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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE EDUCAÇÃO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE CURSO DE PSICOLOGIA EFEITOS DE DUAS TÉCNICAS DE COERÊNCIA CARDÍACA (CC) SOBRE SINTOMAS DE ESTRESSE EM ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS. JANE OTEIRO Itajaí (SC), 2009.

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

CENTRO DE EDUCAÇÃO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

CURSO DE PSICOLOGIA

EFEITOS DE DUAS TÉCNICAS DE COERÊNCIA CARDÍACA (CC)

SOBRE SINTOMAS DE ESTRESSE EM ESTUDANTES

UNIVERSITÁRIOS.

JANE OTEIRO

Itajaí (SC), 2009.

2

JANE OTEIRO

EFEITOS DE DUAS TÉCNICAS DE COERÊNCIA CARDÍACA (CC)

SOBRE SINTOMAS DE ESTRESSE EM ESTUDANTES

UNIVERSITÁRIOS.

.

Monografia de Trabalho de Conclusão de Curso apresentada como requisito parcial para obtenção de créditos na disciplina Supervisão de Trabalho de Conclusão de Curso em Psicologia da Universidade do Vale do Itajaí.

Orientador: Prof. Dr. Eduardo José Legal

Itajaí (SC), 2009.

3

DEDICATÓRIA

Dedico esse trabalho em

primeiro lugar a Deus e a minha

família, em especial, à minha mãe por

ser batalhadora e maravilhosa.

4

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente muitíssimo ao meu orientador professor EDUARDO

JOSÉ LEGAL, por ter estado comigo nessa trajetória tão importante da minha vida,

também por ter sido companheiro, educador, amigo, enfim agradeço por ter

acreditado no meu trabalho e no meu potencial.

Agradeço à professora SUELI BOBATO e ao professor JAMIR SARDÁ, por

aceitarem o convite para a minha banca, assim como agradecer por serem meus

orientadores e fazerem parte desse meu crescimento acadêmico.

Agradeço a minha nona OTILIA por ser um exemplo de superação e

vivacidade, mesmo estando longe sempre está torcendo pelo meu melhor, por isso o

meu amor por ti é incondicional.

Agradeço mais um vez a minha mãe NELI e jamais vou deixar de agradecer

por nunca desistir de mim, e por sempre estar me apoiando mesmo que as vezes

seja loucura o que eu quero. Você é um exemplo de garra e superação, tenho

orgulho de poder dedicar esse trabalho e a minha vida a você.

Agradeço meu irmão LEANDRO por fazer parte da minha vida e acreditar no

meu potencial independente de nossas divergências de opiniões, queria falar o

quanto o amo e quero compartilhar contigo mais essa etapa da minha vida.

Agradeço ao meu pai JOCELIM, por no final dessa caminhada estar me

apoiando e auxiliando nos meus estudos e por batalhar pelo meu melhor.

Agradeço as minhas tias ALZIRA e LAUDETE, por sempre lutarem pelo meu

melhor, me apoiando e fazendo com que a minha vida tenha mais sentido.

Agradeço as minhas amigas MARINA, CHEYENNE, JOSIANE, GABRIELA,

MARIA LUIZA, CARINE e LARA que sempre estão ao meu lado nas horas de alegria

e de tristeza, pela paciência de me aturar em todas as horas por tantos anos,

acredito que iremos passar muitas coisas ainda juntas e esse momento especial não

poderia deixar de compartilhar com vocês.

Agradeço a FABRINE por ter me auxiliado na conclusão desse trabalho e por

sempre estar próxima a mim.

E por final e não menos importante agradeço a NATHALIA e a PERLA, pois

sem elas esse trabalho não seria possível.

5

SUMÁRIO

LISTA DE TABELAS E QUADROS.................................................................. 7

LISTA DE FIGURAS......................................................................................... 8

RESUMO.......................................................................................................... 9

1 INTRODUÇÃO.................................................................................................. 10

2 EMBASAMENTO TEÓRICO............................................................................ 13

2.1 Estresse............................................................................................................ 13

2.2 Ansiedade......................................................................................................... 15

2.3 Coerência Cardíaca.......................................................................................... 16

2.4 Relaxamento..................................................................................................... 19

2.5 Biofeedback...................................................................................................... 20

2.6 Imaginação Guiada........................................................................................... 21

3 ASPECTOS METODOLÓGICOS..................................................................... 22

3.1 Amostra, sujeitos e participantes da pesquisa.................................................. 22

3.2 Instrumentos..................................................................................................... 22

3.2.2 Questionário de Saúde Geral (QSG)................................................................ 22

3.2.3 Questionário de Sintomas de estresse............................................................. 23

3.2.4 Diário de campo................................................................................................ 23

3.3 Coleta de dados................................................................................................ 23

3.4 Procedimentos para a análise dos dados......................................................... 25

3.5 Procedimentos éticos........................................................................................ 26

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS........................................................................ 27

4.1 Participante 1- Técnica de Relaxamento.......................................................... 27

4.1.1 Diário de campo................................................................................................ 29

4.2 Participante 2- Técnica de Imaginação Guiada................................................ 31

4.2.1 Diário de campo................................................................................................ 33

4.3 Comparativo das técnicas.................................................................................

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................. 42

6 REFERENCIAS................................................................................................ 43

6

7 APENDICE....................................................................................................... 47

7.1 Apêndice A- Termo de consentimento livre e esclarecido (Relaxamento)....... 48

7.2 Apêndice B- Termo de consentimento livre e esclarecido (Imaginação

Guiada).............................................................................................................

50

7.3 Apêndice C- Protocolo de coerência cardíaca (Imaginação

Guiada).............................................................................................................

52

7.4 Diário de campo................................................................................................

7.5 Tabelas comparativas entre duas técnicas....................................................... 55

8 ANEXO............................................................................................................. 56

8.1 Anexo A- Questionário de Saúde Geral (QSG)............................................... 57

8.2 Anexo B- Questionário de Sintomas de estresse............................................. 62

8.3 Anexo C- Protocolo da técnica de relaxamento................................................ 63

7

LISTA DE TABELAS E QUADROS

Tabela 1 Escores do QSG e Sintomas de estresse da participante 1 (P1) do treino de relaxamento............................................................................................

27

Tabela 2 Escores do QSG e Sintomas de estresse da participante 2 - treino de imaginação guiada......................................................................................

32

Tabela 2 Comparativo dos questionários aplicados das participantes.......................

33

Tabela 3 Comparação das duas participante das medidas de BPM por minuto........

37

Tabela 4 Comparação das duas participantes das medidas de BPM por dias..........

38

Quadro 1 Batimentos cardíacos da participante 2 durante o treino de imaginação guiada..........................................................................................................

28

Quadro 2. Batimentos cardíacos da participante 1 durante o treino de relaxamento..

32

8

LISTA DE FIGURAS Figura 1. Monitor e cinta transmissora utilizada neste estudo...........................................

24

Figura 2. Respostas das questões do diário de campo referente (A) como foi sua última semana e (B) como esta se sentindo hoje.........................................................

29

Figura 3- Respostas das questões do diário de campo referente (A) Após a técnica de coerência cardíaca como se sentiu e (B) como esta se sentindo após o treino.

30

Figura 4- Respostas das questões do diário de campo referente (A) Durante a semana teve momentos estressantes? Qual e (B) Pode lidar com o estresse................

30

Figura 5- Respostas das questões do diário de campo referente (A) Utilizou algum método para aliviar os sintomas e (B) Sentiu benefício da TCC no seu dia-a-dia.......................................................................................................................

31

Figura 6- Respostas das questões do diário de campo referente (A) como foi sua última semana e (B) como esta se sentindo hoje.........................................................

33

Figura 7- Respostas das questões do diário de campo referente (A) Após a técnica de coerência cardíaca como se sentiu e (B) Como esta se sentindo após o treino

34

Figura 8- Respostas das questões do diário de campo referente (A) Durante a semana teve momentos estressantes? Qual e (B) Pode lidar com o estresse................

34

Figura 9- Respostas das questões do diário de campo referente (A) Utilizou algum método para aliviar os sintomas e (B) Sentiu benefício da TCC no seu dia-a-dia.......................................................................................................................

35

9

EFEITOS DE DUAS TÉCNICAS DE COERÊNCIA CARDÍACA (CC) SOBRE SINTOMAS DE ESTRESSE EM ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS. Orientador: Eduardo José Legal Defesa: Novembro de 2009.

RESUMO

Estresse, ansiedade e depressão são os transtornos mentais mais comuns na população e os mesmos estão relacionados ao desenvolvimento da sociedade. Além de ser prejudicial à saúde o estresse faz com que as empresas tenham aumento nos custos para a assistência desses trabalhadores. Diversas pesquisas já foram realizadas no intuito de procurar soluções eficazes nos seus tratamentos. Porém, apesar de eficazes nos casos de ansiedade e depressão, os tratamentos tradicionais existentes no mercado têm alto custo e, para o caso específico do estresse, eficácia reduzida uma vez que o tratamento se dá ou sobre os sintomas, ou sobre o ambiente (no caso de intervenções organizacionais). Em vista desta realidade, várias técnicas eficientes e de baixo custo tem sido utilizadas e desenvolvidas como o relaxamento, biofeedback, meditação, coerência cardíaca, atividade física, etc. Todas elas são consideradas preventivas ou auxiliares no tratamento de estresse, depressão e ansiedade. Este é um estudo piloto, de caráter exploratório, e teve como objetivo testar duas técnicas de redução do estresse fundamentadas na coerência cardíaca (imaginação guiada e biofeedback) e que possuem um custo baixo e alta eficácia. As duas técnicas foram comparadas em termos redução dos sintomas, bem como em relação ao monitoramento da freqüência cardíaca. Em ambos os casos as duas técnicas se mostraram eficientes. Contudo, não foi possível estabelecer se houve manutenção da resposta de coerência cardíaca, dado limitações no tempo de acompanhamento das participantes. De qualquer forma, os resultados do estudo piloto se mostraram promissores em relação ao uso da técnica para controle do estresse e ansiedade. Palavras chaves: Estresse psicológico, prevenção e controle, coerência cardíaca.

SUB-ÁREA DE CONCENTRAÇÃO (CNPQ): 7.07.02.04-7 - Estados Subjetivos e Emoção

MEMBROS DA BANCA

_________________________________ PROF. DR. JAMIR JOÃO SARDÁ JÚNIOR

______________________________________ PROFA. SUELI TEREZINHA BOBATO, MSC.

________________________________________

PROF. DR. EDUARDO JOSÉ LEGAL

10

11

1 INTRODUÇÃO

A globalização desafia o mercado de trabalho constantemente fazendo com

que empresas e trabalhadores adquiram versatilidade e atualização a todo o

momento, isso se dá ao fato de uma diminuição no quadro funcional das empresas

aumentando assim a carga de trabalho e a competitividade dos que estão inseridos

nela, o trabalhador por sua vez tem que adquirir diversas habilidades, muitas não

sendo de seus próprios setores, chegando assim a um esgotamento mental e físico

muito rápido. Estas condições podem propiciar o desenvolvimento do estresse.

De maneira geral não devemos pensar que o estresse é sempre ruim, ele

também pode ser positivo. Dentro de determinados limites é fonte de motivação e é

denominado eustresse. Quando excessivo e crônico passa a ter conseqüências

negativas sobre o organismo. Esta forma de estresse, a mais popularmente

conhecida, por distresse (RIO, 1998).

Conforme estudos realizados pela International Stress Management

Association, o Brasil ocupa o segundo lugar entre os países nos quais os

trabalhadores mais desenvolvem doenças devido à tensão do trabalho, ficando atrás

apenas do Japão (RIBEIRO; RIBEIRO, 2005).

Segundo Mendonça (2002), em estudo realizado que os sintomas físicos

relatados pelos estudantes são os esperados em estresse crônico, no qual a maioria

tem como desencadeante a dificuldade na administração de seu tempo entre as

atividades rotineiras, vida acadêmica e a vida familiar.

O estresse em estágio avançado não só interfere na vida pessoal como na

profissional e, automaticamente, na vida social. Quando o estresse se torna crônico

pode ocasionar problemas físicos e emocionais graves.

Em estados de estresse, ansiedade, depressão ou perigo, a variabilidade dos

batimentos cardíacos consecutivos torna-se irregular ou “caótica”. Se o organismo

possui uma forma eficiente de reequilibrar suas reações ante as situações

estressantes o impacto deste caos será menor. Estudos tem demonstrado que

estados de bem-estar, compaixão ou gratidão estão correlacionados à freqüência

cardíaca “coerente”, ou seja, o nível de excitação geral do organismo mantém-se

dentro de um nível ótimo de funcionamento para aquela situação, porém sem

esgotar os recursos psicológicos para lidar com a mesma.

12

O sistema imunológico tem constituição distinta do sistema nervoso, contudo

estudos demonstraram que as células do sistema nervoso se ramificam em direção

aos tecidos que formam o sistema imune. Dessa forma, fica consolidado o elo entre

esses dois sistemas (SAPOLSKY, 2007).

Tratamentos farmacoterápicos têm eficácia reduzida ou nula sobre o estresse,

ansiedade e depressão uma vez que combatem os efeitos e não o modo como o

individuo enfrenta os problemas. Já a psicoterapia aumenta a capacidade de coping

do indivíduo, melhorando suas habilidades para lidar com as situações estressantes

presentes e futuras, mas não intervém nas fontes de estresse propriamente ditas

(ambiente de trabalho). Contudo, ambas técnicas (farmacoterapia e psicoterapia)

são dispendiosas e seus efeitos mesmo podendo ocorrer em curto prazo

(farmacoterapia), aumentam o risco de retorno dos sintomas com a descontinuidade

do tratamento. A longo prazo (psicoterapia) há menor risco de recaídas, mas seu

custo, em termos financeiros, é alto.

Desta forma é necessário procurar alternativas mais eficientes, rápidas e

econômicas para o tratamento do estresse. A técnica de coerência cardíaca

preenche estes critérios e tem como principal objetivo auxiliar na redução e controle

do processo de estresse tão comum na sociedade contemporânea.

Sendo o estresse uma resposta que se manifesta também no nível de

ativação do organismo (ativação simpática), o controle destas respostas deve servir

como feedback negativo. Essa é a base sistêmica das principais técnicas utilizadas

para controle da resposta de estresse: o relaxamento (ativação parassimpática).

Outra forma de se obter controle sobre a ativação simpática é a diminuição da

estimulação externa pela concentração da atenção em um foco específico e

agradável. A meditação, a visualização e imaginação guiada seguem esta linha

lógica.

Estudantes da área da saúde são diretamente afetados por diversos

estressores, em seu cotidiano diversos fatos marcam sua trajetória acadêmica sendo

eles: sentimentos de dúvida, decepção, ansiedade, medo, tristeza, raiva e angústia

(Nascimento et al. Apud MENDONÇA, 2002).

Segundo a autora supra citada os estudantes em seus primeiros

atendimentos geram intensa ansiedade, incertezas, expectativas e receios sendo a

partir daí que começo da de suas limitações tanto de sua atuação quando de seu

conhecimento cientifico, podendo gerar decepção e o sentimento de impotência.

13

Partindo desses pressupostos, o estudo a seguir tem como finalidade

investigar a eficácia destas duas técnicas de coerência cardíaca (biofeedback e

imaginação/visualização guiada), em termos de controle dos sintomas de estresse a

médio prazo e o tempo necessário da aplicação para redução dos sintomas e

controle da resposta de coerência cardíaca entre estudantes universitários.

14

2 EMBASAMENTO TEÓRICO

2.1 Estresse

O termo estresse foi utilizado pela primeira vez em 1926 pelo médico

endocrinologista Hans Selye, ao observar que muitas pessoas sofriam de inúmeras

doenças físicas e reclamavam de alguns sintomas em comum, tais como: falta de

apetite, pressão alta entre outros. Selye definiu este conjunto de sintomas como “um

desgaste geral do organismo” ou a “síndrome de adaptação geral”. Esse desgaste é

causado por alterações psicofisiológicas que ocorrem quando a pessoa se depara

com algum evento importante, bom ou mal, ocorrendo em sua vida, causando

algumas mudanças na alostase. Como conseqüência, o corpo faz um esforço para

se adaptar à nova situação e às mudanças fisiológicas. Todas estas respostas são

processadas pelos mesmos circuitos neurais do medo e raiva (ROMANO, 1998;

SARDÁ; LEGAL; JABLONSKI, 2004).

O modo como o organismo reage quando está diante de um perigo iminente

envolve uma resposta de estresse; o cérebro recebe um sinal de perigo e emite

mensagens para todo o corpo com a finalidade de promover mudanças fisiológicas

que permitam o indivíduo responder ao evento estressor de modo a enfrentá-lo ou

fugir (SARDÁ; LEGAL; JABLONSKI, 2004).

A pressão sanguínea e o ritmo cardíaco aumentam o que indica que o

coração está trabalhando com maior intensidade e necessita de mais oxigênio do

que o normal. O corpo exige mais do que o normal do sistema respiratório. Num

indivíduo com alguma debilidade coronária, como uma artéria obstruída, os sistemas

não conseguem suportar esta sobrecarga, resultando em um ataque cardíaco

(PERKINS, 1995).

Quando o estresse é intenso ocorre um aumento do córtex das glândulas

supra-renais e essas começam a produzir corticoesteróides em excesso. Em

grandes níveis, a resposta do organismo ao estresse reage de forma tão intensa que

pode provocar o envelhecimento precoce do indivíduo (ROMANO, 1998), bem como

outras conseqüências negativas (SAPOLSKI, 2007).

O estresse está relacionado a inúmeros casos de doenças que vão desde

úlceras, doenças cardíacas dentre outras patologias (SARDA; LEGAL; JABLONSKI,

2004). Segundo Lipp (1996), as doenças mais estudadas em decorrência do

15

estresse são: hipertensão arterial, úlceras gastroduodenais, obesidade, câncer,

psoríase, tensão pré-menstrual. Há outras patologias como: cefaléia, herpes

simples, vitiligo, lúpus, colite ulcerativa, doenças respiratórias, doenças

imunológicas. Todas essas doenças parecem ter em sua etilogia o estresse como

fator psicopatogênico. As doenças decorrentes do estresse são classificadas como

psicofisiológicas porque correlaciona aspectos psicológicos e fisiológicos que se

manifestam quase inseparávelmente durante o processo de estresse.

Para Carvalho e Serafim (2004) e Romano (1998), o estresse pode ser

entendido como o ponto no qual não se consegue controlar os seus conflitos

internos, gerando assim um excesso de energia que causa fadiga, cansaço, tristeza

dentre outros sintomas.

Em suas observações, Selye (1984) descobriu que o estresse produzia

reações de defesa e adaptação; foi a partir daí que descreveu a Síndrome Geral de

Adaptação (SAG), definida como o conjunto de todas as reações gerais do

organismo que acompanham a exposição prolongada do estressor. Essa síndrome

possui três fases que são:

Fase de alerta- na qual o indivíduo se depara com o agente estressor,

desenvolvendo, assim, a reação de fuga ou de luta. Haverá a quebra da homeostase

provocando um leve desequilíbrio tanto biológico como psíquico. Nessa fase há uma

produção de noradrenalina pelo Sistema Nervoso Simpático (SNS) e adrenalina pela

medula supra-renal; as células do córtex das supra-renais descarregam seus

grânulos de secreção hormonal na corrente sangüínea, ocorrendo uma redução nas

reservas de hormônios das glândulas, ainda ocorre um dilatamento no córtex da

supra-renal e o sangue fica mais denso. Alguns dos sintomas relacionados a essa

fase são: taquicardia, tensão crônica, dor de cabeça, sensação de esgotamento,

hipocloremia, pressão no peito, extremidades frias.

Fase de resistência- é o estágio em que o indivíduo tenta voltar ao seu equilíbrio

normal, de tal forma que o organismo pode se adaptar ao problema ou eliminá-lo.

Nessa fase, o córtex das supra-renais acumula grande quantidade de grânulos de

secreção hormonal segregados de tal forma que o sangue se torna diluído; neste

estágio são desencadeados alguns sintomas como: ansiedade, medo, isolamento

social, roer unhas, oscilação do apetite, impotência sexual.

16

Fase de exaustão- nesse estágio há um aumento das estruturas linfáticas, exaustão

psicológica (depressão) e exaustão física, na qual as doenças começam a aparecer.

Para Lipp (2004), existe uma quarta fase que é fase de quase-exaustão.

Fase de quase-exaustão- ainda que não haja acordo entre todos os autores, nessa

fase as defesas do organismo começam a se tornar menos resistentes, sucumbindo

às tensões e sem restabelecer a homeostase. É uma fase de oscilação entre

momentos agradáveis e momentos de desconforto, ansiedade, cansaço, dentre

outros. Para a autora, esse modelo quadrifásico permite identificar separadamente

cada fase do estresse em seus momentos distintos e permite maior poder de

previsibilidade dos sintomas e intervenção mais adequada.

Ribeiro e Ribeiro (2005) salientam que o estresse tem conseqüências

biológicas e psicológicas a estímulos sociais sendo processadas de forma indefinida,

podendo ocorrer um comprometimento parcial ou até mesmo total das capacidades

do indivíduo. Este comprometimento pode ocorrer tanto no nível cognitivo (atenção,

percepção) como comportamental. Os mesmos autores ressaltam que a inteligência

e a linguagem podem também ficar comprometidas em virtude do estresse. Isto

implica que entre os prejuízos possíveis do estresse está o desempenho acadêmico.

(BAPTISTA; CAMPOS, 2000; CAMPOS et al., 1996; FISHER, 1994; GADZELLA,

1994; LEGAL et al., 1999).

Segundo Franco apud Tarnowski; Carlotto (2007) os estudantes durante sua

formação poderá vivenciar momentos de ansiedade em função de sua carga

emocional que é desencadeada naturalmente por seu curso, no início do curso suas

leituras técnicas, estudos de casos poderão mobilizar de certa forma os estudantes,

porém ao se aproximar do término de sua trajetória acadêmica, os mesmos podem

ter um aumento em sua ansiedade pelas exigências que este período impõe a eles,

quando assumem uma postura profissional e integrando a teoria com a prática.

Afirmando que em todo o período acadêmico diversos fatores podem acarretar

angústias e conflitos, associados à história de vida de cada um.

2.2 Ansiedade

17

Segundo Gentil (1997), Aubrey Lewis em 1967 concluiu que a ansiedade é

um “estado emocional vivenciado com a qualidade subjetiva do medo ou emoção a

ela relacionada”.

A ansiedade é um estado afetivo caracterizado por sentimento de medo,

apreensão; representa um estado contínuo de alerta no qual a pessoa sofre por

antecipação, sendo, geralmente, acompanhada por sensações como palpitações,

dor no peito ou falta de ar (BRAGUIROLLI; BISI; RIZZON; NICOLETTO, 1995;

GENTIL, 1997)

Gentil (1997, p.29) enfatiza que:

[...] as manifestações objetivas de ansiedade são inespecíficas, ocorrendo

de forma semelhante em estados emocionais como ira, expectativa, medo,

excitação ou até mesmo após realizar alguns exercícios somente podemos

saber se alguém está ansioso por dedução ou através de uma conversa ou

questionário analisar as respostas com as nossas vivências e com o

conceito de ansiedade.

Segundo Braguirolli; Bisi; Rizzon; Nicoletto (1995), a ansiedade não é

necessariamente um estado patológico, mas sim algo inerente à condição humana

até certo ponto, sendo caracterizada como sinal de vitalidade e serve para despertar

e motivar o organismo de sobreaviso ao aparecer algo ameaçador para a

estabilidade e integridade emocional da pessoa.

As bases biológicas da ansiedade começaram a ser descritas em 1937,

quando Papez propôs que as estruturas cerebrais hipotálamo, núcleo talâmico

anterior, giro do cíngulo e hipocampo formavam um sistema harmônico. Mais tarde

foi nomeado de Circuito de Papez. Este circuito era o responsável, de acordo com

Papez, pelo controle das respostas emocionais. McLean, em 1949, acrescentou

outras estruturas corticais ao que Papez já havia demonstrado e criou o conceito de

sistema límbico (GENTIL, 1997)

Este sistema tem profundas relações com o controle do sistema nervoso

autônomo (SNA), pois, via de regra, as reações emocionais tem como um de seus

componentes a excitação comportamental (KOLB; WISHAW, 2002). Deste modo, a

reação de estresse, da ansiedade (principal componente emocional do estresse) e

de outras emoções interligadas estão condicionadas a ação do SNA. As técnicas de

18

redução de estresse, de modo geral, implicam em redução da atividade do SNA, na

sua parte simpática, aumentando a excitação parassimpática, atuando em vários

sistemas corporais, como na musculatura lisa do tecido cardíaco, por exemplo. Não

por acaso, o relaxamento e a meditação (nas suas mais variadas formas de

aplicação) implicam também em controle dos batimentos cardíacos.

2.3 Coerência Cardíaca

A coerência cardíaca é uma técnica desenvolvida a partir das pesquisas em

neurocardiologia. Ela é amplamente utilizada e divulgada pelo Instituto HeartMath e

tem demonstrado grandes benefícios para a regulação do ritmo cardíaco quando

comparadas a outras técnicas que tem o mesmo fim. Em estudos preliminares, a

coerência cardíaca demonstrou resultados positivos no controle das taxas de

colesterol, estresse, depressão e diminuição dos níveis de ansiedade (SERVAN-

SCHREIBER, 2004).

A coerência cardíaca pode ser definida como “ordem harmoniosa no ritmo ou

padrão da atividade psicofisiológica” (McCRATY et al., 2006, p. 3). Em sentido literal,

o termo coerência é explicado como a qualidade de ser logicamente integrada,

coerente e inteligível. Segundo o mesmo autor, a coerência cardíaca possui três

distintos conceitos:

1° Coerência como ordem global- o coração e o cérebro são peças distintas com

funções distintas, porém o seu funcionamento integrado gera um conjunto

emergente de novas funções que individualmente não possuem, significando que o

todo é mais que a soma, é qualitativamente diferente das próprias peças.

2° Coerência como dinâmica do fluxo da ação- é produzida por um único sistema,

por esta razão pode ser denominado como um padrão de autocoerência. Quanto

mais estável a freqüência, maior é o grau de coerência. Esse tipo de coerência

descreve o grau de ordem e estabilidade na atividade rítmica gerado por um único

sistema oscilatório.

19

3° Coerência como interação sincronizada- Ela é utilizada para descrever

igualmente um modo funcional, no qual dois ou mais sistemas oscilatórios do corpo

(respiração e ritmo cardíaco), oscilam na mesma freqüência.

Em momentos estressantes ou de grande ansiedade, a variabilidade cardíaca

torna-se irregular, alternando entre aceleração e redução. A coerência aumenta a

variação num determinado período de tempo produzindo uma maior e mais saudável

variabilidade do ritmo cardíaco (SERVAN-SCHREIBER, 2004).

Pesquisa realizada por Armour (apud CHILDRE; CRYER, 2002), revelou a

existência de um sistema nervoso intrínseco sofisticado dentro do nosso coração. A

esse sistema foi dado o nome de “pequeno cérebro” do coração. Esse sistema

nervoso tem habilidades extremamente sofisticadas e que age tanto sobre o

funcionamento do coração como sobre o do cérebro. As substâncias químicas

liberadas pelo sistema nervoso (norepinefrina e a dopamina) também são

produzidas pelo coração, da mesma forma que o hormônio do equilíbrio (FNA- Fator

Natriurético Atrial), que está envolvido no controle homeostático cardíaco (controle

dos níveis de aldosterona, diurese, natriurese, vasodilatação e aumento do débito

cardíaco (SERAFIM FILHO; BARROS, 1988).

Parece existir uma íntima relação entre as regiões límbicas e o “pequeno

cérebro”. O controle da atividade cardíaca está relacionado a maior domínio

emocional e vice-versa. Essa relação é possível porque entre o coração e o cérebro

existe uma rede de comunicação difusa, de mão dupla (Sistema Nervoso Periférico

Autônomo); o coração está conectado diretamente ao cérebro e juntos eles

constituem um verdadeiro “sistema cérebro-coração” (SERVAN-SCHREIBER, 2004).

Técnicas de controle dos batimentos cardíacos tem sido sugeridos como uma

forma de controle emocional, principalmente para os proponentes da coerência

cardíaca (MCCRATTY, 2001, 2006). O controle da atividade cardíaca não é um

estado de relaxamento, não necessitando que nos desliguemos de nossos afazeres

do dia a dia, pelo contrário, quando estamos em coerência possuímos um domínio

do mundo exterior. Podemos dizer que em estado de coerência conseguimos lidar

melhor com os estressores externos (SERVAN-SCHREIBER, 2004).

Segundo Servan-Schreiber (2004), pesquisas sobre os benefícios da

coerência cardíaca chegaram à conclusão que é preciso lidar com o problema

invertendo-o, em vez de tentar produzir continuamente circunstâncias externas

20

ideais. Temos de começar a controlar o que está dentro da nossa fisiologia, pois

quando reduzimos o caos fisiológico, e quando aumentamos a coerência

automaticamente passamos a nos sentir melhor.

Segundo Paddison (2000), pesquisadores descobriram que pessoas

acostumadas a estar em situações estressantes estão mais propensas a morrer de

parada cardíaca. Em momentos estressantes nosso corpo entra em “curto-circuito” e

os nossos “acumuladores de energia” (moléculas de glicose, gordura e proteínas)

descarregam. Quando essa descarga se torna constante nosso nível de tolerância

às mesmas chega a seu limite podendo levar a morte. (...) aprender um procedimento para reverter o stress durante a situação estressante é uma atitude muito mais sensata do que submeter-se posteriormente a uma cirurgia de coração aberto, à quimioterapia ou a radioterapia (PADDINSON, 2000 p. 49).

Segundo Servan-Schreiber (2004), a prática da coerência cardíaca é similar

(em termos de efeitos fisiológicos) ao das técnicas tradicionais usadas em Ioga:

atenção, meditação e relaxamento. Para que se possa alcançar a coerência

cardíaca são necessários alguns estágios ou passos:

1° passo: consiste em trazer a atenção para o próprio corpo e pensamentos, antes

de tudo, deixando de lado as preocupações para poder dar ao coração e ao cérebro

um momento para recuperar o equilíbrio (menor estimulação). Para realizar isso é

necessário inspirar profundamente duas vezes. Isso estimulará o sistema

parassimpático, começando a aplicar um “breque” fisiológico. Para uma maior

eficácia é necessário que se permaneça focalizado na respiração até que tenha

terminado de exalar. Depois, deve-se permanecer sem respirar alguns segundos

antes de inspirar novamente. A ação é deixar diminuir a estimulação ambiental e

interna com a expiração, até que se torne leve e suave. 2° passo: consiste em centrar a atenção na região do coração durante 10 a 15

segundos e imaginar-se respirando através do coração, sendo necessário que sinta

cada inspiração e cada expiração.

3° passo: consiste na tomada de consciência da sensação de calor e expansão que

se desenvolve no peito, a fim de cuidar e encorajar com a respiração.

Quanto mais se realiza o treino, mais fácil será a indução da coerência.

21

Os pesquisadores John e Beatrice Lacey, durante vinte anos de pesquisas,

observaram as relações entre a atividade cardíaca e o funcionamento do cérebro,

demonstrando que ambos se influenciam e afetam a forma como percebemos e

reagimos ao mundo (MCCRATY, 2001). Os estudos concentrados neste tema foram

designados como neurocardiologia (idem).

A neurocardiologia enfatiza que existe uma rede semi-independente de

neurônios do coração que está estreitamente conectada ao cérebro. Com isso eles

constituem um sistema cérebro-coração, gerando uma constante comunicação entre

ambos (HERNANDES, 2008). Pesquisas realizadas nas últimas décadas nos

mostram que os estados emocionais afetam profundamente o ritmo cardíaco e os

sinais que por eles são transmitidos; tais sinais causam mudanças mensuráveis na

capacidade que o cérebro tem de pensar e processar informações (CHILDRE;

CRYER, 2002)

2.4 Relaxamento

Segundo Gleissmann e Bousinger (apud ALMINHANA, 2004), no hemisfério

ocidental, Sigmund Freud foi um dos precursores a prever a necessidade de uma

certa “libertação” e relaxamento, com a idéia de estender o paciente no divã

colocando-o em repouso relaxante. Isso ocorreu nos primórdios do século XX, após,

Schultz idealizou o relaxamento como técnica terapêutica.

Técnicas como as de relaxamento que tem por objetivo a promoção do

equilíbrio da ansiedade e da tensão muscular oferecem alternativas para lidar com o

estresse e as alterações psicofisiológicas dele resultantes. Dentre essas técnicas

destacam-se o relaxamento muscular progressivo, hipnose, biofeedback, técnicas de

respiração e de concentração (MORETTI; CARO, 2006; SARDÁ; LEGAL;

JABLONSKI, 2004).

2.5 Biofeedback

O biofeedback é um método psicofísico, através do qual são detectadas as

funções internas corporais com grande sensibilidade e precisão. Essa técnica é um

treinamento que o indivíduo aprende a melhorar a sua condição de saúde a partir

dos seus sinais corpóreos (PERISSINOTTI, 2005). Segundo Caballo (2002), o

22

termo biofeedback refere-se á possibilidade de modificar a resposta fisiológica em

função da informação que se tem e como a mesma varia.

O termo Biofeedback surgiu em 1960 e descreve um conjunto de técnicas

envolvendo o uso de instrumentos como aparelhos eletrônicos ou eletromecânicos,

que tem o intuito de medir, processar e indicar para o indivíduo o progresso da

atividade de vários processos corporais ou condições das quais a pessoa esta

geralmente inconsciente. Dessa forma, oportuniza a mudança e desenvolve um

controle benéfico sobre esses processos corporais (SCHWARTZ; FEHMI apud

RIBEIRO-NETO, 2004).

“O BF é uma técnica de autocontrole de respostas fisiológicas, que opera por

meio da retroalimentação constante que o sujeito recebe sobre a função que se

deseja submeter ao controle voluntário” (CABALLO, 2002, p. 338).

Os sistemas de biofeedback têm a capacidade de monitorar em tempo real a

variabilidade do ritmo cardíaco, assim, o indivíduo tem como avaliar a sua

variabilidade cardíaca e fazer uma associação de sensações (HERNANDES, 2008).

O biofeedback depende do auxílio de aparelhos que ficam ligados ao individuo por

meio de sensores corporais. Por meio desses sensores se detecta as informações

fisiológicas de respiração, batimentos cardíacos, atividade cerebral, tensão

muscular, disponibilizando esses dados de modo visual ou sonoro na tela do

computador. Dessa forma, com um processo de treinamento o indivíduo consegue

não apenas monitorar suas atividades fisiológicas, como também aprende a

controlá-las. Desta forma o indivíduo pode condicionar seus processos fisiológicos a

funcionarem de modo saudável e estável (ARAUJO, 2007; CHAVES, 1997).

O biofeedback é um tratamento baseado na aprendizagem através de

Feedback informativo no qual se ensina, através de monitoração direta, o controle

dos batimentos cardíacos a fim de se obter uma diminuição de estresse. É esperado

que o indivíduo aprenda a melhorar a sua saúde, observando os sinais gerados pelo

seu próprio corpo (CABALLO, 2002).

Segundo Perissinotti (2005), o biofeedback em caráter de intervenção prevê

avaliação psicodiagnóstica e, posteriormente, a intervenção com duração média de

10 a 12 sessões. Porém em processo de reabilitação, a demanda aumenta entre 15

a 40 sessões.

2.6 Imaginação guiada

23

A imaginação guiada (visualização criativa) é apenas deixar a imaginação livre

ao ser conduzido para criar imagens mentais durante o relaxamento corporal. Na

forma mais abrangente, a imaginação guiada é uma técnica que constitui

encaminhar a nossa mente a “visualizar”, “criar” e imaginar situações prazerosas

como, por exemplo, imaginar-se flutuando em um céu azul, tentando entrar em

contato com o seu interior (GAWAIN apud ALMINHANA, 2004).

Segundo Rossman (1997), a imaginação guiada traz uma proximidade com

nossas emoções. O sistema nervoso trabalha com representações visuais baseadas

em informações complexas, sendo capazes de precipitar mudanças fisiológicas. Por

exemplo, ao visualizarmos uma imagem que nos mostre em situação de medo, o

coração entra em taquicardia; da mesma forma se visualizarmos uma imagem

agradável isto tende a nos deixar calmos e felizes. Segundo o mesmo autor, os

benefícios da imaginação guiada resultam numa redução do estresse.

De acordo com Leshan apud Alminhana (2004), essa técnica produz uma

busca do ser humano por serenidade, bem-estar físico e mental, paz e felicidade. A

imaginação guiada possibilita uma mudança radical na forma e no foco de nossos

pensamentos, acarretando transformações em nossas emoções mais freqüentes e

até mesmo no funcionamento de vários sistemas de nosso organismo.

Existem diversos tipos de imagens que podemos auto-induzir, dentre elas as

que usaremos são as de imagens recompensadoras. Nestas, o indivíduo induz

pensamentos realistas ou utiliza imagens emotivas que consistem em imagens que

auxiliam na inibição da ansiedade (CABALLO, 2002).

A resposta de estresse então, pode ser controlada de diversos modos

distintos, desde terapias onerosas, complicadas e de longo prazo, até técnicas

simples, de prazo bem mais curto e com custo quase zero. Aqui arrolamos duas

técnicas (relaxamento e imaginação guiada) aliadas às técnicas de biofeedback que

parecem, de acordo com a literatura, de ação rápida e de fácil manejo, podendo

auxiliar tanto o terapeuta quanto o cliente no controle do estresse.

Como apontado na introdução deste trabalho, o objetivo desta pesquisa foi

verificar a eficácia destas duas técnicas em estudantes universitários.

24

3 ASPECTOS METODOLÓGICOS 3.1 Amostra, Sujeitos e Participantes da pesquisa.

A amostra desta pesquisa foi composta por dois estudantes do sexo feminino

com as idades de 17 e 20 anos, de uma instituição de ensino superior do Vale do

Itajaí – SC. Ambas matriculadas regularmente no Curso de Psicologia.

A divulgação do projeto piloto ocorreu através de visitas nas salas de aula e

convites via internet para os acadêmicos o curso de psicologia dos turnos matutino e

noturno, dessa forma primeiramente vinte e três pessoas se inscreveram no projeto,

mas apenas duas demonstraram interesse e compatibilidade de tempo para

participar do estudo.

3.2 Instrumentos

Os instrumentos utilizados para a coleta de dados foram: O Questionário de

Saúde Geral de Goldberg (QSG) (PASQUALI et al., 1996); Inventário de sintomas de

estresse (PEIXOTO, 2004) e Diário de campo (Apêndice D).

Às participantes também foram aplicadas duas técnicas de coerência

cardíaca (relaxamento + biofeedback e imaginação guiada + biofeedback), uma para

cada uma delas.

3.2.1 Questionário de Saúde Geral (QSG)

Tem como finalidade identificar o perfil sintomático de saúde mental de

pessoas com distúrbios psiquiátricos não extremados. Este questionário é do tipo

self-report, consta de 60 itens aos quais o sujeito deve responder através de escala

de tipo Likert de 4 pontos, no qual as alternativas podem variar um pouco em função

do teor da pergunta. A avaliação é realizada com a ajuda de um crivo ou de

computador se dá inicialmente por meio da obtenção do escore bruto de cada um

dos cinco fatores (1.stress psíquico; 2.desejo de morte; 3.desconfiança no

desempenho; 4.distúrbios do sono; 5.distúrbios psicossomáticos), bem como do

escore bruto geral do questionário. A seguir, obtêm-se os escores sintomáticos

dividindo-se a soma das respostas que compõem o fator pelo número de itens que o

25

fator tem. Protocolos com 10% ou mais questões não respondidas são desprezados.

Uma tabela de escores percentílicos indica o perfil dos sintomas de distúrbios de

saúde do sujeito em relação à norma.

O QSG foi traduzido, adaptado e validado no Brasil por Pasquali et al. (1996)

e se encontra no anexo 1 deste projeto.

3.2.2 Questionário de Sintomas de Estresse (anexo 2)

Trata-se de um questionário no formato auto-relato no qual são listados 30

sintomas físicos e psicológicos que estão associados à reação de stress. Esta

escala foi elaborada por Peixoto (2004) para investigar a presença de sintomas de

estresse mais freqüentes e de maior intensidade apresentado pelos sujeitos. Ao lado

de cada sintoma o respondente deve marcar a freqüência com que cada um deles

se manifesta no indivíduo. Esta freqüência varia em uma escala ordinal de cinco

intervalos: “0” (nunca), “1” (raramente), “2” (às vezes), “3” (muitas vezes), e “4”

(sempre).

3.2.3 Técnicas de coerência cardíaca

As técnicas de coerência cardíaca foram aplicadas no laboratório de

Psicologia Experimental da UNIVALI, Campus I e na Sala de Dinâmica localizada no

Bloco: 25 sala: 302 do curso de psicologia da UNIVALI. Sendo elas aplicadas

individualmente, em horários diferentes para os dois participantes, duas vezes por

semana durante 10 sessões objetivando atingir o nível de coerência cardíaca

desejada nesse estudo (entre 60 e 90 bpm). A freqüência de batimentos cardíacos

foi monitorada em intervalos de 5 minutos por meio de um monitor de freqüência

cardíaca marca Polar®, modelo F7 e anotado em uma folha de registro. O aparellho

é composto de uma cinta transmissora e de um monitor na forma de relógio de

pulso, como demostrado na figura 1.

26

Figura 2. Monitor e cinta transmissora utilizada neste estudo.

3.2.4 Diário de campo

Tratou-se de um questionário no qual os participantes preenchem no início do

treino. É formado de questões fechadas sobre eventos estressantes e de saúde

ocorridos durante a semana e sobre a eficácia da técnica que estão sendo

submetidas. Ao final do treino foi solicitado novamente o preenchimento do

instrumento para que se possa entender como esta se sentindo após a realização do

treino.

O diário teve o intuito de levantar se houveram melhoras no bem estar no entre

o início e o fim do treino e ao mesmo tempo dados sobre a aderência à técnica.

3.3 Coleta de dados

Primeiramente entrou-se em contato com os estudantes de ensino superior de

uma instituição de ensino superior da região do Vale do Itajaí – SC. Posteriormente

foi realizado um contato via internet para os alunos da mesma instituição do curso

de Psicologia, onde foi realizado o convite para a participação dos mesmos.

Neste contato foram esclarecidos os objetivos e os procedimentos da

pesquisa, após ser assinado o termo de consentimento livre e esclarecido (apêndice

1), foi aplicado o QSG e Inventário de Sintomas de Estresse para a obtenção do

nível de estresse que se encontravam.

A seleção dos dois participantes que compõem a amostra leva em

consideração critérios de compatibilidade em relação, idade, sexo e atividades

diárias, histórico de estresse e horários compatibilizados com o dos pesquisadores.

27

Para os dois participantes foi realizado o QSG e o inventário de sintomas de

estresse novamente ao final do treinamento.

Os treinos foram realizados em dois dias da semana e em horários diferentes

para cada participante. Antes de iniciarem a responder o diário de campo as

participantes colocavam a cinta transmissora do monitor cardíaco. Durante o treino

de relaxamento a participante (no caso, P1) foi induzida à este estado por meio de

uma técnica de relaxamento progressivo gravada em áudio. Esta gravação foi

produzida por Stelmach (2007) e tem duração aproximada de 30 minutos. Na técnica

são sugeridas imagens do coração em funcionamento coordenado, e sensações

térmicas (aquecimento do corpo a partir dos batimentos cardíacos). Este

procedimento é sugerido por Servan-Schreiber (2004) como forma de se obter

coerência cardíaca. A sensação de aquecimento do peito é o marcador subjetivo da

freqüência cardíaca coerente. A participante recebia apenas feedbacks verbais da

pesquisadora ao final do treino, não podendo acompanhar visualmente o monitor,

contudo como o mesmo havia sido programado para a obtenção de variabilidade

entre 70 e 90 bpm, um alarme sonoro era disparado quando os batimentos

cardíacos saiam dessa zona de variabilidade.

Para a técnica de imaginação guiada, a participante 2 (P2) foi induzida a

coerência cardíaca por meio de uma imagem em movimento, mostrada na tela do

computador e de indução verbal pela pesquisadora. O roteiro para esta técnica foi

obtido a partir do que foi sugerido por Alminhana (2004) e da técnica anterior, mais

especificamente, a parte final do processo (que envolve visualização). Desta forma,

a pesquisadora juntamente com o seu orientador, adaptaram o roteiro anterior para

promoverem apenas a visualização, sem as formulações características do

relaxamento. De modo similar ao relaxamento, a aplicação da técnica durou cerca

de 30 minutos por sessão.

São sugeridas no decorrer da técnica a indução da imaginação do

participante para obter tranqüilidade e relaxamento através da imagem apresentada

de uma viajem sobre o mar em um dia de sol. Inicialmente é proposto a respiração

sugerida por Servan-Schreiber (2004) como forma de obter a coerência cardíaca.

Assim como para a P1, durante o processo foi monitorado sua freqüência de

batimentos cardíacos por meio do uso do monitor cardíaco, com intervalos de 5

28

minutos entre o início e o fim da sessão de treino. A participante também recebia

feedbacks verbais da pesquisadora ao final dos treinos, e não pode acompanhar

visualmente o monitor cardíaco, que soava um alarme sonoro quando os batimentos

cardíacos saiam da zona de variabilidade (entre 70 e 90 bpm).

3.4 Procedimentos para a análise dos dados

A análise dos dados foi realizada comparando-se a freqüencia dos batimentos

cardíacos entre a primeira e a última sessão de treino para cada sujeito. Também

foram comparadas as freqüencias cardíacas obtidas em cada intervalo de cinco

minutos (oito intervalos: início, 5 minutos após, 10 minutos, 15 minutos, 20 minutos,

25 minutos, 30 minutos e término) entre o início e o término dos treinamentos.

Adicionalmente foi realizada a comparação dos índices obtidos no

questionário QSG e na pontuação obtida no questionário de Sintomas de Estresse

entre as duas participantes.

Pelo fato de contarmos com apenas duas participantes e este ser um estudo

piloto, não foram realizados testes estatísticos sobre os dados de comparação entre

as participantes.

3.5 Procedimentos éticos

Os dados foram coletados individualmente pelo pesquisador, que forneceu as

instruções sobre como responder os instrumentos. Antes de iniciar a aplicação os

participantes foram informados sobre a pesquisa, e esclarecidos de que as

informações obtidas são confidenciais, que só foram utilizadas para as finalidades

desta pesquisa, que a participação é voluntária e não remunerada. Também foi

esclarecido que, se por qualquer motivo, quisessem abandonar o estudo estavam

livre para fazê-lo.

A participação das pessoas foi condicionada pela assinatura do Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido, como indicado nos procedimentos para coleta

de dados.

Ao término da pesquisa foi realizada as devolutivas para os dois participantes.

Durante, reforçando os progressos realizados e após para lhes mostrar os

29

resultados obtidos antes e após o treino, bem como avaliaram e perceberam sua

participação na pesquisa e no processo de treino.

A condução deste trabalho seguiu as normas para pesquisas envolvendo

seres humanos do Conselho Nacional de Saúde (Resolução 196/1996) e do

Conselho Federal de Psicologia (Resolução 010/2000).

30

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS

Os resultados do presente estudo serão apresentados de acordo com a

técnica utilizada. Desta forma, iniciamos pela participante 1 (P1) que foi submetida a

técnica de relaxamento e depois, passamos a descrever os dados da participante 2

(P2), que foi induzida a coerência cardíaca por meio de uma técnica de imaginação

guiada.

4.1 Participante 1 – Técnica de Relaxamento

P1 tinha 17 anos, sexo feminino, solteira, cursando o segundo semestre do

ensino superior do curso de psicologia do período matutino do Vale do Itajaí – SC.

A participante sempre mostrou-se ansiosa tendo o seu ritmo cardíaco

bastante acelerado. Tabela 5- Escores do QSG e Sintomas de estresse da participante 1 (P1) do treino de relaxamento.

P1

Escores dos instrumentos QSG

Sintomas de

estresse

Estresse psíquico

Desejo de morte

Desconfiança em si mesmo

Sono

Sintomas psicossomáticos

Saúde geral

Inicial 1,846 1,625 1,765 1,333 1,400 1,617 37

Final 1,615 1,250 1,529 1,000 1,500 1,533 24

Primeiramente o P1, ao responder o questionário de saúde geral QSG obteve

nível de estresse psíquico de 1,846 índice QSG, após as 10 sessões de treino do

biofeedback e relaxamento apresentou 1,615 índice QSG. Nota-se uma melhora nos

níveis de estresse da mesma, assim como desejo de morte, desconfiança de si

mesmo, sono, saúde geral. Porém, os sintomas psicossomáticos apresentaram um

aumento de 1,400 para 1,500, contudo, em todos os escores, antes e depois,

nenhum nível alterado que merecesse atenção especial em termos clínicos foi

obtido.

31

No questionário de sintomas de estresse a participante também apresentou

melhoras obtendo inicialmente um escore de 37 e após o treino 24.

Abaixo segue a tabela com os batimentos cardíacos obtidos durante o treino

de relaxamento que se deu na sala de dinâmica de uma Instituição de Ensino

Superior do Vale do Itajaí. Quadro 1 - Batimentos cardíacos da participante 1 durante o treino de relaxamento.

RELAXAMENTO P1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Início 115BPM 121 BPM 109 BPM 113 BPM 108 BPM 110 BPM 106 BPM 106 BPM 87 BPM 90 BPM

5min 106 BPM 115 BPM 96 BPM 98 BPM 88 BPM 99 BPM 100 BPM 82 BPM 82 BPM 87 BPM

10min 106 BPM 123 BPM 112 BPM 100 BPM 101 BPM 95 BPM 120 BPM 85 BPM 82 BPM 89 BPM

15min 93 BPM 120 BPM 90 BPM 97 BPM 86 BPM 97 BPM 105 BPM 79 BPM 73 BPM 83 BPM

20min 92 BPM 123 BPM 85 BPM 90 BPM 84 BPM 91 BPM 101 BPM 78 BPM 69 BPM 79 BPM

25min 97 BPM 117 BPM 86 BPM 85 BPM 80 BPM 96 BPM 103 BPM 82 BPM 73 BPM 76 BPM

30min 90 BPM 116 BPM 88 BPM 86 BPM 84 BPM 102 BPM 105 BPM 97 BPM 87 BPM 84 BPM

Final 90 BPM 124 BPM 89 BPM 109 BPM 100 BPM 106 BPM 101 BPM 95 BPM 84 BPM 88 BPM

De acordo com o quadro 1, podemos notar a variabilidade cardíaca desde o

1° dia de treino, inicialmente os batimentos cardíacos da P1 eram 115 bpm. 5

minutos após seus batimentos baixaram para 106 e se mantiveram aos 10 primeiros

minutos. Aos 15 minutos baixou para 93 bpm aumentando aos 25 minutos para 97

bpm. Nesse período do relaxamento a gravação apresentava um maior período de

música e verbalizações a cada minuto, solicitando o individuo a permanecer em

relaxamento.

P1 faltou a 2° sessão, ao retornar para executar esse treino, estava

apresentando um quadro de gripe e fazia uso de RESFENOL® que possui como

reação adversa hipotensão, ansiedade, palpitações, dentre outras reações, e

LESTAMIL®, que em sua composição possui o maleato de dexclorfeniramina que

têm reações adversas similares aos anti histamínicos, ou seja, alterações

cardiovasculares, neurológicas, dentre outros; também encontra-se entre os

componentes deste medicamento a betametasona que tem as reações adversas

similares aos corticosteróides. Segundo informação informal obtida junto a

profissionais da área farmacêutica, o uso concomitante de RESFENOL® e

LESTAMIL® pode causar aceleração cardíaca, o que pode ter interferido no

32

processo de manutenção da coerência quando P1 estava sob efeito destas

medicações..

A participante ausentou-se nas sessões 7, 8 e 9. Ao retornar para a

continuidade dos treinos percebeu-se que a mesma apresentou uma redução na

variabilidade cardiaca após o 3° treino após a ausência.

Como se pode perceber pelo quadro 1 houve uma redução da variabilidade

cardíaca da P1 entre a primeiro e a décima sessão de treinamento, que foi

estatisticamente significante (F=29,92; p<0,001). Isto demonstra que o treino reduziu

a variabilidade dentro do esperado pela técnica.

4.1.1 Diário de campo

P1 ao iniciar as sessões, era solicitado que a mesma respondesse o diário de

campo, esse procedimento tinha como objetivo descrever os momentos estressores,

aplicação da técnica e como estava reagindo aos treinos. Segue abaixo os

resultados.

Figura 2. Respostas das questões do diário de campo referente (A) como foi sua última semana e (B) como esta se sentindo hoje

De acordo com o diário de campo P1 na maior parte em que esteve

realizando o treino respondeu que suas semanas foram boas ou ótimas. Ao

responder como estava sentido-se no dia do treino a mesma respondeu sentir-se

bem ou ótima na maior parte dos dias de treino.

33

Figura 3- Respostas das questões do diário de campo referente (A) Após a técnica de coerência cardíaca como se sentiu e (B) como esta se sentindo após o treino

Segundo P1 na maioria dos dias em que participou das sessões de treino

sentiu-se bem. Da mesma forma que estendeu-se durante a semana esse

sentimento de bem estar.

Figura 4- Respostas das questões do diário de campo referente (A) Durante a semana teve

momentos estressantes? Qual e (B) Pode lidar com o estresse

P2 teve momentos estressantes na maior parte das semanas de treino, sendo

eles: familiares, TPM e outros. Porém, a mesma relatou que em todas as situações

estressantes pode lidar com elas.

34

Figura 5- Respostas das questões do diário de campo referente (A) Utilizou algum método para

aliviar os sintomas e (B) Sentiu benéficio da TCC no seu dia-a-dia

P1 respondeu que na maioria das vezes não usufrui de nenhuma método

para aliviar os sintomas de estresse, porém relata que sentiu benefícios da técnica

em seu dia-a-dia.

4.2 PARTICIPANTE 2 – Técnica de Imaginação Guiada

P2 possuia, a época dos treinamentos, 20 anos, sexo feminino, solteira,

cursando o sétimo semestre do ensino superior do curso de Psicologia do período

diurno, na Universidade do Vale do Itajaí- SC. Ela trabalha como monitora do

Laboratório de Psicologia Experimental da mesma Universidade. Tabela 6. Escores do QSG e Sintomas de estresse da participante 2 - treino de imaginação guiada.

P2

Escores dos instrumentos QSG

Sintomas de

estresse

Estresse psíquico

Desejo de morte

Desconfiança em si mesmo

Sono

Sintomas psicossomáticos

Saúde geral

Inicial 2,077 1,125 2,000 1,500 2,300 1,817 44

Final 1,692 1,000 1,706 1,167 1,700 1,533 33

35

De modo geral, assim como ocorreu para P1, a P2 também obteve reduções

nos índices do QSG e de estresse. Primeiramente, O escore de estresse psíquico

diminuiu de 2,077 para 1,692 após as 10 sessões de treino de imaginação guiada.

Nota-se uma melhora nos níveis de estresse psíquico da participante, assim como

desejo de morte, desconfiança de si mesmo, sono, saúde geral. e sintomas

psicossomáticos. Tal efeito também foi observado quanto aos escores de sintomas

de estresse.

Os treinos com P2 foram realizados no laboratório de Psicologia Experimental

da UNIVALI, Campus I, em dois dias da semana obedecendo um horario próximo

para todos os treinos, nos mesmos dias da semana.

Abaixo segue o quadro com os batimentos cardíacos obtidos durante o treino

de imaginação guiada que se deu no laboratório de Psicologia Experimental da

UNIVALI, Campus I.

Quadro 2. Batimentos cardíacos da participante 2 durante o treino de imaginação guiada

IMAGINAÇÃO GUIADA P2 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Início 70 BPM 91 BPM 99 BPM 83 BPM 86 BPM 104 BPM 96 BPM 75 BPM 84 BPM 84 BPM

5min 75 BPM 89 BPM 91 BPM 80 BPM 80 BPM 75 BPM 83 BPM 80 BPM 85 BPM 71 BPM

10min 91 BPM 77 BPM 89 BPM 77 BPM 79 BPM 75 BPM 86 BPM 72 BPM 85 BPM 72 BPM

15min 81 BPM 76 BPM 104 BPM 83 BPM 82 BPM 86 BPM 87 BPM 82 BPM 81 BPM 76 BPM

20min 92 BPM 75 BPM 89 BPM 78 BPM 78 BPM 86 BPM 78 BPM 77 BPM 73 BPM 81 BPM

25min 76 BPM 88 BPM 84 BPM 79 BPM 79 BPM 72 BPM 85 BPM 78 BPM 75 BPM 68 BPM

30min 68 BPM 81 BPM 84 BPM 90 BPM 77 BPM 84 BPM 79 BPM 70 BPM 83 BPM 71 BPM

Térm 68 BPM 88 BPM 88 BPM 82 BPM 78 BPM 85 BPM 86 BPM 69 BPM 85 BPM 85 BPM

De acordo com a tabela acima, verificamos que quando P1começou as

sessões de treino, possuia um ritmo cardíaco dentro da coerência proposta inicial de

70 bpm a 90 bpm. Porém, em sua primeira sessão de treino aos 10 minutos P2

apresentou um ritmo cardíaco de 91 bpm baixando aos 15 minutos para 81 bpm.

Acredita-se que a oscilação de batimentos se deu em função de P2 ao ser

submetida a técnica deveria permanecer olhando para uma animação que mostrava

uma série de imagens que simulava uma viagem aérea sobre o mar em um dia de

sol. Em alguns momentos a participante relata que sentiu sono. Esta sonolência

36

pode ter alterado a freqüência cardíaca, diminuindo-a. Assim, os dados de redução

da FC podem ter sido viesados pela sonolência da participante.

Os dados da FC foram submetidos a análise de variância por meio da

aplicação do teste t a fim de verifica se houve redução estatísticamente significante

na variabilidade cardíaca. O resultado apontou que a redução entre o primeiro e o

último dia de treino foi estatisticamente siginificante (F= 4,44; p<0,001). Isto

demonstra que o treino reduziu a variabilidade dentro do esperado pela técnica.

4.2.1 Diário de campo

Da mesma forma que P1, P2 foi solicitada a responder o diário de campo

antes e depois do treino, esse procedimento tinha como objetivo descrever os

momentos estressores, aplicação da técnica e como estava reagindo aos treinos.

Segue abaixo os resultados.

Figura 6- Respostas das questões do diário de campo referente (A) como foi sua última semana e

(B) como esta se sentindo hoje

P2 relatou em seus diários de campo que durante as semanas em que esteve

fazendo a técnica sentiu-se bem e ao relatar de como estava no dia de treino a

mesma respondeu que na maior parte do tempo sentia-se bem.

37

Figura 7- Respostas das questões do diário de campo referente (A) Após a técnica de coerência

cardíaca como se sentiu e (B) Como esta se sentindo após o treino

P2 descreve em seu diário de campo que após a técnica percebeu melhoras

no seu bem estar. E esta percepção tendeu a se manter após o treino.

Figura 8- Respostas das questões do diário de campo referente (A) Durante a semana teve

momentos estressantes? Qual e (B) Pode lidar com o estresse

P2 descreve que em todas as semanas de treino passou por momentos

estressantes, sendo eles, principalmente, problemas familiares. Nota-se que na

maioria das vezes ela pode lidar com os eventos estressantes.

38

Figura 9- Respostas das questões do diário de campo referente (A) Utilizou algum método para

aliviar os sintomas e (B) Sentiu benefício da TCC no seu dia-a-dia

P2 descreve que utilizou métodos para aliviar os sintomas de estresse na

maior parte das vezes que enfretou situações estressantes. Referiu também que

pode se beneficiar do treinamento de CC recebido.

4.3 Comparativo das técnicas

As pessoas reagem de modo diferente aos eventos estressantes e aos

momentos em que eles ocorrem. Estas diferenças refletem aprendizagens diferentes

e, por sua vez, avaliações das situações diferenciadas. Desta forma, os eventos

estressantes não precisam necessariamente produzir efeitos negativos.

De outro modo, os mesmos eventos que podem servir de motivadores para

ação e melhora no desempenho, podem produzir sobrecarga e fracasso ao longo do

tempo (GUIMARÃES, 2000; SELYE, 1984).

O estresse é um estado de tensão que causa uma ruptura no equilíbrio

interno do organismo, é dessa forma que em momentos estressantes ou de desafios

o coração bate de forma mais acelerada fora de sintonia, o estômago não consegue

realizar digestão e perde-se noites de sono. De forma geral, o nosso organismo

funciona em sintonia como se fosse uma orquestra fazendo com que o coração

pulse em um ritmo adequado às suas funções, harmonizando-se com as funções

pulmonares, hepáticas, pancreáticas, estomacais e de outros órgãos. A orquestra do

corpo toca o ritmo da vida com equilíbrio preciso (LIPP, 2000).

No presente estudo foi realizada a comparação de duas técnicas de coerência

cardíaca, os resultados seguintes mostram comparativos dos questionários (QSG e

39

Sintomas de estresse) entre as participantes, assim como as comparações da

variabilidade cardíaca de ambas em minutos e a variabilidade cardíaca nas 10

sessões de treino.

O questionário QSG consiste em fazer uma avaliação psicológica que

compõe 60 itens através dos seguintes fatores: Estresse psíquico (ES), Desejo de

Morte (DM); Desconfiança em si mesmo (DSM), Distúrbios do sono (S), Sintomas

psicossomáticos (SP) e Saúde Geral (SG) (OLIVEIRA; CHAVES-MAIA, 2008 )

QSG e Sintomas de estresse, ao contabilizarmos notamos que P1 obteve os

escores de 1,846 índice QSG e P2 obteve 2,077. Quando terminou as sessões de

treino foi solicitado novamente que ambas preenchessem os questionários como no

início, nesse momento P1 obteve 1,615 e P2 1,692, dessa forma mostra que as

duas participantes obtiveram redução de estresse psíquico.

Em todos os fatores ambas participantes tiveram uma diminuição significativa

nos sintomas de estresse, somente P2 no fator sintomas psicossomáticos teve um

aumento de 1,400 a 1,500.

No Questionário de Sintomas de Estresse ambas tiveram uma diminuição

significativa nos sintomas de estresse. P1 antes de iniciar os treinos havia feito 37

pontos e ao terminar fez 24 mostrando uma diminuição de 13 pontos e P2 no início

dos treinos 44 pontos e ao final 33 totalizando um decréscimo de 11 pontos. De

acordo com Peixoto (2004), esse questionário tem como objetivo verificar a

presença de sintomas de estresse mais freqüentes e de maior intensidade

apresentado pelas participantes. Desta forma, pode-se afirmar que as duas técnicas

foram eficientes para redução do estresse.

De modo geral, P1 apresentou uma freqüência cardíaca maior do que P2,

contudo, a redução de seus BPM foi maior do que o que ocorreu com P2 que já

iniciou mais baixo. Isto pode ser indicativo de que a técnica de relaxamento tem um

efeito de coerência interessante, mesmo para pessoas com FC mais alta.

Tais diferenças não se relacionam diretamente com os escores obtidos nos

instrumentos QSG e SE, pois P2 obteve os maiores índices, mas apresentou a

menor VFC. O efeito foi inverso para P1 que apresentou a maior VFC, mas seus

índices iniciais medidos pelos instrumentos foram mais baixo do que para P2.

É possível que tal efeito seja devido a uma variação normalmente encontrada

em pessoas com idade aproximada a 20 anos, pois elas mostram freqüentemente

uma variação de cinco a dez pontos entre o ponto máx o e o mínimo de sua

40

freqüência cardíaca (MOSS, 2004). Em pessoas jovens, a variação cardíaca tende a

ser uma variante de normalidade, essa variação é provocada pela respiração

(OKIDA; BAGGIO; GIASSI; CORREA; TAVARES; MORAES, 2008).

Como explica Moss (2004), o coração humano é uma bomba bioelétrica no

qual o ritmo muda constantemente, essa variação do ritmo cardíaco é uma

qualidade adaptativa de um corpo saudável. Diversos ritmos biológicos se

sobrepõem para produzir um padrão resultante de variabilidade, variações de IBI

(intervalo entre batimentos), ou VRC (variabilidade do ritmo cardíaco), são

relevantes para funções físicas, emocionais e mentais.

Outro fato relevante para a possível variação nos dados das participantes diz

respeito a prática de exercícios físicos. P1 pratica atividade em academia de

ginástica diariamente. P2 executa atividade remunerada, mas sua carga de trabalho

não requer uma atividade física de grande intensidade.

De acordo com a tabela 7 (anexo 5) no período das 10 sessões P1 obteve a

maior diminuição dos batimentos cardíacos por minuto. A sessão que P1 teve a

maior diminuição de batimentos foi na terceira sessão de treino e a sessão que teve

menos diminuição foi na segunda sessão, esse dia a mesma se encontrava gripada .

P2 em sua sexta sessão apresentou uma redução da FC. Neste período, a

mesma havia viajado e relatou que este evento foi agradável. É possível, então, que

em função desse evento P1 encontrava-se mais tranquila . Na 5ª. sessão

apresentou a menor VFC. Nesta mesma sessão a mesma relatou em seu diário de

campo que não se sentia tão bem quanto nas demais sessões. Também relatou não

ter usado qualquer técnica para lidar com o momento estressante que vivenciou.

P1 faltou a duas sessões, retornando para a 7ª. sessão. Houve uma baixa

gradativa dos batimentos cardíacos, apontando que, dando continuidade as

sessões, a FC dela diminuiram e permaneceram em coerência.

Eventos estressantes, como já citado, ativam o sistema nervoso simpático,

que por sua vez, controla o ritmo cardíaco acelerando-o enquanto o parassimpático

age de modo antagônico, como um freio, desacelerando-o. O equilibrio entre esses

dois sistemas, faz que se tenha uma oscilação contínua na freqüência cardíaca

(MOSS, 2004)

O tempo que necessitamos para o equilibrio é variado conforme a pessoa,

isso deve-se ao fato de que cada um possui a sua resistência natural para o

estresse e de uma série de estratégias que possuímos para o enfrentamento.

41

Quanto mais resistente a pessoa for e quanto mais estratégias utilizar, mais tempo

conseguirá resistir aos estressores crônicos ou muito intensos (LIPP, 2000)

De acordo com Moss (2004), o treinamento de variabilidade do ritmo cardíaco

e biofeedback exercita o eqüilíbrio entre os sistemas simpático ou parassimpático.

Uma série de fatores fazem com que aumente o ritmo cardíaco tais como:

respiração, sensores de pressão arteriais, a regulação térmica do corpo e

pensamentos ansiosos.

42

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os dados levantados nesta pesquisa evidenciaram que tanto a técnica

relaxamento como a de imaginação guiada são eficazes para a redução dos níveis

de estresse.

Foi observado que apesar de uma das participantes possuir seus batimentos

cardíacos mais alterados do que o normal e mais do que a outra participante,

verificou-se que os mesmos não alteraram os níveis de estresse, mostrando que

cada pessoa age de diferente forma sobre os eventos estressantes

independentemente de seus batimentos cardíacos. Desta forma, parece haver uma

contradição entre estes resultados (ainda que de um trabalho piloto) e o que refere a

literatura. Pois, a participante que mantinha um VFC mais coerente (entre 70 e 90

BPM) obteve os índices de estresse mais altos. E de modo contrário, a participante

que apresentou a maior VFC obteve os menores escores de sintomas. É possível,

que tais diferenças estejam ligadas a questões de regulação fisiológica distintas

entre ambas. Talvez a faixa de coerência cardíaca aplicada para ambas deveria ser

diferenciada por aspectos de ritmo de vida. Tanto que P2 relatou sonolência durante

os últimos encontros e que o tempo de relaxamento foi longo. Para ela, talvez fosse

mais interessante uma faixa de variação mais alta.

Para P1, ao contrário a sonolência só ocorreu no último encontro. Nos

demais, relatou estar bem e disposta, que é o objetivo da coerência cardíaca:

acessar os melhores níveis de funcionamento do organismo.

Verificou-se que P1 realiza exercícios físicos diários em academia e não

realiza atividade remunerada. Já P2 realiza atividade remunerada de atendimento ao

público e tem uma vida sedentária, dessa forma Ballone (2005), ressalta que o

estresse tem probabilidade de evolução mediante o tipo de vida e personalidade de

cada indivíduo, isso é variável de pessoa para pessoa.

A resposta de estresse varia também, de acordo com a magnitude e a

freqüência com que este evento ocorre na vida da pessoa, mediada por fatores

ambientais (clima, outras pessoas, etc) e biológicos (genéticos, fisiológicos). A

intensidade da resposta de estresse é mediada também por questões cognitivas,

como a avaliação (appraisal) que as pessoas fazem de uma situação. O coping está

diretamente relacionado a esta avaliação. Ao reduzir a tensão provocada por um

evento reavaliando positivamente (por exemplo) o mesmo, é provocada uma

43

diminuição da cascata fisiológica ativada pelos mecanismos simpáticos (sistema

nervoso autônomo). Em alguns casos, quando a resposta do estresse gera uma

ativação freqüente e intensa, o organismo entra em esgotamento de todos os

recursos fisiológicos do sujeito fazendo com que apareçam transtornos psicológicos.

Desta forma, o desenvolvimento de um transtorno está diretamente relacionado à

freqüência e duração de respostas de ativação provocadas por situações avaliadas

como estressoras (MARGIS; PICON; COSNER; SILVEIRA, 2003). Vale ressaltar que o projeto inicial tinha como proposta que os treinos fossem

realizados por pelo menos 16 sessões; em função da escassez de voluntários para a

pesquisa e do tempo para a realização da mesma (dada a limitação do tempo para a

confecção da monografia), não pode ser verificado qual das técnicas seria mais

eficaz em menos tempo e em qual delas permaneceria mais tempo em coerência.

Como apontado na fundamentação teórica, e sendo o objetivo da pesquisa,

Perissonotti (2005), aponta que seria necessário de 15 a 40 sessões para que

existisse um condicionamento da resposta de coerência.

Para continuidade deste piloto devem ser revistos os seguintes pontos:

- para o treino de coerência cardíaca por meio de imaginação guiada 20

minutos pode ser suficiente;

- condicionar a seleção dos participantes a um período de verificação da FC a

fim de que suas VFC´s e, deste modo, manter a amostra mais homogênea também

nesta característica;

- garantir a aderência ao estudo, uma vez que as faltas a seqüência das

sessões demandou em retrocesso no processo de redução da FC.

44

45

6 REFERÊNCIAS

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49

7 APENDICE

50

7.1 Apêndice A Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Relaxamento) APRESENTAÇÃO

Gostaria de convidá-lo (a) para participar de

uma pesquisa cujo objetivo é analisar os

efeitos de duas técnicas de coerência

cardíaca sobre os sintomas de estresse,

ansiedade e depressão.

Sua tarefa consistirá na participação em um

treinamento de biofeedback e no

preenchimento de dois instrumentos de

medidas psicológicas de estresse,

depressão e ansiedade no início do

treinamento, ao final do treinamento e um

mês após o término do treinamento.

Também deverá ser respondido um

pequeno questionário que será realizado ao

final de cada encontro de treinamento. O

treinamento de Biofeedback consiste na

monitoração dos batimentos cardíacos e na

aprendizagem de seu controle. Os encontros

ocorrerão duas vezes por semana e terão

duração de aproximadamente 30 minutos.

Quanto aos aspectos éticos, gostaria de

informar que:

a) seus dados pessoais serão mantidos em

sigilo, sendo garantido o seu anonimato;

b) os resultados desta pesquisa serão

utilizados somente com finalidade

acadêmica podendo vir a ser publicado em

revistas especializadas, porém, como

explicitado no item (a) seus dados pessoais

serão mantidos em anonimato;

não há respostas certas ou erradas, o que

importa é a sua opinião;

d) a aceitação não implica que você

estará obrigado a participar, podendo

interromper sua participação a qualquer

momento, mesmo que já tenha iniciado,

bastando, para tanto, comunicar aos

pesquisadores;

e) você não terá direito a

remuneração por sua participação, ela é

voluntária;

f) esta pesquisa é de cunho

acadêmico e não terapêutico, ainda que os

resultados possam vir a servir para

implementação deste treinamento com todos

os outros colaboradores da UNIVALI;

g) durante a participação, se tiver

alguma reclamação, do ponto de vista ético,

você poderá contatar com o responsável por

esta pesquisa.

Muito obrigado!

Pesquisador responsável: Profº. Dr. Eduardo José Legal. F. 3342-7542 r. 8084 E-mail: [email protected] Pesquisadora: Jane Oteiro E-mail: [email protected] (47) 8453-7484 Curso de Psicologia da Universidade do Vale do Itajaí – CCS R: Uruguai, 448 – bloco 25b – Sala 401.

51

IDENTIFICAÇÃO E CONSENTIMENTO

Eu ______________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

Declaro estar ciente dos propósitos da pesquisa e da maneira como será realizada e no que consiste

minha participação. Diante de essas informações aceito participar da pesquisa.

Assinatura: ________________________________________________________

Data de nascimento: __________________

________________________________ ___________________________________

Pesquisador: Prof. Eduardo J. Legal Acadêmica: Jane Oteiro

UNIVALI – CCS – Curso de Psicologia Rua Uruguai, 438 F. 3341-7542 R. 8084 E-mail: [email protected]

52

7.2 Apêndice B Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Imaginação Guiada) APRESENTAÇÃO

Gostaria de convidá-lo (a) para participar de

uma pesquisa cujo objetivo é analisar os

efeitos de duas técnicas de coerência

cardíaca sobre os sintomas de estresse,

ansiedade e depressão.

Sua tarefa consistirá na participação de uma

técnica de imaginação guiada e no

preenchimento de dois instrumentos de

medidas psicológicas de estresse,

depressão e ansiedade no início do

treinamento, ao final do treinamento e um

mês após o término do treinamento.

Também deverá ser respondido um

pequeno questionário que será realizado ao

final de cada encontro de treinamento. A

técnica de imaginação guiada consiste em

imaginar cenas positivas, agradáveis

enquanto o seu batimento cardíaco é

monitorado por meio de um frequencímetro

(relógio de pulso com função de monitor

cardíaco). Os encontros ocorrerão duas

vezes por semana e terão duração de

aproximadamente 30 minutos.

Quanto aos aspectos éticos, gostaria de

informar que:

a) seus dados pessoais serão mantidos em

sigilo, sendo garantido o seu anonimato;

b) os resultados desta pesquisa serão

utilizados somente com finalidade

acadêmica podendo vir a ser publicado em

revistas especializadas, porém, como

explicitado no item (a) seus dados pessoais

serão mantidos em anonimato;

c) não há respostas certas ou

erradas, o que importa é a sua opinião;

d) a aceitação não implica que você

estará obrigado a participar, podendo

interromper sua participação a qualquer

momento, mesmo que já tenha iniciado,

bastando, para tanto, comunicar aos

pesquisadores;

e) você não terá direito a

remuneração por sua participação, ela é

voluntária;

f) esta pesquisa é de cunho

acadêmico e não terapêutico, ainda que os

resultados possam vir a servir para

implementação deste treinamento com todos

os outros colaboradores da UNIVALI;

g) durante a participação, se tiver

alguma reclamação, do ponto de vista ético,

você poderá contatar com o responsável por

esta pesquisa.

Muito obrigado!

Pesquisador responsável: Profº. Dr. Eduardo José Legal. F. 3342-7542 r. 8084 E-mail: [email protected] Pesquisadora: Jane Oteiro E-mail: [email protected] (47) 8453-7484 Curso de Psicologia da Universidade do Vale do Itajaí – CCS R: Uruguai, 448 – bloco 25b –

Sala 401

53

IDENTIFICAÇÃO E CONSENTIMENTO

Eu ______________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

Declaro estar ciente dos propósitos da pesquisa e da maneira como será realizada e no que consiste

minha participação. Diante de essas informações aceito participar da pesquisa.

Assinatura: ________________________________________________________

Data de nascimento: __________________

________________________________ ___________________________________

Pesquisador: Prof. Eduardo J. Legal Acadêmica: Jane Oteiro

UNIVALI – CCS – Curso de Psicologia Rua Uruguai, 438 F. 3341-7542 R. 8084 E-mail: [email protected]

54

7.3 Apêndice C

Protocolo de relaxamento por imaginação guiada- (Tempo estimado 30 min)

Imaginação guiada

Inicio- 10 minutos:

Deite-se ou acomoda-se da maneira que você achar confortável...

Fique tranqüilo respire calmamente, o que permitirá que você se acalme de

maneira gradativa.

Agora respire profundamente da seguinte forma:

Inspire contando até cinco lentamente: 1, 2, 3, 4, 5

Mantenha o ar retido contado até dois: 1,2

Expire contando até sete: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7

Iniciando... Inspirando: 1, 2, 3, 4, 5

Retendo: 1, 2

Expirando: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7

Mais uma vez...

Mais uma vez...

Mais uma vez...

Agora sinta o seu coração batendo calmamente, volte a sua atenção para

ele...

Respire profundamente mais uma vez...

Continue relaxando, respirando livre e suavemente. Agora mantendo esse

ritmo de respiração, Olhe para a imagem na tela e tente se imaginar nesta cena...

Imagine-se flutuando sobre este mar de um dia ensolarado e claro...

À medida que você vai voando sobre a cena, experimente a sensação de

liberdade...

Sinta a brisa tocando no seu corpo...

Repete-se 2 vezes:

A sensação de ar fresco e puro, sensação de liberdade...

Sinta-se leve e livre

55

Sinta o bem estar desta condição...

A cada intervalo de um minuto fala-se a frase abaixo- 5 min

Mantenha essa imagem, mantenha essa sensação...

Após quatro minutos repete-se a cada um minuto até que complete 10 min

Pense em todo o seu corpo. Sinta-se todo relaxado. Respire calmamente.

Mantenha essa sensação de liberdade e relaxamento...

Mantenha essa sensação agradável...

Flutue sobre este mar, veja o dia ensolarado e claro...

Experimente a sensação de liberdade...

Sinta a brisa tocando no seu corpo...

A sensação de ar fresco e puro, sensação de liberdade...

Sinta-se leve e livre

Sinta o bem estar desta condição...

À medida que você vai flutuando experimente a sensação de liberdade e

tranqüilidade...

Flutue sobre este mar, sinta essa sensação de relaxamento...

Sinta a sensação de liberdade....

Finalizando a sessão- 5 min

Respire profundamente, como no inicio desta sessão: inspirando, contando

até cinco; retendo contando até dois; expirando, contando até sete... Iniciando...

Mais uma vez

Mais uma vez

Agora retorne o seu pensamento a essa sala, trazendo todos os benefícios

que esta experiência lhe proporcionou...

Mexa as pernas... Movimente a cabeça... Espreguice...

Respire profundamente...

56

Algumas imagens apresentadas na imaginação guiada:

57

7.4 Apêndice D

Diário de campo

Batimento iniciais: _________ Data: ____________________ Batimentos iniciais: ________ Como foi a sua última semana? ( ) Ótima ( ) Boa ( ) Razoável ( ) Péssima Como esta se sentindo hoje? ( ) Ótima ( ) Boa ( ) Razoável ( ) Péssima Após a técnica de coerência cardíaca como se sentiu? ( ) Ótima ( ) Boa ( ) Razoável ( ) Ruim Durante a semana teve momentos estressantes? ( ) Sim ( ) Não. Se sim quais foram? ( ) Trabalho ( ) Outros. Qual? ______________ ( ) Estudo ( ) Família Pode lidar com o estresse? ( ) Sim ( ) Não Utilizou algum método para aliviar os sintomas? ( ) Sim ( ) Não Sentiu algum benefício da Técnica de Coerência Cardíaca no seu dia- a dia? ( ) Sim ( ) Não __________________________________________________________________ ** Após o término do treinamento da técnica Como esta se sentindo após o treino? ( ) Ótima ( ) Boa ( ) Razoável ( ) Péssima Batimentos finais: _________

58

Apêndice E

Tabelas Comparativas entre as duas técnicas

Tabela 5. Comparativo dos questionários QSG e SE aplicados as participantes.

Tabela 6. Comparação das duas participantes das medidas de BPM por intervalos de 5 minutos. Participantes

Medidas de BPM Início 5 min 10

min 15 min 20 min 25 min 30 min Término

P1 (relaxamento)

106,5 (10,53)

95,3 (10,66)

101,3 (14,1)

92,3 (13,56)

89,2 (14,82)

89,5 (13,62)

93,9 (10,76)

98,6 (12,11)

P2 (imaginação guiada)

87,2 (10,53)

80,9 (6,31)

80,3 (6,94)

83,8 (7,94)

80,7 (6,25)

78,4 (6,09)

78,7 (7,15)

81,4 (7,40)

Tabela 7. Comparação das duas participantes nas medidas de BPM por dia de treino.

Participantes Medidas de BPM

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 P1 (relaxamento)

98,6 (9,28)

119,9 (3,48)

94,4 (10,51)

97,2 (10,16)

91,4 (10,15)

99,5 (6,21)

105,1 (6,40)

88 (10,11)

79,6 (6,96)

84,5 (4,98)

P2 (imaginação guiada)

77,6 (9,63)

83,1 (6,57)

91 (7,05)

81,5 (4,10)

79,9 (2,90)

83,4 (10,08)

85 (5,54)

75,4 (4,71)

81,4 (4,77)

76 (6,54)

Comparativo questionários

QSG Sintomas de

estresse

EP DM DSM S SP SG

P1 Início 1,846 1,625 1,765 1,333 1,400 1,617 37

P2 Início 2,077 1,125 2,000 1,500 2,300 1,817 44

P1 Término 1,615 1,250 1,529 1,000 1,500 1,533 24

P2 Término 1,692 1,000 1,706 1,167 1,700 1,533 33

59

8 ANEXO

60

8.1 Anexo A

QUESTIONÁRIO DE SAÚDE GERAL DE GOLDBERG CADERNO DE APLICAÇÃO – Q S G (Adaptação Brasileira)

POR FAVOR, LEIA COM ATENÇÃO Neste questionário é apresentada uma série de 60 (sessenta) afirmações sobre o estado de saúde das pessoas em geral. Sua tarefa consiste em dizer se as afirmações se aplicam ou não a você. RESPONDA, por obséquio, A TODAS AS PERGUNTAS nas páginas que seguem, marcando com um X a resposta correspondente à alternativa que você acha que se aplica ou a que mais se aproxima a você na questão que está sendo respondida. É importante que você procure responder a todas as perguntas. LEMBRE-SE que o interesse está em saber como você tem se sentido ultimamente e não como você se sentia no passado. Pode começar. Sexo ( ) 1= Masculino 2= Feminino Estado Civil ( ) 1= Solteiro 2= Casado/Amigado 3= Separado/Divorciado 4= viúvo Idade: __________ anos. Grau de Instrução ( ) 1= I grau incompleto 2= I grau completo 3= II grau incompleto 4= II grau completo 5= Superior Incompleto 6= Superior Completo 7= Pós-Graduação Setor : ______________________________Turno: ___________________________ Quanto tempo Você Trabalha por dia (em horas)? ___________________ Você ultimamente: 1. Tem se sentido perfeitamente bem e com boa saúde? 1. melhor do que de costume 2. como de costume 3. pior do que de costume 4. muito pior do que de costume 2. Tem sentido necessidade de tomar fortificantes (vitaminas) ? 1. não, absolutamente 2. não mais do que de costume 3. um pouco mais do que de costume 4. muito mais do que de costume 3. Tem se sentido cansado (fatigado) e irritadiço ? 1. não, absolutamente 2. não mais do que de costume 3. um pouco mais do que de costume 4. muito mais do que de costume 4. Tem se sentido mal de saúde ? 1. não, absolutamente 2. não mais do que de costume 3. um pouco mais do que de costume 4. muito mais do que de costume 5. Tem sentido dores de cabeça ? 1. não, absolutamente 2. não mais do que de costume 3. um pouco mais do que de costume 4. muito mais do que de costume 6. Tem sentido peso (dores) na cabeça ? 1. não, absolutamente 2. não mais do que de costume 3. um pouco mais do que de costume 4. muito mais do que de costume 7. Tem sido capaz de se concentrar no que faz ? 1. melhor do que de costume 2. como de costume 3. menos do que de costume 4. muito menos do que de costume

61

8. Tem sentido medo de que você vá desmaiar num lugar público? 1. não, absolutamente 2. não mais do que de costume 3. um pouco mais do que de costume 4. muito mais do que de costume 9. Tem sentido sensações (ondas) de calor ou de frio pelo corpo ? 1. não, absolutamente 2. não mais do que de costume 3. um pouco mais do que de costume 4. muito mais do que de costume 10. Tem suado (transpirado) muito ? 1. não, absolutamente 2. não mais do que de costume 3. um pouco mais do que de costume 4. muito mais do que de costume 11. Tem acordado cedo (antes da hora) e não tem conseguido dormir de novo ? 1. não, absolutamente 2. não mais do que de costume 3. um pouco mais do que de costume 4. muito mais do que de costume 12. Tem levantado sentindo que o sono não foi suficiente para lhe renovar as energias? 1. não, absolutamente 2. não mais do que de costume 3. um pouco mais do que de costume 4. muito mais do que de costume 13. Tem se sentido muito cansado e exausto, até mesmo para se alimentar ? 1. não, absolutamente 2. não mais do que de costume 3. um pouco mais do que de costume 4. muito mais do que de costume 14. Tem perdido muito sono por causa de preocupações ? 1. não, absolutamente 2. não mais do que de costume 3. um pouco mais do que de costume 4. muito mais do que de costume 15. Tem se sentido lúcido e com plena disposição mental ? 1. melhor do que de costume 2. como de costume 3. menos lúcido do que de costume 4. muito menos lúcido que de costume 16. Tem se sentido cheio de energia (com muita disposição) ? 1. melhor do que de costume 2. como de costume 3. com menos energia do que de costume 4. com muito menos que de costume 17. Tem sentido dificuldade em conciliar o sono ? (pegar no sono) 1. não, absolutamente 2. não mais do que de costume 3. um pouco mais do que de costume 4. muito mais do que de costume 18. Tem tido dificuldade em permanecer dormindo após ter conciliado o sono ? (após ter pegado no sono) 1. não, absolutamente 2. não mais do que de costume 3. um pouco mais do que de costume 4. muito mais do que de costume 19. Tem tido sonhos desagradáveis ou aterrorizantes ? 1. não, absolutamente 2. não mais do que de costume 3. um pouco mais do que de costume 4. muito mais do que de costume 20. Tem tido noites agitadas e maldormidas ? 1. não, absolutamente 2. não mais do que de costume 3. um pouco mais do que de costume 4. muito mais do que de costume 21. Tem conseguido manter-se em atividade e ocupado ?

62

1. mais do que de costume 2. como de costume 3. um pouco menos do que de costume 4. muito menos do que de costume 22. Tem gasto mais tempo para executar seus afazeres ? 1. mais rápido do que de costume 2. como de costume 3. mais tempo do que de costume 4. muito mais tempo de que de costume 23. Tem sentido que perde o interesse nas suas atividades normais diárias ? 1. não, absolutamente 2. não mais do que de costume 3. um pouco mais do que de costume 4. muito mais do que de costume 24. Tem sentido que está perdendo interesse na sua aparência pessoal ? 1. não, absolutamente 2. não mais do que de costume 3. um pouco mais do que de costume 4. muito mais do que de costume 25. Tem tido menos cuidado com suas roupas ? 1. mais cuidado do que de costume 2. como de costume 3. menos cuidado do que de costume 4. muito menos cuidado que de costume 26. Tem saído de casa com a mesma freqüência de costume ? 1. mais do que de costume 2. como de costume 3. menos do que de costume 4. muito menos do que de costume 27. Tem se saído tão bem quanto acha que a maioria das pessoas se sairia se estivesse em seu lugar? 1. melhor do que de costume 2. mais ou menos igual 3. um pouco pior 4. muito pior 28. Tem achado que de um modo geral tem dado boa conta de seus afazeres ? 1. melhor que de costume 2. como de costume 3. pior do que de costume 4. muito pior do que de costume 29. Tem se atrasado para chegar ao trabalho ou para começar seu trabalho em casa ? 1. não, absolutamente 2. não mais atrasado do que de costume 3. um pouco mais do que de costume 4. muito mais do que de costume 30. Tem se sentido satisfeito pela forma pela qual você tem realizado suas atividades (tarefa ou trabalho)? 1. mais satisfeito do que de costume 2. como de costume 3. menos satisfeito do que de costume 4. muito menos satisfeito que de costume 31. Tem sido capaz de sentir calor humano e afeição por aqueles que o cercam ? 1. mais do que de costume 2. como de costume 3. menos do que de costume 4. muito menos do que de costume 32. Tem achado fácil conviver com outras pessoas ? 1. mais fácil do que de costume 2. tão fácil como de costume 3. mais difícil do que de costume 4. muito mais difícil do que de costume 33. Tem gasto muito tempo batendo papo ? 1. mais tempo do que de costume 2. tanto quanto de costume 3. menos do que de costume 4. muito menos do que de costume

63

34. Tem tido medo de dizer alguma coisa às pessoas e passar por tilo (parecer ridículo) ? 1. não, absolutamente 2. não mais do que de costume 3. um pouco mais do que de costume 4. muito mais do que de costume 35. Tem sentido que está desempenhando uma função útil na vida ? 1. mais do que de costume 2. como de costume 3. menos útil do que de costume 4. muito menos do que de costume 36. Tem se sentido capaz de tomar decisões sobre suas coisas ? 1. mais do que de costume 2. como de costume 3. menos do que de costume 4. muito menos do que de costume 37. Tem sentido que você não consegue continuar as coisas que começa ? 1. não, absolutamente 2. não mais do que de costume 3. um pouco mais do que de costume 4. muito mais do que de costume 38. Tem se sentido com medo de tudo que tem que fazer ? 1. não, absolutamente 2. não mais do que de costume 3. um pouco mais do que de costume 4. muito mais do que de costume 39. Tem se sentido constantemente sob tensão ? 1. não, absolutamente 2. não mais do que de costume 3. um pouco mais do que de costume 4. muito mais do que de costume 40. Tem se sentido incapaz de superar suas dificuldades ? 1. não, absolutamente 2. não mais do que de costume 3. um pouco mais do que de costume 4. muito mais do que de costume 41. Tem achado a vida uma luta constante ? 1. não, absolutamente 2. não mais do que de costume 3. um pouco mais do que de costume 4. muito mais do que de costume 42. Tem conseguido sentir prazer nas suas atividades diárias ? 1. mais do que de costume 2. como de costume 3. um pouco menos do que de costume 4. muito menos do que de costume 43. Tem tido pouca paciência com as coisas ? 1. não, absolutamente 2. não mais do que de costume 3. um pouco mais do que de costume 4. muito mais do que de costume 44. Tem se sentido irritado e mal-humorado ? 1. não, absolutamente 2. não mais do que de costume 3. um pouco mais do que de costume 4. muito mais do que de costume 45. Tem ficado apavorado ou em pânico sem razões justificadas para isso ? 1. não, absolutamente 2. não mais do que de costume 3. um pouco mais do que de costume 4. muito mais do que de costume 46. Tem se sentido capaz de enfrentar seus problemas ? 1. mais capaz do que de costume 2. como de costume 3. menos capaz do que de costume 4. muito menos capaz que de costume 47. Tem sentido que suas atividades têm sido excessivas para você ? 1. não, absolutamente 2. não mais do que de costume

64

3. um pouco mais do que de costume 4. muito mais do que de costume 48. Tem tido a sensação de que as pessoas olham para você ? 1. não, absolutamente 2. não mais do que de costume 3. um pouco mais do que de costume 4. muito mais do que de costume 49. Tem se sentido infeliz e deprimido ? 1. não, absolutamente 2. não mais do que de costume 3. um pouco mais do que de costume 4. muito mais do que de costume 50. Tem perdido a confiança em si mesmo ? 1. não, absolutamente 2. não mais do que de costume 3. um pouco mais do que de costume 4. muito mais do que de costume 51. Tem se considerado como uma pessoa inútil (sem valor) ? 1. não, absolutamente 2. não mais do que de costume 3. um pouco mais do que de costume 4. muito mais do que de costume 52. Tem sentido que a vida é completamente sem esperança ? 1. não, absolutamente 2. não mais do que de costume 3. um pouco mais do que de costume 4. muito mais do que de costume 53. Tem se sentido esperançoso quanto ao seu futuro ? 1. mais do que de costume 2. como de costume 3. menos do que de costume 4. muito menos do que de costume 54. Considerando-se todas as coisas, tem se sentido razoavelmente feliz ? 1. mais do que de costume 2. assim como de costume 3. menos do que de costume 4. muito menos do que de costume 55. Tem se sentido nervoso e sempre tenso ? 1. não, absolutamente 2. não mais do que de costume 3. um pouco mais do que de costume 4. muito mais do que de costume 56. Tem sentido que a vida não vale a pena ? 1. não, absolutamente 2. não mais do que de costume 3. um pouco mais do que de costume 4. muito mais do que de costume 57. Tem pensado na possibilidade de dar um fim em você mesmo ? 1. definitivamente, não 2. acho que não 3. passou-me pela cabeça 4. definitivamente, sim 58. Tem achado algumas vezes que não pode fazer nada porque está mal dos nervos? 1. não, absolutamente 2. não mais do que de costume 3. um pouco mais do que de costume 4. muito mais do que de costume 59. Já se descobriu desejando estar morto e longe (livre) de tudo ? 1. não, absolutamente 2. não mais do que de costume 3. um pouco mais do que de costume 4. muito mais do que de costume 60. Tem achado que a idéia de acabar com a própria vida tem se mantido em sua mente? 1. definitivamente, não 2. acho que não 3. passou-me pela cabeça 4. definitivamente, sim

65

8.2 Anexo B Questionário SINTOMAS DE ESTRESSE (Peixoto, 2004) O estresse é uma resposta que nosso organismo dá quando estamos sob pressão. Esta resposta é formada por uma série de sintomas que prejudicam o nosso funcionamento normal e podem facilitar a instalação de doenças. Neste questionário pretendemos saber se você tem alguns dos sintomas abaixo e em que freqüência eles ocorrem. Para isso, você deve assinalar um “X” na linha correspondente ao sintoma de acordo com a escala: NUNCA – se você realmente não tem sentido este sintoma nos últimos seis meses; RARAMENTE – se você sentiu uma vez ou outra este sintoma nos últimos seis meses; ÁS VEZES – quando você experimenta este sintoma pelo menos duas vezes por mês nos últimos seis meses; MUITAS VEZES – se você demonstra este sintoma pelo menos uma vez por semana; SEMPRE – se você sempre tem sentido este sintoma nas últimas quatro semanas. Responda às afirmações abaixo marcando um “X” na categoria mais adequada para você.

Nun

ca (0

)

Rar

amen

te

(1)

Ás v

ezes

(2)

Mui

tas

veze

s (3

)

Sem

pre

(4)

1. Insônia 2. Taquicardia 3. Dor de cabeça 4. Boca seca 5. Dores de estômago 6. Aumento do suor 7. Tensão muscular 8. Diarréia 9. Aumento da pressão arterial 10. Náusea (enjôo) 11. Problemas dermatológicos (da pele) 12. Mudança de apetite 13. Úlcera 14. Tontura 15. Problemas com a memória 16. Perda do senso de humor 17. Sensação de desgaste físico 18. Mal estar generalizado e sem causa específica 19. Irritabilidade 20. Sensibilidade emotiva excessiva 21. Dúvida quanto a si próprio (achar que não presta) 22. Diminuição do desejo sexual 23. Impossibilidade de trabalhar 24.Pesadelos 25. Sensação de incapacidade (se achar incompetente) 26. Vontade de fugir de tudo 27. Falta de vontade de fazer as coisas, estar para baixo (deprimido) 28. Cansaço excessivo 29. Pensar/falar consistentemente num só assunto 30. Ansiedade (nervosismo)

66

8.3 Anexo 4

Protocolo da técnica de relaxamento (tempo estimado: 30 min.). Parte A – Relaxamento Progressivo

Deite-se ou acomode-se da maneira que você se sentir mais confortável...

Fique tranqüilo e feche os olhos bem devagar, o que permitirá que você se

acalme de maneira gradativa.

Agora respire profundamente da seguinte forma:

Inspire contando até 5 lentamente (1, 2, 3, 4, 5)

Mantenha o ar retido contando até 2 (1, 2)

Expire contando até 7 (1, 2, 3, 4, 5, 6, 7)

Iniciando então... Inspirando, 1, 2, 3, 4, 5

Retendo, 1, 2

Expirando, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7.

Mais uma vez...

Mais uma vez...

Mais uma vez...

Agora, mantendo este ritmo de respiração, pense no seu braço direito. Feche

a mão fortemente sentindo a contração. Sinta a tensão no braço. Permaneça assim

por algum tempo. Agora, solte o braço ao mesmo tempo em que abre a mão e sinta

a descontração, faça isso lentamente. Repita mais uma vez...feche a mão...sinta a

contração e solte....

Agora relaxe. Sinta o relaxamento eu seu braço direito e perceba o contraste

com a tensão.

Pense agora no seu braço esquerdo. Feche a mão fortemente sentindo a

contração. Sinta a tensão no braço esquerdo. Permaneça assim por algum tempo e

solte. Repita mais uma vez feche a mão.... sinta a contração e solte...

Concentre a atenção na cabeça, enrugue a testa o máximo que puder. Agora

relaxe e deixe-a ficar lisa.

Agora franza as sobracenlhas e perceba a tensão espalhando-se sobre a

testa. Solte.

67

Agora feche os olhos e aperte-os. Perceba a tensão. Relaxe os olhos.

Mantenha-os suave e confortavelmente fechados.

Agora aperte os maxilares, morda com força, repare na tensão em todo o

maxilar. Relaxe os maxilares. Quando os maxilares estão relaxados, os lábios

permanecem ligeiramente afastados.

Agora pressione a língua contra o céu da boca. Sinta a dor na parte de trás

da boca. Relaxe.

Contraia os lábios fortemente um contra o outro. Sinta a tensão e relaxe.

Perceba o contraste entre a tensão e o relaxamento

Incline a cabeça para trás o máximo que puder sem sentir desconforto e

observe a tensão no pescoço. Gire-o para a direita e sinta a mudança no local de

tensão, gire-o para a esquerda. Endireite a cabeça e incline para a frente,

pressionando o queixo contra o tórax.

Relaxe, retorne a cabeça para uma posição confortável.

Deixe o relaxamento aprofundar-se.

Agora, encolha os ombros. Mantenha a tensão enquanto afunda a cabeça

entre os ombros. Relaxe os ombros.

Sinta o relaxamento cada vez mais profundo.

Agora inspire e encha completamente os pulmões. Prenda a respiração.

Perceba a tensão. Agora expire, deixe o tórax ficar solto, deixe o ar sair.

Continue relaxando, respirando livre e suavemente.

Repita mais uma vez...inspire... encha os pulmões de ar. Prenda a respiração

conte até três e expire....

Observe que a tensão abando o seu corpo quando você expira.

A seguir, coloque sua mão sobre o seu estômago. Inspire profundamente pelo

estômago, empurrando a mão para cima. Segure e expire.

Agora contrai as nádegas e as coxas. Flexione as coxas forçando os

calcanhares para baixo, o máximo que puder. Relaxe e sinta a diferença.

Agora incline os dedos dos pés para baixo, tensionando a barriga da perna.

Analise a tensão. Relaxe.

Agora incline os dedos dos pés na direção do rosto, criando tensão na canela

da perna. Relaxe novamente.

Pense em todo o seu corpo. Sinta-se todo relaxado. Respire calmamente.

68

(manter este estado por 5 minutos)

Parte B – Coerência Cardíaca (continuando do último item da parte A)

Procure visualizar seu corpo leve, funcionado em harmonia sem sinais de

tensão.

Agora, preste atenção ao seu peito, inflando e desinflando a medida que você

respira...

Sinta seu peito inflando à medida que o ar o preenche...

Sinta-o esvaziando à medida que você solta o ar...

Acompanhe estes movimentos...mantenha seus pensamentos neles

Tente abandonar os outros pensamentos que querem aparecer...mantenha o

foco no peito...

Tente desviar sua atenção destes outros pensamentos e mantenha sua

atenção nos movimentos do seu peito...

(manter este estado por 2 minutos repetindo a última informação a cada 30 segundos)

Nesse momento, com a mente relaxada, sinta seu coração batendo

lentamente, sua respiração leve.....

Preste atenção nos batimento do seu coração...

Agora imagine que seu coração começa a aquecer; um aquecimento suave,

agradável e que se espalha por todo seu corpo a cada batimento...

Perceba este calor agradável se espalhando para todas as partes do seu

corpo... cada vez que o seu coração bate...

Mantenha esta sensação em sua mente e em seu corpo...

Aproveite este estado, esta sensação, sinta seu corpo todo tornar-se

aquecido, confortável, relaxado...

Continue visualizando esta situação agradável, aproveite este momento...

(A cada intervalo de 1 minuto repete-se a última instrução até que se complete 10 minutos)

69

Volte a prestar atenção ao seu peito, inflando e desinflando a medida que

você respira...

Sinta seu peito inflando a medida que o ar o preenche...

Sinta-o esvaziando a medida que você solta o ar...

Acompanhe estes movimentos...mantenha seus pensamentos neles

Tente abandonar os outros pensamentos que querem aparecer...mantenha o

foco no peito...

Respire profundamente como no início desta sessão: inspirando, contando

até 5; retendo contando até 2; expirando, contando até 7... inicie...

Mais uma vez...

Mais uma vez...

Sem abrir os olhos, retorne a esta sala, trazendo todos os benefícios que

esse relaxamento lhe proporcionou.

Comece mexendo as pernas, movimentando a cabeça, espreguiçando...

venha voltando..voltando...voltando para a sala.

Quando estiver se sentindo bem. Abra os olhos bem devagar, virando seu

corpo bem devagar para o lado, e venha voltando...voltando.....