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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO A VEZ DO MESTRE MARCAS PRÓPRIAS De oportunidade A Estratégia de Negócios Por: Fábio Frescorato Ventura Orientadora Prof. Mary Sue Carvalho Pereira Rio de Janeiro 2009

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

MARCAS PRÓPRIAS

De oportunidade A Estratégia de Negócios

Por: Fábio Frescorato Ventura

Orientadora

Prof. Mary Sue Carvalho Pereira

Rio de Janeiro

2009

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

MARCAS PRÓPRIAS

De Oportunidades A Estratégia de Negócios

Apresentação de monografia ao Instituto A Vez do

Mestre – Universidade Candido Mendes como

requisito parcial para obtenção do grau de

especialista em Marketing.

Por: . Fábio Frescorato Ventura

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AGRADECIMENTOS

Aos amigos, familiares e a minha

orientadora que disponibilizou tempo e

conhecimento para auxiliar na

execução desse trabalho.

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DEDICATÓRIA

A minha família, que sempre esteve ao

meu lado transmitindo amor e

compreensão incondicionalmente, além

de ser a base de todas as minhas

conquistas.

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RESUMO

A produção de Marca Própria para o varejo não é um bicho de sete

cabeças. Tendência mundial irreversível em crescimento no Brasil, faz parte do

mix de sortimento dos supermercados na seguinte ordem: produto líder, vice-

líder, melhor preço, marca própria e categorias regionais.

Competição é o nome do jogo: Os cinco ou seis líderes juntos detêm

mais de 70% dos espaços nas gôndolas. O restante é disputado por mais de

20 empresas por família de produtos nas prateleiras dos supermercados Brasil.

Competitividade.

A Marca Própria é uma excelente alternativa para as indústrias com

capacidade ociosa de produção. Está cada vez mais caro, difícil e complicado

para uma empresa disputar o mercado com pouca verba para mídia e toda a

gama de serviços exigidos no Ponto de Venda. Assim, a Marca Própria surge

como excelente alternativa de venda.

Opção para a indústria maximizar seu potencial produtivo e alavancar

capital para investir em sua própria marca, na fase seguinte, a fim de

assegurar o seu futuro. Toda a indústria tem como objetivo conquistar

participação de mercado com sua própria marca.

Ou se for o caso, dependendo da situação, uma indústria pode muito

bem sobreviver e crescer se especializando em produzir marca própria para

seus clientes. Claro, nunca fabricando para uma única rede.

Os contratos de MP seguem mais o menos o mesmo padrão. Deve-se

tomar muito cuidado com a planilha de custo e sempre garantir uma

lucratividade na operação. Colocar cláusulas de barreira no caso de

cancelamento do contrato. Prever prazo mínimo e utilização das embalagens

até o final, ou indenização correspondente. Relação Ganha-Ganha.

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Marca Própria, como qualquer negócio, é uma estratégia excelente,

desde que haja uma boa gestão. Só não é recomendável produzi-la para

empresas pequenas com poucas lojas, porque não terá volume de venda,

cujos resultados tornam-se desinteressante para ambos os lados. Seria um

jogo de soma zero.

A parceria ideal é aquela feita entre duas empresas que se

complementam, cada uma fazendo o trabalho para o qual tem maior vocação.

Uma produz e a outra vende. Cada uma concentrando esforços, onde pode

gerar diferenciais estratégicos mais fortes.

Na Europa, o Reino Unido é um dos países que detém a maior

participação de Marcas Próprias, enquanto que a Espanha e a Alemanha são

países com uma das mais altas taxas de crescimento nesse segmento. Nos

Estados Unidos, as Marcas Próprias aparecem em 75% de todas as

categorias de bens de consumo de massa e estão presentes na maioria dos

departamentos, detendo a posição de liderança em 25% das categorias.

Nos países da América Latina, a cesta de produtos onde as Marcas

Próprias têm o maior peso é a de Limpeza. No grupo dos 20 maiores

supermercadistas brasileiros (ranking da ABRAS), quase todas trabalham com

Marcas Próprias. Pesquisas apontam que 55% dos consumidores conhecem e

compram produtos Marca Própria. E 54% dos deles topam substituir outras

marcas que estavam habituados a comprar pela Marca Própria.

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METODOLOGIA

Calçada em pesquisa bibliográfica, a monografia a seguir apresentará

dados e informações que irão agregar métodos diversos de procedimentos,

entre os quais de destacam: histórico, comparativo, estatístico, funcionalista e

estruturalista. Entre fontes de estudos estão leitura de livros, jornais, revistas,

páginas na internet especializadas, pesquisa bibliográfica e observação do

objeto de estudo.

O interesse pelo tema surgiu após um trabalho desenvolvido em grupo

na matéria Marketing de Produtos e Preços ministrada pela Professora Erika

Bamberg.

Observei a riqueza do tema e as oportunidades de abordagens para o

meu trabalho final. Em seguida o Plano de Pesquisa foi apresentado à

orientadora, a professora Mary Sue Carvalho Pereira, que aprovou a idéia.

No primeiro capítulo haverá uma breve abordagem sobre o surgimento

das Marcas no cenário industrial e nos capítulos seguintes o desenrolar do

tema central da Monografia, Marcas Próprias.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 09

CAPÍTULO I - Definições de Marca 11

CAPÍTULO II - Marcas Próprias 19

CAPÍTULO III – Mercado Varejista 26

CONCLUSÃO 41

BIBLIOGRAFIA 43

ÍNDICE 45

FOLHA DE AVALIAÇÃO 47

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INTRODUÇÃO

Os produtos de marca própria, que há alguns anos atrás eram

relegados pelos consumidores, têm ganhado importância na disputa das

grandes redes de varejo, principalmente Grupo Pão de Açúcar, Carrefour e

Wal-Mart. De maneira geral, as cadeias de super/hipermercado que

comercializam produtos de marcas próprias são aquelas que possuem uma

maior participação no setor.

Uma marca existe primordialmente para alavancar um produto, por

meio da identificação junto ao consumidor e da diferenciação dos

concorrentes. A definição de marca própria (MP), por sua vez, diz respeito

especificamente àqueles produtos ou marcas que pertencem aos varejistas,

atacadistas, associações ou qualquer outro distribuidor de bens de consumo,

registrados e comercializados com exclusividade.

Um produto de Marca Própria se caracteriza por ser um produto

vendido ou comercializado exclusivamente pela organização que detém o

controle (registro) da marca e que normalmente não possui unidade produtora.

Pode levar o nome da empresa ou utilizar outra marca não associada à

organização, possui identidade própria e é fornecido sob encomenda,

atendendo a especificações definidas pelo detentor da marca.

A marca própria é uma excelente alternativa para as indústrias com

capacidade ociosa de produção. Está cada vez mais caro, difícil e complicado

para uma empresa disputar o mercado com pouca verba para mídia e toda

gama de serviços exigidos no ponto de venda. Assim a Marca Própria surge

como excelente alternativa de vendas.

Uma das preocupações das estratégias de marcas próprias está

relacionada à imagem que estas possuem frente aos consumidores finais. Este

trabalho tem como objetivo avaliar se os consumidores conseguem perceber

através da imagem da marca própria de várias cadeias, as diferentes

estratégias de marcas por elas adotadas e mostrar que o varejo brasileiro está

se conscientizando que marca própria não é apenas uma oportunidade, e sim,

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uma estratégia de negócio essencial para inovar, criar novos diferenciais e

aumentar o índice de fidelidade dos consumidores.

O avanço das marcas próprias no mercado brasileiro é um tema

extremamente rico para que sejam analisadas as relações varejistas versus

fabricantes líderes. Conceitualmente, a marca própria caracteriza-se por ser

um produto vendido exclusivamente pela instituição varejista que detém a

propriedade daquela marca.

É possível um produto ter preço barato com boa qualidade? O que falta

então para que os varejistas brasileiros percebam o potencial que pode ser

explorado com as marcas próprias?

Através de dados e pesquisas saberemos como os supermercados

têm desenvolvidos suas estratégias de diferenciação e como as marcas

próprias se inserem nesse contexto.

