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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
CURSO DE DOCÊNCIA DO ENSINO SUPERIOR
PÓS-GRADUAÇÃO LATU SENSU
A UTILIZAÇÃO DA INTERNET NA EDUCAÇÃO
GLORIA MARIA ALVES FEITOSA
Orientador: Profª Fabiane Muniz
Rio de Janeiro
2002
ii
UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO
DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS
PROJETO A VEZ DO MESTRE
A UTILIZAÇÃO DA INTERNET NA EDUCAÇÃO
GLORIA MARIA ALVES FEITOSA
Apresentação de monografia à
Universidade Cândido Mendes como
condição prévia para a conclusão do
Curso de Pós-Graduação LATU SENSU
em Docência do Ensino Superior.
Rio de Janeiro, RJ, maio de 2002
iii
RESUMO
Este trabalho trata da utilização da Internet na Educação. Estão
incluídos uma breve evolução histórica da Internet, as suas características e as
vantagens e desvantagens da sua utilização na Educação e na sala de aula.
Após esta exposição faz-se uma reflexão, baseada nestas vantagens e
desvantagens, sobre o papel do professor e sobre a real situação da Internet
como ferramenta educacional.
iv
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 5
CAPÍTULO I 8
CAPÍTULO II 13
CAPÍTULO III 17
CAPÍTULO IV 21
CONCLUSÃO 28
ANEXOS 30
BIBLIOGRAFIA 33
5
INTRODUÇÃO
Não dá para esconder que a rápida evolução tecnológica da
atualidade torna o convencional, as especialidades, algumas funções de
gerenciamento e certos tipos de trabalho, seja manual ou não, obsoletos !
Vivemos um momento de novas tecnologias de comunicação.
Assistimos ao surgimento e à expansão de formas alternativas e até
revolucionárias de tratar, transmitir e alcançar informação. A realidade social
que compartilhamos é, cada vez mais, construída, pensada e escrita a partir de
uma lógica cibernética. O que antes era unicamente assunto de filmes e séries
de TV de "ficção científica", hoje participa de processos que constróem o
mundo como representação.
Como parte integrante das estruturas do mundo social, a relação
ensino-aprendizagem é historicamente produzida pela articulação das práticas
políticas, sociais e discursivas. Uma transformação cultural incide diretamente
nos objetos e personagens da ação educacional, não podendo ser ignorada
pelos educadores.
Já passou o tempo em que o giz e o quadro-negro eram as
principais ferramentas educacionais. O surgimento de novas tecnologias trouxe
possibilidades ainda não mensuráveis de comunicação e, por conseguinte, de
Educação. O computador, parte importante do bom funcionamento do cotidiano
da sociedade moderna, tornou-se arma essencial para o desenvolvimento e
para a busca de novas possibilidades no processo educacional. O processo de
globalização encurta cada vez mais as distâncias entre culturas e as novas
tecnologias representam um novo relacionamento entre fontes de informação e
entre quem as procura. Neste cenário a Internet chega às salas de aula,
passando a concentrar uma série de dúvidas e questionamentos tornando
premente refletir sobre as novas práticas descortinadas pela Internet que
alcançam a relação ensino-aprendizagem. O principal questionamento é : Qual
é o lugar da Internet dentro das práticas pedagógicas ligadas ao ensino ?
6
A Internet é fonte de informações e meio de comunicação. E não
resta dúvida que as duas características alcançam e podem beneficiar, alunos
e professores.
O uso da rede como meio de comunicação encerra grandes
possibilidades, em especial, no que se refere à formação crítica e criativa do
aluno. O correio eletrônico abre as portas para trabalhos cooperativos e troca
experiências entre educadores, o que leva a uma diversificação das práticas e
oportunidade de atualização permanente. A comunicação via rede permite a
ocorrência de pesquisas comparativas entre cidades, estados e até países,
bem como a elaboração de trabalhos em parceria. Isso sem esquecer o fato de
que esse sistema permite que a escola coloque a disposição dos educandos o
material pedagógico que pode ser consultado e utilizado estando fora do
estabelecimento de ensino e do horário normal de aulas. Este aspecto
funcional da Internet nos mostra a rede como meio de expressão. Os alunos
sentem-se motivados a expor trabalhos na rede, pois podem mostrar suas
realizações diante da comunidade de internautas e isso deve ser aproveitado
pelo professor.
O que surpreende na Internet é a multiplicidade de serviços
propostos e as informações de todos os tipos, associados à eliminação de
distâncias e de fronteiras. Os educadores são atraídos pela idéia de que no
meio de todas essas fontes existem muitos documentos e informações de
interesse educativo e exploráveis em atividades pedagógicas, mas esta rica
oferta não muda em nada a relação que deve-se ter com os materiais
documentais e informacionais.
É importante manter uma postura crítica, procurando selecionar e
analisar a relevância das informações, tirando o melhor proveito da variedade
da rede. No que se refere ao educador, é primordial que ele prepare os jovens
para as novas tecnologias de acesso ao saber e ao conhecimento, sem
esconder as dificuldades relacionadas com a multiplicidade de dados
disponíveis na Internet. O professor deve fornecer os meios que possibilitem ao
aluno distinguir entre dados factuais, opiniões, relatos de experiência,
documentos públicos, conclusões científicas etc. Fornecendo modelos de
consulta crítica e determinando o valor das informações, ele estará criando um
7
primeiro degrau para que o aluno possa a vir organizar e construir
conhecimento.
A Educação tem de mudar. É muito mais importante ensinar as
pessoas a aprender por si mesmas, do que ensinar uma matéria.
