos com base em marcadores de DNA: variações no número de repetições

de sequência (Microssatélites), deleções ou inserções (InDels) e polimorfismo de um

único par de nucleotídeo (Single Nucleotide Polymorphism – SNP). Métodos como

RFLP, AFLP, RAPD, dentre outros, constituem estratégias indiretas para acessar

estas variações alélicas (Mammadov et al., 2012).

Presentes em genomas eucariotos, os microssatélites (Simple Sequence

Repeat – SSR) são caracterizados por uma sequência de 1 a 6 nucleotídeos, que se

repete dezenas, ou mais raramente, centenas de vezes. O polimorfismo alélico de

um loco SSR ocorre devido a mudanças no número de repetições que surgem

provavelmente de “escorregões” na replicação do DNA, recombinação desigual ou

alinhamento incorreto das fitas de DNA. A análise SSR é realizada pelo uso de

primers específicos que flanqueiam as repetições microssatélites (Salles et al., 2003;

Tóth et al., 2000).

Marcadores SSR são codominantes e considerados altamente polimórficos e

informativos. Eles têm ampla distribuição genômica, natureza multialélica e locos

frequentemente conservados entre espécies relacionadas. Uma das grandes

vantagens que apresentam em relação aos marcadores desenvolvidos

anteriormente é a necessidade de pequena quantidade de DNA, já que são

baseados em PCR. Exibem boa reprodutibilidade, não requerem radioatividade e

estão bem dispersos no genoma, em regiões codificadoras e não codificadoras

(Salles et al., 2003). Segundo Schlotterer (2004), estes marcadores provavelmente

tiveram um grande impacto sobre a construção de mapas genéticos em uma grande

variedade de espécies.

Marcadores SSR foram desenvolvidos para manga por Duval et al. (2005),

Honsho et al. (2005), Schnell et al. (2005), Viruel et al. (2005), Ravishankar et al.

(2011), Chiang et al. (2012).

Na última década, os SSRs obtiveram crescente preferência em estudos

genéticos até o recente advento dos SNPs. Os SNPs são o tipo mais comum nas

diferenças de sequência entre alelos e são passíveis de utilização direta como

marcadores genéticos devido aos recentes avanços no sequenciamento genômico.

Estes marcadores possuem uma distribuição genômica mais ampla que os SSRs e

reprodutibilidade superior, apesar de não serem tão polimórfico quanto os SSRs

(Schlotterer, 2004).

Page 27: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PROGRAMA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/elaini_alves.pdf · BIOLOGIA MOLECULAR Diversidade Genética, Resistência à Antracnose

26

Um marcador SNP pode ser definido como uma variação de nucleotídeos

numa localização específica do genoma que se apresenta numa frequência de pelo

menos 1% em uma determinada população. Normalmente apresenta polimorfismo

do tipo bialélico (Brookes, 1999; Liao e Lee, 2010), portanto, com baixo conteúdo

polimórfico por loco. No entanto, estes marcadores possuem baixa taxa de mutação

e facilidade de automoção, além de grande abundância no genoma, podendo ser

utilizados em estudos de distribuição alélica e de desequilíbrio de ligação de

características genéticas complexas (Schlotterer, 2004). Seu potencial tem sido

exaustivamente explorado na genética humana, porém, somente recentemente, vem

crescendo sua aplicação em estudos de ecologia, evolução e conservação (Morin et

al., 2004; Seeb et al., 2011; Helyar et al., 2011), assim como no melhoramento de

plantas cultivadas (Jin et al., 2003; Ganal et al., 2009; Byers et al., 2012, Mammadov

et al., 2012).

Os marcadores microssatélites ainda são muito utilizados em estudos de

genética molecular vegetal devido ao seu potencial polimórfico. No entanto, o custo,

rendimento e reprodutibilidade da técnica limitam sua aplicação em larga escala.

Apesar de possuírem um potencial polimórfico mais baixo que os microssatélites, os

SNPs se destacam na aplicação devido a recentes tecnologias desenvolvidas para

genotipagem deste tipo de marcadores, envolvendo o processamento de um grande

número de marcadores e amostras simultaneamente (Mammadov et al., 2012), o

que agrega menor custo, maior rendimento e nível de reprodutibilidade superior em

relação às técnicas anteriores de acesso a polimorfismo de DNA.

Um suposto número infinito de SNPs pode ser identificado em um genoma

totalmente sequenciado, o que aumenta o potencial do uso desses marcadores para

diversas abordagens em estudos genéticos e, consequentemente, exige a utilização

de técnicas capazes de analisar um grande número de marcadores SNPs

simultaneamente.

Bom rendimento, baixo custo relativo e alta reprodutibilidade são requisitos

decisivos para que uma técnica seja capaz de oferecer excelente suporte em

estudos genéticos. Novas técnicas vêm sendo desenvolvidas com base em

nanotecnologia para possibilitar alto rendimento na genotipagem, com e sem

amplificação alvo-específica e utilização de biochips. Estas tecnologias estão sendo

comparadas e aplicadas com sucesso nas rotinas de genotipagem com marcadores

SNPs (Chan et al., 2011; Bhat et al., 2012, Matthew et al., 2013).

Page 28: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PROGRAMA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/elaini_alves.pdf · BIOLOGIA MOLECULAR Diversidade Genética, Resistência à Antracnose

27

A abundância dos marcadores SNPs aliada à tecnologia de genotipagem de

alto rendimento apresentam grande potencial para gerar mapas genéticos muito

densos e associar marcadores a características de interesse no melhoramento

genético (Rafalsky, 2002; Byers et al., 2012), já que o mapeamento genético exige a

análise de um grande número de amostras de DNA individualmente processadas

com um grande número de marcadores, a fim de aumentar a probabilidade de

encontrar um marcador o quanto mais próximo possível do gene de interesse.

Informações sobre a herança de características em mangueira são poucas.

Sharma e Majunder (1988) observaram que o tamanho anão e a regularidade do

porte são caracteres controlados por genes recessivos que podem estar ligados, o

tamanho dos frutos parece ser governado por genes aditivos, a cor da casca

vermelha parece ser dominante. Além disso, evidências de herança citoplasmática

foram obtidas em relação à incidência de cancro bacteriano, enquanto a

‘malformação’ parece ser um carater dominante. No entanto, ainda não há relatos de

associação de marcas moleculares a genes de interesse agronômico no genoma

desta espécie.

Page 29: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PROGRAMA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/elaini_alves.pdf · BIOLOGIA MOLECULAR Diversidade Genética, Resistência à Antracnose

28

CAPÍTULO 1

Genetic diversity of mango accessions (Mangifera indica) using new microsatellite markers and

morphological descriptors

Elaini Oliveira dos Santos Alves1, Francisco Pinheiro Lima Neto

2, Carlos Antônio Fernandes Santos

2, Ierla Carla

Nunes dos Santos Ribeiro2, Cláusio Antônio Ferreira de Melo

1, Ioná Santos Araújo Holanda

3, Anete Pereira de

Souza4, 5

, Ronan Xavier Corrêa1*

1UESC, Universidade Estadual de Santa Cruz, Departamento de Ciências Biológicas, Rodovia Jorge Amado, km

16, CEP 45662-900 – Ilhéus, BA, Brazil.

2Embrapa Semiárido, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. BR 428 KM 152. Zona Rural 56300970 -

Petrolina, PE - Brazil - Caixa-postal: 23.

3UFERSA, Universidade Federal Rural do Semiárido, Av. Francisco Mota, Bairro Costa e Silva, CEP 59.625-

900 -Mossoró, RN Brazil.

4UNICAMP, Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Biologia, Departamento de Biologia Vegetal CEP

13083-862, Campinas, São Paulo, Brazil.

5UNICAMP, Universidade Estadual de Campinas, Centro de Biologia Molecular e Engenharia Genética, CEP

13083-875, Campinas, SP, Brazil.

*Corresponding author:

E-mail: [email protected]; Telephone: +557336805003 Fax: +557336891126

Abstract: Genetic diversity estimates based on morphological and molecular data can provide different

information on the relationship between cultivars of a species. This study aimed to develop new microsatellite

Page 30: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PROGRAMA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/elaini_alves.pdf · BIOLOGIA MOLECULAR Diversidade Genética, Resistência à Antracnose

29

markers as additional tools in genetic studies on mangoes (Mangifera indica), and to analyze the genetic

variability of 20 mango accessions based on morphological descriptors and microsatellite markers. We aimed to

better understand these cultivars’ enhanced breeding histories and to support crossbreeding planning. Forty-eight

positive clones were selected from a library enriched with microsatellite regions for sequencing and primer

design. Four plants of each of the 20 accessions were used for morphological observations, based on 48

morphological descriptors. Twenty accessions were analyzed using 27 microsatellite markers, of which 16 were

developed during this study. The clusters, based on the morphological descriptors by Ward-MLM strategy and

the microsatellite markers, suggested that Brazilian mango cultivars have extensive genetic diversity and are

related to cultivars with different provenances, demonstrating their different enhanced breeding histories.

Keywords: breeding; germplasm; Mangifera indica; molecular marker; Ward-MLM.

Page 31: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PROGRAMA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/elaini_alves.pdf · BIOLOGIA MOLECULAR Diversidade Genética, Resistência à Antracnose

30

Introduction

The mango (Mangifera indica) is the most widespread of the 69 species of the genus Mangifera, from

the Anacardiaceae family (Kostermans and Bompard 1993). The fruit’s suitability for cultivation is well

documented and over the centuries, its commercialization has grown extensively.

The Portuguese first introduced the mango tree to Brazil, bringing polyembryonic cultivars to the

Brazilian state of Bahia from Southeast Asia in the 16th

century; these resulted in fibrous fruits that were also

called the ‘Filipino breed’. These polyembryonic types were subsequently grown in Brazil, which resulted in

many different regional mango trees, which came from the planting of seeds, such as the ‘Espada’ and the

‘Rosa’. Monoembryonic cultivars were introduced from the middle of the 20th

century, provided by enhanced

genetic breeding in North America, such as ‘Tommy Atkins’, ‘Keitt’, ‘Palmer’, ‘Haden’ and ‘Van Dyke’ (Pinto

et al. 2002; Soares 2000). The introduction of these cultivars, coupled with the adoption of irrigation in

Northeastern Brazil, caused a substantial change in the cultivation of this fruit tree, characterized by much

improved yields.

The search for promising new cultivars requires knowledge and understanding of their genetic diversity,

because genetic enhancement can lead to the genetic base becoming less rich. Thus, knowledge of genetic

diversity could be used to identify hybrid combinations with a greater heterotic effect, thereby increasing the

possibility of finding superior genotypes in the segregant generations (Cruz et al. 2004) and decreasing

inbreeding depression, which is a serious problem for M. indica.

To identify cultivars and studying genetic diversity, the characteristics of the fruit, leaves, panicle and

others parts have been used successfully as conventional genetic markers in M. indica. However, their

morphological characteristics have low levels of polymorphism and are sensitive to environmental change. Thus,

many genetic diversity studies based on morphological characterization have not reflected the individuals’ actual

genetic diversity.

Using molecular markers, all DNA information can be targeted in the evaluation, depending on the

nature of the marker used. Molecular markers are considered neutral, i.e. they are not influenced by

environmental conditions. In addition, if they are not linked to a gene of agronomic interest, they will be under

little or no selective pressure in the culture’s enhanced breeding process. Molecular markers have therefore been

used regularly for diversity studies in mangoes (Díaz-Matallana et al. 2009; Ravishankar et al. 2004; Kumar et

al. 2001; Santos et al. 2008).

Page 32: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PROGRAMA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/elaini_alves.pdf · BIOLOGIA MOLECULAR Diversidade Genética, Resistência à Antracnose

31

However, many morphological characteristics are influenced by selection through many generations

and represent the culture’s enhanced breeding history. Therefore, morphological characterization is essential,

especially in enhanced breeding programs. Thus, genetic diversity estimates that are based on morphological and

molecular data provide different relational information among cultivars, which are important for choosing

genitors for hybridizations and obtaining information regarding the diversity of a germplasm bank.

The aim of this study was to develop and characterize new microsatellite markers as an additional tool

for genetic studies in mangoes. Additionally, the genetic variability of 20 mango accessions, mostly Brazilian

cultivars, were analyzed using the Ward-modified location model (Ward-MLM) strategy to evaluate

morphological descriptors and microsatellite markers for other clustering methodology. The genetic diversities

of certain Brazilian cultivars and their relationships with foreign cultivars were analyzed using this approach,

with the aim of better understanding these cultivars’ enhanced breeding histories and supporting crossbreeding

planning to produce superior cultivars.

Material and methods

Plant Material

The Banco Ativo de Germoplasma de Mangueira da Embrapa Semiárido (a mango Active Germplasm

Bank—AGB—in northeast Brazil) provided 20 accessions, most of which were Brazilian cultivars. The city

where the AGB is located (Juazeiro, coordinates 09°24’S, 40° 26’W) has a semi-arid climate, with 541.6 mm

mean annual rainfall and 58.8% relative humidity. The city’s average annual temperature is 26.8°C and it has a

Vertisol type soil. This AGB maintains 162 accessions, 103 of which were characterized by Ribeiro et al. (2013).

Each accession from this AGB comprised four plants planted with a 10-m × 10-m spacing. The 20 accessions

used in this study were: ‘Ametista’, ‘Comprida Roxa’, ‘Edward’, ‘Espada Itaparica’, ‘Foice’, ‘Haden’, ‘Ipuçaba’,

‘Juazeiro II’, ‘Juazeiro III’, ‘Juazeiro VI’, ‘Keitt’, ‘Kensington’, ‘Manzanillo’, ‘Palmer’, ‘Pêssego DPV’, ‘Pingo

de Ouro DPV’, ‘Princesa’, ‘Recife’, ‘Rosari’ and ‘Surpresa’.

Development of new SSR markers

A library enriched with microsatellite regions was developed according to Billote et al. (1999). The

plant genomic DNA from the cultivar ‘Tommy Atkins’ was isolated from foliar sample tissues using the Cetyl

trimethylammonium bromide (CTAB) method (Doyle and Doyle 1990). The DNA was digested with restriction

Page 33: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PROGRAMA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/elaini_alves.pdf · BIOLOGIA MOLECULAR Diversidade Genética, Resistência à Antracnose

32

enzyme AfaI and its fragments were linked to adapters Rsa 21 (5 CTCTTGCTTACGCGTGGACTA 3) and

Rsa 25 (5 TAGTCCACGCGTAAGCAAGAGCACA 3) and then preamplified using complementary primers to

the adapters. The amplification products were incubated with (CT)8 and (GT)8 biotinylated microsatellite probes

for a period of 10 minutes to achieve hybridization. Subsequently, the enriched DNA fragments were captured

using magnetic spheres that were coated with streptavidin (Promega Corporation, Fitchburg, WI, USA). These

selected fragments were amplified using PCR, cloned into vector pGEM®-T and transformed into Escherichia

coli XL1-BLUE. Forty-eight positive clones were selected for sequencing. The sequences were edited using

BioEdit software - version 7.2.3 (Hall, 1999) to assemble contigs. The Chromas software (version 2.4.1) was

used to eliminate the adapter sequences. An SSRLocator program was used to identify the microsatellite regions

and the Primer3 software (Rozen and Skaletsky, 2000) was used to design the primers. PCR was performed to

amplify DNA from the 20 mango accessions using the new primers. The reactions (total volume of 10 µL)

included 20 ng of DNA, 0.8 µM of each primer, 1 µL of 10 × PCR buffer, 4 mM of dNTP mix and 2 mM of

MgCl2. The following PCR program was used for all loci: 94°C for 2 min; 35 cycles at 94°C for 30 s, 54°C for

45 s, 72°C for 1 min; and a final extension of 6 min at 72°C. The amplification products were subjected to

vertical electrophoresis in polyacrylamide denaturing gels (6%), which were stained with silver nitrate (Creste et

al. 2001). The alleles’ sizes were estimated by comparing them a 10-kpb DNA ladder (Invitrogen, Carlsbad, CA,

USA).

Morphological Characterization

Four plants from each accession were used for morphological observation, based on 48 descriptors,

comprising 10 quantitative descriptors and 38 qualitative descriptors (Ribeiro et al. 2013).