Atender e satisfazer as necessidades dos consumidores é o objetivo

de qualquer empresa. Com as marcas varejistas, não é diferente. Eles

procuram corresponder as expectativas do consumidor, os clientes hoje se

deparam com uma escala crescente da escolha de produtos e eles baseiam

suas escolhas na percepção de qualidade e valor.

Na teoria, não há dúvidas quanto às vantagens da marca própria.

Outra abordagem que será apresentada é como o mercado recebe as

marcas próprias aqui no Brasil e no mundo.

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CAPÍTULO I

DEFINIÇÕES DE MARCA

O mercado real se orienta cada vez mais por ativos intangíveis, tais

como marca, talento e informação. Pessoas, know-how, marcas e patentes são

tão ou mais importantes do que alguns ativos facilmente contabilizados

tradicionalmente. Esses ativos intangíveis também compõem a riqueza de uma

empresa.

Nesse contexto, o estudo da marca assume um papel muito

importante, já que são reconhecidas por muitos estudiosos como o maior

patrimônio das empresas que as possui.

Uma das conceituações mais tradicionais para a palavra foi

estabelecida pelo Comitê de Definições da American Marketing Association:

Marca é um nome, termo, sinal símbolo ou desenho, ou uma combinação dos mesmos, que pretende identificar os bens e serviços de um vendedor ou grupo de vendedores e diferenciá-los daqueles dos concorrentes.

1.1 - Histórico

Na Antiguidade, quando grande parte da população era analfabeta, a

utilização de sinetes, selos, siglas, pinturas e símbolos como identificação de

animais, armas e utensílios, era bastante comum. Era costume também indicar

a proveniência de produtos agrícolas ou manufaturados para atestar a

excelência do produto e seu prestígio.

Na Idade Média, as corporações de ofício e de mercadores adotaram o

uso de marcas como controle da quantidade e da qualidade da produção. Esse

procedimento era uma vantagem para o comprador, que podia identificar o

produtor e resguardar-se da freqüente má qualidade das mercadorias, e para

as corporações, que podiam preservar o monopólio e identificar as

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falsificações ou artesãos cuja produção estivesse em desacordo com as

especificações técnicas da agremiação.

Com o surgimento das cidades, no século XI, a marca se tornou o elo

entre o fabricante, situado na cidade de origem do produto, e o consumidor,

que se encontrava muitas vezes em lugares distantes. As tabernas e pubs

ingleses do século XVII usavam símbolos em associação com o nome do

estabelecimento. Mas o uso pioneiro da marca como elemento de

diferenciação aconteceu em 1835 na Escócia, com a introdução da marca Old

Smuggler designando uma linha de uísque com um processo de destilação

especial.

Após a Revolução Industrial, os produtos passaram a ser produzidos

em grande escala e variedade, e a busca por novos mercados se tornou uma

constante, dando início à produção dos primeiros cartazes publicitários e

catálogos de compra, onde figuravam algumas marcas.

Esse breve histórico mostra a evolução da importância das marcas

para os negócios desde a antiguidade, seja como elemento diferenciador para

o próprio fabricante, seja como garantia de qualidade para o consumidor.

Uma marca também carrega em seu nome (ou símbolo) uma imagem

que desperta no consumidor uma série de associações, boas ou ruins, e que

influenciam no desejo do consumo. Uma marca é como um atestado de

confiabilidade no produto, que o faz único.

Segundo KOTLER, 2003:

Marca é qualquer rótulo que envolva significado e associações (...) com base no nome da marca, o usuário conhece que qualidades e características esperar do produto, assim como os serviços com que poderá contar.

A marca é a representação de um produto ou serviço, e de todas as

características relacionadas a esse bem, incluindo na maioria das vezes as

associações referentes à empresa que o produz.

Uma marca conduz aos seguintes níveis de significado: atributos,

benefícios, valores, cultura e personalidade. O usuário será aquele que se

relaciona com os valores, cultura e personalidade do produto. (KOTLER, 1998)

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Em suma, uma marca é o somatório dos ativos tangíveis e intangíveis

de um determinado produto ou serviço. Essas representações são importantes

para definir quais os atributos associados a uma marca e conseqüentemente

auxiliar no processo de definição de seu valor.

As marcas podem ser caracterizadas da seguinte forma,

independentemente de seu segmento:

a. Produtos “sem marca”: segundo PINHO, 1996, essa categoria teve

experiências bem sucedidas na Europa e nos EUA, mas teve curta duração no

Brasil;

b. Marcas populares ou talibãs: conceito descrito pelo jornalista Nelson

Blecher na edição 757 da revista Exame. Segundo Blecher, tratam-se de

produtos que usam pouca tecnologia e baixos custos de matéria prima para

serem produzidos. Com a entrada definitiva das classes C e D no mercado de

consumo nacional, esses produtos se tornaram bastante populares e

alcançaram classes mais altas, chegando a competir com grandes marcas

tradicionais. Um exemplo clássico, citado pelo autor, é o das tubaínas,

refrigerantes de marcas talibãs, que conquistaram uma participação de

mercado em detrimento de marcas fortes como Coca-Cola, Pepsi ou Guaraná

Antarctica;

c. Marcas próprias das grandes redes varejistas: tendência internacional,

que surgiu nos EUA na década de 70 (PINHO, 1996). Na Europa, essas

marcas chegam a 50% de market share em algumas categorias de produtos,

como alimentos, higiene pessoal e limpeza doméstica (GRACIOSO e NAJJAR,

2003). No Brasil, o fenômeno é relativamente recente, mas é notável a forte

concorrência que esses produtos exercem sobre as marcas tradicionais de

grandes indústrias. Segundo Maurício Ribeiro, gerente de marcas próprias do

Grupo Carrefour, alguns produtos já são líderes de mercado. Como esses

produtos com marcas próprias não pagam por exposição no ponto-de-venda e

não investem em mídia, pois “pegam carona” em propagandas institucionais, é

possível produzir produtos de qualidade a preços bastante competitivos (entre

5 e 15% abaixo das marcas líderes de mercado);

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d. Supermarcas: são as marcas fortes, geralmente de grandes empresas,

caracterizadas em sua maioria pelo alto investimento em publicidade, pelo

faturamento superior ao de grandes empresas e pelo alto valor de mercado.

1.2 – A construção de marcas fortes

As extensões de marca são usadas no lançamento de novos produtos

ou para modificar algumas características de um produto já existente, como

sabor e tamanho. Entre suas vantagens estão o baixo investimento e o baixo

risco – desde que os padrões de qualidade sejam mantidos, a pena de

prejudicar toda a linha de produtos. Um outro cuidado a ser tomado é em

relação aos valores e atributos associados à marca original, para que seja

mantida uma coerência e para que não haja fragmentação da identidade e da

personalidade originais da marca. Isso tem a ver com posicionamento da

empresa ou da marca, conceito que será melhor explorado no capítulo sobre

construção das marcas. A Unilever pode ser citada como um exemplo para

essa estratégia: sua marca líder de sabão em pó, OMO, possui uma série de

extensões de marca: Omo Cores, Omo Máquina, Omo Multi Ação, entre

outras.

As marcas múltiplas têm como finalidade proteger uma marca líder,

conseguir maior exposição no ponto-de-venda ou atender a diferentes

segmentos de mercado. Um bom exemplo para essa estratégia está na

categoria de refrescos: Tang, Clight e Fresh são produzidos pela mesma

empresa, mas a função do Fresh é impedir a invasão do concorrente Frisco no

espaço do Tang e do Clight.

No entanto, devido às recentes dificuldades enfrentadas pelas grandes

empresas, algumas delas têm agido de maneira oposta, ou seja, enxugando o

seu mix de produto para focar o investimento em marcas mais fortes. É o caso

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da Unilever, que reduziu de 1.600 para 400 marcas em todo o mundo (Mesa

Redonda, Revista da ESPM, 2003).