O capítulo inicial dessa monografia descreve a trajetória histórica
da Internet, focalizando a sua origem e sua expansão e mostra a relevância de
um estudo que enfoque as possibilidades de uso educacional da rede.
O segundo capítulo trata das vantagens da utilização da Internet
na Educação.
O terceiro capítulo trata das desvantagens da utilização da
Internet na Educação.
O quarto capítulo traz uma reflexão, baseada nos dois capítulos
anteriores, sobre a questão do uso da Internet na Educação.
Finalmente, chega-se a conclusão de que não existe uma posição
única sobre a utilização da Internet na Educação. Conclui-se que a Internet
pode ser um ótimo recurso educacional, caso seja utilizada com atenção e
consciência.
É importante deixar claro que este trabalho não se propõe a
analisar as questões financeiras envolvidas quando se usa a Internet na sala
de aula.
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CAPÍTULO I
A INTERNET : ORIGEM E EXPANSÃO
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A Internet não é uma rede, é uma rede de redes de
computadores, todas intercambiando livremente, programas e informações.
A semente da Internet foi plantada em 1969, nos Estados Unidos
da América, em pleno período de guerra fria com o bloco soviético, quando o
Departamento de Defesa Norte-Americano (DOD – Department of Defense),
prevendo que um possível ataque do inimigo desmantelasse a sua rede de
comunicações altamente centralizada, patrocinou um novo projeto, que
descentralizaria as operações e o armazenamento das informações. Este
projeto consistia em uma rede alternativa que garantia a segurança nas
comunicações entre os computadores militares espalhados pelo país. Esta
rede chamava-se ARPANET (ARPA vem da expressão Advanced Research
Project Agency).
Aos poucos, esta rede cresceu para interligar universidades,
centros de pesquisas e corporações mundiais, que faziam pesquisas com
fundos militares, que passaram a utilizar a rede para troca de informações. Por
razões altamente estratégicas, esta rede foi desenvolvida de forma que caso
uma de suas partes destruída, o restante continuaria a funcionar normalmente.
Os grupos acadêmicos passaram a enviar e a receber
correspondência eletrônica, criando e alimentando grupos sobre discussões
sobre os mais diversos assuntos. Os acadêmicos, entretanto, perdiam o direito
a utilizar a rede quando se afastavam de suas Universidades, o que os levava
a buscar formas de continuarem conectados. Além disso, a ARPANET fez tanto
sucesso que todas as universidades, assim como outras organizações e suas
redes desejavam se interconectar com ela. E aí surgiram problemas de
gerência e controle da rede, que não podia colocar em risco a segurança dos
computadores militares e seus dados.
Ao mesmo tempo, a rede passou a incorporar além do correio
eletrônico, uma forma de transferência de arquivos (FTP – File Transfer
Protocol – para transferir arquivos em geral e correio eletrônico) e a conexão
remota (TELNET – protocolo que prevê a emulação dos diferentes terminais
para poderem interagir, visto não serem todos do mesmo fabricante, ou melhor,
com a mesma plataforma operacional).
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Nos anos 80, estas questões levaram à separação em duas
redes: MILNET, para o tráfego das comunicações militares, e uma ARPANET
menor, para assuntos não-militares. Mais tarde esta ARPANET menor
transformou-se na NSF-NET (National Science Foundation). Mesmo assim,
estas duas redes permaneceram interligadas com a devida segurança para as
informações militares.
NO BRASIL
A legislação brasileira impedia que as organizações nacionais,
além da Embratel, transmitissem dados digitais. O NCE-UFRJ, contornando
este fato, conseguiu, após muito esforço, a permissão das autoridades
brasileiras para que nossas universidades pudessem se ligar à NSF-NET.
Em 1987, o NCE-UFRJ, em uma primeira tentativa, decidiu se
iniciar na BITNET (rede que liga as universidades dos Estados Unidos, Canadá
e Europa) e não na NSF-NET. A BITNET possuía menor restrição tecnológica
em relação à robusta NSF-NET e era a alternativa para aquelas instituições de
ensino e pesquisa que não tinham contratos de pesquisa com o DOD. Em
paralelo entram nessa empreitada a FAPESP (Fundação de Amparo à
Pesquisa no Estado de São Paulo) e o LNCC (Laboratório Nacional de
Computação Científica, localizado no Rio de Janeiro).
Em 1990, com forte apoio do CNPq, criou-se a RNP (Rede
Nacional de Pesquisas), com o objetivo de expandir a rede interacadêmica. A
RNP restringia-se quase exclusivamente a áreas de interesse da comunidade
acadêmico-científica e das organizações não-governamentais, como o Ibase
(Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas). Assim começaram as
primeiras ligações de interesse privado no Brasil.
A evolução foi natural. Hoje a RNP se conecta à Internet por este
mundo afora a outras redes mundiais sem maiores restrições.
É muito difícil avaliar o número de pessoas que utilizam a rede,
mas segundo o "NUA Surveys", em pesquisas datadas de julho/2000, estima-
se que o número de usuários da Internet no mundo esteja em torno de 359,8
milhões de pessoas, dos quais apenas 6,79 milhões (3,95% da população do
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país) estão no Brasil. Mesmo assim, o Brasil é o décimo colocado em
quantidade de usuários, mas é o 36º, quando se ordena por percentual
populacional. Estas informações podem ser conferidas no anexo 1.
Para se ter idéia do crescimento do número de usuários da rede,
basta saber que segundo o mesmo NUA, em abril de 1999, existiam 160
milhões de usuários da Internet no mundo. Um estudo das Nações Unidas
estimava que em abril de 2000, seriam 200 milhões. Como, segundo o NUA,
em julho de 2000, eram 359,6 milhões de usuários, vê-se que na prática, este
número extrapola as previsões.
O que tudo isso tem a ver com a Educação ?
Por que a Internet deveria entrar na escola ?
A resposta é simples: porque a Internet é um mundo em que se
pode viver uma outra forma de experiência, virtual, paralela à real, mas sempre
de grande impacto emotivo, cultural e didático. Diz-se que os documentos
existentes na Internet superaram a cota de um bilhão (dados de fevereiro de
2000), formando uma grande massa de informação.
Encontra-se tudo na rede e aumentam a cada dia o número de
sítios e páginas. Entre esses, os de escolas são abundantes. Qualquer pessoa,
física ou jurídica, pode construir uma página e implementá-la na Internet. Não
há restrição de nenhuma espécie.
Segundo Moran (1997) estima-se que diariamente, mais de cento
e quarenta mil páginas são criadas na rede. Há informações demais e
conhecimento de menos no uso da Internet na Educação. E há uma certa
confusão entre informação e conhecimento. Há muitos dados disponíveis. Na
informação os dados estão organizados dentro de uma lógica, de um código,
de uma estrutura determinada. Conhecer é integrar a informação no referencial
humano, pessoal, no paradigma individual, apropriando-a, tornando-a
significativa para cada pessoa. O conhecimento não se passa. O conhecimento
se cria, se constrói.
A Internet está trazendo inúmeras possibilidades de pesquisa
para professores e alunos, dentro e fora da sala de aula. A facilidade de,
digitando duas ou três palavras nos serviços de busca, encontrar múltiplas
respostas para qualquer tema, é uma facilidade deslumbrante, impossível de
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ser imaginada há bem pouco tempo. Isso traz grandes vantagens e também
alguns problemas.
É impossível citar todas as vantagens e desvantagens da Internet.
No Capítulo II serão enumeradas algumas vantagens e no Capítulo III, algumas
desvantagens, da utilização da Internet na sala de aula e na Educação.
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CAPÍTULO II
VANTAGENS DO USO DA INTERNET NA EDUCAÇÃO
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Segundo Moran (1997), entre as vantagens da utilização da
Internet na Educação, pode-se citar:
1.1 – Aumento da motivação e do interesse dos alunos
Por ser atraente, a Internet possibilita novas descobertas, novas
amizades. A motivação também aumenta no momento em que os alunos
percebem que podem divulgar seus trabalhos na rede. Segundo Moran (1997):
"O fato de ver o seu nome na Internet e a possibilidade de divulgar os seus trabalhos e pesquisas, exerce forte motivação nos alunos, os estimula a participar mais em todas as atividades do curso." (Moran, 1997)
1.2 - Proporciona o contato com outras culturas
A Internet proporciona a visita a sítios no mundo todo, permitindo
que o aluno tome conhecimento de outras línguas, hábitos e manifestações de
outros povos. Possibilita ainda descobrir lugares inesperados, materiais
valiosos, endereços curiosos, programas úteis, pessoas divertidas e
informações relevantes.
1.3 – Melhora a comunicação entre os alunos
Através da Internet os alunos podem comunicar-se com outros
alunos e com os professores a qualquer hora. Um aspecto muito interessante
está no fato do aluno poder comunicar-se com outros alunos e professores que
estejam distantes geograficamente, até mesmo em outro país, mas que de
alguma forma, pode trocar suas experiências, fazer consultas e até entrevistas.
A comunicação pode ser feita através de correio eletrônico, por listas de
discussão, por comunicação instantânea (ICQ, por exemplo), através de voz e
também de imagem. Cria-se uma sinergia entre as mais variadas ações
intelectuais, capaz de acionar modos de cooperação, mantendo uma memória
comum dinâmica. Neste ponto é relevante notar o conceito de inteligência
coletiva explorado por Lévy: "projeto de uma inteligência variada, distribuída em
toda parte, sempre valorizada, colocada em sinergia, em tempo real".
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1.4 – Estimula o aluno a expressar-se segundo suas habilidades
A Internet proporciona aos alunos formas de expressão variadas
através da escrita, do desenho, da música, do desenho animado e da história
em quadrinhos. Já disse Howard Gardner: " Em nossa sociedade colocamos as
inteligências lingüística e lógico-matemática, figurativamente falando, em um
pedestal. Grande parte da testagem está baseada nessa alta valorização das
capacidades verbais e matemáticas. Se você se sai bem em linguagem e
lógica, deverá sair-se bem em testes de QI e SATs, e é provável que entre
numa universidade de prestígio. Mas o fato de sair-se bem depois de concluir
a faculdade provavelmente dependerá igualmente da extensão em que você
possuir e utilizar as outras inteligências,..." (Gardner, 1995).
1.5 – Permite que o aluno aprenda no seu ritmo
O aluno pode avançar nos seus trabalhos segundo seu próprio
ritmo de aprendizagem.
1.6 - Permite desenvolver a capacidade de síntese no aluno
Quando o aluno pesquisa num site de busca, é preciso que ele
interprete adequadamente o resultado fornecido para não se perder na
navegação. Os alunos tendem a dispersar-se diante de tantas conexões
possíveis, de endereços dentro de outros endereços, de imagens e textos que
se sucedem ininterruptamente. Tendem a acumular muitos textos, lugares,
idéias, que ficam gravados, impressos, anotados. Colocam dados mais em
seqüência do que em confronto.
1.7 – Permite ao aluno trabalhar em grupo e individualmente
Os alunos podem realizar suas pesquisas individualmente, por
exemplo através de sítios de busca ou em sítios indicados pelo professor. Eles
vão gravando os endereços, artigos e imagens mais interessantes em mídia
magnética (por exemplo, disquete ou CD-ROM) e também fazem anotações
escritas, com rápidos comentários sobre o que estão gravando. As descobertas
mais importantes são comunicadas aos colegas e os resultados são
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socializados, discutidos, comparados. Nesse momento pode ser gerado um
trabalho final resultante das discussões em torno das pesquisas de cada aluno.
1.8 – Ajuda a desenvolver a intuição, a flexibilidade mental e a adaptação a
ritmos diferentes
Os alunos desenvolvem a intuição e flexibilidade mental a medida
que vão adquirindo experiência em pesquisas em sítios de busca e também
quando analisam criticamente a informação contida nas páginas visitadas.
1.9 – Permite ao aluno expressar-se de forma mais livre e criativa
A multiplicidade de recursos oferecidos leva o aluno a expressar-
se de forma mais criativa (ele pode usar texto, imagem e som) livremente com
os recursos disponíveis. Na rede não há censura nem qualquer outra forma de
cerceamento da liberdade de expressão.
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CAPÍTULO III
DESVANTAGENS DO USO DA INTERNET NA
EDUCAÇÃO
18
Segundo Moran (1997), pode-se citar como desvantagens do uso
da Internet na sala de aula:
1.1 – Facilidade de dispersão
A Internet, por ser atraente, possibilita a dispersão do aluno
através de assuntos que não pertencem à pesquisa em andamento.
1.2 – O tempo que se gasta na rede
Há informações que distraem, que pouco acrescentam ao que já
se sabe, mas que ocupam muito tempo de navegação.
Um outro fator importante a ser considerado, que faz o usuário
gastar muito tempo na rede, é o tipo de conexão utilizado. As conexões por
modem podem ser lentas em função da velocidade do modem e em função do
tráfego de dados na rede. Já as conexões a cabo proporcionam maiores
velocidades de transmissão.
Em qualquer dos casos, perde-se muito tempo na rede.
1.3 – Possibilidade de não se aprofundar nos assuntos pesquisados
Os alunos mais jovens podem ser levados a descobrir muitas
coisas interessantes, enquanto deixam, por ansiedade ou afobação, outras
tantas, tão ou mais importantes, de lado.
1.4 – Dificuldade para avaliar o sítio visitado
É difícil avaliar rapidamente o valor de cada página, porque há
muita semelhança estética na sua apresentação, há muita cópia da forma e do
conteúdo. Além disso para avaliar um sítio é preciso já ter um pouco
desenvolvido o olhar crítico e o aluno pode não ter alcançado ainda um estágio
de maturidade que lhe permita ter segurança para criticar o sítio.
1.5 – Dificuldade para conciliar os diferentes tempos dos alunos
Alguns alunos respondem imediatamente. Outros demoram mais,
são mais lentos. A lentidão, se por um lado, pode permitir um maior
aprofundamento, por outro pode comprometer o ritmo do trabalho e,
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consequentemente o resultado final, caso haja um prazo a ser cumprido . Na
pesquisa individual esses ritmos diferentes podem ser respeitados. Nos
projetos de grupo, isso depende muito do coordenador e do respeito entre seus
membros.
1.6 – A participação dos professores é desigual
Alguns professores se dedicam a dominar a Internet, a
acompanhar e supervisionar os projetos. Outros, acompanham à distância o
que os alunos fazem, e vão ficando para trás no domínio das ferramentas da
Internet. E sem conhecer estas ferramentas, o professor emprega mal o tempo
de aula e de pesquisa.
Setzer acrescenta:
1.7 – Diminuição da comunicação oral e conseqüente prejuízo para o
desenvolvimento intelectual
Caso a Internet seja utilizada sem que, em paralelo, sejam
realizadas apresentações e discussões do material recolhido pelo grupo, o
aluno pode ser levado a diminuir o seu convívio social na escola, e passando
muito tempo desenvolvendo trabalhos de pesquisa individualizados.
1.8 – Uma criança pode ser obrigada a exercer um tipo de pensamento que
deveria empregar somente em idade mais avançada.
Setzer acredita que o computador pode roubar da criança a sua
necessária infantilidade, pois a obriga a ter atitude, pensamento e fazer uso de
uma linguagem exata que deveria ser dominada exclusivamente por adultos.
Elas passam a ser obrigadas a observar, sentir, pensar e agir como adultos. A
Internet piora esta situação, pois abre a qualquer um o mundo da informação.
Na opinião de Setzer, "crianças e jovens podem ser castrados pela supressão
precoce de sua maneira natural, intuitiva, maleável, imprecisa, aberta e
holística de se relacionar com o mundo" . E mais : "esses jovens passarão a ter
uma admiração indevida pelas máquinas, vão achar que elas são superiores
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aos seres humanos e que estes são máquinas lentas e imperfeitas." (Setzer,
2001) .
1.9 – Há muito lixo na Internet
Como qualquer pessoa que tem acesso à Internet pode criar a
sua página, expressar suas opiniões e seus conceitos segundo o seu
entendimento, é esperado que haja na Internet material inadequado a
determinadas faixas de maturidade. A pessoa que não tiver maturidade para
criticar o que vê na Internet, ou em qualquer outro local, poderá adquirir valores
éticos inadequados à boa convivência em sociedade. Além deste problema,
exatamente pelo fato de não haver nenhuma forma de controle do conteúdo
disponibilizado pela Internet, encontram-se sítios com vocabulário inadequado,
erros grosseiros de ortografia e de concordância, além de conceitos científicos
incorretos.
