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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO
Por: Maria Risomar de Souza
Orientador
Prof. Fabiane Muniz
Rio de Janeiro
2008
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes como requisito parcial para
obtenção do grau de especialista em Gestão de
Recursos Humanos.
Por: Maria Risomar de Souza.
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AGRADECIMENTOS
...a Deus, aos meus pais, irmãos,
amigos e professores que direta ou
indiretamente contribuíram para a
confecção desse trabalho acadêmico...
4
DEDICATÓRIA
...dedico ao Grande Arquiteto do
Universo, que me concedeu a vida e
sempre me acalma nos momentos
difíceis...
5
RESUMO
O individuo é o ponto central de uma administração que pretende
garantir a qualidade de vida no trabalho.
A conciliação entre a vida pessoal e a profissional é, muitas vezes,
complicada por circunstâncias, historia e sorte, sem que a realidade leve em
grande consideração nossas metas e anseios pessoais. Quase todos nós
fazemos algum sacrifício pessoal em beneficio da carreira, para perder menos
ou ganhar mais satisfação.
Diante da temática acima, este trabalho faz uma retrospectiva do
conceito de Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) até os dias atuais. Analisa
a contribuição dada por alguns pesquisadores nesse campo de estudo e
identifica as suas dimensões. Além disso, será avalia as dificuldades e
obstáculos enfrentados para a adequada implementação de programas de
QVT. Aborda, ainda, a conduta workholic, predominante na direção de muitas
empresas, e por fim conclui que há muito a fazer para transformarmos o
ambiente de trabalho num local melhor para o nosso desenvolvimento e
evolução.
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METODOLOGIA
Para elaboração e criação desta monografia foi feita vastas pesquisas
bibliográficas que compreende em livros, jornais, revistas, artigos e internet. .
Posso cita como principais livros de consultas os livros ”Qualidade de Vida no
Trabalho” de Ana Cristina Limong e “Qualidade de Vida no Trabalho” de
Marcus Vinicius Rodrigues.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - Origem e Evolução - QVT 10
CAPÍTULO II - Conceitos e Dimensões – QVT 17
CAPÍTULO III – Dificuldades e Obstáculos - QVT 24
CONCLUSÃO 30
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 31
BIBLIOGRAFIA CITADA (opcional) 33
ANEXOS 34
ÍNDICE 51
FOLHA DE AVALIAÇÃO 52
8
INTRODUÇÃO
O objetivo deste trabalho é tratar da Qualidade de Vida no trabalho,
como um todo, mais principalmente visualizando o indivíduo como ponto
central, de uma administração que pretende garantir qualidade de vida no
trabalho
Nesta virada de milênio tem sido intenso o esforço empreendido pelas
organizações para sobreviver – e quanto a isso, acreditamos, haverá pouca
discordância – como também tem sido enorme o desgaste o sacrifício
impingido ao trabalhador moderno. Se a teoria da administração tem sido
pródiga na criação de novas ferramentas de gestão – afinal, surgem novas
propostas, antigas propostas são aperfeiçoadas ou, ainda, cunhadas com um
novo rotulo praticamente todos os dias – infelizmente aquelas que visam
proporcionar melhor condição de trabalho e satisfação na sua execução – e
não apenas aumento do ganho pecuniário – ainda deixa muito a desejar.
Essa primeira metade do século apresenta dois momentos distintos:
de um lado uma concepção voltada á produtividade e de outro lado a
preocupação com a satisfação do trabalhador.
A partir dos anos 50 surgem as primeiras teorias que associavam
esses dois elementos. Basicamente, pensava-se que não só era possível unir
a produtividade á satisfação, como o bom desempenho do trabalhador lhe
proporcionava satisfação e realização (McGregor, 1980).
Os anos 60 apresentam a sociedade vivendo uma convulsão social,
diante dos questionamentos ao funcionamento de suas estruturas. Os
movimentos reivindicatórios dos trabalhadores norte-americanos e a não
passividade dos estudantes franceses foram dois grandes marcos dessa fase.
Essa postura teve reflexos imediatos no interior das organizações e a
dicotomia clássico-moderna foi indutora de conflitos e crises neste meio. Esse
contexto tornou o individuo mais consciente e favoreceu o desenvolvimento de
9
estudos iniciados na década anterior nos Estados Unidos e Inglaterra e
denominado de Qualidade de vida no trabalho – QVT.
A década de 70 assistiu a uma mudança no enfoque do gerenciamento
organizacional, incentivada principalmente pelo sucesso industrial japonês, que
tinha como destaque as formas de gerenciamento distintas das usadas no
Ocidente. É nesta década que surgem os primeiros movimentos e aplicações
estruturadas e sistematizadas no interior da organização, utilizando a
Qualidade de Vida no Trabalho – QVT.
O cenário se descortina nos anos 80 com o crescente avanço
tecnológico e conseqüente modernização das organizações. A automação dos
meios produtivos e as constantes mudanças políticas, econômicas sociais e
tecnológicas tornam o contexto altamente dinâmico e instável.
O quadro descrito, desde o inicio do século ate hoje, apresenta, apesar
da ampla diversidade de situações, um aspecto que os une: o individuo é o
ponto central de uma administração que pretende garantir qualidade de vida no
trabalho.
Partindo destes princípios a primeira parte que será abordado neste
trabalho busca deslindar a origem e evolução da qualidade de vida no trabalho,
enfatizando a contribuição de alguns pesquisadores ao longo do século XX,
para o estudo do assunto. A segunda parte conceitua qualidade de vida no
trabalho e abrange as suas dimensões, isto é, as áreas com as quais faz
interface e apresenta as dificuldades e obstáculos para uma efetiva
implantação dos programas de qualidade de vida no trabalho nas
organizações. A terceira parte discorre sobre as perspectivas e desafios para a
consolidação da qualidade de vida no trabalho e por fim,concluímos com um
breve comentário sobre a necessidade de transformação do ambiente de
trabalho em um local aprazível, onde possamos sentir satisfação e alegria na
execução das nossas atividades profissionais.
CAPÍTULO I
10
ORIGEM E EVOLUÇAO QVT
...Deus é maior que todos os obstáculos.
A Qualidade de vida no trabalho tem sido uma preocupação do
homem desde o inicio de sua existência. Com outros títulos em outros
contextos, mas sempre voltada para facilitar ou trazer satisfação e bem estar
ao trabalhador na execução de sua tarefa.
Não podemos desprezar, por exemplo, os ensinamentos de Euclides
de Alexandria sobre princípios de geometria, há 300 anos aC, e que foram
aplicados para melhorar o método de trabalho dos agricultores á margem do
Nilo, ou a “Lei das Alavancas”, de Arquimedes, que, em 287 anos aC, veio
diminuir o esforço de muitos trabalhadores. Estes são alguns fatos históricos
que vieram alterar a forma de execução da tarefa, trazendo intrinsecamente
uma melhoria nas condições de trabalho e bem-estar do trabalhador. Como
estes, seria possível citar centenas de outros exemplos. Mas o importante é
explicar que já nas primeiras civilizações as preocupações com a forma de
execução das tarefas existiam e que vários foram os métodos ou teorias que,
aplicados, minimizaram o mal-estar ou esforço físico do trabalhador.
Somente com a sistematização dos métodos de produção, nos séculos
XVIII e XIX, as preocupações com as condições de trabalho e a influencia
destas na produção e moral do trabalhador vieram a ser estudadas de forma
cientifica.
Inicialmente, com os economistas liberais, passando pela
Administração Cientifica e Escola de Relações Humanas, o bem-estar do
trabalhador e a adaptação tarefa/trabalhador foram estudados e teorizados de
varias formas, algumas complementares, outras se contradizendo
11
1.1. Qualidade de Vida no Trabalho – QVT: uma opção para o bem-
estar do individuo no trabalho
Em 1950, no “Tavistock Institute”, em Lodres, Eric TRIST e colaborares
desenvolveram uma serie de estudos que deram origem a uma abordagem
sociotecnica em relação á organização do trabalho, tendo como base a
satisfação do trabalhador e em relação a ele. Nesta mesma época, Louis
DAVIS e colaboradores realizavam, nos Estados Unidos, pesquisas para
modificar as “linhas de montagens”, no intuito de tornar a vida dos operários no
trabalho mais agradável e satisfatória (HUSE & CUMMINGS, 1985).
Somente na década de 60, estes movimentos, ou seja, as
preocupações com a Qualidade de Vida no Trabalho – QVT tomaram impulso.
HUSE & CUMMINGS (1985) admitem que a conscientização dos trabalhadores
e o aumento das responsabilidades sociais da empresa contribuíram, de forma
decisiva, para que cientistas e dirigentes organizacionais pesquisassem
melhores formas de realizar o trabalho.
NADLER & LAWLER (1983) e HUSE & CUMMINGS (1985)
estabelecem 1974 como um marco no desenvolvimento da QVT. A primeira
fase, que teve início em meados da década de 60 e se estendeu até 1974, foi
marcada pela crescente preocupação de cientistas, lideres sindicais,
empresários e governantes, pelas formas de “como influenciar a qualidade das
experiência do trabalhador num determinado emprego” (NADLER & LAWLER,
1983). Impulsionada pela perspectiva de uma sociedade progressista, induzida
pelo contexto da época, e tendo como base a saúde, segurança e satisfação
dos trabalhadores, a QVT seguiu, primeiramente, uma linha sociotecnica.
A abordagem sociotécnica tinha como principio maior a organização do
trabalho a partir da analise e da reestruturação da tarefa.
