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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA MOLECULAR GENÉTICA E EVOLUÇÃO DE Moniliophthora perniciosa DE HOSPEDEIROS SOLANÁCEOS E MALVÁCEOS NARA GEÓRGIA RIBEIRO BRAZ PATROCÍNIO ILHÉUS-BAHIA-BRASIL Fevereiro de 2016

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA

MOLECULAR

GENÉTICA E EVOLUÇÃO DE Moniliophthora perniciosa DE

HOSPEDEIROS SOLANÁCEOS E MALVÁCEOS

NARA GEÓRGIA RIBEIRO BRAZ PATROCÍNIO

ILHÉUS-BAHIA-BRASIL

Fevereiro de 2016

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NARA GEÓRGIA RIBEIRO BRAZ PATROCÍNIO

GENÉTICA E EVOLUÇÃO DE Moniliophthora perniciosa DE

HOSPEDEIROS SOLANÁCEOS E MALVÁCEOS

Tese apresentada à Universidade Estadual

de Santa Cruz, como parte das exigências

para obtenção do título de Doutora em

Genética e Biologia Molecular.

Orientadora: Dra. Karina Peres Gramacho.

Área de concentração: Genética e

Biologia Molecular

ILHÉUS-BAHIA-BRASIL

Fevereiro de 2016

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P314 Patrocínio, Nara Geórgia Ribeiro Braz. Genética e evolução de Moniliophthora perni- ciosa de hospedeiros solanáceos e malváceos / Nara Geórgia Ribeiro Braz Patrocínio. – Ilhéus, BA: UESC, 2016. xi, 66f. : Il. Orientadora: Karina Peres Gramacho. Tese (Doutorado) – Universidade Estadual de Santa Cruz. Programa de Pós-Graduação em Gené- tica e Biologia Molecular. Inclui referências.

1. Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 2. Fungos fitopatogênicos. 3. Plantas – Melhoramento genéti- cos. 4. Relação hospedeiro-parasito. I. Título.

CDD 632.4

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NARA GEÓRGIA RIBEIRO BRAZ PATROCÍNIO

GENÉTICA E EVOLUÇÃO DE Moniliophthora perniciosa DE HOSPEDEIROS

SOLANÁCEOS E MALVÁCEOS

Tese apresentada à Universidade

Estadual de Santa Cruz, como parte

das exigências para obtenção do título

de Doutora em Genética e Biologia

Molecular. Orientadora: Dra. Karina

Peres Gramacho.

Área de concentração: Genética e

Biologia Molecular

Aprovada: em 25 de Fevereiro de 2016

__________________________________ __________________________________

Acássia Benjamim Leal Pires Enrique Arévalo Gardini

(UNEB) (UNAS)

__________________________________ __________________________________

Janisete da Silva Miller Leandro Lopes Loguercio

(UESC) (UESC)

__________________________________

Karina Peres Gramacho

Orientadora

(CEPLAC-UESC)

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“A menos que modifiquemos a nossa maneira de pensar, não seremos capazes de

resolver os problemas causados pela forma como nos acostumamos a ver o

mundo”. (Albert Einstein)

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Aos meus pais José Antônio Cardoso Braz e Maria Jorgina Ribeiro Braz

Aos meus irmãos George Braz e Juliano Braz, pelo amor, pelo apoio e por

acreditarem em mim.

Ofereço

A minha querida filha Isabela Patrocínio que me ensinou o que é amor

incondicional.

Dedico

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AGRADECIMENTOS

A longa caminha rumo à obtenção de um título não é nada fácil! Verdadeiras batalhas

são travadas em busca do conhecimento e sem a ajuda destas pessoas aqui citadas esse

sonho não teria se tornado real. A vida durante esse período se resume a estudo das

disciplinas, trabalhos no laboratório, análise de dados, artigos, apresentações e a tão

temida estatística... Felizmente não é pelo valor de “p” que descobrimos a significância

das pessoas na nossa trajetória.

Quero agradecer primeiramente ao meu eterno e grandioso Deus pelas graças

concedidas a mim: a coragem de tentar esse desafio, força de vontade e determinação

nos momentos difíceis, consolo e paz nos momentos de tribulação;

À minha mãe Gina por seus conselhos, seu ombro amigo, pela companhia e por ser a

maior incentivadora dos meus estudos. Ao meu pai Braz, pelo apoio incondicional, pelo

carinho e amor e por me estender a mão sempre que precisei. Aos meus irmãos e

familiares, pela força, reconhecimento e amor que tem me oferecido em toda minha

jornada;

À minha orientadora Drª Karina Peres Gramacho pelos conhecimentos a mim

transmitidos, pela paciência e dedicação, atenção e boa vontade, e sobre tudo pela

solidificação de uma grande amizade.

À Lívia e Lahyre, minhas co-orientadoras, pela ajuda indispensável na etapa de análise

dos dados e na correção dos artigos;

Aos Drs. Uilson Vanderlei Lopes e Didier Clement, pelas sugestões e grande ajuda nas

análises estatísticas deste trabalho;

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Aos Drs. Paulo Cesar Ceresini e Eduardo Mizubuti pela colaboração nas análises e

elaboração do primeiro capítulo desta Tese.

À Universidade Estadual de Santa Cruz e ao programa de pós-graduação em Genética e

Biologia Molecular da UESC pela oportunidade de realização do curso de Doutorado. À

CAPES pela concessão da bolsa de doutorado. À FIOCRUZ - Salvador, por sua

cooperação técnica e parceria nos estudos de Microscopia Eletrônica. À

CEPLAC/CEPEC pela disponibilidade de infraestrutura laboratorial para a realização de

todos os experimentos;

Aos meus amigos e companheiros: Geovane, Marcos, Analine, Keila, Rafaela da Terra,

Rafaela do Mar, Everton, Louise Mari Carvalho e Tamires que compartilharam comigo

a experiência de viver na “Caverna do Dragão” sob os conselhos do “Mestre dos

Magos” e a constante perseguição do “Vingador”, contudo a nossa alegria é a certeza de

que todos iriam achar o caminho de volta pra casa!

Às minhas grandes amigas Sanlai e Rangeline, que acompanharam minha trajetória

acadêmica contribuindo sempre que podiam, principalmente com palavras de conforto e

conselhos, um ombro amigo e muita resenha! À Francisca e Kaleandra, pelo apoio nos

trabalhos e pelas risadas compartilhadas em meio a tantos contratempos;

A todo o pessoal do Laboratório FITOMOL, pelo convívio, companheirismo e pelos

momentos compartilhados (José Reis, Joselito e Luiz). Aos amigos da CEPLAC: Drª

Edna pelo carisma e otimismo, Cenilda, Milde, Márcia, Dilze, Denise, Tita, Marquinho,

Magui, Joel, Raimundo, Lurdinha e Eduardo Catarino pela convivência e

companheirismo.

Aos colegas, professores e secretárias do Doutorado em Genética e Biologia Molecular,

pela alegria, amizade, incentivo, cooperação, e bons momentos compartilhados;

A todos que, contribuíram para a concretização deste sonho, meu sincero OBRIGADA!

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ÍNDICE

EXTRATO .................................................................................................................... vi

ABSTRACT ................................................................................................................ viii

1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 1

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................ 3

3. CAPÍTULO 1. Population structure and migration of the witches’ broom

pathogen Moniliophthora perniciosa from cacao, cultivated and wild solanaceous

hosts in Southeastern in Brazil ……............................................................................. 9

3.1 Abstract ............................................................................................................... 9

3.2 Introduction ........................................................................................................ 9

3.3 Materials and Methods ..................................................................................... 10

3.4 Results .............................................................................................................. 13

3.5 Discussion ......................................................................................................... 16

3.7 Acknowledgments ............................................................................................ 19

3.7 Literature cited .................................................................................................. 19

4. CAPÍTULO 2. Análises filogenéticas do fungo Moniliophthora perniciosa

associados a hospedeiros solanáceos e malváceos no Brasil revelam uma nova

espécie de Moniliophthora ....………………………………………………………... 20

4.1Resumo .............................................................................................................. 20

4.2 Introdução ......................................................................................................... 21

4.3 Material e Métodos ........................................................................................... 23

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4.4 Resultados ......................................................................................................... 29

4.5 Discussão .......................................................................................................... 34

4.6 Literatura Citada ............................................................................................... 39

4.7 Figuras .............................................................................................................. 43

4.8 Tabelas .............................................................................................................. 54

5. CONCLUSÕES GERAIS ....................................................................................... 61

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................. 62

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EXTRATO

PATROCINIO, Nara Georgia Ribeiro Braz. Universidade Estadual de Santa Cruz,

Ilhéus, Fevereiro de 2016. Genética e evolução de Moniliophthora perniciosa de

hospedeiros solanáceos e malváceos. Orientadora: Karina Peres Gramacho. Co-

orientadoras: Lívia Santos Lima Lemos e Lahyre Izaete Silveira Gomes.

A determinação da estrutura genética da população de Moniliophthora

perniciosa é um componente importante para estudos de epidemiologia molecular da

vassoura-de-bruxa do cacaueiro. Isolados de M. perniciosa foram coletados nas regiões

sudeste da Bahia (18 municípios) e no município de Lagoa Dourada em Minas Gerais

no Brasil. Os isolados foram obtidos de diversos hospedeiros da família Solanaceae e

Malvaceae subdivididos em cinco grupos: CS – solanáceas cultivadas, JU – jurubebas,

CA – caiçaras, LO – lobeiras e TH – cacau, cupuaçu e herrania. Inicialmente,

utilizaram-se marcadores SSR para estimar a diversidade genética. Obtiveram-se 63

haplótipos com 11 locos. Análise de coordenadas principais, Análise Bayesiana

(structure) e o Minimum-Spanning Network (MSN) revelaram a existência de

subpopulações baseada no hospedeiro de M. perniciosa no Brasil. Estatísticas ST

foram consistentes com um nível relativamente elevado de diferenciação entre as

populações (ST = 0.30, p ≤ 0,05). A análise de variância molecular revelou

diferenciação entre subpopulações de M. perniciosa de diferentes hospedeiros, com

69,8% e 30,1% da variação genética total distribuída dentro e entre subpopulações de

M. perniciosa. Taxas de migração histórica foram reconstruídas e apresentou valores

que explicaram os atuais níveis de subdivisão da população. As análises combinadas

indicam a existência de subpopulações de M. perniciosa com linhagens historicamente

divergentes que provavelmente evoluíram através de “host jump”. Dezessete

marcadores foram analisados quanto ao polimorfismo, e oito deles foram polimórficos e

destes oito, cinco foram escolhidos para as análises filogenéticas (MpGAPD, RPB1,

vi

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MCM7, LSU and ITS) baseadas na diversidade e na neutralidade do marcador.

Utilizaram-se sequências parciais dos genes MpGAPD (396pb), RPB1 (620pb), MCM7

(640pb), LSU (1250pb) e a região do espaçador interno transcrito do rDNA (ITS)

(650pb) para estimar a diversidade molecular e análises filogenéticas. Sequências de 78

isolados foram obtidas para os 4 marcadores exceto MCM7 que sequenciou 35 isolados.

A diversidade nucleotídica (π=0,01) e o número médio de diferenças nucleotídicas

(K=6,3) foi obtido para o loco MCM7. Os índices de diversidade haplotípica foram

considerados altos (Hd>0,5) para MpGAPD, RPB1, MCM7, LSU, MpBeta e Mating

type. Verificou-se também a frequência de SNPs nas subpopulações propostas nesse

trabalho. A maior frequência de SNPs foi encontrada entre os isolados oriundos do

hospedeiro lobeira (LO), seguido pelos isolados oriundos dos hospedeiros: cacau,

cupuaçu e herrania (TH), os isolados de solanáceas cultivadas (CS) e de jurubeba (JU)

apresentaram frequência de mutações mais baixas (inferiores a 50%). Através de

combinações de análises morfológicas auxiliando na classificação taxonômica, análises

genéticas através de marcadores SSRs e filogenia, e análises de patogenicidade

contribuíram para esclarecer a adaptabilidade de isolados de M. perniciosa em

cacaueiros e hospedeiros solanáceos. Apresenta-se aqui uma revisão na taxonomia de

Moniliophthora perniciosa que infecta caiçara e é sugerida uma nova espécie:

Moniliopthora stipulaceum sp. nov.

vii

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ABSTRACT

PATROCINIO, Nara Georgia Ribeiro Braz. Universidade Estadual de Santa Cruz,

Ilhéus, in February 2016. Genetics and Evolution of Moniliophthora perniciosa from

Solanaceous and Malvaceous hosts. Advisor: Karina Peres Gramacho. Committe:

Lívia Santos Lima Lemos and Lahyre Izaete Silveira Gomes.

Characterizing the genetic structure of Moniliophthora perniciosa, causal agent

of witches’ broom disease of cacao is an important component to understanding the

biology of this pathogen. Isolates of M. perniciosa were collected in southeastern Bahia

(18 municipalities) and Lagoa Dourada, Minas Gerais, Brazil. A total of 203 isolates

were obtained from several hosts of the Solanaceae and Malvaceae families and, for the

purpose of this study, subdivided into five groups: CS-solanaceous cultivated, JU-

jurubebas, CA-caiçaras, LO-lobeiras and TH-cacao, Cupuassu and Herrania. Initially,

SSR markers were used to estimate the existence of M. perniciosa subpopulations.

Factorial correspondence analyses, minimum-spanning network and Bayesian clustering

revealed genetic clusters associated with their host of origin. Significant subpopulation

differentiation was evident (ΦST = 0.30, P ≤ 0.05) among M. perniciosa host

subpopulations. Most of the multilocus microsatellite genotypes (MLMGs) were host-

specific, with few MLMGs shared among subpopulations. Pairwise comparisons among

M. perniciosa host subpopulations were significant, except between jurubeba (Solanum

paniculatum) and cultivated solanaceous subpopulations. Historical migration rates

were reconstructed and presented values that explained the current levels of population

subdivision. The combined analyses indicated the existence of subpopulations of M.

perniciosa with lineages that probably evolved through host jump. Further, seventeen

genomic regions were screened for polymorphisms. Sequences of these genes were used

to estimate haplotype and nucleotide diversity. The indices of haplotype diversity were

viii

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considered high (Hd > 0.5) for MpGAPD, RPB1, MCM7, LSU, MpBeta and Mating

type. Thus, five genomic regions (MpGAPD, RPB1, MCM7, LSU and ITS) were used

for reconstructing the molecular phylogeny of M. perniciosa from different hosts. The

higher frequency of single-nucleotide polymorphism (SNP) was found among the

isolates from lobeira (LO) followed by isolated from Theobromas (TH) hosts.

Cultivated solanaceous (CS) and jurubeba isolates showed lower SNP frequencies.

Phylogenetic analyses were combined with morphological, molecular markers – SSRs,

and pathogenicity data to addressing questions related to molecular evolution. These

combined analyses contributed to clarify the phylogenic relationship between isolates

from cacao trees and solanceous hosts. A review on taxonomy of Moniliophthora

perniciosa that infects caiçara is also presented suggesting a new species:

Moniliopthora stipulaceum sp. nov.

ix

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1

1. INTRODUÇÃO

O basidiomiceto Moniliophthora perniciosa (Aime & Phillips-Mora, 2005) é um

fitopatógeno causador da doença vassoura-de-bruxa do cacaueiro que provoca má

formação de ramos e almofadas florais e perdas de frutos e sementes (Purdy & Schmidt,

1996). Esse fungo tem emergido como patógeno adaptado a outras espécies (biótipos)

das famílias: Malvaceae biótipo C infectando os gêneros Theobroma e Herrania

(Griffith & Hedger, 1994a); Solanaceae biótipo S que infecta várias espécies cultivadas

(predominantes na Bahia) e silvestres; Malpighiaceae e Bignoneaceae (Bastos et al.,

1991; Silva et al., 1992; Luz et al., 1997; Pereira et al., 1996) biótipo L infecta espécies

de cipós, lianas e também Arrabidea verrucosa (Pegler, 1978; Griffth, 1989) e o biótipo

B que infecta Bixa orellana (Bastos, 1986). Esse fitopatógeno apresenta grande

plasticidade fenotípica e alta variabilidade genética dentro e entre os biótipos (Rincones

et al., 2006).

Visando a compreensão da interação dos isolados de M. perniciosa com espécies

hospedeiras solanáceas (Biótipo S), o principal objetivo desse estudo foi identificar e

caracterizar os isolados solanáceos de M. perniciosa na Bahia e em Minas Gerais. Este

estudo foi balizado na hipótese de que as populações de M. perniciosa de solanácea

emergiram a partir de populações de M. perniciosa que infectam espécies de malváceas

(biótipo C) na Bahia.

O patógeno M. perniciosa é um fungo de complexa etiologia, visto que sua

classificação taxonômica já foi questionada por alguns pesquisadores resultando em

reclassificação de espécie e até de gênero. Algumas questões correntes precisam ser

esclarecidas: (i) há populações de acordo com o biótipo, ou há sub-populações

associadas ao hospedeiro? (ii) Como este patógeno vem estruturando suas populações?

(iii) Há migração histórica entre sub-populações? (iv) Qual a verdadeira gama de

hospedeiros de M. perniciosa em solanáceas cultivadas e silvestres na Bahia? (v) Há

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relação evolutiva entre os isolados de espécies solanáceas e malváceas? (vi) Há

formação de variantes mais agressivos?

O estudo de caracteres morfológicos é uma ferramenta útil na descoberta de

variações sutis ou marcantes em diversos grupos de fungos auxiliando na sua

classificação taxonômica. Neste trabalho foram realizados caracterizações

morfométricas nos isolados solanáceos e comparados com os isolados do cacaueiro para

quantificar a variabilidade morfológica. Adicionalmente, testes de patogenicidade foram

realizados através de inoculações cruzadas desses isolados em cacaueiros e em

solanáceas permitindo verificar se existe a possibilidade do estabelecimento de

populações com especificidade para hospedeiros. As relações histopatológicas destes

isolados também foram caracterizadas.

Inicialmente, a estrutura genética contemporânea das populações de M.

perniciosa dos biótipos “C” e “S” foi definida a fim de esclarecer como está distribuída

a diversidade gênica e genotípica entre e dentro das populações regionais de M.

perniciosa de solanáceas e do cacaueiro. O segundo objetivo foi determinar as relações

filogenéticas a partir de cinco regiões gênicas a fim de responder se esses isolados

realmente pertencem a uma mesma linhagem. Os resultados baseado na taxonomia

integrativa sugere uma revisão na taxonomia de M. perniciosa que infecta o hospedeiro

caiçara e é sugerida uma nova espécie: Moniliophthora stipulaceum sp. nov. As

informações geradas por este estudo facilitarão a melhor compreensão da história

evolutiva desse patógeno e da interação deste com seus hospedeiros, além de oferecer

importante contribuição para o conhecimento da biologia de M. perniciosa.

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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Moniliophthora perniciosa (Stahel) Aime & Phillips-Mora (ex Crinipellis

perniciosa) (Aime & Phillips-Mora, 2005) é o basidiomiceto que causa a doença

vassoura-de-bruxa do cacaueiro, ordem Agaricales e família Marasmiaceae. Este

fitopatógeno já foi revisado algumas vezes no que diz respeito ao gênero. Em 1915

Stahel denominou o patógeno como Marasmius perniciosus Stahel, e em 1942, Singer

renomeou para Crinipellis perniciosa (Stahel) Singer (Stahel, 1915). Em 2005, Aime e

Philips-Mora, por meio de análises filogenéticas com base nas sequências de cinco

genes nucleares, propôs realocar a espécie no gênero Moniliophthora juntamente com

Moniliophthora roreri, outro patógeno do cacaueiro que causa a monilíase. Com base

nestes cinco marcadores, ambos formaram uma linhagem distinta dos gêneros

Crinipellis, Marasmius e Chaetochalatus.

Espécies do gênero Crinipellis e Marasmius são geralmente saprófitas, algumas

associadas a arbóreas enquanto outras são saprófitas de serapilheira (Griffith et al.,

2003). Já espécies do gênero Moniliophthora, além de M. perniciosa e M. roreri que

infectam plantas do cacaueiro na América do sul (Aime & Phillips-Mora, 2005),

espécies simbióticas endofíticas do gênero Moniliophthora foram identificadas

ocorrendo em raízes de gramíneas nos EUA (Khidir et al., 2010) e, no sudeste asiático;

Kerekes e Desjardin (2009) identificaram três novas espécies saprófitas desse gênero:

Moniliophthora marginata, Moniliophthora canescens e Moniliophthora nigrilineata.

Moniliophthora perniciosa surgiu na América do Sul e nas Ilhas do Caribe como

patógeno hemibiotrófico do cacaueiro. Além do cacaueiro, este fungo pode infectar

espécies de diversas famílias (Luz et al., 1997). Nas últimas três décadas, M. perniciosa

emergiu como patógeno adaptado a hospedeiros da família Solanaceae no sul da Bahia,

infectando diversas espécies silvestres e cultivadas na região. (Bastos et al., 1991, Silva

et al., 1992, Pereira et al., 1996).

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A taxonomia permite divisões sub-específicas que refletem diversos estágios

de variação. O táxon sub-espécífico “variedade” é utilizado quando indivíduos de uma

mesma espécie formam grupos com características morfométricas distintas que variam

com o hospedeiro de origem. Pegler (1978) levando em consideração os aspectos

morfológicos do píleo, cor e tamanho dos esporos de M. perniciosa reconheceu três

variedades distintas: var. perniciosa, var. ecuadoriensis (Stahel) Pegler e a var.

citriniceps.

A adaptação a espécies hospedeiras levou à subdivisão de M. perniciosa em

quatro biótipos: biótipo C que é específico para a família Malvaceae, infectando os

gêneros Theobroma e Herrania (Griffith & Hedger, 1994a); biótipo S, que infectas

várias espécies da família Solanaceae (Bastos et al., 1991; Silva et al., 1992; Luz et al.,

1997; Pereira et al., 1996); biótipo L, que infecta várias espécies de cipós e lianas das

famílias Malpighiaceae e Bignoneaceae, e também Arrabidea verrucosa (Pegler, 1978;

Griffth, 1989); biótipo B, que infecta Bixa orellana (Bastos, 1986). Em Minas Gerais,

um novo biótipo (‘H’) foi identificado infectando o hospedeiro Heteropterys acutifolia

um arbusto da família Malpighiaceae (Griffith et al., 2003), e que posteriormente foi

reclassificado como uma nova espécie, Crinipellis brasiliense, por Arruda et al. (2003).

Dentro de cada biótipo há variabilidade, cuja base genética e fisiológica ainda requer

melhor entendimento da sua base genética e se estes de fato constituem populações. Há

também a necessidade de identificar marcadores gênicos para reconstrução filogenética

do patógeno.

O conceito e uso do termo biótipo tem sido revisado por vários autores desde

1930 e mais recentemente foi revisado por Downie (2010). Em fitopatologia, biótipo

refere-se a uma população formada por indivíduos geneticamente idênticos, mas com

diferenças nas suas características culturais, patogênicas, compatibilidade sexual ou

morfológica. O termo biótipo foi usado por Bastos e Evans em 1985 a isolados de M.

perniciosos distinguidos pelo diferencial no parasitismo em diferentes espécies ou

géneros de plantas hospedeiras. Embora debatido e criticado por alguns autores, o termo

biótipo pode ser considerado um conceito temporário, usado até que dados mais

detalhados estejam disponíveis. Assim, uma vez que novos estudos são realizados

contribuindo com novas informações relevantes sobre aquele grupo de isolados, o termo

biótipo pode ser abandonado e a população é renomeada com um termo mais

apropriado. Forma specialis é outra classificação usada em fitopatologia para descrever

um patógeno especializado a um hospedeiro específico.

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Vários estudos têm sido conduzidos para tentar entender a existência de diversos

hospedeiros de M. perniciosa. Estudos com polimorfismo de isoenzimas (Griffth,

1989), compatibilidade somática (McGeary & Wheeler, 1988) e análises de DNA

mitocondrial (Griffith et al., 1994) sugerem que a variação genética entre e dentro de

isolados dos tipos C e S é pequena. Análises da região IGS (região do espaçador

intergênico) realizada por Arruda et al. (2003) revelaram que os biótipos S e C são

geneticamente mais relacionados um com o outro que os demais biótipos.

Entretanto, Rincones et al. (2006), analisaram a variabilidade genética de

isolados pertencentes aos biótipos C, S e L por meio do perfil de microssatélites

teloméricos e da avaliação dos cariótipos por meio de eletroforese em campo pulsado.

Os resultados mostraram maior grau de variabilidade genética e cromossômica em

isolados do biótipo C da Amazônia em comparação com os isolados do biótipo C da

Bahia e há distinção cariotípica entre os isolados dos biótipos S e C.

No que diz respeito à variabilidade dos biótipos, comparando os resultados

encontrados na literatura, percebe-se que as diferenças entre os biótipos também podem

ser atribuída ao isolado utilizado em cada estudo e pela sensibilidade da técnica

(isoenzimas é menos sensível que eletroforese em campo pulsado).

Garcia (2009) avaliou a variabilidade genética de três biótipos (C, S e L) através

de perfis protéicos (SDS-PAGE) e sequenciamento do gene 28S do rDNA e não

encontrou diferenças entre os biótipos. Já Patrocínio (2011), usando uma abordagem

polifásica, comparou os biótipos C e S de M. perniciosa por morfometria,

patogenicidade e análise multilocos e os resultados revelaram a formação de grupos

distintos representados pelos biótipos C e o biótipo S. Freitas (2012), estudando a

diversidade genética de biótipos C, S e L da Amazônia por meio de marcadores

microssatélites, detectou que a diversidade gênica e genotípica dos biótipos S e L é

superior a o do biótipo C, e que o biótipo C da Amazônia é mais diverso que o da Bahia.

A genética de populações é uma excelente abordagem para examinar os

processos evolutivos que moldam os patossistemas agroecológicos (McDonald &

Linde, 2002a) e tem contribuído muito para o manejo de doenças como brusone do

trigo, mancha bandeada do arroz, mela da soja, e vassoura-de-bruxa do cacaueiro, entre

outras. A genética de populações pode ajudar a entender como se dá a variação genética

dentro e entre populações. Assim como, permite entender os padrões e a extensão da

diversidade genética e genotípica, e ainda auxiliar a inferir se essas populações são

clonais ou recombinantes. A identificação de diferenças nas frequências alélicas entre

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populações podem fornecer importantes inferências sobre migrações restritas e/ou

seleção já que as populações podem eventualmente divergir devido a alterações

aleatórias nas frequências de alelos (mutações e deriva genética) (Milgroom & Peever,

2003). O emprego de marcadores moleculares apropriado pode auxiliar

significativamente a elucidação da biologia populacional de M. perniciosa.

Estudos sobre evolução dos fitopatógenos vêm crescendo rapidamente

acompanhando o desenvolvimento da agricultura no combate as diversas pragas. A

compreensão das forças evolutivas (seleção, mutação, recombinação, fluxo gênico e

deriva genética) é necessária para o desenvolvimento e execução de medidas de controle

efetivas e duráveis (McDonald et al., 1989; McDonald & McDermott, 1993; Milgroom

& Fry, 1997). As populações de fitopatógenos consideradas como de alto risco,

possuem alto potencial evolutivo, ou seja, possuem maiores chances de adaptar-se ao

hospedeiro suplantando a resistência genética (McDonald, 2004). Por conseguinte,

fitopatógenos com o maior potencial evolutivo oferecem o maior risco à agricultura por

serem capazes de adaptar-se mais rapidamente ao ambiente, suplantando genes de

resistência ou superando métodos de controle, como a aplicação de fungicidas.

O conhecimento da estrutura genética populacional de um fitopatógeno reflete

seu potencial evolutivo. McDonald e Linde (2002), com base na análise da estrutura

genética populacional, sugeriram um modelo flexível que determinasse o potencial

evolutivo de populações de patógenos: (i) patógenos com alto risco de quebra de

resistência das plantas possuem sistema reprodutivo misto, elevado potencial para o

fluxo gênico, grande tamanho efetivo populacional e alta taxa de mutação; (ii)

patógenos com baixo risco são aqueles com reprodução assexuada estrita, baixo

potencial de fluxo gênico, pequeno tamanho efetivo de população e baixas taxas de

mutação.

O fitopatógeno M. perniciosa tem demostrado um alto potencial evolutivo

principalmente no que diz respeito a sua emergente gama de hospedeiros. Apesar dos

estudos existentes, ainda há dúvidas sobre a identificação precisa da espécie de

Moniliopthora que infecta hospedeiros de famílias diferentes. A filogenia molecular é

uma abordagem útil para estudar as populações de fitopatógenos, pois, é muito utilizada

para separar indivíduos a nível de espécie e até intraespecíficos. O conceito biológico de

espécie proposto por Mayr (1963) define espécies como conjunto de populações

naturais de indivíduos capazes de se intercruzarem e reproduzirem descendentes férteis.

Populações de indivíduos com isolamento reprodutivo representam divergências

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genéticas significando início de especiação ou até mesmo que a especiação já ocorreu

(Mettler & Gregg, 1973).

Segundo Taylor et al. (2000), populações de fungos podem ser definidas como o

conjunto de indivíduos que pertencem a uma mesma espécie, habitam uma determinada

área geográfica, podem se reproduzir com qualquer membro da própria espécie,

podendo incorrer em variabilidade intraespecífica. De acordo com Milgroom e Fry

(1997), a distinção correta entre a identificação de espécies e populações de indivíduos

de mesma espécie é um fator primordial para o estabelecimento de estratégias de

controle, no que diz respeito à resistência varietal de plantas a determinados patógenos.

Hennig (1966) afirma que a filogenia é o estudo que descreve as relações de

parentesco entre grupos biológicos (táxons) baseadas na modificação de seus atributos

através do tempo. Os táxons representam conjuntos de indivíduos com características

semelhantes entre si, ou seja, pertencem a um mesmo grupo taxonômico (Linnaeus,

1758).

Estudos filogenéticos com isolados de M. perniciosa do biótipo C e S realizados

por Patrocínio (2011) utilizando a região ITS do rDNA mostrou que ambos os biótipos

(C e S) se agrupam em um único clado, sugerindo que os isolados da família

Solanaceae estudados pertencem a uma única espécie. Porém, apenas uma região gênica

é considerada insuficiente para inferir a história evolutiva, logo, é necessário à

utilização de outras regiões gênicas que possam confirmar os resultados encontrados.

A filogenia molecular é amplamente aplicada para investigar as relações

evolucionárias entre as diferentes espécies e subespécies. Nas árvores filogenéticas os

táxons são posicionados de acordo com suas relações de parentesco (Rosenberg &

Nordborg, 2002), ou seja, uma árvore filogenética representa a história evolutiva dos

organismos presentes nela. Já para questões relacionadas com as populações, como

variabilidade intraespecífica, a genealogia de genes é uma ferramenta útil e utiliza genes

que podem estar sob seleção. Simulações matemáticas utilizando sequências de genes

têm sido aplicadas à genealogia genética populacional para fazer inferências sobre os

processos evolutivos e as populações (Milgroom & Peever, 2003).

Atualmente os métodos baseados em abordagens genético-populacionais e

evolutivas estão sendo utilizados para determinar políticas de quarentena visando

impedir a introdução, a dispersão e o surgimento de patógenos na agricultura

(Stukenbrock & McDonald, 2008). O uso de marcadores genéticos neutros incluindo

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microssatélites e sequências de DNA são ferramentas poderosas que podem diferenciar

populações ancestrais de populações descendentes.

Em relação à patogenicidade, M. perniciosa comporta-se como um patógeno

agressivo as solanáceas que são cultivadas na região sudeste da Bahia e representa uma

ameaça por causar a morte das plantas (Patrocínio, 2011). Isolados de M. perniciosa

provenientes de espécies solanáceas como jurubeba (Solanum paniculatum) e de uma

planta silvestre (Athenaea. cf. pogogena,) são patogênicos ao cacaueiro, na Amazônia e

na Bahia (Bastos et al. 1991; Luz et al., 1997; Silva et al., 1992). Mas, a patogenicidade

de isolados de M. perniciosa provenientes de pimentão (Capsicum annuum), berinjela

(Solanum melongena), e jiló (Solanum. gilo Raddi) ao cacaueiro e do cacaueiro a estas

olerícolas ainda precisa ser confirmada.

Tendo em vista a relação de patogenicidade de M. perniciosa em outras espécies

hospedeiras além do cacaueiro, há a necessidade da comprovação de patogenicidade

deste patógeno em solanáceas cultivadas. Estes testes são importantes para delinear

medidas de manejo da doença, pois estes hospedeiros como fonte de inóculo, podem

influenciar na sobrevivência e disseminação do patógeno em regiões onde o cacau é

cultivado.

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3. CAPÍTULO 1

Population structure and migration of the witches’ broom pathogen

Moniliophthora perniciosa from cacao, cultivated and wild solanaceous hosts in

Southeastern in Brazil*

N. G. R. B. Patrocínio12

; P. C. Ceresini3;

L. Z. Gomes

12; M. L. Rezende

4; E. S. G.

Mizubuti5; K. P. Gramacho

1

1CEPLAC/CEPEC/SEFIT, Rod. Ilhéus-Itabuna, km 22. CEP: 45600000, Itabuna, BA –

Brazil 2 Departamento de Ciências Biológicas (DCB), Centro de Biotecnologia e Genética

(CBG), Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) 3UNESP, Campus de Ilha Solteira, Dept. de Fitossanidade, Engenharia Rural e Solos,

15385-000, Ilha Solteira, SP, Brazil. 4Universidade Federal de Lavras, Departamento de Fitopatologia. Campus Universitário

S.N., CEP: 37200000 - Lavras, MG - Brasil 5Universidade Federal de Viçosa, Campus Universitário, Centro de Ciências Agrárias,

Departamento de Fitopatologia. CEP: 36570000 - Viçosa, MG – Brasil

KEY WORDS: Migration, Population biology, SSR markers, Theobroma cacao

*Artigo publicado na revista Plant Pathology, ano: 2016. Doi: 10.1111/ppa.12636

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Population structure and migration of the witches’ broompathogen Moniliophthora perniciosa from cacao andcultivated and wild solanaceous hosts in southeastern Brazil

N. G. R. B. Patroc�ınioab, P. C. Ceresinic, L. I. S. Gomesab, M. L. V. Resended,

E. S. G. Mizubutie and K. P. Gramachoa*aCocoa Research Center (CEPEC)/CEPLAC, Sec�~ao de Fitossanidade, Rod. Ilh�eus-Itabuna, km 22, 45650-970 Itabuna, BA; bUniversidade

Estadual de Santa Cruz (UESC), Departamento de Ciencias Biol�ogicas (DCB), Centro de Biotecnologia e Gen�etica (CBG), 44036-900

Ilh�eus, BA; cUNESP, Campus de Ilha Solteira, Departamento de Fitossanidade, Engenharia Rural e Solos, 15385-000 Ilha Solteira, SP;dDepartamento de Fitopatologia, Universidade Federal de Lavras, Campus Universit�ario S.N., 37200-000 Lavras, MG; and eDepartamento

de Fitopatologia, Universidade Federal de Vic�osa, Campus Universit�ario, Centro de Ciencias Agr�arias, 36570-000 Vic�osa, MG, Brazil

Moniliophthora perniciosa, causal agent of witches’ broom disease in cacao plantations in South America and the Car-

ibbean Islands, has co-evolved with its host cacao, but the pathogen has also emerged in many solanaceous hosts in

Brazil, including economically important food crops and wild species. This study was carried out to: (i) determine the

existence of host subpopulations of M. perniciosa in Brazil; (ii) estimate gene and genotypic diversity of M. perniciosa

host subpopulations infecting solanaceous hosts in southeastern Bahia and Minas Gerais states, Brazil; and (iii) estimate

the amount and directionality of historical migration of M. perniciosa subpopulations. Up to 203 M. perniciosa isolates

collected from solanaceous hosts with symptoms from Bahia and Minas Gerais states in Brazil and from Theobroma

spp. (cacao) and Herrania spp. were characterized with 11 microsatellite markers. Factorial correspondence analyses,

minimum-spanning network and Bayesian clustering revealed genetic clusters associated with their host of origin. Sig-

nificant subpopulation differentiation was evident (ΦST = 0.30, P ≤ 0.05) among M. perniciosa host subpopulations.

Most of the multilocus microsatellite genotypes (MLMGs) were host-specific, with few MLMGs shared among subpop-

ulations. Pairwise comparisons among M. perniciosa host subpopulations were significant, except between jurubeba

(Solanum paniculatum) and cultivated solanaceous subpopulations. The combined analyses rejected the null hypothesis

that M. perniciosa in Brazil is a single genetic population not structured by host. These findings support a scenario of

introduction and subsequent adaptation to solanaceous hosts that should be taken into consideration to improve miti-

gation and management of M. perniciosa.

Keywords: migration, population biology, SSR markers, Theobroma cacao

Introduction

Moniliophthora (ex Crinipellis) perniciosa, the causalagent of witches’ broom disease (WBD) of cacao, is anobligate parasite, homathallic, hemibiotrophic basid-iomycetous fungus that mainly affects Theobroma cacao(cacao) in tropical America (Purdy & Schmidt, 1996).The pathogen can infect flowers and pods and causes arange of symptoms such as vegetative and flower cushionbrooms, stem and pod swellings, and necrotic pods (Silvaet al., 2002). Infections can result in yield losses that canreach up to 90% in the producing areas (Bastos, 1988).Moniliophthora perniciosa has also emerged on economi-cally important solanaceous hosts such as gilo (Solanumgilo), eggplant (aubergine, Solanum melongena), tomato(Solanum lycopersicum), bell pepper (Capsicum annum),

hot pepper (Capsicum frutescens), as well as on wildsolanaceous plants such as lobeira (Solanum lyco-carpum), jurubeba (Solanum paniculatum; Oliveira &Luz, 2005) and caic�ara (Solanum stipulaceum; alsopopularly known as caic�arinha). On solanaceous hosts,typical symptoms are brooms on vegetative twigs andstem swellings that might lead to plant death.The emergence of M. perniciosa on solanaceous hosts

is important, as host range expansion could result ininoculum reservoirs that would potentially increase thepathogen’s impact on new hosts, causing economic loss.Mostly, isolates originating from different hosts are ableto infect their host of origin. For example, isolates origi-nating from cacao are pathogenic on cacao, but not con-sistently pathogenic on solanaceous hosts. Thepathogenic ability to infect a particular host has beenreferred to as biotypes: (i) biotype C, specific to the fam-ily Malvaceae, infecting the genera Theobroma and Her-rania; (ii) biotype S, which infects several species in the*E-mail: [email protected]

ª 2016 British Society for Plant Pathology 1

Plant Pathology (2016) Doi: 10.1111/ppa.12636

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Solanaceae family; (iii) biotype L, which infects severalspecies of vines and lianas from the Malpighiaceae andBignoneaceae; and (iv) biotype B, which infects Bixaorellana (Bixaceae).Studies on the genetic structure of cacao M. perniciosa

populations have been previously studied in countrieswhere this pathogen causes significant losses (Ploetz et al.,2005; Moreira, 2006; Gramacho et al., 2007). Such inves-tigations have provided information about local geneticdiversity and population subdivision (Brazil, Ecuador,Peru and Trinidad). However, there is yet to be consensuson whether the genetic and phenotypic differentiationobserved within and among isolates of M. perniciosafrom distinct hosts have similar genotypes, which wouldindicate the existence of host-associated populations. Forexample, Rincones et al. (2003) found that biotypes C, Sand L exhibit high genetic variation at the chromosomallevel and in microsatellite telomeric profiles. Length varia-tion at chromosomal level was higher among biotype Cisolates from distinct geographical origins, i.e. from theAmazon and Bahia (Rincones et al., 2003). On the otherhand, on the basis of isozyme variation (Oliveira et al.,2006), somatic compatibility (Griffith & Hedger, 1994)and mitochondrial DNA (Arruda et al., 2003), theobserved genetic variation between and within the bio-types C and S was considered low. Another study hasanalysed M. perniciosa intra- and interspecific data basedon morphological and molecular data. The combinedanalyses showed that isolates originating from Heterop-terys acutifolia truly constitute another species within thegenus Crinipellis (Arruda et al., 2005).This contrasting information about the level of the

genetic relationship between M. perniciosa biotypes Cand S might be associated with the choice of non-appro-priate low resolution markers, or to the limited numberof isolates, markers or approaches used to resolve thereal pattern of genetic differentiation among isolatesfrom different hosts, referred to in this article as subpop-ulations. Understanding the emergence of this newMoniliophthora disease on solanaceous hosts requiresknowledge of the pathogen’s population structure.Knowledge of the genetic structure of M. perniciosa pop-ulations is needed to understand the genetic compositionof isolates that occur in a particular host and provideadditional insights to improve mitigation and manage-ment of WBD of cacao.This objectives of this study were to: (i) determine the

existence of host subpopulations of M. perniciosa inBrazil; (ii) estimate gene and genotypic diversity ofM. perniciosa host subpopulations infecting cacao andsolanaceous hosts in the southeast of Bahia and MinasGerais states, Brazil; and (iii) estimate the amount anddirectionality of historical migration of M. perniciosasubpopulations infecting cacao and wild and cultivatedsolanaceous hosts in the southeast of Bahia and MinasGerais states, Brazil under the null hypothesis thatM. perniciosa in Brazil is a single genetic population notstructured by host. To test this hypothesis, a total of 203isolates of M. perniciosa sampled from solanaceous hosts

with symptoms from Bahia and Minas Gerais states inBrazil and from Theobroma spp. (cacao) and Herraniaspp. in southeastern Bahia were genotyped using 11 SSRmarkers.

Materials and methods

Sample collection

Samples consisted of 203 isolates of M. perniciosa from solana-ceous hosts with symptoms from Bahia and Minas Gerais states

in Brazil, and from Theobroma spp. and Herrania spp. in south-

eastern Bahia (Fig. 1). Solanaceous hosts (biotype S) included

the cultivated solanaceous species eggplant, gilo, bell pepper andhot pepper, totalling 32 samples, as well as the wild solanaceous

species jurubeba, caic�ara and lobeira (47, 12 and 31 samples,

respectively; Table 1). Malvaceous hosts (biotype C) included

81 samples from Theobroma and Herrania hosts. In southeast-ern Bahia, the sampling strategy followed a transect that

extended 342 km (13°15007″S, 39°39015″W to 15°25046″S,39°20003″W) across 18 counties, and samples were collected

where cacao and solanaceous hosts were found. In Minas Ger-ais, the sampling strategy extended 30 km in Lagoa Dourada

(20°54052″S, 44°04042″W) where lobeira with symptoms was

found. Therefore, the number of samples collected from eachhost varied due to symptom prevalence. All sampled hosts were

georeferenced. Isolates were obtained from diseased stems show-

ing either brooms, the characteristic symptoms of WBD, or stem

swellings. Tissue segments were subjected to isolation on potatodextrose agar (PDA) medium amended with the antibiotic strep-

tomycin (0.05 lg mL�1). Pure cultures of M. perniciosa were

established by transferring hyphal tips from 12-day-old M. per-niciosa cultures to PDA. Pure culture isolates were deposited inthe M. perniciosa (CEPLAC/CEPEC/FITOMOL) culture collec-

tion (CEGEN no. 109/2013/SECEXCGEN) in sterile distilled

water (Castellani, 1967) and in mineral oil.

Sample preparation and microsatellite genotyping

Fungal mycelia production and DNA extraction were performed

according to Gramacho et al. (2007). Eleven polymorphic codom-

inant microsatellite (SSR) loci (mCpCena3, mCpCena8,

mCpCena11, mCpCena12, mCpCena19, mCpCena26, Msce-pec_Cp15, Mscepec_Cp16, Mscepec_Cp19, Mscepec_Cp45 and

Mscepec_Cp64) were used for genotyping fungal isolates using

fluorescent-labelled primers (labelled with FAM 6, Vic or Ned;Applied Biosystems). PCRs were carried out separately (Msce-

pec_Cp19 and Mscepec_Cp45), in duplex (mCpCena3/

mCpCena8, mCpCena11/mCpCena12, mCpCena19/mCpCena

26) or in triplex (Mscepec_Cp15/Mscepec_Cp16/Mscepec_Cp64)for the SSR loci in 20 lL volumes containing 20 ng genomic

DNA, 109 PCR buffer, 2.5 mM dNTP, 10 pmol of each primer

and 1 U Taq DNA polymerase. The PCR amplification conditions

were performed as described by Gramacho et al. (2007) and Silvaet al. (2008). PCR products were diluted fourfold with sterile dis-

tilled water and 1 lL of this dilution was mixed with 8.5 lL for-

mamide (Applied Biosystems) and 0.5 lL of the size standard

GeneScan 500 LIZ (Applied Biosystems). Amplicons were sepa-rated on an ABI 3100 genetic analyzer (Applied Biosystems).

The analyses of amplified DNA fragments, identification and

statistical binning of the alleles into fragment size categorieswere made using GENEMARKER v. 3.7. Two control isolates (4039

and 4042) were included in every run of 94 samples. Further

evidence for reproducibility of the molecular markers was

Plant Pathology (2016)

2 N. G. R. B. Patroc�ınio et al.

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obtained by re-genotyping and comparing sizes of each allele at

every locus from randomly selected isolates representing 20% of

the total sample. Null alleles were identified using MICROCHECKER

v. 2.2.3 (Oosterhout et al., 2004).The multilocus microsatellite genotype (MLMG) of each iso-

late was determined using the program GENODIVE v. 2.0b7

(Meirmans & Van Tienderen, 2004). Isolates with the same

MLMG were treated as clones. Subsequently, the isolates weregrouped into five subpopulations based on their host of origin

and collection site, as follows: cultivated solanaceous hosts, CS

(eggplant, gilo, hot pepper and bell pepper); Theobroma andHerrania hosts, TH (cacao, cupuassu and Herrania spp.); wild

solanaceous hosts: caic�ara, CA; lobeira, LH; and jurubeba, JU,

as indicated in Table 1. All analyses were performed consider-

ing the pathogen as a functional diploid (n + n). Populationstructure analyses were conducted using the clone-corrected

dataset.

Population structure and subdivision

First, factorial correspondence analyses (FCA) were applied toproduce a map depicting the distribution of variations among

the assayed isolates. FCA was conducted based on the SSR alle-

lic variation implemented in the software GENETIX v. 4.03 (Bel-

khir et al., 1999).Secondly, minimum-spanning network (MSN), used to exam-

ine the genetic relationships among MLMGs, was estimated

using the genetic distance measure of Bruvo et al. (2004). Thecustomized MSN was generated using the POPPR package (Kam-var et al., 2014) for R v. 2.14.0 (R 121 Development Core

Team) using the PRIM algorithm as implemented in the package

IGRAPH (Csardi & Nepusz, 2006), with the BRUVO MSN functionfor calculating the Bruvo’s genetic distance (Bruvo et al., 2004).

Thirdly, population subdivision was assessed with the model-

based Bayesian clustering algorithm implemented in STRUCTURE

Figure 1 Sampling locations of Moniliophthora perniciosa subpopulations collected from cacao and solanaceous fields in southeastern Bahia and

Minas Gerais state, Brazil. Isolates were sampled from: (TH) Theobroma/Herrania hosts; (CS) cultivated solanaceous hosts; and wild solanaceous

hosts: (JU) jurubeba, (CA) caic�ara and (LH) lobeira. [Colour figure can be viewed at wileyonlinelibrary.com].

Plant Pathology (2016)

Population structure of M. perniciosa 3

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v. 2.3.2 (Pritchard et al., 2000) to determine optimal number ofgenetic clusters (K). This method relies on the Bayesian Markov

chain Monte Carlo (MCMC) approach to cluster individuals

into K distinct populations that minimize Hardy–Weinbergdisequilibrium and gametic phase disequilibrium between loci

within groups. The model allowed individuals to have mixed

ancestry and correlation of allele frequencies. The MCMC sam-

pling scheme was run with K from 1 to 10; each K was simu-lated 10 times, with a run length of 10 000 generations

followed by 100 000 interactions, using an admixture model

with k = 0.56, and without and with previous subpopulation

information obtained from the defined plant family and hostcategories, while geographic location of sampling was not used

in clustering. The STRUCTURE outputs were processed with CLUM-

PAK v. 1.1 (default settings; Kopelman et al., 2015) to visualize

the distribution of clusters in predefined categories. The number

of subpopulations that best represents the observed data underthe model implemented was determined by maximizing the esti-

mated likelihood of posterior probability of the data L(K)between successive K values (Evanno et al., 2005).

Test for admixture or hidden population structure

STRUCTURE v. 2.2 was also used to test whether any individuals

in a sample were immigrants relative to their reference host sub-

populations. This program calculates the membership coeffi-

cients to each of the populations (Q) of every multilocusgenotype sampled (which was assigned a priori to their reference

populations). As no information was available about migration,

migration rate (MIGPRIOR) was assigned as an initial condition

(Pritchard & Wen, 2004). Number of burn-ins and total numberof replicates were the same as in the previous analysis.

Table 1 Subpopulations of Moniliophthora perniciosa sampled from Theobroma/Herrania spp. and solanaceous hosts in southeastern Bahia and

Minas Gerais states, Brazil

Region Subpopulationa Host nb Location Familyc Scientific name Sampling year

Bahia TH Cacao 6 Itagib�a M Theobroma cacao 2009

Cacao 15 Buerarema M T. cacao 2012

Cacao 1 Camacan M T. cacao 2009

Cacao 2 Camamu M T. cacao 2009

Cacao 7 Firmino Alves M T. cacao 2009

Cacao 1 Floresta Azul M T. cacao 2006

Cacao 1 Ibicara�ı M T. cacao 2009

Cacao 1 Ilh�eus M T. cacao 2006

Cacao 2 Itajuipe M T. cacao 2006

Cacao 8 Jaguaquara M T. cacao 2012

Cacao 9 Jitauna M T. cacao 2012

Cacao 8 Mutu�ıpe M T. cacao 2012

Cacao 9 Santa Luzia M T. cacao 2012

Cacao 8 Uba�ıra M T. cacao 2009

Cupuassu 2 Uruc�uca M Theobroma grandiflorum 1994

Herrania 1 Uruc�uca M Herrania sp. 1994

Bahia CA Caic�ara 3 Jaguaquara S Solanum stipulaceum 2012

Caic�ara 9 Mutu�ıpe S S. stipulaceum 2012

Bahia JU Jurubeba 1 Buerarema S Solanum paniculatum 2009

Jurubeba 2 Ibicara�ı S S. paniculatum 2012

Jurubeba 12 Itagib�a S S. paniculatum 2012

Jurubeba 13 Itaju do Colonia S S. paniculatum 2012

Jurubeba 13 Jitauna S S. paniculatum 2012

Jurubeba 6 Uba�ıra S S. paniculatum 2012

Bahia CS Bell pepper 1 Jitauna S Capsicum annum 2009

Bell pepper 1 Jaguaquara S C. annum 2012

Eggplant 2 Jaguaquara S Solanum melongena 2012

Gilo 1 Buerarema S Solanum gilo 2009

Gilo 1 Camacan S S. gilo 2009

Gilo 1 Floresta Azul S S. gilo 1994

Gilo 3 Ibicara�ı S S. gilo 2012

Gilo 3 Itabuna S S. gilo 2009

Gilo 4 Itagib�a S S. gilo 2009

Gilo 3 Jaguaquara S S. gilo 2012

Gilo 11 Santa Luzia S S. gilo 2012

Hot pepper 1 Ituber�a S Capsicum frutescens 1996

Minas Gerais LH Lobeira 31 Lagoa Dourada S Solanum lycocarpum 2013

Total 203

aTH, Theobroma/Herrania hosts; CS, cultivated solanaceous hosts; wild solanaceous hosts: JU, jurubeba; CA, caic�ara; LH, lobeira.bn, sample size.cM, Malvaceae; S, Solanaceae.

Plant Pathology (2016)

4 N. G. R. B. Patroc�ınio et al.

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Population differentiation

The degree of population subdivision and the distribution of

gene diversity between host populations were determined using

hierarchical analysis of molecular variance (AMOVA) using ARLE-

QUIN v. 3.5 (Excoffier & Lischer, 2010). The distance measure

was based on the sum of squared size differences between two

haplotypes for SSR data assuming the stepwise mutation model

SMM (Balloux & Lugon-Moulin, 2002) with 1000 permuta-tions. Differentiation between populations was determined by

calculating the pairwise fixation index (ΦST, analogous to RST)

and was calculated to describe the differentiation among popula-tion pairs (Slatkin, 1995). Significance was assessed using 1023

permutations. Genetic differentiation between population pairs

was considered significant when P value was less than the 5%

nominal level.

Gene and genotypic diversity

The variation in allele sizes, the range of repeat numbers, the

total and the average number of alleles per locus and the

expected heterozygosity were determined using information on

allele frequencies computed using FSTAT v. 2.9.3.2 (Goudet,1995). The identification of private alleles was determined using

information on allele frequencies computed by CONVERT v. 1.31

(Glaubitz, 2004). The diversity index and the rarefaction calcu-lations were performed with the VEGAN and VEGETARIAN packages

of R v. 2.14.0. Several indices of clonal diversity were deter-

mined, including: (i) the number of genotypes per population;

(ii) population specific genotypes; (iii) the clonal fraction (pro-portion of fungal isolates originating from asexual reproduc-

tion), calculated as 1 � ([no. of different genotypes]⁄[totalnumber of isolates]); and (iv) both the Stoddart and Taylor’s

genotypic diversity G0 = 1⁄Σpi2, where pi is the frequency of the

ith genotype (Stoddart & Taylor, 1988), and its evenness, an

indicator of how evenly the genotypes were distributed over the

population, scaled by the expected genotypes at the smallestsample size (n = 12) (Manly, 1991) using rarefaction. To test

whether pairs of populations differed in their genotypic diver-

sity, a bootstrapping approach was used (resampling with

replacement using GENODIVE v. 2.0b7; Meirmans & Van Tien-deren, 2004). Allelic richness was estimated as the mean number

of alleles per locus using FSTAT v. 2.9.3.2 (Goudet, 1995). For

each population, Nei’s gene diversity (HE; Nei, 1978) was calcu-

lated at each locus and then averaged over all loci. To testwhether groups of samples differed for allelic richness and gene

diversity, FSTAT v. 2.9.3.2 was used. P-values for testing the sig-

nificance of the pairwise comparisons were obtained after 1000permutations.

Gametic equilibrium tests

The associations among pairs of loci were tested using Fisher’s

exact test (Garnier-Gere & Dillmann, 1992) based on an MCMC

algorithm (with 1000 batches and 1000 iterations per batch). Thistest was implemented in GENEPOP v. 3.4 (Raymond & Rousset,

1995). Two loci were considered in gametic disequilibrium (GD)

when their associated P-value was ≤0.05, considering Bonferroni’scorrection for multiple comparisons (Curtin & Schulz, 1998). Amultilocus association test was performed to determine the index

of association (IA or rd, which is adjusted for the number of loci).

Both IA and rd were calculated using MULTILOCUS v. 1.3. (Agapow& Burt, 2001) with 1000 randomizations of the dataset to gener-

ate the significance level of the indices.

Historical migration

The rates of past migration between M. perniciosa subpopula-

tions from different hosts were calculated using a Bayesian

method based on coalescent theory, as proposed by Beerli &Felsenstein (2001). This method permits estimation of the effec-

tive population size or theta (h) (h = 4Nel for diploids, where

Ne is the effective population size and l is the mutation rate)

and the asymmetric historical migration rate (M = 4Nm, whereNm is the number of migrants per generation) between two pop-

ulations, indicating the likely migration route of the pathogen.

Historical migration between subpopulations was estimated withMIGRATE v. 2.3 (Beerli & Felsenstein, 2001). The microsatellite

data were analysed with Brownian motion and the stepwise

mutation model. Estimates of gene flow among populations

were obtained with MIGRATE v. 2.3 using the following Markovchain settings: a burn-in of 100 000, one long chain [a = 1]

with 10 000 steps recorded [b = 10 000] every 100 steps

[c = 100], totalling 1 000 000 steps sampled [a 9 b 9 c =1 000 000], and a static heating scheme for multiple Markovchains with four temperatures (1.0, 1.3, 2.6 and 3.9), a swap-

ping interval of one and forcing at least 10% of new genealogies

between temperatures. The run with the highest likelihood

among 10 runs was chosen to represent the migration pattern.The confidence interval for h and migration parameter M was

calculated using a Bayesian percentile approach.

Results

Population structure and differentiation

In the FCA, the first three principal componentsaccounted for 50.42%, 27.22% and 20.17% of the vari-ance among clusters, respectively (Fig. 2). The first twoprincipal components revealed three distinct clusters ofsamples: a Theobroma and Herrania cluster, TH; acaic�ara cluster, CA; and a lobeira cluster, LH. The culti-vated solanaceous (CS) samples were placed at the mar-gin of the jurubeba (JU) samples in the first and thirdprincipal components. The third principal componentclearly separated LH samples from CA, TH and CS, andrevealed some level of admixture between JU and CSsamples. The genetic relationships among MLMGsexamined using Bruvo’s genetic distance also differenti-ated the MLMGs into five main clusters by host, withsome level of admixture (Fig. 3). Further structure analy-sis was performed without any preassignment of popula-tion affiliation and using family and host of origin ofisolates as prior information to assist clustering. In bothcases, the highest Ln likelihood of the data (ln Pr(X|K))and the ad hoc quantity based on the second order rateof change of the posterior probability of K (DK; Evannoet al., 2005) was obtained for K = 5 (Figs S1 & S2).Assessment of membership probabilities relative to thehost of origin of each haplotype revealed evidence forpopulation substructuring by host; MLMGs from TH,CA and LH showed high ancestry fractions in only onegroup, whereas individuals from CS and JU tended toexhibit more fractional memberships (Fig. S3). Thus, allsubsequent analyses were performed considering K = 5subpopulations substructuring by host.

Plant Pathology (2016)

Population structure of M. perniciosa 5

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Overall, 17% admixture was detected (Fig. 4;Table S2). This corresponded to 28 MLMGs that couldhave originated from subpopulations different from theirreference populations. The degree of admixture variedfrom a minimum of 0.6% for subpopulations TH andCA (only one admixed genotype) to a maximum of 20%for CS (equivalent to 13 admixed genotypes). Subpopula-tions TH and CA exhibited one admixed genotype thatwas attributed to the JU and TH subpopulations, respec-tively. High to moderate admixed genotypes wereobserved between CS and JU subpopulations (equivalentto 54% and 37% within subpopulation, respectively).

The five genetic clusters were significantly differenti-ated, as reflected by the high global ΦST value of 0.30(P ≤ 0.05; Table 2) indicating evidence of genetic differ-entiation among M. perniciosa host subpopulations. Thehierarchical AMOVA using host as a grouping factorrevealed that most of the variation (69.8%) was dis-tributed within hosts. Most pairwise comparisons amongsubpopulations indicated significant differentiation(P ≤ 0.05; Table 3). The highest ΦST values were foundbetween JU and CA (ΦST = 0.54, P ≤ 0.05); CA and TH(ΦST = 0.52, P ≤ 0.05); and LH and CA (ΦST = 0.52,P ≤ 0.05). Only one case of nonsignificant differentiation

Figure 2 Tridimensional factorial

correspondence analysis showing genetic

differentiation based on microsatellite allele

frequencies for host-associated

Moniliophthora perniciosa isolates.

Subpopulations: (TH) Theobroma/Herrania

hosts; (CS) cultivated solanaceous hosts;

and wild solanaceous hosts: (JU) jurubeba,

(CA) caic�ara and (LH) lobeira. [Colour figure

can be viewed at wileyonlinelibrary.com].

Plant Pathology (2016)

6 N. G. R. B. Patroc�ınio et al.

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was detected between JU and CS subpopulations(ΦST = 0.02, P = 0.32).

Gene and genotypic diversity

All loci were polymorphic in all five subpopulations stud-ied. Six of the 11 loci showed some heterozygosity(mCpCena8, mCpCena11, mCpCena12, Mscepec_Cp15,Mscepec_Cp16 and Mscepec_Cp64; Table S1). However,the observed heterozygosity (HO) across subpopulationsranged from 0.04 to 0.20. Clonal fraction ranged from0.03 in LH to 0.23 in JU. The mean genotypic diversityvalue, estimated by the Stoddart and Taylor’s measure(Eg12) ranged from 11.0 (CA and JU) to 11.8 (CS),respectively the lowest and highest genotypic diversity,and this difference was highly significant (P ≤ 0.0001;Table 4). The remaining subpopulations showed similargenotypic diversity values (JU = 11.0, LH = 11.1,TH = 11.6). Only six haplotypes were shared among

different subpopulations, one between TH and JU andfive between CS and JU (Table 4). The expectedheterozygosity (HE = Nei’s unbiased gene diversity) var-ied from 0.31 to 0.44 across subpopulations. The sub-populations from TH, CS and LH had significantlyhigher HE, while CA had the lowest one. The JU, CSand LH subpopulations had similar and higher allelicrichness while TH and CA had the lowest. The numberof private alleles varied from one (CS subpopulation) toseven (LH subpopulation).

Gametic equilibrium tests

For each of the 11 polymorphic loci examined, all hadsignificant positive inbreeding coefficients (FIS = from0.66 to 0.98, and average of 0.90), indicating excessof homozygotes in all subpopulations. The exact testfor gametic equilibrium showed that all the subpopula-tions deviated significantly from equilibrium, ranging

Figure 3 Minimum network expansion (MNE) depicting the distribution of host-associated Moniliophthora perniciosa multilocus microsatellite

genotypes. Subpopulations: (TH) Theobroma/Herrania hosts; (CS) cultivated solanaceous hosts; and wild solanaceous hosts: (JU) jurubeba, (CA)

caic�ara and (LH) lobeira. [Colour figure can be viewed at wileyonlinelibrary.com].

Plant Pathology (2016)

Population structure of M. perniciosa 7

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from 20% to 31% of locus pairs in disequilibrium.The JU subpopulation had the highest percentage ofloci that deviated significantly from equilibrium (31%;Table 5). There was no evidence of recombination inM. perniciosa host subpopulations. The null hypothesisof random association of alleles was rejected for allsubpopulations (IA and rd; P ≤ 0.05), suggesting clonalreproduction.

Historical migration

The population size estimates (h) varied among M. perni-ciosa host subpopulations (from 0.1 to 3.3). The highestestimates were from CS and JU subpopulations (h = 1.5and 3.3, respectively), but they were not significantly dif-ferent (data not shown). Evidence for historical migra-tion was found between all subpopulations. Highhistorical asymmetrical migration rates were detectedbetween M. perniciosa subpopulations infecting TH andJU and vice versa (4NmTH?JU = 55.0; 4NmJU?TH = 3.0).The migration rates among the other pairs of subpopula-tions, involving CS, LH or JU, were highly asymmetric.However, the extent of migration was not always asym-metrical between host subpopulations. Symmetricalmigrations were observed between M. perniciosa JU andCS and vice versa (4NmJU?CS = 43.0; 4NmCS?JU = 99.8,which were not significantly different) subpopulations.The lowest migration rates were found from the TH sub-population (average of 1.4 migrants exchanged per gen-eration; Table 6).

Discussion

The null hypothesis that M. perniciosa in Brazil is a sin-gle genetic population not structured by host was tested.The combined results provide evidence for genetically

1.00

0.80

0.60

0.40

0.20

0.00CS TH CA LA JU

***

***

***

***

***

***

* ***

***

***

***

***

***

* ** ***

***

** ** ** ** ***

***

***

***

***

***

***

Subpopulation

Q

Admixed proportion 0.54 0.02 0.09 0.00 0.37

Figure 4 STRUCTURE-inferred membership coefficients for multilocus microsatellite genotypes of Moniliophthora perniciosa sampled from cacao and

solanaceous plants in southeastern Bahia and Minas Gerais states, Brazil. Subpopulations: (TH) Theobroma/Herrania hosts; (CS) cultivated

solanaceous hosts; and wild solanaceous hosts: (JU) jurubeba, (CA) caic�ara and (LH) lobeira. Clusters of individuals based on prior-defined

subpopulations are represented by different colours. Each vertical bar represents one multilocus genotype. Each colour represents the most

probable ancestry of the cluster from which the genotype or partial genotype was derived. Individuals with multiple colours have admixed

genotypes from the prior-defined multiple subpopulations. Statistically significant admixture for an individual multilocus genotype is noted with an

asterisk along the top. [Colour figure can be viewed at wileyonlinelibrary.com].

Source

of variation d.f.

Distance method: sum of squared size differencesa

Sum of

squares

Variance

components

Percentage

of variation

Fixation

indices (ΦST) P

Among hosts 4 248.26 0.98 Va 30.15 0.30 <0.0001

Within host 321 733.07 2.28 Vb 69.85

Total 325 981.34 326.96

aDistance method based on the sum of squared size differences (ΦST) between two haplo-

types (Slatkin, 1995) using ARLEQUIN v. 3.5 (Excoffier & Lischer, 2010). Number of permuta-

tions = 1023.

Table 2 Analysis of molecular variance

(AMOVA) for five subpopulations of

Moniliophthora perniciosa from Theobroma/

Herrania spp. and solanaceous hosts in

southeastern Bahia and Minas Gerais

states, Brazil

Table 3 Measures of population differentiation (ΦST) among

Moniliophthora perniciosa subpopulations from Theobroma/Herrania

spp. and solanaceous hosts in southeastern Bahia and Minas Gerais

states, Brazil

Subpopulationa TH CA JU CS LH

TH —

CA 0.52*** —

JU 0.29*** 0.54*** —

CS 0.24*** 0.49*** 0.02NS —

LH 0.22*** 0.52*** 0.28*** 0.21*** —

NSnonsignificant at P ≤ 0.05; ***significant at P ≤ 0.001, based on 1023

permutations.aSubpopulations: TH, Theobroma/Herrania hosts; CS, cultivated solana-

ceous hosts; wild solanaceous hosts: JU, jurubeba; CA, caic�ara; LH,

lobeira.

Plant Pathology (2016)

8 N. G. R. B. Patroc�ınio et al.

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host-associated M. perniciosa subpopulations, thusrejecting the null hypothesis. This study represents thefirst in-depth study of the population genetic structure ofM. perniciosa from different hosts.Populations were highly differentiated and showed

high gene diversity for microsatellite loci. Likewise, thegenotypic diversity based on MLMGs richness was highfor the M. perniciosa subpopulations, with 80% (163out of 203) of the isolates belonging to distinct

genotypes. The M. perniciosa subpopulations had uniqueMLMGs associated with specific hosts and few sharedmultilocus genotypes (20 out of 163), and private allelesin most host-specific genotypes. The LH and TH popula-tions of M. perniciosa were more genetically diverse thanall the other host populations. In addition, the popula-tions from cacao were highly differentiated from thepopulation from solanaceous hosts, and consistentlyassigned to different clusters. The only exception was CS

Table 4 Genotypic and gene diversity of

Moniliophthora perniciosa subpopulations

sampled from Theobroma/Herrania spp.

and solanaceous hosts in southeastern

Bahia and Minas Gerais states, Brazil

Subpopulationa Nb MLMGc Gd CFe E5f Eg12

g HEh AR

i PAj

TH 81 64 63 (1) 0.21 0.93 11.6 a 0.44 a 2.60 ab 3

CA 12 11 11 (0) 0.08 0.96 11.0 b 0.31 b 2.45 b 3

JU 47 30 24 (6) 0.23 0.83 11.0 b 0.39 ab 2.82 a 6

CS 32 28 23 (5) 0.12 0.89 11.8 a 0.43 a 2.97 a 1

LH 31 30 30 (0) 0.03 0.98 11.1 b 0.42 a 3.08 a 7

Overall 203 163 0.13 0.92 11.3 0.40 2.80 4

aTH, Theobroma/Herrania hosts; CS, cultivated solanaceous hosts; wild solanaceous hosts:

JU, jurubeba; CA, caic�ara; LH, lobeira.bN, population size.cMLMG, no. of multilocus microsatellite genotypes.dG, site-specific genotypes. Number of genotypes shared with other populations is shown in

parentheses.eCF, clonal fraction.fE5, eveness calculated according to Gr€unwald et al. (2003).gEg12, Stoddart and Taylor’s genotypic diversity (Stoddart & Taylor, 1988).hHE, unbiased expected heterozygosity (Nei, 1978). Means followed by the same letter are

not significantly different (P ≤ 0.05) based on the standard deviation calculated using R.iAR, Allelic richness averaged over all loci. To test whether pairwise samples differed for

Nei’s unbiased gene diversity and allelic richness, FSTAT v. 2.9.3.2 (Goudet, 1995) was used,

based on 1000 permutations; means followed by the same letter are not significantly different

(P ≤ 0.05).jPA, private alleles calculated using CONVERT v. 1.31 (Glaubitz, 2004).

Table 5 Tests for random association of

alleles within each locus and between pairs

of loci in Moniliophthora perniciosa

subpopulations from Theobroma/Herrania

spp. and solanaceous hosts in south

eastern Bahia and Minas Gerais states,

Brazil

SubpopulationaAdmixed

genotypesb

Gametic equilibrium estimate

FISc IA

d rde

Locus pairs at

significant

disequilibriumf %

TH 1/64 (1.6%) 0.98 a 0.64*** 0.07*** 11/45 24.4

CA 1/10 (1.0%) 0.95 a 2.71*** 0.30*** 9/45 20.0

JU 10/30 (33.3%) 0.95 a 0.43** 0.04** 17/55 31.0

CS 15/28 (53.6%) 0.94 a 0.66*** 0.07*** 10/45 22.2

LH 3/30 (10.0%) 0.66 b 0.28** 0.04** 8/36 22.2

aTH, Theobroma/Herrania hosts; CS, cultivated solanaceous hosts; wild solanaceous hosts:

JU, jurubeba; CA, caic�ara; LH, lobeira.bAdmixture determined using an assignment test implemented by STRUCTURE v. 2.3.3 (Pritch-

ard et al., 2000).cFIS, population-specific FIS indices and P values calculated based on 1023 permutations

using ARLEQUIN v. 3.5 (Excoffier & Lischer, 2010). Means followed by the same letter are not

significantly different (P ≤ 0.05).dIA is an index of multilocus gametic disequilibrium (Agapow & Burt, 2001). Testing H0 =

complete panmixia based on 1000 randomizations for diploid data. ** = significant at P ≤

0.05; *** = significant at P ≤ 0.001.erd alternative statistical index of multilocus association adjusted by the number of loci (Aga-

pow & Burt, 2001). ** = significant at P ≤ 0.05; *** = significant at P ≤ 0.001.fPairs of loci at significant disequilibrium according to Fisher’s exact test (probability test)

using a Markov chain with 1000 batches and 1000 iterations per batch, implemented by

GENEPOP v. 3.4 (Raymond & Rousset, 1995).

Plant Pathology (2016)

Population structure of M. perniciosa 9

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and JU M. perniciosa subpopulations. One consequenceof gene flow is population admixture. In fact, the CS andJU M. perniciosa subpopulations were highly mixed andshared the highest number of migrants (Table 6; Fig. 2),which explains the non-differentiation between these twosubpopulations.High historical migration was inferred among subpop-

ulations. A migration rate close to 1 is considered theminimum amount needed to prevent populations fromdiverging due to genetic drift (Hartl & Clark, 1997). Asa donor population, TH contributed nearly seven timesas many migrants to the JU subpopulation. The evidencefor high asymmetrical migration originating from THinfecting subpopulation JU suggests that TH could be thefounder subpopulation that contributed most of theimmigrants to JU-infecting subpopulations of M. perni-ciosa. On the other hand, a symmetrical and high migra-tion rate was observed between CS and JUsubpopulations, indicating recent historical migration.Since the early 1990s, the cacao plantations in Bahiahave experienced a reduction in cropping areas due tothe increasing yield losses from WBD (Trevizan, 1996).Although cacao is still a major crop in Bahia, with theoccurrence of WBD, several farms have replaced cacaoplantations with pasture, wherein the wild solanaceousjurubeba (JU) and the cultivated solanaceous plants (CS)are found sharing the same habitat, probably favouringselection and ecological adaptation to these new solana-ceous hosts. A much smaller historical migration wasdetected between the CA subpopulation of M. perniciosafrom Bahia and the subpopulations TH, JU and LHeither as donor or as recipient.

The last question was related to the reproductivemode of M. perniciosa-associated subpopulations.Moniliophthora perniciosa was thought to be mainly asexual fungus, as the basidiospores (meiospores) arethe only infective form of the fungus (Purdy & Sch-midt, 1996). Karyogamy and meiosis occur in basid-iospores resulting in the production of haploid,recombinant basidiospores that infect and re-establishthe dikaryon mycelia (Purdy & Schmidt, 1996).Despite the fact that M. perniciosa is considered ahomothallic species, it was hypothesized that outcross-ing, and consequently sexual recombination, might stillbe occurring among fungal isolates (Casela &Guimar~aes, 1996). However, the high gametic disequi-librium detected revealed that sexual recombinationwas not common in subpopulations of M. perniciosa,which led to the rejection of the hypothesis of randommating. Gametic disequilibrium can be caused by sev-eral factors, including linkage, population admixture,genetic drift, nonrandom mating, population expansionand selection (Hartl & Clark, 1997). The interpreta-tion for the observed disequilibrium was inbreeding(i.e. assortative mating). In fact, positive and significantFIS values were found for most subpopulations, sug-gesting that these subpopulations exhibited a significantdegree of inbreeding, which would be expected for afungus with a primary homothallic reproductive mode(Purdy & Schmidt, 1996).In conclusion, this study supported the existence of

five host-genetically distinct M. perniciosa subpopula-tions in Brazil: TH, LH, CA, CS and JU subpopulations,the last two being highly mixed. Evidence of

Region Subpopulationa

Historical asymmetric migrationb

(4Nm migrants exchanged per

generation)

Meanc 95% C.I. Nm values ≥1.0

As recipient population Received fromd

Bahia TH 1.4 0.0–3.2 1.3–1.5 CS, CA, JU, LH

CA 1.7 0.0–4.0 1.3–2.1 CS, TH, JU, LH

JU 46.6 4.0–99.8 8.1–85.3 CS, TH, CA, LH

CS 29.0 2.2–86.8 6.1–66.5 TH, CA, JU, LH

Minas Gerais LH 2.4 0.0–6.4 3.7–2.9 CS, TH, CA, JU

As donor population Contributed to

Bahia TH 12.75 0.0–55.0 1.3–42.3 CS, CA, JU, LH

CA 7.65 0.0–32.4 1.3–19.7 CS, TH, JU, LH

JU 7.30 0.0–43.0 1.3–23.7 CS, TH, CA, LH

CS 23.15 0.0–99.8 1.5–85.3 TH, CA, JU, LH

Minas Gerais LH 30.15 0.0–86.8 1.5–66.5 CS, TH, CA, JU

aTH, Theobroma/Herrania hosts; CS, cultivated solanaceous hosts; wild solanaceous hosts:

JU, jurubeba; CA, caic�ara; LH, lobeira.bMigration rates for population pairs were estimated using an isolation with migration model

using MIGRATE v. 2.3 (Beerli & Felsenstein, 2001). Values represent the average across 11

loci.cMean value of total migrants received from, or contributed to, population per generation

plus 95% confidence interval (C.I.).dNames in bold indicate the highest number of migrants exchanged and its corresponding

recipient or donor population.

Table 6 Summary of historical migration

patterns between Moniliophthora perniciosa

subpopulations from Theobroma/Herrania

spp. and solanaceous hosts in southeastern

Bahia and Minas Gerais states

Plant Pathology (2016)

10 N. G. R. B. Patroc�ınio et al.

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subpopulations should not be taken as evidence of physi-ological races or pathotypes because virulence data wasnot associated with the genetic clusters in the currentstudy. Further research is required to determine whetherthe host-distinct subpopulations of M. perniciosa repre-sent distinct formae speciales or possibly emerging spe-cies as exemplified by Crinipellis brasiliensis (Arruda etal., 2005), a new species from the shrub H. acutifolia.Additional studies based on pathogenicity are required tobetter assess the host specificity of these particular sub-populations.The existence of host subpopulations represents a dis-

tinct threat, as it might suggest that M. perniciosa isundergoing speciation. This factor justifies quarantinemeasures to confine the pathogen to the area where ithas emerged, as introductions of novel M. perniciosagenotypes could drive novel host associations. Thus,management strategies will probably focus on managingplantings to disrupt connectivity among susceptible hostsubpopulations of M. perniciosa to prevent losses due toemerging diseases. This study also supported a predomi-nantly inbred population of M. perniciosa, as expectedfor a homothallic fungus.

Acknowledgements

N.G.R.B.P. acknowledges CAPES (Coordination for theImprovement of Higher Education Personnel, Brasilia,Brazil) and CAPES/EMBRAPA, for supporting her with aresearch assistantship during her PhD programme. Theauthors also thank the molecular plant pathology labora-tory personnel for their assistance in accomplishing thisstudy, and to Antonio Fontes and J�ulia Etinger for theirhelp with construction of the populations map. Thiswork was conducted in the Cacao Research Centre fromthe Executive Committee of Cocoa Crop (CEPEC/CEPLAC). K.P.G. and M.S.G.M. were supported byresearch fellowship Pq-1 from CNPq, and P.C.C. wassupported by research fellowship Pq-2 from CNPq.

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Supporting Information

Additional Supporting Information may be found in the online version of

this article at the publisher’s web-site.

Figure S1 Determination of the number of subpopulations of Monilio-

phthora perniciosa from cacao and solanaceous hosts in southeastern

Bahia and Minas Gerais states, Brazil, grouped by family (a) and by host

(b) of origin, defined based on the value of K generated by STRUCTURE V.

2.3.3 (Pritchard et al., 2000) using Evanno’s DK method considering no

prior population information.

Figure S2 Determination of the number of subpopulations of Monilio-

phthora perniciosa from cacao and solanaceous hosts in southeastern

Bahia and Minas Gerais states, Brazil, grouped by family (a) and by host

(b) of origin, defined based on the value of K generated by STRUCTURE v.

2.3.3 (Pritchard et al., 2000) using Evanno’s DK method considering

prior population information.

Figure S3 Genetic structure of 163 Moniliophthora perniciosa geno-

types grouped by family and by host, illustrating CLUMPAK’s label match-

ing for K = 5 (optimal K using Evanno’s DK method); (a) considering no

prior population information; and (b) considering prior population infor-

mation. Subpopulations: (TH) Theobroma/Herrania hosts; (CS) cultivated

solanaceous hosts; and wild solanaceous hosts: (JU) jurubeba, (CA)

caic�ara and (LH) lobeira. Each colour represents a population, and the

colour of individual genotypes represents their proportional membership

in the different populations.

Table S1 Number of alleles, size range and gene diversity for each

microsatellite locus used to characterize the Moniliophthora perniciosa

subpopulations from Theobroma/Herrania spp. and solanaceous hosts in

southeastern Bahia and Minas Gerais states, Brazil.

Table S2 Assigning values (membership Q) obtained from STRUCTURE

for K equals to five clusters for Moniliophthora perniciosa subpopula-

tions from Theobroma/Herrania spp. and solanaceous hosts in southeast-

ern Bahia and Minas Gerais states, Brazil.

Plant Pathology (2016)

12 N. G. R. B. Patroc�ınio et al.

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CAPÍTULO 2

Análises filogenéticas do fungo Moniliophthora perniciosa associados a hospedeiros

solanáceos e malváceos no Brasil revelam uma nova espécie de Moniliophthora

Resumo

A doença vassoura-de-bruxa do cacaueiro, causada pelo fitopatógeno M.

perniciosa, é uma das doenças de maior impacto econômico da cultura do cacau.

Evidências biológicas e moleculares comprovam a grande capacidade de adaptação a

novos hospedeiros e a alta variabilidade genética deste fitopatógeno. Os principais

objetivos desse estudo foram testar a hipótese de que os biótipos S e C são dois

patógenos distintos e compreender as relações filogenéticas entre os isolados de M.

perniciosa obtidos das famílias malváceas e solanáceas utilizando filogenia multigene

associada com patogenicidade e morfologia. Cinco regiões do DNA foram analisadas:

ITS, RPB1, MpGAPD, MCM7 e LSU. Reconstruções filogenéticas incluindo 76

amostras de M. perniciosa de diferentes hospedeiros revelaram três clados principais

(isolados malváceos, isolados solanáceos e isolados de caiçara). Análises morfológicas e

morfométricas em mais de 300 basidiomas dos diferentes isolados confirmaram a

divisão em três clados e a similaridade entre isolados pertencentes ao mesmo clado.

Testes de patogenicidade comprovaram patogenicidade cruzada entre isolados de cacau

e solanáceas cultivadas, mas isolados de caiçara não foram patogênicos ao cacaueiro. A

combinação de resultados de diferentes fontes de informação taxonômica apresenta uma

revisão na taxonomia de Moniliophthora perniciosa que infecta caiçara e uma nova

espécie é sugerida: Moniliopthora stipulaceum sp. nov.

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Introdução

A gama de hospedeiros de um patógeno pode ter consequências especiais na sua

evolução. A adaptação a diferentes hospedeiros pode ser condicionada por diferentes

“trade-offs” na história de vida do patógeno e ser afetada por processos evolutivos que

moldam as populações do patógeno. Fungos fitopatogênicos, em particular, são

conhecidos por causar perdas econômicas em culturas agrícolas, com consequente

impacto na economia, e novas doenças fúngicas devastadoras estão constantemente

emergindo em agroecossistemas (Stukenbrock & McDonald, 2008).

O agente causal da vassoura-de-bruxa do cacaueiro, o fitopatógeno

Moniliopthora perniciosa, tem sido relatado como patógeno em hortaliças e espécies

silvestres de plantas em alguns locais do Brasil, levando ao questionamento da

verdadeira gama de hospedeiros desse fitopatógeno. Na Bahia, M. perniciosa tem

expandido rapidamente para outros hospedeiros. Espécies cultivadas (tomate, pimentão,

pimenta, berinjela e jiló) e silvestres (jussara, jurubeba, urucum, fumo-bravo, braço-de-

preguiça) têm sido relatadas com sintomas de vassoura-de-bruxa em diversos

municípios do Sul da Bahia. Esta possível gama de hospedeiros não é comum para um

fitopatógeno que coevoluiu com o seu hospedeiro de origem – o cacaueiro. Se

comprovado esta gama de hospedeiro, M. perniciosa apresenta uma extraordinária

plasticidade e capacidade de infectar uma multiplicidade de culturas economicamente

importantes. Neste caso, estratégias de mitigação e previsão de risco devem ser

desenvolvidas.

A adaptabilidade de M. perniciosa a hospedeiros distintos foi classificada

como biótipos, referindo-se ao agrupamento de isolados com base na capacidade de

infectar um determinado hospedeiro (Bastos et al., 1991). Um total de cinco biótipos

foi identificado, porém Arruda (2005), com base em caracteres morfológicos e

moleculares, classificou o biótipo H como uma nova espécie, permanecendo quatro

biótipos: Biótipo C, um patógeno reconhecido da família Malvaceae, específico aos

gêneros Theobroma e Herrania; biótipo L, que afeta diversas espécies de cipós e lianas

das famílias Malpighiaceae e Bignoniaceae incluindo Arrabidea verrucosa; biótipo B,

que afeta Bixa orellana (urucum); e o biótipo S, originalmente descrito em solanáceas

silvestres no Norte do Brasil (Solanum rugosum Rich. ex Poir. (juçara) Solanum

laseantherum Heurck & Muell. Arg. (Bastos & Evans, 1985).

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Com a introdução da vassoura-de-bruxa na Bahia, em 1989, outras solanáceas

foram relatadas como hospedeiras de M. perniciosa baseado nos caracteres

morfológicos de cultura pura e basidiomas. Estas incluem as solanáceas cultivadas e as

silvestres: Solanum paniculatum L. (jurubeba) (Silva et al., 1992); S. cf. stipulaceum

(falsa caiçara), Solanum sp (Luz et al., 1997); Solanum mauritianum (fumo-bravo) e

Solanum cernum (braço-de-preguiça) (Pereira et al., 1996). Cita-se também a Solanum

lycocarpum (lobeira), uma solanácea silvestre em Minas Gerais (Arruda, 2005). Até o

momento deste trabalho, comprovou-se patogenicidade para o cacaueiro de isolados de

Solanum paniculatum L. e Athanaea cf. pogogena tanto na Amazônia, quanto na Bahia

(Bastos et al., 1991; Silva et al., 1992; Luz et al., 1997). Sabe-se que alguns biótipos

são capazes de infectar o cacaueiro (Resende et al., 2000). Estudos por Lopes et al.

(2001) revelaram a patogenicidade cruzada de isolados do cacaueiro, cacau-do-peru e

cupuaçu (biótipo C). No entanto, jurubeba (biótipo S) apresentou reações de

susceptibilidade apenas ao seu próprio inóculo e ao do cacaueiro. O estudo mostra que o

inóculo do cacaueiro foi eficaz em causar doenças em todos os hospedeiros testados.

Tendo em vista a relação de patogenicidade de M. perniciosa em outras

espécies hospedeiras além do cacaueiro, há a necessidade da prova da patogenicidade

deste patógeno nas diversas solanáceas cultivadas. Estes testes são importantes tanto

para esclarecer a verdadeira gama de hospedeiro desse fitopatógeno, como também para

estabelecer medidas de mitigação e risco. A ocorrência de infecção natural por M.

perniciosa em solanáceas cultivadas e silvestres no sudeste da Bahia tem grande

importância epidemiológica pela possibilidade de surgimento de uma nova doença nas

solanáceas.

Um fitopatógeno pode emergir em um agrossistema através de diversos

mecanismos, por. ex. salto de hospedeiro (host-jump) que ocorre quando um

fitopatógeno infecta (adapta-se) a um novo hospedeiro geneticamente distante do seu

hospedeiro de origem (Stukenbrock e McDonald, 2008), como em M. perniciosa que

possui diversos hospedeiros de famílias distintas. Tarnowski (2009), por meio de

estudos filogenéticos sugere que M. perniciosa, homotálico, altamente especializado,

poderia ter evoluído de um ancestral heterotálico, saprofítico ou endofítico, resultando

nas populações de M. perniciosa atualmente observadas. A autora ainda afirma que M.

perniciosa como patógeno do cacaueiro, provavelmente não representa um patossistema

envolvendo co-evolução, mas uma série de saltos de hospedeiros em várias famílias

diferentes. Infelizmente, este hipotese não foi confirmada devido à falta de marcadores

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gênicos com polimorfismo suficiente para inferir as relações filogenéticas dos biótipos

estudados.

Neste contexto, os objetivos deste estudo foram: (i) investigar a distribuição

contemporânea da gama de hospedeiros de M. perniciosa em solanáceas cultivadas e

silvestres na Bahia; (ii) desenvolver marcadores com resolução para diferenciar

haplótipos dos diferentes biótipos e caracterizar as relações filogenéticas entre os

isolados de espécies solanáceas e malváceas; e (iii) caracterizar a variabilidade

morfológica, morfométrica e o potencial de colonização de M. perniciosa do cacaueiro

em hospedeiros solanáceos. As hipóteses testadas foram: (i) M. perniciosa do cacaueiro-

biótipo C pertence a uma linhagem distinta dos demais biótipos, e (ii) que a vassoura-

de-bruxa em solanáceas silvestres é causada por agentes patogênicos distintos,

pertencentes ao complexo de espécies do gênero Moniliopthora.

Material e Métodos

Distribuição e gama de hospedeiros

Foram inventariados 25 municípios na região sudeste da Bahia, no período entre

outubro de 2009 a abril de 2013 e o município de Lagoa Dourada em Minas Gerais,

Brasil. As visitas foram realizadas em localidades onde é comum o cultivo de espécies

solanáceas olerícolas e ocorrência natural de solanáceas silvestres. Todas as amostras

foram georreferenciadas.

As coletas foram conduzidas nos principais municípios produtores de cacau,

sendo priorizadas visitas as propriedades comerciais, assentamentos rurais e

propriedades direcionadas a agricultura familiar onde é comum o cultivo de algumas

solanáceas e a ocorrência natural de jurubeba, uma espécie silvestre, todas assinaladas

como possíveis hospedeiros de M. perniciosa. Para as amostras silvestres coletadas,

exsicatas foram feitas e encaminhada para análise pelo botânico André Amorim

(Curador Herbário CEPLAC-CEPEC) para confirmar a espécie hospedeira.

Amostragem e identificação

Amostras de plantas doentes mostrando sintomas característicos da doença

vassoura-de-bruxa do cacaueiro (vassouras e inchamentos) foram coletadas e levadas a

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CEPLAC/CEPEC/Seção de fitopatologia – laboratório de fitopatologia molecular para

processamento e análise (Figura 2). As vassouras coletadas foram usadas para a

obtenção de basidiocarpos, basidiósporos e isolamento fúngico. As amostras foram

identificadas e submetidas ao isolamento em batata-dextrose-agar (BDA) meio

acrescido de estreptomicina (0,05μg.mL-1

) e mantidas no escuro a 23 ± 2 °C por sete

dias. Posteriormente, discos das bordas das colônias em meio seletivo foram

transferidos para placas de Peri contendo BDA, onde foram cultivados para extração de

DNA. A preservação das culturas puras foi feita pelo método de Castellani (Castellani,

1967), como também preservação em água- Milli-Q estéril.

As informações sobre a espécime coletada, gravidade da doença, sintomatologia

e informações sobre a coleta foram depositadas na micoteca de Moniliophthora

perniciosa (agente causal da vassoura-de-bruxa do cacaueiro) base de dados AgroTeca-

modulo-MICOTECA, registro 109/2013 no CGEN-Processo 02000.001362/2013-76

tendo a CEPLAC como fiel depositária e a Dra. Karina P Gramacho como curadora.

Análise Morfológica e Morfométrica

As características macroscópicas dos micélios e basidiomas de isolados de cada

hospedeiro foram observadas em Microscópio de Luz (ML) e para isso, amostras foram

fixadas em FAA, e feitas secções à mão livre do basidioma, sob o microscópio

estereoscópico. As porções seccionadas foram montadas em lâminas com KOH 3% e

lactofucsina + azul de algodão e analisadas com auxílio de ocular milimetrada. Em cada

isolado, as medidas foram tomadas em 70 basidiomas, 50 basidiósporos, e 30

queiliocistídias por hospedeiro. Os basidiomas foram obtidos naturalmente de vassouras

secas coletadas em cada planta hospedeira e /ou produzidos artificialmente através de

mantos miceliais de acordo com a metodologia descrita por Griffith e Hedger (1993) e

modificado por Niella et al. (1999).

Basidiomas também foram observados por Microscopia Eletrônica de Varredura

(MEV), a fim de identificar as estruturas presentes durante o seu desenvolvimento. Os

basidiomas foram individualmente fixados (glutaraldeído 2,5%, em tampão cacodilato

de sódio 0,1 M, pH 7,2), pós-fixados em tetróxido de ósmio 1% e desidratados em

etanol. Posteriormente, fez-se a secagem ao ponto crítico com CO2 líquido e levado ao

metalizador para a cobertura com uma fina camada de ouro. As amostras foram

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observadas no microscópio eletrônico de varredura, modelo JSM 6390-LV, marca

JEOL (Centro de Microscopia Eletrônica – FIOCRUZ, Salvador-Bahia). Foram

observadas as seguintes características macro e micromorfológicas de valor

taxonômico: basidiomas; himenóforo; basidiósporos; basídia: presença e quantidade de

esterígmas; queiliocistídias; e hifas: características, presença de grampo de conexão.

As análises estatísticas foram realizadas com o programa SAS, versão 8.0 (SAS

Institute INC., Cary Carolina do Norte) e teste de Duncan com base em medidas

morfométricas (comprimento e largura) de 70 basidiomas, 50 basidiósporos e 30

queilocistídia de cada isolado dos hospedeiros estudados. Para a determinação da

morfologia do basidioma utilizou-se literatura Especializada: Decock & Ryvarden,

2003; Ryvarden 1991, 2000, 2004; Núñez & Ryvarden, 2001; Pegler, 1973; Ryvarden

& Iturriaga, 2003.

Otimização dos “primers” e determinação do nível de polimorfismo

Foi realizada uma busca no genoma de M. perniciosa de regiões candidatas a

sítios polimórficos e informativos. Os genes codificantes de proteínas foram escolhidos

devido a mais rápida taxa de evolução quando comparado com o rDNA. Sequências do

GenBank foram inseridas no programa Primer3 para desenho dos pares de primers. Para

sequências com introns definidos no GenBank, o Primer3 foi instruído para selecionar

regiões abrangendo pelo menos um intron para aumentar a probabilidade de detectar

polimorfismos. Com base nessas regiões, foram desenhados sete iniciadores nucleares

(MpGAPD_F e R, MpEF1α Fe R, MpBeta F e R, MpProtein 2a intron F e R, MpKinase

F e R, Mp Kinase Intron F e R e MpIntron F e R). Outros iniciadores foram escolhidos

com base em regiões nucleares já utilizadas em estudos filogenéticos em fungos (ITS,

RPB1, EF1α, LSU, GAPDH, SSU, Mating type, NEP, Actina, GPD e MCM7 (Aime &

Phillips-Mora, 2005; Arruda, 2005; Tarnowisk, 2009; Kerekes & Desjardins, 2009;

White et al., 1990) (Tabela 4). No total 17 regiões foram amplificadas e sequenciadas.

Para testar a eficácia dos novos iniciadores na amplificação de produtos de PCR, foram

escolhidos como sub-amostras de isolados de M. perniciosa quatro representantes de

cada população caracterizada no estudo de estrutura genética (capitulo 1) de M.

perniciosa (TH = 3600, 88, 4040 e 83; CA = 4062, 4063, 4064, 4065; JU = 3902, 2509,

4102 e 4104; CS = 3900, 4127, 4078 e 4091; e LO = 4401, 4410, 4408 e 4422).

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Sequenciamento

Foram utilizados 76 isolados de M. perniciosa e dois isolados de espécies

distintas: Crinipellis brasiliensis e Moniliophthora roreri totalizando 78 amostras de

DNA (Tabela 2). O DNA de M. roreri utilizado neste estudo foi cedido pelo Instituto de

Cultivos Tropicales –ICT, Peru. O DNA foi extraído de acordo com o método de Zola e

Pukilla (1986) com algumas modificações no tampão de extração (Tris-HCl 10 mM;

EDTA 1mM, pH 8,0). As amostras foram quantificadas em gel de agarose 0,8% onde

foram visualizadas bandas de DNA genômico total, separadas por eletroforese, como

indicadoras da integridade do DNA extraído. Uma alíquota das amostras de DNA de

cada isolado foi diluída a 20 ng, para serem usadas no sequenciamento das regiões.

As reações de PCR para a amplificação dos genes foram otimizadas com os

seguintes parâmetros: 3 μL de DNA [20 ng], 1,0 μL de cada primer [10 pmol], 3,0 μL

MgCl2 [25nM], 3,2 μL de dNTP [2,5mM], 1X de tampão KCl e 1 U de Taq DNA

Polimerase (Fermentas Biotecnologia Ltda) para um volume final de 50 μL. As

condições de amplificação para as regiões genômicas foram: desnaturação inicial a 95

°C por 8 minutos, seguidos por 35 ciclos de 95 °C por 15 segundos; a temperatura de

anelamento específica de cada primer, por 40 segundos; 72 °C por 1 minuto, seguido de

uma extensão final a 72 °C por 5 minutos. A temperatura de anelamento específica de

cada primer e tamanho do produto de PCR estão apresentados na Tabela 4. As amostras

foram sequenciadas no Sequenciador Automático de DNA, modelo ABI PRISM 3100

Genetic Analyzer.

Identificação de SNPs e diversidade molecular

Os eletroferogramas gerados foram compilados, analisados e editados pelo

programa Geneious 7.0 (Kearse et al., 2012). Assim como a identificação dos SNPs,

dos haplótipos, do número e a posição dos sítios. A sequência de M. perniciosa do

cacaueiro foi utilizada como referência no alinhamento dos demais isolados de cada

região gênica. Sequências parciais de todos os isolados para os genes escolhidos foram

obtidas, separadamente editadas e alinhadas no programa Geneious v 7.0 usando o

Clustal W (Kearse et al., 2012), e os alinhamentos corrigidos manualmente.

As sequências obtidas, referentes a cada isolado foram reunidas sob a forma de

projeto e separados por região gênica de acordo com as quatro populações de M.

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perniciosa estabelecidas por Patrocínio et al. (2016): TH, CA, LO, CS e JU. As

sequências foram então comparadas por alinhamentos múltiplos com a sequência

referência para identificação dos SNPs. Diferentes conjuntos de dados foram analisados

considerando populações por gene ou sub-populações agrupadas com base no

hospedeiro de origem.

As medidas de diversidade molecular (número de haplótipos, H; diversidade de

haplótipos, Hd; diversidade de nucleotídeos, pi, número médio de diversidade de

nucleotídeos, k; e o número de locais variáveis, S) foram estimadas utilizando o DNAsp

v.5 (Librado & Rozas, 2009), assim como os testes de neutralidade. A hipótese de

ocorrência de seleção atuando sobre os genes foi testada por meio de dois métodos

implementados no programa DNAsp (Rozas et al., 2003): O teste Tajima's D (Tajima,

1989) e Fu e Li D (Fu & Li, 1993).

Análises filogenéticas

O data set para construção das árvores filogenéticas foi formado por sequências

de 76 isolados representantes dos haplótipos (Tabela 2) obtidos no capitulo 1 desta tese,

mais 14 sequências de DNA utilizadas no estudo de Aime e Phillips-Mora (2005) e

disponíveis em banco de dados público (NCBI) (Tabela 3). Análises preliminares foram

conduzidas para verificar as topologias das árvores filogenéticas de cada região

individualmente. As árvores filogenéticas foram construídas pelos métodos de Máxima

parcimônia e Máxima verossimilhança, utilizando o modelo evolutivo Kimura 2

parâmetros, através do programa Mega5 (Tamura et al., 2011). Este modelo afirma que

o número de sítios em uma sequência de DNA é tão grande que uma mutação recém-

surgida ocorrerá em um local diferente dos locais onde as mutações anteriores

ocorreram (Kimura, 1969). O suporte dos clados foi inferido a partir de 1.000

replicações da análise de bootstrap (Phoulivong et al., 2010).

As relações filogenéticas entre as espécies de Moniliophthora e Crinipellis

foram reconstruídas por meio de Inferência Bayesiana. Subconjuntos de sequências de

cada uma das regiões de genes nucleares foram incluídas independentemente com o

MRMODELTEST v.2.3 (Guindon & Gascuel 2003; Darriba et al. 2012). Para cada

região gênica, o Akaike Criteria information (AIC) (Guindon & Gascuel 2003; Darriba

et al. 2012) indicou os modelos de melhor ajuste entre os 24 modelos de evolução

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molecular. A análise particionada foi realizada no MrBayes v. 3.1.2 (Huelsenbeck &

Ronquist, 2001).

Os genes foram concatenados usando o programa Mesquite (Maddison &

Maddison, 2015). A análise foi realizada utilizando dois ensaios simultâneos de cem

mil gerações cada, com uma cadeia fria e uma cadeia quente em cada corrida; o

parâmetro de temperatura foi ajustado para 0,25 (Temp = 0,25) e o comprimento do

ramo médio anterior foi ajustado para 0,01 (BRL SPR = Unconstrained: Exponencial

(100)). As árvores foram amostradas uma vez a cada 5.000 gerações. Foram descartadas

25% das primeiras árvores como amostras de burnin; o desvio padrão médio de

frequências de divisão na parte final de cada ensaio foi inferior a 0,01.

Testes de Patogenicidade e Histopatologia

Sementes de berinjela, jiló, pimenta, pimentão, tomate e cacau (cv. Catongo -

padrão de susceptibilidade) foram plantadas em uma mistura de “potting mix”

comercial (Plantmax®, Eucatex, São Paulo, SP, Brazil) e solo rico em argila, em uma

proporção de 2:1 e cultivadas em substrato estéril em uma estufa sob luz natural e 90%

de umidade relativa do ar até o dia da inoculação.

Mudas com três semanas de idade tiveram suas folhas reduzidas a 1/3 para

acelerar o crescimento apical (Frias et al., 1991), e inoculadas com uma gota de

suspensão de 20 µL de basidiósporos em 0,3% água-ágar (Surujdeo-Maharaj et al.,

2003) em uma concentração de 500.000 esporos mL-1

e de germinação > 80%.

Basidiósporos foram obtidos de basidiomas produzidos em vassouras secas recolhidas

na Bahia e Minas Gerais ou produzidos in vitro de mantos miceliais. As mudas

inoculadas foram incubadas por 48h em uma câmara escura e úmida a 23 ± 2 oC e

umidade relativa superior a 97%, as mudas foram transferidas para uma estufa

climatizada com temperatura de 23 ± 2oC e irrigadas por 20 minutos três vezes por dia

até o final do experimento. A umidade relativa da estufa foi de cerca de 80% controlado

através de um sistema automatizado de nebulização.

O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado, com 36

tratamentos (seis hospedeiros inoculados com seis inóculos diferentes) e cinco

testemunhas (plântulas não inoculadas) de cada hospedeiro. Foram obtidas cerca de 40

plântulas por hospedeiro, e cada planta foi considerada uma repetição: Mudas

inoculadas com água destilada foram usadas como controles.

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As avaliações foram feitas individualmente e semanalmente a partir dos 15 Dias

Após a Inoculação (DAI) até os 60 DAI. Os tipos de sintomas avaliados foram:

vassoura terminal (VT); vassouras axilares (VA) maiores que 1 cm de comprimento;

vassoura cotiledonar (VC); superbrotamentos (SB) e engrossamento do caule (EC).

Análises estatísticas foram realizadas utilizando o modelo linear, considerando

todos os fatores como fixo com o PROC GLM, opção de ANOVA, programa SAS e as

médias foram comparadas usando teste de Duncan 5 %. Os pressupostos da análise de

variância foram verificados pelo teste de normalidade e distribuição padrão de resíduos.

As variáveis analisadas foram: SINT (proporção de plantas apresentando algum sintoma

da doença) e Vtot (Vassouras totais: terminal, axilar e/ou cotiledonar).

Para observar a colonização fúngica nos tecidos das plantas inoculadas, mudas

doentes foram coletadas 15-60 DAI. Os tecidos infectados foram então seccionados e

divididos em três segmentos: superiores, médios e inferiores, e imediatamente fixados

em uma solução de formaldeído-propiônico, ácido etil e álcool (50%) (FPA) numa

proporção de 1:1:18. Após a fixação, as amostras foram desidratadas em uma série

gradual de etanol/ álcool butílico terciário do (50 a 100%) durante duas horas cada, e

termicamente incorporadas em praplast plus (ponto de fusão 56,5 ºC Paraplast plus;

Fisher Scientific Company Pittsburgh, PA, USA) (Sena et al., 2014). Os tecidos foram

seccionados transversalmente (3 a 10 μm) com um micrótomo Leica Sc 2400 (West

Columbia, SC, Estados Unidos da América). Os cortes seriados foram termicamente

montados em lâminas de microscópio, revestidas com adesivo Haupts e formalin 4%.

As laminas foram mergulhadas em três trocas de xileno 100% e passaram por uma série

de xilol e álcool etílico absoluto (ETOH) 1:1, ETOH absoluto e 70% ETOH.

Resultados

Ocorrência e gama de hospedeiros

A distribuição de Moniliophthora perniciosa em solanáceas na Bahia foi

determinada pelo mapeamento dos locais de ocorrência, desde o primeiro registro, no

final de 1990 na região de Arataca (Bahia) infectando Athanaea aff pogogena. Na

Bahia, a ocorrência foi baseada em um transecto de 342 km (de 13° 15' 7 ' S; 39° 39' 15

' W a 15º 25' 46" S - 39º 20' 03" W) que abrange 18 municípios (Figura 1), entretanto

em Minas Gerais a ocorrência se estende a apenas 30 km (20 ° 54'52 ' S; 44° 04' 42 ' W)

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em Lagoa Dourada onde foram encontrado plantas sintomáticas de lobeira (Figura 1,

Tabela 1).

Com base nos sintomas típicos da doença vassoura-de-bruxa do cacaueiro, um

total de sete espécies potencialmente hospedeiras de M. perniciosa da família

Solanaceae foram encontrados: três espécies silvestres (jurubeba, caiçara e lobeira) e

quatro espécies cultivadas (jiló, berinjela, pimentão e pimenta) (Tabela 1). As espécies

hospedeiras de solanáceas silvestres que mostraram sintomas típicos de vassoura-de-

bruxa foram: jurubeba e lobeira. As demais foram espécies de solanáceas cultivadas:

pimentão, jiló, pimenta e berinjela (Figura 2). A jurubeba e o jiló foram os hospedeiros

mais frequentes, sendo identificados em mais de 80% dos locais visitados. Os demais

hospedeiros tiveram ocorrência esporádica com frequências abaixo de 23%.

Análises morfológicas e morfométricas

Variações significativas foram encontradas (p < 0,05) para o tamanho dos

basidiomas, basidiósporos e foram das queilosistídias:

Basidiomas. Quanto ao diâmetro do píleo, foram observadas diferenças

significativas, com a formação de três categorias: maior diâmetro (caiçara, 14,7 mm),

diâmetro intermediário (cacau 10,1 mm) e o menor diâmetro pelos demais isolados

solanáceos (pimentão 7,9 mm, lobeira 7,7 mm, berinjela 6,7 mm, jurubeba 6,2 mm e jiló

5,6 mm) (Tabela 5). Quanto à coloração do píleo, os isolados de jurubeba, berinjela e

pimentão apresentaram píleos avermelhados escuros a rosado, os demais isolados do

cacaueiro, jiló, caiçara e lobeira os píleos eram rosa claros. Variações também foram

encontradas nas texturas dos basidiomas: os isolados do cacaueiro e jiló apresentam

textura frágil, enquanto que os demais basidiomas (caiçara, jurubeba, lobeira, berinjela e

pimentão) apresentaram textura firme e rígida (Figura 3).

Basidiósporos (Tabela 5): Quanto ao comprimento do basidiósporo foram

observadas diferenças significativas, com a formação de quatro grupos: os com maiores

basidiósporos (lobeira 16,3 μm), o segundo maior (jurubeba 13,1 μm, berinjela (12,5

μm pimentão e jiló 12,2 μm), o grupo de intermediários (cacau 11,3 μm) e os menores

(caiçara 10,1 μm). Quanto à largura do basidiósporo, foram observadas diferenças

significativas, que foram agrupadas em cinco grupos pelo teste Duncan (p<0.05): os

mais largos (lobeira 8,9 μm) segundo mais largo (jurubeba 7,9 μm), largura

intermediária (pimentão 6,9 μm) segundo (menor berinjela 6.4 μm e jiló 6,3 μm) e os

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menores (cacau 5,7 μm e caiçara 5,6 μm). Não houve alterações em relação à forma dos

basídios e número de esterigmas nos isolados avaliados a maioria dos basídios tinham

forma clavada com dois ou quatro esterígmas (Figura 4).

Queilocistídia (Tabela 5). Os isolados do cacaueiro apresentaram a forma

predominante da queilocistídia clavada ou obclavada (80%) e a forma piriforme menos

predominante (20%). Já os isolados solanáceos (cultivados e silvestres) apresentaram

forma da queilocistídia piriforme predominantes (90%) e clavadas (10%) (Figura 4).

Quanto ao comprimento das queilocistídias, foram observadas diferenças significativas

(p<0,05) separando-as em quatro classes: longas (caiçara 49,9 μm); intermediária (33,0

μm para berinjela e pimentão 31,28 μm); intermediário 2 (jurubeba 27,2 e jiló 24,2) e

curtas (lobeira 16,6 μm). Quanto à largura da queilocistídia, houve a formação de três

categorias (Tabela 5): as largas (lobeira 9,2 μm), intermediário (caiçara 7,4 μm e

jurubeba 6,8 μm) e as estreitas (cacau 6,3 μm, berinjela 5,6 μm, jiló 5,5 μm e 4,9

pimentão μm). Em relação às características morfológicas dos micélios (coloração,

espessura, presença de grampos de conexão), todos os isolados apresentaram

características semelhantes.

A análise estatística dos caracteres morfométricos obtidos (tamanho dos

basidiomas; comprimento e a largura de esporos; tamanho das queilocistídias) revelou

diferenças significativas entre as populações estudadas. As maiores diferenças foram

encontradas entre caiçara e lobeira que apresentaram os maiores e menores tamanhos de

medidas morfométricas; respectivamente. Os isolados oriundos dos hospedeiros

cacaueiro, jiló e jurubeba; e entre os isolados dos hospedeiros berinjela e pimentão

foram semelhantes entre si (P > 0,5). A morfometria detalhada por hospedeiro está

apresentada na Tabela 5.

Não houve diferenças significativas nas demais características da espécie

Moniliophthora perniciosa (Stahel) Aime e Phillips-Mora (2005): Himenóforo -

lamélulas estreitas e pouco numerosas; nervuras ou dobras transversais ocasionais

(Figura 3 e 4). Estipe sólido, creme na parte superior escurecendo ao marrom

avermelhado em direção à base, curta e reta ou ligeiramente curvada, cilíndrica,

superfície pubescente e base parcialmente inserida ao substrato. Basidiósporos

elipsoides a oblongo-elipsoides, hialinos, com parede delgada e conteúdo granular,

basídios geralmente com dois e quatro esterigmas, alguns apresentando esporos na

extremidade (Figura 4).

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Sequenciamento, polimorfismo e filogenia

Sequenciamento

Foram utilizados 78 isolados (Tabela 2) por marcador analisado (17

marcadores) (Tabela 4). Todos os marcadores resultaram em amplificação positiva de

produto de PCR. No entanto, o número total de sequências obtidas variou com cada

marcador. Não foi possível à amplificação da região MCM7 em alguns isolados de M.

perniciosa da família Solanaceae, sendo possível sequenciar apenas 35 dos 78 isolados.

Os demais marcadores apresentaram pouca variação em relação ao número de isolados

não sequenciados. O sumário de amplificação de cada marcador é apresentado na

Tabela 6.

Oito marcadores foram polimórficos e sete monomórficos com diversidade

haplotípica variando de 0,6 a 0,9. O número de sítios polimórficos foi maior para os

locos MpBeta, RPB1 e MCM7. O valor mais alto de diversidade nucleotídica (π = 0,01)

e o número médio de diferenças nucleotídicas (K = 6,34) foi obtido para o loco MCM7,

seguido dos locos MpBeta, RPB1, MpGAPD, e ITS com K variando de 3,4 - 2,71. Os

índices de diversidade haplotípica foram considerados altos (Hd > 0,5) para MpBeta,

MpGAPD, ITS, RPB1, Actina, LSU, MCM7 e Mating-Type, os demais marcadores

apresentaram diversidade haplotípica menor que 0.50 (Tabela 6).

O SNP mais frequente foi do tipo transição T/C com nove SNPs e C/T com seis

SNPs, e com menor frequência foram do tipo transversão A/C, A/T e C/A com apenas

um SNP (Figura 5 A). Avaliou-se a frequência de SNPs por linhagem de hospedeiros. A

maior frequência de SNPs foi encontrada entre os isolados oriundos do hospedeiro

lobeira (LO), sendo 77% do tipo transição e 68% do tipo transversão, seguido pelos

isolados oriundos de Theobromas (TH) com 81% de mutações do tipo transições e 19%

do tipo transversão (Figura 5 B). Os isolados de solanáceas cultivadas (CS) e de

jurubeba (JU) apresentaram frequência de mutações inferiores a 50%.

Para determinar se forças evolutivas estão agindo sobre a variabilidade das

sequencias analisadas, realizaram-se dois testes de neutralidade: D de Tajima e o teste

de D de seletividade neutra de Fu & Li. Os testes de neutralidade não foram

significativos para os locos analisados exceto para as regiões MpBeta e MpEF1α que se

mostraram não neutras (Tabela 6), sugerindo a ocorrência de seleção balanceadora

assim, estes genes foram excluídos das análises filogenéticas (Tabela 6).

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Filogenia

Buscou-se estimar as relações entre as quatro sub-populações definidas por

Patrocínio (2016; capítulo I dessa tese). Considerando que, quando uma árvore é

construída apenas com um gene, ela pode não representar estritamente a história

evolutiva da espécie, mas sim a do gene, selecionou-se aqueles genes que melhor

representam a história evolutiva dos grupos aqui estudados. Foram obtidos dois

conjuntos de dados, uma matriz de caracteres contendo haplótipos representativos de

cada população e para cada região gênica foram construídas árvores

filogenéticas utilizando Máxima Parcimônia (MP) e Máxima verossimilhança (MV).

As regiões ITS e RPB1 além de apresentarem congruência, possuíam mais

informações de gêneros no NCBI e por isso foram escolhidas para gerar as árvores

filogenéticas. Considerando que a topologia das árvores representadas pelos métodos

MP e MV foram congruentes, apenas os resultados da análise de MV foram

apresentados (Figura 6 e 7). As árvores gênicas para as regiões ITS, RPB1, MpGAPD,

MCM7 e LSU foram congruentes. Por outro lado, as topologias das árvores das demais

regiões (MpEF1α e Dihidroxicetona) apresentaram politomias (diversidade haplotípica:

Hd > 0,50) e não foram tão congruentes quanto às das outras regiões (ITS, RPB1,

MpGAPD, MCM7 e LSU).

Desta forma, uma segunda matriz de dados foi construída utilizando os cinco

regiões ITS, RPB1, MpGAPD, MCM7 e LSU por serem os mais informativos, neutros e

com topologia das árvores gênicas semelhantes. Devido à inserção de “indels”

necessários para o alinhamento das sequências, o alinhamento final deste conjunto de

dados apresentou 2871 bases e 33 isolados. Esta matriz foi utilizada para a análise

Bayesiana (Figura 8).

As quatro populações de M. perniciosa foram divididas em dois grandes clados

principais com alto suporte estatístico de probabilidade posterior (pp = 0,90). O

primeiro foi representado pela linhagem de isolados malváceos, T. cacao L., T

grandflorum L, Herrania sp. O segundo clado foi representado por isolados solanáceos

que foram segregados em dois subclados: um com isolados de Solanum stipulaceum

Roem. & Schult. (caiçara) (pp = 0,97) e o outro composto por isolados de S.

lycocarpum, (lobeiras), solanáceas cultivadas: S. gilo Raddi (jiló), S. melongena L.

(berinjela), C. annum L. (pimentão) e S. paniculatum L. (jurubeba) (pp = 0,97).

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Patogenicidade e histopatologia

O inóculo do isolado obtido de cacau foi patogênico às solanáceas testadas,

sendo mais virulento ao cacaueiro (incidência = 80%). Com base na análise de variância

houve diferenças significativas quanto à virulência dos isolados do cacaueiro e de

solanáceas (P≤ 0,0001) (Figura 9). Nas demais solanáceas a incidência variou de 4 a 26

%. Todas as plantas apresentaram sintomas típicos da doença. O inóculo de jiló foi

patogênico ao cacaueiro e as demais solanáceas, sendo mais virulento às solanáceas.

Inóculo de jurubeba foi patogênico tanto às solanáceas como ao cacaueiro, sendo mais

virulento ao jiló (73%) e menos virulento em cacau (9%). A virulência foi similar nas

demais solanáceas (~30%). Inóculo de lobeira e de caiçara não foram patogênicos ao

cacaueiro, mas foram patogênicos ao tomate variedade Santa Clara (Figura 9). Não foi

possível inocular lobeira e caiçara devido à dificuldade em se obter mudas dessas

solanáceas silvestres. No geral, o período latente variou entre as plantas inoculadas. Os

primeiros sintomas apareceram no tomate, 15-20 dias após a inoculação (DAI); o cacau

40-60 DAI; pimenta 60 DAI e os demais hospedeiros 30-40 DAI (Tabela 7).

As espécies de plantas inoculadas mostraram cinco tipos de sintomas (Figura

10): engrossamento do caule, sintoma mais comum no tomate; vassoura axilar

predominante em berinjela e jiló; e vassoura terminal predominante no cacaueiro,

tomate e jiló; superbrotamento (SB) foi o sintoma menos frequente sendo encontrado

apenas em pimenta.

Por histopatologia foi possível observar M. perniciosa nos tecidos de todos os

tratamentos inoculados, indicando colonização (Figura 10). No entanto, a intensidade de

colonização variou entre os tratamentos. Foi possível identificar nas plantas infectadas,

desorganização celular, presença de hifas no córtex, medula e tecidos do sistema

vascular (Figura 11). Foram também observados septos e grampos de conexão. Os

tratamentos não inoculados apresentaram padrão de uniformidade celular em todos os

tecidos.

Discussão

Neste trabalho foram estudados isolados dos dois biótipos de M. perniciosa mais

relacionados o biótipo S e C. Os objetivos principais foram testar a hipótese de que os

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biótipos S e C são dois patógenos distintos e compreender as relações filogenéticas

entre os isolados obtidos das famílias malváceas e solanáceas. A proposta foi utilizar

filogenia multigene associada com patogenicidade, morfologia e morfometria.

Durante o processo de triagem dos marcadores para a genética de populações,

estudos filogenéticos e de coalescência, cinco (ITS1F, RPB1, MCM7, MpGAPD e

LSU), dos 10 marcadores gênicos polimórficos propostos mostraram-se adequados. O

marcadores MpBeta e MpEF1α mostraram-se inadequados por não apresentar

neutralidade. O marcador gênico LSU, anteriormente usado para estudos filogenéticos

do gênero Moniliophthora, mostrou-se bastante conservado entre os isolados não

apresentando resolução suficiente para a distinção de haplótipos entre os isolados dos

biótipos de M. perniciosa utilizados neste estudo. Fato também observado por Aime e

Phillips-Mora (2005). Ao comparar as espécies de M. roreri e C. perniciosa. Neste

caso, a separação entre gêneros só foi possível utilizando uma filogenia mais consistente

combinando cinco regiões gênicas (LSU, SSU, ITS, EF1α e RPB1) que dispôs C.

perniciosa como grupo irmão de Moniliophora (Aime e Phillips-Mora, 2005).

Tarnowisk (2009), com base nas análises filogenéticas das sequências parciais

dos genes IGS, RPB1 e ITS, agrupou os isolados de M. perniciosa (biótipo S e x biótipo

C) em três clados, o primeiro segregando como dois subclados distintos nas árvores

gênicas; respectivamente, formado por isolados de hospedeiros do biótipo S e C, mas

com baixo suporte estatístico (bs < 60%) exceto para RPB1(bs > 80%). O terceiro

clado incluiu os isolados de lianas. Neste mesmo trabalho, foi confirmado que a região

ITS não apresentou resolução suficiente para a distinção entre isolados do biótipo S.

Apesar das regiões gênicas IGS e ITS serem utilizadas em diversos estudos

filogenéticos, em alguns casos, estas regiões do rDNA fornecem pouca resolução na

distinção entre espécies fúngicas intimamente relacionadas, por ex. no basidiomiceto

Armillaria (Sicoli et al., 2003; Kim et al., 2006; Ota et al., 2011). Portanto, os

resultados encontrados por Tarnowisk (2009) podem estar associados tanto ao tipo de

análises utilizadas como também a pouca resolução dos marcadores, e até mesmo aos

isolados usados. Neste mesmo trabalho os autores não encontraram diferenças

morfológicas significativas entre os clados. Tão pouco a especificidade por hospedeiro

foi confirmada. Por estas razões os resultados das análises moleculares de Tarnowisk

foram considerados inconclusivos (Evans et al., 2013). Por conseguinte, o termo biótipo

foi mantido, uma vez que não foi possível separá-los em novas espécies ou variedades.

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Entretanto, as sequências utilizadas aqui compreendem haplótipos representantes

dos 76 isolados com características morfológicas de M. perniciosa obtidos de diferentes

hospedeiros e locais. Este subconjunto abrangeu as cinco populações de M. perniciosa

estabelecidas por Patrocínio et al., (2016 capítulo1 desta tese). Diversas evidências

apoiam uma revisão na taxonomia de M. perniciosa que infecta as caiçaras (S.

stipulaceum Roem. & Schult): (1) análise de genética de populações (Patrocínio, 2016

(capítulo 1)) demonstram baixo fluxo gênico e/ou fluxo gênico restrito e estruturação da

população com base no hospedeiro de origem; (2) a filogenia mais elaborada baseada

nas regiões combinados (MpGAPD, MCM7, ITS1F, RPB1 e LSU), e com alta

resolução para separar haplótipos dos biótipos S e C mostrou um agrupamento com

elevado suporte estatístico destes haplótipos, (3) análises morfológicas revelaram

variações significativas nos caracteres morfométricos de valor taxonômico, e (4)

inoculações artificiais revelaram especificidade por hospedeiro. Linhagens de M.

perniciosa de caiçaras e de lobeiras não foram patogênicas ao cacaueiro, evidenciando

provável especialização patogênica de M. perniciosa das solanáceas silvestres lobeira e

caiçara. Infelizmente, não foi possível determinar a patogenicidade de M. perniciosa

isolados do cacaueiro em caiçara e lobeira devido, principalmente, a dificuldade de

obtenção de mudas e cultivo dessas solanáceas silvestres. Mas, este é o primeiro

trabalho comprovando a patogenicidade cruzada de isolados de M. perniciosa entre o

cacaueiro e solanáceas cultivadas.

O cultivo de olerícolas hospedeiras de M. perniciosa próximos a extensas

plantações de cacau é muito comum na região sul da Bahia. De igual modo também

solanáceas silvestres ocorrem na flora natural e pastagens ao longo das estradas. Neste

cenário, existe migração entre M. perniciosa do cacaueiro, de jurubeba e solanáceas

cultivadas, conforme foi demostrado no capítulo 1 desta tese. Já as populações de

caiçara e lobeira são geograficamente isoladas, portanto, migração/fluxo gênico é

limitado causando isolamento reprodutivo entre as populações, podendo contribuir para

especiação.

A gama de hospedeiros de M. perniciosa na Bahia é significativamente maior

do que a gama de hospedeiros conhecidos para esta doença internacionalmente. Neste

estudo foi identificado um novo isolado em uma solanácea silvestre na Bahia e

comprovado que M. perniciosa é patógeno de solanáceas olerícolas. Notavelmente

menos estudos foram dedicados a testes de patogenicidade de M. perniciosa em

diferentes hospedeiros pela dificuldade de obtenção de esporos e ocorrência restrita dos

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hospedeiros. Nesses estudos, a abordagem da epidemiologia do patógeno era feita com

base na agressividade ao cacaueiro em vez de abordar conceitos de espécie.

Dentre os hospedeiros solanáceos o mais suscetível foi o jiló. Esta espécie era

largamente cultivada na agricultura familiar, mas atualmente é considerada não

apropriada ao plantio perto de cacaueiros doentes com vassoura-de-bruxa.

Pesquisas como o objetivo de identificar potenciais fontes de inóculo

provenientes de hospedeiros alternativos incluíam relativamente poucos isolados,

diferentes concentrações de inóculo e diferentes condições ambientais, este fato torna as

comparações difíceis, mas dadas as descobertas nesse trabalho, os estudos de

patogenicidade terão continuidade a fim de realizar novos testes com todos os

hospedeiros de solanáceas silvestres (caiçaras e lobeiras).

A histopatologia nos hospedeiros inoculados demonstra o potencial de

colonização de M. perniciosa nos tecidos vegetais de hospedeiros solanáceos. Essas

informações são importantes para sistema de mitigação e risco em novos cultivos de

importância econômica em áreas onde o cacaueiro é plantado próximo a solanáceas.

Embora as diferenças morfológicas qualitativas e quantitativas associadas aos

hospedeiros de M. perniciosa encontradas nesse estudo tenham sido sutis, estas foram

significativas, diferenças marcantes foram encontradas com relação ao tamanho, cor e

textura dos basidiomas. A análise multivariada dos caracteres morfométricos corrobora

com os dados de filogenia encontrados, onde os isolados de caiçara (CA), lobeira (LO) e

cacau (TH) estão claramente diferenciados. Estudos anteriores (Tarnowisk, 2009 e

Arruda et al., 2005) não encontraram diferenças entre estas linhagens, contudo o grupo

de isolados estudado não foi equivalente, dificultando a comparação.

No presente trabalho, o estudo filogenético revelou que as linhagens de M.

perniciosa de hospedeiros solanáceos possuem diferenças significativas dentro do

Biótipo S, diferenças estas refletidas na morfologia do grupo e que precisam ser levadas

em consideração em sua taxonomia. A linhagem dos isolados malváceos é mais

relacionada com a espécie Moniliophthora roreri do que as outras linhagens

confirmando os estudos de Aime e Phillips-Mora (2005). Na análise filogenética

apresentada neste estudo, os haplótipos de solanáceas cultivadas e jurubeba foram

compartilhados com isolados de lobeira. Os isolados de caiçara e de cacau formaram

haplótipos diferenciados que não foram compartilhados com isolados de outros

hospedeiros, mas foram posicionados em subclados separados do isolados de lobeira e

solanáceas cultivadas, tanto na análise bayesiana combinada como também com base na

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região ITS1F (Gardes & Bruns, 1993) e RPB1 utilizando ingrupos de trabalhos

anteriores (Aime & Phillips-Mora, 2005; Arruda et al., 2005).

Biótipos, variedades, forma especiales ou espécies?

Pode-se argumentar que as variações observadas neste estudo representam um

caso onde um desses termos deve ser aplicado. Mas, a apresentação de uma Taxonomia

integrativa demonstrando a existência de populações estruturadas por hospedeiro de

origem coespecíficas com as linhagens filogenéticas aqui determinadas, e face à

comprovação da patogenicidade dos isolados de solanáceas cultivadas em cacaueiro e

destes as solanáceas cultivadas, e ainda considerando o isolamento reprodutivo das

populações estudadas e as evidências filogenéticas aqui encontradas, o termo biótipo

não se faz mais adequado aos isolados de solanáceas. Desta forma, estas linhagens

devem ser tratadas como entidades que são reais e distintas (como raças ou espécies).

Estes estudos polifásicos podem esclarecer a natureza da adaptabilidade de M.

perniciosa de outros hospedeiros.

Portanto, a apresentação de uma taxonomia integrativa através do

estabelecimento das relações genéticas (genética populacional), filogenia multigênica,

morfometria, e métodos fitopatológicos podem esclarecer aproximadamente 100% de

resultados ambíguos sobre a natureza da especialização de hospedeiros em M.

perniciosa.

Nova Proposta Taxonômica

Moniliopthora stipulaceum sp. nov.

= Moniliophthora perniciosa (Stahel) Aime & Phillips-Mora in Mycologia 97: 1021

(2005)

= Crinipellis perniciosa (Stahel) Singer in Lilloa 8:503 (1942)

= Marasmius perniciosus Stahel in Bull. Dept. Landbouw. Suriname 33: 16 (1915)

Etimologia: Latin “stipulaceum” refere à espécie de solanácea silvestre na Bahia

Patologia: falhou de infectar cacau artificialmente.

Tipo: Itabuna, Bahia, Brasil, isolado de galhos de Solanum stipulaceum Roem. &

Schult em 2015.

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Figura 1: Região de ocorrência de hospedeiros de Moniliophthora perniciosa nos

estados da Bahia e Minas Gerais. Os municípios onde foram realizadas as coletas estão

destacados.

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Figura 2. Espécies hospedeiras apresentando sintomas típicos da doença vassoura-de-

bruxa. Solanum lycocarpum L. (lobeira, a-b), Solanum stipulaceum Roem. & Schult.

(caiçara, c) Solanum gilo Raddi (jiló, d-f), Solanum melongena L. (berinjela, (g-h),

Stigmaphylum sp. (cipó, i) Solanum paniculatum L. (jurubeba, j-k) e Cestrum sp.

(coerana, l).

a b c

d e f

g

d

i h

j

d

k l

d

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Figura 3. Textura e tamanho dos basidiomas de Moniliophthora perniciosa de diversos

hospedeiros. Theobroma cacao L. (cacau, A-B-K), Solanum melongena L. (berinjela,

C-D-L) Solanum gilo Raddi (jiló, E-F-M), Capsicum annum L. (pimentão, I-J-Q)

Solanum paniculatum L. (jurubeba, G-H-P) Solanum stipulaceum Roem. & Schult.

(caiçara, C).

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Figura 4. Morfologia do basidiósporo (bar = 10 µm), queilocistídia (bar = 8µm) e

basídio (bar=8 µm) de Moniliophthora perniciosa. Theobroma cacao L., Solanum

melongena L., Solanum gilo Raddi, Capsicum annum L. Solanum paniculatum L.

Solanum stipulaceum Roem. & Schult.

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Figura 5. Frequência de SNPs do tipo transição e transversão encontrados em oito genes

sequenciados em sub-populações de Moniliophthora perniciosa da Bahia e Minas

Gerais. Frequência de SNPs em relação ao tipo de troca do nucleotídeo (A). Frequência

de mutações encontradas em sub-populações de Moniliophthora perniciosa (B).

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

Fre

qu

ênci

a

Mudança de base

Transição

Transversão

0102030405060708090

TH CS JU CA LO HC

Fre

qu

ênci

a (

%)

Populações

Transição

Transversão

A

B

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Figura 6. Filograma inferido pela análise de Máxima Verossimelhança (MV) da região

ITS1F. Método Kimura 2P. Os números acima dos ramos são frequências bootstrap de

1000 repetições. LO: isolados de lobeiras de Minas Gerais, SO: isolados de solanáceas

da Bahia, TH: isolados do gênero Theobroma da Bahia e CA: isolados de caiçaras da

Bahia

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Figura 7. Filograma inferido pela análise de Máxima Verossemelhança (MV) da região

RPB1. Método Kimura 2P. Os números acima dos ramos são frequências bootstrap de

1000 repetições. LO: isolados de lobeiras de Minas Gerais, SO: isolados de solanáceas

da Bahia, TH: isolados do gênero Theobroma da Bahia e CA: isolados de caiçaras da

Bahia.

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Figura 8. Filograma inferido pela Análise Bayesiana das regiões concatenadas: ITS,

RPB1, MCM7, GAPD e LSU. Análise de máxima Parcimônia recuperou a mesma

topologia. Os números em meio aos ramos são frequências de probabilidade posterior

de 1000 repetições. São rótulos sobre a filogenia: 33 isolados com sequências de DNA

de 2871 bp representando isolados de Moniliophthora perniciosa de diferentes

hospedeiros (cacau, cupuaçu, pimenta, pimentão, jiló, jurubeba, caiçara, lobeira).

Moniliophthora roreri foi usado como grupo externo. LO: isolados de lobeiras de Minas

Gerais, SO: isolados de solanáceas da Bahia, TH: isolados do gênero Theobroma da

Bahia e CA: isolados de caiçaras da Bahia.

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Figura 9. Percentagens médias de incidência da doença (SINT) e vassouras totais (Vtot)

de plântulas de cacau (Catongo) e de espécies solanáceas inoculadas com basidiósporos

de Moniliophthora perniciosa de quatro hospedeiros distintos (cacau, caiçara, jiló e

jurubeba).

0% 20% 40% 60% 80% 100%

Tomate

Jiló

Berinjela

Pimentão

Pimenta

Cacau

% de Incidência da doença (SINT)

Ho

spe

de

iro

Cacau

Caiçara

Jiló

Jurubeba

0% 20% 40% 60% 80% 100%

Tomate

Jiló

Berinjela

Pimentão

Pimenta

Cacau

% de Vassouras Totais (Vtot)

Ho

spe

de

iro

Cacau

Caiçara

Jiló

Jurubeba

A

B

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Figura 10. Sintomatologia e histopatologia de solanáceas olerículas inoculadas com

Moniliophthora perniciosa do cacaueiro. Plantas não inoculadas (a, d, g, j); Plantas

inoculadas apresentando sintomas (setas) (b, e, h e k); Cortes longitudinais de pimenta

(f) e transversais de cacau e solanáceas inoculadas com M. perniciosa (c, i, l) setas

mostrando as hifas. Escala bar= 10 µm.

CA

CA

U

PIM

EN

TA

T

OM

AT

E

JIL

Ó

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Figura 11. Secções transversais do caule de Solanum gilo Raddi (jiló) material não

inoculado (A) material inoculado com Moniliophthora perniciosa de cacau. As setas

indicam a presença de hifas do fungo(B).

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Tabela 1. Hospedeiros solanáceos de Moniliophthora perniciosa encontrados no sudeste

da Bahia e Minas Gerais, Brasil.

Hospedeiro Nome científico Municípios Plantas

amostradas

Berinjela Solanum melongena L. Firmino Alves e Jaguaquara 7

Caiçara Solanum stipulaceum Roem.

& Schult. Jaguaquara e Mutuípe 20

Jiló Solanum gilo Raddi

Buerarema, Itabuna, Ilhéus,

Jitaúna, Camacan, Itagibá, Ipiaú,

Camamu, Ibicaraí, Jaguaquara e

Santa Luzia.

58

Jurubeba Solanum paniculatum L.

Itabuna, Ipiaú, Ibicaraí, Itagibá,

Ibirataia, Ubatã, Buerarema, Itajú

do Colônia, Jitaúna, Ubaíra e

Ituberá.

185

Pimenta Capsicum frutensens L. Buerarema e Itabuna 2

Pimentão aCapsicum annum L. Jitaúna e Jaguaquara 4

Lobeira Solanum lycocarpum L. Minas Gerais 29

Total 305

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Tabela 2: Amostragem dos isolados de Moniliophthora perniciosa e Moniliophthora

roreri e Crinipellis brasiliensis que foram utilizados nas análises filogenéticas.

Nome comum

(NC) do

hospedeiro População

Nome científico do

hospedeiro Nome científico do fungo Amostragem

Caiçara CA

Solanum stipulaceum Roem.

& Schult Moniliophthora perniciosa 9

Lobeira LO Solanum lycocarpum L. Moniliophthora perniciosa 21

Jurubeba JU Solanum paniculatum L. Moniliophthora perniciosa 11

Pimenta CS Capsicum frutescens L. Moniliophthora perniciosa 1

Pimentão CS Capsicum annum L. Moniliophthora perniciosa 2

Berinjela CS Solanum melogena L. Moniliophthora perniciosa 1

Jiló CS Solanum gilo Raddi Moniliophthora perniciosa 11

Cacau TH Theobroma cacao L. Moniliophthora perniciosa 11

Cupuaçu TH Theobroma grandiflorum L. Moniliophthora perniciosa 8

Herrania TH Herrania sp Moniliophthora perniciosa 1

Cacau - Theobroma cacao L. Moniliophthora roreri 1

Arbusto sem NC - Heteropyters acutifólia Crinipellis brasiliensis 1

Total 78

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Tabela 3. Lista de espécimes sequenciados retiradas no banco de dados públicos

(NCBI), números de acesso e regiões gênicas utilizadas nas análises filogenéticas.

Nº Nome Científico

Nº de acesso no

NCBI Região gênica

1 Crinipellis zonata AY916693 RPB1

2 Marasmius sp. AY916726 RPB1

3 Marasmius sp. AY916721 RPB1

4 Moniliophthora roreri CRІAY230255 ITS

5 Chaetocalathus conchatus VAR. RR-2013 ITS

6 Crinipellis zonata AY916692 ITS

7 Crinipellis sp. RR-2013C ITS

8 Marasmius sp. AY916720 ITS

9 Marasmius sp. AY916725 ITS

10 Marasmius sp. AY216476 ITS

11 Armillaria mellea U54817 ITS

12 Armillaria ostoyae U5481 ITS

13 Marasmiellus stenophyllus AY256704 ITS

14 S. scrofa Z14130 ITS

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Tabela 4. Características dos marcadores moleculares otimizados para o estudo de

filogenia de Moniliophthora perniciosa.

N° Região

Tamanho

do

Produto/pb TA Polimorfismo Referência

1 MpGAPD 396 58 Polimórfico Gramacho et. al

2 MpEfα 996 56,8 Polimórfico Gramacho et. al

3 MpBeta 990 56,8 Polimórfico Gramacho et. al

4 ITS1F 650 58 Polimórfico Gardes e Bruns (1993)

5 LSU 1250 50 Polimórfico

Aime & Phillips-Mora,

2005

6 ACTINA 400* 57 Polimórfico Carbone & Kohn (1999)

7

Dihidroxicetona

kinase 800* 57 Polimórfico McDonald et. al (2008)

8 Mating-Type 430* 55 Polimórfico Gramacho et. al

9 RPB1 620* 55 Polimórfico

Aime & Phillips-

Mora,(2005)

10 MCM7 640 56 Polimórfico Schmitt et. al (2009)

11 MpProtein 2a intron 250 59,5 Monomórfico Gramacho et. al

12 MpKinase 247 56,8 Monomórfico Gramacho et. al

13 Mp Kinase Intron 241 50 Monomórfico Gramacho et. al

14 MpIntron 284 56,8 Monomórfico Gramacho et. al

15 NEP 400 TD 65-55 Monomórfico Gramacho et. al

16 SSU 1800 55 Monomórfico White et. al, 1990

17 GPD 500* 55 Monomórfico McDonald et. al (2008)

* Tamanho do produto aproximado em pares de base.

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Tabela 5. Características morfométricas observadas em basidiomas e basidiósporos de

Moniliophthora perniciosa obtidos de diferentes espécies de plantas hospedeiras das

famílias Malvaceae e Solanaceae, com sintomas de vassoura-de-bruxa.

Hospedeiro

Família

Coloração

do píleo

Forma

queilocistídia

Diâmetro do

píleo (mm)

Queilocistídia

C x L (µm)

Basidiósporos

C x L (µm)

Cacau

Malvaceae Rosado claro

Clavado ou

obclavado 10.1 B 21.9 C 6.3 B 11.3 C 5.7 E

Jiló

Solanaceae Rosado claro

Clavado ou

piriforme 5.6 C 24.2 C 5.5 B 12.2 B 6.3 D

Jurubeba

Solanaceae

Avermelhado

escuro a

rosado

Clavado ou

piriforme 6.2 C 27.2 C 6.8 B 13.1 B 7.9 B

Berinjela

Solanaceae

Avermelhado

escuro a

rosado

Clavado ou

piriforme 6.7 C 33.0 B 5.6 B 12.5 B 6.4 D

Pimentão

Solanaceae

Avermelhado

escuro a

rosado

Clavado ou

piriforme 7.9 C 31.3 B 4.9 B 12.2 B 6.9 C

Caiçara

Solanaceae Rosado claro

Clavado ou

piriforme 14.7 A 49.9 A 7.4 B 10.1 D 5.6 E

Lobeira

Solanaceae Rosado claro

Clavado ou

piriforme 7.7 C 16.6 D 9.2 A 16.3 A 8.9 A

Médias seguidas pela mesma letra, nas colunas, não diferem entre si pelo teste de Duncan (P ≤ 0,05).

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Tabela 6. Sumário estatístico do polimorfismos de DNA e teste de neutralidade para

doze regiões de genes nucleares em quatro sub-populações de Moniliophthora

perniciosa.

Gene Amostras

Diversidade

haplotípica

(Dh)

Diversidade

Nucleotídica

(π)

Média das

diferenças

nucleotídicas

(k)

Número

de sítios

variáveis

(S)

Tajima's

D

(P-value)

Fu and Li

D

(P-value)

MpEF1α 78 0,21 0,006 0,35 6 -1,80 (ns) -3,3(<0,05)

Dihidrox 78 0,41 0,0009 0,41 1 1,20 (ns) 0,5 (ns)

LSU 78 0,51 0,0007 0,53 2 0,50 (ns) -1,0 (ns)

MCM7 35 0,51 0,01 6,34 18 1,30 (ns) 0,9 (ns)

Mating-

Type 78 0,57 0,002 0,85 8 -1,37 (ns) -1,6 (ns)

MpBeta 80 0,61 0,004 2,9 35 -1,(<0,05) 4,22(<0,02)

MpGAPD 76 0,7 0,012 3,9 15 0,6 (ns) -0,34 (ns)

ITS1 78 0,73 0,004 2,71 9 1,20 (ns) 1,33 (ns)

RPB1 78 0,8 0,006 3,4 21 -0,70 (ns) -2,23 (ns)

Actina 77 0,9 0,006 2,5 10 0,60 (ns) 0,71 (ns)

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Tabela 7. Avaliação patológica de Moniliophthora perniciosa em hospedeiros

malváceos e solanáceos.

Período de aparecimento do sintoma

(Dias Após a Inoculação (DAI)

Isolado Hospedeiro infectados Cacau Tomate Pimenta Outros

hospedeiros

Theobroma cacao

L. (cacau)

Theobroma cacao L.,

Solanum gilo Raddi,

Capsicum annum

L.,Solanum melongena

L.,Capsicum frutescens L.

e Solanum lycopersicum L.

40-60 15-20 60 DAI 30-40

Solanum

paniculatum L.

(jurubeba)

Theobroma cacao L.,

Solanum gilo Raddi,

Capsicum annum

L.,Solanum melongena

L.,Capsicum frutescens L.

e Solanum lycopersicum L.

40-60 15-20 Não

patogênico 30-40

Solanum

stipulaceum Roem.

& Schult. D.

(caiçara)

Solanum melongena L.,

Solanum gilo Raddi e

Solanum lycopersicum L.

40-60 15-20 Não

patogênico 30-40

Solanum gilo Raddi

(jiló)

Theobroma cacao L.,

Solanum gilo Raddi,

Capsicum annum

L.,Solanum melongena

L.,Capsicum frutescens L.

e Solanum lycopersicum L.

40-60 15-20 Não

patogênico 30-40

*Capsicum annum

L. (pimentão) Theobroma cacao L. 40-60

Não

testado

Não

testado Não testado

*Solanum

melongena L

(berinjela)

Theobroma cacao L. 40-60 Não

testado

Não

testado Não testado

*Isolados inoculados apenas em Theobroma cacao L. (cacau)

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4. CONCLUSÕES GERAIS

(i) O estudo de genética de populações baseados em microssatélites revelou a

existência de cinco sub-populações estruturadas de M. perniciosa associadas

ao hospedeiro e evidência de migração histórica foi encontrada em todas as

sub-populações;

(ii) Foram registrados seis hospedeiros de M. perniciosa na Bahia e um em

Minas Gerais, distribuídos em diversas localidades. A imprevisibilidade da

emergência de M. perniciosa em novos hospedeiros representa riscos à

diversas culturas e é preciso realizar o monitoramento e identificação desses

eventos.

(iii) A patogenicidade diferencial entre os isolados de solanáceas e de cacau

mostra que o processo de adaptação entre essas populações ainda é recente.

(iv) A taxonomia integrativa (os estudos de genética de populações, morfometria,

filogenia e histopatologia) apresenta uma revisão na taxonomia de

Moniliophthora perniciosa que infecta caiçara e uma nova espécie é

sugerida: Moniliopthora stipulaceum sp. nov.

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