Statistical Analyses

The number of alleles per locus, the observed heterozygosity, the expected heterozygosity and the

polymorphic information content (PIC) were calculated for the new microsatellite loci. Cervus software was

used to characterize the new microsatellite loci and TFPGA software was used to cluster the accessions. We used

the results of genotyping with the new microsatellite markers in conjunction with previous results of genotyping

with 11 loci (Ribeiro et al. 2012) to calculate the genetic distances among cultivars, using Nei’s genetic distances

(1972), and to perform the clustering analysis using the unweighted pair group method with arithmetic mean

(UPGMA) method.

Page 34: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PROGRAMA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/elaini_alves.pdf · BIOLOGIA MOLECULAR Diversidade Genética, Resistência à Antracnose

33

Data averages obtained using morphological characterization were used for multivariate analysis, which

was performed using the UPGMA method based on the mean Euclidean distance for the quantitative data and

Nei’s standard genetic distance for the qualitative data. Mantel’s test for cophenetic correlations was used to

evaluate the clustering method’s efficiency.

Qualitative and quantitative morphological variables were jointly analyzed through the Ward-MLM

procedure (Franco et al. 1998), using pseudo-T2 and pseudo-F statistics to define the optimal number of clusters.

The Ward grouping method was used, while considering the joint matrix obtained from the Gower algorithm

(Gower 1971).

Multivariate statistical analyses were performed using the NTSYS software for the UPGMA method,

while SAS software was used for the Ward-MLM procedure.

Results

Microsatellite loci were obtained from the 48 positive clones, allowing us to design 32 primer pairs

based on the flanking sequences of the microsatellite loci. Among these, 16 primer pairs amplified PCR products

typical of microsatellite markers (Table 1). We show the complete sequences of genomic clones containing

microsatellites (GenBank KR998053-KR998068) and the sizes of the alleles amplified by PCR in each

microsatellite locus and each mango cultivar (Supplementary Table 1). The mean number of alleles per locus

was four (ranging from two to six). The mean values of observed (Ho) and expected (He) heterozygosity were

0.438 (0 to 1) and 0.625 (0.405 to 0.794), respectively. The average PIC value was 0.551, suggesting that the

analyzed microsatellite loci were moderately informative (Hildebrand et al. 1992).

The data from the microsatellite markers developed in this study were used, in conjunction with data

obtained by Ribeiro et al. (2012) (27 microsatellites in total), to cluster the 20 mango accessions for this analysis.

The dendrogram showed five clusters (Figure 1), which consisted of two large clusters comprising eight

accessions each, two clusters comprising one accession in each and the last group containing two accessions.

The smallest similarity coefficient among the accessions was found between the accessions ‘Princesa’ and

‘Manzanillo’ (0.493), while the largest similarity coefficient was observed between ‘Keitt’ and ‘Recife’ (0.839).

Most of the accessions used in this study were Brazilian. In this cluster, Brazilian cultivars ‘Recife’,

‘Rosari’, ‘Princesa’, ‘Espada Itaparica’, ‘Comprida Roxa’, ‘Juazeiro VI’ and ‘Ametista’ were related to the

American cultivar ‘Keitt’. Other Brazilian cultivars (‘Ipuçaba’, ‘Foice’, ‘Juazeiro III’ and ‘Surpresa’) were

Page 35: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PROGRAMA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/elaini_alves.pdf · BIOLOGIA MOLECULAR Diversidade Genética, Resistência à Antracnose

34

clustered with the Australian cultivar ‘Kensington’, as well as with American cultivars ‘Edward’ and ‘Haden’.

Brazilian cultivars ‘Pingo de Ouro DPV’ and ‘Pêssego DPV’ were clustered in isolation from the other groups,

while the American cultivar ‘Palmer’ was clustered with the Mexican cultivar ‘Manzanillo’.

The calculated similarity coefficients among the 20 mango accessions, based on qualitative

morphological data, ranged from 0.235 (between cultivars; ‘Espada Itaparica’ and ‘Manzanillo’) to 0.686

(between cultivars; ‘Juazeiro III’ and ‘Keitt’, and between ‘Haden’ and ‘Edward’).

In the dendrogram generated by the UPGMA method and based on qualitative data, the 20 studied

accessions were separated into four clusters (Figure 2A). The cultivar ‘Surpresa’ formed a cluster separate from

the other accessions, but was more related to the accessions of the cluster comprising ‘Edward’, ‘Haden’,

‘Palmer’, ‘Juazeiro III’, ‘Keitt’ and ‘Foice’. This second cluster contained all the American cultivars used in this

study. The other two clusters were segregated from the two groups already mentioned. Brazilian cultivars

‘Juazeiro II’, ‘Rosari’, ‘Recife’, ‘Comprida Roxa’, ‘Pêssego DPV’ and ‘Ametista’ were more related to the

Australian cultivar ‘Kensington’ and to the Mexican cultivar ‘Manzanillo’, while the fourth cluster only

comprised Brazilian cultivars. However, this last group is more closely related to the cluster of the Australian

and Mexican cultivars than to the American ones.

The calculated genetic distances, based on quantitative data, ranged from 0.121 (between ‘Keitt’ and

‘Haden’) to 3.012 (between ‘Princesa’ and ‘Juazeiro III’).

The dendrogram, based on genetic distances, showed four clusters (Figure 2B). One of them could be

subdivided: one subcluster comprised the four American cultivars (‘Palmer’, ‘Edward’, ‘Keitt’ and ‘Haden’) and

the Brazilian cultivar ‘Surpresa’, and other subgroup comprised some Brazilian cultivars (‘Foice’, ‘Rosari’,

‘Recife’ and ‘Espada Itaparica’), the Australian ‘Kensington’ and the Mexican ‘Manzanillo’. A second large

cluster could also be divided into two, each containing only Brazilian cultivars. One cluster contained the

cultivar ‘Comprida Roxa’, which may be more related to the cluster of Brazilian cultivars. The cultivar

‘Princesa’ comprised the fourth cluster, which was the most isolated from the others.

The Ward-MLM procedure determined that the optimal number of clusters was nine (Figure 3A). The

cluster were: 1-‘Edward’, ‘Haden’ and ‘Palmer’; 2-‘Kensington’,‘Juazeiro II’, ‘Juazeiro VI’ and ‘Pingo de Ouro

DPV’; 3-‘Recife’, ‘Manzanillo’, ‘Pêssego DPV’, ‘Ametista’ and ‘Comprida Roxa’; 4-‘Keitt’ and ‘Princesa’, 5-

‘Ipuçaba’; 6- ‘Rosary’ and ‘Foice’; 7-‘Surpresa’; 8-‘Juazeiro III’; and 9-‘Espada Itaparica’.

The cultivars in cluster 1 were the American cultivars; cluster 2 comprised Brazilian cultivars and one

Australian; cluster 3 was mostly Brazilian and one Mexican; cluster 4 comprised one Canadian and one

Page 36: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PROGRAMA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/elaini_alves.pdf · BIOLOGIA MOLECULAR Diversidade Genética, Resistência à Antracnose

35

American, and the remaining clusters comprised Brazilian cultivars. This large number of clusters suggested

significant diversity among the analyzed accessions.

The first two canonical variables explained 92.27% of the variability among the nine clusters (Figure

3B), indicating that the graphic representation of the first two canonical variables (‘latex quality’ and ‘skin

weight’) was suitable for visualizing the genetic relationship among the clusters, as well as among the accessions

within the same group. “Latex Quality” accounted for most of the variation with the first canonical variable,

followed by “Fruit Length” and “Skin Weight”, with values of 0.679, 0.569 and 0.423, respectively. “Fruit

Length” and “Skin Weight” are targeted more frequently in the selection of superior genotypes (Table 2). The

majority of American cultivars used in this study clustered together. The criterion used for cluster separation,

while considering the canonical variables, was associated with the enhanced breeding history of the accessions.

Discussion

Analysis using molecular markers has generated useful information regarding the genetic diversity in

agricultural species. According to Dillon et al. (2014), high quality genetic analysis of species such as M. indica

requires a large number of informative polymorphic markers, which have been lacking in M. indica to date.

The 16 new, specific, microsatellite markers for M. indica developed during this study were moderately

informative. Adopting the considerations of Hildebrand et al. (1992), loci MiL07, MiL27, MiL29 and MiL37

could be classified as highly informative, because they reached PIC values greater than 0.7; however, loci

MiL02, MiL09 and MiL15 could be considered as having low informational value. The remaining nine loci are

moderately informative. Schnell et al. (2005), Ravishankar et al. (2004) and Chiang et al. (2012), who developed

microsatellite markers for M. indica, also obtained mean PIC values that were considered moderately

informative. According to Hildebrand et al. (1992), the more repetitions a locus has and the less the sequence is

repeated, the greater the tendency for the locus to be highly informative. The results found in this study

corroborated this conclusion for the majority of the loci. Among the 16 SSR markers, eight have microsatellites

composed of dinucleotides, of which three were highly informative and the other five were moderately

informative. These markers increased the number of available markers for the genetic analysis of mango tree

cultures.

The accessions that were used in the characterization of these loci were previously analyzed using

eleven microsatellite markers (Ribeiro et al. 2012). Most of these accessions are considered Brazilian cultivars

and little is known regarding the history of their origin. One cluster analysis was jointly performed, using the

Page 37: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PROGRAMA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/elaini_alves.pdf · BIOLOGIA MOLECULAR Diversidade Genética, Resistência à Antracnose

36

data previously obtained by Ribeiro et al. (2012), together with the 16 loci analyzed in this study. This analysis

showed that the Brazilian cultivar ‘Recife’ has a very close genetic relationship with the American cultivar

‘Keitt’. The Brazilian cultivars ‘Rosary’ and ‘Princesa’ also have a close relationship with ‘Keitt’. The Brazilian

cultivars ‘Juazeiro III’ and ‘Surpresa’ proved to be genetically close to the American cultivar ‘Edward’, while

‘Juazeiro II’ is related to the Australian cultivar ‘Kensington’. The American cultivar ‘Palmer’ clustered with the

Mexican cultivar ‘Manzanillo’.

While studying the similarity of accessions belonging to the same germplasm bank that were used in

this study, and based on amplified fragment length polymorphism (AFLP) markers, Santos et al. (2008)

suggested that the accession identified as ‘Palmer’ might not be a clone of the American ‘Palmer’ or that it had

been erroneously identified, because they observed that ‘Palmer’ clustered with polyembryonic cultivars. In the

present study, this cultivar clustered with one that is considered predominantly monoembryonic. It is worth

highlighting that this ‘embryony’ feature probably comes from a monogenic heritage (Arnon et al. 1998), which

makes it difficult to identify a strong association of this character with the formation of clusters in genetic

diversity studies, when based on molecular markers such as microsatellites, which access random DNA regions.

Nevertheless, this feature may be related to other characteristics, which would justify an embryonic type

association as a criterion of weight during clustering. Ravishankar et al. (2004), while analyzing mango cultivars

with random amplified polymorphic DNA (RAPD) and restriction fragment length polymorphism (RFLP)

markers, which also access random DNA regions, observed segregation of two clusters associated with the

embryonic type of the cultivars and inferred that the embryonic types of mango cultivars have a different genetic

basis. In this study, no association of embryonic type with the clusters’ formation was verified.

In the cluster based on morphological descriptors, both based on qualitative and quantitative data

separately, as well as jointly, the cultivar ‘Palmer’ was clustered with other American cultivars, which are also

monoembryonic, reflecting both an association with the genetic base associated with embryony, as well as with

the enhanced breeding of American cultivars.

The largest similarity coefficient observed (between ‘Edward’ and ‘Haden’) could, in part, be explained

by the fact that they are American cultivars, produced by enhanced genetic breeding. Cultivars; ‘Juazeiro III’ and

‘Keitt’ also showed a similarly high coefficient, suggesting that there is a relationship between them, which may

explain the origin of the Brazilian cultivar.

The clustering based on the morphological descriptors corroborated some observations based on the

molecular data. The Brazilian cultivar ‘Juazeiro II’ has a strong genetic relationship with the Australian cultivar

Page 38: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PROGRAMA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/elaini_alves.pdf · BIOLOGIA MOLECULAR Diversidade Genética, Resistência à Antracnose

37

‘Kensington’. This relationship was not observed during clustering that only considered quantitative data, where

the cultivar ‘Juazeiro II’ was clustered closer to other Brazilian cultivars. Note that most of the quantitative

features used in this study had been used in the enhanced breeding process, in addition to the greater influence of

the environmental conditions, because these features are believed to be controlled by many genes. Despite the

quantitative characteristics being a source of great variation, those that are most frequently targeted for selection

tended to have a tapered genetic variability as a result of the enhanced breeding process. Therefore, when these

characteristics are used in genetic diversity studies, they demonstrate a greater similarity among enhanced

cultivars, even with different genetic bases.

Despite being a polyembryonic cultivar, the Brazilian cultivar ‘Surpresa’ was clustered with the

American monoembryonic cultivars in three clusters (based on molecular and morphological data). However, in

the cluster based on the quantitative data (Figure 2B), its relationship with one American cultivar was closer than

in the other cases, suggesting that this relationship may be more related to the enhanced breeding history than to

the genetic base. During the joint analysis, this cultivar was separated by itself in an isolated group.

The Brazilian cultivar ‘Rosary’ was clustered to the Australian cultivar ‘Kensington’ in the clusters

based on separately performed morphological data, but showed no significant relationship in the clusters based

on molecular data or when a joint cluster analysis of the morphological data was made.

In addition, the Brazilian cultivar ‘Recife’ was related to the Mexican ‘Manzanillo’ in clusters based on

morphological data, both when used separately and combined; however, they were not related in the clusters

based on molecular markers.

In the dendrogram generated from genetic distances based on quantitative morphological descriptors,

most Brazilian cultivars were allocated in separate clusters from the foreign cultivars. This was also observed

when the clustering was performed based on qualitative and quantitative characteristics jointly.

Estimating genetic variability is useful for plant enhancement, both for choosing genitors for cross

breeding among divergent genotypes looking to exploit heterosis and to avoid genetic depression caused by

inbreeding. The microsatellite markers that were developed in this study could be used for characterizing

molecular genetic diversity in a larger number of mango germplasm accessions, while seeking greater

understanding regarding the genetic basis of non-Brazilian plant varieties, such as from other provenances.

According to morphological descriptors and molecular markers, it is possible to infer that the Brazilian

mango cultivars are significantly genetically diverse when related to cultivars from different provenances. This

relationship makes improved crossbreeding planning possible with a view to developing superior cultivars.

Page 39: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PROGRAMA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/elaini_alves.pdf · BIOLOGIA MOLECULAR Diversidade Genética, Resistência à Antracnose

38

Clustering based on data from morphological descriptors made it possible to observe a relationship with

the enhanced breeding history of some accessions. By contrast clustering based on molecular data did not reflect

that history because the molecular markers access random regions of the DNA, including those that have

undergone selection pressure and those that have not.

Acknowledgments

Brazilian foundations that supported this research are “Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo”

(FAPESP, 2008/52197-4), “Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior” (CAPES,

PROCAD-NF2008, CAPES granted a scholarship to the first author), and “Conselho Nacional de

Desenvolvimento Científico e Tecnológico” (CNPq granted the research fellowships to APS and RXC).

Data Archiving Statement

The mango DNA sequences and SSR markers were submitted to GenBank under the accession numbers

KR998053-KR998068. Size of the alleles of each locus microsatellite amplified from DNA samples from 20

different mango cultivars is showed in Supplementary Table1.

References

Arnon Y, Czosnek H, Gazit S (1998) Polyembryony in mango (Mangifera indica L.) is controlled by a single

dominant gene. Hortic Science 33:1241-1242

Billote N, Lagoda PJL, Risterucci AM, Baurens FC (1999) Microsatellite-enriched libraries: Applied

methodology for the development of SSR markers in tropical crops. Fruits 54:277-288

Chiang YC, Tsai CM, Chen YK, Lee SR, Chen CH, Lin YS, Tsai CC (2012) Development and characterization

of 20 new polymorphic microsatellite markers from Mangifera indica (Anacardiaceae). American Journal of

Botany 99:117-119

Creste S, Tulmann-Neto A, Figueira A (2001) Detection of single sequence repeat polymorphisms in denaturing

polyacrylamide sequencing gels by silver staining. Plant Mol Biol Report 19:299-306

Cruz CD, Regazzi AJ, Carneiro PCS (2004) Modelos biométricos aplicados ao melhoramento genético. 3 ed.,

UFV, Viçosa

Díaz-Matallana M, Schuler-García I, Ruiz-Garcia M, Jaramillo EH (2009) Analysis of diversity among six

populations of Colombian mango (Mangifera indica L. cvar, Hilacha) using RAPDs markers. Electronic J

Biotech 12:1-8

Dillon NL, Innes DJ, Bally ISE, Wright CL, Devitt LC, Dietzgen RG (2014) Expressed Sequence Tag-Simple

Sequence Repeat (EST-SSR) Marker Resources for Diversity Analysis of Mango (Mangifera indica L.).

Diversity 6:72-87

Page 40: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PROGRAMA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/elaini_alves.pdf · BIOLOGIA MOLECULAR Diversidade Genética, Resistência à Antracnose

39

Doyle JJ, Doyle JL (1990) Isolation of plant DNA from fresh tissue. Focus 12:13-15

FAO (2011) FAOSTAT, Food and Agriculture Organization of the United Nations

Franco J, Crossa J, Villaseñor J, Taba S, Eberhart SA (1998) Classifying genetic resources by categorical and

continuous variables. Crop Science 38:1688-1696

Gower JC (1971) A general coefficient of similarity and some of its properties. Biometrics 27:857-874

Hall TA (1999) BioEdit: a user-friendly biological sequence alignment editor and analysis program for Windows

95/98/NT. Nucl Acid Symp Series 41:95-98

Hildebrand CE, Torney DC, Wagner RP (1992). Informativeness of Polymorphic DNA markers. Los Alamos

Science 20: 100-102

Kostermans AFGH, Bompard JM (1993) The Mangoes: Botany, Nomenclature, Horticulture and Utilization.

Academic Press, London

Kumar NVH, Narayanaswamy P, Prasad DT, Mukunda GK, Sondhur SN (2001) Estimation of genetic diversity

of commercial mango (Mangifera indica L.) cultivars using RAPD markers. J Horticult Science Biotechnol 76:

529-533

Pinto ACQ, Souza VAB, Rossetto CJ, Ferreira FR, Costa JG (2002) Melhoramento Genético. In: Genú PJC,

Pinto ACQ (Eds.). A Cultura da Mangueira. Embrapa Informação Tecnológica, p. 53-92

Ravishankar KV, Chandrashekara P, Sreedhara SA, Dinesh MR, Anand L, Saiprasad GVS (2004) Diverse

genetic bases of Indian polyembryonic and monoembryonic mango (Mangifera indica L) cultivars. Current

Science 87:870-871

Ribeiro ICNS, Lima-Neto FP, Santos CAF (2012) Allelic database and accession divergence of a Brazilian

mango collection based on microsatellite markers. Genet Mol Res 11:4564-4574

Ribeiro ICNS, Santos CAF, Lima-Neto FP (2013) Morphological Characterization of Mango (Mangifera indica)

Accessions Based on Brazilian Adapted descriptors. J Agricult Science Technol 3:798-806

Rozen S, Skaletsky HJ (2000) Primer 3 on the WWW for general users and for biologist programmers. In S.

Krawetz and S. Misener [eds.], Bioinformatics methods and protocols: Methods in Molecular Biology, Humana

Press, Totowa, New Jersey, pp 365-386

Santos CAF, Lima-Neto FP, Rodrigues MA, Costa JG (2008) Similaridade genética de acessos de mangueira de

diferentes origens geográficas avaliadas por marcadores AFLP. Rev Bras Frut 30:736-740

Schnell RJ, Olano CT, Quintanilla WE, Meerow AW (2005) Isolation and characterization of 15 microsatellite

loci from mango (Mangifera indica L.) and cross-species amplification in closely related taxa. Molecular

Ecology Notes 5:625-627

Soares NB (2000) Mangueira. In: Meletti LMM Propagação de frutíferas tropicais. Agropecuária, Guaíba, pp

178-187

Page 41: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PROGRAMA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/elaini_alves.pdf · BIOLOGIA MOLECULAR Diversidade Genética, Resistência à Antracnose

40

Figure captions 1

Fig. 1 Clustering of 20 mango cultivars, generated by the UPGMA clustering method, using a 2

similarity matrix generated by Nei’s standard genetic distance based on data from 27 3

microsatellite markers 4

5

Fig. 2 Clustering of 20 mango cultivars. The clustering was generated by the UPGMA 6

method from two different data sets: A) a similarity matrix generated using Nei’s Standard 7

Genetic Distance based on qualitative data (r=0.62); B) a dissimilarity matrix generated using 8

the mean Euclidean distance based on quantitative data (r=0.78) 9

Fig. 3 Joint multivariate analysis of quantitative and qualitative data by the Ward-MLM 10

strategy. (A) Logarithmic probability function (Log-Likelihood) with the formation of eight 11

clusters. (B) The first two canonical variables for the eight clusters explaining 96.64% of the 12

variation 13

Page 42: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PROGRAMA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/elaini_alves.pdf · BIOLOGIA MOLECULAR Diversidade Genética, Resistência à Antracnose

41

Table 1. Characteristics of 16 microsatellite loci isolated from mango DNA samples 14 SSR Locus Primer sequences (5′-3′) Allele size (bp) Repeat motif NA Ho He PIC

MiL01 F: TCGCTTATGGCTCCAAGTTT 181-211 (TG)6 4 0.100 0.544 0.489

R: GGCAATGGTCCTGATGAAGT

MiL02

F: GAAGTGGCAGCTGTATGTGC 330-340 (TTA)3 2 1.000 0.513 0.375

R: CCTTTTCTGGGTCATGGAGA

MiL04

F: TGAGCCCAAATTGAGATTGTC 204-210 (TG)10 4 0.750 0.673 0.598

R: CTTGCTGTTCTTGCCATCAA

MiL07

F: TCCCACTTGGATAGCATTGA 290-318 (TG)12 5 0.400 0.765 0.704

R: ATTTGGGTGCTATTCTTGCC

MiL08

F: TCGGTTTCGATTCATAACCTC 308-330 (ATT)3 4 0.050 0.747 0.679

R: AAAGCATCGGTAGTCGGTTG

MiL09

F: CGAACGTACCCCATCAAAAG 122-126 (ATGAG)2 3 0.000 0.456 0.381

R: TGTTGACAGGTCTGTCTGGTG

MiL13

F: GGTCACACACAGAAGGGGTT 172-178 (TAT)3 3 0.500 0.549 0.436

R: GCCAATTCTCGCATACACCT

MiL14

F: TGGTTTACTGTGCACATGCC 238-242 (AC)15 3 0.200 0.621 0.527

R: CTAGCCCCGAACATGAAGAG

MiL15

F: TATCAGCCAATTTTGCCCTT 312-320 (TTTGT)2 3 0.400 0.405 0.347

R: GAGGTGGACCATAGGGGTTT

MiL16

F: ATGAGCCGATTGGGCTATTA 243-253 (TG)6C(GT)6 5 0.600 0.673 0.605

R: TGATCAAATGTGGCTTGCTC

MiL20

F: GGATTGACAAGGAGGGGAAT 208-216 (GA)4…(AT)6(GT)9 4 0.450 0.609 0.541

R: ATTTGGCGTTTTGAAACCTG

MiL21

F: AACCGGAGATGCTGAAATTG 186-210 (TAT)4 5 0.600 0.583 0.516

R: ATTGCAGGAACCATCCTTCA

MiL23

F: CCTCCCAATCTCCTTCTTCC 294-300 (ATATC)3 3 0.000 0.518 0.442

R: AGCCATCTTTTTCCTCCGTT

MiL27

F: AAGACATCATGGCCACTTGAC 333-337 (TG)9 5 0.400 0.794 0.736

R: CGAAGACCATGGTGGATTA

MiL29

F: AATGACAATGGGGGTGAAAA 153-159 (ATTCCC)2 5 0.850 0.786 0.729

R: GTTCGGAGAAAAGTGTGGGA

MiL37

F: TTGGGTATCCTTTGGAGTGC 331-345 (CA)11…(AT)3…(GAA)2 6 0.700 0.763 0.703

R: CAGCCTGAAAATGCAAGAGA

Note: Ho= observed heterozygosity; He=expected heterozygosity; Na=number of alleles; PIC= polymorphism information content 15

Page 43: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PROGRAMA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/elaini_alves.pdf · BIOLOGIA MOLECULAR Diversidade Genética, Resistência à Antracnose

42

Table 2. Averages of 10 quantitative variables for each of the clusters formed by the Ward-MLM

method and the first two canonical (CAN) variables.

Groups CAN

Variables 1 (3) 2 (4) 3 (5) 4 (2) 5 (1) 6 (2) 7(1) 8 (1) 9 (1) CAN1 CAN2

D46 58.57 30.13 42.52 54.00 36.50 40.10 23.90 23.80 41.20 0.419 -0.569

D32 207.63 102.25 102.84 101.95 79.50 86.70 94.10 183.90 72.50 0.320 -0.061

D34 1.07 0.88 2.00 0.95 0.90 0.85 0.40 0.60 0.80 -0.211 -0.169

D35 104.00 32.38 55.82 77.75 26.50 58.95 44.80 21.90 45.30 0.423 -0.515

D29 0.73 0.43 0.22 0.60 1.20 1.15 0.50 1.00 0.60 0.679 0.505

D3 3.03 3.30 3.44 2.90 3.00 3.75 3.00 4.70 4.70 -0.275 0.737

D11 28.79 23.38 27.08 33.45 28.00 28.20 29.80 26.10 35.60 0.386 -0.183

D12 18.30 18.00 21.90 21.20 12.60 19.65 16.10 17.80 23.50 -0.264 -0.153

D14 13.13 7.38 9.38 11.80 8.40 11.60 10.70 8.40 9.60 0.569 -0.311

D15 8.70 7.63 8.70 9.00 7.60 9.70 7.80 7.00 6.50 0.130 -0.286

(D46) Seed Weight; (D32) Lenticel Density; (D34) Skin Thickness; (D35) Skin Weight; (D29)

Latex Quantity; (D3) Petiole Length; (D11) Inflorescence Length; (D12) Inflorescence Width;

(D14) Fruit Length; (D15) Fruit

Page 44: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PROGRAMA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/elaini_alves.pdf · BIOLOGIA MOLECULAR Diversidade Genética, Resistência à Antracnose

43

Supplementary Table1. Size of the alleles of each locus microsatellite amplified from DNA samples from 20 different mango cultivars

SSR locus

Cultivar MiL02 MiL02 MiL04 MiL04 MiL07 MiL07 MiL08 MiL08 MiL09 MiL09 MiL13 MiL13 MiL14 MiL14 MiL15 MiL15

1 Surpresa 330 340 180 180 290 310 314 314 122 122 172 178 238 238 - -

2 Kensington 330 340 180 180 290 310 308 308 122 122 172 178 238 242 312 312

3 Rosary 330 340 200 180 290 318 - - 122 122 172 172 242 242 312 312

4 Edward 330 340 200 180 300 318 328 328 122 122 172 178 238 238 312 320

5 Ipuçaba 330 340 200 180 290 310 - - 122 122 172 178 238 242 312 320

6 Juazeiro_II 330 340 200 180 - - 308 308 - - 172 178 238 238 312 320

7 Juazeiro_III 330 340 200 180 290 300 328 328 - - 172 178 238 238 312 312

8 Keitt 330 340 190 180 300 318 328 328 122 122 172 172 - - 312 312

9 Foice 330 340 200 180 290 318 - - 122 122 172 178 - - 312 320

10 Juazeiro_VI 330 340 200 180 - - 308 308 122 122 172 178 238 238 312 320

11 Recife 330 340 - - 300 318 328 328 122 122 172 172 238 242 312 312

12 Espada_Itaparica 330 340 200 180 - - 314 328 122 122 178 178 238 238 312 312

13 Manzanillo 330 340 - - - - 314 314 122 122 178 178 238 238 312 312

14 Pêssego_DPV 330 340 200 180 - - 314 314 126 126 172 178 238 238 312 312

15 Haden 330 340 200 180 318 318 314 314 122 122 172 172 242 242 312 312

16 Princesa 330 340 - - - - - - - - 172 172 238 242 312 320

17 Ametista 330 340 200 180 - - 328 328 - - 172 172 242 242 312 320

18 Pingo_de_Ouro_DPV 330 340 190 180 290 290 - - 122 122 - - 242 242 312 320

19 Comprida-Roxa 330 340 200 180 318 318 - - 122 122 172 178 242 242 312 312

20 Palmer 330 340 190 180 290 290 - - - - 178 178 242 242 312 312

Page 45: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PROGRAMA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/elaini_alves.pdf · BIOLOGIA MOLECULAR Diversidade Genética, Resistência à Antracnose

44

Supplementary Table1. Size of the alleles of each locus microsatellite amplified from DNA samples from 20 different mango cultivars

SSR locus

Cultivar MiL16 MiL16 Mil_20 Mil_20 MiL21 MiL21 MiL23 MiL23 MiL27 MiL27 MiL29 MiL29 MiL37 MiL37

1 Surpresa 243 243 216 216 212 212 294 294 - - 159 155 334 334

2 Kensington 253 243 216 216 212 212 294 294 335 335 159 155 344 344

3 Rosary 253 243 212 216 212 190 302 302 337 333 157 153 344 334

4 Edward 243 243 216 216 212 190 294 294 335 327 157 153 344 338

5 Ipuçaba 243 243 216 216 212 200 - - 333 333 159 155 334 334

6 Juazeiro_II 253 243 - - 212 186 294 294 335 335 159 155 344 338

7 Juazeiro_III 255 243 212 216 212 212 294 294 333 327 159 155 344 334

8 Keitt 243 243 212 216 196 212 294 294 - - 157 153 332 332

9 Foice 253 243 212 216 200 212 - - - - 159 155 334 334

10 Juazeiro_VI 253 245 212 216 196 212 294 294 - - 159 155 344 338

11 Recife 253 243 - - 196 196 - - 337 327 157 153 344 332

12 Espada_Itaparica 243 243 216 216 196 212 - - 337 335 159 155 344 338

13 Manzanillo - - 212 216 196 212 294 294 335 335 157 153 344 338

14 Pêssego_DPV 255 243 208 208 212 212 302 302 337 333 159 155 338 334

15 Haden 253 243 216 216 196 200 294 294 337 335 - - 344 334

16 Princesa 253 243 212 216 212 212 294 294 337 337 - - 344 338

17 Ametista 255 253 212 216 212 212 294 294 333 333 159 155 - -

18 Pingo_de_Ouro_DPV 255 243 212 216 196 212 302 302 333 333 159 155 344 334

19 Comprida-Roxa 255 255 212 216 196 212 294 294 337 333 159 155 344 332

20 Palmer 255 255 216 216 186 196 294 294 333 333 157 153 344 338

- missing data.

Page 46: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PROGRAMA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/elaini_alves.pdf · BIOLOGIA MOLECULAR Diversidade Genética, Resistência à Antracnose

45

CAPÍTULO 2

Natureza Genética da resistência à Colletotrichum em uma população segregante de mangueira (Mangifera indica L.)

Elaini Oliveira dos Santos Alves1, Francisco Pinheiro Lima Neto2, Maria Angélica

Guimarães Barbosa2, Hilçana Ylka Gonçalves de Albuquerque2, Ronan Xavier Corrêa1*

1UESC, Universidade Estadual de Santa Cruz, Departamento de Ciências Biológicas,

Rodovia Jorge Amado, km 16, CEP 45662-900 – Ilhéus, BA, Brazil.

2Embrapa Semiárido, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. BR 428 KM 152.

Zona Rural 56300970 - Petrolina, PE - Brazil - Caixa-postal: 23.

*Corresponding author:

E-mail: [email protected]; Fax/telephone: +557336805003

Resumo: A resistência a doenças constitui um dos principais objetivos dos programas de

melhoramento da maioria das espécies agronômicas. Uma das doenças fúngicas mais

importantes da mangueira é a antracnose, a qual ocorre em todas as áreas produtoras de

manga do mundo, variando a severidade de acordo com os níveis de umidade do

ambiente. O uso de cultivares resistentes é a estratégia mais eficiente e econômica de

controlar as doenças de plantas, além de diminuir o impacto ambiental reduzindo o uso de

agrotóxicos. O objetivo do presente trabalho foi avaliar a resistência à antracnose em

manga utilizando inoculações em folhas e inferir sobre a natureza genética da resistência

em uma população segregante. O método de inoculação foi otimizado para folhas

destacadas, fazendo com que se mantivessem viáveis para avaliação até 10 dias após a

inoculação para a maioria dos genótipos analisados. Com base nas médias do tamanho

Page 47: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PROGRAMA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/elaini_alves.pdf · BIOLOGIA MOLECULAR Diversidade Genética, Resistência à Antracnose

46

de lesões de uma progênie proveniente do cruzamento entre ‘Haden’ e ‘Tommy Atkins’

observou-se que a resistência à antracnose em folhas de mangueira é complexa e possui

genes de efeito maior. Estes resultados devem auxiliar na seleção de genótipos

superiores na população segregante analisada, bem como no planejamento de

estratégias para o melhoramento genético da espécie.

Palavras-chave: melhoramento genético, genes de efeito maior, Colletotrichum,

mangueira

Introdução

A antracnose ocorre em todas as áreas produtoras de manga do mundo, variando

de severidade de acordo com os níveis de umidade do ambiente. No Brasil, essa doença

se encontra amplamente disseminada em todas as regiões produtoras de manga (Cunha

et al., 1994), no entanto, na região semiárida do nordeste brasileiro, sua importância é

restrita às épocas em que a floração e desenvolvimento dos frutos coincidem com a

ocorrência de chuvas (Batista, 2010).

O mais relatado agente causal desta doença em mangueira é o fungo

Colletotrichum gloeosporioides Penz (Cunha et al., 1993; Donadio et al., 1996; Junqueira

et al., 2002; Silva et al., 2006; Galli et al., 2009, Xavier et al., 2009, Fisher et al., 2009),

embora a ocorrência de outras espécies causando antracnose na cultura venha sendo

relatada (Arauz, 2000; Jayasinghe e Fernando, 2009; Lima et al., 2013).

A identificação de cultivares resistentes é a estratégia mais econômica e

ambientalmente vantajosa para diminuir os danos causados por doenças em plantas

cultivadas. Alguns estudos identificaram fontes de resistência à antracnose em

mangueira, como os cultivares IAC 111, Alfa, Beta, Parvin, Surpresa e Zill (Fisher et al.,

2009; Galli et al., 2009). Dos cultivares com grande aceitação comercial ‘Tommy Atkins’,

‘Keitt’ e ‘Van Dyke’ são consideradas as menos suscetíveis à antracnose, enquanto

‘Haden’, ‘Kent’, ‘Bourbon’ e ‘Palmer’ são tidas como bastante suscetíveis (Junqueira et

al.,2002; Prusky et al., 2009).

Dados de mensuração de resistência de plantas a doenças podem ser obtidos a

partir de inoculações em frutos ou folhas para diversos patossistemas. A resistência à

antracnose (Colletotrichum capsici) em folhas e em frutos foi analisada em pimenta

(Mahasuk et al., 2009), identificando-se diferentes genes envolvidos na resistência de

diferentes partes da planta. Vale salientar que, apesar de os maiores danos econômicos

Page 48: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PROGRAMA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/elaini_alves.pdf · BIOLOGIA MOLECULAR Diversidade Genética, Resistência à Antracnose

47

serem decorrentes da infecção em frutos, a suscetibilidade nas partes vegetativas da

planta proporciona a manutenção do patógeno nas áreas de plantio até que ocorram as

frutificações. Assim, a resistência em folhas e frutos deve ser observada para um maior

controle da doença.

Estudos da resistência de genótipos de mangueira à antracnose com base em

inoculações nas folhas não foram relatados. Portanto, o objetivo do presente trabalho foi

otimizar um método de inoculação de Colletotrichum em folhas de mangueira para avaliar

a resistência à antracnose na cultura e inferir sobre a natureza genética da resistência em

uma população segregante.

Material e métodos

Obtenção dos isolados fúngicos

Seis isolados de Colletotrichum (BA-13, BA-35, BA-38, B-58, P-21 e P-29) da

Coleção de Culturas de Fungos Fitopatogênicos “Prof. Maria Menezes” (CMM) da

Universidade Federal Rural de Pernambuco (Recife, Pernambuco, Brasil) foram doados

para a realização deste trabalho.

Teste de patogenicidade e preparo do inóculo

Os seis isolados foram inoculados em frutos de manga (cultivar ‘Haden’), como

descrito por Lima et al. (2013), para testar a patogenicidade dos mesmos. Após o

desenvolvimento dos sintomas foi realizado o reisolamento. Fragmentos da casca do fruto

doente foram transferidos para placas de Petri contendo meio BDA e mantidas a 25±2oC

sob luz constante. Sete dias após o reisolamento, cada isolado foi repicado em 15 placas

de Petri contendo meio BDA e as placas mantidas a 25±2oC sob luz constante para a

realização dos ensaios de inoculação.

O inóculo foi preparado adicionando-se 20 mL de água destilada esterilizada à

placa do fungo cultivado em meio de cultura BDA durante 15 dias, removendo-se as

estruturas do patógeno com uma alça de vidro. Em seguida, a suspensão foi filtrada em

camada dupla de gaze. Após a adição de 50uL de Tween 20 para cada 50mL de solução,

a concentração foi ajustada em 105 esporos/mL, com o auxílio da câmara de Neubauer.

Page 49: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PROGRAMA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/elaini_alves.pdf · BIOLOGIA MOLECULAR Diversidade Genética, Resistência à Antracnose

48

Material vegetal utilizado

Mudas clonais e folhas destacadas de mangueira foram utilizadas nos ensaios de

inoculação. Numa fase inicial, mudas clonais dos cultivares ‘Tommy Atkins’ e ‘Haden’,

bem como dois genótipos empregados como controles, ‘Van Dyke’ (resistente) e

‘Bourbon’ (suscetível). As mudas foram mantidas em casa de vegetação e inoculadas

para a escolha dos isolados adequados para avaliar a resistência à antracnose na

população segregante (Tommy Atkins x Haden) composta por 123 progênies, ou seja,

isolados com agressividade contrastante entre os cultivares genitores. Após a seleção de

dois isolados realizaram-se inoculações em folhas destacadas das 123 referidas

progênies. Folhas das plantas que compõem a referida população, bem como dos

cultivares genitores (Tommy Atkins e Haden) e controle (Van Dyke e Bourbon), foram

destacadas (em fase intermediária de desenvolvimento) das plantas que se encontram no

Campo Experimental de Mandacaru, pertencente à Embrapa Semiárido, e levadas ao

Laboratório de Fitopatologia da Embrapa Semiárido para a realização das inoculações.

Quatro folhas sadias de cada planta foram desinfestadas com hipoclorito de sódio

(1,5%) antes da inoculação. Foram demarcados quatro pontos de inoculação na face

adaxial das folhas, sendo dois de cada lado da nervura central, utilizando-se caneta de

marca permanente. As folhas foram coletadas no mesmo dia das inoculações e

permaneceram com o ápice foliar e o pecíolo em recipiente (Becker ou tubos de ensaio)

contendo água destilada, a fim de se manter a característica fisiológica foliar uma vez que

as avaliações se estenderam por vários dias.

Inoculações

Visando padronizar o método de avaliação da resistência em folhas de mangueira,

as inoculações foram realizadas em duas etapas: inicialmente mudas dos cultivares

genitores e dos cultivares empregados como controles foram inoculadas com os

diferentes isolados de Colletotrichum e posteriormente folhas destacadas das plantas da

população segregante foram inoculadas com dois diferentes isolados selecionados nas

inoculações anteriores.

Avaliação da agressividade dos isolados em mudas

Quatro isolados foram inoculados nas mudas dos cultivares genitores e controle.

Quatro folhas de cada muda foram marcadas para receber o inóculo (uma folha para cada

inóculo/muda). Para cada cultivar foram mantidas sete repetições (mudas de cada

Page 50: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PROGRAMA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/elaini_alves.pdf · BIOLOGIA MOLECULAR Diversidade Genética, Resistência à Antracnose

49

cultivar) inoculadas com inóculo contendo conídio e uma muda inoculada com água para

testemunha. Cada folha a ser inoculada recebeu ferimentos em dois locais com uma

almofada contendo cinco alfinetes entomológicos (ferimento de 1 mm). Ensaios

preliminares mostraram a necessidade de ferimento para inoculações experimentais.

Sobre os ferimentos depositou-se o inóculo, disco de papel filtro (4 mm de

diâmetro) embebido com 5 uL de suspensão de esporos (5x105 conídio/mL). Uma muda

de cada variedade foi inoculada com discos de papel filtro embebidos com água destilada

sobre o ferimento (testemunhas). Os discos foram presos ao ferimento com fita adesiva,

para garantir a adesão do inóculo num período de 48 horas e impedir a secagem rápida

dos mesmos. Adicionalmente, cada muda foi envolvida com sacos plásticos umedecidos

permanecendo, assim, por 48 horas. As avaliações foram realizadas diariamente por um

período de 15 dias medindo-se, em dois sentidos perpendiculares, o diâmetro da lesão

(DL), expresso em mm, com auxílio de um paquímetro digital.

Avaliação da resistência da população segregante Haden x Tommy Atkins à antracnose em folhas destacadas

Dois isolados foram inoculados em folhas destacadas dos cultivares genitores e

controle, além dos genótipos da população segregante. As folhas foram destacadas das

plantas no campo às 5 horas da manhã e imediatamente colocadas em copos

descartáveis contendo água para mantê-las túrgidas. Foram coletadas quatro folhas de

cada planta a ser avaliada (três delas para inoculação fúngica e uma para testemunha).

Discos de papel de filtro contendo os inóculos foram depositados sobre ferimentos

feitos com uma almofada contendo cinco alfinetes entomológicos (ferimento de 1 mm) e

presos ao ponto de inoculação com fita adesiva. Cada folha foi inoculada em quatro

pontos: dois do lado esquerdo da folha para um dos isolados e dois do lado direito da

folha para o segundo isolado. Na quarta folha de cada planta foram depositados discos de

papel filtro umedecidos com 10 mL de água destilada (testemunhas).

Cada folha foi colocada num tubo de ensaio contendo água destilada e mantida

dentro de caixa plástica, forrada com folhas de papel filtro embebidas com água destilada,

proporcionando a formação de uma câmara úmida (Figura 2). Após 48 horas, os discos

foram removidos e as avaliações seguiram nos períodos de 2, 4, 6, 8 e 10 dias após a

inoculação medindo-se, em dois sentidos perpendiculares, o diâmetro da lesão (DL),

expresso em mm.

O desenho experimental de inoculação da população segregante foi inteiramente

casualizado, com três tratamentos (2 inóculos + testemunha) e seis repetições (pontos de

Page 51: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PROGRAMA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/elaini_alves.pdf · BIOLOGIA MOLECULAR Diversidade Genética, Resistência à Antracnose

50

inoculação/inóculo/planta). As inoculações foram feitas em cinco etapas consecutivas

avaliando-se cerca de 30 híbridos em cada teste. Os controles de resistência (‘Van Dyke’)

e suscetibilidade (‘Bourbon’) e os genitores (‘Haden’ e ‘Tommy Atkins’) foram inoculados

em cada teste, nas mesmas condições das progênies e utilizados como controle geral dos

cinco experimentos realizados consecutivamente.

Análises estatísticas

As médias obtidas para cada genótipo e os respectivos tratamentos foram obtidas

e submetidas a uma análise de variância e ao teste F. A comparação entre as médias,

quando o valor de F foi significativo, foi feita pelo teste de Scott e Knott (1974), a 5% de

probabilidade.

Resultados

Teste de patogenicidade

A patogenicidade dos seis isolados de Colletotrichum foi confirmada em frutos do

cultivar Haden (Figura 1). Após reisolamento e cultivo em meio BDA, quatro dos seis

isolados apresentaram concentrações adequadas de conídios para obtenção da

suspensão (105 esporos/mL) e foram utilizados nas inoculações em mudas para seleção

dos isolados destinados à avaliação da população segregante.

Figura 1: Sintomas de antracnose sete dias após a inoculação em frutos de Mangifera indica (vr. Haden) inoculados com Colletotrichum.

Page 52: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PROGRAMA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/elaini_alves.pdf · BIOLOGIA MOLECULAR Diversidade Genética, Resistência à Antracnose

51

Avaliação da agressividade dos isolados em mudas

A análise de variância realizada com base nos dados obtidos nas inoculações em

mudas revelou diferenças de comportamento entre os cultivares inoculados bem como

diferenças entre os isolados, em função do tempo (Tabela 1). Houve diferença

significativa entre os cultivares até 14 dias após a inoculação e entre os isolados no

intervalo de cinco a sete dias após a inoculação. As diferenças significativas entre os

cultivares e não significativas entre os isolados ocorrem de dez a treze dias após a

inoculação. Nesse intervalo, as médias de tamanho de lesão dobram de magnitude,

incremento correspondendo a uma taxa de crescimento de lesão semelhante ao que

ocorre nos primeiros seis dias após a inoculação; essa taxa de crescimento aumenta

quatro vezes nos próximos três dias de avaliação.

Com base no experimento realizado em mudas, observa-se que entre cinco e sete

dias após a inoculação os isolados BA-13 e BA-35 não diferiram estatisticamente entre si,

mas diferiram dos isolados BA-38 e B-58, que também não diferiram entre si (Tabela 1).

Assim, um, de cada dois isolados que não diferiram estatisticamente, foi selecionado com

base na observação das curvas de progresso da doença, sendo que optou-se pelo BA-13,

com o qual Tommy Atkins se mostrou suscetível e Haden resistente, e pelo B-58, com o

qual Tommy Atkins se mostrou resistente e Haden suscetível (Figura 3).

Tabela 1: Resumo da ANOVA para tamanho de lesão foliar medido em diferentes dias após a inoculação (DAI) de mudas de quatro cultivares de manga com quatro isolados de Colletotrichum, com sete inoculações repetidas por planta, indicando-se os valores de p para fonte de variação (FV) e o teste de média para cultivares e isolados. DAI FV Teste* para cultivar Teste* para isolado Média CV(%)

Cultivar Isolado BO HA TA VD BA13 BA35 BA38 B58

3 0,0005 0,3507 b a b b a a a a 13,73 56,10

4 0,0098 0,2656 b a a a a a a a 22,31 98,04

5 0,0014 0,0000 b a b b a a b b 28,41 47,44

6 0,0475 0,0001 a a a a a a b b 34,91 50,34

7 0,0493 0,0057 b a a b a a b b 41,07 57,09

10 0,0139 0,1356 a a b a a a a a 61,53 84,08

11 0,0073 0,1203 a a b a a a a a 69,21 87,53

12 0,0119 0,0894 a a b b a a a a 82,95 89,78

13 0,0232 0,4953 b a b b a a a a 85,94 102,34

14 0,0689 0,4210 b a a b a a a a 84,10 108,35

17 0,3627 0,3900 a a a a a a a a 322,18 759,18

*As colunas seguidas de mesma letra não diferem entre si entre cultivares ou entre isolados, pelo teste Scott knott a 5% de probabilidade.

Page 53: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PROGRAMA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/elaini_alves.pdf · BIOLOGIA MOLECULAR Diversidade Genética, Resistência à Antracnose

52

A B Figura 2: Folhas destacadas de híbridos de mangueira e inoculadas com Colletotrichum em Laboratório. A- Disposição das folhas nos tubos de ensaio mantidas em caixa plástica; B- Folhas assintomáticas (Tommy Atkins) e folhas com sintomas (Haden).

Avaliação da resistência da população segregante Haden x Tommy Atkins à antracnose em folhas destacadas

As inoculações em folhas destacadas desenvolveram os sintomas típicos da

antracnose em manga, permitindo a avaliação da maioria dos genótipos até 10 dias após

as inoculações. Algumas folhas secaram ou apresentaram outro tipo de infecção, sendo

eliminadas dos experimentos.

Os cultivares Tommy Atkins e Van Dyke, indicados na literatura como resistentes,

mostraram-se realmente resistentes no presente trabalho ao isolado B-58. No entanto, o

‘Tommy Atkins’ foi consideravelmente suscetível ao isolado BA-13 quando os sintomas

foram avaliados por um maior número de dias. Os cultivares indicados na literatura como

suscetíveis (Bourbon e Haden) mostraram-se mais suscetíveis ao isolado B-58.