Nos Estados unidos, neste primeiro período, ocorreram alguns fatos
significativos. Dentre os mais importantes, podemos citar (HUSE &
CUMMINGS, 1985):
_ a criação da “National Comissiono n Productivity” que teve como
função analisar as causas da baixa produtividade nas indústrias norte-
americanas. "Esta comoção foi á base para a publicação da conhecida obra
12
“WORK in América”; á_ a criação pelo congresso do National Center for
Productivity and Quality of.”. "Working Life” que tinha como função realizar
estudos e servir de laboratório, sobre a produtividade e q qualidade de vida do
trabalhador nas atividades de produção;
_ a criação de grupos de estudos da Qualidade de Vida no Trabalho,
onde se destacaram o “Quality of Working Life Program” na University of
Califórnia, o “Massachusetts Quality of Working Life Center”, o “American
Center for the Quality of Work Life” e o “Center for Productivity” na Texas Tech
University.
A Universidade de Michigan teve também grande participação nas
pesquisas e estudos sobre a QVT neste período (NADLER & LAWLER, 1983).
HUSE & CUMMINGS (1985) explicitam em sua obra os pontos de
maiores convergências e preocupações sobre as dimensões que trariam ao
individuo uma melhor QVT. São eles:
1) Adequada e satisfatória recompensa;
2) Segurança e saúde no trabalho;
3) Desenvolvimento das capacidades humanas;
4) Crescimento e segurança profissional;
5) Integração social;
6) Direitos dos trabalhadores;
7) Espaço total de vida no trabalho e fora dele;
8) Relevância social.
A “crise energética” e alta inflação que acometeram as grandes
potências do Ocidente e, em particular, os Estados Unidos, no inicio dos anos
70, desaceleraram e mudaram os rumos da QVT. A crescente competição nos
mercados internacionais, com o surgimento de novas forças
industriais/comerciais, principalmente o Japão, fez com que os norte-
americanos repensassem seus modelos organizacionais e principalmente de
gerenciamento (RUBINSTEIN, 1983; BACHNER 7 BENTHEY, 1983; BENTLEY
7 HANSEN, 1983).
Ate o final da década de 70, tivemos uma paralisação no
desenvolvimento e preocupações com a QVT. As organizações preocupavam-
13
se e tinham suas atenções desviadas para a alta inflação e a substituição do
petróleo, que até 1974 era uma fonte de energia de baixo custo.
Em 1979, teve inicio uma nova fase no desenvolvimento das
abordagens sobre a QVT. Este período foi induzido pelo fascínio das técnicas
de administrar, usadas em um pais que superou muito bem a crise: o Japão.
Algumas destas técnicas, como por exemplo, os Ciclos de Controle de
Qualidade – CCQ, disseminaram-se nas organizações do Ocidente,
principalmente nas norte-americanas (HUSE & CUMMINGS, 1985).
NADLER 7 LAWLER (1983) também identificam este momento ao
afirmarem que “começamos a reconhecer que talvez outros países estivessem
fazendo algum tipo de gerenciamento diferente, que pudesse ter relação com
sua eficácia”.
OUCHI (1982), com sua Teoria Z, afirma que “o Japão conseguiu
manter uma ética de trabalho, ao passo que os americanos se tornaram moles,
preguiçosos e se julgavam com direito á boa vida sem ganha-la”. Declarações
como esta induziam, cada vez mais, “a copia” do método japonês de
gerenciamento.
Mas, como afirmam HUSE & CUMMINGS (1985), logo “algumas das
fascinações iniciais dos modelos japoneses deram lugar a soluções
domesticas”.
Uma destas tendências foi materializadas por PETER & WATERMAN
(1983), que viam o problema dos Estados Unidos como sendo “o fascínio pelos
instrumentos de administração que esconde uma total e evidente ignorância de
arte”. Os autores explicitaram a esterilidade do sistema administrativo e de
gerenciamento americano diante dos novos rumos das organizações. A
esterilidade e a falência das técnicas americanas ficou clara,
“... quando empresários e administradores norte-
americanos, pressionados por problemas gritantes de
estagnação, precipitaram-se em adotar praticas
14
administrativas japonesas, simplesmente ignorando as
vastas diferenças culturais, ainda maiores do que as
sugeridas pela extensão do Oceano Pacifico” (P.5.).
Tomando como modelos as empresas americanas bem-sucedidas, os
autores encontraram oito atributos que devem ser seguidos pelas organizações
e que seriam a base para um programa de produtividade organizacional e
melhor Qualidade de Vida no Trabalho. Os atributos de PETERS &
WATERMAN são os seguintes:
1) Uma firme disposição para agir.
2) Maior aproximação do cliente.
3) Autonomia e iniativa dos trabalhadores.
4) Produtividade através dos trabalhadores.
5) Orientação por valores-filosofia organizacional.
6) Limitar-se ao conhecimento.
7) Formas de trabalho simples e em pequenos grupos.
8) Política administrativa flexível.
A QVT é hoje difundida e tem acentuado desenvolvimento em outros
países. HUSE & CUMMUNGS(1985) citam a França, Alemanha Ocidental,
Dinamarca, Suécia, Noruega, Holanda e Itália como países que
institucionalizaram em suas organizações a filosofia e métodos para uma maior
satisfação do individuo no trabalho. Também em outros países as abordagens
sobre a QVT apresentam significativo desenvolvimento. Dentre eles podem ser
citados a Inglaterra, Checoslováquia, Hungria, Iugoslávia, Canadá, México e
Índia.
No Brasil, algumas pesquisas, no intuito de readaptar modelos
estrangeiros e encontrar um modelo próprio a partir das características
culturais locais, estão sendo desenvolvidas. Dos vários focos existentes
identificamos como os mais sistematizados e com maior contribuição já
fornecida á comunidade científica o de Tarcisio QUIRINO e colaboradores em
15
Brasília, o de Eda FERNANDES e colaboradores no Rio Grande do sul e o de
Lucio Flavio R. de MORAES e colaboradores em Minas Gerais.
No quadro abaixo e apresentado um resumo da evolução das
definições de QVT, na visão de NADLER & LAWLER.
QUADRO 1: EVOLUÇAO DO CONCEITO DE QVT
PERIODO FOCO PRINCIPAL DEFINIÇAO 1959/1972 Variável A QVT foi tratada como reação
individual ao trabalho ou as conseqüências pessoais de experiência do trabalho.
1969/1975 Abordagem A QVT dava ênfase ao individuo antes de dar ênfase ao resultados organizacionais, mas ao mesmo tempo era vista como um elo dos projetos cooperativos do trabalho.
1972/1975 Método A QVT foi o meio para o engrandecimento do ambiente de trabalho e a execução de maior produtividade e satisfação.
16
1975/1980 Movimento A QVT, como movimento, vista a utilização dos termos “gerenciamento participativo” e “democracia Industrial” com bastante freqüência, invocador como ideais do movimento.
1979/1983 Tudo A QVT é vista como um conceito global e como uma forma de enfrentar os problemas de qualidade e produtividade.
Previsão futura Nada A globalização de definição trará como
conseqüência inevitável a descrença de alguns setores sobre o termo QVT. E para estes QVT nada.
Fonte: NDLER E LAWLER aput FERNANDES (1996: 42).
17
CAPITULO II
CONCEITOS E DIMENSOES - QVT
Conforme FRANCA (1997: 80),
“Qualidade de vida no trabalho é o conjunto das ações de uma
empresa que envolvem a implantação de melhorias e inovações gerenciais e
tecnológicas no ambiente de trabalho. A construção da qualidade de vida no
trabalho ocorre a partir do momento em que se olha a empresa e as pessoas
como um todo, o que chamamos de enfoque biopsicossocial. O
posicionamento biopsicossocial representa o fator diferencial para a realização
de diagnostico, campanhas, criação de serviços e implantação de projetos
voltados para a preservação e desenvolvimento das pessoas, durante o
trabalho na empresa.”
A mesma pesquisadora esclarece que “ A origem do conceito vem da
medicina psicossomática que propõe uma visão integra, holística do ser
humano, em oposição á abordagem cartesiana que divide o ser humano em
partes” (p.80). E conclui, ao afirmar que, “ No contexto do trabalho esta
abordagem pode ser associada á ética da condição humana. Esta ética busca
desde a identificação, eliminação, neutralização ou controle de riscos
ocupacionais observáveis no ambiente físico, padrões de relações de trabalho,
carga física e mental requerida para cada atividade, implicações políticas e
ideológicas, dinâmica da liderança empresarial e do poder formal até o
significado do trabalho em si, relacionamento e satisfação no trabalho.” (p.80).
LIMONG (1995) e ALBUQUERQUE e FRANÇA (1997) consideram que
a sociedade vive novos paradigmas de modos de vida dentro e fora da
empresa, gerando, em conseqüência, novos valores e demandas de qualidade
de vida no trabalho. Para os referidos autores, outras ciências têm dado sua
contribuição ao estudo do QVT, tais como:
• Saúde – nessa área, a ciência tem buscado preservar a
integridade física, mental e social do ser humano e não apenas
18
atuar sobre o controle de doenças, gerando avanços biomédicos
e maior expectativa de vida.
• Ecologia – vê o homem como parte integrante e responsável pela
preservação do sistema dos seres vivos e dos insumos da
natureza.
• Ergonomia – estuda as condições de trabalho ligadas á pessoa.
Fundamenta-se na medicina, na psicologia, na motricidade e na
tecnologia industrial, visando ao conforto na operação.
• Psicologia – juntamente com a filosofia, demonstra a influencia
das atitudes internas e perspectivas de vida de cada pessoa em
seu trabalho e a importância do significado intrínseco das
necessidades individuais para seu envolvimento com o trabalho.
• Sociologia – resgata a dimensão simbólica do que é
compartilhado e construído socialmente, demonstrando suas
implicações nos diversos contextos culturais e antropológicos da
empresa.
• Economia – enfatiza a consciência de que os bens são finitos e
que a distribuição de bens, recursos e serviços deve envolver de
forma equilibrada a responsabilidade e os direitos da sociedade.
• Administração – procura aumentar a capacidade de mobilizar
recursos para atingir resultados, em ambiente cada vez mais
complexo, mutável e competitivo.
• Engenharia – elabora formas de produção voltadas para
flexibilização da manufatura, armazenamento de matérias, uso
da tecnologia, organização do trabalho e controle de processos.
WALTON aput RODRIGUES (1999: 81), considera que a expressão
“Qualidade de Vida tem sido usada com crescente freqüência para descrever
certos valores ambientais e humanos, neglicenciandos pelas sociedades
industriais em favor do avanço tecnológico, da produtividade e do crescimento
econômico.”
19
WALTON, ainda aput FERNANDES (1996) propõe oito categorias
conceituais, incluído critérios de QVT ( tabela II). Em Compensação Justa e
Adequada busca-se a obtenção de remuneração adequada pelo trabalho
realizado, assim como o respeito á equidade interna (comparação com outros
colegas) e á equidade externa (mercado de trabalho).
Em Condições de Trabalho mede-se as condições prevalecentes no
ambiente de trabalho. Envolve a jornada e carga de trabalho, materiais e
equipamentos disponibilizados para a execução das tarefas e ambiente
saudável (preservação da saúde do trabalho). Ou seja, esse tópico analisa as
condições reais oferecidas ao empregado para a consecução das suas tarefas.
O fator Uso e Desenvolvimento de Capacidades implica o
aproveitamento do talento humano, ou capital intelectual, como esta em voga
atualmente. E forçoso, portanto, reconhecer a necessidade de concessão de
autonomia (empowerment), incentivo á utilização da capacidade plena de cada
individuo no desempenho de suas funções e feedbacks constantes acerca dos
resultados obtidos no trabalho e do processo como um todo.
Oportunidade de Crescimento e Segurança abarca as políticas da
instituição no que concerne ao desenvolvimento, crescimento e segurança de
seus empregados, ou seja, possibilidade de carreira, crescimento pessoal e
segurança no emprego. Neste fator pode-se observar, através das ações
implementadas pelas empresas, o quanto a pratica empresarial esta de fato
sintonizada com o respeito e valorização dos empregados.
Essencialmente, em Integração Social na Organização pode-se
efetivamente observar se há igualdade de oportunidade, independente da
orientação sexual, classe social, idade e outras formas de discriminação, bem
como se há o cultivo ao bom relacionamento.
Constitucionalismo mede o grau em que os direitos do empregado são
cumpridos na instituição. Implica o respeito aos direitos trabalhistas, á
privacidade pessoal (praticamente inexistente no mundo empresarial
moderno), á liberdade de expressão (altamente em cheque, tendo-se em vista
as enormes dificuldades de trabalho com registro em carteira).
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No fator Trabalho e o Espaço Total da Vida deveríamos encontrar o
equilíbrio entre a vida pessoal e o trabalho. Todavia, estamos muito distantes
de uma pratica minimamente ideal nesse campo.
Por fim, em Relevância do Trabalho na Vida investiga-se a
percepção do empregado em relação á imagem da empresa, á
responsabilidade social da instituição na comunidade, á qualidade dos
produtos e á prestação dos serviços. Felizmente, esse aspectos vêm tendo
significativos avanços no campo empresarial.
TABELA II- CATEGORIAS CONCEITUAIS DE QVT
CRITERIOS INDICADORES DE QVT
1. COMPENSAÇAO JUSTA E
ADEQUADA
Equidade interna e externa
Justiça na compensação
Partilha de ganhos de produtividade
2. CONDIÇOES DE TRABALHO Jornada de trabalho razoável
Ambiente físico seguro e saudável
Ausência de insalubridade
3. USO E DESENVOLVIMENTO DE
CAPACIDADES
Autonomia
Autocontrole relativo
Qualidade múltiplas
Informações sobre o proc. Total do
trabalho
4. OPORTUNIDADE DE
CRESCIMENTO E SEGURANÇA
Possibilidade de carreira
Crescimento pessoal
Perspectiva de avanço salarial
Segurança de emprego
5. INTEGRAÇAO SOCIAL NA
ORGANIZAÇAO
Ausência de preconceitos
Igualdade Mobilidade
Relacionamento
Senso comunitário
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6. CONSTITUCIONALISMO Direitos de proteção ao trabalhador
Privacidade pessoal
Liberdade de expressão
Tratamento imparcial
Direitos trabalhistas
7. O TRABALHO E O ESPAÇO
TOTAL DE VIDA
Papel balanceado no trabalho
Estabilidade de horários
Poucas mudanças geográficas
Tempo para lazer da família
8. RELEVÂNCIA SOCIAL DO
TRABALHO NA VIDA
Imagem da empresa
Responsabilidade social da empresa
Responsabilidade pelos produtos
Praticas de emprego
Fonte: WALTON apud FERNANDES (1996: 48).
Para SUCESSO (1998), pode-se dizer, de maneira geral, que a
qualidade de vida no trabalho abrange:
• Renda capaz de satisfazer ás expectativas pessoais e sociais;
• Orgulho pelo trabalho realizado;
• Vida emocional satisfatória;
• Auto-estima;
• Imagem da empresa/instituição junto á opinião publica;
• Equilíbrio entre trabalho e lazer;
• Horários e condições de trabalho sensatos;
• Oportunidades e perspectivas de carreira;
• Possibilidade de uso do potencial;
• Respeito aos direitos; e
• Justiça nas recompensas.
Para SILVA e DE MARCHI (1997), a adoção de programas de
qualidade de vida e promoção da saúde proporcionariam ao individuo maior
resistência ao estresse, maior estabilidade emocional, maior motivação, maior
22
eficiência no trabalho, melhor auto-imagem e melhor relacionamento. Por outro
lado, as empresas seriam beneficiadas com uma força de trabalho mais
saudável, menor absenteísmo/rotatividade, menor numero de acidentes, menor
custo de saúde assistencial, maior produtividade, melhor imagem e, por ultimo,
um melhor ambiente de trabalho.
2.1. DIFICULDADES E OBSTACULOS
Em resumo, o assunto não é novo, mas a sua aplicação tem sido
inadequada. Ou, como afirma o professor Lindolfo Galvão de Albuquerque da
FEA/USP (LIMONGI e ASSIS, 1995: 28):
“[...] existe uma grande distância entre o discurso e a pratica.
Filosoficamente, todo mundo acha importante a implantação de programas de
QVT, mas na prática prevalece o imediatismo e os investimentos de médio e
longo prazos são esquecidos. Tudo está por fazer. A maioria dos programas de
QVT tem origem nas atividades de segurança e saúde no trabalho e muitos
nem sequer se associam a programas de qualidade total ou de melhoria do
clima organizacional. QVT só faz sentido quando deixa de ser restrita a
programas internos de saúde ou lazer e passa a ser discutida num sentido
mais amplo, incluindo qualidade das relações de trabalho e suas
conseqüências na saúde das pessoas e da organização.”
Ainda para o prof. Albuquerque, conforme relatam LIMONGI e ASSIS
(1995: 29):
“QVT é uma evolução da Qualidade Total. È o ultimo elo da cadeia.
Não dá para falar em Qualidade Total se não se abranger a qualidade de vida
das pessoas no trabalho. O esforço que tem se desenvolver é de
conscientização e preparação para uma postura de qualidade em todos os
sentidos. È necessário a coerência em todos os enfoques. QVT significa
condições adequadas e os desafios de respeitar e ser respeitado como
profissional. O trabalho focado em serviço social e saúde é muito imediatista. È
necessário colocar a QVT num contexto mais intelectual, não só concreto e
imediato. O excesso de pragmatismo leva ao reducionismo. QVT deve estar
23
num contexto mais amplo de qualidade e de gestão. A gestão das pessoas
deve incluir esta preocupação.”
CAPITULO III
PERSPECTIVAS E DESAFIOS - QVT
Segundo FERNANDES (1996: 38-39),
24
“Apesar de toda a badalação em cima das novas tecnologias de
produção, ferramentas de Qualidade etc., é fato facilmente constatável que
mais e mais os trabalhadores se queixam de uma rotina de trabalho, de uma
subutilização de suas potencialidades e talentos, e de condições de trabalho
inadequadas. Estes problemas ligados á insatisfação no trabalho têm
conseqüências que geram um aumento do absenteísmo, uma diminuição do
rendimento, uma rotatividade de Mão-de-obra mais elevada, reclamações e
greves mais numerosas, tendo um efeito marcante sobre a saúde mental e
física dos trabalhadores, e, em decorrência na rentabilidade empresarial.”
Há que se reconhecer, por outro lado, o esforço que muitas empresas
têm feito no sentido de proporcionar o maior “bem-estar” possível aos seus
funcionários no ambiente de trabalho.
Assim sendo, é inegável que as organizações estão se empenhando
para literalmente monopolizar a atenção e o coração dos colaboradores. Mas,
serão os benefícios suficientes? Obviamente que não. Afinal de contas,
quando olharmos esse quadro sob a perspectiva do QVT, fica bem evidente a
falta ou esquecimento, voluntario ou não, de outras dimensões. Aliás, DE MAIS
(1999:282) assim se refere a tais políticas de recursos humanos: “As empresas
preferiram incorporar as mesas e o balcão do bar, as bancas de jornal, as
piscinas e as quadras de tênis, fingindo que houvesse trabalho suficiente para
ocupar seus empregados por oito horas ou mais por dia, em vez de admitir a
oportunidade de reduzir os horários de permanência dentro das suas
dependências.”
Para SILVA e DE MARCHI (1997), dos muitos desafios que se
apresentam para o mundo empresarial na atualidade, dois são fundamentais.
O primeiro esta relacionado á necessidade de uma força de trabalho saudável,
motivada e preparada para a extrema competição atualmente existente. O
segundo desafio é a capacidade, na visão deles, de a empresa responder á
demanda de seus funcionários em relação a uma melhor qualidade de vida.
É exatamente isso que não vem acontecendo de maneira satisfatória.
Pesquisa da consultoria Deloide Touche Tohmatsu destaca que a jornada
media efetiva dos executivos brasileiros é de 50,19 horas. Já VEIGA (2000)
25
informa que é de 54 horas. De qualquer maneira, tais estatísticas derrubam o
mito de que os brasileiros não são muito dados ao trabalho.
Alias, confrontados com outros países, no que se refere às horas
médias de trabalho por ano, somos um dos mais operosos do mundo,
indiscutivelmente. Somos freqüentemente elogiados pela nossa dedicação,
criatividade e flexibilidade pelos executivos que por aqui aportam para um
período de “treinamento”.
Portanto, a efetividade e a importância dos programas de QVT
realmente ficam na berlinda diante destes resultados. Ao que tudo indica, se
há um reconhecimento generalizado a respeito do valor e da necessidade da
utilização de programas de QVT, por outro lado as ações para sua sustentação
não são suficientemente convincentes e congruentes. O maior obstáculos para
sua implementação reside na falta de importância estratégica e na baixa
relevância financeira desses programas, em relação a outros. Tais programas
são enxergados, lamentavelmente, como despesas, não como investimento,
segundo LIMONGI e ASSIS (1995).
Modernamente, o trabalho transformou-se numa fonte de supressão da
liberdade. Aos que não se “enquadram” as conseqüências são amplamente
conhecidas. O trabalho deixou de ser uma fonte de prazer e realização. O
trabalho não mais representa um instrumento de crescimento e satisfação
pessoal e profissional. Os ativos humanos mais valorizados são cooptados por
meio de programas de aquisição de ações (stock options) ou ganhos variáveis
atrelados á performance. A década de 90 pode ser considerada trágica para o
trabalhador. As conquistas até então obtidas em matéria de QVT foram
solapadas por uma nova ordem, lamentavelmente muito distante da
humanização nas empresas.
Para OLIVEIRA (1998), as empresas exigem que seus empregados
lhes confiem todo o seu capital intelectual e que se comprometam com o seu
trabalho. Todavia, as empresas não se comprometem com seus empregados.
Alias, elas recomendam que os seus empregados cultivem sua
empregabilidade se quiserem continuar ocupando seus postos atuais.
26
Conseqüentemente, o empregado hoje deve apresentar um conjunto
de habilidades e capacidades cada vez maior, isto é, os requisitos explícitos.
Sem eles não há grandes possibilidades de uma vida digna. As organizações
têm sido implacáveis na exigência desses requisitos explícitos. A lista cresce
cada dia mais. Mas há também outras exigências: os requisitos implícitos, que
são caracterizados pelas horas extras dedicadas ao empregador e ao trabalho.
São medidas pelas jornadas noturnas extras (reuniões internas e externas,
convenções, happy hours com fornecedores ou superiores hierárquicos, etc.) e
viagens constantes _ que distanciam o empregado cada vez mais, física e
mentalmente, do aconchego do lar. E as conseqüências já se fazem sentir.
Um dos aspectos desse novo contexto é a ética do workaholic.
Conforme CALDAS (1988:33), “[...] a ética do workaholic: não é a de trabalhar
para viver, mas viver para trabalhar. Para o workholic, sua carreira é sua vida,
seu culto. E o culto da carreira, que rege sua obsessão, é guiado pela Deusa
do sucesso. Ele reza as receitas de profetas, gurus e “gente bem-sucedida”:
ele adora heróis empresariais, venera seus símbolos e prega sua palavras e
ações com fervor, como se fossem verdades universais, como se todos
devessem conhecer seu evangelho”.
Já para WOOD JR. (1998) a maioria dos workholics não percebe o
aspecto patológico de sua conduta. Na visão do autor, trata-se dos “mestres da
racionalização”, mas que também são avessos á reflexão. Chegam a confundir
sua conduta com trabalho sério, e, em conseqüência, não distinguem
qualidade de quantidade. Como o momento favorece as empresas, elas
naturalmente incentivam esse tipo de comportamento. Dirigentes, executivos
ou empregados em posições mais modestas têm de se curvar, gostando ou
não, a esse comportamento, paradoxalmente autodestrutivo e paradigmático.
Esse é o preço da sobrevivência.
3.1. Necessidade e Transformação do Ambiente de Trabalho
Os indivíduos uma vez que tenham assimilado a cultura de uma
organização tendem a manter o comportamento aprendido (Freitas, 1991). A
27
mudança é sempre difícil porque provoca o medo diante do novo. Situações
para as quais já se tem uma solução anterior (ainda que essa solução não seja
a melhor) tendem a ser resolvidas da maneira conhecida.
A transformação da cultura organizacional é, portanto, um terreno árido e
de difícil previsão. Não é como uma equação matemática na qual alterando o
fator X já se sabe o que acontecerá com o fator Y. Pelo contrário. A
transformação da cultura organizacional é um processo lento, em geral
provocado pelo embate entre as correntes da liderança nova e da velha
(Freitas, 1991). Essa transformação também pode se dar por razões externas
à organização, como o sucesso de um concorrente ou uma mudança na
legislação que venha a afetar a organização. Mas, independente da causa que
deu origem ao processo de transformação, a evolução da cultura se dá em
função dos valores aceitos pela maioria e do quanto esses valores estão
compatíveis com a cultura material existente (Dencker, 1996).
Portanto, não é qualquer mudança de comportamento que provoca
mudança cultural. O processo de transformação cultural não é simples. Freitas
analisa que a cultura está conectada com outros elementos que sofrerão
alterações com a transformação da cultura da organização tais como:
estratégia, estrutura, sistemas de recompensa, habilidades, procedimentos.
Torquato (1991) lembra a importância da cultura organizacional,
argumentando que qualquer plano de mudança deve levá-la em conta, pois,
caso contrário, ou o plano não passa pelos níveis de aprovação ou não se
viabiliza porque o segmento atingido não o aceita. Isso não significa que a
cultura é soberana e estática e que todos os rumos da empresa devam ser
decididos a partir dela. A cultura organizacional é mutável. A recomendação de
Torquato (1991) é que os processos de mudança incluam a sondagem e
verificação dos interesses, valores, crenças e expectativas dos públicos-alvo.
As pessoas diferem na maneira de perceber, pensar, sentir e agir. Essas
diferenças individuais influenciam a dinâmica interpessoal, a formação de
grupos e a própria cultura organizacional. Dencker salienta em suas
conclusões que “a cultura não existe independente dos seres humanos, mas é
o conjunto desta produção processada por milhares de mentes em diferentes
28
espaços e a partir de experiências múltiplas” (Dencker, 1996:13). Portanto, a
sua análise requer que ela seja compreendida em sua complexidade,
entendendo que ela não se limita ao conteúdo, mas se projeta na própria
estrutura organizacional. Por isso, a mudança cultural não é simples (Freitas,
1991).
Porém, apesar da complexidade do processo de transformação das
culturas organizacionais, o ambiente de trabalho atual cada vez mais se
caracteriza pela mudança rápida e turbulenta. As pessoas enfrentam, além da
maior complexidade de suas funções na organização, as diversas transições
que ocorrem na sociedade como um todo (Bowdith & Buono, 1993). A
mudança é necessária quando ocorrem grandes perturbações ambientais, pois
nesses casos mudar torna-se uma questão de sobrevivência (Deal & Kennedy,
1988). Os autores analisam que, apesar da complexidade e do pouco que se
sabe sobre Cultura Organizacional, intervenções de sucesso podem ser
realizadas desde que haja suficiente sensibilidade para com os principais
atributos culturais.
Para Chaves (1996), a mudança depende não só de técnicas e de
racionalidade, mas também de intuição, arte e símbolos. Segundo o autor, a
mudança se dá por um canal paralelo ao do dia-a-dia da organização e todas
as ferramentas intelectuais, culturais e conceituais são necessárias.
Para LEVERING (1986), um bom lugar para se trabalhar possibilita, entre
outras coisas, que as pessoas tenham, alem do trabalho, outros compromissos
em suas vidas, como família, os amigos e os hobbies pessoais. Para o autor,
da perspectiva de um empregado isto é uma questão fundamental de justiça.
Na sua visão, não é justo que um local de trabalho seja a única coisa nas vidas
das pessoas _ alias, como temos visto atualmente na esmagadora maioria dos
casos. Um contexto com essa característica, segundo ele, não permite que as
pessoas se desenvolvam ou se tornem mais completamente humanas.
Conforme FREITAS (1999:77),
“não esta sendo solicitado que as empresas (e, acrescentaríamos nós,
seus dirigentes) abram Mão de sua visão monetarizada do mundo, mas que
elas honrem em ações o que costumam pregar em discursos que dizem que o
29
ser humano é o seu principal ‘ativo’. O ser humano, mortal e frágil, tem lá seus
defeitos, comete erros e faz suas bobagens, mas quando ele é estimulado a
substituir o coração por um chip ou maquina registradora, o mundo deve ter
medo”.
Portanto, se somos seres racionais, embora nem sempre pareça, é
hora de agirmos como tal. A infelicidade causada no ambiente moderno de
trabalho, como foi retratada, a propósito, no filme “Tempos Modernos” de
Charlie Chaplin, tem de ser banida.
CONCLUSÃO
A Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) é um tema facilmente
percebido nos estudos do binômio individuo-organização e que possui sua
importância reconhecida há várias décadas, o que contribui para a existência
de várias abordagens sobre o tema. Seu grande objetivo é melhorar o bem
estar do trabalhador, aliado á melhoria do desempenho organizacional.
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Certas idéias e conceitos de reconhecido valor ás vezes não são
prontamente aceitos e incorporados, exatamente pelas transformações que
eles requerem. Um exemplo insofismável é o representado pelos ideais
cristãos. A grande maioria dos povos os aceita e venera. Entretanto, poucos de
fato vivem e se comportam de acordo com as suas recomendações e
preceitos. A QVT, da mesma maneira, porém numa escala e âmbito, é
evidente, infinitamente menores, nos impõe o mesmo desafio: o de mudar.
Se é nas organizações que passamos a maior parte de nossas vidas,
naturalmente seria que as transformássemos em lugares mais aprazíveis e
saudáveis para a execução do nosso trabalho. Locais onde pudéssemos, de
fato, passar algumas horas vivendo, criando e realizando plenamente – com
qualidade de vida, satisfação e alegria.
Estar de bem com a vida é o objetivo. Cada um de nós tem que definir
qual padrão de qualidade de vida almejar. E, depois, lutar para consegui-lo. Se
for possível conciliar os objetivos pessoais e profissionais, melhor.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
ALBUQUERQUE, L. G. e FRANÇA, A.C.L.
Estratégias de recursos humanos e gestão da qualidade de vida no trabalho: o
stress e a expansão do conceito de qualidade total.
Revista de Administração, São Paulo, abr./jun. 1998, vol.33, nº 2, p.40-51.
31
CALDAS, Miguel P. Fascínio do stress e a modernidade do Workholic. In.
Encontro Internacional de Gestão de Competências em Qualidade de Vida no
Trabalho, 1° , Anais São Paulo: FEA/USP, FIA, PROPEG, 1998, p.31- 34.
FRANÇA, A C. Limongi. Qualidade de Vida no Trabalho: conceitos,
abordagens, inovações e desafios nas empresas brasileiras, Revista Brasileira
de Medicina Psicossomática. Rio de Janeiro, vol. 1, nº 2, p.79-83, abr./mai./jun.
1997.
FERREIRA, A Antonio, REIS, Ana C.F. e PEREIRA, Maria I. Gestão
Empresarial: de Taylor aos nossos dias. Evolução e Tendências da Moderna
Administração de Empresas. São Paulo: Editora Pioneira, 1999.
FERNANDES, Eda. Qualidade de Vida no Trabalho: como medir para
melhorar. Salvador: Casa da Qualidade Editora Ltda., 1996.
Internet: WWW.rhportal.com.br / WWW.voceabril.uol.br/ WWW.ead.fea.usp.br/
WWW.gestaoerh.com.br/ WWW.rh.com.br.
LEVERING, Robert. Um Excelente Lugar para se Trabalhar: o que torna alguns
empregadores tão bons ( e outros tão ruins). Rio de Janeiro: Qualitymark
Editora, 1996.
RODRIGUES, Marcus V.C. Qualidade de Vida no Trabalho: evolução e análise
no nível gerencial. Petrópolis: Editora Vozes 2007.
SILVA, M A Dias da e DE MARCHI, Ricardo. Saúde e Qualidade de Vida no
Trabalho. São Paulo: Editora Best Seller, 1997.
32
SUCESSO, E. de P. Bom. Trabalho e Qualidade de Vida. Rio de Janeiro:
Qualitymark Editora e Dunya Editora, 1998.
33
BIBLIOGRAFIA CITADA
1 – JORNAL O DIA – CADERNO DE EDUCAÇAO- 28/08/2007
DEBORA THOMÉ
MATERIA: CARREIRA E QUALIDADE DE VIDA PRECISAM ANDAR JUNTAS
2 – INTERNET - WWW.rhportal.com.br
EDUARDO CARMELLO
Artigo: Qualidade de Vida no Trabalho – 2007- 24:
3 – REVISTA VOCÊ S/A
ANA CRISTINA LIMONG
Matéria: Pessoal e Intransferível
WWW.voce.abril.uol.br/edi53/1518-shi
4 –REVISTA EXAME – 08/09/2004
CLAUDIA VASSALLO
Matéria: Um negocio bom para os dois
VEIGA, Ainda, Tempos Modernos. Revista Veja. São DEMO, Preto. Educar
Pela, Pesquisa. Campinas: Autores Associados, 1996.
ANEXOS
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Índice de anexos
Anexo 1 >> Revista EXAME – 2004
Matéria de Claudia Vassallo - Um Negocio Para os dois.
Anexo 2 >> Entrevista com Ana Cristina Limongi; Revista VOCE S/A – Matéria - Pessoal e Intransferível – novembro/2002 Anexo 3 >> Reportagens Jornal O DIA – Caderno Educação; Rio, 28/08/2007 Matéria: de Débora Thomé - Carreira e Qualidade de Vida precisam andar juntas Anexo 4 >> Internet; WWW.rhportal.com.br Matéria de Eduardo Carmello – Qualidade de Vida no Trabalho.
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ANEXO 1
PRODUZINDO O MATERIAL
Revista EXAME – 2004
Um negócio bom para os dois
08/09/2004
Pesquisa aponta uma relação direta entre a construção de um ambiente de trabalho saudável e um resultado financeiro acima da média
Publicidade
Por Cláudia Vassallo
O mundo dos negócios não é, definitivamente, um grande parque de diversões. Nunca as empresas buscaram tão intensamente os resultados. Nunca a luta pela sobrevivência foi tão feroz. Jamais funcionários dos mais variados escalões carregaram tanta responsabilidade sobre seus ombros e foram tão expostos a cobranças. A realidade é o que é -- e esse cenário dificilmente sofrerá grandes alterações. Mas, em meio a esse ambiente de competição e cobrança máximas, destaca-se um grupo de empresas que faz da boa relação com seus empregados um dos motores para a competitividade e para o crescimento. Para elas, criar e manter um ambiente de trabalho saudável não é uma questão de bom-mocismo, mas de estratégia. Assim, deixemos um pouco de lado o discurso bonito da colaboração entre capital e trabalho e nos concentremos no seguinte fato: funcionário mais feliz ajuda a gerar lucros maiores. Uma análise dos resultados das 150 organizações presentes na edição 2004 do guia As Melhores Empresas para Você Trabalhar, de EXAME e Você S/A, selecionadas pela excelência em seus ambientes de trabalho, mostra que elas atingiram uma rentabilidade média de 17,2% sobre o patrimônio. No mesmo período, a rentabilidade média das 500 maiores companhias do país foi 12,4%. Pesquisas realizadas recentemente nos Estados Unidos e na Inglaterra vão à mesma direção. Num espectro de seis anos, o desempenho das ações das melhores empresas americanas para trabalhar foi cinco vezes melhor que o das 500 companhias cotadas pelo índice Standard & Poors. Lá, como aqui, criou-se um círculo virtuoso no qual funcionários satisfeitos levam a um resultado
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financeiro melhor, que, por sua vez, atrai os investidores, gera crescimento e cria novas oportunidades de emprego e de ascensão na carreira. graf_lucros_826.gif Seria uma ingenuidade, porém, acreditar que apenas um grupo de funcionários motivados seja suficiente para garantir o sucesso e a rentabilidade elevada de um negócio. A prosperidade é resultado da soma de fatores que vão da visão estratégica correta às condições do mercado internacional, da cotação do dólar à adaptação a novas tecnologias. "Pessoas não são suficientes para garantir desempenho, mas são determinantes", diz Betânia Tanure, professora da Fundação Dom Cabral, de Belo Horizonte. "Escolhas estratégicas são dramáticas na hora de atingir o resultado. Mas representam 5% do sucesso. Os outros 95% vêm da execução, que depende da qualidade e do comprometimento dos funcionários." O caso da fabricante de móveis Todeschini, apontada na última pesquisa de EXAME e Você S/A como a melhor empresa para trabalhar no país, é um exemplo emblemático da importância das pessoas na execução de uma estratégia. Localizada em Bento Gonçalves, na serra gaúcha, a Todeschini foi, até o início da década de 90, uma típica empresa familiar, controlada com mão-de-ferro por seu proprietário, José Eugênio Farina. "Eu era centralizador e rígido. As pessoas me temiam", diz ele. "Minha sala era enorme e hermeticamente fechada. Para chegar até mim era preciso passar pela secretária, uma espécie de leão-de-chácara." As coisas mudaram quando Farina, hoje com 80 anos, percebeu que, mergulhada numa gestão baseada em controles, a Todeschini seria rapidamente engolida pelo aumento da competição e pelas mudanças no mercado. Era preciso aumentar a produtividade e a qualidade dos produtos, e isso só seria possível se os funcionários se comprometessem com o futuro do negócio. No espaço de uma semana, Farina simbolicamente derrubou as paredes que repartiam a empresa. Os funcionários foram divididos em grupos responsáveis por melhorar a operação, reduzir custos e ajustar a estratégia. "No começo, achei que aquilo não funcionaria", diz João Paulo Pompermayer, gerente administrativo e financeiro. "Eu tinha uma sala com folhagens, peixes e passarinho. Aqueles eram os únicos seres vivos que interagiam comigo." Pompermayer estava errado. Hoje, os 450 funcionários da Todeschini participam de quase 50 grupos de operação. A remuneração foi vinculada aos resultados. Os salários passaram a ser reajustados mensalmente, com base na inflação, e estão 10% acima da média do mercado. A política de benefícios foi reforçada. Nos últimos cinco anos, o faturamento da Todeschini cresceu 88%, chegando a 190 milhões de reais em 2003. O lucro entre 1999 e 2002 mais do que duplicou. Uma nova fábrica foi inaugurada no início deste ano e vai dobrar a capacidade de produção até 2005. Talvez o maior desafio de uma empresa em expansão seja garantir a sustentação desse processo. No curto prazo é possível, sim, conseguir bons resultados financeiros à custa do sacrifício pessoal e profissional dos funcionários. Mas e no longo? "Se não houver equilíbrio entre os interesses dos acionistas, do cliente e dos funcionários, o sucesso é
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transitório", diz Rubén Osta, presidente da Redecard, uma das dez melhores empresas para trabalhar no Brasil. A Redecard, empresa de serviços para o mercado de cartões eletrônicos, foi criada há sete anos, após um desmembramento da Credicard. Nos últimos três anos, foi à empresa mais rentável de seu setor -- graças, em parte, à pujança do mercado no qual está inserida. Desde 1998, as transações com cartões de crédito têm crescido, em média, 21,5% ao ano. Na área de débito, a expansão é ainda maior: 53% ao ano. Trata-se de uma situação que gera mobilidade interna, algo extremamente valorizado por funcionários de qualquer tipo de empresa. Em 2003, 27% dos quadros da Redecard foram promovidos. "O mercado deve manter esse ritmo de crescimento pelos próximos três anos", diz Osta. "A partir de então, nosso desafio de manter a equipe motivada deve ficar maior." São em momentos de dificuldades que as organizações realmente provam se são ou não lugares especiais. No mundo dos negócios, há uma crença disseminada de que uma boa empresa para trabalhar é aquela na qual a harmonia reina 24 ho ras por dia, sete dias por semana, o ano inteiro. "Essa é uma visão romântica", diz a professora Betânia, da Fundação Dom Cabral. "Essas organizações não existem." Boas empresas também enfrentam crises. Também têm de cortar custos e fazer demissões. Também impõem metas e cobram resultados. A diferença está em como fazer tudo isso. Nos últimos dois anos, a Promon, uma das maiores empresas de engenharia e de projetos do país, demitiu 600 de seus 1 100 funcionários. O corte foi brutal, mas inevitável. Setores nos quais a companhia havia investido pesado -- tecnologia e telecomunicações -- entraram em crise. Erros na gestão de custos das obras também comprometeram os resultados. Em 2003, pela segunda vez em sua história de 40 anos, a empresa perdeu dinheiro. Com o prejuízo, os funcionários viram suas poupanças pessoais minguarem. Cerca de 70% deles são acionistas da companhia. "Foi um processo sofrido", diz Luiz Ernesto Gemignani, presidente da Promon. "Por um período, as pessoas ficaram paralisadas, sem forças para reagir." Durante mais de um ano, Gemignani colocou em prática um dos dogmas da gestão de pessoas -- a comunicação intensiva. Dezenas de reuniões foram feitas com pequenos grupos de funcionários dos mais diversos níveis hierárquicos. Nos últimos meses, o presidente foi de mesa em mesa para colher as opiniões das pessoas, detectar problemas e explicar que rumos a Promon tomaria para sair das dificuldades. "As pessoas voltaram a ter confiança na empresa", diz ele. "Sem isso, nossa recuperação seria muito mais difícil." Neste ano, o lucro deve chegar a 20 milhões de reais. Na edição atual do guia, a Promon, mesmo vivendo momentos delicados, aparece na sétima posição entre os melhores lugares para trabalhar no Brasil. Um processo semelhante se dá na Landis+Gyr, fabricante de equipamentos de medição de energia de Curitiba, no Paraná. Já há algum tempo, a empresa, controlada pelo grupo americano KKR, vem sofrendo com a retração do mercado. Os últimos dois anos foram de prejuízos e queda de vendas. Mesmo em meio às más notícias, Álvaro Dias Júnior, presidente da Landis, manteve abertos todos os canais de comunicação com os funcionários -- do telão instalado no centro da
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fábrica aos cafés da manhã realizados com funcionários de todos os níveis. "Garantir a motivação da equipe muitas vezes não é uma questão de lucros maiores ou menores", diz o consultor José Tolovi Júnior, do escritório brasileiro do Great Place to Work Institute, parceiro de EXAME e Você S/A na pesquisa. "É um fator determinante para a sobrevivência."
Há mais de um século teóricos da administração procuram algo que se pareça com a fórmula mágica da produtividade. Entre 1924 e 1932, a General Electric, então maior fabricante de lâmpadas dos Estados Unidos, iniciou um estudo para provar que quanto melhor a iluminação numa fábrica melhor o desempenho de seus empregados. O local escolhido para a pesquisa foi a unidade da Western Electric Company em Howthorne, nas proximidades de Chicago. Passados três anos, a produtividade das operárias pesquisadas havia aumentado sem que os pesquisadores conseguissem estabelecer nenhuma relação com a mudança na iluminação do ambiente. A conclusão final foi que a eficiência havia crescido simplesmente porque as operárias ficaram motivadas com a interação com os pesquisadores. Alguém, enfim, havia se interessado pelo trabalho que elas desenvolviam. Tal fenômeno passou a ser conhecido como "efeito Hawthorne". Desde então, muita coisa mudou no mundo dos negócios e na interação entre capital e trabalho. Leis trabalhistas disciplinaram as relações, às vezes de forma exagerada. O conhecimento tornou-se mais importante que a força física. Novas tecnologias ficaram mais acessíveis e foram disseminadas. Na última década, falar em pessoas como o centro da estratégia das empresas tornou-se uma espécie de modismo. E para muitas organizações não passa disso -- um modismo. Por que isso acontece, se os efeitos financeiros de um bom relacionamento com os funcionários são evidentes? "É uma questão de cultura e de crença das lideranças", afirma Ana Cristina Limongi-França, professora da Universidade de São Paulo e especialista em gestão de qualidade de vida no trabalho. "Os líderes precisam acreditar que as pessoas fazem diferença e se dedicar diariamente à melhoria do ambiente de trabalho." Isso exige uma dose cavalar de coerência entre discurso e prática. E manter essa coerência nem sempre é fácil num ambiente competitivo e no qual os resultados costumam ser determinantes. Uma pesquisa da Universidade Wharton, em parceria no Brasil com a Fundação Dom Cabral, mostra como a busca do resultado a qualquer custo ainda se impõe na maioria das companhias. Foram ouvidos 42 presidentes de algumas das maiores empresas brasileiras. Todos tinham em suas declarações de princípios a importância dos funcionários. Perguntados sobre o que fariam com um executivo que entregasse excelentes resultados, mas destruísse o moral de suas equipes, apenas dois deles responderam que optariam pela demissão. Empresas que conseguem manter a coerência entre discurso e prática normalmente conquistam a fidelidade de seus funcionários e -- como conseqüência -- costumam ser presenças constantes nas listas das melhores companhias para trabalhar. Nos Estados Unidos, a rede de
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cafeterias Starbucks, de Seattle, está há anos no ranking. Seu crescimento é espantoso. Com 7 000 lojas espalhadas pelo mundo, uma política de treinamento constante e benefícios diferenciados para os funcionários, a Starbucks cresce em faturamento há 12 anos consecutivos. Suas vendas em 2003 foram 24% maiores que no ano anterior. O mesmo acontece com a centenária rede de lojas de serviços de reparos Timpson, na Inglaterra. Exemplos de que um grupo de funcionários preparados, motivados e felizes é um poderoso instrumento para o crescimento e a perenidade. Com reportagem de Suzana Naiditch e Flávio Costa
TODESCHINI - Bento Gonçalves, RS
Fabricação de móveis
Número de funcionários: 450 Faturamento em 2003: 189,9 milhões de reais
Lucro em 2003: 27,9 milhões de reais
Por que ela está entre as melhores
• Todos os funcionários fazem parte de grupos dedicados à melhoria da operação. Operários participam do planejamento
estratégico do negócio
• A empresa oferece bolsa integral para ensino fundamental e médio e 80% de subsídios para cursos superiores
• Os salários estão sempre 10% acima da média do mercado.A inflação é repassada mensalmente para a
remuneração
• Uma vez por mês, informações sobre desempenho e metas da empresa são discutidas pelas lideranças e
repassadas para todos os funcionários
• Todos os empregados passam por avaliações de desempenho a cada semestre
• Os funcionários têm direito a usufruir de uma fazenda da empresa como espaço de lazer nas férias e nos fins de
semana
PROMON - São Paulo, SP
Engenharia e projetos
Número de funcionários: 573 Faturamento em 2003: 612 milhões de reais
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Prejuízo em 2003: 26 milhões de reais
Por que ela está entre as melhores
• O modelo acionário permite que a maioria dos funcionários 70% seja sócia
• Há uma política de transparência nas informações que coloca as lideranças em constante contato com a
organização
• Há grande oportunidade para crescimento na carreira através de programas de seleção e desenvolvimento de
profissionais com alto potencial
• O plano de aposentadoria é totalmente subsidiado pela empresa e o plano de saúde garante livre escolha de
médicos e hospitais para todos os funcionários
REDECARD - São Paulo, SP
Serviços para a área de crédito
Número de funcionários: 696 Faturamento em 2003: 290,3 milhões de reais
Lucro em 2003: 47,1 milhões de reais
Por que ela está entre as melhores
• Há grande mobilidade interna. Em 2003, 27% dos funcionários receberam algum tipo de promoção
• Há um amplo programa de qualidade de vida voltado para a saúde física e mental. Atendimentos psicológicos são
totalmente custeados pela empresa. Um serviço especial, que funciona 24 horas por dia, atende funcionários com
problemas emocionais e familiares
• A empresa tem mecanismos para acolher queixas de empregados, mantendo sua identidade em sigilo
• São oferecidos cursos de formação gerencial no Brasil e no exterior
• Os benefícios são personalizados para os funcionários de nível gerencial
STARBUCKS - Seattle, Estados Unidos
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Rede de cafeterias
Número de funcionários: 68 000 Faturamento em 2003 (1): 4,1 bilhões de dólares
Por que ela está entre as melhores dos estados unidos
• Empregados que trabalham acima de 20 horas semanais têm cobertura de saúde
• Funcionários com mais de um ano de trabalho na companhia recebem stock options
• Todos os funcionários têm um crédito de 1 000 dólares para empréstimos de emergência
(1) ano fiscal terminado em setembro de 2003
Sete pecados que podem destruir o clima de sua empresa
Algumas das falhas mais comuns e letais cometidas pelas organizações quando o assunto é gestão de
pessoas
1 Não comunicar Muitas empresas ainda perdem tempo tentando filtrar as informações que serão transmitidas a seus funcionários.
Quanto mais clara for a comunicação, menores as chances de má interpretação da realidade e de proliferação de
rumores infundados
2 Não escutar Comunicar não basta. É preciso escutar o que os funcionários
têm a dizer. As pessoas se sentem motivadas quando percebem que suas idéias são consideradas
3 Não liderar Todo grupo precisa de um líder que mostre o caminho e se interesse pelo trabalho de cada um. Sua ausência causa a
insegurança de um barco à deriva
4 Tratar o indivíduo com indiferença Cada funcionário, como indivíduo, gosta de ser reconhecido como único. O tratamento coletivo e indiscriminado leva à
falta de comprometimento e a resultados medíocres
5 Agir com parcialidade
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Poucos fatores geram tanta insatisfação nas empresas quanto uma atitude parcial na hora de promover, contratar e demitir. Os funcionários esperam que seus líderes sejam
justos, ajam de acordo com o que falam e consigam explicar e justificar seus atos
6 Não reconhecer e recompensar As pessoas esperam que seus méritos e esforços sejam
recompensados financeiramente ou não. A falta de reconhecimento gera desmotivação e compromete a busca
por resultados excelentes
7 Não comemorar Festejar as vitórias, mesmo as menores, ajuda a criar um ambiente positivo e costuma ser uma poderosa forma de
reconhecimento coletivo
Fonte: Great Place to Work Institute
ANEXO 2
ENTREVISTA
Revista VOCÊ S/A – Novembro/2002 – Edição 53
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PESSOAL E INTRANSFERÍVEL
A paulistana Ana Cristina Limongi tem uma rotina bastante agitada. Ela divide seu tempo entre aulas, consultorias, palestras, pesquisas, projetos e os livros que escreve -- sem falar na educação dos filhos, no relacionamento com o namorado e em muitas outras demandas de sua vida pessoal. Nem um pouco diferente de muitos brasileiros que saem de casa por volta das 7 da manhã e raramente retornam a tempo de assistir ao Jornal Nacional. Curioso é que Ana Cristina pesquisa o tema qualidade de vida há mais de dez anos -- é ela quem coordena o Núcleo de Pesquisa em Gestão de Qualidade de Vida no Trabalho, da Faculdade de Economia e Administração (FEA) da Universidade de São Paulo. Mas não pense que Ana Cristina é adepta do "faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço". Ao contrário! "Qualidade de vida é o jeito que cada um escolhe para viver, e essa é a vida que eu quero para mim, pelo menos por enquanto", diz. Sua tese de livre-docência trata do assunto e vai ser transformada em um livro, que deve sair pela Editora Atlas no ano que vem. Nesta entrevista, ela fala mais sobre essa questão que interessa a todos nós -- profissional e pessoalmente falando.
Afinal, o que é ter qualidade de vida? É o jeito que cada um escolhe para viver. Qualidade de vida é uma opção pessoal. Só que, para tomar uma decisão consciente, as pessoas precisam de informações. É por isso que digo que qualidade de vida tem a ver com escolhas de bem-estar -- claro que elas estão limitadas pelos padrões de convivência social. A idéia de associar exercícios físicos a qualidade de vida, por exemplo, nasceu nos Estados Unidos na década de 70. Para algumas pessoas realmente funciona assim, mas tem gente que abomina fazer ginástica. Essas pessoas podem optar por levar uma vida sedentária, mesmo sabendo dos prejuízos que isso acarreta para a saúde. Por mais estranho que possa parecer, tal atitude não deixa de ser uma escolha de bem-estar, uma vez que essas pessoas têm consciência da decisão que tomaram e não estão atrapalhando ninguém. Embora haja algumas linhas mestras, não dá para padronizar a qualidade de vida. Senão, vamos cair numa ditadura -- exatamente como a que impera no campo da estética corporal.
Em um de seus livros a senhora levanta a seguinte questão: qualidade de vida no trabalho é uma necessidade ou um modismo pós-industrial? Qual é a resposta? Na verdade, qualidade de vida é uma necessidade e também tem a ver com a fase pós-industrial. O assunto começou a ser discutido porque, de certa forma, as empresas já passaram da fase de produção em massa e começaram a se preocupar com as pessoas. Todo o know-how de gestão e de competitividade foi desenvolvido em cima da produtividade. Primeiro, vinham os resultados; depois, as pessoas. Hoje, é necessário incluir a qualidade de vida no início do processo e não depois que os resultados foram alcançados. Além disso, é muito provável que a qualidade de vida não fosse reconhecida com uma ação relativa ao ambiente interno das organizações. Isso ajuda a explicar a sensação de que o tema é uma espécie de invenção da era pós-industrial.
Como o conceito de qualidade de vida deve ser aplicado nas empresas? Para implantar um programa desse tipo, é preciso levar em conta o que os funcionários querem e o que a empresa deseja ou pode oferecer. Senão, vira aquela história de dar um presente inútil para alguém de quem você gosta muito. O diretor de uma empresa contou que certa vez gastou meio milhão de reais na festa de fim de ano. Esse, segundo ele, foi o programa de qualidade de vida deles. Acontece que os funcionários queriam financiamento para comprar a casa própria. Também não adianta criar um modelo e nunca mais mexer nele. As pessoas mudam, e o que elas
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querem para si mesmas também. Por isso qualidade de vida não deve ser encarada como uma ação global, mas como um conjunto de ações.
Qual é a importância que a qualidade de vida ocupa no mundo corporativo? Um colega, que também é professor, diz que a qualidade de vida dos funcionários é um novo paradigma da administração. Saber administrá-la faz parte das competências que todo gestor deve ter.
Por que as empresas parecem ter tanta dificuldade em lidar com isso? Acredito que é um misto de culpa e medo. Elas se sentem culpadas por não ter atentado para o fato antes e, por causa disso, vem o medo de mexer em questões que provavelmente estão represadas há muito tempo. É como rebentar um dique: pode ser que você perca o controle do processo. Por outro lado, existe um certo oportunismo da parte de quem é beneficiado pelos programas de qualidade de vida. Há funcionários que querem que a empresa adote medidas desse tipo, mas não se comprometem com absolutamente nada.
Será que o custo não é um empecilho para que as empresas implantem programas de qualidade de vida? Acontece que o gasto que se tem com um programa assim muitas vezes é menor do que se imagina. Quer um exemplo? O custo de um tratamento fonoaudiológico pode ser de apenas 10 centavos/hora por funcionário. Sei também de casos em que a contratação de uma nutricionista saía mais barato que muitos dos equipamentos que a empresa comprou. E, depois, muitas medidas que se relacionam com qualidade de vida na empresa são cobradas pela própria legislação. Na minha opinião, o que os gestores têm a fazer é usar essa ferramenta com um conceito mais amplo.
Que tipo de profissional é o mais indicado para implantar um programa de qualidade de vida em uma companhia? É um consultor de RH? Embora o departamento de RH muitas vezes coordene o processo, um programa desses tem espaço para a atuação de vários profissionais, do nutricionista ao psicólogo, passando pelo professor de educação física. Aliás, acredito que temos um ótimo nicho se formando no mercado. Tanto que já existem profissionais mandando imprimir "especialista em qualidade de vida" em seu cartão de visita.
A senhora acha que essa é uma questão que preocupa as organizações? Não. Embora muitas já estejam trilhando esse caminho, acho que essas atitudes têm bem mais a ver com o perfil do fundador e com os produtos que eles fabricam. Na minha opinião, qualidade de vida ainda não faz parte da cultura corporativa. Mesmo assim, acredito que teremos mudanças significativas nos próximos cinco anos como reflexo de uma nova realidade social: aumento da expectativa de vida e do período de trabalho, mais consciência do direito à saúde, além do apelo a novos hábitos e estilos comportamentais.
Carlos Murilo Moreno é casado e tem três filhos. É formado em publicidade e propaganda pela Universidade Federal de Minas Gerais. Começou sua carreira trabalhando na área de publicidade do Sistema Globo de Rádio, em Belo Horizonte. “Eu era contato, saía na rua para vender reclame”, lembra. Saiu para trabalhar na TV Alterosa, uma afiliada do SBT, que pertence ao grupo Diários Associados. Da TV foi para a Shell, onde ficou quase 10 anos. “A Shell tinha um cargo que era um cara local, que fazia tudo quanto era ação para poder aumentar o fluxo de gente no posto.” Depois foi para o Rio de Janeiro, onde fez de tudo: publicidade de diários industriais, marca,
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revista, lançamento de produto. No final de 1995, foi para a Fiat, empresa na qual ocupa o cargo de gerente de publicidade. AD – Qual o segredo que vocês usaram para desbancar as outras gigantes e chegar à liderança do mercado? CMM – O segredo está em entender o que o consumidor quer. A principal arma da Fiat foi não virar de costas para o consumidor. Foi sempre perguntar para ele do que é que ele está gostando e do que é que ele não está gostando. E tentar entregar o produto que ele quer da melhor forma, no melhor custo, com o melhor preço. AD – E a partir de que momento vocês começaram a fazer isso? CMM – Não existe um momento específico. O momento em que a Fiat começou a aparecer no cenário brasileiro foi em 1990, quando chegou o motor de mil cilindradas. O governo mudou a legislação de IPI, o imposto caiu de 34% para 10%. E aí as pessoas começaram a comprar o carro 1.0, porque ficou mais acessível. Naquele momento só a Fiat ousou lançar o motor 1.0. E as pessoas que só tinham dinheiro para comprar carro usado passaram a ter pela primeira vez a possibilidade de ter um carro zero. AD – É uma coisa que meio que morreu hoje, porque os carros populares não são mais tão populares. CMM – Mas os populares continuam tendo a mesma característica, que é a acessibilidade. A diferença é que o imposto chegou, em 1993, a 0,1%, ou seja, não existia imposto de IPI. E hoje o preço do carro em dólar é mais barato do que em 1993, a diferença é que tem mais imposto. Então a empresa, a indústria automobilística ganha menos do que naquele período. E hoje as pessoas estão com menos dinheiro do que no começo do Plano Real. Então por isso as pessoas falam: “Ah, o carro está menos acessível”. AD – Quais são os pontos marcantes da trajetória da Fiat no Brasil? CMM – A Fiat chegou em 1976, lançando o 147. Acho que a gente poderia marcar cinco ou seis principais momentos da Fiat. 1976, com o lançamento do 147 e a chegada da marca no Brasil. O Uno chega em 1983, mas o grande momento dele é no lançamento do Mille. Temos também o lançamento do Tempra, que foi a primeira entrada da Fiat no chamado segmento alto, em 1991 para 1992. A gente tem também o Tipo, que foi o primeiro carro importado a preço popular. Naquela época um Tipo custava R$ 15 mil.
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ANEXO 3
Reportagens
Jornal O DIA Online – Caderno Educação - Rio, 28 de Agosto de 2007
28/8/2007 13:33:00
Carreira e qualidade de vida precisam andar juntas Nova concepção de sucesso profissional está atrelada ao equilíbrio entre o trabalho e a vida pessoal e familiar
Débora Thomé
Rio - Depois de anos na batalha pela realização na carreira, um profissional pode se deparar com uma triste realidade: sua saúde e sua família foram o preço que pagou pelo sucesso. Pois essa é uma realidade que está com os dias contados, graças a uma visão mais moderna crescente no mundo corporativo — de que o bom desempenho depende do grau de correspondência entre as características da pessoa e as propriedades das atividades exercidas.
Concentrar esforços em determinado projeto e revestir-se de comprometimento, dedicação e simplicidade são atitudes que trazem, inevitavelmente, a alegria tão necessária para uma vida saudável, tanto profissional, quanto pessoal, segundo Mirian Zicareli, diretora de Recursos Humanos de um grupo norte-americano de empresas de produtos químicos, NCH, onde atua há mais de 30 anos.
"Somente quando conseguimos honrar os compromissos na empresa e também com nossa família é que podemos nos considerar verdadeiramente felizes. Imaginar alcançar êxito separadamente seria como ter uma felicidade superficial ou passageira", afirmou Mirian Zacareli.
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Quando fala em simplicidade, a executiva refere-se à importância de perceber os detalhes fundamentais do cotidiano, dos quais, infelizmente, poucos se dão conta. "Adquirir o hábito de sorrir pode proporcionar um ambiente agradável no trabalho. Mas a pressão sobre os executivos é tanta, que eles só se concentram em cumprir prazos e metas."
Mirian explica que é preciso, sim, almejar o crescimento profissional, crescer e prosperar, mas na dose certa. "A ambição sadia, aquela que não o deixa ganancioso, funciona como uma grande motivação. Se você perguntar às pessoas quanto elas gostariam de ganhar para se sentirem felizes, provavelmente todas responderão algo entre 40% a 60% a mais do que suas receitas atuais."
De acordo com a especialista, não existe uma receita, mas segredos que cada um tem que descobrir por conta própria, para aprender a ter flexibilidade, saber explorar oportunidades e lidar com novas tecnologias.
"É necessário reorganizar atividades do dia-a-dia que tomam muito tempo, reconhecer que é fundamental manter os estudos, especializando-nos, tudo isso sem esquecer que somos gente e convivemos com gente. Inclua sua família na sua agenda, viva o presente e faça as coisas com paixão", recomendou Mirian.
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ANEXO 4
INTERNET
www.rhportal.com.br
Qualidade de Vida
Janeiro 0-, 2007 - 24: 0 Qualidade De Vida No Trabalho Artigo escrito para a Palestra Qualidade de Vida no Trabalho no IV Congresso Norte Paranaense de Recursos Humanos, em Londrina - Paraná.
Vivemos numa sociedade em mudanças e num momento excitante para as organizações. A sociedade percebe que a Qualidade de Vida e a Saúde são ativos importantes, envolvendo dimensões física,intelectual, emocional, profissional, espiritual e social. Práticas inadequadas no ambiente de trabalho geram impacto negativo na saúde física e emocional dos empregados e na saúde financeira das empresas. Baixa motivação, falta de atenção, diminuição de produtividade e alta rotatividade criam uma energia negativa que repercute na família, na sociedade e no sistema médico. Segundo Domenico de Masi, vivemos e trabalhamos numa sociedade do futuro, mas continuamos a usar os instrumentos do passado.Felizmente, para algumas empresas inovadoras e conscientes, este cenário não faz parte de sua realidade atual. As dez melhores empresas para se trabalhar (Guia Exame 2001) transformaram o ambiente de trabalho e a Saúde emocional e física em vantagem competitiva, tendo plena convicção estratégica de que quanto mais eliciar satisfação, mais retorno terão em produtividade, criando assim a visão de uma organização mais privilegiada, competitiva e equilibrada. Definição: Segundo a Organização Mundial da Saúde, Qualidade de Vida é um conjunto de percepções individuais de vida no contexto dos sistemas de cultura e de valores em que vivem, e em relação a suas metas, expectativas, padrões e preocupações. Objetivos Programas de saúde é a ciência e a arte de ajudar pessoas a modificar seu estilo de vida em direção a um ótimo estado de saúde, sendo esta compreendida como o balanço entre a saúde física, emocional, mental, social e espiritual. (american journal, 1989). Os programas de Saúde e QV objetivam facilitar mudanças no estilo de vida, combinando ações e campanhas para consciência, comportamento e envolvimento, que suportem suas práticas de saúde e previna doenças. Qualidade de Vida no Trabalho O propósito de um programa de Qualidade de Vida ou Promoção de Saúde nas Organizações é encorajar e apoiar hábitos e estilos de vida que promovam saúde e bem estar entre todos os funcionários e famílias durante toda a sua vida profissional.
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Um programa de Qualidade de Vida existe para gerar estratégias com o intuito de promover um ambiente que estimule e dê suporte ao indivíduo e à empresa, conscientizando sobre como sua saúde está diretamente relacionada à sua qualidade e produtividade. Não é suficiente ter em mente mudar relevantemente o estado de saúde dos profissionais mas também encorajá-los a cuidarem e gerenciarem sua própria saúde, adquirindo um ganho substancial na sua satisfação e crescimento, assim como no aumento de produção e redução de custos para a empresa Benefícios Melhoria da produtividade Empregados mais alertas e motivados Melhoria da imagem corporativa Menos absenteísmo Melhoria das relações humanas e industriais Baixas taxas de enfermidade Melhoria da moral da força de trabalho Redução em letargia e fadiga Redução de turnover Missão Estratégica A missão estratégica de um programa de Qualidade de Vida canaliza seus esforços para alcançar os seguintes resultados: • Aumentar os níveis de SATISFAÇÃO E SAÚDE do colaborador/ consumidor/ comunidade. (Força de trabalho mais saudável) • Melhorar o CLIMA ORGANIZACIONAL (ambiente, relações e ações saudáveis) • Afetar beneficamente no processo de FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO humano, agregando competências (capacidade e atributos) • Influenciar na diminuição da PRESSÃO NO TRABALHO e do DISTRESSE individual e organizacional (Menor absenteísmo/rotatividade; Menor número de acidentes) • Melhorar a capacidade de DESEMPENHO das atividades do dia-a-dia. (Maior produtividade) As dimensões da Saúde Integral e Qualidade de Vida Para efeitos didáticos, dividimos a Saúde em Seis Dimensões: FÍSICA, EMOCIONAL, INTELECTUAL, PROFISSIONAL, SOCIAL e ESPIRITUAL.
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Estas dimensões facilitam a consciência e o desenvolvimento da saúde integral, assim como a possibilidade de se ter uma visão sistêmica e seu posterior equilíbrio e expansão, pois sabemos que na vida sempre estamos buscando uma inter-relação harmoniosa dos vários aspectos e dimensões do ser humano. Desde que o mundo exigiu novas e complexas interações em termos de excelência em relação à produtividade e a qualidade dos serviços prestados, estamos tendo que constantemente se adaptar à todos estes estímulos, comprometendo de alguma forma nosso aprendizado e saúde. Afina de contas, se sentir mal no tempo e no espaço não é mais privilégio de nenhum astronauta. O psiquiatra Carl Gustav Jung dizia que se as coisas vão mal no mundo, algo deve estar mal comigo. Assim seria sensato, em primeiro lugar, ficar bem. Viver uma vida vibrante e feliz, na qual se utiliza o máximo que possui, com enorme prazer é um objetivo de vida. É o que dá qualidade à vida. Eduardo Carmello
ÍNDICE
51
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
Origem e Evolução – QVT 10
1.1 – Qualidade de Vida no Trabalho – Qvt: uma opção
para o bem estar do individuo no trabalho 11
CAPITULO II
Conceitos e Dimensões – QVT 17
2.1. Dificuldades e Obstáculos – QVT 22
CAPITULO III
Perspectivas e Desafios – QVT 24
3.1. Necessidade e Transformação do ambiente de
Trabalho 27
CONCLUSÃO 30
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 31
BIBLIOGRAFIA CITADA 33
ANEXOS 34
INDICE 51
52
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição: Universidade Candido Mendes
Título da Monografia: Qualidade de Vida no Trabalho
Autor: Maria Risomar de Souza
Data da entrega: 31/03/2008
Avaliado por: Conceito: