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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE MEDICINA TROPICAL DR. HEITOR VIEIRA DOURADO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA TROPICAL MESTRADO EM DOENÇAS TROPICAIS E INFECCIOSAS DETECÇÃO E IDENTIFICAÇÃO DE FUNGOS CAUSADORES DE MICOSES SISTÊMICAS, UTILIZANDO UMA TÉCNICA DE PCR/RFLP DIEGO RAYAN TEIXEIRA DE SOUSA MANAUS 2013

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE MEDICINA TROPICAL DR. HEITOR VIEIRA DOURADO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA TROPICAL MESTRADO EM DOENÇAS TROPICAIS E INFECCIOSAS

DETECÇÃO E IDENTIFICAÇÃO DE FUNGOS CAUSADORES DE MICOSES SISTÊMICAS, UTILIZANDO UMA TÉCNICA DE PCR/RFLP

DIEGO RAYAN TEIXEIRA DE SOUSA

MANAUS

2013

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DIEGO RAYAN TEIXEIRA DE SOUSA

DETECÇÃO E IDENTIFICAÇÃO DE FUNGOS CAUSADORES DE MICOSES SISTÊMICAS, UTILIZANDO UMA TÉCNICA DE PCR/RFLP

Orientador: Prof. Dr. João Vicente Braga de Souza

Co-Orientador: Prof. Dr. Marcelo Cordeiro dos Santos

MANAUS

2013

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical da Universidade do Estado do Amazonas em convênio com a Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado para obtenção do grau de Mestre em Doenças Tropicais e Infecciosas.

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FICHA CATALOGRÁFICA CATALOGAÇÃO: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS

ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA Av. Carvalho Leal, 1777 – Cachoeirinha – Cep.69065-001

fone: (092) 3878-4380 - Manaus-AM

www.uea.edu.br

S719d Sousa, Diego Rayan Teixeira de. Detecção e identificação de fungos causadores de micoses sistêmicas utilizando uma técnica de pcr/rflp. / Diego Rayan Teixeira de Sousa. – Manaus : UEA, 2013. 49 f. : il. ; 30 cm

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Medicina Tropical da Universidade do Estado do Amazonas como requisito para obtenção do grau de Mestre em Doenças Tropicais e Infecciosas. Orientador: Prof. Dr. João Vicente Braga de Souza.

Inclui Referências. 1. Micoses Sistêmicas. 2. PCR/ RFLP. 3. Diagnóstico. 4. Fungos. 4. Micologia. 5. Biologia Molecular. I. Título. CDU 582.28

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FOLHA DE JULGAMENTO

DETECÇÃO E IDENTIFICAÇÃO DE FUNGOS CAUSADORES DE MICOSES SISTÊMICAS, UTILIZANDO UMA TÉCNICA DE PCR/RFLP

DIEGO RAYAN TEIXEIRA DE SOUSA

“Esta Dissertação foi julgada adequada para obtenção do Título de Mestre em Doenças Tropicais e Infecciosas, aprovada em sua forma final pelo Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical da Universidade do Estado do Amazonas em convênio com a Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado”.

Banca Julgadora:

______________________________________

Prof. João Vicente Braga de Souza, Dr.

Presidente

______________________________________

Prof. Aya Sadahiro, Dr.

Membro

______________________________________

Prof. Maria das Graças Vale Barbosa, Dr.

Membro

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Agradecimentos

A Deus, que se mostrou criador, que foi criativo. Seu fôlego de vida em mim me foi sustento e me deu coragem para questionar realidades e propor sempre um novo mundo de possibilidades.

À minha família, por sua capacidade de acreditar em mim e investir em mim. Mãe, seu cuidado e dedicação foi que deram, em alguns momentos, a esperança para seguir. Pai, sua presença significou segurança e certeza de que não estou sozinho nessa caminhada.

Aos meus amigos, pelas alegrias, tristezas e dores compartilhas. Com vocês, as pausas entre um parágrafo e outro de produção, melhora tudo o que tenho produzido na vida.

A todos aqueles que de alguma forma estiveram e estão próximos de mim, fazendo esta vida valer cada vez mais a pena.

A todas as pessoas e instituições que de maneira relevante contribuíram para a realização do trabalho. Em especial as Instituições: UEA, FMT-HVD, SUFRAMA, CAPES, FMURAKI.

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RESUMO

A incidência das micoses sistêmicas está aumentando. Um diagnóstico rápido e adequado é importante, no entanto, os ensaios laboratoriais mais comumente utilizados (cultura e microscopia) são lentos, trabalhosos e onerosos. De uma forma geral, os métodos moleculares tem se apresentado como ferramentas úteis em diagnóstico, atendendo aos requisitos de sensibilidade, especificidade e rapidez. O objetivo do presente estudo foi avaliar a possibilidade de detectar e identificar fungos patogênicos causadores de micose profunda, utilizando a técnica de PCR/RFLP, na rotina laboratorial de uma unidade terciária de saúde no norte do Brasil. Para tanto, foi realizada a PCR-RFLP (ITS5-NL4, digestão DdeI) de cepas padrão pertencentes ao laboratório de micologia do INPA, em seguida essa PCR-RFLP foi avaliada na identificação de 90 culturas de fungos causadores de micoses sistêmicas (em comparação com a identificação convencional) e por fim foi investigada a acurácia da PCR/RFLP em comparação com a identificação convencional na detecção e identificação de agentes causadores de micoses sistêmicas em 120 amostras biológicas de pacientes com suspeita clínica de micoses sistêmicas. As características epidemiológicas dos pacientes acometidos por fungemia também foram investigadas. Quanto aos resultados, os perfis de RFLP obtidos na PCR/RFLP com o DNA das cepas padrão (Candida.albicans, Candida parapsilosis, Candida tropicalis, Candida glabrata, Candida kruzei, Cryptococcus neoformans, Cryptococcus gattii, Histoplasma capsulatum e Aspergillus niger) foram similares aos perfis teoricamente descritos pelo GeneBank. Todos as 90 culturas de fungos causadores de micoses sistêmicas foram identificadas de forma similar pelos métodos convencionais e pela PCR-RFLP. Quanto ao diagnóstico das 120 amostras biológicas a PCR apresentou uma co-positividade de 100% e uma co-negatividade de 89,4% em relação ao diagnóstico convencional e também nessa situação a RFLP identificou corretamente os microrganismos que foram identificados de forma convencional. Nessa amostragem, 7 pacientes estavam sendo acometido por fungemias e suas características epidemiológicas eram em sua maioria: sexo masculino (4/7), com idade entre 18 e 58 anos residentes da Zona Leste de Manaus (5/7), apresentavam sorologia positiva para HIV (5/7), Carga viral de HVI de <50 a 170.660 cópias/ml e apresentavam CD4 entre 5 e 491 cel/ml.

Palavras chave: Micoses Sistêmicas, PCR/ RFLP, Diagnóstico.

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ABSTRACT

The incidence of systemic mycoses is increasing. A rapid diagnosis and appropriate is important, however, the most commonly used laboratory tests (culture and microscopy) are slow, cumbersome and costly. In general, molecular methods have been presented as useful tools in diagnosis, meeting the requirements of sensitivity, specificity and speed. The aim of this study was to evaluate the ability to detect and identify pathogenic fungi causing deep mycosis, using PCR / RFLP in routine laboratory of a tertiary healthcare center in northern Brazil. Therefore, we performed PCR-RFLP (ITS5-NL4, DdeI digestion) of standard strains belonging to the mycology laboratory INPA then this PCR-RFLP was evaluated in the identification of 90 crops of fungi that cause systemic mycoses (compared with conventional identification) and finally we investigated the accuracy of PCR / RFLP compared with conventional identification in the detection and identification of causative agents of systemic mycoses in 120 biological samples from patients with clinical suspicion of systemic mycoses. The epidemiological characteristics of patients with fungemia were also investigated. As for the results, the RFLP profiles obtained by PCR / RFLP with DNA from standard strains (Candida.albicans, Candida parapsilosis, Candida tropicalis, Candida glabrata, Candida kruzei, Cryptococcus neoformans, Cryptococcus gattii, Histoplasma capsulatum and Aspergillus niger) were similar the profiles described theoretically by the GeneBank. All the 90 cultures of fungi causing systemic mycosis were similarly identified by conventional methods and PCR-RFLP. As for the diagnosis of 120 biological samples showed a PCR co-positivity of 100% and a co-negativity of 89.4% over the conventional radiography, and also in that situation the RFLP correctly identified the microorganisms that have been identified in conventional manner. In this sample, 7 patients were being affected by fungemia and its epidemiological characteristics were mostly male gender (4/7), aged between 18 and 58 years resident of East Zone of Manaus (5/7), presented positive serology for HIV (5/7) of HVI viral load of <50 to 170,660 copies / ml and showed CD4 between 5 and 491 cells / ml.

Keywords: Systemic Mycoses, PCR / RFLP, Diagnostics.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Tamanho dos produtos de PCR da região ITS e dos fragmentos de restrição

baseados na sequência de nucleotidios obtidos no GenBank...................................... 19

Tabela 2. Tamanho dos produtos de PCR da região ITS e dos fragmentos de restrição

baseados na sequência de nucleotidios obtidos no GenBank

(ARTIGO)....................................................................................................................... 27

Tabela 3. Co-positividade e Co-negatividade entre a PCR (ITS5-NL4) e o métodos

convencionais na detecção dos fungos nas amostras biológicas................................. 29

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Fluxograma das atividades desenvolvidas no projeto....................................17

Figura 2. Produtos de PCR (A) e de Restrição (B) obtidos a partir dos isolados de

referência....................................................................................................................... 28

Figura 3. Perfis de RFLP (Primers ITS5-NL4, enzima de restrição DdeI) obtidos a partir

de DNA extraído de culturas de fungos isolados de micoses

sistêmicas...................................................................................................................... 29

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LISTA DE ABREVEATURAS, SÍMBOLOS E UNIDADES DE MEDIDA

ABNT- Associação Brasileira de Normas Técnicas

CAPES- Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

CNPq- Centro Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico

DNA- Ácido Desoxorribonucléico

FAPEAM- Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas

FMTHVD- Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado

HCl- Ácido Clorídrico

HIV- Vírus da Imunodificiência Humana

HUSM-Hospital Universitário de Santa Maria

HPD-Histoplasmose Progressiva e Disseminada

IL-Interleucina

INPA- Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia

KCl- Cloreto de Potássio

KOH- Hidróxido de Potássio

MgCl2- Cloreto de Magnésio

mM- Unidade de medida: milimolar

PCR- Reação em Cadeia de Polimerase

PPSUS- Programa de Pesquisa para o Sistema Único de Saúde

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RFLP- Análise de Polmorfismo de Fragmentos de Restrição

RNA- Ácido Ribonucléico

SUS- Sistema Único de Saúde

TNF- Fator de Necrose Tumoral

U-Unidade de medida: unidades

oC-Unidade de medida: graus celsius

µL- Unidade de medida: microlitro

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO............................................................................................................01

1.1 Micoses Sistêmicas em Pacientes com Aids..........................................................04

1.1.1 Criptococose........................................................................................................04

1.1.2 Histoplasmose.....................................................................................................05

1.1.3 Candidose............................................................................................................06

1.2 Diagnóstico das Micoses Sistêmicas........................................................................08

1.2.1 Metodologias Convencionais...............................................................................08

1.2.2 Métodos Moleculares...........................................................................................09

2 OBJETIVOS................................................................................................................12

3 MATERIAL E MÉTODO.............................................................................................12 3.1 Modelo do estudo......................................................................................................12

3.2 Universo do estudo...................................................................................................13

3.2.1 Local do estudo.....................................................................................................13

3.2.2 Microrganismos de referência e isolados clínicos.................................................13

3.2.3 População do Estudo…………………………………………………………………...14

3.2.4 Amostragem………………………………………………………………………..……14

3.3 Critério de Inclusão dos Pacientes………………................................................…..14

3.4 Critério de Exclusão dos Pacientes……….......................................................…….14

3.5 Fluxo das Atividades……………………………………………………………………..15

3.6 Aspectos Éticos…………………...............................................................…………..17

3.7 Procedimentos……………………………………………………………………...……..17

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3.7.1 Diagnóstico convencional…………………………………………………………..….17

3.7.2 Diagnóstico pela PCR e RFLP……………………………………............................17

3.8 Análise dos Resultados…………………………………………………………………..18

4 RESULTADOS...........................................................................................................19

5 CONCLUSÃO.............................................................................................................35

6 REFERÊNCIAS..........................................................................................................35

7 ANEXOS.....................................................................................................................42

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1. INTRODUÇÃO

Nos últimos anos, a incidência de micoses sitêmicas tem aumentado,

tornando-se uma importante causa de morbidade e mortalidade. Os pacientes,

mais acometidos, são os imunocomprometidos, dentre eles, os com a Síndrome

da Imunodeficiência Adquirida (Aids), transplantados, que fazem uso de

corticóides/quimioterápicos e os presentes em unidades de terapia intensiva1,2,3,4.

As micoses oportunistas mais comuns em pacientes com Aids são: criptococose,

histoplasmose e candidose5.

A criptococose é causada pelas espécies Cryptococcus neoformans e

Cryptococcus gattii. Essa raramente acomete indivíduos sadios, no entanto,

chega acometer 1 a cada 10 pacientes com AIDS. O sítio inicial da infecção é

geralmente o pulmão. Em indivíduos hígidos a infecção pode permanecer de

forma latente ou oligossintomática por um longo período e em 10% dos casos

evolui através da disseminação hematogênica, com predileção especial pelo

sistema nervoso central em particular as meninges. Os pacientes com Aids

acometidos por Criptococose, em sua maioria, fazem essa forma disseminada6,7.

A histoplasmose é causada pelo fungo dimórfico Histoplasma capsulatum. A

forma clínica mais grave dessa doença e a disseminada progressiva (PDH), que

é mais freqüente nos pacientes com Aids. O acometimento em pacientes hígidos

ocorre especialmente nos Estados Unidos e América Latina. No Panamá, a PDH

ocorreu em 8% dos pacientes hospitalizados entre 1997 e 2003, apresentando

uma mortalidade de 12%8,9.

As candidoses são causadas por leveduras do gênero Candida, essas

colonizam e infectam o hospedeiro humano com imunocomprometimento. Este

gênero corresponde a 80% das infecções fúngicas documentadas e estudos

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demonstram que chegam ser o quarto agente mais comum em septicemias,

correspondendo por cerca de 8% dos casos1,10.

O diagnóstico precoce e o tratamento dessas micoses profundas e

oportunistas são importantes, devido à morbi-mortalidade dessas infecções e a

possibilidade de dispersão hematológica para órgãos mais profundos. Ensaios

laboratoriais para detecção dessas infecções necessitam ser eficazes para

determinação do número dessas infecções em nosso meio, para melhoria do

tratamento e prognóstico dos pacientes11.

Os métodos convencionais de identificação de agentes de micoses

profundas e oportunistas são: exame direto (microscopia) e cultura de material

biológico. Os exames diretos, de uma forma geral, são pouco discriminatórios e

possuem um limite de detecção inadequado. As culturas, conjuntamente com as

provas bioquímicas são, de forma geral, lentas e apresentam problemas de

sensibilidade e especificidade5,12.

A técnica de Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) está sendo cada vez

mais aplicada em rotina para detecção de genes humanos e de microrganismos

patogênicos. De uma forma geral, os métodos moleculares são úteis no

diagnóstico, atendendo aos requisitos de sensibilidade, especificidade e

rapidez13,14.

Um estudo realizado por Souza et al.(2008) demonstrou a importância das

doenças fúngicas disseminadas como causa morte de pacientes com AIDS. Esse

teve como objetivo verificar a causa de morte de 129 pacientes com AIDS,

necropsiados na Fundação de Medicina Tropical do Amazonas no período de

1996 a 2003 e entre os resultados observou-se que as doenças mais freqüentes

foram tuberculose 28%, pneumonia bacteriana 17%, histoplasmose 13%,

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toxoplasmose 10%, pneumocistose 8% e criptococose 5%. Outra situação que

deve ser ressaltada é que, as particularidades geográficas e ambientais, da

Amazônia, podem promover resultados quanto à freqüência dos agentes fúngicos

diferentes do resto do Brasil. Portanto, estudos que visem determinar a

freqüência de agentes causadores de micoses profundas e oportunistas são

fundamentais e necessários em nossa região, as informações geradas por esses

trabalhos possuem importância clínica, epidemiológica e para as políticas

públicas15.

Recentemente, na Fundação de Medicina Tropical Heitor Vieira Dourado,

Santos et.al., (2010) demonstraram a detecção e identificação de vários fungos

causadores de fungemia utilizando uma única técnica de PCR/RFLP. Esses

avaliaram várias relações entre primers e enzimas de restrição e concluíram que

os primers NL4 e ITS5 e a enzima de restrição Ddell permite a

detecção/identificação de amostras contendo Candida albicans, C. tropicalis, C.

glabrata, C. parapsilosis, Cryptococcus neoformans, Cryptococcus gattii e

Histoplasma capsulatum. Esse estudo necessitou ser ampliado, especificamente,

utilizando essa metodologia na rotina de uma instituição que tenha pacientes

acometidos por micoses profundas e oportunistas5.

O custo das tecnologias moleculares foi durante algum tempo a justificativa

principal para a não utilização dessas metodologias de forma usual.

Recentemente, indícios vêm demonstrando que as atividades de diagnóstico

convencional possuem custo similar ao custo das metodologias moleculares,

sendo que, as metodologias moleculares apresentam vantagens quanto à

velocidade e sensibilidade,16,17

A seguir será apresentada uma revisão da literatura que tem como objetivo

aprofundar a discussão apresentada.

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1.1 Micoses Sistêmicas em Pacientes com Aids.

A seguir será apresentado uma revisão da literatura sobre algumas das

mais importantes micoses sistêmicas (criptococose, histoplasmose e candidose)5.

1.1.1 Criptococose

Criptococcose é uma micose sistêmica causada principalmente por fungos

pertencentes ao complexo Cryptococcus neoformans, cujos membros são C.

neoformans e Cryptococcus gattii18. C . neoformans ocorre com mais freqüência

em indivíduos imunocomprometidos e a doença resultante pode ser grave e

potencialmente fatal, mesmo quando tratados. A espécie C. gattii por outro lado,

tem sido descrita principalmente em indivíduos imunocompetentes19.

A infecção por Cryptococcus spp inicia nos pulmões logo após a

inspiração de propágulos infecciosos (blastosporos) presentes no ambiente,

especificamente em excretas de aves e de material vegetal em decomposição7.

Quanto às manifestações clínicas, a infecção pulmonar tem uma tendência

à resolução espontânea e é freqüentemente assintomática, mas, quando

presentes, as alterações incluem intensa inflamação granulomatosa.

Principalmente em imunocomprometidos, as manifestações geralmente são

relacionadas à disseminação hematogênica e infecção do sistema nervoso

central, com quadro de meningoencefalite subaguda ou crônica. A disseminação

hematogênica silenciosa para o cérebro produz aglomerados de Criptococccus

nas áreas perivasculares da substancia cinzenta cortical, nos núcleos da base e,

em menor extensão, em outras áreas do SNC. A resposta inflamatória em torno

desses focos é habitualmente escassa. Nos casos mais crônicos, aracnoidite

basilar densa é típica7,20.

Monteiro et. al., estudaram a frequência da criptococose em um Hospital

Universitário de Santa Maria (HUSM) localizado no Brasil, no estado do Rio

Grande do Sul, no ano de 2006. Seus resultados de hemoculturas demonstraram

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uma frequência de 29,8% de isolamento dos agentes causadores de

criptococose, sendo que, a maioria dos pacientes acometidos possuíam algum

imunocomprometimento21.

A investigação laboratorial de criptococcose é baseada no exame direto,

isolamento de fungos, testes bioquímicos e imunodiagnóstico. No entanto, estes

procedimentos possuem limitações que podem dificultar o diagnóstico final12,16.

Atualmente, embora não seja aplicada no diagnóstico de rotina, existem métodos

moleculares para detecção de determinadas seqüências de genes do complexo

de C. neoformans a partir de espécies clínicas e culturas22.

1.1.2 Histoplasmose

A histoplasmose é uma infecção causada pelo fungo dimórfico Histoplasma

capsulatum9.

O homem adquire a infecção através da inalação dos conídeos presentes

no solo e material contaminado por dejetos de morcegos ou aves. Os esporos

vão para o ar, quando o solo contaminado é inalado pode causar infecção. A

histoplasmose não é transmitida de pessoa para pessoa. O Histoplasma

capusulatum multiplica-se no interior das células de defesa do sistema

macrofágico-linfóide e a partir dos pulmões ganham os linfonodos para-hilares e

mediastinais e depois a circulação sistêmica9,23

A maioria das infecções por Histoplasma são subclínicas, sendo

frequentemente limitadas pela resposta imune do hospedeiro. No entanto, se o

sistema imunológico não consegue controlar a infecção, o fungo pode levar à

infecção pulmonar aguda ou crônica ou disseminada24.

Na última década, a incidência da histoplasmose mais que duplicou entre os

pacientes com Aids. Um estudo retrospectivo realizado no Panamá, entre 1997 a

2003, revelou que em 2379 internamentos por AIDS 184 tinham histoplasmose

disseminada23.

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O diagnóstico de histoplasmose baseia-se na cultura, histopatologia,

detecção de antígenos e anticorpos. Em cultura, H. capsulatum tem crescimento

lento e sua identificação dura entre 3 a 6 semanas. Sua manipulação laboratorial

é perigosa, devendo ser realizada em ambiente com nível III de biossegurança. A

sensibilidade da cultura varia dependendo do tipo de amostra analisada. Em

medula óssea a sensibilidade é de 70 a 90% enquanto que em espécimes

respiratórios é entre 50 a 90 %23.

O exame por microscopia direta ou após coloração específica de

histopatologia é somente positivo em aproximadamente 50% dos casos. Os

métodos usando anticorpos são mais rápidos do que a cultura, entretanto a

sensibilidade depende da imunidade do paciente, do estágio da doença e da

forma clínica. A detecção do antígeno em amostras biológicas é uma metodologia

sensível e específica (sensibilidade de 95% em amostra de urina), no entanto, é

cara e atualmente não disponível na maior parte dos laboratórios. Portanto, o

diagnóstico laboratorial da histoplasmose necessita ser melhorado24, 25.

1.1.3 Candidose

Candidíase ou candidoses são infecções provocadas por leveduras do

gênero Candida. Embora a lista de microorganismos envolvidos em fungemias

esteja em expansão, às espécies do gênero Candida permanecem como os

agentes mais comumente associados a estas infecções. Estima-se que

aproximadamente 5-15% das infecções de corrente sanguínea e mais de 80%

dos casos de fungemias sejam causados por Candida spp1,26,27 .

Candidíase disseminada tem sido dividida em quatro grupos: candidíase

relacionada a cateter, candidíase disseminada aguda, candidíase disseminada

crônica e candidíase de órgãos profundos. Quanto a idade, a incidência de

candidíase invasiva tem uma distribuição bimodal, sendo aproximadamente

75:100.000 em crianças menores de 1 ano e 26:100.000 em adultos maiores de

65 anos28.

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Em relação às espécies, Candida albicans é a principal espécie encontrada

nas candidoses sendo responsável por mais de 50% dos casos, seguida por C.

glabrata, C. parapsilosis, C. tropicalis e C. krusei e C. guilliermondii, sendo essa

última espécie um agente etiológico pouco comum na candidíase, com alguns

registros de casos de candidíase disseminada (1 a 2% dos casos). A mortalidade

geral de Candidíase é da ordem de 40 a 60%, representando um grande desafio

aos clínicos de diferentes especialidades devido às dificuldades diagnósticas e

terapêuticas das infecções causadas por tais agentes1,29.

A população de fungos no organismo humano é controlada pela microbiota

bacteriana e pelo sistema imunológico. Porém, às vezes ocorre crescimento de

fungos e surge infecção. Existem várias situações em que Candida spp. podem

desenvolver-se demais ou se multiplicar: a) Uso prolongado de antibióticos

podem destruir as bactérias que inibem os fungo; b) Desordens e mudanças de

causas hormonais, tais como menopausa, gravidez; c) Ingestão de pílulas

contraceptivas; d) infecção pelo HIV e e) Uso de drogas que suprimem o sistema

imunológico do organismo1,30,31 .

Quanto à imunidade, o T-helper subconjunto Th17 é uma importante defesa

do hospedeiro contra Candida e desempenha um papel importante no controle da

colonização desse fungo, ao passo que a resposta Th1 e monócitos dependentes

de citocinas tais como IL-1 e TNF são predominantemente responsáveis pela

ativação de neutrófilos e macrófagos durante candidíase disseminada29. O

diagnóstico de candidoses continua a ser uma problemática laboratorial. As

culturas positivas de urina ou de mucosas, não indicam necessariamente que a

doença é invasiva, embora possam ocorrer durante a infecção sistêmica. Além

disso, diferenças na virulência entre as espécies de Candida, bem como na sua

susceptibilidade a drogas antifúngias, torna a identificação um importante dado

para a clínica32.

O diagnóstico de candidose invasiva é realizado por meio de culturas.

Avanços têm sido desenvolvidos, melhorando a sensibilidade e/ou reduzindo o

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tempo necessário para obter uma cultura positiva. Métodos automatizados que

utilizam frascos de cultura de sangue como o Bact/ALERT 3D e o BACTEC 9240

foram desenvolvidos e reduziram o tempo de diagnóstico. No entanto, mesmo

com esses avanços, o diagnóstico final ainda demora mais de 72 horas o que

resulta especificamente em candidemia, em um risco elevado de mortalidade

para o paciente2,33.

Frente ao apresentado, nota-se que as micoses profundas e oportunistas,

por serem indicativos de migração fúngica para outros órgãos, especialmente em

pacientes comprometidos imunologicamente, exigem diagnóstico rápido,

específico e específico.

1.2 Diagnóstico das Micoses Sistêmicas

Esse presente item apresenta um resumo das ferramentas de diagnóstico

convencionais e moleculares que são utilizadas e que possuem potencial para

serem utilizadas para o diagnóstico das micoses profundas.

1.2.1 Metodologias Convencionais

Os métodos convencionais são os mais usados na rotina por serem de

fácil acesso e de baixo custo. Estes métodos se dividem em: exame direto

(microscopia), cultura de fungos e exames imunológicos34,35

As técnicas de exame microscópico direto em material biológico são

amplamente utilizadas para detecção rápida de fungos, fornecendo a avaliação e

informações imediatas sobre os microrganismos. No entanto, essas técnicas

apresentam problemas devido aos baixos limites de detecção (necessidade de

um número superior a 1x104 células/ml), dificuldade de interpretação,

sensibilidade baixa e o valor diagnóstico variável34,35,36.

O exame micológico envolvendo o cultivo é um recurso de amplificação

biológica. Isola-se o agente biológico e obtêm-se culturas puras, as quais são

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caracterizadas, identificando-se o agente, o que confere certeza ao diagnóstico.

As hemoculturas têm notoriamente pouca sensibilidade no fornecimento de

evidências de infecção disseminada (73% de positividade nos sistemas mais

eficientes). Quando chegam a ser evidentes em hemoculturas, os resultados são

igualmente indicativos de alta morbidade e mortalidade para os pacientes. São,

na verdade, achados que muitas vezes antecedem, quase que imediatamente, a

morte do paciente. Tornando o tratamento empírico ainda muito importante nos

casos de fungemias2,37.

Quanto aos métodos imunológicos, os principais problemas são a baixa

sensibilidade e a especificidade de muitos deles. A detecção de anticorpos anti

Candida albicans, por exemplo, não é muito eficaz, tendo em vista a baixa

sensibilidade e especificidade, talvez por ser Candida um membro da microbiota

normal. Os antígenos desse microrganismo não se mostram especialmente

imunogênicos. Além disso, a produção de anticorpos nos pacientes

imunossuprimidos, aqueles mais susceptíveis a tais infecções, está

comprometida, o que diminui a possibilidade de detecção de aumento de título de

anticorpos específicos. Quanto às metodologias baseadas na busca de

antígenos, essas possuem sensibilidade, especificidade e velocidade adequadas

para os casos de micoses profundas e oportunistas, no entanto, ainda não são

difundidas e são muito caras2,37,38.

Pelo apresentado, entende-se que os métodos convencionais possuem

problemas e necessitam ser melhorados, especificamente quanto à sensibilidade

e velocidade. As metodologias moleculares são uma opção para a detecção e

identificação de agentes de agentes de micoses profundas e oportunistas,

reduzindo espaço de tempo entre a internação do paciente e inicio do tratamento

não empírico.

1.2.2 Métodos Moleculares

Apartir dos anos 50, com a descoberta da estrutura do DNA (ácido

desoxirribonucléico), surgiu uma nova ciência a Biologia Molecular, a qual se

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revelou uma ferramenta útil no diagnóstico das doenças infecciosas através da

identificação de uma sequência gênica específica de um agente causador da

doença em material biológico obtido do paciente39.

Os métodos moleculares complementam com qualidade os métodos

convencionais através da análise genética de amplificação de determinados

seguimentos da estrutura do genoma do microrganismo envolvido e diversas

publicações tem reiterado sua aplicação na prática clínica40.

Os anos 60 assistiram à descoberta do código genético, dos mecanismos

de transcrição do DNA em RNA mensageiro, e a sua tradução em proteínas. Nos

anos setenta, emergiram a tecnologia do DNA recombinante e as técnicas para

seqüenciamento rápido do DNA37.

Entre 1970 E 1990, o número de revistas médicas, contendo a palavra

“molecular” no título, cresceu de 31 para 90, assinalando que a compreensão dos

fenômenos biológicos acontecia nesse nível. As técnicas moleculares podem ser

empregadas para monitorar a presença e o estabelecimento de genótipos,

mesmo das cepas mais virulentas, em uma dada população, uma vez que

permitem o estudo da diversidade de espécies do meio ambiente. Assim, a

acumulação de dados gerados por métodos moleculares, vem causando um

impacto positivo sobre o acompanhamento de cepas resistentes e tratamento de

doenças19.

O primeiro ensaio de PCR para o diagnóstico de micoses foi publicado, em

1990, por Buchman et. al. Esses autores concluíram que, a detecção de DNA

fúngico pela PCR foi precoce comparativamente aos achados de cultura.

Seguiram-se outros trabalhos como, por exemplo, o de Hopfer et. al. (1993)34,

que realizaram a amplificação do DNA de fungos patogênicos e com o uso de

enzimas de restrição (PCR-RFLP) puderam identificar fungos patogênicos

(Candida, Cryptococcus, Trichosporon, bolores e hifas septadas, bolores e hifas

asseptadas e fungos dimórficos)37.

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Modernas técnicas de PCR, tais como, PCR-multiplex e PCR-multiplex em

tempo real, têm sido usadas para a detecção e identificação de fungos

patogênicos. Entretanto, estes métodos possuem algumas deficiências, tais

como: a) A técnica de PCR-multiplex é limitada para a identificação de poucas

espécies fúngicas por reação e apresenta problemas de especificidade para

detecção fúngica em amostras biológicas e b) O PCR-multiplex em tempo real

não é um método bem disseminado porque necessita de equipamentos

específicos e ainda de alto custo5.

As análises por RFLP (Análise de polimorfismo de fragmento de restrição)

detectam variações de seqüencias do genoma, usando endonucleases de

restrição para amostrar pequenos trechos de DNA, representados por sítios de

reconhecimento para cada enzima. As endonucleases de restrição conhecem

seqüencias específicas, usualmente quatro a seis nucleotídeos, e cortam o DNA

dentro ou na proximidade do sítio de reconhecimento. Essa técnica tem um

grande potencial para a detecção rápida, identificação de espécies de fungos

patogênicos e, portanto, como ferramenta de diagnóstico e a PCR/RFLP é um

ensaio simples, exige apenas equipamentos padrões e fornece resultados

adequados para o estudo de diversas espécies simultaneamente5,41.

Uma série de procedimentos que utilizam a técnica de amplificação de

PCR/RFLP tem sido sugeridos para a identificação de espécies de fungos.

Entretanto, poucos estudos incluem em um mesmo procedimento a identificação

de agentes causadores de fungemias5. Neste sentido, foi realizado na FMTHVD,

no período de 2006-2009, um projeto financiado pelo Programa de Pesquisa para

o SUS (gestão compartilhada-PPSUS), denominado “Aspectos referentes à

implantação na Fundação de Medicina Tropical do Amazonas (FMT-HVD) um

diagnóstico molecular (PCR/RFLP) para identificação de agentes causadores de

fungemias em pacientes com Aids”.Entre os principais resultados deste projeto

cita-se que, utilizando a região de amplificação ITS1/NL4 e enzima de restrição

Ddel, foi obtido um perfil de RFLP para os principais agentes de fungemia:

Candida albicans, Candida parapsilosis, Candida glabrata, Candida tropicalis,

Cryptococcus neoformans, Cryptococcus gattii e Histoplasma capsulatum. Este

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resultado foi validado indentificando-se 60 outras culturas de uma coleção de

fungos. No entanto, para utilização em rotina de pesquisa para fungos, necessita-

se validar esta metodologia em estudos que utilizem amostras biológicas5.

2. OBJETIVOS

O objetivo deste estudo foi avaliar a detecção e identificação de fungos

causadores de micoses profundas e oportunistas, utilizando a técnica de

PCR/RFLP. Especificamente pretendeu-se:

a) Determinar os perfis de RFLP obtidos com a realização da técnica PCR-

RFLP com as cepas padrão.

b) Definir assertividade da PCR-RFLP na identificação de culturas de agentes

causadores de micoses sistêmicas.

c) Relatar a co-positividade e co-negatividade da PCR e a cultura para

fungos na detecção e identificação de fungos em amostras biológicas de

pacientes com suspeita de micose sistêmica.

d) Expor as características epidemiológicas dos pacientes da casuística

acometidos por micoses sistêmicas.

3. MATERIAL E MÉTODO

3.1 Modelo de Estudo

Estudo transversal e descritivo, de validação de ferramenta de diagnóstico,

com o objetivo avaliar a detecção e identificação de fungos causadores de

micoses sistêmicas, utilizando a técnica de PCR/RFLP.

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Foi realizada a PCR-RFLP (ITS5-NL4, digestão DdeI) das cepas padrão

pertencente ao laboratório de micologia do INPA, em seguida essa PCR-RFLP foi

avaliada na identificação de 90 culturas de fungos causadores de micoses

sistêmicas (em comparação com a identificação convencional) e por fim foi

investigada a acurácia da PCR/RFLP em comparação com a identificação

convencional na deteção e identificação de agentes causadores de micoses

sistêmicas em 120 amostras biológicas de pacientes com suspeita clínica de

micoses sistêmicas. As características epidemiológicas dos pacientes acometidos

por fungemia também foram investigadas.

3.2 Universo do Estudo

3.2.1 Local de Estudo: Este estudo foi realizado na Fundação de Medicina

Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado e no Laboratório de Micobacteriologia do

Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia.

3.2.2 Microrganismos de referência e isolados clínicos

Culturas de cepas de referência: Foram incluidas cepas pertencentes a

coleção de fungos da FMT-HVD: Candida albicans FMT170, Candida parapsilosis

FMT72, Candida tropicalis FMT44, Candida glabrata FMT66, Candida krusei

ATCC6258, Candida guilliermondii ATCC6260, Cryptococcus neoformans

FMT1420, Cryptococcus gattii FMT1170, Histoplasma capsulatum FMT1400 e

Aspergillus niger ATCC1015. Estes microorganismos foram identificado pelos

métodos convencionais e confirmados pelo seqüenciamento da região ITS1 do

DNA ribossomal.

Culturas de isolados clínicos: Foram utilizadas noventa culturas de agentes

causadores de infecção sistêmica em pacientes com HIV/AIDS isoladas de

pacientes atendidos na FMT-HVD no período entre Dezembro de 2005 e Janeiro

de 2008 e entre março a agosto de 2012.

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3.2.3 População do Estudo: Foi constituída de pacientes atendidos na

internação da FMTAM-HVD no período de Setembro a Dezembro de 2012.

3.2.4 Amostragem: Foram investigadas 120 amostras biológicas (sangue total

(7), hemocultura (33), líquor cefalorraquidiano (70) e aspirado de medula óssea

(10). Essas amostras biológicas correspondem a todas as amostras biológicas

pertencentes a pacientes com suspeita de micose sistêmica encaminhadas ao

Laboratório de Micologia da FMT-HVD para pesquisa de micoses invasivas no

período de Setembro a Dezembro/2012.

3.3 Critério de Inclusão dos Pacientes:

Os pacientes inclusos no estudo foram:

a) Os que tiveram solicitação para realização de exames para micoses

sistêmicas (amostras: Sangue, Aspirado Medular e Líquor) submetidas à

gerência de Bacteriologia e Micologia da FMT-HVD,

b) Pacientes que aceitaram participar do estudo assinando o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido.(Anexo D)

c) Pacientes que apresentaram amostras com volume suficiente para

a realização de todos os procedimentos de rotina e do ensaio molecular

experimental;

3.4 Critério de Exclusão dos Pacientes:

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Os pacientes excluídos do estudo foram:

a) Pacientes com amostras que no decorrer do exame realizado na

Gerência de Bacteriologia e Micologia da FMT-HVD apresentaram crescimento

de outro agente infeccioso que não seja fungos;

b) Pacientes com amostras identificadas inadequadamente para o

estudo ou amostra de outra tipografia que não seja sangue, hemocultura,

aspirado medular ou líquor. Exemplo: soro, plasma, etc.

3.5 Fluxo das Atividades: A Bacteriologia ou a Micologia da FMT-HVD informou

aos proponentes desse projeto quando houve solicitação de exames para

micoses sistêmicas. O proponente do projeto solicitou, por meio do TCLE, o

consentimento do paciente para obtenção da(s) amostras biológicas. Quando

autorizado, os técnicos do laboratório realizavam a coleta da(s) amostra(s) do

paciente para o frasco apropriado, quando a amostra era sangue total, a amostra

era enviada imediatamente ao Laboratório do de Micologia do INPA, para as

demais amostras foi transferido 1 mL da amostra para um microtubo estéril. O

volume do microtudo foi conduzido para os ensaios moleculares previstos no

presente trabalho. A amostras foram investigada pelos métodos moleculares nas

seguintes situações: a) quando, no caso de hemocultura, o sistema automatizado

de cultura indicou crescimento fúngico, ou quando não houve desenvolvimento

microbiano após 30 dias,. O Laboratório de Micologia da FMT-HVD possui um

papel fundamental nesse projeto, esse realizou a identificação fenotípica dos

fungos presentes nas amostras positivas. Por fim, uma análise comparativa entre

os dados dos ensaios convencionais e moleculares foi realizada. A Figura 1 é o

Fluxograma das atividades desenvolvidas no projeto.

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Figura 1: Fluxograma das atividades desenvolvidas no projeto.

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3.6 Aspectos Éticos: Para poder realizar a pesquisa e em consonância com a

Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde (CNS), que trata sobre as

recomendações Éticas e Legais com pesquisas envolvendo seres humanos, o

plano de pesquisa foi aprovado Comitê de Ética e Pesquisa com Seres Humanos

da Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD). Parecer:

CEP 45151.

3.7 Procedimentos

3.7.1 Diagnóstico convencional

A detecção e identificação das espécies patogênicas foi realizada utilizando

a identificação clássica (bioquímica e micromorfológica) como descrito por Lacaz

et. al., 2002. Foi realizado o exame direto do material por microscopia (coloração

em Nakin, azul de lactofenol e KOH 10%) e tentativa de isolamento de fungos da

amostra biológica utilizando Agar Sabouraud e crescimento em meios que

permitem a identificação como CHROMagar, Agar Niger e Mycosel e ensaios

micrormorfológicos incluindo produção de tubo germinativo, microcultivo em meio

aguar-Tween 80, incubação em 42ºC, testes de assimilação de carboidrato e

nitrogênio e fermentação de carboidrato.

3.7.2 Diagnóstico pela PCR e RFLP

Foi realizado como descrito por Santos et al., 2010. Extração do DNA:

Inicialmente foi realizada a extração das amostras utilizando-se o kit de extração

baseado na utilização de membranas ( QIAamp Tissue and Blood, Qiagen,

Hilden, Germany). Reação de PCR: A reação teve um volume final de 25 µL

consistindo de Tampão de PCR ( 10 mM Tris-HCl, pH 8,3, 50 mM KCl), 1,5 mM

MgCl2, 200 nM primers ITS5 (5’-GGAAGTAAAAGTCGTAACAAGG-3) e NL4 (5’-

GGT CCG TGT TTC AAG ACG G-3’) descritos por Irobi et al. [7], 50 uM dNTPs,

1U ampli-tag DNA polimerase e 20 ng do DNA fúngico. As amostras foram

levadas a termociclador onde após desnaturação inicial de 94 oC por 5 min, foram

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realizados 40 ciclos que consistiram de desnaturação do DNA 94oC por 30s,

anelamento a 50oC por 30s e o extensão a 72 oC por 1 min, por fim foi realizada

uma extensão final a 72 oC por 10 min. Eletroforese: Os produtos de PCR foram

analisados por eletroforese em gel de agarose 2% e corados por SYBR® Green.

Será utilizado como marcador de DNA Gene Ruler DNA ladder Mix (SM0331,

MBI Fermentas, St. Leon-Rot, Germany). RFLP: Os produtos de PCR foram

digeridos individualmente com 10 U da enzima de restrição Ddel, por 3 horas a

37 oC e submetidos a eletroforese como descrito anteriormente. Perfis de RFLP:

Os tamanhos dos produtos de PCR e os fragmentos de restrição gerados a partir

dos isolados foram comparados com a as sequências de nucleótidos previstas da

região ITS e que está disponível a partir da base de dados GenBank (Tabela 1).

Tabela 1: Tamanho dos produtos de PCR da região ITS e dos fragmentos de

restrição baseados na sequencia de nucleotidios obtidos no GenBank .

3.8 Análise dos Resultados

Os ensaios moleculares foram considerados positivos quando os produtos de

amplificação tiveram o tamanho estimado.

Espécies Tamanho dos produto de PCR

(genbank)

GenBank Tamaho dos Podutos de PCR

Tamanho dos fragmentos digeridos

pela Ddel

C. albicans 1153 bp 440, 360, 241 e 211 bp

1325bp 450, 400, 275 e 200 bp

C. tropicalis 1142 bp 435, 289, 212, 138 e 68 bp

1250bp 425, 350, 275 e 200 bp

C. parapsilosis 1137 bp 567, 284, 212, 68 e 6 bp

1125bp 550, 350 e 275 bp

C. glabrata 1507 bp 806, 370, 211, 76 e 44bp.

900bp 425, 375 e 100 bp

C. krusei 1120 bp 556, 338, 200 e 26

1075bp 550, 375 e 150 bp

C. guilliermondii 1224 bp 419, 359, 235 e 211 bp.

1285bp 535, 450, 200 e 100 bp

C. neoformans 1201 bp 602, 398, 104 e 48 bp

1050bp 550, 400 e 100 bp

C. gattii 1202 bp 603, 266, 48, 48 e 32bp.

1125bp 400, 400 e 325 bp

H. capsulatum 1239 bp 511, 414, 253 e 60 bp

1300bp 475, 425, 300 e 100 bp

A. niger 985 615, 200 e 170bp

950bp 600, 200 e 150 bp

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Os perfis de PCR-RFLP das culturas de cepas padrão, das culturas de

origem clínica e das amostras biológicas foram analisados quanto ao número e o

peso molecular das bandas de eletroforese obtidas e comparadas com os dados

descritos na Tabela 1.

Os dados dos ensaios convencionais e moleculares foram analisados quanto

à concordância com a finalidade de estabelecer a sensibilidade e especificidade de

cada metodologia. Para tanto foram utilizados quadros 2x2 e foi determinado o

número Kappa de correlação.

4 Resultados

Manuscrito

1. Título: DETECÇÃO E IDENTIFICAÇÃO DE FUNGOS CAUSADORES DE

MICOSES SISTÊMICAS, UTILIZANDO UMA TÉCNICA DE PCR/RFLP.

2. Autores: SOUSA DRT1, SANTOS CSS2, SILVA RM1, CRUZ KS2, MONTE

RL2, SANTOS MC1, SOUZA JVB1,3.

3. Instituições de Origem: 1-Universidade do Estado do Amazonas, 2-

Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado, 3-Instituto

Nacional de Pesquisas da Amazônia.

4. Título Curto: DIAGNÓSTICO DE MICOSES SISTÊMICAS POR

PCR/RFLP

5. Palavras Chave: Micoses Sistêmicas, PCR/ RFLP, Diagnóstico.

6. João Vicente Braga de Souza

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Biotecnólogo/Tecnologista Pleno III

Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia

Coordenação de Sociedade, Ambiente e Saúde

Laboratório de Micologia

3643-3055 ou 3643-3056

Av. André Araújo, 2936, Aleixo, CEP 69060-001, Manaus - AM

[email protected]

RESUMO A incidência das micoses sistêmicas está aumentando. Um diagnóstico rápido e adequado é importante, no entanto, os ensaios laboratoriais mais comumente utilizados (cultura e microscopia) são lentos, trabalhosos e onerosos. De uma forma geral, os métodos moleculares tem se apresentado como ferramentas úteis em diagnóstico, atendendo aos requisitos de sensibilidade, especificidade e rapidez. O objetivo do presente estudo foi avaliar a possibilidade de detectar e identificar fungos patogênicos causadores de micose profunda, utilizando a técnica de PCR/RFLP, na rotina laboratorial de uma unidade terciária de saúde no norte do Brasil. Para tanto, foi realizada a PCR-RFLP (ITS5-NL4, digestão DdeI) de cepas padrão pertencentes ao laboratório de micologia do INPA, em seguida essa PCR-RFLP foi avaliada na identificação de 90 culturas de fungos causadores de micoses sistêmicas (em comparação com a identificação convencional) e por fim foi investigada a acurácia da PCR/RFLP em comparação com a identificação convencional na detecção e identificação de agentes causadores de micoses sistêmicas em 120 amostras biológicas de pacientes com suspeita clínica de micoses sistêmicas. As características epidemiológicas dos pacientes acometidos por fungemia também foram investigadas. Quanto aos resultados, os perfis de RFLP obtidos na PCR/RFLP com o DNA das cepas padrão (Candida.albicans, Candida parapsilosis, Candida tropicalis, Candida glabrata, Candida kruzei, Cryptococcus neoformans, Cryptococcus gattii, Histoplasma capsulatum e Aspergillus niger) foram similares aos perfis teoricamente descritos pelo GeneBank. Todos as 90 culturas de fungos causadores de micoses sistêmicas foram identificadas de forma similar pelos métodos convencionais e pela PCR-RFLP. Quanto ao diagnóstico das 120 amostras biológicas a PCR apresentou uma co-positividade de 100% e uma co-negatividade de 89,4% em relação ao diagnóstico convencional e também nessa situação a RFLP identificou corretamente os microrganismos que foram identificados de forma convencional. Nessa amostragem, 7 pacientes estavam sendo acometido por fungemias e suas características epidemiológicas eram em sua maioria: sexo masculino (4/7), com idade entre 18 e 58 anos residentes da Zona Leste de Manaus (5/7), apresentavam sorologia positiva para HIV (5/7), Carga viral de HVI de <50 a 170.660 cópias/ml e apresentavam CD4 entre 5 e 491 cel/ml. Palavras chave: Micoses Sistêmicas, PCR/ RFLP, Diagnóstico

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Introdução

Nos últimos anos, a incidência de infecções causadas por fungos invasivos

tem aumentado, tornando-se uma importante causa de morbidade e mortalidade.

Os pacientes, mais acometidos, são os imunocomprometidos, dentre eles, os

com a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids), transplantados, que fazem

uso de corticóides/quimioterápicos e os presentes em unidades de terapia

intensiva [1,2,3,4]. Entre as micoses sistêmicas mais comuns destacam-se:

candidose, aspergilose, criptococose e histoplasmose [5].

O diagnóstico precoce e o tratamento dessas micoses sistêmicas são

importantes, devido à morbi-mortalidade dessas infecções e a possibilidade de

dispersão hematológica para órgãos mais profundos. Ensaios laboratoriais para

detecção dessas infecções necessitam ser eficazes para determinação do

número dessas infecções em nosso meio, para melhoria do tratamento e

prognóstico dos pacientes [8].

As técnicas de exame microscópico direto em material biológico são

amplamente utilizadas para detecção rápida de fungos, fornecendo a avaliação e

informações imediatas sobre os microrganismos. No entanto, essas técnicas

apresentam problemas devido aos baixos limites de detecção (necessidade de

um número superior a 1x104 células/ml), dificuldade de interpretação,

sensibilidade baixa e o valor diagnóstico variável [9,10,11]. O exame micológico

envolvendo o cultivo é um recurso de amplificação biológica ainda muito utilizada

nas rotinas laboratoriais, no entanto, são na verdade, achados que muitas vezes

antecedem quase que imediatamente a morte do paciente, tornando o tratamento

empírico ainda muito importante nos casos de micoses sistêmicas. Os métodos

convencionais que usualmente utilizados em rotina são os exames de

microscopia direta, cultura e imunológicos [2,12].

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22

A técnica de Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) está sendo cada vez

mais aplicada em rotina para detecção de genes humanos e de microrganismos

patogênicos. De uma forma geral, os métodos moleculares são úteis no

diagnóstico, atendendo aos requisitos de sensibilidade, especificidade e rapidez

[13,14].

Modernas técnicas de PCR, tais como, PCR-multiplex e PCR-multiplex em

tempo real, têm sido investigadas e até mesmo comercializadas para a detecção

e identificação de fungos patogênicos. Entretanto, estes métodos possuem

algumas deficiências, tais como: a) A técnica de PCR-multiplex é limitada para a

identificação de poucas espécies fúngicas por reação e apresenta problemas de

especificidade para detecção fúngica em amostras biológicas e b) O PCR-

multiplex em tempo real não é um método bem disseminado porque necessita do

termociclador de tempo real, um aparelho menos difundido que o termociclador

convencional [5,15,16].

Em um estudo na Fundação de Medicina Tropical Heitor Vieira Dourado,

Santos et.al. [5] demonstraram a detecção e identificação de vários fungos

causadores de micose sistêmica utilizando uma única técnica de PCR/RFLP.

Esses concluíram que os primers NL4 e ITS5 e a enzima de restrição DdeI

tiveram melhor desempenho na identificação de fungos causadores de

fungemias. No entanto, esse estudo necessitava ser ampliado, especificamente,

utilizando essa metodologia na rotina de uma instituição que tenha pacientes

acometidos por micoses sistêmicas.

A Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado é

considerada centro de referência nacional e mundial para o tratamento de

enfermidades tropicais. Suas enfermarias, em maioria ocupadas por pacientes

com HIV/Aids refletem a importância de investimentos na área de diagnóstico

para doenças oportunistas.

O objetivo do presente estudo foi avaliar a possibilidade de detectar e

identificar fungos patogênicos causadores de micose sistêmica, utilizando a

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técnica de PCR/RFLP. Especificamente pretendeu-se investigar: a) Quais os

perfis de RFLP obtidos com a realização da técnica PCR-RFLP com as cepas

padrão?; b) Qual a assertividade da PCR-RFLP na identificação de culturas de

agentes causadores de micoses sistêmicas?; c) Qual a co-positividade e co-

negatividade da PCR e a cultura para fungos na detecção e identificação de

fungos em amostras biológicas de pacientes com suspeita de micose sistêmica?;

d) Quais as características epidemiológicas dos pacientes da casuística

acometidos por micoses sistêmicas?

Material e Métodos

Fluxo das atividades

Foi realizada a PCR-RFLP (ITS5-NL4, digestão DdeI) das cepas padrão

pertencente ao laboratório de micologia do INPA, em seguida essa PCR-RFLP foi

avaliada na identificação de 90 culturas de fungos causadores de micoses

sistêmicas (em comparação com a identificação convencional) e por fim foi

investigada a acurácia da PCR/RFLP em comparação com a identificação

convencional na deteção e identificação de agentes causadores de micoses

sistêmicas em 120 amostras biológicas de pacientes com suspeita clínica de

micoses sistêmicas. As características epidemiológicas dos pacientes acometidos

por fungemia também foram investigadas.

Microrganismos de referência e isolados clínicos

Culturas de cepas de referência: Foram incluidas cepas pertencentes a

coleção de fungos da FMT-HVD: Candida albicans FMT170, Candida parapsilosis

FMT72, Candida tropicalis FMT44, Candida glabrata FMT66, Candida krusei

ATCC6258, Candida guilliermondii ATCC6260, Cryptococcus neoformans

FMT1420, Cryptococcus gattii FMT1170, Histoplasma capsulatum FMT1400 e

Aspergillus niger ATCC1015. Estes microorganismos foram identificado pelos

métodos convencionais e confirmados pelo seqüenciamento da região ITS1 do

DNA ribossomal.

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Culturas de isolados clínicos: Foram utilizadas noventa culturas de agentes

causadores de infecção sistêmica em pacientes com HIV/AIDS isoladas de

pacientes atendidos na FMT-HVD no período entre Dezembro de 2005 e Janeiro

de 2008 e entre março a agosto de 2012.

Amostras biológicas e informações dos sujeitos da pesquisa

Amostras biológicas: Foram investigadas 120 amostras biológicas (sangue

total (7), hemocultura (33), líquor (70) e aspirado de medula óssea (10). Essas

amostras biológicas correspondem a todas as amostras biológicas pertencentes

a pacientes com suspeita de micose sistêmica encaminhadas ao Laboratório de

Micologia da FMT-HVD para pesquisa de micoses invasivas no período de

Setembro a Dezembro/2012.

Informações dos sujeitos da pesquisa: sexo , idade, local de moradia,

espécime clínico investigado, sorologia para HIV, valor de carga viral do HIV e

CD4 celulas/mm3 foram informações obtidas das solicitações de exame e do

sistema de informatização hospitalar IDoctor, utilizado na FMT-HVD.

Diagnóstico convencional

A detecção e identificação das espécies patogênicas foi realizada utilizando

a identificação clássica (bioquímica e micromorfológica) como descrito por Lacaz

et. al., 2002. Foi realizado o exame direto do material por microscopia (coloração

em Nakin, azul de lactofenol e KOH 10%) e tentativa de isolamento de fungos da

amostra biológica utilizando Agar Sabouraud e crescimento em meios que

permitem a identificação como CHROMagar, Agar Niger e Mycosel e ensaios

micrormorfológicos incluindo produção de tubo germinativo, microcultivo em meio

aguar-Tween 80, incubação em 42ºC, testes de assimilação de carboidrato e

nitrogênio e fermentação de carboidrato.

Diagnóstico pela PCR e RFLP

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Foi realizado como descrito por Santos et al., 2010. Extração do DNA:

Inicialmente foi realizada a extração das amostras utilizando-se o kit de extração

baseado na utilização de membranas ( QIAamp Tissue and Blood, Qiagen,

Hilden, Germany). Reação de PCR: A reação teve um volume final de 25 µL

consistindo de Tampão de PCR ( 10 mM Tris-HCl, pH 8,3, 50 mM KCl), 1,5 mM

MgCl2, 200 nM primers ITS5 (5’-GGAAGTAAAAGTCGTAACAAGG-3) e NL4 (5’-

GGT CCG TGT TTC AAG ACG G-3’) descritos por Irobi et al. [7], 50 uM dNTPs,

1U ampli-tag DNA polimerase e 20 ng do DNA fúngico. As amostras foram

levadas a termociclador onde após desnaturação inicial de 94 oC por 5 min, foram

realizados 40 ciclos que consistiram de desnaturação do DNA 94oC por 30s,

anelamento a 50oC por 30s e o extensão a 72 oC por 1 min, por fim foi realizada

uma extensão final a 72 oC por 10 min. Eletroforese: Os produtos de PCR foram

analisados por eletroforese em gel de agarose 2% e corados por SYBR® Green.

Será utilizado como marcador de DNA Gene Ruler DNA ladder Mix (SM0331,

MBI Fermentas, St. Leon-Rot, Germany). RFLP: Os produtos de PCR foram

digeridos individualmente com 10 U da enzima de restrição Ddel, por 3 horas a

37 oC e submetidos a eletroforese como descrito anteriormente. Perfis de RFLP:

Os tamanhos dos produtos de PCR e os fragmentos de restrição gerados a partir

dos isolados foram comparados com a as sequências de nucleótidos previstas da

região ITS e que está disponível a partir da base de dados GenBank (Tabela 2).

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Tabela 2: Tamanho dos produtos de PCR da região ITS e dos fragmentos de

restrição baseados na sequencia de nucleotidios obtidos no GenBank .

Análise dos resultados

Os perfis de PCR-RFLP das culturas de cepas padrão, das culturas de

origem clínica e das amostras biológicas foram analisados quanto ao número e o

peso molecular das bandas de eletroforese obtidas e comparadas com os dados

descritos na Tabela 2.

Os dados de diagnóstico da cultura e da PCR foram analisados quanto à

concordância com a finalidade de estabelecer a sensibilidade e especificidade de

cada metodologia. Para tanto foram utilizadas tabelas 2x2 e foi determinado o

número Kappa de correlação.

Resultados

A Figura 2(A) apresenta os produtos de PCR, obtidos utilizando o DNA

extraído das culturas das cepas padrão. Produtos de PCR de aproximadamente

1100 pb foram obtidos para maioria das linhagens investigadas. A reação

Espécies Tamanho dos produto de PCR

(genbank)

GenBank Tamaho dos Podutos de PCR

Tamanho dos fragmentos digeridos

pela Ddel

C. albicans 1153 bp 440, 360, 241 e 211 bp

1325bp 450, 400, 275 e 200 bp

C. tropicalis 1142 bp 435, 289, 212, 138 e 68 bp

1250bp 425, 350, 275 e 200 bp

C. parapsilosis 1137 bp 567, 284, 212, 68 e 6 bp

1125bp 550, 350 e 275 bp

C. glabrata 1507 bp 806, 370, 211, 76 e 44bp.

900bp 425, 375 e 100 bp

C. krusei 1120 bp 556, 338, 200 e 26

1075bp 550, 375 e 150 bp

C. guilliermondii 1224 bp 419, 359, 235 e 211 bp.

1285bp 535, 450, 200 e 100 bp

C. neoformans 1201 bp 602, 398, 104 e 48 bp

1050bp 550, 400 e 100 bp

C. gattii 1202 bp 603, 266, 48, 48 e 32bp.

1125bp 400, 400 e 325 bp

H. capsulatum 1239 bp 511, 414, 253 e 60 bp

1300bp 475, 425, 300 e 100 bp

B. niger 985 615, 200 e 170bp

950bp 600, 200 e 150 bp

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resultou em produtos de 900 e 950 pb para C. glabrata e A. niger,

respectivamente.

Os produtos de PCR foram tratados com a restrição da enzima Ddel para

investigação dos perfis de RFLP. A Figura 2(B) mostra a eletroforese dos

padrões obtidos após a digestão dos produtos de PCR. Os perfis de RFLP

obtidos foram similares aos previstos teoricamente (Tabela 1).

A)

B)

Figura 2-Produtos de PCR (A) e de Restrição (B) obtidos a partir dos isolados de

referência. Sendo C. albicans (CA), C. parapsilosis (CP), C. tropicalis (CT), C.

glabrata (CG), C. krusei (CK), C. guilliermondii (CGu) C. gattii (CGa), C.

neoformans (CN), H. capsulatum (HC) e A. niger (An).

A Figura 3 apresenta os perfis de RFLP (Primers ITS5-NL4, enzima de

restrição DdeI) obtidos a partir de DNA extraído de 30 culturas de fungos isolados

de micoses sistêmicas.. Perfil 1, 2, 4, 5, 6 e 7 eram de culturas de C. albicans

isoladas de hemoculturas, perfil de 13 a 23 eram de culturas de C. neoformans

isoladas de Líquor cefaloraquidiano, perfil 3 e 8 eram de culturas de C. glabrata

perfil 9 e 10 eram culturas de C. krusei, perfil 11 e 12 eram culturas de C.

tropicalis, perfil de 24 a 26 eram de C. gattii e perfil de 27 a 30 eram de culturas

de H. capsulatum. Além dessas 30 culturas, outras 60 foram avaliadas e

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observou-se que a PCR-RFLP e os métodos convencionais identificaram as

culturas de forma idêntica. As identificações convencionais levaram entre 5 a 30

dias com média de 7 dias enquanto que a PCR-RFLP demorou apenas 2 dias.

Figura 3- Perfis de RFLP (Primers ITS5-NL4, enzima de restrição DdeI) obtidos a

partir de DNA extraído de culturas de fungos isolados de micoses sistêmicas.

Quando investigada a acurácia da PCR (ITS5-NL4) (frente aos métodos

convencionais) em diagnosticar 120 amostras biológicas de pacientes com

suspeita de estarem sendo acometidos por micoses sistêmicas, foi observado

que a PCR apresentou uma co-positividade de 100% e uma co-negatividade de

89,4% (Tabela 3).

Tabela 3- Co-positividade e Co-negatividade entre a PCR (ITS5-NL4) e o

métodos convencionais na detecção dos fungos nas amostras biológicas.

Cultura

Positiva Negativa TOTAL

PCR

Positivo 7 12 17

Negativo 0 101 103

TOTAL 7 113 120

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Quando os produtos da PCR (ITS-NL5) foram digeridos pela enzima de

restrição DdeI foi possível identificar os microrganismos detectados. As 7

amostras que foram consideradas positivas pelos métodos convencionais e pela

PCR eram: C. neoformans (n=3) em amostras de líquor, C. gattii (n=1) em

amostra de líquor, H. capsulatum (n=1) em amostra de aspirado medular e C.

albicans (n= 2) em Hemocultura. Da mesma forma que com as culturas, os

ensaios convencionais e a RFLP/PCR apresentaram identificações similares.

Nas 12 amostras biológicas em que a PCR foi positiva e os métodos

convencionais foram negativos, a digestão dos produtos de amplificação permitiu

a identificação de C. neoformans em todas amostras, sendo que essas últimas

todas eram líquor cefaloraquidiano.

Quanto às características epidemiológicas dos pacientes que participaram

do estudo, a maioria era do sexo masculino a (72%), faixa etária entre 29 e 39

anos (32% e mediana de 32 anos) e residiam na Zona Leste da cidade de

Manaus (35%), possuíam sorologia positiva para HIV (78,4%), tinham Carga Viral

< 50 cel/ml (27,6%) e CD4 < 100 cel/ml (25%).

Quanto aos pacientes que obtiveram positividade na cultura e na PCR, em

sua maioria, eram do sexo masculino (4/7), com idades entre 18 e 58 anos

residentes da Zona Leste de Manaus (5/7), apresentava sorologia positiva para

HIV (5/7), Carga viral de HVI de <50 a 170.660 cópias/ml e apresentavam CD4

entre 5 e 491 cel/ml.

Quanto aos pacientes que obtiveram negatividade na cultura e positividade

na PCR, em sua maioria eram do sexo masculino (7/12) com idade entre 38 e 63

anos, residentes da Zona Leste de Manaus (10/12), apresentavam sorologia

positiva para HIV (12/12), com Carga viral de HVI de <50 a 43.601 cópias/ml e

CD4 entre 15 e 384 cel/ml e todos estavam fazendo culturas de controle de

tratamento de Criptococose.

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Discussão

O presente trabalho investigou a possibilidade de detectar e identificar

fungos patogênicos causadores de micoses sistêmicas utilizando a técnica de

PCR/RFLP. Esse trabalho: a) é um dos primeiros que a demonstrar a detecção e

identificação de fungos em amostras biológicas por PCR/RFLP, a maioria dos

trabalhos previamente publicados limitaram-se a identificação de cepas padrão e

de culturas de isolados clínicos; b) demonstrou o potencial do produto de PCR

avaliado em permitir a discriminação por RFLP dos mais importantes fungos

causadores de micose sistêmica e c) demonstrou que mesmo sendo fragmento

de DNA grande (aproximadamente 1100pb) a PCR investigada apresentou uma

sensibilidade adequada para a detecção de fungos nas amostras biológicas

[5,17].

A PCR/RFLP da região estudada no presente trabalho permitiu a

identificação da maioria dos agentes fúngicos patogênicos, permitiu o

desenvolvimento de uma coleção de perfis de RFLP, apresenta utilidade para

laboratórios que não possuem termocicladores de tempo real e pode ser utilizada

como metodologia comprobatória nas validações da PCR em tempo real, isso

porque a PCR/RFLP é um ensaio simples, exige apenas equipamentos padrões

de biologia molecular e fornece resultados adequados para o estudo de diversas

espécies simultaneamente [5,18].

Quanto aos perfis de RFLP obtidos com as cepas padrão investigadas

nesse trabalho (Figura 1), estes foram compatíveis com os resultados previstos

teoricamente e encontrados na prática por Santos et. al. [5] e por Irobi et. al. [17].

Mirhendi [19] e Mirhendi [20] Deve-se ressaltar que o presente trabalho foi o

primeiro a incluir a espécie A. niger na lista de microrganismos identificados por

essa reação de PCR/RFLP (ITS5-NL4, digestão por DdeI).

Discutindo sobre a identificação convencional dos fungos causadores de

micoses invasivas deve-se citar que a identificação de Candida spp. utiliza testes

enzimáticos, de assimilação e fermentação, ela é onerosa quando realizada com

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kit comerciais e lenta quando realizada sem esses. A identificação de

Criptococcus spp. utiliza um meio de cultura denominado CGB, no entanto, os

resultados desse ensaio demoram em média 3 dias e podem apresentar-se

incorretos. A identificação de H. capsulatum é sem dúvida a mais demorada, sua

cultura demora em média 25 dias para desenvolver-se e a sua identificação é

micromorfológica, sendo que, o ensaio confirmatório de identificação (ensaio de

pleomorfismo) pode demorar mais 25 dias [2,12]. Portanto, uma das

possibilidades de utilização em rotina da PCR-RFLP apresentada no presente

trabalho é a sua utilização identificação das colônias obtidas de amostras

clínicas. Nesse sentido, a PCR-RFLP é mais versátil que a PCR em tempo real

devido à possibilidade da criação de uma ampla biblioteca de perfis de RFLP e

apresenta-se mais acessível que os ensaios de sequenciamento. A identificação,

no presente trabalho, de 90 culturas de fungos isolados de amostras clínicas

apresentando resultados similares aos resultados dos métodos convencionais

demonstra essa afirmação.

Quanto à utilização da PCR (ITS5-NL4) para detecção de agentes

causadores de micoses invasivas. Os dados apresentados no presente trabalho

permitem afirmar que esse ensaio possui uma sensibilidade adequada e que

pode ser utilizada com materiais biológicos de diferentes origens (sangue,

hemocultura, liquor e aspirado medular).

Ainda discutindo sobre os resultados da PCR para detecção de fungos em

amostras biológicas, os “falsos positivos” obtidos com a PCR, esses podem ser

explicados devido à presença de células inviáveis, ou em número muito pequeno

ou apenas de DNA no líquor cefaloraquidiano, sendo essa situação atribuída ao

tratamento da criptococose. Mais estudos devem ser realizados para entender

essa situação, sendo que os dados da PCR devem ser interpretados com

atenção com esse tipo de amostra.

Quanto às informações epidemiológicas dos pacientes, o seu número foi

pequeno e, portanto um estudo analítico não pode ser realizado. De uma forma

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geral, pode-se afirmar que, esses possuem características semelhantes a

casuística de outros estudos realizados com a mesma população.

Agradecimentos

Agradecemos ao CNPq, CAPES e FAPEAM pelo financiamento desta pesquisa.

Conflito de Interesse

Os autores não têm conflito de interesse a declarar.

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5 Conclusão

Os perfis de RFLP obtidos foram compatíveis com os resultados previstos

teoricamente e encontrados na prática outros autores.

A identificação, no presente trabalho, de 90 culturas de fungos isolados de

amostras clínicas apresentando resultados similares aos resultados dos

métodos convencionais demonstra a assertividade da técnica de PCR-RFLP

na identificação de culturas de agentes causadores de micoses sistêmicas.

Os dados apresentados no presente trabalho permitem afirmar que esse

ensaio possui um sensibilidade adequada e que pode ser utilizada com

materiais biológicos de diferentes origens (sangue, hemocultura, liquor e

aspirado medular).

Quanto às informações epidemiológicas dos pacientes, o seu número foi

pequeno e, portanto um estudo analítico não pode ser realizado. De uma forma

geral, pode-se afirmar que, esses possuem características semelhantes a

casuística de outros estudos realizados com a mesma população.

6 REFERÊNCIAS

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15. Souza LS; Feitoza PVS; Araújo JR; Andrade RV; Ferreira LCL. Causes of

death among patients with acquired immunodeficiency syndrome

autopsied at the Tropical Medicine Foundation of Amazonas. Rev.

Soc. Bras. Med.Trop, 2008. Vol. 41(3):247-251.

16. Scherer LC, Rosa DS, Ruffino-Netto A, Rossetti MRL, Vater C, Klatser P,

Kritski AL. Cost-effectiveness analysis of PCR for the rapid diagnosis

of pulmonary tuberculosis. BCM Infectious diseases, 2009. Vol 9:216.

17. Cleeff M; Kivihya-Ndugga L; Githui W; Ng'ang'a L; Kibuga D; Odhiambo J;

Klatser P. Cost-effectiveness of polymerase chain reaction versus

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38

Ziehl-Neelsen smear microscopy for diagnosis of tuberculosis in

Kenya. Int J Tuberc Lung Dis, 2005. Vol 9(8): 877-83.)

18. Bovers M; Hagen F; Boekhout T. Diversity of the Cryptocuccus

neoformans and Cryptococcus gattii species complex. Rev. Iberoam.

Micol, 2008. Vol 25(1): S4-S12.

19. Sidrim JJC; Costa AKF; Cordeiro RA; Brilhante RSN; Moura FEA; Castelo-

Branco DSCM; Araujo MP; Rocha MFG. Molecular methods for the

diagnosis and characterization of Cryptococcus: a review. Can. J.

Microbiol, 2010. Vol 56: 445-458.

20. Pedroso RS; Candido RC. Diagnóstico Laboratorial da Criptococose.

Newslab, 2006. Edição 77.

21. Monteiro DU; Brum TF; Noal CB; Righi RA; Santos ER; Oliveira LTO; Rui

MLL. Prevalência de Candida e Cryptococcus em hemoculturas

oriundas de pacientes do Hospital Universitário de Santa Maria, RS

(HUSM) no ano de 2006. Saúde (Santa Maria), Ahead of Print, 2011. Vol:

37(2):81-88

22. Paschoal RC; Hirata MH; Hirata RC; Melhem MS; Dias ALT Paula CR.

Neurocryptococcosis: diagnosis by PCR method. Ver. Inst. Med. Trp.

São Paulo, 2004. Vol 46(4): 203-207.

23. Ferreira MS; Borges AS. Histoplasmose. Rev. Socied. Bras. Med. Trop,

2009. Vol 42(2): 192-198.

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39

24. Threlkeld ZD; Broughton R; Khan GQ; Berger JR. Isolated Histoplasma

capsulatum Meningoencephalitis in an Immunocompetent Child. J

Child Neurol. 2012 vol. 27 no. 4 532-535.

25. Logrena SM; Kirschb EJ; Maroc VP; Morrisseya AB; Msuyac LJ; Kinaboc

GD; Sagandae W; Diefenthalc HC; Ramadhanic HO; Wheatb LJ; Crump

JA. Histoplasmosis among hospitalized febrile patients in northern

Tanzania. Elsevier. Volume 106, 2012, 504–507 p.

26. Sardi JCO; Scorzoni L; Bernardi T; Fusco-Almeida AM; Giannini MLSM.

Candida species: current epidemiology, pathogenicity, biofilm

formation, natural antifungal products and new therapeutic options.

Journal of Medical Microbiology. 2013, Vol 62, 10–24p.

27. François LM; Duncan W; Bernhard H. Candida albicans pathogenicity

mechanisms. Landes Bioscience. 2013, Vol 4:2, 1–10p.

28. Fidel PL Jr; Vazquez JÁ; Sobel JD. Candida glabrata: review of

epidemiology, pathogenesis, and clinical disease with comparison to

C. albicans. Clin Microbiol Rev. 1999 Jan;12(1):80-96.

29. Girmenia C, Pizzarelli G, Cristini F, Barchiesi F, Spreghini E, Scalise G,

Martino P. Candida guilliermondii fungemia in patients with

hematologic malignancies. J Clin Microbiol. 2006 Jul;44(7):2458-64.

30. Colombo AL; Guimarães T. Epidemiologia das infeções hematogênicas

por Candida spp. Ver. Soc. Bras. Med. Trop, 2003. Vol 36(5): 599-607.

31. Pfaller MA; Diekema DJ. Epidemiology of Invasive Candidiasis. Clin

Microbiol Reviews 2007; 20:133-163.

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40

32. Silva S; Negri M; Henriques M; Oliveira R; Williams DW; Azeredo J.

Candida glabrata, Candida parapsilosis and Candida tropicalis:

biology, epidemiology, pathogeni city and antifungal resistance.

Microbiol Ver, 2012. Vol. 36: 288–305.

33. Van de Veerdonk FL, Kullberg BJ, Netea MG. Pathogenesis of invasive

candidiasis. Curr Opin Crit Care. 2010 Oct;16(5):453-9.

34. Lease ED; Alexander BD. Fungal Diagnostics in Pneumonia. Semin

Respir Crit Care Med. 2011; 32(6): 663-672p.

35. Dornbusch HJ; Groll A; Walsh TJ. Diagnosis of invasive fungal

infections in immunocompromised children. Clinical Microbiology and

Infection. 2010. Vol 16, 1328–1334.

36. Bharathi MJ; Ramakrishnan R; Meenakshi R; Mittal S; Shivakumar C;

Srinivasan M. Microbiological diagnosis of infective keratitis:

comparative evaluation of direct microscopy and culture results. Br J

Ophthalmol, 2006. Vol 90: 1271–1276.

37. Lacaz CS, Porto EM, Costa JE, Heins-Vaccari EM, Melo NT. Tratado de

Micologia Médica. 9ª ed. São Paulo: Sarvier; 2002.

38. Hopfer RL. Use os molecular biological techiniques in the diagnostic

laboratory for detecting and differentiating fungi. Arch. Med. Res,

1995. Vol 26 (3): 287-92.

39. Watson JD; Crick F. Molecular structure of Nucleic Acids: A Structure

for Deoxyribose Nucleic Acid. Nature, 1953. Vol 171, 737-738p.

40. Mielle A Filho; Remualdo V. Biologia molecular aplicada ao diagnóstico

de doenças infecciosas. Prát. Hosp. (infect), 2007. Ano IX. Nº 53: 33-35.

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41

41. Luo G; Mitchell TG. Rapid identification of pathogenic fungi directly

from cultures by using multiplex PCR. J. Clin. Microbiol, 2002. Vol

40(8): 2860-2865.

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42

7. ANEXOS

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43

Anexo A

Equipe Científica de Apoio ao Desenvolvimento do Plano de Dissertação

Nome Titulação Função

Diego Rayan Teixeira de

Sousa

Farmacêutico. Analista Clínico.

Mestrando em Medicina Tropical

Executor

Dr. João Vicente Braga

de Souza

Micologista.

Doutor em Biotecnologia Industrial

Coordenação

Dr. Marcelo Cordeiro dos

Santos

Infectologista.

Doutor em Medicina Tropical

Coordenação

Kátia Santana Cruz Micologista

Mestre

Coordenação

Rossicléia Lins Monte

Microbiologista.

Mestre em Medicina Tropical

Coordenação

Marcel Barros dos Santos Acadêmico de Medicina (UFAM) Colaborador

Roberto Moreira da Silva Doutorando em Medicina Tropical Colaborador

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44

Anexo B

TERMO DE CONSENTIMENTO PARA PARTICIPAÇÃO EM PESQUISA (TCLE)

TÍTULO DO ESTUDO: DETECÇÃO E IDENTIFICAÇÃO DE FUNGOS

CAUSADORES DE MICOSES PROFUNDAS E OPORTUNISTAS, UTILIZANDO

A TÉCNICA DE PCR/RFLP EM UMA UNIDADE DE SAÚDE NO NORTE DO

BRASIL

Nome do Voluntário:

________________________________________________________

Introdução:

Você está sendo convidado a participar de um projeto de pesquisa. Os

pesquisadores responsáveis por este estudo são João Vicente Braga de Souza,

Marcelo Cordeiro dos Santos e Diego Rayan Teixeira de Sousa. Este termo de

consentimento irá informá-lo sobre este estudo e ajudá-lo a decidir se gostaria de

participar do mesmo. A SUA PARTICIPAÇÃO NESTE ESTUDO É

VOLUNTÁRIA. Você tem o direito de recusar ou se retirar do estudo a qualquer

momento sem que isto implique em riscos para seu tratamento médico. Se você

concordar em participar do estudo, você deverá assinar este documento e

receber uma cópia do mesmo.

PORQUE ESTE ESTUDO ESTÁ SENDO REALIZADO?

Este estudo está sendo realizado para avaliar um novo tipo de exame para

detecção de fungo. (micoses profundas e oportunistas).

COMO SERÁ SUA PARTICIPAÇÃO NO ESTUDO?

Se você concordar em participar deste estudo, quando o médico solicitar a

pesquisa de fungos no sangue, será feito a rotina tradicional do hospital, o

técnico do laboratório irá colher de 05 – 10 ml do sangue do paciente para

pesquisar fungo no sangue, na hora da coleta será separado 1ml do sangue em

um tubo para a realização do estudo. Você não precisará ser furado duas vezes

para a realização do estudo.

O QUE SERÁ FEITO COM AS AMOSTRAS DE SANGUE?

A sua amostra de sangue será encaminhada para Laboratório da Gerência de

Bacteriologia e será examinada através do método convencional (Hemocultura).

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45

O tubo com 1ml de sangue será encaminhado pelo próprio pesquisador para o

laboratório do INPA, onde será processado.

SE MEU TESTE FOR POSITIVO O MEU MÉDICO RECEBERÁ O EXAME ?

Como ainda não temos certeza que este novo método é melhor que o método

tradicional (hemocultura), iremos considerar para diagnóstico da sua doença

somente os resultados do método tradicional. Mas, mesmo assim o resultado

será entregue ao médico para possíveis análises.

QUEM PODERÁ PARTICIPAR E QUEM NÃO PODERÁ PARTICIPAR DESTE

ESTUDO?

Poderão participar deste estudo pessoas de todas as faixas etárias com suspeita

de fungos no sangue.Pacientes menores de 18 anos que aceitarem participar do

estudo, só serão incluídos se os responsáveis concordarem em assinar o TCLE.

Não poderão participar deste estudo, pacientes que não assinarem este

documento (TCLE).

EXISTEM RISCOS AO PARTICIPAR DESTE ESTUDO?

Há risco mínimo na sua participação no estudo. Pode haver leves incômodos

provocados pela coleta de sangue.

QUAIS SÃO OS BENEFÍCIOS?

É possível que você não tenha nenhum benefício direto ao participar deste

estudo, no entanto, se este novo teste for melhor que o convencional ele poderá

substituir o teste antigo e desta forma melhorar o diagnóstico da doença. Neste

caso, este novo método poderá permitir que mais pessoas possam ser

diagnosticadas e tratadas mais rapidamente. No entanto, informaremos o seu

médico do resultado dessa nova metodologia.

HAVERÁ ALGUMA DESPESA PARA PARTICIPAR DESTE ESTUDO?

Você não terá despesas para participar do estudo. O diagnóstico e tratamento de

suas doenças serão gratuitos e subsidiados pelos hospitais.

HAVERÁ ALGUM TIPO DE PAGAMENTO?

A sua participação neste estudo é voluntária, você não receberá nenhum tipo de

pagamento pela sua participação no mesmo.

QUAIS SÃO SUAS ALTERNATIVAS CASO NÃO QUEIRA PARTICIPAR DO

ESTUDO?

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46

Caso não queira participar do estudo não haverá nenhum prejuízo, inclusive da

assistência à sua saúde todos seus exames requisitados pelo médico serão

realizados.

HAVERÁ CONFIDENCIALIDADE DE SUAS INFORMAÇÕES?

Todas as suas informações serão mantidas confidenciais. Você terá um

número de registro e seu nome não será usado. Se as descobertas desse estudo

forem publicadas seu nome ou sua identificação não serão divulgados. Sua

identidade permanecerá confidencial. Ao participar deste estudo, serão coletadas

informações pessoais, mas você tem o direito de se recursar-se a responder

às perguntas. Estes dados serão registrados pelos pesquisadores e médicos

que irão arquivá-los. As informações serão guardadas após o término do estudo

por 6 anos como recomenda a legislação do país.

QUAIS SÃO OS SEUS DIREITOS?

A sua participação neste estudo é voluntária. Você tem o direito de recusar ou de

se retirar do estudo a qualquer momento sem prejuízo a assistência à sua saúde

nesta instituição.

AFIRMAÇÕES DO PACIENTE

Fui esclarecido sobre os objetivos da pesquisa, os procedimentos, riscos e

benefíciosSIM....... NÃO .......

Fui esclarecido sobre a liberdade de desistir de participar a qualquer momento,

sem que isso traga prejuízos ao meu atendimento e tratamento. SIM.......NÃO

.......

Fui esclarecido de que não haverá remuneração financeira. SIM.......NÃO ...

QUEM VOCÊ PODERÁ CONTACTAR CASO TENHA DÚVIDA?

Se você tiver alguma dúvida sobre seu direito como voluntário na pesquisa, você

poderá entrar em contato com:

Coordenador do Projeto:Dr. João Vicente Braga de Souza / Tel: (92) 9114-

7815 / e-mail: joã[email protected] / Endereço:

Executor dos testes: Diego Rayan Teixeira de Sousa / Tel: (92) 81192971 /e-

mail: [email protected] / Endereço:Av. Constantino Nery, Parque dos

Ingleses, nº 2525, bloco 10ª aptº 302

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47

Coordenador do Comitê deÉtica e Pesquisa da FMT-HVD:Dr. Francisco

Nailson Santos Pinto/ Tel:8121-0591 / e-mail:[email protected]

Comitê de Ética e Pesquisa da FMT-HVD:Endereço :AV. Pedro Teixeira, 25 –

Bairro D. Pedro I /Tel: (92) 2127-3572

TERMO DE CONSENTIMENTO:

Eu recebi uma cópia deste termo de consentimento e sei que uma cópia ficará

guardada no meu arquivo do estudo. Eu entendo que posso deixar o estudo a

qualquer momento que quiser ou que o médico do estudo pode me pedir para

deixar o estudo se ele entender que esta decisão é melhor para os meus

interesses.

Eu entendo que se eu colocar minha impressão digital no espaço abaixo, eu

estou concordando em participar do estudo e a realizar todos os procedimentos

dos mesmos estabelecidos neste documento.

Eu expliquei os objetivos deste estudo para o voluntário. Tenho plena convicção

que ele/ela entendeu os objetivos, riscos e benefícios da sua participação no

estudo.

Local:________________________Data:____________/___________/_____

Impressão dactiloscópica Assinatura do Voluntário Nome do Voluntário -impresso

Assinatura do responsável legal Nome do responsável legal

Assinatura da testemunha

Impressão dactiloscópica

Nome da testemunha

Assinatura do investigador Nome do investigador

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48

Anexo C

EXTRAÇÃO DE DNA

1. Adicionar 100mg de vidro em tubi de 2ml;

2. Adicionar 180ul de tampão ATL;

3. Adicionar 100mg de biomassa;

4. Masserar com bastão de vidro estéril de 2-5 minutos com

movimentos contínuos e de giro.

5. Adicionar a proteinase K e incubar overnight a 56°C;

6. Adicionar 200ul de tampão AL e 200ul de etanol P.A.;

7. Pipetar a mistura da 6ª etapa na coluna de extração;

8. Centrifugar a 8000 rpm por 1 minuto;

9. Colocar a coluna em um novo tubo, adicionar 500ul de tampão

AW1;

10. Centrifugar a 8000 rpm por 1 minuto;

11. Colocar a coluna em um novo tubo, adicionar 500ul de tampão

AW2;

12. Centrifugar durante 3 minutos a 14000 rpm para secar a membrana

( se o sedimento continuar com etanol, centrifugar por mais 1

minuto a 14000 rpm);

13. Colocar a coluna em um microtubo de microcentrífuga;

14. Adicionar 200ul de tampão AE diretamente na membrana;

15. Incubar em T.A. por 1 minuto e centrifugar por 1 minuto a 8000 rpm

para eluir. ( Para melhor eluir, adicionar 100ul, centrifugar, adicionar

mais 100ul e centrifugar, para obter uma concentração maior de

DNA);

16. Armazenar a 4°C.

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49

Anexo D

Artigo Publicado durante o curso.

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50

Anexo E

Resumos Publicados em Congressos

1. SOUSA, D. R. T. ; Souza, J. V. B. ; Freire, A. C. L ; Santos, M. C. .

Identificação de agentes de fungemia através da região ITS, utilizando a técnica

de PCR-RFLP. In: XXI CONGRESSO LATINOAMERICANO DE

MICROBIOLOGIA, 2012, Santos-SP. XXI Congresso Latinoamericano de

Microbiologia, 2012.

2. SOUSA, D. R. T. ; Sousa, D. R. T ; Monte,R,L ; SANTOS, C. S. ; Souza, J. V.

B. Determinação da Freqüência de Hemoculturas Positivas para Fungo na Rotina

da Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado.. In: XXI Congresso

Latinoamericano de Microbiologia, 2012, Santos-SP. XXI Congresso

Latinoamericano de Microbiologia, 2012.

3. SOUSA, D. R. T. ; Santos, M. C. ; Souza, J. V. B. . Optimization of M13-

fingerprint reaction for the characterization of Candida tropicalis isolates: a useful

tool for monitoring fungemias in neonatal.. In: XLVIII Congresso da Sociedade

Brasileira de Medicina Tropical, 2012, Rio de Janeiro-RJ. XLVIII Congresso da

Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 2012.

4. SOUSA, D. R. T. ; Santos, M. C. ; Souza, J. V. B. . Utilization of PCR-RFLP for

the identification of fungemia agents. In: XLVIII Congresso da Sociedade

Brasileira de Medicina Tropical, 2012, Rio de Janeiro-RJ. XLVIII Congresso da

Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 2012.

5. SOUSA, D. R. T. ; Santos, M. C. ; Souza, J. V. B. . Utilization of PCR-RFLP for

the identification of fungemia agents. In: XLVIII Congresso da Sociedade

Brasileira de Medicina Tropical, 2012, Rio de Janeiro-RJ. XLVIII Congresso da

Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 2012.

6. Monte,R,L; SOUSA, D. R. T. Avaliação da Implantação da Metodologia

Ogawa-kudoh no Diagnóstico de Tuberculose na Fundação de Medicina Tropical

Dr Heitor Vieira Dourado-FMTAMVD. In: XLVII Congresso da Sociedade

Brasileira de Medicina Tropical, 2011, Rio de Janeiro-RJ. XLVII Congresso da

Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 2011.

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51

ANEXO F

INSTRUCTION TO AUTORS

GENERAL

Mycoses is dedicated to the publication of manuscripts on topics concerning

medical or veterinary mycology. Studies on plant pathology or mycological papers

on fungi not related to human or veterinary medicine do not lie within the scope of

Mycoses and will not be accepted. Manuscripts may be published as original

communication of normal or short length (Short communication). The submission

of review articles both of the mini-review and the full-length type is particularly

encouraged. Only papers submitted in English will be accepted (this does not

exclude the Latin text required for the description of new species or genera).

The editors reserve the right not to accept papers unless adherence to the

principles given in the Declaration of Helsinki and the Guiding Principles in the

Care and Use of Animals (DHEW Publication NIH) is clear.

No charge is made for publication but authors will be required to pay for extensive

alterations to agreed papers at proof stage.

EARLY VIEW

Mycoses is covered by Wiley-Blackwell's Early View articles for articles that are

complete and final. They have been fully reviewed, revised and edited for

publication, and the authors' final corrections have been incorporated. Because

they are in final form, no changes can be made after online publication. The

nature of Early View articles means that they do not yet have volume, issue or

page numbers, so Early View articles cannot be cited in the traditional way. They

are therefore given a Digital Object Identifier (DOI), which allows the article to be

cited and tracked before it is allocated to an issue. After print publication, the DOI

remains valid and can continue to be used to cite and access the article.

MANUSCRIPT SUBMISSION

Manuscripts are submitted to Mycoses online, i.e. electronically, from the

corresponding author's Mycoses ScholarOne Manuscript (formerly known as

Manuscript Central) account. You will need your files in an electronic format, an

Internet connection, and a user ID and password for the site. To begin a new

submission, go to http://mc.manuscriptcentral.com/myc and log in or create an

account to get your auser ID and password. Full instructions are provided on the

site.

If assistance is needed, the Editorial Office can be contacted and will readily

provide any help users need to upload their manuscripts.

Ann O'Mahony

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52

Mycoses Editorial Office

[email protected]

[email protected]

ELECTRONIC SUBMISSION

Manuscripts should be uploaded as Word (.doc) or Rich Text Format (.rft) files

plus separate figure files. JPEG, TIFF or EPS files are acceptable for submission,

but only high-resolution JPEG, TIFF or EPS files are suitable for printing. The files

will be automatically converted to a PDF document on upload and will be used for

the review process. The text file must contain the entire manuscript including title

page, abstract, text, references, tables, and figure legends, but no embedded

figures. Figure tags should be included in the file.

Manuscripts should be formatted as described in Mycoses’ Author Guidelines

(below). When preparing your file, please use only standard fonts such as Times,

Times New Roman or Arial for text, and Symbol font for Greek letter, to avoid

inadvertent character substitutions. In particular, please do not use Japanese or

other Asian fonts. Do not use automated or manual hyphenation.

For more information on preparing manuscripts for online submission, please read

the detailed instructions at http://mc.manuscriptcentral.com/myc. Additional help is

available by emailing [email protected]/.

Authors are encouraged to provide names of potential reviewers for their

manuscript. All acceptable material submitted for publication is forwarded to the

Deputy Editor in charge of the particular field who together with two further

referees makes a judgement on the paper. The votes of the independent referees

as well a preliminary suggestion of acceptance or rejection is forwarded by the

Deputy Editor to the Editors who make the final decision on their individual

specialty. Authors must inform the Editors of any possible conflict of interest

capable of influenceing their judgement and if necessary, a disclaimer will be

included.

Revised manuscripts must be uploaded within 2 months of authors being notified

of conditional acceptance pending satisfactory revision. Authors resubmitting

manuscripts should follow the same procedures as for submission of new

manuscripts. If accepted, papers become the copyright of the journal.

After acceptance please make sure that the final manuscript and the figure files

are uploaded. The figures must be high-resolution scans (JPEG, TIFF or EPS

files). Detailed information on our digital illustration standards is available at

http://authorservices.wiley.com/bauthor/illustration.asp

ORIGINAL ARTICLES AND REVIEWS

Text

Authors should aim for a concise readable style. Spelling should follow

theConcise Oxford Dictionary, and The Oxford Dictionary for Writers and Editors.

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53

The Editors reserve the right to make corrections, both literary and technical, to

the papers.

All pages must be numbered consecutively in the upper right-hand corner of each

page. Starting with the title page as p.1, the pages should be numbered in the

following order: title page, summary and key words, text, acknowledgements,

references, tables, figure legends.

The following items should each start on a separate page.

Title Page

This should bear (1) the title, (2) the names of all authors, (3) the institutions of

origin with brief addresses, (4) a short title of not more than 50 characters

(including spaces) to be used as a running head, (5) a list of up to eight key words

for indexing purposes, and (6) the name and full postal address (with phone and

fax numbers and e-mail address) of the author who will be responsible for reading

the proofs (the corresponding author). The corresponding author must keep the

Mycoses office informed of any change in details until the paper is published.

Authors should keep a copy of their manuscript.

Summary

Normally in less than 210 words, this should indicate clearly the scope and main

conclusions of the paper. Original articles should have a structured abstract,

comprising the five headings: Background, Objectives, Patients/Methods, Results

and Conclusions.

Main Text

Papers should be divided into sections headed (1) introduction, (2) materials and

methods (or patients and methods/subjects and methods if human

patients/subjects were used), (3) results, (4) discussion (5) acknowledgements,

and (6) Conflict of Interest. Avoid an excess of sub-headings - two further

divisions, if necessary, should be adequate.

The introduction should explain why the work was done and briefly introduce the

scope and contents of the paper. Essential details should be included in materials

and methods, including experimental design and statistical analysis. Results

should be recorded in the past tense. The discussion should present the author's

results in the broader context of other work on the subject. Acknowledgements

should be as brief as possible.

References

Please verify your references before submission and send them as a plain,

unstructured list. We recommend the use of a tool such as Reference Managerfor

reference management and formatting. All references must be cited in numerical

order in the text following the Vancouver system. The numbers of references

should appear in the text in brackets e.g. [1, 21] or [1-4]. If giving the names of

authors in the text the following form should be used: Brown & Smith [1] or Brown

et al. [2] if there are more than two authors. Unpublished observations and

personal communications may be included in the text only.

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54

The reference list should show the references in numerical order as they appear

in the text. References should include the following: (1) authors (surname followed

by initials), (2) year, (3) title of (a) article or (b) chapter, (4) editors (if a book), (5)

title of (a) journal or (b) book, (6) volume number, (7) place of publication and

name of publisher (if a book), and (8) first and last page numbers of (a) article or

(b) chapter. Journal titles should be abbreviated according to the system adopted

in Index Medicus.

The following format should be used:

JOURNAL ARTICLES

(List all authors if six or fewer, list the first three then add et al. if there are seven

or more).

Sharma A, Saple DG, Surjushe A, Rao GRR, Kura M, Ghosh S, Bolmall C et

al.Efficacy and tolerability of sertaconazole nitrate 2% cream vs. miconazole in

patients with cutaneous dermatophytosis. Mycoses 2011;54: 217-222.

BOOKS

Kwon-Chung KJ, Boekhout T, Wickes BL, Fell JW. Systematics of the genus

Cryptococcus and its type species C. neoformans. In: Heitman, J, Kozel, T, Kwon-

Chung, KJ, Perfect, J. & Casadevall, A. (eds) Cryptococcus:from Human

Pathogen to Model Yeast. ASM Press, Washington DC, USA, 2011:3-15.

Work that has been submitted but not accepted for publication should not appear

in the reference list but may appear in the text as unpublished observations. Work

that has been accepted but not published should be included in the reference list

stating the journal in which it is to appear followed by '(in press)' plus DOI. Further

details should be supplied as soon as possible.

TABLES

These must be numbered consecutively with Arabic numerals and typed on

separate sheets carrying an appropriate legend and presented in a way that

makes the table self-explanatory.

Numerical results should be expressed as means with the relevant standard

errors and/or statistically significant differences, quoting probability levels (P-

values). Three significant figures are usually sufficient for mean values and

standard errors should be quoted two or three more decimals than the mean.

The only lines appearing in the table should be horizontal and all decimals should

be aligned in columns. The placement of all tables should be indicated in the text,

being referred to as Table 1 or Tables 2 and 3.

FIGURES

Figures should be numbered in sequence in Arabic numerals as they appear in

the text. Labels, lettering and symbols etc. must be professionally prepared and

should be uniform. Lines should be of sufficient thickness to stand reduction (no

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less than 4 mm wide for a 50% reduction), and letters should be a minimum of 14

pt Times New Roman or an equivalent size. Acceptable symbols for experimental

points are ¡, r, o, ˜, p, ¢. The symbols + and × will not be accepted.

Legends should be typed on a separate sheet and consist of a short title together

with a brief explanatory paragraph. The legend must make the meaning of each

figure understandable without further reference to the text. Photomicrographs

should state the original magnification.

The position of all figures should be indicated in the text and should be referred to

as Fig. 1 or Figs 1 and 3. Figure 1 should be written out in full if at the beginning

of a sentence.

ELECTRONIC ARTWORK

Vector graphics (e.g. line artwork) should be saved in Encapsulated Postscript

Format (EPS), and bitmap files (e.g. photographs) in Tagged Image File Format

(TIFF). Please do not use any pixel-oriented programs. Scanned figures (only in

TIFF format) should have a resolution of 300 dpi (halftone) or 600 to 1200 dpi (line

drawings) in relation to the reproduction size. Colour graphics should be created

using the CMYK colour palette (print colours), not RGB (monitor colours). There is

a charge for alterations to figures when carried out by the publisher.

Full details of submission of figures in electronic format are available at:

http://authorservices.wiley.com/bauthor/illustration.asp

If figures have more than one part, each part should be labelled(preferably) in the

top left-hand corner with lower-case letters in parentheses e.g. a figure with two

parts would be labelled (a) and (b). In the text this should be referred to as Fig. 1a

or Figs 2a, b.

Figures should be planned to fit the printed column, i.e. 7.9 cm wide for single

column and 16.5 cm wide for double column.

Photographs can be up to twice the reproduction size and must be unmounted

glossy prints showing good detail and moderate contrast.

UNITS, SYMBOLS and ABBREVIATIONS

SI (Système International) units should be used and should conform with the lists

printed Units, Symbols and Abbreviations - A Guide for Biological and Medical

Editors and Authors 4th edn as published by the Royal Society of Medicine.

Nomenclature of disease should follow the International Classification of Disease,

published by the World Health Organization, as far as possible.

When first mentioned, cumbersome medical names should be abbreviated for

later reference in the text. Latin bi-nominals should abbreviate the genera to the

initial letter after the first mention unless it begins a sentence.

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Doses of drugs should be given as unit weight per body weight, e.g. mmol kg-1.

Rates should be expressed with negative indices. Concentrations should be given

in terms of molarity, e.g. mmol l-1, not mM.

Numerals are to be used from 10 upwards; and the 24-hour clock, e.g. 21.00

hours, should be used.

MATERIALS

The source of all materials used should be given stating company, city and

country.

Verification of the identity of living specimens used must take place through

sequencing, or by consultation of taxonomists working at a reference centre.

Specimens analyzed must remain accessible for later reference. Strains should

be deposited in one of the major culture collections, and sequences in a public

data bank. Collection and sequence numbers must be cited in the text. It is

recommended that new taxa are deposited in MycoBank. Descriptions of new

taxa must comply with the rules of the International Code of Botanical

Nomenclature.

CASE REPORTS

Case Reports may be submitted but only those which are RARE or of

EXCEPTIONAL INTEREST will be considered. Please upload Case Reports in

the same format as Original Articles.

In addition each Case Report should be accompanied by a review of the topic the

case report deals with. Case reports uploaded without a review will not be

considered.

LETTERS TO THE EDITOR

There are no keywords required. The references must be integrated ino the text

(Author AA et al, Journal 2008, 1:242) or (Book Author AA, Book Title, 2nd

Edition, Publisher, Place 2010

Letters to the Editor are considered for publication (subject to editing and

abridgment) if they do not contain material that has been submitted or published

elsewhere.

Letters in reference to a Journal article must not exceed 200 words (excluding

references) and must relate to articles published in Mycoses within the past three

years.

A letter can have no more than 5 references and one figure or table (References

should be incorporated into the body of the text)

A letter can be signed by no more than three authors

You will be asked to include your full address and email.

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COPYRIGHT ASSIGNMENT

Authors are no longer required to assign copyright in their paper. Instead authors

are required to assign the exclusive licence to publish ther paper to Wiley-

Blackwell and Mycoses. Assignment of the exclusive lincence is a condition of

publication and papers will not be passed to the publisher for production unless

licence has been assigned. (Papers subject to government or Crown copyright are

exempt from this requirement). Please download the Copyright Transfer

Agreement form and send it to the Production Editor via email: [email protected] or

fax: +65 66438599

PROOFS

The corresponding author will receive an email alert containing a link to a web

site. A working e-mail address must therefore be provided for the corresponding

author. The proof can be downloaded as a PDF (portable document format) file

from this site. Acrobat Reader will be required in order to read this file. This

software can be downloaded (free of charge) from the following web site:

http://www.adobe.com/products/acrobat/readstep2.html.

This will enable the file to be opened, read on screen and printed out in order for

any corrections to be added. Further instructions will be sent with the proof. Hard

copy proofs will be posted if no e-mail address is available. Excessive changes

made by the author in the proofs, excluding typesetting errors, will be charged

separately.

ONLINEOPEN

OnlineOpen is available to authors of primary research articles who wish to make

their article freely available to non-subscribers on publication, or whose funding

agency requires grantees to archive the final version of their article. With

OnlineOpen, the author, the author's funding agency, or the author's institution

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publication via Wiley Online Library, as well as deposited in the funding agency's

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is no requirement to inform an Editorial Office that you intend to publish your

paper OnlineOpen if you do not wish to. All OnlineOpen articles are treated in the

same way as any other article. They go through the journal's standard peer-

review process and will be accepted or rejected based on their own merit.

OFFPRINTS

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A PDF offprint of the online published article will be provided free of charge to the

corresponding author, and may be distributed subject to the Publisher's terms and

conditions. Paper offprints of the printed published article may be purchased if

ordered via the method stipulated on the instructions that will accompany the

proofs. Printed offprints are posted to the correspondence address given for the

paper unless a different address is specified when ordered. Note that it is not

uncommon for printed offprints to take up to eight weeks to arrive after publication

of the journal.

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