Entretanto ‘Bourbon’ foi resistente e ‘Haden’ mediamente resistente aos demais isolados,

indicando haver especificidade da resistência de diferentes cultivares de mangueira aos

diferentes isolados de Colletotrichum (Figura 3).

Para comparar as inoculações nas plantas da população segregante feitas

separadamente em cinco etapas (cinco experimentos consecutivos) foi realizada uma

análise de variância (Tabela 2), a qual confirmou a existência de variação significativa

entre os genótipos, entre os isolados e entre blocos.

Pela análise de variância verificou-se que as médias de tamanho de lesão de todos

os genótipos (genitores e híbridos) causada pelos isolados BA-13 (17,01 mm2) e B-58

(39,83 mm2) diferem significativamente entre si (Scott-Knott, 5%; p=0,0000) (Tabela 2).

Adicionalmente, verificou-se que a média de tamanho de lesão na progênie híbrida foi de

Page 54: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PROGRAMA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/elaini_alves.pdf · BIOLOGIA MOLECULAR Diversidade Genética, Resistência à Antracnose

53

28,43 mm2 e que há genótipos com médias significativamente distintas na referida

progênie (Scott-Knott, 5%; p=0,0207).

Cada bloco considerado constitui uma parte do experimento montada

separadamente. A comparação das médias dos blocos demonstrou que a média do bloco

quatro diferiu significativamente dos demais. Adicionalmente, os cultivares suscetíveis

(Haden e Bourbon) diferiram dos resistentes (Tommy Atkins e Van Dyke), bem como os

isolados diferiram entre si (Tabela 3).

Tabela 2. Análise de variância de tamanho de lesão aos oito dias após inoculação, em folhas destacadas dos genitores (Haden e Tommy Atkins) e dos genótipos empregados como controles (Bourbon e Van Dyke). FV F P

Genótipos 6,493 0,0003

Blocos 16,595 0,0000

Isolados 22,672 0,0000

Genótipos x Blocos 4,576 0,0000

Tabela 3. Comparação de médias entre cultivares e isolados para tamanho de lesão aos oito dias após inoculação, em folhas destacadas dos genitores (Haden e Tommy Atkins) e dos genótipos empregados como controles (Bourbon e Van Dyke).

Cultivares* Blocos* Isolados* Média CV(%)

BO HA TA VD 1 2 3 4 5 BA-13 B-58

30,8 23,2 11,8 14,2 12,2 15,0 10,3 47,6 14,8 11,92 28,16 20,04 131,84

b b a a a a a b a a b

*Para cada fonte de variação (cultivar, bloco e isolado), as médias seguidas de mesma letra não diferem entre si pelo teste Scott Knott a 5% de probabilidade.

A curva de progresso da doença para os cultivares avaliados no decorrer dos cinco

experimentos foi construída com base nas médias dos dados dos cincos experimentos e

permitiu a distinção entre os cultivares resistentes (Tommy Atkins e Van Dyke) e os

suscetíveis (Haden e Bourbon) nas inoculações com o isolado B-58 (Figua 3 E e F).

Considerando-se que a média do tamanho de lesão do referido isolado foi duas vezes

maior que a média do BA-13, conclui-se que ele apresenta uma maior agressividade. Os

resultados obtidos evidenciam que severidade da doença torna-se distinta entre plantas

resistentes e suscetíveis aos oito dias após a inoculação. Desta forma, a análise conjunta

dos híbridos e dos genitores foi realizada com base nas médias de tamanho de lesão

obtidas para cada genótipo aos oito dias após inoculação.

Page 55: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PROGRAMA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/elaini_alves.pdf · BIOLOGIA MOLECULAR Diversidade Genética, Resistência à Antracnose

54

Figura 3. Progresso da colonização de genótipos de mangueira ao longo do tempo (dai - dias após inoculação), com base na área (A, mm2) de lesão foliar causada por diferentes isolados de Colletotrichum (B-58, BA-13, BA-35 e BA-38). BO, ‘Bourbon’; HA, ‘Haden’; TA, ‘Tommy Atkins’; VD, ‘Van Dyke’. A - D são os controles utilizados para padronizar as condições de inoculação em folhas (inoculações realizadas em mudas). E e F são os controles das avaliações da progênie (inoculações realizadas em folhas destacadas).

Page 56: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PROGRAMA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/elaini_alves.pdf · BIOLOGIA MOLECULAR Diversidade Genética, Resistência à Antracnose

55

Um gráfico de distribuição dos genótipos em função do tamanho da lesão confirma

que os cultivares Tommy Atkins e Van Dyke contrastaram com os cultivares Bourbon e

Haden na resistência ao isolado B-58, enquanto que, para o isolado BA-13, demonstra

que os quatro cultivares analisados apresentaram o mesmo padrão (Figura 4). A

distribuição dos genótipos híbridos evidenciou um maior número de genótipos num

intervalo de área de lesão de 10 a 19,9 mm2.

Figura 4: Distribuição dos genótipos da população segregante de mangueira (‘Haden’ x ‘Tommy Atkins’) em relação aos tamanhos das lesões de antracnose provocadas por dois diferentes isolados (B58 e BA13). As linhas verticais indicam o posicionamento dos genitores da população e dos genótipos empregados como controles de resistência (VD, ‘Van Dyke’) e suscetibilidade (BO, ‘Bourbon’).

Discussão

A avaliação da resistência à antracnose nas folhas de mangueira é um importante

estudo, já que é nas partes vegetativas que o patógeno se mantém no campo até que

ocorram as frutificações. No âmbito da pesquisa, estudos de resistência com base na

inoculação em folhas possibilitam a realização de testes em qualquer época do ano, bem

como a avaliação precoce de plantas de ciclo de vida longo.

O método de inoculação em folhas destacadas utilizado neste estudo foi otimizado

visando a realização de estudos adicionais sobre a antracnose em mangueira, já que a

inoculação em frutos é bem mais frequente do que a inoculação em folhas. Informações

Page 57: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PROGRAMA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/elaini_alves.pdf · BIOLOGIA MOLECULAR Diversidade Genética, Resistência à Antracnose

56

sobre a resistência à antracnose em folhas e frutos de mangueira são valiosas para o

melhoramento genético da cultura.

Neste estudo, a inoculação em folhas destacadas, diferentemente daquela

realizada em mudas, não permitiu o prosseguimento das avaliações a partir de dez dias

após inoculação devido ao aparecimento de outros fungos ou secamento de algumas

folhas. Mesmo assim, as folhas destacadas foram eficientes para distinguir variabilidade

para resistência à doença nas situações em que o isolado do patógeno apresenta um

rápido progresso na planta. No entanto, para aqueles isolados que apresentam um

desenvolvimento mais lento é mais eficiente realizar inoculações em mudas, uma vez que

a vida útil da folha destacada não superou os dez dias para a maioria dos genótipos

analisados (Figura 2). Serra et al. (2011) inocularam folhas jovens de mangueira (cultivar

Espada) para testar a patogenicidade de isolados e realizaram a avaliação sete dias após

a inoculação. Mas diante da variabilidade do patógeno já relatada na literatura (Cunha et

al., 1993, Donadio et al., 1996; Junqueira et al., 2001) e dos dados obtidos neste estudo,

constata-se que os diversos comportamentos intraespecíficos do patógeno podem exigir

períodos de avaliações mais longos.

O cultivar ‘Tommy Atkins’ apresentou-se suscetível ao ser inoculado em folhas com

o isolado BA-13 (Figura 3), o que comprova que o contraste entre resistência e

suscetibilidade observado principalmente com o cultivar Tommy Atkins neste estudo

corrobora a especificidade planta-patógeno descrita por Flor (1955). Vale ressaltar que, os

isolados utilizados neste estudo foram obtidos em plantios comerciais, nos quais

predomina a utilização do cultivar Tommy Atkins. Assim, alguns isolados podem ser

resultantes de processo de co-evolução planta-patógeno.

As descrições na literatura sobre resistência e suscetibilidade de cultivares de

mangueira à antracnose foram feitas com base em observações em frutos. Segundo

Prusky e Ken (1993), a concentração de resolcinóis em níveis fungitóxicos na casca de

frutos imaturos de manga atua na resistência natural contra fungos patogênicos. A

concentração dos compostos antifúngicos diminui com mais intensidade durante a

maturação em cultivares suscetíveis à doença do que em cultivares resistentes. A polpa

dos frutos não possui concentrações fungitóxicas destes compostos. Portanto, compostos

antifúngicos agem na primeira linha de defesa de frutos de manga contra fungos

patogênicos.

Não há relatos na literatura sobre estudo de mecanismos de resistência das folhas

de mangueira a doenças fúngicas. O conhecimento da existência ou não de relação entre

a resistência foliar e a resistência dos frutos é uma importante informação para avanços

Page 58: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PROGRAMA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/elaini_alves.pdf · BIOLOGIA MOLECULAR Diversidade Genética, Resistência à Antracnose

57

no melhoramento genético da cultura. Vale ressaltar que as folhas hospedam os fungos

por muito tempo no campo.

O isolado B-58 proporcionou a discriminação clara do padrão de resistência dos

cultivares controle (Figura 4), provavelmente por conta de sua maior agressividade em

relação ao isolado BA-13, o que sugere que isolados mais agressivos podem proporcionar

resultados mais robustos no estudo da natureza genética da resistência a doenças.

A distribuição dos genótipos, incluindo os híbridos, em função do tamanho da

lesão, sugere que a resistência aos isolados analisados é complexa (Figura 4). A curva

levemente deslocada para a esquerda (lesões inferiores a 30 mm2) indica que alguns

genes de efeito maior devem estar atuando na resistência. A ocorrência de genes de

efeito maior na resistência à antracnose tem sido observada em outras culturas como

pimenta e feijão (Kim et al., 2008; Campa et al., 2011; Gonçalves-Vidigal et al., 2012).

Adicionalmente, a distribuição dos genótipos demonstra que há variabilidade

genética expressa entre os híbridos, o que proporciona a possibilidade de seleção no

processo de melhoramento genético. Portanto, estes resultados devem contribuir na

seleção de genótipos superiores na população segregante analisada, além de auxiliar na

busca de marcas moleculares associadas ao fenótipo de resistência.

Conclusão

- Um método para inoculação de Colletotrichum em folhas de manga foi otimizado,

podendo ser aplicado em qualquer época de desenvolvimento da planta.

- O cultivar Tommy Atkins apresentou suscetibilidade a um dos isolados neste estudo.

- A resistência de folhas de mangueira à antracnose é complexa, provavelmente

relacionada a alguns genes de efeito maior. O estudo da natureza da resistência de frutos

de mangueira à antracnose ainda se faz necessário, já que pode atuar com mecanismos

diferentes aos observados em folhas.

Referências

ARAUZ, L. F. Mango anthracnose: economic impact and current options from integrated management. Plant Disease, v.84, p.600–611, 2000.

BATISTA, D. C. Cultivo da Mangueira: Doenças. Embrapa Semiárido, Sistema de Produção, 2 – 2ª Ed. Versão eletrônica, 2010.

Page 59: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PROGRAMA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/elaini_alves.pdf · BIOLOGIA MOLECULAR Diversidade Genética, Resistência à Antracnose

58

CAMPA, A.; GIRALDEZ, R.; FERREIRA, J. J. Genetic Analysis of the Resistance to Eight Anthracnose Races in the Common Bean Differential Cultivar Kaboon. The American Phytopathological Society, v.101, n.6, p.757-764, 2011. CUNHA, M. M.; COUTINHO, C. C.; JUNQUEIRA, N. T. V.; FERREIRA, F. R. Manga para exportação: aspectos fitossanitários. EMBRAPA. (Série Publicações Técnicas FRUPEX), 1993. 104p. CUNHA, A. P.; SAMPAIO, J. M. M.; NASCIMENTO, A. S.; SANTOS FILHO, H. P.; MEDINA, V. M. Manga para exportação: aspectos técnicos da produção. Brasília: EMBRAPA – SPI, 1994. 35p. (FRUPEX. Publicações Técnicas, 8).

DONADIO, L. C. Variedades de mangueira, In: SÃO JOSÉ, A. R.; SOUZA, I. V. B,; MARTINS FILHO, J.; MORAIS, O. M. Manga, Tecnologia de produção e mercado. Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Vitória da Conquista, p.32-56, 1996. FISCHER, I. H, ARRUDA, M. C., ALMEIDA, A. M. GALLI, J. A., BERTANI, R. M. A. JERÔNIMO, E. M. Doenças pós-colheita em variedades de manga cultivadas em Pindorama, São Paulo. Revista Brasileira de Fruticultura, v.31, n.2, p.352-359, 2009.

FLOR, H. H. Host-parasite interaction in flax rust - Its genetics and other implications. Phytopathology, v.45, p.680-85, 1955.

GALLI, J. A.; SILVEIRA, L. C. P.; MICHELOTTO, M. D.; MARTINS, A. L. M. Avaliação da incidência de antracnose, do desempenho e estado nutricional de variedades de mangueira, para cultivo orgânico, na região centro-norte do estado de São Paulo. Revista Brasileira de Fruticultura, v.31, n.3, p.701 -709, 2009. GONÇALVES-VIDIGAL, M. C.; MEIRELLES, A. C.; POLETINE, J. P.; DE SOUSA, L. L.

CRUZ, A. S.; NUNES, M. P.; LACANALLO, G. F.; VIDIGAL, P. S. Genetic analysis of

anthracnose resistance in Pitanga dry bean cultivar. Plant Breeding, v.131, p.423-429,

2012.

JAYASINGHE, C. K.; FERNANDO, T. H. P. S. First Report of Colletotrichum Acutatum on Mangifera Indica in Sri Lanka. Ceylon Journal of Science, v.38, n.1, p.31-34, 2009. JUNQUEIRA, N. T. V.; PINTO, A. C. de Q.; CUNHA, M. M. da; RAMOS, V. H. V. Controle e doenças da mangueira. ZAMBOLIM, L.; VALE, F. X. R. do; MONTEIRO, A. J. A.; COSTA, H. (Ed.). Controle de doenças de plantas fruteiras. Viçosa: UFV, 2002. v. 1, p. 323-403. KIM, S.H.; YOON, J.B.; DO, J.W.; PARK, H.G. A major recessive gene associated with anthracnose resistance to Colletotrichum capsici in chili pepper (Capsicum annuum L.). Breeding Science, v.58, p. 137–141, 2008. LIMA, N. B.; BATISTA, M. V. A.; MORAIS, M. A.; BARBOSA, M. A. G.; MICHEREFF, S. J.; HYDE, K. D.; CÂMARA, M. P. S. Five Colletotrichum species are responsible for mango anthracnose in northeastern Brazil. Fungal Diversity, v. 61, p. 75-88, 2013.

Page 60: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PROGRAMA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/elaini_alves.pdf · BIOLOGIA MOLECULAR Diversidade Genética, Resistência à Antracnose

59

MAHASUK, P.; KHUMPENG, N.; WASEE, S.; TAYLOR, P. W. J.; MONGKOLPORN, O. Inheritance of resistance to anthracnose (Colletotrichum capsici) at seedling and fruiting stages in chili pepper (Capsicum spp.). Plant Breeding, v.128, p.701-706, 2009. PRUSKY, D.; KOBILER, I.; MIYARA, I.; ALKAN, N. Fruit Diseases. In: Litz, R. E., ed. The mango Botany, production and Uses. Wallingford, Oxon: CAB International, 2009. PRUSKY, D.; KEEN, N.T. Involvement of preformed antifungal compounds in the

resistance of subtropical fruits to fungal decay. Plant Disease, v.77, p.114-119, 1993.