A associação do nome da empresa à marca de seus produtos também

é uma posição controversa. Durante anos a Nestlé investiu na construção das

marcas de cada um de seus produtos. Hoje, a empresa massificou sua

comunicação e está priorizando resultados de venda no curto prazo com a

promoção "Junta Brasil" - a cada dez embalagens de produtos Nestlé o

consumidor concorre a uma casa. Apesar da força da marca Nestlé e dos seus

produtos individualmente, essa estratégia pode ser bastante arriscada, pois no

momento em que a empresa vende “a possibilidade de ganhar uma casa” ao

invés dos atributos e benefícios relacionados a cada um de seus produtos, ela

pode estar comprometendo seus resultados de longo prazo e o valor de suas

marcas: Quando o benefício da promoção acabar, pode haver drástica queda

nas vendas e, conseqüentemente, na participação de mercado Marcas

individuais perdem a força.

Necessidade de “anabolizar” novamente a venda dos produtos para

que as vendas reajam ou de reconstruir as marcas, o que certamente exigirá

um alto investimento. A Nestlé não é a única empresa que tem investido mais

em resultados imediatos ao invés de persistir no fortalecimento ou manutenção

de suas marcas ou em outras estratégias possíveis para longo prazo.

Em um cenário econômico desconfortável, com fortes pressões para

resultados de curto prazo, mas em contra partida com o aumento da

participação de ativos intangíveis nos resultados das empresas, estas se vêem

em um conflito: investir nos ativos intangíveis - de maior valor, mas de difícil

mensuração e com efeitos no longo prazo - ou focar em retornos de venda

imediatos?

É preciso considerar que a economia e a sociedade estão em

constante transformação. De acordo com Célia Belém – sócia-proprietária da

consultoria Arquitetura do Conhecimento, entrevistada para a execução deste

trabalho – trata-se da reestruturação do capitalismo. É como se estivéssemos

em um pêndulo: algumas empresas estão se adequando às transformações do

mercado enquanto outras estão na vanguarda em relação a gestão de seus

ativos, até que haja um ajuste e voltemos ao equilíbrio. Parte das empresas

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tem uma visão tradicional, onde investimentos em marca e imagem não trazem

retorno imediato, não podem ser calculados e por essa razão podem ser

postergados ou cancelados. No entanto há aquelas que, apesar das

dificuldades, incorporaram as mudanças do mercado e entraram realmente na

fase da economia do conhecimento: investem em ativos intangíveis, como

capital humano, responsabilidade social e marcas, e buscam meios e modos

de criar indicadores para que esses ativos tão importantes e tão estratégicos

sejam mensurados.

São diversas as ferramentas que podem ser utilizadas na construção

de marcas fortes, assim como são várias as receitas "milagrosas" de sucesso

para as empresas gerirem e avaliarem esses ativos, independentemente do

estágio de evolução, do tipo de produto e da natureza da empresa – sua

missão, seus valores e suas ideologias.

Após a criação e o desenvolvimento de um bom produto, a

propaganda sempre foi uma das principais ferramentas utilizadas para reforço

institucional e construção de marca. Assim, a recente queda do investimento

em publicidade no mundo indicaria um maior foco no curto prazo por parte das

empresas em detrimento de esforços de posicionamento e valorização das

marcas. No passado, a relação entre publicidade e promoção de vendas era

60 / 40. Em AAKER, 1996, a relação já era de 40/60. No entanto, essa

diversificação do investimento em diferentes ferramentas de comunicação

também pode indicar uma estratégia mais holística de se trabalhar o branding,

ou seja, utilizando-se todas as ferramentas pertinentes ao objetivo da empresa.

1.3 – Posicionamento

Um passo importante para que uma empresa construa marcas fortes é

definir um posicionamento bastante claro.

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Posicionamento é o que se faz na mente do cliente em perspectiva, é

manipular o que já está interiorizado na cabeça do prospect, realinhavar

conexões que já existem, colocar pra fora o que está na cabeça dele, transmitir

o que está no imaginário das pessoas. Deve-se pensar de fora pra dentro.

Hoje em dia há uma grande saturação da comunicação, portanto deve-se

concentrar verbas em objetivos bem delimitados. A mente filtra o que recebe e

por isso só assimila o que tem a ver com o seu conhecimento prévio, com a

sua experiência. (RIES, 1999). Por exemplo, a marca Volvo está associada a

segurança. Nesse caso, a propaganda deve fazer com que a segurança seja o

item mais importante na compra de um carro.

O posicionamento deve estar relacionado com a identidade da

empresa, um atributo marcante que deve permear todas as suas ações táticas

e estratégicas. Alguns desses atributos devem estar associados à sua

atividade fim; por exemplo, uma empresa de auditoria deve ter grande

credibilidade para ser aceita no mercado. Mas para gerar valor e criar um

diferencial em relação à concorrência, uma empresa, produto ou marca deve

ter e potencializar um atributo próprio, uma identidade, um destaque. De

acordo com o artigo Fazer a diferença não basta, publicado na edição 779 da

revista Exame, esse diferencial deve atender a três critérios básicos:

1.Criação factível, com controle das variáveis que definem o atributo;

2. Rentável, “caber” dentro do orçamento da marca;

3.Defensável, com poucas chances de contra-ataque;

Um grande cuidado deve ser tomado em relação à criação de novos

produtos e serviços, as extensões de marca: deve-se ter pertinência, cuidado

com o uso abusivo e com a influência na imagem do produto principal. A

identidade da marca deve ser perene e não efêmera, porém flexível de acordo

com as mudanças de mercado. Deve-se atualizar de acordo com as

necessidades do consumidor, mas nunca perder o posicionamento.

Não há como ser o melhor para todos, é preciso se posicionar. As

pessoas são diferentes e por isso têm necessidades diferentes. Como as

tecnologias se tornaram semelhantes (e conseqüentemente a qualidade e

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desempenho dos produtos), é preciso focar na diferenciação obtida pelo

posicionamento, que dificilmente pode ser copiado.

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CAPÍTULO II

MARCAS PRÓPRIAS

O CONCEITO

Segundo a Associação Brasileira de Marcas Próprias (Abmapro), um

produto de marca própria caracteriza-se por ser um produto comercializado

exclusivamente pela organização que detém o controle da marca.

As empresas varejistas de grande porte utilizam essas marcas como

estratégia de intensificação da concorrência no segmento.

Os produtos podem levar os nomes das empresas ou utilizar outra

marca não associada à organização. Possui identidade própria e é fornecido

sob encomenda, atendendo a especificações definidas pelo detentor da marca.

Figura 1: Dois produtos de Marca Própria do Supermercado Mundial

1.1 – Marca Própria versus Marca Exclusiva

Esses dois conceitos se confundem, pois geralmente os varejistas

utilizam o termo “marca exclusiva” para uma marca própria que não seja a

marca da bandeira ou da instituição. A utilização da marca exclusiva se dá

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principalmente, não exclusivamente, quando o varejista quer diferenciar seu

posicionamento estratégico de marca própria para outros níveis (nicho de

mercado, etc.), geralmente em categorias de conceitos subjetivos, como status

e bem-estar, que contemplam produtos como perfumes, bebidas alcoólicas,

alimentos orgânicos, light, diet e outros.

De acordo com o Guia Marca Própria, do Compro/Abras, pode-se

considerar que toda marca própria é exclusiva, pela forma como é

administrada. Aquele que desenvolve nominativa e figurativamente, registra,

desenvolve e comercializa os produtos com determinada marca detém todos

os direitos sobre ela. Logo, é um produto próprio ou exclusivo,

independentemente de qual marca seja, se ela se confunde com a marca

corporativa, com o nome do estabelecimento, ou foi criada somente para

determinado item ou linha de produtos.

1.2 – Estratégia de planejamento das Marcas Próprias

De acordo com o Euromonitor (1998), as três estratégias básicas de

posicionamento para as marcas próprias são preço baixo, cópia e fantasia.

Quando as marcas próprias foram primeiramente introduzidas pelos varejistas,

elas representavam itens de baixo preço e era uma alternativa às marcas

nacionais. Normalmente, elas não desafiavam as marcas líderes em termos de

valor para o dinheiro ou qualidade. Com o tempo, os varejistas perceberam a

importância de melhorar seus programas de marca própria para desafiar as

vendas das marcas nacionais. Para poder alcançar um preço mais alto e uma

participação de mercado maior para suas linhas de marcas próprias, os

varejistas começaram a criar valor adicionado.