Há mais uma questão a ser tratada neste item. Setzer diz que
"pouca gente sabe que todas as máquinas têm efeitos colaterais indesejáveis.
Por exemplo, a televisão induz o telespectador a um estado de sonolência,
independentemente do programa, como já foi comprovado por estudos
neurofisiológicos. Assim, esse aparelho não permite normalmente uma atitude
crítica e consciente do telespectador, gravando em seu subconsciente tudo o
que é transmitido, sem que geralmente seja filtrado pelo consciente" . O
computador, assim como a televisão, faz uso de imagem e som, e pode utilizar
os mesmos recursos técnicos que induzem o usuário a entender a realidade de
determinada forma ou a agir de determinada maneira. Esta técnica é muito
bem utilizada na propaganda para convencer o usuário de que ele necessita
comprar um determinado produto. Entretanto a mesma técnica pode também
ser utilizada para induzir o usuário a comportamentos não condizentes com a
vida em sociedade, a assumir valores não-éticos , à indisciplina ou até mesmo
ao crime. Para entender como esta técnica funciona é necessário considerar
um conjunto de conceitos da Física e da Biologia, que não são adequados
neste trabalho. Entretanto Setzer explica muito bem o assunto (2001, p. 15-20).
É preciso muito critério e maturidade para uma pessoa
concentrar-se e buscar apenas o que lhe é útil.
21
CAPÍTULO IV
REFLEXÕES SOBRE O USO DA INTERNET E O PAPEL
DO PROFESSOR
22
A Internet é uma tecnologia que facilita a motivação dos alunos,
pela novidade e pelas possibilidades inesgotáveis de pesquisa que oferece.
Essa motivação aumenta se o professor a faz em um clima de confiança, de
abertura, de cordialidade com os alunos. Mais do que a tecnologia, o que
facilita o processo de ensino-aprendizagem é a capacidade de comunicação
autêntica do professor, de estabelecer relações de confiança com os seus
alunos, pelo equilíbrio, competência e simpatia com que atua.
Ensinar utilizando a Internet pressupõe uma atitude do professor
diferente da convencional. O professor não é o "informador", o que centraliza a
informação. O professor é o coordenador do processo, o responsável na sala
de aula. Sua primeira tarefa é sensibilizar os alunos, motivá-los para a
importância do conhecimento que poderá ser alcançado, mostrando
entusiasmo. O professor deve mostrar aos alunos a ligação do assunto com os
interesses deles.
O papel do professor deixará de ser o de total entregador da
informação para ser o de facilitador, supervisor, consultor do aluno no processo
de resolver o seu problema. Eventualmente, essa consultoria terá momentos
de transmissão de conhecimento ao aluno. Entretanto ela deverá se concentrar
em propiciar ao aluno a chance de converter a enorme quantidade de
informação que ele adquire, em conhecimento aplicável na resolução de
problemas de seu interesse (Valente, 1996) .
Analisando os pontos relacionados no dois capítulos anteriores,
pode-se notar que num primeiro momento a utilização da Internet pode não
contribuir muito na sala de aula. Diante de tantas possibilidades de busca, a
própria navegação se torna mais sedutora do que o necessário trabalho de
interpretação. O aluno tende a dispersar-se. Isso se deve a uma primeira etapa
de deslumbramento diante de tantas possibilidades que a Internet oferece. É
mais atraente navegar, descobrir coisas novas do que analisá-las, compará-las,
separando o que é essencial do que é acidental, hierarquizando idéias,
assinalando coincidências e divergências. Os alunos se impressionam primeiro
com as páginas mais bonitas, que exibem mais imagens, animações e sons. As
imagens animadas exercem um fascínio semelhante às do cinema, vídeo e
televisão. Os lugares menos atraentes visualmente costumam ser deixados de
23
lado, o que pode levar à perda de informações de grande valor. Logo, ensinar
usando a Internet exige uma forte dose de atenção do professor.
O fato dos sítios de busca indicarem ao aluno múltiplos
endereços, leva este aluno a desenvolver seus próprios critérios de triagem do
material colhido. Encontrar múltiplas respostas para qualquer tema é uma boa
facilidade, mas isso pode trazer vantagens e alguns problemas. O professor
deve atuar sempre questionando o aluno no sentido de levá-lo a analisar
criticamente cada sítio visitado.
Num segundo momento, o aluno deve ser levado a perceber que
o resultado de sua pesquisa num sítio de busca pode mudar significativamente
a partir da escolha das palavras-chave por ele utilizadas. É a hora em que o
aluno parte do geral para o específico. Ele percebe que quando usa palavras
mais abrangentes na sua busca, obtém mais endereços e que no conjunto
destes endereços, muitos não se aplicam à sua pesquisa, estão repetidos ou
são indicações equivocadas.
Na etapa seguinte o aluno passa a direcionar a busca para temas
específicos, utilizando palavras-chave menos amplas e compondo expressões
que serão buscadas não mais como palavras soltas. O aluno deve ser levado a
pesquisar em vários sítios de busca e a comparar os resultados.
Todo este processo levará o aluno a desenvolver a habilidade de
descobrir os melhores endereços e onde vale a pena aprofundar a pesquisa. O
aluno desenvolve a habilidade de retirar do material colhido, o que é realmente
relevante para a pesquisa que ele está realizando.
O professor deve periodicamente pedir aos alunos que relatem a
síntese do que encontraram de mais significativo, a partir de suas anotações e
do material gravado. Caminha-se então em direção a um aprofundamento dos
resultados pesquisados. Num próximo encontro, professor e alunos relacionam
as coincidências e divergências entre os resultados encontrados e as
informações já conhecidas em reflexões anteriores, em livros e revistas. Essa
discussão maior é importante, para que a Internet não se torne só uma bela
diversão. A comunicação dos resultados ao grupo é cada vez mais relevante
pela quantidade, pela variedade e pela desigualdade de dados e pelas
informações contidas na páginas da Internet. Há muitos pontos de vista
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diferentes explicitados. A colocação em comum facilita a comparação, a
seleção, a organização hierárquica de idéias, conceitos e valores.
A navegação precisa de bom senso, gosto estético e intuição.
Bom senso para não deter-se, diante de tantas possibilidades, em todas elas,
sabendo selecionar, em rápidas comparações, as mais importantes. A intuição
é um radar que o aluno desenvolve ao consultar as páginas que o levará mais
perto do que ele procura. A intuição o leva a aprender por tentativa, erro e
acerto. O gosto estético ajuda a reconhecer e apreciar páginas elaboradas com
cuidado, com bom gosto, com integração de imagem, texto e som.
Na rede o aluno pode encontrar pessoas que possuem os
mesmos interesses. Estas pessoas podem estar perto ou longe, fisicamente,
mas certamente, a partir do momento em que se "localizam", as distâncias
geográficas encurtam e elas podem trocar experiências sempre que quiserem.
Esses encontros podem ser através de "chat" , fórum, listas de discussão. Um
fórum para discussão de um tema específico desenvolve habilidades de
pensamento lógico, bem como a capacidade de comunicação do aluno.
O ambiente da rede abre caminho para uma comunicação direta,
interativa e coletiva. Nesse sentido, anuncia-se uma relação cada vez mais
direta entre produtores e usuários da informação. Segundo Pierre Lávy,
estamos assistindo a uma "desterritorialização da biblioteca" que é um prelúdio
à aparição de um novo tipo de relação cognitiva. Estaríamos retornando às
nossas origens, quando as sociedades sem escrita desenvolveram técnicas de
memória, ancoradas nas narrativas e nas emoções coletivas, uma vez que o
saber hoje poderia ser novamente sustentado pelas coletividades, e não
unicamente fornecido pelos sábios. A diferença entre o passado de oralidade e
o momento presente, é que agora o depositário direto do saber não seria mais
o corpo comunitário físico e sua memória, mas sim a Internet.
Em relação à liberdade, Setzer afirma que "liberdade é hoje em
dia essencial ao ser humano" (2001), mas argumenta que ela só faz sentido se
usada com critério e responsabilidade. E vai mais longe: "A Internet se usada
educacionalmente, introduz uma espécie de Educação Libertária, isto é, o
aluno ou a criança, em seu lar ou escola tem total liberdade de, por intermédio
25
da rede, fazer o acesso a informações . No entanto estas podem não ser
próprias para sua maturidade e ambiente."
A utilização da Internet proporciona ainda um ambiente
construtivista, onde o aluno vai construindo o seu conhecimento a cada
pesquisa que realiza e discute em grupo. O ambiente é cooperativo. A cada
discussão é construído mais um pouco do seu conhecimento a partir de cada
resultado que cada aluno traz para ser discutido.
O que se pode ver é que vantagens e desvantagens se
confundem, em função das condições em que a Internet é utilizada. Por
exemplo, se por um lado a liberdade de expressão permite ao aluno expressar-
se livremente conforme suas habilidades, essa mesma liberdade de expressão
que todos possuem na Internet, pode ser prejudicial quando vier de encontro
ao desenvolvimento sadio e natural dele. Se por um lado há muito lixo na
Internet, a existência deste lixo ajuda o aluno a desenvolver o pensamento
crítico em relação ao que lê, vê e ouve para selecionar o que é realmente
interessante. Se por um lado existe a facilidade de dispersão desviando o aluno
dos seus objetivos, por outro lado é esta dispersão que leva o aluno a descobrir
caminhos interessantes, fora do seu objetivo atual, que poderão ser visitados
em outra oportunidade.
O professor deve acompanhar cada aluno, incentivá-lo, resolver
suas dúvidas, divulgar as melhores descobertas. Deve ainda não impor e sim
acompanhar, sugerir, incentivar, questionar e aprender junto com o aluno.
O processo de introdução de novos meios informacionais no
espaço escolar traz alterações no modelo educacional tradicional. Num
primeiro plano, urge a necessidade de treinamento dos professores e
adaptação às novas tecnologias. Muito provavelmente a etapa mais essencial é
a sensibilização do professor, que tende a temer o uso dos computadores.
Estamos diante da construção de um novo paradigma
educacional, no qual o professor deixa de ser o controlador da informação,
detentor exclusivo do conhecimento. A nova realidade implica na exploração
individual de uma grande diversidade de conteúdos, que estão em constante
renovação. Assim, o professor surge como um guia que deve beneficiar-se das
26
novas ferramentas e garantir as melhores condições para uma aprendizagem
colaborativa.
O educador dispõe de novos métodos e maios para o trabalho de
ministrar e preparar suas aulas, mas, mais do que isso, ele encara uma nova
maneira de comunicar-se com seus alunos. O professor em tempos de Internet
deve incentivar o aluno a navegar em busca de novos conhecimentos,
explorando todas as suas potencialidades. Isso inclui uma troca constante com
o professor, e produz um relacionamento mais próximo e descontraído entre
estudantes e educadores.
O quadro a seguir, elaborado pelas pesquisadoras Marilene
Santos Garcia e Iolanda Cortelazzo – da Escola do Futuro da Universidade de
São Paulo, destaca algumas das novas condições da relação ensino-
aprendizagem.
A sala de aula antes e depois da Internet
Na educação tradicional Com a nova tecnologia
O professor Um especialista Um facilitador
O aluno Um receptor passivo Um colaborador ativo
A ênfase educacional Memorização de fatos Pensamento crítico
A avaliação Do que foi retido Da interpretação
O método de ensino Repetição Interação
O acesso ao
Conhecimento
Limitado ao conteúdo Sem limites
Fonte:Revista Nova escola, Ano XIII, nº 110, março de 1998
Logo, a atuação do professor na sala de aula é muito importante
pois cabe a ele o controle de toda esta situação em que vantagens podem se
transformar em desvantagens e vice-versa.
O professor deve ter consciência que o saber não é um produto
acabado, pronto, ao contrário, está em constante mutação. Ele deve deixar
para os alunos um legado relacionado à capacidade de aprender novas noções
e conceitos, de avaliar e de confiar no seu comportamento diante de novas
27
situações. O estudante deve estar apto a abrir suas próprias rotas, a buscar
suas interpretações, a fazer questionamentos aos caminhos já traçados. Para
desenvolver projetos desse tipo nada melhor do que o ambiente do
computador, que atrai e motiva os jovens.
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CONCLUSÃO
A Internet está explodindo como a mídia mais promissora desde a
implantação da televisão. É a mídia mais aberta e descentralizada. Aumenta o
número de pessoas ou grupos que criam na Internet suas próprias revistas,
emissoras de rádio ou de televisão sem pedir licença ao estado ou estar
vinculados a setores econômicos tradicionais. Cada um pode nela dizer o que
quer, conversar com quem desejar, oferecer os serviços que considerar
convenientes.
A distância hoje não é principalmente a geográfica, mas a
econômica (ricos e pobres), a cultural (acesso efetivo à educação continuada),
a ideológica (diferentes formas de pensar e sentir) e a tecnológica (acesso e
domínio ou não das tecnologias de comunicação).
A Internet está explodindo na educação. Universidades e escolas,
assim como quaisquer outras instituições, correm para tornarem-se visíveis.
Alguns criam páginas padronizadas, onde mostram a sua filosofia, as
atividades administrativas e pedagógicas. Outros criam páginas atraentes, com
projetos inovadores e múltiplas conexões.
A chave para promover o desenvolvimento do aprendizado com a
Internet reside em trilhar o caminho de exploração das possibilidades da rede
nas situações de ensino-aprendizagem. A necessidade de obedecer aos
rígidos planejamentos e programas escolares sobre conteúdos previamente
determinados podem parecer um entrave, mas acreditamos que seja possível
romper essas barreiras lançando mão dos inúmeros benefícios e vantagens da
Internet.
Quando o trabalho é orientado por professores conscientes de
seu papel, a rede pode levar o aluno a desenvolver um pensamento crítico e
habilidade para solução de novos problemas. O professor pode encorajar os
estudantes a explorar a rede com um determinado objetivo e, a partir desse
material, julgar a autenticidade dos dados e o peso das evidências, comparar
os diferentes pontos de vista sobre a questão, analisar e sintetizar as diversas
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fontes de informação e construir seu próprio entendimento do tópico ou da
questão que eles têm na mão.
É primordial que o professor tenha em mente que o que deve
estar em primeiro lugar não é a quantidade de informações, mas a capacidade
de lidar com elas, através de processos que impliquem sua apropriação e
comunicação, e, principalmente, sua produção, a fim de que sejam transpostas
a situações novas. Somente quando se dá essa apropriação e transposição de
conhecimentos para novas situações é que podemos verificar que houve um
aprendizado.
Os novos projetos educacionais podem ser viabilizados pelo
maior uso dos novos recursos tecnológicos, como a Internet. Entretanto, não
basta colocar as antigas formas de ensinar e as tradicionais posturas nos
novos meios. O momento é de incorporar a imaginação e a afetividade na
relação ensino-aprendizagem, estabelecendo uma relação crítica permanente
com o mundo que nos cerca.
Se a Internet pode contribuir para universalizar o conhecimento e
a informação, ela também pode agir no sentido de formar um ser humano mais
participativo. Navegar na rede significa ver abertas inúmeras possibilidades de
ir e vir, no tempo e no espaço, e essa característica propicia a formação de um
indivíduo que saiba dialogar não só com os novos valores tecnológicos, mas
com todos os elementos da teia social.
Ensinar com a Internet será uma revolução, se mudarem
simultaneamente os paradigmas do ensino. Caso contrário servirá somente
como um verniz, um paliativo ou uma estratégia de "marketing" para dizer que
o nosso ensino é moderno. A profissão do presente e do futuro é educar para
saber compreender, sentir, comunicar-se e agir melhor, integrando a
comunicação pessoal, a comunitária e a tecnológica.
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ANEXOS
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Anexo 1
USUÁRIOS DE INTERNET NO MUNDO – JULHO DE 2000 (Dados compilados a partir de informações do "NUA Surveys" – veja nota e
metodologia ao final)(1)
Classificação por quantidade de usuários
Posição País Usuários (milhões)
% População Data da avaliação
1 Estados Unidos 143,900 52,20 Jul/2000 2 Japão 27,060 21,38 Mai/2000 3 Inglaterra 19,470 32,72 Jul/2000 4 Alemanha 15,900 19,37 Mar/2000 5 Coréia do Sul 15,300 32,31 Jul/2000 6 Canadá 13,280 42,80 Dez/1999 7 Itália 11,600 20,13 Jul/2000 8 França 9,000 15,26 Mar/2000 9 Austrália 7,550 39,40 Jul/2000 10 Brasil 6,790 3,95 Dez/1999 11 Rússia 6,600 4,52 Abr/2000 12 Taiwan 6,400 28,84 Jul/2000 13 Holanda 4,500 28,47 Fev/2000 14 Suécia 3,950 44,33 Dez/1999 15 Espanha 3,620 9,26 Dez/1999 16 Polônia 2,800 7,25 Mar/2000 17 Noruega 2,200 49,57 Mar/2000 18 Finlândia 2,150 41,61 Fev/2000 19 Bélgica 2,000 19,64 Jan/2000 20 Dinamarca 1,900 35,47 Out/1999 21 Hong Kong 1,850 26,00 Jun/2000 22 Àustria 1,850 22,73 Mar/2000 23 Singapura 1,740 41,91 Mai/2000 24 Suíça 1,700 23,37 Dez/1999 24 Grécia 1,330 12,42 Out/1999 26 Nova Zelândia 1,310 34,19 Jul/2000 27 Israel 1,000 17,12 Jul/2000 28 Irlanda 0,819 21,57 Jul/2000 29 Portugal 0,700 6,97 Jul/2000 30 Eslováquia 0,700 12,94 Jul/2000 31 Hungria 0,650 6,38 Mar/2000 32 Chile 0,620 4,12 Abr/2000 33 Eslovênia 0,460 23,00 Jul/2000 34 Emirados Árabes Unidos 0,400 17,06 Mar/2000 35 Uruguai 0,300 7,50 Abr/2000 36 Líbano 0,220 6,39 Mar/2000 Total Mundial 359,800
(1) Foram considerados somente países com mais de 200.000 usuários da Internet. Metodologia do NUA: - Usuários representa adultos e crianças que tenham acessado a Internet pelo memos uma vez durante os três meses anteriores a pesquisa. - Um usuário representa uma pessoa com acesso a Internet, e não alguém com uma conta em um provedor. - Quando a informação disponível for somente a de pessoas com contas em provedor, esta informação é multiplicada por 3 para chegar-se à quantidade
de usuários Internet. Antônio Secco – UCP/PNAFE Fonte: http\ \www.esaf.fazenda.gov.br/cst/arquivos/usuarios.internet-jul-00.pdf
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USUÁRIOS DE INTERNET NO MUNDO – JULHO DE 2000 (Dados compilados a partir de informações do "NUA Surveys" – veja nota e
metodologia ao final)(1)
Classificação por % da população usu
Posição País Usuários (milhões)
% População Data da avaliação
1 Estados Unidos 143,900 52,20 Jul/2000 2 Noruega 2,200 49,57 Mar/2000 3 Suécia 3,950 44,33 Dez/1999 4 Canadá 13,280 42,80 Dez/1999 5 Singapura 1,740 41,91 Mai/2000 6 Finlândia 2,150 41,61 Fev/2000 7 Austrália 7,550 39,40 Jul/2000 8 Dinamarca 1,900 35,47 Out/1999 9 Nova Zelândia 1,310 34,19 Jul/2000 10 Inglaterra 19,470 32,72 Jul/2000 11 Coréia do Sul 15,300 32,31 Jul/2000 12 Taiwan 6,400 28,84 Jul/2000 13 Holanda 4,500 28,47 Fev/2000 14 Hong Kong 1,850 26,00 Jun/2000 15 Suíça 1,700 23,37 Dez/1999 16 Eslovênia 0,460 23,00 Jul/2000 17 Àustria 1,850 22,73 Mar/2000 18 Irlanda 0,819 21,57 Jul/2000 19 Japão 27,060 21,38 Mai/2000 20 Itália 11,600 20,13 Jul/2000 21 Bélgica 2,000 19,64 Jan/2000 22 Alemanha 15,900 19,37 Mar/2000 23 Israel 1,000 17,12 Jul/2000 24 Emirados Árabes Unidos 0,400 17,06 Mar/2000 25 França 9,000 15,26 Mar/2000 26 Eslováquia 0,700 12,94 Jul/2000 27 Grécia 1,330 12,42 Out/1999 28 Espanha 3,620 9,26 Dez/1999 29 Uruguai 0,300 7,50 Abr/2000 30 Polônia 2,800 7,25 Mar/2000 31 Portugal 0,700 6,97 Jul/2000 32 Líbano 0,220 6,39 Mar/2000 33 Hungria 0,650 6,38 Mar/2000 34 Rússia 6,600 4,52 Abr/2000 35 Chile 0,620 4,12 Abr/2000 36 Brasil 6,790 3,95 Dez/1999 Total Mundial 359,800
(2)
(1) Foram considerados somente países com mais de 200.000 usuários da Internet. Metodologia do NUA: - Usuários representa adultos e crianças que tenham acessado a Internet pelo memos uma vez durante os três meses anteriores a pesquisa. - Um usuário representa uma pessoa com acesso a Internet, e não alguém com uma conta em um provedor. - Quando a informação disponível for somente a de pessoas com contas em provedor, esta informação é multiplicada por 3 para chegar-se à quantidade
de usuários Internet. Antônio Secco – UCP/PNAFE Fonte: http\ \www.esaf.fazenda.gov.br/cst/arquivos/usuarios.internet-jul-00.pdf
33
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Proinfo-MEC.