SANTOS, E. S. L.; CERQUEIRA-SILVA, C. B.; CLEMENT, D.; LUZ, EDMN. Resistance gradient of black pod disease in cocoa and selection by leaf disk assay Crop Breeding and Applied Biotechnology, v.11, p.297-303, 2011. SERRA, I. M. R. S.; COELHO, R. S. B.; FERRAZ, G. M. G.; MONTARROYOS, A. V. V.; SILVA, D. S. Diversidade fenotípica e patogênica de Colletotrichum, agente causal da antracnose em mangueira, e identificação de espécie. Summa Phytopathologica, v.37, n.1, p.42-51, 2011. SILVA, K. S.; REBOUÇAS, T. N. H.; LEMOS, O. L.; BOMFIM, M. P.; BOMFIM, A. A.; ESQUIVEL, R. L.; BARRETO, A. P. P.; JOSÉ, A. R. S.; DIAS, N. O.; TAVARES, G. M. Patogenicidade Causada pelo Fungo Colletotrichum Gloeosporioides (Penz) em Diferentes Espécies Frutíferas. Revista Brasileira de Fruticultura, v.28, n.1, p.131-133, 2006. SCOTT, A.; KNOTT, M. Cluster-analysis method for grouping means in analysis of variance. Biometrics, v.30, n.3, p.507-512, 1974. XAVIER, I. F.; LEITE, G. A.; MEDEIROS, E. V.; MORAIS, P. L. D.; LIMA, L. M. Qualidade Pós-Colheita da Manga ‘Tommy Atkins’ Comercializada em Diferentes Estabelecimentos Comerciais no Município De Mossoró-RN. Revista Caatinga, v.22, n.4, p.7-13, 2009.

Page 61: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PROGRAMA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/elaini_alves.pdf · BIOLOGIA MOLECULAR Diversidade Genética, Resistência à Antracnose

60

CAPÍTULO 3

Trabalho integrante de parceria com a Embrapa Semiárido (Petrolina-PE,BR)e ARS-

USDA (Miami-FL,EUA)

Identificação de híbridos de progênie Haden x Tommy Atkins e Mapa de ligação preliminar para Mangifera indica L.

Resumo: A identificação de uma progênie proveniente de um cruzamento específico é

especialmente importante em estudos visando à construção de mapas genéticos. Os

objetivos do presente trabalho foram confirmar a natureza híbrida da população de estudo

da resistência da mangueira à antracnose e construir um mapa de ligação genética,

visando mapear genes de resistência à doença. Amostras de DNA foram obtidas de

tecido foliar de uma progênie composta por 271 genótipos bem como dos seus supostos

genitores ‘Haden’ e ‘Tommy Atkins’. Tendo este cruzamento sido realizado de forma livre

fez-se necessário a confirmação da progênie Haden x Tommy Atkins. Foram empregados

50 marcadores SSR e 142 marcadores SNPs neste estudo. Dos 50 marcadores SSR,

dezesseis foram selecionados para analisar a população segregante e treze auxiliaram na

identificação dos híbridos, levando à eliminação de 55 genótipos (dentre os 271 utilizados

inicialmente) que provavelmente são provenientes de autofecundação. A genotipagem

com 142 marcadores SNPs também permitiu a confirmação de genótipos que não

pertenciam à população segregante desejada. Trinta e oito genótipos apresentaram, em

pelo menos seis locos, alelos ausentes nos genitores. Assim, foram confirmados 175

híbridos provenientes do cruzamento entre os cultivares Haden e Tommy Atkins. Setenta

e quatro locos segregaram como esperado pela proporção mendeliana, dos quais 18

mostraram-se ligados em grupos de dois ou três marcadores. Adicionalmente, mais 528

marcadores SNPs estão sendo aplicados para analisar esta população de mapeamento

Page 62: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PROGRAMA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/elaini_alves.pdf · BIOLOGIA MOLECULAR Diversidade Genética, Resistência à Antracnose

61

visando obter um mapa completo e a associação de uma marca molecular a genes de

resistência à antracnose em mangueira.

Palavras-chave: marcadores SNPs, mapeamento genético, mangueira, antacnose

Introdução

O cultivo comercial de mangueira no Brasil é embasado em variedades de origem

estadunidense como ‘Tommy Atkins’, ‘Haden’, ‘Keitt’, ‘Kent’ e ‘Palmer’. Dentre estas

variedades, a ‘Tommy Atkins’ é a mais utilizada para plantios comerciais, fato que ameaça

a sustentabilidade da cultura e causa vulnerabilidade genética, devido ao estreitamento

genético proveniente do processo de melhoramento.

O melhoramento genético da mangueira encontra algumas dificuldades como longo

período juvenil, autoincompatibilidade e natureza heterozigótica. Esta espécie é

predominantemente alógama, sendo seu modo de reprodução caracterizado por

fecundação cruzada (Litz, 2009).

Marcadores moleculares podem ser utilizados para estimar a proporção relativa de

alogamia e autofecundação de uma espécie (Borém; Miranda, 2009), como já foi feito em

mangueira, revelando um percentual de aproximadamente 80% de híbridos em uma

progênie proveniente de polinização livre (Degani et al., 1997; Rodrigues et al., 2007).

A identificação de uma progênie proveniente de um cruzamento específico é

especialmente importante em estudos visando à construção de mapas genéticos. Além de

auxiliar na confirmação de híbridos resultantes de determinados cruzamentos em

populações sujeitas às autofecundações, como ocorre em mangueira, os marcadores

moleculares podem auxiliar na identificação de eventuais cruzamentos envolvendo outros

genitores masculinos.

O mapeamento de genes baseia-se na verificação de desequilíbrio de ligação entre

dois locos diferentes em uma população segregante. Se dois alelos são encontrados

juntos em uma população com mais frequência do que seria esperado para os locos de

segregação independente, os alelos estão em desequilíbrio de ligação (Ferreira e

Grattapaglia, 1998).

Os objetivos do presente trabalho foram confirmar a natureza híbrida da população

de estudo da resistência da mangueira à antracnose e construir um mapa de ligação

genética, visando mapear genes de resistência à doença.

Page 63: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PROGRAMA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/elaini_alves.pdf · BIOLOGIA MOLECULAR Diversidade Genética, Resistência à Antracnose

62

Material e métodos

Amostras de DNA obtidas de tecido foliar dos genitores ‘Haden’ e ‘Tommy Atkins’,

bem como de 271 genótipos da progênie empregada neste estudo, foram extraídas com

base no protocolo de extração de Doyle e Doyle (1990). A quantificação de DNA foi feita

em gel de agarose (0,8%) submetido à eletroforese através da comparação visual da

intensidade das bandas do DNA extraído com bandas do DNA do fago Lambda, cujas

concentrações são conhecidas (25 a 150ng).

Um total de 50 marcadores SSR foi utilizado para genotipagem inicial dos genitores

(a fim de selecionar locos polimórficos) visando à identificação dos híbridos e

consequentemente, à eliminação de indivíduos resultantes de autofecundação.

As reações PCR foram realizadas num total de 13 µL, com 7,5 ng de DNA

genômico, 1,3 µL de tampão de reação 10x (pH 8,5), 20 mM de MgCl2, 3,25 mM de cada

dNTP, 1 unidade de Taq-DNA polimerase (Fermantas), 3,9 mM de primers marcados com

calda M13 (CACGACGTTGTAAAACGA) e 1,43 mM de primer complementar à calda

marcada com fluorescência 6-FAM. As amplificações foram realizadas em termociclador

(Applied Biosystems) programado para desnaturação inicial do DNA a 94oC por cinco

minutos, seguindo-se 30 ciclos com a temperatura de desnaturação a 94oC por 45

segundos, temperatura de anelamento de acordo com cada primer por um minuto e de

extensão a 72oC por um minuto, oito ciclos com a temperatura de 72°C por um minuto,

53ºC por um minuto e 72 ºC por um minuto. Seguiu-se extensão final à temperatura de

72°C por oito minutos.

A amplificação foi verificada em gel de agarose (0,8%) submetido a eletroforese.

Posteriormente, os produtos amplificados foram submetidos a eletroforese por

capilaridade num sequenciador ABI 3500 (Applied Biosystems) e analisados com o

software Genemarker (versão 1.95) para definir o tamanho dos alelos amplificados.

A genotipagem da população segregante foi realizada com dezesseis marcadores

SSR selecionados como polimórficos entre os genitores e mais 142 marcadores SNPs.

A genotipagem com SNPs foi realizada usando a plataforma Fluidigm SNPtype

(http://www.fluidigm.com/snptype-assays.h tml). Cento e quarenta e duas sequências de

primers SNP foram desenhadas e fabricadas para dois painéis de genotipagem

SNPtypeTM (um painel de 96 e outro de 48). Os ensaios foram baseados na reação em

cadeia da polimerase alelo-específica competitiva permitindo a marcação bi-alélica de

SNPs em loci específicos. O Kit ReagenteTM de genotipagem Fluidigm SNPtype foi

utilizado de acordo com as instruções do fabricante combinado a 35ng/uL de cada

Page 64: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PROGRAMA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/elaini_alves.pdf · BIOLOGIA MOLECULAR Diversidade Genética, Resistência à Antracnose

63

amostra de DNA. Ambas as misturas de amostras de DNA e SNPs foram então

carregadas em matriz de genotipagem dinâmica Fluidigm 96.96, que possibilita a

combinação de 96 loci com 96 amostras em 9216 câmaras de reação (Figura 3A), e

submetidas à amplificação alvo-específica a fim de enriquecer as sequências SNP de

interesse. A PCR foi realizada em Termociclador Fluidigm (Figura 3B) e a detecção de

fluorescência executada no sistema EP1TM imager (Fluidigm Corp.) (Figura 3C). Os dados

foram analisados com Fluidigm Genotipagem Analysis Software (Fluidigm, 2011).

A B C Figura 3: Material e equipamentos para genotipagem em plataforma Fluidigm. A-Matriz dinâmica 96.96; B- Load e Termociclador; C- Scan.

Testes de X2 foram aplicados para confirmar os padrões de segregação dos

marcadores moleculares. O cálculo da frequência de recombinação e das distâncias

genéticas entre os marcadores moleculares foi feito utilizando a função de mapeamento

de Kosambi com o auxílio do programa MAPMAKER (Lander et al., 1987; Lincoln et al.,

1992).

Resultados

Dos 50 marcadores SSR utilizados para analisar as amostras de DNA dos

genitores, dezesseis foram selecionados para analisar as amostras de DNA dos genótipos

que compõem a população segregante em virtude do polimorfismo expresso entre os

genitores ou da apresentação de locos igualmente heterozigotos para ambos. Dentre os

dezesseis marcadores selecionados, treze auxiliaram na identificação dos híbridos,

levando à eliminação de 55 genótipos (dentre os 271 utilizados inicialmente) que

provavelmente são provenientes de autofecundação.

A genotipagem com 142 marcadores SNPs permitiu a confirmação de genótipos

que não pertenciam à população segregante desejada, já que a população em estudo é

proveniente de polinização livre. Trinta e oito genótipos apresentaram, em pelo menos

seis locos, alelos ausentes nos genitores.

Page 65: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PROGRAMA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/elaini_alves.pdf · BIOLOGIA MOLECULAR Diversidade Genética, Resistência à Antracnose

64

Assim, eliminaram-se os dados de genotipagem de 93 genótipos resultantes de

prováveis eventos como autofecundação ou polinização proveniente de outras

variedades, bem como três amostras que apresentaram problemas de amplificação,

resultando em 175 híbridos genotipados (Tabela 1).

Tabela 1. Levantamento da identificação de autofecundações e polinizações contaminantes em uma população segregante (‘Haden’ x ‘Tommy Atkins’) com auxílio de marcadores moleculares.

Progênie Número de amostras

Número de locos SSR utilizados

Número de locos SNP utilizados

Inicial

271 50 142

Autofecundações (Haden)

55 13 -

Híbridos de Haden x genitor desconhecido

38 - 42

Híbridos Haden x Tommy Atkins 175 15 54

Pela análise do teste X2, verificou-se que 74 locos segregaram como esperado pela

proporção mendeliana. A progênie apresentou 42 locos segregando na proporção de 1:1

que foram codificados para a análise de ligação genética com os códigos A e H, nos

casos em que o homozigoto apresentou mesmo genótipo de Haden, e B e H, nos casos

em que o homozigoto apresentou o mesmo genótipo de ‘Tommy Atkins’. A progênie

também apresentou 32 locos segregando na proporção de 1:2:1 que foram codificados

como A (alelos provenientes da ´Haden’), B (alelos provenientes da ‘Tommy Atkins’) e H,

para o heterozigoto. Apenas em dois locos houve detecção de alelos nulos e a

codificação para a análise de ligação foi realizada considerando como marcador

dominante.

Dos 74 locos utilizados na análise de ligação genética, 18 mostraram-se ligados em

grupos de dois ou três marcadores. Dentre os 42 que segregaram na proporção de 1:1,

12 mostraram-se ligados em grupos de dois ou três marcadores, enquanto, dentre os 32

que segregaram na proporção de 1:2:1, seis mostraram-se ligados aos pares (Tabela 2).

Como o número de marcadores utilizados até o momento não cobriu o genoma de

forma ampla, optou-se por uma análise de associação entre o fenótipo e cada um dos

marcadores isoladamente utilizados para a genotipagem (etapa em andamento).

Page 66: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PROGRAMA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/elaini_alves.pdf · BIOLOGIA MOLECULAR Diversidade Genética, Resistência à Antracnose

65

Tabela 2. Grupos de ligação formados com base em locos SSR e SNPs para Mangifera indica L.

Padrão GL Locos Distância (cM) Lod score

1:1 1 M02, M15 e LMMA12 20,7 e 6,8 18,30 e 34,02

2 M05 e M51 19,3 19,26

3 M06 e M13 47,5 5,86

4 M23, M25 e M18 0,1 e 8,0 53,28 e 32,57

5 M44 e M45 12,6 24,22

1:2:1 1 LMMA1i e LMMA1ii 49,1 4,03

2 M08i e M19i 1,2 70,87

3 M37i e M38ii 0,0 75,86

Total 8 18 165,3 -

Discussão

A identificação de genótipos provenientes de autofecundação em progênie de

mangueira é essencial numa análise de mapeamento, pois neste tipo de estudo é

fundamental que toda a progênie segregue os alelos de dois genitores contrastantes.

Sabe-se que a mangueira é uma espécie predominantemente alógama, sendo a taxa de

polinização cruzada estimada em aproximadamente 80% (Degani et al., 1997; Rodrigues

et al., 2007). No presente estudo, a porcentagem de autofecundações identificadas na

progênie estudada foi de 20,29%, corroborando, portanto, o que é esperado para uma

população proveniente de polinização livre na cultura.

Com a polinização livre, também é possível que ocorra contaminação na progênie

considerada por pólen de outra variedade genitora. A aplicação de marcadores

moleculares na identificação deste evento também é fundamental em estudos de

mapeamento genético. Autofecundações e contaminações nas progênies nem sempre

precisam ser descartadas num programa de melhoramento genético, porém devem ser

descartadas da composição de uma população para mapeamento que deve ser analisada

com procedimentos estatísticos apropriados. As autofecundações na cultura podem,

portanto, ser aproveitadas no processo de seleção de variedades superiores porque

proporcionam novas combinações gênicas, uma vez que os genótipos gerados através

das polinizações livres devem apresentar níveis consideráveis de heterozigosidade.

Dependendo do tipo de ação gênica predominante na manifestação de um caráter, pode-

se encontrar um genótipo superior através da autofecundação.

Page 67: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PROGRAMA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/elaini_alves.pdf · BIOLOGIA MOLECULAR Diversidade Genética, Resistência à Antracnose

66

Os 18 locos mapeados no presente trabalho formaram oito grupos de ligação

abrangendo 165,3 cM, o que equivale a cerca de 30% da estimativa do tamanho do

genoma da mangueira em cM (440 cM a 590 cM). Kashkush et al. (2001) construíram um

mapa de ligação genética da mangueira definido por 34 marcadores AFLP que formou 13

grupos de ligação e cobriu 161,5 cM. Ambos os mapas cobrem um pequeno percentual

do genoma, já que são esperados 20 grupos de ligação para a mangueira. Um número

maior de marcadores moleculares deve ser aplicado ao mapeamento genético desta

espécie a fim de obter o número de grupos estimado e, assim, aumentar a probabilidade

de identificação de marcas moleculares associadas a características de interesse.

Este capítulo é parte de um trabalho em parceria com o ARS-USDA (Agricultural

Research Service - United States Department of Agriculture) que visa o mapeamento

integrado do genoma da mangueira. Adicionalmente, mais 528 marcadores SNPs estão

sendo aplicados para analisar esta população de mapeamento visando obter um mapa

completo. O mapa integrado deve reunir os dados desta população segregante do Brasil e

os dados de populações segregantes de grupos parceiros da Austrália para compor a

análise final que resultará na publicação. Os dados das avaliações relatadas no capítulo 2

serão utilizados na busca de associação de marcadores moleculares a genes de

resistência à antracnose na cultura, assim como dados de avaliações de resistência da

cultura a outras doenças que estão sendo realizadas pela Embrapa Semiárido integrarão

este trabalho com o ARS-USDA.

Referências

BOREM, A.; MIRANDA, G. V. Melhoramento de Plantas. 5. Ed. Viçosa: Editora Universitária, 2009. 529p.

DEGANI, C.; YUTKO, O.; EL-BATSRI, R.; GAZIT, S. Outcrossing rate in adjacent ‘Maya‘ and ‘Tommy Atkins‘ mango blocks. Scientia Horticulturae, n.70, p.25-30, 1997.

DOYLE, J. J.; DOYLE, J. L. Isolation of plant DNA from fresh tissue. Focus, v.12, p.13-15,

1990.

FERREIRA, M. E.; GRATTAPAGLIA, D. Introdução ao uso de marcadores moleculares em análise genética. Brasília: EMBRAPA/CENARGEN, 1998. 220p.

FLUIDIGM. Fluidigm SNP Genotyping User Guide Rev H1, PN 68000098. South San Francisco, CA: Fluidigm Corporation, 2011.

Page 68: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PROGRAMA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/elaini_alves.pdf · BIOLOGIA MOLECULAR Diversidade Genética, Resistência à Antracnose

67

KASHKUSH, K.; JINGGUI, F.; TOMER, E.; HILLEL, J.; LAVI, U. Cultivar identification and

genetic map of mango (Mangifera indica). Euphytica, v.122, n.1, p.129–36, 2001.

LANDER, E.; GREEN, P.; ABRAHAMSON, J.; BARLOW, A.; DALY, M.J.; LINCOLN, S.E.; NEWBURGH, L. MAPMAKER: An interactive computer package for constructing pimary genetic linkage maps of experiment and natural populations. Genomics, v.1, p.174-181, 1987. LINCOLN, S.E.; DALY, M.; LANDER, E. Constructing genetic maps with MAPMAKER/EXP 3,0. 2.ed. Cambridge, Whitehead Institute Technical Report, 1992. LITZ, R. E. The mango: Botany, Production and Uses. 2 ed. Oxfordshire, UK and Cambridge, Massachusetts (U.S.A.): CAB International. 2009. 671p. RODRIGUES, M. A.; SANTOS, C. A. F.; LIMA, R. S. N.; LIMA NETO, F, P, Identificação de híbridos entre cultivares de mangueira via marcador de DNA AFLP, In: Jornada de Iniciação Científica da EMBRAPA Semi-árido, 2, Anais... Petrolina: Embrapa Semi-Árido, p.141-146, (Documentos, 205), 2007.

Page 69: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PROGRAMA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/elaini_alves.pdf · BIOLOGIA MOLECULAR Diversidade Genética, Resistência à Antracnose

68

CONCLUSÕES GERAIS

Com base em descritores morfológicos e marcadores microssatélites (dentre os

quais 16 desenvolvidos neste estudo) foi possível inferir que variedades brasileiras de

manga possuem ampla diversidade genética, o que confere grande potencial para

utilização em estratégias de desenvolvimento de cultivares superiores.

A avaliação da resistência à antracnose em folhas destacadas de manga evidencia

que a herança é complexa e possui genes de efeito maior.

Na construção do mapa preliminar de ligação genética, a maioria dos locos

genotipados na população segregou de acordo com as proporções mendelianas

esperadas. Um número maior de marcadores moleculares é necessário para a formação

dos vinte grupos de ligação que contem o genoma da manga.

Page 70: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PROGRAMA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/elaini_alves.pdf · BIOLOGIA MOLECULAR Diversidade Genética, Resistência à Antracnose

69

REFERÊNCIAS COMPLEMENTARES

ADAM-BLONDON, A. F., SÉVIGNAE, M., BANNEROT, H.; DRON, M. SCAR, RAPD and RFLP markers linked to a dominant gene (Are) conferring resistance to anthracnose in common bean. Theoretical and Applied Genetics, v.88, p.865-870, 1994. ALZATE-MARIN, A. L.; ARRUDA, M. C. C.; MENARIM, H., CHAGAS, J. M., BARROS, E. G.; MOREIRA, M. A. Identification of RAPD markers linked to resistance genes to anthracnose in common bean cultivars AB136, TO and G2333. Annual Report of the Bean Improvement Cooperative, v.42, p.13-14, 1999. ANDRADE, E. M.; UESUGI, C. H.; UENO, B.; FERREIRA, M. A. S. V. Caracterização Morfocultural e Molecular de Isolados de Colletotrichum gloeosporioides Patogênicos ao Mamoeiro. Fitopatologia Brasileira, v.32, n.1, 2007. ANUÁRIO BRASILEIRO DA FRUTICULTURA. Santa Cruz do Sul: Editora Gazeta Santa Cruz, 2011. ANUÁRIO BRASILEIRO DA FRUTICULTURA. Santa Cruz do Sul: Editora Gazeta Santa Cruz, 2012. ANUÁRIO BRASILEIRO DA FRUTICULTURA. Santa Cruz do Sul: Editora Gazeta Santa Cruz, 2013.

ANUÁRIO BRASILEIRO DA FRUTICULTURA. Santa Cruz do Sul: Editora Gazeta Santa Cruz, 2014.

ARAUZ, L. F. Mango anthracnose: economic impact and current options from integrated management. Plant Disease, v.84, p.600–611, 2000.

BAILEY, J. A.; JEGER, J. M. Colletotrichum: biology, pathology control. Oxford: British Society for Plant Pathology, 1992. 388p. BALLY, I. S. E. Mangifera indica (mango). In: Species Profiles for Pacific Island Agroforestry. 2009. Disponível em: www.traditionaltree.org. Acesso em: 22 de abril de 2009. BEGUM, H.; REDDY, M. T.; MALATHI, S.; REDDY, B. P.; NARSHIMULU, G.; NAGARAJU, J.; SIDDING, E. A. Molecular Analysis of Intracultivar Polymorfism of

Page 71: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PROGRAMA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/elaini_alves.pdf · BIOLOGIA MOLECULAR Diversidade Genética, Resistência à Antracnose

70

‘Panchadarakalasa’ Mango by Microsatellite Markers. Jordan Journal of Biological Sciences, v.6, n.2, p.127-136. 2013a. BEGUM, H.; REDDY, M. T.; MALATHI, S.; REDDY, B. P.; NARSHIMULU, G.; NAGARAJU, J.; SIDDING, E. A. Microsatellite Analysis of Intra Cultivar Diversity in ‘Chinnarasam’ Mango from Andhra Pradesh, India. African Crop Science Journal, v.21, n.2, p.109-117. 2013b. BEGUM, H.; REDDY, M. T.; MALATHI, S.; REDDY, B. P.; NARSHIMULU, G.; NAGARAJU, J.; SIDDING, E. A. Morphological and Microsatellite Analysis of Intravarietal Heterogeneity in ‘Beneshan’ Mango (Mangifera indica L.). International Journal of

Biotechnology Research and Practice, v.1, n.1, p.1‐18, 2013c. BESPALHOK, J. C.F.; GUERRA, E. P.; OLIVEIRA, R. Uso e conservação do germoplasma. In: BESPALHOK, J. C. F.; GUERRA, E. P.; OLIVEIRA, R. Melhoramento de plantas. 2007. Disponível em: <www.bespa.agrarias.ufpr.br/conteudo> (2007). Acesso em: 26 de dez 2014. BHAT, S.; POLANOWSKI, A. M.; DOUBLE, M. C.; JARMAN, S. N.; EMSLIE, K. R. The effect of input DNA copy number on genotype call and characterizing SNP markers in the humpback whale genome using a nanofluidic array. PLoS ONE, v.7, n.6, e39181, 2012.

BORÉM, A. Biotecnologia Florestal. Viçosa: UFV, 2007, 387p.

BOREM, A.; MIRANDA, G. V. Melhoramento de Plantas. 5. Ed. Viçosa: Editora Universitária, 2009. 529p.

BROMAN, K.W., SEN, S.A.A. Guide to QTL mapping with R/qtl. New York: Springer,

2009, 396p.

BROOKES, A. J. The essence of SNPs. Gene, v.234, p.177-186, 1999.

BYERS, R. L.; HARKER, D. B.; YOURSTONE, S. M.; MAUGHAN, P. J.; UDALL, J. A. Development and mapping of SNP assays in allotetraploid cotton. Theoretical and Applied Genetics, v.124, p.1201-1214. 2012. BUENO, L. C. S., MENDES, A. N. G., CARVALHO, S. P. Melhoramento genético de plantas: princípios e procedimentos. Lavras: UFLA, 2001. 282p. CAMPA, A.; GIRALDEZ, R.; FERREIRA, J. J. Genetic Analysis of the Resistance to Eight Anthracnose Races in the Common Bean Differential Cultivar Kaboon. The American Phytopathological Society, v.101, n.6, p.757-764, 2011. CARVALHO, C. R. L., ROSSETTO, C. J., MANTOVANI, D. M. B., MORGANO, M. A., CASTRO, J. V., BORTOLETTO, N. Avaliação de cultivares de mangueira selecionadas pelo instituto agronômico de campinas comparadas a outras de importância comercial. Revista Brasileira de Fruticultura, v.26, n.2, p.264-271, 2004.

CARVALHO, F.M.S.; LEITE JUNIOR, R.P.; UENO, B. Pathogenic characterization of Colletotrichum spp. associated with apple diseases in southern Brazil. Fitopatologia Brasileira, Brasília, v.25, p.72-78, 2000.

Page 72: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PROGRAMA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/elaini_alves.pdf · BIOLOGIA MOLECULAR Diversidade Genética, Resistência à Antracnose

71

CHAN, M.; CHAN, M. W.; LOH, T. W.; LAW, H. Y.; YOON, C. S.; THAN, S. S.; CHUA, J. M.; WONG, C. Y. ; YONG, W. S.; YAP, Y. S.; HO, G. H.; ANG, P.; LEE, A. S. G. Evaluation of nanofluidics technology for high-throughput SNP genotyping in a clinical setting. The Journal of Molecular Diagnostics, v.13, n.3, 2011. CHIANG, Y. C.; TSAI, C. M.; CHEN, Y. K.; LEE, S. R.; CHEN, C. H.; LIN, Y. S.; TSAI, C. C. Development and characterization of 20 new polymorphic microsatellite markers from Mangifera indica (Anacardiaceae). American Journal of Botany, v.99, n.3, p.117-9, 2012. COATES L.M., MUIRHEAD I.F., IRWIN J.A.G., GOWANLOCK D.H. Initial infection processes by Colletotrichum gloeosporioides on avocado fruit. Mycological Research, v.97, p.1363-1370, 1993. CUNHA, M. M.; COUTINHO, C. C.; JUNQUEIRA, N. T. V.; FERREIRA, F. R. Manga para exportação: aspectos fitossanitários. EMBRAPA. (Série Publicações Técnicas FRUPEX), 1993. 104p.

CUNHA, A. P.; SAMPAIO, J. M. M.; NASCIMENTO, A. S.; SANTOS FILHO, H. P.; FONSECA, N. A cultura da Manga. Brasília: EMBRAPA – SPI, 1994a. 54p.

CUNHA, A. P.; SAMPAIO, J. M. M.; NASCIMENTO, A. S.; SANTOS FILHO, H. P.; MEDINA, V. M. Manga para exportação: aspectos técnicos da produção. Brasília: EMBRAPA – SPI, 1994b. 35p. (FRUPEX. Publicações Técnicas, 8).

DANTAS NETO, A.; CORRÊA, R. X.; MONTEIRO, W. R.; LUZ, E. D. M. N; GRAMACHO,

K. P.; LOPES, U. V. Caracterização de uma População de Cacaueiro para Mapeamento

de Genes de Resistência à Vassoura-de-Bruxa e Podridão-Parda. Fitopatologia

Brasileira, v.30, n.4, p.380-386, 2005.

DÍAZ-MATALLANA, M.; SCHULER-GARCÍA, I.; RUIZ-GARCIA, M.; JARAMILLO, E. H. Analysis of diversity among six populations of Colombian mango (Mangifera indica L. cvar, Hilacha) using RAPDs markers. Electronic Journal of Biotechnology, v.12, n.3, p.1-8, 2009. DICKMAM, M. B. Papaya diseases caused by fungi-Anthracnose. In: PLOETZ, R. C. (Ed.). Compendium of tropical fruit disease. 2. ed. St. Paul: APS Press, 1994, p.58-64.

DONADIO, L. C. Variedades de mangueira, In: SÃO JOSÉ, A. R.; SOUZA, I. V. B,; MARTINS FILHO, J.; MORAIS, O. M. Manga, Tecnologia de produção e mercado. Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Vitória da Conquista, p.32-56, 1996.

DUVAL, M. F.; BUNEL, J.; SITBON, C.; RISTERUCCI, M. Development of microsatellite markers for mango (Mangifera indica L,). Molecular Ecology Notes, v.5, p.824–826, 2005.

EIADTHONG, W.; YONEMORI, K.; KANZAKI, S.; SUGIURA, A. Amplified Fragment Length Polymorphism Analysis for Studying Genetic Relationships among Mangifera

Page 73: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PROGRAMA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/elaini_alves.pdf · BIOLOGIA MOLECULAR Diversidade Genética, Resistência à Antracnose

72

Species in Thailand. Journal of the American Society for Horticultural Science, v.125, n.2, p.160-164, 2000. FALEIRO, F. G.; RAGAGNIN, V. A.. SCHUSTER, I.; CORRÊA, R. X.; GOOD-GOD, P. I.; BROMMONSHENKEL, S. H.; MOREIRA, M. A.; BARROS, E. G. Mapeamento de genes de resistência do feijoeiro à ferrugem, antracnose e mancha-angular usando marcadores RAPD. Fitopatologia Brasileira, v.28, p.59-66, 2003. FEICHTENBERGER, E.; BASSANEZI, R. B.; SPÓSITO, M. B.; BELASQUE JR., J. Doenças dos citros (Citrus spp.). In: KIMATI, H.; AMORIM, L.; REZENDE, J. A. M.; BERGAMIN FILHO, A.; CAMARGO, L. E. A. Manual de fitopatologia: Doenças das plantas cultivadas. 4ed. São Paulo: Agronômica Ceres, 2005. cap.28, p.239-269.

FERRARI, J. T. ; DOMINGUES, R. J. ; TÖFOLI, J.G. ; NOGUEIRA, E. M. C. Antracnose

associada às fruteiras. 2011. (Comunicado Técnico).

FERREIRA, M.E.; GRATTAPAGLIA, D. Introdução ao uso de marcadores moleculares em análise genética. Brasília: EMBRAPA-CENARGEN, 1998. 220p FILGUEIRAS, H. A. C.; MENEZES, J. B.; AMORIM, T. B. F.; ALVES, R. E.; CASTRO, E. B. Características da fruta para exportação. In: FILGUEIRAS, H. A. C. (Org.). Manga: pós-colheira. Brasília, DF. Embrapa Comunicação para Transferência de Tecnologia, Fortaleza. Embrapa Agroindústria Tropical, 2000. (Frutas do Brasil, 2). FISCHER, I. H, ARRUDA, M. C., ALMEIDA, A. M. GALLI, J. A., BERTANI, R. M. A. JERÔNIMO, E. M. Doenças pós-colheita em variedades de manga cultivadas em Pindorama, São Paulo. Revista Brasileira de Fruticultura, v.31, n.2, p.352-359, 2009. FLOR, H. H. Host-parasite interaction in flax rust - Its genetics and other implications. Phytopathology, v.45, p.680-85, 1955. FLUIDIGM. Fluidigm SNP Genotyping User Guide Rev H1, PN 68000098. South San Francisco, CA: Fluidigm Corporation, 2011. GALLI, J. A.; SILVEIRA, L. C. P.; MICHELOTTO, M. D.; MARTINS, A. L. M. Avaliação da incidência de antracnose, do desempenho e estado nutricional de variedades de mangueira, para cultivo orgânico, na região centro-norte do estado de São Paulo. Revista Brasileira de Fruticultura, v.31, n.3, p.701 -709, 2009. GANAL, M. W.; ALTMANN, T.; RODER, M. S. SNP identification in crop plants. Current Opinion in Plant Biology, v.12, p.211-217, 2009. GEFFROY, V.; SÉVIGNAC, M.; DE OLIVEIRA, J. C.; FOUILLOUX, G.; SKROCH, P.; THOQUET, P.; GEPTS, P.; LANGIN, T.; DRON, M. Inheritance of partial resistance against Colletotrichum lindemuthianum in Phaseolus vulgaris and co-localization of quantitative trait loci with genes involved in specific resistance. Molecular Plant Microbe Interactions, v.13, n.3, p.287-296, 2000. GONÇALVES-VIDIGAL, M. C.; MEIRELLES, A. C.; POLETINE, J. P.; DE SOUSA, L. L.

CRUZ, A. S.; NUNES, M. P.; LACANALLO, G. F.; VIDIGAL, P. S. Genetic analysis of

Page 74: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PROGRAMA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/elaini_alves.pdf · BIOLOGIA MOLECULAR Diversidade Genética, Resistência à Antracnose

73

anthracnose resistance in Pitanga dry bean cultivar. Plant Breeding, v.131, p.423-429,

2012.

GRIFFITHS, A. J. F.; WESSLER, S. R.; LEWONTIN, R. C.; CARROLL, S. B. Introdução

à Genética. Trad. MOTTA, P. A. 9. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. 744p.

HELYAR, S. J.; HEMMER-HANSEN, J.; BEKKEVOLD, D.; TAYLOR, M. I.; OGDEN, R.; LIMBORG, M. T.; CARIANI, A.; MAES, G. E.; DIOPERE, E.; CARVALHO, G. R.; NIELSEN, E. E. Application of SNPs for population genetics of nonmodel organisms: new opportunities and challenges. Molecular Ecology Resources, v.11, p.123-136, 2011. HIDAYAT, T.; PANCORO, A.; KUSUMAWATY, D.; EIADTHONG, W. Molecular Diversification and Philogeny of Mangifera (Anacardiaceae) in Indonesia and Thailand. Proceeding of the Intenational Conference on Advanced Science, Engineering and Information Technology 2011. Malaysia, January, 2011. HIDAYAT, T.; ARIF, S. M.; SAMAD, A. A. Molecular Biodiversity of Selected Mango Cultivars Based on DNA Sequences of Internal Transcribed Spacer Region. Pakistan Journal of Biological Sciences, v.16, n.19, p.1072-1075, 2013. HONSHO, C.; NISHIYAMA, K.; EIADTHONG, W.; YONEMORI, K. Isolation and characterization of new microsatellite markers in mango (Mangifera indica), Molecular Ecology Notes, v.5, p.152–154, 2005.

INDEX FUNGORUM. Disponível em:<

http://www.indexfungorum.org/names/NamesRecord.asp?RecordID=158410 >, acessado maio de 2015. JAYASINGHE, C. K.; FERNANDO, T. H. P. S. First Report of Colletotrichum Acutatum on Mangifera Indica in Sri Lanka. Ceylon Journal of Science, v.38, n.1, p.31-34, 2009. JIN, Q.; WATERS, D.; CORDEIRO, G. M.; HENRY, R. J.; REINKE, R. F. A single nucleotide polymorphism (SNP) marker linked to the fragrance gene in rice (Oryza sativa L.). Plant Science, v.165, p.359-364, 2003. JUNQUEIRA, N. T. V.; CUNHA, M. M.; RAMOS, V. H. V. Doenças da mangueira. In: MANICA, I.; MLAVOLTA, E.; ICUMA, I. M.; CUNHA, M. M.; OLIVEIRA JUNIOR, M. E.; JUNQUEIRA, N. T. V.; RAMOS, V. H. V. Manga: tecnologia, produção, pos-colheita, agroindústria e exportação. Porto Alegre: Cinco Continentes, 2001. 617p. JUNQUEIRA, N. T. V.; ANJOS, J. R. N.; SILVA, A. P. O.; CHAVES, R. C.; GOMES, A. C. Reação às doenças e produtividade de onze cultivares de maracujá-azedo cultivadas sem agrotóxicos. Pesquisa agropecuária brasileira, v.38, n.8, p.1005-1010, 2003. KASHKUSH, K.; JINGGUI, F.; TOMER, E.; HILLEL, J.; LAVI, U. Cultivar identification and genetic map of mango (Mangifera indica). Euphytica, 122, v.1, p.129–36, 2001. KELLY, J. D.; VALLEJO, V. A. A Comprehensive Review of the Major Genes Conditioning Resistance to Anthracnose in Common Bean. Horticultural Science, v.39, n.6, p.1196-1207, 2004.

Page 75: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PROGRAMA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/elaini_alves.pdf · BIOLOGIA MOLECULAR Diversidade Genética, Resistência à Antracnose

74

KIM, S.H.; YOON, J.B.; DO, J.W.; PARK, H.G. A major recessive gene associated with anthracnose resistance to Colletotrichum capsici in chili pepper (Capsicum annuum L.). Breeding Science, v.58, p. 137–141, 2008. KOSTERMANS, A. F. G. H.; BOMPARD, J. M. The Mangoes: Botany, Nomenclature, Horticulture and Utilization. London: Academic Press, 1993.

KUMAR, N. V. H., NARAYANASWAMY, P., PRASAD, D.T., MUKUNDA, G.K., SONDHUR, S.N. Estimation of genetic diversity of commercial mango (Mangifera indica L.) cultivars using RAPD markers. The Journal of Horticultural Science and Biotechnology, v.76, n.5, p.529–533, 2001. KUMAR, M.; PONNUSWAMI, V.; NAGARAJAN, P.; JEYAKUMAR, P.; SENTHIL, N. Molecular characterization of ten mango cultivars using simple sequences repeat (SSR) markers. African Journal of Biotechnology, v.12, n.47, p.6568-6573, 2013. LIAO, P., LEE, K.H. From SNPs to functional polymorphism: the insight into biotechnology applications. Biochemical Engineering Journal, v. 49, p.149-158, 2010. LIMA, N. B.; BATISTA, M. V. A.; MORAIS, M. A.; BARBOSA, M. A. G.; MICHEREFF, S. J.; HYDE, K. D.; CÂMARA, M. P. S. Five Colletotrichum species are responsible for mango anthracnose in northeastern Brazil. Fungal Diversity, v. 61, p. 75-88, 2013. LITZ, R. E. The mango: Botany, Production and Uses. 2 ed. Oxfordshire, UK and Cambridge, Massachusetts (U.S.A.): CAB International. 2009. 671p.

LÓPEZ-VALENZUELA, J.A.; MARTÍNEZ, O.; PAREDES-LÓPEZ, O. Geographic

differentiation and embryo type identification in Mangifera indica L. Cultivars Using RAPD

Markers. Horticulture Science, v.32, n.6, p. 1105-1108, 1997.

LOPEZ, A. M. Q.; LUCAS, J. A. Colletotrichum isolates related to anthracnose of cashew trees in Brazil: morphological and molecular description using LSU rDNA sequences. Brazilian Archives of Biology and Technology, v.53, n.4, p.741-752, 2010.

LÓPEZ, A. M. Q.; PEREIRA, D. S. T. Interação entre Colletotrichum gloeosporioides e

ecótipos de pinha. Bragantia: Revista de Ciências Agronômicas, v.69, n.1, p.105-114,

2010.

MAHASUK, P.; KHUMPENG, N.; WASEE, S.; TAYLOR, P. W. J.; MONGKOLPORN, O. Inheritance of resistance to anthracnose (Colletotrichum capsici) at seedling and fruiting stages in chili pepper (Capsicum spp.). Plant Breeding, v.128, p.701-706, 2009. MAMMADOV, J., AGGARWAL, R. BUYYARAPU, R. KAMPATTA, S. SNP markers and their impact on plant breeding. International Journal of Plant Genomics, 2012. Volume 2012. Seção especial. p1. MANICA, I. Fruticultura Tropical: Manga. São Paulo: Editora Agronômica Ceres, 1981. 135p.

Page 76: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PROGRAMA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/elaini_alves.pdf · BIOLOGIA MOLECULAR Diversidade Genética, Resistência à Antracnose

75

______. Colheita – embalagem – armazenamento. In: ______. Manga: tecnologia produção, agroindústria e exportação. Porto Alegre: Cinco Continentes, p.435-543, 2001.

MARIN, A. L. A.; COSTA, M. R.; MENARIN, H.; MOREIRA, M. A.; BARROS, E. G.

Herança da Resistência à Antracnose na Cultivar de Feijoeiro Comum Cornell 49-242.

Fitopatologia Brasileira, v. 28, n.3, p.302-306, 2003.

MATIELLO, R. R.; BRUNELLI, K. R.; LOPES, M. T. G.; MORELLO, R. M. S. C.; SILVA, H.

P.; CAMARGO, L. E. A. Inheritance of resistance to anthracnose stalk rot (Colletotrichum

graminicola) in tropical maize inbred lines. Crop Breeding and Applied Biotechnology,

v.12, p.179-184, 2012.

MATTHEW, B.; ANDRES, C.; PENMETSA, R.; ANDREW, F.; NOELIA, C.; DOUG, C. A high-throughput SNP marker system for parental polymorphism screening, and diversity analysis in common bean (Phaseolus vulgaris L.). Theoretical and Applied Genetics, v.126, n.2, p.535, 2013. MENEZES, M. Aspectos biológicos e taxonômicos de espécies do gênero Colletotrichum. Fitopatologia Brasileira, v.27, p.523-524, 2002. MORIN P.A., LUIKART G., WAYNE R.K. SNPs in ecology, evolution and conservation. Trends in Ecology & Evolution, v.19, p.208-216, 2004.

MUKHERJEE, S. K., LITZ, R. E. Introduction: Botany and importance. In: Litz, R. E. (Ed.) The mango Botany, production and Uses. Wallingford, Oxon: CAB International, 1998, p.1-19.

NISHIYAMA, K.; CHOI, Y. A.; HONSHO, C.; EIADTHONG, W.; YONEMORI, K. A pplication of genomic in situ hybridization for phylogenetic study between Mangifera indica L. and eight wild species of Mangifera. Scientia Horticulturae, v.110, p.114-117, 2006. PANDIT, S. S.; MITRA, S.; GIRI, A. P.; PUJARI, K. H.; PATIL, B. P.; JAMBHALE, N. D.; GUPTA, V. S. Genetic diversity analysis of mango cultivars using inter simple sequence repeat markers. Current Science, v.93, n.8, p.1135-1141, 2007. PLOETZ, R. C. Mango diseases caused by fungi: Antracnose. In: PLOETZ, R. C.; ZENTMEYER, G. A.; NISHUJIMA, N. T.; ROHRBASCH, K. G.; OHR, H. D. (Eds.). Compendium of Tropical Fruit Diseases. APS Press. St. Paul, Minnesota, p.35-36, 1994.

PRUSKY, D.; KEEN, N.T. Involvement of preformed antifungal compounds in the

resistance of subtropical fruits to fungal decay. Plant Disease, v.77, p.114-119, 1993.

PRUSKY, D.; KOBILER, I.; MIYARA, I.; ALKAN, N. Fruit Diseases. In: Litz, R. E., ed. The mango Botany, production and Uses. Wallingford, Oxon: CAB International, 2009.

RAFALSKI, J. A. Association Genetics in Crop Improvement. Current Opinion in Plant Biology, v.13, p.174-180, 2010.

Page 77: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PROGRAMA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/elaini_alves.pdf · BIOLOGIA MOLECULAR Diversidade Genética, Resistência à Antracnose

76

RAVISHANKAR, K. V.; CHANDRASHEKARA, P.; SREEDHARA, S. A.; DINESH, M. R.; ANAND, L.; SAIPRASAD, G. V. S. Diverse genetic bases of Indian polyembryonic and monoembryonic mango (Mangifera indica L) cultivars. Current Science, v.87, n.7, 2004.

RAVISHANKAR, K. V.; MANI, B. H.; ANAND, L.; DINESH, M. R. Development of new microsatellite markers from mango ( Mangifera indica ) and cross-species amplification. American Journal of Botany, v.98, p.96-99, 2011.

RIBEIRO, I. C. N. S.; SANTOS, C. A. F.; LIMA NETO, F. P. Morphological Characterization of Mango (Mangiferaindica) Accessions Based on Brazilian Adapted descriptors. Journal of Agricultural Science and Technology, v.3, p.798-806, 2013.

SALLES, G.; BUSO, G. S. C.; CIAMPI, A. Y.; MORETZSOHN, M. C.; AMARAL, Z. P. S. Protocolo para desenvolvimento de marcadores microssatélites. Circular Técnica, v. 20, p.1-11, 2003.

SANTOS, C. A. F., LIMA NETO, F. P., RODRIGUES, M. A., COSTA, J. G. Similaridade genética de acessos de mangueira de diferentes origens geográficas avaliadas por marcadores AFLP. Revista Brasileira de Fruticultura, v.30, n.3, p.736-740, 2008.

SCHLOTTERER, C. Opinion: The evolution of molecular markers – just a matter of fashion? Nature, v.5, p.63-69, 2004. SCHNELL, R. J.; OLANO, C. T.; QUINTANILLA, W. E.; MEEROW, A. W. Isolation and characterization of 15 microsatellite loci from mango ( Mangifera indica L.) and cross-species amplification in closely related taxa. Molecular Ecology Notes, v.5, p.625-627, 2005. SCHNELL, R. J.; BROWN, J. S.; OLANO, C. T.; MEEROW, A. W.; CAMPBELL, R. J.; KUHN, D. N. Mango Genetic Diversity Analysis and Pedigree Inferences for Florida Cultivars Using Microsatellite markers. Journal of the American Society for Horticultural Science, v.131, n.2, p.214-224, 2006. SEEB J.E., CARVALHO G., HAUSER L., NAISH K., ROBERTS S., SEEB L.W. Single-nucleotide polymorphism (SNP) discovery and applications of SNP genotyping in nonmodel organisms. Molecular Ecology Resources, v.11, p.1-8, 2011. SHARMA, D. K.; MAJUMDER, P. K. Further studies on inheritance in mango. Acta Horticulturae, v.231, p.106–11, 1988. SINGH, J. P.; SHARMA, S. K. Controlling anthracnose of guava caused by Glomerella cingulata by fumigation. Indian Phytopathology, v.35, p.273,1982.

TOLEDO, E. R.; LEANDRO, R. A.; SOUZA JUNIOR, C. L.; SOUZA, A. P. Mapeamento de QTLs: Uma abordagem bayesiana. Revista Brasileira de Biometria, v.26, p.107-114, 2008. TOMAR, R. S.; GAJERA, H. P.; VIRADIYA, R. R.; PATEL, S. V.; GOLAKIYA, B. A. Phylogenetic relationship among Mango (Mangifera indica L.) Landraces of Saurashtra based on DNA fingerprinting. Journal of Horticulture and Forestry, v.3, n.13, p.379-385, 2011.

Page 78: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PROGRAMA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/elaini_alves.pdf · BIOLOGIA MOLECULAR Diversidade Genética, Resistência à Antracnose

77

TÓTH, G.; GÁSPÁRI, Z.; JURKA, J. Microsatellite in different eukaryotic genome survey and analysis. Genome Research, v.10, n.7, p.967-981, 2000.

VIRUEL, M. A.; ESCRIBANO, P.; BARBIERI, M.; FERRI, M. HORMAZA, J. I. Fingerprinting, embryo type and geographic dierentiation in mango (Mangifera indica L., Anacardiaceae) with microsatellites. Molecular Breeding, v.15, p.383-393, 2005. YONEMORI, K.; HONSHO, C.; KANZAKI, S.; EIADTHONG, W.; SUGIURA, A. Phylogenetic relationships of Mangifera species revealed by ITS nuclear sequences of ribosomal DNA and a possibility of their hybrid origin. Plant Systematics and Evolution, v.231, p.59-75, 2002. YORINORI, J. T.; KIIHL, R. A. S. Melhoramento de plantas visando resistência a doenças. In: Recursos genéticos e melhoramento – plantas. Eds: NASS, L. L.; VALOIS, A. C. C.; MELO, I. S.; VALADARES-INGLIS, M. C. Rondonópolis: Fundação MT, 2001. 1183p. YOUNG, N. D. QTL mapping and quantitative disease resistance in plants. Annual Review of Phytopathology, v.34, p.479-501, 1996.