A tendência de desenvolvimento que prevalece na Europa é evoluir

para a marca cópia primeiro a partir de um sortimento limitado de marcas

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preço baixo, e então começar a construir uma plataforma maior no nível de

marca fantasia. Cada uma dessas estratégias de posicionamento será

explicada nos parágrafos a seguir.

A estratégia de posicionamento de preço baixo é fortemente

desenvolvida nas redes de desconto.

O que poderia explicar a diferença entre as categorias de qualidade

alta e baixa de marcas próprias? Para Sayman, Hoch e Raju (2001), uma

possibilidade é o fato dos varejistas perseguirem estratégias de

posicionamento diferentes dependendo da qualidade da marca própria que

conseguiram obter. Quando puderem comprar uma marca própria com

qualidade comparável à da marca nacional, os varejistas irão posicioná-la

diretamente contra a marca nacional líder. Quando a qualidade da marca

própria não puder alcançar aquela oferecida pelas marcas nacionais, o

varejista irá tratar o produto como sendo inferior e então se posicionará contra

as marcas nacionais mais fracas.

Outra possibilidade é quando os consumidores simplesmente não

aceitam a posição que o varejista alega para a sua marca. Neste caso, os

consumidores poderão perceber a intenção do varejista de posicionar a marca

própria contra uma marca nacional forte baseado em características

extrínsecas, mas ainda assim não aceitam que a marca própria oferece um

nível de qualidade intrínseca semelhante.

Com relação à estratégia de posicionamento de cópia, Sayman, Hoch

e Raju (2001) perceberam que as marcas próprias geralmente imitam o líder

da categoria para sinalizar qualidade comparável a um preço mais baixo.

Embora a demanda pelas marcas próprias possa aumentar, o lado negativo

dessa estratégia é o fato de a demanda das marcas nacionais alvejadas

poderem diminuir. Como o varejista ganha dinheiro também ao vender as

marcas líderes, esta pode não ser uma estratégia otimizadora. Da mesma

forma, Morton e Zettelmeyer (2000) afirmam que os varejistas podem não

querer imitar uma marca nacional, pois irão obter mais benefício quando as

receitas são maximizadas, o que acontece quando a marca própria é

diferenciada da marca nacional. A Figura 2 apresenta um exemplo de

estratégia de cópia para a categoria de calda (xarope) de chocolate.

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Figura 2: Uma estratégia de cópia

Fonte: Sayman, Hoch e Raju (2001).

Finalmente, a estratégia de posicionamento de fantasia está se

tornando cada vez mais importante para os varejistas. A criação de inovação,

adicionando valor às linhas de marcas próprias, motiva o consumidor a

consumir produtos de mais qualidade, e gera um valor maior de vendas e

lucros. Porém, é a estratégia de maior risco. Em parte, esse valor adicionado

decorre de melhorias feitas nas embalagens dos produtos de marca própria. O

desenho de embalagem para as marcas próprias permite que os produtos

sejam considerados tão atraentes quantos as marcas nacionais líderes.

Originalmente, os produtos de marca própria tendiam a imitar as embalagens

das marcas nacionais.

Segundo KOTLER, 2003:

As marcas de fabricantes possuem, no mínimo, três armas possíveis contra as marcas próprias. Uma é pesquisa e desenvolvimento, porque em muitas categorias de produtos existe espaço para fazer coisas melhores. Lembre se de que a marca de loja não investe em pesquisa e desenvolvimento. A segunda arma é a publicidade. Isso ainda tem bastante influência, e a marca de loja não é anunciada. A boa

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publicidade pode destacar algo atraente na marca industrial do ponto de vista psicológico e fazer com que as pessoas queiram pagar mais por ela. É possível que as pessoas achem até que seu sabor é superior, mesmo que não seja. Existe a expectativa psicológica de que seja. Não consumimos os produtos; consumimos a imagem que temos deles. A terceira arma é o conhecimento profundo da categoria de seu produto que a empresa dona da marca industrial pode ter. Com ele, ela pode ajudar o supermercado a ganhar mais dinheiro. Um exemplo é a Kraft, fabricante de queijos norte-americana. Se o varejista deixar que ela gerencie todos os queijos de que precisa, os queijos feitos por ela, os queijos comprados de terceiros e os queijos do varejista, ela conseguirá colocar todos eles em variados tipos de lojas: lojas para pessoas de alto poder aquisitivo receberão os queijos mais caros e assim por diante. A Kraft é uma especialista em seu segmento de mercado e pode ser extremamente útil para qualquer varejista.

Fonte: Por Alan Mitchell - Marketing Week, www.hsm.com.br

Grandes redes de varejo, que possuem linhas sofisticadas de produtos

de marca própria, estão em posição de introduzir produtos cada vez mais

inovadores, pois os consumidores estão começando a confiar na qualidade

dos itens de marca própria em várias categorias. Tais inovações incluem o

desenvolvimento de linhas biológicas e ecológicas. Este valor adicionado que

os varejistas estão criando com as marcas próprias deve ser suportado pela

infra-estrutura da rede. Para ser bem sucedido, o varejista precisa ser eficiente

em muitas frentes: estoque, displays de mercadorias, ambiente da loja, serviço

para o cliente e serviço pós-venda.

1.3 – Marca Própria é sinônimo de economia

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Buscar produtos de marcas próprias, como os de grandes redes

varejistas de alimentos, pode gerar uma economia de até 20% em relação às

marcas líderes, sendo uma ótima opção, com a mesma qualidade, em tempos

de inflação crescente. O repasse de custos para o consumidor ocorre de forma

menos agressiva nesses itens, explica a Abmapro, a associação do setor. Em

2007, a participação dos produtos próprios nas vendas dos supermercados

cresceu 27,3%, de acordo com pesquisa da Nielsen. O fantasma da inflação

ronda os lares brasileiros e obriga os consumidores a adequarem o salário aos

gastos com as compras nos supermercados. Com a diminuição do poder

aquisitivo, o consumidor tem três opções para contornar os aumentos: comprar

menos, substituir produtos ou ainda procurar por ofertas e preços menores.

Nesse cenário, os artigos de marca própria têm se tornado uma ótima

alternativa, já que chegam a custar muito menos do que as marcas líderes e

apresentam a mesma qualidade. "Eles oferecem uma oportunidade de

economia, por não trazerem embutido no preço altos gastos com mídia ou

marketing, e têm por trás o aval de qualidade de uma bandeira de

supermercado", afirma Neide Montesano, presidente da Abmapro - Associação

Brasileira de Marcas Próprias e Terceirização.

Ao trocar uma cesta básica de produtos de marcas tradicionais por

uma composta apenas por itens de marca própria, o consumidor levará para

casa a mesma qualidade, sem deixar nenhuma mercadoria fora do carrinho. É

a chamada "lei do preço comparado", ou seja, o aumento dos preços dos

insumos atinge toda a cadeia, mas a relação de diferença no valor entre os de

marca própria e os de marcas líderes se mantém, apresentando-se como uma

excelente opção de compra. "Em decorrência do aumento do volume das

vendas de marca própria nos últimos anos, os fornecedores conseguiram

adquirir uma capacidade de negociação que permite repassar os custos de

uma forma menos agressiva", explica a presidente da Abmapro.

De fato, pesquisas recentes comprovam que a marca própria ocupa

cada vez mais espaço no mercado do País e, muito tempo antes da alta dos

índices de inflação, eles já eram uma alternativa aprovada pelo brasileiro.

Apenas em 2007, de acordo estudo da Abras, realizado em parceria com a

Nielsen, as marcas próprias aumentaram a participação nas vendas dos

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supermercados em 27,3%.Para este ano, a Abmapro estima que o setor deva

crescer 20%, no mínimo (leia mais no portal da Abmapro). "Marca própria já é

uma realidade há muito tempo no exterior e, no Brasil, vem conquistando cada

vez mais participação nas vendas de todo o varejo", diz Neide

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CAPÍTULO III

Mercado Varejista

Produtos de marca própria são um ótimo negócio para fabricantes,

varejistas e consumidores. Uma prova disso é que, de acordo com dados do

14º Estudo Anual de Marcas Próprias 2008, da Nielsen (www.br.nielsen.com),

divulgado recentemente, o número de itens de marca própria cresceu 31%

entre agosto de 2007 e julho de 2008, alcançando um total de mais 45 mil

produtos disponíveis em 25% das 644 empresas participantes da pesquisa.

“O trabalho conjunto entre indústria e varejo será fundamental para entender o

comportamento e as necessidades do consumidor e fazer com que a marca

própria cresça cada vez mais”, afirma Neide Montesano, presidente da

Abmapro, Associação Brasileira de Marcas Próprias e Terceirização. O

destaque desse crescimento vai para os itens da cesta alimentar, bebidas e

limpeza para atacadistas e de têxtil e bazar para os supermercados.

De acordo com o estudo da Nielsen, os itens de marca própria estão cada vez

mais presentes nos lares brasileiros, alcançando quase metade das

residências do País (48,9%), o que equivale a aproximadamente 18 milhões de

domicílios.

O número de organizações que trabalham com marca própria e participaram

do estudo permanece estável. Os supermercados concentram grande parte de

seus itens de marca própria na cesta alimentar, as farmácias na de higiene e

saúde e os atacados em todas as cestas, com destaque para têxtil e bazar.

O levantamento aponta que, apesar de 81% do setor estar posicionado como

low price (preço baixo), os produtos premium (produtos de posicionamento de

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preço mais alto) também têm destaque. Além disso, a penetração das marcas

próprias é maior nas classes A e B (54,7%), mas também ocupa espaço nas

classes C, D e E (47,5%). O perfil dos maiores consumidores de marcas

próprias é “maduro bem-sucedido”, uma das seis classificações por estilo de

vida utilizadas pela Nielsen, nível sócio-econômico alto e médio-alto, e lares

com quatro ou cinco pessoas.

Das empresas que participaram do estudo, 25% delas oferecem produtos de

marca própria ao consumidor. Do total de itens disponíveis no mercado, 83%

estão nos supermercados, 15% no atacado e 2% nas farmácias. No período da

pesquisa, 45% das 187 categorias auditadas pela Nielsen registraram

crescimento em marcas próprias.

A Europa continua sendo a região onde as marcas próprias têm o maior nível

de desenvolvimento. Suíça (46%) e Reino Unido (43%) são os países onde a

marca própria tem maior participação. Com exceção da Bélgica, Alemanha e

Finlândia, que tiveram leve retração, todos os mercados apresentam

crescimento na participação em valor das marcas próprias.

Nos EUA, as marcas próprias ganham importância, com participação de 16%

nas vendas, em valor, realizadas nos supermercados, drogarias e varejo em

geral. Na América Latina, a Argentina é o país com maior penetração das

marcas próprias, com 7,7% de participação em valor.

1.1 – Evolução das Marcas Próprias no Brasil

No Brasil, as marcas próprias tiveram início com os “produtos

genéricos”, no início do século 20, chamados assim porque não tinham

diferenciação e nenhum tipo de controle, análise qualitativa diferenciação.

Produtos como arroz e feijão eram acondicionados em embalagens

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identificadas apenas com a designação do produto (arroz, feijão etc.). A

qualidade e o valor agregado eram baixos e o seu principal diferencial era o

preço.

Na década de 70, os varejistas começaram a estampar a marca de

suas lojas nos produtos, criando uma linha capaz de competir com as

tradicionais. Na década de 80, com a chegada ao Brasil de novas bandeiras do

varejo mundial, a MP foi se desenvolvendo como uma nova forma de

diferenciação e competição do varejo no mercado. Aumentaram-se os

investimentos em qualidade e valor agregado, mas o maior diferencial

continuou a ser o preço.

Em meados dos anos 1990, houve uma explosão de crescimento das

marcas próprias e o conceito se expandiu por todo o país. A influência

internacional e a estabilização econômica, em meados da década, foram

primordiais para isso. O intercâmbio de idéias e a importação de produtos de

marca própria com padrões de qualidade internacional, os quais passaram a

competir com as marcas líderes no mercado brasileiro, foram fundamentais

para a alavancagem das MP no país.

sse cenário se consolidou com a instituição do Código de Defesa do

Consumidor (CDC), que provocou a profissionalização do mercado e deu novo

rumo às MP, que passaram a ter como critério de diferenciação a qualidade,

valor agregado e custo–benefício.

Atualmente, as MP passam por uma nova fase de evolução, definida

por alguns especialistas como a quarta geração. O foco maior dos varejistas é

ter uma MP com qualidade igual ou até superior a das marcas de referência.

Em vez de preço, hoje o maior diferencial é o de melhor produto.

De acordo com o site da Associação Brasileira das Marcas Próprias e

Terceirização - ABMAPRO, A história das marcas próprias no Brasil inicia-se

com os produtos chamados genéricos. Estes eram assim nomeados porque

não continham diferenciação entre si e não dispunham de nenhum tipo de

controle, diferenciação ou análise de qualidade. Na verdade eram

considerados e entendidos como produtos de fundo clandestino.

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Ainda de acordo com a Associação Brasileira de Marcas Próprias e

Terceirização, muitos anos depois já batizadas de Marcas Próprias, elas se

tornarão uma tendência altamente internacional, pois nasceram de uma

atividade adotada nos Estados Unidos, no início da década de 70, onde os

varejistas começaram a estampar a marca de suas lojas nos produtos, criando

uma linha capaz de concorrer com as tradicionais. Algum tempo depois, de

acordo com a observação de mercado, a Europa tendo visualizado que esta

seria uma proveitosa experiência, também adotou como prática de mercado

esses produtos e serviços de marcas genéricas.

O site da ABMAPRO defende ainda que o boom das marcas próprias

rompeu barreiras, e se instalou nos quatro cantos do mundo. Atualmente esta

é uma atividade comum no mercado mundial, o que vem comprovando que a

adesão a este tipo de atividade e o seu sucesso não ocorreu por mero acaso.

De acordo com Pinho (1996), também conhecidas como produtos de

marca exclusiva, ou produtos sem marca, as Marcas Próprias nada mais são

do que uma marca de propriedade e uso de um estabelecimento específico.

Elas foram desenvolvidas com o intuito de gerar uma oportunidade para a

criação de uma nova vantagem competitiva no mercado.

O conceito de produto genérico foi uma resposta das grandes redes de

supermercados e hipermercados à crescente motivação do consumidor em

relação ao preço, em uma época de forte retração econômica. Sem os custos

elevados da embalagem, rotulagem e proteção legal, os produtos sem marca

possibilitaram preços mais baixos do que os artigos similares sem marca,

adaptando experiências já consolidadas na Europa e Estados Unidos. (Pinho,

1996, p. 22)

Diante das afirmações do autor acima, nota-se que as Marcas Próprias

servem como estratégia de conquista e manutenção das empresas

supermercadistas no mercado, na verdade elas aumentam para os

consumidores o poder de escolha em suas aquisições, pela mesma qualidade

e preços muito abaixo dos normalmente praticados no mercado.

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Uma marca existe primordialmente para alavancar um produto, por

meio da identificação junto ao consumidor e da diferenciação dos

concorrentes. A definição de marca própria (MP), por sua vez, diz respeito

especificamente àqueles produtos ou marcas que pertencem aos varejistas,

atacadistas, associações ou qualquer outro distribuidor de bens de consumo,

registrados e comercializados com exclusividade.

Os produtos com marcas dos hipermercados custam normalmente

entre 5% e 15% menos do que as marcas lideres de mercado e,

adicionalmente, trazem inúmeras vantagens ao consumidor e ao varejista. A

venda é mais fácil, por se uma alternativa mais econômica, sem prejuízo da

qualidade. As marcas próprias ainda conseguem atrair novos fregueses para

as lojas, já que os preços baixos permitem promoções constantes. Enfim,

representam um diferencial perante a concorrência, contribuindo para reforçar

a identidade do supermercado junto ao publico. (Pinho, 1996, pág.23)

De acordo com o que defende a ABMAPRO, as boas experiências

vivenciadas pelos consumidores, ao adquirirem esses produtos, acabaram por

desmistificar toda e qualquer tipo rejeição proveniente da falta de costume ou

até mesmo da falta de experiência em relação ao consumo voltado a produtos

e serviços que não possuíam marcas renomadas, conhecidas e respeitadas

pela opinião publica. Diante disso, os consumidores ao adquirirem produtos de

marcas próprias puderam verificar a qualidade atribuída aos mesmos, o que

conseqüentemente gerou a prática em adotar cada vez mais estas, e o que faz

com que elas permaneçam no mercado estabelecendo crescimento de vendas,

mesmo com a economia nacional já tendo adentrado a padrões estáveis.

O site da ABMAPRO ainda cita que, sabe-se que redes varejistas de

renome como Wal-Mart, o Grupo Pão-de-Açúcar e Carrefour, atualmente são

identificadas como as três principais empresas no mercado de marcas próprias

(seguidas como outras empresas renomadas como o Extra e demais

concorrentes), esses dados são calculados de acordo com o número de itens

vendidos. Essas empresas atingiriam essa condição no ranking varejista,

porque adotaram estratégias de venda que conseguiram suprir a necessidade

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real de seus clientes, se tornando estrategistas vitoriosas. E cita ainda que as

oportunidades surgem graças às mudanças fundamentais que ocorrem no

mercado, ou também através da incapacidade da concorrência em atender

determinada demanda ou necessidade. Sendo assim, percebe-se que as redes

varejistas voltadas a produtos de marcas próprias, viram nestas, uma

oportunidade real de suprir as necessidades de seus clientes com produtos de

qualidade comprovada e respeitada, mas com preços abaixo do oferecido pela

concorrência.

A vantagem diferencial pode ser criada com base em qualquer ponto

forte ou nas competências específicas da empresa em relação à concorrência.

Os fatores fundamentais que devem nortear a criação da vantagem residem no

fato de que ela deve ser um valor para o cliente (preço menor, melhor

qualidade, melhor atendimento) ao mesmo tempo em que se emprega uma

aptidão da empresa que seja difícil para a concorrência copiar.

Um exemplo disso foi à vantagem competitiva desenvolvida pelo

Carrefour, como cita a ABMAPRO, que apostou no segmento de produtos light.

Assim, ele colocou em suas gôndolas produtos distribuídos em cinco

categorias - light, diet, orgânicos, funcionais e à base de soja, enriquecidos

com fibras e grãos. Produtos com preços entre 25% e 35% menores quando

comparado com os produtos concorrentes de outras empresas líderes de

mercado.

Nota-se que é normal que se compare as marcas próprias dos

supermercados, aos produtos genéricos (medicamentos), pois estes também

se afirmam dentro dos padrões de preços muito menores do que os exercidos

pelo mercado, no entanto, há uma grande diferença entre estas duas peças

fundamentais, ou seja, os produtos genéricos (medicamentos), não tem marca

e acabam por se caracterizar pela substancia que apresentam. Além disso, o

interesse dos laboratórios que os distribuem se voltam para a fabricação. Já

nos produtos de marcas próprias o interesse vai muito mais além fabricação,

ou seja, se voltam para a comercialização.

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1.2 – Mercado das Marcas Próprias no Mundo

A Europa continua sendo a região onde as marcas próprias têm o

maior nível de desenvolvimento.

Com exceção da Bélgica, Alemanha e Finlândia, que tiveram leve retração,

todos os mercados apresentam crescimento na participação em valor das

marcas próprias, com destaque para a Espanha, na Europa, e para a

Eslováquia, no Leste Europeu.

Nos EUA, a participação das marcas próprias é de 15,2% nas vendas,

em valor, realizadas nos supermercados, drogarias e varejo em geral (Fonte:

13º Estudo de Marcas Próprias Nielsen)

O país com a maior penetração de Marcas Próprias na América Latina

é a Argentina, com 9,5% de participação em valor, seguida por Chile (6,3%),

Colômbia (5,5%), Brasil (5,4%) e México (5,3%). Na Venezuela, a participação

das marcas próprias é de 1,3%.

A participação das marcas próprias no varejo brasileiro é de 5,4% em

valor, conforme o 13° Estudo de Marcas Próprias realizado pela Nielsen. De

acordo com o estudo, o volume de vendas cresceu 25,7% e em valores,

22,3%, no período de julho de 2006 a junho de 2007, enquanto as marcas

tradicionais registraram crescimento de 8,4%, em volume, e 5,5%, em valores.

Isso representa um aumento de 5,9% do volume de vendas das marcas

próprias, em 2006, para 6,8%, em 2007, e em valores, de 4,8% para 5,4%.

A expectativa é que a participação do segmento cresça ainda mais e

constantemente, em razão da seriedade dos projetos das empresas

fabricantes e varejistas. O desafio e a prioridade do setor continua sendo

intensificar a comunicação para que o consumidor confie ainda mais na

qualidade dos produtos.

O aumento das vendas e do volume das marcas próprias no varejo é

reflexo do aumento de sua presença nos domicílios brasileiros. O estudo da

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Nielsen revela que eles estão presentes em aproximadamente 13,5 milhões de

residências no país, quantidade 1,8% maior, em números absolutos de

domicílios, em comparação com os dados apurados em 2006. Mostra ainda

que os "conscientes" e "maduros bem-sucedidos", duas das seis classificações

por estilo de vida utilizadas pela Nielsen, são os maiores consumidores de

marcas próprias. Apesar das diferenças em termos de hábitos de consumo,

ambos os grupos "convergem na importância da relação qualidade–preço".

No setor supermercadista, 31% das empresas consultadas oferecem

ao consumidor itens de marca própria. Nas três maiores companhias

supermercadistas do país (Carrefour, Pão de Açúcar e Wal-Mart), o número

total de mercadorias desse tipo diminuiu 18,5%, no último ano. A principal

razão foi a redução da oferta de têxteis em geral.

Fonte: 13° Estudo de Marcas Próprias Nielsen

1.3 – Desafio para os fabricantes

O avanço das chamadas Marcas Próprias no mercado brasileiro é um

tema extremamente rico para que seja analisada a relação Varejistas X

Fabricantes Líderes, as oportunidades, estratégias de negócio e desafios para

cada uma das partes. Conceitualmente, a Marca Própria caracteriza-se por ser

um produto vendido exclusivamente pela instituição varejista que detém a

propriedade daquela marca. Esse produto pode levar o nome da empresa ou

utilizar uma outra marca que não seja necessariamente o nome da

organização.

Na teoria, parece não haver dúvidas quanto às vantagens associadas

à Marca Própria. Produtos de marca própria podem custar até 20% menos do

que as marcas líderes, uma vez que não trazem embutidos os altos custos do

fabricante com marketing ou mídia, por exemplo. E mais, em situações de crise

econômica, os consumidores tendem a ser mais flexíveis em relação à

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experimentação de novos produtos em busca dos melhores preços. Já do

ponto de vista do Varejista, um dos benefícios fundamentais da Marca Própria

é a fidelização do cliente, já que se cria uma associação direta de determinado

produto com a empresa e o consumidor sabe que aquele item só será

encontrado naquela rede varejista específica. Também já há bons exemplos de

marcas próprias com posicionamento de preço acima das marcas líderes, fruto

de trabalhos refinados de marketing, como é o caso da Taeq, linha de produtos

saudáveis do Grupo Pão de Açúcar.

Apesar dessas vantagens e do crescimento que as Marcas Próprias

registraram no Varejo brasileiro nos últimos anos, esse mercado ainda é muito

pequeno por aqui se comparado ao de países da Europa. Para se ter uma

idéia, na Suíça e no Reino Unido, a participação em valor de Marcas Próprias é

de aproximadamente 40%. Na Alemanha, é de mais de 30%. Os EUA são

outro exemplo de sucesso das Marcas Próprias. Lá, elas aparecem em 75% de

todas as categorias de bens de consumo de massa, detendo a posição de

liderança em 25% das categorias. Já nos países da América Latina, a

penetração fica na faixa de 5% a 6%, em média. Há que se ressaltar que no

Varejo brasileiro, o grau de penetração muda em função do ramo: no setor de

moda as marcas próprias estão fortemente presentes em todos os grandes

players, ao passo que em decoração e materiais de construção quase não se

discute o tema ainda. No meio do caminho temos o setor supermercadista,

com iniciativas interessantes e a certeza de que as marcas próprias devem sim

ser trabalhadas.

Um dos pontos fundamentais é a necessidade de usarem a seu favor

os dados que podem ser obtidos a partir do perfil de consumo dos clientes. Os

varejistas precisam transformar em conhecimento de negócio as informações

que têm sobre os hábitos de consumo dos diversos públicos em seus pontos

de venda. Esse conhecimento sobre o perfil de consumo é que vai determinar

o posicionamento da marca. Ao contrário dos fabricantes, que precisam

comprar – muitas vezes pagando alto – por pesquisas de mercado sobre perfil

de consumo, os varejistas podem obter essas informações diretamente a partir

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de seu dia-a-dia de negócios. Precisam, portanto, fazer uso estratégico desses

dados.

Um caso de sucesso nesse tipo de iniciativa é o da Tesco, maior grupo

varejista da Inglaterra. Em cada unidade, a empresa vende por meio de suas

marcas próprias exatamente o que o público de determinada região quer. Para

produtos básicos, oferece preços altamente competitivos, mas vende também,

por valores elevados, mercadorias “Premium” para a classe A. Cada loja da

Tesco oferece pelo menos três opções e marca própria da rede, com

diferentes preços.

O exemplo da Tesco e a própria realidade do mercado brasileiro

mostram que a oportunidade existe e é significativa para os Varejistas. O

desafio é, no entanto, investir em gestão da marca, portifólio de produtos e

posicionamento, trabalhando sempre com fornecedores confiáveis. Em

resumo, Marca Própria é uma estratégia promissora, desde que haja uma boa

gestão.

Do lado dos Fabricantes líderes, a realidade mundial sinaliza que o

crescente avanço das marcas próprias é algo irreversível no atual cenário da

competição. Barrar esse crescimento é praticamente impossível e o desafio é,

portanto, encontrar meios de se manterem na condição de líderes em um

mundo em que a concorrência vai ditar cada vez mais os rumos dos negócios.

Investimento pesado e agressivo em marketing pode ser um dos caminhos,

desde que as iniciativas sejam pautadas por métodos de inteligência de

mercado. Eficiência logística e operacional é outra questão significativa. Como

alternativa ao avanço das marcas próprias, muitos fabricantes já vêm

trabalhando com seus próprios canais de venda, como as lojas próprias e a

Internet, por exemplo, precisando investir, conseqüentemente, em ferramentas

eficazes de CRM.

Como se viu, a tendência de crescimento das marcas próprias no

Brasil ainda vai trazer muitos desdobramentos ao mercado e as melhores

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oportunidades serão conquistadas pelos players que estiverem mais bem

preparados sobretudo em relação ao entendimento sobre o que o consumidor

deseja. Com a competitividade em níveis cada vez mais elevados, o cliente é o

ponto central. Você conhece o perfil de seu cliente? Sabe o que ele deseja e

como espera ser atendido? Investe continuamente para que o atendimento

seja o melhor possível? Sem estratégias definidas para essas questões, tanto

varejistas como fabricantes terão problemas seja qual for o rumo trilhado pelo

segmento de marcas próprias.

Kotler afirma que a marca própria pode ser definida como uma marca

que pertence a um varejista ou atacadista, utilizada em uma linha ou variedade

de itens sob distribuição controlada ou exclusiva. Cada vez mais , as marcas

estão sendo utilizadas para diferenciar os varejistas e fazer contraponto ao

poder de seus fornecedores.

Atualmente as marcas próprias, têm chamado atenção na Europa e no

Brasil, devido as altas taxas de crescimento que têm apresentado, nos últimos

anos. São vários os fatores que explicam esse crescimento. A primeira razão é

o fato dos varejistas estarem buscando vantagens competitivas nas marcas

oferecidas, tentando usar as marcas próprias para aumentar suas margens de

lucro. Além delas oferecerem aos varejistas uma margem de lucro mais alta,

comparado á dos produtos de marcas nacionais.

Outra razão para o crescimento das marcas próprias, e provavelmente

o mais importante, é o preço; porque os produtos de marcas próprias são em

geral de 15% á 40% mais baratos do que os de marcas nacionais. Como a

qualidade dos produtos tem melhorado cada vez mais, os consumidores ficam

com a impressão de que geram mais valor para seu dinheiro, quando compram

produtos de marcas próprias, além de fazer uma economia considerável em

seus gastos; passando a preferir marcas próprias a marcas nacionais.

Têm-se observado no Brasil, nos últimos anos, diversas fusões e

aquisições realizadas pelas principais cadeias de supermercados, que

compraram seus concorrentes para obter um porcentagem maior do mercado

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varejista. Embora tenha reduzido o número de participantes, essa tendência

não deteve a expansão das linhas de produtos e a introdução de novos.

No Brasil a categoria de produtos com pouca diferenciação e baixo

risco de desempenho funcional possuem maior probabilidade de sucesso no

mercado de marcas próprias orientado para o preço, como por exemplo,

produtos de limpeza.

O grupo Pão de Açúcar (Extra), é uma das redes pioneiras no

lançamento de marcas próprias, ele conta com uma variedade de produtos no

setor de alimentos, higiene pessoal e limpeza. Este perfil têm crescido a cada

ano, e para melhorar a qualidade dos produtos de marcas próprias, o Grupo

Pão de Açúcar passou a fazer testes e pesquisas junto aos consumidores e a

planejar a longo prazo os lançamentos.

De acordo com a ABRAS (Associação Brasileira de Supermercados),

Revista Gôndola-Maio/2008 nº.153 p.24 e 32 - a participação do Grupo Pão de

Açúcar foi de 13,3% das vendas do setor de marcas próprias. Segundo eles,

este crescimento continuará ocorrendo, não somente no setor varejista de

alimentos, mas também em outros segmentos do setor de varejo. Por exemplo,

os hipermercados devem ganhar terreno nos campos de vestuário, bazar,

eletrônicos, móveis, produtos para o lar e de outras categorias não-alimentícias

devido à carência de lojas especializadas no Brasil. O grande foco do grupo é

em regiões onde eles possam fortalecer sua marca, como parte de sua

estratégia, eles têm se concentrado nas necessidades e expectativas dos

diversos consumidores, desenvolvendo formatos de lojas adequados aos

diferentes níveis de renda dos consumidores.

Mas nada impede que o Grupo Pão de Açúcar continue investindo em

novas estratégias, a fim de garantir a qualidade e a confiança do consumidor.

Sendo assim ele também passou a atuar com novos nomes fantasia para cada

tipo de produto, todos identificados pelo selo Qualitá. Um exemplo é o palmito

Pap`s, que compete com o líder de mercado do segmento e, é líder de vendas

no Grupo Pão de Açúcar. Toda linha de produtos que recebem este selo

Qualitá, tende aos mais altos padrões de qualidade e oferece uma grande

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variedade de opções nas mais diversas áreas: de limpeza a utilidades do lar,

de bebidas a enlatados e conservas. Antes de receber esse selo, os produtos

são testados e analisados, com controles e inspeções que obedecem às mais

rígidas regras de qualidade e higiene na escolha dos ingredientes, no processo

de produção e armazenamento. Os produtos competem igualmente com os

líderes de mercado, oferecendo qualidade e preços de 10% a 20% mais

baratos, porém outros produtos podem chegar a ter um preço equivalente ou

superior aos produtos das marcas líderes.

Dentre as estratégias usadas pelo grupo Pão de Açúcar, a que mais

tem se destacado é a de fidelizar clientes, com utilidades que só podem ser

encontradas nas lojas do grupo. Esta é a forma de oferecer aos clientes mais

uma opção de compra com total garantia de satisfação. Para o Grupo o que

garante o retorno do cliente à loja é a oferta da melhor qualidade. Com essa

mudança de estratégia as vendas dos produtos cresceram 50%, e alguns

produtos de marca própria já conquistaram a preferência do consumidor e

estão vendendo mais do que os produtos líderes. É o caso da geléia que

responde 71% das vendas na categoria, o mesmo tem acontecido com os ovos

(60%) e ervilha (37%). Neste ano de 2008, o Grupo Pão de Açúcar está

lançando o leite integral, semi-desnatado e desnatado, acredita-se que este

produto cairá bem na preferência do consumidor.

Ainda pensando em estratégias, o Grupo Pão de Açúcar, anunciou a

inauguração de um centro de inovação dentro do segmento de marcas

próprias. O centro dará suporte e ampliará as estratégias de diferenciação e

lançamentos de produtos, além de aumentar a participação dos produtos no

faturamento dos segmentos em que a categoria está presente.

Atualmente as marcas próprias estão sendo valorizadas e

reconhecidas pelos consumidores, e estão concorrendo diretamente com as

marcas líderes, inclusive na faixa de preço ( com preços iguais ou um pouco

menores), e também com preços menores, que não concorrem diretamente

com as marcas líderes de mercado.

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O grupo Pão de Açúcar, pretende seguir essa tendência de mercado

mantendo os mais de 400 itens de marcas próprias. Hoje as marcas próprias

representam 20% das vendas de cada categoria de produto, e a qualidade é o

principal atributo para a boa aceitação do produto, devendo ser homogênea

para toda linha, além do preço justo, e do posicionamento do produto que é o

de oferecer embalagem atrativa, criativa e prática, além de garantir quantidade

suficiente do produto na gôndola. Sua estratégia bem-sucedida foi apresentada

no primeiro seminário sobre marcas próprias promovido pela Associação

Brasileira de Supermercados (Abras). Esse seminário segue o atual boom das

marcas próprias, que se tornaram uma grande estratégia cada vez mais

procurada por todas as grandes redes varejistas.

O Grupo Pão de Açúcar possui diferentes concorrentes em cada um

dos mercados em que operam, como o setor organizado de varejo de

alimentos, assim como com diversas redes familiares de varejo de alimentos

de médio e de pequeno porte que, respondem por cerca de 50% das vendas

do setor varejista de alimentos.

O maior concorrente do hipermercado Extra é o Carrefour, rede

francesa líder de varejo de alimentos que, em dezembro de 2006, operava com

lojas de varejo, principalmente nas regiões sudeste e sul do Brasil. Ele volta á

primeira colocação no ranking ao registrar faturamento de R$19,3 bilhões em

2007 e recupera a posição após ser ultrapassado desde 2000 pelo Grupo Pão

de Açúcar, que passou à segunda colocação na pesquisa da Abras/2008.

Desde 1989, quando o grupo Carrefour começou seu desenvolvimento

em marcas próprias no Brasil, a rede já possui hoje cerca de 2,5 mil produtos,

divididos entre as marcas Carrefour, de alimentos, higiene e limpeza, itens

para casa e para o lar e eletro-eletrônicos. Segundo Maurício Ribeiro, gerente

de marcas próprias do Grupo Carrefour, o mercado no Brasil ainda está muito

abaixo do seu potencial, se comparando com a participação das marcas

próprias nas vendas do canal varejista em outros países, principalmente a

Europa. Ele afirma que, para o Carrefour, a vantagem das marcas próprias

está em oferecer aos clientes produtos com a mesma qualidade dos líderes de

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mercado, por um preço em média 15% menor. Pensando em garantir

qualidade dos seus produtos, o Carrefour promove auditorias nas fábricas

terceirizadas e análises dos itens fabricados.

Atualmente o Carrefour está reformulando a identidade visual de sua

linha de marcas próprias, visualmente as embalagens antigas não tinham

grande destaque e não transmitiam todo benefício do produto. Com a nova

identidade visual e bons lançamentos, a empresa passa a ter muita força no

ponto-de-venda; e vêm reforçar a idéia de que os produtos marca própria

Carrefour têm qualidade comparável ás melhores marcas do mercado e preços

mais competitivos. É desta forma quer o Carrefour, pretende se estabelecer

como número 1 em vendas de produtos de marcas próprias.

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CONCLUSÃO

O objetivo principal dessa monografia foi estudar como as marcas

próprias surgiram e como a utilização delas no varejo de supermercados tem

crescido e ganhado importância. Ainda, analisou-se como a marca própria

contribui para o fortalecimento de marca e do valor percebido pelos

consumidores, avaliando os aspectos positivos e negativos de sua utilização

no mercado varejista.

Para tal, procurou-se conceituar o histórico de marcas e

posicionamento, varejo e marcas próprias.

Durante os estudos e a revisão bibliográfica, percebeu-se que o tema

gestão de marcas tem ganhado força nas estratégias de marketing das

empresas e no caso do varejo supermercadista, as marcas próprias são

ferramentas importantes para a gestão bem sucedida das marcas corporativas

das empresas.

Através das análises foi identificado também que as marcas próprias

hoje têm papel importante na fidelização e retenção dos clientes ao possibilitar

produtos de qualidade superior e exclusivos. Seguindo uma tendência mundial,

as empresas têm transformado suas marcas próprias em marcas premium,

diferentemente de quando as marcas próprias surgiram, como marcas de

combate com preço mais baixo e qualidade inferior.

Ao se analisar os casos do Grupo Pão de Açúcar e também da Rede

Sales, verifica-se que o Grupo Pão de Açúcar apostou na criação e na gestão

de suas marcas próprias. Hoje cada bandeira do grupo possui sua marca

própria e são mais de 3600 itens que são comercializados sob as marcas do

grupo. As marcas próprias recebem investimento e são posicionadas como

Premium sendo o Grupo Pão de Açúcar foi pioneiro no lançamento da marca

TAEQ, que é vendida em todas as lojas do grupo.

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O estudo realizado sobre as marcas próprias é relevante por indicar

uma tendência que a utilização dessas marcas será cada vez mais recorrente

e necessária frente à crescente concorrência e busca por diferenciação no

setor do varejo de supermercados.

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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

ESTRATÉGIA DE MARCAS PRÓPRIAS - HARVARD BUSINESS SCHOOL

PRESS autor: Nirmalya Kumar e Jan-Benedict E. M. Steenkamp fornec.:

M.Books Editora, 2008

Guia Marca Própria, do Compro/Abrasc, 2001

Kotler Philip, Administração De Marketing 10ª Ed. 2000. Editora. Prentice

Hall

Nascimento, Roberto; Gestão Estratégica de Marcas Próprias. Editora

Brasport. 2ª edição, 2008.

Nascimento, Roberto; Marcas Próprias. Editora Brasport. 1ª edição, 2005.

PINHO, J. B. O poder das marcas. 2ª edição. São Paulo: Summus, 1996.

Revista Exame, edição 757. Jornalista Nelson Blecher.

Web grafia

www.abmapro.org.br - acessado em 14/04/2009

www.supermercadomundial.com.br – acessado em 10/05/2009

www.hsm.com.br – acessado em 10/07/2009.

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BIOGRAFIA CITADA

ESTRATÉGIA DE MARCAS PRÓPRIAS - HARVARD BUSINESS SCHOOL

PRESS autor: Nirmalya Kumar e Jan-Benedict E. M. Steenkamp fornec.:

M.Books Editora, 2008

Kotler Philip, Administração De Marketing 10ª Ed. 2000. Editora. Prentice

Hall

Nascimento, Roberto; Gestão Estratégica de Marcas Próprias. Editora

Brasport. 2ª edição, 2008.

Nascimento, Roberto; Marcas Próprias. Editora Brasport. 1ª edição, 2005.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 7

SUMÁRIO 8

INTRODUÇÃO 9

CAPÍTULO I

Definições de Marcas 11

1.1 - Histórico 11

1.2 - A construção de marcas fortes 14

1.3 – Posicionamento 16

CAPÍTULO II

Marcas Próprias 19

1.1 – Marcas Próprias versus Marcas exclusivas 19

1.2 – Estratégias de planejamento das Marcas Próprias 20

1.3 – Marca própria é sinônimo de economia 23

CAPÍTULO III

Mercado Varejista 26

1.1 – Evolução das Marcas Próprias no Brasil 27

1.2 – Mercado de Marcas Próprias no Mundo 32

1.3 - Desafio para os fabricantes 33

CONCLUSÃO 41

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 43

BIBLIOGRAFIA CITADA 44

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ÍNDICE 43

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

Título da Monografia: MARCAS PRÓPRIAS - De oportunidade A Estratégia

de Negócios

Autor: Fábio Frescorato Ventura

Data da entrega: 02/08/2009.

Avaliado por: Conceito: