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1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA INOVAÇÃO E A CRIAÇÃO DE VALOR Roberto Miguel Alves de Azevedo Orientador Prof. Antônio Luiz de Medina Filho Niterói 2012 UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

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Page 1: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · duzir os processos de inovação dentro da organização. 6 ... CAPÍTULO I - Estrutura da criação de valor e inovação.....11

1

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

POacuteS-GRADUACcedilAtildeO ldquoLATO SENSUrdquo

AVM FACULDADE INTEGRADA

INOVACcedilAtildeO E A CRIACcedilAtildeO DE VALOR

Roberto Miguel Alves de Azevedo

Orientador

Prof Antocircnio Luiz de Medina Filho

Niteroacutei

2012

UNIVERSIDADE CAcircNDIDO MENDES

2

POacuteS-GRADUACcedilAtildeO ldquoLATO SENSUrdquo

AVM FACULDADE INTEGRADA

INOVACcedilAtildeO E A CRIACcedilAtildeO DE VALOR

Apresentaccedilatildeo de monografia agrave Universidade Candido

Mendes como requisito parcial para obtenccedilatildeo do grau de

especialista em Gestatildeo Empresarial

3

DEDICATOacuteRIA

Dedico este trabalho agrave minha esposa

filho aos meus amigos e alguns cole-

gas de trabalho pela ajuda e pela forccedila

que me deram para alcanccedilar mais uma

etapa da minha vida

4

AGRADECIMENTOS

Digo obrigado primeiramente a Deus e aos meus familiares pela

forccedila para concluir mais uma etapa da minha vida aos amigos professo-

res e colegas de graduaccedilatildeo pela convivecircncia e amizade durante todo o

curso e a todas as pessoas que direta ou indiretamente contribuiacuteram pa-

ra que este trabalho fosse terminado Que a Deus esteja com vocecircs

5

RESUMO

Hoje a inovaccedilatildeo e agrave criaccedilatildeo de valor eacute de fundamental importacircncia pois atra-

veacutes dela as organizaccedilotildees tornam-se capazes de alcanccedilar outros nichos de negoacutecios e

novos produtos e assim manterem-se ou tornarem-se competitivas nos seus merca-

dos aonde atuam Contudo na maioria dos casos as empresas usam os concorren-

tes como base de referecircncia para as proacuteprias iniciativas de criaccedilatildeo de valor e inova-

ccedilatildeo Com isso as estrateacutegias competitivas tendem a serem muito parecidas dentro de

um mesmo mercado e apenas a empresa que se afasta do grupo competitivo conse-

gue cumprir seu papel aumentando a competitividade e consequentemente atingir o

sucesso

Haacute muito discurso das empresas em relaccedilatildeo a criaccedilatildeo e inovaccedilatildeo mas na praacute-

tica observa-se que poucas satildeo as empresas que de fato estatildeo trabalhando com esse

processo ainda que num sentido amplo Eacute claro que o momento de crise favorece o

modismo mas a experiecircncia mostra que apenas empresas que jaacute tenham entre seus

valores a cultura da busca pelo novo e a coragem de arriscar eacute que satildeo mais bem su-

cedidas em suas investidas no campo da inovaccedilatildeo

Um dos principais fatores restritivos agrave capacidade de criar valor e inovar en-

contra-se no papel desempenhado pelas lideranccedilas - em outras palavras o desconhe-

cimento dos gestores sobre como identificar recursos criar sinergia entre eles e con-

duzir os processos de inovaccedilatildeo dentro da organizaccedilatildeo

6

METODOLOGIA

Os meacutetodos que levam ao problema proposto como leitura de livros jor-

nais revistas palestras e a trabalhos feitos apoacutes coleta de dados pesquisa bibliograacute-

fica e a observaccedilatildeo do objeto de estudo etc Os principais autores utilizados na reali-

zaccedilatildeo dessa pesquisa foram PRAHALAD e KRISHNAN (2008) RAMASWAMY (2004)

e HAMEL (2003)

7

SUMAacuteRIO

INTRODUCcedilAtildeO11

CAPIacuteTULO I - Estrutura da criaccedilatildeo de valor e inovaccedilatildeo11

1- A importacircncia da inovaccedilatildeo11

11ndash Inovaccedilatildeo nas empresas12

12- Inovaccedilatildeo no Brasil13

13- O que eacute inovaccedilatildeo15

2 - Processos de inovaccedilatildeo 16

21- Processos de inovaccedilatildeo nas organizaccedilotildees17

22ndash Funccedilotildees tiacutepicas no processo de inovaccedilatildeo18

23ndash Como implantar cultura de inovaccedilatildeo na organizaccedilatildeo19

24ndash Organizaccedilotildees inovadoras sustentaacuteveis20

25ndash A inovaccedilatildeo como funccedilatildeo de aprendizagem organizacional22

CAPIacuteTULO II- Desenvolvimento da criatividade24

1- Capital intelectual24

2- Criatividade25

21- Conceito de criatividade27

22- Criatividade do ponto de vista pessoal28

23-Criatividade do ponto de vista empresarial28

24- Criatividade e a visatildeo estrateacutegica da empresa29

25- Reconfiguraccedilatildeo dinacircmica do talento30

8

3- Cadeia de valor e vantagem competitiva31

31- O que significa uma vantagem competitiva33

32- Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva34

33- Como implantar vantagem competitiva34

34- Como criar valor e vantagem competitiva35

CAPIacuteTULO III- Aspectos da inovaccedilatildeo e sustentabilidade37

1- Inovaccedilatildeo e sustentabilidade37

11- Da teoria para a praacutetica38

12- Sustentabilidade corporativa40

13- O conceito de sustentabilidade corporativa41

14- Sustentabilidade e geraccedilatildeo de valor econocircmico41

15- Sustentabilidade e responsabilidade ambiental43

16- Sustentabilidade e responsabilidade social44

2- Gestatildeo da inovaccedilatildeo para a sustentabilidade45

CONCLUSAtildeO47

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA48

BIBLIOGRAFIA CITADA51

9

INTRODUCcedilAtildeO

O conceito de inovaccedilatildeo eacute cada vez mais difundido no ambiente organizacional

FREEMAN e SOETE apud BARBIERI (2004) afirmam que as empresas que natildeo ino-

vam natildeo conseguem sobreviver Os gestores das empresas tambeacutem estatildeo conscien-

tes da importacircncia da inovaccedilatildeo para o crescimento dos negoacutecios e para a sua lucrati-

vidade

A inovaccedilatildeo eacute comumente vista como a implementaccedilatildeo de novos produtos ou

serviccedilos Poreacutem pode-se inferir que as inovaccedilotildees em produto ou ateacute mesmo em pro-

cesso satildeo restritas diante do que se faz necessaacuterio um comportamento inovador que

envolva toda a organizaccedilatildeo ateacute sua maneira de gestatildeo Assim surge a inovaccedilatildeo or-

ganizacional tambeacutem chamada de inovaccedilatildeo no modelo de negoacutecios Ela parte da

premissa de que a uacutenica forma de escapar da concorrecircncia eacute introduzir um novo mo-

delo de negoacutecio ou alterar radicalmente o existente HAMEL (2003)

Poreacutem a inovaccedilatildeo soacute teraacute importacircncia se criar valor para os clientes e para a

empresa dessa forma a criaccedilatildeo de um novo produto ou serviccedilo natildeo basta ela deve

ter valor para o consumidor Assim alguns autores PRAHALAD RAMASWAMY

(2004) TAPSCOTT WILLIAMS (2007) tecircm demonstrado que diante do cenaacuterio atual

caracterizado por intensa competiccedilatildeo deve-se buscar na criaccedilatildeo desse valor a inte-

raccedilatildeo dos clientes com a empresa ou seja a co-criaccedilatildeo de valor

Dessa maneira considerando a importacircncia que os gestores tecircm dado agrave inova-

ccedilatildeo no modelo de negoacutecio bem como a necessidade de as empresas buscarem no-

vas formas de gerar valor o presente estudo foi realizado com o intuito de verificar se

esse tipo de inovaccedilatildeo por meio da co-criaccedilatildeo de valor PRAHALAD RAMASWAMY

(2004) pode diferenciar a empresa das demais e obter vantagem competitiva POR-

TER (2001) Para aferir essa possibilidade foram considerados aspectos relevantes

acerca de estrateacutegia envolvidos na obtenccedilatildeo da vantagem sobre os concorrentes

bem como a respeito de inovaccedilatildeo e da co-criaccedilatildeo de valor

Essas questotildees portanto foram contempladas para se tentar chegar agrave respos-

ta para a pergunta haacute relaccedilatildeo entre a obtenccedilatildeo de vantagem competitiva e a inovaccedilatildeo

no modelo de negoacutecio por meio da co-criaccedilatildeo de valor

10

A revoluccedilatildeo cientiacutefica - tecnoloacutegica dos uacuteltimos 30 anos opera transformaccedilotildees

profundas natildeo soacute nas formas de produccedilatildeo da vida material como tambeacutem na produ-

ccedilatildeo do proacuteprio conhecimento Essas transformaccedilotildees alimentam a hoje chamada Soci-

edade do Conhecimento em que este e todas as formas de sua circulaccedilatildeo satildeo indis-

pensaacuteveis em todos os campos de atividade humana Neste sentido a ciecircncia trans-

borda seu proacuteprio campo e atravessa as estruturas e relaccedilotildees sociais em muacuteltiplas

articulaccedilotildees

A nova produccedilatildeo do conhecimento descrita por GIBBONS et al (1994) ndash

entre outros ndash apresenta caracteriacutesticas correlatas agraves mudanccedilas verificadas no modo

de produccedilatildeo de bens materiais As novas exigecircncias de flexibilidade agilidade inter-

disciplinaridade qualidade e resposta a demandas sociais supotildeem necessariamente

um novo patamar de comunicabilidade entre campos esferas paradigmas institui-

ccedilotildees comunidades e atores sociais envolvidos no (e com) o campo cientiacutefico assim

como novas perspectivas de formaccedilatildeo de recursos humanos

Existe ainda uma defasagem entre as mudanccedilas na base econocircmica e as

formas de organizaccedilatildeo sociais e poliacutetico-institucionais As diversas manifestaccedilotildees da

crise atual (desemprego estrutural desaceleraccedilatildeo da produtividade crise de valor es

e falta de perspectiva ) resultam da incompatibilidade entre as novas formas de pro-

duccedilatildeo e novas tecnologias de um lado e sistemas sociais e organizacionais obsole-

tos de outro FREEMAN (1995) A coerecircncia ndash ou compatibilidade nos termos de Fre-

eman ndash precisaria ser restabelecida

O presente estudo representa a importacircncia da inovaccedilatildeo e desenvolvimento

nas empresas e no Brasil como alavanca de sucesso e seus fatores internos e exter-

nos

Inovaccedilatildeo eacute um modelo estrateacutegico de gestatildeo de recursos organizacionais dos

quais fazem parte os recursos humanos tecnoloacutegicos e financeiros com o objetivo de

desenvolver processos rotinas e sistemas que propiciem o desenvolvimento e melho-

rias dos produtos e serviccedilos que a empresa oferece ao mercado e as maneiras como

o faz de forma a obter vantagem competitiva

Existem inuacutemeras maneiras de inovar dentre as quais podemos mencionar em

gestatildeo de pessoas em gestatildeo organizacional em modelos de negoacutecios de comercia-

lizaccedilatildeo e abordagens de marketing

11

CAPIacuteTULO I

A ESTRUTURA DA CRIACcedilAtildeO DE VALOR E A INOVACcedilAtildeO

1 ndash A Importacircncia da Inovaccedilatildeo

O cenaacuterio competitivo contemporacircneo tem sido regido pela revoluccedilatildeo tecnoloacute-

gica globalizaccedilatildeo hiper-competitividade e extrema ecircnfase sobre preccedilo qualidade e

satisfaccedilatildeo do consumidor exigindo um foco na inovaccedilatildeo como competecircncia estrateacutegi-

ca Enquanto se deu maior ecircnfase agrave inovaccedilatildeo incremental na uacuteltima deacutecada menos

atenccedilatildeo foi dispensada agrave inovaccedilatildeo radical ou revolucionaacuteria Como consequecircncia

muito se conhece sobre a implementaccedilatildeo da inovaccedilatildeo incremental ao passo que a

inovaccedilatildeo radical eacute ainda muito pouco compreendida FOSTER (1986) UTTERBACK

(1994) CHRISTENSEN (1997) HAMEL ( 2000) Isso eacute verdadeiro apesar de a impor-

tacircncia da inovaccedilatildeo radical ter sido ressaltada por vaacuterios consultores e estudiosos da

aacuterea de negoacutecios

Muitos autores reconhecem as dificuldades do gerenciamento da inovaccedilatildeo ra-

dical em empresas soacutelidas de grande porte CHRISTENSEN (1997) por exemplo

indica ser bastante incomum que empresas que gerenciam adequadamente linhas

consistentes de negoacutecios percebam com antecedecircncia e respondam de forma efetiva

agraves tecnologias de ruptura provenientes de fontes externas (ver tambeacutem LEONARD-

BARTON (1995) KATZ e ALLEN (1985) KANTER (1989b) TUSHMAN e OrsquoREILLY

(1997) DOUGHERTY (1992) BLOCK e MACMILLAN (1993)

As inovaccedilotildees transformam o relacionamento entre consumidores e fornecedo-

res reestruturam aspectos econocircmicos do mercado desestabilizam produtos existen-

tes e datildeo origem a categorias de produtos completamente novas Elas proporcionam o

motor para o crescimento em longo prazo que os liacutederes empresariais procuram Infe-

lizmente reconhecer a importacircncia das inovaccedilotildees radicais eacute bem diferente de desen-

volvecirc-las e comercializaacute-las

As empresas que obtiveram sucesso em longo prazo intercalam a inovaccedilatildeo in-

cremental com a inovaccedilatildeo radical que gera novos mercados e oportunidades de ne-

goacutecios ver MORONE (1993) TUSHMAN e OrsquoREILLY (1997) Assim como eacute evidente

a importacircncia da inovaccedilatildeo radical para as empresas interessadas no crescimento e na

renovaccedilatildeo em longo prazo eacute claro tambeacutem que empresas grandes e soacutelidas enfren-

tam dificuldades para administrar esse processo Grandes empresas bem estabeleci-

12

das satildeo extremamente proficientes em gerenciar eficiecircncias operacionais e apresen-

tar produtos de nova geraccedilatildeo No entanto as incertezas que surgem com a comercia-

lizaccedilatildeo de novas tecnologias para mercados que podem ainda nem existir exigem

competecircncias amplamente diferentes Inovaccedilatildeo eacute um modelo estrateacutegico de gestatildeo

de recursos organizacionais dos quais fazem parte os recursos humanos tecnoloacutegi-

cos e financeiros com o objetivo de desenvolver processos rotinas e sistemas que

propiciem o desenvolvimento e melhorias dos produtos e serviccedilos que a empresa ofe-

rece ao mercado e as maneiras como o faz de forma a obter vantagem competitiva1

11- Inovaccedilatildeo nas Empresas

De acordo com FREEMAN o conceito de inovaccedilatildeo consiste no processo que

inclui as atividades teacutecnicas concepccedilatildeo desenvolvimento gestatildeo e que resulta na

comercializaccedilatildeo de novos (ou melhorados) produtos ou na primeira utilizaccedilatildeo de no-

vos (ou melhorados) processos

Com o desenvolvimento de novos conhecimentos estrateacutegicos pelas organiza-

ccedilotildees esses fossos organizacionais ao longo das fronteiras podem ser aterrados para

a co-criaccedilatildeo de novas abordagens ao nexo de N=1 e R=G A arquitetura social das

empresas deve desenvolver capacidade a raacutepida criaccedilatildeo de conhecimento por meio

do desenvolvimento de cultura organizacional e de estrutura motivacional adequadas

A arquitetura teacutecnica precisa construir recursos para capacitaccedilatildeo desse processo

Para noacutes essas decepccedilotildees com a gestatildeo de processos natildeo satildeo surpreendentes O

que falta na doaccedilatildeo da maioria dessas iniciativas eacute uma perspectiva que inclua inova-

ccedilatildeo e criaccedilatildeo de valor natildeo apenas reduccedilatildeo de custos Alguns desses projetos que

enfatizam os processos satildeo aprovados agraves cegas pelas organizaccedilotildees sem considerar

a necessidade primordial de equilibrar as demandas por inovaccedilatildeo e eficiecircncia

Se os gestores natildeo partirem de um ponto de vista sobre como querem competir

e impulsionar a mudanccedila no dia a dia em cada reuniatildeo em cada relatoacuterio para criar

situaccedilotildees reais de foco na inovaccedilatildeo e na criaccedilatildeo de valor eacute provaacutevel que se sintam

desapontados Aleacutem disso geralmente eles se esquecem de que a conversatildeo dos

processos internos em fatores estrateacutegicos para os resultados requer mudanccedilas natildeo

1 Internet (httpwwwscielobrpdfraev42n2v42n2a16pdf) data de acesso 19052012

13

soacute gerenciais e culturais mas tambeacutem tecnoloacutegicas (PRAHALADCK KRISH-

NANMSA nova era da inovaccedilatildeo 2008 p135)

Open innovation eacute um modelo que as companhias estatildeo adotando cada vez

mais em resposta a um mundo crescentemente globalizado e caracterizado pela parti-

lha aberta de informaccedilotildees com o objetivo de produzir conhecimento Esse modelo se

baseia na colaboraccedilatildeo em rede da empresa com fornecedores clientes universida-

des e ateacute concorrentes A partir desse conceito a inovaccedilatildeo antes uma aacuterea limitada

aos departamentos internos de Pesquisa e Desenvolvimento como era a loacutegica vigen-

te ateacute as deacutecadas de 70 a 90 passou a ser buscada aleacutem das fronteiras das organiza-

ccedilotildees

Acredito que a interaccedilatildeo seja a chave para esse processo se tornar real e mais

do que isso ela eacute a fonte para a inovaccedilatildeo Por isso as redes sociais representam hoje

a melhor plataforma de interaccedilatildeo para as empresas interessadas em inovaccedilatildeo aberta

O desafio que se impotildee entretanto eacute criar tecnologias que gerenciem a troca de in-

formaccedilotildees realizadas nessa miacutedia2

12- Inovaccedilatildeo no Brasil

O desenvolvimento tecnoloacutegico e a inovaccedilatildeo de um paiacutes dependem em grande

parte da formaccedilatildeo de recursos humanos capacitados bem como de investimentos

consistentes contiacutenuos de longo prazo e de porte O Brasil adotou a estrateacutegia de

que a pesquisa acadecircmica geraria conhecimento que naturalmente se transformaria

em inovaccedilotildees tecnoloacutegicas o que natildeo estaacute refletindo a realidade do setor no paiacutes

O Brasil sempre investiu de forma inconstante e em quantidade insuficiente os

recursos puacuteblicos federais e estaduais no desenvolvimento de ciecircncia e tecnologia

(com exceccedilatildeo do estado de Satildeo Paulo) o que sempre preocupou a comunidade cien-

tiacutefica e empresarial do paiacutes Aleacutem disso o setor empresarial tambeacutem investiu e ainda

continua investindo muito timidamente ao contraacuterio do que ocorreu nos modelos de

paiacuteses como a Coreacuteia do Sul Este uacuteltimo paiacutes investiu na formaccedilatildeo de recursos hu-

manos (em niacutevel de graduaccedilatildeo) habilitando-os para atuar em vaacuterios segmentos do

2 Internet (httpolhardigitaluolcombrnegociosdigital_newsnoticiascomo-gerar-inovacao-nas-

empresas) data de acesso 19052012

14

desenvolvimento tecnoloacutegico As inovaccedilotildees geradas produziram o retorno desejado e

o setor produtivo assumiu o papel de executor das pesquisas e de seu financiamento

sustentando hoje cerca de 75 das pesquisas niacutevel encontrado apenas nos paiacuteses

desenvolvidos Em resumo natildeo haacute investimento consistente de longo prazo e de porte

em ciecircncia tecnologia e inovaccedilatildeo no Brasil seja puacuteblico ou privado

Apesar disso houve no Brasil um grande avanccedilo cientiacutefico nos uacuteltimos trinta

anos A iniciativa consistente para construir a competecircncia cientiacutefica atraveacutes do trei-

namento de pessoal qualificado dentro e fora do paiacutes foi indiferente agraves oscilaccedilotildees poliacute-

tico-econocircmicas tanto em niacutevel federal como estadual hoje o Brasil responde por

13 dos artigos cientiacuteficos publicados em revistas indexadas internacionais Estabe-

leceu-se ainda no paiacutes uma forte estrutura de poacutes-graduaccedilatildeo responsaacutevel pela forma-

ccedilatildeo de cerca de 10 mil doutores por ano e que em trinta anos levou o Brasil a triplicar

sua contribuiccedilatildeo cientiacutefica relativa no mundo 3

O Brasil tem talento empreendedor de sobra e pesquisa cientiacutefica de excelecircn-

cia Mas sem um ambiente encorajador para inovaccedilatildeo o paiacutes natildeo conseguiraacute trans-

formar conhecimento em desenvolvimento econocircmico

Essa foi agrave anaacutelise predominante entre os pesquisadores e liacutederes empresariais

que participaram de um seminaacuterio realizado (18052007) em conjunto pelo Centro de

Economia da Criatividade e da Inovaccedilatildeo (CIEC - na sigla em inglecircs) da Universidade

George Washington nos Estados Unidos e pela Faculdade de Economia Administra-

ccedilatildeo e Contabilidade da Universidade de Satildeo Paulo (FEA -USP)

Para o diretor do CIEC - Michael Ryan - o Brasil tem alguns pontos fortes para

a inovaccedilatildeo alto investimento em pesquisa baacutesica nas universidades recursos huma-

nos de qualidade e publicaccedilatildeo de artigos cientiacuteficos de impacto internacional Mas a

pesquisa natildeo chega ao mercado porque o ambiente eacute pouco motivador para a inova-

ccedilatildeo

ldquoPara criar um cenaacuterio encorajador no qual as empresas invistam mais em

pesquisa e desenvolvimento eacute preciso melhorar vaacuterios aspectos simultaneamente eacute

muito difiacutecil abrir uma empresa no Brasil haacute uma seacuterie de poliacuteticas que podem ser

3 Internet (httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0101-33002007000200002) data

de acesso 190520123

15

modificadas o sistema de patentes pode ser mais eficiente e o acesso ao capital de

risco melhorarrdquo disse RYAN agrave Agecircncia FAPESP 4

13 - O que eacute inovaccedilatildeo

Inovaccedilatildeo significa novidade ou renovaccedilatildeo A palavra eacute derivada do ter-

mo latino innovatio e se refere a uma ideia meacutetodo ou objeto que eacute criado e que pou-

co se parece com padrotildees anteriores Hoje a palavra inovaccedilatildeo eacute mais usada no con-

texto de ideias e invenccedilotildees assim como a exploraccedilatildeo econoacutemica relacionada sendo

que inovaccedilatildeo eacute invenccedilatildeo que chega no mercado Inovaccedilatildeo eacute o processo que inclui as

atividades teacutecnicas concepccedilatildeo desenvolvimento gestatildeo e que resulta na comerciali-

zaccedilatildeo de novos (ou melhorados) produtos ou na primeira utilizaccedilatildeo de novos (ou me-

lhorados) processos FREEMAN (1988 p567) 5

O conceito de inovaccedilatildeo eacute bastante variado dependendo principalmente da

sua aplicaccedilatildeo De forma sucinta haacute quem considere que inovaccedilatildeo eacute a exploraccedilatildeo bem

sucedida de novas ideias Segundo DRUCKER a inovaccedilatildeo ldquoeacute o instrumento especiacutefi-

co dos empreendedores o processo pelo qual eles exploram a mudanccedila como uma

oportunidade para um negoacutecio diferente ou um serviccedilo diferente

Dentre as vaacuterias possibilidades de inovar aquelas que se referem a inovaccedilotildees

de produto ou de processo satildeo conhecidas como inovaccedilotildees tecnoloacutegicas Outros tipos

de inovaccedilotildees podem se relacionar a novos mercados novos modelos de negoacutecio no-

vos processos e meacutetodos organizacionais ou ateacute mesmo novas fontes de suprimentos

Embora ldquonovidadesrdquo encontradas em organizaccedilotildees teacutecnicas administrativas organi-

zacionais inseridas em produtos ou processos nem todas elas podem ser considera-

das como inovaccedilotildees Cabe ressaltar aqui a diferenciaccedilatildeo entre ldquooriginalidaderdquo e ldquono-

vidaderdquo propriamente dita Originalidade oriunda da palavra Original do latim original-

4Internet (httpwwwinovacaotecnologicacombrnoticiasnoticiaphpartigo=010175070518) data

de acesso 19052012

5Internet (httpptwikipediaorgwikiInovaC3A7C3A3o) data acesso 20052012

16

le eacute relativo agrave origem agrave qualidade de original inicial primordial primitivo originaacuterio

Novidade eacute originaacuteria do latim novitate que se reporta agrave qualidade ou caraacuteter de novo

uma inovaccedilatildeo embora referente a algo jaacute existente um uso novo para algo jaacute existen-

te6

Inovaccedilatildeo pode ser definida como o processo estrateacutegico de reinvenccedilatildeo contiacute-nua do proacuteprio negoacutecio e de criaccedilatildeo de novos negoacutecios GARY HAMEL (1996)

2 ndash Processos de inovaccedilatildeo

No acircmbito da economia ao longo deste seacuteculo muito vem se discutindo sobre

a inovaccedilatildeo sua natureza caracteriacutesticas e fontes com o objetivo de buscar uma mai-

or compreensatildeo de seu papel frente ao desenvolvimento econocircmico ressaltando-se

como marco fundamental a contribuiccedilatildeo de JOSEPH SCHUMPETER na primeira me-

tade deste seacuteculo mdash INFORMACcedilAtildeO E GLOBALIZACcedilAtildeO NA ERA DO CONHECI-

MENTO enfocou a importacircncia das inovaccedilotildees e dos avanccedilos tecnoloacutegicos no desen-

volvimento de empresas e da economia

De forma geneacuterica existem dois tipos de inovaccedilatildeo a radical e a incremental

Pode-se entender a inovaccedilatildeo radical como o desenvolvimento e introduccedilatildeo de um

novo produto processo ou forma de organizaccedilatildeo da produccedilatildeo inteiramente nova Esse

tipo de inovaccedilatildeo pode representar uma ruptura estrutural com o padratildeo tecnoloacutegico

anterior originando novas induacutestrias setores e mercados Tambeacutem significam reduccedilatildeo

de custos e aumento de qualidade em produtos jaacute existentes Algumas importantes

inovaccedilotildees radicais que causaram impacto na economia e na sociedade como um todo

e alteraram para sempre o perfil da economia mundial podem ser lembradas como

por exemplo a introduccedilatildeo da maacutequina a vapor no final do seacuteculo XVIII ou o desen-

volvimento da microeletrocircnica a partir da deacutecada de 1950 Estas e algumas outras

inovaccedilotildees radicais impulsionaram a formaccedilatildeo de padrotildees de crescimento com a con-

formaccedilatildeo de paradigmas tecno-econocircmicos FREEMAN (1988)

As inovaccedilotildees podem ser ainda de caraacuteter incremental referindo-se agrave introdu-

ccedilatildeo de qualquer tipo de melhoria em um produto processo ou organizaccedilatildeo da produ- 6 Internet (httpwwwpr2ufrjbrinovacaosocialtexto14-01pdf) data de acesso 20052012)6

17

ccedilatildeo dentro de uma empresa sem alteraccedilatildeo na estrutura industrial FREEMAN (1988)

Inuacutemeros satildeo os exemplos de inovaccedilotildees incrementais muitas delas imperceptiacuteveis

para o consumidor podendo gerar crescimento da eficiecircncia teacutecnica aumento da pro-

dutividade reduccedilatildeo de custos aumento de qualidade e mudanccedilas que possibilitem a

ampliaccedilatildeo das aplicaccedilotildees de um produto ou processo A otimizaccedilatildeo de processos de

produccedilatildeo o design de produtos ou a diminuiccedilatildeo na utilizaccedilatildeo de materiais e compo-

nentes na produccedilatildeo de um bem podem ser considerados inovaccedilotildees incrementais

Ateacute pouco tempo era grande a rigidez para caracterizar o processo de inovaccedilatildeo suas

fontes de geraccedilatildeo e formas como se realiza e difunde

Evidentemente que a compreensatildeo do processo de inovaccedilatildeo estaacute estreitamen-

te influenciada pelas caracteriacutesticas dominantes de contextos histoacuterico-econocircmicos

especiacuteficos Atualmente aspectos negligenciados por natildeo terem relevacircncia nos periacuteo-

dos em questatildeo comeccedilam a ser plenamente reconhecidos como de papel fundamental

para o ecircxito do processo inovador Agrave medida que melhor se conhecem as especifici-

dades da geraccedilatildeo e difusatildeo de inovaccedilatildeo mais se sabe sobre sua importacircncia para

que empresas e paiacuteses reforcem sua competitividade na economia mundial7

21 ndash Processos de inovaccedilatildeo nas organizaccedilotildees

DAMANPOUR (1984) em seu estudo sobre inovaccedilatildeo e desempenho organiza-

cional em bibliotecas puacuteblicas americanas conceitua inovaccedilatildeo como uma resposta agrave

mudanccedila ambiental ou ainda os meios que permitem ou viabilizam a mudanccedila em

uma organizaccedilatildeo Para ele as empresas podem enfrentar as mudanccedilas ambientais

natildeo apenas com novas tecnologias mas tambeacutem incorporando mudanccedilas teacutecnicas

eou administrativas em sua estrutura Assim sendo inovaccedilotildees no plano organizacio-

nal envolvem a implantaccedilatildeo de ideias novas teacutecnicas ou administrativas Espera-se a

partir disso mudanccedilas estruturais que afetem o desempenho da organizaccedilatildeo Esque-

maticamente portanto pode-se entender a inovaccedilatildeo como a ferramenta que quando

introduzida em contexto organizacional gera mudanccedila

7Internet httpwwwliincufrjbrfrattachments055_saritalivropdfpage=122) data de acesso

03062012

18

Segundo DAMANPOUR (1984) define desempenho como a habilidade que

uma organizaccedilatildeo tem de bem utilizar todos os quatro processos sistecircmicos (inputs

outputs transformaccedilotildees e efeitos de retroalimentaccedilatildeo) relacionados ao alcance de

metas organizacionais Uma organizaccedilatildeo de alto desempenho cumpriraacute suas tarefas

primaacuterias de modo eficiente e realizaraacute suas funccedilotildees de manutenccedilatildeo e adaptaccedilatildeo or-

ganizacional de forma efetiva A funccedilatildeo de adaptaccedilatildeo requer que a estrutura da orga-

nizaccedilatildeo sofra mudanccedilas para encontrar novas condiccedilotildees ambientais

Organizaccedilotildees inovadoras tendem natildeo apenas a se adaptar agrave mudanccedila mas

tambeacutem a usar seus recursos para criar novas condiccedilotildees ambientais pela introduccedilatildeo

de novos produtos ou serviccedilos nunca antes oferecidos Inovaccedilotildees assim seriam mei-

os de prover mudanccedilas internas ou externas e tambeacutem de aperfeiccediloar o desempenho

organizacional

Os sistemas gerenciais de acordo com a abordagem soacutecio teacutecnico satildeo consti-

tuiacutedos de um ldquocorpusrdquo social (neste ponto se faz um paralelo com as inovaccedilotildees admi-

nistrativas) e de um ldquocorpusrdquo teacutecnico (corresponde agraves inovaccedilotildees teacutecnicas) e portanto

se enfatiza o papel do ldquocorpusrdquo social e teacutecnico na efetiva operaccedilatildeo de uma organiza-

ccedilatildeo e sugerem que a concentraccedilatildeo em apenas um sistema resulta em baixo desem-

penho organizacional Sistemas sociais e teacutecnicos precisam assim funcionar de forma

balanceada O relacionamento entre os sistemas social e teacutecnico eacute de correlaccedilatildeo ou

seja qualquer mudanccedila em qualquer um dos sistemas leva as determinadas restri-

ccedilotildees ou modificaccedilotildees ao outro8

22 ndash Funccedilotildees tiacutepicas no processo de inovaccedilatildeo

Eacute funccedilatildeo tiacutepica no processo de inovaccedilatildeo a captaccedilatildeo de sinais proveniente do

campo em ambiente direto e o monitoramento do ambiente externo indireto A partir

das etapas anteriores busca-se identificar elementos onde os clientes natildeo estejam

sendo atendidos satisfatoriamente ou oportunidades natildeo exploradas gap de desem-

penho Os clientes natildeo vatildeo responder a perguntas sobre o uso ou natildeo de um determi- 8Inter-

net(httpwwwgooglecombrurlsa=tamprct=jampq=ampesrc=sampsource=webampcd=1ampved=0CEsQFjA

Aampurl=http3A2F2Fwwwfespprbr2F~bastosjr2FGest25E3o2520de2520Inova

25E725E3o2FArtigos2FInova25E725E3odocampei=Vhr2T9qvHaez6wHo16zYBgampusg=

AFQjCNEz7MKNTbjYj81PrvG) data de acesso 03062012

19

nado produto principalmente se este for desconhecido Eacute necessaacuterio conhecer o am-

biente em que se vivem compreender suas carecircncias

Outra funccedilatildeo necessaacuteria eacute a geraccedilatildeo de alternativas viaacuteveis que respondam agraves

demandas ambientais e a seleccedilatildeo com base em criteacuterios coerentes com os objetivos

estrateacutegicos da organizaccedilatildeo previamente estabelecidos

Natildeo se pode deixar de mencionar a concepccedilatildeo e o desenvolvimento das ino-

vaccedilotildees a gestatildeo da implantaccedilatildeo destas inovaccedilotildees e respectiva coordenaccedilatildeo

Aleacutem destes um outro aspecto fundamental eacute o controle do processo ou seja

a definiccedilatildeo de indicadores que permitam avaliar e medir os resultados na medida em

que estes acontecem Os instrumentos de medida da inovaccedilatildeo devem conforme

KUCZMARSKI (1998) obedecer agraves seguintes categorias empresa (carteira de novos

produtos investimentos apuraccedilatildeo de resultados) das equipes (planejamento taxas

de sucesso e sobrevivecircncia variaccedilotildees orccedilamentaacuterias retorno financeiro) e individual

(contribuiccedilatildeo de cada membro no desempenho da equipe) Vale lembrar que inovaccedilatildeo

e mudanccedila levam tempo os indiviacuteduos devem esperar permanecer em suas funccedilotildees

pelo tempo suficiente para influenciar os indicadores de desempenho tanto de curto

quanto de longo prazo 9

23 ndash Como implantar cultura de inovaccedilatildeo na organizaccedilatildeo

Inovaccedilatildeo tem de fazer parte da mentalidade dos funcionaacuterios em todos os niacute-

veis Evidentemente a forma mais eficiente de implantar uma mudanccedila na empresa

se daacute quando o exemplo vem de acima Se natildeo estatildeo convencidos da importacircncia da

inovaccedilatildeo os dirigentes sempre encontraratildeo formas de derrubar ideias mais arrisca-

das No entanto se as lideranccedilas tomam a iniciativa a nova cultura eacute absorvida com

muito mais facilidade pela organizaccedilatildeo

Os profissionais do primeiro escalatildeo contudo natildeo podem ter a obrigaccedilatildeo de

ser os uacutenicos ou principais geradores das ideias inovadoras Os comandantes preci-

9Internet

(httpwwwgooglecombrurlsa=tamprct=jampq=ampesrc=sampsource=webampcd=4ampved=0CFkQFjADampurl=http

3A2F2Fwwwfespprbr2F~bastosjr2FGest25E3o2520de2520Inova25E725E3o2FArtigo

s2FInova25E725E3odocampei=sSb2T8eqDYro0QGO7OSLBwampusg=AFQjCNEz7MKNTbjYj81P) data

de acesso 04062012

20

sam de aliados O papel dos gerentes e diretores tambeacutem eacute fundamental num pro-

cesso de mudanccedila de cultura eles satildeo os verdadeiros responsaacuteveis por criar um am-

biente que estimule as pessoas a arriscar investindo em novos produtos bancando

ideias que tecircm maturaccedilatildeo de longo prazo e criando uma comunicaccedilatildeo eficiente

Nem mesmo os profissionais de atuaccedilatildeo operacional podem fugir da responsa-

bilidade A dificuldade para inovar eacute maior em departamentos mais fechados e norma-

tizados como os administrativos ou naqueles em que a precisatildeo eacute fundamental como

a produccedilatildeo de um remeacutedio Mas eles tambeacutem precisam aprender a ver as oportuni-

dades natildeo convencionais ndash haacute pequenas melhorias capazes de desencadear uma

importante inovaccedilatildeo

A responsabilidade eacute de todos da alta gerecircncias aos departamentos operacio-

nais O desafio eacute fazer todos assumirem um compromisso com a praacutetica real da ino-

vaccedilatildeo 10

ldquoInovaccedilatildeo eacute a mensagem do momento Natildeo se trata de mais recursos mas em

como usaacute-los Em um mundo que atravessa crises financeiras a todo momento e que

exige sempre mais recursos naturais os inovadores e os criativos satildeo os que conse-

guem transformar as adversidades em oportunidades de crescimentordquo (STEVE

JOBS Inovaccedilatildeo A arte de Steve Jobs 2010 p154)

24 ndash Organizaccedilotildees inovadoras sustentaacuteveis

Organizaccedilatildeo inovadora eacute a que introduz novidades de qualquer tipo em bases

sistemaacuteticas e colhe os resultados esperados BARBIERI (2007) p88) A expressatildeo

bases sistemaacuteticas significa a realizaccedilatildeo de inovaccedilotildees com autonomia intencionali-

dade e pro atividade Assim a inovaccedilatildeo eacute um elemento essencial do modus operan-

di dessa organizaccedilatildeo o que pressupotildee que ela desenvolva continuamente recursos

tangiacuteveis e intangiacuteveis para inovar permanentemente Organizaccedilatildeo sustentaacutevel eacute a

que simultaneamente procura ser eficiente em termos econocircmicos respeitar a capaci-

dade de suporte do meio ambiente e ser instrumento de justiccedila social promovendo a

inclusatildeo social a proteccedilatildeo agraves minorias e grupos vulneraacuteveis o equiliacutebrio entre os gecirc-

neros etc (BARBIERI 2007 p98-99) 10 Internet (httpbooksgooglecombrbookshl=pt-BRamplr=ampid=jnka43VmmwsCampoi=fndamppg=PA34ampdq=como+implantar+uma+cultura+de+inovaccedilatildeo+na+organiza-ccedilatildeoampots=KRvAPG4C6kampsig=rzqbLGM4sLvsQL26N0gLqfOTPOAv=onepageampq=como20implantar20uma20cultura) data de acesso 04062012

21

Os dois conceitos de organizaccedilatildeo podem entrar em contradiccedilatildeo pois inovar em

bases sistemaacuteticas pode se tornar sinocircnimo de degradaccedilatildeo sistemaacutetica do meio ambi-

ente e da vida social Assim uma organizaccedilatildeo inovadora sustentaacutevel natildeo eacute a que

introduz novidades de qualquer tipo mas novidades que atendam as muacuteltiplas dimen-

sotildees da sustentabilidade em bases sistemaacuteticas e colham resultados positivos para

ela para a sociedade e o meio ambiente BARBIERI (2007) p105 Natildeo basta para as

empresas apenas inovar constantemente mas inovar considerando as trecircs dimen-

sotildees da sustentabilidade a saber

bull dimensatildeo social - preocupaccedilatildeo com os impactos sociais das inovaccedilotildees nas

comunidades humanas dentro e fora da organizaccedilatildeo (desemprego exclusatildeo

social pobreza diversidade organizacional etc)

bull dimensatildeo ambiental - preocupaccedilatildeo com os impactos ambientais pelo uso de

recursos naturais e pelas emissotildees de poluentes

bull dimensatildeo econocircmica - preocupaccedilatildeo com a eficiecircncia econocircmica sem a qual

elas natildeo se perpetuariam Para as empresas essa dimensatildeo significa obtenccedilatildeo

de lucro e geraccedilatildeo de vantagens competitivas nos mercados onde atuam

O atendimento a essas dimensotildees torna o processo de inovaccedilatildeo mais sofisti-

cado e exigente o que requer da organizaccedilatildeo um maior esforccedilo para atender tecnica-

mente esse requisito Isso leva novas perspectivas para a gestatildeo da inovaccedilatildeo11

Com intuito de tornar o processo de adequaccedilatildeo agraves prerrogativas impostas agraves

companhias ditas inovadoras quanto mais simplificado e dirigido melhor A seguir eacute

apresentado um conjunto de proposiccedilotildees para o desenvolvimento de empresas com

esta caracteriacutestica o pressuposto baacutesico necessaacuterio eacute o fomento de equipes de traba-

lho com a mentalidade para a inovaccedilatildeo Neste sentido cabem agraves organizaccedilotildees agraves

pessoas e agraves tarefas o papel de suscitar o aparecimento e a manutenccedilatildeo de tais e-

quipes SBRAGIA (1993)

25 - A Inovaccedilatildeo como funccedilatildeo de aprendizagem organizacional

11Internet(httpwwwscielobrscielophppid=S0034-

75902010000200002ampscript=sci_arttext) data de acesso 04062012

22

Pelo fato da inovaccedilatildeo ser destrutiva para muitos grupos consolidados ela en-

frentaraacute resistecircncia A inovaccedilatildeo eacute o oposto da operaccedilatildeo e seraacute portanto ignorada O

desenho ou arranjo organizacional poderaacute facilmente superar ao menos minimizar

estes e outros obstaacuteculos GALBRAITH (1998) Este comportamento acentua-se em

organizaccedilotildees protegidas de concorrecircncia (universidades ateacute algum tempo atraacutes oacuter-

gatildeos governamentais etc) Pesquisas realizadas por TUSHMAN e NADLER (1998)

apontam que organizaccedilotildees altamente inovadoras satildeo sistemas de aprendizado alta-

mente eficazes aleacutem de possuir um senso de autocriacutetica bastante apurada

Empresas eficazes criam condiccedilotildees possiacuteveis para que o trabalho de hoje seja

feito paralelo com a geraccedilatildeo constante de inovaccedilatildeo ou seja a inovaccedilatildeo sustentada

por mais paradoxal que possa parecer exige ao mesmo tempo estabilidade e mudan-

ccedila A estabilidade possibilita economias de escala e aprendizado incremental por ou-

tro lado a mudanccedila e a experimentaccedilatildeo satildeo necessaacuterias agrave conquista de avanccedilos nas

aacutereas de produto processo e tecnologia

Companhias que conseguem ao mesmo tempo produzir cotidianamente e estar

alerta e vigilante aos clientes concorrentes tecnologias e competecircncia interna fo-

mentam e estimulam o aprendizado organizacional e a inovaccedilatildeo sustentada

Segundo TUSHMAN e NADLER (1998) inovaccedilatildeo eacute um trabalho complexo e

estimulante a rupturas pois exige estreita colaboraccedilatildeo entre membros que rotineira-

mente se encontram bastante separados Embora os mecanismos da organizaccedilatildeo

formal facilitem o aprendizado e a inovaccedilatildeo corporativa a criatividade individual pro-

veacutem de um ambiente informal saudaacutevel

Um claro conjunto de valores essenciais ajuda a focalizar e motivar o compor-

tamento Empresas inovadoras tecircm valores claros que fornecem foco num cenaacuterio

repleto de diversidade como tambeacutem um objetivo comum que possa ter a concor-

dacircncia dos mais diferentes atores envolvidos

Em adiccedilatildeo com os valores essenciais cultuados em uma organizaccedilatildeo as nor-

mas proporcionam referenciais de comportamentos claros satildeo os comportamentos

aguardados De um modo geral organizaccedilotildees inovadoras enfatizam a informalidade

no comportamento no vestuaacuterio e nas relaccedilotildees hieraacuterquicas com elevadas expectati-

vas de desempenho e de trabalho individual e do grupo fortes viacutenculos informais den-

tro e fora da organizaccedilatildeo

23

Organizaccedilotildees altamente inovadoras geram com destreza as sutilezas da re-

compensa e da puniccedilatildeo onde as pessoas podem assumir riscos colher as recompen-

sas pelo sucesso e sobreviver a fracassos construtivos

A representaccedilatildeo de papeacuteis funcionais tem atribuiccedilatildeo fundamental no desenvol-

vimento e conduccedilatildeo do processo de gestatildeo da inovaccedilatildeo Entre eles podemos mencio-

nar um os geradores de ideias pois as interligam com as tendecircncias e mercados

desenvolvendo oportunidades para as organizaccedilotildees dois os empreendedores internos

tornam concretas as ideias possuem agressividade energia e personalidade propen-

sas a assumir riscos para defender suas causas

Aqui aparece a figura dos trecircs ldquogate keepersrdquo (guardiotildees do portatildeo) que ligam

organizaccedilatildeo e seus colegas agraves frentes externas de informaccedilatildeo que satildeo vitais para a

inovaccedilatildeo pois obtecircm traduzem e distribuem estas informaccedilotildees no acircmbito interno da

organizaccedilatildeo Os quatros patrocinadores ou mentores satildeo gerentes de alto niacutevel que

datildeo apoio informal acesso aos recursos e a proteccedilatildeo no surgimento de novos produ-

tos ou negoacutecios Esses personagens atuando conjuntamente representam o ldquogecircnio

coletivordquo da organizaccedilatildeo que consiste na soma das capacidades pessoais em clima

motivacional gerando resultados mensuraacuteveis substituindo o gecircnio individual predo-

minante ateacute o seacuteculo passado conforme DE MASI (1998) Uma vez que o gecircnio indi-

vidual pode ateacute existir mas eacute difiacutecil de ser encontrado

Segundo GALBRAITH (1998) algumas pessoas que satildeo boas em inovaccedilatildeo e

criatividade mas natildeo satildeo necessariamente boas em operaccedilatildeo Portanto o desenho

organizacional contribui para a criaccedilatildeo de uma organizaccedilatildeo inovadora na medida em

que promove o encontro sistemaacutetico entre os geradores de ideias e aqueles que po-

dem defendecirc-las e colocaacute-las em praacutetica12

CAPIacuteTULO II 12 Internet

(httpwwwgooglecombrurlsa=tamprct=jampq=ampesrc=sampsource=webampcd=1ampsqi=2ampved=0CEwQFjAAampu

rl=http3A2F2Fwwwfespprbr2F~bastosjr2FGest25E3o2520de2520Inova25E725E3o2

FArtigos2FInova25E725E3odocampei=Ex32T_meBObb6wGds-29Bgampusg=AFQjC) data de acesso

04062012

24

DESENVOLVIMENTO DA CRIATIVIDADE

1 ndash Capital Intelectual

Com o mercado cada vez mais exigente as empresas vecircm sentindo a necessi-

dade de investir mais em recursos humanos acrescentando a seu capital o conheci-

mento originado atraveacutes do investimento em capital humano qualificado o qual agrega

agraves empresas recursos de fundamental importacircncia No entendimento de Stewart

(2004) o capital intelectual eacute um bem intangiacutevel podendo-se afirmar que eacute um dos

fatores mais importantes da vida de uma organizaccedilatildeo Jaacute para (DRUCKER (apud

MONTEIRO 2007 p17) o capital intelectual eacute ldquo[] a soma do conhecimento de todos

de uma empresa o que lhe proporciona vantagem competitivardquo

CHIAVENATO (2004) afirma que no mundo complexo e competitivo de hoje a

escolha das pessoas certas se torna vital para o bom funcionamento da empresa

Para STEWART (2004) o capital intelectual corresponde ao conjunto de co-

nhecimentos e informaccedilotildees encontrados nas organizaccedilotildees que agregam valor ao pro-

duto ou serviccedilo mediante a aplicaccedilatildeo da inteligecircncia e natildeo do capital monetaacuterio ao

empreendimento sendo o capital intelectual gerador de capacidades conhecimento

habilidades e experiecircncias individuais dos funcionaacuterios para realizaccedilatildeo de tarefas

O capital intelectual eacute algo tatildeo valioso dentro de uma organizaccedilatildeo que eacute atra-

veacutes dele que se podem ter grandes inovaccedilotildees transformaccedilotildees tecnoloacutegicas resolu-

ccedilotildees de problemas gestatildeo eficiente lucratividade e sucesso melhorados Um colabo-

rador que possui seu capital intelectual estimulado atraveacutes da motivaccedilatildeo seraacute mais

bem aproveitado pela empresa uma vez que se sente incluiacutedo valorizado simpatizan-

te e livre para gerir suas ideias de uma forma mais aguccedilada

CHIAVENATO (2004) diz que o capital humano eacute constituiacutedo das pessoas que

fazem parte de uma organizaccedilatildeo Capital humano significa talentos que precisam ser

mantidos e desenvolvidos Mais do que isso capital humano significa capital intelectu-

al

Para MONTEIRO (2007) o ser humano eacute o maior bem de uma empresa pois eacute

ele o principal instrumento de seu sucesso ou fracasso uma vez que o capital intelec-

tual eacute algo exclusivo do ser humano Pode-se entatildeo descrever que ele eacute o raciociacutenio

humano elaborado acrescido do ambiente onde estaacute inserido

25

MONTEIRO (2007) comenta que dentro das organizaccedilotildees o capital intelectual

pode ser diferenciado dos demais capitais porque ele cresce quando compartilhado

com os do mesmo grupo e natildeo se deprecia com o uso Ao contraacuterio dos outros ativos

o seu valor decorre do uso O capital intelectual eacute enfatizado como o conjunto de in-

formaccedilotildees e conhecimentos encontrados nas organizaccedilotildees onde agregam ao produto

eou serviccedilos valores mediante a aplicaccedilatildeo da inteligecircncia e natildeo do capital monetaacuterio

Devido a sua grande representatividade nas empresas o capital intelectual natildeo deve

ser subestimado nem utilizado de forma ineficiente acarretando em um gerenciamento

ineficaz mais investimento incentivado para assim trazer agrave empresa bons negoacutecios e

melhor rentabilidade (MONTEIRO 2007 p18)13

2 - Criatividade

Criatividade eacute um assunto que fascina a todos objeto de muitos estudos em-

bora no contexto empresarial seja novo O pensamento criativo antigamente era vis-

to como inspiraccedilatildeo divina passando a ser estudado com melhor afinco a partir dos

anos 50

O Caminho humano de viver conviver e sobreviver eacute permeado de accedilotildees cria-

tivas conscientes e inconscientes Esse potencial criativo eacute inato em todo ser humano

poreacutem ele se ensina e se aprende Trata-se de uma competecircncia pessoal valorizada

mas ao mesmo tempo desprestigiada pois percebemos que as empresas desclassifi-

cam candidatos criativos e depois encaminham-no para o desenvolvimento desta habi-

lidade

Criatividade para o quecirc Eacute a primeira pergunta que surge em nossa mente

quando tratamos do tema Se tudo estaacute bem natildeo haacute motivos para criar ou se estaacute

tudo ruim natildeo temos mais o que fazer Percebemos que o ser humano sempre busca

a sua zona de conforto para se acomodar sofrer menos ou agraves vezes para reclamar

mais Podemos pensar nesta pergunta buscando duas respostas uma do acircmbito pes-

soal e outra empresarial No processo de criaccedilatildeo percebemos que podemos mudar e

nos diferenciar daquilo que fomos respeitando e valorizando o nosso proacuteprio passado

13Internet (httpwwwaedbbrsegetartigos10327_PDF20Samirapdf) data acesso

15072012

26

tomando decisotildees e desempenhando accedilotildees diferentes dos que habitualmente faziacutea-

mos Podemos gerar mudanccedilas substanciais nas empresas e a partir dessas mudan-

ccedilas diferenciarmos sem contudo ser necessaacuterio efetuar mudanccedilas demasiadas mu-

danccedilas que choquem e natildeo se ajustem aos nossos valores e nossa realidade

Se o objetivo eacute buscar na empresa alcanccedilar eficiecircncia que possibilite ao cliente

escolher e comprar nossos produtos e serviccedilos e natildeo os dos concorrentes precisa-

mos estar abertos para buscar novas alternativas novas maneiras de fazer as coisas

e consequentemente resultados diferentes A mudanccedila organizacional eacute muitas ve-

zes uma ferramenta de soluccedilatildeo de problemas das organizaccedilotildees Podemos diferenci-

ar-nos dos competidores apenas sabendo quando e em quecirc devemos mudar e onde

queremos chegar

A criatividade na empresa eacute medida a partir dos resultados alcanccedilados Uma

resposta eacute mais criativa (entre aspas pois as respostas natildeo satildeo criativas e sim as pes-

soas que a geraram) que outra quando atinge aquele objetivo para o qual foi focado a

soluccedilatildeo de um problema traz uma alternativa ou um meacutetodo inovador ou ateacute mesmo

uma combinaccedilatildeo de resultados diferentes

Tatildeo essencial como ser diferente eacute a necessidade de buscar resultados e uma

empresa soacute eacute verdadeiramente criativa quando a criatividade se torna a maneira diaacute-

ria de fazer as coisas e espera que seus membros considerem uma ampla variedade

de alternativas antes de comprometer-se numa direccedilatildeo especiacutefica 14

21 ndash Conceito de criatividade

A criatividade eacute a faculdadehabilidade de criar ou o potencial criativo Consiste

em encontrar meacutetodos ou objetos para executar tarefas de uma maneira nova ou dife-

14 Internet

Fonte (Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de acesso

25062012

27

rente do habitual com a intenccedilatildeo de satisfazer um propoacutesito A criatividade permite

cumprir os desejos de forma mais raacutepida faacutecil eficiente ou econoacutemica

A criaccedilatildeo de novas ideias e conceitos tambeacutem se lhe daacute o nome de inventivi-

dade pensamento original pensamento divergente ou imaginaccedilatildeo construtiva Trata-

se de conceitos que implicam o ato de inventar algo novo (isto eacute recorrer ao enge-

nho) a capacidade de encontrar soluccedilotildees originais e a vontade de mudar o mundo 15

A criatividade eacute considerada uma capacidade humana de grande valor univer-

sal tudo indica que nesta competecircncia reside a memoacuteria RAM bioloacutegica para o im-

pulso da evoluccedilatildeo humana A memoacuteria RAM segundo CURY (2009) eacute o fenoacutemeno dos

registos da memoacuteria O que melhor descreve a criatividade eacute o que SANCHEZ (2003)

referiu em seus apontamentos a criatividade eacute uma sublime dimensatildeo da condiccedilatildeo

humana

Eacute entretanto na capacidade criativa que existe a chave da capacidade de evo-

luccedilatildeo da humanidade O meacuterito da expressatildeo criativa eacute fruto da complexidade ou

seja eacute fruto do contexto social no seu desenvolvimento natural e humano

Eacute muito interessante contemplar os efeitos provenientes deste constructo a

considerar a capacidade de um indiviacuteduo criativo construir e reconstruir transformando

a nossa realidade Eacute consensual e gratificante perceber que todos temos a capacida-

de criativa deve eacute ser melhor desenvolvida16

De maneira instintiva o termo criatividade sempre se associou agrave atividade ar-

tiacutestica Mais recentemente graccedilas a exemplos empresariais como Apple e Google a

inovaccedilatildeo ganhou espaccedilo nos sectores tecnoloacutegicos Neste sentido a nossa intuiccedilatildeo

natildeo estaacute errada uma vez que criatividade e inovaccedilatildeo satildeo dois conceitos muito unidos

Explicado de forma simples a capacidade criativa pode ser definida como ldquoa habili-

dade para gerar ideias alternativas e soluccedilotildees a um determinado problema de forma

faacutecilrdquo 17

15 Internet (httpconceitodecriatividade) data de acesso 25062012 16Internet (httpptwikipediaorgwikiCriatividade) data de acesso 04072012

17Inter-

net(httpwwwcriaptcriaadminappCRIAuploadscreamanual20creatividade20portugue

s_pt_webpdf) data de acesso 04072012)

28

22 ndash Criatividade do ponto de vista pessoal

Temos que pensar em Criatividade como estrateacutegia para viver melhor para

uma qualidade de vida que diria razoaacutevel aleacutem de identificar potenciais descobertas

internas que foram abafadas pelos processos familiares educacionais e empresariais

assim pelo tempo Outro aspecto estaacute relacionado com a garantia da nossa emprega-

bilidade entendendo como fonte de renda como funcionaacuterio profissional autocircnomo ou

empresaacuterio Vivemos num mundo de mudanccedilas aprimoramento riscos e oportunida-

des Melhoria nos nossos relacionamentos interpessoais atraveacutes do reconhecimento e

aproveitamento da diversidade respeitando as mais diversas formas de pensamento e

das diferenccedilas individuais Estamos acostumados a considerar a criatividade como

algo pessoal e intransferiacutevel A criatividade humana natildeo eacute temporal Trata-se de um

patrimocircnio do ser humano compartilhado pela sociedade Como a organizaccedilatildeo existe

para servir a sociedade nada mais justo do que desenvolver a criatividade como ga-

rantia para superaccedilatildeo da expectativa do cliente em relaccedilatildeo agrave sua empresa 18

23 ndash Criatividade do ponto de vista empresarial

A busca de um diferencial oferecendo algo mais do que o cliente espera atrair

preferecircncias estabelecer estrateacutegia diferenciada adaptar-se agraves necessidades modifi-

car produtos e buscar soluccedilotildees para os problemas fugindo do convencional e assim

diferenciando-se dos concorrentes Estrateacutegia competitiva natildeo somente por criar ou

inovar produtos mas tambeacutem a quebra de paradigmas mudanccedilas de pensamentos

comportamentos etc Todas as ideias produtos e serviccedilos criativos poderatildeo ser trans-

formados em algo positivo para a organizaccedilatildeo Melhoria dos seus produtos assim

como a criaccedilatildeo de novos Busca de resultados diferentes do passado Melhoria do

18 Internet (Fonte Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de

acesso 04072012

29

relacionamento humano interno consequentemente o aumento da produtividade Me-

lhoramento contiacutenuo em todos os setores Desenvolvimento da qualidade19

24 - Criatividade e a visatildeo estrateacutegica da empresa

A criatividade se relaciona com a visatildeo estrateacutegica de empresa da seguinte

forma a partir dos objetivos traccedilados pela organizaccedilatildeo a mesma definiraacute uma linha

estrateacutegica a ser seguida para alcanccedilar esses objetivos A criatividade se envolve de

acordo com a intenccedilatildeo da empresa ela pode querer reinventar seus modos de atua-

ccedilatildeo pode somente visar manter-se atualizada e motivada pode querer mudar rapida-

mente de foco e enfim 44 pode estabelecer um relacionamento forte ou fraco com a

criatividade em funccedilatildeo das soluccedilotildees que ela estiver almejando

CALKINS (2001) defende essa visatildeo ao dizer que para produzir subjetividade

a criatividade deve ser parte da estrateacutegia da empresa O estudo de LENGNICK-HALL

e WOLFF (1998) faz justamente uma releitura sobre o processo estrateacutegico organiza-

cional ndash enfatizando os trecircs domiacutenios loacutegicos que guiam a maioria das empresas ndash e

relacionando conforme a Tabela abaixo com o tipo de criatividade que estaraacute vigente

Loacutegicas Estrateacutegicas x Criatividade

Loacutegica Dominante

Guerrilha Loacutegica Complexidade Loacutegica Capacidade Loacutegica

Objetivo

repentinamente reescrever

as regras da competitivida-

de

aprendizagem e alto envolvi-

mento organizacional

desenvolver e implementar

estrateacutegias que as possibilitem

criar uma sustentaacutevel vantagem

competitiva

Elemento

Chave

a flexibilidade a criativida-

de e a inovaccedilatildeo

sistema natural de relaciona-

mentos

desenvolvimento eficiente e

eficaz e protegendo seus recur-

sos de base

Justificativa vantagem competitiva

como algo muito passageiro

a organizaccedilatildeo vive em uma

comunidade de competidores

fornecedores clientes

as organizaccedilotildees procuram de-

senvolver e implantar estrateacute-

gias que as possibilitem criar

uma sustentaacutevel vantagem

competitiva

19Internet (Fonte Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de

acesso 04072012

30

Sucesso Orga-

nizacional

eacute uma funccedilatildeo da sua capa-

cidade para gerar ideias

que criam novas dinacircmicas

competitivas e novas are-

nas de accedilatildeo

consequecircncia de um natural

entendimento do paradoxo de

forccedilas que formam o sistema

organizacional

a chave da vantagem competiti-

va sustentaacutevel estaacute na habilida-

de organizacional para proteger

os seus recursos de base

Autores COOPER (1995) e

SCHUMPETER (1936)

MILLER (1996) SENGE (1990) e

MOORE (1996)

PORTER (1986 e 1992) e

HAMEL e PRAHALAD (1994)

Ecircnfase Criar Aprender Agregar Valor

Praacuteticas Cria-

tivas

Brainwriting Pool Teacutecnica

da Troca dos Cartotildees etc Pensamento Lateral Jamming

(Fonte Pesquisa a partir dos estudos de Lengnick-Hall e Wolff 1998) 20

25 ndash Reconfiguraccedilatildeo dinacircmica do talento

A estrateacutegia de inovaccedilatildeo sem duacutevida requer novas habilidades O conceito de

R=G sugere que nenhuma empresa eacute capaz de desenvolver sozinha todos os produ-

tos e serviccedilos de que necessita para oferecer experiecircncias personalizadas a cada cli-

ente Tampouco empresa alguma tem condiccedilotildees de cultivar todas as capacidades

gerenciais indispensaacuteveis para transformar a organizaccedilatildeo Analisamos questotildees rela-

cionadas com a superaccedilatildeo dos legados organizacionais e com a construccedilatildeo de novas

capacidades para o gerenciamento da inovaccedilatildeo Mostramos como as empresas de-

vem preparar-se para administrar as tensotildees constantes entre flexibilidade eficiecircncia

e confiabilidade Essa transformaccedilatildeo natildeo consiste apenas em mudar a mentalidade

ou a loacutegica dominante dos gestores tambeacutem significa concentrar-se nos novos niacuteveis

de transparecircncia e de visibilidade em relaccedilatildeo a como se gerencia a empresa

Precisamos mudar a maneira como gerenciamos ndash como combinamos continu-

amente oportunidades e recursos O foco deve convergir natildeo soacute para as habilidades

20Internet (Fonte Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de

acesso 04072012

31

dos indiviacuteduos e para as atitudes de cada um em relaccedilatildeo ao aprendizado mas tam-

beacutem para a competecircncia das equipes e para a capacidade dessas forccedilas-tarefas de se

reconfigurar continuamente em funccedilatildeo dos objetivos arregimentando os melhores

talentos em todo o mundo Por exemplo a identificaccedilatildeo dos comportamentos e das

necessidades de determinada pessoa numa base de milhotildees de clientes ndash como a

Amazoncom na ING Insurance e no programa de diabetes da ICICI ndash exige capaci-

dades analiacutetica Argumentaremos que os mesmos requisitos tambeacutem satildeo indispensaacute-

veis na base de talentos A empresa deve tratar seus empregados e fornecedores

como indiviacuteduos iacutempares (ou como conjunto de indiviacuteduos sem igual) da mesma ma-

neira como lida com os clientes A configuraccedilatildeo dinacircmica de recursos para atender agraves

necessidades de tarefas especiacuteficas converte-se em fonte de vantagem competitiva

A essecircncia da mensagem eacute que para a transformaccedilatildeo ser eficaz os gestores devem

concentrar o foco na mobilizaccedilatildeo raacutepida de talentos dentro e fora da empresa (PRA-

HALAD e KRISHNAN 2008 p177)

3 ndash Cadeia de valor e vantagem competitiva

Segundo Novaes (2001 p184) o conceito de cadeia de valor foi desenvolvido

por Porter O conceito eacute de muita simplicidade e por isso talvez mostre-se tatildeo impor-

tante no contexto econocircmico-social em que se inserem as empresas com a crescente

globalizaccedilatildeo dos negoacutecios e mercados

Para (PORTER 1989 p33) toda empresa eacute uma reuniatildeo de atividades que

satildeo executadas para projetar produzir comercializar entregar e sustentar seu produ-

to Todas estas atividades podem ser representadas fazendo-se uso de uma cadeia

de valores Essa exposiccedilatildeo do autor indica em primeira matildeo apenas4 a ideia de ava-

liar a cadeia interna da empresa a qual eacute formada pelas atividades operacionais e

organizacionais jaacute citadas

A ideia baacutesica que subsidia esse conceito natildeo eacute de autoria de Porter mas haacute

muito tempo jaacute estava sendo analisada Fala-se aqui dos conceitos da Teoria Geral de

Sistemas que tem como precursor o Prof Ludwig von Bertalanffy e seus trabalhos

teoria essa que apresenta a empresa como um sistema inserido esse uacuteltimo em um

ambiente ou macro sistema Assim deve-se ter em mente uma visatildeo sistecircmica en-

xergar mais do que as aacutereas ou atividades isoladamente mais do que os limites da

empresa (Cadeia de Valor Interna) A empresa faz parte de um todo maior (um siste-

32

ma amplo) e esse eacute que deve ser otimizado para gerar maior valor para o cliente e

consequentemente maior lucratividade na cadeia (Cadeia de Valor Externa)

Nas palavras de Porter (1989 p33) ldquoa cadeia de valores desagrega uma em-

presa nas suas atividades de relevacircncia estrateacutegica para que se possa compreender o

comportamento dos custos e as fontes existentes e potenciais de diferenciaccedilatildeordquo Uma

empresa ganha vantagem competitiva se conseguir desempenhar essas atividades

estrateacutegicas de uma maneira melhor e mais barata que a concorrecircncia

Pode-se entatildeo caminhar para um avanccedilo em definiccedilatildeo ao verificarmos a pro-

posiccedilatildeo de (SHANK amp GOVINDARAJAN 1993 p13) de que ldquoa cadeia de valor para

qualquer empresa em qualquer negoacutecio eacute o conjunto interligado de todas as ativida-

des que criam valor desde uma fonte baacutesica de mateacuterias primas passando por forne-

cedores de componentes ateacute a entrega do produto final agraves matildeos do consumidorrdquo

O mundo em que se vive atravessa em periacuteodo de transformaccedilatildeo sequer ima-

ginado Nele nada eacute definitivo Fica-se perplexo quando natildeo se consegue acompanhar

a velocidade da evoluccedilatildeo dos acontecimentos sente-se perdido principalmente nos

assuntos relacionados agrave dinacircmica do desenvolvimento tecnoloacutegico

Dessa forma com uma visatildeo focada no clienteconsumidor pode-se considerar

que a cadeia de valor eacute uma sequecircncia de atividades desde a origem de recursos ateacute

o descarte final de determinado produto Portanto tem-se uma visatildeo bastante abran-

gente do conceito que pode considerar desde a fase da extraccedilatildeo de mateacuteria-prima ateacute

o tratamento final que eacute dado ao produto por exemplo num enfoque de ciclo de vida

do produto21

31 - O que significa uma vantagem competitiva

O sucesso de uma empresa eacute em larga medida determinado pela atratividade

do sector em que opera mas a sua posiccedilatildeo dentro desse sector tambeacutem eacute importante

21 (httpwwwccontabeiscombrconvt14pdf) data acesso 15072012

33

Apesar de um sector poder ter uma fraca eficaacutecia uma empresa que estaacute bem posi-

cionada pode ainda assim criar lucros significativos

Diz-se que uma empresa tem uma vantagem competitiva sobre os seus con-

correntes quando manteacutem retornos que superam a meacutedia no seu sector Esta vanta-

gem decorre das caracteriacutesticas do produto que o torna superior aos produtos da con-

correcircncia

Nalgumas situaccedilotildees pode obter-se uma vantagem competitiva atraveacutes da evoluccedilatildeo

tecnoloacutegica mas esta eacute frequentemente difiacutecil de manter porque os concorrentes ra-

pidamente a copiam ou aperfeiccediloam desenvolvem novas tecnologias Uma vantagem

sustentada resulta frequentemente mais do que da tecnologia ou de modificaccedilatildeo de

produtos de outros fatores como por exemplo o simbolismo associado ndash o que o

produto significa para os consumidores (imagem de marca) e o que estes experimen-

tam na sua compra e uso Os investigadores em marketing reconhecem que os produ-

tos possuem caracteriacutesticas simboacutelicas e que o consumo de certos produtos pode de-

pender mais do seu significado social do que da sua utilidade funcional

Existe atualmente uma tendecircncia para os consumidores exigirem ldquosignificado

pessoalrdquo aos produtos e serviccedilos Torna-se essencial inovar para responder agraves emo-

ccedilotildees que influenciam as decisotildees dos consumidores Estes estatildeo cada vez menos

impressionados com as novas tecnologias e a optar por produtos que resultam ldquopara

mimrdquo Como consequecircncia palavras como emoccedilatildeo e significado pessoal encon-

tram o seu caminho nas estrateacutegias das empresas sendo importante entender os fato-

res intangiacuteveis associados ao valor percebido do produto e as percepccedilotildees na sua

globalidade positivas ou negativas Novas designaccedilotildees tais como ndash ldquofaacutecil acessiacute-

vel razoaacutevel empoderamento e pessoal ndash refletem mais a pessoa do que o obje-

to Descobrir os sentimentos e as atitudes em relaccedilatildeo aos produtos bem como conhe-

cer as razotildees das preferecircncias dos consumidores tornaram-se importantes elementos

estrateacutegicos22

32 - Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva

Em grande medida a ambiccedilatildeo da estrateacutegia da empresa eacute conseguir uma van-

tagem competitiva sustentaacutevel

22Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

34

A vantagem competitiva analisa a atividade da empresa centrando-se primei-

ramente na sua capacidade de gerar retornos superiores de capital e de vincular a

estrateacutegia de negoacutecio a mercados financeiros e de capital fundamentais por um longo

periacuteodo de tempo No fim de contas eacute a vantagem competitiva da empresa que permi-

te ter bons retornos para os seus acionistas

Sem vantagem competitiva a empresa tem uma razatildeo econoacutemica limitada para

existir ndash a sua vantagem competitiva eacute a sua razatildeo de existecircncia Sem ela a empresa

natildeo iraacute prosperar Criar uma vantagem competitiva sustentaacutevel pode ser a meta mais

importante de qualquer organizaccedilatildeo e pode mesmo ser o atributo mais importante em

que a empresa se focaliza23

33 - Como implementar vantagem competitiva

As vantagens competitivas natildeo assumem uma uacutenica forma e eacute possiacutevel que

uma empresa tenha vaacuterias vantagens competitivas e em diferentes aacutereas Ilustra-se

algumas das aacutereas onde as empresas se podem destacar e garantir o seu sucesso a

longo prazo quota de mercado gestatildeo da marca rede marcas e patentes eficaacutecia de

custos e altos custos de mudanccedila

As empresas com quotas de mercado significativas criam um problema para os

concorrentes o que eacute positivo para aquelas uma vez que os seus produtos satildeo bem

conhecidos e recebidos no mercado No entanto mesmo quando a quota de mercado

eacute consideraacutevel se o sector for atrativo ou seja tiver um potencial de lucro significativo

novos operadores podem aparecer com a consequente reduccedilatildeo da quota de merca-

do

Ter uma marca forte pode garantir o sucesso a longo prazo e tambeacutem permitir

agraves empresas obter lucros pois a sua marca permite-lhes cobrar um preccedilo especial

(premium) Marcas fortes tendem a criar uma vantagem competitiva mais duradoura

O efeito de rede ocorre quando um produto cria uma procura por parte dos

consumidores que depois amplia o produto A empresa pode beneficiar do efeito de

23 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

35

rede pela atraccedilatildeo de mais vendedores Estes por sua vez atraem mais compradores

estabelecendo-se uma quota de mercado dominante (por exemplo eBay)

Este efeito de rede natildeo eacute muito comum mas quando ocorre pode ser extre-

mamente lucrativo As marcas e as patentes podem ser fonte de vantagem competiti-

va para algumas empresas 24

34 - Como criar valor e vantagem competitiva

Uma empresa posiciona-se aproveitando os seus pontos fortes Michael Porter

defendeu que aqueles se inscrevem em dois tipos baacutesicos de vantagem competitiva

vantagem pelos custos ou diferenciaccedilatildeo Estes satildeo identificados como vantagens po-

sicionais uma vez que expressam a posiccedilatildeo da empresa no sector enquanto liacuteder nos

custos ou por diferenciaccedilatildeo

A empresa utiliza os seus recursos e capacidades para gerar uma vantagem

competitiva que por uacuteltimo resulte na criaccedilatildeo de um valor superior

As competecircncias distintivas (competecircncias nucleares) resultam de recursos

especiacuteficos e capacidades da empresa facilitam a inovaccedilatildeo a eficiecircncia a qualidade

e a receptividade dos clientes o que pode ser aproveitado para atingir quer uma es-

trutura de baixo custos quer a diferenciaccedilatildeo do produto

Uma empresa posiciona-se no seu sector atraveacutes da opccedilatildeo por baixos custos

ou diferenciaccedilatildeo Esta decisatildeo eacute uma peccedila central da estrateacutegia competitiva da em-

presa

A vantagem competitiva existe quando a empresa eacute capaz de oferecer os

mesmos benefiacutecios que os concorrentes mas a custos mais baixos (vantagem pelos

custos) ou oferecer benefiacutecios que ultrapassam a concorrecircncia (vantagem por diferen-

ciaccedilatildeo) Portanto uma vantagem competitiva permite agrave empresa criar um valor superi-

or para os seus clientes e lucros para si proacuteprio25

24 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=39ampL=5) data acesso 15072012

25 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

36

CAPITULO III

ASPECTOS DA INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE

1 ndash Inovaccedilatildeo e sustentabilidade

37

Como as empresas podem sair da teoria para a praacutetica e chegar a um no-

vo patamar de competitividade e comprometimento com praacuteticas sustentaacuteveis

Muito se fala em inovaccedilatildeo como o principal caminho para o desenvolvimento

sustentaacutevel das organizaccedilotildees e da humanidade Poreacutem em muitos setores falar sobre

esse assunto eacute ainda um exerciacutecio teoacuterico Em geral o tema eacute associado as aacutereas de

tecnologia ou pesquisa e desenvolvimento mas a inovaccedilatildeo deve acontecer tambeacutem

na lideranccedila nas accedilotildees de marketing no modelo de negoacutecios ou seja na gestatildeo co-

mo um todo

Em pesquisa realizada pela Fundaccedilatildeo Nacional da Qualidade (FNQ) em maio

e 2011 representantes de 63 empresas mostraram que 97 consideram fundamental

que as organizaccedilotildees inovem para buscar a sustentabilidade tanto do negoacutecio quanto

da economia e do planeta Apesar dessa consciecircncia 70 dos participantes do estu-

do acreditam que as empresas estatildeo preocupadas mas natildeo direcionam seus investi-

mentos em inovaccedilotildees com foco no crescimento sustentaacutevel O levantamento mostra

ainda que 27 dos entrevistados apontaram a gestatildeo como a principal preocupaccedilatildeo

das empresas em que trabalham enquanto 22 indicaram a sustentabilidade e 19 a

reduccedilatildeo de custos

De acordo com o superintendente geral da FNQ Jairo Martins ldquoos resultados

da pesquisa mostram que as empresas ainda natildeo perceberam o tamanho do problema

da sustentabilidade considerando o baixo iacutendice de organizaccedilotildees que de fato inves-

tem em inovaccedilatildeo para sustentabilidade Em sua maioria as organizaccedilotildees pensam

apenas no lado econocircmico e natildeo no tripeacute da sustentabilidade que demanda uma em-

presa economicamente soacutelida socialmente correta e ambientalmente responsaacutevel

Enquanto dominar o pensamento pelo vieacutes econocircmico cujo sucesso eacute medido pelo

PIB o atual modelo de desenvolvimento insustentaacutevel natildeo vai mudar e natildeo seratildeo in-

cluiacutedas na pauta das organizaccedilotildees as questotildees socioambientaisrdquo

O professor da Fundaccedilatildeo Getuacutelio Vargas Renato Orsato autor do livro ldquoEstra-

teacutegias de Sustentabilidade quando vale a pena ser verderdquo analisou mais de 30 ca-

sos de empresas que adotaram a inovaccedilatildeo em 20 setores ao redor do mundo Para

ele deve haver uma premissa baacutesica para falar sobre esse assunto fazer perguntas

precisas ldquoIsso porque existem centenas de milhares de formas de incluir inovaccedilatildeo e

sustentabilidade nas empresas As empresas devem conhecer bem o contexto onde

atuam e considerar tanto aspectos tangiacuteveis como intangiacuteveisrdquo afirma

38

Na opiniatildeo do professor enquanto a sustentabilidade eacute apenas um acessoacuterio agrave

estrateacutegia da empresa ela natildeo vale a pena Para inovar as organizaccedilotildees devem

questionar os modelos de negoacutecio e pensar em modelos totalmente novos

Orsato daacute o exemplo da empresa Better Place que inovou na maneira de co-

mercializar energia renovaacutevel para carros eleacutetricos ldquoO grande salto seraacute conseguir

mudanccedilas radicais nos modelos de negoacutecios As fronteiras entre os setores de energia

e mobilidade por exemplo podem mudarrdquo 26

11- Da teoria para a praacutetica

De maneira geral a inovaccedilatildeo faz sucesso em palestras de ldquoespecialistasrdquo e de

executivosrdquo explica o professor Joatildeo Amato Neto da Fundaccedilatildeo Vanzolini e Escola

Politeacutecnica da USP ldquoMas haacute empresas realmente inovadoras seja em seus produtos

em seus processos de produccedilatildeo e ateacute mesmo em seu posicionamento de mercado

Outras satildeo inovadoras na relaccedilatildeo com o mercado num sentido mais amplo Esse eacute

um grupo restrito no Brasil de empresas de excelecircncia As que tecircm excelecircncia em

inovaccedilatildeo para sustentabilidade estatildeo num grupo mais restrito ainda Do ponto de vista

da sobrevivecircncia da empresa nos proacuteximos anos esse eacute um requisito fundamentalrdquo

O professor exemplifica que no varejo haacute grandes redes como o Wall Mart

Carrefour e Patildeo de Accediluacutecar que iniciaram accedilotildees para contratar fornecedores com base

em requisitos de sustentabilidade Essas accedilotildees ainda satildeo restritas a alguns poucos

produtos e incluem por exemplo exigecircncias de embalagens que possam ser recicla-

das Satildeo accedilotildees que visam a reduccedilatildeo do uso de recursos materiais e energia de uma

forma geral (busca de maior eco eficiecircncia nos processos)

Mas como sair da teoria e colocar em praacutetica Veja os principais pontos que

uma empresa interessada em inovaccedilatildeo e sustentabilidade deve trabalhar

bull Investir no espiacuterito criativo dos colaboradores natildeo soacute daqueles que atuam nas aacutereas

de pesquisa e desenvolvimento (PampD) de produtos ou na engenharia do produto mas

num sentido mais amplo oacutetimas ideias podem surgir no chamado chatildeo de faacutebrica

26 Internet (httpwwwhsmcombrbuscarkeys=inovaccedilatildeo e sustentabilidade) data acesso 19072012

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bull Buscar praacuteticas de gestatildeo participativa isso pode gerar ideias que trazem inovaccedilotildees

pequenas incrementais mas que no conjunto fazem muita diferenccedila

bull Usar a educaccedilatildeo para transformar paradigmas e gerar maior conscientizaccedilatildeo Natildeo

se deve pensar apenas em treinamentos que satildeo usados em geral para tarefas es-

peciacuteficas ou aplicaccedilatildeo de teacutecnicas As empresas devem investir na formaccedilatildeo dos re-

cursos humanos

bull Questionar o proacuteprio modelo de negoacutecios

bull Inserir sustentabilidade no planejamento estrateacutegico da empresa

E seraacute que eacute possiacutevel aprender a inovar De acordo com o professor Joatildeo A-

mato a inovaccedilatildeo soacute faz sentido se isso significar uma mudanccedila de mentalidade na

empresa Isso vale para induacutestria ou setor de serviccedilos ldquoNo setor financeiro temos mui-

tos exemplos de como os bancos estatildeo descobrindo novas maneira de incluir a sus-

tentabilidade em suas praacuteticas definindo criteacuterios de praacuteticas socioambientais aos

seus clientes Na realidade alguns dos grandes bancos jaacute colocaram isso no seu plano

estrateacutegicordquo conclui 27

12 ndash Sustentabilidade corporativa

Haacute vaacuterias definiccedilotildees para sustentabilidade e desenvolvimento sustentaacutevel na

literatura e organizaccedilotildees que tratam do tema arrolam outras tantas Isso decorre do

fato de a sustentabilidade ser um conceito relativamente novo possuir um caraacuteter mul-

tidisciplinar e envolver diferentes interpretaccedilotildees que refletem diferenccedilas de valor cir-

cunstacircncias localizadas e contextos especiacuteficos Aleacutem disso o conceito acaba incorpo-

rado a vaacuterios assuntos tais como a definiccedilatildeo de poliacuteticas governamentais a gestatildeo

puacuteblica regional a gestatildeo de empresas e ateacute mesmo o nosso estilo de vida (MA-

27 Internet (httpwwwhsmcombreditoriassustentabilidadeinovacao-e-ustentabilidade-de-

maos-dadas) data acesso 19072012

40

WHINNEY 2002) O foco deste artigo eacute a sustentabilidade corporativa ou seja a apli-

caccedilatildeo do conceito de sustentabilidade nas empresas

Algumas empresas brasileiras vecircm sendo citadas como casos mundiais no

acircmbito de algumas das dimensotildees da sustentabilidade corporativa HART (1997)

menciona a Aracruz Celulose como uma empresa que adota a visatildeo de desenvolvi-

mento sustentaacutevel desde o iniacutecio de suas operaccedilotildees com base no modelo de reflores-

tamento das plantaccedilotildees de eucaliptos PRAHALAD (2004) apresenta o caso da Casas

Bahia como uma empresa que atende a populaccedilatildeo de baixa renda por meio de um

modelo inovador de financiamento (SEABRA LEAL e PASSOS 2005 p10) Relatam

o caso da Natura assinalando que seus principais acionistas satildeo enfaacuteticos ao afirma-

rem que a busca da sustentabilidade eacute mais do que uma estrateacutegia de negoacutecios mdash eacute

uma filosofia de vida Outros estudos acadecircmicos nessa aacuterea tambeacutem envolvem em-

presas nacionais SILVA e KULAY (2005) apresentam um caso de aplicaccedilatildeo da Avali-

accedilatildeo do Ciclo de Vida (LCA mdash Life Cycle Assessment) para analisar os potenciais

impactos ambientais do processo de fabricaccedilatildeo de fertilizantes fosfatados em uma

empresa brasileira COSTA e GOUVINHAS (2004) analisam a adoccedilatildeo das estrateacutegias

de projeto ecoloacutegico (ecodesign) no ambiente de negoacutecios de pequenas e meacutedias em-

presas brasileiras HOPKINS (2002) discute a sustentabilidade nas operaccedilotildees internas

das empresas a partir de uma pesquisa exploratoacuteria sobre a aplicaccedilatildeo de indicadores

de responsabilidade social em quatro grandes empresas no Brasil 28

13 - O conceito de sustentabilidade corporativa

Considera-se sustentabilidade corporativa como a gestatildeo empresarial que bus-

ca equilibrar as necessidades econocircmicas das empresas com a responsabilidade pelo

desenvolvimento da sociedade e preservaccedilatildeo dos recursos naturais visando atender

agraves necessidades atuais e futuras dos elementos afetados pela empresa Esses ele-

mentos mdash que satildeo ou podem ser afetados pelos efeitos das operaccedilotildees accedilotildees e deci-

28 Internet httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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sotildees da empresa mdash incluem os acionistas e funcionaacuterios clientes e consumidores

fornecedores e parceiros os recursos naturais utilizados pela empresa o meio ambi-

ente e a sociedade

A sustentabilidade corporativa estaacute associada a trecircs macro objetivos a geraccedilatildeo

de valor econocircmico a responsabilidade ambiental e a responsabilidade social A gera-

ccedilatildeo de valor econocircmico estaacute relacionada com a obtenccedilatildeo de resultados econocircmicos

positivos no presente e no futuro A responsabilidade ambiental diz respeito agrave conser-

vaccedilatildeo e ao uso sustentaacutevel dos recursos naturais E a responsabilidade social con-

templa a corresponsabilidade das empresas pelo desenvolvimento da sociedade Con-

forme ELKINGTON (1997) esses objetivos satildeo inerentes aos denominados resultados

tridimensionais da sustentabilidade (triple bottom line) As empresas que adotam a

sustentabilidade corporativa devem buscar um equiliacutebrio entre o compromisso econocirc-

mico a preservaccedilatildeo ambiental e o desenvolvimento da sociedade assumindo respon-

sabilidades pelas condiccedilotildees de vida atuais e futuras29

14 - Sustentabilidade e geraccedilatildeo de valor econocircmico

A literatura ressalta a necessidade de que as iniciativas relacionadas agrave susten-

tabilidade tragam retornos positivos para as empresas REINHARDT (1999) considera

que as justificativas para os investimentos ambientais realizados pelas empresas de-

vem ser similares aos demais investimentos Nesse sentido os investimentos em ges-

tatildeo ambiental devem auferir retornos financeiros positivos ou conduzir agrave reduccedilatildeo dos

riscos SENGE e CARSTEDT (2001) satildeo mais enfaacuteticos ao considerar que o desafio

atual reside em desenvolver negoacutecios sustentaacuteveis compatiacuteveis com a realidade eco-

nocircmica Segundo esses autores novos modelos de negoacutecios e produtos inovadores

no acircmbito da sustentabilidade precisam necessariamente acarretar resultados finan-

ceiros satisfatoacuterios para se viabilizarem

Os benefiacutecios decorrentes das accedilotildees de sustentabilidade podem ser tangiacuteveis

ou intangiacuteveis Willard (2002) identifica potenciais benefiacutecios tangiacuteveis como aqueles

associados agrave reduccedilatildeo de custos na manufatura agrave reduccedilatildeo de custos comerciais ao

aumento do faturamento e ao aumento da participaccedilatildeo no mercado Como benefiacutecios

intangiacuteveis considera a maior facilidade na contrataccedilatildeo de talentos a maior retenccedilatildeo

29 Internet httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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dos principais talentos o aumento da produtividade dos funcionaacuterios a reduccedilatildeo dos

riscos e as maiores facilidades de financiamento NEMLI (2004) considera que os be-

nefiacutecios devem ser mensurados ao longo de trecircs dimensotildees reduccedilatildeo de custos e au-

mento da lucratividade aumento da reputaccedilatildeo e criaccedilatildeo de diferenciaccedilatildeo crescimento

da empresa em termos de capacidade de inovaccedilatildeo e uso de tecnologias limpas

A perspectiva de geraccedilatildeo de valor econocircmico estaacute acoplada a uma visatildeo mais holiacutesti-

ca do bom funcionamento da economia Nesse sentido HAWKEN LOVINS e LOVINS

(1999) consideram que o capitalismo natural pode ser o gatilho para a proacutexima revo-

luccedilatildeo industrial em que quatro tipos de capital sustentam o bom funcionamento da

economia o capital humano (pessoas conhecimento e cultura) o capital financeiro

(caixa investimentos e instrumentos monetaacuterios) o capital industrial (infra estrutura

faacutebricas e maacutequinas) e o capital natural (recursos naturais sistemas de vida e ecossis-

tema) Conforme SENGE e CARSTEDT (2001) a geraccedilatildeo de valor econocircmico por

empresas sustentaacuteveis depende de forma ampla da adoccedilatildeo de uma realidade eco-

nocircmica que conecta a induacutestria a sociedade e o meio ambiente Por outro lado mes-

mo na realidade atual a reduccedilatildeo do desperdiacutecio e do fluxo destrutivo dos recursos

pode representar uma importante oportunidade de negoacutecios (LOVINS LOVINS e

HAWKEN 1999) 30

15 - Sustentabilidade e responsabilidade ambiental

Vaacuterios autores assinalam a importacircncia da questatildeo da estrateacutegia ambiental das

empresas no acircmbito da sustentabilidade corporativa HART (1997) considera a polui-

ccedilatildeo a exaustatildeo dos recursos naturais e a pobreza como os principais desafios da sus-

tentabilidade Segundo o autor a estrateacutegia ambiental das empresas em geral evolui

segundo trecircs estaacutegios prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo produtos ambientalmente corretos e

produccedilatildeo limpa Aleacutem disso uma estrateacutegia ambiental integrada natildeo deve direcionar-

se somente para o desenvolvimento de competecircncias internas mas tambeacutem conside-

rar o relacionamento com os clientes fornecedores outras empresas agentes gover-

30 Internet

(httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext)

data de acesso 2107201230

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namentais e acionistas Da mesma forma BARBIERI (2004) cita trecircs abordagens para

a gestatildeo ambiental empresarial controle da poluiccedilatildeo prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo e abor-

dagem estrateacutegica A prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo incorpora duas preocupaccedilotildees ambientais

principais o uso sustentaacutevel dos recursos e o controle da poluiccedilatildeo Os instrumentos

tradicionais para o uso sustentaacutevel dos recursos satildeo referenciados pelo autor como

4Rs reduccedilatildeo da poluiccedilatildeo na fonte reutilizaccedilatildeo reciclagem e recuperaccedilatildeo energeacutetica

HOFFMAN (2000) sugere que a estrateacutegia ambiental determine o alinhamento

entre a proteccedilatildeo ambiental e o crescimento econocircmico da empresa O desenvolvimen-

to da estrateacutegia ambiental deve analisar os concorrentes os parceiros os produtos as

mateacuterias-primas as perdas e os resiacuteduos da empresa O autor considera que a estra-

teacutegia ambiental pode ser direcionada por quatro fatores o mercado (composto pelos

consumidores associaccedilotildees concorrentes e consultores) os provedores de recursos

(clientes seguradoras fornecedores bancos e investidores) os elementos coercivos

(regulamentos locais legislaccedilatildeo internacional) e os elementos sociais (instituiccedilotildees

religiosas organizaccedilotildees natildeo-governamentais comunidade mundo acadecircmico im-

prensa e poder judiciaacuterio) 31

16 - Sustentabilidade e responsabilidade social

Os defensores da responsabilidade social argumentam que as empresas de-

vem assumir um compromisso com o desenvolvimento da sociedade As empresas

devem executar accedilotildees para fomentar o desenvolvimento social a inclusatildeo social e

contribuir para a melhoria das condiccedilotildees de vida da populaccedilatildeo mais necessitada Al-

guns autores consideram que essas atividades natildeo satildeo puramente filantroacutepicas uma

vez que as empresas podem auferir benefiacutecios de negoacutecios em funccedilatildeo delas Outros

sugerem ainda que a responsabilidade social esteja associada agrave proacutepria estrateacutegia

empresarial por exemplo SEABRA LEAL e PASSOS (2005) assinalam que os prin-

31 ) Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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cipais acionistas da Natura consideram que a responsabilidade social estaacute intimamen-

te ligada agrave estrateacutegia de negoacutecios da empresa

PRAHALAD e HAMMOND (2002) observam que aproximadamente 65 da

populaccedilatildeo mundial mdash cerca de quatro bilhotildees de pessoas mdash ganham menos do que

2000 USDano Esse eacute um mercado praticamente inexplorado pelas empresas multi-

nacionais Segundo os autores as empresas que desejam entrar nesse mercado de-

vem repensar seus modelos de negoacutecios praacuteticas gerenciais e indicadores de desem-

penho Eacute um mercado de novas fontes de receita que exige melhoria na eficiecircncia

operacional e fomento da inovaccedilatildeo A atuaccedilatildeo bem-sucedida para atender agrave denomi-

nada populaccedilatildeo na base da piracircmide pode trazer resultados econocircmicos positivos agraves

empresas e simultaneamente contribuir para a melhoria das condiccedilotildees de vida das

pessoas economicamente menos favorecidas

PORTER e KRAMER (2002) consideram que eacute possiacutevel agraves empresas obterem

a convergecircncia de interesses entre as atividades filantroacutepicas e os objetivos de negoacute-

cios A filantropia pode oferecer oportunidades para as empresas melhorarem seu

contexto competitivo considerando que as atividades filantroacutepicas podem potencial-

mente atuar sobre quatro elementos inter-relacionados da competitividade empresari-

al na disponibilidade dos insumos de produccedilatildeo nas condiccedilotildees de demanda nas con-

diccedilotildees de competiccedilatildeo e rivalidade e na presenccedila das induacutestrias de insumos e suporte

Nesse sentido a filantropia deveria ser considerada uma abordagem claramente estra-

teacutegica pelas empresas WADDOCK e SMITH (2000) adotam um raciociacutenio similar

afirmando que a responsabilidade social e o desempenho corporativo financeiro an-

dam juntos e natildeo como trade-offs

HALL et al (2005) constatam que algumas empresas podem ser socialmente

vulneraacuteveis Segundo esses autores a vulnerabilidade social eacute atribuiacuteda agraves empresas

que apresentam grande importacircncia estrateacutegica para o desenvolvimento econocircmico e

social dos paiacuteses onde operam Eles citam empresas cujo papel extrapola a criaccedilatildeo de

valor aos acionistas sendo consideradas como orgulhos nacionais para seus paiacuteses

Satildeo citadas como exemplos a Siemens na Alemanha a Toyota no Japatildeo a Embraer

no Brasil e a Bombardier no Canadaacute Aleacutem da questatildeo econocircmica essas empresas

desempenham importante papel social em seus respectivos paiacuteses Outras empresas

45

brasileiras tambeacutem poderiam ser citadas como a Petrobras a Companhia Vale do Rio

Doce o Bradesco entre outras 32

2 - Gestatildeo da inovaccedilatildeo para a sustentabilidade

A busca da inovaccedilatildeo e a gestatildeo da inovaccedilatildeo em geral satildeo mediadas por as-

pectos essencialmente econocircmicos e estrateacutegicos Entretanto na medida em que ou-

tras restriccedilotildees compotildeem o ambiente de atuaccedilatildeo das empresas outros fatores podem

impulsionar a inovaccedilatildeo Isso tambeacutem eacute vaacutelido ao se considerarem aspectos de susten-

tabilidade como condicionantes da inovaccedilatildeo

HART e CHRISTENSEN (2002) sugerem que as inovaccedilotildees radicais podem

pavimentar o caminho para as empresas combinarem um crescimento sustentaacutevel

com responsabilidade social HART e MILTEIN (1999) consideram que os desafios

impostos pela sustentabilidade global podem atuar como catalisadores para um novo

estaacutegio de destruiccedilatildeo criativa das empresas Eles associam a preocupaccedilatildeo ecoloacutegica

com melhorias contiacutenuas e a sustentabilidade global com melhorias radicais Nesse

sentido argumentam que a sustentabilidade pode criar oportunidades sem preceden-

tes agraves empresas O raciociacutenio de SENGE e CARSTEDT (2001) eacute similar Esses auto-

res consideram que o foco restrito na eficiecircncia ecoloacutegica pode distrair as empresas da

busca de produtos e modelos de negoacutecios radicalmente diferentes dos atuais Eacute a sus-

tentabilidade global que iraacute motivar as empresas a procurarem novos modelos men-

tais a enfatizarem a aprendizagem e atentarem para a gestatildeo de mudanccedilas

PORTER e VAN DER LINDE (1995) consideram que as regulamentaccedilotildees am-

bientais impotildeem pressotildees competitivas nas empresas motivando-as a inovar VOL-

LENBROEK (2002) propotildee um processo que direciona a inovaccedilatildeo para o desenvolvi-

mento da sustentabilidade denominado gestatildeo da transiccedilatildeo Ele considera que a ino-

vaccedilatildeo natildeo gera automaticamente o progresso da sociedade pois precisa ser condi-

cionada para tanto Os esforccedilos para o desenvolvimento sustentaacutevel precisam ser di-

recionados pela sociedade e esta participa das decisotildees visando obter um balancea-

mento adequado entre os objetivos econocircmicos ecoloacutegicos e sociais A inovaccedilatildeo seraacute

decorrecircncia

32 Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

46

HALL e VREDENBURG (2003) afirmam que os gestores tecircm dificuldades para

lidar com as pressotildees do desenvolvimento sustentaacutevel Eles consideram que as estra-

teacutegias de inovaccedilatildeo das empresas geralmente satildeo inadequadas para acomodar as

complexidades e incertezas inerentes agraves novas demandas impostas pelo desenvolvi-

mento sustentaacutevel Dessa forma sugerem que a estrateacutegia empresarial integre tam-

beacutem os objetivos da inovaccedilatildeo e do desenvolvimento sustentaacutevel Em contraponto agrave

abordagem tradicional da inovaccedilatildeo ditada pelo mercado propotildeem que as empresas

adotem a inovaccedilatildeo para o desenvolvimento sustentaacutevel que incorpora as restriccedilotildees

sociais e as pressotildees ambientais bem como contempla as necessidades das futuras

geraccedilotildees Como seraacute visto no texto que segue a inovaccedilatildeo foi tambeacutem um ingrediente

essencial para o desenvolvimento e o sucesso do projeto estudado na presente pes-

quisa33

CONCLUSAtildeO

O objetivo desse estudo foi verificar e compreender o conceito de inovaccedilatildeo e a

sua aplicabilidade nas organizaccedilotildees assim como a vantagem competitiva no modelo

de negoacutecio por meio da co-criaccedilatildeo de valor

33 Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data acesso 21072012

47

Inovaccedilatildeo e criatividade satildeo essenciais para o continuo desenvolvimento e competi-

tividade de uma naccedilatildeo

Coisas boas acontecem quando o pensamento inovador comeccedila ele poderaacute

ajudar a criar novos produtos melhoria nos processos novas tecnologias tornando

a empresa mais competitiva Tomando conhecimento da grande variedade de produ-

tos e serviccedilos oferecidos pelas organizaccedilotildees pode se observar que nem sempre se

chega ao resultado em melhores experiecircncias de consumo nesse cenaacuterio certas em-

presas adotam a co-criaccedilatildeo de valor ndash participaccedilatildeo do cliente no processo produtivo ndash

para inovar no modelo de negoacutecio agregando valor a sua oferta buscando assim se

diferenciar das demais empresas Apesar da inovaccedilatildeo indicar um caminho seguro

para obter vantagem competitiva sustentaacutevel e defender posiccedilotildees estrateacutegicas no

mercado o seu sucesso natildeo eacute garantido necessitando que os gestores conheccedilam e

compreendam a dinacircmica dos processos da gestatildeo da inovaccedilatildeo dentro de suas orga-

nizaccedilotildees e realidades especiacuteficas

O modelo de organizaccedilatildeo inovadora sustentaacutevel eacute uma resposta agraves pressotildees

institucionais por uma organizaccedilatildeo que seja capaz de inovar com eficiecircncia em termos

econocircmicos mas com responsabilidade social e ambiental Esse tipo de organizaccedilatildeo

busca vantagem competitiva desenvolvendo produtos serviccedilos processos e negoacutecios

novos ou modificados com base nas dimensotildees social ambiental e econocircmica Ela

reuacutene duas caracteriacutesticas essenciais eacute inovadora e orientada para a sustentabilidade

Tendo em vista o fenocircmeno do isomorfismo institucional (concentraccedilatildeo de for-

mas organizacionais nos diversos setores produtivos) o modelo das organizaccedilotildees

inovadoras sustentaacuteveis vem ganhando rapidamente cada vez mais espaccedilo nas em-

presas liacutederes Esses fatos permitem dizer que o movimento do desenvolvimento sus-

tentaacutevel eacute um dos movimentos mais importantes do nosso tempo e a julgar pela vita-

lidade dos fatores institucionais presentes em praticamente todo o mundo pode-se

inferir que ele continuaraacute se propagando por muitas deacutecadas

Desse modo o aprimoramento dos modelos de organizaccedilatildeo sustentaacuteveis as

diversas formas da sua institucionalizaccedilatildeo em acircmbito global o desenvolvimento de

tecnologias sustentaacuteveis a gestatildeo de inovaccedilotildees para o desenvolvimento sustentaacutevel

seratildeo temas cada vez mais importantes nos estudos futuros Como o sistema opera-

cional produtivo e as inovaccedilotildees de produto e de processo ao atender as trecircs dimen-

sotildees da sustentabilidade devem gerar ganhos para o meio ambiente em termos de

reduccedilatildeo no uso de recursos e de emissotildees de poluentes o aumento da produccedilatildeo pelo

incitamento agrave demanda por novos produtos pode neutralizar ou ateacute superar esses ga-

nhos Levar em conta essa possibilidade dando-lhe um tratamento adequado eacute um dos

48

maiores desafios para o alinhamento das empresas ao modelo de organizaccedilatildeo inova-

dora sustentaacutevel

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

A importacircncia da inovaccedilatildeo Internet (httpwwwscielobrpdfraev42n2v42n2a16pdf) data de acesso 19052012

A inovaccedilatildeo como funccedilatildeo de aprendizagem organizacional Internet

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20de2520Inova25E725E3o2FArtigos2FInova25E725E3odocampei=Ex32T

_meBObb6wGds-29Bgampusg=AFQjC) data de acesso 04062012

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Capital intelectual Internet

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15072012

Como implantar cultura de inovaccedilatildeo na organizaccedilatildeo Internet

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Como implementar vantagem competitiva Internet

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Como criar valor e vantagem competitiva Internet

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Conceito de criatividade Internet

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Criatividade e a visatildeo estrateacutegica da empresa Internet

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Funccedilotildees tiacutepicas no processo de inovaccedilatildeo Internet (httpwwwgooglecombrurlsa=tamprct=jampq=ampesrc=sampsource=webampcd=4ampved=0CFkQFjADampurl=http3A2F2Fwwwfespprbr2F~bastosjr2FGest25E3o2520de2520Inova25E725E3o2FArtigos2FInova25E725E3odocampei=sSb2T8eqDYro0QGO7OSLBwampusg=AFQjCNEz7MKNTbjYj81P) data de acesso 04062012

Gestatildeo de inovaccedilatildeo para a sustentabilidade Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

Inovaccedilatildeo nas empresas Internet (httpolhardigitaluolcombrnegociosdigital_newsnoticiascomo-gerar-inovacao-nas-empresas) data de acesso 19052012

Inovaccedilatildeo no Brasil Internet (httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0101-33002007000200002) data de acesso 19052012

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Inovaccedilatildeo e sustentabilidade Internet

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O conceito de sustentabilidade corporativa Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext)

O que eacute inovaccedilatildeo Internet (httpptwikipediaorgwikiInovaC3A7C3A3o) data de acesso 20052012

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Organizaccedilotildees inovadoras sustentaacuteveis Internet

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O que significa vantagem competitiva Internet

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Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva Internet

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Processos de inovaccedilatildeo Internet httpwwwliincufrjbrfrattachments055_saritalivropdfpage=122) data de acesso 03062012

Processos de inovaccedilatildeo nas organizaccedilotildees Internet

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FjA-

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Ho16zYBgampusg=AFQjCNEz7MKNTbjYj81PrvG) data de acesso 03062012

Sustentabilidade e geraccedilatildeo de valor econocircmico Internet

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51

Sustentabilidade e responsabilidade ambiental Internet

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Sustentabilidade e responsabilidade social Internet

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BIBLIOGRAFIA CITADA

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PRAHALAD C K KRISHNAN M S A nova era inovaccedilatildeo Rio de Janeiro editora

Elsevier 2008

PRAHALAD C K RAMASWAMY Venkatram O futuro da competiccedilatildeo como desen-

volver diferenciais inovadores em parceria com os clientes Rio de Janeiro editora

Elsevier 2004

  • AGRADECIMENTOS
  • CAPIacuteTULO III- Aspectos da inovaccedilatildeo e sustentabilidade37
  • Inovaccedilatildeo e sustentabilidade37
  • 32 - Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva
  • 33 - Como implementar vantagem competitiva
  • 34 - Como criar valor e vantagem competitiva
Page 2: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · duzir os processos de inovação dentro da organização. 6 ... CAPÍTULO I - Estrutura da criação de valor e inovação.....11

2

POacuteS-GRADUACcedilAtildeO ldquoLATO SENSUrdquo

AVM FACULDADE INTEGRADA

INOVACcedilAtildeO E A CRIACcedilAtildeO DE VALOR

Apresentaccedilatildeo de monografia agrave Universidade Candido

Mendes como requisito parcial para obtenccedilatildeo do grau de

especialista em Gestatildeo Empresarial

3

DEDICATOacuteRIA

Dedico este trabalho agrave minha esposa

filho aos meus amigos e alguns cole-

gas de trabalho pela ajuda e pela forccedila

que me deram para alcanccedilar mais uma

etapa da minha vida

4

AGRADECIMENTOS

Digo obrigado primeiramente a Deus e aos meus familiares pela

forccedila para concluir mais uma etapa da minha vida aos amigos professo-

res e colegas de graduaccedilatildeo pela convivecircncia e amizade durante todo o

curso e a todas as pessoas que direta ou indiretamente contribuiacuteram pa-

ra que este trabalho fosse terminado Que a Deus esteja com vocecircs

5

RESUMO

Hoje a inovaccedilatildeo e agrave criaccedilatildeo de valor eacute de fundamental importacircncia pois atra-

veacutes dela as organizaccedilotildees tornam-se capazes de alcanccedilar outros nichos de negoacutecios e

novos produtos e assim manterem-se ou tornarem-se competitivas nos seus merca-

dos aonde atuam Contudo na maioria dos casos as empresas usam os concorren-

tes como base de referecircncia para as proacuteprias iniciativas de criaccedilatildeo de valor e inova-

ccedilatildeo Com isso as estrateacutegias competitivas tendem a serem muito parecidas dentro de

um mesmo mercado e apenas a empresa que se afasta do grupo competitivo conse-

gue cumprir seu papel aumentando a competitividade e consequentemente atingir o

sucesso

Haacute muito discurso das empresas em relaccedilatildeo a criaccedilatildeo e inovaccedilatildeo mas na praacute-

tica observa-se que poucas satildeo as empresas que de fato estatildeo trabalhando com esse

processo ainda que num sentido amplo Eacute claro que o momento de crise favorece o

modismo mas a experiecircncia mostra que apenas empresas que jaacute tenham entre seus

valores a cultura da busca pelo novo e a coragem de arriscar eacute que satildeo mais bem su-

cedidas em suas investidas no campo da inovaccedilatildeo

Um dos principais fatores restritivos agrave capacidade de criar valor e inovar en-

contra-se no papel desempenhado pelas lideranccedilas - em outras palavras o desconhe-

cimento dos gestores sobre como identificar recursos criar sinergia entre eles e con-

duzir os processos de inovaccedilatildeo dentro da organizaccedilatildeo

6

METODOLOGIA

Os meacutetodos que levam ao problema proposto como leitura de livros jor-

nais revistas palestras e a trabalhos feitos apoacutes coleta de dados pesquisa bibliograacute-

fica e a observaccedilatildeo do objeto de estudo etc Os principais autores utilizados na reali-

zaccedilatildeo dessa pesquisa foram PRAHALAD e KRISHNAN (2008) RAMASWAMY (2004)

e HAMEL (2003)

7

SUMAacuteRIO

INTRODUCcedilAtildeO11

CAPIacuteTULO I - Estrutura da criaccedilatildeo de valor e inovaccedilatildeo11

1- A importacircncia da inovaccedilatildeo11

11ndash Inovaccedilatildeo nas empresas12

12- Inovaccedilatildeo no Brasil13

13- O que eacute inovaccedilatildeo15

2 - Processos de inovaccedilatildeo 16

21- Processos de inovaccedilatildeo nas organizaccedilotildees17

22ndash Funccedilotildees tiacutepicas no processo de inovaccedilatildeo18

23ndash Como implantar cultura de inovaccedilatildeo na organizaccedilatildeo19

24ndash Organizaccedilotildees inovadoras sustentaacuteveis20

25ndash A inovaccedilatildeo como funccedilatildeo de aprendizagem organizacional22

CAPIacuteTULO II- Desenvolvimento da criatividade24

1- Capital intelectual24

2- Criatividade25

21- Conceito de criatividade27

22- Criatividade do ponto de vista pessoal28

23-Criatividade do ponto de vista empresarial28

24- Criatividade e a visatildeo estrateacutegica da empresa29

25- Reconfiguraccedilatildeo dinacircmica do talento30

8

3- Cadeia de valor e vantagem competitiva31

31- O que significa uma vantagem competitiva33

32- Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva34

33- Como implantar vantagem competitiva34

34- Como criar valor e vantagem competitiva35

CAPIacuteTULO III- Aspectos da inovaccedilatildeo e sustentabilidade37

1- Inovaccedilatildeo e sustentabilidade37

11- Da teoria para a praacutetica38

12- Sustentabilidade corporativa40

13- O conceito de sustentabilidade corporativa41

14- Sustentabilidade e geraccedilatildeo de valor econocircmico41

15- Sustentabilidade e responsabilidade ambiental43

16- Sustentabilidade e responsabilidade social44

2- Gestatildeo da inovaccedilatildeo para a sustentabilidade45

CONCLUSAtildeO47

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA48

BIBLIOGRAFIA CITADA51

9

INTRODUCcedilAtildeO

O conceito de inovaccedilatildeo eacute cada vez mais difundido no ambiente organizacional

FREEMAN e SOETE apud BARBIERI (2004) afirmam que as empresas que natildeo ino-

vam natildeo conseguem sobreviver Os gestores das empresas tambeacutem estatildeo conscien-

tes da importacircncia da inovaccedilatildeo para o crescimento dos negoacutecios e para a sua lucrati-

vidade

A inovaccedilatildeo eacute comumente vista como a implementaccedilatildeo de novos produtos ou

serviccedilos Poreacutem pode-se inferir que as inovaccedilotildees em produto ou ateacute mesmo em pro-

cesso satildeo restritas diante do que se faz necessaacuterio um comportamento inovador que

envolva toda a organizaccedilatildeo ateacute sua maneira de gestatildeo Assim surge a inovaccedilatildeo or-

ganizacional tambeacutem chamada de inovaccedilatildeo no modelo de negoacutecios Ela parte da

premissa de que a uacutenica forma de escapar da concorrecircncia eacute introduzir um novo mo-

delo de negoacutecio ou alterar radicalmente o existente HAMEL (2003)

Poreacutem a inovaccedilatildeo soacute teraacute importacircncia se criar valor para os clientes e para a

empresa dessa forma a criaccedilatildeo de um novo produto ou serviccedilo natildeo basta ela deve

ter valor para o consumidor Assim alguns autores PRAHALAD RAMASWAMY

(2004) TAPSCOTT WILLIAMS (2007) tecircm demonstrado que diante do cenaacuterio atual

caracterizado por intensa competiccedilatildeo deve-se buscar na criaccedilatildeo desse valor a inte-

raccedilatildeo dos clientes com a empresa ou seja a co-criaccedilatildeo de valor

Dessa maneira considerando a importacircncia que os gestores tecircm dado agrave inova-

ccedilatildeo no modelo de negoacutecio bem como a necessidade de as empresas buscarem no-

vas formas de gerar valor o presente estudo foi realizado com o intuito de verificar se

esse tipo de inovaccedilatildeo por meio da co-criaccedilatildeo de valor PRAHALAD RAMASWAMY

(2004) pode diferenciar a empresa das demais e obter vantagem competitiva POR-

TER (2001) Para aferir essa possibilidade foram considerados aspectos relevantes

acerca de estrateacutegia envolvidos na obtenccedilatildeo da vantagem sobre os concorrentes

bem como a respeito de inovaccedilatildeo e da co-criaccedilatildeo de valor

Essas questotildees portanto foram contempladas para se tentar chegar agrave respos-

ta para a pergunta haacute relaccedilatildeo entre a obtenccedilatildeo de vantagem competitiva e a inovaccedilatildeo

no modelo de negoacutecio por meio da co-criaccedilatildeo de valor

10

A revoluccedilatildeo cientiacutefica - tecnoloacutegica dos uacuteltimos 30 anos opera transformaccedilotildees

profundas natildeo soacute nas formas de produccedilatildeo da vida material como tambeacutem na produ-

ccedilatildeo do proacuteprio conhecimento Essas transformaccedilotildees alimentam a hoje chamada Soci-

edade do Conhecimento em que este e todas as formas de sua circulaccedilatildeo satildeo indis-

pensaacuteveis em todos os campos de atividade humana Neste sentido a ciecircncia trans-

borda seu proacuteprio campo e atravessa as estruturas e relaccedilotildees sociais em muacuteltiplas

articulaccedilotildees

A nova produccedilatildeo do conhecimento descrita por GIBBONS et al (1994) ndash

entre outros ndash apresenta caracteriacutesticas correlatas agraves mudanccedilas verificadas no modo

de produccedilatildeo de bens materiais As novas exigecircncias de flexibilidade agilidade inter-

disciplinaridade qualidade e resposta a demandas sociais supotildeem necessariamente

um novo patamar de comunicabilidade entre campos esferas paradigmas institui-

ccedilotildees comunidades e atores sociais envolvidos no (e com) o campo cientiacutefico assim

como novas perspectivas de formaccedilatildeo de recursos humanos

Existe ainda uma defasagem entre as mudanccedilas na base econocircmica e as

formas de organizaccedilatildeo sociais e poliacutetico-institucionais As diversas manifestaccedilotildees da

crise atual (desemprego estrutural desaceleraccedilatildeo da produtividade crise de valor es

e falta de perspectiva ) resultam da incompatibilidade entre as novas formas de pro-

duccedilatildeo e novas tecnologias de um lado e sistemas sociais e organizacionais obsole-

tos de outro FREEMAN (1995) A coerecircncia ndash ou compatibilidade nos termos de Fre-

eman ndash precisaria ser restabelecida

O presente estudo representa a importacircncia da inovaccedilatildeo e desenvolvimento

nas empresas e no Brasil como alavanca de sucesso e seus fatores internos e exter-

nos

Inovaccedilatildeo eacute um modelo estrateacutegico de gestatildeo de recursos organizacionais dos

quais fazem parte os recursos humanos tecnoloacutegicos e financeiros com o objetivo de

desenvolver processos rotinas e sistemas que propiciem o desenvolvimento e melho-

rias dos produtos e serviccedilos que a empresa oferece ao mercado e as maneiras como

o faz de forma a obter vantagem competitiva

Existem inuacutemeras maneiras de inovar dentre as quais podemos mencionar em

gestatildeo de pessoas em gestatildeo organizacional em modelos de negoacutecios de comercia-

lizaccedilatildeo e abordagens de marketing

11

CAPIacuteTULO I

A ESTRUTURA DA CRIACcedilAtildeO DE VALOR E A INOVACcedilAtildeO

1 ndash A Importacircncia da Inovaccedilatildeo

O cenaacuterio competitivo contemporacircneo tem sido regido pela revoluccedilatildeo tecnoloacute-

gica globalizaccedilatildeo hiper-competitividade e extrema ecircnfase sobre preccedilo qualidade e

satisfaccedilatildeo do consumidor exigindo um foco na inovaccedilatildeo como competecircncia estrateacutegi-

ca Enquanto se deu maior ecircnfase agrave inovaccedilatildeo incremental na uacuteltima deacutecada menos

atenccedilatildeo foi dispensada agrave inovaccedilatildeo radical ou revolucionaacuteria Como consequecircncia

muito se conhece sobre a implementaccedilatildeo da inovaccedilatildeo incremental ao passo que a

inovaccedilatildeo radical eacute ainda muito pouco compreendida FOSTER (1986) UTTERBACK

(1994) CHRISTENSEN (1997) HAMEL ( 2000) Isso eacute verdadeiro apesar de a impor-

tacircncia da inovaccedilatildeo radical ter sido ressaltada por vaacuterios consultores e estudiosos da

aacuterea de negoacutecios

Muitos autores reconhecem as dificuldades do gerenciamento da inovaccedilatildeo ra-

dical em empresas soacutelidas de grande porte CHRISTENSEN (1997) por exemplo

indica ser bastante incomum que empresas que gerenciam adequadamente linhas

consistentes de negoacutecios percebam com antecedecircncia e respondam de forma efetiva

agraves tecnologias de ruptura provenientes de fontes externas (ver tambeacutem LEONARD-

BARTON (1995) KATZ e ALLEN (1985) KANTER (1989b) TUSHMAN e OrsquoREILLY

(1997) DOUGHERTY (1992) BLOCK e MACMILLAN (1993)

As inovaccedilotildees transformam o relacionamento entre consumidores e fornecedo-

res reestruturam aspectos econocircmicos do mercado desestabilizam produtos existen-

tes e datildeo origem a categorias de produtos completamente novas Elas proporcionam o

motor para o crescimento em longo prazo que os liacutederes empresariais procuram Infe-

lizmente reconhecer a importacircncia das inovaccedilotildees radicais eacute bem diferente de desen-

volvecirc-las e comercializaacute-las

As empresas que obtiveram sucesso em longo prazo intercalam a inovaccedilatildeo in-

cremental com a inovaccedilatildeo radical que gera novos mercados e oportunidades de ne-

goacutecios ver MORONE (1993) TUSHMAN e OrsquoREILLY (1997) Assim como eacute evidente

a importacircncia da inovaccedilatildeo radical para as empresas interessadas no crescimento e na

renovaccedilatildeo em longo prazo eacute claro tambeacutem que empresas grandes e soacutelidas enfren-

tam dificuldades para administrar esse processo Grandes empresas bem estabeleci-

12

das satildeo extremamente proficientes em gerenciar eficiecircncias operacionais e apresen-

tar produtos de nova geraccedilatildeo No entanto as incertezas que surgem com a comercia-

lizaccedilatildeo de novas tecnologias para mercados que podem ainda nem existir exigem

competecircncias amplamente diferentes Inovaccedilatildeo eacute um modelo estrateacutegico de gestatildeo

de recursos organizacionais dos quais fazem parte os recursos humanos tecnoloacutegi-

cos e financeiros com o objetivo de desenvolver processos rotinas e sistemas que

propiciem o desenvolvimento e melhorias dos produtos e serviccedilos que a empresa ofe-

rece ao mercado e as maneiras como o faz de forma a obter vantagem competitiva1

11- Inovaccedilatildeo nas Empresas

De acordo com FREEMAN o conceito de inovaccedilatildeo consiste no processo que

inclui as atividades teacutecnicas concepccedilatildeo desenvolvimento gestatildeo e que resulta na

comercializaccedilatildeo de novos (ou melhorados) produtos ou na primeira utilizaccedilatildeo de no-

vos (ou melhorados) processos

Com o desenvolvimento de novos conhecimentos estrateacutegicos pelas organiza-

ccedilotildees esses fossos organizacionais ao longo das fronteiras podem ser aterrados para

a co-criaccedilatildeo de novas abordagens ao nexo de N=1 e R=G A arquitetura social das

empresas deve desenvolver capacidade a raacutepida criaccedilatildeo de conhecimento por meio

do desenvolvimento de cultura organizacional e de estrutura motivacional adequadas

A arquitetura teacutecnica precisa construir recursos para capacitaccedilatildeo desse processo

Para noacutes essas decepccedilotildees com a gestatildeo de processos natildeo satildeo surpreendentes O

que falta na doaccedilatildeo da maioria dessas iniciativas eacute uma perspectiva que inclua inova-

ccedilatildeo e criaccedilatildeo de valor natildeo apenas reduccedilatildeo de custos Alguns desses projetos que

enfatizam os processos satildeo aprovados agraves cegas pelas organizaccedilotildees sem considerar

a necessidade primordial de equilibrar as demandas por inovaccedilatildeo e eficiecircncia

Se os gestores natildeo partirem de um ponto de vista sobre como querem competir

e impulsionar a mudanccedila no dia a dia em cada reuniatildeo em cada relatoacuterio para criar

situaccedilotildees reais de foco na inovaccedilatildeo e na criaccedilatildeo de valor eacute provaacutevel que se sintam

desapontados Aleacutem disso geralmente eles se esquecem de que a conversatildeo dos

processos internos em fatores estrateacutegicos para os resultados requer mudanccedilas natildeo

1 Internet (httpwwwscielobrpdfraev42n2v42n2a16pdf) data de acesso 19052012

13

soacute gerenciais e culturais mas tambeacutem tecnoloacutegicas (PRAHALADCK KRISH-

NANMSA nova era da inovaccedilatildeo 2008 p135)

Open innovation eacute um modelo que as companhias estatildeo adotando cada vez

mais em resposta a um mundo crescentemente globalizado e caracterizado pela parti-

lha aberta de informaccedilotildees com o objetivo de produzir conhecimento Esse modelo se

baseia na colaboraccedilatildeo em rede da empresa com fornecedores clientes universida-

des e ateacute concorrentes A partir desse conceito a inovaccedilatildeo antes uma aacuterea limitada

aos departamentos internos de Pesquisa e Desenvolvimento como era a loacutegica vigen-

te ateacute as deacutecadas de 70 a 90 passou a ser buscada aleacutem das fronteiras das organiza-

ccedilotildees

Acredito que a interaccedilatildeo seja a chave para esse processo se tornar real e mais

do que isso ela eacute a fonte para a inovaccedilatildeo Por isso as redes sociais representam hoje

a melhor plataforma de interaccedilatildeo para as empresas interessadas em inovaccedilatildeo aberta

O desafio que se impotildee entretanto eacute criar tecnologias que gerenciem a troca de in-

formaccedilotildees realizadas nessa miacutedia2

12- Inovaccedilatildeo no Brasil

O desenvolvimento tecnoloacutegico e a inovaccedilatildeo de um paiacutes dependem em grande

parte da formaccedilatildeo de recursos humanos capacitados bem como de investimentos

consistentes contiacutenuos de longo prazo e de porte O Brasil adotou a estrateacutegia de

que a pesquisa acadecircmica geraria conhecimento que naturalmente se transformaria

em inovaccedilotildees tecnoloacutegicas o que natildeo estaacute refletindo a realidade do setor no paiacutes

O Brasil sempre investiu de forma inconstante e em quantidade insuficiente os

recursos puacuteblicos federais e estaduais no desenvolvimento de ciecircncia e tecnologia

(com exceccedilatildeo do estado de Satildeo Paulo) o que sempre preocupou a comunidade cien-

tiacutefica e empresarial do paiacutes Aleacutem disso o setor empresarial tambeacutem investiu e ainda

continua investindo muito timidamente ao contraacuterio do que ocorreu nos modelos de

paiacuteses como a Coreacuteia do Sul Este uacuteltimo paiacutes investiu na formaccedilatildeo de recursos hu-

manos (em niacutevel de graduaccedilatildeo) habilitando-os para atuar em vaacuterios segmentos do

2 Internet (httpolhardigitaluolcombrnegociosdigital_newsnoticiascomo-gerar-inovacao-nas-

empresas) data de acesso 19052012

14

desenvolvimento tecnoloacutegico As inovaccedilotildees geradas produziram o retorno desejado e

o setor produtivo assumiu o papel de executor das pesquisas e de seu financiamento

sustentando hoje cerca de 75 das pesquisas niacutevel encontrado apenas nos paiacuteses

desenvolvidos Em resumo natildeo haacute investimento consistente de longo prazo e de porte

em ciecircncia tecnologia e inovaccedilatildeo no Brasil seja puacuteblico ou privado

Apesar disso houve no Brasil um grande avanccedilo cientiacutefico nos uacuteltimos trinta

anos A iniciativa consistente para construir a competecircncia cientiacutefica atraveacutes do trei-

namento de pessoal qualificado dentro e fora do paiacutes foi indiferente agraves oscilaccedilotildees poliacute-

tico-econocircmicas tanto em niacutevel federal como estadual hoje o Brasil responde por

13 dos artigos cientiacuteficos publicados em revistas indexadas internacionais Estabe-

leceu-se ainda no paiacutes uma forte estrutura de poacutes-graduaccedilatildeo responsaacutevel pela forma-

ccedilatildeo de cerca de 10 mil doutores por ano e que em trinta anos levou o Brasil a triplicar

sua contribuiccedilatildeo cientiacutefica relativa no mundo 3

O Brasil tem talento empreendedor de sobra e pesquisa cientiacutefica de excelecircn-

cia Mas sem um ambiente encorajador para inovaccedilatildeo o paiacutes natildeo conseguiraacute trans-

formar conhecimento em desenvolvimento econocircmico

Essa foi agrave anaacutelise predominante entre os pesquisadores e liacutederes empresariais

que participaram de um seminaacuterio realizado (18052007) em conjunto pelo Centro de

Economia da Criatividade e da Inovaccedilatildeo (CIEC - na sigla em inglecircs) da Universidade

George Washington nos Estados Unidos e pela Faculdade de Economia Administra-

ccedilatildeo e Contabilidade da Universidade de Satildeo Paulo (FEA -USP)

Para o diretor do CIEC - Michael Ryan - o Brasil tem alguns pontos fortes para

a inovaccedilatildeo alto investimento em pesquisa baacutesica nas universidades recursos huma-

nos de qualidade e publicaccedilatildeo de artigos cientiacuteficos de impacto internacional Mas a

pesquisa natildeo chega ao mercado porque o ambiente eacute pouco motivador para a inova-

ccedilatildeo

ldquoPara criar um cenaacuterio encorajador no qual as empresas invistam mais em

pesquisa e desenvolvimento eacute preciso melhorar vaacuterios aspectos simultaneamente eacute

muito difiacutecil abrir uma empresa no Brasil haacute uma seacuterie de poliacuteticas que podem ser

3 Internet (httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0101-33002007000200002) data

de acesso 190520123

15

modificadas o sistema de patentes pode ser mais eficiente e o acesso ao capital de

risco melhorarrdquo disse RYAN agrave Agecircncia FAPESP 4

13 - O que eacute inovaccedilatildeo

Inovaccedilatildeo significa novidade ou renovaccedilatildeo A palavra eacute derivada do ter-

mo latino innovatio e se refere a uma ideia meacutetodo ou objeto que eacute criado e que pou-

co se parece com padrotildees anteriores Hoje a palavra inovaccedilatildeo eacute mais usada no con-

texto de ideias e invenccedilotildees assim como a exploraccedilatildeo econoacutemica relacionada sendo

que inovaccedilatildeo eacute invenccedilatildeo que chega no mercado Inovaccedilatildeo eacute o processo que inclui as

atividades teacutecnicas concepccedilatildeo desenvolvimento gestatildeo e que resulta na comerciali-

zaccedilatildeo de novos (ou melhorados) produtos ou na primeira utilizaccedilatildeo de novos (ou me-

lhorados) processos FREEMAN (1988 p567) 5

O conceito de inovaccedilatildeo eacute bastante variado dependendo principalmente da

sua aplicaccedilatildeo De forma sucinta haacute quem considere que inovaccedilatildeo eacute a exploraccedilatildeo bem

sucedida de novas ideias Segundo DRUCKER a inovaccedilatildeo ldquoeacute o instrumento especiacutefi-

co dos empreendedores o processo pelo qual eles exploram a mudanccedila como uma

oportunidade para um negoacutecio diferente ou um serviccedilo diferente

Dentre as vaacuterias possibilidades de inovar aquelas que se referem a inovaccedilotildees

de produto ou de processo satildeo conhecidas como inovaccedilotildees tecnoloacutegicas Outros tipos

de inovaccedilotildees podem se relacionar a novos mercados novos modelos de negoacutecio no-

vos processos e meacutetodos organizacionais ou ateacute mesmo novas fontes de suprimentos

Embora ldquonovidadesrdquo encontradas em organizaccedilotildees teacutecnicas administrativas organi-

zacionais inseridas em produtos ou processos nem todas elas podem ser considera-

das como inovaccedilotildees Cabe ressaltar aqui a diferenciaccedilatildeo entre ldquooriginalidaderdquo e ldquono-

vidaderdquo propriamente dita Originalidade oriunda da palavra Original do latim original-

4Internet (httpwwwinovacaotecnologicacombrnoticiasnoticiaphpartigo=010175070518) data

de acesso 19052012

5Internet (httpptwikipediaorgwikiInovaC3A7C3A3o) data acesso 20052012

16

le eacute relativo agrave origem agrave qualidade de original inicial primordial primitivo originaacuterio

Novidade eacute originaacuteria do latim novitate que se reporta agrave qualidade ou caraacuteter de novo

uma inovaccedilatildeo embora referente a algo jaacute existente um uso novo para algo jaacute existen-

te6

Inovaccedilatildeo pode ser definida como o processo estrateacutegico de reinvenccedilatildeo contiacute-nua do proacuteprio negoacutecio e de criaccedilatildeo de novos negoacutecios GARY HAMEL (1996)

2 ndash Processos de inovaccedilatildeo

No acircmbito da economia ao longo deste seacuteculo muito vem se discutindo sobre

a inovaccedilatildeo sua natureza caracteriacutesticas e fontes com o objetivo de buscar uma mai-

or compreensatildeo de seu papel frente ao desenvolvimento econocircmico ressaltando-se

como marco fundamental a contribuiccedilatildeo de JOSEPH SCHUMPETER na primeira me-

tade deste seacuteculo mdash INFORMACcedilAtildeO E GLOBALIZACcedilAtildeO NA ERA DO CONHECI-

MENTO enfocou a importacircncia das inovaccedilotildees e dos avanccedilos tecnoloacutegicos no desen-

volvimento de empresas e da economia

De forma geneacuterica existem dois tipos de inovaccedilatildeo a radical e a incremental

Pode-se entender a inovaccedilatildeo radical como o desenvolvimento e introduccedilatildeo de um

novo produto processo ou forma de organizaccedilatildeo da produccedilatildeo inteiramente nova Esse

tipo de inovaccedilatildeo pode representar uma ruptura estrutural com o padratildeo tecnoloacutegico

anterior originando novas induacutestrias setores e mercados Tambeacutem significam reduccedilatildeo

de custos e aumento de qualidade em produtos jaacute existentes Algumas importantes

inovaccedilotildees radicais que causaram impacto na economia e na sociedade como um todo

e alteraram para sempre o perfil da economia mundial podem ser lembradas como

por exemplo a introduccedilatildeo da maacutequina a vapor no final do seacuteculo XVIII ou o desen-

volvimento da microeletrocircnica a partir da deacutecada de 1950 Estas e algumas outras

inovaccedilotildees radicais impulsionaram a formaccedilatildeo de padrotildees de crescimento com a con-

formaccedilatildeo de paradigmas tecno-econocircmicos FREEMAN (1988)

As inovaccedilotildees podem ser ainda de caraacuteter incremental referindo-se agrave introdu-

ccedilatildeo de qualquer tipo de melhoria em um produto processo ou organizaccedilatildeo da produ- 6 Internet (httpwwwpr2ufrjbrinovacaosocialtexto14-01pdf) data de acesso 20052012)6

17

ccedilatildeo dentro de uma empresa sem alteraccedilatildeo na estrutura industrial FREEMAN (1988)

Inuacutemeros satildeo os exemplos de inovaccedilotildees incrementais muitas delas imperceptiacuteveis

para o consumidor podendo gerar crescimento da eficiecircncia teacutecnica aumento da pro-

dutividade reduccedilatildeo de custos aumento de qualidade e mudanccedilas que possibilitem a

ampliaccedilatildeo das aplicaccedilotildees de um produto ou processo A otimizaccedilatildeo de processos de

produccedilatildeo o design de produtos ou a diminuiccedilatildeo na utilizaccedilatildeo de materiais e compo-

nentes na produccedilatildeo de um bem podem ser considerados inovaccedilotildees incrementais

Ateacute pouco tempo era grande a rigidez para caracterizar o processo de inovaccedilatildeo suas

fontes de geraccedilatildeo e formas como se realiza e difunde

Evidentemente que a compreensatildeo do processo de inovaccedilatildeo estaacute estreitamen-

te influenciada pelas caracteriacutesticas dominantes de contextos histoacuterico-econocircmicos

especiacuteficos Atualmente aspectos negligenciados por natildeo terem relevacircncia nos periacuteo-

dos em questatildeo comeccedilam a ser plenamente reconhecidos como de papel fundamental

para o ecircxito do processo inovador Agrave medida que melhor se conhecem as especifici-

dades da geraccedilatildeo e difusatildeo de inovaccedilatildeo mais se sabe sobre sua importacircncia para

que empresas e paiacuteses reforcem sua competitividade na economia mundial7

21 ndash Processos de inovaccedilatildeo nas organizaccedilotildees

DAMANPOUR (1984) em seu estudo sobre inovaccedilatildeo e desempenho organiza-

cional em bibliotecas puacuteblicas americanas conceitua inovaccedilatildeo como uma resposta agrave

mudanccedila ambiental ou ainda os meios que permitem ou viabilizam a mudanccedila em

uma organizaccedilatildeo Para ele as empresas podem enfrentar as mudanccedilas ambientais

natildeo apenas com novas tecnologias mas tambeacutem incorporando mudanccedilas teacutecnicas

eou administrativas em sua estrutura Assim sendo inovaccedilotildees no plano organizacio-

nal envolvem a implantaccedilatildeo de ideias novas teacutecnicas ou administrativas Espera-se a

partir disso mudanccedilas estruturais que afetem o desempenho da organizaccedilatildeo Esque-

maticamente portanto pode-se entender a inovaccedilatildeo como a ferramenta que quando

introduzida em contexto organizacional gera mudanccedila

7Internet httpwwwliincufrjbrfrattachments055_saritalivropdfpage=122) data de acesso

03062012

18

Segundo DAMANPOUR (1984) define desempenho como a habilidade que

uma organizaccedilatildeo tem de bem utilizar todos os quatro processos sistecircmicos (inputs

outputs transformaccedilotildees e efeitos de retroalimentaccedilatildeo) relacionados ao alcance de

metas organizacionais Uma organizaccedilatildeo de alto desempenho cumpriraacute suas tarefas

primaacuterias de modo eficiente e realizaraacute suas funccedilotildees de manutenccedilatildeo e adaptaccedilatildeo or-

ganizacional de forma efetiva A funccedilatildeo de adaptaccedilatildeo requer que a estrutura da orga-

nizaccedilatildeo sofra mudanccedilas para encontrar novas condiccedilotildees ambientais

Organizaccedilotildees inovadoras tendem natildeo apenas a se adaptar agrave mudanccedila mas

tambeacutem a usar seus recursos para criar novas condiccedilotildees ambientais pela introduccedilatildeo

de novos produtos ou serviccedilos nunca antes oferecidos Inovaccedilotildees assim seriam mei-

os de prover mudanccedilas internas ou externas e tambeacutem de aperfeiccediloar o desempenho

organizacional

Os sistemas gerenciais de acordo com a abordagem soacutecio teacutecnico satildeo consti-

tuiacutedos de um ldquocorpusrdquo social (neste ponto se faz um paralelo com as inovaccedilotildees admi-

nistrativas) e de um ldquocorpusrdquo teacutecnico (corresponde agraves inovaccedilotildees teacutecnicas) e portanto

se enfatiza o papel do ldquocorpusrdquo social e teacutecnico na efetiva operaccedilatildeo de uma organiza-

ccedilatildeo e sugerem que a concentraccedilatildeo em apenas um sistema resulta em baixo desem-

penho organizacional Sistemas sociais e teacutecnicos precisam assim funcionar de forma

balanceada O relacionamento entre os sistemas social e teacutecnico eacute de correlaccedilatildeo ou

seja qualquer mudanccedila em qualquer um dos sistemas leva as determinadas restri-

ccedilotildees ou modificaccedilotildees ao outro8

22 ndash Funccedilotildees tiacutepicas no processo de inovaccedilatildeo

Eacute funccedilatildeo tiacutepica no processo de inovaccedilatildeo a captaccedilatildeo de sinais proveniente do

campo em ambiente direto e o monitoramento do ambiente externo indireto A partir

das etapas anteriores busca-se identificar elementos onde os clientes natildeo estejam

sendo atendidos satisfatoriamente ou oportunidades natildeo exploradas gap de desem-

penho Os clientes natildeo vatildeo responder a perguntas sobre o uso ou natildeo de um determi- 8Inter-

net(httpwwwgooglecombrurlsa=tamprct=jampq=ampesrc=sampsource=webampcd=1ampved=0CEsQFjA

Aampurl=http3A2F2Fwwwfespprbr2F~bastosjr2FGest25E3o2520de2520Inova

25E725E3o2FArtigos2FInova25E725E3odocampei=Vhr2T9qvHaez6wHo16zYBgampusg=

AFQjCNEz7MKNTbjYj81PrvG) data de acesso 03062012

19

nado produto principalmente se este for desconhecido Eacute necessaacuterio conhecer o am-

biente em que se vivem compreender suas carecircncias

Outra funccedilatildeo necessaacuteria eacute a geraccedilatildeo de alternativas viaacuteveis que respondam agraves

demandas ambientais e a seleccedilatildeo com base em criteacuterios coerentes com os objetivos

estrateacutegicos da organizaccedilatildeo previamente estabelecidos

Natildeo se pode deixar de mencionar a concepccedilatildeo e o desenvolvimento das ino-

vaccedilotildees a gestatildeo da implantaccedilatildeo destas inovaccedilotildees e respectiva coordenaccedilatildeo

Aleacutem destes um outro aspecto fundamental eacute o controle do processo ou seja

a definiccedilatildeo de indicadores que permitam avaliar e medir os resultados na medida em

que estes acontecem Os instrumentos de medida da inovaccedilatildeo devem conforme

KUCZMARSKI (1998) obedecer agraves seguintes categorias empresa (carteira de novos

produtos investimentos apuraccedilatildeo de resultados) das equipes (planejamento taxas

de sucesso e sobrevivecircncia variaccedilotildees orccedilamentaacuterias retorno financeiro) e individual

(contribuiccedilatildeo de cada membro no desempenho da equipe) Vale lembrar que inovaccedilatildeo

e mudanccedila levam tempo os indiviacuteduos devem esperar permanecer em suas funccedilotildees

pelo tempo suficiente para influenciar os indicadores de desempenho tanto de curto

quanto de longo prazo 9

23 ndash Como implantar cultura de inovaccedilatildeo na organizaccedilatildeo

Inovaccedilatildeo tem de fazer parte da mentalidade dos funcionaacuterios em todos os niacute-

veis Evidentemente a forma mais eficiente de implantar uma mudanccedila na empresa

se daacute quando o exemplo vem de acima Se natildeo estatildeo convencidos da importacircncia da

inovaccedilatildeo os dirigentes sempre encontraratildeo formas de derrubar ideias mais arrisca-

das No entanto se as lideranccedilas tomam a iniciativa a nova cultura eacute absorvida com

muito mais facilidade pela organizaccedilatildeo

Os profissionais do primeiro escalatildeo contudo natildeo podem ter a obrigaccedilatildeo de

ser os uacutenicos ou principais geradores das ideias inovadoras Os comandantes preci-

9Internet

(httpwwwgooglecombrurlsa=tamprct=jampq=ampesrc=sampsource=webampcd=4ampved=0CFkQFjADampurl=http

3A2F2Fwwwfespprbr2F~bastosjr2FGest25E3o2520de2520Inova25E725E3o2FArtigo

s2FInova25E725E3odocampei=sSb2T8eqDYro0QGO7OSLBwampusg=AFQjCNEz7MKNTbjYj81P) data

de acesso 04062012

20

sam de aliados O papel dos gerentes e diretores tambeacutem eacute fundamental num pro-

cesso de mudanccedila de cultura eles satildeo os verdadeiros responsaacuteveis por criar um am-

biente que estimule as pessoas a arriscar investindo em novos produtos bancando

ideias que tecircm maturaccedilatildeo de longo prazo e criando uma comunicaccedilatildeo eficiente

Nem mesmo os profissionais de atuaccedilatildeo operacional podem fugir da responsa-

bilidade A dificuldade para inovar eacute maior em departamentos mais fechados e norma-

tizados como os administrativos ou naqueles em que a precisatildeo eacute fundamental como

a produccedilatildeo de um remeacutedio Mas eles tambeacutem precisam aprender a ver as oportuni-

dades natildeo convencionais ndash haacute pequenas melhorias capazes de desencadear uma

importante inovaccedilatildeo

A responsabilidade eacute de todos da alta gerecircncias aos departamentos operacio-

nais O desafio eacute fazer todos assumirem um compromisso com a praacutetica real da ino-

vaccedilatildeo 10

ldquoInovaccedilatildeo eacute a mensagem do momento Natildeo se trata de mais recursos mas em

como usaacute-los Em um mundo que atravessa crises financeiras a todo momento e que

exige sempre mais recursos naturais os inovadores e os criativos satildeo os que conse-

guem transformar as adversidades em oportunidades de crescimentordquo (STEVE

JOBS Inovaccedilatildeo A arte de Steve Jobs 2010 p154)

24 ndash Organizaccedilotildees inovadoras sustentaacuteveis

Organizaccedilatildeo inovadora eacute a que introduz novidades de qualquer tipo em bases

sistemaacuteticas e colhe os resultados esperados BARBIERI (2007) p88) A expressatildeo

bases sistemaacuteticas significa a realizaccedilatildeo de inovaccedilotildees com autonomia intencionali-

dade e pro atividade Assim a inovaccedilatildeo eacute um elemento essencial do modus operan-

di dessa organizaccedilatildeo o que pressupotildee que ela desenvolva continuamente recursos

tangiacuteveis e intangiacuteveis para inovar permanentemente Organizaccedilatildeo sustentaacutevel eacute a

que simultaneamente procura ser eficiente em termos econocircmicos respeitar a capaci-

dade de suporte do meio ambiente e ser instrumento de justiccedila social promovendo a

inclusatildeo social a proteccedilatildeo agraves minorias e grupos vulneraacuteveis o equiliacutebrio entre os gecirc-

neros etc (BARBIERI 2007 p98-99) 10 Internet (httpbooksgooglecombrbookshl=pt-BRamplr=ampid=jnka43VmmwsCampoi=fndamppg=PA34ampdq=como+implantar+uma+cultura+de+inovaccedilatildeo+na+organiza-ccedilatildeoampots=KRvAPG4C6kampsig=rzqbLGM4sLvsQL26N0gLqfOTPOAv=onepageampq=como20implantar20uma20cultura) data de acesso 04062012

21

Os dois conceitos de organizaccedilatildeo podem entrar em contradiccedilatildeo pois inovar em

bases sistemaacuteticas pode se tornar sinocircnimo de degradaccedilatildeo sistemaacutetica do meio ambi-

ente e da vida social Assim uma organizaccedilatildeo inovadora sustentaacutevel natildeo eacute a que

introduz novidades de qualquer tipo mas novidades que atendam as muacuteltiplas dimen-

sotildees da sustentabilidade em bases sistemaacuteticas e colham resultados positivos para

ela para a sociedade e o meio ambiente BARBIERI (2007) p105 Natildeo basta para as

empresas apenas inovar constantemente mas inovar considerando as trecircs dimen-

sotildees da sustentabilidade a saber

bull dimensatildeo social - preocupaccedilatildeo com os impactos sociais das inovaccedilotildees nas

comunidades humanas dentro e fora da organizaccedilatildeo (desemprego exclusatildeo

social pobreza diversidade organizacional etc)

bull dimensatildeo ambiental - preocupaccedilatildeo com os impactos ambientais pelo uso de

recursos naturais e pelas emissotildees de poluentes

bull dimensatildeo econocircmica - preocupaccedilatildeo com a eficiecircncia econocircmica sem a qual

elas natildeo se perpetuariam Para as empresas essa dimensatildeo significa obtenccedilatildeo

de lucro e geraccedilatildeo de vantagens competitivas nos mercados onde atuam

O atendimento a essas dimensotildees torna o processo de inovaccedilatildeo mais sofisti-

cado e exigente o que requer da organizaccedilatildeo um maior esforccedilo para atender tecnica-

mente esse requisito Isso leva novas perspectivas para a gestatildeo da inovaccedilatildeo11

Com intuito de tornar o processo de adequaccedilatildeo agraves prerrogativas impostas agraves

companhias ditas inovadoras quanto mais simplificado e dirigido melhor A seguir eacute

apresentado um conjunto de proposiccedilotildees para o desenvolvimento de empresas com

esta caracteriacutestica o pressuposto baacutesico necessaacuterio eacute o fomento de equipes de traba-

lho com a mentalidade para a inovaccedilatildeo Neste sentido cabem agraves organizaccedilotildees agraves

pessoas e agraves tarefas o papel de suscitar o aparecimento e a manutenccedilatildeo de tais e-

quipes SBRAGIA (1993)

25 - A Inovaccedilatildeo como funccedilatildeo de aprendizagem organizacional

11Internet(httpwwwscielobrscielophppid=S0034-

75902010000200002ampscript=sci_arttext) data de acesso 04062012

22

Pelo fato da inovaccedilatildeo ser destrutiva para muitos grupos consolidados ela en-

frentaraacute resistecircncia A inovaccedilatildeo eacute o oposto da operaccedilatildeo e seraacute portanto ignorada O

desenho ou arranjo organizacional poderaacute facilmente superar ao menos minimizar

estes e outros obstaacuteculos GALBRAITH (1998) Este comportamento acentua-se em

organizaccedilotildees protegidas de concorrecircncia (universidades ateacute algum tempo atraacutes oacuter-

gatildeos governamentais etc) Pesquisas realizadas por TUSHMAN e NADLER (1998)

apontam que organizaccedilotildees altamente inovadoras satildeo sistemas de aprendizado alta-

mente eficazes aleacutem de possuir um senso de autocriacutetica bastante apurada

Empresas eficazes criam condiccedilotildees possiacuteveis para que o trabalho de hoje seja

feito paralelo com a geraccedilatildeo constante de inovaccedilatildeo ou seja a inovaccedilatildeo sustentada

por mais paradoxal que possa parecer exige ao mesmo tempo estabilidade e mudan-

ccedila A estabilidade possibilita economias de escala e aprendizado incremental por ou-

tro lado a mudanccedila e a experimentaccedilatildeo satildeo necessaacuterias agrave conquista de avanccedilos nas

aacutereas de produto processo e tecnologia

Companhias que conseguem ao mesmo tempo produzir cotidianamente e estar

alerta e vigilante aos clientes concorrentes tecnologias e competecircncia interna fo-

mentam e estimulam o aprendizado organizacional e a inovaccedilatildeo sustentada

Segundo TUSHMAN e NADLER (1998) inovaccedilatildeo eacute um trabalho complexo e

estimulante a rupturas pois exige estreita colaboraccedilatildeo entre membros que rotineira-

mente se encontram bastante separados Embora os mecanismos da organizaccedilatildeo

formal facilitem o aprendizado e a inovaccedilatildeo corporativa a criatividade individual pro-

veacutem de um ambiente informal saudaacutevel

Um claro conjunto de valores essenciais ajuda a focalizar e motivar o compor-

tamento Empresas inovadoras tecircm valores claros que fornecem foco num cenaacuterio

repleto de diversidade como tambeacutem um objetivo comum que possa ter a concor-

dacircncia dos mais diferentes atores envolvidos

Em adiccedilatildeo com os valores essenciais cultuados em uma organizaccedilatildeo as nor-

mas proporcionam referenciais de comportamentos claros satildeo os comportamentos

aguardados De um modo geral organizaccedilotildees inovadoras enfatizam a informalidade

no comportamento no vestuaacuterio e nas relaccedilotildees hieraacuterquicas com elevadas expectati-

vas de desempenho e de trabalho individual e do grupo fortes viacutenculos informais den-

tro e fora da organizaccedilatildeo

23

Organizaccedilotildees altamente inovadoras geram com destreza as sutilezas da re-

compensa e da puniccedilatildeo onde as pessoas podem assumir riscos colher as recompen-

sas pelo sucesso e sobreviver a fracassos construtivos

A representaccedilatildeo de papeacuteis funcionais tem atribuiccedilatildeo fundamental no desenvol-

vimento e conduccedilatildeo do processo de gestatildeo da inovaccedilatildeo Entre eles podemos mencio-

nar um os geradores de ideias pois as interligam com as tendecircncias e mercados

desenvolvendo oportunidades para as organizaccedilotildees dois os empreendedores internos

tornam concretas as ideias possuem agressividade energia e personalidade propen-

sas a assumir riscos para defender suas causas

Aqui aparece a figura dos trecircs ldquogate keepersrdquo (guardiotildees do portatildeo) que ligam

organizaccedilatildeo e seus colegas agraves frentes externas de informaccedilatildeo que satildeo vitais para a

inovaccedilatildeo pois obtecircm traduzem e distribuem estas informaccedilotildees no acircmbito interno da

organizaccedilatildeo Os quatros patrocinadores ou mentores satildeo gerentes de alto niacutevel que

datildeo apoio informal acesso aos recursos e a proteccedilatildeo no surgimento de novos produ-

tos ou negoacutecios Esses personagens atuando conjuntamente representam o ldquogecircnio

coletivordquo da organizaccedilatildeo que consiste na soma das capacidades pessoais em clima

motivacional gerando resultados mensuraacuteveis substituindo o gecircnio individual predo-

minante ateacute o seacuteculo passado conforme DE MASI (1998) Uma vez que o gecircnio indi-

vidual pode ateacute existir mas eacute difiacutecil de ser encontrado

Segundo GALBRAITH (1998) algumas pessoas que satildeo boas em inovaccedilatildeo e

criatividade mas natildeo satildeo necessariamente boas em operaccedilatildeo Portanto o desenho

organizacional contribui para a criaccedilatildeo de uma organizaccedilatildeo inovadora na medida em

que promove o encontro sistemaacutetico entre os geradores de ideias e aqueles que po-

dem defendecirc-las e colocaacute-las em praacutetica12

CAPIacuteTULO II 12 Internet

(httpwwwgooglecombrurlsa=tamprct=jampq=ampesrc=sampsource=webampcd=1ampsqi=2ampved=0CEwQFjAAampu

rl=http3A2F2Fwwwfespprbr2F~bastosjr2FGest25E3o2520de2520Inova25E725E3o2

FArtigos2FInova25E725E3odocampei=Ex32T_meBObb6wGds-29Bgampusg=AFQjC) data de acesso

04062012

24

DESENVOLVIMENTO DA CRIATIVIDADE

1 ndash Capital Intelectual

Com o mercado cada vez mais exigente as empresas vecircm sentindo a necessi-

dade de investir mais em recursos humanos acrescentando a seu capital o conheci-

mento originado atraveacutes do investimento em capital humano qualificado o qual agrega

agraves empresas recursos de fundamental importacircncia No entendimento de Stewart

(2004) o capital intelectual eacute um bem intangiacutevel podendo-se afirmar que eacute um dos

fatores mais importantes da vida de uma organizaccedilatildeo Jaacute para (DRUCKER (apud

MONTEIRO 2007 p17) o capital intelectual eacute ldquo[] a soma do conhecimento de todos

de uma empresa o que lhe proporciona vantagem competitivardquo

CHIAVENATO (2004) afirma que no mundo complexo e competitivo de hoje a

escolha das pessoas certas se torna vital para o bom funcionamento da empresa

Para STEWART (2004) o capital intelectual corresponde ao conjunto de co-

nhecimentos e informaccedilotildees encontrados nas organizaccedilotildees que agregam valor ao pro-

duto ou serviccedilo mediante a aplicaccedilatildeo da inteligecircncia e natildeo do capital monetaacuterio ao

empreendimento sendo o capital intelectual gerador de capacidades conhecimento

habilidades e experiecircncias individuais dos funcionaacuterios para realizaccedilatildeo de tarefas

O capital intelectual eacute algo tatildeo valioso dentro de uma organizaccedilatildeo que eacute atra-

veacutes dele que se podem ter grandes inovaccedilotildees transformaccedilotildees tecnoloacutegicas resolu-

ccedilotildees de problemas gestatildeo eficiente lucratividade e sucesso melhorados Um colabo-

rador que possui seu capital intelectual estimulado atraveacutes da motivaccedilatildeo seraacute mais

bem aproveitado pela empresa uma vez que se sente incluiacutedo valorizado simpatizan-

te e livre para gerir suas ideias de uma forma mais aguccedilada

CHIAVENATO (2004) diz que o capital humano eacute constituiacutedo das pessoas que

fazem parte de uma organizaccedilatildeo Capital humano significa talentos que precisam ser

mantidos e desenvolvidos Mais do que isso capital humano significa capital intelectu-

al

Para MONTEIRO (2007) o ser humano eacute o maior bem de uma empresa pois eacute

ele o principal instrumento de seu sucesso ou fracasso uma vez que o capital intelec-

tual eacute algo exclusivo do ser humano Pode-se entatildeo descrever que ele eacute o raciociacutenio

humano elaborado acrescido do ambiente onde estaacute inserido

25

MONTEIRO (2007) comenta que dentro das organizaccedilotildees o capital intelectual

pode ser diferenciado dos demais capitais porque ele cresce quando compartilhado

com os do mesmo grupo e natildeo se deprecia com o uso Ao contraacuterio dos outros ativos

o seu valor decorre do uso O capital intelectual eacute enfatizado como o conjunto de in-

formaccedilotildees e conhecimentos encontrados nas organizaccedilotildees onde agregam ao produto

eou serviccedilos valores mediante a aplicaccedilatildeo da inteligecircncia e natildeo do capital monetaacuterio

Devido a sua grande representatividade nas empresas o capital intelectual natildeo deve

ser subestimado nem utilizado de forma ineficiente acarretando em um gerenciamento

ineficaz mais investimento incentivado para assim trazer agrave empresa bons negoacutecios e

melhor rentabilidade (MONTEIRO 2007 p18)13

2 - Criatividade

Criatividade eacute um assunto que fascina a todos objeto de muitos estudos em-

bora no contexto empresarial seja novo O pensamento criativo antigamente era vis-

to como inspiraccedilatildeo divina passando a ser estudado com melhor afinco a partir dos

anos 50

O Caminho humano de viver conviver e sobreviver eacute permeado de accedilotildees cria-

tivas conscientes e inconscientes Esse potencial criativo eacute inato em todo ser humano

poreacutem ele se ensina e se aprende Trata-se de uma competecircncia pessoal valorizada

mas ao mesmo tempo desprestigiada pois percebemos que as empresas desclassifi-

cam candidatos criativos e depois encaminham-no para o desenvolvimento desta habi-

lidade

Criatividade para o quecirc Eacute a primeira pergunta que surge em nossa mente

quando tratamos do tema Se tudo estaacute bem natildeo haacute motivos para criar ou se estaacute

tudo ruim natildeo temos mais o que fazer Percebemos que o ser humano sempre busca

a sua zona de conforto para se acomodar sofrer menos ou agraves vezes para reclamar

mais Podemos pensar nesta pergunta buscando duas respostas uma do acircmbito pes-

soal e outra empresarial No processo de criaccedilatildeo percebemos que podemos mudar e

nos diferenciar daquilo que fomos respeitando e valorizando o nosso proacuteprio passado

13Internet (httpwwwaedbbrsegetartigos10327_PDF20Samirapdf) data acesso

15072012

26

tomando decisotildees e desempenhando accedilotildees diferentes dos que habitualmente faziacutea-

mos Podemos gerar mudanccedilas substanciais nas empresas e a partir dessas mudan-

ccedilas diferenciarmos sem contudo ser necessaacuterio efetuar mudanccedilas demasiadas mu-

danccedilas que choquem e natildeo se ajustem aos nossos valores e nossa realidade

Se o objetivo eacute buscar na empresa alcanccedilar eficiecircncia que possibilite ao cliente

escolher e comprar nossos produtos e serviccedilos e natildeo os dos concorrentes precisa-

mos estar abertos para buscar novas alternativas novas maneiras de fazer as coisas

e consequentemente resultados diferentes A mudanccedila organizacional eacute muitas ve-

zes uma ferramenta de soluccedilatildeo de problemas das organizaccedilotildees Podemos diferenci-

ar-nos dos competidores apenas sabendo quando e em quecirc devemos mudar e onde

queremos chegar

A criatividade na empresa eacute medida a partir dos resultados alcanccedilados Uma

resposta eacute mais criativa (entre aspas pois as respostas natildeo satildeo criativas e sim as pes-

soas que a geraram) que outra quando atinge aquele objetivo para o qual foi focado a

soluccedilatildeo de um problema traz uma alternativa ou um meacutetodo inovador ou ateacute mesmo

uma combinaccedilatildeo de resultados diferentes

Tatildeo essencial como ser diferente eacute a necessidade de buscar resultados e uma

empresa soacute eacute verdadeiramente criativa quando a criatividade se torna a maneira diaacute-

ria de fazer as coisas e espera que seus membros considerem uma ampla variedade

de alternativas antes de comprometer-se numa direccedilatildeo especiacutefica 14

21 ndash Conceito de criatividade

A criatividade eacute a faculdadehabilidade de criar ou o potencial criativo Consiste

em encontrar meacutetodos ou objetos para executar tarefas de uma maneira nova ou dife-

14 Internet

Fonte (Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de acesso

25062012

27

rente do habitual com a intenccedilatildeo de satisfazer um propoacutesito A criatividade permite

cumprir os desejos de forma mais raacutepida faacutecil eficiente ou econoacutemica

A criaccedilatildeo de novas ideias e conceitos tambeacutem se lhe daacute o nome de inventivi-

dade pensamento original pensamento divergente ou imaginaccedilatildeo construtiva Trata-

se de conceitos que implicam o ato de inventar algo novo (isto eacute recorrer ao enge-

nho) a capacidade de encontrar soluccedilotildees originais e a vontade de mudar o mundo 15

A criatividade eacute considerada uma capacidade humana de grande valor univer-

sal tudo indica que nesta competecircncia reside a memoacuteria RAM bioloacutegica para o im-

pulso da evoluccedilatildeo humana A memoacuteria RAM segundo CURY (2009) eacute o fenoacutemeno dos

registos da memoacuteria O que melhor descreve a criatividade eacute o que SANCHEZ (2003)

referiu em seus apontamentos a criatividade eacute uma sublime dimensatildeo da condiccedilatildeo

humana

Eacute entretanto na capacidade criativa que existe a chave da capacidade de evo-

luccedilatildeo da humanidade O meacuterito da expressatildeo criativa eacute fruto da complexidade ou

seja eacute fruto do contexto social no seu desenvolvimento natural e humano

Eacute muito interessante contemplar os efeitos provenientes deste constructo a

considerar a capacidade de um indiviacuteduo criativo construir e reconstruir transformando

a nossa realidade Eacute consensual e gratificante perceber que todos temos a capacida-

de criativa deve eacute ser melhor desenvolvida16

De maneira instintiva o termo criatividade sempre se associou agrave atividade ar-

tiacutestica Mais recentemente graccedilas a exemplos empresariais como Apple e Google a

inovaccedilatildeo ganhou espaccedilo nos sectores tecnoloacutegicos Neste sentido a nossa intuiccedilatildeo

natildeo estaacute errada uma vez que criatividade e inovaccedilatildeo satildeo dois conceitos muito unidos

Explicado de forma simples a capacidade criativa pode ser definida como ldquoa habili-

dade para gerar ideias alternativas e soluccedilotildees a um determinado problema de forma

faacutecilrdquo 17

15 Internet (httpconceitodecriatividade) data de acesso 25062012 16Internet (httpptwikipediaorgwikiCriatividade) data de acesso 04072012

17Inter-

net(httpwwwcriaptcriaadminappCRIAuploadscreamanual20creatividade20portugue

s_pt_webpdf) data de acesso 04072012)

28

22 ndash Criatividade do ponto de vista pessoal

Temos que pensar em Criatividade como estrateacutegia para viver melhor para

uma qualidade de vida que diria razoaacutevel aleacutem de identificar potenciais descobertas

internas que foram abafadas pelos processos familiares educacionais e empresariais

assim pelo tempo Outro aspecto estaacute relacionado com a garantia da nossa emprega-

bilidade entendendo como fonte de renda como funcionaacuterio profissional autocircnomo ou

empresaacuterio Vivemos num mundo de mudanccedilas aprimoramento riscos e oportunida-

des Melhoria nos nossos relacionamentos interpessoais atraveacutes do reconhecimento e

aproveitamento da diversidade respeitando as mais diversas formas de pensamento e

das diferenccedilas individuais Estamos acostumados a considerar a criatividade como

algo pessoal e intransferiacutevel A criatividade humana natildeo eacute temporal Trata-se de um

patrimocircnio do ser humano compartilhado pela sociedade Como a organizaccedilatildeo existe

para servir a sociedade nada mais justo do que desenvolver a criatividade como ga-

rantia para superaccedilatildeo da expectativa do cliente em relaccedilatildeo agrave sua empresa 18

23 ndash Criatividade do ponto de vista empresarial

A busca de um diferencial oferecendo algo mais do que o cliente espera atrair

preferecircncias estabelecer estrateacutegia diferenciada adaptar-se agraves necessidades modifi-

car produtos e buscar soluccedilotildees para os problemas fugindo do convencional e assim

diferenciando-se dos concorrentes Estrateacutegia competitiva natildeo somente por criar ou

inovar produtos mas tambeacutem a quebra de paradigmas mudanccedilas de pensamentos

comportamentos etc Todas as ideias produtos e serviccedilos criativos poderatildeo ser trans-

formados em algo positivo para a organizaccedilatildeo Melhoria dos seus produtos assim

como a criaccedilatildeo de novos Busca de resultados diferentes do passado Melhoria do

18 Internet (Fonte Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de

acesso 04072012

29

relacionamento humano interno consequentemente o aumento da produtividade Me-

lhoramento contiacutenuo em todos os setores Desenvolvimento da qualidade19

24 - Criatividade e a visatildeo estrateacutegica da empresa

A criatividade se relaciona com a visatildeo estrateacutegica de empresa da seguinte

forma a partir dos objetivos traccedilados pela organizaccedilatildeo a mesma definiraacute uma linha

estrateacutegica a ser seguida para alcanccedilar esses objetivos A criatividade se envolve de

acordo com a intenccedilatildeo da empresa ela pode querer reinventar seus modos de atua-

ccedilatildeo pode somente visar manter-se atualizada e motivada pode querer mudar rapida-

mente de foco e enfim 44 pode estabelecer um relacionamento forte ou fraco com a

criatividade em funccedilatildeo das soluccedilotildees que ela estiver almejando

CALKINS (2001) defende essa visatildeo ao dizer que para produzir subjetividade

a criatividade deve ser parte da estrateacutegia da empresa O estudo de LENGNICK-HALL

e WOLFF (1998) faz justamente uma releitura sobre o processo estrateacutegico organiza-

cional ndash enfatizando os trecircs domiacutenios loacutegicos que guiam a maioria das empresas ndash e

relacionando conforme a Tabela abaixo com o tipo de criatividade que estaraacute vigente

Loacutegicas Estrateacutegicas x Criatividade

Loacutegica Dominante

Guerrilha Loacutegica Complexidade Loacutegica Capacidade Loacutegica

Objetivo

repentinamente reescrever

as regras da competitivida-

de

aprendizagem e alto envolvi-

mento organizacional

desenvolver e implementar

estrateacutegias que as possibilitem

criar uma sustentaacutevel vantagem

competitiva

Elemento

Chave

a flexibilidade a criativida-

de e a inovaccedilatildeo

sistema natural de relaciona-

mentos

desenvolvimento eficiente e

eficaz e protegendo seus recur-

sos de base

Justificativa vantagem competitiva

como algo muito passageiro

a organizaccedilatildeo vive em uma

comunidade de competidores

fornecedores clientes

as organizaccedilotildees procuram de-

senvolver e implantar estrateacute-

gias que as possibilitem criar

uma sustentaacutevel vantagem

competitiva

19Internet (Fonte Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de

acesso 04072012

30

Sucesso Orga-

nizacional

eacute uma funccedilatildeo da sua capa-

cidade para gerar ideias

que criam novas dinacircmicas

competitivas e novas are-

nas de accedilatildeo

consequecircncia de um natural

entendimento do paradoxo de

forccedilas que formam o sistema

organizacional

a chave da vantagem competiti-

va sustentaacutevel estaacute na habilida-

de organizacional para proteger

os seus recursos de base

Autores COOPER (1995) e

SCHUMPETER (1936)

MILLER (1996) SENGE (1990) e

MOORE (1996)

PORTER (1986 e 1992) e

HAMEL e PRAHALAD (1994)

Ecircnfase Criar Aprender Agregar Valor

Praacuteticas Cria-

tivas

Brainwriting Pool Teacutecnica

da Troca dos Cartotildees etc Pensamento Lateral Jamming

(Fonte Pesquisa a partir dos estudos de Lengnick-Hall e Wolff 1998) 20

25 ndash Reconfiguraccedilatildeo dinacircmica do talento

A estrateacutegia de inovaccedilatildeo sem duacutevida requer novas habilidades O conceito de

R=G sugere que nenhuma empresa eacute capaz de desenvolver sozinha todos os produ-

tos e serviccedilos de que necessita para oferecer experiecircncias personalizadas a cada cli-

ente Tampouco empresa alguma tem condiccedilotildees de cultivar todas as capacidades

gerenciais indispensaacuteveis para transformar a organizaccedilatildeo Analisamos questotildees rela-

cionadas com a superaccedilatildeo dos legados organizacionais e com a construccedilatildeo de novas

capacidades para o gerenciamento da inovaccedilatildeo Mostramos como as empresas de-

vem preparar-se para administrar as tensotildees constantes entre flexibilidade eficiecircncia

e confiabilidade Essa transformaccedilatildeo natildeo consiste apenas em mudar a mentalidade

ou a loacutegica dominante dos gestores tambeacutem significa concentrar-se nos novos niacuteveis

de transparecircncia e de visibilidade em relaccedilatildeo a como se gerencia a empresa

Precisamos mudar a maneira como gerenciamos ndash como combinamos continu-

amente oportunidades e recursos O foco deve convergir natildeo soacute para as habilidades

20Internet (Fonte Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de

acesso 04072012

31

dos indiviacuteduos e para as atitudes de cada um em relaccedilatildeo ao aprendizado mas tam-

beacutem para a competecircncia das equipes e para a capacidade dessas forccedilas-tarefas de se

reconfigurar continuamente em funccedilatildeo dos objetivos arregimentando os melhores

talentos em todo o mundo Por exemplo a identificaccedilatildeo dos comportamentos e das

necessidades de determinada pessoa numa base de milhotildees de clientes ndash como a

Amazoncom na ING Insurance e no programa de diabetes da ICICI ndash exige capaci-

dades analiacutetica Argumentaremos que os mesmos requisitos tambeacutem satildeo indispensaacute-

veis na base de talentos A empresa deve tratar seus empregados e fornecedores

como indiviacuteduos iacutempares (ou como conjunto de indiviacuteduos sem igual) da mesma ma-

neira como lida com os clientes A configuraccedilatildeo dinacircmica de recursos para atender agraves

necessidades de tarefas especiacuteficas converte-se em fonte de vantagem competitiva

A essecircncia da mensagem eacute que para a transformaccedilatildeo ser eficaz os gestores devem

concentrar o foco na mobilizaccedilatildeo raacutepida de talentos dentro e fora da empresa (PRA-

HALAD e KRISHNAN 2008 p177)

3 ndash Cadeia de valor e vantagem competitiva

Segundo Novaes (2001 p184) o conceito de cadeia de valor foi desenvolvido

por Porter O conceito eacute de muita simplicidade e por isso talvez mostre-se tatildeo impor-

tante no contexto econocircmico-social em que se inserem as empresas com a crescente

globalizaccedilatildeo dos negoacutecios e mercados

Para (PORTER 1989 p33) toda empresa eacute uma reuniatildeo de atividades que

satildeo executadas para projetar produzir comercializar entregar e sustentar seu produ-

to Todas estas atividades podem ser representadas fazendo-se uso de uma cadeia

de valores Essa exposiccedilatildeo do autor indica em primeira matildeo apenas4 a ideia de ava-

liar a cadeia interna da empresa a qual eacute formada pelas atividades operacionais e

organizacionais jaacute citadas

A ideia baacutesica que subsidia esse conceito natildeo eacute de autoria de Porter mas haacute

muito tempo jaacute estava sendo analisada Fala-se aqui dos conceitos da Teoria Geral de

Sistemas que tem como precursor o Prof Ludwig von Bertalanffy e seus trabalhos

teoria essa que apresenta a empresa como um sistema inserido esse uacuteltimo em um

ambiente ou macro sistema Assim deve-se ter em mente uma visatildeo sistecircmica en-

xergar mais do que as aacutereas ou atividades isoladamente mais do que os limites da

empresa (Cadeia de Valor Interna) A empresa faz parte de um todo maior (um siste-

32

ma amplo) e esse eacute que deve ser otimizado para gerar maior valor para o cliente e

consequentemente maior lucratividade na cadeia (Cadeia de Valor Externa)

Nas palavras de Porter (1989 p33) ldquoa cadeia de valores desagrega uma em-

presa nas suas atividades de relevacircncia estrateacutegica para que se possa compreender o

comportamento dos custos e as fontes existentes e potenciais de diferenciaccedilatildeordquo Uma

empresa ganha vantagem competitiva se conseguir desempenhar essas atividades

estrateacutegicas de uma maneira melhor e mais barata que a concorrecircncia

Pode-se entatildeo caminhar para um avanccedilo em definiccedilatildeo ao verificarmos a pro-

posiccedilatildeo de (SHANK amp GOVINDARAJAN 1993 p13) de que ldquoa cadeia de valor para

qualquer empresa em qualquer negoacutecio eacute o conjunto interligado de todas as ativida-

des que criam valor desde uma fonte baacutesica de mateacuterias primas passando por forne-

cedores de componentes ateacute a entrega do produto final agraves matildeos do consumidorrdquo

O mundo em que se vive atravessa em periacuteodo de transformaccedilatildeo sequer ima-

ginado Nele nada eacute definitivo Fica-se perplexo quando natildeo se consegue acompanhar

a velocidade da evoluccedilatildeo dos acontecimentos sente-se perdido principalmente nos

assuntos relacionados agrave dinacircmica do desenvolvimento tecnoloacutegico

Dessa forma com uma visatildeo focada no clienteconsumidor pode-se considerar

que a cadeia de valor eacute uma sequecircncia de atividades desde a origem de recursos ateacute

o descarte final de determinado produto Portanto tem-se uma visatildeo bastante abran-

gente do conceito que pode considerar desde a fase da extraccedilatildeo de mateacuteria-prima ateacute

o tratamento final que eacute dado ao produto por exemplo num enfoque de ciclo de vida

do produto21

31 - O que significa uma vantagem competitiva

O sucesso de uma empresa eacute em larga medida determinado pela atratividade

do sector em que opera mas a sua posiccedilatildeo dentro desse sector tambeacutem eacute importante

21 (httpwwwccontabeiscombrconvt14pdf) data acesso 15072012

33

Apesar de um sector poder ter uma fraca eficaacutecia uma empresa que estaacute bem posi-

cionada pode ainda assim criar lucros significativos

Diz-se que uma empresa tem uma vantagem competitiva sobre os seus con-

correntes quando manteacutem retornos que superam a meacutedia no seu sector Esta vanta-

gem decorre das caracteriacutesticas do produto que o torna superior aos produtos da con-

correcircncia

Nalgumas situaccedilotildees pode obter-se uma vantagem competitiva atraveacutes da evoluccedilatildeo

tecnoloacutegica mas esta eacute frequentemente difiacutecil de manter porque os concorrentes ra-

pidamente a copiam ou aperfeiccediloam desenvolvem novas tecnologias Uma vantagem

sustentada resulta frequentemente mais do que da tecnologia ou de modificaccedilatildeo de

produtos de outros fatores como por exemplo o simbolismo associado ndash o que o

produto significa para os consumidores (imagem de marca) e o que estes experimen-

tam na sua compra e uso Os investigadores em marketing reconhecem que os produ-

tos possuem caracteriacutesticas simboacutelicas e que o consumo de certos produtos pode de-

pender mais do seu significado social do que da sua utilidade funcional

Existe atualmente uma tendecircncia para os consumidores exigirem ldquosignificado

pessoalrdquo aos produtos e serviccedilos Torna-se essencial inovar para responder agraves emo-

ccedilotildees que influenciam as decisotildees dos consumidores Estes estatildeo cada vez menos

impressionados com as novas tecnologias e a optar por produtos que resultam ldquopara

mimrdquo Como consequecircncia palavras como emoccedilatildeo e significado pessoal encon-

tram o seu caminho nas estrateacutegias das empresas sendo importante entender os fato-

res intangiacuteveis associados ao valor percebido do produto e as percepccedilotildees na sua

globalidade positivas ou negativas Novas designaccedilotildees tais como ndash ldquofaacutecil acessiacute-

vel razoaacutevel empoderamento e pessoal ndash refletem mais a pessoa do que o obje-

to Descobrir os sentimentos e as atitudes em relaccedilatildeo aos produtos bem como conhe-

cer as razotildees das preferecircncias dos consumidores tornaram-se importantes elementos

estrateacutegicos22

32 - Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva

Em grande medida a ambiccedilatildeo da estrateacutegia da empresa eacute conseguir uma van-

tagem competitiva sustentaacutevel

22Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

34

A vantagem competitiva analisa a atividade da empresa centrando-se primei-

ramente na sua capacidade de gerar retornos superiores de capital e de vincular a

estrateacutegia de negoacutecio a mercados financeiros e de capital fundamentais por um longo

periacuteodo de tempo No fim de contas eacute a vantagem competitiva da empresa que permi-

te ter bons retornos para os seus acionistas

Sem vantagem competitiva a empresa tem uma razatildeo econoacutemica limitada para

existir ndash a sua vantagem competitiva eacute a sua razatildeo de existecircncia Sem ela a empresa

natildeo iraacute prosperar Criar uma vantagem competitiva sustentaacutevel pode ser a meta mais

importante de qualquer organizaccedilatildeo e pode mesmo ser o atributo mais importante em

que a empresa se focaliza23

33 - Como implementar vantagem competitiva

As vantagens competitivas natildeo assumem uma uacutenica forma e eacute possiacutevel que

uma empresa tenha vaacuterias vantagens competitivas e em diferentes aacutereas Ilustra-se

algumas das aacutereas onde as empresas se podem destacar e garantir o seu sucesso a

longo prazo quota de mercado gestatildeo da marca rede marcas e patentes eficaacutecia de

custos e altos custos de mudanccedila

As empresas com quotas de mercado significativas criam um problema para os

concorrentes o que eacute positivo para aquelas uma vez que os seus produtos satildeo bem

conhecidos e recebidos no mercado No entanto mesmo quando a quota de mercado

eacute consideraacutevel se o sector for atrativo ou seja tiver um potencial de lucro significativo

novos operadores podem aparecer com a consequente reduccedilatildeo da quota de merca-

do

Ter uma marca forte pode garantir o sucesso a longo prazo e tambeacutem permitir

agraves empresas obter lucros pois a sua marca permite-lhes cobrar um preccedilo especial

(premium) Marcas fortes tendem a criar uma vantagem competitiva mais duradoura

O efeito de rede ocorre quando um produto cria uma procura por parte dos

consumidores que depois amplia o produto A empresa pode beneficiar do efeito de

23 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

35

rede pela atraccedilatildeo de mais vendedores Estes por sua vez atraem mais compradores

estabelecendo-se uma quota de mercado dominante (por exemplo eBay)

Este efeito de rede natildeo eacute muito comum mas quando ocorre pode ser extre-

mamente lucrativo As marcas e as patentes podem ser fonte de vantagem competiti-

va para algumas empresas 24

34 - Como criar valor e vantagem competitiva

Uma empresa posiciona-se aproveitando os seus pontos fortes Michael Porter

defendeu que aqueles se inscrevem em dois tipos baacutesicos de vantagem competitiva

vantagem pelos custos ou diferenciaccedilatildeo Estes satildeo identificados como vantagens po-

sicionais uma vez que expressam a posiccedilatildeo da empresa no sector enquanto liacuteder nos

custos ou por diferenciaccedilatildeo

A empresa utiliza os seus recursos e capacidades para gerar uma vantagem

competitiva que por uacuteltimo resulte na criaccedilatildeo de um valor superior

As competecircncias distintivas (competecircncias nucleares) resultam de recursos

especiacuteficos e capacidades da empresa facilitam a inovaccedilatildeo a eficiecircncia a qualidade

e a receptividade dos clientes o que pode ser aproveitado para atingir quer uma es-

trutura de baixo custos quer a diferenciaccedilatildeo do produto

Uma empresa posiciona-se no seu sector atraveacutes da opccedilatildeo por baixos custos

ou diferenciaccedilatildeo Esta decisatildeo eacute uma peccedila central da estrateacutegia competitiva da em-

presa

A vantagem competitiva existe quando a empresa eacute capaz de oferecer os

mesmos benefiacutecios que os concorrentes mas a custos mais baixos (vantagem pelos

custos) ou oferecer benefiacutecios que ultrapassam a concorrecircncia (vantagem por diferen-

ciaccedilatildeo) Portanto uma vantagem competitiva permite agrave empresa criar um valor superi-

or para os seus clientes e lucros para si proacuteprio25

24 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=39ampL=5) data acesso 15072012

25 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

36

CAPITULO III

ASPECTOS DA INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE

1 ndash Inovaccedilatildeo e sustentabilidade

37

Como as empresas podem sair da teoria para a praacutetica e chegar a um no-

vo patamar de competitividade e comprometimento com praacuteticas sustentaacuteveis

Muito se fala em inovaccedilatildeo como o principal caminho para o desenvolvimento

sustentaacutevel das organizaccedilotildees e da humanidade Poreacutem em muitos setores falar sobre

esse assunto eacute ainda um exerciacutecio teoacuterico Em geral o tema eacute associado as aacutereas de

tecnologia ou pesquisa e desenvolvimento mas a inovaccedilatildeo deve acontecer tambeacutem

na lideranccedila nas accedilotildees de marketing no modelo de negoacutecios ou seja na gestatildeo co-

mo um todo

Em pesquisa realizada pela Fundaccedilatildeo Nacional da Qualidade (FNQ) em maio

e 2011 representantes de 63 empresas mostraram que 97 consideram fundamental

que as organizaccedilotildees inovem para buscar a sustentabilidade tanto do negoacutecio quanto

da economia e do planeta Apesar dessa consciecircncia 70 dos participantes do estu-

do acreditam que as empresas estatildeo preocupadas mas natildeo direcionam seus investi-

mentos em inovaccedilotildees com foco no crescimento sustentaacutevel O levantamento mostra

ainda que 27 dos entrevistados apontaram a gestatildeo como a principal preocupaccedilatildeo

das empresas em que trabalham enquanto 22 indicaram a sustentabilidade e 19 a

reduccedilatildeo de custos

De acordo com o superintendente geral da FNQ Jairo Martins ldquoos resultados

da pesquisa mostram que as empresas ainda natildeo perceberam o tamanho do problema

da sustentabilidade considerando o baixo iacutendice de organizaccedilotildees que de fato inves-

tem em inovaccedilatildeo para sustentabilidade Em sua maioria as organizaccedilotildees pensam

apenas no lado econocircmico e natildeo no tripeacute da sustentabilidade que demanda uma em-

presa economicamente soacutelida socialmente correta e ambientalmente responsaacutevel

Enquanto dominar o pensamento pelo vieacutes econocircmico cujo sucesso eacute medido pelo

PIB o atual modelo de desenvolvimento insustentaacutevel natildeo vai mudar e natildeo seratildeo in-

cluiacutedas na pauta das organizaccedilotildees as questotildees socioambientaisrdquo

O professor da Fundaccedilatildeo Getuacutelio Vargas Renato Orsato autor do livro ldquoEstra-

teacutegias de Sustentabilidade quando vale a pena ser verderdquo analisou mais de 30 ca-

sos de empresas que adotaram a inovaccedilatildeo em 20 setores ao redor do mundo Para

ele deve haver uma premissa baacutesica para falar sobre esse assunto fazer perguntas

precisas ldquoIsso porque existem centenas de milhares de formas de incluir inovaccedilatildeo e

sustentabilidade nas empresas As empresas devem conhecer bem o contexto onde

atuam e considerar tanto aspectos tangiacuteveis como intangiacuteveisrdquo afirma

38

Na opiniatildeo do professor enquanto a sustentabilidade eacute apenas um acessoacuterio agrave

estrateacutegia da empresa ela natildeo vale a pena Para inovar as organizaccedilotildees devem

questionar os modelos de negoacutecio e pensar em modelos totalmente novos

Orsato daacute o exemplo da empresa Better Place que inovou na maneira de co-

mercializar energia renovaacutevel para carros eleacutetricos ldquoO grande salto seraacute conseguir

mudanccedilas radicais nos modelos de negoacutecios As fronteiras entre os setores de energia

e mobilidade por exemplo podem mudarrdquo 26

11- Da teoria para a praacutetica

De maneira geral a inovaccedilatildeo faz sucesso em palestras de ldquoespecialistasrdquo e de

executivosrdquo explica o professor Joatildeo Amato Neto da Fundaccedilatildeo Vanzolini e Escola

Politeacutecnica da USP ldquoMas haacute empresas realmente inovadoras seja em seus produtos

em seus processos de produccedilatildeo e ateacute mesmo em seu posicionamento de mercado

Outras satildeo inovadoras na relaccedilatildeo com o mercado num sentido mais amplo Esse eacute

um grupo restrito no Brasil de empresas de excelecircncia As que tecircm excelecircncia em

inovaccedilatildeo para sustentabilidade estatildeo num grupo mais restrito ainda Do ponto de vista

da sobrevivecircncia da empresa nos proacuteximos anos esse eacute um requisito fundamentalrdquo

O professor exemplifica que no varejo haacute grandes redes como o Wall Mart

Carrefour e Patildeo de Accediluacutecar que iniciaram accedilotildees para contratar fornecedores com base

em requisitos de sustentabilidade Essas accedilotildees ainda satildeo restritas a alguns poucos

produtos e incluem por exemplo exigecircncias de embalagens que possam ser recicla-

das Satildeo accedilotildees que visam a reduccedilatildeo do uso de recursos materiais e energia de uma

forma geral (busca de maior eco eficiecircncia nos processos)

Mas como sair da teoria e colocar em praacutetica Veja os principais pontos que

uma empresa interessada em inovaccedilatildeo e sustentabilidade deve trabalhar

bull Investir no espiacuterito criativo dos colaboradores natildeo soacute daqueles que atuam nas aacutereas

de pesquisa e desenvolvimento (PampD) de produtos ou na engenharia do produto mas

num sentido mais amplo oacutetimas ideias podem surgir no chamado chatildeo de faacutebrica

26 Internet (httpwwwhsmcombrbuscarkeys=inovaccedilatildeo e sustentabilidade) data acesso 19072012

39

bull Buscar praacuteticas de gestatildeo participativa isso pode gerar ideias que trazem inovaccedilotildees

pequenas incrementais mas que no conjunto fazem muita diferenccedila

bull Usar a educaccedilatildeo para transformar paradigmas e gerar maior conscientizaccedilatildeo Natildeo

se deve pensar apenas em treinamentos que satildeo usados em geral para tarefas es-

peciacuteficas ou aplicaccedilatildeo de teacutecnicas As empresas devem investir na formaccedilatildeo dos re-

cursos humanos

bull Questionar o proacuteprio modelo de negoacutecios

bull Inserir sustentabilidade no planejamento estrateacutegico da empresa

E seraacute que eacute possiacutevel aprender a inovar De acordo com o professor Joatildeo A-

mato a inovaccedilatildeo soacute faz sentido se isso significar uma mudanccedila de mentalidade na

empresa Isso vale para induacutestria ou setor de serviccedilos ldquoNo setor financeiro temos mui-

tos exemplos de como os bancos estatildeo descobrindo novas maneira de incluir a sus-

tentabilidade em suas praacuteticas definindo criteacuterios de praacuteticas socioambientais aos

seus clientes Na realidade alguns dos grandes bancos jaacute colocaram isso no seu plano

estrateacutegicordquo conclui 27

12 ndash Sustentabilidade corporativa

Haacute vaacuterias definiccedilotildees para sustentabilidade e desenvolvimento sustentaacutevel na

literatura e organizaccedilotildees que tratam do tema arrolam outras tantas Isso decorre do

fato de a sustentabilidade ser um conceito relativamente novo possuir um caraacuteter mul-

tidisciplinar e envolver diferentes interpretaccedilotildees que refletem diferenccedilas de valor cir-

cunstacircncias localizadas e contextos especiacuteficos Aleacutem disso o conceito acaba incorpo-

rado a vaacuterios assuntos tais como a definiccedilatildeo de poliacuteticas governamentais a gestatildeo

puacuteblica regional a gestatildeo de empresas e ateacute mesmo o nosso estilo de vida (MA-

27 Internet (httpwwwhsmcombreditoriassustentabilidadeinovacao-e-ustentabilidade-de-

maos-dadas) data acesso 19072012

40

WHINNEY 2002) O foco deste artigo eacute a sustentabilidade corporativa ou seja a apli-

caccedilatildeo do conceito de sustentabilidade nas empresas

Algumas empresas brasileiras vecircm sendo citadas como casos mundiais no

acircmbito de algumas das dimensotildees da sustentabilidade corporativa HART (1997)

menciona a Aracruz Celulose como uma empresa que adota a visatildeo de desenvolvi-

mento sustentaacutevel desde o iniacutecio de suas operaccedilotildees com base no modelo de reflores-

tamento das plantaccedilotildees de eucaliptos PRAHALAD (2004) apresenta o caso da Casas

Bahia como uma empresa que atende a populaccedilatildeo de baixa renda por meio de um

modelo inovador de financiamento (SEABRA LEAL e PASSOS 2005 p10) Relatam

o caso da Natura assinalando que seus principais acionistas satildeo enfaacuteticos ao afirma-

rem que a busca da sustentabilidade eacute mais do que uma estrateacutegia de negoacutecios mdash eacute

uma filosofia de vida Outros estudos acadecircmicos nessa aacuterea tambeacutem envolvem em-

presas nacionais SILVA e KULAY (2005) apresentam um caso de aplicaccedilatildeo da Avali-

accedilatildeo do Ciclo de Vida (LCA mdash Life Cycle Assessment) para analisar os potenciais

impactos ambientais do processo de fabricaccedilatildeo de fertilizantes fosfatados em uma

empresa brasileira COSTA e GOUVINHAS (2004) analisam a adoccedilatildeo das estrateacutegias

de projeto ecoloacutegico (ecodesign) no ambiente de negoacutecios de pequenas e meacutedias em-

presas brasileiras HOPKINS (2002) discute a sustentabilidade nas operaccedilotildees internas

das empresas a partir de uma pesquisa exploratoacuteria sobre a aplicaccedilatildeo de indicadores

de responsabilidade social em quatro grandes empresas no Brasil 28

13 - O conceito de sustentabilidade corporativa

Considera-se sustentabilidade corporativa como a gestatildeo empresarial que bus-

ca equilibrar as necessidades econocircmicas das empresas com a responsabilidade pelo

desenvolvimento da sociedade e preservaccedilatildeo dos recursos naturais visando atender

agraves necessidades atuais e futuras dos elementos afetados pela empresa Esses ele-

mentos mdash que satildeo ou podem ser afetados pelos efeitos das operaccedilotildees accedilotildees e deci-

28 Internet httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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sotildees da empresa mdash incluem os acionistas e funcionaacuterios clientes e consumidores

fornecedores e parceiros os recursos naturais utilizados pela empresa o meio ambi-

ente e a sociedade

A sustentabilidade corporativa estaacute associada a trecircs macro objetivos a geraccedilatildeo

de valor econocircmico a responsabilidade ambiental e a responsabilidade social A gera-

ccedilatildeo de valor econocircmico estaacute relacionada com a obtenccedilatildeo de resultados econocircmicos

positivos no presente e no futuro A responsabilidade ambiental diz respeito agrave conser-

vaccedilatildeo e ao uso sustentaacutevel dos recursos naturais E a responsabilidade social con-

templa a corresponsabilidade das empresas pelo desenvolvimento da sociedade Con-

forme ELKINGTON (1997) esses objetivos satildeo inerentes aos denominados resultados

tridimensionais da sustentabilidade (triple bottom line) As empresas que adotam a

sustentabilidade corporativa devem buscar um equiliacutebrio entre o compromisso econocirc-

mico a preservaccedilatildeo ambiental e o desenvolvimento da sociedade assumindo respon-

sabilidades pelas condiccedilotildees de vida atuais e futuras29

14 - Sustentabilidade e geraccedilatildeo de valor econocircmico

A literatura ressalta a necessidade de que as iniciativas relacionadas agrave susten-

tabilidade tragam retornos positivos para as empresas REINHARDT (1999) considera

que as justificativas para os investimentos ambientais realizados pelas empresas de-

vem ser similares aos demais investimentos Nesse sentido os investimentos em ges-

tatildeo ambiental devem auferir retornos financeiros positivos ou conduzir agrave reduccedilatildeo dos

riscos SENGE e CARSTEDT (2001) satildeo mais enfaacuteticos ao considerar que o desafio

atual reside em desenvolver negoacutecios sustentaacuteveis compatiacuteveis com a realidade eco-

nocircmica Segundo esses autores novos modelos de negoacutecios e produtos inovadores

no acircmbito da sustentabilidade precisam necessariamente acarretar resultados finan-

ceiros satisfatoacuterios para se viabilizarem

Os benefiacutecios decorrentes das accedilotildees de sustentabilidade podem ser tangiacuteveis

ou intangiacuteveis Willard (2002) identifica potenciais benefiacutecios tangiacuteveis como aqueles

associados agrave reduccedilatildeo de custos na manufatura agrave reduccedilatildeo de custos comerciais ao

aumento do faturamento e ao aumento da participaccedilatildeo no mercado Como benefiacutecios

intangiacuteveis considera a maior facilidade na contrataccedilatildeo de talentos a maior retenccedilatildeo

29 Internet httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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dos principais talentos o aumento da produtividade dos funcionaacuterios a reduccedilatildeo dos

riscos e as maiores facilidades de financiamento NEMLI (2004) considera que os be-

nefiacutecios devem ser mensurados ao longo de trecircs dimensotildees reduccedilatildeo de custos e au-

mento da lucratividade aumento da reputaccedilatildeo e criaccedilatildeo de diferenciaccedilatildeo crescimento

da empresa em termos de capacidade de inovaccedilatildeo e uso de tecnologias limpas

A perspectiva de geraccedilatildeo de valor econocircmico estaacute acoplada a uma visatildeo mais holiacutesti-

ca do bom funcionamento da economia Nesse sentido HAWKEN LOVINS e LOVINS

(1999) consideram que o capitalismo natural pode ser o gatilho para a proacutexima revo-

luccedilatildeo industrial em que quatro tipos de capital sustentam o bom funcionamento da

economia o capital humano (pessoas conhecimento e cultura) o capital financeiro

(caixa investimentos e instrumentos monetaacuterios) o capital industrial (infra estrutura

faacutebricas e maacutequinas) e o capital natural (recursos naturais sistemas de vida e ecossis-

tema) Conforme SENGE e CARSTEDT (2001) a geraccedilatildeo de valor econocircmico por

empresas sustentaacuteveis depende de forma ampla da adoccedilatildeo de uma realidade eco-

nocircmica que conecta a induacutestria a sociedade e o meio ambiente Por outro lado mes-

mo na realidade atual a reduccedilatildeo do desperdiacutecio e do fluxo destrutivo dos recursos

pode representar uma importante oportunidade de negoacutecios (LOVINS LOVINS e

HAWKEN 1999) 30

15 - Sustentabilidade e responsabilidade ambiental

Vaacuterios autores assinalam a importacircncia da questatildeo da estrateacutegia ambiental das

empresas no acircmbito da sustentabilidade corporativa HART (1997) considera a polui-

ccedilatildeo a exaustatildeo dos recursos naturais e a pobreza como os principais desafios da sus-

tentabilidade Segundo o autor a estrateacutegia ambiental das empresas em geral evolui

segundo trecircs estaacutegios prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo produtos ambientalmente corretos e

produccedilatildeo limpa Aleacutem disso uma estrateacutegia ambiental integrada natildeo deve direcionar-

se somente para o desenvolvimento de competecircncias internas mas tambeacutem conside-

rar o relacionamento com os clientes fornecedores outras empresas agentes gover-

30 Internet

(httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext)

data de acesso 2107201230

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namentais e acionistas Da mesma forma BARBIERI (2004) cita trecircs abordagens para

a gestatildeo ambiental empresarial controle da poluiccedilatildeo prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo e abor-

dagem estrateacutegica A prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo incorpora duas preocupaccedilotildees ambientais

principais o uso sustentaacutevel dos recursos e o controle da poluiccedilatildeo Os instrumentos

tradicionais para o uso sustentaacutevel dos recursos satildeo referenciados pelo autor como

4Rs reduccedilatildeo da poluiccedilatildeo na fonte reutilizaccedilatildeo reciclagem e recuperaccedilatildeo energeacutetica

HOFFMAN (2000) sugere que a estrateacutegia ambiental determine o alinhamento

entre a proteccedilatildeo ambiental e o crescimento econocircmico da empresa O desenvolvimen-

to da estrateacutegia ambiental deve analisar os concorrentes os parceiros os produtos as

mateacuterias-primas as perdas e os resiacuteduos da empresa O autor considera que a estra-

teacutegia ambiental pode ser direcionada por quatro fatores o mercado (composto pelos

consumidores associaccedilotildees concorrentes e consultores) os provedores de recursos

(clientes seguradoras fornecedores bancos e investidores) os elementos coercivos

(regulamentos locais legislaccedilatildeo internacional) e os elementos sociais (instituiccedilotildees

religiosas organizaccedilotildees natildeo-governamentais comunidade mundo acadecircmico im-

prensa e poder judiciaacuterio) 31

16 - Sustentabilidade e responsabilidade social

Os defensores da responsabilidade social argumentam que as empresas de-

vem assumir um compromisso com o desenvolvimento da sociedade As empresas

devem executar accedilotildees para fomentar o desenvolvimento social a inclusatildeo social e

contribuir para a melhoria das condiccedilotildees de vida da populaccedilatildeo mais necessitada Al-

guns autores consideram que essas atividades natildeo satildeo puramente filantroacutepicas uma

vez que as empresas podem auferir benefiacutecios de negoacutecios em funccedilatildeo delas Outros

sugerem ainda que a responsabilidade social esteja associada agrave proacutepria estrateacutegia

empresarial por exemplo SEABRA LEAL e PASSOS (2005) assinalam que os prin-

31 ) Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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cipais acionistas da Natura consideram que a responsabilidade social estaacute intimamen-

te ligada agrave estrateacutegia de negoacutecios da empresa

PRAHALAD e HAMMOND (2002) observam que aproximadamente 65 da

populaccedilatildeo mundial mdash cerca de quatro bilhotildees de pessoas mdash ganham menos do que

2000 USDano Esse eacute um mercado praticamente inexplorado pelas empresas multi-

nacionais Segundo os autores as empresas que desejam entrar nesse mercado de-

vem repensar seus modelos de negoacutecios praacuteticas gerenciais e indicadores de desem-

penho Eacute um mercado de novas fontes de receita que exige melhoria na eficiecircncia

operacional e fomento da inovaccedilatildeo A atuaccedilatildeo bem-sucedida para atender agrave denomi-

nada populaccedilatildeo na base da piracircmide pode trazer resultados econocircmicos positivos agraves

empresas e simultaneamente contribuir para a melhoria das condiccedilotildees de vida das

pessoas economicamente menos favorecidas

PORTER e KRAMER (2002) consideram que eacute possiacutevel agraves empresas obterem

a convergecircncia de interesses entre as atividades filantroacutepicas e os objetivos de negoacute-

cios A filantropia pode oferecer oportunidades para as empresas melhorarem seu

contexto competitivo considerando que as atividades filantroacutepicas podem potencial-

mente atuar sobre quatro elementos inter-relacionados da competitividade empresari-

al na disponibilidade dos insumos de produccedilatildeo nas condiccedilotildees de demanda nas con-

diccedilotildees de competiccedilatildeo e rivalidade e na presenccedila das induacutestrias de insumos e suporte

Nesse sentido a filantropia deveria ser considerada uma abordagem claramente estra-

teacutegica pelas empresas WADDOCK e SMITH (2000) adotam um raciociacutenio similar

afirmando que a responsabilidade social e o desempenho corporativo financeiro an-

dam juntos e natildeo como trade-offs

HALL et al (2005) constatam que algumas empresas podem ser socialmente

vulneraacuteveis Segundo esses autores a vulnerabilidade social eacute atribuiacuteda agraves empresas

que apresentam grande importacircncia estrateacutegica para o desenvolvimento econocircmico e

social dos paiacuteses onde operam Eles citam empresas cujo papel extrapola a criaccedilatildeo de

valor aos acionistas sendo consideradas como orgulhos nacionais para seus paiacuteses

Satildeo citadas como exemplos a Siemens na Alemanha a Toyota no Japatildeo a Embraer

no Brasil e a Bombardier no Canadaacute Aleacutem da questatildeo econocircmica essas empresas

desempenham importante papel social em seus respectivos paiacuteses Outras empresas

45

brasileiras tambeacutem poderiam ser citadas como a Petrobras a Companhia Vale do Rio

Doce o Bradesco entre outras 32

2 - Gestatildeo da inovaccedilatildeo para a sustentabilidade

A busca da inovaccedilatildeo e a gestatildeo da inovaccedilatildeo em geral satildeo mediadas por as-

pectos essencialmente econocircmicos e estrateacutegicos Entretanto na medida em que ou-

tras restriccedilotildees compotildeem o ambiente de atuaccedilatildeo das empresas outros fatores podem

impulsionar a inovaccedilatildeo Isso tambeacutem eacute vaacutelido ao se considerarem aspectos de susten-

tabilidade como condicionantes da inovaccedilatildeo

HART e CHRISTENSEN (2002) sugerem que as inovaccedilotildees radicais podem

pavimentar o caminho para as empresas combinarem um crescimento sustentaacutevel

com responsabilidade social HART e MILTEIN (1999) consideram que os desafios

impostos pela sustentabilidade global podem atuar como catalisadores para um novo

estaacutegio de destruiccedilatildeo criativa das empresas Eles associam a preocupaccedilatildeo ecoloacutegica

com melhorias contiacutenuas e a sustentabilidade global com melhorias radicais Nesse

sentido argumentam que a sustentabilidade pode criar oportunidades sem preceden-

tes agraves empresas O raciociacutenio de SENGE e CARSTEDT (2001) eacute similar Esses auto-

res consideram que o foco restrito na eficiecircncia ecoloacutegica pode distrair as empresas da

busca de produtos e modelos de negoacutecios radicalmente diferentes dos atuais Eacute a sus-

tentabilidade global que iraacute motivar as empresas a procurarem novos modelos men-

tais a enfatizarem a aprendizagem e atentarem para a gestatildeo de mudanccedilas

PORTER e VAN DER LINDE (1995) consideram que as regulamentaccedilotildees am-

bientais impotildeem pressotildees competitivas nas empresas motivando-as a inovar VOL-

LENBROEK (2002) propotildee um processo que direciona a inovaccedilatildeo para o desenvolvi-

mento da sustentabilidade denominado gestatildeo da transiccedilatildeo Ele considera que a ino-

vaccedilatildeo natildeo gera automaticamente o progresso da sociedade pois precisa ser condi-

cionada para tanto Os esforccedilos para o desenvolvimento sustentaacutevel precisam ser di-

recionados pela sociedade e esta participa das decisotildees visando obter um balancea-

mento adequado entre os objetivos econocircmicos ecoloacutegicos e sociais A inovaccedilatildeo seraacute

decorrecircncia

32 Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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HALL e VREDENBURG (2003) afirmam que os gestores tecircm dificuldades para

lidar com as pressotildees do desenvolvimento sustentaacutevel Eles consideram que as estra-

teacutegias de inovaccedilatildeo das empresas geralmente satildeo inadequadas para acomodar as

complexidades e incertezas inerentes agraves novas demandas impostas pelo desenvolvi-

mento sustentaacutevel Dessa forma sugerem que a estrateacutegia empresarial integre tam-

beacutem os objetivos da inovaccedilatildeo e do desenvolvimento sustentaacutevel Em contraponto agrave

abordagem tradicional da inovaccedilatildeo ditada pelo mercado propotildeem que as empresas

adotem a inovaccedilatildeo para o desenvolvimento sustentaacutevel que incorpora as restriccedilotildees

sociais e as pressotildees ambientais bem como contempla as necessidades das futuras

geraccedilotildees Como seraacute visto no texto que segue a inovaccedilatildeo foi tambeacutem um ingrediente

essencial para o desenvolvimento e o sucesso do projeto estudado na presente pes-

quisa33

CONCLUSAtildeO

O objetivo desse estudo foi verificar e compreender o conceito de inovaccedilatildeo e a

sua aplicabilidade nas organizaccedilotildees assim como a vantagem competitiva no modelo

de negoacutecio por meio da co-criaccedilatildeo de valor

33 Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data acesso 21072012

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Inovaccedilatildeo e criatividade satildeo essenciais para o continuo desenvolvimento e competi-

tividade de uma naccedilatildeo

Coisas boas acontecem quando o pensamento inovador comeccedila ele poderaacute

ajudar a criar novos produtos melhoria nos processos novas tecnologias tornando

a empresa mais competitiva Tomando conhecimento da grande variedade de produ-

tos e serviccedilos oferecidos pelas organizaccedilotildees pode se observar que nem sempre se

chega ao resultado em melhores experiecircncias de consumo nesse cenaacuterio certas em-

presas adotam a co-criaccedilatildeo de valor ndash participaccedilatildeo do cliente no processo produtivo ndash

para inovar no modelo de negoacutecio agregando valor a sua oferta buscando assim se

diferenciar das demais empresas Apesar da inovaccedilatildeo indicar um caminho seguro

para obter vantagem competitiva sustentaacutevel e defender posiccedilotildees estrateacutegicas no

mercado o seu sucesso natildeo eacute garantido necessitando que os gestores conheccedilam e

compreendam a dinacircmica dos processos da gestatildeo da inovaccedilatildeo dentro de suas orga-

nizaccedilotildees e realidades especiacuteficas

O modelo de organizaccedilatildeo inovadora sustentaacutevel eacute uma resposta agraves pressotildees

institucionais por uma organizaccedilatildeo que seja capaz de inovar com eficiecircncia em termos

econocircmicos mas com responsabilidade social e ambiental Esse tipo de organizaccedilatildeo

busca vantagem competitiva desenvolvendo produtos serviccedilos processos e negoacutecios

novos ou modificados com base nas dimensotildees social ambiental e econocircmica Ela

reuacutene duas caracteriacutesticas essenciais eacute inovadora e orientada para a sustentabilidade

Tendo em vista o fenocircmeno do isomorfismo institucional (concentraccedilatildeo de for-

mas organizacionais nos diversos setores produtivos) o modelo das organizaccedilotildees

inovadoras sustentaacuteveis vem ganhando rapidamente cada vez mais espaccedilo nas em-

presas liacutederes Esses fatos permitem dizer que o movimento do desenvolvimento sus-

tentaacutevel eacute um dos movimentos mais importantes do nosso tempo e a julgar pela vita-

lidade dos fatores institucionais presentes em praticamente todo o mundo pode-se

inferir que ele continuaraacute se propagando por muitas deacutecadas

Desse modo o aprimoramento dos modelos de organizaccedilatildeo sustentaacuteveis as

diversas formas da sua institucionalizaccedilatildeo em acircmbito global o desenvolvimento de

tecnologias sustentaacuteveis a gestatildeo de inovaccedilotildees para o desenvolvimento sustentaacutevel

seratildeo temas cada vez mais importantes nos estudos futuros Como o sistema opera-

cional produtivo e as inovaccedilotildees de produto e de processo ao atender as trecircs dimen-

sotildees da sustentabilidade devem gerar ganhos para o meio ambiente em termos de

reduccedilatildeo no uso de recursos e de emissotildees de poluentes o aumento da produccedilatildeo pelo

incitamento agrave demanda por novos produtos pode neutralizar ou ateacute superar esses ga-

nhos Levar em conta essa possibilidade dando-lhe um tratamento adequado eacute um dos

48

maiores desafios para o alinhamento das empresas ao modelo de organizaccedilatildeo inova-

dora sustentaacutevel

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O que eacute inovaccedilatildeo Internet (httpptwikipediaorgwikiInovaC3A7C3A3o) data de acesso 20052012

(httpwwwpr2ufrjbrinovacaosocialtexto14-01pdf) data de acesso 20052012)

Organizaccedilotildees inovadoras sustentaacuteveis Internet

(httpwwwscielobrscielophppid=S003475902010000200002ampscript=sci_arttext)

data de acesso 04062012

(httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

O que significa vantagem competitiva Internet

(httpwwwstrategy-traineuindexphpid=37ampL=5) data de acesso 5072012

Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva Internet

(httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

Processos de inovaccedilatildeo Internet httpwwwliincufrjbrfrattachments055_saritalivropdfpage=122) data de acesso 03062012

Processos de inovaccedilatildeo nas organizaccedilotildees Internet

(httpwwwgooglecombrurlsa=tamprct=jampq=ampesrc=sampsource=webampcd=1ampved=0CEsQ

FjA-

Aampurl=http3A2F2Fwwwfespprbr2F~bastosjr2FGest25E3o2520de252

0Inova25E725E3o2FArtigos2FInova25E725E3odocampei=Vhr2T9qvHaez6w

Ho16zYBgampusg=AFQjCNEz7MKNTbjYj81PrvG) data de acesso 03062012

Sustentabilidade e geraccedilatildeo de valor econocircmico Internet

(httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-

21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

51

Sustentabilidade e responsabilidade ambiental Internet

(httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-

21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

Sustentabilidade e responsabilidade social Internet

(httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-

21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

BIBLIOGRAFIA CITADA

HAMEL Gary Liderando a revoluccedilatildeo 4 ed Rio de Janeiro editora Campus 2003

PRAHALAD C K KRISHNAN M S A nova era inovaccedilatildeo Rio de Janeiro editora

Elsevier 2008

PRAHALAD C K RAMASWAMY Venkatram O futuro da competiccedilatildeo como desen-

volver diferenciais inovadores em parceria com os clientes Rio de Janeiro editora

Elsevier 2004

  • AGRADECIMENTOS
  • CAPIacuteTULO III- Aspectos da inovaccedilatildeo e sustentabilidade37
  • Inovaccedilatildeo e sustentabilidade37
  • 32 - Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva
  • 33 - Como implementar vantagem competitiva
  • 34 - Como criar valor e vantagem competitiva
Page 3: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · duzir os processos de inovação dentro da organização. 6 ... CAPÍTULO I - Estrutura da criação de valor e inovação.....11

3

DEDICATOacuteRIA

Dedico este trabalho agrave minha esposa

filho aos meus amigos e alguns cole-

gas de trabalho pela ajuda e pela forccedila

que me deram para alcanccedilar mais uma

etapa da minha vida

4

AGRADECIMENTOS

Digo obrigado primeiramente a Deus e aos meus familiares pela

forccedila para concluir mais uma etapa da minha vida aos amigos professo-

res e colegas de graduaccedilatildeo pela convivecircncia e amizade durante todo o

curso e a todas as pessoas que direta ou indiretamente contribuiacuteram pa-

ra que este trabalho fosse terminado Que a Deus esteja com vocecircs

5

RESUMO

Hoje a inovaccedilatildeo e agrave criaccedilatildeo de valor eacute de fundamental importacircncia pois atra-

veacutes dela as organizaccedilotildees tornam-se capazes de alcanccedilar outros nichos de negoacutecios e

novos produtos e assim manterem-se ou tornarem-se competitivas nos seus merca-

dos aonde atuam Contudo na maioria dos casos as empresas usam os concorren-

tes como base de referecircncia para as proacuteprias iniciativas de criaccedilatildeo de valor e inova-

ccedilatildeo Com isso as estrateacutegias competitivas tendem a serem muito parecidas dentro de

um mesmo mercado e apenas a empresa que se afasta do grupo competitivo conse-

gue cumprir seu papel aumentando a competitividade e consequentemente atingir o

sucesso

Haacute muito discurso das empresas em relaccedilatildeo a criaccedilatildeo e inovaccedilatildeo mas na praacute-

tica observa-se que poucas satildeo as empresas que de fato estatildeo trabalhando com esse

processo ainda que num sentido amplo Eacute claro que o momento de crise favorece o

modismo mas a experiecircncia mostra que apenas empresas que jaacute tenham entre seus

valores a cultura da busca pelo novo e a coragem de arriscar eacute que satildeo mais bem su-

cedidas em suas investidas no campo da inovaccedilatildeo

Um dos principais fatores restritivos agrave capacidade de criar valor e inovar en-

contra-se no papel desempenhado pelas lideranccedilas - em outras palavras o desconhe-

cimento dos gestores sobre como identificar recursos criar sinergia entre eles e con-

duzir os processos de inovaccedilatildeo dentro da organizaccedilatildeo

6

METODOLOGIA

Os meacutetodos que levam ao problema proposto como leitura de livros jor-

nais revistas palestras e a trabalhos feitos apoacutes coleta de dados pesquisa bibliograacute-

fica e a observaccedilatildeo do objeto de estudo etc Os principais autores utilizados na reali-

zaccedilatildeo dessa pesquisa foram PRAHALAD e KRISHNAN (2008) RAMASWAMY (2004)

e HAMEL (2003)

7

SUMAacuteRIO

INTRODUCcedilAtildeO11

CAPIacuteTULO I - Estrutura da criaccedilatildeo de valor e inovaccedilatildeo11

1- A importacircncia da inovaccedilatildeo11

11ndash Inovaccedilatildeo nas empresas12

12- Inovaccedilatildeo no Brasil13

13- O que eacute inovaccedilatildeo15

2 - Processos de inovaccedilatildeo 16

21- Processos de inovaccedilatildeo nas organizaccedilotildees17

22ndash Funccedilotildees tiacutepicas no processo de inovaccedilatildeo18

23ndash Como implantar cultura de inovaccedilatildeo na organizaccedilatildeo19

24ndash Organizaccedilotildees inovadoras sustentaacuteveis20

25ndash A inovaccedilatildeo como funccedilatildeo de aprendizagem organizacional22

CAPIacuteTULO II- Desenvolvimento da criatividade24

1- Capital intelectual24

2- Criatividade25

21- Conceito de criatividade27

22- Criatividade do ponto de vista pessoal28

23-Criatividade do ponto de vista empresarial28

24- Criatividade e a visatildeo estrateacutegica da empresa29

25- Reconfiguraccedilatildeo dinacircmica do talento30

8

3- Cadeia de valor e vantagem competitiva31

31- O que significa uma vantagem competitiva33

32- Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva34

33- Como implantar vantagem competitiva34

34- Como criar valor e vantagem competitiva35

CAPIacuteTULO III- Aspectos da inovaccedilatildeo e sustentabilidade37

1- Inovaccedilatildeo e sustentabilidade37

11- Da teoria para a praacutetica38

12- Sustentabilidade corporativa40

13- O conceito de sustentabilidade corporativa41

14- Sustentabilidade e geraccedilatildeo de valor econocircmico41

15- Sustentabilidade e responsabilidade ambiental43

16- Sustentabilidade e responsabilidade social44

2- Gestatildeo da inovaccedilatildeo para a sustentabilidade45

CONCLUSAtildeO47

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA48

BIBLIOGRAFIA CITADA51

9

INTRODUCcedilAtildeO

O conceito de inovaccedilatildeo eacute cada vez mais difundido no ambiente organizacional

FREEMAN e SOETE apud BARBIERI (2004) afirmam que as empresas que natildeo ino-

vam natildeo conseguem sobreviver Os gestores das empresas tambeacutem estatildeo conscien-

tes da importacircncia da inovaccedilatildeo para o crescimento dos negoacutecios e para a sua lucrati-

vidade

A inovaccedilatildeo eacute comumente vista como a implementaccedilatildeo de novos produtos ou

serviccedilos Poreacutem pode-se inferir que as inovaccedilotildees em produto ou ateacute mesmo em pro-

cesso satildeo restritas diante do que se faz necessaacuterio um comportamento inovador que

envolva toda a organizaccedilatildeo ateacute sua maneira de gestatildeo Assim surge a inovaccedilatildeo or-

ganizacional tambeacutem chamada de inovaccedilatildeo no modelo de negoacutecios Ela parte da

premissa de que a uacutenica forma de escapar da concorrecircncia eacute introduzir um novo mo-

delo de negoacutecio ou alterar radicalmente o existente HAMEL (2003)

Poreacutem a inovaccedilatildeo soacute teraacute importacircncia se criar valor para os clientes e para a

empresa dessa forma a criaccedilatildeo de um novo produto ou serviccedilo natildeo basta ela deve

ter valor para o consumidor Assim alguns autores PRAHALAD RAMASWAMY

(2004) TAPSCOTT WILLIAMS (2007) tecircm demonstrado que diante do cenaacuterio atual

caracterizado por intensa competiccedilatildeo deve-se buscar na criaccedilatildeo desse valor a inte-

raccedilatildeo dos clientes com a empresa ou seja a co-criaccedilatildeo de valor

Dessa maneira considerando a importacircncia que os gestores tecircm dado agrave inova-

ccedilatildeo no modelo de negoacutecio bem como a necessidade de as empresas buscarem no-

vas formas de gerar valor o presente estudo foi realizado com o intuito de verificar se

esse tipo de inovaccedilatildeo por meio da co-criaccedilatildeo de valor PRAHALAD RAMASWAMY

(2004) pode diferenciar a empresa das demais e obter vantagem competitiva POR-

TER (2001) Para aferir essa possibilidade foram considerados aspectos relevantes

acerca de estrateacutegia envolvidos na obtenccedilatildeo da vantagem sobre os concorrentes

bem como a respeito de inovaccedilatildeo e da co-criaccedilatildeo de valor

Essas questotildees portanto foram contempladas para se tentar chegar agrave respos-

ta para a pergunta haacute relaccedilatildeo entre a obtenccedilatildeo de vantagem competitiva e a inovaccedilatildeo

no modelo de negoacutecio por meio da co-criaccedilatildeo de valor

10

A revoluccedilatildeo cientiacutefica - tecnoloacutegica dos uacuteltimos 30 anos opera transformaccedilotildees

profundas natildeo soacute nas formas de produccedilatildeo da vida material como tambeacutem na produ-

ccedilatildeo do proacuteprio conhecimento Essas transformaccedilotildees alimentam a hoje chamada Soci-

edade do Conhecimento em que este e todas as formas de sua circulaccedilatildeo satildeo indis-

pensaacuteveis em todos os campos de atividade humana Neste sentido a ciecircncia trans-

borda seu proacuteprio campo e atravessa as estruturas e relaccedilotildees sociais em muacuteltiplas

articulaccedilotildees

A nova produccedilatildeo do conhecimento descrita por GIBBONS et al (1994) ndash

entre outros ndash apresenta caracteriacutesticas correlatas agraves mudanccedilas verificadas no modo

de produccedilatildeo de bens materiais As novas exigecircncias de flexibilidade agilidade inter-

disciplinaridade qualidade e resposta a demandas sociais supotildeem necessariamente

um novo patamar de comunicabilidade entre campos esferas paradigmas institui-

ccedilotildees comunidades e atores sociais envolvidos no (e com) o campo cientiacutefico assim

como novas perspectivas de formaccedilatildeo de recursos humanos

Existe ainda uma defasagem entre as mudanccedilas na base econocircmica e as

formas de organizaccedilatildeo sociais e poliacutetico-institucionais As diversas manifestaccedilotildees da

crise atual (desemprego estrutural desaceleraccedilatildeo da produtividade crise de valor es

e falta de perspectiva ) resultam da incompatibilidade entre as novas formas de pro-

duccedilatildeo e novas tecnologias de um lado e sistemas sociais e organizacionais obsole-

tos de outro FREEMAN (1995) A coerecircncia ndash ou compatibilidade nos termos de Fre-

eman ndash precisaria ser restabelecida

O presente estudo representa a importacircncia da inovaccedilatildeo e desenvolvimento

nas empresas e no Brasil como alavanca de sucesso e seus fatores internos e exter-

nos

Inovaccedilatildeo eacute um modelo estrateacutegico de gestatildeo de recursos organizacionais dos

quais fazem parte os recursos humanos tecnoloacutegicos e financeiros com o objetivo de

desenvolver processos rotinas e sistemas que propiciem o desenvolvimento e melho-

rias dos produtos e serviccedilos que a empresa oferece ao mercado e as maneiras como

o faz de forma a obter vantagem competitiva

Existem inuacutemeras maneiras de inovar dentre as quais podemos mencionar em

gestatildeo de pessoas em gestatildeo organizacional em modelos de negoacutecios de comercia-

lizaccedilatildeo e abordagens de marketing

11

CAPIacuteTULO I

A ESTRUTURA DA CRIACcedilAtildeO DE VALOR E A INOVACcedilAtildeO

1 ndash A Importacircncia da Inovaccedilatildeo

O cenaacuterio competitivo contemporacircneo tem sido regido pela revoluccedilatildeo tecnoloacute-

gica globalizaccedilatildeo hiper-competitividade e extrema ecircnfase sobre preccedilo qualidade e

satisfaccedilatildeo do consumidor exigindo um foco na inovaccedilatildeo como competecircncia estrateacutegi-

ca Enquanto se deu maior ecircnfase agrave inovaccedilatildeo incremental na uacuteltima deacutecada menos

atenccedilatildeo foi dispensada agrave inovaccedilatildeo radical ou revolucionaacuteria Como consequecircncia

muito se conhece sobre a implementaccedilatildeo da inovaccedilatildeo incremental ao passo que a

inovaccedilatildeo radical eacute ainda muito pouco compreendida FOSTER (1986) UTTERBACK

(1994) CHRISTENSEN (1997) HAMEL ( 2000) Isso eacute verdadeiro apesar de a impor-

tacircncia da inovaccedilatildeo radical ter sido ressaltada por vaacuterios consultores e estudiosos da

aacuterea de negoacutecios

Muitos autores reconhecem as dificuldades do gerenciamento da inovaccedilatildeo ra-

dical em empresas soacutelidas de grande porte CHRISTENSEN (1997) por exemplo

indica ser bastante incomum que empresas que gerenciam adequadamente linhas

consistentes de negoacutecios percebam com antecedecircncia e respondam de forma efetiva

agraves tecnologias de ruptura provenientes de fontes externas (ver tambeacutem LEONARD-

BARTON (1995) KATZ e ALLEN (1985) KANTER (1989b) TUSHMAN e OrsquoREILLY

(1997) DOUGHERTY (1992) BLOCK e MACMILLAN (1993)

As inovaccedilotildees transformam o relacionamento entre consumidores e fornecedo-

res reestruturam aspectos econocircmicos do mercado desestabilizam produtos existen-

tes e datildeo origem a categorias de produtos completamente novas Elas proporcionam o

motor para o crescimento em longo prazo que os liacutederes empresariais procuram Infe-

lizmente reconhecer a importacircncia das inovaccedilotildees radicais eacute bem diferente de desen-

volvecirc-las e comercializaacute-las

As empresas que obtiveram sucesso em longo prazo intercalam a inovaccedilatildeo in-

cremental com a inovaccedilatildeo radical que gera novos mercados e oportunidades de ne-

goacutecios ver MORONE (1993) TUSHMAN e OrsquoREILLY (1997) Assim como eacute evidente

a importacircncia da inovaccedilatildeo radical para as empresas interessadas no crescimento e na

renovaccedilatildeo em longo prazo eacute claro tambeacutem que empresas grandes e soacutelidas enfren-

tam dificuldades para administrar esse processo Grandes empresas bem estabeleci-

12

das satildeo extremamente proficientes em gerenciar eficiecircncias operacionais e apresen-

tar produtos de nova geraccedilatildeo No entanto as incertezas que surgem com a comercia-

lizaccedilatildeo de novas tecnologias para mercados que podem ainda nem existir exigem

competecircncias amplamente diferentes Inovaccedilatildeo eacute um modelo estrateacutegico de gestatildeo

de recursos organizacionais dos quais fazem parte os recursos humanos tecnoloacutegi-

cos e financeiros com o objetivo de desenvolver processos rotinas e sistemas que

propiciem o desenvolvimento e melhorias dos produtos e serviccedilos que a empresa ofe-

rece ao mercado e as maneiras como o faz de forma a obter vantagem competitiva1

11- Inovaccedilatildeo nas Empresas

De acordo com FREEMAN o conceito de inovaccedilatildeo consiste no processo que

inclui as atividades teacutecnicas concepccedilatildeo desenvolvimento gestatildeo e que resulta na

comercializaccedilatildeo de novos (ou melhorados) produtos ou na primeira utilizaccedilatildeo de no-

vos (ou melhorados) processos

Com o desenvolvimento de novos conhecimentos estrateacutegicos pelas organiza-

ccedilotildees esses fossos organizacionais ao longo das fronteiras podem ser aterrados para

a co-criaccedilatildeo de novas abordagens ao nexo de N=1 e R=G A arquitetura social das

empresas deve desenvolver capacidade a raacutepida criaccedilatildeo de conhecimento por meio

do desenvolvimento de cultura organizacional e de estrutura motivacional adequadas

A arquitetura teacutecnica precisa construir recursos para capacitaccedilatildeo desse processo

Para noacutes essas decepccedilotildees com a gestatildeo de processos natildeo satildeo surpreendentes O

que falta na doaccedilatildeo da maioria dessas iniciativas eacute uma perspectiva que inclua inova-

ccedilatildeo e criaccedilatildeo de valor natildeo apenas reduccedilatildeo de custos Alguns desses projetos que

enfatizam os processos satildeo aprovados agraves cegas pelas organizaccedilotildees sem considerar

a necessidade primordial de equilibrar as demandas por inovaccedilatildeo e eficiecircncia

Se os gestores natildeo partirem de um ponto de vista sobre como querem competir

e impulsionar a mudanccedila no dia a dia em cada reuniatildeo em cada relatoacuterio para criar

situaccedilotildees reais de foco na inovaccedilatildeo e na criaccedilatildeo de valor eacute provaacutevel que se sintam

desapontados Aleacutem disso geralmente eles se esquecem de que a conversatildeo dos

processos internos em fatores estrateacutegicos para os resultados requer mudanccedilas natildeo

1 Internet (httpwwwscielobrpdfraev42n2v42n2a16pdf) data de acesso 19052012

13

soacute gerenciais e culturais mas tambeacutem tecnoloacutegicas (PRAHALADCK KRISH-

NANMSA nova era da inovaccedilatildeo 2008 p135)

Open innovation eacute um modelo que as companhias estatildeo adotando cada vez

mais em resposta a um mundo crescentemente globalizado e caracterizado pela parti-

lha aberta de informaccedilotildees com o objetivo de produzir conhecimento Esse modelo se

baseia na colaboraccedilatildeo em rede da empresa com fornecedores clientes universida-

des e ateacute concorrentes A partir desse conceito a inovaccedilatildeo antes uma aacuterea limitada

aos departamentos internos de Pesquisa e Desenvolvimento como era a loacutegica vigen-

te ateacute as deacutecadas de 70 a 90 passou a ser buscada aleacutem das fronteiras das organiza-

ccedilotildees

Acredito que a interaccedilatildeo seja a chave para esse processo se tornar real e mais

do que isso ela eacute a fonte para a inovaccedilatildeo Por isso as redes sociais representam hoje

a melhor plataforma de interaccedilatildeo para as empresas interessadas em inovaccedilatildeo aberta

O desafio que se impotildee entretanto eacute criar tecnologias que gerenciem a troca de in-

formaccedilotildees realizadas nessa miacutedia2

12- Inovaccedilatildeo no Brasil

O desenvolvimento tecnoloacutegico e a inovaccedilatildeo de um paiacutes dependem em grande

parte da formaccedilatildeo de recursos humanos capacitados bem como de investimentos

consistentes contiacutenuos de longo prazo e de porte O Brasil adotou a estrateacutegia de

que a pesquisa acadecircmica geraria conhecimento que naturalmente se transformaria

em inovaccedilotildees tecnoloacutegicas o que natildeo estaacute refletindo a realidade do setor no paiacutes

O Brasil sempre investiu de forma inconstante e em quantidade insuficiente os

recursos puacuteblicos federais e estaduais no desenvolvimento de ciecircncia e tecnologia

(com exceccedilatildeo do estado de Satildeo Paulo) o que sempre preocupou a comunidade cien-

tiacutefica e empresarial do paiacutes Aleacutem disso o setor empresarial tambeacutem investiu e ainda

continua investindo muito timidamente ao contraacuterio do que ocorreu nos modelos de

paiacuteses como a Coreacuteia do Sul Este uacuteltimo paiacutes investiu na formaccedilatildeo de recursos hu-

manos (em niacutevel de graduaccedilatildeo) habilitando-os para atuar em vaacuterios segmentos do

2 Internet (httpolhardigitaluolcombrnegociosdigital_newsnoticiascomo-gerar-inovacao-nas-

empresas) data de acesso 19052012

14

desenvolvimento tecnoloacutegico As inovaccedilotildees geradas produziram o retorno desejado e

o setor produtivo assumiu o papel de executor das pesquisas e de seu financiamento

sustentando hoje cerca de 75 das pesquisas niacutevel encontrado apenas nos paiacuteses

desenvolvidos Em resumo natildeo haacute investimento consistente de longo prazo e de porte

em ciecircncia tecnologia e inovaccedilatildeo no Brasil seja puacuteblico ou privado

Apesar disso houve no Brasil um grande avanccedilo cientiacutefico nos uacuteltimos trinta

anos A iniciativa consistente para construir a competecircncia cientiacutefica atraveacutes do trei-

namento de pessoal qualificado dentro e fora do paiacutes foi indiferente agraves oscilaccedilotildees poliacute-

tico-econocircmicas tanto em niacutevel federal como estadual hoje o Brasil responde por

13 dos artigos cientiacuteficos publicados em revistas indexadas internacionais Estabe-

leceu-se ainda no paiacutes uma forte estrutura de poacutes-graduaccedilatildeo responsaacutevel pela forma-

ccedilatildeo de cerca de 10 mil doutores por ano e que em trinta anos levou o Brasil a triplicar

sua contribuiccedilatildeo cientiacutefica relativa no mundo 3

O Brasil tem talento empreendedor de sobra e pesquisa cientiacutefica de excelecircn-

cia Mas sem um ambiente encorajador para inovaccedilatildeo o paiacutes natildeo conseguiraacute trans-

formar conhecimento em desenvolvimento econocircmico

Essa foi agrave anaacutelise predominante entre os pesquisadores e liacutederes empresariais

que participaram de um seminaacuterio realizado (18052007) em conjunto pelo Centro de

Economia da Criatividade e da Inovaccedilatildeo (CIEC - na sigla em inglecircs) da Universidade

George Washington nos Estados Unidos e pela Faculdade de Economia Administra-

ccedilatildeo e Contabilidade da Universidade de Satildeo Paulo (FEA -USP)

Para o diretor do CIEC - Michael Ryan - o Brasil tem alguns pontos fortes para

a inovaccedilatildeo alto investimento em pesquisa baacutesica nas universidades recursos huma-

nos de qualidade e publicaccedilatildeo de artigos cientiacuteficos de impacto internacional Mas a

pesquisa natildeo chega ao mercado porque o ambiente eacute pouco motivador para a inova-

ccedilatildeo

ldquoPara criar um cenaacuterio encorajador no qual as empresas invistam mais em

pesquisa e desenvolvimento eacute preciso melhorar vaacuterios aspectos simultaneamente eacute

muito difiacutecil abrir uma empresa no Brasil haacute uma seacuterie de poliacuteticas que podem ser

3 Internet (httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0101-33002007000200002) data

de acesso 190520123

15

modificadas o sistema de patentes pode ser mais eficiente e o acesso ao capital de

risco melhorarrdquo disse RYAN agrave Agecircncia FAPESP 4

13 - O que eacute inovaccedilatildeo

Inovaccedilatildeo significa novidade ou renovaccedilatildeo A palavra eacute derivada do ter-

mo latino innovatio e se refere a uma ideia meacutetodo ou objeto que eacute criado e que pou-

co se parece com padrotildees anteriores Hoje a palavra inovaccedilatildeo eacute mais usada no con-

texto de ideias e invenccedilotildees assim como a exploraccedilatildeo econoacutemica relacionada sendo

que inovaccedilatildeo eacute invenccedilatildeo que chega no mercado Inovaccedilatildeo eacute o processo que inclui as

atividades teacutecnicas concepccedilatildeo desenvolvimento gestatildeo e que resulta na comerciali-

zaccedilatildeo de novos (ou melhorados) produtos ou na primeira utilizaccedilatildeo de novos (ou me-

lhorados) processos FREEMAN (1988 p567) 5

O conceito de inovaccedilatildeo eacute bastante variado dependendo principalmente da

sua aplicaccedilatildeo De forma sucinta haacute quem considere que inovaccedilatildeo eacute a exploraccedilatildeo bem

sucedida de novas ideias Segundo DRUCKER a inovaccedilatildeo ldquoeacute o instrumento especiacutefi-

co dos empreendedores o processo pelo qual eles exploram a mudanccedila como uma

oportunidade para um negoacutecio diferente ou um serviccedilo diferente

Dentre as vaacuterias possibilidades de inovar aquelas que se referem a inovaccedilotildees

de produto ou de processo satildeo conhecidas como inovaccedilotildees tecnoloacutegicas Outros tipos

de inovaccedilotildees podem se relacionar a novos mercados novos modelos de negoacutecio no-

vos processos e meacutetodos organizacionais ou ateacute mesmo novas fontes de suprimentos

Embora ldquonovidadesrdquo encontradas em organizaccedilotildees teacutecnicas administrativas organi-

zacionais inseridas em produtos ou processos nem todas elas podem ser considera-

das como inovaccedilotildees Cabe ressaltar aqui a diferenciaccedilatildeo entre ldquooriginalidaderdquo e ldquono-

vidaderdquo propriamente dita Originalidade oriunda da palavra Original do latim original-

4Internet (httpwwwinovacaotecnologicacombrnoticiasnoticiaphpartigo=010175070518) data

de acesso 19052012

5Internet (httpptwikipediaorgwikiInovaC3A7C3A3o) data acesso 20052012

16

le eacute relativo agrave origem agrave qualidade de original inicial primordial primitivo originaacuterio

Novidade eacute originaacuteria do latim novitate que se reporta agrave qualidade ou caraacuteter de novo

uma inovaccedilatildeo embora referente a algo jaacute existente um uso novo para algo jaacute existen-

te6

Inovaccedilatildeo pode ser definida como o processo estrateacutegico de reinvenccedilatildeo contiacute-nua do proacuteprio negoacutecio e de criaccedilatildeo de novos negoacutecios GARY HAMEL (1996)

2 ndash Processos de inovaccedilatildeo

No acircmbito da economia ao longo deste seacuteculo muito vem se discutindo sobre

a inovaccedilatildeo sua natureza caracteriacutesticas e fontes com o objetivo de buscar uma mai-

or compreensatildeo de seu papel frente ao desenvolvimento econocircmico ressaltando-se

como marco fundamental a contribuiccedilatildeo de JOSEPH SCHUMPETER na primeira me-

tade deste seacuteculo mdash INFORMACcedilAtildeO E GLOBALIZACcedilAtildeO NA ERA DO CONHECI-

MENTO enfocou a importacircncia das inovaccedilotildees e dos avanccedilos tecnoloacutegicos no desen-

volvimento de empresas e da economia

De forma geneacuterica existem dois tipos de inovaccedilatildeo a radical e a incremental

Pode-se entender a inovaccedilatildeo radical como o desenvolvimento e introduccedilatildeo de um

novo produto processo ou forma de organizaccedilatildeo da produccedilatildeo inteiramente nova Esse

tipo de inovaccedilatildeo pode representar uma ruptura estrutural com o padratildeo tecnoloacutegico

anterior originando novas induacutestrias setores e mercados Tambeacutem significam reduccedilatildeo

de custos e aumento de qualidade em produtos jaacute existentes Algumas importantes

inovaccedilotildees radicais que causaram impacto na economia e na sociedade como um todo

e alteraram para sempre o perfil da economia mundial podem ser lembradas como

por exemplo a introduccedilatildeo da maacutequina a vapor no final do seacuteculo XVIII ou o desen-

volvimento da microeletrocircnica a partir da deacutecada de 1950 Estas e algumas outras

inovaccedilotildees radicais impulsionaram a formaccedilatildeo de padrotildees de crescimento com a con-

formaccedilatildeo de paradigmas tecno-econocircmicos FREEMAN (1988)

As inovaccedilotildees podem ser ainda de caraacuteter incremental referindo-se agrave introdu-

ccedilatildeo de qualquer tipo de melhoria em um produto processo ou organizaccedilatildeo da produ- 6 Internet (httpwwwpr2ufrjbrinovacaosocialtexto14-01pdf) data de acesso 20052012)6

17

ccedilatildeo dentro de uma empresa sem alteraccedilatildeo na estrutura industrial FREEMAN (1988)

Inuacutemeros satildeo os exemplos de inovaccedilotildees incrementais muitas delas imperceptiacuteveis

para o consumidor podendo gerar crescimento da eficiecircncia teacutecnica aumento da pro-

dutividade reduccedilatildeo de custos aumento de qualidade e mudanccedilas que possibilitem a

ampliaccedilatildeo das aplicaccedilotildees de um produto ou processo A otimizaccedilatildeo de processos de

produccedilatildeo o design de produtos ou a diminuiccedilatildeo na utilizaccedilatildeo de materiais e compo-

nentes na produccedilatildeo de um bem podem ser considerados inovaccedilotildees incrementais

Ateacute pouco tempo era grande a rigidez para caracterizar o processo de inovaccedilatildeo suas

fontes de geraccedilatildeo e formas como se realiza e difunde

Evidentemente que a compreensatildeo do processo de inovaccedilatildeo estaacute estreitamen-

te influenciada pelas caracteriacutesticas dominantes de contextos histoacuterico-econocircmicos

especiacuteficos Atualmente aspectos negligenciados por natildeo terem relevacircncia nos periacuteo-

dos em questatildeo comeccedilam a ser plenamente reconhecidos como de papel fundamental

para o ecircxito do processo inovador Agrave medida que melhor se conhecem as especifici-

dades da geraccedilatildeo e difusatildeo de inovaccedilatildeo mais se sabe sobre sua importacircncia para

que empresas e paiacuteses reforcem sua competitividade na economia mundial7

21 ndash Processos de inovaccedilatildeo nas organizaccedilotildees

DAMANPOUR (1984) em seu estudo sobre inovaccedilatildeo e desempenho organiza-

cional em bibliotecas puacuteblicas americanas conceitua inovaccedilatildeo como uma resposta agrave

mudanccedila ambiental ou ainda os meios que permitem ou viabilizam a mudanccedila em

uma organizaccedilatildeo Para ele as empresas podem enfrentar as mudanccedilas ambientais

natildeo apenas com novas tecnologias mas tambeacutem incorporando mudanccedilas teacutecnicas

eou administrativas em sua estrutura Assim sendo inovaccedilotildees no plano organizacio-

nal envolvem a implantaccedilatildeo de ideias novas teacutecnicas ou administrativas Espera-se a

partir disso mudanccedilas estruturais que afetem o desempenho da organizaccedilatildeo Esque-

maticamente portanto pode-se entender a inovaccedilatildeo como a ferramenta que quando

introduzida em contexto organizacional gera mudanccedila

7Internet httpwwwliincufrjbrfrattachments055_saritalivropdfpage=122) data de acesso

03062012

18

Segundo DAMANPOUR (1984) define desempenho como a habilidade que

uma organizaccedilatildeo tem de bem utilizar todos os quatro processos sistecircmicos (inputs

outputs transformaccedilotildees e efeitos de retroalimentaccedilatildeo) relacionados ao alcance de

metas organizacionais Uma organizaccedilatildeo de alto desempenho cumpriraacute suas tarefas

primaacuterias de modo eficiente e realizaraacute suas funccedilotildees de manutenccedilatildeo e adaptaccedilatildeo or-

ganizacional de forma efetiva A funccedilatildeo de adaptaccedilatildeo requer que a estrutura da orga-

nizaccedilatildeo sofra mudanccedilas para encontrar novas condiccedilotildees ambientais

Organizaccedilotildees inovadoras tendem natildeo apenas a se adaptar agrave mudanccedila mas

tambeacutem a usar seus recursos para criar novas condiccedilotildees ambientais pela introduccedilatildeo

de novos produtos ou serviccedilos nunca antes oferecidos Inovaccedilotildees assim seriam mei-

os de prover mudanccedilas internas ou externas e tambeacutem de aperfeiccediloar o desempenho

organizacional

Os sistemas gerenciais de acordo com a abordagem soacutecio teacutecnico satildeo consti-

tuiacutedos de um ldquocorpusrdquo social (neste ponto se faz um paralelo com as inovaccedilotildees admi-

nistrativas) e de um ldquocorpusrdquo teacutecnico (corresponde agraves inovaccedilotildees teacutecnicas) e portanto

se enfatiza o papel do ldquocorpusrdquo social e teacutecnico na efetiva operaccedilatildeo de uma organiza-

ccedilatildeo e sugerem que a concentraccedilatildeo em apenas um sistema resulta em baixo desem-

penho organizacional Sistemas sociais e teacutecnicos precisam assim funcionar de forma

balanceada O relacionamento entre os sistemas social e teacutecnico eacute de correlaccedilatildeo ou

seja qualquer mudanccedila em qualquer um dos sistemas leva as determinadas restri-

ccedilotildees ou modificaccedilotildees ao outro8

22 ndash Funccedilotildees tiacutepicas no processo de inovaccedilatildeo

Eacute funccedilatildeo tiacutepica no processo de inovaccedilatildeo a captaccedilatildeo de sinais proveniente do

campo em ambiente direto e o monitoramento do ambiente externo indireto A partir

das etapas anteriores busca-se identificar elementos onde os clientes natildeo estejam

sendo atendidos satisfatoriamente ou oportunidades natildeo exploradas gap de desem-

penho Os clientes natildeo vatildeo responder a perguntas sobre o uso ou natildeo de um determi- 8Inter-

net(httpwwwgooglecombrurlsa=tamprct=jampq=ampesrc=sampsource=webampcd=1ampved=0CEsQFjA

Aampurl=http3A2F2Fwwwfespprbr2F~bastosjr2FGest25E3o2520de2520Inova

25E725E3o2FArtigos2FInova25E725E3odocampei=Vhr2T9qvHaez6wHo16zYBgampusg=

AFQjCNEz7MKNTbjYj81PrvG) data de acesso 03062012

19

nado produto principalmente se este for desconhecido Eacute necessaacuterio conhecer o am-

biente em que se vivem compreender suas carecircncias

Outra funccedilatildeo necessaacuteria eacute a geraccedilatildeo de alternativas viaacuteveis que respondam agraves

demandas ambientais e a seleccedilatildeo com base em criteacuterios coerentes com os objetivos

estrateacutegicos da organizaccedilatildeo previamente estabelecidos

Natildeo se pode deixar de mencionar a concepccedilatildeo e o desenvolvimento das ino-

vaccedilotildees a gestatildeo da implantaccedilatildeo destas inovaccedilotildees e respectiva coordenaccedilatildeo

Aleacutem destes um outro aspecto fundamental eacute o controle do processo ou seja

a definiccedilatildeo de indicadores que permitam avaliar e medir os resultados na medida em

que estes acontecem Os instrumentos de medida da inovaccedilatildeo devem conforme

KUCZMARSKI (1998) obedecer agraves seguintes categorias empresa (carteira de novos

produtos investimentos apuraccedilatildeo de resultados) das equipes (planejamento taxas

de sucesso e sobrevivecircncia variaccedilotildees orccedilamentaacuterias retorno financeiro) e individual

(contribuiccedilatildeo de cada membro no desempenho da equipe) Vale lembrar que inovaccedilatildeo

e mudanccedila levam tempo os indiviacuteduos devem esperar permanecer em suas funccedilotildees

pelo tempo suficiente para influenciar os indicadores de desempenho tanto de curto

quanto de longo prazo 9

23 ndash Como implantar cultura de inovaccedilatildeo na organizaccedilatildeo

Inovaccedilatildeo tem de fazer parte da mentalidade dos funcionaacuterios em todos os niacute-

veis Evidentemente a forma mais eficiente de implantar uma mudanccedila na empresa

se daacute quando o exemplo vem de acima Se natildeo estatildeo convencidos da importacircncia da

inovaccedilatildeo os dirigentes sempre encontraratildeo formas de derrubar ideias mais arrisca-

das No entanto se as lideranccedilas tomam a iniciativa a nova cultura eacute absorvida com

muito mais facilidade pela organizaccedilatildeo

Os profissionais do primeiro escalatildeo contudo natildeo podem ter a obrigaccedilatildeo de

ser os uacutenicos ou principais geradores das ideias inovadoras Os comandantes preci-

9Internet

(httpwwwgooglecombrurlsa=tamprct=jampq=ampesrc=sampsource=webampcd=4ampved=0CFkQFjADampurl=http

3A2F2Fwwwfespprbr2F~bastosjr2FGest25E3o2520de2520Inova25E725E3o2FArtigo

s2FInova25E725E3odocampei=sSb2T8eqDYro0QGO7OSLBwampusg=AFQjCNEz7MKNTbjYj81P) data

de acesso 04062012

20

sam de aliados O papel dos gerentes e diretores tambeacutem eacute fundamental num pro-

cesso de mudanccedila de cultura eles satildeo os verdadeiros responsaacuteveis por criar um am-

biente que estimule as pessoas a arriscar investindo em novos produtos bancando

ideias que tecircm maturaccedilatildeo de longo prazo e criando uma comunicaccedilatildeo eficiente

Nem mesmo os profissionais de atuaccedilatildeo operacional podem fugir da responsa-

bilidade A dificuldade para inovar eacute maior em departamentos mais fechados e norma-

tizados como os administrativos ou naqueles em que a precisatildeo eacute fundamental como

a produccedilatildeo de um remeacutedio Mas eles tambeacutem precisam aprender a ver as oportuni-

dades natildeo convencionais ndash haacute pequenas melhorias capazes de desencadear uma

importante inovaccedilatildeo

A responsabilidade eacute de todos da alta gerecircncias aos departamentos operacio-

nais O desafio eacute fazer todos assumirem um compromisso com a praacutetica real da ino-

vaccedilatildeo 10

ldquoInovaccedilatildeo eacute a mensagem do momento Natildeo se trata de mais recursos mas em

como usaacute-los Em um mundo que atravessa crises financeiras a todo momento e que

exige sempre mais recursos naturais os inovadores e os criativos satildeo os que conse-

guem transformar as adversidades em oportunidades de crescimentordquo (STEVE

JOBS Inovaccedilatildeo A arte de Steve Jobs 2010 p154)

24 ndash Organizaccedilotildees inovadoras sustentaacuteveis

Organizaccedilatildeo inovadora eacute a que introduz novidades de qualquer tipo em bases

sistemaacuteticas e colhe os resultados esperados BARBIERI (2007) p88) A expressatildeo

bases sistemaacuteticas significa a realizaccedilatildeo de inovaccedilotildees com autonomia intencionali-

dade e pro atividade Assim a inovaccedilatildeo eacute um elemento essencial do modus operan-

di dessa organizaccedilatildeo o que pressupotildee que ela desenvolva continuamente recursos

tangiacuteveis e intangiacuteveis para inovar permanentemente Organizaccedilatildeo sustentaacutevel eacute a

que simultaneamente procura ser eficiente em termos econocircmicos respeitar a capaci-

dade de suporte do meio ambiente e ser instrumento de justiccedila social promovendo a

inclusatildeo social a proteccedilatildeo agraves minorias e grupos vulneraacuteveis o equiliacutebrio entre os gecirc-

neros etc (BARBIERI 2007 p98-99) 10 Internet (httpbooksgooglecombrbookshl=pt-BRamplr=ampid=jnka43VmmwsCampoi=fndamppg=PA34ampdq=como+implantar+uma+cultura+de+inovaccedilatildeo+na+organiza-ccedilatildeoampots=KRvAPG4C6kampsig=rzqbLGM4sLvsQL26N0gLqfOTPOAv=onepageampq=como20implantar20uma20cultura) data de acesso 04062012

21

Os dois conceitos de organizaccedilatildeo podem entrar em contradiccedilatildeo pois inovar em

bases sistemaacuteticas pode se tornar sinocircnimo de degradaccedilatildeo sistemaacutetica do meio ambi-

ente e da vida social Assim uma organizaccedilatildeo inovadora sustentaacutevel natildeo eacute a que

introduz novidades de qualquer tipo mas novidades que atendam as muacuteltiplas dimen-

sotildees da sustentabilidade em bases sistemaacuteticas e colham resultados positivos para

ela para a sociedade e o meio ambiente BARBIERI (2007) p105 Natildeo basta para as

empresas apenas inovar constantemente mas inovar considerando as trecircs dimen-

sotildees da sustentabilidade a saber

bull dimensatildeo social - preocupaccedilatildeo com os impactos sociais das inovaccedilotildees nas

comunidades humanas dentro e fora da organizaccedilatildeo (desemprego exclusatildeo

social pobreza diversidade organizacional etc)

bull dimensatildeo ambiental - preocupaccedilatildeo com os impactos ambientais pelo uso de

recursos naturais e pelas emissotildees de poluentes

bull dimensatildeo econocircmica - preocupaccedilatildeo com a eficiecircncia econocircmica sem a qual

elas natildeo se perpetuariam Para as empresas essa dimensatildeo significa obtenccedilatildeo

de lucro e geraccedilatildeo de vantagens competitivas nos mercados onde atuam

O atendimento a essas dimensotildees torna o processo de inovaccedilatildeo mais sofisti-

cado e exigente o que requer da organizaccedilatildeo um maior esforccedilo para atender tecnica-

mente esse requisito Isso leva novas perspectivas para a gestatildeo da inovaccedilatildeo11

Com intuito de tornar o processo de adequaccedilatildeo agraves prerrogativas impostas agraves

companhias ditas inovadoras quanto mais simplificado e dirigido melhor A seguir eacute

apresentado um conjunto de proposiccedilotildees para o desenvolvimento de empresas com

esta caracteriacutestica o pressuposto baacutesico necessaacuterio eacute o fomento de equipes de traba-

lho com a mentalidade para a inovaccedilatildeo Neste sentido cabem agraves organizaccedilotildees agraves

pessoas e agraves tarefas o papel de suscitar o aparecimento e a manutenccedilatildeo de tais e-

quipes SBRAGIA (1993)

25 - A Inovaccedilatildeo como funccedilatildeo de aprendizagem organizacional

11Internet(httpwwwscielobrscielophppid=S0034-

75902010000200002ampscript=sci_arttext) data de acesso 04062012

22

Pelo fato da inovaccedilatildeo ser destrutiva para muitos grupos consolidados ela en-

frentaraacute resistecircncia A inovaccedilatildeo eacute o oposto da operaccedilatildeo e seraacute portanto ignorada O

desenho ou arranjo organizacional poderaacute facilmente superar ao menos minimizar

estes e outros obstaacuteculos GALBRAITH (1998) Este comportamento acentua-se em

organizaccedilotildees protegidas de concorrecircncia (universidades ateacute algum tempo atraacutes oacuter-

gatildeos governamentais etc) Pesquisas realizadas por TUSHMAN e NADLER (1998)

apontam que organizaccedilotildees altamente inovadoras satildeo sistemas de aprendizado alta-

mente eficazes aleacutem de possuir um senso de autocriacutetica bastante apurada

Empresas eficazes criam condiccedilotildees possiacuteveis para que o trabalho de hoje seja

feito paralelo com a geraccedilatildeo constante de inovaccedilatildeo ou seja a inovaccedilatildeo sustentada

por mais paradoxal que possa parecer exige ao mesmo tempo estabilidade e mudan-

ccedila A estabilidade possibilita economias de escala e aprendizado incremental por ou-

tro lado a mudanccedila e a experimentaccedilatildeo satildeo necessaacuterias agrave conquista de avanccedilos nas

aacutereas de produto processo e tecnologia

Companhias que conseguem ao mesmo tempo produzir cotidianamente e estar

alerta e vigilante aos clientes concorrentes tecnologias e competecircncia interna fo-

mentam e estimulam o aprendizado organizacional e a inovaccedilatildeo sustentada

Segundo TUSHMAN e NADLER (1998) inovaccedilatildeo eacute um trabalho complexo e

estimulante a rupturas pois exige estreita colaboraccedilatildeo entre membros que rotineira-

mente se encontram bastante separados Embora os mecanismos da organizaccedilatildeo

formal facilitem o aprendizado e a inovaccedilatildeo corporativa a criatividade individual pro-

veacutem de um ambiente informal saudaacutevel

Um claro conjunto de valores essenciais ajuda a focalizar e motivar o compor-

tamento Empresas inovadoras tecircm valores claros que fornecem foco num cenaacuterio

repleto de diversidade como tambeacutem um objetivo comum que possa ter a concor-

dacircncia dos mais diferentes atores envolvidos

Em adiccedilatildeo com os valores essenciais cultuados em uma organizaccedilatildeo as nor-

mas proporcionam referenciais de comportamentos claros satildeo os comportamentos

aguardados De um modo geral organizaccedilotildees inovadoras enfatizam a informalidade

no comportamento no vestuaacuterio e nas relaccedilotildees hieraacuterquicas com elevadas expectati-

vas de desempenho e de trabalho individual e do grupo fortes viacutenculos informais den-

tro e fora da organizaccedilatildeo

23

Organizaccedilotildees altamente inovadoras geram com destreza as sutilezas da re-

compensa e da puniccedilatildeo onde as pessoas podem assumir riscos colher as recompen-

sas pelo sucesso e sobreviver a fracassos construtivos

A representaccedilatildeo de papeacuteis funcionais tem atribuiccedilatildeo fundamental no desenvol-

vimento e conduccedilatildeo do processo de gestatildeo da inovaccedilatildeo Entre eles podemos mencio-

nar um os geradores de ideias pois as interligam com as tendecircncias e mercados

desenvolvendo oportunidades para as organizaccedilotildees dois os empreendedores internos

tornam concretas as ideias possuem agressividade energia e personalidade propen-

sas a assumir riscos para defender suas causas

Aqui aparece a figura dos trecircs ldquogate keepersrdquo (guardiotildees do portatildeo) que ligam

organizaccedilatildeo e seus colegas agraves frentes externas de informaccedilatildeo que satildeo vitais para a

inovaccedilatildeo pois obtecircm traduzem e distribuem estas informaccedilotildees no acircmbito interno da

organizaccedilatildeo Os quatros patrocinadores ou mentores satildeo gerentes de alto niacutevel que

datildeo apoio informal acesso aos recursos e a proteccedilatildeo no surgimento de novos produ-

tos ou negoacutecios Esses personagens atuando conjuntamente representam o ldquogecircnio

coletivordquo da organizaccedilatildeo que consiste na soma das capacidades pessoais em clima

motivacional gerando resultados mensuraacuteveis substituindo o gecircnio individual predo-

minante ateacute o seacuteculo passado conforme DE MASI (1998) Uma vez que o gecircnio indi-

vidual pode ateacute existir mas eacute difiacutecil de ser encontrado

Segundo GALBRAITH (1998) algumas pessoas que satildeo boas em inovaccedilatildeo e

criatividade mas natildeo satildeo necessariamente boas em operaccedilatildeo Portanto o desenho

organizacional contribui para a criaccedilatildeo de uma organizaccedilatildeo inovadora na medida em

que promove o encontro sistemaacutetico entre os geradores de ideias e aqueles que po-

dem defendecirc-las e colocaacute-las em praacutetica12

CAPIacuteTULO II 12 Internet

(httpwwwgooglecombrurlsa=tamprct=jampq=ampesrc=sampsource=webampcd=1ampsqi=2ampved=0CEwQFjAAampu

rl=http3A2F2Fwwwfespprbr2F~bastosjr2FGest25E3o2520de2520Inova25E725E3o2

FArtigos2FInova25E725E3odocampei=Ex32T_meBObb6wGds-29Bgampusg=AFQjC) data de acesso

04062012

24

DESENVOLVIMENTO DA CRIATIVIDADE

1 ndash Capital Intelectual

Com o mercado cada vez mais exigente as empresas vecircm sentindo a necessi-

dade de investir mais em recursos humanos acrescentando a seu capital o conheci-

mento originado atraveacutes do investimento em capital humano qualificado o qual agrega

agraves empresas recursos de fundamental importacircncia No entendimento de Stewart

(2004) o capital intelectual eacute um bem intangiacutevel podendo-se afirmar que eacute um dos

fatores mais importantes da vida de uma organizaccedilatildeo Jaacute para (DRUCKER (apud

MONTEIRO 2007 p17) o capital intelectual eacute ldquo[] a soma do conhecimento de todos

de uma empresa o que lhe proporciona vantagem competitivardquo

CHIAVENATO (2004) afirma que no mundo complexo e competitivo de hoje a

escolha das pessoas certas se torna vital para o bom funcionamento da empresa

Para STEWART (2004) o capital intelectual corresponde ao conjunto de co-

nhecimentos e informaccedilotildees encontrados nas organizaccedilotildees que agregam valor ao pro-

duto ou serviccedilo mediante a aplicaccedilatildeo da inteligecircncia e natildeo do capital monetaacuterio ao

empreendimento sendo o capital intelectual gerador de capacidades conhecimento

habilidades e experiecircncias individuais dos funcionaacuterios para realizaccedilatildeo de tarefas

O capital intelectual eacute algo tatildeo valioso dentro de uma organizaccedilatildeo que eacute atra-

veacutes dele que se podem ter grandes inovaccedilotildees transformaccedilotildees tecnoloacutegicas resolu-

ccedilotildees de problemas gestatildeo eficiente lucratividade e sucesso melhorados Um colabo-

rador que possui seu capital intelectual estimulado atraveacutes da motivaccedilatildeo seraacute mais

bem aproveitado pela empresa uma vez que se sente incluiacutedo valorizado simpatizan-

te e livre para gerir suas ideias de uma forma mais aguccedilada

CHIAVENATO (2004) diz que o capital humano eacute constituiacutedo das pessoas que

fazem parte de uma organizaccedilatildeo Capital humano significa talentos que precisam ser

mantidos e desenvolvidos Mais do que isso capital humano significa capital intelectu-

al

Para MONTEIRO (2007) o ser humano eacute o maior bem de uma empresa pois eacute

ele o principal instrumento de seu sucesso ou fracasso uma vez que o capital intelec-

tual eacute algo exclusivo do ser humano Pode-se entatildeo descrever que ele eacute o raciociacutenio

humano elaborado acrescido do ambiente onde estaacute inserido

25

MONTEIRO (2007) comenta que dentro das organizaccedilotildees o capital intelectual

pode ser diferenciado dos demais capitais porque ele cresce quando compartilhado

com os do mesmo grupo e natildeo se deprecia com o uso Ao contraacuterio dos outros ativos

o seu valor decorre do uso O capital intelectual eacute enfatizado como o conjunto de in-

formaccedilotildees e conhecimentos encontrados nas organizaccedilotildees onde agregam ao produto

eou serviccedilos valores mediante a aplicaccedilatildeo da inteligecircncia e natildeo do capital monetaacuterio

Devido a sua grande representatividade nas empresas o capital intelectual natildeo deve

ser subestimado nem utilizado de forma ineficiente acarretando em um gerenciamento

ineficaz mais investimento incentivado para assim trazer agrave empresa bons negoacutecios e

melhor rentabilidade (MONTEIRO 2007 p18)13

2 - Criatividade

Criatividade eacute um assunto que fascina a todos objeto de muitos estudos em-

bora no contexto empresarial seja novo O pensamento criativo antigamente era vis-

to como inspiraccedilatildeo divina passando a ser estudado com melhor afinco a partir dos

anos 50

O Caminho humano de viver conviver e sobreviver eacute permeado de accedilotildees cria-

tivas conscientes e inconscientes Esse potencial criativo eacute inato em todo ser humano

poreacutem ele se ensina e se aprende Trata-se de uma competecircncia pessoal valorizada

mas ao mesmo tempo desprestigiada pois percebemos que as empresas desclassifi-

cam candidatos criativos e depois encaminham-no para o desenvolvimento desta habi-

lidade

Criatividade para o quecirc Eacute a primeira pergunta que surge em nossa mente

quando tratamos do tema Se tudo estaacute bem natildeo haacute motivos para criar ou se estaacute

tudo ruim natildeo temos mais o que fazer Percebemos que o ser humano sempre busca

a sua zona de conforto para se acomodar sofrer menos ou agraves vezes para reclamar

mais Podemos pensar nesta pergunta buscando duas respostas uma do acircmbito pes-

soal e outra empresarial No processo de criaccedilatildeo percebemos que podemos mudar e

nos diferenciar daquilo que fomos respeitando e valorizando o nosso proacuteprio passado

13Internet (httpwwwaedbbrsegetartigos10327_PDF20Samirapdf) data acesso

15072012

26

tomando decisotildees e desempenhando accedilotildees diferentes dos que habitualmente faziacutea-

mos Podemos gerar mudanccedilas substanciais nas empresas e a partir dessas mudan-

ccedilas diferenciarmos sem contudo ser necessaacuterio efetuar mudanccedilas demasiadas mu-

danccedilas que choquem e natildeo se ajustem aos nossos valores e nossa realidade

Se o objetivo eacute buscar na empresa alcanccedilar eficiecircncia que possibilite ao cliente

escolher e comprar nossos produtos e serviccedilos e natildeo os dos concorrentes precisa-

mos estar abertos para buscar novas alternativas novas maneiras de fazer as coisas

e consequentemente resultados diferentes A mudanccedila organizacional eacute muitas ve-

zes uma ferramenta de soluccedilatildeo de problemas das organizaccedilotildees Podemos diferenci-

ar-nos dos competidores apenas sabendo quando e em quecirc devemos mudar e onde

queremos chegar

A criatividade na empresa eacute medida a partir dos resultados alcanccedilados Uma

resposta eacute mais criativa (entre aspas pois as respostas natildeo satildeo criativas e sim as pes-

soas que a geraram) que outra quando atinge aquele objetivo para o qual foi focado a

soluccedilatildeo de um problema traz uma alternativa ou um meacutetodo inovador ou ateacute mesmo

uma combinaccedilatildeo de resultados diferentes

Tatildeo essencial como ser diferente eacute a necessidade de buscar resultados e uma

empresa soacute eacute verdadeiramente criativa quando a criatividade se torna a maneira diaacute-

ria de fazer as coisas e espera que seus membros considerem uma ampla variedade

de alternativas antes de comprometer-se numa direccedilatildeo especiacutefica 14

21 ndash Conceito de criatividade

A criatividade eacute a faculdadehabilidade de criar ou o potencial criativo Consiste

em encontrar meacutetodos ou objetos para executar tarefas de uma maneira nova ou dife-

14 Internet

Fonte (Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de acesso

25062012

27

rente do habitual com a intenccedilatildeo de satisfazer um propoacutesito A criatividade permite

cumprir os desejos de forma mais raacutepida faacutecil eficiente ou econoacutemica

A criaccedilatildeo de novas ideias e conceitos tambeacutem se lhe daacute o nome de inventivi-

dade pensamento original pensamento divergente ou imaginaccedilatildeo construtiva Trata-

se de conceitos que implicam o ato de inventar algo novo (isto eacute recorrer ao enge-

nho) a capacidade de encontrar soluccedilotildees originais e a vontade de mudar o mundo 15

A criatividade eacute considerada uma capacidade humana de grande valor univer-

sal tudo indica que nesta competecircncia reside a memoacuteria RAM bioloacutegica para o im-

pulso da evoluccedilatildeo humana A memoacuteria RAM segundo CURY (2009) eacute o fenoacutemeno dos

registos da memoacuteria O que melhor descreve a criatividade eacute o que SANCHEZ (2003)

referiu em seus apontamentos a criatividade eacute uma sublime dimensatildeo da condiccedilatildeo

humana

Eacute entretanto na capacidade criativa que existe a chave da capacidade de evo-

luccedilatildeo da humanidade O meacuterito da expressatildeo criativa eacute fruto da complexidade ou

seja eacute fruto do contexto social no seu desenvolvimento natural e humano

Eacute muito interessante contemplar os efeitos provenientes deste constructo a

considerar a capacidade de um indiviacuteduo criativo construir e reconstruir transformando

a nossa realidade Eacute consensual e gratificante perceber que todos temos a capacida-

de criativa deve eacute ser melhor desenvolvida16

De maneira instintiva o termo criatividade sempre se associou agrave atividade ar-

tiacutestica Mais recentemente graccedilas a exemplos empresariais como Apple e Google a

inovaccedilatildeo ganhou espaccedilo nos sectores tecnoloacutegicos Neste sentido a nossa intuiccedilatildeo

natildeo estaacute errada uma vez que criatividade e inovaccedilatildeo satildeo dois conceitos muito unidos

Explicado de forma simples a capacidade criativa pode ser definida como ldquoa habili-

dade para gerar ideias alternativas e soluccedilotildees a um determinado problema de forma

faacutecilrdquo 17

15 Internet (httpconceitodecriatividade) data de acesso 25062012 16Internet (httpptwikipediaorgwikiCriatividade) data de acesso 04072012

17Inter-

net(httpwwwcriaptcriaadminappCRIAuploadscreamanual20creatividade20portugue

s_pt_webpdf) data de acesso 04072012)

28

22 ndash Criatividade do ponto de vista pessoal

Temos que pensar em Criatividade como estrateacutegia para viver melhor para

uma qualidade de vida que diria razoaacutevel aleacutem de identificar potenciais descobertas

internas que foram abafadas pelos processos familiares educacionais e empresariais

assim pelo tempo Outro aspecto estaacute relacionado com a garantia da nossa emprega-

bilidade entendendo como fonte de renda como funcionaacuterio profissional autocircnomo ou

empresaacuterio Vivemos num mundo de mudanccedilas aprimoramento riscos e oportunida-

des Melhoria nos nossos relacionamentos interpessoais atraveacutes do reconhecimento e

aproveitamento da diversidade respeitando as mais diversas formas de pensamento e

das diferenccedilas individuais Estamos acostumados a considerar a criatividade como

algo pessoal e intransferiacutevel A criatividade humana natildeo eacute temporal Trata-se de um

patrimocircnio do ser humano compartilhado pela sociedade Como a organizaccedilatildeo existe

para servir a sociedade nada mais justo do que desenvolver a criatividade como ga-

rantia para superaccedilatildeo da expectativa do cliente em relaccedilatildeo agrave sua empresa 18

23 ndash Criatividade do ponto de vista empresarial

A busca de um diferencial oferecendo algo mais do que o cliente espera atrair

preferecircncias estabelecer estrateacutegia diferenciada adaptar-se agraves necessidades modifi-

car produtos e buscar soluccedilotildees para os problemas fugindo do convencional e assim

diferenciando-se dos concorrentes Estrateacutegia competitiva natildeo somente por criar ou

inovar produtos mas tambeacutem a quebra de paradigmas mudanccedilas de pensamentos

comportamentos etc Todas as ideias produtos e serviccedilos criativos poderatildeo ser trans-

formados em algo positivo para a organizaccedilatildeo Melhoria dos seus produtos assim

como a criaccedilatildeo de novos Busca de resultados diferentes do passado Melhoria do

18 Internet (Fonte Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de

acesso 04072012

29

relacionamento humano interno consequentemente o aumento da produtividade Me-

lhoramento contiacutenuo em todos os setores Desenvolvimento da qualidade19

24 - Criatividade e a visatildeo estrateacutegica da empresa

A criatividade se relaciona com a visatildeo estrateacutegica de empresa da seguinte

forma a partir dos objetivos traccedilados pela organizaccedilatildeo a mesma definiraacute uma linha

estrateacutegica a ser seguida para alcanccedilar esses objetivos A criatividade se envolve de

acordo com a intenccedilatildeo da empresa ela pode querer reinventar seus modos de atua-

ccedilatildeo pode somente visar manter-se atualizada e motivada pode querer mudar rapida-

mente de foco e enfim 44 pode estabelecer um relacionamento forte ou fraco com a

criatividade em funccedilatildeo das soluccedilotildees que ela estiver almejando

CALKINS (2001) defende essa visatildeo ao dizer que para produzir subjetividade

a criatividade deve ser parte da estrateacutegia da empresa O estudo de LENGNICK-HALL

e WOLFF (1998) faz justamente uma releitura sobre o processo estrateacutegico organiza-

cional ndash enfatizando os trecircs domiacutenios loacutegicos que guiam a maioria das empresas ndash e

relacionando conforme a Tabela abaixo com o tipo de criatividade que estaraacute vigente

Loacutegicas Estrateacutegicas x Criatividade

Loacutegica Dominante

Guerrilha Loacutegica Complexidade Loacutegica Capacidade Loacutegica

Objetivo

repentinamente reescrever

as regras da competitivida-

de

aprendizagem e alto envolvi-

mento organizacional

desenvolver e implementar

estrateacutegias que as possibilitem

criar uma sustentaacutevel vantagem

competitiva

Elemento

Chave

a flexibilidade a criativida-

de e a inovaccedilatildeo

sistema natural de relaciona-

mentos

desenvolvimento eficiente e

eficaz e protegendo seus recur-

sos de base

Justificativa vantagem competitiva

como algo muito passageiro

a organizaccedilatildeo vive em uma

comunidade de competidores

fornecedores clientes

as organizaccedilotildees procuram de-

senvolver e implantar estrateacute-

gias que as possibilitem criar

uma sustentaacutevel vantagem

competitiva

19Internet (Fonte Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de

acesso 04072012

30

Sucesso Orga-

nizacional

eacute uma funccedilatildeo da sua capa-

cidade para gerar ideias

que criam novas dinacircmicas

competitivas e novas are-

nas de accedilatildeo

consequecircncia de um natural

entendimento do paradoxo de

forccedilas que formam o sistema

organizacional

a chave da vantagem competiti-

va sustentaacutevel estaacute na habilida-

de organizacional para proteger

os seus recursos de base

Autores COOPER (1995) e

SCHUMPETER (1936)

MILLER (1996) SENGE (1990) e

MOORE (1996)

PORTER (1986 e 1992) e

HAMEL e PRAHALAD (1994)

Ecircnfase Criar Aprender Agregar Valor

Praacuteticas Cria-

tivas

Brainwriting Pool Teacutecnica

da Troca dos Cartotildees etc Pensamento Lateral Jamming

(Fonte Pesquisa a partir dos estudos de Lengnick-Hall e Wolff 1998) 20

25 ndash Reconfiguraccedilatildeo dinacircmica do talento

A estrateacutegia de inovaccedilatildeo sem duacutevida requer novas habilidades O conceito de

R=G sugere que nenhuma empresa eacute capaz de desenvolver sozinha todos os produ-

tos e serviccedilos de que necessita para oferecer experiecircncias personalizadas a cada cli-

ente Tampouco empresa alguma tem condiccedilotildees de cultivar todas as capacidades

gerenciais indispensaacuteveis para transformar a organizaccedilatildeo Analisamos questotildees rela-

cionadas com a superaccedilatildeo dos legados organizacionais e com a construccedilatildeo de novas

capacidades para o gerenciamento da inovaccedilatildeo Mostramos como as empresas de-

vem preparar-se para administrar as tensotildees constantes entre flexibilidade eficiecircncia

e confiabilidade Essa transformaccedilatildeo natildeo consiste apenas em mudar a mentalidade

ou a loacutegica dominante dos gestores tambeacutem significa concentrar-se nos novos niacuteveis

de transparecircncia e de visibilidade em relaccedilatildeo a como se gerencia a empresa

Precisamos mudar a maneira como gerenciamos ndash como combinamos continu-

amente oportunidades e recursos O foco deve convergir natildeo soacute para as habilidades

20Internet (Fonte Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de

acesso 04072012

31

dos indiviacuteduos e para as atitudes de cada um em relaccedilatildeo ao aprendizado mas tam-

beacutem para a competecircncia das equipes e para a capacidade dessas forccedilas-tarefas de se

reconfigurar continuamente em funccedilatildeo dos objetivos arregimentando os melhores

talentos em todo o mundo Por exemplo a identificaccedilatildeo dos comportamentos e das

necessidades de determinada pessoa numa base de milhotildees de clientes ndash como a

Amazoncom na ING Insurance e no programa de diabetes da ICICI ndash exige capaci-

dades analiacutetica Argumentaremos que os mesmos requisitos tambeacutem satildeo indispensaacute-

veis na base de talentos A empresa deve tratar seus empregados e fornecedores

como indiviacuteduos iacutempares (ou como conjunto de indiviacuteduos sem igual) da mesma ma-

neira como lida com os clientes A configuraccedilatildeo dinacircmica de recursos para atender agraves

necessidades de tarefas especiacuteficas converte-se em fonte de vantagem competitiva

A essecircncia da mensagem eacute que para a transformaccedilatildeo ser eficaz os gestores devem

concentrar o foco na mobilizaccedilatildeo raacutepida de talentos dentro e fora da empresa (PRA-

HALAD e KRISHNAN 2008 p177)

3 ndash Cadeia de valor e vantagem competitiva

Segundo Novaes (2001 p184) o conceito de cadeia de valor foi desenvolvido

por Porter O conceito eacute de muita simplicidade e por isso talvez mostre-se tatildeo impor-

tante no contexto econocircmico-social em que se inserem as empresas com a crescente

globalizaccedilatildeo dos negoacutecios e mercados

Para (PORTER 1989 p33) toda empresa eacute uma reuniatildeo de atividades que

satildeo executadas para projetar produzir comercializar entregar e sustentar seu produ-

to Todas estas atividades podem ser representadas fazendo-se uso de uma cadeia

de valores Essa exposiccedilatildeo do autor indica em primeira matildeo apenas4 a ideia de ava-

liar a cadeia interna da empresa a qual eacute formada pelas atividades operacionais e

organizacionais jaacute citadas

A ideia baacutesica que subsidia esse conceito natildeo eacute de autoria de Porter mas haacute

muito tempo jaacute estava sendo analisada Fala-se aqui dos conceitos da Teoria Geral de

Sistemas que tem como precursor o Prof Ludwig von Bertalanffy e seus trabalhos

teoria essa que apresenta a empresa como um sistema inserido esse uacuteltimo em um

ambiente ou macro sistema Assim deve-se ter em mente uma visatildeo sistecircmica en-

xergar mais do que as aacutereas ou atividades isoladamente mais do que os limites da

empresa (Cadeia de Valor Interna) A empresa faz parte de um todo maior (um siste-

32

ma amplo) e esse eacute que deve ser otimizado para gerar maior valor para o cliente e

consequentemente maior lucratividade na cadeia (Cadeia de Valor Externa)

Nas palavras de Porter (1989 p33) ldquoa cadeia de valores desagrega uma em-

presa nas suas atividades de relevacircncia estrateacutegica para que se possa compreender o

comportamento dos custos e as fontes existentes e potenciais de diferenciaccedilatildeordquo Uma

empresa ganha vantagem competitiva se conseguir desempenhar essas atividades

estrateacutegicas de uma maneira melhor e mais barata que a concorrecircncia

Pode-se entatildeo caminhar para um avanccedilo em definiccedilatildeo ao verificarmos a pro-

posiccedilatildeo de (SHANK amp GOVINDARAJAN 1993 p13) de que ldquoa cadeia de valor para

qualquer empresa em qualquer negoacutecio eacute o conjunto interligado de todas as ativida-

des que criam valor desde uma fonte baacutesica de mateacuterias primas passando por forne-

cedores de componentes ateacute a entrega do produto final agraves matildeos do consumidorrdquo

O mundo em que se vive atravessa em periacuteodo de transformaccedilatildeo sequer ima-

ginado Nele nada eacute definitivo Fica-se perplexo quando natildeo se consegue acompanhar

a velocidade da evoluccedilatildeo dos acontecimentos sente-se perdido principalmente nos

assuntos relacionados agrave dinacircmica do desenvolvimento tecnoloacutegico

Dessa forma com uma visatildeo focada no clienteconsumidor pode-se considerar

que a cadeia de valor eacute uma sequecircncia de atividades desde a origem de recursos ateacute

o descarte final de determinado produto Portanto tem-se uma visatildeo bastante abran-

gente do conceito que pode considerar desde a fase da extraccedilatildeo de mateacuteria-prima ateacute

o tratamento final que eacute dado ao produto por exemplo num enfoque de ciclo de vida

do produto21

31 - O que significa uma vantagem competitiva

O sucesso de uma empresa eacute em larga medida determinado pela atratividade

do sector em que opera mas a sua posiccedilatildeo dentro desse sector tambeacutem eacute importante

21 (httpwwwccontabeiscombrconvt14pdf) data acesso 15072012

33

Apesar de um sector poder ter uma fraca eficaacutecia uma empresa que estaacute bem posi-

cionada pode ainda assim criar lucros significativos

Diz-se que uma empresa tem uma vantagem competitiva sobre os seus con-

correntes quando manteacutem retornos que superam a meacutedia no seu sector Esta vanta-

gem decorre das caracteriacutesticas do produto que o torna superior aos produtos da con-

correcircncia

Nalgumas situaccedilotildees pode obter-se uma vantagem competitiva atraveacutes da evoluccedilatildeo

tecnoloacutegica mas esta eacute frequentemente difiacutecil de manter porque os concorrentes ra-

pidamente a copiam ou aperfeiccediloam desenvolvem novas tecnologias Uma vantagem

sustentada resulta frequentemente mais do que da tecnologia ou de modificaccedilatildeo de

produtos de outros fatores como por exemplo o simbolismo associado ndash o que o

produto significa para os consumidores (imagem de marca) e o que estes experimen-

tam na sua compra e uso Os investigadores em marketing reconhecem que os produ-

tos possuem caracteriacutesticas simboacutelicas e que o consumo de certos produtos pode de-

pender mais do seu significado social do que da sua utilidade funcional

Existe atualmente uma tendecircncia para os consumidores exigirem ldquosignificado

pessoalrdquo aos produtos e serviccedilos Torna-se essencial inovar para responder agraves emo-

ccedilotildees que influenciam as decisotildees dos consumidores Estes estatildeo cada vez menos

impressionados com as novas tecnologias e a optar por produtos que resultam ldquopara

mimrdquo Como consequecircncia palavras como emoccedilatildeo e significado pessoal encon-

tram o seu caminho nas estrateacutegias das empresas sendo importante entender os fato-

res intangiacuteveis associados ao valor percebido do produto e as percepccedilotildees na sua

globalidade positivas ou negativas Novas designaccedilotildees tais como ndash ldquofaacutecil acessiacute-

vel razoaacutevel empoderamento e pessoal ndash refletem mais a pessoa do que o obje-

to Descobrir os sentimentos e as atitudes em relaccedilatildeo aos produtos bem como conhe-

cer as razotildees das preferecircncias dos consumidores tornaram-se importantes elementos

estrateacutegicos22

32 - Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva

Em grande medida a ambiccedilatildeo da estrateacutegia da empresa eacute conseguir uma van-

tagem competitiva sustentaacutevel

22Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

34

A vantagem competitiva analisa a atividade da empresa centrando-se primei-

ramente na sua capacidade de gerar retornos superiores de capital e de vincular a

estrateacutegia de negoacutecio a mercados financeiros e de capital fundamentais por um longo

periacuteodo de tempo No fim de contas eacute a vantagem competitiva da empresa que permi-

te ter bons retornos para os seus acionistas

Sem vantagem competitiva a empresa tem uma razatildeo econoacutemica limitada para

existir ndash a sua vantagem competitiva eacute a sua razatildeo de existecircncia Sem ela a empresa

natildeo iraacute prosperar Criar uma vantagem competitiva sustentaacutevel pode ser a meta mais

importante de qualquer organizaccedilatildeo e pode mesmo ser o atributo mais importante em

que a empresa se focaliza23

33 - Como implementar vantagem competitiva

As vantagens competitivas natildeo assumem uma uacutenica forma e eacute possiacutevel que

uma empresa tenha vaacuterias vantagens competitivas e em diferentes aacutereas Ilustra-se

algumas das aacutereas onde as empresas se podem destacar e garantir o seu sucesso a

longo prazo quota de mercado gestatildeo da marca rede marcas e patentes eficaacutecia de

custos e altos custos de mudanccedila

As empresas com quotas de mercado significativas criam um problema para os

concorrentes o que eacute positivo para aquelas uma vez que os seus produtos satildeo bem

conhecidos e recebidos no mercado No entanto mesmo quando a quota de mercado

eacute consideraacutevel se o sector for atrativo ou seja tiver um potencial de lucro significativo

novos operadores podem aparecer com a consequente reduccedilatildeo da quota de merca-

do

Ter uma marca forte pode garantir o sucesso a longo prazo e tambeacutem permitir

agraves empresas obter lucros pois a sua marca permite-lhes cobrar um preccedilo especial

(premium) Marcas fortes tendem a criar uma vantagem competitiva mais duradoura

O efeito de rede ocorre quando um produto cria uma procura por parte dos

consumidores que depois amplia o produto A empresa pode beneficiar do efeito de

23 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

35

rede pela atraccedilatildeo de mais vendedores Estes por sua vez atraem mais compradores

estabelecendo-se uma quota de mercado dominante (por exemplo eBay)

Este efeito de rede natildeo eacute muito comum mas quando ocorre pode ser extre-

mamente lucrativo As marcas e as patentes podem ser fonte de vantagem competiti-

va para algumas empresas 24

34 - Como criar valor e vantagem competitiva

Uma empresa posiciona-se aproveitando os seus pontos fortes Michael Porter

defendeu que aqueles se inscrevem em dois tipos baacutesicos de vantagem competitiva

vantagem pelos custos ou diferenciaccedilatildeo Estes satildeo identificados como vantagens po-

sicionais uma vez que expressam a posiccedilatildeo da empresa no sector enquanto liacuteder nos

custos ou por diferenciaccedilatildeo

A empresa utiliza os seus recursos e capacidades para gerar uma vantagem

competitiva que por uacuteltimo resulte na criaccedilatildeo de um valor superior

As competecircncias distintivas (competecircncias nucleares) resultam de recursos

especiacuteficos e capacidades da empresa facilitam a inovaccedilatildeo a eficiecircncia a qualidade

e a receptividade dos clientes o que pode ser aproveitado para atingir quer uma es-

trutura de baixo custos quer a diferenciaccedilatildeo do produto

Uma empresa posiciona-se no seu sector atraveacutes da opccedilatildeo por baixos custos

ou diferenciaccedilatildeo Esta decisatildeo eacute uma peccedila central da estrateacutegia competitiva da em-

presa

A vantagem competitiva existe quando a empresa eacute capaz de oferecer os

mesmos benefiacutecios que os concorrentes mas a custos mais baixos (vantagem pelos

custos) ou oferecer benefiacutecios que ultrapassam a concorrecircncia (vantagem por diferen-

ciaccedilatildeo) Portanto uma vantagem competitiva permite agrave empresa criar um valor superi-

or para os seus clientes e lucros para si proacuteprio25

24 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=39ampL=5) data acesso 15072012

25 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

36

CAPITULO III

ASPECTOS DA INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE

1 ndash Inovaccedilatildeo e sustentabilidade

37

Como as empresas podem sair da teoria para a praacutetica e chegar a um no-

vo patamar de competitividade e comprometimento com praacuteticas sustentaacuteveis

Muito se fala em inovaccedilatildeo como o principal caminho para o desenvolvimento

sustentaacutevel das organizaccedilotildees e da humanidade Poreacutem em muitos setores falar sobre

esse assunto eacute ainda um exerciacutecio teoacuterico Em geral o tema eacute associado as aacutereas de

tecnologia ou pesquisa e desenvolvimento mas a inovaccedilatildeo deve acontecer tambeacutem

na lideranccedila nas accedilotildees de marketing no modelo de negoacutecios ou seja na gestatildeo co-

mo um todo

Em pesquisa realizada pela Fundaccedilatildeo Nacional da Qualidade (FNQ) em maio

e 2011 representantes de 63 empresas mostraram que 97 consideram fundamental

que as organizaccedilotildees inovem para buscar a sustentabilidade tanto do negoacutecio quanto

da economia e do planeta Apesar dessa consciecircncia 70 dos participantes do estu-

do acreditam que as empresas estatildeo preocupadas mas natildeo direcionam seus investi-

mentos em inovaccedilotildees com foco no crescimento sustentaacutevel O levantamento mostra

ainda que 27 dos entrevistados apontaram a gestatildeo como a principal preocupaccedilatildeo

das empresas em que trabalham enquanto 22 indicaram a sustentabilidade e 19 a

reduccedilatildeo de custos

De acordo com o superintendente geral da FNQ Jairo Martins ldquoos resultados

da pesquisa mostram que as empresas ainda natildeo perceberam o tamanho do problema

da sustentabilidade considerando o baixo iacutendice de organizaccedilotildees que de fato inves-

tem em inovaccedilatildeo para sustentabilidade Em sua maioria as organizaccedilotildees pensam

apenas no lado econocircmico e natildeo no tripeacute da sustentabilidade que demanda uma em-

presa economicamente soacutelida socialmente correta e ambientalmente responsaacutevel

Enquanto dominar o pensamento pelo vieacutes econocircmico cujo sucesso eacute medido pelo

PIB o atual modelo de desenvolvimento insustentaacutevel natildeo vai mudar e natildeo seratildeo in-

cluiacutedas na pauta das organizaccedilotildees as questotildees socioambientaisrdquo

O professor da Fundaccedilatildeo Getuacutelio Vargas Renato Orsato autor do livro ldquoEstra-

teacutegias de Sustentabilidade quando vale a pena ser verderdquo analisou mais de 30 ca-

sos de empresas que adotaram a inovaccedilatildeo em 20 setores ao redor do mundo Para

ele deve haver uma premissa baacutesica para falar sobre esse assunto fazer perguntas

precisas ldquoIsso porque existem centenas de milhares de formas de incluir inovaccedilatildeo e

sustentabilidade nas empresas As empresas devem conhecer bem o contexto onde

atuam e considerar tanto aspectos tangiacuteveis como intangiacuteveisrdquo afirma

38

Na opiniatildeo do professor enquanto a sustentabilidade eacute apenas um acessoacuterio agrave

estrateacutegia da empresa ela natildeo vale a pena Para inovar as organizaccedilotildees devem

questionar os modelos de negoacutecio e pensar em modelos totalmente novos

Orsato daacute o exemplo da empresa Better Place que inovou na maneira de co-

mercializar energia renovaacutevel para carros eleacutetricos ldquoO grande salto seraacute conseguir

mudanccedilas radicais nos modelos de negoacutecios As fronteiras entre os setores de energia

e mobilidade por exemplo podem mudarrdquo 26

11- Da teoria para a praacutetica

De maneira geral a inovaccedilatildeo faz sucesso em palestras de ldquoespecialistasrdquo e de

executivosrdquo explica o professor Joatildeo Amato Neto da Fundaccedilatildeo Vanzolini e Escola

Politeacutecnica da USP ldquoMas haacute empresas realmente inovadoras seja em seus produtos

em seus processos de produccedilatildeo e ateacute mesmo em seu posicionamento de mercado

Outras satildeo inovadoras na relaccedilatildeo com o mercado num sentido mais amplo Esse eacute

um grupo restrito no Brasil de empresas de excelecircncia As que tecircm excelecircncia em

inovaccedilatildeo para sustentabilidade estatildeo num grupo mais restrito ainda Do ponto de vista

da sobrevivecircncia da empresa nos proacuteximos anos esse eacute um requisito fundamentalrdquo

O professor exemplifica que no varejo haacute grandes redes como o Wall Mart

Carrefour e Patildeo de Accediluacutecar que iniciaram accedilotildees para contratar fornecedores com base

em requisitos de sustentabilidade Essas accedilotildees ainda satildeo restritas a alguns poucos

produtos e incluem por exemplo exigecircncias de embalagens que possam ser recicla-

das Satildeo accedilotildees que visam a reduccedilatildeo do uso de recursos materiais e energia de uma

forma geral (busca de maior eco eficiecircncia nos processos)

Mas como sair da teoria e colocar em praacutetica Veja os principais pontos que

uma empresa interessada em inovaccedilatildeo e sustentabilidade deve trabalhar

bull Investir no espiacuterito criativo dos colaboradores natildeo soacute daqueles que atuam nas aacutereas

de pesquisa e desenvolvimento (PampD) de produtos ou na engenharia do produto mas

num sentido mais amplo oacutetimas ideias podem surgir no chamado chatildeo de faacutebrica

26 Internet (httpwwwhsmcombrbuscarkeys=inovaccedilatildeo e sustentabilidade) data acesso 19072012

39

bull Buscar praacuteticas de gestatildeo participativa isso pode gerar ideias que trazem inovaccedilotildees

pequenas incrementais mas que no conjunto fazem muita diferenccedila

bull Usar a educaccedilatildeo para transformar paradigmas e gerar maior conscientizaccedilatildeo Natildeo

se deve pensar apenas em treinamentos que satildeo usados em geral para tarefas es-

peciacuteficas ou aplicaccedilatildeo de teacutecnicas As empresas devem investir na formaccedilatildeo dos re-

cursos humanos

bull Questionar o proacuteprio modelo de negoacutecios

bull Inserir sustentabilidade no planejamento estrateacutegico da empresa

E seraacute que eacute possiacutevel aprender a inovar De acordo com o professor Joatildeo A-

mato a inovaccedilatildeo soacute faz sentido se isso significar uma mudanccedila de mentalidade na

empresa Isso vale para induacutestria ou setor de serviccedilos ldquoNo setor financeiro temos mui-

tos exemplos de como os bancos estatildeo descobrindo novas maneira de incluir a sus-

tentabilidade em suas praacuteticas definindo criteacuterios de praacuteticas socioambientais aos

seus clientes Na realidade alguns dos grandes bancos jaacute colocaram isso no seu plano

estrateacutegicordquo conclui 27

12 ndash Sustentabilidade corporativa

Haacute vaacuterias definiccedilotildees para sustentabilidade e desenvolvimento sustentaacutevel na

literatura e organizaccedilotildees que tratam do tema arrolam outras tantas Isso decorre do

fato de a sustentabilidade ser um conceito relativamente novo possuir um caraacuteter mul-

tidisciplinar e envolver diferentes interpretaccedilotildees que refletem diferenccedilas de valor cir-

cunstacircncias localizadas e contextos especiacuteficos Aleacutem disso o conceito acaba incorpo-

rado a vaacuterios assuntos tais como a definiccedilatildeo de poliacuteticas governamentais a gestatildeo

puacuteblica regional a gestatildeo de empresas e ateacute mesmo o nosso estilo de vida (MA-

27 Internet (httpwwwhsmcombreditoriassustentabilidadeinovacao-e-ustentabilidade-de-

maos-dadas) data acesso 19072012

40

WHINNEY 2002) O foco deste artigo eacute a sustentabilidade corporativa ou seja a apli-

caccedilatildeo do conceito de sustentabilidade nas empresas

Algumas empresas brasileiras vecircm sendo citadas como casos mundiais no

acircmbito de algumas das dimensotildees da sustentabilidade corporativa HART (1997)

menciona a Aracruz Celulose como uma empresa que adota a visatildeo de desenvolvi-

mento sustentaacutevel desde o iniacutecio de suas operaccedilotildees com base no modelo de reflores-

tamento das plantaccedilotildees de eucaliptos PRAHALAD (2004) apresenta o caso da Casas

Bahia como uma empresa que atende a populaccedilatildeo de baixa renda por meio de um

modelo inovador de financiamento (SEABRA LEAL e PASSOS 2005 p10) Relatam

o caso da Natura assinalando que seus principais acionistas satildeo enfaacuteticos ao afirma-

rem que a busca da sustentabilidade eacute mais do que uma estrateacutegia de negoacutecios mdash eacute

uma filosofia de vida Outros estudos acadecircmicos nessa aacuterea tambeacutem envolvem em-

presas nacionais SILVA e KULAY (2005) apresentam um caso de aplicaccedilatildeo da Avali-

accedilatildeo do Ciclo de Vida (LCA mdash Life Cycle Assessment) para analisar os potenciais

impactos ambientais do processo de fabricaccedilatildeo de fertilizantes fosfatados em uma

empresa brasileira COSTA e GOUVINHAS (2004) analisam a adoccedilatildeo das estrateacutegias

de projeto ecoloacutegico (ecodesign) no ambiente de negoacutecios de pequenas e meacutedias em-

presas brasileiras HOPKINS (2002) discute a sustentabilidade nas operaccedilotildees internas

das empresas a partir de uma pesquisa exploratoacuteria sobre a aplicaccedilatildeo de indicadores

de responsabilidade social em quatro grandes empresas no Brasil 28

13 - O conceito de sustentabilidade corporativa

Considera-se sustentabilidade corporativa como a gestatildeo empresarial que bus-

ca equilibrar as necessidades econocircmicas das empresas com a responsabilidade pelo

desenvolvimento da sociedade e preservaccedilatildeo dos recursos naturais visando atender

agraves necessidades atuais e futuras dos elementos afetados pela empresa Esses ele-

mentos mdash que satildeo ou podem ser afetados pelos efeitos das operaccedilotildees accedilotildees e deci-

28 Internet httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

41

sotildees da empresa mdash incluem os acionistas e funcionaacuterios clientes e consumidores

fornecedores e parceiros os recursos naturais utilizados pela empresa o meio ambi-

ente e a sociedade

A sustentabilidade corporativa estaacute associada a trecircs macro objetivos a geraccedilatildeo

de valor econocircmico a responsabilidade ambiental e a responsabilidade social A gera-

ccedilatildeo de valor econocircmico estaacute relacionada com a obtenccedilatildeo de resultados econocircmicos

positivos no presente e no futuro A responsabilidade ambiental diz respeito agrave conser-

vaccedilatildeo e ao uso sustentaacutevel dos recursos naturais E a responsabilidade social con-

templa a corresponsabilidade das empresas pelo desenvolvimento da sociedade Con-

forme ELKINGTON (1997) esses objetivos satildeo inerentes aos denominados resultados

tridimensionais da sustentabilidade (triple bottom line) As empresas que adotam a

sustentabilidade corporativa devem buscar um equiliacutebrio entre o compromisso econocirc-

mico a preservaccedilatildeo ambiental e o desenvolvimento da sociedade assumindo respon-

sabilidades pelas condiccedilotildees de vida atuais e futuras29

14 - Sustentabilidade e geraccedilatildeo de valor econocircmico

A literatura ressalta a necessidade de que as iniciativas relacionadas agrave susten-

tabilidade tragam retornos positivos para as empresas REINHARDT (1999) considera

que as justificativas para os investimentos ambientais realizados pelas empresas de-

vem ser similares aos demais investimentos Nesse sentido os investimentos em ges-

tatildeo ambiental devem auferir retornos financeiros positivos ou conduzir agrave reduccedilatildeo dos

riscos SENGE e CARSTEDT (2001) satildeo mais enfaacuteticos ao considerar que o desafio

atual reside em desenvolver negoacutecios sustentaacuteveis compatiacuteveis com a realidade eco-

nocircmica Segundo esses autores novos modelos de negoacutecios e produtos inovadores

no acircmbito da sustentabilidade precisam necessariamente acarretar resultados finan-

ceiros satisfatoacuterios para se viabilizarem

Os benefiacutecios decorrentes das accedilotildees de sustentabilidade podem ser tangiacuteveis

ou intangiacuteveis Willard (2002) identifica potenciais benefiacutecios tangiacuteveis como aqueles

associados agrave reduccedilatildeo de custos na manufatura agrave reduccedilatildeo de custos comerciais ao

aumento do faturamento e ao aumento da participaccedilatildeo no mercado Como benefiacutecios

intangiacuteveis considera a maior facilidade na contrataccedilatildeo de talentos a maior retenccedilatildeo

29 Internet httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

42

dos principais talentos o aumento da produtividade dos funcionaacuterios a reduccedilatildeo dos

riscos e as maiores facilidades de financiamento NEMLI (2004) considera que os be-

nefiacutecios devem ser mensurados ao longo de trecircs dimensotildees reduccedilatildeo de custos e au-

mento da lucratividade aumento da reputaccedilatildeo e criaccedilatildeo de diferenciaccedilatildeo crescimento

da empresa em termos de capacidade de inovaccedilatildeo e uso de tecnologias limpas

A perspectiva de geraccedilatildeo de valor econocircmico estaacute acoplada a uma visatildeo mais holiacutesti-

ca do bom funcionamento da economia Nesse sentido HAWKEN LOVINS e LOVINS

(1999) consideram que o capitalismo natural pode ser o gatilho para a proacutexima revo-

luccedilatildeo industrial em que quatro tipos de capital sustentam o bom funcionamento da

economia o capital humano (pessoas conhecimento e cultura) o capital financeiro

(caixa investimentos e instrumentos monetaacuterios) o capital industrial (infra estrutura

faacutebricas e maacutequinas) e o capital natural (recursos naturais sistemas de vida e ecossis-

tema) Conforme SENGE e CARSTEDT (2001) a geraccedilatildeo de valor econocircmico por

empresas sustentaacuteveis depende de forma ampla da adoccedilatildeo de uma realidade eco-

nocircmica que conecta a induacutestria a sociedade e o meio ambiente Por outro lado mes-

mo na realidade atual a reduccedilatildeo do desperdiacutecio e do fluxo destrutivo dos recursos

pode representar uma importante oportunidade de negoacutecios (LOVINS LOVINS e

HAWKEN 1999) 30

15 - Sustentabilidade e responsabilidade ambiental

Vaacuterios autores assinalam a importacircncia da questatildeo da estrateacutegia ambiental das

empresas no acircmbito da sustentabilidade corporativa HART (1997) considera a polui-

ccedilatildeo a exaustatildeo dos recursos naturais e a pobreza como os principais desafios da sus-

tentabilidade Segundo o autor a estrateacutegia ambiental das empresas em geral evolui

segundo trecircs estaacutegios prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo produtos ambientalmente corretos e

produccedilatildeo limpa Aleacutem disso uma estrateacutegia ambiental integrada natildeo deve direcionar-

se somente para o desenvolvimento de competecircncias internas mas tambeacutem conside-

rar o relacionamento com os clientes fornecedores outras empresas agentes gover-

30 Internet

(httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext)

data de acesso 2107201230

43

namentais e acionistas Da mesma forma BARBIERI (2004) cita trecircs abordagens para

a gestatildeo ambiental empresarial controle da poluiccedilatildeo prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo e abor-

dagem estrateacutegica A prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo incorpora duas preocupaccedilotildees ambientais

principais o uso sustentaacutevel dos recursos e o controle da poluiccedilatildeo Os instrumentos

tradicionais para o uso sustentaacutevel dos recursos satildeo referenciados pelo autor como

4Rs reduccedilatildeo da poluiccedilatildeo na fonte reutilizaccedilatildeo reciclagem e recuperaccedilatildeo energeacutetica

HOFFMAN (2000) sugere que a estrateacutegia ambiental determine o alinhamento

entre a proteccedilatildeo ambiental e o crescimento econocircmico da empresa O desenvolvimen-

to da estrateacutegia ambiental deve analisar os concorrentes os parceiros os produtos as

mateacuterias-primas as perdas e os resiacuteduos da empresa O autor considera que a estra-

teacutegia ambiental pode ser direcionada por quatro fatores o mercado (composto pelos

consumidores associaccedilotildees concorrentes e consultores) os provedores de recursos

(clientes seguradoras fornecedores bancos e investidores) os elementos coercivos

(regulamentos locais legislaccedilatildeo internacional) e os elementos sociais (instituiccedilotildees

religiosas organizaccedilotildees natildeo-governamentais comunidade mundo acadecircmico im-

prensa e poder judiciaacuterio) 31

16 - Sustentabilidade e responsabilidade social

Os defensores da responsabilidade social argumentam que as empresas de-

vem assumir um compromisso com o desenvolvimento da sociedade As empresas

devem executar accedilotildees para fomentar o desenvolvimento social a inclusatildeo social e

contribuir para a melhoria das condiccedilotildees de vida da populaccedilatildeo mais necessitada Al-

guns autores consideram que essas atividades natildeo satildeo puramente filantroacutepicas uma

vez que as empresas podem auferir benefiacutecios de negoacutecios em funccedilatildeo delas Outros

sugerem ainda que a responsabilidade social esteja associada agrave proacutepria estrateacutegia

empresarial por exemplo SEABRA LEAL e PASSOS (2005) assinalam que os prin-

31 ) Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

44

cipais acionistas da Natura consideram que a responsabilidade social estaacute intimamen-

te ligada agrave estrateacutegia de negoacutecios da empresa

PRAHALAD e HAMMOND (2002) observam que aproximadamente 65 da

populaccedilatildeo mundial mdash cerca de quatro bilhotildees de pessoas mdash ganham menos do que

2000 USDano Esse eacute um mercado praticamente inexplorado pelas empresas multi-

nacionais Segundo os autores as empresas que desejam entrar nesse mercado de-

vem repensar seus modelos de negoacutecios praacuteticas gerenciais e indicadores de desem-

penho Eacute um mercado de novas fontes de receita que exige melhoria na eficiecircncia

operacional e fomento da inovaccedilatildeo A atuaccedilatildeo bem-sucedida para atender agrave denomi-

nada populaccedilatildeo na base da piracircmide pode trazer resultados econocircmicos positivos agraves

empresas e simultaneamente contribuir para a melhoria das condiccedilotildees de vida das

pessoas economicamente menos favorecidas

PORTER e KRAMER (2002) consideram que eacute possiacutevel agraves empresas obterem

a convergecircncia de interesses entre as atividades filantroacutepicas e os objetivos de negoacute-

cios A filantropia pode oferecer oportunidades para as empresas melhorarem seu

contexto competitivo considerando que as atividades filantroacutepicas podem potencial-

mente atuar sobre quatro elementos inter-relacionados da competitividade empresari-

al na disponibilidade dos insumos de produccedilatildeo nas condiccedilotildees de demanda nas con-

diccedilotildees de competiccedilatildeo e rivalidade e na presenccedila das induacutestrias de insumos e suporte

Nesse sentido a filantropia deveria ser considerada uma abordagem claramente estra-

teacutegica pelas empresas WADDOCK e SMITH (2000) adotam um raciociacutenio similar

afirmando que a responsabilidade social e o desempenho corporativo financeiro an-

dam juntos e natildeo como trade-offs

HALL et al (2005) constatam que algumas empresas podem ser socialmente

vulneraacuteveis Segundo esses autores a vulnerabilidade social eacute atribuiacuteda agraves empresas

que apresentam grande importacircncia estrateacutegica para o desenvolvimento econocircmico e

social dos paiacuteses onde operam Eles citam empresas cujo papel extrapola a criaccedilatildeo de

valor aos acionistas sendo consideradas como orgulhos nacionais para seus paiacuteses

Satildeo citadas como exemplos a Siemens na Alemanha a Toyota no Japatildeo a Embraer

no Brasil e a Bombardier no Canadaacute Aleacutem da questatildeo econocircmica essas empresas

desempenham importante papel social em seus respectivos paiacuteses Outras empresas

45

brasileiras tambeacutem poderiam ser citadas como a Petrobras a Companhia Vale do Rio

Doce o Bradesco entre outras 32

2 - Gestatildeo da inovaccedilatildeo para a sustentabilidade

A busca da inovaccedilatildeo e a gestatildeo da inovaccedilatildeo em geral satildeo mediadas por as-

pectos essencialmente econocircmicos e estrateacutegicos Entretanto na medida em que ou-

tras restriccedilotildees compotildeem o ambiente de atuaccedilatildeo das empresas outros fatores podem

impulsionar a inovaccedilatildeo Isso tambeacutem eacute vaacutelido ao se considerarem aspectos de susten-

tabilidade como condicionantes da inovaccedilatildeo

HART e CHRISTENSEN (2002) sugerem que as inovaccedilotildees radicais podem

pavimentar o caminho para as empresas combinarem um crescimento sustentaacutevel

com responsabilidade social HART e MILTEIN (1999) consideram que os desafios

impostos pela sustentabilidade global podem atuar como catalisadores para um novo

estaacutegio de destruiccedilatildeo criativa das empresas Eles associam a preocupaccedilatildeo ecoloacutegica

com melhorias contiacutenuas e a sustentabilidade global com melhorias radicais Nesse

sentido argumentam que a sustentabilidade pode criar oportunidades sem preceden-

tes agraves empresas O raciociacutenio de SENGE e CARSTEDT (2001) eacute similar Esses auto-

res consideram que o foco restrito na eficiecircncia ecoloacutegica pode distrair as empresas da

busca de produtos e modelos de negoacutecios radicalmente diferentes dos atuais Eacute a sus-

tentabilidade global que iraacute motivar as empresas a procurarem novos modelos men-

tais a enfatizarem a aprendizagem e atentarem para a gestatildeo de mudanccedilas

PORTER e VAN DER LINDE (1995) consideram que as regulamentaccedilotildees am-

bientais impotildeem pressotildees competitivas nas empresas motivando-as a inovar VOL-

LENBROEK (2002) propotildee um processo que direciona a inovaccedilatildeo para o desenvolvi-

mento da sustentabilidade denominado gestatildeo da transiccedilatildeo Ele considera que a ino-

vaccedilatildeo natildeo gera automaticamente o progresso da sociedade pois precisa ser condi-

cionada para tanto Os esforccedilos para o desenvolvimento sustentaacutevel precisam ser di-

recionados pela sociedade e esta participa das decisotildees visando obter um balancea-

mento adequado entre os objetivos econocircmicos ecoloacutegicos e sociais A inovaccedilatildeo seraacute

decorrecircncia

32 Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

46

HALL e VREDENBURG (2003) afirmam que os gestores tecircm dificuldades para

lidar com as pressotildees do desenvolvimento sustentaacutevel Eles consideram que as estra-

teacutegias de inovaccedilatildeo das empresas geralmente satildeo inadequadas para acomodar as

complexidades e incertezas inerentes agraves novas demandas impostas pelo desenvolvi-

mento sustentaacutevel Dessa forma sugerem que a estrateacutegia empresarial integre tam-

beacutem os objetivos da inovaccedilatildeo e do desenvolvimento sustentaacutevel Em contraponto agrave

abordagem tradicional da inovaccedilatildeo ditada pelo mercado propotildeem que as empresas

adotem a inovaccedilatildeo para o desenvolvimento sustentaacutevel que incorpora as restriccedilotildees

sociais e as pressotildees ambientais bem como contempla as necessidades das futuras

geraccedilotildees Como seraacute visto no texto que segue a inovaccedilatildeo foi tambeacutem um ingrediente

essencial para o desenvolvimento e o sucesso do projeto estudado na presente pes-

quisa33

CONCLUSAtildeO

O objetivo desse estudo foi verificar e compreender o conceito de inovaccedilatildeo e a

sua aplicabilidade nas organizaccedilotildees assim como a vantagem competitiva no modelo

de negoacutecio por meio da co-criaccedilatildeo de valor

33 Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data acesso 21072012

47

Inovaccedilatildeo e criatividade satildeo essenciais para o continuo desenvolvimento e competi-

tividade de uma naccedilatildeo

Coisas boas acontecem quando o pensamento inovador comeccedila ele poderaacute

ajudar a criar novos produtos melhoria nos processos novas tecnologias tornando

a empresa mais competitiva Tomando conhecimento da grande variedade de produ-

tos e serviccedilos oferecidos pelas organizaccedilotildees pode se observar que nem sempre se

chega ao resultado em melhores experiecircncias de consumo nesse cenaacuterio certas em-

presas adotam a co-criaccedilatildeo de valor ndash participaccedilatildeo do cliente no processo produtivo ndash

para inovar no modelo de negoacutecio agregando valor a sua oferta buscando assim se

diferenciar das demais empresas Apesar da inovaccedilatildeo indicar um caminho seguro

para obter vantagem competitiva sustentaacutevel e defender posiccedilotildees estrateacutegicas no

mercado o seu sucesso natildeo eacute garantido necessitando que os gestores conheccedilam e

compreendam a dinacircmica dos processos da gestatildeo da inovaccedilatildeo dentro de suas orga-

nizaccedilotildees e realidades especiacuteficas

O modelo de organizaccedilatildeo inovadora sustentaacutevel eacute uma resposta agraves pressotildees

institucionais por uma organizaccedilatildeo que seja capaz de inovar com eficiecircncia em termos

econocircmicos mas com responsabilidade social e ambiental Esse tipo de organizaccedilatildeo

busca vantagem competitiva desenvolvendo produtos serviccedilos processos e negoacutecios

novos ou modificados com base nas dimensotildees social ambiental e econocircmica Ela

reuacutene duas caracteriacutesticas essenciais eacute inovadora e orientada para a sustentabilidade

Tendo em vista o fenocircmeno do isomorfismo institucional (concentraccedilatildeo de for-

mas organizacionais nos diversos setores produtivos) o modelo das organizaccedilotildees

inovadoras sustentaacuteveis vem ganhando rapidamente cada vez mais espaccedilo nas em-

presas liacutederes Esses fatos permitem dizer que o movimento do desenvolvimento sus-

tentaacutevel eacute um dos movimentos mais importantes do nosso tempo e a julgar pela vita-

lidade dos fatores institucionais presentes em praticamente todo o mundo pode-se

inferir que ele continuaraacute se propagando por muitas deacutecadas

Desse modo o aprimoramento dos modelos de organizaccedilatildeo sustentaacuteveis as

diversas formas da sua institucionalizaccedilatildeo em acircmbito global o desenvolvimento de

tecnologias sustentaacuteveis a gestatildeo de inovaccedilotildees para o desenvolvimento sustentaacutevel

seratildeo temas cada vez mais importantes nos estudos futuros Como o sistema opera-

cional produtivo e as inovaccedilotildees de produto e de processo ao atender as trecircs dimen-

sotildees da sustentabilidade devem gerar ganhos para o meio ambiente em termos de

reduccedilatildeo no uso de recursos e de emissotildees de poluentes o aumento da produccedilatildeo pelo

incitamento agrave demanda por novos produtos pode neutralizar ou ateacute superar esses ga-

nhos Levar em conta essa possibilidade dando-lhe um tratamento adequado eacute um dos

48

maiores desafios para o alinhamento das empresas ao modelo de organizaccedilatildeo inova-

dora sustentaacutevel

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

A importacircncia da inovaccedilatildeo Internet (httpwwwscielobrpdfraev42n2v42n2a16pdf) data de acesso 19052012

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20de2520Inova25E725E3o2FArtigos2FInova25E725E3odocampei=Ex32T

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Capital intelectual Internet

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Como implantar cultura de inovaccedilatildeo na organizaccedilatildeo Internet

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Como implementar vantagem competitiva Internet

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Como criar valor e vantagem competitiva Internet

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Conceito de criatividade Internet

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Inovaccedilatildeo nas empresas Internet (httpolhardigitaluolcombrnegociosdigital_newsnoticiascomo-gerar-inovacao-nas-empresas) data de acesso 19052012

Inovaccedilatildeo no Brasil Internet (httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0101-33002007000200002) data de acesso 19052012

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O conceito de sustentabilidade corporativa Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext)

O que eacute inovaccedilatildeo Internet (httpptwikipediaorgwikiInovaC3A7C3A3o) data de acesso 20052012

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O que significa vantagem competitiva Internet

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Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva Internet

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Processos de inovaccedilatildeo Internet httpwwwliincufrjbrfrattachments055_saritalivropdfpage=122) data de acesso 03062012

Processos de inovaccedilatildeo nas organizaccedilotildees Internet

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Ho16zYBgampusg=AFQjCNEz7MKNTbjYj81PrvG) data de acesso 03062012

Sustentabilidade e geraccedilatildeo de valor econocircmico Internet

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Sustentabilidade e responsabilidade ambiental Internet

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PRAHALAD C K KRISHNAN M S A nova era inovaccedilatildeo Rio de Janeiro editora

Elsevier 2008

PRAHALAD C K RAMASWAMY Venkatram O futuro da competiccedilatildeo como desen-

volver diferenciais inovadores em parceria com os clientes Rio de Janeiro editora

Elsevier 2004

  • AGRADECIMENTOS
  • CAPIacuteTULO III- Aspectos da inovaccedilatildeo e sustentabilidade37
  • Inovaccedilatildeo e sustentabilidade37
  • 32 - Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva
  • 33 - Como implementar vantagem competitiva
  • 34 - Como criar valor e vantagem competitiva
Page 4: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · duzir os processos de inovação dentro da organização. 6 ... CAPÍTULO I - Estrutura da criação de valor e inovação.....11

4

AGRADECIMENTOS

Digo obrigado primeiramente a Deus e aos meus familiares pela

forccedila para concluir mais uma etapa da minha vida aos amigos professo-

res e colegas de graduaccedilatildeo pela convivecircncia e amizade durante todo o

curso e a todas as pessoas que direta ou indiretamente contribuiacuteram pa-

ra que este trabalho fosse terminado Que a Deus esteja com vocecircs

5

RESUMO

Hoje a inovaccedilatildeo e agrave criaccedilatildeo de valor eacute de fundamental importacircncia pois atra-

veacutes dela as organizaccedilotildees tornam-se capazes de alcanccedilar outros nichos de negoacutecios e

novos produtos e assim manterem-se ou tornarem-se competitivas nos seus merca-

dos aonde atuam Contudo na maioria dos casos as empresas usam os concorren-

tes como base de referecircncia para as proacuteprias iniciativas de criaccedilatildeo de valor e inova-

ccedilatildeo Com isso as estrateacutegias competitivas tendem a serem muito parecidas dentro de

um mesmo mercado e apenas a empresa que se afasta do grupo competitivo conse-

gue cumprir seu papel aumentando a competitividade e consequentemente atingir o

sucesso

Haacute muito discurso das empresas em relaccedilatildeo a criaccedilatildeo e inovaccedilatildeo mas na praacute-

tica observa-se que poucas satildeo as empresas que de fato estatildeo trabalhando com esse

processo ainda que num sentido amplo Eacute claro que o momento de crise favorece o

modismo mas a experiecircncia mostra que apenas empresas que jaacute tenham entre seus

valores a cultura da busca pelo novo e a coragem de arriscar eacute que satildeo mais bem su-

cedidas em suas investidas no campo da inovaccedilatildeo

Um dos principais fatores restritivos agrave capacidade de criar valor e inovar en-

contra-se no papel desempenhado pelas lideranccedilas - em outras palavras o desconhe-

cimento dos gestores sobre como identificar recursos criar sinergia entre eles e con-

duzir os processos de inovaccedilatildeo dentro da organizaccedilatildeo

6

METODOLOGIA

Os meacutetodos que levam ao problema proposto como leitura de livros jor-

nais revistas palestras e a trabalhos feitos apoacutes coleta de dados pesquisa bibliograacute-

fica e a observaccedilatildeo do objeto de estudo etc Os principais autores utilizados na reali-

zaccedilatildeo dessa pesquisa foram PRAHALAD e KRISHNAN (2008) RAMASWAMY (2004)

e HAMEL (2003)

7

SUMAacuteRIO

INTRODUCcedilAtildeO11

CAPIacuteTULO I - Estrutura da criaccedilatildeo de valor e inovaccedilatildeo11

1- A importacircncia da inovaccedilatildeo11

11ndash Inovaccedilatildeo nas empresas12

12- Inovaccedilatildeo no Brasil13

13- O que eacute inovaccedilatildeo15

2 - Processos de inovaccedilatildeo 16

21- Processos de inovaccedilatildeo nas organizaccedilotildees17

22ndash Funccedilotildees tiacutepicas no processo de inovaccedilatildeo18

23ndash Como implantar cultura de inovaccedilatildeo na organizaccedilatildeo19

24ndash Organizaccedilotildees inovadoras sustentaacuteveis20

25ndash A inovaccedilatildeo como funccedilatildeo de aprendizagem organizacional22

CAPIacuteTULO II- Desenvolvimento da criatividade24

1- Capital intelectual24

2- Criatividade25

21- Conceito de criatividade27

22- Criatividade do ponto de vista pessoal28

23-Criatividade do ponto de vista empresarial28

24- Criatividade e a visatildeo estrateacutegica da empresa29

25- Reconfiguraccedilatildeo dinacircmica do talento30

8

3- Cadeia de valor e vantagem competitiva31

31- O que significa uma vantagem competitiva33

32- Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva34

33- Como implantar vantagem competitiva34

34- Como criar valor e vantagem competitiva35

CAPIacuteTULO III- Aspectos da inovaccedilatildeo e sustentabilidade37

1- Inovaccedilatildeo e sustentabilidade37

11- Da teoria para a praacutetica38

12- Sustentabilidade corporativa40

13- O conceito de sustentabilidade corporativa41

14- Sustentabilidade e geraccedilatildeo de valor econocircmico41

15- Sustentabilidade e responsabilidade ambiental43

16- Sustentabilidade e responsabilidade social44

2- Gestatildeo da inovaccedilatildeo para a sustentabilidade45

CONCLUSAtildeO47

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA48

BIBLIOGRAFIA CITADA51

9

INTRODUCcedilAtildeO

O conceito de inovaccedilatildeo eacute cada vez mais difundido no ambiente organizacional

FREEMAN e SOETE apud BARBIERI (2004) afirmam que as empresas que natildeo ino-

vam natildeo conseguem sobreviver Os gestores das empresas tambeacutem estatildeo conscien-

tes da importacircncia da inovaccedilatildeo para o crescimento dos negoacutecios e para a sua lucrati-

vidade

A inovaccedilatildeo eacute comumente vista como a implementaccedilatildeo de novos produtos ou

serviccedilos Poreacutem pode-se inferir que as inovaccedilotildees em produto ou ateacute mesmo em pro-

cesso satildeo restritas diante do que se faz necessaacuterio um comportamento inovador que

envolva toda a organizaccedilatildeo ateacute sua maneira de gestatildeo Assim surge a inovaccedilatildeo or-

ganizacional tambeacutem chamada de inovaccedilatildeo no modelo de negoacutecios Ela parte da

premissa de que a uacutenica forma de escapar da concorrecircncia eacute introduzir um novo mo-

delo de negoacutecio ou alterar radicalmente o existente HAMEL (2003)

Poreacutem a inovaccedilatildeo soacute teraacute importacircncia se criar valor para os clientes e para a

empresa dessa forma a criaccedilatildeo de um novo produto ou serviccedilo natildeo basta ela deve

ter valor para o consumidor Assim alguns autores PRAHALAD RAMASWAMY

(2004) TAPSCOTT WILLIAMS (2007) tecircm demonstrado que diante do cenaacuterio atual

caracterizado por intensa competiccedilatildeo deve-se buscar na criaccedilatildeo desse valor a inte-

raccedilatildeo dos clientes com a empresa ou seja a co-criaccedilatildeo de valor

Dessa maneira considerando a importacircncia que os gestores tecircm dado agrave inova-

ccedilatildeo no modelo de negoacutecio bem como a necessidade de as empresas buscarem no-

vas formas de gerar valor o presente estudo foi realizado com o intuito de verificar se

esse tipo de inovaccedilatildeo por meio da co-criaccedilatildeo de valor PRAHALAD RAMASWAMY

(2004) pode diferenciar a empresa das demais e obter vantagem competitiva POR-

TER (2001) Para aferir essa possibilidade foram considerados aspectos relevantes

acerca de estrateacutegia envolvidos na obtenccedilatildeo da vantagem sobre os concorrentes

bem como a respeito de inovaccedilatildeo e da co-criaccedilatildeo de valor

Essas questotildees portanto foram contempladas para se tentar chegar agrave respos-

ta para a pergunta haacute relaccedilatildeo entre a obtenccedilatildeo de vantagem competitiva e a inovaccedilatildeo

no modelo de negoacutecio por meio da co-criaccedilatildeo de valor

10

A revoluccedilatildeo cientiacutefica - tecnoloacutegica dos uacuteltimos 30 anos opera transformaccedilotildees

profundas natildeo soacute nas formas de produccedilatildeo da vida material como tambeacutem na produ-

ccedilatildeo do proacuteprio conhecimento Essas transformaccedilotildees alimentam a hoje chamada Soci-

edade do Conhecimento em que este e todas as formas de sua circulaccedilatildeo satildeo indis-

pensaacuteveis em todos os campos de atividade humana Neste sentido a ciecircncia trans-

borda seu proacuteprio campo e atravessa as estruturas e relaccedilotildees sociais em muacuteltiplas

articulaccedilotildees

A nova produccedilatildeo do conhecimento descrita por GIBBONS et al (1994) ndash

entre outros ndash apresenta caracteriacutesticas correlatas agraves mudanccedilas verificadas no modo

de produccedilatildeo de bens materiais As novas exigecircncias de flexibilidade agilidade inter-

disciplinaridade qualidade e resposta a demandas sociais supotildeem necessariamente

um novo patamar de comunicabilidade entre campos esferas paradigmas institui-

ccedilotildees comunidades e atores sociais envolvidos no (e com) o campo cientiacutefico assim

como novas perspectivas de formaccedilatildeo de recursos humanos

Existe ainda uma defasagem entre as mudanccedilas na base econocircmica e as

formas de organizaccedilatildeo sociais e poliacutetico-institucionais As diversas manifestaccedilotildees da

crise atual (desemprego estrutural desaceleraccedilatildeo da produtividade crise de valor es

e falta de perspectiva ) resultam da incompatibilidade entre as novas formas de pro-

duccedilatildeo e novas tecnologias de um lado e sistemas sociais e organizacionais obsole-

tos de outro FREEMAN (1995) A coerecircncia ndash ou compatibilidade nos termos de Fre-

eman ndash precisaria ser restabelecida

O presente estudo representa a importacircncia da inovaccedilatildeo e desenvolvimento

nas empresas e no Brasil como alavanca de sucesso e seus fatores internos e exter-

nos

Inovaccedilatildeo eacute um modelo estrateacutegico de gestatildeo de recursos organizacionais dos

quais fazem parte os recursos humanos tecnoloacutegicos e financeiros com o objetivo de

desenvolver processos rotinas e sistemas que propiciem o desenvolvimento e melho-

rias dos produtos e serviccedilos que a empresa oferece ao mercado e as maneiras como

o faz de forma a obter vantagem competitiva

Existem inuacutemeras maneiras de inovar dentre as quais podemos mencionar em

gestatildeo de pessoas em gestatildeo organizacional em modelos de negoacutecios de comercia-

lizaccedilatildeo e abordagens de marketing

11

CAPIacuteTULO I

A ESTRUTURA DA CRIACcedilAtildeO DE VALOR E A INOVACcedilAtildeO

1 ndash A Importacircncia da Inovaccedilatildeo

O cenaacuterio competitivo contemporacircneo tem sido regido pela revoluccedilatildeo tecnoloacute-

gica globalizaccedilatildeo hiper-competitividade e extrema ecircnfase sobre preccedilo qualidade e

satisfaccedilatildeo do consumidor exigindo um foco na inovaccedilatildeo como competecircncia estrateacutegi-

ca Enquanto se deu maior ecircnfase agrave inovaccedilatildeo incremental na uacuteltima deacutecada menos

atenccedilatildeo foi dispensada agrave inovaccedilatildeo radical ou revolucionaacuteria Como consequecircncia

muito se conhece sobre a implementaccedilatildeo da inovaccedilatildeo incremental ao passo que a

inovaccedilatildeo radical eacute ainda muito pouco compreendida FOSTER (1986) UTTERBACK

(1994) CHRISTENSEN (1997) HAMEL ( 2000) Isso eacute verdadeiro apesar de a impor-

tacircncia da inovaccedilatildeo radical ter sido ressaltada por vaacuterios consultores e estudiosos da

aacuterea de negoacutecios

Muitos autores reconhecem as dificuldades do gerenciamento da inovaccedilatildeo ra-

dical em empresas soacutelidas de grande porte CHRISTENSEN (1997) por exemplo

indica ser bastante incomum que empresas que gerenciam adequadamente linhas

consistentes de negoacutecios percebam com antecedecircncia e respondam de forma efetiva

agraves tecnologias de ruptura provenientes de fontes externas (ver tambeacutem LEONARD-

BARTON (1995) KATZ e ALLEN (1985) KANTER (1989b) TUSHMAN e OrsquoREILLY

(1997) DOUGHERTY (1992) BLOCK e MACMILLAN (1993)

As inovaccedilotildees transformam o relacionamento entre consumidores e fornecedo-

res reestruturam aspectos econocircmicos do mercado desestabilizam produtos existen-

tes e datildeo origem a categorias de produtos completamente novas Elas proporcionam o

motor para o crescimento em longo prazo que os liacutederes empresariais procuram Infe-

lizmente reconhecer a importacircncia das inovaccedilotildees radicais eacute bem diferente de desen-

volvecirc-las e comercializaacute-las

As empresas que obtiveram sucesso em longo prazo intercalam a inovaccedilatildeo in-

cremental com a inovaccedilatildeo radical que gera novos mercados e oportunidades de ne-

goacutecios ver MORONE (1993) TUSHMAN e OrsquoREILLY (1997) Assim como eacute evidente

a importacircncia da inovaccedilatildeo radical para as empresas interessadas no crescimento e na

renovaccedilatildeo em longo prazo eacute claro tambeacutem que empresas grandes e soacutelidas enfren-

tam dificuldades para administrar esse processo Grandes empresas bem estabeleci-

12

das satildeo extremamente proficientes em gerenciar eficiecircncias operacionais e apresen-

tar produtos de nova geraccedilatildeo No entanto as incertezas que surgem com a comercia-

lizaccedilatildeo de novas tecnologias para mercados que podem ainda nem existir exigem

competecircncias amplamente diferentes Inovaccedilatildeo eacute um modelo estrateacutegico de gestatildeo

de recursos organizacionais dos quais fazem parte os recursos humanos tecnoloacutegi-

cos e financeiros com o objetivo de desenvolver processos rotinas e sistemas que

propiciem o desenvolvimento e melhorias dos produtos e serviccedilos que a empresa ofe-

rece ao mercado e as maneiras como o faz de forma a obter vantagem competitiva1

11- Inovaccedilatildeo nas Empresas

De acordo com FREEMAN o conceito de inovaccedilatildeo consiste no processo que

inclui as atividades teacutecnicas concepccedilatildeo desenvolvimento gestatildeo e que resulta na

comercializaccedilatildeo de novos (ou melhorados) produtos ou na primeira utilizaccedilatildeo de no-

vos (ou melhorados) processos

Com o desenvolvimento de novos conhecimentos estrateacutegicos pelas organiza-

ccedilotildees esses fossos organizacionais ao longo das fronteiras podem ser aterrados para

a co-criaccedilatildeo de novas abordagens ao nexo de N=1 e R=G A arquitetura social das

empresas deve desenvolver capacidade a raacutepida criaccedilatildeo de conhecimento por meio

do desenvolvimento de cultura organizacional e de estrutura motivacional adequadas

A arquitetura teacutecnica precisa construir recursos para capacitaccedilatildeo desse processo

Para noacutes essas decepccedilotildees com a gestatildeo de processos natildeo satildeo surpreendentes O

que falta na doaccedilatildeo da maioria dessas iniciativas eacute uma perspectiva que inclua inova-

ccedilatildeo e criaccedilatildeo de valor natildeo apenas reduccedilatildeo de custos Alguns desses projetos que

enfatizam os processos satildeo aprovados agraves cegas pelas organizaccedilotildees sem considerar

a necessidade primordial de equilibrar as demandas por inovaccedilatildeo e eficiecircncia

Se os gestores natildeo partirem de um ponto de vista sobre como querem competir

e impulsionar a mudanccedila no dia a dia em cada reuniatildeo em cada relatoacuterio para criar

situaccedilotildees reais de foco na inovaccedilatildeo e na criaccedilatildeo de valor eacute provaacutevel que se sintam

desapontados Aleacutem disso geralmente eles se esquecem de que a conversatildeo dos

processos internos em fatores estrateacutegicos para os resultados requer mudanccedilas natildeo

1 Internet (httpwwwscielobrpdfraev42n2v42n2a16pdf) data de acesso 19052012

13

soacute gerenciais e culturais mas tambeacutem tecnoloacutegicas (PRAHALADCK KRISH-

NANMSA nova era da inovaccedilatildeo 2008 p135)

Open innovation eacute um modelo que as companhias estatildeo adotando cada vez

mais em resposta a um mundo crescentemente globalizado e caracterizado pela parti-

lha aberta de informaccedilotildees com o objetivo de produzir conhecimento Esse modelo se

baseia na colaboraccedilatildeo em rede da empresa com fornecedores clientes universida-

des e ateacute concorrentes A partir desse conceito a inovaccedilatildeo antes uma aacuterea limitada

aos departamentos internos de Pesquisa e Desenvolvimento como era a loacutegica vigen-

te ateacute as deacutecadas de 70 a 90 passou a ser buscada aleacutem das fronteiras das organiza-

ccedilotildees

Acredito que a interaccedilatildeo seja a chave para esse processo se tornar real e mais

do que isso ela eacute a fonte para a inovaccedilatildeo Por isso as redes sociais representam hoje

a melhor plataforma de interaccedilatildeo para as empresas interessadas em inovaccedilatildeo aberta

O desafio que se impotildee entretanto eacute criar tecnologias que gerenciem a troca de in-

formaccedilotildees realizadas nessa miacutedia2

12- Inovaccedilatildeo no Brasil

O desenvolvimento tecnoloacutegico e a inovaccedilatildeo de um paiacutes dependem em grande

parte da formaccedilatildeo de recursos humanos capacitados bem como de investimentos

consistentes contiacutenuos de longo prazo e de porte O Brasil adotou a estrateacutegia de

que a pesquisa acadecircmica geraria conhecimento que naturalmente se transformaria

em inovaccedilotildees tecnoloacutegicas o que natildeo estaacute refletindo a realidade do setor no paiacutes

O Brasil sempre investiu de forma inconstante e em quantidade insuficiente os

recursos puacuteblicos federais e estaduais no desenvolvimento de ciecircncia e tecnologia

(com exceccedilatildeo do estado de Satildeo Paulo) o que sempre preocupou a comunidade cien-

tiacutefica e empresarial do paiacutes Aleacutem disso o setor empresarial tambeacutem investiu e ainda

continua investindo muito timidamente ao contraacuterio do que ocorreu nos modelos de

paiacuteses como a Coreacuteia do Sul Este uacuteltimo paiacutes investiu na formaccedilatildeo de recursos hu-

manos (em niacutevel de graduaccedilatildeo) habilitando-os para atuar em vaacuterios segmentos do

2 Internet (httpolhardigitaluolcombrnegociosdigital_newsnoticiascomo-gerar-inovacao-nas-

empresas) data de acesso 19052012

14

desenvolvimento tecnoloacutegico As inovaccedilotildees geradas produziram o retorno desejado e

o setor produtivo assumiu o papel de executor das pesquisas e de seu financiamento

sustentando hoje cerca de 75 das pesquisas niacutevel encontrado apenas nos paiacuteses

desenvolvidos Em resumo natildeo haacute investimento consistente de longo prazo e de porte

em ciecircncia tecnologia e inovaccedilatildeo no Brasil seja puacuteblico ou privado

Apesar disso houve no Brasil um grande avanccedilo cientiacutefico nos uacuteltimos trinta

anos A iniciativa consistente para construir a competecircncia cientiacutefica atraveacutes do trei-

namento de pessoal qualificado dentro e fora do paiacutes foi indiferente agraves oscilaccedilotildees poliacute-

tico-econocircmicas tanto em niacutevel federal como estadual hoje o Brasil responde por

13 dos artigos cientiacuteficos publicados em revistas indexadas internacionais Estabe-

leceu-se ainda no paiacutes uma forte estrutura de poacutes-graduaccedilatildeo responsaacutevel pela forma-

ccedilatildeo de cerca de 10 mil doutores por ano e que em trinta anos levou o Brasil a triplicar

sua contribuiccedilatildeo cientiacutefica relativa no mundo 3

O Brasil tem talento empreendedor de sobra e pesquisa cientiacutefica de excelecircn-

cia Mas sem um ambiente encorajador para inovaccedilatildeo o paiacutes natildeo conseguiraacute trans-

formar conhecimento em desenvolvimento econocircmico

Essa foi agrave anaacutelise predominante entre os pesquisadores e liacutederes empresariais

que participaram de um seminaacuterio realizado (18052007) em conjunto pelo Centro de

Economia da Criatividade e da Inovaccedilatildeo (CIEC - na sigla em inglecircs) da Universidade

George Washington nos Estados Unidos e pela Faculdade de Economia Administra-

ccedilatildeo e Contabilidade da Universidade de Satildeo Paulo (FEA -USP)

Para o diretor do CIEC - Michael Ryan - o Brasil tem alguns pontos fortes para

a inovaccedilatildeo alto investimento em pesquisa baacutesica nas universidades recursos huma-

nos de qualidade e publicaccedilatildeo de artigos cientiacuteficos de impacto internacional Mas a

pesquisa natildeo chega ao mercado porque o ambiente eacute pouco motivador para a inova-

ccedilatildeo

ldquoPara criar um cenaacuterio encorajador no qual as empresas invistam mais em

pesquisa e desenvolvimento eacute preciso melhorar vaacuterios aspectos simultaneamente eacute

muito difiacutecil abrir uma empresa no Brasil haacute uma seacuterie de poliacuteticas que podem ser

3 Internet (httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0101-33002007000200002) data

de acesso 190520123

15

modificadas o sistema de patentes pode ser mais eficiente e o acesso ao capital de

risco melhorarrdquo disse RYAN agrave Agecircncia FAPESP 4

13 - O que eacute inovaccedilatildeo

Inovaccedilatildeo significa novidade ou renovaccedilatildeo A palavra eacute derivada do ter-

mo latino innovatio e se refere a uma ideia meacutetodo ou objeto que eacute criado e que pou-

co se parece com padrotildees anteriores Hoje a palavra inovaccedilatildeo eacute mais usada no con-

texto de ideias e invenccedilotildees assim como a exploraccedilatildeo econoacutemica relacionada sendo

que inovaccedilatildeo eacute invenccedilatildeo que chega no mercado Inovaccedilatildeo eacute o processo que inclui as

atividades teacutecnicas concepccedilatildeo desenvolvimento gestatildeo e que resulta na comerciali-

zaccedilatildeo de novos (ou melhorados) produtos ou na primeira utilizaccedilatildeo de novos (ou me-

lhorados) processos FREEMAN (1988 p567) 5

O conceito de inovaccedilatildeo eacute bastante variado dependendo principalmente da

sua aplicaccedilatildeo De forma sucinta haacute quem considere que inovaccedilatildeo eacute a exploraccedilatildeo bem

sucedida de novas ideias Segundo DRUCKER a inovaccedilatildeo ldquoeacute o instrumento especiacutefi-

co dos empreendedores o processo pelo qual eles exploram a mudanccedila como uma

oportunidade para um negoacutecio diferente ou um serviccedilo diferente

Dentre as vaacuterias possibilidades de inovar aquelas que se referem a inovaccedilotildees

de produto ou de processo satildeo conhecidas como inovaccedilotildees tecnoloacutegicas Outros tipos

de inovaccedilotildees podem se relacionar a novos mercados novos modelos de negoacutecio no-

vos processos e meacutetodos organizacionais ou ateacute mesmo novas fontes de suprimentos

Embora ldquonovidadesrdquo encontradas em organizaccedilotildees teacutecnicas administrativas organi-

zacionais inseridas em produtos ou processos nem todas elas podem ser considera-

das como inovaccedilotildees Cabe ressaltar aqui a diferenciaccedilatildeo entre ldquooriginalidaderdquo e ldquono-

vidaderdquo propriamente dita Originalidade oriunda da palavra Original do latim original-

4Internet (httpwwwinovacaotecnologicacombrnoticiasnoticiaphpartigo=010175070518) data

de acesso 19052012

5Internet (httpptwikipediaorgwikiInovaC3A7C3A3o) data acesso 20052012

16

le eacute relativo agrave origem agrave qualidade de original inicial primordial primitivo originaacuterio

Novidade eacute originaacuteria do latim novitate que se reporta agrave qualidade ou caraacuteter de novo

uma inovaccedilatildeo embora referente a algo jaacute existente um uso novo para algo jaacute existen-

te6

Inovaccedilatildeo pode ser definida como o processo estrateacutegico de reinvenccedilatildeo contiacute-nua do proacuteprio negoacutecio e de criaccedilatildeo de novos negoacutecios GARY HAMEL (1996)

2 ndash Processos de inovaccedilatildeo

No acircmbito da economia ao longo deste seacuteculo muito vem se discutindo sobre

a inovaccedilatildeo sua natureza caracteriacutesticas e fontes com o objetivo de buscar uma mai-

or compreensatildeo de seu papel frente ao desenvolvimento econocircmico ressaltando-se

como marco fundamental a contribuiccedilatildeo de JOSEPH SCHUMPETER na primeira me-

tade deste seacuteculo mdash INFORMACcedilAtildeO E GLOBALIZACcedilAtildeO NA ERA DO CONHECI-

MENTO enfocou a importacircncia das inovaccedilotildees e dos avanccedilos tecnoloacutegicos no desen-

volvimento de empresas e da economia

De forma geneacuterica existem dois tipos de inovaccedilatildeo a radical e a incremental

Pode-se entender a inovaccedilatildeo radical como o desenvolvimento e introduccedilatildeo de um

novo produto processo ou forma de organizaccedilatildeo da produccedilatildeo inteiramente nova Esse

tipo de inovaccedilatildeo pode representar uma ruptura estrutural com o padratildeo tecnoloacutegico

anterior originando novas induacutestrias setores e mercados Tambeacutem significam reduccedilatildeo

de custos e aumento de qualidade em produtos jaacute existentes Algumas importantes

inovaccedilotildees radicais que causaram impacto na economia e na sociedade como um todo

e alteraram para sempre o perfil da economia mundial podem ser lembradas como

por exemplo a introduccedilatildeo da maacutequina a vapor no final do seacuteculo XVIII ou o desen-

volvimento da microeletrocircnica a partir da deacutecada de 1950 Estas e algumas outras

inovaccedilotildees radicais impulsionaram a formaccedilatildeo de padrotildees de crescimento com a con-

formaccedilatildeo de paradigmas tecno-econocircmicos FREEMAN (1988)

As inovaccedilotildees podem ser ainda de caraacuteter incremental referindo-se agrave introdu-

ccedilatildeo de qualquer tipo de melhoria em um produto processo ou organizaccedilatildeo da produ- 6 Internet (httpwwwpr2ufrjbrinovacaosocialtexto14-01pdf) data de acesso 20052012)6

17

ccedilatildeo dentro de uma empresa sem alteraccedilatildeo na estrutura industrial FREEMAN (1988)

Inuacutemeros satildeo os exemplos de inovaccedilotildees incrementais muitas delas imperceptiacuteveis

para o consumidor podendo gerar crescimento da eficiecircncia teacutecnica aumento da pro-

dutividade reduccedilatildeo de custos aumento de qualidade e mudanccedilas que possibilitem a

ampliaccedilatildeo das aplicaccedilotildees de um produto ou processo A otimizaccedilatildeo de processos de

produccedilatildeo o design de produtos ou a diminuiccedilatildeo na utilizaccedilatildeo de materiais e compo-

nentes na produccedilatildeo de um bem podem ser considerados inovaccedilotildees incrementais

Ateacute pouco tempo era grande a rigidez para caracterizar o processo de inovaccedilatildeo suas

fontes de geraccedilatildeo e formas como se realiza e difunde

Evidentemente que a compreensatildeo do processo de inovaccedilatildeo estaacute estreitamen-

te influenciada pelas caracteriacutesticas dominantes de contextos histoacuterico-econocircmicos

especiacuteficos Atualmente aspectos negligenciados por natildeo terem relevacircncia nos periacuteo-

dos em questatildeo comeccedilam a ser plenamente reconhecidos como de papel fundamental

para o ecircxito do processo inovador Agrave medida que melhor se conhecem as especifici-

dades da geraccedilatildeo e difusatildeo de inovaccedilatildeo mais se sabe sobre sua importacircncia para

que empresas e paiacuteses reforcem sua competitividade na economia mundial7

21 ndash Processos de inovaccedilatildeo nas organizaccedilotildees

DAMANPOUR (1984) em seu estudo sobre inovaccedilatildeo e desempenho organiza-

cional em bibliotecas puacuteblicas americanas conceitua inovaccedilatildeo como uma resposta agrave

mudanccedila ambiental ou ainda os meios que permitem ou viabilizam a mudanccedila em

uma organizaccedilatildeo Para ele as empresas podem enfrentar as mudanccedilas ambientais

natildeo apenas com novas tecnologias mas tambeacutem incorporando mudanccedilas teacutecnicas

eou administrativas em sua estrutura Assim sendo inovaccedilotildees no plano organizacio-

nal envolvem a implantaccedilatildeo de ideias novas teacutecnicas ou administrativas Espera-se a

partir disso mudanccedilas estruturais que afetem o desempenho da organizaccedilatildeo Esque-

maticamente portanto pode-se entender a inovaccedilatildeo como a ferramenta que quando

introduzida em contexto organizacional gera mudanccedila

7Internet httpwwwliincufrjbrfrattachments055_saritalivropdfpage=122) data de acesso

03062012

18

Segundo DAMANPOUR (1984) define desempenho como a habilidade que

uma organizaccedilatildeo tem de bem utilizar todos os quatro processos sistecircmicos (inputs

outputs transformaccedilotildees e efeitos de retroalimentaccedilatildeo) relacionados ao alcance de

metas organizacionais Uma organizaccedilatildeo de alto desempenho cumpriraacute suas tarefas

primaacuterias de modo eficiente e realizaraacute suas funccedilotildees de manutenccedilatildeo e adaptaccedilatildeo or-

ganizacional de forma efetiva A funccedilatildeo de adaptaccedilatildeo requer que a estrutura da orga-

nizaccedilatildeo sofra mudanccedilas para encontrar novas condiccedilotildees ambientais

Organizaccedilotildees inovadoras tendem natildeo apenas a se adaptar agrave mudanccedila mas

tambeacutem a usar seus recursos para criar novas condiccedilotildees ambientais pela introduccedilatildeo

de novos produtos ou serviccedilos nunca antes oferecidos Inovaccedilotildees assim seriam mei-

os de prover mudanccedilas internas ou externas e tambeacutem de aperfeiccediloar o desempenho

organizacional

Os sistemas gerenciais de acordo com a abordagem soacutecio teacutecnico satildeo consti-

tuiacutedos de um ldquocorpusrdquo social (neste ponto se faz um paralelo com as inovaccedilotildees admi-

nistrativas) e de um ldquocorpusrdquo teacutecnico (corresponde agraves inovaccedilotildees teacutecnicas) e portanto

se enfatiza o papel do ldquocorpusrdquo social e teacutecnico na efetiva operaccedilatildeo de uma organiza-

ccedilatildeo e sugerem que a concentraccedilatildeo em apenas um sistema resulta em baixo desem-

penho organizacional Sistemas sociais e teacutecnicos precisam assim funcionar de forma

balanceada O relacionamento entre os sistemas social e teacutecnico eacute de correlaccedilatildeo ou

seja qualquer mudanccedila em qualquer um dos sistemas leva as determinadas restri-

ccedilotildees ou modificaccedilotildees ao outro8

22 ndash Funccedilotildees tiacutepicas no processo de inovaccedilatildeo

Eacute funccedilatildeo tiacutepica no processo de inovaccedilatildeo a captaccedilatildeo de sinais proveniente do

campo em ambiente direto e o monitoramento do ambiente externo indireto A partir

das etapas anteriores busca-se identificar elementos onde os clientes natildeo estejam

sendo atendidos satisfatoriamente ou oportunidades natildeo exploradas gap de desem-

penho Os clientes natildeo vatildeo responder a perguntas sobre o uso ou natildeo de um determi- 8Inter-

net(httpwwwgooglecombrurlsa=tamprct=jampq=ampesrc=sampsource=webampcd=1ampved=0CEsQFjA

Aampurl=http3A2F2Fwwwfespprbr2F~bastosjr2FGest25E3o2520de2520Inova

25E725E3o2FArtigos2FInova25E725E3odocampei=Vhr2T9qvHaez6wHo16zYBgampusg=

AFQjCNEz7MKNTbjYj81PrvG) data de acesso 03062012

19

nado produto principalmente se este for desconhecido Eacute necessaacuterio conhecer o am-

biente em que se vivem compreender suas carecircncias

Outra funccedilatildeo necessaacuteria eacute a geraccedilatildeo de alternativas viaacuteveis que respondam agraves

demandas ambientais e a seleccedilatildeo com base em criteacuterios coerentes com os objetivos

estrateacutegicos da organizaccedilatildeo previamente estabelecidos

Natildeo se pode deixar de mencionar a concepccedilatildeo e o desenvolvimento das ino-

vaccedilotildees a gestatildeo da implantaccedilatildeo destas inovaccedilotildees e respectiva coordenaccedilatildeo

Aleacutem destes um outro aspecto fundamental eacute o controle do processo ou seja

a definiccedilatildeo de indicadores que permitam avaliar e medir os resultados na medida em

que estes acontecem Os instrumentos de medida da inovaccedilatildeo devem conforme

KUCZMARSKI (1998) obedecer agraves seguintes categorias empresa (carteira de novos

produtos investimentos apuraccedilatildeo de resultados) das equipes (planejamento taxas

de sucesso e sobrevivecircncia variaccedilotildees orccedilamentaacuterias retorno financeiro) e individual

(contribuiccedilatildeo de cada membro no desempenho da equipe) Vale lembrar que inovaccedilatildeo

e mudanccedila levam tempo os indiviacuteduos devem esperar permanecer em suas funccedilotildees

pelo tempo suficiente para influenciar os indicadores de desempenho tanto de curto

quanto de longo prazo 9

23 ndash Como implantar cultura de inovaccedilatildeo na organizaccedilatildeo

Inovaccedilatildeo tem de fazer parte da mentalidade dos funcionaacuterios em todos os niacute-

veis Evidentemente a forma mais eficiente de implantar uma mudanccedila na empresa

se daacute quando o exemplo vem de acima Se natildeo estatildeo convencidos da importacircncia da

inovaccedilatildeo os dirigentes sempre encontraratildeo formas de derrubar ideias mais arrisca-

das No entanto se as lideranccedilas tomam a iniciativa a nova cultura eacute absorvida com

muito mais facilidade pela organizaccedilatildeo

Os profissionais do primeiro escalatildeo contudo natildeo podem ter a obrigaccedilatildeo de

ser os uacutenicos ou principais geradores das ideias inovadoras Os comandantes preci-

9Internet

(httpwwwgooglecombrurlsa=tamprct=jampq=ampesrc=sampsource=webampcd=4ampved=0CFkQFjADampurl=http

3A2F2Fwwwfespprbr2F~bastosjr2FGest25E3o2520de2520Inova25E725E3o2FArtigo

s2FInova25E725E3odocampei=sSb2T8eqDYro0QGO7OSLBwampusg=AFQjCNEz7MKNTbjYj81P) data

de acesso 04062012

20

sam de aliados O papel dos gerentes e diretores tambeacutem eacute fundamental num pro-

cesso de mudanccedila de cultura eles satildeo os verdadeiros responsaacuteveis por criar um am-

biente que estimule as pessoas a arriscar investindo em novos produtos bancando

ideias que tecircm maturaccedilatildeo de longo prazo e criando uma comunicaccedilatildeo eficiente

Nem mesmo os profissionais de atuaccedilatildeo operacional podem fugir da responsa-

bilidade A dificuldade para inovar eacute maior em departamentos mais fechados e norma-

tizados como os administrativos ou naqueles em que a precisatildeo eacute fundamental como

a produccedilatildeo de um remeacutedio Mas eles tambeacutem precisam aprender a ver as oportuni-

dades natildeo convencionais ndash haacute pequenas melhorias capazes de desencadear uma

importante inovaccedilatildeo

A responsabilidade eacute de todos da alta gerecircncias aos departamentos operacio-

nais O desafio eacute fazer todos assumirem um compromisso com a praacutetica real da ino-

vaccedilatildeo 10

ldquoInovaccedilatildeo eacute a mensagem do momento Natildeo se trata de mais recursos mas em

como usaacute-los Em um mundo que atravessa crises financeiras a todo momento e que

exige sempre mais recursos naturais os inovadores e os criativos satildeo os que conse-

guem transformar as adversidades em oportunidades de crescimentordquo (STEVE

JOBS Inovaccedilatildeo A arte de Steve Jobs 2010 p154)

24 ndash Organizaccedilotildees inovadoras sustentaacuteveis

Organizaccedilatildeo inovadora eacute a que introduz novidades de qualquer tipo em bases

sistemaacuteticas e colhe os resultados esperados BARBIERI (2007) p88) A expressatildeo

bases sistemaacuteticas significa a realizaccedilatildeo de inovaccedilotildees com autonomia intencionali-

dade e pro atividade Assim a inovaccedilatildeo eacute um elemento essencial do modus operan-

di dessa organizaccedilatildeo o que pressupotildee que ela desenvolva continuamente recursos

tangiacuteveis e intangiacuteveis para inovar permanentemente Organizaccedilatildeo sustentaacutevel eacute a

que simultaneamente procura ser eficiente em termos econocircmicos respeitar a capaci-

dade de suporte do meio ambiente e ser instrumento de justiccedila social promovendo a

inclusatildeo social a proteccedilatildeo agraves minorias e grupos vulneraacuteveis o equiliacutebrio entre os gecirc-

neros etc (BARBIERI 2007 p98-99) 10 Internet (httpbooksgooglecombrbookshl=pt-BRamplr=ampid=jnka43VmmwsCampoi=fndamppg=PA34ampdq=como+implantar+uma+cultura+de+inovaccedilatildeo+na+organiza-ccedilatildeoampots=KRvAPG4C6kampsig=rzqbLGM4sLvsQL26N0gLqfOTPOAv=onepageampq=como20implantar20uma20cultura) data de acesso 04062012

21

Os dois conceitos de organizaccedilatildeo podem entrar em contradiccedilatildeo pois inovar em

bases sistemaacuteticas pode se tornar sinocircnimo de degradaccedilatildeo sistemaacutetica do meio ambi-

ente e da vida social Assim uma organizaccedilatildeo inovadora sustentaacutevel natildeo eacute a que

introduz novidades de qualquer tipo mas novidades que atendam as muacuteltiplas dimen-

sotildees da sustentabilidade em bases sistemaacuteticas e colham resultados positivos para

ela para a sociedade e o meio ambiente BARBIERI (2007) p105 Natildeo basta para as

empresas apenas inovar constantemente mas inovar considerando as trecircs dimen-

sotildees da sustentabilidade a saber

bull dimensatildeo social - preocupaccedilatildeo com os impactos sociais das inovaccedilotildees nas

comunidades humanas dentro e fora da organizaccedilatildeo (desemprego exclusatildeo

social pobreza diversidade organizacional etc)

bull dimensatildeo ambiental - preocupaccedilatildeo com os impactos ambientais pelo uso de

recursos naturais e pelas emissotildees de poluentes

bull dimensatildeo econocircmica - preocupaccedilatildeo com a eficiecircncia econocircmica sem a qual

elas natildeo se perpetuariam Para as empresas essa dimensatildeo significa obtenccedilatildeo

de lucro e geraccedilatildeo de vantagens competitivas nos mercados onde atuam

O atendimento a essas dimensotildees torna o processo de inovaccedilatildeo mais sofisti-

cado e exigente o que requer da organizaccedilatildeo um maior esforccedilo para atender tecnica-

mente esse requisito Isso leva novas perspectivas para a gestatildeo da inovaccedilatildeo11

Com intuito de tornar o processo de adequaccedilatildeo agraves prerrogativas impostas agraves

companhias ditas inovadoras quanto mais simplificado e dirigido melhor A seguir eacute

apresentado um conjunto de proposiccedilotildees para o desenvolvimento de empresas com

esta caracteriacutestica o pressuposto baacutesico necessaacuterio eacute o fomento de equipes de traba-

lho com a mentalidade para a inovaccedilatildeo Neste sentido cabem agraves organizaccedilotildees agraves

pessoas e agraves tarefas o papel de suscitar o aparecimento e a manutenccedilatildeo de tais e-

quipes SBRAGIA (1993)

25 - A Inovaccedilatildeo como funccedilatildeo de aprendizagem organizacional

11Internet(httpwwwscielobrscielophppid=S0034-

75902010000200002ampscript=sci_arttext) data de acesso 04062012

22

Pelo fato da inovaccedilatildeo ser destrutiva para muitos grupos consolidados ela en-

frentaraacute resistecircncia A inovaccedilatildeo eacute o oposto da operaccedilatildeo e seraacute portanto ignorada O

desenho ou arranjo organizacional poderaacute facilmente superar ao menos minimizar

estes e outros obstaacuteculos GALBRAITH (1998) Este comportamento acentua-se em

organizaccedilotildees protegidas de concorrecircncia (universidades ateacute algum tempo atraacutes oacuter-

gatildeos governamentais etc) Pesquisas realizadas por TUSHMAN e NADLER (1998)

apontam que organizaccedilotildees altamente inovadoras satildeo sistemas de aprendizado alta-

mente eficazes aleacutem de possuir um senso de autocriacutetica bastante apurada

Empresas eficazes criam condiccedilotildees possiacuteveis para que o trabalho de hoje seja

feito paralelo com a geraccedilatildeo constante de inovaccedilatildeo ou seja a inovaccedilatildeo sustentada

por mais paradoxal que possa parecer exige ao mesmo tempo estabilidade e mudan-

ccedila A estabilidade possibilita economias de escala e aprendizado incremental por ou-

tro lado a mudanccedila e a experimentaccedilatildeo satildeo necessaacuterias agrave conquista de avanccedilos nas

aacutereas de produto processo e tecnologia

Companhias que conseguem ao mesmo tempo produzir cotidianamente e estar

alerta e vigilante aos clientes concorrentes tecnologias e competecircncia interna fo-

mentam e estimulam o aprendizado organizacional e a inovaccedilatildeo sustentada

Segundo TUSHMAN e NADLER (1998) inovaccedilatildeo eacute um trabalho complexo e

estimulante a rupturas pois exige estreita colaboraccedilatildeo entre membros que rotineira-

mente se encontram bastante separados Embora os mecanismos da organizaccedilatildeo

formal facilitem o aprendizado e a inovaccedilatildeo corporativa a criatividade individual pro-

veacutem de um ambiente informal saudaacutevel

Um claro conjunto de valores essenciais ajuda a focalizar e motivar o compor-

tamento Empresas inovadoras tecircm valores claros que fornecem foco num cenaacuterio

repleto de diversidade como tambeacutem um objetivo comum que possa ter a concor-

dacircncia dos mais diferentes atores envolvidos

Em adiccedilatildeo com os valores essenciais cultuados em uma organizaccedilatildeo as nor-

mas proporcionam referenciais de comportamentos claros satildeo os comportamentos

aguardados De um modo geral organizaccedilotildees inovadoras enfatizam a informalidade

no comportamento no vestuaacuterio e nas relaccedilotildees hieraacuterquicas com elevadas expectati-

vas de desempenho e de trabalho individual e do grupo fortes viacutenculos informais den-

tro e fora da organizaccedilatildeo

23

Organizaccedilotildees altamente inovadoras geram com destreza as sutilezas da re-

compensa e da puniccedilatildeo onde as pessoas podem assumir riscos colher as recompen-

sas pelo sucesso e sobreviver a fracassos construtivos

A representaccedilatildeo de papeacuteis funcionais tem atribuiccedilatildeo fundamental no desenvol-

vimento e conduccedilatildeo do processo de gestatildeo da inovaccedilatildeo Entre eles podemos mencio-

nar um os geradores de ideias pois as interligam com as tendecircncias e mercados

desenvolvendo oportunidades para as organizaccedilotildees dois os empreendedores internos

tornam concretas as ideias possuem agressividade energia e personalidade propen-

sas a assumir riscos para defender suas causas

Aqui aparece a figura dos trecircs ldquogate keepersrdquo (guardiotildees do portatildeo) que ligam

organizaccedilatildeo e seus colegas agraves frentes externas de informaccedilatildeo que satildeo vitais para a

inovaccedilatildeo pois obtecircm traduzem e distribuem estas informaccedilotildees no acircmbito interno da

organizaccedilatildeo Os quatros patrocinadores ou mentores satildeo gerentes de alto niacutevel que

datildeo apoio informal acesso aos recursos e a proteccedilatildeo no surgimento de novos produ-

tos ou negoacutecios Esses personagens atuando conjuntamente representam o ldquogecircnio

coletivordquo da organizaccedilatildeo que consiste na soma das capacidades pessoais em clima

motivacional gerando resultados mensuraacuteveis substituindo o gecircnio individual predo-

minante ateacute o seacuteculo passado conforme DE MASI (1998) Uma vez que o gecircnio indi-

vidual pode ateacute existir mas eacute difiacutecil de ser encontrado

Segundo GALBRAITH (1998) algumas pessoas que satildeo boas em inovaccedilatildeo e

criatividade mas natildeo satildeo necessariamente boas em operaccedilatildeo Portanto o desenho

organizacional contribui para a criaccedilatildeo de uma organizaccedilatildeo inovadora na medida em

que promove o encontro sistemaacutetico entre os geradores de ideias e aqueles que po-

dem defendecirc-las e colocaacute-las em praacutetica12

CAPIacuteTULO II 12 Internet

(httpwwwgooglecombrurlsa=tamprct=jampq=ampesrc=sampsource=webampcd=1ampsqi=2ampved=0CEwQFjAAampu

rl=http3A2F2Fwwwfespprbr2F~bastosjr2FGest25E3o2520de2520Inova25E725E3o2

FArtigos2FInova25E725E3odocampei=Ex32T_meBObb6wGds-29Bgampusg=AFQjC) data de acesso

04062012

24

DESENVOLVIMENTO DA CRIATIVIDADE

1 ndash Capital Intelectual

Com o mercado cada vez mais exigente as empresas vecircm sentindo a necessi-

dade de investir mais em recursos humanos acrescentando a seu capital o conheci-

mento originado atraveacutes do investimento em capital humano qualificado o qual agrega

agraves empresas recursos de fundamental importacircncia No entendimento de Stewart

(2004) o capital intelectual eacute um bem intangiacutevel podendo-se afirmar que eacute um dos

fatores mais importantes da vida de uma organizaccedilatildeo Jaacute para (DRUCKER (apud

MONTEIRO 2007 p17) o capital intelectual eacute ldquo[] a soma do conhecimento de todos

de uma empresa o que lhe proporciona vantagem competitivardquo

CHIAVENATO (2004) afirma que no mundo complexo e competitivo de hoje a

escolha das pessoas certas se torna vital para o bom funcionamento da empresa

Para STEWART (2004) o capital intelectual corresponde ao conjunto de co-

nhecimentos e informaccedilotildees encontrados nas organizaccedilotildees que agregam valor ao pro-

duto ou serviccedilo mediante a aplicaccedilatildeo da inteligecircncia e natildeo do capital monetaacuterio ao

empreendimento sendo o capital intelectual gerador de capacidades conhecimento

habilidades e experiecircncias individuais dos funcionaacuterios para realizaccedilatildeo de tarefas

O capital intelectual eacute algo tatildeo valioso dentro de uma organizaccedilatildeo que eacute atra-

veacutes dele que se podem ter grandes inovaccedilotildees transformaccedilotildees tecnoloacutegicas resolu-

ccedilotildees de problemas gestatildeo eficiente lucratividade e sucesso melhorados Um colabo-

rador que possui seu capital intelectual estimulado atraveacutes da motivaccedilatildeo seraacute mais

bem aproveitado pela empresa uma vez que se sente incluiacutedo valorizado simpatizan-

te e livre para gerir suas ideias de uma forma mais aguccedilada

CHIAVENATO (2004) diz que o capital humano eacute constituiacutedo das pessoas que

fazem parte de uma organizaccedilatildeo Capital humano significa talentos que precisam ser

mantidos e desenvolvidos Mais do que isso capital humano significa capital intelectu-

al

Para MONTEIRO (2007) o ser humano eacute o maior bem de uma empresa pois eacute

ele o principal instrumento de seu sucesso ou fracasso uma vez que o capital intelec-

tual eacute algo exclusivo do ser humano Pode-se entatildeo descrever que ele eacute o raciociacutenio

humano elaborado acrescido do ambiente onde estaacute inserido

25

MONTEIRO (2007) comenta que dentro das organizaccedilotildees o capital intelectual

pode ser diferenciado dos demais capitais porque ele cresce quando compartilhado

com os do mesmo grupo e natildeo se deprecia com o uso Ao contraacuterio dos outros ativos

o seu valor decorre do uso O capital intelectual eacute enfatizado como o conjunto de in-

formaccedilotildees e conhecimentos encontrados nas organizaccedilotildees onde agregam ao produto

eou serviccedilos valores mediante a aplicaccedilatildeo da inteligecircncia e natildeo do capital monetaacuterio

Devido a sua grande representatividade nas empresas o capital intelectual natildeo deve

ser subestimado nem utilizado de forma ineficiente acarretando em um gerenciamento

ineficaz mais investimento incentivado para assim trazer agrave empresa bons negoacutecios e

melhor rentabilidade (MONTEIRO 2007 p18)13

2 - Criatividade

Criatividade eacute um assunto que fascina a todos objeto de muitos estudos em-

bora no contexto empresarial seja novo O pensamento criativo antigamente era vis-

to como inspiraccedilatildeo divina passando a ser estudado com melhor afinco a partir dos

anos 50

O Caminho humano de viver conviver e sobreviver eacute permeado de accedilotildees cria-

tivas conscientes e inconscientes Esse potencial criativo eacute inato em todo ser humano

poreacutem ele se ensina e se aprende Trata-se de uma competecircncia pessoal valorizada

mas ao mesmo tempo desprestigiada pois percebemos que as empresas desclassifi-

cam candidatos criativos e depois encaminham-no para o desenvolvimento desta habi-

lidade

Criatividade para o quecirc Eacute a primeira pergunta que surge em nossa mente

quando tratamos do tema Se tudo estaacute bem natildeo haacute motivos para criar ou se estaacute

tudo ruim natildeo temos mais o que fazer Percebemos que o ser humano sempre busca

a sua zona de conforto para se acomodar sofrer menos ou agraves vezes para reclamar

mais Podemos pensar nesta pergunta buscando duas respostas uma do acircmbito pes-

soal e outra empresarial No processo de criaccedilatildeo percebemos que podemos mudar e

nos diferenciar daquilo que fomos respeitando e valorizando o nosso proacuteprio passado

13Internet (httpwwwaedbbrsegetartigos10327_PDF20Samirapdf) data acesso

15072012

26

tomando decisotildees e desempenhando accedilotildees diferentes dos que habitualmente faziacutea-

mos Podemos gerar mudanccedilas substanciais nas empresas e a partir dessas mudan-

ccedilas diferenciarmos sem contudo ser necessaacuterio efetuar mudanccedilas demasiadas mu-

danccedilas que choquem e natildeo se ajustem aos nossos valores e nossa realidade

Se o objetivo eacute buscar na empresa alcanccedilar eficiecircncia que possibilite ao cliente

escolher e comprar nossos produtos e serviccedilos e natildeo os dos concorrentes precisa-

mos estar abertos para buscar novas alternativas novas maneiras de fazer as coisas

e consequentemente resultados diferentes A mudanccedila organizacional eacute muitas ve-

zes uma ferramenta de soluccedilatildeo de problemas das organizaccedilotildees Podemos diferenci-

ar-nos dos competidores apenas sabendo quando e em quecirc devemos mudar e onde

queremos chegar

A criatividade na empresa eacute medida a partir dos resultados alcanccedilados Uma

resposta eacute mais criativa (entre aspas pois as respostas natildeo satildeo criativas e sim as pes-

soas que a geraram) que outra quando atinge aquele objetivo para o qual foi focado a

soluccedilatildeo de um problema traz uma alternativa ou um meacutetodo inovador ou ateacute mesmo

uma combinaccedilatildeo de resultados diferentes

Tatildeo essencial como ser diferente eacute a necessidade de buscar resultados e uma

empresa soacute eacute verdadeiramente criativa quando a criatividade se torna a maneira diaacute-

ria de fazer as coisas e espera que seus membros considerem uma ampla variedade

de alternativas antes de comprometer-se numa direccedilatildeo especiacutefica 14

21 ndash Conceito de criatividade

A criatividade eacute a faculdadehabilidade de criar ou o potencial criativo Consiste

em encontrar meacutetodos ou objetos para executar tarefas de uma maneira nova ou dife-

14 Internet

Fonte (Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de acesso

25062012

27

rente do habitual com a intenccedilatildeo de satisfazer um propoacutesito A criatividade permite

cumprir os desejos de forma mais raacutepida faacutecil eficiente ou econoacutemica

A criaccedilatildeo de novas ideias e conceitos tambeacutem se lhe daacute o nome de inventivi-

dade pensamento original pensamento divergente ou imaginaccedilatildeo construtiva Trata-

se de conceitos que implicam o ato de inventar algo novo (isto eacute recorrer ao enge-

nho) a capacidade de encontrar soluccedilotildees originais e a vontade de mudar o mundo 15

A criatividade eacute considerada uma capacidade humana de grande valor univer-

sal tudo indica que nesta competecircncia reside a memoacuteria RAM bioloacutegica para o im-

pulso da evoluccedilatildeo humana A memoacuteria RAM segundo CURY (2009) eacute o fenoacutemeno dos

registos da memoacuteria O que melhor descreve a criatividade eacute o que SANCHEZ (2003)

referiu em seus apontamentos a criatividade eacute uma sublime dimensatildeo da condiccedilatildeo

humana

Eacute entretanto na capacidade criativa que existe a chave da capacidade de evo-

luccedilatildeo da humanidade O meacuterito da expressatildeo criativa eacute fruto da complexidade ou

seja eacute fruto do contexto social no seu desenvolvimento natural e humano

Eacute muito interessante contemplar os efeitos provenientes deste constructo a

considerar a capacidade de um indiviacuteduo criativo construir e reconstruir transformando

a nossa realidade Eacute consensual e gratificante perceber que todos temos a capacida-

de criativa deve eacute ser melhor desenvolvida16

De maneira instintiva o termo criatividade sempre se associou agrave atividade ar-

tiacutestica Mais recentemente graccedilas a exemplos empresariais como Apple e Google a

inovaccedilatildeo ganhou espaccedilo nos sectores tecnoloacutegicos Neste sentido a nossa intuiccedilatildeo

natildeo estaacute errada uma vez que criatividade e inovaccedilatildeo satildeo dois conceitos muito unidos

Explicado de forma simples a capacidade criativa pode ser definida como ldquoa habili-

dade para gerar ideias alternativas e soluccedilotildees a um determinado problema de forma

faacutecilrdquo 17

15 Internet (httpconceitodecriatividade) data de acesso 25062012 16Internet (httpptwikipediaorgwikiCriatividade) data de acesso 04072012

17Inter-

net(httpwwwcriaptcriaadminappCRIAuploadscreamanual20creatividade20portugue

s_pt_webpdf) data de acesso 04072012)

28

22 ndash Criatividade do ponto de vista pessoal

Temos que pensar em Criatividade como estrateacutegia para viver melhor para

uma qualidade de vida que diria razoaacutevel aleacutem de identificar potenciais descobertas

internas que foram abafadas pelos processos familiares educacionais e empresariais

assim pelo tempo Outro aspecto estaacute relacionado com a garantia da nossa emprega-

bilidade entendendo como fonte de renda como funcionaacuterio profissional autocircnomo ou

empresaacuterio Vivemos num mundo de mudanccedilas aprimoramento riscos e oportunida-

des Melhoria nos nossos relacionamentos interpessoais atraveacutes do reconhecimento e

aproveitamento da diversidade respeitando as mais diversas formas de pensamento e

das diferenccedilas individuais Estamos acostumados a considerar a criatividade como

algo pessoal e intransferiacutevel A criatividade humana natildeo eacute temporal Trata-se de um

patrimocircnio do ser humano compartilhado pela sociedade Como a organizaccedilatildeo existe

para servir a sociedade nada mais justo do que desenvolver a criatividade como ga-

rantia para superaccedilatildeo da expectativa do cliente em relaccedilatildeo agrave sua empresa 18

23 ndash Criatividade do ponto de vista empresarial

A busca de um diferencial oferecendo algo mais do que o cliente espera atrair

preferecircncias estabelecer estrateacutegia diferenciada adaptar-se agraves necessidades modifi-

car produtos e buscar soluccedilotildees para os problemas fugindo do convencional e assim

diferenciando-se dos concorrentes Estrateacutegia competitiva natildeo somente por criar ou

inovar produtos mas tambeacutem a quebra de paradigmas mudanccedilas de pensamentos

comportamentos etc Todas as ideias produtos e serviccedilos criativos poderatildeo ser trans-

formados em algo positivo para a organizaccedilatildeo Melhoria dos seus produtos assim

como a criaccedilatildeo de novos Busca de resultados diferentes do passado Melhoria do

18 Internet (Fonte Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de

acesso 04072012

29

relacionamento humano interno consequentemente o aumento da produtividade Me-

lhoramento contiacutenuo em todos os setores Desenvolvimento da qualidade19

24 - Criatividade e a visatildeo estrateacutegica da empresa

A criatividade se relaciona com a visatildeo estrateacutegica de empresa da seguinte

forma a partir dos objetivos traccedilados pela organizaccedilatildeo a mesma definiraacute uma linha

estrateacutegica a ser seguida para alcanccedilar esses objetivos A criatividade se envolve de

acordo com a intenccedilatildeo da empresa ela pode querer reinventar seus modos de atua-

ccedilatildeo pode somente visar manter-se atualizada e motivada pode querer mudar rapida-

mente de foco e enfim 44 pode estabelecer um relacionamento forte ou fraco com a

criatividade em funccedilatildeo das soluccedilotildees que ela estiver almejando

CALKINS (2001) defende essa visatildeo ao dizer que para produzir subjetividade

a criatividade deve ser parte da estrateacutegia da empresa O estudo de LENGNICK-HALL

e WOLFF (1998) faz justamente uma releitura sobre o processo estrateacutegico organiza-

cional ndash enfatizando os trecircs domiacutenios loacutegicos que guiam a maioria das empresas ndash e

relacionando conforme a Tabela abaixo com o tipo de criatividade que estaraacute vigente

Loacutegicas Estrateacutegicas x Criatividade

Loacutegica Dominante

Guerrilha Loacutegica Complexidade Loacutegica Capacidade Loacutegica

Objetivo

repentinamente reescrever

as regras da competitivida-

de

aprendizagem e alto envolvi-

mento organizacional

desenvolver e implementar

estrateacutegias que as possibilitem

criar uma sustentaacutevel vantagem

competitiva

Elemento

Chave

a flexibilidade a criativida-

de e a inovaccedilatildeo

sistema natural de relaciona-

mentos

desenvolvimento eficiente e

eficaz e protegendo seus recur-

sos de base

Justificativa vantagem competitiva

como algo muito passageiro

a organizaccedilatildeo vive em uma

comunidade de competidores

fornecedores clientes

as organizaccedilotildees procuram de-

senvolver e implantar estrateacute-

gias que as possibilitem criar

uma sustentaacutevel vantagem

competitiva

19Internet (Fonte Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de

acesso 04072012

30

Sucesso Orga-

nizacional

eacute uma funccedilatildeo da sua capa-

cidade para gerar ideias

que criam novas dinacircmicas

competitivas e novas are-

nas de accedilatildeo

consequecircncia de um natural

entendimento do paradoxo de

forccedilas que formam o sistema

organizacional

a chave da vantagem competiti-

va sustentaacutevel estaacute na habilida-

de organizacional para proteger

os seus recursos de base

Autores COOPER (1995) e

SCHUMPETER (1936)

MILLER (1996) SENGE (1990) e

MOORE (1996)

PORTER (1986 e 1992) e

HAMEL e PRAHALAD (1994)

Ecircnfase Criar Aprender Agregar Valor

Praacuteticas Cria-

tivas

Brainwriting Pool Teacutecnica

da Troca dos Cartotildees etc Pensamento Lateral Jamming

(Fonte Pesquisa a partir dos estudos de Lengnick-Hall e Wolff 1998) 20

25 ndash Reconfiguraccedilatildeo dinacircmica do talento

A estrateacutegia de inovaccedilatildeo sem duacutevida requer novas habilidades O conceito de

R=G sugere que nenhuma empresa eacute capaz de desenvolver sozinha todos os produ-

tos e serviccedilos de que necessita para oferecer experiecircncias personalizadas a cada cli-

ente Tampouco empresa alguma tem condiccedilotildees de cultivar todas as capacidades

gerenciais indispensaacuteveis para transformar a organizaccedilatildeo Analisamos questotildees rela-

cionadas com a superaccedilatildeo dos legados organizacionais e com a construccedilatildeo de novas

capacidades para o gerenciamento da inovaccedilatildeo Mostramos como as empresas de-

vem preparar-se para administrar as tensotildees constantes entre flexibilidade eficiecircncia

e confiabilidade Essa transformaccedilatildeo natildeo consiste apenas em mudar a mentalidade

ou a loacutegica dominante dos gestores tambeacutem significa concentrar-se nos novos niacuteveis

de transparecircncia e de visibilidade em relaccedilatildeo a como se gerencia a empresa

Precisamos mudar a maneira como gerenciamos ndash como combinamos continu-

amente oportunidades e recursos O foco deve convergir natildeo soacute para as habilidades

20Internet (Fonte Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de

acesso 04072012

31

dos indiviacuteduos e para as atitudes de cada um em relaccedilatildeo ao aprendizado mas tam-

beacutem para a competecircncia das equipes e para a capacidade dessas forccedilas-tarefas de se

reconfigurar continuamente em funccedilatildeo dos objetivos arregimentando os melhores

talentos em todo o mundo Por exemplo a identificaccedilatildeo dos comportamentos e das

necessidades de determinada pessoa numa base de milhotildees de clientes ndash como a

Amazoncom na ING Insurance e no programa de diabetes da ICICI ndash exige capaci-

dades analiacutetica Argumentaremos que os mesmos requisitos tambeacutem satildeo indispensaacute-

veis na base de talentos A empresa deve tratar seus empregados e fornecedores

como indiviacuteduos iacutempares (ou como conjunto de indiviacuteduos sem igual) da mesma ma-

neira como lida com os clientes A configuraccedilatildeo dinacircmica de recursos para atender agraves

necessidades de tarefas especiacuteficas converte-se em fonte de vantagem competitiva

A essecircncia da mensagem eacute que para a transformaccedilatildeo ser eficaz os gestores devem

concentrar o foco na mobilizaccedilatildeo raacutepida de talentos dentro e fora da empresa (PRA-

HALAD e KRISHNAN 2008 p177)

3 ndash Cadeia de valor e vantagem competitiva

Segundo Novaes (2001 p184) o conceito de cadeia de valor foi desenvolvido

por Porter O conceito eacute de muita simplicidade e por isso talvez mostre-se tatildeo impor-

tante no contexto econocircmico-social em que se inserem as empresas com a crescente

globalizaccedilatildeo dos negoacutecios e mercados

Para (PORTER 1989 p33) toda empresa eacute uma reuniatildeo de atividades que

satildeo executadas para projetar produzir comercializar entregar e sustentar seu produ-

to Todas estas atividades podem ser representadas fazendo-se uso de uma cadeia

de valores Essa exposiccedilatildeo do autor indica em primeira matildeo apenas4 a ideia de ava-

liar a cadeia interna da empresa a qual eacute formada pelas atividades operacionais e

organizacionais jaacute citadas

A ideia baacutesica que subsidia esse conceito natildeo eacute de autoria de Porter mas haacute

muito tempo jaacute estava sendo analisada Fala-se aqui dos conceitos da Teoria Geral de

Sistemas que tem como precursor o Prof Ludwig von Bertalanffy e seus trabalhos

teoria essa que apresenta a empresa como um sistema inserido esse uacuteltimo em um

ambiente ou macro sistema Assim deve-se ter em mente uma visatildeo sistecircmica en-

xergar mais do que as aacutereas ou atividades isoladamente mais do que os limites da

empresa (Cadeia de Valor Interna) A empresa faz parte de um todo maior (um siste-

32

ma amplo) e esse eacute que deve ser otimizado para gerar maior valor para o cliente e

consequentemente maior lucratividade na cadeia (Cadeia de Valor Externa)

Nas palavras de Porter (1989 p33) ldquoa cadeia de valores desagrega uma em-

presa nas suas atividades de relevacircncia estrateacutegica para que se possa compreender o

comportamento dos custos e as fontes existentes e potenciais de diferenciaccedilatildeordquo Uma

empresa ganha vantagem competitiva se conseguir desempenhar essas atividades

estrateacutegicas de uma maneira melhor e mais barata que a concorrecircncia

Pode-se entatildeo caminhar para um avanccedilo em definiccedilatildeo ao verificarmos a pro-

posiccedilatildeo de (SHANK amp GOVINDARAJAN 1993 p13) de que ldquoa cadeia de valor para

qualquer empresa em qualquer negoacutecio eacute o conjunto interligado de todas as ativida-

des que criam valor desde uma fonte baacutesica de mateacuterias primas passando por forne-

cedores de componentes ateacute a entrega do produto final agraves matildeos do consumidorrdquo

O mundo em que se vive atravessa em periacuteodo de transformaccedilatildeo sequer ima-

ginado Nele nada eacute definitivo Fica-se perplexo quando natildeo se consegue acompanhar

a velocidade da evoluccedilatildeo dos acontecimentos sente-se perdido principalmente nos

assuntos relacionados agrave dinacircmica do desenvolvimento tecnoloacutegico

Dessa forma com uma visatildeo focada no clienteconsumidor pode-se considerar

que a cadeia de valor eacute uma sequecircncia de atividades desde a origem de recursos ateacute

o descarte final de determinado produto Portanto tem-se uma visatildeo bastante abran-

gente do conceito que pode considerar desde a fase da extraccedilatildeo de mateacuteria-prima ateacute

o tratamento final que eacute dado ao produto por exemplo num enfoque de ciclo de vida

do produto21

31 - O que significa uma vantagem competitiva

O sucesso de uma empresa eacute em larga medida determinado pela atratividade

do sector em que opera mas a sua posiccedilatildeo dentro desse sector tambeacutem eacute importante

21 (httpwwwccontabeiscombrconvt14pdf) data acesso 15072012

33

Apesar de um sector poder ter uma fraca eficaacutecia uma empresa que estaacute bem posi-

cionada pode ainda assim criar lucros significativos

Diz-se que uma empresa tem uma vantagem competitiva sobre os seus con-

correntes quando manteacutem retornos que superam a meacutedia no seu sector Esta vanta-

gem decorre das caracteriacutesticas do produto que o torna superior aos produtos da con-

correcircncia

Nalgumas situaccedilotildees pode obter-se uma vantagem competitiva atraveacutes da evoluccedilatildeo

tecnoloacutegica mas esta eacute frequentemente difiacutecil de manter porque os concorrentes ra-

pidamente a copiam ou aperfeiccediloam desenvolvem novas tecnologias Uma vantagem

sustentada resulta frequentemente mais do que da tecnologia ou de modificaccedilatildeo de

produtos de outros fatores como por exemplo o simbolismo associado ndash o que o

produto significa para os consumidores (imagem de marca) e o que estes experimen-

tam na sua compra e uso Os investigadores em marketing reconhecem que os produ-

tos possuem caracteriacutesticas simboacutelicas e que o consumo de certos produtos pode de-

pender mais do seu significado social do que da sua utilidade funcional

Existe atualmente uma tendecircncia para os consumidores exigirem ldquosignificado

pessoalrdquo aos produtos e serviccedilos Torna-se essencial inovar para responder agraves emo-

ccedilotildees que influenciam as decisotildees dos consumidores Estes estatildeo cada vez menos

impressionados com as novas tecnologias e a optar por produtos que resultam ldquopara

mimrdquo Como consequecircncia palavras como emoccedilatildeo e significado pessoal encon-

tram o seu caminho nas estrateacutegias das empresas sendo importante entender os fato-

res intangiacuteveis associados ao valor percebido do produto e as percepccedilotildees na sua

globalidade positivas ou negativas Novas designaccedilotildees tais como ndash ldquofaacutecil acessiacute-

vel razoaacutevel empoderamento e pessoal ndash refletem mais a pessoa do que o obje-

to Descobrir os sentimentos e as atitudes em relaccedilatildeo aos produtos bem como conhe-

cer as razotildees das preferecircncias dos consumidores tornaram-se importantes elementos

estrateacutegicos22

32 - Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva

Em grande medida a ambiccedilatildeo da estrateacutegia da empresa eacute conseguir uma van-

tagem competitiva sustentaacutevel

22Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

34

A vantagem competitiva analisa a atividade da empresa centrando-se primei-

ramente na sua capacidade de gerar retornos superiores de capital e de vincular a

estrateacutegia de negoacutecio a mercados financeiros e de capital fundamentais por um longo

periacuteodo de tempo No fim de contas eacute a vantagem competitiva da empresa que permi-

te ter bons retornos para os seus acionistas

Sem vantagem competitiva a empresa tem uma razatildeo econoacutemica limitada para

existir ndash a sua vantagem competitiva eacute a sua razatildeo de existecircncia Sem ela a empresa

natildeo iraacute prosperar Criar uma vantagem competitiva sustentaacutevel pode ser a meta mais

importante de qualquer organizaccedilatildeo e pode mesmo ser o atributo mais importante em

que a empresa se focaliza23

33 - Como implementar vantagem competitiva

As vantagens competitivas natildeo assumem uma uacutenica forma e eacute possiacutevel que

uma empresa tenha vaacuterias vantagens competitivas e em diferentes aacutereas Ilustra-se

algumas das aacutereas onde as empresas se podem destacar e garantir o seu sucesso a

longo prazo quota de mercado gestatildeo da marca rede marcas e patentes eficaacutecia de

custos e altos custos de mudanccedila

As empresas com quotas de mercado significativas criam um problema para os

concorrentes o que eacute positivo para aquelas uma vez que os seus produtos satildeo bem

conhecidos e recebidos no mercado No entanto mesmo quando a quota de mercado

eacute consideraacutevel se o sector for atrativo ou seja tiver um potencial de lucro significativo

novos operadores podem aparecer com a consequente reduccedilatildeo da quota de merca-

do

Ter uma marca forte pode garantir o sucesso a longo prazo e tambeacutem permitir

agraves empresas obter lucros pois a sua marca permite-lhes cobrar um preccedilo especial

(premium) Marcas fortes tendem a criar uma vantagem competitiva mais duradoura

O efeito de rede ocorre quando um produto cria uma procura por parte dos

consumidores que depois amplia o produto A empresa pode beneficiar do efeito de

23 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

35

rede pela atraccedilatildeo de mais vendedores Estes por sua vez atraem mais compradores

estabelecendo-se uma quota de mercado dominante (por exemplo eBay)

Este efeito de rede natildeo eacute muito comum mas quando ocorre pode ser extre-

mamente lucrativo As marcas e as patentes podem ser fonte de vantagem competiti-

va para algumas empresas 24

34 - Como criar valor e vantagem competitiva

Uma empresa posiciona-se aproveitando os seus pontos fortes Michael Porter

defendeu que aqueles se inscrevem em dois tipos baacutesicos de vantagem competitiva

vantagem pelos custos ou diferenciaccedilatildeo Estes satildeo identificados como vantagens po-

sicionais uma vez que expressam a posiccedilatildeo da empresa no sector enquanto liacuteder nos

custos ou por diferenciaccedilatildeo

A empresa utiliza os seus recursos e capacidades para gerar uma vantagem

competitiva que por uacuteltimo resulte na criaccedilatildeo de um valor superior

As competecircncias distintivas (competecircncias nucleares) resultam de recursos

especiacuteficos e capacidades da empresa facilitam a inovaccedilatildeo a eficiecircncia a qualidade

e a receptividade dos clientes o que pode ser aproveitado para atingir quer uma es-

trutura de baixo custos quer a diferenciaccedilatildeo do produto

Uma empresa posiciona-se no seu sector atraveacutes da opccedilatildeo por baixos custos

ou diferenciaccedilatildeo Esta decisatildeo eacute uma peccedila central da estrateacutegia competitiva da em-

presa

A vantagem competitiva existe quando a empresa eacute capaz de oferecer os

mesmos benefiacutecios que os concorrentes mas a custos mais baixos (vantagem pelos

custos) ou oferecer benefiacutecios que ultrapassam a concorrecircncia (vantagem por diferen-

ciaccedilatildeo) Portanto uma vantagem competitiva permite agrave empresa criar um valor superi-

or para os seus clientes e lucros para si proacuteprio25

24 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=39ampL=5) data acesso 15072012

25 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

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CAPITULO III

ASPECTOS DA INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE

1 ndash Inovaccedilatildeo e sustentabilidade

37

Como as empresas podem sair da teoria para a praacutetica e chegar a um no-

vo patamar de competitividade e comprometimento com praacuteticas sustentaacuteveis

Muito se fala em inovaccedilatildeo como o principal caminho para o desenvolvimento

sustentaacutevel das organizaccedilotildees e da humanidade Poreacutem em muitos setores falar sobre

esse assunto eacute ainda um exerciacutecio teoacuterico Em geral o tema eacute associado as aacutereas de

tecnologia ou pesquisa e desenvolvimento mas a inovaccedilatildeo deve acontecer tambeacutem

na lideranccedila nas accedilotildees de marketing no modelo de negoacutecios ou seja na gestatildeo co-

mo um todo

Em pesquisa realizada pela Fundaccedilatildeo Nacional da Qualidade (FNQ) em maio

e 2011 representantes de 63 empresas mostraram que 97 consideram fundamental

que as organizaccedilotildees inovem para buscar a sustentabilidade tanto do negoacutecio quanto

da economia e do planeta Apesar dessa consciecircncia 70 dos participantes do estu-

do acreditam que as empresas estatildeo preocupadas mas natildeo direcionam seus investi-

mentos em inovaccedilotildees com foco no crescimento sustentaacutevel O levantamento mostra

ainda que 27 dos entrevistados apontaram a gestatildeo como a principal preocupaccedilatildeo

das empresas em que trabalham enquanto 22 indicaram a sustentabilidade e 19 a

reduccedilatildeo de custos

De acordo com o superintendente geral da FNQ Jairo Martins ldquoos resultados

da pesquisa mostram que as empresas ainda natildeo perceberam o tamanho do problema

da sustentabilidade considerando o baixo iacutendice de organizaccedilotildees que de fato inves-

tem em inovaccedilatildeo para sustentabilidade Em sua maioria as organizaccedilotildees pensam

apenas no lado econocircmico e natildeo no tripeacute da sustentabilidade que demanda uma em-

presa economicamente soacutelida socialmente correta e ambientalmente responsaacutevel

Enquanto dominar o pensamento pelo vieacutes econocircmico cujo sucesso eacute medido pelo

PIB o atual modelo de desenvolvimento insustentaacutevel natildeo vai mudar e natildeo seratildeo in-

cluiacutedas na pauta das organizaccedilotildees as questotildees socioambientaisrdquo

O professor da Fundaccedilatildeo Getuacutelio Vargas Renato Orsato autor do livro ldquoEstra-

teacutegias de Sustentabilidade quando vale a pena ser verderdquo analisou mais de 30 ca-

sos de empresas que adotaram a inovaccedilatildeo em 20 setores ao redor do mundo Para

ele deve haver uma premissa baacutesica para falar sobre esse assunto fazer perguntas

precisas ldquoIsso porque existem centenas de milhares de formas de incluir inovaccedilatildeo e

sustentabilidade nas empresas As empresas devem conhecer bem o contexto onde

atuam e considerar tanto aspectos tangiacuteveis como intangiacuteveisrdquo afirma

38

Na opiniatildeo do professor enquanto a sustentabilidade eacute apenas um acessoacuterio agrave

estrateacutegia da empresa ela natildeo vale a pena Para inovar as organizaccedilotildees devem

questionar os modelos de negoacutecio e pensar em modelos totalmente novos

Orsato daacute o exemplo da empresa Better Place que inovou na maneira de co-

mercializar energia renovaacutevel para carros eleacutetricos ldquoO grande salto seraacute conseguir

mudanccedilas radicais nos modelos de negoacutecios As fronteiras entre os setores de energia

e mobilidade por exemplo podem mudarrdquo 26

11- Da teoria para a praacutetica

De maneira geral a inovaccedilatildeo faz sucesso em palestras de ldquoespecialistasrdquo e de

executivosrdquo explica o professor Joatildeo Amato Neto da Fundaccedilatildeo Vanzolini e Escola

Politeacutecnica da USP ldquoMas haacute empresas realmente inovadoras seja em seus produtos

em seus processos de produccedilatildeo e ateacute mesmo em seu posicionamento de mercado

Outras satildeo inovadoras na relaccedilatildeo com o mercado num sentido mais amplo Esse eacute

um grupo restrito no Brasil de empresas de excelecircncia As que tecircm excelecircncia em

inovaccedilatildeo para sustentabilidade estatildeo num grupo mais restrito ainda Do ponto de vista

da sobrevivecircncia da empresa nos proacuteximos anos esse eacute um requisito fundamentalrdquo

O professor exemplifica que no varejo haacute grandes redes como o Wall Mart

Carrefour e Patildeo de Accediluacutecar que iniciaram accedilotildees para contratar fornecedores com base

em requisitos de sustentabilidade Essas accedilotildees ainda satildeo restritas a alguns poucos

produtos e incluem por exemplo exigecircncias de embalagens que possam ser recicla-

das Satildeo accedilotildees que visam a reduccedilatildeo do uso de recursos materiais e energia de uma

forma geral (busca de maior eco eficiecircncia nos processos)

Mas como sair da teoria e colocar em praacutetica Veja os principais pontos que

uma empresa interessada em inovaccedilatildeo e sustentabilidade deve trabalhar

bull Investir no espiacuterito criativo dos colaboradores natildeo soacute daqueles que atuam nas aacutereas

de pesquisa e desenvolvimento (PampD) de produtos ou na engenharia do produto mas

num sentido mais amplo oacutetimas ideias podem surgir no chamado chatildeo de faacutebrica

26 Internet (httpwwwhsmcombrbuscarkeys=inovaccedilatildeo e sustentabilidade) data acesso 19072012

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bull Buscar praacuteticas de gestatildeo participativa isso pode gerar ideias que trazem inovaccedilotildees

pequenas incrementais mas que no conjunto fazem muita diferenccedila

bull Usar a educaccedilatildeo para transformar paradigmas e gerar maior conscientizaccedilatildeo Natildeo

se deve pensar apenas em treinamentos que satildeo usados em geral para tarefas es-

peciacuteficas ou aplicaccedilatildeo de teacutecnicas As empresas devem investir na formaccedilatildeo dos re-

cursos humanos

bull Questionar o proacuteprio modelo de negoacutecios

bull Inserir sustentabilidade no planejamento estrateacutegico da empresa

E seraacute que eacute possiacutevel aprender a inovar De acordo com o professor Joatildeo A-

mato a inovaccedilatildeo soacute faz sentido se isso significar uma mudanccedila de mentalidade na

empresa Isso vale para induacutestria ou setor de serviccedilos ldquoNo setor financeiro temos mui-

tos exemplos de como os bancos estatildeo descobrindo novas maneira de incluir a sus-

tentabilidade em suas praacuteticas definindo criteacuterios de praacuteticas socioambientais aos

seus clientes Na realidade alguns dos grandes bancos jaacute colocaram isso no seu plano

estrateacutegicordquo conclui 27

12 ndash Sustentabilidade corporativa

Haacute vaacuterias definiccedilotildees para sustentabilidade e desenvolvimento sustentaacutevel na

literatura e organizaccedilotildees que tratam do tema arrolam outras tantas Isso decorre do

fato de a sustentabilidade ser um conceito relativamente novo possuir um caraacuteter mul-

tidisciplinar e envolver diferentes interpretaccedilotildees que refletem diferenccedilas de valor cir-

cunstacircncias localizadas e contextos especiacuteficos Aleacutem disso o conceito acaba incorpo-

rado a vaacuterios assuntos tais como a definiccedilatildeo de poliacuteticas governamentais a gestatildeo

puacuteblica regional a gestatildeo de empresas e ateacute mesmo o nosso estilo de vida (MA-

27 Internet (httpwwwhsmcombreditoriassustentabilidadeinovacao-e-ustentabilidade-de-

maos-dadas) data acesso 19072012

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WHINNEY 2002) O foco deste artigo eacute a sustentabilidade corporativa ou seja a apli-

caccedilatildeo do conceito de sustentabilidade nas empresas

Algumas empresas brasileiras vecircm sendo citadas como casos mundiais no

acircmbito de algumas das dimensotildees da sustentabilidade corporativa HART (1997)

menciona a Aracruz Celulose como uma empresa que adota a visatildeo de desenvolvi-

mento sustentaacutevel desde o iniacutecio de suas operaccedilotildees com base no modelo de reflores-

tamento das plantaccedilotildees de eucaliptos PRAHALAD (2004) apresenta o caso da Casas

Bahia como uma empresa que atende a populaccedilatildeo de baixa renda por meio de um

modelo inovador de financiamento (SEABRA LEAL e PASSOS 2005 p10) Relatam

o caso da Natura assinalando que seus principais acionistas satildeo enfaacuteticos ao afirma-

rem que a busca da sustentabilidade eacute mais do que uma estrateacutegia de negoacutecios mdash eacute

uma filosofia de vida Outros estudos acadecircmicos nessa aacuterea tambeacutem envolvem em-

presas nacionais SILVA e KULAY (2005) apresentam um caso de aplicaccedilatildeo da Avali-

accedilatildeo do Ciclo de Vida (LCA mdash Life Cycle Assessment) para analisar os potenciais

impactos ambientais do processo de fabricaccedilatildeo de fertilizantes fosfatados em uma

empresa brasileira COSTA e GOUVINHAS (2004) analisam a adoccedilatildeo das estrateacutegias

de projeto ecoloacutegico (ecodesign) no ambiente de negoacutecios de pequenas e meacutedias em-

presas brasileiras HOPKINS (2002) discute a sustentabilidade nas operaccedilotildees internas

das empresas a partir de uma pesquisa exploratoacuteria sobre a aplicaccedilatildeo de indicadores

de responsabilidade social em quatro grandes empresas no Brasil 28

13 - O conceito de sustentabilidade corporativa

Considera-se sustentabilidade corporativa como a gestatildeo empresarial que bus-

ca equilibrar as necessidades econocircmicas das empresas com a responsabilidade pelo

desenvolvimento da sociedade e preservaccedilatildeo dos recursos naturais visando atender

agraves necessidades atuais e futuras dos elementos afetados pela empresa Esses ele-

mentos mdash que satildeo ou podem ser afetados pelos efeitos das operaccedilotildees accedilotildees e deci-

28 Internet httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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sotildees da empresa mdash incluem os acionistas e funcionaacuterios clientes e consumidores

fornecedores e parceiros os recursos naturais utilizados pela empresa o meio ambi-

ente e a sociedade

A sustentabilidade corporativa estaacute associada a trecircs macro objetivos a geraccedilatildeo

de valor econocircmico a responsabilidade ambiental e a responsabilidade social A gera-

ccedilatildeo de valor econocircmico estaacute relacionada com a obtenccedilatildeo de resultados econocircmicos

positivos no presente e no futuro A responsabilidade ambiental diz respeito agrave conser-

vaccedilatildeo e ao uso sustentaacutevel dos recursos naturais E a responsabilidade social con-

templa a corresponsabilidade das empresas pelo desenvolvimento da sociedade Con-

forme ELKINGTON (1997) esses objetivos satildeo inerentes aos denominados resultados

tridimensionais da sustentabilidade (triple bottom line) As empresas que adotam a

sustentabilidade corporativa devem buscar um equiliacutebrio entre o compromisso econocirc-

mico a preservaccedilatildeo ambiental e o desenvolvimento da sociedade assumindo respon-

sabilidades pelas condiccedilotildees de vida atuais e futuras29

14 - Sustentabilidade e geraccedilatildeo de valor econocircmico

A literatura ressalta a necessidade de que as iniciativas relacionadas agrave susten-

tabilidade tragam retornos positivos para as empresas REINHARDT (1999) considera

que as justificativas para os investimentos ambientais realizados pelas empresas de-

vem ser similares aos demais investimentos Nesse sentido os investimentos em ges-

tatildeo ambiental devem auferir retornos financeiros positivos ou conduzir agrave reduccedilatildeo dos

riscos SENGE e CARSTEDT (2001) satildeo mais enfaacuteticos ao considerar que o desafio

atual reside em desenvolver negoacutecios sustentaacuteveis compatiacuteveis com a realidade eco-

nocircmica Segundo esses autores novos modelos de negoacutecios e produtos inovadores

no acircmbito da sustentabilidade precisam necessariamente acarretar resultados finan-

ceiros satisfatoacuterios para se viabilizarem

Os benefiacutecios decorrentes das accedilotildees de sustentabilidade podem ser tangiacuteveis

ou intangiacuteveis Willard (2002) identifica potenciais benefiacutecios tangiacuteveis como aqueles

associados agrave reduccedilatildeo de custos na manufatura agrave reduccedilatildeo de custos comerciais ao

aumento do faturamento e ao aumento da participaccedilatildeo no mercado Como benefiacutecios

intangiacuteveis considera a maior facilidade na contrataccedilatildeo de talentos a maior retenccedilatildeo

29 Internet httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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dos principais talentos o aumento da produtividade dos funcionaacuterios a reduccedilatildeo dos

riscos e as maiores facilidades de financiamento NEMLI (2004) considera que os be-

nefiacutecios devem ser mensurados ao longo de trecircs dimensotildees reduccedilatildeo de custos e au-

mento da lucratividade aumento da reputaccedilatildeo e criaccedilatildeo de diferenciaccedilatildeo crescimento

da empresa em termos de capacidade de inovaccedilatildeo e uso de tecnologias limpas

A perspectiva de geraccedilatildeo de valor econocircmico estaacute acoplada a uma visatildeo mais holiacutesti-

ca do bom funcionamento da economia Nesse sentido HAWKEN LOVINS e LOVINS

(1999) consideram que o capitalismo natural pode ser o gatilho para a proacutexima revo-

luccedilatildeo industrial em que quatro tipos de capital sustentam o bom funcionamento da

economia o capital humano (pessoas conhecimento e cultura) o capital financeiro

(caixa investimentos e instrumentos monetaacuterios) o capital industrial (infra estrutura

faacutebricas e maacutequinas) e o capital natural (recursos naturais sistemas de vida e ecossis-

tema) Conforme SENGE e CARSTEDT (2001) a geraccedilatildeo de valor econocircmico por

empresas sustentaacuteveis depende de forma ampla da adoccedilatildeo de uma realidade eco-

nocircmica que conecta a induacutestria a sociedade e o meio ambiente Por outro lado mes-

mo na realidade atual a reduccedilatildeo do desperdiacutecio e do fluxo destrutivo dos recursos

pode representar uma importante oportunidade de negoacutecios (LOVINS LOVINS e

HAWKEN 1999) 30

15 - Sustentabilidade e responsabilidade ambiental

Vaacuterios autores assinalam a importacircncia da questatildeo da estrateacutegia ambiental das

empresas no acircmbito da sustentabilidade corporativa HART (1997) considera a polui-

ccedilatildeo a exaustatildeo dos recursos naturais e a pobreza como os principais desafios da sus-

tentabilidade Segundo o autor a estrateacutegia ambiental das empresas em geral evolui

segundo trecircs estaacutegios prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo produtos ambientalmente corretos e

produccedilatildeo limpa Aleacutem disso uma estrateacutegia ambiental integrada natildeo deve direcionar-

se somente para o desenvolvimento de competecircncias internas mas tambeacutem conside-

rar o relacionamento com os clientes fornecedores outras empresas agentes gover-

30 Internet

(httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext)

data de acesso 2107201230

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namentais e acionistas Da mesma forma BARBIERI (2004) cita trecircs abordagens para

a gestatildeo ambiental empresarial controle da poluiccedilatildeo prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo e abor-

dagem estrateacutegica A prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo incorpora duas preocupaccedilotildees ambientais

principais o uso sustentaacutevel dos recursos e o controle da poluiccedilatildeo Os instrumentos

tradicionais para o uso sustentaacutevel dos recursos satildeo referenciados pelo autor como

4Rs reduccedilatildeo da poluiccedilatildeo na fonte reutilizaccedilatildeo reciclagem e recuperaccedilatildeo energeacutetica

HOFFMAN (2000) sugere que a estrateacutegia ambiental determine o alinhamento

entre a proteccedilatildeo ambiental e o crescimento econocircmico da empresa O desenvolvimen-

to da estrateacutegia ambiental deve analisar os concorrentes os parceiros os produtos as

mateacuterias-primas as perdas e os resiacuteduos da empresa O autor considera que a estra-

teacutegia ambiental pode ser direcionada por quatro fatores o mercado (composto pelos

consumidores associaccedilotildees concorrentes e consultores) os provedores de recursos

(clientes seguradoras fornecedores bancos e investidores) os elementos coercivos

(regulamentos locais legislaccedilatildeo internacional) e os elementos sociais (instituiccedilotildees

religiosas organizaccedilotildees natildeo-governamentais comunidade mundo acadecircmico im-

prensa e poder judiciaacuterio) 31

16 - Sustentabilidade e responsabilidade social

Os defensores da responsabilidade social argumentam que as empresas de-

vem assumir um compromisso com o desenvolvimento da sociedade As empresas

devem executar accedilotildees para fomentar o desenvolvimento social a inclusatildeo social e

contribuir para a melhoria das condiccedilotildees de vida da populaccedilatildeo mais necessitada Al-

guns autores consideram que essas atividades natildeo satildeo puramente filantroacutepicas uma

vez que as empresas podem auferir benefiacutecios de negoacutecios em funccedilatildeo delas Outros

sugerem ainda que a responsabilidade social esteja associada agrave proacutepria estrateacutegia

empresarial por exemplo SEABRA LEAL e PASSOS (2005) assinalam que os prin-

31 ) Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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cipais acionistas da Natura consideram que a responsabilidade social estaacute intimamen-

te ligada agrave estrateacutegia de negoacutecios da empresa

PRAHALAD e HAMMOND (2002) observam que aproximadamente 65 da

populaccedilatildeo mundial mdash cerca de quatro bilhotildees de pessoas mdash ganham menos do que

2000 USDano Esse eacute um mercado praticamente inexplorado pelas empresas multi-

nacionais Segundo os autores as empresas que desejam entrar nesse mercado de-

vem repensar seus modelos de negoacutecios praacuteticas gerenciais e indicadores de desem-

penho Eacute um mercado de novas fontes de receita que exige melhoria na eficiecircncia

operacional e fomento da inovaccedilatildeo A atuaccedilatildeo bem-sucedida para atender agrave denomi-

nada populaccedilatildeo na base da piracircmide pode trazer resultados econocircmicos positivos agraves

empresas e simultaneamente contribuir para a melhoria das condiccedilotildees de vida das

pessoas economicamente menos favorecidas

PORTER e KRAMER (2002) consideram que eacute possiacutevel agraves empresas obterem

a convergecircncia de interesses entre as atividades filantroacutepicas e os objetivos de negoacute-

cios A filantropia pode oferecer oportunidades para as empresas melhorarem seu

contexto competitivo considerando que as atividades filantroacutepicas podem potencial-

mente atuar sobre quatro elementos inter-relacionados da competitividade empresari-

al na disponibilidade dos insumos de produccedilatildeo nas condiccedilotildees de demanda nas con-

diccedilotildees de competiccedilatildeo e rivalidade e na presenccedila das induacutestrias de insumos e suporte

Nesse sentido a filantropia deveria ser considerada uma abordagem claramente estra-

teacutegica pelas empresas WADDOCK e SMITH (2000) adotam um raciociacutenio similar

afirmando que a responsabilidade social e o desempenho corporativo financeiro an-

dam juntos e natildeo como trade-offs

HALL et al (2005) constatam que algumas empresas podem ser socialmente

vulneraacuteveis Segundo esses autores a vulnerabilidade social eacute atribuiacuteda agraves empresas

que apresentam grande importacircncia estrateacutegica para o desenvolvimento econocircmico e

social dos paiacuteses onde operam Eles citam empresas cujo papel extrapola a criaccedilatildeo de

valor aos acionistas sendo consideradas como orgulhos nacionais para seus paiacuteses

Satildeo citadas como exemplos a Siemens na Alemanha a Toyota no Japatildeo a Embraer

no Brasil e a Bombardier no Canadaacute Aleacutem da questatildeo econocircmica essas empresas

desempenham importante papel social em seus respectivos paiacuteses Outras empresas

45

brasileiras tambeacutem poderiam ser citadas como a Petrobras a Companhia Vale do Rio

Doce o Bradesco entre outras 32

2 - Gestatildeo da inovaccedilatildeo para a sustentabilidade

A busca da inovaccedilatildeo e a gestatildeo da inovaccedilatildeo em geral satildeo mediadas por as-

pectos essencialmente econocircmicos e estrateacutegicos Entretanto na medida em que ou-

tras restriccedilotildees compotildeem o ambiente de atuaccedilatildeo das empresas outros fatores podem

impulsionar a inovaccedilatildeo Isso tambeacutem eacute vaacutelido ao se considerarem aspectos de susten-

tabilidade como condicionantes da inovaccedilatildeo

HART e CHRISTENSEN (2002) sugerem que as inovaccedilotildees radicais podem

pavimentar o caminho para as empresas combinarem um crescimento sustentaacutevel

com responsabilidade social HART e MILTEIN (1999) consideram que os desafios

impostos pela sustentabilidade global podem atuar como catalisadores para um novo

estaacutegio de destruiccedilatildeo criativa das empresas Eles associam a preocupaccedilatildeo ecoloacutegica

com melhorias contiacutenuas e a sustentabilidade global com melhorias radicais Nesse

sentido argumentam que a sustentabilidade pode criar oportunidades sem preceden-

tes agraves empresas O raciociacutenio de SENGE e CARSTEDT (2001) eacute similar Esses auto-

res consideram que o foco restrito na eficiecircncia ecoloacutegica pode distrair as empresas da

busca de produtos e modelos de negoacutecios radicalmente diferentes dos atuais Eacute a sus-

tentabilidade global que iraacute motivar as empresas a procurarem novos modelos men-

tais a enfatizarem a aprendizagem e atentarem para a gestatildeo de mudanccedilas

PORTER e VAN DER LINDE (1995) consideram que as regulamentaccedilotildees am-

bientais impotildeem pressotildees competitivas nas empresas motivando-as a inovar VOL-

LENBROEK (2002) propotildee um processo que direciona a inovaccedilatildeo para o desenvolvi-

mento da sustentabilidade denominado gestatildeo da transiccedilatildeo Ele considera que a ino-

vaccedilatildeo natildeo gera automaticamente o progresso da sociedade pois precisa ser condi-

cionada para tanto Os esforccedilos para o desenvolvimento sustentaacutevel precisam ser di-

recionados pela sociedade e esta participa das decisotildees visando obter um balancea-

mento adequado entre os objetivos econocircmicos ecoloacutegicos e sociais A inovaccedilatildeo seraacute

decorrecircncia

32 Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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HALL e VREDENBURG (2003) afirmam que os gestores tecircm dificuldades para

lidar com as pressotildees do desenvolvimento sustentaacutevel Eles consideram que as estra-

teacutegias de inovaccedilatildeo das empresas geralmente satildeo inadequadas para acomodar as

complexidades e incertezas inerentes agraves novas demandas impostas pelo desenvolvi-

mento sustentaacutevel Dessa forma sugerem que a estrateacutegia empresarial integre tam-

beacutem os objetivos da inovaccedilatildeo e do desenvolvimento sustentaacutevel Em contraponto agrave

abordagem tradicional da inovaccedilatildeo ditada pelo mercado propotildeem que as empresas

adotem a inovaccedilatildeo para o desenvolvimento sustentaacutevel que incorpora as restriccedilotildees

sociais e as pressotildees ambientais bem como contempla as necessidades das futuras

geraccedilotildees Como seraacute visto no texto que segue a inovaccedilatildeo foi tambeacutem um ingrediente

essencial para o desenvolvimento e o sucesso do projeto estudado na presente pes-

quisa33

CONCLUSAtildeO

O objetivo desse estudo foi verificar e compreender o conceito de inovaccedilatildeo e a

sua aplicabilidade nas organizaccedilotildees assim como a vantagem competitiva no modelo

de negoacutecio por meio da co-criaccedilatildeo de valor

33 Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data acesso 21072012

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Inovaccedilatildeo e criatividade satildeo essenciais para o continuo desenvolvimento e competi-

tividade de uma naccedilatildeo

Coisas boas acontecem quando o pensamento inovador comeccedila ele poderaacute

ajudar a criar novos produtos melhoria nos processos novas tecnologias tornando

a empresa mais competitiva Tomando conhecimento da grande variedade de produ-

tos e serviccedilos oferecidos pelas organizaccedilotildees pode se observar que nem sempre se

chega ao resultado em melhores experiecircncias de consumo nesse cenaacuterio certas em-

presas adotam a co-criaccedilatildeo de valor ndash participaccedilatildeo do cliente no processo produtivo ndash

para inovar no modelo de negoacutecio agregando valor a sua oferta buscando assim se

diferenciar das demais empresas Apesar da inovaccedilatildeo indicar um caminho seguro

para obter vantagem competitiva sustentaacutevel e defender posiccedilotildees estrateacutegicas no

mercado o seu sucesso natildeo eacute garantido necessitando que os gestores conheccedilam e

compreendam a dinacircmica dos processos da gestatildeo da inovaccedilatildeo dentro de suas orga-

nizaccedilotildees e realidades especiacuteficas

O modelo de organizaccedilatildeo inovadora sustentaacutevel eacute uma resposta agraves pressotildees

institucionais por uma organizaccedilatildeo que seja capaz de inovar com eficiecircncia em termos

econocircmicos mas com responsabilidade social e ambiental Esse tipo de organizaccedilatildeo

busca vantagem competitiva desenvolvendo produtos serviccedilos processos e negoacutecios

novos ou modificados com base nas dimensotildees social ambiental e econocircmica Ela

reuacutene duas caracteriacutesticas essenciais eacute inovadora e orientada para a sustentabilidade

Tendo em vista o fenocircmeno do isomorfismo institucional (concentraccedilatildeo de for-

mas organizacionais nos diversos setores produtivos) o modelo das organizaccedilotildees

inovadoras sustentaacuteveis vem ganhando rapidamente cada vez mais espaccedilo nas em-

presas liacutederes Esses fatos permitem dizer que o movimento do desenvolvimento sus-

tentaacutevel eacute um dos movimentos mais importantes do nosso tempo e a julgar pela vita-

lidade dos fatores institucionais presentes em praticamente todo o mundo pode-se

inferir que ele continuaraacute se propagando por muitas deacutecadas

Desse modo o aprimoramento dos modelos de organizaccedilatildeo sustentaacuteveis as

diversas formas da sua institucionalizaccedilatildeo em acircmbito global o desenvolvimento de

tecnologias sustentaacuteveis a gestatildeo de inovaccedilotildees para o desenvolvimento sustentaacutevel

seratildeo temas cada vez mais importantes nos estudos futuros Como o sistema opera-

cional produtivo e as inovaccedilotildees de produto e de processo ao atender as trecircs dimen-

sotildees da sustentabilidade devem gerar ganhos para o meio ambiente em termos de

reduccedilatildeo no uso de recursos e de emissotildees de poluentes o aumento da produccedilatildeo pelo

incitamento agrave demanda por novos produtos pode neutralizar ou ateacute superar esses ga-

nhos Levar em conta essa possibilidade dando-lhe um tratamento adequado eacute um dos

48

maiores desafios para o alinhamento das empresas ao modelo de organizaccedilatildeo inova-

dora sustentaacutevel

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Funccedilotildees tiacutepicas no processo de inovaccedilatildeo Internet (httpwwwgooglecombrurlsa=tamprct=jampq=ampesrc=sampsource=webampcd=4ampved=0CFkQFjADampurl=http3A2F2Fwwwfespprbr2F~bastosjr2FGest25E3o2520de2520Inova25E725E3o2FArtigos2FInova25E725E3odocampei=sSb2T8eqDYro0QGO7OSLBwampusg=AFQjCNEz7MKNTbjYj81P) data de acesso 04062012

Gestatildeo de inovaccedilatildeo para a sustentabilidade Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

Inovaccedilatildeo nas empresas Internet (httpolhardigitaluolcombrnegociosdigital_newsnoticiascomo-gerar-inovacao-nas-empresas) data de acesso 19052012

Inovaccedilatildeo no Brasil Internet (httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0101-33002007000200002) data de acesso 19052012

50

(httpwwwinovacaotecnologicacombrnoticiasnoticiaphpartigo=010175070518)

data de acesso 19052012

Inovaccedilatildeo e sustentabilidade Internet

(httpwwwhsmcombrbuscarkeys=inovaccedilatildeo e sustentabilidade) data acesso

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O conceito de sustentabilidade corporativa Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext)

O que eacute inovaccedilatildeo Internet (httpptwikipediaorgwikiInovaC3A7C3A3o) data de acesso 20052012

(httpwwwpr2ufrjbrinovacaosocialtexto14-01pdf) data de acesso 20052012)

Organizaccedilotildees inovadoras sustentaacuteveis Internet

(httpwwwscielobrscielophppid=S003475902010000200002ampscript=sci_arttext)

data de acesso 04062012

(httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

O que significa vantagem competitiva Internet

(httpwwwstrategy-traineuindexphpid=37ampL=5) data de acesso 5072012

Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva Internet

(httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

Processos de inovaccedilatildeo Internet httpwwwliincufrjbrfrattachments055_saritalivropdfpage=122) data de acesso 03062012

Processos de inovaccedilatildeo nas organizaccedilotildees Internet

(httpwwwgooglecombrurlsa=tamprct=jampq=ampesrc=sampsource=webampcd=1ampved=0CEsQ

FjA-

Aampurl=http3A2F2Fwwwfespprbr2F~bastosjr2FGest25E3o2520de252

0Inova25E725E3o2FArtigos2FInova25E725E3odocampei=Vhr2T9qvHaez6w

Ho16zYBgampusg=AFQjCNEz7MKNTbjYj81PrvG) data de acesso 03062012

Sustentabilidade e geraccedilatildeo de valor econocircmico Internet

(httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-

21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

51

Sustentabilidade e responsabilidade ambiental Internet

(httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-

21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

Sustentabilidade e responsabilidade social Internet

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21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

BIBLIOGRAFIA CITADA

HAMEL Gary Liderando a revoluccedilatildeo 4 ed Rio de Janeiro editora Campus 2003

PRAHALAD C K KRISHNAN M S A nova era inovaccedilatildeo Rio de Janeiro editora

Elsevier 2008

PRAHALAD C K RAMASWAMY Venkatram O futuro da competiccedilatildeo como desen-

volver diferenciais inovadores em parceria com os clientes Rio de Janeiro editora

Elsevier 2004

  • AGRADECIMENTOS
  • CAPIacuteTULO III- Aspectos da inovaccedilatildeo e sustentabilidade37
  • Inovaccedilatildeo e sustentabilidade37
  • 32 - Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva
  • 33 - Como implementar vantagem competitiva
  • 34 - Como criar valor e vantagem competitiva
Page 5: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · duzir os processos de inovação dentro da organização. 6 ... CAPÍTULO I - Estrutura da criação de valor e inovação.....11

5

RESUMO

Hoje a inovaccedilatildeo e agrave criaccedilatildeo de valor eacute de fundamental importacircncia pois atra-

veacutes dela as organizaccedilotildees tornam-se capazes de alcanccedilar outros nichos de negoacutecios e

novos produtos e assim manterem-se ou tornarem-se competitivas nos seus merca-

dos aonde atuam Contudo na maioria dos casos as empresas usam os concorren-

tes como base de referecircncia para as proacuteprias iniciativas de criaccedilatildeo de valor e inova-

ccedilatildeo Com isso as estrateacutegias competitivas tendem a serem muito parecidas dentro de

um mesmo mercado e apenas a empresa que se afasta do grupo competitivo conse-

gue cumprir seu papel aumentando a competitividade e consequentemente atingir o

sucesso

Haacute muito discurso das empresas em relaccedilatildeo a criaccedilatildeo e inovaccedilatildeo mas na praacute-

tica observa-se que poucas satildeo as empresas que de fato estatildeo trabalhando com esse

processo ainda que num sentido amplo Eacute claro que o momento de crise favorece o

modismo mas a experiecircncia mostra que apenas empresas que jaacute tenham entre seus

valores a cultura da busca pelo novo e a coragem de arriscar eacute que satildeo mais bem su-

cedidas em suas investidas no campo da inovaccedilatildeo

Um dos principais fatores restritivos agrave capacidade de criar valor e inovar en-

contra-se no papel desempenhado pelas lideranccedilas - em outras palavras o desconhe-

cimento dos gestores sobre como identificar recursos criar sinergia entre eles e con-

duzir os processos de inovaccedilatildeo dentro da organizaccedilatildeo

6

METODOLOGIA

Os meacutetodos que levam ao problema proposto como leitura de livros jor-

nais revistas palestras e a trabalhos feitos apoacutes coleta de dados pesquisa bibliograacute-

fica e a observaccedilatildeo do objeto de estudo etc Os principais autores utilizados na reali-

zaccedilatildeo dessa pesquisa foram PRAHALAD e KRISHNAN (2008) RAMASWAMY (2004)

e HAMEL (2003)

7

SUMAacuteRIO

INTRODUCcedilAtildeO11

CAPIacuteTULO I - Estrutura da criaccedilatildeo de valor e inovaccedilatildeo11

1- A importacircncia da inovaccedilatildeo11

11ndash Inovaccedilatildeo nas empresas12

12- Inovaccedilatildeo no Brasil13

13- O que eacute inovaccedilatildeo15

2 - Processos de inovaccedilatildeo 16

21- Processos de inovaccedilatildeo nas organizaccedilotildees17

22ndash Funccedilotildees tiacutepicas no processo de inovaccedilatildeo18

23ndash Como implantar cultura de inovaccedilatildeo na organizaccedilatildeo19

24ndash Organizaccedilotildees inovadoras sustentaacuteveis20

25ndash A inovaccedilatildeo como funccedilatildeo de aprendizagem organizacional22

CAPIacuteTULO II- Desenvolvimento da criatividade24

1- Capital intelectual24

2- Criatividade25

21- Conceito de criatividade27

22- Criatividade do ponto de vista pessoal28

23-Criatividade do ponto de vista empresarial28

24- Criatividade e a visatildeo estrateacutegica da empresa29

25- Reconfiguraccedilatildeo dinacircmica do talento30

8

3- Cadeia de valor e vantagem competitiva31

31- O que significa uma vantagem competitiva33

32- Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva34

33- Como implantar vantagem competitiva34

34- Como criar valor e vantagem competitiva35

CAPIacuteTULO III- Aspectos da inovaccedilatildeo e sustentabilidade37

1- Inovaccedilatildeo e sustentabilidade37

11- Da teoria para a praacutetica38

12- Sustentabilidade corporativa40

13- O conceito de sustentabilidade corporativa41

14- Sustentabilidade e geraccedilatildeo de valor econocircmico41

15- Sustentabilidade e responsabilidade ambiental43

16- Sustentabilidade e responsabilidade social44

2- Gestatildeo da inovaccedilatildeo para a sustentabilidade45

CONCLUSAtildeO47

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA48

BIBLIOGRAFIA CITADA51

9

INTRODUCcedilAtildeO

O conceito de inovaccedilatildeo eacute cada vez mais difundido no ambiente organizacional

FREEMAN e SOETE apud BARBIERI (2004) afirmam que as empresas que natildeo ino-

vam natildeo conseguem sobreviver Os gestores das empresas tambeacutem estatildeo conscien-

tes da importacircncia da inovaccedilatildeo para o crescimento dos negoacutecios e para a sua lucrati-

vidade

A inovaccedilatildeo eacute comumente vista como a implementaccedilatildeo de novos produtos ou

serviccedilos Poreacutem pode-se inferir que as inovaccedilotildees em produto ou ateacute mesmo em pro-

cesso satildeo restritas diante do que se faz necessaacuterio um comportamento inovador que

envolva toda a organizaccedilatildeo ateacute sua maneira de gestatildeo Assim surge a inovaccedilatildeo or-

ganizacional tambeacutem chamada de inovaccedilatildeo no modelo de negoacutecios Ela parte da

premissa de que a uacutenica forma de escapar da concorrecircncia eacute introduzir um novo mo-

delo de negoacutecio ou alterar radicalmente o existente HAMEL (2003)

Poreacutem a inovaccedilatildeo soacute teraacute importacircncia se criar valor para os clientes e para a

empresa dessa forma a criaccedilatildeo de um novo produto ou serviccedilo natildeo basta ela deve

ter valor para o consumidor Assim alguns autores PRAHALAD RAMASWAMY

(2004) TAPSCOTT WILLIAMS (2007) tecircm demonstrado que diante do cenaacuterio atual

caracterizado por intensa competiccedilatildeo deve-se buscar na criaccedilatildeo desse valor a inte-

raccedilatildeo dos clientes com a empresa ou seja a co-criaccedilatildeo de valor

Dessa maneira considerando a importacircncia que os gestores tecircm dado agrave inova-

ccedilatildeo no modelo de negoacutecio bem como a necessidade de as empresas buscarem no-

vas formas de gerar valor o presente estudo foi realizado com o intuito de verificar se

esse tipo de inovaccedilatildeo por meio da co-criaccedilatildeo de valor PRAHALAD RAMASWAMY

(2004) pode diferenciar a empresa das demais e obter vantagem competitiva POR-

TER (2001) Para aferir essa possibilidade foram considerados aspectos relevantes

acerca de estrateacutegia envolvidos na obtenccedilatildeo da vantagem sobre os concorrentes

bem como a respeito de inovaccedilatildeo e da co-criaccedilatildeo de valor

Essas questotildees portanto foram contempladas para se tentar chegar agrave respos-

ta para a pergunta haacute relaccedilatildeo entre a obtenccedilatildeo de vantagem competitiva e a inovaccedilatildeo

no modelo de negoacutecio por meio da co-criaccedilatildeo de valor

10

A revoluccedilatildeo cientiacutefica - tecnoloacutegica dos uacuteltimos 30 anos opera transformaccedilotildees

profundas natildeo soacute nas formas de produccedilatildeo da vida material como tambeacutem na produ-

ccedilatildeo do proacuteprio conhecimento Essas transformaccedilotildees alimentam a hoje chamada Soci-

edade do Conhecimento em que este e todas as formas de sua circulaccedilatildeo satildeo indis-

pensaacuteveis em todos os campos de atividade humana Neste sentido a ciecircncia trans-

borda seu proacuteprio campo e atravessa as estruturas e relaccedilotildees sociais em muacuteltiplas

articulaccedilotildees

A nova produccedilatildeo do conhecimento descrita por GIBBONS et al (1994) ndash

entre outros ndash apresenta caracteriacutesticas correlatas agraves mudanccedilas verificadas no modo

de produccedilatildeo de bens materiais As novas exigecircncias de flexibilidade agilidade inter-

disciplinaridade qualidade e resposta a demandas sociais supotildeem necessariamente

um novo patamar de comunicabilidade entre campos esferas paradigmas institui-

ccedilotildees comunidades e atores sociais envolvidos no (e com) o campo cientiacutefico assim

como novas perspectivas de formaccedilatildeo de recursos humanos

Existe ainda uma defasagem entre as mudanccedilas na base econocircmica e as

formas de organizaccedilatildeo sociais e poliacutetico-institucionais As diversas manifestaccedilotildees da

crise atual (desemprego estrutural desaceleraccedilatildeo da produtividade crise de valor es

e falta de perspectiva ) resultam da incompatibilidade entre as novas formas de pro-

duccedilatildeo e novas tecnologias de um lado e sistemas sociais e organizacionais obsole-

tos de outro FREEMAN (1995) A coerecircncia ndash ou compatibilidade nos termos de Fre-

eman ndash precisaria ser restabelecida

O presente estudo representa a importacircncia da inovaccedilatildeo e desenvolvimento

nas empresas e no Brasil como alavanca de sucesso e seus fatores internos e exter-

nos

Inovaccedilatildeo eacute um modelo estrateacutegico de gestatildeo de recursos organizacionais dos

quais fazem parte os recursos humanos tecnoloacutegicos e financeiros com o objetivo de

desenvolver processos rotinas e sistemas que propiciem o desenvolvimento e melho-

rias dos produtos e serviccedilos que a empresa oferece ao mercado e as maneiras como

o faz de forma a obter vantagem competitiva

Existem inuacutemeras maneiras de inovar dentre as quais podemos mencionar em

gestatildeo de pessoas em gestatildeo organizacional em modelos de negoacutecios de comercia-

lizaccedilatildeo e abordagens de marketing

11

CAPIacuteTULO I

A ESTRUTURA DA CRIACcedilAtildeO DE VALOR E A INOVACcedilAtildeO

1 ndash A Importacircncia da Inovaccedilatildeo

O cenaacuterio competitivo contemporacircneo tem sido regido pela revoluccedilatildeo tecnoloacute-

gica globalizaccedilatildeo hiper-competitividade e extrema ecircnfase sobre preccedilo qualidade e

satisfaccedilatildeo do consumidor exigindo um foco na inovaccedilatildeo como competecircncia estrateacutegi-

ca Enquanto se deu maior ecircnfase agrave inovaccedilatildeo incremental na uacuteltima deacutecada menos

atenccedilatildeo foi dispensada agrave inovaccedilatildeo radical ou revolucionaacuteria Como consequecircncia

muito se conhece sobre a implementaccedilatildeo da inovaccedilatildeo incremental ao passo que a

inovaccedilatildeo radical eacute ainda muito pouco compreendida FOSTER (1986) UTTERBACK

(1994) CHRISTENSEN (1997) HAMEL ( 2000) Isso eacute verdadeiro apesar de a impor-

tacircncia da inovaccedilatildeo radical ter sido ressaltada por vaacuterios consultores e estudiosos da

aacuterea de negoacutecios

Muitos autores reconhecem as dificuldades do gerenciamento da inovaccedilatildeo ra-

dical em empresas soacutelidas de grande porte CHRISTENSEN (1997) por exemplo

indica ser bastante incomum que empresas que gerenciam adequadamente linhas

consistentes de negoacutecios percebam com antecedecircncia e respondam de forma efetiva

agraves tecnologias de ruptura provenientes de fontes externas (ver tambeacutem LEONARD-

BARTON (1995) KATZ e ALLEN (1985) KANTER (1989b) TUSHMAN e OrsquoREILLY

(1997) DOUGHERTY (1992) BLOCK e MACMILLAN (1993)

As inovaccedilotildees transformam o relacionamento entre consumidores e fornecedo-

res reestruturam aspectos econocircmicos do mercado desestabilizam produtos existen-

tes e datildeo origem a categorias de produtos completamente novas Elas proporcionam o

motor para o crescimento em longo prazo que os liacutederes empresariais procuram Infe-

lizmente reconhecer a importacircncia das inovaccedilotildees radicais eacute bem diferente de desen-

volvecirc-las e comercializaacute-las

As empresas que obtiveram sucesso em longo prazo intercalam a inovaccedilatildeo in-

cremental com a inovaccedilatildeo radical que gera novos mercados e oportunidades de ne-

goacutecios ver MORONE (1993) TUSHMAN e OrsquoREILLY (1997) Assim como eacute evidente

a importacircncia da inovaccedilatildeo radical para as empresas interessadas no crescimento e na

renovaccedilatildeo em longo prazo eacute claro tambeacutem que empresas grandes e soacutelidas enfren-

tam dificuldades para administrar esse processo Grandes empresas bem estabeleci-

12

das satildeo extremamente proficientes em gerenciar eficiecircncias operacionais e apresen-

tar produtos de nova geraccedilatildeo No entanto as incertezas que surgem com a comercia-

lizaccedilatildeo de novas tecnologias para mercados que podem ainda nem existir exigem

competecircncias amplamente diferentes Inovaccedilatildeo eacute um modelo estrateacutegico de gestatildeo

de recursos organizacionais dos quais fazem parte os recursos humanos tecnoloacutegi-

cos e financeiros com o objetivo de desenvolver processos rotinas e sistemas que

propiciem o desenvolvimento e melhorias dos produtos e serviccedilos que a empresa ofe-

rece ao mercado e as maneiras como o faz de forma a obter vantagem competitiva1

11- Inovaccedilatildeo nas Empresas

De acordo com FREEMAN o conceito de inovaccedilatildeo consiste no processo que

inclui as atividades teacutecnicas concepccedilatildeo desenvolvimento gestatildeo e que resulta na

comercializaccedilatildeo de novos (ou melhorados) produtos ou na primeira utilizaccedilatildeo de no-

vos (ou melhorados) processos

Com o desenvolvimento de novos conhecimentos estrateacutegicos pelas organiza-

ccedilotildees esses fossos organizacionais ao longo das fronteiras podem ser aterrados para

a co-criaccedilatildeo de novas abordagens ao nexo de N=1 e R=G A arquitetura social das

empresas deve desenvolver capacidade a raacutepida criaccedilatildeo de conhecimento por meio

do desenvolvimento de cultura organizacional e de estrutura motivacional adequadas

A arquitetura teacutecnica precisa construir recursos para capacitaccedilatildeo desse processo

Para noacutes essas decepccedilotildees com a gestatildeo de processos natildeo satildeo surpreendentes O

que falta na doaccedilatildeo da maioria dessas iniciativas eacute uma perspectiva que inclua inova-

ccedilatildeo e criaccedilatildeo de valor natildeo apenas reduccedilatildeo de custos Alguns desses projetos que

enfatizam os processos satildeo aprovados agraves cegas pelas organizaccedilotildees sem considerar

a necessidade primordial de equilibrar as demandas por inovaccedilatildeo e eficiecircncia

Se os gestores natildeo partirem de um ponto de vista sobre como querem competir

e impulsionar a mudanccedila no dia a dia em cada reuniatildeo em cada relatoacuterio para criar

situaccedilotildees reais de foco na inovaccedilatildeo e na criaccedilatildeo de valor eacute provaacutevel que se sintam

desapontados Aleacutem disso geralmente eles se esquecem de que a conversatildeo dos

processos internos em fatores estrateacutegicos para os resultados requer mudanccedilas natildeo

1 Internet (httpwwwscielobrpdfraev42n2v42n2a16pdf) data de acesso 19052012

13

soacute gerenciais e culturais mas tambeacutem tecnoloacutegicas (PRAHALADCK KRISH-

NANMSA nova era da inovaccedilatildeo 2008 p135)

Open innovation eacute um modelo que as companhias estatildeo adotando cada vez

mais em resposta a um mundo crescentemente globalizado e caracterizado pela parti-

lha aberta de informaccedilotildees com o objetivo de produzir conhecimento Esse modelo se

baseia na colaboraccedilatildeo em rede da empresa com fornecedores clientes universida-

des e ateacute concorrentes A partir desse conceito a inovaccedilatildeo antes uma aacuterea limitada

aos departamentos internos de Pesquisa e Desenvolvimento como era a loacutegica vigen-

te ateacute as deacutecadas de 70 a 90 passou a ser buscada aleacutem das fronteiras das organiza-

ccedilotildees

Acredito que a interaccedilatildeo seja a chave para esse processo se tornar real e mais

do que isso ela eacute a fonte para a inovaccedilatildeo Por isso as redes sociais representam hoje

a melhor plataforma de interaccedilatildeo para as empresas interessadas em inovaccedilatildeo aberta

O desafio que se impotildee entretanto eacute criar tecnologias que gerenciem a troca de in-

formaccedilotildees realizadas nessa miacutedia2

12- Inovaccedilatildeo no Brasil

O desenvolvimento tecnoloacutegico e a inovaccedilatildeo de um paiacutes dependem em grande

parte da formaccedilatildeo de recursos humanos capacitados bem como de investimentos

consistentes contiacutenuos de longo prazo e de porte O Brasil adotou a estrateacutegia de

que a pesquisa acadecircmica geraria conhecimento que naturalmente se transformaria

em inovaccedilotildees tecnoloacutegicas o que natildeo estaacute refletindo a realidade do setor no paiacutes

O Brasil sempre investiu de forma inconstante e em quantidade insuficiente os

recursos puacuteblicos federais e estaduais no desenvolvimento de ciecircncia e tecnologia

(com exceccedilatildeo do estado de Satildeo Paulo) o que sempre preocupou a comunidade cien-

tiacutefica e empresarial do paiacutes Aleacutem disso o setor empresarial tambeacutem investiu e ainda

continua investindo muito timidamente ao contraacuterio do que ocorreu nos modelos de

paiacuteses como a Coreacuteia do Sul Este uacuteltimo paiacutes investiu na formaccedilatildeo de recursos hu-

manos (em niacutevel de graduaccedilatildeo) habilitando-os para atuar em vaacuterios segmentos do

2 Internet (httpolhardigitaluolcombrnegociosdigital_newsnoticiascomo-gerar-inovacao-nas-

empresas) data de acesso 19052012

14

desenvolvimento tecnoloacutegico As inovaccedilotildees geradas produziram o retorno desejado e

o setor produtivo assumiu o papel de executor das pesquisas e de seu financiamento

sustentando hoje cerca de 75 das pesquisas niacutevel encontrado apenas nos paiacuteses

desenvolvidos Em resumo natildeo haacute investimento consistente de longo prazo e de porte

em ciecircncia tecnologia e inovaccedilatildeo no Brasil seja puacuteblico ou privado

Apesar disso houve no Brasil um grande avanccedilo cientiacutefico nos uacuteltimos trinta

anos A iniciativa consistente para construir a competecircncia cientiacutefica atraveacutes do trei-

namento de pessoal qualificado dentro e fora do paiacutes foi indiferente agraves oscilaccedilotildees poliacute-

tico-econocircmicas tanto em niacutevel federal como estadual hoje o Brasil responde por

13 dos artigos cientiacuteficos publicados em revistas indexadas internacionais Estabe-

leceu-se ainda no paiacutes uma forte estrutura de poacutes-graduaccedilatildeo responsaacutevel pela forma-

ccedilatildeo de cerca de 10 mil doutores por ano e que em trinta anos levou o Brasil a triplicar

sua contribuiccedilatildeo cientiacutefica relativa no mundo 3

O Brasil tem talento empreendedor de sobra e pesquisa cientiacutefica de excelecircn-

cia Mas sem um ambiente encorajador para inovaccedilatildeo o paiacutes natildeo conseguiraacute trans-

formar conhecimento em desenvolvimento econocircmico

Essa foi agrave anaacutelise predominante entre os pesquisadores e liacutederes empresariais

que participaram de um seminaacuterio realizado (18052007) em conjunto pelo Centro de

Economia da Criatividade e da Inovaccedilatildeo (CIEC - na sigla em inglecircs) da Universidade

George Washington nos Estados Unidos e pela Faculdade de Economia Administra-

ccedilatildeo e Contabilidade da Universidade de Satildeo Paulo (FEA -USP)

Para o diretor do CIEC - Michael Ryan - o Brasil tem alguns pontos fortes para

a inovaccedilatildeo alto investimento em pesquisa baacutesica nas universidades recursos huma-

nos de qualidade e publicaccedilatildeo de artigos cientiacuteficos de impacto internacional Mas a

pesquisa natildeo chega ao mercado porque o ambiente eacute pouco motivador para a inova-

ccedilatildeo

ldquoPara criar um cenaacuterio encorajador no qual as empresas invistam mais em

pesquisa e desenvolvimento eacute preciso melhorar vaacuterios aspectos simultaneamente eacute

muito difiacutecil abrir uma empresa no Brasil haacute uma seacuterie de poliacuteticas que podem ser

3 Internet (httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0101-33002007000200002) data

de acesso 190520123

15

modificadas o sistema de patentes pode ser mais eficiente e o acesso ao capital de

risco melhorarrdquo disse RYAN agrave Agecircncia FAPESP 4

13 - O que eacute inovaccedilatildeo

Inovaccedilatildeo significa novidade ou renovaccedilatildeo A palavra eacute derivada do ter-

mo latino innovatio e se refere a uma ideia meacutetodo ou objeto que eacute criado e que pou-

co se parece com padrotildees anteriores Hoje a palavra inovaccedilatildeo eacute mais usada no con-

texto de ideias e invenccedilotildees assim como a exploraccedilatildeo econoacutemica relacionada sendo

que inovaccedilatildeo eacute invenccedilatildeo que chega no mercado Inovaccedilatildeo eacute o processo que inclui as

atividades teacutecnicas concepccedilatildeo desenvolvimento gestatildeo e que resulta na comerciali-

zaccedilatildeo de novos (ou melhorados) produtos ou na primeira utilizaccedilatildeo de novos (ou me-

lhorados) processos FREEMAN (1988 p567) 5

O conceito de inovaccedilatildeo eacute bastante variado dependendo principalmente da

sua aplicaccedilatildeo De forma sucinta haacute quem considere que inovaccedilatildeo eacute a exploraccedilatildeo bem

sucedida de novas ideias Segundo DRUCKER a inovaccedilatildeo ldquoeacute o instrumento especiacutefi-

co dos empreendedores o processo pelo qual eles exploram a mudanccedila como uma

oportunidade para um negoacutecio diferente ou um serviccedilo diferente

Dentre as vaacuterias possibilidades de inovar aquelas que se referem a inovaccedilotildees

de produto ou de processo satildeo conhecidas como inovaccedilotildees tecnoloacutegicas Outros tipos

de inovaccedilotildees podem se relacionar a novos mercados novos modelos de negoacutecio no-

vos processos e meacutetodos organizacionais ou ateacute mesmo novas fontes de suprimentos

Embora ldquonovidadesrdquo encontradas em organizaccedilotildees teacutecnicas administrativas organi-

zacionais inseridas em produtos ou processos nem todas elas podem ser considera-

das como inovaccedilotildees Cabe ressaltar aqui a diferenciaccedilatildeo entre ldquooriginalidaderdquo e ldquono-

vidaderdquo propriamente dita Originalidade oriunda da palavra Original do latim original-

4Internet (httpwwwinovacaotecnologicacombrnoticiasnoticiaphpartigo=010175070518) data

de acesso 19052012

5Internet (httpptwikipediaorgwikiInovaC3A7C3A3o) data acesso 20052012

16

le eacute relativo agrave origem agrave qualidade de original inicial primordial primitivo originaacuterio

Novidade eacute originaacuteria do latim novitate que se reporta agrave qualidade ou caraacuteter de novo

uma inovaccedilatildeo embora referente a algo jaacute existente um uso novo para algo jaacute existen-

te6

Inovaccedilatildeo pode ser definida como o processo estrateacutegico de reinvenccedilatildeo contiacute-nua do proacuteprio negoacutecio e de criaccedilatildeo de novos negoacutecios GARY HAMEL (1996)

2 ndash Processos de inovaccedilatildeo

No acircmbito da economia ao longo deste seacuteculo muito vem se discutindo sobre

a inovaccedilatildeo sua natureza caracteriacutesticas e fontes com o objetivo de buscar uma mai-

or compreensatildeo de seu papel frente ao desenvolvimento econocircmico ressaltando-se

como marco fundamental a contribuiccedilatildeo de JOSEPH SCHUMPETER na primeira me-

tade deste seacuteculo mdash INFORMACcedilAtildeO E GLOBALIZACcedilAtildeO NA ERA DO CONHECI-

MENTO enfocou a importacircncia das inovaccedilotildees e dos avanccedilos tecnoloacutegicos no desen-

volvimento de empresas e da economia

De forma geneacuterica existem dois tipos de inovaccedilatildeo a radical e a incremental

Pode-se entender a inovaccedilatildeo radical como o desenvolvimento e introduccedilatildeo de um

novo produto processo ou forma de organizaccedilatildeo da produccedilatildeo inteiramente nova Esse

tipo de inovaccedilatildeo pode representar uma ruptura estrutural com o padratildeo tecnoloacutegico

anterior originando novas induacutestrias setores e mercados Tambeacutem significam reduccedilatildeo

de custos e aumento de qualidade em produtos jaacute existentes Algumas importantes

inovaccedilotildees radicais que causaram impacto na economia e na sociedade como um todo

e alteraram para sempre o perfil da economia mundial podem ser lembradas como

por exemplo a introduccedilatildeo da maacutequina a vapor no final do seacuteculo XVIII ou o desen-

volvimento da microeletrocircnica a partir da deacutecada de 1950 Estas e algumas outras

inovaccedilotildees radicais impulsionaram a formaccedilatildeo de padrotildees de crescimento com a con-

formaccedilatildeo de paradigmas tecno-econocircmicos FREEMAN (1988)

As inovaccedilotildees podem ser ainda de caraacuteter incremental referindo-se agrave introdu-

ccedilatildeo de qualquer tipo de melhoria em um produto processo ou organizaccedilatildeo da produ- 6 Internet (httpwwwpr2ufrjbrinovacaosocialtexto14-01pdf) data de acesso 20052012)6

17

ccedilatildeo dentro de uma empresa sem alteraccedilatildeo na estrutura industrial FREEMAN (1988)

Inuacutemeros satildeo os exemplos de inovaccedilotildees incrementais muitas delas imperceptiacuteveis

para o consumidor podendo gerar crescimento da eficiecircncia teacutecnica aumento da pro-

dutividade reduccedilatildeo de custos aumento de qualidade e mudanccedilas que possibilitem a

ampliaccedilatildeo das aplicaccedilotildees de um produto ou processo A otimizaccedilatildeo de processos de

produccedilatildeo o design de produtos ou a diminuiccedilatildeo na utilizaccedilatildeo de materiais e compo-

nentes na produccedilatildeo de um bem podem ser considerados inovaccedilotildees incrementais

Ateacute pouco tempo era grande a rigidez para caracterizar o processo de inovaccedilatildeo suas

fontes de geraccedilatildeo e formas como se realiza e difunde

Evidentemente que a compreensatildeo do processo de inovaccedilatildeo estaacute estreitamen-

te influenciada pelas caracteriacutesticas dominantes de contextos histoacuterico-econocircmicos

especiacuteficos Atualmente aspectos negligenciados por natildeo terem relevacircncia nos periacuteo-

dos em questatildeo comeccedilam a ser plenamente reconhecidos como de papel fundamental

para o ecircxito do processo inovador Agrave medida que melhor se conhecem as especifici-

dades da geraccedilatildeo e difusatildeo de inovaccedilatildeo mais se sabe sobre sua importacircncia para

que empresas e paiacuteses reforcem sua competitividade na economia mundial7

21 ndash Processos de inovaccedilatildeo nas organizaccedilotildees

DAMANPOUR (1984) em seu estudo sobre inovaccedilatildeo e desempenho organiza-

cional em bibliotecas puacuteblicas americanas conceitua inovaccedilatildeo como uma resposta agrave

mudanccedila ambiental ou ainda os meios que permitem ou viabilizam a mudanccedila em

uma organizaccedilatildeo Para ele as empresas podem enfrentar as mudanccedilas ambientais

natildeo apenas com novas tecnologias mas tambeacutem incorporando mudanccedilas teacutecnicas

eou administrativas em sua estrutura Assim sendo inovaccedilotildees no plano organizacio-

nal envolvem a implantaccedilatildeo de ideias novas teacutecnicas ou administrativas Espera-se a

partir disso mudanccedilas estruturais que afetem o desempenho da organizaccedilatildeo Esque-

maticamente portanto pode-se entender a inovaccedilatildeo como a ferramenta que quando

introduzida em contexto organizacional gera mudanccedila

7Internet httpwwwliincufrjbrfrattachments055_saritalivropdfpage=122) data de acesso

03062012

18

Segundo DAMANPOUR (1984) define desempenho como a habilidade que

uma organizaccedilatildeo tem de bem utilizar todos os quatro processos sistecircmicos (inputs

outputs transformaccedilotildees e efeitos de retroalimentaccedilatildeo) relacionados ao alcance de

metas organizacionais Uma organizaccedilatildeo de alto desempenho cumpriraacute suas tarefas

primaacuterias de modo eficiente e realizaraacute suas funccedilotildees de manutenccedilatildeo e adaptaccedilatildeo or-

ganizacional de forma efetiva A funccedilatildeo de adaptaccedilatildeo requer que a estrutura da orga-

nizaccedilatildeo sofra mudanccedilas para encontrar novas condiccedilotildees ambientais

Organizaccedilotildees inovadoras tendem natildeo apenas a se adaptar agrave mudanccedila mas

tambeacutem a usar seus recursos para criar novas condiccedilotildees ambientais pela introduccedilatildeo

de novos produtos ou serviccedilos nunca antes oferecidos Inovaccedilotildees assim seriam mei-

os de prover mudanccedilas internas ou externas e tambeacutem de aperfeiccediloar o desempenho

organizacional

Os sistemas gerenciais de acordo com a abordagem soacutecio teacutecnico satildeo consti-

tuiacutedos de um ldquocorpusrdquo social (neste ponto se faz um paralelo com as inovaccedilotildees admi-

nistrativas) e de um ldquocorpusrdquo teacutecnico (corresponde agraves inovaccedilotildees teacutecnicas) e portanto

se enfatiza o papel do ldquocorpusrdquo social e teacutecnico na efetiva operaccedilatildeo de uma organiza-

ccedilatildeo e sugerem que a concentraccedilatildeo em apenas um sistema resulta em baixo desem-

penho organizacional Sistemas sociais e teacutecnicos precisam assim funcionar de forma

balanceada O relacionamento entre os sistemas social e teacutecnico eacute de correlaccedilatildeo ou

seja qualquer mudanccedila em qualquer um dos sistemas leva as determinadas restri-

ccedilotildees ou modificaccedilotildees ao outro8

22 ndash Funccedilotildees tiacutepicas no processo de inovaccedilatildeo

Eacute funccedilatildeo tiacutepica no processo de inovaccedilatildeo a captaccedilatildeo de sinais proveniente do

campo em ambiente direto e o monitoramento do ambiente externo indireto A partir

das etapas anteriores busca-se identificar elementos onde os clientes natildeo estejam

sendo atendidos satisfatoriamente ou oportunidades natildeo exploradas gap de desem-

penho Os clientes natildeo vatildeo responder a perguntas sobre o uso ou natildeo de um determi- 8Inter-

net(httpwwwgooglecombrurlsa=tamprct=jampq=ampesrc=sampsource=webampcd=1ampved=0CEsQFjA

Aampurl=http3A2F2Fwwwfespprbr2F~bastosjr2FGest25E3o2520de2520Inova

25E725E3o2FArtigos2FInova25E725E3odocampei=Vhr2T9qvHaez6wHo16zYBgampusg=

AFQjCNEz7MKNTbjYj81PrvG) data de acesso 03062012

19

nado produto principalmente se este for desconhecido Eacute necessaacuterio conhecer o am-

biente em que se vivem compreender suas carecircncias

Outra funccedilatildeo necessaacuteria eacute a geraccedilatildeo de alternativas viaacuteveis que respondam agraves

demandas ambientais e a seleccedilatildeo com base em criteacuterios coerentes com os objetivos

estrateacutegicos da organizaccedilatildeo previamente estabelecidos

Natildeo se pode deixar de mencionar a concepccedilatildeo e o desenvolvimento das ino-

vaccedilotildees a gestatildeo da implantaccedilatildeo destas inovaccedilotildees e respectiva coordenaccedilatildeo

Aleacutem destes um outro aspecto fundamental eacute o controle do processo ou seja

a definiccedilatildeo de indicadores que permitam avaliar e medir os resultados na medida em

que estes acontecem Os instrumentos de medida da inovaccedilatildeo devem conforme

KUCZMARSKI (1998) obedecer agraves seguintes categorias empresa (carteira de novos

produtos investimentos apuraccedilatildeo de resultados) das equipes (planejamento taxas

de sucesso e sobrevivecircncia variaccedilotildees orccedilamentaacuterias retorno financeiro) e individual

(contribuiccedilatildeo de cada membro no desempenho da equipe) Vale lembrar que inovaccedilatildeo

e mudanccedila levam tempo os indiviacuteduos devem esperar permanecer em suas funccedilotildees

pelo tempo suficiente para influenciar os indicadores de desempenho tanto de curto

quanto de longo prazo 9

23 ndash Como implantar cultura de inovaccedilatildeo na organizaccedilatildeo

Inovaccedilatildeo tem de fazer parte da mentalidade dos funcionaacuterios em todos os niacute-

veis Evidentemente a forma mais eficiente de implantar uma mudanccedila na empresa

se daacute quando o exemplo vem de acima Se natildeo estatildeo convencidos da importacircncia da

inovaccedilatildeo os dirigentes sempre encontraratildeo formas de derrubar ideias mais arrisca-

das No entanto se as lideranccedilas tomam a iniciativa a nova cultura eacute absorvida com

muito mais facilidade pela organizaccedilatildeo

Os profissionais do primeiro escalatildeo contudo natildeo podem ter a obrigaccedilatildeo de

ser os uacutenicos ou principais geradores das ideias inovadoras Os comandantes preci-

9Internet

(httpwwwgooglecombrurlsa=tamprct=jampq=ampesrc=sampsource=webampcd=4ampved=0CFkQFjADampurl=http

3A2F2Fwwwfespprbr2F~bastosjr2FGest25E3o2520de2520Inova25E725E3o2FArtigo

s2FInova25E725E3odocampei=sSb2T8eqDYro0QGO7OSLBwampusg=AFQjCNEz7MKNTbjYj81P) data

de acesso 04062012

20

sam de aliados O papel dos gerentes e diretores tambeacutem eacute fundamental num pro-

cesso de mudanccedila de cultura eles satildeo os verdadeiros responsaacuteveis por criar um am-

biente que estimule as pessoas a arriscar investindo em novos produtos bancando

ideias que tecircm maturaccedilatildeo de longo prazo e criando uma comunicaccedilatildeo eficiente

Nem mesmo os profissionais de atuaccedilatildeo operacional podem fugir da responsa-

bilidade A dificuldade para inovar eacute maior em departamentos mais fechados e norma-

tizados como os administrativos ou naqueles em que a precisatildeo eacute fundamental como

a produccedilatildeo de um remeacutedio Mas eles tambeacutem precisam aprender a ver as oportuni-

dades natildeo convencionais ndash haacute pequenas melhorias capazes de desencadear uma

importante inovaccedilatildeo

A responsabilidade eacute de todos da alta gerecircncias aos departamentos operacio-

nais O desafio eacute fazer todos assumirem um compromisso com a praacutetica real da ino-

vaccedilatildeo 10

ldquoInovaccedilatildeo eacute a mensagem do momento Natildeo se trata de mais recursos mas em

como usaacute-los Em um mundo que atravessa crises financeiras a todo momento e que

exige sempre mais recursos naturais os inovadores e os criativos satildeo os que conse-

guem transformar as adversidades em oportunidades de crescimentordquo (STEVE

JOBS Inovaccedilatildeo A arte de Steve Jobs 2010 p154)

24 ndash Organizaccedilotildees inovadoras sustentaacuteveis

Organizaccedilatildeo inovadora eacute a que introduz novidades de qualquer tipo em bases

sistemaacuteticas e colhe os resultados esperados BARBIERI (2007) p88) A expressatildeo

bases sistemaacuteticas significa a realizaccedilatildeo de inovaccedilotildees com autonomia intencionali-

dade e pro atividade Assim a inovaccedilatildeo eacute um elemento essencial do modus operan-

di dessa organizaccedilatildeo o que pressupotildee que ela desenvolva continuamente recursos

tangiacuteveis e intangiacuteveis para inovar permanentemente Organizaccedilatildeo sustentaacutevel eacute a

que simultaneamente procura ser eficiente em termos econocircmicos respeitar a capaci-

dade de suporte do meio ambiente e ser instrumento de justiccedila social promovendo a

inclusatildeo social a proteccedilatildeo agraves minorias e grupos vulneraacuteveis o equiliacutebrio entre os gecirc-

neros etc (BARBIERI 2007 p98-99) 10 Internet (httpbooksgooglecombrbookshl=pt-BRamplr=ampid=jnka43VmmwsCampoi=fndamppg=PA34ampdq=como+implantar+uma+cultura+de+inovaccedilatildeo+na+organiza-ccedilatildeoampots=KRvAPG4C6kampsig=rzqbLGM4sLvsQL26N0gLqfOTPOAv=onepageampq=como20implantar20uma20cultura) data de acesso 04062012

21

Os dois conceitos de organizaccedilatildeo podem entrar em contradiccedilatildeo pois inovar em

bases sistemaacuteticas pode se tornar sinocircnimo de degradaccedilatildeo sistemaacutetica do meio ambi-

ente e da vida social Assim uma organizaccedilatildeo inovadora sustentaacutevel natildeo eacute a que

introduz novidades de qualquer tipo mas novidades que atendam as muacuteltiplas dimen-

sotildees da sustentabilidade em bases sistemaacuteticas e colham resultados positivos para

ela para a sociedade e o meio ambiente BARBIERI (2007) p105 Natildeo basta para as

empresas apenas inovar constantemente mas inovar considerando as trecircs dimen-

sotildees da sustentabilidade a saber

bull dimensatildeo social - preocupaccedilatildeo com os impactos sociais das inovaccedilotildees nas

comunidades humanas dentro e fora da organizaccedilatildeo (desemprego exclusatildeo

social pobreza diversidade organizacional etc)

bull dimensatildeo ambiental - preocupaccedilatildeo com os impactos ambientais pelo uso de

recursos naturais e pelas emissotildees de poluentes

bull dimensatildeo econocircmica - preocupaccedilatildeo com a eficiecircncia econocircmica sem a qual

elas natildeo se perpetuariam Para as empresas essa dimensatildeo significa obtenccedilatildeo

de lucro e geraccedilatildeo de vantagens competitivas nos mercados onde atuam

O atendimento a essas dimensotildees torna o processo de inovaccedilatildeo mais sofisti-

cado e exigente o que requer da organizaccedilatildeo um maior esforccedilo para atender tecnica-

mente esse requisito Isso leva novas perspectivas para a gestatildeo da inovaccedilatildeo11

Com intuito de tornar o processo de adequaccedilatildeo agraves prerrogativas impostas agraves

companhias ditas inovadoras quanto mais simplificado e dirigido melhor A seguir eacute

apresentado um conjunto de proposiccedilotildees para o desenvolvimento de empresas com

esta caracteriacutestica o pressuposto baacutesico necessaacuterio eacute o fomento de equipes de traba-

lho com a mentalidade para a inovaccedilatildeo Neste sentido cabem agraves organizaccedilotildees agraves

pessoas e agraves tarefas o papel de suscitar o aparecimento e a manutenccedilatildeo de tais e-

quipes SBRAGIA (1993)

25 - A Inovaccedilatildeo como funccedilatildeo de aprendizagem organizacional

11Internet(httpwwwscielobrscielophppid=S0034-

75902010000200002ampscript=sci_arttext) data de acesso 04062012

22

Pelo fato da inovaccedilatildeo ser destrutiva para muitos grupos consolidados ela en-

frentaraacute resistecircncia A inovaccedilatildeo eacute o oposto da operaccedilatildeo e seraacute portanto ignorada O

desenho ou arranjo organizacional poderaacute facilmente superar ao menos minimizar

estes e outros obstaacuteculos GALBRAITH (1998) Este comportamento acentua-se em

organizaccedilotildees protegidas de concorrecircncia (universidades ateacute algum tempo atraacutes oacuter-

gatildeos governamentais etc) Pesquisas realizadas por TUSHMAN e NADLER (1998)

apontam que organizaccedilotildees altamente inovadoras satildeo sistemas de aprendizado alta-

mente eficazes aleacutem de possuir um senso de autocriacutetica bastante apurada

Empresas eficazes criam condiccedilotildees possiacuteveis para que o trabalho de hoje seja

feito paralelo com a geraccedilatildeo constante de inovaccedilatildeo ou seja a inovaccedilatildeo sustentada

por mais paradoxal que possa parecer exige ao mesmo tempo estabilidade e mudan-

ccedila A estabilidade possibilita economias de escala e aprendizado incremental por ou-

tro lado a mudanccedila e a experimentaccedilatildeo satildeo necessaacuterias agrave conquista de avanccedilos nas

aacutereas de produto processo e tecnologia

Companhias que conseguem ao mesmo tempo produzir cotidianamente e estar

alerta e vigilante aos clientes concorrentes tecnologias e competecircncia interna fo-

mentam e estimulam o aprendizado organizacional e a inovaccedilatildeo sustentada

Segundo TUSHMAN e NADLER (1998) inovaccedilatildeo eacute um trabalho complexo e

estimulante a rupturas pois exige estreita colaboraccedilatildeo entre membros que rotineira-

mente se encontram bastante separados Embora os mecanismos da organizaccedilatildeo

formal facilitem o aprendizado e a inovaccedilatildeo corporativa a criatividade individual pro-

veacutem de um ambiente informal saudaacutevel

Um claro conjunto de valores essenciais ajuda a focalizar e motivar o compor-

tamento Empresas inovadoras tecircm valores claros que fornecem foco num cenaacuterio

repleto de diversidade como tambeacutem um objetivo comum que possa ter a concor-

dacircncia dos mais diferentes atores envolvidos

Em adiccedilatildeo com os valores essenciais cultuados em uma organizaccedilatildeo as nor-

mas proporcionam referenciais de comportamentos claros satildeo os comportamentos

aguardados De um modo geral organizaccedilotildees inovadoras enfatizam a informalidade

no comportamento no vestuaacuterio e nas relaccedilotildees hieraacuterquicas com elevadas expectati-

vas de desempenho e de trabalho individual e do grupo fortes viacutenculos informais den-

tro e fora da organizaccedilatildeo

23

Organizaccedilotildees altamente inovadoras geram com destreza as sutilezas da re-

compensa e da puniccedilatildeo onde as pessoas podem assumir riscos colher as recompen-

sas pelo sucesso e sobreviver a fracassos construtivos

A representaccedilatildeo de papeacuteis funcionais tem atribuiccedilatildeo fundamental no desenvol-

vimento e conduccedilatildeo do processo de gestatildeo da inovaccedilatildeo Entre eles podemos mencio-

nar um os geradores de ideias pois as interligam com as tendecircncias e mercados

desenvolvendo oportunidades para as organizaccedilotildees dois os empreendedores internos

tornam concretas as ideias possuem agressividade energia e personalidade propen-

sas a assumir riscos para defender suas causas

Aqui aparece a figura dos trecircs ldquogate keepersrdquo (guardiotildees do portatildeo) que ligam

organizaccedilatildeo e seus colegas agraves frentes externas de informaccedilatildeo que satildeo vitais para a

inovaccedilatildeo pois obtecircm traduzem e distribuem estas informaccedilotildees no acircmbito interno da

organizaccedilatildeo Os quatros patrocinadores ou mentores satildeo gerentes de alto niacutevel que

datildeo apoio informal acesso aos recursos e a proteccedilatildeo no surgimento de novos produ-

tos ou negoacutecios Esses personagens atuando conjuntamente representam o ldquogecircnio

coletivordquo da organizaccedilatildeo que consiste na soma das capacidades pessoais em clima

motivacional gerando resultados mensuraacuteveis substituindo o gecircnio individual predo-

minante ateacute o seacuteculo passado conforme DE MASI (1998) Uma vez que o gecircnio indi-

vidual pode ateacute existir mas eacute difiacutecil de ser encontrado

Segundo GALBRAITH (1998) algumas pessoas que satildeo boas em inovaccedilatildeo e

criatividade mas natildeo satildeo necessariamente boas em operaccedilatildeo Portanto o desenho

organizacional contribui para a criaccedilatildeo de uma organizaccedilatildeo inovadora na medida em

que promove o encontro sistemaacutetico entre os geradores de ideias e aqueles que po-

dem defendecirc-las e colocaacute-las em praacutetica12

CAPIacuteTULO II 12 Internet

(httpwwwgooglecombrurlsa=tamprct=jampq=ampesrc=sampsource=webampcd=1ampsqi=2ampved=0CEwQFjAAampu

rl=http3A2F2Fwwwfespprbr2F~bastosjr2FGest25E3o2520de2520Inova25E725E3o2

FArtigos2FInova25E725E3odocampei=Ex32T_meBObb6wGds-29Bgampusg=AFQjC) data de acesso

04062012

24

DESENVOLVIMENTO DA CRIATIVIDADE

1 ndash Capital Intelectual

Com o mercado cada vez mais exigente as empresas vecircm sentindo a necessi-

dade de investir mais em recursos humanos acrescentando a seu capital o conheci-

mento originado atraveacutes do investimento em capital humano qualificado o qual agrega

agraves empresas recursos de fundamental importacircncia No entendimento de Stewart

(2004) o capital intelectual eacute um bem intangiacutevel podendo-se afirmar que eacute um dos

fatores mais importantes da vida de uma organizaccedilatildeo Jaacute para (DRUCKER (apud

MONTEIRO 2007 p17) o capital intelectual eacute ldquo[] a soma do conhecimento de todos

de uma empresa o que lhe proporciona vantagem competitivardquo

CHIAVENATO (2004) afirma que no mundo complexo e competitivo de hoje a

escolha das pessoas certas se torna vital para o bom funcionamento da empresa

Para STEWART (2004) o capital intelectual corresponde ao conjunto de co-

nhecimentos e informaccedilotildees encontrados nas organizaccedilotildees que agregam valor ao pro-

duto ou serviccedilo mediante a aplicaccedilatildeo da inteligecircncia e natildeo do capital monetaacuterio ao

empreendimento sendo o capital intelectual gerador de capacidades conhecimento

habilidades e experiecircncias individuais dos funcionaacuterios para realizaccedilatildeo de tarefas

O capital intelectual eacute algo tatildeo valioso dentro de uma organizaccedilatildeo que eacute atra-

veacutes dele que se podem ter grandes inovaccedilotildees transformaccedilotildees tecnoloacutegicas resolu-

ccedilotildees de problemas gestatildeo eficiente lucratividade e sucesso melhorados Um colabo-

rador que possui seu capital intelectual estimulado atraveacutes da motivaccedilatildeo seraacute mais

bem aproveitado pela empresa uma vez que se sente incluiacutedo valorizado simpatizan-

te e livre para gerir suas ideias de uma forma mais aguccedilada

CHIAVENATO (2004) diz que o capital humano eacute constituiacutedo das pessoas que

fazem parte de uma organizaccedilatildeo Capital humano significa talentos que precisam ser

mantidos e desenvolvidos Mais do que isso capital humano significa capital intelectu-

al

Para MONTEIRO (2007) o ser humano eacute o maior bem de uma empresa pois eacute

ele o principal instrumento de seu sucesso ou fracasso uma vez que o capital intelec-

tual eacute algo exclusivo do ser humano Pode-se entatildeo descrever que ele eacute o raciociacutenio

humano elaborado acrescido do ambiente onde estaacute inserido

25

MONTEIRO (2007) comenta que dentro das organizaccedilotildees o capital intelectual

pode ser diferenciado dos demais capitais porque ele cresce quando compartilhado

com os do mesmo grupo e natildeo se deprecia com o uso Ao contraacuterio dos outros ativos

o seu valor decorre do uso O capital intelectual eacute enfatizado como o conjunto de in-

formaccedilotildees e conhecimentos encontrados nas organizaccedilotildees onde agregam ao produto

eou serviccedilos valores mediante a aplicaccedilatildeo da inteligecircncia e natildeo do capital monetaacuterio

Devido a sua grande representatividade nas empresas o capital intelectual natildeo deve

ser subestimado nem utilizado de forma ineficiente acarretando em um gerenciamento

ineficaz mais investimento incentivado para assim trazer agrave empresa bons negoacutecios e

melhor rentabilidade (MONTEIRO 2007 p18)13

2 - Criatividade

Criatividade eacute um assunto que fascina a todos objeto de muitos estudos em-

bora no contexto empresarial seja novo O pensamento criativo antigamente era vis-

to como inspiraccedilatildeo divina passando a ser estudado com melhor afinco a partir dos

anos 50

O Caminho humano de viver conviver e sobreviver eacute permeado de accedilotildees cria-

tivas conscientes e inconscientes Esse potencial criativo eacute inato em todo ser humano

poreacutem ele se ensina e se aprende Trata-se de uma competecircncia pessoal valorizada

mas ao mesmo tempo desprestigiada pois percebemos que as empresas desclassifi-

cam candidatos criativos e depois encaminham-no para o desenvolvimento desta habi-

lidade

Criatividade para o quecirc Eacute a primeira pergunta que surge em nossa mente

quando tratamos do tema Se tudo estaacute bem natildeo haacute motivos para criar ou se estaacute

tudo ruim natildeo temos mais o que fazer Percebemos que o ser humano sempre busca

a sua zona de conforto para se acomodar sofrer menos ou agraves vezes para reclamar

mais Podemos pensar nesta pergunta buscando duas respostas uma do acircmbito pes-

soal e outra empresarial No processo de criaccedilatildeo percebemos que podemos mudar e

nos diferenciar daquilo que fomos respeitando e valorizando o nosso proacuteprio passado

13Internet (httpwwwaedbbrsegetartigos10327_PDF20Samirapdf) data acesso

15072012

26

tomando decisotildees e desempenhando accedilotildees diferentes dos que habitualmente faziacutea-

mos Podemos gerar mudanccedilas substanciais nas empresas e a partir dessas mudan-

ccedilas diferenciarmos sem contudo ser necessaacuterio efetuar mudanccedilas demasiadas mu-

danccedilas que choquem e natildeo se ajustem aos nossos valores e nossa realidade

Se o objetivo eacute buscar na empresa alcanccedilar eficiecircncia que possibilite ao cliente

escolher e comprar nossos produtos e serviccedilos e natildeo os dos concorrentes precisa-

mos estar abertos para buscar novas alternativas novas maneiras de fazer as coisas

e consequentemente resultados diferentes A mudanccedila organizacional eacute muitas ve-

zes uma ferramenta de soluccedilatildeo de problemas das organizaccedilotildees Podemos diferenci-

ar-nos dos competidores apenas sabendo quando e em quecirc devemos mudar e onde

queremos chegar

A criatividade na empresa eacute medida a partir dos resultados alcanccedilados Uma

resposta eacute mais criativa (entre aspas pois as respostas natildeo satildeo criativas e sim as pes-

soas que a geraram) que outra quando atinge aquele objetivo para o qual foi focado a

soluccedilatildeo de um problema traz uma alternativa ou um meacutetodo inovador ou ateacute mesmo

uma combinaccedilatildeo de resultados diferentes

Tatildeo essencial como ser diferente eacute a necessidade de buscar resultados e uma

empresa soacute eacute verdadeiramente criativa quando a criatividade se torna a maneira diaacute-

ria de fazer as coisas e espera que seus membros considerem uma ampla variedade

de alternativas antes de comprometer-se numa direccedilatildeo especiacutefica 14

21 ndash Conceito de criatividade

A criatividade eacute a faculdadehabilidade de criar ou o potencial criativo Consiste

em encontrar meacutetodos ou objetos para executar tarefas de uma maneira nova ou dife-

14 Internet

Fonte (Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de acesso

25062012

27

rente do habitual com a intenccedilatildeo de satisfazer um propoacutesito A criatividade permite

cumprir os desejos de forma mais raacutepida faacutecil eficiente ou econoacutemica

A criaccedilatildeo de novas ideias e conceitos tambeacutem se lhe daacute o nome de inventivi-

dade pensamento original pensamento divergente ou imaginaccedilatildeo construtiva Trata-

se de conceitos que implicam o ato de inventar algo novo (isto eacute recorrer ao enge-

nho) a capacidade de encontrar soluccedilotildees originais e a vontade de mudar o mundo 15

A criatividade eacute considerada uma capacidade humana de grande valor univer-

sal tudo indica que nesta competecircncia reside a memoacuteria RAM bioloacutegica para o im-

pulso da evoluccedilatildeo humana A memoacuteria RAM segundo CURY (2009) eacute o fenoacutemeno dos

registos da memoacuteria O que melhor descreve a criatividade eacute o que SANCHEZ (2003)

referiu em seus apontamentos a criatividade eacute uma sublime dimensatildeo da condiccedilatildeo

humana

Eacute entretanto na capacidade criativa que existe a chave da capacidade de evo-

luccedilatildeo da humanidade O meacuterito da expressatildeo criativa eacute fruto da complexidade ou

seja eacute fruto do contexto social no seu desenvolvimento natural e humano

Eacute muito interessante contemplar os efeitos provenientes deste constructo a

considerar a capacidade de um indiviacuteduo criativo construir e reconstruir transformando

a nossa realidade Eacute consensual e gratificante perceber que todos temos a capacida-

de criativa deve eacute ser melhor desenvolvida16

De maneira instintiva o termo criatividade sempre se associou agrave atividade ar-

tiacutestica Mais recentemente graccedilas a exemplos empresariais como Apple e Google a

inovaccedilatildeo ganhou espaccedilo nos sectores tecnoloacutegicos Neste sentido a nossa intuiccedilatildeo

natildeo estaacute errada uma vez que criatividade e inovaccedilatildeo satildeo dois conceitos muito unidos

Explicado de forma simples a capacidade criativa pode ser definida como ldquoa habili-

dade para gerar ideias alternativas e soluccedilotildees a um determinado problema de forma

faacutecilrdquo 17

15 Internet (httpconceitodecriatividade) data de acesso 25062012 16Internet (httpptwikipediaorgwikiCriatividade) data de acesso 04072012

17Inter-

net(httpwwwcriaptcriaadminappCRIAuploadscreamanual20creatividade20portugue

s_pt_webpdf) data de acesso 04072012)

28

22 ndash Criatividade do ponto de vista pessoal

Temos que pensar em Criatividade como estrateacutegia para viver melhor para

uma qualidade de vida que diria razoaacutevel aleacutem de identificar potenciais descobertas

internas que foram abafadas pelos processos familiares educacionais e empresariais

assim pelo tempo Outro aspecto estaacute relacionado com a garantia da nossa emprega-

bilidade entendendo como fonte de renda como funcionaacuterio profissional autocircnomo ou

empresaacuterio Vivemos num mundo de mudanccedilas aprimoramento riscos e oportunida-

des Melhoria nos nossos relacionamentos interpessoais atraveacutes do reconhecimento e

aproveitamento da diversidade respeitando as mais diversas formas de pensamento e

das diferenccedilas individuais Estamos acostumados a considerar a criatividade como

algo pessoal e intransferiacutevel A criatividade humana natildeo eacute temporal Trata-se de um

patrimocircnio do ser humano compartilhado pela sociedade Como a organizaccedilatildeo existe

para servir a sociedade nada mais justo do que desenvolver a criatividade como ga-

rantia para superaccedilatildeo da expectativa do cliente em relaccedilatildeo agrave sua empresa 18

23 ndash Criatividade do ponto de vista empresarial

A busca de um diferencial oferecendo algo mais do que o cliente espera atrair

preferecircncias estabelecer estrateacutegia diferenciada adaptar-se agraves necessidades modifi-

car produtos e buscar soluccedilotildees para os problemas fugindo do convencional e assim

diferenciando-se dos concorrentes Estrateacutegia competitiva natildeo somente por criar ou

inovar produtos mas tambeacutem a quebra de paradigmas mudanccedilas de pensamentos

comportamentos etc Todas as ideias produtos e serviccedilos criativos poderatildeo ser trans-

formados em algo positivo para a organizaccedilatildeo Melhoria dos seus produtos assim

como a criaccedilatildeo de novos Busca de resultados diferentes do passado Melhoria do

18 Internet (Fonte Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de

acesso 04072012

29

relacionamento humano interno consequentemente o aumento da produtividade Me-

lhoramento contiacutenuo em todos os setores Desenvolvimento da qualidade19

24 - Criatividade e a visatildeo estrateacutegica da empresa

A criatividade se relaciona com a visatildeo estrateacutegica de empresa da seguinte

forma a partir dos objetivos traccedilados pela organizaccedilatildeo a mesma definiraacute uma linha

estrateacutegica a ser seguida para alcanccedilar esses objetivos A criatividade se envolve de

acordo com a intenccedilatildeo da empresa ela pode querer reinventar seus modos de atua-

ccedilatildeo pode somente visar manter-se atualizada e motivada pode querer mudar rapida-

mente de foco e enfim 44 pode estabelecer um relacionamento forte ou fraco com a

criatividade em funccedilatildeo das soluccedilotildees que ela estiver almejando

CALKINS (2001) defende essa visatildeo ao dizer que para produzir subjetividade

a criatividade deve ser parte da estrateacutegia da empresa O estudo de LENGNICK-HALL

e WOLFF (1998) faz justamente uma releitura sobre o processo estrateacutegico organiza-

cional ndash enfatizando os trecircs domiacutenios loacutegicos que guiam a maioria das empresas ndash e

relacionando conforme a Tabela abaixo com o tipo de criatividade que estaraacute vigente

Loacutegicas Estrateacutegicas x Criatividade

Loacutegica Dominante

Guerrilha Loacutegica Complexidade Loacutegica Capacidade Loacutegica

Objetivo

repentinamente reescrever

as regras da competitivida-

de

aprendizagem e alto envolvi-

mento organizacional

desenvolver e implementar

estrateacutegias que as possibilitem

criar uma sustentaacutevel vantagem

competitiva

Elemento

Chave

a flexibilidade a criativida-

de e a inovaccedilatildeo

sistema natural de relaciona-

mentos

desenvolvimento eficiente e

eficaz e protegendo seus recur-

sos de base

Justificativa vantagem competitiva

como algo muito passageiro

a organizaccedilatildeo vive em uma

comunidade de competidores

fornecedores clientes

as organizaccedilotildees procuram de-

senvolver e implantar estrateacute-

gias que as possibilitem criar

uma sustentaacutevel vantagem

competitiva

19Internet (Fonte Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de

acesso 04072012

30

Sucesso Orga-

nizacional

eacute uma funccedilatildeo da sua capa-

cidade para gerar ideias

que criam novas dinacircmicas

competitivas e novas are-

nas de accedilatildeo

consequecircncia de um natural

entendimento do paradoxo de

forccedilas que formam o sistema

organizacional

a chave da vantagem competiti-

va sustentaacutevel estaacute na habilida-

de organizacional para proteger

os seus recursos de base

Autores COOPER (1995) e

SCHUMPETER (1936)

MILLER (1996) SENGE (1990) e

MOORE (1996)

PORTER (1986 e 1992) e

HAMEL e PRAHALAD (1994)

Ecircnfase Criar Aprender Agregar Valor

Praacuteticas Cria-

tivas

Brainwriting Pool Teacutecnica

da Troca dos Cartotildees etc Pensamento Lateral Jamming

(Fonte Pesquisa a partir dos estudos de Lengnick-Hall e Wolff 1998) 20

25 ndash Reconfiguraccedilatildeo dinacircmica do talento

A estrateacutegia de inovaccedilatildeo sem duacutevida requer novas habilidades O conceito de

R=G sugere que nenhuma empresa eacute capaz de desenvolver sozinha todos os produ-

tos e serviccedilos de que necessita para oferecer experiecircncias personalizadas a cada cli-

ente Tampouco empresa alguma tem condiccedilotildees de cultivar todas as capacidades

gerenciais indispensaacuteveis para transformar a organizaccedilatildeo Analisamos questotildees rela-

cionadas com a superaccedilatildeo dos legados organizacionais e com a construccedilatildeo de novas

capacidades para o gerenciamento da inovaccedilatildeo Mostramos como as empresas de-

vem preparar-se para administrar as tensotildees constantes entre flexibilidade eficiecircncia

e confiabilidade Essa transformaccedilatildeo natildeo consiste apenas em mudar a mentalidade

ou a loacutegica dominante dos gestores tambeacutem significa concentrar-se nos novos niacuteveis

de transparecircncia e de visibilidade em relaccedilatildeo a como se gerencia a empresa

Precisamos mudar a maneira como gerenciamos ndash como combinamos continu-

amente oportunidades e recursos O foco deve convergir natildeo soacute para as habilidades

20Internet (Fonte Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de

acesso 04072012

31

dos indiviacuteduos e para as atitudes de cada um em relaccedilatildeo ao aprendizado mas tam-

beacutem para a competecircncia das equipes e para a capacidade dessas forccedilas-tarefas de se

reconfigurar continuamente em funccedilatildeo dos objetivos arregimentando os melhores

talentos em todo o mundo Por exemplo a identificaccedilatildeo dos comportamentos e das

necessidades de determinada pessoa numa base de milhotildees de clientes ndash como a

Amazoncom na ING Insurance e no programa de diabetes da ICICI ndash exige capaci-

dades analiacutetica Argumentaremos que os mesmos requisitos tambeacutem satildeo indispensaacute-

veis na base de talentos A empresa deve tratar seus empregados e fornecedores

como indiviacuteduos iacutempares (ou como conjunto de indiviacuteduos sem igual) da mesma ma-

neira como lida com os clientes A configuraccedilatildeo dinacircmica de recursos para atender agraves

necessidades de tarefas especiacuteficas converte-se em fonte de vantagem competitiva

A essecircncia da mensagem eacute que para a transformaccedilatildeo ser eficaz os gestores devem

concentrar o foco na mobilizaccedilatildeo raacutepida de talentos dentro e fora da empresa (PRA-

HALAD e KRISHNAN 2008 p177)

3 ndash Cadeia de valor e vantagem competitiva

Segundo Novaes (2001 p184) o conceito de cadeia de valor foi desenvolvido

por Porter O conceito eacute de muita simplicidade e por isso talvez mostre-se tatildeo impor-

tante no contexto econocircmico-social em que se inserem as empresas com a crescente

globalizaccedilatildeo dos negoacutecios e mercados

Para (PORTER 1989 p33) toda empresa eacute uma reuniatildeo de atividades que

satildeo executadas para projetar produzir comercializar entregar e sustentar seu produ-

to Todas estas atividades podem ser representadas fazendo-se uso de uma cadeia

de valores Essa exposiccedilatildeo do autor indica em primeira matildeo apenas4 a ideia de ava-

liar a cadeia interna da empresa a qual eacute formada pelas atividades operacionais e

organizacionais jaacute citadas

A ideia baacutesica que subsidia esse conceito natildeo eacute de autoria de Porter mas haacute

muito tempo jaacute estava sendo analisada Fala-se aqui dos conceitos da Teoria Geral de

Sistemas que tem como precursor o Prof Ludwig von Bertalanffy e seus trabalhos

teoria essa que apresenta a empresa como um sistema inserido esse uacuteltimo em um

ambiente ou macro sistema Assim deve-se ter em mente uma visatildeo sistecircmica en-

xergar mais do que as aacutereas ou atividades isoladamente mais do que os limites da

empresa (Cadeia de Valor Interna) A empresa faz parte de um todo maior (um siste-

32

ma amplo) e esse eacute que deve ser otimizado para gerar maior valor para o cliente e

consequentemente maior lucratividade na cadeia (Cadeia de Valor Externa)

Nas palavras de Porter (1989 p33) ldquoa cadeia de valores desagrega uma em-

presa nas suas atividades de relevacircncia estrateacutegica para que se possa compreender o

comportamento dos custos e as fontes existentes e potenciais de diferenciaccedilatildeordquo Uma

empresa ganha vantagem competitiva se conseguir desempenhar essas atividades

estrateacutegicas de uma maneira melhor e mais barata que a concorrecircncia

Pode-se entatildeo caminhar para um avanccedilo em definiccedilatildeo ao verificarmos a pro-

posiccedilatildeo de (SHANK amp GOVINDARAJAN 1993 p13) de que ldquoa cadeia de valor para

qualquer empresa em qualquer negoacutecio eacute o conjunto interligado de todas as ativida-

des que criam valor desde uma fonte baacutesica de mateacuterias primas passando por forne-

cedores de componentes ateacute a entrega do produto final agraves matildeos do consumidorrdquo

O mundo em que se vive atravessa em periacuteodo de transformaccedilatildeo sequer ima-

ginado Nele nada eacute definitivo Fica-se perplexo quando natildeo se consegue acompanhar

a velocidade da evoluccedilatildeo dos acontecimentos sente-se perdido principalmente nos

assuntos relacionados agrave dinacircmica do desenvolvimento tecnoloacutegico

Dessa forma com uma visatildeo focada no clienteconsumidor pode-se considerar

que a cadeia de valor eacute uma sequecircncia de atividades desde a origem de recursos ateacute

o descarte final de determinado produto Portanto tem-se uma visatildeo bastante abran-

gente do conceito que pode considerar desde a fase da extraccedilatildeo de mateacuteria-prima ateacute

o tratamento final que eacute dado ao produto por exemplo num enfoque de ciclo de vida

do produto21

31 - O que significa uma vantagem competitiva

O sucesso de uma empresa eacute em larga medida determinado pela atratividade

do sector em que opera mas a sua posiccedilatildeo dentro desse sector tambeacutem eacute importante

21 (httpwwwccontabeiscombrconvt14pdf) data acesso 15072012

33

Apesar de um sector poder ter uma fraca eficaacutecia uma empresa que estaacute bem posi-

cionada pode ainda assim criar lucros significativos

Diz-se que uma empresa tem uma vantagem competitiva sobre os seus con-

correntes quando manteacutem retornos que superam a meacutedia no seu sector Esta vanta-

gem decorre das caracteriacutesticas do produto que o torna superior aos produtos da con-

correcircncia

Nalgumas situaccedilotildees pode obter-se uma vantagem competitiva atraveacutes da evoluccedilatildeo

tecnoloacutegica mas esta eacute frequentemente difiacutecil de manter porque os concorrentes ra-

pidamente a copiam ou aperfeiccediloam desenvolvem novas tecnologias Uma vantagem

sustentada resulta frequentemente mais do que da tecnologia ou de modificaccedilatildeo de

produtos de outros fatores como por exemplo o simbolismo associado ndash o que o

produto significa para os consumidores (imagem de marca) e o que estes experimen-

tam na sua compra e uso Os investigadores em marketing reconhecem que os produ-

tos possuem caracteriacutesticas simboacutelicas e que o consumo de certos produtos pode de-

pender mais do seu significado social do que da sua utilidade funcional

Existe atualmente uma tendecircncia para os consumidores exigirem ldquosignificado

pessoalrdquo aos produtos e serviccedilos Torna-se essencial inovar para responder agraves emo-

ccedilotildees que influenciam as decisotildees dos consumidores Estes estatildeo cada vez menos

impressionados com as novas tecnologias e a optar por produtos que resultam ldquopara

mimrdquo Como consequecircncia palavras como emoccedilatildeo e significado pessoal encon-

tram o seu caminho nas estrateacutegias das empresas sendo importante entender os fato-

res intangiacuteveis associados ao valor percebido do produto e as percepccedilotildees na sua

globalidade positivas ou negativas Novas designaccedilotildees tais como ndash ldquofaacutecil acessiacute-

vel razoaacutevel empoderamento e pessoal ndash refletem mais a pessoa do que o obje-

to Descobrir os sentimentos e as atitudes em relaccedilatildeo aos produtos bem como conhe-

cer as razotildees das preferecircncias dos consumidores tornaram-se importantes elementos

estrateacutegicos22

32 - Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva

Em grande medida a ambiccedilatildeo da estrateacutegia da empresa eacute conseguir uma van-

tagem competitiva sustentaacutevel

22Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

34

A vantagem competitiva analisa a atividade da empresa centrando-se primei-

ramente na sua capacidade de gerar retornos superiores de capital e de vincular a

estrateacutegia de negoacutecio a mercados financeiros e de capital fundamentais por um longo

periacuteodo de tempo No fim de contas eacute a vantagem competitiva da empresa que permi-

te ter bons retornos para os seus acionistas

Sem vantagem competitiva a empresa tem uma razatildeo econoacutemica limitada para

existir ndash a sua vantagem competitiva eacute a sua razatildeo de existecircncia Sem ela a empresa

natildeo iraacute prosperar Criar uma vantagem competitiva sustentaacutevel pode ser a meta mais

importante de qualquer organizaccedilatildeo e pode mesmo ser o atributo mais importante em

que a empresa se focaliza23

33 - Como implementar vantagem competitiva

As vantagens competitivas natildeo assumem uma uacutenica forma e eacute possiacutevel que

uma empresa tenha vaacuterias vantagens competitivas e em diferentes aacutereas Ilustra-se

algumas das aacutereas onde as empresas se podem destacar e garantir o seu sucesso a

longo prazo quota de mercado gestatildeo da marca rede marcas e patentes eficaacutecia de

custos e altos custos de mudanccedila

As empresas com quotas de mercado significativas criam um problema para os

concorrentes o que eacute positivo para aquelas uma vez que os seus produtos satildeo bem

conhecidos e recebidos no mercado No entanto mesmo quando a quota de mercado

eacute consideraacutevel se o sector for atrativo ou seja tiver um potencial de lucro significativo

novos operadores podem aparecer com a consequente reduccedilatildeo da quota de merca-

do

Ter uma marca forte pode garantir o sucesso a longo prazo e tambeacutem permitir

agraves empresas obter lucros pois a sua marca permite-lhes cobrar um preccedilo especial

(premium) Marcas fortes tendem a criar uma vantagem competitiva mais duradoura

O efeito de rede ocorre quando um produto cria uma procura por parte dos

consumidores que depois amplia o produto A empresa pode beneficiar do efeito de

23 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

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rede pela atraccedilatildeo de mais vendedores Estes por sua vez atraem mais compradores

estabelecendo-se uma quota de mercado dominante (por exemplo eBay)

Este efeito de rede natildeo eacute muito comum mas quando ocorre pode ser extre-

mamente lucrativo As marcas e as patentes podem ser fonte de vantagem competiti-

va para algumas empresas 24

34 - Como criar valor e vantagem competitiva

Uma empresa posiciona-se aproveitando os seus pontos fortes Michael Porter

defendeu que aqueles se inscrevem em dois tipos baacutesicos de vantagem competitiva

vantagem pelos custos ou diferenciaccedilatildeo Estes satildeo identificados como vantagens po-

sicionais uma vez que expressam a posiccedilatildeo da empresa no sector enquanto liacuteder nos

custos ou por diferenciaccedilatildeo

A empresa utiliza os seus recursos e capacidades para gerar uma vantagem

competitiva que por uacuteltimo resulte na criaccedilatildeo de um valor superior

As competecircncias distintivas (competecircncias nucleares) resultam de recursos

especiacuteficos e capacidades da empresa facilitam a inovaccedilatildeo a eficiecircncia a qualidade

e a receptividade dos clientes o que pode ser aproveitado para atingir quer uma es-

trutura de baixo custos quer a diferenciaccedilatildeo do produto

Uma empresa posiciona-se no seu sector atraveacutes da opccedilatildeo por baixos custos

ou diferenciaccedilatildeo Esta decisatildeo eacute uma peccedila central da estrateacutegia competitiva da em-

presa

A vantagem competitiva existe quando a empresa eacute capaz de oferecer os

mesmos benefiacutecios que os concorrentes mas a custos mais baixos (vantagem pelos

custos) ou oferecer benefiacutecios que ultrapassam a concorrecircncia (vantagem por diferen-

ciaccedilatildeo) Portanto uma vantagem competitiva permite agrave empresa criar um valor superi-

or para os seus clientes e lucros para si proacuteprio25

24 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=39ampL=5) data acesso 15072012

25 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

36

CAPITULO III

ASPECTOS DA INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE

1 ndash Inovaccedilatildeo e sustentabilidade

37

Como as empresas podem sair da teoria para a praacutetica e chegar a um no-

vo patamar de competitividade e comprometimento com praacuteticas sustentaacuteveis

Muito se fala em inovaccedilatildeo como o principal caminho para o desenvolvimento

sustentaacutevel das organizaccedilotildees e da humanidade Poreacutem em muitos setores falar sobre

esse assunto eacute ainda um exerciacutecio teoacuterico Em geral o tema eacute associado as aacutereas de

tecnologia ou pesquisa e desenvolvimento mas a inovaccedilatildeo deve acontecer tambeacutem

na lideranccedila nas accedilotildees de marketing no modelo de negoacutecios ou seja na gestatildeo co-

mo um todo

Em pesquisa realizada pela Fundaccedilatildeo Nacional da Qualidade (FNQ) em maio

e 2011 representantes de 63 empresas mostraram que 97 consideram fundamental

que as organizaccedilotildees inovem para buscar a sustentabilidade tanto do negoacutecio quanto

da economia e do planeta Apesar dessa consciecircncia 70 dos participantes do estu-

do acreditam que as empresas estatildeo preocupadas mas natildeo direcionam seus investi-

mentos em inovaccedilotildees com foco no crescimento sustentaacutevel O levantamento mostra

ainda que 27 dos entrevistados apontaram a gestatildeo como a principal preocupaccedilatildeo

das empresas em que trabalham enquanto 22 indicaram a sustentabilidade e 19 a

reduccedilatildeo de custos

De acordo com o superintendente geral da FNQ Jairo Martins ldquoos resultados

da pesquisa mostram que as empresas ainda natildeo perceberam o tamanho do problema

da sustentabilidade considerando o baixo iacutendice de organizaccedilotildees que de fato inves-

tem em inovaccedilatildeo para sustentabilidade Em sua maioria as organizaccedilotildees pensam

apenas no lado econocircmico e natildeo no tripeacute da sustentabilidade que demanda uma em-

presa economicamente soacutelida socialmente correta e ambientalmente responsaacutevel

Enquanto dominar o pensamento pelo vieacutes econocircmico cujo sucesso eacute medido pelo

PIB o atual modelo de desenvolvimento insustentaacutevel natildeo vai mudar e natildeo seratildeo in-

cluiacutedas na pauta das organizaccedilotildees as questotildees socioambientaisrdquo

O professor da Fundaccedilatildeo Getuacutelio Vargas Renato Orsato autor do livro ldquoEstra-

teacutegias de Sustentabilidade quando vale a pena ser verderdquo analisou mais de 30 ca-

sos de empresas que adotaram a inovaccedilatildeo em 20 setores ao redor do mundo Para

ele deve haver uma premissa baacutesica para falar sobre esse assunto fazer perguntas

precisas ldquoIsso porque existem centenas de milhares de formas de incluir inovaccedilatildeo e

sustentabilidade nas empresas As empresas devem conhecer bem o contexto onde

atuam e considerar tanto aspectos tangiacuteveis como intangiacuteveisrdquo afirma

38

Na opiniatildeo do professor enquanto a sustentabilidade eacute apenas um acessoacuterio agrave

estrateacutegia da empresa ela natildeo vale a pena Para inovar as organizaccedilotildees devem

questionar os modelos de negoacutecio e pensar em modelos totalmente novos

Orsato daacute o exemplo da empresa Better Place que inovou na maneira de co-

mercializar energia renovaacutevel para carros eleacutetricos ldquoO grande salto seraacute conseguir

mudanccedilas radicais nos modelos de negoacutecios As fronteiras entre os setores de energia

e mobilidade por exemplo podem mudarrdquo 26

11- Da teoria para a praacutetica

De maneira geral a inovaccedilatildeo faz sucesso em palestras de ldquoespecialistasrdquo e de

executivosrdquo explica o professor Joatildeo Amato Neto da Fundaccedilatildeo Vanzolini e Escola

Politeacutecnica da USP ldquoMas haacute empresas realmente inovadoras seja em seus produtos

em seus processos de produccedilatildeo e ateacute mesmo em seu posicionamento de mercado

Outras satildeo inovadoras na relaccedilatildeo com o mercado num sentido mais amplo Esse eacute

um grupo restrito no Brasil de empresas de excelecircncia As que tecircm excelecircncia em

inovaccedilatildeo para sustentabilidade estatildeo num grupo mais restrito ainda Do ponto de vista

da sobrevivecircncia da empresa nos proacuteximos anos esse eacute um requisito fundamentalrdquo

O professor exemplifica que no varejo haacute grandes redes como o Wall Mart

Carrefour e Patildeo de Accediluacutecar que iniciaram accedilotildees para contratar fornecedores com base

em requisitos de sustentabilidade Essas accedilotildees ainda satildeo restritas a alguns poucos

produtos e incluem por exemplo exigecircncias de embalagens que possam ser recicla-

das Satildeo accedilotildees que visam a reduccedilatildeo do uso de recursos materiais e energia de uma

forma geral (busca de maior eco eficiecircncia nos processos)

Mas como sair da teoria e colocar em praacutetica Veja os principais pontos que

uma empresa interessada em inovaccedilatildeo e sustentabilidade deve trabalhar

bull Investir no espiacuterito criativo dos colaboradores natildeo soacute daqueles que atuam nas aacutereas

de pesquisa e desenvolvimento (PampD) de produtos ou na engenharia do produto mas

num sentido mais amplo oacutetimas ideias podem surgir no chamado chatildeo de faacutebrica

26 Internet (httpwwwhsmcombrbuscarkeys=inovaccedilatildeo e sustentabilidade) data acesso 19072012

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bull Buscar praacuteticas de gestatildeo participativa isso pode gerar ideias que trazem inovaccedilotildees

pequenas incrementais mas que no conjunto fazem muita diferenccedila

bull Usar a educaccedilatildeo para transformar paradigmas e gerar maior conscientizaccedilatildeo Natildeo

se deve pensar apenas em treinamentos que satildeo usados em geral para tarefas es-

peciacuteficas ou aplicaccedilatildeo de teacutecnicas As empresas devem investir na formaccedilatildeo dos re-

cursos humanos

bull Questionar o proacuteprio modelo de negoacutecios

bull Inserir sustentabilidade no planejamento estrateacutegico da empresa

E seraacute que eacute possiacutevel aprender a inovar De acordo com o professor Joatildeo A-

mato a inovaccedilatildeo soacute faz sentido se isso significar uma mudanccedila de mentalidade na

empresa Isso vale para induacutestria ou setor de serviccedilos ldquoNo setor financeiro temos mui-

tos exemplos de como os bancos estatildeo descobrindo novas maneira de incluir a sus-

tentabilidade em suas praacuteticas definindo criteacuterios de praacuteticas socioambientais aos

seus clientes Na realidade alguns dos grandes bancos jaacute colocaram isso no seu plano

estrateacutegicordquo conclui 27

12 ndash Sustentabilidade corporativa

Haacute vaacuterias definiccedilotildees para sustentabilidade e desenvolvimento sustentaacutevel na

literatura e organizaccedilotildees que tratam do tema arrolam outras tantas Isso decorre do

fato de a sustentabilidade ser um conceito relativamente novo possuir um caraacuteter mul-

tidisciplinar e envolver diferentes interpretaccedilotildees que refletem diferenccedilas de valor cir-

cunstacircncias localizadas e contextos especiacuteficos Aleacutem disso o conceito acaba incorpo-

rado a vaacuterios assuntos tais como a definiccedilatildeo de poliacuteticas governamentais a gestatildeo

puacuteblica regional a gestatildeo de empresas e ateacute mesmo o nosso estilo de vida (MA-

27 Internet (httpwwwhsmcombreditoriassustentabilidadeinovacao-e-ustentabilidade-de-

maos-dadas) data acesso 19072012

40

WHINNEY 2002) O foco deste artigo eacute a sustentabilidade corporativa ou seja a apli-

caccedilatildeo do conceito de sustentabilidade nas empresas

Algumas empresas brasileiras vecircm sendo citadas como casos mundiais no

acircmbito de algumas das dimensotildees da sustentabilidade corporativa HART (1997)

menciona a Aracruz Celulose como uma empresa que adota a visatildeo de desenvolvi-

mento sustentaacutevel desde o iniacutecio de suas operaccedilotildees com base no modelo de reflores-

tamento das plantaccedilotildees de eucaliptos PRAHALAD (2004) apresenta o caso da Casas

Bahia como uma empresa que atende a populaccedilatildeo de baixa renda por meio de um

modelo inovador de financiamento (SEABRA LEAL e PASSOS 2005 p10) Relatam

o caso da Natura assinalando que seus principais acionistas satildeo enfaacuteticos ao afirma-

rem que a busca da sustentabilidade eacute mais do que uma estrateacutegia de negoacutecios mdash eacute

uma filosofia de vida Outros estudos acadecircmicos nessa aacuterea tambeacutem envolvem em-

presas nacionais SILVA e KULAY (2005) apresentam um caso de aplicaccedilatildeo da Avali-

accedilatildeo do Ciclo de Vida (LCA mdash Life Cycle Assessment) para analisar os potenciais

impactos ambientais do processo de fabricaccedilatildeo de fertilizantes fosfatados em uma

empresa brasileira COSTA e GOUVINHAS (2004) analisam a adoccedilatildeo das estrateacutegias

de projeto ecoloacutegico (ecodesign) no ambiente de negoacutecios de pequenas e meacutedias em-

presas brasileiras HOPKINS (2002) discute a sustentabilidade nas operaccedilotildees internas

das empresas a partir de uma pesquisa exploratoacuteria sobre a aplicaccedilatildeo de indicadores

de responsabilidade social em quatro grandes empresas no Brasil 28

13 - O conceito de sustentabilidade corporativa

Considera-se sustentabilidade corporativa como a gestatildeo empresarial que bus-

ca equilibrar as necessidades econocircmicas das empresas com a responsabilidade pelo

desenvolvimento da sociedade e preservaccedilatildeo dos recursos naturais visando atender

agraves necessidades atuais e futuras dos elementos afetados pela empresa Esses ele-

mentos mdash que satildeo ou podem ser afetados pelos efeitos das operaccedilotildees accedilotildees e deci-

28 Internet httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

41

sotildees da empresa mdash incluem os acionistas e funcionaacuterios clientes e consumidores

fornecedores e parceiros os recursos naturais utilizados pela empresa o meio ambi-

ente e a sociedade

A sustentabilidade corporativa estaacute associada a trecircs macro objetivos a geraccedilatildeo

de valor econocircmico a responsabilidade ambiental e a responsabilidade social A gera-

ccedilatildeo de valor econocircmico estaacute relacionada com a obtenccedilatildeo de resultados econocircmicos

positivos no presente e no futuro A responsabilidade ambiental diz respeito agrave conser-

vaccedilatildeo e ao uso sustentaacutevel dos recursos naturais E a responsabilidade social con-

templa a corresponsabilidade das empresas pelo desenvolvimento da sociedade Con-

forme ELKINGTON (1997) esses objetivos satildeo inerentes aos denominados resultados

tridimensionais da sustentabilidade (triple bottom line) As empresas que adotam a

sustentabilidade corporativa devem buscar um equiliacutebrio entre o compromisso econocirc-

mico a preservaccedilatildeo ambiental e o desenvolvimento da sociedade assumindo respon-

sabilidades pelas condiccedilotildees de vida atuais e futuras29

14 - Sustentabilidade e geraccedilatildeo de valor econocircmico

A literatura ressalta a necessidade de que as iniciativas relacionadas agrave susten-

tabilidade tragam retornos positivos para as empresas REINHARDT (1999) considera

que as justificativas para os investimentos ambientais realizados pelas empresas de-

vem ser similares aos demais investimentos Nesse sentido os investimentos em ges-

tatildeo ambiental devem auferir retornos financeiros positivos ou conduzir agrave reduccedilatildeo dos

riscos SENGE e CARSTEDT (2001) satildeo mais enfaacuteticos ao considerar que o desafio

atual reside em desenvolver negoacutecios sustentaacuteveis compatiacuteveis com a realidade eco-

nocircmica Segundo esses autores novos modelos de negoacutecios e produtos inovadores

no acircmbito da sustentabilidade precisam necessariamente acarretar resultados finan-

ceiros satisfatoacuterios para se viabilizarem

Os benefiacutecios decorrentes das accedilotildees de sustentabilidade podem ser tangiacuteveis

ou intangiacuteveis Willard (2002) identifica potenciais benefiacutecios tangiacuteveis como aqueles

associados agrave reduccedilatildeo de custos na manufatura agrave reduccedilatildeo de custos comerciais ao

aumento do faturamento e ao aumento da participaccedilatildeo no mercado Como benefiacutecios

intangiacuteveis considera a maior facilidade na contrataccedilatildeo de talentos a maior retenccedilatildeo

29 Internet httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

42

dos principais talentos o aumento da produtividade dos funcionaacuterios a reduccedilatildeo dos

riscos e as maiores facilidades de financiamento NEMLI (2004) considera que os be-

nefiacutecios devem ser mensurados ao longo de trecircs dimensotildees reduccedilatildeo de custos e au-

mento da lucratividade aumento da reputaccedilatildeo e criaccedilatildeo de diferenciaccedilatildeo crescimento

da empresa em termos de capacidade de inovaccedilatildeo e uso de tecnologias limpas

A perspectiva de geraccedilatildeo de valor econocircmico estaacute acoplada a uma visatildeo mais holiacutesti-

ca do bom funcionamento da economia Nesse sentido HAWKEN LOVINS e LOVINS

(1999) consideram que o capitalismo natural pode ser o gatilho para a proacutexima revo-

luccedilatildeo industrial em que quatro tipos de capital sustentam o bom funcionamento da

economia o capital humano (pessoas conhecimento e cultura) o capital financeiro

(caixa investimentos e instrumentos monetaacuterios) o capital industrial (infra estrutura

faacutebricas e maacutequinas) e o capital natural (recursos naturais sistemas de vida e ecossis-

tema) Conforme SENGE e CARSTEDT (2001) a geraccedilatildeo de valor econocircmico por

empresas sustentaacuteveis depende de forma ampla da adoccedilatildeo de uma realidade eco-

nocircmica que conecta a induacutestria a sociedade e o meio ambiente Por outro lado mes-

mo na realidade atual a reduccedilatildeo do desperdiacutecio e do fluxo destrutivo dos recursos

pode representar uma importante oportunidade de negoacutecios (LOVINS LOVINS e

HAWKEN 1999) 30

15 - Sustentabilidade e responsabilidade ambiental

Vaacuterios autores assinalam a importacircncia da questatildeo da estrateacutegia ambiental das

empresas no acircmbito da sustentabilidade corporativa HART (1997) considera a polui-

ccedilatildeo a exaustatildeo dos recursos naturais e a pobreza como os principais desafios da sus-

tentabilidade Segundo o autor a estrateacutegia ambiental das empresas em geral evolui

segundo trecircs estaacutegios prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo produtos ambientalmente corretos e

produccedilatildeo limpa Aleacutem disso uma estrateacutegia ambiental integrada natildeo deve direcionar-

se somente para o desenvolvimento de competecircncias internas mas tambeacutem conside-

rar o relacionamento com os clientes fornecedores outras empresas agentes gover-

30 Internet

(httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext)

data de acesso 2107201230

43

namentais e acionistas Da mesma forma BARBIERI (2004) cita trecircs abordagens para

a gestatildeo ambiental empresarial controle da poluiccedilatildeo prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo e abor-

dagem estrateacutegica A prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo incorpora duas preocupaccedilotildees ambientais

principais o uso sustentaacutevel dos recursos e o controle da poluiccedilatildeo Os instrumentos

tradicionais para o uso sustentaacutevel dos recursos satildeo referenciados pelo autor como

4Rs reduccedilatildeo da poluiccedilatildeo na fonte reutilizaccedilatildeo reciclagem e recuperaccedilatildeo energeacutetica

HOFFMAN (2000) sugere que a estrateacutegia ambiental determine o alinhamento

entre a proteccedilatildeo ambiental e o crescimento econocircmico da empresa O desenvolvimen-

to da estrateacutegia ambiental deve analisar os concorrentes os parceiros os produtos as

mateacuterias-primas as perdas e os resiacuteduos da empresa O autor considera que a estra-

teacutegia ambiental pode ser direcionada por quatro fatores o mercado (composto pelos

consumidores associaccedilotildees concorrentes e consultores) os provedores de recursos

(clientes seguradoras fornecedores bancos e investidores) os elementos coercivos

(regulamentos locais legislaccedilatildeo internacional) e os elementos sociais (instituiccedilotildees

religiosas organizaccedilotildees natildeo-governamentais comunidade mundo acadecircmico im-

prensa e poder judiciaacuterio) 31

16 - Sustentabilidade e responsabilidade social

Os defensores da responsabilidade social argumentam que as empresas de-

vem assumir um compromisso com o desenvolvimento da sociedade As empresas

devem executar accedilotildees para fomentar o desenvolvimento social a inclusatildeo social e

contribuir para a melhoria das condiccedilotildees de vida da populaccedilatildeo mais necessitada Al-

guns autores consideram que essas atividades natildeo satildeo puramente filantroacutepicas uma

vez que as empresas podem auferir benefiacutecios de negoacutecios em funccedilatildeo delas Outros

sugerem ainda que a responsabilidade social esteja associada agrave proacutepria estrateacutegia

empresarial por exemplo SEABRA LEAL e PASSOS (2005) assinalam que os prin-

31 ) Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

44

cipais acionistas da Natura consideram que a responsabilidade social estaacute intimamen-

te ligada agrave estrateacutegia de negoacutecios da empresa

PRAHALAD e HAMMOND (2002) observam que aproximadamente 65 da

populaccedilatildeo mundial mdash cerca de quatro bilhotildees de pessoas mdash ganham menos do que

2000 USDano Esse eacute um mercado praticamente inexplorado pelas empresas multi-

nacionais Segundo os autores as empresas que desejam entrar nesse mercado de-

vem repensar seus modelos de negoacutecios praacuteticas gerenciais e indicadores de desem-

penho Eacute um mercado de novas fontes de receita que exige melhoria na eficiecircncia

operacional e fomento da inovaccedilatildeo A atuaccedilatildeo bem-sucedida para atender agrave denomi-

nada populaccedilatildeo na base da piracircmide pode trazer resultados econocircmicos positivos agraves

empresas e simultaneamente contribuir para a melhoria das condiccedilotildees de vida das

pessoas economicamente menos favorecidas

PORTER e KRAMER (2002) consideram que eacute possiacutevel agraves empresas obterem

a convergecircncia de interesses entre as atividades filantroacutepicas e os objetivos de negoacute-

cios A filantropia pode oferecer oportunidades para as empresas melhorarem seu

contexto competitivo considerando que as atividades filantroacutepicas podem potencial-

mente atuar sobre quatro elementos inter-relacionados da competitividade empresari-

al na disponibilidade dos insumos de produccedilatildeo nas condiccedilotildees de demanda nas con-

diccedilotildees de competiccedilatildeo e rivalidade e na presenccedila das induacutestrias de insumos e suporte

Nesse sentido a filantropia deveria ser considerada uma abordagem claramente estra-

teacutegica pelas empresas WADDOCK e SMITH (2000) adotam um raciociacutenio similar

afirmando que a responsabilidade social e o desempenho corporativo financeiro an-

dam juntos e natildeo como trade-offs

HALL et al (2005) constatam que algumas empresas podem ser socialmente

vulneraacuteveis Segundo esses autores a vulnerabilidade social eacute atribuiacuteda agraves empresas

que apresentam grande importacircncia estrateacutegica para o desenvolvimento econocircmico e

social dos paiacuteses onde operam Eles citam empresas cujo papel extrapola a criaccedilatildeo de

valor aos acionistas sendo consideradas como orgulhos nacionais para seus paiacuteses

Satildeo citadas como exemplos a Siemens na Alemanha a Toyota no Japatildeo a Embraer

no Brasil e a Bombardier no Canadaacute Aleacutem da questatildeo econocircmica essas empresas

desempenham importante papel social em seus respectivos paiacuteses Outras empresas

45

brasileiras tambeacutem poderiam ser citadas como a Petrobras a Companhia Vale do Rio

Doce o Bradesco entre outras 32

2 - Gestatildeo da inovaccedilatildeo para a sustentabilidade

A busca da inovaccedilatildeo e a gestatildeo da inovaccedilatildeo em geral satildeo mediadas por as-

pectos essencialmente econocircmicos e estrateacutegicos Entretanto na medida em que ou-

tras restriccedilotildees compotildeem o ambiente de atuaccedilatildeo das empresas outros fatores podem

impulsionar a inovaccedilatildeo Isso tambeacutem eacute vaacutelido ao se considerarem aspectos de susten-

tabilidade como condicionantes da inovaccedilatildeo

HART e CHRISTENSEN (2002) sugerem que as inovaccedilotildees radicais podem

pavimentar o caminho para as empresas combinarem um crescimento sustentaacutevel

com responsabilidade social HART e MILTEIN (1999) consideram que os desafios

impostos pela sustentabilidade global podem atuar como catalisadores para um novo

estaacutegio de destruiccedilatildeo criativa das empresas Eles associam a preocupaccedilatildeo ecoloacutegica

com melhorias contiacutenuas e a sustentabilidade global com melhorias radicais Nesse

sentido argumentam que a sustentabilidade pode criar oportunidades sem preceden-

tes agraves empresas O raciociacutenio de SENGE e CARSTEDT (2001) eacute similar Esses auto-

res consideram que o foco restrito na eficiecircncia ecoloacutegica pode distrair as empresas da

busca de produtos e modelos de negoacutecios radicalmente diferentes dos atuais Eacute a sus-

tentabilidade global que iraacute motivar as empresas a procurarem novos modelos men-

tais a enfatizarem a aprendizagem e atentarem para a gestatildeo de mudanccedilas

PORTER e VAN DER LINDE (1995) consideram que as regulamentaccedilotildees am-

bientais impotildeem pressotildees competitivas nas empresas motivando-as a inovar VOL-

LENBROEK (2002) propotildee um processo que direciona a inovaccedilatildeo para o desenvolvi-

mento da sustentabilidade denominado gestatildeo da transiccedilatildeo Ele considera que a ino-

vaccedilatildeo natildeo gera automaticamente o progresso da sociedade pois precisa ser condi-

cionada para tanto Os esforccedilos para o desenvolvimento sustentaacutevel precisam ser di-

recionados pela sociedade e esta participa das decisotildees visando obter um balancea-

mento adequado entre os objetivos econocircmicos ecoloacutegicos e sociais A inovaccedilatildeo seraacute

decorrecircncia

32 Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

46

HALL e VREDENBURG (2003) afirmam que os gestores tecircm dificuldades para

lidar com as pressotildees do desenvolvimento sustentaacutevel Eles consideram que as estra-

teacutegias de inovaccedilatildeo das empresas geralmente satildeo inadequadas para acomodar as

complexidades e incertezas inerentes agraves novas demandas impostas pelo desenvolvi-

mento sustentaacutevel Dessa forma sugerem que a estrateacutegia empresarial integre tam-

beacutem os objetivos da inovaccedilatildeo e do desenvolvimento sustentaacutevel Em contraponto agrave

abordagem tradicional da inovaccedilatildeo ditada pelo mercado propotildeem que as empresas

adotem a inovaccedilatildeo para o desenvolvimento sustentaacutevel que incorpora as restriccedilotildees

sociais e as pressotildees ambientais bem como contempla as necessidades das futuras

geraccedilotildees Como seraacute visto no texto que segue a inovaccedilatildeo foi tambeacutem um ingrediente

essencial para o desenvolvimento e o sucesso do projeto estudado na presente pes-

quisa33

CONCLUSAtildeO

O objetivo desse estudo foi verificar e compreender o conceito de inovaccedilatildeo e a

sua aplicabilidade nas organizaccedilotildees assim como a vantagem competitiva no modelo

de negoacutecio por meio da co-criaccedilatildeo de valor

33 Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data acesso 21072012

47

Inovaccedilatildeo e criatividade satildeo essenciais para o continuo desenvolvimento e competi-

tividade de uma naccedilatildeo

Coisas boas acontecem quando o pensamento inovador comeccedila ele poderaacute

ajudar a criar novos produtos melhoria nos processos novas tecnologias tornando

a empresa mais competitiva Tomando conhecimento da grande variedade de produ-

tos e serviccedilos oferecidos pelas organizaccedilotildees pode se observar que nem sempre se

chega ao resultado em melhores experiecircncias de consumo nesse cenaacuterio certas em-

presas adotam a co-criaccedilatildeo de valor ndash participaccedilatildeo do cliente no processo produtivo ndash

para inovar no modelo de negoacutecio agregando valor a sua oferta buscando assim se

diferenciar das demais empresas Apesar da inovaccedilatildeo indicar um caminho seguro

para obter vantagem competitiva sustentaacutevel e defender posiccedilotildees estrateacutegicas no

mercado o seu sucesso natildeo eacute garantido necessitando que os gestores conheccedilam e

compreendam a dinacircmica dos processos da gestatildeo da inovaccedilatildeo dentro de suas orga-

nizaccedilotildees e realidades especiacuteficas

O modelo de organizaccedilatildeo inovadora sustentaacutevel eacute uma resposta agraves pressotildees

institucionais por uma organizaccedilatildeo que seja capaz de inovar com eficiecircncia em termos

econocircmicos mas com responsabilidade social e ambiental Esse tipo de organizaccedilatildeo

busca vantagem competitiva desenvolvendo produtos serviccedilos processos e negoacutecios

novos ou modificados com base nas dimensotildees social ambiental e econocircmica Ela

reuacutene duas caracteriacutesticas essenciais eacute inovadora e orientada para a sustentabilidade

Tendo em vista o fenocircmeno do isomorfismo institucional (concentraccedilatildeo de for-

mas organizacionais nos diversos setores produtivos) o modelo das organizaccedilotildees

inovadoras sustentaacuteveis vem ganhando rapidamente cada vez mais espaccedilo nas em-

presas liacutederes Esses fatos permitem dizer que o movimento do desenvolvimento sus-

tentaacutevel eacute um dos movimentos mais importantes do nosso tempo e a julgar pela vita-

lidade dos fatores institucionais presentes em praticamente todo o mundo pode-se

inferir que ele continuaraacute se propagando por muitas deacutecadas

Desse modo o aprimoramento dos modelos de organizaccedilatildeo sustentaacuteveis as

diversas formas da sua institucionalizaccedilatildeo em acircmbito global o desenvolvimento de

tecnologias sustentaacuteveis a gestatildeo de inovaccedilotildees para o desenvolvimento sustentaacutevel

seratildeo temas cada vez mais importantes nos estudos futuros Como o sistema opera-

cional produtivo e as inovaccedilotildees de produto e de processo ao atender as trecircs dimen-

sotildees da sustentabilidade devem gerar ganhos para o meio ambiente em termos de

reduccedilatildeo no uso de recursos e de emissotildees de poluentes o aumento da produccedilatildeo pelo

incitamento agrave demanda por novos produtos pode neutralizar ou ateacute superar esses ga-

nhos Levar em conta essa possibilidade dando-lhe um tratamento adequado eacute um dos

48

maiores desafios para o alinhamento das empresas ao modelo de organizaccedilatildeo inova-

dora sustentaacutevel

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

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Como implementar vantagem competitiva Internet

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Conceito de criatividade Internet

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Gestatildeo de inovaccedilatildeo para a sustentabilidade Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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O que significa vantagem competitiva Internet

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Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva Internet

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0Inova25E725E3o2FArtigos2FInova25E725E3odocampei=Vhr2T9qvHaez6w

Ho16zYBgampusg=AFQjCNEz7MKNTbjYj81PrvG) data de acesso 03062012

Sustentabilidade e geraccedilatildeo de valor econocircmico Internet

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Sustentabilidade e responsabilidade social Internet

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PRAHALAD C K KRISHNAN M S A nova era inovaccedilatildeo Rio de Janeiro editora

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PRAHALAD C K RAMASWAMY Venkatram O futuro da competiccedilatildeo como desen-

volver diferenciais inovadores em parceria com os clientes Rio de Janeiro editora

Elsevier 2004

  • AGRADECIMENTOS
  • CAPIacuteTULO III- Aspectos da inovaccedilatildeo e sustentabilidade37
  • Inovaccedilatildeo e sustentabilidade37
  • 32 - Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva
  • 33 - Como implementar vantagem competitiva
  • 34 - Como criar valor e vantagem competitiva
Page 6: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · duzir os processos de inovação dentro da organização. 6 ... CAPÍTULO I - Estrutura da criação de valor e inovação.....11

6

METODOLOGIA

Os meacutetodos que levam ao problema proposto como leitura de livros jor-

nais revistas palestras e a trabalhos feitos apoacutes coleta de dados pesquisa bibliograacute-

fica e a observaccedilatildeo do objeto de estudo etc Os principais autores utilizados na reali-

zaccedilatildeo dessa pesquisa foram PRAHALAD e KRISHNAN (2008) RAMASWAMY (2004)

e HAMEL (2003)

7

SUMAacuteRIO

INTRODUCcedilAtildeO11

CAPIacuteTULO I - Estrutura da criaccedilatildeo de valor e inovaccedilatildeo11

1- A importacircncia da inovaccedilatildeo11

11ndash Inovaccedilatildeo nas empresas12

12- Inovaccedilatildeo no Brasil13

13- O que eacute inovaccedilatildeo15

2 - Processos de inovaccedilatildeo 16

21- Processos de inovaccedilatildeo nas organizaccedilotildees17

22ndash Funccedilotildees tiacutepicas no processo de inovaccedilatildeo18

23ndash Como implantar cultura de inovaccedilatildeo na organizaccedilatildeo19

24ndash Organizaccedilotildees inovadoras sustentaacuteveis20

25ndash A inovaccedilatildeo como funccedilatildeo de aprendizagem organizacional22

CAPIacuteTULO II- Desenvolvimento da criatividade24

1- Capital intelectual24

2- Criatividade25

21- Conceito de criatividade27

22- Criatividade do ponto de vista pessoal28

23-Criatividade do ponto de vista empresarial28

24- Criatividade e a visatildeo estrateacutegica da empresa29

25- Reconfiguraccedilatildeo dinacircmica do talento30

8

3- Cadeia de valor e vantagem competitiva31

31- O que significa uma vantagem competitiva33

32- Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva34

33- Como implantar vantagem competitiva34

34- Como criar valor e vantagem competitiva35

CAPIacuteTULO III- Aspectos da inovaccedilatildeo e sustentabilidade37

1- Inovaccedilatildeo e sustentabilidade37

11- Da teoria para a praacutetica38

12- Sustentabilidade corporativa40

13- O conceito de sustentabilidade corporativa41

14- Sustentabilidade e geraccedilatildeo de valor econocircmico41

15- Sustentabilidade e responsabilidade ambiental43

16- Sustentabilidade e responsabilidade social44

2- Gestatildeo da inovaccedilatildeo para a sustentabilidade45

CONCLUSAtildeO47

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA48

BIBLIOGRAFIA CITADA51

9

INTRODUCcedilAtildeO

O conceito de inovaccedilatildeo eacute cada vez mais difundido no ambiente organizacional

FREEMAN e SOETE apud BARBIERI (2004) afirmam que as empresas que natildeo ino-

vam natildeo conseguem sobreviver Os gestores das empresas tambeacutem estatildeo conscien-

tes da importacircncia da inovaccedilatildeo para o crescimento dos negoacutecios e para a sua lucrati-

vidade

A inovaccedilatildeo eacute comumente vista como a implementaccedilatildeo de novos produtos ou

serviccedilos Poreacutem pode-se inferir que as inovaccedilotildees em produto ou ateacute mesmo em pro-

cesso satildeo restritas diante do que se faz necessaacuterio um comportamento inovador que

envolva toda a organizaccedilatildeo ateacute sua maneira de gestatildeo Assim surge a inovaccedilatildeo or-

ganizacional tambeacutem chamada de inovaccedilatildeo no modelo de negoacutecios Ela parte da

premissa de que a uacutenica forma de escapar da concorrecircncia eacute introduzir um novo mo-

delo de negoacutecio ou alterar radicalmente o existente HAMEL (2003)

Poreacutem a inovaccedilatildeo soacute teraacute importacircncia se criar valor para os clientes e para a

empresa dessa forma a criaccedilatildeo de um novo produto ou serviccedilo natildeo basta ela deve

ter valor para o consumidor Assim alguns autores PRAHALAD RAMASWAMY

(2004) TAPSCOTT WILLIAMS (2007) tecircm demonstrado que diante do cenaacuterio atual

caracterizado por intensa competiccedilatildeo deve-se buscar na criaccedilatildeo desse valor a inte-

raccedilatildeo dos clientes com a empresa ou seja a co-criaccedilatildeo de valor

Dessa maneira considerando a importacircncia que os gestores tecircm dado agrave inova-

ccedilatildeo no modelo de negoacutecio bem como a necessidade de as empresas buscarem no-

vas formas de gerar valor o presente estudo foi realizado com o intuito de verificar se

esse tipo de inovaccedilatildeo por meio da co-criaccedilatildeo de valor PRAHALAD RAMASWAMY

(2004) pode diferenciar a empresa das demais e obter vantagem competitiva POR-

TER (2001) Para aferir essa possibilidade foram considerados aspectos relevantes

acerca de estrateacutegia envolvidos na obtenccedilatildeo da vantagem sobre os concorrentes

bem como a respeito de inovaccedilatildeo e da co-criaccedilatildeo de valor

Essas questotildees portanto foram contempladas para se tentar chegar agrave respos-

ta para a pergunta haacute relaccedilatildeo entre a obtenccedilatildeo de vantagem competitiva e a inovaccedilatildeo

no modelo de negoacutecio por meio da co-criaccedilatildeo de valor

10

A revoluccedilatildeo cientiacutefica - tecnoloacutegica dos uacuteltimos 30 anos opera transformaccedilotildees

profundas natildeo soacute nas formas de produccedilatildeo da vida material como tambeacutem na produ-

ccedilatildeo do proacuteprio conhecimento Essas transformaccedilotildees alimentam a hoje chamada Soci-

edade do Conhecimento em que este e todas as formas de sua circulaccedilatildeo satildeo indis-

pensaacuteveis em todos os campos de atividade humana Neste sentido a ciecircncia trans-

borda seu proacuteprio campo e atravessa as estruturas e relaccedilotildees sociais em muacuteltiplas

articulaccedilotildees

A nova produccedilatildeo do conhecimento descrita por GIBBONS et al (1994) ndash

entre outros ndash apresenta caracteriacutesticas correlatas agraves mudanccedilas verificadas no modo

de produccedilatildeo de bens materiais As novas exigecircncias de flexibilidade agilidade inter-

disciplinaridade qualidade e resposta a demandas sociais supotildeem necessariamente

um novo patamar de comunicabilidade entre campos esferas paradigmas institui-

ccedilotildees comunidades e atores sociais envolvidos no (e com) o campo cientiacutefico assim

como novas perspectivas de formaccedilatildeo de recursos humanos

Existe ainda uma defasagem entre as mudanccedilas na base econocircmica e as

formas de organizaccedilatildeo sociais e poliacutetico-institucionais As diversas manifestaccedilotildees da

crise atual (desemprego estrutural desaceleraccedilatildeo da produtividade crise de valor es

e falta de perspectiva ) resultam da incompatibilidade entre as novas formas de pro-

duccedilatildeo e novas tecnologias de um lado e sistemas sociais e organizacionais obsole-

tos de outro FREEMAN (1995) A coerecircncia ndash ou compatibilidade nos termos de Fre-

eman ndash precisaria ser restabelecida

O presente estudo representa a importacircncia da inovaccedilatildeo e desenvolvimento

nas empresas e no Brasil como alavanca de sucesso e seus fatores internos e exter-

nos

Inovaccedilatildeo eacute um modelo estrateacutegico de gestatildeo de recursos organizacionais dos

quais fazem parte os recursos humanos tecnoloacutegicos e financeiros com o objetivo de

desenvolver processos rotinas e sistemas que propiciem o desenvolvimento e melho-

rias dos produtos e serviccedilos que a empresa oferece ao mercado e as maneiras como

o faz de forma a obter vantagem competitiva

Existem inuacutemeras maneiras de inovar dentre as quais podemos mencionar em

gestatildeo de pessoas em gestatildeo organizacional em modelos de negoacutecios de comercia-

lizaccedilatildeo e abordagens de marketing

11

CAPIacuteTULO I

A ESTRUTURA DA CRIACcedilAtildeO DE VALOR E A INOVACcedilAtildeO

1 ndash A Importacircncia da Inovaccedilatildeo

O cenaacuterio competitivo contemporacircneo tem sido regido pela revoluccedilatildeo tecnoloacute-

gica globalizaccedilatildeo hiper-competitividade e extrema ecircnfase sobre preccedilo qualidade e

satisfaccedilatildeo do consumidor exigindo um foco na inovaccedilatildeo como competecircncia estrateacutegi-

ca Enquanto se deu maior ecircnfase agrave inovaccedilatildeo incremental na uacuteltima deacutecada menos

atenccedilatildeo foi dispensada agrave inovaccedilatildeo radical ou revolucionaacuteria Como consequecircncia

muito se conhece sobre a implementaccedilatildeo da inovaccedilatildeo incremental ao passo que a

inovaccedilatildeo radical eacute ainda muito pouco compreendida FOSTER (1986) UTTERBACK

(1994) CHRISTENSEN (1997) HAMEL ( 2000) Isso eacute verdadeiro apesar de a impor-

tacircncia da inovaccedilatildeo radical ter sido ressaltada por vaacuterios consultores e estudiosos da

aacuterea de negoacutecios

Muitos autores reconhecem as dificuldades do gerenciamento da inovaccedilatildeo ra-

dical em empresas soacutelidas de grande porte CHRISTENSEN (1997) por exemplo

indica ser bastante incomum que empresas que gerenciam adequadamente linhas

consistentes de negoacutecios percebam com antecedecircncia e respondam de forma efetiva

agraves tecnologias de ruptura provenientes de fontes externas (ver tambeacutem LEONARD-

BARTON (1995) KATZ e ALLEN (1985) KANTER (1989b) TUSHMAN e OrsquoREILLY

(1997) DOUGHERTY (1992) BLOCK e MACMILLAN (1993)

As inovaccedilotildees transformam o relacionamento entre consumidores e fornecedo-

res reestruturam aspectos econocircmicos do mercado desestabilizam produtos existen-

tes e datildeo origem a categorias de produtos completamente novas Elas proporcionam o

motor para o crescimento em longo prazo que os liacutederes empresariais procuram Infe-

lizmente reconhecer a importacircncia das inovaccedilotildees radicais eacute bem diferente de desen-

volvecirc-las e comercializaacute-las

As empresas que obtiveram sucesso em longo prazo intercalam a inovaccedilatildeo in-

cremental com a inovaccedilatildeo radical que gera novos mercados e oportunidades de ne-

goacutecios ver MORONE (1993) TUSHMAN e OrsquoREILLY (1997) Assim como eacute evidente

a importacircncia da inovaccedilatildeo radical para as empresas interessadas no crescimento e na

renovaccedilatildeo em longo prazo eacute claro tambeacutem que empresas grandes e soacutelidas enfren-

tam dificuldades para administrar esse processo Grandes empresas bem estabeleci-

12

das satildeo extremamente proficientes em gerenciar eficiecircncias operacionais e apresen-

tar produtos de nova geraccedilatildeo No entanto as incertezas que surgem com a comercia-

lizaccedilatildeo de novas tecnologias para mercados que podem ainda nem existir exigem

competecircncias amplamente diferentes Inovaccedilatildeo eacute um modelo estrateacutegico de gestatildeo

de recursos organizacionais dos quais fazem parte os recursos humanos tecnoloacutegi-

cos e financeiros com o objetivo de desenvolver processos rotinas e sistemas que

propiciem o desenvolvimento e melhorias dos produtos e serviccedilos que a empresa ofe-

rece ao mercado e as maneiras como o faz de forma a obter vantagem competitiva1

11- Inovaccedilatildeo nas Empresas

De acordo com FREEMAN o conceito de inovaccedilatildeo consiste no processo que

inclui as atividades teacutecnicas concepccedilatildeo desenvolvimento gestatildeo e que resulta na

comercializaccedilatildeo de novos (ou melhorados) produtos ou na primeira utilizaccedilatildeo de no-

vos (ou melhorados) processos

Com o desenvolvimento de novos conhecimentos estrateacutegicos pelas organiza-

ccedilotildees esses fossos organizacionais ao longo das fronteiras podem ser aterrados para

a co-criaccedilatildeo de novas abordagens ao nexo de N=1 e R=G A arquitetura social das

empresas deve desenvolver capacidade a raacutepida criaccedilatildeo de conhecimento por meio

do desenvolvimento de cultura organizacional e de estrutura motivacional adequadas

A arquitetura teacutecnica precisa construir recursos para capacitaccedilatildeo desse processo

Para noacutes essas decepccedilotildees com a gestatildeo de processos natildeo satildeo surpreendentes O

que falta na doaccedilatildeo da maioria dessas iniciativas eacute uma perspectiva que inclua inova-

ccedilatildeo e criaccedilatildeo de valor natildeo apenas reduccedilatildeo de custos Alguns desses projetos que

enfatizam os processos satildeo aprovados agraves cegas pelas organizaccedilotildees sem considerar

a necessidade primordial de equilibrar as demandas por inovaccedilatildeo e eficiecircncia

Se os gestores natildeo partirem de um ponto de vista sobre como querem competir

e impulsionar a mudanccedila no dia a dia em cada reuniatildeo em cada relatoacuterio para criar

situaccedilotildees reais de foco na inovaccedilatildeo e na criaccedilatildeo de valor eacute provaacutevel que se sintam

desapontados Aleacutem disso geralmente eles se esquecem de que a conversatildeo dos

processos internos em fatores estrateacutegicos para os resultados requer mudanccedilas natildeo

1 Internet (httpwwwscielobrpdfraev42n2v42n2a16pdf) data de acesso 19052012

13

soacute gerenciais e culturais mas tambeacutem tecnoloacutegicas (PRAHALADCK KRISH-

NANMSA nova era da inovaccedilatildeo 2008 p135)

Open innovation eacute um modelo que as companhias estatildeo adotando cada vez

mais em resposta a um mundo crescentemente globalizado e caracterizado pela parti-

lha aberta de informaccedilotildees com o objetivo de produzir conhecimento Esse modelo se

baseia na colaboraccedilatildeo em rede da empresa com fornecedores clientes universida-

des e ateacute concorrentes A partir desse conceito a inovaccedilatildeo antes uma aacuterea limitada

aos departamentos internos de Pesquisa e Desenvolvimento como era a loacutegica vigen-

te ateacute as deacutecadas de 70 a 90 passou a ser buscada aleacutem das fronteiras das organiza-

ccedilotildees

Acredito que a interaccedilatildeo seja a chave para esse processo se tornar real e mais

do que isso ela eacute a fonte para a inovaccedilatildeo Por isso as redes sociais representam hoje

a melhor plataforma de interaccedilatildeo para as empresas interessadas em inovaccedilatildeo aberta

O desafio que se impotildee entretanto eacute criar tecnologias que gerenciem a troca de in-

formaccedilotildees realizadas nessa miacutedia2

12- Inovaccedilatildeo no Brasil

O desenvolvimento tecnoloacutegico e a inovaccedilatildeo de um paiacutes dependem em grande

parte da formaccedilatildeo de recursos humanos capacitados bem como de investimentos

consistentes contiacutenuos de longo prazo e de porte O Brasil adotou a estrateacutegia de

que a pesquisa acadecircmica geraria conhecimento que naturalmente se transformaria

em inovaccedilotildees tecnoloacutegicas o que natildeo estaacute refletindo a realidade do setor no paiacutes

O Brasil sempre investiu de forma inconstante e em quantidade insuficiente os

recursos puacuteblicos federais e estaduais no desenvolvimento de ciecircncia e tecnologia

(com exceccedilatildeo do estado de Satildeo Paulo) o que sempre preocupou a comunidade cien-

tiacutefica e empresarial do paiacutes Aleacutem disso o setor empresarial tambeacutem investiu e ainda

continua investindo muito timidamente ao contraacuterio do que ocorreu nos modelos de

paiacuteses como a Coreacuteia do Sul Este uacuteltimo paiacutes investiu na formaccedilatildeo de recursos hu-

manos (em niacutevel de graduaccedilatildeo) habilitando-os para atuar em vaacuterios segmentos do

2 Internet (httpolhardigitaluolcombrnegociosdigital_newsnoticiascomo-gerar-inovacao-nas-

empresas) data de acesso 19052012

14

desenvolvimento tecnoloacutegico As inovaccedilotildees geradas produziram o retorno desejado e

o setor produtivo assumiu o papel de executor das pesquisas e de seu financiamento

sustentando hoje cerca de 75 das pesquisas niacutevel encontrado apenas nos paiacuteses

desenvolvidos Em resumo natildeo haacute investimento consistente de longo prazo e de porte

em ciecircncia tecnologia e inovaccedilatildeo no Brasil seja puacuteblico ou privado

Apesar disso houve no Brasil um grande avanccedilo cientiacutefico nos uacuteltimos trinta

anos A iniciativa consistente para construir a competecircncia cientiacutefica atraveacutes do trei-

namento de pessoal qualificado dentro e fora do paiacutes foi indiferente agraves oscilaccedilotildees poliacute-

tico-econocircmicas tanto em niacutevel federal como estadual hoje o Brasil responde por

13 dos artigos cientiacuteficos publicados em revistas indexadas internacionais Estabe-

leceu-se ainda no paiacutes uma forte estrutura de poacutes-graduaccedilatildeo responsaacutevel pela forma-

ccedilatildeo de cerca de 10 mil doutores por ano e que em trinta anos levou o Brasil a triplicar

sua contribuiccedilatildeo cientiacutefica relativa no mundo 3

O Brasil tem talento empreendedor de sobra e pesquisa cientiacutefica de excelecircn-

cia Mas sem um ambiente encorajador para inovaccedilatildeo o paiacutes natildeo conseguiraacute trans-

formar conhecimento em desenvolvimento econocircmico

Essa foi agrave anaacutelise predominante entre os pesquisadores e liacutederes empresariais

que participaram de um seminaacuterio realizado (18052007) em conjunto pelo Centro de

Economia da Criatividade e da Inovaccedilatildeo (CIEC - na sigla em inglecircs) da Universidade

George Washington nos Estados Unidos e pela Faculdade de Economia Administra-

ccedilatildeo e Contabilidade da Universidade de Satildeo Paulo (FEA -USP)

Para o diretor do CIEC - Michael Ryan - o Brasil tem alguns pontos fortes para

a inovaccedilatildeo alto investimento em pesquisa baacutesica nas universidades recursos huma-

nos de qualidade e publicaccedilatildeo de artigos cientiacuteficos de impacto internacional Mas a

pesquisa natildeo chega ao mercado porque o ambiente eacute pouco motivador para a inova-

ccedilatildeo

ldquoPara criar um cenaacuterio encorajador no qual as empresas invistam mais em

pesquisa e desenvolvimento eacute preciso melhorar vaacuterios aspectos simultaneamente eacute

muito difiacutecil abrir uma empresa no Brasil haacute uma seacuterie de poliacuteticas que podem ser

3 Internet (httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0101-33002007000200002) data

de acesso 190520123

15

modificadas o sistema de patentes pode ser mais eficiente e o acesso ao capital de

risco melhorarrdquo disse RYAN agrave Agecircncia FAPESP 4

13 - O que eacute inovaccedilatildeo

Inovaccedilatildeo significa novidade ou renovaccedilatildeo A palavra eacute derivada do ter-

mo latino innovatio e se refere a uma ideia meacutetodo ou objeto que eacute criado e que pou-

co se parece com padrotildees anteriores Hoje a palavra inovaccedilatildeo eacute mais usada no con-

texto de ideias e invenccedilotildees assim como a exploraccedilatildeo econoacutemica relacionada sendo

que inovaccedilatildeo eacute invenccedilatildeo que chega no mercado Inovaccedilatildeo eacute o processo que inclui as

atividades teacutecnicas concepccedilatildeo desenvolvimento gestatildeo e que resulta na comerciali-

zaccedilatildeo de novos (ou melhorados) produtos ou na primeira utilizaccedilatildeo de novos (ou me-

lhorados) processos FREEMAN (1988 p567) 5

O conceito de inovaccedilatildeo eacute bastante variado dependendo principalmente da

sua aplicaccedilatildeo De forma sucinta haacute quem considere que inovaccedilatildeo eacute a exploraccedilatildeo bem

sucedida de novas ideias Segundo DRUCKER a inovaccedilatildeo ldquoeacute o instrumento especiacutefi-

co dos empreendedores o processo pelo qual eles exploram a mudanccedila como uma

oportunidade para um negoacutecio diferente ou um serviccedilo diferente

Dentre as vaacuterias possibilidades de inovar aquelas que se referem a inovaccedilotildees

de produto ou de processo satildeo conhecidas como inovaccedilotildees tecnoloacutegicas Outros tipos

de inovaccedilotildees podem se relacionar a novos mercados novos modelos de negoacutecio no-

vos processos e meacutetodos organizacionais ou ateacute mesmo novas fontes de suprimentos

Embora ldquonovidadesrdquo encontradas em organizaccedilotildees teacutecnicas administrativas organi-

zacionais inseridas em produtos ou processos nem todas elas podem ser considera-

das como inovaccedilotildees Cabe ressaltar aqui a diferenciaccedilatildeo entre ldquooriginalidaderdquo e ldquono-

vidaderdquo propriamente dita Originalidade oriunda da palavra Original do latim original-

4Internet (httpwwwinovacaotecnologicacombrnoticiasnoticiaphpartigo=010175070518) data

de acesso 19052012

5Internet (httpptwikipediaorgwikiInovaC3A7C3A3o) data acesso 20052012

16

le eacute relativo agrave origem agrave qualidade de original inicial primordial primitivo originaacuterio

Novidade eacute originaacuteria do latim novitate que se reporta agrave qualidade ou caraacuteter de novo

uma inovaccedilatildeo embora referente a algo jaacute existente um uso novo para algo jaacute existen-

te6

Inovaccedilatildeo pode ser definida como o processo estrateacutegico de reinvenccedilatildeo contiacute-nua do proacuteprio negoacutecio e de criaccedilatildeo de novos negoacutecios GARY HAMEL (1996)

2 ndash Processos de inovaccedilatildeo

No acircmbito da economia ao longo deste seacuteculo muito vem se discutindo sobre

a inovaccedilatildeo sua natureza caracteriacutesticas e fontes com o objetivo de buscar uma mai-

or compreensatildeo de seu papel frente ao desenvolvimento econocircmico ressaltando-se

como marco fundamental a contribuiccedilatildeo de JOSEPH SCHUMPETER na primeira me-

tade deste seacuteculo mdash INFORMACcedilAtildeO E GLOBALIZACcedilAtildeO NA ERA DO CONHECI-

MENTO enfocou a importacircncia das inovaccedilotildees e dos avanccedilos tecnoloacutegicos no desen-

volvimento de empresas e da economia

De forma geneacuterica existem dois tipos de inovaccedilatildeo a radical e a incremental

Pode-se entender a inovaccedilatildeo radical como o desenvolvimento e introduccedilatildeo de um

novo produto processo ou forma de organizaccedilatildeo da produccedilatildeo inteiramente nova Esse

tipo de inovaccedilatildeo pode representar uma ruptura estrutural com o padratildeo tecnoloacutegico

anterior originando novas induacutestrias setores e mercados Tambeacutem significam reduccedilatildeo

de custos e aumento de qualidade em produtos jaacute existentes Algumas importantes

inovaccedilotildees radicais que causaram impacto na economia e na sociedade como um todo

e alteraram para sempre o perfil da economia mundial podem ser lembradas como

por exemplo a introduccedilatildeo da maacutequina a vapor no final do seacuteculo XVIII ou o desen-

volvimento da microeletrocircnica a partir da deacutecada de 1950 Estas e algumas outras

inovaccedilotildees radicais impulsionaram a formaccedilatildeo de padrotildees de crescimento com a con-

formaccedilatildeo de paradigmas tecno-econocircmicos FREEMAN (1988)

As inovaccedilotildees podem ser ainda de caraacuteter incremental referindo-se agrave introdu-

ccedilatildeo de qualquer tipo de melhoria em um produto processo ou organizaccedilatildeo da produ- 6 Internet (httpwwwpr2ufrjbrinovacaosocialtexto14-01pdf) data de acesso 20052012)6

17

ccedilatildeo dentro de uma empresa sem alteraccedilatildeo na estrutura industrial FREEMAN (1988)

Inuacutemeros satildeo os exemplos de inovaccedilotildees incrementais muitas delas imperceptiacuteveis

para o consumidor podendo gerar crescimento da eficiecircncia teacutecnica aumento da pro-

dutividade reduccedilatildeo de custos aumento de qualidade e mudanccedilas que possibilitem a

ampliaccedilatildeo das aplicaccedilotildees de um produto ou processo A otimizaccedilatildeo de processos de

produccedilatildeo o design de produtos ou a diminuiccedilatildeo na utilizaccedilatildeo de materiais e compo-

nentes na produccedilatildeo de um bem podem ser considerados inovaccedilotildees incrementais

Ateacute pouco tempo era grande a rigidez para caracterizar o processo de inovaccedilatildeo suas

fontes de geraccedilatildeo e formas como se realiza e difunde

Evidentemente que a compreensatildeo do processo de inovaccedilatildeo estaacute estreitamen-

te influenciada pelas caracteriacutesticas dominantes de contextos histoacuterico-econocircmicos

especiacuteficos Atualmente aspectos negligenciados por natildeo terem relevacircncia nos periacuteo-

dos em questatildeo comeccedilam a ser plenamente reconhecidos como de papel fundamental

para o ecircxito do processo inovador Agrave medida que melhor se conhecem as especifici-

dades da geraccedilatildeo e difusatildeo de inovaccedilatildeo mais se sabe sobre sua importacircncia para

que empresas e paiacuteses reforcem sua competitividade na economia mundial7

21 ndash Processos de inovaccedilatildeo nas organizaccedilotildees

DAMANPOUR (1984) em seu estudo sobre inovaccedilatildeo e desempenho organiza-

cional em bibliotecas puacuteblicas americanas conceitua inovaccedilatildeo como uma resposta agrave

mudanccedila ambiental ou ainda os meios que permitem ou viabilizam a mudanccedila em

uma organizaccedilatildeo Para ele as empresas podem enfrentar as mudanccedilas ambientais

natildeo apenas com novas tecnologias mas tambeacutem incorporando mudanccedilas teacutecnicas

eou administrativas em sua estrutura Assim sendo inovaccedilotildees no plano organizacio-

nal envolvem a implantaccedilatildeo de ideias novas teacutecnicas ou administrativas Espera-se a

partir disso mudanccedilas estruturais que afetem o desempenho da organizaccedilatildeo Esque-

maticamente portanto pode-se entender a inovaccedilatildeo como a ferramenta que quando

introduzida em contexto organizacional gera mudanccedila

7Internet httpwwwliincufrjbrfrattachments055_saritalivropdfpage=122) data de acesso

03062012

18

Segundo DAMANPOUR (1984) define desempenho como a habilidade que

uma organizaccedilatildeo tem de bem utilizar todos os quatro processos sistecircmicos (inputs

outputs transformaccedilotildees e efeitos de retroalimentaccedilatildeo) relacionados ao alcance de

metas organizacionais Uma organizaccedilatildeo de alto desempenho cumpriraacute suas tarefas

primaacuterias de modo eficiente e realizaraacute suas funccedilotildees de manutenccedilatildeo e adaptaccedilatildeo or-

ganizacional de forma efetiva A funccedilatildeo de adaptaccedilatildeo requer que a estrutura da orga-

nizaccedilatildeo sofra mudanccedilas para encontrar novas condiccedilotildees ambientais

Organizaccedilotildees inovadoras tendem natildeo apenas a se adaptar agrave mudanccedila mas

tambeacutem a usar seus recursos para criar novas condiccedilotildees ambientais pela introduccedilatildeo

de novos produtos ou serviccedilos nunca antes oferecidos Inovaccedilotildees assim seriam mei-

os de prover mudanccedilas internas ou externas e tambeacutem de aperfeiccediloar o desempenho

organizacional

Os sistemas gerenciais de acordo com a abordagem soacutecio teacutecnico satildeo consti-

tuiacutedos de um ldquocorpusrdquo social (neste ponto se faz um paralelo com as inovaccedilotildees admi-

nistrativas) e de um ldquocorpusrdquo teacutecnico (corresponde agraves inovaccedilotildees teacutecnicas) e portanto

se enfatiza o papel do ldquocorpusrdquo social e teacutecnico na efetiva operaccedilatildeo de uma organiza-

ccedilatildeo e sugerem que a concentraccedilatildeo em apenas um sistema resulta em baixo desem-

penho organizacional Sistemas sociais e teacutecnicos precisam assim funcionar de forma

balanceada O relacionamento entre os sistemas social e teacutecnico eacute de correlaccedilatildeo ou

seja qualquer mudanccedila em qualquer um dos sistemas leva as determinadas restri-

ccedilotildees ou modificaccedilotildees ao outro8

22 ndash Funccedilotildees tiacutepicas no processo de inovaccedilatildeo

Eacute funccedilatildeo tiacutepica no processo de inovaccedilatildeo a captaccedilatildeo de sinais proveniente do

campo em ambiente direto e o monitoramento do ambiente externo indireto A partir

das etapas anteriores busca-se identificar elementos onde os clientes natildeo estejam

sendo atendidos satisfatoriamente ou oportunidades natildeo exploradas gap de desem-

penho Os clientes natildeo vatildeo responder a perguntas sobre o uso ou natildeo de um determi- 8Inter-

net(httpwwwgooglecombrurlsa=tamprct=jampq=ampesrc=sampsource=webampcd=1ampved=0CEsQFjA

Aampurl=http3A2F2Fwwwfespprbr2F~bastosjr2FGest25E3o2520de2520Inova

25E725E3o2FArtigos2FInova25E725E3odocampei=Vhr2T9qvHaez6wHo16zYBgampusg=

AFQjCNEz7MKNTbjYj81PrvG) data de acesso 03062012

19

nado produto principalmente se este for desconhecido Eacute necessaacuterio conhecer o am-

biente em que se vivem compreender suas carecircncias

Outra funccedilatildeo necessaacuteria eacute a geraccedilatildeo de alternativas viaacuteveis que respondam agraves

demandas ambientais e a seleccedilatildeo com base em criteacuterios coerentes com os objetivos

estrateacutegicos da organizaccedilatildeo previamente estabelecidos

Natildeo se pode deixar de mencionar a concepccedilatildeo e o desenvolvimento das ino-

vaccedilotildees a gestatildeo da implantaccedilatildeo destas inovaccedilotildees e respectiva coordenaccedilatildeo

Aleacutem destes um outro aspecto fundamental eacute o controle do processo ou seja

a definiccedilatildeo de indicadores que permitam avaliar e medir os resultados na medida em

que estes acontecem Os instrumentos de medida da inovaccedilatildeo devem conforme

KUCZMARSKI (1998) obedecer agraves seguintes categorias empresa (carteira de novos

produtos investimentos apuraccedilatildeo de resultados) das equipes (planejamento taxas

de sucesso e sobrevivecircncia variaccedilotildees orccedilamentaacuterias retorno financeiro) e individual

(contribuiccedilatildeo de cada membro no desempenho da equipe) Vale lembrar que inovaccedilatildeo

e mudanccedila levam tempo os indiviacuteduos devem esperar permanecer em suas funccedilotildees

pelo tempo suficiente para influenciar os indicadores de desempenho tanto de curto

quanto de longo prazo 9

23 ndash Como implantar cultura de inovaccedilatildeo na organizaccedilatildeo

Inovaccedilatildeo tem de fazer parte da mentalidade dos funcionaacuterios em todos os niacute-

veis Evidentemente a forma mais eficiente de implantar uma mudanccedila na empresa

se daacute quando o exemplo vem de acima Se natildeo estatildeo convencidos da importacircncia da

inovaccedilatildeo os dirigentes sempre encontraratildeo formas de derrubar ideias mais arrisca-

das No entanto se as lideranccedilas tomam a iniciativa a nova cultura eacute absorvida com

muito mais facilidade pela organizaccedilatildeo

Os profissionais do primeiro escalatildeo contudo natildeo podem ter a obrigaccedilatildeo de

ser os uacutenicos ou principais geradores das ideias inovadoras Os comandantes preci-

9Internet

(httpwwwgooglecombrurlsa=tamprct=jampq=ampesrc=sampsource=webampcd=4ampved=0CFkQFjADampurl=http

3A2F2Fwwwfespprbr2F~bastosjr2FGest25E3o2520de2520Inova25E725E3o2FArtigo

s2FInova25E725E3odocampei=sSb2T8eqDYro0QGO7OSLBwampusg=AFQjCNEz7MKNTbjYj81P) data

de acesso 04062012

20

sam de aliados O papel dos gerentes e diretores tambeacutem eacute fundamental num pro-

cesso de mudanccedila de cultura eles satildeo os verdadeiros responsaacuteveis por criar um am-

biente que estimule as pessoas a arriscar investindo em novos produtos bancando

ideias que tecircm maturaccedilatildeo de longo prazo e criando uma comunicaccedilatildeo eficiente

Nem mesmo os profissionais de atuaccedilatildeo operacional podem fugir da responsa-

bilidade A dificuldade para inovar eacute maior em departamentos mais fechados e norma-

tizados como os administrativos ou naqueles em que a precisatildeo eacute fundamental como

a produccedilatildeo de um remeacutedio Mas eles tambeacutem precisam aprender a ver as oportuni-

dades natildeo convencionais ndash haacute pequenas melhorias capazes de desencadear uma

importante inovaccedilatildeo

A responsabilidade eacute de todos da alta gerecircncias aos departamentos operacio-

nais O desafio eacute fazer todos assumirem um compromisso com a praacutetica real da ino-

vaccedilatildeo 10

ldquoInovaccedilatildeo eacute a mensagem do momento Natildeo se trata de mais recursos mas em

como usaacute-los Em um mundo que atravessa crises financeiras a todo momento e que

exige sempre mais recursos naturais os inovadores e os criativos satildeo os que conse-

guem transformar as adversidades em oportunidades de crescimentordquo (STEVE

JOBS Inovaccedilatildeo A arte de Steve Jobs 2010 p154)

24 ndash Organizaccedilotildees inovadoras sustentaacuteveis

Organizaccedilatildeo inovadora eacute a que introduz novidades de qualquer tipo em bases

sistemaacuteticas e colhe os resultados esperados BARBIERI (2007) p88) A expressatildeo

bases sistemaacuteticas significa a realizaccedilatildeo de inovaccedilotildees com autonomia intencionali-

dade e pro atividade Assim a inovaccedilatildeo eacute um elemento essencial do modus operan-

di dessa organizaccedilatildeo o que pressupotildee que ela desenvolva continuamente recursos

tangiacuteveis e intangiacuteveis para inovar permanentemente Organizaccedilatildeo sustentaacutevel eacute a

que simultaneamente procura ser eficiente em termos econocircmicos respeitar a capaci-

dade de suporte do meio ambiente e ser instrumento de justiccedila social promovendo a

inclusatildeo social a proteccedilatildeo agraves minorias e grupos vulneraacuteveis o equiliacutebrio entre os gecirc-

neros etc (BARBIERI 2007 p98-99) 10 Internet (httpbooksgooglecombrbookshl=pt-BRamplr=ampid=jnka43VmmwsCampoi=fndamppg=PA34ampdq=como+implantar+uma+cultura+de+inovaccedilatildeo+na+organiza-ccedilatildeoampots=KRvAPG4C6kampsig=rzqbLGM4sLvsQL26N0gLqfOTPOAv=onepageampq=como20implantar20uma20cultura) data de acesso 04062012

21

Os dois conceitos de organizaccedilatildeo podem entrar em contradiccedilatildeo pois inovar em

bases sistemaacuteticas pode se tornar sinocircnimo de degradaccedilatildeo sistemaacutetica do meio ambi-

ente e da vida social Assim uma organizaccedilatildeo inovadora sustentaacutevel natildeo eacute a que

introduz novidades de qualquer tipo mas novidades que atendam as muacuteltiplas dimen-

sotildees da sustentabilidade em bases sistemaacuteticas e colham resultados positivos para

ela para a sociedade e o meio ambiente BARBIERI (2007) p105 Natildeo basta para as

empresas apenas inovar constantemente mas inovar considerando as trecircs dimen-

sotildees da sustentabilidade a saber

bull dimensatildeo social - preocupaccedilatildeo com os impactos sociais das inovaccedilotildees nas

comunidades humanas dentro e fora da organizaccedilatildeo (desemprego exclusatildeo

social pobreza diversidade organizacional etc)

bull dimensatildeo ambiental - preocupaccedilatildeo com os impactos ambientais pelo uso de

recursos naturais e pelas emissotildees de poluentes

bull dimensatildeo econocircmica - preocupaccedilatildeo com a eficiecircncia econocircmica sem a qual

elas natildeo se perpetuariam Para as empresas essa dimensatildeo significa obtenccedilatildeo

de lucro e geraccedilatildeo de vantagens competitivas nos mercados onde atuam

O atendimento a essas dimensotildees torna o processo de inovaccedilatildeo mais sofisti-

cado e exigente o que requer da organizaccedilatildeo um maior esforccedilo para atender tecnica-

mente esse requisito Isso leva novas perspectivas para a gestatildeo da inovaccedilatildeo11

Com intuito de tornar o processo de adequaccedilatildeo agraves prerrogativas impostas agraves

companhias ditas inovadoras quanto mais simplificado e dirigido melhor A seguir eacute

apresentado um conjunto de proposiccedilotildees para o desenvolvimento de empresas com

esta caracteriacutestica o pressuposto baacutesico necessaacuterio eacute o fomento de equipes de traba-

lho com a mentalidade para a inovaccedilatildeo Neste sentido cabem agraves organizaccedilotildees agraves

pessoas e agraves tarefas o papel de suscitar o aparecimento e a manutenccedilatildeo de tais e-

quipes SBRAGIA (1993)

25 - A Inovaccedilatildeo como funccedilatildeo de aprendizagem organizacional

11Internet(httpwwwscielobrscielophppid=S0034-

75902010000200002ampscript=sci_arttext) data de acesso 04062012

22

Pelo fato da inovaccedilatildeo ser destrutiva para muitos grupos consolidados ela en-

frentaraacute resistecircncia A inovaccedilatildeo eacute o oposto da operaccedilatildeo e seraacute portanto ignorada O

desenho ou arranjo organizacional poderaacute facilmente superar ao menos minimizar

estes e outros obstaacuteculos GALBRAITH (1998) Este comportamento acentua-se em

organizaccedilotildees protegidas de concorrecircncia (universidades ateacute algum tempo atraacutes oacuter-

gatildeos governamentais etc) Pesquisas realizadas por TUSHMAN e NADLER (1998)

apontam que organizaccedilotildees altamente inovadoras satildeo sistemas de aprendizado alta-

mente eficazes aleacutem de possuir um senso de autocriacutetica bastante apurada

Empresas eficazes criam condiccedilotildees possiacuteveis para que o trabalho de hoje seja

feito paralelo com a geraccedilatildeo constante de inovaccedilatildeo ou seja a inovaccedilatildeo sustentada

por mais paradoxal que possa parecer exige ao mesmo tempo estabilidade e mudan-

ccedila A estabilidade possibilita economias de escala e aprendizado incremental por ou-

tro lado a mudanccedila e a experimentaccedilatildeo satildeo necessaacuterias agrave conquista de avanccedilos nas

aacutereas de produto processo e tecnologia

Companhias que conseguem ao mesmo tempo produzir cotidianamente e estar

alerta e vigilante aos clientes concorrentes tecnologias e competecircncia interna fo-

mentam e estimulam o aprendizado organizacional e a inovaccedilatildeo sustentada

Segundo TUSHMAN e NADLER (1998) inovaccedilatildeo eacute um trabalho complexo e

estimulante a rupturas pois exige estreita colaboraccedilatildeo entre membros que rotineira-

mente se encontram bastante separados Embora os mecanismos da organizaccedilatildeo

formal facilitem o aprendizado e a inovaccedilatildeo corporativa a criatividade individual pro-

veacutem de um ambiente informal saudaacutevel

Um claro conjunto de valores essenciais ajuda a focalizar e motivar o compor-

tamento Empresas inovadoras tecircm valores claros que fornecem foco num cenaacuterio

repleto de diversidade como tambeacutem um objetivo comum que possa ter a concor-

dacircncia dos mais diferentes atores envolvidos

Em adiccedilatildeo com os valores essenciais cultuados em uma organizaccedilatildeo as nor-

mas proporcionam referenciais de comportamentos claros satildeo os comportamentos

aguardados De um modo geral organizaccedilotildees inovadoras enfatizam a informalidade

no comportamento no vestuaacuterio e nas relaccedilotildees hieraacuterquicas com elevadas expectati-

vas de desempenho e de trabalho individual e do grupo fortes viacutenculos informais den-

tro e fora da organizaccedilatildeo

23

Organizaccedilotildees altamente inovadoras geram com destreza as sutilezas da re-

compensa e da puniccedilatildeo onde as pessoas podem assumir riscos colher as recompen-

sas pelo sucesso e sobreviver a fracassos construtivos

A representaccedilatildeo de papeacuteis funcionais tem atribuiccedilatildeo fundamental no desenvol-

vimento e conduccedilatildeo do processo de gestatildeo da inovaccedilatildeo Entre eles podemos mencio-

nar um os geradores de ideias pois as interligam com as tendecircncias e mercados

desenvolvendo oportunidades para as organizaccedilotildees dois os empreendedores internos

tornam concretas as ideias possuem agressividade energia e personalidade propen-

sas a assumir riscos para defender suas causas

Aqui aparece a figura dos trecircs ldquogate keepersrdquo (guardiotildees do portatildeo) que ligam

organizaccedilatildeo e seus colegas agraves frentes externas de informaccedilatildeo que satildeo vitais para a

inovaccedilatildeo pois obtecircm traduzem e distribuem estas informaccedilotildees no acircmbito interno da

organizaccedilatildeo Os quatros patrocinadores ou mentores satildeo gerentes de alto niacutevel que

datildeo apoio informal acesso aos recursos e a proteccedilatildeo no surgimento de novos produ-

tos ou negoacutecios Esses personagens atuando conjuntamente representam o ldquogecircnio

coletivordquo da organizaccedilatildeo que consiste na soma das capacidades pessoais em clima

motivacional gerando resultados mensuraacuteveis substituindo o gecircnio individual predo-

minante ateacute o seacuteculo passado conforme DE MASI (1998) Uma vez que o gecircnio indi-

vidual pode ateacute existir mas eacute difiacutecil de ser encontrado

Segundo GALBRAITH (1998) algumas pessoas que satildeo boas em inovaccedilatildeo e

criatividade mas natildeo satildeo necessariamente boas em operaccedilatildeo Portanto o desenho

organizacional contribui para a criaccedilatildeo de uma organizaccedilatildeo inovadora na medida em

que promove o encontro sistemaacutetico entre os geradores de ideias e aqueles que po-

dem defendecirc-las e colocaacute-las em praacutetica12

CAPIacuteTULO II 12 Internet

(httpwwwgooglecombrurlsa=tamprct=jampq=ampesrc=sampsource=webampcd=1ampsqi=2ampved=0CEwQFjAAampu

rl=http3A2F2Fwwwfespprbr2F~bastosjr2FGest25E3o2520de2520Inova25E725E3o2

FArtigos2FInova25E725E3odocampei=Ex32T_meBObb6wGds-29Bgampusg=AFQjC) data de acesso

04062012

24

DESENVOLVIMENTO DA CRIATIVIDADE

1 ndash Capital Intelectual

Com o mercado cada vez mais exigente as empresas vecircm sentindo a necessi-

dade de investir mais em recursos humanos acrescentando a seu capital o conheci-

mento originado atraveacutes do investimento em capital humano qualificado o qual agrega

agraves empresas recursos de fundamental importacircncia No entendimento de Stewart

(2004) o capital intelectual eacute um bem intangiacutevel podendo-se afirmar que eacute um dos

fatores mais importantes da vida de uma organizaccedilatildeo Jaacute para (DRUCKER (apud

MONTEIRO 2007 p17) o capital intelectual eacute ldquo[] a soma do conhecimento de todos

de uma empresa o que lhe proporciona vantagem competitivardquo

CHIAVENATO (2004) afirma que no mundo complexo e competitivo de hoje a

escolha das pessoas certas se torna vital para o bom funcionamento da empresa

Para STEWART (2004) o capital intelectual corresponde ao conjunto de co-

nhecimentos e informaccedilotildees encontrados nas organizaccedilotildees que agregam valor ao pro-

duto ou serviccedilo mediante a aplicaccedilatildeo da inteligecircncia e natildeo do capital monetaacuterio ao

empreendimento sendo o capital intelectual gerador de capacidades conhecimento

habilidades e experiecircncias individuais dos funcionaacuterios para realizaccedilatildeo de tarefas

O capital intelectual eacute algo tatildeo valioso dentro de uma organizaccedilatildeo que eacute atra-

veacutes dele que se podem ter grandes inovaccedilotildees transformaccedilotildees tecnoloacutegicas resolu-

ccedilotildees de problemas gestatildeo eficiente lucratividade e sucesso melhorados Um colabo-

rador que possui seu capital intelectual estimulado atraveacutes da motivaccedilatildeo seraacute mais

bem aproveitado pela empresa uma vez que se sente incluiacutedo valorizado simpatizan-

te e livre para gerir suas ideias de uma forma mais aguccedilada

CHIAVENATO (2004) diz que o capital humano eacute constituiacutedo das pessoas que

fazem parte de uma organizaccedilatildeo Capital humano significa talentos que precisam ser

mantidos e desenvolvidos Mais do que isso capital humano significa capital intelectu-

al

Para MONTEIRO (2007) o ser humano eacute o maior bem de uma empresa pois eacute

ele o principal instrumento de seu sucesso ou fracasso uma vez que o capital intelec-

tual eacute algo exclusivo do ser humano Pode-se entatildeo descrever que ele eacute o raciociacutenio

humano elaborado acrescido do ambiente onde estaacute inserido

25

MONTEIRO (2007) comenta que dentro das organizaccedilotildees o capital intelectual

pode ser diferenciado dos demais capitais porque ele cresce quando compartilhado

com os do mesmo grupo e natildeo se deprecia com o uso Ao contraacuterio dos outros ativos

o seu valor decorre do uso O capital intelectual eacute enfatizado como o conjunto de in-

formaccedilotildees e conhecimentos encontrados nas organizaccedilotildees onde agregam ao produto

eou serviccedilos valores mediante a aplicaccedilatildeo da inteligecircncia e natildeo do capital monetaacuterio

Devido a sua grande representatividade nas empresas o capital intelectual natildeo deve

ser subestimado nem utilizado de forma ineficiente acarretando em um gerenciamento

ineficaz mais investimento incentivado para assim trazer agrave empresa bons negoacutecios e

melhor rentabilidade (MONTEIRO 2007 p18)13

2 - Criatividade

Criatividade eacute um assunto que fascina a todos objeto de muitos estudos em-

bora no contexto empresarial seja novo O pensamento criativo antigamente era vis-

to como inspiraccedilatildeo divina passando a ser estudado com melhor afinco a partir dos

anos 50

O Caminho humano de viver conviver e sobreviver eacute permeado de accedilotildees cria-

tivas conscientes e inconscientes Esse potencial criativo eacute inato em todo ser humano

poreacutem ele se ensina e se aprende Trata-se de uma competecircncia pessoal valorizada

mas ao mesmo tempo desprestigiada pois percebemos que as empresas desclassifi-

cam candidatos criativos e depois encaminham-no para o desenvolvimento desta habi-

lidade

Criatividade para o quecirc Eacute a primeira pergunta que surge em nossa mente

quando tratamos do tema Se tudo estaacute bem natildeo haacute motivos para criar ou se estaacute

tudo ruim natildeo temos mais o que fazer Percebemos que o ser humano sempre busca

a sua zona de conforto para se acomodar sofrer menos ou agraves vezes para reclamar

mais Podemos pensar nesta pergunta buscando duas respostas uma do acircmbito pes-

soal e outra empresarial No processo de criaccedilatildeo percebemos que podemos mudar e

nos diferenciar daquilo que fomos respeitando e valorizando o nosso proacuteprio passado

13Internet (httpwwwaedbbrsegetartigos10327_PDF20Samirapdf) data acesso

15072012

26

tomando decisotildees e desempenhando accedilotildees diferentes dos que habitualmente faziacutea-

mos Podemos gerar mudanccedilas substanciais nas empresas e a partir dessas mudan-

ccedilas diferenciarmos sem contudo ser necessaacuterio efetuar mudanccedilas demasiadas mu-

danccedilas que choquem e natildeo se ajustem aos nossos valores e nossa realidade

Se o objetivo eacute buscar na empresa alcanccedilar eficiecircncia que possibilite ao cliente

escolher e comprar nossos produtos e serviccedilos e natildeo os dos concorrentes precisa-

mos estar abertos para buscar novas alternativas novas maneiras de fazer as coisas

e consequentemente resultados diferentes A mudanccedila organizacional eacute muitas ve-

zes uma ferramenta de soluccedilatildeo de problemas das organizaccedilotildees Podemos diferenci-

ar-nos dos competidores apenas sabendo quando e em quecirc devemos mudar e onde

queremos chegar

A criatividade na empresa eacute medida a partir dos resultados alcanccedilados Uma

resposta eacute mais criativa (entre aspas pois as respostas natildeo satildeo criativas e sim as pes-

soas que a geraram) que outra quando atinge aquele objetivo para o qual foi focado a

soluccedilatildeo de um problema traz uma alternativa ou um meacutetodo inovador ou ateacute mesmo

uma combinaccedilatildeo de resultados diferentes

Tatildeo essencial como ser diferente eacute a necessidade de buscar resultados e uma

empresa soacute eacute verdadeiramente criativa quando a criatividade se torna a maneira diaacute-

ria de fazer as coisas e espera que seus membros considerem uma ampla variedade

de alternativas antes de comprometer-se numa direccedilatildeo especiacutefica 14

21 ndash Conceito de criatividade

A criatividade eacute a faculdadehabilidade de criar ou o potencial criativo Consiste

em encontrar meacutetodos ou objetos para executar tarefas de uma maneira nova ou dife-

14 Internet

Fonte (Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de acesso

25062012

27

rente do habitual com a intenccedilatildeo de satisfazer um propoacutesito A criatividade permite

cumprir os desejos de forma mais raacutepida faacutecil eficiente ou econoacutemica

A criaccedilatildeo de novas ideias e conceitos tambeacutem se lhe daacute o nome de inventivi-

dade pensamento original pensamento divergente ou imaginaccedilatildeo construtiva Trata-

se de conceitos que implicam o ato de inventar algo novo (isto eacute recorrer ao enge-

nho) a capacidade de encontrar soluccedilotildees originais e a vontade de mudar o mundo 15

A criatividade eacute considerada uma capacidade humana de grande valor univer-

sal tudo indica que nesta competecircncia reside a memoacuteria RAM bioloacutegica para o im-

pulso da evoluccedilatildeo humana A memoacuteria RAM segundo CURY (2009) eacute o fenoacutemeno dos

registos da memoacuteria O que melhor descreve a criatividade eacute o que SANCHEZ (2003)

referiu em seus apontamentos a criatividade eacute uma sublime dimensatildeo da condiccedilatildeo

humana

Eacute entretanto na capacidade criativa que existe a chave da capacidade de evo-

luccedilatildeo da humanidade O meacuterito da expressatildeo criativa eacute fruto da complexidade ou

seja eacute fruto do contexto social no seu desenvolvimento natural e humano

Eacute muito interessante contemplar os efeitos provenientes deste constructo a

considerar a capacidade de um indiviacuteduo criativo construir e reconstruir transformando

a nossa realidade Eacute consensual e gratificante perceber que todos temos a capacida-

de criativa deve eacute ser melhor desenvolvida16

De maneira instintiva o termo criatividade sempre se associou agrave atividade ar-

tiacutestica Mais recentemente graccedilas a exemplos empresariais como Apple e Google a

inovaccedilatildeo ganhou espaccedilo nos sectores tecnoloacutegicos Neste sentido a nossa intuiccedilatildeo

natildeo estaacute errada uma vez que criatividade e inovaccedilatildeo satildeo dois conceitos muito unidos

Explicado de forma simples a capacidade criativa pode ser definida como ldquoa habili-

dade para gerar ideias alternativas e soluccedilotildees a um determinado problema de forma

faacutecilrdquo 17

15 Internet (httpconceitodecriatividade) data de acesso 25062012 16Internet (httpptwikipediaorgwikiCriatividade) data de acesso 04072012

17Inter-

net(httpwwwcriaptcriaadminappCRIAuploadscreamanual20creatividade20portugue

s_pt_webpdf) data de acesso 04072012)

28

22 ndash Criatividade do ponto de vista pessoal

Temos que pensar em Criatividade como estrateacutegia para viver melhor para

uma qualidade de vida que diria razoaacutevel aleacutem de identificar potenciais descobertas

internas que foram abafadas pelos processos familiares educacionais e empresariais

assim pelo tempo Outro aspecto estaacute relacionado com a garantia da nossa emprega-

bilidade entendendo como fonte de renda como funcionaacuterio profissional autocircnomo ou

empresaacuterio Vivemos num mundo de mudanccedilas aprimoramento riscos e oportunida-

des Melhoria nos nossos relacionamentos interpessoais atraveacutes do reconhecimento e

aproveitamento da diversidade respeitando as mais diversas formas de pensamento e

das diferenccedilas individuais Estamos acostumados a considerar a criatividade como

algo pessoal e intransferiacutevel A criatividade humana natildeo eacute temporal Trata-se de um

patrimocircnio do ser humano compartilhado pela sociedade Como a organizaccedilatildeo existe

para servir a sociedade nada mais justo do que desenvolver a criatividade como ga-

rantia para superaccedilatildeo da expectativa do cliente em relaccedilatildeo agrave sua empresa 18

23 ndash Criatividade do ponto de vista empresarial

A busca de um diferencial oferecendo algo mais do que o cliente espera atrair

preferecircncias estabelecer estrateacutegia diferenciada adaptar-se agraves necessidades modifi-

car produtos e buscar soluccedilotildees para os problemas fugindo do convencional e assim

diferenciando-se dos concorrentes Estrateacutegia competitiva natildeo somente por criar ou

inovar produtos mas tambeacutem a quebra de paradigmas mudanccedilas de pensamentos

comportamentos etc Todas as ideias produtos e serviccedilos criativos poderatildeo ser trans-

formados em algo positivo para a organizaccedilatildeo Melhoria dos seus produtos assim

como a criaccedilatildeo de novos Busca de resultados diferentes do passado Melhoria do

18 Internet (Fonte Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de

acesso 04072012

29

relacionamento humano interno consequentemente o aumento da produtividade Me-

lhoramento contiacutenuo em todos os setores Desenvolvimento da qualidade19

24 - Criatividade e a visatildeo estrateacutegica da empresa

A criatividade se relaciona com a visatildeo estrateacutegica de empresa da seguinte

forma a partir dos objetivos traccedilados pela organizaccedilatildeo a mesma definiraacute uma linha

estrateacutegica a ser seguida para alcanccedilar esses objetivos A criatividade se envolve de

acordo com a intenccedilatildeo da empresa ela pode querer reinventar seus modos de atua-

ccedilatildeo pode somente visar manter-se atualizada e motivada pode querer mudar rapida-

mente de foco e enfim 44 pode estabelecer um relacionamento forte ou fraco com a

criatividade em funccedilatildeo das soluccedilotildees que ela estiver almejando

CALKINS (2001) defende essa visatildeo ao dizer que para produzir subjetividade

a criatividade deve ser parte da estrateacutegia da empresa O estudo de LENGNICK-HALL

e WOLFF (1998) faz justamente uma releitura sobre o processo estrateacutegico organiza-

cional ndash enfatizando os trecircs domiacutenios loacutegicos que guiam a maioria das empresas ndash e

relacionando conforme a Tabela abaixo com o tipo de criatividade que estaraacute vigente

Loacutegicas Estrateacutegicas x Criatividade

Loacutegica Dominante

Guerrilha Loacutegica Complexidade Loacutegica Capacidade Loacutegica

Objetivo

repentinamente reescrever

as regras da competitivida-

de

aprendizagem e alto envolvi-

mento organizacional

desenvolver e implementar

estrateacutegias que as possibilitem

criar uma sustentaacutevel vantagem

competitiva

Elemento

Chave

a flexibilidade a criativida-

de e a inovaccedilatildeo

sistema natural de relaciona-

mentos

desenvolvimento eficiente e

eficaz e protegendo seus recur-

sos de base

Justificativa vantagem competitiva

como algo muito passageiro

a organizaccedilatildeo vive em uma

comunidade de competidores

fornecedores clientes

as organizaccedilotildees procuram de-

senvolver e implantar estrateacute-

gias que as possibilitem criar

uma sustentaacutevel vantagem

competitiva

19Internet (Fonte Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de

acesso 04072012

30

Sucesso Orga-

nizacional

eacute uma funccedilatildeo da sua capa-

cidade para gerar ideias

que criam novas dinacircmicas

competitivas e novas are-

nas de accedilatildeo

consequecircncia de um natural

entendimento do paradoxo de

forccedilas que formam o sistema

organizacional

a chave da vantagem competiti-

va sustentaacutevel estaacute na habilida-

de organizacional para proteger

os seus recursos de base

Autores COOPER (1995) e

SCHUMPETER (1936)

MILLER (1996) SENGE (1990) e

MOORE (1996)

PORTER (1986 e 1992) e

HAMEL e PRAHALAD (1994)

Ecircnfase Criar Aprender Agregar Valor

Praacuteticas Cria-

tivas

Brainwriting Pool Teacutecnica

da Troca dos Cartotildees etc Pensamento Lateral Jamming

(Fonte Pesquisa a partir dos estudos de Lengnick-Hall e Wolff 1998) 20

25 ndash Reconfiguraccedilatildeo dinacircmica do talento

A estrateacutegia de inovaccedilatildeo sem duacutevida requer novas habilidades O conceito de

R=G sugere que nenhuma empresa eacute capaz de desenvolver sozinha todos os produ-

tos e serviccedilos de que necessita para oferecer experiecircncias personalizadas a cada cli-

ente Tampouco empresa alguma tem condiccedilotildees de cultivar todas as capacidades

gerenciais indispensaacuteveis para transformar a organizaccedilatildeo Analisamos questotildees rela-

cionadas com a superaccedilatildeo dos legados organizacionais e com a construccedilatildeo de novas

capacidades para o gerenciamento da inovaccedilatildeo Mostramos como as empresas de-

vem preparar-se para administrar as tensotildees constantes entre flexibilidade eficiecircncia

e confiabilidade Essa transformaccedilatildeo natildeo consiste apenas em mudar a mentalidade

ou a loacutegica dominante dos gestores tambeacutem significa concentrar-se nos novos niacuteveis

de transparecircncia e de visibilidade em relaccedilatildeo a como se gerencia a empresa

Precisamos mudar a maneira como gerenciamos ndash como combinamos continu-

amente oportunidades e recursos O foco deve convergir natildeo soacute para as habilidades

20Internet (Fonte Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de

acesso 04072012

31

dos indiviacuteduos e para as atitudes de cada um em relaccedilatildeo ao aprendizado mas tam-

beacutem para a competecircncia das equipes e para a capacidade dessas forccedilas-tarefas de se

reconfigurar continuamente em funccedilatildeo dos objetivos arregimentando os melhores

talentos em todo o mundo Por exemplo a identificaccedilatildeo dos comportamentos e das

necessidades de determinada pessoa numa base de milhotildees de clientes ndash como a

Amazoncom na ING Insurance e no programa de diabetes da ICICI ndash exige capaci-

dades analiacutetica Argumentaremos que os mesmos requisitos tambeacutem satildeo indispensaacute-

veis na base de talentos A empresa deve tratar seus empregados e fornecedores

como indiviacuteduos iacutempares (ou como conjunto de indiviacuteduos sem igual) da mesma ma-

neira como lida com os clientes A configuraccedilatildeo dinacircmica de recursos para atender agraves

necessidades de tarefas especiacuteficas converte-se em fonte de vantagem competitiva

A essecircncia da mensagem eacute que para a transformaccedilatildeo ser eficaz os gestores devem

concentrar o foco na mobilizaccedilatildeo raacutepida de talentos dentro e fora da empresa (PRA-

HALAD e KRISHNAN 2008 p177)

3 ndash Cadeia de valor e vantagem competitiva

Segundo Novaes (2001 p184) o conceito de cadeia de valor foi desenvolvido

por Porter O conceito eacute de muita simplicidade e por isso talvez mostre-se tatildeo impor-

tante no contexto econocircmico-social em que se inserem as empresas com a crescente

globalizaccedilatildeo dos negoacutecios e mercados

Para (PORTER 1989 p33) toda empresa eacute uma reuniatildeo de atividades que

satildeo executadas para projetar produzir comercializar entregar e sustentar seu produ-

to Todas estas atividades podem ser representadas fazendo-se uso de uma cadeia

de valores Essa exposiccedilatildeo do autor indica em primeira matildeo apenas4 a ideia de ava-

liar a cadeia interna da empresa a qual eacute formada pelas atividades operacionais e

organizacionais jaacute citadas

A ideia baacutesica que subsidia esse conceito natildeo eacute de autoria de Porter mas haacute

muito tempo jaacute estava sendo analisada Fala-se aqui dos conceitos da Teoria Geral de

Sistemas que tem como precursor o Prof Ludwig von Bertalanffy e seus trabalhos

teoria essa que apresenta a empresa como um sistema inserido esse uacuteltimo em um

ambiente ou macro sistema Assim deve-se ter em mente uma visatildeo sistecircmica en-

xergar mais do que as aacutereas ou atividades isoladamente mais do que os limites da

empresa (Cadeia de Valor Interna) A empresa faz parte de um todo maior (um siste-

32

ma amplo) e esse eacute que deve ser otimizado para gerar maior valor para o cliente e

consequentemente maior lucratividade na cadeia (Cadeia de Valor Externa)

Nas palavras de Porter (1989 p33) ldquoa cadeia de valores desagrega uma em-

presa nas suas atividades de relevacircncia estrateacutegica para que se possa compreender o

comportamento dos custos e as fontes existentes e potenciais de diferenciaccedilatildeordquo Uma

empresa ganha vantagem competitiva se conseguir desempenhar essas atividades

estrateacutegicas de uma maneira melhor e mais barata que a concorrecircncia

Pode-se entatildeo caminhar para um avanccedilo em definiccedilatildeo ao verificarmos a pro-

posiccedilatildeo de (SHANK amp GOVINDARAJAN 1993 p13) de que ldquoa cadeia de valor para

qualquer empresa em qualquer negoacutecio eacute o conjunto interligado de todas as ativida-

des que criam valor desde uma fonte baacutesica de mateacuterias primas passando por forne-

cedores de componentes ateacute a entrega do produto final agraves matildeos do consumidorrdquo

O mundo em que se vive atravessa em periacuteodo de transformaccedilatildeo sequer ima-

ginado Nele nada eacute definitivo Fica-se perplexo quando natildeo se consegue acompanhar

a velocidade da evoluccedilatildeo dos acontecimentos sente-se perdido principalmente nos

assuntos relacionados agrave dinacircmica do desenvolvimento tecnoloacutegico

Dessa forma com uma visatildeo focada no clienteconsumidor pode-se considerar

que a cadeia de valor eacute uma sequecircncia de atividades desde a origem de recursos ateacute

o descarte final de determinado produto Portanto tem-se uma visatildeo bastante abran-

gente do conceito que pode considerar desde a fase da extraccedilatildeo de mateacuteria-prima ateacute

o tratamento final que eacute dado ao produto por exemplo num enfoque de ciclo de vida

do produto21

31 - O que significa uma vantagem competitiva

O sucesso de uma empresa eacute em larga medida determinado pela atratividade

do sector em que opera mas a sua posiccedilatildeo dentro desse sector tambeacutem eacute importante

21 (httpwwwccontabeiscombrconvt14pdf) data acesso 15072012

33

Apesar de um sector poder ter uma fraca eficaacutecia uma empresa que estaacute bem posi-

cionada pode ainda assim criar lucros significativos

Diz-se que uma empresa tem uma vantagem competitiva sobre os seus con-

correntes quando manteacutem retornos que superam a meacutedia no seu sector Esta vanta-

gem decorre das caracteriacutesticas do produto que o torna superior aos produtos da con-

correcircncia

Nalgumas situaccedilotildees pode obter-se uma vantagem competitiva atraveacutes da evoluccedilatildeo

tecnoloacutegica mas esta eacute frequentemente difiacutecil de manter porque os concorrentes ra-

pidamente a copiam ou aperfeiccediloam desenvolvem novas tecnologias Uma vantagem

sustentada resulta frequentemente mais do que da tecnologia ou de modificaccedilatildeo de

produtos de outros fatores como por exemplo o simbolismo associado ndash o que o

produto significa para os consumidores (imagem de marca) e o que estes experimen-

tam na sua compra e uso Os investigadores em marketing reconhecem que os produ-

tos possuem caracteriacutesticas simboacutelicas e que o consumo de certos produtos pode de-

pender mais do seu significado social do que da sua utilidade funcional

Existe atualmente uma tendecircncia para os consumidores exigirem ldquosignificado

pessoalrdquo aos produtos e serviccedilos Torna-se essencial inovar para responder agraves emo-

ccedilotildees que influenciam as decisotildees dos consumidores Estes estatildeo cada vez menos

impressionados com as novas tecnologias e a optar por produtos que resultam ldquopara

mimrdquo Como consequecircncia palavras como emoccedilatildeo e significado pessoal encon-

tram o seu caminho nas estrateacutegias das empresas sendo importante entender os fato-

res intangiacuteveis associados ao valor percebido do produto e as percepccedilotildees na sua

globalidade positivas ou negativas Novas designaccedilotildees tais como ndash ldquofaacutecil acessiacute-

vel razoaacutevel empoderamento e pessoal ndash refletem mais a pessoa do que o obje-

to Descobrir os sentimentos e as atitudes em relaccedilatildeo aos produtos bem como conhe-

cer as razotildees das preferecircncias dos consumidores tornaram-se importantes elementos

estrateacutegicos22

32 - Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva

Em grande medida a ambiccedilatildeo da estrateacutegia da empresa eacute conseguir uma van-

tagem competitiva sustentaacutevel

22Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

34

A vantagem competitiva analisa a atividade da empresa centrando-se primei-

ramente na sua capacidade de gerar retornos superiores de capital e de vincular a

estrateacutegia de negoacutecio a mercados financeiros e de capital fundamentais por um longo

periacuteodo de tempo No fim de contas eacute a vantagem competitiva da empresa que permi-

te ter bons retornos para os seus acionistas

Sem vantagem competitiva a empresa tem uma razatildeo econoacutemica limitada para

existir ndash a sua vantagem competitiva eacute a sua razatildeo de existecircncia Sem ela a empresa

natildeo iraacute prosperar Criar uma vantagem competitiva sustentaacutevel pode ser a meta mais

importante de qualquer organizaccedilatildeo e pode mesmo ser o atributo mais importante em

que a empresa se focaliza23

33 - Como implementar vantagem competitiva

As vantagens competitivas natildeo assumem uma uacutenica forma e eacute possiacutevel que

uma empresa tenha vaacuterias vantagens competitivas e em diferentes aacutereas Ilustra-se

algumas das aacutereas onde as empresas se podem destacar e garantir o seu sucesso a

longo prazo quota de mercado gestatildeo da marca rede marcas e patentes eficaacutecia de

custos e altos custos de mudanccedila

As empresas com quotas de mercado significativas criam um problema para os

concorrentes o que eacute positivo para aquelas uma vez que os seus produtos satildeo bem

conhecidos e recebidos no mercado No entanto mesmo quando a quota de mercado

eacute consideraacutevel se o sector for atrativo ou seja tiver um potencial de lucro significativo

novos operadores podem aparecer com a consequente reduccedilatildeo da quota de merca-

do

Ter uma marca forte pode garantir o sucesso a longo prazo e tambeacutem permitir

agraves empresas obter lucros pois a sua marca permite-lhes cobrar um preccedilo especial

(premium) Marcas fortes tendem a criar uma vantagem competitiva mais duradoura

O efeito de rede ocorre quando um produto cria uma procura por parte dos

consumidores que depois amplia o produto A empresa pode beneficiar do efeito de

23 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

35

rede pela atraccedilatildeo de mais vendedores Estes por sua vez atraem mais compradores

estabelecendo-se uma quota de mercado dominante (por exemplo eBay)

Este efeito de rede natildeo eacute muito comum mas quando ocorre pode ser extre-

mamente lucrativo As marcas e as patentes podem ser fonte de vantagem competiti-

va para algumas empresas 24

34 - Como criar valor e vantagem competitiva

Uma empresa posiciona-se aproveitando os seus pontos fortes Michael Porter

defendeu que aqueles se inscrevem em dois tipos baacutesicos de vantagem competitiva

vantagem pelos custos ou diferenciaccedilatildeo Estes satildeo identificados como vantagens po-

sicionais uma vez que expressam a posiccedilatildeo da empresa no sector enquanto liacuteder nos

custos ou por diferenciaccedilatildeo

A empresa utiliza os seus recursos e capacidades para gerar uma vantagem

competitiva que por uacuteltimo resulte na criaccedilatildeo de um valor superior

As competecircncias distintivas (competecircncias nucleares) resultam de recursos

especiacuteficos e capacidades da empresa facilitam a inovaccedilatildeo a eficiecircncia a qualidade

e a receptividade dos clientes o que pode ser aproveitado para atingir quer uma es-

trutura de baixo custos quer a diferenciaccedilatildeo do produto

Uma empresa posiciona-se no seu sector atraveacutes da opccedilatildeo por baixos custos

ou diferenciaccedilatildeo Esta decisatildeo eacute uma peccedila central da estrateacutegia competitiva da em-

presa

A vantagem competitiva existe quando a empresa eacute capaz de oferecer os

mesmos benefiacutecios que os concorrentes mas a custos mais baixos (vantagem pelos

custos) ou oferecer benefiacutecios que ultrapassam a concorrecircncia (vantagem por diferen-

ciaccedilatildeo) Portanto uma vantagem competitiva permite agrave empresa criar um valor superi-

or para os seus clientes e lucros para si proacuteprio25

24 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=39ampL=5) data acesso 15072012

25 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

36

CAPITULO III

ASPECTOS DA INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE

1 ndash Inovaccedilatildeo e sustentabilidade

37

Como as empresas podem sair da teoria para a praacutetica e chegar a um no-

vo patamar de competitividade e comprometimento com praacuteticas sustentaacuteveis

Muito se fala em inovaccedilatildeo como o principal caminho para o desenvolvimento

sustentaacutevel das organizaccedilotildees e da humanidade Poreacutem em muitos setores falar sobre

esse assunto eacute ainda um exerciacutecio teoacuterico Em geral o tema eacute associado as aacutereas de

tecnologia ou pesquisa e desenvolvimento mas a inovaccedilatildeo deve acontecer tambeacutem

na lideranccedila nas accedilotildees de marketing no modelo de negoacutecios ou seja na gestatildeo co-

mo um todo

Em pesquisa realizada pela Fundaccedilatildeo Nacional da Qualidade (FNQ) em maio

e 2011 representantes de 63 empresas mostraram que 97 consideram fundamental

que as organizaccedilotildees inovem para buscar a sustentabilidade tanto do negoacutecio quanto

da economia e do planeta Apesar dessa consciecircncia 70 dos participantes do estu-

do acreditam que as empresas estatildeo preocupadas mas natildeo direcionam seus investi-

mentos em inovaccedilotildees com foco no crescimento sustentaacutevel O levantamento mostra

ainda que 27 dos entrevistados apontaram a gestatildeo como a principal preocupaccedilatildeo

das empresas em que trabalham enquanto 22 indicaram a sustentabilidade e 19 a

reduccedilatildeo de custos

De acordo com o superintendente geral da FNQ Jairo Martins ldquoos resultados

da pesquisa mostram que as empresas ainda natildeo perceberam o tamanho do problema

da sustentabilidade considerando o baixo iacutendice de organizaccedilotildees que de fato inves-

tem em inovaccedilatildeo para sustentabilidade Em sua maioria as organizaccedilotildees pensam

apenas no lado econocircmico e natildeo no tripeacute da sustentabilidade que demanda uma em-

presa economicamente soacutelida socialmente correta e ambientalmente responsaacutevel

Enquanto dominar o pensamento pelo vieacutes econocircmico cujo sucesso eacute medido pelo

PIB o atual modelo de desenvolvimento insustentaacutevel natildeo vai mudar e natildeo seratildeo in-

cluiacutedas na pauta das organizaccedilotildees as questotildees socioambientaisrdquo

O professor da Fundaccedilatildeo Getuacutelio Vargas Renato Orsato autor do livro ldquoEstra-

teacutegias de Sustentabilidade quando vale a pena ser verderdquo analisou mais de 30 ca-

sos de empresas que adotaram a inovaccedilatildeo em 20 setores ao redor do mundo Para

ele deve haver uma premissa baacutesica para falar sobre esse assunto fazer perguntas

precisas ldquoIsso porque existem centenas de milhares de formas de incluir inovaccedilatildeo e

sustentabilidade nas empresas As empresas devem conhecer bem o contexto onde

atuam e considerar tanto aspectos tangiacuteveis como intangiacuteveisrdquo afirma

38

Na opiniatildeo do professor enquanto a sustentabilidade eacute apenas um acessoacuterio agrave

estrateacutegia da empresa ela natildeo vale a pena Para inovar as organizaccedilotildees devem

questionar os modelos de negoacutecio e pensar em modelos totalmente novos

Orsato daacute o exemplo da empresa Better Place que inovou na maneira de co-

mercializar energia renovaacutevel para carros eleacutetricos ldquoO grande salto seraacute conseguir

mudanccedilas radicais nos modelos de negoacutecios As fronteiras entre os setores de energia

e mobilidade por exemplo podem mudarrdquo 26

11- Da teoria para a praacutetica

De maneira geral a inovaccedilatildeo faz sucesso em palestras de ldquoespecialistasrdquo e de

executivosrdquo explica o professor Joatildeo Amato Neto da Fundaccedilatildeo Vanzolini e Escola

Politeacutecnica da USP ldquoMas haacute empresas realmente inovadoras seja em seus produtos

em seus processos de produccedilatildeo e ateacute mesmo em seu posicionamento de mercado

Outras satildeo inovadoras na relaccedilatildeo com o mercado num sentido mais amplo Esse eacute

um grupo restrito no Brasil de empresas de excelecircncia As que tecircm excelecircncia em

inovaccedilatildeo para sustentabilidade estatildeo num grupo mais restrito ainda Do ponto de vista

da sobrevivecircncia da empresa nos proacuteximos anos esse eacute um requisito fundamentalrdquo

O professor exemplifica que no varejo haacute grandes redes como o Wall Mart

Carrefour e Patildeo de Accediluacutecar que iniciaram accedilotildees para contratar fornecedores com base

em requisitos de sustentabilidade Essas accedilotildees ainda satildeo restritas a alguns poucos

produtos e incluem por exemplo exigecircncias de embalagens que possam ser recicla-

das Satildeo accedilotildees que visam a reduccedilatildeo do uso de recursos materiais e energia de uma

forma geral (busca de maior eco eficiecircncia nos processos)

Mas como sair da teoria e colocar em praacutetica Veja os principais pontos que

uma empresa interessada em inovaccedilatildeo e sustentabilidade deve trabalhar

bull Investir no espiacuterito criativo dos colaboradores natildeo soacute daqueles que atuam nas aacutereas

de pesquisa e desenvolvimento (PampD) de produtos ou na engenharia do produto mas

num sentido mais amplo oacutetimas ideias podem surgir no chamado chatildeo de faacutebrica

26 Internet (httpwwwhsmcombrbuscarkeys=inovaccedilatildeo e sustentabilidade) data acesso 19072012

39

bull Buscar praacuteticas de gestatildeo participativa isso pode gerar ideias que trazem inovaccedilotildees

pequenas incrementais mas que no conjunto fazem muita diferenccedila

bull Usar a educaccedilatildeo para transformar paradigmas e gerar maior conscientizaccedilatildeo Natildeo

se deve pensar apenas em treinamentos que satildeo usados em geral para tarefas es-

peciacuteficas ou aplicaccedilatildeo de teacutecnicas As empresas devem investir na formaccedilatildeo dos re-

cursos humanos

bull Questionar o proacuteprio modelo de negoacutecios

bull Inserir sustentabilidade no planejamento estrateacutegico da empresa

E seraacute que eacute possiacutevel aprender a inovar De acordo com o professor Joatildeo A-

mato a inovaccedilatildeo soacute faz sentido se isso significar uma mudanccedila de mentalidade na

empresa Isso vale para induacutestria ou setor de serviccedilos ldquoNo setor financeiro temos mui-

tos exemplos de como os bancos estatildeo descobrindo novas maneira de incluir a sus-

tentabilidade em suas praacuteticas definindo criteacuterios de praacuteticas socioambientais aos

seus clientes Na realidade alguns dos grandes bancos jaacute colocaram isso no seu plano

estrateacutegicordquo conclui 27

12 ndash Sustentabilidade corporativa

Haacute vaacuterias definiccedilotildees para sustentabilidade e desenvolvimento sustentaacutevel na

literatura e organizaccedilotildees que tratam do tema arrolam outras tantas Isso decorre do

fato de a sustentabilidade ser um conceito relativamente novo possuir um caraacuteter mul-

tidisciplinar e envolver diferentes interpretaccedilotildees que refletem diferenccedilas de valor cir-

cunstacircncias localizadas e contextos especiacuteficos Aleacutem disso o conceito acaba incorpo-

rado a vaacuterios assuntos tais como a definiccedilatildeo de poliacuteticas governamentais a gestatildeo

puacuteblica regional a gestatildeo de empresas e ateacute mesmo o nosso estilo de vida (MA-

27 Internet (httpwwwhsmcombreditoriassustentabilidadeinovacao-e-ustentabilidade-de-

maos-dadas) data acesso 19072012

40

WHINNEY 2002) O foco deste artigo eacute a sustentabilidade corporativa ou seja a apli-

caccedilatildeo do conceito de sustentabilidade nas empresas

Algumas empresas brasileiras vecircm sendo citadas como casos mundiais no

acircmbito de algumas das dimensotildees da sustentabilidade corporativa HART (1997)

menciona a Aracruz Celulose como uma empresa que adota a visatildeo de desenvolvi-

mento sustentaacutevel desde o iniacutecio de suas operaccedilotildees com base no modelo de reflores-

tamento das plantaccedilotildees de eucaliptos PRAHALAD (2004) apresenta o caso da Casas

Bahia como uma empresa que atende a populaccedilatildeo de baixa renda por meio de um

modelo inovador de financiamento (SEABRA LEAL e PASSOS 2005 p10) Relatam

o caso da Natura assinalando que seus principais acionistas satildeo enfaacuteticos ao afirma-

rem que a busca da sustentabilidade eacute mais do que uma estrateacutegia de negoacutecios mdash eacute

uma filosofia de vida Outros estudos acadecircmicos nessa aacuterea tambeacutem envolvem em-

presas nacionais SILVA e KULAY (2005) apresentam um caso de aplicaccedilatildeo da Avali-

accedilatildeo do Ciclo de Vida (LCA mdash Life Cycle Assessment) para analisar os potenciais

impactos ambientais do processo de fabricaccedilatildeo de fertilizantes fosfatados em uma

empresa brasileira COSTA e GOUVINHAS (2004) analisam a adoccedilatildeo das estrateacutegias

de projeto ecoloacutegico (ecodesign) no ambiente de negoacutecios de pequenas e meacutedias em-

presas brasileiras HOPKINS (2002) discute a sustentabilidade nas operaccedilotildees internas

das empresas a partir de uma pesquisa exploratoacuteria sobre a aplicaccedilatildeo de indicadores

de responsabilidade social em quatro grandes empresas no Brasil 28

13 - O conceito de sustentabilidade corporativa

Considera-se sustentabilidade corporativa como a gestatildeo empresarial que bus-

ca equilibrar as necessidades econocircmicas das empresas com a responsabilidade pelo

desenvolvimento da sociedade e preservaccedilatildeo dos recursos naturais visando atender

agraves necessidades atuais e futuras dos elementos afetados pela empresa Esses ele-

mentos mdash que satildeo ou podem ser afetados pelos efeitos das operaccedilotildees accedilotildees e deci-

28 Internet httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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sotildees da empresa mdash incluem os acionistas e funcionaacuterios clientes e consumidores

fornecedores e parceiros os recursos naturais utilizados pela empresa o meio ambi-

ente e a sociedade

A sustentabilidade corporativa estaacute associada a trecircs macro objetivos a geraccedilatildeo

de valor econocircmico a responsabilidade ambiental e a responsabilidade social A gera-

ccedilatildeo de valor econocircmico estaacute relacionada com a obtenccedilatildeo de resultados econocircmicos

positivos no presente e no futuro A responsabilidade ambiental diz respeito agrave conser-

vaccedilatildeo e ao uso sustentaacutevel dos recursos naturais E a responsabilidade social con-

templa a corresponsabilidade das empresas pelo desenvolvimento da sociedade Con-

forme ELKINGTON (1997) esses objetivos satildeo inerentes aos denominados resultados

tridimensionais da sustentabilidade (triple bottom line) As empresas que adotam a

sustentabilidade corporativa devem buscar um equiliacutebrio entre o compromisso econocirc-

mico a preservaccedilatildeo ambiental e o desenvolvimento da sociedade assumindo respon-

sabilidades pelas condiccedilotildees de vida atuais e futuras29

14 - Sustentabilidade e geraccedilatildeo de valor econocircmico

A literatura ressalta a necessidade de que as iniciativas relacionadas agrave susten-

tabilidade tragam retornos positivos para as empresas REINHARDT (1999) considera

que as justificativas para os investimentos ambientais realizados pelas empresas de-

vem ser similares aos demais investimentos Nesse sentido os investimentos em ges-

tatildeo ambiental devem auferir retornos financeiros positivos ou conduzir agrave reduccedilatildeo dos

riscos SENGE e CARSTEDT (2001) satildeo mais enfaacuteticos ao considerar que o desafio

atual reside em desenvolver negoacutecios sustentaacuteveis compatiacuteveis com a realidade eco-

nocircmica Segundo esses autores novos modelos de negoacutecios e produtos inovadores

no acircmbito da sustentabilidade precisam necessariamente acarretar resultados finan-

ceiros satisfatoacuterios para se viabilizarem

Os benefiacutecios decorrentes das accedilotildees de sustentabilidade podem ser tangiacuteveis

ou intangiacuteveis Willard (2002) identifica potenciais benefiacutecios tangiacuteveis como aqueles

associados agrave reduccedilatildeo de custos na manufatura agrave reduccedilatildeo de custos comerciais ao

aumento do faturamento e ao aumento da participaccedilatildeo no mercado Como benefiacutecios

intangiacuteveis considera a maior facilidade na contrataccedilatildeo de talentos a maior retenccedilatildeo

29 Internet httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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dos principais talentos o aumento da produtividade dos funcionaacuterios a reduccedilatildeo dos

riscos e as maiores facilidades de financiamento NEMLI (2004) considera que os be-

nefiacutecios devem ser mensurados ao longo de trecircs dimensotildees reduccedilatildeo de custos e au-

mento da lucratividade aumento da reputaccedilatildeo e criaccedilatildeo de diferenciaccedilatildeo crescimento

da empresa em termos de capacidade de inovaccedilatildeo e uso de tecnologias limpas

A perspectiva de geraccedilatildeo de valor econocircmico estaacute acoplada a uma visatildeo mais holiacutesti-

ca do bom funcionamento da economia Nesse sentido HAWKEN LOVINS e LOVINS

(1999) consideram que o capitalismo natural pode ser o gatilho para a proacutexima revo-

luccedilatildeo industrial em que quatro tipos de capital sustentam o bom funcionamento da

economia o capital humano (pessoas conhecimento e cultura) o capital financeiro

(caixa investimentos e instrumentos monetaacuterios) o capital industrial (infra estrutura

faacutebricas e maacutequinas) e o capital natural (recursos naturais sistemas de vida e ecossis-

tema) Conforme SENGE e CARSTEDT (2001) a geraccedilatildeo de valor econocircmico por

empresas sustentaacuteveis depende de forma ampla da adoccedilatildeo de uma realidade eco-

nocircmica que conecta a induacutestria a sociedade e o meio ambiente Por outro lado mes-

mo na realidade atual a reduccedilatildeo do desperdiacutecio e do fluxo destrutivo dos recursos

pode representar uma importante oportunidade de negoacutecios (LOVINS LOVINS e

HAWKEN 1999) 30

15 - Sustentabilidade e responsabilidade ambiental

Vaacuterios autores assinalam a importacircncia da questatildeo da estrateacutegia ambiental das

empresas no acircmbito da sustentabilidade corporativa HART (1997) considera a polui-

ccedilatildeo a exaustatildeo dos recursos naturais e a pobreza como os principais desafios da sus-

tentabilidade Segundo o autor a estrateacutegia ambiental das empresas em geral evolui

segundo trecircs estaacutegios prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo produtos ambientalmente corretos e

produccedilatildeo limpa Aleacutem disso uma estrateacutegia ambiental integrada natildeo deve direcionar-

se somente para o desenvolvimento de competecircncias internas mas tambeacutem conside-

rar o relacionamento com os clientes fornecedores outras empresas agentes gover-

30 Internet

(httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext)

data de acesso 2107201230

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namentais e acionistas Da mesma forma BARBIERI (2004) cita trecircs abordagens para

a gestatildeo ambiental empresarial controle da poluiccedilatildeo prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo e abor-

dagem estrateacutegica A prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo incorpora duas preocupaccedilotildees ambientais

principais o uso sustentaacutevel dos recursos e o controle da poluiccedilatildeo Os instrumentos

tradicionais para o uso sustentaacutevel dos recursos satildeo referenciados pelo autor como

4Rs reduccedilatildeo da poluiccedilatildeo na fonte reutilizaccedilatildeo reciclagem e recuperaccedilatildeo energeacutetica

HOFFMAN (2000) sugere que a estrateacutegia ambiental determine o alinhamento

entre a proteccedilatildeo ambiental e o crescimento econocircmico da empresa O desenvolvimen-

to da estrateacutegia ambiental deve analisar os concorrentes os parceiros os produtos as

mateacuterias-primas as perdas e os resiacuteduos da empresa O autor considera que a estra-

teacutegia ambiental pode ser direcionada por quatro fatores o mercado (composto pelos

consumidores associaccedilotildees concorrentes e consultores) os provedores de recursos

(clientes seguradoras fornecedores bancos e investidores) os elementos coercivos

(regulamentos locais legislaccedilatildeo internacional) e os elementos sociais (instituiccedilotildees

religiosas organizaccedilotildees natildeo-governamentais comunidade mundo acadecircmico im-

prensa e poder judiciaacuterio) 31

16 - Sustentabilidade e responsabilidade social

Os defensores da responsabilidade social argumentam que as empresas de-

vem assumir um compromisso com o desenvolvimento da sociedade As empresas

devem executar accedilotildees para fomentar o desenvolvimento social a inclusatildeo social e

contribuir para a melhoria das condiccedilotildees de vida da populaccedilatildeo mais necessitada Al-

guns autores consideram que essas atividades natildeo satildeo puramente filantroacutepicas uma

vez que as empresas podem auferir benefiacutecios de negoacutecios em funccedilatildeo delas Outros

sugerem ainda que a responsabilidade social esteja associada agrave proacutepria estrateacutegia

empresarial por exemplo SEABRA LEAL e PASSOS (2005) assinalam que os prin-

31 ) Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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cipais acionistas da Natura consideram que a responsabilidade social estaacute intimamen-

te ligada agrave estrateacutegia de negoacutecios da empresa

PRAHALAD e HAMMOND (2002) observam que aproximadamente 65 da

populaccedilatildeo mundial mdash cerca de quatro bilhotildees de pessoas mdash ganham menos do que

2000 USDano Esse eacute um mercado praticamente inexplorado pelas empresas multi-

nacionais Segundo os autores as empresas que desejam entrar nesse mercado de-

vem repensar seus modelos de negoacutecios praacuteticas gerenciais e indicadores de desem-

penho Eacute um mercado de novas fontes de receita que exige melhoria na eficiecircncia

operacional e fomento da inovaccedilatildeo A atuaccedilatildeo bem-sucedida para atender agrave denomi-

nada populaccedilatildeo na base da piracircmide pode trazer resultados econocircmicos positivos agraves

empresas e simultaneamente contribuir para a melhoria das condiccedilotildees de vida das

pessoas economicamente menos favorecidas

PORTER e KRAMER (2002) consideram que eacute possiacutevel agraves empresas obterem

a convergecircncia de interesses entre as atividades filantroacutepicas e os objetivos de negoacute-

cios A filantropia pode oferecer oportunidades para as empresas melhorarem seu

contexto competitivo considerando que as atividades filantroacutepicas podem potencial-

mente atuar sobre quatro elementos inter-relacionados da competitividade empresari-

al na disponibilidade dos insumos de produccedilatildeo nas condiccedilotildees de demanda nas con-

diccedilotildees de competiccedilatildeo e rivalidade e na presenccedila das induacutestrias de insumos e suporte

Nesse sentido a filantropia deveria ser considerada uma abordagem claramente estra-

teacutegica pelas empresas WADDOCK e SMITH (2000) adotam um raciociacutenio similar

afirmando que a responsabilidade social e o desempenho corporativo financeiro an-

dam juntos e natildeo como trade-offs

HALL et al (2005) constatam que algumas empresas podem ser socialmente

vulneraacuteveis Segundo esses autores a vulnerabilidade social eacute atribuiacuteda agraves empresas

que apresentam grande importacircncia estrateacutegica para o desenvolvimento econocircmico e

social dos paiacuteses onde operam Eles citam empresas cujo papel extrapola a criaccedilatildeo de

valor aos acionistas sendo consideradas como orgulhos nacionais para seus paiacuteses

Satildeo citadas como exemplos a Siemens na Alemanha a Toyota no Japatildeo a Embraer

no Brasil e a Bombardier no Canadaacute Aleacutem da questatildeo econocircmica essas empresas

desempenham importante papel social em seus respectivos paiacuteses Outras empresas

45

brasileiras tambeacutem poderiam ser citadas como a Petrobras a Companhia Vale do Rio

Doce o Bradesco entre outras 32

2 - Gestatildeo da inovaccedilatildeo para a sustentabilidade

A busca da inovaccedilatildeo e a gestatildeo da inovaccedilatildeo em geral satildeo mediadas por as-

pectos essencialmente econocircmicos e estrateacutegicos Entretanto na medida em que ou-

tras restriccedilotildees compotildeem o ambiente de atuaccedilatildeo das empresas outros fatores podem

impulsionar a inovaccedilatildeo Isso tambeacutem eacute vaacutelido ao se considerarem aspectos de susten-

tabilidade como condicionantes da inovaccedilatildeo

HART e CHRISTENSEN (2002) sugerem que as inovaccedilotildees radicais podem

pavimentar o caminho para as empresas combinarem um crescimento sustentaacutevel

com responsabilidade social HART e MILTEIN (1999) consideram que os desafios

impostos pela sustentabilidade global podem atuar como catalisadores para um novo

estaacutegio de destruiccedilatildeo criativa das empresas Eles associam a preocupaccedilatildeo ecoloacutegica

com melhorias contiacutenuas e a sustentabilidade global com melhorias radicais Nesse

sentido argumentam que a sustentabilidade pode criar oportunidades sem preceden-

tes agraves empresas O raciociacutenio de SENGE e CARSTEDT (2001) eacute similar Esses auto-

res consideram que o foco restrito na eficiecircncia ecoloacutegica pode distrair as empresas da

busca de produtos e modelos de negoacutecios radicalmente diferentes dos atuais Eacute a sus-

tentabilidade global que iraacute motivar as empresas a procurarem novos modelos men-

tais a enfatizarem a aprendizagem e atentarem para a gestatildeo de mudanccedilas

PORTER e VAN DER LINDE (1995) consideram que as regulamentaccedilotildees am-

bientais impotildeem pressotildees competitivas nas empresas motivando-as a inovar VOL-

LENBROEK (2002) propotildee um processo que direciona a inovaccedilatildeo para o desenvolvi-

mento da sustentabilidade denominado gestatildeo da transiccedilatildeo Ele considera que a ino-

vaccedilatildeo natildeo gera automaticamente o progresso da sociedade pois precisa ser condi-

cionada para tanto Os esforccedilos para o desenvolvimento sustentaacutevel precisam ser di-

recionados pela sociedade e esta participa das decisotildees visando obter um balancea-

mento adequado entre os objetivos econocircmicos ecoloacutegicos e sociais A inovaccedilatildeo seraacute

decorrecircncia

32 Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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HALL e VREDENBURG (2003) afirmam que os gestores tecircm dificuldades para

lidar com as pressotildees do desenvolvimento sustentaacutevel Eles consideram que as estra-

teacutegias de inovaccedilatildeo das empresas geralmente satildeo inadequadas para acomodar as

complexidades e incertezas inerentes agraves novas demandas impostas pelo desenvolvi-

mento sustentaacutevel Dessa forma sugerem que a estrateacutegia empresarial integre tam-

beacutem os objetivos da inovaccedilatildeo e do desenvolvimento sustentaacutevel Em contraponto agrave

abordagem tradicional da inovaccedilatildeo ditada pelo mercado propotildeem que as empresas

adotem a inovaccedilatildeo para o desenvolvimento sustentaacutevel que incorpora as restriccedilotildees

sociais e as pressotildees ambientais bem como contempla as necessidades das futuras

geraccedilotildees Como seraacute visto no texto que segue a inovaccedilatildeo foi tambeacutem um ingrediente

essencial para o desenvolvimento e o sucesso do projeto estudado na presente pes-

quisa33

CONCLUSAtildeO

O objetivo desse estudo foi verificar e compreender o conceito de inovaccedilatildeo e a

sua aplicabilidade nas organizaccedilotildees assim como a vantagem competitiva no modelo

de negoacutecio por meio da co-criaccedilatildeo de valor

33 Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data acesso 21072012

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Inovaccedilatildeo e criatividade satildeo essenciais para o continuo desenvolvimento e competi-

tividade de uma naccedilatildeo

Coisas boas acontecem quando o pensamento inovador comeccedila ele poderaacute

ajudar a criar novos produtos melhoria nos processos novas tecnologias tornando

a empresa mais competitiva Tomando conhecimento da grande variedade de produ-

tos e serviccedilos oferecidos pelas organizaccedilotildees pode se observar que nem sempre se

chega ao resultado em melhores experiecircncias de consumo nesse cenaacuterio certas em-

presas adotam a co-criaccedilatildeo de valor ndash participaccedilatildeo do cliente no processo produtivo ndash

para inovar no modelo de negoacutecio agregando valor a sua oferta buscando assim se

diferenciar das demais empresas Apesar da inovaccedilatildeo indicar um caminho seguro

para obter vantagem competitiva sustentaacutevel e defender posiccedilotildees estrateacutegicas no

mercado o seu sucesso natildeo eacute garantido necessitando que os gestores conheccedilam e

compreendam a dinacircmica dos processos da gestatildeo da inovaccedilatildeo dentro de suas orga-

nizaccedilotildees e realidades especiacuteficas

O modelo de organizaccedilatildeo inovadora sustentaacutevel eacute uma resposta agraves pressotildees

institucionais por uma organizaccedilatildeo que seja capaz de inovar com eficiecircncia em termos

econocircmicos mas com responsabilidade social e ambiental Esse tipo de organizaccedilatildeo

busca vantagem competitiva desenvolvendo produtos serviccedilos processos e negoacutecios

novos ou modificados com base nas dimensotildees social ambiental e econocircmica Ela

reuacutene duas caracteriacutesticas essenciais eacute inovadora e orientada para a sustentabilidade

Tendo em vista o fenocircmeno do isomorfismo institucional (concentraccedilatildeo de for-

mas organizacionais nos diversos setores produtivos) o modelo das organizaccedilotildees

inovadoras sustentaacuteveis vem ganhando rapidamente cada vez mais espaccedilo nas em-

presas liacutederes Esses fatos permitem dizer que o movimento do desenvolvimento sus-

tentaacutevel eacute um dos movimentos mais importantes do nosso tempo e a julgar pela vita-

lidade dos fatores institucionais presentes em praticamente todo o mundo pode-se

inferir que ele continuaraacute se propagando por muitas deacutecadas

Desse modo o aprimoramento dos modelos de organizaccedilatildeo sustentaacuteveis as

diversas formas da sua institucionalizaccedilatildeo em acircmbito global o desenvolvimento de

tecnologias sustentaacuteveis a gestatildeo de inovaccedilotildees para o desenvolvimento sustentaacutevel

seratildeo temas cada vez mais importantes nos estudos futuros Como o sistema opera-

cional produtivo e as inovaccedilotildees de produto e de processo ao atender as trecircs dimen-

sotildees da sustentabilidade devem gerar ganhos para o meio ambiente em termos de

reduccedilatildeo no uso de recursos e de emissotildees de poluentes o aumento da produccedilatildeo pelo

incitamento agrave demanda por novos produtos pode neutralizar ou ateacute superar esses ga-

nhos Levar em conta essa possibilidade dando-lhe um tratamento adequado eacute um dos

48

maiores desafios para o alinhamento das empresas ao modelo de organizaccedilatildeo inova-

dora sustentaacutevel

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Gestatildeo de inovaccedilatildeo para a sustentabilidade Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

Inovaccedilatildeo nas empresas Internet (httpolhardigitaluolcombrnegociosdigital_newsnoticiascomo-gerar-inovacao-nas-empresas) data de acesso 19052012

Inovaccedilatildeo no Brasil Internet (httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0101-33002007000200002) data de acesso 19052012

50

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Inovaccedilatildeo e sustentabilidade Internet

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O conceito de sustentabilidade corporativa Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext)

O que eacute inovaccedilatildeo Internet (httpptwikipediaorgwikiInovaC3A7C3A3o) data de acesso 20052012

(httpwwwpr2ufrjbrinovacaosocialtexto14-01pdf) data de acesso 20052012)

Organizaccedilotildees inovadoras sustentaacuteveis Internet

(httpwwwscielobrscielophppid=S003475902010000200002ampscript=sci_arttext)

data de acesso 04062012

(httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

O que significa vantagem competitiva Internet

(httpwwwstrategy-traineuindexphpid=37ampL=5) data de acesso 5072012

Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva Internet

(httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

Processos de inovaccedilatildeo Internet httpwwwliincufrjbrfrattachments055_saritalivropdfpage=122) data de acesso 03062012

Processos de inovaccedilatildeo nas organizaccedilotildees Internet

(httpwwwgooglecombrurlsa=tamprct=jampq=ampesrc=sampsource=webampcd=1ampved=0CEsQ

FjA-

Aampurl=http3A2F2Fwwwfespprbr2F~bastosjr2FGest25E3o2520de252

0Inova25E725E3o2FArtigos2FInova25E725E3odocampei=Vhr2T9qvHaez6w

Ho16zYBgampusg=AFQjCNEz7MKNTbjYj81PrvG) data de acesso 03062012

Sustentabilidade e geraccedilatildeo de valor econocircmico Internet

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51

Sustentabilidade e responsabilidade ambiental Internet

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Sustentabilidade e responsabilidade social Internet

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BIBLIOGRAFIA CITADA

HAMEL Gary Liderando a revoluccedilatildeo 4 ed Rio de Janeiro editora Campus 2003

PRAHALAD C K KRISHNAN M S A nova era inovaccedilatildeo Rio de Janeiro editora

Elsevier 2008

PRAHALAD C K RAMASWAMY Venkatram O futuro da competiccedilatildeo como desen-

volver diferenciais inovadores em parceria com os clientes Rio de Janeiro editora

Elsevier 2004

  • AGRADECIMENTOS
  • CAPIacuteTULO III- Aspectos da inovaccedilatildeo e sustentabilidade37
  • Inovaccedilatildeo e sustentabilidade37
  • 32 - Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva
  • 33 - Como implementar vantagem competitiva
  • 34 - Como criar valor e vantagem competitiva
Page 7: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · duzir os processos de inovação dentro da organização. 6 ... CAPÍTULO I - Estrutura da criação de valor e inovação.....11

7

SUMAacuteRIO

INTRODUCcedilAtildeO11

CAPIacuteTULO I - Estrutura da criaccedilatildeo de valor e inovaccedilatildeo11

1- A importacircncia da inovaccedilatildeo11

11ndash Inovaccedilatildeo nas empresas12

12- Inovaccedilatildeo no Brasil13

13- O que eacute inovaccedilatildeo15

2 - Processos de inovaccedilatildeo 16

21- Processos de inovaccedilatildeo nas organizaccedilotildees17

22ndash Funccedilotildees tiacutepicas no processo de inovaccedilatildeo18

23ndash Como implantar cultura de inovaccedilatildeo na organizaccedilatildeo19

24ndash Organizaccedilotildees inovadoras sustentaacuteveis20

25ndash A inovaccedilatildeo como funccedilatildeo de aprendizagem organizacional22

CAPIacuteTULO II- Desenvolvimento da criatividade24

1- Capital intelectual24

2- Criatividade25

21- Conceito de criatividade27

22- Criatividade do ponto de vista pessoal28

23-Criatividade do ponto de vista empresarial28

24- Criatividade e a visatildeo estrateacutegica da empresa29

25- Reconfiguraccedilatildeo dinacircmica do talento30

8

3- Cadeia de valor e vantagem competitiva31

31- O que significa uma vantagem competitiva33

32- Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva34

33- Como implantar vantagem competitiva34

34- Como criar valor e vantagem competitiva35

CAPIacuteTULO III- Aspectos da inovaccedilatildeo e sustentabilidade37

1- Inovaccedilatildeo e sustentabilidade37

11- Da teoria para a praacutetica38

12- Sustentabilidade corporativa40

13- O conceito de sustentabilidade corporativa41

14- Sustentabilidade e geraccedilatildeo de valor econocircmico41

15- Sustentabilidade e responsabilidade ambiental43

16- Sustentabilidade e responsabilidade social44

2- Gestatildeo da inovaccedilatildeo para a sustentabilidade45

CONCLUSAtildeO47

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA48

BIBLIOGRAFIA CITADA51

9

INTRODUCcedilAtildeO

O conceito de inovaccedilatildeo eacute cada vez mais difundido no ambiente organizacional

FREEMAN e SOETE apud BARBIERI (2004) afirmam que as empresas que natildeo ino-

vam natildeo conseguem sobreviver Os gestores das empresas tambeacutem estatildeo conscien-

tes da importacircncia da inovaccedilatildeo para o crescimento dos negoacutecios e para a sua lucrati-

vidade

A inovaccedilatildeo eacute comumente vista como a implementaccedilatildeo de novos produtos ou

serviccedilos Poreacutem pode-se inferir que as inovaccedilotildees em produto ou ateacute mesmo em pro-

cesso satildeo restritas diante do que se faz necessaacuterio um comportamento inovador que

envolva toda a organizaccedilatildeo ateacute sua maneira de gestatildeo Assim surge a inovaccedilatildeo or-

ganizacional tambeacutem chamada de inovaccedilatildeo no modelo de negoacutecios Ela parte da

premissa de que a uacutenica forma de escapar da concorrecircncia eacute introduzir um novo mo-

delo de negoacutecio ou alterar radicalmente o existente HAMEL (2003)

Poreacutem a inovaccedilatildeo soacute teraacute importacircncia se criar valor para os clientes e para a

empresa dessa forma a criaccedilatildeo de um novo produto ou serviccedilo natildeo basta ela deve

ter valor para o consumidor Assim alguns autores PRAHALAD RAMASWAMY

(2004) TAPSCOTT WILLIAMS (2007) tecircm demonstrado que diante do cenaacuterio atual

caracterizado por intensa competiccedilatildeo deve-se buscar na criaccedilatildeo desse valor a inte-

raccedilatildeo dos clientes com a empresa ou seja a co-criaccedilatildeo de valor

Dessa maneira considerando a importacircncia que os gestores tecircm dado agrave inova-

ccedilatildeo no modelo de negoacutecio bem como a necessidade de as empresas buscarem no-

vas formas de gerar valor o presente estudo foi realizado com o intuito de verificar se

esse tipo de inovaccedilatildeo por meio da co-criaccedilatildeo de valor PRAHALAD RAMASWAMY

(2004) pode diferenciar a empresa das demais e obter vantagem competitiva POR-

TER (2001) Para aferir essa possibilidade foram considerados aspectos relevantes

acerca de estrateacutegia envolvidos na obtenccedilatildeo da vantagem sobre os concorrentes

bem como a respeito de inovaccedilatildeo e da co-criaccedilatildeo de valor

Essas questotildees portanto foram contempladas para se tentar chegar agrave respos-

ta para a pergunta haacute relaccedilatildeo entre a obtenccedilatildeo de vantagem competitiva e a inovaccedilatildeo

no modelo de negoacutecio por meio da co-criaccedilatildeo de valor

10

A revoluccedilatildeo cientiacutefica - tecnoloacutegica dos uacuteltimos 30 anos opera transformaccedilotildees

profundas natildeo soacute nas formas de produccedilatildeo da vida material como tambeacutem na produ-

ccedilatildeo do proacuteprio conhecimento Essas transformaccedilotildees alimentam a hoje chamada Soci-

edade do Conhecimento em que este e todas as formas de sua circulaccedilatildeo satildeo indis-

pensaacuteveis em todos os campos de atividade humana Neste sentido a ciecircncia trans-

borda seu proacuteprio campo e atravessa as estruturas e relaccedilotildees sociais em muacuteltiplas

articulaccedilotildees

A nova produccedilatildeo do conhecimento descrita por GIBBONS et al (1994) ndash

entre outros ndash apresenta caracteriacutesticas correlatas agraves mudanccedilas verificadas no modo

de produccedilatildeo de bens materiais As novas exigecircncias de flexibilidade agilidade inter-

disciplinaridade qualidade e resposta a demandas sociais supotildeem necessariamente

um novo patamar de comunicabilidade entre campos esferas paradigmas institui-

ccedilotildees comunidades e atores sociais envolvidos no (e com) o campo cientiacutefico assim

como novas perspectivas de formaccedilatildeo de recursos humanos

Existe ainda uma defasagem entre as mudanccedilas na base econocircmica e as

formas de organizaccedilatildeo sociais e poliacutetico-institucionais As diversas manifestaccedilotildees da

crise atual (desemprego estrutural desaceleraccedilatildeo da produtividade crise de valor es

e falta de perspectiva ) resultam da incompatibilidade entre as novas formas de pro-

duccedilatildeo e novas tecnologias de um lado e sistemas sociais e organizacionais obsole-

tos de outro FREEMAN (1995) A coerecircncia ndash ou compatibilidade nos termos de Fre-

eman ndash precisaria ser restabelecida

O presente estudo representa a importacircncia da inovaccedilatildeo e desenvolvimento

nas empresas e no Brasil como alavanca de sucesso e seus fatores internos e exter-

nos

Inovaccedilatildeo eacute um modelo estrateacutegico de gestatildeo de recursos organizacionais dos

quais fazem parte os recursos humanos tecnoloacutegicos e financeiros com o objetivo de

desenvolver processos rotinas e sistemas que propiciem o desenvolvimento e melho-

rias dos produtos e serviccedilos que a empresa oferece ao mercado e as maneiras como

o faz de forma a obter vantagem competitiva

Existem inuacutemeras maneiras de inovar dentre as quais podemos mencionar em

gestatildeo de pessoas em gestatildeo organizacional em modelos de negoacutecios de comercia-

lizaccedilatildeo e abordagens de marketing

11

CAPIacuteTULO I

A ESTRUTURA DA CRIACcedilAtildeO DE VALOR E A INOVACcedilAtildeO

1 ndash A Importacircncia da Inovaccedilatildeo

O cenaacuterio competitivo contemporacircneo tem sido regido pela revoluccedilatildeo tecnoloacute-

gica globalizaccedilatildeo hiper-competitividade e extrema ecircnfase sobre preccedilo qualidade e

satisfaccedilatildeo do consumidor exigindo um foco na inovaccedilatildeo como competecircncia estrateacutegi-

ca Enquanto se deu maior ecircnfase agrave inovaccedilatildeo incremental na uacuteltima deacutecada menos

atenccedilatildeo foi dispensada agrave inovaccedilatildeo radical ou revolucionaacuteria Como consequecircncia

muito se conhece sobre a implementaccedilatildeo da inovaccedilatildeo incremental ao passo que a

inovaccedilatildeo radical eacute ainda muito pouco compreendida FOSTER (1986) UTTERBACK

(1994) CHRISTENSEN (1997) HAMEL ( 2000) Isso eacute verdadeiro apesar de a impor-

tacircncia da inovaccedilatildeo radical ter sido ressaltada por vaacuterios consultores e estudiosos da

aacuterea de negoacutecios

Muitos autores reconhecem as dificuldades do gerenciamento da inovaccedilatildeo ra-

dical em empresas soacutelidas de grande porte CHRISTENSEN (1997) por exemplo

indica ser bastante incomum que empresas que gerenciam adequadamente linhas

consistentes de negoacutecios percebam com antecedecircncia e respondam de forma efetiva

agraves tecnologias de ruptura provenientes de fontes externas (ver tambeacutem LEONARD-

BARTON (1995) KATZ e ALLEN (1985) KANTER (1989b) TUSHMAN e OrsquoREILLY

(1997) DOUGHERTY (1992) BLOCK e MACMILLAN (1993)

As inovaccedilotildees transformam o relacionamento entre consumidores e fornecedo-

res reestruturam aspectos econocircmicos do mercado desestabilizam produtos existen-

tes e datildeo origem a categorias de produtos completamente novas Elas proporcionam o

motor para o crescimento em longo prazo que os liacutederes empresariais procuram Infe-

lizmente reconhecer a importacircncia das inovaccedilotildees radicais eacute bem diferente de desen-

volvecirc-las e comercializaacute-las

As empresas que obtiveram sucesso em longo prazo intercalam a inovaccedilatildeo in-

cremental com a inovaccedilatildeo radical que gera novos mercados e oportunidades de ne-

goacutecios ver MORONE (1993) TUSHMAN e OrsquoREILLY (1997) Assim como eacute evidente

a importacircncia da inovaccedilatildeo radical para as empresas interessadas no crescimento e na

renovaccedilatildeo em longo prazo eacute claro tambeacutem que empresas grandes e soacutelidas enfren-

tam dificuldades para administrar esse processo Grandes empresas bem estabeleci-

12

das satildeo extremamente proficientes em gerenciar eficiecircncias operacionais e apresen-

tar produtos de nova geraccedilatildeo No entanto as incertezas que surgem com a comercia-

lizaccedilatildeo de novas tecnologias para mercados que podem ainda nem existir exigem

competecircncias amplamente diferentes Inovaccedilatildeo eacute um modelo estrateacutegico de gestatildeo

de recursos organizacionais dos quais fazem parte os recursos humanos tecnoloacutegi-

cos e financeiros com o objetivo de desenvolver processos rotinas e sistemas que

propiciem o desenvolvimento e melhorias dos produtos e serviccedilos que a empresa ofe-

rece ao mercado e as maneiras como o faz de forma a obter vantagem competitiva1

11- Inovaccedilatildeo nas Empresas

De acordo com FREEMAN o conceito de inovaccedilatildeo consiste no processo que

inclui as atividades teacutecnicas concepccedilatildeo desenvolvimento gestatildeo e que resulta na

comercializaccedilatildeo de novos (ou melhorados) produtos ou na primeira utilizaccedilatildeo de no-

vos (ou melhorados) processos

Com o desenvolvimento de novos conhecimentos estrateacutegicos pelas organiza-

ccedilotildees esses fossos organizacionais ao longo das fronteiras podem ser aterrados para

a co-criaccedilatildeo de novas abordagens ao nexo de N=1 e R=G A arquitetura social das

empresas deve desenvolver capacidade a raacutepida criaccedilatildeo de conhecimento por meio

do desenvolvimento de cultura organizacional e de estrutura motivacional adequadas

A arquitetura teacutecnica precisa construir recursos para capacitaccedilatildeo desse processo

Para noacutes essas decepccedilotildees com a gestatildeo de processos natildeo satildeo surpreendentes O

que falta na doaccedilatildeo da maioria dessas iniciativas eacute uma perspectiva que inclua inova-

ccedilatildeo e criaccedilatildeo de valor natildeo apenas reduccedilatildeo de custos Alguns desses projetos que

enfatizam os processos satildeo aprovados agraves cegas pelas organizaccedilotildees sem considerar

a necessidade primordial de equilibrar as demandas por inovaccedilatildeo e eficiecircncia

Se os gestores natildeo partirem de um ponto de vista sobre como querem competir

e impulsionar a mudanccedila no dia a dia em cada reuniatildeo em cada relatoacuterio para criar

situaccedilotildees reais de foco na inovaccedilatildeo e na criaccedilatildeo de valor eacute provaacutevel que se sintam

desapontados Aleacutem disso geralmente eles se esquecem de que a conversatildeo dos

processos internos em fatores estrateacutegicos para os resultados requer mudanccedilas natildeo

1 Internet (httpwwwscielobrpdfraev42n2v42n2a16pdf) data de acesso 19052012

13

soacute gerenciais e culturais mas tambeacutem tecnoloacutegicas (PRAHALADCK KRISH-

NANMSA nova era da inovaccedilatildeo 2008 p135)

Open innovation eacute um modelo que as companhias estatildeo adotando cada vez

mais em resposta a um mundo crescentemente globalizado e caracterizado pela parti-

lha aberta de informaccedilotildees com o objetivo de produzir conhecimento Esse modelo se

baseia na colaboraccedilatildeo em rede da empresa com fornecedores clientes universida-

des e ateacute concorrentes A partir desse conceito a inovaccedilatildeo antes uma aacuterea limitada

aos departamentos internos de Pesquisa e Desenvolvimento como era a loacutegica vigen-

te ateacute as deacutecadas de 70 a 90 passou a ser buscada aleacutem das fronteiras das organiza-

ccedilotildees

Acredito que a interaccedilatildeo seja a chave para esse processo se tornar real e mais

do que isso ela eacute a fonte para a inovaccedilatildeo Por isso as redes sociais representam hoje

a melhor plataforma de interaccedilatildeo para as empresas interessadas em inovaccedilatildeo aberta

O desafio que se impotildee entretanto eacute criar tecnologias que gerenciem a troca de in-

formaccedilotildees realizadas nessa miacutedia2

12- Inovaccedilatildeo no Brasil

O desenvolvimento tecnoloacutegico e a inovaccedilatildeo de um paiacutes dependem em grande

parte da formaccedilatildeo de recursos humanos capacitados bem como de investimentos

consistentes contiacutenuos de longo prazo e de porte O Brasil adotou a estrateacutegia de

que a pesquisa acadecircmica geraria conhecimento que naturalmente se transformaria

em inovaccedilotildees tecnoloacutegicas o que natildeo estaacute refletindo a realidade do setor no paiacutes

O Brasil sempre investiu de forma inconstante e em quantidade insuficiente os

recursos puacuteblicos federais e estaduais no desenvolvimento de ciecircncia e tecnologia

(com exceccedilatildeo do estado de Satildeo Paulo) o que sempre preocupou a comunidade cien-

tiacutefica e empresarial do paiacutes Aleacutem disso o setor empresarial tambeacutem investiu e ainda

continua investindo muito timidamente ao contraacuterio do que ocorreu nos modelos de

paiacuteses como a Coreacuteia do Sul Este uacuteltimo paiacutes investiu na formaccedilatildeo de recursos hu-

manos (em niacutevel de graduaccedilatildeo) habilitando-os para atuar em vaacuterios segmentos do

2 Internet (httpolhardigitaluolcombrnegociosdigital_newsnoticiascomo-gerar-inovacao-nas-

empresas) data de acesso 19052012

14

desenvolvimento tecnoloacutegico As inovaccedilotildees geradas produziram o retorno desejado e

o setor produtivo assumiu o papel de executor das pesquisas e de seu financiamento

sustentando hoje cerca de 75 das pesquisas niacutevel encontrado apenas nos paiacuteses

desenvolvidos Em resumo natildeo haacute investimento consistente de longo prazo e de porte

em ciecircncia tecnologia e inovaccedilatildeo no Brasil seja puacuteblico ou privado

Apesar disso houve no Brasil um grande avanccedilo cientiacutefico nos uacuteltimos trinta

anos A iniciativa consistente para construir a competecircncia cientiacutefica atraveacutes do trei-

namento de pessoal qualificado dentro e fora do paiacutes foi indiferente agraves oscilaccedilotildees poliacute-

tico-econocircmicas tanto em niacutevel federal como estadual hoje o Brasil responde por

13 dos artigos cientiacuteficos publicados em revistas indexadas internacionais Estabe-

leceu-se ainda no paiacutes uma forte estrutura de poacutes-graduaccedilatildeo responsaacutevel pela forma-

ccedilatildeo de cerca de 10 mil doutores por ano e que em trinta anos levou o Brasil a triplicar

sua contribuiccedilatildeo cientiacutefica relativa no mundo 3

O Brasil tem talento empreendedor de sobra e pesquisa cientiacutefica de excelecircn-

cia Mas sem um ambiente encorajador para inovaccedilatildeo o paiacutes natildeo conseguiraacute trans-

formar conhecimento em desenvolvimento econocircmico

Essa foi agrave anaacutelise predominante entre os pesquisadores e liacutederes empresariais

que participaram de um seminaacuterio realizado (18052007) em conjunto pelo Centro de

Economia da Criatividade e da Inovaccedilatildeo (CIEC - na sigla em inglecircs) da Universidade

George Washington nos Estados Unidos e pela Faculdade de Economia Administra-

ccedilatildeo e Contabilidade da Universidade de Satildeo Paulo (FEA -USP)

Para o diretor do CIEC - Michael Ryan - o Brasil tem alguns pontos fortes para

a inovaccedilatildeo alto investimento em pesquisa baacutesica nas universidades recursos huma-

nos de qualidade e publicaccedilatildeo de artigos cientiacuteficos de impacto internacional Mas a

pesquisa natildeo chega ao mercado porque o ambiente eacute pouco motivador para a inova-

ccedilatildeo

ldquoPara criar um cenaacuterio encorajador no qual as empresas invistam mais em

pesquisa e desenvolvimento eacute preciso melhorar vaacuterios aspectos simultaneamente eacute

muito difiacutecil abrir uma empresa no Brasil haacute uma seacuterie de poliacuteticas que podem ser

3 Internet (httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0101-33002007000200002) data

de acesso 190520123

15

modificadas o sistema de patentes pode ser mais eficiente e o acesso ao capital de

risco melhorarrdquo disse RYAN agrave Agecircncia FAPESP 4

13 - O que eacute inovaccedilatildeo

Inovaccedilatildeo significa novidade ou renovaccedilatildeo A palavra eacute derivada do ter-

mo latino innovatio e se refere a uma ideia meacutetodo ou objeto que eacute criado e que pou-

co se parece com padrotildees anteriores Hoje a palavra inovaccedilatildeo eacute mais usada no con-

texto de ideias e invenccedilotildees assim como a exploraccedilatildeo econoacutemica relacionada sendo

que inovaccedilatildeo eacute invenccedilatildeo que chega no mercado Inovaccedilatildeo eacute o processo que inclui as

atividades teacutecnicas concepccedilatildeo desenvolvimento gestatildeo e que resulta na comerciali-

zaccedilatildeo de novos (ou melhorados) produtos ou na primeira utilizaccedilatildeo de novos (ou me-

lhorados) processos FREEMAN (1988 p567) 5

O conceito de inovaccedilatildeo eacute bastante variado dependendo principalmente da

sua aplicaccedilatildeo De forma sucinta haacute quem considere que inovaccedilatildeo eacute a exploraccedilatildeo bem

sucedida de novas ideias Segundo DRUCKER a inovaccedilatildeo ldquoeacute o instrumento especiacutefi-

co dos empreendedores o processo pelo qual eles exploram a mudanccedila como uma

oportunidade para um negoacutecio diferente ou um serviccedilo diferente

Dentre as vaacuterias possibilidades de inovar aquelas que se referem a inovaccedilotildees

de produto ou de processo satildeo conhecidas como inovaccedilotildees tecnoloacutegicas Outros tipos

de inovaccedilotildees podem se relacionar a novos mercados novos modelos de negoacutecio no-

vos processos e meacutetodos organizacionais ou ateacute mesmo novas fontes de suprimentos

Embora ldquonovidadesrdquo encontradas em organizaccedilotildees teacutecnicas administrativas organi-

zacionais inseridas em produtos ou processos nem todas elas podem ser considera-

das como inovaccedilotildees Cabe ressaltar aqui a diferenciaccedilatildeo entre ldquooriginalidaderdquo e ldquono-

vidaderdquo propriamente dita Originalidade oriunda da palavra Original do latim original-

4Internet (httpwwwinovacaotecnologicacombrnoticiasnoticiaphpartigo=010175070518) data

de acesso 19052012

5Internet (httpptwikipediaorgwikiInovaC3A7C3A3o) data acesso 20052012

16

le eacute relativo agrave origem agrave qualidade de original inicial primordial primitivo originaacuterio

Novidade eacute originaacuteria do latim novitate que se reporta agrave qualidade ou caraacuteter de novo

uma inovaccedilatildeo embora referente a algo jaacute existente um uso novo para algo jaacute existen-

te6

Inovaccedilatildeo pode ser definida como o processo estrateacutegico de reinvenccedilatildeo contiacute-nua do proacuteprio negoacutecio e de criaccedilatildeo de novos negoacutecios GARY HAMEL (1996)

2 ndash Processos de inovaccedilatildeo

No acircmbito da economia ao longo deste seacuteculo muito vem se discutindo sobre

a inovaccedilatildeo sua natureza caracteriacutesticas e fontes com o objetivo de buscar uma mai-

or compreensatildeo de seu papel frente ao desenvolvimento econocircmico ressaltando-se

como marco fundamental a contribuiccedilatildeo de JOSEPH SCHUMPETER na primeira me-

tade deste seacuteculo mdash INFORMACcedilAtildeO E GLOBALIZACcedilAtildeO NA ERA DO CONHECI-

MENTO enfocou a importacircncia das inovaccedilotildees e dos avanccedilos tecnoloacutegicos no desen-

volvimento de empresas e da economia

De forma geneacuterica existem dois tipos de inovaccedilatildeo a radical e a incremental

Pode-se entender a inovaccedilatildeo radical como o desenvolvimento e introduccedilatildeo de um

novo produto processo ou forma de organizaccedilatildeo da produccedilatildeo inteiramente nova Esse

tipo de inovaccedilatildeo pode representar uma ruptura estrutural com o padratildeo tecnoloacutegico

anterior originando novas induacutestrias setores e mercados Tambeacutem significam reduccedilatildeo

de custos e aumento de qualidade em produtos jaacute existentes Algumas importantes

inovaccedilotildees radicais que causaram impacto na economia e na sociedade como um todo

e alteraram para sempre o perfil da economia mundial podem ser lembradas como

por exemplo a introduccedilatildeo da maacutequina a vapor no final do seacuteculo XVIII ou o desen-

volvimento da microeletrocircnica a partir da deacutecada de 1950 Estas e algumas outras

inovaccedilotildees radicais impulsionaram a formaccedilatildeo de padrotildees de crescimento com a con-

formaccedilatildeo de paradigmas tecno-econocircmicos FREEMAN (1988)

As inovaccedilotildees podem ser ainda de caraacuteter incremental referindo-se agrave introdu-

ccedilatildeo de qualquer tipo de melhoria em um produto processo ou organizaccedilatildeo da produ- 6 Internet (httpwwwpr2ufrjbrinovacaosocialtexto14-01pdf) data de acesso 20052012)6

17

ccedilatildeo dentro de uma empresa sem alteraccedilatildeo na estrutura industrial FREEMAN (1988)

Inuacutemeros satildeo os exemplos de inovaccedilotildees incrementais muitas delas imperceptiacuteveis

para o consumidor podendo gerar crescimento da eficiecircncia teacutecnica aumento da pro-

dutividade reduccedilatildeo de custos aumento de qualidade e mudanccedilas que possibilitem a

ampliaccedilatildeo das aplicaccedilotildees de um produto ou processo A otimizaccedilatildeo de processos de

produccedilatildeo o design de produtos ou a diminuiccedilatildeo na utilizaccedilatildeo de materiais e compo-

nentes na produccedilatildeo de um bem podem ser considerados inovaccedilotildees incrementais

Ateacute pouco tempo era grande a rigidez para caracterizar o processo de inovaccedilatildeo suas

fontes de geraccedilatildeo e formas como se realiza e difunde

Evidentemente que a compreensatildeo do processo de inovaccedilatildeo estaacute estreitamen-

te influenciada pelas caracteriacutesticas dominantes de contextos histoacuterico-econocircmicos

especiacuteficos Atualmente aspectos negligenciados por natildeo terem relevacircncia nos periacuteo-

dos em questatildeo comeccedilam a ser plenamente reconhecidos como de papel fundamental

para o ecircxito do processo inovador Agrave medida que melhor se conhecem as especifici-

dades da geraccedilatildeo e difusatildeo de inovaccedilatildeo mais se sabe sobre sua importacircncia para

que empresas e paiacuteses reforcem sua competitividade na economia mundial7

21 ndash Processos de inovaccedilatildeo nas organizaccedilotildees

DAMANPOUR (1984) em seu estudo sobre inovaccedilatildeo e desempenho organiza-

cional em bibliotecas puacuteblicas americanas conceitua inovaccedilatildeo como uma resposta agrave

mudanccedila ambiental ou ainda os meios que permitem ou viabilizam a mudanccedila em

uma organizaccedilatildeo Para ele as empresas podem enfrentar as mudanccedilas ambientais

natildeo apenas com novas tecnologias mas tambeacutem incorporando mudanccedilas teacutecnicas

eou administrativas em sua estrutura Assim sendo inovaccedilotildees no plano organizacio-

nal envolvem a implantaccedilatildeo de ideias novas teacutecnicas ou administrativas Espera-se a

partir disso mudanccedilas estruturais que afetem o desempenho da organizaccedilatildeo Esque-

maticamente portanto pode-se entender a inovaccedilatildeo como a ferramenta que quando

introduzida em contexto organizacional gera mudanccedila

7Internet httpwwwliincufrjbrfrattachments055_saritalivropdfpage=122) data de acesso

03062012

18

Segundo DAMANPOUR (1984) define desempenho como a habilidade que

uma organizaccedilatildeo tem de bem utilizar todos os quatro processos sistecircmicos (inputs

outputs transformaccedilotildees e efeitos de retroalimentaccedilatildeo) relacionados ao alcance de

metas organizacionais Uma organizaccedilatildeo de alto desempenho cumpriraacute suas tarefas

primaacuterias de modo eficiente e realizaraacute suas funccedilotildees de manutenccedilatildeo e adaptaccedilatildeo or-

ganizacional de forma efetiva A funccedilatildeo de adaptaccedilatildeo requer que a estrutura da orga-

nizaccedilatildeo sofra mudanccedilas para encontrar novas condiccedilotildees ambientais

Organizaccedilotildees inovadoras tendem natildeo apenas a se adaptar agrave mudanccedila mas

tambeacutem a usar seus recursos para criar novas condiccedilotildees ambientais pela introduccedilatildeo

de novos produtos ou serviccedilos nunca antes oferecidos Inovaccedilotildees assim seriam mei-

os de prover mudanccedilas internas ou externas e tambeacutem de aperfeiccediloar o desempenho

organizacional

Os sistemas gerenciais de acordo com a abordagem soacutecio teacutecnico satildeo consti-

tuiacutedos de um ldquocorpusrdquo social (neste ponto se faz um paralelo com as inovaccedilotildees admi-

nistrativas) e de um ldquocorpusrdquo teacutecnico (corresponde agraves inovaccedilotildees teacutecnicas) e portanto

se enfatiza o papel do ldquocorpusrdquo social e teacutecnico na efetiva operaccedilatildeo de uma organiza-

ccedilatildeo e sugerem que a concentraccedilatildeo em apenas um sistema resulta em baixo desem-

penho organizacional Sistemas sociais e teacutecnicos precisam assim funcionar de forma

balanceada O relacionamento entre os sistemas social e teacutecnico eacute de correlaccedilatildeo ou

seja qualquer mudanccedila em qualquer um dos sistemas leva as determinadas restri-

ccedilotildees ou modificaccedilotildees ao outro8

22 ndash Funccedilotildees tiacutepicas no processo de inovaccedilatildeo

Eacute funccedilatildeo tiacutepica no processo de inovaccedilatildeo a captaccedilatildeo de sinais proveniente do

campo em ambiente direto e o monitoramento do ambiente externo indireto A partir

das etapas anteriores busca-se identificar elementos onde os clientes natildeo estejam

sendo atendidos satisfatoriamente ou oportunidades natildeo exploradas gap de desem-

penho Os clientes natildeo vatildeo responder a perguntas sobre o uso ou natildeo de um determi- 8Inter-

net(httpwwwgooglecombrurlsa=tamprct=jampq=ampesrc=sampsource=webampcd=1ampved=0CEsQFjA

Aampurl=http3A2F2Fwwwfespprbr2F~bastosjr2FGest25E3o2520de2520Inova

25E725E3o2FArtigos2FInova25E725E3odocampei=Vhr2T9qvHaez6wHo16zYBgampusg=

AFQjCNEz7MKNTbjYj81PrvG) data de acesso 03062012

19

nado produto principalmente se este for desconhecido Eacute necessaacuterio conhecer o am-

biente em que se vivem compreender suas carecircncias

Outra funccedilatildeo necessaacuteria eacute a geraccedilatildeo de alternativas viaacuteveis que respondam agraves

demandas ambientais e a seleccedilatildeo com base em criteacuterios coerentes com os objetivos

estrateacutegicos da organizaccedilatildeo previamente estabelecidos

Natildeo se pode deixar de mencionar a concepccedilatildeo e o desenvolvimento das ino-

vaccedilotildees a gestatildeo da implantaccedilatildeo destas inovaccedilotildees e respectiva coordenaccedilatildeo

Aleacutem destes um outro aspecto fundamental eacute o controle do processo ou seja

a definiccedilatildeo de indicadores que permitam avaliar e medir os resultados na medida em

que estes acontecem Os instrumentos de medida da inovaccedilatildeo devem conforme

KUCZMARSKI (1998) obedecer agraves seguintes categorias empresa (carteira de novos

produtos investimentos apuraccedilatildeo de resultados) das equipes (planejamento taxas

de sucesso e sobrevivecircncia variaccedilotildees orccedilamentaacuterias retorno financeiro) e individual

(contribuiccedilatildeo de cada membro no desempenho da equipe) Vale lembrar que inovaccedilatildeo

e mudanccedila levam tempo os indiviacuteduos devem esperar permanecer em suas funccedilotildees

pelo tempo suficiente para influenciar os indicadores de desempenho tanto de curto

quanto de longo prazo 9

23 ndash Como implantar cultura de inovaccedilatildeo na organizaccedilatildeo

Inovaccedilatildeo tem de fazer parte da mentalidade dos funcionaacuterios em todos os niacute-

veis Evidentemente a forma mais eficiente de implantar uma mudanccedila na empresa

se daacute quando o exemplo vem de acima Se natildeo estatildeo convencidos da importacircncia da

inovaccedilatildeo os dirigentes sempre encontraratildeo formas de derrubar ideias mais arrisca-

das No entanto se as lideranccedilas tomam a iniciativa a nova cultura eacute absorvida com

muito mais facilidade pela organizaccedilatildeo

Os profissionais do primeiro escalatildeo contudo natildeo podem ter a obrigaccedilatildeo de

ser os uacutenicos ou principais geradores das ideias inovadoras Os comandantes preci-

9Internet

(httpwwwgooglecombrurlsa=tamprct=jampq=ampesrc=sampsource=webampcd=4ampved=0CFkQFjADampurl=http

3A2F2Fwwwfespprbr2F~bastosjr2FGest25E3o2520de2520Inova25E725E3o2FArtigo

s2FInova25E725E3odocampei=sSb2T8eqDYro0QGO7OSLBwampusg=AFQjCNEz7MKNTbjYj81P) data

de acesso 04062012

20

sam de aliados O papel dos gerentes e diretores tambeacutem eacute fundamental num pro-

cesso de mudanccedila de cultura eles satildeo os verdadeiros responsaacuteveis por criar um am-

biente que estimule as pessoas a arriscar investindo em novos produtos bancando

ideias que tecircm maturaccedilatildeo de longo prazo e criando uma comunicaccedilatildeo eficiente

Nem mesmo os profissionais de atuaccedilatildeo operacional podem fugir da responsa-

bilidade A dificuldade para inovar eacute maior em departamentos mais fechados e norma-

tizados como os administrativos ou naqueles em que a precisatildeo eacute fundamental como

a produccedilatildeo de um remeacutedio Mas eles tambeacutem precisam aprender a ver as oportuni-

dades natildeo convencionais ndash haacute pequenas melhorias capazes de desencadear uma

importante inovaccedilatildeo

A responsabilidade eacute de todos da alta gerecircncias aos departamentos operacio-

nais O desafio eacute fazer todos assumirem um compromisso com a praacutetica real da ino-

vaccedilatildeo 10

ldquoInovaccedilatildeo eacute a mensagem do momento Natildeo se trata de mais recursos mas em

como usaacute-los Em um mundo que atravessa crises financeiras a todo momento e que

exige sempre mais recursos naturais os inovadores e os criativos satildeo os que conse-

guem transformar as adversidades em oportunidades de crescimentordquo (STEVE

JOBS Inovaccedilatildeo A arte de Steve Jobs 2010 p154)

24 ndash Organizaccedilotildees inovadoras sustentaacuteveis

Organizaccedilatildeo inovadora eacute a que introduz novidades de qualquer tipo em bases

sistemaacuteticas e colhe os resultados esperados BARBIERI (2007) p88) A expressatildeo

bases sistemaacuteticas significa a realizaccedilatildeo de inovaccedilotildees com autonomia intencionali-

dade e pro atividade Assim a inovaccedilatildeo eacute um elemento essencial do modus operan-

di dessa organizaccedilatildeo o que pressupotildee que ela desenvolva continuamente recursos

tangiacuteveis e intangiacuteveis para inovar permanentemente Organizaccedilatildeo sustentaacutevel eacute a

que simultaneamente procura ser eficiente em termos econocircmicos respeitar a capaci-

dade de suporte do meio ambiente e ser instrumento de justiccedila social promovendo a

inclusatildeo social a proteccedilatildeo agraves minorias e grupos vulneraacuteveis o equiliacutebrio entre os gecirc-

neros etc (BARBIERI 2007 p98-99) 10 Internet (httpbooksgooglecombrbookshl=pt-BRamplr=ampid=jnka43VmmwsCampoi=fndamppg=PA34ampdq=como+implantar+uma+cultura+de+inovaccedilatildeo+na+organiza-ccedilatildeoampots=KRvAPG4C6kampsig=rzqbLGM4sLvsQL26N0gLqfOTPOAv=onepageampq=como20implantar20uma20cultura) data de acesso 04062012

21

Os dois conceitos de organizaccedilatildeo podem entrar em contradiccedilatildeo pois inovar em

bases sistemaacuteticas pode se tornar sinocircnimo de degradaccedilatildeo sistemaacutetica do meio ambi-

ente e da vida social Assim uma organizaccedilatildeo inovadora sustentaacutevel natildeo eacute a que

introduz novidades de qualquer tipo mas novidades que atendam as muacuteltiplas dimen-

sotildees da sustentabilidade em bases sistemaacuteticas e colham resultados positivos para

ela para a sociedade e o meio ambiente BARBIERI (2007) p105 Natildeo basta para as

empresas apenas inovar constantemente mas inovar considerando as trecircs dimen-

sotildees da sustentabilidade a saber

bull dimensatildeo social - preocupaccedilatildeo com os impactos sociais das inovaccedilotildees nas

comunidades humanas dentro e fora da organizaccedilatildeo (desemprego exclusatildeo

social pobreza diversidade organizacional etc)

bull dimensatildeo ambiental - preocupaccedilatildeo com os impactos ambientais pelo uso de

recursos naturais e pelas emissotildees de poluentes

bull dimensatildeo econocircmica - preocupaccedilatildeo com a eficiecircncia econocircmica sem a qual

elas natildeo se perpetuariam Para as empresas essa dimensatildeo significa obtenccedilatildeo

de lucro e geraccedilatildeo de vantagens competitivas nos mercados onde atuam

O atendimento a essas dimensotildees torna o processo de inovaccedilatildeo mais sofisti-

cado e exigente o que requer da organizaccedilatildeo um maior esforccedilo para atender tecnica-

mente esse requisito Isso leva novas perspectivas para a gestatildeo da inovaccedilatildeo11

Com intuito de tornar o processo de adequaccedilatildeo agraves prerrogativas impostas agraves

companhias ditas inovadoras quanto mais simplificado e dirigido melhor A seguir eacute

apresentado um conjunto de proposiccedilotildees para o desenvolvimento de empresas com

esta caracteriacutestica o pressuposto baacutesico necessaacuterio eacute o fomento de equipes de traba-

lho com a mentalidade para a inovaccedilatildeo Neste sentido cabem agraves organizaccedilotildees agraves

pessoas e agraves tarefas o papel de suscitar o aparecimento e a manutenccedilatildeo de tais e-

quipes SBRAGIA (1993)

25 - A Inovaccedilatildeo como funccedilatildeo de aprendizagem organizacional

11Internet(httpwwwscielobrscielophppid=S0034-

75902010000200002ampscript=sci_arttext) data de acesso 04062012

22

Pelo fato da inovaccedilatildeo ser destrutiva para muitos grupos consolidados ela en-

frentaraacute resistecircncia A inovaccedilatildeo eacute o oposto da operaccedilatildeo e seraacute portanto ignorada O

desenho ou arranjo organizacional poderaacute facilmente superar ao menos minimizar

estes e outros obstaacuteculos GALBRAITH (1998) Este comportamento acentua-se em

organizaccedilotildees protegidas de concorrecircncia (universidades ateacute algum tempo atraacutes oacuter-

gatildeos governamentais etc) Pesquisas realizadas por TUSHMAN e NADLER (1998)

apontam que organizaccedilotildees altamente inovadoras satildeo sistemas de aprendizado alta-

mente eficazes aleacutem de possuir um senso de autocriacutetica bastante apurada

Empresas eficazes criam condiccedilotildees possiacuteveis para que o trabalho de hoje seja

feito paralelo com a geraccedilatildeo constante de inovaccedilatildeo ou seja a inovaccedilatildeo sustentada

por mais paradoxal que possa parecer exige ao mesmo tempo estabilidade e mudan-

ccedila A estabilidade possibilita economias de escala e aprendizado incremental por ou-

tro lado a mudanccedila e a experimentaccedilatildeo satildeo necessaacuterias agrave conquista de avanccedilos nas

aacutereas de produto processo e tecnologia

Companhias que conseguem ao mesmo tempo produzir cotidianamente e estar

alerta e vigilante aos clientes concorrentes tecnologias e competecircncia interna fo-

mentam e estimulam o aprendizado organizacional e a inovaccedilatildeo sustentada

Segundo TUSHMAN e NADLER (1998) inovaccedilatildeo eacute um trabalho complexo e

estimulante a rupturas pois exige estreita colaboraccedilatildeo entre membros que rotineira-

mente se encontram bastante separados Embora os mecanismos da organizaccedilatildeo

formal facilitem o aprendizado e a inovaccedilatildeo corporativa a criatividade individual pro-

veacutem de um ambiente informal saudaacutevel

Um claro conjunto de valores essenciais ajuda a focalizar e motivar o compor-

tamento Empresas inovadoras tecircm valores claros que fornecem foco num cenaacuterio

repleto de diversidade como tambeacutem um objetivo comum que possa ter a concor-

dacircncia dos mais diferentes atores envolvidos

Em adiccedilatildeo com os valores essenciais cultuados em uma organizaccedilatildeo as nor-

mas proporcionam referenciais de comportamentos claros satildeo os comportamentos

aguardados De um modo geral organizaccedilotildees inovadoras enfatizam a informalidade

no comportamento no vestuaacuterio e nas relaccedilotildees hieraacuterquicas com elevadas expectati-

vas de desempenho e de trabalho individual e do grupo fortes viacutenculos informais den-

tro e fora da organizaccedilatildeo

23

Organizaccedilotildees altamente inovadoras geram com destreza as sutilezas da re-

compensa e da puniccedilatildeo onde as pessoas podem assumir riscos colher as recompen-

sas pelo sucesso e sobreviver a fracassos construtivos

A representaccedilatildeo de papeacuteis funcionais tem atribuiccedilatildeo fundamental no desenvol-

vimento e conduccedilatildeo do processo de gestatildeo da inovaccedilatildeo Entre eles podemos mencio-

nar um os geradores de ideias pois as interligam com as tendecircncias e mercados

desenvolvendo oportunidades para as organizaccedilotildees dois os empreendedores internos

tornam concretas as ideias possuem agressividade energia e personalidade propen-

sas a assumir riscos para defender suas causas

Aqui aparece a figura dos trecircs ldquogate keepersrdquo (guardiotildees do portatildeo) que ligam

organizaccedilatildeo e seus colegas agraves frentes externas de informaccedilatildeo que satildeo vitais para a

inovaccedilatildeo pois obtecircm traduzem e distribuem estas informaccedilotildees no acircmbito interno da

organizaccedilatildeo Os quatros patrocinadores ou mentores satildeo gerentes de alto niacutevel que

datildeo apoio informal acesso aos recursos e a proteccedilatildeo no surgimento de novos produ-

tos ou negoacutecios Esses personagens atuando conjuntamente representam o ldquogecircnio

coletivordquo da organizaccedilatildeo que consiste na soma das capacidades pessoais em clima

motivacional gerando resultados mensuraacuteveis substituindo o gecircnio individual predo-

minante ateacute o seacuteculo passado conforme DE MASI (1998) Uma vez que o gecircnio indi-

vidual pode ateacute existir mas eacute difiacutecil de ser encontrado

Segundo GALBRAITH (1998) algumas pessoas que satildeo boas em inovaccedilatildeo e

criatividade mas natildeo satildeo necessariamente boas em operaccedilatildeo Portanto o desenho

organizacional contribui para a criaccedilatildeo de uma organizaccedilatildeo inovadora na medida em

que promove o encontro sistemaacutetico entre os geradores de ideias e aqueles que po-

dem defendecirc-las e colocaacute-las em praacutetica12

CAPIacuteTULO II 12 Internet

(httpwwwgooglecombrurlsa=tamprct=jampq=ampesrc=sampsource=webampcd=1ampsqi=2ampved=0CEwQFjAAampu

rl=http3A2F2Fwwwfespprbr2F~bastosjr2FGest25E3o2520de2520Inova25E725E3o2

FArtigos2FInova25E725E3odocampei=Ex32T_meBObb6wGds-29Bgampusg=AFQjC) data de acesso

04062012

24

DESENVOLVIMENTO DA CRIATIVIDADE

1 ndash Capital Intelectual

Com o mercado cada vez mais exigente as empresas vecircm sentindo a necessi-

dade de investir mais em recursos humanos acrescentando a seu capital o conheci-

mento originado atraveacutes do investimento em capital humano qualificado o qual agrega

agraves empresas recursos de fundamental importacircncia No entendimento de Stewart

(2004) o capital intelectual eacute um bem intangiacutevel podendo-se afirmar que eacute um dos

fatores mais importantes da vida de uma organizaccedilatildeo Jaacute para (DRUCKER (apud

MONTEIRO 2007 p17) o capital intelectual eacute ldquo[] a soma do conhecimento de todos

de uma empresa o que lhe proporciona vantagem competitivardquo

CHIAVENATO (2004) afirma que no mundo complexo e competitivo de hoje a

escolha das pessoas certas se torna vital para o bom funcionamento da empresa

Para STEWART (2004) o capital intelectual corresponde ao conjunto de co-

nhecimentos e informaccedilotildees encontrados nas organizaccedilotildees que agregam valor ao pro-

duto ou serviccedilo mediante a aplicaccedilatildeo da inteligecircncia e natildeo do capital monetaacuterio ao

empreendimento sendo o capital intelectual gerador de capacidades conhecimento

habilidades e experiecircncias individuais dos funcionaacuterios para realizaccedilatildeo de tarefas

O capital intelectual eacute algo tatildeo valioso dentro de uma organizaccedilatildeo que eacute atra-

veacutes dele que se podem ter grandes inovaccedilotildees transformaccedilotildees tecnoloacutegicas resolu-

ccedilotildees de problemas gestatildeo eficiente lucratividade e sucesso melhorados Um colabo-

rador que possui seu capital intelectual estimulado atraveacutes da motivaccedilatildeo seraacute mais

bem aproveitado pela empresa uma vez que se sente incluiacutedo valorizado simpatizan-

te e livre para gerir suas ideias de uma forma mais aguccedilada

CHIAVENATO (2004) diz que o capital humano eacute constituiacutedo das pessoas que

fazem parte de uma organizaccedilatildeo Capital humano significa talentos que precisam ser

mantidos e desenvolvidos Mais do que isso capital humano significa capital intelectu-

al

Para MONTEIRO (2007) o ser humano eacute o maior bem de uma empresa pois eacute

ele o principal instrumento de seu sucesso ou fracasso uma vez que o capital intelec-

tual eacute algo exclusivo do ser humano Pode-se entatildeo descrever que ele eacute o raciociacutenio

humano elaborado acrescido do ambiente onde estaacute inserido

25

MONTEIRO (2007) comenta que dentro das organizaccedilotildees o capital intelectual

pode ser diferenciado dos demais capitais porque ele cresce quando compartilhado

com os do mesmo grupo e natildeo se deprecia com o uso Ao contraacuterio dos outros ativos

o seu valor decorre do uso O capital intelectual eacute enfatizado como o conjunto de in-

formaccedilotildees e conhecimentos encontrados nas organizaccedilotildees onde agregam ao produto

eou serviccedilos valores mediante a aplicaccedilatildeo da inteligecircncia e natildeo do capital monetaacuterio

Devido a sua grande representatividade nas empresas o capital intelectual natildeo deve

ser subestimado nem utilizado de forma ineficiente acarretando em um gerenciamento

ineficaz mais investimento incentivado para assim trazer agrave empresa bons negoacutecios e

melhor rentabilidade (MONTEIRO 2007 p18)13

2 - Criatividade

Criatividade eacute um assunto que fascina a todos objeto de muitos estudos em-

bora no contexto empresarial seja novo O pensamento criativo antigamente era vis-

to como inspiraccedilatildeo divina passando a ser estudado com melhor afinco a partir dos

anos 50

O Caminho humano de viver conviver e sobreviver eacute permeado de accedilotildees cria-

tivas conscientes e inconscientes Esse potencial criativo eacute inato em todo ser humano

poreacutem ele se ensina e se aprende Trata-se de uma competecircncia pessoal valorizada

mas ao mesmo tempo desprestigiada pois percebemos que as empresas desclassifi-

cam candidatos criativos e depois encaminham-no para o desenvolvimento desta habi-

lidade

Criatividade para o quecirc Eacute a primeira pergunta que surge em nossa mente

quando tratamos do tema Se tudo estaacute bem natildeo haacute motivos para criar ou se estaacute

tudo ruim natildeo temos mais o que fazer Percebemos que o ser humano sempre busca

a sua zona de conforto para se acomodar sofrer menos ou agraves vezes para reclamar

mais Podemos pensar nesta pergunta buscando duas respostas uma do acircmbito pes-

soal e outra empresarial No processo de criaccedilatildeo percebemos que podemos mudar e

nos diferenciar daquilo que fomos respeitando e valorizando o nosso proacuteprio passado

13Internet (httpwwwaedbbrsegetartigos10327_PDF20Samirapdf) data acesso

15072012

26

tomando decisotildees e desempenhando accedilotildees diferentes dos que habitualmente faziacutea-

mos Podemos gerar mudanccedilas substanciais nas empresas e a partir dessas mudan-

ccedilas diferenciarmos sem contudo ser necessaacuterio efetuar mudanccedilas demasiadas mu-

danccedilas que choquem e natildeo se ajustem aos nossos valores e nossa realidade

Se o objetivo eacute buscar na empresa alcanccedilar eficiecircncia que possibilite ao cliente

escolher e comprar nossos produtos e serviccedilos e natildeo os dos concorrentes precisa-

mos estar abertos para buscar novas alternativas novas maneiras de fazer as coisas

e consequentemente resultados diferentes A mudanccedila organizacional eacute muitas ve-

zes uma ferramenta de soluccedilatildeo de problemas das organizaccedilotildees Podemos diferenci-

ar-nos dos competidores apenas sabendo quando e em quecirc devemos mudar e onde

queremos chegar

A criatividade na empresa eacute medida a partir dos resultados alcanccedilados Uma

resposta eacute mais criativa (entre aspas pois as respostas natildeo satildeo criativas e sim as pes-

soas que a geraram) que outra quando atinge aquele objetivo para o qual foi focado a

soluccedilatildeo de um problema traz uma alternativa ou um meacutetodo inovador ou ateacute mesmo

uma combinaccedilatildeo de resultados diferentes

Tatildeo essencial como ser diferente eacute a necessidade de buscar resultados e uma

empresa soacute eacute verdadeiramente criativa quando a criatividade se torna a maneira diaacute-

ria de fazer as coisas e espera que seus membros considerem uma ampla variedade

de alternativas antes de comprometer-se numa direccedilatildeo especiacutefica 14

21 ndash Conceito de criatividade

A criatividade eacute a faculdadehabilidade de criar ou o potencial criativo Consiste

em encontrar meacutetodos ou objetos para executar tarefas de uma maneira nova ou dife-

14 Internet

Fonte (Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de acesso

25062012

27

rente do habitual com a intenccedilatildeo de satisfazer um propoacutesito A criatividade permite

cumprir os desejos de forma mais raacutepida faacutecil eficiente ou econoacutemica

A criaccedilatildeo de novas ideias e conceitos tambeacutem se lhe daacute o nome de inventivi-

dade pensamento original pensamento divergente ou imaginaccedilatildeo construtiva Trata-

se de conceitos que implicam o ato de inventar algo novo (isto eacute recorrer ao enge-

nho) a capacidade de encontrar soluccedilotildees originais e a vontade de mudar o mundo 15

A criatividade eacute considerada uma capacidade humana de grande valor univer-

sal tudo indica que nesta competecircncia reside a memoacuteria RAM bioloacutegica para o im-

pulso da evoluccedilatildeo humana A memoacuteria RAM segundo CURY (2009) eacute o fenoacutemeno dos

registos da memoacuteria O que melhor descreve a criatividade eacute o que SANCHEZ (2003)

referiu em seus apontamentos a criatividade eacute uma sublime dimensatildeo da condiccedilatildeo

humana

Eacute entretanto na capacidade criativa que existe a chave da capacidade de evo-

luccedilatildeo da humanidade O meacuterito da expressatildeo criativa eacute fruto da complexidade ou

seja eacute fruto do contexto social no seu desenvolvimento natural e humano

Eacute muito interessante contemplar os efeitos provenientes deste constructo a

considerar a capacidade de um indiviacuteduo criativo construir e reconstruir transformando

a nossa realidade Eacute consensual e gratificante perceber que todos temos a capacida-

de criativa deve eacute ser melhor desenvolvida16

De maneira instintiva o termo criatividade sempre se associou agrave atividade ar-

tiacutestica Mais recentemente graccedilas a exemplos empresariais como Apple e Google a

inovaccedilatildeo ganhou espaccedilo nos sectores tecnoloacutegicos Neste sentido a nossa intuiccedilatildeo

natildeo estaacute errada uma vez que criatividade e inovaccedilatildeo satildeo dois conceitos muito unidos

Explicado de forma simples a capacidade criativa pode ser definida como ldquoa habili-

dade para gerar ideias alternativas e soluccedilotildees a um determinado problema de forma

faacutecilrdquo 17

15 Internet (httpconceitodecriatividade) data de acesso 25062012 16Internet (httpptwikipediaorgwikiCriatividade) data de acesso 04072012

17Inter-

net(httpwwwcriaptcriaadminappCRIAuploadscreamanual20creatividade20portugue

s_pt_webpdf) data de acesso 04072012)

28

22 ndash Criatividade do ponto de vista pessoal

Temos que pensar em Criatividade como estrateacutegia para viver melhor para

uma qualidade de vida que diria razoaacutevel aleacutem de identificar potenciais descobertas

internas que foram abafadas pelos processos familiares educacionais e empresariais

assim pelo tempo Outro aspecto estaacute relacionado com a garantia da nossa emprega-

bilidade entendendo como fonte de renda como funcionaacuterio profissional autocircnomo ou

empresaacuterio Vivemos num mundo de mudanccedilas aprimoramento riscos e oportunida-

des Melhoria nos nossos relacionamentos interpessoais atraveacutes do reconhecimento e

aproveitamento da diversidade respeitando as mais diversas formas de pensamento e

das diferenccedilas individuais Estamos acostumados a considerar a criatividade como

algo pessoal e intransferiacutevel A criatividade humana natildeo eacute temporal Trata-se de um

patrimocircnio do ser humano compartilhado pela sociedade Como a organizaccedilatildeo existe

para servir a sociedade nada mais justo do que desenvolver a criatividade como ga-

rantia para superaccedilatildeo da expectativa do cliente em relaccedilatildeo agrave sua empresa 18

23 ndash Criatividade do ponto de vista empresarial

A busca de um diferencial oferecendo algo mais do que o cliente espera atrair

preferecircncias estabelecer estrateacutegia diferenciada adaptar-se agraves necessidades modifi-

car produtos e buscar soluccedilotildees para os problemas fugindo do convencional e assim

diferenciando-se dos concorrentes Estrateacutegia competitiva natildeo somente por criar ou

inovar produtos mas tambeacutem a quebra de paradigmas mudanccedilas de pensamentos

comportamentos etc Todas as ideias produtos e serviccedilos criativos poderatildeo ser trans-

formados em algo positivo para a organizaccedilatildeo Melhoria dos seus produtos assim

como a criaccedilatildeo de novos Busca de resultados diferentes do passado Melhoria do

18 Internet (Fonte Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de

acesso 04072012

29

relacionamento humano interno consequentemente o aumento da produtividade Me-

lhoramento contiacutenuo em todos os setores Desenvolvimento da qualidade19

24 - Criatividade e a visatildeo estrateacutegica da empresa

A criatividade se relaciona com a visatildeo estrateacutegica de empresa da seguinte

forma a partir dos objetivos traccedilados pela organizaccedilatildeo a mesma definiraacute uma linha

estrateacutegica a ser seguida para alcanccedilar esses objetivos A criatividade se envolve de

acordo com a intenccedilatildeo da empresa ela pode querer reinventar seus modos de atua-

ccedilatildeo pode somente visar manter-se atualizada e motivada pode querer mudar rapida-

mente de foco e enfim 44 pode estabelecer um relacionamento forte ou fraco com a

criatividade em funccedilatildeo das soluccedilotildees que ela estiver almejando

CALKINS (2001) defende essa visatildeo ao dizer que para produzir subjetividade

a criatividade deve ser parte da estrateacutegia da empresa O estudo de LENGNICK-HALL

e WOLFF (1998) faz justamente uma releitura sobre o processo estrateacutegico organiza-

cional ndash enfatizando os trecircs domiacutenios loacutegicos que guiam a maioria das empresas ndash e

relacionando conforme a Tabela abaixo com o tipo de criatividade que estaraacute vigente

Loacutegicas Estrateacutegicas x Criatividade

Loacutegica Dominante

Guerrilha Loacutegica Complexidade Loacutegica Capacidade Loacutegica

Objetivo

repentinamente reescrever

as regras da competitivida-

de

aprendizagem e alto envolvi-

mento organizacional

desenvolver e implementar

estrateacutegias que as possibilitem

criar uma sustentaacutevel vantagem

competitiva

Elemento

Chave

a flexibilidade a criativida-

de e a inovaccedilatildeo

sistema natural de relaciona-

mentos

desenvolvimento eficiente e

eficaz e protegendo seus recur-

sos de base

Justificativa vantagem competitiva

como algo muito passageiro

a organizaccedilatildeo vive em uma

comunidade de competidores

fornecedores clientes

as organizaccedilotildees procuram de-

senvolver e implantar estrateacute-

gias que as possibilitem criar

uma sustentaacutevel vantagem

competitiva

19Internet (Fonte Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de

acesso 04072012

30

Sucesso Orga-

nizacional

eacute uma funccedilatildeo da sua capa-

cidade para gerar ideias

que criam novas dinacircmicas

competitivas e novas are-

nas de accedilatildeo

consequecircncia de um natural

entendimento do paradoxo de

forccedilas que formam o sistema

organizacional

a chave da vantagem competiti-

va sustentaacutevel estaacute na habilida-

de organizacional para proteger

os seus recursos de base

Autores COOPER (1995) e

SCHUMPETER (1936)

MILLER (1996) SENGE (1990) e

MOORE (1996)

PORTER (1986 e 1992) e

HAMEL e PRAHALAD (1994)

Ecircnfase Criar Aprender Agregar Valor

Praacuteticas Cria-

tivas

Brainwriting Pool Teacutecnica

da Troca dos Cartotildees etc Pensamento Lateral Jamming

(Fonte Pesquisa a partir dos estudos de Lengnick-Hall e Wolff 1998) 20

25 ndash Reconfiguraccedilatildeo dinacircmica do talento

A estrateacutegia de inovaccedilatildeo sem duacutevida requer novas habilidades O conceito de

R=G sugere que nenhuma empresa eacute capaz de desenvolver sozinha todos os produ-

tos e serviccedilos de que necessita para oferecer experiecircncias personalizadas a cada cli-

ente Tampouco empresa alguma tem condiccedilotildees de cultivar todas as capacidades

gerenciais indispensaacuteveis para transformar a organizaccedilatildeo Analisamos questotildees rela-

cionadas com a superaccedilatildeo dos legados organizacionais e com a construccedilatildeo de novas

capacidades para o gerenciamento da inovaccedilatildeo Mostramos como as empresas de-

vem preparar-se para administrar as tensotildees constantes entre flexibilidade eficiecircncia

e confiabilidade Essa transformaccedilatildeo natildeo consiste apenas em mudar a mentalidade

ou a loacutegica dominante dos gestores tambeacutem significa concentrar-se nos novos niacuteveis

de transparecircncia e de visibilidade em relaccedilatildeo a como se gerencia a empresa

Precisamos mudar a maneira como gerenciamos ndash como combinamos continu-

amente oportunidades e recursos O foco deve convergir natildeo soacute para as habilidades

20Internet (Fonte Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de

acesso 04072012

31

dos indiviacuteduos e para as atitudes de cada um em relaccedilatildeo ao aprendizado mas tam-

beacutem para a competecircncia das equipes e para a capacidade dessas forccedilas-tarefas de se

reconfigurar continuamente em funccedilatildeo dos objetivos arregimentando os melhores

talentos em todo o mundo Por exemplo a identificaccedilatildeo dos comportamentos e das

necessidades de determinada pessoa numa base de milhotildees de clientes ndash como a

Amazoncom na ING Insurance e no programa de diabetes da ICICI ndash exige capaci-

dades analiacutetica Argumentaremos que os mesmos requisitos tambeacutem satildeo indispensaacute-

veis na base de talentos A empresa deve tratar seus empregados e fornecedores

como indiviacuteduos iacutempares (ou como conjunto de indiviacuteduos sem igual) da mesma ma-

neira como lida com os clientes A configuraccedilatildeo dinacircmica de recursos para atender agraves

necessidades de tarefas especiacuteficas converte-se em fonte de vantagem competitiva

A essecircncia da mensagem eacute que para a transformaccedilatildeo ser eficaz os gestores devem

concentrar o foco na mobilizaccedilatildeo raacutepida de talentos dentro e fora da empresa (PRA-

HALAD e KRISHNAN 2008 p177)

3 ndash Cadeia de valor e vantagem competitiva

Segundo Novaes (2001 p184) o conceito de cadeia de valor foi desenvolvido

por Porter O conceito eacute de muita simplicidade e por isso talvez mostre-se tatildeo impor-

tante no contexto econocircmico-social em que se inserem as empresas com a crescente

globalizaccedilatildeo dos negoacutecios e mercados

Para (PORTER 1989 p33) toda empresa eacute uma reuniatildeo de atividades que

satildeo executadas para projetar produzir comercializar entregar e sustentar seu produ-

to Todas estas atividades podem ser representadas fazendo-se uso de uma cadeia

de valores Essa exposiccedilatildeo do autor indica em primeira matildeo apenas4 a ideia de ava-

liar a cadeia interna da empresa a qual eacute formada pelas atividades operacionais e

organizacionais jaacute citadas

A ideia baacutesica que subsidia esse conceito natildeo eacute de autoria de Porter mas haacute

muito tempo jaacute estava sendo analisada Fala-se aqui dos conceitos da Teoria Geral de

Sistemas que tem como precursor o Prof Ludwig von Bertalanffy e seus trabalhos

teoria essa que apresenta a empresa como um sistema inserido esse uacuteltimo em um

ambiente ou macro sistema Assim deve-se ter em mente uma visatildeo sistecircmica en-

xergar mais do que as aacutereas ou atividades isoladamente mais do que os limites da

empresa (Cadeia de Valor Interna) A empresa faz parte de um todo maior (um siste-

32

ma amplo) e esse eacute que deve ser otimizado para gerar maior valor para o cliente e

consequentemente maior lucratividade na cadeia (Cadeia de Valor Externa)

Nas palavras de Porter (1989 p33) ldquoa cadeia de valores desagrega uma em-

presa nas suas atividades de relevacircncia estrateacutegica para que se possa compreender o

comportamento dos custos e as fontes existentes e potenciais de diferenciaccedilatildeordquo Uma

empresa ganha vantagem competitiva se conseguir desempenhar essas atividades

estrateacutegicas de uma maneira melhor e mais barata que a concorrecircncia

Pode-se entatildeo caminhar para um avanccedilo em definiccedilatildeo ao verificarmos a pro-

posiccedilatildeo de (SHANK amp GOVINDARAJAN 1993 p13) de que ldquoa cadeia de valor para

qualquer empresa em qualquer negoacutecio eacute o conjunto interligado de todas as ativida-

des que criam valor desde uma fonte baacutesica de mateacuterias primas passando por forne-

cedores de componentes ateacute a entrega do produto final agraves matildeos do consumidorrdquo

O mundo em que se vive atravessa em periacuteodo de transformaccedilatildeo sequer ima-

ginado Nele nada eacute definitivo Fica-se perplexo quando natildeo se consegue acompanhar

a velocidade da evoluccedilatildeo dos acontecimentos sente-se perdido principalmente nos

assuntos relacionados agrave dinacircmica do desenvolvimento tecnoloacutegico

Dessa forma com uma visatildeo focada no clienteconsumidor pode-se considerar

que a cadeia de valor eacute uma sequecircncia de atividades desde a origem de recursos ateacute

o descarte final de determinado produto Portanto tem-se uma visatildeo bastante abran-

gente do conceito que pode considerar desde a fase da extraccedilatildeo de mateacuteria-prima ateacute

o tratamento final que eacute dado ao produto por exemplo num enfoque de ciclo de vida

do produto21

31 - O que significa uma vantagem competitiva

O sucesso de uma empresa eacute em larga medida determinado pela atratividade

do sector em que opera mas a sua posiccedilatildeo dentro desse sector tambeacutem eacute importante

21 (httpwwwccontabeiscombrconvt14pdf) data acesso 15072012

33

Apesar de um sector poder ter uma fraca eficaacutecia uma empresa que estaacute bem posi-

cionada pode ainda assim criar lucros significativos

Diz-se que uma empresa tem uma vantagem competitiva sobre os seus con-

correntes quando manteacutem retornos que superam a meacutedia no seu sector Esta vanta-

gem decorre das caracteriacutesticas do produto que o torna superior aos produtos da con-

correcircncia

Nalgumas situaccedilotildees pode obter-se uma vantagem competitiva atraveacutes da evoluccedilatildeo

tecnoloacutegica mas esta eacute frequentemente difiacutecil de manter porque os concorrentes ra-

pidamente a copiam ou aperfeiccediloam desenvolvem novas tecnologias Uma vantagem

sustentada resulta frequentemente mais do que da tecnologia ou de modificaccedilatildeo de

produtos de outros fatores como por exemplo o simbolismo associado ndash o que o

produto significa para os consumidores (imagem de marca) e o que estes experimen-

tam na sua compra e uso Os investigadores em marketing reconhecem que os produ-

tos possuem caracteriacutesticas simboacutelicas e que o consumo de certos produtos pode de-

pender mais do seu significado social do que da sua utilidade funcional

Existe atualmente uma tendecircncia para os consumidores exigirem ldquosignificado

pessoalrdquo aos produtos e serviccedilos Torna-se essencial inovar para responder agraves emo-

ccedilotildees que influenciam as decisotildees dos consumidores Estes estatildeo cada vez menos

impressionados com as novas tecnologias e a optar por produtos que resultam ldquopara

mimrdquo Como consequecircncia palavras como emoccedilatildeo e significado pessoal encon-

tram o seu caminho nas estrateacutegias das empresas sendo importante entender os fato-

res intangiacuteveis associados ao valor percebido do produto e as percepccedilotildees na sua

globalidade positivas ou negativas Novas designaccedilotildees tais como ndash ldquofaacutecil acessiacute-

vel razoaacutevel empoderamento e pessoal ndash refletem mais a pessoa do que o obje-

to Descobrir os sentimentos e as atitudes em relaccedilatildeo aos produtos bem como conhe-

cer as razotildees das preferecircncias dos consumidores tornaram-se importantes elementos

estrateacutegicos22

32 - Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva

Em grande medida a ambiccedilatildeo da estrateacutegia da empresa eacute conseguir uma van-

tagem competitiva sustentaacutevel

22Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

34

A vantagem competitiva analisa a atividade da empresa centrando-se primei-

ramente na sua capacidade de gerar retornos superiores de capital e de vincular a

estrateacutegia de negoacutecio a mercados financeiros e de capital fundamentais por um longo

periacuteodo de tempo No fim de contas eacute a vantagem competitiva da empresa que permi-

te ter bons retornos para os seus acionistas

Sem vantagem competitiva a empresa tem uma razatildeo econoacutemica limitada para

existir ndash a sua vantagem competitiva eacute a sua razatildeo de existecircncia Sem ela a empresa

natildeo iraacute prosperar Criar uma vantagem competitiva sustentaacutevel pode ser a meta mais

importante de qualquer organizaccedilatildeo e pode mesmo ser o atributo mais importante em

que a empresa se focaliza23

33 - Como implementar vantagem competitiva

As vantagens competitivas natildeo assumem uma uacutenica forma e eacute possiacutevel que

uma empresa tenha vaacuterias vantagens competitivas e em diferentes aacutereas Ilustra-se

algumas das aacutereas onde as empresas se podem destacar e garantir o seu sucesso a

longo prazo quota de mercado gestatildeo da marca rede marcas e patentes eficaacutecia de

custos e altos custos de mudanccedila

As empresas com quotas de mercado significativas criam um problema para os

concorrentes o que eacute positivo para aquelas uma vez que os seus produtos satildeo bem

conhecidos e recebidos no mercado No entanto mesmo quando a quota de mercado

eacute consideraacutevel se o sector for atrativo ou seja tiver um potencial de lucro significativo

novos operadores podem aparecer com a consequente reduccedilatildeo da quota de merca-

do

Ter uma marca forte pode garantir o sucesso a longo prazo e tambeacutem permitir

agraves empresas obter lucros pois a sua marca permite-lhes cobrar um preccedilo especial

(premium) Marcas fortes tendem a criar uma vantagem competitiva mais duradoura

O efeito de rede ocorre quando um produto cria uma procura por parte dos

consumidores que depois amplia o produto A empresa pode beneficiar do efeito de

23 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

35

rede pela atraccedilatildeo de mais vendedores Estes por sua vez atraem mais compradores

estabelecendo-se uma quota de mercado dominante (por exemplo eBay)

Este efeito de rede natildeo eacute muito comum mas quando ocorre pode ser extre-

mamente lucrativo As marcas e as patentes podem ser fonte de vantagem competiti-

va para algumas empresas 24

34 - Como criar valor e vantagem competitiva

Uma empresa posiciona-se aproveitando os seus pontos fortes Michael Porter

defendeu que aqueles se inscrevem em dois tipos baacutesicos de vantagem competitiva

vantagem pelos custos ou diferenciaccedilatildeo Estes satildeo identificados como vantagens po-

sicionais uma vez que expressam a posiccedilatildeo da empresa no sector enquanto liacuteder nos

custos ou por diferenciaccedilatildeo

A empresa utiliza os seus recursos e capacidades para gerar uma vantagem

competitiva que por uacuteltimo resulte na criaccedilatildeo de um valor superior

As competecircncias distintivas (competecircncias nucleares) resultam de recursos

especiacuteficos e capacidades da empresa facilitam a inovaccedilatildeo a eficiecircncia a qualidade

e a receptividade dos clientes o que pode ser aproveitado para atingir quer uma es-

trutura de baixo custos quer a diferenciaccedilatildeo do produto

Uma empresa posiciona-se no seu sector atraveacutes da opccedilatildeo por baixos custos

ou diferenciaccedilatildeo Esta decisatildeo eacute uma peccedila central da estrateacutegia competitiva da em-

presa

A vantagem competitiva existe quando a empresa eacute capaz de oferecer os

mesmos benefiacutecios que os concorrentes mas a custos mais baixos (vantagem pelos

custos) ou oferecer benefiacutecios que ultrapassam a concorrecircncia (vantagem por diferen-

ciaccedilatildeo) Portanto uma vantagem competitiva permite agrave empresa criar um valor superi-

or para os seus clientes e lucros para si proacuteprio25

24 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=39ampL=5) data acesso 15072012

25 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

36

CAPITULO III

ASPECTOS DA INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE

1 ndash Inovaccedilatildeo e sustentabilidade

37

Como as empresas podem sair da teoria para a praacutetica e chegar a um no-

vo patamar de competitividade e comprometimento com praacuteticas sustentaacuteveis

Muito se fala em inovaccedilatildeo como o principal caminho para o desenvolvimento

sustentaacutevel das organizaccedilotildees e da humanidade Poreacutem em muitos setores falar sobre

esse assunto eacute ainda um exerciacutecio teoacuterico Em geral o tema eacute associado as aacutereas de

tecnologia ou pesquisa e desenvolvimento mas a inovaccedilatildeo deve acontecer tambeacutem

na lideranccedila nas accedilotildees de marketing no modelo de negoacutecios ou seja na gestatildeo co-

mo um todo

Em pesquisa realizada pela Fundaccedilatildeo Nacional da Qualidade (FNQ) em maio

e 2011 representantes de 63 empresas mostraram que 97 consideram fundamental

que as organizaccedilotildees inovem para buscar a sustentabilidade tanto do negoacutecio quanto

da economia e do planeta Apesar dessa consciecircncia 70 dos participantes do estu-

do acreditam que as empresas estatildeo preocupadas mas natildeo direcionam seus investi-

mentos em inovaccedilotildees com foco no crescimento sustentaacutevel O levantamento mostra

ainda que 27 dos entrevistados apontaram a gestatildeo como a principal preocupaccedilatildeo

das empresas em que trabalham enquanto 22 indicaram a sustentabilidade e 19 a

reduccedilatildeo de custos

De acordo com o superintendente geral da FNQ Jairo Martins ldquoos resultados

da pesquisa mostram que as empresas ainda natildeo perceberam o tamanho do problema

da sustentabilidade considerando o baixo iacutendice de organizaccedilotildees que de fato inves-

tem em inovaccedilatildeo para sustentabilidade Em sua maioria as organizaccedilotildees pensam

apenas no lado econocircmico e natildeo no tripeacute da sustentabilidade que demanda uma em-

presa economicamente soacutelida socialmente correta e ambientalmente responsaacutevel

Enquanto dominar o pensamento pelo vieacutes econocircmico cujo sucesso eacute medido pelo

PIB o atual modelo de desenvolvimento insustentaacutevel natildeo vai mudar e natildeo seratildeo in-

cluiacutedas na pauta das organizaccedilotildees as questotildees socioambientaisrdquo

O professor da Fundaccedilatildeo Getuacutelio Vargas Renato Orsato autor do livro ldquoEstra-

teacutegias de Sustentabilidade quando vale a pena ser verderdquo analisou mais de 30 ca-

sos de empresas que adotaram a inovaccedilatildeo em 20 setores ao redor do mundo Para

ele deve haver uma premissa baacutesica para falar sobre esse assunto fazer perguntas

precisas ldquoIsso porque existem centenas de milhares de formas de incluir inovaccedilatildeo e

sustentabilidade nas empresas As empresas devem conhecer bem o contexto onde

atuam e considerar tanto aspectos tangiacuteveis como intangiacuteveisrdquo afirma

38

Na opiniatildeo do professor enquanto a sustentabilidade eacute apenas um acessoacuterio agrave

estrateacutegia da empresa ela natildeo vale a pena Para inovar as organizaccedilotildees devem

questionar os modelos de negoacutecio e pensar em modelos totalmente novos

Orsato daacute o exemplo da empresa Better Place que inovou na maneira de co-

mercializar energia renovaacutevel para carros eleacutetricos ldquoO grande salto seraacute conseguir

mudanccedilas radicais nos modelos de negoacutecios As fronteiras entre os setores de energia

e mobilidade por exemplo podem mudarrdquo 26

11- Da teoria para a praacutetica

De maneira geral a inovaccedilatildeo faz sucesso em palestras de ldquoespecialistasrdquo e de

executivosrdquo explica o professor Joatildeo Amato Neto da Fundaccedilatildeo Vanzolini e Escola

Politeacutecnica da USP ldquoMas haacute empresas realmente inovadoras seja em seus produtos

em seus processos de produccedilatildeo e ateacute mesmo em seu posicionamento de mercado

Outras satildeo inovadoras na relaccedilatildeo com o mercado num sentido mais amplo Esse eacute

um grupo restrito no Brasil de empresas de excelecircncia As que tecircm excelecircncia em

inovaccedilatildeo para sustentabilidade estatildeo num grupo mais restrito ainda Do ponto de vista

da sobrevivecircncia da empresa nos proacuteximos anos esse eacute um requisito fundamentalrdquo

O professor exemplifica que no varejo haacute grandes redes como o Wall Mart

Carrefour e Patildeo de Accediluacutecar que iniciaram accedilotildees para contratar fornecedores com base

em requisitos de sustentabilidade Essas accedilotildees ainda satildeo restritas a alguns poucos

produtos e incluem por exemplo exigecircncias de embalagens que possam ser recicla-

das Satildeo accedilotildees que visam a reduccedilatildeo do uso de recursos materiais e energia de uma

forma geral (busca de maior eco eficiecircncia nos processos)

Mas como sair da teoria e colocar em praacutetica Veja os principais pontos que

uma empresa interessada em inovaccedilatildeo e sustentabilidade deve trabalhar

bull Investir no espiacuterito criativo dos colaboradores natildeo soacute daqueles que atuam nas aacutereas

de pesquisa e desenvolvimento (PampD) de produtos ou na engenharia do produto mas

num sentido mais amplo oacutetimas ideias podem surgir no chamado chatildeo de faacutebrica

26 Internet (httpwwwhsmcombrbuscarkeys=inovaccedilatildeo e sustentabilidade) data acesso 19072012

39

bull Buscar praacuteticas de gestatildeo participativa isso pode gerar ideias que trazem inovaccedilotildees

pequenas incrementais mas que no conjunto fazem muita diferenccedila

bull Usar a educaccedilatildeo para transformar paradigmas e gerar maior conscientizaccedilatildeo Natildeo

se deve pensar apenas em treinamentos que satildeo usados em geral para tarefas es-

peciacuteficas ou aplicaccedilatildeo de teacutecnicas As empresas devem investir na formaccedilatildeo dos re-

cursos humanos

bull Questionar o proacuteprio modelo de negoacutecios

bull Inserir sustentabilidade no planejamento estrateacutegico da empresa

E seraacute que eacute possiacutevel aprender a inovar De acordo com o professor Joatildeo A-

mato a inovaccedilatildeo soacute faz sentido se isso significar uma mudanccedila de mentalidade na

empresa Isso vale para induacutestria ou setor de serviccedilos ldquoNo setor financeiro temos mui-

tos exemplos de como os bancos estatildeo descobrindo novas maneira de incluir a sus-

tentabilidade em suas praacuteticas definindo criteacuterios de praacuteticas socioambientais aos

seus clientes Na realidade alguns dos grandes bancos jaacute colocaram isso no seu plano

estrateacutegicordquo conclui 27

12 ndash Sustentabilidade corporativa

Haacute vaacuterias definiccedilotildees para sustentabilidade e desenvolvimento sustentaacutevel na

literatura e organizaccedilotildees que tratam do tema arrolam outras tantas Isso decorre do

fato de a sustentabilidade ser um conceito relativamente novo possuir um caraacuteter mul-

tidisciplinar e envolver diferentes interpretaccedilotildees que refletem diferenccedilas de valor cir-

cunstacircncias localizadas e contextos especiacuteficos Aleacutem disso o conceito acaba incorpo-

rado a vaacuterios assuntos tais como a definiccedilatildeo de poliacuteticas governamentais a gestatildeo

puacuteblica regional a gestatildeo de empresas e ateacute mesmo o nosso estilo de vida (MA-

27 Internet (httpwwwhsmcombreditoriassustentabilidadeinovacao-e-ustentabilidade-de-

maos-dadas) data acesso 19072012

40

WHINNEY 2002) O foco deste artigo eacute a sustentabilidade corporativa ou seja a apli-

caccedilatildeo do conceito de sustentabilidade nas empresas

Algumas empresas brasileiras vecircm sendo citadas como casos mundiais no

acircmbito de algumas das dimensotildees da sustentabilidade corporativa HART (1997)

menciona a Aracruz Celulose como uma empresa que adota a visatildeo de desenvolvi-

mento sustentaacutevel desde o iniacutecio de suas operaccedilotildees com base no modelo de reflores-

tamento das plantaccedilotildees de eucaliptos PRAHALAD (2004) apresenta o caso da Casas

Bahia como uma empresa que atende a populaccedilatildeo de baixa renda por meio de um

modelo inovador de financiamento (SEABRA LEAL e PASSOS 2005 p10) Relatam

o caso da Natura assinalando que seus principais acionistas satildeo enfaacuteticos ao afirma-

rem que a busca da sustentabilidade eacute mais do que uma estrateacutegia de negoacutecios mdash eacute

uma filosofia de vida Outros estudos acadecircmicos nessa aacuterea tambeacutem envolvem em-

presas nacionais SILVA e KULAY (2005) apresentam um caso de aplicaccedilatildeo da Avali-

accedilatildeo do Ciclo de Vida (LCA mdash Life Cycle Assessment) para analisar os potenciais

impactos ambientais do processo de fabricaccedilatildeo de fertilizantes fosfatados em uma

empresa brasileira COSTA e GOUVINHAS (2004) analisam a adoccedilatildeo das estrateacutegias

de projeto ecoloacutegico (ecodesign) no ambiente de negoacutecios de pequenas e meacutedias em-

presas brasileiras HOPKINS (2002) discute a sustentabilidade nas operaccedilotildees internas

das empresas a partir de uma pesquisa exploratoacuteria sobre a aplicaccedilatildeo de indicadores

de responsabilidade social em quatro grandes empresas no Brasil 28

13 - O conceito de sustentabilidade corporativa

Considera-se sustentabilidade corporativa como a gestatildeo empresarial que bus-

ca equilibrar as necessidades econocircmicas das empresas com a responsabilidade pelo

desenvolvimento da sociedade e preservaccedilatildeo dos recursos naturais visando atender

agraves necessidades atuais e futuras dos elementos afetados pela empresa Esses ele-

mentos mdash que satildeo ou podem ser afetados pelos efeitos das operaccedilotildees accedilotildees e deci-

28 Internet httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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sotildees da empresa mdash incluem os acionistas e funcionaacuterios clientes e consumidores

fornecedores e parceiros os recursos naturais utilizados pela empresa o meio ambi-

ente e a sociedade

A sustentabilidade corporativa estaacute associada a trecircs macro objetivos a geraccedilatildeo

de valor econocircmico a responsabilidade ambiental e a responsabilidade social A gera-

ccedilatildeo de valor econocircmico estaacute relacionada com a obtenccedilatildeo de resultados econocircmicos

positivos no presente e no futuro A responsabilidade ambiental diz respeito agrave conser-

vaccedilatildeo e ao uso sustentaacutevel dos recursos naturais E a responsabilidade social con-

templa a corresponsabilidade das empresas pelo desenvolvimento da sociedade Con-

forme ELKINGTON (1997) esses objetivos satildeo inerentes aos denominados resultados

tridimensionais da sustentabilidade (triple bottom line) As empresas que adotam a

sustentabilidade corporativa devem buscar um equiliacutebrio entre o compromisso econocirc-

mico a preservaccedilatildeo ambiental e o desenvolvimento da sociedade assumindo respon-

sabilidades pelas condiccedilotildees de vida atuais e futuras29

14 - Sustentabilidade e geraccedilatildeo de valor econocircmico

A literatura ressalta a necessidade de que as iniciativas relacionadas agrave susten-

tabilidade tragam retornos positivos para as empresas REINHARDT (1999) considera

que as justificativas para os investimentos ambientais realizados pelas empresas de-

vem ser similares aos demais investimentos Nesse sentido os investimentos em ges-

tatildeo ambiental devem auferir retornos financeiros positivos ou conduzir agrave reduccedilatildeo dos

riscos SENGE e CARSTEDT (2001) satildeo mais enfaacuteticos ao considerar que o desafio

atual reside em desenvolver negoacutecios sustentaacuteveis compatiacuteveis com a realidade eco-

nocircmica Segundo esses autores novos modelos de negoacutecios e produtos inovadores

no acircmbito da sustentabilidade precisam necessariamente acarretar resultados finan-

ceiros satisfatoacuterios para se viabilizarem

Os benefiacutecios decorrentes das accedilotildees de sustentabilidade podem ser tangiacuteveis

ou intangiacuteveis Willard (2002) identifica potenciais benefiacutecios tangiacuteveis como aqueles

associados agrave reduccedilatildeo de custos na manufatura agrave reduccedilatildeo de custos comerciais ao

aumento do faturamento e ao aumento da participaccedilatildeo no mercado Como benefiacutecios

intangiacuteveis considera a maior facilidade na contrataccedilatildeo de talentos a maior retenccedilatildeo

29 Internet httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

42

dos principais talentos o aumento da produtividade dos funcionaacuterios a reduccedilatildeo dos

riscos e as maiores facilidades de financiamento NEMLI (2004) considera que os be-

nefiacutecios devem ser mensurados ao longo de trecircs dimensotildees reduccedilatildeo de custos e au-

mento da lucratividade aumento da reputaccedilatildeo e criaccedilatildeo de diferenciaccedilatildeo crescimento

da empresa em termos de capacidade de inovaccedilatildeo e uso de tecnologias limpas

A perspectiva de geraccedilatildeo de valor econocircmico estaacute acoplada a uma visatildeo mais holiacutesti-

ca do bom funcionamento da economia Nesse sentido HAWKEN LOVINS e LOVINS

(1999) consideram que o capitalismo natural pode ser o gatilho para a proacutexima revo-

luccedilatildeo industrial em que quatro tipos de capital sustentam o bom funcionamento da

economia o capital humano (pessoas conhecimento e cultura) o capital financeiro

(caixa investimentos e instrumentos monetaacuterios) o capital industrial (infra estrutura

faacutebricas e maacutequinas) e o capital natural (recursos naturais sistemas de vida e ecossis-

tema) Conforme SENGE e CARSTEDT (2001) a geraccedilatildeo de valor econocircmico por

empresas sustentaacuteveis depende de forma ampla da adoccedilatildeo de uma realidade eco-

nocircmica que conecta a induacutestria a sociedade e o meio ambiente Por outro lado mes-

mo na realidade atual a reduccedilatildeo do desperdiacutecio e do fluxo destrutivo dos recursos

pode representar uma importante oportunidade de negoacutecios (LOVINS LOVINS e

HAWKEN 1999) 30

15 - Sustentabilidade e responsabilidade ambiental

Vaacuterios autores assinalam a importacircncia da questatildeo da estrateacutegia ambiental das

empresas no acircmbito da sustentabilidade corporativa HART (1997) considera a polui-

ccedilatildeo a exaustatildeo dos recursos naturais e a pobreza como os principais desafios da sus-

tentabilidade Segundo o autor a estrateacutegia ambiental das empresas em geral evolui

segundo trecircs estaacutegios prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo produtos ambientalmente corretos e

produccedilatildeo limpa Aleacutem disso uma estrateacutegia ambiental integrada natildeo deve direcionar-

se somente para o desenvolvimento de competecircncias internas mas tambeacutem conside-

rar o relacionamento com os clientes fornecedores outras empresas agentes gover-

30 Internet

(httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext)

data de acesso 2107201230

43

namentais e acionistas Da mesma forma BARBIERI (2004) cita trecircs abordagens para

a gestatildeo ambiental empresarial controle da poluiccedilatildeo prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo e abor-

dagem estrateacutegica A prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo incorpora duas preocupaccedilotildees ambientais

principais o uso sustentaacutevel dos recursos e o controle da poluiccedilatildeo Os instrumentos

tradicionais para o uso sustentaacutevel dos recursos satildeo referenciados pelo autor como

4Rs reduccedilatildeo da poluiccedilatildeo na fonte reutilizaccedilatildeo reciclagem e recuperaccedilatildeo energeacutetica

HOFFMAN (2000) sugere que a estrateacutegia ambiental determine o alinhamento

entre a proteccedilatildeo ambiental e o crescimento econocircmico da empresa O desenvolvimen-

to da estrateacutegia ambiental deve analisar os concorrentes os parceiros os produtos as

mateacuterias-primas as perdas e os resiacuteduos da empresa O autor considera que a estra-

teacutegia ambiental pode ser direcionada por quatro fatores o mercado (composto pelos

consumidores associaccedilotildees concorrentes e consultores) os provedores de recursos

(clientes seguradoras fornecedores bancos e investidores) os elementos coercivos

(regulamentos locais legislaccedilatildeo internacional) e os elementos sociais (instituiccedilotildees

religiosas organizaccedilotildees natildeo-governamentais comunidade mundo acadecircmico im-

prensa e poder judiciaacuterio) 31

16 - Sustentabilidade e responsabilidade social

Os defensores da responsabilidade social argumentam que as empresas de-

vem assumir um compromisso com o desenvolvimento da sociedade As empresas

devem executar accedilotildees para fomentar o desenvolvimento social a inclusatildeo social e

contribuir para a melhoria das condiccedilotildees de vida da populaccedilatildeo mais necessitada Al-

guns autores consideram que essas atividades natildeo satildeo puramente filantroacutepicas uma

vez que as empresas podem auferir benefiacutecios de negoacutecios em funccedilatildeo delas Outros

sugerem ainda que a responsabilidade social esteja associada agrave proacutepria estrateacutegia

empresarial por exemplo SEABRA LEAL e PASSOS (2005) assinalam que os prin-

31 ) Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

44

cipais acionistas da Natura consideram que a responsabilidade social estaacute intimamen-

te ligada agrave estrateacutegia de negoacutecios da empresa

PRAHALAD e HAMMOND (2002) observam que aproximadamente 65 da

populaccedilatildeo mundial mdash cerca de quatro bilhotildees de pessoas mdash ganham menos do que

2000 USDano Esse eacute um mercado praticamente inexplorado pelas empresas multi-

nacionais Segundo os autores as empresas que desejam entrar nesse mercado de-

vem repensar seus modelos de negoacutecios praacuteticas gerenciais e indicadores de desem-

penho Eacute um mercado de novas fontes de receita que exige melhoria na eficiecircncia

operacional e fomento da inovaccedilatildeo A atuaccedilatildeo bem-sucedida para atender agrave denomi-

nada populaccedilatildeo na base da piracircmide pode trazer resultados econocircmicos positivos agraves

empresas e simultaneamente contribuir para a melhoria das condiccedilotildees de vida das

pessoas economicamente menos favorecidas

PORTER e KRAMER (2002) consideram que eacute possiacutevel agraves empresas obterem

a convergecircncia de interesses entre as atividades filantroacutepicas e os objetivos de negoacute-

cios A filantropia pode oferecer oportunidades para as empresas melhorarem seu

contexto competitivo considerando que as atividades filantroacutepicas podem potencial-

mente atuar sobre quatro elementos inter-relacionados da competitividade empresari-

al na disponibilidade dos insumos de produccedilatildeo nas condiccedilotildees de demanda nas con-

diccedilotildees de competiccedilatildeo e rivalidade e na presenccedila das induacutestrias de insumos e suporte

Nesse sentido a filantropia deveria ser considerada uma abordagem claramente estra-

teacutegica pelas empresas WADDOCK e SMITH (2000) adotam um raciociacutenio similar

afirmando que a responsabilidade social e o desempenho corporativo financeiro an-

dam juntos e natildeo como trade-offs

HALL et al (2005) constatam que algumas empresas podem ser socialmente

vulneraacuteveis Segundo esses autores a vulnerabilidade social eacute atribuiacuteda agraves empresas

que apresentam grande importacircncia estrateacutegica para o desenvolvimento econocircmico e

social dos paiacuteses onde operam Eles citam empresas cujo papel extrapola a criaccedilatildeo de

valor aos acionistas sendo consideradas como orgulhos nacionais para seus paiacuteses

Satildeo citadas como exemplos a Siemens na Alemanha a Toyota no Japatildeo a Embraer

no Brasil e a Bombardier no Canadaacute Aleacutem da questatildeo econocircmica essas empresas

desempenham importante papel social em seus respectivos paiacuteses Outras empresas

45

brasileiras tambeacutem poderiam ser citadas como a Petrobras a Companhia Vale do Rio

Doce o Bradesco entre outras 32

2 - Gestatildeo da inovaccedilatildeo para a sustentabilidade

A busca da inovaccedilatildeo e a gestatildeo da inovaccedilatildeo em geral satildeo mediadas por as-

pectos essencialmente econocircmicos e estrateacutegicos Entretanto na medida em que ou-

tras restriccedilotildees compotildeem o ambiente de atuaccedilatildeo das empresas outros fatores podem

impulsionar a inovaccedilatildeo Isso tambeacutem eacute vaacutelido ao se considerarem aspectos de susten-

tabilidade como condicionantes da inovaccedilatildeo

HART e CHRISTENSEN (2002) sugerem que as inovaccedilotildees radicais podem

pavimentar o caminho para as empresas combinarem um crescimento sustentaacutevel

com responsabilidade social HART e MILTEIN (1999) consideram que os desafios

impostos pela sustentabilidade global podem atuar como catalisadores para um novo

estaacutegio de destruiccedilatildeo criativa das empresas Eles associam a preocupaccedilatildeo ecoloacutegica

com melhorias contiacutenuas e a sustentabilidade global com melhorias radicais Nesse

sentido argumentam que a sustentabilidade pode criar oportunidades sem preceden-

tes agraves empresas O raciociacutenio de SENGE e CARSTEDT (2001) eacute similar Esses auto-

res consideram que o foco restrito na eficiecircncia ecoloacutegica pode distrair as empresas da

busca de produtos e modelos de negoacutecios radicalmente diferentes dos atuais Eacute a sus-

tentabilidade global que iraacute motivar as empresas a procurarem novos modelos men-

tais a enfatizarem a aprendizagem e atentarem para a gestatildeo de mudanccedilas

PORTER e VAN DER LINDE (1995) consideram que as regulamentaccedilotildees am-

bientais impotildeem pressotildees competitivas nas empresas motivando-as a inovar VOL-

LENBROEK (2002) propotildee um processo que direciona a inovaccedilatildeo para o desenvolvi-

mento da sustentabilidade denominado gestatildeo da transiccedilatildeo Ele considera que a ino-

vaccedilatildeo natildeo gera automaticamente o progresso da sociedade pois precisa ser condi-

cionada para tanto Os esforccedilos para o desenvolvimento sustentaacutevel precisam ser di-

recionados pela sociedade e esta participa das decisotildees visando obter um balancea-

mento adequado entre os objetivos econocircmicos ecoloacutegicos e sociais A inovaccedilatildeo seraacute

decorrecircncia

32 Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

46

HALL e VREDENBURG (2003) afirmam que os gestores tecircm dificuldades para

lidar com as pressotildees do desenvolvimento sustentaacutevel Eles consideram que as estra-

teacutegias de inovaccedilatildeo das empresas geralmente satildeo inadequadas para acomodar as

complexidades e incertezas inerentes agraves novas demandas impostas pelo desenvolvi-

mento sustentaacutevel Dessa forma sugerem que a estrateacutegia empresarial integre tam-

beacutem os objetivos da inovaccedilatildeo e do desenvolvimento sustentaacutevel Em contraponto agrave

abordagem tradicional da inovaccedilatildeo ditada pelo mercado propotildeem que as empresas

adotem a inovaccedilatildeo para o desenvolvimento sustentaacutevel que incorpora as restriccedilotildees

sociais e as pressotildees ambientais bem como contempla as necessidades das futuras

geraccedilotildees Como seraacute visto no texto que segue a inovaccedilatildeo foi tambeacutem um ingrediente

essencial para o desenvolvimento e o sucesso do projeto estudado na presente pes-

quisa33

CONCLUSAtildeO

O objetivo desse estudo foi verificar e compreender o conceito de inovaccedilatildeo e a

sua aplicabilidade nas organizaccedilotildees assim como a vantagem competitiva no modelo

de negoacutecio por meio da co-criaccedilatildeo de valor

33 Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data acesso 21072012

47

Inovaccedilatildeo e criatividade satildeo essenciais para o continuo desenvolvimento e competi-

tividade de uma naccedilatildeo

Coisas boas acontecem quando o pensamento inovador comeccedila ele poderaacute

ajudar a criar novos produtos melhoria nos processos novas tecnologias tornando

a empresa mais competitiva Tomando conhecimento da grande variedade de produ-

tos e serviccedilos oferecidos pelas organizaccedilotildees pode se observar que nem sempre se

chega ao resultado em melhores experiecircncias de consumo nesse cenaacuterio certas em-

presas adotam a co-criaccedilatildeo de valor ndash participaccedilatildeo do cliente no processo produtivo ndash

para inovar no modelo de negoacutecio agregando valor a sua oferta buscando assim se

diferenciar das demais empresas Apesar da inovaccedilatildeo indicar um caminho seguro

para obter vantagem competitiva sustentaacutevel e defender posiccedilotildees estrateacutegicas no

mercado o seu sucesso natildeo eacute garantido necessitando que os gestores conheccedilam e

compreendam a dinacircmica dos processos da gestatildeo da inovaccedilatildeo dentro de suas orga-

nizaccedilotildees e realidades especiacuteficas

O modelo de organizaccedilatildeo inovadora sustentaacutevel eacute uma resposta agraves pressotildees

institucionais por uma organizaccedilatildeo que seja capaz de inovar com eficiecircncia em termos

econocircmicos mas com responsabilidade social e ambiental Esse tipo de organizaccedilatildeo

busca vantagem competitiva desenvolvendo produtos serviccedilos processos e negoacutecios

novos ou modificados com base nas dimensotildees social ambiental e econocircmica Ela

reuacutene duas caracteriacutesticas essenciais eacute inovadora e orientada para a sustentabilidade

Tendo em vista o fenocircmeno do isomorfismo institucional (concentraccedilatildeo de for-

mas organizacionais nos diversos setores produtivos) o modelo das organizaccedilotildees

inovadoras sustentaacuteveis vem ganhando rapidamente cada vez mais espaccedilo nas em-

presas liacutederes Esses fatos permitem dizer que o movimento do desenvolvimento sus-

tentaacutevel eacute um dos movimentos mais importantes do nosso tempo e a julgar pela vita-

lidade dos fatores institucionais presentes em praticamente todo o mundo pode-se

inferir que ele continuaraacute se propagando por muitas deacutecadas

Desse modo o aprimoramento dos modelos de organizaccedilatildeo sustentaacuteveis as

diversas formas da sua institucionalizaccedilatildeo em acircmbito global o desenvolvimento de

tecnologias sustentaacuteveis a gestatildeo de inovaccedilotildees para o desenvolvimento sustentaacutevel

seratildeo temas cada vez mais importantes nos estudos futuros Como o sistema opera-

cional produtivo e as inovaccedilotildees de produto e de processo ao atender as trecircs dimen-

sotildees da sustentabilidade devem gerar ganhos para o meio ambiente em termos de

reduccedilatildeo no uso de recursos e de emissotildees de poluentes o aumento da produccedilatildeo pelo

incitamento agrave demanda por novos produtos pode neutralizar ou ateacute superar esses ga-

nhos Levar em conta essa possibilidade dando-lhe um tratamento adequado eacute um dos

48

maiores desafios para o alinhamento das empresas ao modelo de organizaccedilatildeo inova-

dora sustentaacutevel

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

A importacircncia da inovaccedilatildeo Internet (httpwwwscielobrpdfraev42n2v42n2a16pdf) data de acesso 19052012

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20de2520Inova25E725E3o2FArtigos2FInova25E725E3odocampei=Ex32T

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Cadeia de valor e vantagem competitiva Internet

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Capital intelectual Internet

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15072012

Como implantar cultura de inovaccedilatildeo na organizaccedilatildeo Internet

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Como implementar vantagem competitiva Internet

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Como criar valor e vantagem competitiva Internet

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49

Conceito de criatividade Internet

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Funccedilotildees tiacutepicas no processo de inovaccedilatildeo Internet (httpwwwgooglecombrurlsa=tamprct=jampq=ampesrc=sampsource=webampcd=4ampved=0CFkQFjADampurl=http3A2F2Fwwwfespprbr2F~bastosjr2FGest25E3o2520de2520Inova25E725E3o2FArtigos2FInova25E725E3odocampei=sSb2T8eqDYro0QGO7OSLBwampusg=AFQjCNEz7MKNTbjYj81P) data de acesso 04062012

Gestatildeo de inovaccedilatildeo para a sustentabilidade Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

Inovaccedilatildeo nas empresas Internet (httpolhardigitaluolcombrnegociosdigital_newsnoticiascomo-gerar-inovacao-nas-empresas) data de acesso 19052012

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Inovaccedilatildeo e sustentabilidade Internet

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O conceito de sustentabilidade corporativa Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext)

O que eacute inovaccedilatildeo Internet (httpptwikipediaorgwikiInovaC3A7C3A3o) data de acesso 20052012

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Organizaccedilotildees inovadoras sustentaacuteveis Internet

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O que significa vantagem competitiva Internet

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Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva Internet

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Processos de inovaccedilatildeo Internet httpwwwliincufrjbrfrattachments055_saritalivropdfpage=122) data de acesso 03062012

Processos de inovaccedilatildeo nas organizaccedilotildees Internet

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0Inova25E725E3o2FArtigos2FInova25E725E3odocampei=Vhr2T9qvHaez6w

Ho16zYBgampusg=AFQjCNEz7MKNTbjYj81PrvG) data de acesso 03062012

Sustentabilidade e geraccedilatildeo de valor econocircmico Internet

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51

Sustentabilidade e responsabilidade ambiental Internet

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Sustentabilidade e responsabilidade social Internet

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BIBLIOGRAFIA CITADA

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PRAHALAD C K KRISHNAN M S A nova era inovaccedilatildeo Rio de Janeiro editora

Elsevier 2008

PRAHALAD C K RAMASWAMY Venkatram O futuro da competiccedilatildeo como desen-

volver diferenciais inovadores em parceria com os clientes Rio de Janeiro editora

Elsevier 2004

  • AGRADECIMENTOS
  • CAPIacuteTULO III- Aspectos da inovaccedilatildeo e sustentabilidade37
  • Inovaccedilatildeo e sustentabilidade37
  • 32 - Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva
  • 33 - Como implementar vantagem competitiva
  • 34 - Como criar valor e vantagem competitiva
Page 8: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · duzir os processos de inovação dentro da organização. 6 ... CAPÍTULO I - Estrutura da criação de valor e inovação.....11

8

3- Cadeia de valor e vantagem competitiva31

31- O que significa uma vantagem competitiva33

32- Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva34

33- Como implantar vantagem competitiva34

34- Como criar valor e vantagem competitiva35

CAPIacuteTULO III- Aspectos da inovaccedilatildeo e sustentabilidade37

1- Inovaccedilatildeo e sustentabilidade37

11- Da teoria para a praacutetica38

12- Sustentabilidade corporativa40

13- O conceito de sustentabilidade corporativa41

14- Sustentabilidade e geraccedilatildeo de valor econocircmico41

15- Sustentabilidade e responsabilidade ambiental43

16- Sustentabilidade e responsabilidade social44

2- Gestatildeo da inovaccedilatildeo para a sustentabilidade45

CONCLUSAtildeO47

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA48

BIBLIOGRAFIA CITADA51

9

INTRODUCcedilAtildeO

O conceito de inovaccedilatildeo eacute cada vez mais difundido no ambiente organizacional

FREEMAN e SOETE apud BARBIERI (2004) afirmam que as empresas que natildeo ino-

vam natildeo conseguem sobreviver Os gestores das empresas tambeacutem estatildeo conscien-

tes da importacircncia da inovaccedilatildeo para o crescimento dos negoacutecios e para a sua lucrati-

vidade

A inovaccedilatildeo eacute comumente vista como a implementaccedilatildeo de novos produtos ou

serviccedilos Poreacutem pode-se inferir que as inovaccedilotildees em produto ou ateacute mesmo em pro-

cesso satildeo restritas diante do que se faz necessaacuterio um comportamento inovador que

envolva toda a organizaccedilatildeo ateacute sua maneira de gestatildeo Assim surge a inovaccedilatildeo or-

ganizacional tambeacutem chamada de inovaccedilatildeo no modelo de negoacutecios Ela parte da

premissa de que a uacutenica forma de escapar da concorrecircncia eacute introduzir um novo mo-

delo de negoacutecio ou alterar radicalmente o existente HAMEL (2003)

Poreacutem a inovaccedilatildeo soacute teraacute importacircncia se criar valor para os clientes e para a

empresa dessa forma a criaccedilatildeo de um novo produto ou serviccedilo natildeo basta ela deve

ter valor para o consumidor Assim alguns autores PRAHALAD RAMASWAMY

(2004) TAPSCOTT WILLIAMS (2007) tecircm demonstrado que diante do cenaacuterio atual

caracterizado por intensa competiccedilatildeo deve-se buscar na criaccedilatildeo desse valor a inte-

raccedilatildeo dos clientes com a empresa ou seja a co-criaccedilatildeo de valor

Dessa maneira considerando a importacircncia que os gestores tecircm dado agrave inova-

ccedilatildeo no modelo de negoacutecio bem como a necessidade de as empresas buscarem no-

vas formas de gerar valor o presente estudo foi realizado com o intuito de verificar se

esse tipo de inovaccedilatildeo por meio da co-criaccedilatildeo de valor PRAHALAD RAMASWAMY

(2004) pode diferenciar a empresa das demais e obter vantagem competitiva POR-

TER (2001) Para aferir essa possibilidade foram considerados aspectos relevantes

acerca de estrateacutegia envolvidos na obtenccedilatildeo da vantagem sobre os concorrentes

bem como a respeito de inovaccedilatildeo e da co-criaccedilatildeo de valor

Essas questotildees portanto foram contempladas para se tentar chegar agrave respos-

ta para a pergunta haacute relaccedilatildeo entre a obtenccedilatildeo de vantagem competitiva e a inovaccedilatildeo

no modelo de negoacutecio por meio da co-criaccedilatildeo de valor

10

A revoluccedilatildeo cientiacutefica - tecnoloacutegica dos uacuteltimos 30 anos opera transformaccedilotildees

profundas natildeo soacute nas formas de produccedilatildeo da vida material como tambeacutem na produ-

ccedilatildeo do proacuteprio conhecimento Essas transformaccedilotildees alimentam a hoje chamada Soci-

edade do Conhecimento em que este e todas as formas de sua circulaccedilatildeo satildeo indis-

pensaacuteveis em todos os campos de atividade humana Neste sentido a ciecircncia trans-

borda seu proacuteprio campo e atravessa as estruturas e relaccedilotildees sociais em muacuteltiplas

articulaccedilotildees

A nova produccedilatildeo do conhecimento descrita por GIBBONS et al (1994) ndash

entre outros ndash apresenta caracteriacutesticas correlatas agraves mudanccedilas verificadas no modo

de produccedilatildeo de bens materiais As novas exigecircncias de flexibilidade agilidade inter-

disciplinaridade qualidade e resposta a demandas sociais supotildeem necessariamente

um novo patamar de comunicabilidade entre campos esferas paradigmas institui-

ccedilotildees comunidades e atores sociais envolvidos no (e com) o campo cientiacutefico assim

como novas perspectivas de formaccedilatildeo de recursos humanos

Existe ainda uma defasagem entre as mudanccedilas na base econocircmica e as

formas de organizaccedilatildeo sociais e poliacutetico-institucionais As diversas manifestaccedilotildees da

crise atual (desemprego estrutural desaceleraccedilatildeo da produtividade crise de valor es

e falta de perspectiva ) resultam da incompatibilidade entre as novas formas de pro-

duccedilatildeo e novas tecnologias de um lado e sistemas sociais e organizacionais obsole-

tos de outro FREEMAN (1995) A coerecircncia ndash ou compatibilidade nos termos de Fre-

eman ndash precisaria ser restabelecida

O presente estudo representa a importacircncia da inovaccedilatildeo e desenvolvimento

nas empresas e no Brasil como alavanca de sucesso e seus fatores internos e exter-

nos

Inovaccedilatildeo eacute um modelo estrateacutegico de gestatildeo de recursos organizacionais dos

quais fazem parte os recursos humanos tecnoloacutegicos e financeiros com o objetivo de

desenvolver processos rotinas e sistemas que propiciem o desenvolvimento e melho-

rias dos produtos e serviccedilos que a empresa oferece ao mercado e as maneiras como

o faz de forma a obter vantagem competitiva

Existem inuacutemeras maneiras de inovar dentre as quais podemos mencionar em

gestatildeo de pessoas em gestatildeo organizacional em modelos de negoacutecios de comercia-

lizaccedilatildeo e abordagens de marketing

11

CAPIacuteTULO I

A ESTRUTURA DA CRIACcedilAtildeO DE VALOR E A INOVACcedilAtildeO

1 ndash A Importacircncia da Inovaccedilatildeo

O cenaacuterio competitivo contemporacircneo tem sido regido pela revoluccedilatildeo tecnoloacute-

gica globalizaccedilatildeo hiper-competitividade e extrema ecircnfase sobre preccedilo qualidade e

satisfaccedilatildeo do consumidor exigindo um foco na inovaccedilatildeo como competecircncia estrateacutegi-

ca Enquanto se deu maior ecircnfase agrave inovaccedilatildeo incremental na uacuteltima deacutecada menos

atenccedilatildeo foi dispensada agrave inovaccedilatildeo radical ou revolucionaacuteria Como consequecircncia

muito se conhece sobre a implementaccedilatildeo da inovaccedilatildeo incremental ao passo que a

inovaccedilatildeo radical eacute ainda muito pouco compreendida FOSTER (1986) UTTERBACK

(1994) CHRISTENSEN (1997) HAMEL ( 2000) Isso eacute verdadeiro apesar de a impor-

tacircncia da inovaccedilatildeo radical ter sido ressaltada por vaacuterios consultores e estudiosos da

aacuterea de negoacutecios

Muitos autores reconhecem as dificuldades do gerenciamento da inovaccedilatildeo ra-

dical em empresas soacutelidas de grande porte CHRISTENSEN (1997) por exemplo

indica ser bastante incomum que empresas que gerenciam adequadamente linhas

consistentes de negoacutecios percebam com antecedecircncia e respondam de forma efetiva

agraves tecnologias de ruptura provenientes de fontes externas (ver tambeacutem LEONARD-

BARTON (1995) KATZ e ALLEN (1985) KANTER (1989b) TUSHMAN e OrsquoREILLY

(1997) DOUGHERTY (1992) BLOCK e MACMILLAN (1993)

As inovaccedilotildees transformam o relacionamento entre consumidores e fornecedo-

res reestruturam aspectos econocircmicos do mercado desestabilizam produtos existen-

tes e datildeo origem a categorias de produtos completamente novas Elas proporcionam o

motor para o crescimento em longo prazo que os liacutederes empresariais procuram Infe-

lizmente reconhecer a importacircncia das inovaccedilotildees radicais eacute bem diferente de desen-

volvecirc-las e comercializaacute-las

As empresas que obtiveram sucesso em longo prazo intercalam a inovaccedilatildeo in-

cremental com a inovaccedilatildeo radical que gera novos mercados e oportunidades de ne-

goacutecios ver MORONE (1993) TUSHMAN e OrsquoREILLY (1997) Assim como eacute evidente

a importacircncia da inovaccedilatildeo radical para as empresas interessadas no crescimento e na

renovaccedilatildeo em longo prazo eacute claro tambeacutem que empresas grandes e soacutelidas enfren-

tam dificuldades para administrar esse processo Grandes empresas bem estabeleci-

12

das satildeo extremamente proficientes em gerenciar eficiecircncias operacionais e apresen-

tar produtos de nova geraccedilatildeo No entanto as incertezas que surgem com a comercia-

lizaccedilatildeo de novas tecnologias para mercados que podem ainda nem existir exigem

competecircncias amplamente diferentes Inovaccedilatildeo eacute um modelo estrateacutegico de gestatildeo

de recursos organizacionais dos quais fazem parte os recursos humanos tecnoloacutegi-

cos e financeiros com o objetivo de desenvolver processos rotinas e sistemas que

propiciem o desenvolvimento e melhorias dos produtos e serviccedilos que a empresa ofe-

rece ao mercado e as maneiras como o faz de forma a obter vantagem competitiva1

11- Inovaccedilatildeo nas Empresas

De acordo com FREEMAN o conceito de inovaccedilatildeo consiste no processo que

inclui as atividades teacutecnicas concepccedilatildeo desenvolvimento gestatildeo e que resulta na

comercializaccedilatildeo de novos (ou melhorados) produtos ou na primeira utilizaccedilatildeo de no-

vos (ou melhorados) processos

Com o desenvolvimento de novos conhecimentos estrateacutegicos pelas organiza-

ccedilotildees esses fossos organizacionais ao longo das fronteiras podem ser aterrados para

a co-criaccedilatildeo de novas abordagens ao nexo de N=1 e R=G A arquitetura social das

empresas deve desenvolver capacidade a raacutepida criaccedilatildeo de conhecimento por meio

do desenvolvimento de cultura organizacional e de estrutura motivacional adequadas

A arquitetura teacutecnica precisa construir recursos para capacitaccedilatildeo desse processo

Para noacutes essas decepccedilotildees com a gestatildeo de processos natildeo satildeo surpreendentes O

que falta na doaccedilatildeo da maioria dessas iniciativas eacute uma perspectiva que inclua inova-

ccedilatildeo e criaccedilatildeo de valor natildeo apenas reduccedilatildeo de custos Alguns desses projetos que

enfatizam os processos satildeo aprovados agraves cegas pelas organizaccedilotildees sem considerar

a necessidade primordial de equilibrar as demandas por inovaccedilatildeo e eficiecircncia

Se os gestores natildeo partirem de um ponto de vista sobre como querem competir

e impulsionar a mudanccedila no dia a dia em cada reuniatildeo em cada relatoacuterio para criar

situaccedilotildees reais de foco na inovaccedilatildeo e na criaccedilatildeo de valor eacute provaacutevel que se sintam

desapontados Aleacutem disso geralmente eles se esquecem de que a conversatildeo dos

processos internos em fatores estrateacutegicos para os resultados requer mudanccedilas natildeo

1 Internet (httpwwwscielobrpdfraev42n2v42n2a16pdf) data de acesso 19052012

13

soacute gerenciais e culturais mas tambeacutem tecnoloacutegicas (PRAHALADCK KRISH-

NANMSA nova era da inovaccedilatildeo 2008 p135)

Open innovation eacute um modelo que as companhias estatildeo adotando cada vez

mais em resposta a um mundo crescentemente globalizado e caracterizado pela parti-

lha aberta de informaccedilotildees com o objetivo de produzir conhecimento Esse modelo se

baseia na colaboraccedilatildeo em rede da empresa com fornecedores clientes universida-

des e ateacute concorrentes A partir desse conceito a inovaccedilatildeo antes uma aacuterea limitada

aos departamentos internos de Pesquisa e Desenvolvimento como era a loacutegica vigen-

te ateacute as deacutecadas de 70 a 90 passou a ser buscada aleacutem das fronteiras das organiza-

ccedilotildees

Acredito que a interaccedilatildeo seja a chave para esse processo se tornar real e mais

do que isso ela eacute a fonte para a inovaccedilatildeo Por isso as redes sociais representam hoje

a melhor plataforma de interaccedilatildeo para as empresas interessadas em inovaccedilatildeo aberta

O desafio que se impotildee entretanto eacute criar tecnologias que gerenciem a troca de in-

formaccedilotildees realizadas nessa miacutedia2

12- Inovaccedilatildeo no Brasil

O desenvolvimento tecnoloacutegico e a inovaccedilatildeo de um paiacutes dependem em grande

parte da formaccedilatildeo de recursos humanos capacitados bem como de investimentos

consistentes contiacutenuos de longo prazo e de porte O Brasil adotou a estrateacutegia de

que a pesquisa acadecircmica geraria conhecimento que naturalmente se transformaria

em inovaccedilotildees tecnoloacutegicas o que natildeo estaacute refletindo a realidade do setor no paiacutes

O Brasil sempre investiu de forma inconstante e em quantidade insuficiente os

recursos puacuteblicos federais e estaduais no desenvolvimento de ciecircncia e tecnologia

(com exceccedilatildeo do estado de Satildeo Paulo) o que sempre preocupou a comunidade cien-

tiacutefica e empresarial do paiacutes Aleacutem disso o setor empresarial tambeacutem investiu e ainda

continua investindo muito timidamente ao contraacuterio do que ocorreu nos modelos de

paiacuteses como a Coreacuteia do Sul Este uacuteltimo paiacutes investiu na formaccedilatildeo de recursos hu-

manos (em niacutevel de graduaccedilatildeo) habilitando-os para atuar em vaacuterios segmentos do

2 Internet (httpolhardigitaluolcombrnegociosdigital_newsnoticiascomo-gerar-inovacao-nas-

empresas) data de acesso 19052012

14

desenvolvimento tecnoloacutegico As inovaccedilotildees geradas produziram o retorno desejado e

o setor produtivo assumiu o papel de executor das pesquisas e de seu financiamento

sustentando hoje cerca de 75 das pesquisas niacutevel encontrado apenas nos paiacuteses

desenvolvidos Em resumo natildeo haacute investimento consistente de longo prazo e de porte

em ciecircncia tecnologia e inovaccedilatildeo no Brasil seja puacuteblico ou privado

Apesar disso houve no Brasil um grande avanccedilo cientiacutefico nos uacuteltimos trinta

anos A iniciativa consistente para construir a competecircncia cientiacutefica atraveacutes do trei-

namento de pessoal qualificado dentro e fora do paiacutes foi indiferente agraves oscilaccedilotildees poliacute-

tico-econocircmicas tanto em niacutevel federal como estadual hoje o Brasil responde por

13 dos artigos cientiacuteficos publicados em revistas indexadas internacionais Estabe-

leceu-se ainda no paiacutes uma forte estrutura de poacutes-graduaccedilatildeo responsaacutevel pela forma-

ccedilatildeo de cerca de 10 mil doutores por ano e que em trinta anos levou o Brasil a triplicar

sua contribuiccedilatildeo cientiacutefica relativa no mundo 3

O Brasil tem talento empreendedor de sobra e pesquisa cientiacutefica de excelecircn-

cia Mas sem um ambiente encorajador para inovaccedilatildeo o paiacutes natildeo conseguiraacute trans-

formar conhecimento em desenvolvimento econocircmico

Essa foi agrave anaacutelise predominante entre os pesquisadores e liacutederes empresariais

que participaram de um seminaacuterio realizado (18052007) em conjunto pelo Centro de

Economia da Criatividade e da Inovaccedilatildeo (CIEC - na sigla em inglecircs) da Universidade

George Washington nos Estados Unidos e pela Faculdade de Economia Administra-

ccedilatildeo e Contabilidade da Universidade de Satildeo Paulo (FEA -USP)

Para o diretor do CIEC - Michael Ryan - o Brasil tem alguns pontos fortes para

a inovaccedilatildeo alto investimento em pesquisa baacutesica nas universidades recursos huma-

nos de qualidade e publicaccedilatildeo de artigos cientiacuteficos de impacto internacional Mas a

pesquisa natildeo chega ao mercado porque o ambiente eacute pouco motivador para a inova-

ccedilatildeo

ldquoPara criar um cenaacuterio encorajador no qual as empresas invistam mais em

pesquisa e desenvolvimento eacute preciso melhorar vaacuterios aspectos simultaneamente eacute

muito difiacutecil abrir uma empresa no Brasil haacute uma seacuterie de poliacuteticas que podem ser

3 Internet (httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0101-33002007000200002) data

de acesso 190520123

15

modificadas o sistema de patentes pode ser mais eficiente e o acesso ao capital de

risco melhorarrdquo disse RYAN agrave Agecircncia FAPESP 4

13 - O que eacute inovaccedilatildeo

Inovaccedilatildeo significa novidade ou renovaccedilatildeo A palavra eacute derivada do ter-

mo latino innovatio e se refere a uma ideia meacutetodo ou objeto que eacute criado e que pou-

co se parece com padrotildees anteriores Hoje a palavra inovaccedilatildeo eacute mais usada no con-

texto de ideias e invenccedilotildees assim como a exploraccedilatildeo econoacutemica relacionada sendo

que inovaccedilatildeo eacute invenccedilatildeo que chega no mercado Inovaccedilatildeo eacute o processo que inclui as

atividades teacutecnicas concepccedilatildeo desenvolvimento gestatildeo e que resulta na comerciali-

zaccedilatildeo de novos (ou melhorados) produtos ou na primeira utilizaccedilatildeo de novos (ou me-

lhorados) processos FREEMAN (1988 p567) 5

O conceito de inovaccedilatildeo eacute bastante variado dependendo principalmente da

sua aplicaccedilatildeo De forma sucinta haacute quem considere que inovaccedilatildeo eacute a exploraccedilatildeo bem

sucedida de novas ideias Segundo DRUCKER a inovaccedilatildeo ldquoeacute o instrumento especiacutefi-

co dos empreendedores o processo pelo qual eles exploram a mudanccedila como uma

oportunidade para um negoacutecio diferente ou um serviccedilo diferente

Dentre as vaacuterias possibilidades de inovar aquelas que se referem a inovaccedilotildees

de produto ou de processo satildeo conhecidas como inovaccedilotildees tecnoloacutegicas Outros tipos

de inovaccedilotildees podem se relacionar a novos mercados novos modelos de negoacutecio no-

vos processos e meacutetodos organizacionais ou ateacute mesmo novas fontes de suprimentos

Embora ldquonovidadesrdquo encontradas em organizaccedilotildees teacutecnicas administrativas organi-

zacionais inseridas em produtos ou processos nem todas elas podem ser considera-

das como inovaccedilotildees Cabe ressaltar aqui a diferenciaccedilatildeo entre ldquooriginalidaderdquo e ldquono-

vidaderdquo propriamente dita Originalidade oriunda da palavra Original do latim original-

4Internet (httpwwwinovacaotecnologicacombrnoticiasnoticiaphpartigo=010175070518) data

de acesso 19052012

5Internet (httpptwikipediaorgwikiInovaC3A7C3A3o) data acesso 20052012

16

le eacute relativo agrave origem agrave qualidade de original inicial primordial primitivo originaacuterio

Novidade eacute originaacuteria do latim novitate que se reporta agrave qualidade ou caraacuteter de novo

uma inovaccedilatildeo embora referente a algo jaacute existente um uso novo para algo jaacute existen-

te6

Inovaccedilatildeo pode ser definida como o processo estrateacutegico de reinvenccedilatildeo contiacute-nua do proacuteprio negoacutecio e de criaccedilatildeo de novos negoacutecios GARY HAMEL (1996)

2 ndash Processos de inovaccedilatildeo

No acircmbito da economia ao longo deste seacuteculo muito vem se discutindo sobre

a inovaccedilatildeo sua natureza caracteriacutesticas e fontes com o objetivo de buscar uma mai-

or compreensatildeo de seu papel frente ao desenvolvimento econocircmico ressaltando-se

como marco fundamental a contribuiccedilatildeo de JOSEPH SCHUMPETER na primeira me-

tade deste seacuteculo mdash INFORMACcedilAtildeO E GLOBALIZACcedilAtildeO NA ERA DO CONHECI-

MENTO enfocou a importacircncia das inovaccedilotildees e dos avanccedilos tecnoloacutegicos no desen-

volvimento de empresas e da economia

De forma geneacuterica existem dois tipos de inovaccedilatildeo a radical e a incremental

Pode-se entender a inovaccedilatildeo radical como o desenvolvimento e introduccedilatildeo de um

novo produto processo ou forma de organizaccedilatildeo da produccedilatildeo inteiramente nova Esse

tipo de inovaccedilatildeo pode representar uma ruptura estrutural com o padratildeo tecnoloacutegico

anterior originando novas induacutestrias setores e mercados Tambeacutem significam reduccedilatildeo

de custos e aumento de qualidade em produtos jaacute existentes Algumas importantes

inovaccedilotildees radicais que causaram impacto na economia e na sociedade como um todo

e alteraram para sempre o perfil da economia mundial podem ser lembradas como

por exemplo a introduccedilatildeo da maacutequina a vapor no final do seacuteculo XVIII ou o desen-

volvimento da microeletrocircnica a partir da deacutecada de 1950 Estas e algumas outras

inovaccedilotildees radicais impulsionaram a formaccedilatildeo de padrotildees de crescimento com a con-

formaccedilatildeo de paradigmas tecno-econocircmicos FREEMAN (1988)

As inovaccedilotildees podem ser ainda de caraacuteter incremental referindo-se agrave introdu-

ccedilatildeo de qualquer tipo de melhoria em um produto processo ou organizaccedilatildeo da produ- 6 Internet (httpwwwpr2ufrjbrinovacaosocialtexto14-01pdf) data de acesso 20052012)6

17

ccedilatildeo dentro de uma empresa sem alteraccedilatildeo na estrutura industrial FREEMAN (1988)

Inuacutemeros satildeo os exemplos de inovaccedilotildees incrementais muitas delas imperceptiacuteveis

para o consumidor podendo gerar crescimento da eficiecircncia teacutecnica aumento da pro-

dutividade reduccedilatildeo de custos aumento de qualidade e mudanccedilas que possibilitem a

ampliaccedilatildeo das aplicaccedilotildees de um produto ou processo A otimizaccedilatildeo de processos de

produccedilatildeo o design de produtos ou a diminuiccedilatildeo na utilizaccedilatildeo de materiais e compo-

nentes na produccedilatildeo de um bem podem ser considerados inovaccedilotildees incrementais

Ateacute pouco tempo era grande a rigidez para caracterizar o processo de inovaccedilatildeo suas

fontes de geraccedilatildeo e formas como se realiza e difunde

Evidentemente que a compreensatildeo do processo de inovaccedilatildeo estaacute estreitamen-

te influenciada pelas caracteriacutesticas dominantes de contextos histoacuterico-econocircmicos

especiacuteficos Atualmente aspectos negligenciados por natildeo terem relevacircncia nos periacuteo-

dos em questatildeo comeccedilam a ser plenamente reconhecidos como de papel fundamental

para o ecircxito do processo inovador Agrave medida que melhor se conhecem as especifici-

dades da geraccedilatildeo e difusatildeo de inovaccedilatildeo mais se sabe sobre sua importacircncia para

que empresas e paiacuteses reforcem sua competitividade na economia mundial7

21 ndash Processos de inovaccedilatildeo nas organizaccedilotildees

DAMANPOUR (1984) em seu estudo sobre inovaccedilatildeo e desempenho organiza-

cional em bibliotecas puacuteblicas americanas conceitua inovaccedilatildeo como uma resposta agrave

mudanccedila ambiental ou ainda os meios que permitem ou viabilizam a mudanccedila em

uma organizaccedilatildeo Para ele as empresas podem enfrentar as mudanccedilas ambientais

natildeo apenas com novas tecnologias mas tambeacutem incorporando mudanccedilas teacutecnicas

eou administrativas em sua estrutura Assim sendo inovaccedilotildees no plano organizacio-

nal envolvem a implantaccedilatildeo de ideias novas teacutecnicas ou administrativas Espera-se a

partir disso mudanccedilas estruturais que afetem o desempenho da organizaccedilatildeo Esque-

maticamente portanto pode-se entender a inovaccedilatildeo como a ferramenta que quando

introduzida em contexto organizacional gera mudanccedila

7Internet httpwwwliincufrjbrfrattachments055_saritalivropdfpage=122) data de acesso

03062012

18

Segundo DAMANPOUR (1984) define desempenho como a habilidade que

uma organizaccedilatildeo tem de bem utilizar todos os quatro processos sistecircmicos (inputs

outputs transformaccedilotildees e efeitos de retroalimentaccedilatildeo) relacionados ao alcance de

metas organizacionais Uma organizaccedilatildeo de alto desempenho cumpriraacute suas tarefas

primaacuterias de modo eficiente e realizaraacute suas funccedilotildees de manutenccedilatildeo e adaptaccedilatildeo or-

ganizacional de forma efetiva A funccedilatildeo de adaptaccedilatildeo requer que a estrutura da orga-

nizaccedilatildeo sofra mudanccedilas para encontrar novas condiccedilotildees ambientais

Organizaccedilotildees inovadoras tendem natildeo apenas a se adaptar agrave mudanccedila mas

tambeacutem a usar seus recursos para criar novas condiccedilotildees ambientais pela introduccedilatildeo

de novos produtos ou serviccedilos nunca antes oferecidos Inovaccedilotildees assim seriam mei-

os de prover mudanccedilas internas ou externas e tambeacutem de aperfeiccediloar o desempenho

organizacional

Os sistemas gerenciais de acordo com a abordagem soacutecio teacutecnico satildeo consti-

tuiacutedos de um ldquocorpusrdquo social (neste ponto se faz um paralelo com as inovaccedilotildees admi-

nistrativas) e de um ldquocorpusrdquo teacutecnico (corresponde agraves inovaccedilotildees teacutecnicas) e portanto

se enfatiza o papel do ldquocorpusrdquo social e teacutecnico na efetiva operaccedilatildeo de uma organiza-

ccedilatildeo e sugerem que a concentraccedilatildeo em apenas um sistema resulta em baixo desem-

penho organizacional Sistemas sociais e teacutecnicos precisam assim funcionar de forma

balanceada O relacionamento entre os sistemas social e teacutecnico eacute de correlaccedilatildeo ou

seja qualquer mudanccedila em qualquer um dos sistemas leva as determinadas restri-

ccedilotildees ou modificaccedilotildees ao outro8

22 ndash Funccedilotildees tiacutepicas no processo de inovaccedilatildeo

Eacute funccedilatildeo tiacutepica no processo de inovaccedilatildeo a captaccedilatildeo de sinais proveniente do

campo em ambiente direto e o monitoramento do ambiente externo indireto A partir

das etapas anteriores busca-se identificar elementos onde os clientes natildeo estejam

sendo atendidos satisfatoriamente ou oportunidades natildeo exploradas gap de desem-

penho Os clientes natildeo vatildeo responder a perguntas sobre o uso ou natildeo de um determi- 8Inter-

net(httpwwwgooglecombrurlsa=tamprct=jampq=ampesrc=sampsource=webampcd=1ampved=0CEsQFjA

Aampurl=http3A2F2Fwwwfespprbr2F~bastosjr2FGest25E3o2520de2520Inova

25E725E3o2FArtigos2FInova25E725E3odocampei=Vhr2T9qvHaez6wHo16zYBgampusg=

AFQjCNEz7MKNTbjYj81PrvG) data de acesso 03062012

19

nado produto principalmente se este for desconhecido Eacute necessaacuterio conhecer o am-

biente em que se vivem compreender suas carecircncias

Outra funccedilatildeo necessaacuteria eacute a geraccedilatildeo de alternativas viaacuteveis que respondam agraves

demandas ambientais e a seleccedilatildeo com base em criteacuterios coerentes com os objetivos

estrateacutegicos da organizaccedilatildeo previamente estabelecidos

Natildeo se pode deixar de mencionar a concepccedilatildeo e o desenvolvimento das ino-

vaccedilotildees a gestatildeo da implantaccedilatildeo destas inovaccedilotildees e respectiva coordenaccedilatildeo

Aleacutem destes um outro aspecto fundamental eacute o controle do processo ou seja

a definiccedilatildeo de indicadores que permitam avaliar e medir os resultados na medida em

que estes acontecem Os instrumentos de medida da inovaccedilatildeo devem conforme

KUCZMARSKI (1998) obedecer agraves seguintes categorias empresa (carteira de novos

produtos investimentos apuraccedilatildeo de resultados) das equipes (planejamento taxas

de sucesso e sobrevivecircncia variaccedilotildees orccedilamentaacuterias retorno financeiro) e individual

(contribuiccedilatildeo de cada membro no desempenho da equipe) Vale lembrar que inovaccedilatildeo

e mudanccedila levam tempo os indiviacuteduos devem esperar permanecer em suas funccedilotildees

pelo tempo suficiente para influenciar os indicadores de desempenho tanto de curto

quanto de longo prazo 9

23 ndash Como implantar cultura de inovaccedilatildeo na organizaccedilatildeo

Inovaccedilatildeo tem de fazer parte da mentalidade dos funcionaacuterios em todos os niacute-

veis Evidentemente a forma mais eficiente de implantar uma mudanccedila na empresa

se daacute quando o exemplo vem de acima Se natildeo estatildeo convencidos da importacircncia da

inovaccedilatildeo os dirigentes sempre encontraratildeo formas de derrubar ideias mais arrisca-

das No entanto se as lideranccedilas tomam a iniciativa a nova cultura eacute absorvida com

muito mais facilidade pela organizaccedilatildeo

Os profissionais do primeiro escalatildeo contudo natildeo podem ter a obrigaccedilatildeo de

ser os uacutenicos ou principais geradores das ideias inovadoras Os comandantes preci-

9Internet

(httpwwwgooglecombrurlsa=tamprct=jampq=ampesrc=sampsource=webampcd=4ampved=0CFkQFjADampurl=http

3A2F2Fwwwfespprbr2F~bastosjr2FGest25E3o2520de2520Inova25E725E3o2FArtigo

s2FInova25E725E3odocampei=sSb2T8eqDYro0QGO7OSLBwampusg=AFQjCNEz7MKNTbjYj81P) data

de acesso 04062012

20

sam de aliados O papel dos gerentes e diretores tambeacutem eacute fundamental num pro-

cesso de mudanccedila de cultura eles satildeo os verdadeiros responsaacuteveis por criar um am-

biente que estimule as pessoas a arriscar investindo em novos produtos bancando

ideias que tecircm maturaccedilatildeo de longo prazo e criando uma comunicaccedilatildeo eficiente

Nem mesmo os profissionais de atuaccedilatildeo operacional podem fugir da responsa-

bilidade A dificuldade para inovar eacute maior em departamentos mais fechados e norma-

tizados como os administrativos ou naqueles em que a precisatildeo eacute fundamental como

a produccedilatildeo de um remeacutedio Mas eles tambeacutem precisam aprender a ver as oportuni-

dades natildeo convencionais ndash haacute pequenas melhorias capazes de desencadear uma

importante inovaccedilatildeo

A responsabilidade eacute de todos da alta gerecircncias aos departamentos operacio-

nais O desafio eacute fazer todos assumirem um compromisso com a praacutetica real da ino-

vaccedilatildeo 10

ldquoInovaccedilatildeo eacute a mensagem do momento Natildeo se trata de mais recursos mas em

como usaacute-los Em um mundo que atravessa crises financeiras a todo momento e que

exige sempre mais recursos naturais os inovadores e os criativos satildeo os que conse-

guem transformar as adversidades em oportunidades de crescimentordquo (STEVE

JOBS Inovaccedilatildeo A arte de Steve Jobs 2010 p154)

24 ndash Organizaccedilotildees inovadoras sustentaacuteveis

Organizaccedilatildeo inovadora eacute a que introduz novidades de qualquer tipo em bases

sistemaacuteticas e colhe os resultados esperados BARBIERI (2007) p88) A expressatildeo

bases sistemaacuteticas significa a realizaccedilatildeo de inovaccedilotildees com autonomia intencionali-

dade e pro atividade Assim a inovaccedilatildeo eacute um elemento essencial do modus operan-

di dessa organizaccedilatildeo o que pressupotildee que ela desenvolva continuamente recursos

tangiacuteveis e intangiacuteveis para inovar permanentemente Organizaccedilatildeo sustentaacutevel eacute a

que simultaneamente procura ser eficiente em termos econocircmicos respeitar a capaci-

dade de suporte do meio ambiente e ser instrumento de justiccedila social promovendo a

inclusatildeo social a proteccedilatildeo agraves minorias e grupos vulneraacuteveis o equiliacutebrio entre os gecirc-

neros etc (BARBIERI 2007 p98-99) 10 Internet (httpbooksgooglecombrbookshl=pt-BRamplr=ampid=jnka43VmmwsCampoi=fndamppg=PA34ampdq=como+implantar+uma+cultura+de+inovaccedilatildeo+na+organiza-ccedilatildeoampots=KRvAPG4C6kampsig=rzqbLGM4sLvsQL26N0gLqfOTPOAv=onepageampq=como20implantar20uma20cultura) data de acesso 04062012

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Os dois conceitos de organizaccedilatildeo podem entrar em contradiccedilatildeo pois inovar em

bases sistemaacuteticas pode se tornar sinocircnimo de degradaccedilatildeo sistemaacutetica do meio ambi-

ente e da vida social Assim uma organizaccedilatildeo inovadora sustentaacutevel natildeo eacute a que

introduz novidades de qualquer tipo mas novidades que atendam as muacuteltiplas dimen-

sotildees da sustentabilidade em bases sistemaacuteticas e colham resultados positivos para

ela para a sociedade e o meio ambiente BARBIERI (2007) p105 Natildeo basta para as

empresas apenas inovar constantemente mas inovar considerando as trecircs dimen-

sotildees da sustentabilidade a saber

bull dimensatildeo social - preocupaccedilatildeo com os impactos sociais das inovaccedilotildees nas

comunidades humanas dentro e fora da organizaccedilatildeo (desemprego exclusatildeo

social pobreza diversidade organizacional etc)

bull dimensatildeo ambiental - preocupaccedilatildeo com os impactos ambientais pelo uso de

recursos naturais e pelas emissotildees de poluentes

bull dimensatildeo econocircmica - preocupaccedilatildeo com a eficiecircncia econocircmica sem a qual

elas natildeo se perpetuariam Para as empresas essa dimensatildeo significa obtenccedilatildeo

de lucro e geraccedilatildeo de vantagens competitivas nos mercados onde atuam

O atendimento a essas dimensotildees torna o processo de inovaccedilatildeo mais sofisti-

cado e exigente o que requer da organizaccedilatildeo um maior esforccedilo para atender tecnica-

mente esse requisito Isso leva novas perspectivas para a gestatildeo da inovaccedilatildeo11

Com intuito de tornar o processo de adequaccedilatildeo agraves prerrogativas impostas agraves

companhias ditas inovadoras quanto mais simplificado e dirigido melhor A seguir eacute

apresentado um conjunto de proposiccedilotildees para o desenvolvimento de empresas com

esta caracteriacutestica o pressuposto baacutesico necessaacuterio eacute o fomento de equipes de traba-

lho com a mentalidade para a inovaccedilatildeo Neste sentido cabem agraves organizaccedilotildees agraves

pessoas e agraves tarefas o papel de suscitar o aparecimento e a manutenccedilatildeo de tais e-

quipes SBRAGIA (1993)

25 - A Inovaccedilatildeo como funccedilatildeo de aprendizagem organizacional

11Internet(httpwwwscielobrscielophppid=S0034-

75902010000200002ampscript=sci_arttext) data de acesso 04062012

22

Pelo fato da inovaccedilatildeo ser destrutiva para muitos grupos consolidados ela en-

frentaraacute resistecircncia A inovaccedilatildeo eacute o oposto da operaccedilatildeo e seraacute portanto ignorada O

desenho ou arranjo organizacional poderaacute facilmente superar ao menos minimizar

estes e outros obstaacuteculos GALBRAITH (1998) Este comportamento acentua-se em

organizaccedilotildees protegidas de concorrecircncia (universidades ateacute algum tempo atraacutes oacuter-

gatildeos governamentais etc) Pesquisas realizadas por TUSHMAN e NADLER (1998)

apontam que organizaccedilotildees altamente inovadoras satildeo sistemas de aprendizado alta-

mente eficazes aleacutem de possuir um senso de autocriacutetica bastante apurada

Empresas eficazes criam condiccedilotildees possiacuteveis para que o trabalho de hoje seja

feito paralelo com a geraccedilatildeo constante de inovaccedilatildeo ou seja a inovaccedilatildeo sustentada

por mais paradoxal que possa parecer exige ao mesmo tempo estabilidade e mudan-

ccedila A estabilidade possibilita economias de escala e aprendizado incremental por ou-

tro lado a mudanccedila e a experimentaccedilatildeo satildeo necessaacuterias agrave conquista de avanccedilos nas

aacutereas de produto processo e tecnologia

Companhias que conseguem ao mesmo tempo produzir cotidianamente e estar

alerta e vigilante aos clientes concorrentes tecnologias e competecircncia interna fo-

mentam e estimulam o aprendizado organizacional e a inovaccedilatildeo sustentada

Segundo TUSHMAN e NADLER (1998) inovaccedilatildeo eacute um trabalho complexo e

estimulante a rupturas pois exige estreita colaboraccedilatildeo entre membros que rotineira-

mente se encontram bastante separados Embora os mecanismos da organizaccedilatildeo

formal facilitem o aprendizado e a inovaccedilatildeo corporativa a criatividade individual pro-

veacutem de um ambiente informal saudaacutevel

Um claro conjunto de valores essenciais ajuda a focalizar e motivar o compor-

tamento Empresas inovadoras tecircm valores claros que fornecem foco num cenaacuterio

repleto de diversidade como tambeacutem um objetivo comum que possa ter a concor-

dacircncia dos mais diferentes atores envolvidos

Em adiccedilatildeo com os valores essenciais cultuados em uma organizaccedilatildeo as nor-

mas proporcionam referenciais de comportamentos claros satildeo os comportamentos

aguardados De um modo geral organizaccedilotildees inovadoras enfatizam a informalidade

no comportamento no vestuaacuterio e nas relaccedilotildees hieraacuterquicas com elevadas expectati-

vas de desempenho e de trabalho individual e do grupo fortes viacutenculos informais den-

tro e fora da organizaccedilatildeo

23

Organizaccedilotildees altamente inovadoras geram com destreza as sutilezas da re-

compensa e da puniccedilatildeo onde as pessoas podem assumir riscos colher as recompen-

sas pelo sucesso e sobreviver a fracassos construtivos

A representaccedilatildeo de papeacuteis funcionais tem atribuiccedilatildeo fundamental no desenvol-

vimento e conduccedilatildeo do processo de gestatildeo da inovaccedilatildeo Entre eles podemos mencio-

nar um os geradores de ideias pois as interligam com as tendecircncias e mercados

desenvolvendo oportunidades para as organizaccedilotildees dois os empreendedores internos

tornam concretas as ideias possuem agressividade energia e personalidade propen-

sas a assumir riscos para defender suas causas

Aqui aparece a figura dos trecircs ldquogate keepersrdquo (guardiotildees do portatildeo) que ligam

organizaccedilatildeo e seus colegas agraves frentes externas de informaccedilatildeo que satildeo vitais para a

inovaccedilatildeo pois obtecircm traduzem e distribuem estas informaccedilotildees no acircmbito interno da

organizaccedilatildeo Os quatros patrocinadores ou mentores satildeo gerentes de alto niacutevel que

datildeo apoio informal acesso aos recursos e a proteccedilatildeo no surgimento de novos produ-

tos ou negoacutecios Esses personagens atuando conjuntamente representam o ldquogecircnio

coletivordquo da organizaccedilatildeo que consiste na soma das capacidades pessoais em clima

motivacional gerando resultados mensuraacuteveis substituindo o gecircnio individual predo-

minante ateacute o seacuteculo passado conforme DE MASI (1998) Uma vez que o gecircnio indi-

vidual pode ateacute existir mas eacute difiacutecil de ser encontrado

Segundo GALBRAITH (1998) algumas pessoas que satildeo boas em inovaccedilatildeo e

criatividade mas natildeo satildeo necessariamente boas em operaccedilatildeo Portanto o desenho

organizacional contribui para a criaccedilatildeo de uma organizaccedilatildeo inovadora na medida em

que promove o encontro sistemaacutetico entre os geradores de ideias e aqueles que po-

dem defendecirc-las e colocaacute-las em praacutetica12

CAPIacuteTULO II 12 Internet

(httpwwwgooglecombrurlsa=tamprct=jampq=ampesrc=sampsource=webampcd=1ampsqi=2ampved=0CEwQFjAAampu

rl=http3A2F2Fwwwfespprbr2F~bastosjr2FGest25E3o2520de2520Inova25E725E3o2

FArtigos2FInova25E725E3odocampei=Ex32T_meBObb6wGds-29Bgampusg=AFQjC) data de acesso

04062012

24

DESENVOLVIMENTO DA CRIATIVIDADE

1 ndash Capital Intelectual

Com o mercado cada vez mais exigente as empresas vecircm sentindo a necessi-

dade de investir mais em recursos humanos acrescentando a seu capital o conheci-

mento originado atraveacutes do investimento em capital humano qualificado o qual agrega

agraves empresas recursos de fundamental importacircncia No entendimento de Stewart

(2004) o capital intelectual eacute um bem intangiacutevel podendo-se afirmar que eacute um dos

fatores mais importantes da vida de uma organizaccedilatildeo Jaacute para (DRUCKER (apud

MONTEIRO 2007 p17) o capital intelectual eacute ldquo[] a soma do conhecimento de todos

de uma empresa o que lhe proporciona vantagem competitivardquo

CHIAVENATO (2004) afirma que no mundo complexo e competitivo de hoje a

escolha das pessoas certas se torna vital para o bom funcionamento da empresa

Para STEWART (2004) o capital intelectual corresponde ao conjunto de co-

nhecimentos e informaccedilotildees encontrados nas organizaccedilotildees que agregam valor ao pro-

duto ou serviccedilo mediante a aplicaccedilatildeo da inteligecircncia e natildeo do capital monetaacuterio ao

empreendimento sendo o capital intelectual gerador de capacidades conhecimento

habilidades e experiecircncias individuais dos funcionaacuterios para realizaccedilatildeo de tarefas

O capital intelectual eacute algo tatildeo valioso dentro de uma organizaccedilatildeo que eacute atra-

veacutes dele que se podem ter grandes inovaccedilotildees transformaccedilotildees tecnoloacutegicas resolu-

ccedilotildees de problemas gestatildeo eficiente lucratividade e sucesso melhorados Um colabo-

rador que possui seu capital intelectual estimulado atraveacutes da motivaccedilatildeo seraacute mais

bem aproveitado pela empresa uma vez que se sente incluiacutedo valorizado simpatizan-

te e livre para gerir suas ideias de uma forma mais aguccedilada

CHIAVENATO (2004) diz que o capital humano eacute constituiacutedo das pessoas que

fazem parte de uma organizaccedilatildeo Capital humano significa talentos que precisam ser

mantidos e desenvolvidos Mais do que isso capital humano significa capital intelectu-

al

Para MONTEIRO (2007) o ser humano eacute o maior bem de uma empresa pois eacute

ele o principal instrumento de seu sucesso ou fracasso uma vez que o capital intelec-

tual eacute algo exclusivo do ser humano Pode-se entatildeo descrever que ele eacute o raciociacutenio

humano elaborado acrescido do ambiente onde estaacute inserido

25

MONTEIRO (2007) comenta que dentro das organizaccedilotildees o capital intelectual

pode ser diferenciado dos demais capitais porque ele cresce quando compartilhado

com os do mesmo grupo e natildeo se deprecia com o uso Ao contraacuterio dos outros ativos

o seu valor decorre do uso O capital intelectual eacute enfatizado como o conjunto de in-

formaccedilotildees e conhecimentos encontrados nas organizaccedilotildees onde agregam ao produto

eou serviccedilos valores mediante a aplicaccedilatildeo da inteligecircncia e natildeo do capital monetaacuterio

Devido a sua grande representatividade nas empresas o capital intelectual natildeo deve

ser subestimado nem utilizado de forma ineficiente acarretando em um gerenciamento

ineficaz mais investimento incentivado para assim trazer agrave empresa bons negoacutecios e

melhor rentabilidade (MONTEIRO 2007 p18)13

2 - Criatividade

Criatividade eacute um assunto que fascina a todos objeto de muitos estudos em-

bora no contexto empresarial seja novo O pensamento criativo antigamente era vis-

to como inspiraccedilatildeo divina passando a ser estudado com melhor afinco a partir dos

anos 50

O Caminho humano de viver conviver e sobreviver eacute permeado de accedilotildees cria-

tivas conscientes e inconscientes Esse potencial criativo eacute inato em todo ser humano

poreacutem ele se ensina e se aprende Trata-se de uma competecircncia pessoal valorizada

mas ao mesmo tempo desprestigiada pois percebemos que as empresas desclassifi-

cam candidatos criativos e depois encaminham-no para o desenvolvimento desta habi-

lidade

Criatividade para o quecirc Eacute a primeira pergunta que surge em nossa mente

quando tratamos do tema Se tudo estaacute bem natildeo haacute motivos para criar ou se estaacute

tudo ruim natildeo temos mais o que fazer Percebemos que o ser humano sempre busca

a sua zona de conforto para se acomodar sofrer menos ou agraves vezes para reclamar

mais Podemos pensar nesta pergunta buscando duas respostas uma do acircmbito pes-

soal e outra empresarial No processo de criaccedilatildeo percebemos que podemos mudar e

nos diferenciar daquilo que fomos respeitando e valorizando o nosso proacuteprio passado

13Internet (httpwwwaedbbrsegetartigos10327_PDF20Samirapdf) data acesso

15072012

26

tomando decisotildees e desempenhando accedilotildees diferentes dos que habitualmente faziacutea-

mos Podemos gerar mudanccedilas substanciais nas empresas e a partir dessas mudan-

ccedilas diferenciarmos sem contudo ser necessaacuterio efetuar mudanccedilas demasiadas mu-

danccedilas que choquem e natildeo se ajustem aos nossos valores e nossa realidade

Se o objetivo eacute buscar na empresa alcanccedilar eficiecircncia que possibilite ao cliente

escolher e comprar nossos produtos e serviccedilos e natildeo os dos concorrentes precisa-

mos estar abertos para buscar novas alternativas novas maneiras de fazer as coisas

e consequentemente resultados diferentes A mudanccedila organizacional eacute muitas ve-

zes uma ferramenta de soluccedilatildeo de problemas das organizaccedilotildees Podemos diferenci-

ar-nos dos competidores apenas sabendo quando e em quecirc devemos mudar e onde

queremos chegar

A criatividade na empresa eacute medida a partir dos resultados alcanccedilados Uma

resposta eacute mais criativa (entre aspas pois as respostas natildeo satildeo criativas e sim as pes-

soas que a geraram) que outra quando atinge aquele objetivo para o qual foi focado a

soluccedilatildeo de um problema traz uma alternativa ou um meacutetodo inovador ou ateacute mesmo

uma combinaccedilatildeo de resultados diferentes

Tatildeo essencial como ser diferente eacute a necessidade de buscar resultados e uma

empresa soacute eacute verdadeiramente criativa quando a criatividade se torna a maneira diaacute-

ria de fazer as coisas e espera que seus membros considerem uma ampla variedade

de alternativas antes de comprometer-se numa direccedilatildeo especiacutefica 14

21 ndash Conceito de criatividade

A criatividade eacute a faculdadehabilidade de criar ou o potencial criativo Consiste

em encontrar meacutetodos ou objetos para executar tarefas de uma maneira nova ou dife-

14 Internet

Fonte (Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de acesso

25062012

27

rente do habitual com a intenccedilatildeo de satisfazer um propoacutesito A criatividade permite

cumprir os desejos de forma mais raacutepida faacutecil eficiente ou econoacutemica

A criaccedilatildeo de novas ideias e conceitos tambeacutem se lhe daacute o nome de inventivi-

dade pensamento original pensamento divergente ou imaginaccedilatildeo construtiva Trata-

se de conceitos que implicam o ato de inventar algo novo (isto eacute recorrer ao enge-

nho) a capacidade de encontrar soluccedilotildees originais e a vontade de mudar o mundo 15

A criatividade eacute considerada uma capacidade humana de grande valor univer-

sal tudo indica que nesta competecircncia reside a memoacuteria RAM bioloacutegica para o im-

pulso da evoluccedilatildeo humana A memoacuteria RAM segundo CURY (2009) eacute o fenoacutemeno dos

registos da memoacuteria O que melhor descreve a criatividade eacute o que SANCHEZ (2003)

referiu em seus apontamentos a criatividade eacute uma sublime dimensatildeo da condiccedilatildeo

humana

Eacute entretanto na capacidade criativa que existe a chave da capacidade de evo-

luccedilatildeo da humanidade O meacuterito da expressatildeo criativa eacute fruto da complexidade ou

seja eacute fruto do contexto social no seu desenvolvimento natural e humano

Eacute muito interessante contemplar os efeitos provenientes deste constructo a

considerar a capacidade de um indiviacuteduo criativo construir e reconstruir transformando

a nossa realidade Eacute consensual e gratificante perceber que todos temos a capacida-

de criativa deve eacute ser melhor desenvolvida16

De maneira instintiva o termo criatividade sempre se associou agrave atividade ar-

tiacutestica Mais recentemente graccedilas a exemplos empresariais como Apple e Google a

inovaccedilatildeo ganhou espaccedilo nos sectores tecnoloacutegicos Neste sentido a nossa intuiccedilatildeo

natildeo estaacute errada uma vez que criatividade e inovaccedilatildeo satildeo dois conceitos muito unidos

Explicado de forma simples a capacidade criativa pode ser definida como ldquoa habili-

dade para gerar ideias alternativas e soluccedilotildees a um determinado problema de forma

faacutecilrdquo 17

15 Internet (httpconceitodecriatividade) data de acesso 25062012 16Internet (httpptwikipediaorgwikiCriatividade) data de acesso 04072012

17Inter-

net(httpwwwcriaptcriaadminappCRIAuploadscreamanual20creatividade20portugue

s_pt_webpdf) data de acesso 04072012)

28

22 ndash Criatividade do ponto de vista pessoal

Temos que pensar em Criatividade como estrateacutegia para viver melhor para

uma qualidade de vida que diria razoaacutevel aleacutem de identificar potenciais descobertas

internas que foram abafadas pelos processos familiares educacionais e empresariais

assim pelo tempo Outro aspecto estaacute relacionado com a garantia da nossa emprega-

bilidade entendendo como fonte de renda como funcionaacuterio profissional autocircnomo ou

empresaacuterio Vivemos num mundo de mudanccedilas aprimoramento riscos e oportunida-

des Melhoria nos nossos relacionamentos interpessoais atraveacutes do reconhecimento e

aproveitamento da diversidade respeitando as mais diversas formas de pensamento e

das diferenccedilas individuais Estamos acostumados a considerar a criatividade como

algo pessoal e intransferiacutevel A criatividade humana natildeo eacute temporal Trata-se de um

patrimocircnio do ser humano compartilhado pela sociedade Como a organizaccedilatildeo existe

para servir a sociedade nada mais justo do que desenvolver a criatividade como ga-

rantia para superaccedilatildeo da expectativa do cliente em relaccedilatildeo agrave sua empresa 18

23 ndash Criatividade do ponto de vista empresarial

A busca de um diferencial oferecendo algo mais do que o cliente espera atrair

preferecircncias estabelecer estrateacutegia diferenciada adaptar-se agraves necessidades modifi-

car produtos e buscar soluccedilotildees para os problemas fugindo do convencional e assim

diferenciando-se dos concorrentes Estrateacutegia competitiva natildeo somente por criar ou

inovar produtos mas tambeacutem a quebra de paradigmas mudanccedilas de pensamentos

comportamentos etc Todas as ideias produtos e serviccedilos criativos poderatildeo ser trans-

formados em algo positivo para a organizaccedilatildeo Melhoria dos seus produtos assim

como a criaccedilatildeo de novos Busca de resultados diferentes do passado Melhoria do

18 Internet (Fonte Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de

acesso 04072012

29

relacionamento humano interno consequentemente o aumento da produtividade Me-

lhoramento contiacutenuo em todos os setores Desenvolvimento da qualidade19

24 - Criatividade e a visatildeo estrateacutegica da empresa

A criatividade se relaciona com a visatildeo estrateacutegica de empresa da seguinte

forma a partir dos objetivos traccedilados pela organizaccedilatildeo a mesma definiraacute uma linha

estrateacutegica a ser seguida para alcanccedilar esses objetivos A criatividade se envolve de

acordo com a intenccedilatildeo da empresa ela pode querer reinventar seus modos de atua-

ccedilatildeo pode somente visar manter-se atualizada e motivada pode querer mudar rapida-

mente de foco e enfim 44 pode estabelecer um relacionamento forte ou fraco com a

criatividade em funccedilatildeo das soluccedilotildees que ela estiver almejando

CALKINS (2001) defende essa visatildeo ao dizer que para produzir subjetividade

a criatividade deve ser parte da estrateacutegia da empresa O estudo de LENGNICK-HALL

e WOLFF (1998) faz justamente uma releitura sobre o processo estrateacutegico organiza-

cional ndash enfatizando os trecircs domiacutenios loacutegicos que guiam a maioria das empresas ndash e

relacionando conforme a Tabela abaixo com o tipo de criatividade que estaraacute vigente

Loacutegicas Estrateacutegicas x Criatividade

Loacutegica Dominante

Guerrilha Loacutegica Complexidade Loacutegica Capacidade Loacutegica

Objetivo

repentinamente reescrever

as regras da competitivida-

de

aprendizagem e alto envolvi-

mento organizacional

desenvolver e implementar

estrateacutegias que as possibilitem

criar uma sustentaacutevel vantagem

competitiva

Elemento

Chave

a flexibilidade a criativida-

de e a inovaccedilatildeo

sistema natural de relaciona-

mentos

desenvolvimento eficiente e

eficaz e protegendo seus recur-

sos de base

Justificativa vantagem competitiva

como algo muito passageiro

a organizaccedilatildeo vive em uma

comunidade de competidores

fornecedores clientes

as organizaccedilotildees procuram de-

senvolver e implantar estrateacute-

gias que as possibilitem criar

uma sustentaacutevel vantagem

competitiva

19Internet (Fonte Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de

acesso 04072012

30

Sucesso Orga-

nizacional

eacute uma funccedilatildeo da sua capa-

cidade para gerar ideias

que criam novas dinacircmicas

competitivas e novas are-

nas de accedilatildeo

consequecircncia de um natural

entendimento do paradoxo de

forccedilas que formam o sistema

organizacional

a chave da vantagem competiti-

va sustentaacutevel estaacute na habilida-

de organizacional para proteger

os seus recursos de base

Autores COOPER (1995) e

SCHUMPETER (1936)

MILLER (1996) SENGE (1990) e

MOORE (1996)

PORTER (1986 e 1992) e

HAMEL e PRAHALAD (1994)

Ecircnfase Criar Aprender Agregar Valor

Praacuteticas Cria-

tivas

Brainwriting Pool Teacutecnica

da Troca dos Cartotildees etc Pensamento Lateral Jamming

(Fonte Pesquisa a partir dos estudos de Lengnick-Hall e Wolff 1998) 20

25 ndash Reconfiguraccedilatildeo dinacircmica do talento

A estrateacutegia de inovaccedilatildeo sem duacutevida requer novas habilidades O conceito de

R=G sugere que nenhuma empresa eacute capaz de desenvolver sozinha todos os produ-

tos e serviccedilos de que necessita para oferecer experiecircncias personalizadas a cada cli-

ente Tampouco empresa alguma tem condiccedilotildees de cultivar todas as capacidades

gerenciais indispensaacuteveis para transformar a organizaccedilatildeo Analisamos questotildees rela-

cionadas com a superaccedilatildeo dos legados organizacionais e com a construccedilatildeo de novas

capacidades para o gerenciamento da inovaccedilatildeo Mostramos como as empresas de-

vem preparar-se para administrar as tensotildees constantes entre flexibilidade eficiecircncia

e confiabilidade Essa transformaccedilatildeo natildeo consiste apenas em mudar a mentalidade

ou a loacutegica dominante dos gestores tambeacutem significa concentrar-se nos novos niacuteveis

de transparecircncia e de visibilidade em relaccedilatildeo a como se gerencia a empresa

Precisamos mudar a maneira como gerenciamos ndash como combinamos continu-

amente oportunidades e recursos O foco deve convergir natildeo soacute para as habilidades

20Internet (Fonte Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de

acesso 04072012

31

dos indiviacuteduos e para as atitudes de cada um em relaccedilatildeo ao aprendizado mas tam-

beacutem para a competecircncia das equipes e para a capacidade dessas forccedilas-tarefas de se

reconfigurar continuamente em funccedilatildeo dos objetivos arregimentando os melhores

talentos em todo o mundo Por exemplo a identificaccedilatildeo dos comportamentos e das

necessidades de determinada pessoa numa base de milhotildees de clientes ndash como a

Amazoncom na ING Insurance e no programa de diabetes da ICICI ndash exige capaci-

dades analiacutetica Argumentaremos que os mesmos requisitos tambeacutem satildeo indispensaacute-

veis na base de talentos A empresa deve tratar seus empregados e fornecedores

como indiviacuteduos iacutempares (ou como conjunto de indiviacuteduos sem igual) da mesma ma-

neira como lida com os clientes A configuraccedilatildeo dinacircmica de recursos para atender agraves

necessidades de tarefas especiacuteficas converte-se em fonte de vantagem competitiva

A essecircncia da mensagem eacute que para a transformaccedilatildeo ser eficaz os gestores devem

concentrar o foco na mobilizaccedilatildeo raacutepida de talentos dentro e fora da empresa (PRA-

HALAD e KRISHNAN 2008 p177)

3 ndash Cadeia de valor e vantagem competitiva

Segundo Novaes (2001 p184) o conceito de cadeia de valor foi desenvolvido

por Porter O conceito eacute de muita simplicidade e por isso talvez mostre-se tatildeo impor-

tante no contexto econocircmico-social em que se inserem as empresas com a crescente

globalizaccedilatildeo dos negoacutecios e mercados

Para (PORTER 1989 p33) toda empresa eacute uma reuniatildeo de atividades que

satildeo executadas para projetar produzir comercializar entregar e sustentar seu produ-

to Todas estas atividades podem ser representadas fazendo-se uso de uma cadeia

de valores Essa exposiccedilatildeo do autor indica em primeira matildeo apenas4 a ideia de ava-

liar a cadeia interna da empresa a qual eacute formada pelas atividades operacionais e

organizacionais jaacute citadas

A ideia baacutesica que subsidia esse conceito natildeo eacute de autoria de Porter mas haacute

muito tempo jaacute estava sendo analisada Fala-se aqui dos conceitos da Teoria Geral de

Sistemas que tem como precursor o Prof Ludwig von Bertalanffy e seus trabalhos

teoria essa que apresenta a empresa como um sistema inserido esse uacuteltimo em um

ambiente ou macro sistema Assim deve-se ter em mente uma visatildeo sistecircmica en-

xergar mais do que as aacutereas ou atividades isoladamente mais do que os limites da

empresa (Cadeia de Valor Interna) A empresa faz parte de um todo maior (um siste-

32

ma amplo) e esse eacute que deve ser otimizado para gerar maior valor para o cliente e

consequentemente maior lucratividade na cadeia (Cadeia de Valor Externa)

Nas palavras de Porter (1989 p33) ldquoa cadeia de valores desagrega uma em-

presa nas suas atividades de relevacircncia estrateacutegica para que se possa compreender o

comportamento dos custos e as fontes existentes e potenciais de diferenciaccedilatildeordquo Uma

empresa ganha vantagem competitiva se conseguir desempenhar essas atividades

estrateacutegicas de uma maneira melhor e mais barata que a concorrecircncia

Pode-se entatildeo caminhar para um avanccedilo em definiccedilatildeo ao verificarmos a pro-

posiccedilatildeo de (SHANK amp GOVINDARAJAN 1993 p13) de que ldquoa cadeia de valor para

qualquer empresa em qualquer negoacutecio eacute o conjunto interligado de todas as ativida-

des que criam valor desde uma fonte baacutesica de mateacuterias primas passando por forne-

cedores de componentes ateacute a entrega do produto final agraves matildeos do consumidorrdquo

O mundo em que se vive atravessa em periacuteodo de transformaccedilatildeo sequer ima-

ginado Nele nada eacute definitivo Fica-se perplexo quando natildeo se consegue acompanhar

a velocidade da evoluccedilatildeo dos acontecimentos sente-se perdido principalmente nos

assuntos relacionados agrave dinacircmica do desenvolvimento tecnoloacutegico

Dessa forma com uma visatildeo focada no clienteconsumidor pode-se considerar

que a cadeia de valor eacute uma sequecircncia de atividades desde a origem de recursos ateacute

o descarte final de determinado produto Portanto tem-se uma visatildeo bastante abran-

gente do conceito que pode considerar desde a fase da extraccedilatildeo de mateacuteria-prima ateacute

o tratamento final que eacute dado ao produto por exemplo num enfoque de ciclo de vida

do produto21

31 - O que significa uma vantagem competitiva

O sucesso de uma empresa eacute em larga medida determinado pela atratividade

do sector em que opera mas a sua posiccedilatildeo dentro desse sector tambeacutem eacute importante

21 (httpwwwccontabeiscombrconvt14pdf) data acesso 15072012

33

Apesar de um sector poder ter uma fraca eficaacutecia uma empresa que estaacute bem posi-

cionada pode ainda assim criar lucros significativos

Diz-se que uma empresa tem uma vantagem competitiva sobre os seus con-

correntes quando manteacutem retornos que superam a meacutedia no seu sector Esta vanta-

gem decorre das caracteriacutesticas do produto que o torna superior aos produtos da con-

correcircncia

Nalgumas situaccedilotildees pode obter-se uma vantagem competitiva atraveacutes da evoluccedilatildeo

tecnoloacutegica mas esta eacute frequentemente difiacutecil de manter porque os concorrentes ra-

pidamente a copiam ou aperfeiccediloam desenvolvem novas tecnologias Uma vantagem

sustentada resulta frequentemente mais do que da tecnologia ou de modificaccedilatildeo de

produtos de outros fatores como por exemplo o simbolismo associado ndash o que o

produto significa para os consumidores (imagem de marca) e o que estes experimen-

tam na sua compra e uso Os investigadores em marketing reconhecem que os produ-

tos possuem caracteriacutesticas simboacutelicas e que o consumo de certos produtos pode de-

pender mais do seu significado social do que da sua utilidade funcional

Existe atualmente uma tendecircncia para os consumidores exigirem ldquosignificado

pessoalrdquo aos produtos e serviccedilos Torna-se essencial inovar para responder agraves emo-

ccedilotildees que influenciam as decisotildees dos consumidores Estes estatildeo cada vez menos

impressionados com as novas tecnologias e a optar por produtos que resultam ldquopara

mimrdquo Como consequecircncia palavras como emoccedilatildeo e significado pessoal encon-

tram o seu caminho nas estrateacutegias das empresas sendo importante entender os fato-

res intangiacuteveis associados ao valor percebido do produto e as percepccedilotildees na sua

globalidade positivas ou negativas Novas designaccedilotildees tais como ndash ldquofaacutecil acessiacute-

vel razoaacutevel empoderamento e pessoal ndash refletem mais a pessoa do que o obje-

to Descobrir os sentimentos e as atitudes em relaccedilatildeo aos produtos bem como conhe-

cer as razotildees das preferecircncias dos consumidores tornaram-se importantes elementos

estrateacutegicos22

32 - Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva

Em grande medida a ambiccedilatildeo da estrateacutegia da empresa eacute conseguir uma van-

tagem competitiva sustentaacutevel

22Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

34

A vantagem competitiva analisa a atividade da empresa centrando-se primei-

ramente na sua capacidade de gerar retornos superiores de capital e de vincular a

estrateacutegia de negoacutecio a mercados financeiros e de capital fundamentais por um longo

periacuteodo de tempo No fim de contas eacute a vantagem competitiva da empresa que permi-

te ter bons retornos para os seus acionistas

Sem vantagem competitiva a empresa tem uma razatildeo econoacutemica limitada para

existir ndash a sua vantagem competitiva eacute a sua razatildeo de existecircncia Sem ela a empresa

natildeo iraacute prosperar Criar uma vantagem competitiva sustentaacutevel pode ser a meta mais

importante de qualquer organizaccedilatildeo e pode mesmo ser o atributo mais importante em

que a empresa se focaliza23

33 - Como implementar vantagem competitiva

As vantagens competitivas natildeo assumem uma uacutenica forma e eacute possiacutevel que

uma empresa tenha vaacuterias vantagens competitivas e em diferentes aacutereas Ilustra-se

algumas das aacutereas onde as empresas se podem destacar e garantir o seu sucesso a

longo prazo quota de mercado gestatildeo da marca rede marcas e patentes eficaacutecia de

custos e altos custos de mudanccedila

As empresas com quotas de mercado significativas criam um problema para os

concorrentes o que eacute positivo para aquelas uma vez que os seus produtos satildeo bem

conhecidos e recebidos no mercado No entanto mesmo quando a quota de mercado

eacute consideraacutevel se o sector for atrativo ou seja tiver um potencial de lucro significativo

novos operadores podem aparecer com a consequente reduccedilatildeo da quota de merca-

do

Ter uma marca forte pode garantir o sucesso a longo prazo e tambeacutem permitir

agraves empresas obter lucros pois a sua marca permite-lhes cobrar um preccedilo especial

(premium) Marcas fortes tendem a criar uma vantagem competitiva mais duradoura

O efeito de rede ocorre quando um produto cria uma procura por parte dos

consumidores que depois amplia o produto A empresa pode beneficiar do efeito de

23 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

35

rede pela atraccedilatildeo de mais vendedores Estes por sua vez atraem mais compradores

estabelecendo-se uma quota de mercado dominante (por exemplo eBay)

Este efeito de rede natildeo eacute muito comum mas quando ocorre pode ser extre-

mamente lucrativo As marcas e as patentes podem ser fonte de vantagem competiti-

va para algumas empresas 24

34 - Como criar valor e vantagem competitiva

Uma empresa posiciona-se aproveitando os seus pontos fortes Michael Porter

defendeu que aqueles se inscrevem em dois tipos baacutesicos de vantagem competitiva

vantagem pelos custos ou diferenciaccedilatildeo Estes satildeo identificados como vantagens po-

sicionais uma vez que expressam a posiccedilatildeo da empresa no sector enquanto liacuteder nos

custos ou por diferenciaccedilatildeo

A empresa utiliza os seus recursos e capacidades para gerar uma vantagem

competitiva que por uacuteltimo resulte na criaccedilatildeo de um valor superior

As competecircncias distintivas (competecircncias nucleares) resultam de recursos

especiacuteficos e capacidades da empresa facilitam a inovaccedilatildeo a eficiecircncia a qualidade

e a receptividade dos clientes o que pode ser aproveitado para atingir quer uma es-

trutura de baixo custos quer a diferenciaccedilatildeo do produto

Uma empresa posiciona-se no seu sector atraveacutes da opccedilatildeo por baixos custos

ou diferenciaccedilatildeo Esta decisatildeo eacute uma peccedila central da estrateacutegia competitiva da em-

presa

A vantagem competitiva existe quando a empresa eacute capaz de oferecer os

mesmos benefiacutecios que os concorrentes mas a custos mais baixos (vantagem pelos

custos) ou oferecer benefiacutecios que ultrapassam a concorrecircncia (vantagem por diferen-

ciaccedilatildeo) Portanto uma vantagem competitiva permite agrave empresa criar um valor superi-

or para os seus clientes e lucros para si proacuteprio25

24 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=39ampL=5) data acesso 15072012

25 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

36

CAPITULO III

ASPECTOS DA INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE

1 ndash Inovaccedilatildeo e sustentabilidade

37

Como as empresas podem sair da teoria para a praacutetica e chegar a um no-

vo patamar de competitividade e comprometimento com praacuteticas sustentaacuteveis

Muito se fala em inovaccedilatildeo como o principal caminho para o desenvolvimento

sustentaacutevel das organizaccedilotildees e da humanidade Poreacutem em muitos setores falar sobre

esse assunto eacute ainda um exerciacutecio teoacuterico Em geral o tema eacute associado as aacutereas de

tecnologia ou pesquisa e desenvolvimento mas a inovaccedilatildeo deve acontecer tambeacutem

na lideranccedila nas accedilotildees de marketing no modelo de negoacutecios ou seja na gestatildeo co-

mo um todo

Em pesquisa realizada pela Fundaccedilatildeo Nacional da Qualidade (FNQ) em maio

e 2011 representantes de 63 empresas mostraram que 97 consideram fundamental

que as organizaccedilotildees inovem para buscar a sustentabilidade tanto do negoacutecio quanto

da economia e do planeta Apesar dessa consciecircncia 70 dos participantes do estu-

do acreditam que as empresas estatildeo preocupadas mas natildeo direcionam seus investi-

mentos em inovaccedilotildees com foco no crescimento sustentaacutevel O levantamento mostra

ainda que 27 dos entrevistados apontaram a gestatildeo como a principal preocupaccedilatildeo

das empresas em que trabalham enquanto 22 indicaram a sustentabilidade e 19 a

reduccedilatildeo de custos

De acordo com o superintendente geral da FNQ Jairo Martins ldquoos resultados

da pesquisa mostram que as empresas ainda natildeo perceberam o tamanho do problema

da sustentabilidade considerando o baixo iacutendice de organizaccedilotildees que de fato inves-

tem em inovaccedilatildeo para sustentabilidade Em sua maioria as organizaccedilotildees pensam

apenas no lado econocircmico e natildeo no tripeacute da sustentabilidade que demanda uma em-

presa economicamente soacutelida socialmente correta e ambientalmente responsaacutevel

Enquanto dominar o pensamento pelo vieacutes econocircmico cujo sucesso eacute medido pelo

PIB o atual modelo de desenvolvimento insustentaacutevel natildeo vai mudar e natildeo seratildeo in-

cluiacutedas na pauta das organizaccedilotildees as questotildees socioambientaisrdquo

O professor da Fundaccedilatildeo Getuacutelio Vargas Renato Orsato autor do livro ldquoEstra-

teacutegias de Sustentabilidade quando vale a pena ser verderdquo analisou mais de 30 ca-

sos de empresas que adotaram a inovaccedilatildeo em 20 setores ao redor do mundo Para

ele deve haver uma premissa baacutesica para falar sobre esse assunto fazer perguntas

precisas ldquoIsso porque existem centenas de milhares de formas de incluir inovaccedilatildeo e

sustentabilidade nas empresas As empresas devem conhecer bem o contexto onde

atuam e considerar tanto aspectos tangiacuteveis como intangiacuteveisrdquo afirma

38

Na opiniatildeo do professor enquanto a sustentabilidade eacute apenas um acessoacuterio agrave

estrateacutegia da empresa ela natildeo vale a pena Para inovar as organizaccedilotildees devem

questionar os modelos de negoacutecio e pensar em modelos totalmente novos

Orsato daacute o exemplo da empresa Better Place que inovou na maneira de co-

mercializar energia renovaacutevel para carros eleacutetricos ldquoO grande salto seraacute conseguir

mudanccedilas radicais nos modelos de negoacutecios As fronteiras entre os setores de energia

e mobilidade por exemplo podem mudarrdquo 26

11- Da teoria para a praacutetica

De maneira geral a inovaccedilatildeo faz sucesso em palestras de ldquoespecialistasrdquo e de

executivosrdquo explica o professor Joatildeo Amato Neto da Fundaccedilatildeo Vanzolini e Escola

Politeacutecnica da USP ldquoMas haacute empresas realmente inovadoras seja em seus produtos

em seus processos de produccedilatildeo e ateacute mesmo em seu posicionamento de mercado

Outras satildeo inovadoras na relaccedilatildeo com o mercado num sentido mais amplo Esse eacute

um grupo restrito no Brasil de empresas de excelecircncia As que tecircm excelecircncia em

inovaccedilatildeo para sustentabilidade estatildeo num grupo mais restrito ainda Do ponto de vista

da sobrevivecircncia da empresa nos proacuteximos anos esse eacute um requisito fundamentalrdquo

O professor exemplifica que no varejo haacute grandes redes como o Wall Mart

Carrefour e Patildeo de Accediluacutecar que iniciaram accedilotildees para contratar fornecedores com base

em requisitos de sustentabilidade Essas accedilotildees ainda satildeo restritas a alguns poucos

produtos e incluem por exemplo exigecircncias de embalagens que possam ser recicla-

das Satildeo accedilotildees que visam a reduccedilatildeo do uso de recursos materiais e energia de uma

forma geral (busca de maior eco eficiecircncia nos processos)

Mas como sair da teoria e colocar em praacutetica Veja os principais pontos que

uma empresa interessada em inovaccedilatildeo e sustentabilidade deve trabalhar

bull Investir no espiacuterito criativo dos colaboradores natildeo soacute daqueles que atuam nas aacutereas

de pesquisa e desenvolvimento (PampD) de produtos ou na engenharia do produto mas

num sentido mais amplo oacutetimas ideias podem surgir no chamado chatildeo de faacutebrica

26 Internet (httpwwwhsmcombrbuscarkeys=inovaccedilatildeo e sustentabilidade) data acesso 19072012

39

bull Buscar praacuteticas de gestatildeo participativa isso pode gerar ideias que trazem inovaccedilotildees

pequenas incrementais mas que no conjunto fazem muita diferenccedila

bull Usar a educaccedilatildeo para transformar paradigmas e gerar maior conscientizaccedilatildeo Natildeo

se deve pensar apenas em treinamentos que satildeo usados em geral para tarefas es-

peciacuteficas ou aplicaccedilatildeo de teacutecnicas As empresas devem investir na formaccedilatildeo dos re-

cursos humanos

bull Questionar o proacuteprio modelo de negoacutecios

bull Inserir sustentabilidade no planejamento estrateacutegico da empresa

E seraacute que eacute possiacutevel aprender a inovar De acordo com o professor Joatildeo A-

mato a inovaccedilatildeo soacute faz sentido se isso significar uma mudanccedila de mentalidade na

empresa Isso vale para induacutestria ou setor de serviccedilos ldquoNo setor financeiro temos mui-

tos exemplos de como os bancos estatildeo descobrindo novas maneira de incluir a sus-

tentabilidade em suas praacuteticas definindo criteacuterios de praacuteticas socioambientais aos

seus clientes Na realidade alguns dos grandes bancos jaacute colocaram isso no seu plano

estrateacutegicordquo conclui 27

12 ndash Sustentabilidade corporativa

Haacute vaacuterias definiccedilotildees para sustentabilidade e desenvolvimento sustentaacutevel na

literatura e organizaccedilotildees que tratam do tema arrolam outras tantas Isso decorre do

fato de a sustentabilidade ser um conceito relativamente novo possuir um caraacuteter mul-

tidisciplinar e envolver diferentes interpretaccedilotildees que refletem diferenccedilas de valor cir-

cunstacircncias localizadas e contextos especiacuteficos Aleacutem disso o conceito acaba incorpo-

rado a vaacuterios assuntos tais como a definiccedilatildeo de poliacuteticas governamentais a gestatildeo

puacuteblica regional a gestatildeo de empresas e ateacute mesmo o nosso estilo de vida (MA-

27 Internet (httpwwwhsmcombreditoriassustentabilidadeinovacao-e-ustentabilidade-de-

maos-dadas) data acesso 19072012

40

WHINNEY 2002) O foco deste artigo eacute a sustentabilidade corporativa ou seja a apli-

caccedilatildeo do conceito de sustentabilidade nas empresas

Algumas empresas brasileiras vecircm sendo citadas como casos mundiais no

acircmbito de algumas das dimensotildees da sustentabilidade corporativa HART (1997)

menciona a Aracruz Celulose como uma empresa que adota a visatildeo de desenvolvi-

mento sustentaacutevel desde o iniacutecio de suas operaccedilotildees com base no modelo de reflores-

tamento das plantaccedilotildees de eucaliptos PRAHALAD (2004) apresenta o caso da Casas

Bahia como uma empresa que atende a populaccedilatildeo de baixa renda por meio de um

modelo inovador de financiamento (SEABRA LEAL e PASSOS 2005 p10) Relatam

o caso da Natura assinalando que seus principais acionistas satildeo enfaacuteticos ao afirma-

rem que a busca da sustentabilidade eacute mais do que uma estrateacutegia de negoacutecios mdash eacute

uma filosofia de vida Outros estudos acadecircmicos nessa aacuterea tambeacutem envolvem em-

presas nacionais SILVA e KULAY (2005) apresentam um caso de aplicaccedilatildeo da Avali-

accedilatildeo do Ciclo de Vida (LCA mdash Life Cycle Assessment) para analisar os potenciais

impactos ambientais do processo de fabricaccedilatildeo de fertilizantes fosfatados em uma

empresa brasileira COSTA e GOUVINHAS (2004) analisam a adoccedilatildeo das estrateacutegias

de projeto ecoloacutegico (ecodesign) no ambiente de negoacutecios de pequenas e meacutedias em-

presas brasileiras HOPKINS (2002) discute a sustentabilidade nas operaccedilotildees internas

das empresas a partir de uma pesquisa exploratoacuteria sobre a aplicaccedilatildeo de indicadores

de responsabilidade social em quatro grandes empresas no Brasil 28

13 - O conceito de sustentabilidade corporativa

Considera-se sustentabilidade corporativa como a gestatildeo empresarial que bus-

ca equilibrar as necessidades econocircmicas das empresas com a responsabilidade pelo

desenvolvimento da sociedade e preservaccedilatildeo dos recursos naturais visando atender

agraves necessidades atuais e futuras dos elementos afetados pela empresa Esses ele-

mentos mdash que satildeo ou podem ser afetados pelos efeitos das operaccedilotildees accedilotildees e deci-

28 Internet httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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sotildees da empresa mdash incluem os acionistas e funcionaacuterios clientes e consumidores

fornecedores e parceiros os recursos naturais utilizados pela empresa o meio ambi-

ente e a sociedade

A sustentabilidade corporativa estaacute associada a trecircs macro objetivos a geraccedilatildeo

de valor econocircmico a responsabilidade ambiental e a responsabilidade social A gera-

ccedilatildeo de valor econocircmico estaacute relacionada com a obtenccedilatildeo de resultados econocircmicos

positivos no presente e no futuro A responsabilidade ambiental diz respeito agrave conser-

vaccedilatildeo e ao uso sustentaacutevel dos recursos naturais E a responsabilidade social con-

templa a corresponsabilidade das empresas pelo desenvolvimento da sociedade Con-

forme ELKINGTON (1997) esses objetivos satildeo inerentes aos denominados resultados

tridimensionais da sustentabilidade (triple bottom line) As empresas que adotam a

sustentabilidade corporativa devem buscar um equiliacutebrio entre o compromisso econocirc-

mico a preservaccedilatildeo ambiental e o desenvolvimento da sociedade assumindo respon-

sabilidades pelas condiccedilotildees de vida atuais e futuras29

14 - Sustentabilidade e geraccedilatildeo de valor econocircmico

A literatura ressalta a necessidade de que as iniciativas relacionadas agrave susten-

tabilidade tragam retornos positivos para as empresas REINHARDT (1999) considera

que as justificativas para os investimentos ambientais realizados pelas empresas de-

vem ser similares aos demais investimentos Nesse sentido os investimentos em ges-

tatildeo ambiental devem auferir retornos financeiros positivos ou conduzir agrave reduccedilatildeo dos

riscos SENGE e CARSTEDT (2001) satildeo mais enfaacuteticos ao considerar que o desafio

atual reside em desenvolver negoacutecios sustentaacuteveis compatiacuteveis com a realidade eco-

nocircmica Segundo esses autores novos modelos de negoacutecios e produtos inovadores

no acircmbito da sustentabilidade precisam necessariamente acarretar resultados finan-

ceiros satisfatoacuterios para se viabilizarem

Os benefiacutecios decorrentes das accedilotildees de sustentabilidade podem ser tangiacuteveis

ou intangiacuteveis Willard (2002) identifica potenciais benefiacutecios tangiacuteveis como aqueles

associados agrave reduccedilatildeo de custos na manufatura agrave reduccedilatildeo de custos comerciais ao

aumento do faturamento e ao aumento da participaccedilatildeo no mercado Como benefiacutecios

intangiacuteveis considera a maior facilidade na contrataccedilatildeo de talentos a maior retenccedilatildeo

29 Internet httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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dos principais talentos o aumento da produtividade dos funcionaacuterios a reduccedilatildeo dos

riscos e as maiores facilidades de financiamento NEMLI (2004) considera que os be-

nefiacutecios devem ser mensurados ao longo de trecircs dimensotildees reduccedilatildeo de custos e au-

mento da lucratividade aumento da reputaccedilatildeo e criaccedilatildeo de diferenciaccedilatildeo crescimento

da empresa em termos de capacidade de inovaccedilatildeo e uso de tecnologias limpas

A perspectiva de geraccedilatildeo de valor econocircmico estaacute acoplada a uma visatildeo mais holiacutesti-

ca do bom funcionamento da economia Nesse sentido HAWKEN LOVINS e LOVINS

(1999) consideram que o capitalismo natural pode ser o gatilho para a proacutexima revo-

luccedilatildeo industrial em que quatro tipos de capital sustentam o bom funcionamento da

economia o capital humano (pessoas conhecimento e cultura) o capital financeiro

(caixa investimentos e instrumentos monetaacuterios) o capital industrial (infra estrutura

faacutebricas e maacutequinas) e o capital natural (recursos naturais sistemas de vida e ecossis-

tema) Conforme SENGE e CARSTEDT (2001) a geraccedilatildeo de valor econocircmico por

empresas sustentaacuteveis depende de forma ampla da adoccedilatildeo de uma realidade eco-

nocircmica que conecta a induacutestria a sociedade e o meio ambiente Por outro lado mes-

mo na realidade atual a reduccedilatildeo do desperdiacutecio e do fluxo destrutivo dos recursos

pode representar uma importante oportunidade de negoacutecios (LOVINS LOVINS e

HAWKEN 1999) 30

15 - Sustentabilidade e responsabilidade ambiental

Vaacuterios autores assinalam a importacircncia da questatildeo da estrateacutegia ambiental das

empresas no acircmbito da sustentabilidade corporativa HART (1997) considera a polui-

ccedilatildeo a exaustatildeo dos recursos naturais e a pobreza como os principais desafios da sus-

tentabilidade Segundo o autor a estrateacutegia ambiental das empresas em geral evolui

segundo trecircs estaacutegios prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo produtos ambientalmente corretos e

produccedilatildeo limpa Aleacutem disso uma estrateacutegia ambiental integrada natildeo deve direcionar-

se somente para o desenvolvimento de competecircncias internas mas tambeacutem conside-

rar o relacionamento com os clientes fornecedores outras empresas agentes gover-

30 Internet

(httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext)

data de acesso 2107201230

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namentais e acionistas Da mesma forma BARBIERI (2004) cita trecircs abordagens para

a gestatildeo ambiental empresarial controle da poluiccedilatildeo prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo e abor-

dagem estrateacutegica A prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo incorpora duas preocupaccedilotildees ambientais

principais o uso sustentaacutevel dos recursos e o controle da poluiccedilatildeo Os instrumentos

tradicionais para o uso sustentaacutevel dos recursos satildeo referenciados pelo autor como

4Rs reduccedilatildeo da poluiccedilatildeo na fonte reutilizaccedilatildeo reciclagem e recuperaccedilatildeo energeacutetica

HOFFMAN (2000) sugere que a estrateacutegia ambiental determine o alinhamento

entre a proteccedilatildeo ambiental e o crescimento econocircmico da empresa O desenvolvimen-

to da estrateacutegia ambiental deve analisar os concorrentes os parceiros os produtos as

mateacuterias-primas as perdas e os resiacuteduos da empresa O autor considera que a estra-

teacutegia ambiental pode ser direcionada por quatro fatores o mercado (composto pelos

consumidores associaccedilotildees concorrentes e consultores) os provedores de recursos

(clientes seguradoras fornecedores bancos e investidores) os elementos coercivos

(regulamentos locais legislaccedilatildeo internacional) e os elementos sociais (instituiccedilotildees

religiosas organizaccedilotildees natildeo-governamentais comunidade mundo acadecircmico im-

prensa e poder judiciaacuterio) 31

16 - Sustentabilidade e responsabilidade social

Os defensores da responsabilidade social argumentam que as empresas de-

vem assumir um compromisso com o desenvolvimento da sociedade As empresas

devem executar accedilotildees para fomentar o desenvolvimento social a inclusatildeo social e

contribuir para a melhoria das condiccedilotildees de vida da populaccedilatildeo mais necessitada Al-

guns autores consideram que essas atividades natildeo satildeo puramente filantroacutepicas uma

vez que as empresas podem auferir benefiacutecios de negoacutecios em funccedilatildeo delas Outros

sugerem ainda que a responsabilidade social esteja associada agrave proacutepria estrateacutegia

empresarial por exemplo SEABRA LEAL e PASSOS (2005) assinalam que os prin-

31 ) Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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cipais acionistas da Natura consideram que a responsabilidade social estaacute intimamen-

te ligada agrave estrateacutegia de negoacutecios da empresa

PRAHALAD e HAMMOND (2002) observam que aproximadamente 65 da

populaccedilatildeo mundial mdash cerca de quatro bilhotildees de pessoas mdash ganham menos do que

2000 USDano Esse eacute um mercado praticamente inexplorado pelas empresas multi-

nacionais Segundo os autores as empresas que desejam entrar nesse mercado de-

vem repensar seus modelos de negoacutecios praacuteticas gerenciais e indicadores de desem-

penho Eacute um mercado de novas fontes de receita que exige melhoria na eficiecircncia

operacional e fomento da inovaccedilatildeo A atuaccedilatildeo bem-sucedida para atender agrave denomi-

nada populaccedilatildeo na base da piracircmide pode trazer resultados econocircmicos positivos agraves

empresas e simultaneamente contribuir para a melhoria das condiccedilotildees de vida das

pessoas economicamente menos favorecidas

PORTER e KRAMER (2002) consideram que eacute possiacutevel agraves empresas obterem

a convergecircncia de interesses entre as atividades filantroacutepicas e os objetivos de negoacute-

cios A filantropia pode oferecer oportunidades para as empresas melhorarem seu

contexto competitivo considerando que as atividades filantroacutepicas podem potencial-

mente atuar sobre quatro elementos inter-relacionados da competitividade empresari-

al na disponibilidade dos insumos de produccedilatildeo nas condiccedilotildees de demanda nas con-

diccedilotildees de competiccedilatildeo e rivalidade e na presenccedila das induacutestrias de insumos e suporte

Nesse sentido a filantropia deveria ser considerada uma abordagem claramente estra-

teacutegica pelas empresas WADDOCK e SMITH (2000) adotam um raciociacutenio similar

afirmando que a responsabilidade social e o desempenho corporativo financeiro an-

dam juntos e natildeo como trade-offs

HALL et al (2005) constatam que algumas empresas podem ser socialmente

vulneraacuteveis Segundo esses autores a vulnerabilidade social eacute atribuiacuteda agraves empresas

que apresentam grande importacircncia estrateacutegica para o desenvolvimento econocircmico e

social dos paiacuteses onde operam Eles citam empresas cujo papel extrapola a criaccedilatildeo de

valor aos acionistas sendo consideradas como orgulhos nacionais para seus paiacuteses

Satildeo citadas como exemplos a Siemens na Alemanha a Toyota no Japatildeo a Embraer

no Brasil e a Bombardier no Canadaacute Aleacutem da questatildeo econocircmica essas empresas

desempenham importante papel social em seus respectivos paiacuteses Outras empresas

45

brasileiras tambeacutem poderiam ser citadas como a Petrobras a Companhia Vale do Rio

Doce o Bradesco entre outras 32

2 - Gestatildeo da inovaccedilatildeo para a sustentabilidade

A busca da inovaccedilatildeo e a gestatildeo da inovaccedilatildeo em geral satildeo mediadas por as-

pectos essencialmente econocircmicos e estrateacutegicos Entretanto na medida em que ou-

tras restriccedilotildees compotildeem o ambiente de atuaccedilatildeo das empresas outros fatores podem

impulsionar a inovaccedilatildeo Isso tambeacutem eacute vaacutelido ao se considerarem aspectos de susten-

tabilidade como condicionantes da inovaccedilatildeo

HART e CHRISTENSEN (2002) sugerem que as inovaccedilotildees radicais podem

pavimentar o caminho para as empresas combinarem um crescimento sustentaacutevel

com responsabilidade social HART e MILTEIN (1999) consideram que os desafios

impostos pela sustentabilidade global podem atuar como catalisadores para um novo

estaacutegio de destruiccedilatildeo criativa das empresas Eles associam a preocupaccedilatildeo ecoloacutegica

com melhorias contiacutenuas e a sustentabilidade global com melhorias radicais Nesse

sentido argumentam que a sustentabilidade pode criar oportunidades sem preceden-

tes agraves empresas O raciociacutenio de SENGE e CARSTEDT (2001) eacute similar Esses auto-

res consideram que o foco restrito na eficiecircncia ecoloacutegica pode distrair as empresas da

busca de produtos e modelos de negoacutecios radicalmente diferentes dos atuais Eacute a sus-

tentabilidade global que iraacute motivar as empresas a procurarem novos modelos men-

tais a enfatizarem a aprendizagem e atentarem para a gestatildeo de mudanccedilas

PORTER e VAN DER LINDE (1995) consideram que as regulamentaccedilotildees am-

bientais impotildeem pressotildees competitivas nas empresas motivando-as a inovar VOL-

LENBROEK (2002) propotildee um processo que direciona a inovaccedilatildeo para o desenvolvi-

mento da sustentabilidade denominado gestatildeo da transiccedilatildeo Ele considera que a ino-

vaccedilatildeo natildeo gera automaticamente o progresso da sociedade pois precisa ser condi-

cionada para tanto Os esforccedilos para o desenvolvimento sustentaacutevel precisam ser di-

recionados pela sociedade e esta participa das decisotildees visando obter um balancea-

mento adequado entre os objetivos econocircmicos ecoloacutegicos e sociais A inovaccedilatildeo seraacute

decorrecircncia

32 Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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HALL e VREDENBURG (2003) afirmam que os gestores tecircm dificuldades para

lidar com as pressotildees do desenvolvimento sustentaacutevel Eles consideram que as estra-

teacutegias de inovaccedilatildeo das empresas geralmente satildeo inadequadas para acomodar as

complexidades e incertezas inerentes agraves novas demandas impostas pelo desenvolvi-

mento sustentaacutevel Dessa forma sugerem que a estrateacutegia empresarial integre tam-

beacutem os objetivos da inovaccedilatildeo e do desenvolvimento sustentaacutevel Em contraponto agrave

abordagem tradicional da inovaccedilatildeo ditada pelo mercado propotildeem que as empresas

adotem a inovaccedilatildeo para o desenvolvimento sustentaacutevel que incorpora as restriccedilotildees

sociais e as pressotildees ambientais bem como contempla as necessidades das futuras

geraccedilotildees Como seraacute visto no texto que segue a inovaccedilatildeo foi tambeacutem um ingrediente

essencial para o desenvolvimento e o sucesso do projeto estudado na presente pes-

quisa33

CONCLUSAtildeO

O objetivo desse estudo foi verificar e compreender o conceito de inovaccedilatildeo e a

sua aplicabilidade nas organizaccedilotildees assim como a vantagem competitiva no modelo

de negoacutecio por meio da co-criaccedilatildeo de valor

33 Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data acesso 21072012

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Inovaccedilatildeo e criatividade satildeo essenciais para o continuo desenvolvimento e competi-

tividade de uma naccedilatildeo

Coisas boas acontecem quando o pensamento inovador comeccedila ele poderaacute

ajudar a criar novos produtos melhoria nos processos novas tecnologias tornando

a empresa mais competitiva Tomando conhecimento da grande variedade de produ-

tos e serviccedilos oferecidos pelas organizaccedilotildees pode se observar que nem sempre se

chega ao resultado em melhores experiecircncias de consumo nesse cenaacuterio certas em-

presas adotam a co-criaccedilatildeo de valor ndash participaccedilatildeo do cliente no processo produtivo ndash

para inovar no modelo de negoacutecio agregando valor a sua oferta buscando assim se

diferenciar das demais empresas Apesar da inovaccedilatildeo indicar um caminho seguro

para obter vantagem competitiva sustentaacutevel e defender posiccedilotildees estrateacutegicas no

mercado o seu sucesso natildeo eacute garantido necessitando que os gestores conheccedilam e

compreendam a dinacircmica dos processos da gestatildeo da inovaccedilatildeo dentro de suas orga-

nizaccedilotildees e realidades especiacuteficas

O modelo de organizaccedilatildeo inovadora sustentaacutevel eacute uma resposta agraves pressotildees

institucionais por uma organizaccedilatildeo que seja capaz de inovar com eficiecircncia em termos

econocircmicos mas com responsabilidade social e ambiental Esse tipo de organizaccedilatildeo

busca vantagem competitiva desenvolvendo produtos serviccedilos processos e negoacutecios

novos ou modificados com base nas dimensotildees social ambiental e econocircmica Ela

reuacutene duas caracteriacutesticas essenciais eacute inovadora e orientada para a sustentabilidade

Tendo em vista o fenocircmeno do isomorfismo institucional (concentraccedilatildeo de for-

mas organizacionais nos diversos setores produtivos) o modelo das organizaccedilotildees

inovadoras sustentaacuteveis vem ganhando rapidamente cada vez mais espaccedilo nas em-

presas liacutederes Esses fatos permitem dizer que o movimento do desenvolvimento sus-

tentaacutevel eacute um dos movimentos mais importantes do nosso tempo e a julgar pela vita-

lidade dos fatores institucionais presentes em praticamente todo o mundo pode-se

inferir que ele continuaraacute se propagando por muitas deacutecadas

Desse modo o aprimoramento dos modelos de organizaccedilatildeo sustentaacuteveis as

diversas formas da sua institucionalizaccedilatildeo em acircmbito global o desenvolvimento de

tecnologias sustentaacuteveis a gestatildeo de inovaccedilotildees para o desenvolvimento sustentaacutevel

seratildeo temas cada vez mais importantes nos estudos futuros Como o sistema opera-

cional produtivo e as inovaccedilotildees de produto e de processo ao atender as trecircs dimen-

sotildees da sustentabilidade devem gerar ganhos para o meio ambiente em termos de

reduccedilatildeo no uso de recursos e de emissotildees de poluentes o aumento da produccedilatildeo pelo

incitamento agrave demanda por novos produtos pode neutralizar ou ateacute superar esses ga-

nhos Levar em conta essa possibilidade dando-lhe um tratamento adequado eacute um dos

48

maiores desafios para o alinhamento das empresas ao modelo de organizaccedilatildeo inova-

dora sustentaacutevel

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PRAHALAD C K KRISHNAN M S A nova era inovaccedilatildeo Rio de Janeiro editora

Elsevier 2008

PRAHALAD C K RAMASWAMY Venkatram O futuro da competiccedilatildeo como desen-

volver diferenciais inovadores em parceria com os clientes Rio de Janeiro editora

Elsevier 2004

  • AGRADECIMENTOS
  • CAPIacuteTULO III- Aspectos da inovaccedilatildeo e sustentabilidade37
  • Inovaccedilatildeo e sustentabilidade37
  • 32 - Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva
  • 33 - Como implementar vantagem competitiva
  • 34 - Como criar valor e vantagem competitiva
Page 9: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · duzir os processos de inovação dentro da organização. 6 ... CAPÍTULO I - Estrutura da criação de valor e inovação.....11

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INTRODUCcedilAtildeO

O conceito de inovaccedilatildeo eacute cada vez mais difundido no ambiente organizacional

FREEMAN e SOETE apud BARBIERI (2004) afirmam que as empresas que natildeo ino-

vam natildeo conseguem sobreviver Os gestores das empresas tambeacutem estatildeo conscien-

tes da importacircncia da inovaccedilatildeo para o crescimento dos negoacutecios e para a sua lucrati-

vidade

A inovaccedilatildeo eacute comumente vista como a implementaccedilatildeo de novos produtos ou

serviccedilos Poreacutem pode-se inferir que as inovaccedilotildees em produto ou ateacute mesmo em pro-

cesso satildeo restritas diante do que se faz necessaacuterio um comportamento inovador que

envolva toda a organizaccedilatildeo ateacute sua maneira de gestatildeo Assim surge a inovaccedilatildeo or-

ganizacional tambeacutem chamada de inovaccedilatildeo no modelo de negoacutecios Ela parte da

premissa de que a uacutenica forma de escapar da concorrecircncia eacute introduzir um novo mo-

delo de negoacutecio ou alterar radicalmente o existente HAMEL (2003)

Poreacutem a inovaccedilatildeo soacute teraacute importacircncia se criar valor para os clientes e para a

empresa dessa forma a criaccedilatildeo de um novo produto ou serviccedilo natildeo basta ela deve

ter valor para o consumidor Assim alguns autores PRAHALAD RAMASWAMY

(2004) TAPSCOTT WILLIAMS (2007) tecircm demonstrado que diante do cenaacuterio atual

caracterizado por intensa competiccedilatildeo deve-se buscar na criaccedilatildeo desse valor a inte-

raccedilatildeo dos clientes com a empresa ou seja a co-criaccedilatildeo de valor

Dessa maneira considerando a importacircncia que os gestores tecircm dado agrave inova-

ccedilatildeo no modelo de negoacutecio bem como a necessidade de as empresas buscarem no-

vas formas de gerar valor o presente estudo foi realizado com o intuito de verificar se

esse tipo de inovaccedilatildeo por meio da co-criaccedilatildeo de valor PRAHALAD RAMASWAMY

(2004) pode diferenciar a empresa das demais e obter vantagem competitiva POR-

TER (2001) Para aferir essa possibilidade foram considerados aspectos relevantes

acerca de estrateacutegia envolvidos na obtenccedilatildeo da vantagem sobre os concorrentes

bem como a respeito de inovaccedilatildeo e da co-criaccedilatildeo de valor

Essas questotildees portanto foram contempladas para se tentar chegar agrave respos-

ta para a pergunta haacute relaccedilatildeo entre a obtenccedilatildeo de vantagem competitiva e a inovaccedilatildeo

no modelo de negoacutecio por meio da co-criaccedilatildeo de valor

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A revoluccedilatildeo cientiacutefica - tecnoloacutegica dos uacuteltimos 30 anos opera transformaccedilotildees

profundas natildeo soacute nas formas de produccedilatildeo da vida material como tambeacutem na produ-

ccedilatildeo do proacuteprio conhecimento Essas transformaccedilotildees alimentam a hoje chamada Soci-

edade do Conhecimento em que este e todas as formas de sua circulaccedilatildeo satildeo indis-

pensaacuteveis em todos os campos de atividade humana Neste sentido a ciecircncia trans-

borda seu proacuteprio campo e atravessa as estruturas e relaccedilotildees sociais em muacuteltiplas

articulaccedilotildees

A nova produccedilatildeo do conhecimento descrita por GIBBONS et al (1994) ndash

entre outros ndash apresenta caracteriacutesticas correlatas agraves mudanccedilas verificadas no modo

de produccedilatildeo de bens materiais As novas exigecircncias de flexibilidade agilidade inter-

disciplinaridade qualidade e resposta a demandas sociais supotildeem necessariamente

um novo patamar de comunicabilidade entre campos esferas paradigmas institui-

ccedilotildees comunidades e atores sociais envolvidos no (e com) o campo cientiacutefico assim

como novas perspectivas de formaccedilatildeo de recursos humanos

Existe ainda uma defasagem entre as mudanccedilas na base econocircmica e as

formas de organizaccedilatildeo sociais e poliacutetico-institucionais As diversas manifestaccedilotildees da

crise atual (desemprego estrutural desaceleraccedilatildeo da produtividade crise de valor es

e falta de perspectiva ) resultam da incompatibilidade entre as novas formas de pro-

duccedilatildeo e novas tecnologias de um lado e sistemas sociais e organizacionais obsole-

tos de outro FREEMAN (1995) A coerecircncia ndash ou compatibilidade nos termos de Fre-

eman ndash precisaria ser restabelecida

O presente estudo representa a importacircncia da inovaccedilatildeo e desenvolvimento

nas empresas e no Brasil como alavanca de sucesso e seus fatores internos e exter-

nos

Inovaccedilatildeo eacute um modelo estrateacutegico de gestatildeo de recursos organizacionais dos

quais fazem parte os recursos humanos tecnoloacutegicos e financeiros com o objetivo de

desenvolver processos rotinas e sistemas que propiciem o desenvolvimento e melho-

rias dos produtos e serviccedilos que a empresa oferece ao mercado e as maneiras como

o faz de forma a obter vantagem competitiva

Existem inuacutemeras maneiras de inovar dentre as quais podemos mencionar em

gestatildeo de pessoas em gestatildeo organizacional em modelos de negoacutecios de comercia-

lizaccedilatildeo e abordagens de marketing

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CAPIacuteTULO I

A ESTRUTURA DA CRIACcedilAtildeO DE VALOR E A INOVACcedilAtildeO

1 ndash A Importacircncia da Inovaccedilatildeo

O cenaacuterio competitivo contemporacircneo tem sido regido pela revoluccedilatildeo tecnoloacute-

gica globalizaccedilatildeo hiper-competitividade e extrema ecircnfase sobre preccedilo qualidade e

satisfaccedilatildeo do consumidor exigindo um foco na inovaccedilatildeo como competecircncia estrateacutegi-

ca Enquanto se deu maior ecircnfase agrave inovaccedilatildeo incremental na uacuteltima deacutecada menos

atenccedilatildeo foi dispensada agrave inovaccedilatildeo radical ou revolucionaacuteria Como consequecircncia

muito se conhece sobre a implementaccedilatildeo da inovaccedilatildeo incremental ao passo que a

inovaccedilatildeo radical eacute ainda muito pouco compreendida FOSTER (1986) UTTERBACK

(1994) CHRISTENSEN (1997) HAMEL ( 2000) Isso eacute verdadeiro apesar de a impor-

tacircncia da inovaccedilatildeo radical ter sido ressaltada por vaacuterios consultores e estudiosos da

aacuterea de negoacutecios

Muitos autores reconhecem as dificuldades do gerenciamento da inovaccedilatildeo ra-

dical em empresas soacutelidas de grande porte CHRISTENSEN (1997) por exemplo

indica ser bastante incomum que empresas que gerenciam adequadamente linhas

consistentes de negoacutecios percebam com antecedecircncia e respondam de forma efetiva

agraves tecnologias de ruptura provenientes de fontes externas (ver tambeacutem LEONARD-

BARTON (1995) KATZ e ALLEN (1985) KANTER (1989b) TUSHMAN e OrsquoREILLY

(1997) DOUGHERTY (1992) BLOCK e MACMILLAN (1993)

As inovaccedilotildees transformam o relacionamento entre consumidores e fornecedo-

res reestruturam aspectos econocircmicos do mercado desestabilizam produtos existen-

tes e datildeo origem a categorias de produtos completamente novas Elas proporcionam o

motor para o crescimento em longo prazo que os liacutederes empresariais procuram Infe-

lizmente reconhecer a importacircncia das inovaccedilotildees radicais eacute bem diferente de desen-

volvecirc-las e comercializaacute-las

As empresas que obtiveram sucesso em longo prazo intercalam a inovaccedilatildeo in-

cremental com a inovaccedilatildeo radical que gera novos mercados e oportunidades de ne-

goacutecios ver MORONE (1993) TUSHMAN e OrsquoREILLY (1997) Assim como eacute evidente

a importacircncia da inovaccedilatildeo radical para as empresas interessadas no crescimento e na

renovaccedilatildeo em longo prazo eacute claro tambeacutem que empresas grandes e soacutelidas enfren-

tam dificuldades para administrar esse processo Grandes empresas bem estabeleci-

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das satildeo extremamente proficientes em gerenciar eficiecircncias operacionais e apresen-

tar produtos de nova geraccedilatildeo No entanto as incertezas que surgem com a comercia-

lizaccedilatildeo de novas tecnologias para mercados que podem ainda nem existir exigem

competecircncias amplamente diferentes Inovaccedilatildeo eacute um modelo estrateacutegico de gestatildeo

de recursos organizacionais dos quais fazem parte os recursos humanos tecnoloacutegi-

cos e financeiros com o objetivo de desenvolver processos rotinas e sistemas que

propiciem o desenvolvimento e melhorias dos produtos e serviccedilos que a empresa ofe-

rece ao mercado e as maneiras como o faz de forma a obter vantagem competitiva1

11- Inovaccedilatildeo nas Empresas

De acordo com FREEMAN o conceito de inovaccedilatildeo consiste no processo que

inclui as atividades teacutecnicas concepccedilatildeo desenvolvimento gestatildeo e que resulta na

comercializaccedilatildeo de novos (ou melhorados) produtos ou na primeira utilizaccedilatildeo de no-

vos (ou melhorados) processos

Com o desenvolvimento de novos conhecimentos estrateacutegicos pelas organiza-

ccedilotildees esses fossos organizacionais ao longo das fronteiras podem ser aterrados para

a co-criaccedilatildeo de novas abordagens ao nexo de N=1 e R=G A arquitetura social das

empresas deve desenvolver capacidade a raacutepida criaccedilatildeo de conhecimento por meio

do desenvolvimento de cultura organizacional e de estrutura motivacional adequadas

A arquitetura teacutecnica precisa construir recursos para capacitaccedilatildeo desse processo

Para noacutes essas decepccedilotildees com a gestatildeo de processos natildeo satildeo surpreendentes O

que falta na doaccedilatildeo da maioria dessas iniciativas eacute uma perspectiva que inclua inova-

ccedilatildeo e criaccedilatildeo de valor natildeo apenas reduccedilatildeo de custos Alguns desses projetos que

enfatizam os processos satildeo aprovados agraves cegas pelas organizaccedilotildees sem considerar

a necessidade primordial de equilibrar as demandas por inovaccedilatildeo e eficiecircncia

Se os gestores natildeo partirem de um ponto de vista sobre como querem competir

e impulsionar a mudanccedila no dia a dia em cada reuniatildeo em cada relatoacuterio para criar

situaccedilotildees reais de foco na inovaccedilatildeo e na criaccedilatildeo de valor eacute provaacutevel que se sintam

desapontados Aleacutem disso geralmente eles se esquecem de que a conversatildeo dos

processos internos em fatores estrateacutegicos para os resultados requer mudanccedilas natildeo

1 Internet (httpwwwscielobrpdfraev42n2v42n2a16pdf) data de acesso 19052012

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soacute gerenciais e culturais mas tambeacutem tecnoloacutegicas (PRAHALADCK KRISH-

NANMSA nova era da inovaccedilatildeo 2008 p135)

Open innovation eacute um modelo que as companhias estatildeo adotando cada vez

mais em resposta a um mundo crescentemente globalizado e caracterizado pela parti-

lha aberta de informaccedilotildees com o objetivo de produzir conhecimento Esse modelo se

baseia na colaboraccedilatildeo em rede da empresa com fornecedores clientes universida-

des e ateacute concorrentes A partir desse conceito a inovaccedilatildeo antes uma aacuterea limitada

aos departamentos internos de Pesquisa e Desenvolvimento como era a loacutegica vigen-

te ateacute as deacutecadas de 70 a 90 passou a ser buscada aleacutem das fronteiras das organiza-

ccedilotildees

Acredito que a interaccedilatildeo seja a chave para esse processo se tornar real e mais

do que isso ela eacute a fonte para a inovaccedilatildeo Por isso as redes sociais representam hoje

a melhor plataforma de interaccedilatildeo para as empresas interessadas em inovaccedilatildeo aberta

O desafio que se impotildee entretanto eacute criar tecnologias que gerenciem a troca de in-

formaccedilotildees realizadas nessa miacutedia2

12- Inovaccedilatildeo no Brasil

O desenvolvimento tecnoloacutegico e a inovaccedilatildeo de um paiacutes dependem em grande

parte da formaccedilatildeo de recursos humanos capacitados bem como de investimentos

consistentes contiacutenuos de longo prazo e de porte O Brasil adotou a estrateacutegia de

que a pesquisa acadecircmica geraria conhecimento que naturalmente se transformaria

em inovaccedilotildees tecnoloacutegicas o que natildeo estaacute refletindo a realidade do setor no paiacutes

O Brasil sempre investiu de forma inconstante e em quantidade insuficiente os

recursos puacuteblicos federais e estaduais no desenvolvimento de ciecircncia e tecnologia

(com exceccedilatildeo do estado de Satildeo Paulo) o que sempre preocupou a comunidade cien-

tiacutefica e empresarial do paiacutes Aleacutem disso o setor empresarial tambeacutem investiu e ainda

continua investindo muito timidamente ao contraacuterio do que ocorreu nos modelos de

paiacuteses como a Coreacuteia do Sul Este uacuteltimo paiacutes investiu na formaccedilatildeo de recursos hu-

manos (em niacutevel de graduaccedilatildeo) habilitando-os para atuar em vaacuterios segmentos do

2 Internet (httpolhardigitaluolcombrnegociosdigital_newsnoticiascomo-gerar-inovacao-nas-

empresas) data de acesso 19052012

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desenvolvimento tecnoloacutegico As inovaccedilotildees geradas produziram o retorno desejado e

o setor produtivo assumiu o papel de executor das pesquisas e de seu financiamento

sustentando hoje cerca de 75 das pesquisas niacutevel encontrado apenas nos paiacuteses

desenvolvidos Em resumo natildeo haacute investimento consistente de longo prazo e de porte

em ciecircncia tecnologia e inovaccedilatildeo no Brasil seja puacuteblico ou privado

Apesar disso houve no Brasil um grande avanccedilo cientiacutefico nos uacuteltimos trinta

anos A iniciativa consistente para construir a competecircncia cientiacutefica atraveacutes do trei-

namento de pessoal qualificado dentro e fora do paiacutes foi indiferente agraves oscilaccedilotildees poliacute-

tico-econocircmicas tanto em niacutevel federal como estadual hoje o Brasil responde por

13 dos artigos cientiacuteficos publicados em revistas indexadas internacionais Estabe-

leceu-se ainda no paiacutes uma forte estrutura de poacutes-graduaccedilatildeo responsaacutevel pela forma-

ccedilatildeo de cerca de 10 mil doutores por ano e que em trinta anos levou o Brasil a triplicar

sua contribuiccedilatildeo cientiacutefica relativa no mundo 3

O Brasil tem talento empreendedor de sobra e pesquisa cientiacutefica de excelecircn-

cia Mas sem um ambiente encorajador para inovaccedilatildeo o paiacutes natildeo conseguiraacute trans-

formar conhecimento em desenvolvimento econocircmico

Essa foi agrave anaacutelise predominante entre os pesquisadores e liacutederes empresariais

que participaram de um seminaacuterio realizado (18052007) em conjunto pelo Centro de

Economia da Criatividade e da Inovaccedilatildeo (CIEC - na sigla em inglecircs) da Universidade

George Washington nos Estados Unidos e pela Faculdade de Economia Administra-

ccedilatildeo e Contabilidade da Universidade de Satildeo Paulo (FEA -USP)

Para o diretor do CIEC - Michael Ryan - o Brasil tem alguns pontos fortes para

a inovaccedilatildeo alto investimento em pesquisa baacutesica nas universidades recursos huma-

nos de qualidade e publicaccedilatildeo de artigos cientiacuteficos de impacto internacional Mas a

pesquisa natildeo chega ao mercado porque o ambiente eacute pouco motivador para a inova-

ccedilatildeo

ldquoPara criar um cenaacuterio encorajador no qual as empresas invistam mais em

pesquisa e desenvolvimento eacute preciso melhorar vaacuterios aspectos simultaneamente eacute

muito difiacutecil abrir uma empresa no Brasil haacute uma seacuterie de poliacuteticas que podem ser

3 Internet (httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0101-33002007000200002) data

de acesso 190520123

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modificadas o sistema de patentes pode ser mais eficiente e o acesso ao capital de

risco melhorarrdquo disse RYAN agrave Agecircncia FAPESP 4

13 - O que eacute inovaccedilatildeo

Inovaccedilatildeo significa novidade ou renovaccedilatildeo A palavra eacute derivada do ter-

mo latino innovatio e se refere a uma ideia meacutetodo ou objeto que eacute criado e que pou-

co se parece com padrotildees anteriores Hoje a palavra inovaccedilatildeo eacute mais usada no con-

texto de ideias e invenccedilotildees assim como a exploraccedilatildeo econoacutemica relacionada sendo

que inovaccedilatildeo eacute invenccedilatildeo que chega no mercado Inovaccedilatildeo eacute o processo que inclui as

atividades teacutecnicas concepccedilatildeo desenvolvimento gestatildeo e que resulta na comerciali-

zaccedilatildeo de novos (ou melhorados) produtos ou na primeira utilizaccedilatildeo de novos (ou me-

lhorados) processos FREEMAN (1988 p567) 5

O conceito de inovaccedilatildeo eacute bastante variado dependendo principalmente da

sua aplicaccedilatildeo De forma sucinta haacute quem considere que inovaccedilatildeo eacute a exploraccedilatildeo bem

sucedida de novas ideias Segundo DRUCKER a inovaccedilatildeo ldquoeacute o instrumento especiacutefi-

co dos empreendedores o processo pelo qual eles exploram a mudanccedila como uma

oportunidade para um negoacutecio diferente ou um serviccedilo diferente

Dentre as vaacuterias possibilidades de inovar aquelas que se referem a inovaccedilotildees

de produto ou de processo satildeo conhecidas como inovaccedilotildees tecnoloacutegicas Outros tipos

de inovaccedilotildees podem se relacionar a novos mercados novos modelos de negoacutecio no-

vos processos e meacutetodos organizacionais ou ateacute mesmo novas fontes de suprimentos

Embora ldquonovidadesrdquo encontradas em organizaccedilotildees teacutecnicas administrativas organi-

zacionais inseridas em produtos ou processos nem todas elas podem ser considera-

das como inovaccedilotildees Cabe ressaltar aqui a diferenciaccedilatildeo entre ldquooriginalidaderdquo e ldquono-

vidaderdquo propriamente dita Originalidade oriunda da palavra Original do latim original-

4Internet (httpwwwinovacaotecnologicacombrnoticiasnoticiaphpartigo=010175070518) data

de acesso 19052012

5Internet (httpptwikipediaorgwikiInovaC3A7C3A3o) data acesso 20052012

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le eacute relativo agrave origem agrave qualidade de original inicial primordial primitivo originaacuterio

Novidade eacute originaacuteria do latim novitate que se reporta agrave qualidade ou caraacuteter de novo

uma inovaccedilatildeo embora referente a algo jaacute existente um uso novo para algo jaacute existen-

te6

Inovaccedilatildeo pode ser definida como o processo estrateacutegico de reinvenccedilatildeo contiacute-nua do proacuteprio negoacutecio e de criaccedilatildeo de novos negoacutecios GARY HAMEL (1996)

2 ndash Processos de inovaccedilatildeo

No acircmbito da economia ao longo deste seacuteculo muito vem se discutindo sobre

a inovaccedilatildeo sua natureza caracteriacutesticas e fontes com o objetivo de buscar uma mai-

or compreensatildeo de seu papel frente ao desenvolvimento econocircmico ressaltando-se

como marco fundamental a contribuiccedilatildeo de JOSEPH SCHUMPETER na primeira me-

tade deste seacuteculo mdash INFORMACcedilAtildeO E GLOBALIZACcedilAtildeO NA ERA DO CONHECI-

MENTO enfocou a importacircncia das inovaccedilotildees e dos avanccedilos tecnoloacutegicos no desen-

volvimento de empresas e da economia

De forma geneacuterica existem dois tipos de inovaccedilatildeo a radical e a incremental

Pode-se entender a inovaccedilatildeo radical como o desenvolvimento e introduccedilatildeo de um

novo produto processo ou forma de organizaccedilatildeo da produccedilatildeo inteiramente nova Esse

tipo de inovaccedilatildeo pode representar uma ruptura estrutural com o padratildeo tecnoloacutegico

anterior originando novas induacutestrias setores e mercados Tambeacutem significam reduccedilatildeo

de custos e aumento de qualidade em produtos jaacute existentes Algumas importantes

inovaccedilotildees radicais que causaram impacto na economia e na sociedade como um todo

e alteraram para sempre o perfil da economia mundial podem ser lembradas como

por exemplo a introduccedilatildeo da maacutequina a vapor no final do seacuteculo XVIII ou o desen-

volvimento da microeletrocircnica a partir da deacutecada de 1950 Estas e algumas outras

inovaccedilotildees radicais impulsionaram a formaccedilatildeo de padrotildees de crescimento com a con-

formaccedilatildeo de paradigmas tecno-econocircmicos FREEMAN (1988)

As inovaccedilotildees podem ser ainda de caraacuteter incremental referindo-se agrave introdu-

ccedilatildeo de qualquer tipo de melhoria em um produto processo ou organizaccedilatildeo da produ- 6 Internet (httpwwwpr2ufrjbrinovacaosocialtexto14-01pdf) data de acesso 20052012)6

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ccedilatildeo dentro de uma empresa sem alteraccedilatildeo na estrutura industrial FREEMAN (1988)

Inuacutemeros satildeo os exemplos de inovaccedilotildees incrementais muitas delas imperceptiacuteveis

para o consumidor podendo gerar crescimento da eficiecircncia teacutecnica aumento da pro-

dutividade reduccedilatildeo de custos aumento de qualidade e mudanccedilas que possibilitem a

ampliaccedilatildeo das aplicaccedilotildees de um produto ou processo A otimizaccedilatildeo de processos de

produccedilatildeo o design de produtos ou a diminuiccedilatildeo na utilizaccedilatildeo de materiais e compo-

nentes na produccedilatildeo de um bem podem ser considerados inovaccedilotildees incrementais

Ateacute pouco tempo era grande a rigidez para caracterizar o processo de inovaccedilatildeo suas

fontes de geraccedilatildeo e formas como se realiza e difunde

Evidentemente que a compreensatildeo do processo de inovaccedilatildeo estaacute estreitamen-

te influenciada pelas caracteriacutesticas dominantes de contextos histoacuterico-econocircmicos

especiacuteficos Atualmente aspectos negligenciados por natildeo terem relevacircncia nos periacuteo-

dos em questatildeo comeccedilam a ser plenamente reconhecidos como de papel fundamental

para o ecircxito do processo inovador Agrave medida que melhor se conhecem as especifici-

dades da geraccedilatildeo e difusatildeo de inovaccedilatildeo mais se sabe sobre sua importacircncia para

que empresas e paiacuteses reforcem sua competitividade na economia mundial7

21 ndash Processos de inovaccedilatildeo nas organizaccedilotildees

DAMANPOUR (1984) em seu estudo sobre inovaccedilatildeo e desempenho organiza-

cional em bibliotecas puacuteblicas americanas conceitua inovaccedilatildeo como uma resposta agrave

mudanccedila ambiental ou ainda os meios que permitem ou viabilizam a mudanccedila em

uma organizaccedilatildeo Para ele as empresas podem enfrentar as mudanccedilas ambientais

natildeo apenas com novas tecnologias mas tambeacutem incorporando mudanccedilas teacutecnicas

eou administrativas em sua estrutura Assim sendo inovaccedilotildees no plano organizacio-

nal envolvem a implantaccedilatildeo de ideias novas teacutecnicas ou administrativas Espera-se a

partir disso mudanccedilas estruturais que afetem o desempenho da organizaccedilatildeo Esque-

maticamente portanto pode-se entender a inovaccedilatildeo como a ferramenta que quando

introduzida em contexto organizacional gera mudanccedila

7Internet httpwwwliincufrjbrfrattachments055_saritalivropdfpage=122) data de acesso

03062012

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Segundo DAMANPOUR (1984) define desempenho como a habilidade que

uma organizaccedilatildeo tem de bem utilizar todos os quatro processos sistecircmicos (inputs

outputs transformaccedilotildees e efeitos de retroalimentaccedilatildeo) relacionados ao alcance de

metas organizacionais Uma organizaccedilatildeo de alto desempenho cumpriraacute suas tarefas

primaacuterias de modo eficiente e realizaraacute suas funccedilotildees de manutenccedilatildeo e adaptaccedilatildeo or-

ganizacional de forma efetiva A funccedilatildeo de adaptaccedilatildeo requer que a estrutura da orga-

nizaccedilatildeo sofra mudanccedilas para encontrar novas condiccedilotildees ambientais

Organizaccedilotildees inovadoras tendem natildeo apenas a se adaptar agrave mudanccedila mas

tambeacutem a usar seus recursos para criar novas condiccedilotildees ambientais pela introduccedilatildeo

de novos produtos ou serviccedilos nunca antes oferecidos Inovaccedilotildees assim seriam mei-

os de prover mudanccedilas internas ou externas e tambeacutem de aperfeiccediloar o desempenho

organizacional

Os sistemas gerenciais de acordo com a abordagem soacutecio teacutecnico satildeo consti-

tuiacutedos de um ldquocorpusrdquo social (neste ponto se faz um paralelo com as inovaccedilotildees admi-

nistrativas) e de um ldquocorpusrdquo teacutecnico (corresponde agraves inovaccedilotildees teacutecnicas) e portanto

se enfatiza o papel do ldquocorpusrdquo social e teacutecnico na efetiva operaccedilatildeo de uma organiza-

ccedilatildeo e sugerem que a concentraccedilatildeo em apenas um sistema resulta em baixo desem-

penho organizacional Sistemas sociais e teacutecnicos precisam assim funcionar de forma

balanceada O relacionamento entre os sistemas social e teacutecnico eacute de correlaccedilatildeo ou

seja qualquer mudanccedila em qualquer um dos sistemas leva as determinadas restri-

ccedilotildees ou modificaccedilotildees ao outro8

22 ndash Funccedilotildees tiacutepicas no processo de inovaccedilatildeo

Eacute funccedilatildeo tiacutepica no processo de inovaccedilatildeo a captaccedilatildeo de sinais proveniente do

campo em ambiente direto e o monitoramento do ambiente externo indireto A partir

das etapas anteriores busca-se identificar elementos onde os clientes natildeo estejam

sendo atendidos satisfatoriamente ou oportunidades natildeo exploradas gap de desem-

penho Os clientes natildeo vatildeo responder a perguntas sobre o uso ou natildeo de um determi- 8Inter-

net(httpwwwgooglecombrurlsa=tamprct=jampq=ampesrc=sampsource=webampcd=1ampved=0CEsQFjA

Aampurl=http3A2F2Fwwwfespprbr2F~bastosjr2FGest25E3o2520de2520Inova

25E725E3o2FArtigos2FInova25E725E3odocampei=Vhr2T9qvHaez6wHo16zYBgampusg=

AFQjCNEz7MKNTbjYj81PrvG) data de acesso 03062012

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nado produto principalmente se este for desconhecido Eacute necessaacuterio conhecer o am-

biente em que se vivem compreender suas carecircncias

Outra funccedilatildeo necessaacuteria eacute a geraccedilatildeo de alternativas viaacuteveis que respondam agraves

demandas ambientais e a seleccedilatildeo com base em criteacuterios coerentes com os objetivos

estrateacutegicos da organizaccedilatildeo previamente estabelecidos

Natildeo se pode deixar de mencionar a concepccedilatildeo e o desenvolvimento das ino-

vaccedilotildees a gestatildeo da implantaccedilatildeo destas inovaccedilotildees e respectiva coordenaccedilatildeo

Aleacutem destes um outro aspecto fundamental eacute o controle do processo ou seja

a definiccedilatildeo de indicadores que permitam avaliar e medir os resultados na medida em

que estes acontecem Os instrumentos de medida da inovaccedilatildeo devem conforme

KUCZMARSKI (1998) obedecer agraves seguintes categorias empresa (carteira de novos

produtos investimentos apuraccedilatildeo de resultados) das equipes (planejamento taxas

de sucesso e sobrevivecircncia variaccedilotildees orccedilamentaacuterias retorno financeiro) e individual

(contribuiccedilatildeo de cada membro no desempenho da equipe) Vale lembrar que inovaccedilatildeo

e mudanccedila levam tempo os indiviacuteduos devem esperar permanecer em suas funccedilotildees

pelo tempo suficiente para influenciar os indicadores de desempenho tanto de curto

quanto de longo prazo 9

23 ndash Como implantar cultura de inovaccedilatildeo na organizaccedilatildeo

Inovaccedilatildeo tem de fazer parte da mentalidade dos funcionaacuterios em todos os niacute-

veis Evidentemente a forma mais eficiente de implantar uma mudanccedila na empresa

se daacute quando o exemplo vem de acima Se natildeo estatildeo convencidos da importacircncia da

inovaccedilatildeo os dirigentes sempre encontraratildeo formas de derrubar ideias mais arrisca-

das No entanto se as lideranccedilas tomam a iniciativa a nova cultura eacute absorvida com

muito mais facilidade pela organizaccedilatildeo

Os profissionais do primeiro escalatildeo contudo natildeo podem ter a obrigaccedilatildeo de

ser os uacutenicos ou principais geradores das ideias inovadoras Os comandantes preci-

9Internet

(httpwwwgooglecombrurlsa=tamprct=jampq=ampesrc=sampsource=webampcd=4ampved=0CFkQFjADampurl=http

3A2F2Fwwwfespprbr2F~bastosjr2FGest25E3o2520de2520Inova25E725E3o2FArtigo

s2FInova25E725E3odocampei=sSb2T8eqDYro0QGO7OSLBwampusg=AFQjCNEz7MKNTbjYj81P) data

de acesso 04062012

20

sam de aliados O papel dos gerentes e diretores tambeacutem eacute fundamental num pro-

cesso de mudanccedila de cultura eles satildeo os verdadeiros responsaacuteveis por criar um am-

biente que estimule as pessoas a arriscar investindo em novos produtos bancando

ideias que tecircm maturaccedilatildeo de longo prazo e criando uma comunicaccedilatildeo eficiente

Nem mesmo os profissionais de atuaccedilatildeo operacional podem fugir da responsa-

bilidade A dificuldade para inovar eacute maior em departamentos mais fechados e norma-

tizados como os administrativos ou naqueles em que a precisatildeo eacute fundamental como

a produccedilatildeo de um remeacutedio Mas eles tambeacutem precisam aprender a ver as oportuni-

dades natildeo convencionais ndash haacute pequenas melhorias capazes de desencadear uma

importante inovaccedilatildeo

A responsabilidade eacute de todos da alta gerecircncias aos departamentos operacio-

nais O desafio eacute fazer todos assumirem um compromisso com a praacutetica real da ino-

vaccedilatildeo 10

ldquoInovaccedilatildeo eacute a mensagem do momento Natildeo se trata de mais recursos mas em

como usaacute-los Em um mundo que atravessa crises financeiras a todo momento e que

exige sempre mais recursos naturais os inovadores e os criativos satildeo os que conse-

guem transformar as adversidades em oportunidades de crescimentordquo (STEVE

JOBS Inovaccedilatildeo A arte de Steve Jobs 2010 p154)

24 ndash Organizaccedilotildees inovadoras sustentaacuteveis

Organizaccedilatildeo inovadora eacute a que introduz novidades de qualquer tipo em bases

sistemaacuteticas e colhe os resultados esperados BARBIERI (2007) p88) A expressatildeo

bases sistemaacuteticas significa a realizaccedilatildeo de inovaccedilotildees com autonomia intencionali-

dade e pro atividade Assim a inovaccedilatildeo eacute um elemento essencial do modus operan-

di dessa organizaccedilatildeo o que pressupotildee que ela desenvolva continuamente recursos

tangiacuteveis e intangiacuteveis para inovar permanentemente Organizaccedilatildeo sustentaacutevel eacute a

que simultaneamente procura ser eficiente em termos econocircmicos respeitar a capaci-

dade de suporte do meio ambiente e ser instrumento de justiccedila social promovendo a

inclusatildeo social a proteccedilatildeo agraves minorias e grupos vulneraacuteveis o equiliacutebrio entre os gecirc-

neros etc (BARBIERI 2007 p98-99) 10 Internet (httpbooksgooglecombrbookshl=pt-BRamplr=ampid=jnka43VmmwsCampoi=fndamppg=PA34ampdq=como+implantar+uma+cultura+de+inovaccedilatildeo+na+organiza-ccedilatildeoampots=KRvAPG4C6kampsig=rzqbLGM4sLvsQL26N0gLqfOTPOAv=onepageampq=como20implantar20uma20cultura) data de acesso 04062012

21

Os dois conceitos de organizaccedilatildeo podem entrar em contradiccedilatildeo pois inovar em

bases sistemaacuteticas pode se tornar sinocircnimo de degradaccedilatildeo sistemaacutetica do meio ambi-

ente e da vida social Assim uma organizaccedilatildeo inovadora sustentaacutevel natildeo eacute a que

introduz novidades de qualquer tipo mas novidades que atendam as muacuteltiplas dimen-

sotildees da sustentabilidade em bases sistemaacuteticas e colham resultados positivos para

ela para a sociedade e o meio ambiente BARBIERI (2007) p105 Natildeo basta para as

empresas apenas inovar constantemente mas inovar considerando as trecircs dimen-

sotildees da sustentabilidade a saber

bull dimensatildeo social - preocupaccedilatildeo com os impactos sociais das inovaccedilotildees nas

comunidades humanas dentro e fora da organizaccedilatildeo (desemprego exclusatildeo

social pobreza diversidade organizacional etc)

bull dimensatildeo ambiental - preocupaccedilatildeo com os impactos ambientais pelo uso de

recursos naturais e pelas emissotildees de poluentes

bull dimensatildeo econocircmica - preocupaccedilatildeo com a eficiecircncia econocircmica sem a qual

elas natildeo se perpetuariam Para as empresas essa dimensatildeo significa obtenccedilatildeo

de lucro e geraccedilatildeo de vantagens competitivas nos mercados onde atuam

O atendimento a essas dimensotildees torna o processo de inovaccedilatildeo mais sofisti-

cado e exigente o que requer da organizaccedilatildeo um maior esforccedilo para atender tecnica-

mente esse requisito Isso leva novas perspectivas para a gestatildeo da inovaccedilatildeo11

Com intuito de tornar o processo de adequaccedilatildeo agraves prerrogativas impostas agraves

companhias ditas inovadoras quanto mais simplificado e dirigido melhor A seguir eacute

apresentado um conjunto de proposiccedilotildees para o desenvolvimento de empresas com

esta caracteriacutestica o pressuposto baacutesico necessaacuterio eacute o fomento de equipes de traba-

lho com a mentalidade para a inovaccedilatildeo Neste sentido cabem agraves organizaccedilotildees agraves

pessoas e agraves tarefas o papel de suscitar o aparecimento e a manutenccedilatildeo de tais e-

quipes SBRAGIA (1993)

25 - A Inovaccedilatildeo como funccedilatildeo de aprendizagem organizacional

11Internet(httpwwwscielobrscielophppid=S0034-

75902010000200002ampscript=sci_arttext) data de acesso 04062012

22

Pelo fato da inovaccedilatildeo ser destrutiva para muitos grupos consolidados ela en-

frentaraacute resistecircncia A inovaccedilatildeo eacute o oposto da operaccedilatildeo e seraacute portanto ignorada O

desenho ou arranjo organizacional poderaacute facilmente superar ao menos minimizar

estes e outros obstaacuteculos GALBRAITH (1998) Este comportamento acentua-se em

organizaccedilotildees protegidas de concorrecircncia (universidades ateacute algum tempo atraacutes oacuter-

gatildeos governamentais etc) Pesquisas realizadas por TUSHMAN e NADLER (1998)

apontam que organizaccedilotildees altamente inovadoras satildeo sistemas de aprendizado alta-

mente eficazes aleacutem de possuir um senso de autocriacutetica bastante apurada

Empresas eficazes criam condiccedilotildees possiacuteveis para que o trabalho de hoje seja

feito paralelo com a geraccedilatildeo constante de inovaccedilatildeo ou seja a inovaccedilatildeo sustentada

por mais paradoxal que possa parecer exige ao mesmo tempo estabilidade e mudan-

ccedila A estabilidade possibilita economias de escala e aprendizado incremental por ou-

tro lado a mudanccedila e a experimentaccedilatildeo satildeo necessaacuterias agrave conquista de avanccedilos nas

aacutereas de produto processo e tecnologia

Companhias que conseguem ao mesmo tempo produzir cotidianamente e estar

alerta e vigilante aos clientes concorrentes tecnologias e competecircncia interna fo-

mentam e estimulam o aprendizado organizacional e a inovaccedilatildeo sustentada

Segundo TUSHMAN e NADLER (1998) inovaccedilatildeo eacute um trabalho complexo e

estimulante a rupturas pois exige estreita colaboraccedilatildeo entre membros que rotineira-

mente se encontram bastante separados Embora os mecanismos da organizaccedilatildeo

formal facilitem o aprendizado e a inovaccedilatildeo corporativa a criatividade individual pro-

veacutem de um ambiente informal saudaacutevel

Um claro conjunto de valores essenciais ajuda a focalizar e motivar o compor-

tamento Empresas inovadoras tecircm valores claros que fornecem foco num cenaacuterio

repleto de diversidade como tambeacutem um objetivo comum que possa ter a concor-

dacircncia dos mais diferentes atores envolvidos

Em adiccedilatildeo com os valores essenciais cultuados em uma organizaccedilatildeo as nor-

mas proporcionam referenciais de comportamentos claros satildeo os comportamentos

aguardados De um modo geral organizaccedilotildees inovadoras enfatizam a informalidade

no comportamento no vestuaacuterio e nas relaccedilotildees hieraacuterquicas com elevadas expectati-

vas de desempenho e de trabalho individual e do grupo fortes viacutenculos informais den-

tro e fora da organizaccedilatildeo

23

Organizaccedilotildees altamente inovadoras geram com destreza as sutilezas da re-

compensa e da puniccedilatildeo onde as pessoas podem assumir riscos colher as recompen-

sas pelo sucesso e sobreviver a fracassos construtivos

A representaccedilatildeo de papeacuteis funcionais tem atribuiccedilatildeo fundamental no desenvol-

vimento e conduccedilatildeo do processo de gestatildeo da inovaccedilatildeo Entre eles podemos mencio-

nar um os geradores de ideias pois as interligam com as tendecircncias e mercados

desenvolvendo oportunidades para as organizaccedilotildees dois os empreendedores internos

tornam concretas as ideias possuem agressividade energia e personalidade propen-

sas a assumir riscos para defender suas causas

Aqui aparece a figura dos trecircs ldquogate keepersrdquo (guardiotildees do portatildeo) que ligam

organizaccedilatildeo e seus colegas agraves frentes externas de informaccedilatildeo que satildeo vitais para a

inovaccedilatildeo pois obtecircm traduzem e distribuem estas informaccedilotildees no acircmbito interno da

organizaccedilatildeo Os quatros patrocinadores ou mentores satildeo gerentes de alto niacutevel que

datildeo apoio informal acesso aos recursos e a proteccedilatildeo no surgimento de novos produ-

tos ou negoacutecios Esses personagens atuando conjuntamente representam o ldquogecircnio

coletivordquo da organizaccedilatildeo que consiste na soma das capacidades pessoais em clima

motivacional gerando resultados mensuraacuteveis substituindo o gecircnio individual predo-

minante ateacute o seacuteculo passado conforme DE MASI (1998) Uma vez que o gecircnio indi-

vidual pode ateacute existir mas eacute difiacutecil de ser encontrado

Segundo GALBRAITH (1998) algumas pessoas que satildeo boas em inovaccedilatildeo e

criatividade mas natildeo satildeo necessariamente boas em operaccedilatildeo Portanto o desenho

organizacional contribui para a criaccedilatildeo de uma organizaccedilatildeo inovadora na medida em

que promove o encontro sistemaacutetico entre os geradores de ideias e aqueles que po-

dem defendecirc-las e colocaacute-las em praacutetica12

CAPIacuteTULO II 12 Internet

(httpwwwgooglecombrurlsa=tamprct=jampq=ampesrc=sampsource=webampcd=1ampsqi=2ampved=0CEwQFjAAampu

rl=http3A2F2Fwwwfespprbr2F~bastosjr2FGest25E3o2520de2520Inova25E725E3o2

FArtigos2FInova25E725E3odocampei=Ex32T_meBObb6wGds-29Bgampusg=AFQjC) data de acesso

04062012

24

DESENVOLVIMENTO DA CRIATIVIDADE

1 ndash Capital Intelectual

Com o mercado cada vez mais exigente as empresas vecircm sentindo a necessi-

dade de investir mais em recursos humanos acrescentando a seu capital o conheci-

mento originado atraveacutes do investimento em capital humano qualificado o qual agrega

agraves empresas recursos de fundamental importacircncia No entendimento de Stewart

(2004) o capital intelectual eacute um bem intangiacutevel podendo-se afirmar que eacute um dos

fatores mais importantes da vida de uma organizaccedilatildeo Jaacute para (DRUCKER (apud

MONTEIRO 2007 p17) o capital intelectual eacute ldquo[] a soma do conhecimento de todos

de uma empresa o que lhe proporciona vantagem competitivardquo

CHIAVENATO (2004) afirma que no mundo complexo e competitivo de hoje a

escolha das pessoas certas se torna vital para o bom funcionamento da empresa

Para STEWART (2004) o capital intelectual corresponde ao conjunto de co-

nhecimentos e informaccedilotildees encontrados nas organizaccedilotildees que agregam valor ao pro-

duto ou serviccedilo mediante a aplicaccedilatildeo da inteligecircncia e natildeo do capital monetaacuterio ao

empreendimento sendo o capital intelectual gerador de capacidades conhecimento

habilidades e experiecircncias individuais dos funcionaacuterios para realizaccedilatildeo de tarefas

O capital intelectual eacute algo tatildeo valioso dentro de uma organizaccedilatildeo que eacute atra-

veacutes dele que se podem ter grandes inovaccedilotildees transformaccedilotildees tecnoloacutegicas resolu-

ccedilotildees de problemas gestatildeo eficiente lucratividade e sucesso melhorados Um colabo-

rador que possui seu capital intelectual estimulado atraveacutes da motivaccedilatildeo seraacute mais

bem aproveitado pela empresa uma vez que se sente incluiacutedo valorizado simpatizan-

te e livre para gerir suas ideias de uma forma mais aguccedilada

CHIAVENATO (2004) diz que o capital humano eacute constituiacutedo das pessoas que

fazem parte de uma organizaccedilatildeo Capital humano significa talentos que precisam ser

mantidos e desenvolvidos Mais do que isso capital humano significa capital intelectu-

al

Para MONTEIRO (2007) o ser humano eacute o maior bem de uma empresa pois eacute

ele o principal instrumento de seu sucesso ou fracasso uma vez que o capital intelec-

tual eacute algo exclusivo do ser humano Pode-se entatildeo descrever que ele eacute o raciociacutenio

humano elaborado acrescido do ambiente onde estaacute inserido

25

MONTEIRO (2007) comenta que dentro das organizaccedilotildees o capital intelectual

pode ser diferenciado dos demais capitais porque ele cresce quando compartilhado

com os do mesmo grupo e natildeo se deprecia com o uso Ao contraacuterio dos outros ativos

o seu valor decorre do uso O capital intelectual eacute enfatizado como o conjunto de in-

formaccedilotildees e conhecimentos encontrados nas organizaccedilotildees onde agregam ao produto

eou serviccedilos valores mediante a aplicaccedilatildeo da inteligecircncia e natildeo do capital monetaacuterio

Devido a sua grande representatividade nas empresas o capital intelectual natildeo deve

ser subestimado nem utilizado de forma ineficiente acarretando em um gerenciamento

ineficaz mais investimento incentivado para assim trazer agrave empresa bons negoacutecios e

melhor rentabilidade (MONTEIRO 2007 p18)13

2 - Criatividade

Criatividade eacute um assunto que fascina a todos objeto de muitos estudos em-

bora no contexto empresarial seja novo O pensamento criativo antigamente era vis-

to como inspiraccedilatildeo divina passando a ser estudado com melhor afinco a partir dos

anos 50

O Caminho humano de viver conviver e sobreviver eacute permeado de accedilotildees cria-

tivas conscientes e inconscientes Esse potencial criativo eacute inato em todo ser humano

poreacutem ele se ensina e se aprende Trata-se de uma competecircncia pessoal valorizada

mas ao mesmo tempo desprestigiada pois percebemos que as empresas desclassifi-

cam candidatos criativos e depois encaminham-no para o desenvolvimento desta habi-

lidade

Criatividade para o quecirc Eacute a primeira pergunta que surge em nossa mente

quando tratamos do tema Se tudo estaacute bem natildeo haacute motivos para criar ou se estaacute

tudo ruim natildeo temos mais o que fazer Percebemos que o ser humano sempre busca

a sua zona de conforto para se acomodar sofrer menos ou agraves vezes para reclamar

mais Podemos pensar nesta pergunta buscando duas respostas uma do acircmbito pes-

soal e outra empresarial No processo de criaccedilatildeo percebemos que podemos mudar e

nos diferenciar daquilo que fomos respeitando e valorizando o nosso proacuteprio passado

13Internet (httpwwwaedbbrsegetartigos10327_PDF20Samirapdf) data acesso

15072012

26

tomando decisotildees e desempenhando accedilotildees diferentes dos que habitualmente faziacutea-

mos Podemos gerar mudanccedilas substanciais nas empresas e a partir dessas mudan-

ccedilas diferenciarmos sem contudo ser necessaacuterio efetuar mudanccedilas demasiadas mu-

danccedilas que choquem e natildeo se ajustem aos nossos valores e nossa realidade

Se o objetivo eacute buscar na empresa alcanccedilar eficiecircncia que possibilite ao cliente

escolher e comprar nossos produtos e serviccedilos e natildeo os dos concorrentes precisa-

mos estar abertos para buscar novas alternativas novas maneiras de fazer as coisas

e consequentemente resultados diferentes A mudanccedila organizacional eacute muitas ve-

zes uma ferramenta de soluccedilatildeo de problemas das organizaccedilotildees Podemos diferenci-

ar-nos dos competidores apenas sabendo quando e em quecirc devemos mudar e onde

queremos chegar

A criatividade na empresa eacute medida a partir dos resultados alcanccedilados Uma

resposta eacute mais criativa (entre aspas pois as respostas natildeo satildeo criativas e sim as pes-

soas que a geraram) que outra quando atinge aquele objetivo para o qual foi focado a

soluccedilatildeo de um problema traz uma alternativa ou um meacutetodo inovador ou ateacute mesmo

uma combinaccedilatildeo de resultados diferentes

Tatildeo essencial como ser diferente eacute a necessidade de buscar resultados e uma

empresa soacute eacute verdadeiramente criativa quando a criatividade se torna a maneira diaacute-

ria de fazer as coisas e espera que seus membros considerem uma ampla variedade

de alternativas antes de comprometer-se numa direccedilatildeo especiacutefica 14

21 ndash Conceito de criatividade

A criatividade eacute a faculdadehabilidade de criar ou o potencial criativo Consiste

em encontrar meacutetodos ou objetos para executar tarefas de uma maneira nova ou dife-

14 Internet

Fonte (Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de acesso

25062012

27

rente do habitual com a intenccedilatildeo de satisfazer um propoacutesito A criatividade permite

cumprir os desejos de forma mais raacutepida faacutecil eficiente ou econoacutemica

A criaccedilatildeo de novas ideias e conceitos tambeacutem se lhe daacute o nome de inventivi-

dade pensamento original pensamento divergente ou imaginaccedilatildeo construtiva Trata-

se de conceitos que implicam o ato de inventar algo novo (isto eacute recorrer ao enge-

nho) a capacidade de encontrar soluccedilotildees originais e a vontade de mudar o mundo 15

A criatividade eacute considerada uma capacidade humana de grande valor univer-

sal tudo indica que nesta competecircncia reside a memoacuteria RAM bioloacutegica para o im-

pulso da evoluccedilatildeo humana A memoacuteria RAM segundo CURY (2009) eacute o fenoacutemeno dos

registos da memoacuteria O que melhor descreve a criatividade eacute o que SANCHEZ (2003)

referiu em seus apontamentos a criatividade eacute uma sublime dimensatildeo da condiccedilatildeo

humana

Eacute entretanto na capacidade criativa que existe a chave da capacidade de evo-

luccedilatildeo da humanidade O meacuterito da expressatildeo criativa eacute fruto da complexidade ou

seja eacute fruto do contexto social no seu desenvolvimento natural e humano

Eacute muito interessante contemplar os efeitos provenientes deste constructo a

considerar a capacidade de um indiviacuteduo criativo construir e reconstruir transformando

a nossa realidade Eacute consensual e gratificante perceber que todos temos a capacida-

de criativa deve eacute ser melhor desenvolvida16

De maneira instintiva o termo criatividade sempre se associou agrave atividade ar-

tiacutestica Mais recentemente graccedilas a exemplos empresariais como Apple e Google a

inovaccedilatildeo ganhou espaccedilo nos sectores tecnoloacutegicos Neste sentido a nossa intuiccedilatildeo

natildeo estaacute errada uma vez que criatividade e inovaccedilatildeo satildeo dois conceitos muito unidos

Explicado de forma simples a capacidade criativa pode ser definida como ldquoa habili-

dade para gerar ideias alternativas e soluccedilotildees a um determinado problema de forma

faacutecilrdquo 17

15 Internet (httpconceitodecriatividade) data de acesso 25062012 16Internet (httpptwikipediaorgwikiCriatividade) data de acesso 04072012

17Inter-

net(httpwwwcriaptcriaadminappCRIAuploadscreamanual20creatividade20portugue

s_pt_webpdf) data de acesso 04072012)

28

22 ndash Criatividade do ponto de vista pessoal

Temos que pensar em Criatividade como estrateacutegia para viver melhor para

uma qualidade de vida que diria razoaacutevel aleacutem de identificar potenciais descobertas

internas que foram abafadas pelos processos familiares educacionais e empresariais

assim pelo tempo Outro aspecto estaacute relacionado com a garantia da nossa emprega-

bilidade entendendo como fonte de renda como funcionaacuterio profissional autocircnomo ou

empresaacuterio Vivemos num mundo de mudanccedilas aprimoramento riscos e oportunida-

des Melhoria nos nossos relacionamentos interpessoais atraveacutes do reconhecimento e

aproveitamento da diversidade respeitando as mais diversas formas de pensamento e

das diferenccedilas individuais Estamos acostumados a considerar a criatividade como

algo pessoal e intransferiacutevel A criatividade humana natildeo eacute temporal Trata-se de um

patrimocircnio do ser humano compartilhado pela sociedade Como a organizaccedilatildeo existe

para servir a sociedade nada mais justo do que desenvolver a criatividade como ga-

rantia para superaccedilatildeo da expectativa do cliente em relaccedilatildeo agrave sua empresa 18

23 ndash Criatividade do ponto de vista empresarial

A busca de um diferencial oferecendo algo mais do que o cliente espera atrair

preferecircncias estabelecer estrateacutegia diferenciada adaptar-se agraves necessidades modifi-

car produtos e buscar soluccedilotildees para os problemas fugindo do convencional e assim

diferenciando-se dos concorrentes Estrateacutegia competitiva natildeo somente por criar ou

inovar produtos mas tambeacutem a quebra de paradigmas mudanccedilas de pensamentos

comportamentos etc Todas as ideias produtos e serviccedilos criativos poderatildeo ser trans-

formados em algo positivo para a organizaccedilatildeo Melhoria dos seus produtos assim

como a criaccedilatildeo de novos Busca de resultados diferentes do passado Melhoria do

18 Internet (Fonte Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de

acesso 04072012

29

relacionamento humano interno consequentemente o aumento da produtividade Me-

lhoramento contiacutenuo em todos os setores Desenvolvimento da qualidade19

24 - Criatividade e a visatildeo estrateacutegica da empresa

A criatividade se relaciona com a visatildeo estrateacutegica de empresa da seguinte

forma a partir dos objetivos traccedilados pela organizaccedilatildeo a mesma definiraacute uma linha

estrateacutegica a ser seguida para alcanccedilar esses objetivos A criatividade se envolve de

acordo com a intenccedilatildeo da empresa ela pode querer reinventar seus modos de atua-

ccedilatildeo pode somente visar manter-se atualizada e motivada pode querer mudar rapida-

mente de foco e enfim 44 pode estabelecer um relacionamento forte ou fraco com a

criatividade em funccedilatildeo das soluccedilotildees que ela estiver almejando

CALKINS (2001) defende essa visatildeo ao dizer que para produzir subjetividade

a criatividade deve ser parte da estrateacutegia da empresa O estudo de LENGNICK-HALL

e WOLFF (1998) faz justamente uma releitura sobre o processo estrateacutegico organiza-

cional ndash enfatizando os trecircs domiacutenios loacutegicos que guiam a maioria das empresas ndash e

relacionando conforme a Tabela abaixo com o tipo de criatividade que estaraacute vigente

Loacutegicas Estrateacutegicas x Criatividade

Loacutegica Dominante

Guerrilha Loacutegica Complexidade Loacutegica Capacidade Loacutegica

Objetivo

repentinamente reescrever

as regras da competitivida-

de

aprendizagem e alto envolvi-

mento organizacional

desenvolver e implementar

estrateacutegias que as possibilitem

criar uma sustentaacutevel vantagem

competitiva

Elemento

Chave

a flexibilidade a criativida-

de e a inovaccedilatildeo

sistema natural de relaciona-

mentos

desenvolvimento eficiente e

eficaz e protegendo seus recur-

sos de base

Justificativa vantagem competitiva

como algo muito passageiro

a organizaccedilatildeo vive em uma

comunidade de competidores

fornecedores clientes

as organizaccedilotildees procuram de-

senvolver e implantar estrateacute-

gias que as possibilitem criar

uma sustentaacutevel vantagem

competitiva

19Internet (Fonte Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de

acesso 04072012

30

Sucesso Orga-

nizacional

eacute uma funccedilatildeo da sua capa-

cidade para gerar ideias

que criam novas dinacircmicas

competitivas e novas are-

nas de accedilatildeo

consequecircncia de um natural

entendimento do paradoxo de

forccedilas que formam o sistema

organizacional

a chave da vantagem competiti-

va sustentaacutevel estaacute na habilida-

de organizacional para proteger

os seus recursos de base

Autores COOPER (1995) e

SCHUMPETER (1936)

MILLER (1996) SENGE (1990) e

MOORE (1996)

PORTER (1986 e 1992) e

HAMEL e PRAHALAD (1994)

Ecircnfase Criar Aprender Agregar Valor

Praacuteticas Cria-

tivas

Brainwriting Pool Teacutecnica

da Troca dos Cartotildees etc Pensamento Lateral Jamming

(Fonte Pesquisa a partir dos estudos de Lengnick-Hall e Wolff 1998) 20

25 ndash Reconfiguraccedilatildeo dinacircmica do talento

A estrateacutegia de inovaccedilatildeo sem duacutevida requer novas habilidades O conceito de

R=G sugere que nenhuma empresa eacute capaz de desenvolver sozinha todos os produ-

tos e serviccedilos de que necessita para oferecer experiecircncias personalizadas a cada cli-

ente Tampouco empresa alguma tem condiccedilotildees de cultivar todas as capacidades

gerenciais indispensaacuteveis para transformar a organizaccedilatildeo Analisamos questotildees rela-

cionadas com a superaccedilatildeo dos legados organizacionais e com a construccedilatildeo de novas

capacidades para o gerenciamento da inovaccedilatildeo Mostramos como as empresas de-

vem preparar-se para administrar as tensotildees constantes entre flexibilidade eficiecircncia

e confiabilidade Essa transformaccedilatildeo natildeo consiste apenas em mudar a mentalidade

ou a loacutegica dominante dos gestores tambeacutem significa concentrar-se nos novos niacuteveis

de transparecircncia e de visibilidade em relaccedilatildeo a como se gerencia a empresa

Precisamos mudar a maneira como gerenciamos ndash como combinamos continu-

amente oportunidades e recursos O foco deve convergir natildeo soacute para as habilidades

20Internet (Fonte Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de

acesso 04072012

31

dos indiviacuteduos e para as atitudes de cada um em relaccedilatildeo ao aprendizado mas tam-

beacutem para a competecircncia das equipes e para a capacidade dessas forccedilas-tarefas de se

reconfigurar continuamente em funccedilatildeo dos objetivos arregimentando os melhores

talentos em todo o mundo Por exemplo a identificaccedilatildeo dos comportamentos e das

necessidades de determinada pessoa numa base de milhotildees de clientes ndash como a

Amazoncom na ING Insurance e no programa de diabetes da ICICI ndash exige capaci-

dades analiacutetica Argumentaremos que os mesmos requisitos tambeacutem satildeo indispensaacute-

veis na base de talentos A empresa deve tratar seus empregados e fornecedores

como indiviacuteduos iacutempares (ou como conjunto de indiviacuteduos sem igual) da mesma ma-

neira como lida com os clientes A configuraccedilatildeo dinacircmica de recursos para atender agraves

necessidades de tarefas especiacuteficas converte-se em fonte de vantagem competitiva

A essecircncia da mensagem eacute que para a transformaccedilatildeo ser eficaz os gestores devem

concentrar o foco na mobilizaccedilatildeo raacutepida de talentos dentro e fora da empresa (PRA-

HALAD e KRISHNAN 2008 p177)

3 ndash Cadeia de valor e vantagem competitiva

Segundo Novaes (2001 p184) o conceito de cadeia de valor foi desenvolvido

por Porter O conceito eacute de muita simplicidade e por isso talvez mostre-se tatildeo impor-

tante no contexto econocircmico-social em que se inserem as empresas com a crescente

globalizaccedilatildeo dos negoacutecios e mercados

Para (PORTER 1989 p33) toda empresa eacute uma reuniatildeo de atividades que

satildeo executadas para projetar produzir comercializar entregar e sustentar seu produ-

to Todas estas atividades podem ser representadas fazendo-se uso de uma cadeia

de valores Essa exposiccedilatildeo do autor indica em primeira matildeo apenas4 a ideia de ava-

liar a cadeia interna da empresa a qual eacute formada pelas atividades operacionais e

organizacionais jaacute citadas

A ideia baacutesica que subsidia esse conceito natildeo eacute de autoria de Porter mas haacute

muito tempo jaacute estava sendo analisada Fala-se aqui dos conceitos da Teoria Geral de

Sistemas que tem como precursor o Prof Ludwig von Bertalanffy e seus trabalhos

teoria essa que apresenta a empresa como um sistema inserido esse uacuteltimo em um

ambiente ou macro sistema Assim deve-se ter em mente uma visatildeo sistecircmica en-

xergar mais do que as aacutereas ou atividades isoladamente mais do que os limites da

empresa (Cadeia de Valor Interna) A empresa faz parte de um todo maior (um siste-

32

ma amplo) e esse eacute que deve ser otimizado para gerar maior valor para o cliente e

consequentemente maior lucratividade na cadeia (Cadeia de Valor Externa)

Nas palavras de Porter (1989 p33) ldquoa cadeia de valores desagrega uma em-

presa nas suas atividades de relevacircncia estrateacutegica para que se possa compreender o

comportamento dos custos e as fontes existentes e potenciais de diferenciaccedilatildeordquo Uma

empresa ganha vantagem competitiva se conseguir desempenhar essas atividades

estrateacutegicas de uma maneira melhor e mais barata que a concorrecircncia

Pode-se entatildeo caminhar para um avanccedilo em definiccedilatildeo ao verificarmos a pro-

posiccedilatildeo de (SHANK amp GOVINDARAJAN 1993 p13) de que ldquoa cadeia de valor para

qualquer empresa em qualquer negoacutecio eacute o conjunto interligado de todas as ativida-

des que criam valor desde uma fonte baacutesica de mateacuterias primas passando por forne-

cedores de componentes ateacute a entrega do produto final agraves matildeos do consumidorrdquo

O mundo em que se vive atravessa em periacuteodo de transformaccedilatildeo sequer ima-

ginado Nele nada eacute definitivo Fica-se perplexo quando natildeo se consegue acompanhar

a velocidade da evoluccedilatildeo dos acontecimentos sente-se perdido principalmente nos

assuntos relacionados agrave dinacircmica do desenvolvimento tecnoloacutegico

Dessa forma com uma visatildeo focada no clienteconsumidor pode-se considerar

que a cadeia de valor eacute uma sequecircncia de atividades desde a origem de recursos ateacute

o descarte final de determinado produto Portanto tem-se uma visatildeo bastante abran-

gente do conceito que pode considerar desde a fase da extraccedilatildeo de mateacuteria-prima ateacute

o tratamento final que eacute dado ao produto por exemplo num enfoque de ciclo de vida

do produto21

31 - O que significa uma vantagem competitiva

O sucesso de uma empresa eacute em larga medida determinado pela atratividade

do sector em que opera mas a sua posiccedilatildeo dentro desse sector tambeacutem eacute importante

21 (httpwwwccontabeiscombrconvt14pdf) data acesso 15072012

33

Apesar de um sector poder ter uma fraca eficaacutecia uma empresa que estaacute bem posi-

cionada pode ainda assim criar lucros significativos

Diz-se que uma empresa tem uma vantagem competitiva sobre os seus con-

correntes quando manteacutem retornos que superam a meacutedia no seu sector Esta vanta-

gem decorre das caracteriacutesticas do produto que o torna superior aos produtos da con-

correcircncia

Nalgumas situaccedilotildees pode obter-se uma vantagem competitiva atraveacutes da evoluccedilatildeo

tecnoloacutegica mas esta eacute frequentemente difiacutecil de manter porque os concorrentes ra-

pidamente a copiam ou aperfeiccediloam desenvolvem novas tecnologias Uma vantagem

sustentada resulta frequentemente mais do que da tecnologia ou de modificaccedilatildeo de

produtos de outros fatores como por exemplo o simbolismo associado ndash o que o

produto significa para os consumidores (imagem de marca) e o que estes experimen-

tam na sua compra e uso Os investigadores em marketing reconhecem que os produ-

tos possuem caracteriacutesticas simboacutelicas e que o consumo de certos produtos pode de-

pender mais do seu significado social do que da sua utilidade funcional

Existe atualmente uma tendecircncia para os consumidores exigirem ldquosignificado

pessoalrdquo aos produtos e serviccedilos Torna-se essencial inovar para responder agraves emo-

ccedilotildees que influenciam as decisotildees dos consumidores Estes estatildeo cada vez menos

impressionados com as novas tecnologias e a optar por produtos que resultam ldquopara

mimrdquo Como consequecircncia palavras como emoccedilatildeo e significado pessoal encon-

tram o seu caminho nas estrateacutegias das empresas sendo importante entender os fato-

res intangiacuteveis associados ao valor percebido do produto e as percepccedilotildees na sua

globalidade positivas ou negativas Novas designaccedilotildees tais como ndash ldquofaacutecil acessiacute-

vel razoaacutevel empoderamento e pessoal ndash refletem mais a pessoa do que o obje-

to Descobrir os sentimentos e as atitudes em relaccedilatildeo aos produtos bem como conhe-

cer as razotildees das preferecircncias dos consumidores tornaram-se importantes elementos

estrateacutegicos22

32 - Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva

Em grande medida a ambiccedilatildeo da estrateacutegia da empresa eacute conseguir uma van-

tagem competitiva sustentaacutevel

22Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

34

A vantagem competitiva analisa a atividade da empresa centrando-se primei-

ramente na sua capacidade de gerar retornos superiores de capital e de vincular a

estrateacutegia de negoacutecio a mercados financeiros e de capital fundamentais por um longo

periacuteodo de tempo No fim de contas eacute a vantagem competitiva da empresa que permi-

te ter bons retornos para os seus acionistas

Sem vantagem competitiva a empresa tem uma razatildeo econoacutemica limitada para

existir ndash a sua vantagem competitiva eacute a sua razatildeo de existecircncia Sem ela a empresa

natildeo iraacute prosperar Criar uma vantagem competitiva sustentaacutevel pode ser a meta mais

importante de qualquer organizaccedilatildeo e pode mesmo ser o atributo mais importante em

que a empresa se focaliza23

33 - Como implementar vantagem competitiva

As vantagens competitivas natildeo assumem uma uacutenica forma e eacute possiacutevel que

uma empresa tenha vaacuterias vantagens competitivas e em diferentes aacutereas Ilustra-se

algumas das aacutereas onde as empresas se podem destacar e garantir o seu sucesso a

longo prazo quota de mercado gestatildeo da marca rede marcas e patentes eficaacutecia de

custos e altos custos de mudanccedila

As empresas com quotas de mercado significativas criam um problema para os

concorrentes o que eacute positivo para aquelas uma vez que os seus produtos satildeo bem

conhecidos e recebidos no mercado No entanto mesmo quando a quota de mercado

eacute consideraacutevel se o sector for atrativo ou seja tiver um potencial de lucro significativo

novos operadores podem aparecer com a consequente reduccedilatildeo da quota de merca-

do

Ter uma marca forte pode garantir o sucesso a longo prazo e tambeacutem permitir

agraves empresas obter lucros pois a sua marca permite-lhes cobrar um preccedilo especial

(premium) Marcas fortes tendem a criar uma vantagem competitiva mais duradoura

O efeito de rede ocorre quando um produto cria uma procura por parte dos

consumidores que depois amplia o produto A empresa pode beneficiar do efeito de

23 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

35

rede pela atraccedilatildeo de mais vendedores Estes por sua vez atraem mais compradores

estabelecendo-se uma quota de mercado dominante (por exemplo eBay)

Este efeito de rede natildeo eacute muito comum mas quando ocorre pode ser extre-

mamente lucrativo As marcas e as patentes podem ser fonte de vantagem competiti-

va para algumas empresas 24

34 - Como criar valor e vantagem competitiva

Uma empresa posiciona-se aproveitando os seus pontos fortes Michael Porter

defendeu que aqueles se inscrevem em dois tipos baacutesicos de vantagem competitiva

vantagem pelos custos ou diferenciaccedilatildeo Estes satildeo identificados como vantagens po-

sicionais uma vez que expressam a posiccedilatildeo da empresa no sector enquanto liacuteder nos

custos ou por diferenciaccedilatildeo

A empresa utiliza os seus recursos e capacidades para gerar uma vantagem

competitiva que por uacuteltimo resulte na criaccedilatildeo de um valor superior

As competecircncias distintivas (competecircncias nucleares) resultam de recursos

especiacuteficos e capacidades da empresa facilitam a inovaccedilatildeo a eficiecircncia a qualidade

e a receptividade dos clientes o que pode ser aproveitado para atingir quer uma es-

trutura de baixo custos quer a diferenciaccedilatildeo do produto

Uma empresa posiciona-se no seu sector atraveacutes da opccedilatildeo por baixos custos

ou diferenciaccedilatildeo Esta decisatildeo eacute uma peccedila central da estrateacutegia competitiva da em-

presa

A vantagem competitiva existe quando a empresa eacute capaz de oferecer os

mesmos benefiacutecios que os concorrentes mas a custos mais baixos (vantagem pelos

custos) ou oferecer benefiacutecios que ultrapassam a concorrecircncia (vantagem por diferen-

ciaccedilatildeo) Portanto uma vantagem competitiva permite agrave empresa criar um valor superi-

or para os seus clientes e lucros para si proacuteprio25

24 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=39ampL=5) data acesso 15072012

25 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

36

CAPITULO III

ASPECTOS DA INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE

1 ndash Inovaccedilatildeo e sustentabilidade

37

Como as empresas podem sair da teoria para a praacutetica e chegar a um no-

vo patamar de competitividade e comprometimento com praacuteticas sustentaacuteveis

Muito se fala em inovaccedilatildeo como o principal caminho para o desenvolvimento

sustentaacutevel das organizaccedilotildees e da humanidade Poreacutem em muitos setores falar sobre

esse assunto eacute ainda um exerciacutecio teoacuterico Em geral o tema eacute associado as aacutereas de

tecnologia ou pesquisa e desenvolvimento mas a inovaccedilatildeo deve acontecer tambeacutem

na lideranccedila nas accedilotildees de marketing no modelo de negoacutecios ou seja na gestatildeo co-

mo um todo

Em pesquisa realizada pela Fundaccedilatildeo Nacional da Qualidade (FNQ) em maio

e 2011 representantes de 63 empresas mostraram que 97 consideram fundamental

que as organizaccedilotildees inovem para buscar a sustentabilidade tanto do negoacutecio quanto

da economia e do planeta Apesar dessa consciecircncia 70 dos participantes do estu-

do acreditam que as empresas estatildeo preocupadas mas natildeo direcionam seus investi-

mentos em inovaccedilotildees com foco no crescimento sustentaacutevel O levantamento mostra

ainda que 27 dos entrevistados apontaram a gestatildeo como a principal preocupaccedilatildeo

das empresas em que trabalham enquanto 22 indicaram a sustentabilidade e 19 a

reduccedilatildeo de custos

De acordo com o superintendente geral da FNQ Jairo Martins ldquoos resultados

da pesquisa mostram que as empresas ainda natildeo perceberam o tamanho do problema

da sustentabilidade considerando o baixo iacutendice de organizaccedilotildees que de fato inves-

tem em inovaccedilatildeo para sustentabilidade Em sua maioria as organizaccedilotildees pensam

apenas no lado econocircmico e natildeo no tripeacute da sustentabilidade que demanda uma em-

presa economicamente soacutelida socialmente correta e ambientalmente responsaacutevel

Enquanto dominar o pensamento pelo vieacutes econocircmico cujo sucesso eacute medido pelo

PIB o atual modelo de desenvolvimento insustentaacutevel natildeo vai mudar e natildeo seratildeo in-

cluiacutedas na pauta das organizaccedilotildees as questotildees socioambientaisrdquo

O professor da Fundaccedilatildeo Getuacutelio Vargas Renato Orsato autor do livro ldquoEstra-

teacutegias de Sustentabilidade quando vale a pena ser verderdquo analisou mais de 30 ca-

sos de empresas que adotaram a inovaccedilatildeo em 20 setores ao redor do mundo Para

ele deve haver uma premissa baacutesica para falar sobre esse assunto fazer perguntas

precisas ldquoIsso porque existem centenas de milhares de formas de incluir inovaccedilatildeo e

sustentabilidade nas empresas As empresas devem conhecer bem o contexto onde

atuam e considerar tanto aspectos tangiacuteveis como intangiacuteveisrdquo afirma

38

Na opiniatildeo do professor enquanto a sustentabilidade eacute apenas um acessoacuterio agrave

estrateacutegia da empresa ela natildeo vale a pena Para inovar as organizaccedilotildees devem

questionar os modelos de negoacutecio e pensar em modelos totalmente novos

Orsato daacute o exemplo da empresa Better Place que inovou na maneira de co-

mercializar energia renovaacutevel para carros eleacutetricos ldquoO grande salto seraacute conseguir

mudanccedilas radicais nos modelos de negoacutecios As fronteiras entre os setores de energia

e mobilidade por exemplo podem mudarrdquo 26

11- Da teoria para a praacutetica

De maneira geral a inovaccedilatildeo faz sucesso em palestras de ldquoespecialistasrdquo e de

executivosrdquo explica o professor Joatildeo Amato Neto da Fundaccedilatildeo Vanzolini e Escola

Politeacutecnica da USP ldquoMas haacute empresas realmente inovadoras seja em seus produtos

em seus processos de produccedilatildeo e ateacute mesmo em seu posicionamento de mercado

Outras satildeo inovadoras na relaccedilatildeo com o mercado num sentido mais amplo Esse eacute

um grupo restrito no Brasil de empresas de excelecircncia As que tecircm excelecircncia em

inovaccedilatildeo para sustentabilidade estatildeo num grupo mais restrito ainda Do ponto de vista

da sobrevivecircncia da empresa nos proacuteximos anos esse eacute um requisito fundamentalrdquo

O professor exemplifica que no varejo haacute grandes redes como o Wall Mart

Carrefour e Patildeo de Accediluacutecar que iniciaram accedilotildees para contratar fornecedores com base

em requisitos de sustentabilidade Essas accedilotildees ainda satildeo restritas a alguns poucos

produtos e incluem por exemplo exigecircncias de embalagens que possam ser recicla-

das Satildeo accedilotildees que visam a reduccedilatildeo do uso de recursos materiais e energia de uma

forma geral (busca de maior eco eficiecircncia nos processos)

Mas como sair da teoria e colocar em praacutetica Veja os principais pontos que

uma empresa interessada em inovaccedilatildeo e sustentabilidade deve trabalhar

bull Investir no espiacuterito criativo dos colaboradores natildeo soacute daqueles que atuam nas aacutereas

de pesquisa e desenvolvimento (PampD) de produtos ou na engenharia do produto mas

num sentido mais amplo oacutetimas ideias podem surgir no chamado chatildeo de faacutebrica

26 Internet (httpwwwhsmcombrbuscarkeys=inovaccedilatildeo e sustentabilidade) data acesso 19072012

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bull Buscar praacuteticas de gestatildeo participativa isso pode gerar ideias que trazem inovaccedilotildees

pequenas incrementais mas que no conjunto fazem muita diferenccedila

bull Usar a educaccedilatildeo para transformar paradigmas e gerar maior conscientizaccedilatildeo Natildeo

se deve pensar apenas em treinamentos que satildeo usados em geral para tarefas es-

peciacuteficas ou aplicaccedilatildeo de teacutecnicas As empresas devem investir na formaccedilatildeo dos re-

cursos humanos

bull Questionar o proacuteprio modelo de negoacutecios

bull Inserir sustentabilidade no planejamento estrateacutegico da empresa

E seraacute que eacute possiacutevel aprender a inovar De acordo com o professor Joatildeo A-

mato a inovaccedilatildeo soacute faz sentido se isso significar uma mudanccedila de mentalidade na

empresa Isso vale para induacutestria ou setor de serviccedilos ldquoNo setor financeiro temos mui-

tos exemplos de como os bancos estatildeo descobrindo novas maneira de incluir a sus-

tentabilidade em suas praacuteticas definindo criteacuterios de praacuteticas socioambientais aos

seus clientes Na realidade alguns dos grandes bancos jaacute colocaram isso no seu plano

estrateacutegicordquo conclui 27

12 ndash Sustentabilidade corporativa

Haacute vaacuterias definiccedilotildees para sustentabilidade e desenvolvimento sustentaacutevel na

literatura e organizaccedilotildees que tratam do tema arrolam outras tantas Isso decorre do

fato de a sustentabilidade ser um conceito relativamente novo possuir um caraacuteter mul-

tidisciplinar e envolver diferentes interpretaccedilotildees que refletem diferenccedilas de valor cir-

cunstacircncias localizadas e contextos especiacuteficos Aleacutem disso o conceito acaba incorpo-

rado a vaacuterios assuntos tais como a definiccedilatildeo de poliacuteticas governamentais a gestatildeo

puacuteblica regional a gestatildeo de empresas e ateacute mesmo o nosso estilo de vida (MA-

27 Internet (httpwwwhsmcombreditoriassustentabilidadeinovacao-e-ustentabilidade-de-

maos-dadas) data acesso 19072012

40

WHINNEY 2002) O foco deste artigo eacute a sustentabilidade corporativa ou seja a apli-

caccedilatildeo do conceito de sustentabilidade nas empresas

Algumas empresas brasileiras vecircm sendo citadas como casos mundiais no

acircmbito de algumas das dimensotildees da sustentabilidade corporativa HART (1997)

menciona a Aracruz Celulose como uma empresa que adota a visatildeo de desenvolvi-

mento sustentaacutevel desde o iniacutecio de suas operaccedilotildees com base no modelo de reflores-

tamento das plantaccedilotildees de eucaliptos PRAHALAD (2004) apresenta o caso da Casas

Bahia como uma empresa que atende a populaccedilatildeo de baixa renda por meio de um

modelo inovador de financiamento (SEABRA LEAL e PASSOS 2005 p10) Relatam

o caso da Natura assinalando que seus principais acionistas satildeo enfaacuteticos ao afirma-

rem que a busca da sustentabilidade eacute mais do que uma estrateacutegia de negoacutecios mdash eacute

uma filosofia de vida Outros estudos acadecircmicos nessa aacuterea tambeacutem envolvem em-

presas nacionais SILVA e KULAY (2005) apresentam um caso de aplicaccedilatildeo da Avali-

accedilatildeo do Ciclo de Vida (LCA mdash Life Cycle Assessment) para analisar os potenciais

impactos ambientais do processo de fabricaccedilatildeo de fertilizantes fosfatados em uma

empresa brasileira COSTA e GOUVINHAS (2004) analisam a adoccedilatildeo das estrateacutegias

de projeto ecoloacutegico (ecodesign) no ambiente de negoacutecios de pequenas e meacutedias em-

presas brasileiras HOPKINS (2002) discute a sustentabilidade nas operaccedilotildees internas

das empresas a partir de uma pesquisa exploratoacuteria sobre a aplicaccedilatildeo de indicadores

de responsabilidade social em quatro grandes empresas no Brasil 28

13 - O conceito de sustentabilidade corporativa

Considera-se sustentabilidade corporativa como a gestatildeo empresarial que bus-

ca equilibrar as necessidades econocircmicas das empresas com a responsabilidade pelo

desenvolvimento da sociedade e preservaccedilatildeo dos recursos naturais visando atender

agraves necessidades atuais e futuras dos elementos afetados pela empresa Esses ele-

mentos mdash que satildeo ou podem ser afetados pelos efeitos das operaccedilotildees accedilotildees e deci-

28 Internet httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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sotildees da empresa mdash incluem os acionistas e funcionaacuterios clientes e consumidores

fornecedores e parceiros os recursos naturais utilizados pela empresa o meio ambi-

ente e a sociedade

A sustentabilidade corporativa estaacute associada a trecircs macro objetivos a geraccedilatildeo

de valor econocircmico a responsabilidade ambiental e a responsabilidade social A gera-

ccedilatildeo de valor econocircmico estaacute relacionada com a obtenccedilatildeo de resultados econocircmicos

positivos no presente e no futuro A responsabilidade ambiental diz respeito agrave conser-

vaccedilatildeo e ao uso sustentaacutevel dos recursos naturais E a responsabilidade social con-

templa a corresponsabilidade das empresas pelo desenvolvimento da sociedade Con-

forme ELKINGTON (1997) esses objetivos satildeo inerentes aos denominados resultados

tridimensionais da sustentabilidade (triple bottom line) As empresas que adotam a

sustentabilidade corporativa devem buscar um equiliacutebrio entre o compromisso econocirc-

mico a preservaccedilatildeo ambiental e o desenvolvimento da sociedade assumindo respon-

sabilidades pelas condiccedilotildees de vida atuais e futuras29

14 - Sustentabilidade e geraccedilatildeo de valor econocircmico

A literatura ressalta a necessidade de que as iniciativas relacionadas agrave susten-

tabilidade tragam retornos positivos para as empresas REINHARDT (1999) considera

que as justificativas para os investimentos ambientais realizados pelas empresas de-

vem ser similares aos demais investimentos Nesse sentido os investimentos em ges-

tatildeo ambiental devem auferir retornos financeiros positivos ou conduzir agrave reduccedilatildeo dos

riscos SENGE e CARSTEDT (2001) satildeo mais enfaacuteticos ao considerar que o desafio

atual reside em desenvolver negoacutecios sustentaacuteveis compatiacuteveis com a realidade eco-

nocircmica Segundo esses autores novos modelos de negoacutecios e produtos inovadores

no acircmbito da sustentabilidade precisam necessariamente acarretar resultados finan-

ceiros satisfatoacuterios para se viabilizarem

Os benefiacutecios decorrentes das accedilotildees de sustentabilidade podem ser tangiacuteveis

ou intangiacuteveis Willard (2002) identifica potenciais benefiacutecios tangiacuteveis como aqueles

associados agrave reduccedilatildeo de custos na manufatura agrave reduccedilatildeo de custos comerciais ao

aumento do faturamento e ao aumento da participaccedilatildeo no mercado Como benefiacutecios

intangiacuteveis considera a maior facilidade na contrataccedilatildeo de talentos a maior retenccedilatildeo

29 Internet httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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dos principais talentos o aumento da produtividade dos funcionaacuterios a reduccedilatildeo dos

riscos e as maiores facilidades de financiamento NEMLI (2004) considera que os be-

nefiacutecios devem ser mensurados ao longo de trecircs dimensotildees reduccedilatildeo de custos e au-

mento da lucratividade aumento da reputaccedilatildeo e criaccedilatildeo de diferenciaccedilatildeo crescimento

da empresa em termos de capacidade de inovaccedilatildeo e uso de tecnologias limpas

A perspectiva de geraccedilatildeo de valor econocircmico estaacute acoplada a uma visatildeo mais holiacutesti-

ca do bom funcionamento da economia Nesse sentido HAWKEN LOVINS e LOVINS

(1999) consideram que o capitalismo natural pode ser o gatilho para a proacutexima revo-

luccedilatildeo industrial em que quatro tipos de capital sustentam o bom funcionamento da

economia o capital humano (pessoas conhecimento e cultura) o capital financeiro

(caixa investimentos e instrumentos monetaacuterios) o capital industrial (infra estrutura

faacutebricas e maacutequinas) e o capital natural (recursos naturais sistemas de vida e ecossis-

tema) Conforme SENGE e CARSTEDT (2001) a geraccedilatildeo de valor econocircmico por

empresas sustentaacuteveis depende de forma ampla da adoccedilatildeo de uma realidade eco-

nocircmica que conecta a induacutestria a sociedade e o meio ambiente Por outro lado mes-

mo na realidade atual a reduccedilatildeo do desperdiacutecio e do fluxo destrutivo dos recursos

pode representar uma importante oportunidade de negoacutecios (LOVINS LOVINS e

HAWKEN 1999) 30

15 - Sustentabilidade e responsabilidade ambiental

Vaacuterios autores assinalam a importacircncia da questatildeo da estrateacutegia ambiental das

empresas no acircmbito da sustentabilidade corporativa HART (1997) considera a polui-

ccedilatildeo a exaustatildeo dos recursos naturais e a pobreza como os principais desafios da sus-

tentabilidade Segundo o autor a estrateacutegia ambiental das empresas em geral evolui

segundo trecircs estaacutegios prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo produtos ambientalmente corretos e

produccedilatildeo limpa Aleacutem disso uma estrateacutegia ambiental integrada natildeo deve direcionar-

se somente para o desenvolvimento de competecircncias internas mas tambeacutem conside-

rar o relacionamento com os clientes fornecedores outras empresas agentes gover-

30 Internet

(httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext)

data de acesso 2107201230

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namentais e acionistas Da mesma forma BARBIERI (2004) cita trecircs abordagens para

a gestatildeo ambiental empresarial controle da poluiccedilatildeo prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo e abor-

dagem estrateacutegica A prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo incorpora duas preocupaccedilotildees ambientais

principais o uso sustentaacutevel dos recursos e o controle da poluiccedilatildeo Os instrumentos

tradicionais para o uso sustentaacutevel dos recursos satildeo referenciados pelo autor como

4Rs reduccedilatildeo da poluiccedilatildeo na fonte reutilizaccedilatildeo reciclagem e recuperaccedilatildeo energeacutetica

HOFFMAN (2000) sugere que a estrateacutegia ambiental determine o alinhamento

entre a proteccedilatildeo ambiental e o crescimento econocircmico da empresa O desenvolvimen-

to da estrateacutegia ambiental deve analisar os concorrentes os parceiros os produtos as

mateacuterias-primas as perdas e os resiacuteduos da empresa O autor considera que a estra-

teacutegia ambiental pode ser direcionada por quatro fatores o mercado (composto pelos

consumidores associaccedilotildees concorrentes e consultores) os provedores de recursos

(clientes seguradoras fornecedores bancos e investidores) os elementos coercivos

(regulamentos locais legislaccedilatildeo internacional) e os elementos sociais (instituiccedilotildees

religiosas organizaccedilotildees natildeo-governamentais comunidade mundo acadecircmico im-

prensa e poder judiciaacuterio) 31

16 - Sustentabilidade e responsabilidade social

Os defensores da responsabilidade social argumentam que as empresas de-

vem assumir um compromisso com o desenvolvimento da sociedade As empresas

devem executar accedilotildees para fomentar o desenvolvimento social a inclusatildeo social e

contribuir para a melhoria das condiccedilotildees de vida da populaccedilatildeo mais necessitada Al-

guns autores consideram que essas atividades natildeo satildeo puramente filantroacutepicas uma

vez que as empresas podem auferir benefiacutecios de negoacutecios em funccedilatildeo delas Outros

sugerem ainda que a responsabilidade social esteja associada agrave proacutepria estrateacutegia

empresarial por exemplo SEABRA LEAL e PASSOS (2005) assinalam que os prin-

31 ) Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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cipais acionistas da Natura consideram que a responsabilidade social estaacute intimamen-

te ligada agrave estrateacutegia de negoacutecios da empresa

PRAHALAD e HAMMOND (2002) observam que aproximadamente 65 da

populaccedilatildeo mundial mdash cerca de quatro bilhotildees de pessoas mdash ganham menos do que

2000 USDano Esse eacute um mercado praticamente inexplorado pelas empresas multi-

nacionais Segundo os autores as empresas que desejam entrar nesse mercado de-

vem repensar seus modelos de negoacutecios praacuteticas gerenciais e indicadores de desem-

penho Eacute um mercado de novas fontes de receita que exige melhoria na eficiecircncia

operacional e fomento da inovaccedilatildeo A atuaccedilatildeo bem-sucedida para atender agrave denomi-

nada populaccedilatildeo na base da piracircmide pode trazer resultados econocircmicos positivos agraves

empresas e simultaneamente contribuir para a melhoria das condiccedilotildees de vida das

pessoas economicamente menos favorecidas

PORTER e KRAMER (2002) consideram que eacute possiacutevel agraves empresas obterem

a convergecircncia de interesses entre as atividades filantroacutepicas e os objetivos de negoacute-

cios A filantropia pode oferecer oportunidades para as empresas melhorarem seu

contexto competitivo considerando que as atividades filantroacutepicas podem potencial-

mente atuar sobre quatro elementos inter-relacionados da competitividade empresari-

al na disponibilidade dos insumos de produccedilatildeo nas condiccedilotildees de demanda nas con-

diccedilotildees de competiccedilatildeo e rivalidade e na presenccedila das induacutestrias de insumos e suporte

Nesse sentido a filantropia deveria ser considerada uma abordagem claramente estra-

teacutegica pelas empresas WADDOCK e SMITH (2000) adotam um raciociacutenio similar

afirmando que a responsabilidade social e o desempenho corporativo financeiro an-

dam juntos e natildeo como trade-offs

HALL et al (2005) constatam que algumas empresas podem ser socialmente

vulneraacuteveis Segundo esses autores a vulnerabilidade social eacute atribuiacuteda agraves empresas

que apresentam grande importacircncia estrateacutegica para o desenvolvimento econocircmico e

social dos paiacuteses onde operam Eles citam empresas cujo papel extrapola a criaccedilatildeo de

valor aos acionistas sendo consideradas como orgulhos nacionais para seus paiacuteses

Satildeo citadas como exemplos a Siemens na Alemanha a Toyota no Japatildeo a Embraer

no Brasil e a Bombardier no Canadaacute Aleacutem da questatildeo econocircmica essas empresas

desempenham importante papel social em seus respectivos paiacuteses Outras empresas

45

brasileiras tambeacutem poderiam ser citadas como a Petrobras a Companhia Vale do Rio

Doce o Bradesco entre outras 32

2 - Gestatildeo da inovaccedilatildeo para a sustentabilidade

A busca da inovaccedilatildeo e a gestatildeo da inovaccedilatildeo em geral satildeo mediadas por as-

pectos essencialmente econocircmicos e estrateacutegicos Entretanto na medida em que ou-

tras restriccedilotildees compotildeem o ambiente de atuaccedilatildeo das empresas outros fatores podem

impulsionar a inovaccedilatildeo Isso tambeacutem eacute vaacutelido ao se considerarem aspectos de susten-

tabilidade como condicionantes da inovaccedilatildeo

HART e CHRISTENSEN (2002) sugerem que as inovaccedilotildees radicais podem

pavimentar o caminho para as empresas combinarem um crescimento sustentaacutevel

com responsabilidade social HART e MILTEIN (1999) consideram que os desafios

impostos pela sustentabilidade global podem atuar como catalisadores para um novo

estaacutegio de destruiccedilatildeo criativa das empresas Eles associam a preocupaccedilatildeo ecoloacutegica

com melhorias contiacutenuas e a sustentabilidade global com melhorias radicais Nesse

sentido argumentam que a sustentabilidade pode criar oportunidades sem preceden-

tes agraves empresas O raciociacutenio de SENGE e CARSTEDT (2001) eacute similar Esses auto-

res consideram que o foco restrito na eficiecircncia ecoloacutegica pode distrair as empresas da

busca de produtos e modelos de negoacutecios radicalmente diferentes dos atuais Eacute a sus-

tentabilidade global que iraacute motivar as empresas a procurarem novos modelos men-

tais a enfatizarem a aprendizagem e atentarem para a gestatildeo de mudanccedilas

PORTER e VAN DER LINDE (1995) consideram que as regulamentaccedilotildees am-

bientais impotildeem pressotildees competitivas nas empresas motivando-as a inovar VOL-

LENBROEK (2002) propotildee um processo que direciona a inovaccedilatildeo para o desenvolvi-

mento da sustentabilidade denominado gestatildeo da transiccedilatildeo Ele considera que a ino-

vaccedilatildeo natildeo gera automaticamente o progresso da sociedade pois precisa ser condi-

cionada para tanto Os esforccedilos para o desenvolvimento sustentaacutevel precisam ser di-

recionados pela sociedade e esta participa das decisotildees visando obter um balancea-

mento adequado entre os objetivos econocircmicos ecoloacutegicos e sociais A inovaccedilatildeo seraacute

decorrecircncia

32 Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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HALL e VREDENBURG (2003) afirmam que os gestores tecircm dificuldades para

lidar com as pressotildees do desenvolvimento sustentaacutevel Eles consideram que as estra-

teacutegias de inovaccedilatildeo das empresas geralmente satildeo inadequadas para acomodar as

complexidades e incertezas inerentes agraves novas demandas impostas pelo desenvolvi-

mento sustentaacutevel Dessa forma sugerem que a estrateacutegia empresarial integre tam-

beacutem os objetivos da inovaccedilatildeo e do desenvolvimento sustentaacutevel Em contraponto agrave

abordagem tradicional da inovaccedilatildeo ditada pelo mercado propotildeem que as empresas

adotem a inovaccedilatildeo para o desenvolvimento sustentaacutevel que incorpora as restriccedilotildees

sociais e as pressotildees ambientais bem como contempla as necessidades das futuras

geraccedilotildees Como seraacute visto no texto que segue a inovaccedilatildeo foi tambeacutem um ingrediente

essencial para o desenvolvimento e o sucesso do projeto estudado na presente pes-

quisa33

CONCLUSAtildeO

O objetivo desse estudo foi verificar e compreender o conceito de inovaccedilatildeo e a

sua aplicabilidade nas organizaccedilotildees assim como a vantagem competitiva no modelo

de negoacutecio por meio da co-criaccedilatildeo de valor

33 Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data acesso 21072012

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Inovaccedilatildeo e criatividade satildeo essenciais para o continuo desenvolvimento e competi-

tividade de uma naccedilatildeo

Coisas boas acontecem quando o pensamento inovador comeccedila ele poderaacute

ajudar a criar novos produtos melhoria nos processos novas tecnologias tornando

a empresa mais competitiva Tomando conhecimento da grande variedade de produ-

tos e serviccedilos oferecidos pelas organizaccedilotildees pode se observar que nem sempre se

chega ao resultado em melhores experiecircncias de consumo nesse cenaacuterio certas em-

presas adotam a co-criaccedilatildeo de valor ndash participaccedilatildeo do cliente no processo produtivo ndash

para inovar no modelo de negoacutecio agregando valor a sua oferta buscando assim se

diferenciar das demais empresas Apesar da inovaccedilatildeo indicar um caminho seguro

para obter vantagem competitiva sustentaacutevel e defender posiccedilotildees estrateacutegicas no

mercado o seu sucesso natildeo eacute garantido necessitando que os gestores conheccedilam e

compreendam a dinacircmica dos processos da gestatildeo da inovaccedilatildeo dentro de suas orga-

nizaccedilotildees e realidades especiacuteficas

O modelo de organizaccedilatildeo inovadora sustentaacutevel eacute uma resposta agraves pressotildees

institucionais por uma organizaccedilatildeo que seja capaz de inovar com eficiecircncia em termos

econocircmicos mas com responsabilidade social e ambiental Esse tipo de organizaccedilatildeo

busca vantagem competitiva desenvolvendo produtos serviccedilos processos e negoacutecios

novos ou modificados com base nas dimensotildees social ambiental e econocircmica Ela

reuacutene duas caracteriacutesticas essenciais eacute inovadora e orientada para a sustentabilidade

Tendo em vista o fenocircmeno do isomorfismo institucional (concentraccedilatildeo de for-

mas organizacionais nos diversos setores produtivos) o modelo das organizaccedilotildees

inovadoras sustentaacuteveis vem ganhando rapidamente cada vez mais espaccedilo nas em-

presas liacutederes Esses fatos permitem dizer que o movimento do desenvolvimento sus-

tentaacutevel eacute um dos movimentos mais importantes do nosso tempo e a julgar pela vita-

lidade dos fatores institucionais presentes em praticamente todo o mundo pode-se

inferir que ele continuaraacute se propagando por muitas deacutecadas

Desse modo o aprimoramento dos modelos de organizaccedilatildeo sustentaacuteveis as

diversas formas da sua institucionalizaccedilatildeo em acircmbito global o desenvolvimento de

tecnologias sustentaacuteveis a gestatildeo de inovaccedilotildees para o desenvolvimento sustentaacutevel

seratildeo temas cada vez mais importantes nos estudos futuros Como o sistema opera-

cional produtivo e as inovaccedilotildees de produto e de processo ao atender as trecircs dimen-

sotildees da sustentabilidade devem gerar ganhos para o meio ambiente em termos de

reduccedilatildeo no uso de recursos e de emissotildees de poluentes o aumento da produccedilatildeo pelo

incitamento agrave demanda por novos produtos pode neutralizar ou ateacute superar esses ga-

nhos Levar em conta essa possibilidade dando-lhe um tratamento adequado eacute um dos

48

maiores desafios para o alinhamento das empresas ao modelo de organizaccedilatildeo inova-

dora sustentaacutevel

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Elsevier 2004

  • AGRADECIMENTOS
  • CAPIacuteTULO III- Aspectos da inovaccedilatildeo e sustentabilidade37
  • Inovaccedilatildeo e sustentabilidade37
  • 32 - Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva
  • 33 - Como implementar vantagem competitiva
  • 34 - Como criar valor e vantagem competitiva
Page 10: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · duzir os processos de inovação dentro da organização. 6 ... CAPÍTULO I - Estrutura da criação de valor e inovação.....11

10

A revoluccedilatildeo cientiacutefica - tecnoloacutegica dos uacuteltimos 30 anos opera transformaccedilotildees

profundas natildeo soacute nas formas de produccedilatildeo da vida material como tambeacutem na produ-

ccedilatildeo do proacuteprio conhecimento Essas transformaccedilotildees alimentam a hoje chamada Soci-

edade do Conhecimento em que este e todas as formas de sua circulaccedilatildeo satildeo indis-

pensaacuteveis em todos os campos de atividade humana Neste sentido a ciecircncia trans-

borda seu proacuteprio campo e atravessa as estruturas e relaccedilotildees sociais em muacuteltiplas

articulaccedilotildees

A nova produccedilatildeo do conhecimento descrita por GIBBONS et al (1994) ndash

entre outros ndash apresenta caracteriacutesticas correlatas agraves mudanccedilas verificadas no modo

de produccedilatildeo de bens materiais As novas exigecircncias de flexibilidade agilidade inter-

disciplinaridade qualidade e resposta a demandas sociais supotildeem necessariamente

um novo patamar de comunicabilidade entre campos esferas paradigmas institui-

ccedilotildees comunidades e atores sociais envolvidos no (e com) o campo cientiacutefico assim

como novas perspectivas de formaccedilatildeo de recursos humanos

Existe ainda uma defasagem entre as mudanccedilas na base econocircmica e as

formas de organizaccedilatildeo sociais e poliacutetico-institucionais As diversas manifestaccedilotildees da

crise atual (desemprego estrutural desaceleraccedilatildeo da produtividade crise de valor es

e falta de perspectiva ) resultam da incompatibilidade entre as novas formas de pro-

duccedilatildeo e novas tecnologias de um lado e sistemas sociais e organizacionais obsole-

tos de outro FREEMAN (1995) A coerecircncia ndash ou compatibilidade nos termos de Fre-

eman ndash precisaria ser restabelecida

O presente estudo representa a importacircncia da inovaccedilatildeo e desenvolvimento

nas empresas e no Brasil como alavanca de sucesso e seus fatores internos e exter-

nos

Inovaccedilatildeo eacute um modelo estrateacutegico de gestatildeo de recursos organizacionais dos

quais fazem parte os recursos humanos tecnoloacutegicos e financeiros com o objetivo de

desenvolver processos rotinas e sistemas que propiciem o desenvolvimento e melho-

rias dos produtos e serviccedilos que a empresa oferece ao mercado e as maneiras como

o faz de forma a obter vantagem competitiva

Existem inuacutemeras maneiras de inovar dentre as quais podemos mencionar em

gestatildeo de pessoas em gestatildeo organizacional em modelos de negoacutecios de comercia-

lizaccedilatildeo e abordagens de marketing

11

CAPIacuteTULO I

A ESTRUTURA DA CRIACcedilAtildeO DE VALOR E A INOVACcedilAtildeO

1 ndash A Importacircncia da Inovaccedilatildeo

O cenaacuterio competitivo contemporacircneo tem sido regido pela revoluccedilatildeo tecnoloacute-

gica globalizaccedilatildeo hiper-competitividade e extrema ecircnfase sobre preccedilo qualidade e

satisfaccedilatildeo do consumidor exigindo um foco na inovaccedilatildeo como competecircncia estrateacutegi-

ca Enquanto se deu maior ecircnfase agrave inovaccedilatildeo incremental na uacuteltima deacutecada menos

atenccedilatildeo foi dispensada agrave inovaccedilatildeo radical ou revolucionaacuteria Como consequecircncia

muito se conhece sobre a implementaccedilatildeo da inovaccedilatildeo incremental ao passo que a

inovaccedilatildeo radical eacute ainda muito pouco compreendida FOSTER (1986) UTTERBACK

(1994) CHRISTENSEN (1997) HAMEL ( 2000) Isso eacute verdadeiro apesar de a impor-

tacircncia da inovaccedilatildeo radical ter sido ressaltada por vaacuterios consultores e estudiosos da

aacuterea de negoacutecios

Muitos autores reconhecem as dificuldades do gerenciamento da inovaccedilatildeo ra-

dical em empresas soacutelidas de grande porte CHRISTENSEN (1997) por exemplo

indica ser bastante incomum que empresas que gerenciam adequadamente linhas

consistentes de negoacutecios percebam com antecedecircncia e respondam de forma efetiva

agraves tecnologias de ruptura provenientes de fontes externas (ver tambeacutem LEONARD-

BARTON (1995) KATZ e ALLEN (1985) KANTER (1989b) TUSHMAN e OrsquoREILLY

(1997) DOUGHERTY (1992) BLOCK e MACMILLAN (1993)

As inovaccedilotildees transformam o relacionamento entre consumidores e fornecedo-

res reestruturam aspectos econocircmicos do mercado desestabilizam produtos existen-

tes e datildeo origem a categorias de produtos completamente novas Elas proporcionam o

motor para o crescimento em longo prazo que os liacutederes empresariais procuram Infe-

lizmente reconhecer a importacircncia das inovaccedilotildees radicais eacute bem diferente de desen-

volvecirc-las e comercializaacute-las

As empresas que obtiveram sucesso em longo prazo intercalam a inovaccedilatildeo in-

cremental com a inovaccedilatildeo radical que gera novos mercados e oportunidades de ne-

goacutecios ver MORONE (1993) TUSHMAN e OrsquoREILLY (1997) Assim como eacute evidente

a importacircncia da inovaccedilatildeo radical para as empresas interessadas no crescimento e na

renovaccedilatildeo em longo prazo eacute claro tambeacutem que empresas grandes e soacutelidas enfren-

tam dificuldades para administrar esse processo Grandes empresas bem estabeleci-

12

das satildeo extremamente proficientes em gerenciar eficiecircncias operacionais e apresen-

tar produtos de nova geraccedilatildeo No entanto as incertezas que surgem com a comercia-

lizaccedilatildeo de novas tecnologias para mercados que podem ainda nem existir exigem

competecircncias amplamente diferentes Inovaccedilatildeo eacute um modelo estrateacutegico de gestatildeo

de recursos organizacionais dos quais fazem parte os recursos humanos tecnoloacutegi-

cos e financeiros com o objetivo de desenvolver processos rotinas e sistemas que

propiciem o desenvolvimento e melhorias dos produtos e serviccedilos que a empresa ofe-

rece ao mercado e as maneiras como o faz de forma a obter vantagem competitiva1

11- Inovaccedilatildeo nas Empresas

De acordo com FREEMAN o conceito de inovaccedilatildeo consiste no processo que

inclui as atividades teacutecnicas concepccedilatildeo desenvolvimento gestatildeo e que resulta na

comercializaccedilatildeo de novos (ou melhorados) produtos ou na primeira utilizaccedilatildeo de no-

vos (ou melhorados) processos

Com o desenvolvimento de novos conhecimentos estrateacutegicos pelas organiza-

ccedilotildees esses fossos organizacionais ao longo das fronteiras podem ser aterrados para

a co-criaccedilatildeo de novas abordagens ao nexo de N=1 e R=G A arquitetura social das

empresas deve desenvolver capacidade a raacutepida criaccedilatildeo de conhecimento por meio

do desenvolvimento de cultura organizacional e de estrutura motivacional adequadas

A arquitetura teacutecnica precisa construir recursos para capacitaccedilatildeo desse processo

Para noacutes essas decepccedilotildees com a gestatildeo de processos natildeo satildeo surpreendentes O

que falta na doaccedilatildeo da maioria dessas iniciativas eacute uma perspectiva que inclua inova-

ccedilatildeo e criaccedilatildeo de valor natildeo apenas reduccedilatildeo de custos Alguns desses projetos que

enfatizam os processos satildeo aprovados agraves cegas pelas organizaccedilotildees sem considerar

a necessidade primordial de equilibrar as demandas por inovaccedilatildeo e eficiecircncia

Se os gestores natildeo partirem de um ponto de vista sobre como querem competir

e impulsionar a mudanccedila no dia a dia em cada reuniatildeo em cada relatoacuterio para criar

situaccedilotildees reais de foco na inovaccedilatildeo e na criaccedilatildeo de valor eacute provaacutevel que se sintam

desapontados Aleacutem disso geralmente eles se esquecem de que a conversatildeo dos

processos internos em fatores estrateacutegicos para os resultados requer mudanccedilas natildeo

1 Internet (httpwwwscielobrpdfraev42n2v42n2a16pdf) data de acesso 19052012

13

soacute gerenciais e culturais mas tambeacutem tecnoloacutegicas (PRAHALADCK KRISH-

NANMSA nova era da inovaccedilatildeo 2008 p135)

Open innovation eacute um modelo que as companhias estatildeo adotando cada vez

mais em resposta a um mundo crescentemente globalizado e caracterizado pela parti-

lha aberta de informaccedilotildees com o objetivo de produzir conhecimento Esse modelo se

baseia na colaboraccedilatildeo em rede da empresa com fornecedores clientes universida-

des e ateacute concorrentes A partir desse conceito a inovaccedilatildeo antes uma aacuterea limitada

aos departamentos internos de Pesquisa e Desenvolvimento como era a loacutegica vigen-

te ateacute as deacutecadas de 70 a 90 passou a ser buscada aleacutem das fronteiras das organiza-

ccedilotildees

Acredito que a interaccedilatildeo seja a chave para esse processo se tornar real e mais

do que isso ela eacute a fonte para a inovaccedilatildeo Por isso as redes sociais representam hoje

a melhor plataforma de interaccedilatildeo para as empresas interessadas em inovaccedilatildeo aberta

O desafio que se impotildee entretanto eacute criar tecnologias que gerenciem a troca de in-

formaccedilotildees realizadas nessa miacutedia2

12- Inovaccedilatildeo no Brasil

O desenvolvimento tecnoloacutegico e a inovaccedilatildeo de um paiacutes dependem em grande

parte da formaccedilatildeo de recursos humanos capacitados bem como de investimentos

consistentes contiacutenuos de longo prazo e de porte O Brasil adotou a estrateacutegia de

que a pesquisa acadecircmica geraria conhecimento que naturalmente se transformaria

em inovaccedilotildees tecnoloacutegicas o que natildeo estaacute refletindo a realidade do setor no paiacutes

O Brasil sempre investiu de forma inconstante e em quantidade insuficiente os

recursos puacuteblicos federais e estaduais no desenvolvimento de ciecircncia e tecnologia

(com exceccedilatildeo do estado de Satildeo Paulo) o que sempre preocupou a comunidade cien-

tiacutefica e empresarial do paiacutes Aleacutem disso o setor empresarial tambeacutem investiu e ainda

continua investindo muito timidamente ao contraacuterio do que ocorreu nos modelos de

paiacuteses como a Coreacuteia do Sul Este uacuteltimo paiacutes investiu na formaccedilatildeo de recursos hu-

manos (em niacutevel de graduaccedilatildeo) habilitando-os para atuar em vaacuterios segmentos do

2 Internet (httpolhardigitaluolcombrnegociosdigital_newsnoticiascomo-gerar-inovacao-nas-

empresas) data de acesso 19052012

14

desenvolvimento tecnoloacutegico As inovaccedilotildees geradas produziram o retorno desejado e

o setor produtivo assumiu o papel de executor das pesquisas e de seu financiamento

sustentando hoje cerca de 75 das pesquisas niacutevel encontrado apenas nos paiacuteses

desenvolvidos Em resumo natildeo haacute investimento consistente de longo prazo e de porte

em ciecircncia tecnologia e inovaccedilatildeo no Brasil seja puacuteblico ou privado

Apesar disso houve no Brasil um grande avanccedilo cientiacutefico nos uacuteltimos trinta

anos A iniciativa consistente para construir a competecircncia cientiacutefica atraveacutes do trei-

namento de pessoal qualificado dentro e fora do paiacutes foi indiferente agraves oscilaccedilotildees poliacute-

tico-econocircmicas tanto em niacutevel federal como estadual hoje o Brasil responde por

13 dos artigos cientiacuteficos publicados em revistas indexadas internacionais Estabe-

leceu-se ainda no paiacutes uma forte estrutura de poacutes-graduaccedilatildeo responsaacutevel pela forma-

ccedilatildeo de cerca de 10 mil doutores por ano e que em trinta anos levou o Brasil a triplicar

sua contribuiccedilatildeo cientiacutefica relativa no mundo 3

O Brasil tem talento empreendedor de sobra e pesquisa cientiacutefica de excelecircn-

cia Mas sem um ambiente encorajador para inovaccedilatildeo o paiacutes natildeo conseguiraacute trans-

formar conhecimento em desenvolvimento econocircmico

Essa foi agrave anaacutelise predominante entre os pesquisadores e liacutederes empresariais

que participaram de um seminaacuterio realizado (18052007) em conjunto pelo Centro de

Economia da Criatividade e da Inovaccedilatildeo (CIEC - na sigla em inglecircs) da Universidade

George Washington nos Estados Unidos e pela Faculdade de Economia Administra-

ccedilatildeo e Contabilidade da Universidade de Satildeo Paulo (FEA -USP)

Para o diretor do CIEC - Michael Ryan - o Brasil tem alguns pontos fortes para

a inovaccedilatildeo alto investimento em pesquisa baacutesica nas universidades recursos huma-

nos de qualidade e publicaccedilatildeo de artigos cientiacuteficos de impacto internacional Mas a

pesquisa natildeo chega ao mercado porque o ambiente eacute pouco motivador para a inova-

ccedilatildeo

ldquoPara criar um cenaacuterio encorajador no qual as empresas invistam mais em

pesquisa e desenvolvimento eacute preciso melhorar vaacuterios aspectos simultaneamente eacute

muito difiacutecil abrir uma empresa no Brasil haacute uma seacuterie de poliacuteticas que podem ser

3 Internet (httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0101-33002007000200002) data

de acesso 190520123

15

modificadas o sistema de patentes pode ser mais eficiente e o acesso ao capital de

risco melhorarrdquo disse RYAN agrave Agecircncia FAPESP 4

13 - O que eacute inovaccedilatildeo

Inovaccedilatildeo significa novidade ou renovaccedilatildeo A palavra eacute derivada do ter-

mo latino innovatio e se refere a uma ideia meacutetodo ou objeto que eacute criado e que pou-

co se parece com padrotildees anteriores Hoje a palavra inovaccedilatildeo eacute mais usada no con-

texto de ideias e invenccedilotildees assim como a exploraccedilatildeo econoacutemica relacionada sendo

que inovaccedilatildeo eacute invenccedilatildeo que chega no mercado Inovaccedilatildeo eacute o processo que inclui as

atividades teacutecnicas concepccedilatildeo desenvolvimento gestatildeo e que resulta na comerciali-

zaccedilatildeo de novos (ou melhorados) produtos ou na primeira utilizaccedilatildeo de novos (ou me-

lhorados) processos FREEMAN (1988 p567) 5

O conceito de inovaccedilatildeo eacute bastante variado dependendo principalmente da

sua aplicaccedilatildeo De forma sucinta haacute quem considere que inovaccedilatildeo eacute a exploraccedilatildeo bem

sucedida de novas ideias Segundo DRUCKER a inovaccedilatildeo ldquoeacute o instrumento especiacutefi-

co dos empreendedores o processo pelo qual eles exploram a mudanccedila como uma

oportunidade para um negoacutecio diferente ou um serviccedilo diferente

Dentre as vaacuterias possibilidades de inovar aquelas que se referem a inovaccedilotildees

de produto ou de processo satildeo conhecidas como inovaccedilotildees tecnoloacutegicas Outros tipos

de inovaccedilotildees podem se relacionar a novos mercados novos modelos de negoacutecio no-

vos processos e meacutetodos organizacionais ou ateacute mesmo novas fontes de suprimentos

Embora ldquonovidadesrdquo encontradas em organizaccedilotildees teacutecnicas administrativas organi-

zacionais inseridas em produtos ou processos nem todas elas podem ser considera-

das como inovaccedilotildees Cabe ressaltar aqui a diferenciaccedilatildeo entre ldquooriginalidaderdquo e ldquono-

vidaderdquo propriamente dita Originalidade oriunda da palavra Original do latim original-

4Internet (httpwwwinovacaotecnologicacombrnoticiasnoticiaphpartigo=010175070518) data

de acesso 19052012

5Internet (httpptwikipediaorgwikiInovaC3A7C3A3o) data acesso 20052012

16

le eacute relativo agrave origem agrave qualidade de original inicial primordial primitivo originaacuterio

Novidade eacute originaacuteria do latim novitate que se reporta agrave qualidade ou caraacuteter de novo

uma inovaccedilatildeo embora referente a algo jaacute existente um uso novo para algo jaacute existen-

te6

Inovaccedilatildeo pode ser definida como o processo estrateacutegico de reinvenccedilatildeo contiacute-nua do proacuteprio negoacutecio e de criaccedilatildeo de novos negoacutecios GARY HAMEL (1996)

2 ndash Processos de inovaccedilatildeo

No acircmbito da economia ao longo deste seacuteculo muito vem se discutindo sobre

a inovaccedilatildeo sua natureza caracteriacutesticas e fontes com o objetivo de buscar uma mai-

or compreensatildeo de seu papel frente ao desenvolvimento econocircmico ressaltando-se

como marco fundamental a contribuiccedilatildeo de JOSEPH SCHUMPETER na primeira me-

tade deste seacuteculo mdash INFORMACcedilAtildeO E GLOBALIZACcedilAtildeO NA ERA DO CONHECI-

MENTO enfocou a importacircncia das inovaccedilotildees e dos avanccedilos tecnoloacutegicos no desen-

volvimento de empresas e da economia

De forma geneacuterica existem dois tipos de inovaccedilatildeo a radical e a incremental

Pode-se entender a inovaccedilatildeo radical como o desenvolvimento e introduccedilatildeo de um

novo produto processo ou forma de organizaccedilatildeo da produccedilatildeo inteiramente nova Esse

tipo de inovaccedilatildeo pode representar uma ruptura estrutural com o padratildeo tecnoloacutegico

anterior originando novas induacutestrias setores e mercados Tambeacutem significam reduccedilatildeo

de custos e aumento de qualidade em produtos jaacute existentes Algumas importantes

inovaccedilotildees radicais que causaram impacto na economia e na sociedade como um todo

e alteraram para sempre o perfil da economia mundial podem ser lembradas como

por exemplo a introduccedilatildeo da maacutequina a vapor no final do seacuteculo XVIII ou o desen-

volvimento da microeletrocircnica a partir da deacutecada de 1950 Estas e algumas outras

inovaccedilotildees radicais impulsionaram a formaccedilatildeo de padrotildees de crescimento com a con-

formaccedilatildeo de paradigmas tecno-econocircmicos FREEMAN (1988)

As inovaccedilotildees podem ser ainda de caraacuteter incremental referindo-se agrave introdu-

ccedilatildeo de qualquer tipo de melhoria em um produto processo ou organizaccedilatildeo da produ- 6 Internet (httpwwwpr2ufrjbrinovacaosocialtexto14-01pdf) data de acesso 20052012)6

17

ccedilatildeo dentro de uma empresa sem alteraccedilatildeo na estrutura industrial FREEMAN (1988)

Inuacutemeros satildeo os exemplos de inovaccedilotildees incrementais muitas delas imperceptiacuteveis

para o consumidor podendo gerar crescimento da eficiecircncia teacutecnica aumento da pro-

dutividade reduccedilatildeo de custos aumento de qualidade e mudanccedilas que possibilitem a

ampliaccedilatildeo das aplicaccedilotildees de um produto ou processo A otimizaccedilatildeo de processos de

produccedilatildeo o design de produtos ou a diminuiccedilatildeo na utilizaccedilatildeo de materiais e compo-

nentes na produccedilatildeo de um bem podem ser considerados inovaccedilotildees incrementais

Ateacute pouco tempo era grande a rigidez para caracterizar o processo de inovaccedilatildeo suas

fontes de geraccedilatildeo e formas como se realiza e difunde

Evidentemente que a compreensatildeo do processo de inovaccedilatildeo estaacute estreitamen-

te influenciada pelas caracteriacutesticas dominantes de contextos histoacuterico-econocircmicos

especiacuteficos Atualmente aspectos negligenciados por natildeo terem relevacircncia nos periacuteo-

dos em questatildeo comeccedilam a ser plenamente reconhecidos como de papel fundamental

para o ecircxito do processo inovador Agrave medida que melhor se conhecem as especifici-

dades da geraccedilatildeo e difusatildeo de inovaccedilatildeo mais se sabe sobre sua importacircncia para

que empresas e paiacuteses reforcem sua competitividade na economia mundial7

21 ndash Processos de inovaccedilatildeo nas organizaccedilotildees

DAMANPOUR (1984) em seu estudo sobre inovaccedilatildeo e desempenho organiza-

cional em bibliotecas puacuteblicas americanas conceitua inovaccedilatildeo como uma resposta agrave

mudanccedila ambiental ou ainda os meios que permitem ou viabilizam a mudanccedila em

uma organizaccedilatildeo Para ele as empresas podem enfrentar as mudanccedilas ambientais

natildeo apenas com novas tecnologias mas tambeacutem incorporando mudanccedilas teacutecnicas

eou administrativas em sua estrutura Assim sendo inovaccedilotildees no plano organizacio-

nal envolvem a implantaccedilatildeo de ideias novas teacutecnicas ou administrativas Espera-se a

partir disso mudanccedilas estruturais que afetem o desempenho da organizaccedilatildeo Esque-

maticamente portanto pode-se entender a inovaccedilatildeo como a ferramenta que quando

introduzida em contexto organizacional gera mudanccedila

7Internet httpwwwliincufrjbrfrattachments055_saritalivropdfpage=122) data de acesso

03062012

18

Segundo DAMANPOUR (1984) define desempenho como a habilidade que

uma organizaccedilatildeo tem de bem utilizar todos os quatro processos sistecircmicos (inputs

outputs transformaccedilotildees e efeitos de retroalimentaccedilatildeo) relacionados ao alcance de

metas organizacionais Uma organizaccedilatildeo de alto desempenho cumpriraacute suas tarefas

primaacuterias de modo eficiente e realizaraacute suas funccedilotildees de manutenccedilatildeo e adaptaccedilatildeo or-

ganizacional de forma efetiva A funccedilatildeo de adaptaccedilatildeo requer que a estrutura da orga-

nizaccedilatildeo sofra mudanccedilas para encontrar novas condiccedilotildees ambientais

Organizaccedilotildees inovadoras tendem natildeo apenas a se adaptar agrave mudanccedila mas

tambeacutem a usar seus recursos para criar novas condiccedilotildees ambientais pela introduccedilatildeo

de novos produtos ou serviccedilos nunca antes oferecidos Inovaccedilotildees assim seriam mei-

os de prover mudanccedilas internas ou externas e tambeacutem de aperfeiccediloar o desempenho

organizacional

Os sistemas gerenciais de acordo com a abordagem soacutecio teacutecnico satildeo consti-

tuiacutedos de um ldquocorpusrdquo social (neste ponto se faz um paralelo com as inovaccedilotildees admi-

nistrativas) e de um ldquocorpusrdquo teacutecnico (corresponde agraves inovaccedilotildees teacutecnicas) e portanto

se enfatiza o papel do ldquocorpusrdquo social e teacutecnico na efetiva operaccedilatildeo de uma organiza-

ccedilatildeo e sugerem que a concentraccedilatildeo em apenas um sistema resulta em baixo desem-

penho organizacional Sistemas sociais e teacutecnicos precisam assim funcionar de forma

balanceada O relacionamento entre os sistemas social e teacutecnico eacute de correlaccedilatildeo ou

seja qualquer mudanccedila em qualquer um dos sistemas leva as determinadas restri-

ccedilotildees ou modificaccedilotildees ao outro8

22 ndash Funccedilotildees tiacutepicas no processo de inovaccedilatildeo

Eacute funccedilatildeo tiacutepica no processo de inovaccedilatildeo a captaccedilatildeo de sinais proveniente do

campo em ambiente direto e o monitoramento do ambiente externo indireto A partir

das etapas anteriores busca-se identificar elementos onde os clientes natildeo estejam

sendo atendidos satisfatoriamente ou oportunidades natildeo exploradas gap de desem-

penho Os clientes natildeo vatildeo responder a perguntas sobre o uso ou natildeo de um determi- 8Inter-

net(httpwwwgooglecombrurlsa=tamprct=jampq=ampesrc=sampsource=webampcd=1ampved=0CEsQFjA

Aampurl=http3A2F2Fwwwfespprbr2F~bastosjr2FGest25E3o2520de2520Inova

25E725E3o2FArtigos2FInova25E725E3odocampei=Vhr2T9qvHaez6wHo16zYBgampusg=

AFQjCNEz7MKNTbjYj81PrvG) data de acesso 03062012

19

nado produto principalmente se este for desconhecido Eacute necessaacuterio conhecer o am-

biente em que se vivem compreender suas carecircncias

Outra funccedilatildeo necessaacuteria eacute a geraccedilatildeo de alternativas viaacuteveis que respondam agraves

demandas ambientais e a seleccedilatildeo com base em criteacuterios coerentes com os objetivos

estrateacutegicos da organizaccedilatildeo previamente estabelecidos

Natildeo se pode deixar de mencionar a concepccedilatildeo e o desenvolvimento das ino-

vaccedilotildees a gestatildeo da implantaccedilatildeo destas inovaccedilotildees e respectiva coordenaccedilatildeo

Aleacutem destes um outro aspecto fundamental eacute o controle do processo ou seja

a definiccedilatildeo de indicadores que permitam avaliar e medir os resultados na medida em

que estes acontecem Os instrumentos de medida da inovaccedilatildeo devem conforme

KUCZMARSKI (1998) obedecer agraves seguintes categorias empresa (carteira de novos

produtos investimentos apuraccedilatildeo de resultados) das equipes (planejamento taxas

de sucesso e sobrevivecircncia variaccedilotildees orccedilamentaacuterias retorno financeiro) e individual

(contribuiccedilatildeo de cada membro no desempenho da equipe) Vale lembrar que inovaccedilatildeo

e mudanccedila levam tempo os indiviacuteduos devem esperar permanecer em suas funccedilotildees

pelo tempo suficiente para influenciar os indicadores de desempenho tanto de curto

quanto de longo prazo 9

23 ndash Como implantar cultura de inovaccedilatildeo na organizaccedilatildeo

Inovaccedilatildeo tem de fazer parte da mentalidade dos funcionaacuterios em todos os niacute-

veis Evidentemente a forma mais eficiente de implantar uma mudanccedila na empresa

se daacute quando o exemplo vem de acima Se natildeo estatildeo convencidos da importacircncia da

inovaccedilatildeo os dirigentes sempre encontraratildeo formas de derrubar ideias mais arrisca-

das No entanto se as lideranccedilas tomam a iniciativa a nova cultura eacute absorvida com

muito mais facilidade pela organizaccedilatildeo

Os profissionais do primeiro escalatildeo contudo natildeo podem ter a obrigaccedilatildeo de

ser os uacutenicos ou principais geradores das ideias inovadoras Os comandantes preci-

9Internet

(httpwwwgooglecombrurlsa=tamprct=jampq=ampesrc=sampsource=webampcd=4ampved=0CFkQFjADampurl=http

3A2F2Fwwwfespprbr2F~bastosjr2FGest25E3o2520de2520Inova25E725E3o2FArtigo

s2FInova25E725E3odocampei=sSb2T8eqDYro0QGO7OSLBwampusg=AFQjCNEz7MKNTbjYj81P) data

de acesso 04062012

20

sam de aliados O papel dos gerentes e diretores tambeacutem eacute fundamental num pro-

cesso de mudanccedila de cultura eles satildeo os verdadeiros responsaacuteveis por criar um am-

biente que estimule as pessoas a arriscar investindo em novos produtos bancando

ideias que tecircm maturaccedilatildeo de longo prazo e criando uma comunicaccedilatildeo eficiente

Nem mesmo os profissionais de atuaccedilatildeo operacional podem fugir da responsa-

bilidade A dificuldade para inovar eacute maior em departamentos mais fechados e norma-

tizados como os administrativos ou naqueles em que a precisatildeo eacute fundamental como

a produccedilatildeo de um remeacutedio Mas eles tambeacutem precisam aprender a ver as oportuni-

dades natildeo convencionais ndash haacute pequenas melhorias capazes de desencadear uma

importante inovaccedilatildeo

A responsabilidade eacute de todos da alta gerecircncias aos departamentos operacio-

nais O desafio eacute fazer todos assumirem um compromisso com a praacutetica real da ino-

vaccedilatildeo 10

ldquoInovaccedilatildeo eacute a mensagem do momento Natildeo se trata de mais recursos mas em

como usaacute-los Em um mundo que atravessa crises financeiras a todo momento e que

exige sempre mais recursos naturais os inovadores e os criativos satildeo os que conse-

guem transformar as adversidades em oportunidades de crescimentordquo (STEVE

JOBS Inovaccedilatildeo A arte de Steve Jobs 2010 p154)

24 ndash Organizaccedilotildees inovadoras sustentaacuteveis

Organizaccedilatildeo inovadora eacute a que introduz novidades de qualquer tipo em bases

sistemaacuteticas e colhe os resultados esperados BARBIERI (2007) p88) A expressatildeo

bases sistemaacuteticas significa a realizaccedilatildeo de inovaccedilotildees com autonomia intencionali-

dade e pro atividade Assim a inovaccedilatildeo eacute um elemento essencial do modus operan-

di dessa organizaccedilatildeo o que pressupotildee que ela desenvolva continuamente recursos

tangiacuteveis e intangiacuteveis para inovar permanentemente Organizaccedilatildeo sustentaacutevel eacute a

que simultaneamente procura ser eficiente em termos econocircmicos respeitar a capaci-

dade de suporte do meio ambiente e ser instrumento de justiccedila social promovendo a

inclusatildeo social a proteccedilatildeo agraves minorias e grupos vulneraacuteveis o equiliacutebrio entre os gecirc-

neros etc (BARBIERI 2007 p98-99) 10 Internet (httpbooksgooglecombrbookshl=pt-BRamplr=ampid=jnka43VmmwsCampoi=fndamppg=PA34ampdq=como+implantar+uma+cultura+de+inovaccedilatildeo+na+organiza-ccedilatildeoampots=KRvAPG4C6kampsig=rzqbLGM4sLvsQL26N0gLqfOTPOAv=onepageampq=como20implantar20uma20cultura) data de acesso 04062012

21

Os dois conceitos de organizaccedilatildeo podem entrar em contradiccedilatildeo pois inovar em

bases sistemaacuteticas pode se tornar sinocircnimo de degradaccedilatildeo sistemaacutetica do meio ambi-

ente e da vida social Assim uma organizaccedilatildeo inovadora sustentaacutevel natildeo eacute a que

introduz novidades de qualquer tipo mas novidades que atendam as muacuteltiplas dimen-

sotildees da sustentabilidade em bases sistemaacuteticas e colham resultados positivos para

ela para a sociedade e o meio ambiente BARBIERI (2007) p105 Natildeo basta para as

empresas apenas inovar constantemente mas inovar considerando as trecircs dimen-

sotildees da sustentabilidade a saber

bull dimensatildeo social - preocupaccedilatildeo com os impactos sociais das inovaccedilotildees nas

comunidades humanas dentro e fora da organizaccedilatildeo (desemprego exclusatildeo

social pobreza diversidade organizacional etc)

bull dimensatildeo ambiental - preocupaccedilatildeo com os impactos ambientais pelo uso de

recursos naturais e pelas emissotildees de poluentes

bull dimensatildeo econocircmica - preocupaccedilatildeo com a eficiecircncia econocircmica sem a qual

elas natildeo se perpetuariam Para as empresas essa dimensatildeo significa obtenccedilatildeo

de lucro e geraccedilatildeo de vantagens competitivas nos mercados onde atuam

O atendimento a essas dimensotildees torna o processo de inovaccedilatildeo mais sofisti-

cado e exigente o que requer da organizaccedilatildeo um maior esforccedilo para atender tecnica-

mente esse requisito Isso leva novas perspectivas para a gestatildeo da inovaccedilatildeo11

Com intuito de tornar o processo de adequaccedilatildeo agraves prerrogativas impostas agraves

companhias ditas inovadoras quanto mais simplificado e dirigido melhor A seguir eacute

apresentado um conjunto de proposiccedilotildees para o desenvolvimento de empresas com

esta caracteriacutestica o pressuposto baacutesico necessaacuterio eacute o fomento de equipes de traba-

lho com a mentalidade para a inovaccedilatildeo Neste sentido cabem agraves organizaccedilotildees agraves

pessoas e agraves tarefas o papel de suscitar o aparecimento e a manutenccedilatildeo de tais e-

quipes SBRAGIA (1993)

25 - A Inovaccedilatildeo como funccedilatildeo de aprendizagem organizacional

11Internet(httpwwwscielobrscielophppid=S0034-

75902010000200002ampscript=sci_arttext) data de acesso 04062012

22

Pelo fato da inovaccedilatildeo ser destrutiva para muitos grupos consolidados ela en-

frentaraacute resistecircncia A inovaccedilatildeo eacute o oposto da operaccedilatildeo e seraacute portanto ignorada O

desenho ou arranjo organizacional poderaacute facilmente superar ao menos minimizar

estes e outros obstaacuteculos GALBRAITH (1998) Este comportamento acentua-se em

organizaccedilotildees protegidas de concorrecircncia (universidades ateacute algum tempo atraacutes oacuter-

gatildeos governamentais etc) Pesquisas realizadas por TUSHMAN e NADLER (1998)

apontam que organizaccedilotildees altamente inovadoras satildeo sistemas de aprendizado alta-

mente eficazes aleacutem de possuir um senso de autocriacutetica bastante apurada

Empresas eficazes criam condiccedilotildees possiacuteveis para que o trabalho de hoje seja

feito paralelo com a geraccedilatildeo constante de inovaccedilatildeo ou seja a inovaccedilatildeo sustentada

por mais paradoxal que possa parecer exige ao mesmo tempo estabilidade e mudan-

ccedila A estabilidade possibilita economias de escala e aprendizado incremental por ou-

tro lado a mudanccedila e a experimentaccedilatildeo satildeo necessaacuterias agrave conquista de avanccedilos nas

aacutereas de produto processo e tecnologia

Companhias que conseguem ao mesmo tempo produzir cotidianamente e estar

alerta e vigilante aos clientes concorrentes tecnologias e competecircncia interna fo-

mentam e estimulam o aprendizado organizacional e a inovaccedilatildeo sustentada

Segundo TUSHMAN e NADLER (1998) inovaccedilatildeo eacute um trabalho complexo e

estimulante a rupturas pois exige estreita colaboraccedilatildeo entre membros que rotineira-

mente se encontram bastante separados Embora os mecanismos da organizaccedilatildeo

formal facilitem o aprendizado e a inovaccedilatildeo corporativa a criatividade individual pro-

veacutem de um ambiente informal saudaacutevel

Um claro conjunto de valores essenciais ajuda a focalizar e motivar o compor-

tamento Empresas inovadoras tecircm valores claros que fornecem foco num cenaacuterio

repleto de diversidade como tambeacutem um objetivo comum que possa ter a concor-

dacircncia dos mais diferentes atores envolvidos

Em adiccedilatildeo com os valores essenciais cultuados em uma organizaccedilatildeo as nor-

mas proporcionam referenciais de comportamentos claros satildeo os comportamentos

aguardados De um modo geral organizaccedilotildees inovadoras enfatizam a informalidade

no comportamento no vestuaacuterio e nas relaccedilotildees hieraacuterquicas com elevadas expectati-

vas de desempenho e de trabalho individual e do grupo fortes viacutenculos informais den-

tro e fora da organizaccedilatildeo

23

Organizaccedilotildees altamente inovadoras geram com destreza as sutilezas da re-

compensa e da puniccedilatildeo onde as pessoas podem assumir riscos colher as recompen-

sas pelo sucesso e sobreviver a fracassos construtivos

A representaccedilatildeo de papeacuteis funcionais tem atribuiccedilatildeo fundamental no desenvol-

vimento e conduccedilatildeo do processo de gestatildeo da inovaccedilatildeo Entre eles podemos mencio-

nar um os geradores de ideias pois as interligam com as tendecircncias e mercados

desenvolvendo oportunidades para as organizaccedilotildees dois os empreendedores internos

tornam concretas as ideias possuem agressividade energia e personalidade propen-

sas a assumir riscos para defender suas causas

Aqui aparece a figura dos trecircs ldquogate keepersrdquo (guardiotildees do portatildeo) que ligam

organizaccedilatildeo e seus colegas agraves frentes externas de informaccedilatildeo que satildeo vitais para a

inovaccedilatildeo pois obtecircm traduzem e distribuem estas informaccedilotildees no acircmbito interno da

organizaccedilatildeo Os quatros patrocinadores ou mentores satildeo gerentes de alto niacutevel que

datildeo apoio informal acesso aos recursos e a proteccedilatildeo no surgimento de novos produ-

tos ou negoacutecios Esses personagens atuando conjuntamente representam o ldquogecircnio

coletivordquo da organizaccedilatildeo que consiste na soma das capacidades pessoais em clima

motivacional gerando resultados mensuraacuteveis substituindo o gecircnio individual predo-

minante ateacute o seacuteculo passado conforme DE MASI (1998) Uma vez que o gecircnio indi-

vidual pode ateacute existir mas eacute difiacutecil de ser encontrado

Segundo GALBRAITH (1998) algumas pessoas que satildeo boas em inovaccedilatildeo e

criatividade mas natildeo satildeo necessariamente boas em operaccedilatildeo Portanto o desenho

organizacional contribui para a criaccedilatildeo de uma organizaccedilatildeo inovadora na medida em

que promove o encontro sistemaacutetico entre os geradores de ideias e aqueles que po-

dem defendecirc-las e colocaacute-las em praacutetica12

CAPIacuteTULO II 12 Internet

(httpwwwgooglecombrurlsa=tamprct=jampq=ampesrc=sampsource=webampcd=1ampsqi=2ampved=0CEwQFjAAampu

rl=http3A2F2Fwwwfespprbr2F~bastosjr2FGest25E3o2520de2520Inova25E725E3o2

FArtigos2FInova25E725E3odocampei=Ex32T_meBObb6wGds-29Bgampusg=AFQjC) data de acesso

04062012

24

DESENVOLVIMENTO DA CRIATIVIDADE

1 ndash Capital Intelectual

Com o mercado cada vez mais exigente as empresas vecircm sentindo a necessi-

dade de investir mais em recursos humanos acrescentando a seu capital o conheci-

mento originado atraveacutes do investimento em capital humano qualificado o qual agrega

agraves empresas recursos de fundamental importacircncia No entendimento de Stewart

(2004) o capital intelectual eacute um bem intangiacutevel podendo-se afirmar que eacute um dos

fatores mais importantes da vida de uma organizaccedilatildeo Jaacute para (DRUCKER (apud

MONTEIRO 2007 p17) o capital intelectual eacute ldquo[] a soma do conhecimento de todos

de uma empresa o que lhe proporciona vantagem competitivardquo

CHIAVENATO (2004) afirma que no mundo complexo e competitivo de hoje a

escolha das pessoas certas se torna vital para o bom funcionamento da empresa

Para STEWART (2004) o capital intelectual corresponde ao conjunto de co-

nhecimentos e informaccedilotildees encontrados nas organizaccedilotildees que agregam valor ao pro-

duto ou serviccedilo mediante a aplicaccedilatildeo da inteligecircncia e natildeo do capital monetaacuterio ao

empreendimento sendo o capital intelectual gerador de capacidades conhecimento

habilidades e experiecircncias individuais dos funcionaacuterios para realizaccedilatildeo de tarefas

O capital intelectual eacute algo tatildeo valioso dentro de uma organizaccedilatildeo que eacute atra-

veacutes dele que se podem ter grandes inovaccedilotildees transformaccedilotildees tecnoloacutegicas resolu-

ccedilotildees de problemas gestatildeo eficiente lucratividade e sucesso melhorados Um colabo-

rador que possui seu capital intelectual estimulado atraveacutes da motivaccedilatildeo seraacute mais

bem aproveitado pela empresa uma vez que se sente incluiacutedo valorizado simpatizan-

te e livre para gerir suas ideias de uma forma mais aguccedilada

CHIAVENATO (2004) diz que o capital humano eacute constituiacutedo das pessoas que

fazem parte de uma organizaccedilatildeo Capital humano significa talentos que precisam ser

mantidos e desenvolvidos Mais do que isso capital humano significa capital intelectu-

al

Para MONTEIRO (2007) o ser humano eacute o maior bem de uma empresa pois eacute

ele o principal instrumento de seu sucesso ou fracasso uma vez que o capital intelec-

tual eacute algo exclusivo do ser humano Pode-se entatildeo descrever que ele eacute o raciociacutenio

humano elaborado acrescido do ambiente onde estaacute inserido

25

MONTEIRO (2007) comenta que dentro das organizaccedilotildees o capital intelectual

pode ser diferenciado dos demais capitais porque ele cresce quando compartilhado

com os do mesmo grupo e natildeo se deprecia com o uso Ao contraacuterio dos outros ativos

o seu valor decorre do uso O capital intelectual eacute enfatizado como o conjunto de in-

formaccedilotildees e conhecimentos encontrados nas organizaccedilotildees onde agregam ao produto

eou serviccedilos valores mediante a aplicaccedilatildeo da inteligecircncia e natildeo do capital monetaacuterio

Devido a sua grande representatividade nas empresas o capital intelectual natildeo deve

ser subestimado nem utilizado de forma ineficiente acarretando em um gerenciamento

ineficaz mais investimento incentivado para assim trazer agrave empresa bons negoacutecios e

melhor rentabilidade (MONTEIRO 2007 p18)13

2 - Criatividade

Criatividade eacute um assunto que fascina a todos objeto de muitos estudos em-

bora no contexto empresarial seja novo O pensamento criativo antigamente era vis-

to como inspiraccedilatildeo divina passando a ser estudado com melhor afinco a partir dos

anos 50

O Caminho humano de viver conviver e sobreviver eacute permeado de accedilotildees cria-

tivas conscientes e inconscientes Esse potencial criativo eacute inato em todo ser humano

poreacutem ele se ensina e se aprende Trata-se de uma competecircncia pessoal valorizada

mas ao mesmo tempo desprestigiada pois percebemos que as empresas desclassifi-

cam candidatos criativos e depois encaminham-no para o desenvolvimento desta habi-

lidade

Criatividade para o quecirc Eacute a primeira pergunta que surge em nossa mente

quando tratamos do tema Se tudo estaacute bem natildeo haacute motivos para criar ou se estaacute

tudo ruim natildeo temos mais o que fazer Percebemos que o ser humano sempre busca

a sua zona de conforto para se acomodar sofrer menos ou agraves vezes para reclamar

mais Podemos pensar nesta pergunta buscando duas respostas uma do acircmbito pes-

soal e outra empresarial No processo de criaccedilatildeo percebemos que podemos mudar e

nos diferenciar daquilo que fomos respeitando e valorizando o nosso proacuteprio passado

13Internet (httpwwwaedbbrsegetartigos10327_PDF20Samirapdf) data acesso

15072012

26

tomando decisotildees e desempenhando accedilotildees diferentes dos que habitualmente faziacutea-

mos Podemos gerar mudanccedilas substanciais nas empresas e a partir dessas mudan-

ccedilas diferenciarmos sem contudo ser necessaacuterio efetuar mudanccedilas demasiadas mu-

danccedilas que choquem e natildeo se ajustem aos nossos valores e nossa realidade

Se o objetivo eacute buscar na empresa alcanccedilar eficiecircncia que possibilite ao cliente

escolher e comprar nossos produtos e serviccedilos e natildeo os dos concorrentes precisa-

mos estar abertos para buscar novas alternativas novas maneiras de fazer as coisas

e consequentemente resultados diferentes A mudanccedila organizacional eacute muitas ve-

zes uma ferramenta de soluccedilatildeo de problemas das organizaccedilotildees Podemos diferenci-

ar-nos dos competidores apenas sabendo quando e em quecirc devemos mudar e onde

queremos chegar

A criatividade na empresa eacute medida a partir dos resultados alcanccedilados Uma

resposta eacute mais criativa (entre aspas pois as respostas natildeo satildeo criativas e sim as pes-

soas que a geraram) que outra quando atinge aquele objetivo para o qual foi focado a

soluccedilatildeo de um problema traz uma alternativa ou um meacutetodo inovador ou ateacute mesmo

uma combinaccedilatildeo de resultados diferentes

Tatildeo essencial como ser diferente eacute a necessidade de buscar resultados e uma

empresa soacute eacute verdadeiramente criativa quando a criatividade se torna a maneira diaacute-

ria de fazer as coisas e espera que seus membros considerem uma ampla variedade

de alternativas antes de comprometer-se numa direccedilatildeo especiacutefica 14

21 ndash Conceito de criatividade

A criatividade eacute a faculdadehabilidade de criar ou o potencial criativo Consiste

em encontrar meacutetodos ou objetos para executar tarefas de uma maneira nova ou dife-

14 Internet

Fonte (Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de acesso

25062012

27

rente do habitual com a intenccedilatildeo de satisfazer um propoacutesito A criatividade permite

cumprir os desejos de forma mais raacutepida faacutecil eficiente ou econoacutemica

A criaccedilatildeo de novas ideias e conceitos tambeacutem se lhe daacute o nome de inventivi-

dade pensamento original pensamento divergente ou imaginaccedilatildeo construtiva Trata-

se de conceitos que implicam o ato de inventar algo novo (isto eacute recorrer ao enge-

nho) a capacidade de encontrar soluccedilotildees originais e a vontade de mudar o mundo 15

A criatividade eacute considerada uma capacidade humana de grande valor univer-

sal tudo indica que nesta competecircncia reside a memoacuteria RAM bioloacutegica para o im-

pulso da evoluccedilatildeo humana A memoacuteria RAM segundo CURY (2009) eacute o fenoacutemeno dos

registos da memoacuteria O que melhor descreve a criatividade eacute o que SANCHEZ (2003)

referiu em seus apontamentos a criatividade eacute uma sublime dimensatildeo da condiccedilatildeo

humana

Eacute entretanto na capacidade criativa que existe a chave da capacidade de evo-

luccedilatildeo da humanidade O meacuterito da expressatildeo criativa eacute fruto da complexidade ou

seja eacute fruto do contexto social no seu desenvolvimento natural e humano

Eacute muito interessante contemplar os efeitos provenientes deste constructo a

considerar a capacidade de um indiviacuteduo criativo construir e reconstruir transformando

a nossa realidade Eacute consensual e gratificante perceber que todos temos a capacida-

de criativa deve eacute ser melhor desenvolvida16

De maneira instintiva o termo criatividade sempre se associou agrave atividade ar-

tiacutestica Mais recentemente graccedilas a exemplos empresariais como Apple e Google a

inovaccedilatildeo ganhou espaccedilo nos sectores tecnoloacutegicos Neste sentido a nossa intuiccedilatildeo

natildeo estaacute errada uma vez que criatividade e inovaccedilatildeo satildeo dois conceitos muito unidos

Explicado de forma simples a capacidade criativa pode ser definida como ldquoa habili-

dade para gerar ideias alternativas e soluccedilotildees a um determinado problema de forma

faacutecilrdquo 17

15 Internet (httpconceitodecriatividade) data de acesso 25062012 16Internet (httpptwikipediaorgwikiCriatividade) data de acesso 04072012

17Inter-

net(httpwwwcriaptcriaadminappCRIAuploadscreamanual20creatividade20portugue

s_pt_webpdf) data de acesso 04072012)

28

22 ndash Criatividade do ponto de vista pessoal

Temos que pensar em Criatividade como estrateacutegia para viver melhor para

uma qualidade de vida que diria razoaacutevel aleacutem de identificar potenciais descobertas

internas que foram abafadas pelos processos familiares educacionais e empresariais

assim pelo tempo Outro aspecto estaacute relacionado com a garantia da nossa emprega-

bilidade entendendo como fonte de renda como funcionaacuterio profissional autocircnomo ou

empresaacuterio Vivemos num mundo de mudanccedilas aprimoramento riscos e oportunida-

des Melhoria nos nossos relacionamentos interpessoais atraveacutes do reconhecimento e

aproveitamento da diversidade respeitando as mais diversas formas de pensamento e

das diferenccedilas individuais Estamos acostumados a considerar a criatividade como

algo pessoal e intransferiacutevel A criatividade humana natildeo eacute temporal Trata-se de um

patrimocircnio do ser humano compartilhado pela sociedade Como a organizaccedilatildeo existe

para servir a sociedade nada mais justo do que desenvolver a criatividade como ga-

rantia para superaccedilatildeo da expectativa do cliente em relaccedilatildeo agrave sua empresa 18

23 ndash Criatividade do ponto de vista empresarial

A busca de um diferencial oferecendo algo mais do que o cliente espera atrair

preferecircncias estabelecer estrateacutegia diferenciada adaptar-se agraves necessidades modifi-

car produtos e buscar soluccedilotildees para os problemas fugindo do convencional e assim

diferenciando-se dos concorrentes Estrateacutegia competitiva natildeo somente por criar ou

inovar produtos mas tambeacutem a quebra de paradigmas mudanccedilas de pensamentos

comportamentos etc Todas as ideias produtos e serviccedilos criativos poderatildeo ser trans-

formados em algo positivo para a organizaccedilatildeo Melhoria dos seus produtos assim

como a criaccedilatildeo de novos Busca de resultados diferentes do passado Melhoria do

18 Internet (Fonte Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de

acesso 04072012

29

relacionamento humano interno consequentemente o aumento da produtividade Me-

lhoramento contiacutenuo em todos os setores Desenvolvimento da qualidade19

24 - Criatividade e a visatildeo estrateacutegica da empresa

A criatividade se relaciona com a visatildeo estrateacutegica de empresa da seguinte

forma a partir dos objetivos traccedilados pela organizaccedilatildeo a mesma definiraacute uma linha

estrateacutegica a ser seguida para alcanccedilar esses objetivos A criatividade se envolve de

acordo com a intenccedilatildeo da empresa ela pode querer reinventar seus modos de atua-

ccedilatildeo pode somente visar manter-se atualizada e motivada pode querer mudar rapida-

mente de foco e enfim 44 pode estabelecer um relacionamento forte ou fraco com a

criatividade em funccedilatildeo das soluccedilotildees que ela estiver almejando

CALKINS (2001) defende essa visatildeo ao dizer que para produzir subjetividade

a criatividade deve ser parte da estrateacutegia da empresa O estudo de LENGNICK-HALL

e WOLFF (1998) faz justamente uma releitura sobre o processo estrateacutegico organiza-

cional ndash enfatizando os trecircs domiacutenios loacutegicos que guiam a maioria das empresas ndash e

relacionando conforme a Tabela abaixo com o tipo de criatividade que estaraacute vigente

Loacutegicas Estrateacutegicas x Criatividade

Loacutegica Dominante

Guerrilha Loacutegica Complexidade Loacutegica Capacidade Loacutegica

Objetivo

repentinamente reescrever

as regras da competitivida-

de

aprendizagem e alto envolvi-

mento organizacional

desenvolver e implementar

estrateacutegias que as possibilitem

criar uma sustentaacutevel vantagem

competitiva

Elemento

Chave

a flexibilidade a criativida-

de e a inovaccedilatildeo

sistema natural de relaciona-

mentos

desenvolvimento eficiente e

eficaz e protegendo seus recur-

sos de base

Justificativa vantagem competitiva

como algo muito passageiro

a organizaccedilatildeo vive em uma

comunidade de competidores

fornecedores clientes

as organizaccedilotildees procuram de-

senvolver e implantar estrateacute-

gias que as possibilitem criar

uma sustentaacutevel vantagem

competitiva

19Internet (Fonte Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de

acesso 04072012

30

Sucesso Orga-

nizacional

eacute uma funccedilatildeo da sua capa-

cidade para gerar ideias

que criam novas dinacircmicas

competitivas e novas are-

nas de accedilatildeo

consequecircncia de um natural

entendimento do paradoxo de

forccedilas que formam o sistema

organizacional

a chave da vantagem competiti-

va sustentaacutevel estaacute na habilida-

de organizacional para proteger

os seus recursos de base

Autores COOPER (1995) e

SCHUMPETER (1936)

MILLER (1996) SENGE (1990) e

MOORE (1996)

PORTER (1986 e 1992) e

HAMEL e PRAHALAD (1994)

Ecircnfase Criar Aprender Agregar Valor

Praacuteticas Cria-

tivas

Brainwriting Pool Teacutecnica

da Troca dos Cartotildees etc Pensamento Lateral Jamming

(Fonte Pesquisa a partir dos estudos de Lengnick-Hall e Wolff 1998) 20

25 ndash Reconfiguraccedilatildeo dinacircmica do talento

A estrateacutegia de inovaccedilatildeo sem duacutevida requer novas habilidades O conceito de

R=G sugere que nenhuma empresa eacute capaz de desenvolver sozinha todos os produ-

tos e serviccedilos de que necessita para oferecer experiecircncias personalizadas a cada cli-

ente Tampouco empresa alguma tem condiccedilotildees de cultivar todas as capacidades

gerenciais indispensaacuteveis para transformar a organizaccedilatildeo Analisamos questotildees rela-

cionadas com a superaccedilatildeo dos legados organizacionais e com a construccedilatildeo de novas

capacidades para o gerenciamento da inovaccedilatildeo Mostramos como as empresas de-

vem preparar-se para administrar as tensotildees constantes entre flexibilidade eficiecircncia

e confiabilidade Essa transformaccedilatildeo natildeo consiste apenas em mudar a mentalidade

ou a loacutegica dominante dos gestores tambeacutem significa concentrar-se nos novos niacuteveis

de transparecircncia e de visibilidade em relaccedilatildeo a como se gerencia a empresa

Precisamos mudar a maneira como gerenciamos ndash como combinamos continu-

amente oportunidades e recursos O foco deve convergir natildeo soacute para as habilidades

20Internet (Fonte Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de

acesso 04072012

31

dos indiviacuteduos e para as atitudes de cada um em relaccedilatildeo ao aprendizado mas tam-

beacutem para a competecircncia das equipes e para a capacidade dessas forccedilas-tarefas de se

reconfigurar continuamente em funccedilatildeo dos objetivos arregimentando os melhores

talentos em todo o mundo Por exemplo a identificaccedilatildeo dos comportamentos e das

necessidades de determinada pessoa numa base de milhotildees de clientes ndash como a

Amazoncom na ING Insurance e no programa de diabetes da ICICI ndash exige capaci-

dades analiacutetica Argumentaremos que os mesmos requisitos tambeacutem satildeo indispensaacute-

veis na base de talentos A empresa deve tratar seus empregados e fornecedores

como indiviacuteduos iacutempares (ou como conjunto de indiviacuteduos sem igual) da mesma ma-

neira como lida com os clientes A configuraccedilatildeo dinacircmica de recursos para atender agraves

necessidades de tarefas especiacuteficas converte-se em fonte de vantagem competitiva

A essecircncia da mensagem eacute que para a transformaccedilatildeo ser eficaz os gestores devem

concentrar o foco na mobilizaccedilatildeo raacutepida de talentos dentro e fora da empresa (PRA-

HALAD e KRISHNAN 2008 p177)

3 ndash Cadeia de valor e vantagem competitiva

Segundo Novaes (2001 p184) o conceito de cadeia de valor foi desenvolvido

por Porter O conceito eacute de muita simplicidade e por isso talvez mostre-se tatildeo impor-

tante no contexto econocircmico-social em que se inserem as empresas com a crescente

globalizaccedilatildeo dos negoacutecios e mercados

Para (PORTER 1989 p33) toda empresa eacute uma reuniatildeo de atividades que

satildeo executadas para projetar produzir comercializar entregar e sustentar seu produ-

to Todas estas atividades podem ser representadas fazendo-se uso de uma cadeia

de valores Essa exposiccedilatildeo do autor indica em primeira matildeo apenas4 a ideia de ava-

liar a cadeia interna da empresa a qual eacute formada pelas atividades operacionais e

organizacionais jaacute citadas

A ideia baacutesica que subsidia esse conceito natildeo eacute de autoria de Porter mas haacute

muito tempo jaacute estava sendo analisada Fala-se aqui dos conceitos da Teoria Geral de

Sistemas que tem como precursor o Prof Ludwig von Bertalanffy e seus trabalhos

teoria essa que apresenta a empresa como um sistema inserido esse uacuteltimo em um

ambiente ou macro sistema Assim deve-se ter em mente uma visatildeo sistecircmica en-

xergar mais do que as aacutereas ou atividades isoladamente mais do que os limites da

empresa (Cadeia de Valor Interna) A empresa faz parte de um todo maior (um siste-

32

ma amplo) e esse eacute que deve ser otimizado para gerar maior valor para o cliente e

consequentemente maior lucratividade na cadeia (Cadeia de Valor Externa)

Nas palavras de Porter (1989 p33) ldquoa cadeia de valores desagrega uma em-

presa nas suas atividades de relevacircncia estrateacutegica para que se possa compreender o

comportamento dos custos e as fontes existentes e potenciais de diferenciaccedilatildeordquo Uma

empresa ganha vantagem competitiva se conseguir desempenhar essas atividades

estrateacutegicas de uma maneira melhor e mais barata que a concorrecircncia

Pode-se entatildeo caminhar para um avanccedilo em definiccedilatildeo ao verificarmos a pro-

posiccedilatildeo de (SHANK amp GOVINDARAJAN 1993 p13) de que ldquoa cadeia de valor para

qualquer empresa em qualquer negoacutecio eacute o conjunto interligado de todas as ativida-

des que criam valor desde uma fonte baacutesica de mateacuterias primas passando por forne-

cedores de componentes ateacute a entrega do produto final agraves matildeos do consumidorrdquo

O mundo em que se vive atravessa em periacuteodo de transformaccedilatildeo sequer ima-

ginado Nele nada eacute definitivo Fica-se perplexo quando natildeo se consegue acompanhar

a velocidade da evoluccedilatildeo dos acontecimentos sente-se perdido principalmente nos

assuntos relacionados agrave dinacircmica do desenvolvimento tecnoloacutegico

Dessa forma com uma visatildeo focada no clienteconsumidor pode-se considerar

que a cadeia de valor eacute uma sequecircncia de atividades desde a origem de recursos ateacute

o descarte final de determinado produto Portanto tem-se uma visatildeo bastante abran-

gente do conceito que pode considerar desde a fase da extraccedilatildeo de mateacuteria-prima ateacute

o tratamento final que eacute dado ao produto por exemplo num enfoque de ciclo de vida

do produto21

31 - O que significa uma vantagem competitiva

O sucesso de uma empresa eacute em larga medida determinado pela atratividade

do sector em que opera mas a sua posiccedilatildeo dentro desse sector tambeacutem eacute importante

21 (httpwwwccontabeiscombrconvt14pdf) data acesso 15072012

33

Apesar de um sector poder ter uma fraca eficaacutecia uma empresa que estaacute bem posi-

cionada pode ainda assim criar lucros significativos

Diz-se que uma empresa tem uma vantagem competitiva sobre os seus con-

correntes quando manteacutem retornos que superam a meacutedia no seu sector Esta vanta-

gem decorre das caracteriacutesticas do produto que o torna superior aos produtos da con-

correcircncia

Nalgumas situaccedilotildees pode obter-se uma vantagem competitiva atraveacutes da evoluccedilatildeo

tecnoloacutegica mas esta eacute frequentemente difiacutecil de manter porque os concorrentes ra-

pidamente a copiam ou aperfeiccediloam desenvolvem novas tecnologias Uma vantagem

sustentada resulta frequentemente mais do que da tecnologia ou de modificaccedilatildeo de

produtos de outros fatores como por exemplo o simbolismo associado ndash o que o

produto significa para os consumidores (imagem de marca) e o que estes experimen-

tam na sua compra e uso Os investigadores em marketing reconhecem que os produ-

tos possuem caracteriacutesticas simboacutelicas e que o consumo de certos produtos pode de-

pender mais do seu significado social do que da sua utilidade funcional

Existe atualmente uma tendecircncia para os consumidores exigirem ldquosignificado

pessoalrdquo aos produtos e serviccedilos Torna-se essencial inovar para responder agraves emo-

ccedilotildees que influenciam as decisotildees dos consumidores Estes estatildeo cada vez menos

impressionados com as novas tecnologias e a optar por produtos que resultam ldquopara

mimrdquo Como consequecircncia palavras como emoccedilatildeo e significado pessoal encon-

tram o seu caminho nas estrateacutegias das empresas sendo importante entender os fato-

res intangiacuteveis associados ao valor percebido do produto e as percepccedilotildees na sua

globalidade positivas ou negativas Novas designaccedilotildees tais como ndash ldquofaacutecil acessiacute-

vel razoaacutevel empoderamento e pessoal ndash refletem mais a pessoa do que o obje-

to Descobrir os sentimentos e as atitudes em relaccedilatildeo aos produtos bem como conhe-

cer as razotildees das preferecircncias dos consumidores tornaram-se importantes elementos

estrateacutegicos22

32 - Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva

Em grande medida a ambiccedilatildeo da estrateacutegia da empresa eacute conseguir uma van-

tagem competitiva sustentaacutevel

22Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

34

A vantagem competitiva analisa a atividade da empresa centrando-se primei-

ramente na sua capacidade de gerar retornos superiores de capital e de vincular a

estrateacutegia de negoacutecio a mercados financeiros e de capital fundamentais por um longo

periacuteodo de tempo No fim de contas eacute a vantagem competitiva da empresa que permi-

te ter bons retornos para os seus acionistas

Sem vantagem competitiva a empresa tem uma razatildeo econoacutemica limitada para

existir ndash a sua vantagem competitiva eacute a sua razatildeo de existecircncia Sem ela a empresa

natildeo iraacute prosperar Criar uma vantagem competitiva sustentaacutevel pode ser a meta mais

importante de qualquer organizaccedilatildeo e pode mesmo ser o atributo mais importante em

que a empresa se focaliza23

33 - Como implementar vantagem competitiva

As vantagens competitivas natildeo assumem uma uacutenica forma e eacute possiacutevel que

uma empresa tenha vaacuterias vantagens competitivas e em diferentes aacutereas Ilustra-se

algumas das aacutereas onde as empresas se podem destacar e garantir o seu sucesso a

longo prazo quota de mercado gestatildeo da marca rede marcas e patentes eficaacutecia de

custos e altos custos de mudanccedila

As empresas com quotas de mercado significativas criam um problema para os

concorrentes o que eacute positivo para aquelas uma vez que os seus produtos satildeo bem

conhecidos e recebidos no mercado No entanto mesmo quando a quota de mercado

eacute consideraacutevel se o sector for atrativo ou seja tiver um potencial de lucro significativo

novos operadores podem aparecer com a consequente reduccedilatildeo da quota de merca-

do

Ter uma marca forte pode garantir o sucesso a longo prazo e tambeacutem permitir

agraves empresas obter lucros pois a sua marca permite-lhes cobrar um preccedilo especial

(premium) Marcas fortes tendem a criar uma vantagem competitiva mais duradoura

O efeito de rede ocorre quando um produto cria uma procura por parte dos

consumidores que depois amplia o produto A empresa pode beneficiar do efeito de

23 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

35

rede pela atraccedilatildeo de mais vendedores Estes por sua vez atraem mais compradores

estabelecendo-se uma quota de mercado dominante (por exemplo eBay)

Este efeito de rede natildeo eacute muito comum mas quando ocorre pode ser extre-

mamente lucrativo As marcas e as patentes podem ser fonte de vantagem competiti-

va para algumas empresas 24

34 - Como criar valor e vantagem competitiva

Uma empresa posiciona-se aproveitando os seus pontos fortes Michael Porter

defendeu que aqueles se inscrevem em dois tipos baacutesicos de vantagem competitiva

vantagem pelos custos ou diferenciaccedilatildeo Estes satildeo identificados como vantagens po-

sicionais uma vez que expressam a posiccedilatildeo da empresa no sector enquanto liacuteder nos

custos ou por diferenciaccedilatildeo

A empresa utiliza os seus recursos e capacidades para gerar uma vantagem

competitiva que por uacuteltimo resulte na criaccedilatildeo de um valor superior

As competecircncias distintivas (competecircncias nucleares) resultam de recursos

especiacuteficos e capacidades da empresa facilitam a inovaccedilatildeo a eficiecircncia a qualidade

e a receptividade dos clientes o que pode ser aproveitado para atingir quer uma es-

trutura de baixo custos quer a diferenciaccedilatildeo do produto

Uma empresa posiciona-se no seu sector atraveacutes da opccedilatildeo por baixos custos

ou diferenciaccedilatildeo Esta decisatildeo eacute uma peccedila central da estrateacutegia competitiva da em-

presa

A vantagem competitiva existe quando a empresa eacute capaz de oferecer os

mesmos benefiacutecios que os concorrentes mas a custos mais baixos (vantagem pelos

custos) ou oferecer benefiacutecios que ultrapassam a concorrecircncia (vantagem por diferen-

ciaccedilatildeo) Portanto uma vantagem competitiva permite agrave empresa criar um valor superi-

or para os seus clientes e lucros para si proacuteprio25

24 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=39ampL=5) data acesso 15072012

25 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

36

CAPITULO III

ASPECTOS DA INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE

1 ndash Inovaccedilatildeo e sustentabilidade

37

Como as empresas podem sair da teoria para a praacutetica e chegar a um no-

vo patamar de competitividade e comprometimento com praacuteticas sustentaacuteveis

Muito se fala em inovaccedilatildeo como o principal caminho para o desenvolvimento

sustentaacutevel das organizaccedilotildees e da humanidade Poreacutem em muitos setores falar sobre

esse assunto eacute ainda um exerciacutecio teoacuterico Em geral o tema eacute associado as aacutereas de

tecnologia ou pesquisa e desenvolvimento mas a inovaccedilatildeo deve acontecer tambeacutem

na lideranccedila nas accedilotildees de marketing no modelo de negoacutecios ou seja na gestatildeo co-

mo um todo

Em pesquisa realizada pela Fundaccedilatildeo Nacional da Qualidade (FNQ) em maio

e 2011 representantes de 63 empresas mostraram que 97 consideram fundamental

que as organizaccedilotildees inovem para buscar a sustentabilidade tanto do negoacutecio quanto

da economia e do planeta Apesar dessa consciecircncia 70 dos participantes do estu-

do acreditam que as empresas estatildeo preocupadas mas natildeo direcionam seus investi-

mentos em inovaccedilotildees com foco no crescimento sustentaacutevel O levantamento mostra

ainda que 27 dos entrevistados apontaram a gestatildeo como a principal preocupaccedilatildeo

das empresas em que trabalham enquanto 22 indicaram a sustentabilidade e 19 a

reduccedilatildeo de custos

De acordo com o superintendente geral da FNQ Jairo Martins ldquoos resultados

da pesquisa mostram que as empresas ainda natildeo perceberam o tamanho do problema

da sustentabilidade considerando o baixo iacutendice de organizaccedilotildees que de fato inves-

tem em inovaccedilatildeo para sustentabilidade Em sua maioria as organizaccedilotildees pensam

apenas no lado econocircmico e natildeo no tripeacute da sustentabilidade que demanda uma em-

presa economicamente soacutelida socialmente correta e ambientalmente responsaacutevel

Enquanto dominar o pensamento pelo vieacutes econocircmico cujo sucesso eacute medido pelo

PIB o atual modelo de desenvolvimento insustentaacutevel natildeo vai mudar e natildeo seratildeo in-

cluiacutedas na pauta das organizaccedilotildees as questotildees socioambientaisrdquo

O professor da Fundaccedilatildeo Getuacutelio Vargas Renato Orsato autor do livro ldquoEstra-

teacutegias de Sustentabilidade quando vale a pena ser verderdquo analisou mais de 30 ca-

sos de empresas que adotaram a inovaccedilatildeo em 20 setores ao redor do mundo Para

ele deve haver uma premissa baacutesica para falar sobre esse assunto fazer perguntas

precisas ldquoIsso porque existem centenas de milhares de formas de incluir inovaccedilatildeo e

sustentabilidade nas empresas As empresas devem conhecer bem o contexto onde

atuam e considerar tanto aspectos tangiacuteveis como intangiacuteveisrdquo afirma

38

Na opiniatildeo do professor enquanto a sustentabilidade eacute apenas um acessoacuterio agrave

estrateacutegia da empresa ela natildeo vale a pena Para inovar as organizaccedilotildees devem

questionar os modelos de negoacutecio e pensar em modelos totalmente novos

Orsato daacute o exemplo da empresa Better Place que inovou na maneira de co-

mercializar energia renovaacutevel para carros eleacutetricos ldquoO grande salto seraacute conseguir

mudanccedilas radicais nos modelos de negoacutecios As fronteiras entre os setores de energia

e mobilidade por exemplo podem mudarrdquo 26

11- Da teoria para a praacutetica

De maneira geral a inovaccedilatildeo faz sucesso em palestras de ldquoespecialistasrdquo e de

executivosrdquo explica o professor Joatildeo Amato Neto da Fundaccedilatildeo Vanzolini e Escola

Politeacutecnica da USP ldquoMas haacute empresas realmente inovadoras seja em seus produtos

em seus processos de produccedilatildeo e ateacute mesmo em seu posicionamento de mercado

Outras satildeo inovadoras na relaccedilatildeo com o mercado num sentido mais amplo Esse eacute

um grupo restrito no Brasil de empresas de excelecircncia As que tecircm excelecircncia em

inovaccedilatildeo para sustentabilidade estatildeo num grupo mais restrito ainda Do ponto de vista

da sobrevivecircncia da empresa nos proacuteximos anos esse eacute um requisito fundamentalrdquo

O professor exemplifica que no varejo haacute grandes redes como o Wall Mart

Carrefour e Patildeo de Accediluacutecar que iniciaram accedilotildees para contratar fornecedores com base

em requisitos de sustentabilidade Essas accedilotildees ainda satildeo restritas a alguns poucos

produtos e incluem por exemplo exigecircncias de embalagens que possam ser recicla-

das Satildeo accedilotildees que visam a reduccedilatildeo do uso de recursos materiais e energia de uma

forma geral (busca de maior eco eficiecircncia nos processos)

Mas como sair da teoria e colocar em praacutetica Veja os principais pontos que

uma empresa interessada em inovaccedilatildeo e sustentabilidade deve trabalhar

bull Investir no espiacuterito criativo dos colaboradores natildeo soacute daqueles que atuam nas aacutereas

de pesquisa e desenvolvimento (PampD) de produtos ou na engenharia do produto mas

num sentido mais amplo oacutetimas ideias podem surgir no chamado chatildeo de faacutebrica

26 Internet (httpwwwhsmcombrbuscarkeys=inovaccedilatildeo e sustentabilidade) data acesso 19072012

39

bull Buscar praacuteticas de gestatildeo participativa isso pode gerar ideias que trazem inovaccedilotildees

pequenas incrementais mas que no conjunto fazem muita diferenccedila

bull Usar a educaccedilatildeo para transformar paradigmas e gerar maior conscientizaccedilatildeo Natildeo

se deve pensar apenas em treinamentos que satildeo usados em geral para tarefas es-

peciacuteficas ou aplicaccedilatildeo de teacutecnicas As empresas devem investir na formaccedilatildeo dos re-

cursos humanos

bull Questionar o proacuteprio modelo de negoacutecios

bull Inserir sustentabilidade no planejamento estrateacutegico da empresa

E seraacute que eacute possiacutevel aprender a inovar De acordo com o professor Joatildeo A-

mato a inovaccedilatildeo soacute faz sentido se isso significar uma mudanccedila de mentalidade na

empresa Isso vale para induacutestria ou setor de serviccedilos ldquoNo setor financeiro temos mui-

tos exemplos de como os bancos estatildeo descobrindo novas maneira de incluir a sus-

tentabilidade em suas praacuteticas definindo criteacuterios de praacuteticas socioambientais aos

seus clientes Na realidade alguns dos grandes bancos jaacute colocaram isso no seu plano

estrateacutegicordquo conclui 27

12 ndash Sustentabilidade corporativa

Haacute vaacuterias definiccedilotildees para sustentabilidade e desenvolvimento sustentaacutevel na

literatura e organizaccedilotildees que tratam do tema arrolam outras tantas Isso decorre do

fato de a sustentabilidade ser um conceito relativamente novo possuir um caraacuteter mul-

tidisciplinar e envolver diferentes interpretaccedilotildees que refletem diferenccedilas de valor cir-

cunstacircncias localizadas e contextos especiacuteficos Aleacutem disso o conceito acaba incorpo-

rado a vaacuterios assuntos tais como a definiccedilatildeo de poliacuteticas governamentais a gestatildeo

puacuteblica regional a gestatildeo de empresas e ateacute mesmo o nosso estilo de vida (MA-

27 Internet (httpwwwhsmcombreditoriassustentabilidadeinovacao-e-ustentabilidade-de-

maos-dadas) data acesso 19072012

40

WHINNEY 2002) O foco deste artigo eacute a sustentabilidade corporativa ou seja a apli-

caccedilatildeo do conceito de sustentabilidade nas empresas

Algumas empresas brasileiras vecircm sendo citadas como casos mundiais no

acircmbito de algumas das dimensotildees da sustentabilidade corporativa HART (1997)

menciona a Aracruz Celulose como uma empresa que adota a visatildeo de desenvolvi-

mento sustentaacutevel desde o iniacutecio de suas operaccedilotildees com base no modelo de reflores-

tamento das plantaccedilotildees de eucaliptos PRAHALAD (2004) apresenta o caso da Casas

Bahia como uma empresa que atende a populaccedilatildeo de baixa renda por meio de um

modelo inovador de financiamento (SEABRA LEAL e PASSOS 2005 p10) Relatam

o caso da Natura assinalando que seus principais acionistas satildeo enfaacuteticos ao afirma-

rem que a busca da sustentabilidade eacute mais do que uma estrateacutegia de negoacutecios mdash eacute

uma filosofia de vida Outros estudos acadecircmicos nessa aacuterea tambeacutem envolvem em-

presas nacionais SILVA e KULAY (2005) apresentam um caso de aplicaccedilatildeo da Avali-

accedilatildeo do Ciclo de Vida (LCA mdash Life Cycle Assessment) para analisar os potenciais

impactos ambientais do processo de fabricaccedilatildeo de fertilizantes fosfatados em uma

empresa brasileira COSTA e GOUVINHAS (2004) analisam a adoccedilatildeo das estrateacutegias

de projeto ecoloacutegico (ecodesign) no ambiente de negoacutecios de pequenas e meacutedias em-

presas brasileiras HOPKINS (2002) discute a sustentabilidade nas operaccedilotildees internas

das empresas a partir de uma pesquisa exploratoacuteria sobre a aplicaccedilatildeo de indicadores

de responsabilidade social em quatro grandes empresas no Brasil 28

13 - O conceito de sustentabilidade corporativa

Considera-se sustentabilidade corporativa como a gestatildeo empresarial que bus-

ca equilibrar as necessidades econocircmicas das empresas com a responsabilidade pelo

desenvolvimento da sociedade e preservaccedilatildeo dos recursos naturais visando atender

agraves necessidades atuais e futuras dos elementos afetados pela empresa Esses ele-

mentos mdash que satildeo ou podem ser afetados pelos efeitos das operaccedilotildees accedilotildees e deci-

28 Internet httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

41

sotildees da empresa mdash incluem os acionistas e funcionaacuterios clientes e consumidores

fornecedores e parceiros os recursos naturais utilizados pela empresa o meio ambi-

ente e a sociedade

A sustentabilidade corporativa estaacute associada a trecircs macro objetivos a geraccedilatildeo

de valor econocircmico a responsabilidade ambiental e a responsabilidade social A gera-

ccedilatildeo de valor econocircmico estaacute relacionada com a obtenccedilatildeo de resultados econocircmicos

positivos no presente e no futuro A responsabilidade ambiental diz respeito agrave conser-

vaccedilatildeo e ao uso sustentaacutevel dos recursos naturais E a responsabilidade social con-

templa a corresponsabilidade das empresas pelo desenvolvimento da sociedade Con-

forme ELKINGTON (1997) esses objetivos satildeo inerentes aos denominados resultados

tridimensionais da sustentabilidade (triple bottom line) As empresas que adotam a

sustentabilidade corporativa devem buscar um equiliacutebrio entre o compromisso econocirc-

mico a preservaccedilatildeo ambiental e o desenvolvimento da sociedade assumindo respon-

sabilidades pelas condiccedilotildees de vida atuais e futuras29

14 - Sustentabilidade e geraccedilatildeo de valor econocircmico

A literatura ressalta a necessidade de que as iniciativas relacionadas agrave susten-

tabilidade tragam retornos positivos para as empresas REINHARDT (1999) considera

que as justificativas para os investimentos ambientais realizados pelas empresas de-

vem ser similares aos demais investimentos Nesse sentido os investimentos em ges-

tatildeo ambiental devem auferir retornos financeiros positivos ou conduzir agrave reduccedilatildeo dos

riscos SENGE e CARSTEDT (2001) satildeo mais enfaacuteticos ao considerar que o desafio

atual reside em desenvolver negoacutecios sustentaacuteveis compatiacuteveis com a realidade eco-

nocircmica Segundo esses autores novos modelos de negoacutecios e produtos inovadores

no acircmbito da sustentabilidade precisam necessariamente acarretar resultados finan-

ceiros satisfatoacuterios para se viabilizarem

Os benefiacutecios decorrentes das accedilotildees de sustentabilidade podem ser tangiacuteveis

ou intangiacuteveis Willard (2002) identifica potenciais benefiacutecios tangiacuteveis como aqueles

associados agrave reduccedilatildeo de custos na manufatura agrave reduccedilatildeo de custos comerciais ao

aumento do faturamento e ao aumento da participaccedilatildeo no mercado Como benefiacutecios

intangiacuteveis considera a maior facilidade na contrataccedilatildeo de talentos a maior retenccedilatildeo

29 Internet httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

42

dos principais talentos o aumento da produtividade dos funcionaacuterios a reduccedilatildeo dos

riscos e as maiores facilidades de financiamento NEMLI (2004) considera que os be-

nefiacutecios devem ser mensurados ao longo de trecircs dimensotildees reduccedilatildeo de custos e au-

mento da lucratividade aumento da reputaccedilatildeo e criaccedilatildeo de diferenciaccedilatildeo crescimento

da empresa em termos de capacidade de inovaccedilatildeo e uso de tecnologias limpas

A perspectiva de geraccedilatildeo de valor econocircmico estaacute acoplada a uma visatildeo mais holiacutesti-

ca do bom funcionamento da economia Nesse sentido HAWKEN LOVINS e LOVINS

(1999) consideram que o capitalismo natural pode ser o gatilho para a proacutexima revo-

luccedilatildeo industrial em que quatro tipos de capital sustentam o bom funcionamento da

economia o capital humano (pessoas conhecimento e cultura) o capital financeiro

(caixa investimentos e instrumentos monetaacuterios) o capital industrial (infra estrutura

faacutebricas e maacutequinas) e o capital natural (recursos naturais sistemas de vida e ecossis-

tema) Conforme SENGE e CARSTEDT (2001) a geraccedilatildeo de valor econocircmico por

empresas sustentaacuteveis depende de forma ampla da adoccedilatildeo de uma realidade eco-

nocircmica que conecta a induacutestria a sociedade e o meio ambiente Por outro lado mes-

mo na realidade atual a reduccedilatildeo do desperdiacutecio e do fluxo destrutivo dos recursos

pode representar uma importante oportunidade de negoacutecios (LOVINS LOVINS e

HAWKEN 1999) 30

15 - Sustentabilidade e responsabilidade ambiental

Vaacuterios autores assinalam a importacircncia da questatildeo da estrateacutegia ambiental das

empresas no acircmbito da sustentabilidade corporativa HART (1997) considera a polui-

ccedilatildeo a exaustatildeo dos recursos naturais e a pobreza como os principais desafios da sus-

tentabilidade Segundo o autor a estrateacutegia ambiental das empresas em geral evolui

segundo trecircs estaacutegios prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo produtos ambientalmente corretos e

produccedilatildeo limpa Aleacutem disso uma estrateacutegia ambiental integrada natildeo deve direcionar-

se somente para o desenvolvimento de competecircncias internas mas tambeacutem conside-

rar o relacionamento com os clientes fornecedores outras empresas agentes gover-

30 Internet

(httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext)

data de acesso 2107201230

43

namentais e acionistas Da mesma forma BARBIERI (2004) cita trecircs abordagens para

a gestatildeo ambiental empresarial controle da poluiccedilatildeo prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo e abor-

dagem estrateacutegica A prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo incorpora duas preocupaccedilotildees ambientais

principais o uso sustentaacutevel dos recursos e o controle da poluiccedilatildeo Os instrumentos

tradicionais para o uso sustentaacutevel dos recursos satildeo referenciados pelo autor como

4Rs reduccedilatildeo da poluiccedilatildeo na fonte reutilizaccedilatildeo reciclagem e recuperaccedilatildeo energeacutetica

HOFFMAN (2000) sugere que a estrateacutegia ambiental determine o alinhamento

entre a proteccedilatildeo ambiental e o crescimento econocircmico da empresa O desenvolvimen-

to da estrateacutegia ambiental deve analisar os concorrentes os parceiros os produtos as

mateacuterias-primas as perdas e os resiacuteduos da empresa O autor considera que a estra-

teacutegia ambiental pode ser direcionada por quatro fatores o mercado (composto pelos

consumidores associaccedilotildees concorrentes e consultores) os provedores de recursos

(clientes seguradoras fornecedores bancos e investidores) os elementos coercivos

(regulamentos locais legislaccedilatildeo internacional) e os elementos sociais (instituiccedilotildees

religiosas organizaccedilotildees natildeo-governamentais comunidade mundo acadecircmico im-

prensa e poder judiciaacuterio) 31

16 - Sustentabilidade e responsabilidade social

Os defensores da responsabilidade social argumentam que as empresas de-

vem assumir um compromisso com o desenvolvimento da sociedade As empresas

devem executar accedilotildees para fomentar o desenvolvimento social a inclusatildeo social e

contribuir para a melhoria das condiccedilotildees de vida da populaccedilatildeo mais necessitada Al-

guns autores consideram que essas atividades natildeo satildeo puramente filantroacutepicas uma

vez que as empresas podem auferir benefiacutecios de negoacutecios em funccedilatildeo delas Outros

sugerem ainda que a responsabilidade social esteja associada agrave proacutepria estrateacutegia

empresarial por exemplo SEABRA LEAL e PASSOS (2005) assinalam que os prin-

31 ) Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

44

cipais acionistas da Natura consideram que a responsabilidade social estaacute intimamen-

te ligada agrave estrateacutegia de negoacutecios da empresa

PRAHALAD e HAMMOND (2002) observam que aproximadamente 65 da

populaccedilatildeo mundial mdash cerca de quatro bilhotildees de pessoas mdash ganham menos do que

2000 USDano Esse eacute um mercado praticamente inexplorado pelas empresas multi-

nacionais Segundo os autores as empresas que desejam entrar nesse mercado de-

vem repensar seus modelos de negoacutecios praacuteticas gerenciais e indicadores de desem-

penho Eacute um mercado de novas fontes de receita que exige melhoria na eficiecircncia

operacional e fomento da inovaccedilatildeo A atuaccedilatildeo bem-sucedida para atender agrave denomi-

nada populaccedilatildeo na base da piracircmide pode trazer resultados econocircmicos positivos agraves

empresas e simultaneamente contribuir para a melhoria das condiccedilotildees de vida das

pessoas economicamente menos favorecidas

PORTER e KRAMER (2002) consideram que eacute possiacutevel agraves empresas obterem

a convergecircncia de interesses entre as atividades filantroacutepicas e os objetivos de negoacute-

cios A filantropia pode oferecer oportunidades para as empresas melhorarem seu

contexto competitivo considerando que as atividades filantroacutepicas podem potencial-

mente atuar sobre quatro elementos inter-relacionados da competitividade empresari-

al na disponibilidade dos insumos de produccedilatildeo nas condiccedilotildees de demanda nas con-

diccedilotildees de competiccedilatildeo e rivalidade e na presenccedila das induacutestrias de insumos e suporte

Nesse sentido a filantropia deveria ser considerada uma abordagem claramente estra-

teacutegica pelas empresas WADDOCK e SMITH (2000) adotam um raciociacutenio similar

afirmando que a responsabilidade social e o desempenho corporativo financeiro an-

dam juntos e natildeo como trade-offs

HALL et al (2005) constatam que algumas empresas podem ser socialmente

vulneraacuteveis Segundo esses autores a vulnerabilidade social eacute atribuiacuteda agraves empresas

que apresentam grande importacircncia estrateacutegica para o desenvolvimento econocircmico e

social dos paiacuteses onde operam Eles citam empresas cujo papel extrapola a criaccedilatildeo de

valor aos acionistas sendo consideradas como orgulhos nacionais para seus paiacuteses

Satildeo citadas como exemplos a Siemens na Alemanha a Toyota no Japatildeo a Embraer

no Brasil e a Bombardier no Canadaacute Aleacutem da questatildeo econocircmica essas empresas

desempenham importante papel social em seus respectivos paiacuteses Outras empresas

45

brasileiras tambeacutem poderiam ser citadas como a Petrobras a Companhia Vale do Rio

Doce o Bradesco entre outras 32

2 - Gestatildeo da inovaccedilatildeo para a sustentabilidade

A busca da inovaccedilatildeo e a gestatildeo da inovaccedilatildeo em geral satildeo mediadas por as-

pectos essencialmente econocircmicos e estrateacutegicos Entretanto na medida em que ou-

tras restriccedilotildees compotildeem o ambiente de atuaccedilatildeo das empresas outros fatores podem

impulsionar a inovaccedilatildeo Isso tambeacutem eacute vaacutelido ao se considerarem aspectos de susten-

tabilidade como condicionantes da inovaccedilatildeo

HART e CHRISTENSEN (2002) sugerem que as inovaccedilotildees radicais podem

pavimentar o caminho para as empresas combinarem um crescimento sustentaacutevel

com responsabilidade social HART e MILTEIN (1999) consideram que os desafios

impostos pela sustentabilidade global podem atuar como catalisadores para um novo

estaacutegio de destruiccedilatildeo criativa das empresas Eles associam a preocupaccedilatildeo ecoloacutegica

com melhorias contiacutenuas e a sustentabilidade global com melhorias radicais Nesse

sentido argumentam que a sustentabilidade pode criar oportunidades sem preceden-

tes agraves empresas O raciociacutenio de SENGE e CARSTEDT (2001) eacute similar Esses auto-

res consideram que o foco restrito na eficiecircncia ecoloacutegica pode distrair as empresas da

busca de produtos e modelos de negoacutecios radicalmente diferentes dos atuais Eacute a sus-

tentabilidade global que iraacute motivar as empresas a procurarem novos modelos men-

tais a enfatizarem a aprendizagem e atentarem para a gestatildeo de mudanccedilas

PORTER e VAN DER LINDE (1995) consideram que as regulamentaccedilotildees am-

bientais impotildeem pressotildees competitivas nas empresas motivando-as a inovar VOL-

LENBROEK (2002) propotildee um processo que direciona a inovaccedilatildeo para o desenvolvi-

mento da sustentabilidade denominado gestatildeo da transiccedilatildeo Ele considera que a ino-

vaccedilatildeo natildeo gera automaticamente o progresso da sociedade pois precisa ser condi-

cionada para tanto Os esforccedilos para o desenvolvimento sustentaacutevel precisam ser di-

recionados pela sociedade e esta participa das decisotildees visando obter um balancea-

mento adequado entre os objetivos econocircmicos ecoloacutegicos e sociais A inovaccedilatildeo seraacute

decorrecircncia

32 Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

46

HALL e VREDENBURG (2003) afirmam que os gestores tecircm dificuldades para

lidar com as pressotildees do desenvolvimento sustentaacutevel Eles consideram que as estra-

teacutegias de inovaccedilatildeo das empresas geralmente satildeo inadequadas para acomodar as

complexidades e incertezas inerentes agraves novas demandas impostas pelo desenvolvi-

mento sustentaacutevel Dessa forma sugerem que a estrateacutegia empresarial integre tam-

beacutem os objetivos da inovaccedilatildeo e do desenvolvimento sustentaacutevel Em contraponto agrave

abordagem tradicional da inovaccedilatildeo ditada pelo mercado propotildeem que as empresas

adotem a inovaccedilatildeo para o desenvolvimento sustentaacutevel que incorpora as restriccedilotildees

sociais e as pressotildees ambientais bem como contempla as necessidades das futuras

geraccedilotildees Como seraacute visto no texto que segue a inovaccedilatildeo foi tambeacutem um ingrediente

essencial para o desenvolvimento e o sucesso do projeto estudado na presente pes-

quisa33

CONCLUSAtildeO

O objetivo desse estudo foi verificar e compreender o conceito de inovaccedilatildeo e a

sua aplicabilidade nas organizaccedilotildees assim como a vantagem competitiva no modelo

de negoacutecio por meio da co-criaccedilatildeo de valor

33 Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data acesso 21072012

47

Inovaccedilatildeo e criatividade satildeo essenciais para o continuo desenvolvimento e competi-

tividade de uma naccedilatildeo

Coisas boas acontecem quando o pensamento inovador comeccedila ele poderaacute

ajudar a criar novos produtos melhoria nos processos novas tecnologias tornando

a empresa mais competitiva Tomando conhecimento da grande variedade de produ-

tos e serviccedilos oferecidos pelas organizaccedilotildees pode se observar que nem sempre se

chega ao resultado em melhores experiecircncias de consumo nesse cenaacuterio certas em-

presas adotam a co-criaccedilatildeo de valor ndash participaccedilatildeo do cliente no processo produtivo ndash

para inovar no modelo de negoacutecio agregando valor a sua oferta buscando assim se

diferenciar das demais empresas Apesar da inovaccedilatildeo indicar um caminho seguro

para obter vantagem competitiva sustentaacutevel e defender posiccedilotildees estrateacutegicas no

mercado o seu sucesso natildeo eacute garantido necessitando que os gestores conheccedilam e

compreendam a dinacircmica dos processos da gestatildeo da inovaccedilatildeo dentro de suas orga-

nizaccedilotildees e realidades especiacuteficas

O modelo de organizaccedilatildeo inovadora sustentaacutevel eacute uma resposta agraves pressotildees

institucionais por uma organizaccedilatildeo que seja capaz de inovar com eficiecircncia em termos

econocircmicos mas com responsabilidade social e ambiental Esse tipo de organizaccedilatildeo

busca vantagem competitiva desenvolvendo produtos serviccedilos processos e negoacutecios

novos ou modificados com base nas dimensotildees social ambiental e econocircmica Ela

reuacutene duas caracteriacutesticas essenciais eacute inovadora e orientada para a sustentabilidade

Tendo em vista o fenocircmeno do isomorfismo institucional (concentraccedilatildeo de for-

mas organizacionais nos diversos setores produtivos) o modelo das organizaccedilotildees

inovadoras sustentaacuteveis vem ganhando rapidamente cada vez mais espaccedilo nas em-

presas liacutederes Esses fatos permitem dizer que o movimento do desenvolvimento sus-

tentaacutevel eacute um dos movimentos mais importantes do nosso tempo e a julgar pela vita-

lidade dos fatores institucionais presentes em praticamente todo o mundo pode-se

inferir que ele continuaraacute se propagando por muitas deacutecadas

Desse modo o aprimoramento dos modelos de organizaccedilatildeo sustentaacuteveis as

diversas formas da sua institucionalizaccedilatildeo em acircmbito global o desenvolvimento de

tecnologias sustentaacuteveis a gestatildeo de inovaccedilotildees para o desenvolvimento sustentaacutevel

seratildeo temas cada vez mais importantes nos estudos futuros Como o sistema opera-

cional produtivo e as inovaccedilotildees de produto e de processo ao atender as trecircs dimen-

sotildees da sustentabilidade devem gerar ganhos para o meio ambiente em termos de

reduccedilatildeo no uso de recursos e de emissotildees de poluentes o aumento da produccedilatildeo pelo

incitamento agrave demanda por novos produtos pode neutralizar ou ateacute superar esses ga-

nhos Levar em conta essa possibilidade dando-lhe um tratamento adequado eacute um dos

48

maiores desafios para o alinhamento das empresas ao modelo de organizaccedilatildeo inova-

dora sustentaacutevel

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

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Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva Internet

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PRAHALAD C K RAMASWAMY Venkatram O futuro da competiccedilatildeo como desen-

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Elsevier 2004

  • AGRADECIMENTOS
  • CAPIacuteTULO III- Aspectos da inovaccedilatildeo e sustentabilidade37
  • Inovaccedilatildeo e sustentabilidade37
  • 32 - Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva
  • 33 - Como implementar vantagem competitiva
  • 34 - Como criar valor e vantagem competitiva
Page 11: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · duzir os processos de inovação dentro da organização. 6 ... CAPÍTULO I - Estrutura da criação de valor e inovação.....11

11

CAPIacuteTULO I

A ESTRUTURA DA CRIACcedilAtildeO DE VALOR E A INOVACcedilAtildeO

1 ndash A Importacircncia da Inovaccedilatildeo

O cenaacuterio competitivo contemporacircneo tem sido regido pela revoluccedilatildeo tecnoloacute-

gica globalizaccedilatildeo hiper-competitividade e extrema ecircnfase sobre preccedilo qualidade e

satisfaccedilatildeo do consumidor exigindo um foco na inovaccedilatildeo como competecircncia estrateacutegi-

ca Enquanto se deu maior ecircnfase agrave inovaccedilatildeo incremental na uacuteltima deacutecada menos

atenccedilatildeo foi dispensada agrave inovaccedilatildeo radical ou revolucionaacuteria Como consequecircncia

muito se conhece sobre a implementaccedilatildeo da inovaccedilatildeo incremental ao passo que a

inovaccedilatildeo radical eacute ainda muito pouco compreendida FOSTER (1986) UTTERBACK

(1994) CHRISTENSEN (1997) HAMEL ( 2000) Isso eacute verdadeiro apesar de a impor-

tacircncia da inovaccedilatildeo radical ter sido ressaltada por vaacuterios consultores e estudiosos da

aacuterea de negoacutecios

Muitos autores reconhecem as dificuldades do gerenciamento da inovaccedilatildeo ra-

dical em empresas soacutelidas de grande porte CHRISTENSEN (1997) por exemplo

indica ser bastante incomum que empresas que gerenciam adequadamente linhas

consistentes de negoacutecios percebam com antecedecircncia e respondam de forma efetiva

agraves tecnologias de ruptura provenientes de fontes externas (ver tambeacutem LEONARD-

BARTON (1995) KATZ e ALLEN (1985) KANTER (1989b) TUSHMAN e OrsquoREILLY

(1997) DOUGHERTY (1992) BLOCK e MACMILLAN (1993)

As inovaccedilotildees transformam o relacionamento entre consumidores e fornecedo-

res reestruturam aspectos econocircmicos do mercado desestabilizam produtos existen-

tes e datildeo origem a categorias de produtos completamente novas Elas proporcionam o

motor para o crescimento em longo prazo que os liacutederes empresariais procuram Infe-

lizmente reconhecer a importacircncia das inovaccedilotildees radicais eacute bem diferente de desen-

volvecirc-las e comercializaacute-las

As empresas que obtiveram sucesso em longo prazo intercalam a inovaccedilatildeo in-

cremental com a inovaccedilatildeo radical que gera novos mercados e oportunidades de ne-

goacutecios ver MORONE (1993) TUSHMAN e OrsquoREILLY (1997) Assim como eacute evidente

a importacircncia da inovaccedilatildeo radical para as empresas interessadas no crescimento e na

renovaccedilatildeo em longo prazo eacute claro tambeacutem que empresas grandes e soacutelidas enfren-

tam dificuldades para administrar esse processo Grandes empresas bem estabeleci-

12

das satildeo extremamente proficientes em gerenciar eficiecircncias operacionais e apresen-

tar produtos de nova geraccedilatildeo No entanto as incertezas que surgem com a comercia-

lizaccedilatildeo de novas tecnologias para mercados que podem ainda nem existir exigem

competecircncias amplamente diferentes Inovaccedilatildeo eacute um modelo estrateacutegico de gestatildeo

de recursos organizacionais dos quais fazem parte os recursos humanos tecnoloacutegi-

cos e financeiros com o objetivo de desenvolver processos rotinas e sistemas que

propiciem o desenvolvimento e melhorias dos produtos e serviccedilos que a empresa ofe-

rece ao mercado e as maneiras como o faz de forma a obter vantagem competitiva1

11- Inovaccedilatildeo nas Empresas

De acordo com FREEMAN o conceito de inovaccedilatildeo consiste no processo que

inclui as atividades teacutecnicas concepccedilatildeo desenvolvimento gestatildeo e que resulta na

comercializaccedilatildeo de novos (ou melhorados) produtos ou na primeira utilizaccedilatildeo de no-

vos (ou melhorados) processos

Com o desenvolvimento de novos conhecimentos estrateacutegicos pelas organiza-

ccedilotildees esses fossos organizacionais ao longo das fronteiras podem ser aterrados para

a co-criaccedilatildeo de novas abordagens ao nexo de N=1 e R=G A arquitetura social das

empresas deve desenvolver capacidade a raacutepida criaccedilatildeo de conhecimento por meio

do desenvolvimento de cultura organizacional e de estrutura motivacional adequadas

A arquitetura teacutecnica precisa construir recursos para capacitaccedilatildeo desse processo

Para noacutes essas decepccedilotildees com a gestatildeo de processos natildeo satildeo surpreendentes O

que falta na doaccedilatildeo da maioria dessas iniciativas eacute uma perspectiva que inclua inova-

ccedilatildeo e criaccedilatildeo de valor natildeo apenas reduccedilatildeo de custos Alguns desses projetos que

enfatizam os processos satildeo aprovados agraves cegas pelas organizaccedilotildees sem considerar

a necessidade primordial de equilibrar as demandas por inovaccedilatildeo e eficiecircncia

Se os gestores natildeo partirem de um ponto de vista sobre como querem competir

e impulsionar a mudanccedila no dia a dia em cada reuniatildeo em cada relatoacuterio para criar

situaccedilotildees reais de foco na inovaccedilatildeo e na criaccedilatildeo de valor eacute provaacutevel que se sintam

desapontados Aleacutem disso geralmente eles se esquecem de que a conversatildeo dos

processos internos em fatores estrateacutegicos para os resultados requer mudanccedilas natildeo

1 Internet (httpwwwscielobrpdfraev42n2v42n2a16pdf) data de acesso 19052012

13

soacute gerenciais e culturais mas tambeacutem tecnoloacutegicas (PRAHALADCK KRISH-

NANMSA nova era da inovaccedilatildeo 2008 p135)

Open innovation eacute um modelo que as companhias estatildeo adotando cada vez

mais em resposta a um mundo crescentemente globalizado e caracterizado pela parti-

lha aberta de informaccedilotildees com o objetivo de produzir conhecimento Esse modelo se

baseia na colaboraccedilatildeo em rede da empresa com fornecedores clientes universida-

des e ateacute concorrentes A partir desse conceito a inovaccedilatildeo antes uma aacuterea limitada

aos departamentos internos de Pesquisa e Desenvolvimento como era a loacutegica vigen-

te ateacute as deacutecadas de 70 a 90 passou a ser buscada aleacutem das fronteiras das organiza-

ccedilotildees

Acredito que a interaccedilatildeo seja a chave para esse processo se tornar real e mais

do que isso ela eacute a fonte para a inovaccedilatildeo Por isso as redes sociais representam hoje

a melhor plataforma de interaccedilatildeo para as empresas interessadas em inovaccedilatildeo aberta

O desafio que se impotildee entretanto eacute criar tecnologias que gerenciem a troca de in-

formaccedilotildees realizadas nessa miacutedia2

12- Inovaccedilatildeo no Brasil

O desenvolvimento tecnoloacutegico e a inovaccedilatildeo de um paiacutes dependem em grande

parte da formaccedilatildeo de recursos humanos capacitados bem como de investimentos

consistentes contiacutenuos de longo prazo e de porte O Brasil adotou a estrateacutegia de

que a pesquisa acadecircmica geraria conhecimento que naturalmente se transformaria

em inovaccedilotildees tecnoloacutegicas o que natildeo estaacute refletindo a realidade do setor no paiacutes

O Brasil sempre investiu de forma inconstante e em quantidade insuficiente os

recursos puacuteblicos federais e estaduais no desenvolvimento de ciecircncia e tecnologia

(com exceccedilatildeo do estado de Satildeo Paulo) o que sempre preocupou a comunidade cien-

tiacutefica e empresarial do paiacutes Aleacutem disso o setor empresarial tambeacutem investiu e ainda

continua investindo muito timidamente ao contraacuterio do que ocorreu nos modelos de

paiacuteses como a Coreacuteia do Sul Este uacuteltimo paiacutes investiu na formaccedilatildeo de recursos hu-

manos (em niacutevel de graduaccedilatildeo) habilitando-os para atuar em vaacuterios segmentos do

2 Internet (httpolhardigitaluolcombrnegociosdigital_newsnoticiascomo-gerar-inovacao-nas-

empresas) data de acesso 19052012

14

desenvolvimento tecnoloacutegico As inovaccedilotildees geradas produziram o retorno desejado e

o setor produtivo assumiu o papel de executor das pesquisas e de seu financiamento

sustentando hoje cerca de 75 das pesquisas niacutevel encontrado apenas nos paiacuteses

desenvolvidos Em resumo natildeo haacute investimento consistente de longo prazo e de porte

em ciecircncia tecnologia e inovaccedilatildeo no Brasil seja puacuteblico ou privado

Apesar disso houve no Brasil um grande avanccedilo cientiacutefico nos uacuteltimos trinta

anos A iniciativa consistente para construir a competecircncia cientiacutefica atraveacutes do trei-

namento de pessoal qualificado dentro e fora do paiacutes foi indiferente agraves oscilaccedilotildees poliacute-

tico-econocircmicas tanto em niacutevel federal como estadual hoje o Brasil responde por

13 dos artigos cientiacuteficos publicados em revistas indexadas internacionais Estabe-

leceu-se ainda no paiacutes uma forte estrutura de poacutes-graduaccedilatildeo responsaacutevel pela forma-

ccedilatildeo de cerca de 10 mil doutores por ano e que em trinta anos levou o Brasil a triplicar

sua contribuiccedilatildeo cientiacutefica relativa no mundo 3

O Brasil tem talento empreendedor de sobra e pesquisa cientiacutefica de excelecircn-

cia Mas sem um ambiente encorajador para inovaccedilatildeo o paiacutes natildeo conseguiraacute trans-

formar conhecimento em desenvolvimento econocircmico

Essa foi agrave anaacutelise predominante entre os pesquisadores e liacutederes empresariais

que participaram de um seminaacuterio realizado (18052007) em conjunto pelo Centro de

Economia da Criatividade e da Inovaccedilatildeo (CIEC - na sigla em inglecircs) da Universidade

George Washington nos Estados Unidos e pela Faculdade de Economia Administra-

ccedilatildeo e Contabilidade da Universidade de Satildeo Paulo (FEA -USP)

Para o diretor do CIEC - Michael Ryan - o Brasil tem alguns pontos fortes para

a inovaccedilatildeo alto investimento em pesquisa baacutesica nas universidades recursos huma-

nos de qualidade e publicaccedilatildeo de artigos cientiacuteficos de impacto internacional Mas a

pesquisa natildeo chega ao mercado porque o ambiente eacute pouco motivador para a inova-

ccedilatildeo

ldquoPara criar um cenaacuterio encorajador no qual as empresas invistam mais em

pesquisa e desenvolvimento eacute preciso melhorar vaacuterios aspectos simultaneamente eacute

muito difiacutecil abrir uma empresa no Brasil haacute uma seacuterie de poliacuteticas que podem ser

3 Internet (httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0101-33002007000200002) data

de acesso 190520123

15

modificadas o sistema de patentes pode ser mais eficiente e o acesso ao capital de

risco melhorarrdquo disse RYAN agrave Agecircncia FAPESP 4

13 - O que eacute inovaccedilatildeo

Inovaccedilatildeo significa novidade ou renovaccedilatildeo A palavra eacute derivada do ter-

mo latino innovatio e se refere a uma ideia meacutetodo ou objeto que eacute criado e que pou-

co se parece com padrotildees anteriores Hoje a palavra inovaccedilatildeo eacute mais usada no con-

texto de ideias e invenccedilotildees assim como a exploraccedilatildeo econoacutemica relacionada sendo

que inovaccedilatildeo eacute invenccedilatildeo que chega no mercado Inovaccedilatildeo eacute o processo que inclui as

atividades teacutecnicas concepccedilatildeo desenvolvimento gestatildeo e que resulta na comerciali-

zaccedilatildeo de novos (ou melhorados) produtos ou na primeira utilizaccedilatildeo de novos (ou me-

lhorados) processos FREEMAN (1988 p567) 5

O conceito de inovaccedilatildeo eacute bastante variado dependendo principalmente da

sua aplicaccedilatildeo De forma sucinta haacute quem considere que inovaccedilatildeo eacute a exploraccedilatildeo bem

sucedida de novas ideias Segundo DRUCKER a inovaccedilatildeo ldquoeacute o instrumento especiacutefi-

co dos empreendedores o processo pelo qual eles exploram a mudanccedila como uma

oportunidade para um negoacutecio diferente ou um serviccedilo diferente

Dentre as vaacuterias possibilidades de inovar aquelas que se referem a inovaccedilotildees

de produto ou de processo satildeo conhecidas como inovaccedilotildees tecnoloacutegicas Outros tipos

de inovaccedilotildees podem se relacionar a novos mercados novos modelos de negoacutecio no-

vos processos e meacutetodos organizacionais ou ateacute mesmo novas fontes de suprimentos

Embora ldquonovidadesrdquo encontradas em organizaccedilotildees teacutecnicas administrativas organi-

zacionais inseridas em produtos ou processos nem todas elas podem ser considera-

das como inovaccedilotildees Cabe ressaltar aqui a diferenciaccedilatildeo entre ldquooriginalidaderdquo e ldquono-

vidaderdquo propriamente dita Originalidade oriunda da palavra Original do latim original-

4Internet (httpwwwinovacaotecnologicacombrnoticiasnoticiaphpartigo=010175070518) data

de acesso 19052012

5Internet (httpptwikipediaorgwikiInovaC3A7C3A3o) data acesso 20052012

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le eacute relativo agrave origem agrave qualidade de original inicial primordial primitivo originaacuterio

Novidade eacute originaacuteria do latim novitate que se reporta agrave qualidade ou caraacuteter de novo

uma inovaccedilatildeo embora referente a algo jaacute existente um uso novo para algo jaacute existen-

te6

Inovaccedilatildeo pode ser definida como o processo estrateacutegico de reinvenccedilatildeo contiacute-nua do proacuteprio negoacutecio e de criaccedilatildeo de novos negoacutecios GARY HAMEL (1996)

2 ndash Processos de inovaccedilatildeo

No acircmbito da economia ao longo deste seacuteculo muito vem se discutindo sobre

a inovaccedilatildeo sua natureza caracteriacutesticas e fontes com o objetivo de buscar uma mai-

or compreensatildeo de seu papel frente ao desenvolvimento econocircmico ressaltando-se

como marco fundamental a contribuiccedilatildeo de JOSEPH SCHUMPETER na primeira me-

tade deste seacuteculo mdash INFORMACcedilAtildeO E GLOBALIZACcedilAtildeO NA ERA DO CONHECI-

MENTO enfocou a importacircncia das inovaccedilotildees e dos avanccedilos tecnoloacutegicos no desen-

volvimento de empresas e da economia

De forma geneacuterica existem dois tipos de inovaccedilatildeo a radical e a incremental

Pode-se entender a inovaccedilatildeo radical como o desenvolvimento e introduccedilatildeo de um

novo produto processo ou forma de organizaccedilatildeo da produccedilatildeo inteiramente nova Esse

tipo de inovaccedilatildeo pode representar uma ruptura estrutural com o padratildeo tecnoloacutegico

anterior originando novas induacutestrias setores e mercados Tambeacutem significam reduccedilatildeo

de custos e aumento de qualidade em produtos jaacute existentes Algumas importantes

inovaccedilotildees radicais que causaram impacto na economia e na sociedade como um todo

e alteraram para sempre o perfil da economia mundial podem ser lembradas como

por exemplo a introduccedilatildeo da maacutequina a vapor no final do seacuteculo XVIII ou o desen-

volvimento da microeletrocircnica a partir da deacutecada de 1950 Estas e algumas outras

inovaccedilotildees radicais impulsionaram a formaccedilatildeo de padrotildees de crescimento com a con-

formaccedilatildeo de paradigmas tecno-econocircmicos FREEMAN (1988)

As inovaccedilotildees podem ser ainda de caraacuteter incremental referindo-se agrave introdu-

ccedilatildeo de qualquer tipo de melhoria em um produto processo ou organizaccedilatildeo da produ- 6 Internet (httpwwwpr2ufrjbrinovacaosocialtexto14-01pdf) data de acesso 20052012)6

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ccedilatildeo dentro de uma empresa sem alteraccedilatildeo na estrutura industrial FREEMAN (1988)

Inuacutemeros satildeo os exemplos de inovaccedilotildees incrementais muitas delas imperceptiacuteveis

para o consumidor podendo gerar crescimento da eficiecircncia teacutecnica aumento da pro-

dutividade reduccedilatildeo de custos aumento de qualidade e mudanccedilas que possibilitem a

ampliaccedilatildeo das aplicaccedilotildees de um produto ou processo A otimizaccedilatildeo de processos de

produccedilatildeo o design de produtos ou a diminuiccedilatildeo na utilizaccedilatildeo de materiais e compo-

nentes na produccedilatildeo de um bem podem ser considerados inovaccedilotildees incrementais

Ateacute pouco tempo era grande a rigidez para caracterizar o processo de inovaccedilatildeo suas

fontes de geraccedilatildeo e formas como se realiza e difunde

Evidentemente que a compreensatildeo do processo de inovaccedilatildeo estaacute estreitamen-

te influenciada pelas caracteriacutesticas dominantes de contextos histoacuterico-econocircmicos

especiacuteficos Atualmente aspectos negligenciados por natildeo terem relevacircncia nos periacuteo-

dos em questatildeo comeccedilam a ser plenamente reconhecidos como de papel fundamental

para o ecircxito do processo inovador Agrave medida que melhor se conhecem as especifici-

dades da geraccedilatildeo e difusatildeo de inovaccedilatildeo mais se sabe sobre sua importacircncia para

que empresas e paiacuteses reforcem sua competitividade na economia mundial7

21 ndash Processos de inovaccedilatildeo nas organizaccedilotildees

DAMANPOUR (1984) em seu estudo sobre inovaccedilatildeo e desempenho organiza-

cional em bibliotecas puacuteblicas americanas conceitua inovaccedilatildeo como uma resposta agrave

mudanccedila ambiental ou ainda os meios que permitem ou viabilizam a mudanccedila em

uma organizaccedilatildeo Para ele as empresas podem enfrentar as mudanccedilas ambientais

natildeo apenas com novas tecnologias mas tambeacutem incorporando mudanccedilas teacutecnicas

eou administrativas em sua estrutura Assim sendo inovaccedilotildees no plano organizacio-

nal envolvem a implantaccedilatildeo de ideias novas teacutecnicas ou administrativas Espera-se a

partir disso mudanccedilas estruturais que afetem o desempenho da organizaccedilatildeo Esque-

maticamente portanto pode-se entender a inovaccedilatildeo como a ferramenta que quando

introduzida em contexto organizacional gera mudanccedila

7Internet httpwwwliincufrjbrfrattachments055_saritalivropdfpage=122) data de acesso

03062012

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Segundo DAMANPOUR (1984) define desempenho como a habilidade que

uma organizaccedilatildeo tem de bem utilizar todos os quatro processos sistecircmicos (inputs

outputs transformaccedilotildees e efeitos de retroalimentaccedilatildeo) relacionados ao alcance de

metas organizacionais Uma organizaccedilatildeo de alto desempenho cumpriraacute suas tarefas

primaacuterias de modo eficiente e realizaraacute suas funccedilotildees de manutenccedilatildeo e adaptaccedilatildeo or-

ganizacional de forma efetiva A funccedilatildeo de adaptaccedilatildeo requer que a estrutura da orga-

nizaccedilatildeo sofra mudanccedilas para encontrar novas condiccedilotildees ambientais

Organizaccedilotildees inovadoras tendem natildeo apenas a se adaptar agrave mudanccedila mas

tambeacutem a usar seus recursos para criar novas condiccedilotildees ambientais pela introduccedilatildeo

de novos produtos ou serviccedilos nunca antes oferecidos Inovaccedilotildees assim seriam mei-

os de prover mudanccedilas internas ou externas e tambeacutem de aperfeiccediloar o desempenho

organizacional

Os sistemas gerenciais de acordo com a abordagem soacutecio teacutecnico satildeo consti-

tuiacutedos de um ldquocorpusrdquo social (neste ponto se faz um paralelo com as inovaccedilotildees admi-

nistrativas) e de um ldquocorpusrdquo teacutecnico (corresponde agraves inovaccedilotildees teacutecnicas) e portanto

se enfatiza o papel do ldquocorpusrdquo social e teacutecnico na efetiva operaccedilatildeo de uma organiza-

ccedilatildeo e sugerem que a concentraccedilatildeo em apenas um sistema resulta em baixo desem-

penho organizacional Sistemas sociais e teacutecnicos precisam assim funcionar de forma

balanceada O relacionamento entre os sistemas social e teacutecnico eacute de correlaccedilatildeo ou

seja qualquer mudanccedila em qualquer um dos sistemas leva as determinadas restri-

ccedilotildees ou modificaccedilotildees ao outro8

22 ndash Funccedilotildees tiacutepicas no processo de inovaccedilatildeo

Eacute funccedilatildeo tiacutepica no processo de inovaccedilatildeo a captaccedilatildeo de sinais proveniente do

campo em ambiente direto e o monitoramento do ambiente externo indireto A partir

das etapas anteriores busca-se identificar elementos onde os clientes natildeo estejam

sendo atendidos satisfatoriamente ou oportunidades natildeo exploradas gap de desem-

penho Os clientes natildeo vatildeo responder a perguntas sobre o uso ou natildeo de um determi- 8Inter-

net(httpwwwgooglecombrurlsa=tamprct=jampq=ampesrc=sampsource=webampcd=1ampved=0CEsQFjA

Aampurl=http3A2F2Fwwwfespprbr2F~bastosjr2FGest25E3o2520de2520Inova

25E725E3o2FArtigos2FInova25E725E3odocampei=Vhr2T9qvHaez6wHo16zYBgampusg=

AFQjCNEz7MKNTbjYj81PrvG) data de acesso 03062012

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nado produto principalmente se este for desconhecido Eacute necessaacuterio conhecer o am-

biente em que se vivem compreender suas carecircncias

Outra funccedilatildeo necessaacuteria eacute a geraccedilatildeo de alternativas viaacuteveis que respondam agraves

demandas ambientais e a seleccedilatildeo com base em criteacuterios coerentes com os objetivos

estrateacutegicos da organizaccedilatildeo previamente estabelecidos

Natildeo se pode deixar de mencionar a concepccedilatildeo e o desenvolvimento das ino-

vaccedilotildees a gestatildeo da implantaccedilatildeo destas inovaccedilotildees e respectiva coordenaccedilatildeo

Aleacutem destes um outro aspecto fundamental eacute o controle do processo ou seja

a definiccedilatildeo de indicadores que permitam avaliar e medir os resultados na medida em

que estes acontecem Os instrumentos de medida da inovaccedilatildeo devem conforme

KUCZMARSKI (1998) obedecer agraves seguintes categorias empresa (carteira de novos

produtos investimentos apuraccedilatildeo de resultados) das equipes (planejamento taxas

de sucesso e sobrevivecircncia variaccedilotildees orccedilamentaacuterias retorno financeiro) e individual

(contribuiccedilatildeo de cada membro no desempenho da equipe) Vale lembrar que inovaccedilatildeo

e mudanccedila levam tempo os indiviacuteduos devem esperar permanecer em suas funccedilotildees

pelo tempo suficiente para influenciar os indicadores de desempenho tanto de curto

quanto de longo prazo 9

23 ndash Como implantar cultura de inovaccedilatildeo na organizaccedilatildeo

Inovaccedilatildeo tem de fazer parte da mentalidade dos funcionaacuterios em todos os niacute-

veis Evidentemente a forma mais eficiente de implantar uma mudanccedila na empresa

se daacute quando o exemplo vem de acima Se natildeo estatildeo convencidos da importacircncia da

inovaccedilatildeo os dirigentes sempre encontraratildeo formas de derrubar ideias mais arrisca-

das No entanto se as lideranccedilas tomam a iniciativa a nova cultura eacute absorvida com

muito mais facilidade pela organizaccedilatildeo

Os profissionais do primeiro escalatildeo contudo natildeo podem ter a obrigaccedilatildeo de

ser os uacutenicos ou principais geradores das ideias inovadoras Os comandantes preci-

9Internet

(httpwwwgooglecombrurlsa=tamprct=jampq=ampesrc=sampsource=webampcd=4ampved=0CFkQFjADampurl=http

3A2F2Fwwwfespprbr2F~bastosjr2FGest25E3o2520de2520Inova25E725E3o2FArtigo

s2FInova25E725E3odocampei=sSb2T8eqDYro0QGO7OSLBwampusg=AFQjCNEz7MKNTbjYj81P) data

de acesso 04062012

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sam de aliados O papel dos gerentes e diretores tambeacutem eacute fundamental num pro-

cesso de mudanccedila de cultura eles satildeo os verdadeiros responsaacuteveis por criar um am-

biente que estimule as pessoas a arriscar investindo em novos produtos bancando

ideias que tecircm maturaccedilatildeo de longo prazo e criando uma comunicaccedilatildeo eficiente

Nem mesmo os profissionais de atuaccedilatildeo operacional podem fugir da responsa-

bilidade A dificuldade para inovar eacute maior em departamentos mais fechados e norma-

tizados como os administrativos ou naqueles em que a precisatildeo eacute fundamental como

a produccedilatildeo de um remeacutedio Mas eles tambeacutem precisam aprender a ver as oportuni-

dades natildeo convencionais ndash haacute pequenas melhorias capazes de desencadear uma

importante inovaccedilatildeo

A responsabilidade eacute de todos da alta gerecircncias aos departamentos operacio-

nais O desafio eacute fazer todos assumirem um compromisso com a praacutetica real da ino-

vaccedilatildeo 10

ldquoInovaccedilatildeo eacute a mensagem do momento Natildeo se trata de mais recursos mas em

como usaacute-los Em um mundo que atravessa crises financeiras a todo momento e que

exige sempre mais recursos naturais os inovadores e os criativos satildeo os que conse-

guem transformar as adversidades em oportunidades de crescimentordquo (STEVE

JOBS Inovaccedilatildeo A arte de Steve Jobs 2010 p154)

24 ndash Organizaccedilotildees inovadoras sustentaacuteveis

Organizaccedilatildeo inovadora eacute a que introduz novidades de qualquer tipo em bases

sistemaacuteticas e colhe os resultados esperados BARBIERI (2007) p88) A expressatildeo

bases sistemaacuteticas significa a realizaccedilatildeo de inovaccedilotildees com autonomia intencionali-

dade e pro atividade Assim a inovaccedilatildeo eacute um elemento essencial do modus operan-

di dessa organizaccedilatildeo o que pressupotildee que ela desenvolva continuamente recursos

tangiacuteveis e intangiacuteveis para inovar permanentemente Organizaccedilatildeo sustentaacutevel eacute a

que simultaneamente procura ser eficiente em termos econocircmicos respeitar a capaci-

dade de suporte do meio ambiente e ser instrumento de justiccedila social promovendo a

inclusatildeo social a proteccedilatildeo agraves minorias e grupos vulneraacuteveis o equiliacutebrio entre os gecirc-

neros etc (BARBIERI 2007 p98-99) 10 Internet (httpbooksgooglecombrbookshl=pt-BRamplr=ampid=jnka43VmmwsCampoi=fndamppg=PA34ampdq=como+implantar+uma+cultura+de+inovaccedilatildeo+na+organiza-ccedilatildeoampots=KRvAPG4C6kampsig=rzqbLGM4sLvsQL26N0gLqfOTPOAv=onepageampq=como20implantar20uma20cultura) data de acesso 04062012

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Os dois conceitos de organizaccedilatildeo podem entrar em contradiccedilatildeo pois inovar em

bases sistemaacuteticas pode se tornar sinocircnimo de degradaccedilatildeo sistemaacutetica do meio ambi-

ente e da vida social Assim uma organizaccedilatildeo inovadora sustentaacutevel natildeo eacute a que

introduz novidades de qualquer tipo mas novidades que atendam as muacuteltiplas dimen-

sotildees da sustentabilidade em bases sistemaacuteticas e colham resultados positivos para

ela para a sociedade e o meio ambiente BARBIERI (2007) p105 Natildeo basta para as

empresas apenas inovar constantemente mas inovar considerando as trecircs dimen-

sotildees da sustentabilidade a saber

bull dimensatildeo social - preocupaccedilatildeo com os impactos sociais das inovaccedilotildees nas

comunidades humanas dentro e fora da organizaccedilatildeo (desemprego exclusatildeo

social pobreza diversidade organizacional etc)

bull dimensatildeo ambiental - preocupaccedilatildeo com os impactos ambientais pelo uso de

recursos naturais e pelas emissotildees de poluentes

bull dimensatildeo econocircmica - preocupaccedilatildeo com a eficiecircncia econocircmica sem a qual

elas natildeo se perpetuariam Para as empresas essa dimensatildeo significa obtenccedilatildeo

de lucro e geraccedilatildeo de vantagens competitivas nos mercados onde atuam

O atendimento a essas dimensotildees torna o processo de inovaccedilatildeo mais sofisti-

cado e exigente o que requer da organizaccedilatildeo um maior esforccedilo para atender tecnica-

mente esse requisito Isso leva novas perspectivas para a gestatildeo da inovaccedilatildeo11

Com intuito de tornar o processo de adequaccedilatildeo agraves prerrogativas impostas agraves

companhias ditas inovadoras quanto mais simplificado e dirigido melhor A seguir eacute

apresentado um conjunto de proposiccedilotildees para o desenvolvimento de empresas com

esta caracteriacutestica o pressuposto baacutesico necessaacuterio eacute o fomento de equipes de traba-

lho com a mentalidade para a inovaccedilatildeo Neste sentido cabem agraves organizaccedilotildees agraves

pessoas e agraves tarefas o papel de suscitar o aparecimento e a manutenccedilatildeo de tais e-

quipes SBRAGIA (1993)

25 - A Inovaccedilatildeo como funccedilatildeo de aprendizagem organizacional

11Internet(httpwwwscielobrscielophppid=S0034-

75902010000200002ampscript=sci_arttext) data de acesso 04062012

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Pelo fato da inovaccedilatildeo ser destrutiva para muitos grupos consolidados ela en-

frentaraacute resistecircncia A inovaccedilatildeo eacute o oposto da operaccedilatildeo e seraacute portanto ignorada O

desenho ou arranjo organizacional poderaacute facilmente superar ao menos minimizar

estes e outros obstaacuteculos GALBRAITH (1998) Este comportamento acentua-se em

organizaccedilotildees protegidas de concorrecircncia (universidades ateacute algum tempo atraacutes oacuter-

gatildeos governamentais etc) Pesquisas realizadas por TUSHMAN e NADLER (1998)

apontam que organizaccedilotildees altamente inovadoras satildeo sistemas de aprendizado alta-

mente eficazes aleacutem de possuir um senso de autocriacutetica bastante apurada

Empresas eficazes criam condiccedilotildees possiacuteveis para que o trabalho de hoje seja

feito paralelo com a geraccedilatildeo constante de inovaccedilatildeo ou seja a inovaccedilatildeo sustentada

por mais paradoxal que possa parecer exige ao mesmo tempo estabilidade e mudan-

ccedila A estabilidade possibilita economias de escala e aprendizado incremental por ou-

tro lado a mudanccedila e a experimentaccedilatildeo satildeo necessaacuterias agrave conquista de avanccedilos nas

aacutereas de produto processo e tecnologia

Companhias que conseguem ao mesmo tempo produzir cotidianamente e estar

alerta e vigilante aos clientes concorrentes tecnologias e competecircncia interna fo-

mentam e estimulam o aprendizado organizacional e a inovaccedilatildeo sustentada

Segundo TUSHMAN e NADLER (1998) inovaccedilatildeo eacute um trabalho complexo e

estimulante a rupturas pois exige estreita colaboraccedilatildeo entre membros que rotineira-

mente se encontram bastante separados Embora os mecanismos da organizaccedilatildeo

formal facilitem o aprendizado e a inovaccedilatildeo corporativa a criatividade individual pro-

veacutem de um ambiente informal saudaacutevel

Um claro conjunto de valores essenciais ajuda a focalizar e motivar o compor-

tamento Empresas inovadoras tecircm valores claros que fornecem foco num cenaacuterio

repleto de diversidade como tambeacutem um objetivo comum que possa ter a concor-

dacircncia dos mais diferentes atores envolvidos

Em adiccedilatildeo com os valores essenciais cultuados em uma organizaccedilatildeo as nor-

mas proporcionam referenciais de comportamentos claros satildeo os comportamentos

aguardados De um modo geral organizaccedilotildees inovadoras enfatizam a informalidade

no comportamento no vestuaacuterio e nas relaccedilotildees hieraacuterquicas com elevadas expectati-

vas de desempenho e de trabalho individual e do grupo fortes viacutenculos informais den-

tro e fora da organizaccedilatildeo

23

Organizaccedilotildees altamente inovadoras geram com destreza as sutilezas da re-

compensa e da puniccedilatildeo onde as pessoas podem assumir riscos colher as recompen-

sas pelo sucesso e sobreviver a fracassos construtivos

A representaccedilatildeo de papeacuteis funcionais tem atribuiccedilatildeo fundamental no desenvol-

vimento e conduccedilatildeo do processo de gestatildeo da inovaccedilatildeo Entre eles podemos mencio-

nar um os geradores de ideias pois as interligam com as tendecircncias e mercados

desenvolvendo oportunidades para as organizaccedilotildees dois os empreendedores internos

tornam concretas as ideias possuem agressividade energia e personalidade propen-

sas a assumir riscos para defender suas causas

Aqui aparece a figura dos trecircs ldquogate keepersrdquo (guardiotildees do portatildeo) que ligam

organizaccedilatildeo e seus colegas agraves frentes externas de informaccedilatildeo que satildeo vitais para a

inovaccedilatildeo pois obtecircm traduzem e distribuem estas informaccedilotildees no acircmbito interno da

organizaccedilatildeo Os quatros patrocinadores ou mentores satildeo gerentes de alto niacutevel que

datildeo apoio informal acesso aos recursos e a proteccedilatildeo no surgimento de novos produ-

tos ou negoacutecios Esses personagens atuando conjuntamente representam o ldquogecircnio

coletivordquo da organizaccedilatildeo que consiste na soma das capacidades pessoais em clima

motivacional gerando resultados mensuraacuteveis substituindo o gecircnio individual predo-

minante ateacute o seacuteculo passado conforme DE MASI (1998) Uma vez que o gecircnio indi-

vidual pode ateacute existir mas eacute difiacutecil de ser encontrado

Segundo GALBRAITH (1998) algumas pessoas que satildeo boas em inovaccedilatildeo e

criatividade mas natildeo satildeo necessariamente boas em operaccedilatildeo Portanto o desenho

organizacional contribui para a criaccedilatildeo de uma organizaccedilatildeo inovadora na medida em

que promove o encontro sistemaacutetico entre os geradores de ideias e aqueles que po-

dem defendecirc-las e colocaacute-las em praacutetica12

CAPIacuteTULO II 12 Internet

(httpwwwgooglecombrurlsa=tamprct=jampq=ampesrc=sampsource=webampcd=1ampsqi=2ampved=0CEwQFjAAampu

rl=http3A2F2Fwwwfespprbr2F~bastosjr2FGest25E3o2520de2520Inova25E725E3o2

FArtigos2FInova25E725E3odocampei=Ex32T_meBObb6wGds-29Bgampusg=AFQjC) data de acesso

04062012

24

DESENVOLVIMENTO DA CRIATIVIDADE

1 ndash Capital Intelectual

Com o mercado cada vez mais exigente as empresas vecircm sentindo a necessi-

dade de investir mais em recursos humanos acrescentando a seu capital o conheci-

mento originado atraveacutes do investimento em capital humano qualificado o qual agrega

agraves empresas recursos de fundamental importacircncia No entendimento de Stewart

(2004) o capital intelectual eacute um bem intangiacutevel podendo-se afirmar que eacute um dos

fatores mais importantes da vida de uma organizaccedilatildeo Jaacute para (DRUCKER (apud

MONTEIRO 2007 p17) o capital intelectual eacute ldquo[] a soma do conhecimento de todos

de uma empresa o que lhe proporciona vantagem competitivardquo

CHIAVENATO (2004) afirma que no mundo complexo e competitivo de hoje a

escolha das pessoas certas se torna vital para o bom funcionamento da empresa

Para STEWART (2004) o capital intelectual corresponde ao conjunto de co-

nhecimentos e informaccedilotildees encontrados nas organizaccedilotildees que agregam valor ao pro-

duto ou serviccedilo mediante a aplicaccedilatildeo da inteligecircncia e natildeo do capital monetaacuterio ao

empreendimento sendo o capital intelectual gerador de capacidades conhecimento

habilidades e experiecircncias individuais dos funcionaacuterios para realizaccedilatildeo de tarefas

O capital intelectual eacute algo tatildeo valioso dentro de uma organizaccedilatildeo que eacute atra-

veacutes dele que se podem ter grandes inovaccedilotildees transformaccedilotildees tecnoloacutegicas resolu-

ccedilotildees de problemas gestatildeo eficiente lucratividade e sucesso melhorados Um colabo-

rador que possui seu capital intelectual estimulado atraveacutes da motivaccedilatildeo seraacute mais

bem aproveitado pela empresa uma vez que se sente incluiacutedo valorizado simpatizan-

te e livre para gerir suas ideias de uma forma mais aguccedilada

CHIAVENATO (2004) diz que o capital humano eacute constituiacutedo das pessoas que

fazem parte de uma organizaccedilatildeo Capital humano significa talentos que precisam ser

mantidos e desenvolvidos Mais do que isso capital humano significa capital intelectu-

al

Para MONTEIRO (2007) o ser humano eacute o maior bem de uma empresa pois eacute

ele o principal instrumento de seu sucesso ou fracasso uma vez que o capital intelec-

tual eacute algo exclusivo do ser humano Pode-se entatildeo descrever que ele eacute o raciociacutenio

humano elaborado acrescido do ambiente onde estaacute inserido

25

MONTEIRO (2007) comenta que dentro das organizaccedilotildees o capital intelectual

pode ser diferenciado dos demais capitais porque ele cresce quando compartilhado

com os do mesmo grupo e natildeo se deprecia com o uso Ao contraacuterio dos outros ativos

o seu valor decorre do uso O capital intelectual eacute enfatizado como o conjunto de in-

formaccedilotildees e conhecimentos encontrados nas organizaccedilotildees onde agregam ao produto

eou serviccedilos valores mediante a aplicaccedilatildeo da inteligecircncia e natildeo do capital monetaacuterio

Devido a sua grande representatividade nas empresas o capital intelectual natildeo deve

ser subestimado nem utilizado de forma ineficiente acarretando em um gerenciamento

ineficaz mais investimento incentivado para assim trazer agrave empresa bons negoacutecios e

melhor rentabilidade (MONTEIRO 2007 p18)13

2 - Criatividade

Criatividade eacute um assunto que fascina a todos objeto de muitos estudos em-

bora no contexto empresarial seja novo O pensamento criativo antigamente era vis-

to como inspiraccedilatildeo divina passando a ser estudado com melhor afinco a partir dos

anos 50

O Caminho humano de viver conviver e sobreviver eacute permeado de accedilotildees cria-

tivas conscientes e inconscientes Esse potencial criativo eacute inato em todo ser humano

poreacutem ele se ensina e se aprende Trata-se de uma competecircncia pessoal valorizada

mas ao mesmo tempo desprestigiada pois percebemos que as empresas desclassifi-

cam candidatos criativos e depois encaminham-no para o desenvolvimento desta habi-

lidade

Criatividade para o quecirc Eacute a primeira pergunta que surge em nossa mente

quando tratamos do tema Se tudo estaacute bem natildeo haacute motivos para criar ou se estaacute

tudo ruim natildeo temos mais o que fazer Percebemos que o ser humano sempre busca

a sua zona de conforto para se acomodar sofrer menos ou agraves vezes para reclamar

mais Podemos pensar nesta pergunta buscando duas respostas uma do acircmbito pes-

soal e outra empresarial No processo de criaccedilatildeo percebemos que podemos mudar e

nos diferenciar daquilo que fomos respeitando e valorizando o nosso proacuteprio passado

13Internet (httpwwwaedbbrsegetartigos10327_PDF20Samirapdf) data acesso

15072012

26

tomando decisotildees e desempenhando accedilotildees diferentes dos que habitualmente faziacutea-

mos Podemos gerar mudanccedilas substanciais nas empresas e a partir dessas mudan-

ccedilas diferenciarmos sem contudo ser necessaacuterio efetuar mudanccedilas demasiadas mu-

danccedilas que choquem e natildeo se ajustem aos nossos valores e nossa realidade

Se o objetivo eacute buscar na empresa alcanccedilar eficiecircncia que possibilite ao cliente

escolher e comprar nossos produtos e serviccedilos e natildeo os dos concorrentes precisa-

mos estar abertos para buscar novas alternativas novas maneiras de fazer as coisas

e consequentemente resultados diferentes A mudanccedila organizacional eacute muitas ve-

zes uma ferramenta de soluccedilatildeo de problemas das organizaccedilotildees Podemos diferenci-

ar-nos dos competidores apenas sabendo quando e em quecirc devemos mudar e onde

queremos chegar

A criatividade na empresa eacute medida a partir dos resultados alcanccedilados Uma

resposta eacute mais criativa (entre aspas pois as respostas natildeo satildeo criativas e sim as pes-

soas que a geraram) que outra quando atinge aquele objetivo para o qual foi focado a

soluccedilatildeo de um problema traz uma alternativa ou um meacutetodo inovador ou ateacute mesmo

uma combinaccedilatildeo de resultados diferentes

Tatildeo essencial como ser diferente eacute a necessidade de buscar resultados e uma

empresa soacute eacute verdadeiramente criativa quando a criatividade se torna a maneira diaacute-

ria de fazer as coisas e espera que seus membros considerem uma ampla variedade

de alternativas antes de comprometer-se numa direccedilatildeo especiacutefica 14

21 ndash Conceito de criatividade

A criatividade eacute a faculdadehabilidade de criar ou o potencial criativo Consiste

em encontrar meacutetodos ou objetos para executar tarefas de uma maneira nova ou dife-

14 Internet

Fonte (Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de acesso

25062012

27

rente do habitual com a intenccedilatildeo de satisfazer um propoacutesito A criatividade permite

cumprir os desejos de forma mais raacutepida faacutecil eficiente ou econoacutemica

A criaccedilatildeo de novas ideias e conceitos tambeacutem se lhe daacute o nome de inventivi-

dade pensamento original pensamento divergente ou imaginaccedilatildeo construtiva Trata-

se de conceitos que implicam o ato de inventar algo novo (isto eacute recorrer ao enge-

nho) a capacidade de encontrar soluccedilotildees originais e a vontade de mudar o mundo 15

A criatividade eacute considerada uma capacidade humana de grande valor univer-

sal tudo indica que nesta competecircncia reside a memoacuteria RAM bioloacutegica para o im-

pulso da evoluccedilatildeo humana A memoacuteria RAM segundo CURY (2009) eacute o fenoacutemeno dos

registos da memoacuteria O que melhor descreve a criatividade eacute o que SANCHEZ (2003)

referiu em seus apontamentos a criatividade eacute uma sublime dimensatildeo da condiccedilatildeo

humana

Eacute entretanto na capacidade criativa que existe a chave da capacidade de evo-

luccedilatildeo da humanidade O meacuterito da expressatildeo criativa eacute fruto da complexidade ou

seja eacute fruto do contexto social no seu desenvolvimento natural e humano

Eacute muito interessante contemplar os efeitos provenientes deste constructo a

considerar a capacidade de um indiviacuteduo criativo construir e reconstruir transformando

a nossa realidade Eacute consensual e gratificante perceber que todos temos a capacida-

de criativa deve eacute ser melhor desenvolvida16

De maneira instintiva o termo criatividade sempre se associou agrave atividade ar-

tiacutestica Mais recentemente graccedilas a exemplos empresariais como Apple e Google a

inovaccedilatildeo ganhou espaccedilo nos sectores tecnoloacutegicos Neste sentido a nossa intuiccedilatildeo

natildeo estaacute errada uma vez que criatividade e inovaccedilatildeo satildeo dois conceitos muito unidos

Explicado de forma simples a capacidade criativa pode ser definida como ldquoa habili-

dade para gerar ideias alternativas e soluccedilotildees a um determinado problema de forma

faacutecilrdquo 17

15 Internet (httpconceitodecriatividade) data de acesso 25062012 16Internet (httpptwikipediaorgwikiCriatividade) data de acesso 04072012

17Inter-

net(httpwwwcriaptcriaadminappCRIAuploadscreamanual20creatividade20portugue

s_pt_webpdf) data de acesso 04072012)

28

22 ndash Criatividade do ponto de vista pessoal

Temos que pensar em Criatividade como estrateacutegia para viver melhor para

uma qualidade de vida que diria razoaacutevel aleacutem de identificar potenciais descobertas

internas que foram abafadas pelos processos familiares educacionais e empresariais

assim pelo tempo Outro aspecto estaacute relacionado com a garantia da nossa emprega-

bilidade entendendo como fonte de renda como funcionaacuterio profissional autocircnomo ou

empresaacuterio Vivemos num mundo de mudanccedilas aprimoramento riscos e oportunida-

des Melhoria nos nossos relacionamentos interpessoais atraveacutes do reconhecimento e

aproveitamento da diversidade respeitando as mais diversas formas de pensamento e

das diferenccedilas individuais Estamos acostumados a considerar a criatividade como

algo pessoal e intransferiacutevel A criatividade humana natildeo eacute temporal Trata-se de um

patrimocircnio do ser humano compartilhado pela sociedade Como a organizaccedilatildeo existe

para servir a sociedade nada mais justo do que desenvolver a criatividade como ga-

rantia para superaccedilatildeo da expectativa do cliente em relaccedilatildeo agrave sua empresa 18

23 ndash Criatividade do ponto de vista empresarial

A busca de um diferencial oferecendo algo mais do que o cliente espera atrair

preferecircncias estabelecer estrateacutegia diferenciada adaptar-se agraves necessidades modifi-

car produtos e buscar soluccedilotildees para os problemas fugindo do convencional e assim

diferenciando-se dos concorrentes Estrateacutegia competitiva natildeo somente por criar ou

inovar produtos mas tambeacutem a quebra de paradigmas mudanccedilas de pensamentos

comportamentos etc Todas as ideias produtos e serviccedilos criativos poderatildeo ser trans-

formados em algo positivo para a organizaccedilatildeo Melhoria dos seus produtos assim

como a criaccedilatildeo de novos Busca de resultados diferentes do passado Melhoria do

18 Internet (Fonte Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de

acesso 04072012

29

relacionamento humano interno consequentemente o aumento da produtividade Me-

lhoramento contiacutenuo em todos os setores Desenvolvimento da qualidade19

24 - Criatividade e a visatildeo estrateacutegica da empresa

A criatividade se relaciona com a visatildeo estrateacutegica de empresa da seguinte

forma a partir dos objetivos traccedilados pela organizaccedilatildeo a mesma definiraacute uma linha

estrateacutegica a ser seguida para alcanccedilar esses objetivos A criatividade se envolve de

acordo com a intenccedilatildeo da empresa ela pode querer reinventar seus modos de atua-

ccedilatildeo pode somente visar manter-se atualizada e motivada pode querer mudar rapida-

mente de foco e enfim 44 pode estabelecer um relacionamento forte ou fraco com a

criatividade em funccedilatildeo das soluccedilotildees que ela estiver almejando

CALKINS (2001) defende essa visatildeo ao dizer que para produzir subjetividade

a criatividade deve ser parte da estrateacutegia da empresa O estudo de LENGNICK-HALL

e WOLFF (1998) faz justamente uma releitura sobre o processo estrateacutegico organiza-

cional ndash enfatizando os trecircs domiacutenios loacutegicos que guiam a maioria das empresas ndash e

relacionando conforme a Tabela abaixo com o tipo de criatividade que estaraacute vigente

Loacutegicas Estrateacutegicas x Criatividade

Loacutegica Dominante

Guerrilha Loacutegica Complexidade Loacutegica Capacidade Loacutegica

Objetivo

repentinamente reescrever

as regras da competitivida-

de

aprendizagem e alto envolvi-

mento organizacional

desenvolver e implementar

estrateacutegias que as possibilitem

criar uma sustentaacutevel vantagem

competitiva

Elemento

Chave

a flexibilidade a criativida-

de e a inovaccedilatildeo

sistema natural de relaciona-

mentos

desenvolvimento eficiente e

eficaz e protegendo seus recur-

sos de base

Justificativa vantagem competitiva

como algo muito passageiro

a organizaccedilatildeo vive em uma

comunidade de competidores

fornecedores clientes

as organizaccedilotildees procuram de-

senvolver e implantar estrateacute-

gias que as possibilitem criar

uma sustentaacutevel vantagem

competitiva

19Internet (Fonte Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de

acesso 04072012

30

Sucesso Orga-

nizacional

eacute uma funccedilatildeo da sua capa-

cidade para gerar ideias

que criam novas dinacircmicas

competitivas e novas are-

nas de accedilatildeo

consequecircncia de um natural

entendimento do paradoxo de

forccedilas que formam o sistema

organizacional

a chave da vantagem competiti-

va sustentaacutevel estaacute na habilida-

de organizacional para proteger

os seus recursos de base

Autores COOPER (1995) e

SCHUMPETER (1936)

MILLER (1996) SENGE (1990) e

MOORE (1996)

PORTER (1986 e 1992) e

HAMEL e PRAHALAD (1994)

Ecircnfase Criar Aprender Agregar Valor

Praacuteticas Cria-

tivas

Brainwriting Pool Teacutecnica

da Troca dos Cartotildees etc Pensamento Lateral Jamming

(Fonte Pesquisa a partir dos estudos de Lengnick-Hall e Wolff 1998) 20

25 ndash Reconfiguraccedilatildeo dinacircmica do talento

A estrateacutegia de inovaccedilatildeo sem duacutevida requer novas habilidades O conceito de

R=G sugere que nenhuma empresa eacute capaz de desenvolver sozinha todos os produ-

tos e serviccedilos de que necessita para oferecer experiecircncias personalizadas a cada cli-

ente Tampouco empresa alguma tem condiccedilotildees de cultivar todas as capacidades

gerenciais indispensaacuteveis para transformar a organizaccedilatildeo Analisamos questotildees rela-

cionadas com a superaccedilatildeo dos legados organizacionais e com a construccedilatildeo de novas

capacidades para o gerenciamento da inovaccedilatildeo Mostramos como as empresas de-

vem preparar-se para administrar as tensotildees constantes entre flexibilidade eficiecircncia

e confiabilidade Essa transformaccedilatildeo natildeo consiste apenas em mudar a mentalidade

ou a loacutegica dominante dos gestores tambeacutem significa concentrar-se nos novos niacuteveis

de transparecircncia e de visibilidade em relaccedilatildeo a como se gerencia a empresa

Precisamos mudar a maneira como gerenciamos ndash como combinamos continu-

amente oportunidades e recursos O foco deve convergir natildeo soacute para as habilidades

20Internet (Fonte Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de

acesso 04072012

31

dos indiviacuteduos e para as atitudes de cada um em relaccedilatildeo ao aprendizado mas tam-

beacutem para a competecircncia das equipes e para a capacidade dessas forccedilas-tarefas de se

reconfigurar continuamente em funccedilatildeo dos objetivos arregimentando os melhores

talentos em todo o mundo Por exemplo a identificaccedilatildeo dos comportamentos e das

necessidades de determinada pessoa numa base de milhotildees de clientes ndash como a

Amazoncom na ING Insurance e no programa de diabetes da ICICI ndash exige capaci-

dades analiacutetica Argumentaremos que os mesmos requisitos tambeacutem satildeo indispensaacute-

veis na base de talentos A empresa deve tratar seus empregados e fornecedores

como indiviacuteduos iacutempares (ou como conjunto de indiviacuteduos sem igual) da mesma ma-

neira como lida com os clientes A configuraccedilatildeo dinacircmica de recursos para atender agraves

necessidades de tarefas especiacuteficas converte-se em fonte de vantagem competitiva

A essecircncia da mensagem eacute que para a transformaccedilatildeo ser eficaz os gestores devem

concentrar o foco na mobilizaccedilatildeo raacutepida de talentos dentro e fora da empresa (PRA-

HALAD e KRISHNAN 2008 p177)

3 ndash Cadeia de valor e vantagem competitiva

Segundo Novaes (2001 p184) o conceito de cadeia de valor foi desenvolvido

por Porter O conceito eacute de muita simplicidade e por isso talvez mostre-se tatildeo impor-

tante no contexto econocircmico-social em que se inserem as empresas com a crescente

globalizaccedilatildeo dos negoacutecios e mercados

Para (PORTER 1989 p33) toda empresa eacute uma reuniatildeo de atividades que

satildeo executadas para projetar produzir comercializar entregar e sustentar seu produ-

to Todas estas atividades podem ser representadas fazendo-se uso de uma cadeia

de valores Essa exposiccedilatildeo do autor indica em primeira matildeo apenas4 a ideia de ava-

liar a cadeia interna da empresa a qual eacute formada pelas atividades operacionais e

organizacionais jaacute citadas

A ideia baacutesica que subsidia esse conceito natildeo eacute de autoria de Porter mas haacute

muito tempo jaacute estava sendo analisada Fala-se aqui dos conceitos da Teoria Geral de

Sistemas que tem como precursor o Prof Ludwig von Bertalanffy e seus trabalhos

teoria essa que apresenta a empresa como um sistema inserido esse uacuteltimo em um

ambiente ou macro sistema Assim deve-se ter em mente uma visatildeo sistecircmica en-

xergar mais do que as aacutereas ou atividades isoladamente mais do que os limites da

empresa (Cadeia de Valor Interna) A empresa faz parte de um todo maior (um siste-

32

ma amplo) e esse eacute que deve ser otimizado para gerar maior valor para o cliente e

consequentemente maior lucratividade na cadeia (Cadeia de Valor Externa)

Nas palavras de Porter (1989 p33) ldquoa cadeia de valores desagrega uma em-

presa nas suas atividades de relevacircncia estrateacutegica para que se possa compreender o

comportamento dos custos e as fontes existentes e potenciais de diferenciaccedilatildeordquo Uma

empresa ganha vantagem competitiva se conseguir desempenhar essas atividades

estrateacutegicas de uma maneira melhor e mais barata que a concorrecircncia

Pode-se entatildeo caminhar para um avanccedilo em definiccedilatildeo ao verificarmos a pro-

posiccedilatildeo de (SHANK amp GOVINDARAJAN 1993 p13) de que ldquoa cadeia de valor para

qualquer empresa em qualquer negoacutecio eacute o conjunto interligado de todas as ativida-

des que criam valor desde uma fonte baacutesica de mateacuterias primas passando por forne-

cedores de componentes ateacute a entrega do produto final agraves matildeos do consumidorrdquo

O mundo em que se vive atravessa em periacuteodo de transformaccedilatildeo sequer ima-

ginado Nele nada eacute definitivo Fica-se perplexo quando natildeo se consegue acompanhar

a velocidade da evoluccedilatildeo dos acontecimentos sente-se perdido principalmente nos

assuntos relacionados agrave dinacircmica do desenvolvimento tecnoloacutegico

Dessa forma com uma visatildeo focada no clienteconsumidor pode-se considerar

que a cadeia de valor eacute uma sequecircncia de atividades desde a origem de recursos ateacute

o descarte final de determinado produto Portanto tem-se uma visatildeo bastante abran-

gente do conceito que pode considerar desde a fase da extraccedilatildeo de mateacuteria-prima ateacute

o tratamento final que eacute dado ao produto por exemplo num enfoque de ciclo de vida

do produto21

31 - O que significa uma vantagem competitiva

O sucesso de uma empresa eacute em larga medida determinado pela atratividade

do sector em que opera mas a sua posiccedilatildeo dentro desse sector tambeacutem eacute importante

21 (httpwwwccontabeiscombrconvt14pdf) data acesso 15072012

33

Apesar de um sector poder ter uma fraca eficaacutecia uma empresa que estaacute bem posi-

cionada pode ainda assim criar lucros significativos

Diz-se que uma empresa tem uma vantagem competitiva sobre os seus con-

correntes quando manteacutem retornos que superam a meacutedia no seu sector Esta vanta-

gem decorre das caracteriacutesticas do produto que o torna superior aos produtos da con-

correcircncia

Nalgumas situaccedilotildees pode obter-se uma vantagem competitiva atraveacutes da evoluccedilatildeo

tecnoloacutegica mas esta eacute frequentemente difiacutecil de manter porque os concorrentes ra-

pidamente a copiam ou aperfeiccediloam desenvolvem novas tecnologias Uma vantagem

sustentada resulta frequentemente mais do que da tecnologia ou de modificaccedilatildeo de

produtos de outros fatores como por exemplo o simbolismo associado ndash o que o

produto significa para os consumidores (imagem de marca) e o que estes experimen-

tam na sua compra e uso Os investigadores em marketing reconhecem que os produ-

tos possuem caracteriacutesticas simboacutelicas e que o consumo de certos produtos pode de-

pender mais do seu significado social do que da sua utilidade funcional

Existe atualmente uma tendecircncia para os consumidores exigirem ldquosignificado

pessoalrdquo aos produtos e serviccedilos Torna-se essencial inovar para responder agraves emo-

ccedilotildees que influenciam as decisotildees dos consumidores Estes estatildeo cada vez menos

impressionados com as novas tecnologias e a optar por produtos que resultam ldquopara

mimrdquo Como consequecircncia palavras como emoccedilatildeo e significado pessoal encon-

tram o seu caminho nas estrateacutegias das empresas sendo importante entender os fato-

res intangiacuteveis associados ao valor percebido do produto e as percepccedilotildees na sua

globalidade positivas ou negativas Novas designaccedilotildees tais como ndash ldquofaacutecil acessiacute-

vel razoaacutevel empoderamento e pessoal ndash refletem mais a pessoa do que o obje-

to Descobrir os sentimentos e as atitudes em relaccedilatildeo aos produtos bem como conhe-

cer as razotildees das preferecircncias dos consumidores tornaram-se importantes elementos

estrateacutegicos22

32 - Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva

Em grande medida a ambiccedilatildeo da estrateacutegia da empresa eacute conseguir uma van-

tagem competitiva sustentaacutevel

22Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

34

A vantagem competitiva analisa a atividade da empresa centrando-se primei-

ramente na sua capacidade de gerar retornos superiores de capital e de vincular a

estrateacutegia de negoacutecio a mercados financeiros e de capital fundamentais por um longo

periacuteodo de tempo No fim de contas eacute a vantagem competitiva da empresa que permi-

te ter bons retornos para os seus acionistas

Sem vantagem competitiva a empresa tem uma razatildeo econoacutemica limitada para

existir ndash a sua vantagem competitiva eacute a sua razatildeo de existecircncia Sem ela a empresa

natildeo iraacute prosperar Criar uma vantagem competitiva sustentaacutevel pode ser a meta mais

importante de qualquer organizaccedilatildeo e pode mesmo ser o atributo mais importante em

que a empresa se focaliza23

33 - Como implementar vantagem competitiva

As vantagens competitivas natildeo assumem uma uacutenica forma e eacute possiacutevel que

uma empresa tenha vaacuterias vantagens competitivas e em diferentes aacutereas Ilustra-se

algumas das aacutereas onde as empresas se podem destacar e garantir o seu sucesso a

longo prazo quota de mercado gestatildeo da marca rede marcas e patentes eficaacutecia de

custos e altos custos de mudanccedila

As empresas com quotas de mercado significativas criam um problema para os

concorrentes o que eacute positivo para aquelas uma vez que os seus produtos satildeo bem

conhecidos e recebidos no mercado No entanto mesmo quando a quota de mercado

eacute consideraacutevel se o sector for atrativo ou seja tiver um potencial de lucro significativo

novos operadores podem aparecer com a consequente reduccedilatildeo da quota de merca-

do

Ter uma marca forte pode garantir o sucesso a longo prazo e tambeacutem permitir

agraves empresas obter lucros pois a sua marca permite-lhes cobrar um preccedilo especial

(premium) Marcas fortes tendem a criar uma vantagem competitiva mais duradoura

O efeito de rede ocorre quando um produto cria uma procura por parte dos

consumidores que depois amplia o produto A empresa pode beneficiar do efeito de

23 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

35

rede pela atraccedilatildeo de mais vendedores Estes por sua vez atraem mais compradores

estabelecendo-se uma quota de mercado dominante (por exemplo eBay)

Este efeito de rede natildeo eacute muito comum mas quando ocorre pode ser extre-

mamente lucrativo As marcas e as patentes podem ser fonte de vantagem competiti-

va para algumas empresas 24

34 - Como criar valor e vantagem competitiva

Uma empresa posiciona-se aproveitando os seus pontos fortes Michael Porter

defendeu que aqueles se inscrevem em dois tipos baacutesicos de vantagem competitiva

vantagem pelos custos ou diferenciaccedilatildeo Estes satildeo identificados como vantagens po-

sicionais uma vez que expressam a posiccedilatildeo da empresa no sector enquanto liacuteder nos

custos ou por diferenciaccedilatildeo

A empresa utiliza os seus recursos e capacidades para gerar uma vantagem

competitiva que por uacuteltimo resulte na criaccedilatildeo de um valor superior

As competecircncias distintivas (competecircncias nucleares) resultam de recursos

especiacuteficos e capacidades da empresa facilitam a inovaccedilatildeo a eficiecircncia a qualidade

e a receptividade dos clientes o que pode ser aproveitado para atingir quer uma es-

trutura de baixo custos quer a diferenciaccedilatildeo do produto

Uma empresa posiciona-se no seu sector atraveacutes da opccedilatildeo por baixos custos

ou diferenciaccedilatildeo Esta decisatildeo eacute uma peccedila central da estrateacutegia competitiva da em-

presa

A vantagem competitiva existe quando a empresa eacute capaz de oferecer os

mesmos benefiacutecios que os concorrentes mas a custos mais baixos (vantagem pelos

custos) ou oferecer benefiacutecios que ultrapassam a concorrecircncia (vantagem por diferen-

ciaccedilatildeo) Portanto uma vantagem competitiva permite agrave empresa criar um valor superi-

or para os seus clientes e lucros para si proacuteprio25

24 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=39ampL=5) data acesso 15072012

25 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

36

CAPITULO III

ASPECTOS DA INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE

1 ndash Inovaccedilatildeo e sustentabilidade

37

Como as empresas podem sair da teoria para a praacutetica e chegar a um no-

vo patamar de competitividade e comprometimento com praacuteticas sustentaacuteveis

Muito se fala em inovaccedilatildeo como o principal caminho para o desenvolvimento

sustentaacutevel das organizaccedilotildees e da humanidade Poreacutem em muitos setores falar sobre

esse assunto eacute ainda um exerciacutecio teoacuterico Em geral o tema eacute associado as aacutereas de

tecnologia ou pesquisa e desenvolvimento mas a inovaccedilatildeo deve acontecer tambeacutem

na lideranccedila nas accedilotildees de marketing no modelo de negoacutecios ou seja na gestatildeo co-

mo um todo

Em pesquisa realizada pela Fundaccedilatildeo Nacional da Qualidade (FNQ) em maio

e 2011 representantes de 63 empresas mostraram que 97 consideram fundamental

que as organizaccedilotildees inovem para buscar a sustentabilidade tanto do negoacutecio quanto

da economia e do planeta Apesar dessa consciecircncia 70 dos participantes do estu-

do acreditam que as empresas estatildeo preocupadas mas natildeo direcionam seus investi-

mentos em inovaccedilotildees com foco no crescimento sustentaacutevel O levantamento mostra

ainda que 27 dos entrevistados apontaram a gestatildeo como a principal preocupaccedilatildeo

das empresas em que trabalham enquanto 22 indicaram a sustentabilidade e 19 a

reduccedilatildeo de custos

De acordo com o superintendente geral da FNQ Jairo Martins ldquoos resultados

da pesquisa mostram que as empresas ainda natildeo perceberam o tamanho do problema

da sustentabilidade considerando o baixo iacutendice de organizaccedilotildees que de fato inves-

tem em inovaccedilatildeo para sustentabilidade Em sua maioria as organizaccedilotildees pensam

apenas no lado econocircmico e natildeo no tripeacute da sustentabilidade que demanda uma em-

presa economicamente soacutelida socialmente correta e ambientalmente responsaacutevel

Enquanto dominar o pensamento pelo vieacutes econocircmico cujo sucesso eacute medido pelo

PIB o atual modelo de desenvolvimento insustentaacutevel natildeo vai mudar e natildeo seratildeo in-

cluiacutedas na pauta das organizaccedilotildees as questotildees socioambientaisrdquo

O professor da Fundaccedilatildeo Getuacutelio Vargas Renato Orsato autor do livro ldquoEstra-

teacutegias de Sustentabilidade quando vale a pena ser verderdquo analisou mais de 30 ca-

sos de empresas que adotaram a inovaccedilatildeo em 20 setores ao redor do mundo Para

ele deve haver uma premissa baacutesica para falar sobre esse assunto fazer perguntas

precisas ldquoIsso porque existem centenas de milhares de formas de incluir inovaccedilatildeo e

sustentabilidade nas empresas As empresas devem conhecer bem o contexto onde

atuam e considerar tanto aspectos tangiacuteveis como intangiacuteveisrdquo afirma

38

Na opiniatildeo do professor enquanto a sustentabilidade eacute apenas um acessoacuterio agrave

estrateacutegia da empresa ela natildeo vale a pena Para inovar as organizaccedilotildees devem

questionar os modelos de negoacutecio e pensar em modelos totalmente novos

Orsato daacute o exemplo da empresa Better Place que inovou na maneira de co-

mercializar energia renovaacutevel para carros eleacutetricos ldquoO grande salto seraacute conseguir

mudanccedilas radicais nos modelos de negoacutecios As fronteiras entre os setores de energia

e mobilidade por exemplo podem mudarrdquo 26

11- Da teoria para a praacutetica

De maneira geral a inovaccedilatildeo faz sucesso em palestras de ldquoespecialistasrdquo e de

executivosrdquo explica o professor Joatildeo Amato Neto da Fundaccedilatildeo Vanzolini e Escola

Politeacutecnica da USP ldquoMas haacute empresas realmente inovadoras seja em seus produtos

em seus processos de produccedilatildeo e ateacute mesmo em seu posicionamento de mercado

Outras satildeo inovadoras na relaccedilatildeo com o mercado num sentido mais amplo Esse eacute

um grupo restrito no Brasil de empresas de excelecircncia As que tecircm excelecircncia em

inovaccedilatildeo para sustentabilidade estatildeo num grupo mais restrito ainda Do ponto de vista

da sobrevivecircncia da empresa nos proacuteximos anos esse eacute um requisito fundamentalrdquo

O professor exemplifica que no varejo haacute grandes redes como o Wall Mart

Carrefour e Patildeo de Accediluacutecar que iniciaram accedilotildees para contratar fornecedores com base

em requisitos de sustentabilidade Essas accedilotildees ainda satildeo restritas a alguns poucos

produtos e incluem por exemplo exigecircncias de embalagens que possam ser recicla-

das Satildeo accedilotildees que visam a reduccedilatildeo do uso de recursos materiais e energia de uma

forma geral (busca de maior eco eficiecircncia nos processos)

Mas como sair da teoria e colocar em praacutetica Veja os principais pontos que

uma empresa interessada em inovaccedilatildeo e sustentabilidade deve trabalhar

bull Investir no espiacuterito criativo dos colaboradores natildeo soacute daqueles que atuam nas aacutereas

de pesquisa e desenvolvimento (PampD) de produtos ou na engenharia do produto mas

num sentido mais amplo oacutetimas ideias podem surgir no chamado chatildeo de faacutebrica

26 Internet (httpwwwhsmcombrbuscarkeys=inovaccedilatildeo e sustentabilidade) data acesso 19072012

39

bull Buscar praacuteticas de gestatildeo participativa isso pode gerar ideias que trazem inovaccedilotildees

pequenas incrementais mas que no conjunto fazem muita diferenccedila

bull Usar a educaccedilatildeo para transformar paradigmas e gerar maior conscientizaccedilatildeo Natildeo

se deve pensar apenas em treinamentos que satildeo usados em geral para tarefas es-

peciacuteficas ou aplicaccedilatildeo de teacutecnicas As empresas devem investir na formaccedilatildeo dos re-

cursos humanos

bull Questionar o proacuteprio modelo de negoacutecios

bull Inserir sustentabilidade no planejamento estrateacutegico da empresa

E seraacute que eacute possiacutevel aprender a inovar De acordo com o professor Joatildeo A-

mato a inovaccedilatildeo soacute faz sentido se isso significar uma mudanccedila de mentalidade na

empresa Isso vale para induacutestria ou setor de serviccedilos ldquoNo setor financeiro temos mui-

tos exemplos de como os bancos estatildeo descobrindo novas maneira de incluir a sus-

tentabilidade em suas praacuteticas definindo criteacuterios de praacuteticas socioambientais aos

seus clientes Na realidade alguns dos grandes bancos jaacute colocaram isso no seu plano

estrateacutegicordquo conclui 27

12 ndash Sustentabilidade corporativa

Haacute vaacuterias definiccedilotildees para sustentabilidade e desenvolvimento sustentaacutevel na

literatura e organizaccedilotildees que tratam do tema arrolam outras tantas Isso decorre do

fato de a sustentabilidade ser um conceito relativamente novo possuir um caraacuteter mul-

tidisciplinar e envolver diferentes interpretaccedilotildees que refletem diferenccedilas de valor cir-

cunstacircncias localizadas e contextos especiacuteficos Aleacutem disso o conceito acaba incorpo-

rado a vaacuterios assuntos tais como a definiccedilatildeo de poliacuteticas governamentais a gestatildeo

puacuteblica regional a gestatildeo de empresas e ateacute mesmo o nosso estilo de vida (MA-

27 Internet (httpwwwhsmcombreditoriassustentabilidadeinovacao-e-ustentabilidade-de-

maos-dadas) data acesso 19072012

40

WHINNEY 2002) O foco deste artigo eacute a sustentabilidade corporativa ou seja a apli-

caccedilatildeo do conceito de sustentabilidade nas empresas

Algumas empresas brasileiras vecircm sendo citadas como casos mundiais no

acircmbito de algumas das dimensotildees da sustentabilidade corporativa HART (1997)

menciona a Aracruz Celulose como uma empresa que adota a visatildeo de desenvolvi-

mento sustentaacutevel desde o iniacutecio de suas operaccedilotildees com base no modelo de reflores-

tamento das plantaccedilotildees de eucaliptos PRAHALAD (2004) apresenta o caso da Casas

Bahia como uma empresa que atende a populaccedilatildeo de baixa renda por meio de um

modelo inovador de financiamento (SEABRA LEAL e PASSOS 2005 p10) Relatam

o caso da Natura assinalando que seus principais acionistas satildeo enfaacuteticos ao afirma-

rem que a busca da sustentabilidade eacute mais do que uma estrateacutegia de negoacutecios mdash eacute

uma filosofia de vida Outros estudos acadecircmicos nessa aacuterea tambeacutem envolvem em-

presas nacionais SILVA e KULAY (2005) apresentam um caso de aplicaccedilatildeo da Avali-

accedilatildeo do Ciclo de Vida (LCA mdash Life Cycle Assessment) para analisar os potenciais

impactos ambientais do processo de fabricaccedilatildeo de fertilizantes fosfatados em uma

empresa brasileira COSTA e GOUVINHAS (2004) analisam a adoccedilatildeo das estrateacutegias

de projeto ecoloacutegico (ecodesign) no ambiente de negoacutecios de pequenas e meacutedias em-

presas brasileiras HOPKINS (2002) discute a sustentabilidade nas operaccedilotildees internas

das empresas a partir de uma pesquisa exploratoacuteria sobre a aplicaccedilatildeo de indicadores

de responsabilidade social em quatro grandes empresas no Brasil 28

13 - O conceito de sustentabilidade corporativa

Considera-se sustentabilidade corporativa como a gestatildeo empresarial que bus-

ca equilibrar as necessidades econocircmicas das empresas com a responsabilidade pelo

desenvolvimento da sociedade e preservaccedilatildeo dos recursos naturais visando atender

agraves necessidades atuais e futuras dos elementos afetados pela empresa Esses ele-

mentos mdash que satildeo ou podem ser afetados pelos efeitos das operaccedilotildees accedilotildees e deci-

28 Internet httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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sotildees da empresa mdash incluem os acionistas e funcionaacuterios clientes e consumidores

fornecedores e parceiros os recursos naturais utilizados pela empresa o meio ambi-

ente e a sociedade

A sustentabilidade corporativa estaacute associada a trecircs macro objetivos a geraccedilatildeo

de valor econocircmico a responsabilidade ambiental e a responsabilidade social A gera-

ccedilatildeo de valor econocircmico estaacute relacionada com a obtenccedilatildeo de resultados econocircmicos

positivos no presente e no futuro A responsabilidade ambiental diz respeito agrave conser-

vaccedilatildeo e ao uso sustentaacutevel dos recursos naturais E a responsabilidade social con-

templa a corresponsabilidade das empresas pelo desenvolvimento da sociedade Con-

forme ELKINGTON (1997) esses objetivos satildeo inerentes aos denominados resultados

tridimensionais da sustentabilidade (triple bottom line) As empresas que adotam a

sustentabilidade corporativa devem buscar um equiliacutebrio entre o compromisso econocirc-

mico a preservaccedilatildeo ambiental e o desenvolvimento da sociedade assumindo respon-

sabilidades pelas condiccedilotildees de vida atuais e futuras29

14 - Sustentabilidade e geraccedilatildeo de valor econocircmico

A literatura ressalta a necessidade de que as iniciativas relacionadas agrave susten-

tabilidade tragam retornos positivos para as empresas REINHARDT (1999) considera

que as justificativas para os investimentos ambientais realizados pelas empresas de-

vem ser similares aos demais investimentos Nesse sentido os investimentos em ges-

tatildeo ambiental devem auferir retornos financeiros positivos ou conduzir agrave reduccedilatildeo dos

riscos SENGE e CARSTEDT (2001) satildeo mais enfaacuteticos ao considerar que o desafio

atual reside em desenvolver negoacutecios sustentaacuteveis compatiacuteveis com a realidade eco-

nocircmica Segundo esses autores novos modelos de negoacutecios e produtos inovadores

no acircmbito da sustentabilidade precisam necessariamente acarretar resultados finan-

ceiros satisfatoacuterios para se viabilizarem

Os benefiacutecios decorrentes das accedilotildees de sustentabilidade podem ser tangiacuteveis

ou intangiacuteveis Willard (2002) identifica potenciais benefiacutecios tangiacuteveis como aqueles

associados agrave reduccedilatildeo de custos na manufatura agrave reduccedilatildeo de custos comerciais ao

aumento do faturamento e ao aumento da participaccedilatildeo no mercado Como benefiacutecios

intangiacuteveis considera a maior facilidade na contrataccedilatildeo de talentos a maior retenccedilatildeo

29 Internet httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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dos principais talentos o aumento da produtividade dos funcionaacuterios a reduccedilatildeo dos

riscos e as maiores facilidades de financiamento NEMLI (2004) considera que os be-

nefiacutecios devem ser mensurados ao longo de trecircs dimensotildees reduccedilatildeo de custos e au-

mento da lucratividade aumento da reputaccedilatildeo e criaccedilatildeo de diferenciaccedilatildeo crescimento

da empresa em termos de capacidade de inovaccedilatildeo e uso de tecnologias limpas

A perspectiva de geraccedilatildeo de valor econocircmico estaacute acoplada a uma visatildeo mais holiacutesti-

ca do bom funcionamento da economia Nesse sentido HAWKEN LOVINS e LOVINS

(1999) consideram que o capitalismo natural pode ser o gatilho para a proacutexima revo-

luccedilatildeo industrial em que quatro tipos de capital sustentam o bom funcionamento da

economia o capital humano (pessoas conhecimento e cultura) o capital financeiro

(caixa investimentos e instrumentos monetaacuterios) o capital industrial (infra estrutura

faacutebricas e maacutequinas) e o capital natural (recursos naturais sistemas de vida e ecossis-

tema) Conforme SENGE e CARSTEDT (2001) a geraccedilatildeo de valor econocircmico por

empresas sustentaacuteveis depende de forma ampla da adoccedilatildeo de uma realidade eco-

nocircmica que conecta a induacutestria a sociedade e o meio ambiente Por outro lado mes-

mo na realidade atual a reduccedilatildeo do desperdiacutecio e do fluxo destrutivo dos recursos

pode representar uma importante oportunidade de negoacutecios (LOVINS LOVINS e

HAWKEN 1999) 30

15 - Sustentabilidade e responsabilidade ambiental

Vaacuterios autores assinalam a importacircncia da questatildeo da estrateacutegia ambiental das

empresas no acircmbito da sustentabilidade corporativa HART (1997) considera a polui-

ccedilatildeo a exaustatildeo dos recursos naturais e a pobreza como os principais desafios da sus-

tentabilidade Segundo o autor a estrateacutegia ambiental das empresas em geral evolui

segundo trecircs estaacutegios prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo produtos ambientalmente corretos e

produccedilatildeo limpa Aleacutem disso uma estrateacutegia ambiental integrada natildeo deve direcionar-

se somente para o desenvolvimento de competecircncias internas mas tambeacutem conside-

rar o relacionamento com os clientes fornecedores outras empresas agentes gover-

30 Internet

(httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext)

data de acesso 2107201230

43

namentais e acionistas Da mesma forma BARBIERI (2004) cita trecircs abordagens para

a gestatildeo ambiental empresarial controle da poluiccedilatildeo prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo e abor-

dagem estrateacutegica A prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo incorpora duas preocupaccedilotildees ambientais

principais o uso sustentaacutevel dos recursos e o controle da poluiccedilatildeo Os instrumentos

tradicionais para o uso sustentaacutevel dos recursos satildeo referenciados pelo autor como

4Rs reduccedilatildeo da poluiccedilatildeo na fonte reutilizaccedilatildeo reciclagem e recuperaccedilatildeo energeacutetica

HOFFMAN (2000) sugere que a estrateacutegia ambiental determine o alinhamento

entre a proteccedilatildeo ambiental e o crescimento econocircmico da empresa O desenvolvimen-

to da estrateacutegia ambiental deve analisar os concorrentes os parceiros os produtos as

mateacuterias-primas as perdas e os resiacuteduos da empresa O autor considera que a estra-

teacutegia ambiental pode ser direcionada por quatro fatores o mercado (composto pelos

consumidores associaccedilotildees concorrentes e consultores) os provedores de recursos

(clientes seguradoras fornecedores bancos e investidores) os elementos coercivos

(regulamentos locais legislaccedilatildeo internacional) e os elementos sociais (instituiccedilotildees

religiosas organizaccedilotildees natildeo-governamentais comunidade mundo acadecircmico im-

prensa e poder judiciaacuterio) 31

16 - Sustentabilidade e responsabilidade social

Os defensores da responsabilidade social argumentam que as empresas de-

vem assumir um compromisso com o desenvolvimento da sociedade As empresas

devem executar accedilotildees para fomentar o desenvolvimento social a inclusatildeo social e

contribuir para a melhoria das condiccedilotildees de vida da populaccedilatildeo mais necessitada Al-

guns autores consideram que essas atividades natildeo satildeo puramente filantroacutepicas uma

vez que as empresas podem auferir benefiacutecios de negoacutecios em funccedilatildeo delas Outros

sugerem ainda que a responsabilidade social esteja associada agrave proacutepria estrateacutegia

empresarial por exemplo SEABRA LEAL e PASSOS (2005) assinalam que os prin-

31 ) Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

44

cipais acionistas da Natura consideram que a responsabilidade social estaacute intimamen-

te ligada agrave estrateacutegia de negoacutecios da empresa

PRAHALAD e HAMMOND (2002) observam que aproximadamente 65 da

populaccedilatildeo mundial mdash cerca de quatro bilhotildees de pessoas mdash ganham menos do que

2000 USDano Esse eacute um mercado praticamente inexplorado pelas empresas multi-

nacionais Segundo os autores as empresas que desejam entrar nesse mercado de-

vem repensar seus modelos de negoacutecios praacuteticas gerenciais e indicadores de desem-

penho Eacute um mercado de novas fontes de receita que exige melhoria na eficiecircncia

operacional e fomento da inovaccedilatildeo A atuaccedilatildeo bem-sucedida para atender agrave denomi-

nada populaccedilatildeo na base da piracircmide pode trazer resultados econocircmicos positivos agraves

empresas e simultaneamente contribuir para a melhoria das condiccedilotildees de vida das

pessoas economicamente menos favorecidas

PORTER e KRAMER (2002) consideram que eacute possiacutevel agraves empresas obterem

a convergecircncia de interesses entre as atividades filantroacutepicas e os objetivos de negoacute-

cios A filantropia pode oferecer oportunidades para as empresas melhorarem seu

contexto competitivo considerando que as atividades filantroacutepicas podem potencial-

mente atuar sobre quatro elementos inter-relacionados da competitividade empresari-

al na disponibilidade dos insumos de produccedilatildeo nas condiccedilotildees de demanda nas con-

diccedilotildees de competiccedilatildeo e rivalidade e na presenccedila das induacutestrias de insumos e suporte

Nesse sentido a filantropia deveria ser considerada uma abordagem claramente estra-

teacutegica pelas empresas WADDOCK e SMITH (2000) adotam um raciociacutenio similar

afirmando que a responsabilidade social e o desempenho corporativo financeiro an-

dam juntos e natildeo como trade-offs

HALL et al (2005) constatam que algumas empresas podem ser socialmente

vulneraacuteveis Segundo esses autores a vulnerabilidade social eacute atribuiacuteda agraves empresas

que apresentam grande importacircncia estrateacutegica para o desenvolvimento econocircmico e

social dos paiacuteses onde operam Eles citam empresas cujo papel extrapola a criaccedilatildeo de

valor aos acionistas sendo consideradas como orgulhos nacionais para seus paiacuteses

Satildeo citadas como exemplos a Siemens na Alemanha a Toyota no Japatildeo a Embraer

no Brasil e a Bombardier no Canadaacute Aleacutem da questatildeo econocircmica essas empresas

desempenham importante papel social em seus respectivos paiacuteses Outras empresas

45

brasileiras tambeacutem poderiam ser citadas como a Petrobras a Companhia Vale do Rio

Doce o Bradesco entre outras 32

2 - Gestatildeo da inovaccedilatildeo para a sustentabilidade

A busca da inovaccedilatildeo e a gestatildeo da inovaccedilatildeo em geral satildeo mediadas por as-

pectos essencialmente econocircmicos e estrateacutegicos Entretanto na medida em que ou-

tras restriccedilotildees compotildeem o ambiente de atuaccedilatildeo das empresas outros fatores podem

impulsionar a inovaccedilatildeo Isso tambeacutem eacute vaacutelido ao se considerarem aspectos de susten-

tabilidade como condicionantes da inovaccedilatildeo

HART e CHRISTENSEN (2002) sugerem que as inovaccedilotildees radicais podem

pavimentar o caminho para as empresas combinarem um crescimento sustentaacutevel

com responsabilidade social HART e MILTEIN (1999) consideram que os desafios

impostos pela sustentabilidade global podem atuar como catalisadores para um novo

estaacutegio de destruiccedilatildeo criativa das empresas Eles associam a preocupaccedilatildeo ecoloacutegica

com melhorias contiacutenuas e a sustentabilidade global com melhorias radicais Nesse

sentido argumentam que a sustentabilidade pode criar oportunidades sem preceden-

tes agraves empresas O raciociacutenio de SENGE e CARSTEDT (2001) eacute similar Esses auto-

res consideram que o foco restrito na eficiecircncia ecoloacutegica pode distrair as empresas da

busca de produtos e modelos de negoacutecios radicalmente diferentes dos atuais Eacute a sus-

tentabilidade global que iraacute motivar as empresas a procurarem novos modelos men-

tais a enfatizarem a aprendizagem e atentarem para a gestatildeo de mudanccedilas

PORTER e VAN DER LINDE (1995) consideram que as regulamentaccedilotildees am-

bientais impotildeem pressotildees competitivas nas empresas motivando-as a inovar VOL-

LENBROEK (2002) propotildee um processo que direciona a inovaccedilatildeo para o desenvolvi-

mento da sustentabilidade denominado gestatildeo da transiccedilatildeo Ele considera que a ino-

vaccedilatildeo natildeo gera automaticamente o progresso da sociedade pois precisa ser condi-

cionada para tanto Os esforccedilos para o desenvolvimento sustentaacutevel precisam ser di-

recionados pela sociedade e esta participa das decisotildees visando obter um balancea-

mento adequado entre os objetivos econocircmicos ecoloacutegicos e sociais A inovaccedilatildeo seraacute

decorrecircncia

32 Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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HALL e VREDENBURG (2003) afirmam que os gestores tecircm dificuldades para

lidar com as pressotildees do desenvolvimento sustentaacutevel Eles consideram que as estra-

teacutegias de inovaccedilatildeo das empresas geralmente satildeo inadequadas para acomodar as

complexidades e incertezas inerentes agraves novas demandas impostas pelo desenvolvi-

mento sustentaacutevel Dessa forma sugerem que a estrateacutegia empresarial integre tam-

beacutem os objetivos da inovaccedilatildeo e do desenvolvimento sustentaacutevel Em contraponto agrave

abordagem tradicional da inovaccedilatildeo ditada pelo mercado propotildeem que as empresas

adotem a inovaccedilatildeo para o desenvolvimento sustentaacutevel que incorpora as restriccedilotildees

sociais e as pressotildees ambientais bem como contempla as necessidades das futuras

geraccedilotildees Como seraacute visto no texto que segue a inovaccedilatildeo foi tambeacutem um ingrediente

essencial para o desenvolvimento e o sucesso do projeto estudado na presente pes-

quisa33

CONCLUSAtildeO

O objetivo desse estudo foi verificar e compreender o conceito de inovaccedilatildeo e a

sua aplicabilidade nas organizaccedilotildees assim como a vantagem competitiva no modelo

de negoacutecio por meio da co-criaccedilatildeo de valor

33 Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data acesso 21072012

47

Inovaccedilatildeo e criatividade satildeo essenciais para o continuo desenvolvimento e competi-

tividade de uma naccedilatildeo

Coisas boas acontecem quando o pensamento inovador comeccedila ele poderaacute

ajudar a criar novos produtos melhoria nos processos novas tecnologias tornando

a empresa mais competitiva Tomando conhecimento da grande variedade de produ-

tos e serviccedilos oferecidos pelas organizaccedilotildees pode se observar que nem sempre se

chega ao resultado em melhores experiecircncias de consumo nesse cenaacuterio certas em-

presas adotam a co-criaccedilatildeo de valor ndash participaccedilatildeo do cliente no processo produtivo ndash

para inovar no modelo de negoacutecio agregando valor a sua oferta buscando assim se

diferenciar das demais empresas Apesar da inovaccedilatildeo indicar um caminho seguro

para obter vantagem competitiva sustentaacutevel e defender posiccedilotildees estrateacutegicas no

mercado o seu sucesso natildeo eacute garantido necessitando que os gestores conheccedilam e

compreendam a dinacircmica dos processos da gestatildeo da inovaccedilatildeo dentro de suas orga-

nizaccedilotildees e realidades especiacuteficas

O modelo de organizaccedilatildeo inovadora sustentaacutevel eacute uma resposta agraves pressotildees

institucionais por uma organizaccedilatildeo que seja capaz de inovar com eficiecircncia em termos

econocircmicos mas com responsabilidade social e ambiental Esse tipo de organizaccedilatildeo

busca vantagem competitiva desenvolvendo produtos serviccedilos processos e negoacutecios

novos ou modificados com base nas dimensotildees social ambiental e econocircmica Ela

reuacutene duas caracteriacutesticas essenciais eacute inovadora e orientada para a sustentabilidade

Tendo em vista o fenocircmeno do isomorfismo institucional (concentraccedilatildeo de for-

mas organizacionais nos diversos setores produtivos) o modelo das organizaccedilotildees

inovadoras sustentaacuteveis vem ganhando rapidamente cada vez mais espaccedilo nas em-

presas liacutederes Esses fatos permitem dizer que o movimento do desenvolvimento sus-

tentaacutevel eacute um dos movimentos mais importantes do nosso tempo e a julgar pela vita-

lidade dos fatores institucionais presentes em praticamente todo o mundo pode-se

inferir que ele continuaraacute se propagando por muitas deacutecadas

Desse modo o aprimoramento dos modelos de organizaccedilatildeo sustentaacuteveis as

diversas formas da sua institucionalizaccedilatildeo em acircmbito global o desenvolvimento de

tecnologias sustentaacuteveis a gestatildeo de inovaccedilotildees para o desenvolvimento sustentaacutevel

seratildeo temas cada vez mais importantes nos estudos futuros Como o sistema opera-

cional produtivo e as inovaccedilotildees de produto e de processo ao atender as trecircs dimen-

sotildees da sustentabilidade devem gerar ganhos para o meio ambiente em termos de

reduccedilatildeo no uso de recursos e de emissotildees de poluentes o aumento da produccedilatildeo pelo

incitamento agrave demanda por novos produtos pode neutralizar ou ateacute superar esses ga-

nhos Levar em conta essa possibilidade dando-lhe um tratamento adequado eacute um dos

48

maiores desafios para o alinhamento das empresas ao modelo de organizaccedilatildeo inova-

dora sustentaacutevel

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

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PRAHALAD C K RAMASWAMY Venkatram O futuro da competiccedilatildeo como desen-

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Elsevier 2004

  • AGRADECIMENTOS
  • CAPIacuteTULO III- Aspectos da inovaccedilatildeo e sustentabilidade37
  • Inovaccedilatildeo e sustentabilidade37
  • 32 - Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva
  • 33 - Como implementar vantagem competitiva
  • 34 - Como criar valor e vantagem competitiva
Page 12: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · duzir os processos de inovação dentro da organização. 6 ... CAPÍTULO I - Estrutura da criação de valor e inovação.....11

12

das satildeo extremamente proficientes em gerenciar eficiecircncias operacionais e apresen-

tar produtos de nova geraccedilatildeo No entanto as incertezas que surgem com a comercia-

lizaccedilatildeo de novas tecnologias para mercados que podem ainda nem existir exigem

competecircncias amplamente diferentes Inovaccedilatildeo eacute um modelo estrateacutegico de gestatildeo

de recursos organizacionais dos quais fazem parte os recursos humanos tecnoloacutegi-

cos e financeiros com o objetivo de desenvolver processos rotinas e sistemas que

propiciem o desenvolvimento e melhorias dos produtos e serviccedilos que a empresa ofe-

rece ao mercado e as maneiras como o faz de forma a obter vantagem competitiva1

11- Inovaccedilatildeo nas Empresas

De acordo com FREEMAN o conceito de inovaccedilatildeo consiste no processo que

inclui as atividades teacutecnicas concepccedilatildeo desenvolvimento gestatildeo e que resulta na

comercializaccedilatildeo de novos (ou melhorados) produtos ou na primeira utilizaccedilatildeo de no-

vos (ou melhorados) processos

Com o desenvolvimento de novos conhecimentos estrateacutegicos pelas organiza-

ccedilotildees esses fossos organizacionais ao longo das fronteiras podem ser aterrados para

a co-criaccedilatildeo de novas abordagens ao nexo de N=1 e R=G A arquitetura social das

empresas deve desenvolver capacidade a raacutepida criaccedilatildeo de conhecimento por meio

do desenvolvimento de cultura organizacional e de estrutura motivacional adequadas

A arquitetura teacutecnica precisa construir recursos para capacitaccedilatildeo desse processo

Para noacutes essas decepccedilotildees com a gestatildeo de processos natildeo satildeo surpreendentes O

que falta na doaccedilatildeo da maioria dessas iniciativas eacute uma perspectiva que inclua inova-

ccedilatildeo e criaccedilatildeo de valor natildeo apenas reduccedilatildeo de custos Alguns desses projetos que

enfatizam os processos satildeo aprovados agraves cegas pelas organizaccedilotildees sem considerar

a necessidade primordial de equilibrar as demandas por inovaccedilatildeo e eficiecircncia

Se os gestores natildeo partirem de um ponto de vista sobre como querem competir

e impulsionar a mudanccedila no dia a dia em cada reuniatildeo em cada relatoacuterio para criar

situaccedilotildees reais de foco na inovaccedilatildeo e na criaccedilatildeo de valor eacute provaacutevel que se sintam

desapontados Aleacutem disso geralmente eles se esquecem de que a conversatildeo dos

processos internos em fatores estrateacutegicos para os resultados requer mudanccedilas natildeo

1 Internet (httpwwwscielobrpdfraev42n2v42n2a16pdf) data de acesso 19052012

13

soacute gerenciais e culturais mas tambeacutem tecnoloacutegicas (PRAHALADCK KRISH-

NANMSA nova era da inovaccedilatildeo 2008 p135)

Open innovation eacute um modelo que as companhias estatildeo adotando cada vez

mais em resposta a um mundo crescentemente globalizado e caracterizado pela parti-

lha aberta de informaccedilotildees com o objetivo de produzir conhecimento Esse modelo se

baseia na colaboraccedilatildeo em rede da empresa com fornecedores clientes universida-

des e ateacute concorrentes A partir desse conceito a inovaccedilatildeo antes uma aacuterea limitada

aos departamentos internos de Pesquisa e Desenvolvimento como era a loacutegica vigen-

te ateacute as deacutecadas de 70 a 90 passou a ser buscada aleacutem das fronteiras das organiza-

ccedilotildees

Acredito que a interaccedilatildeo seja a chave para esse processo se tornar real e mais

do que isso ela eacute a fonte para a inovaccedilatildeo Por isso as redes sociais representam hoje

a melhor plataforma de interaccedilatildeo para as empresas interessadas em inovaccedilatildeo aberta

O desafio que se impotildee entretanto eacute criar tecnologias que gerenciem a troca de in-

formaccedilotildees realizadas nessa miacutedia2

12- Inovaccedilatildeo no Brasil

O desenvolvimento tecnoloacutegico e a inovaccedilatildeo de um paiacutes dependem em grande

parte da formaccedilatildeo de recursos humanos capacitados bem como de investimentos

consistentes contiacutenuos de longo prazo e de porte O Brasil adotou a estrateacutegia de

que a pesquisa acadecircmica geraria conhecimento que naturalmente se transformaria

em inovaccedilotildees tecnoloacutegicas o que natildeo estaacute refletindo a realidade do setor no paiacutes

O Brasil sempre investiu de forma inconstante e em quantidade insuficiente os

recursos puacuteblicos federais e estaduais no desenvolvimento de ciecircncia e tecnologia

(com exceccedilatildeo do estado de Satildeo Paulo) o que sempre preocupou a comunidade cien-

tiacutefica e empresarial do paiacutes Aleacutem disso o setor empresarial tambeacutem investiu e ainda

continua investindo muito timidamente ao contraacuterio do que ocorreu nos modelos de

paiacuteses como a Coreacuteia do Sul Este uacuteltimo paiacutes investiu na formaccedilatildeo de recursos hu-

manos (em niacutevel de graduaccedilatildeo) habilitando-os para atuar em vaacuterios segmentos do

2 Internet (httpolhardigitaluolcombrnegociosdigital_newsnoticiascomo-gerar-inovacao-nas-

empresas) data de acesso 19052012

14

desenvolvimento tecnoloacutegico As inovaccedilotildees geradas produziram o retorno desejado e

o setor produtivo assumiu o papel de executor das pesquisas e de seu financiamento

sustentando hoje cerca de 75 das pesquisas niacutevel encontrado apenas nos paiacuteses

desenvolvidos Em resumo natildeo haacute investimento consistente de longo prazo e de porte

em ciecircncia tecnologia e inovaccedilatildeo no Brasil seja puacuteblico ou privado

Apesar disso houve no Brasil um grande avanccedilo cientiacutefico nos uacuteltimos trinta

anos A iniciativa consistente para construir a competecircncia cientiacutefica atraveacutes do trei-

namento de pessoal qualificado dentro e fora do paiacutes foi indiferente agraves oscilaccedilotildees poliacute-

tico-econocircmicas tanto em niacutevel federal como estadual hoje o Brasil responde por

13 dos artigos cientiacuteficos publicados em revistas indexadas internacionais Estabe-

leceu-se ainda no paiacutes uma forte estrutura de poacutes-graduaccedilatildeo responsaacutevel pela forma-

ccedilatildeo de cerca de 10 mil doutores por ano e que em trinta anos levou o Brasil a triplicar

sua contribuiccedilatildeo cientiacutefica relativa no mundo 3

O Brasil tem talento empreendedor de sobra e pesquisa cientiacutefica de excelecircn-

cia Mas sem um ambiente encorajador para inovaccedilatildeo o paiacutes natildeo conseguiraacute trans-

formar conhecimento em desenvolvimento econocircmico

Essa foi agrave anaacutelise predominante entre os pesquisadores e liacutederes empresariais

que participaram de um seminaacuterio realizado (18052007) em conjunto pelo Centro de

Economia da Criatividade e da Inovaccedilatildeo (CIEC - na sigla em inglecircs) da Universidade

George Washington nos Estados Unidos e pela Faculdade de Economia Administra-

ccedilatildeo e Contabilidade da Universidade de Satildeo Paulo (FEA -USP)

Para o diretor do CIEC - Michael Ryan - o Brasil tem alguns pontos fortes para

a inovaccedilatildeo alto investimento em pesquisa baacutesica nas universidades recursos huma-

nos de qualidade e publicaccedilatildeo de artigos cientiacuteficos de impacto internacional Mas a

pesquisa natildeo chega ao mercado porque o ambiente eacute pouco motivador para a inova-

ccedilatildeo

ldquoPara criar um cenaacuterio encorajador no qual as empresas invistam mais em

pesquisa e desenvolvimento eacute preciso melhorar vaacuterios aspectos simultaneamente eacute

muito difiacutecil abrir uma empresa no Brasil haacute uma seacuterie de poliacuteticas que podem ser

3 Internet (httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0101-33002007000200002) data

de acesso 190520123

15

modificadas o sistema de patentes pode ser mais eficiente e o acesso ao capital de

risco melhorarrdquo disse RYAN agrave Agecircncia FAPESP 4

13 - O que eacute inovaccedilatildeo

Inovaccedilatildeo significa novidade ou renovaccedilatildeo A palavra eacute derivada do ter-

mo latino innovatio e se refere a uma ideia meacutetodo ou objeto que eacute criado e que pou-

co se parece com padrotildees anteriores Hoje a palavra inovaccedilatildeo eacute mais usada no con-

texto de ideias e invenccedilotildees assim como a exploraccedilatildeo econoacutemica relacionada sendo

que inovaccedilatildeo eacute invenccedilatildeo que chega no mercado Inovaccedilatildeo eacute o processo que inclui as

atividades teacutecnicas concepccedilatildeo desenvolvimento gestatildeo e que resulta na comerciali-

zaccedilatildeo de novos (ou melhorados) produtos ou na primeira utilizaccedilatildeo de novos (ou me-

lhorados) processos FREEMAN (1988 p567) 5

O conceito de inovaccedilatildeo eacute bastante variado dependendo principalmente da

sua aplicaccedilatildeo De forma sucinta haacute quem considere que inovaccedilatildeo eacute a exploraccedilatildeo bem

sucedida de novas ideias Segundo DRUCKER a inovaccedilatildeo ldquoeacute o instrumento especiacutefi-

co dos empreendedores o processo pelo qual eles exploram a mudanccedila como uma

oportunidade para um negoacutecio diferente ou um serviccedilo diferente

Dentre as vaacuterias possibilidades de inovar aquelas que se referem a inovaccedilotildees

de produto ou de processo satildeo conhecidas como inovaccedilotildees tecnoloacutegicas Outros tipos

de inovaccedilotildees podem se relacionar a novos mercados novos modelos de negoacutecio no-

vos processos e meacutetodos organizacionais ou ateacute mesmo novas fontes de suprimentos

Embora ldquonovidadesrdquo encontradas em organizaccedilotildees teacutecnicas administrativas organi-

zacionais inseridas em produtos ou processos nem todas elas podem ser considera-

das como inovaccedilotildees Cabe ressaltar aqui a diferenciaccedilatildeo entre ldquooriginalidaderdquo e ldquono-

vidaderdquo propriamente dita Originalidade oriunda da palavra Original do latim original-

4Internet (httpwwwinovacaotecnologicacombrnoticiasnoticiaphpartigo=010175070518) data

de acesso 19052012

5Internet (httpptwikipediaorgwikiInovaC3A7C3A3o) data acesso 20052012

16

le eacute relativo agrave origem agrave qualidade de original inicial primordial primitivo originaacuterio

Novidade eacute originaacuteria do latim novitate que se reporta agrave qualidade ou caraacuteter de novo

uma inovaccedilatildeo embora referente a algo jaacute existente um uso novo para algo jaacute existen-

te6

Inovaccedilatildeo pode ser definida como o processo estrateacutegico de reinvenccedilatildeo contiacute-nua do proacuteprio negoacutecio e de criaccedilatildeo de novos negoacutecios GARY HAMEL (1996)

2 ndash Processos de inovaccedilatildeo

No acircmbito da economia ao longo deste seacuteculo muito vem se discutindo sobre

a inovaccedilatildeo sua natureza caracteriacutesticas e fontes com o objetivo de buscar uma mai-

or compreensatildeo de seu papel frente ao desenvolvimento econocircmico ressaltando-se

como marco fundamental a contribuiccedilatildeo de JOSEPH SCHUMPETER na primeira me-

tade deste seacuteculo mdash INFORMACcedilAtildeO E GLOBALIZACcedilAtildeO NA ERA DO CONHECI-

MENTO enfocou a importacircncia das inovaccedilotildees e dos avanccedilos tecnoloacutegicos no desen-

volvimento de empresas e da economia

De forma geneacuterica existem dois tipos de inovaccedilatildeo a radical e a incremental

Pode-se entender a inovaccedilatildeo radical como o desenvolvimento e introduccedilatildeo de um

novo produto processo ou forma de organizaccedilatildeo da produccedilatildeo inteiramente nova Esse

tipo de inovaccedilatildeo pode representar uma ruptura estrutural com o padratildeo tecnoloacutegico

anterior originando novas induacutestrias setores e mercados Tambeacutem significam reduccedilatildeo

de custos e aumento de qualidade em produtos jaacute existentes Algumas importantes

inovaccedilotildees radicais que causaram impacto na economia e na sociedade como um todo

e alteraram para sempre o perfil da economia mundial podem ser lembradas como

por exemplo a introduccedilatildeo da maacutequina a vapor no final do seacuteculo XVIII ou o desen-

volvimento da microeletrocircnica a partir da deacutecada de 1950 Estas e algumas outras

inovaccedilotildees radicais impulsionaram a formaccedilatildeo de padrotildees de crescimento com a con-

formaccedilatildeo de paradigmas tecno-econocircmicos FREEMAN (1988)

As inovaccedilotildees podem ser ainda de caraacuteter incremental referindo-se agrave introdu-

ccedilatildeo de qualquer tipo de melhoria em um produto processo ou organizaccedilatildeo da produ- 6 Internet (httpwwwpr2ufrjbrinovacaosocialtexto14-01pdf) data de acesso 20052012)6

17

ccedilatildeo dentro de uma empresa sem alteraccedilatildeo na estrutura industrial FREEMAN (1988)

Inuacutemeros satildeo os exemplos de inovaccedilotildees incrementais muitas delas imperceptiacuteveis

para o consumidor podendo gerar crescimento da eficiecircncia teacutecnica aumento da pro-

dutividade reduccedilatildeo de custos aumento de qualidade e mudanccedilas que possibilitem a

ampliaccedilatildeo das aplicaccedilotildees de um produto ou processo A otimizaccedilatildeo de processos de

produccedilatildeo o design de produtos ou a diminuiccedilatildeo na utilizaccedilatildeo de materiais e compo-

nentes na produccedilatildeo de um bem podem ser considerados inovaccedilotildees incrementais

Ateacute pouco tempo era grande a rigidez para caracterizar o processo de inovaccedilatildeo suas

fontes de geraccedilatildeo e formas como se realiza e difunde

Evidentemente que a compreensatildeo do processo de inovaccedilatildeo estaacute estreitamen-

te influenciada pelas caracteriacutesticas dominantes de contextos histoacuterico-econocircmicos

especiacuteficos Atualmente aspectos negligenciados por natildeo terem relevacircncia nos periacuteo-

dos em questatildeo comeccedilam a ser plenamente reconhecidos como de papel fundamental

para o ecircxito do processo inovador Agrave medida que melhor se conhecem as especifici-

dades da geraccedilatildeo e difusatildeo de inovaccedilatildeo mais se sabe sobre sua importacircncia para

que empresas e paiacuteses reforcem sua competitividade na economia mundial7

21 ndash Processos de inovaccedilatildeo nas organizaccedilotildees

DAMANPOUR (1984) em seu estudo sobre inovaccedilatildeo e desempenho organiza-

cional em bibliotecas puacuteblicas americanas conceitua inovaccedilatildeo como uma resposta agrave

mudanccedila ambiental ou ainda os meios que permitem ou viabilizam a mudanccedila em

uma organizaccedilatildeo Para ele as empresas podem enfrentar as mudanccedilas ambientais

natildeo apenas com novas tecnologias mas tambeacutem incorporando mudanccedilas teacutecnicas

eou administrativas em sua estrutura Assim sendo inovaccedilotildees no plano organizacio-

nal envolvem a implantaccedilatildeo de ideias novas teacutecnicas ou administrativas Espera-se a

partir disso mudanccedilas estruturais que afetem o desempenho da organizaccedilatildeo Esque-

maticamente portanto pode-se entender a inovaccedilatildeo como a ferramenta que quando

introduzida em contexto organizacional gera mudanccedila

7Internet httpwwwliincufrjbrfrattachments055_saritalivropdfpage=122) data de acesso

03062012

18

Segundo DAMANPOUR (1984) define desempenho como a habilidade que

uma organizaccedilatildeo tem de bem utilizar todos os quatro processos sistecircmicos (inputs

outputs transformaccedilotildees e efeitos de retroalimentaccedilatildeo) relacionados ao alcance de

metas organizacionais Uma organizaccedilatildeo de alto desempenho cumpriraacute suas tarefas

primaacuterias de modo eficiente e realizaraacute suas funccedilotildees de manutenccedilatildeo e adaptaccedilatildeo or-

ganizacional de forma efetiva A funccedilatildeo de adaptaccedilatildeo requer que a estrutura da orga-

nizaccedilatildeo sofra mudanccedilas para encontrar novas condiccedilotildees ambientais

Organizaccedilotildees inovadoras tendem natildeo apenas a se adaptar agrave mudanccedila mas

tambeacutem a usar seus recursos para criar novas condiccedilotildees ambientais pela introduccedilatildeo

de novos produtos ou serviccedilos nunca antes oferecidos Inovaccedilotildees assim seriam mei-

os de prover mudanccedilas internas ou externas e tambeacutem de aperfeiccediloar o desempenho

organizacional

Os sistemas gerenciais de acordo com a abordagem soacutecio teacutecnico satildeo consti-

tuiacutedos de um ldquocorpusrdquo social (neste ponto se faz um paralelo com as inovaccedilotildees admi-

nistrativas) e de um ldquocorpusrdquo teacutecnico (corresponde agraves inovaccedilotildees teacutecnicas) e portanto

se enfatiza o papel do ldquocorpusrdquo social e teacutecnico na efetiva operaccedilatildeo de uma organiza-

ccedilatildeo e sugerem que a concentraccedilatildeo em apenas um sistema resulta em baixo desem-

penho organizacional Sistemas sociais e teacutecnicos precisam assim funcionar de forma

balanceada O relacionamento entre os sistemas social e teacutecnico eacute de correlaccedilatildeo ou

seja qualquer mudanccedila em qualquer um dos sistemas leva as determinadas restri-

ccedilotildees ou modificaccedilotildees ao outro8

22 ndash Funccedilotildees tiacutepicas no processo de inovaccedilatildeo

Eacute funccedilatildeo tiacutepica no processo de inovaccedilatildeo a captaccedilatildeo de sinais proveniente do

campo em ambiente direto e o monitoramento do ambiente externo indireto A partir

das etapas anteriores busca-se identificar elementos onde os clientes natildeo estejam

sendo atendidos satisfatoriamente ou oportunidades natildeo exploradas gap de desem-

penho Os clientes natildeo vatildeo responder a perguntas sobre o uso ou natildeo de um determi- 8Inter-

net(httpwwwgooglecombrurlsa=tamprct=jampq=ampesrc=sampsource=webampcd=1ampved=0CEsQFjA

Aampurl=http3A2F2Fwwwfespprbr2F~bastosjr2FGest25E3o2520de2520Inova

25E725E3o2FArtigos2FInova25E725E3odocampei=Vhr2T9qvHaez6wHo16zYBgampusg=

AFQjCNEz7MKNTbjYj81PrvG) data de acesso 03062012

19

nado produto principalmente se este for desconhecido Eacute necessaacuterio conhecer o am-

biente em que se vivem compreender suas carecircncias

Outra funccedilatildeo necessaacuteria eacute a geraccedilatildeo de alternativas viaacuteveis que respondam agraves

demandas ambientais e a seleccedilatildeo com base em criteacuterios coerentes com os objetivos

estrateacutegicos da organizaccedilatildeo previamente estabelecidos

Natildeo se pode deixar de mencionar a concepccedilatildeo e o desenvolvimento das ino-

vaccedilotildees a gestatildeo da implantaccedilatildeo destas inovaccedilotildees e respectiva coordenaccedilatildeo

Aleacutem destes um outro aspecto fundamental eacute o controle do processo ou seja

a definiccedilatildeo de indicadores que permitam avaliar e medir os resultados na medida em

que estes acontecem Os instrumentos de medida da inovaccedilatildeo devem conforme

KUCZMARSKI (1998) obedecer agraves seguintes categorias empresa (carteira de novos

produtos investimentos apuraccedilatildeo de resultados) das equipes (planejamento taxas

de sucesso e sobrevivecircncia variaccedilotildees orccedilamentaacuterias retorno financeiro) e individual

(contribuiccedilatildeo de cada membro no desempenho da equipe) Vale lembrar que inovaccedilatildeo

e mudanccedila levam tempo os indiviacuteduos devem esperar permanecer em suas funccedilotildees

pelo tempo suficiente para influenciar os indicadores de desempenho tanto de curto

quanto de longo prazo 9

23 ndash Como implantar cultura de inovaccedilatildeo na organizaccedilatildeo

Inovaccedilatildeo tem de fazer parte da mentalidade dos funcionaacuterios em todos os niacute-

veis Evidentemente a forma mais eficiente de implantar uma mudanccedila na empresa

se daacute quando o exemplo vem de acima Se natildeo estatildeo convencidos da importacircncia da

inovaccedilatildeo os dirigentes sempre encontraratildeo formas de derrubar ideias mais arrisca-

das No entanto se as lideranccedilas tomam a iniciativa a nova cultura eacute absorvida com

muito mais facilidade pela organizaccedilatildeo

Os profissionais do primeiro escalatildeo contudo natildeo podem ter a obrigaccedilatildeo de

ser os uacutenicos ou principais geradores das ideias inovadoras Os comandantes preci-

9Internet

(httpwwwgooglecombrurlsa=tamprct=jampq=ampesrc=sampsource=webampcd=4ampved=0CFkQFjADampurl=http

3A2F2Fwwwfespprbr2F~bastosjr2FGest25E3o2520de2520Inova25E725E3o2FArtigo

s2FInova25E725E3odocampei=sSb2T8eqDYro0QGO7OSLBwampusg=AFQjCNEz7MKNTbjYj81P) data

de acesso 04062012

20

sam de aliados O papel dos gerentes e diretores tambeacutem eacute fundamental num pro-

cesso de mudanccedila de cultura eles satildeo os verdadeiros responsaacuteveis por criar um am-

biente que estimule as pessoas a arriscar investindo em novos produtos bancando

ideias que tecircm maturaccedilatildeo de longo prazo e criando uma comunicaccedilatildeo eficiente

Nem mesmo os profissionais de atuaccedilatildeo operacional podem fugir da responsa-

bilidade A dificuldade para inovar eacute maior em departamentos mais fechados e norma-

tizados como os administrativos ou naqueles em que a precisatildeo eacute fundamental como

a produccedilatildeo de um remeacutedio Mas eles tambeacutem precisam aprender a ver as oportuni-

dades natildeo convencionais ndash haacute pequenas melhorias capazes de desencadear uma

importante inovaccedilatildeo

A responsabilidade eacute de todos da alta gerecircncias aos departamentos operacio-

nais O desafio eacute fazer todos assumirem um compromisso com a praacutetica real da ino-

vaccedilatildeo 10

ldquoInovaccedilatildeo eacute a mensagem do momento Natildeo se trata de mais recursos mas em

como usaacute-los Em um mundo que atravessa crises financeiras a todo momento e que

exige sempre mais recursos naturais os inovadores e os criativos satildeo os que conse-

guem transformar as adversidades em oportunidades de crescimentordquo (STEVE

JOBS Inovaccedilatildeo A arte de Steve Jobs 2010 p154)

24 ndash Organizaccedilotildees inovadoras sustentaacuteveis

Organizaccedilatildeo inovadora eacute a que introduz novidades de qualquer tipo em bases

sistemaacuteticas e colhe os resultados esperados BARBIERI (2007) p88) A expressatildeo

bases sistemaacuteticas significa a realizaccedilatildeo de inovaccedilotildees com autonomia intencionali-

dade e pro atividade Assim a inovaccedilatildeo eacute um elemento essencial do modus operan-

di dessa organizaccedilatildeo o que pressupotildee que ela desenvolva continuamente recursos

tangiacuteveis e intangiacuteveis para inovar permanentemente Organizaccedilatildeo sustentaacutevel eacute a

que simultaneamente procura ser eficiente em termos econocircmicos respeitar a capaci-

dade de suporte do meio ambiente e ser instrumento de justiccedila social promovendo a

inclusatildeo social a proteccedilatildeo agraves minorias e grupos vulneraacuteveis o equiliacutebrio entre os gecirc-

neros etc (BARBIERI 2007 p98-99) 10 Internet (httpbooksgooglecombrbookshl=pt-BRamplr=ampid=jnka43VmmwsCampoi=fndamppg=PA34ampdq=como+implantar+uma+cultura+de+inovaccedilatildeo+na+organiza-ccedilatildeoampots=KRvAPG4C6kampsig=rzqbLGM4sLvsQL26N0gLqfOTPOAv=onepageampq=como20implantar20uma20cultura) data de acesso 04062012

21

Os dois conceitos de organizaccedilatildeo podem entrar em contradiccedilatildeo pois inovar em

bases sistemaacuteticas pode se tornar sinocircnimo de degradaccedilatildeo sistemaacutetica do meio ambi-

ente e da vida social Assim uma organizaccedilatildeo inovadora sustentaacutevel natildeo eacute a que

introduz novidades de qualquer tipo mas novidades que atendam as muacuteltiplas dimen-

sotildees da sustentabilidade em bases sistemaacuteticas e colham resultados positivos para

ela para a sociedade e o meio ambiente BARBIERI (2007) p105 Natildeo basta para as

empresas apenas inovar constantemente mas inovar considerando as trecircs dimen-

sotildees da sustentabilidade a saber

bull dimensatildeo social - preocupaccedilatildeo com os impactos sociais das inovaccedilotildees nas

comunidades humanas dentro e fora da organizaccedilatildeo (desemprego exclusatildeo

social pobreza diversidade organizacional etc)

bull dimensatildeo ambiental - preocupaccedilatildeo com os impactos ambientais pelo uso de

recursos naturais e pelas emissotildees de poluentes

bull dimensatildeo econocircmica - preocupaccedilatildeo com a eficiecircncia econocircmica sem a qual

elas natildeo se perpetuariam Para as empresas essa dimensatildeo significa obtenccedilatildeo

de lucro e geraccedilatildeo de vantagens competitivas nos mercados onde atuam

O atendimento a essas dimensotildees torna o processo de inovaccedilatildeo mais sofisti-

cado e exigente o que requer da organizaccedilatildeo um maior esforccedilo para atender tecnica-

mente esse requisito Isso leva novas perspectivas para a gestatildeo da inovaccedilatildeo11

Com intuito de tornar o processo de adequaccedilatildeo agraves prerrogativas impostas agraves

companhias ditas inovadoras quanto mais simplificado e dirigido melhor A seguir eacute

apresentado um conjunto de proposiccedilotildees para o desenvolvimento de empresas com

esta caracteriacutestica o pressuposto baacutesico necessaacuterio eacute o fomento de equipes de traba-

lho com a mentalidade para a inovaccedilatildeo Neste sentido cabem agraves organizaccedilotildees agraves

pessoas e agraves tarefas o papel de suscitar o aparecimento e a manutenccedilatildeo de tais e-

quipes SBRAGIA (1993)

25 - A Inovaccedilatildeo como funccedilatildeo de aprendizagem organizacional

11Internet(httpwwwscielobrscielophppid=S0034-

75902010000200002ampscript=sci_arttext) data de acesso 04062012

22

Pelo fato da inovaccedilatildeo ser destrutiva para muitos grupos consolidados ela en-

frentaraacute resistecircncia A inovaccedilatildeo eacute o oposto da operaccedilatildeo e seraacute portanto ignorada O

desenho ou arranjo organizacional poderaacute facilmente superar ao menos minimizar

estes e outros obstaacuteculos GALBRAITH (1998) Este comportamento acentua-se em

organizaccedilotildees protegidas de concorrecircncia (universidades ateacute algum tempo atraacutes oacuter-

gatildeos governamentais etc) Pesquisas realizadas por TUSHMAN e NADLER (1998)

apontam que organizaccedilotildees altamente inovadoras satildeo sistemas de aprendizado alta-

mente eficazes aleacutem de possuir um senso de autocriacutetica bastante apurada

Empresas eficazes criam condiccedilotildees possiacuteveis para que o trabalho de hoje seja

feito paralelo com a geraccedilatildeo constante de inovaccedilatildeo ou seja a inovaccedilatildeo sustentada

por mais paradoxal que possa parecer exige ao mesmo tempo estabilidade e mudan-

ccedila A estabilidade possibilita economias de escala e aprendizado incremental por ou-

tro lado a mudanccedila e a experimentaccedilatildeo satildeo necessaacuterias agrave conquista de avanccedilos nas

aacutereas de produto processo e tecnologia

Companhias que conseguem ao mesmo tempo produzir cotidianamente e estar

alerta e vigilante aos clientes concorrentes tecnologias e competecircncia interna fo-

mentam e estimulam o aprendizado organizacional e a inovaccedilatildeo sustentada

Segundo TUSHMAN e NADLER (1998) inovaccedilatildeo eacute um trabalho complexo e

estimulante a rupturas pois exige estreita colaboraccedilatildeo entre membros que rotineira-

mente se encontram bastante separados Embora os mecanismos da organizaccedilatildeo

formal facilitem o aprendizado e a inovaccedilatildeo corporativa a criatividade individual pro-

veacutem de um ambiente informal saudaacutevel

Um claro conjunto de valores essenciais ajuda a focalizar e motivar o compor-

tamento Empresas inovadoras tecircm valores claros que fornecem foco num cenaacuterio

repleto de diversidade como tambeacutem um objetivo comum que possa ter a concor-

dacircncia dos mais diferentes atores envolvidos

Em adiccedilatildeo com os valores essenciais cultuados em uma organizaccedilatildeo as nor-

mas proporcionam referenciais de comportamentos claros satildeo os comportamentos

aguardados De um modo geral organizaccedilotildees inovadoras enfatizam a informalidade

no comportamento no vestuaacuterio e nas relaccedilotildees hieraacuterquicas com elevadas expectati-

vas de desempenho e de trabalho individual e do grupo fortes viacutenculos informais den-

tro e fora da organizaccedilatildeo

23

Organizaccedilotildees altamente inovadoras geram com destreza as sutilezas da re-

compensa e da puniccedilatildeo onde as pessoas podem assumir riscos colher as recompen-

sas pelo sucesso e sobreviver a fracassos construtivos

A representaccedilatildeo de papeacuteis funcionais tem atribuiccedilatildeo fundamental no desenvol-

vimento e conduccedilatildeo do processo de gestatildeo da inovaccedilatildeo Entre eles podemos mencio-

nar um os geradores de ideias pois as interligam com as tendecircncias e mercados

desenvolvendo oportunidades para as organizaccedilotildees dois os empreendedores internos

tornam concretas as ideias possuem agressividade energia e personalidade propen-

sas a assumir riscos para defender suas causas

Aqui aparece a figura dos trecircs ldquogate keepersrdquo (guardiotildees do portatildeo) que ligam

organizaccedilatildeo e seus colegas agraves frentes externas de informaccedilatildeo que satildeo vitais para a

inovaccedilatildeo pois obtecircm traduzem e distribuem estas informaccedilotildees no acircmbito interno da

organizaccedilatildeo Os quatros patrocinadores ou mentores satildeo gerentes de alto niacutevel que

datildeo apoio informal acesso aos recursos e a proteccedilatildeo no surgimento de novos produ-

tos ou negoacutecios Esses personagens atuando conjuntamente representam o ldquogecircnio

coletivordquo da organizaccedilatildeo que consiste na soma das capacidades pessoais em clima

motivacional gerando resultados mensuraacuteveis substituindo o gecircnio individual predo-

minante ateacute o seacuteculo passado conforme DE MASI (1998) Uma vez que o gecircnio indi-

vidual pode ateacute existir mas eacute difiacutecil de ser encontrado

Segundo GALBRAITH (1998) algumas pessoas que satildeo boas em inovaccedilatildeo e

criatividade mas natildeo satildeo necessariamente boas em operaccedilatildeo Portanto o desenho

organizacional contribui para a criaccedilatildeo de uma organizaccedilatildeo inovadora na medida em

que promove o encontro sistemaacutetico entre os geradores de ideias e aqueles que po-

dem defendecirc-las e colocaacute-las em praacutetica12

CAPIacuteTULO II 12 Internet

(httpwwwgooglecombrurlsa=tamprct=jampq=ampesrc=sampsource=webampcd=1ampsqi=2ampved=0CEwQFjAAampu

rl=http3A2F2Fwwwfespprbr2F~bastosjr2FGest25E3o2520de2520Inova25E725E3o2

FArtigos2FInova25E725E3odocampei=Ex32T_meBObb6wGds-29Bgampusg=AFQjC) data de acesso

04062012

24

DESENVOLVIMENTO DA CRIATIVIDADE

1 ndash Capital Intelectual

Com o mercado cada vez mais exigente as empresas vecircm sentindo a necessi-

dade de investir mais em recursos humanos acrescentando a seu capital o conheci-

mento originado atraveacutes do investimento em capital humano qualificado o qual agrega

agraves empresas recursos de fundamental importacircncia No entendimento de Stewart

(2004) o capital intelectual eacute um bem intangiacutevel podendo-se afirmar que eacute um dos

fatores mais importantes da vida de uma organizaccedilatildeo Jaacute para (DRUCKER (apud

MONTEIRO 2007 p17) o capital intelectual eacute ldquo[] a soma do conhecimento de todos

de uma empresa o que lhe proporciona vantagem competitivardquo

CHIAVENATO (2004) afirma que no mundo complexo e competitivo de hoje a

escolha das pessoas certas se torna vital para o bom funcionamento da empresa

Para STEWART (2004) o capital intelectual corresponde ao conjunto de co-

nhecimentos e informaccedilotildees encontrados nas organizaccedilotildees que agregam valor ao pro-

duto ou serviccedilo mediante a aplicaccedilatildeo da inteligecircncia e natildeo do capital monetaacuterio ao

empreendimento sendo o capital intelectual gerador de capacidades conhecimento

habilidades e experiecircncias individuais dos funcionaacuterios para realizaccedilatildeo de tarefas

O capital intelectual eacute algo tatildeo valioso dentro de uma organizaccedilatildeo que eacute atra-

veacutes dele que se podem ter grandes inovaccedilotildees transformaccedilotildees tecnoloacutegicas resolu-

ccedilotildees de problemas gestatildeo eficiente lucratividade e sucesso melhorados Um colabo-

rador que possui seu capital intelectual estimulado atraveacutes da motivaccedilatildeo seraacute mais

bem aproveitado pela empresa uma vez que se sente incluiacutedo valorizado simpatizan-

te e livre para gerir suas ideias de uma forma mais aguccedilada

CHIAVENATO (2004) diz que o capital humano eacute constituiacutedo das pessoas que

fazem parte de uma organizaccedilatildeo Capital humano significa talentos que precisam ser

mantidos e desenvolvidos Mais do que isso capital humano significa capital intelectu-

al

Para MONTEIRO (2007) o ser humano eacute o maior bem de uma empresa pois eacute

ele o principal instrumento de seu sucesso ou fracasso uma vez que o capital intelec-

tual eacute algo exclusivo do ser humano Pode-se entatildeo descrever que ele eacute o raciociacutenio

humano elaborado acrescido do ambiente onde estaacute inserido

25

MONTEIRO (2007) comenta que dentro das organizaccedilotildees o capital intelectual

pode ser diferenciado dos demais capitais porque ele cresce quando compartilhado

com os do mesmo grupo e natildeo se deprecia com o uso Ao contraacuterio dos outros ativos

o seu valor decorre do uso O capital intelectual eacute enfatizado como o conjunto de in-

formaccedilotildees e conhecimentos encontrados nas organizaccedilotildees onde agregam ao produto

eou serviccedilos valores mediante a aplicaccedilatildeo da inteligecircncia e natildeo do capital monetaacuterio

Devido a sua grande representatividade nas empresas o capital intelectual natildeo deve

ser subestimado nem utilizado de forma ineficiente acarretando em um gerenciamento

ineficaz mais investimento incentivado para assim trazer agrave empresa bons negoacutecios e

melhor rentabilidade (MONTEIRO 2007 p18)13

2 - Criatividade

Criatividade eacute um assunto que fascina a todos objeto de muitos estudos em-

bora no contexto empresarial seja novo O pensamento criativo antigamente era vis-

to como inspiraccedilatildeo divina passando a ser estudado com melhor afinco a partir dos

anos 50

O Caminho humano de viver conviver e sobreviver eacute permeado de accedilotildees cria-

tivas conscientes e inconscientes Esse potencial criativo eacute inato em todo ser humano

poreacutem ele se ensina e se aprende Trata-se de uma competecircncia pessoal valorizada

mas ao mesmo tempo desprestigiada pois percebemos que as empresas desclassifi-

cam candidatos criativos e depois encaminham-no para o desenvolvimento desta habi-

lidade

Criatividade para o quecirc Eacute a primeira pergunta que surge em nossa mente

quando tratamos do tema Se tudo estaacute bem natildeo haacute motivos para criar ou se estaacute

tudo ruim natildeo temos mais o que fazer Percebemos que o ser humano sempre busca

a sua zona de conforto para se acomodar sofrer menos ou agraves vezes para reclamar

mais Podemos pensar nesta pergunta buscando duas respostas uma do acircmbito pes-

soal e outra empresarial No processo de criaccedilatildeo percebemos que podemos mudar e

nos diferenciar daquilo que fomos respeitando e valorizando o nosso proacuteprio passado

13Internet (httpwwwaedbbrsegetartigos10327_PDF20Samirapdf) data acesso

15072012

26

tomando decisotildees e desempenhando accedilotildees diferentes dos que habitualmente faziacutea-

mos Podemos gerar mudanccedilas substanciais nas empresas e a partir dessas mudan-

ccedilas diferenciarmos sem contudo ser necessaacuterio efetuar mudanccedilas demasiadas mu-

danccedilas que choquem e natildeo se ajustem aos nossos valores e nossa realidade

Se o objetivo eacute buscar na empresa alcanccedilar eficiecircncia que possibilite ao cliente

escolher e comprar nossos produtos e serviccedilos e natildeo os dos concorrentes precisa-

mos estar abertos para buscar novas alternativas novas maneiras de fazer as coisas

e consequentemente resultados diferentes A mudanccedila organizacional eacute muitas ve-

zes uma ferramenta de soluccedilatildeo de problemas das organizaccedilotildees Podemos diferenci-

ar-nos dos competidores apenas sabendo quando e em quecirc devemos mudar e onde

queremos chegar

A criatividade na empresa eacute medida a partir dos resultados alcanccedilados Uma

resposta eacute mais criativa (entre aspas pois as respostas natildeo satildeo criativas e sim as pes-

soas que a geraram) que outra quando atinge aquele objetivo para o qual foi focado a

soluccedilatildeo de um problema traz uma alternativa ou um meacutetodo inovador ou ateacute mesmo

uma combinaccedilatildeo de resultados diferentes

Tatildeo essencial como ser diferente eacute a necessidade de buscar resultados e uma

empresa soacute eacute verdadeiramente criativa quando a criatividade se torna a maneira diaacute-

ria de fazer as coisas e espera que seus membros considerem uma ampla variedade

de alternativas antes de comprometer-se numa direccedilatildeo especiacutefica 14

21 ndash Conceito de criatividade

A criatividade eacute a faculdadehabilidade de criar ou o potencial criativo Consiste

em encontrar meacutetodos ou objetos para executar tarefas de uma maneira nova ou dife-

14 Internet

Fonte (Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de acesso

25062012

27

rente do habitual com a intenccedilatildeo de satisfazer um propoacutesito A criatividade permite

cumprir os desejos de forma mais raacutepida faacutecil eficiente ou econoacutemica

A criaccedilatildeo de novas ideias e conceitos tambeacutem se lhe daacute o nome de inventivi-

dade pensamento original pensamento divergente ou imaginaccedilatildeo construtiva Trata-

se de conceitos que implicam o ato de inventar algo novo (isto eacute recorrer ao enge-

nho) a capacidade de encontrar soluccedilotildees originais e a vontade de mudar o mundo 15

A criatividade eacute considerada uma capacidade humana de grande valor univer-

sal tudo indica que nesta competecircncia reside a memoacuteria RAM bioloacutegica para o im-

pulso da evoluccedilatildeo humana A memoacuteria RAM segundo CURY (2009) eacute o fenoacutemeno dos

registos da memoacuteria O que melhor descreve a criatividade eacute o que SANCHEZ (2003)

referiu em seus apontamentos a criatividade eacute uma sublime dimensatildeo da condiccedilatildeo

humana

Eacute entretanto na capacidade criativa que existe a chave da capacidade de evo-

luccedilatildeo da humanidade O meacuterito da expressatildeo criativa eacute fruto da complexidade ou

seja eacute fruto do contexto social no seu desenvolvimento natural e humano

Eacute muito interessante contemplar os efeitos provenientes deste constructo a

considerar a capacidade de um indiviacuteduo criativo construir e reconstruir transformando

a nossa realidade Eacute consensual e gratificante perceber que todos temos a capacida-

de criativa deve eacute ser melhor desenvolvida16

De maneira instintiva o termo criatividade sempre se associou agrave atividade ar-

tiacutestica Mais recentemente graccedilas a exemplos empresariais como Apple e Google a

inovaccedilatildeo ganhou espaccedilo nos sectores tecnoloacutegicos Neste sentido a nossa intuiccedilatildeo

natildeo estaacute errada uma vez que criatividade e inovaccedilatildeo satildeo dois conceitos muito unidos

Explicado de forma simples a capacidade criativa pode ser definida como ldquoa habili-

dade para gerar ideias alternativas e soluccedilotildees a um determinado problema de forma

faacutecilrdquo 17

15 Internet (httpconceitodecriatividade) data de acesso 25062012 16Internet (httpptwikipediaorgwikiCriatividade) data de acesso 04072012

17Inter-

net(httpwwwcriaptcriaadminappCRIAuploadscreamanual20creatividade20portugue

s_pt_webpdf) data de acesso 04072012)

28

22 ndash Criatividade do ponto de vista pessoal

Temos que pensar em Criatividade como estrateacutegia para viver melhor para

uma qualidade de vida que diria razoaacutevel aleacutem de identificar potenciais descobertas

internas que foram abafadas pelos processos familiares educacionais e empresariais

assim pelo tempo Outro aspecto estaacute relacionado com a garantia da nossa emprega-

bilidade entendendo como fonte de renda como funcionaacuterio profissional autocircnomo ou

empresaacuterio Vivemos num mundo de mudanccedilas aprimoramento riscos e oportunida-

des Melhoria nos nossos relacionamentos interpessoais atraveacutes do reconhecimento e

aproveitamento da diversidade respeitando as mais diversas formas de pensamento e

das diferenccedilas individuais Estamos acostumados a considerar a criatividade como

algo pessoal e intransferiacutevel A criatividade humana natildeo eacute temporal Trata-se de um

patrimocircnio do ser humano compartilhado pela sociedade Como a organizaccedilatildeo existe

para servir a sociedade nada mais justo do que desenvolver a criatividade como ga-

rantia para superaccedilatildeo da expectativa do cliente em relaccedilatildeo agrave sua empresa 18

23 ndash Criatividade do ponto de vista empresarial

A busca de um diferencial oferecendo algo mais do que o cliente espera atrair

preferecircncias estabelecer estrateacutegia diferenciada adaptar-se agraves necessidades modifi-

car produtos e buscar soluccedilotildees para os problemas fugindo do convencional e assim

diferenciando-se dos concorrentes Estrateacutegia competitiva natildeo somente por criar ou

inovar produtos mas tambeacutem a quebra de paradigmas mudanccedilas de pensamentos

comportamentos etc Todas as ideias produtos e serviccedilos criativos poderatildeo ser trans-

formados em algo positivo para a organizaccedilatildeo Melhoria dos seus produtos assim

como a criaccedilatildeo de novos Busca de resultados diferentes do passado Melhoria do

18 Internet (Fonte Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de

acesso 04072012

29

relacionamento humano interno consequentemente o aumento da produtividade Me-

lhoramento contiacutenuo em todos os setores Desenvolvimento da qualidade19

24 - Criatividade e a visatildeo estrateacutegica da empresa

A criatividade se relaciona com a visatildeo estrateacutegica de empresa da seguinte

forma a partir dos objetivos traccedilados pela organizaccedilatildeo a mesma definiraacute uma linha

estrateacutegica a ser seguida para alcanccedilar esses objetivos A criatividade se envolve de

acordo com a intenccedilatildeo da empresa ela pode querer reinventar seus modos de atua-

ccedilatildeo pode somente visar manter-se atualizada e motivada pode querer mudar rapida-

mente de foco e enfim 44 pode estabelecer um relacionamento forte ou fraco com a

criatividade em funccedilatildeo das soluccedilotildees que ela estiver almejando

CALKINS (2001) defende essa visatildeo ao dizer que para produzir subjetividade

a criatividade deve ser parte da estrateacutegia da empresa O estudo de LENGNICK-HALL

e WOLFF (1998) faz justamente uma releitura sobre o processo estrateacutegico organiza-

cional ndash enfatizando os trecircs domiacutenios loacutegicos que guiam a maioria das empresas ndash e

relacionando conforme a Tabela abaixo com o tipo de criatividade que estaraacute vigente

Loacutegicas Estrateacutegicas x Criatividade

Loacutegica Dominante

Guerrilha Loacutegica Complexidade Loacutegica Capacidade Loacutegica

Objetivo

repentinamente reescrever

as regras da competitivida-

de

aprendizagem e alto envolvi-

mento organizacional

desenvolver e implementar

estrateacutegias que as possibilitem

criar uma sustentaacutevel vantagem

competitiva

Elemento

Chave

a flexibilidade a criativida-

de e a inovaccedilatildeo

sistema natural de relaciona-

mentos

desenvolvimento eficiente e

eficaz e protegendo seus recur-

sos de base

Justificativa vantagem competitiva

como algo muito passageiro

a organizaccedilatildeo vive em uma

comunidade de competidores

fornecedores clientes

as organizaccedilotildees procuram de-

senvolver e implantar estrateacute-

gias que as possibilitem criar

uma sustentaacutevel vantagem

competitiva

19Internet (Fonte Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de

acesso 04072012

30

Sucesso Orga-

nizacional

eacute uma funccedilatildeo da sua capa-

cidade para gerar ideias

que criam novas dinacircmicas

competitivas e novas are-

nas de accedilatildeo

consequecircncia de um natural

entendimento do paradoxo de

forccedilas que formam o sistema

organizacional

a chave da vantagem competiti-

va sustentaacutevel estaacute na habilida-

de organizacional para proteger

os seus recursos de base

Autores COOPER (1995) e

SCHUMPETER (1936)

MILLER (1996) SENGE (1990) e

MOORE (1996)

PORTER (1986 e 1992) e

HAMEL e PRAHALAD (1994)

Ecircnfase Criar Aprender Agregar Valor

Praacuteticas Cria-

tivas

Brainwriting Pool Teacutecnica

da Troca dos Cartotildees etc Pensamento Lateral Jamming

(Fonte Pesquisa a partir dos estudos de Lengnick-Hall e Wolff 1998) 20

25 ndash Reconfiguraccedilatildeo dinacircmica do talento

A estrateacutegia de inovaccedilatildeo sem duacutevida requer novas habilidades O conceito de

R=G sugere que nenhuma empresa eacute capaz de desenvolver sozinha todos os produ-

tos e serviccedilos de que necessita para oferecer experiecircncias personalizadas a cada cli-

ente Tampouco empresa alguma tem condiccedilotildees de cultivar todas as capacidades

gerenciais indispensaacuteveis para transformar a organizaccedilatildeo Analisamos questotildees rela-

cionadas com a superaccedilatildeo dos legados organizacionais e com a construccedilatildeo de novas

capacidades para o gerenciamento da inovaccedilatildeo Mostramos como as empresas de-

vem preparar-se para administrar as tensotildees constantes entre flexibilidade eficiecircncia

e confiabilidade Essa transformaccedilatildeo natildeo consiste apenas em mudar a mentalidade

ou a loacutegica dominante dos gestores tambeacutem significa concentrar-se nos novos niacuteveis

de transparecircncia e de visibilidade em relaccedilatildeo a como se gerencia a empresa

Precisamos mudar a maneira como gerenciamos ndash como combinamos continu-

amente oportunidades e recursos O foco deve convergir natildeo soacute para as habilidades

20Internet (Fonte Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de

acesso 04072012

31

dos indiviacuteduos e para as atitudes de cada um em relaccedilatildeo ao aprendizado mas tam-

beacutem para a competecircncia das equipes e para a capacidade dessas forccedilas-tarefas de se

reconfigurar continuamente em funccedilatildeo dos objetivos arregimentando os melhores

talentos em todo o mundo Por exemplo a identificaccedilatildeo dos comportamentos e das

necessidades de determinada pessoa numa base de milhotildees de clientes ndash como a

Amazoncom na ING Insurance e no programa de diabetes da ICICI ndash exige capaci-

dades analiacutetica Argumentaremos que os mesmos requisitos tambeacutem satildeo indispensaacute-

veis na base de talentos A empresa deve tratar seus empregados e fornecedores

como indiviacuteduos iacutempares (ou como conjunto de indiviacuteduos sem igual) da mesma ma-

neira como lida com os clientes A configuraccedilatildeo dinacircmica de recursos para atender agraves

necessidades de tarefas especiacuteficas converte-se em fonte de vantagem competitiva

A essecircncia da mensagem eacute que para a transformaccedilatildeo ser eficaz os gestores devem

concentrar o foco na mobilizaccedilatildeo raacutepida de talentos dentro e fora da empresa (PRA-

HALAD e KRISHNAN 2008 p177)

3 ndash Cadeia de valor e vantagem competitiva

Segundo Novaes (2001 p184) o conceito de cadeia de valor foi desenvolvido

por Porter O conceito eacute de muita simplicidade e por isso talvez mostre-se tatildeo impor-

tante no contexto econocircmico-social em que se inserem as empresas com a crescente

globalizaccedilatildeo dos negoacutecios e mercados

Para (PORTER 1989 p33) toda empresa eacute uma reuniatildeo de atividades que

satildeo executadas para projetar produzir comercializar entregar e sustentar seu produ-

to Todas estas atividades podem ser representadas fazendo-se uso de uma cadeia

de valores Essa exposiccedilatildeo do autor indica em primeira matildeo apenas4 a ideia de ava-

liar a cadeia interna da empresa a qual eacute formada pelas atividades operacionais e

organizacionais jaacute citadas

A ideia baacutesica que subsidia esse conceito natildeo eacute de autoria de Porter mas haacute

muito tempo jaacute estava sendo analisada Fala-se aqui dos conceitos da Teoria Geral de

Sistemas que tem como precursor o Prof Ludwig von Bertalanffy e seus trabalhos

teoria essa que apresenta a empresa como um sistema inserido esse uacuteltimo em um

ambiente ou macro sistema Assim deve-se ter em mente uma visatildeo sistecircmica en-

xergar mais do que as aacutereas ou atividades isoladamente mais do que os limites da

empresa (Cadeia de Valor Interna) A empresa faz parte de um todo maior (um siste-

32

ma amplo) e esse eacute que deve ser otimizado para gerar maior valor para o cliente e

consequentemente maior lucratividade na cadeia (Cadeia de Valor Externa)

Nas palavras de Porter (1989 p33) ldquoa cadeia de valores desagrega uma em-

presa nas suas atividades de relevacircncia estrateacutegica para que se possa compreender o

comportamento dos custos e as fontes existentes e potenciais de diferenciaccedilatildeordquo Uma

empresa ganha vantagem competitiva se conseguir desempenhar essas atividades

estrateacutegicas de uma maneira melhor e mais barata que a concorrecircncia

Pode-se entatildeo caminhar para um avanccedilo em definiccedilatildeo ao verificarmos a pro-

posiccedilatildeo de (SHANK amp GOVINDARAJAN 1993 p13) de que ldquoa cadeia de valor para

qualquer empresa em qualquer negoacutecio eacute o conjunto interligado de todas as ativida-

des que criam valor desde uma fonte baacutesica de mateacuterias primas passando por forne-

cedores de componentes ateacute a entrega do produto final agraves matildeos do consumidorrdquo

O mundo em que se vive atravessa em periacuteodo de transformaccedilatildeo sequer ima-

ginado Nele nada eacute definitivo Fica-se perplexo quando natildeo se consegue acompanhar

a velocidade da evoluccedilatildeo dos acontecimentos sente-se perdido principalmente nos

assuntos relacionados agrave dinacircmica do desenvolvimento tecnoloacutegico

Dessa forma com uma visatildeo focada no clienteconsumidor pode-se considerar

que a cadeia de valor eacute uma sequecircncia de atividades desde a origem de recursos ateacute

o descarte final de determinado produto Portanto tem-se uma visatildeo bastante abran-

gente do conceito que pode considerar desde a fase da extraccedilatildeo de mateacuteria-prima ateacute

o tratamento final que eacute dado ao produto por exemplo num enfoque de ciclo de vida

do produto21

31 - O que significa uma vantagem competitiva

O sucesso de uma empresa eacute em larga medida determinado pela atratividade

do sector em que opera mas a sua posiccedilatildeo dentro desse sector tambeacutem eacute importante

21 (httpwwwccontabeiscombrconvt14pdf) data acesso 15072012

33

Apesar de um sector poder ter uma fraca eficaacutecia uma empresa que estaacute bem posi-

cionada pode ainda assim criar lucros significativos

Diz-se que uma empresa tem uma vantagem competitiva sobre os seus con-

correntes quando manteacutem retornos que superam a meacutedia no seu sector Esta vanta-

gem decorre das caracteriacutesticas do produto que o torna superior aos produtos da con-

correcircncia

Nalgumas situaccedilotildees pode obter-se uma vantagem competitiva atraveacutes da evoluccedilatildeo

tecnoloacutegica mas esta eacute frequentemente difiacutecil de manter porque os concorrentes ra-

pidamente a copiam ou aperfeiccediloam desenvolvem novas tecnologias Uma vantagem

sustentada resulta frequentemente mais do que da tecnologia ou de modificaccedilatildeo de

produtos de outros fatores como por exemplo o simbolismo associado ndash o que o

produto significa para os consumidores (imagem de marca) e o que estes experimen-

tam na sua compra e uso Os investigadores em marketing reconhecem que os produ-

tos possuem caracteriacutesticas simboacutelicas e que o consumo de certos produtos pode de-

pender mais do seu significado social do que da sua utilidade funcional

Existe atualmente uma tendecircncia para os consumidores exigirem ldquosignificado

pessoalrdquo aos produtos e serviccedilos Torna-se essencial inovar para responder agraves emo-

ccedilotildees que influenciam as decisotildees dos consumidores Estes estatildeo cada vez menos

impressionados com as novas tecnologias e a optar por produtos que resultam ldquopara

mimrdquo Como consequecircncia palavras como emoccedilatildeo e significado pessoal encon-

tram o seu caminho nas estrateacutegias das empresas sendo importante entender os fato-

res intangiacuteveis associados ao valor percebido do produto e as percepccedilotildees na sua

globalidade positivas ou negativas Novas designaccedilotildees tais como ndash ldquofaacutecil acessiacute-

vel razoaacutevel empoderamento e pessoal ndash refletem mais a pessoa do que o obje-

to Descobrir os sentimentos e as atitudes em relaccedilatildeo aos produtos bem como conhe-

cer as razotildees das preferecircncias dos consumidores tornaram-se importantes elementos

estrateacutegicos22

32 - Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva

Em grande medida a ambiccedilatildeo da estrateacutegia da empresa eacute conseguir uma van-

tagem competitiva sustentaacutevel

22Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

34

A vantagem competitiva analisa a atividade da empresa centrando-se primei-

ramente na sua capacidade de gerar retornos superiores de capital e de vincular a

estrateacutegia de negoacutecio a mercados financeiros e de capital fundamentais por um longo

periacuteodo de tempo No fim de contas eacute a vantagem competitiva da empresa que permi-

te ter bons retornos para os seus acionistas

Sem vantagem competitiva a empresa tem uma razatildeo econoacutemica limitada para

existir ndash a sua vantagem competitiva eacute a sua razatildeo de existecircncia Sem ela a empresa

natildeo iraacute prosperar Criar uma vantagem competitiva sustentaacutevel pode ser a meta mais

importante de qualquer organizaccedilatildeo e pode mesmo ser o atributo mais importante em

que a empresa se focaliza23

33 - Como implementar vantagem competitiva

As vantagens competitivas natildeo assumem uma uacutenica forma e eacute possiacutevel que

uma empresa tenha vaacuterias vantagens competitivas e em diferentes aacutereas Ilustra-se

algumas das aacutereas onde as empresas se podem destacar e garantir o seu sucesso a

longo prazo quota de mercado gestatildeo da marca rede marcas e patentes eficaacutecia de

custos e altos custos de mudanccedila

As empresas com quotas de mercado significativas criam um problema para os

concorrentes o que eacute positivo para aquelas uma vez que os seus produtos satildeo bem

conhecidos e recebidos no mercado No entanto mesmo quando a quota de mercado

eacute consideraacutevel se o sector for atrativo ou seja tiver um potencial de lucro significativo

novos operadores podem aparecer com a consequente reduccedilatildeo da quota de merca-

do

Ter uma marca forte pode garantir o sucesso a longo prazo e tambeacutem permitir

agraves empresas obter lucros pois a sua marca permite-lhes cobrar um preccedilo especial

(premium) Marcas fortes tendem a criar uma vantagem competitiva mais duradoura

O efeito de rede ocorre quando um produto cria uma procura por parte dos

consumidores que depois amplia o produto A empresa pode beneficiar do efeito de

23 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

35

rede pela atraccedilatildeo de mais vendedores Estes por sua vez atraem mais compradores

estabelecendo-se uma quota de mercado dominante (por exemplo eBay)

Este efeito de rede natildeo eacute muito comum mas quando ocorre pode ser extre-

mamente lucrativo As marcas e as patentes podem ser fonte de vantagem competiti-

va para algumas empresas 24

34 - Como criar valor e vantagem competitiva

Uma empresa posiciona-se aproveitando os seus pontos fortes Michael Porter

defendeu que aqueles se inscrevem em dois tipos baacutesicos de vantagem competitiva

vantagem pelos custos ou diferenciaccedilatildeo Estes satildeo identificados como vantagens po-

sicionais uma vez que expressam a posiccedilatildeo da empresa no sector enquanto liacuteder nos

custos ou por diferenciaccedilatildeo

A empresa utiliza os seus recursos e capacidades para gerar uma vantagem

competitiva que por uacuteltimo resulte na criaccedilatildeo de um valor superior

As competecircncias distintivas (competecircncias nucleares) resultam de recursos

especiacuteficos e capacidades da empresa facilitam a inovaccedilatildeo a eficiecircncia a qualidade

e a receptividade dos clientes o que pode ser aproveitado para atingir quer uma es-

trutura de baixo custos quer a diferenciaccedilatildeo do produto

Uma empresa posiciona-se no seu sector atraveacutes da opccedilatildeo por baixos custos

ou diferenciaccedilatildeo Esta decisatildeo eacute uma peccedila central da estrateacutegia competitiva da em-

presa

A vantagem competitiva existe quando a empresa eacute capaz de oferecer os

mesmos benefiacutecios que os concorrentes mas a custos mais baixos (vantagem pelos

custos) ou oferecer benefiacutecios que ultrapassam a concorrecircncia (vantagem por diferen-

ciaccedilatildeo) Portanto uma vantagem competitiva permite agrave empresa criar um valor superi-

or para os seus clientes e lucros para si proacuteprio25

24 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=39ampL=5) data acesso 15072012

25 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

36

CAPITULO III

ASPECTOS DA INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE

1 ndash Inovaccedilatildeo e sustentabilidade

37

Como as empresas podem sair da teoria para a praacutetica e chegar a um no-

vo patamar de competitividade e comprometimento com praacuteticas sustentaacuteveis

Muito se fala em inovaccedilatildeo como o principal caminho para o desenvolvimento

sustentaacutevel das organizaccedilotildees e da humanidade Poreacutem em muitos setores falar sobre

esse assunto eacute ainda um exerciacutecio teoacuterico Em geral o tema eacute associado as aacutereas de

tecnologia ou pesquisa e desenvolvimento mas a inovaccedilatildeo deve acontecer tambeacutem

na lideranccedila nas accedilotildees de marketing no modelo de negoacutecios ou seja na gestatildeo co-

mo um todo

Em pesquisa realizada pela Fundaccedilatildeo Nacional da Qualidade (FNQ) em maio

e 2011 representantes de 63 empresas mostraram que 97 consideram fundamental

que as organizaccedilotildees inovem para buscar a sustentabilidade tanto do negoacutecio quanto

da economia e do planeta Apesar dessa consciecircncia 70 dos participantes do estu-

do acreditam que as empresas estatildeo preocupadas mas natildeo direcionam seus investi-

mentos em inovaccedilotildees com foco no crescimento sustentaacutevel O levantamento mostra

ainda que 27 dos entrevistados apontaram a gestatildeo como a principal preocupaccedilatildeo

das empresas em que trabalham enquanto 22 indicaram a sustentabilidade e 19 a

reduccedilatildeo de custos

De acordo com o superintendente geral da FNQ Jairo Martins ldquoos resultados

da pesquisa mostram que as empresas ainda natildeo perceberam o tamanho do problema

da sustentabilidade considerando o baixo iacutendice de organizaccedilotildees que de fato inves-

tem em inovaccedilatildeo para sustentabilidade Em sua maioria as organizaccedilotildees pensam

apenas no lado econocircmico e natildeo no tripeacute da sustentabilidade que demanda uma em-

presa economicamente soacutelida socialmente correta e ambientalmente responsaacutevel

Enquanto dominar o pensamento pelo vieacutes econocircmico cujo sucesso eacute medido pelo

PIB o atual modelo de desenvolvimento insustentaacutevel natildeo vai mudar e natildeo seratildeo in-

cluiacutedas na pauta das organizaccedilotildees as questotildees socioambientaisrdquo

O professor da Fundaccedilatildeo Getuacutelio Vargas Renato Orsato autor do livro ldquoEstra-

teacutegias de Sustentabilidade quando vale a pena ser verderdquo analisou mais de 30 ca-

sos de empresas que adotaram a inovaccedilatildeo em 20 setores ao redor do mundo Para

ele deve haver uma premissa baacutesica para falar sobre esse assunto fazer perguntas

precisas ldquoIsso porque existem centenas de milhares de formas de incluir inovaccedilatildeo e

sustentabilidade nas empresas As empresas devem conhecer bem o contexto onde

atuam e considerar tanto aspectos tangiacuteveis como intangiacuteveisrdquo afirma

38

Na opiniatildeo do professor enquanto a sustentabilidade eacute apenas um acessoacuterio agrave

estrateacutegia da empresa ela natildeo vale a pena Para inovar as organizaccedilotildees devem

questionar os modelos de negoacutecio e pensar em modelos totalmente novos

Orsato daacute o exemplo da empresa Better Place que inovou na maneira de co-

mercializar energia renovaacutevel para carros eleacutetricos ldquoO grande salto seraacute conseguir

mudanccedilas radicais nos modelos de negoacutecios As fronteiras entre os setores de energia

e mobilidade por exemplo podem mudarrdquo 26

11- Da teoria para a praacutetica

De maneira geral a inovaccedilatildeo faz sucesso em palestras de ldquoespecialistasrdquo e de

executivosrdquo explica o professor Joatildeo Amato Neto da Fundaccedilatildeo Vanzolini e Escola

Politeacutecnica da USP ldquoMas haacute empresas realmente inovadoras seja em seus produtos

em seus processos de produccedilatildeo e ateacute mesmo em seu posicionamento de mercado

Outras satildeo inovadoras na relaccedilatildeo com o mercado num sentido mais amplo Esse eacute

um grupo restrito no Brasil de empresas de excelecircncia As que tecircm excelecircncia em

inovaccedilatildeo para sustentabilidade estatildeo num grupo mais restrito ainda Do ponto de vista

da sobrevivecircncia da empresa nos proacuteximos anos esse eacute um requisito fundamentalrdquo

O professor exemplifica que no varejo haacute grandes redes como o Wall Mart

Carrefour e Patildeo de Accediluacutecar que iniciaram accedilotildees para contratar fornecedores com base

em requisitos de sustentabilidade Essas accedilotildees ainda satildeo restritas a alguns poucos

produtos e incluem por exemplo exigecircncias de embalagens que possam ser recicla-

das Satildeo accedilotildees que visam a reduccedilatildeo do uso de recursos materiais e energia de uma

forma geral (busca de maior eco eficiecircncia nos processos)

Mas como sair da teoria e colocar em praacutetica Veja os principais pontos que

uma empresa interessada em inovaccedilatildeo e sustentabilidade deve trabalhar

bull Investir no espiacuterito criativo dos colaboradores natildeo soacute daqueles que atuam nas aacutereas

de pesquisa e desenvolvimento (PampD) de produtos ou na engenharia do produto mas

num sentido mais amplo oacutetimas ideias podem surgir no chamado chatildeo de faacutebrica

26 Internet (httpwwwhsmcombrbuscarkeys=inovaccedilatildeo e sustentabilidade) data acesso 19072012

39

bull Buscar praacuteticas de gestatildeo participativa isso pode gerar ideias que trazem inovaccedilotildees

pequenas incrementais mas que no conjunto fazem muita diferenccedila

bull Usar a educaccedilatildeo para transformar paradigmas e gerar maior conscientizaccedilatildeo Natildeo

se deve pensar apenas em treinamentos que satildeo usados em geral para tarefas es-

peciacuteficas ou aplicaccedilatildeo de teacutecnicas As empresas devem investir na formaccedilatildeo dos re-

cursos humanos

bull Questionar o proacuteprio modelo de negoacutecios

bull Inserir sustentabilidade no planejamento estrateacutegico da empresa

E seraacute que eacute possiacutevel aprender a inovar De acordo com o professor Joatildeo A-

mato a inovaccedilatildeo soacute faz sentido se isso significar uma mudanccedila de mentalidade na

empresa Isso vale para induacutestria ou setor de serviccedilos ldquoNo setor financeiro temos mui-

tos exemplos de como os bancos estatildeo descobrindo novas maneira de incluir a sus-

tentabilidade em suas praacuteticas definindo criteacuterios de praacuteticas socioambientais aos

seus clientes Na realidade alguns dos grandes bancos jaacute colocaram isso no seu plano

estrateacutegicordquo conclui 27

12 ndash Sustentabilidade corporativa

Haacute vaacuterias definiccedilotildees para sustentabilidade e desenvolvimento sustentaacutevel na

literatura e organizaccedilotildees que tratam do tema arrolam outras tantas Isso decorre do

fato de a sustentabilidade ser um conceito relativamente novo possuir um caraacuteter mul-

tidisciplinar e envolver diferentes interpretaccedilotildees que refletem diferenccedilas de valor cir-

cunstacircncias localizadas e contextos especiacuteficos Aleacutem disso o conceito acaba incorpo-

rado a vaacuterios assuntos tais como a definiccedilatildeo de poliacuteticas governamentais a gestatildeo

puacuteblica regional a gestatildeo de empresas e ateacute mesmo o nosso estilo de vida (MA-

27 Internet (httpwwwhsmcombreditoriassustentabilidadeinovacao-e-ustentabilidade-de-

maos-dadas) data acesso 19072012

40

WHINNEY 2002) O foco deste artigo eacute a sustentabilidade corporativa ou seja a apli-

caccedilatildeo do conceito de sustentabilidade nas empresas

Algumas empresas brasileiras vecircm sendo citadas como casos mundiais no

acircmbito de algumas das dimensotildees da sustentabilidade corporativa HART (1997)

menciona a Aracruz Celulose como uma empresa que adota a visatildeo de desenvolvi-

mento sustentaacutevel desde o iniacutecio de suas operaccedilotildees com base no modelo de reflores-

tamento das plantaccedilotildees de eucaliptos PRAHALAD (2004) apresenta o caso da Casas

Bahia como uma empresa que atende a populaccedilatildeo de baixa renda por meio de um

modelo inovador de financiamento (SEABRA LEAL e PASSOS 2005 p10) Relatam

o caso da Natura assinalando que seus principais acionistas satildeo enfaacuteticos ao afirma-

rem que a busca da sustentabilidade eacute mais do que uma estrateacutegia de negoacutecios mdash eacute

uma filosofia de vida Outros estudos acadecircmicos nessa aacuterea tambeacutem envolvem em-

presas nacionais SILVA e KULAY (2005) apresentam um caso de aplicaccedilatildeo da Avali-

accedilatildeo do Ciclo de Vida (LCA mdash Life Cycle Assessment) para analisar os potenciais

impactos ambientais do processo de fabricaccedilatildeo de fertilizantes fosfatados em uma

empresa brasileira COSTA e GOUVINHAS (2004) analisam a adoccedilatildeo das estrateacutegias

de projeto ecoloacutegico (ecodesign) no ambiente de negoacutecios de pequenas e meacutedias em-

presas brasileiras HOPKINS (2002) discute a sustentabilidade nas operaccedilotildees internas

das empresas a partir de uma pesquisa exploratoacuteria sobre a aplicaccedilatildeo de indicadores

de responsabilidade social em quatro grandes empresas no Brasil 28

13 - O conceito de sustentabilidade corporativa

Considera-se sustentabilidade corporativa como a gestatildeo empresarial que bus-

ca equilibrar as necessidades econocircmicas das empresas com a responsabilidade pelo

desenvolvimento da sociedade e preservaccedilatildeo dos recursos naturais visando atender

agraves necessidades atuais e futuras dos elementos afetados pela empresa Esses ele-

mentos mdash que satildeo ou podem ser afetados pelos efeitos das operaccedilotildees accedilotildees e deci-

28 Internet httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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sotildees da empresa mdash incluem os acionistas e funcionaacuterios clientes e consumidores

fornecedores e parceiros os recursos naturais utilizados pela empresa o meio ambi-

ente e a sociedade

A sustentabilidade corporativa estaacute associada a trecircs macro objetivos a geraccedilatildeo

de valor econocircmico a responsabilidade ambiental e a responsabilidade social A gera-

ccedilatildeo de valor econocircmico estaacute relacionada com a obtenccedilatildeo de resultados econocircmicos

positivos no presente e no futuro A responsabilidade ambiental diz respeito agrave conser-

vaccedilatildeo e ao uso sustentaacutevel dos recursos naturais E a responsabilidade social con-

templa a corresponsabilidade das empresas pelo desenvolvimento da sociedade Con-

forme ELKINGTON (1997) esses objetivos satildeo inerentes aos denominados resultados

tridimensionais da sustentabilidade (triple bottom line) As empresas que adotam a

sustentabilidade corporativa devem buscar um equiliacutebrio entre o compromisso econocirc-

mico a preservaccedilatildeo ambiental e o desenvolvimento da sociedade assumindo respon-

sabilidades pelas condiccedilotildees de vida atuais e futuras29

14 - Sustentabilidade e geraccedilatildeo de valor econocircmico

A literatura ressalta a necessidade de que as iniciativas relacionadas agrave susten-

tabilidade tragam retornos positivos para as empresas REINHARDT (1999) considera

que as justificativas para os investimentos ambientais realizados pelas empresas de-

vem ser similares aos demais investimentos Nesse sentido os investimentos em ges-

tatildeo ambiental devem auferir retornos financeiros positivos ou conduzir agrave reduccedilatildeo dos

riscos SENGE e CARSTEDT (2001) satildeo mais enfaacuteticos ao considerar que o desafio

atual reside em desenvolver negoacutecios sustentaacuteveis compatiacuteveis com a realidade eco-

nocircmica Segundo esses autores novos modelos de negoacutecios e produtos inovadores

no acircmbito da sustentabilidade precisam necessariamente acarretar resultados finan-

ceiros satisfatoacuterios para se viabilizarem

Os benefiacutecios decorrentes das accedilotildees de sustentabilidade podem ser tangiacuteveis

ou intangiacuteveis Willard (2002) identifica potenciais benefiacutecios tangiacuteveis como aqueles

associados agrave reduccedilatildeo de custos na manufatura agrave reduccedilatildeo de custos comerciais ao

aumento do faturamento e ao aumento da participaccedilatildeo no mercado Como benefiacutecios

intangiacuteveis considera a maior facilidade na contrataccedilatildeo de talentos a maior retenccedilatildeo

29 Internet httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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dos principais talentos o aumento da produtividade dos funcionaacuterios a reduccedilatildeo dos

riscos e as maiores facilidades de financiamento NEMLI (2004) considera que os be-

nefiacutecios devem ser mensurados ao longo de trecircs dimensotildees reduccedilatildeo de custos e au-

mento da lucratividade aumento da reputaccedilatildeo e criaccedilatildeo de diferenciaccedilatildeo crescimento

da empresa em termos de capacidade de inovaccedilatildeo e uso de tecnologias limpas

A perspectiva de geraccedilatildeo de valor econocircmico estaacute acoplada a uma visatildeo mais holiacutesti-

ca do bom funcionamento da economia Nesse sentido HAWKEN LOVINS e LOVINS

(1999) consideram que o capitalismo natural pode ser o gatilho para a proacutexima revo-

luccedilatildeo industrial em que quatro tipos de capital sustentam o bom funcionamento da

economia o capital humano (pessoas conhecimento e cultura) o capital financeiro

(caixa investimentos e instrumentos monetaacuterios) o capital industrial (infra estrutura

faacutebricas e maacutequinas) e o capital natural (recursos naturais sistemas de vida e ecossis-

tema) Conforme SENGE e CARSTEDT (2001) a geraccedilatildeo de valor econocircmico por

empresas sustentaacuteveis depende de forma ampla da adoccedilatildeo de uma realidade eco-

nocircmica que conecta a induacutestria a sociedade e o meio ambiente Por outro lado mes-

mo na realidade atual a reduccedilatildeo do desperdiacutecio e do fluxo destrutivo dos recursos

pode representar uma importante oportunidade de negoacutecios (LOVINS LOVINS e

HAWKEN 1999) 30

15 - Sustentabilidade e responsabilidade ambiental

Vaacuterios autores assinalam a importacircncia da questatildeo da estrateacutegia ambiental das

empresas no acircmbito da sustentabilidade corporativa HART (1997) considera a polui-

ccedilatildeo a exaustatildeo dos recursos naturais e a pobreza como os principais desafios da sus-

tentabilidade Segundo o autor a estrateacutegia ambiental das empresas em geral evolui

segundo trecircs estaacutegios prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo produtos ambientalmente corretos e

produccedilatildeo limpa Aleacutem disso uma estrateacutegia ambiental integrada natildeo deve direcionar-

se somente para o desenvolvimento de competecircncias internas mas tambeacutem conside-

rar o relacionamento com os clientes fornecedores outras empresas agentes gover-

30 Internet

(httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext)

data de acesso 2107201230

43

namentais e acionistas Da mesma forma BARBIERI (2004) cita trecircs abordagens para

a gestatildeo ambiental empresarial controle da poluiccedilatildeo prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo e abor-

dagem estrateacutegica A prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo incorpora duas preocupaccedilotildees ambientais

principais o uso sustentaacutevel dos recursos e o controle da poluiccedilatildeo Os instrumentos

tradicionais para o uso sustentaacutevel dos recursos satildeo referenciados pelo autor como

4Rs reduccedilatildeo da poluiccedilatildeo na fonte reutilizaccedilatildeo reciclagem e recuperaccedilatildeo energeacutetica

HOFFMAN (2000) sugere que a estrateacutegia ambiental determine o alinhamento

entre a proteccedilatildeo ambiental e o crescimento econocircmico da empresa O desenvolvimen-

to da estrateacutegia ambiental deve analisar os concorrentes os parceiros os produtos as

mateacuterias-primas as perdas e os resiacuteduos da empresa O autor considera que a estra-

teacutegia ambiental pode ser direcionada por quatro fatores o mercado (composto pelos

consumidores associaccedilotildees concorrentes e consultores) os provedores de recursos

(clientes seguradoras fornecedores bancos e investidores) os elementos coercivos

(regulamentos locais legislaccedilatildeo internacional) e os elementos sociais (instituiccedilotildees

religiosas organizaccedilotildees natildeo-governamentais comunidade mundo acadecircmico im-

prensa e poder judiciaacuterio) 31

16 - Sustentabilidade e responsabilidade social

Os defensores da responsabilidade social argumentam que as empresas de-

vem assumir um compromisso com o desenvolvimento da sociedade As empresas

devem executar accedilotildees para fomentar o desenvolvimento social a inclusatildeo social e

contribuir para a melhoria das condiccedilotildees de vida da populaccedilatildeo mais necessitada Al-

guns autores consideram que essas atividades natildeo satildeo puramente filantroacutepicas uma

vez que as empresas podem auferir benefiacutecios de negoacutecios em funccedilatildeo delas Outros

sugerem ainda que a responsabilidade social esteja associada agrave proacutepria estrateacutegia

empresarial por exemplo SEABRA LEAL e PASSOS (2005) assinalam que os prin-

31 ) Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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cipais acionistas da Natura consideram que a responsabilidade social estaacute intimamen-

te ligada agrave estrateacutegia de negoacutecios da empresa

PRAHALAD e HAMMOND (2002) observam que aproximadamente 65 da

populaccedilatildeo mundial mdash cerca de quatro bilhotildees de pessoas mdash ganham menos do que

2000 USDano Esse eacute um mercado praticamente inexplorado pelas empresas multi-

nacionais Segundo os autores as empresas que desejam entrar nesse mercado de-

vem repensar seus modelos de negoacutecios praacuteticas gerenciais e indicadores de desem-

penho Eacute um mercado de novas fontes de receita que exige melhoria na eficiecircncia

operacional e fomento da inovaccedilatildeo A atuaccedilatildeo bem-sucedida para atender agrave denomi-

nada populaccedilatildeo na base da piracircmide pode trazer resultados econocircmicos positivos agraves

empresas e simultaneamente contribuir para a melhoria das condiccedilotildees de vida das

pessoas economicamente menos favorecidas

PORTER e KRAMER (2002) consideram que eacute possiacutevel agraves empresas obterem

a convergecircncia de interesses entre as atividades filantroacutepicas e os objetivos de negoacute-

cios A filantropia pode oferecer oportunidades para as empresas melhorarem seu

contexto competitivo considerando que as atividades filantroacutepicas podem potencial-

mente atuar sobre quatro elementos inter-relacionados da competitividade empresari-

al na disponibilidade dos insumos de produccedilatildeo nas condiccedilotildees de demanda nas con-

diccedilotildees de competiccedilatildeo e rivalidade e na presenccedila das induacutestrias de insumos e suporte

Nesse sentido a filantropia deveria ser considerada uma abordagem claramente estra-

teacutegica pelas empresas WADDOCK e SMITH (2000) adotam um raciociacutenio similar

afirmando que a responsabilidade social e o desempenho corporativo financeiro an-

dam juntos e natildeo como trade-offs

HALL et al (2005) constatam que algumas empresas podem ser socialmente

vulneraacuteveis Segundo esses autores a vulnerabilidade social eacute atribuiacuteda agraves empresas

que apresentam grande importacircncia estrateacutegica para o desenvolvimento econocircmico e

social dos paiacuteses onde operam Eles citam empresas cujo papel extrapola a criaccedilatildeo de

valor aos acionistas sendo consideradas como orgulhos nacionais para seus paiacuteses

Satildeo citadas como exemplos a Siemens na Alemanha a Toyota no Japatildeo a Embraer

no Brasil e a Bombardier no Canadaacute Aleacutem da questatildeo econocircmica essas empresas

desempenham importante papel social em seus respectivos paiacuteses Outras empresas

45

brasileiras tambeacutem poderiam ser citadas como a Petrobras a Companhia Vale do Rio

Doce o Bradesco entre outras 32

2 - Gestatildeo da inovaccedilatildeo para a sustentabilidade

A busca da inovaccedilatildeo e a gestatildeo da inovaccedilatildeo em geral satildeo mediadas por as-

pectos essencialmente econocircmicos e estrateacutegicos Entretanto na medida em que ou-

tras restriccedilotildees compotildeem o ambiente de atuaccedilatildeo das empresas outros fatores podem

impulsionar a inovaccedilatildeo Isso tambeacutem eacute vaacutelido ao se considerarem aspectos de susten-

tabilidade como condicionantes da inovaccedilatildeo

HART e CHRISTENSEN (2002) sugerem que as inovaccedilotildees radicais podem

pavimentar o caminho para as empresas combinarem um crescimento sustentaacutevel

com responsabilidade social HART e MILTEIN (1999) consideram que os desafios

impostos pela sustentabilidade global podem atuar como catalisadores para um novo

estaacutegio de destruiccedilatildeo criativa das empresas Eles associam a preocupaccedilatildeo ecoloacutegica

com melhorias contiacutenuas e a sustentabilidade global com melhorias radicais Nesse

sentido argumentam que a sustentabilidade pode criar oportunidades sem preceden-

tes agraves empresas O raciociacutenio de SENGE e CARSTEDT (2001) eacute similar Esses auto-

res consideram que o foco restrito na eficiecircncia ecoloacutegica pode distrair as empresas da

busca de produtos e modelos de negoacutecios radicalmente diferentes dos atuais Eacute a sus-

tentabilidade global que iraacute motivar as empresas a procurarem novos modelos men-

tais a enfatizarem a aprendizagem e atentarem para a gestatildeo de mudanccedilas

PORTER e VAN DER LINDE (1995) consideram que as regulamentaccedilotildees am-

bientais impotildeem pressotildees competitivas nas empresas motivando-as a inovar VOL-

LENBROEK (2002) propotildee um processo que direciona a inovaccedilatildeo para o desenvolvi-

mento da sustentabilidade denominado gestatildeo da transiccedilatildeo Ele considera que a ino-

vaccedilatildeo natildeo gera automaticamente o progresso da sociedade pois precisa ser condi-

cionada para tanto Os esforccedilos para o desenvolvimento sustentaacutevel precisam ser di-

recionados pela sociedade e esta participa das decisotildees visando obter um balancea-

mento adequado entre os objetivos econocircmicos ecoloacutegicos e sociais A inovaccedilatildeo seraacute

decorrecircncia

32 Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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HALL e VREDENBURG (2003) afirmam que os gestores tecircm dificuldades para

lidar com as pressotildees do desenvolvimento sustentaacutevel Eles consideram que as estra-

teacutegias de inovaccedilatildeo das empresas geralmente satildeo inadequadas para acomodar as

complexidades e incertezas inerentes agraves novas demandas impostas pelo desenvolvi-

mento sustentaacutevel Dessa forma sugerem que a estrateacutegia empresarial integre tam-

beacutem os objetivos da inovaccedilatildeo e do desenvolvimento sustentaacutevel Em contraponto agrave

abordagem tradicional da inovaccedilatildeo ditada pelo mercado propotildeem que as empresas

adotem a inovaccedilatildeo para o desenvolvimento sustentaacutevel que incorpora as restriccedilotildees

sociais e as pressotildees ambientais bem como contempla as necessidades das futuras

geraccedilotildees Como seraacute visto no texto que segue a inovaccedilatildeo foi tambeacutem um ingrediente

essencial para o desenvolvimento e o sucesso do projeto estudado na presente pes-

quisa33

CONCLUSAtildeO

O objetivo desse estudo foi verificar e compreender o conceito de inovaccedilatildeo e a

sua aplicabilidade nas organizaccedilotildees assim como a vantagem competitiva no modelo

de negoacutecio por meio da co-criaccedilatildeo de valor

33 Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data acesso 21072012

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Inovaccedilatildeo e criatividade satildeo essenciais para o continuo desenvolvimento e competi-

tividade de uma naccedilatildeo

Coisas boas acontecem quando o pensamento inovador comeccedila ele poderaacute

ajudar a criar novos produtos melhoria nos processos novas tecnologias tornando

a empresa mais competitiva Tomando conhecimento da grande variedade de produ-

tos e serviccedilos oferecidos pelas organizaccedilotildees pode se observar que nem sempre se

chega ao resultado em melhores experiecircncias de consumo nesse cenaacuterio certas em-

presas adotam a co-criaccedilatildeo de valor ndash participaccedilatildeo do cliente no processo produtivo ndash

para inovar no modelo de negoacutecio agregando valor a sua oferta buscando assim se

diferenciar das demais empresas Apesar da inovaccedilatildeo indicar um caminho seguro

para obter vantagem competitiva sustentaacutevel e defender posiccedilotildees estrateacutegicas no

mercado o seu sucesso natildeo eacute garantido necessitando que os gestores conheccedilam e

compreendam a dinacircmica dos processos da gestatildeo da inovaccedilatildeo dentro de suas orga-

nizaccedilotildees e realidades especiacuteficas

O modelo de organizaccedilatildeo inovadora sustentaacutevel eacute uma resposta agraves pressotildees

institucionais por uma organizaccedilatildeo que seja capaz de inovar com eficiecircncia em termos

econocircmicos mas com responsabilidade social e ambiental Esse tipo de organizaccedilatildeo

busca vantagem competitiva desenvolvendo produtos serviccedilos processos e negoacutecios

novos ou modificados com base nas dimensotildees social ambiental e econocircmica Ela

reuacutene duas caracteriacutesticas essenciais eacute inovadora e orientada para a sustentabilidade

Tendo em vista o fenocircmeno do isomorfismo institucional (concentraccedilatildeo de for-

mas organizacionais nos diversos setores produtivos) o modelo das organizaccedilotildees

inovadoras sustentaacuteveis vem ganhando rapidamente cada vez mais espaccedilo nas em-

presas liacutederes Esses fatos permitem dizer que o movimento do desenvolvimento sus-

tentaacutevel eacute um dos movimentos mais importantes do nosso tempo e a julgar pela vita-

lidade dos fatores institucionais presentes em praticamente todo o mundo pode-se

inferir que ele continuaraacute se propagando por muitas deacutecadas

Desse modo o aprimoramento dos modelos de organizaccedilatildeo sustentaacuteveis as

diversas formas da sua institucionalizaccedilatildeo em acircmbito global o desenvolvimento de

tecnologias sustentaacuteveis a gestatildeo de inovaccedilotildees para o desenvolvimento sustentaacutevel

seratildeo temas cada vez mais importantes nos estudos futuros Como o sistema opera-

cional produtivo e as inovaccedilotildees de produto e de processo ao atender as trecircs dimen-

sotildees da sustentabilidade devem gerar ganhos para o meio ambiente em termos de

reduccedilatildeo no uso de recursos e de emissotildees de poluentes o aumento da produccedilatildeo pelo

incitamento agrave demanda por novos produtos pode neutralizar ou ateacute superar esses ga-

nhos Levar em conta essa possibilidade dando-lhe um tratamento adequado eacute um dos

48

maiores desafios para o alinhamento das empresas ao modelo de organizaccedilatildeo inova-

dora sustentaacutevel

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  • Inovaccedilatildeo e sustentabilidade37
  • 32 - Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva
  • 33 - Como implementar vantagem competitiva
  • 34 - Como criar valor e vantagem competitiva
Page 13: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · duzir os processos de inovação dentro da organização. 6 ... CAPÍTULO I - Estrutura da criação de valor e inovação.....11

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Open innovation eacute um modelo que as companhias estatildeo adotando cada vez

mais em resposta a um mundo crescentemente globalizado e caracterizado pela parti-

lha aberta de informaccedilotildees com o objetivo de produzir conhecimento Esse modelo se

baseia na colaboraccedilatildeo em rede da empresa com fornecedores clientes universida-

des e ateacute concorrentes A partir desse conceito a inovaccedilatildeo antes uma aacuterea limitada

aos departamentos internos de Pesquisa e Desenvolvimento como era a loacutegica vigen-

te ateacute as deacutecadas de 70 a 90 passou a ser buscada aleacutem das fronteiras das organiza-

ccedilotildees

Acredito que a interaccedilatildeo seja a chave para esse processo se tornar real e mais

do que isso ela eacute a fonte para a inovaccedilatildeo Por isso as redes sociais representam hoje

a melhor plataforma de interaccedilatildeo para as empresas interessadas em inovaccedilatildeo aberta

O desafio que se impotildee entretanto eacute criar tecnologias que gerenciem a troca de in-

formaccedilotildees realizadas nessa miacutedia2

12- Inovaccedilatildeo no Brasil

O desenvolvimento tecnoloacutegico e a inovaccedilatildeo de um paiacutes dependem em grande

parte da formaccedilatildeo de recursos humanos capacitados bem como de investimentos

consistentes contiacutenuos de longo prazo e de porte O Brasil adotou a estrateacutegia de

que a pesquisa acadecircmica geraria conhecimento que naturalmente se transformaria

em inovaccedilotildees tecnoloacutegicas o que natildeo estaacute refletindo a realidade do setor no paiacutes

O Brasil sempre investiu de forma inconstante e em quantidade insuficiente os

recursos puacuteblicos federais e estaduais no desenvolvimento de ciecircncia e tecnologia

(com exceccedilatildeo do estado de Satildeo Paulo) o que sempre preocupou a comunidade cien-

tiacutefica e empresarial do paiacutes Aleacutem disso o setor empresarial tambeacutem investiu e ainda

continua investindo muito timidamente ao contraacuterio do que ocorreu nos modelos de

paiacuteses como a Coreacuteia do Sul Este uacuteltimo paiacutes investiu na formaccedilatildeo de recursos hu-

manos (em niacutevel de graduaccedilatildeo) habilitando-os para atuar em vaacuterios segmentos do

2 Internet (httpolhardigitaluolcombrnegociosdigital_newsnoticiascomo-gerar-inovacao-nas-

empresas) data de acesso 19052012

14

desenvolvimento tecnoloacutegico As inovaccedilotildees geradas produziram o retorno desejado e

o setor produtivo assumiu o papel de executor das pesquisas e de seu financiamento

sustentando hoje cerca de 75 das pesquisas niacutevel encontrado apenas nos paiacuteses

desenvolvidos Em resumo natildeo haacute investimento consistente de longo prazo e de porte

em ciecircncia tecnologia e inovaccedilatildeo no Brasil seja puacuteblico ou privado

Apesar disso houve no Brasil um grande avanccedilo cientiacutefico nos uacuteltimos trinta

anos A iniciativa consistente para construir a competecircncia cientiacutefica atraveacutes do trei-

namento de pessoal qualificado dentro e fora do paiacutes foi indiferente agraves oscilaccedilotildees poliacute-

tico-econocircmicas tanto em niacutevel federal como estadual hoje o Brasil responde por

13 dos artigos cientiacuteficos publicados em revistas indexadas internacionais Estabe-

leceu-se ainda no paiacutes uma forte estrutura de poacutes-graduaccedilatildeo responsaacutevel pela forma-

ccedilatildeo de cerca de 10 mil doutores por ano e que em trinta anos levou o Brasil a triplicar

sua contribuiccedilatildeo cientiacutefica relativa no mundo 3

O Brasil tem talento empreendedor de sobra e pesquisa cientiacutefica de excelecircn-

cia Mas sem um ambiente encorajador para inovaccedilatildeo o paiacutes natildeo conseguiraacute trans-

formar conhecimento em desenvolvimento econocircmico

Essa foi agrave anaacutelise predominante entre os pesquisadores e liacutederes empresariais

que participaram de um seminaacuterio realizado (18052007) em conjunto pelo Centro de

Economia da Criatividade e da Inovaccedilatildeo (CIEC - na sigla em inglecircs) da Universidade

George Washington nos Estados Unidos e pela Faculdade de Economia Administra-

ccedilatildeo e Contabilidade da Universidade de Satildeo Paulo (FEA -USP)

Para o diretor do CIEC - Michael Ryan - o Brasil tem alguns pontos fortes para

a inovaccedilatildeo alto investimento em pesquisa baacutesica nas universidades recursos huma-

nos de qualidade e publicaccedilatildeo de artigos cientiacuteficos de impacto internacional Mas a

pesquisa natildeo chega ao mercado porque o ambiente eacute pouco motivador para a inova-

ccedilatildeo

ldquoPara criar um cenaacuterio encorajador no qual as empresas invistam mais em

pesquisa e desenvolvimento eacute preciso melhorar vaacuterios aspectos simultaneamente eacute

muito difiacutecil abrir uma empresa no Brasil haacute uma seacuterie de poliacuteticas que podem ser

3 Internet (httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0101-33002007000200002) data

de acesso 190520123

15

modificadas o sistema de patentes pode ser mais eficiente e o acesso ao capital de

risco melhorarrdquo disse RYAN agrave Agecircncia FAPESP 4

13 - O que eacute inovaccedilatildeo

Inovaccedilatildeo significa novidade ou renovaccedilatildeo A palavra eacute derivada do ter-

mo latino innovatio e se refere a uma ideia meacutetodo ou objeto que eacute criado e que pou-

co se parece com padrotildees anteriores Hoje a palavra inovaccedilatildeo eacute mais usada no con-

texto de ideias e invenccedilotildees assim como a exploraccedilatildeo econoacutemica relacionada sendo

que inovaccedilatildeo eacute invenccedilatildeo que chega no mercado Inovaccedilatildeo eacute o processo que inclui as

atividades teacutecnicas concepccedilatildeo desenvolvimento gestatildeo e que resulta na comerciali-

zaccedilatildeo de novos (ou melhorados) produtos ou na primeira utilizaccedilatildeo de novos (ou me-

lhorados) processos FREEMAN (1988 p567) 5

O conceito de inovaccedilatildeo eacute bastante variado dependendo principalmente da

sua aplicaccedilatildeo De forma sucinta haacute quem considere que inovaccedilatildeo eacute a exploraccedilatildeo bem

sucedida de novas ideias Segundo DRUCKER a inovaccedilatildeo ldquoeacute o instrumento especiacutefi-

co dos empreendedores o processo pelo qual eles exploram a mudanccedila como uma

oportunidade para um negoacutecio diferente ou um serviccedilo diferente

Dentre as vaacuterias possibilidades de inovar aquelas que se referem a inovaccedilotildees

de produto ou de processo satildeo conhecidas como inovaccedilotildees tecnoloacutegicas Outros tipos

de inovaccedilotildees podem se relacionar a novos mercados novos modelos de negoacutecio no-

vos processos e meacutetodos organizacionais ou ateacute mesmo novas fontes de suprimentos

Embora ldquonovidadesrdquo encontradas em organizaccedilotildees teacutecnicas administrativas organi-

zacionais inseridas em produtos ou processos nem todas elas podem ser considera-

das como inovaccedilotildees Cabe ressaltar aqui a diferenciaccedilatildeo entre ldquooriginalidaderdquo e ldquono-

vidaderdquo propriamente dita Originalidade oriunda da palavra Original do latim original-

4Internet (httpwwwinovacaotecnologicacombrnoticiasnoticiaphpartigo=010175070518) data

de acesso 19052012

5Internet (httpptwikipediaorgwikiInovaC3A7C3A3o) data acesso 20052012

16

le eacute relativo agrave origem agrave qualidade de original inicial primordial primitivo originaacuterio

Novidade eacute originaacuteria do latim novitate que se reporta agrave qualidade ou caraacuteter de novo

uma inovaccedilatildeo embora referente a algo jaacute existente um uso novo para algo jaacute existen-

te6

Inovaccedilatildeo pode ser definida como o processo estrateacutegico de reinvenccedilatildeo contiacute-nua do proacuteprio negoacutecio e de criaccedilatildeo de novos negoacutecios GARY HAMEL (1996)

2 ndash Processos de inovaccedilatildeo

No acircmbito da economia ao longo deste seacuteculo muito vem se discutindo sobre

a inovaccedilatildeo sua natureza caracteriacutesticas e fontes com o objetivo de buscar uma mai-

or compreensatildeo de seu papel frente ao desenvolvimento econocircmico ressaltando-se

como marco fundamental a contribuiccedilatildeo de JOSEPH SCHUMPETER na primeira me-

tade deste seacuteculo mdash INFORMACcedilAtildeO E GLOBALIZACcedilAtildeO NA ERA DO CONHECI-

MENTO enfocou a importacircncia das inovaccedilotildees e dos avanccedilos tecnoloacutegicos no desen-

volvimento de empresas e da economia

De forma geneacuterica existem dois tipos de inovaccedilatildeo a radical e a incremental

Pode-se entender a inovaccedilatildeo radical como o desenvolvimento e introduccedilatildeo de um

novo produto processo ou forma de organizaccedilatildeo da produccedilatildeo inteiramente nova Esse

tipo de inovaccedilatildeo pode representar uma ruptura estrutural com o padratildeo tecnoloacutegico

anterior originando novas induacutestrias setores e mercados Tambeacutem significam reduccedilatildeo

de custos e aumento de qualidade em produtos jaacute existentes Algumas importantes

inovaccedilotildees radicais que causaram impacto na economia e na sociedade como um todo

e alteraram para sempre o perfil da economia mundial podem ser lembradas como

por exemplo a introduccedilatildeo da maacutequina a vapor no final do seacuteculo XVIII ou o desen-

volvimento da microeletrocircnica a partir da deacutecada de 1950 Estas e algumas outras

inovaccedilotildees radicais impulsionaram a formaccedilatildeo de padrotildees de crescimento com a con-

formaccedilatildeo de paradigmas tecno-econocircmicos FREEMAN (1988)

As inovaccedilotildees podem ser ainda de caraacuteter incremental referindo-se agrave introdu-

ccedilatildeo de qualquer tipo de melhoria em um produto processo ou organizaccedilatildeo da produ- 6 Internet (httpwwwpr2ufrjbrinovacaosocialtexto14-01pdf) data de acesso 20052012)6

17

ccedilatildeo dentro de uma empresa sem alteraccedilatildeo na estrutura industrial FREEMAN (1988)

Inuacutemeros satildeo os exemplos de inovaccedilotildees incrementais muitas delas imperceptiacuteveis

para o consumidor podendo gerar crescimento da eficiecircncia teacutecnica aumento da pro-

dutividade reduccedilatildeo de custos aumento de qualidade e mudanccedilas que possibilitem a

ampliaccedilatildeo das aplicaccedilotildees de um produto ou processo A otimizaccedilatildeo de processos de

produccedilatildeo o design de produtos ou a diminuiccedilatildeo na utilizaccedilatildeo de materiais e compo-

nentes na produccedilatildeo de um bem podem ser considerados inovaccedilotildees incrementais

Ateacute pouco tempo era grande a rigidez para caracterizar o processo de inovaccedilatildeo suas

fontes de geraccedilatildeo e formas como se realiza e difunde

Evidentemente que a compreensatildeo do processo de inovaccedilatildeo estaacute estreitamen-

te influenciada pelas caracteriacutesticas dominantes de contextos histoacuterico-econocircmicos

especiacuteficos Atualmente aspectos negligenciados por natildeo terem relevacircncia nos periacuteo-

dos em questatildeo comeccedilam a ser plenamente reconhecidos como de papel fundamental

para o ecircxito do processo inovador Agrave medida que melhor se conhecem as especifici-

dades da geraccedilatildeo e difusatildeo de inovaccedilatildeo mais se sabe sobre sua importacircncia para

que empresas e paiacuteses reforcem sua competitividade na economia mundial7

21 ndash Processos de inovaccedilatildeo nas organizaccedilotildees

DAMANPOUR (1984) em seu estudo sobre inovaccedilatildeo e desempenho organiza-

cional em bibliotecas puacuteblicas americanas conceitua inovaccedilatildeo como uma resposta agrave

mudanccedila ambiental ou ainda os meios que permitem ou viabilizam a mudanccedila em

uma organizaccedilatildeo Para ele as empresas podem enfrentar as mudanccedilas ambientais

natildeo apenas com novas tecnologias mas tambeacutem incorporando mudanccedilas teacutecnicas

eou administrativas em sua estrutura Assim sendo inovaccedilotildees no plano organizacio-

nal envolvem a implantaccedilatildeo de ideias novas teacutecnicas ou administrativas Espera-se a

partir disso mudanccedilas estruturais que afetem o desempenho da organizaccedilatildeo Esque-

maticamente portanto pode-se entender a inovaccedilatildeo como a ferramenta que quando

introduzida em contexto organizacional gera mudanccedila

7Internet httpwwwliincufrjbrfrattachments055_saritalivropdfpage=122) data de acesso

03062012

18

Segundo DAMANPOUR (1984) define desempenho como a habilidade que

uma organizaccedilatildeo tem de bem utilizar todos os quatro processos sistecircmicos (inputs

outputs transformaccedilotildees e efeitos de retroalimentaccedilatildeo) relacionados ao alcance de

metas organizacionais Uma organizaccedilatildeo de alto desempenho cumpriraacute suas tarefas

primaacuterias de modo eficiente e realizaraacute suas funccedilotildees de manutenccedilatildeo e adaptaccedilatildeo or-

ganizacional de forma efetiva A funccedilatildeo de adaptaccedilatildeo requer que a estrutura da orga-

nizaccedilatildeo sofra mudanccedilas para encontrar novas condiccedilotildees ambientais

Organizaccedilotildees inovadoras tendem natildeo apenas a se adaptar agrave mudanccedila mas

tambeacutem a usar seus recursos para criar novas condiccedilotildees ambientais pela introduccedilatildeo

de novos produtos ou serviccedilos nunca antes oferecidos Inovaccedilotildees assim seriam mei-

os de prover mudanccedilas internas ou externas e tambeacutem de aperfeiccediloar o desempenho

organizacional

Os sistemas gerenciais de acordo com a abordagem soacutecio teacutecnico satildeo consti-

tuiacutedos de um ldquocorpusrdquo social (neste ponto se faz um paralelo com as inovaccedilotildees admi-

nistrativas) e de um ldquocorpusrdquo teacutecnico (corresponde agraves inovaccedilotildees teacutecnicas) e portanto

se enfatiza o papel do ldquocorpusrdquo social e teacutecnico na efetiva operaccedilatildeo de uma organiza-

ccedilatildeo e sugerem que a concentraccedilatildeo em apenas um sistema resulta em baixo desem-

penho organizacional Sistemas sociais e teacutecnicos precisam assim funcionar de forma

balanceada O relacionamento entre os sistemas social e teacutecnico eacute de correlaccedilatildeo ou

seja qualquer mudanccedila em qualquer um dos sistemas leva as determinadas restri-

ccedilotildees ou modificaccedilotildees ao outro8

22 ndash Funccedilotildees tiacutepicas no processo de inovaccedilatildeo

Eacute funccedilatildeo tiacutepica no processo de inovaccedilatildeo a captaccedilatildeo de sinais proveniente do

campo em ambiente direto e o monitoramento do ambiente externo indireto A partir

das etapas anteriores busca-se identificar elementos onde os clientes natildeo estejam

sendo atendidos satisfatoriamente ou oportunidades natildeo exploradas gap de desem-

penho Os clientes natildeo vatildeo responder a perguntas sobre o uso ou natildeo de um determi- 8Inter-

net(httpwwwgooglecombrurlsa=tamprct=jampq=ampesrc=sampsource=webampcd=1ampved=0CEsQFjA

Aampurl=http3A2F2Fwwwfespprbr2F~bastosjr2FGest25E3o2520de2520Inova

25E725E3o2FArtigos2FInova25E725E3odocampei=Vhr2T9qvHaez6wHo16zYBgampusg=

AFQjCNEz7MKNTbjYj81PrvG) data de acesso 03062012

19

nado produto principalmente se este for desconhecido Eacute necessaacuterio conhecer o am-

biente em que se vivem compreender suas carecircncias

Outra funccedilatildeo necessaacuteria eacute a geraccedilatildeo de alternativas viaacuteveis que respondam agraves

demandas ambientais e a seleccedilatildeo com base em criteacuterios coerentes com os objetivos

estrateacutegicos da organizaccedilatildeo previamente estabelecidos

Natildeo se pode deixar de mencionar a concepccedilatildeo e o desenvolvimento das ino-

vaccedilotildees a gestatildeo da implantaccedilatildeo destas inovaccedilotildees e respectiva coordenaccedilatildeo

Aleacutem destes um outro aspecto fundamental eacute o controle do processo ou seja

a definiccedilatildeo de indicadores que permitam avaliar e medir os resultados na medida em

que estes acontecem Os instrumentos de medida da inovaccedilatildeo devem conforme

KUCZMARSKI (1998) obedecer agraves seguintes categorias empresa (carteira de novos

produtos investimentos apuraccedilatildeo de resultados) das equipes (planejamento taxas

de sucesso e sobrevivecircncia variaccedilotildees orccedilamentaacuterias retorno financeiro) e individual

(contribuiccedilatildeo de cada membro no desempenho da equipe) Vale lembrar que inovaccedilatildeo

e mudanccedila levam tempo os indiviacuteduos devem esperar permanecer em suas funccedilotildees

pelo tempo suficiente para influenciar os indicadores de desempenho tanto de curto

quanto de longo prazo 9

23 ndash Como implantar cultura de inovaccedilatildeo na organizaccedilatildeo

Inovaccedilatildeo tem de fazer parte da mentalidade dos funcionaacuterios em todos os niacute-

veis Evidentemente a forma mais eficiente de implantar uma mudanccedila na empresa

se daacute quando o exemplo vem de acima Se natildeo estatildeo convencidos da importacircncia da

inovaccedilatildeo os dirigentes sempre encontraratildeo formas de derrubar ideias mais arrisca-

das No entanto se as lideranccedilas tomam a iniciativa a nova cultura eacute absorvida com

muito mais facilidade pela organizaccedilatildeo

Os profissionais do primeiro escalatildeo contudo natildeo podem ter a obrigaccedilatildeo de

ser os uacutenicos ou principais geradores das ideias inovadoras Os comandantes preci-

9Internet

(httpwwwgooglecombrurlsa=tamprct=jampq=ampesrc=sampsource=webampcd=4ampved=0CFkQFjADampurl=http

3A2F2Fwwwfespprbr2F~bastosjr2FGest25E3o2520de2520Inova25E725E3o2FArtigo

s2FInova25E725E3odocampei=sSb2T8eqDYro0QGO7OSLBwampusg=AFQjCNEz7MKNTbjYj81P) data

de acesso 04062012

20

sam de aliados O papel dos gerentes e diretores tambeacutem eacute fundamental num pro-

cesso de mudanccedila de cultura eles satildeo os verdadeiros responsaacuteveis por criar um am-

biente que estimule as pessoas a arriscar investindo em novos produtos bancando

ideias que tecircm maturaccedilatildeo de longo prazo e criando uma comunicaccedilatildeo eficiente

Nem mesmo os profissionais de atuaccedilatildeo operacional podem fugir da responsa-

bilidade A dificuldade para inovar eacute maior em departamentos mais fechados e norma-

tizados como os administrativos ou naqueles em que a precisatildeo eacute fundamental como

a produccedilatildeo de um remeacutedio Mas eles tambeacutem precisam aprender a ver as oportuni-

dades natildeo convencionais ndash haacute pequenas melhorias capazes de desencadear uma

importante inovaccedilatildeo

A responsabilidade eacute de todos da alta gerecircncias aos departamentos operacio-

nais O desafio eacute fazer todos assumirem um compromisso com a praacutetica real da ino-

vaccedilatildeo 10

ldquoInovaccedilatildeo eacute a mensagem do momento Natildeo se trata de mais recursos mas em

como usaacute-los Em um mundo que atravessa crises financeiras a todo momento e que

exige sempre mais recursos naturais os inovadores e os criativos satildeo os que conse-

guem transformar as adversidades em oportunidades de crescimentordquo (STEVE

JOBS Inovaccedilatildeo A arte de Steve Jobs 2010 p154)

24 ndash Organizaccedilotildees inovadoras sustentaacuteveis

Organizaccedilatildeo inovadora eacute a que introduz novidades de qualquer tipo em bases

sistemaacuteticas e colhe os resultados esperados BARBIERI (2007) p88) A expressatildeo

bases sistemaacuteticas significa a realizaccedilatildeo de inovaccedilotildees com autonomia intencionali-

dade e pro atividade Assim a inovaccedilatildeo eacute um elemento essencial do modus operan-

di dessa organizaccedilatildeo o que pressupotildee que ela desenvolva continuamente recursos

tangiacuteveis e intangiacuteveis para inovar permanentemente Organizaccedilatildeo sustentaacutevel eacute a

que simultaneamente procura ser eficiente em termos econocircmicos respeitar a capaci-

dade de suporte do meio ambiente e ser instrumento de justiccedila social promovendo a

inclusatildeo social a proteccedilatildeo agraves minorias e grupos vulneraacuteveis o equiliacutebrio entre os gecirc-

neros etc (BARBIERI 2007 p98-99) 10 Internet (httpbooksgooglecombrbookshl=pt-BRamplr=ampid=jnka43VmmwsCampoi=fndamppg=PA34ampdq=como+implantar+uma+cultura+de+inovaccedilatildeo+na+organiza-ccedilatildeoampots=KRvAPG4C6kampsig=rzqbLGM4sLvsQL26N0gLqfOTPOAv=onepageampq=como20implantar20uma20cultura) data de acesso 04062012

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Os dois conceitos de organizaccedilatildeo podem entrar em contradiccedilatildeo pois inovar em

bases sistemaacuteticas pode se tornar sinocircnimo de degradaccedilatildeo sistemaacutetica do meio ambi-

ente e da vida social Assim uma organizaccedilatildeo inovadora sustentaacutevel natildeo eacute a que

introduz novidades de qualquer tipo mas novidades que atendam as muacuteltiplas dimen-

sotildees da sustentabilidade em bases sistemaacuteticas e colham resultados positivos para

ela para a sociedade e o meio ambiente BARBIERI (2007) p105 Natildeo basta para as

empresas apenas inovar constantemente mas inovar considerando as trecircs dimen-

sotildees da sustentabilidade a saber

bull dimensatildeo social - preocupaccedilatildeo com os impactos sociais das inovaccedilotildees nas

comunidades humanas dentro e fora da organizaccedilatildeo (desemprego exclusatildeo

social pobreza diversidade organizacional etc)

bull dimensatildeo ambiental - preocupaccedilatildeo com os impactos ambientais pelo uso de

recursos naturais e pelas emissotildees de poluentes

bull dimensatildeo econocircmica - preocupaccedilatildeo com a eficiecircncia econocircmica sem a qual

elas natildeo se perpetuariam Para as empresas essa dimensatildeo significa obtenccedilatildeo

de lucro e geraccedilatildeo de vantagens competitivas nos mercados onde atuam

O atendimento a essas dimensotildees torna o processo de inovaccedilatildeo mais sofisti-

cado e exigente o que requer da organizaccedilatildeo um maior esforccedilo para atender tecnica-

mente esse requisito Isso leva novas perspectivas para a gestatildeo da inovaccedilatildeo11

Com intuito de tornar o processo de adequaccedilatildeo agraves prerrogativas impostas agraves

companhias ditas inovadoras quanto mais simplificado e dirigido melhor A seguir eacute

apresentado um conjunto de proposiccedilotildees para o desenvolvimento de empresas com

esta caracteriacutestica o pressuposto baacutesico necessaacuterio eacute o fomento de equipes de traba-

lho com a mentalidade para a inovaccedilatildeo Neste sentido cabem agraves organizaccedilotildees agraves

pessoas e agraves tarefas o papel de suscitar o aparecimento e a manutenccedilatildeo de tais e-

quipes SBRAGIA (1993)

25 - A Inovaccedilatildeo como funccedilatildeo de aprendizagem organizacional

11Internet(httpwwwscielobrscielophppid=S0034-

75902010000200002ampscript=sci_arttext) data de acesso 04062012

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Pelo fato da inovaccedilatildeo ser destrutiva para muitos grupos consolidados ela en-

frentaraacute resistecircncia A inovaccedilatildeo eacute o oposto da operaccedilatildeo e seraacute portanto ignorada O

desenho ou arranjo organizacional poderaacute facilmente superar ao menos minimizar

estes e outros obstaacuteculos GALBRAITH (1998) Este comportamento acentua-se em

organizaccedilotildees protegidas de concorrecircncia (universidades ateacute algum tempo atraacutes oacuter-

gatildeos governamentais etc) Pesquisas realizadas por TUSHMAN e NADLER (1998)

apontam que organizaccedilotildees altamente inovadoras satildeo sistemas de aprendizado alta-

mente eficazes aleacutem de possuir um senso de autocriacutetica bastante apurada

Empresas eficazes criam condiccedilotildees possiacuteveis para que o trabalho de hoje seja

feito paralelo com a geraccedilatildeo constante de inovaccedilatildeo ou seja a inovaccedilatildeo sustentada

por mais paradoxal que possa parecer exige ao mesmo tempo estabilidade e mudan-

ccedila A estabilidade possibilita economias de escala e aprendizado incremental por ou-

tro lado a mudanccedila e a experimentaccedilatildeo satildeo necessaacuterias agrave conquista de avanccedilos nas

aacutereas de produto processo e tecnologia

Companhias que conseguem ao mesmo tempo produzir cotidianamente e estar

alerta e vigilante aos clientes concorrentes tecnologias e competecircncia interna fo-

mentam e estimulam o aprendizado organizacional e a inovaccedilatildeo sustentada

Segundo TUSHMAN e NADLER (1998) inovaccedilatildeo eacute um trabalho complexo e

estimulante a rupturas pois exige estreita colaboraccedilatildeo entre membros que rotineira-

mente se encontram bastante separados Embora os mecanismos da organizaccedilatildeo

formal facilitem o aprendizado e a inovaccedilatildeo corporativa a criatividade individual pro-

veacutem de um ambiente informal saudaacutevel

Um claro conjunto de valores essenciais ajuda a focalizar e motivar o compor-

tamento Empresas inovadoras tecircm valores claros que fornecem foco num cenaacuterio

repleto de diversidade como tambeacutem um objetivo comum que possa ter a concor-

dacircncia dos mais diferentes atores envolvidos

Em adiccedilatildeo com os valores essenciais cultuados em uma organizaccedilatildeo as nor-

mas proporcionam referenciais de comportamentos claros satildeo os comportamentos

aguardados De um modo geral organizaccedilotildees inovadoras enfatizam a informalidade

no comportamento no vestuaacuterio e nas relaccedilotildees hieraacuterquicas com elevadas expectati-

vas de desempenho e de trabalho individual e do grupo fortes viacutenculos informais den-

tro e fora da organizaccedilatildeo

23

Organizaccedilotildees altamente inovadoras geram com destreza as sutilezas da re-

compensa e da puniccedilatildeo onde as pessoas podem assumir riscos colher as recompen-

sas pelo sucesso e sobreviver a fracassos construtivos

A representaccedilatildeo de papeacuteis funcionais tem atribuiccedilatildeo fundamental no desenvol-

vimento e conduccedilatildeo do processo de gestatildeo da inovaccedilatildeo Entre eles podemos mencio-

nar um os geradores de ideias pois as interligam com as tendecircncias e mercados

desenvolvendo oportunidades para as organizaccedilotildees dois os empreendedores internos

tornam concretas as ideias possuem agressividade energia e personalidade propen-

sas a assumir riscos para defender suas causas

Aqui aparece a figura dos trecircs ldquogate keepersrdquo (guardiotildees do portatildeo) que ligam

organizaccedilatildeo e seus colegas agraves frentes externas de informaccedilatildeo que satildeo vitais para a

inovaccedilatildeo pois obtecircm traduzem e distribuem estas informaccedilotildees no acircmbito interno da

organizaccedilatildeo Os quatros patrocinadores ou mentores satildeo gerentes de alto niacutevel que

datildeo apoio informal acesso aos recursos e a proteccedilatildeo no surgimento de novos produ-

tos ou negoacutecios Esses personagens atuando conjuntamente representam o ldquogecircnio

coletivordquo da organizaccedilatildeo que consiste na soma das capacidades pessoais em clima

motivacional gerando resultados mensuraacuteveis substituindo o gecircnio individual predo-

minante ateacute o seacuteculo passado conforme DE MASI (1998) Uma vez que o gecircnio indi-

vidual pode ateacute existir mas eacute difiacutecil de ser encontrado

Segundo GALBRAITH (1998) algumas pessoas que satildeo boas em inovaccedilatildeo e

criatividade mas natildeo satildeo necessariamente boas em operaccedilatildeo Portanto o desenho

organizacional contribui para a criaccedilatildeo de uma organizaccedilatildeo inovadora na medida em

que promove o encontro sistemaacutetico entre os geradores de ideias e aqueles que po-

dem defendecirc-las e colocaacute-las em praacutetica12

CAPIacuteTULO II 12 Internet

(httpwwwgooglecombrurlsa=tamprct=jampq=ampesrc=sampsource=webampcd=1ampsqi=2ampved=0CEwQFjAAampu

rl=http3A2F2Fwwwfespprbr2F~bastosjr2FGest25E3o2520de2520Inova25E725E3o2

FArtigos2FInova25E725E3odocampei=Ex32T_meBObb6wGds-29Bgampusg=AFQjC) data de acesso

04062012

24

DESENVOLVIMENTO DA CRIATIVIDADE

1 ndash Capital Intelectual

Com o mercado cada vez mais exigente as empresas vecircm sentindo a necessi-

dade de investir mais em recursos humanos acrescentando a seu capital o conheci-

mento originado atraveacutes do investimento em capital humano qualificado o qual agrega

agraves empresas recursos de fundamental importacircncia No entendimento de Stewart

(2004) o capital intelectual eacute um bem intangiacutevel podendo-se afirmar que eacute um dos

fatores mais importantes da vida de uma organizaccedilatildeo Jaacute para (DRUCKER (apud

MONTEIRO 2007 p17) o capital intelectual eacute ldquo[] a soma do conhecimento de todos

de uma empresa o que lhe proporciona vantagem competitivardquo

CHIAVENATO (2004) afirma que no mundo complexo e competitivo de hoje a

escolha das pessoas certas se torna vital para o bom funcionamento da empresa

Para STEWART (2004) o capital intelectual corresponde ao conjunto de co-

nhecimentos e informaccedilotildees encontrados nas organizaccedilotildees que agregam valor ao pro-

duto ou serviccedilo mediante a aplicaccedilatildeo da inteligecircncia e natildeo do capital monetaacuterio ao

empreendimento sendo o capital intelectual gerador de capacidades conhecimento

habilidades e experiecircncias individuais dos funcionaacuterios para realizaccedilatildeo de tarefas

O capital intelectual eacute algo tatildeo valioso dentro de uma organizaccedilatildeo que eacute atra-

veacutes dele que se podem ter grandes inovaccedilotildees transformaccedilotildees tecnoloacutegicas resolu-

ccedilotildees de problemas gestatildeo eficiente lucratividade e sucesso melhorados Um colabo-

rador que possui seu capital intelectual estimulado atraveacutes da motivaccedilatildeo seraacute mais

bem aproveitado pela empresa uma vez que se sente incluiacutedo valorizado simpatizan-

te e livre para gerir suas ideias de uma forma mais aguccedilada

CHIAVENATO (2004) diz que o capital humano eacute constituiacutedo das pessoas que

fazem parte de uma organizaccedilatildeo Capital humano significa talentos que precisam ser

mantidos e desenvolvidos Mais do que isso capital humano significa capital intelectu-

al

Para MONTEIRO (2007) o ser humano eacute o maior bem de uma empresa pois eacute

ele o principal instrumento de seu sucesso ou fracasso uma vez que o capital intelec-

tual eacute algo exclusivo do ser humano Pode-se entatildeo descrever que ele eacute o raciociacutenio

humano elaborado acrescido do ambiente onde estaacute inserido

25

MONTEIRO (2007) comenta que dentro das organizaccedilotildees o capital intelectual

pode ser diferenciado dos demais capitais porque ele cresce quando compartilhado

com os do mesmo grupo e natildeo se deprecia com o uso Ao contraacuterio dos outros ativos

o seu valor decorre do uso O capital intelectual eacute enfatizado como o conjunto de in-

formaccedilotildees e conhecimentos encontrados nas organizaccedilotildees onde agregam ao produto

eou serviccedilos valores mediante a aplicaccedilatildeo da inteligecircncia e natildeo do capital monetaacuterio

Devido a sua grande representatividade nas empresas o capital intelectual natildeo deve

ser subestimado nem utilizado de forma ineficiente acarretando em um gerenciamento

ineficaz mais investimento incentivado para assim trazer agrave empresa bons negoacutecios e

melhor rentabilidade (MONTEIRO 2007 p18)13

2 - Criatividade

Criatividade eacute um assunto que fascina a todos objeto de muitos estudos em-

bora no contexto empresarial seja novo O pensamento criativo antigamente era vis-

to como inspiraccedilatildeo divina passando a ser estudado com melhor afinco a partir dos

anos 50

O Caminho humano de viver conviver e sobreviver eacute permeado de accedilotildees cria-

tivas conscientes e inconscientes Esse potencial criativo eacute inato em todo ser humano

poreacutem ele se ensina e se aprende Trata-se de uma competecircncia pessoal valorizada

mas ao mesmo tempo desprestigiada pois percebemos que as empresas desclassifi-

cam candidatos criativos e depois encaminham-no para o desenvolvimento desta habi-

lidade

Criatividade para o quecirc Eacute a primeira pergunta que surge em nossa mente

quando tratamos do tema Se tudo estaacute bem natildeo haacute motivos para criar ou se estaacute

tudo ruim natildeo temos mais o que fazer Percebemos que o ser humano sempre busca

a sua zona de conforto para se acomodar sofrer menos ou agraves vezes para reclamar

mais Podemos pensar nesta pergunta buscando duas respostas uma do acircmbito pes-

soal e outra empresarial No processo de criaccedilatildeo percebemos que podemos mudar e

nos diferenciar daquilo que fomos respeitando e valorizando o nosso proacuteprio passado

13Internet (httpwwwaedbbrsegetartigos10327_PDF20Samirapdf) data acesso

15072012

26

tomando decisotildees e desempenhando accedilotildees diferentes dos que habitualmente faziacutea-

mos Podemos gerar mudanccedilas substanciais nas empresas e a partir dessas mudan-

ccedilas diferenciarmos sem contudo ser necessaacuterio efetuar mudanccedilas demasiadas mu-

danccedilas que choquem e natildeo se ajustem aos nossos valores e nossa realidade

Se o objetivo eacute buscar na empresa alcanccedilar eficiecircncia que possibilite ao cliente

escolher e comprar nossos produtos e serviccedilos e natildeo os dos concorrentes precisa-

mos estar abertos para buscar novas alternativas novas maneiras de fazer as coisas

e consequentemente resultados diferentes A mudanccedila organizacional eacute muitas ve-

zes uma ferramenta de soluccedilatildeo de problemas das organizaccedilotildees Podemos diferenci-

ar-nos dos competidores apenas sabendo quando e em quecirc devemos mudar e onde

queremos chegar

A criatividade na empresa eacute medida a partir dos resultados alcanccedilados Uma

resposta eacute mais criativa (entre aspas pois as respostas natildeo satildeo criativas e sim as pes-

soas que a geraram) que outra quando atinge aquele objetivo para o qual foi focado a

soluccedilatildeo de um problema traz uma alternativa ou um meacutetodo inovador ou ateacute mesmo

uma combinaccedilatildeo de resultados diferentes

Tatildeo essencial como ser diferente eacute a necessidade de buscar resultados e uma

empresa soacute eacute verdadeiramente criativa quando a criatividade se torna a maneira diaacute-

ria de fazer as coisas e espera que seus membros considerem uma ampla variedade

de alternativas antes de comprometer-se numa direccedilatildeo especiacutefica 14

21 ndash Conceito de criatividade

A criatividade eacute a faculdadehabilidade de criar ou o potencial criativo Consiste

em encontrar meacutetodos ou objetos para executar tarefas de uma maneira nova ou dife-

14 Internet

Fonte (Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de acesso

25062012

27

rente do habitual com a intenccedilatildeo de satisfazer um propoacutesito A criatividade permite

cumprir os desejos de forma mais raacutepida faacutecil eficiente ou econoacutemica

A criaccedilatildeo de novas ideias e conceitos tambeacutem se lhe daacute o nome de inventivi-

dade pensamento original pensamento divergente ou imaginaccedilatildeo construtiva Trata-

se de conceitos que implicam o ato de inventar algo novo (isto eacute recorrer ao enge-

nho) a capacidade de encontrar soluccedilotildees originais e a vontade de mudar o mundo 15

A criatividade eacute considerada uma capacidade humana de grande valor univer-

sal tudo indica que nesta competecircncia reside a memoacuteria RAM bioloacutegica para o im-

pulso da evoluccedilatildeo humana A memoacuteria RAM segundo CURY (2009) eacute o fenoacutemeno dos

registos da memoacuteria O que melhor descreve a criatividade eacute o que SANCHEZ (2003)

referiu em seus apontamentos a criatividade eacute uma sublime dimensatildeo da condiccedilatildeo

humana

Eacute entretanto na capacidade criativa que existe a chave da capacidade de evo-

luccedilatildeo da humanidade O meacuterito da expressatildeo criativa eacute fruto da complexidade ou

seja eacute fruto do contexto social no seu desenvolvimento natural e humano

Eacute muito interessante contemplar os efeitos provenientes deste constructo a

considerar a capacidade de um indiviacuteduo criativo construir e reconstruir transformando

a nossa realidade Eacute consensual e gratificante perceber que todos temos a capacida-

de criativa deve eacute ser melhor desenvolvida16

De maneira instintiva o termo criatividade sempre se associou agrave atividade ar-

tiacutestica Mais recentemente graccedilas a exemplos empresariais como Apple e Google a

inovaccedilatildeo ganhou espaccedilo nos sectores tecnoloacutegicos Neste sentido a nossa intuiccedilatildeo

natildeo estaacute errada uma vez que criatividade e inovaccedilatildeo satildeo dois conceitos muito unidos

Explicado de forma simples a capacidade criativa pode ser definida como ldquoa habili-

dade para gerar ideias alternativas e soluccedilotildees a um determinado problema de forma

faacutecilrdquo 17

15 Internet (httpconceitodecriatividade) data de acesso 25062012 16Internet (httpptwikipediaorgwikiCriatividade) data de acesso 04072012

17Inter-

net(httpwwwcriaptcriaadminappCRIAuploadscreamanual20creatividade20portugue

s_pt_webpdf) data de acesso 04072012)

28

22 ndash Criatividade do ponto de vista pessoal

Temos que pensar em Criatividade como estrateacutegia para viver melhor para

uma qualidade de vida que diria razoaacutevel aleacutem de identificar potenciais descobertas

internas que foram abafadas pelos processos familiares educacionais e empresariais

assim pelo tempo Outro aspecto estaacute relacionado com a garantia da nossa emprega-

bilidade entendendo como fonte de renda como funcionaacuterio profissional autocircnomo ou

empresaacuterio Vivemos num mundo de mudanccedilas aprimoramento riscos e oportunida-

des Melhoria nos nossos relacionamentos interpessoais atraveacutes do reconhecimento e

aproveitamento da diversidade respeitando as mais diversas formas de pensamento e

das diferenccedilas individuais Estamos acostumados a considerar a criatividade como

algo pessoal e intransferiacutevel A criatividade humana natildeo eacute temporal Trata-se de um

patrimocircnio do ser humano compartilhado pela sociedade Como a organizaccedilatildeo existe

para servir a sociedade nada mais justo do que desenvolver a criatividade como ga-

rantia para superaccedilatildeo da expectativa do cliente em relaccedilatildeo agrave sua empresa 18

23 ndash Criatividade do ponto de vista empresarial

A busca de um diferencial oferecendo algo mais do que o cliente espera atrair

preferecircncias estabelecer estrateacutegia diferenciada adaptar-se agraves necessidades modifi-

car produtos e buscar soluccedilotildees para os problemas fugindo do convencional e assim

diferenciando-se dos concorrentes Estrateacutegia competitiva natildeo somente por criar ou

inovar produtos mas tambeacutem a quebra de paradigmas mudanccedilas de pensamentos

comportamentos etc Todas as ideias produtos e serviccedilos criativos poderatildeo ser trans-

formados em algo positivo para a organizaccedilatildeo Melhoria dos seus produtos assim

como a criaccedilatildeo de novos Busca de resultados diferentes do passado Melhoria do

18 Internet (Fonte Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de

acesso 04072012

29

relacionamento humano interno consequentemente o aumento da produtividade Me-

lhoramento contiacutenuo em todos os setores Desenvolvimento da qualidade19

24 - Criatividade e a visatildeo estrateacutegica da empresa

A criatividade se relaciona com a visatildeo estrateacutegica de empresa da seguinte

forma a partir dos objetivos traccedilados pela organizaccedilatildeo a mesma definiraacute uma linha

estrateacutegica a ser seguida para alcanccedilar esses objetivos A criatividade se envolve de

acordo com a intenccedilatildeo da empresa ela pode querer reinventar seus modos de atua-

ccedilatildeo pode somente visar manter-se atualizada e motivada pode querer mudar rapida-

mente de foco e enfim 44 pode estabelecer um relacionamento forte ou fraco com a

criatividade em funccedilatildeo das soluccedilotildees que ela estiver almejando

CALKINS (2001) defende essa visatildeo ao dizer que para produzir subjetividade

a criatividade deve ser parte da estrateacutegia da empresa O estudo de LENGNICK-HALL

e WOLFF (1998) faz justamente uma releitura sobre o processo estrateacutegico organiza-

cional ndash enfatizando os trecircs domiacutenios loacutegicos que guiam a maioria das empresas ndash e

relacionando conforme a Tabela abaixo com o tipo de criatividade que estaraacute vigente

Loacutegicas Estrateacutegicas x Criatividade

Loacutegica Dominante

Guerrilha Loacutegica Complexidade Loacutegica Capacidade Loacutegica

Objetivo

repentinamente reescrever

as regras da competitivida-

de

aprendizagem e alto envolvi-

mento organizacional

desenvolver e implementar

estrateacutegias que as possibilitem

criar uma sustentaacutevel vantagem

competitiva

Elemento

Chave

a flexibilidade a criativida-

de e a inovaccedilatildeo

sistema natural de relaciona-

mentos

desenvolvimento eficiente e

eficaz e protegendo seus recur-

sos de base

Justificativa vantagem competitiva

como algo muito passageiro

a organizaccedilatildeo vive em uma

comunidade de competidores

fornecedores clientes

as organizaccedilotildees procuram de-

senvolver e implantar estrateacute-

gias que as possibilitem criar

uma sustentaacutevel vantagem

competitiva

19Internet (Fonte Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de

acesso 04072012

30

Sucesso Orga-

nizacional

eacute uma funccedilatildeo da sua capa-

cidade para gerar ideias

que criam novas dinacircmicas

competitivas e novas are-

nas de accedilatildeo

consequecircncia de um natural

entendimento do paradoxo de

forccedilas que formam o sistema

organizacional

a chave da vantagem competiti-

va sustentaacutevel estaacute na habilida-

de organizacional para proteger

os seus recursos de base

Autores COOPER (1995) e

SCHUMPETER (1936)

MILLER (1996) SENGE (1990) e

MOORE (1996)

PORTER (1986 e 1992) e

HAMEL e PRAHALAD (1994)

Ecircnfase Criar Aprender Agregar Valor

Praacuteticas Cria-

tivas

Brainwriting Pool Teacutecnica

da Troca dos Cartotildees etc Pensamento Lateral Jamming

(Fonte Pesquisa a partir dos estudos de Lengnick-Hall e Wolff 1998) 20

25 ndash Reconfiguraccedilatildeo dinacircmica do talento

A estrateacutegia de inovaccedilatildeo sem duacutevida requer novas habilidades O conceito de

R=G sugere que nenhuma empresa eacute capaz de desenvolver sozinha todos os produ-

tos e serviccedilos de que necessita para oferecer experiecircncias personalizadas a cada cli-

ente Tampouco empresa alguma tem condiccedilotildees de cultivar todas as capacidades

gerenciais indispensaacuteveis para transformar a organizaccedilatildeo Analisamos questotildees rela-

cionadas com a superaccedilatildeo dos legados organizacionais e com a construccedilatildeo de novas

capacidades para o gerenciamento da inovaccedilatildeo Mostramos como as empresas de-

vem preparar-se para administrar as tensotildees constantes entre flexibilidade eficiecircncia

e confiabilidade Essa transformaccedilatildeo natildeo consiste apenas em mudar a mentalidade

ou a loacutegica dominante dos gestores tambeacutem significa concentrar-se nos novos niacuteveis

de transparecircncia e de visibilidade em relaccedilatildeo a como se gerencia a empresa

Precisamos mudar a maneira como gerenciamos ndash como combinamos continu-

amente oportunidades e recursos O foco deve convergir natildeo soacute para as habilidades

20Internet (Fonte Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de

acesso 04072012

31

dos indiviacuteduos e para as atitudes de cada um em relaccedilatildeo ao aprendizado mas tam-

beacutem para a competecircncia das equipes e para a capacidade dessas forccedilas-tarefas de se

reconfigurar continuamente em funccedilatildeo dos objetivos arregimentando os melhores

talentos em todo o mundo Por exemplo a identificaccedilatildeo dos comportamentos e das

necessidades de determinada pessoa numa base de milhotildees de clientes ndash como a

Amazoncom na ING Insurance e no programa de diabetes da ICICI ndash exige capaci-

dades analiacutetica Argumentaremos que os mesmos requisitos tambeacutem satildeo indispensaacute-

veis na base de talentos A empresa deve tratar seus empregados e fornecedores

como indiviacuteduos iacutempares (ou como conjunto de indiviacuteduos sem igual) da mesma ma-

neira como lida com os clientes A configuraccedilatildeo dinacircmica de recursos para atender agraves

necessidades de tarefas especiacuteficas converte-se em fonte de vantagem competitiva

A essecircncia da mensagem eacute que para a transformaccedilatildeo ser eficaz os gestores devem

concentrar o foco na mobilizaccedilatildeo raacutepida de talentos dentro e fora da empresa (PRA-

HALAD e KRISHNAN 2008 p177)

3 ndash Cadeia de valor e vantagem competitiva

Segundo Novaes (2001 p184) o conceito de cadeia de valor foi desenvolvido

por Porter O conceito eacute de muita simplicidade e por isso talvez mostre-se tatildeo impor-

tante no contexto econocircmico-social em que se inserem as empresas com a crescente

globalizaccedilatildeo dos negoacutecios e mercados

Para (PORTER 1989 p33) toda empresa eacute uma reuniatildeo de atividades que

satildeo executadas para projetar produzir comercializar entregar e sustentar seu produ-

to Todas estas atividades podem ser representadas fazendo-se uso de uma cadeia

de valores Essa exposiccedilatildeo do autor indica em primeira matildeo apenas4 a ideia de ava-

liar a cadeia interna da empresa a qual eacute formada pelas atividades operacionais e

organizacionais jaacute citadas

A ideia baacutesica que subsidia esse conceito natildeo eacute de autoria de Porter mas haacute

muito tempo jaacute estava sendo analisada Fala-se aqui dos conceitos da Teoria Geral de

Sistemas que tem como precursor o Prof Ludwig von Bertalanffy e seus trabalhos

teoria essa que apresenta a empresa como um sistema inserido esse uacuteltimo em um

ambiente ou macro sistema Assim deve-se ter em mente uma visatildeo sistecircmica en-

xergar mais do que as aacutereas ou atividades isoladamente mais do que os limites da

empresa (Cadeia de Valor Interna) A empresa faz parte de um todo maior (um siste-

32

ma amplo) e esse eacute que deve ser otimizado para gerar maior valor para o cliente e

consequentemente maior lucratividade na cadeia (Cadeia de Valor Externa)

Nas palavras de Porter (1989 p33) ldquoa cadeia de valores desagrega uma em-

presa nas suas atividades de relevacircncia estrateacutegica para que se possa compreender o

comportamento dos custos e as fontes existentes e potenciais de diferenciaccedilatildeordquo Uma

empresa ganha vantagem competitiva se conseguir desempenhar essas atividades

estrateacutegicas de uma maneira melhor e mais barata que a concorrecircncia

Pode-se entatildeo caminhar para um avanccedilo em definiccedilatildeo ao verificarmos a pro-

posiccedilatildeo de (SHANK amp GOVINDARAJAN 1993 p13) de que ldquoa cadeia de valor para

qualquer empresa em qualquer negoacutecio eacute o conjunto interligado de todas as ativida-

des que criam valor desde uma fonte baacutesica de mateacuterias primas passando por forne-

cedores de componentes ateacute a entrega do produto final agraves matildeos do consumidorrdquo

O mundo em que se vive atravessa em periacuteodo de transformaccedilatildeo sequer ima-

ginado Nele nada eacute definitivo Fica-se perplexo quando natildeo se consegue acompanhar

a velocidade da evoluccedilatildeo dos acontecimentos sente-se perdido principalmente nos

assuntos relacionados agrave dinacircmica do desenvolvimento tecnoloacutegico

Dessa forma com uma visatildeo focada no clienteconsumidor pode-se considerar

que a cadeia de valor eacute uma sequecircncia de atividades desde a origem de recursos ateacute

o descarte final de determinado produto Portanto tem-se uma visatildeo bastante abran-

gente do conceito que pode considerar desde a fase da extraccedilatildeo de mateacuteria-prima ateacute

o tratamento final que eacute dado ao produto por exemplo num enfoque de ciclo de vida

do produto21

31 - O que significa uma vantagem competitiva

O sucesso de uma empresa eacute em larga medida determinado pela atratividade

do sector em que opera mas a sua posiccedilatildeo dentro desse sector tambeacutem eacute importante

21 (httpwwwccontabeiscombrconvt14pdf) data acesso 15072012

33

Apesar de um sector poder ter uma fraca eficaacutecia uma empresa que estaacute bem posi-

cionada pode ainda assim criar lucros significativos

Diz-se que uma empresa tem uma vantagem competitiva sobre os seus con-

correntes quando manteacutem retornos que superam a meacutedia no seu sector Esta vanta-

gem decorre das caracteriacutesticas do produto que o torna superior aos produtos da con-

correcircncia

Nalgumas situaccedilotildees pode obter-se uma vantagem competitiva atraveacutes da evoluccedilatildeo

tecnoloacutegica mas esta eacute frequentemente difiacutecil de manter porque os concorrentes ra-

pidamente a copiam ou aperfeiccediloam desenvolvem novas tecnologias Uma vantagem

sustentada resulta frequentemente mais do que da tecnologia ou de modificaccedilatildeo de

produtos de outros fatores como por exemplo o simbolismo associado ndash o que o

produto significa para os consumidores (imagem de marca) e o que estes experimen-

tam na sua compra e uso Os investigadores em marketing reconhecem que os produ-

tos possuem caracteriacutesticas simboacutelicas e que o consumo de certos produtos pode de-

pender mais do seu significado social do que da sua utilidade funcional

Existe atualmente uma tendecircncia para os consumidores exigirem ldquosignificado

pessoalrdquo aos produtos e serviccedilos Torna-se essencial inovar para responder agraves emo-

ccedilotildees que influenciam as decisotildees dos consumidores Estes estatildeo cada vez menos

impressionados com as novas tecnologias e a optar por produtos que resultam ldquopara

mimrdquo Como consequecircncia palavras como emoccedilatildeo e significado pessoal encon-

tram o seu caminho nas estrateacutegias das empresas sendo importante entender os fato-

res intangiacuteveis associados ao valor percebido do produto e as percepccedilotildees na sua

globalidade positivas ou negativas Novas designaccedilotildees tais como ndash ldquofaacutecil acessiacute-

vel razoaacutevel empoderamento e pessoal ndash refletem mais a pessoa do que o obje-

to Descobrir os sentimentos e as atitudes em relaccedilatildeo aos produtos bem como conhe-

cer as razotildees das preferecircncias dos consumidores tornaram-se importantes elementos

estrateacutegicos22

32 - Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva

Em grande medida a ambiccedilatildeo da estrateacutegia da empresa eacute conseguir uma van-

tagem competitiva sustentaacutevel

22Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

34

A vantagem competitiva analisa a atividade da empresa centrando-se primei-

ramente na sua capacidade de gerar retornos superiores de capital e de vincular a

estrateacutegia de negoacutecio a mercados financeiros e de capital fundamentais por um longo

periacuteodo de tempo No fim de contas eacute a vantagem competitiva da empresa que permi-

te ter bons retornos para os seus acionistas

Sem vantagem competitiva a empresa tem uma razatildeo econoacutemica limitada para

existir ndash a sua vantagem competitiva eacute a sua razatildeo de existecircncia Sem ela a empresa

natildeo iraacute prosperar Criar uma vantagem competitiva sustentaacutevel pode ser a meta mais

importante de qualquer organizaccedilatildeo e pode mesmo ser o atributo mais importante em

que a empresa se focaliza23

33 - Como implementar vantagem competitiva

As vantagens competitivas natildeo assumem uma uacutenica forma e eacute possiacutevel que

uma empresa tenha vaacuterias vantagens competitivas e em diferentes aacutereas Ilustra-se

algumas das aacutereas onde as empresas se podem destacar e garantir o seu sucesso a

longo prazo quota de mercado gestatildeo da marca rede marcas e patentes eficaacutecia de

custos e altos custos de mudanccedila

As empresas com quotas de mercado significativas criam um problema para os

concorrentes o que eacute positivo para aquelas uma vez que os seus produtos satildeo bem

conhecidos e recebidos no mercado No entanto mesmo quando a quota de mercado

eacute consideraacutevel se o sector for atrativo ou seja tiver um potencial de lucro significativo

novos operadores podem aparecer com a consequente reduccedilatildeo da quota de merca-

do

Ter uma marca forte pode garantir o sucesso a longo prazo e tambeacutem permitir

agraves empresas obter lucros pois a sua marca permite-lhes cobrar um preccedilo especial

(premium) Marcas fortes tendem a criar uma vantagem competitiva mais duradoura

O efeito de rede ocorre quando um produto cria uma procura por parte dos

consumidores que depois amplia o produto A empresa pode beneficiar do efeito de

23 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

35

rede pela atraccedilatildeo de mais vendedores Estes por sua vez atraem mais compradores

estabelecendo-se uma quota de mercado dominante (por exemplo eBay)

Este efeito de rede natildeo eacute muito comum mas quando ocorre pode ser extre-

mamente lucrativo As marcas e as patentes podem ser fonte de vantagem competiti-

va para algumas empresas 24

34 - Como criar valor e vantagem competitiva

Uma empresa posiciona-se aproveitando os seus pontos fortes Michael Porter

defendeu que aqueles se inscrevem em dois tipos baacutesicos de vantagem competitiva

vantagem pelos custos ou diferenciaccedilatildeo Estes satildeo identificados como vantagens po-

sicionais uma vez que expressam a posiccedilatildeo da empresa no sector enquanto liacuteder nos

custos ou por diferenciaccedilatildeo

A empresa utiliza os seus recursos e capacidades para gerar uma vantagem

competitiva que por uacuteltimo resulte na criaccedilatildeo de um valor superior

As competecircncias distintivas (competecircncias nucleares) resultam de recursos

especiacuteficos e capacidades da empresa facilitam a inovaccedilatildeo a eficiecircncia a qualidade

e a receptividade dos clientes o que pode ser aproveitado para atingir quer uma es-

trutura de baixo custos quer a diferenciaccedilatildeo do produto

Uma empresa posiciona-se no seu sector atraveacutes da opccedilatildeo por baixos custos

ou diferenciaccedilatildeo Esta decisatildeo eacute uma peccedila central da estrateacutegia competitiva da em-

presa

A vantagem competitiva existe quando a empresa eacute capaz de oferecer os

mesmos benefiacutecios que os concorrentes mas a custos mais baixos (vantagem pelos

custos) ou oferecer benefiacutecios que ultrapassam a concorrecircncia (vantagem por diferen-

ciaccedilatildeo) Portanto uma vantagem competitiva permite agrave empresa criar um valor superi-

or para os seus clientes e lucros para si proacuteprio25

24 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=39ampL=5) data acesso 15072012

25 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

36

CAPITULO III

ASPECTOS DA INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE

1 ndash Inovaccedilatildeo e sustentabilidade

37

Como as empresas podem sair da teoria para a praacutetica e chegar a um no-

vo patamar de competitividade e comprometimento com praacuteticas sustentaacuteveis

Muito se fala em inovaccedilatildeo como o principal caminho para o desenvolvimento

sustentaacutevel das organizaccedilotildees e da humanidade Poreacutem em muitos setores falar sobre

esse assunto eacute ainda um exerciacutecio teoacuterico Em geral o tema eacute associado as aacutereas de

tecnologia ou pesquisa e desenvolvimento mas a inovaccedilatildeo deve acontecer tambeacutem

na lideranccedila nas accedilotildees de marketing no modelo de negoacutecios ou seja na gestatildeo co-

mo um todo

Em pesquisa realizada pela Fundaccedilatildeo Nacional da Qualidade (FNQ) em maio

e 2011 representantes de 63 empresas mostraram que 97 consideram fundamental

que as organizaccedilotildees inovem para buscar a sustentabilidade tanto do negoacutecio quanto

da economia e do planeta Apesar dessa consciecircncia 70 dos participantes do estu-

do acreditam que as empresas estatildeo preocupadas mas natildeo direcionam seus investi-

mentos em inovaccedilotildees com foco no crescimento sustentaacutevel O levantamento mostra

ainda que 27 dos entrevistados apontaram a gestatildeo como a principal preocupaccedilatildeo

das empresas em que trabalham enquanto 22 indicaram a sustentabilidade e 19 a

reduccedilatildeo de custos

De acordo com o superintendente geral da FNQ Jairo Martins ldquoos resultados

da pesquisa mostram que as empresas ainda natildeo perceberam o tamanho do problema

da sustentabilidade considerando o baixo iacutendice de organizaccedilotildees que de fato inves-

tem em inovaccedilatildeo para sustentabilidade Em sua maioria as organizaccedilotildees pensam

apenas no lado econocircmico e natildeo no tripeacute da sustentabilidade que demanda uma em-

presa economicamente soacutelida socialmente correta e ambientalmente responsaacutevel

Enquanto dominar o pensamento pelo vieacutes econocircmico cujo sucesso eacute medido pelo

PIB o atual modelo de desenvolvimento insustentaacutevel natildeo vai mudar e natildeo seratildeo in-

cluiacutedas na pauta das organizaccedilotildees as questotildees socioambientaisrdquo

O professor da Fundaccedilatildeo Getuacutelio Vargas Renato Orsato autor do livro ldquoEstra-

teacutegias de Sustentabilidade quando vale a pena ser verderdquo analisou mais de 30 ca-

sos de empresas que adotaram a inovaccedilatildeo em 20 setores ao redor do mundo Para

ele deve haver uma premissa baacutesica para falar sobre esse assunto fazer perguntas

precisas ldquoIsso porque existem centenas de milhares de formas de incluir inovaccedilatildeo e

sustentabilidade nas empresas As empresas devem conhecer bem o contexto onde

atuam e considerar tanto aspectos tangiacuteveis como intangiacuteveisrdquo afirma

38

Na opiniatildeo do professor enquanto a sustentabilidade eacute apenas um acessoacuterio agrave

estrateacutegia da empresa ela natildeo vale a pena Para inovar as organizaccedilotildees devem

questionar os modelos de negoacutecio e pensar em modelos totalmente novos

Orsato daacute o exemplo da empresa Better Place que inovou na maneira de co-

mercializar energia renovaacutevel para carros eleacutetricos ldquoO grande salto seraacute conseguir

mudanccedilas radicais nos modelos de negoacutecios As fronteiras entre os setores de energia

e mobilidade por exemplo podem mudarrdquo 26

11- Da teoria para a praacutetica

De maneira geral a inovaccedilatildeo faz sucesso em palestras de ldquoespecialistasrdquo e de

executivosrdquo explica o professor Joatildeo Amato Neto da Fundaccedilatildeo Vanzolini e Escola

Politeacutecnica da USP ldquoMas haacute empresas realmente inovadoras seja em seus produtos

em seus processos de produccedilatildeo e ateacute mesmo em seu posicionamento de mercado

Outras satildeo inovadoras na relaccedilatildeo com o mercado num sentido mais amplo Esse eacute

um grupo restrito no Brasil de empresas de excelecircncia As que tecircm excelecircncia em

inovaccedilatildeo para sustentabilidade estatildeo num grupo mais restrito ainda Do ponto de vista

da sobrevivecircncia da empresa nos proacuteximos anos esse eacute um requisito fundamentalrdquo

O professor exemplifica que no varejo haacute grandes redes como o Wall Mart

Carrefour e Patildeo de Accediluacutecar que iniciaram accedilotildees para contratar fornecedores com base

em requisitos de sustentabilidade Essas accedilotildees ainda satildeo restritas a alguns poucos

produtos e incluem por exemplo exigecircncias de embalagens que possam ser recicla-

das Satildeo accedilotildees que visam a reduccedilatildeo do uso de recursos materiais e energia de uma

forma geral (busca de maior eco eficiecircncia nos processos)

Mas como sair da teoria e colocar em praacutetica Veja os principais pontos que

uma empresa interessada em inovaccedilatildeo e sustentabilidade deve trabalhar

bull Investir no espiacuterito criativo dos colaboradores natildeo soacute daqueles que atuam nas aacutereas

de pesquisa e desenvolvimento (PampD) de produtos ou na engenharia do produto mas

num sentido mais amplo oacutetimas ideias podem surgir no chamado chatildeo de faacutebrica

26 Internet (httpwwwhsmcombrbuscarkeys=inovaccedilatildeo e sustentabilidade) data acesso 19072012

39

bull Buscar praacuteticas de gestatildeo participativa isso pode gerar ideias que trazem inovaccedilotildees

pequenas incrementais mas que no conjunto fazem muita diferenccedila

bull Usar a educaccedilatildeo para transformar paradigmas e gerar maior conscientizaccedilatildeo Natildeo

se deve pensar apenas em treinamentos que satildeo usados em geral para tarefas es-

peciacuteficas ou aplicaccedilatildeo de teacutecnicas As empresas devem investir na formaccedilatildeo dos re-

cursos humanos

bull Questionar o proacuteprio modelo de negoacutecios

bull Inserir sustentabilidade no planejamento estrateacutegico da empresa

E seraacute que eacute possiacutevel aprender a inovar De acordo com o professor Joatildeo A-

mato a inovaccedilatildeo soacute faz sentido se isso significar uma mudanccedila de mentalidade na

empresa Isso vale para induacutestria ou setor de serviccedilos ldquoNo setor financeiro temos mui-

tos exemplos de como os bancos estatildeo descobrindo novas maneira de incluir a sus-

tentabilidade em suas praacuteticas definindo criteacuterios de praacuteticas socioambientais aos

seus clientes Na realidade alguns dos grandes bancos jaacute colocaram isso no seu plano

estrateacutegicordquo conclui 27

12 ndash Sustentabilidade corporativa

Haacute vaacuterias definiccedilotildees para sustentabilidade e desenvolvimento sustentaacutevel na

literatura e organizaccedilotildees que tratam do tema arrolam outras tantas Isso decorre do

fato de a sustentabilidade ser um conceito relativamente novo possuir um caraacuteter mul-

tidisciplinar e envolver diferentes interpretaccedilotildees que refletem diferenccedilas de valor cir-

cunstacircncias localizadas e contextos especiacuteficos Aleacutem disso o conceito acaba incorpo-

rado a vaacuterios assuntos tais como a definiccedilatildeo de poliacuteticas governamentais a gestatildeo

puacuteblica regional a gestatildeo de empresas e ateacute mesmo o nosso estilo de vida (MA-

27 Internet (httpwwwhsmcombreditoriassustentabilidadeinovacao-e-ustentabilidade-de-

maos-dadas) data acesso 19072012

40

WHINNEY 2002) O foco deste artigo eacute a sustentabilidade corporativa ou seja a apli-

caccedilatildeo do conceito de sustentabilidade nas empresas

Algumas empresas brasileiras vecircm sendo citadas como casos mundiais no

acircmbito de algumas das dimensotildees da sustentabilidade corporativa HART (1997)

menciona a Aracruz Celulose como uma empresa que adota a visatildeo de desenvolvi-

mento sustentaacutevel desde o iniacutecio de suas operaccedilotildees com base no modelo de reflores-

tamento das plantaccedilotildees de eucaliptos PRAHALAD (2004) apresenta o caso da Casas

Bahia como uma empresa que atende a populaccedilatildeo de baixa renda por meio de um

modelo inovador de financiamento (SEABRA LEAL e PASSOS 2005 p10) Relatam

o caso da Natura assinalando que seus principais acionistas satildeo enfaacuteticos ao afirma-

rem que a busca da sustentabilidade eacute mais do que uma estrateacutegia de negoacutecios mdash eacute

uma filosofia de vida Outros estudos acadecircmicos nessa aacuterea tambeacutem envolvem em-

presas nacionais SILVA e KULAY (2005) apresentam um caso de aplicaccedilatildeo da Avali-

accedilatildeo do Ciclo de Vida (LCA mdash Life Cycle Assessment) para analisar os potenciais

impactos ambientais do processo de fabricaccedilatildeo de fertilizantes fosfatados em uma

empresa brasileira COSTA e GOUVINHAS (2004) analisam a adoccedilatildeo das estrateacutegias

de projeto ecoloacutegico (ecodesign) no ambiente de negoacutecios de pequenas e meacutedias em-

presas brasileiras HOPKINS (2002) discute a sustentabilidade nas operaccedilotildees internas

das empresas a partir de uma pesquisa exploratoacuteria sobre a aplicaccedilatildeo de indicadores

de responsabilidade social em quatro grandes empresas no Brasil 28

13 - O conceito de sustentabilidade corporativa

Considera-se sustentabilidade corporativa como a gestatildeo empresarial que bus-

ca equilibrar as necessidades econocircmicas das empresas com a responsabilidade pelo

desenvolvimento da sociedade e preservaccedilatildeo dos recursos naturais visando atender

agraves necessidades atuais e futuras dos elementos afetados pela empresa Esses ele-

mentos mdash que satildeo ou podem ser afetados pelos efeitos das operaccedilotildees accedilotildees e deci-

28 Internet httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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sotildees da empresa mdash incluem os acionistas e funcionaacuterios clientes e consumidores

fornecedores e parceiros os recursos naturais utilizados pela empresa o meio ambi-

ente e a sociedade

A sustentabilidade corporativa estaacute associada a trecircs macro objetivos a geraccedilatildeo

de valor econocircmico a responsabilidade ambiental e a responsabilidade social A gera-

ccedilatildeo de valor econocircmico estaacute relacionada com a obtenccedilatildeo de resultados econocircmicos

positivos no presente e no futuro A responsabilidade ambiental diz respeito agrave conser-

vaccedilatildeo e ao uso sustentaacutevel dos recursos naturais E a responsabilidade social con-

templa a corresponsabilidade das empresas pelo desenvolvimento da sociedade Con-

forme ELKINGTON (1997) esses objetivos satildeo inerentes aos denominados resultados

tridimensionais da sustentabilidade (triple bottom line) As empresas que adotam a

sustentabilidade corporativa devem buscar um equiliacutebrio entre o compromisso econocirc-

mico a preservaccedilatildeo ambiental e o desenvolvimento da sociedade assumindo respon-

sabilidades pelas condiccedilotildees de vida atuais e futuras29

14 - Sustentabilidade e geraccedilatildeo de valor econocircmico

A literatura ressalta a necessidade de que as iniciativas relacionadas agrave susten-

tabilidade tragam retornos positivos para as empresas REINHARDT (1999) considera

que as justificativas para os investimentos ambientais realizados pelas empresas de-

vem ser similares aos demais investimentos Nesse sentido os investimentos em ges-

tatildeo ambiental devem auferir retornos financeiros positivos ou conduzir agrave reduccedilatildeo dos

riscos SENGE e CARSTEDT (2001) satildeo mais enfaacuteticos ao considerar que o desafio

atual reside em desenvolver negoacutecios sustentaacuteveis compatiacuteveis com a realidade eco-

nocircmica Segundo esses autores novos modelos de negoacutecios e produtos inovadores

no acircmbito da sustentabilidade precisam necessariamente acarretar resultados finan-

ceiros satisfatoacuterios para se viabilizarem

Os benefiacutecios decorrentes das accedilotildees de sustentabilidade podem ser tangiacuteveis

ou intangiacuteveis Willard (2002) identifica potenciais benefiacutecios tangiacuteveis como aqueles

associados agrave reduccedilatildeo de custos na manufatura agrave reduccedilatildeo de custos comerciais ao

aumento do faturamento e ao aumento da participaccedilatildeo no mercado Como benefiacutecios

intangiacuteveis considera a maior facilidade na contrataccedilatildeo de talentos a maior retenccedilatildeo

29 Internet httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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dos principais talentos o aumento da produtividade dos funcionaacuterios a reduccedilatildeo dos

riscos e as maiores facilidades de financiamento NEMLI (2004) considera que os be-

nefiacutecios devem ser mensurados ao longo de trecircs dimensotildees reduccedilatildeo de custos e au-

mento da lucratividade aumento da reputaccedilatildeo e criaccedilatildeo de diferenciaccedilatildeo crescimento

da empresa em termos de capacidade de inovaccedilatildeo e uso de tecnologias limpas

A perspectiva de geraccedilatildeo de valor econocircmico estaacute acoplada a uma visatildeo mais holiacutesti-

ca do bom funcionamento da economia Nesse sentido HAWKEN LOVINS e LOVINS

(1999) consideram que o capitalismo natural pode ser o gatilho para a proacutexima revo-

luccedilatildeo industrial em que quatro tipos de capital sustentam o bom funcionamento da

economia o capital humano (pessoas conhecimento e cultura) o capital financeiro

(caixa investimentos e instrumentos monetaacuterios) o capital industrial (infra estrutura

faacutebricas e maacutequinas) e o capital natural (recursos naturais sistemas de vida e ecossis-

tema) Conforme SENGE e CARSTEDT (2001) a geraccedilatildeo de valor econocircmico por

empresas sustentaacuteveis depende de forma ampla da adoccedilatildeo de uma realidade eco-

nocircmica que conecta a induacutestria a sociedade e o meio ambiente Por outro lado mes-

mo na realidade atual a reduccedilatildeo do desperdiacutecio e do fluxo destrutivo dos recursos

pode representar uma importante oportunidade de negoacutecios (LOVINS LOVINS e

HAWKEN 1999) 30

15 - Sustentabilidade e responsabilidade ambiental

Vaacuterios autores assinalam a importacircncia da questatildeo da estrateacutegia ambiental das

empresas no acircmbito da sustentabilidade corporativa HART (1997) considera a polui-

ccedilatildeo a exaustatildeo dos recursos naturais e a pobreza como os principais desafios da sus-

tentabilidade Segundo o autor a estrateacutegia ambiental das empresas em geral evolui

segundo trecircs estaacutegios prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo produtos ambientalmente corretos e

produccedilatildeo limpa Aleacutem disso uma estrateacutegia ambiental integrada natildeo deve direcionar-

se somente para o desenvolvimento de competecircncias internas mas tambeacutem conside-

rar o relacionamento com os clientes fornecedores outras empresas agentes gover-

30 Internet

(httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext)

data de acesso 2107201230

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namentais e acionistas Da mesma forma BARBIERI (2004) cita trecircs abordagens para

a gestatildeo ambiental empresarial controle da poluiccedilatildeo prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo e abor-

dagem estrateacutegica A prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo incorpora duas preocupaccedilotildees ambientais

principais o uso sustentaacutevel dos recursos e o controle da poluiccedilatildeo Os instrumentos

tradicionais para o uso sustentaacutevel dos recursos satildeo referenciados pelo autor como

4Rs reduccedilatildeo da poluiccedilatildeo na fonte reutilizaccedilatildeo reciclagem e recuperaccedilatildeo energeacutetica

HOFFMAN (2000) sugere que a estrateacutegia ambiental determine o alinhamento

entre a proteccedilatildeo ambiental e o crescimento econocircmico da empresa O desenvolvimen-

to da estrateacutegia ambiental deve analisar os concorrentes os parceiros os produtos as

mateacuterias-primas as perdas e os resiacuteduos da empresa O autor considera que a estra-

teacutegia ambiental pode ser direcionada por quatro fatores o mercado (composto pelos

consumidores associaccedilotildees concorrentes e consultores) os provedores de recursos

(clientes seguradoras fornecedores bancos e investidores) os elementos coercivos

(regulamentos locais legislaccedilatildeo internacional) e os elementos sociais (instituiccedilotildees

religiosas organizaccedilotildees natildeo-governamentais comunidade mundo acadecircmico im-

prensa e poder judiciaacuterio) 31

16 - Sustentabilidade e responsabilidade social

Os defensores da responsabilidade social argumentam que as empresas de-

vem assumir um compromisso com o desenvolvimento da sociedade As empresas

devem executar accedilotildees para fomentar o desenvolvimento social a inclusatildeo social e

contribuir para a melhoria das condiccedilotildees de vida da populaccedilatildeo mais necessitada Al-

guns autores consideram que essas atividades natildeo satildeo puramente filantroacutepicas uma

vez que as empresas podem auferir benefiacutecios de negoacutecios em funccedilatildeo delas Outros

sugerem ainda que a responsabilidade social esteja associada agrave proacutepria estrateacutegia

empresarial por exemplo SEABRA LEAL e PASSOS (2005) assinalam que os prin-

31 ) Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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cipais acionistas da Natura consideram que a responsabilidade social estaacute intimamen-

te ligada agrave estrateacutegia de negoacutecios da empresa

PRAHALAD e HAMMOND (2002) observam que aproximadamente 65 da

populaccedilatildeo mundial mdash cerca de quatro bilhotildees de pessoas mdash ganham menos do que

2000 USDano Esse eacute um mercado praticamente inexplorado pelas empresas multi-

nacionais Segundo os autores as empresas que desejam entrar nesse mercado de-

vem repensar seus modelos de negoacutecios praacuteticas gerenciais e indicadores de desem-

penho Eacute um mercado de novas fontes de receita que exige melhoria na eficiecircncia

operacional e fomento da inovaccedilatildeo A atuaccedilatildeo bem-sucedida para atender agrave denomi-

nada populaccedilatildeo na base da piracircmide pode trazer resultados econocircmicos positivos agraves

empresas e simultaneamente contribuir para a melhoria das condiccedilotildees de vida das

pessoas economicamente menos favorecidas

PORTER e KRAMER (2002) consideram que eacute possiacutevel agraves empresas obterem

a convergecircncia de interesses entre as atividades filantroacutepicas e os objetivos de negoacute-

cios A filantropia pode oferecer oportunidades para as empresas melhorarem seu

contexto competitivo considerando que as atividades filantroacutepicas podem potencial-

mente atuar sobre quatro elementos inter-relacionados da competitividade empresari-

al na disponibilidade dos insumos de produccedilatildeo nas condiccedilotildees de demanda nas con-

diccedilotildees de competiccedilatildeo e rivalidade e na presenccedila das induacutestrias de insumos e suporte

Nesse sentido a filantropia deveria ser considerada uma abordagem claramente estra-

teacutegica pelas empresas WADDOCK e SMITH (2000) adotam um raciociacutenio similar

afirmando que a responsabilidade social e o desempenho corporativo financeiro an-

dam juntos e natildeo como trade-offs

HALL et al (2005) constatam que algumas empresas podem ser socialmente

vulneraacuteveis Segundo esses autores a vulnerabilidade social eacute atribuiacuteda agraves empresas

que apresentam grande importacircncia estrateacutegica para o desenvolvimento econocircmico e

social dos paiacuteses onde operam Eles citam empresas cujo papel extrapola a criaccedilatildeo de

valor aos acionistas sendo consideradas como orgulhos nacionais para seus paiacuteses

Satildeo citadas como exemplos a Siemens na Alemanha a Toyota no Japatildeo a Embraer

no Brasil e a Bombardier no Canadaacute Aleacutem da questatildeo econocircmica essas empresas

desempenham importante papel social em seus respectivos paiacuteses Outras empresas

45

brasileiras tambeacutem poderiam ser citadas como a Petrobras a Companhia Vale do Rio

Doce o Bradesco entre outras 32

2 - Gestatildeo da inovaccedilatildeo para a sustentabilidade

A busca da inovaccedilatildeo e a gestatildeo da inovaccedilatildeo em geral satildeo mediadas por as-

pectos essencialmente econocircmicos e estrateacutegicos Entretanto na medida em que ou-

tras restriccedilotildees compotildeem o ambiente de atuaccedilatildeo das empresas outros fatores podem

impulsionar a inovaccedilatildeo Isso tambeacutem eacute vaacutelido ao se considerarem aspectos de susten-

tabilidade como condicionantes da inovaccedilatildeo

HART e CHRISTENSEN (2002) sugerem que as inovaccedilotildees radicais podem

pavimentar o caminho para as empresas combinarem um crescimento sustentaacutevel

com responsabilidade social HART e MILTEIN (1999) consideram que os desafios

impostos pela sustentabilidade global podem atuar como catalisadores para um novo

estaacutegio de destruiccedilatildeo criativa das empresas Eles associam a preocupaccedilatildeo ecoloacutegica

com melhorias contiacutenuas e a sustentabilidade global com melhorias radicais Nesse

sentido argumentam que a sustentabilidade pode criar oportunidades sem preceden-

tes agraves empresas O raciociacutenio de SENGE e CARSTEDT (2001) eacute similar Esses auto-

res consideram que o foco restrito na eficiecircncia ecoloacutegica pode distrair as empresas da

busca de produtos e modelos de negoacutecios radicalmente diferentes dos atuais Eacute a sus-

tentabilidade global que iraacute motivar as empresas a procurarem novos modelos men-

tais a enfatizarem a aprendizagem e atentarem para a gestatildeo de mudanccedilas

PORTER e VAN DER LINDE (1995) consideram que as regulamentaccedilotildees am-

bientais impotildeem pressotildees competitivas nas empresas motivando-as a inovar VOL-

LENBROEK (2002) propotildee um processo que direciona a inovaccedilatildeo para o desenvolvi-

mento da sustentabilidade denominado gestatildeo da transiccedilatildeo Ele considera que a ino-

vaccedilatildeo natildeo gera automaticamente o progresso da sociedade pois precisa ser condi-

cionada para tanto Os esforccedilos para o desenvolvimento sustentaacutevel precisam ser di-

recionados pela sociedade e esta participa das decisotildees visando obter um balancea-

mento adequado entre os objetivos econocircmicos ecoloacutegicos e sociais A inovaccedilatildeo seraacute

decorrecircncia

32 Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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HALL e VREDENBURG (2003) afirmam que os gestores tecircm dificuldades para

lidar com as pressotildees do desenvolvimento sustentaacutevel Eles consideram que as estra-

teacutegias de inovaccedilatildeo das empresas geralmente satildeo inadequadas para acomodar as

complexidades e incertezas inerentes agraves novas demandas impostas pelo desenvolvi-

mento sustentaacutevel Dessa forma sugerem que a estrateacutegia empresarial integre tam-

beacutem os objetivos da inovaccedilatildeo e do desenvolvimento sustentaacutevel Em contraponto agrave

abordagem tradicional da inovaccedilatildeo ditada pelo mercado propotildeem que as empresas

adotem a inovaccedilatildeo para o desenvolvimento sustentaacutevel que incorpora as restriccedilotildees

sociais e as pressotildees ambientais bem como contempla as necessidades das futuras

geraccedilotildees Como seraacute visto no texto que segue a inovaccedilatildeo foi tambeacutem um ingrediente

essencial para o desenvolvimento e o sucesso do projeto estudado na presente pes-

quisa33

CONCLUSAtildeO

O objetivo desse estudo foi verificar e compreender o conceito de inovaccedilatildeo e a

sua aplicabilidade nas organizaccedilotildees assim como a vantagem competitiva no modelo

de negoacutecio por meio da co-criaccedilatildeo de valor

33 Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data acesso 21072012

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Inovaccedilatildeo e criatividade satildeo essenciais para o continuo desenvolvimento e competi-

tividade de uma naccedilatildeo

Coisas boas acontecem quando o pensamento inovador comeccedila ele poderaacute

ajudar a criar novos produtos melhoria nos processos novas tecnologias tornando

a empresa mais competitiva Tomando conhecimento da grande variedade de produ-

tos e serviccedilos oferecidos pelas organizaccedilotildees pode se observar que nem sempre se

chega ao resultado em melhores experiecircncias de consumo nesse cenaacuterio certas em-

presas adotam a co-criaccedilatildeo de valor ndash participaccedilatildeo do cliente no processo produtivo ndash

para inovar no modelo de negoacutecio agregando valor a sua oferta buscando assim se

diferenciar das demais empresas Apesar da inovaccedilatildeo indicar um caminho seguro

para obter vantagem competitiva sustentaacutevel e defender posiccedilotildees estrateacutegicas no

mercado o seu sucesso natildeo eacute garantido necessitando que os gestores conheccedilam e

compreendam a dinacircmica dos processos da gestatildeo da inovaccedilatildeo dentro de suas orga-

nizaccedilotildees e realidades especiacuteficas

O modelo de organizaccedilatildeo inovadora sustentaacutevel eacute uma resposta agraves pressotildees

institucionais por uma organizaccedilatildeo que seja capaz de inovar com eficiecircncia em termos

econocircmicos mas com responsabilidade social e ambiental Esse tipo de organizaccedilatildeo

busca vantagem competitiva desenvolvendo produtos serviccedilos processos e negoacutecios

novos ou modificados com base nas dimensotildees social ambiental e econocircmica Ela

reuacutene duas caracteriacutesticas essenciais eacute inovadora e orientada para a sustentabilidade

Tendo em vista o fenocircmeno do isomorfismo institucional (concentraccedilatildeo de for-

mas organizacionais nos diversos setores produtivos) o modelo das organizaccedilotildees

inovadoras sustentaacuteveis vem ganhando rapidamente cada vez mais espaccedilo nas em-

presas liacutederes Esses fatos permitem dizer que o movimento do desenvolvimento sus-

tentaacutevel eacute um dos movimentos mais importantes do nosso tempo e a julgar pela vita-

lidade dos fatores institucionais presentes em praticamente todo o mundo pode-se

inferir que ele continuaraacute se propagando por muitas deacutecadas

Desse modo o aprimoramento dos modelos de organizaccedilatildeo sustentaacuteveis as

diversas formas da sua institucionalizaccedilatildeo em acircmbito global o desenvolvimento de

tecnologias sustentaacuteveis a gestatildeo de inovaccedilotildees para o desenvolvimento sustentaacutevel

seratildeo temas cada vez mais importantes nos estudos futuros Como o sistema opera-

cional produtivo e as inovaccedilotildees de produto e de processo ao atender as trecircs dimen-

sotildees da sustentabilidade devem gerar ganhos para o meio ambiente em termos de

reduccedilatildeo no uso de recursos e de emissotildees de poluentes o aumento da produccedilatildeo pelo

incitamento agrave demanda por novos produtos pode neutralizar ou ateacute superar esses ga-

nhos Levar em conta essa possibilidade dando-lhe um tratamento adequado eacute um dos

48

maiores desafios para o alinhamento das empresas ao modelo de organizaccedilatildeo inova-

dora sustentaacutevel

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Elsevier 2004

  • AGRADECIMENTOS
  • CAPIacuteTULO III- Aspectos da inovaccedilatildeo e sustentabilidade37
  • Inovaccedilatildeo e sustentabilidade37
  • 32 - Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva
  • 33 - Como implementar vantagem competitiva
  • 34 - Como criar valor e vantagem competitiva
Page 14: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · duzir os processos de inovação dentro da organização. 6 ... CAPÍTULO I - Estrutura da criação de valor e inovação.....11

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desenvolvimento tecnoloacutegico As inovaccedilotildees geradas produziram o retorno desejado e

o setor produtivo assumiu o papel de executor das pesquisas e de seu financiamento

sustentando hoje cerca de 75 das pesquisas niacutevel encontrado apenas nos paiacuteses

desenvolvidos Em resumo natildeo haacute investimento consistente de longo prazo e de porte

em ciecircncia tecnologia e inovaccedilatildeo no Brasil seja puacuteblico ou privado

Apesar disso houve no Brasil um grande avanccedilo cientiacutefico nos uacuteltimos trinta

anos A iniciativa consistente para construir a competecircncia cientiacutefica atraveacutes do trei-

namento de pessoal qualificado dentro e fora do paiacutes foi indiferente agraves oscilaccedilotildees poliacute-

tico-econocircmicas tanto em niacutevel federal como estadual hoje o Brasil responde por

13 dos artigos cientiacuteficos publicados em revistas indexadas internacionais Estabe-

leceu-se ainda no paiacutes uma forte estrutura de poacutes-graduaccedilatildeo responsaacutevel pela forma-

ccedilatildeo de cerca de 10 mil doutores por ano e que em trinta anos levou o Brasil a triplicar

sua contribuiccedilatildeo cientiacutefica relativa no mundo 3

O Brasil tem talento empreendedor de sobra e pesquisa cientiacutefica de excelecircn-

cia Mas sem um ambiente encorajador para inovaccedilatildeo o paiacutes natildeo conseguiraacute trans-

formar conhecimento em desenvolvimento econocircmico

Essa foi agrave anaacutelise predominante entre os pesquisadores e liacutederes empresariais

que participaram de um seminaacuterio realizado (18052007) em conjunto pelo Centro de

Economia da Criatividade e da Inovaccedilatildeo (CIEC - na sigla em inglecircs) da Universidade

George Washington nos Estados Unidos e pela Faculdade de Economia Administra-

ccedilatildeo e Contabilidade da Universidade de Satildeo Paulo (FEA -USP)

Para o diretor do CIEC - Michael Ryan - o Brasil tem alguns pontos fortes para

a inovaccedilatildeo alto investimento em pesquisa baacutesica nas universidades recursos huma-

nos de qualidade e publicaccedilatildeo de artigos cientiacuteficos de impacto internacional Mas a

pesquisa natildeo chega ao mercado porque o ambiente eacute pouco motivador para a inova-

ccedilatildeo

ldquoPara criar um cenaacuterio encorajador no qual as empresas invistam mais em

pesquisa e desenvolvimento eacute preciso melhorar vaacuterios aspectos simultaneamente eacute

muito difiacutecil abrir uma empresa no Brasil haacute uma seacuterie de poliacuteticas que podem ser

3 Internet (httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0101-33002007000200002) data

de acesso 190520123

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modificadas o sistema de patentes pode ser mais eficiente e o acesso ao capital de

risco melhorarrdquo disse RYAN agrave Agecircncia FAPESP 4

13 - O que eacute inovaccedilatildeo

Inovaccedilatildeo significa novidade ou renovaccedilatildeo A palavra eacute derivada do ter-

mo latino innovatio e se refere a uma ideia meacutetodo ou objeto que eacute criado e que pou-

co se parece com padrotildees anteriores Hoje a palavra inovaccedilatildeo eacute mais usada no con-

texto de ideias e invenccedilotildees assim como a exploraccedilatildeo econoacutemica relacionada sendo

que inovaccedilatildeo eacute invenccedilatildeo que chega no mercado Inovaccedilatildeo eacute o processo que inclui as

atividades teacutecnicas concepccedilatildeo desenvolvimento gestatildeo e que resulta na comerciali-

zaccedilatildeo de novos (ou melhorados) produtos ou na primeira utilizaccedilatildeo de novos (ou me-

lhorados) processos FREEMAN (1988 p567) 5

O conceito de inovaccedilatildeo eacute bastante variado dependendo principalmente da

sua aplicaccedilatildeo De forma sucinta haacute quem considere que inovaccedilatildeo eacute a exploraccedilatildeo bem

sucedida de novas ideias Segundo DRUCKER a inovaccedilatildeo ldquoeacute o instrumento especiacutefi-

co dos empreendedores o processo pelo qual eles exploram a mudanccedila como uma

oportunidade para um negoacutecio diferente ou um serviccedilo diferente

Dentre as vaacuterias possibilidades de inovar aquelas que se referem a inovaccedilotildees

de produto ou de processo satildeo conhecidas como inovaccedilotildees tecnoloacutegicas Outros tipos

de inovaccedilotildees podem se relacionar a novos mercados novos modelos de negoacutecio no-

vos processos e meacutetodos organizacionais ou ateacute mesmo novas fontes de suprimentos

Embora ldquonovidadesrdquo encontradas em organizaccedilotildees teacutecnicas administrativas organi-

zacionais inseridas em produtos ou processos nem todas elas podem ser considera-

das como inovaccedilotildees Cabe ressaltar aqui a diferenciaccedilatildeo entre ldquooriginalidaderdquo e ldquono-

vidaderdquo propriamente dita Originalidade oriunda da palavra Original do latim original-

4Internet (httpwwwinovacaotecnologicacombrnoticiasnoticiaphpartigo=010175070518) data

de acesso 19052012

5Internet (httpptwikipediaorgwikiInovaC3A7C3A3o) data acesso 20052012

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le eacute relativo agrave origem agrave qualidade de original inicial primordial primitivo originaacuterio

Novidade eacute originaacuteria do latim novitate que se reporta agrave qualidade ou caraacuteter de novo

uma inovaccedilatildeo embora referente a algo jaacute existente um uso novo para algo jaacute existen-

te6

Inovaccedilatildeo pode ser definida como o processo estrateacutegico de reinvenccedilatildeo contiacute-nua do proacuteprio negoacutecio e de criaccedilatildeo de novos negoacutecios GARY HAMEL (1996)

2 ndash Processos de inovaccedilatildeo

No acircmbito da economia ao longo deste seacuteculo muito vem se discutindo sobre

a inovaccedilatildeo sua natureza caracteriacutesticas e fontes com o objetivo de buscar uma mai-

or compreensatildeo de seu papel frente ao desenvolvimento econocircmico ressaltando-se

como marco fundamental a contribuiccedilatildeo de JOSEPH SCHUMPETER na primeira me-

tade deste seacuteculo mdash INFORMACcedilAtildeO E GLOBALIZACcedilAtildeO NA ERA DO CONHECI-

MENTO enfocou a importacircncia das inovaccedilotildees e dos avanccedilos tecnoloacutegicos no desen-

volvimento de empresas e da economia

De forma geneacuterica existem dois tipos de inovaccedilatildeo a radical e a incremental

Pode-se entender a inovaccedilatildeo radical como o desenvolvimento e introduccedilatildeo de um

novo produto processo ou forma de organizaccedilatildeo da produccedilatildeo inteiramente nova Esse

tipo de inovaccedilatildeo pode representar uma ruptura estrutural com o padratildeo tecnoloacutegico

anterior originando novas induacutestrias setores e mercados Tambeacutem significam reduccedilatildeo

de custos e aumento de qualidade em produtos jaacute existentes Algumas importantes

inovaccedilotildees radicais que causaram impacto na economia e na sociedade como um todo

e alteraram para sempre o perfil da economia mundial podem ser lembradas como

por exemplo a introduccedilatildeo da maacutequina a vapor no final do seacuteculo XVIII ou o desen-

volvimento da microeletrocircnica a partir da deacutecada de 1950 Estas e algumas outras

inovaccedilotildees radicais impulsionaram a formaccedilatildeo de padrotildees de crescimento com a con-

formaccedilatildeo de paradigmas tecno-econocircmicos FREEMAN (1988)

As inovaccedilotildees podem ser ainda de caraacuteter incremental referindo-se agrave introdu-

ccedilatildeo de qualquer tipo de melhoria em um produto processo ou organizaccedilatildeo da produ- 6 Internet (httpwwwpr2ufrjbrinovacaosocialtexto14-01pdf) data de acesso 20052012)6

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ccedilatildeo dentro de uma empresa sem alteraccedilatildeo na estrutura industrial FREEMAN (1988)

Inuacutemeros satildeo os exemplos de inovaccedilotildees incrementais muitas delas imperceptiacuteveis

para o consumidor podendo gerar crescimento da eficiecircncia teacutecnica aumento da pro-

dutividade reduccedilatildeo de custos aumento de qualidade e mudanccedilas que possibilitem a

ampliaccedilatildeo das aplicaccedilotildees de um produto ou processo A otimizaccedilatildeo de processos de

produccedilatildeo o design de produtos ou a diminuiccedilatildeo na utilizaccedilatildeo de materiais e compo-

nentes na produccedilatildeo de um bem podem ser considerados inovaccedilotildees incrementais

Ateacute pouco tempo era grande a rigidez para caracterizar o processo de inovaccedilatildeo suas

fontes de geraccedilatildeo e formas como se realiza e difunde

Evidentemente que a compreensatildeo do processo de inovaccedilatildeo estaacute estreitamen-

te influenciada pelas caracteriacutesticas dominantes de contextos histoacuterico-econocircmicos

especiacuteficos Atualmente aspectos negligenciados por natildeo terem relevacircncia nos periacuteo-

dos em questatildeo comeccedilam a ser plenamente reconhecidos como de papel fundamental

para o ecircxito do processo inovador Agrave medida que melhor se conhecem as especifici-

dades da geraccedilatildeo e difusatildeo de inovaccedilatildeo mais se sabe sobre sua importacircncia para

que empresas e paiacuteses reforcem sua competitividade na economia mundial7

21 ndash Processos de inovaccedilatildeo nas organizaccedilotildees

DAMANPOUR (1984) em seu estudo sobre inovaccedilatildeo e desempenho organiza-

cional em bibliotecas puacuteblicas americanas conceitua inovaccedilatildeo como uma resposta agrave

mudanccedila ambiental ou ainda os meios que permitem ou viabilizam a mudanccedila em

uma organizaccedilatildeo Para ele as empresas podem enfrentar as mudanccedilas ambientais

natildeo apenas com novas tecnologias mas tambeacutem incorporando mudanccedilas teacutecnicas

eou administrativas em sua estrutura Assim sendo inovaccedilotildees no plano organizacio-

nal envolvem a implantaccedilatildeo de ideias novas teacutecnicas ou administrativas Espera-se a

partir disso mudanccedilas estruturais que afetem o desempenho da organizaccedilatildeo Esque-

maticamente portanto pode-se entender a inovaccedilatildeo como a ferramenta que quando

introduzida em contexto organizacional gera mudanccedila

7Internet httpwwwliincufrjbrfrattachments055_saritalivropdfpage=122) data de acesso

03062012

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Segundo DAMANPOUR (1984) define desempenho como a habilidade que

uma organizaccedilatildeo tem de bem utilizar todos os quatro processos sistecircmicos (inputs

outputs transformaccedilotildees e efeitos de retroalimentaccedilatildeo) relacionados ao alcance de

metas organizacionais Uma organizaccedilatildeo de alto desempenho cumpriraacute suas tarefas

primaacuterias de modo eficiente e realizaraacute suas funccedilotildees de manutenccedilatildeo e adaptaccedilatildeo or-

ganizacional de forma efetiva A funccedilatildeo de adaptaccedilatildeo requer que a estrutura da orga-

nizaccedilatildeo sofra mudanccedilas para encontrar novas condiccedilotildees ambientais

Organizaccedilotildees inovadoras tendem natildeo apenas a se adaptar agrave mudanccedila mas

tambeacutem a usar seus recursos para criar novas condiccedilotildees ambientais pela introduccedilatildeo

de novos produtos ou serviccedilos nunca antes oferecidos Inovaccedilotildees assim seriam mei-

os de prover mudanccedilas internas ou externas e tambeacutem de aperfeiccediloar o desempenho

organizacional

Os sistemas gerenciais de acordo com a abordagem soacutecio teacutecnico satildeo consti-

tuiacutedos de um ldquocorpusrdquo social (neste ponto se faz um paralelo com as inovaccedilotildees admi-

nistrativas) e de um ldquocorpusrdquo teacutecnico (corresponde agraves inovaccedilotildees teacutecnicas) e portanto

se enfatiza o papel do ldquocorpusrdquo social e teacutecnico na efetiva operaccedilatildeo de uma organiza-

ccedilatildeo e sugerem que a concentraccedilatildeo em apenas um sistema resulta em baixo desem-

penho organizacional Sistemas sociais e teacutecnicos precisam assim funcionar de forma

balanceada O relacionamento entre os sistemas social e teacutecnico eacute de correlaccedilatildeo ou

seja qualquer mudanccedila em qualquer um dos sistemas leva as determinadas restri-

ccedilotildees ou modificaccedilotildees ao outro8

22 ndash Funccedilotildees tiacutepicas no processo de inovaccedilatildeo

Eacute funccedilatildeo tiacutepica no processo de inovaccedilatildeo a captaccedilatildeo de sinais proveniente do

campo em ambiente direto e o monitoramento do ambiente externo indireto A partir

das etapas anteriores busca-se identificar elementos onde os clientes natildeo estejam

sendo atendidos satisfatoriamente ou oportunidades natildeo exploradas gap de desem-

penho Os clientes natildeo vatildeo responder a perguntas sobre o uso ou natildeo de um determi- 8Inter-

net(httpwwwgooglecombrurlsa=tamprct=jampq=ampesrc=sampsource=webampcd=1ampved=0CEsQFjA

Aampurl=http3A2F2Fwwwfespprbr2F~bastosjr2FGest25E3o2520de2520Inova

25E725E3o2FArtigos2FInova25E725E3odocampei=Vhr2T9qvHaez6wHo16zYBgampusg=

AFQjCNEz7MKNTbjYj81PrvG) data de acesso 03062012

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nado produto principalmente se este for desconhecido Eacute necessaacuterio conhecer o am-

biente em que se vivem compreender suas carecircncias

Outra funccedilatildeo necessaacuteria eacute a geraccedilatildeo de alternativas viaacuteveis que respondam agraves

demandas ambientais e a seleccedilatildeo com base em criteacuterios coerentes com os objetivos

estrateacutegicos da organizaccedilatildeo previamente estabelecidos

Natildeo se pode deixar de mencionar a concepccedilatildeo e o desenvolvimento das ino-

vaccedilotildees a gestatildeo da implantaccedilatildeo destas inovaccedilotildees e respectiva coordenaccedilatildeo

Aleacutem destes um outro aspecto fundamental eacute o controle do processo ou seja

a definiccedilatildeo de indicadores que permitam avaliar e medir os resultados na medida em

que estes acontecem Os instrumentos de medida da inovaccedilatildeo devem conforme

KUCZMARSKI (1998) obedecer agraves seguintes categorias empresa (carteira de novos

produtos investimentos apuraccedilatildeo de resultados) das equipes (planejamento taxas

de sucesso e sobrevivecircncia variaccedilotildees orccedilamentaacuterias retorno financeiro) e individual

(contribuiccedilatildeo de cada membro no desempenho da equipe) Vale lembrar que inovaccedilatildeo

e mudanccedila levam tempo os indiviacuteduos devem esperar permanecer em suas funccedilotildees

pelo tempo suficiente para influenciar os indicadores de desempenho tanto de curto

quanto de longo prazo 9

23 ndash Como implantar cultura de inovaccedilatildeo na organizaccedilatildeo

Inovaccedilatildeo tem de fazer parte da mentalidade dos funcionaacuterios em todos os niacute-

veis Evidentemente a forma mais eficiente de implantar uma mudanccedila na empresa

se daacute quando o exemplo vem de acima Se natildeo estatildeo convencidos da importacircncia da

inovaccedilatildeo os dirigentes sempre encontraratildeo formas de derrubar ideias mais arrisca-

das No entanto se as lideranccedilas tomam a iniciativa a nova cultura eacute absorvida com

muito mais facilidade pela organizaccedilatildeo

Os profissionais do primeiro escalatildeo contudo natildeo podem ter a obrigaccedilatildeo de

ser os uacutenicos ou principais geradores das ideias inovadoras Os comandantes preci-

9Internet

(httpwwwgooglecombrurlsa=tamprct=jampq=ampesrc=sampsource=webampcd=4ampved=0CFkQFjADampurl=http

3A2F2Fwwwfespprbr2F~bastosjr2FGest25E3o2520de2520Inova25E725E3o2FArtigo

s2FInova25E725E3odocampei=sSb2T8eqDYro0QGO7OSLBwampusg=AFQjCNEz7MKNTbjYj81P) data

de acesso 04062012

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sam de aliados O papel dos gerentes e diretores tambeacutem eacute fundamental num pro-

cesso de mudanccedila de cultura eles satildeo os verdadeiros responsaacuteveis por criar um am-

biente que estimule as pessoas a arriscar investindo em novos produtos bancando

ideias que tecircm maturaccedilatildeo de longo prazo e criando uma comunicaccedilatildeo eficiente

Nem mesmo os profissionais de atuaccedilatildeo operacional podem fugir da responsa-

bilidade A dificuldade para inovar eacute maior em departamentos mais fechados e norma-

tizados como os administrativos ou naqueles em que a precisatildeo eacute fundamental como

a produccedilatildeo de um remeacutedio Mas eles tambeacutem precisam aprender a ver as oportuni-

dades natildeo convencionais ndash haacute pequenas melhorias capazes de desencadear uma

importante inovaccedilatildeo

A responsabilidade eacute de todos da alta gerecircncias aos departamentos operacio-

nais O desafio eacute fazer todos assumirem um compromisso com a praacutetica real da ino-

vaccedilatildeo 10

ldquoInovaccedilatildeo eacute a mensagem do momento Natildeo se trata de mais recursos mas em

como usaacute-los Em um mundo que atravessa crises financeiras a todo momento e que

exige sempre mais recursos naturais os inovadores e os criativos satildeo os que conse-

guem transformar as adversidades em oportunidades de crescimentordquo (STEVE

JOBS Inovaccedilatildeo A arte de Steve Jobs 2010 p154)

24 ndash Organizaccedilotildees inovadoras sustentaacuteveis

Organizaccedilatildeo inovadora eacute a que introduz novidades de qualquer tipo em bases

sistemaacuteticas e colhe os resultados esperados BARBIERI (2007) p88) A expressatildeo

bases sistemaacuteticas significa a realizaccedilatildeo de inovaccedilotildees com autonomia intencionali-

dade e pro atividade Assim a inovaccedilatildeo eacute um elemento essencial do modus operan-

di dessa organizaccedilatildeo o que pressupotildee que ela desenvolva continuamente recursos

tangiacuteveis e intangiacuteveis para inovar permanentemente Organizaccedilatildeo sustentaacutevel eacute a

que simultaneamente procura ser eficiente em termos econocircmicos respeitar a capaci-

dade de suporte do meio ambiente e ser instrumento de justiccedila social promovendo a

inclusatildeo social a proteccedilatildeo agraves minorias e grupos vulneraacuteveis o equiliacutebrio entre os gecirc-

neros etc (BARBIERI 2007 p98-99) 10 Internet (httpbooksgooglecombrbookshl=pt-BRamplr=ampid=jnka43VmmwsCampoi=fndamppg=PA34ampdq=como+implantar+uma+cultura+de+inovaccedilatildeo+na+organiza-ccedilatildeoampots=KRvAPG4C6kampsig=rzqbLGM4sLvsQL26N0gLqfOTPOAv=onepageampq=como20implantar20uma20cultura) data de acesso 04062012

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Os dois conceitos de organizaccedilatildeo podem entrar em contradiccedilatildeo pois inovar em

bases sistemaacuteticas pode se tornar sinocircnimo de degradaccedilatildeo sistemaacutetica do meio ambi-

ente e da vida social Assim uma organizaccedilatildeo inovadora sustentaacutevel natildeo eacute a que

introduz novidades de qualquer tipo mas novidades que atendam as muacuteltiplas dimen-

sotildees da sustentabilidade em bases sistemaacuteticas e colham resultados positivos para

ela para a sociedade e o meio ambiente BARBIERI (2007) p105 Natildeo basta para as

empresas apenas inovar constantemente mas inovar considerando as trecircs dimen-

sotildees da sustentabilidade a saber

bull dimensatildeo social - preocupaccedilatildeo com os impactos sociais das inovaccedilotildees nas

comunidades humanas dentro e fora da organizaccedilatildeo (desemprego exclusatildeo

social pobreza diversidade organizacional etc)

bull dimensatildeo ambiental - preocupaccedilatildeo com os impactos ambientais pelo uso de

recursos naturais e pelas emissotildees de poluentes

bull dimensatildeo econocircmica - preocupaccedilatildeo com a eficiecircncia econocircmica sem a qual

elas natildeo se perpetuariam Para as empresas essa dimensatildeo significa obtenccedilatildeo

de lucro e geraccedilatildeo de vantagens competitivas nos mercados onde atuam

O atendimento a essas dimensotildees torna o processo de inovaccedilatildeo mais sofisti-

cado e exigente o que requer da organizaccedilatildeo um maior esforccedilo para atender tecnica-

mente esse requisito Isso leva novas perspectivas para a gestatildeo da inovaccedilatildeo11

Com intuito de tornar o processo de adequaccedilatildeo agraves prerrogativas impostas agraves

companhias ditas inovadoras quanto mais simplificado e dirigido melhor A seguir eacute

apresentado um conjunto de proposiccedilotildees para o desenvolvimento de empresas com

esta caracteriacutestica o pressuposto baacutesico necessaacuterio eacute o fomento de equipes de traba-

lho com a mentalidade para a inovaccedilatildeo Neste sentido cabem agraves organizaccedilotildees agraves

pessoas e agraves tarefas o papel de suscitar o aparecimento e a manutenccedilatildeo de tais e-

quipes SBRAGIA (1993)

25 - A Inovaccedilatildeo como funccedilatildeo de aprendizagem organizacional

11Internet(httpwwwscielobrscielophppid=S0034-

75902010000200002ampscript=sci_arttext) data de acesso 04062012

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Pelo fato da inovaccedilatildeo ser destrutiva para muitos grupos consolidados ela en-

frentaraacute resistecircncia A inovaccedilatildeo eacute o oposto da operaccedilatildeo e seraacute portanto ignorada O

desenho ou arranjo organizacional poderaacute facilmente superar ao menos minimizar

estes e outros obstaacuteculos GALBRAITH (1998) Este comportamento acentua-se em

organizaccedilotildees protegidas de concorrecircncia (universidades ateacute algum tempo atraacutes oacuter-

gatildeos governamentais etc) Pesquisas realizadas por TUSHMAN e NADLER (1998)

apontam que organizaccedilotildees altamente inovadoras satildeo sistemas de aprendizado alta-

mente eficazes aleacutem de possuir um senso de autocriacutetica bastante apurada

Empresas eficazes criam condiccedilotildees possiacuteveis para que o trabalho de hoje seja

feito paralelo com a geraccedilatildeo constante de inovaccedilatildeo ou seja a inovaccedilatildeo sustentada

por mais paradoxal que possa parecer exige ao mesmo tempo estabilidade e mudan-

ccedila A estabilidade possibilita economias de escala e aprendizado incremental por ou-

tro lado a mudanccedila e a experimentaccedilatildeo satildeo necessaacuterias agrave conquista de avanccedilos nas

aacutereas de produto processo e tecnologia

Companhias que conseguem ao mesmo tempo produzir cotidianamente e estar

alerta e vigilante aos clientes concorrentes tecnologias e competecircncia interna fo-

mentam e estimulam o aprendizado organizacional e a inovaccedilatildeo sustentada

Segundo TUSHMAN e NADLER (1998) inovaccedilatildeo eacute um trabalho complexo e

estimulante a rupturas pois exige estreita colaboraccedilatildeo entre membros que rotineira-

mente se encontram bastante separados Embora os mecanismos da organizaccedilatildeo

formal facilitem o aprendizado e a inovaccedilatildeo corporativa a criatividade individual pro-

veacutem de um ambiente informal saudaacutevel

Um claro conjunto de valores essenciais ajuda a focalizar e motivar o compor-

tamento Empresas inovadoras tecircm valores claros que fornecem foco num cenaacuterio

repleto de diversidade como tambeacutem um objetivo comum que possa ter a concor-

dacircncia dos mais diferentes atores envolvidos

Em adiccedilatildeo com os valores essenciais cultuados em uma organizaccedilatildeo as nor-

mas proporcionam referenciais de comportamentos claros satildeo os comportamentos

aguardados De um modo geral organizaccedilotildees inovadoras enfatizam a informalidade

no comportamento no vestuaacuterio e nas relaccedilotildees hieraacuterquicas com elevadas expectati-

vas de desempenho e de trabalho individual e do grupo fortes viacutenculos informais den-

tro e fora da organizaccedilatildeo

23

Organizaccedilotildees altamente inovadoras geram com destreza as sutilezas da re-

compensa e da puniccedilatildeo onde as pessoas podem assumir riscos colher as recompen-

sas pelo sucesso e sobreviver a fracassos construtivos

A representaccedilatildeo de papeacuteis funcionais tem atribuiccedilatildeo fundamental no desenvol-

vimento e conduccedilatildeo do processo de gestatildeo da inovaccedilatildeo Entre eles podemos mencio-

nar um os geradores de ideias pois as interligam com as tendecircncias e mercados

desenvolvendo oportunidades para as organizaccedilotildees dois os empreendedores internos

tornam concretas as ideias possuem agressividade energia e personalidade propen-

sas a assumir riscos para defender suas causas

Aqui aparece a figura dos trecircs ldquogate keepersrdquo (guardiotildees do portatildeo) que ligam

organizaccedilatildeo e seus colegas agraves frentes externas de informaccedilatildeo que satildeo vitais para a

inovaccedilatildeo pois obtecircm traduzem e distribuem estas informaccedilotildees no acircmbito interno da

organizaccedilatildeo Os quatros patrocinadores ou mentores satildeo gerentes de alto niacutevel que

datildeo apoio informal acesso aos recursos e a proteccedilatildeo no surgimento de novos produ-

tos ou negoacutecios Esses personagens atuando conjuntamente representam o ldquogecircnio

coletivordquo da organizaccedilatildeo que consiste na soma das capacidades pessoais em clima

motivacional gerando resultados mensuraacuteveis substituindo o gecircnio individual predo-

minante ateacute o seacuteculo passado conforme DE MASI (1998) Uma vez que o gecircnio indi-

vidual pode ateacute existir mas eacute difiacutecil de ser encontrado

Segundo GALBRAITH (1998) algumas pessoas que satildeo boas em inovaccedilatildeo e

criatividade mas natildeo satildeo necessariamente boas em operaccedilatildeo Portanto o desenho

organizacional contribui para a criaccedilatildeo de uma organizaccedilatildeo inovadora na medida em

que promove o encontro sistemaacutetico entre os geradores de ideias e aqueles que po-

dem defendecirc-las e colocaacute-las em praacutetica12

CAPIacuteTULO II 12 Internet

(httpwwwgooglecombrurlsa=tamprct=jampq=ampesrc=sampsource=webampcd=1ampsqi=2ampved=0CEwQFjAAampu

rl=http3A2F2Fwwwfespprbr2F~bastosjr2FGest25E3o2520de2520Inova25E725E3o2

FArtigos2FInova25E725E3odocampei=Ex32T_meBObb6wGds-29Bgampusg=AFQjC) data de acesso

04062012

24

DESENVOLVIMENTO DA CRIATIVIDADE

1 ndash Capital Intelectual

Com o mercado cada vez mais exigente as empresas vecircm sentindo a necessi-

dade de investir mais em recursos humanos acrescentando a seu capital o conheci-

mento originado atraveacutes do investimento em capital humano qualificado o qual agrega

agraves empresas recursos de fundamental importacircncia No entendimento de Stewart

(2004) o capital intelectual eacute um bem intangiacutevel podendo-se afirmar que eacute um dos

fatores mais importantes da vida de uma organizaccedilatildeo Jaacute para (DRUCKER (apud

MONTEIRO 2007 p17) o capital intelectual eacute ldquo[] a soma do conhecimento de todos

de uma empresa o que lhe proporciona vantagem competitivardquo

CHIAVENATO (2004) afirma que no mundo complexo e competitivo de hoje a

escolha das pessoas certas se torna vital para o bom funcionamento da empresa

Para STEWART (2004) o capital intelectual corresponde ao conjunto de co-

nhecimentos e informaccedilotildees encontrados nas organizaccedilotildees que agregam valor ao pro-

duto ou serviccedilo mediante a aplicaccedilatildeo da inteligecircncia e natildeo do capital monetaacuterio ao

empreendimento sendo o capital intelectual gerador de capacidades conhecimento

habilidades e experiecircncias individuais dos funcionaacuterios para realizaccedilatildeo de tarefas

O capital intelectual eacute algo tatildeo valioso dentro de uma organizaccedilatildeo que eacute atra-

veacutes dele que se podem ter grandes inovaccedilotildees transformaccedilotildees tecnoloacutegicas resolu-

ccedilotildees de problemas gestatildeo eficiente lucratividade e sucesso melhorados Um colabo-

rador que possui seu capital intelectual estimulado atraveacutes da motivaccedilatildeo seraacute mais

bem aproveitado pela empresa uma vez que se sente incluiacutedo valorizado simpatizan-

te e livre para gerir suas ideias de uma forma mais aguccedilada

CHIAVENATO (2004) diz que o capital humano eacute constituiacutedo das pessoas que

fazem parte de uma organizaccedilatildeo Capital humano significa talentos que precisam ser

mantidos e desenvolvidos Mais do que isso capital humano significa capital intelectu-

al

Para MONTEIRO (2007) o ser humano eacute o maior bem de uma empresa pois eacute

ele o principal instrumento de seu sucesso ou fracasso uma vez que o capital intelec-

tual eacute algo exclusivo do ser humano Pode-se entatildeo descrever que ele eacute o raciociacutenio

humano elaborado acrescido do ambiente onde estaacute inserido

25

MONTEIRO (2007) comenta que dentro das organizaccedilotildees o capital intelectual

pode ser diferenciado dos demais capitais porque ele cresce quando compartilhado

com os do mesmo grupo e natildeo se deprecia com o uso Ao contraacuterio dos outros ativos

o seu valor decorre do uso O capital intelectual eacute enfatizado como o conjunto de in-

formaccedilotildees e conhecimentos encontrados nas organizaccedilotildees onde agregam ao produto

eou serviccedilos valores mediante a aplicaccedilatildeo da inteligecircncia e natildeo do capital monetaacuterio

Devido a sua grande representatividade nas empresas o capital intelectual natildeo deve

ser subestimado nem utilizado de forma ineficiente acarretando em um gerenciamento

ineficaz mais investimento incentivado para assim trazer agrave empresa bons negoacutecios e

melhor rentabilidade (MONTEIRO 2007 p18)13

2 - Criatividade

Criatividade eacute um assunto que fascina a todos objeto de muitos estudos em-

bora no contexto empresarial seja novo O pensamento criativo antigamente era vis-

to como inspiraccedilatildeo divina passando a ser estudado com melhor afinco a partir dos

anos 50

O Caminho humano de viver conviver e sobreviver eacute permeado de accedilotildees cria-

tivas conscientes e inconscientes Esse potencial criativo eacute inato em todo ser humano

poreacutem ele se ensina e se aprende Trata-se de uma competecircncia pessoal valorizada

mas ao mesmo tempo desprestigiada pois percebemos que as empresas desclassifi-

cam candidatos criativos e depois encaminham-no para o desenvolvimento desta habi-

lidade

Criatividade para o quecirc Eacute a primeira pergunta que surge em nossa mente

quando tratamos do tema Se tudo estaacute bem natildeo haacute motivos para criar ou se estaacute

tudo ruim natildeo temos mais o que fazer Percebemos que o ser humano sempre busca

a sua zona de conforto para se acomodar sofrer menos ou agraves vezes para reclamar

mais Podemos pensar nesta pergunta buscando duas respostas uma do acircmbito pes-

soal e outra empresarial No processo de criaccedilatildeo percebemos que podemos mudar e

nos diferenciar daquilo que fomos respeitando e valorizando o nosso proacuteprio passado

13Internet (httpwwwaedbbrsegetartigos10327_PDF20Samirapdf) data acesso

15072012

26

tomando decisotildees e desempenhando accedilotildees diferentes dos que habitualmente faziacutea-

mos Podemos gerar mudanccedilas substanciais nas empresas e a partir dessas mudan-

ccedilas diferenciarmos sem contudo ser necessaacuterio efetuar mudanccedilas demasiadas mu-

danccedilas que choquem e natildeo se ajustem aos nossos valores e nossa realidade

Se o objetivo eacute buscar na empresa alcanccedilar eficiecircncia que possibilite ao cliente

escolher e comprar nossos produtos e serviccedilos e natildeo os dos concorrentes precisa-

mos estar abertos para buscar novas alternativas novas maneiras de fazer as coisas

e consequentemente resultados diferentes A mudanccedila organizacional eacute muitas ve-

zes uma ferramenta de soluccedilatildeo de problemas das organizaccedilotildees Podemos diferenci-

ar-nos dos competidores apenas sabendo quando e em quecirc devemos mudar e onde

queremos chegar

A criatividade na empresa eacute medida a partir dos resultados alcanccedilados Uma

resposta eacute mais criativa (entre aspas pois as respostas natildeo satildeo criativas e sim as pes-

soas que a geraram) que outra quando atinge aquele objetivo para o qual foi focado a

soluccedilatildeo de um problema traz uma alternativa ou um meacutetodo inovador ou ateacute mesmo

uma combinaccedilatildeo de resultados diferentes

Tatildeo essencial como ser diferente eacute a necessidade de buscar resultados e uma

empresa soacute eacute verdadeiramente criativa quando a criatividade se torna a maneira diaacute-

ria de fazer as coisas e espera que seus membros considerem uma ampla variedade

de alternativas antes de comprometer-se numa direccedilatildeo especiacutefica 14

21 ndash Conceito de criatividade

A criatividade eacute a faculdadehabilidade de criar ou o potencial criativo Consiste

em encontrar meacutetodos ou objetos para executar tarefas de uma maneira nova ou dife-

14 Internet

Fonte (Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de acesso

25062012

27

rente do habitual com a intenccedilatildeo de satisfazer um propoacutesito A criatividade permite

cumprir os desejos de forma mais raacutepida faacutecil eficiente ou econoacutemica

A criaccedilatildeo de novas ideias e conceitos tambeacutem se lhe daacute o nome de inventivi-

dade pensamento original pensamento divergente ou imaginaccedilatildeo construtiva Trata-

se de conceitos que implicam o ato de inventar algo novo (isto eacute recorrer ao enge-

nho) a capacidade de encontrar soluccedilotildees originais e a vontade de mudar o mundo 15

A criatividade eacute considerada uma capacidade humana de grande valor univer-

sal tudo indica que nesta competecircncia reside a memoacuteria RAM bioloacutegica para o im-

pulso da evoluccedilatildeo humana A memoacuteria RAM segundo CURY (2009) eacute o fenoacutemeno dos

registos da memoacuteria O que melhor descreve a criatividade eacute o que SANCHEZ (2003)

referiu em seus apontamentos a criatividade eacute uma sublime dimensatildeo da condiccedilatildeo

humana

Eacute entretanto na capacidade criativa que existe a chave da capacidade de evo-

luccedilatildeo da humanidade O meacuterito da expressatildeo criativa eacute fruto da complexidade ou

seja eacute fruto do contexto social no seu desenvolvimento natural e humano

Eacute muito interessante contemplar os efeitos provenientes deste constructo a

considerar a capacidade de um indiviacuteduo criativo construir e reconstruir transformando

a nossa realidade Eacute consensual e gratificante perceber que todos temos a capacida-

de criativa deve eacute ser melhor desenvolvida16

De maneira instintiva o termo criatividade sempre se associou agrave atividade ar-

tiacutestica Mais recentemente graccedilas a exemplos empresariais como Apple e Google a

inovaccedilatildeo ganhou espaccedilo nos sectores tecnoloacutegicos Neste sentido a nossa intuiccedilatildeo

natildeo estaacute errada uma vez que criatividade e inovaccedilatildeo satildeo dois conceitos muito unidos

Explicado de forma simples a capacidade criativa pode ser definida como ldquoa habili-

dade para gerar ideias alternativas e soluccedilotildees a um determinado problema de forma

faacutecilrdquo 17

15 Internet (httpconceitodecriatividade) data de acesso 25062012 16Internet (httpptwikipediaorgwikiCriatividade) data de acesso 04072012

17Inter-

net(httpwwwcriaptcriaadminappCRIAuploadscreamanual20creatividade20portugue

s_pt_webpdf) data de acesso 04072012)

28

22 ndash Criatividade do ponto de vista pessoal

Temos que pensar em Criatividade como estrateacutegia para viver melhor para

uma qualidade de vida que diria razoaacutevel aleacutem de identificar potenciais descobertas

internas que foram abafadas pelos processos familiares educacionais e empresariais

assim pelo tempo Outro aspecto estaacute relacionado com a garantia da nossa emprega-

bilidade entendendo como fonte de renda como funcionaacuterio profissional autocircnomo ou

empresaacuterio Vivemos num mundo de mudanccedilas aprimoramento riscos e oportunida-

des Melhoria nos nossos relacionamentos interpessoais atraveacutes do reconhecimento e

aproveitamento da diversidade respeitando as mais diversas formas de pensamento e

das diferenccedilas individuais Estamos acostumados a considerar a criatividade como

algo pessoal e intransferiacutevel A criatividade humana natildeo eacute temporal Trata-se de um

patrimocircnio do ser humano compartilhado pela sociedade Como a organizaccedilatildeo existe

para servir a sociedade nada mais justo do que desenvolver a criatividade como ga-

rantia para superaccedilatildeo da expectativa do cliente em relaccedilatildeo agrave sua empresa 18

23 ndash Criatividade do ponto de vista empresarial

A busca de um diferencial oferecendo algo mais do que o cliente espera atrair

preferecircncias estabelecer estrateacutegia diferenciada adaptar-se agraves necessidades modifi-

car produtos e buscar soluccedilotildees para os problemas fugindo do convencional e assim

diferenciando-se dos concorrentes Estrateacutegia competitiva natildeo somente por criar ou

inovar produtos mas tambeacutem a quebra de paradigmas mudanccedilas de pensamentos

comportamentos etc Todas as ideias produtos e serviccedilos criativos poderatildeo ser trans-

formados em algo positivo para a organizaccedilatildeo Melhoria dos seus produtos assim

como a criaccedilatildeo de novos Busca de resultados diferentes do passado Melhoria do

18 Internet (Fonte Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de

acesso 04072012

29

relacionamento humano interno consequentemente o aumento da produtividade Me-

lhoramento contiacutenuo em todos os setores Desenvolvimento da qualidade19

24 - Criatividade e a visatildeo estrateacutegica da empresa

A criatividade se relaciona com a visatildeo estrateacutegica de empresa da seguinte

forma a partir dos objetivos traccedilados pela organizaccedilatildeo a mesma definiraacute uma linha

estrateacutegica a ser seguida para alcanccedilar esses objetivos A criatividade se envolve de

acordo com a intenccedilatildeo da empresa ela pode querer reinventar seus modos de atua-

ccedilatildeo pode somente visar manter-se atualizada e motivada pode querer mudar rapida-

mente de foco e enfim 44 pode estabelecer um relacionamento forte ou fraco com a

criatividade em funccedilatildeo das soluccedilotildees que ela estiver almejando

CALKINS (2001) defende essa visatildeo ao dizer que para produzir subjetividade

a criatividade deve ser parte da estrateacutegia da empresa O estudo de LENGNICK-HALL

e WOLFF (1998) faz justamente uma releitura sobre o processo estrateacutegico organiza-

cional ndash enfatizando os trecircs domiacutenios loacutegicos que guiam a maioria das empresas ndash e

relacionando conforme a Tabela abaixo com o tipo de criatividade que estaraacute vigente

Loacutegicas Estrateacutegicas x Criatividade

Loacutegica Dominante

Guerrilha Loacutegica Complexidade Loacutegica Capacidade Loacutegica

Objetivo

repentinamente reescrever

as regras da competitivida-

de

aprendizagem e alto envolvi-

mento organizacional

desenvolver e implementar

estrateacutegias que as possibilitem

criar uma sustentaacutevel vantagem

competitiva

Elemento

Chave

a flexibilidade a criativida-

de e a inovaccedilatildeo

sistema natural de relaciona-

mentos

desenvolvimento eficiente e

eficaz e protegendo seus recur-

sos de base

Justificativa vantagem competitiva

como algo muito passageiro

a organizaccedilatildeo vive em uma

comunidade de competidores

fornecedores clientes

as organizaccedilotildees procuram de-

senvolver e implantar estrateacute-

gias que as possibilitem criar

uma sustentaacutevel vantagem

competitiva

19Internet (Fonte Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de

acesso 04072012

30

Sucesso Orga-

nizacional

eacute uma funccedilatildeo da sua capa-

cidade para gerar ideias

que criam novas dinacircmicas

competitivas e novas are-

nas de accedilatildeo

consequecircncia de um natural

entendimento do paradoxo de

forccedilas que formam o sistema

organizacional

a chave da vantagem competiti-

va sustentaacutevel estaacute na habilida-

de organizacional para proteger

os seus recursos de base

Autores COOPER (1995) e

SCHUMPETER (1936)

MILLER (1996) SENGE (1990) e

MOORE (1996)

PORTER (1986 e 1992) e

HAMEL e PRAHALAD (1994)

Ecircnfase Criar Aprender Agregar Valor

Praacuteticas Cria-

tivas

Brainwriting Pool Teacutecnica

da Troca dos Cartotildees etc Pensamento Lateral Jamming

(Fonte Pesquisa a partir dos estudos de Lengnick-Hall e Wolff 1998) 20

25 ndash Reconfiguraccedilatildeo dinacircmica do talento

A estrateacutegia de inovaccedilatildeo sem duacutevida requer novas habilidades O conceito de

R=G sugere que nenhuma empresa eacute capaz de desenvolver sozinha todos os produ-

tos e serviccedilos de que necessita para oferecer experiecircncias personalizadas a cada cli-

ente Tampouco empresa alguma tem condiccedilotildees de cultivar todas as capacidades

gerenciais indispensaacuteveis para transformar a organizaccedilatildeo Analisamos questotildees rela-

cionadas com a superaccedilatildeo dos legados organizacionais e com a construccedilatildeo de novas

capacidades para o gerenciamento da inovaccedilatildeo Mostramos como as empresas de-

vem preparar-se para administrar as tensotildees constantes entre flexibilidade eficiecircncia

e confiabilidade Essa transformaccedilatildeo natildeo consiste apenas em mudar a mentalidade

ou a loacutegica dominante dos gestores tambeacutem significa concentrar-se nos novos niacuteveis

de transparecircncia e de visibilidade em relaccedilatildeo a como se gerencia a empresa

Precisamos mudar a maneira como gerenciamos ndash como combinamos continu-

amente oportunidades e recursos O foco deve convergir natildeo soacute para as habilidades

20Internet (Fonte Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de

acesso 04072012

31

dos indiviacuteduos e para as atitudes de cada um em relaccedilatildeo ao aprendizado mas tam-

beacutem para a competecircncia das equipes e para a capacidade dessas forccedilas-tarefas de se

reconfigurar continuamente em funccedilatildeo dos objetivos arregimentando os melhores

talentos em todo o mundo Por exemplo a identificaccedilatildeo dos comportamentos e das

necessidades de determinada pessoa numa base de milhotildees de clientes ndash como a

Amazoncom na ING Insurance e no programa de diabetes da ICICI ndash exige capaci-

dades analiacutetica Argumentaremos que os mesmos requisitos tambeacutem satildeo indispensaacute-

veis na base de talentos A empresa deve tratar seus empregados e fornecedores

como indiviacuteduos iacutempares (ou como conjunto de indiviacuteduos sem igual) da mesma ma-

neira como lida com os clientes A configuraccedilatildeo dinacircmica de recursos para atender agraves

necessidades de tarefas especiacuteficas converte-se em fonte de vantagem competitiva

A essecircncia da mensagem eacute que para a transformaccedilatildeo ser eficaz os gestores devem

concentrar o foco na mobilizaccedilatildeo raacutepida de talentos dentro e fora da empresa (PRA-

HALAD e KRISHNAN 2008 p177)

3 ndash Cadeia de valor e vantagem competitiva

Segundo Novaes (2001 p184) o conceito de cadeia de valor foi desenvolvido

por Porter O conceito eacute de muita simplicidade e por isso talvez mostre-se tatildeo impor-

tante no contexto econocircmico-social em que se inserem as empresas com a crescente

globalizaccedilatildeo dos negoacutecios e mercados

Para (PORTER 1989 p33) toda empresa eacute uma reuniatildeo de atividades que

satildeo executadas para projetar produzir comercializar entregar e sustentar seu produ-

to Todas estas atividades podem ser representadas fazendo-se uso de uma cadeia

de valores Essa exposiccedilatildeo do autor indica em primeira matildeo apenas4 a ideia de ava-

liar a cadeia interna da empresa a qual eacute formada pelas atividades operacionais e

organizacionais jaacute citadas

A ideia baacutesica que subsidia esse conceito natildeo eacute de autoria de Porter mas haacute

muito tempo jaacute estava sendo analisada Fala-se aqui dos conceitos da Teoria Geral de

Sistemas que tem como precursor o Prof Ludwig von Bertalanffy e seus trabalhos

teoria essa que apresenta a empresa como um sistema inserido esse uacuteltimo em um

ambiente ou macro sistema Assim deve-se ter em mente uma visatildeo sistecircmica en-

xergar mais do que as aacutereas ou atividades isoladamente mais do que os limites da

empresa (Cadeia de Valor Interna) A empresa faz parte de um todo maior (um siste-

32

ma amplo) e esse eacute que deve ser otimizado para gerar maior valor para o cliente e

consequentemente maior lucratividade na cadeia (Cadeia de Valor Externa)

Nas palavras de Porter (1989 p33) ldquoa cadeia de valores desagrega uma em-

presa nas suas atividades de relevacircncia estrateacutegica para que se possa compreender o

comportamento dos custos e as fontes existentes e potenciais de diferenciaccedilatildeordquo Uma

empresa ganha vantagem competitiva se conseguir desempenhar essas atividades

estrateacutegicas de uma maneira melhor e mais barata que a concorrecircncia

Pode-se entatildeo caminhar para um avanccedilo em definiccedilatildeo ao verificarmos a pro-

posiccedilatildeo de (SHANK amp GOVINDARAJAN 1993 p13) de que ldquoa cadeia de valor para

qualquer empresa em qualquer negoacutecio eacute o conjunto interligado de todas as ativida-

des que criam valor desde uma fonte baacutesica de mateacuterias primas passando por forne-

cedores de componentes ateacute a entrega do produto final agraves matildeos do consumidorrdquo

O mundo em que se vive atravessa em periacuteodo de transformaccedilatildeo sequer ima-

ginado Nele nada eacute definitivo Fica-se perplexo quando natildeo se consegue acompanhar

a velocidade da evoluccedilatildeo dos acontecimentos sente-se perdido principalmente nos

assuntos relacionados agrave dinacircmica do desenvolvimento tecnoloacutegico

Dessa forma com uma visatildeo focada no clienteconsumidor pode-se considerar

que a cadeia de valor eacute uma sequecircncia de atividades desde a origem de recursos ateacute

o descarte final de determinado produto Portanto tem-se uma visatildeo bastante abran-

gente do conceito que pode considerar desde a fase da extraccedilatildeo de mateacuteria-prima ateacute

o tratamento final que eacute dado ao produto por exemplo num enfoque de ciclo de vida

do produto21

31 - O que significa uma vantagem competitiva

O sucesso de uma empresa eacute em larga medida determinado pela atratividade

do sector em que opera mas a sua posiccedilatildeo dentro desse sector tambeacutem eacute importante

21 (httpwwwccontabeiscombrconvt14pdf) data acesso 15072012

33

Apesar de um sector poder ter uma fraca eficaacutecia uma empresa que estaacute bem posi-

cionada pode ainda assim criar lucros significativos

Diz-se que uma empresa tem uma vantagem competitiva sobre os seus con-

correntes quando manteacutem retornos que superam a meacutedia no seu sector Esta vanta-

gem decorre das caracteriacutesticas do produto que o torna superior aos produtos da con-

correcircncia

Nalgumas situaccedilotildees pode obter-se uma vantagem competitiva atraveacutes da evoluccedilatildeo

tecnoloacutegica mas esta eacute frequentemente difiacutecil de manter porque os concorrentes ra-

pidamente a copiam ou aperfeiccediloam desenvolvem novas tecnologias Uma vantagem

sustentada resulta frequentemente mais do que da tecnologia ou de modificaccedilatildeo de

produtos de outros fatores como por exemplo o simbolismo associado ndash o que o

produto significa para os consumidores (imagem de marca) e o que estes experimen-

tam na sua compra e uso Os investigadores em marketing reconhecem que os produ-

tos possuem caracteriacutesticas simboacutelicas e que o consumo de certos produtos pode de-

pender mais do seu significado social do que da sua utilidade funcional

Existe atualmente uma tendecircncia para os consumidores exigirem ldquosignificado

pessoalrdquo aos produtos e serviccedilos Torna-se essencial inovar para responder agraves emo-

ccedilotildees que influenciam as decisotildees dos consumidores Estes estatildeo cada vez menos

impressionados com as novas tecnologias e a optar por produtos que resultam ldquopara

mimrdquo Como consequecircncia palavras como emoccedilatildeo e significado pessoal encon-

tram o seu caminho nas estrateacutegias das empresas sendo importante entender os fato-

res intangiacuteveis associados ao valor percebido do produto e as percepccedilotildees na sua

globalidade positivas ou negativas Novas designaccedilotildees tais como ndash ldquofaacutecil acessiacute-

vel razoaacutevel empoderamento e pessoal ndash refletem mais a pessoa do que o obje-

to Descobrir os sentimentos e as atitudes em relaccedilatildeo aos produtos bem como conhe-

cer as razotildees das preferecircncias dos consumidores tornaram-se importantes elementos

estrateacutegicos22

32 - Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva

Em grande medida a ambiccedilatildeo da estrateacutegia da empresa eacute conseguir uma van-

tagem competitiva sustentaacutevel

22Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

34

A vantagem competitiva analisa a atividade da empresa centrando-se primei-

ramente na sua capacidade de gerar retornos superiores de capital e de vincular a

estrateacutegia de negoacutecio a mercados financeiros e de capital fundamentais por um longo

periacuteodo de tempo No fim de contas eacute a vantagem competitiva da empresa que permi-

te ter bons retornos para os seus acionistas

Sem vantagem competitiva a empresa tem uma razatildeo econoacutemica limitada para

existir ndash a sua vantagem competitiva eacute a sua razatildeo de existecircncia Sem ela a empresa

natildeo iraacute prosperar Criar uma vantagem competitiva sustentaacutevel pode ser a meta mais

importante de qualquer organizaccedilatildeo e pode mesmo ser o atributo mais importante em

que a empresa se focaliza23

33 - Como implementar vantagem competitiva

As vantagens competitivas natildeo assumem uma uacutenica forma e eacute possiacutevel que

uma empresa tenha vaacuterias vantagens competitivas e em diferentes aacutereas Ilustra-se

algumas das aacutereas onde as empresas se podem destacar e garantir o seu sucesso a

longo prazo quota de mercado gestatildeo da marca rede marcas e patentes eficaacutecia de

custos e altos custos de mudanccedila

As empresas com quotas de mercado significativas criam um problema para os

concorrentes o que eacute positivo para aquelas uma vez que os seus produtos satildeo bem

conhecidos e recebidos no mercado No entanto mesmo quando a quota de mercado

eacute consideraacutevel se o sector for atrativo ou seja tiver um potencial de lucro significativo

novos operadores podem aparecer com a consequente reduccedilatildeo da quota de merca-

do

Ter uma marca forte pode garantir o sucesso a longo prazo e tambeacutem permitir

agraves empresas obter lucros pois a sua marca permite-lhes cobrar um preccedilo especial

(premium) Marcas fortes tendem a criar uma vantagem competitiva mais duradoura

O efeito de rede ocorre quando um produto cria uma procura por parte dos

consumidores que depois amplia o produto A empresa pode beneficiar do efeito de

23 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

35

rede pela atraccedilatildeo de mais vendedores Estes por sua vez atraem mais compradores

estabelecendo-se uma quota de mercado dominante (por exemplo eBay)

Este efeito de rede natildeo eacute muito comum mas quando ocorre pode ser extre-

mamente lucrativo As marcas e as patentes podem ser fonte de vantagem competiti-

va para algumas empresas 24

34 - Como criar valor e vantagem competitiva

Uma empresa posiciona-se aproveitando os seus pontos fortes Michael Porter

defendeu que aqueles se inscrevem em dois tipos baacutesicos de vantagem competitiva

vantagem pelos custos ou diferenciaccedilatildeo Estes satildeo identificados como vantagens po-

sicionais uma vez que expressam a posiccedilatildeo da empresa no sector enquanto liacuteder nos

custos ou por diferenciaccedilatildeo

A empresa utiliza os seus recursos e capacidades para gerar uma vantagem

competitiva que por uacuteltimo resulte na criaccedilatildeo de um valor superior

As competecircncias distintivas (competecircncias nucleares) resultam de recursos

especiacuteficos e capacidades da empresa facilitam a inovaccedilatildeo a eficiecircncia a qualidade

e a receptividade dos clientes o que pode ser aproveitado para atingir quer uma es-

trutura de baixo custos quer a diferenciaccedilatildeo do produto

Uma empresa posiciona-se no seu sector atraveacutes da opccedilatildeo por baixos custos

ou diferenciaccedilatildeo Esta decisatildeo eacute uma peccedila central da estrateacutegia competitiva da em-

presa

A vantagem competitiva existe quando a empresa eacute capaz de oferecer os

mesmos benefiacutecios que os concorrentes mas a custos mais baixos (vantagem pelos

custos) ou oferecer benefiacutecios que ultrapassam a concorrecircncia (vantagem por diferen-

ciaccedilatildeo) Portanto uma vantagem competitiva permite agrave empresa criar um valor superi-

or para os seus clientes e lucros para si proacuteprio25

24 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=39ampL=5) data acesso 15072012

25 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

36

CAPITULO III

ASPECTOS DA INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE

1 ndash Inovaccedilatildeo e sustentabilidade

37

Como as empresas podem sair da teoria para a praacutetica e chegar a um no-

vo patamar de competitividade e comprometimento com praacuteticas sustentaacuteveis

Muito se fala em inovaccedilatildeo como o principal caminho para o desenvolvimento

sustentaacutevel das organizaccedilotildees e da humanidade Poreacutem em muitos setores falar sobre

esse assunto eacute ainda um exerciacutecio teoacuterico Em geral o tema eacute associado as aacutereas de

tecnologia ou pesquisa e desenvolvimento mas a inovaccedilatildeo deve acontecer tambeacutem

na lideranccedila nas accedilotildees de marketing no modelo de negoacutecios ou seja na gestatildeo co-

mo um todo

Em pesquisa realizada pela Fundaccedilatildeo Nacional da Qualidade (FNQ) em maio

e 2011 representantes de 63 empresas mostraram que 97 consideram fundamental

que as organizaccedilotildees inovem para buscar a sustentabilidade tanto do negoacutecio quanto

da economia e do planeta Apesar dessa consciecircncia 70 dos participantes do estu-

do acreditam que as empresas estatildeo preocupadas mas natildeo direcionam seus investi-

mentos em inovaccedilotildees com foco no crescimento sustentaacutevel O levantamento mostra

ainda que 27 dos entrevistados apontaram a gestatildeo como a principal preocupaccedilatildeo

das empresas em que trabalham enquanto 22 indicaram a sustentabilidade e 19 a

reduccedilatildeo de custos

De acordo com o superintendente geral da FNQ Jairo Martins ldquoos resultados

da pesquisa mostram que as empresas ainda natildeo perceberam o tamanho do problema

da sustentabilidade considerando o baixo iacutendice de organizaccedilotildees que de fato inves-

tem em inovaccedilatildeo para sustentabilidade Em sua maioria as organizaccedilotildees pensam

apenas no lado econocircmico e natildeo no tripeacute da sustentabilidade que demanda uma em-

presa economicamente soacutelida socialmente correta e ambientalmente responsaacutevel

Enquanto dominar o pensamento pelo vieacutes econocircmico cujo sucesso eacute medido pelo

PIB o atual modelo de desenvolvimento insustentaacutevel natildeo vai mudar e natildeo seratildeo in-

cluiacutedas na pauta das organizaccedilotildees as questotildees socioambientaisrdquo

O professor da Fundaccedilatildeo Getuacutelio Vargas Renato Orsato autor do livro ldquoEstra-

teacutegias de Sustentabilidade quando vale a pena ser verderdquo analisou mais de 30 ca-

sos de empresas que adotaram a inovaccedilatildeo em 20 setores ao redor do mundo Para

ele deve haver uma premissa baacutesica para falar sobre esse assunto fazer perguntas

precisas ldquoIsso porque existem centenas de milhares de formas de incluir inovaccedilatildeo e

sustentabilidade nas empresas As empresas devem conhecer bem o contexto onde

atuam e considerar tanto aspectos tangiacuteveis como intangiacuteveisrdquo afirma

38

Na opiniatildeo do professor enquanto a sustentabilidade eacute apenas um acessoacuterio agrave

estrateacutegia da empresa ela natildeo vale a pena Para inovar as organizaccedilotildees devem

questionar os modelos de negoacutecio e pensar em modelos totalmente novos

Orsato daacute o exemplo da empresa Better Place que inovou na maneira de co-

mercializar energia renovaacutevel para carros eleacutetricos ldquoO grande salto seraacute conseguir

mudanccedilas radicais nos modelos de negoacutecios As fronteiras entre os setores de energia

e mobilidade por exemplo podem mudarrdquo 26

11- Da teoria para a praacutetica

De maneira geral a inovaccedilatildeo faz sucesso em palestras de ldquoespecialistasrdquo e de

executivosrdquo explica o professor Joatildeo Amato Neto da Fundaccedilatildeo Vanzolini e Escola

Politeacutecnica da USP ldquoMas haacute empresas realmente inovadoras seja em seus produtos

em seus processos de produccedilatildeo e ateacute mesmo em seu posicionamento de mercado

Outras satildeo inovadoras na relaccedilatildeo com o mercado num sentido mais amplo Esse eacute

um grupo restrito no Brasil de empresas de excelecircncia As que tecircm excelecircncia em

inovaccedilatildeo para sustentabilidade estatildeo num grupo mais restrito ainda Do ponto de vista

da sobrevivecircncia da empresa nos proacuteximos anos esse eacute um requisito fundamentalrdquo

O professor exemplifica que no varejo haacute grandes redes como o Wall Mart

Carrefour e Patildeo de Accediluacutecar que iniciaram accedilotildees para contratar fornecedores com base

em requisitos de sustentabilidade Essas accedilotildees ainda satildeo restritas a alguns poucos

produtos e incluem por exemplo exigecircncias de embalagens que possam ser recicla-

das Satildeo accedilotildees que visam a reduccedilatildeo do uso de recursos materiais e energia de uma

forma geral (busca de maior eco eficiecircncia nos processos)

Mas como sair da teoria e colocar em praacutetica Veja os principais pontos que

uma empresa interessada em inovaccedilatildeo e sustentabilidade deve trabalhar

bull Investir no espiacuterito criativo dos colaboradores natildeo soacute daqueles que atuam nas aacutereas

de pesquisa e desenvolvimento (PampD) de produtos ou na engenharia do produto mas

num sentido mais amplo oacutetimas ideias podem surgir no chamado chatildeo de faacutebrica

26 Internet (httpwwwhsmcombrbuscarkeys=inovaccedilatildeo e sustentabilidade) data acesso 19072012

39

bull Buscar praacuteticas de gestatildeo participativa isso pode gerar ideias que trazem inovaccedilotildees

pequenas incrementais mas que no conjunto fazem muita diferenccedila

bull Usar a educaccedilatildeo para transformar paradigmas e gerar maior conscientizaccedilatildeo Natildeo

se deve pensar apenas em treinamentos que satildeo usados em geral para tarefas es-

peciacuteficas ou aplicaccedilatildeo de teacutecnicas As empresas devem investir na formaccedilatildeo dos re-

cursos humanos

bull Questionar o proacuteprio modelo de negoacutecios

bull Inserir sustentabilidade no planejamento estrateacutegico da empresa

E seraacute que eacute possiacutevel aprender a inovar De acordo com o professor Joatildeo A-

mato a inovaccedilatildeo soacute faz sentido se isso significar uma mudanccedila de mentalidade na

empresa Isso vale para induacutestria ou setor de serviccedilos ldquoNo setor financeiro temos mui-

tos exemplos de como os bancos estatildeo descobrindo novas maneira de incluir a sus-

tentabilidade em suas praacuteticas definindo criteacuterios de praacuteticas socioambientais aos

seus clientes Na realidade alguns dos grandes bancos jaacute colocaram isso no seu plano

estrateacutegicordquo conclui 27

12 ndash Sustentabilidade corporativa

Haacute vaacuterias definiccedilotildees para sustentabilidade e desenvolvimento sustentaacutevel na

literatura e organizaccedilotildees que tratam do tema arrolam outras tantas Isso decorre do

fato de a sustentabilidade ser um conceito relativamente novo possuir um caraacuteter mul-

tidisciplinar e envolver diferentes interpretaccedilotildees que refletem diferenccedilas de valor cir-

cunstacircncias localizadas e contextos especiacuteficos Aleacutem disso o conceito acaba incorpo-

rado a vaacuterios assuntos tais como a definiccedilatildeo de poliacuteticas governamentais a gestatildeo

puacuteblica regional a gestatildeo de empresas e ateacute mesmo o nosso estilo de vida (MA-

27 Internet (httpwwwhsmcombreditoriassustentabilidadeinovacao-e-ustentabilidade-de-

maos-dadas) data acesso 19072012

40

WHINNEY 2002) O foco deste artigo eacute a sustentabilidade corporativa ou seja a apli-

caccedilatildeo do conceito de sustentabilidade nas empresas

Algumas empresas brasileiras vecircm sendo citadas como casos mundiais no

acircmbito de algumas das dimensotildees da sustentabilidade corporativa HART (1997)

menciona a Aracruz Celulose como uma empresa que adota a visatildeo de desenvolvi-

mento sustentaacutevel desde o iniacutecio de suas operaccedilotildees com base no modelo de reflores-

tamento das plantaccedilotildees de eucaliptos PRAHALAD (2004) apresenta o caso da Casas

Bahia como uma empresa que atende a populaccedilatildeo de baixa renda por meio de um

modelo inovador de financiamento (SEABRA LEAL e PASSOS 2005 p10) Relatam

o caso da Natura assinalando que seus principais acionistas satildeo enfaacuteticos ao afirma-

rem que a busca da sustentabilidade eacute mais do que uma estrateacutegia de negoacutecios mdash eacute

uma filosofia de vida Outros estudos acadecircmicos nessa aacuterea tambeacutem envolvem em-

presas nacionais SILVA e KULAY (2005) apresentam um caso de aplicaccedilatildeo da Avali-

accedilatildeo do Ciclo de Vida (LCA mdash Life Cycle Assessment) para analisar os potenciais

impactos ambientais do processo de fabricaccedilatildeo de fertilizantes fosfatados em uma

empresa brasileira COSTA e GOUVINHAS (2004) analisam a adoccedilatildeo das estrateacutegias

de projeto ecoloacutegico (ecodesign) no ambiente de negoacutecios de pequenas e meacutedias em-

presas brasileiras HOPKINS (2002) discute a sustentabilidade nas operaccedilotildees internas

das empresas a partir de uma pesquisa exploratoacuteria sobre a aplicaccedilatildeo de indicadores

de responsabilidade social em quatro grandes empresas no Brasil 28

13 - O conceito de sustentabilidade corporativa

Considera-se sustentabilidade corporativa como a gestatildeo empresarial que bus-

ca equilibrar as necessidades econocircmicas das empresas com a responsabilidade pelo

desenvolvimento da sociedade e preservaccedilatildeo dos recursos naturais visando atender

agraves necessidades atuais e futuras dos elementos afetados pela empresa Esses ele-

mentos mdash que satildeo ou podem ser afetados pelos efeitos das operaccedilotildees accedilotildees e deci-

28 Internet httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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sotildees da empresa mdash incluem os acionistas e funcionaacuterios clientes e consumidores

fornecedores e parceiros os recursos naturais utilizados pela empresa o meio ambi-

ente e a sociedade

A sustentabilidade corporativa estaacute associada a trecircs macro objetivos a geraccedilatildeo

de valor econocircmico a responsabilidade ambiental e a responsabilidade social A gera-

ccedilatildeo de valor econocircmico estaacute relacionada com a obtenccedilatildeo de resultados econocircmicos

positivos no presente e no futuro A responsabilidade ambiental diz respeito agrave conser-

vaccedilatildeo e ao uso sustentaacutevel dos recursos naturais E a responsabilidade social con-

templa a corresponsabilidade das empresas pelo desenvolvimento da sociedade Con-

forme ELKINGTON (1997) esses objetivos satildeo inerentes aos denominados resultados

tridimensionais da sustentabilidade (triple bottom line) As empresas que adotam a

sustentabilidade corporativa devem buscar um equiliacutebrio entre o compromisso econocirc-

mico a preservaccedilatildeo ambiental e o desenvolvimento da sociedade assumindo respon-

sabilidades pelas condiccedilotildees de vida atuais e futuras29

14 - Sustentabilidade e geraccedilatildeo de valor econocircmico

A literatura ressalta a necessidade de que as iniciativas relacionadas agrave susten-

tabilidade tragam retornos positivos para as empresas REINHARDT (1999) considera

que as justificativas para os investimentos ambientais realizados pelas empresas de-

vem ser similares aos demais investimentos Nesse sentido os investimentos em ges-

tatildeo ambiental devem auferir retornos financeiros positivos ou conduzir agrave reduccedilatildeo dos

riscos SENGE e CARSTEDT (2001) satildeo mais enfaacuteticos ao considerar que o desafio

atual reside em desenvolver negoacutecios sustentaacuteveis compatiacuteveis com a realidade eco-

nocircmica Segundo esses autores novos modelos de negoacutecios e produtos inovadores

no acircmbito da sustentabilidade precisam necessariamente acarretar resultados finan-

ceiros satisfatoacuterios para se viabilizarem

Os benefiacutecios decorrentes das accedilotildees de sustentabilidade podem ser tangiacuteveis

ou intangiacuteveis Willard (2002) identifica potenciais benefiacutecios tangiacuteveis como aqueles

associados agrave reduccedilatildeo de custos na manufatura agrave reduccedilatildeo de custos comerciais ao

aumento do faturamento e ao aumento da participaccedilatildeo no mercado Como benefiacutecios

intangiacuteveis considera a maior facilidade na contrataccedilatildeo de talentos a maior retenccedilatildeo

29 Internet httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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dos principais talentos o aumento da produtividade dos funcionaacuterios a reduccedilatildeo dos

riscos e as maiores facilidades de financiamento NEMLI (2004) considera que os be-

nefiacutecios devem ser mensurados ao longo de trecircs dimensotildees reduccedilatildeo de custos e au-

mento da lucratividade aumento da reputaccedilatildeo e criaccedilatildeo de diferenciaccedilatildeo crescimento

da empresa em termos de capacidade de inovaccedilatildeo e uso de tecnologias limpas

A perspectiva de geraccedilatildeo de valor econocircmico estaacute acoplada a uma visatildeo mais holiacutesti-

ca do bom funcionamento da economia Nesse sentido HAWKEN LOVINS e LOVINS

(1999) consideram que o capitalismo natural pode ser o gatilho para a proacutexima revo-

luccedilatildeo industrial em que quatro tipos de capital sustentam o bom funcionamento da

economia o capital humano (pessoas conhecimento e cultura) o capital financeiro

(caixa investimentos e instrumentos monetaacuterios) o capital industrial (infra estrutura

faacutebricas e maacutequinas) e o capital natural (recursos naturais sistemas de vida e ecossis-

tema) Conforme SENGE e CARSTEDT (2001) a geraccedilatildeo de valor econocircmico por

empresas sustentaacuteveis depende de forma ampla da adoccedilatildeo de uma realidade eco-

nocircmica que conecta a induacutestria a sociedade e o meio ambiente Por outro lado mes-

mo na realidade atual a reduccedilatildeo do desperdiacutecio e do fluxo destrutivo dos recursos

pode representar uma importante oportunidade de negoacutecios (LOVINS LOVINS e

HAWKEN 1999) 30

15 - Sustentabilidade e responsabilidade ambiental

Vaacuterios autores assinalam a importacircncia da questatildeo da estrateacutegia ambiental das

empresas no acircmbito da sustentabilidade corporativa HART (1997) considera a polui-

ccedilatildeo a exaustatildeo dos recursos naturais e a pobreza como os principais desafios da sus-

tentabilidade Segundo o autor a estrateacutegia ambiental das empresas em geral evolui

segundo trecircs estaacutegios prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo produtos ambientalmente corretos e

produccedilatildeo limpa Aleacutem disso uma estrateacutegia ambiental integrada natildeo deve direcionar-

se somente para o desenvolvimento de competecircncias internas mas tambeacutem conside-

rar o relacionamento com os clientes fornecedores outras empresas agentes gover-

30 Internet

(httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext)

data de acesso 2107201230

43

namentais e acionistas Da mesma forma BARBIERI (2004) cita trecircs abordagens para

a gestatildeo ambiental empresarial controle da poluiccedilatildeo prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo e abor-

dagem estrateacutegica A prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo incorpora duas preocupaccedilotildees ambientais

principais o uso sustentaacutevel dos recursos e o controle da poluiccedilatildeo Os instrumentos

tradicionais para o uso sustentaacutevel dos recursos satildeo referenciados pelo autor como

4Rs reduccedilatildeo da poluiccedilatildeo na fonte reutilizaccedilatildeo reciclagem e recuperaccedilatildeo energeacutetica

HOFFMAN (2000) sugere que a estrateacutegia ambiental determine o alinhamento

entre a proteccedilatildeo ambiental e o crescimento econocircmico da empresa O desenvolvimen-

to da estrateacutegia ambiental deve analisar os concorrentes os parceiros os produtos as

mateacuterias-primas as perdas e os resiacuteduos da empresa O autor considera que a estra-

teacutegia ambiental pode ser direcionada por quatro fatores o mercado (composto pelos

consumidores associaccedilotildees concorrentes e consultores) os provedores de recursos

(clientes seguradoras fornecedores bancos e investidores) os elementos coercivos

(regulamentos locais legislaccedilatildeo internacional) e os elementos sociais (instituiccedilotildees

religiosas organizaccedilotildees natildeo-governamentais comunidade mundo acadecircmico im-

prensa e poder judiciaacuterio) 31

16 - Sustentabilidade e responsabilidade social

Os defensores da responsabilidade social argumentam que as empresas de-

vem assumir um compromisso com o desenvolvimento da sociedade As empresas

devem executar accedilotildees para fomentar o desenvolvimento social a inclusatildeo social e

contribuir para a melhoria das condiccedilotildees de vida da populaccedilatildeo mais necessitada Al-

guns autores consideram que essas atividades natildeo satildeo puramente filantroacutepicas uma

vez que as empresas podem auferir benefiacutecios de negoacutecios em funccedilatildeo delas Outros

sugerem ainda que a responsabilidade social esteja associada agrave proacutepria estrateacutegia

empresarial por exemplo SEABRA LEAL e PASSOS (2005) assinalam que os prin-

31 ) Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

44

cipais acionistas da Natura consideram que a responsabilidade social estaacute intimamen-

te ligada agrave estrateacutegia de negoacutecios da empresa

PRAHALAD e HAMMOND (2002) observam que aproximadamente 65 da

populaccedilatildeo mundial mdash cerca de quatro bilhotildees de pessoas mdash ganham menos do que

2000 USDano Esse eacute um mercado praticamente inexplorado pelas empresas multi-

nacionais Segundo os autores as empresas que desejam entrar nesse mercado de-

vem repensar seus modelos de negoacutecios praacuteticas gerenciais e indicadores de desem-

penho Eacute um mercado de novas fontes de receita que exige melhoria na eficiecircncia

operacional e fomento da inovaccedilatildeo A atuaccedilatildeo bem-sucedida para atender agrave denomi-

nada populaccedilatildeo na base da piracircmide pode trazer resultados econocircmicos positivos agraves

empresas e simultaneamente contribuir para a melhoria das condiccedilotildees de vida das

pessoas economicamente menos favorecidas

PORTER e KRAMER (2002) consideram que eacute possiacutevel agraves empresas obterem

a convergecircncia de interesses entre as atividades filantroacutepicas e os objetivos de negoacute-

cios A filantropia pode oferecer oportunidades para as empresas melhorarem seu

contexto competitivo considerando que as atividades filantroacutepicas podem potencial-

mente atuar sobre quatro elementos inter-relacionados da competitividade empresari-

al na disponibilidade dos insumos de produccedilatildeo nas condiccedilotildees de demanda nas con-

diccedilotildees de competiccedilatildeo e rivalidade e na presenccedila das induacutestrias de insumos e suporte

Nesse sentido a filantropia deveria ser considerada uma abordagem claramente estra-

teacutegica pelas empresas WADDOCK e SMITH (2000) adotam um raciociacutenio similar

afirmando que a responsabilidade social e o desempenho corporativo financeiro an-

dam juntos e natildeo como trade-offs

HALL et al (2005) constatam que algumas empresas podem ser socialmente

vulneraacuteveis Segundo esses autores a vulnerabilidade social eacute atribuiacuteda agraves empresas

que apresentam grande importacircncia estrateacutegica para o desenvolvimento econocircmico e

social dos paiacuteses onde operam Eles citam empresas cujo papel extrapola a criaccedilatildeo de

valor aos acionistas sendo consideradas como orgulhos nacionais para seus paiacuteses

Satildeo citadas como exemplos a Siemens na Alemanha a Toyota no Japatildeo a Embraer

no Brasil e a Bombardier no Canadaacute Aleacutem da questatildeo econocircmica essas empresas

desempenham importante papel social em seus respectivos paiacuteses Outras empresas

45

brasileiras tambeacutem poderiam ser citadas como a Petrobras a Companhia Vale do Rio

Doce o Bradesco entre outras 32

2 - Gestatildeo da inovaccedilatildeo para a sustentabilidade

A busca da inovaccedilatildeo e a gestatildeo da inovaccedilatildeo em geral satildeo mediadas por as-

pectos essencialmente econocircmicos e estrateacutegicos Entretanto na medida em que ou-

tras restriccedilotildees compotildeem o ambiente de atuaccedilatildeo das empresas outros fatores podem

impulsionar a inovaccedilatildeo Isso tambeacutem eacute vaacutelido ao se considerarem aspectos de susten-

tabilidade como condicionantes da inovaccedilatildeo

HART e CHRISTENSEN (2002) sugerem que as inovaccedilotildees radicais podem

pavimentar o caminho para as empresas combinarem um crescimento sustentaacutevel

com responsabilidade social HART e MILTEIN (1999) consideram que os desafios

impostos pela sustentabilidade global podem atuar como catalisadores para um novo

estaacutegio de destruiccedilatildeo criativa das empresas Eles associam a preocupaccedilatildeo ecoloacutegica

com melhorias contiacutenuas e a sustentabilidade global com melhorias radicais Nesse

sentido argumentam que a sustentabilidade pode criar oportunidades sem preceden-

tes agraves empresas O raciociacutenio de SENGE e CARSTEDT (2001) eacute similar Esses auto-

res consideram que o foco restrito na eficiecircncia ecoloacutegica pode distrair as empresas da

busca de produtos e modelos de negoacutecios radicalmente diferentes dos atuais Eacute a sus-

tentabilidade global que iraacute motivar as empresas a procurarem novos modelos men-

tais a enfatizarem a aprendizagem e atentarem para a gestatildeo de mudanccedilas

PORTER e VAN DER LINDE (1995) consideram que as regulamentaccedilotildees am-

bientais impotildeem pressotildees competitivas nas empresas motivando-as a inovar VOL-

LENBROEK (2002) propotildee um processo que direciona a inovaccedilatildeo para o desenvolvi-

mento da sustentabilidade denominado gestatildeo da transiccedilatildeo Ele considera que a ino-

vaccedilatildeo natildeo gera automaticamente o progresso da sociedade pois precisa ser condi-

cionada para tanto Os esforccedilos para o desenvolvimento sustentaacutevel precisam ser di-

recionados pela sociedade e esta participa das decisotildees visando obter um balancea-

mento adequado entre os objetivos econocircmicos ecoloacutegicos e sociais A inovaccedilatildeo seraacute

decorrecircncia

32 Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

46

HALL e VREDENBURG (2003) afirmam que os gestores tecircm dificuldades para

lidar com as pressotildees do desenvolvimento sustentaacutevel Eles consideram que as estra-

teacutegias de inovaccedilatildeo das empresas geralmente satildeo inadequadas para acomodar as

complexidades e incertezas inerentes agraves novas demandas impostas pelo desenvolvi-

mento sustentaacutevel Dessa forma sugerem que a estrateacutegia empresarial integre tam-

beacutem os objetivos da inovaccedilatildeo e do desenvolvimento sustentaacutevel Em contraponto agrave

abordagem tradicional da inovaccedilatildeo ditada pelo mercado propotildeem que as empresas

adotem a inovaccedilatildeo para o desenvolvimento sustentaacutevel que incorpora as restriccedilotildees

sociais e as pressotildees ambientais bem como contempla as necessidades das futuras

geraccedilotildees Como seraacute visto no texto que segue a inovaccedilatildeo foi tambeacutem um ingrediente

essencial para o desenvolvimento e o sucesso do projeto estudado na presente pes-

quisa33

CONCLUSAtildeO

O objetivo desse estudo foi verificar e compreender o conceito de inovaccedilatildeo e a

sua aplicabilidade nas organizaccedilotildees assim como a vantagem competitiva no modelo

de negoacutecio por meio da co-criaccedilatildeo de valor

33 Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data acesso 21072012

47

Inovaccedilatildeo e criatividade satildeo essenciais para o continuo desenvolvimento e competi-

tividade de uma naccedilatildeo

Coisas boas acontecem quando o pensamento inovador comeccedila ele poderaacute

ajudar a criar novos produtos melhoria nos processos novas tecnologias tornando

a empresa mais competitiva Tomando conhecimento da grande variedade de produ-

tos e serviccedilos oferecidos pelas organizaccedilotildees pode se observar que nem sempre se

chega ao resultado em melhores experiecircncias de consumo nesse cenaacuterio certas em-

presas adotam a co-criaccedilatildeo de valor ndash participaccedilatildeo do cliente no processo produtivo ndash

para inovar no modelo de negoacutecio agregando valor a sua oferta buscando assim se

diferenciar das demais empresas Apesar da inovaccedilatildeo indicar um caminho seguro

para obter vantagem competitiva sustentaacutevel e defender posiccedilotildees estrateacutegicas no

mercado o seu sucesso natildeo eacute garantido necessitando que os gestores conheccedilam e

compreendam a dinacircmica dos processos da gestatildeo da inovaccedilatildeo dentro de suas orga-

nizaccedilotildees e realidades especiacuteficas

O modelo de organizaccedilatildeo inovadora sustentaacutevel eacute uma resposta agraves pressotildees

institucionais por uma organizaccedilatildeo que seja capaz de inovar com eficiecircncia em termos

econocircmicos mas com responsabilidade social e ambiental Esse tipo de organizaccedilatildeo

busca vantagem competitiva desenvolvendo produtos serviccedilos processos e negoacutecios

novos ou modificados com base nas dimensotildees social ambiental e econocircmica Ela

reuacutene duas caracteriacutesticas essenciais eacute inovadora e orientada para a sustentabilidade

Tendo em vista o fenocircmeno do isomorfismo institucional (concentraccedilatildeo de for-

mas organizacionais nos diversos setores produtivos) o modelo das organizaccedilotildees

inovadoras sustentaacuteveis vem ganhando rapidamente cada vez mais espaccedilo nas em-

presas liacutederes Esses fatos permitem dizer que o movimento do desenvolvimento sus-

tentaacutevel eacute um dos movimentos mais importantes do nosso tempo e a julgar pela vita-

lidade dos fatores institucionais presentes em praticamente todo o mundo pode-se

inferir que ele continuaraacute se propagando por muitas deacutecadas

Desse modo o aprimoramento dos modelos de organizaccedilatildeo sustentaacuteveis as

diversas formas da sua institucionalizaccedilatildeo em acircmbito global o desenvolvimento de

tecnologias sustentaacuteveis a gestatildeo de inovaccedilotildees para o desenvolvimento sustentaacutevel

seratildeo temas cada vez mais importantes nos estudos futuros Como o sistema opera-

cional produtivo e as inovaccedilotildees de produto e de processo ao atender as trecircs dimen-

sotildees da sustentabilidade devem gerar ganhos para o meio ambiente em termos de

reduccedilatildeo no uso de recursos e de emissotildees de poluentes o aumento da produccedilatildeo pelo

incitamento agrave demanda por novos produtos pode neutralizar ou ateacute superar esses ga-

nhos Levar em conta essa possibilidade dando-lhe um tratamento adequado eacute um dos

48

maiores desafios para o alinhamento das empresas ao modelo de organizaccedilatildeo inova-

dora sustentaacutevel

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

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Elsevier 2004

  • AGRADECIMENTOS
  • CAPIacuteTULO III- Aspectos da inovaccedilatildeo e sustentabilidade37
  • Inovaccedilatildeo e sustentabilidade37
  • 32 - Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva
  • 33 - Como implementar vantagem competitiva
  • 34 - Como criar valor e vantagem competitiva
Page 15: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · duzir os processos de inovação dentro da organização. 6 ... CAPÍTULO I - Estrutura da criação de valor e inovação.....11

15

modificadas o sistema de patentes pode ser mais eficiente e o acesso ao capital de

risco melhorarrdquo disse RYAN agrave Agecircncia FAPESP 4

13 - O que eacute inovaccedilatildeo

Inovaccedilatildeo significa novidade ou renovaccedilatildeo A palavra eacute derivada do ter-

mo latino innovatio e se refere a uma ideia meacutetodo ou objeto que eacute criado e que pou-

co se parece com padrotildees anteriores Hoje a palavra inovaccedilatildeo eacute mais usada no con-

texto de ideias e invenccedilotildees assim como a exploraccedilatildeo econoacutemica relacionada sendo

que inovaccedilatildeo eacute invenccedilatildeo que chega no mercado Inovaccedilatildeo eacute o processo que inclui as

atividades teacutecnicas concepccedilatildeo desenvolvimento gestatildeo e que resulta na comerciali-

zaccedilatildeo de novos (ou melhorados) produtos ou na primeira utilizaccedilatildeo de novos (ou me-

lhorados) processos FREEMAN (1988 p567) 5

O conceito de inovaccedilatildeo eacute bastante variado dependendo principalmente da

sua aplicaccedilatildeo De forma sucinta haacute quem considere que inovaccedilatildeo eacute a exploraccedilatildeo bem

sucedida de novas ideias Segundo DRUCKER a inovaccedilatildeo ldquoeacute o instrumento especiacutefi-

co dos empreendedores o processo pelo qual eles exploram a mudanccedila como uma

oportunidade para um negoacutecio diferente ou um serviccedilo diferente

Dentre as vaacuterias possibilidades de inovar aquelas que se referem a inovaccedilotildees

de produto ou de processo satildeo conhecidas como inovaccedilotildees tecnoloacutegicas Outros tipos

de inovaccedilotildees podem se relacionar a novos mercados novos modelos de negoacutecio no-

vos processos e meacutetodos organizacionais ou ateacute mesmo novas fontes de suprimentos

Embora ldquonovidadesrdquo encontradas em organizaccedilotildees teacutecnicas administrativas organi-

zacionais inseridas em produtos ou processos nem todas elas podem ser considera-

das como inovaccedilotildees Cabe ressaltar aqui a diferenciaccedilatildeo entre ldquooriginalidaderdquo e ldquono-

vidaderdquo propriamente dita Originalidade oriunda da palavra Original do latim original-

4Internet (httpwwwinovacaotecnologicacombrnoticiasnoticiaphpartigo=010175070518) data

de acesso 19052012

5Internet (httpptwikipediaorgwikiInovaC3A7C3A3o) data acesso 20052012

16

le eacute relativo agrave origem agrave qualidade de original inicial primordial primitivo originaacuterio

Novidade eacute originaacuteria do latim novitate que se reporta agrave qualidade ou caraacuteter de novo

uma inovaccedilatildeo embora referente a algo jaacute existente um uso novo para algo jaacute existen-

te6

Inovaccedilatildeo pode ser definida como o processo estrateacutegico de reinvenccedilatildeo contiacute-nua do proacuteprio negoacutecio e de criaccedilatildeo de novos negoacutecios GARY HAMEL (1996)

2 ndash Processos de inovaccedilatildeo

No acircmbito da economia ao longo deste seacuteculo muito vem se discutindo sobre

a inovaccedilatildeo sua natureza caracteriacutesticas e fontes com o objetivo de buscar uma mai-

or compreensatildeo de seu papel frente ao desenvolvimento econocircmico ressaltando-se

como marco fundamental a contribuiccedilatildeo de JOSEPH SCHUMPETER na primeira me-

tade deste seacuteculo mdash INFORMACcedilAtildeO E GLOBALIZACcedilAtildeO NA ERA DO CONHECI-

MENTO enfocou a importacircncia das inovaccedilotildees e dos avanccedilos tecnoloacutegicos no desen-

volvimento de empresas e da economia

De forma geneacuterica existem dois tipos de inovaccedilatildeo a radical e a incremental

Pode-se entender a inovaccedilatildeo radical como o desenvolvimento e introduccedilatildeo de um

novo produto processo ou forma de organizaccedilatildeo da produccedilatildeo inteiramente nova Esse

tipo de inovaccedilatildeo pode representar uma ruptura estrutural com o padratildeo tecnoloacutegico

anterior originando novas induacutestrias setores e mercados Tambeacutem significam reduccedilatildeo

de custos e aumento de qualidade em produtos jaacute existentes Algumas importantes

inovaccedilotildees radicais que causaram impacto na economia e na sociedade como um todo

e alteraram para sempre o perfil da economia mundial podem ser lembradas como

por exemplo a introduccedilatildeo da maacutequina a vapor no final do seacuteculo XVIII ou o desen-

volvimento da microeletrocircnica a partir da deacutecada de 1950 Estas e algumas outras

inovaccedilotildees radicais impulsionaram a formaccedilatildeo de padrotildees de crescimento com a con-

formaccedilatildeo de paradigmas tecno-econocircmicos FREEMAN (1988)

As inovaccedilotildees podem ser ainda de caraacuteter incremental referindo-se agrave introdu-

ccedilatildeo de qualquer tipo de melhoria em um produto processo ou organizaccedilatildeo da produ- 6 Internet (httpwwwpr2ufrjbrinovacaosocialtexto14-01pdf) data de acesso 20052012)6

17

ccedilatildeo dentro de uma empresa sem alteraccedilatildeo na estrutura industrial FREEMAN (1988)

Inuacutemeros satildeo os exemplos de inovaccedilotildees incrementais muitas delas imperceptiacuteveis

para o consumidor podendo gerar crescimento da eficiecircncia teacutecnica aumento da pro-

dutividade reduccedilatildeo de custos aumento de qualidade e mudanccedilas que possibilitem a

ampliaccedilatildeo das aplicaccedilotildees de um produto ou processo A otimizaccedilatildeo de processos de

produccedilatildeo o design de produtos ou a diminuiccedilatildeo na utilizaccedilatildeo de materiais e compo-

nentes na produccedilatildeo de um bem podem ser considerados inovaccedilotildees incrementais

Ateacute pouco tempo era grande a rigidez para caracterizar o processo de inovaccedilatildeo suas

fontes de geraccedilatildeo e formas como se realiza e difunde

Evidentemente que a compreensatildeo do processo de inovaccedilatildeo estaacute estreitamen-

te influenciada pelas caracteriacutesticas dominantes de contextos histoacuterico-econocircmicos

especiacuteficos Atualmente aspectos negligenciados por natildeo terem relevacircncia nos periacuteo-

dos em questatildeo comeccedilam a ser plenamente reconhecidos como de papel fundamental

para o ecircxito do processo inovador Agrave medida que melhor se conhecem as especifici-

dades da geraccedilatildeo e difusatildeo de inovaccedilatildeo mais se sabe sobre sua importacircncia para

que empresas e paiacuteses reforcem sua competitividade na economia mundial7

21 ndash Processos de inovaccedilatildeo nas organizaccedilotildees

DAMANPOUR (1984) em seu estudo sobre inovaccedilatildeo e desempenho organiza-

cional em bibliotecas puacuteblicas americanas conceitua inovaccedilatildeo como uma resposta agrave

mudanccedila ambiental ou ainda os meios que permitem ou viabilizam a mudanccedila em

uma organizaccedilatildeo Para ele as empresas podem enfrentar as mudanccedilas ambientais

natildeo apenas com novas tecnologias mas tambeacutem incorporando mudanccedilas teacutecnicas

eou administrativas em sua estrutura Assim sendo inovaccedilotildees no plano organizacio-

nal envolvem a implantaccedilatildeo de ideias novas teacutecnicas ou administrativas Espera-se a

partir disso mudanccedilas estruturais que afetem o desempenho da organizaccedilatildeo Esque-

maticamente portanto pode-se entender a inovaccedilatildeo como a ferramenta que quando

introduzida em contexto organizacional gera mudanccedila

7Internet httpwwwliincufrjbrfrattachments055_saritalivropdfpage=122) data de acesso

03062012

18

Segundo DAMANPOUR (1984) define desempenho como a habilidade que

uma organizaccedilatildeo tem de bem utilizar todos os quatro processos sistecircmicos (inputs

outputs transformaccedilotildees e efeitos de retroalimentaccedilatildeo) relacionados ao alcance de

metas organizacionais Uma organizaccedilatildeo de alto desempenho cumpriraacute suas tarefas

primaacuterias de modo eficiente e realizaraacute suas funccedilotildees de manutenccedilatildeo e adaptaccedilatildeo or-

ganizacional de forma efetiva A funccedilatildeo de adaptaccedilatildeo requer que a estrutura da orga-

nizaccedilatildeo sofra mudanccedilas para encontrar novas condiccedilotildees ambientais

Organizaccedilotildees inovadoras tendem natildeo apenas a se adaptar agrave mudanccedila mas

tambeacutem a usar seus recursos para criar novas condiccedilotildees ambientais pela introduccedilatildeo

de novos produtos ou serviccedilos nunca antes oferecidos Inovaccedilotildees assim seriam mei-

os de prover mudanccedilas internas ou externas e tambeacutem de aperfeiccediloar o desempenho

organizacional

Os sistemas gerenciais de acordo com a abordagem soacutecio teacutecnico satildeo consti-

tuiacutedos de um ldquocorpusrdquo social (neste ponto se faz um paralelo com as inovaccedilotildees admi-

nistrativas) e de um ldquocorpusrdquo teacutecnico (corresponde agraves inovaccedilotildees teacutecnicas) e portanto

se enfatiza o papel do ldquocorpusrdquo social e teacutecnico na efetiva operaccedilatildeo de uma organiza-

ccedilatildeo e sugerem que a concentraccedilatildeo em apenas um sistema resulta em baixo desem-

penho organizacional Sistemas sociais e teacutecnicos precisam assim funcionar de forma

balanceada O relacionamento entre os sistemas social e teacutecnico eacute de correlaccedilatildeo ou

seja qualquer mudanccedila em qualquer um dos sistemas leva as determinadas restri-

ccedilotildees ou modificaccedilotildees ao outro8

22 ndash Funccedilotildees tiacutepicas no processo de inovaccedilatildeo

Eacute funccedilatildeo tiacutepica no processo de inovaccedilatildeo a captaccedilatildeo de sinais proveniente do

campo em ambiente direto e o monitoramento do ambiente externo indireto A partir

das etapas anteriores busca-se identificar elementos onde os clientes natildeo estejam

sendo atendidos satisfatoriamente ou oportunidades natildeo exploradas gap de desem-

penho Os clientes natildeo vatildeo responder a perguntas sobre o uso ou natildeo de um determi- 8Inter-

net(httpwwwgooglecombrurlsa=tamprct=jampq=ampesrc=sampsource=webampcd=1ampved=0CEsQFjA

Aampurl=http3A2F2Fwwwfespprbr2F~bastosjr2FGest25E3o2520de2520Inova

25E725E3o2FArtigos2FInova25E725E3odocampei=Vhr2T9qvHaez6wHo16zYBgampusg=

AFQjCNEz7MKNTbjYj81PrvG) data de acesso 03062012

19

nado produto principalmente se este for desconhecido Eacute necessaacuterio conhecer o am-

biente em que se vivem compreender suas carecircncias

Outra funccedilatildeo necessaacuteria eacute a geraccedilatildeo de alternativas viaacuteveis que respondam agraves

demandas ambientais e a seleccedilatildeo com base em criteacuterios coerentes com os objetivos

estrateacutegicos da organizaccedilatildeo previamente estabelecidos

Natildeo se pode deixar de mencionar a concepccedilatildeo e o desenvolvimento das ino-

vaccedilotildees a gestatildeo da implantaccedilatildeo destas inovaccedilotildees e respectiva coordenaccedilatildeo

Aleacutem destes um outro aspecto fundamental eacute o controle do processo ou seja

a definiccedilatildeo de indicadores que permitam avaliar e medir os resultados na medida em

que estes acontecem Os instrumentos de medida da inovaccedilatildeo devem conforme

KUCZMARSKI (1998) obedecer agraves seguintes categorias empresa (carteira de novos

produtos investimentos apuraccedilatildeo de resultados) das equipes (planejamento taxas

de sucesso e sobrevivecircncia variaccedilotildees orccedilamentaacuterias retorno financeiro) e individual

(contribuiccedilatildeo de cada membro no desempenho da equipe) Vale lembrar que inovaccedilatildeo

e mudanccedila levam tempo os indiviacuteduos devem esperar permanecer em suas funccedilotildees

pelo tempo suficiente para influenciar os indicadores de desempenho tanto de curto

quanto de longo prazo 9

23 ndash Como implantar cultura de inovaccedilatildeo na organizaccedilatildeo

Inovaccedilatildeo tem de fazer parte da mentalidade dos funcionaacuterios em todos os niacute-

veis Evidentemente a forma mais eficiente de implantar uma mudanccedila na empresa

se daacute quando o exemplo vem de acima Se natildeo estatildeo convencidos da importacircncia da

inovaccedilatildeo os dirigentes sempre encontraratildeo formas de derrubar ideias mais arrisca-

das No entanto se as lideranccedilas tomam a iniciativa a nova cultura eacute absorvida com

muito mais facilidade pela organizaccedilatildeo

Os profissionais do primeiro escalatildeo contudo natildeo podem ter a obrigaccedilatildeo de

ser os uacutenicos ou principais geradores das ideias inovadoras Os comandantes preci-

9Internet

(httpwwwgooglecombrurlsa=tamprct=jampq=ampesrc=sampsource=webampcd=4ampved=0CFkQFjADampurl=http

3A2F2Fwwwfespprbr2F~bastosjr2FGest25E3o2520de2520Inova25E725E3o2FArtigo

s2FInova25E725E3odocampei=sSb2T8eqDYro0QGO7OSLBwampusg=AFQjCNEz7MKNTbjYj81P) data

de acesso 04062012

20

sam de aliados O papel dos gerentes e diretores tambeacutem eacute fundamental num pro-

cesso de mudanccedila de cultura eles satildeo os verdadeiros responsaacuteveis por criar um am-

biente que estimule as pessoas a arriscar investindo em novos produtos bancando

ideias que tecircm maturaccedilatildeo de longo prazo e criando uma comunicaccedilatildeo eficiente

Nem mesmo os profissionais de atuaccedilatildeo operacional podem fugir da responsa-

bilidade A dificuldade para inovar eacute maior em departamentos mais fechados e norma-

tizados como os administrativos ou naqueles em que a precisatildeo eacute fundamental como

a produccedilatildeo de um remeacutedio Mas eles tambeacutem precisam aprender a ver as oportuni-

dades natildeo convencionais ndash haacute pequenas melhorias capazes de desencadear uma

importante inovaccedilatildeo

A responsabilidade eacute de todos da alta gerecircncias aos departamentos operacio-

nais O desafio eacute fazer todos assumirem um compromisso com a praacutetica real da ino-

vaccedilatildeo 10

ldquoInovaccedilatildeo eacute a mensagem do momento Natildeo se trata de mais recursos mas em

como usaacute-los Em um mundo que atravessa crises financeiras a todo momento e que

exige sempre mais recursos naturais os inovadores e os criativos satildeo os que conse-

guem transformar as adversidades em oportunidades de crescimentordquo (STEVE

JOBS Inovaccedilatildeo A arte de Steve Jobs 2010 p154)

24 ndash Organizaccedilotildees inovadoras sustentaacuteveis

Organizaccedilatildeo inovadora eacute a que introduz novidades de qualquer tipo em bases

sistemaacuteticas e colhe os resultados esperados BARBIERI (2007) p88) A expressatildeo

bases sistemaacuteticas significa a realizaccedilatildeo de inovaccedilotildees com autonomia intencionali-

dade e pro atividade Assim a inovaccedilatildeo eacute um elemento essencial do modus operan-

di dessa organizaccedilatildeo o que pressupotildee que ela desenvolva continuamente recursos

tangiacuteveis e intangiacuteveis para inovar permanentemente Organizaccedilatildeo sustentaacutevel eacute a

que simultaneamente procura ser eficiente em termos econocircmicos respeitar a capaci-

dade de suporte do meio ambiente e ser instrumento de justiccedila social promovendo a

inclusatildeo social a proteccedilatildeo agraves minorias e grupos vulneraacuteveis o equiliacutebrio entre os gecirc-

neros etc (BARBIERI 2007 p98-99) 10 Internet (httpbooksgooglecombrbookshl=pt-BRamplr=ampid=jnka43VmmwsCampoi=fndamppg=PA34ampdq=como+implantar+uma+cultura+de+inovaccedilatildeo+na+organiza-ccedilatildeoampots=KRvAPG4C6kampsig=rzqbLGM4sLvsQL26N0gLqfOTPOAv=onepageampq=como20implantar20uma20cultura) data de acesso 04062012

21

Os dois conceitos de organizaccedilatildeo podem entrar em contradiccedilatildeo pois inovar em

bases sistemaacuteticas pode se tornar sinocircnimo de degradaccedilatildeo sistemaacutetica do meio ambi-

ente e da vida social Assim uma organizaccedilatildeo inovadora sustentaacutevel natildeo eacute a que

introduz novidades de qualquer tipo mas novidades que atendam as muacuteltiplas dimen-

sotildees da sustentabilidade em bases sistemaacuteticas e colham resultados positivos para

ela para a sociedade e o meio ambiente BARBIERI (2007) p105 Natildeo basta para as

empresas apenas inovar constantemente mas inovar considerando as trecircs dimen-

sotildees da sustentabilidade a saber

bull dimensatildeo social - preocupaccedilatildeo com os impactos sociais das inovaccedilotildees nas

comunidades humanas dentro e fora da organizaccedilatildeo (desemprego exclusatildeo

social pobreza diversidade organizacional etc)

bull dimensatildeo ambiental - preocupaccedilatildeo com os impactos ambientais pelo uso de

recursos naturais e pelas emissotildees de poluentes

bull dimensatildeo econocircmica - preocupaccedilatildeo com a eficiecircncia econocircmica sem a qual

elas natildeo se perpetuariam Para as empresas essa dimensatildeo significa obtenccedilatildeo

de lucro e geraccedilatildeo de vantagens competitivas nos mercados onde atuam

O atendimento a essas dimensotildees torna o processo de inovaccedilatildeo mais sofisti-

cado e exigente o que requer da organizaccedilatildeo um maior esforccedilo para atender tecnica-

mente esse requisito Isso leva novas perspectivas para a gestatildeo da inovaccedilatildeo11

Com intuito de tornar o processo de adequaccedilatildeo agraves prerrogativas impostas agraves

companhias ditas inovadoras quanto mais simplificado e dirigido melhor A seguir eacute

apresentado um conjunto de proposiccedilotildees para o desenvolvimento de empresas com

esta caracteriacutestica o pressuposto baacutesico necessaacuterio eacute o fomento de equipes de traba-

lho com a mentalidade para a inovaccedilatildeo Neste sentido cabem agraves organizaccedilotildees agraves

pessoas e agraves tarefas o papel de suscitar o aparecimento e a manutenccedilatildeo de tais e-

quipes SBRAGIA (1993)

25 - A Inovaccedilatildeo como funccedilatildeo de aprendizagem organizacional

11Internet(httpwwwscielobrscielophppid=S0034-

75902010000200002ampscript=sci_arttext) data de acesso 04062012

22

Pelo fato da inovaccedilatildeo ser destrutiva para muitos grupos consolidados ela en-

frentaraacute resistecircncia A inovaccedilatildeo eacute o oposto da operaccedilatildeo e seraacute portanto ignorada O

desenho ou arranjo organizacional poderaacute facilmente superar ao menos minimizar

estes e outros obstaacuteculos GALBRAITH (1998) Este comportamento acentua-se em

organizaccedilotildees protegidas de concorrecircncia (universidades ateacute algum tempo atraacutes oacuter-

gatildeos governamentais etc) Pesquisas realizadas por TUSHMAN e NADLER (1998)

apontam que organizaccedilotildees altamente inovadoras satildeo sistemas de aprendizado alta-

mente eficazes aleacutem de possuir um senso de autocriacutetica bastante apurada

Empresas eficazes criam condiccedilotildees possiacuteveis para que o trabalho de hoje seja

feito paralelo com a geraccedilatildeo constante de inovaccedilatildeo ou seja a inovaccedilatildeo sustentada

por mais paradoxal que possa parecer exige ao mesmo tempo estabilidade e mudan-

ccedila A estabilidade possibilita economias de escala e aprendizado incremental por ou-

tro lado a mudanccedila e a experimentaccedilatildeo satildeo necessaacuterias agrave conquista de avanccedilos nas

aacutereas de produto processo e tecnologia

Companhias que conseguem ao mesmo tempo produzir cotidianamente e estar

alerta e vigilante aos clientes concorrentes tecnologias e competecircncia interna fo-

mentam e estimulam o aprendizado organizacional e a inovaccedilatildeo sustentada

Segundo TUSHMAN e NADLER (1998) inovaccedilatildeo eacute um trabalho complexo e

estimulante a rupturas pois exige estreita colaboraccedilatildeo entre membros que rotineira-

mente se encontram bastante separados Embora os mecanismos da organizaccedilatildeo

formal facilitem o aprendizado e a inovaccedilatildeo corporativa a criatividade individual pro-

veacutem de um ambiente informal saudaacutevel

Um claro conjunto de valores essenciais ajuda a focalizar e motivar o compor-

tamento Empresas inovadoras tecircm valores claros que fornecem foco num cenaacuterio

repleto de diversidade como tambeacutem um objetivo comum que possa ter a concor-

dacircncia dos mais diferentes atores envolvidos

Em adiccedilatildeo com os valores essenciais cultuados em uma organizaccedilatildeo as nor-

mas proporcionam referenciais de comportamentos claros satildeo os comportamentos

aguardados De um modo geral organizaccedilotildees inovadoras enfatizam a informalidade

no comportamento no vestuaacuterio e nas relaccedilotildees hieraacuterquicas com elevadas expectati-

vas de desempenho e de trabalho individual e do grupo fortes viacutenculos informais den-

tro e fora da organizaccedilatildeo

23

Organizaccedilotildees altamente inovadoras geram com destreza as sutilezas da re-

compensa e da puniccedilatildeo onde as pessoas podem assumir riscos colher as recompen-

sas pelo sucesso e sobreviver a fracassos construtivos

A representaccedilatildeo de papeacuteis funcionais tem atribuiccedilatildeo fundamental no desenvol-

vimento e conduccedilatildeo do processo de gestatildeo da inovaccedilatildeo Entre eles podemos mencio-

nar um os geradores de ideias pois as interligam com as tendecircncias e mercados

desenvolvendo oportunidades para as organizaccedilotildees dois os empreendedores internos

tornam concretas as ideias possuem agressividade energia e personalidade propen-

sas a assumir riscos para defender suas causas

Aqui aparece a figura dos trecircs ldquogate keepersrdquo (guardiotildees do portatildeo) que ligam

organizaccedilatildeo e seus colegas agraves frentes externas de informaccedilatildeo que satildeo vitais para a

inovaccedilatildeo pois obtecircm traduzem e distribuem estas informaccedilotildees no acircmbito interno da

organizaccedilatildeo Os quatros patrocinadores ou mentores satildeo gerentes de alto niacutevel que

datildeo apoio informal acesso aos recursos e a proteccedilatildeo no surgimento de novos produ-

tos ou negoacutecios Esses personagens atuando conjuntamente representam o ldquogecircnio

coletivordquo da organizaccedilatildeo que consiste na soma das capacidades pessoais em clima

motivacional gerando resultados mensuraacuteveis substituindo o gecircnio individual predo-

minante ateacute o seacuteculo passado conforme DE MASI (1998) Uma vez que o gecircnio indi-

vidual pode ateacute existir mas eacute difiacutecil de ser encontrado

Segundo GALBRAITH (1998) algumas pessoas que satildeo boas em inovaccedilatildeo e

criatividade mas natildeo satildeo necessariamente boas em operaccedilatildeo Portanto o desenho

organizacional contribui para a criaccedilatildeo de uma organizaccedilatildeo inovadora na medida em

que promove o encontro sistemaacutetico entre os geradores de ideias e aqueles que po-

dem defendecirc-las e colocaacute-las em praacutetica12

CAPIacuteTULO II 12 Internet

(httpwwwgooglecombrurlsa=tamprct=jampq=ampesrc=sampsource=webampcd=1ampsqi=2ampved=0CEwQFjAAampu

rl=http3A2F2Fwwwfespprbr2F~bastosjr2FGest25E3o2520de2520Inova25E725E3o2

FArtigos2FInova25E725E3odocampei=Ex32T_meBObb6wGds-29Bgampusg=AFQjC) data de acesso

04062012

24

DESENVOLVIMENTO DA CRIATIVIDADE

1 ndash Capital Intelectual

Com o mercado cada vez mais exigente as empresas vecircm sentindo a necessi-

dade de investir mais em recursos humanos acrescentando a seu capital o conheci-

mento originado atraveacutes do investimento em capital humano qualificado o qual agrega

agraves empresas recursos de fundamental importacircncia No entendimento de Stewart

(2004) o capital intelectual eacute um bem intangiacutevel podendo-se afirmar que eacute um dos

fatores mais importantes da vida de uma organizaccedilatildeo Jaacute para (DRUCKER (apud

MONTEIRO 2007 p17) o capital intelectual eacute ldquo[] a soma do conhecimento de todos

de uma empresa o que lhe proporciona vantagem competitivardquo

CHIAVENATO (2004) afirma que no mundo complexo e competitivo de hoje a

escolha das pessoas certas se torna vital para o bom funcionamento da empresa

Para STEWART (2004) o capital intelectual corresponde ao conjunto de co-

nhecimentos e informaccedilotildees encontrados nas organizaccedilotildees que agregam valor ao pro-

duto ou serviccedilo mediante a aplicaccedilatildeo da inteligecircncia e natildeo do capital monetaacuterio ao

empreendimento sendo o capital intelectual gerador de capacidades conhecimento

habilidades e experiecircncias individuais dos funcionaacuterios para realizaccedilatildeo de tarefas

O capital intelectual eacute algo tatildeo valioso dentro de uma organizaccedilatildeo que eacute atra-

veacutes dele que se podem ter grandes inovaccedilotildees transformaccedilotildees tecnoloacutegicas resolu-

ccedilotildees de problemas gestatildeo eficiente lucratividade e sucesso melhorados Um colabo-

rador que possui seu capital intelectual estimulado atraveacutes da motivaccedilatildeo seraacute mais

bem aproveitado pela empresa uma vez que se sente incluiacutedo valorizado simpatizan-

te e livre para gerir suas ideias de uma forma mais aguccedilada

CHIAVENATO (2004) diz que o capital humano eacute constituiacutedo das pessoas que

fazem parte de uma organizaccedilatildeo Capital humano significa talentos que precisam ser

mantidos e desenvolvidos Mais do que isso capital humano significa capital intelectu-

al

Para MONTEIRO (2007) o ser humano eacute o maior bem de uma empresa pois eacute

ele o principal instrumento de seu sucesso ou fracasso uma vez que o capital intelec-

tual eacute algo exclusivo do ser humano Pode-se entatildeo descrever que ele eacute o raciociacutenio

humano elaborado acrescido do ambiente onde estaacute inserido

25

MONTEIRO (2007) comenta que dentro das organizaccedilotildees o capital intelectual

pode ser diferenciado dos demais capitais porque ele cresce quando compartilhado

com os do mesmo grupo e natildeo se deprecia com o uso Ao contraacuterio dos outros ativos

o seu valor decorre do uso O capital intelectual eacute enfatizado como o conjunto de in-

formaccedilotildees e conhecimentos encontrados nas organizaccedilotildees onde agregam ao produto

eou serviccedilos valores mediante a aplicaccedilatildeo da inteligecircncia e natildeo do capital monetaacuterio

Devido a sua grande representatividade nas empresas o capital intelectual natildeo deve

ser subestimado nem utilizado de forma ineficiente acarretando em um gerenciamento

ineficaz mais investimento incentivado para assim trazer agrave empresa bons negoacutecios e

melhor rentabilidade (MONTEIRO 2007 p18)13

2 - Criatividade

Criatividade eacute um assunto que fascina a todos objeto de muitos estudos em-

bora no contexto empresarial seja novo O pensamento criativo antigamente era vis-

to como inspiraccedilatildeo divina passando a ser estudado com melhor afinco a partir dos

anos 50

O Caminho humano de viver conviver e sobreviver eacute permeado de accedilotildees cria-

tivas conscientes e inconscientes Esse potencial criativo eacute inato em todo ser humano

poreacutem ele se ensina e se aprende Trata-se de uma competecircncia pessoal valorizada

mas ao mesmo tempo desprestigiada pois percebemos que as empresas desclassifi-

cam candidatos criativos e depois encaminham-no para o desenvolvimento desta habi-

lidade

Criatividade para o quecirc Eacute a primeira pergunta que surge em nossa mente

quando tratamos do tema Se tudo estaacute bem natildeo haacute motivos para criar ou se estaacute

tudo ruim natildeo temos mais o que fazer Percebemos que o ser humano sempre busca

a sua zona de conforto para se acomodar sofrer menos ou agraves vezes para reclamar

mais Podemos pensar nesta pergunta buscando duas respostas uma do acircmbito pes-

soal e outra empresarial No processo de criaccedilatildeo percebemos que podemos mudar e

nos diferenciar daquilo que fomos respeitando e valorizando o nosso proacuteprio passado

13Internet (httpwwwaedbbrsegetartigos10327_PDF20Samirapdf) data acesso

15072012

26

tomando decisotildees e desempenhando accedilotildees diferentes dos que habitualmente faziacutea-

mos Podemos gerar mudanccedilas substanciais nas empresas e a partir dessas mudan-

ccedilas diferenciarmos sem contudo ser necessaacuterio efetuar mudanccedilas demasiadas mu-

danccedilas que choquem e natildeo se ajustem aos nossos valores e nossa realidade

Se o objetivo eacute buscar na empresa alcanccedilar eficiecircncia que possibilite ao cliente

escolher e comprar nossos produtos e serviccedilos e natildeo os dos concorrentes precisa-

mos estar abertos para buscar novas alternativas novas maneiras de fazer as coisas

e consequentemente resultados diferentes A mudanccedila organizacional eacute muitas ve-

zes uma ferramenta de soluccedilatildeo de problemas das organizaccedilotildees Podemos diferenci-

ar-nos dos competidores apenas sabendo quando e em quecirc devemos mudar e onde

queremos chegar

A criatividade na empresa eacute medida a partir dos resultados alcanccedilados Uma

resposta eacute mais criativa (entre aspas pois as respostas natildeo satildeo criativas e sim as pes-

soas que a geraram) que outra quando atinge aquele objetivo para o qual foi focado a

soluccedilatildeo de um problema traz uma alternativa ou um meacutetodo inovador ou ateacute mesmo

uma combinaccedilatildeo de resultados diferentes

Tatildeo essencial como ser diferente eacute a necessidade de buscar resultados e uma

empresa soacute eacute verdadeiramente criativa quando a criatividade se torna a maneira diaacute-

ria de fazer as coisas e espera que seus membros considerem uma ampla variedade

de alternativas antes de comprometer-se numa direccedilatildeo especiacutefica 14

21 ndash Conceito de criatividade

A criatividade eacute a faculdadehabilidade de criar ou o potencial criativo Consiste

em encontrar meacutetodos ou objetos para executar tarefas de uma maneira nova ou dife-

14 Internet

Fonte (Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de acesso

25062012

27

rente do habitual com a intenccedilatildeo de satisfazer um propoacutesito A criatividade permite

cumprir os desejos de forma mais raacutepida faacutecil eficiente ou econoacutemica

A criaccedilatildeo de novas ideias e conceitos tambeacutem se lhe daacute o nome de inventivi-

dade pensamento original pensamento divergente ou imaginaccedilatildeo construtiva Trata-

se de conceitos que implicam o ato de inventar algo novo (isto eacute recorrer ao enge-

nho) a capacidade de encontrar soluccedilotildees originais e a vontade de mudar o mundo 15

A criatividade eacute considerada uma capacidade humana de grande valor univer-

sal tudo indica que nesta competecircncia reside a memoacuteria RAM bioloacutegica para o im-

pulso da evoluccedilatildeo humana A memoacuteria RAM segundo CURY (2009) eacute o fenoacutemeno dos

registos da memoacuteria O que melhor descreve a criatividade eacute o que SANCHEZ (2003)

referiu em seus apontamentos a criatividade eacute uma sublime dimensatildeo da condiccedilatildeo

humana

Eacute entretanto na capacidade criativa que existe a chave da capacidade de evo-

luccedilatildeo da humanidade O meacuterito da expressatildeo criativa eacute fruto da complexidade ou

seja eacute fruto do contexto social no seu desenvolvimento natural e humano

Eacute muito interessante contemplar os efeitos provenientes deste constructo a

considerar a capacidade de um indiviacuteduo criativo construir e reconstruir transformando

a nossa realidade Eacute consensual e gratificante perceber que todos temos a capacida-

de criativa deve eacute ser melhor desenvolvida16

De maneira instintiva o termo criatividade sempre se associou agrave atividade ar-

tiacutestica Mais recentemente graccedilas a exemplos empresariais como Apple e Google a

inovaccedilatildeo ganhou espaccedilo nos sectores tecnoloacutegicos Neste sentido a nossa intuiccedilatildeo

natildeo estaacute errada uma vez que criatividade e inovaccedilatildeo satildeo dois conceitos muito unidos

Explicado de forma simples a capacidade criativa pode ser definida como ldquoa habili-

dade para gerar ideias alternativas e soluccedilotildees a um determinado problema de forma

faacutecilrdquo 17

15 Internet (httpconceitodecriatividade) data de acesso 25062012 16Internet (httpptwikipediaorgwikiCriatividade) data de acesso 04072012

17Inter-

net(httpwwwcriaptcriaadminappCRIAuploadscreamanual20creatividade20portugue

s_pt_webpdf) data de acesso 04072012)

28

22 ndash Criatividade do ponto de vista pessoal

Temos que pensar em Criatividade como estrateacutegia para viver melhor para

uma qualidade de vida que diria razoaacutevel aleacutem de identificar potenciais descobertas

internas que foram abafadas pelos processos familiares educacionais e empresariais

assim pelo tempo Outro aspecto estaacute relacionado com a garantia da nossa emprega-

bilidade entendendo como fonte de renda como funcionaacuterio profissional autocircnomo ou

empresaacuterio Vivemos num mundo de mudanccedilas aprimoramento riscos e oportunida-

des Melhoria nos nossos relacionamentos interpessoais atraveacutes do reconhecimento e

aproveitamento da diversidade respeitando as mais diversas formas de pensamento e

das diferenccedilas individuais Estamos acostumados a considerar a criatividade como

algo pessoal e intransferiacutevel A criatividade humana natildeo eacute temporal Trata-se de um

patrimocircnio do ser humano compartilhado pela sociedade Como a organizaccedilatildeo existe

para servir a sociedade nada mais justo do que desenvolver a criatividade como ga-

rantia para superaccedilatildeo da expectativa do cliente em relaccedilatildeo agrave sua empresa 18

23 ndash Criatividade do ponto de vista empresarial

A busca de um diferencial oferecendo algo mais do que o cliente espera atrair

preferecircncias estabelecer estrateacutegia diferenciada adaptar-se agraves necessidades modifi-

car produtos e buscar soluccedilotildees para os problemas fugindo do convencional e assim

diferenciando-se dos concorrentes Estrateacutegia competitiva natildeo somente por criar ou

inovar produtos mas tambeacutem a quebra de paradigmas mudanccedilas de pensamentos

comportamentos etc Todas as ideias produtos e serviccedilos criativos poderatildeo ser trans-

formados em algo positivo para a organizaccedilatildeo Melhoria dos seus produtos assim

como a criaccedilatildeo de novos Busca de resultados diferentes do passado Melhoria do

18 Internet (Fonte Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de

acesso 04072012

29

relacionamento humano interno consequentemente o aumento da produtividade Me-

lhoramento contiacutenuo em todos os setores Desenvolvimento da qualidade19

24 - Criatividade e a visatildeo estrateacutegica da empresa

A criatividade se relaciona com a visatildeo estrateacutegica de empresa da seguinte

forma a partir dos objetivos traccedilados pela organizaccedilatildeo a mesma definiraacute uma linha

estrateacutegica a ser seguida para alcanccedilar esses objetivos A criatividade se envolve de

acordo com a intenccedilatildeo da empresa ela pode querer reinventar seus modos de atua-

ccedilatildeo pode somente visar manter-se atualizada e motivada pode querer mudar rapida-

mente de foco e enfim 44 pode estabelecer um relacionamento forte ou fraco com a

criatividade em funccedilatildeo das soluccedilotildees que ela estiver almejando

CALKINS (2001) defende essa visatildeo ao dizer que para produzir subjetividade

a criatividade deve ser parte da estrateacutegia da empresa O estudo de LENGNICK-HALL

e WOLFF (1998) faz justamente uma releitura sobre o processo estrateacutegico organiza-

cional ndash enfatizando os trecircs domiacutenios loacutegicos que guiam a maioria das empresas ndash e

relacionando conforme a Tabela abaixo com o tipo de criatividade que estaraacute vigente

Loacutegicas Estrateacutegicas x Criatividade

Loacutegica Dominante

Guerrilha Loacutegica Complexidade Loacutegica Capacidade Loacutegica

Objetivo

repentinamente reescrever

as regras da competitivida-

de

aprendizagem e alto envolvi-

mento organizacional

desenvolver e implementar

estrateacutegias que as possibilitem

criar uma sustentaacutevel vantagem

competitiva

Elemento

Chave

a flexibilidade a criativida-

de e a inovaccedilatildeo

sistema natural de relaciona-

mentos

desenvolvimento eficiente e

eficaz e protegendo seus recur-

sos de base

Justificativa vantagem competitiva

como algo muito passageiro

a organizaccedilatildeo vive em uma

comunidade de competidores

fornecedores clientes

as organizaccedilotildees procuram de-

senvolver e implantar estrateacute-

gias que as possibilitem criar

uma sustentaacutevel vantagem

competitiva

19Internet (Fonte Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de

acesso 04072012

30

Sucesso Orga-

nizacional

eacute uma funccedilatildeo da sua capa-

cidade para gerar ideias

que criam novas dinacircmicas

competitivas e novas are-

nas de accedilatildeo

consequecircncia de um natural

entendimento do paradoxo de

forccedilas que formam o sistema

organizacional

a chave da vantagem competiti-

va sustentaacutevel estaacute na habilida-

de organizacional para proteger

os seus recursos de base

Autores COOPER (1995) e

SCHUMPETER (1936)

MILLER (1996) SENGE (1990) e

MOORE (1996)

PORTER (1986 e 1992) e

HAMEL e PRAHALAD (1994)

Ecircnfase Criar Aprender Agregar Valor

Praacuteticas Cria-

tivas

Brainwriting Pool Teacutecnica

da Troca dos Cartotildees etc Pensamento Lateral Jamming

(Fonte Pesquisa a partir dos estudos de Lengnick-Hall e Wolff 1998) 20

25 ndash Reconfiguraccedilatildeo dinacircmica do talento

A estrateacutegia de inovaccedilatildeo sem duacutevida requer novas habilidades O conceito de

R=G sugere que nenhuma empresa eacute capaz de desenvolver sozinha todos os produ-

tos e serviccedilos de que necessita para oferecer experiecircncias personalizadas a cada cli-

ente Tampouco empresa alguma tem condiccedilotildees de cultivar todas as capacidades

gerenciais indispensaacuteveis para transformar a organizaccedilatildeo Analisamos questotildees rela-

cionadas com a superaccedilatildeo dos legados organizacionais e com a construccedilatildeo de novas

capacidades para o gerenciamento da inovaccedilatildeo Mostramos como as empresas de-

vem preparar-se para administrar as tensotildees constantes entre flexibilidade eficiecircncia

e confiabilidade Essa transformaccedilatildeo natildeo consiste apenas em mudar a mentalidade

ou a loacutegica dominante dos gestores tambeacutem significa concentrar-se nos novos niacuteveis

de transparecircncia e de visibilidade em relaccedilatildeo a como se gerencia a empresa

Precisamos mudar a maneira como gerenciamos ndash como combinamos continu-

amente oportunidades e recursos O foco deve convergir natildeo soacute para as habilidades

20Internet (Fonte Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de

acesso 04072012

31

dos indiviacuteduos e para as atitudes de cada um em relaccedilatildeo ao aprendizado mas tam-

beacutem para a competecircncia das equipes e para a capacidade dessas forccedilas-tarefas de se

reconfigurar continuamente em funccedilatildeo dos objetivos arregimentando os melhores

talentos em todo o mundo Por exemplo a identificaccedilatildeo dos comportamentos e das

necessidades de determinada pessoa numa base de milhotildees de clientes ndash como a

Amazoncom na ING Insurance e no programa de diabetes da ICICI ndash exige capaci-

dades analiacutetica Argumentaremos que os mesmos requisitos tambeacutem satildeo indispensaacute-

veis na base de talentos A empresa deve tratar seus empregados e fornecedores

como indiviacuteduos iacutempares (ou como conjunto de indiviacuteduos sem igual) da mesma ma-

neira como lida com os clientes A configuraccedilatildeo dinacircmica de recursos para atender agraves

necessidades de tarefas especiacuteficas converte-se em fonte de vantagem competitiva

A essecircncia da mensagem eacute que para a transformaccedilatildeo ser eficaz os gestores devem

concentrar o foco na mobilizaccedilatildeo raacutepida de talentos dentro e fora da empresa (PRA-

HALAD e KRISHNAN 2008 p177)

3 ndash Cadeia de valor e vantagem competitiva

Segundo Novaes (2001 p184) o conceito de cadeia de valor foi desenvolvido

por Porter O conceito eacute de muita simplicidade e por isso talvez mostre-se tatildeo impor-

tante no contexto econocircmico-social em que se inserem as empresas com a crescente

globalizaccedilatildeo dos negoacutecios e mercados

Para (PORTER 1989 p33) toda empresa eacute uma reuniatildeo de atividades que

satildeo executadas para projetar produzir comercializar entregar e sustentar seu produ-

to Todas estas atividades podem ser representadas fazendo-se uso de uma cadeia

de valores Essa exposiccedilatildeo do autor indica em primeira matildeo apenas4 a ideia de ava-

liar a cadeia interna da empresa a qual eacute formada pelas atividades operacionais e

organizacionais jaacute citadas

A ideia baacutesica que subsidia esse conceito natildeo eacute de autoria de Porter mas haacute

muito tempo jaacute estava sendo analisada Fala-se aqui dos conceitos da Teoria Geral de

Sistemas que tem como precursor o Prof Ludwig von Bertalanffy e seus trabalhos

teoria essa que apresenta a empresa como um sistema inserido esse uacuteltimo em um

ambiente ou macro sistema Assim deve-se ter em mente uma visatildeo sistecircmica en-

xergar mais do que as aacutereas ou atividades isoladamente mais do que os limites da

empresa (Cadeia de Valor Interna) A empresa faz parte de um todo maior (um siste-

32

ma amplo) e esse eacute que deve ser otimizado para gerar maior valor para o cliente e

consequentemente maior lucratividade na cadeia (Cadeia de Valor Externa)

Nas palavras de Porter (1989 p33) ldquoa cadeia de valores desagrega uma em-

presa nas suas atividades de relevacircncia estrateacutegica para que se possa compreender o

comportamento dos custos e as fontes existentes e potenciais de diferenciaccedilatildeordquo Uma

empresa ganha vantagem competitiva se conseguir desempenhar essas atividades

estrateacutegicas de uma maneira melhor e mais barata que a concorrecircncia

Pode-se entatildeo caminhar para um avanccedilo em definiccedilatildeo ao verificarmos a pro-

posiccedilatildeo de (SHANK amp GOVINDARAJAN 1993 p13) de que ldquoa cadeia de valor para

qualquer empresa em qualquer negoacutecio eacute o conjunto interligado de todas as ativida-

des que criam valor desde uma fonte baacutesica de mateacuterias primas passando por forne-

cedores de componentes ateacute a entrega do produto final agraves matildeos do consumidorrdquo

O mundo em que se vive atravessa em periacuteodo de transformaccedilatildeo sequer ima-

ginado Nele nada eacute definitivo Fica-se perplexo quando natildeo se consegue acompanhar

a velocidade da evoluccedilatildeo dos acontecimentos sente-se perdido principalmente nos

assuntos relacionados agrave dinacircmica do desenvolvimento tecnoloacutegico

Dessa forma com uma visatildeo focada no clienteconsumidor pode-se considerar

que a cadeia de valor eacute uma sequecircncia de atividades desde a origem de recursos ateacute

o descarte final de determinado produto Portanto tem-se uma visatildeo bastante abran-

gente do conceito que pode considerar desde a fase da extraccedilatildeo de mateacuteria-prima ateacute

o tratamento final que eacute dado ao produto por exemplo num enfoque de ciclo de vida

do produto21

31 - O que significa uma vantagem competitiva

O sucesso de uma empresa eacute em larga medida determinado pela atratividade

do sector em que opera mas a sua posiccedilatildeo dentro desse sector tambeacutem eacute importante

21 (httpwwwccontabeiscombrconvt14pdf) data acesso 15072012

33

Apesar de um sector poder ter uma fraca eficaacutecia uma empresa que estaacute bem posi-

cionada pode ainda assim criar lucros significativos

Diz-se que uma empresa tem uma vantagem competitiva sobre os seus con-

correntes quando manteacutem retornos que superam a meacutedia no seu sector Esta vanta-

gem decorre das caracteriacutesticas do produto que o torna superior aos produtos da con-

correcircncia

Nalgumas situaccedilotildees pode obter-se uma vantagem competitiva atraveacutes da evoluccedilatildeo

tecnoloacutegica mas esta eacute frequentemente difiacutecil de manter porque os concorrentes ra-

pidamente a copiam ou aperfeiccediloam desenvolvem novas tecnologias Uma vantagem

sustentada resulta frequentemente mais do que da tecnologia ou de modificaccedilatildeo de

produtos de outros fatores como por exemplo o simbolismo associado ndash o que o

produto significa para os consumidores (imagem de marca) e o que estes experimen-

tam na sua compra e uso Os investigadores em marketing reconhecem que os produ-

tos possuem caracteriacutesticas simboacutelicas e que o consumo de certos produtos pode de-

pender mais do seu significado social do que da sua utilidade funcional

Existe atualmente uma tendecircncia para os consumidores exigirem ldquosignificado

pessoalrdquo aos produtos e serviccedilos Torna-se essencial inovar para responder agraves emo-

ccedilotildees que influenciam as decisotildees dos consumidores Estes estatildeo cada vez menos

impressionados com as novas tecnologias e a optar por produtos que resultam ldquopara

mimrdquo Como consequecircncia palavras como emoccedilatildeo e significado pessoal encon-

tram o seu caminho nas estrateacutegias das empresas sendo importante entender os fato-

res intangiacuteveis associados ao valor percebido do produto e as percepccedilotildees na sua

globalidade positivas ou negativas Novas designaccedilotildees tais como ndash ldquofaacutecil acessiacute-

vel razoaacutevel empoderamento e pessoal ndash refletem mais a pessoa do que o obje-

to Descobrir os sentimentos e as atitudes em relaccedilatildeo aos produtos bem como conhe-

cer as razotildees das preferecircncias dos consumidores tornaram-se importantes elementos

estrateacutegicos22

32 - Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva

Em grande medida a ambiccedilatildeo da estrateacutegia da empresa eacute conseguir uma van-

tagem competitiva sustentaacutevel

22Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

34

A vantagem competitiva analisa a atividade da empresa centrando-se primei-

ramente na sua capacidade de gerar retornos superiores de capital e de vincular a

estrateacutegia de negoacutecio a mercados financeiros e de capital fundamentais por um longo

periacuteodo de tempo No fim de contas eacute a vantagem competitiva da empresa que permi-

te ter bons retornos para os seus acionistas

Sem vantagem competitiva a empresa tem uma razatildeo econoacutemica limitada para

existir ndash a sua vantagem competitiva eacute a sua razatildeo de existecircncia Sem ela a empresa

natildeo iraacute prosperar Criar uma vantagem competitiva sustentaacutevel pode ser a meta mais

importante de qualquer organizaccedilatildeo e pode mesmo ser o atributo mais importante em

que a empresa se focaliza23

33 - Como implementar vantagem competitiva

As vantagens competitivas natildeo assumem uma uacutenica forma e eacute possiacutevel que

uma empresa tenha vaacuterias vantagens competitivas e em diferentes aacutereas Ilustra-se

algumas das aacutereas onde as empresas se podem destacar e garantir o seu sucesso a

longo prazo quota de mercado gestatildeo da marca rede marcas e patentes eficaacutecia de

custos e altos custos de mudanccedila

As empresas com quotas de mercado significativas criam um problema para os

concorrentes o que eacute positivo para aquelas uma vez que os seus produtos satildeo bem

conhecidos e recebidos no mercado No entanto mesmo quando a quota de mercado

eacute consideraacutevel se o sector for atrativo ou seja tiver um potencial de lucro significativo

novos operadores podem aparecer com a consequente reduccedilatildeo da quota de merca-

do

Ter uma marca forte pode garantir o sucesso a longo prazo e tambeacutem permitir

agraves empresas obter lucros pois a sua marca permite-lhes cobrar um preccedilo especial

(premium) Marcas fortes tendem a criar uma vantagem competitiva mais duradoura

O efeito de rede ocorre quando um produto cria uma procura por parte dos

consumidores que depois amplia o produto A empresa pode beneficiar do efeito de

23 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

35

rede pela atraccedilatildeo de mais vendedores Estes por sua vez atraem mais compradores

estabelecendo-se uma quota de mercado dominante (por exemplo eBay)

Este efeito de rede natildeo eacute muito comum mas quando ocorre pode ser extre-

mamente lucrativo As marcas e as patentes podem ser fonte de vantagem competiti-

va para algumas empresas 24

34 - Como criar valor e vantagem competitiva

Uma empresa posiciona-se aproveitando os seus pontos fortes Michael Porter

defendeu que aqueles se inscrevem em dois tipos baacutesicos de vantagem competitiva

vantagem pelos custos ou diferenciaccedilatildeo Estes satildeo identificados como vantagens po-

sicionais uma vez que expressam a posiccedilatildeo da empresa no sector enquanto liacuteder nos

custos ou por diferenciaccedilatildeo

A empresa utiliza os seus recursos e capacidades para gerar uma vantagem

competitiva que por uacuteltimo resulte na criaccedilatildeo de um valor superior

As competecircncias distintivas (competecircncias nucleares) resultam de recursos

especiacuteficos e capacidades da empresa facilitam a inovaccedilatildeo a eficiecircncia a qualidade

e a receptividade dos clientes o que pode ser aproveitado para atingir quer uma es-

trutura de baixo custos quer a diferenciaccedilatildeo do produto

Uma empresa posiciona-se no seu sector atraveacutes da opccedilatildeo por baixos custos

ou diferenciaccedilatildeo Esta decisatildeo eacute uma peccedila central da estrateacutegia competitiva da em-

presa

A vantagem competitiva existe quando a empresa eacute capaz de oferecer os

mesmos benefiacutecios que os concorrentes mas a custos mais baixos (vantagem pelos

custos) ou oferecer benefiacutecios que ultrapassam a concorrecircncia (vantagem por diferen-

ciaccedilatildeo) Portanto uma vantagem competitiva permite agrave empresa criar um valor superi-

or para os seus clientes e lucros para si proacuteprio25

24 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=39ampL=5) data acesso 15072012

25 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

36

CAPITULO III

ASPECTOS DA INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE

1 ndash Inovaccedilatildeo e sustentabilidade

37

Como as empresas podem sair da teoria para a praacutetica e chegar a um no-

vo patamar de competitividade e comprometimento com praacuteticas sustentaacuteveis

Muito se fala em inovaccedilatildeo como o principal caminho para o desenvolvimento

sustentaacutevel das organizaccedilotildees e da humanidade Poreacutem em muitos setores falar sobre

esse assunto eacute ainda um exerciacutecio teoacuterico Em geral o tema eacute associado as aacutereas de

tecnologia ou pesquisa e desenvolvimento mas a inovaccedilatildeo deve acontecer tambeacutem

na lideranccedila nas accedilotildees de marketing no modelo de negoacutecios ou seja na gestatildeo co-

mo um todo

Em pesquisa realizada pela Fundaccedilatildeo Nacional da Qualidade (FNQ) em maio

e 2011 representantes de 63 empresas mostraram que 97 consideram fundamental

que as organizaccedilotildees inovem para buscar a sustentabilidade tanto do negoacutecio quanto

da economia e do planeta Apesar dessa consciecircncia 70 dos participantes do estu-

do acreditam que as empresas estatildeo preocupadas mas natildeo direcionam seus investi-

mentos em inovaccedilotildees com foco no crescimento sustentaacutevel O levantamento mostra

ainda que 27 dos entrevistados apontaram a gestatildeo como a principal preocupaccedilatildeo

das empresas em que trabalham enquanto 22 indicaram a sustentabilidade e 19 a

reduccedilatildeo de custos

De acordo com o superintendente geral da FNQ Jairo Martins ldquoos resultados

da pesquisa mostram que as empresas ainda natildeo perceberam o tamanho do problema

da sustentabilidade considerando o baixo iacutendice de organizaccedilotildees que de fato inves-

tem em inovaccedilatildeo para sustentabilidade Em sua maioria as organizaccedilotildees pensam

apenas no lado econocircmico e natildeo no tripeacute da sustentabilidade que demanda uma em-

presa economicamente soacutelida socialmente correta e ambientalmente responsaacutevel

Enquanto dominar o pensamento pelo vieacutes econocircmico cujo sucesso eacute medido pelo

PIB o atual modelo de desenvolvimento insustentaacutevel natildeo vai mudar e natildeo seratildeo in-

cluiacutedas na pauta das organizaccedilotildees as questotildees socioambientaisrdquo

O professor da Fundaccedilatildeo Getuacutelio Vargas Renato Orsato autor do livro ldquoEstra-

teacutegias de Sustentabilidade quando vale a pena ser verderdquo analisou mais de 30 ca-

sos de empresas que adotaram a inovaccedilatildeo em 20 setores ao redor do mundo Para

ele deve haver uma premissa baacutesica para falar sobre esse assunto fazer perguntas

precisas ldquoIsso porque existem centenas de milhares de formas de incluir inovaccedilatildeo e

sustentabilidade nas empresas As empresas devem conhecer bem o contexto onde

atuam e considerar tanto aspectos tangiacuteveis como intangiacuteveisrdquo afirma

38

Na opiniatildeo do professor enquanto a sustentabilidade eacute apenas um acessoacuterio agrave

estrateacutegia da empresa ela natildeo vale a pena Para inovar as organizaccedilotildees devem

questionar os modelos de negoacutecio e pensar em modelos totalmente novos

Orsato daacute o exemplo da empresa Better Place que inovou na maneira de co-

mercializar energia renovaacutevel para carros eleacutetricos ldquoO grande salto seraacute conseguir

mudanccedilas radicais nos modelos de negoacutecios As fronteiras entre os setores de energia

e mobilidade por exemplo podem mudarrdquo 26

11- Da teoria para a praacutetica

De maneira geral a inovaccedilatildeo faz sucesso em palestras de ldquoespecialistasrdquo e de

executivosrdquo explica o professor Joatildeo Amato Neto da Fundaccedilatildeo Vanzolini e Escola

Politeacutecnica da USP ldquoMas haacute empresas realmente inovadoras seja em seus produtos

em seus processos de produccedilatildeo e ateacute mesmo em seu posicionamento de mercado

Outras satildeo inovadoras na relaccedilatildeo com o mercado num sentido mais amplo Esse eacute

um grupo restrito no Brasil de empresas de excelecircncia As que tecircm excelecircncia em

inovaccedilatildeo para sustentabilidade estatildeo num grupo mais restrito ainda Do ponto de vista

da sobrevivecircncia da empresa nos proacuteximos anos esse eacute um requisito fundamentalrdquo

O professor exemplifica que no varejo haacute grandes redes como o Wall Mart

Carrefour e Patildeo de Accediluacutecar que iniciaram accedilotildees para contratar fornecedores com base

em requisitos de sustentabilidade Essas accedilotildees ainda satildeo restritas a alguns poucos

produtos e incluem por exemplo exigecircncias de embalagens que possam ser recicla-

das Satildeo accedilotildees que visam a reduccedilatildeo do uso de recursos materiais e energia de uma

forma geral (busca de maior eco eficiecircncia nos processos)

Mas como sair da teoria e colocar em praacutetica Veja os principais pontos que

uma empresa interessada em inovaccedilatildeo e sustentabilidade deve trabalhar

bull Investir no espiacuterito criativo dos colaboradores natildeo soacute daqueles que atuam nas aacutereas

de pesquisa e desenvolvimento (PampD) de produtos ou na engenharia do produto mas

num sentido mais amplo oacutetimas ideias podem surgir no chamado chatildeo de faacutebrica

26 Internet (httpwwwhsmcombrbuscarkeys=inovaccedilatildeo e sustentabilidade) data acesso 19072012

39

bull Buscar praacuteticas de gestatildeo participativa isso pode gerar ideias que trazem inovaccedilotildees

pequenas incrementais mas que no conjunto fazem muita diferenccedila

bull Usar a educaccedilatildeo para transformar paradigmas e gerar maior conscientizaccedilatildeo Natildeo

se deve pensar apenas em treinamentos que satildeo usados em geral para tarefas es-

peciacuteficas ou aplicaccedilatildeo de teacutecnicas As empresas devem investir na formaccedilatildeo dos re-

cursos humanos

bull Questionar o proacuteprio modelo de negoacutecios

bull Inserir sustentabilidade no planejamento estrateacutegico da empresa

E seraacute que eacute possiacutevel aprender a inovar De acordo com o professor Joatildeo A-

mato a inovaccedilatildeo soacute faz sentido se isso significar uma mudanccedila de mentalidade na

empresa Isso vale para induacutestria ou setor de serviccedilos ldquoNo setor financeiro temos mui-

tos exemplos de como os bancos estatildeo descobrindo novas maneira de incluir a sus-

tentabilidade em suas praacuteticas definindo criteacuterios de praacuteticas socioambientais aos

seus clientes Na realidade alguns dos grandes bancos jaacute colocaram isso no seu plano

estrateacutegicordquo conclui 27

12 ndash Sustentabilidade corporativa

Haacute vaacuterias definiccedilotildees para sustentabilidade e desenvolvimento sustentaacutevel na

literatura e organizaccedilotildees que tratam do tema arrolam outras tantas Isso decorre do

fato de a sustentabilidade ser um conceito relativamente novo possuir um caraacuteter mul-

tidisciplinar e envolver diferentes interpretaccedilotildees que refletem diferenccedilas de valor cir-

cunstacircncias localizadas e contextos especiacuteficos Aleacutem disso o conceito acaba incorpo-

rado a vaacuterios assuntos tais como a definiccedilatildeo de poliacuteticas governamentais a gestatildeo

puacuteblica regional a gestatildeo de empresas e ateacute mesmo o nosso estilo de vida (MA-

27 Internet (httpwwwhsmcombreditoriassustentabilidadeinovacao-e-ustentabilidade-de-

maos-dadas) data acesso 19072012

40

WHINNEY 2002) O foco deste artigo eacute a sustentabilidade corporativa ou seja a apli-

caccedilatildeo do conceito de sustentabilidade nas empresas

Algumas empresas brasileiras vecircm sendo citadas como casos mundiais no

acircmbito de algumas das dimensotildees da sustentabilidade corporativa HART (1997)

menciona a Aracruz Celulose como uma empresa que adota a visatildeo de desenvolvi-

mento sustentaacutevel desde o iniacutecio de suas operaccedilotildees com base no modelo de reflores-

tamento das plantaccedilotildees de eucaliptos PRAHALAD (2004) apresenta o caso da Casas

Bahia como uma empresa que atende a populaccedilatildeo de baixa renda por meio de um

modelo inovador de financiamento (SEABRA LEAL e PASSOS 2005 p10) Relatam

o caso da Natura assinalando que seus principais acionistas satildeo enfaacuteticos ao afirma-

rem que a busca da sustentabilidade eacute mais do que uma estrateacutegia de negoacutecios mdash eacute

uma filosofia de vida Outros estudos acadecircmicos nessa aacuterea tambeacutem envolvem em-

presas nacionais SILVA e KULAY (2005) apresentam um caso de aplicaccedilatildeo da Avali-

accedilatildeo do Ciclo de Vida (LCA mdash Life Cycle Assessment) para analisar os potenciais

impactos ambientais do processo de fabricaccedilatildeo de fertilizantes fosfatados em uma

empresa brasileira COSTA e GOUVINHAS (2004) analisam a adoccedilatildeo das estrateacutegias

de projeto ecoloacutegico (ecodesign) no ambiente de negoacutecios de pequenas e meacutedias em-

presas brasileiras HOPKINS (2002) discute a sustentabilidade nas operaccedilotildees internas

das empresas a partir de uma pesquisa exploratoacuteria sobre a aplicaccedilatildeo de indicadores

de responsabilidade social em quatro grandes empresas no Brasil 28

13 - O conceito de sustentabilidade corporativa

Considera-se sustentabilidade corporativa como a gestatildeo empresarial que bus-

ca equilibrar as necessidades econocircmicas das empresas com a responsabilidade pelo

desenvolvimento da sociedade e preservaccedilatildeo dos recursos naturais visando atender

agraves necessidades atuais e futuras dos elementos afetados pela empresa Esses ele-

mentos mdash que satildeo ou podem ser afetados pelos efeitos das operaccedilotildees accedilotildees e deci-

28 Internet httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

41

sotildees da empresa mdash incluem os acionistas e funcionaacuterios clientes e consumidores

fornecedores e parceiros os recursos naturais utilizados pela empresa o meio ambi-

ente e a sociedade

A sustentabilidade corporativa estaacute associada a trecircs macro objetivos a geraccedilatildeo

de valor econocircmico a responsabilidade ambiental e a responsabilidade social A gera-

ccedilatildeo de valor econocircmico estaacute relacionada com a obtenccedilatildeo de resultados econocircmicos

positivos no presente e no futuro A responsabilidade ambiental diz respeito agrave conser-

vaccedilatildeo e ao uso sustentaacutevel dos recursos naturais E a responsabilidade social con-

templa a corresponsabilidade das empresas pelo desenvolvimento da sociedade Con-

forme ELKINGTON (1997) esses objetivos satildeo inerentes aos denominados resultados

tridimensionais da sustentabilidade (triple bottom line) As empresas que adotam a

sustentabilidade corporativa devem buscar um equiliacutebrio entre o compromisso econocirc-

mico a preservaccedilatildeo ambiental e o desenvolvimento da sociedade assumindo respon-

sabilidades pelas condiccedilotildees de vida atuais e futuras29

14 - Sustentabilidade e geraccedilatildeo de valor econocircmico

A literatura ressalta a necessidade de que as iniciativas relacionadas agrave susten-

tabilidade tragam retornos positivos para as empresas REINHARDT (1999) considera

que as justificativas para os investimentos ambientais realizados pelas empresas de-

vem ser similares aos demais investimentos Nesse sentido os investimentos em ges-

tatildeo ambiental devem auferir retornos financeiros positivos ou conduzir agrave reduccedilatildeo dos

riscos SENGE e CARSTEDT (2001) satildeo mais enfaacuteticos ao considerar que o desafio

atual reside em desenvolver negoacutecios sustentaacuteveis compatiacuteveis com a realidade eco-

nocircmica Segundo esses autores novos modelos de negoacutecios e produtos inovadores

no acircmbito da sustentabilidade precisam necessariamente acarretar resultados finan-

ceiros satisfatoacuterios para se viabilizarem

Os benefiacutecios decorrentes das accedilotildees de sustentabilidade podem ser tangiacuteveis

ou intangiacuteveis Willard (2002) identifica potenciais benefiacutecios tangiacuteveis como aqueles

associados agrave reduccedilatildeo de custos na manufatura agrave reduccedilatildeo de custos comerciais ao

aumento do faturamento e ao aumento da participaccedilatildeo no mercado Como benefiacutecios

intangiacuteveis considera a maior facilidade na contrataccedilatildeo de talentos a maior retenccedilatildeo

29 Internet httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

42

dos principais talentos o aumento da produtividade dos funcionaacuterios a reduccedilatildeo dos

riscos e as maiores facilidades de financiamento NEMLI (2004) considera que os be-

nefiacutecios devem ser mensurados ao longo de trecircs dimensotildees reduccedilatildeo de custos e au-

mento da lucratividade aumento da reputaccedilatildeo e criaccedilatildeo de diferenciaccedilatildeo crescimento

da empresa em termos de capacidade de inovaccedilatildeo e uso de tecnologias limpas

A perspectiva de geraccedilatildeo de valor econocircmico estaacute acoplada a uma visatildeo mais holiacutesti-

ca do bom funcionamento da economia Nesse sentido HAWKEN LOVINS e LOVINS

(1999) consideram que o capitalismo natural pode ser o gatilho para a proacutexima revo-

luccedilatildeo industrial em que quatro tipos de capital sustentam o bom funcionamento da

economia o capital humano (pessoas conhecimento e cultura) o capital financeiro

(caixa investimentos e instrumentos monetaacuterios) o capital industrial (infra estrutura

faacutebricas e maacutequinas) e o capital natural (recursos naturais sistemas de vida e ecossis-

tema) Conforme SENGE e CARSTEDT (2001) a geraccedilatildeo de valor econocircmico por

empresas sustentaacuteveis depende de forma ampla da adoccedilatildeo de uma realidade eco-

nocircmica que conecta a induacutestria a sociedade e o meio ambiente Por outro lado mes-

mo na realidade atual a reduccedilatildeo do desperdiacutecio e do fluxo destrutivo dos recursos

pode representar uma importante oportunidade de negoacutecios (LOVINS LOVINS e

HAWKEN 1999) 30

15 - Sustentabilidade e responsabilidade ambiental

Vaacuterios autores assinalam a importacircncia da questatildeo da estrateacutegia ambiental das

empresas no acircmbito da sustentabilidade corporativa HART (1997) considera a polui-

ccedilatildeo a exaustatildeo dos recursos naturais e a pobreza como os principais desafios da sus-

tentabilidade Segundo o autor a estrateacutegia ambiental das empresas em geral evolui

segundo trecircs estaacutegios prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo produtos ambientalmente corretos e

produccedilatildeo limpa Aleacutem disso uma estrateacutegia ambiental integrada natildeo deve direcionar-

se somente para o desenvolvimento de competecircncias internas mas tambeacutem conside-

rar o relacionamento com os clientes fornecedores outras empresas agentes gover-

30 Internet

(httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext)

data de acesso 2107201230

43

namentais e acionistas Da mesma forma BARBIERI (2004) cita trecircs abordagens para

a gestatildeo ambiental empresarial controle da poluiccedilatildeo prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo e abor-

dagem estrateacutegica A prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo incorpora duas preocupaccedilotildees ambientais

principais o uso sustentaacutevel dos recursos e o controle da poluiccedilatildeo Os instrumentos

tradicionais para o uso sustentaacutevel dos recursos satildeo referenciados pelo autor como

4Rs reduccedilatildeo da poluiccedilatildeo na fonte reutilizaccedilatildeo reciclagem e recuperaccedilatildeo energeacutetica

HOFFMAN (2000) sugere que a estrateacutegia ambiental determine o alinhamento

entre a proteccedilatildeo ambiental e o crescimento econocircmico da empresa O desenvolvimen-

to da estrateacutegia ambiental deve analisar os concorrentes os parceiros os produtos as

mateacuterias-primas as perdas e os resiacuteduos da empresa O autor considera que a estra-

teacutegia ambiental pode ser direcionada por quatro fatores o mercado (composto pelos

consumidores associaccedilotildees concorrentes e consultores) os provedores de recursos

(clientes seguradoras fornecedores bancos e investidores) os elementos coercivos

(regulamentos locais legislaccedilatildeo internacional) e os elementos sociais (instituiccedilotildees

religiosas organizaccedilotildees natildeo-governamentais comunidade mundo acadecircmico im-

prensa e poder judiciaacuterio) 31

16 - Sustentabilidade e responsabilidade social

Os defensores da responsabilidade social argumentam que as empresas de-

vem assumir um compromisso com o desenvolvimento da sociedade As empresas

devem executar accedilotildees para fomentar o desenvolvimento social a inclusatildeo social e

contribuir para a melhoria das condiccedilotildees de vida da populaccedilatildeo mais necessitada Al-

guns autores consideram que essas atividades natildeo satildeo puramente filantroacutepicas uma

vez que as empresas podem auferir benefiacutecios de negoacutecios em funccedilatildeo delas Outros

sugerem ainda que a responsabilidade social esteja associada agrave proacutepria estrateacutegia

empresarial por exemplo SEABRA LEAL e PASSOS (2005) assinalam que os prin-

31 ) Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

44

cipais acionistas da Natura consideram que a responsabilidade social estaacute intimamen-

te ligada agrave estrateacutegia de negoacutecios da empresa

PRAHALAD e HAMMOND (2002) observam que aproximadamente 65 da

populaccedilatildeo mundial mdash cerca de quatro bilhotildees de pessoas mdash ganham menos do que

2000 USDano Esse eacute um mercado praticamente inexplorado pelas empresas multi-

nacionais Segundo os autores as empresas que desejam entrar nesse mercado de-

vem repensar seus modelos de negoacutecios praacuteticas gerenciais e indicadores de desem-

penho Eacute um mercado de novas fontes de receita que exige melhoria na eficiecircncia

operacional e fomento da inovaccedilatildeo A atuaccedilatildeo bem-sucedida para atender agrave denomi-

nada populaccedilatildeo na base da piracircmide pode trazer resultados econocircmicos positivos agraves

empresas e simultaneamente contribuir para a melhoria das condiccedilotildees de vida das

pessoas economicamente menos favorecidas

PORTER e KRAMER (2002) consideram que eacute possiacutevel agraves empresas obterem

a convergecircncia de interesses entre as atividades filantroacutepicas e os objetivos de negoacute-

cios A filantropia pode oferecer oportunidades para as empresas melhorarem seu

contexto competitivo considerando que as atividades filantroacutepicas podem potencial-

mente atuar sobre quatro elementos inter-relacionados da competitividade empresari-

al na disponibilidade dos insumos de produccedilatildeo nas condiccedilotildees de demanda nas con-

diccedilotildees de competiccedilatildeo e rivalidade e na presenccedila das induacutestrias de insumos e suporte

Nesse sentido a filantropia deveria ser considerada uma abordagem claramente estra-

teacutegica pelas empresas WADDOCK e SMITH (2000) adotam um raciociacutenio similar

afirmando que a responsabilidade social e o desempenho corporativo financeiro an-

dam juntos e natildeo como trade-offs

HALL et al (2005) constatam que algumas empresas podem ser socialmente

vulneraacuteveis Segundo esses autores a vulnerabilidade social eacute atribuiacuteda agraves empresas

que apresentam grande importacircncia estrateacutegica para o desenvolvimento econocircmico e

social dos paiacuteses onde operam Eles citam empresas cujo papel extrapola a criaccedilatildeo de

valor aos acionistas sendo consideradas como orgulhos nacionais para seus paiacuteses

Satildeo citadas como exemplos a Siemens na Alemanha a Toyota no Japatildeo a Embraer

no Brasil e a Bombardier no Canadaacute Aleacutem da questatildeo econocircmica essas empresas

desempenham importante papel social em seus respectivos paiacuteses Outras empresas

45

brasileiras tambeacutem poderiam ser citadas como a Petrobras a Companhia Vale do Rio

Doce o Bradesco entre outras 32

2 - Gestatildeo da inovaccedilatildeo para a sustentabilidade

A busca da inovaccedilatildeo e a gestatildeo da inovaccedilatildeo em geral satildeo mediadas por as-

pectos essencialmente econocircmicos e estrateacutegicos Entretanto na medida em que ou-

tras restriccedilotildees compotildeem o ambiente de atuaccedilatildeo das empresas outros fatores podem

impulsionar a inovaccedilatildeo Isso tambeacutem eacute vaacutelido ao se considerarem aspectos de susten-

tabilidade como condicionantes da inovaccedilatildeo

HART e CHRISTENSEN (2002) sugerem que as inovaccedilotildees radicais podem

pavimentar o caminho para as empresas combinarem um crescimento sustentaacutevel

com responsabilidade social HART e MILTEIN (1999) consideram que os desafios

impostos pela sustentabilidade global podem atuar como catalisadores para um novo

estaacutegio de destruiccedilatildeo criativa das empresas Eles associam a preocupaccedilatildeo ecoloacutegica

com melhorias contiacutenuas e a sustentabilidade global com melhorias radicais Nesse

sentido argumentam que a sustentabilidade pode criar oportunidades sem preceden-

tes agraves empresas O raciociacutenio de SENGE e CARSTEDT (2001) eacute similar Esses auto-

res consideram que o foco restrito na eficiecircncia ecoloacutegica pode distrair as empresas da

busca de produtos e modelos de negoacutecios radicalmente diferentes dos atuais Eacute a sus-

tentabilidade global que iraacute motivar as empresas a procurarem novos modelos men-

tais a enfatizarem a aprendizagem e atentarem para a gestatildeo de mudanccedilas

PORTER e VAN DER LINDE (1995) consideram que as regulamentaccedilotildees am-

bientais impotildeem pressotildees competitivas nas empresas motivando-as a inovar VOL-

LENBROEK (2002) propotildee um processo que direciona a inovaccedilatildeo para o desenvolvi-

mento da sustentabilidade denominado gestatildeo da transiccedilatildeo Ele considera que a ino-

vaccedilatildeo natildeo gera automaticamente o progresso da sociedade pois precisa ser condi-

cionada para tanto Os esforccedilos para o desenvolvimento sustentaacutevel precisam ser di-

recionados pela sociedade e esta participa das decisotildees visando obter um balancea-

mento adequado entre os objetivos econocircmicos ecoloacutegicos e sociais A inovaccedilatildeo seraacute

decorrecircncia

32 Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

46

HALL e VREDENBURG (2003) afirmam que os gestores tecircm dificuldades para

lidar com as pressotildees do desenvolvimento sustentaacutevel Eles consideram que as estra-

teacutegias de inovaccedilatildeo das empresas geralmente satildeo inadequadas para acomodar as

complexidades e incertezas inerentes agraves novas demandas impostas pelo desenvolvi-

mento sustentaacutevel Dessa forma sugerem que a estrateacutegia empresarial integre tam-

beacutem os objetivos da inovaccedilatildeo e do desenvolvimento sustentaacutevel Em contraponto agrave

abordagem tradicional da inovaccedilatildeo ditada pelo mercado propotildeem que as empresas

adotem a inovaccedilatildeo para o desenvolvimento sustentaacutevel que incorpora as restriccedilotildees

sociais e as pressotildees ambientais bem como contempla as necessidades das futuras

geraccedilotildees Como seraacute visto no texto que segue a inovaccedilatildeo foi tambeacutem um ingrediente

essencial para o desenvolvimento e o sucesso do projeto estudado na presente pes-

quisa33

CONCLUSAtildeO

O objetivo desse estudo foi verificar e compreender o conceito de inovaccedilatildeo e a

sua aplicabilidade nas organizaccedilotildees assim como a vantagem competitiva no modelo

de negoacutecio por meio da co-criaccedilatildeo de valor

33 Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data acesso 21072012

47

Inovaccedilatildeo e criatividade satildeo essenciais para o continuo desenvolvimento e competi-

tividade de uma naccedilatildeo

Coisas boas acontecem quando o pensamento inovador comeccedila ele poderaacute

ajudar a criar novos produtos melhoria nos processos novas tecnologias tornando

a empresa mais competitiva Tomando conhecimento da grande variedade de produ-

tos e serviccedilos oferecidos pelas organizaccedilotildees pode se observar que nem sempre se

chega ao resultado em melhores experiecircncias de consumo nesse cenaacuterio certas em-

presas adotam a co-criaccedilatildeo de valor ndash participaccedilatildeo do cliente no processo produtivo ndash

para inovar no modelo de negoacutecio agregando valor a sua oferta buscando assim se

diferenciar das demais empresas Apesar da inovaccedilatildeo indicar um caminho seguro

para obter vantagem competitiva sustentaacutevel e defender posiccedilotildees estrateacutegicas no

mercado o seu sucesso natildeo eacute garantido necessitando que os gestores conheccedilam e

compreendam a dinacircmica dos processos da gestatildeo da inovaccedilatildeo dentro de suas orga-

nizaccedilotildees e realidades especiacuteficas

O modelo de organizaccedilatildeo inovadora sustentaacutevel eacute uma resposta agraves pressotildees

institucionais por uma organizaccedilatildeo que seja capaz de inovar com eficiecircncia em termos

econocircmicos mas com responsabilidade social e ambiental Esse tipo de organizaccedilatildeo

busca vantagem competitiva desenvolvendo produtos serviccedilos processos e negoacutecios

novos ou modificados com base nas dimensotildees social ambiental e econocircmica Ela

reuacutene duas caracteriacutesticas essenciais eacute inovadora e orientada para a sustentabilidade

Tendo em vista o fenocircmeno do isomorfismo institucional (concentraccedilatildeo de for-

mas organizacionais nos diversos setores produtivos) o modelo das organizaccedilotildees

inovadoras sustentaacuteveis vem ganhando rapidamente cada vez mais espaccedilo nas em-

presas liacutederes Esses fatos permitem dizer que o movimento do desenvolvimento sus-

tentaacutevel eacute um dos movimentos mais importantes do nosso tempo e a julgar pela vita-

lidade dos fatores institucionais presentes em praticamente todo o mundo pode-se

inferir que ele continuaraacute se propagando por muitas deacutecadas

Desse modo o aprimoramento dos modelos de organizaccedilatildeo sustentaacuteveis as

diversas formas da sua institucionalizaccedilatildeo em acircmbito global o desenvolvimento de

tecnologias sustentaacuteveis a gestatildeo de inovaccedilotildees para o desenvolvimento sustentaacutevel

seratildeo temas cada vez mais importantes nos estudos futuros Como o sistema opera-

cional produtivo e as inovaccedilotildees de produto e de processo ao atender as trecircs dimen-

sotildees da sustentabilidade devem gerar ganhos para o meio ambiente em termos de

reduccedilatildeo no uso de recursos e de emissotildees de poluentes o aumento da produccedilatildeo pelo

incitamento agrave demanda por novos produtos pode neutralizar ou ateacute superar esses ga-

nhos Levar em conta essa possibilidade dando-lhe um tratamento adequado eacute um dos

48

maiores desafios para o alinhamento das empresas ao modelo de organizaccedilatildeo inova-

dora sustentaacutevel

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

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PRAHALAD C K RAMASWAMY Venkatram O futuro da competiccedilatildeo como desen-

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Elsevier 2004

  • AGRADECIMENTOS
  • CAPIacuteTULO III- Aspectos da inovaccedilatildeo e sustentabilidade37
  • Inovaccedilatildeo e sustentabilidade37
  • 32 - Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva
  • 33 - Como implementar vantagem competitiva
  • 34 - Como criar valor e vantagem competitiva
Page 16: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · duzir os processos de inovação dentro da organização. 6 ... CAPÍTULO I - Estrutura da criação de valor e inovação.....11

16

le eacute relativo agrave origem agrave qualidade de original inicial primordial primitivo originaacuterio

Novidade eacute originaacuteria do latim novitate que se reporta agrave qualidade ou caraacuteter de novo

uma inovaccedilatildeo embora referente a algo jaacute existente um uso novo para algo jaacute existen-

te6

Inovaccedilatildeo pode ser definida como o processo estrateacutegico de reinvenccedilatildeo contiacute-nua do proacuteprio negoacutecio e de criaccedilatildeo de novos negoacutecios GARY HAMEL (1996)

2 ndash Processos de inovaccedilatildeo

No acircmbito da economia ao longo deste seacuteculo muito vem se discutindo sobre

a inovaccedilatildeo sua natureza caracteriacutesticas e fontes com o objetivo de buscar uma mai-

or compreensatildeo de seu papel frente ao desenvolvimento econocircmico ressaltando-se

como marco fundamental a contribuiccedilatildeo de JOSEPH SCHUMPETER na primeira me-

tade deste seacuteculo mdash INFORMACcedilAtildeO E GLOBALIZACcedilAtildeO NA ERA DO CONHECI-

MENTO enfocou a importacircncia das inovaccedilotildees e dos avanccedilos tecnoloacutegicos no desen-

volvimento de empresas e da economia

De forma geneacuterica existem dois tipos de inovaccedilatildeo a radical e a incremental

Pode-se entender a inovaccedilatildeo radical como o desenvolvimento e introduccedilatildeo de um

novo produto processo ou forma de organizaccedilatildeo da produccedilatildeo inteiramente nova Esse

tipo de inovaccedilatildeo pode representar uma ruptura estrutural com o padratildeo tecnoloacutegico

anterior originando novas induacutestrias setores e mercados Tambeacutem significam reduccedilatildeo

de custos e aumento de qualidade em produtos jaacute existentes Algumas importantes

inovaccedilotildees radicais que causaram impacto na economia e na sociedade como um todo

e alteraram para sempre o perfil da economia mundial podem ser lembradas como

por exemplo a introduccedilatildeo da maacutequina a vapor no final do seacuteculo XVIII ou o desen-

volvimento da microeletrocircnica a partir da deacutecada de 1950 Estas e algumas outras

inovaccedilotildees radicais impulsionaram a formaccedilatildeo de padrotildees de crescimento com a con-

formaccedilatildeo de paradigmas tecno-econocircmicos FREEMAN (1988)

As inovaccedilotildees podem ser ainda de caraacuteter incremental referindo-se agrave introdu-

ccedilatildeo de qualquer tipo de melhoria em um produto processo ou organizaccedilatildeo da produ- 6 Internet (httpwwwpr2ufrjbrinovacaosocialtexto14-01pdf) data de acesso 20052012)6

17

ccedilatildeo dentro de uma empresa sem alteraccedilatildeo na estrutura industrial FREEMAN (1988)

Inuacutemeros satildeo os exemplos de inovaccedilotildees incrementais muitas delas imperceptiacuteveis

para o consumidor podendo gerar crescimento da eficiecircncia teacutecnica aumento da pro-

dutividade reduccedilatildeo de custos aumento de qualidade e mudanccedilas que possibilitem a

ampliaccedilatildeo das aplicaccedilotildees de um produto ou processo A otimizaccedilatildeo de processos de

produccedilatildeo o design de produtos ou a diminuiccedilatildeo na utilizaccedilatildeo de materiais e compo-

nentes na produccedilatildeo de um bem podem ser considerados inovaccedilotildees incrementais

Ateacute pouco tempo era grande a rigidez para caracterizar o processo de inovaccedilatildeo suas

fontes de geraccedilatildeo e formas como se realiza e difunde

Evidentemente que a compreensatildeo do processo de inovaccedilatildeo estaacute estreitamen-

te influenciada pelas caracteriacutesticas dominantes de contextos histoacuterico-econocircmicos

especiacuteficos Atualmente aspectos negligenciados por natildeo terem relevacircncia nos periacuteo-

dos em questatildeo comeccedilam a ser plenamente reconhecidos como de papel fundamental

para o ecircxito do processo inovador Agrave medida que melhor se conhecem as especifici-

dades da geraccedilatildeo e difusatildeo de inovaccedilatildeo mais se sabe sobre sua importacircncia para

que empresas e paiacuteses reforcem sua competitividade na economia mundial7

21 ndash Processos de inovaccedilatildeo nas organizaccedilotildees

DAMANPOUR (1984) em seu estudo sobre inovaccedilatildeo e desempenho organiza-

cional em bibliotecas puacuteblicas americanas conceitua inovaccedilatildeo como uma resposta agrave

mudanccedila ambiental ou ainda os meios que permitem ou viabilizam a mudanccedila em

uma organizaccedilatildeo Para ele as empresas podem enfrentar as mudanccedilas ambientais

natildeo apenas com novas tecnologias mas tambeacutem incorporando mudanccedilas teacutecnicas

eou administrativas em sua estrutura Assim sendo inovaccedilotildees no plano organizacio-

nal envolvem a implantaccedilatildeo de ideias novas teacutecnicas ou administrativas Espera-se a

partir disso mudanccedilas estruturais que afetem o desempenho da organizaccedilatildeo Esque-

maticamente portanto pode-se entender a inovaccedilatildeo como a ferramenta que quando

introduzida em contexto organizacional gera mudanccedila

7Internet httpwwwliincufrjbrfrattachments055_saritalivropdfpage=122) data de acesso

03062012

18

Segundo DAMANPOUR (1984) define desempenho como a habilidade que

uma organizaccedilatildeo tem de bem utilizar todos os quatro processos sistecircmicos (inputs

outputs transformaccedilotildees e efeitos de retroalimentaccedilatildeo) relacionados ao alcance de

metas organizacionais Uma organizaccedilatildeo de alto desempenho cumpriraacute suas tarefas

primaacuterias de modo eficiente e realizaraacute suas funccedilotildees de manutenccedilatildeo e adaptaccedilatildeo or-

ganizacional de forma efetiva A funccedilatildeo de adaptaccedilatildeo requer que a estrutura da orga-

nizaccedilatildeo sofra mudanccedilas para encontrar novas condiccedilotildees ambientais

Organizaccedilotildees inovadoras tendem natildeo apenas a se adaptar agrave mudanccedila mas

tambeacutem a usar seus recursos para criar novas condiccedilotildees ambientais pela introduccedilatildeo

de novos produtos ou serviccedilos nunca antes oferecidos Inovaccedilotildees assim seriam mei-

os de prover mudanccedilas internas ou externas e tambeacutem de aperfeiccediloar o desempenho

organizacional

Os sistemas gerenciais de acordo com a abordagem soacutecio teacutecnico satildeo consti-

tuiacutedos de um ldquocorpusrdquo social (neste ponto se faz um paralelo com as inovaccedilotildees admi-

nistrativas) e de um ldquocorpusrdquo teacutecnico (corresponde agraves inovaccedilotildees teacutecnicas) e portanto

se enfatiza o papel do ldquocorpusrdquo social e teacutecnico na efetiva operaccedilatildeo de uma organiza-

ccedilatildeo e sugerem que a concentraccedilatildeo em apenas um sistema resulta em baixo desem-

penho organizacional Sistemas sociais e teacutecnicos precisam assim funcionar de forma

balanceada O relacionamento entre os sistemas social e teacutecnico eacute de correlaccedilatildeo ou

seja qualquer mudanccedila em qualquer um dos sistemas leva as determinadas restri-

ccedilotildees ou modificaccedilotildees ao outro8

22 ndash Funccedilotildees tiacutepicas no processo de inovaccedilatildeo

Eacute funccedilatildeo tiacutepica no processo de inovaccedilatildeo a captaccedilatildeo de sinais proveniente do

campo em ambiente direto e o monitoramento do ambiente externo indireto A partir

das etapas anteriores busca-se identificar elementos onde os clientes natildeo estejam

sendo atendidos satisfatoriamente ou oportunidades natildeo exploradas gap de desem-

penho Os clientes natildeo vatildeo responder a perguntas sobre o uso ou natildeo de um determi- 8Inter-

net(httpwwwgooglecombrurlsa=tamprct=jampq=ampesrc=sampsource=webampcd=1ampved=0CEsQFjA

Aampurl=http3A2F2Fwwwfespprbr2F~bastosjr2FGest25E3o2520de2520Inova

25E725E3o2FArtigos2FInova25E725E3odocampei=Vhr2T9qvHaez6wHo16zYBgampusg=

AFQjCNEz7MKNTbjYj81PrvG) data de acesso 03062012

19

nado produto principalmente se este for desconhecido Eacute necessaacuterio conhecer o am-

biente em que se vivem compreender suas carecircncias

Outra funccedilatildeo necessaacuteria eacute a geraccedilatildeo de alternativas viaacuteveis que respondam agraves

demandas ambientais e a seleccedilatildeo com base em criteacuterios coerentes com os objetivos

estrateacutegicos da organizaccedilatildeo previamente estabelecidos

Natildeo se pode deixar de mencionar a concepccedilatildeo e o desenvolvimento das ino-

vaccedilotildees a gestatildeo da implantaccedilatildeo destas inovaccedilotildees e respectiva coordenaccedilatildeo

Aleacutem destes um outro aspecto fundamental eacute o controle do processo ou seja

a definiccedilatildeo de indicadores que permitam avaliar e medir os resultados na medida em

que estes acontecem Os instrumentos de medida da inovaccedilatildeo devem conforme

KUCZMARSKI (1998) obedecer agraves seguintes categorias empresa (carteira de novos

produtos investimentos apuraccedilatildeo de resultados) das equipes (planejamento taxas

de sucesso e sobrevivecircncia variaccedilotildees orccedilamentaacuterias retorno financeiro) e individual

(contribuiccedilatildeo de cada membro no desempenho da equipe) Vale lembrar que inovaccedilatildeo

e mudanccedila levam tempo os indiviacuteduos devem esperar permanecer em suas funccedilotildees

pelo tempo suficiente para influenciar os indicadores de desempenho tanto de curto

quanto de longo prazo 9

23 ndash Como implantar cultura de inovaccedilatildeo na organizaccedilatildeo

Inovaccedilatildeo tem de fazer parte da mentalidade dos funcionaacuterios em todos os niacute-

veis Evidentemente a forma mais eficiente de implantar uma mudanccedila na empresa

se daacute quando o exemplo vem de acima Se natildeo estatildeo convencidos da importacircncia da

inovaccedilatildeo os dirigentes sempre encontraratildeo formas de derrubar ideias mais arrisca-

das No entanto se as lideranccedilas tomam a iniciativa a nova cultura eacute absorvida com

muito mais facilidade pela organizaccedilatildeo

Os profissionais do primeiro escalatildeo contudo natildeo podem ter a obrigaccedilatildeo de

ser os uacutenicos ou principais geradores das ideias inovadoras Os comandantes preci-

9Internet

(httpwwwgooglecombrurlsa=tamprct=jampq=ampesrc=sampsource=webampcd=4ampved=0CFkQFjADampurl=http

3A2F2Fwwwfespprbr2F~bastosjr2FGest25E3o2520de2520Inova25E725E3o2FArtigo

s2FInova25E725E3odocampei=sSb2T8eqDYro0QGO7OSLBwampusg=AFQjCNEz7MKNTbjYj81P) data

de acesso 04062012

20

sam de aliados O papel dos gerentes e diretores tambeacutem eacute fundamental num pro-

cesso de mudanccedila de cultura eles satildeo os verdadeiros responsaacuteveis por criar um am-

biente que estimule as pessoas a arriscar investindo em novos produtos bancando

ideias que tecircm maturaccedilatildeo de longo prazo e criando uma comunicaccedilatildeo eficiente

Nem mesmo os profissionais de atuaccedilatildeo operacional podem fugir da responsa-

bilidade A dificuldade para inovar eacute maior em departamentos mais fechados e norma-

tizados como os administrativos ou naqueles em que a precisatildeo eacute fundamental como

a produccedilatildeo de um remeacutedio Mas eles tambeacutem precisam aprender a ver as oportuni-

dades natildeo convencionais ndash haacute pequenas melhorias capazes de desencadear uma

importante inovaccedilatildeo

A responsabilidade eacute de todos da alta gerecircncias aos departamentos operacio-

nais O desafio eacute fazer todos assumirem um compromisso com a praacutetica real da ino-

vaccedilatildeo 10

ldquoInovaccedilatildeo eacute a mensagem do momento Natildeo se trata de mais recursos mas em

como usaacute-los Em um mundo que atravessa crises financeiras a todo momento e que

exige sempre mais recursos naturais os inovadores e os criativos satildeo os que conse-

guem transformar as adversidades em oportunidades de crescimentordquo (STEVE

JOBS Inovaccedilatildeo A arte de Steve Jobs 2010 p154)

24 ndash Organizaccedilotildees inovadoras sustentaacuteveis

Organizaccedilatildeo inovadora eacute a que introduz novidades de qualquer tipo em bases

sistemaacuteticas e colhe os resultados esperados BARBIERI (2007) p88) A expressatildeo

bases sistemaacuteticas significa a realizaccedilatildeo de inovaccedilotildees com autonomia intencionali-

dade e pro atividade Assim a inovaccedilatildeo eacute um elemento essencial do modus operan-

di dessa organizaccedilatildeo o que pressupotildee que ela desenvolva continuamente recursos

tangiacuteveis e intangiacuteveis para inovar permanentemente Organizaccedilatildeo sustentaacutevel eacute a

que simultaneamente procura ser eficiente em termos econocircmicos respeitar a capaci-

dade de suporte do meio ambiente e ser instrumento de justiccedila social promovendo a

inclusatildeo social a proteccedilatildeo agraves minorias e grupos vulneraacuteveis o equiliacutebrio entre os gecirc-

neros etc (BARBIERI 2007 p98-99) 10 Internet (httpbooksgooglecombrbookshl=pt-BRamplr=ampid=jnka43VmmwsCampoi=fndamppg=PA34ampdq=como+implantar+uma+cultura+de+inovaccedilatildeo+na+organiza-ccedilatildeoampots=KRvAPG4C6kampsig=rzqbLGM4sLvsQL26N0gLqfOTPOAv=onepageampq=como20implantar20uma20cultura) data de acesso 04062012

21

Os dois conceitos de organizaccedilatildeo podem entrar em contradiccedilatildeo pois inovar em

bases sistemaacuteticas pode se tornar sinocircnimo de degradaccedilatildeo sistemaacutetica do meio ambi-

ente e da vida social Assim uma organizaccedilatildeo inovadora sustentaacutevel natildeo eacute a que

introduz novidades de qualquer tipo mas novidades que atendam as muacuteltiplas dimen-

sotildees da sustentabilidade em bases sistemaacuteticas e colham resultados positivos para

ela para a sociedade e o meio ambiente BARBIERI (2007) p105 Natildeo basta para as

empresas apenas inovar constantemente mas inovar considerando as trecircs dimen-

sotildees da sustentabilidade a saber

bull dimensatildeo social - preocupaccedilatildeo com os impactos sociais das inovaccedilotildees nas

comunidades humanas dentro e fora da organizaccedilatildeo (desemprego exclusatildeo

social pobreza diversidade organizacional etc)

bull dimensatildeo ambiental - preocupaccedilatildeo com os impactos ambientais pelo uso de

recursos naturais e pelas emissotildees de poluentes

bull dimensatildeo econocircmica - preocupaccedilatildeo com a eficiecircncia econocircmica sem a qual

elas natildeo se perpetuariam Para as empresas essa dimensatildeo significa obtenccedilatildeo

de lucro e geraccedilatildeo de vantagens competitivas nos mercados onde atuam

O atendimento a essas dimensotildees torna o processo de inovaccedilatildeo mais sofisti-

cado e exigente o que requer da organizaccedilatildeo um maior esforccedilo para atender tecnica-

mente esse requisito Isso leva novas perspectivas para a gestatildeo da inovaccedilatildeo11

Com intuito de tornar o processo de adequaccedilatildeo agraves prerrogativas impostas agraves

companhias ditas inovadoras quanto mais simplificado e dirigido melhor A seguir eacute

apresentado um conjunto de proposiccedilotildees para o desenvolvimento de empresas com

esta caracteriacutestica o pressuposto baacutesico necessaacuterio eacute o fomento de equipes de traba-

lho com a mentalidade para a inovaccedilatildeo Neste sentido cabem agraves organizaccedilotildees agraves

pessoas e agraves tarefas o papel de suscitar o aparecimento e a manutenccedilatildeo de tais e-

quipes SBRAGIA (1993)

25 - A Inovaccedilatildeo como funccedilatildeo de aprendizagem organizacional

11Internet(httpwwwscielobrscielophppid=S0034-

75902010000200002ampscript=sci_arttext) data de acesso 04062012

22

Pelo fato da inovaccedilatildeo ser destrutiva para muitos grupos consolidados ela en-

frentaraacute resistecircncia A inovaccedilatildeo eacute o oposto da operaccedilatildeo e seraacute portanto ignorada O

desenho ou arranjo organizacional poderaacute facilmente superar ao menos minimizar

estes e outros obstaacuteculos GALBRAITH (1998) Este comportamento acentua-se em

organizaccedilotildees protegidas de concorrecircncia (universidades ateacute algum tempo atraacutes oacuter-

gatildeos governamentais etc) Pesquisas realizadas por TUSHMAN e NADLER (1998)

apontam que organizaccedilotildees altamente inovadoras satildeo sistemas de aprendizado alta-

mente eficazes aleacutem de possuir um senso de autocriacutetica bastante apurada

Empresas eficazes criam condiccedilotildees possiacuteveis para que o trabalho de hoje seja

feito paralelo com a geraccedilatildeo constante de inovaccedilatildeo ou seja a inovaccedilatildeo sustentada

por mais paradoxal que possa parecer exige ao mesmo tempo estabilidade e mudan-

ccedila A estabilidade possibilita economias de escala e aprendizado incremental por ou-

tro lado a mudanccedila e a experimentaccedilatildeo satildeo necessaacuterias agrave conquista de avanccedilos nas

aacutereas de produto processo e tecnologia

Companhias que conseguem ao mesmo tempo produzir cotidianamente e estar

alerta e vigilante aos clientes concorrentes tecnologias e competecircncia interna fo-

mentam e estimulam o aprendizado organizacional e a inovaccedilatildeo sustentada

Segundo TUSHMAN e NADLER (1998) inovaccedilatildeo eacute um trabalho complexo e

estimulante a rupturas pois exige estreita colaboraccedilatildeo entre membros que rotineira-

mente se encontram bastante separados Embora os mecanismos da organizaccedilatildeo

formal facilitem o aprendizado e a inovaccedilatildeo corporativa a criatividade individual pro-

veacutem de um ambiente informal saudaacutevel

Um claro conjunto de valores essenciais ajuda a focalizar e motivar o compor-

tamento Empresas inovadoras tecircm valores claros que fornecem foco num cenaacuterio

repleto de diversidade como tambeacutem um objetivo comum que possa ter a concor-

dacircncia dos mais diferentes atores envolvidos

Em adiccedilatildeo com os valores essenciais cultuados em uma organizaccedilatildeo as nor-

mas proporcionam referenciais de comportamentos claros satildeo os comportamentos

aguardados De um modo geral organizaccedilotildees inovadoras enfatizam a informalidade

no comportamento no vestuaacuterio e nas relaccedilotildees hieraacuterquicas com elevadas expectati-

vas de desempenho e de trabalho individual e do grupo fortes viacutenculos informais den-

tro e fora da organizaccedilatildeo

23

Organizaccedilotildees altamente inovadoras geram com destreza as sutilezas da re-

compensa e da puniccedilatildeo onde as pessoas podem assumir riscos colher as recompen-

sas pelo sucesso e sobreviver a fracassos construtivos

A representaccedilatildeo de papeacuteis funcionais tem atribuiccedilatildeo fundamental no desenvol-

vimento e conduccedilatildeo do processo de gestatildeo da inovaccedilatildeo Entre eles podemos mencio-

nar um os geradores de ideias pois as interligam com as tendecircncias e mercados

desenvolvendo oportunidades para as organizaccedilotildees dois os empreendedores internos

tornam concretas as ideias possuem agressividade energia e personalidade propen-

sas a assumir riscos para defender suas causas

Aqui aparece a figura dos trecircs ldquogate keepersrdquo (guardiotildees do portatildeo) que ligam

organizaccedilatildeo e seus colegas agraves frentes externas de informaccedilatildeo que satildeo vitais para a

inovaccedilatildeo pois obtecircm traduzem e distribuem estas informaccedilotildees no acircmbito interno da

organizaccedilatildeo Os quatros patrocinadores ou mentores satildeo gerentes de alto niacutevel que

datildeo apoio informal acesso aos recursos e a proteccedilatildeo no surgimento de novos produ-

tos ou negoacutecios Esses personagens atuando conjuntamente representam o ldquogecircnio

coletivordquo da organizaccedilatildeo que consiste na soma das capacidades pessoais em clima

motivacional gerando resultados mensuraacuteveis substituindo o gecircnio individual predo-

minante ateacute o seacuteculo passado conforme DE MASI (1998) Uma vez que o gecircnio indi-

vidual pode ateacute existir mas eacute difiacutecil de ser encontrado

Segundo GALBRAITH (1998) algumas pessoas que satildeo boas em inovaccedilatildeo e

criatividade mas natildeo satildeo necessariamente boas em operaccedilatildeo Portanto o desenho

organizacional contribui para a criaccedilatildeo de uma organizaccedilatildeo inovadora na medida em

que promove o encontro sistemaacutetico entre os geradores de ideias e aqueles que po-

dem defendecirc-las e colocaacute-las em praacutetica12

CAPIacuteTULO II 12 Internet

(httpwwwgooglecombrurlsa=tamprct=jampq=ampesrc=sampsource=webampcd=1ampsqi=2ampved=0CEwQFjAAampu

rl=http3A2F2Fwwwfespprbr2F~bastosjr2FGest25E3o2520de2520Inova25E725E3o2

FArtigos2FInova25E725E3odocampei=Ex32T_meBObb6wGds-29Bgampusg=AFQjC) data de acesso

04062012

24

DESENVOLVIMENTO DA CRIATIVIDADE

1 ndash Capital Intelectual

Com o mercado cada vez mais exigente as empresas vecircm sentindo a necessi-

dade de investir mais em recursos humanos acrescentando a seu capital o conheci-

mento originado atraveacutes do investimento em capital humano qualificado o qual agrega

agraves empresas recursos de fundamental importacircncia No entendimento de Stewart

(2004) o capital intelectual eacute um bem intangiacutevel podendo-se afirmar que eacute um dos

fatores mais importantes da vida de uma organizaccedilatildeo Jaacute para (DRUCKER (apud

MONTEIRO 2007 p17) o capital intelectual eacute ldquo[] a soma do conhecimento de todos

de uma empresa o que lhe proporciona vantagem competitivardquo

CHIAVENATO (2004) afirma que no mundo complexo e competitivo de hoje a

escolha das pessoas certas se torna vital para o bom funcionamento da empresa

Para STEWART (2004) o capital intelectual corresponde ao conjunto de co-

nhecimentos e informaccedilotildees encontrados nas organizaccedilotildees que agregam valor ao pro-

duto ou serviccedilo mediante a aplicaccedilatildeo da inteligecircncia e natildeo do capital monetaacuterio ao

empreendimento sendo o capital intelectual gerador de capacidades conhecimento

habilidades e experiecircncias individuais dos funcionaacuterios para realizaccedilatildeo de tarefas

O capital intelectual eacute algo tatildeo valioso dentro de uma organizaccedilatildeo que eacute atra-

veacutes dele que se podem ter grandes inovaccedilotildees transformaccedilotildees tecnoloacutegicas resolu-

ccedilotildees de problemas gestatildeo eficiente lucratividade e sucesso melhorados Um colabo-

rador que possui seu capital intelectual estimulado atraveacutes da motivaccedilatildeo seraacute mais

bem aproveitado pela empresa uma vez que se sente incluiacutedo valorizado simpatizan-

te e livre para gerir suas ideias de uma forma mais aguccedilada

CHIAVENATO (2004) diz que o capital humano eacute constituiacutedo das pessoas que

fazem parte de uma organizaccedilatildeo Capital humano significa talentos que precisam ser

mantidos e desenvolvidos Mais do que isso capital humano significa capital intelectu-

al

Para MONTEIRO (2007) o ser humano eacute o maior bem de uma empresa pois eacute

ele o principal instrumento de seu sucesso ou fracasso uma vez que o capital intelec-

tual eacute algo exclusivo do ser humano Pode-se entatildeo descrever que ele eacute o raciociacutenio

humano elaborado acrescido do ambiente onde estaacute inserido

25

MONTEIRO (2007) comenta que dentro das organizaccedilotildees o capital intelectual

pode ser diferenciado dos demais capitais porque ele cresce quando compartilhado

com os do mesmo grupo e natildeo se deprecia com o uso Ao contraacuterio dos outros ativos

o seu valor decorre do uso O capital intelectual eacute enfatizado como o conjunto de in-

formaccedilotildees e conhecimentos encontrados nas organizaccedilotildees onde agregam ao produto

eou serviccedilos valores mediante a aplicaccedilatildeo da inteligecircncia e natildeo do capital monetaacuterio

Devido a sua grande representatividade nas empresas o capital intelectual natildeo deve

ser subestimado nem utilizado de forma ineficiente acarretando em um gerenciamento

ineficaz mais investimento incentivado para assim trazer agrave empresa bons negoacutecios e

melhor rentabilidade (MONTEIRO 2007 p18)13

2 - Criatividade

Criatividade eacute um assunto que fascina a todos objeto de muitos estudos em-

bora no contexto empresarial seja novo O pensamento criativo antigamente era vis-

to como inspiraccedilatildeo divina passando a ser estudado com melhor afinco a partir dos

anos 50

O Caminho humano de viver conviver e sobreviver eacute permeado de accedilotildees cria-

tivas conscientes e inconscientes Esse potencial criativo eacute inato em todo ser humano

poreacutem ele se ensina e se aprende Trata-se de uma competecircncia pessoal valorizada

mas ao mesmo tempo desprestigiada pois percebemos que as empresas desclassifi-

cam candidatos criativos e depois encaminham-no para o desenvolvimento desta habi-

lidade

Criatividade para o quecirc Eacute a primeira pergunta que surge em nossa mente

quando tratamos do tema Se tudo estaacute bem natildeo haacute motivos para criar ou se estaacute

tudo ruim natildeo temos mais o que fazer Percebemos que o ser humano sempre busca

a sua zona de conforto para se acomodar sofrer menos ou agraves vezes para reclamar

mais Podemos pensar nesta pergunta buscando duas respostas uma do acircmbito pes-

soal e outra empresarial No processo de criaccedilatildeo percebemos que podemos mudar e

nos diferenciar daquilo que fomos respeitando e valorizando o nosso proacuteprio passado

13Internet (httpwwwaedbbrsegetartigos10327_PDF20Samirapdf) data acesso

15072012

26

tomando decisotildees e desempenhando accedilotildees diferentes dos que habitualmente faziacutea-

mos Podemos gerar mudanccedilas substanciais nas empresas e a partir dessas mudan-

ccedilas diferenciarmos sem contudo ser necessaacuterio efetuar mudanccedilas demasiadas mu-

danccedilas que choquem e natildeo se ajustem aos nossos valores e nossa realidade

Se o objetivo eacute buscar na empresa alcanccedilar eficiecircncia que possibilite ao cliente

escolher e comprar nossos produtos e serviccedilos e natildeo os dos concorrentes precisa-

mos estar abertos para buscar novas alternativas novas maneiras de fazer as coisas

e consequentemente resultados diferentes A mudanccedila organizacional eacute muitas ve-

zes uma ferramenta de soluccedilatildeo de problemas das organizaccedilotildees Podemos diferenci-

ar-nos dos competidores apenas sabendo quando e em quecirc devemos mudar e onde

queremos chegar

A criatividade na empresa eacute medida a partir dos resultados alcanccedilados Uma

resposta eacute mais criativa (entre aspas pois as respostas natildeo satildeo criativas e sim as pes-

soas que a geraram) que outra quando atinge aquele objetivo para o qual foi focado a

soluccedilatildeo de um problema traz uma alternativa ou um meacutetodo inovador ou ateacute mesmo

uma combinaccedilatildeo de resultados diferentes

Tatildeo essencial como ser diferente eacute a necessidade de buscar resultados e uma

empresa soacute eacute verdadeiramente criativa quando a criatividade se torna a maneira diaacute-

ria de fazer as coisas e espera que seus membros considerem uma ampla variedade

de alternativas antes de comprometer-se numa direccedilatildeo especiacutefica 14

21 ndash Conceito de criatividade

A criatividade eacute a faculdadehabilidade de criar ou o potencial criativo Consiste

em encontrar meacutetodos ou objetos para executar tarefas de uma maneira nova ou dife-

14 Internet

Fonte (Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de acesso

25062012

27

rente do habitual com a intenccedilatildeo de satisfazer um propoacutesito A criatividade permite

cumprir os desejos de forma mais raacutepida faacutecil eficiente ou econoacutemica

A criaccedilatildeo de novas ideias e conceitos tambeacutem se lhe daacute o nome de inventivi-

dade pensamento original pensamento divergente ou imaginaccedilatildeo construtiva Trata-

se de conceitos que implicam o ato de inventar algo novo (isto eacute recorrer ao enge-

nho) a capacidade de encontrar soluccedilotildees originais e a vontade de mudar o mundo 15

A criatividade eacute considerada uma capacidade humana de grande valor univer-

sal tudo indica que nesta competecircncia reside a memoacuteria RAM bioloacutegica para o im-

pulso da evoluccedilatildeo humana A memoacuteria RAM segundo CURY (2009) eacute o fenoacutemeno dos

registos da memoacuteria O que melhor descreve a criatividade eacute o que SANCHEZ (2003)

referiu em seus apontamentos a criatividade eacute uma sublime dimensatildeo da condiccedilatildeo

humana

Eacute entretanto na capacidade criativa que existe a chave da capacidade de evo-

luccedilatildeo da humanidade O meacuterito da expressatildeo criativa eacute fruto da complexidade ou

seja eacute fruto do contexto social no seu desenvolvimento natural e humano

Eacute muito interessante contemplar os efeitos provenientes deste constructo a

considerar a capacidade de um indiviacuteduo criativo construir e reconstruir transformando

a nossa realidade Eacute consensual e gratificante perceber que todos temos a capacida-

de criativa deve eacute ser melhor desenvolvida16

De maneira instintiva o termo criatividade sempre se associou agrave atividade ar-

tiacutestica Mais recentemente graccedilas a exemplos empresariais como Apple e Google a

inovaccedilatildeo ganhou espaccedilo nos sectores tecnoloacutegicos Neste sentido a nossa intuiccedilatildeo

natildeo estaacute errada uma vez que criatividade e inovaccedilatildeo satildeo dois conceitos muito unidos

Explicado de forma simples a capacidade criativa pode ser definida como ldquoa habili-

dade para gerar ideias alternativas e soluccedilotildees a um determinado problema de forma

faacutecilrdquo 17

15 Internet (httpconceitodecriatividade) data de acesso 25062012 16Internet (httpptwikipediaorgwikiCriatividade) data de acesso 04072012

17Inter-

net(httpwwwcriaptcriaadminappCRIAuploadscreamanual20creatividade20portugue

s_pt_webpdf) data de acesso 04072012)

28

22 ndash Criatividade do ponto de vista pessoal

Temos que pensar em Criatividade como estrateacutegia para viver melhor para

uma qualidade de vida que diria razoaacutevel aleacutem de identificar potenciais descobertas

internas que foram abafadas pelos processos familiares educacionais e empresariais

assim pelo tempo Outro aspecto estaacute relacionado com a garantia da nossa emprega-

bilidade entendendo como fonte de renda como funcionaacuterio profissional autocircnomo ou

empresaacuterio Vivemos num mundo de mudanccedilas aprimoramento riscos e oportunida-

des Melhoria nos nossos relacionamentos interpessoais atraveacutes do reconhecimento e

aproveitamento da diversidade respeitando as mais diversas formas de pensamento e

das diferenccedilas individuais Estamos acostumados a considerar a criatividade como

algo pessoal e intransferiacutevel A criatividade humana natildeo eacute temporal Trata-se de um

patrimocircnio do ser humano compartilhado pela sociedade Como a organizaccedilatildeo existe

para servir a sociedade nada mais justo do que desenvolver a criatividade como ga-

rantia para superaccedilatildeo da expectativa do cliente em relaccedilatildeo agrave sua empresa 18

23 ndash Criatividade do ponto de vista empresarial

A busca de um diferencial oferecendo algo mais do que o cliente espera atrair

preferecircncias estabelecer estrateacutegia diferenciada adaptar-se agraves necessidades modifi-

car produtos e buscar soluccedilotildees para os problemas fugindo do convencional e assim

diferenciando-se dos concorrentes Estrateacutegia competitiva natildeo somente por criar ou

inovar produtos mas tambeacutem a quebra de paradigmas mudanccedilas de pensamentos

comportamentos etc Todas as ideias produtos e serviccedilos criativos poderatildeo ser trans-

formados em algo positivo para a organizaccedilatildeo Melhoria dos seus produtos assim

como a criaccedilatildeo de novos Busca de resultados diferentes do passado Melhoria do

18 Internet (Fonte Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de

acesso 04072012

29

relacionamento humano interno consequentemente o aumento da produtividade Me-

lhoramento contiacutenuo em todos os setores Desenvolvimento da qualidade19

24 - Criatividade e a visatildeo estrateacutegica da empresa

A criatividade se relaciona com a visatildeo estrateacutegica de empresa da seguinte

forma a partir dos objetivos traccedilados pela organizaccedilatildeo a mesma definiraacute uma linha

estrateacutegica a ser seguida para alcanccedilar esses objetivos A criatividade se envolve de

acordo com a intenccedilatildeo da empresa ela pode querer reinventar seus modos de atua-

ccedilatildeo pode somente visar manter-se atualizada e motivada pode querer mudar rapida-

mente de foco e enfim 44 pode estabelecer um relacionamento forte ou fraco com a

criatividade em funccedilatildeo das soluccedilotildees que ela estiver almejando

CALKINS (2001) defende essa visatildeo ao dizer que para produzir subjetividade

a criatividade deve ser parte da estrateacutegia da empresa O estudo de LENGNICK-HALL

e WOLFF (1998) faz justamente uma releitura sobre o processo estrateacutegico organiza-

cional ndash enfatizando os trecircs domiacutenios loacutegicos que guiam a maioria das empresas ndash e

relacionando conforme a Tabela abaixo com o tipo de criatividade que estaraacute vigente

Loacutegicas Estrateacutegicas x Criatividade

Loacutegica Dominante

Guerrilha Loacutegica Complexidade Loacutegica Capacidade Loacutegica

Objetivo

repentinamente reescrever

as regras da competitivida-

de

aprendizagem e alto envolvi-

mento organizacional

desenvolver e implementar

estrateacutegias que as possibilitem

criar uma sustentaacutevel vantagem

competitiva

Elemento

Chave

a flexibilidade a criativida-

de e a inovaccedilatildeo

sistema natural de relaciona-

mentos

desenvolvimento eficiente e

eficaz e protegendo seus recur-

sos de base

Justificativa vantagem competitiva

como algo muito passageiro

a organizaccedilatildeo vive em uma

comunidade de competidores

fornecedores clientes

as organizaccedilotildees procuram de-

senvolver e implantar estrateacute-

gias que as possibilitem criar

uma sustentaacutevel vantagem

competitiva

19Internet (Fonte Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de

acesso 04072012

30

Sucesso Orga-

nizacional

eacute uma funccedilatildeo da sua capa-

cidade para gerar ideias

que criam novas dinacircmicas

competitivas e novas are-

nas de accedilatildeo

consequecircncia de um natural

entendimento do paradoxo de

forccedilas que formam o sistema

organizacional

a chave da vantagem competiti-

va sustentaacutevel estaacute na habilida-

de organizacional para proteger

os seus recursos de base

Autores COOPER (1995) e

SCHUMPETER (1936)

MILLER (1996) SENGE (1990) e

MOORE (1996)

PORTER (1986 e 1992) e

HAMEL e PRAHALAD (1994)

Ecircnfase Criar Aprender Agregar Valor

Praacuteticas Cria-

tivas

Brainwriting Pool Teacutecnica

da Troca dos Cartotildees etc Pensamento Lateral Jamming

(Fonte Pesquisa a partir dos estudos de Lengnick-Hall e Wolff 1998) 20

25 ndash Reconfiguraccedilatildeo dinacircmica do talento

A estrateacutegia de inovaccedilatildeo sem duacutevida requer novas habilidades O conceito de

R=G sugere que nenhuma empresa eacute capaz de desenvolver sozinha todos os produ-

tos e serviccedilos de que necessita para oferecer experiecircncias personalizadas a cada cli-

ente Tampouco empresa alguma tem condiccedilotildees de cultivar todas as capacidades

gerenciais indispensaacuteveis para transformar a organizaccedilatildeo Analisamos questotildees rela-

cionadas com a superaccedilatildeo dos legados organizacionais e com a construccedilatildeo de novas

capacidades para o gerenciamento da inovaccedilatildeo Mostramos como as empresas de-

vem preparar-se para administrar as tensotildees constantes entre flexibilidade eficiecircncia

e confiabilidade Essa transformaccedilatildeo natildeo consiste apenas em mudar a mentalidade

ou a loacutegica dominante dos gestores tambeacutem significa concentrar-se nos novos niacuteveis

de transparecircncia e de visibilidade em relaccedilatildeo a como se gerencia a empresa

Precisamos mudar a maneira como gerenciamos ndash como combinamos continu-

amente oportunidades e recursos O foco deve convergir natildeo soacute para as habilidades

20Internet (Fonte Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de

acesso 04072012

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dos indiviacuteduos e para as atitudes de cada um em relaccedilatildeo ao aprendizado mas tam-

beacutem para a competecircncia das equipes e para a capacidade dessas forccedilas-tarefas de se

reconfigurar continuamente em funccedilatildeo dos objetivos arregimentando os melhores

talentos em todo o mundo Por exemplo a identificaccedilatildeo dos comportamentos e das

necessidades de determinada pessoa numa base de milhotildees de clientes ndash como a

Amazoncom na ING Insurance e no programa de diabetes da ICICI ndash exige capaci-

dades analiacutetica Argumentaremos que os mesmos requisitos tambeacutem satildeo indispensaacute-

veis na base de talentos A empresa deve tratar seus empregados e fornecedores

como indiviacuteduos iacutempares (ou como conjunto de indiviacuteduos sem igual) da mesma ma-

neira como lida com os clientes A configuraccedilatildeo dinacircmica de recursos para atender agraves

necessidades de tarefas especiacuteficas converte-se em fonte de vantagem competitiva

A essecircncia da mensagem eacute que para a transformaccedilatildeo ser eficaz os gestores devem

concentrar o foco na mobilizaccedilatildeo raacutepida de talentos dentro e fora da empresa (PRA-

HALAD e KRISHNAN 2008 p177)

3 ndash Cadeia de valor e vantagem competitiva

Segundo Novaes (2001 p184) o conceito de cadeia de valor foi desenvolvido

por Porter O conceito eacute de muita simplicidade e por isso talvez mostre-se tatildeo impor-

tante no contexto econocircmico-social em que se inserem as empresas com a crescente

globalizaccedilatildeo dos negoacutecios e mercados

Para (PORTER 1989 p33) toda empresa eacute uma reuniatildeo de atividades que

satildeo executadas para projetar produzir comercializar entregar e sustentar seu produ-

to Todas estas atividades podem ser representadas fazendo-se uso de uma cadeia

de valores Essa exposiccedilatildeo do autor indica em primeira matildeo apenas4 a ideia de ava-

liar a cadeia interna da empresa a qual eacute formada pelas atividades operacionais e

organizacionais jaacute citadas

A ideia baacutesica que subsidia esse conceito natildeo eacute de autoria de Porter mas haacute

muito tempo jaacute estava sendo analisada Fala-se aqui dos conceitos da Teoria Geral de

Sistemas que tem como precursor o Prof Ludwig von Bertalanffy e seus trabalhos

teoria essa que apresenta a empresa como um sistema inserido esse uacuteltimo em um

ambiente ou macro sistema Assim deve-se ter em mente uma visatildeo sistecircmica en-

xergar mais do que as aacutereas ou atividades isoladamente mais do que os limites da

empresa (Cadeia de Valor Interna) A empresa faz parte de um todo maior (um siste-

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ma amplo) e esse eacute que deve ser otimizado para gerar maior valor para o cliente e

consequentemente maior lucratividade na cadeia (Cadeia de Valor Externa)

Nas palavras de Porter (1989 p33) ldquoa cadeia de valores desagrega uma em-

presa nas suas atividades de relevacircncia estrateacutegica para que se possa compreender o

comportamento dos custos e as fontes existentes e potenciais de diferenciaccedilatildeordquo Uma

empresa ganha vantagem competitiva se conseguir desempenhar essas atividades

estrateacutegicas de uma maneira melhor e mais barata que a concorrecircncia

Pode-se entatildeo caminhar para um avanccedilo em definiccedilatildeo ao verificarmos a pro-

posiccedilatildeo de (SHANK amp GOVINDARAJAN 1993 p13) de que ldquoa cadeia de valor para

qualquer empresa em qualquer negoacutecio eacute o conjunto interligado de todas as ativida-

des que criam valor desde uma fonte baacutesica de mateacuterias primas passando por forne-

cedores de componentes ateacute a entrega do produto final agraves matildeos do consumidorrdquo

O mundo em que se vive atravessa em periacuteodo de transformaccedilatildeo sequer ima-

ginado Nele nada eacute definitivo Fica-se perplexo quando natildeo se consegue acompanhar

a velocidade da evoluccedilatildeo dos acontecimentos sente-se perdido principalmente nos

assuntos relacionados agrave dinacircmica do desenvolvimento tecnoloacutegico

Dessa forma com uma visatildeo focada no clienteconsumidor pode-se considerar

que a cadeia de valor eacute uma sequecircncia de atividades desde a origem de recursos ateacute

o descarte final de determinado produto Portanto tem-se uma visatildeo bastante abran-

gente do conceito que pode considerar desde a fase da extraccedilatildeo de mateacuteria-prima ateacute

o tratamento final que eacute dado ao produto por exemplo num enfoque de ciclo de vida

do produto21

31 - O que significa uma vantagem competitiva

O sucesso de uma empresa eacute em larga medida determinado pela atratividade

do sector em que opera mas a sua posiccedilatildeo dentro desse sector tambeacutem eacute importante

21 (httpwwwccontabeiscombrconvt14pdf) data acesso 15072012

33

Apesar de um sector poder ter uma fraca eficaacutecia uma empresa que estaacute bem posi-

cionada pode ainda assim criar lucros significativos

Diz-se que uma empresa tem uma vantagem competitiva sobre os seus con-

correntes quando manteacutem retornos que superam a meacutedia no seu sector Esta vanta-

gem decorre das caracteriacutesticas do produto que o torna superior aos produtos da con-

correcircncia

Nalgumas situaccedilotildees pode obter-se uma vantagem competitiva atraveacutes da evoluccedilatildeo

tecnoloacutegica mas esta eacute frequentemente difiacutecil de manter porque os concorrentes ra-

pidamente a copiam ou aperfeiccediloam desenvolvem novas tecnologias Uma vantagem

sustentada resulta frequentemente mais do que da tecnologia ou de modificaccedilatildeo de

produtos de outros fatores como por exemplo o simbolismo associado ndash o que o

produto significa para os consumidores (imagem de marca) e o que estes experimen-

tam na sua compra e uso Os investigadores em marketing reconhecem que os produ-

tos possuem caracteriacutesticas simboacutelicas e que o consumo de certos produtos pode de-

pender mais do seu significado social do que da sua utilidade funcional

Existe atualmente uma tendecircncia para os consumidores exigirem ldquosignificado

pessoalrdquo aos produtos e serviccedilos Torna-se essencial inovar para responder agraves emo-

ccedilotildees que influenciam as decisotildees dos consumidores Estes estatildeo cada vez menos

impressionados com as novas tecnologias e a optar por produtos que resultam ldquopara

mimrdquo Como consequecircncia palavras como emoccedilatildeo e significado pessoal encon-

tram o seu caminho nas estrateacutegias das empresas sendo importante entender os fato-

res intangiacuteveis associados ao valor percebido do produto e as percepccedilotildees na sua

globalidade positivas ou negativas Novas designaccedilotildees tais como ndash ldquofaacutecil acessiacute-

vel razoaacutevel empoderamento e pessoal ndash refletem mais a pessoa do que o obje-

to Descobrir os sentimentos e as atitudes em relaccedilatildeo aos produtos bem como conhe-

cer as razotildees das preferecircncias dos consumidores tornaram-se importantes elementos

estrateacutegicos22

32 - Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva

Em grande medida a ambiccedilatildeo da estrateacutegia da empresa eacute conseguir uma van-

tagem competitiva sustentaacutevel

22Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

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A vantagem competitiva analisa a atividade da empresa centrando-se primei-

ramente na sua capacidade de gerar retornos superiores de capital e de vincular a

estrateacutegia de negoacutecio a mercados financeiros e de capital fundamentais por um longo

periacuteodo de tempo No fim de contas eacute a vantagem competitiva da empresa que permi-

te ter bons retornos para os seus acionistas

Sem vantagem competitiva a empresa tem uma razatildeo econoacutemica limitada para

existir ndash a sua vantagem competitiva eacute a sua razatildeo de existecircncia Sem ela a empresa

natildeo iraacute prosperar Criar uma vantagem competitiva sustentaacutevel pode ser a meta mais

importante de qualquer organizaccedilatildeo e pode mesmo ser o atributo mais importante em

que a empresa se focaliza23

33 - Como implementar vantagem competitiva

As vantagens competitivas natildeo assumem uma uacutenica forma e eacute possiacutevel que

uma empresa tenha vaacuterias vantagens competitivas e em diferentes aacutereas Ilustra-se

algumas das aacutereas onde as empresas se podem destacar e garantir o seu sucesso a

longo prazo quota de mercado gestatildeo da marca rede marcas e patentes eficaacutecia de

custos e altos custos de mudanccedila

As empresas com quotas de mercado significativas criam um problema para os

concorrentes o que eacute positivo para aquelas uma vez que os seus produtos satildeo bem

conhecidos e recebidos no mercado No entanto mesmo quando a quota de mercado

eacute consideraacutevel se o sector for atrativo ou seja tiver um potencial de lucro significativo

novos operadores podem aparecer com a consequente reduccedilatildeo da quota de merca-

do

Ter uma marca forte pode garantir o sucesso a longo prazo e tambeacutem permitir

agraves empresas obter lucros pois a sua marca permite-lhes cobrar um preccedilo especial

(premium) Marcas fortes tendem a criar uma vantagem competitiva mais duradoura

O efeito de rede ocorre quando um produto cria uma procura por parte dos

consumidores que depois amplia o produto A empresa pode beneficiar do efeito de

23 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

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rede pela atraccedilatildeo de mais vendedores Estes por sua vez atraem mais compradores

estabelecendo-se uma quota de mercado dominante (por exemplo eBay)

Este efeito de rede natildeo eacute muito comum mas quando ocorre pode ser extre-

mamente lucrativo As marcas e as patentes podem ser fonte de vantagem competiti-

va para algumas empresas 24

34 - Como criar valor e vantagem competitiva

Uma empresa posiciona-se aproveitando os seus pontos fortes Michael Porter

defendeu que aqueles se inscrevem em dois tipos baacutesicos de vantagem competitiva

vantagem pelos custos ou diferenciaccedilatildeo Estes satildeo identificados como vantagens po-

sicionais uma vez que expressam a posiccedilatildeo da empresa no sector enquanto liacuteder nos

custos ou por diferenciaccedilatildeo

A empresa utiliza os seus recursos e capacidades para gerar uma vantagem

competitiva que por uacuteltimo resulte na criaccedilatildeo de um valor superior

As competecircncias distintivas (competecircncias nucleares) resultam de recursos

especiacuteficos e capacidades da empresa facilitam a inovaccedilatildeo a eficiecircncia a qualidade

e a receptividade dos clientes o que pode ser aproveitado para atingir quer uma es-

trutura de baixo custos quer a diferenciaccedilatildeo do produto

Uma empresa posiciona-se no seu sector atraveacutes da opccedilatildeo por baixos custos

ou diferenciaccedilatildeo Esta decisatildeo eacute uma peccedila central da estrateacutegia competitiva da em-

presa

A vantagem competitiva existe quando a empresa eacute capaz de oferecer os

mesmos benefiacutecios que os concorrentes mas a custos mais baixos (vantagem pelos

custos) ou oferecer benefiacutecios que ultrapassam a concorrecircncia (vantagem por diferen-

ciaccedilatildeo) Portanto uma vantagem competitiva permite agrave empresa criar um valor superi-

or para os seus clientes e lucros para si proacuteprio25

24 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=39ampL=5) data acesso 15072012

25 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

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CAPITULO III

ASPECTOS DA INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE

1 ndash Inovaccedilatildeo e sustentabilidade

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Como as empresas podem sair da teoria para a praacutetica e chegar a um no-

vo patamar de competitividade e comprometimento com praacuteticas sustentaacuteveis

Muito se fala em inovaccedilatildeo como o principal caminho para o desenvolvimento

sustentaacutevel das organizaccedilotildees e da humanidade Poreacutem em muitos setores falar sobre

esse assunto eacute ainda um exerciacutecio teoacuterico Em geral o tema eacute associado as aacutereas de

tecnologia ou pesquisa e desenvolvimento mas a inovaccedilatildeo deve acontecer tambeacutem

na lideranccedila nas accedilotildees de marketing no modelo de negoacutecios ou seja na gestatildeo co-

mo um todo

Em pesquisa realizada pela Fundaccedilatildeo Nacional da Qualidade (FNQ) em maio

e 2011 representantes de 63 empresas mostraram que 97 consideram fundamental

que as organizaccedilotildees inovem para buscar a sustentabilidade tanto do negoacutecio quanto

da economia e do planeta Apesar dessa consciecircncia 70 dos participantes do estu-

do acreditam que as empresas estatildeo preocupadas mas natildeo direcionam seus investi-

mentos em inovaccedilotildees com foco no crescimento sustentaacutevel O levantamento mostra

ainda que 27 dos entrevistados apontaram a gestatildeo como a principal preocupaccedilatildeo

das empresas em que trabalham enquanto 22 indicaram a sustentabilidade e 19 a

reduccedilatildeo de custos

De acordo com o superintendente geral da FNQ Jairo Martins ldquoos resultados

da pesquisa mostram que as empresas ainda natildeo perceberam o tamanho do problema

da sustentabilidade considerando o baixo iacutendice de organizaccedilotildees que de fato inves-

tem em inovaccedilatildeo para sustentabilidade Em sua maioria as organizaccedilotildees pensam

apenas no lado econocircmico e natildeo no tripeacute da sustentabilidade que demanda uma em-

presa economicamente soacutelida socialmente correta e ambientalmente responsaacutevel

Enquanto dominar o pensamento pelo vieacutes econocircmico cujo sucesso eacute medido pelo

PIB o atual modelo de desenvolvimento insustentaacutevel natildeo vai mudar e natildeo seratildeo in-

cluiacutedas na pauta das organizaccedilotildees as questotildees socioambientaisrdquo

O professor da Fundaccedilatildeo Getuacutelio Vargas Renato Orsato autor do livro ldquoEstra-

teacutegias de Sustentabilidade quando vale a pena ser verderdquo analisou mais de 30 ca-

sos de empresas que adotaram a inovaccedilatildeo em 20 setores ao redor do mundo Para

ele deve haver uma premissa baacutesica para falar sobre esse assunto fazer perguntas

precisas ldquoIsso porque existem centenas de milhares de formas de incluir inovaccedilatildeo e

sustentabilidade nas empresas As empresas devem conhecer bem o contexto onde

atuam e considerar tanto aspectos tangiacuteveis como intangiacuteveisrdquo afirma

38

Na opiniatildeo do professor enquanto a sustentabilidade eacute apenas um acessoacuterio agrave

estrateacutegia da empresa ela natildeo vale a pena Para inovar as organizaccedilotildees devem

questionar os modelos de negoacutecio e pensar em modelos totalmente novos

Orsato daacute o exemplo da empresa Better Place que inovou na maneira de co-

mercializar energia renovaacutevel para carros eleacutetricos ldquoO grande salto seraacute conseguir

mudanccedilas radicais nos modelos de negoacutecios As fronteiras entre os setores de energia

e mobilidade por exemplo podem mudarrdquo 26

11- Da teoria para a praacutetica

De maneira geral a inovaccedilatildeo faz sucesso em palestras de ldquoespecialistasrdquo e de

executivosrdquo explica o professor Joatildeo Amato Neto da Fundaccedilatildeo Vanzolini e Escola

Politeacutecnica da USP ldquoMas haacute empresas realmente inovadoras seja em seus produtos

em seus processos de produccedilatildeo e ateacute mesmo em seu posicionamento de mercado

Outras satildeo inovadoras na relaccedilatildeo com o mercado num sentido mais amplo Esse eacute

um grupo restrito no Brasil de empresas de excelecircncia As que tecircm excelecircncia em

inovaccedilatildeo para sustentabilidade estatildeo num grupo mais restrito ainda Do ponto de vista

da sobrevivecircncia da empresa nos proacuteximos anos esse eacute um requisito fundamentalrdquo

O professor exemplifica que no varejo haacute grandes redes como o Wall Mart

Carrefour e Patildeo de Accediluacutecar que iniciaram accedilotildees para contratar fornecedores com base

em requisitos de sustentabilidade Essas accedilotildees ainda satildeo restritas a alguns poucos

produtos e incluem por exemplo exigecircncias de embalagens que possam ser recicla-

das Satildeo accedilotildees que visam a reduccedilatildeo do uso de recursos materiais e energia de uma

forma geral (busca de maior eco eficiecircncia nos processos)

Mas como sair da teoria e colocar em praacutetica Veja os principais pontos que

uma empresa interessada em inovaccedilatildeo e sustentabilidade deve trabalhar

bull Investir no espiacuterito criativo dos colaboradores natildeo soacute daqueles que atuam nas aacutereas

de pesquisa e desenvolvimento (PampD) de produtos ou na engenharia do produto mas

num sentido mais amplo oacutetimas ideias podem surgir no chamado chatildeo de faacutebrica

26 Internet (httpwwwhsmcombrbuscarkeys=inovaccedilatildeo e sustentabilidade) data acesso 19072012

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bull Buscar praacuteticas de gestatildeo participativa isso pode gerar ideias que trazem inovaccedilotildees

pequenas incrementais mas que no conjunto fazem muita diferenccedila

bull Usar a educaccedilatildeo para transformar paradigmas e gerar maior conscientizaccedilatildeo Natildeo

se deve pensar apenas em treinamentos que satildeo usados em geral para tarefas es-

peciacuteficas ou aplicaccedilatildeo de teacutecnicas As empresas devem investir na formaccedilatildeo dos re-

cursos humanos

bull Questionar o proacuteprio modelo de negoacutecios

bull Inserir sustentabilidade no planejamento estrateacutegico da empresa

E seraacute que eacute possiacutevel aprender a inovar De acordo com o professor Joatildeo A-

mato a inovaccedilatildeo soacute faz sentido se isso significar uma mudanccedila de mentalidade na

empresa Isso vale para induacutestria ou setor de serviccedilos ldquoNo setor financeiro temos mui-

tos exemplos de como os bancos estatildeo descobrindo novas maneira de incluir a sus-

tentabilidade em suas praacuteticas definindo criteacuterios de praacuteticas socioambientais aos

seus clientes Na realidade alguns dos grandes bancos jaacute colocaram isso no seu plano

estrateacutegicordquo conclui 27

12 ndash Sustentabilidade corporativa

Haacute vaacuterias definiccedilotildees para sustentabilidade e desenvolvimento sustentaacutevel na

literatura e organizaccedilotildees que tratam do tema arrolam outras tantas Isso decorre do

fato de a sustentabilidade ser um conceito relativamente novo possuir um caraacuteter mul-

tidisciplinar e envolver diferentes interpretaccedilotildees que refletem diferenccedilas de valor cir-

cunstacircncias localizadas e contextos especiacuteficos Aleacutem disso o conceito acaba incorpo-

rado a vaacuterios assuntos tais como a definiccedilatildeo de poliacuteticas governamentais a gestatildeo

puacuteblica regional a gestatildeo de empresas e ateacute mesmo o nosso estilo de vida (MA-

27 Internet (httpwwwhsmcombreditoriassustentabilidadeinovacao-e-ustentabilidade-de-

maos-dadas) data acesso 19072012

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WHINNEY 2002) O foco deste artigo eacute a sustentabilidade corporativa ou seja a apli-

caccedilatildeo do conceito de sustentabilidade nas empresas

Algumas empresas brasileiras vecircm sendo citadas como casos mundiais no

acircmbito de algumas das dimensotildees da sustentabilidade corporativa HART (1997)

menciona a Aracruz Celulose como uma empresa que adota a visatildeo de desenvolvi-

mento sustentaacutevel desde o iniacutecio de suas operaccedilotildees com base no modelo de reflores-

tamento das plantaccedilotildees de eucaliptos PRAHALAD (2004) apresenta o caso da Casas

Bahia como uma empresa que atende a populaccedilatildeo de baixa renda por meio de um

modelo inovador de financiamento (SEABRA LEAL e PASSOS 2005 p10) Relatam

o caso da Natura assinalando que seus principais acionistas satildeo enfaacuteticos ao afirma-

rem que a busca da sustentabilidade eacute mais do que uma estrateacutegia de negoacutecios mdash eacute

uma filosofia de vida Outros estudos acadecircmicos nessa aacuterea tambeacutem envolvem em-

presas nacionais SILVA e KULAY (2005) apresentam um caso de aplicaccedilatildeo da Avali-

accedilatildeo do Ciclo de Vida (LCA mdash Life Cycle Assessment) para analisar os potenciais

impactos ambientais do processo de fabricaccedilatildeo de fertilizantes fosfatados em uma

empresa brasileira COSTA e GOUVINHAS (2004) analisam a adoccedilatildeo das estrateacutegias

de projeto ecoloacutegico (ecodesign) no ambiente de negoacutecios de pequenas e meacutedias em-

presas brasileiras HOPKINS (2002) discute a sustentabilidade nas operaccedilotildees internas

das empresas a partir de uma pesquisa exploratoacuteria sobre a aplicaccedilatildeo de indicadores

de responsabilidade social em quatro grandes empresas no Brasil 28

13 - O conceito de sustentabilidade corporativa

Considera-se sustentabilidade corporativa como a gestatildeo empresarial que bus-

ca equilibrar as necessidades econocircmicas das empresas com a responsabilidade pelo

desenvolvimento da sociedade e preservaccedilatildeo dos recursos naturais visando atender

agraves necessidades atuais e futuras dos elementos afetados pela empresa Esses ele-

mentos mdash que satildeo ou podem ser afetados pelos efeitos das operaccedilotildees accedilotildees e deci-

28 Internet httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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sotildees da empresa mdash incluem os acionistas e funcionaacuterios clientes e consumidores

fornecedores e parceiros os recursos naturais utilizados pela empresa o meio ambi-

ente e a sociedade

A sustentabilidade corporativa estaacute associada a trecircs macro objetivos a geraccedilatildeo

de valor econocircmico a responsabilidade ambiental e a responsabilidade social A gera-

ccedilatildeo de valor econocircmico estaacute relacionada com a obtenccedilatildeo de resultados econocircmicos

positivos no presente e no futuro A responsabilidade ambiental diz respeito agrave conser-

vaccedilatildeo e ao uso sustentaacutevel dos recursos naturais E a responsabilidade social con-

templa a corresponsabilidade das empresas pelo desenvolvimento da sociedade Con-

forme ELKINGTON (1997) esses objetivos satildeo inerentes aos denominados resultados

tridimensionais da sustentabilidade (triple bottom line) As empresas que adotam a

sustentabilidade corporativa devem buscar um equiliacutebrio entre o compromisso econocirc-

mico a preservaccedilatildeo ambiental e o desenvolvimento da sociedade assumindo respon-

sabilidades pelas condiccedilotildees de vida atuais e futuras29

14 - Sustentabilidade e geraccedilatildeo de valor econocircmico

A literatura ressalta a necessidade de que as iniciativas relacionadas agrave susten-

tabilidade tragam retornos positivos para as empresas REINHARDT (1999) considera

que as justificativas para os investimentos ambientais realizados pelas empresas de-

vem ser similares aos demais investimentos Nesse sentido os investimentos em ges-

tatildeo ambiental devem auferir retornos financeiros positivos ou conduzir agrave reduccedilatildeo dos

riscos SENGE e CARSTEDT (2001) satildeo mais enfaacuteticos ao considerar que o desafio

atual reside em desenvolver negoacutecios sustentaacuteveis compatiacuteveis com a realidade eco-

nocircmica Segundo esses autores novos modelos de negoacutecios e produtos inovadores

no acircmbito da sustentabilidade precisam necessariamente acarretar resultados finan-

ceiros satisfatoacuterios para se viabilizarem

Os benefiacutecios decorrentes das accedilotildees de sustentabilidade podem ser tangiacuteveis

ou intangiacuteveis Willard (2002) identifica potenciais benefiacutecios tangiacuteveis como aqueles

associados agrave reduccedilatildeo de custos na manufatura agrave reduccedilatildeo de custos comerciais ao

aumento do faturamento e ao aumento da participaccedilatildeo no mercado Como benefiacutecios

intangiacuteveis considera a maior facilidade na contrataccedilatildeo de talentos a maior retenccedilatildeo

29 Internet httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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dos principais talentos o aumento da produtividade dos funcionaacuterios a reduccedilatildeo dos

riscos e as maiores facilidades de financiamento NEMLI (2004) considera que os be-

nefiacutecios devem ser mensurados ao longo de trecircs dimensotildees reduccedilatildeo de custos e au-

mento da lucratividade aumento da reputaccedilatildeo e criaccedilatildeo de diferenciaccedilatildeo crescimento

da empresa em termos de capacidade de inovaccedilatildeo e uso de tecnologias limpas

A perspectiva de geraccedilatildeo de valor econocircmico estaacute acoplada a uma visatildeo mais holiacutesti-

ca do bom funcionamento da economia Nesse sentido HAWKEN LOVINS e LOVINS

(1999) consideram que o capitalismo natural pode ser o gatilho para a proacutexima revo-

luccedilatildeo industrial em que quatro tipos de capital sustentam o bom funcionamento da

economia o capital humano (pessoas conhecimento e cultura) o capital financeiro

(caixa investimentos e instrumentos monetaacuterios) o capital industrial (infra estrutura

faacutebricas e maacutequinas) e o capital natural (recursos naturais sistemas de vida e ecossis-

tema) Conforme SENGE e CARSTEDT (2001) a geraccedilatildeo de valor econocircmico por

empresas sustentaacuteveis depende de forma ampla da adoccedilatildeo de uma realidade eco-

nocircmica que conecta a induacutestria a sociedade e o meio ambiente Por outro lado mes-

mo na realidade atual a reduccedilatildeo do desperdiacutecio e do fluxo destrutivo dos recursos

pode representar uma importante oportunidade de negoacutecios (LOVINS LOVINS e

HAWKEN 1999) 30

15 - Sustentabilidade e responsabilidade ambiental

Vaacuterios autores assinalam a importacircncia da questatildeo da estrateacutegia ambiental das

empresas no acircmbito da sustentabilidade corporativa HART (1997) considera a polui-

ccedilatildeo a exaustatildeo dos recursos naturais e a pobreza como os principais desafios da sus-

tentabilidade Segundo o autor a estrateacutegia ambiental das empresas em geral evolui

segundo trecircs estaacutegios prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo produtos ambientalmente corretos e

produccedilatildeo limpa Aleacutem disso uma estrateacutegia ambiental integrada natildeo deve direcionar-

se somente para o desenvolvimento de competecircncias internas mas tambeacutem conside-

rar o relacionamento com os clientes fornecedores outras empresas agentes gover-

30 Internet

(httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext)

data de acesso 2107201230

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namentais e acionistas Da mesma forma BARBIERI (2004) cita trecircs abordagens para

a gestatildeo ambiental empresarial controle da poluiccedilatildeo prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo e abor-

dagem estrateacutegica A prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo incorpora duas preocupaccedilotildees ambientais

principais o uso sustentaacutevel dos recursos e o controle da poluiccedilatildeo Os instrumentos

tradicionais para o uso sustentaacutevel dos recursos satildeo referenciados pelo autor como

4Rs reduccedilatildeo da poluiccedilatildeo na fonte reutilizaccedilatildeo reciclagem e recuperaccedilatildeo energeacutetica

HOFFMAN (2000) sugere que a estrateacutegia ambiental determine o alinhamento

entre a proteccedilatildeo ambiental e o crescimento econocircmico da empresa O desenvolvimen-

to da estrateacutegia ambiental deve analisar os concorrentes os parceiros os produtos as

mateacuterias-primas as perdas e os resiacuteduos da empresa O autor considera que a estra-

teacutegia ambiental pode ser direcionada por quatro fatores o mercado (composto pelos

consumidores associaccedilotildees concorrentes e consultores) os provedores de recursos

(clientes seguradoras fornecedores bancos e investidores) os elementos coercivos

(regulamentos locais legislaccedilatildeo internacional) e os elementos sociais (instituiccedilotildees

religiosas organizaccedilotildees natildeo-governamentais comunidade mundo acadecircmico im-

prensa e poder judiciaacuterio) 31

16 - Sustentabilidade e responsabilidade social

Os defensores da responsabilidade social argumentam que as empresas de-

vem assumir um compromisso com o desenvolvimento da sociedade As empresas

devem executar accedilotildees para fomentar o desenvolvimento social a inclusatildeo social e

contribuir para a melhoria das condiccedilotildees de vida da populaccedilatildeo mais necessitada Al-

guns autores consideram que essas atividades natildeo satildeo puramente filantroacutepicas uma

vez que as empresas podem auferir benefiacutecios de negoacutecios em funccedilatildeo delas Outros

sugerem ainda que a responsabilidade social esteja associada agrave proacutepria estrateacutegia

empresarial por exemplo SEABRA LEAL e PASSOS (2005) assinalam que os prin-

31 ) Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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cipais acionistas da Natura consideram que a responsabilidade social estaacute intimamen-

te ligada agrave estrateacutegia de negoacutecios da empresa

PRAHALAD e HAMMOND (2002) observam que aproximadamente 65 da

populaccedilatildeo mundial mdash cerca de quatro bilhotildees de pessoas mdash ganham menos do que

2000 USDano Esse eacute um mercado praticamente inexplorado pelas empresas multi-

nacionais Segundo os autores as empresas que desejam entrar nesse mercado de-

vem repensar seus modelos de negoacutecios praacuteticas gerenciais e indicadores de desem-

penho Eacute um mercado de novas fontes de receita que exige melhoria na eficiecircncia

operacional e fomento da inovaccedilatildeo A atuaccedilatildeo bem-sucedida para atender agrave denomi-

nada populaccedilatildeo na base da piracircmide pode trazer resultados econocircmicos positivos agraves

empresas e simultaneamente contribuir para a melhoria das condiccedilotildees de vida das

pessoas economicamente menos favorecidas

PORTER e KRAMER (2002) consideram que eacute possiacutevel agraves empresas obterem

a convergecircncia de interesses entre as atividades filantroacutepicas e os objetivos de negoacute-

cios A filantropia pode oferecer oportunidades para as empresas melhorarem seu

contexto competitivo considerando que as atividades filantroacutepicas podem potencial-

mente atuar sobre quatro elementos inter-relacionados da competitividade empresari-

al na disponibilidade dos insumos de produccedilatildeo nas condiccedilotildees de demanda nas con-

diccedilotildees de competiccedilatildeo e rivalidade e na presenccedila das induacutestrias de insumos e suporte

Nesse sentido a filantropia deveria ser considerada uma abordagem claramente estra-

teacutegica pelas empresas WADDOCK e SMITH (2000) adotam um raciociacutenio similar

afirmando que a responsabilidade social e o desempenho corporativo financeiro an-

dam juntos e natildeo como trade-offs

HALL et al (2005) constatam que algumas empresas podem ser socialmente

vulneraacuteveis Segundo esses autores a vulnerabilidade social eacute atribuiacuteda agraves empresas

que apresentam grande importacircncia estrateacutegica para o desenvolvimento econocircmico e

social dos paiacuteses onde operam Eles citam empresas cujo papel extrapola a criaccedilatildeo de

valor aos acionistas sendo consideradas como orgulhos nacionais para seus paiacuteses

Satildeo citadas como exemplos a Siemens na Alemanha a Toyota no Japatildeo a Embraer

no Brasil e a Bombardier no Canadaacute Aleacutem da questatildeo econocircmica essas empresas

desempenham importante papel social em seus respectivos paiacuteses Outras empresas

45

brasileiras tambeacutem poderiam ser citadas como a Petrobras a Companhia Vale do Rio

Doce o Bradesco entre outras 32

2 - Gestatildeo da inovaccedilatildeo para a sustentabilidade

A busca da inovaccedilatildeo e a gestatildeo da inovaccedilatildeo em geral satildeo mediadas por as-

pectos essencialmente econocircmicos e estrateacutegicos Entretanto na medida em que ou-

tras restriccedilotildees compotildeem o ambiente de atuaccedilatildeo das empresas outros fatores podem

impulsionar a inovaccedilatildeo Isso tambeacutem eacute vaacutelido ao se considerarem aspectos de susten-

tabilidade como condicionantes da inovaccedilatildeo

HART e CHRISTENSEN (2002) sugerem que as inovaccedilotildees radicais podem

pavimentar o caminho para as empresas combinarem um crescimento sustentaacutevel

com responsabilidade social HART e MILTEIN (1999) consideram que os desafios

impostos pela sustentabilidade global podem atuar como catalisadores para um novo

estaacutegio de destruiccedilatildeo criativa das empresas Eles associam a preocupaccedilatildeo ecoloacutegica

com melhorias contiacutenuas e a sustentabilidade global com melhorias radicais Nesse

sentido argumentam que a sustentabilidade pode criar oportunidades sem preceden-

tes agraves empresas O raciociacutenio de SENGE e CARSTEDT (2001) eacute similar Esses auto-

res consideram que o foco restrito na eficiecircncia ecoloacutegica pode distrair as empresas da

busca de produtos e modelos de negoacutecios radicalmente diferentes dos atuais Eacute a sus-

tentabilidade global que iraacute motivar as empresas a procurarem novos modelos men-

tais a enfatizarem a aprendizagem e atentarem para a gestatildeo de mudanccedilas

PORTER e VAN DER LINDE (1995) consideram que as regulamentaccedilotildees am-

bientais impotildeem pressotildees competitivas nas empresas motivando-as a inovar VOL-

LENBROEK (2002) propotildee um processo que direciona a inovaccedilatildeo para o desenvolvi-

mento da sustentabilidade denominado gestatildeo da transiccedilatildeo Ele considera que a ino-

vaccedilatildeo natildeo gera automaticamente o progresso da sociedade pois precisa ser condi-

cionada para tanto Os esforccedilos para o desenvolvimento sustentaacutevel precisam ser di-

recionados pela sociedade e esta participa das decisotildees visando obter um balancea-

mento adequado entre os objetivos econocircmicos ecoloacutegicos e sociais A inovaccedilatildeo seraacute

decorrecircncia

32 Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

46

HALL e VREDENBURG (2003) afirmam que os gestores tecircm dificuldades para

lidar com as pressotildees do desenvolvimento sustentaacutevel Eles consideram que as estra-

teacutegias de inovaccedilatildeo das empresas geralmente satildeo inadequadas para acomodar as

complexidades e incertezas inerentes agraves novas demandas impostas pelo desenvolvi-

mento sustentaacutevel Dessa forma sugerem que a estrateacutegia empresarial integre tam-

beacutem os objetivos da inovaccedilatildeo e do desenvolvimento sustentaacutevel Em contraponto agrave

abordagem tradicional da inovaccedilatildeo ditada pelo mercado propotildeem que as empresas

adotem a inovaccedilatildeo para o desenvolvimento sustentaacutevel que incorpora as restriccedilotildees

sociais e as pressotildees ambientais bem como contempla as necessidades das futuras

geraccedilotildees Como seraacute visto no texto que segue a inovaccedilatildeo foi tambeacutem um ingrediente

essencial para o desenvolvimento e o sucesso do projeto estudado na presente pes-

quisa33

CONCLUSAtildeO

O objetivo desse estudo foi verificar e compreender o conceito de inovaccedilatildeo e a

sua aplicabilidade nas organizaccedilotildees assim como a vantagem competitiva no modelo

de negoacutecio por meio da co-criaccedilatildeo de valor

33 Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data acesso 21072012

47

Inovaccedilatildeo e criatividade satildeo essenciais para o continuo desenvolvimento e competi-

tividade de uma naccedilatildeo

Coisas boas acontecem quando o pensamento inovador comeccedila ele poderaacute

ajudar a criar novos produtos melhoria nos processos novas tecnologias tornando

a empresa mais competitiva Tomando conhecimento da grande variedade de produ-

tos e serviccedilos oferecidos pelas organizaccedilotildees pode se observar que nem sempre se

chega ao resultado em melhores experiecircncias de consumo nesse cenaacuterio certas em-

presas adotam a co-criaccedilatildeo de valor ndash participaccedilatildeo do cliente no processo produtivo ndash

para inovar no modelo de negoacutecio agregando valor a sua oferta buscando assim se

diferenciar das demais empresas Apesar da inovaccedilatildeo indicar um caminho seguro

para obter vantagem competitiva sustentaacutevel e defender posiccedilotildees estrateacutegicas no

mercado o seu sucesso natildeo eacute garantido necessitando que os gestores conheccedilam e

compreendam a dinacircmica dos processos da gestatildeo da inovaccedilatildeo dentro de suas orga-

nizaccedilotildees e realidades especiacuteficas

O modelo de organizaccedilatildeo inovadora sustentaacutevel eacute uma resposta agraves pressotildees

institucionais por uma organizaccedilatildeo que seja capaz de inovar com eficiecircncia em termos

econocircmicos mas com responsabilidade social e ambiental Esse tipo de organizaccedilatildeo

busca vantagem competitiva desenvolvendo produtos serviccedilos processos e negoacutecios

novos ou modificados com base nas dimensotildees social ambiental e econocircmica Ela

reuacutene duas caracteriacutesticas essenciais eacute inovadora e orientada para a sustentabilidade

Tendo em vista o fenocircmeno do isomorfismo institucional (concentraccedilatildeo de for-

mas organizacionais nos diversos setores produtivos) o modelo das organizaccedilotildees

inovadoras sustentaacuteveis vem ganhando rapidamente cada vez mais espaccedilo nas em-

presas liacutederes Esses fatos permitem dizer que o movimento do desenvolvimento sus-

tentaacutevel eacute um dos movimentos mais importantes do nosso tempo e a julgar pela vita-

lidade dos fatores institucionais presentes em praticamente todo o mundo pode-se

inferir que ele continuaraacute se propagando por muitas deacutecadas

Desse modo o aprimoramento dos modelos de organizaccedilatildeo sustentaacuteveis as

diversas formas da sua institucionalizaccedilatildeo em acircmbito global o desenvolvimento de

tecnologias sustentaacuteveis a gestatildeo de inovaccedilotildees para o desenvolvimento sustentaacutevel

seratildeo temas cada vez mais importantes nos estudos futuros Como o sistema opera-

cional produtivo e as inovaccedilotildees de produto e de processo ao atender as trecircs dimen-

sotildees da sustentabilidade devem gerar ganhos para o meio ambiente em termos de

reduccedilatildeo no uso de recursos e de emissotildees de poluentes o aumento da produccedilatildeo pelo

incitamento agrave demanda por novos produtos pode neutralizar ou ateacute superar esses ga-

nhos Levar em conta essa possibilidade dando-lhe um tratamento adequado eacute um dos

48

maiores desafios para o alinhamento das empresas ao modelo de organizaccedilatildeo inova-

dora sustentaacutevel

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20de2520Inova25E725E3o2FArtigos2FInova25E725E3odocampei=Ex32T

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PRAHALAD C K RAMASWAMY Venkatram O futuro da competiccedilatildeo como desen-

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Elsevier 2004

  • AGRADECIMENTOS
  • CAPIacuteTULO III- Aspectos da inovaccedilatildeo e sustentabilidade37
  • Inovaccedilatildeo e sustentabilidade37
  • 32 - Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva
  • 33 - Como implementar vantagem competitiva
  • 34 - Como criar valor e vantagem competitiva
Page 17: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · duzir os processos de inovação dentro da organização. 6 ... CAPÍTULO I - Estrutura da criação de valor e inovação.....11

17

ccedilatildeo dentro de uma empresa sem alteraccedilatildeo na estrutura industrial FREEMAN (1988)

Inuacutemeros satildeo os exemplos de inovaccedilotildees incrementais muitas delas imperceptiacuteveis

para o consumidor podendo gerar crescimento da eficiecircncia teacutecnica aumento da pro-

dutividade reduccedilatildeo de custos aumento de qualidade e mudanccedilas que possibilitem a

ampliaccedilatildeo das aplicaccedilotildees de um produto ou processo A otimizaccedilatildeo de processos de

produccedilatildeo o design de produtos ou a diminuiccedilatildeo na utilizaccedilatildeo de materiais e compo-

nentes na produccedilatildeo de um bem podem ser considerados inovaccedilotildees incrementais

Ateacute pouco tempo era grande a rigidez para caracterizar o processo de inovaccedilatildeo suas

fontes de geraccedilatildeo e formas como se realiza e difunde

Evidentemente que a compreensatildeo do processo de inovaccedilatildeo estaacute estreitamen-

te influenciada pelas caracteriacutesticas dominantes de contextos histoacuterico-econocircmicos

especiacuteficos Atualmente aspectos negligenciados por natildeo terem relevacircncia nos periacuteo-

dos em questatildeo comeccedilam a ser plenamente reconhecidos como de papel fundamental

para o ecircxito do processo inovador Agrave medida que melhor se conhecem as especifici-

dades da geraccedilatildeo e difusatildeo de inovaccedilatildeo mais se sabe sobre sua importacircncia para

que empresas e paiacuteses reforcem sua competitividade na economia mundial7

21 ndash Processos de inovaccedilatildeo nas organizaccedilotildees

DAMANPOUR (1984) em seu estudo sobre inovaccedilatildeo e desempenho organiza-

cional em bibliotecas puacuteblicas americanas conceitua inovaccedilatildeo como uma resposta agrave

mudanccedila ambiental ou ainda os meios que permitem ou viabilizam a mudanccedila em

uma organizaccedilatildeo Para ele as empresas podem enfrentar as mudanccedilas ambientais

natildeo apenas com novas tecnologias mas tambeacutem incorporando mudanccedilas teacutecnicas

eou administrativas em sua estrutura Assim sendo inovaccedilotildees no plano organizacio-

nal envolvem a implantaccedilatildeo de ideias novas teacutecnicas ou administrativas Espera-se a

partir disso mudanccedilas estruturais que afetem o desempenho da organizaccedilatildeo Esque-

maticamente portanto pode-se entender a inovaccedilatildeo como a ferramenta que quando

introduzida em contexto organizacional gera mudanccedila

7Internet httpwwwliincufrjbrfrattachments055_saritalivropdfpage=122) data de acesso

03062012

18

Segundo DAMANPOUR (1984) define desempenho como a habilidade que

uma organizaccedilatildeo tem de bem utilizar todos os quatro processos sistecircmicos (inputs

outputs transformaccedilotildees e efeitos de retroalimentaccedilatildeo) relacionados ao alcance de

metas organizacionais Uma organizaccedilatildeo de alto desempenho cumpriraacute suas tarefas

primaacuterias de modo eficiente e realizaraacute suas funccedilotildees de manutenccedilatildeo e adaptaccedilatildeo or-

ganizacional de forma efetiva A funccedilatildeo de adaptaccedilatildeo requer que a estrutura da orga-

nizaccedilatildeo sofra mudanccedilas para encontrar novas condiccedilotildees ambientais

Organizaccedilotildees inovadoras tendem natildeo apenas a se adaptar agrave mudanccedila mas

tambeacutem a usar seus recursos para criar novas condiccedilotildees ambientais pela introduccedilatildeo

de novos produtos ou serviccedilos nunca antes oferecidos Inovaccedilotildees assim seriam mei-

os de prover mudanccedilas internas ou externas e tambeacutem de aperfeiccediloar o desempenho

organizacional

Os sistemas gerenciais de acordo com a abordagem soacutecio teacutecnico satildeo consti-

tuiacutedos de um ldquocorpusrdquo social (neste ponto se faz um paralelo com as inovaccedilotildees admi-

nistrativas) e de um ldquocorpusrdquo teacutecnico (corresponde agraves inovaccedilotildees teacutecnicas) e portanto

se enfatiza o papel do ldquocorpusrdquo social e teacutecnico na efetiva operaccedilatildeo de uma organiza-

ccedilatildeo e sugerem que a concentraccedilatildeo em apenas um sistema resulta em baixo desem-

penho organizacional Sistemas sociais e teacutecnicos precisam assim funcionar de forma

balanceada O relacionamento entre os sistemas social e teacutecnico eacute de correlaccedilatildeo ou

seja qualquer mudanccedila em qualquer um dos sistemas leva as determinadas restri-

ccedilotildees ou modificaccedilotildees ao outro8

22 ndash Funccedilotildees tiacutepicas no processo de inovaccedilatildeo

Eacute funccedilatildeo tiacutepica no processo de inovaccedilatildeo a captaccedilatildeo de sinais proveniente do

campo em ambiente direto e o monitoramento do ambiente externo indireto A partir

das etapas anteriores busca-se identificar elementos onde os clientes natildeo estejam

sendo atendidos satisfatoriamente ou oportunidades natildeo exploradas gap de desem-

penho Os clientes natildeo vatildeo responder a perguntas sobre o uso ou natildeo de um determi- 8Inter-

net(httpwwwgooglecombrurlsa=tamprct=jampq=ampesrc=sampsource=webampcd=1ampved=0CEsQFjA

Aampurl=http3A2F2Fwwwfespprbr2F~bastosjr2FGest25E3o2520de2520Inova

25E725E3o2FArtigos2FInova25E725E3odocampei=Vhr2T9qvHaez6wHo16zYBgampusg=

AFQjCNEz7MKNTbjYj81PrvG) data de acesso 03062012

19

nado produto principalmente se este for desconhecido Eacute necessaacuterio conhecer o am-

biente em que se vivem compreender suas carecircncias

Outra funccedilatildeo necessaacuteria eacute a geraccedilatildeo de alternativas viaacuteveis que respondam agraves

demandas ambientais e a seleccedilatildeo com base em criteacuterios coerentes com os objetivos

estrateacutegicos da organizaccedilatildeo previamente estabelecidos

Natildeo se pode deixar de mencionar a concepccedilatildeo e o desenvolvimento das ino-

vaccedilotildees a gestatildeo da implantaccedilatildeo destas inovaccedilotildees e respectiva coordenaccedilatildeo

Aleacutem destes um outro aspecto fundamental eacute o controle do processo ou seja

a definiccedilatildeo de indicadores que permitam avaliar e medir os resultados na medida em

que estes acontecem Os instrumentos de medida da inovaccedilatildeo devem conforme

KUCZMARSKI (1998) obedecer agraves seguintes categorias empresa (carteira de novos

produtos investimentos apuraccedilatildeo de resultados) das equipes (planejamento taxas

de sucesso e sobrevivecircncia variaccedilotildees orccedilamentaacuterias retorno financeiro) e individual

(contribuiccedilatildeo de cada membro no desempenho da equipe) Vale lembrar que inovaccedilatildeo

e mudanccedila levam tempo os indiviacuteduos devem esperar permanecer em suas funccedilotildees

pelo tempo suficiente para influenciar os indicadores de desempenho tanto de curto

quanto de longo prazo 9

23 ndash Como implantar cultura de inovaccedilatildeo na organizaccedilatildeo

Inovaccedilatildeo tem de fazer parte da mentalidade dos funcionaacuterios em todos os niacute-

veis Evidentemente a forma mais eficiente de implantar uma mudanccedila na empresa

se daacute quando o exemplo vem de acima Se natildeo estatildeo convencidos da importacircncia da

inovaccedilatildeo os dirigentes sempre encontraratildeo formas de derrubar ideias mais arrisca-

das No entanto se as lideranccedilas tomam a iniciativa a nova cultura eacute absorvida com

muito mais facilidade pela organizaccedilatildeo

Os profissionais do primeiro escalatildeo contudo natildeo podem ter a obrigaccedilatildeo de

ser os uacutenicos ou principais geradores das ideias inovadoras Os comandantes preci-

9Internet

(httpwwwgooglecombrurlsa=tamprct=jampq=ampesrc=sampsource=webampcd=4ampved=0CFkQFjADampurl=http

3A2F2Fwwwfespprbr2F~bastosjr2FGest25E3o2520de2520Inova25E725E3o2FArtigo

s2FInova25E725E3odocampei=sSb2T8eqDYro0QGO7OSLBwampusg=AFQjCNEz7MKNTbjYj81P) data

de acesso 04062012

20

sam de aliados O papel dos gerentes e diretores tambeacutem eacute fundamental num pro-

cesso de mudanccedila de cultura eles satildeo os verdadeiros responsaacuteveis por criar um am-

biente que estimule as pessoas a arriscar investindo em novos produtos bancando

ideias que tecircm maturaccedilatildeo de longo prazo e criando uma comunicaccedilatildeo eficiente

Nem mesmo os profissionais de atuaccedilatildeo operacional podem fugir da responsa-

bilidade A dificuldade para inovar eacute maior em departamentos mais fechados e norma-

tizados como os administrativos ou naqueles em que a precisatildeo eacute fundamental como

a produccedilatildeo de um remeacutedio Mas eles tambeacutem precisam aprender a ver as oportuni-

dades natildeo convencionais ndash haacute pequenas melhorias capazes de desencadear uma

importante inovaccedilatildeo

A responsabilidade eacute de todos da alta gerecircncias aos departamentos operacio-

nais O desafio eacute fazer todos assumirem um compromisso com a praacutetica real da ino-

vaccedilatildeo 10

ldquoInovaccedilatildeo eacute a mensagem do momento Natildeo se trata de mais recursos mas em

como usaacute-los Em um mundo que atravessa crises financeiras a todo momento e que

exige sempre mais recursos naturais os inovadores e os criativos satildeo os que conse-

guem transformar as adversidades em oportunidades de crescimentordquo (STEVE

JOBS Inovaccedilatildeo A arte de Steve Jobs 2010 p154)

24 ndash Organizaccedilotildees inovadoras sustentaacuteveis

Organizaccedilatildeo inovadora eacute a que introduz novidades de qualquer tipo em bases

sistemaacuteticas e colhe os resultados esperados BARBIERI (2007) p88) A expressatildeo

bases sistemaacuteticas significa a realizaccedilatildeo de inovaccedilotildees com autonomia intencionali-

dade e pro atividade Assim a inovaccedilatildeo eacute um elemento essencial do modus operan-

di dessa organizaccedilatildeo o que pressupotildee que ela desenvolva continuamente recursos

tangiacuteveis e intangiacuteveis para inovar permanentemente Organizaccedilatildeo sustentaacutevel eacute a

que simultaneamente procura ser eficiente em termos econocircmicos respeitar a capaci-

dade de suporte do meio ambiente e ser instrumento de justiccedila social promovendo a

inclusatildeo social a proteccedilatildeo agraves minorias e grupos vulneraacuteveis o equiliacutebrio entre os gecirc-

neros etc (BARBIERI 2007 p98-99) 10 Internet (httpbooksgooglecombrbookshl=pt-BRamplr=ampid=jnka43VmmwsCampoi=fndamppg=PA34ampdq=como+implantar+uma+cultura+de+inovaccedilatildeo+na+organiza-ccedilatildeoampots=KRvAPG4C6kampsig=rzqbLGM4sLvsQL26N0gLqfOTPOAv=onepageampq=como20implantar20uma20cultura) data de acesso 04062012

21

Os dois conceitos de organizaccedilatildeo podem entrar em contradiccedilatildeo pois inovar em

bases sistemaacuteticas pode se tornar sinocircnimo de degradaccedilatildeo sistemaacutetica do meio ambi-

ente e da vida social Assim uma organizaccedilatildeo inovadora sustentaacutevel natildeo eacute a que

introduz novidades de qualquer tipo mas novidades que atendam as muacuteltiplas dimen-

sotildees da sustentabilidade em bases sistemaacuteticas e colham resultados positivos para

ela para a sociedade e o meio ambiente BARBIERI (2007) p105 Natildeo basta para as

empresas apenas inovar constantemente mas inovar considerando as trecircs dimen-

sotildees da sustentabilidade a saber

bull dimensatildeo social - preocupaccedilatildeo com os impactos sociais das inovaccedilotildees nas

comunidades humanas dentro e fora da organizaccedilatildeo (desemprego exclusatildeo

social pobreza diversidade organizacional etc)

bull dimensatildeo ambiental - preocupaccedilatildeo com os impactos ambientais pelo uso de

recursos naturais e pelas emissotildees de poluentes

bull dimensatildeo econocircmica - preocupaccedilatildeo com a eficiecircncia econocircmica sem a qual

elas natildeo se perpetuariam Para as empresas essa dimensatildeo significa obtenccedilatildeo

de lucro e geraccedilatildeo de vantagens competitivas nos mercados onde atuam

O atendimento a essas dimensotildees torna o processo de inovaccedilatildeo mais sofisti-

cado e exigente o que requer da organizaccedilatildeo um maior esforccedilo para atender tecnica-

mente esse requisito Isso leva novas perspectivas para a gestatildeo da inovaccedilatildeo11

Com intuito de tornar o processo de adequaccedilatildeo agraves prerrogativas impostas agraves

companhias ditas inovadoras quanto mais simplificado e dirigido melhor A seguir eacute

apresentado um conjunto de proposiccedilotildees para o desenvolvimento de empresas com

esta caracteriacutestica o pressuposto baacutesico necessaacuterio eacute o fomento de equipes de traba-

lho com a mentalidade para a inovaccedilatildeo Neste sentido cabem agraves organizaccedilotildees agraves

pessoas e agraves tarefas o papel de suscitar o aparecimento e a manutenccedilatildeo de tais e-

quipes SBRAGIA (1993)

25 - A Inovaccedilatildeo como funccedilatildeo de aprendizagem organizacional

11Internet(httpwwwscielobrscielophppid=S0034-

75902010000200002ampscript=sci_arttext) data de acesso 04062012

22

Pelo fato da inovaccedilatildeo ser destrutiva para muitos grupos consolidados ela en-

frentaraacute resistecircncia A inovaccedilatildeo eacute o oposto da operaccedilatildeo e seraacute portanto ignorada O

desenho ou arranjo organizacional poderaacute facilmente superar ao menos minimizar

estes e outros obstaacuteculos GALBRAITH (1998) Este comportamento acentua-se em

organizaccedilotildees protegidas de concorrecircncia (universidades ateacute algum tempo atraacutes oacuter-

gatildeos governamentais etc) Pesquisas realizadas por TUSHMAN e NADLER (1998)

apontam que organizaccedilotildees altamente inovadoras satildeo sistemas de aprendizado alta-

mente eficazes aleacutem de possuir um senso de autocriacutetica bastante apurada

Empresas eficazes criam condiccedilotildees possiacuteveis para que o trabalho de hoje seja

feito paralelo com a geraccedilatildeo constante de inovaccedilatildeo ou seja a inovaccedilatildeo sustentada

por mais paradoxal que possa parecer exige ao mesmo tempo estabilidade e mudan-

ccedila A estabilidade possibilita economias de escala e aprendizado incremental por ou-

tro lado a mudanccedila e a experimentaccedilatildeo satildeo necessaacuterias agrave conquista de avanccedilos nas

aacutereas de produto processo e tecnologia

Companhias que conseguem ao mesmo tempo produzir cotidianamente e estar

alerta e vigilante aos clientes concorrentes tecnologias e competecircncia interna fo-

mentam e estimulam o aprendizado organizacional e a inovaccedilatildeo sustentada

Segundo TUSHMAN e NADLER (1998) inovaccedilatildeo eacute um trabalho complexo e

estimulante a rupturas pois exige estreita colaboraccedilatildeo entre membros que rotineira-

mente se encontram bastante separados Embora os mecanismos da organizaccedilatildeo

formal facilitem o aprendizado e a inovaccedilatildeo corporativa a criatividade individual pro-

veacutem de um ambiente informal saudaacutevel

Um claro conjunto de valores essenciais ajuda a focalizar e motivar o compor-

tamento Empresas inovadoras tecircm valores claros que fornecem foco num cenaacuterio

repleto de diversidade como tambeacutem um objetivo comum que possa ter a concor-

dacircncia dos mais diferentes atores envolvidos

Em adiccedilatildeo com os valores essenciais cultuados em uma organizaccedilatildeo as nor-

mas proporcionam referenciais de comportamentos claros satildeo os comportamentos

aguardados De um modo geral organizaccedilotildees inovadoras enfatizam a informalidade

no comportamento no vestuaacuterio e nas relaccedilotildees hieraacuterquicas com elevadas expectati-

vas de desempenho e de trabalho individual e do grupo fortes viacutenculos informais den-

tro e fora da organizaccedilatildeo

23

Organizaccedilotildees altamente inovadoras geram com destreza as sutilezas da re-

compensa e da puniccedilatildeo onde as pessoas podem assumir riscos colher as recompen-

sas pelo sucesso e sobreviver a fracassos construtivos

A representaccedilatildeo de papeacuteis funcionais tem atribuiccedilatildeo fundamental no desenvol-

vimento e conduccedilatildeo do processo de gestatildeo da inovaccedilatildeo Entre eles podemos mencio-

nar um os geradores de ideias pois as interligam com as tendecircncias e mercados

desenvolvendo oportunidades para as organizaccedilotildees dois os empreendedores internos

tornam concretas as ideias possuem agressividade energia e personalidade propen-

sas a assumir riscos para defender suas causas

Aqui aparece a figura dos trecircs ldquogate keepersrdquo (guardiotildees do portatildeo) que ligam

organizaccedilatildeo e seus colegas agraves frentes externas de informaccedilatildeo que satildeo vitais para a

inovaccedilatildeo pois obtecircm traduzem e distribuem estas informaccedilotildees no acircmbito interno da

organizaccedilatildeo Os quatros patrocinadores ou mentores satildeo gerentes de alto niacutevel que

datildeo apoio informal acesso aos recursos e a proteccedilatildeo no surgimento de novos produ-

tos ou negoacutecios Esses personagens atuando conjuntamente representam o ldquogecircnio

coletivordquo da organizaccedilatildeo que consiste na soma das capacidades pessoais em clima

motivacional gerando resultados mensuraacuteveis substituindo o gecircnio individual predo-

minante ateacute o seacuteculo passado conforme DE MASI (1998) Uma vez que o gecircnio indi-

vidual pode ateacute existir mas eacute difiacutecil de ser encontrado

Segundo GALBRAITH (1998) algumas pessoas que satildeo boas em inovaccedilatildeo e

criatividade mas natildeo satildeo necessariamente boas em operaccedilatildeo Portanto o desenho

organizacional contribui para a criaccedilatildeo de uma organizaccedilatildeo inovadora na medida em

que promove o encontro sistemaacutetico entre os geradores de ideias e aqueles que po-

dem defendecirc-las e colocaacute-las em praacutetica12

CAPIacuteTULO II 12 Internet

(httpwwwgooglecombrurlsa=tamprct=jampq=ampesrc=sampsource=webampcd=1ampsqi=2ampved=0CEwQFjAAampu

rl=http3A2F2Fwwwfespprbr2F~bastosjr2FGest25E3o2520de2520Inova25E725E3o2

FArtigos2FInova25E725E3odocampei=Ex32T_meBObb6wGds-29Bgampusg=AFQjC) data de acesso

04062012

24

DESENVOLVIMENTO DA CRIATIVIDADE

1 ndash Capital Intelectual

Com o mercado cada vez mais exigente as empresas vecircm sentindo a necessi-

dade de investir mais em recursos humanos acrescentando a seu capital o conheci-

mento originado atraveacutes do investimento em capital humano qualificado o qual agrega

agraves empresas recursos de fundamental importacircncia No entendimento de Stewart

(2004) o capital intelectual eacute um bem intangiacutevel podendo-se afirmar que eacute um dos

fatores mais importantes da vida de uma organizaccedilatildeo Jaacute para (DRUCKER (apud

MONTEIRO 2007 p17) o capital intelectual eacute ldquo[] a soma do conhecimento de todos

de uma empresa o que lhe proporciona vantagem competitivardquo

CHIAVENATO (2004) afirma que no mundo complexo e competitivo de hoje a

escolha das pessoas certas se torna vital para o bom funcionamento da empresa

Para STEWART (2004) o capital intelectual corresponde ao conjunto de co-

nhecimentos e informaccedilotildees encontrados nas organizaccedilotildees que agregam valor ao pro-

duto ou serviccedilo mediante a aplicaccedilatildeo da inteligecircncia e natildeo do capital monetaacuterio ao

empreendimento sendo o capital intelectual gerador de capacidades conhecimento

habilidades e experiecircncias individuais dos funcionaacuterios para realizaccedilatildeo de tarefas

O capital intelectual eacute algo tatildeo valioso dentro de uma organizaccedilatildeo que eacute atra-

veacutes dele que se podem ter grandes inovaccedilotildees transformaccedilotildees tecnoloacutegicas resolu-

ccedilotildees de problemas gestatildeo eficiente lucratividade e sucesso melhorados Um colabo-

rador que possui seu capital intelectual estimulado atraveacutes da motivaccedilatildeo seraacute mais

bem aproveitado pela empresa uma vez que se sente incluiacutedo valorizado simpatizan-

te e livre para gerir suas ideias de uma forma mais aguccedilada

CHIAVENATO (2004) diz que o capital humano eacute constituiacutedo das pessoas que

fazem parte de uma organizaccedilatildeo Capital humano significa talentos que precisam ser

mantidos e desenvolvidos Mais do que isso capital humano significa capital intelectu-

al

Para MONTEIRO (2007) o ser humano eacute o maior bem de uma empresa pois eacute

ele o principal instrumento de seu sucesso ou fracasso uma vez que o capital intelec-

tual eacute algo exclusivo do ser humano Pode-se entatildeo descrever que ele eacute o raciociacutenio

humano elaborado acrescido do ambiente onde estaacute inserido

25

MONTEIRO (2007) comenta que dentro das organizaccedilotildees o capital intelectual

pode ser diferenciado dos demais capitais porque ele cresce quando compartilhado

com os do mesmo grupo e natildeo se deprecia com o uso Ao contraacuterio dos outros ativos

o seu valor decorre do uso O capital intelectual eacute enfatizado como o conjunto de in-

formaccedilotildees e conhecimentos encontrados nas organizaccedilotildees onde agregam ao produto

eou serviccedilos valores mediante a aplicaccedilatildeo da inteligecircncia e natildeo do capital monetaacuterio

Devido a sua grande representatividade nas empresas o capital intelectual natildeo deve

ser subestimado nem utilizado de forma ineficiente acarretando em um gerenciamento

ineficaz mais investimento incentivado para assim trazer agrave empresa bons negoacutecios e

melhor rentabilidade (MONTEIRO 2007 p18)13

2 - Criatividade

Criatividade eacute um assunto que fascina a todos objeto de muitos estudos em-

bora no contexto empresarial seja novo O pensamento criativo antigamente era vis-

to como inspiraccedilatildeo divina passando a ser estudado com melhor afinco a partir dos

anos 50

O Caminho humano de viver conviver e sobreviver eacute permeado de accedilotildees cria-

tivas conscientes e inconscientes Esse potencial criativo eacute inato em todo ser humano

poreacutem ele se ensina e se aprende Trata-se de uma competecircncia pessoal valorizada

mas ao mesmo tempo desprestigiada pois percebemos que as empresas desclassifi-

cam candidatos criativos e depois encaminham-no para o desenvolvimento desta habi-

lidade

Criatividade para o quecirc Eacute a primeira pergunta que surge em nossa mente

quando tratamos do tema Se tudo estaacute bem natildeo haacute motivos para criar ou se estaacute

tudo ruim natildeo temos mais o que fazer Percebemos que o ser humano sempre busca

a sua zona de conforto para se acomodar sofrer menos ou agraves vezes para reclamar

mais Podemos pensar nesta pergunta buscando duas respostas uma do acircmbito pes-

soal e outra empresarial No processo de criaccedilatildeo percebemos que podemos mudar e

nos diferenciar daquilo que fomos respeitando e valorizando o nosso proacuteprio passado

13Internet (httpwwwaedbbrsegetartigos10327_PDF20Samirapdf) data acesso

15072012

26

tomando decisotildees e desempenhando accedilotildees diferentes dos que habitualmente faziacutea-

mos Podemos gerar mudanccedilas substanciais nas empresas e a partir dessas mudan-

ccedilas diferenciarmos sem contudo ser necessaacuterio efetuar mudanccedilas demasiadas mu-

danccedilas que choquem e natildeo se ajustem aos nossos valores e nossa realidade

Se o objetivo eacute buscar na empresa alcanccedilar eficiecircncia que possibilite ao cliente

escolher e comprar nossos produtos e serviccedilos e natildeo os dos concorrentes precisa-

mos estar abertos para buscar novas alternativas novas maneiras de fazer as coisas

e consequentemente resultados diferentes A mudanccedila organizacional eacute muitas ve-

zes uma ferramenta de soluccedilatildeo de problemas das organizaccedilotildees Podemos diferenci-

ar-nos dos competidores apenas sabendo quando e em quecirc devemos mudar e onde

queremos chegar

A criatividade na empresa eacute medida a partir dos resultados alcanccedilados Uma

resposta eacute mais criativa (entre aspas pois as respostas natildeo satildeo criativas e sim as pes-

soas que a geraram) que outra quando atinge aquele objetivo para o qual foi focado a

soluccedilatildeo de um problema traz uma alternativa ou um meacutetodo inovador ou ateacute mesmo

uma combinaccedilatildeo de resultados diferentes

Tatildeo essencial como ser diferente eacute a necessidade de buscar resultados e uma

empresa soacute eacute verdadeiramente criativa quando a criatividade se torna a maneira diaacute-

ria de fazer as coisas e espera que seus membros considerem uma ampla variedade

de alternativas antes de comprometer-se numa direccedilatildeo especiacutefica 14

21 ndash Conceito de criatividade

A criatividade eacute a faculdadehabilidade de criar ou o potencial criativo Consiste

em encontrar meacutetodos ou objetos para executar tarefas de uma maneira nova ou dife-

14 Internet

Fonte (Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de acesso

25062012

27

rente do habitual com a intenccedilatildeo de satisfazer um propoacutesito A criatividade permite

cumprir os desejos de forma mais raacutepida faacutecil eficiente ou econoacutemica

A criaccedilatildeo de novas ideias e conceitos tambeacutem se lhe daacute o nome de inventivi-

dade pensamento original pensamento divergente ou imaginaccedilatildeo construtiva Trata-

se de conceitos que implicam o ato de inventar algo novo (isto eacute recorrer ao enge-

nho) a capacidade de encontrar soluccedilotildees originais e a vontade de mudar o mundo 15

A criatividade eacute considerada uma capacidade humana de grande valor univer-

sal tudo indica que nesta competecircncia reside a memoacuteria RAM bioloacutegica para o im-

pulso da evoluccedilatildeo humana A memoacuteria RAM segundo CURY (2009) eacute o fenoacutemeno dos

registos da memoacuteria O que melhor descreve a criatividade eacute o que SANCHEZ (2003)

referiu em seus apontamentos a criatividade eacute uma sublime dimensatildeo da condiccedilatildeo

humana

Eacute entretanto na capacidade criativa que existe a chave da capacidade de evo-

luccedilatildeo da humanidade O meacuterito da expressatildeo criativa eacute fruto da complexidade ou

seja eacute fruto do contexto social no seu desenvolvimento natural e humano

Eacute muito interessante contemplar os efeitos provenientes deste constructo a

considerar a capacidade de um indiviacuteduo criativo construir e reconstruir transformando

a nossa realidade Eacute consensual e gratificante perceber que todos temos a capacida-

de criativa deve eacute ser melhor desenvolvida16

De maneira instintiva o termo criatividade sempre se associou agrave atividade ar-

tiacutestica Mais recentemente graccedilas a exemplos empresariais como Apple e Google a

inovaccedilatildeo ganhou espaccedilo nos sectores tecnoloacutegicos Neste sentido a nossa intuiccedilatildeo

natildeo estaacute errada uma vez que criatividade e inovaccedilatildeo satildeo dois conceitos muito unidos

Explicado de forma simples a capacidade criativa pode ser definida como ldquoa habili-

dade para gerar ideias alternativas e soluccedilotildees a um determinado problema de forma

faacutecilrdquo 17

15 Internet (httpconceitodecriatividade) data de acesso 25062012 16Internet (httpptwikipediaorgwikiCriatividade) data de acesso 04072012

17Inter-

net(httpwwwcriaptcriaadminappCRIAuploadscreamanual20creatividade20portugue

s_pt_webpdf) data de acesso 04072012)

28

22 ndash Criatividade do ponto de vista pessoal

Temos que pensar em Criatividade como estrateacutegia para viver melhor para

uma qualidade de vida que diria razoaacutevel aleacutem de identificar potenciais descobertas

internas que foram abafadas pelos processos familiares educacionais e empresariais

assim pelo tempo Outro aspecto estaacute relacionado com a garantia da nossa emprega-

bilidade entendendo como fonte de renda como funcionaacuterio profissional autocircnomo ou

empresaacuterio Vivemos num mundo de mudanccedilas aprimoramento riscos e oportunida-

des Melhoria nos nossos relacionamentos interpessoais atraveacutes do reconhecimento e

aproveitamento da diversidade respeitando as mais diversas formas de pensamento e

das diferenccedilas individuais Estamos acostumados a considerar a criatividade como

algo pessoal e intransferiacutevel A criatividade humana natildeo eacute temporal Trata-se de um

patrimocircnio do ser humano compartilhado pela sociedade Como a organizaccedilatildeo existe

para servir a sociedade nada mais justo do que desenvolver a criatividade como ga-

rantia para superaccedilatildeo da expectativa do cliente em relaccedilatildeo agrave sua empresa 18

23 ndash Criatividade do ponto de vista empresarial

A busca de um diferencial oferecendo algo mais do que o cliente espera atrair

preferecircncias estabelecer estrateacutegia diferenciada adaptar-se agraves necessidades modifi-

car produtos e buscar soluccedilotildees para os problemas fugindo do convencional e assim

diferenciando-se dos concorrentes Estrateacutegia competitiva natildeo somente por criar ou

inovar produtos mas tambeacutem a quebra de paradigmas mudanccedilas de pensamentos

comportamentos etc Todas as ideias produtos e serviccedilos criativos poderatildeo ser trans-

formados em algo positivo para a organizaccedilatildeo Melhoria dos seus produtos assim

como a criaccedilatildeo de novos Busca de resultados diferentes do passado Melhoria do

18 Internet (Fonte Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de

acesso 04072012

29

relacionamento humano interno consequentemente o aumento da produtividade Me-

lhoramento contiacutenuo em todos os setores Desenvolvimento da qualidade19

24 - Criatividade e a visatildeo estrateacutegica da empresa

A criatividade se relaciona com a visatildeo estrateacutegica de empresa da seguinte

forma a partir dos objetivos traccedilados pela organizaccedilatildeo a mesma definiraacute uma linha

estrateacutegica a ser seguida para alcanccedilar esses objetivos A criatividade se envolve de

acordo com a intenccedilatildeo da empresa ela pode querer reinventar seus modos de atua-

ccedilatildeo pode somente visar manter-se atualizada e motivada pode querer mudar rapida-

mente de foco e enfim 44 pode estabelecer um relacionamento forte ou fraco com a

criatividade em funccedilatildeo das soluccedilotildees que ela estiver almejando

CALKINS (2001) defende essa visatildeo ao dizer que para produzir subjetividade

a criatividade deve ser parte da estrateacutegia da empresa O estudo de LENGNICK-HALL

e WOLFF (1998) faz justamente uma releitura sobre o processo estrateacutegico organiza-

cional ndash enfatizando os trecircs domiacutenios loacutegicos que guiam a maioria das empresas ndash e

relacionando conforme a Tabela abaixo com o tipo de criatividade que estaraacute vigente

Loacutegicas Estrateacutegicas x Criatividade

Loacutegica Dominante

Guerrilha Loacutegica Complexidade Loacutegica Capacidade Loacutegica

Objetivo

repentinamente reescrever

as regras da competitivida-

de

aprendizagem e alto envolvi-

mento organizacional

desenvolver e implementar

estrateacutegias que as possibilitem

criar uma sustentaacutevel vantagem

competitiva

Elemento

Chave

a flexibilidade a criativida-

de e a inovaccedilatildeo

sistema natural de relaciona-

mentos

desenvolvimento eficiente e

eficaz e protegendo seus recur-

sos de base

Justificativa vantagem competitiva

como algo muito passageiro

a organizaccedilatildeo vive em uma

comunidade de competidores

fornecedores clientes

as organizaccedilotildees procuram de-

senvolver e implantar estrateacute-

gias que as possibilitem criar

uma sustentaacutevel vantagem

competitiva

19Internet (Fonte Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de

acesso 04072012

30

Sucesso Orga-

nizacional

eacute uma funccedilatildeo da sua capa-

cidade para gerar ideias

que criam novas dinacircmicas

competitivas e novas are-

nas de accedilatildeo

consequecircncia de um natural

entendimento do paradoxo de

forccedilas que formam o sistema

organizacional

a chave da vantagem competiti-

va sustentaacutevel estaacute na habilida-

de organizacional para proteger

os seus recursos de base

Autores COOPER (1995) e

SCHUMPETER (1936)

MILLER (1996) SENGE (1990) e

MOORE (1996)

PORTER (1986 e 1992) e

HAMEL e PRAHALAD (1994)

Ecircnfase Criar Aprender Agregar Valor

Praacuteticas Cria-

tivas

Brainwriting Pool Teacutecnica

da Troca dos Cartotildees etc Pensamento Lateral Jamming

(Fonte Pesquisa a partir dos estudos de Lengnick-Hall e Wolff 1998) 20

25 ndash Reconfiguraccedilatildeo dinacircmica do talento

A estrateacutegia de inovaccedilatildeo sem duacutevida requer novas habilidades O conceito de

R=G sugere que nenhuma empresa eacute capaz de desenvolver sozinha todos os produ-

tos e serviccedilos de que necessita para oferecer experiecircncias personalizadas a cada cli-

ente Tampouco empresa alguma tem condiccedilotildees de cultivar todas as capacidades

gerenciais indispensaacuteveis para transformar a organizaccedilatildeo Analisamos questotildees rela-

cionadas com a superaccedilatildeo dos legados organizacionais e com a construccedilatildeo de novas

capacidades para o gerenciamento da inovaccedilatildeo Mostramos como as empresas de-

vem preparar-se para administrar as tensotildees constantes entre flexibilidade eficiecircncia

e confiabilidade Essa transformaccedilatildeo natildeo consiste apenas em mudar a mentalidade

ou a loacutegica dominante dos gestores tambeacutem significa concentrar-se nos novos niacuteveis

de transparecircncia e de visibilidade em relaccedilatildeo a como se gerencia a empresa

Precisamos mudar a maneira como gerenciamos ndash como combinamos continu-

amente oportunidades e recursos O foco deve convergir natildeo soacute para as habilidades

20Internet (Fonte Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de

acesso 04072012

31

dos indiviacuteduos e para as atitudes de cada um em relaccedilatildeo ao aprendizado mas tam-

beacutem para a competecircncia das equipes e para a capacidade dessas forccedilas-tarefas de se

reconfigurar continuamente em funccedilatildeo dos objetivos arregimentando os melhores

talentos em todo o mundo Por exemplo a identificaccedilatildeo dos comportamentos e das

necessidades de determinada pessoa numa base de milhotildees de clientes ndash como a

Amazoncom na ING Insurance e no programa de diabetes da ICICI ndash exige capaci-

dades analiacutetica Argumentaremos que os mesmos requisitos tambeacutem satildeo indispensaacute-

veis na base de talentos A empresa deve tratar seus empregados e fornecedores

como indiviacuteduos iacutempares (ou como conjunto de indiviacuteduos sem igual) da mesma ma-

neira como lida com os clientes A configuraccedilatildeo dinacircmica de recursos para atender agraves

necessidades de tarefas especiacuteficas converte-se em fonte de vantagem competitiva

A essecircncia da mensagem eacute que para a transformaccedilatildeo ser eficaz os gestores devem

concentrar o foco na mobilizaccedilatildeo raacutepida de talentos dentro e fora da empresa (PRA-

HALAD e KRISHNAN 2008 p177)

3 ndash Cadeia de valor e vantagem competitiva

Segundo Novaes (2001 p184) o conceito de cadeia de valor foi desenvolvido

por Porter O conceito eacute de muita simplicidade e por isso talvez mostre-se tatildeo impor-

tante no contexto econocircmico-social em que se inserem as empresas com a crescente

globalizaccedilatildeo dos negoacutecios e mercados

Para (PORTER 1989 p33) toda empresa eacute uma reuniatildeo de atividades que

satildeo executadas para projetar produzir comercializar entregar e sustentar seu produ-

to Todas estas atividades podem ser representadas fazendo-se uso de uma cadeia

de valores Essa exposiccedilatildeo do autor indica em primeira matildeo apenas4 a ideia de ava-

liar a cadeia interna da empresa a qual eacute formada pelas atividades operacionais e

organizacionais jaacute citadas

A ideia baacutesica que subsidia esse conceito natildeo eacute de autoria de Porter mas haacute

muito tempo jaacute estava sendo analisada Fala-se aqui dos conceitos da Teoria Geral de

Sistemas que tem como precursor o Prof Ludwig von Bertalanffy e seus trabalhos

teoria essa que apresenta a empresa como um sistema inserido esse uacuteltimo em um

ambiente ou macro sistema Assim deve-se ter em mente uma visatildeo sistecircmica en-

xergar mais do que as aacutereas ou atividades isoladamente mais do que os limites da

empresa (Cadeia de Valor Interna) A empresa faz parte de um todo maior (um siste-

32

ma amplo) e esse eacute que deve ser otimizado para gerar maior valor para o cliente e

consequentemente maior lucratividade na cadeia (Cadeia de Valor Externa)

Nas palavras de Porter (1989 p33) ldquoa cadeia de valores desagrega uma em-

presa nas suas atividades de relevacircncia estrateacutegica para que se possa compreender o

comportamento dos custos e as fontes existentes e potenciais de diferenciaccedilatildeordquo Uma

empresa ganha vantagem competitiva se conseguir desempenhar essas atividades

estrateacutegicas de uma maneira melhor e mais barata que a concorrecircncia

Pode-se entatildeo caminhar para um avanccedilo em definiccedilatildeo ao verificarmos a pro-

posiccedilatildeo de (SHANK amp GOVINDARAJAN 1993 p13) de que ldquoa cadeia de valor para

qualquer empresa em qualquer negoacutecio eacute o conjunto interligado de todas as ativida-

des que criam valor desde uma fonte baacutesica de mateacuterias primas passando por forne-

cedores de componentes ateacute a entrega do produto final agraves matildeos do consumidorrdquo

O mundo em que se vive atravessa em periacuteodo de transformaccedilatildeo sequer ima-

ginado Nele nada eacute definitivo Fica-se perplexo quando natildeo se consegue acompanhar

a velocidade da evoluccedilatildeo dos acontecimentos sente-se perdido principalmente nos

assuntos relacionados agrave dinacircmica do desenvolvimento tecnoloacutegico

Dessa forma com uma visatildeo focada no clienteconsumidor pode-se considerar

que a cadeia de valor eacute uma sequecircncia de atividades desde a origem de recursos ateacute

o descarte final de determinado produto Portanto tem-se uma visatildeo bastante abran-

gente do conceito que pode considerar desde a fase da extraccedilatildeo de mateacuteria-prima ateacute

o tratamento final que eacute dado ao produto por exemplo num enfoque de ciclo de vida

do produto21

31 - O que significa uma vantagem competitiva

O sucesso de uma empresa eacute em larga medida determinado pela atratividade

do sector em que opera mas a sua posiccedilatildeo dentro desse sector tambeacutem eacute importante

21 (httpwwwccontabeiscombrconvt14pdf) data acesso 15072012

33

Apesar de um sector poder ter uma fraca eficaacutecia uma empresa que estaacute bem posi-

cionada pode ainda assim criar lucros significativos

Diz-se que uma empresa tem uma vantagem competitiva sobre os seus con-

correntes quando manteacutem retornos que superam a meacutedia no seu sector Esta vanta-

gem decorre das caracteriacutesticas do produto que o torna superior aos produtos da con-

correcircncia

Nalgumas situaccedilotildees pode obter-se uma vantagem competitiva atraveacutes da evoluccedilatildeo

tecnoloacutegica mas esta eacute frequentemente difiacutecil de manter porque os concorrentes ra-

pidamente a copiam ou aperfeiccediloam desenvolvem novas tecnologias Uma vantagem

sustentada resulta frequentemente mais do que da tecnologia ou de modificaccedilatildeo de

produtos de outros fatores como por exemplo o simbolismo associado ndash o que o

produto significa para os consumidores (imagem de marca) e o que estes experimen-

tam na sua compra e uso Os investigadores em marketing reconhecem que os produ-

tos possuem caracteriacutesticas simboacutelicas e que o consumo de certos produtos pode de-

pender mais do seu significado social do que da sua utilidade funcional

Existe atualmente uma tendecircncia para os consumidores exigirem ldquosignificado

pessoalrdquo aos produtos e serviccedilos Torna-se essencial inovar para responder agraves emo-

ccedilotildees que influenciam as decisotildees dos consumidores Estes estatildeo cada vez menos

impressionados com as novas tecnologias e a optar por produtos que resultam ldquopara

mimrdquo Como consequecircncia palavras como emoccedilatildeo e significado pessoal encon-

tram o seu caminho nas estrateacutegias das empresas sendo importante entender os fato-

res intangiacuteveis associados ao valor percebido do produto e as percepccedilotildees na sua

globalidade positivas ou negativas Novas designaccedilotildees tais como ndash ldquofaacutecil acessiacute-

vel razoaacutevel empoderamento e pessoal ndash refletem mais a pessoa do que o obje-

to Descobrir os sentimentos e as atitudes em relaccedilatildeo aos produtos bem como conhe-

cer as razotildees das preferecircncias dos consumidores tornaram-se importantes elementos

estrateacutegicos22

32 - Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva

Em grande medida a ambiccedilatildeo da estrateacutegia da empresa eacute conseguir uma van-

tagem competitiva sustentaacutevel

22Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

34

A vantagem competitiva analisa a atividade da empresa centrando-se primei-

ramente na sua capacidade de gerar retornos superiores de capital e de vincular a

estrateacutegia de negoacutecio a mercados financeiros e de capital fundamentais por um longo

periacuteodo de tempo No fim de contas eacute a vantagem competitiva da empresa que permi-

te ter bons retornos para os seus acionistas

Sem vantagem competitiva a empresa tem uma razatildeo econoacutemica limitada para

existir ndash a sua vantagem competitiva eacute a sua razatildeo de existecircncia Sem ela a empresa

natildeo iraacute prosperar Criar uma vantagem competitiva sustentaacutevel pode ser a meta mais

importante de qualquer organizaccedilatildeo e pode mesmo ser o atributo mais importante em

que a empresa se focaliza23

33 - Como implementar vantagem competitiva

As vantagens competitivas natildeo assumem uma uacutenica forma e eacute possiacutevel que

uma empresa tenha vaacuterias vantagens competitivas e em diferentes aacutereas Ilustra-se

algumas das aacutereas onde as empresas se podem destacar e garantir o seu sucesso a

longo prazo quota de mercado gestatildeo da marca rede marcas e patentes eficaacutecia de

custos e altos custos de mudanccedila

As empresas com quotas de mercado significativas criam um problema para os

concorrentes o que eacute positivo para aquelas uma vez que os seus produtos satildeo bem

conhecidos e recebidos no mercado No entanto mesmo quando a quota de mercado

eacute consideraacutevel se o sector for atrativo ou seja tiver um potencial de lucro significativo

novos operadores podem aparecer com a consequente reduccedilatildeo da quota de merca-

do

Ter uma marca forte pode garantir o sucesso a longo prazo e tambeacutem permitir

agraves empresas obter lucros pois a sua marca permite-lhes cobrar um preccedilo especial

(premium) Marcas fortes tendem a criar uma vantagem competitiva mais duradoura

O efeito de rede ocorre quando um produto cria uma procura por parte dos

consumidores que depois amplia o produto A empresa pode beneficiar do efeito de

23 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

35

rede pela atraccedilatildeo de mais vendedores Estes por sua vez atraem mais compradores

estabelecendo-se uma quota de mercado dominante (por exemplo eBay)

Este efeito de rede natildeo eacute muito comum mas quando ocorre pode ser extre-

mamente lucrativo As marcas e as patentes podem ser fonte de vantagem competiti-

va para algumas empresas 24

34 - Como criar valor e vantagem competitiva

Uma empresa posiciona-se aproveitando os seus pontos fortes Michael Porter

defendeu que aqueles se inscrevem em dois tipos baacutesicos de vantagem competitiva

vantagem pelos custos ou diferenciaccedilatildeo Estes satildeo identificados como vantagens po-

sicionais uma vez que expressam a posiccedilatildeo da empresa no sector enquanto liacuteder nos

custos ou por diferenciaccedilatildeo

A empresa utiliza os seus recursos e capacidades para gerar uma vantagem

competitiva que por uacuteltimo resulte na criaccedilatildeo de um valor superior

As competecircncias distintivas (competecircncias nucleares) resultam de recursos

especiacuteficos e capacidades da empresa facilitam a inovaccedilatildeo a eficiecircncia a qualidade

e a receptividade dos clientes o que pode ser aproveitado para atingir quer uma es-

trutura de baixo custos quer a diferenciaccedilatildeo do produto

Uma empresa posiciona-se no seu sector atraveacutes da opccedilatildeo por baixos custos

ou diferenciaccedilatildeo Esta decisatildeo eacute uma peccedila central da estrateacutegia competitiva da em-

presa

A vantagem competitiva existe quando a empresa eacute capaz de oferecer os

mesmos benefiacutecios que os concorrentes mas a custos mais baixos (vantagem pelos

custos) ou oferecer benefiacutecios que ultrapassam a concorrecircncia (vantagem por diferen-

ciaccedilatildeo) Portanto uma vantagem competitiva permite agrave empresa criar um valor superi-

or para os seus clientes e lucros para si proacuteprio25

24 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=39ampL=5) data acesso 15072012

25 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

36

CAPITULO III

ASPECTOS DA INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE

1 ndash Inovaccedilatildeo e sustentabilidade

37

Como as empresas podem sair da teoria para a praacutetica e chegar a um no-

vo patamar de competitividade e comprometimento com praacuteticas sustentaacuteveis

Muito se fala em inovaccedilatildeo como o principal caminho para o desenvolvimento

sustentaacutevel das organizaccedilotildees e da humanidade Poreacutem em muitos setores falar sobre

esse assunto eacute ainda um exerciacutecio teoacuterico Em geral o tema eacute associado as aacutereas de

tecnologia ou pesquisa e desenvolvimento mas a inovaccedilatildeo deve acontecer tambeacutem

na lideranccedila nas accedilotildees de marketing no modelo de negoacutecios ou seja na gestatildeo co-

mo um todo

Em pesquisa realizada pela Fundaccedilatildeo Nacional da Qualidade (FNQ) em maio

e 2011 representantes de 63 empresas mostraram que 97 consideram fundamental

que as organizaccedilotildees inovem para buscar a sustentabilidade tanto do negoacutecio quanto

da economia e do planeta Apesar dessa consciecircncia 70 dos participantes do estu-

do acreditam que as empresas estatildeo preocupadas mas natildeo direcionam seus investi-

mentos em inovaccedilotildees com foco no crescimento sustentaacutevel O levantamento mostra

ainda que 27 dos entrevistados apontaram a gestatildeo como a principal preocupaccedilatildeo

das empresas em que trabalham enquanto 22 indicaram a sustentabilidade e 19 a

reduccedilatildeo de custos

De acordo com o superintendente geral da FNQ Jairo Martins ldquoos resultados

da pesquisa mostram que as empresas ainda natildeo perceberam o tamanho do problema

da sustentabilidade considerando o baixo iacutendice de organizaccedilotildees que de fato inves-

tem em inovaccedilatildeo para sustentabilidade Em sua maioria as organizaccedilotildees pensam

apenas no lado econocircmico e natildeo no tripeacute da sustentabilidade que demanda uma em-

presa economicamente soacutelida socialmente correta e ambientalmente responsaacutevel

Enquanto dominar o pensamento pelo vieacutes econocircmico cujo sucesso eacute medido pelo

PIB o atual modelo de desenvolvimento insustentaacutevel natildeo vai mudar e natildeo seratildeo in-

cluiacutedas na pauta das organizaccedilotildees as questotildees socioambientaisrdquo

O professor da Fundaccedilatildeo Getuacutelio Vargas Renato Orsato autor do livro ldquoEstra-

teacutegias de Sustentabilidade quando vale a pena ser verderdquo analisou mais de 30 ca-

sos de empresas que adotaram a inovaccedilatildeo em 20 setores ao redor do mundo Para

ele deve haver uma premissa baacutesica para falar sobre esse assunto fazer perguntas

precisas ldquoIsso porque existem centenas de milhares de formas de incluir inovaccedilatildeo e

sustentabilidade nas empresas As empresas devem conhecer bem o contexto onde

atuam e considerar tanto aspectos tangiacuteveis como intangiacuteveisrdquo afirma

38

Na opiniatildeo do professor enquanto a sustentabilidade eacute apenas um acessoacuterio agrave

estrateacutegia da empresa ela natildeo vale a pena Para inovar as organizaccedilotildees devem

questionar os modelos de negoacutecio e pensar em modelos totalmente novos

Orsato daacute o exemplo da empresa Better Place que inovou na maneira de co-

mercializar energia renovaacutevel para carros eleacutetricos ldquoO grande salto seraacute conseguir

mudanccedilas radicais nos modelos de negoacutecios As fronteiras entre os setores de energia

e mobilidade por exemplo podem mudarrdquo 26

11- Da teoria para a praacutetica

De maneira geral a inovaccedilatildeo faz sucesso em palestras de ldquoespecialistasrdquo e de

executivosrdquo explica o professor Joatildeo Amato Neto da Fundaccedilatildeo Vanzolini e Escola

Politeacutecnica da USP ldquoMas haacute empresas realmente inovadoras seja em seus produtos

em seus processos de produccedilatildeo e ateacute mesmo em seu posicionamento de mercado

Outras satildeo inovadoras na relaccedilatildeo com o mercado num sentido mais amplo Esse eacute

um grupo restrito no Brasil de empresas de excelecircncia As que tecircm excelecircncia em

inovaccedilatildeo para sustentabilidade estatildeo num grupo mais restrito ainda Do ponto de vista

da sobrevivecircncia da empresa nos proacuteximos anos esse eacute um requisito fundamentalrdquo

O professor exemplifica que no varejo haacute grandes redes como o Wall Mart

Carrefour e Patildeo de Accediluacutecar que iniciaram accedilotildees para contratar fornecedores com base

em requisitos de sustentabilidade Essas accedilotildees ainda satildeo restritas a alguns poucos

produtos e incluem por exemplo exigecircncias de embalagens que possam ser recicla-

das Satildeo accedilotildees que visam a reduccedilatildeo do uso de recursos materiais e energia de uma

forma geral (busca de maior eco eficiecircncia nos processos)

Mas como sair da teoria e colocar em praacutetica Veja os principais pontos que

uma empresa interessada em inovaccedilatildeo e sustentabilidade deve trabalhar

bull Investir no espiacuterito criativo dos colaboradores natildeo soacute daqueles que atuam nas aacutereas

de pesquisa e desenvolvimento (PampD) de produtos ou na engenharia do produto mas

num sentido mais amplo oacutetimas ideias podem surgir no chamado chatildeo de faacutebrica

26 Internet (httpwwwhsmcombrbuscarkeys=inovaccedilatildeo e sustentabilidade) data acesso 19072012

39

bull Buscar praacuteticas de gestatildeo participativa isso pode gerar ideias que trazem inovaccedilotildees

pequenas incrementais mas que no conjunto fazem muita diferenccedila

bull Usar a educaccedilatildeo para transformar paradigmas e gerar maior conscientizaccedilatildeo Natildeo

se deve pensar apenas em treinamentos que satildeo usados em geral para tarefas es-

peciacuteficas ou aplicaccedilatildeo de teacutecnicas As empresas devem investir na formaccedilatildeo dos re-

cursos humanos

bull Questionar o proacuteprio modelo de negoacutecios

bull Inserir sustentabilidade no planejamento estrateacutegico da empresa

E seraacute que eacute possiacutevel aprender a inovar De acordo com o professor Joatildeo A-

mato a inovaccedilatildeo soacute faz sentido se isso significar uma mudanccedila de mentalidade na

empresa Isso vale para induacutestria ou setor de serviccedilos ldquoNo setor financeiro temos mui-

tos exemplos de como os bancos estatildeo descobrindo novas maneira de incluir a sus-

tentabilidade em suas praacuteticas definindo criteacuterios de praacuteticas socioambientais aos

seus clientes Na realidade alguns dos grandes bancos jaacute colocaram isso no seu plano

estrateacutegicordquo conclui 27

12 ndash Sustentabilidade corporativa

Haacute vaacuterias definiccedilotildees para sustentabilidade e desenvolvimento sustentaacutevel na

literatura e organizaccedilotildees que tratam do tema arrolam outras tantas Isso decorre do

fato de a sustentabilidade ser um conceito relativamente novo possuir um caraacuteter mul-

tidisciplinar e envolver diferentes interpretaccedilotildees que refletem diferenccedilas de valor cir-

cunstacircncias localizadas e contextos especiacuteficos Aleacutem disso o conceito acaba incorpo-

rado a vaacuterios assuntos tais como a definiccedilatildeo de poliacuteticas governamentais a gestatildeo

puacuteblica regional a gestatildeo de empresas e ateacute mesmo o nosso estilo de vida (MA-

27 Internet (httpwwwhsmcombreditoriassustentabilidadeinovacao-e-ustentabilidade-de-

maos-dadas) data acesso 19072012

40

WHINNEY 2002) O foco deste artigo eacute a sustentabilidade corporativa ou seja a apli-

caccedilatildeo do conceito de sustentabilidade nas empresas

Algumas empresas brasileiras vecircm sendo citadas como casos mundiais no

acircmbito de algumas das dimensotildees da sustentabilidade corporativa HART (1997)

menciona a Aracruz Celulose como uma empresa que adota a visatildeo de desenvolvi-

mento sustentaacutevel desde o iniacutecio de suas operaccedilotildees com base no modelo de reflores-

tamento das plantaccedilotildees de eucaliptos PRAHALAD (2004) apresenta o caso da Casas

Bahia como uma empresa que atende a populaccedilatildeo de baixa renda por meio de um

modelo inovador de financiamento (SEABRA LEAL e PASSOS 2005 p10) Relatam

o caso da Natura assinalando que seus principais acionistas satildeo enfaacuteticos ao afirma-

rem que a busca da sustentabilidade eacute mais do que uma estrateacutegia de negoacutecios mdash eacute

uma filosofia de vida Outros estudos acadecircmicos nessa aacuterea tambeacutem envolvem em-

presas nacionais SILVA e KULAY (2005) apresentam um caso de aplicaccedilatildeo da Avali-

accedilatildeo do Ciclo de Vida (LCA mdash Life Cycle Assessment) para analisar os potenciais

impactos ambientais do processo de fabricaccedilatildeo de fertilizantes fosfatados em uma

empresa brasileira COSTA e GOUVINHAS (2004) analisam a adoccedilatildeo das estrateacutegias

de projeto ecoloacutegico (ecodesign) no ambiente de negoacutecios de pequenas e meacutedias em-

presas brasileiras HOPKINS (2002) discute a sustentabilidade nas operaccedilotildees internas

das empresas a partir de uma pesquisa exploratoacuteria sobre a aplicaccedilatildeo de indicadores

de responsabilidade social em quatro grandes empresas no Brasil 28

13 - O conceito de sustentabilidade corporativa

Considera-se sustentabilidade corporativa como a gestatildeo empresarial que bus-

ca equilibrar as necessidades econocircmicas das empresas com a responsabilidade pelo

desenvolvimento da sociedade e preservaccedilatildeo dos recursos naturais visando atender

agraves necessidades atuais e futuras dos elementos afetados pela empresa Esses ele-

mentos mdash que satildeo ou podem ser afetados pelos efeitos das operaccedilotildees accedilotildees e deci-

28 Internet httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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sotildees da empresa mdash incluem os acionistas e funcionaacuterios clientes e consumidores

fornecedores e parceiros os recursos naturais utilizados pela empresa o meio ambi-

ente e a sociedade

A sustentabilidade corporativa estaacute associada a trecircs macro objetivos a geraccedilatildeo

de valor econocircmico a responsabilidade ambiental e a responsabilidade social A gera-

ccedilatildeo de valor econocircmico estaacute relacionada com a obtenccedilatildeo de resultados econocircmicos

positivos no presente e no futuro A responsabilidade ambiental diz respeito agrave conser-

vaccedilatildeo e ao uso sustentaacutevel dos recursos naturais E a responsabilidade social con-

templa a corresponsabilidade das empresas pelo desenvolvimento da sociedade Con-

forme ELKINGTON (1997) esses objetivos satildeo inerentes aos denominados resultados

tridimensionais da sustentabilidade (triple bottom line) As empresas que adotam a

sustentabilidade corporativa devem buscar um equiliacutebrio entre o compromisso econocirc-

mico a preservaccedilatildeo ambiental e o desenvolvimento da sociedade assumindo respon-

sabilidades pelas condiccedilotildees de vida atuais e futuras29

14 - Sustentabilidade e geraccedilatildeo de valor econocircmico

A literatura ressalta a necessidade de que as iniciativas relacionadas agrave susten-

tabilidade tragam retornos positivos para as empresas REINHARDT (1999) considera

que as justificativas para os investimentos ambientais realizados pelas empresas de-

vem ser similares aos demais investimentos Nesse sentido os investimentos em ges-

tatildeo ambiental devem auferir retornos financeiros positivos ou conduzir agrave reduccedilatildeo dos

riscos SENGE e CARSTEDT (2001) satildeo mais enfaacuteticos ao considerar que o desafio

atual reside em desenvolver negoacutecios sustentaacuteveis compatiacuteveis com a realidade eco-

nocircmica Segundo esses autores novos modelos de negoacutecios e produtos inovadores

no acircmbito da sustentabilidade precisam necessariamente acarretar resultados finan-

ceiros satisfatoacuterios para se viabilizarem

Os benefiacutecios decorrentes das accedilotildees de sustentabilidade podem ser tangiacuteveis

ou intangiacuteveis Willard (2002) identifica potenciais benefiacutecios tangiacuteveis como aqueles

associados agrave reduccedilatildeo de custos na manufatura agrave reduccedilatildeo de custos comerciais ao

aumento do faturamento e ao aumento da participaccedilatildeo no mercado Como benefiacutecios

intangiacuteveis considera a maior facilidade na contrataccedilatildeo de talentos a maior retenccedilatildeo

29 Internet httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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dos principais talentos o aumento da produtividade dos funcionaacuterios a reduccedilatildeo dos

riscos e as maiores facilidades de financiamento NEMLI (2004) considera que os be-

nefiacutecios devem ser mensurados ao longo de trecircs dimensotildees reduccedilatildeo de custos e au-

mento da lucratividade aumento da reputaccedilatildeo e criaccedilatildeo de diferenciaccedilatildeo crescimento

da empresa em termos de capacidade de inovaccedilatildeo e uso de tecnologias limpas

A perspectiva de geraccedilatildeo de valor econocircmico estaacute acoplada a uma visatildeo mais holiacutesti-

ca do bom funcionamento da economia Nesse sentido HAWKEN LOVINS e LOVINS

(1999) consideram que o capitalismo natural pode ser o gatilho para a proacutexima revo-

luccedilatildeo industrial em que quatro tipos de capital sustentam o bom funcionamento da

economia o capital humano (pessoas conhecimento e cultura) o capital financeiro

(caixa investimentos e instrumentos monetaacuterios) o capital industrial (infra estrutura

faacutebricas e maacutequinas) e o capital natural (recursos naturais sistemas de vida e ecossis-

tema) Conforme SENGE e CARSTEDT (2001) a geraccedilatildeo de valor econocircmico por

empresas sustentaacuteveis depende de forma ampla da adoccedilatildeo de uma realidade eco-

nocircmica que conecta a induacutestria a sociedade e o meio ambiente Por outro lado mes-

mo na realidade atual a reduccedilatildeo do desperdiacutecio e do fluxo destrutivo dos recursos

pode representar uma importante oportunidade de negoacutecios (LOVINS LOVINS e

HAWKEN 1999) 30

15 - Sustentabilidade e responsabilidade ambiental

Vaacuterios autores assinalam a importacircncia da questatildeo da estrateacutegia ambiental das

empresas no acircmbito da sustentabilidade corporativa HART (1997) considera a polui-

ccedilatildeo a exaustatildeo dos recursos naturais e a pobreza como os principais desafios da sus-

tentabilidade Segundo o autor a estrateacutegia ambiental das empresas em geral evolui

segundo trecircs estaacutegios prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo produtos ambientalmente corretos e

produccedilatildeo limpa Aleacutem disso uma estrateacutegia ambiental integrada natildeo deve direcionar-

se somente para o desenvolvimento de competecircncias internas mas tambeacutem conside-

rar o relacionamento com os clientes fornecedores outras empresas agentes gover-

30 Internet

(httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext)

data de acesso 2107201230

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namentais e acionistas Da mesma forma BARBIERI (2004) cita trecircs abordagens para

a gestatildeo ambiental empresarial controle da poluiccedilatildeo prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo e abor-

dagem estrateacutegica A prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo incorpora duas preocupaccedilotildees ambientais

principais o uso sustentaacutevel dos recursos e o controle da poluiccedilatildeo Os instrumentos

tradicionais para o uso sustentaacutevel dos recursos satildeo referenciados pelo autor como

4Rs reduccedilatildeo da poluiccedilatildeo na fonte reutilizaccedilatildeo reciclagem e recuperaccedilatildeo energeacutetica

HOFFMAN (2000) sugere que a estrateacutegia ambiental determine o alinhamento

entre a proteccedilatildeo ambiental e o crescimento econocircmico da empresa O desenvolvimen-

to da estrateacutegia ambiental deve analisar os concorrentes os parceiros os produtos as

mateacuterias-primas as perdas e os resiacuteduos da empresa O autor considera que a estra-

teacutegia ambiental pode ser direcionada por quatro fatores o mercado (composto pelos

consumidores associaccedilotildees concorrentes e consultores) os provedores de recursos

(clientes seguradoras fornecedores bancos e investidores) os elementos coercivos

(regulamentos locais legislaccedilatildeo internacional) e os elementos sociais (instituiccedilotildees

religiosas organizaccedilotildees natildeo-governamentais comunidade mundo acadecircmico im-

prensa e poder judiciaacuterio) 31

16 - Sustentabilidade e responsabilidade social

Os defensores da responsabilidade social argumentam que as empresas de-

vem assumir um compromisso com o desenvolvimento da sociedade As empresas

devem executar accedilotildees para fomentar o desenvolvimento social a inclusatildeo social e

contribuir para a melhoria das condiccedilotildees de vida da populaccedilatildeo mais necessitada Al-

guns autores consideram que essas atividades natildeo satildeo puramente filantroacutepicas uma

vez que as empresas podem auferir benefiacutecios de negoacutecios em funccedilatildeo delas Outros

sugerem ainda que a responsabilidade social esteja associada agrave proacutepria estrateacutegia

empresarial por exemplo SEABRA LEAL e PASSOS (2005) assinalam que os prin-

31 ) Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

44

cipais acionistas da Natura consideram que a responsabilidade social estaacute intimamen-

te ligada agrave estrateacutegia de negoacutecios da empresa

PRAHALAD e HAMMOND (2002) observam que aproximadamente 65 da

populaccedilatildeo mundial mdash cerca de quatro bilhotildees de pessoas mdash ganham menos do que

2000 USDano Esse eacute um mercado praticamente inexplorado pelas empresas multi-

nacionais Segundo os autores as empresas que desejam entrar nesse mercado de-

vem repensar seus modelos de negoacutecios praacuteticas gerenciais e indicadores de desem-

penho Eacute um mercado de novas fontes de receita que exige melhoria na eficiecircncia

operacional e fomento da inovaccedilatildeo A atuaccedilatildeo bem-sucedida para atender agrave denomi-

nada populaccedilatildeo na base da piracircmide pode trazer resultados econocircmicos positivos agraves

empresas e simultaneamente contribuir para a melhoria das condiccedilotildees de vida das

pessoas economicamente menos favorecidas

PORTER e KRAMER (2002) consideram que eacute possiacutevel agraves empresas obterem

a convergecircncia de interesses entre as atividades filantroacutepicas e os objetivos de negoacute-

cios A filantropia pode oferecer oportunidades para as empresas melhorarem seu

contexto competitivo considerando que as atividades filantroacutepicas podem potencial-

mente atuar sobre quatro elementos inter-relacionados da competitividade empresari-

al na disponibilidade dos insumos de produccedilatildeo nas condiccedilotildees de demanda nas con-

diccedilotildees de competiccedilatildeo e rivalidade e na presenccedila das induacutestrias de insumos e suporte

Nesse sentido a filantropia deveria ser considerada uma abordagem claramente estra-

teacutegica pelas empresas WADDOCK e SMITH (2000) adotam um raciociacutenio similar

afirmando que a responsabilidade social e o desempenho corporativo financeiro an-

dam juntos e natildeo como trade-offs

HALL et al (2005) constatam que algumas empresas podem ser socialmente

vulneraacuteveis Segundo esses autores a vulnerabilidade social eacute atribuiacuteda agraves empresas

que apresentam grande importacircncia estrateacutegica para o desenvolvimento econocircmico e

social dos paiacuteses onde operam Eles citam empresas cujo papel extrapola a criaccedilatildeo de

valor aos acionistas sendo consideradas como orgulhos nacionais para seus paiacuteses

Satildeo citadas como exemplos a Siemens na Alemanha a Toyota no Japatildeo a Embraer

no Brasil e a Bombardier no Canadaacute Aleacutem da questatildeo econocircmica essas empresas

desempenham importante papel social em seus respectivos paiacuteses Outras empresas

45

brasileiras tambeacutem poderiam ser citadas como a Petrobras a Companhia Vale do Rio

Doce o Bradesco entre outras 32

2 - Gestatildeo da inovaccedilatildeo para a sustentabilidade

A busca da inovaccedilatildeo e a gestatildeo da inovaccedilatildeo em geral satildeo mediadas por as-

pectos essencialmente econocircmicos e estrateacutegicos Entretanto na medida em que ou-

tras restriccedilotildees compotildeem o ambiente de atuaccedilatildeo das empresas outros fatores podem

impulsionar a inovaccedilatildeo Isso tambeacutem eacute vaacutelido ao se considerarem aspectos de susten-

tabilidade como condicionantes da inovaccedilatildeo

HART e CHRISTENSEN (2002) sugerem que as inovaccedilotildees radicais podem

pavimentar o caminho para as empresas combinarem um crescimento sustentaacutevel

com responsabilidade social HART e MILTEIN (1999) consideram que os desafios

impostos pela sustentabilidade global podem atuar como catalisadores para um novo

estaacutegio de destruiccedilatildeo criativa das empresas Eles associam a preocupaccedilatildeo ecoloacutegica

com melhorias contiacutenuas e a sustentabilidade global com melhorias radicais Nesse

sentido argumentam que a sustentabilidade pode criar oportunidades sem preceden-

tes agraves empresas O raciociacutenio de SENGE e CARSTEDT (2001) eacute similar Esses auto-

res consideram que o foco restrito na eficiecircncia ecoloacutegica pode distrair as empresas da

busca de produtos e modelos de negoacutecios radicalmente diferentes dos atuais Eacute a sus-

tentabilidade global que iraacute motivar as empresas a procurarem novos modelos men-

tais a enfatizarem a aprendizagem e atentarem para a gestatildeo de mudanccedilas

PORTER e VAN DER LINDE (1995) consideram que as regulamentaccedilotildees am-

bientais impotildeem pressotildees competitivas nas empresas motivando-as a inovar VOL-

LENBROEK (2002) propotildee um processo que direciona a inovaccedilatildeo para o desenvolvi-

mento da sustentabilidade denominado gestatildeo da transiccedilatildeo Ele considera que a ino-

vaccedilatildeo natildeo gera automaticamente o progresso da sociedade pois precisa ser condi-

cionada para tanto Os esforccedilos para o desenvolvimento sustentaacutevel precisam ser di-

recionados pela sociedade e esta participa das decisotildees visando obter um balancea-

mento adequado entre os objetivos econocircmicos ecoloacutegicos e sociais A inovaccedilatildeo seraacute

decorrecircncia

32 Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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HALL e VREDENBURG (2003) afirmam que os gestores tecircm dificuldades para

lidar com as pressotildees do desenvolvimento sustentaacutevel Eles consideram que as estra-

teacutegias de inovaccedilatildeo das empresas geralmente satildeo inadequadas para acomodar as

complexidades e incertezas inerentes agraves novas demandas impostas pelo desenvolvi-

mento sustentaacutevel Dessa forma sugerem que a estrateacutegia empresarial integre tam-

beacutem os objetivos da inovaccedilatildeo e do desenvolvimento sustentaacutevel Em contraponto agrave

abordagem tradicional da inovaccedilatildeo ditada pelo mercado propotildeem que as empresas

adotem a inovaccedilatildeo para o desenvolvimento sustentaacutevel que incorpora as restriccedilotildees

sociais e as pressotildees ambientais bem como contempla as necessidades das futuras

geraccedilotildees Como seraacute visto no texto que segue a inovaccedilatildeo foi tambeacutem um ingrediente

essencial para o desenvolvimento e o sucesso do projeto estudado na presente pes-

quisa33

CONCLUSAtildeO

O objetivo desse estudo foi verificar e compreender o conceito de inovaccedilatildeo e a

sua aplicabilidade nas organizaccedilotildees assim como a vantagem competitiva no modelo

de negoacutecio por meio da co-criaccedilatildeo de valor

33 Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data acesso 21072012

47

Inovaccedilatildeo e criatividade satildeo essenciais para o continuo desenvolvimento e competi-

tividade de uma naccedilatildeo

Coisas boas acontecem quando o pensamento inovador comeccedila ele poderaacute

ajudar a criar novos produtos melhoria nos processos novas tecnologias tornando

a empresa mais competitiva Tomando conhecimento da grande variedade de produ-

tos e serviccedilos oferecidos pelas organizaccedilotildees pode se observar que nem sempre se

chega ao resultado em melhores experiecircncias de consumo nesse cenaacuterio certas em-

presas adotam a co-criaccedilatildeo de valor ndash participaccedilatildeo do cliente no processo produtivo ndash

para inovar no modelo de negoacutecio agregando valor a sua oferta buscando assim se

diferenciar das demais empresas Apesar da inovaccedilatildeo indicar um caminho seguro

para obter vantagem competitiva sustentaacutevel e defender posiccedilotildees estrateacutegicas no

mercado o seu sucesso natildeo eacute garantido necessitando que os gestores conheccedilam e

compreendam a dinacircmica dos processos da gestatildeo da inovaccedilatildeo dentro de suas orga-

nizaccedilotildees e realidades especiacuteficas

O modelo de organizaccedilatildeo inovadora sustentaacutevel eacute uma resposta agraves pressotildees

institucionais por uma organizaccedilatildeo que seja capaz de inovar com eficiecircncia em termos

econocircmicos mas com responsabilidade social e ambiental Esse tipo de organizaccedilatildeo

busca vantagem competitiva desenvolvendo produtos serviccedilos processos e negoacutecios

novos ou modificados com base nas dimensotildees social ambiental e econocircmica Ela

reuacutene duas caracteriacutesticas essenciais eacute inovadora e orientada para a sustentabilidade

Tendo em vista o fenocircmeno do isomorfismo institucional (concentraccedilatildeo de for-

mas organizacionais nos diversos setores produtivos) o modelo das organizaccedilotildees

inovadoras sustentaacuteveis vem ganhando rapidamente cada vez mais espaccedilo nas em-

presas liacutederes Esses fatos permitem dizer que o movimento do desenvolvimento sus-

tentaacutevel eacute um dos movimentos mais importantes do nosso tempo e a julgar pela vita-

lidade dos fatores institucionais presentes em praticamente todo o mundo pode-se

inferir que ele continuaraacute se propagando por muitas deacutecadas

Desse modo o aprimoramento dos modelos de organizaccedilatildeo sustentaacuteveis as

diversas formas da sua institucionalizaccedilatildeo em acircmbito global o desenvolvimento de

tecnologias sustentaacuteveis a gestatildeo de inovaccedilotildees para o desenvolvimento sustentaacutevel

seratildeo temas cada vez mais importantes nos estudos futuros Como o sistema opera-

cional produtivo e as inovaccedilotildees de produto e de processo ao atender as trecircs dimen-

sotildees da sustentabilidade devem gerar ganhos para o meio ambiente em termos de

reduccedilatildeo no uso de recursos e de emissotildees de poluentes o aumento da produccedilatildeo pelo

incitamento agrave demanda por novos produtos pode neutralizar ou ateacute superar esses ga-

nhos Levar em conta essa possibilidade dando-lhe um tratamento adequado eacute um dos

48

maiores desafios para o alinhamento das empresas ao modelo de organizaccedilatildeo inova-

dora sustentaacutevel

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

A importacircncia da inovaccedilatildeo Internet (httpwwwscielobrpdfraev42n2v42n2a16pdf) data de acesso 19052012

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Elsevier 2004

  • AGRADECIMENTOS
  • CAPIacuteTULO III- Aspectos da inovaccedilatildeo e sustentabilidade37
  • Inovaccedilatildeo e sustentabilidade37
  • 32 - Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva
  • 33 - Como implementar vantagem competitiva
  • 34 - Como criar valor e vantagem competitiva
Page 18: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · duzir os processos de inovação dentro da organização. 6 ... CAPÍTULO I - Estrutura da criação de valor e inovação.....11

18

Segundo DAMANPOUR (1984) define desempenho como a habilidade que

uma organizaccedilatildeo tem de bem utilizar todos os quatro processos sistecircmicos (inputs

outputs transformaccedilotildees e efeitos de retroalimentaccedilatildeo) relacionados ao alcance de

metas organizacionais Uma organizaccedilatildeo de alto desempenho cumpriraacute suas tarefas

primaacuterias de modo eficiente e realizaraacute suas funccedilotildees de manutenccedilatildeo e adaptaccedilatildeo or-

ganizacional de forma efetiva A funccedilatildeo de adaptaccedilatildeo requer que a estrutura da orga-

nizaccedilatildeo sofra mudanccedilas para encontrar novas condiccedilotildees ambientais

Organizaccedilotildees inovadoras tendem natildeo apenas a se adaptar agrave mudanccedila mas

tambeacutem a usar seus recursos para criar novas condiccedilotildees ambientais pela introduccedilatildeo

de novos produtos ou serviccedilos nunca antes oferecidos Inovaccedilotildees assim seriam mei-

os de prover mudanccedilas internas ou externas e tambeacutem de aperfeiccediloar o desempenho

organizacional

Os sistemas gerenciais de acordo com a abordagem soacutecio teacutecnico satildeo consti-

tuiacutedos de um ldquocorpusrdquo social (neste ponto se faz um paralelo com as inovaccedilotildees admi-

nistrativas) e de um ldquocorpusrdquo teacutecnico (corresponde agraves inovaccedilotildees teacutecnicas) e portanto

se enfatiza o papel do ldquocorpusrdquo social e teacutecnico na efetiva operaccedilatildeo de uma organiza-

ccedilatildeo e sugerem que a concentraccedilatildeo em apenas um sistema resulta em baixo desem-

penho organizacional Sistemas sociais e teacutecnicos precisam assim funcionar de forma

balanceada O relacionamento entre os sistemas social e teacutecnico eacute de correlaccedilatildeo ou

seja qualquer mudanccedila em qualquer um dos sistemas leva as determinadas restri-

ccedilotildees ou modificaccedilotildees ao outro8

22 ndash Funccedilotildees tiacutepicas no processo de inovaccedilatildeo

Eacute funccedilatildeo tiacutepica no processo de inovaccedilatildeo a captaccedilatildeo de sinais proveniente do

campo em ambiente direto e o monitoramento do ambiente externo indireto A partir

das etapas anteriores busca-se identificar elementos onde os clientes natildeo estejam

sendo atendidos satisfatoriamente ou oportunidades natildeo exploradas gap de desem-

penho Os clientes natildeo vatildeo responder a perguntas sobre o uso ou natildeo de um determi- 8Inter-

net(httpwwwgooglecombrurlsa=tamprct=jampq=ampesrc=sampsource=webampcd=1ampved=0CEsQFjA

Aampurl=http3A2F2Fwwwfespprbr2F~bastosjr2FGest25E3o2520de2520Inova

25E725E3o2FArtigos2FInova25E725E3odocampei=Vhr2T9qvHaez6wHo16zYBgampusg=

AFQjCNEz7MKNTbjYj81PrvG) data de acesso 03062012

19

nado produto principalmente se este for desconhecido Eacute necessaacuterio conhecer o am-

biente em que se vivem compreender suas carecircncias

Outra funccedilatildeo necessaacuteria eacute a geraccedilatildeo de alternativas viaacuteveis que respondam agraves

demandas ambientais e a seleccedilatildeo com base em criteacuterios coerentes com os objetivos

estrateacutegicos da organizaccedilatildeo previamente estabelecidos

Natildeo se pode deixar de mencionar a concepccedilatildeo e o desenvolvimento das ino-

vaccedilotildees a gestatildeo da implantaccedilatildeo destas inovaccedilotildees e respectiva coordenaccedilatildeo

Aleacutem destes um outro aspecto fundamental eacute o controle do processo ou seja

a definiccedilatildeo de indicadores que permitam avaliar e medir os resultados na medida em

que estes acontecem Os instrumentos de medida da inovaccedilatildeo devem conforme

KUCZMARSKI (1998) obedecer agraves seguintes categorias empresa (carteira de novos

produtos investimentos apuraccedilatildeo de resultados) das equipes (planejamento taxas

de sucesso e sobrevivecircncia variaccedilotildees orccedilamentaacuterias retorno financeiro) e individual

(contribuiccedilatildeo de cada membro no desempenho da equipe) Vale lembrar que inovaccedilatildeo

e mudanccedila levam tempo os indiviacuteduos devem esperar permanecer em suas funccedilotildees

pelo tempo suficiente para influenciar os indicadores de desempenho tanto de curto

quanto de longo prazo 9

23 ndash Como implantar cultura de inovaccedilatildeo na organizaccedilatildeo

Inovaccedilatildeo tem de fazer parte da mentalidade dos funcionaacuterios em todos os niacute-

veis Evidentemente a forma mais eficiente de implantar uma mudanccedila na empresa

se daacute quando o exemplo vem de acima Se natildeo estatildeo convencidos da importacircncia da

inovaccedilatildeo os dirigentes sempre encontraratildeo formas de derrubar ideias mais arrisca-

das No entanto se as lideranccedilas tomam a iniciativa a nova cultura eacute absorvida com

muito mais facilidade pela organizaccedilatildeo

Os profissionais do primeiro escalatildeo contudo natildeo podem ter a obrigaccedilatildeo de

ser os uacutenicos ou principais geradores das ideias inovadoras Os comandantes preci-

9Internet

(httpwwwgooglecombrurlsa=tamprct=jampq=ampesrc=sampsource=webampcd=4ampved=0CFkQFjADampurl=http

3A2F2Fwwwfespprbr2F~bastosjr2FGest25E3o2520de2520Inova25E725E3o2FArtigo

s2FInova25E725E3odocampei=sSb2T8eqDYro0QGO7OSLBwampusg=AFQjCNEz7MKNTbjYj81P) data

de acesso 04062012

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sam de aliados O papel dos gerentes e diretores tambeacutem eacute fundamental num pro-

cesso de mudanccedila de cultura eles satildeo os verdadeiros responsaacuteveis por criar um am-

biente que estimule as pessoas a arriscar investindo em novos produtos bancando

ideias que tecircm maturaccedilatildeo de longo prazo e criando uma comunicaccedilatildeo eficiente

Nem mesmo os profissionais de atuaccedilatildeo operacional podem fugir da responsa-

bilidade A dificuldade para inovar eacute maior em departamentos mais fechados e norma-

tizados como os administrativos ou naqueles em que a precisatildeo eacute fundamental como

a produccedilatildeo de um remeacutedio Mas eles tambeacutem precisam aprender a ver as oportuni-

dades natildeo convencionais ndash haacute pequenas melhorias capazes de desencadear uma

importante inovaccedilatildeo

A responsabilidade eacute de todos da alta gerecircncias aos departamentos operacio-

nais O desafio eacute fazer todos assumirem um compromisso com a praacutetica real da ino-

vaccedilatildeo 10

ldquoInovaccedilatildeo eacute a mensagem do momento Natildeo se trata de mais recursos mas em

como usaacute-los Em um mundo que atravessa crises financeiras a todo momento e que

exige sempre mais recursos naturais os inovadores e os criativos satildeo os que conse-

guem transformar as adversidades em oportunidades de crescimentordquo (STEVE

JOBS Inovaccedilatildeo A arte de Steve Jobs 2010 p154)

24 ndash Organizaccedilotildees inovadoras sustentaacuteveis

Organizaccedilatildeo inovadora eacute a que introduz novidades de qualquer tipo em bases

sistemaacuteticas e colhe os resultados esperados BARBIERI (2007) p88) A expressatildeo

bases sistemaacuteticas significa a realizaccedilatildeo de inovaccedilotildees com autonomia intencionali-

dade e pro atividade Assim a inovaccedilatildeo eacute um elemento essencial do modus operan-

di dessa organizaccedilatildeo o que pressupotildee que ela desenvolva continuamente recursos

tangiacuteveis e intangiacuteveis para inovar permanentemente Organizaccedilatildeo sustentaacutevel eacute a

que simultaneamente procura ser eficiente em termos econocircmicos respeitar a capaci-

dade de suporte do meio ambiente e ser instrumento de justiccedila social promovendo a

inclusatildeo social a proteccedilatildeo agraves minorias e grupos vulneraacuteveis o equiliacutebrio entre os gecirc-

neros etc (BARBIERI 2007 p98-99) 10 Internet (httpbooksgooglecombrbookshl=pt-BRamplr=ampid=jnka43VmmwsCampoi=fndamppg=PA34ampdq=como+implantar+uma+cultura+de+inovaccedilatildeo+na+organiza-ccedilatildeoampots=KRvAPG4C6kampsig=rzqbLGM4sLvsQL26N0gLqfOTPOAv=onepageampq=como20implantar20uma20cultura) data de acesso 04062012

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Os dois conceitos de organizaccedilatildeo podem entrar em contradiccedilatildeo pois inovar em

bases sistemaacuteticas pode se tornar sinocircnimo de degradaccedilatildeo sistemaacutetica do meio ambi-

ente e da vida social Assim uma organizaccedilatildeo inovadora sustentaacutevel natildeo eacute a que

introduz novidades de qualquer tipo mas novidades que atendam as muacuteltiplas dimen-

sotildees da sustentabilidade em bases sistemaacuteticas e colham resultados positivos para

ela para a sociedade e o meio ambiente BARBIERI (2007) p105 Natildeo basta para as

empresas apenas inovar constantemente mas inovar considerando as trecircs dimen-

sotildees da sustentabilidade a saber

bull dimensatildeo social - preocupaccedilatildeo com os impactos sociais das inovaccedilotildees nas

comunidades humanas dentro e fora da organizaccedilatildeo (desemprego exclusatildeo

social pobreza diversidade organizacional etc)

bull dimensatildeo ambiental - preocupaccedilatildeo com os impactos ambientais pelo uso de

recursos naturais e pelas emissotildees de poluentes

bull dimensatildeo econocircmica - preocupaccedilatildeo com a eficiecircncia econocircmica sem a qual

elas natildeo se perpetuariam Para as empresas essa dimensatildeo significa obtenccedilatildeo

de lucro e geraccedilatildeo de vantagens competitivas nos mercados onde atuam

O atendimento a essas dimensotildees torna o processo de inovaccedilatildeo mais sofisti-

cado e exigente o que requer da organizaccedilatildeo um maior esforccedilo para atender tecnica-

mente esse requisito Isso leva novas perspectivas para a gestatildeo da inovaccedilatildeo11

Com intuito de tornar o processo de adequaccedilatildeo agraves prerrogativas impostas agraves

companhias ditas inovadoras quanto mais simplificado e dirigido melhor A seguir eacute

apresentado um conjunto de proposiccedilotildees para o desenvolvimento de empresas com

esta caracteriacutestica o pressuposto baacutesico necessaacuterio eacute o fomento de equipes de traba-

lho com a mentalidade para a inovaccedilatildeo Neste sentido cabem agraves organizaccedilotildees agraves

pessoas e agraves tarefas o papel de suscitar o aparecimento e a manutenccedilatildeo de tais e-

quipes SBRAGIA (1993)

25 - A Inovaccedilatildeo como funccedilatildeo de aprendizagem organizacional

11Internet(httpwwwscielobrscielophppid=S0034-

75902010000200002ampscript=sci_arttext) data de acesso 04062012

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Pelo fato da inovaccedilatildeo ser destrutiva para muitos grupos consolidados ela en-

frentaraacute resistecircncia A inovaccedilatildeo eacute o oposto da operaccedilatildeo e seraacute portanto ignorada O

desenho ou arranjo organizacional poderaacute facilmente superar ao menos minimizar

estes e outros obstaacuteculos GALBRAITH (1998) Este comportamento acentua-se em

organizaccedilotildees protegidas de concorrecircncia (universidades ateacute algum tempo atraacutes oacuter-

gatildeos governamentais etc) Pesquisas realizadas por TUSHMAN e NADLER (1998)

apontam que organizaccedilotildees altamente inovadoras satildeo sistemas de aprendizado alta-

mente eficazes aleacutem de possuir um senso de autocriacutetica bastante apurada

Empresas eficazes criam condiccedilotildees possiacuteveis para que o trabalho de hoje seja

feito paralelo com a geraccedilatildeo constante de inovaccedilatildeo ou seja a inovaccedilatildeo sustentada

por mais paradoxal que possa parecer exige ao mesmo tempo estabilidade e mudan-

ccedila A estabilidade possibilita economias de escala e aprendizado incremental por ou-

tro lado a mudanccedila e a experimentaccedilatildeo satildeo necessaacuterias agrave conquista de avanccedilos nas

aacutereas de produto processo e tecnologia

Companhias que conseguem ao mesmo tempo produzir cotidianamente e estar

alerta e vigilante aos clientes concorrentes tecnologias e competecircncia interna fo-

mentam e estimulam o aprendizado organizacional e a inovaccedilatildeo sustentada

Segundo TUSHMAN e NADLER (1998) inovaccedilatildeo eacute um trabalho complexo e

estimulante a rupturas pois exige estreita colaboraccedilatildeo entre membros que rotineira-

mente se encontram bastante separados Embora os mecanismos da organizaccedilatildeo

formal facilitem o aprendizado e a inovaccedilatildeo corporativa a criatividade individual pro-

veacutem de um ambiente informal saudaacutevel

Um claro conjunto de valores essenciais ajuda a focalizar e motivar o compor-

tamento Empresas inovadoras tecircm valores claros que fornecem foco num cenaacuterio

repleto de diversidade como tambeacutem um objetivo comum que possa ter a concor-

dacircncia dos mais diferentes atores envolvidos

Em adiccedilatildeo com os valores essenciais cultuados em uma organizaccedilatildeo as nor-

mas proporcionam referenciais de comportamentos claros satildeo os comportamentos

aguardados De um modo geral organizaccedilotildees inovadoras enfatizam a informalidade

no comportamento no vestuaacuterio e nas relaccedilotildees hieraacuterquicas com elevadas expectati-

vas de desempenho e de trabalho individual e do grupo fortes viacutenculos informais den-

tro e fora da organizaccedilatildeo

23

Organizaccedilotildees altamente inovadoras geram com destreza as sutilezas da re-

compensa e da puniccedilatildeo onde as pessoas podem assumir riscos colher as recompen-

sas pelo sucesso e sobreviver a fracassos construtivos

A representaccedilatildeo de papeacuteis funcionais tem atribuiccedilatildeo fundamental no desenvol-

vimento e conduccedilatildeo do processo de gestatildeo da inovaccedilatildeo Entre eles podemos mencio-

nar um os geradores de ideias pois as interligam com as tendecircncias e mercados

desenvolvendo oportunidades para as organizaccedilotildees dois os empreendedores internos

tornam concretas as ideias possuem agressividade energia e personalidade propen-

sas a assumir riscos para defender suas causas

Aqui aparece a figura dos trecircs ldquogate keepersrdquo (guardiotildees do portatildeo) que ligam

organizaccedilatildeo e seus colegas agraves frentes externas de informaccedilatildeo que satildeo vitais para a

inovaccedilatildeo pois obtecircm traduzem e distribuem estas informaccedilotildees no acircmbito interno da

organizaccedilatildeo Os quatros patrocinadores ou mentores satildeo gerentes de alto niacutevel que

datildeo apoio informal acesso aos recursos e a proteccedilatildeo no surgimento de novos produ-

tos ou negoacutecios Esses personagens atuando conjuntamente representam o ldquogecircnio

coletivordquo da organizaccedilatildeo que consiste na soma das capacidades pessoais em clima

motivacional gerando resultados mensuraacuteveis substituindo o gecircnio individual predo-

minante ateacute o seacuteculo passado conforme DE MASI (1998) Uma vez que o gecircnio indi-

vidual pode ateacute existir mas eacute difiacutecil de ser encontrado

Segundo GALBRAITH (1998) algumas pessoas que satildeo boas em inovaccedilatildeo e

criatividade mas natildeo satildeo necessariamente boas em operaccedilatildeo Portanto o desenho

organizacional contribui para a criaccedilatildeo de uma organizaccedilatildeo inovadora na medida em

que promove o encontro sistemaacutetico entre os geradores de ideias e aqueles que po-

dem defendecirc-las e colocaacute-las em praacutetica12

CAPIacuteTULO II 12 Internet

(httpwwwgooglecombrurlsa=tamprct=jampq=ampesrc=sampsource=webampcd=1ampsqi=2ampved=0CEwQFjAAampu

rl=http3A2F2Fwwwfespprbr2F~bastosjr2FGest25E3o2520de2520Inova25E725E3o2

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04062012

24

DESENVOLVIMENTO DA CRIATIVIDADE

1 ndash Capital Intelectual

Com o mercado cada vez mais exigente as empresas vecircm sentindo a necessi-

dade de investir mais em recursos humanos acrescentando a seu capital o conheci-

mento originado atraveacutes do investimento em capital humano qualificado o qual agrega

agraves empresas recursos de fundamental importacircncia No entendimento de Stewart

(2004) o capital intelectual eacute um bem intangiacutevel podendo-se afirmar que eacute um dos

fatores mais importantes da vida de uma organizaccedilatildeo Jaacute para (DRUCKER (apud

MONTEIRO 2007 p17) o capital intelectual eacute ldquo[] a soma do conhecimento de todos

de uma empresa o que lhe proporciona vantagem competitivardquo

CHIAVENATO (2004) afirma que no mundo complexo e competitivo de hoje a

escolha das pessoas certas se torna vital para o bom funcionamento da empresa

Para STEWART (2004) o capital intelectual corresponde ao conjunto de co-

nhecimentos e informaccedilotildees encontrados nas organizaccedilotildees que agregam valor ao pro-

duto ou serviccedilo mediante a aplicaccedilatildeo da inteligecircncia e natildeo do capital monetaacuterio ao

empreendimento sendo o capital intelectual gerador de capacidades conhecimento

habilidades e experiecircncias individuais dos funcionaacuterios para realizaccedilatildeo de tarefas

O capital intelectual eacute algo tatildeo valioso dentro de uma organizaccedilatildeo que eacute atra-

veacutes dele que se podem ter grandes inovaccedilotildees transformaccedilotildees tecnoloacutegicas resolu-

ccedilotildees de problemas gestatildeo eficiente lucratividade e sucesso melhorados Um colabo-

rador que possui seu capital intelectual estimulado atraveacutes da motivaccedilatildeo seraacute mais

bem aproveitado pela empresa uma vez que se sente incluiacutedo valorizado simpatizan-

te e livre para gerir suas ideias de uma forma mais aguccedilada

CHIAVENATO (2004) diz que o capital humano eacute constituiacutedo das pessoas que

fazem parte de uma organizaccedilatildeo Capital humano significa talentos que precisam ser

mantidos e desenvolvidos Mais do que isso capital humano significa capital intelectu-

al

Para MONTEIRO (2007) o ser humano eacute o maior bem de uma empresa pois eacute

ele o principal instrumento de seu sucesso ou fracasso uma vez que o capital intelec-

tual eacute algo exclusivo do ser humano Pode-se entatildeo descrever que ele eacute o raciociacutenio

humano elaborado acrescido do ambiente onde estaacute inserido

25

MONTEIRO (2007) comenta que dentro das organizaccedilotildees o capital intelectual

pode ser diferenciado dos demais capitais porque ele cresce quando compartilhado

com os do mesmo grupo e natildeo se deprecia com o uso Ao contraacuterio dos outros ativos

o seu valor decorre do uso O capital intelectual eacute enfatizado como o conjunto de in-

formaccedilotildees e conhecimentos encontrados nas organizaccedilotildees onde agregam ao produto

eou serviccedilos valores mediante a aplicaccedilatildeo da inteligecircncia e natildeo do capital monetaacuterio

Devido a sua grande representatividade nas empresas o capital intelectual natildeo deve

ser subestimado nem utilizado de forma ineficiente acarretando em um gerenciamento

ineficaz mais investimento incentivado para assim trazer agrave empresa bons negoacutecios e

melhor rentabilidade (MONTEIRO 2007 p18)13

2 - Criatividade

Criatividade eacute um assunto que fascina a todos objeto de muitos estudos em-

bora no contexto empresarial seja novo O pensamento criativo antigamente era vis-

to como inspiraccedilatildeo divina passando a ser estudado com melhor afinco a partir dos

anos 50

O Caminho humano de viver conviver e sobreviver eacute permeado de accedilotildees cria-

tivas conscientes e inconscientes Esse potencial criativo eacute inato em todo ser humano

poreacutem ele se ensina e se aprende Trata-se de uma competecircncia pessoal valorizada

mas ao mesmo tempo desprestigiada pois percebemos que as empresas desclassifi-

cam candidatos criativos e depois encaminham-no para o desenvolvimento desta habi-

lidade

Criatividade para o quecirc Eacute a primeira pergunta que surge em nossa mente

quando tratamos do tema Se tudo estaacute bem natildeo haacute motivos para criar ou se estaacute

tudo ruim natildeo temos mais o que fazer Percebemos que o ser humano sempre busca

a sua zona de conforto para se acomodar sofrer menos ou agraves vezes para reclamar

mais Podemos pensar nesta pergunta buscando duas respostas uma do acircmbito pes-

soal e outra empresarial No processo de criaccedilatildeo percebemos que podemos mudar e

nos diferenciar daquilo que fomos respeitando e valorizando o nosso proacuteprio passado

13Internet (httpwwwaedbbrsegetartigos10327_PDF20Samirapdf) data acesso

15072012

26

tomando decisotildees e desempenhando accedilotildees diferentes dos que habitualmente faziacutea-

mos Podemos gerar mudanccedilas substanciais nas empresas e a partir dessas mudan-

ccedilas diferenciarmos sem contudo ser necessaacuterio efetuar mudanccedilas demasiadas mu-

danccedilas que choquem e natildeo se ajustem aos nossos valores e nossa realidade

Se o objetivo eacute buscar na empresa alcanccedilar eficiecircncia que possibilite ao cliente

escolher e comprar nossos produtos e serviccedilos e natildeo os dos concorrentes precisa-

mos estar abertos para buscar novas alternativas novas maneiras de fazer as coisas

e consequentemente resultados diferentes A mudanccedila organizacional eacute muitas ve-

zes uma ferramenta de soluccedilatildeo de problemas das organizaccedilotildees Podemos diferenci-

ar-nos dos competidores apenas sabendo quando e em quecirc devemos mudar e onde

queremos chegar

A criatividade na empresa eacute medida a partir dos resultados alcanccedilados Uma

resposta eacute mais criativa (entre aspas pois as respostas natildeo satildeo criativas e sim as pes-

soas que a geraram) que outra quando atinge aquele objetivo para o qual foi focado a

soluccedilatildeo de um problema traz uma alternativa ou um meacutetodo inovador ou ateacute mesmo

uma combinaccedilatildeo de resultados diferentes

Tatildeo essencial como ser diferente eacute a necessidade de buscar resultados e uma

empresa soacute eacute verdadeiramente criativa quando a criatividade se torna a maneira diaacute-

ria de fazer as coisas e espera que seus membros considerem uma ampla variedade

de alternativas antes de comprometer-se numa direccedilatildeo especiacutefica 14

21 ndash Conceito de criatividade

A criatividade eacute a faculdadehabilidade de criar ou o potencial criativo Consiste

em encontrar meacutetodos ou objetos para executar tarefas de uma maneira nova ou dife-

14 Internet

Fonte (Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de acesso

25062012

27

rente do habitual com a intenccedilatildeo de satisfazer um propoacutesito A criatividade permite

cumprir os desejos de forma mais raacutepida faacutecil eficiente ou econoacutemica

A criaccedilatildeo de novas ideias e conceitos tambeacutem se lhe daacute o nome de inventivi-

dade pensamento original pensamento divergente ou imaginaccedilatildeo construtiva Trata-

se de conceitos que implicam o ato de inventar algo novo (isto eacute recorrer ao enge-

nho) a capacidade de encontrar soluccedilotildees originais e a vontade de mudar o mundo 15

A criatividade eacute considerada uma capacidade humana de grande valor univer-

sal tudo indica que nesta competecircncia reside a memoacuteria RAM bioloacutegica para o im-

pulso da evoluccedilatildeo humana A memoacuteria RAM segundo CURY (2009) eacute o fenoacutemeno dos

registos da memoacuteria O que melhor descreve a criatividade eacute o que SANCHEZ (2003)

referiu em seus apontamentos a criatividade eacute uma sublime dimensatildeo da condiccedilatildeo

humana

Eacute entretanto na capacidade criativa que existe a chave da capacidade de evo-

luccedilatildeo da humanidade O meacuterito da expressatildeo criativa eacute fruto da complexidade ou

seja eacute fruto do contexto social no seu desenvolvimento natural e humano

Eacute muito interessante contemplar os efeitos provenientes deste constructo a

considerar a capacidade de um indiviacuteduo criativo construir e reconstruir transformando

a nossa realidade Eacute consensual e gratificante perceber que todos temos a capacida-

de criativa deve eacute ser melhor desenvolvida16

De maneira instintiva o termo criatividade sempre se associou agrave atividade ar-

tiacutestica Mais recentemente graccedilas a exemplos empresariais como Apple e Google a

inovaccedilatildeo ganhou espaccedilo nos sectores tecnoloacutegicos Neste sentido a nossa intuiccedilatildeo

natildeo estaacute errada uma vez que criatividade e inovaccedilatildeo satildeo dois conceitos muito unidos

Explicado de forma simples a capacidade criativa pode ser definida como ldquoa habili-

dade para gerar ideias alternativas e soluccedilotildees a um determinado problema de forma

faacutecilrdquo 17

15 Internet (httpconceitodecriatividade) data de acesso 25062012 16Internet (httpptwikipediaorgwikiCriatividade) data de acesso 04072012

17Inter-

net(httpwwwcriaptcriaadminappCRIAuploadscreamanual20creatividade20portugue

s_pt_webpdf) data de acesso 04072012)

28

22 ndash Criatividade do ponto de vista pessoal

Temos que pensar em Criatividade como estrateacutegia para viver melhor para

uma qualidade de vida que diria razoaacutevel aleacutem de identificar potenciais descobertas

internas que foram abafadas pelos processos familiares educacionais e empresariais

assim pelo tempo Outro aspecto estaacute relacionado com a garantia da nossa emprega-

bilidade entendendo como fonte de renda como funcionaacuterio profissional autocircnomo ou

empresaacuterio Vivemos num mundo de mudanccedilas aprimoramento riscos e oportunida-

des Melhoria nos nossos relacionamentos interpessoais atraveacutes do reconhecimento e

aproveitamento da diversidade respeitando as mais diversas formas de pensamento e

das diferenccedilas individuais Estamos acostumados a considerar a criatividade como

algo pessoal e intransferiacutevel A criatividade humana natildeo eacute temporal Trata-se de um

patrimocircnio do ser humano compartilhado pela sociedade Como a organizaccedilatildeo existe

para servir a sociedade nada mais justo do que desenvolver a criatividade como ga-

rantia para superaccedilatildeo da expectativa do cliente em relaccedilatildeo agrave sua empresa 18

23 ndash Criatividade do ponto de vista empresarial

A busca de um diferencial oferecendo algo mais do que o cliente espera atrair

preferecircncias estabelecer estrateacutegia diferenciada adaptar-se agraves necessidades modifi-

car produtos e buscar soluccedilotildees para os problemas fugindo do convencional e assim

diferenciando-se dos concorrentes Estrateacutegia competitiva natildeo somente por criar ou

inovar produtos mas tambeacutem a quebra de paradigmas mudanccedilas de pensamentos

comportamentos etc Todas as ideias produtos e serviccedilos criativos poderatildeo ser trans-

formados em algo positivo para a organizaccedilatildeo Melhoria dos seus produtos assim

como a criaccedilatildeo de novos Busca de resultados diferentes do passado Melhoria do

18 Internet (Fonte Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de

acesso 04072012

29

relacionamento humano interno consequentemente o aumento da produtividade Me-

lhoramento contiacutenuo em todos os setores Desenvolvimento da qualidade19

24 - Criatividade e a visatildeo estrateacutegica da empresa

A criatividade se relaciona com a visatildeo estrateacutegica de empresa da seguinte

forma a partir dos objetivos traccedilados pela organizaccedilatildeo a mesma definiraacute uma linha

estrateacutegica a ser seguida para alcanccedilar esses objetivos A criatividade se envolve de

acordo com a intenccedilatildeo da empresa ela pode querer reinventar seus modos de atua-

ccedilatildeo pode somente visar manter-se atualizada e motivada pode querer mudar rapida-

mente de foco e enfim 44 pode estabelecer um relacionamento forte ou fraco com a

criatividade em funccedilatildeo das soluccedilotildees que ela estiver almejando

CALKINS (2001) defende essa visatildeo ao dizer que para produzir subjetividade

a criatividade deve ser parte da estrateacutegia da empresa O estudo de LENGNICK-HALL

e WOLFF (1998) faz justamente uma releitura sobre o processo estrateacutegico organiza-

cional ndash enfatizando os trecircs domiacutenios loacutegicos que guiam a maioria das empresas ndash e

relacionando conforme a Tabela abaixo com o tipo de criatividade que estaraacute vigente

Loacutegicas Estrateacutegicas x Criatividade

Loacutegica Dominante

Guerrilha Loacutegica Complexidade Loacutegica Capacidade Loacutegica

Objetivo

repentinamente reescrever

as regras da competitivida-

de

aprendizagem e alto envolvi-

mento organizacional

desenvolver e implementar

estrateacutegias que as possibilitem

criar uma sustentaacutevel vantagem

competitiva

Elemento

Chave

a flexibilidade a criativida-

de e a inovaccedilatildeo

sistema natural de relaciona-

mentos

desenvolvimento eficiente e

eficaz e protegendo seus recur-

sos de base

Justificativa vantagem competitiva

como algo muito passageiro

a organizaccedilatildeo vive em uma

comunidade de competidores

fornecedores clientes

as organizaccedilotildees procuram de-

senvolver e implantar estrateacute-

gias que as possibilitem criar

uma sustentaacutevel vantagem

competitiva

19Internet (Fonte Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de

acesso 04072012

30

Sucesso Orga-

nizacional

eacute uma funccedilatildeo da sua capa-

cidade para gerar ideias

que criam novas dinacircmicas

competitivas e novas are-

nas de accedilatildeo

consequecircncia de um natural

entendimento do paradoxo de

forccedilas que formam o sistema

organizacional

a chave da vantagem competiti-

va sustentaacutevel estaacute na habilida-

de organizacional para proteger

os seus recursos de base

Autores COOPER (1995) e

SCHUMPETER (1936)

MILLER (1996) SENGE (1990) e

MOORE (1996)

PORTER (1986 e 1992) e

HAMEL e PRAHALAD (1994)

Ecircnfase Criar Aprender Agregar Valor

Praacuteticas Cria-

tivas

Brainwriting Pool Teacutecnica

da Troca dos Cartotildees etc Pensamento Lateral Jamming

(Fonte Pesquisa a partir dos estudos de Lengnick-Hall e Wolff 1998) 20

25 ndash Reconfiguraccedilatildeo dinacircmica do talento

A estrateacutegia de inovaccedilatildeo sem duacutevida requer novas habilidades O conceito de

R=G sugere que nenhuma empresa eacute capaz de desenvolver sozinha todos os produ-

tos e serviccedilos de que necessita para oferecer experiecircncias personalizadas a cada cli-

ente Tampouco empresa alguma tem condiccedilotildees de cultivar todas as capacidades

gerenciais indispensaacuteveis para transformar a organizaccedilatildeo Analisamos questotildees rela-

cionadas com a superaccedilatildeo dos legados organizacionais e com a construccedilatildeo de novas

capacidades para o gerenciamento da inovaccedilatildeo Mostramos como as empresas de-

vem preparar-se para administrar as tensotildees constantes entre flexibilidade eficiecircncia

e confiabilidade Essa transformaccedilatildeo natildeo consiste apenas em mudar a mentalidade

ou a loacutegica dominante dos gestores tambeacutem significa concentrar-se nos novos niacuteveis

de transparecircncia e de visibilidade em relaccedilatildeo a como se gerencia a empresa

Precisamos mudar a maneira como gerenciamos ndash como combinamos continu-

amente oportunidades e recursos O foco deve convergir natildeo soacute para as habilidades

20Internet (Fonte Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de

acesso 04072012

31

dos indiviacuteduos e para as atitudes de cada um em relaccedilatildeo ao aprendizado mas tam-

beacutem para a competecircncia das equipes e para a capacidade dessas forccedilas-tarefas de se

reconfigurar continuamente em funccedilatildeo dos objetivos arregimentando os melhores

talentos em todo o mundo Por exemplo a identificaccedilatildeo dos comportamentos e das

necessidades de determinada pessoa numa base de milhotildees de clientes ndash como a

Amazoncom na ING Insurance e no programa de diabetes da ICICI ndash exige capaci-

dades analiacutetica Argumentaremos que os mesmos requisitos tambeacutem satildeo indispensaacute-

veis na base de talentos A empresa deve tratar seus empregados e fornecedores

como indiviacuteduos iacutempares (ou como conjunto de indiviacuteduos sem igual) da mesma ma-

neira como lida com os clientes A configuraccedilatildeo dinacircmica de recursos para atender agraves

necessidades de tarefas especiacuteficas converte-se em fonte de vantagem competitiva

A essecircncia da mensagem eacute que para a transformaccedilatildeo ser eficaz os gestores devem

concentrar o foco na mobilizaccedilatildeo raacutepida de talentos dentro e fora da empresa (PRA-

HALAD e KRISHNAN 2008 p177)

3 ndash Cadeia de valor e vantagem competitiva

Segundo Novaes (2001 p184) o conceito de cadeia de valor foi desenvolvido

por Porter O conceito eacute de muita simplicidade e por isso talvez mostre-se tatildeo impor-

tante no contexto econocircmico-social em que se inserem as empresas com a crescente

globalizaccedilatildeo dos negoacutecios e mercados

Para (PORTER 1989 p33) toda empresa eacute uma reuniatildeo de atividades que

satildeo executadas para projetar produzir comercializar entregar e sustentar seu produ-

to Todas estas atividades podem ser representadas fazendo-se uso de uma cadeia

de valores Essa exposiccedilatildeo do autor indica em primeira matildeo apenas4 a ideia de ava-

liar a cadeia interna da empresa a qual eacute formada pelas atividades operacionais e

organizacionais jaacute citadas

A ideia baacutesica que subsidia esse conceito natildeo eacute de autoria de Porter mas haacute

muito tempo jaacute estava sendo analisada Fala-se aqui dos conceitos da Teoria Geral de

Sistemas que tem como precursor o Prof Ludwig von Bertalanffy e seus trabalhos

teoria essa que apresenta a empresa como um sistema inserido esse uacuteltimo em um

ambiente ou macro sistema Assim deve-se ter em mente uma visatildeo sistecircmica en-

xergar mais do que as aacutereas ou atividades isoladamente mais do que os limites da

empresa (Cadeia de Valor Interna) A empresa faz parte de um todo maior (um siste-

32

ma amplo) e esse eacute que deve ser otimizado para gerar maior valor para o cliente e

consequentemente maior lucratividade na cadeia (Cadeia de Valor Externa)

Nas palavras de Porter (1989 p33) ldquoa cadeia de valores desagrega uma em-

presa nas suas atividades de relevacircncia estrateacutegica para que se possa compreender o

comportamento dos custos e as fontes existentes e potenciais de diferenciaccedilatildeordquo Uma

empresa ganha vantagem competitiva se conseguir desempenhar essas atividades

estrateacutegicas de uma maneira melhor e mais barata que a concorrecircncia

Pode-se entatildeo caminhar para um avanccedilo em definiccedilatildeo ao verificarmos a pro-

posiccedilatildeo de (SHANK amp GOVINDARAJAN 1993 p13) de que ldquoa cadeia de valor para

qualquer empresa em qualquer negoacutecio eacute o conjunto interligado de todas as ativida-

des que criam valor desde uma fonte baacutesica de mateacuterias primas passando por forne-

cedores de componentes ateacute a entrega do produto final agraves matildeos do consumidorrdquo

O mundo em que se vive atravessa em periacuteodo de transformaccedilatildeo sequer ima-

ginado Nele nada eacute definitivo Fica-se perplexo quando natildeo se consegue acompanhar

a velocidade da evoluccedilatildeo dos acontecimentos sente-se perdido principalmente nos

assuntos relacionados agrave dinacircmica do desenvolvimento tecnoloacutegico

Dessa forma com uma visatildeo focada no clienteconsumidor pode-se considerar

que a cadeia de valor eacute uma sequecircncia de atividades desde a origem de recursos ateacute

o descarte final de determinado produto Portanto tem-se uma visatildeo bastante abran-

gente do conceito que pode considerar desde a fase da extraccedilatildeo de mateacuteria-prima ateacute

o tratamento final que eacute dado ao produto por exemplo num enfoque de ciclo de vida

do produto21

31 - O que significa uma vantagem competitiva

O sucesso de uma empresa eacute em larga medida determinado pela atratividade

do sector em que opera mas a sua posiccedilatildeo dentro desse sector tambeacutem eacute importante

21 (httpwwwccontabeiscombrconvt14pdf) data acesso 15072012

33

Apesar de um sector poder ter uma fraca eficaacutecia uma empresa que estaacute bem posi-

cionada pode ainda assim criar lucros significativos

Diz-se que uma empresa tem uma vantagem competitiva sobre os seus con-

correntes quando manteacutem retornos que superam a meacutedia no seu sector Esta vanta-

gem decorre das caracteriacutesticas do produto que o torna superior aos produtos da con-

correcircncia

Nalgumas situaccedilotildees pode obter-se uma vantagem competitiva atraveacutes da evoluccedilatildeo

tecnoloacutegica mas esta eacute frequentemente difiacutecil de manter porque os concorrentes ra-

pidamente a copiam ou aperfeiccediloam desenvolvem novas tecnologias Uma vantagem

sustentada resulta frequentemente mais do que da tecnologia ou de modificaccedilatildeo de

produtos de outros fatores como por exemplo o simbolismo associado ndash o que o

produto significa para os consumidores (imagem de marca) e o que estes experimen-

tam na sua compra e uso Os investigadores em marketing reconhecem que os produ-

tos possuem caracteriacutesticas simboacutelicas e que o consumo de certos produtos pode de-

pender mais do seu significado social do que da sua utilidade funcional

Existe atualmente uma tendecircncia para os consumidores exigirem ldquosignificado

pessoalrdquo aos produtos e serviccedilos Torna-se essencial inovar para responder agraves emo-

ccedilotildees que influenciam as decisotildees dos consumidores Estes estatildeo cada vez menos

impressionados com as novas tecnologias e a optar por produtos que resultam ldquopara

mimrdquo Como consequecircncia palavras como emoccedilatildeo e significado pessoal encon-

tram o seu caminho nas estrateacutegias das empresas sendo importante entender os fato-

res intangiacuteveis associados ao valor percebido do produto e as percepccedilotildees na sua

globalidade positivas ou negativas Novas designaccedilotildees tais como ndash ldquofaacutecil acessiacute-

vel razoaacutevel empoderamento e pessoal ndash refletem mais a pessoa do que o obje-

to Descobrir os sentimentos e as atitudes em relaccedilatildeo aos produtos bem como conhe-

cer as razotildees das preferecircncias dos consumidores tornaram-se importantes elementos

estrateacutegicos22

32 - Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva

Em grande medida a ambiccedilatildeo da estrateacutegia da empresa eacute conseguir uma van-

tagem competitiva sustentaacutevel

22Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

34

A vantagem competitiva analisa a atividade da empresa centrando-se primei-

ramente na sua capacidade de gerar retornos superiores de capital e de vincular a

estrateacutegia de negoacutecio a mercados financeiros e de capital fundamentais por um longo

periacuteodo de tempo No fim de contas eacute a vantagem competitiva da empresa que permi-

te ter bons retornos para os seus acionistas

Sem vantagem competitiva a empresa tem uma razatildeo econoacutemica limitada para

existir ndash a sua vantagem competitiva eacute a sua razatildeo de existecircncia Sem ela a empresa

natildeo iraacute prosperar Criar uma vantagem competitiva sustentaacutevel pode ser a meta mais

importante de qualquer organizaccedilatildeo e pode mesmo ser o atributo mais importante em

que a empresa se focaliza23

33 - Como implementar vantagem competitiva

As vantagens competitivas natildeo assumem uma uacutenica forma e eacute possiacutevel que

uma empresa tenha vaacuterias vantagens competitivas e em diferentes aacutereas Ilustra-se

algumas das aacutereas onde as empresas se podem destacar e garantir o seu sucesso a

longo prazo quota de mercado gestatildeo da marca rede marcas e patentes eficaacutecia de

custos e altos custos de mudanccedila

As empresas com quotas de mercado significativas criam um problema para os

concorrentes o que eacute positivo para aquelas uma vez que os seus produtos satildeo bem

conhecidos e recebidos no mercado No entanto mesmo quando a quota de mercado

eacute consideraacutevel se o sector for atrativo ou seja tiver um potencial de lucro significativo

novos operadores podem aparecer com a consequente reduccedilatildeo da quota de merca-

do

Ter uma marca forte pode garantir o sucesso a longo prazo e tambeacutem permitir

agraves empresas obter lucros pois a sua marca permite-lhes cobrar um preccedilo especial

(premium) Marcas fortes tendem a criar uma vantagem competitiva mais duradoura

O efeito de rede ocorre quando um produto cria uma procura por parte dos

consumidores que depois amplia o produto A empresa pode beneficiar do efeito de

23 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

35

rede pela atraccedilatildeo de mais vendedores Estes por sua vez atraem mais compradores

estabelecendo-se uma quota de mercado dominante (por exemplo eBay)

Este efeito de rede natildeo eacute muito comum mas quando ocorre pode ser extre-

mamente lucrativo As marcas e as patentes podem ser fonte de vantagem competiti-

va para algumas empresas 24

34 - Como criar valor e vantagem competitiva

Uma empresa posiciona-se aproveitando os seus pontos fortes Michael Porter

defendeu que aqueles se inscrevem em dois tipos baacutesicos de vantagem competitiva

vantagem pelos custos ou diferenciaccedilatildeo Estes satildeo identificados como vantagens po-

sicionais uma vez que expressam a posiccedilatildeo da empresa no sector enquanto liacuteder nos

custos ou por diferenciaccedilatildeo

A empresa utiliza os seus recursos e capacidades para gerar uma vantagem

competitiva que por uacuteltimo resulte na criaccedilatildeo de um valor superior

As competecircncias distintivas (competecircncias nucleares) resultam de recursos

especiacuteficos e capacidades da empresa facilitam a inovaccedilatildeo a eficiecircncia a qualidade

e a receptividade dos clientes o que pode ser aproveitado para atingir quer uma es-

trutura de baixo custos quer a diferenciaccedilatildeo do produto

Uma empresa posiciona-se no seu sector atraveacutes da opccedilatildeo por baixos custos

ou diferenciaccedilatildeo Esta decisatildeo eacute uma peccedila central da estrateacutegia competitiva da em-

presa

A vantagem competitiva existe quando a empresa eacute capaz de oferecer os

mesmos benefiacutecios que os concorrentes mas a custos mais baixos (vantagem pelos

custos) ou oferecer benefiacutecios que ultrapassam a concorrecircncia (vantagem por diferen-

ciaccedilatildeo) Portanto uma vantagem competitiva permite agrave empresa criar um valor superi-

or para os seus clientes e lucros para si proacuteprio25

24 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=39ampL=5) data acesso 15072012

25 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

36

CAPITULO III

ASPECTOS DA INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE

1 ndash Inovaccedilatildeo e sustentabilidade

37

Como as empresas podem sair da teoria para a praacutetica e chegar a um no-

vo patamar de competitividade e comprometimento com praacuteticas sustentaacuteveis

Muito se fala em inovaccedilatildeo como o principal caminho para o desenvolvimento

sustentaacutevel das organizaccedilotildees e da humanidade Poreacutem em muitos setores falar sobre

esse assunto eacute ainda um exerciacutecio teoacuterico Em geral o tema eacute associado as aacutereas de

tecnologia ou pesquisa e desenvolvimento mas a inovaccedilatildeo deve acontecer tambeacutem

na lideranccedila nas accedilotildees de marketing no modelo de negoacutecios ou seja na gestatildeo co-

mo um todo

Em pesquisa realizada pela Fundaccedilatildeo Nacional da Qualidade (FNQ) em maio

e 2011 representantes de 63 empresas mostraram que 97 consideram fundamental

que as organizaccedilotildees inovem para buscar a sustentabilidade tanto do negoacutecio quanto

da economia e do planeta Apesar dessa consciecircncia 70 dos participantes do estu-

do acreditam que as empresas estatildeo preocupadas mas natildeo direcionam seus investi-

mentos em inovaccedilotildees com foco no crescimento sustentaacutevel O levantamento mostra

ainda que 27 dos entrevistados apontaram a gestatildeo como a principal preocupaccedilatildeo

das empresas em que trabalham enquanto 22 indicaram a sustentabilidade e 19 a

reduccedilatildeo de custos

De acordo com o superintendente geral da FNQ Jairo Martins ldquoos resultados

da pesquisa mostram que as empresas ainda natildeo perceberam o tamanho do problema

da sustentabilidade considerando o baixo iacutendice de organizaccedilotildees que de fato inves-

tem em inovaccedilatildeo para sustentabilidade Em sua maioria as organizaccedilotildees pensam

apenas no lado econocircmico e natildeo no tripeacute da sustentabilidade que demanda uma em-

presa economicamente soacutelida socialmente correta e ambientalmente responsaacutevel

Enquanto dominar o pensamento pelo vieacutes econocircmico cujo sucesso eacute medido pelo

PIB o atual modelo de desenvolvimento insustentaacutevel natildeo vai mudar e natildeo seratildeo in-

cluiacutedas na pauta das organizaccedilotildees as questotildees socioambientaisrdquo

O professor da Fundaccedilatildeo Getuacutelio Vargas Renato Orsato autor do livro ldquoEstra-

teacutegias de Sustentabilidade quando vale a pena ser verderdquo analisou mais de 30 ca-

sos de empresas que adotaram a inovaccedilatildeo em 20 setores ao redor do mundo Para

ele deve haver uma premissa baacutesica para falar sobre esse assunto fazer perguntas

precisas ldquoIsso porque existem centenas de milhares de formas de incluir inovaccedilatildeo e

sustentabilidade nas empresas As empresas devem conhecer bem o contexto onde

atuam e considerar tanto aspectos tangiacuteveis como intangiacuteveisrdquo afirma

38

Na opiniatildeo do professor enquanto a sustentabilidade eacute apenas um acessoacuterio agrave

estrateacutegia da empresa ela natildeo vale a pena Para inovar as organizaccedilotildees devem

questionar os modelos de negoacutecio e pensar em modelos totalmente novos

Orsato daacute o exemplo da empresa Better Place que inovou na maneira de co-

mercializar energia renovaacutevel para carros eleacutetricos ldquoO grande salto seraacute conseguir

mudanccedilas radicais nos modelos de negoacutecios As fronteiras entre os setores de energia

e mobilidade por exemplo podem mudarrdquo 26

11- Da teoria para a praacutetica

De maneira geral a inovaccedilatildeo faz sucesso em palestras de ldquoespecialistasrdquo e de

executivosrdquo explica o professor Joatildeo Amato Neto da Fundaccedilatildeo Vanzolini e Escola

Politeacutecnica da USP ldquoMas haacute empresas realmente inovadoras seja em seus produtos

em seus processos de produccedilatildeo e ateacute mesmo em seu posicionamento de mercado

Outras satildeo inovadoras na relaccedilatildeo com o mercado num sentido mais amplo Esse eacute

um grupo restrito no Brasil de empresas de excelecircncia As que tecircm excelecircncia em

inovaccedilatildeo para sustentabilidade estatildeo num grupo mais restrito ainda Do ponto de vista

da sobrevivecircncia da empresa nos proacuteximos anos esse eacute um requisito fundamentalrdquo

O professor exemplifica que no varejo haacute grandes redes como o Wall Mart

Carrefour e Patildeo de Accediluacutecar que iniciaram accedilotildees para contratar fornecedores com base

em requisitos de sustentabilidade Essas accedilotildees ainda satildeo restritas a alguns poucos

produtos e incluem por exemplo exigecircncias de embalagens que possam ser recicla-

das Satildeo accedilotildees que visam a reduccedilatildeo do uso de recursos materiais e energia de uma

forma geral (busca de maior eco eficiecircncia nos processos)

Mas como sair da teoria e colocar em praacutetica Veja os principais pontos que

uma empresa interessada em inovaccedilatildeo e sustentabilidade deve trabalhar

bull Investir no espiacuterito criativo dos colaboradores natildeo soacute daqueles que atuam nas aacutereas

de pesquisa e desenvolvimento (PampD) de produtos ou na engenharia do produto mas

num sentido mais amplo oacutetimas ideias podem surgir no chamado chatildeo de faacutebrica

26 Internet (httpwwwhsmcombrbuscarkeys=inovaccedilatildeo e sustentabilidade) data acesso 19072012

39

bull Buscar praacuteticas de gestatildeo participativa isso pode gerar ideias que trazem inovaccedilotildees

pequenas incrementais mas que no conjunto fazem muita diferenccedila

bull Usar a educaccedilatildeo para transformar paradigmas e gerar maior conscientizaccedilatildeo Natildeo

se deve pensar apenas em treinamentos que satildeo usados em geral para tarefas es-

peciacuteficas ou aplicaccedilatildeo de teacutecnicas As empresas devem investir na formaccedilatildeo dos re-

cursos humanos

bull Questionar o proacuteprio modelo de negoacutecios

bull Inserir sustentabilidade no planejamento estrateacutegico da empresa

E seraacute que eacute possiacutevel aprender a inovar De acordo com o professor Joatildeo A-

mato a inovaccedilatildeo soacute faz sentido se isso significar uma mudanccedila de mentalidade na

empresa Isso vale para induacutestria ou setor de serviccedilos ldquoNo setor financeiro temos mui-

tos exemplos de como os bancos estatildeo descobrindo novas maneira de incluir a sus-

tentabilidade em suas praacuteticas definindo criteacuterios de praacuteticas socioambientais aos

seus clientes Na realidade alguns dos grandes bancos jaacute colocaram isso no seu plano

estrateacutegicordquo conclui 27

12 ndash Sustentabilidade corporativa

Haacute vaacuterias definiccedilotildees para sustentabilidade e desenvolvimento sustentaacutevel na

literatura e organizaccedilotildees que tratam do tema arrolam outras tantas Isso decorre do

fato de a sustentabilidade ser um conceito relativamente novo possuir um caraacuteter mul-

tidisciplinar e envolver diferentes interpretaccedilotildees que refletem diferenccedilas de valor cir-

cunstacircncias localizadas e contextos especiacuteficos Aleacutem disso o conceito acaba incorpo-

rado a vaacuterios assuntos tais como a definiccedilatildeo de poliacuteticas governamentais a gestatildeo

puacuteblica regional a gestatildeo de empresas e ateacute mesmo o nosso estilo de vida (MA-

27 Internet (httpwwwhsmcombreditoriassustentabilidadeinovacao-e-ustentabilidade-de-

maos-dadas) data acesso 19072012

40

WHINNEY 2002) O foco deste artigo eacute a sustentabilidade corporativa ou seja a apli-

caccedilatildeo do conceito de sustentabilidade nas empresas

Algumas empresas brasileiras vecircm sendo citadas como casos mundiais no

acircmbito de algumas das dimensotildees da sustentabilidade corporativa HART (1997)

menciona a Aracruz Celulose como uma empresa que adota a visatildeo de desenvolvi-

mento sustentaacutevel desde o iniacutecio de suas operaccedilotildees com base no modelo de reflores-

tamento das plantaccedilotildees de eucaliptos PRAHALAD (2004) apresenta o caso da Casas

Bahia como uma empresa que atende a populaccedilatildeo de baixa renda por meio de um

modelo inovador de financiamento (SEABRA LEAL e PASSOS 2005 p10) Relatam

o caso da Natura assinalando que seus principais acionistas satildeo enfaacuteticos ao afirma-

rem que a busca da sustentabilidade eacute mais do que uma estrateacutegia de negoacutecios mdash eacute

uma filosofia de vida Outros estudos acadecircmicos nessa aacuterea tambeacutem envolvem em-

presas nacionais SILVA e KULAY (2005) apresentam um caso de aplicaccedilatildeo da Avali-

accedilatildeo do Ciclo de Vida (LCA mdash Life Cycle Assessment) para analisar os potenciais

impactos ambientais do processo de fabricaccedilatildeo de fertilizantes fosfatados em uma

empresa brasileira COSTA e GOUVINHAS (2004) analisam a adoccedilatildeo das estrateacutegias

de projeto ecoloacutegico (ecodesign) no ambiente de negoacutecios de pequenas e meacutedias em-

presas brasileiras HOPKINS (2002) discute a sustentabilidade nas operaccedilotildees internas

das empresas a partir de uma pesquisa exploratoacuteria sobre a aplicaccedilatildeo de indicadores

de responsabilidade social em quatro grandes empresas no Brasil 28

13 - O conceito de sustentabilidade corporativa

Considera-se sustentabilidade corporativa como a gestatildeo empresarial que bus-

ca equilibrar as necessidades econocircmicas das empresas com a responsabilidade pelo

desenvolvimento da sociedade e preservaccedilatildeo dos recursos naturais visando atender

agraves necessidades atuais e futuras dos elementos afetados pela empresa Esses ele-

mentos mdash que satildeo ou podem ser afetados pelos efeitos das operaccedilotildees accedilotildees e deci-

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sotildees da empresa mdash incluem os acionistas e funcionaacuterios clientes e consumidores

fornecedores e parceiros os recursos naturais utilizados pela empresa o meio ambi-

ente e a sociedade

A sustentabilidade corporativa estaacute associada a trecircs macro objetivos a geraccedilatildeo

de valor econocircmico a responsabilidade ambiental e a responsabilidade social A gera-

ccedilatildeo de valor econocircmico estaacute relacionada com a obtenccedilatildeo de resultados econocircmicos

positivos no presente e no futuro A responsabilidade ambiental diz respeito agrave conser-

vaccedilatildeo e ao uso sustentaacutevel dos recursos naturais E a responsabilidade social con-

templa a corresponsabilidade das empresas pelo desenvolvimento da sociedade Con-

forme ELKINGTON (1997) esses objetivos satildeo inerentes aos denominados resultados

tridimensionais da sustentabilidade (triple bottom line) As empresas que adotam a

sustentabilidade corporativa devem buscar um equiliacutebrio entre o compromisso econocirc-

mico a preservaccedilatildeo ambiental e o desenvolvimento da sociedade assumindo respon-

sabilidades pelas condiccedilotildees de vida atuais e futuras29

14 - Sustentabilidade e geraccedilatildeo de valor econocircmico

A literatura ressalta a necessidade de que as iniciativas relacionadas agrave susten-

tabilidade tragam retornos positivos para as empresas REINHARDT (1999) considera

que as justificativas para os investimentos ambientais realizados pelas empresas de-

vem ser similares aos demais investimentos Nesse sentido os investimentos em ges-

tatildeo ambiental devem auferir retornos financeiros positivos ou conduzir agrave reduccedilatildeo dos

riscos SENGE e CARSTEDT (2001) satildeo mais enfaacuteticos ao considerar que o desafio

atual reside em desenvolver negoacutecios sustentaacuteveis compatiacuteveis com a realidade eco-

nocircmica Segundo esses autores novos modelos de negoacutecios e produtos inovadores

no acircmbito da sustentabilidade precisam necessariamente acarretar resultados finan-

ceiros satisfatoacuterios para se viabilizarem

Os benefiacutecios decorrentes das accedilotildees de sustentabilidade podem ser tangiacuteveis

ou intangiacuteveis Willard (2002) identifica potenciais benefiacutecios tangiacuteveis como aqueles

associados agrave reduccedilatildeo de custos na manufatura agrave reduccedilatildeo de custos comerciais ao

aumento do faturamento e ao aumento da participaccedilatildeo no mercado Como benefiacutecios

intangiacuteveis considera a maior facilidade na contrataccedilatildeo de talentos a maior retenccedilatildeo

29 Internet httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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dos principais talentos o aumento da produtividade dos funcionaacuterios a reduccedilatildeo dos

riscos e as maiores facilidades de financiamento NEMLI (2004) considera que os be-

nefiacutecios devem ser mensurados ao longo de trecircs dimensotildees reduccedilatildeo de custos e au-

mento da lucratividade aumento da reputaccedilatildeo e criaccedilatildeo de diferenciaccedilatildeo crescimento

da empresa em termos de capacidade de inovaccedilatildeo e uso de tecnologias limpas

A perspectiva de geraccedilatildeo de valor econocircmico estaacute acoplada a uma visatildeo mais holiacutesti-

ca do bom funcionamento da economia Nesse sentido HAWKEN LOVINS e LOVINS

(1999) consideram que o capitalismo natural pode ser o gatilho para a proacutexima revo-

luccedilatildeo industrial em que quatro tipos de capital sustentam o bom funcionamento da

economia o capital humano (pessoas conhecimento e cultura) o capital financeiro

(caixa investimentos e instrumentos monetaacuterios) o capital industrial (infra estrutura

faacutebricas e maacutequinas) e o capital natural (recursos naturais sistemas de vida e ecossis-

tema) Conforme SENGE e CARSTEDT (2001) a geraccedilatildeo de valor econocircmico por

empresas sustentaacuteveis depende de forma ampla da adoccedilatildeo de uma realidade eco-

nocircmica que conecta a induacutestria a sociedade e o meio ambiente Por outro lado mes-

mo na realidade atual a reduccedilatildeo do desperdiacutecio e do fluxo destrutivo dos recursos

pode representar uma importante oportunidade de negoacutecios (LOVINS LOVINS e

HAWKEN 1999) 30

15 - Sustentabilidade e responsabilidade ambiental

Vaacuterios autores assinalam a importacircncia da questatildeo da estrateacutegia ambiental das

empresas no acircmbito da sustentabilidade corporativa HART (1997) considera a polui-

ccedilatildeo a exaustatildeo dos recursos naturais e a pobreza como os principais desafios da sus-

tentabilidade Segundo o autor a estrateacutegia ambiental das empresas em geral evolui

segundo trecircs estaacutegios prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo produtos ambientalmente corretos e

produccedilatildeo limpa Aleacutem disso uma estrateacutegia ambiental integrada natildeo deve direcionar-

se somente para o desenvolvimento de competecircncias internas mas tambeacutem conside-

rar o relacionamento com os clientes fornecedores outras empresas agentes gover-

30 Internet

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data de acesso 2107201230

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namentais e acionistas Da mesma forma BARBIERI (2004) cita trecircs abordagens para

a gestatildeo ambiental empresarial controle da poluiccedilatildeo prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo e abor-

dagem estrateacutegica A prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo incorpora duas preocupaccedilotildees ambientais

principais o uso sustentaacutevel dos recursos e o controle da poluiccedilatildeo Os instrumentos

tradicionais para o uso sustentaacutevel dos recursos satildeo referenciados pelo autor como

4Rs reduccedilatildeo da poluiccedilatildeo na fonte reutilizaccedilatildeo reciclagem e recuperaccedilatildeo energeacutetica

HOFFMAN (2000) sugere que a estrateacutegia ambiental determine o alinhamento

entre a proteccedilatildeo ambiental e o crescimento econocircmico da empresa O desenvolvimen-

to da estrateacutegia ambiental deve analisar os concorrentes os parceiros os produtos as

mateacuterias-primas as perdas e os resiacuteduos da empresa O autor considera que a estra-

teacutegia ambiental pode ser direcionada por quatro fatores o mercado (composto pelos

consumidores associaccedilotildees concorrentes e consultores) os provedores de recursos

(clientes seguradoras fornecedores bancos e investidores) os elementos coercivos

(regulamentos locais legislaccedilatildeo internacional) e os elementos sociais (instituiccedilotildees

religiosas organizaccedilotildees natildeo-governamentais comunidade mundo acadecircmico im-

prensa e poder judiciaacuterio) 31

16 - Sustentabilidade e responsabilidade social

Os defensores da responsabilidade social argumentam que as empresas de-

vem assumir um compromisso com o desenvolvimento da sociedade As empresas

devem executar accedilotildees para fomentar o desenvolvimento social a inclusatildeo social e

contribuir para a melhoria das condiccedilotildees de vida da populaccedilatildeo mais necessitada Al-

guns autores consideram que essas atividades natildeo satildeo puramente filantroacutepicas uma

vez que as empresas podem auferir benefiacutecios de negoacutecios em funccedilatildeo delas Outros

sugerem ainda que a responsabilidade social esteja associada agrave proacutepria estrateacutegia

empresarial por exemplo SEABRA LEAL e PASSOS (2005) assinalam que os prin-

31 ) Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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cipais acionistas da Natura consideram que a responsabilidade social estaacute intimamen-

te ligada agrave estrateacutegia de negoacutecios da empresa

PRAHALAD e HAMMOND (2002) observam que aproximadamente 65 da

populaccedilatildeo mundial mdash cerca de quatro bilhotildees de pessoas mdash ganham menos do que

2000 USDano Esse eacute um mercado praticamente inexplorado pelas empresas multi-

nacionais Segundo os autores as empresas que desejam entrar nesse mercado de-

vem repensar seus modelos de negoacutecios praacuteticas gerenciais e indicadores de desem-

penho Eacute um mercado de novas fontes de receita que exige melhoria na eficiecircncia

operacional e fomento da inovaccedilatildeo A atuaccedilatildeo bem-sucedida para atender agrave denomi-

nada populaccedilatildeo na base da piracircmide pode trazer resultados econocircmicos positivos agraves

empresas e simultaneamente contribuir para a melhoria das condiccedilotildees de vida das

pessoas economicamente menos favorecidas

PORTER e KRAMER (2002) consideram que eacute possiacutevel agraves empresas obterem

a convergecircncia de interesses entre as atividades filantroacutepicas e os objetivos de negoacute-

cios A filantropia pode oferecer oportunidades para as empresas melhorarem seu

contexto competitivo considerando que as atividades filantroacutepicas podem potencial-

mente atuar sobre quatro elementos inter-relacionados da competitividade empresari-

al na disponibilidade dos insumos de produccedilatildeo nas condiccedilotildees de demanda nas con-

diccedilotildees de competiccedilatildeo e rivalidade e na presenccedila das induacutestrias de insumos e suporte

Nesse sentido a filantropia deveria ser considerada uma abordagem claramente estra-

teacutegica pelas empresas WADDOCK e SMITH (2000) adotam um raciociacutenio similar

afirmando que a responsabilidade social e o desempenho corporativo financeiro an-

dam juntos e natildeo como trade-offs

HALL et al (2005) constatam que algumas empresas podem ser socialmente

vulneraacuteveis Segundo esses autores a vulnerabilidade social eacute atribuiacuteda agraves empresas

que apresentam grande importacircncia estrateacutegica para o desenvolvimento econocircmico e

social dos paiacuteses onde operam Eles citam empresas cujo papel extrapola a criaccedilatildeo de

valor aos acionistas sendo consideradas como orgulhos nacionais para seus paiacuteses

Satildeo citadas como exemplos a Siemens na Alemanha a Toyota no Japatildeo a Embraer

no Brasil e a Bombardier no Canadaacute Aleacutem da questatildeo econocircmica essas empresas

desempenham importante papel social em seus respectivos paiacuteses Outras empresas

45

brasileiras tambeacutem poderiam ser citadas como a Petrobras a Companhia Vale do Rio

Doce o Bradesco entre outras 32

2 - Gestatildeo da inovaccedilatildeo para a sustentabilidade

A busca da inovaccedilatildeo e a gestatildeo da inovaccedilatildeo em geral satildeo mediadas por as-

pectos essencialmente econocircmicos e estrateacutegicos Entretanto na medida em que ou-

tras restriccedilotildees compotildeem o ambiente de atuaccedilatildeo das empresas outros fatores podem

impulsionar a inovaccedilatildeo Isso tambeacutem eacute vaacutelido ao se considerarem aspectos de susten-

tabilidade como condicionantes da inovaccedilatildeo

HART e CHRISTENSEN (2002) sugerem que as inovaccedilotildees radicais podem

pavimentar o caminho para as empresas combinarem um crescimento sustentaacutevel

com responsabilidade social HART e MILTEIN (1999) consideram que os desafios

impostos pela sustentabilidade global podem atuar como catalisadores para um novo

estaacutegio de destruiccedilatildeo criativa das empresas Eles associam a preocupaccedilatildeo ecoloacutegica

com melhorias contiacutenuas e a sustentabilidade global com melhorias radicais Nesse

sentido argumentam que a sustentabilidade pode criar oportunidades sem preceden-

tes agraves empresas O raciociacutenio de SENGE e CARSTEDT (2001) eacute similar Esses auto-

res consideram que o foco restrito na eficiecircncia ecoloacutegica pode distrair as empresas da

busca de produtos e modelos de negoacutecios radicalmente diferentes dos atuais Eacute a sus-

tentabilidade global que iraacute motivar as empresas a procurarem novos modelos men-

tais a enfatizarem a aprendizagem e atentarem para a gestatildeo de mudanccedilas

PORTER e VAN DER LINDE (1995) consideram que as regulamentaccedilotildees am-

bientais impotildeem pressotildees competitivas nas empresas motivando-as a inovar VOL-

LENBROEK (2002) propotildee um processo que direciona a inovaccedilatildeo para o desenvolvi-

mento da sustentabilidade denominado gestatildeo da transiccedilatildeo Ele considera que a ino-

vaccedilatildeo natildeo gera automaticamente o progresso da sociedade pois precisa ser condi-

cionada para tanto Os esforccedilos para o desenvolvimento sustentaacutevel precisam ser di-

recionados pela sociedade e esta participa das decisotildees visando obter um balancea-

mento adequado entre os objetivos econocircmicos ecoloacutegicos e sociais A inovaccedilatildeo seraacute

decorrecircncia

32 Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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HALL e VREDENBURG (2003) afirmam que os gestores tecircm dificuldades para

lidar com as pressotildees do desenvolvimento sustentaacutevel Eles consideram que as estra-

teacutegias de inovaccedilatildeo das empresas geralmente satildeo inadequadas para acomodar as

complexidades e incertezas inerentes agraves novas demandas impostas pelo desenvolvi-

mento sustentaacutevel Dessa forma sugerem que a estrateacutegia empresarial integre tam-

beacutem os objetivos da inovaccedilatildeo e do desenvolvimento sustentaacutevel Em contraponto agrave

abordagem tradicional da inovaccedilatildeo ditada pelo mercado propotildeem que as empresas

adotem a inovaccedilatildeo para o desenvolvimento sustentaacutevel que incorpora as restriccedilotildees

sociais e as pressotildees ambientais bem como contempla as necessidades das futuras

geraccedilotildees Como seraacute visto no texto que segue a inovaccedilatildeo foi tambeacutem um ingrediente

essencial para o desenvolvimento e o sucesso do projeto estudado na presente pes-

quisa33

CONCLUSAtildeO

O objetivo desse estudo foi verificar e compreender o conceito de inovaccedilatildeo e a

sua aplicabilidade nas organizaccedilotildees assim como a vantagem competitiva no modelo

de negoacutecio por meio da co-criaccedilatildeo de valor

33 Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data acesso 21072012

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Inovaccedilatildeo e criatividade satildeo essenciais para o continuo desenvolvimento e competi-

tividade de uma naccedilatildeo

Coisas boas acontecem quando o pensamento inovador comeccedila ele poderaacute

ajudar a criar novos produtos melhoria nos processos novas tecnologias tornando

a empresa mais competitiva Tomando conhecimento da grande variedade de produ-

tos e serviccedilos oferecidos pelas organizaccedilotildees pode se observar que nem sempre se

chega ao resultado em melhores experiecircncias de consumo nesse cenaacuterio certas em-

presas adotam a co-criaccedilatildeo de valor ndash participaccedilatildeo do cliente no processo produtivo ndash

para inovar no modelo de negoacutecio agregando valor a sua oferta buscando assim se

diferenciar das demais empresas Apesar da inovaccedilatildeo indicar um caminho seguro

para obter vantagem competitiva sustentaacutevel e defender posiccedilotildees estrateacutegicas no

mercado o seu sucesso natildeo eacute garantido necessitando que os gestores conheccedilam e

compreendam a dinacircmica dos processos da gestatildeo da inovaccedilatildeo dentro de suas orga-

nizaccedilotildees e realidades especiacuteficas

O modelo de organizaccedilatildeo inovadora sustentaacutevel eacute uma resposta agraves pressotildees

institucionais por uma organizaccedilatildeo que seja capaz de inovar com eficiecircncia em termos

econocircmicos mas com responsabilidade social e ambiental Esse tipo de organizaccedilatildeo

busca vantagem competitiva desenvolvendo produtos serviccedilos processos e negoacutecios

novos ou modificados com base nas dimensotildees social ambiental e econocircmica Ela

reuacutene duas caracteriacutesticas essenciais eacute inovadora e orientada para a sustentabilidade

Tendo em vista o fenocircmeno do isomorfismo institucional (concentraccedilatildeo de for-

mas organizacionais nos diversos setores produtivos) o modelo das organizaccedilotildees

inovadoras sustentaacuteveis vem ganhando rapidamente cada vez mais espaccedilo nas em-

presas liacutederes Esses fatos permitem dizer que o movimento do desenvolvimento sus-

tentaacutevel eacute um dos movimentos mais importantes do nosso tempo e a julgar pela vita-

lidade dos fatores institucionais presentes em praticamente todo o mundo pode-se

inferir que ele continuaraacute se propagando por muitas deacutecadas

Desse modo o aprimoramento dos modelos de organizaccedilatildeo sustentaacuteveis as

diversas formas da sua institucionalizaccedilatildeo em acircmbito global o desenvolvimento de

tecnologias sustentaacuteveis a gestatildeo de inovaccedilotildees para o desenvolvimento sustentaacutevel

seratildeo temas cada vez mais importantes nos estudos futuros Como o sistema opera-

cional produtivo e as inovaccedilotildees de produto e de processo ao atender as trecircs dimen-

sotildees da sustentabilidade devem gerar ganhos para o meio ambiente em termos de

reduccedilatildeo no uso de recursos e de emissotildees de poluentes o aumento da produccedilatildeo pelo

incitamento agrave demanda por novos produtos pode neutralizar ou ateacute superar esses ga-

nhos Levar em conta essa possibilidade dando-lhe um tratamento adequado eacute um dos

48

maiores desafios para o alinhamento das empresas ao modelo de organizaccedilatildeo inova-

dora sustentaacutevel

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

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Elsevier 2004

  • AGRADECIMENTOS
  • CAPIacuteTULO III- Aspectos da inovaccedilatildeo e sustentabilidade37
  • Inovaccedilatildeo e sustentabilidade37
  • 32 - Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva
  • 33 - Como implementar vantagem competitiva
  • 34 - Como criar valor e vantagem competitiva
Page 19: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · duzir os processos de inovação dentro da organização. 6 ... CAPÍTULO I - Estrutura da criação de valor e inovação.....11

19

nado produto principalmente se este for desconhecido Eacute necessaacuterio conhecer o am-

biente em que se vivem compreender suas carecircncias

Outra funccedilatildeo necessaacuteria eacute a geraccedilatildeo de alternativas viaacuteveis que respondam agraves

demandas ambientais e a seleccedilatildeo com base em criteacuterios coerentes com os objetivos

estrateacutegicos da organizaccedilatildeo previamente estabelecidos

Natildeo se pode deixar de mencionar a concepccedilatildeo e o desenvolvimento das ino-

vaccedilotildees a gestatildeo da implantaccedilatildeo destas inovaccedilotildees e respectiva coordenaccedilatildeo

Aleacutem destes um outro aspecto fundamental eacute o controle do processo ou seja

a definiccedilatildeo de indicadores que permitam avaliar e medir os resultados na medida em

que estes acontecem Os instrumentos de medida da inovaccedilatildeo devem conforme

KUCZMARSKI (1998) obedecer agraves seguintes categorias empresa (carteira de novos

produtos investimentos apuraccedilatildeo de resultados) das equipes (planejamento taxas

de sucesso e sobrevivecircncia variaccedilotildees orccedilamentaacuterias retorno financeiro) e individual

(contribuiccedilatildeo de cada membro no desempenho da equipe) Vale lembrar que inovaccedilatildeo

e mudanccedila levam tempo os indiviacuteduos devem esperar permanecer em suas funccedilotildees

pelo tempo suficiente para influenciar os indicadores de desempenho tanto de curto

quanto de longo prazo 9

23 ndash Como implantar cultura de inovaccedilatildeo na organizaccedilatildeo

Inovaccedilatildeo tem de fazer parte da mentalidade dos funcionaacuterios em todos os niacute-

veis Evidentemente a forma mais eficiente de implantar uma mudanccedila na empresa

se daacute quando o exemplo vem de acima Se natildeo estatildeo convencidos da importacircncia da

inovaccedilatildeo os dirigentes sempre encontraratildeo formas de derrubar ideias mais arrisca-

das No entanto se as lideranccedilas tomam a iniciativa a nova cultura eacute absorvida com

muito mais facilidade pela organizaccedilatildeo

Os profissionais do primeiro escalatildeo contudo natildeo podem ter a obrigaccedilatildeo de

ser os uacutenicos ou principais geradores das ideias inovadoras Os comandantes preci-

9Internet

(httpwwwgooglecombrurlsa=tamprct=jampq=ampesrc=sampsource=webampcd=4ampved=0CFkQFjADampurl=http

3A2F2Fwwwfespprbr2F~bastosjr2FGest25E3o2520de2520Inova25E725E3o2FArtigo

s2FInova25E725E3odocampei=sSb2T8eqDYro0QGO7OSLBwampusg=AFQjCNEz7MKNTbjYj81P) data

de acesso 04062012

20

sam de aliados O papel dos gerentes e diretores tambeacutem eacute fundamental num pro-

cesso de mudanccedila de cultura eles satildeo os verdadeiros responsaacuteveis por criar um am-

biente que estimule as pessoas a arriscar investindo em novos produtos bancando

ideias que tecircm maturaccedilatildeo de longo prazo e criando uma comunicaccedilatildeo eficiente

Nem mesmo os profissionais de atuaccedilatildeo operacional podem fugir da responsa-

bilidade A dificuldade para inovar eacute maior em departamentos mais fechados e norma-

tizados como os administrativos ou naqueles em que a precisatildeo eacute fundamental como

a produccedilatildeo de um remeacutedio Mas eles tambeacutem precisam aprender a ver as oportuni-

dades natildeo convencionais ndash haacute pequenas melhorias capazes de desencadear uma

importante inovaccedilatildeo

A responsabilidade eacute de todos da alta gerecircncias aos departamentos operacio-

nais O desafio eacute fazer todos assumirem um compromisso com a praacutetica real da ino-

vaccedilatildeo 10

ldquoInovaccedilatildeo eacute a mensagem do momento Natildeo se trata de mais recursos mas em

como usaacute-los Em um mundo que atravessa crises financeiras a todo momento e que

exige sempre mais recursos naturais os inovadores e os criativos satildeo os que conse-

guem transformar as adversidades em oportunidades de crescimentordquo (STEVE

JOBS Inovaccedilatildeo A arte de Steve Jobs 2010 p154)

24 ndash Organizaccedilotildees inovadoras sustentaacuteveis

Organizaccedilatildeo inovadora eacute a que introduz novidades de qualquer tipo em bases

sistemaacuteticas e colhe os resultados esperados BARBIERI (2007) p88) A expressatildeo

bases sistemaacuteticas significa a realizaccedilatildeo de inovaccedilotildees com autonomia intencionali-

dade e pro atividade Assim a inovaccedilatildeo eacute um elemento essencial do modus operan-

di dessa organizaccedilatildeo o que pressupotildee que ela desenvolva continuamente recursos

tangiacuteveis e intangiacuteveis para inovar permanentemente Organizaccedilatildeo sustentaacutevel eacute a

que simultaneamente procura ser eficiente em termos econocircmicos respeitar a capaci-

dade de suporte do meio ambiente e ser instrumento de justiccedila social promovendo a

inclusatildeo social a proteccedilatildeo agraves minorias e grupos vulneraacuteveis o equiliacutebrio entre os gecirc-

neros etc (BARBIERI 2007 p98-99) 10 Internet (httpbooksgooglecombrbookshl=pt-BRamplr=ampid=jnka43VmmwsCampoi=fndamppg=PA34ampdq=como+implantar+uma+cultura+de+inovaccedilatildeo+na+organiza-ccedilatildeoampots=KRvAPG4C6kampsig=rzqbLGM4sLvsQL26N0gLqfOTPOAv=onepageampq=como20implantar20uma20cultura) data de acesso 04062012

21

Os dois conceitos de organizaccedilatildeo podem entrar em contradiccedilatildeo pois inovar em

bases sistemaacuteticas pode se tornar sinocircnimo de degradaccedilatildeo sistemaacutetica do meio ambi-

ente e da vida social Assim uma organizaccedilatildeo inovadora sustentaacutevel natildeo eacute a que

introduz novidades de qualquer tipo mas novidades que atendam as muacuteltiplas dimen-

sotildees da sustentabilidade em bases sistemaacuteticas e colham resultados positivos para

ela para a sociedade e o meio ambiente BARBIERI (2007) p105 Natildeo basta para as

empresas apenas inovar constantemente mas inovar considerando as trecircs dimen-

sotildees da sustentabilidade a saber

bull dimensatildeo social - preocupaccedilatildeo com os impactos sociais das inovaccedilotildees nas

comunidades humanas dentro e fora da organizaccedilatildeo (desemprego exclusatildeo

social pobreza diversidade organizacional etc)

bull dimensatildeo ambiental - preocupaccedilatildeo com os impactos ambientais pelo uso de

recursos naturais e pelas emissotildees de poluentes

bull dimensatildeo econocircmica - preocupaccedilatildeo com a eficiecircncia econocircmica sem a qual

elas natildeo se perpetuariam Para as empresas essa dimensatildeo significa obtenccedilatildeo

de lucro e geraccedilatildeo de vantagens competitivas nos mercados onde atuam

O atendimento a essas dimensotildees torna o processo de inovaccedilatildeo mais sofisti-

cado e exigente o que requer da organizaccedilatildeo um maior esforccedilo para atender tecnica-

mente esse requisito Isso leva novas perspectivas para a gestatildeo da inovaccedilatildeo11

Com intuito de tornar o processo de adequaccedilatildeo agraves prerrogativas impostas agraves

companhias ditas inovadoras quanto mais simplificado e dirigido melhor A seguir eacute

apresentado um conjunto de proposiccedilotildees para o desenvolvimento de empresas com

esta caracteriacutestica o pressuposto baacutesico necessaacuterio eacute o fomento de equipes de traba-

lho com a mentalidade para a inovaccedilatildeo Neste sentido cabem agraves organizaccedilotildees agraves

pessoas e agraves tarefas o papel de suscitar o aparecimento e a manutenccedilatildeo de tais e-

quipes SBRAGIA (1993)

25 - A Inovaccedilatildeo como funccedilatildeo de aprendizagem organizacional

11Internet(httpwwwscielobrscielophppid=S0034-

75902010000200002ampscript=sci_arttext) data de acesso 04062012

22

Pelo fato da inovaccedilatildeo ser destrutiva para muitos grupos consolidados ela en-

frentaraacute resistecircncia A inovaccedilatildeo eacute o oposto da operaccedilatildeo e seraacute portanto ignorada O

desenho ou arranjo organizacional poderaacute facilmente superar ao menos minimizar

estes e outros obstaacuteculos GALBRAITH (1998) Este comportamento acentua-se em

organizaccedilotildees protegidas de concorrecircncia (universidades ateacute algum tempo atraacutes oacuter-

gatildeos governamentais etc) Pesquisas realizadas por TUSHMAN e NADLER (1998)

apontam que organizaccedilotildees altamente inovadoras satildeo sistemas de aprendizado alta-

mente eficazes aleacutem de possuir um senso de autocriacutetica bastante apurada

Empresas eficazes criam condiccedilotildees possiacuteveis para que o trabalho de hoje seja

feito paralelo com a geraccedilatildeo constante de inovaccedilatildeo ou seja a inovaccedilatildeo sustentada

por mais paradoxal que possa parecer exige ao mesmo tempo estabilidade e mudan-

ccedila A estabilidade possibilita economias de escala e aprendizado incremental por ou-

tro lado a mudanccedila e a experimentaccedilatildeo satildeo necessaacuterias agrave conquista de avanccedilos nas

aacutereas de produto processo e tecnologia

Companhias que conseguem ao mesmo tempo produzir cotidianamente e estar

alerta e vigilante aos clientes concorrentes tecnologias e competecircncia interna fo-

mentam e estimulam o aprendizado organizacional e a inovaccedilatildeo sustentada

Segundo TUSHMAN e NADLER (1998) inovaccedilatildeo eacute um trabalho complexo e

estimulante a rupturas pois exige estreita colaboraccedilatildeo entre membros que rotineira-

mente se encontram bastante separados Embora os mecanismos da organizaccedilatildeo

formal facilitem o aprendizado e a inovaccedilatildeo corporativa a criatividade individual pro-

veacutem de um ambiente informal saudaacutevel

Um claro conjunto de valores essenciais ajuda a focalizar e motivar o compor-

tamento Empresas inovadoras tecircm valores claros que fornecem foco num cenaacuterio

repleto de diversidade como tambeacutem um objetivo comum que possa ter a concor-

dacircncia dos mais diferentes atores envolvidos

Em adiccedilatildeo com os valores essenciais cultuados em uma organizaccedilatildeo as nor-

mas proporcionam referenciais de comportamentos claros satildeo os comportamentos

aguardados De um modo geral organizaccedilotildees inovadoras enfatizam a informalidade

no comportamento no vestuaacuterio e nas relaccedilotildees hieraacuterquicas com elevadas expectati-

vas de desempenho e de trabalho individual e do grupo fortes viacutenculos informais den-

tro e fora da organizaccedilatildeo

23

Organizaccedilotildees altamente inovadoras geram com destreza as sutilezas da re-

compensa e da puniccedilatildeo onde as pessoas podem assumir riscos colher as recompen-

sas pelo sucesso e sobreviver a fracassos construtivos

A representaccedilatildeo de papeacuteis funcionais tem atribuiccedilatildeo fundamental no desenvol-

vimento e conduccedilatildeo do processo de gestatildeo da inovaccedilatildeo Entre eles podemos mencio-

nar um os geradores de ideias pois as interligam com as tendecircncias e mercados

desenvolvendo oportunidades para as organizaccedilotildees dois os empreendedores internos

tornam concretas as ideias possuem agressividade energia e personalidade propen-

sas a assumir riscos para defender suas causas

Aqui aparece a figura dos trecircs ldquogate keepersrdquo (guardiotildees do portatildeo) que ligam

organizaccedilatildeo e seus colegas agraves frentes externas de informaccedilatildeo que satildeo vitais para a

inovaccedilatildeo pois obtecircm traduzem e distribuem estas informaccedilotildees no acircmbito interno da

organizaccedilatildeo Os quatros patrocinadores ou mentores satildeo gerentes de alto niacutevel que

datildeo apoio informal acesso aos recursos e a proteccedilatildeo no surgimento de novos produ-

tos ou negoacutecios Esses personagens atuando conjuntamente representam o ldquogecircnio

coletivordquo da organizaccedilatildeo que consiste na soma das capacidades pessoais em clima

motivacional gerando resultados mensuraacuteveis substituindo o gecircnio individual predo-

minante ateacute o seacuteculo passado conforme DE MASI (1998) Uma vez que o gecircnio indi-

vidual pode ateacute existir mas eacute difiacutecil de ser encontrado

Segundo GALBRAITH (1998) algumas pessoas que satildeo boas em inovaccedilatildeo e

criatividade mas natildeo satildeo necessariamente boas em operaccedilatildeo Portanto o desenho

organizacional contribui para a criaccedilatildeo de uma organizaccedilatildeo inovadora na medida em

que promove o encontro sistemaacutetico entre os geradores de ideias e aqueles que po-

dem defendecirc-las e colocaacute-las em praacutetica12

CAPIacuteTULO II 12 Internet

(httpwwwgooglecombrurlsa=tamprct=jampq=ampesrc=sampsource=webampcd=1ampsqi=2ampved=0CEwQFjAAampu

rl=http3A2F2Fwwwfespprbr2F~bastosjr2FGest25E3o2520de2520Inova25E725E3o2

FArtigos2FInova25E725E3odocampei=Ex32T_meBObb6wGds-29Bgampusg=AFQjC) data de acesso

04062012

24

DESENVOLVIMENTO DA CRIATIVIDADE

1 ndash Capital Intelectual

Com o mercado cada vez mais exigente as empresas vecircm sentindo a necessi-

dade de investir mais em recursos humanos acrescentando a seu capital o conheci-

mento originado atraveacutes do investimento em capital humano qualificado o qual agrega

agraves empresas recursos de fundamental importacircncia No entendimento de Stewart

(2004) o capital intelectual eacute um bem intangiacutevel podendo-se afirmar que eacute um dos

fatores mais importantes da vida de uma organizaccedilatildeo Jaacute para (DRUCKER (apud

MONTEIRO 2007 p17) o capital intelectual eacute ldquo[] a soma do conhecimento de todos

de uma empresa o que lhe proporciona vantagem competitivardquo

CHIAVENATO (2004) afirma que no mundo complexo e competitivo de hoje a

escolha das pessoas certas se torna vital para o bom funcionamento da empresa

Para STEWART (2004) o capital intelectual corresponde ao conjunto de co-

nhecimentos e informaccedilotildees encontrados nas organizaccedilotildees que agregam valor ao pro-

duto ou serviccedilo mediante a aplicaccedilatildeo da inteligecircncia e natildeo do capital monetaacuterio ao

empreendimento sendo o capital intelectual gerador de capacidades conhecimento

habilidades e experiecircncias individuais dos funcionaacuterios para realizaccedilatildeo de tarefas

O capital intelectual eacute algo tatildeo valioso dentro de uma organizaccedilatildeo que eacute atra-

veacutes dele que se podem ter grandes inovaccedilotildees transformaccedilotildees tecnoloacutegicas resolu-

ccedilotildees de problemas gestatildeo eficiente lucratividade e sucesso melhorados Um colabo-

rador que possui seu capital intelectual estimulado atraveacutes da motivaccedilatildeo seraacute mais

bem aproveitado pela empresa uma vez que se sente incluiacutedo valorizado simpatizan-

te e livre para gerir suas ideias de uma forma mais aguccedilada

CHIAVENATO (2004) diz que o capital humano eacute constituiacutedo das pessoas que

fazem parte de uma organizaccedilatildeo Capital humano significa talentos que precisam ser

mantidos e desenvolvidos Mais do que isso capital humano significa capital intelectu-

al

Para MONTEIRO (2007) o ser humano eacute o maior bem de uma empresa pois eacute

ele o principal instrumento de seu sucesso ou fracasso uma vez que o capital intelec-

tual eacute algo exclusivo do ser humano Pode-se entatildeo descrever que ele eacute o raciociacutenio

humano elaborado acrescido do ambiente onde estaacute inserido

25

MONTEIRO (2007) comenta que dentro das organizaccedilotildees o capital intelectual

pode ser diferenciado dos demais capitais porque ele cresce quando compartilhado

com os do mesmo grupo e natildeo se deprecia com o uso Ao contraacuterio dos outros ativos

o seu valor decorre do uso O capital intelectual eacute enfatizado como o conjunto de in-

formaccedilotildees e conhecimentos encontrados nas organizaccedilotildees onde agregam ao produto

eou serviccedilos valores mediante a aplicaccedilatildeo da inteligecircncia e natildeo do capital monetaacuterio

Devido a sua grande representatividade nas empresas o capital intelectual natildeo deve

ser subestimado nem utilizado de forma ineficiente acarretando em um gerenciamento

ineficaz mais investimento incentivado para assim trazer agrave empresa bons negoacutecios e

melhor rentabilidade (MONTEIRO 2007 p18)13

2 - Criatividade

Criatividade eacute um assunto que fascina a todos objeto de muitos estudos em-

bora no contexto empresarial seja novo O pensamento criativo antigamente era vis-

to como inspiraccedilatildeo divina passando a ser estudado com melhor afinco a partir dos

anos 50

O Caminho humano de viver conviver e sobreviver eacute permeado de accedilotildees cria-

tivas conscientes e inconscientes Esse potencial criativo eacute inato em todo ser humano

poreacutem ele se ensina e se aprende Trata-se de uma competecircncia pessoal valorizada

mas ao mesmo tempo desprestigiada pois percebemos que as empresas desclassifi-

cam candidatos criativos e depois encaminham-no para o desenvolvimento desta habi-

lidade

Criatividade para o quecirc Eacute a primeira pergunta que surge em nossa mente

quando tratamos do tema Se tudo estaacute bem natildeo haacute motivos para criar ou se estaacute

tudo ruim natildeo temos mais o que fazer Percebemos que o ser humano sempre busca

a sua zona de conforto para se acomodar sofrer menos ou agraves vezes para reclamar

mais Podemos pensar nesta pergunta buscando duas respostas uma do acircmbito pes-

soal e outra empresarial No processo de criaccedilatildeo percebemos que podemos mudar e

nos diferenciar daquilo que fomos respeitando e valorizando o nosso proacuteprio passado

13Internet (httpwwwaedbbrsegetartigos10327_PDF20Samirapdf) data acesso

15072012

26

tomando decisotildees e desempenhando accedilotildees diferentes dos que habitualmente faziacutea-

mos Podemos gerar mudanccedilas substanciais nas empresas e a partir dessas mudan-

ccedilas diferenciarmos sem contudo ser necessaacuterio efetuar mudanccedilas demasiadas mu-

danccedilas que choquem e natildeo se ajustem aos nossos valores e nossa realidade

Se o objetivo eacute buscar na empresa alcanccedilar eficiecircncia que possibilite ao cliente

escolher e comprar nossos produtos e serviccedilos e natildeo os dos concorrentes precisa-

mos estar abertos para buscar novas alternativas novas maneiras de fazer as coisas

e consequentemente resultados diferentes A mudanccedila organizacional eacute muitas ve-

zes uma ferramenta de soluccedilatildeo de problemas das organizaccedilotildees Podemos diferenci-

ar-nos dos competidores apenas sabendo quando e em quecirc devemos mudar e onde

queremos chegar

A criatividade na empresa eacute medida a partir dos resultados alcanccedilados Uma

resposta eacute mais criativa (entre aspas pois as respostas natildeo satildeo criativas e sim as pes-

soas que a geraram) que outra quando atinge aquele objetivo para o qual foi focado a

soluccedilatildeo de um problema traz uma alternativa ou um meacutetodo inovador ou ateacute mesmo

uma combinaccedilatildeo de resultados diferentes

Tatildeo essencial como ser diferente eacute a necessidade de buscar resultados e uma

empresa soacute eacute verdadeiramente criativa quando a criatividade se torna a maneira diaacute-

ria de fazer as coisas e espera que seus membros considerem uma ampla variedade

de alternativas antes de comprometer-se numa direccedilatildeo especiacutefica 14

21 ndash Conceito de criatividade

A criatividade eacute a faculdadehabilidade de criar ou o potencial criativo Consiste

em encontrar meacutetodos ou objetos para executar tarefas de uma maneira nova ou dife-

14 Internet

Fonte (Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de acesso

25062012

27

rente do habitual com a intenccedilatildeo de satisfazer um propoacutesito A criatividade permite

cumprir os desejos de forma mais raacutepida faacutecil eficiente ou econoacutemica

A criaccedilatildeo de novas ideias e conceitos tambeacutem se lhe daacute o nome de inventivi-

dade pensamento original pensamento divergente ou imaginaccedilatildeo construtiva Trata-

se de conceitos que implicam o ato de inventar algo novo (isto eacute recorrer ao enge-

nho) a capacidade de encontrar soluccedilotildees originais e a vontade de mudar o mundo 15

A criatividade eacute considerada uma capacidade humana de grande valor univer-

sal tudo indica que nesta competecircncia reside a memoacuteria RAM bioloacutegica para o im-

pulso da evoluccedilatildeo humana A memoacuteria RAM segundo CURY (2009) eacute o fenoacutemeno dos

registos da memoacuteria O que melhor descreve a criatividade eacute o que SANCHEZ (2003)

referiu em seus apontamentos a criatividade eacute uma sublime dimensatildeo da condiccedilatildeo

humana

Eacute entretanto na capacidade criativa que existe a chave da capacidade de evo-

luccedilatildeo da humanidade O meacuterito da expressatildeo criativa eacute fruto da complexidade ou

seja eacute fruto do contexto social no seu desenvolvimento natural e humano

Eacute muito interessante contemplar os efeitos provenientes deste constructo a

considerar a capacidade de um indiviacuteduo criativo construir e reconstruir transformando

a nossa realidade Eacute consensual e gratificante perceber que todos temos a capacida-

de criativa deve eacute ser melhor desenvolvida16

De maneira instintiva o termo criatividade sempre se associou agrave atividade ar-

tiacutestica Mais recentemente graccedilas a exemplos empresariais como Apple e Google a

inovaccedilatildeo ganhou espaccedilo nos sectores tecnoloacutegicos Neste sentido a nossa intuiccedilatildeo

natildeo estaacute errada uma vez que criatividade e inovaccedilatildeo satildeo dois conceitos muito unidos

Explicado de forma simples a capacidade criativa pode ser definida como ldquoa habili-

dade para gerar ideias alternativas e soluccedilotildees a um determinado problema de forma

faacutecilrdquo 17

15 Internet (httpconceitodecriatividade) data de acesso 25062012 16Internet (httpptwikipediaorgwikiCriatividade) data de acesso 04072012

17Inter-

net(httpwwwcriaptcriaadminappCRIAuploadscreamanual20creatividade20portugue

s_pt_webpdf) data de acesso 04072012)

28

22 ndash Criatividade do ponto de vista pessoal

Temos que pensar em Criatividade como estrateacutegia para viver melhor para

uma qualidade de vida que diria razoaacutevel aleacutem de identificar potenciais descobertas

internas que foram abafadas pelos processos familiares educacionais e empresariais

assim pelo tempo Outro aspecto estaacute relacionado com a garantia da nossa emprega-

bilidade entendendo como fonte de renda como funcionaacuterio profissional autocircnomo ou

empresaacuterio Vivemos num mundo de mudanccedilas aprimoramento riscos e oportunida-

des Melhoria nos nossos relacionamentos interpessoais atraveacutes do reconhecimento e

aproveitamento da diversidade respeitando as mais diversas formas de pensamento e

das diferenccedilas individuais Estamos acostumados a considerar a criatividade como

algo pessoal e intransferiacutevel A criatividade humana natildeo eacute temporal Trata-se de um

patrimocircnio do ser humano compartilhado pela sociedade Como a organizaccedilatildeo existe

para servir a sociedade nada mais justo do que desenvolver a criatividade como ga-

rantia para superaccedilatildeo da expectativa do cliente em relaccedilatildeo agrave sua empresa 18

23 ndash Criatividade do ponto de vista empresarial

A busca de um diferencial oferecendo algo mais do que o cliente espera atrair

preferecircncias estabelecer estrateacutegia diferenciada adaptar-se agraves necessidades modifi-

car produtos e buscar soluccedilotildees para os problemas fugindo do convencional e assim

diferenciando-se dos concorrentes Estrateacutegia competitiva natildeo somente por criar ou

inovar produtos mas tambeacutem a quebra de paradigmas mudanccedilas de pensamentos

comportamentos etc Todas as ideias produtos e serviccedilos criativos poderatildeo ser trans-

formados em algo positivo para a organizaccedilatildeo Melhoria dos seus produtos assim

como a criaccedilatildeo de novos Busca de resultados diferentes do passado Melhoria do

18 Internet (Fonte Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de

acesso 04072012

29

relacionamento humano interno consequentemente o aumento da produtividade Me-

lhoramento contiacutenuo em todos os setores Desenvolvimento da qualidade19

24 - Criatividade e a visatildeo estrateacutegica da empresa

A criatividade se relaciona com a visatildeo estrateacutegica de empresa da seguinte

forma a partir dos objetivos traccedilados pela organizaccedilatildeo a mesma definiraacute uma linha

estrateacutegica a ser seguida para alcanccedilar esses objetivos A criatividade se envolve de

acordo com a intenccedilatildeo da empresa ela pode querer reinventar seus modos de atua-

ccedilatildeo pode somente visar manter-se atualizada e motivada pode querer mudar rapida-

mente de foco e enfim 44 pode estabelecer um relacionamento forte ou fraco com a

criatividade em funccedilatildeo das soluccedilotildees que ela estiver almejando

CALKINS (2001) defende essa visatildeo ao dizer que para produzir subjetividade

a criatividade deve ser parte da estrateacutegia da empresa O estudo de LENGNICK-HALL

e WOLFF (1998) faz justamente uma releitura sobre o processo estrateacutegico organiza-

cional ndash enfatizando os trecircs domiacutenios loacutegicos que guiam a maioria das empresas ndash e

relacionando conforme a Tabela abaixo com o tipo de criatividade que estaraacute vigente

Loacutegicas Estrateacutegicas x Criatividade

Loacutegica Dominante

Guerrilha Loacutegica Complexidade Loacutegica Capacidade Loacutegica

Objetivo

repentinamente reescrever

as regras da competitivida-

de

aprendizagem e alto envolvi-

mento organizacional

desenvolver e implementar

estrateacutegias que as possibilitem

criar uma sustentaacutevel vantagem

competitiva

Elemento

Chave

a flexibilidade a criativida-

de e a inovaccedilatildeo

sistema natural de relaciona-

mentos

desenvolvimento eficiente e

eficaz e protegendo seus recur-

sos de base

Justificativa vantagem competitiva

como algo muito passageiro

a organizaccedilatildeo vive em uma

comunidade de competidores

fornecedores clientes

as organizaccedilotildees procuram de-

senvolver e implantar estrateacute-

gias que as possibilitem criar

uma sustentaacutevel vantagem

competitiva

19Internet (Fonte Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de

acesso 04072012

30

Sucesso Orga-

nizacional

eacute uma funccedilatildeo da sua capa-

cidade para gerar ideias

que criam novas dinacircmicas

competitivas e novas are-

nas de accedilatildeo

consequecircncia de um natural

entendimento do paradoxo de

forccedilas que formam o sistema

organizacional

a chave da vantagem competiti-

va sustentaacutevel estaacute na habilida-

de organizacional para proteger

os seus recursos de base

Autores COOPER (1995) e

SCHUMPETER (1936)

MILLER (1996) SENGE (1990) e

MOORE (1996)

PORTER (1986 e 1992) e

HAMEL e PRAHALAD (1994)

Ecircnfase Criar Aprender Agregar Valor

Praacuteticas Cria-

tivas

Brainwriting Pool Teacutecnica

da Troca dos Cartotildees etc Pensamento Lateral Jamming

(Fonte Pesquisa a partir dos estudos de Lengnick-Hall e Wolff 1998) 20

25 ndash Reconfiguraccedilatildeo dinacircmica do talento

A estrateacutegia de inovaccedilatildeo sem duacutevida requer novas habilidades O conceito de

R=G sugere que nenhuma empresa eacute capaz de desenvolver sozinha todos os produ-

tos e serviccedilos de que necessita para oferecer experiecircncias personalizadas a cada cli-

ente Tampouco empresa alguma tem condiccedilotildees de cultivar todas as capacidades

gerenciais indispensaacuteveis para transformar a organizaccedilatildeo Analisamos questotildees rela-

cionadas com a superaccedilatildeo dos legados organizacionais e com a construccedilatildeo de novas

capacidades para o gerenciamento da inovaccedilatildeo Mostramos como as empresas de-

vem preparar-se para administrar as tensotildees constantes entre flexibilidade eficiecircncia

e confiabilidade Essa transformaccedilatildeo natildeo consiste apenas em mudar a mentalidade

ou a loacutegica dominante dos gestores tambeacutem significa concentrar-se nos novos niacuteveis

de transparecircncia e de visibilidade em relaccedilatildeo a como se gerencia a empresa

Precisamos mudar a maneira como gerenciamos ndash como combinamos continu-

amente oportunidades e recursos O foco deve convergir natildeo soacute para as habilidades

20Internet (Fonte Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de

acesso 04072012

31

dos indiviacuteduos e para as atitudes de cada um em relaccedilatildeo ao aprendizado mas tam-

beacutem para a competecircncia das equipes e para a capacidade dessas forccedilas-tarefas de se

reconfigurar continuamente em funccedilatildeo dos objetivos arregimentando os melhores

talentos em todo o mundo Por exemplo a identificaccedilatildeo dos comportamentos e das

necessidades de determinada pessoa numa base de milhotildees de clientes ndash como a

Amazoncom na ING Insurance e no programa de diabetes da ICICI ndash exige capaci-

dades analiacutetica Argumentaremos que os mesmos requisitos tambeacutem satildeo indispensaacute-

veis na base de talentos A empresa deve tratar seus empregados e fornecedores

como indiviacuteduos iacutempares (ou como conjunto de indiviacuteduos sem igual) da mesma ma-

neira como lida com os clientes A configuraccedilatildeo dinacircmica de recursos para atender agraves

necessidades de tarefas especiacuteficas converte-se em fonte de vantagem competitiva

A essecircncia da mensagem eacute que para a transformaccedilatildeo ser eficaz os gestores devem

concentrar o foco na mobilizaccedilatildeo raacutepida de talentos dentro e fora da empresa (PRA-

HALAD e KRISHNAN 2008 p177)

3 ndash Cadeia de valor e vantagem competitiva

Segundo Novaes (2001 p184) o conceito de cadeia de valor foi desenvolvido

por Porter O conceito eacute de muita simplicidade e por isso talvez mostre-se tatildeo impor-

tante no contexto econocircmico-social em que se inserem as empresas com a crescente

globalizaccedilatildeo dos negoacutecios e mercados

Para (PORTER 1989 p33) toda empresa eacute uma reuniatildeo de atividades que

satildeo executadas para projetar produzir comercializar entregar e sustentar seu produ-

to Todas estas atividades podem ser representadas fazendo-se uso de uma cadeia

de valores Essa exposiccedilatildeo do autor indica em primeira matildeo apenas4 a ideia de ava-

liar a cadeia interna da empresa a qual eacute formada pelas atividades operacionais e

organizacionais jaacute citadas

A ideia baacutesica que subsidia esse conceito natildeo eacute de autoria de Porter mas haacute

muito tempo jaacute estava sendo analisada Fala-se aqui dos conceitos da Teoria Geral de

Sistemas que tem como precursor o Prof Ludwig von Bertalanffy e seus trabalhos

teoria essa que apresenta a empresa como um sistema inserido esse uacuteltimo em um

ambiente ou macro sistema Assim deve-se ter em mente uma visatildeo sistecircmica en-

xergar mais do que as aacutereas ou atividades isoladamente mais do que os limites da

empresa (Cadeia de Valor Interna) A empresa faz parte de um todo maior (um siste-

32

ma amplo) e esse eacute que deve ser otimizado para gerar maior valor para o cliente e

consequentemente maior lucratividade na cadeia (Cadeia de Valor Externa)

Nas palavras de Porter (1989 p33) ldquoa cadeia de valores desagrega uma em-

presa nas suas atividades de relevacircncia estrateacutegica para que se possa compreender o

comportamento dos custos e as fontes existentes e potenciais de diferenciaccedilatildeordquo Uma

empresa ganha vantagem competitiva se conseguir desempenhar essas atividades

estrateacutegicas de uma maneira melhor e mais barata que a concorrecircncia

Pode-se entatildeo caminhar para um avanccedilo em definiccedilatildeo ao verificarmos a pro-

posiccedilatildeo de (SHANK amp GOVINDARAJAN 1993 p13) de que ldquoa cadeia de valor para

qualquer empresa em qualquer negoacutecio eacute o conjunto interligado de todas as ativida-

des que criam valor desde uma fonte baacutesica de mateacuterias primas passando por forne-

cedores de componentes ateacute a entrega do produto final agraves matildeos do consumidorrdquo

O mundo em que se vive atravessa em periacuteodo de transformaccedilatildeo sequer ima-

ginado Nele nada eacute definitivo Fica-se perplexo quando natildeo se consegue acompanhar

a velocidade da evoluccedilatildeo dos acontecimentos sente-se perdido principalmente nos

assuntos relacionados agrave dinacircmica do desenvolvimento tecnoloacutegico

Dessa forma com uma visatildeo focada no clienteconsumidor pode-se considerar

que a cadeia de valor eacute uma sequecircncia de atividades desde a origem de recursos ateacute

o descarte final de determinado produto Portanto tem-se uma visatildeo bastante abran-

gente do conceito que pode considerar desde a fase da extraccedilatildeo de mateacuteria-prima ateacute

o tratamento final que eacute dado ao produto por exemplo num enfoque de ciclo de vida

do produto21

31 - O que significa uma vantagem competitiva

O sucesso de uma empresa eacute em larga medida determinado pela atratividade

do sector em que opera mas a sua posiccedilatildeo dentro desse sector tambeacutem eacute importante

21 (httpwwwccontabeiscombrconvt14pdf) data acesso 15072012

33

Apesar de um sector poder ter uma fraca eficaacutecia uma empresa que estaacute bem posi-

cionada pode ainda assim criar lucros significativos

Diz-se que uma empresa tem uma vantagem competitiva sobre os seus con-

correntes quando manteacutem retornos que superam a meacutedia no seu sector Esta vanta-

gem decorre das caracteriacutesticas do produto que o torna superior aos produtos da con-

correcircncia

Nalgumas situaccedilotildees pode obter-se uma vantagem competitiva atraveacutes da evoluccedilatildeo

tecnoloacutegica mas esta eacute frequentemente difiacutecil de manter porque os concorrentes ra-

pidamente a copiam ou aperfeiccediloam desenvolvem novas tecnologias Uma vantagem

sustentada resulta frequentemente mais do que da tecnologia ou de modificaccedilatildeo de

produtos de outros fatores como por exemplo o simbolismo associado ndash o que o

produto significa para os consumidores (imagem de marca) e o que estes experimen-

tam na sua compra e uso Os investigadores em marketing reconhecem que os produ-

tos possuem caracteriacutesticas simboacutelicas e que o consumo de certos produtos pode de-

pender mais do seu significado social do que da sua utilidade funcional

Existe atualmente uma tendecircncia para os consumidores exigirem ldquosignificado

pessoalrdquo aos produtos e serviccedilos Torna-se essencial inovar para responder agraves emo-

ccedilotildees que influenciam as decisotildees dos consumidores Estes estatildeo cada vez menos

impressionados com as novas tecnologias e a optar por produtos que resultam ldquopara

mimrdquo Como consequecircncia palavras como emoccedilatildeo e significado pessoal encon-

tram o seu caminho nas estrateacutegias das empresas sendo importante entender os fato-

res intangiacuteveis associados ao valor percebido do produto e as percepccedilotildees na sua

globalidade positivas ou negativas Novas designaccedilotildees tais como ndash ldquofaacutecil acessiacute-

vel razoaacutevel empoderamento e pessoal ndash refletem mais a pessoa do que o obje-

to Descobrir os sentimentos e as atitudes em relaccedilatildeo aos produtos bem como conhe-

cer as razotildees das preferecircncias dos consumidores tornaram-se importantes elementos

estrateacutegicos22

32 - Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva

Em grande medida a ambiccedilatildeo da estrateacutegia da empresa eacute conseguir uma van-

tagem competitiva sustentaacutevel

22Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

34

A vantagem competitiva analisa a atividade da empresa centrando-se primei-

ramente na sua capacidade de gerar retornos superiores de capital e de vincular a

estrateacutegia de negoacutecio a mercados financeiros e de capital fundamentais por um longo

periacuteodo de tempo No fim de contas eacute a vantagem competitiva da empresa que permi-

te ter bons retornos para os seus acionistas

Sem vantagem competitiva a empresa tem uma razatildeo econoacutemica limitada para

existir ndash a sua vantagem competitiva eacute a sua razatildeo de existecircncia Sem ela a empresa

natildeo iraacute prosperar Criar uma vantagem competitiva sustentaacutevel pode ser a meta mais

importante de qualquer organizaccedilatildeo e pode mesmo ser o atributo mais importante em

que a empresa se focaliza23

33 - Como implementar vantagem competitiva

As vantagens competitivas natildeo assumem uma uacutenica forma e eacute possiacutevel que

uma empresa tenha vaacuterias vantagens competitivas e em diferentes aacutereas Ilustra-se

algumas das aacutereas onde as empresas se podem destacar e garantir o seu sucesso a

longo prazo quota de mercado gestatildeo da marca rede marcas e patentes eficaacutecia de

custos e altos custos de mudanccedila

As empresas com quotas de mercado significativas criam um problema para os

concorrentes o que eacute positivo para aquelas uma vez que os seus produtos satildeo bem

conhecidos e recebidos no mercado No entanto mesmo quando a quota de mercado

eacute consideraacutevel se o sector for atrativo ou seja tiver um potencial de lucro significativo

novos operadores podem aparecer com a consequente reduccedilatildeo da quota de merca-

do

Ter uma marca forte pode garantir o sucesso a longo prazo e tambeacutem permitir

agraves empresas obter lucros pois a sua marca permite-lhes cobrar um preccedilo especial

(premium) Marcas fortes tendem a criar uma vantagem competitiva mais duradoura

O efeito de rede ocorre quando um produto cria uma procura por parte dos

consumidores que depois amplia o produto A empresa pode beneficiar do efeito de

23 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

35

rede pela atraccedilatildeo de mais vendedores Estes por sua vez atraem mais compradores

estabelecendo-se uma quota de mercado dominante (por exemplo eBay)

Este efeito de rede natildeo eacute muito comum mas quando ocorre pode ser extre-

mamente lucrativo As marcas e as patentes podem ser fonte de vantagem competiti-

va para algumas empresas 24

34 - Como criar valor e vantagem competitiva

Uma empresa posiciona-se aproveitando os seus pontos fortes Michael Porter

defendeu que aqueles se inscrevem em dois tipos baacutesicos de vantagem competitiva

vantagem pelos custos ou diferenciaccedilatildeo Estes satildeo identificados como vantagens po-

sicionais uma vez que expressam a posiccedilatildeo da empresa no sector enquanto liacuteder nos

custos ou por diferenciaccedilatildeo

A empresa utiliza os seus recursos e capacidades para gerar uma vantagem

competitiva que por uacuteltimo resulte na criaccedilatildeo de um valor superior

As competecircncias distintivas (competecircncias nucleares) resultam de recursos

especiacuteficos e capacidades da empresa facilitam a inovaccedilatildeo a eficiecircncia a qualidade

e a receptividade dos clientes o que pode ser aproveitado para atingir quer uma es-

trutura de baixo custos quer a diferenciaccedilatildeo do produto

Uma empresa posiciona-se no seu sector atraveacutes da opccedilatildeo por baixos custos

ou diferenciaccedilatildeo Esta decisatildeo eacute uma peccedila central da estrateacutegia competitiva da em-

presa

A vantagem competitiva existe quando a empresa eacute capaz de oferecer os

mesmos benefiacutecios que os concorrentes mas a custos mais baixos (vantagem pelos

custos) ou oferecer benefiacutecios que ultrapassam a concorrecircncia (vantagem por diferen-

ciaccedilatildeo) Portanto uma vantagem competitiva permite agrave empresa criar um valor superi-

or para os seus clientes e lucros para si proacuteprio25

24 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=39ampL=5) data acesso 15072012

25 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

36

CAPITULO III

ASPECTOS DA INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE

1 ndash Inovaccedilatildeo e sustentabilidade

37

Como as empresas podem sair da teoria para a praacutetica e chegar a um no-

vo patamar de competitividade e comprometimento com praacuteticas sustentaacuteveis

Muito se fala em inovaccedilatildeo como o principal caminho para o desenvolvimento

sustentaacutevel das organizaccedilotildees e da humanidade Poreacutem em muitos setores falar sobre

esse assunto eacute ainda um exerciacutecio teoacuterico Em geral o tema eacute associado as aacutereas de

tecnologia ou pesquisa e desenvolvimento mas a inovaccedilatildeo deve acontecer tambeacutem

na lideranccedila nas accedilotildees de marketing no modelo de negoacutecios ou seja na gestatildeo co-

mo um todo

Em pesquisa realizada pela Fundaccedilatildeo Nacional da Qualidade (FNQ) em maio

e 2011 representantes de 63 empresas mostraram que 97 consideram fundamental

que as organizaccedilotildees inovem para buscar a sustentabilidade tanto do negoacutecio quanto

da economia e do planeta Apesar dessa consciecircncia 70 dos participantes do estu-

do acreditam que as empresas estatildeo preocupadas mas natildeo direcionam seus investi-

mentos em inovaccedilotildees com foco no crescimento sustentaacutevel O levantamento mostra

ainda que 27 dos entrevistados apontaram a gestatildeo como a principal preocupaccedilatildeo

das empresas em que trabalham enquanto 22 indicaram a sustentabilidade e 19 a

reduccedilatildeo de custos

De acordo com o superintendente geral da FNQ Jairo Martins ldquoos resultados

da pesquisa mostram que as empresas ainda natildeo perceberam o tamanho do problema

da sustentabilidade considerando o baixo iacutendice de organizaccedilotildees que de fato inves-

tem em inovaccedilatildeo para sustentabilidade Em sua maioria as organizaccedilotildees pensam

apenas no lado econocircmico e natildeo no tripeacute da sustentabilidade que demanda uma em-

presa economicamente soacutelida socialmente correta e ambientalmente responsaacutevel

Enquanto dominar o pensamento pelo vieacutes econocircmico cujo sucesso eacute medido pelo

PIB o atual modelo de desenvolvimento insustentaacutevel natildeo vai mudar e natildeo seratildeo in-

cluiacutedas na pauta das organizaccedilotildees as questotildees socioambientaisrdquo

O professor da Fundaccedilatildeo Getuacutelio Vargas Renato Orsato autor do livro ldquoEstra-

teacutegias de Sustentabilidade quando vale a pena ser verderdquo analisou mais de 30 ca-

sos de empresas que adotaram a inovaccedilatildeo em 20 setores ao redor do mundo Para

ele deve haver uma premissa baacutesica para falar sobre esse assunto fazer perguntas

precisas ldquoIsso porque existem centenas de milhares de formas de incluir inovaccedilatildeo e

sustentabilidade nas empresas As empresas devem conhecer bem o contexto onde

atuam e considerar tanto aspectos tangiacuteveis como intangiacuteveisrdquo afirma

38

Na opiniatildeo do professor enquanto a sustentabilidade eacute apenas um acessoacuterio agrave

estrateacutegia da empresa ela natildeo vale a pena Para inovar as organizaccedilotildees devem

questionar os modelos de negoacutecio e pensar em modelos totalmente novos

Orsato daacute o exemplo da empresa Better Place que inovou na maneira de co-

mercializar energia renovaacutevel para carros eleacutetricos ldquoO grande salto seraacute conseguir

mudanccedilas radicais nos modelos de negoacutecios As fronteiras entre os setores de energia

e mobilidade por exemplo podem mudarrdquo 26

11- Da teoria para a praacutetica

De maneira geral a inovaccedilatildeo faz sucesso em palestras de ldquoespecialistasrdquo e de

executivosrdquo explica o professor Joatildeo Amato Neto da Fundaccedilatildeo Vanzolini e Escola

Politeacutecnica da USP ldquoMas haacute empresas realmente inovadoras seja em seus produtos

em seus processos de produccedilatildeo e ateacute mesmo em seu posicionamento de mercado

Outras satildeo inovadoras na relaccedilatildeo com o mercado num sentido mais amplo Esse eacute

um grupo restrito no Brasil de empresas de excelecircncia As que tecircm excelecircncia em

inovaccedilatildeo para sustentabilidade estatildeo num grupo mais restrito ainda Do ponto de vista

da sobrevivecircncia da empresa nos proacuteximos anos esse eacute um requisito fundamentalrdquo

O professor exemplifica que no varejo haacute grandes redes como o Wall Mart

Carrefour e Patildeo de Accediluacutecar que iniciaram accedilotildees para contratar fornecedores com base

em requisitos de sustentabilidade Essas accedilotildees ainda satildeo restritas a alguns poucos

produtos e incluem por exemplo exigecircncias de embalagens que possam ser recicla-

das Satildeo accedilotildees que visam a reduccedilatildeo do uso de recursos materiais e energia de uma

forma geral (busca de maior eco eficiecircncia nos processos)

Mas como sair da teoria e colocar em praacutetica Veja os principais pontos que

uma empresa interessada em inovaccedilatildeo e sustentabilidade deve trabalhar

bull Investir no espiacuterito criativo dos colaboradores natildeo soacute daqueles que atuam nas aacutereas

de pesquisa e desenvolvimento (PampD) de produtos ou na engenharia do produto mas

num sentido mais amplo oacutetimas ideias podem surgir no chamado chatildeo de faacutebrica

26 Internet (httpwwwhsmcombrbuscarkeys=inovaccedilatildeo e sustentabilidade) data acesso 19072012

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bull Buscar praacuteticas de gestatildeo participativa isso pode gerar ideias que trazem inovaccedilotildees

pequenas incrementais mas que no conjunto fazem muita diferenccedila

bull Usar a educaccedilatildeo para transformar paradigmas e gerar maior conscientizaccedilatildeo Natildeo

se deve pensar apenas em treinamentos que satildeo usados em geral para tarefas es-

peciacuteficas ou aplicaccedilatildeo de teacutecnicas As empresas devem investir na formaccedilatildeo dos re-

cursos humanos

bull Questionar o proacuteprio modelo de negoacutecios

bull Inserir sustentabilidade no planejamento estrateacutegico da empresa

E seraacute que eacute possiacutevel aprender a inovar De acordo com o professor Joatildeo A-

mato a inovaccedilatildeo soacute faz sentido se isso significar uma mudanccedila de mentalidade na

empresa Isso vale para induacutestria ou setor de serviccedilos ldquoNo setor financeiro temos mui-

tos exemplos de como os bancos estatildeo descobrindo novas maneira de incluir a sus-

tentabilidade em suas praacuteticas definindo criteacuterios de praacuteticas socioambientais aos

seus clientes Na realidade alguns dos grandes bancos jaacute colocaram isso no seu plano

estrateacutegicordquo conclui 27

12 ndash Sustentabilidade corporativa

Haacute vaacuterias definiccedilotildees para sustentabilidade e desenvolvimento sustentaacutevel na

literatura e organizaccedilotildees que tratam do tema arrolam outras tantas Isso decorre do

fato de a sustentabilidade ser um conceito relativamente novo possuir um caraacuteter mul-

tidisciplinar e envolver diferentes interpretaccedilotildees que refletem diferenccedilas de valor cir-

cunstacircncias localizadas e contextos especiacuteficos Aleacutem disso o conceito acaba incorpo-

rado a vaacuterios assuntos tais como a definiccedilatildeo de poliacuteticas governamentais a gestatildeo

puacuteblica regional a gestatildeo de empresas e ateacute mesmo o nosso estilo de vida (MA-

27 Internet (httpwwwhsmcombreditoriassustentabilidadeinovacao-e-ustentabilidade-de-

maos-dadas) data acesso 19072012

40

WHINNEY 2002) O foco deste artigo eacute a sustentabilidade corporativa ou seja a apli-

caccedilatildeo do conceito de sustentabilidade nas empresas

Algumas empresas brasileiras vecircm sendo citadas como casos mundiais no

acircmbito de algumas das dimensotildees da sustentabilidade corporativa HART (1997)

menciona a Aracruz Celulose como uma empresa que adota a visatildeo de desenvolvi-

mento sustentaacutevel desde o iniacutecio de suas operaccedilotildees com base no modelo de reflores-

tamento das plantaccedilotildees de eucaliptos PRAHALAD (2004) apresenta o caso da Casas

Bahia como uma empresa que atende a populaccedilatildeo de baixa renda por meio de um

modelo inovador de financiamento (SEABRA LEAL e PASSOS 2005 p10) Relatam

o caso da Natura assinalando que seus principais acionistas satildeo enfaacuteticos ao afirma-

rem que a busca da sustentabilidade eacute mais do que uma estrateacutegia de negoacutecios mdash eacute

uma filosofia de vida Outros estudos acadecircmicos nessa aacuterea tambeacutem envolvem em-

presas nacionais SILVA e KULAY (2005) apresentam um caso de aplicaccedilatildeo da Avali-

accedilatildeo do Ciclo de Vida (LCA mdash Life Cycle Assessment) para analisar os potenciais

impactos ambientais do processo de fabricaccedilatildeo de fertilizantes fosfatados em uma

empresa brasileira COSTA e GOUVINHAS (2004) analisam a adoccedilatildeo das estrateacutegias

de projeto ecoloacutegico (ecodesign) no ambiente de negoacutecios de pequenas e meacutedias em-

presas brasileiras HOPKINS (2002) discute a sustentabilidade nas operaccedilotildees internas

das empresas a partir de uma pesquisa exploratoacuteria sobre a aplicaccedilatildeo de indicadores

de responsabilidade social em quatro grandes empresas no Brasil 28

13 - O conceito de sustentabilidade corporativa

Considera-se sustentabilidade corporativa como a gestatildeo empresarial que bus-

ca equilibrar as necessidades econocircmicas das empresas com a responsabilidade pelo

desenvolvimento da sociedade e preservaccedilatildeo dos recursos naturais visando atender

agraves necessidades atuais e futuras dos elementos afetados pela empresa Esses ele-

mentos mdash que satildeo ou podem ser afetados pelos efeitos das operaccedilotildees accedilotildees e deci-

28 Internet httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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sotildees da empresa mdash incluem os acionistas e funcionaacuterios clientes e consumidores

fornecedores e parceiros os recursos naturais utilizados pela empresa o meio ambi-

ente e a sociedade

A sustentabilidade corporativa estaacute associada a trecircs macro objetivos a geraccedilatildeo

de valor econocircmico a responsabilidade ambiental e a responsabilidade social A gera-

ccedilatildeo de valor econocircmico estaacute relacionada com a obtenccedilatildeo de resultados econocircmicos

positivos no presente e no futuro A responsabilidade ambiental diz respeito agrave conser-

vaccedilatildeo e ao uso sustentaacutevel dos recursos naturais E a responsabilidade social con-

templa a corresponsabilidade das empresas pelo desenvolvimento da sociedade Con-

forme ELKINGTON (1997) esses objetivos satildeo inerentes aos denominados resultados

tridimensionais da sustentabilidade (triple bottom line) As empresas que adotam a

sustentabilidade corporativa devem buscar um equiliacutebrio entre o compromisso econocirc-

mico a preservaccedilatildeo ambiental e o desenvolvimento da sociedade assumindo respon-

sabilidades pelas condiccedilotildees de vida atuais e futuras29

14 - Sustentabilidade e geraccedilatildeo de valor econocircmico

A literatura ressalta a necessidade de que as iniciativas relacionadas agrave susten-

tabilidade tragam retornos positivos para as empresas REINHARDT (1999) considera

que as justificativas para os investimentos ambientais realizados pelas empresas de-

vem ser similares aos demais investimentos Nesse sentido os investimentos em ges-

tatildeo ambiental devem auferir retornos financeiros positivos ou conduzir agrave reduccedilatildeo dos

riscos SENGE e CARSTEDT (2001) satildeo mais enfaacuteticos ao considerar que o desafio

atual reside em desenvolver negoacutecios sustentaacuteveis compatiacuteveis com a realidade eco-

nocircmica Segundo esses autores novos modelos de negoacutecios e produtos inovadores

no acircmbito da sustentabilidade precisam necessariamente acarretar resultados finan-

ceiros satisfatoacuterios para se viabilizarem

Os benefiacutecios decorrentes das accedilotildees de sustentabilidade podem ser tangiacuteveis

ou intangiacuteveis Willard (2002) identifica potenciais benefiacutecios tangiacuteveis como aqueles

associados agrave reduccedilatildeo de custos na manufatura agrave reduccedilatildeo de custos comerciais ao

aumento do faturamento e ao aumento da participaccedilatildeo no mercado Como benefiacutecios

intangiacuteveis considera a maior facilidade na contrataccedilatildeo de talentos a maior retenccedilatildeo

29 Internet httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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dos principais talentos o aumento da produtividade dos funcionaacuterios a reduccedilatildeo dos

riscos e as maiores facilidades de financiamento NEMLI (2004) considera que os be-

nefiacutecios devem ser mensurados ao longo de trecircs dimensotildees reduccedilatildeo de custos e au-

mento da lucratividade aumento da reputaccedilatildeo e criaccedilatildeo de diferenciaccedilatildeo crescimento

da empresa em termos de capacidade de inovaccedilatildeo e uso de tecnologias limpas

A perspectiva de geraccedilatildeo de valor econocircmico estaacute acoplada a uma visatildeo mais holiacutesti-

ca do bom funcionamento da economia Nesse sentido HAWKEN LOVINS e LOVINS

(1999) consideram que o capitalismo natural pode ser o gatilho para a proacutexima revo-

luccedilatildeo industrial em que quatro tipos de capital sustentam o bom funcionamento da

economia o capital humano (pessoas conhecimento e cultura) o capital financeiro

(caixa investimentos e instrumentos monetaacuterios) o capital industrial (infra estrutura

faacutebricas e maacutequinas) e o capital natural (recursos naturais sistemas de vida e ecossis-

tema) Conforme SENGE e CARSTEDT (2001) a geraccedilatildeo de valor econocircmico por

empresas sustentaacuteveis depende de forma ampla da adoccedilatildeo de uma realidade eco-

nocircmica que conecta a induacutestria a sociedade e o meio ambiente Por outro lado mes-

mo na realidade atual a reduccedilatildeo do desperdiacutecio e do fluxo destrutivo dos recursos

pode representar uma importante oportunidade de negoacutecios (LOVINS LOVINS e

HAWKEN 1999) 30

15 - Sustentabilidade e responsabilidade ambiental

Vaacuterios autores assinalam a importacircncia da questatildeo da estrateacutegia ambiental das

empresas no acircmbito da sustentabilidade corporativa HART (1997) considera a polui-

ccedilatildeo a exaustatildeo dos recursos naturais e a pobreza como os principais desafios da sus-

tentabilidade Segundo o autor a estrateacutegia ambiental das empresas em geral evolui

segundo trecircs estaacutegios prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo produtos ambientalmente corretos e

produccedilatildeo limpa Aleacutem disso uma estrateacutegia ambiental integrada natildeo deve direcionar-

se somente para o desenvolvimento de competecircncias internas mas tambeacutem conside-

rar o relacionamento com os clientes fornecedores outras empresas agentes gover-

30 Internet

(httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext)

data de acesso 2107201230

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namentais e acionistas Da mesma forma BARBIERI (2004) cita trecircs abordagens para

a gestatildeo ambiental empresarial controle da poluiccedilatildeo prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo e abor-

dagem estrateacutegica A prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo incorpora duas preocupaccedilotildees ambientais

principais o uso sustentaacutevel dos recursos e o controle da poluiccedilatildeo Os instrumentos

tradicionais para o uso sustentaacutevel dos recursos satildeo referenciados pelo autor como

4Rs reduccedilatildeo da poluiccedilatildeo na fonte reutilizaccedilatildeo reciclagem e recuperaccedilatildeo energeacutetica

HOFFMAN (2000) sugere que a estrateacutegia ambiental determine o alinhamento

entre a proteccedilatildeo ambiental e o crescimento econocircmico da empresa O desenvolvimen-

to da estrateacutegia ambiental deve analisar os concorrentes os parceiros os produtos as

mateacuterias-primas as perdas e os resiacuteduos da empresa O autor considera que a estra-

teacutegia ambiental pode ser direcionada por quatro fatores o mercado (composto pelos

consumidores associaccedilotildees concorrentes e consultores) os provedores de recursos

(clientes seguradoras fornecedores bancos e investidores) os elementos coercivos

(regulamentos locais legislaccedilatildeo internacional) e os elementos sociais (instituiccedilotildees

religiosas organizaccedilotildees natildeo-governamentais comunidade mundo acadecircmico im-

prensa e poder judiciaacuterio) 31

16 - Sustentabilidade e responsabilidade social

Os defensores da responsabilidade social argumentam que as empresas de-

vem assumir um compromisso com o desenvolvimento da sociedade As empresas

devem executar accedilotildees para fomentar o desenvolvimento social a inclusatildeo social e

contribuir para a melhoria das condiccedilotildees de vida da populaccedilatildeo mais necessitada Al-

guns autores consideram que essas atividades natildeo satildeo puramente filantroacutepicas uma

vez que as empresas podem auferir benefiacutecios de negoacutecios em funccedilatildeo delas Outros

sugerem ainda que a responsabilidade social esteja associada agrave proacutepria estrateacutegia

empresarial por exemplo SEABRA LEAL e PASSOS (2005) assinalam que os prin-

31 ) Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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cipais acionistas da Natura consideram que a responsabilidade social estaacute intimamen-

te ligada agrave estrateacutegia de negoacutecios da empresa

PRAHALAD e HAMMOND (2002) observam que aproximadamente 65 da

populaccedilatildeo mundial mdash cerca de quatro bilhotildees de pessoas mdash ganham menos do que

2000 USDano Esse eacute um mercado praticamente inexplorado pelas empresas multi-

nacionais Segundo os autores as empresas que desejam entrar nesse mercado de-

vem repensar seus modelos de negoacutecios praacuteticas gerenciais e indicadores de desem-

penho Eacute um mercado de novas fontes de receita que exige melhoria na eficiecircncia

operacional e fomento da inovaccedilatildeo A atuaccedilatildeo bem-sucedida para atender agrave denomi-

nada populaccedilatildeo na base da piracircmide pode trazer resultados econocircmicos positivos agraves

empresas e simultaneamente contribuir para a melhoria das condiccedilotildees de vida das

pessoas economicamente menos favorecidas

PORTER e KRAMER (2002) consideram que eacute possiacutevel agraves empresas obterem

a convergecircncia de interesses entre as atividades filantroacutepicas e os objetivos de negoacute-

cios A filantropia pode oferecer oportunidades para as empresas melhorarem seu

contexto competitivo considerando que as atividades filantroacutepicas podem potencial-

mente atuar sobre quatro elementos inter-relacionados da competitividade empresari-

al na disponibilidade dos insumos de produccedilatildeo nas condiccedilotildees de demanda nas con-

diccedilotildees de competiccedilatildeo e rivalidade e na presenccedila das induacutestrias de insumos e suporte

Nesse sentido a filantropia deveria ser considerada uma abordagem claramente estra-

teacutegica pelas empresas WADDOCK e SMITH (2000) adotam um raciociacutenio similar

afirmando que a responsabilidade social e o desempenho corporativo financeiro an-

dam juntos e natildeo como trade-offs

HALL et al (2005) constatam que algumas empresas podem ser socialmente

vulneraacuteveis Segundo esses autores a vulnerabilidade social eacute atribuiacuteda agraves empresas

que apresentam grande importacircncia estrateacutegica para o desenvolvimento econocircmico e

social dos paiacuteses onde operam Eles citam empresas cujo papel extrapola a criaccedilatildeo de

valor aos acionistas sendo consideradas como orgulhos nacionais para seus paiacuteses

Satildeo citadas como exemplos a Siemens na Alemanha a Toyota no Japatildeo a Embraer

no Brasil e a Bombardier no Canadaacute Aleacutem da questatildeo econocircmica essas empresas

desempenham importante papel social em seus respectivos paiacuteses Outras empresas

45

brasileiras tambeacutem poderiam ser citadas como a Petrobras a Companhia Vale do Rio

Doce o Bradesco entre outras 32

2 - Gestatildeo da inovaccedilatildeo para a sustentabilidade

A busca da inovaccedilatildeo e a gestatildeo da inovaccedilatildeo em geral satildeo mediadas por as-

pectos essencialmente econocircmicos e estrateacutegicos Entretanto na medida em que ou-

tras restriccedilotildees compotildeem o ambiente de atuaccedilatildeo das empresas outros fatores podem

impulsionar a inovaccedilatildeo Isso tambeacutem eacute vaacutelido ao se considerarem aspectos de susten-

tabilidade como condicionantes da inovaccedilatildeo

HART e CHRISTENSEN (2002) sugerem que as inovaccedilotildees radicais podem

pavimentar o caminho para as empresas combinarem um crescimento sustentaacutevel

com responsabilidade social HART e MILTEIN (1999) consideram que os desafios

impostos pela sustentabilidade global podem atuar como catalisadores para um novo

estaacutegio de destruiccedilatildeo criativa das empresas Eles associam a preocupaccedilatildeo ecoloacutegica

com melhorias contiacutenuas e a sustentabilidade global com melhorias radicais Nesse

sentido argumentam que a sustentabilidade pode criar oportunidades sem preceden-

tes agraves empresas O raciociacutenio de SENGE e CARSTEDT (2001) eacute similar Esses auto-

res consideram que o foco restrito na eficiecircncia ecoloacutegica pode distrair as empresas da

busca de produtos e modelos de negoacutecios radicalmente diferentes dos atuais Eacute a sus-

tentabilidade global que iraacute motivar as empresas a procurarem novos modelos men-

tais a enfatizarem a aprendizagem e atentarem para a gestatildeo de mudanccedilas

PORTER e VAN DER LINDE (1995) consideram que as regulamentaccedilotildees am-

bientais impotildeem pressotildees competitivas nas empresas motivando-as a inovar VOL-

LENBROEK (2002) propotildee um processo que direciona a inovaccedilatildeo para o desenvolvi-

mento da sustentabilidade denominado gestatildeo da transiccedilatildeo Ele considera que a ino-

vaccedilatildeo natildeo gera automaticamente o progresso da sociedade pois precisa ser condi-

cionada para tanto Os esforccedilos para o desenvolvimento sustentaacutevel precisam ser di-

recionados pela sociedade e esta participa das decisotildees visando obter um balancea-

mento adequado entre os objetivos econocircmicos ecoloacutegicos e sociais A inovaccedilatildeo seraacute

decorrecircncia

32 Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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HALL e VREDENBURG (2003) afirmam que os gestores tecircm dificuldades para

lidar com as pressotildees do desenvolvimento sustentaacutevel Eles consideram que as estra-

teacutegias de inovaccedilatildeo das empresas geralmente satildeo inadequadas para acomodar as

complexidades e incertezas inerentes agraves novas demandas impostas pelo desenvolvi-

mento sustentaacutevel Dessa forma sugerem que a estrateacutegia empresarial integre tam-

beacutem os objetivos da inovaccedilatildeo e do desenvolvimento sustentaacutevel Em contraponto agrave

abordagem tradicional da inovaccedilatildeo ditada pelo mercado propotildeem que as empresas

adotem a inovaccedilatildeo para o desenvolvimento sustentaacutevel que incorpora as restriccedilotildees

sociais e as pressotildees ambientais bem como contempla as necessidades das futuras

geraccedilotildees Como seraacute visto no texto que segue a inovaccedilatildeo foi tambeacutem um ingrediente

essencial para o desenvolvimento e o sucesso do projeto estudado na presente pes-

quisa33

CONCLUSAtildeO

O objetivo desse estudo foi verificar e compreender o conceito de inovaccedilatildeo e a

sua aplicabilidade nas organizaccedilotildees assim como a vantagem competitiva no modelo

de negoacutecio por meio da co-criaccedilatildeo de valor

33 Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data acesso 21072012

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Inovaccedilatildeo e criatividade satildeo essenciais para o continuo desenvolvimento e competi-

tividade de uma naccedilatildeo

Coisas boas acontecem quando o pensamento inovador comeccedila ele poderaacute

ajudar a criar novos produtos melhoria nos processos novas tecnologias tornando

a empresa mais competitiva Tomando conhecimento da grande variedade de produ-

tos e serviccedilos oferecidos pelas organizaccedilotildees pode se observar que nem sempre se

chega ao resultado em melhores experiecircncias de consumo nesse cenaacuterio certas em-

presas adotam a co-criaccedilatildeo de valor ndash participaccedilatildeo do cliente no processo produtivo ndash

para inovar no modelo de negoacutecio agregando valor a sua oferta buscando assim se

diferenciar das demais empresas Apesar da inovaccedilatildeo indicar um caminho seguro

para obter vantagem competitiva sustentaacutevel e defender posiccedilotildees estrateacutegicas no

mercado o seu sucesso natildeo eacute garantido necessitando que os gestores conheccedilam e

compreendam a dinacircmica dos processos da gestatildeo da inovaccedilatildeo dentro de suas orga-

nizaccedilotildees e realidades especiacuteficas

O modelo de organizaccedilatildeo inovadora sustentaacutevel eacute uma resposta agraves pressotildees

institucionais por uma organizaccedilatildeo que seja capaz de inovar com eficiecircncia em termos

econocircmicos mas com responsabilidade social e ambiental Esse tipo de organizaccedilatildeo

busca vantagem competitiva desenvolvendo produtos serviccedilos processos e negoacutecios

novos ou modificados com base nas dimensotildees social ambiental e econocircmica Ela

reuacutene duas caracteriacutesticas essenciais eacute inovadora e orientada para a sustentabilidade

Tendo em vista o fenocircmeno do isomorfismo institucional (concentraccedilatildeo de for-

mas organizacionais nos diversos setores produtivos) o modelo das organizaccedilotildees

inovadoras sustentaacuteveis vem ganhando rapidamente cada vez mais espaccedilo nas em-

presas liacutederes Esses fatos permitem dizer que o movimento do desenvolvimento sus-

tentaacutevel eacute um dos movimentos mais importantes do nosso tempo e a julgar pela vita-

lidade dos fatores institucionais presentes em praticamente todo o mundo pode-se

inferir que ele continuaraacute se propagando por muitas deacutecadas

Desse modo o aprimoramento dos modelos de organizaccedilatildeo sustentaacuteveis as

diversas formas da sua institucionalizaccedilatildeo em acircmbito global o desenvolvimento de

tecnologias sustentaacuteveis a gestatildeo de inovaccedilotildees para o desenvolvimento sustentaacutevel

seratildeo temas cada vez mais importantes nos estudos futuros Como o sistema opera-

cional produtivo e as inovaccedilotildees de produto e de processo ao atender as trecircs dimen-

sotildees da sustentabilidade devem gerar ganhos para o meio ambiente em termos de

reduccedilatildeo no uso de recursos e de emissotildees de poluentes o aumento da produccedilatildeo pelo

incitamento agrave demanda por novos produtos pode neutralizar ou ateacute superar esses ga-

nhos Levar em conta essa possibilidade dando-lhe um tratamento adequado eacute um dos

48

maiores desafios para o alinhamento das empresas ao modelo de organizaccedilatildeo inova-

dora sustentaacutevel

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Elsevier 2004

  • AGRADECIMENTOS
  • CAPIacuteTULO III- Aspectos da inovaccedilatildeo e sustentabilidade37
  • Inovaccedilatildeo e sustentabilidade37
  • 32 - Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva
  • 33 - Como implementar vantagem competitiva
  • 34 - Como criar valor e vantagem competitiva
Page 20: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · duzir os processos de inovação dentro da organização. 6 ... CAPÍTULO I - Estrutura da criação de valor e inovação.....11

20

sam de aliados O papel dos gerentes e diretores tambeacutem eacute fundamental num pro-

cesso de mudanccedila de cultura eles satildeo os verdadeiros responsaacuteveis por criar um am-

biente que estimule as pessoas a arriscar investindo em novos produtos bancando

ideias que tecircm maturaccedilatildeo de longo prazo e criando uma comunicaccedilatildeo eficiente

Nem mesmo os profissionais de atuaccedilatildeo operacional podem fugir da responsa-

bilidade A dificuldade para inovar eacute maior em departamentos mais fechados e norma-

tizados como os administrativos ou naqueles em que a precisatildeo eacute fundamental como

a produccedilatildeo de um remeacutedio Mas eles tambeacutem precisam aprender a ver as oportuni-

dades natildeo convencionais ndash haacute pequenas melhorias capazes de desencadear uma

importante inovaccedilatildeo

A responsabilidade eacute de todos da alta gerecircncias aos departamentos operacio-

nais O desafio eacute fazer todos assumirem um compromisso com a praacutetica real da ino-

vaccedilatildeo 10

ldquoInovaccedilatildeo eacute a mensagem do momento Natildeo se trata de mais recursos mas em

como usaacute-los Em um mundo que atravessa crises financeiras a todo momento e que

exige sempre mais recursos naturais os inovadores e os criativos satildeo os que conse-

guem transformar as adversidades em oportunidades de crescimentordquo (STEVE

JOBS Inovaccedilatildeo A arte de Steve Jobs 2010 p154)

24 ndash Organizaccedilotildees inovadoras sustentaacuteveis

Organizaccedilatildeo inovadora eacute a que introduz novidades de qualquer tipo em bases

sistemaacuteticas e colhe os resultados esperados BARBIERI (2007) p88) A expressatildeo

bases sistemaacuteticas significa a realizaccedilatildeo de inovaccedilotildees com autonomia intencionali-

dade e pro atividade Assim a inovaccedilatildeo eacute um elemento essencial do modus operan-

di dessa organizaccedilatildeo o que pressupotildee que ela desenvolva continuamente recursos

tangiacuteveis e intangiacuteveis para inovar permanentemente Organizaccedilatildeo sustentaacutevel eacute a

que simultaneamente procura ser eficiente em termos econocircmicos respeitar a capaci-

dade de suporte do meio ambiente e ser instrumento de justiccedila social promovendo a

inclusatildeo social a proteccedilatildeo agraves minorias e grupos vulneraacuteveis o equiliacutebrio entre os gecirc-

neros etc (BARBIERI 2007 p98-99) 10 Internet (httpbooksgooglecombrbookshl=pt-BRamplr=ampid=jnka43VmmwsCampoi=fndamppg=PA34ampdq=como+implantar+uma+cultura+de+inovaccedilatildeo+na+organiza-ccedilatildeoampots=KRvAPG4C6kampsig=rzqbLGM4sLvsQL26N0gLqfOTPOAv=onepageampq=como20implantar20uma20cultura) data de acesso 04062012

21

Os dois conceitos de organizaccedilatildeo podem entrar em contradiccedilatildeo pois inovar em

bases sistemaacuteticas pode se tornar sinocircnimo de degradaccedilatildeo sistemaacutetica do meio ambi-

ente e da vida social Assim uma organizaccedilatildeo inovadora sustentaacutevel natildeo eacute a que

introduz novidades de qualquer tipo mas novidades que atendam as muacuteltiplas dimen-

sotildees da sustentabilidade em bases sistemaacuteticas e colham resultados positivos para

ela para a sociedade e o meio ambiente BARBIERI (2007) p105 Natildeo basta para as

empresas apenas inovar constantemente mas inovar considerando as trecircs dimen-

sotildees da sustentabilidade a saber

bull dimensatildeo social - preocupaccedilatildeo com os impactos sociais das inovaccedilotildees nas

comunidades humanas dentro e fora da organizaccedilatildeo (desemprego exclusatildeo

social pobreza diversidade organizacional etc)

bull dimensatildeo ambiental - preocupaccedilatildeo com os impactos ambientais pelo uso de

recursos naturais e pelas emissotildees de poluentes

bull dimensatildeo econocircmica - preocupaccedilatildeo com a eficiecircncia econocircmica sem a qual

elas natildeo se perpetuariam Para as empresas essa dimensatildeo significa obtenccedilatildeo

de lucro e geraccedilatildeo de vantagens competitivas nos mercados onde atuam

O atendimento a essas dimensotildees torna o processo de inovaccedilatildeo mais sofisti-

cado e exigente o que requer da organizaccedilatildeo um maior esforccedilo para atender tecnica-

mente esse requisito Isso leva novas perspectivas para a gestatildeo da inovaccedilatildeo11

Com intuito de tornar o processo de adequaccedilatildeo agraves prerrogativas impostas agraves

companhias ditas inovadoras quanto mais simplificado e dirigido melhor A seguir eacute

apresentado um conjunto de proposiccedilotildees para o desenvolvimento de empresas com

esta caracteriacutestica o pressuposto baacutesico necessaacuterio eacute o fomento de equipes de traba-

lho com a mentalidade para a inovaccedilatildeo Neste sentido cabem agraves organizaccedilotildees agraves

pessoas e agraves tarefas o papel de suscitar o aparecimento e a manutenccedilatildeo de tais e-

quipes SBRAGIA (1993)

25 - A Inovaccedilatildeo como funccedilatildeo de aprendizagem organizacional

11Internet(httpwwwscielobrscielophppid=S0034-

75902010000200002ampscript=sci_arttext) data de acesso 04062012

22

Pelo fato da inovaccedilatildeo ser destrutiva para muitos grupos consolidados ela en-

frentaraacute resistecircncia A inovaccedilatildeo eacute o oposto da operaccedilatildeo e seraacute portanto ignorada O

desenho ou arranjo organizacional poderaacute facilmente superar ao menos minimizar

estes e outros obstaacuteculos GALBRAITH (1998) Este comportamento acentua-se em

organizaccedilotildees protegidas de concorrecircncia (universidades ateacute algum tempo atraacutes oacuter-

gatildeos governamentais etc) Pesquisas realizadas por TUSHMAN e NADLER (1998)

apontam que organizaccedilotildees altamente inovadoras satildeo sistemas de aprendizado alta-

mente eficazes aleacutem de possuir um senso de autocriacutetica bastante apurada

Empresas eficazes criam condiccedilotildees possiacuteveis para que o trabalho de hoje seja

feito paralelo com a geraccedilatildeo constante de inovaccedilatildeo ou seja a inovaccedilatildeo sustentada

por mais paradoxal que possa parecer exige ao mesmo tempo estabilidade e mudan-

ccedila A estabilidade possibilita economias de escala e aprendizado incremental por ou-

tro lado a mudanccedila e a experimentaccedilatildeo satildeo necessaacuterias agrave conquista de avanccedilos nas

aacutereas de produto processo e tecnologia

Companhias que conseguem ao mesmo tempo produzir cotidianamente e estar

alerta e vigilante aos clientes concorrentes tecnologias e competecircncia interna fo-

mentam e estimulam o aprendizado organizacional e a inovaccedilatildeo sustentada

Segundo TUSHMAN e NADLER (1998) inovaccedilatildeo eacute um trabalho complexo e

estimulante a rupturas pois exige estreita colaboraccedilatildeo entre membros que rotineira-

mente se encontram bastante separados Embora os mecanismos da organizaccedilatildeo

formal facilitem o aprendizado e a inovaccedilatildeo corporativa a criatividade individual pro-

veacutem de um ambiente informal saudaacutevel

Um claro conjunto de valores essenciais ajuda a focalizar e motivar o compor-

tamento Empresas inovadoras tecircm valores claros que fornecem foco num cenaacuterio

repleto de diversidade como tambeacutem um objetivo comum que possa ter a concor-

dacircncia dos mais diferentes atores envolvidos

Em adiccedilatildeo com os valores essenciais cultuados em uma organizaccedilatildeo as nor-

mas proporcionam referenciais de comportamentos claros satildeo os comportamentos

aguardados De um modo geral organizaccedilotildees inovadoras enfatizam a informalidade

no comportamento no vestuaacuterio e nas relaccedilotildees hieraacuterquicas com elevadas expectati-

vas de desempenho e de trabalho individual e do grupo fortes viacutenculos informais den-

tro e fora da organizaccedilatildeo

23

Organizaccedilotildees altamente inovadoras geram com destreza as sutilezas da re-

compensa e da puniccedilatildeo onde as pessoas podem assumir riscos colher as recompen-

sas pelo sucesso e sobreviver a fracassos construtivos

A representaccedilatildeo de papeacuteis funcionais tem atribuiccedilatildeo fundamental no desenvol-

vimento e conduccedilatildeo do processo de gestatildeo da inovaccedilatildeo Entre eles podemos mencio-

nar um os geradores de ideias pois as interligam com as tendecircncias e mercados

desenvolvendo oportunidades para as organizaccedilotildees dois os empreendedores internos

tornam concretas as ideias possuem agressividade energia e personalidade propen-

sas a assumir riscos para defender suas causas

Aqui aparece a figura dos trecircs ldquogate keepersrdquo (guardiotildees do portatildeo) que ligam

organizaccedilatildeo e seus colegas agraves frentes externas de informaccedilatildeo que satildeo vitais para a

inovaccedilatildeo pois obtecircm traduzem e distribuem estas informaccedilotildees no acircmbito interno da

organizaccedilatildeo Os quatros patrocinadores ou mentores satildeo gerentes de alto niacutevel que

datildeo apoio informal acesso aos recursos e a proteccedilatildeo no surgimento de novos produ-

tos ou negoacutecios Esses personagens atuando conjuntamente representam o ldquogecircnio

coletivordquo da organizaccedilatildeo que consiste na soma das capacidades pessoais em clima

motivacional gerando resultados mensuraacuteveis substituindo o gecircnio individual predo-

minante ateacute o seacuteculo passado conforme DE MASI (1998) Uma vez que o gecircnio indi-

vidual pode ateacute existir mas eacute difiacutecil de ser encontrado

Segundo GALBRAITH (1998) algumas pessoas que satildeo boas em inovaccedilatildeo e

criatividade mas natildeo satildeo necessariamente boas em operaccedilatildeo Portanto o desenho

organizacional contribui para a criaccedilatildeo de uma organizaccedilatildeo inovadora na medida em

que promove o encontro sistemaacutetico entre os geradores de ideias e aqueles que po-

dem defendecirc-las e colocaacute-las em praacutetica12

CAPIacuteTULO II 12 Internet

(httpwwwgooglecombrurlsa=tamprct=jampq=ampesrc=sampsource=webampcd=1ampsqi=2ampved=0CEwQFjAAampu

rl=http3A2F2Fwwwfespprbr2F~bastosjr2FGest25E3o2520de2520Inova25E725E3o2

FArtigos2FInova25E725E3odocampei=Ex32T_meBObb6wGds-29Bgampusg=AFQjC) data de acesso

04062012

24

DESENVOLVIMENTO DA CRIATIVIDADE

1 ndash Capital Intelectual

Com o mercado cada vez mais exigente as empresas vecircm sentindo a necessi-

dade de investir mais em recursos humanos acrescentando a seu capital o conheci-

mento originado atraveacutes do investimento em capital humano qualificado o qual agrega

agraves empresas recursos de fundamental importacircncia No entendimento de Stewart

(2004) o capital intelectual eacute um bem intangiacutevel podendo-se afirmar que eacute um dos

fatores mais importantes da vida de uma organizaccedilatildeo Jaacute para (DRUCKER (apud

MONTEIRO 2007 p17) o capital intelectual eacute ldquo[] a soma do conhecimento de todos

de uma empresa o que lhe proporciona vantagem competitivardquo

CHIAVENATO (2004) afirma que no mundo complexo e competitivo de hoje a

escolha das pessoas certas se torna vital para o bom funcionamento da empresa

Para STEWART (2004) o capital intelectual corresponde ao conjunto de co-

nhecimentos e informaccedilotildees encontrados nas organizaccedilotildees que agregam valor ao pro-

duto ou serviccedilo mediante a aplicaccedilatildeo da inteligecircncia e natildeo do capital monetaacuterio ao

empreendimento sendo o capital intelectual gerador de capacidades conhecimento

habilidades e experiecircncias individuais dos funcionaacuterios para realizaccedilatildeo de tarefas

O capital intelectual eacute algo tatildeo valioso dentro de uma organizaccedilatildeo que eacute atra-

veacutes dele que se podem ter grandes inovaccedilotildees transformaccedilotildees tecnoloacutegicas resolu-

ccedilotildees de problemas gestatildeo eficiente lucratividade e sucesso melhorados Um colabo-

rador que possui seu capital intelectual estimulado atraveacutes da motivaccedilatildeo seraacute mais

bem aproveitado pela empresa uma vez que se sente incluiacutedo valorizado simpatizan-

te e livre para gerir suas ideias de uma forma mais aguccedilada

CHIAVENATO (2004) diz que o capital humano eacute constituiacutedo das pessoas que

fazem parte de uma organizaccedilatildeo Capital humano significa talentos que precisam ser

mantidos e desenvolvidos Mais do que isso capital humano significa capital intelectu-

al

Para MONTEIRO (2007) o ser humano eacute o maior bem de uma empresa pois eacute

ele o principal instrumento de seu sucesso ou fracasso uma vez que o capital intelec-

tual eacute algo exclusivo do ser humano Pode-se entatildeo descrever que ele eacute o raciociacutenio

humano elaborado acrescido do ambiente onde estaacute inserido

25

MONTEIRO (2007) comenta que dentro das organizaccedilotildees o capital intelectual

pode ser diferenciado dos demais capitais porque ele cresce quando compartilhado

com os do mesmo grupo e natildeo se deprecia com o uso Ao contraacuterio dos outros ativos

o seu valor decorre do uso O capital intelectual eacute enfatizado como o conjunto de in-

formaccedilotildees e conhecimentos encontrados nas organizaccedilotildees onde agregam ao produto

eou serviccedilos valores mediante a aplicaccedilatildeo da inteligecircncia e natildeo do capital monetaacuterio

Devido a sua grande representatividade nas empresas o capital intelectual natildeo deve

ser subestimado nem utilizado de forma ineficiente acarretando em um gerenciamento

ineficaz mais investimento incentivado para assim trazer agrave empresa bons negoacutecios e

melhor rentabilidade (MONTEIRO 2007 p18)13

2 - Criatividade

Criatividade eacute um assunto que fascina a todos objeto de muitos estudos em-

bora no contexto empresarial seja novo O pensamento criativo antigamente era vis-

to como inspiraccedilatildeo divina passando a ser estudado com melhor afinco a partir dos

anos 50

O Caminho humano de viver conviver e sobreviver eacute permeado de accedilotildees cria-

tivas conscientes e inconscientes Esse potencial criativo eacute inato em todo ser humano

poreacutem ele se ensina e se aprende Trata-se de uma competecircncia pessoal valorizada

mas ao mesmo tempo desprestigiada pois percebemos que as empresas desclassifi-

cam candidatos criativos e depois encaminham-no para o desenvolvimento desta habi-

lidade

Criatividade para o quecirc Eacute a primeira pergunta que surge em nossa mente

quando tratamos do tema Se tudo estaacute bem natildeo haacute motivos para criar ou se estaacute

tudo ruim natildeo temos mais o que fazer Percebemos que o ser humano sempre busca

a sua zona de conforto para se acomodar sofrer menos ou agraves vezes para reclamar

mais Podemos pensar nesta pergunta buscando duas respostas uma do acircmbito pes-

soal e outra empresarial No processo de criaccedilatildeo percebemos que podemos mudar e

nos diferenciar daquilo que fomos respeitando e valorizando o nosso proacuteprio passado

13Internet (httpwwwaedbbrsegetartigos10327_PDF20Samirapdf) data acesso

15072012

26

tomando decisotildees e desempenhando accedilotildees diferentes dos que habitualmente faziacutea-

mos Podemos gerar mudanccedilas substanciais nas empresas e a partir dessas mudan-

ccedilas diferenciarmos sem contudo ser necessaacuterio efetuar mudanccedilas demasiadas mu-

danccedilas que choquem e natildeo se ajustem aos nossos valores e nossa realidade

Se o objetivo eacute buscar na empresa alcanccedilar eficiecircncia que possibilite ao cliente

escolher e comprar nossos produtos e serviccedilos e natildeo os dos concorrentes precisa-

mos estar abertos para buscar novas alternativas novas maneiras de fazer as coisas

e consequentemente resultados diferentes A mudanccedila organizacional eacute muitas ve-

zes uma ferramenta de soluccedilatildeo de problemas das organizaccedilotildees Podemos diferenci-

ar-nos dos competidores apenas sabendo quando e em quecirc devemos mudar e onde

queremos chegar

A criatividade na empresa eacute medida a partir dos resultados alcanccedilados Uma

resposta eacute mais criativa (entre aspas pois as respostas natildeo satildeo criativas e sim as pes-

soas que a geraram) que outra quando atinge aquele objetivo para o qual foi focado a

soluccedilatildeo de um problema traz uma alternativa ou um meacutetodo inovador ou ateacute mesmo

uma combinaccedilatildeo de resultados diferentes

Tatildeo essencial como ser diferente eacute a necessidade de buscar resultados e uma

empresa soacute eacute verdadeiramente criativa quando a criatividade se torna a maneira diaacute-

ria de fazer as coisas e espera que seus membros considerem uma ampla variedade

de alternativas antes de comprometer-se numa direccedilatildeo especiacutefica 14

21 ndash Conceito de criatividade

A criatividade eacute a faculdadehabilidade de criar ou o potencial criativo Consiste

em encontrar meacutetodos ou objetos para executar tarefas de uma maneira nova ou dife-

14 Internet

Fonte (Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de acesso

25062012

27

rente do habitual com a intenccedilatildeo de satisfazer um propoacutesito A criatividade permite

cumprir os desejos de forma mais raacutepida faacutecil eficiente ou econoacutemica

A criaccedilatildeo de novas ideias e conceitos tambeacutem se lhe daacute o nome de inventivi-

dade pensamento original pensamento divergente ou imaginaccedilatildeo construtiva Trata-

se de conceitos que implicam o ato de inventar algo novo (isto eacute recorrer ao enge-

nho) a capacidade de encontrar soluccedilotildees originais e a vontade de mudar o mundo 15

A criatividade eacute considerada uma capacidade humana de grande valor univer-

sal tudo indica que nesta competecircncia reside a memoacuteria RAM bioloacutegica para o im-

pulso da evoluccedilatildeo humana A memoacuteria RAM segundo CURY (2009) eacute o fenoacutemeno dos

registos da memoacuteria O que melhor descreve a criatividade eacute o que SANCHEZ (2003)

referiu em seus apontamentos a criatividade eacute uma sublime dimensatildeo da condiccedilatildeo

humana

Eacute entretanto na capacidade criativa que existe a chave da capacidade de evo-

luccedilatildeo da humanidade O meacuterito da expressatildeo criativa eacute fruto da complexidade ou

seja eacute fruto do contexto social no seu desenvolvimento natural e humano

Eacute muito interessante contemplar os efeitos provenientes deste constructo a

considerar a capacidade de um indiviacuteduo criativo construir e reconstruir transformando

a nossa realidade Eacute consensual e gratificante perceber que todos temos a capacida-

de criativa deve eacute ser melhor desenvolvida16

De maneira instintiva o termo criatividade sempre se associou agrave atividade ar-

tiacutestica Mais recentemente graccedilas a exemplos empresariais como Apple e Google a

inovaccedilatildeo ganhou espaccedilo nos sectores tecnoloacutegicos Neste sentido a nossa intuiccedilatildeo

natildeo estaacute errada uma vez que criatividade e inovaccedilatildeo satildeo dois conceitos muito unidos

Explicado de forma simples a capacidade criativa pode ser definida como ldquoa habili-

dade para gerar ideias alternativas e soluccedilotildees a um determinado problema de forma

faacutecilrdquo 17

15 Internet (httpconceitodecriatividade) data de acesso 25062012 16Internet (httpptwikipediaorgwikiCriatividade) data de acesso 04072012

17Inter-

net(httpwwwcriaptcriaadminappCRIAuploadscreamanual20creatividade20portugue

s_pt_webpdf) data de acesso 04072012)

28

22 ndash Criatividade do ponto de vista pessoal

Temos que pensar em Criatividade como estrateacutegia para viver melhor para

uma qualidade de vida que diria razoaacutevel aleacutem de identificar potenciais descobertas

internas que foram abafadas pelos processos familiares educacionais e empresariais

assim pelo tempo Outro aspecto estaacute relacionado com a garantia da nossa emprega-

bilidade entendendo como fonte de renda como funcionaacuterio profissional autocircnomo ou

empresaacuterio Vivemos num mundo de mudanccedilas aprimoramento riscos e oportunida-

des Melhoria nos nossos relacionamentos interpessoais atraveacutes do reconhecimento e

aproveitamento da diversidade respeitando as mais diversas formas de pensamento e

das diferenccedilas individuais Estamos acostumados a considerar a criatividade como

algo pessoal e intransferiacutevel A criatividade humana natildeo eacute temporal Trata-se de um

patrimocircnio do ser humano compartilhado pela sociedade Como a organizaccedilatildeo existe

para servir a sociedade nada mais justo do que desenvolver a criatividade como ga-

rantia para superaccedilatildeo da expectativa do cliente em relaccedilatildeo agrave sua empresa 18

23 ndash Criatividade do ponto de vista empresarial

A busca de um diferencial oferecendo algo mais do que o cliente espera atrair

preferecircncias estabelecer estrateacutegia diferenciada adaptar-se agraves necessidades modifi-

car produtos e buscar soluccedilotildees para os problemas fugindo do convencional e assim

diferenciando-se dos concorrentes Estrateacutegia competitiva natildeo somente por criar ou

inovar produtos mas tambeacutem a quebra de paradigmas mudanccedilas de pensamentos

comportamentos etc Todas as ideias produtos e serviccedilos criativos poderatildeo ser trans-

formados em algo positivo para a organizaccedilatildeo Melhoria dos seus produtos assim

como a criaccedilatildeo de novos Busca de resultados diferentes do passado Melhoria do

18 Internet (Fonte Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de

acesso 04072012

29

relacionamento humano interno consequentemente o aumento da produtividade Me-

lhoramento contiacutenuo em todos os setores Desenvolvimento da qualidade19

24 - Criatividade e a visatildeo estrateacutegica da empresa

A criatividade se relaciona com a visatildeo estrateacutegica de empresa da seguinte

forma a partir dos objetivos traccedilados pela organizaccedilatildeo a mesma definiraacute uma linha

estrateacutegica a ser seguida para alcanccedilar esses objetivos A criatividade se envolve de

acordo com a intenccedilatildeo da empresa ela pode querer reinventar seus modos de atua-

ccedilatildeo pode somente visar manter-se atualizada e motivada pode querer mudar rapida-

mente de foco e enfim 44 pode estabelecer um relacionamento forte ou fraco com a

criatividade em funccedilatildeo das soluccedilotildees que ela estiver almejando

CALKINS (2001) defende essa visatildeo ao dizer que para produzir subjetividade

a criatividade deve ser parte da estrateacutegia da empresa O estudo de LENGNICK-HALL

e WOLFF (1998) faz justamente uma releitura sobre o processo estrateacutegico organiza-

cional ndash enfatizando os trecircs domiacutenios loacutegicos que guiam a maioria das empresas ndash e

relacionando conforme a Tabela abaixo com o tipo de criatividade que estaraacute vigente

Loacutegicas Estrateacutegicas x Criatividade

Loacutegica Dominante

Guerrilha Loacutegica Complexidade Loacutegica Capacidade Loacutegica

Objetivo

repentinamente reescrever

as regras da competitivida-

de

aprendizagem e alto envolvi-

mento organizacional

desenvolver e implementar

estrateacutegias que as possibilitem

criar uma sustentaacutevel vantagem

competitiva

Elemento

Chave

a flexibilidade a criativida-

de e a inovaccedilatildeo

sistema natural de relaciona-

mentos

desenvolvimento eficiente e

eficaz e protegendo seus recur-

sos de base

Justificativa vantagem competitiva

como algo muito passageiro

a organizaccedilatildeo vive em uma

comunidade de competidores

fornecedores clientes

as organizaccedilotildees procuram de-

senvolver e implantar estrateacute-

gias que as possibilitem criar

uma sustentaacutevel vantagem

competitiva

19Internet (Fonte Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de

acesso 04072012

30

Sucesso Orga-

nizacional

eacute uma funccedilatildeo da sua capa-

cidade para gerar ideias

que criam novas dinacircmicas

competitivas e novas are-

nas de accedilatildeo

consequecircncia de um natural

entendimento do paradoxo de

forccedilas que formam o sistema

organizacional

a chave da vantagem competiti-

va sustentaacutevel estaacute na habilida-

de organizacional para proteger

os seus recursos de base

Autores COOPER (1995) e

SCHUMPETER (1936)

MILLER (1996) SENGE (1990) e

MOORE (1996)

PORTER (1986 e 1992) e

HAMEL e PRAHALAD (1994)

Ecircnfase Criar Aprender Agregar Valor

Praacuteticas Cria-

tivas

Brainwriting Pool Teacutecnica

da Troca dos Cartotildees etc Pensamento Lateral Jamming

(Fonte Pesquisa a partir dos estudos de Lengnick-Hall e Wolff 1998) 20

25 ndash Reconfiguraccedilatildeo dinacircmica do talento

A estrateacutegia de inovaccedilatildeo sem duacutevida requer novas habilidades O conceito de

R=G sugere que nenhuma empresa eacute capaz de desenvolver sozinha todos os produ-

tos e serviccedilos de que necessita para oferecer experiecircncias personalizadas a cada cli-

ente Tampouco empresa alguma tem condiccedilotildees de cultivar todas as capacidades

gerenciais indispensaacuteveis para transformar a organizaccedilatildeo Analisamos questotildees rela-

cionadas com a superaccedilatildeo dos legados organizacionais e com a construccedilatildeo de novas

capacidades para o gerenciamento da inovaccedilatildeo Mostramos como as empresas de-

vem preparar-se para administrar as tensotildees constantes entre flexibilidade eficiecircncia

e confiabilidade Essa transformaccedilatildeo natildeo consiste apenas em mudar a mentalidade

ou a loacutegica dominante dos gestores tambeacutem significa concentrar-se nos novos niacuteveis

de transparecircncia e de visibilidade em relaccedilatildeo a como se gerencia a empresa

Precisamos mudar a maneira como gerenciamos ndash como combinamos continu-

amente oportunidades e recursos O foco deve convergir natildeo soacute para as habilidades

20Internet (Fonte Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de

acesso 04072012

31

dos indiviacuteduos e para as atitudes de cada um em relaccedilatildeo ao aprendizado mas tam-

beacutem para a competecircncia das equipes e para a capacidade dessas forccedilas-tarefas de se

reconfigurar continuamente em funccedilatildeo dos objetivos arregimentando os melhores

talentos em todo o mundo Por exemplo a identificaccedilatildeo dos comportamentos e das

necessidades de determinada pessoa numa base de milhotildees de clientes ndash como a

Amazoncom na ING Insurance e no programa de diabetes da ICICI ndash exige capaci-

dades analiacutetica Argumentaremos que os mesmos requisitos tambeacutem satildeo indispensaacute-

veis na base de talentos A empresa deve tratar seus empregados e fornecedores

como indiviacuteduos iacutempares (ou como conjunto de indiviacuteduos sem igual) da mesma ma-

neira como lida com os clientes A configuraccedilatildeo dinacircmica de recursos para atender agraves

necessidades de tarefas especiacuteficas converte-se em fonte de vantagem competitiva

A essecircncia da mensagem eacute que para a transformaccedilatildeo ser eficaz os gestores devem

concentrar o foco na mobilizaccedilatildeo raacutepida de talentos dentro e fora da empresa (PRA-

HALAD e KRISHNAN 2008 p177)

3 ndash Cadeia de valor e vantagem competitiva

Segundo Novaes (2001 p184) o conceito de cadeia de valor foi desenvolvido

por Porter O conceito eacute de muita simplicidade e por isso talvez mostre-se tatildeo impor-

tante no contexto econocircmico-social em que se inserem as empresas com a crescente

globalizaccedilatildeo dos negoacutecios e mercados

Para (PORTER 1989 p33) toda empresa eacute uma reuniatildeo de atividades que

satildeo executadas para projetar produzir comercializar entregar e sustentar seu produ-

to Todas estas atividades podem ser representadas fazendo-se uso de uma cadeia

de valores Essa exposiccedilatildeo do autor indica em primeira matildeo apenas4 a ideia de ava-

liar a cadeia interna da empresa a qual eacute formada pelas atividades operacionais e

organizacionais jaacute citadas

A ideia baacutesica que subsidia esse conceito natildeo eacute de autoria de Porter mas haacute

muito tempo jaacute estava sendo analisada Fala-se aqui dos conceitos da Teoria Geral de

Sistemas que tem como precursor o Prof Ludwig von Bertalanffy e seus trabalhos

teoria essa que apresenta a empresa como um sistema inserido esse uacuteltimo em um

ambiente ou macro sistema Assim deve-se ter em mente uma visatildeo sistecircmica en-

xergar mais do que as aacutereas ou atividades isoladamente mais do que os limites da

empresa (Cadeia de Valor Interna) A empresa faz parte de um todo maior (um siste-

32

ma amplo) e esse eacute que deve ser otimizado para gerar maior valor para o cliente e

consequentemente maior lucratividade na cadeia (Cadeia de Valor Externa)

Nas palavras de Porter (1989 p33) ldquoa cadeia de valores desagrega uma em-

presa nas suas atividades de relevacircncia estrateacutegica para que se possa compreender o

comportamento dos custos e as fontes existentes e potenciais de diferenciaccedilatildeordquo Uma

empresa ganha vantagem competitiva se conseguir desempenhar essas atividades

estrateacutegicas de uma maneira melhor e mais barata que a concorrecircncia

Pode-se entatildeo caminhar para um avanccedilo em definiccedilatildeo ao verificarmos a pro-

posiccedilatildeo de (SHANK amp GOVINDARAJAN 1993 p13) de que ldquoa cadeia de valor para

qualquer empresa em qualquer negoacutecio eacute o conjunto interligado de todas as ativida-

des que criam valor desde uma fonte baacutesica de mateacuterias primas passando por forne-

cedores de componentes ateacute a entrega do produto final agraves matildeos do consumidorrdquo

O mundo em que se vive atravessa em periacuteodo de transformaccedilatildeo sequer ima-

ginado Nele nada eacute definitivo Fica-se perplexo quando natildeo se consegue acompanhar

a velocidade da evoluccedilatildeo dos acontecimentos sente-se perdido principalmente nos

assuntos relacionados agrave dinacircmica do desenvolvimento tecnoloacutegico

Dessa forma com uma visatildeo focada no clienteconsumidor pode-se considerar

que a cadeia de valor eacute uma sequecircncia de atividades desde a origem de recursos ateacute

o descarte final de determinado produto Portanto tem-se uma visatildeo bastante abran-

gente do conceito que pode considerar desde a fase da extraccedilatildeo de mateacuteria-prima ateacute

o tratamento final que eacute dado ao produto por exemplo num enfoque de ciclo de vida

do produto21

31 - O que significa uma vantagem competitiva

O sucesso de uma empresa eacute em larga medida determinado pela atratividade

do sector em que opera mas a sua posiccedilatildeo dentro desse sector tambeacutem eacute importante

21 (httpwwwccontabeiscombrconvt14pdf) data acesso 15072012

33

Apesar de um sector poder ter uma fraca eficaacutecia uma empresa que estaacute bem posi-

cionada pode ainda assim criar lucros significativos

Diz-se que uma empresa tem uma vantagem competitiva sobre os seus con-

correntes quando manteacutem retornos que superam a meacutedia no seu sector Esta vanta-

gem decorre das caracteriacutesticas do produto que o torna superior aos produtos da con-

correcircncia

Nalgumas situaccedilotildees pode obter-se uma vantagem competitiva atraveacutes da evoluccedilatildeo

tecnoloacutegica mas esta eacute frequentemente difiacutecil de manter porque os concorrentes ra-

pidamente a copiam ou aperfeiccediloam desenvolvem novas tecnologias Uma vantagem

sustentada resulta frequentemente mais do que da tecnologia ou de modificaccedilatildeo de

produtos de outros fatores como por exemplo o simbolismo associado ndash o que o

produto significa para os consumidores (imagem de marca) e o que estes experimen-

tam na sua compra e uso Os investigadores em marketing reconhecem que os produ-

tos possuem caracteriacutesticas simboacutelicas e que o consumo de certos produtos pode de-

pender mais do seu significado social do que da sua utilidade funcional

Existe atualmente uma tendecircncia para os consumidores exigirem ldquosignificado

pessoalrdquo aos produtos e serviccedilos Torna-se essencial inovar para responder agraves emo-

ccedilotildees que influenciam as decisotildees dos consumidores Estes estatildeo cada vez menos

impressionados com as novas tecnologias e a optar por produtos que resultam ldquopara

mimrdquo Como consequecircncia palavras como emoccedilatildeo e significado pessoal encon-

tram o seu caminho nas estrateacutegias das empresas sendo importante entender os fato-

res intangiacuteveis associados ao valor percebido do produto e as percepccedilotildees na sua

globalidade positivas ou negativas Novas designaccedilotildees tais como ndash ldquofaacutecil acessiacute-

vel razoaacutevel empoderamento e pessoal ndash refletem mais a pessoa do que o obje-

to Descobrir os sentimentos e as atitudes em relaccedilatildeo aos produtos bem como conhe-

cer as razotildees das preferecircncias dos consumidores tornaram-se importantes elementos

estrateacutegicos22

32 - Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva

Em grande medida a ambiccedilatildeo da estrateacutegia da empresa eacute conseguir uma van-

tagem competitiva sustentaacutevel

22Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

34

A vantagem competitiva analisa a atividade da empresa centrando-se primei-

ramente na sua capacidade de gerar retornos superiores de capital e de vincular a

estrateacutegia de negoacutecio a mercados financeiros e de capital fundamentais por um longo

periacuteodo de tempo No fim de contas eacute a vantagem competitiva da empresa que permi-

te ter bons retornos para os seus acionistas

Sem vantagem competitiva a empresa tem uma razatildeo econoacutemica limitada para

existir ndash a sua vantagem competitiva eacute a sua razatildeo de existecircncia Sem ela a empresa

natildeo iraacute prosperar Criar uma vantagem competitiva sustentaacutevel pode ser a meta mais

importante de qualquer organizaccedilatildeo e pode mesmo ser o atributo mais importante em

que a empresa se focaliza23

33 - Como implementar vantagem competitiva

As vantagens competitivas natildeo assumem uma uacutenica forma e eacute possiacutevel que

uma empresa tenha vaacuterias vantagens competitivas e em diferentes aacutereas Ilustra-se

algumas das aacutereas onde as empresas se podem destacar e garantir o seu sucesso a

longo prazo quota de mercado gestatildeo da marca rede marcas e patentes eficaacutecia de

custos e altos custos de mudanccedila

As empresas com quotas de mercado significativas criam um problema para os

concorrentes o que eacute positivo para aquelas uma vez que os seus produtos satildeo bem

conhecidos e recebidos no mercado No entanto mesmo quando a quota de mercado

eacute consideraacutevel se o sector for atrativo ou seja tiver um potencial de lucro significativo

novos operadores podem aparecer com a consequente reduccedilatildeo da quota de merca-

do

Ter uma marca forte pode garantir o sucesso a longo prazo e tambeacutem permitir

agraves empresas obter lucros pois a sua marca permite-lhes cobrar um preccedilo especial

(premium) Marcas fortes tendem a criar uma vantagem competitiva mais duradoura

O efeito de rede ocorre quando um produto cria uma procura por parte dos

consumidores que depois amplia o produto A empresa pode beneficiar do efeito de

23 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

35

rede pela atraccedilatildeo de mais vendedores Estes por sua vez atraem mais compradores

estabelecendo-se uma quota de mercado dominante (por exemplo eBay)

Este efeito de rede natildeo eacute muito comum mas quando ocorre pode ser extre-

mamente lucrativo As marcas e as patentes podem ser fonte de vantagem competiti-

va para algumas empresas 24

34 - Como criar valor e vantagem competitiva

Uma empresa posiciona-se aproveitando os seus pontos fortes Michael Porter

defendeu que aqueles se inscrevem em dois tipos baacutesicos de vantagem competitiva

vantagem pelos custos ou diferenciaccedilatildeo Estes satildeo identificados como vantagens po-

sicionais uma vez que expressam a posiccedilatildeo da empresa no sector enquanto liacuteder nos

custos ou por diferenciaccedilatildeo

A empresa utiliza os seus recursos e capacidades para gerar uma vantagem

competitiva que por uacuteltimo resulte na criaccedilatildeo de um valor superior

As competecircncias distintivas (competecircncias nucleares) resultam de recursos

especiacuteficos e capacidades da empresa facilitam a inovaccedilatildeo a eficiecircncia a qualidade

e a receptividade dos clientes o que pode ser aproveitado para atingir quer uma es-

trutura de baixo custos quer a diferenciaccedilatildeo do produto

Uma empresa posiciona-se no seu sector atraveacutes da opccedilatildeo por baixos custos

ou diferenciaccedilatildeo Esta decisatildeo eacute uma peccedila central da estrateacutegia competitiva da em-

presa

A vantagem competitiva existe quando a empresa eacute capaz de oferecer os

mesmos benefiacutecios que os concorrentes mas a custos mais baixos (vantagem pelos

custos) ou oferecer benefiacutecios que ultrapassam a concorrecircncia (vantagem por diferen-

ciaccedilatildeo) Portanto uma vantagem competitiva permite agrave empresa criar um valor superi-

or para os seus clientes e lucros para si proacuteprio25

24 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=39ampL=5) data acesso 15072012

25 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

36

CAPITULO III

ASPECTOS DA INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE

1 ndash Inovaccedilatildeo e sustentabilidade

37

Como as empresas podem sair da teoria para a praacutetica e chegar a um no-

vo patamar de competitividade e comprometimento com praacuteticas sustentaacuteveis

Muito se fala em inovaccedilatildeo como o principal caminho para o desenvolvimento

sustentaacutevel das organizaccedilotildees e da humanidade Poreacutem em muitos setores falar sobre

esse assunto eacute ainda um exerciacutecio teoacuterico Em geral o tema eacute associado as aacutereas de

tecnologia ou pesquisa e desenvolvimento mas a inovaccedilatildeo deve acontecer tambeacutem

na lideranccedila nas accedilotildees de marketing no modelo de negoacutecios ou seja na gestatildeo co-

mo um todo

Em pesquisa realizada pela Fundaccedilatildeo Nacional da Qualidade (FNQ) em maio

e 2011 representantes de 63 empresas mostraram que 97 consideram fundamental

que as organizaccedilotildees inovem para buscar a sustentabilidade tanto do negoacutecio quanto

da economia e do planeta Apesar dessa consciecircncia 70 dos participantes do estu-

do acreditam que as empresas estatildeo preocupadas mas natildeo direcionam seus investi-

mentos em inovaccedilotildees com foco no crescimento sustentaacutevel O levantamento mostra

ainda que 27 dos entrevistados apontaram a gestatildeo como a principal preocupaccedilatildeo

das empresas em que trabalham enquanto 22 indicaram a sustentabilidade e 19 a

reduccedilatildeo de custos

De acordo com o superintendente geral da FNQ Jairo Martins ldquoos resultados

da pesquisa mostram que as empresas ainda natildeo perceberam o tamanho do problema

da sustentabilidade considerando o baixo iacutendice de organizaccedilotildees que de fato inves-

tem em inovaccedilatildeo para sustentabilidade Em sua maioria as organizaccedilotildees pensam

apenas no lado econocircmico e natildeo no tripeacute da sustentabilidade que demanda uma em-

presa economicamente soacutelida socialmente correta e ambientalmente responsaacutevel

Enquanto dominar o pensamento pelo vieacutes econocircmico cujo sucesso eacute medido pelo

PIB o atual modelo de desenvolvimento insustentaacutevel natildeo vai mudar e natildeo seratildeo in-

cluiacutedas na pauta das organizaccedilotildees as questotildees socioambientaisrdquo

O professor da Fundaccedilatildeo Getuacutelio Vargas Renato Orsato autor do livro ldquoEstra-

teacutegias de Sustentabilidade quando vale a pena ser verderdquo analisou mais de 30 ca-

sos de empresas que adotaram a inovaccedilatildeo em 20 setores ao redor do mundo Para

ele deve haver uma premissa baacutesica para falar sobre esse assunto fazer perguntas

precisas ldquoIsso porque existem centenas de milhares de formas de incluir inovaccedilatildeo e

sustentabilidade nas empresas As empresas devem conhecer bem o contexto onde

atuam e considerar tanto aspectos tangiacuteveis como intangiacuteveisrdquo afirma

38

Na opiniatildeo do professor enquanto a sustentabilidade eacute apenas um acessoacuterio agrave

estrateacutegia da empresa ela natildeo vale a pena Para inovar as organizaccedilotildees devem

questionar os modelos de negoacutecio e pensar em modelos totalmente novos

Orsato daacute o exemplo da empresa Better Place que inovou na maneira de co-

mercializar energia renovaacutevel para carros eleacutetricos ldquoO grande salto seraacute conseguir

mudanccedilas radicais nos modelos de negoacutecios As fronteiras entre os setores de energia

e mobilidade por exemplo podem mudarrdquo 26

11- Da teoria para a praacutetica

De maneira geral a inovaccedilatildeo faz sucesso em palestras de ldquoespecialistasrdquo e de

executivosrdquo explica o professor Joatildeo Amato Neto da Fundaccedilatildeo Vanzolini e Escola

Politeacutecnica da USP ldquoMas haacute empresas realmente inovadoras seja em seus produtos

em seus processos de produccedilatildeo e ateacute mesmo em seu posicionamento de mercado

Outras satildeo inovadoras na relaccedilatildeo com o mercado num sentido mais amplo Esse eacute

um grupo restrito no Brasil de empresas de excelecircncia As que tecircm excelecircncia em

inovaccedilatildeo para sustentabilidade estatildeo num grupo mais restrito ainda Do ponto de vista

da sobrevivecircncia da empresa nos proacuteximos anos esse eacute um requisito fundamentalrdquo

O professor exemplifica que no varejo haacute grandes redes como o Wall Mart

Carrefour e Patildeo de Accediluacutecar que iniciaram accedilotildees para contratar fornecedores com base

em requisitos de sustentabilidade Essas accedilotildees ainda satildeo restritas a alguns poucos

produtos e incluem por exemplo exigecircncias de embalagens que possam ser recicla-

das Satildeo accedilotildees que visam a reduccedilatildeo do uso de recursos materiais e energia de uma

forma geral (busca de maior eco eficiecircncia nos processos)

Mas como sair da teoria e colocar em praacutetica Veja os principais pontos que

uma empresa interessada em inovaccedilatildeo e sustentabilidade deve trabalhar

bull Investir no espiacuterito criativo dos colaboradores natildeo soacute daqueles que atuam nas aacutereas

de pesquisa e desenvolvimento (PampD) de produtos ou na engenharia do produto mas

num sentido mais amplo oacutetimas ideias podem surgir no chamado chatildeo de faacutebrica

26 Internet (httpwwwhsmcombrbuscarkeys=inovaccedilatildeo e sustentabilidade) data acesso 19072012

39

bull Buscar praacuteticas de gestatildeo participativa isso pode gerar ideias que trazem inovaccedilotildees

pequenas incrementais mas que no conjunto fazem muita diferenccedila

bull Usar a educaccedilatildeo para transformar paradigmas e gerar maior conscientizaccedilatildeo Natildeo

se deve pensar apenas em treinamentos que satildeo usados em geral para tarefas es-

peciacuteficas ou aplicaccedilatildeo de teacutecnicas As empresas devem investir na formaccedilatildeo dos re-

cursos humanos

bull Questionar o proacuteprio modelo de negoacutecios

bull Inserir sustentabilidade no planejamento estrateacutegico da empresa

E seraacute que eacute possiacutevel aprender a inovar De acordo com o professor Joatildeo A-

mato a inovaccedilatildeo soacute faz sentido se isso significar uma mudanccedila de mentalidade na

empresa Isso vale para induacutestria ou setor de serviccedilos ldquoNo setor financeiro temos mui-

tos exemplos de como os bancos estatildeo descobrindo novas maneira de incluir a sus-

tentabilidade em suas praacuteticas definindo criteacuterios de praacuteticas socioambientais aos

seus clientes Na realidade alguns dos grandes bancos jaacute colocaram isso no seu plano

estrateacutegicordquo conclui 27

12 ndash Sustentabilidade corporativa

Haacute vaacuterias definiccedilotildees para sustentabilidade e desenvolvimento sustentaacutevel na

literatura e organizaccedilotildees que tratam do tema arrolam outras tantas Isso decorre do

fato de a sustentabilidade ser um conceito relativamente novo possuir um caraacuteter mul-

tidisciplinar e envolver diferentes interpretaccedilotildees que refletem diferenccedilas de valor cir-

cunstacircncias localizadas e contextos especiacuteficos Aleacutem disso o conceito acaba incorpo-

rado a vaacuterios assuntos tais como a definiccedilatildeo de poliacuteticas governamentais a gestatildeo

puacuteblica regional a gestatildeo de empresas e ateacute mesmo o nosso estilo de vida (MA-

27 Internet (httpwwwhsmcombreditoriassustentabilidadeinovacao-e-ustentabilidade-de-

maos-dadas) data acesso 19072012

40

WHINNEY 2002) O foco deste artigo eacute a sustentabilidade corporativa ou seja a apli-

caccedilatildeo do conceito de sustentabilidade nas empresas

Algumas empresas brasileiras vecircm sendo citadas como casos mundiais no

acircmbito de algumas das dimensotildees da sustentabilidade corporativa HART (1997)

menciona a Aracruz Celulose como uma empresa que adota a visatildeo de desenvolvi-

mento sustentaacutevel desde o iniacutecio de suas operaccedilotildees com base no modelo de reflores-

tamento das plantaccedilotildees de eucaliptos PRAHALAD (2004) apresenta o caso da Casas

Bahia como uma empresa que atende a populaccedilatildeo de baixa renda por meio de um

modelo inovador de financiamento (SEABRA LEAL e PASSOS 2005 p10) Relatam

o caso da Natura assinalando que seus principais acionistas satildeo enfaacuteticos ao afirma-

rem que a busca da sustentabilidade eacute mais do que uma estrateacutegia de negoacutecios mdash eacute

uma filosofia de vida Outros estudos acadecircmicos nessa aacuterea tambeacutem envolvem em-

presas nacionais SILVA e KULAY (2005) apresentam um caso de aplicaccedilatildeo da Avali-

accedilatildeo do Ciclo de Vida (LCA mdash Life Cycle Assessment) para analisar os potenciais

impactos ambientais do processo de fabricaccedilatildeo de fertilizantes fosfatados em uma

empresa brasileira COSTA e GOUVINHAS (2004) analisam a adoccedilatildeo das estrateacutegias

de projeto ecoloacutegico (ecodesign) no ambiente de negoacutecios de pequenas e meacutedias em-

presas brasileiras HOPKINS (2002) discute a sustentabilidade nas operaccedilotildees internas

das empresas a partir de uma pesquisa exploratoacuteria sobre a aplicaccedilatildeo de indicadores

de responsabilidade social em quatro grandes empresas no Brasil 28

13 - O conceito de sustentabilidade corporativa

Considera-se sustentabilidade corporativa como a gestatildeo empresarial que bus-

ca equilibrar as necessidades econocircmicas das empresas com a responsabilidade pelo

desenvolvimento da sociedade e preservaccedilatildeo dos recursos naturais visando atender

agraves necessidades atuais e futuras dos elementos afetados pela empresa Esses ele-

mentos mdash que satildeo ou podem ser afetados pelos efeitos das operaccedilotildees accedilotildees e deci-

28 Internet httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

41

sotildees da empresa mdash incluem os acionistas e funcionaacuterios clientes e consumidores

fornecedores e parceiros os recursos naturais utilizados pela empresa o meio ambi-

ente e a sociedade

A sustentabilidade corporativa estaacute associada a trecircs macro objetivos a geraccedilatildeo

de valor econocircmico a responsabilidade ambiental e a responsabilidade social A gera-

ccedilatildeo de valor econocircmico estaacute relacionada com a obtenccedilatildeo de resultados econocircmicos

positivos no presente e no futuro A responsabilidade ambiental diz respeito agrave conser-

vaccedilatildeo e ao uso sustentaacutevel dos recursos naturais E a responsabilidade social con-

templa a corresponsabilidade das empresas pelo desenvolvimento da sociedade Con-

forme ELKINGTON (1997) esses objetivos satildeo inerentes aos denominados resultados

tridimensionais da sustentabilidade (triple bottom line) As empresas que adotam a

sustentabilidade corporativa devem buscar um equiliacutebrio entre o compromisso econocirc-

mico a preservaccedilatildeo ambiental e o desenvolvimento da sociedade assumindo respon-

sabilidades pelas condiccedilotildees de vida atuais e futuras29

14 - Sustentabilidade e geraccedilatildeo de valor econocircmico

A literatura ressalta a necessidade de que as iniciativas relacionadas agrave susten-

tabilidade tragam retornos positivos para as empresas REINHARDT (1999) considera

que as justificativas para os investimentos ambientais realizados pelas empresas de-

vem ser similares aos demais investimentos Nesse sentido os investimentos em ges-

tatildeo ambiental devem auferir retornos financeiros positivos ou conduzir agrave reduccedilatildeo dos

riscos SENGE e CARSTEDT (2001) satildeo mais enfaacuteticos ao considerar que o desafio

atual reside em desenvolver negoacutecios sustentaacuteveis compatiacuteveis com a realidade eco-

nocircmica Segundo esses autores novos modelos de negoacutecios e produtos inovadores

no acircmbito da sustentabilidade precisam necessariamente acarretar resultados finan-

ceiros satisfatoacuterios para se viabilizarem

Os benefiacutecios decorrentes das accedilotildees de sustentabilidade podem ser tangiacuteveis

ou intangiacuteveis Willard (2002) identifica potenciais benefiacutecios tangiacuteveis como aqueles

associados agrave reduccedilatildeo de custos na manufatura agrave reduccedilatildeo de custos comerciais ao

aumento do faturamento e ao aumento da participaccedilatildeo no mercado Como benefiacutecios

intangiacuteveis considera a maior facilidade na contrataccedilatildeo de talentos a maior retenccedilatildeo

29 Internet httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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dos principais talentos o aumento da produtividade dos funcionaacuterios a reduccedilatildeo dos

riscos e as maiores facilidades de financiamento NEMLI (2004) considera que os be-

nefiacutecios devem ser mensurados ao longo de trecircs dimensotildees reduccedilatildeo de custos e au-

mento da lucratividade aumento da reputaccedilatildeo e criaccedilatildeo de diferenciaccedilatildeo crescimento

da empresa em termos de capacidade de inovaccedilatildeo e uso de tecnologias limpas

A perspectiva de geraccedilatildeo de valor econocircmico estaacute acoplada a uma visatildeo mais holiacutesti-

ca do bom funcionamento da economia Nesse sentido HAWKEN LOVINS e LOVINS

(1999) consideram que o capitalismo natural pode ser o gatilho para a proacutexima revo-

luccedilatildeo industrial em que quatro tipos de capital sustentam o bom funcionamento da

economia o capital humano (pessoas conhecimento e cultura) o capital financeiro

(caixa investimentos e instrumentos monetaacuterios) o capital industrial (infra estrutura

faacutebricas e maacutequinas) e o capital natural (recursos naturais sistemas de vida e ecossis-

tema) Conforme SENGE e CARSTEDT (2001) a geraccedilatildeo de valor econocircmico por

empresas sustentaacuteveis depende de forma ampla da adoccedilatildeo de uma realidade eco-

nocircmica que conecta a induacutestria a sociedade e o meio ambiente Por outro lado mes-

mo na realidade atual a reduccedilatildeo do desperdiacutecio e do fluxo destrutivo dos recursos

pode representar uma importante oportunidade de negoacutecios (LOVINS LOVINS e

HAWKEN 1999) 30

15 - Sustentabilidade e responsabilidade ambiental

Vaacuterios autores assinalam a importacircncia da questatildeo da estrateacutegia ambiental das

empresas no acircmbito da sustentabilidade corporativa HART (1997) considera a polui-

ccedilatildeo a exaustatildeo dos recursos naturais e a pobreza como os principais desafios da sus-

tentabilidade Segundo o autor a estrateacutegia ambiental das empresas em geral evolui

segundo trecircs estaacutegios prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo produtos ambientalmente corretos e

produccedilatildeo limpa Aleacutem disso uma estrateacutegia ambiental integrada natildeo deve direcionar-

se somente para o desenvolvimento de competecircncias internas mas tambeacutem conside-

rar o relacionamento com os clientes fornecedores outras empresas agentes gover-

30 Internet

(httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext)

data de acesso 2107201230

43

namentais e acionistas Da mesma forma BARBIERI (2004) cita trecircs abordagens para

a gestatildeo ambiental empresarial controle da poluiccedilatildeo prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo e abor-

dagem estrateacutegica A prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo incorpora duas preocupaccedilotildees ambientais

principais o uso sustentaacutevel dos recursos e o controle da poluiccedilatildeo Os instrumentos

tradicionais para o uso sustentaacutevel dos recursos satildeo referenciados pelo autor como

4Rs reduccedilatildeo da poluiccedilatildeo na fonte reutilizaccedilatildeo reciclagem e recuperaccedilatildeo energeacutetica

HOFFMAN (2000) sugere que a estrateacutegia ambiental determine o alinhamento

entre a proteccedilatildeo ambiental e o crescimento econocircmico da empresa O desenvolvimen-

to da estrateacutegia ambiental deve analisar os concorrentes os parceiros os produtos as

mateacuterias-primas as perdas e os resiacuteduos da empresa O autor considera que a estra-

teacutegia ambiental pode ser direcionada por quatro fatores o mercado (composto pelos

consumidores associaccedilotildees concorrentes e consultores) os provedores de recursos

(clientes seguradoras fornecedores bancos e investidores) os elementos coercivos

(regulamentos locais legislaccedilatildeo internacional) e os elementos sociais (instituiccedilotildees

religiosas organizaccedilotildees natildeo-governamentais comunidade mundo acadecircmico im-

prensa e poder judiciaacuterio) 31

16 - Sustentabilidade e responsabilidade social

Os defensores da responsabilidade social argumentam que as empresas de-

vem assumir um compromisso com o desenvolvimento da sociedade As empresas

devem executar accedilotildees para fomentar o desenvolvimento social a inclusatildeo social e

contribuir para a melhoria das condiccedilotildees de vida da populaccedilatildeo mais necessitada Al-

guns autores consideram que essas atividades natildeo satildeo puramente filantroacutepicas uma

vez que as empresas podem auferir benefiacutecios de negoacutecios em funccedilatildeo delas Outros

sugerem ainda que a responsabilidade social esteja associada agrave proacutepria estrateacutegia

empresarial por exemplo SEABRA LEAL e PASSOS (2005) assinalam que os prin-

31 ) Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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cipais acionistas da Natura consideram que a responsabilidade social estaacute intimamen-

te ligada agrave estrateacutegia de negoacutecios da empresa

PRAHALAD e HAMMOND (2002) observam que aproximadamente 65 da

populaccedilatildeo mundial mdash cerca de quatro bilhotildees de pessoas mdash ganham menos do que

2000 USDano Esse eacute um mercado praticamente inexplorado pelas empresas multi-

nacionais Segundo os autores as empresas que desejam entrar nesse mercado de-

vem repensar seus modelos de negoacutecios praacuteticas gerenciais e indicadores de desem-

penho Eacute um mercado de novas fontes de receita que exige melhoria na eficiecircncia

operacional e fomento da inovaccedilatildeo A atuaccedilatildeo bem-sucedida para atender agrave denomi-

nada populaccedilatildeo na base da piracircmide pode trazer resultados econocircmicos positivos agraves

empresas e simultaneamente contribuir para a melhoria das condiccedilotildees de vida das

pessoas economicamente menos favorecidas

PORTER e KRAMER (2002) consideram que eacute possiacutevel agraves empresas obterem

a convergecircncia de interesses entre as atividades filantroacutepicas e os objetivos de negoacute-

cios A filantropia pode oferecer oportunidades para as empresas melhorarem seu

contexto competitivo considerando que as atividades filantroacutepicas podem potencial-

mente atuar sobre quatro elementos inter-relacionados da competitividade empresari-

al na disponibilidade dos insumos de produccedilatildeo nas condiccedilotildees de demanda nas con-

diccedilotildees de competiccedilatildeo e rivalidade e na presenccedila das induacutestrias de insumos e suporte

Nesse sentido a filantropia deveria ser considerada uma abordagem claramente estra-

teacutegica pelas empresas WADDOCK e SMITH (2000) adotam um raciociacutenio similar

afirmando que a responsabilidade social e o desempenho corporativo financeiro an-

dam juntos e natildeo como trade-offs

HALL et al (2005) constatam que algumas empresas podem ser socialmente

vulneraacuteveis Segundo esses autores a vulnerabilidade social eacute atribuiacuteda agraves empresas

que apresentam grande importacircncia estrateacutegica para o desenvolvimento econocircmico e

social dos paiacuteses onde operam Eles citam empresas cujo papel extrapola a criaccedilatildeo de

valor aos acionistas sendo consideradas como orgulhos nacionais para seus paiacuteses

Satildeo citadas como exemplos a Siemens na Alemanha a Toyota no Japatildeo a Embraer

no Brasil e a Bombardier no Canadaacute Aleacutem da questatildeo econocircmica essas empresas

desempenham importante papel social em seus respectivos paiacuteses Outras empresas

45

brasileiras tambeacutem poderiam ser citadas como a Petrobras a Companhia Vale do Rio

Doce o Bradesco entre outras 32

2 - Gestatildeo da inovaccedilatildeo para a sustentabilidade

A busca da inovaccedilatildeo e a gestatildeo da inovaccedilatildeo em geral satildeo mediadas por as-

pectos essencialmente econocircmicos e estrateacutegicos Entretanto na medida em que ou-

tras restriccedilotildees compotildeem o ambiente de atuaccedilatildeo das empresas outros fatores podem

impulsionar a inovaccedilatildeo Isso tambeacutem eacute vaacutelido ao se considerarem aspectos de susten-

tabilidade como condicionantes da inovaccedilatildeo

HART e CHRISTENSEN (2002) sugerem que as inovaccedilotildees radicais podem

pavimentar o caminho para as empresas combinarem um crescimento sustentaacutevel

com responsabilidade social HART e MILTEIN (1999) consideram que os desafios

impostos pela sustentabilidade global podem atuar como catalisadores para um novo

estaacutegio de destruiccedilatildeo criativa das empresas Eles associam a preocupaccedilatildeo ecoloacutegica

com melhorias contiacutenuas e a sustentabilidade global com melhorias radicais Nesse

sentido argumentam que a sustentabilidade pode criar oportunidades sem preceden-

tes agraves empresas O raciociacutenio de SENGE e CARSTEDT (2001) eacute similar Esses auto-

res consideram que o foco restrito na eficiecircncia ecoloacutegica pode distrair as empresas da

busca de produtos e modelos de negoacutecios radicalmente diferentes dos atuais Eacute a sus-

tentabilidade global que iraacute motivar as empresas a procurarem novos modelos men-

tais a enfatizarem a aprendizagem e atentarem para a gestatildeo de mudanccedilas

PORTER e VAN DER LINDE (1995) consideram que as regulamentaccedilotildees am-

bientais impotildeem pressotildees competitivas nas empresas motivando-as a inovar VOL-

LENBROEK (2002) propotildee um processo que direciona a inovaccedilatildeo para o desenvolvi-

mento da sustentabilidade denominado gestatildeo da transiccedilatildeo Ele considera que a ino-

vaccedilatildeo natildeo gera automaticamente o progresso da sociedade pois precisa ser condi-

cionada para tanto Os esforccedilos para o desenvolvimento sustentaacutevel precisam ser di-

recionados pela sociedade e esta participa das decisotildees visando obter um balancea-

mento adequado entre os objetivos econocircmicos ecoloacutegicos e sociais A inovaccedilatildeo seraacute

decorrecircncia

32 Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

46

HALL e VREDENBURG (2003) afirmam que os gestores tecircm dificuldades para

lidar com as pressotildees do desenvolvimento sustentaacutevel Eles consideram que as estra-

teacutegias de inovaccedilatildeo das empresas geralmente satildeo inadequadas para acomodar as

complexidades e incertezas inerentes agraves novas demandas impostas pelo desenvolvi-

mento sustentaacutevel Dessa forma sugerem que a estrateacutegia empresarial integre tam-

beacutem os objetivos da inovaccedilatildeo e do desenvolvimento sustentaacutevel Em contraponto agrave

abordagem tradicional da inovaccedilatildeo ditada pelo mercado propotildeem que as empresas

adotem a inovaccedilatildeo para o desenvolvimento sustentaacutevel que incorpora as restriccedilotildees

sociais e as pressotildees ambientais bem como contempla as necessidades das futuras

geraccedilotildees Como seraacute visto no texto que segue a inovaccedilatildeo foi tambeacutem um ingrediente

essencial para o desenvolvimento e o sucesso do projeto estudado na presente pes-

quisa33

CONCLUSAtildeO

O objetivo desse estudo foi verificar e compreender o conceito de inovaccedilatildeo e a

sua aplicabilidade nas organizaccedilotildees assim como a vantagem competitiva no modelo

de negoacutecio por meio da co-criaccedilatildeo de valor

33 Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data acesso 21072012

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Inovaccedilatildeo e criatividade satildeo essenciais para o continuo desenvolvimento e competi-

tividade de uma naccedilatildeo

Coisas boas acontecem quando o pensamento inovador comeccedila ele poderaacute

ajudar a criar novos produtos melhoria nos processos novas tecnologias tornando

a empresa mais competitiva Tomando conhecimento da grande variedade de produ-

tos e serviccedilos oferecidos pelas organizaccedilotildees pode se observar que nem sempre se

chega ao resultado em melhores experiecircncias de consumo nesse cenaacuterio certas em-

presas adotam a co-criaccedilatildeo de valor ndash participaccedilatildeo do cliente no processo produtivo ndash

para inovar no modelo de negoacutecio agregando valor a sua oferta buscando assim se

diferenciar das demais empresas Apesar da inovaccedilatildeo indicar um caminho seguro

para obter vantagem competitiva sustentaacutevel e defender posiccedilotildees estrateacutegicas no

mercado o seu sucesso natildeo eacute garantido necessitando que os gestores conheccedilam e

compreendam a dinacircmica dos processos da gestatildeo da inovaccedilatildeo dentro de suas orga-

nizaccedilotildees e realidades especiacuteficas

O modelo de organizaccedilatildeo inovadora sustentaacutevel eacute uma resposta agraves pressotildees

institucionais por uma organizaccedilatildeo que seja capaz de inovar com eficiecircncia em termos

econocircmicos mas com responsabilidade social e ambiental Esse tipo de organizaccedilatildeo

busca vantagem competitiva desenvolvendo produtos serviccedilos processos e negoacutecios

novos ou modificados com base nas dimensotildees social ambiental e econocircmica Ela

reuacutene duas caracteriacutesticas essenciais eacute inovadora e orientada para a sustentabilidade

Tendo em vista o fenocircmeno do isomorfismo institucional (concentraccedilatildeo de for-

mas organizacionais nos diversos setores produtivos) o modelo das organizaccedilotildees

inovadoras sustentaacuteveis vem ganhando rapidamente cada vez mais espaccedilo nas em-

presas liacutederes Esses fatos permitem dizer que o movimento do desenvolvimento sus-

tentaacutevel eacute um dos movimentos mais importantes do nosso tempo e a julgar pela vita-

lidade dos fatores institucionais presentes em praticamente todo o mundo pode-se

inferir que ele continuaraacute se propagando por muitas deacutecadas

Desse modo o aprimoramento dos modelos de organizaccedilatildeo sustentaacuteveis as

diversas formas da sua institucionalizaccedilatildeo em acircmbito global o desenvolvimento de

tecnologias sustentaacuteveis a gestatildeo de inovaccedilotildees para o desenvolvimento sustentaacutevel

seratildeo temas cada vez mais importantes nos estudos futuros Como o sistema opera-

cional produtivo e as inovaccedilotildees de produto e de processo ao atender as trecircs dimen-

sotildees da sustentabilidade devem gerar ganhos para o meio ambiente em termos de

reduccedilatildeo no uso de recursos e de emissotildees de poluentes o aumento da produccedilatildeo pelo

incitamento agrave demanda por novos produtos pode neutralizar ou ateacute superar esses ga-

nhos Levar em conta essa possibilidade dando-lhe um tratamento adequado eacute um dos

48

maiores desafios para o alinhamento das empresas ao modelo de organizaccedilatildeo inova-

dora sustentaacutevel

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

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PRAHALAD C K RAMASWAMY Venkatram O futuro da competiccedilatildeo como desen-

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Elsevier 2004

  • AGRADECIMENTOS
  • CAPIacuteTULO III- Aspectos da inovaccedilatildeo e sustentabilidade37
  • Inovaccedilatildeo e sustentabilidade37
  • 32 - Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva
  • 33 - Como implementar vantagem competitiva
  • 34 - Como criar valor e vantagem competitiva
Page 21: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · duzir os processos de inovação dentro da organização. 6 ... CAPÍTULO I - Estrutura da criação de valor e inovação.....11

21

Os dois conceitos de organizaccedilatildeo podem entrar em contradiccedilatildeo pois inovar em

bases sistemaacuteticas pode se tornar sinocircnimo de degradaccedilatildeo sistemaacutetica do meio ambi-

ente e da vida social Assim uma organizaccedilatildeo inovadora sustentaacutevel natildeo eacute a que

introduz novidades de qualquer tipo mas novidades que atendam as muacuteltiplas dimen-

sotildees da sustentabilidade em bases sistemaacuteticas e colham resultados positivos para

ela para a sociedade e o meio ambiente BARBIERI (2007) p105 Natildeo basta para as

empresas apenas inovar constantemente mas inovar considerando as trecircs dimen-

sotildees da sustentabilidade a saber

bull dimensatildeo social - preocupaccedilatildeo com os impactos sociais das inovaccedilotildees nas

comunidades humanas dentro e fora da organizaccedilatildeo (desemprego exclusatildeo

social pobreza diversidade organizacional etc)

bull dimensatildeo ambiental - preocupaccedilatildeo com os impactos ambientais pelo uso de

recursos naturais e pelas emissotildees de poluentes

bull dimensatildeo econocircmica - preocupaccedilatildeo com a eficiecircncia econocircmica sem a qual

elas natildeo se perpetuariam Para as empresas essa dimensatildeo significa obtenccedilatildeo

de lucro e geraccedilatildeo de vantagens competitivas nos mercados onde atuam

O atendimento a essas dimensotildees torna o processo de inovaccedilatildeo mais sofisti-

cado e exigente o que requer da organizaccedilatildeo um maior esforccedilo para atender tecnica-

mente esse requisito Isso leva novas perspectivas para a gestatildeo da inovaccedilatildeo11

Com intuito de tornar o processo de adequaccedilatildeo agraves prerrogativas impostas agraves

companhias ditas inovadoras quanto mais simplificado e dirigido melhor A seguir eacute

apresentado um conjunto de proposiccedilotildees para o desenvolvimento de empresas com

esta caracteriacutestica o pressuposto baacutesico necessaacuterio eacute o fomento de equipes de traba-

lho com a mentalidade para a inovaccedilatildeo Neste sentido cabem agraves organizaccedilotildees agraves

pessoas e agraves tarefas o papel de suscitar o aparecimento e a manutenccedilatildeo de tais e-

quipes SBRAGIA (1993)

25 - A Inovaccedilatildeo como funccedilatildeo de aprendizagem organizacional

11Internet(httpwwwscielobrscielophppid=S0034-

75902010000200002ampscript=sci_arttext) data de acesso 04062012

22

Pelo fato da inovaccedilatildeo ser destrutiva para muitos grupos consolidados ela en-

frentaraacute resistecircncia A inovaccedilatildeo eacute o oposto da operaccedilatildeo e seraacute portanto ignorada O

desenho ou arranjo organizacional poderaacute facilmente superar ao menos minimizar

estes e outros obstaacuteculos GALBRAITH (1998) Este comportamento acentua-se em

organizaccedilotildees protegidas de concorrecircncia (universidades ateacute algum tempo atraacutes oacuter-

gatildeos governamentais etc) Pesquisas realizadas por TUSHMAN e NADLER (1998)

apontam que organizaccedilotildees altamente inovadoras satildeo sistemas de aprendizado alta-

mente eficazes aleacutem de possuir um senso de autocriacutetica bastante apurada

Empresas eficazes criam condiccedilotildees possiacuteveis para que o trabalho de hoje seja

feito paralelo com a geraccedilatildeo constante de inovaccedilatildeo ou seja a inovaccedilatildeo sustentada

por mais paradoxal que possa parecer exige ao mesmo tempo estabilidade e mudan-

ccedila A estabilidade possibilita economias de escala e aprendizado incremental por ou-

tro lado a mudanccedila e a experimentaccedilatildeo satildeo necessaacuterias agrave conquista de avanccedilos nas

aacutereas de produto processo e tecnologia

Companhias que conseguem ao mesmo tempo produzir cotidianamente e estar

alerta e vigilante aos clientes concorrentes tecnologias e competecircncia interna fo-

mentam e estimulam o aprendizado organizacional e a inovaccedilatildeo sustentada

Segundo TUSHMAN e NADLER (1998) inovaccedilatildeo eacute um trabalho complexo e

estimulante a rupturas pois exige estreita colaboraccedilatildeo entre membros que rotineira-

mente se encontram bastante separados Embora os mecanismos da organizaccedilatildeo

formal facilitem o aprendizado e a inovaccedilatildeo corporativa a criatividade individual pro-

veacutem de um ambiente informal saudaacutevel

Um claro conjunto de valores essenciais ajuda a focalizar e motivar o compor-

tamento Empresas inovadoras tecircm valores claros que fornecem foco num cenaacuterio

repleto de diversidade como tambeacutem um objetivo comum que possa ter a concor-

dacircncia dos mais diferentes atores envolvidos

Em adiccedilatildeo com os valores essenciais cultuados em uma organizaccedilatildeo as nor-

mas proporcionam referenciais de comportamentos claros satildeo os comportamentos

aguardados De um modo geral organizaccedilotildees inovadoras enfatizam a informalidade

no comportamento no vestuaacuterio e nas relaccedilotildees hieraacuterquicas com elevadas expectati-

vas de desempenho e de trabalho individual e do grupo fortes viacutenculos informais den-

tro e fora da organizaccedilatildeo

23

Organizaccedilotildees altamente inovadoras geram com destreza as sutilezas da re-

compensa e da puniccedilatildeo onde as pessoas podem assumir riscos colher as recompen-

sas pelo sucesso e sobreviver a fracassos construtivos

A representaccedilatildeo de papeacuteis funcionais tem atribuiccedilatildeo fundamental no desenvol-

vimento e conduccedilatildeo do processo de gestatildeo da inovaccedilatildeo Entre eles podemos mencio-

nar um os geradores de ideias pois as interligam com as tendecircncias e mercados

desenvolvendo oportunidades para as organizaccedilotildees dois os empreendedores internos

tornam concretas as ideias possuem agressividade energia e personalidade propen-

sas a assumir riscos para defender suas causas

Aqui aparece a figura dos trecircs ldquogate keepersrdquo (guardiotildees do portatildeo) que ligam

organizaccedilatildeo e seus colegas agraves frentes externas de informaccedilatildeo que satildeo vitais para a

inovaccedilatildeo pois obtecircm traduzem e distribuem estas informaccedilotildees no acircmbito interno da

organizaccedilatildeo Os quatros patrocinadores ou mentores satildeo gerentes de alto niacutevel que

datildeo apoio informal acesso aos recursos e a proteccedilatildeo no surgimento de novos produ-

tos ou negoacutecios Esses personagens atuando conjuntamente representam o ldquogecircnio

coletivordquo da organizaccedilatildeo que consiste na soma das capacidades pessoais em clima

motivacional gerando resultados mensuraacuteveis substituindo o gecircnio individual predo-

minante ateacute o seacuteculo passado conforme DE MASI (1998) Uma vez que o gecircnio indi-

vidual pode ateacute existir mas eacute difiacutecil de ser encontrado

Segundo GALBRAITH (1998) algumas pessoas que satildeo boas em inovaccedilatildeo e

criatividade mas natildeo satildeo necessariamente boas em operaccedilatildeo Portanto o desenho

organizacional contribui para a criaccedilatildeo de uma organizaccedilatildeo inovadora na medida em

que promove o encontro sistemaacutetico entre os geradores de ideias e aqueles que po-

dem defendecirc-las e colocaacute-las em praacutetica12

CAPIacuteTULO II 12 Internet

(httpwwwgooglecombrurlsa=tamprct=jampq=ampesrc=sampsource=webampcd=1ampsqi=2ampved=0CEwQFjAAampu

rl=http3A2F2Fwwwfespprbr2F~bastosjr2FGest25E3o2520de2520Inova25E725E3o2

FArtigos2FInova25E725E3odocampei=Ex32T_meBObb6wGds-29Bgampusg=AFQjC) data de acesso

04062012

24

DESENVOLVIMENTO DA CRIATIVIDADE

1 ndash Capital Intelectual

Com o mercado cada vez mais exigente as empresas vecircm sentindo a necessi-

dade de investir mais em recursos humanos acrescentando a seu capital o conheci-

mento originado atraveacutes do investimento em capital humano qualificado o qual agrega

agraves empresas recursos de fundamental importacircncia No entendimento de Stewart

(2004) o capital intelectual eacute um bem intangiacutevel podendo-se afirmar que eacute um dos

fatores mais importantes da vida de uma organizaccedilatildeo Jaacute para (DRUCKER (apud

MONTEIRO 2007 p17) o capital intelectual eacute ldquo[] a soma do conhecimento de todos

de uma empresa o que lhe proporciona vantagem competitivardquo

CHIAVENATO (2004) afirma que no mundo complexo e competitivo de hoje a

escolha das pessoas certas se torna vital para o bom funcionamento da empresa

Para STEWART (2004) o capital intelectual corresponde ao conjunto de co-

nhecimentos e informaccedilotildees encontrados nas organizaccedilotildees que agregam valor ao pro-

duto ou serviccedilo mediante a aplicaccedilatildeo da inteligecircncia e natildeo do capital monetaacuterio ao

empreendimento sendo o capital intelectual gerador de capacidades conhecimento

habilidades e experiecircncias individuais dos funcionaacuterios para realizaccedilatildeo de tarefas

O capital intelectual eacute algo tatildeo valioso dentro de uma organizaccedilatildeo que eacute atra-

veacutes dele que se podem ter grandes inovaccedilotildees transformaccedilotildees tecnoloacutegicas resolu-

ccedilotildees de problemas gestatildeo eficiente lucratividade e sucesso melhorados Um colabo-

rador que possui seu capital intelectual estimulado atraveacutes da motivaccedilatildeo seraacute mais

bem aproveitado pela empresa uma vez que se sente incluiacutedo valorizado simpatizan-

te e livre para gerir suas ideias de uma forma mais aguccedilada

CHIAVENATO (2004) diz que o capital humano eacute constituiacutedo das pessoas que

fazem parte de uma organizaccedilatildeo Capital humano significa talentos que precisam ser

mantidos e desenvolvidos Mais do que isso capital humano significa capital intelectu-

al

Para MONTEIRO (2007) o ser humano eacute o maior bem de uma empresa pois eacute

ele o principal instrumento de seu sucesso ou fracasso uma vez que o capital intelec-

tual eacute algo exclusivo do ser humano Pode-se entatildeo descrever que ele eacute o raciociacutenio

humano elaborado acrescido do ambiente onde estaacute inserido

25

MONTEIRO (2007) comenta que dentro das organizaccedilotildees o capital intelectual

pode ser diferenciado dos demais capitais porque ele cresce quando compartilhado

com os do mesmo grupo e natildeo se deprecia com o uso Ao contraacuterio dos outros ativos

o seu valor decorre do uso O capital intelectual eacute enfatizado como o conjunto de in-

formaccedilotildees e conhecimentos encontrados nas organizaccedilotildees onde agregam ao produto

eou serviccedilos valores mediante a aplicaccedilatildeo da inteligecircncia e natildeo do capital monetaacuterio

Devido a sua grande representatividade nas empresas o capital intelectual natildeo deve

ser subestimado nem utilizado de forma ineficiente acarretando em um gerenciamento

ineficaz mais investimento incentivado para assim trazer agrave empresa bons negoacutecios e

melhor rentabilidade (MONTEIRO 2007 p18)13

2 - Criatividade

Criatividade eacute um assunto que fascina a todos objeto de muitos estudos em-

bora no contexto empresarial seja novo O pensamento criativo antigamente era vis-

to como inspiraccedilatildeo divina passando a ser estudado com melhor afinco a partir dos

anos 50

O Caminho humano de viver conviver e sobreviver eacute permeado de accedilotildees cria-

tivas conscientes e inconscientes Esse potencial criativo eacute inato em todo ser humano

poreacutem ele se ensina e se aprende Trata-se de uma competecircncia pessoal valorizada

mas ao mesmo tempo desprestigiada pois percebemos que as empresas desclassifi-

cam candidatos criativos e depois encaminham-no para o desenvolvimento desta habi-

lidade

Criatividade para o quecirc Eacute a primeira pergunta que surge em nossa mente

quando tratamos do tema Se tudo estaacute bem natildeo haacute motivos para criar ou se estaacute

tudo ruim natildeo temos mais o que fazer Percebemos que o ser humano sempre busca

a sua zona de conforto para se acomodar sofrer menos ou agraves vezes para reclamar

mais Podemos pensar nesta pergunta buscando duas respostas uma do acircmbito pes-

soal e outra empresarial No processo de criaccedilatildeo percebemos que podemos mudar e

nos diferenciar daquilo que fomos respeitando e valorizando o nosso proacuteprio passado

13Internet (httpwwwaedbbrsegetartigos10327_PDF20Samirapdf) data acesso

15072012

26

tomando decisotildees e desempenhando accedilotildees diferentes dos que habitualmente faziacutea-

mos Podemos gerar mudanccedilas substanciais nas empresas e a partir dessas mudan-

ccedilas diferenciarmos sem contudo ser necessaacuterio efetuar mudanccedilas demasiadas mu-

danccedilas que choquem e natildeo se ajustem aos nossos valores e nossa realidade

Se o objetivo eacute buscar na empresa alcanccedilar eficiecircncia que possibilite ao cliente

escolher e comprar nossos produtos e serviccedilos e natildeo os dos concorrentes precisa-

mos estar abertos para buscar novas alternativas novas maneiras de fazer as coisas

e consequentemente resultados diferentes A mudanccedila organizacional eacute muitas ve-

zes uma ferramenta de soluccedilatildeo de problemas das organizaccedilotildees Podemos diferenci-

ar-nos dos competidores apenas sabendo quando e em quecirc devemos mudar e onde

queremos chegar

A criatividade na empresa eacute medida a partir dos resultados alcanccedilados Uma

resposta eacute mais criativa (entre aspas pois as respostas natildeo satildeo criativas e sim as pes-

soas que a geraram) que outra quando atinge aquele objetivo para o qual foi focado a

soluccedilatildeo de um problema traz uma alternativa ou um meacutetodo inovador ou ateacute mesmo

uma combinaccedilatildeo de resultados diferentes

Tatildeo essencial como ser diferente eacute a necessidade de buscar resultados e uma

empresa soacute eacute verdadeiramente criativa quando a criatividade se torna a maneira diaacute-

ria de fazer as coisas e espera que seus membros considerem uma ampla variedade

de alternativas antes de comprometer-se numa direccedilatildeo especiacutefica 14

21 ndash Conceito de criatividade

A criatividade eacute a faculdadehabilidade de criar ou o potencial criativo Consiste

em encontrar meacutetodos ou objetos para executar tarefas de uma maneira nova ou dife-

14 Internet

Fonte (Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de acesso

25062012

27

rente do habitual com a intenccedilatildeo de satisfazer um propoacutesito A criatividade permite

cumprir os desejos de forma mais raacutepida faacutecil eficiente ou econoacutemica

A criaccedilatildeo de novas ideias e conceitos tambeacutem se lhe daacute o nome de inventivi-

dade pensamento original pensamento divergente ou imaginaccedilatildeo construtiva Trata-

se de conceitos que implicam o ato de inventar algo novo (isto eacute recorrer ao enge-

nho) a capacidade de encontrar soluccedilotildees originais e a vontade de mudar o mundo 15

A criatividade eacute considerada uma capacidade humana de grande valor univer-

sal tudo indica que nesta competecircncia reside a memoacuteria RAM bioloacutegica para o im-

pulso da evoluccedilatildeo humana A memoacuteria RAM segundo CURY (2009) eacute o fenoacutemeno dos

registos da memoacuteria O que melhor descreve a criatividade eacute o que SANCHEZ (2003)

referiu em seus apontamentos a criatividade eacute uma sublime dimensatildeo da condiccedilatildeo

humana

Eacute entretanto na capacidade criativa que existe a chave da capacidade de evo-

luccedilatildeo da humanidade O meacuterito da expressatildeo criativa eacute fruto da complexidade ou

seja eacute fruto do contexto social no seu desenvolvimento natural e humano

Eacute muito interessante contemplar os efeitos provenientes deste constructo a

considerar a capacidade de um indiviacuteduo criativo construir e reconstruir transformando

a nossa realidade Eacute consensual e gratificante perceber que todos temos a capacida-

de criativa deve eacute ser melhor desenvolvida16

De maneira instintiva o termo criatividade sempre se associou agrave atividade ar-

tiacutestica Mais recentemente graccedilas a exemplos empresariais como Apple e Google a

inovaccedilatildeo ganhou espaccedilo nos sectores tecnoloacutegicos Neste sentido a nossa intuiccedilatildeo

natildeo estaacute errada uma vez que criatividade e inovaccedilatildeo satildeo dois conceitos muito unidos

Explicado de forma simples a capacidade criativa pode ser definida como ldquoa habili-

dade para gerar ideias alternativas e soluccedilotildees a um determinado problema de forma

faacutecilrdquo 17

15 Internet (httpconceitodecriatividade) data de acesso 25062012 16Internet (httpptwikipediaorgwikiCriatividade) data de acesso 04072012

17Inter-

net(httpwwwcriaptcriaadminappCRIAuploadscreamanual20creatividade20portugue

s_pt_webpdf) data de acesso 04072012)

28

22 ndash Criatividade do ponto de vista pessoal

Temos que pensar em Criatividade como estrateacutegia para viver melhor para

uma qualidade de vida que diria razoaacutevel aleacutem de identificar potenciais descobertas

internas que foram abafadas pelos processos familiares educacionais e empresariais

assim pelo tempo Outro aspecto estaacute relacionado com a garantia da nossa emprega-

bilidade entendendo como fonte de renda como funcionaacuterio profissional autocircnomo ou

empresaacuterio Vivemos num mundo de mudanccedilas aprimoramento riscos e oportunida-

des Melhoria nos nossos relacionamentos interpessoais atraveacutes do reconhecimento e

aproveitamento da diversidade respeitando as mais diversas formas de pensamento e

das diferenccedilas individuais Estamos acostumados a considerar a criatividade como

algo pessoal e intransferiacutevel A criatividade humana natildeo eacute temporal Trata-se de um

patrimocircnio do ser humano compartilhado pela sociedade Como a organizaccedilatildeo existe

para servir a sociedade nada mais justo do que desenvolver a criatividade como ga-

rantia para superaccedilatildeo da expectativa do cliente em relaccedilatildeo agrave sua empresa 18

23 ndash Criatividade do ponto de vista empresarial

A busca de um diferencial oferecendo algo mais do que o cliente espera atrair

preferecircncias estabelecer estrateacutegia diferenciada adaptar-se agraves necessidades modifi-

car produtos e buscar soluccedilotildees para os problemas fugindo do convencional e assim

diferenciando-se dos concorrentes Estrateacutegia competitiva natildeo somente por criar ou

inovar produtos mas tambeacutem a quebra de paradigmas mudanccedilas de pensamentos

comportamentos etc Todas as ideias produtos e serviccedilos criativos poderatildeo ser trans-

formados em algo positivo para a organizaccedilatildeo Melhoria dos seus produtos assim

como a criaccedilatildeo de novos Busca de resultados diferentes do passado Melhoria do

18 Internet (Fonte Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de

acesso 04072012

29

relacionamento humano interno consequentemente o aumento da produtividade Me-

lhoramento contiacutenuo em todos os setores Desenvolvimento da qualidade19

24 - Criatividade e a visatildeo estrateacutegica da empresa

A criatividade se relaciona com a visatildeo estrateacutegica de empresa da seguinte

forma a partir dos objetivos traccedilados pela organizaccedilatildeo a mesma definiraacute uma linha

estrateacutegica a ser seguida para alcanccedilar esses objetivos A criatividade se envolve de

acordo com a intenccedilatildeo da empresa ela pode querer reinventar seus modos de atua-

ccedilatildeo pode somente visar manter-se atualizada e motivada pode querer mudar rapida-

mente de foco e enfim 44 pode estabelecer um relacionamento forte ou fraco com a

criatividade em funccedilatildeo das soluccedilotildees que ela estiver almejando

CALKINS (2001) defende essa visatildeo ao dizer que para produzir subjetividade

a criatividade deve ser parte da estrateacutegia da empresa O estudo de LENGNICK-HALL

e WOLFF (1998) faz justamente uma releitura sobre o processo estrateacutegico organiza-

cional ndash enfatizando os trecircs domiacutenios loacutegicos que guiam a maioria das empresas ndash e

relacionando conforme a Tabela abaixo com o tipo de criatividade que estaraacute vigente

Loacutegicas Estrateacutegicas x Criatividade

Loacutegica Dominante

Guerrilha Loacutegica Complexidade Loacutegica Capacidade Loacutegica

Objetivo

repentinamente reescrever

as regras da competitivida-

de

aprendizagem e alto envolvi-

mento organizacional

desenvolver e implementar

estrateacutegias que as possibilitem

criar uma sustentaacutevel vantagem

competitiva

Elemento

Chave

a flexibilidade a criativida-

de e a inovaccedilatildeo

sistema natural de relaciona-

mentos

desenvolvimento eficiente e

eficaz e protegendo seus recur-

sos de base

Justificativa vantagem competitiva

como algo muito passageiro

a organizaccedilatildeo vive em uma

comunidade de competidores

fornecedores clientes

as organizaccedilotildees procuram de-

senvolver e implantar estrateacute-

gias que as possibilitem criar

uma sustentaacutevel vantagem

competitiva

19Internet (Fonte Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de

acesso 04072012

30

Sucesso Orga-

nizacional

eacute uma funccedilatildeo da sua capa-

cidade para gerar ideias

que criam novas dinacircmicas

competitivas e novas are-

nas de accedilatildeo

consequecircncia de um natural

entendimento do paradoxo de

forccedilas que formam o sistema

organizacional

a chave da vantagem competiti-

va sustentaacutevel estaacute na habilida-

de organizacional para proteger

os seus recursos de base

Autores COOPER (1995) e

SCHUMPETER (1936)

MILLER (1996) SENGE (1990) e

MOORE (1996)

PORTER (1986 e 1992) e

HAMEL e PRAHALAD (1994)

Ecircnfase Criar Aprender Agregar Valor

Praacuteticas Cria-

tivas

Brainwriting Pool Teacutecnica

da Troca dos Cartotildees etc Pensamento Lateral Jamming

(Fonte Pesquisa a partir dos estudos de Lengnick-Hall e Wolff 1998) 20

25 ndash Reconfiguraccedilatildeo dinacircmica do talento

A estrateacutegia de inovaccedilatildeo sem duacutevida requer novas habilidades O conceito de

R=G sugere que nenhuma empresa eacute capaz de desenvolver sozinha todos os produ-

tos e serviccedilos de que necessita para oferecer experiecircncias personalizadas a cada cli-

ente Tampouco empresa alguma tem condiccedilotildees de cultivar todas as capacidades

gerenciais indispensaacuteveis para transformar a organizaccedilatildeo Analisamos questotildees rela-

cionadas com a superaccedilatildeo dos legados organizacionais e com a construccedilatildeo de novas

capacidades para o gerenciamento da inovaccedilatildeo Mostramos como as empresas de-

vem preparar-se para administrar as tensotildees constantes entre flexibilidade eficiecircncia

e confiabilidade Essa transformaccedilatildeo natildeo consiste apenas em mudar a mentalidade

ou a loacutegica dominante dos gestores tambeacutem significa concentrar-se nos novos niacuteveis

de transparecircncia e de visibilidade em relaccedilatildeo a como se gerencia a empresa

Precisamos mudar a maneira como gerenciamos ndash como combinamos continu-

amente oportunidades e recursos O foco deve convergir natildeo soacute para as habilidades

20Internet (Fonte Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de

acesso 04072012

31

dos indiviacuteduos e para as atitudes de cada um em relaccedilatildeo ao aprendizado mas tam-

beacutem para a competecircncia das equipes e para a capacidade dessas forccedilas-tarefas de se

reconfigurar continuamente em funccedilatildeo dos objetivos arregimentando os melhores

talentos em todo o mundo Por exemplo a identificaccedilatildeo dos comportamentos e das

necessidades de determinada pessoa numa base de milhotildees de clientes ndash como a

Amazoncom na ING Insurance e no programa de diabetes da ICICI ndash exige capaci-

dades analiacutetica Argumentaremos que os mesmos requisitos tambeacutem satildeo indispensaacute-

veis na base de talentos A empresa deve tratar seus empregados e fornecedores

como indiviacuteduos iacutempares (ou como conjunto de indiviacuteduos sem igual) da mesma ma-

neira como lida com os clientes A configuraccedilatildeo dinacircmica de recursos para atender agraves

necessidades de tarefas especiacuteficas converte-se em fonte de vantagem competitiva

A essecircncia da mensagem eacute que para a transformaccedilatildeo ser eficaz os gestores devem

concentrar o foco na mobilizaccedilatildeo raacutepida de talentos dentro e fora da empresa (PRA-

HALAD e KRISHNAN 2008 p177)

3 ndash Cadeia de valor e vantagem competitiva

Segundo Novaes (2001 p184) o conceito de cadeia de valor foi desenvolvido

por Porter O conceito eacute de muita simplicidade e por isso talvez mostre-se tatildeo impor-

tante no contexto econocircmico-social em que se inserem as empresas com a crescente

globalizaccedilatildeo dos negoacutecios e mercados

Para (PORTER 1989 p33) toda empresa eacute uma reuniatildeo de atividades que

satildeo executadas para projetar produzir comercializar entregar e sustentar seu produ-

to Todas estas atividades podem ser representadas fazendo-se uso de uma cadeia

de valores Essa exposiccedilatildeo do autor indica em primeira matildeo apenas4 a ideia de ava-

liar a cadeia interna da empresa a qual eacute formada pelas atividades operacionais e

organizacionais jaacute citadas

A ideia baacutesica que subsidia esse conceito natildeo eacute de autoria de Porter mas haacute

muito tempo jaacute estava sendo analisada Fala-se aqui dos conceitos da Teoria Geral de

Sistemas que tem como precursor o Prof Ludwig von Bertalanffy e seus trabalhos

teoria essa que apresenta a empresa como um sistema inserido esse uacuteltimo em um

ambiente ou macro sistema Assim deve-se ter em mente uma visatildeo sistecircmica en-

xergar mais do que as aacutereas ou atividades isoladamente mais do que os limites da

empresa (Cadeia de Valor Interna) A empresa faz parte de um todo maior (um siste-

32

ma amplo) e esse eacute que deve ser otimizado para gerar maior valor para o cliente e

consequentemente maior lucratividade na cadeia (Cadeia de Valor Externa)

Nas palavras de Porter (1989 p33) ldquoa cadeia de valores desagrega uma em-

presa nas suas atividades de relevacircncia estrateacutegica para que se possa compreender o

comportamento dos custos e as fontes existentes e potenciais de diferenciaccedilatildeordquo Uma

empresa ganha vantagem competitiva se conseguir desempenhar essas atividades

estrateacutegicas de uma maneira melhor e mais barata que a concorrecircncia

Pode-se entatildeo caminhar para um avanccedilo em definiccedilatildeo ao verificarmos a pro-

posiccedilatildeo de (SHANK amp GOVINDARAJAN 1993 p13) de que ldquoa cadeia de valor para

qualquer empresa em qualquer negoacutecio eacute o conjunto interligado de todas as ativida-

des que criam valor desde uma fonte baacutesica de mateacuterias primas passando por forne-

cedores de componentes ateacute a entrega do produto final agraves matildeos do consumidorrdquo

O mundo em que se vive atravessa em periacuteodo de transformaccedilatildeo sequer ima-

ginado Nele nada eacute definitivo Fica-se perplexo quando natildeo se consegue acompanhar

a velocidade da evoluccedilatildeo dos acontecimentos sente-se perdido principalmente nos

assuntos relacionados agrave dinacircmica do desenvolvimento tecnoloacutegico

Dessa forma com uma visatildeo focada no clienteconsumidor pode-se considerar

que a cadeia de valor eacute uma sequecircncia de atividades desde a origem de recursos ateacute

o descarte final de determinado produto Portanto tem-se uma visatildeo bastante abran-

gente do conceito que pode considerar desde a fase da extraccedilatildeo de mateacuteria-prima ateacute

o tratamento final que eacute dado ao produto por exemplo num enfoque de ciclo de vida

do produto21

31 - O que significa uma vantagem competitiva

O sucesso de uma empresa eacute em larga medida determinado pela atratividade

do sector em que opera mas a sua posiccedilatildeo dentro desse sector tambeacutem eacute importante

21 (httpwwwccontabeiscombrconvt14pdf) data acesso 15072012

33

Apesar de um sector poder ter uma fraca eficaacutecia uma empresa que estaacute bem posi-

cionada pode ainda assim criar lucros significativos

Diz-se que uma empresa tem uma vantagem competitiva sobre os seus con-

correntes quando manteacutem retornos que superam a meacutedia no seu sector Esta vanta-

gem decorre das caracteriacutesticas do produto que o torna superior aos produtos da con-

correcircncia

Nalgumas situaccedilotildees pode obter-se uma vantagem competitiva atraveacutes da evoluccedilatildeo

tecnoloacutegica mas esta eacute frequentemente difiacutecil de manter porque os concorrentes ra-

pidamente a copiam ou aperfeiccediloam desenvolvem novas tecnologias Uma vantagem

sustentada resulta frequentemente mais do que da tecnologia ou de modificaccedilatildeo de

produtos de outros fatores como por exemplo o simbolismo associado ndash o que o

produto significa para os consumidores (imagem de marca) e o que estes experimen-

tam na sua compra e uso Os investigadores em marketing reconhecem que os produ-

tos possuem caracteriacutesticas simboacutelicas e que o consumo de certos produtos pode de-

pender mais do seu significado social do que da sua utilidade funcional

Existe atualmente uma tendecircncia para os consumidores exigirem ldquosignificado

pessoalrdquo aos produtos e serviccedilos Torna-se essencial inovar para responder agraves emo-

ccedilotildees que influenciam as decisotildees dos consumidores Estes estatildeo cada vez menos

impressionados com as novas tecnologias e a optar por produtos que resultam ldquopara

mimrdquo Como consequecircncia palavras como emoccedilatildeo e significado pessoal encon-

tram o seu caminho nas estrateacutegias das empresas sendo importante entender os fato-

res intangiacuteveis associados ao valor percebido do produto e as percepccedilotildees na sua

globalidade positivas ou negativas Novas designaccedilotildees tais como ndash ldquofaacutecil acessiacute-

vel razoaacutevel empoderamento e pessoal ndash refletem mais a pessoa do que o obje-

to Descobrir os sentimentos e as atitudes em relaccedilatildeo aos produtos bem como conhe-

cer as razotildees das preferecircncias dos consumidores tornaram-se importantes elementos

estrateacutegicos22

32 - Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva

Em grande medida a ambiccedilatildeo da estrateacutegia da empresa eacute conseguir uma van-

tagem competitiva sustentaacutevel

22Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

34

A vantagem competitiva analisa a atividade da empresa centrando-se primei-

ramente na sua capacidade de gerar retornos superiores de capital e de vincular a

estrateacutegia de negoacutecio a mercados financeiros e de capital fundamentais por um longo

periacuteodo de tempo No fim de contas eacute a vantagem competitiva da empresa que permi-

te ter bons retornos para os seus acionistas

Sem vantagem competitiva a empresa tem uma razatildeo econoacutemica limitada para

existir ndash a sua vantagem competitiva eacute a sua razatildeo de existecircncia Sem ela a empresa

natildeo iraacute prosperar Criar uma vantagem competitiva sustentaacutevel pode ser a meta mais

importante de qualquer organizaccedilatildeo e pode mesmo ser o atributo mais importante em

que a empresa se focaliza23

33 - Como implementar vantagem competitiva

As vantagens competitivas natildeo assumem uma uacutenica forma e eacute possiacutevel que

uma empresa tenha vaacuterias vantagens competitivas e em diferentes aacutereas Ilustra-se

algumas das aacutereas onde as empresas se podem destacar e garantir o seu sucesso a

longo prazo quota de mercado gestatildeo da marca rede marcas e patentes eficaacutecia de

custos e altos custos de mudanccedila

As empresas com quotas de mercado significativas criam um problema para os

concorrentes o que eacute positivo para aquelas uma vez que os seus produtos satildeo bem

conhecidos e recebidos no mercado No entanto mesmo quando a quota de mercado

eacute consideraacutevel se o sector for atrativo ou seja tiver um potencial de lucro significativo

novos operadores podem aparecer com a consequente reduccedilatildeo da quota de merca-

do

Ter uma marca forte pode garantir o sucesso a longo prazo e tambeacutem permitir

agraves empresas obter lucros pois a sua marca permite-lhes cobrar um preccedilo especial

(premium) Marcas fortes tendem a criar uma vantagem competitiva mais duradoura

O efeito de rede ocorre quando um produto cria uma procura por parte dos

consumidores que depois amplia o produto A empresa pode beneficiar do efeito de

23 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

35

rede pela atraccedilatildeo de mais vendedores Estes por sua vez atraem mais compradores

estabelecendo-se uma quota de mercado dominante (por exemplo eBay)

Este efeito de rede natildeo eacute muito comum mas quando ocorre pode ser extre-

mamente lucrativo As marcas e as patentes podem ser fonte de vantagem competiti-

va para algumas empresas 24

34 - Como criar valor e vantagem competitiva

Uma empresa posiciona-se aproveitando os seus pontos fortes Michael Porter

defendeu que aqueles se inscrevem em dois tipos baacutesicos de vantagem competitiva

vantagem pelos custos ou diferenciaccedilatildeo Estes satildeo identificados como vantagens po-

sicionais uma vez que expressam a posiccedilatildeo da empresa no sector enquanto liacuteder nos

custos ou por diferenciaccedilatildeo

A empresa utiliza os seus recursos e capacidades para gerar uma vantagem

competitiva que por uacuteltimo resulte na criaccedilatildeo de um valor superior

As competecircncias distintivas (competecircncias nucleares) resultam de recursos

especiacuteficos e capacidades da empresa facilitam a inovaccedilatildeo a eficiecircncia a qualidade

e a receptividade dos clientes o que pode ser aproveitado para atingir quer uma es-

trutura de baixo custos quer a diferenciaccedilatildeo do produto

Uma empresa posiciona-se no seu sector atraveacutes da opccedilatildeo por baixos custos

ou diferenciaccedilatildeo Esta decisatildeo eacute uma peccedila central da estrateacutegia competitiva da em-

presa

A vantagem competitiva existe quando a empresa eacute capaz de oferecer os

mesmos benefiacutecios que os concorrentes mas a custos mais baixos (vantagem pelos

custos) ou oferecer benefiacutecios que ultrapassam a concorrecircncia (vantagem por diferen-

ciaccedilatildeo) Portanto uma vantagem competitiva permite agrave empresa criar um valor superi-

or para os seus clientes e lucros para si proacuteprio25

24 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=39ampL=5) data acesso 15072012

25 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

36

CAPITULO III

ASPECTOS DA INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE

1 ndash Inovaccedilatildeo e sustentabilidade

37

Como as empresas podem sair da teoria para a praacutetica e chegar a um no-

vo patamar de competitividade e comprometimento com praacuteticas sustentaacuteveis

Muito se fala em inovaccedilatildeo como o principal caminho para o desenvolvimento

sustentaacutevel das organizaccedilotildees e da humanidade Poreacutem em muitos setores falar sobre

esse assunto eacute ainda um exerciacutecio teoacuterico Em geral o tema eacute associado as aacutereas de

tecnologia ou pesquisa e desenvolvimento mas a inovaccedilatildeo deve acontecer tambeacutem

na lideranccedila nas accedilotildees de marketing no modelo de negoacutecios ou seja na gestatildeo co-

mo um todo

Em pesquisa realizada pela Fundaccedilatildeo Nacional da Qualidade (FNQ) em maio

e 2011 representantes de 63 empresas mostraram que 97 consideram fundamental

que as organizaccedilotildees inovem para buscar a sustentabilidade tanto do negoacutecio quanto

da economia e do planeta Apesar dessa consciecircncia 70 dos participantes do estu-

do acreditam que as empresas estatildeo preocupadas mas natildeo direcionam seus investi-

mentos em inovaccedilotildees com foco no crescimento sustentaacutevel O levantamento mostra

ainda que 27 dos entrevistados apontaram a gestatildeo como a principal preocupaccedilatildeo

das empresas em que trabalham enquanto 22 indicaram a sustentabilidade e 19 a

reduccedilatildeo de custos

De acordo com o superintendente geral da FNQ Jairo Martins ldquoos resultados

da pesquisa mostram que as empresas ainda natildeo perceberam o tamanho do problema

da sustentabilidade considerando o baixo iacutendice de organizaccedilotildees que de fato inves-

tem em inovaccedilatildeo para sustentabilidade Em sua maioria as organizaccedilotildees pensam

apenas no lado econocircmico e natildeo no tripeacute da sustentabilidade que demanda uma em-

presa economicamente soacutelida socialmente correta e ambientalmente responsaacutevel

Enquanto dominar o pensamento pelo vieacutes econocircmico cujo sucesso eacute medido pelo

PIB o atual modelo de desenvolvimento insustentaacutevel natildeo vai mudar e natildeo seratildeo in-

cluiacutedas na pauta das organizaccedilotildees as questotildees socioambientaisrdquo

O professor da Fundaccedilatildeo Getuacutelio Vargas Renato Orsato autor do livro ldquoEstra-

teacutegias de Sustentabilidade quando vale a pena ser verderdquo analisou mais de 30 ca-

sos de empresas que adotaram a inovaccedilatildeo em 20 setores ao redor do mundo Para

ele deve haver uma premissa baacutesica para falar sobre esse assunto fazer perguntas

precisas ldquoIsso porque existem centenas de milhares de formas de incluir inovaccedilatildeo e

sustentabilidade nas empresas As empresas devem conhecer bem o contexto onde

atuam e considerar tanto aspectos tangiacuteveis como intangiacuteveisrdquo afirma

38

Na opiniatildeo do professor enquanto a sustentabilidade eacute apenas um acessoacuterio agrave

estrateacutegia da empresa ela natildeo vale a pena Para inovar as organizaccedilotildees devem

questionar os modelos de negoacutecio e pensar em modelos totalmente novos

Orsato daacute o exemplo da empresa Better Place que inovou na maneira de co-

mercializar energia renovaacutevel para carros eleacutetricos ldquoO grande salto seraacute conseguir

mudanccedilas radicais nos modelos de negoacutecios As fronteiras entre os setores de energia

e mobilidade por exemplo podem mudarrdquo 26

11- Da teoria para a praacutetica

De maneira geral a inovaccedilatildeo faz sucesso em palestras de ldquoespecialistasrdquo e de

executivosrdquo explica o professor Joatildeo Amato Neto da Fundaccedilatildeo Vanzolini e Escola

Politeacutecnica da USP ldquoMas haacute empresas realmente inovadoras seja em seus produtos

em seus processos de produccedilatildeo e ateacute mesmo em seu posicionamento de mercado

Outras satildeo inovadoras na relaccedilatildeo com o mercado num sentido mais amplo Esse eacute

um grupo restrito no Brasil de empresas de excelecircncia As que tecircm excelecircncia em

inovaccedilatildeo para sustentabilidade estatildeo num grupo mais restrito ainda Do ponto de vista

da sobrevivecircncia da empresa nos proacuteximos anos esse eacute um requisito fundamentalrdquo

O professor exemplifica que no varejo haacute grandes redes como o Wall Mart

Carrefour e Patildeo de Accediluacutecar que iniciaram accedilotildees para contratar fornecedores com base

em requisitos de sustentabilidade Essas accedilotildees ainda satildeo restritas a alguns poucos

produtos e incluem por exemplo exigecircncias de embalagens que possam ser recicla-

das Satildeo accedilotildees que visam a reduccedilatildeo do uso de recursos materiais e energia de uma

forma geral (busca de maior eco eficiecircncia nos processos)

Mas como sair da teoria e colocar em praacutetica Veja os principais pontos que

uma empresa interessada em inovaccedilatildeo e sustentabilidade deve trabalhar

bull Investir no espiacuterito criativo dos colaboradores natildeo soacute daqueles que atuam nas aacutereas

de pesquisa e desenvolvimento (PampD) de produtos ou na engenharia do produto mas

num sentido mais amplo oacutetimas ideias podem surgir no chamado chatildeo de faacutebrica

26 Internet (httpwwwhsmcombrbuscarkeys=inovaccedilatildeo e sustentabilidade) data acesso 19072012

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bull Buscar praacuteticas de gestatildeo participativa isso pode gerar ideias que trazem inovaccedilotildees

pequenas incrementais mas que no conjunto fazem muita diferenccedila

bull Usar a educaccedilatildeo para transformar paradigmas e gerar maior conscientizaccedilatildeo Natildeo

se deve pensar apenas em treinamentos que satildeo usados em geral para tarefas es-

peciacuteficas ou aplicaccedilatildeo de teacutecnicas As empresas devem investir na formaccedilatildeo dos re-

cursos humanos

bull Questionar o proacuteprio modelo de negoacutecios

bull Inserir sustentabilidade no planejamento estrateacutegico da empresa

E seraacute que eacute possiacutevel aprender a inovar De acordo com o professor Joatildeo A-

mato a inovaccedilatildeo soacute faz sentido se isso significar uma mudanccedila de mentalidade na

empresa Isso vale para induacutestria ou setor de serviccedilos ldquoNo setor financeiro temos mui-

tos exemplos de como os bancos estatildeo descobrindo novas maneira de incluir a sus-

tentabilidade em suas praacuteticas definindo criteacuterios de praacuteticas socioambientais aos

seus clientes Na realidade alguns dos grandes bancos jaacute colocaram isso no seu plano

estrateacutegicordquo conclui 27

12 ndash Sustentabilidade corporativa

Haacute vaacuterias definiccedilotildees para sustentabilidade e desenvolvimento sustentaacutevel na

literatura e organizaccedilotildees que tratam do tema arrolam outras tantas Isso decorre do

fato de a sustentabilidade ser um conceito relativamente novo possuir um caraacuteter mul-

tidisciplinar e envolver diferentes interpretaccedilotildees que refletem diferenccedilas de valor cir-

cunstacircncias localizadas e contextos especiacuteficos Aleacutem disso o conceito acaba incorpo-

rado a vaacuterios assuntos tais como a definiccedilatildeo de poliacuteticas governamentais a gestatildeo

puacuteblica regional a gestatildeo de empresas e ateacute mesmo o nosso estilo de vida (MA-

27 Internet (httpwwwhsmcombreditoriassustentabilidadeinovacao-e-ustentabilidade-de-

maos-dadas) data acesso 19072012

40

WHINNEY 2002) O foco deste artigo eacute a sustentabilidade corporativa ou seja a apli-

caccedilatildeo do conceito de sustentabilidade nas empresas

Algumas empresas brasileiras vecircm sendo citadas como casos mundiais no

acircmbito de algumas das dimensotildees da sustentabilidade corporativa HART (1997)

menciona a Aracruz Celulose como uma empresa que adota a visatildeo de desenvolvi-

mento sustentaacutevel desde o iniacutecio de suas operaccedilotildees com base no modelo de reflores-

tamento das plantaccedilotildees de eucaliptos PRAHALAD (2004) apresenta o caso da Casas

Bahia como uma empresa que atende a populaccedilatildeo de baixa renda por meio de um

modelo inovador de financiamento (SEABRA LEAL e PASSOS 2005 p10) Relatam

o caso da Natura assinalando que seus principais acionistas satildeo enfaacuteticos ao afirma-

rem que a busca da sustentabilidade eacute mais do que uma estrateacutegia de negoacutecios mdash eacute

uma filosofia de vida Outros estudos acadecircmicos nessa aacuterea tambeacutem envolvem em-

presas nacionais SILVA e KULAY (2005) apresentam um caso de aplicaccedilatildeo da Avali-

accedilatildeo do Ciclo de Vida (LCA mdash Life Cycle Assessment) para analisar os potenciais

impactos ambientais do processo de fabricaccedilatildeo de fertilizantes fosfatados em uma

empresa brasileira COSTA e GOUVINHAS (2004) analisam a adoccedilatildeo das estrateacutegias

de projeto ecoloacutegico (ecodesign) no ambiente de negoacutecios de pequenas e meacutedias em-

presas brasileiras HOPKINS (2002) discute a sustentabilidade nas operaccedilotildees internas

das empresas a partir de uma pesquisa exploratoacuteria sobre a aplicaccedilatildeo de indicadores

de responsabilidade social em quatro grandes empresas no Brasil 28

13 - O conceito de sustentabilidade corporativa

Considera-se sustentabilidade corporativa como a gestatildeo empresarial que bus-

ca equilibrar as necessidades econocircmicas das empresas com a responsabilidade pelo

desenvolvimento da sociedade e preservaccedilatildeo dos recursos naturais visando atender

agraves necessidades atuais e futuras dos elementos afetados pela empresa Esses ele-

mentos mdash que satildeo ou podem ser afetados pelos efeitos das operaccedilotildees accedilotildees e deci-

28 Internet httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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sotildees da empresa mdash incluem os acionistas e funcionaacuterios clientes e consumidores

fornecedores e parceiros os recursos naturais utilizados pela empresa o meio ambi-

ente e a sociedade

A sustentabilidade corporativa estaacute associada a trecircs macro objetivos a geraccedilatildeo

de valor econocircmico a responsabilidade ambiental e a responsabilidade social A gera-

ccedilatildeo de valor econocircmico estaacute relacionada com a obtenccedilatildeo de resultados econocircmicos

positivos no presente e no futuro A responsabilidade ambiental diz respeito agrave conser-

vaccedilatildeo e ao uso sustentaacutevel dos recursos naturais E a responsabilidade social con-

templa a corresponsabilidade das empresas pelo desenvolvimento da sociedade Con-

forme ELKINGTON (1997) esses objetivos satildeo inerentes aos denominados resultados

tridimensionais da sustentabilidade (triple bottom line) As empresas que adotam a

sustentabilidade corporativa devem buscar um equiliacutebrio entre o compromisso econocirc-

mico a preservaccedilatildeo ambiental e o desenvolvimento da sociedade assumindo respon-

sabilidades pelas condiccedilotildees de vida atuais e futuras29

14 - Sustentabilidade e geraccedilatildeo de valor econocircmico

A literatura ressalta a necessidade de que as iniciativas relacionadas agrave susten-

tabilidade tragam retornos positivos para as empresas REINHARDT (1999) considera

que as justificativas para os investimentos ambientais realizados pelas empresas de-

vem ser similares aos demais investimentos Nesse sentido os investimentos em ges-

tatildeo ambiental devem auferir retornos financeiros positivos ou conduzir agrave reduccedilatildeo dos

riscos SENGE e CARSTEDT (2001) satildeo mais enfaacuteticos ao considerar que o desafio

atual reside em desenvolver negoacutecios sustentaacuteveis compatiacuteveis com a realidade eco-

nocircmica Segundo esses autores novos modelos de negoacutecios e produtos inovadores

no acircmbito da sustentabilidade precisam necessariamente acarretar resultados finan-

ceiros satisfatoacuterios para se viabilizarem

Os benefiacutecios decorrentes das accedilotildees de sustentabilidade podem ser tangiacuteveis

ou intangiacuteveis Willard (2002) identifica potenciais benefiacutecios tangiacuteveis como aqueles

associados agrave reduccedilatildeo de custos na manufatura agrave reduccedilatildeo de custos comerciais ao

aumento do faturamento e ao aumento da participaccedilatildeo no mercado Como benefiacutecios

intangiacuteveis considera a maior facilidade na contrataccedilatildeo de talentos a maior retenccedilatildeo

29 Internet httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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dos principais talentos o aumento da produtividade dos funcionaacuterios a reduccedilatildeo dos

riscos e as maiores facilidades de financiamento NEMLI (2004) considera que os be-

nefiacutecios devem ser mensurados ao longo de trecircs dimensotildees reduccedilatildeo de custos e au-

mento da lucratividade aumento da reputaccedilatildeo e criaccedilatildeo de diferenciaccedilatildeo crescimento

da empresa em termos de capacidade de inovaccedilatildeo e uso de tecnologias limpas

A perspectiva de geraccedilatildeo de valor econocircmico estaacute acoplada a uma visatildeo mais holiacutesti-

ca do bom funcionamento da economia Nesse sentido HAWKEN LOVINS e LOVINS

(1999) consideram que o capitalismo natural pode ser o gatilho para a proacutexima revo-

luccedilatildeo industrial em que quatro tipos de capital sustentam o bom funcionamento da

economia o capital humano (pessoas conhecimento e cultura) o capital financeiro

(caixa investimentos e instrumentos monetaacuterios) o capital industrial (infra estrutura

faacutebricas e maacutequinas) e o capital natural (recursos naturais sistemas de vida e ecossis-

tema) Conforme SENGE e CARSTEDT (2001) a geraccedilatildeo de valor econocircmico por

empresas sustentaacuteveis depende de forma ampla da adoccedilatildeo de uma realidade eco-

nocircmica que conecta a induacutestria a sociedade e o meio ambiente Por outro lado mes-

mo na realidade atual a reduccedilatildeo do desperdiacutecio e do fluxo destrutivo dos recursos

pode representar uma importante oportunidade de negoacutecios (LOVINS LOVINS e

HAWKEN 1999) 30

15 - Sustentabilidade e responsabilidade ambiental

Vaacuterios autores assinalam a importacircncia da questatildeo da estrateacutegia ambiental das

empresas no acircmbito da sustentabilidade corporativa HART (1997) considera a polui-

ccedilatildeo a exaustatildeo dos recursos naturais e a pobreza como os principais desafios da sus-

tentabilidade Segundo o autor a estrateacutegia ambiental das empresas em geral evolui

segundo trecircs estaacutegios prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo produtos ambientalmente corretos e

produccedilatildeo limpa Aleacutem disso uma estrateacutegia ambiental integrada natildeo deve direcionar-

se somente para o desenvolvimento de competecircncias internas mas tambeacutem conside-

rar o relacionamento com os clientes fornecedores outras empresas agentes gover-

30 Internet

(httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext)

data de acesso 2107201230

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namentais e acionistas Da mesma forma BARBIERI (2004) cita trecircs abordagens para

a gestatildeo ambiental empresarial controle da poluiccedilatildeo prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo e abor-

dagem estrateacutegica A prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo incorpora duas preocupaccedilotildees ambientais

principais o uso sustentaacutevel dos recursos e o controle da poluiccedilatildeo Os instrumentos

tradicionais para o uso sustentaacutevel dos recursos satildeo referenciados pelo autor como

4Rs reduccedilatildeo da poluiccedilatildeo na fonte reutilizaccedilatildeo reciclagem e recuperaccedilatildeo energeacutetica

HOFFMAN (2000) sugere que a estrateacutegia ambiental determine o alinhamento

entre a proteccedilatildeo ambiental e o crescimento econocircmico da empresa O desenvolvimen-

to da estrateacutegia ambiental deve analisar os concorrentes os parceiros os produtos as

mateacuterias-primas as perdas e os resiacuteduos da empresa O autor considera que a estra-

teacutegia ambiental pode ser direcionada por quatro fatores o mercado (composto pelos

consumidores associaccedilotildees concorrentes e consultores) os provedores de recursos

(clientes seguradoras fornecedores bancos e investidores) os elementos coercivos

(regulamentos locais legislaccedilatildeo internacional) e os elementos sociais (instituiccedilotildees

religiosas organizaccedilotildees natildeo-governamentais comunidade mundo acadecircmico im-

prensa e poder judiciaacuterio) 31

16 - Sustentabilidade e responsabilidade social

Os defensores da responsabilidade social argumentam que as empresas de-

vem assumir um compromisso com o desenvolvimento da sociedade As empresas

devem executar accedilotildees para fomentar o desenvolvimento social a inclusatildeo social e

contribuir para a melhoria das condiccedilotildees de vida da populaccedilatildeo mais necessitada Al-

guns autores consideram que essas atividades natildeo satildeo puramente filantroacutepicas uma

vez que as empresas podem auferir benefiacutecios de negoacutecios em funccedilatildeo delas Outros

sugerem ainda que a responsabilidade social esteja associada agrave proacutepria estrateacutegia

empresarial por exemplo SEABRA LEAL e PASSOS (2005) assinalam que os prin-

31 ) Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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cipais acionistas da Natura consideram que a responsabilidade social estaacute intimamen-

te ligada agrave estrateacutegia de negoacutecios da empresa

PRAHALAD e HAMMOND (2002) observam que aproximadamente 65 da

populaccedilatildeo mundial mdash cerca de quatro bilhotildees de pessoas mdash ganham menos do que

2000 USDano Esse eacute um mercado praticamente inexplorado pelas empresas multi-

nacionais Segundo os autores as empresas que desejam entrar nesse mercado de-

vem repensar seus modelos de negoacutecios praacuteticas gerenciais e indicadores de desem-

penho Eacute um mercado de novas fontes de receita que exige melhoria na eficiecircncia

operacional e fomento da inovaccedilatildeo A atuaccedilatildeo bem-sucedida para atender agrave denomi-

nada populaccedilatildeo na base da piracircmide pode trazer resultados econocircmicos positivos agraves

empresas e simultaneamente contribuir para a melhoria das condiccedilotildees de vida das

pessoas economicamente menos favorecidas

PORTER e KRAMER (2002) consideram que eacute possiacutevel agraves empresas obterem

a convergecircncia de interesses entre as atividades filantroacutepicas e os objetivos de negoacute-

cios A filantropia pode oferecer oportunidades para as empresas melhorarem seu

contexto competitivo considerando que as atividades filantroacutepicas podem potencial-

mente atuar sobre quatro elementos inter-relacionados da competitividade empresari-

al na disponibilidade dos insumos de produccedilatildeo nas condiccedilotildees de demanda nas con-

diccedilotildees de competiccedilatildeo e rivalidade e na presenccedila das induacutestrias de insumos e suporte

Nesse sentido a filantropia deveria ser considerada uma abordagem claramente estra-

teacutegica pelas empresas WADDOCK e SMITH (2000) adotam um raciociacutenio similar

afirmando que a responsabilidade social e o desempenho corporativo financeiro an-

dam juntos e natildeo como trade-offs

HALL et al (2005) constatam que algumas empresas podem ser socialmente

vulneraacuteveis Segundo esses autores a vulnerabilidade social eacute atribuiacuteda agraves empresas

que apresentam grande importacircncia estrateacutegica para o desenvolvimento econocircmico e

social dos paiacuteses onde operam Eles citam empresas cujo papel extrapola a criaccedilatildeo de

valor aos acionistas sendo consideradas como orgulhos nacionais para seus paiacuteses

Satildeo citadas como exemplos a Siemens na Alemanha a Toyota no Japatildeo a Embraer

no Brasil e a Bombardier no Canadaacute Aleacutem da questatildeo econocircmica essas empresas

desempenham importante papel social em seus respectivos paiacuteses Outras empresas

45

brasileiras tambeacutem poderiam ser citadas como a Petrobras a Companhia Vale do Rio

Doce o Bradesco entre outras 32

2 - Gestatildeo da inovaccedilatildeo para a sustentabilidade

A busca da inovaccedilatildeo e a gestatildeo da inovaccedilatildeo em geral satildeo mediadas por as-

pectos essencialmente econocircmicos e estrateacutegicos Entretanto na medida em que ou-

tras restriccedilotildees compotildeem o ambiente de atuaccedilatildeo das empresas outros fatores podem

impulsionar a inovaccedilatildeo Isso tambeacutem eacute vaacutelido ao se considerarem aspectos de susten-

tabilidade como condicionantes da inovaccedilatildeo

HART e CHRISTENSEN (2002) sugerem que as inovaccedilotildees radicais podem

pavimentar o caminho para as empresas combinarem um crescimento sustentaacutevel

com responsabilidade social HART e MILTEIN (1999) consideram que os desafios

impostos pela sustentabilidade global podem atuar como catalisadores para um novo

estaacutegio de destruiccedilatildeo criativa das empresas Eles associam a preocupaccedilatildeo ecoloacutegica

com melhorias contiacutenuas e a sustentabilidade global com melhorias radicais Nesse

sentido argumentam que a sustentabilidade pode criar oportunidades sem preceden-

tes agraves empresas O raciociacutenio de SENGE e CARSTEDT (2001) eacute similar Esses auto-

res consideram que o foco restrito na eficiecircncia ecoloacutegica pode distrair as empresas da

busca de produtos e modelos de negoacutecios radicalmente diferentes dos atuais Eacute a sus-

tentabilidade global que iraacute motivar as empresas a procurarem novos modelos men-

tais a enfatizarem a aprendizagem e atentarem para a gestatildeo de mudanccedilas

PORTER e VAN DER LINDE (1995) consideram que as regulamentaccedilotildees am-

bientais impotildeem pressotildees competitivas nas empresas motivando-as a inovar VOL-

LENBROEK (2002) propotildee um processo que direciona a inovaccedilatildeo para o desenvolvi-

mento da sustentabilidade denominado gestatildeo da transiccedilatildeo Ele considera que a ino-

vaccedilatildeo natildeo gera automaticamente o progresso da sociedade pois precisa ser condi-

cionada para tanto Os esforccedilos para o desenvolvimento sustentaacutevel precisam ser di-

recionados pela sociedade e esta participa das decisotildees visando obter um balancea-

mento adequado entre os objetivos econocircmicos ecoloacutegicos e sociais A inovaccedilatildeo seraacute

decorrecircncia

32 Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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HALL e VREDENBURG (2003) afirmam que os gestores tecircm dificuldades para

lidar com as pressotildees do desenvolvimento sustentaacutevel Eles consideram que as estra-

teacutegias de inovaccedilatildeo das empresas geralmente satildeo inadequadas para acomodar as

complexidades e incertezas inerentes agraves novas demandas impostas pelo desenvolvi-

mento sustentaacutevel Dessa forma sugerem que a estrateacutegia empresarial integre tam-

beacutem os objetivos da inovaccedilatildeo e do desenvolvimento sustentaacutevel Em contraponto agrave

abordagem tradicional da inovaccedilatildeo ditada pelo mercado propotildeem que as empresas

adotem a inovaccedilatildeo para o desenvolvimento sustentaacutevel que incorpora as restriccedilotildees

sociais e as pressotildees ambientais bem como contempla as necessidades das futuras

geraccedilotildees Como seraacute visto no texto que segue a inovaccedilatildeo foi tambeacutem um ingrediente

essencial para o desenvolvimento e o sucesso do projeto estudado na presente pes-

quisa33

CONCLUSAtildeO

O objetivo desse estudo foi verificar e compreender o conceito de inovaccedilatildeo e a

sua aplicabilidade nas organizaccedilotildees assim como a vantagem competitiva no modelo

de negoacutecio por meio da co-criaccedilatildeo de valor

33 Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data acesso 21072012

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Inovaccedilatildeo e criatividade satildeo essenciais para o continuo desenvolvimento e competi-

tividade de uma naccedilatildeo

Coisas boas acontecem quando o pensamento inovador comeccedila ele poderaacute

ajudar a criar novos produtos melhoria nos processos novas tecnologias tornando

a empresa mais competitiva Tomando conhecimento da grande variedade de produ-

tos e serviccedilos oferecidos pelas organizaccedilotildees pode se observar que nem sempre se

chega ao resultado em melhores experiecircncias de consumo nesse cenaacuterio certas em-

presas adotam a co-criaccedilatildeo de valor ndash participaccedilatildeo do cliente no processo produtivo ndash

para inovar no modelo de negoacutecio agregando valor a sua oferta buscando assim se

diferenciar das demais empresas Apesar da inovaccedilatildeo indicar um caminho seguro

para obter vantagem competitiva sustentaacutevel e defender posiccedilotildees estrateacutegicas no

mercado o seu sucesso natildeo eacute garantido necessitando que os gestores conheccedilam e

compreendam a dinacircmica dos processos da gestatildeo da inovaccedilatildeo dentro de suas orga-

nizaccedilotildees e realidades especiacuteficas

O modelo de organizaccedilatildeo inovadora sustentaacutevel eacute uma resposta agraves pressotildees

institucionais por uma organizaccedilatildeo que seja capaz de inovar com eficiecircncia em termos

econocircmicos mas com responsabilidade social e ambiental Esse tipo de organizaccedilatildeo

busca vantagem competitiva desenvolvendo produtos serviccedilos processos e negoacutecios

novos ou modificados com base nas dimensotildees social ambiental e econocircmica Ela

reuacutene duas caracteriacutesticas essenciais eacute inovadora e orientada para a sustentabilidade

Tendo em vista o fenocircmeno do isomorfismo institucional (concentraccedilatildeo de for-

mas organizacionais nos diversos setores produtivos) o modelo das organizaccedilotildees

inovadoras sustentaacuteveis vem ganhando rapidamente cada vez mais espaccedilo nas em-

presas liacutederes Esses fatos permitem dizer que o movimento do desenvolvimento sus-

tentaacutevel eacute um dos movimentos mais importantes do nosso tempo e a julgar pela vita-

lidade dos fatores institucionais presentes em praticamente todo o mundo pode-se

inferir que ele continuaraacute se propagando por muitas deacutecadas

Desse modo o aprimoramento dos modelos de organizaccedilatildeo sustentaacuteveis as

diversas formas da sua institucionalizaccedilatildeo em acircmbito global o desenvolvimento de

tecnologias sustentaacuteveis a gestatildeo de inovaccedilotildees para o desenvolvimento sustentaacutevel

seratildeo temas cada vez mais importantes nos estudos futuros Como o sistema opera-

cional produtivo e as inovaccedilotildees de produto e de processo ao atender as trecircs dimen-

sotildees da sustentabilidade devem gerar ganhos para o meio ambiente em termos de

reduccedilatildeo no uso de recursos e de emissotildees de poluentes o aumento da produccedilatildeo pelo

incitamento agrave demanda por novos produtos pode neutralizar ou ateacute superar esses ga-

nhos Levar em conta essa possibilidade dando-lhe um tratamento adequado eacute um dos

48

maiores desafios para o alinhamento das empresas ao modelo de organizaccedilatildeo inova-

dora sustentaacutevel

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data de acesso 04062012

(httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

O que significa vantagem competitiva Internet

(httpwwwstrategy-traineuindexphpid=37ampL=5) data de acesso 5072012

Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva Internet

(httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

Processos de inovaccedilatildeo Internet httpwwwliincufrjbrfrattachments055_saritalivropdfpage=122) data de acesso 03062012

Processos de inovaccedilatildeo nas organizaccedilotildees Internet

(httpwwwgooglecombrurlsa=tamprct=jampq=ampesrc=sampsource=webampcd=1ampved=0CEsQ

FjA-

Aampurl=http3A2F2Fwwwfespprbr2F~bastosjr2FGest25E3o2520de252

0Inova25E725E3o2FArtigos2FInova25E725E3odocampei=Vhr2T9qvHaez6w

Ho16zYBgampusg=AFQjCNEz7MKNTbjYj81PrvG) data de acesso 03062012

Sustentabilidade e geraccedilatildeo de valor econocircmico Internet

(httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-

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51

Sustentabilidade e responsabilidade ambiental Internet

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21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

Sustentabilidade e responsabilidade social Internet

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Elsevier 2008

PRAHALAD C K RAMASWAMY Venkatram O futuro da competiccedilatildeo como desen-

volver diferenciais inovadores em parceria com os clientes Rio de Janeiro editora

Elsevier 2004

  • AGRADECIMENTOS
  • CAPIacuteTULO III- Aspectos da inovaccedilatildeo e sustentabilidade37
  • Inovaccedilatildeo e sustentabilidade37
  • 32 - Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva
  • 33 - Como implementar vantagem competitiva
  • 34 - Como criar valor e vantagem competitiva
Page 22: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · duzir os processos de inovação dentro da organização. 6 ... CAPÍTULO I - Estrutura da criação de valor e inovação.....11

22

Pelo fato da inovaccedilatildeo ser destrutiva para muitos grupos consolidados ela en-

frentaraacute resistecircncia A inovaccedilatildeo eacute o oposto da operaccedilatildeo e seraacute portanto ignorada O

desenho ou arranjo organizacional poderaacute facilmente superar ao menos minimizar

estes e outros obstaacuteculos GALBRAITH (1998) Este comportamento acentua-se em

organizaccedilotildees protegidas de concorrecircncia (universidades ateacute algum tempo atraacutes oacuter-

gatildeos governamentais etc) Pesquisas realizadas por TUSHMAN e NADLER (1998)

apontam que organizaccedilotildees altamente inovadoras satildeo sistemas de aprendizado alta-

mente eficazes aleacutem de possuir um senso de autocriacutetica bastante apurada

Empresas eficazes criam condiccedilotildees possiacuteveis para que o trabalho de hoje seja

feito paralelo com a geraccedilatildeo constante de inovaccedilatildeo ou seja a inovaccedilatildeo sustentada

por mais paradoxal que possa parecer exige ao mesmo tempo estabilidade e mudan-

ccedila A estabilidade possibilita economias de escala e aprendizado incremental por ou-

tro lado a mudanccedila e a experimentaccedilatildeo satildeo necessaacuterias agrave conquista de avanccedilos nas

aacutereas de produto processo e tecnologia

Companhias que conseguem ao mesmo tempo produzir cotidianamente e estar

alerta e vigilante aos clientes concorrentes tecnologias e competecircncia interna fo-

mentam e estimulam o aprendizado organizacional e a inovaccedilatildeo sustentada

Segundo TUSHMAN e NADLER (1998) inovaccedilatildeo eacute um trabalho complexo e

estimulante a rupturas pois exige estreita colaboraccedilatildeo entre membros que rotineira-

mente se encontram bastante separados Embora os mecanismos da organizaccedilatildeo

formal facilitem o aprendizado e a inovaccedilatildeo corporativa a criatividade individual pro-

veacutem de um ambiente informal saudaacutevel

Um claro conjunto de valores essenciais ajuda a focalizar e motivar o compor-

tamento Empresas inovadoras tecircm valores claros que fornecem foco num cenaacuterio

repleto de diversidade como tambeacutem um objetivo comum que possa ter a concor-

dacircncia dos mais diferentes atores envolvidos

Em adiccedilatildeo com os valores essenciais cultuados em uma organizaccedilatildeo as nor-

mas proporcionam referenciais de comportamentos claros satildeo os comportamentos

aguardados De um modo geral organizaccedilotildees inovadoras enfatizam a informalidade

no comportamento no vestuaacuterio e nas relaccedilotildees hieraacuterquicas com elevadas expectati-

vas de desempenho e de trabalho individual e do grupo fortes viacutenculos informais den-

tro e fora da organizaccedilatildeo

23

Organizaccedilotildees altamente inovadoras geram com destreza as sutilezas da re-

compensa e da puniccedilatildeo onde as pessoas podem assumir riscos colher as recompen-

sas pelo sucesso e sobreviver a fracassos construtivos

A representaccedilatildeo de papeacuteis funcionais tem atribuiccedilatildeo fundamental no desenvol-

vimento e conduccedilatildeo do processo de gestatildeo da inovaccedilatildeo Entre eles podemos mencio-

nar um os geradores de ideias pois as interligam com as tendecircncias e mercados

desenvolvendo oportunidades para as organizaccedilotildees dois os empreendedores internos

tornam concretas as ideias possuem agressividade energia e personalidade propen-

sas a assumir riscos para defender suas causas

Aqui aparece a figura dos trecircs ldquogate keepersrdquo (guardiotildees do portatildeo) que ligam

organizaccedilatildeo e seus colegas agraves frentes externas de informaccedilatildeo que satildeo vitais para a

inovaccedilatildeo pois obtecircm traduzem e distribuem estas informaccedilotildees no acircmbito interno da

organizaccedilatildeo Os quatros patrocinadores ou mentores satildeo gerentes de alto niacutevel que

datildeo apoio informal acesso aos recursos e a proteccedilatildeo no surgimento de novos produ-

tos ou negoacutecios Esses personagens atuando conjuntamente representam o ldquogecircnio

coletivordquo da organizaccedilatildeo que consiste na soma das capacidades pessoais em clima

motivacional gerando resultados mensuraacuteveis substituindo o gecircnio individual predo-

minante ateacute o seacuteculo passado conforme DE MASI (1998) Uma vez que o gecircnio indi-

vidual pode ateacute existir mas eacute difiacutecil de ser encontrado

Segundo GALBRAITH (1998) algumas pessoas que satildeo boas em inovaccedilatildeo e

criatividade mas natildeo satildeo necessariamente boas em operaccedilatildeo Portanto o desenho

organizacional contribui para a criaccedilatildeo de uma organizaccedilatildeo inovadora na medida em

que promove o encontro sistemaacutetico entre os geradores de ideias e aqueles que po-

dem defendecirc-las e colocaacute-las em praacutetica12

CAPIacuteTULO II 12 Internet

(httpwwwgooglecombrurlsa=tamprct=jampq=ampesrc=sampsource=webampcd=1ampsqi=2ampved=0CEwQFjAAampu

rl=http3A2F2Fwwwfespprbr2F~bastosjr2FGest25E3o2520de2520Inova25E725E3o2

FArtigos2FInova25E725E3odocampei=Ex32T_meBObb6wGds-29Bgampusg=AFQjC) data de acesso

04062012

24

DESENVOLVIMENTO DA CRIATIVIDADE

1 ndash Capital Intelectual

Com o mercado cada vez mais exigente as empresas vecircm sentindo a necessi-

dade de investir mais em recursos humanos acrescentando a seu capital o conheci-

mento originado atraveacutes do investimento em capital humano qualificado o qual agrega

agraves empresas recursos de fundamental importacircncia No entendimento de Stewart

(2004) o capital intelectual eacute um bem intangiacutevel podendo-se afirmar que eacute um dos

fatores mais importantes da vida de uma organizaccedilatildeo Jaacute para (DRUCKER (apud

MONTEIRO 2007 p17) o capital intelectual eacute ldquo[] a soma do conhecimento de todos

de uma empresa o que lhe proporciona vantagem competitivardquo

CHIAVENATO (2004) afirma que no mundo complexo e competitivo de hoje a

escolha das pessoas certas se torna vital para o bom funcionamento da empresa

Para STEWART (2004) o capital intelectual corresponde ao conjunto de co-

nhecimentos e informaccedilotildees encontrados nas organizaccedilotildees que agregam valor ao pro-

duto ou serviccedilo mediante a aplicaccedilatildeo da inteligecircncia e natildeo do capital monetaacuterio ao

empreendimento sendo o capital intelectual gerador de capacidades conhecimento

habilidades e experiecircncias individuais dos funcionaacuterios para realizaccedilatildeo de tarefas

O capital intelectual eacute algo tatildeo valioso dentro de uma organizaccedilatildeo que eacute atra-

veacutes dele que se podem ter grandes inovaccedilotildees transformaccedilotildees tecnoloacutegicas resolu-

ccedilotildees de problemas gestatildeo eficiente lucratividade e sucesso melhorados Um colabo-

rador que possui seu capital intelectual estimulado atraveacutes da motivaccedilatildeo seraacute mais

bem aproveitado pela empresa uma vez que se sente incluiacutedo valorizado simpatizan-

te e livre para gerir suas ideias de uma forma mais aguccedilada

CHIAVENATO (2004) diz que o capital humano eacute constituiacutedo das pessoas que

fazem parte de uma organizaccedilatildeo Capital humano significa talentos que precisam ser

mantidos e desenvolvidos Mais do que isso capital humano significa capital intelectu-

al

Para MONTEIRO (2007) o ser humano eacute o maior bem de uma empresa pois eacute

ele o principal instrumento de seu sucesso ou fracasso uma vez que o capital intelec-

tual eacute algo exclusivo do ser humano Pode-se entatildeo descrever que ele eacute o raciociacutenio

humano elaborado acrescido do ambiente onde estaacute inserido

25

MONTEIRO (2007) comenta que dentro das organizaccedilotildees o capital intelectual

pode ser diferenciado dos demais capitais porque ele cresce quando compartilhado

com os do mesmo grupo e natildeo se deprecia com o uso Ao contraacuterio dos outros ativos

o seu valor decorre do uso O capital intelectual eacute enfatizado como o conjunto de in-

formaccedilotildees e conhecimentos encontrados nas organizaccedilotildees onde agregam ao produto

eou serviccedilos valores mediante a aplicaccedilatildeo da inteligecircncia e natildeo do capital monetaacuterio

Devido a sua grande representatividade nas empresas o capital intelectual natildeo deve

ser subestimado nem utilizado de forma ineficiente acarretando em um gerenciamento

ineficaz mais investimento incentivado para assim trazer agrave empresa bons negoacutecios e

melhor rentabilidade (MONTEIRO 2007 p18)13

2 - Criatividade

Criatividade eacute um assunto que fascina a todos objeto de muitos estudos em-

bora no contexto empresarial seja novo O pensamento criativo antigamente era vis-

to como inspiraccedilatildeo divina passando a ser estudado com melhor afinco a partir dos

anos 50

O Caminho humano de viver conviver e sobreviver eacute permeado de accedilotildees cria-

tivas conscientes e inconscientes Esse potencial criativo eacute inato em todo ser humano

poreacutem ele se ensina e se aprende Trata-se de uma competecircncia pessoal valorizada

mas ao mesmo tempo desprestigiada pois percebemos que as empresas desclassifi-

cam candidatos criativos e depois encaminham-no para o desenvolvimento desta habi-

lidade

Criatividade para o quecirc Eacute a primeira pergunta que surge em nossa mente

quando tratamos do tema Se tudo estaacute bem natildeo haacute motivos para criar ou se estaacute

tudo ruim natildeo temos mais o que fazer Percebemos que o ser humano sempre busca

a sua zona de conforto para se acomodar sofrer menos ou agraves vezes para reclamar

mais Podemos pensar nesta pergunta buscando duas respostas uma do acircmbito pes-

soal e outra empresarial No processo de criaccedilatildeo percebemos que podemos mudar e

nos diferenciar daquilo que fomos respeitando e valorizando o nosso proacuteprio passado

13Internet (httpwwwaedbbrsegetartigos10327_PDF20Samirapdf) data acesso

15072012

26

tomando decisotildees e desempenhando accedilotildees diferentes dos que habitualmente faziacutea-

mos Podemos gerar mudanccedilas substanciais nas empresas e a partir dessas mudan-

ccedilas diferenciarmos sem contudo ser necessaacuterio efetuar mudanccedilas demasiadas mu-

danccedilas que choquem e natildeo se ajustem aos nossos valores e nossa realidade

Se o objetivo eacute buscar na empresa alcanccedilar eficiecircncia que possibilite ao cliente

escolher e comprar nossos produtos e serviccedilos e natildeo os dos concorrentes precisa-

mos estar abertos para buscar novas alternativas novas maneiras de fazer as coisas

e consequentemente resultados diferentes A mudanccedila organizacional eacute muitas ve-

zes uma ferramenta de soluccedilatildeo de problemas das organizaccedilotildees Podemos diferenci-

ar-nos dos competidores apenas sabendo quando e em quecirc devemos mudar e onde

queremos chegar

A criatividade na empresa eacute medida a partir dos resultados alcanccedilados Uma

resposta eacute mais criativa (entre aspas pois as respostas natildeo satildeo criativas e sim as pes-

soas que a geraram) que outra quando atinge aquele objetivo para o qual foi focado a

soluccedilatildeo de um problema traz uma alternativa ou um meacutetodo inovador ou ateacute mesmo

uma combinaccedilatildeo de resultados diferentes

Tatildeo essencial como ser diferente eacute a necessidade de buscar resultados e uma

empresa soacute eacute verdadeiramente criativa quando a criatividade se torna a maneira diaacute-

ria de fazer as coisas e espera que seus membros considerem uma ampla variedade

de alternativas antes de comprometer-se numa direccedilatildeo especiacutefica 14

21 ndash Conceito de criatividade

A criatividade eacute a faculdadehabilidade de criar ou o potencial criativo Consiste

em encontrar meacutetodos ou objetos para executar tarefas de uma maneira nova ou dife-

14 Internet

Fonte (Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de acesso

25062012

27

rente do habitual com a intenccedilatildeo de satisfazer um propoacutesito A criatividade permite

cumprir os desejos de forma mais raacutepida faacutecil eficiente ou econoacutemica

A criaccedilatildeo de novas ideias e conceitos tambeacutem se lhe daacute o nome de inventivi-

dade pensamento original pensamento divergente ou imaginaccedilatildeo construtiva Trata-

se de conceitos que implicam o ato de inventar algo novo (isto eacute recorrer ao enge-

nho) a capacidade de encontrar soluccedilotildees originais e a vontade de mudar o mundo 15

A criatividade eacute considerada uma capacidade humana de grande valor univer-

sal tudo indica que nesta competecircncia reside a memoacuteria RAM bioloacutegica para o im-

pulso da evoluccedilatildeo humana A memoacuteria RAM segundo CURY (2009) eacute o fenoacutemeno dos

registos da memoacuteria O que melhor descreve a criatividade eacute o que SANCHEZ (2003)

referiu em seus apontamentos a criatividade eacute uma sublime dimensatildeo da condiccedilatildeo

humana

Eacute entretanto na capacidade criativa que existe a chave da capacidade de evo-

luccedilatildeo da humanidade O meacuterito da expressatildeo criativa eacute fruto da complexidade ou

seja eacute fruto do contexto social no seu desenvolvimento natural e humano

Eacute muito interessante contemplar os efeitos provenientes deste constructo a

considerar a capacidade de um indiviacuteduo criativo construir e reconstruir transformando

a nossa realidade Eacute consensual e gratificante perceber que todos temos a capacida-

de criativa deve eacute ser melhor desenvolvida16

De maneira instintiva o termo criatividade sempre se associou agrave atividade ar-

tiacutestica Mais recentemente graccedilas a exemplos empresariais como Apple e Google a

inovaccedilatildeo ganhou espaccedilo nos sectores tecnoloacutegicos Neste sentido a nossa intuiccedilatildeo

natildeo estaacute errada uma vez que criatividade e inovaccedilatildeo satildeo dois conceitos muito unidos

Explicado de forma simples a capacidade criativa pode ser definida como ldquoa habili-

dade para gerar ideias alternativas e soluccedilotildees a um determinado problema de forma

faacutecilrdquo 17

15 Internet (httpconceitodecriatividade) data de acesso 25062012 16Internet (httpptwikipediaorgwikiCriatividade) data de acesso 04072012

17Inter-

net(httpwwwcriaptcriaadminappCRIAuploadscreamanual20creatividade20portugue

s_pt_webpdf) data de acesso 04072012)

28

22 ndash Criatividade do ponto de vista pessoal

Temos que pensar em Criatividade como estrateacutegia para viver melhor para

uma qualidade de vida que diria razoaacutevel aleacutem de identificar potenciais descobertas

internas que foram abafadas pelos processos familiares educacionais e empresariais

assim pelo tempo Outro aspecto estaacute relacionado com a garantia da nossa emprega-

bilidade entendendo como fonte de renda como funcionaacuterio profissional autocircnomo ou

empresaacuterio Vivemos num mundo de mudanccedilas aprimoramento riscos e oportunida-

des Melhoria nos nossos relacionamentos interpessoais atraveacutes do reconhecimento e

aproveitamento da diversidade respeitando as mais diversas formas de pensamento e

das diferenccedilas individuais Estamos acostumados a considerar a criatividade como

algo pessoal e intransferiacutevel A criatividade humana natildeo eacute temporal Trata-se de um

patrimocircnio do ser humano compartilhado pela sociedade Como a organizaccedilatildeo existe

para servir a sociedade nada mais justo do que desenvolver a criatividade como ga-

rantia para superaccedilatildeo da expectativa do cliente em relaccedilatildeo agrave sua empresa 18

23 ndash Criatividade do ponto de vista empresarial

A busca de um diferencial oferecendo algo mais do que o cliente espera atrair

preferecircncias estabelecer estrateacutegia diferenciada adaptar-se agraves necessidades modifi-

car produtos e buscar soluccedilotildees para os problemas fugindo do convencional e assim

diferenciando-se dos concorrentes Estrateacutegia competitiva natildeo somente por criar ou

inovar produtos mas tambeacutem a quebra de paradigmas mudanccedilas de pensamentos

comportamentos etc Todas as ideias produtos e serviccedilos criativos poderatildeo ser trans-

formados em algo positivo para a organizaccedilatildeo Melhoria dos seus produtos assim

como a criaccedilatildeo de novos Busca de resultados diferentes do passado Melhoria do

18 Internet (Fonte Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de

acesso 04072012

29

relacionamento humano interno consequentemente o aumento da produtividade Me-

lhoramento contiacutenuo em todos os setores Desenvolvimento da qualidade19

24 - Criatividade e a visatildeo estrateacutegica da empresa

A criatividade se relaciona com a visatildeo estrateacutegica de empresa da seguinte

forma a partir dos objetivos traccedilados pela organizaccedilatildeo a mesma definiraacute uma linha

estrateacutegica a ser seguida para alcanccedilar esses objetivos A criatividade se envolve de

acordo com a intenccedilatildeo da empresa ela pode querer reinventar seus modos de atua-

ccedilatildeo pode somente visar manter-se atualizada e motivada pode querer mudar rapida-

mente de foco e enfim 44 pode estabelecer um relacionamento forte ou fraco com a

criatividade em funccedilatildeo das soluccedilotildees que ela estiver almejando

CALKINS (2001) defende essa visatildeo ao dizer que para produzir subjetividade

a criatividade deve ser parte da estrateacutegia da empresa O estudo de LENGNICK-HALL

e WOLFF (1998) faz justamente uma releitura sobre o processo estrateacutegico organiza-

cional ndash enfatizando os trecircs domiacutenios loacutegicos que guiam a maioria das empresas ndash e

relacionando conforme a Tabela abaixo com o tipo de criatividade que estaraacute vigente

Loacutegicas Estrateacutegicas x Criatividade

Loacutegica Dominante

Guerrilha Loacutegica Complexidade Loacutegica Capacidade Loacutegica

Objetivo

repentinamente reescrever

as regras da competitivida-

de

aprendizagem e alto envolvi-

mento organizacional

desenvolver e implementar

estrateacutegias que as possibilitem

criar uma sustentaacutevel vantagem

competitiva

Elemento

Chave

a flexibilidade a criativida-

de e a inovaccedilatildeo

sistema natural de relaciona-

mentos

desenvolvimento eficiente e

eficaz e protegendo seus recur-

sos de base

Justificativa vantagem competitiva

como algo muito passageiro

a organizaccedilatildeo vive em uma

comunidade de competidores

fornecedores clientes

as organizaccedilotildees procuram de-

senvolver e implantar estrateacute-

gias que as possibilitem criar

uma sustentaacutevel vantagem

competitiva

19Internet (Fonte Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de

acesso 04072012

30

Sucesso Orga-

nizacional

eacute uma funccedilatildeo da sua capa-

cidade para gerar ideias

que criam novas dinacircmicas

competitivas e novas are-

nas de accedilatildeo

consequecircncia de um natural

entendimento do paradoxo de

forccedilas que formam o sistema

organizacional

a chave da vantagem competiti-

va sustentaacutevel estaacute na habilida-

de organizacional para proteger

os seus recursos de base

Autores COOPER (1995) e

SCHUMPETER (1936)

MILLER (1996) SENGE (1990) e

MOORE (1996)

PORTER (1986 e 1992) e

HAMEL e PRAHALAD (1994)

Ecircnfase Criar Aprender Agregar Valor

Praacuteticas Cria-

tivas

Brainwriting Pool Teacutecnica

da Troca dos Cartotildees etc Pensamento Lateral Jamming

(Fonte Pesquisa a partir dos estudos de Lengnick-Hall e Wolff 1998) 20

25 ndash Reconfiguraccedilatildeo dinacircmica do talento

A estrateacutegia de inovaccedilatildeo sem duacutevida requer novas habilidades O conceito de

R=G sugere que nenhuma empresa eacute capaz de desenvolver sozinha todos os produ-

tos e serviccedilos de que necessita para oferecer experiecircncias personalizadas a cada cli-

ente Tampouco empresa alguma tem condiccedilotildees de cultivar todas as capacidades

gerenciais indispensaacuteveis para transformar a organizaccedilatildeo Analisamos questotildees rela-

cionadas com a superaccedilatildeo dos legados organizacionais e com a construccedilatildeo de novas

capacidades para o gerenciamento da inovaccedilatildeo Mostramos como as empresas de-

vem preparar-se para administrar as tensotildees constantes entre flexibilidade eficiecircncia

e confiabilidade Essa transformaccedilatildeo natildeo consiste apenas em mudar a mentalidade

ou a loacutegica dominante dos gestores tambeacutem significa concentrar-se nos novos niacuteveis

de transparecircncia e de visibilidade em relaccedilatildeo a como se gerencia a empresa

Precisamos mudar a maneira como gerenciamos ndash como combinamos continu-

amente oportunidades e recursos O foco deve convergir natildeo soacute para as habilidades

20Internet (Fonte Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de

acesso 04072012

31

dos indiviacuteduos e para as atitudes de cada um em relaccedilatildeo ao aprendizado mas tam-

beacutem para a competecircncia das equipes e para a capacidade dessas forccedilas-tarefas de se

reconfigurar continuamente em funccedilatildeo dos objetivos arregimentando os melhores

talentos em todo o mundo Por exemplo a identificaccedilatildeo dos comportamentos e das

necessidades de determinada pessoa numa base de milhotildees de clientes ndash como a

Amazoncom na ING Insurance e no programa de diabetes da ICICI ndash exige capaci-

dades analiacutetica Argumentaremos que os mesmos requisitos tambeacutem satildeo indispensaacute-

veis na base de talentos A empresa deve tratar seus empregados e fornecedores

como indiviacuteduos iacutempares (ou como conjunto de indiviacuteduos sem igual) da mesma ma-

neira como lida com os clientes A configuraccedilatildeo dinacircmica de recursos para atender agraves

necessidades de tarefas especiacuteficas converte-se em fonte de vantagem competitiva

A essecircncia da mensagem eacute que para a transformaccedilatildeo ser eficaz os gestores devem

concentrar o foco na mobilizaccedilatildeo raacutepida de talentos dentro e fora da empresa (PRA-

HALAD e KRISHNAN 2008 p177)

3 ndash Cadeia de valor e vantagem competitiva

Segundo Novaes (2001 p184) o conceito de cadeia de valor foi desenvolvido

por Porter O conceito eacute de muita simplicidade e por isso talvez mostre-se tatildeo impor-

tante no contexto econocircmico-social em que se inserem as empresas com a crescente

globalizaccedilatildeo dos negoacutecios e mercados

Para (PORTER 1989 p33) toda empresa eacute uma reuniatildeo de atividades que

satildeo executadas para projetar produzir comercializar entregar e sustentar seu produ-

to Todas estas atividades podem ser representadas fazendo-se uso de uma cadeia

de valores Essa exposiccedilatildeo do autor indica em primeira matildeo apenas4 a ideia de ava-

liar a cadeia interna da empresa a qual eacute formada pelas atividades operacionais e

organizacionais jaacute citadas

A ideia baacutesica que subsidia esse conceito natildeo eacute de autoria de Porter mas haacute

muito tempo jaacute estava sendo analisada Fala-se aqui dos conceitos da Teoria Geral de

Sistemas que tem como precursor o Prof Ludwig von Bertalanffy e seus trabalhos

teoria essa que apresenta a empresa como um sistema inserido esse uacuteltimo em um

ambiente ou macro sistema Assim deve-se ter em mente uma visatildeo sistecircmica en-

xergar mais do que as aacutereas ou atividades isoladamente mais do que os limites da

empresa (Cadeia de Valor Interna) A empresa faz parte de um todo maior (um siste-

32

ma amplo) e esse eacute que deve ser otimizado para gerar maior valor para o cliente e

consequentemente maior lucratividade na cadeia (Cadeia de Valor Externa)

Nas palavras de Porter (1989 p33) ldquoa cadeia de valores desagrega uma em-

presa nas suas atividades de relevacircncia estrateacutegica para que se possa compreender o

comportamento dos custos e as fontes existentes e potenciais de diferenciaccedilatildeordquo Uma

empresa ganha vantagem competitiva se conseguir desempenhar essas atividades

estrateacutegicas de uma maneira melhor e mais barata que a concorrecircncia

Pode-se entatildeo caminhar para um avanccedilo em definiccedilatildeo ao verificarmos a pro-

posiccedilatildeo de (SHANK amp GOVINDARAJAN 1993 p13) de que ldquoa cadeia de valor para

qualquer empresa em qualquer negoacutecio eacute o conjunto interligado de todas as ativida-

des que criam valor desde uma fonte baacutesica de mateacuterias primas passando por forne-

cedores de componentes ateacute a entrega do produto final agraves matildeos do consumidorrdquo

O mundo em que se vive atravessa em periacuteodo de transformaccedilatildeo sequer ima-

ginado Nele nada eacute definitivo Fica-se perplexo quando natildeo se consegue acompanhar

a velocidade da evoluccedilatildeo dos acontecimentos sente-se perdido principalmente nos

assuntos relacionados agrave dinacircmica do desenvolvimento tecnoloacutegico

Dessa forma com uma visatildeo focada no clienteconsumidor pode-se considerar

que a cadeia de valor eacute uma sequecircncia de atividades desde a origem de recursos ateacute

o descarte final de determinado produto Portanto tem-se uma visatildeo bastante abran-

gente do conceito que pode considerar desde a fase da extraccedilatildeo de mateacuteria-prima ateacute

o tratamento final que eacute dado ao produto por exemplo num enfoque de ciclo de vida

do produto21

31 - O que significa uma vantagem competitiva

O sucesso de uma empresa eacute em larga medida determinado pela atratividade

do sector em que opera mas a sua posiccedilatildeo dentro desse sector tambeacutem eacute importante

21 (httpwwwccontabeiscombrconvt14pdf) data acesso 15072012

33

Apesar de um sector poder ter uma fraca eficaacutecia uma empresa que estaacute bem posi-

cionada pode ainda assim criar lucros significativos

Diz-se que uma empresa tem uma vantagem competitiva sobre os seus con-

correntes quando manteacutem retornos que superam a meacutedia no seu sector Esta vanta-

gem decorre das caracteriacutesticas do produto que o torna superior aos produtos da con-

correcircncia

Nalgumas situaccedilotildees pode obter-se uma vantagem competitiva atraveacutes da evoluccedilatildeo

tecnoloacutegica mas esta eacute frequentemente difiacutecil de manter porque os concorrentes ra-

pidamente a copiam ou aperfeiccediloam desenvolvem novas tecnologias Uma vantagem

sustentada resulta frequentemente mais do que da tecnologia ou de modificaccedilatildeo de

produtos de outros fatores como por exemplo o simbolismo associado ndash o que o

produto significa para os consumidores (imagem de marca) e o que estes experimen-

tam na sua compra e uso Os investigadores em marketing reconhecem que os produ-

tos possuem caracteriacutesticas simboacutelicas e que o consumo de certos produtos pode de-

pender mais do seu significado social do que da sua utilidade funcional

Existe atualmente uma tendecircncia para os consumidores exigirem ldquosignificado

pessoalrdquo aos produtos e serviccedilos Torna-se essencial inovar para responder agraves emo-

ccedilotildees que influenciam as decisotildees dos consumidores Estes estatildeo cada vez menos

impressionados com as novas tecnologias e a optar por produtos que resultam ldquopara

mimrdquo Como consequecircncia palavras como emoccedilatildeo e significado pessoal encon-

tram o seu caminho nas estrateacutegias das empresas sendo importante entender os fato-

res intangiacuteveis associados ao valor percebido do produto e as percepccedilotildees na sua

globalidade positivas ou negativas Novas designaccedilotildees tais como ndash ldquofaacutecil acessiacute-

vel razoaacutevel empoderamento e pessoal ndash refletem mais a pessoa do que o obje-

to Descobrir os sentimentos e as atitudes em relaccedilatildeo aos produtos bem como conhe-

cer as razotildees das preferecircncias dos consumidores tornaram-se importantes elementos

estrateacutegicos22

32 - Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva

Em grande medida a ambiccedilatildeo da estrateacutegia da empresa eacute conseguir uma van-

tagem competitiva sustentaacutevel

22Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

34

A vantagem competitiva analisa a atividade da empresa centrando-se primei-

ramente na sua capacidade de gerar retornos superiores de capital e de vincular a

estrateacutegia de negoacutecio a mercados financeiros e de capital fundamentais por um longo

periacuteodo de tempo No fim de contas eacute a vantagem competitiva da empresa que permi-

te ter bons retornos para os seus acionistas

Sem vantagem competitiva a empresa tem uma razatildeo econoacutemica limitada para

existir ndash a sua vantagem competitiva eacute a sua razatildeo de existecircncia Sem ela a empresa

natildeo iraacute prosperar Criar uma vantagem competitiva sustentaacutevel pode ser a meta mais

importante de qualquer organizaccedilatildeo e pode mesmo ser o atributo mais importante em

que a empresa se focaliza23

33 - Como implementar vantagem competitiva

As vantagens competitivas natildeo assumem uma uacutenica forma e eacute possiacutevel que

uma empresa tenha vaacuterias vantagens competitivas e em diferentes aacutereas Ilustra-se

algumas das aacutereas onde as empresas se podem destacar e garantir o seu sucesso a

longo prazo quota de mercado gestatildeo da marca rede marcas e patentes eficaacutecia de

custos e altos custos de mudanccedila

As empresas com quotas de mercado significativas criam um problema para os

concorrentes o que eacute positivo para aquelas uma vez que os seus produtos satildeo bem

conhecidos e recebidos no mercado No entanto mesmo quando a quota de mercado

eacute consideraacutevel se o sector for atrativo ou seja tiver um potencial de lucro significativo

novos operadores podem aparecer com a consequente reduccedilatildeo da quota de merca-

do

Ter uma marca forte pode garantir o sucesso a longo prazo e tambeacutem permitir

agraves empresas obter lucros pois a sua marca permite-lhes cobrar um preccedilo especial

(premium) Marcas fortes tendem a criar uma vantagem competitiva mais duradoura

O efeito de rede ocorre quando um produto cria uma procura por parte dos

consumidores que depois amplia o produto A empresa pode beneficiar do efeito de

23 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

35

rede pela atraccedilatildeo de mais vendedores Estes por sua vez atraem mais compradores

estabelecendo-se uma quota de mercado dominante (por exemplo eBay)

Este efeito de rede natildeo eacute muito comum mas quando ocorre pode ser extre-

mamente lucrativo As marcas e as patentes podem ser fonte de vantagem competiti-

va para algumas empresas 24

34 - Como criar valor e vantagem competitiva

Uma empresa posiciona-se aproveitando os seus pontos fortes Michael Porter

defendeu que aqueles se inscrevem em dois tipos baacutesicos de vantagem competitiva

vantagem pelos custos ou diferenciaccedilatildeo Estes satildeo identificados como vantagens po-

sicionais uma vez que expressam a posiccedilatildeo da empresa no sector enquanto liacuteder nos

custos ou por diferenciaccedilatildeo

A empresa utiliza os seus recursos e capacidades para gerar uma vantagem

competitiva que por uacuteltimo resulte na criaccedilatildeo de um valor superior

As competecircncias distintivas (competecircncias nucleares) resultam de recursos

especiacuteficos e capacidades da empresa facilitam a inovaccedilatildeo a eficiecircncia a qualidade

e a receptividade dos clientes o que pode ser aproveitado para atingir quer uma es-

trutura de baixo custos quer a diferenciaccedilatildeo do produto

Uma empresa posiciona-se no seu sector atraveacutes da opccedilatildeo por baixos custos

ou diferenciaccedilatildeo Esta decisatildeo eacute uma peccedila central da estrateacutegia competitiva da em-

presa

A vantagem competitiva existe quando a empresa eacute capaz de oferecer os

mesmos benefiacutecios que os concorrentes mas a custos mais baixos (vantagem pelos

custos) ou oferecer benefiacutecios que ultrapassam a concorrecircncia (vantagem por diferen-

ciaccedilatildeo) Portanto uma vantagem competitiva permite agrave empresa criar um valor superi-

or para os seus clientes e lucros para si proacuteprio25

24 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=39ampL=5) data acesso 15072012

25 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

36

CAPITULO III

ASPECTOS DA INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE

1 ndash Inovaccedilatildeo e sustentabilidade

37

Como as empresas podem sair da teoria para a praacutetica e chegar a um no-

vo patamar de competitividade e comprometimento com praacuteticas sustentaacuteveis

Muito se fala em inovaccedilatildeo como o principal caminho para o desenvolvimento

sustentaacutevel das organizaccedilotildees e da humanidade Poreacutem em muitos setores falar sobre

esse assunto eacute ainda um exerciacutecio teoacuterico Em geral o tema eacute associado as aacutereas de

tecnologia ou pesquisa e desenvolvimento mas a inovaccedilatildeo deve acontecer tambeacutem

na lideranccedila nas accedilotildees de marketing no modelo de negoacutecios ou seja na gestatildeo co-

mo um todo

Em pesquisa realizada pela Fundaccedilatildeo Nacional da Qualidade (FNQ) em maio

e 2011 representantes de 63 empresas mostraram que 97 consideram fundamental

que as organizaccedilotildees inovem para buscar a sustentabilidade tanto do negoacutecio quanto

da economia e do planeta Apesar dessa consciecircncia 70 dos participantes do estu-

do acreditam que as empresas estatildeo preocupadas mas natildeo direcionam seus investi-

mentos em inovaccedilotildees com foco no crescimento sustentaacutevel O levantamento mostra

ainda que 27 dos entrevistados apontaram a gestatildeo como a principal preocupaccedilatildeo

das empresas em que trabalham enquanto 22 indicaram a sustentabilidade e 19 a

reduccedilatildeo de custos

De acordo com o superintendente geral da FNQ Jairo Martins ldquoos resultados

da pesquisa mostram que as empresas ainda natildeo perceberam o tamanho do problema

da sustentabilidade considerando o baixo iacutendice de organizaccedilotildees que de fato inves-

tem em inovaccedilatildeo para sustentabilidade Em sua maioria as organizaccedilotildees pensam

apenas no lado econocircmico e natildeo no tripeacute da sustentabilidade que demanda uma em-

presa economicamente soacutelida socialmente correta e ambientalmente responsaacutevel

Enquanto dominar o pensamento pelo vieacutes econocircmico cujo sucesso eacute medido pelo

PIB o atual modelo de desenvolvimento insustentaacutevel natildeo vai mudar e natildeo seratildeo in-

cluiacutedas na pauta das organizaccedilotildees as questotildees socioambientaisrdquo

O professor da Fundaccedilatildeo Getuacutelio Vargas Renato Orsato autor do livro ldquoEstra-

teacutegias de Sustentabilidade quando vale a pena ser verderdquo analisou mais de 30 ca-

sos de empresas que adotaram a inovaccedilatildeo em 20 setores ao redor do mundo Para

ele deve haver uma premissa baacutesica para falar sobre esse assunto fazer perguntas

precisas ldquoIsso porque existem centenas de milhares de formas de incluir inovaccedilatildeo e

sustentabilidade nas empresas As empresas devem conhecer bem o contexto onde

atuam e considerar tanto aspectos tangiacuteveis como intangiacuteveisrdquo afirma

38

Na opiniatildeo do professor enquanto a sustentabilidade eacute apenas um acessoacuterio agrave

estrateacutegia da empresa ela natildeo vale a pena Para inovar as organizaccedilotildees devem

questionar os modelos de negoacutecio e pensar em modelos totalmente novos

Orsato daacute o exemplo da empresa Better Place que inovou na maneira de co-

mercializar energia renovaacutevel para carros eleacutetricos ldquoO grande salto seraacute conseguir

mudanccedilas radicais nos modelos de negoacutecios As fronteiras entre os setores de energia

e mobilidade por exemplo podem mudarrdquo 26

11- Da teoria para a praacutetica

De maneira geral a inovaccedilatildeo faz sucesso em palestras de ldquoespecialistasrdquo e de

executivosrdquo explica o professor Joatildeo Amato Neto da Fundaccedilatildeo Vanzolini e Escola

Politeacutecnica da USP ldquoMas haacute empresas realmente inovadoras seja em seus produtos

em seus processos de produccedilatildeo e ateacute mesmo em seu posicionamento de mercado

Outras satildeo inovadoras na relaccedilatildeo com o mercado num sentido mais amplo Esse eacute

um grupo restrito no Brasil de empresas de excelecircncia As que tecircm excelecircncia em

inovaccedilatildeo para sustentabilidade estatildeo num grupo mais restrito ainda Do ponto de vista

da sobrevivecircncia da empresa nos proacuteximos anos esse eacute um requisito fundamentalrdquo

O professor exemplifica que no varejo haacute grandes redes como o Wall Mart

Carrefour e Patildeo de Accediluacutecar que iniciaram accedilotildees para contratar fornecedores com base

em requisitos de sustentabilidade Essas accedilotildees ainda satildeo restritas a alguns poucos

produtos e incluem por exemplo exigecircncias de embalagens que possam ser recicla-

das Satildeo accedilotildees que visam a reduccedilatildeo do uso de recursos materiais e energia de uma

forma geral (busca de maior eco eficiecircncia nos processos)

Mas como sair da teoria e colocar em praacutetica Veja os principais pontos que

uma empresa interessada em inovaccedilatildeo e sustentabilidade deve trabalhar

bull Investir no espiacuterito criativo dos colaboradores natildeo soacute daqueles que atuam nas aacutereas

de pesquisa e desenvolvimento (PampD) de produtos ou na engenharia do produto mas

num sentido mais amplo oacutetimas ideias podem surgir no chamado chatildeo de faacutebrica

26 Internet (httpwwwhsmcombrbuscarkeys=inovaccedilatildeo e sustentabilidade) data acesso 19072012

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bull Buscar praacuteticas de gestatildeo participativa isso pode gerar ideias que trazem inovaccedilotildees

pequenas incrementais mas que no conjunto fazem muita diferenccedila

bull Usar a educaccedilatildeo para transformar paradigmas e gerar maior conscientizaccedilatildeo Natildeo

se deve pensar apenas em treinamentos que satildeo usados em geral para tarefas es-

peciacuteficas ou aplicaccedilatildeo de teacutecnicas As empresas devem investir na formaccedilatildeo dos re-

cursos humanos

bull Questionar o proacuteprio modelo de negoacutecios

bull Inserir sustentabilidade no planejamento estrateacutegico da empresa

E seraacute que eacute possiacutevel aprender a inovar De acordo com o professor Joatildeo A-

mato a inovaccedilatildeo soacute faz sentido se isso significar uma mudanccedila de mentalidade na

empresa Isso vale para induacutestria ou setor de serviccedilos ldquoNo setor financeiro temos mui-

tos exemplos de como os bancos estatildeo descobrindo novas maneira de incluir a sus-

tentabilidade em suas praacuteticas definindo criteacuterios de praacuteticas socioambientais aos

seus clientes Na realidade alguns dos grandes bancos jaacute colocaram isso no seu plano

estrateacutegicordquo conclui 27

12 ndash Sustentabilidade corporativa

Haacute vaacuterias definiccedilotildees para sustentabilidade e desenvolvimento sustentaacutevel na

literatura e organizaccedilotildees que tratam do tema arrolam outras tantas Isso decorre do

fato de a sustentabilidade ser um conceito relativamente novo possuir um caraacuteter mul-

tidisciplinar e envolver diferentes interpretaccedilotildees que refletem diferenccedilas de valor cir-

cunstacircncias localizadas e contextos especiacuteficos Aleacutem disso o conceito acaba incorpo-

rado a vaacuterios assuntos tais como a definiccedilatildeo de poliacuteticas governamentais a gestatildeo

puacuteblica regional a gestatildeo de empresas e ateacute mesmo o nosso estilo de vida (MA-

27 Internet (httpwwwhsmcombreditoriassustentabilidadeinovacao-e-ustentabilidade-de-

maos-dadas) data acesso 19072012

40

WHINNEY 2002) O foco deste artigo eacute a sustentabilidade corporativa ou seja a apli-

caccedilatildeo do conceito de sustentabilidade nas empresas

Algumas empresas brasileiras vecircm sendo citadas como casos mundiais no

acircmbito de algumas das dimensotildees da sustentabilidade corporativa HART (1997)

menciona a Aracruz Celulose como uma empresa que adota a visatildeo de desenvolvi-

mento sustentaacutevel desde o iniacutecio de suas operaccedilotildees com base no modelo de reflores-

tamento das plantaccedilotildees de eucaliptos PRAHALAD (2004) apresenta o caso da Casas

Bahia como uma empresa que atende a populaccedilatildeo de baixa renda por meio de um

modelo inovador de financiamento (SEABRA LEAL e PASSOS 2005 p10) Relatam

o caso da Natura assinalando que seus principais acionistas satildeo enfaacuteticos ao afirma-

rem que a busca da sustentabilidade eacute mais do que uma estrateacutegia de negoacutecios mdash eacute

uma filosofia de vida Outros estudos acadecircmicos nessa aacuterea tambeacutem envolvem em-

presas nacionais SILVA e KULAY (2005) apresentam um caso de aplicaccedilatildeo da Avali-

accedilatildeo do Ciclo de Vida (LCA mdash Life Cycle Assessment) para analisar os potenciais

impactos ambientais do processo de fabricaccedilatildeo de fertilizantes fosfatados em uma

empresa brasileira COSTA e GOUVINHAS (2004) analisam a adoccedilatildeo das estrateacutegias

de projeto ecoloacutegico (ecodesign) no ambiente de negoacutecios de pequenas e meacutedias em-

presas brasileiras HOPKINS (2002) discute a sustentabilidade nas operaccedilotildees internas

das empresas a partir de uma pesquisa exploratoacuteria sobre a aplicaccedilatildeo de indicadores

de responsabilidade social em quatro grandes empresas no Brasil 28

13 - O conceito de sustentabilidade corporativa

Considera-se sustentabilidade corporativa como a gestatildeo empresarial que bus-

ca equilibrar as necessidades econocircmicas das empresas com a responsabilidade pelo

desenvolvimento da sociedade e preservaccedilatildeo dos recursos naturais visando atender

agraves necessidades atuais e futuras dos elementos afetados pela empresa Esses ele-

mentos mdash que satildeo ou podem ser afetados pelos efeitos das operaccedilotildees accedilotildees e deci-

28 Internet httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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sotildees da empresa mdash incluem os acionistas e funcionaacuterios clientes e consumidores

fornecedores e parceiros os recursos naturais utilizados pela empresa o meio ambi-

ente e a sociedade

A sustentabilidade corporativa estaacute associada a trecircs macro objetivos a geraccedilatildeo

de valor econocircmico a responsabilidade ambiental e a responsabilidade social A gera-

ccedilatildeo de valor econocircmico estaacute relacionada com a obtenccedilatildeo de resultados econocircmicos

positivos no presente e no futuro A responsabilidade ambiental diz respeito agrave conser-

vaccedilatildeo e ao uso sustentaacutevel dos recursos naturais E a responsabilidade social con-

templa a corresponsabilidade das empresas pelo desenvolvimento da sociedade Con-

forme ELKINGTON (1997) esses objetivos satildeo inerentes aos denominados resultados

tridimensionais da sustentabilidade (triple bottom line) As empresas que adotam a

sustentabilidade corporativa devem buscar um equiliacutebrio entre o compromisso econocirc-

mico a preservaccedilatildeo ambiental e o desenvolvimento da sociedade assumindo respon-

sabilidades pelas condiccedilotildees de vida atuais e futuras29

14 - Sustentabilidade e geraccedilatildeo de valor econocircmico

A literatura ressalta a necessidade de que as iniciativas relacionadas agrave susten-

tabilidade tragam retornos positivos para as empresas REINHARDT (1999) considera

que as justificativas para os investimentos ambientais realizados pelas empresas de-

vem ser similares aos demais investimentos Nesse sentido os investimentos em ges-

tatildeo ambiental devem auferir retornos financeiros positivos ou conduzir agrave reduccedilatildeo dos

riscos SENGE e CARSTEDT (2001) satildeo mais enfaacuteticos ao considerar que o desafio

atual reside em desenvolver negoacutecios sustentaacuteveis compatiacuteveis com a realidade eco-

nocircmica Segundo esses autores novos modelos de negoacutecios e produtos inovadores

no acircmbito da sustentabilidade precisam necessariamente acarretar resultados finan-

ceiros satisfatoacuterios para se viabilizarem

Os benefiacutecios decorrentes das accedilotildees de sustentabilidade podem ser tangiacuteveis

ou intangiacuteveis Willard (2002) identifica potenciais benefiacutecios tangiacuteveis como aqueles

associados agrave reduccedilatildeo de custos na manufatura agrave reduccedilatildeo de custos comerciais ao

aumento do faturamento e ao aumento da participaccedilatildeo no mercado Como benefiacutecios

intangiacuteveis considera a maior facilidade na contrataccedilatildeo de talentos a maior retenccedilatildeo

29 Internet httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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dos principais talentos o aumento da produtividade dos funcionaacuterios a reduccedilatildeo dos

riscos e as maiores facilidades de financiamento NEMLI (2004) considera que os be-

nefiacutecios devem ser mensurados ao longo de trecircs dimensotildees reduccedilatildeo de custos e au-

mento da lucratividade aumento da reputaccedilatildeo e criaccedilatildeo de diferenciaccedilatildeo crescimento

da empresa em termos de capacidade de inovaccedilatildeo e uso de tecnologias limpas

A perspectiva de geraccedilatildeo de valor econocircmico estaacute acoplada a uma visatildeo mais holiacutesti-

ca do bom funcionamento da economia Nesse sentido HAWKEN LOVINS e LOVINS

(1999) consideram que o capitalismo natural pode ser o gatilho para a proacutexima revo-

luccedilatildeo industrial em que quatro tipos de capital sustentam o bom funcionamento da

economia o capital humano (pessoas conhecimento e cultura) o capital financeiro

(caixa investimentos e instrumentos monetaacuterios) o capital industrial (infra estrutura

faacutebricas e maacutequinas) e o capital natural (recursos naturais sistemas de vida e ecossis-

tema) Conforme SENGE e CARSTEDT (2001) a geraccedilatildeo de valor econocircmico por

empresas sustentaacuteveis depende de forma ampla da adoccedilatildeo de uma realidade eco-

nocircmica que conecta a induacutestria a sociedade e o meio ambiente Por outro lado mes-

mo na realidade atual a reduccedilatildeo do desperdiacutecio e do fluxo destrutivo dos recursos

pode representar uma importante oportunidade de negoacutecios (LOVINS LOVINS e

HAWKEN 1999) 30

15 - Sustentabilidade e responsabilidade ambiental

Vaacuterios autores assinalam a importacircncia da questatildeo da estrateacutegia ambiental das

empresas no acircmbito da sustentabilidade corporativa HART (1997) considera a polui-

ccedilatildeo a exaustatildeo dos recursos naturais e a pobreza como os principais desafios da sus-

tentabilidade Segundo o autor a estrateacutegia ambiental das empresas em geral evolui

segundo trecircs estaacutegios prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo produtos ambientalmente corretos e

produccedilatildeo limpa Aleacutem disso uma estrateacutegia ambiental integrada natildeo deve direcionar-

se somente para o desenvolvimento de competecircncias internas mas tambeacutem conside-

rar o relacionamento com os clientes fornecedores outras empresas agentes gover-

30 Internet

(httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext)

data de acesso 2107201230

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namentais e acionistas Da mesma forma BARBIERI (2004) cita trecircs abordagens para

a gestatildeo ambiental empresarial controle da poluiccedilatildeo prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo e abor-

dagem estrateacutegica A prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo incorpora duas preocupaccedilotildees ambientais

principais o uso sustentaacutevel dos recursos e o controle da poluiccedilatildeo Os instrumentos

tradicionais para o uso sustentaacutevel dos recursos satildeo referenciados pelo autor como

4Rs reduccedilatildeo da poluiccedilatildeo na fonte reutilizaccedilatildeo reciclagem e recuperaccedilatildeo energeacutetica

HOFFMAN (2000) sugere que a estrateacutegia ambiental determine o alinhamento

entre a proteccedilatildeo ambiental e o crescimento econocircmico da empresa O desenvolvimen-

to da estrateacutegia ambiental deve analisar os concorrentes os parceiros os produtos as

mateacuterias-primas as perdas e os resiacuteduos da empresa O autor considera que a estra-

teacutegia ambiental pode ser direcionada por quatro fatores o mercado (composto pelos

consumidores associaccedilotildees concorrentes e consultores) os provedores de recursos

(clientes seguradoras fornecedores bancos e investidores) os elementos coercivos

(regulamentos locais legislaccedilatildeo internacional) e os elementos sociais (instituiccedilotildees

religiosas organizaccedilotildees natildeo-governamentais comunidade mundo acadecircmico im-

prensa e poder judiciaacuterio) 31

16 - Sustentabilidade e responsabilidade social

Os defensores da responsabilidade social argumentam que as empresas de-

vem assumir um compromisso com o desenvolvimento da sociedade As empresas

devem executar accedilotildees para fomentar o desenvolvimento social a inclusatildeo social e

contribuir para a melhoria das condiccedilotildees de vida da populaccedilatildeo mais necessitada Al-

guns autores consideram que essas atividades natildeo satildeo puramente filantroacutepicas uma

vez que as empresas podem auferir benefiacutecios de negoacutecios em funccedilatildeo delas Outros

sugerem ainda que a responsabilidade social esteja associada agrave proacutepria estrateacutegia

empresarial por exemplo SEABRA LEAL e PASSOS (2005) assinalam que os prin-

31 ) Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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cipais acionistas da Natura consideram que a responsabilidade social estaacute intimamen-

te ligada agrave estrateacutegia de negoacutecios da empresa

PRAHALAD e HAMMOND (2002) observam que aproximadamente 65 da

populaccedilatildeo mundial mdash cerca de quatro bilhotildees de pessoas mdash ganham menos do que

2000 USDano Esse eacute um mercado praticamente inexplorado pelas empresas multi-

nacionais Segundo os autores as empresas que desejam entrar nesse mercado de-

vem repensar seus modelos de negoacutecios praacuteticas gerenciais e indicadores de desem-

penho Eacute um mercado de novas fontes de receita que exige melhoria na eficiecircncia

operacional e fomento da inovaccedilatildeo A atuaccedilatildeo bem-sucedida para atender agrave denomi-

nada populaccedilatildeo na base da piracircmide pode trazer resultados econocircmicos positivos agraves

empresas e simultaneamente contribuir para a melhoria das condiccedilotildees de vida das

pessoas economicamente menos favorecidas

PORTER e KRAMER (2002) consideram que eacute possiacutevel agraves empresas obterem

a convergecircncia de interesses entre as atividades filantroacutepicas e os objetivos de negoacute-

cios A filantropia pode oferecer oportunidades para as empresas melhorarem seu

contexto competitivo considerando que as atividades filantroacutepicas podem potencial-

mente atuar sobre quatro elementos inter-relacionados da competitividade empresari-

al na disponibilidade dos insumos de produccedilatildeo nas condiccedilotildees de demanda nas con-

diccedilotildees de competiccedilatildeo e rivalidade e na presenccedila das induacutestrias de insumos e suporte

Nesse sentido a filantropia deveria ser considerada uma abordagem claramente estra-

teacutegica pelas empresas WADDOCK e SMITH (2000) adotam um raciociacutenio similar

afirmando que a responsabilidade social e o desempenho corporativo financeiro an-

dam juntos e natildeo como trade-offs

HALL et al (2005) constatam que algumas empresas podem ser socialmente

vulneraacuteveis Segundo esses autores a vulnerabilidade social eacute atribuiacuteda agraves empresas

que apresentam grande importacircncia estrateacutegica para o desenvolvimento econocircmico e

social dos paiacuteses onde operam Eles citam empresas cujo papel extrapola a criaccedilatildeo de

valor aos acionistas sendo consideradas como orgulhos nacionais para seus paiacuteses

Satildeo citadas como exemplos a Siemens na Alemanha a Toyota no Japatildeo a Embraer

no Brasil e a Bombardier no Canadaacute Aleacutem da questatildeo econocircmica essas empresas

desempenham importante papel social em seus respectivos paiacuteses Outras empresas

45

brasileiras tambeacutem poderiam ser citadas como a Petrobras a Companhia Vale do Rio

Doce o Bradesco entre outras 32

2 - Gestatildeo da inovaccedilatildeo para a sustentabilidade

A busca da inovaccedilatildeo e a gestatildeo da inovaccedilatildeo em geral satildeo mediadas por as-

pectos essencialmente econocircmicos e estrateacutegicos Entretanto na medida em que ou-

tras restriccedilotildees compotildeem o ambiente de atuaccedilatildeo das empresas outros fatores podem

impulsionar a inovaccedilatildeo Isso tambeacutem eacute vaacutelido ao se considerarem aspectos de susten-

tabilidade como condicionantes da inovaccedilatildeo

HART e CHRISTENSEN (2002) sugerem que as inovaccedilotildees radicais podem

pavimentar o caminho para as empresas combinarem um crescimento sustentaacutevel

com responsabilidade social HART e MILTEIN (1999) consideram que os desafios

impostos pela sustentabilidade global podem atuar como catalisadores para um novo

estaacutegio de destruiccedilatildeo criativa das empresas Eles associam a preocupaccedilatildeo ecoloacutegica

com melhorias contiacutenuas e a sustentabilidade global com melhorias radicais Nesse

sentido argumentam que a sustentabilidade pode criar oportunidades sem preceden-

tes agraves empresas O raciociacutenio de SENGE e CARSTEDT (2001) eacute similar Esses auto-

res consideram que o foco restrito na eficiecircncia ecoloacutegica pode distrair as empresas da

busca de produtos e modelos de negoacutecios radicalmente diferentes dos atuais Eacute a sus-

tentabilidade global que iraacute motivar as empresas a procurarem novos modelos men-

tais a enfatizarem a aprendizagem e atentarem para a gestatildeo de mudanccedilas

PORTER e VAN DER LINDE (1995) consideram que as regulamentaccedilotildees am-

bientais impotildeem pressotildees competitivas nas empresas motivando-as a inovar VOL-

LENBROEK (2002) propotildee um processo que direciona a inovaccedilatildeo para o desenvolvi-

mento da sustentabilidade denominado gestatildeo da transiccedilatildeo Ele considera que a ino-

vaccedilatildeo natildeo gera automaticamente o progresso da sociedade pois precisa ser condi-

cionada para tanto Os esforccedilos para o desenvolvimento sustentaacutevel precisam ser di-

recionados pela sociedade e esta participa das decisotildees visando obter um balancea-

mento adequado entre os objetivos econocircmicos ecoloacutegicos e sociais A inovaccedilatildeo seraacute

decorrecircncia

32 Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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HALL e VREDENBURG (2003) afirmam que os gestores tecircm dificuldades para

lidar com as pressotildees do desenvolvimento sustentaacutevel Eles consideram que as estra-

teacutegias de inovaccedilatildeo das empresas geralmente satildeo inadequadas para acomodar as

complexidades e incertezas inerentes agraves novas demandas impostas pelo desenvolvi-

mento sustentaacutevel Dessa forma sugerem que a estrateacutegia empresarial integre tam-

beacutem os objetivos da inovaccedilatildeo e do desenvolvimento sustentaacutevel Em contraponto agrave

abordagem tradicional da inovaccedilatildeo ditada pelo mercado propotildeem que as empresas

adotem a inovaccedilatildeo para o desenvolvimento sustentaacutevel que incorpora as restriccedilotildees

sociais e as pressotildees ambientais bem como contempla as necessidades das futuras

geraccedilotildees Como seraacute visto no texto que segue a inovaccedilatildeo foi tambeacutem um ingrediente

essencial para o desenvolvimento e o sucesso do projeto estudado na presente pes-

quisa33

CONCLUSAtildeO

O objetivo desse estudo foi verificar e compreender o conceito de inovaccedilatildeo e a

sua aplicabilidade nas organizaccedilotildees assim como a vantagem competitiva no modelo

de negoacutecio por meio da co-criaccedilatildeo de valor

33 Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data acesso 21072012

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Inovaccedilatildeo e criatividade satildeo essenciais para o continuo desenvolvimento e competi-

tividade de uma naccedilatildeo

Coisas boas acontecem quando o pensamento inovador comeccedila ele poderaacute

ajudar a criar novos produtos melhoria nos processos novas tecnologias tornando

a empresa mais competitiva Tomando conhecimento da grande variedade de produ-

tos e serviccedilos oferecidos pelas organizaccedilotildees pode se observar que nem sempre se

chega ao resultado em melhores experiecircncias de consumo nesse cenaacuterio certas em-

presas adotam a co-criaccedilatildeo de valor ndash participaccedilatildeo do cliente no processo produtivo ndash

para inovar no modelo de negoacutecio agregando valor a sua oferta buscando assim se

diferenciar das demais empresas Apesar da inovaccedilatildeo indicar um caminho seguro

para obter vantagem competitiva sustentaacutevel e defender posiccedilotildees estrateacutegicas no

mercado o seu sucesso natildeo eacute garantido necessitando que os gestores conheccedilam e

compreendam a dinacircmica dos processos da gestatildeo da inovaccedilatildeo dentro de suas orga-

nizaccedilotildees e realidades especiacuteficas

O modelo de organizaccedilatildeo inovadora sustentaacutevel eacute uma resposta agraves pressotildees

institucionais por uma organizaccedilatildeo que seja capaz de inovar com eficiecircncia em termos

econocircmicos mas com responsabilidade social e ambiental Esse tipo de organizaccedilatildeo

busca vantagem competitiva desenvolvendo produtos serviccedilos processos e negoacutecios

novos ou modificados com base nas dimensotildees social ambiental e econocircmica Ela

reuacutene duas caracteriacutesticas essenciais eacute inovadora e orientada para a sustentabilidade

Tendo em vista o fenocircmeno do isomorfismo institucional (concentraccedilatildeo de for-

mas organizacionais nos diversos setores produtivos) o modelo das organizaccedilotildees

inovadoras sustentaacuteveis vem ganhando rapidamente cada vez mais espaccedilo nas em-

presas liacutederes Esses fatos permitem dizer que o movimento do desenvolvimento sus-

tentaacutevel eacute um dos movimentos mais importantes do nosso tempo e a julgar pela vita-

lidade dos fatores institucionais presentes em praticamente todo o mundo pode-se

inferir que ele continuaraacute se propagando por muitas deacutecadas

Desse modo o aprimoramento dos modelos de organizaccedilatildeo sustentaacuteveis as

diversas formas da sua institucionalizaccedilatildeo em acircmbito global o desenvolvimento de

tecnologias sustentaacuteveis a gestatildeo de inovaccedilotildees para o desenvolvimento sustentaacutevel

seratildeo temas cada vez mais importantes nos estudos futuros Como o sistema opera-

cional produtivo e as inovaccedilotildees de produto e de processo ao atender as trecircs dimen-

sotildees da sustentabilidade devem gerar ganhos para o meio ambiente em termos de

reduccedilatildeo no uso de recursos e de emissotildees de poluentes o aumento da produccedilatildeo pelo

incitamento agrave demanda por novos produtos pode neutralizar ou ateacute superar esses ga-

nhos Levar em conta essa possibilidade dando-lhe um tratamento adequado eacute um dos

48

maiores desafios para o alinhamento das empresas ao modelo de organizaccedilatildeo inova-

dora sustentaacutevel

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

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PRAHALAD C K RAMASWAMY Venkatram O futuro da competiccedilatildeo como desen-

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Elsevier 2004

  • AGRADECIMENTOS
  • CAPIacuteTULO III- Aspectos da inovaccedilatildeo e sustentabilidade37
  • Inovaccedilatildeo e sustentabilidade37
  • 32 - Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva
  • 33 - Como implementar vantagem competitiva
  • 34 - Como criar valor e vantagem competitiva
Page 23: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · duzir os processos de inovação dentro da organização. 6 ... CAPÍTULO I - Estrutura da criação de valor e inovação.....11

23

Organizaccedilotildees altamente inovadoras geram com destreza as sutilezas da re-

compensa e da puniccedilatildeo onde as pessoas podem assumir riscos colher as recompen-

sas pelo sucesso e sobreviver a fracassos construtivos

A representaccedilatildeo de papeacuteis funcionais tem atribuiccedilatildeo fundamental no desenvol-

vimento e conduccedilatildeo do processo de gestatildeo da inovaccedilatildeo Entre eles podemos mencio-

nar um os geradores de ideias pois as interligam com as tendecircncias e mercados

desenvolvendo oportunidades para as organizaccedilotildees dois os empreendedores internos

tornam concretas as ideias possuem agressividade energia e personalidade propen-

sas a assumir riscos para defender suas causas

Aqui aparece a figura dos trecircs ldquogate keepersrdquo (guardiotildees do portatildeo) que ligam

organizaccedilatildeo e seus colegas agraves frentes externas de informaccedilatildeo que satildeo vitais para a

inovaccedilatildeo pois obtecircm traduzem e distribuem estas informaccedilotildees no acircmbito interno da

organizaccedilatildeo Os quatros patrocinadores ou mentores satildeo gerentes de alto niacutevel que

datildeo apoio informal acesso aos recursos e a proteccedilatildeo no surgimento de novos produ-

tos ou negoacutecios Esses personagens atuando conjuntamente representam o ldquogecircnio

coletivordquo da organizaccedilatildeo que consiste na soma das capacidades pessoais em clima

motivacional gerando resultados mensuraacuteveis substituindo o gecircnio individual predo-

minante ateacute o seacuteculo passado conforme DE MASI (1998) Uma vez que o gecircnio indi-

vidual pode ateacute existir mas eacute difiacutecil de ser encontrado

Segundo GALBRAITH (1998) algumas pessoas que satildeo boas em inovaccedilatildeo e

criatividade mas natildeo satildeo necessariamente boas em operaccedilatildeo Portanto o desenho

organizacional contribui para a criaccedilatildeo de uma organizaccedilatildeo inovadora na medida em

que promove o encontro sistemaacutetico entre os geradores de ideias e aqueles que po-

dem defendecirc-las e colocaacute-las em praacutetica12

CAPIacuteTULO II 12 Internet

(httpwwwgooglecombrurlsa=tamprct=jampq=ampesrc=sampsource=webampcd=1ampsqi=2ampved=0CEwQFjAAampu

rl=http3A2F2Fwwwfespprbr2F~bastosjr2FGest25E3o2520de2520Inova25E725E3o2

FArtigos2FInova25E725E3odocampei=Ex32T_meBObb6wGds-29Bgampusg=AFQjC) data de acesso

04062012

24

DESENVOLVIMENTO DA CRIATIVIDADE

1 ndash Capital Intelectual

Com o mercado cada vez mais exigente as empresas vecircm sentindo a necessi-

dade de investir mais em recursos humanos acrescentando a seu capital o conheci-

mento originado atraveacutes do investimento em capital humano qualificado o qual agrega

agraves empresas recursos de fundamental importacircncia No entendimento de Stewart

(2004) o capital intelectual eacute um bem intangiacutevel podendo-se afirmar que eacute um dos

fatores mais importantes da vida de uma organizaccedilatildeo Jaacute para (DRUCKER (apud

MONTEIRO 2007 p17) o capital intelectual eacute ldquo[] a soma do conhecimento de todos

de uma empresa o que lhe proporciona vantagem competitivardquo

CHIAVENATO (2004) afirma que no mundo complexo e competitivo de hoje a

escolha das pessoas certas se torna vital para o bom funcionamento da empresa

Para STEWART (2004) o capital intelectual corresponde ao conjunto de co-

nhecimentos e informaccedilotildees encontrados nas organizaccedilotildees que agregam valor ao pro-

duto ou serviccedilo mediante a aplicaccedilatildeo da inteligecircncia e natildeo do capital monetaacuterio ao

empreendimento sendo o capital intelectual gerador de capacidades conhecimento

habilidades e experiecircncias individuais dos funcionaacuterios para realizaccedilatildeo de tarefas

O capital intelectual eacute algo tatildeo valioso dentro de uma organizaccedilatildeo que eacute atra-

veacutes dele que se podem ter grandes inovaccedilotildees transformaccedilotildees tecnoloacutegicas resolu-

ccedilotildees de problemas gestatildeo eficiente lucratividade e sucesso melhorados Um colabo-

rador que possui seu capital intelectual estimulado atraveacutes da motivaccedilatildeo seraacute mais

bem aproveitado pela empresa uma vez que se sente incluiacutedo valorizado simpatizan-

te e livre para gerir suas ideias de uma forma mais aguccedilada

CHIAVENATO (2004) diz que o capital humano eacute constituiacutedo das pessoas que

fazem parte de uma organizaccedilatildeo Capital humano significa talentos que precisam ser

mantidos e desenvolvidos Mais do que isso capital humano significa capital intelectu-

al

Para MONTEIRO (2007) o ser humano eacute o maior bem de uma empresa pois eacute

ele o principal instrumento de seu sucesso ou fracasso uma vez que o capital intelec-

tual eacute algo exclusivo do ser humano Pode-se entatildeo descrever que ele eacute o raciociacutenio

humano elaborado acrescido do ambiente onde estaacute inserido

25

MONTEIRO (2007) comenta que dentro das organizaccedilotildees o capital intelectual

pode ser diferenciado dos demais capitais porque ele cresce quando compartilhado

com os do mesmo grupo e natildeo se deprecia com o uso Ao contraacuterio dos outros ativos

o seu valor decorre do uso O capital intelectual eacute enfatizado como o conjunto de in-

formaccedilotildees e conhecimentos encontrados nas organizaccedilotildees onde agregam ao produto

eou serviccedilos valores mediante a aplicaccedilatildeo da inteligecircncia e natildeo do capital monetaacuterio

Devido a sua grande representatividade nas empresas o capital intelectual natildeo deve

ser subestimado nem utilizado de forma ineficiente acarretando em um gerenciamento

ineficaz mais investimento incentivado para assim trazer agrave empresa bons negoacutecios e

melhor rentabilidade (MONTEIRO 2007 p18)13

2 - Criatividade

Criatividade eacute um assunto que fascina a todos objeto de muitos estudos em-

bora no contexto empresarial seja novo O pensamento criativo antigamente era vis-

to como inspiraccedilatildeo divina passando a ser estudado com melhor afinco a partir dos

anos 50

O Caminho humano de viver conviver e sobreviver eacute permeado de accedilotildees cria-

tivas conscientes e inconscientes Esse potencial criativo eacute inato em todo ser humano

poreacutem ele se ensina e se aprende Trata-se de uma competecircncia pessoal valorizada

mas ao mesmo tempo desprestigiada pois percebemos que as empresas desclassifi-

cam candidatos criativos e depois encaminham-no para o desenvolvimento desta habi-

lidade

Criatividade para o quecirc Eacute a primeira pergunta que surge em nossa mente

quando tratamos do tema Se tudo estaacute bem natildeo haacute motivos para criar ou se estaacute

tudo ruim natildeo temos mais o que fazer Percebemos que o ser humano sempre busca

a sua zona de conforto para se acomodar sofrer menos ou agraves vezes para reclamar

mais Podemos pensar nesta pergunta buscando duas respostas uma do acircmbito pes-

soal e outra empresarial No processo de criaccedilatildeo percebemos que podemos mudar e

nos diferenciar daquilo que fomos respeitando e valorizando o nosso proacuteprio passado

13Internet (httpwwwaedbbrsegetartigos10327_PDF20Samirapdf) data acesso

15072012

26

tomando decisotildees e desempenhando accedilotildees diferentes dos que habitualmente faziacutea-

mos Podemos gerar mudanccedilas substanciais nas empresas e a partir dessas mudan-

ccedilas diferenciarmos sem contudo ser necessaacuterio efetuar mudanccedilas demasiadas mu-

danccedilas que choquem e natildeo se ajustem aos nossos valores e nossa realidade

Se o objetivo eacute buscar na empresa alcanccedilar eficiecircncia que possibilite ao cliente

escolher e comprar nossos produtos e serviccedilos e natildeo os dos concorrentes precisa-

mos estar abertos para buscar novas alternativas novas maneiras de fazer as coisas

e consequentemente resultados diferentes A mudanccedila organizacional eacute muitas ve-

zes uma ferramenta de soluccedilatildeo de problemas das organizaccedilotildees Podemos diferenci-

ar-nos dos competidores apenas sabendo quando e em quecirc devemos mudar e onde

queremos chegar

A criatividade na empresa eacute medida a partir dos resultados alcanccedilados Uma

resposta eacute mais criativa (entre aspas pois as respostas natildeo satildeo criativas e sim as pes-

soas que a geraram) que outra quando atinge aquele objetivo para o qual foi focado a

soluccedilatildeo de um problema traz uma alternativa ou um meacutetodo inovador ou ateacute mesmo

uma combinaccedilatildeo de resultados diferentes

Tatildeo essencial como ser diferente eacute a necessidade de buscar resultados e uma

empresa soacute eacute verdadeiramente criativa quando a criatividade se torna a maneira diaacute-

ria de fazer as coisas e espera que seus membros considerem uma ampla variedade

de alternativas antes de comprometer-se numa direccedilatildeo especiacutefica 14

21 ndash Conceito de criatividade

A criatividade eacute a faculdadehabilidade de criar ou o potencial criativo Consiste

em encontrar meacutetodos ou objetos para executar tarefas de uma maneira nova ou dife-

14 Internet

Fonte (Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de acesso

25062012

27

rente do habitual com a intenccedilatildeo de satisfazer um propoacutesito A criatividade permite

cumprir os desejos de forma mais raacutepida faacutecil eficiente ou econoacutemica

A criaccedilatildeo de novas ideias e conceitos tambeacutem se lhe daacute o nome de inventivi-

dade pensamento original pensamento divergente ou imaginaccedilatildeo construtiva Trata-

se de conceitos que implicam o ato de inventar algo novo (isto eacute recorrer ao enge-

nho) a capacidade de encontrar soluccedilotildees originais e a vontade de mudar o mundo 15

A criatividade eacute considerada uma capacidade humana de grande valor univer-

sal tudo indica que nesta competecircncia reside a memoacuteria RAM bioloacutegica para o im-

pulso da evoluccedilatildeo humana A memoacuteria RAM segundo CURY (2009) eacute o fenoacutemeno dos

registos da memoacuteria O que melhor descreve a criatividade eacute o que SANCHEZ (2003)

referiu em seus apontamentos a criatividade eacute uma sublime dimensatildeo da condiccedilatildeo

humana

Eacute entretanto na capacidade criativa que existe a chave da capacidade de evo-

luccedilatildeo da humanidade O meacuterito da expressatildeo criativa eacute fruto da complexidade ou

seja eacute fruto do contexto social no seu desenvolvimento natural e humano

Eacute muito interessante contemplar os efeitos provenientes deste constructo a

considerar a capacidade de um indiviacuteduo criativo construir e reconstruir transformando

a nossa realidade Eacute consensual e gratificante perceber que todos temos a capacida-

de criativa deve eacute ser melhor desenvolvida16

De maneira instintiva o termo criatividade sempre se associou agrave atividade ar-

tiacutestica Mais recentemente graccedilas a exemplos empresariais como Apple e Google a

inovaccedilatildeo ganhou espaccedilo nos sectores tecnoloacutegicos Neste sentido a nossa intuiccedilatildeo

natildeo estaacute errada uma vez que criatividade e inovaccedilatildeo satildeo dois conceitos muito unidos

Explicado de forma simples a capacidade criativa pode ser definida como ldquoa habili-

dade para gerar ideias alternativas e soluccedilotildees a um determinado problema de forma

faacutecilrdquo 17

15 Internet (httpconceitodecriatividade) data de acesso 25062012 16Internet (httpptwikipediaorgwikiCriatividade) data de acesso 04072012

17Inter-

net(httpwwwcriaptcriaadminappCRIAuploadscreamanual20creatividade20portugue

s_pt_webpdf) data de acesso 04072012)

28

22 ndash Criatividade do ponto de vista pessoal

Temos que pensar em Criatividade como estrateacutegia para viver melhor para

uma qualidade de vida que diria razoaacutevel aleacutem de identificar potenciais descobertas

internas que foram abafadas pelos processos familiares educacionais e empresariais

assim pelo tempo Outro aspecto estaacute relacionado com a garantia da nossa emprega-

bilidade entendendo como fonte de renda como funcionaacuterio profissional autocircnomo ou

empresaacuterio Vivemos num mundo de mudanccedilas aprimoramento riscos e oportunida-

des Melhoria nos nossos relacionamentos interpessoais atraveacutes do reconhecimento e

aproveitamento da diversidade respeitando as mais diversas formas de pensamento e

das diferenccedilas individuais Estamos acostumados a considerar a criatividade como

algo pessoal e intransferiacutevel A criatividade humana natildeo eacute temporal Trata-se de um

patrimocircnio do ser humano compartilhado pela sociedade Como a organizaccedilatildeo existe

para servir a sociedade nada mais justo do que desenvolver a criatividade como ga-

rantia para superaccedilatildeo da expectativa do cliente em relaccedilatildeo agrave sua empresa 18

23 ndash Criatividade do ponto de vista empresarial

A busca de um diferencial oferecendo algo mais do que o cliente espera atrair

preferecircncias estabelecer estrateacutegia diferenciada adaptar-se agraves necessidades modifi-

car produtos e buscar soluccedilotildees para os problemas fugindo do convencional e assim

diferenciando-se dos concorrentes Estrateacutegia competitiva natildeo somente por criar ou

inovar produtos mas tambeacutem a quebra de paradigmas mudanccedilas de pensamentos

comportamentos etc Todas as ideias produtos e serviccedilos criativos poderatildeo ser trans-

formados em algo positivo para a organizaccedilatildeo Melhoria dos seus produtos assim

como a criaccedilatildeo de novos Busca de resultados diferentes do passado Melhoria do

18 Internet (Fonte Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de

acesso 04072012

29

relacionamento humano interno consequentemente o aumento da produtividade Me-

lhoramento contiacutenuo em todos os setores Desenvolvimento da qualidade19

24 - Criatividade e a visatildeo estrateacutegica da empresa

A criatividade se relaciona com a visatildeo estrateacutegica de empresa da seguinte

forma a partir dos objetivos traccedilados pela organizaccedilatildeo a mesma definiraacute uma linha

estrateacutegica a ser seguida para alcanccedilar esses objetivos A criatividade se envolve de

acordo com a intenccedilatildeo da empresa ela pode querer reinventar seus modos de atua-

ccedilatildeo pode somente visar manter-se atualizada e motivada pode querer mudar rapida-

mente de foco e enfim 44 pode estabelecer um relacionamento forte ou fraco com a

criatividade em funccedilatildeo das soluccedilotildees que ela estiver almejando

CALKINS (2001) defende essa visatildeo ao dizer que para produzir subjetividade

a criatividade deve ser parte da estrateacutegia da empresa O estudo de LENGNICK-HALL

e WOLFF (1998) faz justamente uma releitura sobre o processo estrateacutegico organiza-

cional ndash enfatizando os trecircs domiacutenios loacutegicos que guiam a maioria das empresas ndash e

relacionando conforme a Tabela abaixo com o tipo de criatividade que estaraacute vigente

Loacutegicas Estrateacutegicas x Criatividade

Loacutegica Dominante

Guerrilha Loacutegica Complexidade Loacutegica Capacidade Loacutegica

Objetivo

repentinamente reescrever

as regras da competitivida-

de

aprendizagem e alto envolvi-

mento organizacional

desenvolver e implementar

estrateacutegias que as possibilitem

criar uma sustentaacutevel vantagem

competitiva

Elemento

Chave

a flexibilidade a criativida-

de e a inovaccedilatildeo

sistema natural de relaciona-

mentos

desenvolvimento eficiente e

eficaz e protegendo seus recur-

sos de base

Justificativa vantagem competitiva

como algo muito passageiro

a organizaccedilatildeo vive em uma

comunidade de competidores

fornecedores clientes

as organizaccedilotildees procuram de-

senvolver e implantar estrateacute-

gias que as possibilitem criar

uma sustentaacutevel vantagem

competitiva

19Internet (Fonte Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de

acesso 04072012

30

Sucesso Orga-

nizacional

eacute uma funccedilatildeo da sua capa-

cidade para gerar ideias

que criam novas dinacircmicas

competitivas e novas are-

nas de accedilatildeo

consequecircncia de um natural

entendimento do paradoxo de

forccedilas que formam o sistema

organizacional

a chave da vantagem competiti-

va sustentaacutevel estaacute na habilida-

de organizacional para proteger

os seus recursos de base

Autores COOPER (1995) e

SCHUMPETER (1936)

MILLER (1996) SENGE (1990) e

MOORE (1996)

PORTER (1986 e 1992) e

HAMEL e PRAHALAD (1994)

Ecircnfase Criar Aprender Agregar Valor

Praacuteticas Cria-

tivas

Brainwriting Pool Teacutecnica

da Troca dos Cartotildees etc Pensamento Lateral Jamming

(Fonte Pesquisa a partir dos estudos de Lengnick-Hall e Wolff 1998) 20

25 ndash Reconfiguraccedilatildeo dinacircmica do talento

A estrateacutegia de inovaccedilatildeo sem duacutevida requer novas habilidades O conceito de

R=G sugere que nenhuma empresa eacute capaz de desenvolver sozinha todos os produ-

tos e serviccedilos de que necessita para oferecer experiecircncias personalizadas a cada cli-

ente Tampouco empresa alguma tem condiccedilotildees de cultivar todas as capacidades

gerenciais indispensaacuteveis para transformar a organizaccedilatildeo Analisamos questotildees rela-

cionadas com a superaccedilatildeo dos legados organizacionais e com a construccedilatildeo de novas

capacidades para o gerenciamento da inovaccedilatildeo Mostramos como as empresas de-

vem preparar-se para administrar as tensotildees constantes entre flexibilidade eficiecircncia

e confiabilidade Essa transformaccedilatildeo natildeo consiste apenas em mudar a mentalidade

ou a loacutegica dominante dos gestores tambeacutem significa concentrar-se nos novos niacuteveis

de transparecircncia e de visibilidade em relaccedilatildeo a como se gerencia a empresa

Precisamos mudar a maneira como gerenciamos ndash como combinamos continu-

amente oportunidades e recursos O foco deve convergir natildeo soacute para as habilidades

20Internet (Fonte Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de

acesso 04072012

31

dos indiviacuteduos e para as atitudes de cada um em relaccedilatildeo ao aprendizado mas tam-

beacutem para a competecircncia das equipes e para a capacidade dessas forccedilas-tarefas de se

reconfigurar continuamente em funccedilatildeo dos objetivos arregimentando os melhores

talentos em todo o mundo Por exemplo a identificaccedilatildeo dos comportamentos e das

necessidades de determinada pessoa numa base de milhotildees de clientes ndash como a

Amazoncom na ING Insurance e no programa de diabetes da ICICI ndash exige capaci-

dades analiacutetica Argumentaremos que os mesmos requisitos tambeacutem satildeo indispensaacute-

veis na base de talentos A empresa deve tratar seus empregados e fornecedores

como indiviacuteduos iacutempares (ou como conjunto de indiviacuteduos sem igual) da mesma ma-

neira como lida com os clientes A configuraccedilatildeo dinacircmica de recursos para atender agraves

necessidades de tarefas especiacuteficas converte-se em fonte de vantagem competitiva

A essecircncia da mensagem eacute que para a transformaccedilatildeo ser eficaz os gestores devem

concentrar o foco na mobilizaccedilatildeo raacutepida de talentos dentro e fora da empresa (PRA-

HALAD e KRISHNAN 2008 p177)

3 ndash Cadeia de valor e vantagem competitiva

Segundo Novaes (2001 p184) o conceito de cadeia de valor foi desenvolvido

por Porter O conceito eacute de muita simplicidade e por isso talvez mostre-se tatildeo impor-

tante no contexto econocircmico-social em que se inserem as empresas com a crescente

globalizaccedilatildeo dos negoacutecios e mercados

Para (PORTER 1989 p33) toda empresa eacute uma reuniatildeo de atividades que

satildeo executadas para projetar produzir comercializar entregar e sustentar seu produ-

to Todas estas atividades podem ser representadas fazendo-se uso de uma cadeia

de valores Essa exposiccedilatildeo do autor indica em primeira matildeo apenas4 a ideia de ava-

liar a cadeia interna da empresa a qual eacute formada pelas atividades operacionais e

organizacionais jaacute citadas

A ideia baacutesica que subsidia esse conceito natildeo eacute de autoria de Porter mas haacute

muito tempo jaacute estava sendo analisada Fala-se aqui dos conceitos da Teoria Geral de

Sistemas que tem como precursor o Prof Ludwig von Bertalanffy e seus trabalhos

teoria essa que apresenta a empresa como um sistema inserido esse uacuteltimo em um

ambiente ou macro sistema Assim deve-se ter em mente uma visatildeo sistecircmica en-

xergar mais do que as aacutereas ou atividades isoladamente mais do que os limites da

empresa (Cadeia de Valor Interna) A empresa faz parte de um todo maior (um siste-

32

ma amplo) e esse eacute que deve ser otimizado para gerar maior valor para o cliente e

consequentemente maior lucratividade na cadeia (Cadeia de Valor Externa)

Nas palavras de Porter (1989 p33) ldquoa cadeia de valores desagrega uma em-

presa nas suas atividades de relevacircncia estrateacutegica para que se possa compreender o

comportamento dos custos e as fontes existentes e potenciais de diferenciaccedilatildeordquo Uma

empresa ganha vantagem competitiva se conseguir desempenhar essas atividades

estrateacutegicas de uma maneira melhor e mais barata que a concorrecircncia

Pode-se entatildeo caminhar para um avanccedilo em definiccedilatildeo ao verificarmos a pro-

posiccedilatildeo de (SHANK amp GOVINDARAJAN 1993 p13) de que ldquoa cadeia de valor para

qualquer empresa em qualquer negoacutecio eacute o conjunto interligado de todas as ativida-

des que criam valor desde uma fonte baacutesica de mateacuterias primas passando por forne-

cedores de componentes ateacute a entrega do produto final agraves matildeos do consumidorrdquo

O mundo em que se vive atravessa em periacuteodo de transformaccedilatildeo sequer ima-

ginado Nele nada eacute definitivo Fica-se perplexo quando natildeo se consegue acompanhar

a velocidade da evoluccedilatildeo dos acontecimentos sente-se perdido principalmente nos

assuntos relacionados agrave dinacircmica do desenvolvimento tecnoloacutegico

Dessa forma com uma visatildeo focada no clienteconsumidor pode-se considerar

que a cadeia de valor eacute uma sequecircncia de atividades desde a origem de recursos ateacute

o descarte final de determinado produto Portanto tem-se uma visatildeo bastante abran-

gente do conceito que pode considerar desde a fase da extraccedilatildeo de mateacuteria-prima ateacute

o tratamento final que eacute dado ao produto por exemplo num enfoque de ciclo de vida

do produto21

31 - O que significa uma vantagem competitiva

O sucesso de uma empresa eacute em larga medida determinado pela atratividade

do sector em que opera mas a sua posiccedilatildeo dentro desse sector tambeacutem eacute importante

21 (httpwwwccontabeiscombrconvt14pdf) data acesso 15072012

33

Apesar de um sector poder ter uma fraca eficaacutecia uma empresa que estaacute bem posi-

cionada pode ainda assim criar lucros significativos

Diz-se que uma empresa tem uma vantagem competitiva sobre os seus con-

correntes quando manteacutem retornos que superam a meacutedia no seu sector Esta vanta-

gem decorre das caracteriacutesticas do produto que o torna superior aos produtos da con-

correcircncia

Nalgumas situaccedilotildees pode obter-se uma vantagem competitiva atraveacutes da evoluccedilatildeo

tecnoloacutegica mas esta eacute frequentemente difiacutecil de manter porque os concorrentes ra-

pidamente a copiam ou aperfeiccediloam desenvolvem novas tecnologias Uma vantagem

sustentada resulta frequentemente mais do que da tecnologia ou de modificaccedilatildeo de

produtos de outros fatores como por exemplo o simbolismo associado ndash o que o

produto significa para os consumidores (imagem de marca) e o que estes experimen-

tam na sua compra e uso Os investigadores em marketing reconhecem que os produ-

tos possuem caracteriacutesticas simboacutelicas e que o consumo de certos produtos pode de-

pender mais do seu significado social do que da sua utilidade funcional

Existe atualmente uma tendecircncia para os consumidores exigirem ldquosignificado

pessoalrdquo aos produtos e serviccedilos Torna-se essencial inovar para responder agraves emo-

ccedilotildees que influenciam as decisotildees dos consumidores Estes estatildeo cada vez menos

impressionados com as novas tecnologias e a optar por produtos que resultam ldquopara

mimrdquo Como consequecircncia palavras como emoccedilatildeo e significado pessoal encon-

tram o seu caminho nas estrateacutegias das empresas sendo importante entender os fato-

res intangiacuteveis associados ao valor percebido do produto e as percepccedilotildees na sua

globalidade positivas ou negativas Novas designaccedilotildees tais como ndash ldquofaacutecil acessiacute-

vel razoaacutevel empoderamento e pessoal ndash refletem mais a pessoa do que o obje-

to Descobrir os sentimentos e as atitudes em relaccedilatildeo aos produtos bem como conhe-

cer as razotildees das preferecircncias dos consumidores tornaram-se importantes elementos

estrateacutegicos22

32 - Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva

Em grande medida a ambiccedilatildeo da estrateacutegia da empresa eacute conseguir uma van-

tagem competitiva sustentaacutevel

22Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

34

A vantagem competitiva analisa a atividade da empresa centrando-se primei-

ramente na sua capacidade de gerar retornos superiores de capital e de vincular a

estrateacutegia de negoacutecio a mercados financeiros e de capital fundamentais por um longo

periacuteodo de tempo No fim de contas eacute a vantagem competitiva da empresa que permi-

te ter bons retornos para os seus acionistas

Sem vantagem competitiva a empresa tem uma razatildeo econoacutemica limitada para

existir ndash a sua vantagem competitiva eacute a sua razatildeo de existecircncia Sem ela a empresa

natildeo iraacute prosperar Criar uma vantagem competitiva sustentaacutevel pode ser a meta mais

importante de qualquer organizaccedilatildeo e pode mesmo ser o atributo mais importante em

que a empresa se focaliza23

33 - Como implementar vantagem competitiva

As vantagens competitivas natildeo assumem uma uacutenica forma e eacute possiacutevel que

uma empresa tenha vaacuterias vantagens competitivas e em diferentes aacutereas Ilustra-se

algumas das aacutereas onde as empresas se podem destacar e garantir o seu sucesso a

longo prazo quota de mercado gestatildeo da marca rede marcas e patentes eficaacutecia de

custos e altos custos de mudanccedila

As empresas com quotas de mercado significativas criam um problema para os

concorrentes o que eacute positivo para aquelas uma vez que os seus produtos satildeo bem

conhecidos e recebidos no mercado No entanto mesmo quando a quota de mercado

eacute consideraacutevel se o sector for atrativo ou seja tiver um potencial de lucro significativo

novos operadores podem aparecer com a consequente reduccedilatildeo da quota de merca-

do

Ter uma marca forte pode garantir o sucesso a longo prazo e tambeacutem permitir

agraves empresas obter lucros pois a sua marca permite-lhes cobrar um preccedilo especial

(premium) Marcas fortes tendem a criar uma vantagem competitiva mais duradoura

O efeito de rede ocorre quando um produto cria uma procura por parte dos

consumidores que depois amplia o produto A empresa pode beneficiar do efeito de

23 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

35

rede pela atraccedilatildeo de mais vendedores Estes por sua vez atraem mais compradores

estabelecendo-se uma quota de mercado dominante (por exemplo eBay)

Este efeito de rede natildeo eacute muito comum mas quando ocorre pode ser extre-

mamente lucrativo As marcas e as patentes podem ser fonte de vantagem competiti-

va para algumas empresas 24

34 - Como criar valor e vantagem competitiva

Uma empresa posiciona-se aproveitando os seus pontos fortes Michael Porter

defendeu que aqueles se inscrevem em dois tipos baacutesicos de vantagem competitiva

vantagem pelos custos ou diferenciaccedilatildeo Estes satildeo identificados como vantagens po-

sicionais uma vez que expressam a posiccedilatildeo da empresa no sector enquanto liacuteder nos

custos ou por diferenciaccedilatildeo

A empresa utiliza os seus recursos e capacidades para gerar uma vantagem

competitiva que por uacuteltimo resulte na criaccedilatildeo de um valor superior

As competecircncias distintivas (competecircncias nucleares) resultam de recursos

especiacuteficos e capacidades da empresa facilitam a inovaccedilatildeo a eficiecircncia a qualidade

e a receptividade dos clientes o que pode ser aproveitado para atingir quer uma es-

trutura de baixo custos quer a diferenciaccedilatildeo do produto

Uma empresa posiciona-se no seu sector atraveacutes da opccedilatildeo por baixos custos

ou diferenciaccedilatildeo Esta decisatildeo eacute uma peccedila central da estrateacutegia competitiva da em-

presa

A vantagem competitiva existe quando a empresa eacute capaz de oferecer os

mesmos benefiacutecios que os concorrentes mas a custos mais baixos (vantagem pelos

custos) ou oferecer benefiacutecios que ultrapassam a concorrecircncia (vantagem por diferen-

ciaccedilatildeo) Portanto uma vantagem competitiva permite agrave empresa criar um valor superi-

or para os seus clientes e lucros para si proacuteprio25

24 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=39ampL=5) data acesso 15072012

25 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

36

CAPITULO III

ASPECTOS DA INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE

1 ndash Inovaccedilatildeo e sustentabilidade

37

Como as empresas podem sair da teoria para a praacutetica e chegar a um no-

vo patamar de competitividade e comprometimento com praacuteticas sustentaacuteveis

Muito se fala em inovaccedilatildeo como o principal caminho para o desenvolvimento

sustentaacutevel das organizaccedilotildees e da humanidade Poreacutem em muitos setores falar sobre

esse assunto eacute ainda um exerciacutecio teoacuterico Em geral o tema eacute associado as aacutereas de

tecnologia ou pesquisa e desenvolvimento mas a inovaccedilatildeo deve acontecer tambeacutem

na lideranccedila nas accedilotildees de marketing no modelo de negoacutecios ou seja na gestatildeo co-

mo um todo

Em pesquisa realizada pela Fundaccedilatildeo Nacional da Qualidade (FNQ) em maio

e 2011 representantes de 63 empresas mostraram que 97 consideram fundamental

que as organizaccedilotildees inovem para buscar a sustentabilidade tanto do negoacutecio quanto

da economia e do planeta Apesar dessa consciecircncia 70 dos participantes do estu-

do acreditam que as empresas estatildeo preocupadas mas natildeo direcionam seus investi-

mentos em inovaccedilotildees com foco no crescimento sustentaacutevel O levantamento mostra

ainda que 27 dos entrevistados apontaram a gestatildeo como a principal preocupaccedilatildeo

das empresas em que trabalham enquanto 22 indicaram a sustentabilidade e 19 a

reduccedilatildeo de custos

De acordo com o superintendente geral da FNQ Jairo Martins ldquoos resultados

da pesquisa mostram que as empresas ainda natildeo perceberam o tamanho do problema

da sustentabilidade considerando o baixo iacutendice de organizaccedilotildees que de fato inves-

tem em inovaccedilatildeo para sustentabilidade Em sua maioria as organizaccedilotildees pensam

apenas no lado econocircmico e natildeo no tripeacute da sustentabilidade que demanda uma em-

presa economicamente soacutelida socialmente correta e ambientalmente responsaacutevel

Enquanto dominar o pensamento pelo vieacutes econocircmico cujo sucesso eacute medido pelo

PIB o atual modelo de desenvolvimento insustentaacutevel natildeo vai mudar e natildeo seratildeo in-

cluiacutedas na pauta das organizaccedilotildees as questotildees socioambientaisrdquo

O professor da Fundaccedilatildeo Getuacutelio Vargas Renato Orsato autor do livro ldquoEstra-

teacutegias de Sustentabilidade quando vale a pena ser verderdquo analisou mais de 30 ca-

sos de empresas que adotaram a inovaccedilatildeo em 20 setores ao redor do mundo Para

ele deve haver uma premissa baacutesica para falar sobre esse assunto fazer perguntas

precisas ldquoIsso porque existem centenas de milhares de formas de incluir inovaccedilatildeo e

sustentabilidade nas empresas As empresas devem conhecer bem o contexto onde

atuam e considerar tanto aspectos tangiacuteveis como intangiacuteveisrdquo afirma

38

Na opiniatildeo do professor enquanto a sustentabilidade eacute apenas um acessoacuterio agrave

estrateacutegia da empresa ela natildeo vale a pena Para inovar as organizaccedilotildees devem

questionar os modelos de negoacutecio e pensar em modelos totalmente novos

Orsato daacute o exemplo da empresa Better Place que inovou na maneira de co-

mercializar energia renovaacutevel para carros eleacutetricos ldquoO grande salto seraacute conseguir

mudanccedilas radicais nos modelos de negoacutecios As fronteiras entre os setores de energia

e mobilidade por exemplo podem mudarrdquo 26

11- Da teoria para a praacutetica

De maneira geral a inovaccedilatildeo faz sucesso em palestras de ldquoespecialistasrdquo e de

executivosrdquo explica o professor Joatildeo Amato Neto da Fundaccedilatildeo Vanzolini e Escola

Politeacutecnica da USP ldquoMas haacute empresas realmente inovadoras seja em seus produtos

em seus processos de produccedilatildeo e ateacute mesmo em seu posicionamento de mercado

Outras satildeo inovadoras na relaccedilatildeo com o mercado num sentido mais amplo Esse eacute

um grupo restrito no Brasil de empresas de excelecircncia As que tecircm excelecircncia em

inovaccedilatildeo para sustentabilidade estatildeo num grupo mais restrito ainda Do ponto de vista

da sobrevivecircncia da empresa nos proacuteximos anos esse eacute um requisito fundamentalrdquo

O professor exemplifica que no varejo haacute grandes redes como o Wall Mart

Carrefour e Patildeo de Accediluacutecar que iniciaram accedilotildees para contratar fornecedores com base

em requisitos de sustentabilidade Essas accedilotildees ainda satildeo restritas a alguns poucos

produtos e incluem por exemplo exigecircncias de embalagens que possam ser recicla-

das Satildeo accedilotildees que visam a reduccedilatildeo do uso de recursos materiais e energia de uma

forma geral (busca de maior eco eficiecircncia nos processos)

Mas como sair da teoria e colocar em praacutetica Veja os principais pontos que

uma empresa interessada em inovaccedilatildeo e sustentabilidade deve trabalhar

bull Investir no espiacuterito criativo dos colaboradores natildeo soacute daqueles que atuam nas aacutereas

de pesquisa e desenvolvimento (PampD) de produtos ou na engenharia do produto mas

num sentido mais amplo oacutetimas ideias podem surgir no chamado chatildeo de faacutebrica

26 Internet (httpwwwhsmcombrbuscarkeys=inovaccedilatildeo e sustentabilidade) data acesso 19072012

39

bull Buscar praacuteticas de gestatildeo participativa isso pode gerar ideias que trazem inovaccedilotildees

pequenas incrementais mas que no conjunto fazem muita diferenccedila

bull Usar a educaccedilatildeo para transformar paradigmas e gerar maior conscientizaccedilatildeo Natildeo

se deve pensar apenas em treinamentos que satildeo usados em geral para tarefas es-

peciacuteficas ou aplicaccedilatildeo de teacutecnicas As empresas devem investir na formaccedilatildeo dos re-

cursos humanos

bull Questionar o proacuteprio modelo de negoacutecios

bull Inserir sustentabilidade no planejamento estrateacutegico da empresa

E seraacute que eacute possiacutevel aprender a inovar De acordo com o professor Joatildeo A-

mato a inovaccedilatildeo soacute faz sentido se isso significar uma mudanccedila de mentalidade na

empresa Isso vale para induacutestria ou setor de serviccedilos ldquoNo setor financeiro temos mui-

tos exemplos de como os bancos estatildeo descobrindo novas maneira de incluir a sus-

tentabilidade em suas praacuteticas definindo criteacuterios de praacuteticas socioambientais aos

seus clientes Na realidade alguns dos grandes bancos jaacute colocaram isso no seu plano

estrateacutegicordquo conclui 27

12 ndash Sustentabilidade corporativa

Haacute vaacuterias definiccedilotildees para sustentabilidade e desenvolvimento sustentaacutevel na

literatura e organizaccedilotildees que tratam do tema arrolam outras tantas Isso decorre do

fato de a sustentabilidade ser um conceito relativamente novo possuir um caraacuteter mul-

tidisciplinar e envolver diferentes interpretaccedilotildees que refletem diferenccedilas de valor cir-

cunstacircncias localizadas e contextos especiacuteficos Aleacutem disso o conceito acaba incorpo-

rado a vaacuterios assuntos tais como a definiccedilatildeo de poliacuteticas governamentais a gestatildeo

puacuteblica regional a gestatildeo de empresas e ateacute mesmo o nosso estilo de vida (MA-

27 Internet (httpwwwhsmcombreditoriassustentabilidadeinovacao-e-ustentabilidade-de-

maos-dadas) data acesso 19072012

40

WHINNEY 2002) O foco deste artigo eacute a sustentabilidade corporativa ou seja a apli-

caccedilatildeo do conceito de sustentabilidade nas empresas

Algumas empresas brasileiras vecircm sendo citadas como casos mundiais no

acircmbito de algumas das dimensotildees da sustentabilidade corporativa HART (1997)

menciona a Aracruz Celulose como uma empresa que adota a visatildeo de desenvolvi-

mento sustentaacutevel desde o iniacutecio de suas operaccedilotildees com base no modelo de reflores-

tamento das plantaccedilotildees de eucaliptos PRAHALAD (2004) apresenta o caso da Casas

Bahia como uma empresa que atende a populaccedilatildeo de baixa renda por meio de um

modelo inovador de financiamento (SEABRA LEAL e PASSOS 2005 p10) Relatam

o caso da Natura assinalando que seus principais acionistas satildeo enfaacuteticos ao afirma-

rem que a busca da sustentabilidade eacute mais do que uma estrateacutegia de negoacutecios mdash eacute

uma filosofia de vida Outros estudos acadecircmicos nessa aacuterea tambeacutem envolvem em-

presas nacionais SILVA e KULAY (2005) apresentam um caso de aplicaccedilatildeo da Avali-

accedilatildeo do Ciclo de Vida (LCA mdash Life Cycle Assessment) para analisar os potenciais

impactos ambientais do processo de fabricaccedilatildeo de fertilizantes fosfatados em uma

empresa brasileira COSTA e GOUVINHAS (2004) analisam a adoccedilatildeo das estrateacutegias

de projeto ecoloacutegico (ecodesign) no ambiente de negoacutecios de pequenas e meacutedias em-

presas brasileiras HOPKINS (2002) discute a sustentabilidade nas operaccedilotildees internas

das empresas a partir de uma pesquisa exploratoacuteria sobre a aplicaccedilatildeo de indicadores

de responsabilidade social em quatro grandes empresas no Brasil 28

13 - O conceito de sustentabilidade corporativa

Considera-se sustentabilidade corporativa como a gestatildeo empresarial que bus-

ca equilibrar as necessidades econocircmicas das empresas com a responsabilidade pelo

desenvolvimento da sociedade e preservaccedilatildeo dos recursos naturais visando atender

agraves necessidades atuais e futuras dos elementos afetados pela empresa Esses ele-

mentos mdash que satildeo ou podem ser afetados pelos efeitos das operaccedilotildees accedilotildees e deci-

28 Internet httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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sotildees da empresa mdash incluem os acionistas e funcionaacuterios clientes e consumidores

fornecedores e parceiros os recursos naturais utilizados pela empresa o meio ambi-

ente e a sociedade

A sustentabilidade corporativa estaacute associada a trecircs macro objetivos a geraccedilatildeo

de valor econocircmico a responsabilidade ambiental e a responsabilidade social A gera-

ccedilatildeo de valor econocircmico estaacute relacionada com a obtenccedilatildeo de resultados econocircmicos

positivos no presente e no futuro A responsabilidade ambiental diz respeito agrave conser-

vaccedilatildeo e ao uso sustentaacutevel dos recursos naturais E a responsabilidade social con-

templa a corresponsabilidade das empresas pelo desenvolvimento da sociedade Con-

forme ELKINGTON (1997) esses objetivos satildeo inerentes aos denominados resultados

tridimensionais da sustentabilidade (triple bottom line) As empresas que adotam a

sustentabilidade corporativa devem buscar um equiliacutebrio entre o compromisso econocirc-

mico a preservaccedilatildeo ambiental e o desenvolvimento da sociedade assumindo respon-

sabilidades pelas condiccedilotildees de vida atuais e futuras29

14 - Sustentabilidade e geraccedilatildeo de valor econocircmico

A literatura ressalta a necessidade de que as iniciativas relacionadas agrave susten-

tabilidade tragam retornos positivos para as empresas REINHARDT (1999) considera

que as justificativas para os investimentos ambientais realizados pelas empresas de-

vem ser similares aos demais investimentos Nesse sentido os investimentos em ges-

tatildeo ambiental devem auferir retornos financeiros positivos ou conduzir agrave reduccedilatildeo dos

riscos SENGE e CARSTEDT (2001) satildeo mais enfaacuteticos ao considerar que o desafio

atual reside em desenvolver negoacutecios sustentaacuteveis compatiacuteveis com a realidade eco-

nocircmica Segundo esses autores novos modelos de negoacutecios e produtos inovadores

no acircmbito da sustentabilidade precisam necessariamente acarretar resultados finan-

ceiros satisfatoacuterios para se viabilizarem

Os benefiacutecios decorrentes das accedilotildees de sustentabilidade podem ser tangiacuteveis

ou intangiacuteveis Willard (2002) identifica potenciais benefiacutecios tangiacuteveis como aqueles

associados agrave reduccedilatildeo de custos na manufatura agrave reduccedilatildeo de custos comerciais ao

aumento do faturamento e ao aumento da participaccedilatildeo no mercado Como benefiacutecios

intangiacuteveis considera a maior facilidade na contrataccedilatildeo de talentos a maior retenccedilatildeo

29 Internet httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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dos principais talentos o aumento da produtividade dos funcionaacuterios a reduccedilatildeo dos

riscos e as maiores facilidades de financiamento NEMLI (2004) considera que os be-

nefiacutecios devem ser mensurados ao longo de trecircs dimensotildees reduccedilatildeo de custos e au-

mento da lucratividade aumento da reputaccedilatildeo e criaccedilatildeo de diferenciaccedilatildeo crescimento

da empresa em termos de capacidade de inovaccedilatildeo e uso de tecnologias limpas

A perspectiva de geraccedilatildeo de valor econocircmico estaacute acoplada a uma visatildeo mais holiacutesti-

ca do bom funcionamento da economia Nesse sentido HAWKEN LOVINS e LOVINS

(1999) consideram que o capitalismo natural pode ser o gatilho para a proacutexima revo-

luccedilatildeo industrial em que quatro tipos de capital sustentam o bom funcionamento da

economia o capital humano (pessoas conhecimento e cultura) o capital financeiro

(caixa investimentos e instrumentos monetaacuterios) o capital industrial (infra estrutura

faacutebricas e maacutequinas) e o capital natural (recursos naturais sistemas de vida e ecossis-

tema) Conforme SENGE e CARSTEDT (2001) a geraccedilatildeo de valor econocircmico por

empresas sustentaacuteveis depende de forma ampla da adoccedilatildeo de uma realidade eco-

nocircmica que conecta a induacutestria a sociedade e o meio ambiente Por outro lado mes-

mo na realidade atual a reduccedilatildeo do desperdiacutecio e do fluxo destrutivo dos recursos

pode representar uma importante oportunidade de negoacutecios (LOVINS LOVINS e

HAWKEN 1999) 30

15 - Sustentabilidade e responsabilidade ambiental

Vaacuterios autores assinalam a importacircncia da questatildeo da estrateacutegia ambiental das

empresas no acircmbito da sustentabilidade corporativa HART (1997) considera a polui-

ccedilatildeo a exaustatildeo dos recursos naturais e a pobreza como os principais desafios da sus-

tentabilidade Segundo o autor a estrateacutegia ambiental das empresas em geral evolui

segundo trecircs estaacutegios prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo produtos ambientalmente corretos e

produccedilatildeo limpa Aleacutem disso uma estrateacutegia ambiental integrada natildeo deve direcionar-

se somente para o desenvolvimento de competecircncias internas mas tambeacutem conside-

rar o relacionamento com os clientes fornecedores outras empresas agentes gover-

30 Internet

(httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext)

data de acesso 2107201230

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namentais e acionistas Da mesma forma BARBIERI (2004) cita trecircs abordagens para

a gestatildeo ambiental empresarial controle da poluiccedilatildeo prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo e abor-

dagem estrateacutegica A prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo incorpora duas preocupaccedilotildees ambientais

principais o uso sustentaacutevel dos recursos e o controle da poluiccedilatildeo Os instrumentos

tradicionais para o uso sustentaacutevel dos recursos satildeo referenciados pelo autor como

4Rs reduccedilatildeo da poluiccedilatildeo na fonte reutilizaccedilatildeo reciclagem e recuperaccedilatildeo energeacutetica

HOFFMAN (2000) sugere que a estrateacutegia ambiental determine o alinhamento

entre a proteccedilatildeo ambiental e o crescimento econocircmico da empresa O desenvolvimen-

to da estrateacutegia ambiental deve analisar os concorrentes os parceiros os produtos as

mateacuterias-primas as perdas e os resiacuteduos da empresa O autor considera que a estra-

teacutegia ambiental pode ser direcionada por quatro fatores o mercado (composto pelos

consumidores associaccedilotildees concorrentes e consultores) os provedores de recursos

(clientes seguradoras fornecedores bancos e investidores) os elementos coercivos

(regulamentos locais legislaccedilatildeo internacional) e os elementos sociais (instituiccedilotildees

religiosas organizaccedilotildees natildeo-governamentais comunidade mundo acadecircmico im-

prensa e poder judiciaacuterio) 31

16 - Sustentabilidade e responsabilidade social

Os defensores da responsabilidade social argumentam que as empresas de-

vem assumir um compromisso com o desenvolvimento da sociedade As empresas

devem executar accedilotildees para fomentar o desenvolvimento social a inclusatildeo social e

contribuir para a melhoria das condiccedilotildees de vida da populaccedilatildeo mais necessitada Al-

guns autores consideram que essas atividades natildeo satildeo puramente filantroacutepicas uma

vez que as empresas podem auferir benefiacutecios de negoacutecios em funccedilatildeo delas Outros

sugerem ainda que a responsabilidade social esteja associada agrave proacutepria estrateacutegia

empresarial por exemplo SEABRA LEAL e PASSOS (2005) assinalam que os prin-

31 ) Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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cipais acionistas da Natura consideram que a responsabilidade social estaacute intimamen-

te ligada agrave estrateacutegia de negoacutecios da empresa

PRAHALAD e HAMMOND (2002) observam que aproximadamente 65 da

populaccedilatildeo mundial mdash cerca de quatro bilhotildees de pessoas mdash ganham menos do que

2000 USDano Esse eacute um mercado praticamente inexplorado pelas empresas multi-

nacionais Segundo os autores as empresas que desejam entrar nesse mercado de-

vem repensar seus modelos de negoacutecios praacuteticas gerenciais e indicadores de desem-

penho Eacute um mercado de novas fontes de receita que exige melhoria na eficiecircncia

operacional e fomento da inovaccedilatildeo A atuaccedilatildeo bem-sucedida para atender agrave denomi-

nada populaccedilatildeo na base da piracircmide pode trazer resultados econocircmicos positivos agraves

empresas e simultaneamente contribuir para a melhoria das condiccedilotildees de vida das

pessoas economicamente menos favorecidas

PORTER e KRAMER (2002) consideram que eacute possiacutevel agraves empresas obterem

a convergecircncia de interesses entre as atividades filantroacutepicas e os objetivos de negoacute-

cios A filantropia pode oferecer oportunidades para as empresas melhorarem seu

contexto competitivo considerando que as atividades filantroacutepicas podem potencial-

mente atuar sobre quatro elementos inter-relacionados da competitividade empresari-

al na disponibilidade dos insumos de produccedilatildeo nas condiccedilotildees de demanda nas con-

diccedilotildees de competiccedilatildeo e rivalidade e na presenccedila das induacutestrias de insumos e suporte

Nesse sentido a filantropia deveria ser considerada uma abordagem claramente estra-

teacutegica pelas empresas WADDOCK e SMITH (2000) adotam um raciociacutenio similar

afirmando que a responsabilidade social e o desempenho corporativo financeiro an-

dam juntos e natildeo como trade-offs

HALL et al (2005) constatam que algumas empresas podem ser socialmente

vulneraacuteveis Segundo esses autores a vulnerabilidade social eacute atribuiacuteda agraves empresas

que apresentam grande importacircncia estrateacutegica para o desenvolvimento econocircmico e

social dos paiacuteses onde operam Eles citam empresas cujo papel extrapola a criaccedilatildeo de

valor aos acionistas sendo consideradas como orgulhos nacionais para seus paiacuteses

Satildeo citadas como exemplos a Siemens na Alemanha a Toyota no Japatildeo a Embraer

no Brasil e a Bombardier no Canadaacute Aleacutem da questatildeo econocircmica essas empresas

desempenham importante papel social em seus respectivos paiacuteses Outras empresas

45

brasileiras tambeacutem poderiam ser citadas como a Petrobras a Companhia Vale do Rio

Doce o Bradesco entre outras 32

2 - Gestatildeo da inovaccedilatildeo para a sustentabilidade

A busca da inovaccedilatildeo e a gestatildeo da inovaccedilatildeo em geral satildeo mediadas por as-

pectos essencialmente econocircmicos e estrateacutegicos Entretanto na medida em que ou-

tras restriccedilotildees compotildeem o ambiente de atuaccedilatildeo das empresas outros fatores podem

impulsionar a inovaccedilatildeo Isso tambeacutem eacute vaacutelido ao se considerarem aspectos de susten-

tabilidade como condicionantes da inovaccedilatildeo

HART e CHRISTENSEN (2002) sugerem que as inovaccedilotildees radicais podem

pavimentar o caminho para as empresas combinarem um crescimento sustentaacutevel

com responsabilidade social HART e MILTEIN (1999) consideram que os desafios

impostos pela sustentabilidade global podem atuar como catalisadores para um novo

estaacutegio de destruiccedilatildeo criativa das empresas Eles associam a preocupaccedilatildeo ecoloacutegica

com melhorias contiacutenuas e a sustentabilidade global com melhorias radicais Nesse

sentido argumentam que a sustentabilidade pode criar oportunidades sem preceden-

tes agraves empresas O raciociacutenio de SENGE e CARSTEDT (2001) eacute similar Esses auto-

res consideram que o foco restrito na eficiecircncia ecoloacutegica pode distrair as empresas da

busca de produtos e modelos de negoacutecios radicalmente diferentes dos atuais Eacute a sus-

tentabilidade global que iraacute motivar as empresas a procurarem novos modelos men-

tais a enfatizarem a aprendizagem e atentarem para a gestatildeo de mudanccedilas

PORTER e VAN DER LINDE (1995) consideram que as regulamentaccedilotildees am-

bientais impotildeem pressotildees competitivas nas empresas motivando-as a inovar VOL-

LENBROEK (2002) propotildee um processo que direciona a inovaccedilatildeo para o desenvolvi-

mento da sustentabilidade denominado gestatildeo da transiccedilatildeo Ele considera que a ino-

vaccedilatildeo natildeo gera automaticamente o progresso da sociedade pois precisa ser condi-

cionada para tanto Os esforccedilos para o desenvolvimento sustentaacutevel precisam ser di-

recionados pela sociedade e esta participa das decisotildees visando obter um balancea-

mento adequado entre os objetivos econocircmicos ecoloacutegicos e sociais A inovaccedilatildeo seraacute

decorrecircncia

32 Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

46

HALL e VREDENBURG (2003) afirmam que os gestores tecircm dificuldades para

lidar com as pressotildees do desenvolvimento sustentaacutevel Eles consideram que as estra-

teacutegias de inovaccedilatildeo das empresas geralmente satildeo inadequadas para acomodar as

complexidades e incertezas inerentes agraves novas demandas impostas pelo desenvolvi-

mento sustentaacutevel Dessa forma sugerem que a estrateacutegia empresarial integre tam-

beacutem os objetivos da inovaccedilatildeo e do desenvolvimento sustentaacutevel Em contraponto agrave

abordagem tradicional da inovaccedilatildeo ditada pelo mercado propotildeem que as empresas

adotem a inovaccedilatildeo para o desenvolvimento sustentaacutevel que incorpora as restriccedilotildees

sociais e as pressotildees ambientais bem como contempla as necessidades das futuras

geraccedilotildees Como seraacute visto no texto que segue a inovaccedilatildeo foi tambeacutem um ingrediente

essencial para o desenvolvimento e o sucesso do projeto estudado na presente pes-

quisa33

CONCLUSAtildeO

O objetivo desse estudo foi verificar e compreender o conceito de inovaccedilatildeo e a

sua aplicabilidade nas organizaccedilotildees assim como a vantagem competitiva no modelo

de negoacutecio por meio da co-criaccedilatildeo de valor

33 Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data acesso 21072012

47

Inovaccedilatildeo e criatividade satildeo essenciais para o continuo desenvolvimento e competi-

tividade de uma naccedilatildeo

Coisas boas acontecem quando o pensamento inovador comeccedila ele poderaacute

ajudar a criar novos produtos melhoria nos processos novas tecnologias tornando

a empresa mais competitiva Tomando conhecimento da grande variedade de produ-

tos e serviccedilos oferecidos pelas organizaccedilotildees pode se observar que nem sempre se

chega ao resultado em melhores experiecircncias de consumo nesse cenaacuterio certas em-

presas adotam a co-criaccedilatildeo de valor ndash participaccedilatildeo do cliente no processo produtivo ndash

para inovar no modelo de negoacutecio agregando valor a sua oferta buscando assim se

diferenciar das demais empresas Apesar da inovaccedilatildeo indicar um caminho seguro

para obter vantagem competitiva sustentaacutevel e defender posiccedilotildees estrateacutegicas no

mercado o seu sucesso natildeo eacute garantido necessitando que os gestores conheccedilam e

compreendam a dinacircmica dos processos da gestatildeo da inovaccedilatildeo dentro de suas orga-

nizaccedilotildees e realidades especiacuteficas

O modelo de organizaccedilatildeo inovadora sustentaacutevel eacute uma resposta agraves pressotildees

institucionais por uma organizaccedilatildeo que seja capaz de inovar com eficiecircncia em termos

econocircmicos mas com responsabilidade social e ambiental Esse tipo de organizaccedilatildeo

busca vantagem competitiva desenvolvendo produtos serviccedilos processos e negoacutecios

novos ou modificados com base nas dimensotildees social ambiental e econocircmica Ela

reuacutene duas caracteriacutesticas essenciais eacute inovadora e orientada para a sustentabilidade

Tendo em vista o fenocircmeno do isomorfismo institucional (concentraccedilatildeo de for-

mas organizacionais nos diversos setores produtivos) o modelo das organizaccedilotildees

inovadoras sustentaacuteveis vem ganhando rapidamente cada vez mais espaccedilo nas em-

presas liacutederes Esses fatos permitem dizer que o movimento do desenvolvimento sus-

tentaacutevel eacute um dos movimentos mais importantes do nosso tempo e a julgar pela vita-

lidade dos fatores institucionais presentes em praticamente todo o mundo pode-se

inferir que ele continuaraacute se propagando por muitas deacutecadas

Desse modo o aprimoramento dos modelos de organizaccedilatildeo sustentaacuteveis as

diversas formas da sua institucionalizaccedilatildeo em acircmbito global o desenvolvimento de

tecnologias sustentaacuteveis a gestatildeo de inovaccedilotildees para o desenvolvimento sustentaacutevel

seratildeo temas cada vez mais importantes nos estudos futuros Como o sistema opera-

cional produtivo e as inovaccedilotildees de produto e de processo ao atender as trecircs dimen-

sotildees da sustentabilidade devem gerar ganhos para o meio ambiente em termos de

reduccedilatildeo no uso de recursos e de emissotildees de poluentes o aumento da produccedilatildeo pelo

incitamento agrave demanda por novos produtos pode neutralizar ou ateacute superar esses ga-

nhos Levar em conta essa possibilidade dando-lhe um tratamento adequado eacute um dos

48

maiores desafios para o alinhamento das empresas ao modelo de organizaccedilatildeo inova-

dora sustentaacutevel

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

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PRAHALAD C K RAMASWAMY Venkatram O futuro da competiccedilatildeo como desen-

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Elsevier 2004

  • AGRADECIMENTOS
  • CAPIacuteTULO III- Aspectos da inovaccedilatildeo e sustentabilidade37
  • Inovaccedilatildeo e sustentabilidade37
  • 32 - Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva
  • 33 - Como implementar vantagem competitiva
  • 34 - Como criar valor e vantagem competitiva
Page 24: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · duzir os processos de inovação dentro da organização. 6 ... CAPÍTULO I - Estrutura da criação de valor e inovação.....11

24

DESENVOLVIMENTO DA CRIATIVIDADE

1 ndash Capital Intelectual

Com o mercado cada vez mais exigente as empresas vecircm sentindo a necessi-

dade de investir mais em recursos humanos acrescentando a seu capital o conheci-

mento originado atraveacutes do investimento em capital humano qualificado o qual agrega

agraves empresas recursos de fundamental importacircncia No entendimento de Stewart

(2004) o capital intelectual eacute um bem intangiacutevel podendo-se afirmar que eacute um dos

fatores mais importantes da vida de uma organizaccedilatildeo Jaacute para (DRUCKER (apud

MONTEIRO 2007 p17) o capital intelectual eacute ldquo[] a soma do conhecimento de todos

de uma empresa o que lhe proporciona vantagem competitivardquo

CHIAVENATO (2004) afirma que no mundo complexo e competitivo de hoje a

escolha das pessoas certas se torna vital para o bom funcionamento da empresa

Para STEWART (2004) o capital intelectual corresponde ao conjunto de co-

nhecimentos e informaccedilotildees encontrados nas organizaccedilotildees que agregam valor ao pro-

duto ou serviccedilo mediante a aplicaccedilatildeo da inteligecircncia e natildeo do capital monetaacuterio ao

empreendimento sendo o capital intelectual gerador de capacidades conhecimento

habilidades e experiecircncias individuais dos funcionaacuterios para realizaccedilatildeo de tarefas

O capital intelectual eacute algo tatildeo valioso dentro de uma organizaccedilatildeo que eacute atra-

veacutes dele que se podem ter grandes inovaccedilotildees transformaccedilotildees tecnoloacutegicas resolu-

ccedilotildees de problemas gestatildeo eficiente lucratividade e sucesso melhorados Um colabo-

rador que possui seu capital intelectual estimulado atraveacutes da motivaccedilatildeo seraacute mais

bem aproveitado pela empresa uma vez que se sente incluiacutedo valorizado simpatizan-

te e livre para gerir suas ideias de uma forma mais aguccedilada

CHIAVENATO (2004) diz que o capital humano eacute constituiacutedo das pessoas que

fazem parte de uma organizaccedilatildeo Capital humano significa talentos que precisam ser

mantidos e desenvolvidos Mais do que isso capital humano significa capital intelectu-

al

Para MONTEIRO (2007) o ser humano eacute o maior bem de uma empresa pois eacute

ele o principal instrumento de seu sucesso ou fracasso uma vez que o capital intelec-

tual eacute algo exclusivo do ser humano Pode-se entatildeo descrever que ele eacute o raciociacutenio

humano elaborado acrescido do ambiente onde estaacute inserido

25

MONTEIRO (2007) comenta que dentro das organizaccedilotildees o capital intelectual

pode ser diferenciado dos demais capitais porque ele cresce quando compartilhado

com os do mesmo grupo e natildeo se deprecia com o uso Ao contraacuterio dos outros ativos

o seu valor decorre do uso O capital intelectual eacute enfatizado como o conjunto de in-

formaccedilotildees e conhecimentos encontrados nas organizaccedilotildees onde agregam ao produto

eou serviccedilos valores mediante a aplicaccedilatildeo da inteligecircncia e natildeo do capital monetaacuterio

Devido a sua grande representatividade nas empresas o capital intelectual natildeo deve

ser subestimado nem utilizado de forma ineficiente acarretando em um gerenciamento

ineficaz mais investimento incentivado para assim trazer agrave empresa bons negoacutecios e

melhor rentabilidade (MONTEIRO 2007 p18)13

2 - Criatividade

Criatividade eacute um assunto que fascina a todos objeto de muitos estudos em-

bora no contexto empresarial seja novo O pensamento criativo antigamente era vis-

to como inspiraccedilatildeo divina passando a ser estudado com melhor afinco a partir dos

anos 50

O Caminho humano de viver conviver e sobreviver eacute permeado de accedilotildees cria-

tivas conscientes e inconscientes Esse potencial criativo eacute inato em todo ser humano

poreacutem ele se ensina e se aprende Trata-se de uma competecircncia pessoal valorizada

mas ao mesmo tempo desprestigiada pois percebemos que as empresas desclassifi-

cam candidatos criativos e depois encaminham-no para o desenvolvimento desta habi-

lidade

Criatividade para o quecirc Eacute a primeira pergunta que surge em nossa mente

quando tratamos do tema Se tudo estaacute bem natildeo haacute motivos para criar ou se estaacute

tudo ruim natildeo temos mais o que fazer Percebemos que o ser humano sempre busca

a sua zona de conforto para se acomodar sofrer menos ou agraves vezes para reclamar

mais Podemos pensar nesta pergunta buscando duas respostas uma do acircmbito pes-

soal e outra empresarial No processo de criaccedilatildeo percebemos que podemos mudar e

nos diferenciar daquilo que fomos respeitando e valorizando o nosso proacuteprio passado

13Internet (httpwwwaedbbrsegetartigos10327_PDF20Samirapdf) data acesso

15072012

26

tomando decisotildees e desempenhando accedilotildees diferentes dos que habitualmente faziacutea-

mos Podemos gerar mudanccedilas substanciais nas empresas e a partir dessas mudan-

ccedilas diferenciarmos sem contudo ser necessaacuterio efetuar mudanccedilas demasiadas mu-

danccedilas que choquem e natildeo se ajustem aos nossos valores e nossa realidade

Se o objetivo eacute buscar na empresa alcanccedilar eficiecircncia que possibilite ao cliente

escolher e comprar nossos produtos e serviccedilos e natildeo os dos concorrentes precisa-

mos estar abertos para buscar novas alternativas novas maneiras de fazer as coisas

e consequentemente resultados diferentes A mudanccedila organizacional eacute muitas ve-

zes uma ferramenta de soluccedilatildeo de problemas das organizaccedilotildees Podemos diferenci-

ar-nos dos competidores apenas sabendo quando e em quecirc devemos mudar e onde

queremos chegar

A criatividade na empresa eacute medida a partir dos resultados alcanccedilados Uma

resposta eacute mais criativa (entre aspas pois as respostas natildeo satildeo criativas e sim as pes-

soas que a geraram) que outra quando atinge aquele objetivo para o qual foi focado a

soluccedilatildeo de um problema traz uma alternativa ou um meacutetodo inovador ou ateacute mesmo

uma combinaccedilatildeo de resultados diferentes

Tatildeo essencial como ser diferente eacute a necessidade de buscar resultados e uma

empresa soacute eacute verdadeiramente criativa quando a criatividade se torna a maneira diaacute-

ria de fazer as coisas e espera que seus membros considerem uma ampla variedade

de alternativas antes de comprometer-se numa direccedilatildeo especiacutefica 14

21 ndash Conceito de criatividade

A criatividade eacute a faculdadehabilidade de criar ou o potencial criativo Consiste

em encontrar meacutetodos ou objetos para executar tarefas de uma maneira nova ou dife-

14 Internet

Fonte (Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de acesso

25062012

27

rente do habitual com a intenccedilatildeo de satisfazer um propoacutesito A criatividade permite

cumprir os desejos de forma mais raacutepida faacutecil eficiente ou econoacutemica

A criaccedilatildeo de novas ideias e conceitos tambeacutem se lhe daacute o nome de inventivi-

dade pensamento original pensamento divergente ou imaginaccedilatildeo construtiva Trata-

se de conceitos que implicam o ato de inventar algo novo (isto eacute recorrer ao enge-

nho) a capacidade de encontrar soluccedilotildees originais e a vontade de mudar o mundo 15

A criatividade eacute considerada uma capacidade humana de grande valor univer-

sal tudo indica que nesta competecircncia reside a memoacuteria RAM bioloacutegica para o im-

pulso da evoluccedilatildeo humana A memoacuteria RAM segundo CURY (2009) eacute o fenoacutemeno dos

registos da memoacuteria O que melhor descreve a criatividade eacute o que SANCHEZ (2003)

referiu em seus apontamentos a criatividade eacute uma sublime dimensatildeo da condiccedilatildeo

humana

Eacute entretanto na capacidade criativa que existe a chave da capacidade de evo-

luccedilatildeo da humanidade O meacuterito da expressatildeo criativa eacute fruto da complexidade ou

seja eacute fruto do contexto social no seu desenvolvimento natural e humano

Eacute muito interessante contemplar os efeitos provenientes deste constructo a

considerar a capacidade de um indiviacuteduo criativo construir e reconstruir transformando

a nossa realidade Eacute consensual e gratificante perceber que todos temos a capacida-

de criativa deve eacute ser melhor desenvolvida16

De maneira instintiva o termo criatividade sempre se associou agrave atividade ar-

tiacutestica Mais recentemente graccedilas a exemplos empresariais como Apple e Google a

inovaccedilatildeo ganhou espaccedilo nos sectores tecnoloacutegicos Neste sentido a nossa intuiccedilatildeo

natildeo estaacute errada uma vez que criatividade e inovaccedilatildeo satildeo dois conceitos muito unidos

Explicado de forma simples a capacidade criativa pode ser definida como ldquoa habili-

dade para gerar ideias alternativas e soluccedilotildees a um determinado problema de forma

faacutecilrdquo 17

15 Internet (httpconceitodecriatividade) data de acesso 25062012 16Internet (httpptwikipediaorgwikiCriatividade) data de acesso 04072012

17Inter-

net(httpwwwcriaptcriaadminappCRIAuploadscreamanual20creatividade20portugue

s_pt_webpdf) data de acesso 04072012)

28

22 ndash Criatividade do ponto de vista pessoal

Temos que pensar em Criatividade como estrateacutegia para viver melhor para

uma qualidade de vida que diria razoaacutevel aleacutem de identificar potenciais descobertas

internas que foram abafadas pelos processos familiares educacionais e empresariais

assim pelo tempo Outro aspecto estaacute relacionado com a garantia da nossa emprega-

bilidade entendendo como fonte de renda como funcionaacuterio profissional autocircnomo ou

empresaacuterio Vivemos num mundo de mudanccedilas aprimoramento riscos e oportunida-

des Melhoria nos nossos relacionamentos interpessoais atraveacutes do reconhecimento e

aproveitamento da diversidade respeitando as mais diversas formas de pensamento e

das diferenccedilas individuais Estamos acostumados a considerar a criatividade como

algo pessoal e intransferiacutevel A criatividade humana natildeo eacute temporal Trata-se de um

patrimocircnio do ser humano compartilhado pela sociedade Como a organizaccedilatildeo existe

para servir a sociedade nada mais justo do que desenvolver a criatividade como ga-

rantia para superaccedilatildeo da expectativa do cliente em relaccedilatildeo agrave sua empresa 18

23 ndash Criatividade do ponto de vista empresarial

A busca de um diferencial oferecendo algo mais do que o cliente espera atrair

preferecircncias estabelecer estrateacutegia diferenciada adaptar-se agraves necessidades modifi-

car produtos e buscar soluccedilotildees para os problemas fugindo do convencional e assim

diferenciando-se dos concorrentes Estrateacutegia competitiva natildeo somente por criar ou

inovar produtos mas tambeacutem a quebra de paradigmas mudanccedilas de pensamentos

comportamentos etc Todas as ideias produtos e serviccedilos criativos poderatildeo ser trans-

formados em algo positivo para a organizaccedilatildeo Melhoria dos seus produtos assim

como a criaccedilatildeo de novos Busca de resultados diferentes do passado Melhoria do

18 Internet (Fonte Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de

acesso 04072012

29

relacionamento humano interno consequentemente o aumento da produtividade Me-

lhoramento contiacutenuo em todos os setores Desenvolvimento da qualidade19

24 - Criatividade e a visatildeo estrateacutegica da empresa

A criatividade se relaciona com a visatildeo estrateacutegica de empresa da seguinte

forma a partir dos objetivos traccedilados pela organizaccedilatildeo a mesma definiraacute uma linha

estrateacutegica a ser seguida para alcanccedilar esses objetivos A criatividade se envolve de

acordo com a intenccedilatildeo da empresa ela pode querer reinventar seus modos de atua-

ccedilatildeo pode somente visar manter-se atualizada e motivada pode querer mudar rapida-

mente de foco e enfim 44 pode estabelecer um relacionamento forte ou fraco com a

criatividade em funccedilatildeo das soluccedilotildees que ela estiver almejando

CALKINS (2001) defende essa visatildeo ao dizer que para produzir subjetividade

a criatividade deve ser parte da estrateacutegia da empresa O estudo de LENGNICK-HALL

e WOLFF (1998) faz justamente uma releitura sobre o processo estrateacutegico organiza-

cional ndash enfatizando os trecircs domiacutenios loacutegicos que guiam a maioria das empresas ndash e

relacionando conforme a Tabela abaixo com o tipo de criatividade que estaraacute vigente

Loacutegicas Estrateacutegicas x Criatividade

Loacutegica Dominante

Guerrilha Loacutegica Complexidade Loacutegica Capacidade Loacutegica

Objetivo

repentinamente reescrever

as regras da competitivida-

de

aprendizagem e alto envolvi-

mento organizacional

desenvolver e implementar

estrateacutegias que as possibilitem

criar uma sustentaacutevel vantagem

competitiva

Elemento

Chave

a flexibilidade a criativida-

de e a inovaccedilatildeo

sistema natural de relaciona-

mentos

desenvolvimento eficiente e

eficaz e protegendo seus recur-

sos de base

Justificativa vantagem competitiva

como algo muito passageiro

a organizaccedilatildeo vive em uma

comunidade de competidores

fornecedores clientes

as organizaccedilotildees procuram de-

senvolver e implantar estrateacute-

gias que as possibilitem criar

uma sustentaacutevel vantagem

competitiva

19Internet (Fonte Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de

acesso 04072012

30

Sucesso Orga-

nizacional

eacute uma funccedilatildeo da sua capa-

cidade para gerar ideias

que criam novas dinacircmicas

competitivas e novas are-

nas de accedilatildeo

consequecircncia de um natural

entendimento do paradoxo de

forccedilas que formam o sistema

organizacional

a chave da vantagem competiti-

va sustentaacutevel estaacute na habilida-

de organizacional para proteger

os seus recursos de base

Autores COOPER (1995) e

SCHUMPETER (1936)

MILLER (1996) SENGE (1990) e

MOORE (1996)

PORTER (1986 e 1992) e

HAMEL e PRAHALAD (1994)

Ecircnfase Criar Aprender Agregar Valor

Praacuteticas Cria-

tivas

Brainwriting Pool Teacutecnica

da Troca dos Cartotildees etc Pensamento Lateral Jamming

(Fonte Pesquisa a partir dos estudos de Lengnick-Hall e Wolff 1998) 20

25 ndash Reconfiguraccedilatildeo dinacircmica do talento

A estrateacutegia de inovaccedilatildeo sem duacutevida requer novas habilidades O conceito de

R=G sugere que nenhuma empresa eacute capaz de desenvolver sozinha todos os produ-

tos e serviccedilos de que necessita para oferecer experiecircncias personalizadas a cada cli-

ente Tampouco empresa alguma tem condiccedilotildees de cultivar todas as capacidades

gerenciais indispensaacuteveis para transformar a organizaccedilatildeo Analisamos questotildees rela-

cionadas com a superaccedilatildeo dos legados organizacionais e com a construccedilatildeo de novas

capacidades para o gerenciamento da inovaccedilatildeo Mostramos como as empresas de-

vem preparar-se para administrar as tensotildees constantes entre flexibilidade eficiecircncia

e confiabilidade Essa transformaccedilatildeo natildeo consiste apenas em mudar a mentalidade

ou a loacutegica dominante dos gestores tambeacutem significa concentrar-se nos novos niacuteveis

de transparecircncia e de visibilidade em relaccedilatildeo a como se gerencia a empresa

Precisamos mudar a maneira como gerenciamos ndash como combinamos continu-

amente oportunidades e recursos O foco deve convergir natildeo soacute para as habilidades

20Internet (Fonte Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de

acesso 04072012

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dos indiviacuteduos e para as atitudes de cada um em relaccedilatildeo ao aprendizado mas tam-

beacutem para a competecircncia das equipes e para a capacidade dessas forccedilas-tarefas de se

reconfigurar continuamente em funccedilatildeo dos objetivos arregimentando os melhores

talentos em todo o mundo Por exemplo a identificaccedilatildeo dos comportamentos e das

necessidades de determinada pessoa numa base de milhotildees de clientes ndash como a

Amazoncom na ING Insurance e no programa de diabetes da ICICI ndash exige capaci-

dades analiacutetica Argumentaremos que os mesmos requisitos tambeacutem satildeo indispensaacute-

veis na base de talentos A empresa deve tratar seus empregados e fornecedores

como indiviacuteduos iacutempares (ou como conjunto de indiviacuteduos sem igual) da mesma ma-

neira como lida com os clientes A configuraccedilatildeo dinacircmica de recursos para atender agraves

necessidades de tarefas especiacuteficas converte-se em fonte de vantagem competitiva

A essecircncia da mensagem eacute que para a transformaccedilatildeo ser eficaz os gestores devem

concentrar o foco na mobilizaccedilatildeo raacutepida de talentos dentro e fora da empresa (PRA-

HALAD e KRISHNAN 2008 p177)

3 ndash Cadeia de valor e vantagem competitiva

Segundo Novaes (2001 p184) o conceito de cadeia de valor foi desenvolvido

por Porter O conceito eacute de muita simplicidade e por isso talvez mostre-se tatildeo impor-

tante no contexto econocircmico-social em que se inserem as empresas com a crescente

globalizaccedilatildeo dos negoacutecios e mercados

Para (PORTER 1989 p33) toda empresa eacute uma reuniatildeo de atividades que

satildeo executadas para projetar produzir comercializar entregar e sustentar seu produ-

to Todas estas atividades podem ser representadas fazendo-se uso de uma cadeia

de valores Essa exposiccedilatildeo do autor indica em primeira matildeo apenas4 a ideia de ava-

liar a cadeia interna da empresa a qual eacute formada pelas atividades operacionais e

organizacionais jaacute citadas

A ideia baacutesica que subsidia esse conceito natildeo eacute de autoria de Porter mas haacute

muito tempo jaacute estava sendo analisada Fala-se aqui dos conceitos da Teoria Geral de

Sistemas que tem como precursor o Prof Ludwig von Bertalanffy e seus trabalhos

teoria essa que apresenta a empresa como um sistema inserido esse uacuteltimo em um

ambiente ou macro sistema Assim deve-se ter em mente uma visatildeo sistecircmica en-

xergar mais do que as aacutereas ou atividades isoladamente mais do que os limites da

empresa (Cadeia de Valor Interna) A empresa faz parte de um todo maior (um siste-

32

ma amplo) e esse eacute que deve ser otimizado para gerar maior valor para o cliente e

consequentemente maior lucratividade na cadeia (Cadeia de Valor Externa)

Nas palavras de Porter (1989 p33) ldquoa cadeia de valores desagrega uma em-

presa nas suas atividades de relevacircncia estrateacutegica para que se possa compreender o

comportamento dos custos e as fontes existentes e potenciais de diferenciaccedilatildeordquo Uma

empresa ganha vantagem competitiva se conseguir desempenhar essas atividades

estrateacutegicas de uma maneira melhor e mais barata que a concorrecircncia

Pode-se entatildeo caminhar para um avanccedilo em definiccedilatildeo ao verificarmos a pro-

posiccedilatildeo de (SHANK amp GOVINDARAJAN 1993 p13) de que ldquoa cadeia de valor para

qualquer empresa em qualquer negoacutecio eacute o conjunto interligado de todas as ativida-

des que criam valor desde uma fonte baacutesica de mateacuterias primas passando por forne-

cedores de componentes ateacute a entrega do produto final agraves matildeos do consumidorrdquo

O mundo em que se vive atravessa em periacuteodo de transformaccedilatildeo sequer ima-

ginado Nele nada eacute definitivo Fica-se perplexo quando natildeo se consegue acompanhar

a velocidade da evoluccedilatildeo dos acontecimentos sente-se perdido principalmente nos

assuntos relacionados agrave dinacircmica do desenvolvimento tecnoloacutegico

Dessa forma com uma visatildeo focada no clienteconsumidor pode-se considerar

que a cadeia de valor eacute uma sequecircncia de atividades desde a origem de recursos ateacute

o descarte final de determinado produto Portanto tem-se uma visatildeo bastante abran-

gente do conceito que pode considerar desde a fase da extraccedilatildeo de mateacuteria-prima ateacute

o tratamento final que eacute dado ao produto por exemplo num enfoque de ciclo de vida

do produto21

31 - O que significa uma vantagem competitiva

O sucesso de uma empresa eacute em larga medida determinado pela atratividade

do sector em que opera mas a sua posiccedilatildeo dentro desse sector tambeacutem eacute importante

21 (httpwwwccontabeiscombrconvt14pdf) data acesso 15072012

33

Apesar de um sector poder ter uma fraca eficaacutecia uma empresa que estaacute bem posi-

cionada pode ainda assim criar lucros significativos

Diz-se que uma empresa tem uma vantagem competitiva sobre os seus con-

correntes quando manteacutem retornos que superam a meacutedia no seu sector Esta vanta-

gem decorre das caracteriacutesticas do produto que o torna superior aos produtos da con-

correcircncia

Nalgumas situaccedilotildees pode obter-se uma vantagem competitiva atraveacutes da evoluccedilatildeo

tecnoloacutegica mas esta eacute frequentemente difiacutecil de manter porque os concorrentes ra-

pidamente a copiam ou aperfeiccediloam desenvolvem novas tecnologias Uma vantagem

sustentada resulta frequentemente mais do que da tecnologia ou de modificaccedilatildeo de

produtos de outros fatores como por exemplo o simbolismo associado ndash o que o

produto significa para os consumidores (imagem de marca) e o que estes experimen-

tam na sua compra e uso Os investigadores em marketing reconhecem que os produ-

tos possuem caracteriacutesticas simboacutelicas e que o consumo de certos produtos pode de-

pender mais do seu significado social do que da sua utilidade funcional

Existe atualmente uma tendecircncia para os consumidores exigirem ldquosignificado

pessoalrdquo aos produtos e serviccedilos Torna-se essencial inovar para responder agraves emo-

ccedilotildees que influenciam as decisotildees dos consumidores Estes estatildeo cada vez menos

impressionados com as novas tecnologias e a optar por produtos que resultam ldquopara

mimrdquo Como consequecircncia palavras como emoccedilatildeo e significado pessoal encon-

tram o seu caminho nas estrateacutegias das empresas sendo importante entender os fato-

res intangiacuteveis associados ao valor percebido do produto e as percepccedilotildees na sua

globalidade positivas ou negativas Novas designaccedilotildees tais como ndash ldquofaacutecil acessiacute-

vel razoaacutevel empoderamento e pessoal ndash refletem mais a pessoa do que o obje-

to Descobrir os sentimentos e as atitudes em relaccedilatildeo aos produtos bem como conhe-

cer as razotildees das preferecircncias dos consumidores tornaram-se importantes elementos

estrateacutegicos22

32 - Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva

Em grande medida a ambiccedilatildeo da estrateacutegia da empresa eacute conseguir uma van-

tagem competitiva sustentaacutevel

22Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

34

A vantagem competitiva analisa a atividade da empresa centrando-se primei-

ramente na sua capacidade de gerar retornos superiores de capital e de vincular a

estrateacutegia de negoacutecio a mercados financeiros e de capital fundamentais por um longo

periacuteodo de tempo No fim de contas eacute a vantagem competitiva da empresa que permi-

te ter bons retornos para os seus acionistas

Sem vantagem competitiva a empresa tem uma razatildeo econoacutemica limitada para

existir ndash a sua vantagem competitiva eacute a sua razatildeo de existecircncia Sem ela a empresa

natildeo iraacute prosperar Criar uma vantagem competitiva sustentaacutevel pode ser a meta mais

importante de qualquer organizaccedilatildeo e pode mesmo ser o atributo mais importante em

que a empresa se focaliza23

33 - Como implementar vantagem competitiva

As vantagens competitivas natildeo assumem uma uacutenica forma e eacute possiacutevel que

uma empresa tenha vaacuterias vantagens competitivas e em diferentes aacutereas Ilustra-se

algumas das aacutereas onde as empresas se podem destacar e garantir o seu sucesso a

longo prazo quota de mercado gestatildeo da marca rede marcas e patentes eficaacutecia de

custos e altos custos de mudanccedila

As empresas com quotas de mercado significativas criam um problema para os

concorrentes o que eacute positivo para aquelas uma vez que os seus produtos satildeo bem

conhecidos e recebidos no mercado No entanto mesmo quando a quota de mercado

eacute consideraacutevel se o sector for atrativo ou seja tiver um potencial de lucro significativo

novos operadores podem aparecer com a consequente reduccedilatildeo da quota de merca-

do

Ter uma marca forte pode garantir o sucesso a longo prazo e tambeacutem permitir

agraves empresas obter lucros pois a sua marca permite-lhes cobrar um preccedilo especial

(premium) Marcas fortes tendem a criar uma vantagem competitiva mais duradoura

O efeito de rede ocorre quando um produto cria uma procura por parte dos

consumidores que depois amplia o produto A empresa pode beneficiar do efeito de

23 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

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rede pela atraccedilatildeo de mais vendedores Estes por sua vez atraem mais compradores

estabelecendo-se uma quota de mercado dominante (por exemplo eBay)

Este efeito de rede natildeo eacute muito comum mas quando ocorre pode ser extre-

mamente lucrativo As marcas e as patentes podem ser fonte de vantagem competiti-

va para algumas empresas 24

34 - Como criar valor e vantagem competitiva

Uma empresa posiciona-se aproveitando os seus pontos fortes Michael Porter

defendeu que aqueles se inscrevem em dois tipos baacutesicos de vantagem competitiva

vantagem pelos custos ou diferenciaccedilatildeo Estes satildeo identificados como vantagens po-

sicionais uma vez que expressam a posiccedilatildeo da empresa no sector enquanto liacuteder nos

custos ou por diferenciaccedilatildeo

A empresa utiliza os seus recursos e capacidades para gerar uma vantagem

competitiva que por uacuteltimo resulte na criaccedilatildeo de um valor superior

As competecircncias distintivas (competecircncias nucleares) resultam de recursos

especiacuteficos e capacidades da empresa facilitam a inovaccedilatildeo a eficiecircncia a qualidade

e a receptividade dos clientes o que pode ser aproveitado para atingir quer uma es-

trutura de baixo custos quer a diferenciaccedilatildeo do produto

Uma empresa posiciona-se no seu sector atraveacutes da opccedilatildeo por baixos custos

ou diferenciaccedilatildeo Esta decisatildeo eacute uma peccedila central da estrateacutegia competitiva da em-

presa

A vantagem competitiva existe quando a empresa eacute capaz de oferecer os

mesmos benefiacutecios que os concorrentes mas a custos mais baixos (vantagem pelos

custos) ou oferecer benefiacutecios que ultrapassam a concorrecircncia (vantagem por diferen-

ciaccedilatildeo) Portanto uma vantagem competitiva permite agrave empresa criar um valor superi-

or para os seus clientes e lucros para si proacuteprio25

24 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=39ampL=5) data acesso 15072012

25 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

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CAPITULO III

ASPECTOS DA INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE

1 ndash Inovaccedilatildeo e sustentabilidade

37

Como as empresas podem sair da teoria para a praacutetica e chegar a um no-

vo patamar de competitividade e comprometimento com praacuteticas sustentaacuteveis

Muito se fala em inovaccedilatildeo como o principal caminho para o desenvolvimento

sustentaacutevel das organizaccedilotildees e da humanidade Poreacutem em muitos setores falar sobre

esse assunto eacute ainda um exerciacutecio teoacuterico Em geral o tema eacute associado as aacutereas de

tecnologia ou pesquisa e desenvolvimento mas a inovaccedilatildeo deve acontecer tambeacutem

na lideranccedila nas accedilotildees de marketing no modelo de negoacutecios ou seja na gestatildeo co-

mo um todo

Em pesquisa realizada pela Fundaccedilatildeo Nacional da Qualidade (FNQ) em maio

e 2011 representantes de 63 empresas mostraram que 97 consideram fundamental

que as organizaccedilotildees inovem para buscar a sustentabilidade tanto do negoacutecio quanto

da economia e do planeta Apesar dessa consciecircncia 70 dos participantes do estu-

do acreditam que as empresas estatildeo preocupadas mas natildeo direcionam seus investi-

mentos em inovaccedilotildees com foco no crescimento sustentaacutevel O levantamento mostra

ainda que 27 dos entrevistados apontaram a gestatildeo como a principal preocupaccedilatildeo

das empresas em que trabalham enquanto 22 indicaram a sustentabilidade e 19 a

reduccedilatildeo de custos

De acordo com o superintendente geral da FNQ Jairo Martins ldquoos resultados

da pesquisa mostram que as empresas ainda natildeo perceberam o tamanho do problema

da sustentabilidade considerando o baixo iacutendice de organizaccedilotildees que de fato inves-

tem em inovaccedilatildeo para sustentabilidade Em sua maioria as organizaccedilotildees pensam

apenas no lado econocircmico e natildeo no tripeacute da sustentabilidade que demanda uma em-

presa economicamente soacutelida socialmente correta e ambientalmente responsaacutevel

Enquanto dominar o pensamento pelo vieacutes econocircmico cujo sucesso eacute medido pelo

PIB o atual modelo de desenvolvimento insustentaacutevel natildeo vai mudar e natildeo seratildeo in-

cluiacutedas na pauta das organizaccedilotildees as questotildees socioambientaisrdquo

O professor da Fundaccedilatildeo Getuacutelio Vargas Renato Orsato autor do livro ldquoEstra-

teacutegias de Sustentabilidade quando vale a pena ser verderdquo analisou mais de 30 ca-

sos de empresas que adotaram a inovaccedilatildeo em 20 setores ao redor do mundo Para

ele deve haver uma premissa baacutesica para falar sobre esse assunto fazer perguntas

precisas ldquoIsso porque existem centenas de milhares de formas de incluir inovaccedilatildeo e

sustentabilidade nas empresas As empresas devem conhecer bem o contexto onde

atuam e considerar tanto aspectos tangiacuteveis como intangiacuteveisrdquo afirma

38

Na opiniatildeo do professor enquanto a sustentabilidade eacute apenas um acessoacuterio agrave

estrateacutegia da empresa ela natildeo vale a pena Para inovar as organizaccedilotildees devem

questionar os modelos de negoacutecio e pensar em modelos totalmente novos

Orsato daacute o exemplo da empresa Better Place que inovou na maneira de co-

mercializar energia renovaacutevel para carros eleacutetricos ldquoO grande salto seraacute conseguir

mudanccedilas radicais nos modelos de negoacutecios As fronteiras entre os setores de energia

e mobilidade por exemplo podem mudarrdquo 26

11- Da teoria para a praacutetica

De maneira geral a inovaccedilatildeo faz sucesso em palestras de ldquoespecialistasrdquo e de

executivosrdquo explica o professor Joatildeo Amato Neto da Fundaccedilatildeo Vanzolini e Escola

Politeacutecnica da USP ldquoMas haacute empresas realmente inovadoras seja em seus produtos

em seus processos de produccedilatildeo e ateacute mesmo em seu posicionamento de mercado

Outras satildeo inovadoras na relaccedilatildeo com o mercado num sentido mais amplo Esse eacute

um grupo restrito no Brasil de empresas de excelecircncia As que tecircm excelecircncia em

inovaccedilatildeo para sustentabilidade estatildeo num grupo mais restrito ainda Do ponto de vista

da sobrevivecircncia da empresa nos proacuteximos anos esse eacute um requisito fundamentalrdquo

O professor exemplifica que no varejo haacute grandes redes como o Wall Mart

Carrefour e Patildeo de Accediluacutecar que iniciaram accedilotildees para contratar fornecedores com base

em requisitos de sustentabilidade Essas accedilotildees ainda satildeo restritas a alguns poucos

produtos e incluem por exemplo exigecircncias de embalagens que possam ser recicla-

das Satildeo accedilotildees que visam a reduccedilatildeo do uso de recursos materiais e energia de uma

forma geral (busca de maior eco eficiecircncia nos processos)

Mas como sair da teoria e colocar em praacutetica Veja os principais pontos que

uma empresa interessada em inovaccedilatildeo e sustentabilidade deve trabalhar

bull Investir no espiacuterito criativo dos colaboradores natildeo soacute daqueles que atuam nas aacutereas

de pesquisa e desenvolvimento (PampD) de produtos ou na engenharia do produto mas

num sentido mais amplo oacutetimas ideias podem surgir no chamado chatildeo de faacutebrica

26 Internet (httpwwwhsmcombrbuscarkeys=inovaccedilatildeo e sustentabilidade) data acesso 19072012

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bull Buscar praacuteticas de gestatildeo participativa isso pode gerar ideias que trazem inovaccedilotildees

pequenas incrementais mas que no conjunto fazem muita diferenccedila

bull Usar a educaccedilatildeo para transformar paradigmas e gerar maior conscientizaccedilatildeo Natildeo

se deve pensar apenas em treinamentos que satildeo usados em geral para tarefas es-

peciacuteficas ou aplicaccedilatildeo de teacutecnicas As empresas devem investir na formaccedilatildeo dos re-

cursos humanos

bull Questionar o proacuteprio modelo de negoacutecios

bull Inserir sustentabilidade no planejamento estrateacutegico da empresa

E seraacute que eacute possiacutevel aprender a inovar De acordo com o professor Joatildeo A-

mato a inovaccedilatildeo soacute faz sentido se isso significar uma mudanccedila de mentalidade na

empresa Isso vale para induacutestria ou setor de serviccedilos ldquoNo setor financeiro temos mui-

tos exemplos de como os bancos estatildeo descobrindo novas maneira de incluir a sus-

tentabilidade em suas praacuteticas definindo criteacuterios de praacuteticas socioambientais aos

seus clientes Na realidade alguns dos grandes bancos jaacute colocaram isso no seu plano

estrateacutegicordquo conclui 27

12 ndash Sustentabilidade corporativa

Haacute vaacuterias definiccedilotildees para sustentabilidade e desenvolvimento sustentaacutevel na

literatura e organizaccedilotildees que tratam do tema arrolam outras tantas Isso decorre do

fato de a sustentabilidade ser um conceito relativamente novo possuir um caraacuteter mul-

tidisciplinar e envolver diferentes interpretaccedilotildees que refletem diferenccedilas de valor cir-

cunstacircncias localizadas e contextos especiacuteficos Aleacutem disso o conceito acaba incorpo-

rado a vaacuterios assuntos tais como a definiccedilatildeo de poliacuteticas governamentais a gestatildeo

puacuteblica regional a gestatildeo de empresas e ateacute mesmo o nosso estilo de vida (MA-

27 Internet (httpwwwhsmcombreditoriassustentabilidadeinovacao-e-ustentabilidade-de-

maos-dadas) data acesso 19072012

40

WHINNEY 2002) O foco deste artigo eacute a sustentabilidade corporativa ou seja a apli-

caccedilatildeo do conceito de sustentabilidade nas empresas

Algumas empresas brasileiras vecircm sendo citadas como casos mundiais no

acircmbito de algumas das dimensotildees da sustentabilidade corporativa HART (1997)

menciona a Aracruz Celulose como uma empresa que adota a visatildeo de desenvolvi-

mento sustentaacutevel desde o iniacutecio de suas operaccedilotildees com base no modelo de reflores-

tamento das plantaccedilotildees de eucaliptos PRAHALAD (2004) apresenta o caso da Casas

Bahia como uma empresa que atende a populaccedilatildeo de baixa renda por meio de um

modelo inovador de financiamento (SEABRA LEAL e PASSOS 2005 p10) Relatam

o caso da Natura assinalando que seus principais acionistas satildeo enfaacuteticos ao afirma-

rem que a busca da sustentabilidade eacute mais do que uma estrateacutegia de negoacutecios mdash eacute

uma filosofia de vida Outros estudos acadecircmicos nessa aacuterea tambeacutem envolvem em-

presas nacionais SILVA e KULAY (2005) apresentam um caso de aplicaccedilatildeo da Avali-

accedilatildeo do Ciclo de Vida (LCA mdash Life Cycle Assessment) para analisar os potenciais

impactos ambientais do processo de fabricaccedilatildeo de fertilizantes fosfatados em uma

empresa brasileira COSTA e GOUVINHAS (2004) analisam a adoccedilatildeo das estrateacutegias

de projeto ecoloacutegico (ecodesign) no ambiente de negoacutecios de pequenas e meacutedias em-

presas brasileiras HOPKINS (2002) discute a sustentabilidade nas operaccedilotildees internas

das empresas a partir de uma pesquisa exploratoacuteria sobre a aplicaccedilatildeo de indicadores

de responsabilidade social em quatro grandes empresas no Brasil 28

13 - O conceito de sustentabilidade corporativa

Considera-se sustentabilidade corporativa como a gestatildeo empresarial que bus-

ca equilibrar as necessidades econocircmicas das empresas com a responsabilidade pelo

desenvolvimento da sociedade e preservaccedilatildeo dos recursos naturais visando atender

agraves necessidades atuais e futuras dos elementos afetados pela empresa Esses ele-

mentos mdash que satildeo ou podem ser afetados pelos efeitos das operaccedilotildees accedilotildees e deci-

28 Internet httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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sotildees da empresa mdash incluem os acionistas e funcionaacuterios clientes e consumidores

fornecedores e parceiros os recursos naturais utilizados pela empresa o meio ambi-

ente e a sociedade

A sustentabilidade corporativa estaacute associada a trecircs macro objetivos a geraccedilatildeo

de valor econocircmico a responsabilidade ambiental e a responsabilidade social A gera-

ccedilatildeo de valor econocircmico estaacute relacionada com a obtenccedilatildeo de resultados econocircmicos

positivos no presente e no futuro A responsabilidade ambiental diz respeito agrave conser-

vaccedilatildeo e ao uso sustentaacutevel dos recursos naturais E a responsabilidade social con-

templa a corresponsabilidade das empresas pelo desenvolvimento da sociedade Con-

forme ELKINGTON (1997) esses objetivos satildeo inerentes aos denominados resultados

tridimensionais da sustentabilidade (triple bottom line) As empresas que adotam a

sustentabilidade corporativa devem buscar um equiliacutebrio entre o compromisso econocirc-

mico a preservaccedilatildeo ambiental e o desenvolvimento da sociedade assumindo respon-

sabilidades pelas condiccedilotildees de vida atuais e futuras29

14 - Sustentabilidade e geraccedilatildeo de valor econocircmico

A literatura ressalta a necessidade de que as iniciativas relacionadas agrave susten-

tabilidade tragam retornos positivos para as empresas REINHARDT (1999) considera

que as justificativas para os investimentos ambientais realizados pelas empresas de-

vem ser similares aos demais investimentos Nesse sentido os investimentos em ges-

tatildeo ambiental devem auferir retornos financeiros positivos ou conduzir agrave reduccedilatildeo dos

riscos SENGE e CARSTEDT (2001) satildeo mais enfaacuteticos ao considerar que o desafio

atual reside em desenvolver negoacutecios sustentaacuteveis compatiacuteveis com a realidade eco-

nocircmica Segundo esses autores novos modelos de negoacutecios e produtos inovadores

no acircmbito da sustentabilidade precisam necessariamente acarretar resultados finan-

ceiros satisfatoacuterios para se viabilizarem

Os benefiacutecios decorrentes das accedilotildees de sustentabilidade podem ser tangiacuteveis

ou intangiacuteveis Willard (2002) identifica potenciais benefiacutecios tangiacuteveis como aqueles

associados agrave reduccedilatildeo de custos na manufatura agrave reduccedilatildeo de custos comerciais ao

aumento do faturamento e ao aumento da participaccedilatildeo no mercado Como benefiacutecios

intangiacuteveis considera a maior facilidade na contrataccedilatildeo de talentos a maior retenccedilatildeo

29 Internet httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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dos principais talentos o aumento da produtividade dos funcionaacuterios a reduccedilatildeo dos

riscos e as maiores facilidades de financiamento NEMLI (2004) considera que os be-

nefiacutecios devem ser mensurados ao longo de trecircs dimensotildees reduccedilatildeo de custos e au-

mento da lucratividade aumento da reputaccedilatildeo e criaccedilatildeo de diferenciaccedilatildeo crescimento

da empresa em termos de capacidade de inovaccedilatildeo e uso de tecnologias limpas

A perspectiva de geraccedilatildeo de valor econocircmico estaacute acoplada a uma visatildeo mais holiacutesti-

ca do bom funcionamento da economia Nesse sentido HAWKEN LOVINS e LOVINS

(1999) consideram que o capitalismo natural pode ser o gatilho para a proacutexima revo-

luccedilatildeo industrial em que quatro tipos de capital sustentam o bom funcionamento da

economia o capital humano (pessoas conhecimento e cultura) o capital financeiro

(caixa investimentos e instrumentos monetaacuterios) o capital industrial (infra estrutura

faacutebricas e maacutequinas) e o capital natural (recursos naturais sistemas de vida e ecossis-

tema) Conforme SENGE e CARSTEDT (2001) a geraccedilatildeo de valor econocircmico por

empresas sustentaacuteveis depende de forma ampla da adoccedilatildeo de uma realidade eco-

nocircmica que conecta a induacutestria a sociedade e o meio ambiente Por outro lado mes-

mo na realidade atual a reduccedilatildeo do desperdiacutecio e do fluxo destrutivo dos recursos

pode representar uma importante oportunidade de negoacutecios (LOVINS LOVINS e

HAWKEN 1999) 30

15 - Sustentabilidade e responsabilidade ambiental

Vaacuterios autores assinalam a importacircncia da questatildeo da estrateacutegia ambiental das

empresas no acircmbito da sustentabilidade corporativa HART (1997) considera a polui-

ccedilatildeo a exaustatildeo dos recursos naturais e a pobreza como os principais desafios da sus-

tentabilidade Segundo o autor a estrateacutegia ambiental das empresas em geral evolui

segundo trecircs estaacutegios prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo produtos ambientalmente corretos e

produccedilatildeo limpa Aleacutem disso uma estrateacutegia ambiental integrada natildeo deve direcionar-

se somente para o desenvolvimento de competecircncias internas mas tambeacutem conside-

rar o relacionamento com os clientes fornecedores outras empresas agentes gover-

30 Internet

(httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext)

data de acesso 2107201230

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namentais e acionistas Da mesma forma BARBIERI (2004) cita trecircs abordagens para

a gestatildeo ambiental empresarial controle da poluiccedilatildeo prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo e abor-

dagem estrateacutegica A prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo incorpora duas preocupaccedilotildees ambientais

principais o uso sustentaacutevel dos recursos e o controle da poluiccedilatildeo Os instrumentos

tradicionais para o uso sustentaacutevel dos recursos satildeo referenciados pelo autor como

4Rs reduccedilatildeo da poluiccedilatildeo na fonte reutilizaccedilatildeo reciclagem e recuperaccedilatildeo energeacutetica

HOFFMAN (2000) sugere que a estrateacutegia ambiental determine o alinhamento

entre a proteccedilatildeo ambiental e o crescimento econocircmico da empresa O desenvolvimen-

to da estrateacutegia ambiental deve analisar os concorrentes os parceiros os produtos as

mateacuterias-primas as perdas e os resiacuteduos da empresa O autor considera que a estra-

teacutegia ambiental pode ser direcionada por quatro fatores o mercado (composto pelos

consumidores associaccedilotildees concorrentes e consultores) os provedores de recursos

(clientes seguradoras fornecedores bancos e investidores) os elementos coercivos

(regulamentos locais legislaccedilatildeo internacional) e os elementos sociais (instituiccedilotildees

religiosas organizaccedilotildees natildeo-governamentais comunidade mundo acadecircmico im-

prensa e poder judiciaacuterio) 31

16 - Sustentabilidade e responsabilidade social

Os defensores da responsabilidade social argumentam que as empresas de-

vem assumir um compromisso com o desenvolvimento da sociedade As empresas

devem executar accedilotildees para fomentar o desenvolvimento social a inclusatildeo social e

contribuir para a melhoria das condiccedilotildees de vida da populaccedilatildeo mais necessitada Al-

guns autores consideram que essas atividades natildeo satildeo puramente filantroacutepicas uma

vez que as empresas podem auferir benefiacutecios de negoacutecios em funccedilatildeo delas Outros

sugerem ainda que a responsabilidade social esteja associada agrave proacutepria estrateacutegia

empresarial por exemplo SEABRA LEAL e PASSOS (2005) assinalam que os prin-

31 ) Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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cipais acionistas da Natura consideram que a responsabilidade social estaacute intimamen-

te ligada agrave estrateacutegia de negoacutecios da empresa

PRAHALAD e HAMMOND (2002) observam que aproximadamente 65 da

populaccedilatildeo mundial mdash cerca de quatro bilhotildees de pessoas mdash ganham menos do que

2000 USDano Esse eacute um mercado praticamente inexplorado pelas empresas multi-

nacionais Segundo os autores as empresas que desejam entrar nesse mercado de-

vem repensar seus modelos de negoacutecios praacuteticas gerenciais e indicadores de desem-

penho Eacute um mercado de novas fontes de receita que exige melhoria na eficiecircncia

operacional e fomento da inovaccedilatildeo A atuaccedilatildeo bem-sucedida para atender agrave denomi-

nada populaccedilatildeo na base da piracircmide pode trazer resultados econocircmicos positivos agraves

empresas e simultaneamente contribuir para a melhoria das condiccedilotildees de vida das

pessoas economicamente menos favorecidas

PORTER e KRAMER (2002) consideram que eacute possiacutevel agraves empresas obterem

a convergecircncia de interesses entre as atividades filantroacutepicas e os objetivos de negoacute-

cios A filantropia pode oferecer oportunidades para as empresas melhorarem seu

contexto competitivo considerando que as atividades filantroacutepicas podem potencial-

mente atuar sobre quatro elementos inter-relacionados da competitividade empresari-

al na disponibilidade dos insumos de produccedilatildeo nas condiccedilotildees de demanda nas con-

diccedilotildees de competiccedilatildeo e rivalidade e na presenccedila das induacutestrias de insumos e suporte

Nesse sentido a filantropia deveria ser considerada uma abordagem claramente estra-

teacutegica pelas empresas WADDOCK e SMITH (2000) adotam um raciociacutenio similar

afirmando que a responsabilidade social e o desempenho corporativo financeiro an-

dam juntos e natildeo como trade-offs

HALL et al (2005) constatam que algumas empresas podem ser socialmente

vulneraacuteveis Segundo esses autores a vulnerabilidade social eacute atribuiacuteda agraves empresas

que apresentam grande importacircncia estrateacutegica para o desenvolvimento econocircmico e

social dos paiacuteses onde operam Eles citam empresas cujo papel extrapola a criaccedilatildeo de

valor aos acionistas sendo consideradas como orgulhos nacionais para seus paiacuteses

Satildeo citadas como exemplos a Siemens na Alemanha a Toyota no Japatildeo a Embraer

no Brasil e a Bombardier no Canadaacute Aleacutem da questatildeo econocircmica essas empresas

desempenham importante papel social em seus respectivos paiacuteses Outras empresas

45

brasileiras tambeacutem poderiam ser citadas como a Petrobras a Companhia Vale do Rio

Doce o Bradesco entre outras 32

2 - Gestatildeo da inovaccedilatildeo para a sustentabilidade

A busca da inovaccedilatildeo e a gestatildeo da inovaccedilatildeo em geral satildeo mediadas por as-

pectos essencialmente econocircmicos e estrateacutegicos Entretanto na medida em que ou-

tras restriccedilotildees compotildeem o ambiente de atuaccedilatildeo das empresas outros fatores podem

impulsionar a inovaccedilatildeo Isso tambeacutem eacute vaacutelido ao se considerarem aspectos de susten-

tabilidade como condicionantes da inovaccedilatildeo

HART e CHRISTENSEN (2002) sugerem que as inovaccedilotildees radicais podem

pavimentar o caminho para as empresas combinarem um crescimento sustentaacutevel

com responsabilidade social HART e MILTEIN (1999) consideram que os desafios

impostos pela sustentabilidade global podem atuar como catalisadores para um novo

estaacutegio de destruiccedilatildeo criativa das empresas Eles associam a preocupaccedilatildeo ecoloacutegica

com melhorias contiacutenuas e a sustentabilidade global com melhorias radicais Nesse

sentido argumentam que a sustentabilidade pode criar oportunidades sem preceden-

tes agraves empresas O raciociacutenio de SENGE e CARSTEDT (2001) eacute similar Esses auto-

res consideram que o foco restrito na eficiecircncia ecoloacutegica pode distrair as empresas da

busca de produtos e modelos de negoacutecios radicalmente diferentes dos atuais Eacute a sus-

tentabilidade global que iraacute motivar as empresas a procurarem novos modelos men-

tais a enfatizarem a aprendizagem e atentarem para a gestatildeo de mudanccedilas

PORTER e VAN DER LINDE (1995) consideram que as regulamentaccedilotildees am-

bientais impotildeem pressotildees competitivas nas empresas motivando-as a inovar VOL-

LENBROEK (2002) propotildee um processo que direciona a inovaccedilatildeo para o desenvolvi-

mento da sustentabilidade denominado gestatildeo da transiccedilatildeo Ele considera que a ino-

vaccedilatildeo natildeo gera automaticamente o progresso da sociedade pois precisa ser condi-

cionada para tanto Os esforccedilos para o desenvolvimento sustentaacutevel precisam ser di-

recionados pela sociedade e esta participa das decisotildees visando obter um balancea-

mento adequado entre os objetivos econocircmicos ecoloacutegicos e sociais A inovaccedilatildeo seraacute

decorrecircncia

32 Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

46

HALL e VREDENBURG (2003) afirmam que os gestores tecircm dificuldades para

lidar com as pressotildees do desenvolvimento sustentaacutevel Eles consideram que as estra-

teacutegias de inovaccedilatildeo das empresas geralmente satildeo inadequadas para acomodar as

complexidades e incertezas inerentes agraves novas demandas impostas pelo desenvolvi-

mento sustentaacutevel Dessa forma sugerem que a estrateacutegia empresarial integre tam-

beacutem os objetivos da inovaccedilatildeo e do desenvolvimento sustentaacutevel Em contraponto agrave

abordagem tradicional da inovaccedilatildeo ditada pelo mercado propotildeem que as empresas

adotem a inovaccedilatildeo para o desenvolvimento sustentaacutevel que incorpora as restriccedilotildees

sociais e as pressotildees ambientais bem como contempla as necessidades das futuras

geraccedilotildees Como seraacute visto no texto que segue a inovaccedilatildeo foi tambeacutem um ingrediente

essencial para o desenvolvimento e o sucesso do projeto estudado na presente pes-

quisa33

CONCLUSAtildeO

O objetivo desse estudo foi verificar e compreender o conceito de inovaccedilatildeo e a

sua aplicabilidade nas organizaccedilotildees assim como a vantagem competitiva no modelo

de negoacutecio por meio da co-criaccedilatildeo de valor

33 Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data acesso 21072012

47

Inovaccedilatildeo e criatividade satildeo essenciais para o continuo desenvolvimento e competi-

tividade de uma naccedilatildeo

Coisas boas acontecem quando o pensamento inovador comeccedila ele poderaacute

ajudar a criar novos produtos melhoria nos processos novas tecnologias tornando

a empresa mais competitiva Tomando conhecimento da grande variedade de produ-

tos e serviccedilos oferecidos pelas organizaccedilotildees pode se observar que nem sempre se

chega ao resultado em melhores experiecircncias de consumo nesse cenaacuterio certas em-

presas adotam a co-criaccedilatildeo de valor ndash participaccedilatildeo do cliente no processo produtivo ndash

para inovar no modelo de negoacutecio agregando valor a sua oferta buscando assim se

diferenciar das demais empresas Apesar da inovaccedilatildeo indicar um caminho seguro

para obter vantagem competitiva sustentaacutevel e defender posiccedilotildees estrateacutegicas no

mercado o seu sucesso natildeo eacute garantido necessitando que os gestores conheccedilam e

compreendam a dinacircmica dos processos da gestatildeo da inovaccedilatildeo dentro de suas orga-

nizaccedilotildees e realidades especiacuteficas

O modelo de organizaccedilatildeo inovadora sustentaacutevel eacute uma resposta agraves pressotildees

institucionais por uma organizaccedilatildeo que seja capaz de inovar com eficiecircncia em termos

econocircmicos mas com responsabilidade social e ambiental Esse tipo de organizaccedilatildeo

busca vantagem competitiva desenvolvendo produtos serviccedilos processos e negoacutecios

novos ou modificados com base nas dimensotildees social ambiental e econocircmica Ela

reuacutene duas caracteriacutesticas essenciais eacute inovadora e orientada para a sustentabilidade

Tendo em vista o fenocircmeno do isomorfismo institucional (concentraccedilatildeo de for-

mas organizacionais nos diversos setores produtivos) o modelo das organizaccedilotildees

inovadoras sustentaacuteveis vem ganhando rapidamente cada vez mais espaccedilo nas em-

presas liacutederes Esses fatos permitem dizer que o movimento do desenvolvimento sus-

tentaacutevel eacute um dos movimentos mais importantes do nosso tempo e a julgar pela vita-

lidade dos fatores institucionais presentes em praticamente todo o mundo pode-se

inferir que ele continuaraacute se propagando por muitas deacutecadas

Desse modo o aprimoramento dos modelos de organizaccedilatildeo sustentaacuteveis as

diversas formas da sua institucionalizaccedilatildeo em acircmbito global o desenvolvimento de

tecnologias sustentaacuteveis a gestatildeo de inovaccedilotildees para o desenvolvimento sustentaacutevel

seratildeo temas cada vez mais importantes nos estudos futuros Como o sistema opera-

cional produtivo e as inovaccedilotildees de produto e de processo ao atender as trecircs dimen-

sotildees da sustentabilidade devem gerar ganhos para o meio ambiente em termos de

reduccedilatildeo no uso de recursos e de emissotildees de poluentes o aumento da produccedilatildeo pelo

incitamento agrave demanda por novos produtos pode neutralizar ou ateacute superar esses ga-

nhos Levar em conta essa possibilidade dando-lhe um tratamento adequado eacute um dos

48

maiores desafios para o alinhamento das empresas ao modelo de organizaccedilatildeo inova-

dora sustentaacutevel

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

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20de2520Inova25E725E3o2FArtigos2FInova25E725E3odocampei=Ex32T

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Capital intelectual Internet

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Como implementar vantagem competitiva Internet

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Como criar valor e vantagem competitiva Internet

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O que significa vantagem competitiva Internet

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Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva Internet

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PRAHALAD C K RAMASWAMY Venkatram O futuro da competiccedilatildeo como desen-

volver diferenciais inovadores em parceria com os clientes Rio de Janeiro editora

Elsevier 2004

  • AGRADECIMENTOS
  • CAPIacuteTULO III- Aspectos da inovaccedilatildeo e sustentabilidade37
  • Inovaccedilatildeo e sustentabilidade37
  • 32 - Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva
  • 33 - Como implementar vantagem competitiva
  • 34 - Como criar valor e vantagem competitiva
Page 25: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · duzir os processos de inovação dentro da organização. 6 ... CAPÍTULO I - Estrutura da criação de valor e inovação.....11

25

MONTEIRO (2007) comenta que dentro das organizaccedilotildees o capital intelectual

pode ser diferenciado dos demais capitais porque ele cresce quando compartilhado

com os do mesmo grupo e natildeo se deprecia com o uso Ao contraacuterio dos outros ativos

o seu valor decorre do uso O capital intelectual eacute enfatizado como o conjunto de in-

formaccedilotildees e conhecimentos encontrados nas organizaccedilotildees onde agregam ao produto

eou serviccedilos valores mediante a aplicaccedilatildeo da inteligecircncia e natildeo do capital monetaacuterio

Devido a sua grande representatividade nas empresas o capital intelectual natildeo deve

ser subestimado nem utilizado de forma ineficiente acarretando em um gerenciamento

ineficaz mais investimento incentivado para assim trazer agrave empresa bons negoacutecios e

melhor rentabilidade (MONTEIRO 2007 p18)13

2 - Criatividade

Criatividade eacute um assunto que fascina a todos objeto de muitos estudos em-

bora no contexto empresarial seja novo O pensamento criativo antigamente era vis-

to como inspiraccedilatildeo divina passando a ser estudado com melhor afinco a partir dos

anos 50

O Caminho humano de viver conviver e sobreviver eacute permeado de accedilotildees cria-

tivas conscientes e inconscientes Esse potencial criativo eacute inato em todo ser humano

poreacutem ele se ensina e se aprende Trata-se de uma competecircncia pessoal valorizada

mas ao mesmo tempo desprestigiada pois percebemos que as empresas desclassifi-

cam candidatos criativos e depois encaminham-no para o desenvolvimento desta habi-

lidade

Criatividade para o quecirc Eacute a primeira pergunta que surge em nossa mente

quando tratamos do tema Se tudo estaacute bem natildeo haacute motivos para criar ou se estaacute

tudo ruim natildeo temos mais o que fazer Percebemos que o ser humano sempre busca

a sua zona de conforto para se acomodar sofrer menos ou agraves vezes para reclamar

mais Podemos pensar nesta pergunta buscando duas respostas uma do acircmbito pes-

soal e outra empresarial No processo de criaccedilatildeo percebemos que podemos mudar e

nos diferenciar daquilo que fomos respeitando e valorizando o nosso proacuteprio passado

13Internet (httpwwwaedbbrsegetartigos10327_PDF20Samirapdf) data acesso

15072012

26

tomando decisotildees e desempenhando accedilotildees diferentes dos que habitualmente faziacutea-

mos Podemos gerar mudanccedilas substanciais nas empresas e a partir dessas mudan-

ccedilas diferenciarmos sem contudo ser necessaacuterio efetuar mudanccedilas demasiadas mu-

danccedilas que choquem e natildeo se ajustem aos nossos valores e nossa realidade

Se o objetivo eacute buscar na empresa alcanccedilar eficiecircncia que possibilite ao cliente

escolher e comprar nossos produtos e serviccedilos e natildeo os dos concorrentes precisa-

mos estar abertos para buscar novas alternativas novas maneiras de fazer as coisas

e consequentemente resultados diferentes A mudanccedila organizacional eacute muitas ve-

zes uma ferramenta de soluccedilatildeo de problemas das organizaccedilotildees Podemos diferenci-

ar-nos dos competidores apenas sabendo quando e em quecirc devemos mudar e onde

queremos chegar

A criatividade na empresa eacute medida a partir dos resultados alcanccedilados Uma

resposta eacute mais criativa (entre aspas pois as respostas natildeo satildeo criativas e sim as pes-

soas que a geraram) que outra quando atinge aquele objetivo para o qual foi focado a

soluccedilatildeo de um problema traz uma alternativa ou um meacutetodo inovador ou ateacute mesmo

uma combinaccedilatildeo de resultados diferentes

Tatildeo essencial como ser diferente eacute a necessidade de buscar resultados e uma

empresa soacute eacute verdadeiramente criativa quando a criatividade se torna a maneira diaacute-

ria de fazer as coisas e espera que seus membros considerem uma ampla variedade

de alternativas antes de comprometer-se numa direccedilatildeo especiacutefica 14

21 ndash Conceito de criatividade

A criatividade eacute a faculdadehabilidade de criar ou o potencial criativo Consiste

em encontrar meacutetodos ou objetos para executar tarefas de uma maneira nova ou dife-

14 Internet

Fonte (Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de acesso

25062012

27

rente do habitual com a intenccedilatildeo de satisfazer um propoacutesito A criatividade permite

cumprir os desejos de forma mais raacutepida faacutecil eficiente ou econoacutemica

A criaccedilatildeo de novas ideias e conceitos tambeacutem se lhe daacute o nome de inventivi-

dade pensamento original pensamento divergente ou imaginaccedilatildeo construtiva Trata-

se de conceitos que implicam o ato de inventar algo novo (isto eacute recorrer ao enge-

nho) a capacidade de encontrar soluccedilotildees originais e a vontade de mudar o mundo 15

A criatividade eacute considerada uma capacidade humana de grande valor univer-

sal tudo indica que nesta competecircncia reside a memoacuteria RAM bioloacutegica para o im-

pulso da evoluccedilatildeo humana A memoacuteria RAM segundo CURY (2009) eacute o fenoacutemeno dos

registos da memoacuteria O que melhor descreve a criatividade eacute o que SANCHEZ (2003)

referiu em seus apontamentos a criatividade eacute uma sublime dimensatildeo da condiccedilatildeo

humana

Eacute entretanto na capacidade criativa que existe a chave da capacidade de evo-

luccedilatildeo da humanidade O meacuterito da expressatildeo criativa eacute fruto da complexidade ou

seja eacute fruto do contexto social no seu desenvolvimento natural e humano

Eacute muito interessante contemplar os efeitos provenientes deste constructo a

considerar a capacidade de um indiviacuteduo criativo construir e reconstruir transformando

a nossa realidade Eacute consensual e gratificante perceber que todos temos a capacida-

de criativa deve eacute ser melhor desenvolvida16

De maneira instintiva o termo criatividade sempre se associou agrave atividade ar-

tiacutestica Mais recentemente graccedilas a exemplos empresariais como Apple e Google a

inovaccedilatildeo ganhou espaccedilo nos sectores tecnoloacutegicos Neste sentido a nossa intuiccedilatildeo

natildeo estaacute errada uma vez que criatividade e inovaccedilatildeo satildeo dois conceitos muito unidos

Explicado de forma simples a capacidade criativa pode ser definida como ldquoa habili-

dade para gerar ideias alternativas e soluccedilotildees a um determinado problema de forma

faacutecilrdquo 17

15 Internet (httpconceitodecriatividade) data de acesso 25062012 16Internet (httpptwikipediaorgwikiCriatividade) data de acesso 04072012

17Inter-

net(httpwwwcriaptcriaadminappCRIAuploadscreamanual20creatividade20portugue

s_pt_webpdf) data de acesso 04072012)

28

22 ndash Criatividade do ponto de vista pessoal

Temos que pensar em Criatividade como estrateacutegia para viver melhor para

uma qualidade de vida que diria razoaacutevel aleacutem de identificar potenciais descobertas

internas que foram abafadas pelos processos familiares educacionais e empresariais

assim pelo tempo Outro aspecto estaacute relacionado com a garantia da nossa emprega-

bilidade entendendo como fonte de renda como funcionaacuterio profissional autocircnomo ou

empresaacuterio Vivemos num mundo de mudanccedilas aprimoramento riscos e oportunida-

des Melhoria nos nossos relacionamentos interpessoais atraveacutes do reconhecimento e

aproveitamento da diversidade respeitando as mais diversas formas de pensamento e

das diferenccedilas individuais Estamos acostumados a considerar a criatividade como

algo pessoal e intransferiacutevel A criatividade humana natildeo eacute temporal Trata-se de um

patrimocircnio do ser humano compartilhado pela sociedade Como a organizaccedilatildeo existe

para servir a sociedade nada mais justo do que desenvolver a criatividade como ga-

rantia para superaccedilatildeo da expectativa do cliente em relaccedilatildeo agrave sua empresa 18

23 ndash Criatividade do ponto de vista empresarial

A busca de um diferencial oferecendo algo mais do que o cliente espera atrair

preferecircncias estabelecer estrateacutegia diferenciada adaptar-se agraves necessidades modifi-

car produtos e buscar soluccedilotildees para os problemas fugindo do convencional e assim

diferenciando-se dos concorrentes Estrateacutegia competitiva natildeo somente por criar ou

inovar produtos mas tambeacutem a quebra de paradigmas mudanccedilas de pensamentos

comportamentos etc Todas as ideias produtos e serviccedilos criativos poderatildeo ser trans-

formados em algo positivo para a organizaccedilatildeo Melhoria dos seus produtos assim

como a criaccedilatildeo de novos Busca de resultados diferentes do passado Melhoria do

18 Internet (Fonte Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de

acesso 04072012

29

relacionamento humano interno consequentemente o aumento da produtividade Me-

lhoramento contiacutenuo em todos os setores Desenvolvimento da qualidade19

24 - Criatividade e a visatildeo estrateacutegica da empresa

A criatividade se relaciona com a visatildeo estrateacutegica de empresa da seguinte

forma a partir dos objetivos traccedilados pela organizaccedilatildeo a mesma definiraacute uma linha

estrateacutegica a ser seguida para alcanccedilar esses objetivos A criatividade se envolve de

acordo com a intenccedilatildeo da empresa ela pode querer reinventar seus modos de atua-

ccedilatildeo pode somente visar manter-se atualizada e motivada pode querer mudar rapida-

mente de foco e enfim 44 pode estabelecer um relacionamento forte ou fraco com a

criatividade em funccedilatildeo das soluccedilotildees que ela estiver almejando

CALKINS (2001) defende essa visatildeo ao dizer que para produzir subjetividade

a criatividade deve ser parte da estrateacutegia da empresa O estudo de LENGNICK-HALL

e WOLFF (1998) faz justamente uma releitura sobre o processo estrateacutegico organiza-

cional ndash enfatizando os trecircs domiacutenios loacutegicos que guiam a maioria das empresas ndash e

relacionando conforme a Tabela abaixo com o tipo de criatividade que estaraacute vigente

Loacutegicas Estrateacutegicas x Criatividade

Loacutegica Dominante

Guerrilha Loacutegica Complexidade Loacutegica Capacidade Loacutegica

Objetivo

repentinamente reescrever

as regras da competitivida-

de

aprendizagem e alto envolvi-

mento organizacional

desenvolver e implementar

estrateacutegias que as possibilitem

criar uma sustentaacutevel vantagem

competitiva

Elemento

Chave

a flexibilidade a criativida-

de e a inovaccedilatildeo

sistema natural de relaciona-

mentos

desenvolvimento eficiente e

eficaz e protegendo seus recur-

sos de base

Justificativa vantagem competitiva

como algo muito passageiro

a organizaccedilatildeo vive em uma

comunidade de competidores

fornecedores clientes

as organizaccedilotildees procuram de-

senvolver e implantar estrateacute-

gias que as possibilitem criar

uma sustentaacutevel vantagem

competitiva

19Internet (Fonte Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de

acesso 04072012

30

Sucesso Orga-

nizacional

eacute uma funccedilatildeo da sua capa-

cidade para gerar ideias

que criam novas dinacircmicas

competitivas e novas are-

nas de accedilatildeo

consequecircncia de um natural

entendimento do paradoxo de

forccedilas que formam o sistema

organizacional

a chave da vantagem competiti-

va sustentaacutevel estaacute na habilida-

de organizacional para proteger

os seus recursos de base

Autores COOPER (1995) e

SCHUMPETER (1936)

MILLER (1996) SENGE (1990) e

MOORE (1996)

PORTER (1986 e 1992) e

HAMEL e PRAHALAD (1994)

Ecircnfase Criar Aprender Agregar Valor

Praacuteticas Cria-

tivas

Brainwriting Pool Teacutecnica

da Troca dos Cartotildees etc Pensamento Lateral Jamming

(Fonte Pesquisa a partir dos estudos de Lengnick-Hall e Wolff 1998) 20

25 ndash Reconfiguraccedilatildeo dinacircmica do talento

A estrateacutegia de inovaccedilatildeo sem duacutevida requer novas habilidades O conceito de

R=G sugere que nenhuma empresa eacute capaz de desenvolver sozinha todos os produ-

tos e serviccedilos de que necessita para oferecer experiecircncias personalizadas a cada cli-

ente Tampouco empresa alguma tem condiccedilotildees de cultivar todas as capacidades

gerenciais indispensaacuteveis para transformar a organizaccedilatildeo Analisamos questotildees rela-

cionadas com a superaccedilatildeo dos legados organizacionais e com a construccedilatildeo de novas

capacidades para o gerenciamento da inovaccedilatildeo Mostramos como as empresas de-

vem preparar-se para administrar as tensotildees constantes entre flexibilidade eficiecircncia

e confiabilidade Essa transformaccedilatildeo natildeo consiste apenas em mudar a mentalidade

ou a loacutegica dominante dos gestores tambeacutem significa concentrar-se nos novos niacuteveis

de transparecircncia e de visibilidade em relaccedilatildeo a como se gerencia a empresa

Precisamos mudar a maneira como gerenciamos ndash como combinamos continu-

amente oportunidades e recursos O foco deve convergir natildeo soacute para as habilidades

20Internet (Fonte Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de

acesso 04072012

31

dos indiviacuteduos e para as atitudes de cada um em relaccedilatildeo ao aprendizado mas tam-

beacutem para a competecircncia das equipes e para a capacidade dessas forccedilas-tarefas de se

reconfigurar continuamente em funccedilatildeo dos objetivos arregimentando os melhores

talentos em todo o mundo Por exemplo a identificaccedilatildeo dos comportamentos e das

necessidades de determinada pessoa numa base de milhotildees de clientes ndash como a

Amazoncom na ING Insurance e no programa de diabetes da ICICI ndash exige capaci-

dades analiacutetica Argumentaremos que os mesmos requisitos tambeacutem satildeo indispensaacute-

veis na base de talentos A empresa deve tratar seus empregados e fornecedores

como indiviacuteduos iacutempares (ou como conjunto de indiviacuteduos sem igual) da mesma ma-

neira como lida com os clientes A configuraccedilatildeo dinacircmica de recursos para atender agraves

necessidades de tarefas especiacuteficas converte-se em fonte de vantagem competitiva

A essecircncia da mensagem eacute que para a transformaccedilatildeo ser eficaz os gestores devem

concentrar o foco na mobilizaccedilatildeo raacutepida de talentos dentro e fora da empresa (PRA-

HALAD e KRISHNAN 2008 p177)

3 ndash Cadeia de valor e vantagem competitiva

Segundo Novaes (2001 p184) o conceito de cadeia de valor foi desenvolvido

por Porter O conceito eacute de muita simplicidade e por isso talvez mostre-se tatildeo impor-

tante no contexto econocircmico-social em que se inserem as empresas com a crescente

globalizaccedilatildeo dos negoacutecios e mercados

Para (PORTER 1989 p33) toda empresa eacute uma reuniatildeo de atividades que

satildeo executadas para projetar produzir comercializar entregar e sustentar seu produ-

to Todas estas atividades podem ser representadas fazendo-se uso de uma cadeia

de valores Essa exposiccedilatildeo do autor indica em primeira matildeo apenas4 a ideia de ava-

liar a cadeia interna da empresa a qual eacute formada pelas atividades operacionais e

organizacionais jaacute citadas

A ideia baacutesica que subsidia esse conceito natildeo eacute de autoria de Porter mas haacute

muito tempo jaacute estava sendo analisada Fala-se aqui dos conceitos da Teoria Geral de

Sistemas que tem como precursor o Prof Ludwig von Bertalanffy e seus trabalhos

teoria essa que apresenta a empresa como um sistema inserido esse uacuteltimo em um

ambiente ou macro sistema Assim deve-se ter em mente uma visatildeo sistecircmica en-

xergar mais do que as aacutereas ou atividades isoladamente mais do que os limites da

empresa (Cadeia de Valor Interna) A empresa faz parte de um todo maior (um siste-

32

ma amplo) e esse eacute que deve ser otimizado para gerar maior valor para o cliente e

consequentemente maior lucratividade na cadeia (Cadeia de Valor Externa)

Nas palavras de Porter (1989 p33) ldquoa cadeia de valores desagrega uma em-

presa nas suas atividades de relevacircncia estrateacutegica para que se possa compreender o

comportamento dos custos e as fontes existentes e potenciais de diferenciaccedilatildeordquo Uma

empresa ganha vantagem competitiva se conseguir desempenhar essas atividades

estrateacutegicas de uma maneira melhor e mais barata que a concorrecircncia

Pode-se entatildeo caminhar para um avanccedilo em definiccedilatildeo ao verificarmos a pro-

posiccedilatildeo de (SHANK amp GOVINDARAJAN 1993 p13) de que ldquoa cadeia de valor para

qualquer empresa em qualquer negoacutecio eacute o conjunto interligado de todas as ativida-

des que criam valor desde uma fonte baacutesica de mateacuterias primas passando por forne-

cedores de componentes ateacute a entrega do produto final agraves matildeos do consumidorrdquo

O mundo em que se vive atravessa em periacuteodo de transformaccedilatildeo sequer ima-

ginado Nele nada eacute definitivo Fica-se perplexo quando natildeo se consegue acompanhar

a velocidade da evoluccedilatildeo dos acontecimentos sente-se perdido principalmente nos

assuntos relacionados agrave dinacircmica do desenvolvimento tecnoloacutegico

Dessa forma com uma visatildeo focada no clienteconsumidor pode-se considerar

que a cadeia de valor eacute uma sequecircncia de atividades desde a origem de recursos ateacute

o descarte final de determinado produto Portanto tem-se uma visatildeo bastante abran-

gente do conceito que pode considerar desde a fase da extraccedilatildeo de mateacuteria-prima ateacute

o tratamento final que eacute dado ao produto por exemplo num enfoque de ciclo de vida

do produto21

31 - O que significa uma vantagem competitiva

O sucesso de uma empresa eacute em larga medida determinado pela atratividade

do sector em que opera mas a sua posiccedilatildeo dentro desse sector tambeacutem eacute importante

21 (httpwwwccontabeiscombrconvt14pdf) data acesso 15072012

33

Apesar de um sector poder ter uma fraca eficaacutecia uma empresa que estaacute bem posi-

cionada pode ainda assim criar lucros significativos

Diz-se que uma empresa tem uma vantagem competitiva sobre os seus con-

correntes quando manteacutem retornos que superam a meacutedia no seu sector Esta vanta-

gem decorre das caracteriacutesticas do produto que o torna superior aos produtos da con-

correcircncia

Nalgumas situaccedilotildees pode obter-se uma vantagem competitiva atraveacutes da evoluccedilatildeo

tecnoloacutegica mas esta eacute frequentemente difiacutecil de manter porque os concorrentes ra-

pidamente a copiam ou aperfeiccediloam desenvolvem novas tecnologias Uma vantagem

sustentada resulta frequentemente mais do que da tecnologia ou de modificaccedilatildeo de

produtos de outros fatores como por exemplo o simbolismo associado ndash o que o

produto significa para os consumidores (imagem de marca) e o que estes experimen-

tam na sua compra e uso Os investigadores em marketing reconhecem que os produ-

tos possuem caracteriacutesticas simboacutelicas e que o consumo de certos produtos pode de-

pender mais do seu significado social do que da sua utilidade funcional

Existe atualmente uma tendecircncia para os consumidores exigirem ldquosignificado

pessoalrdquo aos produtos e serviccedilos Torna-se essencial inovar para responder agraves emo-

ccedilotildees que influenciam as decisotildees dos consumidores Estes estatildeo cada vez menos

impressionados com as novas tecnologias e a optar por produtos que resultam ldquopara

mimrdquo Como consequecircncia palavras como emoccedilatildeo e significado pessoal encon-

tram o seu caminho nas estrateacutegias das empresas sendo importante entender os fato-

res intangiacuteveis associados ao valor percebido do produto e as percepccedilotildees na sua

globalidade positivas ou negativas Novas designaccedilotildees tais como ndash ldquofaacutecil acessiacute-

vel razoaacutevel empoderamento e pessoal ndash refletem mais a pessoa do que o obje-

to Descobrir os sentimentos e as atitudes em relaccedilatildeo aos produtos bem como conhe-

cer as razotildees das preferecircncias dos consumidores tornaram-se importantes elementos

estrateacutegicos22

32 - Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva

Em grande medida a ambiccedilatildeo da estrateacutegia da empresa eacute conseguir uma van-

tagem competitiva sustentaacutevel

22Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

34

A vantagem competitiva analisa a atividade da empresa centrando-se primei-

ramente na sua capacidade de gerar retornos superiores de capital e de vincular a

estrateacutegia de negoacutecio a mercados financeiros e de capital fundamentais por um longo

periacuteodo de tempo No fim de contas eacute a vantagem competitiva da empresa que permi-

te ter bons retornos para os seus acionistas

Sem vantagem competitiva a empresa tem uma razatildeo econoacutemica limitada para

existir ndash a sua vantagem competitiva eacute a sua razatildeo de existecircncia Sem ela a empresa

natildeo iraacute prosperar Criar uma vantagem competitiva sustentaacutevel pode ser a meta mais

importante de qualquer organizaccedilatildeo e pode mesmo ser o atributo mais importante em

que a empresa se focaliza23

33 - Como implementar vantagem competitiva

As vantagens competitivas natildeo assumem uma uacutenica forma e eacute possiacutevel que

uma empresa tenha vaacuterias vantagens competitivas e em diferentes aacutereas Ilustra-se

algumas das aacutereas onde as empresas se podem destacar e garantir o seu sucesso a

longo prazo quota de mercado gestatildeo da marca rede marcas e patentes eficaacutecia de

custos e altos custos de mudanccedila

As empresas com quotas de mercado significativas criam um problema para os

concorrentes o que eacute positivo para aquelas uma vez que os seus produtos satildeo bem

conhecidos e recebidos no mercado No entanto mesmo quando a quota de mercado

eacute consideraacutevel se o sector for atrativo ou seja tiver um potencial de lucro significativo

novos operadores podem aparecer com a consequente reduccedilatildeo da quota de merca-

do

Ter uma marca forte pode garantir o sucesso a longo prazo e tambeacutem permitir

agraves empresas obter lucros pois a sua marca permite-lhes cobrar um preccedilo especial

(premium) Marcas fortes tendem a criar uma vantagem competitiva mais duradoura

O efeito de rede ocorre quando um produto cria uma procura por parte dos

consumidores que depois amplia o produto A empresa pode beneficiar do efeito de

23 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

35

rede pela atraccedilatildeo de mais vendedores Estes por sua vez atraem mais compradores

estabelecendo-se uma quota de mercado dominante (por exemplo eBay)

Este efeito de rede natildeo eacute muito comum mas quando ocorre pode ser extre-

mamente lucrativo As marcas e as patentes podem ser fonte de vantagem competiti-

va para algumas empresas 24

34 - Como criar valor e vantagem competitiva

Uma empresa posiciona-se aproveitando os seus pontos fortes Michael Porter

defendeu que aqueles se inscrevem em dois tipos baacutesicos de vantagem competitiva

vantagem pelos custos ou diferenciaccedilatildeo Estes satildeo identificados como vantagens po-

sicionais uma vez que expressam a posiccedilatildeo da empresa no sector enquanto liacuteder nos

custos ou por diferenciaccedilatildeo

A empresa utiliza os seus recursos e capacidades para gerar uma vantagem

competitiva que por uacuteltimo resulte na criaccedilatildeo de um valor superior

As competecircncias distintivas (competecircncias nucleares) resultam de recursos

especiacuteficos e capacidades da empresa facilitam a inovaccedilatildeo a eficiecircncia a qualidade

e a receptividade dos clientes o que pode ser aproveitado para atingir quer uma es-

trutura de baixo custos quer a diferenciaccedilatildeo do produto

Uma empresa posiciona-se no seu sector atraveacutes da opccedilatildeo por baixos custos

ou diferenciaccedilatildeo Esta decisatildeo eacute uma peccedila central da estrateacutegia competitiva da em-

presa

A vantagem competitiva existe quando a empresa eacute capaz de oferecer os

mesmos benefiacutecios que os concorrentes mas a custos mais baixos (vantagem pelos

custos) ou oferecer benefiacutecios que ultrapassam a concorrecircncia (vantagem por diferen-

ciaccedilatildeo) Portanto uma vantagem competitiva permite agrave empresa criar um valor superi-

or para os seus clientes e lucros para si proacuteprio25

24 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=39ampL=5) data acesso 15072012

25 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

36

CAPITULO III

ASPECTOS DA INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE

1 ndash Inovaccedilatildeo e sustentabilidade

37

Como as empresas podem sair da teoria para a praacutetica e chegar a um no-

vo patamar de competitividade e comprometimento com praacuteticas sustentaacuteveis

Muito se fala em inovaccedilatildeo como o principal caminho para o desenvolvimento

sustentaacutevel das organizaccedilotildees e da humanidade Poreacutem em muitos setores falar sobre

esse assunto eacute ainda um exerciacutecio teoacuterico Em geral o tema eacute associado as aacutereas de

tecnologia ou pesquisa e desenvolvimento mas a inovaccedilatildeo deve acontecer tambeacutem

na lideranccedila nas accedilotildees de marketing no modelo de negoacutecios ou seja na gestatildeo co-

mo um todo

Em pesquisa realizada pela Fundaccedilatildeo Nacional da Qualidade (FNQ) em maio

e 2011 representantes de 63 empresas mostraram que 97 consideram fundamental

que as organizaccedilotildees inovem para buscar a sustentabilidade tanto do negoacutecio quanto

da economia e do planeta Apesar dessa consciecircncia 70 dos participantes do estu-

do acreditam que as empresas estatildeo preocupadas mas natildeo direcionam seus investi-

mentos em inovaccedilotildees com foco no crescimento sustentaacutevel O levantamento mostra

ainda que 27 dos entrevistados apontaram a gestatildeo como a principal preocupaccedilatildeo

das empresas em que trabalham enquanto 22 indicaram a sustentabilidade e 19 a

reduccedilatildeo de custos

De acordo com o superintendente geral da FNQ Jairo Martins ldquoos resultados

da pesquisa mostram que as empresas ainda natildeo perceberam o tamanho do problema

da sustentabilidade considerando o baixo iacutendice de organizaccedilotildees que de fato inves-

tem em inovaccedilatildeo para sustentabilidade Em sua maioria as organizaccedilotildees pensam

apenas no lado econocircmico e natildeo no tripeacute da sustentabilidade que demanda uma em-

presa economicamente soacutelida socialmente correta e ambientalmente responsaacutevel

Enquanto dominar o pensamento pelo vieacutes econocircmico cujo sucesso eacute medido pelo

PIB o atual modelo de desenvolvimento insustentaacutevel natildeo vai mudar e natildeo seratildeo in-

cluiacutedas na pauta das organizaccedilotildees as questotildees socioambientaisrdquo

O professor da Fundaccedilatildeo Getuacutelio Vargas Renato Orsato autor do livro ldquoEstra-

teacutegias de Sustentabilidade quando vale a pena ser verderdquo analisou mais de 30 ca-

sos de empresas que adotaram a inovaccedilatildeo em 20 setores ao redor do mundo Para

ele deve haver uma premissa baacutesica para falar sobre esse assunto fazer perguntas

precisas ldquoIsso porque existem centenas de milhares de formas de incluir inovaccedilatildeo e

sustentabilidade nas empresas As empresas devem conhecer bem o contexto onde

atuam e considerar tanto aspectos tangiacuteveis como intangiacuteveisrdquo afirma

38

Na opiniatildeo do professor enquanto a sustentabilidade eacute apenas um acessoacuterio agrave

estrateacutegia da empresa ela natildeo vale a pena Para inovar as organizaccedilotildees devem

questionar os modelos de negoacutecio e pensar em modelos totalmente novos

Orsato daacute o exemplo da empresa Better Place que inovou na maneira de co-

mercializar energia renovaacutevel para carros eleacutetricos ldquoO grande salto seraacute conseguir

mudanccedilas radicais nos modelos de negoacutecios As fronteiras entre os setores de energia

e mobilidade por exemplo podem mudarrdquo 26

11- Da teoria para a praacutetica

De maneira geral a inovaccedilatildeo faz sucesso em palestras de ldquoespecialistasrdquo e de

executivosrdquo explica o professor Joatildeo Amato Neto da Fundaccedilatildeo Vanzolini e Escola

Politeacutecnica da USP ldquoMas haacute empresas realmente inovadoras seja em seus produtos

em seus processos de produccedilatildeo e ateacute mesmo em seu posicionamento de mercado

Outras satildeo inovadoras na relaccedilatildeo com o mercado num sentido mais amplo Esse eacute

um grupo restrito no Brasil de empresas de excelecircncia As que tecircm excelecircncia em

inovaccedilatildeo para sustentabilidade estatildeo num grupo mais restrito ainda Do ponto de vista

da sobrevivecircncia da empresa nos proacuteximos anos esse eacute um requisito fundamentalrdquo

O professor exemplifica que no varejo haacute grandes redes como o Wall Mart

Carrefour e Patildeo de Accediluacutecar que iniciaram accedilotildees para contratar fornecedores com base

em requisitos de sustentabilidade Essas accedilotildees ainda satildeo restritas a alguns poucos

produtos e incluem por exemplo exigecircncias de embalagens que possam ser recicla-

das Satildeo accedilotildees que visam a reduccedilatildeo do uso de recursos materiais e energia de uma

forma geral (busca de maior eco eficiecircncia nos processos)

Mas como sair da teoria e colocar em praacutetica Veja os principais pontos que

uma empresa interessada em inovaccedilatildeo e sustentabilidade deve trabalhar

bull Investir no espiacuterito criativo dos colaboradores natildeo soacute daqueles que atuam nas aacutereas

de pesquisa e desenvolvimento (PampD) de produtos ou na engenharia do produto mas

num sentido mais amplo oacutetimas ideias podem surgir no chamado chatildeo de faacutebrica

26 Internet (httpwwwhsmcombrbuscarkeys=inovaccedilatildeo e sustentabilidade) data acesso 19072012

39

bull Buscar praacuteticas de gestatildeo participativa isso pode gerar ideias que trazem inovaccedilotildees

pequenas incrementais mas que no conjunto fazem muita diferenccedila

bull Usar a educaccedilatildeo para transformar paradigmas e gerar maior conscientizaccedilatildeo Natildeo

se deve pensar apenas em treinamentos que satildeo usados em geral para tarefas es-

peciacuteficas ou aplicaccedilatildeo de teacutecnicas As empresas devem investir na formaccedilatildeo dos re-

cursos humanos

bull Questionar o proacuteprio modelo de negoacutecios

bull Inserir sustentabilidade no planejamento estrateacutegico da empresa

E seraacute que eacute possiacutevel aprender a inovar De acordo com o professor Joatildeo A-

mato a inovaccedilatildeo soacute faz sentido se isso significar uma mudanccedila de mentalidade na

empresa Isso vale para induacutestria ou setor de serviccedilos ldquoNo setor financeiro temos mui-

tos exemplos de como os bancos estatildeo descobrindo novas maneira de incluir a sus-

tentabilidade em suas praacuteticas definindo criteacuterios de praacuteticas socioambientais aos

seus clientes Na realidade alguns dos grandes bancos jaacute colocaram isso no seu plano

estrateacutegicordquo conclui 27

12 ndash Sustentabilidade corporativa

Haacute vaacuterias definiccedilotildees para sustentabilidade e desenvolvimento sustentaacutevel na

literatura e organizaccedilotildees que tratam do tema arrolam outras tantas Isso decorre do

fato de a sustentabilidade ser um conceito relativamente novo possuir um caraacuteter mul-

tidisciplinar e envolver diferentes interpretaccedilotildees que refletem diferenccedilas de valor cir-

cunstacircncias localizadas e contextos especiacuteficos Aleacutem disso o conceito acaba incorpo-

rado a vaacuterios assuntos tais como a definiccedilatildeo de poliacuteticas governamentais a gestatildeo

puacuteblica regional a gestatildeo de empresas e ateacute mesmo o nosso estilo de vida (MA-

27 Internet (httpwwwhsmcombreditoriassustentabilidadeinovacao-e-ustentabilidade-de-

maos-dadas) data acesso 19072012

40

WHINNEY 2002) O foco deste artigo eacute a sustentabilidade corporativa ou seja a apli-

caccedilatildeo do conceito de sustentabilidade nas empresas

Algumas empresas brasileiras vecircm sendo citadas como casos mundiais no

acircmbito de algumas das dimensotildees da sustentabilidade corporativa HART (1997)

menciona a Aracruz Celulose como uma empresa que adota a visatildeo de desenvolvi-

mento sustentaacutevel desde o iniacutecio de suas operaccedilotildees com base no modelo de reflores-

tamento das plantaccedilotildees de eucaliptos PRAHALAD (2004) apresenta o caso da Casas

Bahia como uma empresa que atende a populaccedilatildeo de baixa renda por meio de um

modelo inovador de financiamento (SEABRA LEAL e PASSOS 2005 p10) Relatam

o caso da Natura assinalando que seus principais acionistas satildeo enfaacuteticos ao afirma-

rem que a busca da sustentabilidade eacute mais do que uma estrateacutegia de negoacutecios mdash eacute

uma filosofia de vida Outros estudos acadecircmicos nessa aacuterea tambeacutem envolvem em-

presas nacionais SILVA e KULAY (2005) apresentam um caso de aplicaccedilatildeo da Avali-

accedilatildeo do Ciclo de Vida (LCA mdash Life Cycle Assessment) para analisar os potenciais

impactos ambientais do processo de fabricaccedilatildeo de fertilizantes fosfatados em uma

empresa brasileira COSTA e GOUVINHAS (2004) analisam a adoccedilatildeo das estrateacutegias

de projeto ecoloacutegico (ecodesign) no ambiente de negoacutecios de pequenas e meacutedias em-

presas brasileiras HOPKINS (2002) discute a sustentabilidade nas operaccedilotildees internas

das empresas a partir de uma pesquisa exploratoacuteria sobre a aplicaccedilatildeo de indicadores

de responsabilidade social em quatro grandes empresas no Brasil 28

13 - O conceito de sustentabilidade corporativa

Considera-se sustentabilidade corporativa como a gestatildeo empresarial que bus-

ca equilibrar as necessidades econocircmicas das empresas com a responsabilidade pelo

desenvolvimento da sociedade e preservaccedilatildeo dos recursos naturais visando atender

agraves necessidades atuais e futuras dos elementos afetados pela empresa Esses ele-

mentos mdash que satildeo ou podem ser afetados pelos efeitos das operaccedilotildees accedilotildees e deci-

28 Internet httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

41

sotildees da empresa mdash incluem os acionistas e funcionaacuterios clientes e consumidores

fornecedores e parceiros os recursos naturais utilizados pela empresa o meio ambi-

ente e a sociedade

A sustentabilidade corporativa estaacute associada a trecircs macro objetivos a geraccedilatildeo

de valor econocircmico a responsabilidade ambiental e a responsabilidade social A gera-

ccedilatildeo de valor econocircmico estaacute relacionada com a obtenccedilatildeo de resultados econocircmicos

positivos no presente e no futuro A responsabilidade ambiental diz respeito agrave conser-

vaccedilatildeo e ao uso sustentaacutevel dos recursos naturais E a responsabilidade social con-

templa a corresponsabilidade das empresas pelo desenvolvimento da sociedade Con-

forme ELKINGTON (1997) esses objetivos satildeo inerentes aos denominados resultados

tridimensionais da sustentabilidade (triple bottom line) As empresas que adotam a

sustentabilidade corporativa devem buscar um equiliacutebrio entre o compromisso econocirc-

mico a preservaccedilatildeo ambiental e o desenvolvimento da sociedade assumindo respon-

sabilidades pelas condiccedilotildees de vida atuais e futuras29

14 - Sustentabilidade e geraccedilatildeo de valor econocircmico

A literatura ressalta a necessidade de que as iniciativas relacionadas agrave susten-

tabilidade tragam retornos positivos para as empresas REINHARDT (1999) considera

que as justificativas para os investimentos ambientais realizados pelas empresas de-

vem ser similares aos demais investimentos Nesse sentido os investimentos em ges-

tatildeo ambiental devem auferir retornos financeiros positivos ou conduzir agrave reduccedilatildeo dos

riscos SENGE e CARSTEDT (2001) satildeo mais enfaacuteticos ao considerar que o desafio

atual reside em desenvolver negoacutecios sustentaacuteveis compatiacuteveis com a realidade eco-

nocircmica Segundo esses autores novos modelos de negoacutecios e produtos inovadores

no acircmbito da sustentabilidade precisam necessariamente acarretar resultados finan-

ceiros satisfatoacuterios para se viabilizarem

Os benefiacutecios decorrentes das accedilotildees de sustentabilidade podem ser tangiacuteveis

ou intangiacuteveis Willard (2002) identifica potenciais benefiacutecios tangiacuteveis como aqueles

associados agrave reduccedilatildeo de custos na manufatura agrave reduccedilatildeo de custos comerciais ao

aumento do faturamento e ao aumento da participaccedilatildeo no mercado Como benefiacutecios

intangiacuteveis considera a maior facilidade na contrataccedilatildeo de talentos a maior retenccedilatildeo

29 Internet httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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dos principais talentos o aumento da produtividade dos funcionaacuterios a reduccedilatildeo dos

riscos e as maiores facilidades de financiamento NEMLI (2004) considera que os be-

nefiacutecios devem ser mensurados ao longo de trecircs dimensotildees reduccedilatildeo de custos e au-

mento da lucratividade aumento da reputaccedilatildeo e criaccedilatildeo de diferenciaccedilatildeo crescimento

da empresa em termos de capacidade de inovaccedilatildeo e uso de tecnologias limpas

A perspectiva de geraccedilatildeo de valor econocircmico estaacute acoplada a uma visatildeo mais holiacutesti-

ca do bom funcionamento da economia Nesse sentido HAWKEN LOVINS e LOVINS

(1999) consideram que o capitalismo natural pode ser o gatilho para a proacutexima revo-

luccedilatildeo industrial em que quatro tipos de capital sustentam o bom funcionamento da

economia o capital humano (pessoas conhecimento e cultura) o capital financeiro

(caixa investimentos e instrumentos monetaacuterios) o capital industrial (infra estrutura

faacutebricas e maacutequinas) e o capital natural (recursos naturais sistemas de vida e ecossis-

tema) Conforme SENGE e CARSTEDT (2001) a geraccedilatildeo de valor econocircmico por

empresas sustentaacuteveis depende de forma ampla da adoccedilatildeo de uma realidade eco-

nocircmica que conecta a induacutestria a sociedade e o meio ambiente Por outro lado mes-

mo na realidade atual a reduccedilatildeo do desperdiacutecio e do fluxo destrutivo dos recursos

pode representar uma importante oportunidade de negoacutecios (LOVINS LOVINS e

HAWKEN 1999) 30

15 - Sustentabilidade e responsabilidade ambiental

Vaacuterios autores assinalam a importacircncia da questatildeo da estrateacutegia ambiental das

empresas no acircmbito da sustentabilidade corporativa HART (1997) considera a polui-

ccedilatildeo a exaustatildeo dos recursos naturais e a pobreza como os principais desafios da sus-

tentabilidade Segundo o autor a estrateacutegia ambiental das empresas em geral evolui

segundo trecircs estaacutegios prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo produtos ambientalmente corretos e

produccedilatildeo limpa Aleacutem disso uma estrateacutegia ambiental integrada natildeo deve direcionar-

se somente para o desenvolvimento de competecircncias internas mas tambeacutem conside-

rar o relacionamento com os clientes fornecedores outras empresas agentes gover-

30 Internet

(httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext)

data de acesso 2107201230

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namentais e acionistas Da mesma forma BARBIERI (2004) cita trecircs abordagens para

a gestatildeo ambiental empresarial controle da poluiccedilatildeo prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo e abor-

dagem estrateacutegica A prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo incorpora duas preocupaccedilotildees ambientais

principais o uso sustentaacutevel dos recursos e o controle da poluiccedilatildeo Os instrumentos

tradicionais para o uso sustentaacutevel dos recursos satildeo referenciados pelo autor como

4Rs reduccedilatildeo da poluiccedilatildeo na fonte reutilizaccedilatildeo reciclagem e recuperaccedilatildeo energeacutetica

HOFFMAN (2000) sugere que a estrateacutegia ambiental determine o alinhamento

entre a proteccedilatildeo ambiental e o crescimento econocircmico da empresa O desenvolvimen-

to da estrateacutegia ambiental deve analisar os concorrentes os parceiros os produtos as

mateacuterias-primas as perdas e os resiacuteduos da empresa O autor considera que a estra-

teacutegia ambiental pode ser direcionada por quatro fatores o mercado (composto pelos

consumidores associaccedilotildees concorrentes e consultores) os provedores de recursos

(clientes seguradoras fornecedores bancos e investidores) os elementos coercivos

(regulamentos locais legislaccedilatildeo internacional) e os elementos sociais (instituiccedilotildees

religiosas organizaccedilotildees natildeo-governamentais comunidade mundo acadecircmico im-

prensa e poder judiciaacuterio) 31

16 - Sustentabilidade e responsabilidade social

Os defensores da responsabilidade social argumentam que as empresas de-

vem assumir um compromisso com o desenvolvimento da sociedade As empresas

devem executar accedilotildees para fomentar o desenvolvimento social a inclusatildeo social e

contribuir para a melhoria das condiccedilotildees de vida da populaccedilatildeo mais necessitada Al-

guns autores consideram que essas atividades natildeo satildeo puramente filantroacutepicas uma

vez que as empresas podem auferir benefiacutecios de negoacutecios em funccedilatildeo delas Outros

sugerem ainda que a responsabilidade social esteja associada agrave proacutepria estrateacutegia

empresarial por exemplo SEABRA LEAL e PASSOS (2005) assinalam que os prin-

31 ) Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

44

cipais acionistas da Natura consideram que a responsabilidade social estaacute intimamen-

te ligada agrave estrateacutegia de negoacutecios da empresa

PRAHALAD e HAMMOND (2002) observam que aproximadamente 65 da

populaccedilatildeo mundial mdash cerca de quatro bilhotildees de pessoas mdash ganham menos do que

2000 USDano Esse eacute um mercado praticamente inexplorado pelas empresas multi-

nacionais Segundo os autores as empresas que desejam entrar nesse mercado de-

vem repensar seus modelos de negoacutecios praacuteticas gerenciais e indicadores de desem-

penho Eacute um mercado de novas fontes de receita que exige melhoria na eficiecircncia

operacional e fomento da inovaccedilatildeo A atuaccedilatildeo bem-sucedida para atender agrave denomi-

nada populaccedilatildeo na base da piracircmide pode trazer resultados econocircmicos positivos agraves

empresas e simultaneamente contribuir para a melhoria das condiccedilotildees de vida das

pessoas economicamente menos favorecidas

PORTER e KRAMER (2002) consideram que eacute possiacutevel agraves empresas obterem

a convergecircncia de interesses entre as atividades filantroacutepicas e os objetivos de negoacute-

cios A filantropia pode oferecer oportunidades para as empresas melhorarem seu

contexto competitivo considerando que as atividades filantroacutepicas podem potencial-

mente atuar sobre quatro elementos inter-relacionados da competitividade empresari-

al na disponibilidade dos insumos de produccedilatildeo nas condiccedilotildees de demanda nas con-

diccedilotildees de competiccedilatildeo e rivalidade e na presenccedila das induacutestrias de insumos e suporte

Nesse sentido a filantropia deveria ser considerada uma abordagem claramente estra-

teacutegica pelas empresas WADDOCK e SMITH (2000) adotam um raciociacutenio similar

afirmando que a responsabilidade social e o desempenho corporativo financeiro an-

dam juntos e natildeo como trade-offs

HALL et al (2005) constatam que algumas empresas podem ser socialmente

vulneraacuteveis Segundo esses autores a vulnerabilidade social eacute atribuiacuteda agraves empresas

que apresentam grande importacircncia estrateacutegica para o desenvolvimento econocircmico e

social dos paiacuteses onde operam Eles citam empresas cujo papel extrapola a criaccedilatildeo de

valor aos acionistas sendo consideradas como orgulhos nacionais para seus paiacuteses

Satildeo citadas como exemplos a Siemens na Alemanha a Toyota no Japatildeo a Embraer

no Brasil e a Bombardier no Canadaacute Aleacutem da questatildeo econocircmica essas empresas

desempenham importante papel social em seus respectivos paiacuteses Outras empresas

45

brasileiras tambeacutem poderiam ser citadas como a Petrobras a Companhia Vale do Rio

Doce o Bradesco entre outras 32

2 - Gestatildeo da inovaccedilatildeo para a sustentabilidade

A busca da inovaccedilatildeo e a gestatildeo da inovaccedilatildeo em geral satildeo mediadas por as-

pectos essencialmente econocircmicos e estrateacutegicos Entretanto na medida em que ou-

tras restriccedilotildees compotildeem o ambiente de atuaccedilatildeo das empresas outros fatores podem

impulsionar a inovaccedilatildeo Isso tambeacutem eacute vaacutelido ao se considerarem aspectos de susten-

tabilidade como condicionantes da inovaccedilatildeo

HART e CHRISTENSEN (2002) sugerem que as inovaccedilotildees radicais podem

pavimentar o caminho para as empresas combinarem um crescimento sustentaacutevel

com responsabilidade social HART e MILTEIN (1999) consideram que os desafios

impostos pela sustentabilidade global podem atuar como catalisadores para um novo

estaacutegio de destruiccedilatildeo criativa das empresas Eles associam a preocupaccedilatildeo ecoloacutegica

com melhorias contiacutenuas e a sustentabilidade global com melhorias radicais Nesse

sentido argumentam que a sustentabilidade pode criar oportunidades sem preceden-

tes agraves empresas O raciociacutenio de SENGE e CARSTEDT (2001) eacute similar Esses auto-

res consideram que o foco restrito na eficiecircncia ecoloacutegica pode distrair as empresas da

busca de produtos e modelos de negoacutecios radicalmente diferentes dos atuais Eacute a sus-

tentabilidade global que iraacute motivar as empresas a procurarem novos modelos men-

tais a enfatizarem a aprendizagem e atentarem para a gestatildeo de mudanccedilas

PORTER e VAN DER LINDE (1995) consideram que as regulamentaccedilotildees am-

bientais impotildeem pressotildees competitivas nas empresas motivando-as a inovar VOL-

LENBROEK (2002) propotildee um processo que direciona a inovaccedilatildeo para o desenvolvi-

mento da sustentabilidade denominado gestatildeo da transiccedilatildeo Ele considera que a ino-

vaccedilatildeo natildeo gera automaticamente o progresso da sociedade pois precisa ser condi-

cionada para tanto Os esforccedilos para o desenvolvimento sustentaacutevel precisam ser di-

recionados pela sociedade e esta participa das decisotildees visando obter um balancea-

mento adequado entre os objetivos econocircmicos ecoloacutegicos e sociais A inovaccedilatildeo seraacute

decorrecircncia

32 Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

46

HALL e VREDENBURG (2003) afirmam que os gestores tecircm dificuldades para

lidar com as pressotildees do desenvolvimento sustentaacutevel Eles consideram que as estra-

teacutegias de inovaccedilatildeo das empresas geralmente satildeo inadequadas para acomodar as

complexidades e incertezas inerentes agraves novas demandas impostas pelo desenvolvi-

mento sustentaacutevel Dessa forma sugerem que a estrateacutegia empresarial integre tam-

beacutem os objetivos da inovaccedilatildeo e do desenvolvimento sustentaacutevel Em contraponto agrave

abordagem tradicional da inovaccedilatildeo ditada pelo mercado propotildeem que as empresas

adotem a inovaccedilatildeo para o desenvolvimento sustentaacutevel que incorpora as restriccedilotildees

sociais e as pressotildees ambientais bem como contempla as necessidades das futuras

geraccedilotildees Como seraacute visto no texto que segue a inovaccedilatildeo foi tambeacutem um ingrediente

essencial para o desenvolvimento e o sucesso do projeto estudado na presente pes-

quisa33

CONCLUSAtildeO

O objetivo desse estudo foi verificar e compreender o conceito de inovaccedilatildeo e a

sua aplicabilidade nas organizaccedilotildees assim como a vantagem competitiva no modelo

de negoacutecio por meio da co-criaccedilatildeo de valor

33 Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data acesso 21072012

47

Inovaccedilatildeo e criatividade satildeo essenciais para o continuo desenvolvimento e competi-

tividade de uma naccedilatildeo

Coisas boas acontecem quando o pensamento inovador comeccedila ele poderaacute

ajudar a criar novos produtos melhoria nos processos novas tecnologias tornando

a empresa mais competitiva Tomando conhecimento da grande variedade de produ-

tos e serviccedilos oferecidos pelas organizaccedilotildees pode se observar que nem sempre se

chega ao resultado em melhores experiecircncias de consumo nesse cenaacuterio certas em-

presas adotam a co-criaccedilatildeo de valor ndash participaccedilatildeo do cliente no processo produtivo ndash

para inovar no modelo de negoacutecio agregando valor a sua oferta buscando assim se

diferenciar das demais empresas Apesar da inovaccedilatildeo indicar um caminho seguro

para obter vantagem competitiva sustentaacutevel e defender posiccedilotildees estrateacutegicas no

mercado o seu sucesso natildeo eacute garantido necessitando que os gestores conheccedilam e

compreendam a dinacircmica dos processos da gestatildeo da inovaccedilatildeo dentro de suas orga-

nizaccedilotildees e realidades especiacuteficas

O modelo de organizaccedilatildeo inovadora sustentaacutevel eacute uma resposta agraves pressotildees

institucionais por uma organizaccedilatildeo que seja capaz de inovar com eficiecircncia em termos

econocircmicos mas com responsabilidade social e ambiental Esse tipo de organizaccedilatildeo

busca vantagem competitiva desenvolvendo produtos serviccedilos processos e negoacutecios

novos ou modificados com base nas dimensotildees social ambiental e econocircmica Ela

reuacutene duas caracteriacutesticas essenciais eacute inovadora e orientada para a sustentabilidade

Tendo em vista o fenocircmeno do isomorfismo institucional (concentraccedilatildeo de for-

mas organizacionais nos diversos setores produtivos) o modelo das organizaccedilotildees

inovadoras sustentaacuteveis vem ganhando rapidamente cada vez mais espaccedilo nas em-

presas liacutederes Esses fatos permitem dizer que o movimento do desenvolvimento sus-

tentaacutevel eacute um dos movimentos mais importantes do nosso tempo e a julgar pela vita-

lidade dos fatores institucionais presentes em praticamente todo o mundo pode-se

inferir que ele continuaraacute se propagando por muitas deacutecadas

Desse modo o aprimoramento dos modelos de organizaccedilatildeo sustentaacuteveis as

diversas formas da sua institucionalizaccedilatildeo em acircmbito global o desenvolvimento de

tecnologias sustentaacuteveis a gestatildeo de inovaccedilotildees para o desenvolvimento sustentaacutevel

seratildeo temas cada vez mais importantes nos estudos futuros Como o sistema opera-

cional produtivo e as inovaccedilotildees de produto e de processo ao atender as trecircs dimen-

sotildees da sustentabilidade devem gerar ganhos para o meio ambiente em termos de

reduccedilatildeo no uso de recursos e de emissotildees de poluentes o aumento da produccedilatildeo pelo

incitamento agrave demanda por novos produtos pode neutralizar ou ateacute superar esses ga-

nhos Levar em conta essa possibilidade dando-lhe um tratamento adequado eacute um dos

48

maiores desafios para o alinhamento das empresas ao modelo de organizaccedilatildeo inova-

dora sustentaacutevel

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

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20de2520Inova25E725E3o2FArtigos2FInova25E725E3odocampei=Ex32T

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Como implementar vantagem competitiva Internet

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Como criar valor e vantagem competitiva Internet

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O que significa vantagem competitiva Internet

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Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva Internet

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PRAHALAD C K RAMASWAMY Venkatram O futuro da competiccedilatildeo como desen-

volver diferenciais inovadores em parceria com os clientes Rio de Janeiro editora

Elsevier 2004

  • AGRADECIMENTOS
  • CAPIacuteTULO III- Aspectos da inovaccedilatildeo e sustentabilidade37
  • Inovaccedilatildeo e sustentabilidade37
  • 32 - Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva
  • 33 - Como implementar vantagem competitiva
  • 34 - Como criar valor e vantagem competitiva
Page 26: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · duzir os processos de inovação dentro da organização. 6 ... CAPÍTULO I - Estrutura da criação de valor e inovação.....11

26

tomando decisotildees e desempenhando accedilotildees diferentes dos que habitualmente faziacutea-

mos Podemos gerar mudanccedilas substanciais nas empresas e a partir dessas mudan-

ccedilas diferenciarmos sem contudo ser necessaacuterio efetuar mudanccedilas demasiadas mu-

danccedilas que choquem e natildeo se ajustem aos nossos valores e nossa realidade

Se o objetivo eacute buscar na empresa alcanccedilar eficiecircncia que possibilite ao cliente

escolher e comprar nossos produtos e serviccedilos e natildeo os dos concorrentes precisa-

mos estar abertos para buscar novas alternativas novas maneiras de fazer as coisas

e consequentemente resultados diferentes A mudanccedila organizacional eacute muitas ve-

zes uma ferramenta de soluccedilatildeo de problemas das organizaccedilotildees Podemos diferenci-

ar-nos dos competidores apenas sabendo quando e em quecirc devemos mudar e onde

queremos chegar

A criatividade na empresa eacute medida a partir dos resultados alcanccedilados Uma

resposta eacute mais criativa (entre aspas pois as respostas natildeo satildeo criativas e sim as pes-

soas que a geraram) que outra quando atinge aquele objetivo para o qual foi focado a

soluccedilatildeo de um problema traz uma alternativa ou um meacutetodo inovador ou ateacute mesmo

uma combinaccedilatildeo de resultados diferentes

Tatildeo essencial como ser diferente eacute a necessidade de buscar resultados e uma

empresa soacute eacute verdadeiramente criativa quando a criatividade se torna a maneira diaacute-

ria de fazer as coisas e espera que seus membros considerem uma ampla variedade

de alternativas antes de comprometer-se numa direccedilatildeo especiacutefica 14

21 ndash Conceito de criatividade

A criatividade eacute a faculdadehabilidade de criar ou o potencial criativo Consiste

em encontrar meacutetodos ou objetos para executar tarefas de uma maneira nova ou dife-

14 Internet

Fonte (Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de acesso

25062012

27

rente do habitual com a intenccedilatildeo de satisfazer um propoacutesito A criatividade permite

cumprir os desejos de forma mais raacutepida faacutecil eficiente ou econoacutemica

A criaccedilatildeo de novas ideias e conceitos tambeacutem se lhe daacute o nome de inventivi-

dade pensamento original pensamento divergente ou imaginaccedilatildeo construtiva Trata-

se de conceitos que implicam o ato de inventar algo novo (isto eacute recorrer ao enge-

nho) a capacidade de encontrar soluccedilotildees originais e a vontade de mudar o mundo 15

A criatividade eacute considerada uma capacidade humana de grande valor univer-

sal tudo indica que nesta competecircncia reside a memoacuteria RAM bioloacutegica para o im-

pulso da evoluccedilatildeo humana A memoacuteria RAM segundo CURY (2009) eacute o fenoacutemeno dos

registos da memoacuteria O que melhor descreve a criatividade eacute o que SANCHEZ (2003)

referiu em seus apontamentos a criatividade eacute uma sublime dimensatildeo da condiccedilatildeo

humana

Eacute entretanto na capacidade criativa que existe a chave da capacidade de evo-

luccedilatildeo da humanidade O meacuterito da expressatildeo criativa eacute fruto da complexidade ou

seja eacute fruto do contexto social no seu desenvolvimento natural e humano

Eacute muito interessante contemplar os efeitos provenientes deste constructo a

considerar a capacidade de um indiviacuteduo criativo construir e reconstruir transformando

a nossa realidade Eacute consensual e gratificante perceber que todos temos a capacida-

de criativa deve eacute ser melhor desenvolvida16

De maneira instintiva o termo criatividade sempre se associou agrave atividade ar-

tiacutestica Mais recentemente graccedilas a exemplos empresariais como Apple e Google a

inovaccedilatildeo ganhou espaccedilo nos sectores tecnoloacutegicos Neste sentido a nossa intuiccedilatildeo

natildeo estaacute errada uma vez que criatividade e inovaccedilatildeo satildeo dois conceitos muito unidos

Explicado de forma simples a capacidade criativa pode ser definida como ldquoa habili-

dade para gerar ideias alternativas e soluccedilotildees a um determinado problema de forma

faacutecilrdquo 17

15 Internet (httpconceitodecriatividade) data de acesso 25062012 16Internet (httpptwikipediaorgwikiCriatividade) data de acesso 04072012

17Inter-

net(httpwwwcriaptcriaadminappCRIAuploadscreamanual20creatividade20portugue

s_pt_webpdf) data de acesso 04072012)

28

22 ndash Criatividade do ponto de vista pessoal

Temos que pensar em Criatividade como estrateacutegia para viver melhor para

uma qualidade de vida que diria razoaacutevel aleacutem de identificar potenciais descobertas

internas que foram abafadas pelos processos familiares educacionais e empresariais

assim pelo tempo Outro aspecto estaacute relacionado com a garantia da nossa emprega-

bilidade entendendo como fonte de renda como funcionaacuterio profissional autocircnomo ou

empresaacuterio Vivemos num mundo de mudanccedilas aprimoramento riscos e oportunida-

des Melhoria nos nossos relacionamentos interpessoais atraveacutes do reconhecimento e

aproveitamento da diversidade respeitando as mais diversas formas de pensamento e

das diferenccedilas individuais Estamos acostumados a considerar a criatividade como

algo pessoal e intransferiacutevel A criatividade humana natildeo eacute temporal Trata-se de um

patrimocircnio do ser humano compartilhado pela sociedade Como a organizaccedilatildeo existe

para servir a sociedade nada mais justo do que desenvolver a criatividade como ga-

rantia para superaccedilatildeo da expectativa do cliente em relaccedilatildeo agrave sua empresa 18

23 ndash Criatividade do ponto de vista empresarial

A busca de um diferencial oferecendo algo mais do que o cliente espera atrair

preferecircncias estabelecer estrateacutegia diferenciada adaptar-se agraves necessidades modifi-

car produtos e buscar soluccedilotildees para os problemas fugindo do convencional e assim

diferenciando-se dos concorrentes Estrateacutegia competitiva natildeo somente por criar ou

inovar produtos mas tambeacutem a quebra de paradigmas mudanccedilas de pensamentos

comportamentos etc Todas as ideias produtos e serviccedilos criativos poderatildeo ser trans-

formados em algo positivo para a organizaccedilatildeo Melhoria dos seus produtos assim

como a criaccedilatildeo de novos Busca de resultados diferentes do passado Melhoria do

18 Internet (Fonte Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de

acesso 04072012

29

relacionamento humano interno consequentemente o aumento da produtividade Me-

lhoramento contiacutenuo em todos os setores Desenvolvimento da qualidade19

24 - Criatividade e a visatildeo estrateacutegica da empresa

A criatividade se relaciona com a visatildeo estrateacutegica de empresa da seguinte

forma a partir dos objetivos traccedilados pela organizaccedilatildeo a mesma definiraacute uma linha

estrateacutegica a ser seguida para alcanccedilar esses objetivos A criatividade se envolve de

acordo com a intenccedilatildeo da empresa ela pode querer reinventar seus modos de atua-

ccedilatildeo pode somente visar manter-se atualizada e motivada pode querer mudar rapida-

mente de foco e enfim 44 pode estabelecer um relacionamento forte ou fraco com a

criatividade em funccedilatildeo das soluccedilotildees que ela estiver almejando

CALKINS (2001) defende essa visatildeo ao dizer que para produzir subjetividade

a criatividade deve ser parte da estrateacutegia da empresa O estudo de LENGNICK-HALL

e WOLFF (1998) faz justamente uma releitura sobre o processo estrateacutegico organiza-

cional ndash enfatizando os trecircs domiacutenios loacutegicos que guiam a maioria das empresas ndash e

relacionando conforme a Tabela abaixo com o tipo de criatividade que estaraacute vigente

Loacutegicas Estrateacutegicas x Criatividade

Loacutegica Dominante

Guerrilha Loacutegica Complexidade Loacutegica Capacidade Loacutegica

Objetivo

repentinamente reescrever

as regras da competitivida-

de

aprendizagem e alto envolvi-

mento organizacional

desenvolver e implementar

estrateacutegias que as possibilitem

criar uma sustentaacutevel vantagem

competitiva

Elemento

Chave

a flexibilidade a criativida-

de e a inovaccedilatildeo

sistema natural de relaciona-

mentos

desenvolvimento eficiente e

eficaz e protegendo seus recur-

sos de base

Justificativa vantagem competitiva

como algo muito passageiro

a organizaccedilatildeo vive em uma

comunidade de competidores

fornecedores clientes

as organizaccedilotildees procuram de-

senvolver e implantar estrateacute-

gias que as possibilitem criar

uma sustentaacutevel vantagem

competitiva

19Internet (Fonte Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de

acesso 04072012

30

Sucesso Orga-

nizacional

eacute uma funccedilatildeo da sua capa-

cidade para gerar ideias

que criam novas dinacircmicas

competitivas e novas are-

nas de accedilatildeo

consequecircncia de um natural

entendimento do paradoxo de

forccedilas que formam o sistema

organizacional

a chave da vantagem competiti-

va sustentaacutevel estaacute na habilida-

de organizacional para proteger

os seus recursos de base

Autores COOPER (1995) e

SCHUMPETER (1936)

MILLER (1996) SENGE (1990) e

MOORE (1996)

PORTER (1986 e 1992) e

HAMEL e PRAHALAD (1994)

Ecircnfase Criar Aprender Agregar Valor

Praacuteticas Cria-

tivas

Brainwriting Pool Teacutecnica

da Troca dos Cartotildees etc Pensamento Lateral Jamming

(Fonte Pesquisa a partir dos estudos de Lengnick-Hall e Wolff 1998) 20

25 ndash Reconfiguraccedilatildeo dinacircmica do talento

A estrateacutegia de inovaccedilatildeo sem duacutevida requer novas habilidades O conceito de

R=G sugere que nenhuma empresa eacute capaz de desenvolver sozinha todos os produ-

tos e serviccedilos de que necessita para oferecer experiecircncias personalizadas a cada cli-

ente Tampouco empresa alguma tem condiccedilotildees de cultivar todas as capacidades

gerenciais indispensaacuteveis para transformar a organizaccedilatildeo Analisamos questotildees rela-

cionadas com a superaccedilatildeo dos legados organizacionais e com a construccedilatildeo de novas

capacidades para o gerenciamento da inovaccedilatildeo Mostramos como as empresas de-

vem preparar-se para administrar as tensotildees constantes entre flexibilidade eficiecircncia

e confiabilidade Essa transformaccedilatildeo natildeo consiste apenas em mudar a mentalidade

ou a loacutegica dominante dos gestores tambeacutem significa concentrar-se nos novos niacuteveis

de transparecircncia e de visibilidade em relaccedilatildeo a como se gerencia a empresa

Precisamos mudar a maneira como gerenciamos ndash como combinamos continu-

amente oportunidades e recursos O foco deve convergir natildeo soacute para as habilidades

20Internet (Fonte Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de

acesso 04072012

31

dos indiviacuteduos e para as atitudes de cada um em relaccedilatildeo ao aprendizado mas tam-

beacutem para a competecircncia das equipes e para a capacidade dessas forccedilas-tarefas de se

reconfigurar continuamente em funccedilatildeo dos objetivos arregimentando os melhores

talentos em todo o mundo Por exemplo a identificaccedilatildeo dos comportamentos e das

necessidades de determinada pessoa numa base de milhotildees de clientes ndash como a

Amazoncom na ING Insurance e no programa de diabetes da ICICI ndash exige capaci-

dades analiacutetica Argumentaremos que os mesmos requisitos tambeacutem satildeo indispensaacute-

veis na base de talentos A empresa deve tratar seus empregados e fornecedores

como indiviacuteduos iacutempares (ou como conjunto de indiviacuteduos sem igual) da mesma ma-

neira como lida com os clientes A configuraccedilatildeo dinacircmica de recursos para atender agraves

necessidades de tarefas especiacuteficas converte-se em fonte de vantagem competitiva

A essecircncia da mensagem eacute que para a transformaccedilatildeo ser eficaz os gestores devem

concentrar o foco na mobilizaccedilatildeo raacutepida de talentos dentro e fora da empresa (PRA-

HALAD e KRISHNAN 2008 p177)

3 ndash Cadeia de valor e vantagem competitiva

Segundo Novaes (2001 p184) o conceito de cadeia de valor foi desenvolvido

por Porter O conceito eacute de muita simplicidade e por isso talvez mostre-se tatildeo impor-

tante no contexto econocircmico-social em que se inserem as empresas com a crescente

globalizaccedilatildeo dos negoacutecios e mercados

Para (PORTER 1989 p33) toda empresa eacute uma reuniatildeo de atividades que

satildeo executadas para projetar produzir comercializar entregar e sustentar seu produ-

to Todas estas atividades podem ser representadas fazendo-se uso de uma cadeia

de valores Essa exposiccedilatildeo do autor indica em primeira matildeo apenas4 a ideia de ava-

liar a cadeia interna da empresa a qual eacute formada pelas atividades operacionais e

organizacionais jaacute citadas

A ideia baacutesica que subsidia esse conceito natildeo eacute de autoria de Porter mas haacute

muito tempo jaacute estava sendo analisada Fala-se aqui dos conceitos da Teoria Geral de

Sistemas que tem como precursor o Prof Ludwig von Bertalanffy e seus trabalhos

teoria essa que apresenta a empresa como um sistema inserido esse uacuteltimo em um

ambiente ou macro sistema Assim deve-se ter em mente uma visatildeo sistecircmica en-

xergar mais do que as aacutereas ou atividades isoladamente mais do que os limites da

empresa (Cadeia de Valor Interna) A empresa faz parte de um todo maior (um siste-

32

ma amplo) e esse eacute que deve ser otimizado para gerar maior valor para o cliente e

consequentemente maior lucratividade na cadeia (Cadeia de Valor Externa)

Nas palavras de Porter (1989 p33) ldquoa cadeia de valores desagrega uma em-

presa nas suas atividades de relevacircncia estrateacutegica para que se possa compreender o

comportamento dos custos e as fontes existentes e potenciais de diferenciaccedilatildeordquo Uma

empresa ganha vantagem competitiva se conseguir desempenhar essas atividades

estrateacutegicas de uma maneira melhor e mais barata que a concorrecircncia

Pode-se entatildeo caminhar para um avanccedilo em definiccedilatildeo ao verificarmos a pro-

posiccedilatildeo de (SHANK amp GOVINDARAJAN 1993 p13) de que ldquoa cadeia de valor para

qualquer empresa em qualquer negoacutecio eacute o conjunto interligado de todas as ativida-

des que criam valor desde uma fonte baacutesica de mateacuterias primas passando por forne-

cedores de componentes ateacute a entrega do produto final agraves matildeos do consumidorrdquo

O mundo em que se vive atravessa em periacuteodo de transformaccedilatildeo sequer ima-

ginado Nele nada eacute definitivo Fica-se perplexo quando natildeo se consegue acompanhar

a velocidade da evoluccedilatildeo dos acontecimentos sente-se perdido principalmente nos

assuntos relacionados agrave dinacircmica do desenvolvimento tecnoloacutegico

Dessa forma com uma visatildeo focada no clienteconsumidor pode-se considerar

que a cadeia de valor eacute uma sequecircncia de atividades desde a origem de recursos ateacute

o descarte final de determinado produto Portanto tem-se uma visatildeo bastante abran-

gente do conceito que pode considerar desde a fase da extraccedilatildeo de mateacuteria-prima ateacute

o tratamento final que eacute dado ao produto por exemplo num enfoque de ciclo de vida

do produto21

31 - O que significa uma vantagem competitiva

O sucesso de uma empresa eacute em larga medida determinado pela atratividade

do sector em que opera mas a sua posiccedilatildeo dentro desse sector tambeacutem eacute importante

21 (httpwwwccontabeiscombrconvt14pdf) data acesso 15072012

33

Apesar de um sector poder ter uma fraca eficaacutecia uma empresa que estaacute bem posi-

cionada pode ainda assim criar lucros significativos

Diz-se que uma empresa tem uma vantagem competitiva sobre os seus con-

correntes quando manteacutem retornos que superam a meacutedia no seu sector Esta vanta-

gem decorre das caracteriacutesticas do produto que o torna superior aos produtos da con-

correcircncia

Nalgumas situaccedilotildees pode obter-se uma vantagem competitiva atraveacutes da evoluccedilatildeo

tecnoloacutegica mas esta eacute frequentemente difiacutecil de manter porque os concorrentes ra-

pidamente a copiam ou aperfeiccediloam desenvolvem novas tecnologias Uma vantagem

sustentada resulta frequentemente mais do que da tecnologia ou de modificaccedilatildeo de

produtos de outros fatores como por exemplo o simbolismo associado ndash o que o

produto significa para os consumidores (imagem de marca) e o que estes experimen-

tam na sua compra e uso Os investigadores em marketing reconhecem que os produ-

tos possuem caracteriacutesticas simboacutelicas e que o consumo de certos produtos pode de-

pender mais do seu significado social do que da sua utilidade funcional

Existe atualmente uma tendecircncia para os consumidores exigirem ldquosignificado

pessoalrdquo aos produtos e serviccedilos Torna-se essencial inovar para responder agraves emo-

ccedilotildees que influenciam as decisotildees dos consumidores Estes estatildeo cada vez menos

impressionados com as novas tecnologias e a optar por produtos que resultam ldquopara

mimrdquo Como consequecircncia palavras como emoccedilatildeo e significado pessoal encon-

tram o seu caminho nas estrateacutegias das empresas sendo importante entender os fato-

res intangiacuteveis associados ao valor percebido do produto e as percepccedilotildees na sua

globalidade positivas ou negativas Novas designaccedilotildees tais como ndash ldquofaacutecil acessiacute-

vel razoaacutevel empoderamento e pessoal ndash refletem mais a pessoa do que o obje-

to Descobrir os sentimentos e as atitudes em relaccedilatildeo aos produtos bem como conhe-

cer as razotildees das preferecircncias dos consumidores tornaram-se importantes elementos

estrateacutegicos22

32 - Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva

Em grande medida a ambiccedilatildeo da estrateacutegia da empresa eacute conseguir uma van-

tagem competitiva sustentaacutevel

22Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

34

A vantagem competitiva analisa a atividade da empresa centrando-se primei-

ramente na sua capacidade de gerar retornos superiores de capital e de vincular a

estrateacutegia de negoacutecio a mercados financeiros e de capital fundamentais por um longo

periacuteodo de tempo No fim de contas eacute a vantagem competitiva da empresa que permi-

te ter bons retornos para os seus acionistas

Sem vantagem competitiva a empresa tem uma razatildeo econoacutemica limitada para

existir ndash a sua vantagem competitiva eacute a sua razatildeo de existecircncia Sem ela a empresa

natildeo iraacute prosperar Criar uma vantagem competitiva sustentaacutevel pode ser a meta mais

importante de qualquer organizaccedilatildeo e pode mesmo ser o atributo mais importante em

que a empresa se focaliza23

33 - Como implementar vantagem competitiva

As vantagens competitivas natildeo assumem uma uacutenica forma e eacute possiacutevel que

uma empresa tenha vaacuterias vantagens competitivas e em diferentes aacutereas Ilustra-se

algumas das aacutereas onde as empresas se podem destacar e garantir o seu sucesso a

longo prazo quota de mercado gestatildeo da marca rede marcas e patentes eficaacutecia de

custos e altos custos de mudanccedila

As empresas com quotas de mercado significativas criam um problema para os

concorrentes o que eacute positivo para aquelas uma vez que os seus produtos satildeo bem

conhecidos e recebidos no mercado No entanto mesmo quando a quota de mercado

eacute consideraacutevel se o sector for atrativo ou seja tiver um potencial de lucro significativo

novos operadores podem aparecer com a consequente reduccedilatildeo da quota de merca-

do

Ter uma marca forte pode garantir o sucesso a longo prazo e tambeacutem permitir

agraves empresas obter lucros pois a sua marca permite-lhes cobrar um preccedilo especial

(premium) Marcas fortes tendem a criar uma vantagem competitiva mais duradoura

O efeito de rede ocorre quando um produto cria uma procura por parte dos

consumidores que depois amplia o produto A empresa pode beneficiar do efeito de

23 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

35

rede pela atraccedilatildeo de mais vendedores Estes por sua vez atraem mais compradores

estabelecendo-se uma quota de mercado dominante (por exemplo eBay)

Este efeito de rede natildeo eacute muito comum mas quando ocorre pode ser extre-

mamente lucrativo As marcas e as patentes podem ser fonte de vantagem competiti-

va para algumas empresas 24

34 - Como criar valor e vantagem competitiva

Uma empresa posiciona-se aproveitando os seus pontos fortes Michael Porter

defendeu que aqueles se inscrevem em dois tipos baacutesicos de vantagem competitiva

vantagem pelos custos ou diferenciaccedilatildeo Estes satildeo identificados como vantagens po-

sicionais uma vez que expressam a posiccedilatildeo da empresa no sector enquanto liacuteder nos

custos ou por diferenciaccedilatildeo

A empresa utiliza os seus recursos e capacidades para gerar uma vantagem

competitiva que por uacuteltimo resulte na criaccedilatildeo de um valor superior

As competecircncias distintivas (competecircncias nucleares) resultam de recursos

especiacuteficos e capacidades da empresa facilitam a inovaccedilatildeo a eficiecircncia a qualidade

e a receptividade dos clientes o que pode ser aproveitado para atingir quer uma es-

trutura de baixo custos quer a diferenciaccedilatildeo do produto

Uma empresa posiciona-se no seu sector atraveacutes da opccedilatildeo por baixos custos

ou diferenciaccedilatildeo Esta decisatildeo eacute uma peccedila central da estrateacutegia competitiva da em-

presa

A vantagem competitiva existe quando a empresa eacute capaz de oferecer os

mesmos benefiacutecios que os concorrentes mas a custos mais baixos (vantagem pelos

custos) ou oferecer benefiacutecios que ultrapassam a concorrecircncia (vantagem por diferen-

ciaccedilatildeo) Portanto uma vantagem competitiva permite agrave empresa criar um valor superi-

or para os seus clientes e lucros para si proacuteprio25

24 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=39ampL=5) data acesso 15072012

25 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

36

CAPITULO III

ASPECTOS DA INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE

1 ndash Inovaccedilatildeo e sustentabilidade

37

Como as empresas podem sair da teoria para a praacutetica e chegar a um no-

vo patamar de competitividade e comprometimento com praacuteticas sustentaacuteveis

Muito se fala em inovaccedilatildeo como o principal caminho para o desenvolvimento

sustentaacutevel das organizaccedilotildees e da humanidade Poreacutem em muitos setores falar sobre

esse assunto eacute ainda um exerciacutecio teoacuterico Em geral o tema eacute associado as aacutereas de

tecnologia ou pesquisa e desenvolvimento mas a inovaccedilatildeo deve acontecer tambeacutem

na lideranccedila nas accedilotildees de marketing no modelo de negoacutecios ou seja na gestatildeo co-

mo um todo

Em pesquisa realizada pela Fundaccedilatildeo Nacional da Qualidade (FNQ) em maio

e 2011 representantes de 63 empresas mostraram que 97 consideram fundamental

que as organizaccedilotildees inovem para buscar a sustentabilidade tanto do negoacutecio quanto

da economia e do planeta Apesar dessa consciecircncia 70 dos participantes do estu-

do acreditam que as empresas estatildeo preocupadas mas natildeo direcionam seus investi-

mentos em inovaccedilotildees com foco no crescimento sustentaacutevel O levantamento mostra

ainda que 27 dos entrevistados apontaram a gestatildeo como a principal preocupaccedilatildeo

das empresas em que trabalham enquanto 22 indicaram a sustentabilidade e 19 a

reduccedilatildeo de custos

De acordo com o superintendente geral da FNQ Jairo Martins ldquoos resultados

da pesquisa mostram que as empresas ainda natildeo perceberam o tamanho do problema

da sustentabilidade considerando o baixo iacutendice de organizaccedilotildees que de fato inves-

tem em inovaccedilatildeo para sustentabilidade Em sua maioria as organizaccedilotildees pensam

apenas no lado econocircmico e natildeo no tripeacute da sustentabilidade que demanda uma em-

presa economicamente soacutelida socialmente correta e ambientalmente responsaacutevel

Enquanto dominar o pensamento pelo vieacutes econocircmico cujo sucesso eacute medido pelo

PIB o atual modelo de desenvolvimento insustentaacutevel natildeo vai mudar e natildeo seratildeo in-

cluiacutedas na pauta das organizaccedilotildees as questotildees socioambientaisrdquo

O professor da Fundaccedilatildeo Getuacutelio Vargas Renato Orsato autor do livro ldquoEstra-

teacutegias de Sustentabilidade quando vale a pena ser verderdquo analisou mais de 30 ca-

sos de empresas que adotaram a inovaccedilatildeo em 20 setores ao redor do mundo Para

ele deve haver uma premissa baacutesica para falar sobre esse assunto fazer perguntas

precisas ldquoIsso porque existem centenas de milhares de formas de incluir inovaccedilatildeo e

sustentabilidade nas empresas As empresas devem conhecer bem o contexto onde

atuam e considerar tanto aspectos tangiacuteveis como intangiacuteveisrdquo afirma

38

Na opiniatildeo do professor enquanto a sustentabilidade eacute apenas um acessoacuterio agrave

estrateacutegia da empresa ela natildeo vale a pena Para inovar as organizaccedilotildees devem

questionar os modelos de negoacutecio e pensar em modelos totalmente novos

Orsato daacute o exemplo da empresa Better Place que inovou na maneira de co-

mercializar energia renovaacutevel para carros eleacutetricos ldquoO grande salto seraacute conseguir

mudanccedilas radicais nos modelos de negoacutecios As fronteiras entre os setores de energia

e mobilidade por exemplo podem mudarrdquo 26

11- Da teoria para a praacutetica

De maneira geral a inovaccedilatildeo faz sucesso em palestras de ldquoespecialistasrdquo e de

executivosrdquo explica o professor Joatildeo Amato Neto da Fundaccedilatildeo Vanzolini e Escola

Politeacutecnica da USP ldquoMas haacute empresas realmente inovadoras seja em seus produtos

em seus processos de produccedilatildeo e ateacute mesmo em seu posicionamento de mercado

Outras satildeo inovadoras na relaccedilatildeo com o mercado num sentido mais amplo Esse eacute

um grupo restrito no Brasil de empresas de excelecircncia As que tecircm excelecircncia em

inovaccedilatildeo para sustentabilidade estatildeo num grupo mais restrito ainda Do ponto de vista

da sobrevivecircncia da empresa nos proacuteximos anos esse eacute um requisito fundamentalrdquo

O professor exemplifica que no varejo haacute grandes redes como o Wall Mart

Carrefour e Patildeo de Accediluacutecar que iniciaram accedilotildees para contratar fornecedores com base

em requisitos de sustentabilidade Essas accedilotildees ainda satildeo restritas a alguns poucos

produtos e incluem por exemplo exigecircncias de embalagens que possam ser recicla-

das Satildeo accedilotildees que visam a reduccedilatildeo do uso de recursos materiais e energia de uma

forma geral (busca de maior eco eficiecircncia nos processos)

Mas como sair da teoria e colocar em praacutetica Veja os principais pontos que

uma empresa interessada em inovaccedilatildeo e sustentabilidade deve trabalhar

bull Investir no espiacuterito criativo dos colaboradores natildeo soacute daqueles que atuam nas aacutereas

de pesquisa e desenvolvimento (PampD) de produtos ou na engenharia do produto mas

num sentido mais amplo oacutetimas ideias podem surgir no chamado chatildeo de faacutebrica

26 Internet (httpwwwhsmcombrbuscarkeys=inovaccedilatildeo e sustentabilidade) data acesso 19072012

39

bull Buscar praacuteticas de gestatildeo participativa isso pode gerar ideias que trazem inovaccedilotildees

pequenas incrementais mas que no conjunto fazem muita diferenccedila

bull Usar a educaccedilatildeo para transformar paradigmas e gerar maior conscientizaccedilatildeo Natildeo

se deve pensar apenas em treinamentos que satildeo usados em geral para tarefas es-

peciacuteficas ou aplicaccedilatildeo de teacutecnicas As empresas devem investir na formaccedilatildeo dos re-

cursos humanos

bull Questionar o proacuteprio modelo de negoacutecios

bull Inserir sustentabilidade no planejamento estrateacutegico da empresa

E seraacute que eacute possiacutevel aprender a inovar De acordo com o professor Joatildeo A-

mato a inovaccedilatildeo soacute faz sentido se isso significar uma mudanccedila de mentalidade na

empresa Isso vale para induacutestria ou setor de serviccedilos ldquoNo setor financeiro temos mui-

tos exemplos de como os bancos estatildeo descobrindo novas maneira de incluir a sus-

tentabilidade em suas praacuteticas definindo criteacuterios de praacuteticas socioambientais aos

seus clientes Na realidade alguns dos grandes bancos jaacute colocaram isso no seu plano

estrateacutegicordquo conclui 27

12 ndash Sustentabilidade corporativa

Haacute vaacuterias definiccedilotildees para sustentabilidade e desenvolvimento sustentaacutevel na

literatura e organizaccedilotildees que tratam do tema arrolam outras tantas Isso decorre do

fato de a sustentabilidade ser um conceito relativamente novo possuir um caraacuteter mul-

tidisciplinar e envolver diferentes interpretaccedilotildees que refletem diferenccedilas de valor cir-

cunstacircncias localizadas e contextos especiacuteficos Aleacutem disso o conceito acaba incorpo-

rado a vaacuterios assuntos tais como a definiccedilatildeo de poliacuteticas governamentais a gestatildeo

puacuteblica regional a gestatildeo de empresas e ateacute mesmo o nosso estilo de vida (MA-

27 Internet (httpwwwhsmcombreditoriassustentabilidadeinovacao-e-ustentabilidade-de-

maos-dadas) data acesso 19072012

40

WHINNEY 2002) O foco deste artigo eacute a sustentabilidade corporativa ou seja a apli-

caccedilatildeo do conceito de sustentabilidade nas empresas

Algumas empresas brasileiras vecircm sendo citadas como casos mundiais no

acircmbito de algumas das dimensotildees da sustentabilidade corporativa HART (1997)

menciona a Aracruz Celulose como uma empresa que adota a visatildeo de desenvolvi-

mento sustentaacutevel desde o iniacutecio de suas operaccedilotildees com base no modelo de reflores-

tamento das plantaccedilotildees de eucaliptos PRAHALAD (2004) apresenta o caso da Casas

Bahia como uma empresa que atende a populaccedilatildeo de baixa renda por meio de um

modelo inovador de financiamento (SEABRA LEAL e PASSOS 2005 p10) Relatam

o caso da Natura assinalando que seus principais acionistas satildeo enfaacuteticos ao afirma-

rem que a busca da sustentabilidade eacute mais do que uma estrateacutegia de negoacutecios mdash eacute

uma filosofia de vida Outros estudos acadecircmicos nessa aacuterea tambeacutem envolvem em-

presas nacionais SILVA e KULAY (2005) apresentam um caso de aplicaccedilatildeo da Avali-

accedilatildeo do Ciclo de Vida (LCA mdash Life Cycle Assessment) para analisar os potenciais

impactos ambientais do processo de fabricaccedilatildeo de fertilizantes fosfatados em uma

empresa brasileira COSTA e GOUVINHAS (2004) analisam a adoccedilatildeo das estrateacutegias

de projeto ecoloacutegico (ecodesign) no ambiente de negoacutecios de pequenas e meacutedias em-

presas brasileiras HOPKINS (2002) discute a sustentabilidade nas operaccedilotildees internas

das empresas a partir de uma pesquisa exploratoacuteria sobre a aplicaccedilatildeo de indicadores

de responsabilidade social em quatro grandes empresas no Brasil 28

13 - O conceito de sustentabilidade corporativa

Considera-se sustentabilidade corporativa como a gestatildeo empresarial que bus-

ca equilibrar as necessidades econocircmicas das empresas com a responsabilidade pelo

desenvolvimento da sociedade e preservaccedilatildeo dos recursos naturais visando atender

agraves necessidades atuais e futuras dos elementos afetados pela empresa Esses ele-

mentos mdash que satildeo ou podem ser afetados pelos efeitos das operaccedilotildees accedilotildees e deci-

28 Internet httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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sotildees da empresa mdash incluem os acionistas e funcionaacuterios clientes e consumidores

fornecedores e parceiros os recursos naturais utilizados pela empresa o meio ambi-

ente e a sociedade

A sustentabilidade corporativa estaacute associada a trecircs macro objetivos a geraccedilatildeo

de valor econocircmico a responsabilidade ambiental e a responsabilidade social A gera-

ccedilatildeo de valor econocircmico estaacute relacionada com a obtenccedilatildeo de resultados econocircmicos

positivos no presente e no futuro A responsabilidade ambiental diz respeito agrave conser-

vaccedilatildeo e ao uso sustentaacutevel dos recursos naturais E a responsabilidade social con-

templa a corresponsabilidade das empresas pelo desenvolvimento da sociedade Con-

forme ELKINGTON (1997) esses objetivos satildeo inerentes aos denominados resultados

tridimensionais da sustentabilidade (triple bottom line) As empresas que adotam a

sustentabilidade corporativa devem buscar um equiliacutebrio entre o compromisso econocirc-

mico a preservaccedilatildeo ambiental e o desenvolvimento da sociedade assumindo respon-

sabilidades pelas condiccedilotildees de vida atuais e futuras29

14 - Sustentabilidade e geraccedilatildeo de valor econocircmico

A literatura ressalta a necessidade de que as iniciativas relacionadas agrave susten-

tabilidade tragam retornos positivos para as empresas REINHARDT (1999) considera

que as justificativas para os investimentos ambientais realizados pelas empresas de-

vem ser similares aos demais investimentos Nesse sentido os investimentos em ges-

tatildeo ambiental devem auferir retornos financeiros positivos ou conduzir agrave reduccedilatildeo dos

riscos SENGE e CARSTEDT (2001) satildeo mais enfaacuteticos ao considerar que o desafio

atual reside em desenvolver negoacutecios sustentaacuteveis compatiacuteveis com a realidade eco-

nocircmica Segundo esses autores novos modelos de negoacutecios e produtos inovadores

no acircmbito da sustentabilidade precisam necessariamente acarretar resultados finan-

ceiros satisfatoacuterios para se viabilizarem

Os benefiacutecios decorrentes das accedilotildees de sustentabilidade podem ser tangiacuteveis

ou intangiacuteveis Willard (2002) identifica potenciais benefiacutecios tangiacuteveis como aqueles

associados agrave reduccedilatildeo de custos na manufatura agrave reduccedilatildeo de custos comerciais ao

aumento do faturamento e ao aumento da participaccedilatildeo no mercado Como benefiacutecios

intangiacuteveis considera a maior facilidade na contrataccedilatildeo de talentos a maior retenccedilatildeo

29 Internet httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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dos principais talentos o aumento da produtividade dos funcionaacuterios a reduccedilatildeo dos

riscos e as maiores facilidades de financiamento NEMLI (2004) considera que os be-

nefiacutecios devem ser mensurados ao longo de trecircs dimensotildees reduccedilatildeo de custos e au-

mento da lucratividade aumento da reputaccedilatildeo e criaccedilatildeo de diferenciaccedilatildeo crescimento

da empresa em termos de capacidade de inovaccedilatildeo e uso de tecnologias limpas

A perspectiva de geraccedilatildeo de valor econocircmico estaacute acoplada a uma visatildeo mais holiacutesti-

ca do bom funcionamento da economia Nesse sentido HAWKEN LOVINS e LOVINS

(1999) consideram que o capitalismo natural pode ser o gatilho para a proacutexima revo-

luccedilatildeo industrial em que quatro tipos de capital sustentam o bom funcionamento da

economia o capital humano (pessoas conhecimento e cultura) o capital financeiro

(caixa investimentos e instrumentos monetaacuterios) o capital industrial (infra estrutura

faacutebricas e maacutequinas) e o capital natural (recursos naturais sistemas de vida e ecossis-

tema) Conforme SENGE e CARSTEDT (2001) a geraccedilatildeo de valor econocircmico por

empresas sustentaacuteveis depende de forma ampla da adoccedilatildeo de uma realidade eco-

nocircmica que conecta a induacutestria a sociedade e o meio ambiente Por outro lado mes-

mo na realidade atual a reduccedilatildeo do desperdiacutecio e do fluxo destrutivo dos recursos

pode representar uma importante oportunidade de negoacutecios (LOVINS LOVINS e

HAWKEN 1999) 30

15 - Sustentabilidade e responsabilidade ambiental

Vaacuterios autores assinalam a importacircncia da questatildeo da estrateacutegia ambiental das

empresas no acircmbito da sustentabilidade corporativa HART (1997) considera a polui-

ccedilatildeo a exaustatildeo dos recursos naturais e a pobreza como os principais desafios da sus-

tentabilidade Segundo o autor a estrateacutegia ambiental das empresas em geral evolui

segundo trecircs estaacutegios prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo produtos ambientalmente corretos e

produccedilatildeo limpa Aleacutem disso uma estrateacutegia ambiental integrada natildeo deve direcionar-

se somente para o desenvolvimento de competecircncias internas mas tambeacutem conside-

rar o relacionamento com os clientes fornecedores outras empresas agentes gover-

30 Internet

(httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext)

data de acesso 2107201230

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namentais e acionistas Da mesma forma BARBIERI (2004) cita trecircs abordagens para

a gestatildeo ambiental empresarial controle da poluiccedilatildeo prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo e abor-

dagem estrateacutegica A prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo incorpora duas preocupaccedilotildees ambientais

principais o uso sustentaacutevel dos recursos e o controle da poluiccedilatildeo Os instrumentos

tradicionais para o uso sustentaacutevel dos recursos satildeo referenciados pelo autor como

4Rs reduccedilatildeo da poluiccedilatildeo na fonte reutilizaccedilatildeo reciclagem e recuperaccedilatildeo energeacutetica

HOFFMAN (2000) sugere que a estrateacutegia ambiental determine o alinhamento

entre a proteccedilatildeo ambiental e o crescimento econocircmico da empresa O desenvolvimen-

to da estrateacutegia ambiental deve analisar os concorrentes os parceiros os produtos as

mateacuterias-primas as perdas e os resiacuteduos da empresa O autor considera que a estra-

teacutegia ambiental pode ser direcionada por quatro fatores o mercado (composto pelos

consumidores associaccedilotildees concorrentes e consultores) os provedores de recursos

(clientes seguradoras fornecedores bancos e investidores) os elementos coercivos

(regulamentos locais legislaccedilatildeo internacional) e os elementos sociais (instituiccedilotildees

religiosas organizaccedilotildees natildeo-governamentais comunidade mundo acadecircmico im-

prensa e poder judiciaacuterio) 31

16 - Sustentabilidade e responsabilidade social

Os defensores da responsabilidade social argumentam que as empresas de-

vem assumir um compromisso com o desenvolvimento da sociedade As empresas

devem executar accedilotildees para fomentar o desenvolvimento social a inclusatildeo social e

contribuir para a melhoria das condiccedilotildees de vida da populaccedilatildeo mais necessitada Al-

guns autores consideram que essas atividades natildeo satildeo puramente filantroacutepicas uma

vez que as empresas podem auferir benefiacutecios de negoacutecios em funccedilatildeo delas Outros

sugerem ainda que a responsabilidade social esteja associada agrave proacutepria estrateacutegia

empresarial por exemplo SEABRA LEAL e PASSOS (2005) assinalam que os prin-

31 ) Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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cipais acionistas da Natura consideram que a responsabilidade social estaacute intimamen-

te ligada agrave estrateacutegia de negoacutecios da empresa

PRAHALAD e HAMMOND (2002) observam que aproximadamente 65 da

populaccedilatildeo mundial mdash cerca de quatro bilhotildees de pessoas mdash ganham menos do que

2000 USDano Esse eacute um mercado praticamente inexplorado pelas empresas multi-

nacionais Segundo os autores as empresas que desejam entrar nesse mercado de-

vem repensar seus modelos de negoacutecios praacuteticas gerenciais e indicadores de desem-

penho Eacute um mercado de novas fontes de receita que exige melhoria na eficiecircncia

operacional e fomento da inovaccedilatildeo A atuaccedilatildeo bem-sucedida para atender agrave denomi-

nada populaccedilatildeo na base da piracircmide pode trazer resultados econocircmicos positivos agraves

empresas e simultaneamente contribuir para a melhoria das condiccedilotildees de vida das

pessoas economicamente menos favorecidas

PORTER e KRAMER (2002) consideram que eacute possiacutevel agraves empresas obterem

a convergecircncia de interesses entre as atividades filantroacutepicas e os objetivos de negoacute-

cios A filantropia pode oferecer oportunidades para as empresas melhorarem seu

contexto competitivo considerando que as atividades filantroacutepicas podem potencial-

mente atuar sobre quatro elementos inter-relacionados da competitividade empresari-

al na disponibilidade dos insumos de produccedilatildeo nas condiccedilotildees de demanda nas con-

diccedilotildees de competiccedilatildeo e rivalidade e na presenccedila das induacutestrias de insumos e suporte

Nesse sentido a filantropia deveria ser considerada uma abordagem claramente estra-

teacutegica pelas empresas WADDOCK e SMITH (2000) adotam um raciociacutenio similar

afirmando que a responsabilidade social e o desempenho corporativo financeiro an-

dam juntos e natildeo como trade-offs

HALL et al (2005) constatam que algumas empresas podem ser socialmente

vulneraacuteveis Segundo esses autores a vulnerabilidade social eacute atribuiacuteda agraves empresas

que apresentam grande importacircncia estrateacutegica para o desenvolvimento econocircmico e

social dos paiacuteses onde operam Eles citam empresas cujo papel extrapola a criaccedilatildeo de

valor aos acionistas sendo consideradas como orgulhos nacionais para seus paiacuteses

Satildeo citadas como exemplos a Siemens na Alemanha a Toyota no Japatildeo a Embraer

no Brasil e a Bombardier no Canadaacute Aleacutem da questatildeo econocircmica essas empresas

desempenham importante papel social em seus respectivos paiacuteses Outras empresas

45

brasileiras tambeacutem poderiam ser citadas como a Petrobras a Companhia Vale do Rio

Doce o Bradesco entre outras 32

2 - Gestatildeo da inovaccedilatildeo para a sustentabilidade

A busca da inovaccedilatildeo e a gestatildeo da inovaccedilatildeo em geral satildeo mediadas por as-

pectos essencialmente econocircmicos e estrateacutegicos Entretanto na medida em que ou-

tras restriccedilotildees compotildeem o ambiente de atuaccedilatildeo das empresas outros fatores podem

impulsionar a inovaccedilatildeo Isso tambeacutem eacute vaacutelido ao se considerarem aspectos de susten-

tabilidade como condicionantes da inovaccedilatildeo

HART e CHRISTENSEN (2002) sugerem que as inovaccedilotildees radicais podem

pavimentar o caminho para as empresas combinarem um crescimento sustentaacutevel

com responsabilidade social HART e MILTEIN (1999) consideram que os desafios

impostos pela sustentabilidade global podem atuar como catalisadores para um novo

estaacutegio de destruiccedilatildeo criativa das empresas Eles associam a preocupaccedilatildeo ecoloacutegica

com melhorias contiacutenuas e a sustentabilidade global com melhorias radicais Nesse

sentido argumentam que a sustentabilidade pode criar oportunidades sem preceden-

tes agraves empresas O raciociacutenio de SENGE e CARSTEDT (2001) eacute similar Esses auto-

res consideram que o foco restrito na eficiecircncia ecoloacutegica pode distrair as empresas da

busca de produtos e modelos de negoacutecios radicalmente diferentes dos atuais Eacute a sus-

tentabilidade global que iraacute motivar as empresas a procurarem novos modelos men-

tais a enfatizarem a aprendizagem e atentarem para a gestatildeo de mudanccedilas

PORTER e VAN DER LINDE (1995) consideram que as regulamentaccedilotildees am-

bientais impotildeem pressotildees competitivas nas empresas motivando-as a inovar VOL-

LENBROEK (2002) propotildee um processo que direciona a inovaccedilatildeo para o desenvolvi-

mento da sustentabilidade denominado gestatildeo da transiccedilatildeo Ele considera que a ino-

vaccedilatildeo natildeo gera automaticamente o progresso da sociedade pois precisa ser condi-

cionada para tanto Os esforccedilos para o desenvolvimento sustentaacutevel precisam ser di-

recionados pela sociedade e esta participa das decisotildees visando obter um balancea-

mento adequado entre os objetivos econocircmicos ecoloacutegicos e sociais A inovaccedilatildeo seraacute

decorrecircncia

32 Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

46

HALL e VREDENBURG (2003) afirmam que os gestores tecircm dificuldades para

lidar com as pressotildees do desenvolvimento sustentaacutevel Eles consideram que as estra-

teacutegias de inovaccedilatildeo das empresas geralmente satildeo inadequadas para acomodar as

complexidades e incertezas inerentes agraves novas demandas impostas pelo desenvolvi-

mento sustentaacutevel Dessa forma sugerem que a estrateacutegia empresarial integre tam-

beacutem os objetivos da inovaccedilatildeo e do desenvolvimento sustentaacutevel Em contraponto agrave

abordagem tradicional da inovaccedilatildeo ditada pelo mercado propotildeem que as empresas

adotem a inovaccedilatildeo para o desenvolvimento sustentaacutevel que incorpora as restriccedilotildees

sociais e as pressotildees ambientais bem como contempla as necessidades das futuras

geraccedilotildees Como seraacute visto no texto que segue a inovaccedilatildeo foi tambeacutem um ingrediente

essencial para o desenvolvimento e o sucesso do projeto estudado na presente pes-

quisa33

CONCLUSAtildeO

O objetivo desse estudo foi verificar e compreender o conceito de inovaccedilatildeo e a

sua aplicabilidade nas organizaccedilotildees assim como a vantagem competitiva no modelo

de negoacutecio por meio da co-criaccedilatildeo de valor

33 Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data acesso 21072012

47

Inovaccedilatildeo e criatividade satildeo essenciais para o continuo desenvolvimento e competi-

tividade de uma naccedilatildeo

Coisas boas acontecem quando o pensamento inovador comeccedila ele poderaacute

ajudar a criar novos produtos melhoria nos processos novas tecnologias tornando

a empresa mais competitiva Tomando conhecimento da grande variedade de produ-

tos e serviccedilos oferecidos pelas organizaccedilotildees pode se observar que nem sempre se

chega ao resultado em melhores experiecircncias de consumo nesse cenaacuterio certas em-

presas adotam a co-criaccedilatildeo de valor ndash participaccedilatildeo do cliente no processo produtivo ndash

para inovar no modelo de negoacutecio agregando valor a sua oferta buscando assim se

diferenciar das demais empresas Apesar da inovaccedilatildeo indicar um caminho seguro

para obter vantagem competitiva sustentaacutevel e defender posiccedilotildees estrateacutegicas no

mercado o seu sucesso natildeo eacute garantido necessitando que os gestores conheccedilam e

compreendam a dinacircmica dos processos da gestatildeo da inovaccedilatildeo dentro de suas orga-

nizaccedilotildees e realidades especiacuteficas

O modelo de organizaccedilatildeo inovadora sustentaacutevel eacute uma resposta agraves pressotildees

institucionais por uma organizaccedilatildeo que seja capaz de inovar com eficiecircncia em termos

econocircmicos mas com responsabilidade social e ambiental Esse tipo de organizaccedilatildeo

busca vantagem competitiva desenvolvendo produtos serviccedilos processos e negoacutecios

novos ou modificados com base nas dimensotildees social ambiental e econocircmica Ela

reuacutene duas caracteriacutesticas essenciais eacute inovadora e orientada para a sustentabilidade

Tendo em vista o fenocircmeno do isomorfismo institucional (concentraccedilatildeo de for-

mas organizacionais nos diversos setores produtivos) o modelo das organizaccedilotildees

inovadoras sustentaacuteveis vem ganhando rapidamente cada vez mais espaccedilo nas em-

presas liacutederes Esses fatos permitem dizer que o movimento do desenvolvimento sus-

tentaacutevel eacute um dos movimentos mais importantes do nosso tempo e a julgar pela vita-

lidade dos fatores institucionais presentes em praticamente todo o mundo pode-se

inferir que ele continuaraacute se propagando por muitas deacutecadas

Desse modo o aprimoramento dos modelos de organizaccedilatildeo sustentaacuteveis as

diversas formas da sua institucionalizaccedilatildeo em acircmbito global o desenvolvimento de

tecnologias sustentaacuteveis a gestatildeo de inovaccedilotildees para o desenvolvimento sustentaacutevel

seratildeo temas cada vez mais importantes nos estudos futuros Como o sistema opera-

cional produtivo e as inovaccedilotildees de produto e de processo ao atender as trecircs dimen-

sotildees da sustentabilidade devem gerar ganhos para o meio ambiente em termos de

reduccedilatildeo no uso de recursos e de emissotildees de poluentes o aumento da produccedilatildeo pelo

incitamento agrave demanda por novos produtos pode neutralizar ou ateacute superar esses ga-

nhos Levar em conta essa possibilidade dando-lhe um tratamento adequado eacute um dos

48

maiores desafios para o alinhamento das empresas ao modelo de organizaccedilatildeo inova-

dora sustentaacutevel

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

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PRAHALAD C K RAMASWAMY Venkatram O futuro da competiccedilatildeo como desen-

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Elsevier 2004

  • AGRADECIMENTOS
  • CAPIacuteTULO III- Aspectos da inovaccedilatildeo e sustentabilidade37
  • Inovaccedilatildeo e sustentabilidade37
  • 32 - Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva
  • 33 - Como implementar vantagem competitiva
  • 34 - Como criar valor e vantagem competitiva
Page 27: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · duzir os processos de inovação dentro da organização. 6 ... CAPÍTULO I - Estrutura da criação de valor e inovação.....11

27

rente do habitual com a intenccedilatildeo de satisfazer um propoacutesito A criatividade permite

cumprir os desejos de forma mais raacutepida faacutecil eficiente ou econoacutemica

A criaccedilatildeo de novas ideias e conceitos tambeacutem se lhe daacute o nome de inventivi-

dade pensamento original pensamento divergente ou imaginaccedilatildeo construtiva Trata-

se de conceitos que implicam o ato de inventar algo novo (isto eacute recorrer ao enge-

nho) a capacidade de encontrar soluccedilotildees originais e a vontade de mudar o mundo 15

A criatividade eacute considerada uma capacidade humana de grande valor univer-

sal tudo indica que nesta competecircncia reside a memoacuteria RAM bioloacutegica para o im-

pulso da evoluccedilatildeo humana A memoacuteria RAM segundo CURY (2009) eacute o fenoacutemeno dos

registos da memoacuteria O que melhor descreve a criatividade eacute o que SANCHEZ (2003)

referiu em seus apontamentos a criatividade eacute uma sublime dimensatildeo da condiccedilatildeo

humana

Eacute entretanto na capacidade criativa que existe a chave da capacidade de evo-

luccedilatildeo da humanidade O meacuterito da expressatildeo criativa eacute fruto da complexidade ou

seja eacute fruto do contexto social no seu desenvolvimento natural e humano

Eacute muito interessante contemplar os efeitos provenientes deste constructo a

considerar a capacidade de um indiviacuteduo criativo construir e reconstruir transformando

a nossa realidade Eacute consensual e gratificante perceber que todos temos a capacida-

de criativa deve eacute ser melhor desenvolvida16

De maneira instintiva o termo criatividade sempre se associou agrave atividade ar-

tiacutestica Mais recentemente graccedilas a exemplos empresariais como Apple e Google a

inovaccedilatildeo ganhou espaccedilo nos sectores tecnoloacutegicos Neste sentido a nossa intuiccedilatildeo

natildeo estaacute errada uma vez que criatividade e inovaccedilatildeo satildeo dois conceitos muito unidos

Explicado de forma simples a capacidade criativa pode ser definida como ldquoa habili-

dade para gerar ideias alternativas e soluccedilotildees a um determinado problema de forma

faacutecilrdquo 17

15 Internet (httpconceitodecriatividade) data de acesso 25062012 16Internet (httpptwikipediaorgwikiCriatividade) data de acesso 04072012

17Inter-

net(httpwwwcriaptcriaadminappCRIAuploadscreamanual20creatividade20portugue

s_pt_webpdf) data de acesso 04072012)

28

22 ndash Criatividade do ponto de vista pessoal

Temos que pensar em Criatividade como estrateacutegia para viver melhor para

uma qualidade de vida que diria razoaacutevel aleacutem de identificar potenciais descobertas

internas que foram abafadas pelos processos familiares educacionais e empresariais

assim pelo tempo Outro aspecto estaacute relacionado com a garantia da nossa emprega-

bilidade entendendo como fonte de renda como funcionaacuterio profissional autocircnomo ou

empresaacuterio Vivemos num mundo de mudanccedilas aprimoramento riscos e oportunida-

des Melhoria nos nossos relacionamentos interpessoais atraveacutes do reconhecimento e

aproveitamento da diversidade respeitando as mais diversas formas de pensamento e

das diferenccedilas individuais Estamos acostumados a considerar a criatividade como

algo pessoal e intransferiacutevel A criatividade humana natildeo eacute temporal Trata-se de um

patrimocircnio do ser humano compartilhado pela sociedade Como a organizaccedilatildeo existe

para servir a sociedade nada mais justo do que desenvolver a criatividade como ga-

rantia para superaccedilatildeo da expectativa do cliente em relaccedilatildeo agrave sua empresa 18

23 ndash Criatividade do ponto de vista empresarial

A busca de um diferencial oferecendo algo mais do que o cliente espera atrair

preferecircncias estabelecer estrateacutegia diferenciada adaptar-se agraves necessidades modifi-

car produtos e buscar soluccedilotildees para os problemas fugindo do convencional e assim

diferenciando-se dos concorrentes Estrateacutegia competitiva natildeo somente por criar ou

inovar produtos mas tambeacutem a quebra de paradigmas mudanccedilas de pensamentos

comportamentos etc Todas as ideias produtos e serviccedilos criativos poderatildeo ser trans-

formados em algo positivo para a organizaccedilatildeo Melhoria dos seus produtos assim

como a criaccedilatildeo de novos Busca de resultados diferentes do passado Melhoria do

18 Internet (Fonte Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de

acesso 04072012

29

relacionamento humano interno consequentemente o aumento da produtividade Me-

lhoramento contiacutenuo em todos os setores Desenvolvimento da qualidade19

24 - Criatividade e a visatildeo estrateacutegica da empresa

A criatividade se relaciona com a visatildeo estrateacutegica de empresa da seguinte

forma a partir dos objetivos traccedilados pela organizaccedilatildeo a mesma definiraacute uma linha

estrateacutegica a ser seguida para alcanccedilar esses objetivos A criatividade se envolve de

acordo com a intenccedilatildeo da empresa ela pode querer reinventar seus modos de atua-

ccedilatildeo pode somente visar manter-se atualizada e motivada pode querer mudar rapida-

mente de foco e enfim 44 pode estabelecer um relacionamento forte ou fraco com a

criatividade em funccedilatildeo das soluccedilotildees que ela estiver almejando

CALKINS (2001) defende essa visatildeo ao dizer que para produzir subjetividade

a criatividade deve ser parte da estrateacutegia da empresa O estudo de LENGNICK-HALL

e WOLFF (1998) faz justamente uma releitura sobre o processo estrateacutegico organiza-

cional ndash enfatizando os trecircs domiacutenios loacutegicos que guiam a maioria das empresas ndash e

relacionando conforme a Tabela abaixo com o tipo de criatividade que estaraacute vigente

Loacutegicas Estrateacutegicas x Criatividade

Loacutegica Dominante

Guerrilha Loacutegica Complexidade Loacutegica Capacidade Loacutegica

Objetivo

repentinamente reescrever

as regras da competitivida-

de

aprendizagem e alto envolvi-

mento organizacional

desenvolver e implementar

estrateacutegias que as possibilitem

criar uma sustentaacutevel vantagem

competitiva

Elemento

Chave

a flexibilidade a criativida-

de e a inovaccedilatildeo

sistema natural de relaciona-

mentos

desenvolvimento eficiente e

eficaz e protegendo seus recur-

sos de base

Justificativa vantagem competitiva

como algo muito passageiro

a organizaccedilatildeo vive em uma

comunidade de competidores

fornecedores clientes

as organizaccedilotildees procuram de-

senvolver e implantar estrateacute-

gias que as possibilitem criar

uma sustentaacutevel vantagem

competitiva

19Internet (Fonte Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de

acesso 04072012

30

Sucesso Orga-

nizacional

eacute uma funccedilatildeo da sua capa-

cidade para gerar ideias

que criam novas dinacircmicas

competitivas e novas are-

nas de accedilatildeo

consequecircncia de um natural

entendimento do paradoxo de

forccedilas que formam o sistema

organizacional

a chave da vantagem competiti-

va sustentaacutevel estaacute na habilida-

de organizacional para proteger

os seus recursos de base

Autores COOPER (1995) e

SCHUMPETER (1936)

MILLER (1996) SENGE (1990) e

MOORE (1996)

PORTER (1986 e 1992) e

HAMEL e PRAHALAD (1994)

Ecircnfase Criar Aprender Agregar Valor

Praacuteticas Cria-

tivas

Brainwriting Pool Teacutecnica

da Troca dos Cartotildees etc Pensamento Lateral Jamming

(Fonte Pesquisa a partir dos estudos de Lengnick-Hall e Wolff 1998) 20

25 ndash Reconfiguraccedilatildeo dinacircmica do talento

A estrateacutegia de inovaccedilatildeo sem duacutevida requer novas habilidades O conceito de

R=G sugere que nenhuma empresa eacute capaz de desenvolver sozinha todos os produ-

tos e serviccedilos de que necessita para oferecer experiecircncias personalizadas a cada cli-

ente Tampouco empresa alguma tem condiccedilotildees de cultivar todas as capacidades

gerenciais indispensaacuteveis para transformar a organizaccedilatildeo Analisamos questotildees rela-

cionadas com a superaccedilatildeo dos legados organizacionais e com a construccedilatildeo de novas

capacidades para o gerenciamento da inovaccedilatildeo Mostramos como as empresas de-

vem preparar-se para administrar as tensotildees constantes entre flexibilidade eficiecircncia

e confiabilidade Essa transformaccedilatildeo natildeo consiste apenas em mudar a mentalidade

ou a loacutegica dominante dos gestores tambeacutem significa concentrar-se nos novos niacuteveis

de transparecircncia e de visibilidade em relaccedilatildeo a como se gerencia a empresa

Precisamos mudar a maneira como gerenciamos ndash como combinamos continu-

amente oportunidades e recursos O foco deve convergir natildeo soacute para as habilidades

20Internet (Fonte Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de

acesso 04072012

31

dos indiviacuteduos e para as atitudes de cada um em relaccedilatildeo ao aprendizado mas tam-

beacutem para a competecircncia das equipes e para a capacidade dessas forccedilas-tarefas de se

reconfigurar continuamente em funccedilatildeo dos objetivos arregimentando os melhores

talentos em todo o mundo Por exemplo a identificaccedilatildeo dos comportamentos e das

necessidades de determinada pessoa numa base de milhotildees de clientes ndash como a

Amazoncom na ING Insurance e no programa de diabetes da ICICI ndash exige capaci-

dades analiacutetica Argumentaremos que os mesmos requisitos tambeacutem satildeo indispensaacute-

veis na base de talentos A empresa deve tratar seus empregados e fornecedores

como indiviacuteduos iacutempares (ou como conjunto de indiviacuteduos sem igual) da mesma ma-

neira como lida com os clientes A configuraccedilatildeo dinacircmica de recursos para atender agraves

necessidades de tarefas especiacuteficas converte-se em fonte de vantagem competitiva

A essecircncia da mensagem eacute que para a transformaccedilatildeo ser eficaz os gestores devem

concentrar o foco na mobilizaccedilatildeo raacutepida de talentos dentro e fora da empresa (PRA-

HALAD e KRISHNAN 2008 p177)

3 ndash Cadeia de valor e vantagem competitiva

Segundo Novaes (2001 p184) o conceito de cadeia de valor foi desenvolvido

por Porter O conceito eacute de muita simplicidade e por isso talvez mostre-se tatildeo impor-

tante no contexto econocircmico-social em que se inserem as empresas com a crescente

globalizaccedilatildeo dos negoacutecios e mercados

Para (PORTER 1989 p33) toda empresa eacute uma reuniatildeo de atividades que

satildeo executadas para projetar produzir comercializar entregar e sustentar seu produ-

to Todas estas atividades podem ser representadas fazendo-se uso de uma cadeia

de valores Essa exposiccedilatildeo do autor indica em primeira matildeo apenas4 a ideia de ava-

liar a cadeia interna da empresa a qual eacute formada pelas atividades operacionais e

organizacionais jaacute citadas

A ideia baacutesica que subsidia esse conceito natildeo eacute de autoria de Porter mas haacute

muito tempo jaacute estava sendo analisada Fala-se aqui dos conceitos da Teoria Geral de

Sistemas que tem como precursor o Prof Ludwig von Bertalanffy e seus trabalhos

teoria essa que apresenta a empresa como um sistema inserido esse uacuteltimo em um

ambiente ou macro sistema Assim deve-se ter em mente uma visatildeo sistecircmica en-

xergar mais do que as aacutereas ou atividades isoladamente mais do que os limites da

empresa (Cadeia de Valor Interna) A empresa faz parte de um todo maior (um siste-

32

ma amplo) e esse eacute que deve ser otimizado para gerar maior valor para o cliente e

consequentemente maior lucratividade na cadeia (Cadeia de Valor Externa)

Nas palavras de Porter (1989 p33) ldquoa cadeia de valores desagrega uma em-

presa nas suas atividades de relevacircncia estrateacutegica para que se possa compreender o

comportamento dos custos e as fontes existentes e potenciais de diferenciaccedilatildeordquo Uma

empresa ganha vantagem competitiva se conseguir desempenhar essas atividades

estrateacutegicas de uma maneira melhor e mais barata que a concorrecircncia

Pode-se entatildeo caminhar para um avanccedilo em definiccedilatildeo ao verificarmos a pro-

posiccedilatildeo de (SHANK amp GOVINDARAJAN 1993 p13) de que ldquoa cadeia de valor para

qualquer empresa em qualquer negoacutecio eacute o conjunto interligado de todas as ativida-

des que criam valor desde uma fonte baacutesica de mateacuterias primas passando por forne-

cedores de componentes ateacute a entrega do produto final agraves matildeos do consumidorrdquo

O mundo em que se vive atravessa em periacuteodo de transformaccedilatildeo sequer ima-

ginado Nele nada eacute definitivo Fica-se perplexo quando natildeo se consegue acompanhar

a velocidade da evoluccedilatildeo dos acontecimentos sente-se perdido principalmente nos

assuntos relacionados agrave dinacircmica do desenvolvimento tecnoloacutegico

Dessa forma com uma visatildeo focada no clienteconsumidor pode-se considerar

que a cadeia de valor eacute uma sequecircncia de atividades desde a origem de recursos ateacute

o descarte final de determinado produto Portanto tem-se uma visatildeo bastante abran-

gente do conceito que pode considerar desde a fase da extraccedilatildeo de mateacuteria-prima ateacute

o tratamento final que eacute dado ao produto por exemplo num enfoque de ciclo de vida

do produto21

31 - O que significa uma vantagem competitiva

O sucesso de uma empresa eacute em larga medida determinado pela atratividade

do sector em que opera mas a sua posiccedilatildeo dentro desse sector tambeacutem eacute importante

21 (httpwwwccontabeiscombrconvt14pdf) data acesso 15072012

33

Apesar de um sector poder ter uma fraca eficaacutecia uma empresa que estaacute bem posi-

cionada pode ainda assim criar lucros significativos

Diz-se que uma empresa tem uma vantagem competitiva sobre os seus con-

correntes quando manteacutem retornos que superam a meacutedia no seu sector Esta vanta-

gem decorre das caracteriacutesticas do produto que o torna superior aos produtos da con-

correcircncia

Nalgumas situaccedilotildees pode obter-se uma vantagem competitiva atraveacutes da evoluccedilatildeo

tecnoloacutegica mas esta eacute frequentemente difiacutecil de manter porque os concorrentes ra-

pidamente a copiam ou aperfeiccediloam desenvolvem novas tecnologias Uma vantagem

sustentada resulta frequentemente mais do que da tecnologia ou de modificaccedilatildeo de

produtos de outros fatores como por exemplo o simbolismo associado ndash o que o

produto significa para os consumidores (imagem de marca) e o que estes experimen-

tam na sua compra e uso Os investigadores em marketing reconhecem que os produ-

tos possuem caracteriacutesticas simboacutelicas e que o consumo de certos produtos pode de-

pender mais do seu significado social do que da sua utilidade funcional

Existe atualmente uma tendecircncia para os consumidores exigirem ldquosignificado

pessoalrdquo aos produtos e serviccedilos Torna-se essencial inovar para responder agraves emo-

ccedilotildees que influenciam as decisotildees dos consumidores Estes estatildeo cada vez menos

impressionados com as novas tecnologias e a optar por produtos que resultam ldquopara

mimrdquo Como consequecircncia palavras como emoccedilatildeo e significado pessoal encon-

tram o seu caminho nas estrateacutegias das empresas sendo importante entender os fato-

res intangiacuteveis associados ao valor percebido do produto e as percepccedilotildees na sua

globalidade positivas ou negativas Novas designaccedilotildees tais como ndash ldquofaacutecil acessiacute-

vel razoaacutevel empoderamento e pessoal ndash refletem mais a pessoa do que o obje-

to Descobrir os sentimentos e as atitudes em relaccedilatildeo aos produtos bem como conhe-

cer as razotildees das preferecircncias dos consumidores tornaram-se importantes elementos

estrateacutegicos22

32 - Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva

Em grande medida a ambiccedilatildeo da estrateacutegia da empresa eacute conseguir uma van-

tagem competitiva sustentaacutevel

22Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

34

A vantagem competitiva analisa a atividade da empresa centrando-se primei-

ramente na sua capacidade de gerar retornos superiores de capital e de vincular a

estrateacutegia de negoacutecio a mercados financeiros e de capital fundamentais por um longo

periacuteodo de tempo No fim de contas eacute a vantagem competitiva da empresa que permi-

te ter bons retornos para os seus acionistas

Sem vantagem competitiva a empresa tem uma razatildeo econoacutemica limitada para

existir ndash a sua vantagem competitiva eacute a sua razatildeo de existecircncia Sem ela a empresa

natildeo iraacute prosperar Criar uma vantagem competitiva sustentaacutevel pode ser a meta mais

importante de qualquer organizaccedilatildeo e pode mesmo ser o atributo mais importante em

que a empresa se focaliza23

33 - Como implementar vantagem competitiva

As vantagens competitivas natildeo assumem uma uacutenica forma e eacute possiacutevel que

uma empresa tenha vaacuterias vantagens competitivas e em diferentes aacutereas Ilustra-se

algumas das aacutereas onde as empresas se podem destacar e garantir o seu sucesso a

longo prazo quota de mercado gestatildeo da marca rede marcas e patentes eficaacutecia de

custos e altos custos de mudanccedila

As empresas com quotas de mercado significativas criam um problema para os

concorrentes o que eacute positivo para aquelas uma vez que os seus produtos satildeo bem

conhecidos e recebidos no mercado No entanto mesmo quando a quota de mercado

eacute consideraacutevel se o sector for atrativo ou seja tiver um potencial de lucro significativo

novos operadores podem aparecer com a consequente reduccedilatildeo da quota de merca-

do

Ter uma marca forte pode garantir o sucesso a longo prazo e tambeacutem permitir

agraves empresas obter lucros pois a sua marca permite-lhes cobrar um preccedilo especial

(premium) Marcas fortes tendem a criar uma vantagem competitiva mais duradoura

O efeito de rede ocorre quando um produto cria uma procura por parte dos

consumidores que depois amplia o produto A empresa pode beneficiar do efeito de

23 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

35

rede pela atraccedilatildeo de mais vendedores Estes por sua vez atraem mais compradores

estabelecendo-se uma quota de mercado dominante (por exemplo eBay)

Este efeito de rede natildeo eacute muito comum mas quando ocorre pode ser extre-

mamente lucrativo As marcas e as patentes podem ser fonte de vantagem competiti-

va para algumas empresas 24

34 - Como criar valor e vantagem competitiva

Uma empresa posiciona-se aproveitando os seus pontos fortes Michael Porter

defendeu que aqueles se inscrevem em dois tipos baacutesicos de vantagem competitiva

vantagem pelos custos ou diferenciaccedilatildeo Estes satildeo identificados como vantagens po-

sicionais uma vez que expressam a posiccedilatildeo da empresa no sector enquanto liacuteder nos

custos ou por diferenciaccedilatildeo

A empresa utiliza os seus recursos e capacidades para gerar uma vantagem

competitiva que por uacuteltimo resulte na criaccedilatildeo de um valor superior

As competecircncias distintivas (competecircncias nucleares) resultam de recursos

especiacuteficos e capacidades da empresa facilitam a inovaccedilatildeo a eficiecircncia a qualidade

e a receptividade dos clientes o que pode ser aproveitado para atingir quer uma es-

trutura de baixo custos quer a diferenciaccedilatildeo do produto

Uma empresa posiciona-se no seu sector atraveacutes da opccedilatildeo por baixos custos

ou diferenciaccedilatildeo Esta decisatildeo eacute uma peccedila central da estrateacutegia competitiva da em-

presa

A vantagem competitiva existe quando a empresa eacute capaz de oferecer os

mesmos benefiacutecios que os concorrentes mas a custos mais baixos (vantagem pelos

custos) ou oferecer benefiacutecios que ultrapassam a concorrecircncia (vantagem por diferen-

ciaccedilatildeo) Portanto uma vantagem competitiva permite agrave empresa criar um valor superi-

or para os seus clientes e lucros para si proacuteprio25

24 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=39ampL=5) data acesso 15072012

25 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

36

CAPITULO III

ASPECTOS DA INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE

1 ndash Inovaccedilatildeo e sustentabilidade

37

Como as empresas podem sair da teoria para a praacutetica e chegar a um no-

vo patamar de competitividade e comprometimento com praacuteticas sustentaacuteveis

Muito se fala em inovaccedilatildeo como o principal caminho para o desenvolvimento

sustentaacutevel das organizaccedilotildees e da humanidade Poreacutem em muitos setores falar sobre

esse assunto eacute ainda um exerciacutecio teoacuterico Em geral o tema eacute associado as aacutereas de

tecnologia ou pesquisa e desenvolvimento mas a inovaccedilatildeo deve acontecer tambeacutem

na lideranccedila nas accedilotildees de marketing no modelo de negoacutecios ou seja na gestatildeo co-

mo um todo

Em pesquisa realizada pela Fundaccedilatildeo Nacional da Qualidade (FNQ) em maio

e 2011 representantes de 63 empresas mostraram que 97 consideram fundamental

que as organizaccedilotildees inovem para buscar a sustentabilidade tanto do negoacutecio quanto

da economia e do planeta Apesar dessa consciecircncia 70 dos participantes do estu-

do acreditam que as empresas estatildeo preocupadas mas natildeo direcionam seus investi-

mentos em inovaccedilotildees com foco no crescimento sustentaacutevel O levantamento mostra

ainda que 27 dos entrevistados apontaram a gestatildeo como a principal preocupaccedilatildeo

das empresas em que trabalham enquanto 22 indicaram a sustentabilidade e 19 a

reduccedilatildeo de custos

De acordo com o superintendente geral da FNQ Jairo Martins ldquoos resultados

da pesquisa mostram que as empresas ainda natildeo perceberam o tamanho do problema

da sustentabilidade considerando o baixo iacutendice de organizaccedilotildees que de fato inves-

tem em inovaccedilatildeo para sustentabilidade Em sua maioria as organizaccedilotildees pensam

apenas no lado econocircmico e natildeo no tripeacute da sustentabilidade que demanda uma em-

presa economicamente soacutelida socialmente correta e ambientalmente responsaacutevel

Enquanto dominar o pensamento pelo vieacutes econocircmico cujo sucesso eacute medido pelo

PIB o atual modelo de desenvolvimento insustentaacutevel natildeo vai mudar e natildeo seratildeo in-

cluiacutedas na pauta das organizaccedilotildees as questotildees socioambientaisrdquo

O professor da Fundaccedilatildeo Getuacutelio Vargas Renato Orsato autor do livro ldquoEstra-

teacutegias de Sustentabilidade quando vale a pena ser verderdquo analisou mais de 30 ca-

sos de empresas que adotaram a inovaccedilatildeo em 20 setores ao redor do mundo Para

ele deve haver uma premissa baacutesica para falar sobre esse assunto fazer perguntas

precisas ldquoIsso porque existem centenas de milhares de formas de incluir inovaccedilatildeo e

sustentabilidade nas empresas As empresas devem conhecer bem o contexto onde

atuam e considerar tanto aspectos tangiacuteveis como intangiacuteveisrdquo afirma

38

Na opiniatildeo do professor enquanto a sustentabilidade eacute apenas um acessoacuterio agrave

estrateacutegia da empresa ela natildeo vale a pena Para inovar as organizaccedilotildees devem

questionar os modelos de negoacutecio e pensar em modelos totalmente novos

Orsato daacute o exemplo da empresa Better Place que inovou na maneira de co-

mercializar energia renovaacutevel para carros eleacutetricos ldquoO grande salto seraacute conseguir

mudanccedilas radicais nos modelos de negoacutecios As fronteiras entre os setores de energia

e mobilidade por exemplo podem mudarrdquo 26

11- Da teoria para a praacutetica

De maneira geral a inovaccedilatildeo faz sucesso em palestras de ldquoespecialistasrdquo e de

executivosrdquo explica o professor Joatildeo Amato Neto da Fundaccedilatildeo Vanzolini e Escola

Politeacutecnica da USP ldquoMas haacute empresas realmente inovadoras seja em seus produtos

em seus processos de produccedilatildeo e ateacute mesmo em seu posicionamento de mercado

Outras satildeo inovadoras na relaccedilatildeo com o mercado num sentido mais amplo Esse eacute

um grupo restrito no Brasil de empresas de excelecircncia As que tecircm excelecircncia em

inovaccedilatildeo para sustentabilidade estatildeo num grupo mais restrito ainda Do ponto de vista

da sobrevivecircncia da empresa nos proacuteximos anos esse eacute um requisito fundamentalrdquo

O professor exemplifica que no varejo haacute grandes redes como o Wall Mart

Carrefour e Patildeo de Accediluacutecar que iniciaram accedilotildees para contratar fornecedores com base

em requisitos de sustentabilidade Essas accedilotildees ainda satildeo restritas a alguns poucos

produtos e incluem por exemplo exigecircncias de embalagens que possam ser recicla-

das Satildeo accedilotildees que visam a reduccedilatildeo do uso de recursos materiais e energia de uma

forma geral (busca de maior eco eficiecircncia nos processos)

Mas como sair da teoria e colocar em praacutetica Veja os principais pontos que

uma empresa interessada em inovaccedilatildeo e sustentabilidade deve trabalhar

bull Investir no espiacuterito criativo dos colaboradores natildeo soacute daqueles que atuam nas aacutereas

de pesquisa e desenvolvimento (PampD) de produtos ou na engenharia do produto mas

num sentido mais amplo oacutetimas ideias podem surgir no chamado chatildeo de faacutebrica

26 Internet (httpwwwhsmcombrbuscarkeys=inovaccedilatildeo e sustentabilidade) data acesso 19072012

39

bull Buscar praacuteticas de gestatildeo participativa isso pode gerar ideias que trazem inovaccedilotildees

pequenas incrementais mas que no conjunto fazem muita diferenccedila

bull Usar a educaccedilatildeo para transformar paradigmas e gerar maior conscientizaccedilatildeo Natildeo

se deve pensar apenas em treinamentos que satildeo usados em geral para tarefas es-

peciacuteficas ou aplicaccedilatildeo de teacutecnicas As empresas devem investir na formaccedilatildeo dos re-

cursos humanos

bull Questionar o proacuteprio modelo de negoacutecios

bull Inserir sustentabilidade no planejamento estrateacutegico da empresa

E seraacute que eacute possiacutevel aprender a inovar De acordo com o professor Joatildeo A-

mato a inovaccedilatildeo soacute faz sentido se isso significar uma mudanccedila de mentalidade na

empresa Isso vale para induacutestria ou setor de serviccedilos ldquoNo setor financeiro temos mui-

tos exemplos de como os bancos estatildeo descobrindo novas maneira de incluir a sus-

tentabilidade em suas praacuteticas definindo criteacuterios de praacuteticas socioambientais aos

seus clientes Na realidade alguns dos grandes bancos jaacute colocaram isso no seu plano

estrateacutegicordquo conclui 27

12 ndash Sustentabilidade corporativa

Haacute vaacuterias definiccedilotildees para sustentabilidade e desenvolvimento sustentaacutevel na

literatura e organizaccedilotildees que tratam do tema arrolam outras tantas Isso decorre do

fato de a sustentabilidade ser um conceito relativamente novo possuir um caraacuteter mul-

tidisciplinar e envolver diferentes interpretaccedilotildees que refletem diferenccedilas de valor cir-

cunstacircncias localizadas e contextos especiacuteficos Aleacutem disso o conceito acaba incorpo-

rado a vaacuterios assuntos tais como a definiccedilatildeo de poliacuteticas governamentais a gestatildeo

puacuteblica regional a gestatildeo de empresas e ateacute mesmo o nosso estilo de vida (MA-

27 Internet (httpwwwhsmcombreditoriassustentabilidadeinovacao-e-ustentabilidade-de-

maos-dadas) data acesso 19072012

40

WHINNEY 2002) O foco deste artigo eacute a sustentabilidade corporativa ou seja a apli-

caccedilatildeo do conceito de sustentabilidade nas empresas

Algumas empresas brasileiras vecircm sendo citadas como casos mundiais no

acircmbito de algumas das dimensotildees da sustentabilidade corporativa HART (1997)

menciona a Aracruz Celulose como uma empresa que adota a visatildeo de desenvolvi-

mento sustentaacutevel desde o iniacutecio de suas operaccedilotildees com base no modelo de reflores-

tamento das plantaccedilotildees de eucaliptos PRAHALAD (2004) apresenta o caso da Casas

Bahia como uma empresa que atende a populaccedilatildeo de baixa renda por meio de um

modelo inovador de financiamento (SEABRA LEAL e PASSOS 2005 p10) Relatam

o caso da Natura assinalando que seus principais acionistas satildeo enfaacuteticos ao afirma-

rem que a busca da sustentabilidade eacute mais do que uma estrateacutegia de negoacutecios mdash eacute

uma filosofia de vida Outros estudos acadecircmicos nessa aacuterea tambeacutem envolvem em-

presas nacionais SILVA e KULAY (2005) apresentam um caso de aplicaccedilatildeo da Avali-

accedilatildeo do Ciclo de Vida (LCA mdash Life Cycle Assessment) para analisar os potenciais

impactos ambientais do processo de fabricaccedilatildeo de fertilizantes fosfatados em uma

empresa brasileira COSTA e GOUVINHAS (2004) analisam a adoccedilatildeo das estrateacutegias

de projeto ecoloacutegico (ecodesign) no ambiente de negoacutecios de pequenas e meacutedias em-

presas brasileiras HOPKINS (2002) discute a sustentabilidade nas operaccedilotildees internas

das empresas a partir de uma pesquisa exploratoacuteria sobre a aplicaccedilatildeo de indicadores

de responsabilidade social em quatro grandes empresas no Brasil 28

13 - O conceito de sustentabilidade corporativa

Considera-se sustentabilidade corporativa como a gestatildeo empresarial que bus-

ca equilibrar as necessidades econocircmicas das empresas com a responsabilidade pelo

desenvolvimento da sociedade e preservaccedilatildeo dos recursos naturais visando atender

agraves necessidades atuais e futuras dos elementos afetados pela empresa Esses ele-

mentos mdash que satildeo ou podem ser afetados pelos efeitos das operaccedilotildees accedilotildees e deci-

28 Internet httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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sotildees da empresa mdash incluem os acionistas e funcionaacuterios clientes e consumidores

fornecedores e parceiros os recursos naturais utilizados pela empresa o meio ambi-

ente e a sociedade

A sustentabilidade corporativa estaacute associada a trecircs macro objetivos a geraccedilatildeo

de valor econocircmico a responsabilidade ambiental e a responsabilidade social A gera-

ccedilatildeo de valor econocircmico estaacute relacionada com a obtenccedilatildeo de resultados econocircmicos

positivos no presente e no futuro A responsabilidade ambiental diz respeito agrave conser-

vaccedilatildeo e ao uso sustentaacutevel dos recursos naturais E a responsabilidade social con-

templa a corresponsabilidade das empresas pelo desenvolvimento da sociedade Con-

forme ELKINGTON (1997) esses objetivos satildeo inerentes aos denominados resultados

tridimensionais da sustentabilidade (triple bottom line) As empresas que adotam a

sustentabilidade corporativa devem buscar um equiliacutebrio entre o compromisso econocirc-

mico a preservaccedilatildeo ambiental e o desenvolvimento da sociedade assumindo respon-

sabilidades pelas condiccedilotildees de vida atuais e futuras29

14 - Sustentabilidade e geraccedilatildeo de valor econocircmico

A literatura ressalta a necessidade de que as iniciativas relacionadas agrave susten-

tabilidade tragam retornos positivos para as empresas REINHARDT (1999) considera

que as justificativas para os investimentos ambientais realizados pelas empresas de-

vem ser similares aos demais investimentos Nesse sentido os investimentos em ges-

tatildeo ambiental devem auferir retornos financeiros positivos ou conduzir agrave reduccedilatildeo dos

riscos SENGE e CARSTEDT (2001) satildeo mais enfaacuteticos ao considerar que o desafio

atual reside em desenvolver negoacutecios sustentaacuteveis compatiacuteveis com a realidade eco-

nocircmica Segundo esses autores novos modelos de negoacutecios e produtos inovadores

no acircmbito da sustentabilidade precisam necessariamente acarretar resultados finan-

ceiros satisfatoacuterios para se viabilizarem

Os benefiacutecios decorrentes das accedilotildees de sustentabilidade podem ser tangiacuteveis

ou intangiacuteveis Willard (2002) identifica potenciais benefiacutecios tangiacuteveis como aqueles

associados agrave reduccedilatildeo de custos na manufatura agrave reduccedilatildeo de custos comerciais ao

aumento do faturamento e ao aumento da participaccedilatildeo no mercado Como benefiacutecios

intangiacuteveis considera a maior facilidade na contrataccedilatildeo de talentos a maior retenccedilatildeo

29 Internet httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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dos principais talentos o aumento da produtividade dos funcionaacuterios a reduccedilatildeo dos

riscos e as maiores facilidades de financiamento NEMLI (2004) considera que os be-

nefiacutecios devem ser mensurados ao longo de trecircs dimensotildees reduccedilatildeo de custos e au-

mento da lucratividade aumento da reputaccedilatildeo e criaccedilatildeo de diferenciaccedilatildeo crescimento

da empresa em termos de capacidade de inovaccedilatildeo e uso de tecnologias limpas

A perspectiva de geraccedilatildeo de valor econocircmico estaacute acoplada a uma visatildeo mais holiacutesti-

ca do bom funcionamento da economia Nesse sentido HAWKEN LOVINS e LOVINS

(1999) consideram que o capitalismo natural pode ser o gatilho para a proacutexima revo-

luccedilatildeo industrial em que quatro tipos de capital sustentam o bom funcionamento da

economia o capital humano (pessoas conhecimento e cultura) o capital financeiro

(caixa investimentos e instrumentos monetaacuterios) o capital industrial (infra estrutura

faacutebricas e maacutequinas) e o capital natural (recursos naturais sistemas de vida e ecossis-

tema) Conforme SENGE e CARSTEDT (2001) a geraccedilatildeo de valor econocircmico por

empresas sustentaacuteveis depende de forma ampla da adoccedilatildeo de uma realidade eco-

nocircmica que conecta a induacutestria a sociedade e o meio ambiente Por outro lado mes-

mo na realidade atual a reduccedilatildeo do desperdiacutecio e do fluxo destrutivo dos recursos

pode representar uma importante oportunidade de negoacutecios (LOVINS LOVINS e

HAWKEN 1999) 30

15 - Sustentabilidade e responsabilidade ambiental

Vaacuterios autores assinalam a importacircncia da questatildeo da estrateacutegia ambiental das

empresas no acircmbito da sustentabilidade corporativa HART (1997) considera a polui-

ccedilatildeo a exaustatildeo dos recursos naturais e a pobreza como os principais desafios da sus-

tentabilidade Segundo o autor a estrateacutegia ambiental das empresas em geral evolui

segundo trecircs estaacutegios prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo produtos ambientalmente corretos e

produccedilatildeo limpa Aleacutem disso uma estrateacutegia ambiental integrada natildeo deve direcionar-

se somente para o desenvolvimento de competecircncias internas mas tambeacutem conside-

rar o relacionamento com os clientes fornecedores outras empresas agentes gover-

30 Internet

(httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext)

data de acesso 2107201230

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namentais e acionistas Da mesma forma BARBIERI (2004) cita trecircs abordagens para

a gestatildeo ambiental empresarial controle da poluiccedilatildeo prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo e abor-

dagem estrateacutegica A prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo incorpora duas preocupaccedilotildees ambientais

principais o uso sustentaacutevel dos recursos e o controle da poluiccedilatildeo Os instrumentos

tradicionais para o uso sustentaacutevel dos recursos satildeo referenciados pelo autor como

4Rs reduccedilatildeo da poluiccedilatildeo na fonte reutilizaccedilatildeo reciclagem e recuperaccedilatildeo energeacutetica

HOFFMAN (2000) sugere que a estrateacutegia ambiental determine o alinhamento

entre a proteccedilatildeo ambiental e o crescimento econocircmico da empresa O desenvolvimen-

to da estrateacutegia ambiental deve analisar os concorrentes os parceiros os produtos as

mateacuterias-primas as perdas e os resiacuteduos da empresa O autor considera que a estra-

teacutegia ambiental pode ser direcionada por quatro fatores o mercado (composto pelos

consumidores associaccedilotildees concorrentes e consultores) os provedores de recursos

(clientes seguradoras fornecedores bancos e investidores) os elementos coercivos

(regulamentos locais legislaccedilatildeo internacional) e os elementos sociais (instituiccedilotildees

religiosas organizaccedilotildees natildeo-governamentais comunidade mundo acadecircmico im-

prensa e poder judiciaacuterio) 31

16 - Sustentabilidade e responsabilidade social

Os defensores da responsabilidade social argumentam que as empresas de-

vem assumir um compromisso com o desenvolvimento da sociedade As empresas

devem executar accedilotildees para fomentar o desenvolvimento social a inclusatildeo social e

contribuir para a melhoria das condiccedilotildees de vida da populaccedilatildeo mais necessitada Al-

guns autores consideram que essas atividades natildeo satildeo puramente filantroacutepicas uma

vez que as empresas podem auferir benefiacutecios de negoacutecios em funccedilatildeo delas Outros

sugerem ainda que a responsabilidade social esteja associada agrave proacutepria estrateacutegia

empresarial por exemplo SEABRA LEAL e PASSOS (2005) assinalam que os prin-

31 ) Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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cipais acionistas da Natura consideram que a responsabilidade social estaacute intimamen-

te ligada agrave estrateacutegia de negoacutecios da empresa

PRAHALAD e HAMMOND (2002) observam que aproximadamente 65 da

populaccedilatildeo mundial mdash cerca de quatro bilhotildees de pessoas mdash ganham menos do que

2000 USDano Esse eacute um mercado praticamente inexplorado pelas empresas multi-

nacionais Segundo os autores as empresas que desejam entrar nesse mercado de-

vem repensar seus modelos de negoacutecios praacuteticas gerenciais e indicadores de desem-

penho Eacute um mercado de novas fontes de receita que exige melhoria na eficiecircncia

operacional e fomento da inovaccedilatildeo A atuaccedilatildeo bem-sucedida para atender agrave denomi-

nada populaccedilatildeo na base da piracircmide pode trazer resultados econocircmicos positivos agraves

empresas e simultaneamente contribuir para a melhoria das condiccedilotildees de vida das

pessoas economicamente menos favorecidas

PORTER e KRAMER (2002) consideram que eacute possiacutevel agraves empresas obterem

a convergecircncia de interesses entre as atividades filantroacutepicas e os objetivos de negoacute-

cios A filantropia pode oferecer oportunidades para as empresas melhorarem seu

contexto competitivo considerando que as atividades filantroacutepicas podem potencial-

mente atuar sobre quatro elementos inter-relacionados da competitividade empresari-

al na disponibilidade dos insumos de produccedilatildeo nas condiccedilotildees de demanda nas con-

diccedilotildees de competiccedilatildeo e rivalidade e na presenccedila das induacutestrias de insumos e suporte

Nesse sentido a filantropia deveria ser considerada uma abordagem claramente estra-

teacutegica pelas empresas WADDOCK e SMITH (2000) adotam um raciociacutenio similar

afirmando que a responsabilidade social e o desempenho corporativo financeiro an-

dam juntos e natildeo como trade-offs

HALL et al (2005) constatam que algumas empresas podem ser socialmente

vulneraacuteveis Segundo esses autores a vulnerabilidade social eacute atribuiacuteda agraves empresas

que apresentam grande importacircncia estrateacutegica para o desenvolvimento econocircmico e

social dos paiacuteses onde operam Eles citam empresas cujo papel extrapola a criaccedilatildeo de

valor aos acionistas sendo consideradas como orgulhos nacionais para seus paiacuteses

Satildeo citadas como exemplos a Siemens na Alemanha a Toyota no Japatildeo a Embraer

no Brasil e a Bombardier no Canadaacute Aleacutem da questatildeo econocircmica essas empresas

desempenham importante papel social em seus respectivos paiacuteses Outras empresas

45

brasileiras tambeacutem poderiam ser citadas como a Petrobras a Companhia Vale do Rio

Doce o Bradesco entre outras 32

2 - Gestatildeo da inovaccedilatildeo para a sustentabilidade

A busca da inovaccedilatildeo e a gestatildeo da inovaccedilatildeo em geral satildeo mediadas por as-

pectos essencialmente econocircmicos e estrateacutegicos Entretanto na medida em que ou-

tras restriccedilotildees compotildeem o ambiente de atuaccedilatildeo das empresas outros fatores podem

impulsionar a inovaccedilatildeo Isso tambeacutem eacute vaacutelido ao se considerarem aspectos de susten-

tabilidade como condicionantes da inovaccedilatildeo

HART e CHRISTENSEN (2002) sugerem que as inovaccedilotildees radicais podem

pavimentar o caminho para as empresas combinarem um crescimento sustentaacutevel

com responsabilidade social HART e MILTEIN (1999) consideram que os desafios

impostos pela sustentabilidade global podem atuar como catalisadores para um novo

estaacutegio de destruiccedilatildeo criativa das empresas Eles associam a preocupaccedilatildeo ecoloacutegica

com melhorias contiacutenuas e a sustentabilidade global com melhorias radicais Nesse

sentido argumentam que a sustentabilidade pode criar oportunidades sem preceden-

tes agraves empresas O raciociacutenio de SENGE e CARSTEDT (2001) eacute similar Esses auto-

res consideram que o foco restrito na eficiecircncia ecoloacutegica pode distrair as empresas da

busca de produtos e modelos de negoacutecios radicalmente diferentes dos atuais Eacute a sus-

tentabilidade global que iraacute motivar as empresas a procurarem novos modelos men-

tais a enfatizarem a aprendizagem e atentarem para a gestatildeo de mudanccedilas

PORTER e VAN DER LINDE (1995) consideram que as regulamentaccedilotildees am-

bientais impotildeem pressotildees competitivas nas empresas motivando-as a inovar VOL-

LENBROEK (2002) propotildee um processo que direciona a inovaccedilatildeo para o desenvolvi-

mento da sustentabilidade denominado gestatildeo da transiccedilatildeo Ele considera que a ino-

vaccedilatildeo natildeo gera automaticamente o progresso da sociedade pois precisa ser condi-

cionada para tanto Os esforccedilos para o desenvolvimento sustentaacutevel precisam ser di-

recionados pela sociedade e esta participa das decisotildees visando obter um balancea-

mento adequado entre os objetivos econocircmicos ecoloacutegicos e sociais A inovaccedilatildeo seraacute

decorrecircncia

32 Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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HALL e VREDENBURG (2003) afirmam que os gestores tecircm dificuldades para

lidar com as pressotildees do desenvolvimento sustentaacutevel Eles consideram que as estra-

teacutegias de inovaccedilatildeo das empresas geralmente satildeo inadequadas para acomodar as

complexidades e incertezas inerentes agraves novas demandas impostas pelo desenvolvi-

mento sustentaacutevel Dessa forma sugerem que a estrateacutegia empresarial integre tam-

beacutem os objetivos da inovaccedilatildeo e do desenvolvimento sustentaacutevel Em contraponto agrave

abordagem tradicional da inovaccedilatildeo ditada pelo mercado propotildeem que as empresas

adotem a inovaccedilatildeo para o desenvolvimento sustentaacutevel que incorpora as restriccedilotildees

sociais e as pressotildees ambientais bem como contempla as necessidades das futuras

geraccedilotildees Como seraacute visto no texto que segue a inovaccedilatildeo foi tambeacutem um ingrediente

essencial para o desenvolvimento e o sucesso do projeto estudado na presente pes-

quisa33

CONCLUSAtildeO

O objetivo desse estudo foi verificar e compreender o conceito de inovaccedilatildeo e a

sua aplicabilidade nas organizaccedilotildees assim como a vantagem competitiva no modelo

de negoacutecio por meio da co-criaccedilatildeo de valor

33 Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data acesso 21072012

47

Inovaccedilatildeo e criatividade satildeo essenciais para o continuo desenvolvimento e competi-

tividade de uma naccedilatildeo

Coisas boas acontecem quando o pensamento inovador comeccedila ele poderaacute

ajudar a criar novos produtos melhoria nos processos novas tecnologias tornando

a empresa mais competitiva Tomando conhecimento da grande variedade de produ-

tos e serviccedilos oferecidos pelas organizaccedilotildees pode se observar que nem sempre se

chega ao resultado em melhores experiecircncias de consumo nesse cenaacuterio certas em-

presas adotam a co-criaccedilatildeo de valor ndash participaccedilatildeo do cliente no processo produtivo ndash

para inovar no modelo de negoacutecio agregando valor a sua oferta buscando assim se

diferenciar das demais empresas Apesar da inovaccedilatildeo indicar um caminho seguro

para obter vantagem competitiva sustentaacutevel e defender posiccedilotildees estrateacutegicas no

mercado o seu sucesso natildeo eacute garantido necessitando que os gestores conheccedilam e

compreendam a dinacircmica dos processos da gestatildeo da inovaccedilatildeo dentro de suas orga-

nizaccedilotildees e realidades especiacuteficas

O modelo de organizaccedilatildeo inovadora sustentaacutevel eacute uma resposta agraves pressotildees

institucionais por uma organizaccedilatildeo que seja capaz de inovar com eficiecircncia em termos

econocircmicos mas com responsabilidade social e ambiental Esse tipo de organizaccedilatildeo

busca vantagem competitiva desenvolvendo produtos serviccedilos processos e negoacutecios

novos ou modificados com base nas dimensotildees social ambiental e econocircmica Ela

reuacutene duas caracteriacutesticas essenciais eacute inovadora e orientada para a sustentabilidade

Tendo em vista o fenocircmeno do isomorfismo institucional (concentraccedilatildeo de for-

mas organizacionais nos diversos setores produtivos) o modelo das organizaccedilotildees

inovadoras sustentaacuteveis vem ganhando rapidamente cada vez mais espaccedilo nas em-

presas liacutederes Esses fatos permitem dizer que o movimento do desenvolvimento sus-

tentaacutevel eacute um dos movimentos mais importantes do nosso tempo e a julgar pela vita-

lidade dos fatores institucionais presentes em praticamente todo o mundo pode-se

inferir que ele continuaraacute se propagando por muitas deacutecadas

Desse modo o aprimoramento dos modelos de organizaccedilatildeo sustentaacuteveis as

diversas formas da sua institucionalizaccedilatildeo em acircmbito global o desenvolvimento de

tecnologias sustentaacuteveis a gestatildeo de inovaccedilotildees para o desenvolvimento sustentaacutevel

seratildeo temas cada vez mais importantes nos estudos futuros Como o sistema opera-

cional produtivo e as inovaccedilotildees de produto e de processo ao atender as trecircs dimen-

sotildees da sustentabilidade devem gerar ganhos para o meio ambiente em termos de

reduccedilatildeo no uso de recursos e de emissotildees de poluentes o aumento da produccedilatildeo pelo

incitamento agrave demanda por novos produtos pode neutralizar ou ateacute superar esses ga-

nhos Levar em conta essa possibilidade dando-lhe um tratamento adequado eacute um dos

48

maiores desafios para o alinhamento das empresas ao modelo de organizaccedilatildeo inova-

dora sustentaacutevel

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

A importacircncia da inovaccedilatildeo Internet (httpwwwscielobrpdfraev42n2v42n2a16pdf) data de acesso 19052012

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Capital intelectual Internet

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Como implantar cultura de inovaccedilatildeo na organizaccedilatildeo Internet

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Como implementar vantagem competitiva Internet

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Como criar valor e vantagem competitiva Internet

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Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva Internet

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PRAHALAD C K RAMASWAMY Venkatram O futuro da competiccedilatildeo como desen-

volver diferenciais inovadores em parceria com os clientes Rio de Janeiro editora

Elsevier 2004

  • AGRADECIMENTOS
  • CAPIacuteTULO III- Aspectos da inovaccedilatildeo e sustentabilidade37
  • Inovaccedilatildeo e sustentabilidade37
  • 32 - Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva
  • 33 - Como implementar vantagem competitiva
  • 34 - Como criar valor e vantagem competitiva
Page 28: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · duzir os processos de inovação dentro da organização. 6 ... CAPÍTULO I - Estrutura da criação de valor e inovação.....11

28

22 ndash Criatividade do ponto de vista pessoal

Temos que pensar em Criatividade como estrateacutegia para viver melhor para

uma qualidade de vida que diria razoaacutevel aleacutem de identificar potenciais descobertas

internas que foram abafadas pelos processos familiares educacionais e empresariais

assim pelo tempo Outro aspecto estaacute relacionado com a garantia da nossa emprega-

bilidade entendendo como fonte de renda como funcionaacuterio profissional autocircnomo ou

empresaacuterio Vivemos num mundo de mudanccedilas aprimoramento riscos e oportunida-

des Melhoria nos nossos relacionamentos interpessoais atraveacutes do reconhecimento e

aproveitamento da diversidade respeitando as mais diversas formas de pensamento e

das diferenccedilas individuais Estamos acostumados a considerar a criatividade como

algo pessoal e intransferiacutevel A criatividade humana natildeo eacute temporal Trata-se de um

patrimocircnio do ser humano compartilhado pela sociedade Como a organizaccedilatildeo existe

para servir a sociedade nada mais justo do que desenvolver a criatividade como ga-

rantia para superaccedilatildeo da expectativa do cliente em relaccedilatildeo agrave sua empresa 18

23 ndash Criatividade do ponto de vista empresarial

A busca de um diferencial oferecendo algo mais do que o cliente espera atrair

preferecircncias estabelecer estrateacutegia diferenciada adaptar-se agraves necessidades modifi-

car produtos e buscar soluccedilotildees para os problemas fugindo do convencional e assim

diferenciando-se dos concorrentes Estrateacutegia competitiva natildeo somente por criar ou

inovar produtos mas tambeacutem a quebra de paradigmas mudanccedilas de pensamentos

comportamentos etc Todas as ideias produtos e serviccedilos criativos poderatildeo ser trans-

formados em algo positivo para a organizaccedilatildeo Melhoria dos seus produtos assim

como a criaccedilatildeo de novos Busca de resultados diferentes do passado Melhoria do

18 Internet (Fonte Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de

acesso 04072012

29

relacionamento humano interno consequentemente o aumento da produtividade Me-

lhoramento contiacutenuo em todos os setores Desenvolvimento da qualidade19

24 - Criatividade e a visatildeo estrateacutegica da empresa

A criatividade se relaciona com a visatildeo estrateacutegica de empresa da seguinte

forma a partir dos objetivos traccedilados pela organizaccedilatildeo a mesma definiraacute uma linha

estrateacutegica a ser seguida para alcanccedilar esses objetivos A criatividade se envolve de

acordo com a intenccedilatildeo da empresa ela pode querer reinventar seus modos de atua-

ccedilatildeo pode somente visar manter-se atualizada e motivada pode querer mudar rapida-

mente de foco e enfim 44 pode estabelecer um relacionamento forte ou fraco com a

criatividade em funccedilatildeo das soluccedilotildees que ela estiver almejando

CALKINS (2001) defende essa visatildeo ao dizer que para produzir subjetividade

a criatividade deve ser parte da estrateacutegia da empresa O estudo de LENGNICK-HALL

e WOLFF (1998) faz justamente uma releitura sobre o processo estrateacutegico organiza-

cional ndash enfatizando os trecircs domiacutenios loacutegicos que guiam a maioria das empresas ndash e

relacionando conforme a Tabela abaixo com o tipo de criatividade que estaraacute vigente

Loacutegicas Estrateacutegicas x Criatividade

Loacutegica Dominante

Guerrilha Loacutegica Complexidade Loacutegica Capacidade Loacutegica

Objetivo

repentinamente reescrever

as regras da competitivida-

de

aprendizagem e alto envolvi-

mento organizacional

desenvolver e implementar

estrateacutegias que as possibilitem

criar uma sustentaacutevel vantagem

competitiva

Elemento

Chave

a flexibilidade a criativida-

de e a inovaccedilatildeo

sistema natural de relaciona-

mentos

desenvolvimento eficiente e

eficaz e protegendo seus recur-

sos de base

Justificativa vantagem competitiva

como algo muito passageiro

a organizaccedilatildeo vive em uma

comunidade de competidores

fornecedores clientes

as organizaccedilotildees procuram de-

senvolver e implantar estrateacute-

gias que as possibilitem criar

uma sustentaacutevel vantagem

competitiva

19Internet (Fonte Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de

acesso 04072012

30

Sucesso Orga-

nizacional

eacute uma funccedilatildeo da sua capa-

cidade para gerar ideias

que criam novas dinacircmicas

competitivas e novas are-

nas de accedilatildeo

consequecircncia de um natural

entendimento do paradoxo de

forccedilas que formam o sistema

organizacional

a chave da vantagem competiti-

va sustentaacutevel estaacute na habilida-

de organizacional para proteger

os seus recursos de base

Autores COOPER (1995) e

SCHUMPETER (1936)

MILLER (1996) SENGE (1990) e

MOORE (1996)

PORTER (1986 e 1992) e

HAMEL e PRAHALAD (1994)

Ecircnfase Criar Aprender Agregar Valor

Praacuteticas Cria-

tivas

Brainwriting Pool Teacutecnica

da Troca dos Cartotildees etc Pensamento Lateral Jamming

(Fonte Pesquisa a partir dos estudos de Lengnick-Hall e Wolff 1998) 20

25 ndash Reconfiguraccedilatildeo dinacircmica do talento

A estrateacutegia de inovaccedilatildeo sem duacutevida requer novas habilidades O conceito de

R=G sugere que nenhuma empresa eacute capaz de desenvolver sozinha todos os produ-

tos e serviccedilos de que necessita para oferecer experiecircncias personalizadas a cada cli-

ente Tampouco empresa alguma tem condiccedilotildees de cultivar todas as capacidades

gerenciais indispensaacuteveis para transformar a organizaccedilatildeo Analisamos questotildees rela-

cionadas com a superaccedilatildeo dos legados organizacionais e com a construccedilatildeo de novas

capacidades para o gerenciamento da inovaccedilatildeo Mostramos como as empresas de-

vem preparar-se para administrar as tensotildees constantes entre flexibilidade eficiecircncia

e confiabilidade Essa transformaccedilatildeo natildeo consiste apenas em mudar a mentalidade

ou a loacutegica dominante dos gestores tambeacutem significa concentrar-se nos novos niacuteveis

de transparecircncia e de visibilidade em relaccedilatildeo a como se gerencia a empresa

Precisamos mudar a maneira como gerenciamos ndash como combinamos continu-

amente oportunidades e recursos O foco deve convergir natildeo soacute para as habilidades

20Internet (Fonte Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de

acesso 04072012

31

dos indiviacuteduos e para as atitudes de cada um em relaccedilatildeo ao aprendizado mas tam-

beacutem para a competecircncia das equipes e para a capacidade dessas forccedilas-tarefas de se

reconfigurar continuamente em funccedilatildeo dos objetivos arregimentando os melhores

talentos em todo o mundo Por exemplo a identificaccedilatildeo dos comportamentos e das

necessidades de determinada pessoa numa base de milhotildees de clientes ndash como a

Amazoncom na ING Insurance e no programa de diabetes da ICICI ndash exige capaci-

dades analiacutetica Argumentaremos que os mesmos requisitos tambeacutem satildeo indispensaacute-

veis na base de talentos A empresa deve tratar seus empregados e fornecedores

como indiviacuteduos iacutempares (ou como conjunto de indiviacuteduos sem igual) da mesma ma-

neira como lida com os clientes A configuraccedilatildeo dinacircmica de recursos para atender agraves

necessidades de tarefas especiacuteficas converte-se em fonte de vantagem competitiva

A essecircncia da mensagem eacute que para a transformaccedilatildeo ser eficaz os gestores devem

concentrar o foco na mobilizaccedilatildeo raacutepida de talentos dentro e fora da empresa (PRA-

HALAD e KRISHNAN 2008 p177)

3 ndash Cadeia de valor e vantagem competitiva

Segundo Novaes (2001 p184) o conceito de cadeia de valor foi desenvolvido

por Porter O conceito eacute de muita simplicidade e por isso talvez mostre-se tatildeo impor-

tante no contexto econocircmico-social em que se inserem as empresas com a crescente

globalizaccedilatildeo dos negoacutecios e mercados

Para (PORTER 1989 p33) toda empresa eacute uma reuniatildeo de atividades que

satildeo executadas para projetar produzir comercializar entregar e sustentar seu produ-

to Todas estas atividades podem ser representadas fazendo-se uso de uma cadeia

de valores Essa exposiccedilatildeo do autor indica em primeira matildeo apenas4 a ideia de ava-

liar a cadeia interna da empresa a qual eacute formada pelas atividades operacionais e

organizacionais jaacute citadas

A ideia baacutesica que subsidia esse conceito natildeo eacute de autoria de Porter mas haacute

muito tempo jaacute estava sendo analisada Fala-se aqui dos conceitos da Teoria Geral de

Sistemas que tem como precursor o Prof Ludwig von Bertalanffy e seus trabalhos

teoria essa que apresenta a empresa como um sistema inserido esse uacuteltimo em um

ambiente ou macro sistema Assim deve-se ter em mente uma visatildeo sistecircmica en-

xergar mais do que as aacutereas ou atividades isoladamente mais do que os limites da

empresa (Cadeia de Valor Interna) A empresa faz parte de um todo maior (um siste-

32

ma amplo) e esse eacute que deve ser otimizado para gerar maior valor para o cliente e

consequentemente maior lucratividade na cadeia (Cadeia de Valor Externa)

Nas palavras de Porter (1989 p33) ldquoa cadeia de valores desagrega uma em-

presa nas suas atividades de relevacircncia estrateacutegica para que se possa compreender o

comportamento dos custos e as fontes existentes e potenciais de diferenciaccedilatildeordquo Uma

empresa ganha vantagem competitiva se conseguir desempenhar essas atividades

estrateacutegicas de uma maneira melhor e mais barata que a concorrecircncia

Pode-se entatildeo caminhar para um avanccedilo em definiccedilatildeo ao verificarmos a pro-

posiccedilatildeo de (SHANK amp GOVINDARAJAN 1993 p13) de que ldquoa cadeia de valor para

qualquer empresa em qualquer negoacutecio eacute o conjunto interligado de todas as ativida-

des que criam valor desde uma fonte baacutesica de mateacuterias primas passando por forne-

cedores de componentes ateacute a entrega do produto final agraves matildeos do consumidorrdquo

O mundo em que se vive atravessa em periacuteodo de transformaccedilatildeo sequer ima-

ginado Nele nada eacute definitivo Fica-se perplexo quando natildeo se consegue acompanhar

a velocidade da evoluccedilatildeo dos acontecimentos sente-se perdido principalmente nos

assuntos relacionados agrave dinacircmica do desenvolvimento tecnoloacutegico

Dessa forma com uma visatildeo focada no clienteconsumidor pode-se considerar

que a cadeia de valor eacute uma sequecircncia de atividades desde a origem de recursos ateacute

o descarte final de determinado produto Portanto tem-se uma visatildeo bastante abran-

gente do conceito que pode considerar desde a fase da extraccedilatildeo de mateacuteria-prima ateacute

o tratamento final que eacute dado ao produto por exemplo num enfoque de ciclo de vida

do produto21

31 - O que significa uma vantagem competitiva

O sucesso de uma empresa eacute em larga medida determinado pela atratividade

do sector em que opera mas a sua posiccedilatildeo dentro desse sector tambeacutem eacute importante

21 (httpwwwccontabeiscombrconvt14pdf) data acesso 15072012

33

Apesar de um sector poder ter uma fraca eficaacutecia uma empresa que estaacute bem posi-

cionada pode ainda assim criar lucros significativos

Diz-se que uma empresa tem uma vantagem competitiva sobre os seus con-

correntes quando manteacutem retornos que superam a meacutedia no seu sector Esta vanta-

gem decorre das caracteriacutesticas do produto que o torna superior aos produtos da con-

correcircncia

Nalgumas situaccedilotildees pode obter-se uma vantagem competitiva atraveacutes da evoluccedilatildeo

tecnoloacutegica mas esta eacute frequentemente difiacutecil de manter porque os concorrentes ra-

pidamente a copiam ou aperfeiccediloam desenvolvem novas tecnologias Uma vantagem

sustentada resulta frequentemente mais do que da tecnologia ou de modificaccedilatildeo de

produtos de outros fatores como por exemplo o simbolismo associado ndash o que o

produto significa para os consumidores (imagem de marca) e o que estes experimen-

tam na sua compra e uso Os investigadores em marketing reconhecem que os produ-

tos possuem caracteriacutesticas simboacutelicas e que o consumo de certos produtos pode de-

pender mais do seu significado social do que da sua utilidade funcional

Existe atualmente uma tendecircncia para os consumidores exigirem ldquosignificado

pessoalrdquo aos produtos e serviccedilos Torna-se essencial inovar para responder agraves emo-

ccedilotildees que influenciam as decisotildees dos consumidores Estes estatildeo cada vez menos

impressionados com as novas tecnologias e a optar por produtos que resultam ldquopara

mimrdquo Como consequecircncia palavras como emoccedilatildeo e significado pessoal encon-

tram o seu caminho nas estrateacutegias das empresas sendo importante entender os fato-

res intangiacuteveis associados ao valor percebido do produto e as percepccedilotildees na sua

globalidade positivas ou negativas Novas designaccedilotildees tais como ndash ldquofaacutecil acessiacute-

vel razoaacutevel empoderamento e pessoal ndash refletem mais a pessoa do que o obje-

to Descobrir os sentimentos e as atitudes em relaccedilatildeo aos produtos bem como conhe-

cer as razotildees das preferecircncias dos consumidores tornaram-se importantes elementos

estrateacutegicos22

32 - Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva

Em grande medida a ambiccedilatildeo da estrateacutegia da empresa eacute conseguir uma van-

tagem competitiva sustentaacutevel

22Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

34

A vantagem competitiva analisa a atividade da empresa centrando-se primei-

ramente na sua capacidade de gerar retornos superiores de capital e de vincular a

estrateacutegia de negoacutecio a mercados financeiros e de capital fundamentais por um longo

periacuteodo de tempo No fim de contas eacute a vantagem competitiva da empresa que permi-

te ter bons retornos para os seus acionistas

Sem vantagem competitiva a empresa tem uma razatildeo econoacutemica limitada para

existir ndash a sua vantagem competitiva eacute a sua razatildeo de existecircncia Sem ela a empresa

natildeo iraacute prosperar Criar uma vantagem competitiva sustentaacutevel pode ser a meta mais

importante de qualquer organizaccedilatildeo e pode mesmo ser o atributo mais importante em

que a empresa se focaliza23

33 - Como implementar vantagem competitiva

As vantagens competitivas natildeo assumem uma uacutenica forma e eacute possiacutevel que

uma empresa tenha vaacuterias vantagens competitivas e em diferentes aacutereas Ilustra-se

algumas das aacutereas onde as empresas se podem destacar e garantir o seu sucesso a

longo prazo quota de mercado gestatildeo da marca rede marcas e patentes eficaacutecia de

custos e altos custos de mudanccedila

As empresas com quotas de mercado significativas criam um problema para os

concorrentes o que eacute positivo para aquelas uma vez que os seus produtos satildeo bem

conhecidos e recebidos no mercado No entanto mesmo quando a quota de mercado

eacute consideraacutevel se o sector for atrativo ou seja tiver um potencial de lucro significativo

novos operadores podem aparecer com a consequente reduccedilatildeo da quota de merca-

do

Ter uma marca forte pode garantir o sucesso a longo prazo e tambeacutem permitir

agraves empresas obter lucros pois a sua marca permite-lhes cobrar um preccedilo especial

(premium) Marcas fortes tendem a criar uma vantagem competitiva mais duradoura

O efeito de rede ocorre quando um produto cria uma procura por parte dos

consumidores que depois amplia o produto A empresa pode beneficiar do efeito de

23 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

35

rede pela atraccedilatildeo de mais vendedores Estes por sua vez atraem mais compradores

estabelecendo-se uma quota de mercado dominante (por exemplo eBay)

Este efeito de rede natildeo eacute muito comum mas quando ocorre pode ser extre-

mamente lucrativo As marcas e as patentes podem ser fonte de vantagem competiti-

va para algumas empresas 24

34 - Como criar valor e vantagem competitiva

Uma empresa posiciona-se aproveitando os seus pontos fortes Michael Porter

defendeu que aqueles se inscrevem em dois tipos baacutesicos de vantagem competitiva

vantagem pelos custos ou diferenciaccedilatildeo Estes satildeo identificados como vantagens po-

sicionais uma vez que expressam a posiccedilatildeo da empresa no sector enquanto liacuteder nos

custos ou por diferenciaccedilatildeo

A empresa utiliza os seus recursos e capacidades para gerar uma vantagem

competitiva que por uacuteltimo resulte na criaccedilatildeo de um valor superior

As competecircncias distintivas (competecircncias nucleares) resultam de recursos

especiacuteficos e capacidades da empresa facilitam a inovaccedilatildeo a eficiecircncia a qualidade

e a receptividade dos clientes o que pode ser aproveitado para atingir quer uma es-

trutura de baixo custos quer a diferenciaccedilatildeo do produto

Uma empresa posiciona-se no seu sector atraveacutes da opccedilatildeo por baixos custos

ou diferenciaccedilatildeo Esta decisatildeo eacute uma peccedila central da estrateacutegia competitiva da em-

presa

A vantagem competitiva existe quando a empresa eacute capaz de oferecer os

mesmos benefiacutecios que os concorrentes mas a custos mais baixos (vantagem pelos

custos) ou oferecer benefiacutecios que ultrapassam a concorrecircncia (vantagem por diferen-

ciaccedilatildeo) Portanto uma vantagem competitiva permite agrave empresa criar um valor superi-

or para os seus clientes e lucros para si proacuteprio25

24 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=39ampL=5) data acesso 15072012

25 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

36

CAPITULO III

ASPECTOS DA INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE

1 ndash Inovaccedilatildeo e sustentabilidade

37

Como as empresas podem sair da teoria para a praacutetica e chegar a um no-

vo patamar de competitividade e comprometimento com praacuteticas sustentaacuteveis

Muito se fala em inovaccedilatildeo como o principal caminho para o desenvolvimento

sustentaacutevel das organizaccedilotildees e da humanidade Poreacutem em muitos setores falar sobre

esse assunto eacute ainda um exerciacutecio teoacuterico Em geral o tema eacute associado as aacutereas de

tecnologia ou pesquisa e desenvolvimento mas a inovaccedilatildeo deve acontecer tambeacutem

na lideranccedila nas accedilotildees de marketing no modelo de negoacutecios ou seja na gestatildeo co-

mo um todo

Em pesquisa realizada pela Fundaccedilatildeo Nacional da Qualidade (FNQ) em maio

e 2011 representantes de 63 empresas mostraram que 97 consideram fundamental

que as organizaccedilotildees inovem para buscar a sustentabilidade tanto do negoacutecio quanto

da economia e do planeta Apesar dessa consciecircncia 70 dos participantes do estu-

do acreditam que as empresas estatildeo preocupadas mas natildeo direcionam seus investi-

mentos em inovaccedilotildees com foco no crescimento sustentaacutevel O levantamento mostra

ainda que 27 dos entrevistados apontaram a gestatildeo como a principal preocupaccedilatildeo

das empresas em que trabalham enquanto 22 indicaram a sustentabilidade e 19 a

reduccedilatildeo de custos

De acordo com o superintendente geral da FNQ Jairo Martins ldquoos resultados

da pesquisa mostram que as empresas ainda natildeo perceberam o tamanho do problema

da sustentabilidade considerando o baixo iacutendice de organizaccedilotildees que de fato inves-

tem em inovaccedilatildeo para sustentabilidade Em sua maioria as organizaccedilotildees pensam

apenas no lado econocircmico e natildeo no tripeacute da sustentabilidade que demanda uma em-

presa economicamente soacutelida socialmente correta e ambientalmente responsaacutevel

Enquanto dominar o pensamento pelo vieacutes econocircmico cujo sucesso eacute medido pelo

PIB o atual modelo de desenvolvimento insustentaacutevel natildeo vai mudar e natildeo seratildeo in-

cluiacutedas na pauta das organizaccedilotildees as questotildees socioambientaisrdquo

O professor da Fundaccedilatildeo Getuacutelio Vargas Renato Orsato autor do livro ldquoEstra-

teacutegias de Sustentabilidade quando vale a pena ser verderdquo analisou mais de 30 ca-

sos de empresas que adotaram a inovaccedilatildeo em 20 setores ao redor do mundo Para

ele deve haver uma premissa baacutesica para falar sobre esse assunto fazer perguntas

precisas ldquoIsso porque existem centenas de milhares de formas de incluir inovaccedilatildeo e

sustentabilidade nas empresas As empresas devem conhecer bem o contexto onde

atuam e considerar tanto aspectos tangiacuteveis como intangiacuteveisrdquo afirma

38

Na opiniatildeo do professor enquanto a sustentabilidade eacute apenas um acessoacuterio agrave

estrateacutegia da empresa ela natildeo vale a pena Para inovar as organizaccedilotildees devem

questionar os modelos de negoacutecio e pensar em modelos totalmente novos

Orsato daacute o exemplo da empresa Better Place que inovou na maneira de co-

mercializar energia renovaacutevel para carros eleacutetricos ldquoO grande salto seraacute conseguir

mudanccedilas radicais nos modelos de negoacutecios As fronteiras entre os setores de energia

e mobilidade por exemplo podem mudarrdquo 26

11- Da teoria para a praacutetica

De maneira geral a inovaccedilatildeo faz sucesso em palestras de ldquoespecialistasrdquo e de

executivosrdquo explica o professor Joatildeo Amato Neto da Fundaccedilatildeo Vanzolini e Escola

Politeacutecnica da USP ldquoMas haacute empresas realmente inovadoras seja em seus produtos

em seus processos de produccedilatildeo e ateacute mesmo em seu posicionamento de mercado

Outras satildeo inovadoras na relaccedilatildeo com o mercado num sentido mais amplo Esse eacute

um grupo restrito no Brasil de empresas de excelecircncia As que tecircm excelecircncia em

inovaccedilatildeo para sustentabilidade estatildeo num grupo mais restrito ainda Do ponto de vista

da sobrevivecircncia da empresa nos proacuteximos anos esse eacute um requisito fundamentalrdquo

O professor exemplifica que no varejo haacute grandes redes como o Wall Mart

Carrefour e Patildeo de Accediluacutecar que iniciaram accedilotildees para contratar fornecedores com base

em requisitos de sustentabilidade Essas accedilotildees ainda satildeo restritas a alguns poucos

produtos e incluem por exemplo exigecircncias de embalagens que possam ser recicla-

das Satildeo accedilotildees que visam a reduccedilatildeo do uso de recursos materiais e energia de uma

forma geral (busca de maior eco eficiecircncia nos processos)

Mas como sair da teoria e colocar em praacutetica Veja os principais pontos que

uma empresa interessada em inovaccedilatildeo e sustentabilidade deve trabalhar

bull Investir no espiacuterito criativo dos colaboradores natildeo soacute daqueles que atuam nas aacutereas

de pesquisa e desenvolvimento (PampD) de produtos ou na engenharia do produto mas

num sentido mais amplo oacutetimas ideias podem surgir no chamado chatildeo de faacutebrica

26 Internet (httpwwwhsmcombrbuscarkeys=inovaccedilatildeo e sustentabilidade) data acesso 19072012

39

bull Buscar praacuteticas de gestatildeo participativa isso pode gerar ideias que trazem inovaccedilotildees

pequenas incrementais mas que no conjunto fazem muita diferenccedila

bull Usar a educaccedilatildeo para transformar paradigmas e gerar maior conscientizaccedilatildeo Natildeo

se deve pensar apenas em treinamentos que satildeo usados em geral para tarefas es-

peciacuteficas ou aplicaccedilatildeo de teacutecnicas As empresas devem investir na formaccedilatildeo dos re-

cursos humanos

bull Questionar o proacuteprio modelo de negoacutecios

bull Inserir sustentabilidade no planejamento estrateacutegico da empresa

E seraacute que eacute possiacutevel aprender a inovar De acordo com o professor Joatildeo A-

mato a inovaccedilatildeo soacute faz sentido se isso significar uma mudanccedila de mentalidade na

empresa Isso vale para induacutestria ou setor de serviccedilos ldquoNo setor financeiro temos mui-

tos exemplos de como os bancos estatildeo descobrindo novas maneira de incluir a sus-

tentabilidade em suas praacuteticas definindo criteacuterios de praacuteticas socioambientais aos

seus clientes Na realidade alguns dos grandes bancos jaacute colocaram isso no seu plano

estrateacutegicordquo conclui 27

12 ndash Sustentabilidade corporativa

Haacute vaacuterias definiccedilotildees para sustentabilidade e desenvolvimento sustentaacutevel na

literatura e organizaccedilotildees que tratam do tema arrolam outras tantas Isso decorre do

fato de a sustentabilidade ser um conceito relativamente novo possuir um caraacuteter mul-

tidisciplinar e envolver diferentes interpretaccedilotildees que refletem diferenccedilas de valor cir-

cunstacircncias localizadas e contextos especiacuteficos Aleacutem disso o conceito acaba incorpo-

rado a vaacuterios assuntos tais como a definiccedilatildeo de poliacuteticas governamentais a gestatildeo

puacuteblica regional a gestatildeo de empresas e ateacute mesmo o nosso estilo de vida (MA-

27 Internet (httpwwwhsmcombreditoriassustentabilidadeinovacao-e-ustentabilidade-de-

maos-dadas) data acesso 19072012

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WHINNEY 2002) O foco deste artigo eacute a sustentabilidade corporativa ou seja a apli-

caccedilatildeo do conceito de sustentabilidade nas empresas

Algumas empresas brasileiras vecircm sendo citadas como casos mundiais no

acircmbito de algumas das dimensotildees da sustentabilidade corporativa HART (1997)

menciona a Aracruz Celulose como uma empresa que adota a visatildeo de desenvolvi-

mento sustentaacutevel desde o iniacutecio de suas operaccedilotildees com base no modelo de reflores-

tamento das plantaccedilotildees de eucaliptos PRAHALAD (2004) apresenta o caso da Casas

Bahia como uma empresa que atende a populaccedilatildeo de baixa renda por meio de um

modelo inovador de financiamento (SEABRA LEAL e PASSOS 2005 p10) Relatam

o caso da Natura assinalando que seus principais acionistas satildeo enfaacuteticos ao afirma-

rem que a busca da sustentabilidade eacute mais do que uma estrateacutegia de negoacutecios mdash eacute

uma filosofia de vida Outros estudos acadecircmicos nessa aacuterea tambeacutem envolvem em-

presas nacionais SILVA e KULAY (2005) apresentam um caso de aplicaccedilatildeo da Avali-

accedilatildeo do Ciclo de Vida (LCA mdash Life Cycle Assessment) para analisar os potenciais

impactos ambientais do processo de fabricaccedilatildeo de fertilizantes fosfatados em uma

empresa brasileira COSTA e GOUVINHAS (2004) analisam a adoccedilatildeo das estrateacutegias

de projeto ecoloacutegico (ecodesign) no ambiente de negoacutecios de pequenas e meacutedias em-

presas brasileiras HOPKINS (2002) discute a sustentabilidade nas operaccedilotildees internas

das empresas a partir de uma pesquisa exploratoacuteria sobre a aplicaccedilatildeo de indicadores

de responsabilidade social em quatro grandes empresas no Brasil 28

13 - O conceito de sustentabilidade corporativa

Considera-se sustentabilidade corporativa como a gestatildeo empresarial que bus-

ca equilibrar as necessidades econocircmicas das empresas com a responsabilidade pelo

desenvolvimento da sociedade e preservaccedilatildeo dos recursos naturais visando atender

agraves necessidades atuais e futuras dos elementos afetados pela empresa Esses ele-

mentos mdash que satildeo ou podem ser afetados pelos efeitos das operaccedilotildees accedilotildees e deci-

28 Internet httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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sotildees da empresa mdash incluem os acionistas e funcionaacuterios clientes e consumidores

fornecedores e parceiros os recursos naturais utilizados pela empresa o meio ambi-

ente e a sociedade

A sustentabilidade corporativa estaacute associada a trecircs macro objetivos a geraccedilatildeo

de valor econocircmico a responsabilidade ambiental e a responsabilidade social A gera-

ccedilatildeo de valor econocircmico estaacute relacionada com a obtenccedilatildeo de resultados econocircmicos

positivos no presente e no futuro A responsabilidade ambiental diz respeito agrave conser-

vaccedilatildeo e ao uso sustentaacutevel dos recursos naturais E a responsabilidade social con-

templa a corresponsabilidade das empresas pelo desenvolvimento da sociedade Con-

forme ELKINGTON (1997) esses objetivos satildeo inerentes aos denominados resultados

tridimensionais da sustentabilidade (triple bottom line) As empresas que adotam a

sustentabilidade corporativa devem buscar um equiliacutebrio entre o compromisso econocirc-

mico a preservaccedilatildeo ambiental e o desenvolvimento da sociedade assumindo respon-

sabilidades pelas condiccedilotildees de vida atuais e futuras29

14 - Sustentabilidade e geraccedilatildeo de valor econocircmico

A literatura ressalta a necessidade de que as iniciativas relacionadas agrave susten-

tabilidade tragam retornos positivos para as empresas REINHARDT (1999) considera

que as justificativas para os investimentos ambientais realizados pelas empresas de-

vem ser similares aos demais investimentos Nesse sentido os investimentos em ges-

tatildeo ambiental devem auferir retornos financeiros positivos ou conduzir agrave reduccedilatildeo dos

riscos SENGE e CARSTEDT (2001) satildeo mais enfaacuteticos ao considerar que o desafio

atual reside em desenvolver negoacutecios sustentaacuteveis compatiacuteveis com a realidade eco-

nocircmica Segundo esses autores novos modelos de negoacutecios e produtos inovadores

no acircmbito da sustentabilidade precisam necessariamente acarretar resultados finan-

ceiros satisfatoacuterios para se viabilizarem

Os benefiacutecios decorrentes das accedilotildees de sustentabilidade podem ser tangiacuteveis

ou intangiacuteveis Willard (2002) identifica potenciais benefiacutecios tangiacuteveis como aqueles

associados agrave reduccedilatildeo de custos na manufatura agrave reduccedilatildeo de custos comerciais ao

aumento do faturamento e ao aumento da participaccedilatildeo no mercado Como benefiacutecios

intangiacuteveis considera a maior facilidade na contrataccedilatildeo de talentos a maior retenccedilatildeo

29 Internet httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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dos principais talentos o aumento da produtividade dos funcionaacuterios a reduccedilatildeo dos

riscos e as maiores facilidades de financiamento NEMLI (2004) considera que os be-

nefiacutecios devem ser mensurados ao longo de trecircs dimensotildees reduccedilatildeo de custos e au-

mento da lucratividade aumento da reputaccedilatildeo e criaccedilatildeo de diferenciaccedilatildeo crescimento

da empresa em termos de capacidade de inovaccedilatildeo e uso de tecnologias limpas

A perspectiva de geraccedilatildeo de valor econocircmico estaacute acoplada a uma visatildeo mais holiacutesti-

ca do bom funcionamento da economia Nesse sentido HAWKEN LOVINS e LOVINS

(1999) consideram que o capitalismo natural pode ser o gatilho para a proacutexima revo-

luccedilatildeo industrial em que quatro tipos de capital sustentam o bom funcionamento da

economia o capital humano (pessoas conhecimento e cultura) o capital financeiro

(caixa investimentos e instrumentos monetaacuterios) o capital industrial (infra estrutura

faacutebricas e maacutequinas) e o capital natural (recursos naturais sistemas de vida e ecossis-

tema) Conforme SENGE e CARSTEDT (2001) a geraccedilatildeo de valor econocircmico por

empresas sustentaacuteveis depende de forma ampla da adoccedilatildeo de uma realidade eco-

nocircmica que conecta a induacutestria a sociedade e o meio ambiente Por outro lado mes-

mo na realidade atual a reduccedilatildeo do desperdiacutecio e do fluxo destrutivo dos recursos

pode representar uma importante oportunidade de negoacutecios (LOVINS LOVINS e

HAWKEN 1999) 30

15 - Sustentabilidade e responsabilidade ambiental

Vaacuterios autores assinalam a importacircncia da questatildeo da estrateacutegia ambiental das

empresas no acircmbito da sustentabilidade corporativa HART (1997) considera a polui-

ccedilatildeo a exaustatildeo dos recursos naturais e a pobreza como os principais desafios da sus-

tentabilidade Segundo o autor a estrateacutegia ambiental das empresas em geral evolui

segundo trecircs estaacutegios prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo produtos ambientalmente corretos e

produccedilatildeo limpa Aleacutem disso uma estrateacutegia ambiental integrada natildeo deve direcionar-

se somente para o desenvolvimento de competecircncias internas mas tambeacutem conside-

rar o relacionamento com os clientes fornecedores outras empresas agentes gover-

30 Internet

(httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext)

data de acesso 2107201230

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namentais e acionistas Da mesma forma BARBIERI (2004) cita trecircs abordagens para

a gestatildeo ambiental empresarial controle da poluiccedilatildeo prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo e abor-

dagem estrateacutegica A prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo incorpora duas preocupaccedilotildees ambientais

principais o uso sustentaacutevel dos recursos e o controle da poluiccedilatildeo Os instrumentos

tradicionais para o uso sustentaacutevel dos recursos satildeo referenciados pelo autor como

4Rs reduccedilatildeo da poluiccedilatildeo na fonte reutilizaccedilatildeo reciclagem e recuperaccedilatildeo energeacutetica

HOFFMAN (2000) sugere que a estrateacutegia ambiental determine o alinhamento

entre a proteccedilatildeo ambiental e o crescimento econocircmico da empresa O desenvolvimen-

to da estrateacutegia ambiental deve analisar os concorrentes os parceiros os produtos as

mateacuterias-primas as perdas e os resiacuteduos da empresa O autor considera que a estra-

teacutegia ambiental pode ser direcionada por quatro fatores o mercado (composto pelos

consumidores associaccedilotildees concorrentes e consultores) os provedores de recursos

(clientes seguradoras fornecedores bancos e investidores) os elementos coercivos

(regulamentos locais legislaccedilatildeo internacional) e os elementos sociais (instituiccedilotildees

religiosas organizaccedilotildees natildeo-governamentais comunidade mundo acadecircmico im-

prensa e poder judiciaacuterio) 31

16 - Sustentabilidade e responsabilidade social

Os defensores da responsabilidade social argumentam que as empresas de-

vem assumir um compromisso com o desenvolvimento da sociedade As empresas

devem executar accedilotildees para fomentar o desenvolvimento social a inclusatildeo social e

contribuir para a melhoria das condiccedilotildees de vida da populaccedilatildeo mais necessitada Al-

guns autores consideram que essas atividades natildeo satildeo puramente filantroacutepicas uma

vez que as empresas podem auferir benefiacutecios de negoacutecios em funccedilatildeo delas Outros

sugerem ainda que a responsabilidade social esteja associada agrave proacutepria estrateacutegia

empresarial por exemplo SEABRA LEAL e PASSOS (2005) assinalam que os prin-

31 ) Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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cipais acionistas da Natura consideram que a responsabilidade social estaacute intimamen-

te ligada agrave estrateacutegia de negoacutecios da empresa

PRAHALAD e HAMMOND (2002) observam que aproximadamente 65 da

populaccedilatildeo mundial mdash cerca de quatro bilhotildees de pessoas mdash ganham menos do que

2000 USDano Esse eacute um mercado praticamente inexplorado pelas empresas multi-

nacionais Segundo os autores as empresas que desejam entrar nesse mercado de-

vem repensar seus modelos de negoacutecios praacuteticas gerenciais e indicadores de desem-

penho Eacute um mercado de novas fontes de receita que exige melhoria na eficiecircncia

operacional e fomento da inovaccedilatildeo A atuaccedilatildeo bem-sucedida para atender agrave denomi-

nada populaccedilatildeo na base da piracircmide pode trazer resultados econocircmicos positivos agraves

empresas e simultaneamente contribuir para a melhoria das condiccedilotildees de vida das

pessoas economicamente menos favorecidas

PORTER e KRAMER (2002) consideram que eacute possiacutevel agraves empresas obterem

a convergecircncia de interesses entre as atividades filantroacutepicas e os objetivos de negoacute-

cios A filantropia pode oferecer oportunidades para as empresas melhorarem seu

contexto competitivo considerando que as atividades filantroacutepicas podem potencial-

mente atuar sobre quatro elementos inter-relacionados da competitividade empresari-

al na disponibilidade dos insumos de produccedilatildeo nas condiccedilotildees de demanda nas con-

diccedilotildees de competiccedilatildeo e rivalidade e na presenccedila das induacutestrias de insumos e suporte

Nesse sentido a filantropia deveria ser considerada uma abordagem claramente estra-

teacutegica pelas empresas WADDOCK e SMITH (2000) adotam um raciociacutenio similar

afirmando que a responsabilidade social e o desempenho corporativo financeiro an-

dam juntos e natildeo como trade-offs

HALL et al (2005) constatam que algumas empresas podem ser socialmente

vulneraacuteveis Segundo esses autores a vulnerabilidade social eacute atribuiacuteda agraves empresas

que apresentam grande importacircncia estrateacutegica para o desenvolvimento econocircmico e

social dos paiacuteses onde operam Eles citam empresas cujo papel extrapola a criaccedilatildeo de

valor aos acionistas sendo consideradas como orgulhos nacionais para seus paiacuteses

Satildeo citadas como exemplos a Siemens na Alemanha a Toyota no Japatildeo a Embraer

no Brasil e a Bombardier no Canadaacute Aleacutem da questatildeo econocircmica essas empresas

desempenham importante papel social em seus respectivos paiacuteses Outras empresas

45

brasileiras tambeacutem poderiam ser citadas como a Petrobras a Companhia Vale do Rio

Doce o Bradesco entre outras 32

2 - Gestatildeo da inovaccedilatildeo para a sustentabilidade

A busca da inovaccedilatildeo e a gestatildeo da inovaccedilatildeo em geral satildeo mediadas por as-

pectos essencialmente econocircmicos e estrateacutegicos Entretanto na medida em que ou-

tras restriccedilotildees compotildeem o ambiente de atuaccedilatildeo das empresas outros fatores podem

impulsionar a inovaccedilatildeo Isso tambeacutem eacute vaacutelido ao se considerarem aspectos de susten-

tabilidade como condicionantes da inovaccedilatildeo

HART e CHRISTENSEN (2002) sugerem que as inovaccedilotildees radicais podem

pavimentar o caminho para as empresas combinarem um crescimento sustentaacutevel

com responsabilidade social HART e MILTEIN (1999) consideram que os desafios

impostos pela sustentabilidade global podem atuar como catalisadores para um novo

estaacutegio de destruiccedilatildeo criativa das empresas Eles associam a preocupaccedilatildeo ecoloacutegica

com melhorias contiacutenuas e a sustentabilidade global com melhorias radicais Nesse

sentido argumentam que a sustentabilidade pode criar oportunidades sem preceden-

tes agraves empresas O raciociacutenio de SENGE e CARSTEDT (2001) eacute similar Esses auto-

res consideram que o foco restrito na eficiecircncia ecoloacutegica pode distrair as empresas da

busca de produtos e modelos de negoacutecios radicalmente diferentes dos atuais Eacute a sus-

tentabilidade global que iraacute motivar as empresas a procurarem novos modelos men-

tais a enfatizarem a aprendizagem e atentarem para a gestatildeo de mudanccedilas

PORTER e VAN DER LINDE (1995) consideram que as regulamentaccedilotildees am-

bientais impotildeem pressotildees competitivas nas empresas motivando-as a inovar VOL-

LENBROEK (2002) propotildee um processo que direciona a inovaccedilatildeo para o desenvolvi-

mento da sustentabilidade denominado gestatildeo da transiccedilatildeo Ele considera que a ino-

vaccedilatildeo natildeo gera automaticamente o progresso da sociedade pois precisa ser condi-

cionada para tanto Os esforccedilos para o desenvolvimento sustentaacutevel precisam ser di-

recionados pela sociedade e esta participa das decisotildees visando obter um balancea-

mento adequado entre os objetivos econocircmicos ecoloacutegicos e sociais A inovaccedilatildeo seraacute

decorrecircncia

32 Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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HALL e VREDENBURG (2003) afirmam que os gestores tecircm dificuldades para

lidar com as pressotildees do desenvolvimento sustentaacutevel Eles consideram que as estra-

teacutegias de inovaccedilatildeo das empresas geralmente satildeo inadequadas para acomodar as

complexidades e incertezas inerentes agraves novas demandas impostas pelo desenvolvi-

mento sustentaacutevel Dessa forma sugerem que a estrateacutegia empresarial integre tam-

beacutem os objetivos da inovaccedilatildeo e do desenvolvimento sustentaacutevel Em contraponto agrave

abordagem tradicional da inovaccedilatildeo ditada pelo mercado propotildeem que as empresas

adotem a inovaccedilatildeo para o desenvolvimento sustentaacutevel que incorpora as restriccedilotildees

sociais e as pressotildees ambientais bem como contempla as necessidades das futuras

geraccedilotildees Como seraacute visto no texto que segue a inovaccedilatildeo foi tambeacutem um ingrediente

essencial para o desenvolvimento e o sucesso do projeto estudado na presente pes-

quisa33

CONCLUSAtildeO

O objetivo desse estudo foi verificar e compreender o conceito de inovaccedilatildeo e a

sua aplicabilidade nas organizaccedilotildees assim como a vantagem competitiva no modelo

de negoacutecio por meio da co-criaccedilatildeo de valor

33 Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data acesso 21072012

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Inovaccedilatildeo e criatividade satildeo essenciais para o continuo desenvolvimento e competi-

tividade de uma naccedilatildeo

Coisas boas acontecem quando o pensamento inovador comeccedila ele poderaacute

ajudar a criar novos produtos melhoria nos processos novas tecnologias tornando

a empresa mais competitiva Tomando conhecimento da grande variedade de produ-

tos e serviccedilos oferecidos pelas organizaccedilotildees pode se observar que nem sempre se

chega ao resultado em melhores experiecircncias de consumo nesse cenaacuterio certas em-

presas adotam a co-criaccedilatildeo de valor ndash participaccedilatildeo do cliente no processo produtivo ndash

para inovar no modelo de negoacutecio agregando valor a sua oferta buscando assim se

diferenciar das demais empresas Apesar da inovaccedilatildeo indicar um caminho seguro

para obter vantagem competitiva sustentaacutevel e defender posiccedilotildees estrateacutegicas no

mercado o seu sucesso natildeo eacute garantido necessitando que os gestores conheccedilam e

compreendam a dinacircmica dos processos da gestatildeo da inovaccedilatildeo dentro de suas orga-

nizaccedilotildees e realidades especiacuteficas

O modelo de organizaccedilatildeo inovadora sustentaacutevel eacute uma resposta agraves pressotildees

institucionais por uma organizaccedilatildeo que seja capaz de inovar com eficiecircncia em termos

econocircmicos mas com responsabilidade social e ambiental Esse tipo de organizaccedilatildeo

busca vantagem competitiva desenvolvendo produtos serviccedilos processos e negoacutecios

novos ou modificados com base nas dimensotildees social ambiental e econocircmica Ela

reuacutene duas caracteriacutesticas essenciais eacute inovadora e orientada para a sustentabilidade

Tendo em vista o fenocircmeno do isomorfismo institucional (concentraccedilatildeo de for-

mas organizacionais nos diversos setores produtivos) o modelo das organizaccedilotildees

inovadoras sustentaacuteveis vem ganhando rapidamente cada vez mais espaccedilo nas em-

presas liacutederes Esses fatos permitem dizer que o movimento do desenvolvimento sus-

tentaacutevel eacute um dos movimentos mais importantes do nosso tempo e a julgar pela vita-

lidade dos fatores institucionais presentes em praticamente todo o mundo pode-se

inferir que ele continuaraacute se propagando por muitas deacutecadas

Desse modo o aprimoramento dos modelos de organizaccedilatildeo sustentaacuteveis as

diversas formas da sua institucionalizaccedilatildeo em acircmbito global o desenvolvimento de

tecnologias sustentaacuteveis a gestatildeo de inovaccedilotildees para o desenvolvimento sustentaacutevel

seratildeo temas cada vez mais importantes nos estudos futuros Como o sistema opera-

cional produtivo e as inovaccedilotildees de produto e de processo ao atender as trecircs dimen-

sotildees da sustentabilidade devem gerar ganhos para o meio ambiente em termos de

reduccedilatildeo no uso de recursos e de emissotildees de poluentes o aumento da produccedilatildeo pelo

incitamento agrave demanda por novos produtos pode neutralizar ou ateacute superar esses ga-

nhos Levar em conta essa possibilidade dando-lhe um tratamento adequado eacute um dos

48

maiores desafios para o alinhamento das empresas ao modelo de organizaccedilatildeo inova-

dora sustentaacutevel

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51

Sustentabilidade e responsabilidade ambiental Internet

(httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-

21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

Sustentabilidade e responsabilidade social Internet

(httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-

21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

BIBLIOGRAFIA CITADA

HAMEL Gary Liderando a revoluccedilatildeo 4 ed Rio de Janeiro editora Campus 2003

PRAHALAD C K KRISHNAN M S A nova era inovaccedilatildeo Rio de Janeiro editora

Elsevier 2008

PRAHALAD C K RAMASWAMY Venkatram O futuro da competiccedilatildeo como desen-

volver diferenciais inovadores em parceria com os clientes Rio de Janeiro editora

Elsevier 2004

  • AGRADECIMENTOS
  • CAPIacuteTULO III- Aspectos da inovaccedilatildeo e sustentabilidade37
  • Inovaccedilatildeo e sustentabilidade37
  • 32 - Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva
  • 33 - Como implementar vantagem competitiva
  • 34 - Como criar valor e vantagem competitiva
Page 29: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · duzir os processos de inovação dentro da organização. 6 ... CAPÍTULO I - Estrutura da criação de valor e inovação.....11

29

relacionamento humano interno consequentemente o aumento da produtividade Me-

lhoramento contiacutenuo em todos os setores Desenvolvimento da qualidade19

24 - Criatividade e a visatildeo estrateacutegica da empresa

A criatividade se relaciona com a visatildeo estrateacutegica de empresa da seguinte

forma a partir dos objetivos traccedilados pela organizaccedilatildeo a mesma definiraacute uma linha

estrateacutegica a ser seguida para alcanccedilar esses objetivos A criatividade se envolve de

acordo com a intenccedilatildeo da empresa ela pode querer reinventar seus modos de atua-

ccedilatildeo pode somente visar manter-se atualizada e motivada pode querer mudar rapida-

mente de foco e enfim 44 pode estabelecer um relacionamento forte ou fraco com a

criatividade em funccedilatildeo das soluccedilotildees que ela estiver almejando

CALKINS (2001) defende essa visatildeo ao dizer que para produzir subjetividade

a criatividade deve ser parte da estrateacutegia da empresa O estudo de LENGNICK-HALL

e WOLFF (1998) faz justamente uma releitura sobre o processo estrateacutegico organiza-

cional ndash enfatizando os trecircs domiacutenios loacutegicos que guiam a maioria das empresas ndash e

relacionando conforme a Tabela abaixo com o tipo de criatividade que estaraacute vigente

Loacutegicas Estrateacutegicas x Criatividade

Loacutegica Dominante

Guerrilha Loacutegica Complexidade Loacutegica Capacidade Loacutegica

Objetivo

repentinamente reescrever

as regras da competitivida-

de

aprendizagem e alto envolvi-

mento organizacional

desenvolver e implementar

estrateacutegias que as possibilitem

criar uma sustentaacutevel vantagem

competitiva

Elemento

Chave

a flexibilidade a criativida-

de e a inovaccedilatildeo

sistema natural de relaciona-

mentos

desenvolvimento eficiente e

eficaz e protegendo seus recur-

sos de base

Justificativa vantagem competitiva

como algo muito passageiro

a organizaccedilatildeo vive em uma

comunidade de competidores

fornecedores clientes

as organizaccedilotildees procuram de-

senvolver e implantar estrateacute-

gias que as possibilitem criar

uma sustentaacutevel vantagem

competitiva

19Internet (Fonte Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de

acesso 04072012

30

Sucesso Orga-

nizacional

eacute uma funccedilatildeo da sua capa-

cidade para gerar ideias

que criam novas dinacircmicas

competitivas e novas are-

nas de accedilatildeo

consequecircncia de um natural

entendimento do paradoxo de

forccedilas que formam o sistema

organizacional

a chave da vantagem competiti-

va sustentaacutevel estaacute na habilida-

de organizacional para proteger

os seus recursos de base

Autores COOPER (1995) e

SCHUMPETER (1936)

MILLER (1996) SENGE (1990) e

MOORE (1996)

PORTER (1986 e 1992) e

HAMEL e PRAHALAD (1994)

Ecircnfase Criar Aprender Agregar Valor

Praacuteticas Cria-

tivas

Brainwriting Pool Teacutecnica

da Troca dos Cartotildees etc Pensamento Lateral Jamming

(Fonte Pesquisa a partir dos estudos de Lengnick-Hall e Wolff 1998) 20

25 ndash Reconfiguraccedilatildeo dinacircmica do talento

A estrateacutegia de inovaccedilatildeo sem duacutevida requer novas habilidades O conceito de

R=G sugere que nenhuma empresa eacute capaz de desenvolver sozinha todos os produ-

tos e serviccedilos de que necessita para oferecer experiecircncias personalizadas a cada cli-

ente Tampouco empresa alguma tem condiccedilotildees de cultivar todas as capacidades

gerenciais indispensaacuteveis para transformar a organizaccedilatildeo Analisamos questotildees rela-

cionadas com a superaccedilatildeo dos legados organizacionais e com a construccedilatildeo de novas

capacidades para o gerenciamento da inovaccedilatildeo Mostramos como as empresas de-

vem preparar-se para administrar as tensotildees constantes entre flexibilidade eficiecircncia

e confiabilidade Essa transformaccedilatildeo natildeo consiste apenas em mudar a mentalidade

ou a loacutegica dominante dos gestores tambeacutem significa concentrar-se nos novos niacuteveis

de transparecircncia e de visibilidade em relaccedilatildeo a como se gerencia a empresa

Precisamos mudar a maneira como gerenciamos ndash como combinamos continu-

amente oportunidades e recursos O foco deve convergir natildeo soacute para as habilidades

20Internet (Fonte Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de

acesso 04072012

31

dos indiviacuteduos e para as atitudes de cada um em relaccedilatildeo ao aprendizado mas tam-

beacutem para a competecircncia das equipes e para a capacidade dessas forccedilas-tarefas de se

reconfigurar continuamente em funccedilatildeo dos objetivos arregimentando os melhores

talentos em todo o mundo Por exemplo a identificaccedilatildeo dos comportamentos e das

necessidades de determinada pessoa numa base de milhotildees de clientes ndash como a

Amazoncom na ING Insurance e no programa de diabetes da ICICI ndash exige capaci-

dades analiacutetica Argumentaremos que os mesmos requisitos tambeacutem satildeo indispensaacute-

veis na base de talentos A empresa deve tratar seus empregados e fornecedores

como indiviacuteduos iacutempares (ou como conjunto de indiviacuteduos sem igual) da mesma ma-

neira como lida com os clientes A configuraccedilatildeo dinacircmica de recursos para atender agraves

necessidades de tarefas especiacuteficas converte-se em fonte de vantagem competitiva

A essecircncia da mensagem eacute que para a transformaccedilatildeo ser eficaz os gestores devem

concentrar o foco na mobilizaccedilatildeo raacutepida de talentos dentro e fora da empresa (PRA-

HALAD e KRISHNAN 2008 p177)

3 ndash Cadeia de valor e vantagem competitiva

Segundo Novaes (2001 p184) o conceito de cadeia de valor foi desenvolvido

por Porter O conceito eacute de muita simplicidade e por isso talvez mostre-se tatildeo impor-

tante no contexto econocircmico-social em que se inserem as empresas com a crescente

globalizaccedilatildeo dos negoacutecios e mercados

Para (PORTER 1989 p33) toda empresa eacute uma reuniatildeo de atividades que

satildeo executadas para projetar produzir comercializar entregar e sustentar seu produ-

to Todas estas atividades podem ser representadas fazendo-se uso de uma cadeia

de valores Essa exposiccedilatildeo do autor indica em primeira matildeo apenas4 a ideia de ava-

liar a cadeia interna da empresa a qual eacute formada pelas atividades operacionais e

organizacionais jaacute citadas

A ideia baacutesica que subsidia esse conceito natildeo eacute de autoria de Porter mas haacute

muito tempo jaacute estava sendo analisada Fala-se aqui dos conceitos da Teoria Geral de

Sistemas que tem como precursor o Prof Ludwig von Bertalanffy e seus trabalhos

teoria essa que apresenta a empresa como um sistema inserido esse uacuteltimo em um

ambiente ou macro sistema Assim deve-se ter em mente uma visatildeo sistecircmica en-

xergar mais do que as aacutereas ou atividades isoladamente mais do que os limites da

empresa (Cadeia de Valor Interna) A empresa faz parte de um todo maior (um siste-

32

ma amplo) e esse eacute que deve ser otimizado para gerar maior valor para o cliente e

consequentemente maior lucratividade na cadeia (Cadeia de Valor Externa)

Nas palavras de Porter (1989 p33) ldquoa cadeia de valores desagrega uma em-

presa nas suas atividades de relevacircncia estrateacutegica para que se possa compreender o

comportamento dos custos e as fontes existentes e potenciais de diferenciaccedilatildeordquo Uma

empresa ganha vantagem competitiva se conseguir desempenhar essas atividades

estrateacutegicas de uma maneira melhor e mais barata que a concorrecircncia

Pode-se entatildeo caminhar para um avanccedilo em definiccedilatildeo ao verificarmos a pro-

posiccedilatildeo de (SHANK amp GOVINDARAJAN 1993 p13) de que ldquoa cadeia de valor para

qualquer empresa em qualquer negoacutecio eacute o conjunto interligado de todas as ativida-

des que criam valor desde uma fonte baacutesica de mateacuterias primas passando por forne-

cedores de componentes ateacute a entrega do produto final agraves matildeos do consumidorrdquo

O mundo em que se vive atravessa em periacuteodo de transformaccedilatildeo sequer ima-

ginado Nele nada eacute definitivo Fica-se perplexo quando natildeo se consegue acompanhar

a velocidade da evoluccedilatildeo dos acontecimentos sente-se perdido principalmente nos

assuntos relacionados agrave dinacircmica do desenvolvimento tecnoloacutegico

Dessa forma com uma visatildeo focada no clienteconsumidor pode-se considerar

que a cadeia de valor eacute uma sequecircncia de atividades desde a origem de recursos ateacute

o descarte final de determinado produto Portanto tem-se uma visatildeo bastante abran-

gente do conceito que pode considerar desde a fase da extraccedilatildeo de mateacuteria-prima ateacute

o tratamento final que eacute dado ao produto por exemplo num enfoque de ciclo de vida

do produto21

31 - O que significa uma vantagem competitiva

O sucesso de uma empresa eacute em larga medida determinado pela atratividade

do sector em que opera mas a sua posiccedilatildeo dentro desse sector tambeacutem eacute importante

21 (httpwwwccontabeiscombrconvt14pdf) data acesso 15072012

33

Apesar de um sector poder ter uma fraca eficaacutecia uma empresa que estaacute bem posi-

cionada pode ainda assim criar lucros significativos

Diz-se que uma empresa tem uma vantagem competitiva sobre os seus con-

correntes quando manteacutem retornos que superam a meacutedia no seu sector Esta vanta-

gem decorre das caracteriacutesticas do produto que o torna superior aos produtos da con-

correcircncia

Nalgumas situaccedilotildees pode obter-se uma vantagem competitiva atraveacutes da evoluccedilatildeo

tecnoloacutegica mas esta eacute frequentemente difiacutecil de manter porque os concorrentes ra-

pidamente a copiam ou aperfeiccediloam desenvolvem novas tecnologias Uma vantagem

sustentada resulta frequentemente mais do que da tecnologia ou de modificaccedilatildeo de

produtos de outros fatores como por exemplo o simbolismo associado ndash o que o

produto significa para os consumidores (imagem de marca) e o que estes experimen-

tam na sua compra e uso Os investigadores em marketing reconhecem que os produ-

tos possuem caracteriacutesticas simboacutelicas e que o consumo de certos produtos pode de-

pender mais do seu significado social do que da sua utilidade funcional

Existe atualmente uma tendecircncia para os consumidores exigirem ldquosignificado

pessoalrdquo aos produtos e serviccedilos Torna-se essencial inovar para responder agraves emo-

ccedilotildees que influenciam as decisotildees dos consumidores Estes estatildeo cada vez menos

impressionados com as novas tecnologias e a optar por produtos que resultam ldquopara

mimrdquo Como consequecircncia palavras como emoccedilatildeo e significado pessoal encon-

tram o seu caminho nas estrateacutegias das empresas sendo importante entender os fato-

res intangiacuteveis associados ao valor percebido do produto e as percepccedilotildees na sua

globalidade positivas ou negativas Novas designaccedilotildees tais como ndash ldquofaacutecil acessiacute-

vel razoaacutevel empoderamento e pessoal ndash refletem mais a pessoa do que o obje-

to Descobrir os sentimentos e as atitudes em relaccedilatildeo aos produtos bem como conhe-

cer as razotildees das preferecircncias dos consumidores tornaram-se importantes elementos

estrateacutegicos22

32 - Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva

Em grande medida a ambiccedilatildeo da estrateacutegia da empresa eacute conseguir uma van-

tagem competitiva sustentaacutevel

22Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

34

A vantagem competitiva analisa a atividade da empresa centrando-se primei-

ramente na sua capacidade de gerar retornos superiores de capital e de vincular a

estrateacutegia de negoacutecio a mercados financeiros e de capital fundamentais por um longo

periacuteodo de tempo No fim de contas eacute a vantagem competitiva da empresa que permi-

te ter bons retornos para os seus acionistas

Sem vantagem competitiva a empresa tem uma razatildeo econoacutemica limitada para

existir ndash a sua vantagem competitiva eacute a sua razatildeo de existecircncia Sem ela a empresa

natildeo iraacute prosperar Criar uma vantagem competitiva sustentaacutevel pode ser a meta mais

importante de qualquer organizaccedilatildeo e pode mesmo ser o atributo mais importante em

que a empresa se focaliza23

33 - Como implementar vantagem competitiva

As vantagens competitivas natildeo assumem uma uacutenica forma e eacute possiacutevel que

uma empresa tenha vaacuterias vantagens competitivas e em diferentes aacutereas Ilustra-se

algumas das aacutereas onde as empresas se podem destacar e garantir o seu sucesso a

longo prazo quota de mercado gestatildeo da marca rede marcas e patentes eficaacutecia de

custos e altos custos de mudanccedila

As empresas com quotas de mercado significativas criam um problema para os

concorrentes o que eacute positivo para aquelas uma vez que os seus produtos satildeo bem

conhecidos e recebidos no mercado No entanto mesmo quando a quota de mercado

eacute consideraacutevel se o sector for atrativo ou seja tiver um potencial de lucro significativo

novos operadores podem aparecer com a consequente reduccedilatildeo da quota de merca-

do

Ter uma marca forte pode garantir o sucesso a longo prazo e tambeacutem permitir

agraves empresas obter lucros pois a sua marca permite-lhes cobrar um preccedilo especial

(premium) Marcas fortes tendem a criar uma vantagem competitiva mais duradoura

O efeito de rede ocorre quando um produto cria uma procura por parte dos

consumidores que depois amplia o produto A empresa pode beneficiar do efeito de

23 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

35

rede pela atraccedilatildeo de mais vendedores Estes por sua vez atraem mais compradores

estabelecendo-se uma quota de mercado dominante (por exemplo eBay)

Este efeito de rede natildeo eacute muito comum mas quando ocorre pode ser extre-

mamente lucrativo As marcas e as patentes podem ser fonte de vantagem competiti-

va para algumas empresas 24

34 - Como criar valor e vantagem competitiva

Uma empresa posiciona-se aproveitando os seus pontos fortes Michael Porter

defendeu que aqueles se inscrevem em dois tipos baacutesicos de vantagem competitiva

vantagem pelos custos ou diferenciaccedilatildeo Estes satildeo identificados como vantagens po-

sicionais uma vez que expressam a posiccedilatildeo da empresa no sector enquanto liacuteder nos

custos ou por diferenciaccedilatildeo

A empresa utiliza os seus recursos e capacidades para gerar uma vantagem

competitiva que por uacuteltimo resulte na criaccedilatildeo de um valor superior

As competecircncias distintivas (competecircncias nucleares) resultam de recursos

especiacuteficos e capacidades da empresa facilitam a inovaccedilatildeo a eficiecircncia a qualidade

e a receptividade dos clientes o que pode ser aproveitado para atingir quer uma es-

trutura de baixo custos quer a diferenciaccedilatildeo do produto

Uma empresa posiciona-se no seu sector atraveacutes da opccedilatildeo por baixos custos

ou diferenciaccedilatildeo Esta decisatildeo eacute uma peccedila central da estrateacutegia competitiva da em-

presa

A vantagem competitiva existe quando a empresa eacute capaz de oferecer os

mesmos benefiacutecios que os concorrentes mas a custos mais baixos (vantagem pelos

custos) ou oferecer benefiacutecios que ultrapassam a concorrecircncia (vantagem por diferen-

ciaccedilatildeo) Portanto uma vantagem competitiva permite agrave empresa criar um valor superi-

or para os seus clientes e lucros para si proacuteprio25

24 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=39ampL=5) data acesso 15072012

25 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

36

CAPITULO III

ASPECTOS DA INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE

1 ndash Inovaccedilatildeo e sustentabilidade

37

Como as empresas podem sair da teoria para a praacutetica e chegar a um no-

vo patamar de competitividade e comprometimento com praacuteticas sustentaacuteveis

Muito se fala em inovaccedilatildeo como o principal caminho para o desenvolvimento

sustentaacutevel das organizaccedilotildees e da humanidade Poreacutem em muitos setores falar sobre

esse assunto eacute ainda um exerciacutecio teoacuterico Em geral o tema eacute associado as aacutereas de

tecnologia ou pesquisa e desenvolvimento mas a inovaccedilatildeo deve acontecer tambeacutem

na lideranccedila nas accedilotildees de marketing no modelo de negoacutecios ou seja na gestatildeo co-

mo um todo

Em pesquisa realizada pela Fundaccedilatildeo Nacional da Qualidade (FNQ) em maio

e 2011 representantes de 63 empresas mostraram que 97 consideram fundamental

que as organizaccedilotildees inovem para buscar a sustentabilidade tanto do negoacutecio quanto

da economia e do planeta Apesar dessa consciecircncia 70 dos participantes do estu-

do acreditam que as empresas estatildeo preocupadas mas natildeo direcionam seus investi-

mentos em inovaccedilotildees com foco no crescimento sustentaacutevel O levantamento mostra

ainda que 27 dos entrevistados apontaram a gestatildeo como a principal preocupaccedilatildeo

das empresas em que trabalham enquanto 22 indicaram a sustentabilidade e 19 a

reduccedilatildeo de custos

De acordo com o superintendente geral da FNQ Jairo Martins ldquoos resultados

da pesquisa mostram que as empresas ainda natildeo perceberam o tamanho do problema

da sustentabilidade considerando o baixo iacutendice de organizaccedilotildees que de fato inves-

tem em inovaccedilatildeo para sustentabilidade Em sua maioria as organizaccedilotildees pensam

apenas no lado econocircmico e natildeo no tripeacute da sustentabilidade que demanda uma em-

presa economicamente soacutelida socialmente correta e ambientalmente responsaacutevel

Enquanto dominar o pensamento pelo vieacutes econocircmico cujo sucesso eacute medido pelo

PIB o atual modelo de desenvolvimento insustentaacutevel natildeo vai mudar e natildeo seratildeo in-

cluiacutedas na pauta das organizaccedilotildees as questotildees socioambientaisrdquo

O professor da Fundaccedilatildeo Getuacutelio Vargas Renato Orsato autor do livro ldquoEstra-

teacutegias de Sustentabilidade quando vale a pena ser verderdquo analisou mais de 30 ca-

sos de empresas que adotaram a inovaccedilatildeo em 20 setores ao redor do mundo Para

ele deve haver uma premissa baacutesica para falar sobre esse assunto fazer perguntas

precisas ldquoIsso porque existem centenas de milhares de formas de incluir inovaccedilatildeo e

sustentabilidade nas empresas As empresas devem conhecer bem o contexto onde

atuam e considerar tanto aspectos tangiacuteveis como intangiacuteveisrdquo afirma

38

Na opiniatildeo do professor enquanto a sustentabilidade eacute apenas um acessoacuterio agrave

estrateacutegia da empresa ela natildeo vale a pena Para inovar as organizaccedilotildees devem

questionar os modelos de negoacutecio e pensar em modelos totalmente novos

Orsato daacute o exemplo da empresa Better Place que inovou na maneira de co-

mercializar energia renovaacutevel para carros eleacutetricos ldquoO grande salto seraacute conseguir

mudanccedilas radicais nos modelos de negoacutecios As fronteiras entre os setores de energia

e mobilidade por exemplo podem mudarrdquo 26

11- Da teoria para a praacutetica

De maneira geral a inovaccedilatildeo faz sucesso em palestras de ldquoespecialistasrdquo e de

executivosrdquo explica o professor Joatildeo Amato Neto da Fundaccedilatildeo Vanzolini e Escola

Politeacutecnica da USP ldquoMas haacute empresas realmente inovadoras seja em seus produtos

em seus processos de produccedilatildeo e ateacute mesmo em seu posicionamento de mercado

Outras satildeo inovadoras na relaccedilatildeo com o mercado num sentido mais amplo Esse eacute

um grupo restrito no Brasil de empresas de excelecircncia As que tecircm excelecircncia em

inovaccedilatildeo para sustentabilidade estatildeo num grupo mais restrito ainda Do ponto de vista

da sobrevivecircncia da empresa nos proacuteximos anos esse eacute um requisito fundamentalrdquo

O professor exemplifica que no varejo haacute grandes redes como o Wall Mart

Carrefour e Patildeo de Accediluacutecar que iniciaram accedilotildees para contratar fornecedores com base

em requisitos de sustentabilidade Essas accedilotildees ainda satildeo restritas a alguns poucos

produtos e incluem por exemplo exigecircncias de embalagens que possam ser recicla-

das Satildeo accedilotildees que visam a reduccedilatildeo do uso de recursos materiais e energia de uma

forma geral (busca de maior eco eficiecircncia nos processos)

Mas como sair da teoria e colocar em praacutetica Veja os principais pontos que

uma empresa interessada em inovaccedilatildeo e sustentabilidade deve trabalhar

bull Investir no espiacuterito criativo dos colaboradores natildeo soacute daqueles que atuam nas aacutereas

de pesquisa e desenvolvimento (PampD) de produtos ou na engenharia do produto mas

num sentido mais amplo oacutetimas ideias podem surgir no chamado chatildeo de faacutebrica

26 Internet (httpwwwhsmcombrbuscarkeys=inovaccedilatildeo e sustentabilidade) data acesso 19072012

39

bull Buscar praacuteticas de gestatildeo participativa isso pode gerar ideias que trazem inovaccedilotildees

pequenas incrementais mas que no conjunto fazem muita diferenccedila

bull Usar a educaccedilatildeo para transformar paradigmas e gerar maior conscientizaccedilatildeo Natildeo

se deve pensar apenas em treinamentos que satildeo usados em geral para tarefas es-

peciacuteficas ou aplicaccedilatildeo de teacutecnicas As empresas devem investir na formaccedilatildeo dos re-

cursos humanos

bull Questionar o proacuteprio modelo de negoacutecios

bull Inserir sustentabilidade no planejamento estrateacutegico da empresa

E seraacute que eacute possiacutevel aprender a inovar De acordo com o professor Joatildeo A-

mato a inovaccedilatildeo soacute faz sentido se isso significar uma mudanccedila de mentalidade na

empresa Isso vale para induacutestria ou setor de serviccedilos ldquoNo setor financeiro temos mui-

tos exemplos de como os bancos estatildeo descobrindo novas maneira de incluir a sus-

tentabilidade em suas praacuteticas definindo criteacuterios de praacuteticas socioambientais aos

seus clientes Na realidade alguns dos grandes bancos jaacute colocaram isso no seu plano

estrateacutegicordquo conclui 27

12 ndash Sustentabilidade corporativa

Haacute vaacuterias definiccedilotildees para sustentabilidade e desenvolvimento sustentaacutevel na

literatura e organizaccedilotildees que tratam do tema arrolam outras tantas Isso decorre do

fato de a sustentabilidade ser um conceito relativamente novo possuir um caraacuteter mul-

tidisciplinar e envolver diferentes interpretaccedilotildees que refletem diferenccedilas de valor cir-

cunstacircncias localizadas e contextos especiacuteficos Aleacutem disso o conceito acaba incorpo-

rado a vaacuterios assuntos tais como a definiccedilatildeo de poliacuteticas governamentais a gestatildeo

puacuteblica regional a gestatildeo de empresas e ateacute mesmo o nosso estilo de vida (MA-

27 Internet (httpwwwhsmcombreditoriassustentabilidadeinovacao-e-ustentabilidade-de-

maos-dadas) data acesso 19072012

40

WHINNEY 2002) O foco deste artigo eacute a sustentabilidade corporativa ou seja a apli-

caccedilatildeo do conceito de sustentabilidade nas empresas

Algumas empresas brasileiras vecircm sendo citadas como casos mundiais no

acircmbito de algumas das dimensotildees da sustentabilidade corporativa HART (1997)

menciona a Aracruz Celulose como uma empresa que adota a visatildeo de desenvolvi-

mento sustentaacutevel desde o iniacutecio de suas operaccedilotildees com base no modelo de reflores-

tamento das plantaccedilotildees de eucaliptos PRAHALAD (2004) apresenta o caso da Casas

Bahia como uma empresa que atende a populaccedilatildeo de baixa renda por meio de um

modelo inovador de financiamento (SEABRA LEAL e PASSOS 2005 p10) Relatam

o caso da Natura assinalando que seus principais acionistas satildeo enfaacuteticos ao afirma-

rem que a busca da sustentabilidade eacute mais do que uma estrateacutegia de negoacutecios mdash eacute

uma filosofia de vida Outros estudos acadecircmicos nessa aacuterea tambeacutem envolvem em-

presas nacionais SILVA e KULAY (2005) apresentam um caso de aplicaccedilatildeo da Avali-

accedilatildeo do Ciclo de Vida (LCA mdash Life Cycle Assessment) para analisar os potenciais

impactos ambientais do processo de fabricaccedilatildeo de fertilizantes fosfatados em uma

empresa brasileira COSTA e GOUVINHAS (2004) analisam a adoccedilatildeo das estrateacutegias

de projeto ecoloacutegico (ecodesign) no ambiente de negoacutecios de pequenas e meacutedias em-

presas brasileiras HOPKINS (2002) discute a sustentabilidade nas operaccedilotildees internas

das empresas a partir de uma pesquisa exploratoacuteria sobre a aplicaccedilatildeo de indicadores

de responsabilidade social em quatro grandes empresas no Brasil 28

13 - O conceito de sustentabilidade corporativa

Considera-se sustentabilidade corporativa como a gestatildeo empresarial que bus-

ca equilibrar as necessidades econocircmicas das empresas com a responsabilidade pelo

desenvolvimento da sociedade e preservaccedilatildeo dos recursos naturais visando atender

agraves necessidades atuais e futuras dos elementos afetados pela empresa Esses ele-

mentos mdash que satildeo ou podem ser afetados pelos efeitos das operaccedilotildees accedilotildees e deci-

28 Internet httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

41

sotildees da empresa mdash incluem os acionistas e funcionaacuterios clientes e consumidores

fornecedores e parceiros os recursos naturais utilizados pela empresa o meio ambi-

ente e a sociedade

A sustentabilidade corporativa estaacute associada a trecircs macro objetivos a geraccedilatildeo

de valor econocircmico a responsabilidade ambiental e a responsabilidade social A gera-

ccedilatildeo de valor econocircmico estaacute relacionada com a obtenccedilatildeo de resultados econocircmicos

positivos no presente e no futuro A responsabilidade ambiental diz respeito agrave conser-

vaccedilatildeo e ao uso sustentaacutevel dos recursos naturais E a responsabilidade social con-

templa a corresponsabilidade das empresas pelo desenvolvimento da sociedade Con-

forme ELKINGTON (1997) esses objetivos satildeo inerentes aos denominados resultados

tridimensionais da sustentabilidade (triple bottom line) As empresas que adotam a

sustentabilidade corporativa devem buscar um equiliacutebrio entre o compromisso econocirc-

mico a preservaccedilatildeo ambiental e o desenvolvimento da sociedade assumindo respon-

sabilidades pelas condiccedilotildees de vida atuais e futuras29

14 - Sustentabilidade e geraccedilatildeo de valor econocircmico

A literatura ressalta a necessidade de que as iniciativas relacionadas agrave susten-

tabilidade tragam retornos positivos para as empresas REINHARDT (1999) considera

que as justificativas para os investimentos ambientais realizados pelas empresas de-

vem ser similares aos demais investimentos Nesse sentido os investimentos em ges-

tatildeo ambiental devem auferir retornos financeiros positivos ou conduzir agrave reduccedilatildeo dos

riscos SENGE e CARSTEDT (2001) satildeo mais enfaacuteticos ao considerar que o desafio

atual reside em desenvolver negoacutecios sustentaacuteveis compatiacuteveis com a realidade eco-

nocircmica Segundo esses autores novos modelos de negoacutecios e produtos inovadores

no acircmbito da sustentabilidade precisam necessariamente acarretar resultados finan-

ceiros satisfatoacuterios para se viabilizarem

Os benefiacutecios decorrentes das accedilotildees de sustentabilidade podem ser tangiacuteveis

ou intangiacuteveis Willard (2002) identifica potenciais benefiacutecios tangiacuteveis como aqueles

associados agrave reduccedilatildeo de custos na manufatura agrave reduccedilatildeo de custos comerciais ao

aumento do faturamento e ao aumento da participaccedilatildeo no mercado Como benefiacutecios

intangiacuteveis considera a maior facilidade na contrataccedilatildeo de talentos a maior retenccedilatildeo

29 Internet httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

42

dos principais talentos o aumento da produtividade dos funcionaacuterios a reduccedilatildeo dos

riscos e as maiores facilidades de financiamento NEMLI (2004) considera que os be-

nefiacutecios devem ser mensurados ao longo de trecircs dimensotildees reduccedilatildeo de custos e au-

mento da lucratividade aumento da reputaccedilatildeo e criaccedilatildeo de diferenciaccedilatildeo crescimento

da empresa em termos de capacidade de inovaccedilatildeo e uso de tecnologias limpas

A perspectiva de geraccedilatildeo de valor econocircmico estaacute acoplada a uma visatildeo mais holiacutesti-

ca do bom funcionamento da economia Nesse sentido HAWKEN LOVINS e LOVINS

(1999) consideram que o capitalismo natural pode ser o gatilho para a proacutexima revo-

luccedilatildeo industrial em que quatro tipos de capital sustentam o bom funcionamento da

economia o capital humano (pessoas conhecimento e cultura) o capital financeiro

(caixa investimentos e instrumentos monetaacuterios) o capital industrial (infra estrutura

faacutebricas e maacutequinas) e o capital natural (recursos naturais sistemas de vida e ecossis-

tema) Conforme SENGE e CARSTEDT (2001) a geraccedilatildeo de valor econocircmico por

empresas sustentaacuteveis depende de forma ampla da adoccedilatildeo de uma realidade eco-

nocircmica que conecta a induacutestria a sociedade e o meio ambiente Por outro lado mes-

mo na realidade atual a reduccedilatildeo do desperdiacutecio e do fluxo destrutivo dos recursos

pode representar uma importante oportunidade de negoacutecios (LOVINS LOVINS e

HAWKEN 1999) 30

15 - Sustentabilidade e responsabilidade ambiental

Vaacuterios autores assinalam a importacircncia da questatildeo da estrateacutegia ambiental das

empresas no acircmbito da sustentabilidade corporativa HART (1997) considera a polui-

ccedilatildeo a exaustatildeo dos recursos naturais e a pobreza como os principais desafios da sus-

tentabilidade Segundo o autor a estrateacutegia ambiental das empresas em geral evolui

segundo trecircs estaacutegios prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo produtos ambientalmente corretos e

produccedilatildeo limpa Aleacutem disso uma estrateacutegia ambiental integrada natildeo deve direcionar-

se somente para o desenvolvimento de competecircncias internas mas tambeacutem conside-

rar o relacionamento com os clientes fornecedores outras empresas agentes gover-

30 Internet

(httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext)

data de acesso 2107201230

43

namentais e acionistas Da mesma forma BARBIERI (2004) cita trecircs abordagens para

a gestatildeo ambiental empresarial controle da poluiccedilatildeo prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo e abor-

dagem estrateacutegica A prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo incorpora duas preocupaccedilotildees ambientais

principais o uso sustentaacutevel dos recursos e o controle da poluiccedilatildeo Os instrumentos

tradicionais para o uso sustentaacutevel dos recursos satildeo referenciados pelo autor como

4Rs reduccedilatildeo da poluiccedilatildeo na fonte reutilizaccedilatildeo reciclagem e recuperaccedilatildeo energeacutetica

HOFFMAN (2000) sugere que a estrateacutegia ambiental determine o alinhamento

entre a proteccedilatildeo ambiental e o crescimento econocircmico da empresa O desenvolvimen-

to da estrateacutegia ambiental deve analisar os concorrentes os parceiros os produtos as

mateacuterias-primas as perdas e os resiacuteduos da empresa O autor considera que a estra-

teacutegia ambiental pode ser direcionada por quatro fatores o mercado (composto pelos

consumidores associaccedilotildees concorrentes e consultores) os provedores de recursos

(clientes seguradoras fornecedores bancos e investidores) os elementos coercivos

(regulamentos locais legislaccedilatildeo internacional) e os elementos sociais (instituiccedilotildees

religiosas organizaccedilotildees natildeo-governamentais comunidade mundo acadecircmico im-

prensa e poder judiciaacuterio) 31

16 - Sustentabilidade e responsabilidade social

Os defensores da responsabilidade social argumentam que as empresas de-

vem assumir um compromisso com o desenvolvimento da sociedade As empresas

devem executar accedilotildees para fomentar o desenvolvimento social a inclusatildeo social e

contribuir para a melhoria das condiccedilotildees de vida da populaccedilatildeo mais necessitada Al-

guns autores consideram que essas atividades natildeo satildeo puramente filantroacutepicas uma

vez que as empresas podem auferir benefiacutecios de negoacutecios em funccedilatildeo delas Outros

sugerem ainda que a responsabilidade social esteja associada agrave proacutepria estrateacutegia

empresarial por exemplo SEABRA LEAL e PASSOS (2005) assinalam que os prin-

31 ) Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

44

cipais acionistas da Natura consideram que a responsabilidade social estaacute intimamen-

te ligada agrave estrateacutegia de negoacutecios da empresa

PRAHALAD e HAMMOND (2002) observam que aproximadamente 65 da

populaccedilatildeo mundial mdash cerca de quatro bilhotildees de pessoas mdash ganham menos do que

2000 USDano Esse eacute um mercado praticamente inexplorado pelas empresas multi-

nacionais Segundo os autores as empresas que desejam entrar nesse mercado de-

vem repensar seus modelos de negoacutecios praacuteticas gerenciais e indicadores de desem-

penho Eacute um mercado de novas fontes de receita que exige melhoria na eficiecircncia

operacional e fomento da inovaccedilatildeo A atuaccedilatildeo bem-sucedida para atender agrave denomi-

nada populaccedilatildeo na base da piracircmide pode trazer resultados econocircmicos positivos agraves

empresas e simultaneamente contribuir para a melhoria das condiccedilotildees de vida das

pessoas economicamente menos favorecidas

PORTER e KRAMER (2002) consideram que eacute possiacutevel agraves empresas obterem

a convergecircncia de interesses entre as atividades filantroacutepicas e os objetivos de negoacute-

cios A filantropia pode oferecer oportunidades para as empresas melhorarem seu

contexto competitivo considerando que as atividades filantroacutepicas podem potencial-

mente atuar sobre quatro elementos inter-relacionados da competitividade empresari-

al na disponibilidade dos insumos de produccedilatildeo nas condiccedilotildees de demanda nas con-

diccedilotildees de competiccedilatildeo e rivalidade e na presenccedila das induacutestrias de insumos e suporte

Nesse sentido a filantropia deveria ser considerada uma abordagem claramente estra-

teacutegica pelas empresas WADDOCK e SMITH (2000) adotam um raciociacutenio similar

afirmando que a responsabilidade social e o desempenho corporativo financeiro an-

dam juntos e natildeo como trade-offs

HALL et al (2005) constatam que algumas empresas podem ser socialmente

vulneraacuteveis Segundo esses autores a vulnerabilidade social eacute atribuiacuteda agraves empresas

que apresentam grande importacircncia estrateacutegica para o desenvolvimento econocircmico e

social dos paiacuteses onde operam Eles citam empresas cujo papel extrapola a criaccedilatildeo de

valor aos acionistas sendo consideradas como orgulhos nacionais para seus paiacuteses

Satildeo citadas como exemplos a Siemens na Alemanha a Toyota no Japatildeo a Embraer

no Brasil e a Bombardier no Canadaacute Aleacutem da questatildeo econocircmica essas empresas

desempenham importante papel social em seus respectivos paiacuteses Outras empresas

45

brasileiras tambeacutem poderiam ser citadas como a Petrobras a Companhia Vale do Rio

Doce o Bradesco entre outras 32

2 - Gestatildeo da inovaccedilatildeo para a sustentabilidade

A busca da inovaccedilatildeo e a gestatildeo da inovaccedilatildeo em geral satildeo mediadas por as-

pectos essencialmente econocircmicos e estrateacutegicos Entretanto na medida em que ou-

tras restriccedilotildees compotildeem o ambiente de atuaccedilatildeo das empresas outros fatores podem

impulsionar a inovaccedilatildeo Isso tambeacutem eacute vaacutelido ao se considerarem aspectos de susten-

tabilidade como condicionantes da inovaccedilatildeo

HART e CHRISTENSEN (2002) sugerem que as inovaccedilotildees radicais podem

pavimentar o caminho para as empresas combinarem um crescimento sustentaacutevel

com responsabilidade social HART e MILTEIN (1999) consideram que os desafios

impostos pela sustentabilidade global podem atuar como catalisadores para um novo

estaacutegio de destruiccedilatildeo criativa das empresas Eles associam a preocupaccedilatildeo ecoloacutegica

com melhorias contiacutenuas e a sustentabilidade global com melhorias radicais Nesse

sentido argumentam que a sustentabilidade pode criar oportunidades sem preceden-

tes agraves empresas O raciociacutenio de SENGE e CARSTEDT (2001) eacute similar Esses auto-

res consideram que o foco restrito na eficiecircncia ecoloacutegica pode distrair as empresas da

busca de produtos e modelos de negoacutecios radicalmente diferentes dos atuais Eacute a sus-

tentabilidade global que iraacute motivar as empresas a procurarem novos modelos men-

tais a enfatizarem a aprendizagem e atentarem para a gestatildeo de mudanccedilas

PORTER e VAN DER LINDE (1995) consideram que as regulamentaccedilotildees am-

bientais impotildeem pressotildees competitivas nas empresas motivando-as a inovar VOL-

LENBROEK (2002) propotildee um processo que direciona a inovaccedilatildeo para o desenvolvi-

mento da sustentabilidade denominado gestatildeo da transiccedilatildeo Ele considera que a ino-

vaccedilatildeo natildeo gera automaticamente o progresso da sociedade pois precisa ser condi-

cionada para tanto Os esforccedilos para o desenvolvimento sustentaacutevel precisam ser di-

recionados pela sociedade e esta participa das decisotildees visando obter um balancea-

mento adequado entre os objetivos econocircmicos ecoloacutegicos e sociais A inovaccedilatildeo seraacute

decorrecircncia

32 Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

46

HALL e VREDENBURG (2003) afirmam que os gestores tecircm dificuldades para

lidar com as pressotildees do desenvolvimento sustentaacutevel Eles consideram que as estra-

teacutegias de inovaccedilatildeo das empresas geralmente satildeo inadequadas para acomodar as

complexidades e incertezas inerentes agraves novas demandas impostas pelo desenvolvi-

mento sustentaacutevel Dessa forma sugerem que a estrateacutegia empresarial integre tam-

beacutem os objetivos da inovaccedilatildeo e do desenvolvimento sustentaacutevel Em contraponto agrave

abordagem tradicional da inovaccedilatildeo ditada pelo mercado propotildeem que as empresas

adotem a inovaccedilatildeo para o desenvolvimento sustentaacutevel que incorpora as restriccedilotildees

sociais e as pressotildees ambientais bem como contempla as necessidades das futuras

geraccedilotildees Como seraacute visto no texto que segue a inovaccedilatildeo foi tambeacutem um ingrediente

essencial para o desenvolvimento e o sucesso do projeto estudado na presente pes-

quisa33

CONCLUSAtildeO

O objetivo desse estudo foi verificar e compreender o conceito de inovaccedilatildeo e a

sua aplicabilidade nas organizaccedilotildees assim como a vantagem competitiva no modelo

de negoacutecio por meio da co-criaccedilatildeo de valor

33 Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data acesso 21072012

47

Inovaccedilatildeo e criatividade satildeo essenciais para o continuo desenvolvimento e competi-

tividade de uma naccedilatildeo

Coisas boas acontecem quando o pensamento inovador comeccedila ele poderaacute

ajudar a criar novos produtos melhoria nos processos novas tecnologias tornando

a empresa mais competitiva Tomando conhecimento da grande variedade de produ-

tos e serviccedilos oferecidos pelas organizaccedilotildees pode se observar que nem sempre se

chega ao resultado em melhores experiecircncias de consumo nesse cenaacuterio certas em-

presas adotam a co-criaccedilatildeo de valor ndash participaccedilatildeo do cliente no processo produtivo ndash

para inovar no modelo de negoacutecio agregando valor a sua oferta buscando assim se

diferenciar das demais empresas Apesar da inovaccedilatildeo indicar um caminho seguro

para obter vantagem competitiva sustentaacutevel e defender posiccedilotildees estrateacutegicas no

mercado o seu sucesso natildeo eacute garantido necessitando que os gestores conheccedilam e

compreendam a dinacircmica dos processos da gestatildeo da inovaccedilatildeo dentro de suas orga-

nizaccedilotildees e realidades especiacuteficas

O modelo de organizaccedilatildeo inovadora sustentaacutevel eacute uma resposta agraves pressotildees

institucionais por uma organizaccedilatildeo que seja capaz de inovar com eficiecircncia em termos

econocircmicos mas com responsabilidade social e ambiental Esse tipo de organizaccedilatildeo

busca vantagem competitiva desenvolvendo produtos serviccedilos processos e negoacutecios

novos ou modificados com base nas dimensotildees social ambiental e econocircmica Ela

reuacutene duas caracteriacutesticas essenciais eacute inovadora e orientada para a sustentabilidade

Tendo em vista o fenocircmeno do isomorfismo institucional (concentraccedilatildeo de for-

mas organizacionais nos diversos setores produtivos) o modelo das organizaccedilotildees

inovadoras sustentaacuteveis vem ganhando rapidamente cada vez mais espaccedilo nas em-

presas liacutederes Esses fatos permitem dizer que o movimento do desenvolvimento sus-

tentaacutevel eacute um dos movimentos mais importantes do nosso tempo e a julgar pela vita-

lidade dos fatores institucionais presentes em praticamente todo o mundo pode-se

inferir que ele continuaraacute se propagando por muitas deacutecadas

Desse modo o aprimoramento dos modelos de organizaccedilatildeo sustentaacuteveis as

diversas formas da sua institucionalizaccedilatildeo em acircmbito global o desenvolvimento de

tecnologias sustentaacuteveis a gestatildeo de inovaccedilotildees para o desenvolvimento sustentaacutevel

seratildeo temas cada vez mais importantes nos estudos futuros Como o sistema opera-

cional produtivo e as inovaccedilotildees de produto e de processo ao atender as trecircs dimen-

sotildees da sustentabilidade devem gerar ganhos para o meio ambiente em termos de

reduccedilatildeo no uso de recursos e de emissotildees de poluentes o aumento da produccedilatildeo pelo

incitamento agrave demanda por novos produtos pode neutralizar ou ateacute superar esses ga-

nhos Levar em conta essa possibilidade dando-lhe um tratamento adequado eacute um dos

48

maiores desafios para o alinhamento das empresas ao modelo de organizaccedilatildeo inova-

dora sustentaacutevel

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

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PRAHALAD C K RAMASWAMY Venkatram O futuro da competiccedilatildeo como desen-

volver diferenciais inovadores em parceria com os clientes Rio de Janeiro editora

Elsevier 2004

  • AGRADECIMENTOS
  • CAPIacuteTULO III- Aspectos da inovaccedilatildeo e sustentabilidade37
  • Inovaccedilatildeo e sustentabilidade37
  • 32 - Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva
  • 33 - Como implementar vantagem competitiva
  • 34 - Como criar valor e vantagem competitiva
Page 30: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · duzir os processos de inovação dentro da organização. 6 ... CAPÍTULO I - Estrutura da criação de valor e inovação.....11

30

Sucesso Orga-

nizacional

eacute uma funccedilatildeo da sua capa-

cidade para gerar ideias

que criam novas dinacircmicas

competitivas e novas are-

nas de accedilatildeo

consequecircncia de um natural

entendimento do paradoxo de

forccedilas que formam o sistema

organizacional

a chave da vantagem competiti-

va sustentaacutevel estaacute na habilida-

de organizacional para proteger

os seus recursos de base

Autores COOPER (1995) e

SCHUMPETER (1936)

MILLER (1996) SENGE (1990) e

MOORE (1996)

PORTER (1986 e 1992) e

HAMEL e PRAHALAD (1994)

Ecircnfase Criar Aprender Agregar Valor

Praacuteticas Cria-

tivas

Brainwriting Pool Teacutecnica

da Troca dos Cartotildees etc Pensamento Lateral Jamming

(Fonte Pesquisa a partir dos estudos de Lengnick-Hall e Wolff 1998) 20

25 ndash Reconfiguraccedilatildeo dinacircmica do talento

A estrateacutegia de inovaccedilatildeo sem duacutevida requer novas habilidades O conceito de

R=G sugere que nenhuma empresa eacute capaz de desenvolver sozinha todos os produ-

tos e serviccedilos de que necessita para oferecer experiecircncias personalizadas a cada cli-

ente Tampouco empresa alguma tem condiccedilotildees de cultivar todas as capacidades

gerenciais indispensaacuteveis para transformar a organizaccedilatildeo Analisamos questotildees rela-

cionadas com a superaccedilatildeo dos legados organizacionais e com a construccedilatildeo de novas

capacidades para o gerenciamento da inovaccedilatildeo Mostramos como as empresas de-

vem preparar-se para administrar as tensotildees constantes entre flexibilidade eficiecircncia

e confiabilidade Essa transformaccedilatildeo natildeo consiste apenas em mudar a mentalidade

ou a loacutegica dominante dos gestores tambeacutem significa concentrar-se nos novos niacuteveis

de transparecircncia e de visibilidade em relaccedilatildeo a como se gerencia a empresa

Precisamos mudar a maneira como gerenciamos ndash como combinamos continu-

amente oportunidades e recursos O foco deve convergir natildeo soacute para as habilidades

20Internet (Fonte Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de

acesso 04072012

31

dos indiviacuteduos e para as atitudes de cada um em relaccedilatildeo ao aprendizado mas tam-

beacutem para a competecircncia das equipes e para a capacidade dessas forccedilas-tarefas de se

reconfigurar continuamente em funccedilatildeo dos objetivos arregimentando os melhores

talentos em todo o mundo Por exemplo a identificaccedilatildeo dos comportamentos e das

necessidades de determinada pessoa numa base de milhotildees de clientes ndash como a

Amazoncom na ING Insurance e no programa de diabetes da ICICI ndash exige capaci-

dades analiacutetica Argumentaremos que os mesmos requisitos tambeacutem satildeo indispensaacute-

veis na base de talentos A empresa deve tratar seus empregados e fornecedores

como indiviacuteduos iacutempares (ou como conjunto de indiviacuteduos sem igual) da mesma ma-

neira como lida com os clientes A configuraccedilatildeo dinacircmica de recursos para atender agraves

necessidades de tarefas especiacuteficas converte-se em fonte de vantagem competitiva

A essecircncia da mensagem eacute que para a transformaccedilatildeo ser eficaz os gestores devem

concentrar o foco na mobilizaccedilatildeo raacutepida de talentos dentro e fora da empresa (PRA-

HALAD e KRISHNAN 2008 p177)

3 ndash Cadeia de valor e vantagem competitiva

Segundo Novaes (2001 p184) o conceito de cadeia de valor foi desenvolvido

por Porter O conceito eacute de muita simplicidade e por isso talvez mostre-se tatildeo impor-

tante no contexto econocircmico-social em que se inserem as empresas com a crescente

globalizaccedilatildeo dos negoacutecios e mercados

Para (PORTER 1989 p33) toda empresa eacute uma reuniatildeo de atividades que

satildeo executadas para projetar produzir comercializar entregar e sustentar seu produ-

to Todas estas atividades podem ser representadas fazendo-se uso de uma cadeia

de valores Essa exposiccedilatildeo do autor indica em primeira matildeo apenas4 a ideia de ava-

liar a cadeia interna da empresa a qual eacute formada pelas atividades operacionais e

organizacionais jaacute citadas

A ideia baacutesica que subsidia esse conceito natildeo eacute de autoria de Porter mas haacute

muito tempo jaacute estava sendo analisada Fala-se aqui dos conceitos da Teoria Geral de

Sistemas que tem como precursor o Prof Ludwig von Bertalanffy e seus trabalhos

teoria essa que apresenta a empresa como um sistema inserido esse uacuteltimo em um

ambiente ou macro sistema Assim deve-se ter em mente uma visatildeo sistecircmica en-

xergar mais do que as aacutereas ou atividades isoladamente mais do que os limites da

empresa (Cadeia de Valor Interna) A empresa faz parte de um todo maior (um siste-

32

ma amplo) e esse eacute que deve ser otimizado para gerar maior valor para o cliente e

consequentemente maior lucratividade na cadeia (Cadeia de Valor Externa)

Nas palavras de Porter (1989 p33) ldquoa cadeia de valores desagrega uma em-

presa nas suas atividades de relevacircncia estrateacutegica para que se possa compreender o

comportamento dos custos e as fontes existentes e potenciais de diferenciaccedilatildeordquo Uma

empresa ganha vantagem competitiva se conseguir desempenhar essas atividades

estrateacutegicas de uma maneira melhor e mais barata que a concorrecircncia

Pode-se entatildeo caminhar para um avanccedilo em definiccedilatildeo ao verificarmos a pro-

posiccedilatildeo de (SHANK amp GOVINDARAJAN 1993 p13) de que ldquoa cadeia de valor para

qualquer empresa em qualquer negoacutecio eacute o conjunto interligado de todas as ativida-

des que criam valor desde uma fonte baacutesica de mateacuterias primas passando por forne-

cedores de componentes ateacute a entrega do produto final agraves matildeos do consumidorrdquo

O mundo em que se vive atravessa em periacuteodo de transformaccedilatildeo sequer ima-

ginado Nele nada eacute definitivo Fica-se perplexo quando natildeo se consegue acompanhar

a velocidade da evoluccedilatildeo dos acontecimentos sente-se perdido principalmente nos

assuntos relacionados agrave dinacircmica do desenvolvimento tecnoloacutegico

Dessa forma com uma visatildeo focada no clienteconsumidor pode-se considerar

que a cadeia de valor eacute uma sequecircncia de atividades desde a origem de recursos ateacute

o descarte final de determinado produto Portanto tem-se uma visatildeo bastante abran-

gente do conceito que pode considerar desde a fase da extraccedilatildeo de mateacuteria-prima ateacute

o tratamento final que eacute dado ao produto por exemplo num enfoque de ciclo de vida

do produto21

31 - O que significa uma vantagem competitiva

O sucesso de uma empresa eacute em larga medida determinado pela atratividade

do sector em que opera mas a sua posiccedilatildeo dentro desse sector tambeacutem eacute importante

21 (httpwwwccontabeiscombrconvt14pdf) data acesso 15072012

33

Apesar de um sector poder ter uma fraca eficaacutecia uma empresa que estaacute bem posi-

cionada pode ainda assim criar lucros significativos

Diz-se que uma empresa tem uma vantagem competitiva sobre os seus con-

correntes quando manteacutem retornos que superam a meacutedia no seu sector Esta vanta-

gem decorre das caracteriacutesticas do produto que o torna superior aos produtos da con-

correcircncia

Nalgumas situaccedilotildees pode obter-se uma vantagem competitiva atraveacutes da evoluccedilatildeo

tecnoloacutegica mas esta eacute frequentemente difiacutecil de manter porque os concorrentes ra-

pidamente a copiam ou aperfeiccediloam desenvolvem novas tecnologias Uma vantagem

sustentada resulta frequentemente mais do que da tecnologia ou de modificaccedilatildeo de

produtos de outros fatores como por exemplo o simbolismo associado ndash o que o

produto significa para os consumidores (imagem de marca) e o que estes experimen-

tam na sua compra e uso Os investigadores em marketing reconhecem que os produ-

tos possuem caracteriacutesticas simboacutelicas e que o consumo de certos produtos pode de-

pender mais do seu significado social do que da sua utilidade funcional

Existe atualmente uma tendecircncia para os consumidores exigirem ldquosignificado

pessoalrdquo aos produtos e serviccedilos Torna-se essencial inovar para responder agraves emo-

ccedilotildees que influenciam as decisotildees dos consumidores Estes estatildeo cada vez menos

impressionados com as novas tecnologias e a optar por produtos que resultam ldquopara

mimrdquo Como consequecircncia palavras como emoccedilatildeo e significado pessoal encon-

tram o seu caminho nas estrateacutegias das empresas sendo importante entender os fato-

res intangiacuteveis associados ao valor percebido do produto e as percepccedilotildees na sua

globalidade positivas ou negativas Novas designaccedilotildees tais como ndash ldquofaacutecil acessiacute-

vel razoaacutevel empoderamento e pessoal ndash refletem mais a pessoa do que o obje-

to Descobrir os sentimentos e as atitudes em relaccedilatildeo aos produtos bem como conhe-

cer as razotildees das preferecircncias dos consumidores tornaram-se importantes elementos

estrateacutegicos22

32 - Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva

Em grande medida a ambiccedilatildeo da estrateacutegia da empresa eacute conseguir uma van-

tagem competitiva sustentaacutevel

22Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

34

A vantagem competitiva analisa a atividade da empresa centrando-se primei-

ramente na sua capacidade de gerar retornos superiores de capital e de vincular a

estrateacutegia de negoacutecio a mercados financeiros e de capital fundamentais por um longo

periacuteodo de tempo No fim de contas eacute a vantagem competitiva da empresa que permi-

te ter bons retornos para os seus acionistas

Sem vantagem competitiva a empresa tem uma razatildeo econoacutemica limitada para

existir ndash a sua vantagem competitiva eacute a sua razatildeo de existecircncia Sem ela a empresa

natildeo iraacute prosperar Criar uma vantagem competitiva sustentaacutevel pode ser a meta mais

importante de qualquer organizaccedilatildeo e pode mesmo ser o atributo mais importante em

que a empresa se focaliza23

33 - Como implementar vantagem competitiva

As vantagens competitivas natildeo assumem uma uacutenica forma e eacute possiacutevel que

uma empresa tenha vaacuterias vantagens competitivas e em diferentes aacutereas Ilustra-se

algumas das aacutereas onde as empresas se podem destacar e garantir o seu sucesso a

longo prazo quota de mercado gestatildeo da marca rede marcas e patentes eficaacutecia de

custos e altos custos de mudanccedila

As empresas com quotas de mercado significativas criam um problema para os

concorrentes o que eacute positivo para aquelas uma vez que os seus produtos satildeo bem

conhecidos e recebidos no mercado No entanto mesmo quando a quota de mercado

eacute consideraacutevel se o sector for atrativo ou seja tiver um potencial de lucro significativo

novos operadores podem aparecer com a consequente reduccedilatildeo da quota de merca-

do

Ter uma marca forte pode garantir o sucesso a longo prazo e tambeacutem permitir

agraves empresas obter lucros pois a sua marca permite-lhes cobrar um preccedilo especial

(premium) Marcas fortes tendem a criar uma vantagem competitiva mais duradoura

O efeito de rede ocorre quando um produto cria uma procura por parte dos

consumidores que depois amplia o produto A empresa pode beneficiar do efeito de

23 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

35

rede pela atraccedilatildeo de mais vendedores Estes por sua vez atraem mais compradores

estabelecendo-se uma quota de mercado dominante (por exemplo eBay)

Este efeito de rede natildeo eacute muito comum mas quando ocorre pode ser extre-

mamente lucrativo As marcas e as patentes podem ser fonte de vantagem competiti-

va para algumas empresas 24

34 - Como criar valor e vantagem competitiva

Uma empresa posiciona-se aproveitando os seus pontos fortes Michael Porter

defendeu que aqueles se inscrevem em dois tipos baacutesicos de vantagem competitiva

vantagem pelos custos ou diferenciaccedilatildeo Estes satildeo identificados como vantagens po-

sicionais uma vez que expressam a posiccedilatildeo da empresa no sector enquanto liacuteder nos

custos ou por diferenciaccedilatildeo

A empresa utiliza os seus recursos e capacidades para gerar uma vantagem

competitiva que por uacuteltimo resulte na criaccedilatildeo de um valor superior

As competecircncias distintivas (competecircncias nucleares) resultam de recursos

especiacuteficos e capacidades da empresa facilitam a inovaccedilatildeo a eficiecircncia a qualidade

e a receptividade dos clientes o que pode ser aproveitado para atingir quer uma es-

trutura de baixo custos quer a diferenciaccedilatildeo do produto

Uma empresa posiciona-se no seu sector atraveacutes da opccedilatildeo por baixos custos

ou diferenciaccedilatildeo Esta decisatildeo eacute uma peccedila central da estrateacutegia competitiva da em-

presa

A vantagem competitiva existe quando a empresa eacute capaz de oferecer os

mesmos benefiacutecios que os concorrentes mas a custos mais baixos (vantagem pelos

custos) ou oferecer benefiacutecios que ultrapassam a concorrecircncia (vantagem por diferen-

ciaccedilatildeo) Portanto uma vantagem competitiva permite agrave empresa criar um valor superi-

or para os seus clientes e lucros para si proacuteprio25

24 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=39ampL=5) data acesso 15072012

25 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

36

CAPITULO III

ASPECTOS DA INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE

1 ndash Inovaccedilatildeo e sustentabilidade

37

Como as empresas podem sair da teoria para a praacutetica e chegar a um no-

vo patamar de competitividade e comprometimento com praacuteticas sustentaacuteveis

Muito se fala em inovaccedilatildeo como o principal caminho para o desenvolvimento

sustentaacutevel das organizaccedilotildees e da humanidade Poreacutem em muitos setores falar sobre

esse assunto eacute ainda um exerciacutecio teoacuterico Em geral o tema eacute associado as aacutereas de

tecnologia ou pesquisa e desenvolvimento mas a inovaccedilatildeo deve acontecer tambeacutem

na lideranccedila nas accedilotildees de marketing no modelo de negoacutecios ou seja na gestatildeo co-

mo um todo

Em pesquisa realizada pela Fundaccedilatildeo Nacional da Qualidade (FNQ) em maio

e 2011 representantes de 63 empresas mostraram que 97 consideram fundamental

que as organizaccedilotildees inovem para buscar a sustentabilidade tanto do negoacutecio quanto

da economia e do planeta Apesar dessa consciecircncia 70 dos participantes do estu-

do acreditam que as empresas estatildeo preocupadas mas natildeo direcionam seus investi-

mentos em inovaccedilotildees com foco no crescimento sustentaacutevel O levantamento mostra

ainda que 27 dos entrevistados apontaram a gestatildeo como a principal preocupaccedilatildeo

das empresas em que trabalham enquanto 22 indicaram a sustentabilidade e 19 a

reduccedilatildeo de custos

De acordo com o superintendente geral da FNQ Jairo Martins ldquoos resultados

da pesquisa mostram que as empresas ainda natildeo perceberam o tamanho do problema

da sustentabilidade considerando o baixo iacutendice de organizaccedilotildees que de fato inves-

tem em inovaccedilatildeo para sustentabilidade Em sua maioria as organizaccedilotildees pensam

apenas no lado econocircmico e natildeo no tripeacute da sustentabilidade que demanda uma em-

presa economicamente soacutelida socialmente correta e ambientalmente responsaacutevel

Enquanto dominar o pensamento pelo vieacutes econocircmico cujo sucesso eacute medido pelo

PIB o atual modelo de desenvolvimento insustentaacutevel natildeo vai mudar e natildeo seratildeo in-

cluiacutedas na pauta das organizaccedilotildees as questotildees socioambientaisrdquo

O professor da Fundaccedilatildeo Getuacutelio Vargas Renato Orsato autor do livro ldquoEstra-

teacutegias de Sustentabilidade quando vale a pena ser verderdquo analisou mais de 30 ca-

sos de empresas que adotaram a inovaccedilatildeo em 20 setores ao redor do mundo Para

ele deve haver uma premissa baacutesica para falar sobre esse assunto fazer perguntas

precisas ldquoIsso porque existem centenas de milhares de formas de incluir inovaccedilatildeo e

sustentabilidade nas empresas As empresas devem conhecer bem o contexto onde

atuam e considerar tanto aspectos tangiacuteveis como intangiacuteveisrdquo afirma

38

Na opiniatildeo do professor enquanto a sustentabilidade eacute apenas um acessoacuterio agrave

estrateacutegia da empresa ela natildeo vale a pena Para inovar as organizaccedilotildees devem

questionar os modelos de negoacutecio e pensar em modelos totalmente novos

Orsato daacute o exemplo da empresa Better Place que inovou na maneira de co-

mercializar energia renovaacutevel para carros eleacutetricos ldquoO grande salto seraacute conseguir

mudanccedilas radicais nos modelos de negoacutecios As fronteiras entre os setores de energia

e mobilidade por exemplo podem mudarrdquo 26

11- Da teoria para a praacutetica

De maneira geral a inovaccedilatildeo faz sucesso em palestras de ldquoespecialistasrdquo e de

executivosrdquo explica o professor Joatildeo Amato Neto da Fundaccedilatildeo Vanzolini e Escola

Politeacutecnica da USP ldquoMas haacute empresas realmente inovadoras seja em seus produtos

em seus processos de produccedilatildeo e ateacute mesmo em seu posicionamento de mercado

Outras satildeo inovadoras na relaccedilatildeo com o mercado num sentido mais amplo Esse eacute

um grupo restrito no Brasil de empresas de excelecircncia As que tecircm excelecircncia em

inovaccedilatildeo para sustentabilidade estatildeo num grupo mais restrito ainda Do ponto de vista

da sobrevivecircncia da empresa nos proacuteximos anos esse eacute um requisito fundamentalrdquo

O professor exemplifica que no varejo haacute grandes redes como o Wall Mart

Carrefour e Patildeo de Accediluacutecar que iniciaram accedilotildees para contratar fornecedores com base

em requisitos de sustentabilidade Essas accedilotildees ainda satildeo restritas a alguns poucos

produtos e incluem por exemplo exigecircncias de embalagens que possam ser recicla-

das Satildeo accedilotildees que visam a reduccedilatildeo do uso de recursos materiais e energia de uma

forma geral (busca de maior eco eficiecircncia nos processos)

Mas como sair da teoria e colocar em praacutetica Veja os principais pontos que

uma empresa interessada em inovaccedilatildeo e sustentabilidade deve trabalhar

bull Investir no espiacuterito criativo dos colaboradores natildeo soacute daqueles que atuam nas aacutereas

de pesquisa e desenvolvimento (PampD) de produtos ou na engenharia do produto mas

num sentido mais amplo oacutetimas ideias podem surgir no chamado chatildeo de faacutebrica

26 Internet (httpwwwhsmcombrbuscarkeys=inovaccedilatildeo e sustentabilidade) data acesso 19072012

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bull Buscar praacuteticas de gestatildeo participativa isso pode gerar ideias que trazem inovaccedilotildees

pequenas incrementais mas que no conjunto fazem muita diferenccedila

bull Usar a educaccedilatildeo para transformar paradigmas e gerar maior conscientizaccedilatildeo Natildeo

se deve pensar apenas em treinamentos que satildeo usados em geral para tarefas es-

peciacuteficas ou aplicaccedilatildeo de teacutecnicas As empresas devem investir na formaccedilatildeo dos re-

cursos humanos

bull Questionar o proacuteprio modelo de negoacutecios

bull Inserir sustentabilidade no planejamento estrateacutegico da empresa

E seraacute que eacute possiacutevel aprender a inovar De acordo com o professor Joatildeo A-

mato a inovaccedilatildeo soacute faz sentido se isso significar uma mudanccedila de mentalidade na

empresa Isso vale para induacutestria ou setor de serviccedilos ldquoNo setor financeiro temos mui-

tos exemplos de como os bancos estatildeo descobrindo novas maneira de incluir a sus-

tentabilidade em suas praacuteticas definindo criteacuterios de praacuteticas socioambientais aos

seus clientes Na realidade alguns dos grandes bancos jaacute colocaram isso no seu plano

estrateacutegicordquo conclui 27

12 ndash Sustentabilidade corporativa

Haacute vaacuterias definiccedilotildees para sustentabilidade e desenvolvimento sustentaacutevel na

literatura e organizaccedilotildees que tratam do tema arrolam outras tantas Isso decorre do

fato de a sustentabilidade ser um conceito relativamente novo possuir um caraacuteter mul-

tidisciplinar e envolver diferentes interpretaccedilotildees que refletem diferenccedilas de valor cir-

cunstacircncias localizadas e contextos especiacuteficos Aleacutem disso o conceito acaba incorpo-

rado a vaacuterios assuntos tais como a definiccedilatildeo de poliacuteticas governamentais a gestatildeo

puacuteblica regional a gestatildeo de empresas e ateacute mesmo o nosso estilo de vida (MA-

27 Internet (httpwwwhsmcombreditoriassustentabilidadeinovacao-e-ustentabilidade-de-

maos-dadas) data acesso 19072012

40

WHINNEY 2002) O foco deste artigo eacute a sustentabilidade corporativa ou seja a apli-

caccedilatildeo do conceito de sustentabilidade nas empresas

Algumas empresas brasileiras vecircm sendo citadas como casos mundiais no

acircmbito de algumas das dimensotildees da sustentabilidade corporativa HART (1997)

menciona a Aracruz Celulose como uma empresa que adota a visatildeo de desenvolvi-

mento sustentaacutevel desde o iniacutecio de suas operaccedilotildees com base no modelo de reflores-

tamento das plantaccedilotildees de eucaliptos PRAHALAD (2004) apresenta o caso da Casas

Bahia como uma empresa que atende a populaccedilatildeo de baixa renda por meio de um

modelo inovador de financiamento (SEABRA LEAL e PASSOS 2005 p10) Relatam

o caso da Natura assinalando que seus principais acionistas satildeo enfaacuteticos ao afirma-

rem que a busca da sustentabilidade eacute mais do que uma estrateacutegia de negoacutecios mdash eacute

uma filosofia de vida Outros estudos acadecircmicos nessa aacuterea tambeacutem envolvem em-

presas nacionais SILVA e KULAY (2005) apresentam um caso de aplicaccedilatildeo da Avali-

accedilatildeo do Ciclo de Vida (LCA mdash Life Cycle Assessment) para analisar os potenciais

impactos ambientais do processo de fabricaccedilatildeo de fertilizantes fosfatados em uma

empresa brasileira COSTA e GOUVINHAS (2004) analisam a adoccedilatildeo das estrateacutegias

de projeto ecoloacutegico (ecodesign) no ambiente de negoacutecios de pequenas e meacutedias em-

presas brasileiras HOPKINS (2002) discute a sustentabilidade nas operaccedilotildees internas

das empresas a partir de uma pesquisa exploratoacuteria sobre a aplicaccedilatildeo de indicadores

de responsabilidade social em quatro grandes empresas no Brasil 28

13 - O conceito de sustentabilidade corporativa

Considera-se sustentabilidade corporativa como a gestatildeo empresarial que bus-

ca equilibrar as necessidades econocircmicas das empresas com a responsabilidade pelo

desenvolvimento da sociedade e preservaccedilatildeo dos recursos naturais visando atender

agraves necessidades atuais e futuras dos elementos afetados pela empresa Esses ele-

mentos mdash que satildeo ou podem ser afetados pelos efeitos das operaccedilotildees accedilotildees e deci-

28 Internet httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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sotildees da empresa mdash incluem os acionistas e funcionaacuterios clientes e consumidores

fornecedores e parceiros os recursos naturais utilizados pela empresa o meio ambi-

ente e a sociedade

A sustentabilidade corporativa estaacute associada a trecircs macro objetivos a geraccedilatildeo

de valor econocircmico a responsabilidade ambiental e a responsabilidade social A gera-

ccedilatildeo de valor econocircmico estaacute relacionada com a obtenccedilatildeo de resultados econocircmicos

positivos no presente e no futuro A responsabilidade ambiental diz respeito agrave conser-

vaccedilatildeo e ao uso sustentaacutevel dos recursos naturais E a responsabilidade social con-

templa a corresponsabilidade das empresas pelo desenvolvimento da sociedade Con-

forme ELKINGTON (1997) esses objetivos satildeo inerentes aos denominados resultados

tridimensionais da sustentabilidade (triple bottom line) As empresas que adotam a

sustentabilidade corporativa devem buscar um equiliacutebrio entre o compromisso econocirc-

mico a preservaccedilatildeo ambiental e o desenvolvimento da sociedade assumindo respon-

sabilidades pelas condiccedilotildees de vida atuais e futuras29

14 - Sustentabilidade e geraccedilatildeo de valor econocircmico

A literatura ressalta a necessidade de que as iniciativas relacionadas agrave susten-

tabilidade tragam retornos positivos para as empresas REINHARDT (1999) considera

que as justificativas para os investimentos ambientais realizados pelas empresas de-

vem ser similares aos demais investimentos Nesse sentido os investimentos em ges-

tatildeo ambiental devem auferir retornos financeiros positivos ou conduzir agrave reduccedilatildeo dos

riscos SENGE e CARSTEDT (2001) satildeo mais enfaacuteticos ao considerar que o desafio

atual reside em desenvolver negoacutecios sustentaacuteveis compatiacuteveis com a realidade eco-

nocircmica Segundo esses autores novos modelos de negoacutecios e produtos inovadores

no acircmbito da sustentabilidade precisam necessariamente acarretar resultados finan-

ceiros satisfatoacuterios para se viabilizarem

Os benefiacutecios decorrentes das accedilotildees de sustentabilidade podem ser tangiacuteveis

ou intangiacuteveis Willard (2002) identifica potenciais benefiacutecios tangiacuteveis como aqueles

associados agrave reduccedilatildeo de custos na manufatura agrave reduccedilatildeo de custos comerciais ao

aumento do faturamento e ao aumento da participaccedilatildeo no mercado Como benefiacutecios

intangiacuteveis considera a maior facilidade na contrataccedilatildeo de talentos a maior retenccedilatildeo

29 Internet httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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dos principais talentos o aumento da produtividade dos funcionaacuterios a reduccedilatildeo dos

riscos e as maiores facilidades de financiamento NEMLI (2004) considera que os be-

nefiacutecios devem ser mensurados ao longo de trecircs dimensotildees reduccedilatildeo de custos e au-

mento da lucratividade aumento da reputaccedilatildeo e criaccedilatildeo de diferenciaccedilatildeo crescimento

da empresa em termos de capacidade de inovaccedilatildeo e uso de tecnologias limpas

A perspectiva de geraccedilatildeo de valor econocircmico estaacute acoplada a uma visatildeo mais holiacutesti-

ca do bom funcionamento da economia Nesse sentido HAWKEN LOVINS e LOVINS

(1999) consideram que o capitalismo natural pode ser o gatilho para a proacutexima revo-

luccedilatildeo industrial em que quatro tipos de capital sustentam o bom funcionamento da

economia o capital humano (pessoas conhecimento e cultura) o capital financeiro

(caixa investimentos e instrumentos monetaacuterios) o capital industrial (infra estrutura

faacutebricas e maacutequinas) e o capital natural (recursos naturais sistemas de vida e ecossis-

tema) Conforme SENGE e CARSTEDT (2001) a geraccedilatildeo de valor econocircmico por

empresas sustentaacuteveis depende de forma ampla da adoccedilatildeo de uma realidade eco-

nocircmica que conecta a induacutestria a sociedade e o meio ambiente Por outro lado mes-

mo na realidade atual a reduccedilatildeo do desperdiacutecio e do fluxo destrutivo dos recursos

pode representar uma importante oportunidade de negoacutecios (LOVINS LOVINS e

HAWKEN 1999) 30

15 - Sustentabilidade e responsabilidade ambiental

Vaacuterios autores assinalam a importacircncia da questatildeo da estrateacutegia ambiental das

empresas no acircmbito da sustentabilidade corporativa HART (1997) considera a polui-

ccedilatildeo a exaustatildeo dos recursos naturais e a pobreza como os principais desafios da sus-

tentabilidade Segundo o autor a estrateacutegia ambiental das empresas em geral evolui

segundo trecircs estaacutegios prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo produtos ambientalmente corretos e

produccedilatildeo limpa Aleacutem disso uma estrateacutegia ambiental integrada natildeo deve direcionar-

se somente para o desenvolvimento de competecircncias internas mas tambeacutem conside-

rar o relacionamento com os clientes fornecedores outras empresas agentes gover-

30 Internet

(httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext)

data de acesso 2107201230

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namentais e acionistas Da mesma forma BARBIERI (2004) cita trecircs abordagens para

a gestatildeo ambiental empresarial controle da poluiccedilatildeo prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo e abor-

dagem estrateacutegica A prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo incorpora duas preocupaccedilotildees ambientais

principais o uso sustentaacutevel dos recursos e o controle da poluiccedilatildeo Os instrumentos

tradicionais para o uso sustentaacutevel dos recursos satildeo referenciados pelo autor como

4Rs reduccedilatildeo da poluiccedilatildeo na fonte reutilizaccedilatildeo reciclagem e recuperaccedilatildeo energeacutetica

HOFFMAN (2000) sugere que a estrateacutegia ambiental determine o alinhamento

entre a proteccedilatildeo ambiental e o crescimento econocircmico da empresa O desenvolvimen-

to da estrateacutegia ambiental deve analisar os concorrentes os parceiros os produtos as

mateacuterias-primas as perdas e os resiacuteduos da empresa O autor considera que a estra-

teacutegia ambiental pode ser direcionada por quatro fatores o mercado (composto pelos

consumidores associaccedilotildees concorrentes e consultores) os provedores de recursos

(clientes seguradoras fornecedores bancos e investidores) os elementos coercivos

(regulamentos locais legislaccedilatildeo internacional) e os elementos sociais (instituiccedilotildees

religiosas organizaccedilotildees natildeo-governamentais comunidade mundo acadecircmico im-

prensa e poder judiciaacuterio) 31

16 - Sustentabilidade e responsabilidade social

Os defensores da responsabilidade social argumentam que as empresas de-

vem assumir um compromisso com o desenvolvimento da sociedade As empresas

devem executar accedilotildees para fomentar o desenvolvimento social a inclusatildeo social e

contribuir para a melhoria das condiccedilotildees de vida da populaccedilatildeo mais necessitada Al-

guns autores consideram que essas atividades natildeo satildeo puramente filantroacutepicas uma

vez que as empresas podem auferir benefiacutecios de negoacutecios em funccedilatildeo delas Outros

sugerem ainda que a responsabilidade social esteja associada agrave proacutepria estrateacutegia

empresarial por exemplo SEABRA LEAL e PASSOS (2005) assinalam que os prin-

31 ) Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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cipais acionistas da Natura consideram que a responsabilidade social estaacute intimamen-

te ligada agrave estrateacutegia de negoacutecios da empresa

PRAHALAD e HAMMOND (2002) observam que aproximadamente 65 da

populaccedilatildeo mundial mdash cerca de quatro bilhotildees de pessoas mdash ganham menos do que

2000 USDano Esse eacute um mercado praticamente inexplorado pelas empresas multi-

nacionais Segundo os autores as empresas que desejam entrar nesse mercado de-

vem repensar seus modelos de negoacutecios praacuteticas gerenciais e indicadores de desem-

penho Eacute um mercado de novas fontes de receita que exige melhoria na eficiecircncia

operacional e fomento da inovaccedilatildeo A atuaccedilatildeo bem-sucedida para atender agrave denomi-

nada populaccedilatildeo na base da piracircmide pode trazer resultados econocircmicos positivos agraves

empresas e simultaneamente contribuir para a melhoria das condiccedilotildees de vida das

pessoas economicamente menos favorecidas

PORTER e KRAMER (2002) consideram que eacute possiacutevel agraves empresas obterem

a convergecircncia de interesses entre as atividades filantroacutepicas e os objetivos de negoacute-

cios A filantropia pode oferecer oportunidades para as empresas melhorarem seu

contexto competitivo considerando que as atividades filantroacutepicas podem potencial-

mente atuar sobre quatro elementos inter-relacionados da competitividade empresari-

al na disponibilidade dos insumos de produccedilatildeo nas condiccedilotildees de demanda nas con-

diccedilotildees de competiccedilatildeo e rivalidade e na presenccedila das induacutestrias de insumos e suporte

Nesse sentido a filantropia deveria ser considerada uma abordagem claramente estra-

teacutegica pelas empresas WADDOCK e SMITH (2000) adotam um raciociacutenio similar

afirmando que a responsabilidade social e o desempenho corporativo financeiro an-

dam juntos e natildeo como trade-offs

HALL et al (2005) constatam que algumas empresas podem ser socialmente

vulneraacuteveis Segundo esses autores a vulnerabilidade social eacute atribuiacuteda agraves empresas

que apresentam grande importacircncia estrateacutegica para o desenvolvimento econocircmico e

social dos paiacuteses onde operam Eles citam empresas cujo papel extrapola a criaccedilatildeo de

valor aos acionistas sendo consideradas como orgulhos nacionais para seus paiacuteses

Satildeo citadas como exemplos a Siemens na Alemanha a Toyota no Japatildeo a Embraer

no Brasil e a Bombardier no Canadaacute Aleacutem da questatildeo econocircmica essas empresas

desempenham importante papel social em seus respectivos paiacuteses Outras empresas

45

brasileiras tambeacutem poderiam ser citadas como a Petrobras a Companhia Vale do Rio

Doce o Bradesco entre outras 32

2 - Gestatildeo da inovaccedilatildeo para a sustentabilidade

A busca da inovaccedilatildeo e a gestatildeo da inovaccedilatildeo em geral satildeo mediadas por as-

pectos essencialmente econocircmicos e estrateacutegicos Entretanto na medida em que ou-

tras restriccedilotildees compotildeem o ambiente de atuaccedilatildeo das empresas outros fatores podem

impulsionar a inovaccedilatildeo Isso tambeacutem eacute vaacutelido ao se considerarem aspectos de susten-

tabilidade como condicionantes da inovaccedilatildeo

HART e CHRISTENSEN (2002) sugerem que as inovaccedilotildees radicais podem

pavimentar o caminho para as empresas combinarem um crescimento sustentaacutevel

com responsabilidade social HART e MILTEIN (1999) consideram que os desafios

impostos pela sustentabilidade global podem atuar como catalisadores para um novo

estaacutegio de destruiccedilatildeo criativa das empresas Eles associam a preocupaccedilatildeo ecoloacutegica

com melhorias contiacutenuas e a sustentabilidade global com melhorias radicais Nesse

sentido argumentam que a sustentabilidade pode criar oportunidades sem preceden-

tes agraves empresas O raciociacutenio de SENGE e CARSTEDT (2001) eacute similar Esses auto-

res consideram que o foco restrito na eficiecircncia ecoloacutegica pode distrair as empresas da

busca de produtos e modelos de negoacutecios radicalmente diferentes dos atuais Eacute a sus-

tentabilidade global que iraacute motivar as empresas a procurarem novos modelos men-

tais a enfatizarem a aprendizagem e atentarem para a gestatildeo de mudanccedilas

PORTER e VAN DER LINDE (1995) consideram que as regulamentaccedilotildees am-

bientais impotildeem pressotildees competitivas nas empresas motivando-as a inovar VOL-

LENBROEK (2002) propotildee um processo que direciona a inovaccedilatildeo para o desenvolvi-

mento da sustentabilidade denominado gestatildeo da transiccedilatildeo Ele considera que a ino-

vaccedilatildeo natildeo gera automaticamente o progresso da sociedade pois precisa ser condi-

cionada para tanto Os esforccedilos para o desenvolvimento sustentaacutevel precisam ser di-

recionados pela sociedade e esta participa das decisotildees visando obter um balancea-

mento adequado entre os objetivos econocircmicos ecoloacutegicos e sociais A inovaccedilatildeo seraacute

decorrecircncia

32 Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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HALL e VREDENBURG (2003) afirmam que os gestores tecircm dificuldades para

lidar com as pressotildees do desenvolvimento sustentaacutevel Eles consideram que as estra-

teacutegias de inovaccedilatildeo das empresas geralmente satildeo inadequadas para acomodar as

complexidades e incertezas inerentes agraves novas demandas impostas pelo desenvolvi-

mento sustentaacutevel Dessa forma sugerem que a estrateacutegia empresarial integre tam-

beacutem os objetivos da inovaccedilatildeo e do desenvolvimento sustentaacutevel Em contraponto agrave

abordagem tradicional da inovaccedilatildeo ditada pelo mercado propotildeem que as empresas

adotem a inovaccedilatildeo para o desenvolvimento sustentaacutevel que incorpora as restriccedilotildees

sociais e as pressotildees ambientais bem como contempla as necessidades das futuras

geraccedilotildees Como seraacute visto no texto que segue a inovaccedilatildeo foi tambeacutem um ingrediente

essencial para o desenvolvimento e o sucesso do projeto estudado na presente pes-

quisa33

CONCLUSAtildeO

O objetivo desse estudo foi verificar e compreender o conceito de inovaccedilatildeo e a

sua aplicabilidade nas organizaccedilotildees assim como a vantagem competitiva no modelo

de negoacutecio por meio da co-criaccedilatildeo de valor

33 Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data acesso 21072012

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Inovaccedilatildeo e criatividade satildeo essenciais para o continuo desenvolvimento e competi-

tividade de uma naccedilatildeo

Coisas boas acontecem quando o pensamento inovador comeccedila ele poderaacute

ajudar a criar novos produtos melhoria nos processos novas tecnologias tornando

a empresa mais competitiva Tomando conhecimento da grande variedade de produ-

tos e serviccedilos oferecidos pelas organizaccedilotildees pode se observar que nem sempre se

chega ao resultado em melhores experiecircncias de consumo nesse cenaacuterio certas em-

presas adotam a co-criaccedilatildeo de valor ndash participaccedilatildeo do cliente no processo produtivo ndash

para inovar no modelo de negoacutecio agregando valor a sua oferta buscando assim se

diferenciar das demais empresas Apesar da inovaccedilatildeo indicar um caminho seguro

para obter vantagem competitiva sustentaacutevel e defender posiccedilotildees estrateacutegicas no

mercado o seu sucesso natildeo eacute garantido necessitando que os gestores conheccedilam e

compreendam a dinacircmica dos processos da gestatildeo da inovaccedilatildeo dentro de suas orga-

nizaccedilotildees e realidades especiacuteficas

O modelo de organizaccedilatildeo inovadora sustentaacutevel eacute uma resposta agraves pressotildees

institucionais por uma organizaccedilatildeo que seja capaz de inovar com eficiecircncia em termos

econocircmicos mas com responsabilidade social e ambiental Esse tipo de organizaccedilatildeo

busca vantagem competitiva desenvolvendo produtos serviccedilos processos e negoacutecios

novos ou modificados com base nas dimensotildees social ambiental e econocircmica Ela

reuacutene duas caracteriacutesticas essenciais eacute inovadora e orientada para a sustentabilidade

Tendo em vista o fenocircmeno do isomorfismo institucional (concentraccedilatildeo de for-

mas organizacionais nos diversos setores produtivos) o modelo das organizaccedilotildees

inovadoras sustentaacuteveis vem ganhando rapidamente cada vez mais espaccedilo nas em-

presas liacutederes Esses fatos permitem dizer que o movimento do desenvolvimento sus-

tentaacutevel eacute um dos movimentos mais importantes do nosso tempo e a julgar pela vita-

lidade dos fatores institucionais presentes em praticamente todo o mundo pode-se

inferir que ele continuaraacute se propagando por muitas deacutecadas

Desse modo o aprimoramento dos modelos de organizaccedilatildeo sustentaacuteveis as

diversas formas da sua institucionalizaccedilatildeo em acircmbito global o desenvolvimento de

tecnologias sustentaacuteveis a gestatildeo de inovaccedilotildees para o desenvolvimento sustentaacutevel

seratildeo temas cada vez mais importantes nos estudos futuros Como o sistema opera-

cional produtivo e as inovaccedilotildees de produto e de processo ao atender as trecircs dimen-

sotildees da sustentabilidade devem gerar ganhos para o meio ambiente em termos de

reduccedilatildeo no uso de recursos e de emissotildees de poluentes o aumento da produccedilatildeo pelo

incitamento agrave demanda por novos produtos pode neutralizar ou ateacute superar esses ga-

nhos Levar em conta essa possibilidade dando-lhe um tratamento adequado eacute um dos

48

maiores desafios para o alinhamento das empresas ao modelo de organizaccedilatildeo inova-

dora sustentaacutevel

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Elsevier 2004

  • AGRADECIMENTOS
  • CAPIacuteTULO III- Aspectos da inovaccedilatildeo e sustentabilidade37
  • Inovaccedilatildeo e sustentabilidade37
  • 32 - Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva
  • 33 - Como implementar vantagem competitiva
  • 34 - Como criar valor e vantagem competitiva
Page 31: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · duzir os processos de inovação dentro da organização. 6 ... CAPÍTULO I - Estrutura da criação de valor e inovação.....11

31

dos indiviacuteduos e para as atitudes de cada um em relaccedilatildeo ao aprendizado mas tam-

beacutem para a competecircncia das equipes e para a capacidade dessas forccedilas-tarefas de se

reconfigurar continuamente em funccedilatildeo dos objetivos arregimentando os melhores

talentos em todo o mundo Por exemplo a identificaccedilatildeo dos comportamentos e das

necessidades de determinada pessoa numa base de milhotildees de clientes ndash como a

Amazoncom na ING Insurance e no programa de diabetes da ICICI ndash exige capaci-

dades analiacutetica Argumentaremos que os mesmos requisitos tambeacutem satildeo indispensaacute-

veis na base de talentos A empresa deve tratar seus empregados e fornecedores

como indiviacuteduos iacutempares (ou como conjunto de indiviacuteduos sem igual) da mesma ma-

neira como lida com os clientes A configuraccedilatildeo dinacircmica de recursos para atender agraves

necessidades de tarefas especiacuteficas converte-se em fonte de vantagem competitiva

A essecircncia da mensagem eacute que para a transformaccedilatildeo ser eficaz os gestores devem

concentrar o foco na mobilizaccedilatildeo raacutepida de talentos dentro e fora da empresa (PRA-

HALAD e KRISHNAN 2008 p177)

3 ndash Cadeia de valor e vantagem competitiva

Segundo Novaes (2001 p184) o conceito de cadeia de valor foi desenvolvido

por Porter O conceito eacute de muita simplicidade e por isso talvez mostre-se tatildeo impor-

tante no contexto econocircmico-social em que se inserem as empresas com a crescente

globalizaccedilatildeo dos negoacutecios e mercados

Para (PORTER 1989 p33) toda empresa eacute uma reuniatildeo de atividades que

satildeo executadas para projetar produzir comercializar entregar e sustentar seu produ-

to Todas estas atividades podem ser representadas fazendo-se uso de uma cadeia

de valores Essa exposiccedilatildeo do autor indica em primeira matildeo apenas4 a ideia de ava-

liar a cadeia interna da empresa a qual eacute formada pelas atividades operacionais e

organizacionais jaacute citadas

A ideia baacutesica que subsidia esse conceito natildeo eacute de autoria de Porter mas haacute

muito tempo jaacute estava sendo analisada Fala-se aqui dos conceitos da Teoria Geral de

Sistemas que tem como precursor o Prof Ludwig von Bertalanffy e seus trabalhos

teoria essa que apresenta a empresa como um sistema inserido esse uacuteltimo em um

ambiente ou macro sistema Assim deve-se ter em mente uma visatildeo sistecircmica en-

xergar mais do que as aacutereas ou atividades isoladamente mais do que os limites da

empresa (Cadeia de Valor Interna) A empresa faz parte de um todo maior (um siste-

32

ma amplo) e esse eacute que deve ser otimizado para gerar maior valor para o cliente e

consequentemente maior lucratividade na cadeia (Cadeia de Valor Externa)

Nas palavras de Porter (1989 p33) ldquoa cadeia de valores desagrega uma em-

presa nas suas atividades de relevacircncia estrateacutegica para que se possa compreender o

comportamento dos custos e as fontes existentes e potenciais de diferenciaccedilatildeordquo Uma

empresa ganha vantagem competitiva se conseguir desempenhar essas atividades

estrateacutegicas de uma maneira melhor e mais barata que a concorrecircncia

Pode-se entatildeo caminhar para um avanccedilo em definiccedilatildeo ao verificarmos a pro-

posiccedilatildeo de (SHANK amp GOVINDARAJAN 1993 p13) de que ldquoa cadeia de valor para

qualquer empresa em qualquer negoacutecio eacute o conjunto interligado de todas as ativida-

des que criam valor desde uma fonte baacutesica de mateacuterias primas passando por forne-

cedores de componentes ateacute a entrega do produto final agraves matildeos do consumidorrdquo

O mundo em que se vive atravessa em periacuteodo de transformaccedilatildeo sequer ima-

ginado Nele nada eacute definitivo Fica-se perplexo quando natildeo se consegue acompanhar

a velocidade da evoluccedilatildeo dos acontecimentos sente-se perdido principalmente nos

assuntos relacionados agrave dinacircmica do desenvolvimento tecnoloacutegico

Dessa forma com uma visatildeo focada no clienteconsumidor pode-se considerar

que a cadeia de valor eacute uma sequecircncia de atividades desde a origem de recursos ateacute

o descarte final de determinado produto Portanto tem-se uma visatildeo bastante abran-

gente do conceito que pode considerar desde a fase da extraccedilatildeo de mateacuteria-prima ateacute

o tratamento final que eacute dado ao produto por exemplo num enfoque de ciclo de vida

do produto21

31 - O que significa uma vantagem competitiva

O sucesso de uma empresa eacute em larga medida determinado pela atratividade

do sector em que opera mas a sua posiccedilatildeo dentro desse sector tambeacutem eacute importante

21 (httpwwwccontabeiscombrconvt14pdf) data acesso 15072012

33

Apesar de um sector poder ter uma fraca eficaacutecia uma empresa que estaacute bem posi-

cionada pode ainda assim criar lucros significativos

Diz-se que uma empresa tem uma vantagem competitiva sobre os seus con-

correntes quando manteacutem retornos que superam a meacutedia no seu sector Esta vanta-

gem decorre das caracteriacutesticas do produto que o torna superior aos produtos da con-

correcircncia

Nalgumas situaccedilotildees pode obter-se uma vantagem competitiva atraveacutes da evoluccedilatildeo

tecnoloacutegica mas esta eacute frequentemente difiacutecil de manter porque os concorrentes ra-

pidamente a copiam ou aperfeiccediloam desenvolvem novas tecnologias Uma vantagem

sustentada resulta frequentemente mais do que da tecnologia ou de modificaccedilatildeo de

produtos de outros fatores como por exemplo o simbolismo associado ndash o que o

produto significa para os consumidores (imagem de marca) e o que estes experimen-

tam na sua compra e uso Os investigadores em marketing reconhecem que os produ-

tos possuem caracteriacutesticas simboacutelicas e que o consumo de certos produtos pode de-

pender mais do seu significado social do que da sua utilidade funcional

Existe atualmente uma tendecircncia para os consumidores exigirem ldquosignificado

pessoalrdquo aos produtos e serviccedilos Torna-se essencial inovar para responder agraves emo-

ccedilotildees que influenciam as decisotildees dos consumidores Estes estatildeo cada vez menos

impressionados com as novas tecnologias e a optar por produtos que resultam ldquopara

mimrdquo Como consequecircncia palavras como emoccedilatildeo e significado pessoal encon-

tram o seu caminho nas estrateacutegias das empresas sendo importante entender os fato-

res intangiacuteveis associados ao valor percebido do produto e as percepccedilotildees na sua

globalidade positivas ou negativas Novas designaccedilotildees tais como ndash ldquofaacutecil acessiacute-

vel razoaacutevel empoderamento e pessoal ndash refletem mais a pessoa do que o obje-

to Descobrir os sentimentos e as atitudes em relaccedilatildeo aos produtos bem como conhe-

cer as razotildees das preferecircncias dos consumidores tornaram-se importantes elementos

estrateacutegicos22

32 - Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva

Em grande medida a ambiccedilatildeo da estrateacutegia da empresa eacute conseguir uma van-

tagem competitiva sustentaacutevel

22Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

34

A vantagem competitiva analisa a atividade da empresa centrando-se primei-

ramente na sua capacidade de gerar retornos superiores de capital e de vincular a

estrateacutegia de negoacutecio a mercados financeiros e de capital fundamentais por um longo

periacuteodo de tempo No fim de contas eacute a vantagem competitiva da empresa que permi-

te ter bons retornos para os seus acionistas

Sem vantagem competitiva a empresa tem uma razatildeo econoacutemica limitada para

existir ndash a sua vantagem competitiva eacute a sua razatildeo de existecircncia Sem ela a empresa

natildeo iraacute prosperar Criar uma vantagem competitiva sustentaacutevel pode ser a meta mais

importante de qualquer organizaccedilatildeo e pode mesmo ser o atributo mais importante em

que a empresa se focaliza23

33 - Como implementar vantagem competitiva

As vantagens competitivas natildeo assumem uma uacutenica forma e eacute possiacutevel que

uma empresa tenha vaacuterias vantagens competitivas e em diferentes aacutereas Ilustra-se

algumas das aacutereas onde as empresas se podem destacar e garantir o seu sucesso a

longo prazo quota de mercado gestatildeo da marca rede marcas e patentes eficaacutecia de

custos e altos custos de mudanccedila

As empresas com quotas de mercado significativas criam um problema para os

concorrentes o que eacute positivo para aquelas uma vez que os seus produtos satildeo bem

conhecidos e recebidos no mercado No entanto mesmo quando a quota de mercado

eacute consideraacutevel se o sector for atrativo ou seja tiver um potencial de lucro significativo

novos operadores podem aparecer com a consequente reduccedilatildeo da quota de merca-

do

Ter uma marca forte pode garantir o sucesso a longo prazo e tambeacutem permitir

agraves empresas obter lucros pois a sua marca permite-lhes cobrar um preccedilo especial

(premium) Marcas fortes tendem a criar uma vantagem competitiva mais duradoura

O efeito de rede ocorre quando um produto cria uma procura por parte dos

consumidores que depois amplia o produto A empresa pode beneficiar do efeito de

23 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

35

rede pela atraccedilatildeo de mais vendedores Estes por sua vez atraem mais compradores

estabelecendo-se uma quota de mercado dominante (por exemplo eBay)

Este efeito de rede natildeo eacute muito comum mas quando ocorre pode ser extre-

mamente lucrativo As marcas e as patentes podem ser fonte de vantagem competiti-

va para algumas empresas 24

34 - Como criar valor e vantagem competitiva

Uma empresa posiciona-se aproveitando os seus pontos fortes Michael Porter

defendeu que aqueles se inscrevem em dois tipos baacutesicos de vantagem competitiva

vantagem pelos custos ou diferenciaccedilatildeo Estes satildeo identificados como vantagens po-

sicionais uma vez que expressam a posiccedilatildeo da empresa no sector enquanto liacuteder nos

custos ou por diferenciaccedilatildeo

A empresa utiliza os seus recursos e capacidades para gerar uma vantagem

competitiva que por uacuteltimo resulte na criaccedilatildeo de um valor superior

As competecircncias distintivas (competecircncias nucleares) resultam de recursos

especiacuteficos e capacidades da empresa facilitam a inovaccedilatildeo a eficiecircncia a qualidade

e a receptividade dos clientes o que pode ser aproveitado para atingir quer uma es-

trutura de baixo custos quer a diferenciaccedilatildeo do produto

Uma empresa posiciona-se no seu sector atraveacutes da opccedilatildeo por baixos custos

ou diferenciaccedilatildeo Esta decisatildeo eacute uma peccedila central da estrateacutegia competitiva da em-

presa

A vantagem competitiva existe quando a empresa eacute capaz de oferecer os

mesmos benefiacutecios que os concorrentes mas a custos mais baixos (vantagem pelos

custos) ou oferecer benefiacutecios que ultrapassam a concorrecircncia (vantagem por diferen-

ciaccedilatildeo) Portanto uma vantagem competitiva permite agrave empresa criar um valor superi-

or para os seus clientes e lucros para si proacuteprio25

24 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=39ampL=5) data acesso 15072012

25 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

36

CAPITULO III

ASPECTOS DA INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE

1 ndash Inovaccedilatildeo e sustentabilidade

37

Como as empresas podem sair da teoria para a praacutetica e chegar a um no-

vo patamar de competitividade e comprometimento com praacuteticas sustentaacuteveis

Muito se fala em inovaccedilatildeo como o principal caminho para o desenvolvimento

sustentaacutevel das organizaccedilotildees e da humanidade Poreacutem em muitos setores falar sobre

esse assunto eacute ainda um exerciacutecio teoacuterico Em geral o tema eacute associado as aacutereas de

tecnologia ou pesquisa e desenvolvimento mas a inovaccedilatildeo deve acontecer tambeacutem

na lideranccedila nas accedilotildees de marketing no modelo de negoacutecios ou seja na gestatildeo co-

mo um todo

Em pesquisa realizada pela Fundaccedilatildeo Nacional da Qualidade (FNQ) em maio

e 2011 representantes de 63 empresas mostraram que 97 consideram fundamental

que as organizaccedilotildees inovem para buscar a sustentabilidade tanto do negoacutecio quanto

da economia e do planeta Apesar dessa consciecircncia 70 dos participantes do estu-

do acreditam que as empresas estatildeo preocupadas mas natildeo direcionam seus investi-

mentos em inovaccedilotildees com foco no crescimento sustentaacutevel O levantamento mostra

ainda que 27 dos entrevistados apontaram a gestatildeo como a principal preocupaccedilatildeo

das empresas em que trabalham enquanto 22 indicaram a sustentabilidade e 19 a

reduccedilatildeo de custos

De acordo com o superintendente geral da FNQ Jairo Martins ldquoos resultados

da pesquisa mostram que as empresas ainda natildeo perceberam o tamanho do problema

da sustentabilidade considerando o baixo iacutendice de organizaccedilotildees que de fato inves-

tem em inovaccedilatildeo para sustentabilidade Em sua maioria as organizaccedilotildees pensam

apenas no lado econocircmico e natildeo no tripeacute da sustentabilidade que demanda uma em-

presa economicamente soacutelida socialmente correta e ambientalmente responsaacutevel

Enquanto dominar o pensamento pelo vieacutes econocircmico cujo sucesso eacute medido pelo

PIB o atual modelo de desenvolvimento insustentaacutevel natildeo vai mudar e natildeo seratildeo in-

cluiacutedas na pauta das organizaccedilotildees as questotildees socioambientaisrdquo

O professor da Fundaccedilatildeo Getuacutelio Vargas Renato Orsato autor do livro ldquoEstra-

teacutegias de Sustentabilidade quando vale a pena ser verderdquo analisou mais de 30 ca-

sos de empresas que adotaram a inovaccedilatildeo em 20 setores ao redor do mundo Para

ele deve haver uma premissa baacutesica para falar sobre esse assunto fazer perguntas

precisas ldquoIsso porque existem centenas de milhares de formas de incluir inovaccedilatildeo e

sustentabilidade nas empresas As empresas devem conhecer bem o contexto onde

atuam e considerar tanto aspectos tangiacuteveis como intangiacuteveisrdquo afirma

38

Na opiniatildeo do professor enquanto a sustentabilidade eacute apenas um acessoacuterio agrave

estrateacutegia da empresa ela natildeo vale a pena Para inovar as organizaccedilotildees devem

questionar os modelos de negoacutecio e pensar em modelos totalmente novos

Orsato daacute o exemplo da empresa Better Place que inovou na maneira de co-

mercializar energia renovaacutevel para carros eleacutetricos ldquoO grande salto seraacute conseguir

mudanccedilas radicais nos modelos de negoacutecios As fronteiras entre os setores de energia

e mobilidade por exemplo podem mudarrdquo 26

11- Da teoria para a praacutetica

De maneira geral a inovaccedilatildeo faz sucesso em palestras de ldquoespecialistasrdquo e de

executivosrdquo explica o professor Joatildeo Amato Neto da Fundaccedilatildeo Vanzolini e Escola

Politeacutecnica da USP ldquoMas haacute empresas realmente inovadoras seja em seus produtos

em seus processos de produccedilatildeo e ateacute mesmo em seu posicionamento de mercado

Outras satildeo inovadoras na relaccedilatildeo com o mercado num sentido mais amplo Esse eacute

um grupo restrito no Brasil de empresas de excelecircncia As que tecircm excelecircncia em

inovaccedilatildeo para sustentabilidade estatildeo num grupo mais restrito ainda Do ponto de vista

da sobrevivecircncia da empresa nos proacuteximos anos esse eacute um requisito fundamentalrdquo

O professor exemplifica que no varejo haacute grandes redes como o Wall Mart

Carrefour e Patildeo de Accediluacutecar que iniciaram accedilotildees para contratar fornecedores com base

em requisitos de sustentabilidade Essas accedilotildees ainda satildeo restritas a alguns poucos

produtos e incluem por exemplo exigecircncias de embalagens que possam ser recicla-

das Satildeo accedilotildees que visam a reduccedilatildeo do uso de recursos materiais e energia de uma

forma geral (busca de maior eco eficiecircncia nos processos)

Mas como sair da teoria e colocar em praacutetica Veja os principais pontos que

uma empresa interessada em inovaccedilatildeo e sustentabilidade deve trabalhar

bull Investir no espiacuterito criativo dos colaboradores natildeo soacute daqueles que atuam nas aacutereas

de pesquisa e desenvolvimento (PampD) de produtos ou na engenharia do produto mas

num sentido mais amplo oacutetimas ideias podem surgir no chamado chatildeo de faacutebrica

26 Internet (httpwwwhsmcombrbuscarkeys=inovaccedilatildeo e sustentabilidade) data acesso 19072012

39

bull Buscar praacuteticas de gestatildeo participativa isso pode gerar ideias que trazem inovaccedilotildees

pequenas incrementais mas que no conjunto fazem muita diferenccedila

bull Usar a educaccedilatildeo para transformar paradigmas e gerar maior conscientizaccedilatildeo Natildeo

se deve pensar apenas em treinamentos que satildeo usados em geral para tarefas es-

peciacuteficas ou aplicaccedilatildeo de teacutecnicas As empresas devem investir na formaccedilatildeo dos re-

cursos humanos

bull Questionar o proacuteprio modelo de negoacutecios

bull Inserir sustentabilidade no planejamento estrateacutegico da empresa

E seraacute que eacute possiacutevel aprender a inovar De acordo com o professor Joatildeo A-

mato a inovaccedilatildeo soacute faz sentido se isso significar uma mudanccedila de mentalidade na

empresa Isso vale para induacutestria ou setor de serviccedilos ldquoNo setor financeiro temos mui-

tos exemplos de como os bancos estatildeo descobrindo novas maneira de incluir a sus-

tentabilidade em suas praacuteticas definindo criteacuterios de praacuteticas socioambientais aos

seus clientes Na realidade alguns dos grandes bancos jaacute colocaram isso no seu plano

estrateacutegicordquo conclui 27

12 ndash Sustentabilidade corporativa

Haacute vaacuterias definiccedilotildees para sustentabilidade e desenvolvimento sustentaacutevel na

literatura e organizaccedilotildees que tratam do tema arrolam outras tantas Isso decorre do

fato de a sustentabilidade ser um conceito relativamente novo possuir um caraacuteter mul-

tidisciplinar e envolver diferentes interpretaccedilotildees que refletem diferenccedilas de valor cir-

cunstacircncias localizadas e contextos especiacuteficos Aleacutem disso o conceito acaba incorpo-

rado a vaacuterios assuntos tais como a definiccedilatildeo de poliacuteticas governamentais a gestatildeo

puacuteblica regional a gestatildeo de empresas e ateacute mesmo o nosso estilo de vida (MA-

27 Internet (httpwwwhsmcombreditoriassustentabilidadeinovacao-e-ustentabilidade-de-

maos-dadas) data acesso 19072012

40

WHINNEY 2002) O foco deste artigo eacute a sustentabilidade corporativa ou seja a apli-

caccedilatildeo do conceito de sustentabilidade nas empresas

Algumas empresas brasileiras vecircm sendo citadas como casos mundiais no

acircmbito de algumas das dimensotildees da sustentabilidade corporativa HART (1997)

menciona a Aracruz Celulose como uma empresa que adota a visatildeo de desenvolvi-

mento sustentaacutevel desde o iniacutecio de suas operaccedilotildees com base no modelo de reflores-

tamento das plantaccedilotildees de eucaliptos PRAHALAD (2004) apresenta o caso da Casas

Bahia como uma empresa que atende a populaccedilatildeo de baixa renda por meio de um

modelo inovador de financiamento (SEABRA LEAL e PASSOS 2005 p10) Relatam

o caso da Natura assinalando que seus principais acionistas satildeo enfaacuteticos ao afirma-

rem que a busca da sustentabilidade eacute mais do que uma estrateacutegia de negoacutecios mdash eacute

uma filosofia de vida Outros estudos acadecircmicos nessa aacuterea tambeacutem envolvem em-

presas nacionais SILVA e KULAY (2005) apresentam um caso de aplicaccedilatildeo da Avali-

accedilatildeo do Ciclo de Vida (LCA mdash Life Cycle Assessment) para analisar os potenciais

impactos ambientais do processo de fabricaccedilatildeo de fertilizantes fosfatados em uma

empresa brasileira COSTA e GOUVINHAS (2004) analisam a adoccedilatildeo das estrateacutegias

de projeto ecoloacutegico (ecodesign) no ambiente de negoacutecios de pequenas e meacutedias em-

presas brasileiras HOPKINS (2002) discute a sustentabilidade nas operaccedilotildees internas

das empresas a partir de uma pesquisa exploratoacuteria sobre a aplicaccedilatildeo de indicadores

de responsabilidade social em quatro grandes empresas no Brasil 28

13 - O conceito de sustentabilidade corporativa

Considera-se sustentabilidade corporativa como a gestatildeo empresarial que bus-

ca equilibrar as necessidades econocircmicas das empresas com a responsabilidade pelo

desenvolvimento da sociedade e preservaccedilatildeo dos recursos naturais visando atender

agraves necessidades atuais e futuras dos elementos afetados pela empresa Esses ele-

mentos mdash que satildeo ou podem ser afetados pelos efeitos das operaccedilotildees accedilotildees e deci-

28 Internet httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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sotildees da empresa mdash incluem os acionistas e funcionaacuterios clientes e consumidores

fornecedores e parceiros os recursos naturais utilizados pela empresa o meio ambi-

ente e a sociedade

A sustentabilidade corporativa estaacute associada a trecircs macro objetivos a geraccedilatildeo

de valor econocircmico a responsabilidade ambiental e a responsabilidade social A gera-

ccedilatildeo de valor econocircmico estaacute relacionada com a obtenccedilatildeo de resultados econocircmicos

positivos no presente e no futuro A responsabilidade ambiental diz respeito agrave conser-

vaccedilatildeo e ao uso sustentaacutevel dos recursos naturais E a responsabilidade social con-

templa a corresponsabilidade das empresas pelo desenvolvimento da sociedade Con-

forme ELKINGTON (1997) esses objetivos satildeo inerentes aos denominados resultados

tridimensionais da sustentabilidade (triple bottom line) As empresas que adotam a

sustentabilidade corporativa devem buscar um equiliacutebrio entre o compromisso econocirc-

mico a preservaccedilatildeo ambiental e o desenvolvimento da sociedade assumindo respon-

sabilidades pelas condiccedilotildees de vida atuais e futuras29

14 - Sustentabilidade e geraccedilatildeo de valor econocircmico

A literatura ressalta a necessidade de que as iniciativas relacionadas agrave susten-

tabilidade tragam retornos positivos para as empresas REINHARDT (1999) considera

que as justificativas para os investimentos ambientais realizados pelas empresas de-

vem ser similares aos demais investimentos Nesse sentido os investimentos em ges-

tatildeo ambiental devem auferir retornos financeiros positivos ou conduzir agrave reduccedilatildeo dos

riscos SENGE e CARSTEDT (2001) satildeo mais enfaacuteticos ao considerar que o desafio

atual reside em desenvolver negoacutecios sustentaacuteveis compatiacuteveis com a realidade eco-

nocircmica Segundo esses autores novos modelos de negoacutecios e produtos inovadores

no acircmbito da sustentabilidade precisam necessariamente acarretar resultados finan-

ceiros satisfatoacuterios para se viabilizarem

Os benefiacutecios decorrentes das accedilotildees de sustentabilidade podem ser tangiacuteveis

ou intangiacuteveis Willard (2002) identifica potenciais benefiacutecios tangiacuteveis como aqueles

associados agrave reduccedilatildeo de custos na manufatura agrave reduccedilatildeo de custos comerciais ao

aumento do faturamento e ao aumento da participaccedilatildeo no mercado Como benefiacutecios

intangiacuteveis considera a maior facilidade na contrataccedilatildeo de talentos a maior retenccedilatildeo

29 Internet httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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dos principais talentos o aumento da produtividade dos funcionaacuterios a reduccedilatildeo dos

riscos e as maiores facilidades de financiamento NEMLI (2004) considera que os be-

nefiacutecios devem ser mensurados ao longo de trecircs dimensotildees reduccedilatildeo de custos e au-

mento da lucratividade aumento da reputaccedilatildeo e criaccedilatildeo de diferenciaccedilatildeo crescimento

da empresa em termos de capacidade de inovaccedilatildeo e uso de tecnologias limpas

A perspectiva de geraccedilatildeo de valor econocircmico estaacute acoplada a uma visatildeo mais holiacutesti-

ca do bom funcionamento da economia Nesse sentido HAWKEN LOVINS e LOVINS

(1999) consideram que o capitalismo natural pode ser o gatilho para a proacutexima revo-

luccedilatildeo industrial em que quatro tipos de capital sustentam o bom funcionamento da

economia o capital humano (pessoas conhecimento e cultura) o capital financeiro

(caixa investimentos e instrumentos monetaacuterios) o capital industrial (infra estrutura

faacutebricas e maacutequinas) e o capital natural (recursos naturais sistemas de vida e ecossis-

tema) Conforme SENGE e CARSTEDT (2001) a geraccedilatildeo de valor econocircmico por

empresas sustentaacuteveis depende de forma ampla da adoccedilatildeo de uma realidade eco-

nocircmica que conecta a induacutestria a sociedade e o meio ambiente Por outro lado mes-

mo na realidade atual a reduccedilatildeo do desperdiacutecio e do fluxo destrutivo dos recursos

pode representar uma importante oportunidade de negoacutecios (LOVINS LOVINS e

HAWKEN 1999) 30

15 - Sustentabilidade e responsabilidade ambiental

Vaacuterios autores assinalam a importacircncia da questatildeo da estrateacutegia ambiental das

empresas no acircmbito da sustentabilidade corporativa HART (1997) considera a polui-

ccedilatildeo a exaustatildeo dos recursos naturais e a pobreza como os principais desafios da sus-

tentabilidade Segundo o autor a estrateacutegia ambiental das empresas em geral evolui

segundo trecircs estaacutegios prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo produtos ambientalmente corretos e

produccedilatildeo limpa Aleacutem disso uma estrateacutegia ambiental integrada natildeo deve direcionar-

se somente para o desenvolvimento de competecircncias internas mas tambeacutem conside-

rar o relacionamento com os clientes fornecedores outras empresas agentes gover-

30 Internet

(httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext)

data de acesso 2107201230

43

namentais e acionistas Da mesma forma BARBIERI (2004) cita trecircs abordagens para

a gestatildeo ambiental empresarial controle da poluiccedilatildeo prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo e abor-

dagem estrateacutegica A prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo incorpora duas preocupaccedilotildees ambientais

principais o uso sustentaacutevel dos recursos e o controle da poluiccedilatildeo Os instrumentos

tradicionais para o uso sustentaacutevel dos recursos satildeo referenciados pelo autor como

4Rs reduccedilatildeo da poluiccedilatildeo na fonte reutilizaccedilatildeo reciclagem e recuperaccedilatildeo energeacutetica

HOFFMAN (2000) sugere que a estrateacutegia ambiental determine o alinhamento

entre a proteccedilatildeo ambiental e o crescimento econocircmico da empresa O desenvolvimen-

to da estrateacutegia ambiental deve analisar os concorrentes os parceiros os produtos as

mateacuterias-primas as perdas e os resiacuteduos da empresa O autor considera que a estra-

teacutegia ambiental pode ser direcionada por quatro fatores o mercado (composto pelos

consumidores associaccedilotildees concorrentes e consultores) os provedores de recursos

(clientes seguradoras fornecedores bancos e investidores) os elementos coercivos

(regulamentos locais legislaccedilatildeo internacional) e os elementos sociais (instituiccedilotildees

religiosas organizaccedilotildees natildeo-governamentais comunidade mundo acadecircmico im-

prensa e poder judiciaacuterio) 31

16 - Sustentabilidade e responsabilidade social

Os defensores da responsabilidade social argumentam que as empresas de-

vem assumir um compromisso com o desenvolvimento da sociedade As empresas

devem executar accedilotildees para fomentar o desenvolvimento social a inclusatildeo social e

contribuir para a melhoria das condiccedilotildees de vida da populaccedilatildeo mais necessitada Al-

guns autores consideram que essas atividades natildeo satildeo puramente filantroacutepicas uma

vez que as empresas podem auferir benefiacutecios de negoacutecios em funccedilatildeo delas Outros

sugerem ainda que a responsabilidade social esteja associada agrave proacutepria estrateacutegia

empresarial por exemplo SEABRA LEAL e PASSOS (2005) assinalam que os prin-

31 ) Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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cipais acionistas da Natura consideram que a responsabilidade social estaacute intimamen-

te ligada agrave estrateacutegia de negoacutecios da empresa

PRAHALAD e HAMMOND (2002) observam que aproximadamente 65 da

populaccedilatildeo mundial mdash cerca de quatro bilhotildees de pessoas mdash ganham menos do que

2000 USDano Esse eacute um mercado praticamente inexplorado pelas empresas multi-

nacionais Segundo os autores as empresas que desejam entrar nesse mercado de-

vem repensar seus modelos de negoacutecios praacuteticas gerenciais e indicadores de desem-

penho Eacute um mercado de novas fontes de receita que exige melhoria na eficiecircncia

operacional e fomento da inovaccedilatildeo A atuaccedilatildeo bem-sucedida para atender agrave denomi-

nada populaccedilatildeo na base da piracircmide pode trazer resultados econocircmicos positivos agraves

empresas e simultaneamente contribuir para a melhoria das condiccedilotildees de vida das

pessoas economicamente menos favorecidas

PORTER e KRAMER (2002) consideram que eacute possiacutevel agraves empresas obterem

a convergecircncia de interesses entre as atividades filantroacutepicas e os objetivos de negoacute-

cios A filantropia pode oferecer oportunidades para as empresas melhorarem seu

contexto competitivo considerando que as atividades filantroacutepicas podem potencial-

mente atuar sobre quatro elementos inter-relacionados da competitividade empresari-

al na disponibilidade dos insumos de produccedilatildeo nas condiccedilotildees de demanda nas con-

diccedilotildees de competiccedilatildeo e rivalidade e na presenccedila das induacutestrias de insumos e suporte

Nesse sentido a filantropia deveria ser considerada uma abordagem claramente estra-

teacutegica pelas empresas WADDOCK e SMITH (2000) adotam um raciociacutenio similar

afirmando que a responsabilidade social e o desempenho corporativo financeiro an-

dam juntos e natildeo como trade-offs

HALL et al (2005) constatam que algumas empresas podem ser socialmente

vulneraacuteveis Segundo esses autores a vulnerabilidade social eacute atribuiacuteda agraves empresas

que apresentam grande importacircncia estrateacutegica para o desenvolvimento econocircmico e

social dos paiacuteses onde operam Eles citam empresas cujo papel extrapola a criaccedilatildeo de

valor aos acionistas sendo consideradas como orgulhos nacionais para seus paiacuteses

Satildeo citadas como exemplos a Siemens na Alemanha a Toyota no Japatildeo a Embraer

no Brasil e a Bombardier no Canadaacute Aleacutem da questatildeo econocircmica essas empresas

desempenham importante papel social em seus respectivos paiacuteses Outras empresas

45

brasileiras tambeacutem poderiam ser citadas como a Petrobras a Companhia Vale do Rio

Doce o Bradesco entre outras 32

2 - Gestatildeo da inovaccedilatildeo para a sustentabilidade

A busca da inovaccedilatildeo e a gestatildeo da inovaccedilatildeo em geral satildeo mediadas por as-

pectos essencialmente econocircmicos e estrateacutegicos Entretanto na medida em que ou-

tras restriccedilotildees compotildeem o ambiente de atuaccedilatildeo das empresas outros fatores podem

impulsionar a inovaccedilatildeo Isso tambeacutem eacute vaacutelido ao se considerarem aspectos de susten-

tabilidade como condicionantes da inovaccedilatildeo

HART e CHRISTENSEN (2002) sugerem que as inovaccedilotildees radicais podem

pavimentar o caminho para as empresas combinarem um crescimento sustentaacutevel

com responsabilidade social HART e MILTEIN (1999) consideram que os desafios

impostos pela sustentabilidade global podem atuar como catalisadores para um novo

estaacutegio de destruiccedilatildeo criativa das empresas Eles associam a preocupaccedilatildeo ecoloacutegica

com melhorias contiacutenuas e a sustentabilidade global com melhorias radicais Nesse

sentido argumentam que a sustentabilidade pode criar oportunidades sem preceden-

tes agraves empresas O raciociacutenio de SENGE e CARSTEDT (2001) eacute similar Esses auto-

res consideram que o foco restrito na eficiecircncia ecoloacutegica pode distrair as empresas da

busca de produtos e modelos de negoacutecios radicalmente diferentes dos atuais Eacute a sus-

tentabilidade global que iraacute motivar as empresas a procurarem novos modelos men-

tais a enfatizarem a aprendizagem e atentarem para a gestatildeo de mudanccedilas

PORTER e VAN DER LINDE (1995) consideram que as regulamentaccedilotildees am-

bientais impotildeem pressotildees competitivas nas empresas motivando-as a inovar VOL-

LENBROEK (2002) propotildee um processo que direciona a inovaccedilatildeo para o desenvolvi-

mento da sustentabilidade denominado gestatildeo da transiccedilatildeo Ele considera que a ino-

vaccedilatildeo natildeo gera automaticamente o progresso da sociedade pois precisa ser condi-

cionada para tanto Os esforccedilos para o desenvolvimento sustentaacutevel precisam ser di-

recionados pela sociedade e esta participa das decisotildees visando obter um balancea-

mento adequado entre os objetivos econocircmicos ecoloacutegicos e sociais A inovaccedilatildeo seraacute

decorrecircncia

32 Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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HALL e VREDENBURG (2003) afirmam que os gestores tecircm dificuldades para

lidar com as pressotildees do desenvolvimento sustentaacutevel Eles consideram que as estra-

teacutegias de inovaccedilatildeo das empresas geralmente satildeo inadequadas para acomodar as

complexidades e incertezas inerentes agraves novas demandas impostas pelo desenvolvi-

mento sustentaacutevel Dessa forma sugerem que a estrateacutegia empresarial integre tam-

beacutem os objetivos da inovaccedilatildeo e do desenvolvimento sustentaacutevel Em contraponto agrave

abordagem tradicional da inovaccedilatildeo ditada pelo mercado propotildeem que as empresas

adotem a inovaccedilatildeo para o desenvolvimento sustentaacutevel que incorpora as restriccedilotildees

sociais e as pressotildees ambientais bem como contempla as necessidades das futuras

geraccedilotildees Como seraacute visto no texto que segue a inovaccedilatildeo foi tambeacutem um ingrediente

essencial para o desenvolvimento e o sucesso do projeto estudado na presente pes-

quisa33

CONCLUSAtildeO

O objetivo desse estudo foi verificar e compreender o conceito de inovaccedilatildeo e a

sua aplicabilidade nas organizaccedilotildees assim como a vantagem competitiva no modelo

de negoacutecio por meio da co-criaccedilatildeo de valor

33 Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data acesso 21072012

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Inovaccedilatildeo e criatividade satildeo essenciais para o continuo desenvolvimento e competi-

tividade de uma naccedilatildeo

Coisas boas acontecem quando o pensamento inovador comeccedila ele poderaacute

ajudar a criar novos produtos melhoria nos processos novas tecnologias tornando

a empresa mais competitiva Tomando conhecimento da grande variedade de produ-

tos e serviccedilos oferecidos pelas organizaccedilotildees pode se observar que nem sempre se

chega ao resultado em melhores experiecircncias de consumo nesse cenaacuterio certas em-

presas adotam a co-criaccedilatildeo de valor ndash participaccedilatildeo do cliente no processo produtivo ndash

para inovar no modelo de negoacutecio agregando valor a sua oferta buscando assim se

diferenciar das demais empresas Apesar da inovaccedilatildeo indicar um caminho seguro

para obter vantagem competitiva sustentaacutevel e defender posiccedilotildees estrateacutegicas no

mercado o seu sucesso natildeo eacute garantido necessitando que os gestores conheccedilam e

compreendam a dinacircmica dos processos da gestatildeo da inovaccedilatildeo dentro de suas orga-

nizaccedilotildees e realidades especiacuteficas

O modelo de organizaccedilatildeo inovadora sustentaacutevel eacute uma resposta agraves pressotildees

institucionais por uma organizaccedilatildeo que seja capaz de inovar com eficiecircncia em termos

econocircmicos mas com responsabilidade social e ambiental Esse tipo de organizaccedilatildeo

busca vantagem competitiva desenvolvendo produtos serviccedilos processos e negoacutecios

novos ou modificados com base nas dimensotildees social ambiental e econocircmica Ela

reuacutene duas caracteriacutesticas essenciais eacute inovadora e orientada para a sustentabilidade

Tendo em vista o fenocircmeno do isomorfismo institucional (concentraccedilatildeo de for-

mas organizacionais nos diversos setores produtivos) o modelo das organizaccedilotildees

inovadoras sustentaacuteveis vem ganhando rapidamente cada vez mais espaccedilo nas em-

presas liacutederes Esses fatos permitem dizer que o movimento do desenvolvimento sus-

tentaacutevel eacute um dos movimentos mais importantes do nosso tempo e a julgar pela vita-

lidade dos fatores institucionais presentes em praticamente todo o mundo pode-se

inferir que ele continuaraacute se propagando por muitas deacutecadas

Desse modo o aprimoramento dos modelos de organizaccedilatildeo sustentaacuteveis as

diversas formas da sua institucionalizaccedilatildeo em acircmbito global o desenvolvimento de

tecnologias sustentaacuteveis a gestatildeo de inovaccedilotildees para o desenvolvimento sustentaacutevel

seratildeo temas cada vez mais importantes nos estudos futuros Como o sistema opera-

cional produtivo e as inovaccedilotildees de produto e de processo ao atender as trecircs dimen-

sotildees da sustentabilidade devem gerar ganhos para o meio ambiente em termos de

reduccedilatildeo no uso de recursos e de emissotildees de poluentes o aumento da produccedilatildeo pelo

incitamento agrave demanda por novos produtos pode neutralizar ou ateacute superar esses ga-

nhos Levar em conta essa possibilidade dando-lhe um tratamento adequado eacute um dos

48

maiores desafios para o alinhamento das empresas ao modelo de organizaccedilatildeo inova-

dora sustentaacutevel

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

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  • AGRADECIMENTOS
  • CAPIacuteTULO III- Aspectos da inovaccedilatildeo e sustentabilidade37
  • Inovaccedilatildeo e sustentabilidade37
  • 32 - Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva
  • 33 - Como implementar vantagem competitiva
  • 34 - Como criar valor e vantagem competitiva
Page 32: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · duzir os processos de inovação dentro da organização. 6 ... CAPÍTULO I - Estrutura da criação de valor e inovação.....11

32

ma amplo) e esse eacute que deve ser otimizado para gerar maior valor para o cliente e

consequentemente maior lucratividade na cadeia (Cadeia de Valor Externa)

Nas palavras de Porter (1989 p33) ldquoa cadeia de valores desagrega uma em-

presa nas suas atividades de relevacircncia estrateacutegica para que se possa compreender o

comportamento dos custos e as fontes existentes e potenciais de diferenciaccedilatildeordquo Uma

empresa ganha vantagem competitiva se conseguir desempenhar essas atividades

estrateacutegicas de uma maneira melhor e mais barata que a concorrecircncia

Pode-se entatildeo caminhar para um avanccedilo em definiccedilatildeo ao verificarmos a pro-

posiccedilatildeo de (SHANK amp GOVINDARAJAN 1993 p13) de que ldquoa cadeia de valor para

qualquer empresa em qualquer negoacutecio eacute o conjunto interligado de todas as ativida-

des que criam valor desde uma fonte baacutesica de mateacuterias primas passando por forne-

cedores de componentes ateacute a entrega do produto final agraves matildeos do consumidorrdquo

O mundo em que se vive atravessa em periacuteodo de transformaccedilatildeo sequer ima-

ginado Nele nada eacute definitivo Fica-se perplexo quando natildeo se consegue acompanhar

a velocidade da evoluccedilatildeo dos acontecimentos sente-se perdido principalmente nos

assuntos relacionados agrave dinacircmica do desenvolvimento tecnoloacutegico

Dessa forma com uma visatildeo focada no clienteconsumidor pode-se considerar

que a cadeia de valor eacute uma sequecircncia de atividades desde a origem de recursos ateacute

o descarte final de determinado produto Portanto tem-se uma visatildeo bastante abran-

gente do conceito que pode considerar desde a fase da extraccedilatildeo de mateacuteria-prima ateacute

o tratamento final que eacute dado ao produto por exemplo num enfoque de ciclo de vida

do produto21

31 - O que significa uma vantagem competitiva

O sucesso de uma empresa eacute em larga medida determinado pela atratividade

do sector em que opera mas a sua posiccedilatildeo dentro desse sector tambeacutem eacute importante

21 (httpwwwccontabeiscombrconvt14pdf) data acesso 15072012

33

Apesar de um sector poder ter uma fraca eficaacutecia uma empresa que estaacute bem posi-

cionada pode ainda assim criar lucros significativos

Diz-se que uma empresa tem uma vantagem competitiva sobre os seus con-

correntes quando manteacutem retornos que superam a meacutedia no seu sector Esta vanta-

gem decorre das caracteriacutesticas do produto que o torna superior aos produtos da con-

correcircncia

Nalgumas situaccedilotildees pode obter-se uma vantagem competitiva atraveacutes da evoluccedilatildeo

tecnoloacutegica mas esta eacute frequentemente difiacutecil de manter porque os concorrentes ra-

pidamente a copiam ou aperfeiccediloam desenvolvem novas tecnologias Uma vantagem

sustentada resulta frequentemente mais do que da tecnologia ou de modificaccedilatildeo de

produtos de outros fatores como por exemplo o simbolismo associado ndash o que o

produto significa para os consumidores (imagem de marca) e o que estes experimen-

tam na sua compra e uso Os investigadores em marketing reconhecem que os produ-

tos possuem caracteriacutesticas simboacutelicas e que o consumo de certos produtos pode de-

pender mais do seu significado social do que da sua utilidade funcional

Existe atualmente uma tendecircncia para os consumidores exigirem ldquosignificado

pessoalrdquo aos produtos e serviccedilos Torna-se essencial inovar para responder agraves emo-

ccedilotildees que influenciam as decisotildees dos consumidores Estes estatildeo cada vez menos

impressionados com as novas tecnologias e a optar por produtos que resultam ldquopara

mimrdquo Como consequecircncia palavras como emoccedilatildeo e significado pessoal encon-

tram o seu caminho nas estrateacutegias das empresas sendo importante entender os fato-

res intangiacuteveis associados ao valor percebido do produto e as percepccedilotildees na sua

globalidade positivas ou negativas Novas designaccedilotildees tais como ndash ldquofaacutecil acessiacute-

vel razoaacutevel empoderamento e pessoal ndash refletem mais a pessoa do que o obje-

to Descobrir os sentimentos e as atitudes em relaccedilatildeo aos produtos bem como conhe-

cer as razotildees das preferecircncias dos consumidores tornaram-se importantes elementos

estrateacutegicos22

32 - Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva

Em grande medida a ambiccedilatildeo da estrateacutegia da empresa eacute conseguir uma van-

tagem competitiva sustentaacutevel

22Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

34

A vantagem competitiva analisa a atividade da empresa centrando-se primei-

ramente na sua capacidade de gerar retornos superiores de capital e de vincular a

estrateacutegia de negoacutecio a mercados financeiros e de capital fundamentais por um longo

periacuteodo de tempo No fim de contas eacute a vantagem competitiva da empresa que permi-

te ter bons retornos para os seus acionistas

Sem vantagem competitiva a empresa tem uma razatildeo econoacutemica limitada para

existir ndash a sua vantagem competitiva eacute a sua razatildeo de existecircncia Sem ela a empresa

natildeo iraacute prosperar Criar uma vantagem competitiva sustentaacutevel pode ser a meta mais

importante de qualquer organizaccedilatildeo e pode mesmo ser o atributo mais importante em

que a empresa se focaliza23

33 - Como implementar vantagem competitiva

As vantagens competitivas natildeo assumem uma uacutenica forma e eacute possiacutevel que

uma empresa tenha vaacuterias vantagens competitivas e em diferentes aacutereas Ilustra-se

algumas das aacutereas onde as empresas se podem destacar e garantir o seu sucesso a

longo prazo quota de mercado gestatildeo da marca rede marcas e patentes eficaacutecia de

custos e altos custos de mudanccedila

As empresas com quotas de mercado significativas criam um problema para os

concorrentes o que eacute positivo para aquelas uma vez que os seus produtos satildeo bem

conhecidos e recebidos no mercado No entanto mesmo quando a quota de mercado

eacute consideraacutevel se o sector for atrativo ou seja tiver um potencial de lucro significativo

novos operadores podem aparecer com a consequente reduccedilatildeo da quota de merca-

do

Ter uma marca forte pode garantir o sucesso a longo prazo e tambeacutem permitir

agraves empresas obter lucros pois a sua marca permite-lhes cobrar um preccedilo especial

(premium) Marcas fortes tendem a criar uma vantagem competitiva mais duradoura

O efeito de rede ocorre quando um produto cria uma procura por parte dos

consumidores que depois amplia o produto A empresa pode beneficiar do efeito de

23 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

35

rede pela atraccedilatildeo de mais vendedores Estes por sua vez atraem mais compradores

estabelecendo-se uma quota de mercado dominante (por exemplo eBay)

Este efeito de rede natildeo eacute muito comum mas quando ocorre pode ser extre-

mamente lucrativo As marcas e as patentes podem ser fonte de vantagem competiti-

va para algumas empresas 24

34 - Como criar valor e vantagem competitiva

Uma empresa posiciona-se aproveitando os seus pontos fortes Michael Porter

defendeu que aqueles se inscrevem em dois tipos baacutesicos de vantagem competitiva

vantagem pelos custos ou diferenciaccedilatildeo Estes satildeo identificados como vantagens po-

sicionais uma vez que expressam a posiccedilatildeo da empresa no sector enquanto liacuteder nos

custos ou por diferenciaccedilatildeo

A empresa utiliza os seus recursos e capacidades para gerar uma vantagem

competitiva que por uacuteltimo resulte na criaccedilatildeo de um valor superior

As competecircncias distintivas (competecircncias nucleares) resultam de recursos

especiacuteficos e capacidades da empresa facilitam a inovaccedilatildeo a eficiecircncia a qualidade

e a receptividade dos clientes o que pode ser aproveitado para atingir quer uma es-

trutura de baixo custos quer a diferenciaccedilatildeo do produto

Uma empresa posiciona-se no seu sector atraveacutes da opccedilatildeo por baixos custos

ou diferenciaccedilatildeo Esta decisatildeo eacute uma peccedila central da estrateacutegia competitiva da em-

presa

A vantagem competitiva existe quando a empresa eacute capaz de oferecer os

mesmos benefiacutecios que os concorrentes mas a custos mais baixos (vantagem pelos

custos) ou oferecer benefiacutecios que ultrapassam a concorrecircncia (vantagem por diferen-

ciaccedilatildeo) Portanto uma vantagem competitiva permite agrave empresa criar um valor superi-

or para os seus clientes e lucros para si proacuteprio25

24 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=39ampL=5) data acesso 15072012

25 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

36

CAPITULO III

ASPECTOS DA INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE

1 ndash Inovaccedilatildeo e sustentabilidade

37

Como as empresas podem sair da teoria para a praacutetica e chegar a um no-

vo patamar de competitividade e comprometimento com praacuteticas sustentaacuteveis

Muito se fala em inovaccedilatildeo como o principal caminho para o desenvolvimento

sustentaacutevel das organizaccedilotildees e da humanidade Poreacutem em muitos setores falar sobre

esse assunto eacute ainda um exerciacutecio teoacuterico Em geral o tema eacute associado as aacutereas de

tecnologia ou pesquisa e desenvolvimento mas a inovaccedilatildeo deve acontecer tambeacutem

na lideranccedila nas accedilotildees de marketing no modelo de negoacutecios ou seja na gestatildeo co-

mo um todo

Em pesquisa realizada pela Fundaccedilatildeo Nacional da Qualidade (FNQ) em maio

e 2011 representantes de 63 empresas mostraram que 97 consideram fundamental

que as organizaccedilotildees inovem para buscar a sustentabilidade tanto do negoacutecio quanto

da economia e do planeta Apesar dessa consciecircncia 70 dos participantes do estu-

do acreditam que as empresas estatildeo preocupadas mas natildeo direcionam seus investi-

mentos em inovaccedilotildees com foco no crescimento sustentaacutevel O levantamento mostra

ainda que 27 dos entrevistados apontaram a gestatildeo como a principal preocupaccedilatildeo

das empresas em que trabalham enquanto 22 indicaram a sustentabilidade e 19 a

reduccedilatildeo de custos

De acordo com o superintendente geral da FNQ Jairo Martins ldquoos resultados

da pesquisa mostram que as empresas ainda natildeo perceberam o tamanho do problema

da sustentabilidade considerando o baixo iacutendice de organizaccedilotildees que de fato inves-

tem em inovaccedilatildeo para sustentabilidade Em sua maioria as organizaccedilotildees pensam

apenas no lado econocircmico e natildeo no tripeacute da sustentabilidade que demanda uma em-

presa economicamente soacutelida socialmente correta e ambientalmente responsaacutevel

Enquanto dominar o pensamento pelo vieacutes econocircmico cujo sucesso eacute medido pelo

PIB o atual modelo de desenvolvimento insustentaacutevel natildeo vai mudar e natildeo seratildeo in-

cluiacutedas na pauta das organizaccedilotildees as questotildees socioambientaisrdquo

O professor da Fundaccedilatildeo Getuacutelio Vargas Renato Orsato autor do livro ldquoEstra-

teacutegias de Sustentabilidade quando vale a pena ser verderdquo analisou mais de 30 ca-

sos de empresas que adotaram a inovaccedilatildeo em 20 setores ao redor do mundo Para

ele deve haver uma premissa baacutesica para falar sobre esse assunto fazer perguntas

precisas ldquoIsso porque existem centenas de milhares de formas de incluir inovaccedilatildeo e

sustentabilidade nas empresas As empresas devem conhecer bem o contexto onde

atuam e considerar tanto aspectos tangiacuteveis como intangiacuteveisrdquo afirma

38

Na opiniatildeo do professor enquanto a sustentabilidade eacute apenas um acessoacuterio agrave

estrateacutegia da empresa ela natildeo vale a pena Para inovar as organizaccedilotildees devem

questionar os modelos de negoacutecio e pensar em modelos totalmente novos

Orsato daacute o exemplo da empresa Better Place que inovou na maneira de co-

mercializar energia renovaacutevel para carros eleacutetricos ldquoO grande salto seraacute conseguir

mudanccedilas radicais nos modelos de negoacutecios As fronteiras entre os setores de energia

e mobilidade por exemplo podem mudarrdquo 26

11- Da teoria para a praacutetica

De maneira geral a inovaccedilatildeo faz sucesso em palestras de ldquoespecialistasrdquo e de

executivosrdquo explica o professor Joatildeo Amato Neto da Fundaccedilatildeo Vanzolini e Escola

Politeacutecnica da USP ldquoMas haacute empresas realmente inovadoras seja em seus produtos

em seus processos de produccedilatildeo e ateacute mesmo em seu posicionamento de mercado

Outras satildeo inovadoras na relaccedilatildeo com o mercado num sentido mais amplo Esse eacute

um grupo restrito no Brasil de empresas de excelecircncia As que tecircm excelecircncia em

inovaccedilatildeo para sustentabilidade estatildeo num grupo mais restrito ainda Do ponto de vista

da sobrevivecircncia da empresa nos proacuteximos anos esse eacute um requisito fundamentalrdquo

O professor exemplifica que no varejo haacute grandes redes como o Wall Mart

Carrefour e Patildeo de Accediluacutecar que iniciaram accedilotildees para contratar fornecedores com base

em requisitos de sustentabilidade Essas accedilotildees ainda satildeo restritas a alguns poucos

produtos e incluem por exemplo exigecircncias de embalagens que possam ser recicla-

das Satildeo accedilotildees que visam a reduccedilatildeo do uso de recursos materiais e energia de uma

forma geral (busca de maior eco eficiecircncia nos processos)

Mas como sair da teoria e colocar em praacutetica Veja os principais pontos que

uma empresa interessada em inovaccedilatildeo e sustentabilidade deve trabalhar

bull Investir no espiacuterito criativo dos colaboradores natildeo soacute daqueles que atuam nas aacutereas

de pesquisa e desenvolvimento (PampD) de produtos ou na engenharia do produto mas

num sentido mais amplo oacutetimas ideias podem surgir no chamado chatildeo de faacutebrica

26 Internet (httpwwwhsmcombrbuscarkeys=inovaccedilatildeo e sustentabilidade) data acesso 19072012

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bull Buscar praacuteticas de gestatildeo participativa isso pode gerar ideias que trazem inovaccedilotildees

pequenas incrementais mas que no conjunto fazem muita diferenccedila

bull Usar a educaccedilatildeo para transformar paradigmas e gerar maior conscientizaccedilatildeo Natildeo

se deve pensar apenas em treinamentos que satildeo usados em geral para tarefas es-

peciacuteficas ou aplicaccedilatildeo de teacutecnicas As empresas devem investir na formaccedilatildeo dos re-

cursos humanos

bull Questionar o proacuteprio modelo de negoacutecios

bull Inserir sustentabilidade no planejamento estrateacutegico da empresa

E seraacute que eacute possiacutevel aprender a inovar De acordo com o professor Joatildeo A-

mato a inovaccedilatildeo soacute faz sentido se isso significar uma mudanccedila de mentalidade na

empresa Isso vale para induacutestria ou setor de serviccedilos ldquoNo setor financeiro temos mui-

tos exemplos de como os bancos estatildeo descobrindo novas maneira de incluir a sus-

tentabilidade em suas praacuteticas definindo criteacuterios de praacuteticas socioambientais aos

seus clientes Na realidade alguns dos grandes bancos jaacute colocaram isso no seu plano

estrateacutegicordquo conclui 27

12 ndash Sustentabilidade corporativa

Haacute vaacuterias definiccedilotildees para sustentabilidade e desenvolvimento sustentaacutevel na

literatura e organizaccedilotildees que tratam do tema arrolam outras tantas Isso decorre do

fato de a sustentabilidade ser um conceito relativamente novo possuir um caraacuteter mul-

tidisciplinar e envolver diferentes interpretaccedilotildees que refletem diferenccedilas de valor cir-

cunstacircncias localizadas e contextos especiacuteficos Aleacutem disso o conceito acaba incorpo-

rado a vaacuterios assuntos tais como a definiccedilatildeo de poliacuteticas governamentais a gestatildeo

puacuteblica regional a gestatildeo de empresas e ateacute mesmo o nosso estilo de vida (MA-

27 Internet (httpwwwhsmcombreditoriassustentabilidadeinovacao-e-ustentabilidade-de-

maos-dadas) data acesso 19072012

40

WHINNEY 2002) O foco deste artigo eacute a sustentabilidade corporativa ou seja a apli-

caccedilatildeo do conceito de sustentabilidade nas empresas

Algumas empresas brasileiras vecircm sendo citadas como casos mundiais no

acircmbito de algumas das dimensotildees da sustentabilidade corporativa HART (1997)

menciona a Aracruz Celulose como uma empresa que adota a visatildeo de desenvolvi-

mento sustentaacutevel desde o iniacutecio de suas operaccedilotildees com base no modelo de reflores-

tamento das plantaccedilotildees de eucaliptos PRAHALAD (2004) apresenta o caso da Casas

Bahia como uma empresa que atende a populaccedilatildeo de baixa renda por meio de um

modelo inovador de financiamento (SEABRA LEAL e PASSOS 2005 p10) Relatam

o caso da Natura assinalando que seus principais acionistas satildeo enfaacuteticos ao afirma-

rem que a busca da sustentabilidade eacute mais do que uma estrateacutegia de negoacutecios mdash eacute

uma filosofia de vida Outros estudos acadecircmicos nessa aacuterea tambeacutem envolvem em-

presas nacionais SILVA e KULAY (2005) apresentam um caso de aplicaccedilatildeo da Avali-

accedilatildeo do Ciclo de Vida (LCA mdash Life Cycle Assessment) para analisar os potenciais

impactos ambientais do processo de fabricaccedilatildeo de fertilizantes fosfatados em uma

empresa brasileira COSTA e GOUVINHAS (2004) analisam a adoccedilatildeo das estrateacutegias

de projeto ecoloacutegico (ecodesign) no ambiente de negoacutecios de pequenas e meacutedias em-

presas brasileiras HOPKINS (2002) discute a sustentabilidade nas operaccedilotildees internas

das empresas a partir de uma pesquisa exploratoacuteria sobre a aplicaccedilatildeo de indicadores

de responsabilidade social em quatro grandes empresas no Brasil 28

13 - O conceito de sustentabilidade corporativa

Considera-se sustentabilidade corporativa como a gestatildeo empresarial que bus-

ca equilibrar as necessidades econocircmicas das empresas com a responsabilidade pelo

desenvolvimento da sociedade e preservaccedilatildeo dos recursos naturais visando atender

agraves necessidades atuais e futuras dos elementos afetados pela empresa Esses ele-

mentos mdash que satildeo ou podem ser afetados pelos efeitos das operaccedilotildees accedilotildees e deci-

28 Internet httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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sotildees da empresa mdash incluem os acionistas e funcionaacuterios clientes e consumidores

fornecedores e parceiros os recursos naturais utilizados pela empresa o meio ambi-

ente e a sociedade

A sustentabilidade corporativa estaacute associada a trecircs macro objetivos a geraccedilatildeo

de valor econocircmico a responsabilidade ambiental e a responsabilidade social A gera-

ccedilatildeo de valor econocircmico estaacute relacionada com a obtenccedilatildeo de resultados econocircmicos

positivos no presente e no futuro A responsabilidade ambiental diz respeito agrave conser-

vaccedilatildeo e ao uso sustentaacutevel dos recursos naturais E a responsabilidade social con-

templa a corresponsabilidade das empresas pelo desenvolvimento da sociedade Con-

forme ELKINGTON (1997) esses objetivos satildeo inerentes aos denominados resultados

tridimensionais da sustentabilidade (triple bottom line) As empresas que adotam a

sustentabilidade corporativa devem buscar um equiliacutebrio entre o compromisso econocirc-

mico a preservaccedilatildeo ambiental e o desenvolvimento da sociedade assumindo respon-

sabilidades pelas condiccedilotildees de vida atuais e futuras29

14 - Sustentabilidade e geraccedilatildeo de valor econocircmico

A literatura ressalta a necessidade de que as iniciativas relacionadas agrave susten-

tabilidade tragam retornos positivos para as empresas REINHARDT (1999) considera

que as justificativas para os investimentos ambientais realizados pelas empresas de-

vem ser similares aos demais investimentos Nesse sentido os investimentos em ges-

tatildeo ambiental devem auferir retornos financeiros positivos ou conduzir agrave reduccedilatildeo dos

riscos SENGE e CARSTEDT (2001) satildeo mais enfaacuteticos ao considerar que o desafio

atual reside em desenvolver negoacutecios sustentaacuteveis compatiacuteveis com a realidade eco-

nocircmica Segundo esses autores novos modelos de negoacutecios e produtos inovadores

no acircmbito da sustentabilidade precisam necessariamente acarretar resultados finan-

ceiros satisfatoacuterios para se viabilizarem

Os benefiacutecios decorrentes das accedilotildees de sustentabilidade podem ser tangiacuteveis

ou intangiacuteveis Willard (2002) identifica potenciais benefiacutecios tangiacuteveis como aqueles

associados agrave reduccedilatildeo de custos na manufatura agrave reduccedilatildeo de custos comerciais ao

aumento do faturamento e ao aumento da participaccedilatildeo no mercado Como benefiacutecios

intangiacuteveis considera a maior facilidade na contrataccedilatildeo de talentos a maior retenccedilatildeo

29 Internet httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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dos principais talentos o aumento da produtividade dos funcionaacuterios a reduccedilatildeo dos

riscos e as maiores facilidades de financiamento NEMLI (2004) considera que os be-

nefiacutecios devem ser mensurados ao longo de trecircs dimensotildees reduccedilatildeo de custos e au-

mento da lucratividade aumento da reputaccedilatildeo e criaccedilatildeo de diferenciaccedilatildeo crescimento

da empresa em termos de capacidade de inovaccedilatildeo e uso de tecnologias limpas

A perspectiva de geraccedilatildeo de valor econocircmico estaacute acoplada a uma visatildeo mais holiacutesti-

ca do bom funcionamento da economia Nesse sentido HAWKEN LOVINS e LOVINS

(1999) consideram que o capitalismo natural pode ser o gatilho para a proacutexima revo-

luccedilatildeo industrial em que quatro tipos de capital sustentam o bom funcionamento da

economia o capital humano (pessoas conhecimento e cultura) o capital financeiro

(caixa investimentos e instrumentos monetaacuterios) o capital industrial (infra estrutura

faacutebricas e maacutequinas) e o capital natural (recursos naturais sistemas de vida e ecossis-

tema) Conforme SENGE e CARSTEDT (2001) a geraccedilatildeo de valor econocircmico por

empresas sustentaacuteveis depende de forma ampla da adoccedilatildeo de uma realidade eco-

nocircmica que conecta a induacutestria a sociedade e o meio ambiente Por outro lado mes-

mo na realidade atual a reduccedilatildeo do desperdiacutecio e do fluxo destrutivo dos recursos

pode representar uma importante oportunidade de negoacutecios (LOVINS LOVINS e

HAWKEN 1999) 30

15 - Sustentabilidade e responsabilidade ambiental

Vaacuterios autores assinalam a importacircncia da questatildeo da estrateacutegia ambiental das

empresas no acircmbito da sustentabilidade corporativa HART (1997) considera a polui-

ccedilatildeo a exaustatildeo dos recursos naturais e a pobreza como os principais desafios da sus-

tentabilidade Segundo o autor a estrateacutegia ambiental das empresas em geral evolui

segundo trecircs estaacutegios prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo produtos ambientalmente corretos e

produccedilatildeo limpa Aleacutem disso uma estrateacutegia ambiental integrada natildeo deve direcionar-

se somente para o desenvolvimento de competecircncias internas mas tambeacutem conside-

rar o relacionamento com os clientes fornecedores outras empresas agentes gover-

30 Internet

(httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext)

data de acesso 2107201230

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namentais e acionistas Da mesma forma BARBIERI (2004) cita trecircs abordagens para

a gestatildeo ambiental empresarial controle da poluiccedilatildeo prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo e abor-

dagem estrateacutegica A prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo incorpora duas preocupaccedilotildees ambientais

principais o uso sustentaacutevel dos recursos e o controle da poluiccedilatildeo Os instrumentos

tradicionais para o uso sustentaacutevel dos recursos satildeo referenciados pelo autor como

4Rs reduccedilatildeo da poluiccedilatildeo na fonte reutilizaccedilatildeo reciclagem e recuperaccedilatildeo energeacutetica

HOFFMAN (2000) sugere que a estrateacutegia ambiental determine o alinhamento

entre a proteccedilatildeo ambiental e o crescimento econocircmico da empresa O desenvolvimen-

to da estrateacutegia ambiental deve analisar os concorrentes os parceiros os produtos as

mateacuterias-primas as perdas e os resiacuteduos da empresa O autor considera que a estra-

teacutegia ambiental pode ser direcionada por quatro fatores o mercado (composto pelos

consumidores associaccedilotildees concorrentes e consultores) os provedores de recursos

(clientes seguradoras fornecedores bancos e investidores) os elementos coercivos

(regulamentos locais legislaccedilatildeo internacional) e os elementos sociais (instituiccedilotildees

religiosas organizaccedilotildees natildeo-governamentais comunidade mundo acadecircmico im-

prensa e poder judiciaacuterio) 31

16 - Sustentabilidade e responsabilidade social

Os defensores da responsabilidade social argumentam que as empresas de-

vem assumir um compromisso com o desenvolvimento da sociedade As empresas

devem executar accedilotildees para fomentar o desenvolvimento social a inclusatildeo social e

contribuir para a melhoria das condiccedilotildees de vida da populaccedilatildeo mais necessitada Al-

guns autores consideram que essas atividades natildeo satildeo puramente filantroacutepicas uma

vez que as empresas podem auferir benefiacutecios de negoacutecios em funccedilatildeo delas Outros

sugerem ainda que a responsabilidade social esteja associada agrave proacutepria estrateacutegia

empresarial por exemplo SEABRA LEAL e PASSOS (2005) assinalam que os prin-

31 ) Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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cipais acionistas da Natura consideram que a responsabilidade social estaacute intimamen-

te ligada agrave estrateacutegia de negoacutecios da empresa

PRAHALAD e HAMMOND (2002) observam que aproximadamente 65 da

populaccedilatildeo mundial mdash cerca de quatro bilhotildees de pessoas mdash ganham menos do que

2000 USDano Esse eacute um mercado praticamente inexplorado pelas empresas multi-

nacionais Segundo os autores as empresas que desejam entrar nesse mercado de-

vem repensar seus modelos de negoacutecios praacuteticas gerenciais e indicadores de desem-

penho Eacute um mercado de novas fontes de receita que exige melhoria na eficiecircncia

operacional e fomento da inovaccedilatildeo A atuaccedilatildeo bem-sucedida para atender agrave denomi-

nada populaccedilatildeo na base da piracircmide pode trazer resultados econocircmicos positivos agraves

empresas e simultaneamente contribuir para a melhoria das condiccedilotildees de vida das

pessoas economicamente menos favorecidas

PORTER e KRAMER (2002) consideram que eacute possiacutevel agraves empresas obterem

a convergecircncia de interesses entre as atividades filantroacutepicas e os objetivos de negoacute-

cios A filantropia pode oferecer oportunidades para as empresas melhorarem seu

contexto competitivo considerando que as atividades filantroacutepicas podem potencial-

mente atuar sobre quatro elementos inter-relacionados da competitividade empresari-

al na disponibilidade dos insumos de produccedilatildeo nas condiccedilotildees de demanda nas con-

diccedilotildees de competiccedilatildeo e rivalidade e na presenccedila das induacutestrias de insumos e suporte

Nesse sentido a filantropia deveria ser considerada uma abordagem claramente estra-

teacutegica pelas empresas WADDOCK e SMITH (2000) adotam um raciociacutenio similar

afirmando que a responsabilidade social e o desempenho corporativo financeiro an-

dam juntos e natildeo como trade-offs

HALL et al (2005) constatam que algumas empresas podem ser socialmente

vulneraacuteveis Segundo esses autores a vulnerabilidade social eacute atribuiacuteda agraves empresas

que apresentam grande importacircncia estrateacutegica para o desenvolvimento econocircmico e

social dos paiacuteses onde operam Eles citam empresas cujo papel extrapola a criaccedilatildeo de

valor aos acionistas sendo consideradas como orgulhos nacionais para seus paiacuteses

Satildeo citadas como exemplos a Siemens na Alemanha a Toyota no Japatildeo a Embraer

no Brasil e a Bombardier no Canadaacute Aleacutem da questatildeo econocircmica essas empresas

desempenham importante papel social em seus respectivos paiacuteses Outras empresas

45

brasileiras tambeacutem poderiam ser citadas como a Petrobras a Companhia Vale do Rio

Doce o Bradesco entre outras 32

2 - Gestatildeo da inovaccedilatildeo para a sustentabilidade

A busca da inovaccedilatildeo e a gestatildeo da inovaccedilatildeo em geral satildeo mediadas por as-

pectos essencialmente econocircmicos e estrateacutegicos Entretanto na medida em que ou-

tras restriccedilotildees compotildeem o ambiente de atuaccedilatildeo das empresas outros fatores podem

impulsionar a inovaccedilatildeo Isso tambeacutem eacute vaacutelido ao se considerarem aspectos de susten-

tabilidade como condicionantes da inovaccedilatildeo

HART e CHRISTENSEN (2002) sugerem que as inovaccedilotildees radicais podem

pavimentar o caminho para as empresas combinarem um crescimento sustentaacutevel

com responsabilidade social HART e MILTEIN (1999) consideram que os desafios

impostos pela sustentabilidade global podem atuar como catalisadores para um novo

estaacutegio de destruiccedilatildeo criativa das empresas Eles associam a preocupaccedilatildeo ecoloacutegica

com melhorias contiacutenuas e a sustentabilidade global com melhorias radicais Nesse

sentido argumentam que a sustentabilidade pode criar oportunidades sem preceden-

tes agraves empresas O raciociacutenio de SENGE e CARSTEDT (2001) eacute similar Esses auto-

res consideram que o foco restrito na eficiecircncia ecoloacutegica pode distrair as empresas da

busca de produtos e modelos de negoacutecios radicalmente diferentes dos atuais Eacute a sus-

tentabilidade global que iraacute motivar as empresas a procurarem novos modelos men-

tais a enfatizarem a aprendizagem e atentarem para a gestatildeo de mudanccedilas

PORTER e VAN DER LINDE (1995) consideram que as regulamentaccedilotildees am-

bientais impotildeem pressotildees competitivas nas empresas motivando-as a inovar VOL-

LENBROEK (2002) propotildee um processo que direciona a inovaccedilatildeo para o desenvolvi-

mento da sustentabilidade denominado gestatildeo da transiccedilatildeo Ele considera que a ino-

vaccedilatildeo natildeo gera automaticamente o progresso da sociedade pois precisa ser condi-

cionada para tanto Os esforccedilos para o desenvolvimento sustentaacutevel precisam ser di-

recionados pela sociedade e esta participa das decisotildees visando obter um balancea-

mento adequado entre os objetivos econocircmicos ecoloacutegicos e sociais A inovaccedilatildeo seraacute

decorrecircncia

32 Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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HALL e VREDENBURG (2003) afirmam que os gestores tecircm dificuldades para

lidar com as pressotildees do desenvolvimento sustentaacutevel Eles consideram que as estra-

teacutegias de inovaccedilatildeo das empresas geralmente satildeo inadequadas para acomodar as

complexidades e incertezas inerentes agraves novas demandas impostas pelo desenvolvi-

mento sustentaacutevel Dessa forma sugerem que a estrateacutegia empresarial integre tam-

beacutem os objetivos da inovaccedilatildeo e do desenvolvimento sustentaacutevel Em contraponto agrave

abordagem tradicional da inovaccedilatildeo ditada pelo mercado propotildeem que as empresas

adotem a inovaccedilatildeo para o desenvolvimento sustentaacutevel que incorpora as restriccedilotildees

sociais e as pressotildees ambientais bem como contempla as necessidades das futuras

geraccedilotildees Como seraacute visto no texto que segue a inovaccedilatildeo foi tambeacutem um ingrediente

essencial para o desenvolvimento e o sucesso do projeto estudado na presente pes-

quisa33

CONCLUSAtildeO

O objetivo desse estudo foi verificar e compreender o conceito de inovaccedilatildeo e a

sua aplicabilidade nas organizaccedilotildees assim como a vantagem competitiva no modelo

de negoacutecio por meio da co-criaccedilatildeo de valor

33 Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data acesso 21072012

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Inovaccedilatildeo e criatividade satildeo essenciais para o continuo desenvolvimento e competi-

tividade de uma naccedilatildeo

Coisas boas acontecem quando o pensamento inovador comeccedila ele poderaacute

ajudar a criar novos produtos melhoria nos processos novas tecnologias tornando

a empresa mais competitiva Tomando conhecimento da grande variedade de produ-

tos e serviccedilos oferecidos pelas organizaccedilotildees pode se observar que nem sempre se

chega ao resultado em melhores experiecircncias de consumo nesse cenaacuterio certas em-

presas adotam a co-criaccedilatildeo de valor ndash participaccedilatildeo do cliente no processo produtivo ndash

para inovar no modelo de negoacutecio agregando valor a sua oferta buscando assim se

diferenciar das demais empresas Apesar da inovaccedilatildeo indicar um caminho seguro

para obter vantagem competitiva sustentaacutevel e defender posiccedilotildees estrateacutegicas no

mercado o seu sucesso natildeo eacute garantido necessitando que os gestores conheccedilam e

compreendam a dinacircmica dos processos da gestatildeo da inovaccedilatildeo dentro de suas orga-

nizaccedilotildees e realidades especiacuteficas

O modelo de organizaccedilatildeo inovadora sustentaacutevel eacute uma resposta agraves pressotildees

institucionais por uma organizaccedilatildeo que seja capaz de inovar com eficiecircncia em termos

econocircmicos mas com responsabilidade social e ambiental Esse tipo de organizaccedilatildeo

busca vantagem competitiva desenvolvendo produtos serviccedilos processos e negoacutecios

novos ou modificados com base nas dimensotildees social ambiental e econocircmica Ela

reuacutene duas caracteriacutesticas essenciais eacute inovadora e orientada para a sustentabilidade

Tendo em vista o fenocircmeno do isomorfismo institucional (concentraccedilatildeo de for-

mas organizacionais nos diversos setores produtivos) o modelo das organizaccedilotildees

inovadoras sustentaacuteveis vem ganhando rapidamente cada vez mais espaccedilo nas em-

presas liacutederes Esses fatos permitem dizer que o movimento do desenvolvimento sus-

tentaacutevel eacute um dos movimentos mais importantes do nosso tempo e a julgar pela vita-

lidade dos fatores institucionais presentes em praticamente todo o mundo pode-se

inferir que ele continuaraacute se propagando por muitas deacutecadas

Desse modo o aprimoramento dos modelos de organizaccedilatildeo sustentaacuteveis as

diversas formas da sua institucionalizaccedilatildeo em acircmbito global o desenvolvimento de

tecnologias sustentaacuteveis a gestatildeo de inovaccedilotildees para o desenvolvimento sustentaacutevel

seratildeo temas cada vez mais importantes nos estudos futuros Como o sistema opera-

cional produtivo e as inovaccedilotildees de produto e de processo ao atender as trecircs dimen-

sotildees da sustentabilidade devem gerar ganhos para o meio ambiente em termos de

reduccedilatildeo no uso de recursos e de emissotildees de poluentes o aumento da produccedilatildeo pelo

incitamento agrave demanda por novos produtos pode neutralizar ou ateacute superar esses ga-

nhos Levar em conta essa possibilidade dando-lhe um tratamento adequado eacute um dos

48

maiores desafios para o alinhamento das empresas ao modelo de organizaccedilatildeo inova-

dora sustentaacutevel

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  • AGRADECIMENTOS
  • CAPIacuteTULO III- Aspectos da inovaccedilatildeo e sustentabilidade37
  • Inovaccedilatildeo e sustentabilidade37
  • 32 - Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva
  • 33 - Como implementar vantagem competitiva
  • 34 - Como criar valor e vantagem competitiva
Page 33: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · duzir os processos de inovação dentro da organização. 6 ... CAPÍTULO I - Estrutura da criação de valor e inovação.....11

33

Apesar de um sector poder ter uma fraca eficaacutecia uma empresa que estaacute bem posi-

cionada pode ainda assim criar lucros significativos

Diz-se que uma empresa tem uma vantagem competitiva sobre os seus con-

correntes quando manteacutem retornos que superam a meacutedia no seu sector Esta vanta-

gem decorre das caracteriacutesticas do produto que o torna superior aos produtos da con-

correcircncia

Nalgumas situaccedilotildees pode obter-se uma vantagem competitiva atraveacutes da evoluccedilatildeo

tecnoloacutegica mas esta eacute frequentemente difiacutecil de manter porque os concorrentes ra-

pidamente a copiam ou aperfeiccediloam desenvolvem novas tecnologias Uma vantagem

sustentada resulta frequentemente mais do que da tecnologia ou de modificaccedilatildeo de

produtos de outros fatores como por exemplo o simbolismo associado ndash o que o

produto significa para os consumidores (imagem de marca) e o que estes experimen-

tam na sua compra e uso Os investigadores em marketing reconhecem que os produ-

tos possuem caracteriacutesticas simboacutelicas e que o consumo de certos produtos pode de-

pender mais do seu significado social do que da sua utilidade funcional

Existe atualmente uma tendecircncia para os consumidores exigirem ldquosignificado

pessoalrdquo aos produtos e serviccedilos Torna-se essencial inovar para responder agraves emo-

ccedilotildees que influenciam as decisotildees dos consumidores Estes estatildeo cada vez menos

impressionados com as novas tecnologias e a optar por produtos que resultam ldquopara

mimrdquo Como consequecircncia palavras como emoccedilatildeo e significado pessoal encon-

tram o seu caminho nas estrateacutegias das empresas sendo importante entender os fato-

res intangiacuteveis associados ao valor percebido do produto e as percepccedilotildees na sua

globalidade positivas ou negativas Novas designaccedilotildees tais como ndash ldquofaacutecil acessiacute-

vel razoaacutevel empoderamento e pessoal ndash refletem mais a pessoa do que o obje-

to Descobrir os sentimentos e as atitudes em relaccedilatildeo aos produtos bem como conhe-

cer as razotildees das preferecircncias dos consumidores tornaram-se importantes elementos

estrateacutegicos22

32 - Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva

Em grande medida a ambiccedilatildeo da estrateacutegia da empresa eacute conseguir uma van-

tagem competitiva sustentaacutevel

22Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

34

A vantagem competitiva analisa a atividade da empresa centrando-se primei-

ramente na sua capacidade de gerar retornos superiores de capital e de vincular a

estrateacutegia de negoacutecio a mercados financeiros e de capital fundamentais por um longo

periacuteodo de tempo No fim de contas eacute a vantagem competitiva da empresa que permi-

te ter bons retornos para os seus acionistas

Sem vantagem competitiva a empresa tem uma razatildeo econoacutemica limitada para

existir ndash a sua vantagem competitiva eacute a sua razatildeo de existecircncia Sem ela a empresa

natildeo iraacute prosperar Criar uma vantagem competitiva sustentaacutevel pode ser a meta mais

importante de qualquer organizaccedilatildeo e pode mesmo ser o atributo mais importante em

que a empresa se focaliza23

33 - Como implementar vantagem competitiva

As vantagens competitivas natildeo assumem uma uacutenica forma e eacute possiacutevel que

uma empresa tenha vaacuterias vantagens competitivas e em diferentes aacutereas Ilustra-se

algumas das aacutereas onde as empresas se podem destacar e garantir o seu sucesso a

longo prazo quota de mercado gestatildeo da marca rede marcas e patentes eficaacutecia de

custos e altos custos de mudanccedila

As empresas com quotas de mercado significativas criam um problema para os

concorrentes o que eacute positivo para aquelas uma vez que os seus produtos satildeo bem

conhecidos e recebidos no mercado No entanto mesmo quando a quota de mercado

eacute consideraacutevel se o sector for atrativo ou seja tiver um potencial de lucro significativo

novos operadores podem aparecer com a consequente reduccedilatildeo da quota de merca-

do

Ter uma marca forte pode garantir o sucesso a longo prazo e tambeacutem permitir

agraves empresas obter lucros pois a sua marca permite-lhes cobrar um preccedilo especial

(premium) Marcas fortes tendem a criar uma vantagem competitiva mais duradoura

O efeito de rede ocorre quando um produto cria uma procura por parte dos

consumidores que depois amplia o produto A empresa pode beneficiar do efeito de

23 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

35

rede pela atraccedilatildeo de mais vendedores Estes por sua vez atraem mais compradores

estabelecendo-se uma quota de mercado dominante (por exemplo eBay)

Este efeito de rede natildeo eacute muito comum mas quando ocorre pode ser extre-

mamente lucrativo As marcas e as patentes podem ser fonte de vantagem competiti-

va para algumas empresas 24

34 - Como criar valor e vantagem competitiva

Uma empresa posiciona-se aproveitando os seus pontos fortes Michael Porter

defendeu que aqueles se inscrevem em dois tipos baacutesicos de vantagem competitiva

vantagem pelos custos ou diferenciaccedilatildeo Estes satildeo identificados como vantagens po-

sicionais uma vez que expressam a posiccedilatildeo da empresa no sector enquanto liacuteder nos

custos ou por diferenciaccedilatildeo

A empresa utiliza os seus recursos e capacidades para gerar uma vantagem

competitiva que por uacuteltimo resulte na criaccedilatildeo de um valor superior

As competecircncias distintivas (competecircncias nucleares) resultam de recursos

especiacuteficos e capacidades da empresa facilitam a inovaccedilatildeo a eficiecircncia a qualidade

e a receptividade dos clientes o que pode ser aproveitado para atingir quer uma es-

trutura de baixo custos quer a diferenciaccedilatildeo do produto

Uma empresa posiciona-se no seu sector atraveacutes da opccedilatildeo por baixos custos

ou diferenciaccedilatildeo Esta decisatildeo eacute uma peccedila central da estrateacutegia competitiva da em-

presa

A vantagem competitiva existe quando a empresa eacute capaz de oferecer os

mesmos benefiacutecios que os concorrentes mas a custos mais baixos (vantagem pelos

custos) ou oferecer benefiacutecios que ultrapassam a concorrecircncia (vantagem por diferen-

ciaccedilatildeo) Portanto uma vantagem competitiva permite agrave empresa criar um valor superi-

or para os seus clientes e lucros para si proacuteprio25

24 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=39ampL=5) data acesso 15072012

25 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

36

CAPITULO III

ASPECTOS DA INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE

1 ndash Inovaccedilatildeo e sustentabilidade

37

Como as empresas podem sair da teoria para a praacutetica e chegar a um no-

vo patamar de competitividade e comprometimento com praacuteticas sustentaacuteveis

Muito se fala em inovaccedilatildeo como o principal caminho para o desenvolvimento

sustentaacutevel das organizaccedilotildees e da humanidade Poreacutem em muitos setores falar sobre

esse assunto eacute ainda um exerciacutecio teoacuterico Em geral o tema eacute associado as aacutereas de

tecnologia ou pesquisa e desenvolvimento mas a inovaccedilatildeo deve acontecer tambeacutem

na lideranccedila nas accedilotildees de marketing no modelo de negoacutecios ou seja na gestatildeo co-

mo um todo

Em pesquisa realizada pela Fundaccedilatildeo Nacional da Qualidade (FNQ) em maio

e 2011 representantes de 63 empresas mostraram que 97 consideram fundamental

que as organizaccedilotildees inovem para buscar a sustentabilidade tanto do negoacutecio quanto

da economia e do planeta Apesar dessa consciecircncia 70 dos participantes do estu-

do acreditam que as empresas estatildeo preocupadas mas natildeo direcionam seus investi-

mentos em inovaccedilotildees com foco no crescimento sustentaacutevel O levantamento mostra

ainda que 27 dos entrevistados apontaram a gestatildeo como a principal preocupaccedilatildeo

das empresas em que trabalham enquanto 22 indicaram a sustentabilidade e 19 a

reduccedilatildeo de custos

De acordo com o superintendente geral da FNQ Jairo Martins ldquoos resultados

da pesquisa mostram que as empresas ainda natildeo perceberam o tamanho do problema

da sustentabilidade considerando o baixo iacutendice de organizaccedilotildees que de fato inves-

tem em inovaccedilatildeo para sustentabilidade Em sua maioria as organizaccedilotildees pensam

apenas no lado econocircmico e natildeo no tripeacute da sustentabilidade que demanda uma em-

presa economicamente soacutelida socialmente correta e ambientalmente responsaacutevel

Enquanto dominar o pensamento pelo vieacutes econocircmico cujo sucesso eacute medido pelo

PIB o atual modelo de desenvolvimento insustentaacutevel natildeo vai mudar e natildeo seratildeo in-

cluiacutedas na pauta das organizaccedilotildees as questotildees socioambientaisrdquo

O professor da Fundaccedilatildeo Getuacutelio Vargas Renato Orsato autor do livro ldquoEstra-

teacutegias de Sustentabilidade quando vale a pena ser verderdquo analisou mais de 30 ca-

sos de empresas que adotaram a inovaccedilatildeo em 20 setores ao redor do mundo Para

ele deve haver uma premissa baacutesica para falar sobre esse assunto fazer perguntas

precisas ldquoIsso porque existem centenas de milhares de formas de incluir inovaccedilatildeo e

sustentabilidade nas empresas As empresas devem conhecer bem o contexto onde

atuam e considerar tanto aspectos tangiacuteveis como intangiacuteveisrdquo afirma

38

Na opiniatildeo do professor enquanto a sustentabilidade eacute apenas um acessoacuterio agrave

estrateacutegia da empresa ela natildeo vale a pena Para inovar as organizaccedilotildees devem

questionar os modelos de negoacutecio e pensar em modelos totalmente novos

Orsato daacute o exemplo da empresa Better Place que inovou na maneira de co-

mercializar energia renovaacutevel para carros eleacutetricos ldquoO grande salto seraacute conseguir

mudanccedilas radicais nos modelos de negoacutecios As fronteiras entre os setores de energia

e mobilidade por exemplo podem mudarrdquo 26

11- Da teoria para a praacutetica

De maneira geral a inovaccedilatildeo faz sucesso em palestras de ldquoespecialistasrdquo e de

executivosrdquo explica o professor Joatildeo Amato Neto da Fundaccedilatildeo Vanzolini e Escola

Politeacutecnica da USP ldquoMas haacute empresas realmente inovadoras seja em seus produtos

em seus processos de produccedilatildeo e ateacute mesmo em seu posicionamento de mercado

Outras satildeo inovadoras na relaccedilatildeo com o mercado num sentido mais amplo Esse eacute

um grupo restrito no Brasil de empresas de excelecircncia As que tecircm excelecircncia em

inovaccedilatildeo para sustentabilidade estatildeo num grupo mais restrito ainda Do ponto de vista

da sobrevivecircncia da empresa nos proacuteximos anos esse eacute um requisito fundamentalrdquo

O professor exemplifica que no varejo haacute grandes redes como o Wall Mart

Carrefour e Patildeo de Accediluacutecar que iniciaram accedilotildees para contratar fornecedores com base

em requisitos de sustentabilidade Essas accedilotildees ainda satildeo restritas a alguns poucos

produtos e incluem por exemplo exigecircncias de embalagens que possam ser recicla-

das Satildeo accedilotildees que visam a reduccedilatildeo do uso de recursos materiais e energia de uma

forma geral (busca de maior eco eficiecircncia nos processos)

Mas como sair da teoria e colocar em praacutetica Veja os principais pontos que

uma empresa interessada em inovaccedilatildeo e sustentabilidade deve trabalhar

bull Investir no espiacuterito criativo dos colaboradores natildeo soacute daqueles que atuam nas aacutereas

de pesquisa e desenvolvimento (PampD) de produtos ou na engenharia do produto mas

num sentido mais amplo oacutetimas ideias podem surgir no chamado chatildeo de faacutebrica

26 Internet (httpwwwhsmcombrbuscarkeys=inovaccedilatildeo e sustentabilidade) data acesso 19072012

39

bull Buscar praacuteticas de gestatildeo participativa isso pode gerar ideias que trazem inovaccedilotildees

pequenas incrementais mas que no conjunto fazem muita diferenccedila

bull Usar a educaccedilatildeo para transformar paradigmas e gerar maior conscientizaccedilatildeo Natildeo

se deve pensar apenas em treinamentos que satildeo usados em geral para tarefas es-

peciacuteficas ou aplicaccedilatildeo de teacutecnicas As empresas devem investir na formaccedilatildeo dos re-

cursos humanos

bull Questionar o proacuteprio modelo de negoacutecios

bull Inserir sustentabilidade no planejamento estrateacutegico da empresa

E seraacute que eacute possiacutevel aprender a inovar De acordo com o professor Joatildeo A-

mato a inovaccedilatildeo soacute faz sentido se isso significar uma mudanccedila de mentalidade na

empresa Isso vale para induacutestria ou setor de serviccedilos ldquoNo setor financeiro temos mui-

tos exemplos de como os bancos estatildeo descobrindo novas maneira de incluir a sus-

tentabilidade em suas praacuteticas definindo criteacuterios de praacuteticas socioambientais aos

seus clientes Na realidade alguns dos grandes bancos jaacute colocaram isso no seu plano

estrateacutegicordquo conclui 27

12 ndash Sustentabilidade corporativa

Haacute vaacuterias definiccedilotildees para sustentabilidade e desenvolvimento sustentaacutevel na

literatura e organizaccedilotildees que tratam do tema arrolam outras tantas Isso decorre do

fato de a sustentabilidade ser um conceito relativamente novo possuir um caraacuteter mul-

tidisciplinar e envolver diferentes interpretaccedilotildees que refletem diferenccedilas de valor cir-

cunstacircncias localizadas e contextos especiacuteficos Aleacutem disso o conceito acaba incorpo-

rado a vaacuterios assuntos tais como a definiccedilatildeo de poliacuteticas governamentais a gestatildeo

puacuteblica regional a gestatildeo de empresas e ateacute mesmo o nosso estilo de vida (MA-

27 Internet (httpwwwhsmcombreditoriassustentabilidadeinovacao-e-ustentabilidade-de-

maos-dadas) data acesso 19072012

40

WHINNEY 2002) O foco deste artigo eacute a sustentabilidade corporativa ou seja a apli-

caccedilatildeo do conceito de sustentabilidade nas empresas

Algumas empresas brasileiras vecircm sendo citadas como casos mundiais no

acircmbito de algumas das dimensotildees da sustentabilidade corporativa HART (1997)

menciona a Aracruz Celulose como uma empresa que adota a visatildeo de desenvolvi-

mento sustentaacutevel desde o iniacutecio de suas operaccedilotildees com base no modelo de reflores-

tamento das plantaccedilotildees de eucaliptos PRAHALAD (2004) apresenta o caso da Casas

Bahia como uma empresa que atende a populaccedilatildeo de baixa renda por meio de um

modelo inovador de financiamento (SEABRA LEAL e PASSOS 2005 p10) Relatam

o caso da Natura assinalando que seus principais acionistas satildeo enfaacuteticos ao afirma-

rem que a busca da sustentabilidade eacute mais do que uma estrateacutegia de negoacutecios mdash eacute

uma filosofia de vida Outros estudos acadecircmicos nessa aacuterea tambeacutem envolvem em-

presas nacionais SILVA e KULAY (2005) apresentam um caso de aplicaccedilatildeo da Avali-

accedilatildeo do Ciclo de Vida (LCA mdash Life Cycle Assessment) para analisar os potenciais

impactos ambientais do processo de fabricaccedilatildeo de fertilizantes fosfatados em uma

empresa brasileira COSTA e GOUVINHAS (2004) analisam a adoccedilatildeo das estrateacutegias

de projeto ecoloacutegico (ecodesign) no ambiente de negoacutecios de pequenas e meacutedias em-

presas brasileiras HOPKINS (2002) discute a sustentabilidade nas operaccedilotildees internas

das empresas a partir de uma pesquisa exploratoacuteria sobre a aplicaccedilatildeo de indicadores

de responsabilidade social em quatro grandes empresas no Brasil 28

13 - O conceito de sustentabilidade corporativa

Considera-se sustentabilidade corporativa como a gestatildeo empresarial que bus-

ca equilibrar as necessidades econocircmicas das empresas com a responsabilidade pelo

desenvolvimento da sociedade e preservaccedilatildeo dos recursos naturais visando atender

agraves necessidades atuais e futuras dos elementos afetados pela empresa Esses ele-

mentos mdash que satildeo ou podem ser afetados pelos efeitos das operaccedilotildees accedilotildees e deci-

28 Internet httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

41

sotildees da empresa mdash incluem os acionistas e funcionaacuterios clientes e consumidores

fornecedores e parceiros os recursos naturais utilizados pela empresa o meio ambi-

ente e a sociedade

A sustentabilidade corporativa estaacute associada a trecircs macro objetivos a geraccedilatildeo

de valor econocircmico a responsabilidade ambiental e a responsabilidade social A gera-

ccedilatildeo de valor econocircmico estaacute relacionada com a obtenccedilatildeo de resultados econocircmicos

positivos no presente e no futuro A responsabilidade ambiental diz respeito agrave conser-

vaccedilatildeo e ao uso sustentaacutevel dos recursos naturais E a responsabilidade social con-

templa a corresponsabilidade das empresas pelo desenvolvimento da sociedade Con-

forme ELKINGTON (1997) esses objetivos satildeo inerentes aos denominados resultados

tridimensionais da sustentabilidade (triple bottom line) As empresas que adotam a

sustentabilidade corporativa devem buscar um equiliacutebrio entre o compromisso econocirc-

mico a preservaccedilatildeo ambiental e o desenvolvimento da sociedade assumindo respon-

sabilidades pelas condiccedilotildees de vida atuais e futuras29

14 - Sustentabilidade e geraccedilatildeo de valor econocircmico

A literatura ressalta a necessidade de que as iniciativas relacionadas agrave susten-

tabilidade tragam retornos positivos para as empresas REINHARDT (1999) considera

que as justificativas para os investimentos ambientais realizados pelas empresas de-

vem ser similares aos demais investimentos Nesse sentido os investimentos em ges-

tatildeo ambiental devem auferir retornos financeiros positivos ou conduzir agrave reduccedilatildeo dos

riscos SENGE e CARSTEDT (2001) satildeo mais enfaacuteticos ao considerar que o desafio

atual reside em desenvolver negoacutecios sustentaacuteveis compatiacuteveis com a realidade eco-

nocircmica Segundo esses autores novos modelos de negoacutecios e produtos inovadores

no acircmbito da sustentabilidade precisam necessariamente acarretar resultados finan-

ceiros satisfatoacuterios para se viabilizarem

Os benefiacutecios decorrentes das accedilotildees de sustentabilidade podem ser tangiacuteveis

ou intangiacuteveis Willard (2002) identifica potenciais benefiacutecios tangiacuteveis como aqueles

associados agrave reduccedilatildeo de custos na manufatura agrave reduccedilatildeo de custos comerciais ao

aumento do faturamento e ao aumento da participaccedilatildeo no mercado Como benefiacutecios

intangiacuteveis considera a maior facilidade na contrataccedilatildeo de talentos a maior retenccedilatildeo

29 Internet httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

42

dos principais talentos o aumento da produtividade dos funcionaacuterios a reduccedilatildeo dos

riscos e as maiores facilidades de financiamento NEMLI (2004) considera que os be-

nefiacutecios devem ser mensurados ao longo de trecircs dimensotildees reduccedilatildeo de custos e au-

mento da lucratividade aumento da reputaccedilatildeo e criaccedilatildeo de diferenciaccedilatildeo crescimento

da empresa em termos de capacidade de inovaccedilatildeo e uso de tecnologias limpas

A perspectiva de geraccedilatildeo de valor econocircmico estaacute acoplada a uma visatildeo mais holiacutesti-

ca do bom funcionamento da economia Nesse sentido HAWKEN LOVINS e LOVINS

(1999) consideram que o capitalismo natural pode ser o gatilho para a proacutexima revo-

luccedilatildeo industrial em que quatro tipos de capital sustentam o bom funcionamento da

economia o capital humano (pessoas conhecimento e cultura) o capital financeiro

(caixa investimentos e instrumentos monetaacuterios) o capital industrial (infra estrutura

faacutebricas e maacutequinas) e o capital natural (recursos naturais sistemas de vida e ecossis-

tema) Conforme SENGE e CARSTEDT (2001) a geraccedilatildeo de valor econocircmico por

empresas sustentaacuteveis depende de forma ampla da adoccedilatildeo de uma realidade eco-

nocircmica que conecta a induacutestria a sociedade e o meio ambiente Por outro lado mes-

mo na realidade atual a reduccedilatildeo do desperdiacutecio e do fluxo destrutivo dos recursos

pode representar uma importante oportunidade de negoacutecios (LOVINS LOVINS e

HAWKEN 1999) 30

15 - Sustentabilidade e responsabilidade ambiental

Vaacuterios autores assinalam a importacircncia da questatildeo da estrateacutegia ambiental das

empresas no acircmbito da sustentabilidade corporativa HART (1997) considera a polui-

ccedilatildeo a exaustatildeo dos recursos naturais e a pobreza como os principais desafios da sus-

tentabilidade Segundo o autor a estrateacutegia ambiental das empresas em geral evolui

segundo trecircs estaacutegios prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo produtos ambientalmente corretos e

produccedilatildeo limpa Aleacutem disso uma estrateacutegia ambiental integrada natildeo deve direcionar-

se somente para o desenvolvimento de competecircncias internas mas tambeacutem conside-

rar o relacionamento com os clientes fornecedores outras empresas agentes gover-

30 Internet

(httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext)

data de acesso 2107201230

43

namentais e acionistas Da mesma forma BARBIERI (2004) cita trecircs abordagens para

a gestatildeo ambiental empresarial controle da poluiccedilatildeo prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo e abor-

dagem estrateacutegica A prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo incorpora duas preocupaccedilotildees ambientais

principais o uso sustentaacutevel dos recursos e o controle da poluiccedilatildeo Os instrumentos

tradicionais para o uso sustentaacutevel dos recursos satildeo referenciados pelo autor como

4Rs reduccedilatildeo da poluiccedilatildeo na fonte reutilizaccedilatildeo reciclagem e recuperaccedilatildeo energeacutetica

HOFFMAN (2000) sugere que a estrateacutegia ambiental determine o alinhamento

entre a proteccedilatildeo ambiental e o crescimento econocircmico da empresa O desenvolvimen-

to da estrateacutegia ambiental deve analisar os concorrentes os parceiros os produtos as

mateacuterias-primas as perdas e os resiacuteduos da empresa O autor considera que a estra-

teacutegia ambiental pode ser direcionada por quatro fatores o mercado (composto pelos

consumidores associaccedilotildees concorrentes e consultores) os provedores de recursos

(clientes seguradoras fornecedores bancos e investidores) os elementos coercivos

(regulamentos locais legislaccedilatildeo internacional) e os elementos sociais (instituiccedilotildees

religiosas organizaccedilotildees natildeo-governamentais comunidade mundo acadecircmico im-

prensa e poder judiciaacuterio) 31

16 - Sustentabilidade e responsabilidade social

Os defensores da responsabilidade social argumentam que as empresas de-

vem assumir um compromisso com o desenvolvimento da sociedade As empresas

devem executar accedilotildees para fomentar o desenvolvimento social a inclusatildeo social e

contribuir para a melhoria das condiccedilotildees de vida da populaccedilatildeo mais necessitada Al-

guns autores consideram que essas atividades natildeo satildeo puramente filantroacutepicas uma

vez que as empresas podem auferir benefiacutecios de negoacutecios em funccedilatildeo delas Outros

sugerem ainda que a responsabilidade social esteja associada agrave proacutepria estrateacutegia

empresarial por exemplo SEABRA LEAL e PASSOS (2005) assinalam que os prin-

31 ) Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

44

cipais acionistas da Natura consideram que a responsabilidade social estaacute intimamen-

te ligada agrave estrateacutegia de negoacutecios da empresa

PRAHALAD e HAMMOND (2002) observam que aproximadamente 65 da

populaccedilatildeo mundial mdash cerca de quatro bilhotildees de pessoas mdash ganham menos do que

2000 USDano Esse eacute um mercado praticamente inexplorado pelas empresas multi-

nacionais Segundo os autores as empresas que desejam entrar nesse mercado de-

vem repensar seus modelos de negoacutecios praacuteticas gerenciais e indicadores de desem-

penho Eacute um mercado de novas fontes de receita que exige melhoria na eficiecircncia

operacional e fomento da inovaccedilatildeo A atuaccedilatildeo bem-sucedida para atender agrave denomi-

nada populaccedilatildeo na base da piracircmide pode trazer resultados econocircmicos positivos agraves

empresas e simultaneamente contribuir para a melhoria das condiccedilotildees de vida das

pessoas economicamente menos favorecidas

PORTER e KRAMER (2002) consideram que eacute possiacutevel agraves empresas obterem

a convergecircncia de interesses entre as atividades filantroacutepicas e os objetivos de negoacute-

cios A filantropia pode oferecer oportunidades para as empresas melhorarem seu

contexto competitivo considerando que as atividades filantroacutepicas podem potencial-

mente atuar sobre quatro elementos inter-relacionados da competitividade empresari-

al na disponibilidade dos insumos de produccedilatildeo nas condiccedilotildees de demanda nas con-

diccedilotildees de competiccedilatildeo e rivalidade e na presenccedila das induacutestrias de insumos e suporte

Nesse sentido a filantropia deveria ser considerada uma abordagem claramente estra-

teacutegica pelas empresas WADDOCK e SMITH (2000) adotam um raciociacutenio similar

afirmando que a responsabilidade social e o desempenho corporativo financeiro an-

dam juntos e natildeo como trade-offs

HALL et al (2005) constatam que algumas empresas podem ser socialmente

vulneraacuteveis Segundo esses autores a vulnerabilidade social eacute atribuiacuteda agraves empresas

que apresentam grande importacircncia estrateacutegica para o desenvolvimento econocircmico e

social dos paiacuteses onde operam Eles citam empresas cujo papel extrapola a criaccedilatildeo de

valor aos acionistas sendo consideradas como orgulhos nacionais para seus paiacuteses

Satildeo citadas como exemplos a Siemens na Alemanha a Toyota no Japatildeo a Embraer

no Brasil e a Bombardier no Canadaacute Aleacutem da questatildeo econocircmica essas empresas

desempenham importante papel social em seus respectivos paiacuteses Outras empresas

45

brasileiras tambeacutem poderiam ser citadas como a Petrobras a Companhia Vale do Rio

Doce o Bradesco entre outras 32

2 - Gestatildeo da inovaccedilatildeo para a sustentabilidade

A busca da inovaccedilatildeo e a gestatildeo da inovaccedilatildeo em geral satildeo mediadas por as-

pectos essencialmente econocircmicos e estrateacutegicos Entretanto na medida em que ou-

tras restriccedilotildees compotildeem o ambiente de atuaccedilatildeo das empresas outros fatores podem

impulsionar a inovaccedilatildeo Isso tambeacutem eacute vaacutelido ao se considerarem aspectos de susten-

tabilidade como condicionantes da inovaccedilatildeo

HART e CHRISTENSEN (2002) sugerem que as inovaccedilotildees radicais podem

pavimentar o caminho para as empresas combinarem um crescimento sustentaacutevel

com responsabilidade social HART e MILTEIN (1999) consideram que os desafios

impostos pela sustentabilidade global podem atuar como catalisadores para um novo

estaacutegio de destruiccedilatildeo criativa das empresas Eles associam a preocupaccedilatildeo ecoloacutegica

com melhorias contiacutenuas e a sustentabilidade global com melhorias radicais Nesse

sentido argumentam que a sustentabilidade pode criar oportunidades sem preceden-

tes agraves empresas O raciociacutenio de SENGE e CARSTEDT (2001) eacute similar Esses auto-

res consideram que o foco restrito na eficiecircncia ecoloacutegica pode distrair as empresas da

busca de produtos e modelos de negoacutecios radicalmente diferentes dos atuais Eacute a sus-

tentabilidade global que iraacute motivar as empresas a procurarem novos modelos men-

tais a enfatizarem a aprendizagem e atentarem para a gestatildeo de mudanccedilas

PORTER e VAN DER LINDE (1995) consideram que as regulamentaccedilotildees am-

bientais impotildeem pressotildees competitivas nas empresas motivando-as a inovar VOL-

LENBROEK (2002) propotildee um processo que direciona a inovaccedilatildeo para o desenvolvi-

mento da sustentabilidade denominado gestatildeo da transiccedilatildeo Ele considera que a ino-

vaccedilatildeo natildeo gera automaticamente o progresso da sociedade pois precisa ser condi-

cionada para tanto Os esforccedilos para o desenvolvimento sustentaacutevel precisam ser di-

recionados pela sociedade e esta participa das decisotildees visando obter um balancea-

mento adequado entre os objetivos econocircmicos ecoloacutegicos e sociais A inovaccedilatildeo seraacute

decorrecircncia

32 Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

46

HALL e VREDENBURG (2003) afirmam que os gestores tecircm dificuldades para

lidar com as pressotildees do desenvolvimento sustentaacutevel Eles consideram que as estra-

teacutegias de inovaccedilatildeo das empresas geralmente satildeo inadequadas para acomodar as

complexidades e incertezas inerentes agraves novas demandas impostas pelo desenvolvi-

mento sustentaacutevel Dessa forma sugerem que a estrateacutegia empresarial integre tam-

beacutem os objetivos da inovaccedilatildeo e do desenvolvimento sustentaacutevel Em contraponto agrave

abordagem tradicional da inovaccedilatildeo ditada pelo mercado propotildeem que as empresas

adotem a inovaccedilatildeo para o desenvolvimento sustentaacutevel que incorpora as restriccedilotildees

sociais e as pressotildees ambientais bem como contempla as necessidades das futuras

geraccedilotildees Como seraacute visto no texto que segue a inovaccedilatildeo foi tambeacutem um ingrediente

essencial para o desenvolvimento e o sucesso do projeto estudado na presente pes-

quisa33

CONCLUSAtildeO

O objetivo desse estudo foi verificar e compreender o conceito de inovaccedilatildeo e a

sua aplicabilidade nas organizaccedilotildees assim como a vantagem competitiva no modelo

de negoacutecio por meio da co-criaccedilatildeo de valor

33 Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data acesso 21072012

47

Inovaccedilatildeo e criatividade satildeo essenciais para o continuo desenvolvimento e competi-

tividade de uma naccedilatildeo

Coisas boas acontecem quando o pensamento inovador comeccedila ele poderaacute

ajudar a criar novos produtos melhoria nos processos novas tecnologias tornando

a empresa mais competitiva Tomando conhecimento da grande variedade de produ-

tos e serviccedilos oferecidos pelas organizaccedilotildees pode se observar que nem sempre se

chega ao resultado em melhores experiecircncias de consumo nesse cenaacuterio certas em-

presas adotam a co-criaccedilatildeo de valor ndash participaccedilatildeo do cliente no processo produtivo ndash

para inovar no modelo de negoacutecio agregando valor a sua oferta buscando assim se

diferenciar das demais empresas Apesar da inovaccedilatildeo indicar um caminho seguro

para obter vantagem competitiva sustentaacutevel e defender posiccedilotildees estrateacutegicas no

mercado o seu sucesso natildeo eacute garantido necessitando que os gestores conheccedilam e

compreendam a dinacircmica dos processos da gestatildeo da inovaccedilatildeo dentro de suas orga-

nizaccedilotildees e realidades especiacuteficas

O modelo de organizaccedilatildeo inovadora sustentaacutevel eacute uma resposta agraves pressotildees

institucionais por uma organizaccedilatildeo que seja capaz de inovar com eficiecircncia em termos

econocircmicos mas com responsabilidade social e ambiental Esse tipo de organizaccedilatildeo

busca vantagem competitiva desenvolvendo produtos serviccedilos processos e negoacutecios

novos ou modificados com base nas dimensotildees social ambiental e econocircmica Ela

reuacutene duas caracteriacutesticas essenciais eacute inovadora e orientada para a sustentabilidade

Tendo em vista o fenocircmeno do isomorfismo institucional (concentraccedilatildeo de for-

mas organizacionais nos diversos setores produtivos) o modelo das organizaccedilotildees

inovadoras sustentaacuteveis vem ganhando rapidamente cada vez mais espaccedilo nas em-

presas liacutederes Esses fatos permitem dizer que o movimento do desenvolvimento sus-

tentaacutevel eacute um dos movimentos mais importantes do nosso tempo e a julgar pela vita-

lidade dos fatores institucionais presentes em praticamente todo o mundo pode-se

inferir que ele continuaraacute se propagando por muitas deacutecadas

Desse modo o aprimoramento dos modelos de organizaccedilatildeo sustentaacuteveis as

diversas formas da sua institucionalizaccedilatildeo em acircmbito global o desenvolvimento de

tecnologias sustentaacuteveis a gestatildeo de inovaccedilotildees para o desenvolvimento sustentaacutevel

seratildeo temas cada vez mais importantes nos estudos futuros Como o sistema opera-

cional produtivo e as inovaccedilotildees de produto e de processo ao atender as trecircs dimen-

sotildees da sustentabilidade devem gerar ganhos para o meio ambiente em termos de

reduccedilatildeo no uso de recursos e de emissotildees de poluentes o aumento da produccedilatildeo pelo

incitamento agrave demanda por novos produtos pode neutralizar ou ateacute superar esses ga-

nhos Levar em conta essa possibilidade dando-lhe um tratamento adequado eacute um dos

48

maiores desafios para o alinhamento das empresas ao modelo de organizaccedilatildeo inova-

dora sustentaacutevel

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

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PRAHALAD C K RAMASWAMY Venkatram O futuro da competiccedilatildeo como desen-

volver diferenciais inovadores em parceria com os clientes Rio de Janeiro editora

Elsevier 2004

  • AGRADECIMENTOS
  • CAPIacuteTULO III- Aspectos da inovaccedilatildeo e sustentabilidade37
  • Inovaccedilatildeo e sustentabilidade37
  • 32 - Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva
  • 33 - Como implementar vantagem competitiva
  • 34 - Como criar valor e vantagem competitiva
Page 34: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · duzir os processos de inovação dentro da organização. 6 ... CAPÍTULO I - Estrutura da criação de valor e inovação.....11

34

A vantagem competitiva analisa a atividade da empresa centrando-se primei-

ramente na sua capacidade de gerar retornos superiores de capital e de vincular a

estrateacutegia de negoacutecio a mercados financeiros e de capital fundamentais por um longo

periacuteodo de tempo No fim de contas eacute a vantagem competitiva da empresa que permi-

te ter bons retornos para os seus acionistas

Sem vantagem competitiva a empresa tem uma razatildeo econoacutemica limitada para

existir ndash a sua vantagem competitiva eacute a sua razatildeo de existecircncia Sem ela a empresa

natildeo iraacute prosperar Criar uma vantagem competitiva sustentaacutevel pode ser a meta mais

importante de qualquer organizaccedilatildeo e pode mesmo ser o atributo mais importante em

que a empresa se focaliza23

33 - Como implementar vantagem competitiva

As vantagens competitivas natildeo assumem uma uacutenica forma e eacute possiacutevel que

uma empresa tenha vaacuterias vantagens competitivas e em diferentes aacutereas Ilustra-se

algumas das aacutereas onde as empresas se podem destacar e garantir o seu sucesso a

longo prazo quota de mercado gestatildeo da marca rede marcas e patentes eficaacutecia de

custos e altos custos de mudanccedila

As empresas com quotas de mercado significativas criam um problema para os

concorrentes o que eacute positivo para aquelas uma vez que os seus produtos satildeo bem

conhecidos e recebidos no mercado No entanto mesmo quando a quota de mercado

eacute consideraacutevel se o sector for atrativo ou seja tiver um potencial de lucro significativo

novos operadores podem aparecer com a consequente reduccedilatildeo da quota de merca-

do

Ter uma marca forte pode garantir o sucesso a longo prazo e tambeacutem permitir

agraves empresas obter lucros pois a sua marca permite-lhes cobrar um preccedilo especial

(premium) Marcas fortes tendem a criar uma vantagem competitiva mais duradoura

O efeito de rede ocorre quando um produto cria uma procura por parte dos

consumidores que depois amplia o produto A empresa pode beneficiar do efeito de

23 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

35

rede pela atraccedilatildeo de mais vendedores Estes por sua vez atraem mais compradores

estabelecendo-se uma quota de mercado dominante (por exemplo eBay)

Este efeito de rede natildeo eacute muito comum mas quando ocorre pode ser extre-

mamente lucrativo As marcas e as patentes podem ser fonte de vantagem competiti-

va para algumas empresas 24

34 - Como criar valor e vantagem competitiva

Uma empresa posiciona-se aproveitando os seus pontos fortes Michael Porter

defendeu que aqueles se inscrevem em dois tipos baacutesicos de vantagem competitiva

vantagem pelos custos ou diferenciaccedilatildeo Estes satildeo identificados como vantagens po-

sicionais uma vez que expressam a posiccedilatildeo da empresa no sector enquanto liacuteder nos

custos ou por diferenciaccedilatildeo

A empresa utiliza os seus recursos e capacidades para gerar uma vantagem

competitiva que por uacuteltimo resulte na criaccedilatildeo de um valor superior

As competecircncias distintivas (competecircncias nucleares) resultam de recursos

especiacuteficos e capacidades da empresa facilitam a inovaccedilatildeo a eficiecircncia a qualidade

e a receptividade dos clientes o que pode ser aproveitado para atingir quer uma es-

trutura de baixo custos quer a diferenciaccedilatildeo do produto

Uma empresa posiciona-se no seu sector atraveacutes da opccedilatildeo por baixos custos

ou diferenciaccedilatildeo Esta decisatildeo eacute uma peccedila central da estrateacutegia competitiva da em-

presa

A vantagem competitiva existe quando a empresa eacute capaz de oferecer os

mesmos benefiacutecios que os concorrentes mas a custos mais baixos (vantagem pelos

custos) ou oferecer benefiacutecios que ultrapassam a concorrecircncia (vantagem por diferen-

ciaccedilatildeo) Portanto uma vantagem competitiva permite agrave empresa criar um valor superi-

or para os seus clientes e lucros para si proacuteprio25

24 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=39ampL=5) data acesso 15072012

25 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

36

CAPITULO III

ASPECTOS DA INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE

1 ndash Inovaccedilatildeo e sustentabilidade

37

Como as empresas podem sair da teoria para a praacutetica e chegar a um no-

vo patamar de competitividade e comprometimento com praacuteticas sustentaacuteveis

Muito se fala em inovaccedilatildeo como o principal caminho para o desenvolvimento

sustentaacutevel das organizaccedilotildees e da humanidade Poreacutem em muitos setores falar sobre

esse assunto eacute ainda um exerciacutecio teoacuterico Em geral o tema eacute associado as aacutereas de

tecnologia ou pesquisa e desenvolvimento mas a inovaccedilatildeo deve acontecer tambeacutem

na lideranccedila nas accedilotildees de marketing no modelo de negoacutecios ou seja na gestatildeo co-

mo um todo

Em pesquisa realizada pela Fundaccedilatildeo Nacional da Qualidade (FNQ) em maio

e 2011 representantes de 63 empresas mostraram que 97 consideram fundamental

que as organizaccedilotildees inovem para buscar a sustentabilidade tanto do negoacutecio quanto

da economia e do planeta Apesar dessa consciecircncia 70 dos participantes do estu-

do acreditam que as empresas estatildeo preocupadas mas natildeo direcionam seus investi-

mentos em inovaccedilotildees com foco no crescimento sustentaacutevel O levantamento mostra

ainda que 27 dos entrevistados apontaram a gestatildeo como a principal preocupaccedilatildeo

das empresas em que trabalham enquanto 22 indicaram a sustentabilidade e 19 a

reduccedilatildeo de custos

De acordo com o superintendente geral da FNQ Jairo Martins ldquoos resultados

da pesquisa mostram que as empresas ainda natildeo perceberam o tamanho do problema

da sustentabilidade considerando o baixo iacutendice de organizaccedilotildees que de fato inves-

tem em inovaccedilatildeo para sustentabilidade Em sua maioria as organizaccedilotildees pensam

apenas no lado econocircmico e natildeo no tripeacute da sustentabilidade que demanda uma em-

presa economicamente soacutelida socialmente correta e ambientalmente responsaacutevel

Enquanto dominar o pensamento pelo vieacutes econocircmico cujo sucesso eacute medido pelo

PIB o atual modelo de desenvolvimento insustentaacutevel natildeo vai mudar e natildeo seratildeo in-

cluiacutedas na pauta das organizaccedilotildees as questotildees socioambientaisrdquo

O professor da Fundaccedilatildeo Getuacutelio Vargas Renato Orsato autor do livro ldquoEstra-

teacutegias de Sustentabilidade quando vale a pena ser verderdquo analisou mais de 30 ca-

sos de empresas que adotaram a inovaccedilatildeo em 20 setores ao redor do mundo Para

ele deve haver uma premissa baacutesica para falar sobre esse assunto fazer perguntas

precisas ldquoIsso porque existem centenas de milhares de formas de incluir inovaccedilatildeo e

sustentabilidade nas empresas As empresas devem conhecer bem o contexto onde

atuam e considerar tanto aspectos tangiacuteveis como intangiacuteveisrdquo afirma

38

Na opiniatildeo do professor enquanto a sustentabilidade eacute apenas um acessoacuterio agrave

estrateacutegia da empresa ela natildeo vale a pena Para inovar as organizaccedilotildees devem

questionar os modelos de negoacutecio e pensar em modelos totalmente novos

Orsato daacute o exemplo da empresa Better Place que inovou na maneira de co-

mercializar energia renovaacutevel para carros eleacutetricos ldquoO grande salto seraacute conseguir

mudanccedilas radicais nos modelos de negoacutecios As fronteiras entre os setores de energia

e mobilidade por exemplo podem mudarrdquo 26

11- Da teoria para a praacutetica

De maneira geral a inovaccedilatildeo faz sucesso em palestras de ldquoespecialistasrdquo e de

executivosrdquo explica o professor Joatildeo Amato Neto da Fundaccedilatildeo Vanzolini e Escola

Politeacutecnica da USP ldquoMas haacute empresas realmente inovadoras seja em seus produtos

em seus processos de produccedilatildeo e ateacute mesmo em seu posicionamento de mercado

Outras satildeo inovadoras na relaccedilatildeo com o mercado num sentido mais amplo Esse eacute

um grupo restrito no Brasil de empresas de excelecircncia As que tecircm excelecircncia em

inovaccedilatildeo para sustentabilidade estatildeo num grupo mais restrito ainda Do ponto de vista

da sobrevivecircncia da empresa nos proacuteximos anos esse eacute um requisito fundamentalrdquo

O professor exemplifica que no varejo haacute grandes redes como o Wall Mart

Carrefour e Patildeo de Accediluacutecar que iniciaram accedilotildees para contratar fornecedores com base

em requisitos de sustentabilidade Essas accedilotildees ainda satildeo restritas a alguns poucos

produtos e incluem por exemplo exigecircncias de embalagens que possam ser recicla-

das Satildeo accedilotildees que visam a reduccedilatildeo do uso de recursos materiais e energia de uma

forma geral (busca de maior eco eficiecircncia nos processos)

Mas como sair da teoria e colocar em praacutetica Veja os principais pontos que

uma empresa interessada em inovaccedilatildeo e sustentabilidade deve trabalhar

bull Investir no espiacuterito criativo dos colaboradores natildeo soacute daqueles que atuam nas aacutereas

de pesquisa e desenvolvimento (PampD) de produtos ou na engenharia do produto mas

num sentido mais amplo oacutetimas ideias podem surgir no chamado chatildeo de faacutebrica

26 Internet (httpwwwhsmcombrbuscarkeys=inovaccedilatildeo e sustentabilidade) data acesso 19072012

39

bull Buscar praacuteticas de gestatildeo participativa isso pode gerar ideias que trazem inovaccedilotildees

pequenas incrementais mas que no conjunto fazem muita diferenccedila

bull Usar a educaccedilatildeo para transformar paradigmas e gerar maior conscientizaccedilatildeo Natildeo

se deve pensar apenas em treinamentos que satildeo usados em geral para tarefas es-

peciacuteficas ou aplicaccedilatildeo de teacutecnicas As empresas devem investir na formaccedilatildeo dos re-

cursos humanos

bull Questionar o proacuteprio modelo de negoacutecios

bull Inserir sustentabilidade no planejamento estrateacutegico da empresa

E seraacute que eacute possiacutevel aprender a inovar De acordo com o professor Joatildeo A-

mato a inovaccedilatildeo soacute faz sentido se isso significar uma mudanccedila de mentalidade na

empresa Isso vale para induacutestria ou setor de serviccedilos ldquoNo setor financeiro temos mui-

tos exemplos de como os bancos estatildeo descobrindo novas maneira de incluir a sus-

tentabilidade em suas praacuteticas definindo criteacuterios de praacuteticas socioambientais aos

seus clientes Na realidade alguns dos grandes bancos jaacute colocaram isso no seu plano

estrateacutegicordquo conclui 27

12 ndash Sustentabilidade corporativa

Haacute vaacuterias definiccedilotildees para sustentabilidade e desenvolvimento sustentaacutevel na

literatura e organizaccedilotildees que tratam do tema arrolam outras tantas Isso decorre do

fato de a sustentabilidade ser um conceito relativamente novo possuir um caraacuteter mul-

tidisciplinar e envolver diferentes interpretaccedilotildees que refletem diferenccedilas de valor cir-

cunstacircncias localizadas e contextos especiacuteficos Aleacutem disso o conceito acaba incorpo-

rado a vaacuterios assuntos tais como a definiccedilatildeo de poliacuteticas governamentais a gestatildeo

puacuteblica regional a gestatildeo de empresas e ateacute mesmo o nosso estilo de vida (MA-

27 Internet (httpwwwhsmcombreditoriassustentabilidadeinovacao-e-ustentabilidade-de-

maos-dadas) data acesso 19072012

40

WHINNEY 2002) O foco deste artigo eacute a sustentabilidade corporativa ou seja a apli-

caccedilatildeo do conceito de sustentabilidade nas empresas

Algumas empresas brasileiras vecircm sendo citadas como casos mundiais no

acircmbito de algumas das dimensotildees da sustentabilidade corporativa HART (1997)

menciona a Aracruz Celulose como uma empresa que adota a visatildeo de desenvolvi-

mento sustentaacutevel desde o iniacutecio de suas operaccedilotildees com base no modelo de reflores-

tamento das plantaccedilotildees de eucaliptos PRAHALAD (2004) apresenta o caso da Casas

Bahia como uma empresa que atende a populaccedilatildeo de baixa renda por meio de um

modelo inovador de financiamento (SEABRA LEAL e PASSOS 2005 p10) Relatam

o caso da Natura assinalando que seus principais acionistas satildeo enfaacuteticos ao afirma-

rem que a busca da sustentabilidade eacute mais do que uma estrateacutegia de negoacutecios mdash eacute

uma filosofia de vida Outros estudos acadecircmicos nessa aacuterea tambeacutem envolvem em-

presas nacionais SILVA e KULAY (2005) apresentam um caso de aplicaccedilatildeo da Avali-

accedilatildeo do Ciclo de Vida (LCA mdash Life Cycle Assessment) para analisar os potenciais

impactos ambientais do processo de fabricaccedilatildeo de fertilizantes fosfatados em uma

empresa brasileira COSTA e GOUVINHAS (2004) analisam a adoccedilatildeo das estrateacutegias

de projeto ecoloacutegico (ecodesign) no ambiente de negoacutecios de pequenas e meacutedias em-

presas brasileiras HOPKINS (2002) discute a sustentabilidade nas operaccedilotildees internas

das empresas a partir de uma pesquisa exploratoacuteria sobre a aplicaccedilatildeo de indicadores

de responsabilidade social em quatro grandes empresas no Brasil 28

13 - O conceito de sustentabilidade corporativa

Considera-se sustentabilidade corporativa como a gestatildeo empresarial que bus-

ca equilibrar as necessidades econocircmicas das empresas com a responsabilidade pelo

desenvolvimento da sociedade e preservaccedilatildeo dos recursos naturais visando atender

agraves necessidades atuais e futuras dos elementos afetados pela empresa Esses ele-

mentos mdash que satildeo ou podem ser afetados pelos efeitos das operaccedilotildees accedilotildees e deci-

28 Internet httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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sotildees da empresa mdash incluem os acionistas e funcionaacuterios clientes e consumidores

fornecedores e parceiros os recursos naturais utilizados pela empresa o meio ambi-

ente e a sociedade

A sustentabilidade corporativa estaacute associada a trecircs macro objetivos a geraccedilatildeo

de valor econocircmico a responsabilidade ambiental e a responsabilidade social A gera-

ccedilatildeo de valor econocircmico estaacute relacionada com a obtenccedilatildeo de resultados econocircmicos

positivos no presente e no futuro A responsabilidade ambiental diz respeito agrave conser-

vaccedilatildeo e ao uso sustentaacutevel dos recursos naturais E a responsabilidade social con-

templa a corresponsabilidade das empresas pelo desenvolvimento da sociedade Con-

forme ELKINGTON (1997) esses objetivos satildeo inerentes aos denominados resultados

tridimensionais da sustentabilidade (triple bottom line) As empresas que adotam a

sustentabilidade corporativa devem buscar um equiliacutebrio entre o compromisso econocirc-

mico a preservaccedilatildeo ambiental e o desenvolvimento da sociedade assumindo respon-

sabilidades pelas condiccedilotildees de vida atuais e futuras29

14 - Sustentabilidade e geraccedilatildeo de valor econocircmico

A literatura ressalta a necessidade de que as iniciativas relacionadas agrave susten-

tabilidade tragam retornos positivos para as empresas REINHARDT (1999) considera

que as justificativas para os investimentos ambientais realizados pelas empresas de-

vem ser similares aos demais investimentos Nesse sentido os investimentos em ges-

tatildeo ambiental devem auferir retornos financeiros positivos ou conduzir agrave reduccedilatildeo dos

riscos SENGE e CARSTEDT (2001) satildeo mais enfaacuteticos ao considerar que o desafio

atual reside em desenvolver negoacutecios sustentaacuteveis compatiacuteveis com a realidade eco-

nocircmica Segundo esses autores novos modelos de negoacutecios e produtos inovadores

no acircmbito da sustentabilidade precisam necessariamente acarretar resultados finan-

ceiros satisfatoacuterios para se viabilizarem

Os benefiacutecios decorrentes das accedilotildees de sustentabilidade podem ser tangiacuteveis

ou intangiacuteveis Willard (2002) identifica potenciais benefiacutecios tangiacuteveis como aqueles

associados agrave reduccedilatildeo de custos na manufatura agrave reduccedilatildeo de custos comerciais ao

aumento do faturamento e ao aumento da participaccedilatildeo no mercado Como benefiacutecios

intangiacuteveis considera a maior facilidade na contrataccedilatildeo de talentos a maior retenccedilatildeo

29 Internet httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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dos principais talentos o aumento da produtividade dos funcionaacuterios a reduccedilatildeo dos

riscos e as maiores facilidades de financiamento NEMLI (2004) considera que os be-

nefiacutecios devem ser mensurados ao longo de trecircs dimensotildees reduccedilatildeo de custos e au-

mento da lucratividade aumento da reputaccedilatildeo e criaccedilatildeo de diferenciaccedilatildeo crescimento

da empresa em termos de capacidade de inovaccedilatildeo e uso de tecnologias limpas

A perspectiva de geraccedilatildeo de valor econocircmico estaacute acoplada a uma visatildeo mais holiacutesti-

ca do bom funcionamento da economia Nesse sentido HAWKEN LOVINS e LOVINS

(1999) consideram que o capitalismo natural pode ser o gatilho para a proacutexima revo-

luccedilatildeo industrial em que quatro tipos de capital sustentam o bom funcionamento da

economia o capital humano (pessoas conhecimento e cultura) o capital financeiro

(caixa investimentos e instrumentos monetaacuterios) o capital industrial (infra estrutura

faacutebricas e maacutequinas) e o capital natural (recursos naturais sistemas de vida e ecossis-

tema) Conforme SENGE e CARSTEDT (2001) a geraccedilatildeo de valor econocircmico por

empresas sustentaacuteveis depende de forma ampla da adoccedilatildeo de uma realidade eco-

nocircmica que conecta a induacutestria a sociedade e o meio ambiente Por outro lado mes-

mo na realidade atual a reduccedilatildeo do desperdiacutecio e do fluxo destrutivo dos recursos

pode representar uma importante oportunidade de negoacutecios (LOVINS LOVINS e

HAWKEN 1999) 30

15 - Sustentabilidade e responsabilidade ambiental

Vaacuterios autores assinalam a importacircncia da questatildeo da estrateacutegia ambiental das

empresas no acircmbito da sustentabilidade corporativa HART (1997) considera a polui-

ccedilatildeo a exaustatildeo dos recursos naturais e a pobreza como os principais desafios da sus-

tentabilidade Segundo o autor a estrateacutegia ambiental das empresas em geral evolui

segundo trecircs estaacutegios prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo produtos ambientalmente corretos e

produccedilatildeo limpa Aleacutem disso uma estrateacutegia ambiental integrada natildeo deve direcionar-

se somente para o desenvolvimento de competecircncias internas mas tambeacutem conside-

rar o relacionamento com os clientes fornecedores outras empresas agentes gover-

30 Internet

(httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext)

data de acesso 2107201230

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namentais e acionistas Da mesma forma BARBIERI (2004) cita trecircs abordagens para

a gestatildeo ambiental empresarial controle da poluiccedilatildeo prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo e abor-

dagem estrateacutegica A prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo incorpora duas preocupaccedilotildees ambientais

principais o uso sustentaacutevel dos recursos e o controle da poluiccedilatildeo Os instrumentos

tradicionais para o uso sustentaacutevel dos recursos satildeo referenciados pelo autor como

4Rs reduccedilatildeo da poluiccedilatildeo na fonte reutilizaccedilatildeo reciclagem e recuperaccedilatildeo energeacutetica

HOFFMAN (2000) sugere que a estrateacutegia ambiental determine o alinhamento

entre a proteccedilatildeo ambiental e o crescimento econocircmico da empresa O desenvolvimen-

to da estrateacutegia ambiental deve analisar os concorrentes os parceiros os produtos as

mateacuterias-primas as perdas e os resiacuteduos da empresa O autor considera que a estra-

teacutegia ambiental pode ser direcionada por quatro fatores o mercado (composto pelos

consumidores associaccedilotildees concorrentes e consultores) os provedores de recursos

(clientes seguradoras fornecedores bancos e investidores) os elementos coercivos

(regulamentos locais legislaccedilatildeo internacional) e os elementos sociais (instituiccedilotildees

religiosas organizaccedilotildees natildeo-governamentais comunidade mundo acadecircmico im-

prensa e poder judiciaacuterio) 31

16 - Sustentabilidade e responsabilidade social

Os defensores da responsabilidade social argumentam que as empresas de-

vem assumir um compromisso com o desenvolvimento da sociedade As empresas

devem executar accedilotildees para fomentar o desenvolvimento social a inclusatildeo social e

contribuir para a melhoria das condiccedilotildees de vida da populaccedilatildeo mais necessitada Al-

guns autores consideram que essas atividades natildeo satildeo puramente filantroacutepicas uma

vez que as empresas podem auferir benefiacutecios de negoacutecios em funccedilatildeo delas Outros

sugerem ainda que a responsabilidade social esteja associada agrave proacutepria estrateacutegia

empresarial por exemplo SEABRA LEAL e PASSOS (2005) assinalam que os prin-

31 ) Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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cipais acionistas da Natura consideram que a responsabilidade social estaacute intimamen-

te ligada agrave estrateacutegia de negoacutecios da empresa

PRAHALAD e HAMMOND (2002) observam que aproximadamente 65 da

populaccedilatildeo mundial mdash cerca de quatro bilhotildees de pessoas mdash ganham menos do que

2000 USDano Esse eacute um mercado praticamente inexplorado pelas empresas multi-

nacionais Segundo os autores as empresas que desejam entrar nesse mercado de-

vem repensar seus modelos de negoacutecios praacuteticas gerenciais e indicadores de desem-

penho Eacute um mercado de novas fontes de receita que exige melhoria na eficiecircncia

operacional e fomento da inovaccedilatildeo A atuaccedilatildeo bem-sucedida para atender agrave denomi-

nada populaccedilatildeo na base da piracircmide pode trazer resultados econocircmicos positivos agraves

empresas e simultaneamente contribuir para a melhoria das condiccedilotildees de vida das

pessoas economicamente menos favorecidas

PORTER e KRAMER (2002) consideram que eacute possiacutevel agraves empresas obterem

a convergecircncia de interesses entre as atividades filantroacutepicas e os objetivos de negoacute-

cios A filantropia pode oferecer oportunidades para as empresas melhorarem seu

contexto competitivo considerando que as atividades filantroacutepicas podem potencial-

mente atuar sobre quatro elementos inter-relacionados da competitividade empresari-

al na disponibilidade dos insumos de produccedilatildeo nas condiccedilotildees de demanda nas con-

diccedilotildees de competiccedilatildeo e rivalidade e na presenccedila das induacutestrias de insumos e suporte

Nesse sentido a filantropia deveria ser considerada uma abordagem claramente estra-

teacutegica pelas empresas WADDOCK e SMITH (2000) adotam um raciociacutenio similar

afirmando que a responsabilidade social e o desempenho corporativo financeiro an-

dam juntos e natildeo como trade-offs

HALL et al (2005) constatam que algumas empresas podem ser socialmente

vulneraacuteveis Segundo esses autores a vulnerabilidade social eacute atribuiacuteda agraves empresas

que apresentam grande importacircncia estrateacutegica para o desenvolvimento econocircmico e

social dos paiacuteses onde operam Eles citam empresas cujo papel extrapola a criaccedilatildeo de

valor aos acionistas sendo consideradas como orgulhos nacionais para seus paiacuteses

Satildeo citadas como exemplos a Siemens na Alemanha a Toyota no Japatildeo a Embraer

no Brasil e a Bombardier no Canadaacute Aleacutem da questatildeo econocircmica essas empresas

desempenham importante papel social em seus respectivos paiacuteses Outras empresas

45

brasileiras tambeacutem poderiam ser citadas como a Petrobras a Companhia Vale do Rio

Doce o Bradesco entre outras 32

2 - Gestatildeo da inovaccedilatildeo para a sustentabilidade

A busca da inovaccedilatildeo e a gestatildeo da inovaccedilatildeo em geral satildeo mediadas por as-

pectos essencialmente econocircmicos e estrateacutegicos Entretanto na medida em que ou-

tras restriccedilotildees compotildeem o ambiente de atuaccedilatildeo das empresas outros fatores podem

impulsionar a inovaccedilatildeo Isso tambeacutem eacute vaacutelido ao se considerarem aspectos de susten-

tabilidade como condicionantes da inovaccedilatildeo

HART e CHRISTENSEN (2002) sugerem que as inovaccedilotildees radicais podem

pavimentar o caminho para as empresas combinarem um crescimento sustentaacutevel

com responsabilidade social HART e MILTEIN (1999) consideram que os desafios

impostos pela sustentabilidade global podem atuar como catalisadores para um novo

estaacutegio de destruiccedilatildeo criativa das empresas Eles associam a preocupaccedilatildeo ecoloacutegica

com melhorias contiacutenuas e a sustentabilidade global com melhorias radicais Nesse

sentido argumentam que a sustentabilidade pode criar oportunidades sem preceden-

tes agraves empresas O raciociacutenio de SENGE e CARSTEDT (2001) eacute similar Esses auto-

res consideram que o foco restrito na eficiecircncia ecoloacutegica pode distrair as empresas da

busca de produtos e modelos de negoacutecios radicalmente diferentes dos atuais Eacute a sus-

tentabilidade global que iraacute motivar as empresas a procurarem novos modelos men-

tais a enfatizarem a aprendizagem e atentarem para a gestatildeo de mudanccedilas

PORTER e VAN DER LINDE (1995) consideram que as regulamentaccedilotildees am-

bientais impotildeem pressotildees competitivas nas empresas motivando-as a inovar VOL-

LENBROEK (2002) propotildee um processo que direciona a inovaccedilatildeo para o desenvolvi-

mento da sustentabilidade denominado gestatildeo da transiccedilatildeo Ele considera que a ino-

vaccedilatildeo natildeo gera automaticamente o progresso da sociedade pois precisa ser condi-

cionada para tanto Os esforccedilos para o desenvolvimento sustentaacutevel precisam ser di-

recionados pela sociedade e esta participa das decisotildees visando obter um balancea-

mento adequado entre os objetivos econocircmicos ecoloacutegicos e sociais A inovaccedilatildeo seraacute

decorrecircncia

32 Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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HALL e VREDENBURG (2003) afirmam que os gestores tecircm dificuldades para

lidar com as pressotildees do desenvolvimento sustentaacutevel Eles consideram que as estra-

teacutegias de inovaccedilatildeo das empresas geralmente satildeo inadequadas para acomodar as

complexidades e incertezas inerentes agraves novas demandas impostas pelo desenvolvi-

mento sustentaacutevel Dessa forma sugerem que a estrateacutegia empresarial integre tam-

beacutem os objetivos da inovaccedilatildeo e do desenvolvimento sustentaacutevel Em contraponto agrave

abordagem tradicional da inovaccedilatildeo ditada pelo mercado propotildeem que as empresas

adotem a inovaccedilatildeo para o desenvolvimento sustentaacutevel que incorpora as restriccedilotildees

sociais e as pressotildees ambientais bem como contempla as necessidades das futuras

geraccedilotildees Como seraacute visto no texto que segue a inovaccedilatildeo foi tambeacutem um ingrediente

essencial para o desenvolvimento e o sucesso do projeto estudado na presente pes-

quisa33

CONCLUSAtildeO

O objetivo desse estudo foi verificar e compreender o conceito de inovaccedilatildeo e a

sua aplicabilidade nas organizaccedilotildees assim como a vantagem competitiva no modelo

de negoacutecio por meio da co-criaccedilatildeo de valor

33 Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data acesso 21072012

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Inovaccedilatildeo e criatividade satildeo essenciais para o continuo desenvolvimento e competi-

tividade de uma naccedilatildeo

Coisas boas acontecem quando o pensamento inovador comeccedila ele poderaacute

ajudar a criar novos produtos melhoria nos processos novas tecnologias tornando

a empresa mais competitiva Tomando conhecimento da grande variedade de produ-

tos e serviccedilos oferecidos pelas organizaccedilotildees pode se observar que nem sempre se

chega ao resultado em melhores experiecircncias de consumo nesse cenaacuterio certas em-

presas adotam a co-criaccedilatildeo de valor ndash participaccedilatildeo do cliente no processo produtivo ndash

para inovar no modelo de negoacutecio agregando valor a sua oferta buscando assim se

diferenciar das demais empresas Apesar da inovaccedilatildeo indicar um caminho seguro

para obter vantagem competitiva sustentaacutevel e defender posiccedilotildees estrateacutegicas no

mercado o seu sucesso natildeo eacute garantido necessitando que os gestores conheccedilam e

compreendam a dinacircmica dos processos da gestatildeo da inovaccedilatildeo dentro de suas orga-

nizaccedilotildees e realidades especiacuteficas

O modelo de organizaccedilatildeo inovadora sustentaacutevel eacute uma resposta agraves pressotildees

institucionais por uma organizaccedilatildeo que seja capaz de inovar com eficiecircncia em termos

econocircmicos mas com responsabilidade social e ambiental Esse tipo de organizaccedilatildeo

busca vantagem competitiva desenvolvendo produtos serviccedilos processos e negoacutecios

novos ou modificados com base nas dimensotildees social ambiental e econocircmica Ela

reuacutene duas caracteriacutesticas essenciais eacute inovadora e orientada para a sustentabilidade

Tendo em vista o fenocircmeno do isomorfismo institucional (concentraccedilatildeo de for-

mas organizacionais nos diversos setores produtivos) o modelo das organizaccedilotildees

inovadoras sustentaacuteveis vem ganhando rapidamente cada vez mais espaccedilo nas em-

presas liacutederes Esses fatos permitem dizer que o movimento do desenvolvimento sus-

tentaacutevel eacute um dos movimentos mais importantes do nosso tempo e a julgar pela vita-

lidade dos fatores institucionais presentes em praticamente todo o mundo pode-se

inferir que ele continuaraacute se propagando por muitas deacutecadas

Desse modo o aprimoramento dos modelos de organizaccedilatildeo sustentaacuteveis as

diversas formas da sua institucionalizaccedilatildeo em acircmbito global o desenvolvimento de

tecnologias sustentaacuteveis a gestatildeo de inovaccedilotildees para o desenvolvimento sustentaacutevel

seratildeo temas cada vez mais importantes nos estudos futuros Como o sistema opera-

cional produtivo e as inovaccedilotildees de produto e de processo ao atender as trecircs dimen-

sotildees da sustentabilidade devem gerar ganhos para o meio ambiente em termos de

reduccedilatildeo no uso de recursos e de emissotildees de poluentes o aumento da produccedilatildeo pelo

incitamento agrave demanda por novos produtos pode neutralizar ou ateacute superar esses ga-

nhos Levar em conta essa possibilidade dando-lhe um tratamento adequado eacute um dos

48

maiores desafios para o alinhamento das empresas ao modelo de organizaccedilatildeo inova-

dora sustentaacutevel

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Processos de inovaccedilatildeo Internet httpwwwliincufrjbrfrattachments055_saritalivropdfpage=122) data de acesso 03062012

Processos de inovaccedilatildeo nas organizaccedilotildees Internet

(httpwwwgooglecombrurlsa=tamprct=jampq=ampesrc=sampsource=webampcd=1ampved=0CEsQ

FjA-

Aampurl=http3A2F2Fwwwfespprbr2F~bastosjr2FGest25E3o2520de252

0Inova25E725E3o2FArtigos2FInova25E725E3odocampei=Vhr2T9qvHaez6w

Ho16zYBgampusg=AFQjCNEz7MKNTbjYj81PrvG) data de acesso 03062012

Sustentabilidade e geraccedilatildeo de valor econocircmico Internet

(httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-

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51

Sustentabilidade e responsabilidade ambiental Internet

(httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-

21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

Sustentabilidade e responsabilidade social Internet

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PRAHALAD C K KRISHNAN M S A nova era inovaccedilatildeo Rio de Janeiro editora

Elsevier 2008

PRAHALAD C K RAMASWAMY Venkatram O futuro da competiccedilatildeo como desen-

volver diferenciais inovadores em parceria com os clientes Rio de Janeiro editora

Elsevier 2004

  • AGRADECIMENTOS
  • CAPIacuteTULO III- Aspectos da inovaccedilatildeo e sustentabilidade37
  • Inovaccedilatildeo e sustentabilidade37
  • 32 - Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva
  • 33 - Como implementar vantagem competitiva
  • 34 - Como criar valor e vantagem competitiva
Page 35: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · duzir os processos de inovação dentro da organização. 6 ... CAPÍTULO I - Estrutura da criação de valor e inovação.....11

35

rede pela atraccedilatildeo de mais vendedores Estes por sua vez atraem mais compradores

estabelecendo-se uma quota de mercado dominante (por exemplo eBay)

Este efeito de rede natildeo eacute muito comum mas quando ocorre pode ser extre-

mamente lucrativo As marcas e as patentes podem ser fonte de vantagem competiti-

va para algumas empresas 24

34 - Como criar valor e vantagem competitiva

Uma empresa posiciona-se aproveitando os seus pontos fortes Michael Porter

defendeu que aqueles se inscrevem em dois tipos baacutesicos de vantagem competitiva

vantagem pelos custos ou diferenciaccedilatildeo Estes satildeo identificados como vantagens po-

sicionais uma vez que expressam a posiccedilatildeo da empresa no sector enquanto liacuteder nos

custos ou por diferenciaccedilatildeo

A empresa utiliza os seus recursos e capacidades para gerar uma vantagem

competitiva que por uacuteltimo resulte na criaccedilatildeo de um valor superior

As competecircncias distintivas (competecircncias nucleares) resultam de recursos

especiacuteficos e capacidades da empresa facilitam a inovaccedilatildeo a eficiecircncia a qualidade

e a receptividade dos clientes o que pode ser aproveitado para atingir quer uma es-

trutura de baixo custos quer a diferenciaccedilatildeo do produto

Uma empresa posiciona-se no seu sector atraveacutes da opccedilatildeo por baixos custos

ou diferenciaccedilatildeo Esta decisatildeo eacute uma peccedila central da estrateacutegia competitiva da em-

presa

A vantagem competitiva existe quando a empresa eacute capaz de oferecer os

mesmos benefiacutecios que os concorrentes mas a custos mais baixos (vantagem pelos

custos) ou oferecer benefiacutecios que ultrapassam a concorrecircncia (vantagem por diferen-

ciaccedilatildeo) Portanto uma vantagem competitiva permite agrave empresa criar um valor superi-

or para os seus clientes e lucros para si proacuteprio25

24 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=39ampL=5) data acesso 15072012

25 Internet (httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

36

CAPITULO III

ASPECTOS DA INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE

1 ndash Inovaccedilatildeo e sustentabilidade

37

Como as empresas podem sair da teoria para a praacutetica e chegar a um no-

vo patamar de competitividade e comprometimento com praacuteticas sustentaacuteveis

Muito se fala em inovaccedilatildeo como o principal caminho para o desenvolvimento

sustentaacutevel das organizaccedilotildees e da humanidade Poreacutem em muitos setores falar sobre

esse assunto eacute ainda um exerciacutecio teoacuterico Em geral o tema eacute associado as aacutereas de

tecnologia ou pesquisa e desenvolvimento mas a inovaccedilatildeo deve acontecer tambeacutem

na lideranccedila nas accedilotildees de marketing no modelo de negoacutecios ou seja na gestatildeo co-

mo um todo

Em pesquisa realizada pela Fundaccedilatildeo Nacional da Qualidade (FNQ) em maio

e 2011 representantes de 63 empresas mostraram que 97 consideram fundamental

que as organizaccedilotildees inovem para buscar a sustentabilidade tanto do negoacutecio quanto

da economia e do planeta Apesar dessa consciecircncia 70 dos participantes do estu-

do acreditam que as empresas estatildeo preocupadas mas natildeo direcionam seus investi-

mentos em inovaccedilotildees com foco no crescimento sustentaacutevel O levantamento mostra

ainda que 27 dos entrevistados apontaram a gestatildeo como a principal preocupaccedilatildeo

das empresas em que trabalham enquanto 22 indicaram a sustentabilidade e 19 a

reduccedilatildeo de custos

De acordo com o superintendente geral da FNQ Jairo Martins ldquoos resultados

da pesquisa mostram que as empresas ainda natildeo perceberam o tamanho do problema

da sustentabilidade considerando o baixo iacutendice de organizaccedilotildees que de fato inves-

tem em inovaccedilatildeo para sustentabilidade Em sua maioria as organizaccedilotildees pensam

apenas no lado econocircmico e natildeo no tripeacute da sustentabilidade que demanda uma em-

presa economicamente soacutelida socialmente correta e ambientalmente responsaacutevel

Enquanto dominar o pensamento pelo vieacutes econocircmico cujo sucesso eacute medido pelo

PIB o atual modelo de desenvolvimento insustentaacutevel natildeo vai mudar e natildeo seratildeo in-

cluiacutedas na pauta das organizaccedilotildees as questotildees socioambientaisrdquo

O professor da Fundaccedilatildeo Getuacutelio Vargas Renato Orsato autor do livro ldquoEstra-

teacutegias de Sustentabilidade quando vale a pena ser verderdquo analisou mais de 30 ca-

sos de empresas que adotaram a inovaccedilatildeo em 20 setores ao redor do mundo Para

ele deve haver uma premissa baacutesica para falar sobre esse assunto fazer perguntas

precisas ldquoIsso porque existem centenas de milhares de formas de incluir inovaccedilatildeo e

sustentabilidade nas empresas As empresas devem conhecer bem o contexto onde

atuam e considerar tanto aspectos tangiacuteveis como intangiacuteveisrdquo afirma

38

Na opiniatildeo do professor enquanto a sustentabilidade eacute apenas um acessoacuterio agrave

estrateacutegia da empresa ela natildeo vale a pena Para inovar as organizaccedilotildees devem

questionar os modelos de negoacutecio e pensar em modelos totalmente novos

Orsato daacute o exemplo da empresa Better Place que inovou na maneira de co-

mercializar energia renovaacutevel para carros eleacutetricos ldquoO grande salto seraacute conseguir

mudanccedilas radicais nos modelos de negoacutecios As fronteiras entre os setores de energia

e mobilidade por exemplo podem mudarrdquo 26

11- Da teoria para a praacutetica

De maneira geral a inovaccedilatildeo faz sucesso em palestras de ldquoespecialistasrdquo e de

executivosrdquo explica o professor Joatildeo Amato Neto da Fundaccedilatildeo Vanzolini e Escola

Politeacutecnica da USP ldquoMas haacute empresas realmente inovadoras seja em seus produtos

em seus processos de produccedilatildeo e ateacute mesmo em seu posicionamento de mercado

Outras satildeo inovadoras na relaccedilatildeo com o mercado num sentido mais amplo Esse eacute

um grupo restrito no Brasil de empresas de excelecircncia As que tecircm excelecircncia em

inovaccedilatildeo para sustentabilidade estatildeo num grupo mais restrito ainda Do ponto de vista

da sobrevivecircncia da empresa nos proacuteximos anos esse eacute um requisito fundamentalrdquo

O professor exemplifica que no varejo haacute grandes redes como o Wall Mart

Carrefour e Patildeo de Accediluacutecar que iniciaram accedilotildees para contratar fornecedores com base

em requisitos de sustentabilidade Essas accedilotildees ainda satildeo restritas a alguns poucos

produtos e incluem por exemplo exigecircncias de embalagens que possam ser recicla-

das Satildeo accedilotildees que visam a reduccedilatildeo do uso de recursos materiais e energia de uma

forma geral (busca de maior eco eficiecircncia nos processos)

Mas como sair da teoria e colocar em praacutetica Veja os principais pontos que

uma empresa interessada em inovaccedilatildeo e sustentabilidade deve trabalhar

bull Investir no espiacuterito criativo dos colaboradores natildeo soacute daqueles que atuam nas aacutereas

de pesquisa e desenvolvimento (PampD) de produtos ou na engenharia do produto mas

num sentido mais amplo oacutetimas ideias podem surgir no chamado chatildeo de faacutebrica

26 Internet (httpwwwhsmcombrbuscarkeys=inovaccedilatildeo e sustentabilidade) data acesso 19072012

39

bull Buscar praacuteticas de gestatildeo participativa isso pode gerar ideias que trazem inovaccedilotildees

pequenas incrementais mas que no conjunto fazem muita diferenccedila

bull Usar a educaccedilatildeo para transformar paradigmas e gerar maior conscientizaccedilatildeo Natildeo

se deve pensar apenas em treinamentos que satildeo usados em geral para tarefas es-

peciacuteficas ou aplicaccedilatildeo de teacutecnicas As empresas devem investir na formaccedilatildeo dos re-

cursos humanos

bull Questionar o proacuteprio modelo de negoacutecios

bull Inserir sustentabilidade no planejamento estrateacutegico da empresa

E seraacute que eacute possiacutevel aprender a inovar De acordo com o professor Joatildeo A-

mato a inovaccedilatildeo soacute faz sentido se isso significar uma mudanccedila de mentalidade na

empresa Isso vale para induacutestria ou setor de serviccedilos ldquoNo setor financeiro temos mui-

tos exemplos de como os bancos estatildeo descobrindo novas maneira de incluir a sus-

tentabilidade em suas praacuteticas definindo criteacuterios de praacuteticas socioambientais aos

seus clientes Na realidade alguns dos grandes bancos jaacute colocaram isso no seu plano

estrateacutegicordquo conclui 27

12 ndash Sustentabilidade corporativa

Haacute vaacuterias definiccedilotildees para sustentabilidade e desenvolvimento sustentaacutevel na

literatura e organizaccedilotildees que tratam do tema arrolam outras tantas Isso decorre do

fato de a sustentabilidade ser um conceito relativamente novo possuir um caraacuteter mul-

tidisciplinar e envolver diferentes interpretaccedilotildees que refletem diferenccedilas de valor cir-

cunstacircncias localizadas e contextos especiacuteficos Aleacutem disso o conceito acaba incorpo-

rado a vaacuterios assuntos tais como a definiccedilatildeo de poliacuteticas governamentais a gestatildeo

puacuteblica regional a gestatildeo de empresas e ateacute mesmo o nosso estilo de vida (MA-

27 Internet (httpwwwhsmcombreditoriassustentabilidadeinovacao-e-ustentabilidade-de-

maos-dadas) data acesso 19072012

40

WHINNEY 2002) O foco deste artigo eacute a sustentabilidade corporativa ou seja a apli-

caccedilatildeo do conceito de sustentabilidade nas empresas

Algumas empresas brasileiras vecircm sendo citadas como casos mundiais no

acircmbito de algumas das dimensotildees da sustentabilidade corporativa HART (1997)

menciona a Aracruz Celulose como uma empresa que adota a visatildeo de desenvolvi-

mento sustentaacutevel desde o iniacutecio de suas operaccedilotildees com base no modelo de reflores-

tamento das plantaccedilotildees de eucaliptos PRAHALAD (2004) apresenta o caso da Casas

Bahia como uma empresa que atende a populaccedilatildeo de baixa renda por meio de um

modelo inovador de financiamento (SEABRA LEAL e PASSOS 2005 p10) Relatam

o caso da Natura assinalando que seus principais acionistas satildeo enfaacuteticos ao afirma-

rem que a busca da sustentabilidade eacute mais do que uma estrateacutegia de negoacutecios mdash eacute

uma filosofia de vida Outros estudos acadecircmicos nessa aacuterea tambeacutem envolvem em-

presas nacionais SILVA e KULAY (2005) apresentam um caso de aplicaccedilatildeo da Avali-

accedilatildeo do Ciclo de Vida (LCA mdash Life Cycle Assessment) para analisar os potenciais

impactos ambientais do processo de fabricaccedilatildeo de fertilizantes fosfatados em uma

empresa brasileira COSTA e GOUVINHAS (2004) analisam a adoccedilatildeo das estrateacutegias

de projeto ecoloacutegico (ecodesign) no ambiente de negoacutecios de pequenas e meacutedias em-

presas brasileiras HOPKINS (2002) discute a sustentabilidade nas operaccedilotildees internas

das empresas a partir de uma pesquisa exploratoacuteria sobre a aplicaccedilatildeo de indicadores

de responsabilidade social em quatro grandes empresas no Brasil 28

13 - O conceito de sustentabilidade corporativa

Considera-se sustentabilidade corporativa como a gestatildeo empresarial que bus-

ca equilibrar as necessidades econocircmicas das empresas com a responsabilidade pelo

desenvolvimento da sociedade e preservaccedilatildeo dos recursos naturais visando atender

agraves necessidades atuais e futuras dos elementos afetados pela empresa Esses ele-

mentos mdash que satildeo ou podem ser afetados pelos efeitos das operaccedilotildees accedilotildees e deci-

28 Internet httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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sotildees da empresa mdash incluem os acionistas e funcionaacuterios clientes e consumidores

fornecedores e parceiros os recursos naturais utilizados pela empresa o meio ambi-

ente e a sociedade

A sustentabilidade corporativa estaacute associada a trecircs macro objetivos a geraccedilatildeo

de valor econocircmico a responsabilidade ambiental e a responsabilidade social A gera-

ccedilatildeo de valor econocircmico estaacute relacionada com a obtenccedilatildeo de resultados econocircmicos

positivos no presente e no futuro A responsabilidade ambiental diz respeito agrave conser-

vaccedilatildeo e ao uso sustentaacutevel dos recursos naturais E a responsabilidade social con-

templa a corresponsabilidade das empresas pelo desenvolvimento da sociedade Con-

forme ELKINGTON (1997) esses objetivos satildeo inerentes aos denominados resultados

tridimensionais da sustentabilidade (triple bottom line) As empresas que adotam a

sustentabilidade corporativa devem buscar um equiliacutebrio entre o compromisso econocirc-

mico a preservaccedilatildeo ambiental e o desenvolvimento da sociedade assumindo respon-

sabilidades pelas condiccedilotildees de vida atuais e futuras29

14 - Sustentabilidade e geraccedilatildeo de valor econocircmico

A literatura ressalta a necessidade de que as iniciativas relacionadas agrave susten-

tabilidade tragam retornos positivos para as empresas REINHARDT (1999) considera

que as justificativas para os investimentos ambientais realizados pelas empresas de-

vem ser similares aos demais investimentos Nesse sentido os investimentos em ges-

tatildeo ambiental devem auferir retornos financeiros positivos ou conduzir agrave reduccedilatildeo dos

riscos SENGE e CARSTEDT (2001) satildeo mais enfaacuteticos ao considerar que o desafio

atual reside em desenvolver negoacutecios sustentaacuteveis compatiacuteveis com a realidade eco-

nocircmica Segundo esses autores novos modelos de negoacutecios e produtos inovadores

no acircmbito da sustentabilidade precisam necessariamente acarretar resultados finan-

ceiros satisfatoacuterios para se viabilizarem

Os benefiacutecios decorrentes das accedilotildees de sustentabilidade podem ser tangiacuteveis

ou intangiacuteveis Willard (2002) identifica potenciais benefiacutecios tangiacuteveis como aqueles

associados agrave reduccedilatildeo de custos na manufatura agrave reduccedilatildeo de custos comerciais ao

aumento do faturamento e ao aumento da participaccedilatildeo no mercado Como benefiacutecios

intangiacuteveis considera a maior facilidade na contrataccedilatildeo de talentos a maior retenccedilatildeo

29 Internet httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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dos principais talentos o aumento da produtividade dos funcionaacuterios a reduccedilatildeo dos

riscos e as maiores facilidades de financiamento NEMLI (2004) considera que os be-

nefiacutecios devem ser mensurados ao longo de trecircs dimensotildees reduccedilatildeo de custos e au-

mento da lucratividade aumento da reputaccedilatildeo e criaccedilatildeo de diferenciaccedilatildeo crescimento

da empresa em termos de capacidade de inovaccedilatildeo e uso de tecnologias limpas

A perspectiva de geraccedilatildeo de valor econocircmico estaacute acoplada a uma visatildeo mais holiacutesti-

ca do bom funcionamento da economia Nesse sentido HAWKEN LOVINS e LOVINS

(1999) consideram que o capitalismo natural pode ser o gatilho para a proacutexima revo-

luccedilatildeo industrial em que quatro tipos de capital sustentam o bom funcionamento da

economia o capital humano (pessoas conhecimento e cultura) o capital financeiro

(caixa investimentos e instrumentos monetaacuterios) o capital industrial (infra estrutura

faacutebricas e maacutequinas) e o capital natural (recursos naturais sistemas de vida e ecossis-

tema) Conforme SENGE e CARSTEDT (2001) a geraccedilatildeo de valor econocircmico por

empresas sustentaacuteveis depende de forma ampla da adoccedilatildeo de uma realidade eco-

nocircmica que conecta a induacutestria a sociedade e o meio ambiente Por outro lado mes-

mo na realidade atual a reduccedilatildeo do desperdiacutecio e do fluxo destrutivo dos recursos

pode representar uma importante oportunidade de negoacutecios (LOVINS LOVINS e

HAWKEN 1999) 30

15 - Sustentabilidade e responsabilidade ambiental

Vaacuterios autores assinalam a importacircncia da questatildeo da estrateacutegia ambiental das

empresas no acircmbito da sustentabilidade corporativa HART (1997) considera a polui-

ccedilatildeo a exaustatildeo dos recursos naturais e a pobreza como os principais desafios da sus-

tentabilidade Segundo o autor a estrateacutegia ambiental das empresas em geral evolui

segundo trecircs estaacutegios prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo produtos ambientalmente corretos e

produccedilatildeo limpa Aleacutem disso uma estrateacutegia ambiental integrada natildeo deve direcionar-

se somente para o desenvolvimento de competecircncias internas mas tambeacutem conside-

rar o relacionamento com os clientes fornecedores outras empresas agentes gover-

30 Internet

(httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext)

data de acesso 2107201230

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namentais e acionistas Da mesma forma BARBIERI (2004) cita trecircs abordagens para

a gestatildeo ambiental empresarial controle da poluiccedilatildeo prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo e abor-

dagem estrateacutegica A prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo incorpora duas preocupaccedilotildees ambientais

principais o uso sustentaacutevel dos recursos e o controle da poluiccedilatildeo Os instrumentos

tradicionais para o uso sustentaacutevel dos recursos satildeo referenciados pelo autor como

4Rs reduccedilatildeo da poluiccedilatildeo na fonte reutilizaccedilatildeo reciclagem e recuperaccedilatildeo energeacutetica

HOFFMAN (2000) sugere que a estrateacutegia ambiental determine o alinhamento

entre a proteccedilatildeo ambiental e o crescimento econocircmico da empresa O desenvolvimen-

to da estrateacutegia ambiental deve analisar os concorrentes os parceiros os produtos as

mateacuterias-primas as perdas e os resiacuteduos da empresa O autor considera que a estra-

teacutegia ambiental pode ser direcionada por quatro fatores o mercado (composto pelos

consumidores associaccedilotildees concorrentes e consultores) os provedores de recursos

(clientes seguradoras fornecedores bancos e investidores) os elementos coercivos

(regulamentos locais legislaccedilatildeo internacional) e os elementos sociais (instituiccedilotildees

religiosas organizaccedilotildees natildeo-governamentais comunidade mundo acadecircmico im-

prensa e poder judiciaacuterio) 31

16 - Sustentabilidade e responsabilidade social

Os defensores da responsabilidade social argumentam que as empresas de-

vem assumir um compromisso com o desenvolvimento da sociedade As empresas

devem executar accedilotildees para fomentar o desenvolvimento social a inclusatildeo social e

contribuir para a melhoria das condiccedilotildees de vida da populaccedilatildeo mais necessitada Al-

guns autores consideram que essas atividades natildeo satildeo puramente filantroacutepicas uma

vez que as empresas podem auferir benefiacutecios de negoacutecios em funccedilatildeo delas Outros

sugerem ainda que a responsabilidade social esteja associada agrave proacutepria estrateacutegia

empresarial por exemplo SEABRA LEAL e PASSOS (2005) assinalam que os prin-

31 ) Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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cipais acionistas da Natura consideram que a responsabilidade social estaacute intimamen-

te ligada agrave estrateacutegia de negoacutecios da empresa

PRAHALAD e HAMMOND (2002) observam que aproximadamente 65 da

populaccedilatildeo mundial mdash cerca de quatro bilhotildees de pessoas mdash ganham menos do que

2000 USDano Esse eacute um mercado praticamente inexplorado pelas empresas multi-

nacionais Segundo os autores as empresas que desejam entrar nesse mercado de-

vem repensar seus modelos de negoacutecios praacuteticas gerenciais e indicadores de desem-

penho Eacute um mercado de novas fontes de receita que exige melhoria na eficiecircncia

operacional e fomento da inovaccedilatildeo A atuaccedilatildeo bem-sucedida para atender agrave denomi-

nada populaccedilatildeo na base da piracircmide pode trazer resultados econocircmicos positivos agraves

empresas e simultaneamente contribuir para a melhoria das condiccedilotildees de vida das

pessoas economicamente menos favorecidas

PORTER e KRAMER (2002) consideram que eacute possiacutevel agraves empresas obterem

a convergecircncia de interesses entre as atividades filantroacutepicas e os objetivos de negoacute-

cios A filantropia pode oferecer oportunidades para as empresas melhorarem seu

contexto competitivo considerando que as atividades filantroacutepicas podem potencial-

mente atuar sobre quatro elementos inter-relacionados da competitividade empresari-

al na disponibilidade dos insumos de produccedilatildeo nas condiccedilotildees de demanda nas con-

diccedilotildees de competiccedilatildeo e rivalidade e na presenccedila das induacutestrias de insumos e suporte

Nesse sentido a filantropia deveria ser considerada uma abordagem claramente estra-

teacutegica pelas empresas WADDOCK e SMITH (2000) adotam um raciociacutenio similar

afirmando que a responsabilidade social e o desempenho corporativo financeiro an-

dam juntos e natildeo como trade-offs

HALL et al (2005) constatam que algumas empresas podem ser socialmente

vulneraacuteveis Segundo esses autores a vulnerabilidade social eacute atribuiacuteda agraves empresas

que apresentam grande importacircncia estrateacutegica para o desenvolvimento econocircmico e

social dos paiacuteses onde operam Eles citam empresas cujo papel extrapola a criaccedilatildeo de

valor aos acionistas sendo consideradas como orgulhos nacionais para seus paiacuteses

Satildeo citadas como exemplos a Siemens na Alemanha a Toyota no Japatildeo a Embraer

no Brasil e a Bombardier no Canadaacute Aleacutem da questatildeo econocircmica essas empresas

desempenham importante papel social em seus respectivos paiacuteses Outras empresas

45

brasileiras tambeacutem poderiam ser citadas como a Petrobras a Companhia Vale do Rio

Doce o Bradesco entre outras 32

2 - Gestatildeo da inovaccedilatildeo para a sustentabilidade

A busca da inovaccedilatildeo e a gestatildeo da inovaccedilatildeo em geral satildeo mediadas por as-

pectos essencialmente econocircmicos e estrateacutegicos Entretanto na medida em que ou-

tras restriccedilotildees compotildeem o ambiente de atuaccedilatildeo das empresas outros fatores podem

impulsionar a inovaccedilatildeo Isso tambeacutem eacute vaacutelido ao se considerarem aspectos de susten-

tabilidade como condicionantes da inovaccedilatildeo

HART e CHRISTENSEN (2002) sugerem que as inovaccedilotildees radicais podem

pavimentar o caminho para as empresas combinarem um crescimento sustentaacutevel

com responsabilidade social HART e MILTEIN (1999) consideram que os desafios

impostos pela sustentabilidade global podem atuar como catalisadores para um novo

estaacutegio de destruiccedilatildeo criativa das empresas Eles associam a preocupaccedilatildeo ecoloacutegica

com melhorias contiacutenuas e a sustentabilidade global com melhorias radicais Nesse

sentido argumentam que a sustentabilidade pode criar oportunidades sem preceden-

tes agraves empresas O raciociacutenio de SENGE e CARSTEDT (2001) eacute similar Esses auto-

res consideram que o foco restrito na eficiecircncia ecoloacutegica pode distrair as empresas da

busca de produtos e modelos de negoacutecios radicalmente diferentes dos atuais Eacute a sus-

tentabilidade global que iraacute motivar as empresas a procurarem novos modelos men-

tais a enfatizarem a aprendizagem e atentarem para a gestatildeo de mudanccedilas

PORTER e VAN DER LINDE (1995) consideram que as regulamentaccedilotildees am-

bientais impotildeem pressotildees competitivas nas empresas motivando-as a inovar VOL-

LENBROEK (2002) propotildee um processo que direciona a inovaccedilatildeo para o desenvolvi-

mento da sustentabilidade denominado gestatildeo da transiccedilatildeo Ele considera que a ino-

vaccedilatildeo natildeo gera automaticamente o progresso da sociedade pois precisa ser condi-

cionada para tanto Os esforccedilos para o desenvolvimento sustentaacutevel precisam ser di-

recionados pela sociedade e esta participa das decisotildees visando obter um balancea-

mento adequado entre os objetivos econocircmicos ecoloacutegicos e sociais A inovaccedilatildeo seraacute

decorrecircncia

32 Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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HALL e VREDENBURG (2003) afirmam que os gestores tecircm dificuldades para

lidar com as pressotildees do desenvolvimento sustentaacutevel Eles consideram que as estra-

teacutegias de inovaccedilatildeo das empresas geralmente satildeo inadequadas para acomodar as

complexidades e incertezas inerentes agraves novas demandas impostas pelo desenvolvi-

mento sustentaacutevel Dessa forma sugerem que a estrateacutegia empresarial integre tam-

beacutem os objetivos da inovaccedilatildeo e do desenvolvimento sustentaacutevel Em contraponto agrave

abordagem tradicional da inovaccedilatildeo ditada pelo mercado propotildeem que as empresas

adotem a inovaccedilatildeo para o desenvolvimento sustentaacutevel que incorpora as restriccedilotildees

sociais e as pressotildees ambientais bem como contempla as necessidades das futuras

geraccedilotildees Como seraacute visto no texto que segue a inovaccedilatildeo foi tambeacutem um ingrediente

essencial para o desenvolvimento e o sucesso do projeto estudado na presente pes-

quisa33

CONCLUSAtildeO

O objetivo desse estudo foi verificar e compreender o conceito de inovaccedilatildeo e a

sua aplicabilidade nas organizaccedilotildees assim como a vantagem competitiva no modelo

de negoacutecio por meio da co-criaccedilatildeo de valor

33 Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data acesso 21072012

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Inovaccedilatildeo e criatividade satildeo essenciais para o continuo desenvolvimento e competi-

tividade de uma naccedilatildeo

Coisas boas acontecem quando o pensamento inovador comeccedila ele poderaacute

ajudar a criar novos produtos melhoria nos processos novas tecnologias tornando

a empresa mais competitiva Tomando conhecimento da grande variedade de produ-

tos e serviccedilos oferecidos pelas organizaccedilotildees pode se observar que nem sempre se

chega ao resultado em melhores experiecircncias de consumo nesse cenaacuterio certas em-

presas adotam a co-criaccedilatildeo de valor ndash participaccedilatildeo do cliente no processo produtivo ndash

para inovar no modelo de negoacutecio agregando valor a sua oferta buscando assim se

diferenciar das demais empresas Apesar da inovaccedilatildeo indicar um caminho seguro

para obter vantagem competitiva sustentaacutevel e defender posiccedilotildees estrateacutegicas no

mercado o seu sucesso natildeo eacute garantido necessitando que os gestores conheccedilam e

compreendam a dinacircmica dos processos da gestatildeo da inovaccedilatildeo dentro de suas orga-

nizaccedilotildees e realidades especiacuteficas

O modelo de organizaccedilatildeo inovadora sustentaacutevel eacute uma resposta agraves pressotildees

institucionais por uma organizaccedilatildeo que seja capaz de inovar com eficiecircncia em termos

econocircmicos mas com responsabilidade social e ambiental Esse tipo de organizaccedilatildeo

busca vantagem competitiva desenvolvendo produtos serviccedilos processos e negoacutecios

novos ou modificados com base nas dimensotildees social ambiental e econocircmica Ela

reuacutene duas caracteriacutesticas essenciais eacute inovadora e orientada para a sustentabilidade

Tendo em vista o fenocircmeno do isomorfismo institucional (concentraccedilatildeo de for-

mas organizacionais nos diversos setores produtivos) o modelo das organizaccedilotildees

inovadoras sustentaacuteveis vem ganhando rapidamente cada vez mais espaccedilo nas em-

presas liacutederes Esses fatos permitem dizer que o movimento do desenvolvimento sus-

tentaacutevel eacute um dos movimentos mais importantes do nosso tempo e a julgar pela vita-

lidade dos fatores institucionais presentes em praticamente todo o mundo pode-se

inferir que ele continuaraacute se propagando por muitas deacutecadas

Desse modo o aprimoramento dos modelos de organizaccedilatildeo sustentaacuteveis as

diversas formas da sua institucionalizaccedilatildeo em acircmbito global o desenvolvimento de

tecnologias sustentaacuteveis a gestatildeo de inovaccedilotildees para o desenvolvimento sustentaacutevel

seratildeo temas cada vez mais importantes nos estudos futuros Como o sistema opera-

cional produtivo e as inovaccedilotildees de produto e de processo ao atender as trecircs dimen-

sotildees da sustentabilidade devem gerar ganhos para o meio ambiente em termos de

reduccedilatildeo no uso de recursos e de emissotildees de poluentes o aumento da produccedilatildeo pelo

incitamento agrave demanda por novos produtos pode neutralizar ou ateacute superar esses ga-

nhos Levar em conta essa possibilidade dando-lhe um tratamento adequado eacute um dos

48

maiores desafios para o alinhamento das empresas ao modelo de organizaccedilatildeo inova-

dora sustentaacutevel

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

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Como criar valor e vantagem competitiva Internet

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PRAHALAD C K RAMASWAMY Venkatram O futuro da competiccedilatildeo como desen-

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Elsevier 2004

  • AGRADECIMENTOS
  • CAPIacuteTULO III- Aspectos da inovaccedilatildeo e sustentabilidade37
  • Inovaccedilatildeo e sustentabilidade37
  • 32 - Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva
  • 33 - Como implementar vantagem competitiva
  • 34 - Como criar valor e vantagem competitiva
Page 36: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · duzir os processos de inovação dentro da organização. 6 ... CAPÍTULO I - Estrutura da criação de valor e inovação.....11

36

CAPITULO III

ASPECTOS DA INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE

1 ndash Inovaccedilatildeo e sustentabilidade

37

Como as empresas podem sair da teoria para a praacutetica e chegar a um no-

vo patamar de competitividade e comprometimento com praacuteticas sustentaacuteveis

Muito se fala em inovaccedilatildeo como o principal caminho para o desenvolvimento

sustentaacutevel das organizaccedilotildees e da humanidade Poreacutem em muitos setores falar sobre

esse assunto eacute ainda um exerciacutecio teoacuterico Em geral o tema eacute associado as aacutereas de

tecnologia ou pesquisa e desenvolvimento mas a inovaccedilatildeo deve acontecer tambeacutem

na lideranccedila nas accedilotildees de marketing no modelo de negoacutecios ou seja na gestatildeo co-

mo um todo

Em pesquisa realizada pela Fundaccedilatildeo Nacional da Qualidade (FNQ) em maio

e 2011 representantes de 63 empresas mostraram que 97 consideram fundamental

que as organizaccedilotildees inovem para buscar a sustentabilidade tanto do negoacutecio quanto

da economia e do planeta Apesar dessa consciecircncia 70 dos participantes do estu-

do acreditam que as empresas estatildeo preocupadas mas natildeo direcionam seus investi-

mentos em inovaccedilotildees com foco no crescimento sustentaacutevel O levantamento mostra

ainda que 27 dos entrevistados apontaram a gestatildeo como a principal preocupaccedilatildeo

das empresas em que trabalham enquanto 22 indicaram a sustentabilidade e 19 a

reduccedilatildeo de custos

De acordo com o superintendente geral da FNQ Jairo Martins ldquoos resultados

da pesquisa mostram que as empresas ainda natildeo perceberam o tamanho do problema

da sustentabilidade considerando o baixo iacutendice de organizaccedilotildees que de fato inves-

tem em inovaccedilatildeo para sustentabilidade Em sua maioria as organizaccedilotildees pensam

apenas no lado econocircmico e natildeo no tripeacute da sustentabilidade que demanda uma em-

presa economicamente soacutelida socialmente correta e ambientalmente responsaacutevel

Enquanto dominar o pensamento pelo vieacutes econocircmico cujo sucesso eacute medido pelo

PIB o atual modelo de desenvolvimento insustentaacutevel natildeo vai mudar e natildeo seratildeo in-

cluiacutedas na pauta das organizaccedilotildees as questotildees socioambientaisrdquo

O professor da Fundaccedilatildeo Getuacutelio Vargas Renato Orsato autor do livro ldquoEstra-

teacutegias de Sustentabilidade quando vale a pena ser verderdquo analisou mais de 30 ca-

sos de empresas que adotaram a inovaccedilatildeo em 20 setores ao redor do mundo Para

ele deve haver uma premissa baacutesica para falar sobre esse assunto fazer perguntas

precisas ldquoIsso porque existem centenas de milhares de formas de incluir inovaccedilatildeo e

sustentabilidade nas empresas As empresas devem conhecer bem o contexto onde

atuam e considerar tanto aspectos tangiacuteveis como intangiacuteveisrdquo afirma

38

Na opiniatildeo do professor enquanto a sustentabilidade eacute apenas um acessoacuterio agrave

estrateacutegia da empresa ela natildeo vale a pena Para inovar as organizaccedilotildees devem

questionar os modelos de negoacutecio e pensar em modelos totalmente novos

Orsato daacute o exemplo da empresa Better Place que inovou na maneira de co-

mercializar energia renovaacutevel para carros eleacutetricos ldquoO grande salto seraacute conseguir

mudanccedilas radicais nos modelos de negoacutecios As fronteiras entre os setores de energia

e mobilidade por exemplo podem mudarrdquo 26

11- Da teoria para a praacutetica

De maneira geral a inovaccedilatildeo faz sucesso em palestras de ldquoespecialistasrdquo e de

executivosrdquo explica o professor Joatildeo Amato Neto da Fundaccedilatildeo Vanzolini e Escola

Politeacutecnica da USP ldquoMas haacute empresas realmente inovadoras seja em seus produtos

em seus processos de produccedilatildeo e ateacute mesmo em seu posicionamento de mercado

Outras satildeo inovadoras na relaccedilatildeo com o mercado num sentido mais amplo Esse eacute

um grupo restrito no Brasil de empresas de excelecircncia As que tecircm excelecircncia em

inovaccedilatildeo para sustentabilidade estatildeo num grupo mais restrito ainda Do ponto de vista

da sobrevivecircncia da empresa nos proacuteximos anos esse eacute um requisito fundamentalrdquo

O professor exemplifica que no varejo haacute grandes redes como o Wall Mart

Carrefour e Patildeo de Accediluacutecar que iniciaram accedilotildees para contratar fornecedores com base

em requisitos de sustentabilidade Essas accedilotildees ainda satildeo restritas a alguns poucos

produtos e incluem por exemplo exigecircncias de embalagens que possam ser recicla-

das Satildeo accedilotildees que visam a reduccedilatildeo do uso de recursos materiais e energia de uma

forma geral (busca de maior eco eficiecircncia nos processos)

Mas como sair da teoria e colocar em praacutetica Veja os principais pontos que

uma empresa interessada em inovaccedilatildeo e sustentabilidade deve trabalhar

bull Investir no espiacuterito criativo dos colaboradores natildeo soacute daqueles que atuam nas aacutereas

de pesquisa e desenvolvimento (PampD) de produtos ou na engenharia do produto mas

num sentido mais amplo oacutetimas ideias podem surgir no chamado chatildeo de faacutebrica

26 Internet (httpwwwhsmcombrbuscarkeys=inovaccedilatildeo e sustentabilidade) data acesso 19072012

39

bull Buscar praacuteticas de gestatildeo participativa isso pode gerar ideias que trazem inovaccedilotildees

pequenas incrementais mas que no conjunto fazem muita diferenccedila

bull Usar a educaccedilatildeo para transformar paradigmas e gerar maior conscientizaccedilatildeo Natildeo

se deve pensar apenas em treinamentos que satildeo usados em geral para tarefas es-

peciacuteficas ou aplicaccedilatildeo de teacutecnicas As empresas devem investir na formaccedilatildeo dos re-

cursos humanos

bull Questionar o proacuteprio modelo de negoacutecios

bull Inserir sustentabilidade no planejamento estrateacutegico da empresa

E seraacute que eacute possiacutevel aprender a inovar De acordo com o professor Joatildeo A-

mato a inovaccedilatildeo soacute faz sentido se isso significar uma mudanccedila de mentalidade na

empresa Isso vale para induacutestria ou setor de serviccedilos ldquoNo setor financeiro temos mui-

tos exemplos de como os bancos estatildeo descobrindo novas maneira de incluir a sus-

tentabilidade em suas praacuteticas definindo criteacuterios de praacuteticas socioambientais aos

seus clientes Na realidade alguns dos grandes bancos jaacute colocaram isso no seu plano

estrateacutegicordquo conclui 27

12 ndash Sustentabilidade corporativa

Haacute vaacuterias definiccedilotildees para sustentabilidade e desenvolvimento sustentaacutevel na

literatura e organizaccedilotildees que tratam do tema arrolam outras tantas Isso decorre do

fato de a sustentabilidade ser um conceito relativamente novo possuir um caraacuteter mul-

tidisciplinar e envolver diferentes interpretaccedilotildees que refletem diferenccedilas de valor cir-

cunstacircncias localizadas e contextos especiacuteficos Aleacutem disso o conceito acaba incorpo-

rado a vaacuterios assuntos tais como a definiccedilatildeo de poliacuteticas governamentais a gestatildeo

puacuteblica regional a gestatildeo de empresas e ateacute mesmo o nosso estilo de vida (MA-

27 Internet (httpwwwhsmcombreditoriassustentabilidadeinovacao-e-ustentabilidade-de-

maos-dadas) data acesso 19072012

40

WHINNEY 2002) O foco deste artigo eacute a sustentabilidade corporativa ou seja a apli-

caccedilatildeo do conceito de sustentabilidade nas empresas

Algumas empresas brasileiras vecircm sendo citadas como casos mundiais no

acircmbito de algumas das dimensotildees da sustentabilidade corporativa HART (1997)

menciona a Aracruz Celulose como uma empresa que adota a visatildeo de desenvolvi-

mento sustentaacutevel desde o iniacutecio de suas operaccedilotildees com base no modelo de reflores-

tamento das plantaccedilotildees de eucaliptos PRAHALAD (2004) apresenta o caso da Casas

Bahia como uma empresa que atende a populaccedilatildeo de baixa renda por meio de um

modelo inovador de financiamento (SEABRA LEAL e PASSOS 2005 p10) Relatam

o caso da Natura assinalando que seus principais acionistas satildeo enfaacuteticos ao afirma-

rem que a busca da sustentabilidade eacute mais do que uma estrateacutegia de negoacutecios mdash eacute

uma filosofia de vida Outros estudos acadecircmicos nessa aacuterea tambeacutem envolvem em-

presas nacionais SILVA e KULAY (2005) apresentam um caso de aplicaccedilatildeo da Avali-

accedilatildeo do Ciclo de Vida (LCA mdash Life Cycle Assessment) para analisar os potenciais

impactos ambientais do processo de fabricaccedilatildeo de fertilizantes fosfatados em uma

empresa brasileira COSTA e GOUVINHAS (2004) analisam a adoccedilatildeo das estrateacutegias

de projeto ecoloacutegico (ecodesign) no ambiente de negoacutecios de pequenas e meacutedias em-

presas brasileiras HOPKINS (2002) discute a sustentabilidade nas operaccedilotildees internas

das empresas a partir de uma pesquisa exploratoacuteria sobre a aplicaccedilatildeo de indicadores

de responsabilidade social em quatro grandes empresas no Brasil 28

13 - O conceito de sustentabilidade corporativa

Considera-se sustentabilidade corporativa como a gestatildeo empresarial que bus-

ca equilibrar as necessidades econocircmicas das empresas com a responsabilidade pelo

desenvolvimento da sociedade e preservaccedilatildeo dos recursos naturais visando atender

agraves necessidades atuais e futuras dos elementos afetados pela empresa Esses ele-

mentos mdash que satildeo ou podem ser afetados pelos efeitos das operaccedilotildees accedilotildees e deci-

28 Internet httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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sotildees da empresa mdash incluem os acionistas e funcionaacuterios clientes e consumidores

fornecedores e parceiros os recursos naturais utilizados pela empresa o meio ambi-

ente e a sociedade

A sustentabilidade corporativa estaacute associada a trecircs macro objetivos a geraccedilatildeo

de valor econocircmico a responsabilidade ambiental e a responsabilidade social A gera-

ccedilatildeo de valor econocircmico estaacute relacionada com a obtenccedilatildeo de resultados econocircmicos

positivos no presente e no futuro A responsabilidade ambiental diz respeito agrave conser-

vaccedilatildeo e ao uso sustentaacutevel dos recursos naturais E a responsabilidade social con-

templa a corresponsabilidade das empresas pelo desenvolvimento da sociedade Con-

forme ELKINGTON (1997) esses objetivos satildeo inerentes aos denominados resultados

tridimensionais da sustentabilidade (triple bottom line) As empresas que adotam a

sustentabilidade corporativa devem buscar um equiliacutebrio entre o compromisso econocirc-

mico a preservaccedilatildeo ambiental e o desenvolvimento da sociedade assumindo respon-

sabilidades pelas condiccedilotildees de vida atuais e futuras29

14 - Sustentabilidade e geraccedilatildeo de valor econocircmico

A literatura ressalta a necessidade de que as iniciativas relacionadas agrave susten-

tabilidade tragam retornos positivos para as empresas REINHARDT (1999) considera

que as justificativas para os investimentos ambientais realizados pelas empresas de-

vem ser similares aos demais investimentos Nesse sentido os investimentos em ges-

tatildeo ambiental devem auferir retornos financeiros positivos ou conduzir agrave reduccedilatildeo dos

riscos SENGE e CARSTEDT (2001) satildeo mais enfaacuteticos ao considerar que o desafio

atual reside em desenvolver negoacutecios sustentaacuteveis compatiacuteveis com a realidade eco-

nocircmica Segundo esses autores novos modelos de negoacutecios e produtos inovadores

no acircmbito da sustentabilidade precisam necessariamente acarretar resultados finan-

ceiros satisfatoacuterios para se viabilizarem

Os benefiacutecios decorrentes das accedilotildees de sustentabilidade podem ser tangiacuteveis

ou intangiacuteveis Willard (2002) identifica potenciais benefiacutecios tangiacuteveis como aqueles

associados agrave reduccedilatildeo de custos na manufatura agrave reduccedilatildeo de custos comerciais ao

aumento do faturamento e ao aumento da participaccedilatildeo no mercado Como benefiacutecios

intangiacuteveis considera a maior facilidade na contrataccedilatildeo de talentos a maior retenccedilatildeo

29 Internet httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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dos principais talentos o aumento da produtividade dos funcionaacuterios a reduccedilatildeo dos

riscos e as maiores facilidades de financiamento NEMLI (2004) considera que os be-

nefiacutecios devem ser mensurados ao longo de trecircs dimensotildees reduccedilatildeo de custos e au-

mento da lucratividade aumento da reputaccedilatildeo e criaccedilatildeo de diferenciaccedilatildeo crescimento

da empresa em termos de capacidade de inovaccedilatildeo e uso de tecnologias limpas

A perspectiva de geraccedilatildeo de valor econocircmico estaacute acoplada a uma visatildeo mais holiacutesti-

ca do bom funcionamento da economia Nesse sentido HAWKEN LOVINS e LOVINS

(1999) consideram que o capitalismo natural pode ser o gatilho para a proacutexima revo-

luccedilatildeo industrial em que quatro tipos de capital sustentam o bom funcionamento da

economia o capital humano (pessoas conhecimento e cultura) o capital financeiro

(caixa investimentos e instrumentos monetaacuterios) o capital industrial (infra estrutura

faacutebricas e maacutequinas) e o capital natural (recursos naturais sistemas de vida e ecossis-

tema) Conforme SENGE e CARSTEDT (2001) a geraccedilatildeo de valor econocircmico por

empresas sustentaacuteveis depende de forma ampla da adoccedilatildeo de uma realidade eco-

nocircmica que conecta a induacutestria a sociedade e o meio ambiente Por outro lado mes-

mo na realidade atual a reduccedilatildeo do desperdiacutecio e do fluxo destrutivo dos recursos

pode representar uma importante oportunidade de negoacutecios (LOVINS LOVINS e

HAWKEN 1999) 30

15 - Sustentabilidade e responsabilidade ambiental

Vaacuterios autores assinalam a importacircncia da questatildeo da estrateacutegia ambiental das

empresas no acircmbito da sustentabilidade corporativa HART (1997) considera a polui-

ccedilatildeo a exaustatildeo dos recursos naturais e a pobreza como os principais desafios da sus-

tentabilidade Segundo o autor a estrateacutegia ambiental das empresas em geral evolui

segundo trecircs estaacutegios prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo produtos ambientalmente corretos e

produccedilatildeo limpa Aleacutem disso uma estrateacutegia ambiental integrada natildeo deve direcionar-

se somente para o desenvolvimento de competecircncias internas mas tambeacutem conside-

rar o relacionamento com os clientes fornecedores outras empresas agentes gover-

30 Internet

(httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext)

data de acesso 2107201230

43

namentais e acionistas Da mesma forma BARBIERI (2004) cita trecircs abordagens para

a gestatildeo ambiental empresarial controle da poluiccedilatildeo prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo e abor-

dagem estrateacutegica A prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo incorpora duas preocupaccedilotildees ambientais

principais o uso sustentaacutevel dos recursos e o controle da poluiccedilatildeo Os instrumentos

tradicionais para o uso sustentaacutevel dos recursos satildeo referenciados pelo autor como

4Rs reduccedilatildeo da poluiccedilatildeo na fonte reutilizaccedilatildeo reciclagem e recuperaccedilatildeo energeacutetica

HOFFMAN (2000) sugere que a estrateacutegia ambiental determine o alinhamento

entre a proteccedilatildeo ambiental e o crescimento econocircmico da empresa O desenvolvimen-

to da estrateacutegia ambiental deve analisar os concorrentes os parceiros os produtos as

mateacuterias-primas as perdas e os resiacuteduos da empresa O autor considera que a estra-

teacutegia ambiental pode ser direcionada por quatro fatores o mercado (composto pelos

consumidores associaccedilotildees concorrentes e consultores) os provedores de recursos

(clientes seguradoras fornecedores bancos e investidores) os elementos coercivos

(regulamentos locais legislaccedilatildeo internacional) e os elementos sociais (instituiccedilotildees

religiosas organizaccedilotildees natildeo-governamentais comunidade mundo acadecircmico im-

prensa e poder judiciaacuterio) 31

16 - Sustentabilidade e responsabilidade social

Os defensores da responsabilidade social argumentam que as empresas de-

vem assumir um compromisso com o desenvolvimento da sociedade As empresas

devem executar accedilotildees para fomentar o desenvolvimento social a inclusatildeo social e

contribuir para a melhoria das condiccedilotildees de vida da populaccedilatildeo mais necessitada Al-

guns autores consideram que essas atividades natildeo satildeo puramente filantroacutepicas uma

vez que as empresas podem auferir benefiacutecios de negoacutecios em funccedilatildeo delas Outros

sugerem ainda que a responsabilidade social esteja associada agrave proacutepria estrateacutegia

empresarial por exemplo SEABRA LEAL e PASSOS (2005) assinalam que os prin-

31 ) Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

44

cipais acionistas da Natura consideram que a responsabilidade social estaacute intimamen-

te ligada agrave estrateacutegia de negoacutecios da empresa

PRAHALAD e HAMMOND (2002) observam que aproximadamente 65 da

populaccedilatildeo mundial mdash cerca de quatro bilhotildees de pessoas mdash ganham menos do que

2000 USDano Esse eacute um mercado praticamente inexplorado pelas empresas multi-

nacionais Segundo os autores as empresas que desejam entrar nesse mercado de-

vem repensar seus modelos de negoacutecios praacuteticas gerenciais e indicadores de desem-

penho Eacute um mercado de novas fontes de receita que exige melhoria na eficiecircncia

operacional e fomento da inovaccedilatildeo A atuaccedilatildeo bem-sucedida para atender agrave denomi-

nada populaccedilatildeo na base da piracircmide pode trazer resultados econocircmicos positivos agraves

empresas e simultaneamente contribuir para a melhoria das condiccedilotildees de vida das

pessoas economicamente menos favorecidas

PORTER e KRAMER (2002) consideram que eacute possiacutevel agraves empresas obterem

a convergecircncia de interesses entre as atividades filantroacutepicas e os objetivos de negoacute-

cios A filantropia pode oferecer oportunidades para as empresas melhorarem seu

contexto competitivo considerando que as atividades filantroacutepicas podem potencial-

mente atuar sobre quatro elementos inter-relacionados da competitividade empresari-

al na disponibilidade dos insumos de produccedilatildeo nas condiccedilotildees de demanda nas con-

diccedilotildees de competiccedilatildeo e rivalidade e na presenccedila das induacutestrias de insumos e suporte

Nesse sentido a filantropia deveria ser considerada uma abordagem claramente estra-

teacutegica pelas empresas WADDOCK e SMITH (2000) adotam um raciociacutenio similar

afirmando que a responsabilidade social e o desempenho corporativo financeiro an-

dam juntos e natildeo como trade-offs

HALL et al (2005) constatam que algumas empresas podem ser socialmente

vulneraacuteveis Segundo esses autores a vulnerabilidade social eacute atribuiacuteda agraves empresas

que apresentam grande importacircncia estrateacutegica para o desenvolvimento econocircmico e

social dos paiacuteses onde operam Eles citam empresas cujo papel extrapola a criaccedilatildeo de

valor aos acionistas sendo consideradas como orgulhos nacionais para seus paiacuteses

Satildeo citadas como exemplos a Siemens na Alemanha a Toyota no Japatildeo a Embraer

no Brasil e a Bombardier no Canadaacute Aleacutem da questatildeo econocircmica essas empresas

desempenham importante papel social em seus respectivos paiacuteses Outras empresas

45

brasileiras tambeacutem poderiam ser citadas como a Petrobras a Companhia Vale do Rio

Doce o Bradesco entre outras 32

2 - Gestatildeo da inovaccedilatildeo para a sustentabilidade

A busca da inovaccedilatildeo e a gestatildeo da inovaccedilatildeo em geral satildeo mediadas por as-

pectos essencialmente econocircmicos e estrateacutegicos Entretanto na medida em que ou-

tras restriccedilotildees compotildeem o ambiente de atuaccedilatildeo das empresas outros fatores podem

impulsionar a inovaccedilatildeo Isso tambeacutem eacute vaacutelido ao se considerarem aspectos de susten-

tabilidade como condicionantes da inovaccedilatildeo

HART e CHRISTENSEN (2002) sugerem que as inovaccedilotildees radicais podem

pavimentar o caminho para as empresas combinarem um crescimento sustentaacutevel

com responsabilidade social HART e MILTEIN (1999) consideram que os desafios

impostos pela sustentabilidade global podem atuar como catalisadores para um novo

estaacutegio de destruiccedilatildeo criativa das empresas Eles associam a preocupaccedilatildeo ecoloacutegica

com melhorias contiacutenuas e a sustentabilidade global com melhorias radicais Nesse

sentido argumentam que a sustentabilidade pode criar oportunidades sem preceden-

tes agraves empresas O raciociacutenio de SENGE e CARSTEDT (2001) eacute similar Esses auto-

res consideram que o foco restrito na eficiecircncia ecoloacutegica pode distrair as empresas da

busca de produtos e modelos de negoacutecios radicalmente diferentes dos atuais Eacute a sus-

tentabilidade global que iraacute motivar as empresas a procurarem novos modelos men-

tais a enfatizarem a aprendizagem e atentarem para a gestatildeo de mudanccedilas

PORTER e VAN DER LINDE (1995) consideram que as regulamentaccedilotildees am-

bientais impotildeem pressotildees competitivas nas empresas motivando-as a inovar VOL-

LENBROEK (2002) propotildee um processo que direciona a inovaccedilatildeo para o desenvolvi-

mento da sustentabilidade denominado gestatildeo da transiccedilatildeo Ele considera que a ino-

vaccedilatildeo natildeo gera automaticamente o progresso da sociedade pois precisa ser condi-

cionada para tanto Os esforccedilos para o desenvolvimento sustentaacutevel precisam ser di-

recionados pela sociedade e esta participa das decisotildees visando obter um balancea-

mento adequado entre os objetivos econocircmicos ecoloacutegicos e sociais A inovaccedilatildeo seraacute

decorrecircncia

32 Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

46

HALL e VREDENBURG (2003) afirmam que os gestores tecircm dificuldades para

lidar com as pressotildees do desenvolvimento sustentaacutevel Eles consideram que as estra-

teacutegias de inovaccedilatildeo das empresas geralmente satildeo inadequadas para acomodar as

complexidades e incertezas inerentes agraves novas demandas impostas pelo desenvolvi-

mento sustentaacutevel Dessa forma sugerem que a estrateacutegia empresarial integre tam-

beacutem os objetivos da inovaccedilatildeo e do desenvolvimento sustentaacutevel Em contraponto agrave

abordagem tradicional da inovaccedilatildeo ditada pelo mercado propotildeem que as empresas

adotem a inovaccedilatildeo para o desenvolvimento sustentaacutevel que incorpora as restriccedilotildees

sociais e as pressotildees ambientais bem como contempla as necessidades das futuras

geraccedilotildees Como seraacute visto no texto que segue a inovaccedilatildeo foi tambeacutem um ingrediente

essencial para o desenvolvimento e o sucesso do projeto estudado na presente pes-

quisa33

CONCLUSAtildeO

O objetivo desse estudo foi verificar e compreender o conceito de inovaccedilatildeo e a

sua aplicabilidade nas organizaccedilotildees assim como a vantagem competitiva no modelo

de negoacutecio por meio da co-criaccedilatildeo de valor

33 Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data acesso 21072012

47

Inovaccedilatildeo e criatividade satildeo essenciais para o continuo desenvolvimento e competi-

tividade de uma naccedilatildeo

Coisas boas acontecem quando o pensamento inovador comeccedila ele poderaacute

ajudar a criar novos produtos melhoria nos processos novas tecnologias tornando

a empresa mais competitiva Tomando conhecimento da grande variedade de produ-

tos e serviccedilos oferecidos pelas organizaccedilotildees pode se observar que nem sempre se

chega ao resultado em melhores experiecircncias de consumo nesse cenaacuterio certas em-

presas adotam a co-criaccedilatildeo de valor ndash participaccedilatildeo do cliente no processo produtivo ndash

para inovar no modelo de negoacutecio agregando valor a sua oferta buscando assim se

diferenciar das demais empresas Apesar da inovaccedilatildeo indicar um caminho seguro

para obter vantagem competitiva sustentaacutevel e defender posiccedilotildees estrateacutegicas no

mercado o seu sucesso natildeo eacute garantido necessitando que os gestores conheccedilam e

compreendam a dinacircmica dos processos da gestatildeo da inovaccedilatildeo dentro de suas orga-

nizaccedilotildees e realidades especiacuteficas

O modelo de organizaccedilatildeo inovadora sustentaacutevel eacute uma resposta agraves pressotildees

institucionais por uma organizaccedilatildeo que seja capaz de inovar com eficiecircncia em termos

econocircmicos mas com responsabilidade social e ambiental Esse tipo de organizaccedilatildeo

busca vantagem competitiva desenvolvendo produtos serviccedilos processos e negoacutecios

novos ou modificados com base nas dimensotildees social ambiental e econocircmica Ela

reuacutene duas caracteriacutesticas essenciais eacute inovadora e orientada para a sustentabilidade

Tendo em vista o fenocircmeno do isomorfismo institucional (concentraccedilatildeo de for-

mas organizacionais nos diversos setores produtivos) o modelo das organizaccedilotildees

inovadoras sustentaacuteveis vem ganhando rapidamente cada vez mais espaccedilo nas em-

presas liacutederes Esses fatos permitem dizer que o movimento do desenvolvimento sus-

tentaacutevel eacute um dos movimentos mais importantes do nosso tempo e a julgar pela vita-

lidade dos fatores institucionais presentes em praticamente todo o mundo pode-se

inferir que ele continuaraacute se propagando por muitas deacutecadas

Desse modo o aprimoramento dos modelos de organizaccedilatildeo sustentaacuteveis as

diversas formas da sua institucionalizaccedilatildeo em acircmbito global o desenvolvimento de

tecnologias sustentaacuteveis a gestatildeo de inovaccedilotildees para o desenvolvimento sustentaacutevel

seratildeo temas cada vez mais importantes nos estudos futuros Como o sistema opera-

cional produtivo e as inovaccedilotildees de produto e de processo ao atender as trecircs dimen-

sotildees da sustentabilidade devem gerar ganhos para o meio ambiente em termos de

reduccedilatildeo no uso de recursos e de emissotildees de poluentes o aumento da produccedilatildeo pelo

incitamento agrave demanda por novos produtos pode neutralizar ou ateacute superar esses ga-

nhos Levar em conta essa possibilidade dando-lhe um tratamento adequado eacute um dos

48

maiores desafios para o alinhamento das empresas ao modelo de organizaccedilatildeo inova-

dora sustentaacutevel

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

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Elsevier 2004

  • AGRADECIMENTOS
  • CAPIacuteTULO III- Aspectos da inovaccedilatildeo e sustentabilidade37
  • Inovaccedilatildeo e sustentabilidade37
  • 32 - Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva
  • 33 - Como implementar vantagem competitiva
  • 34 - Como criar valor e vantagem competitiva
Page 37: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · duzir os processos de inovação dentro da organização. 6 ... CAPÍTULO I - Estrutura da criação de valor e inovação.....11

37

Como as empresas podem sair da teoria para a praacutetica e chegar a um no-

vo patamar de competitividade e comprometimento com praacuteticas sustentaacuteveis

Muito se fala em inovaccedilatildeo como o principal caminho para o desenvolvimento

sustentaacutevel das organizaccedilotildees e da humanidade Poreacutem em muitos setores falar sobre

esse assunto eacute ainda um exerciacutecio teoacuterico Em geral o tema eacute associado as aacutereas de

tecnologia ou pesquisa e desenvolvimento mas a inovaccedilatildeo deve acontecer tambeacutem

na lideranccedila nas accedilotildees de marketing no modelo de negoacutecios ou seja na gestatildeo co-

mo um todo

Em pesquisa realizada pela Fundaccedilatildeo Nacional da Qualidade (FNQ) em maio

e 2011 representantes de 63 empresas mostraram que 97 consideram fundamental

que as organizaccedilotildees inovem para buscar a sustentabilidade tanto do negoacutecio quanto

da economia e do planeta Apesar dessa consciecircncia 70 dos participantes do estu-

do acreditam que as empresas estatildeo preocupadas mas natildeo direcionam seus investi-

mentos em inovaccedilotildees com foco no crescimento sustentaacutevel O levantamento mostra

ainda que 27 dos entrevistados apontaram a gestatildeo como a principal preocupaccedilatildeo

das empresas em que trabalham enquanto 22 indicaram a sustentabilidade e 19 a

reduccedilatildeo de custos

De acordo com o superintendente geral da FNQ Jairo Martins ldquoos resultados

da pesquisa mostram que as empresas ainda natildeo perceberam o tamanho do problema

da sustentabilidade considerando o baixo iacutendice de organizaccedilotildees que de fato inves-

tem em inovaccedilatildeo para sustentabilidade Em sua maioria as organizaccedilotildees pensam

apenas no lado econocircmico e natildeo no tripeacute da sustentabilidade que demanda uma em-

presa economicamente soacutelida socialmente correta e ambientalmente responsaacutevel

Enquanto dominar o pensamento pelo vieacutes econocircmico cujo sucesso eacute medido pelo

PIB o atual modelo de desenvolvimento insustentaacutevel natildeo vai mudar e natildeo seratildeo in-

cluiacutedas na pauta das organizaccedilotildees as questotildees socioambientaisrdquo

O professor da Fundaccedilatildeo Getuacutelio Vargas Renato Orsato autor do livro ldquoEstra-

teacutegias de Sustentabilidade quando vale a pena ser verderdquo analisou mais de 30 ca-

sos de empresas que adotaram a inovaccedilatildeo em 20 setores ao redor do mundo Para

ele deve haver uma premissa baacutesica para falar sobre esse assunto fazer perguntas

precisas ldquoIsso porque existem centenas de milhares de formas de incluir inovaccedilatildeo e

sustentabilidade nas empresas As empresas devem conhecer bem o contexto onde

atuam e considerar tanto aspectos tangiacuteveis como intangiacuteveisrdquo afirma

38

Na opiniatildeo do professor enquanto a sustentabilidade eacute apenas um acessoacuterio agrave

estrateacutegia da empresa ela natildeo vale a pena Para inovar as organizaccedilotildees devem

questionar os modelos de negoacutecio e pensar em modelos totalmente novos

Orsato daacute o exemplo da empresa Better Place que inovou na maneira de co-

mercializar energia renovaacutevel para carros eleacutetricos ldquoO grande salto seraacute conseguir

mudanccedilas radicais nos modelos de negoacutecios As fronteiras entre os setores de energia

e mobilidade por exemplo podem mudarrdquo 26

11- Da teoria para a praacutetica

De maneira geral a inovaccedilatildeo faz sucesso em palestras de ldquoespecialistasrdquo e de

executivosrdquo explica o professor Joatildeo Amato Neto da Fundaccedilatildeo Vanzolini e Escola

Politeacutecnica da USP ldquoMas haacute empresas realmente inovadoras seja em seus produtos

em seus processos de produccedilatildeo e ateacute mesmo em seu posicionamento de mercado

Outras satildeo inovadoras na relaccedilatildeo com o mercado num sentido mais amplo Esse eacute

um grupo restrito no Brasil de empresas de excelecircncia As que tecircm excelecircncia em

inovaccedilatildeo para sustentabilidade estatildeo num grupo mais restrito ainda Do ponto de vista

da sobrevivecircncia da empresa nos proacuteximos anos esse eacute um requisito fundamentalrdquo

O professor exemplifica que no varejo haacute grandes redes como o Wall Mart

Carrefour e Patildeo de Accediluacutecar que iniciaram accedilotildees para contratar fornecedores com base

em requisitos de sustentabilidade Essas accedilotildees ainda satildeo restritas a alguns poucos

produtos e incluem por exemplo exigecircncias de embalagens que possam ser recicla-

das Satildeo accedilotildees que visam a reduccedilatildeo do uso de recursos materiais e energia de uma

forma geral (busca de maior eco eficiecircncia nos processos)

Mas como sair da teoria e colocar em praacutetica Veja os principais pontos que

uma empresa interessada em inovaccedilatildeo e sustentabilidade deve trabalhar

bull Investir no espiacuterito criativo dos colaboradores natildeo soacute daqueles que atuam nas aacutereas

de pesquisa e desenvolvimento (PampD) de produtos ou na engenharia do produto mas

num sentido mais amplo oacutetimas ideias podem surgir no chamado chatildeo de faacutebrica

26 Internet (httpwwwhsmcombrbuscarkeys=inovaccedilatildeo e sustentabilidade) data acesso 19072012

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bull Buscar praacuteticas de gestatildeo participativa isso pode gerar ideias que trazem inovaccedilotildees

pequenas incrementais mas que no conjunto fazem muita diferenccedila

bull Usar a educaccedilatildeo para transformar paradigmas e gerar maior conscientizaccedilatildeo Natildeo

se deve pensar apenas em treinamentos que satildeo usados em geral para tarefas es-

peciacuteficas ou aplicaccedilatildeo de teacutecnicas As empresas devem investir na formaccedilatildeo dos re-

cursos humanos

bull Questionar o proacuteprio modelo de negoacutecios

bull Inserir sustentabilidade no planejamento estrateacutegico da empresa

E seraacute que eacute possiacutevel aprender a inovar De acordo com o professor Joatildeo A-

mato a inovaccedilatildeo soacute faz sentido se isso significar uma mudanccedila de mentalidade na

empresa Isso vale para induacutestria ou setor de serviccedilos ldquoNo setor financeiro temos mui-

tos exemplos de como os bancos estatildeo descobrindo novas maneira de incluir a sus-

tentabilidade em suas praacuteticas definindo criteacuterios de praacuteticas socioambientais aos

seus clientes Na realidade alguns dos grandes bancos jaacute colocaram isso no seu plano

estrateacutegicordquo conclui 27

12 ndash Sustentabilidade corporativa

Haacute vaacuterias definiccedilotildees para sustentabilidade e desenvolvimento sustentaacutevel na

literatura e organizaccedilotildees que tratam do tema arrolam outras tantas Isso decorre do

fato de a sustentabilidade ser um conceito relativamente novo possuir um caraacuteter mul-

tidisciplinar e envolver diferentes interpretaccedilotildees que refletem diferenccedilas de valor cir-

cunstacircncias localizadas e contextos especiacuteficos Aleacutem disso o conceito acaba incorpo-

rado a vaacuterios assuntos tais como a definiccedilatildeo de poliacuteticas governamentais a gestatildeo

puacuteblica regional a gestatildeo de empresas e ateacute mesmo o nosso estilo de vida (MA-

27 Internet (httpwwwhsmcombreditoriassustentabilidadeinovacao-e-ustentabilidade-de-

maos-dadas) data acesso 19072012

40

WHINNEY 2002) O foco deste artigo eacute a sustentabilidade corporativa ou seja a apli-

caccedilatildeo do conceito de sustentabilidade nas empresas

Algumas empresas brasileiras vecircm sendo citadas como casos mundiais no

acircmbito de algumas das dimensotildees da sustentabilidade corporativa HART (1997)

menciona a Aracruz Celulose como uma empresa que adota a visatildeo de desenvolvi-

mento sustentaacutevel desde o iniacutecio de suas operaccedilotildees com base no modelo de reflores-

tamento das plantaccedilotildees de eucaliptos PRAHALAD (2004) apresenta o caso da Casas

Bahia como uma empresa que atende a populaccedilatildeo de baixa renda por meio de um

modelo inovador de financiamento (SEABRA LEAL e PASSOS 2005 p10) Relatam

o caso da Natura assinalando que seus principais acionistas satildeo enfaacuteticos ao afirma-

rem que a busca da sustentabilidade eacute mais do que uma estrateacutegia de negoacutecios mdash eacute

uma filosofia de vida Outros estudos acadecircmicos nessa aacuterea tambeacutem envolvem em-

presas nacionais SILVA e KULAY (2005) apresentam um caso de aplicaccedilatildeo da Avali-

accedilatildeo do Ciclo de Vida (LCA mdash Life Cycle Assessment) para analisar os potenciais

impactos ambientais do processo de fabricaccedilatildeo de fertilizantes fosfatados em uma

empresa brasileira COSTA e GOUVINHAS (2004) analisam a adoccedilatildeo das estrateacutegias

de projeto ecoloacutegico (ecodesign) no ambiente de negoacutecios de pequenas e meacutedias em-

presas brasileiras HOPKINS (2002) discute a sustentabilidade nas operaccedilotildees internas

das empresas a partir de uma pesquisa exploratoacuteria sobre a aplicaccedilatildeo de indicadores

de responsabilidade social em quatro grandes empresas no Brasil 28

13 - O conceito de sustentabilidade corporativa

Considera-se sustentabilidade corporativa como a gestatildeo empresarial que bus-

ca equilibrar as necessidades econocircmicas das empresas com a responsabilidade pelo

desenvolvimento da sociedade e preservaccedilatildeo dos recursos naturais visando atender

agraves necessidades atuais e futuras dos elementos afetados pela empresa Esses ele-

mentos mdash que satildeo ou podem ser afetados pelos efeitos das operaccedilotildees accedilotildees e deci-

28 Internet httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

41

sotildees da empresa mdash incluem os acionistas e funcionaacuterios clientes e consumidores

fornecedores e parceiros os recursos naturais utilizados pela empresa o meio ambi-

ente e a sociedade

A sustentabilidade corporativa estaacute associada a trecircs macro objetivos a geraccedilatildeo

de valor econocircmico a responsabilidade ambiental e a responsabilidade social A gera-

ccedilatildeo de valor econocircmico estaacute relacionada com a obtenccedilatildeo de resultados econocircmicos

positivos no presente e no futuro A responsabilidade ambiental diz respeito agrave conser-

vaccedilatildeo e ao uso sustentaacutevel dos recursos naturais E a responsabilidade social con-

templa a corresponsabilidade das empresas pelo desenvolvimento da sociedade Con-

forme ELKINGTON (1997) esses objetivos satildeo inerentes aos denominados resultados

tridimensionais da sustentabilidade (triple bottom line) As empresas que adotam a

sustentabilidade corporativa devem buscar um equiliacutebrio entre o compromisso econocirc-

mico a preservaccedilatildeo ambiental e o desenvolvimento da sociedade assumindo respon-

sabilidades pelas condiccedilotildees de vida atuais e futuras29

14 - Sustentabilidade e geraccedilatildeo de valor econocircmico

A literatura ressalta a necessidade de que as iniciativas relacionadas agrave susten-

tabilidade tragam retornos positivos para as empresas REINHARDT (1999) considera

que as justificativas para os investimentos ambientais realizados pelas empresas de-

vem ser similares aos demais investimentos Nesse sentido os investimentos em ges-

tatildeo ambiental devem auferir retornos financeiros positivos ou conduzir agrave reduccedilatildeo dos

riscos SENGE e CARSTEDT (2001) satildeo mais enfaacuteticos ao considerar que o desafio

atual reside em desenvolver negoacutecios sustentaacuteveis compatiacuteveis com a realidade eco-

nocircmica Segundo esses autores novos modelos de negoacutecios e produtos inovadores

no acircmbito da sustentabilidade precisam necessariamente acarretar resultados finan-

ceiros satisfatoacuterios para se viabilizarem

Os benefiacutecios decorrentes das accedilotildees de sustentabilidade podem ser tangiacuteveis

ou intangiacuteveis Willard (2002) identifica potenciais benefiacutecios tangiacuteveis como aqueles

associados agrave reduccedilatildeo de custos na manufatura agrave reduccedilatildeo de custos comerciais ao

aumento do faturamento e ao aumento da participaccedilatildeo no mercado Como benefiacutecios

intangiacuteveis considera a maior facilidade na contrataccedilatildeo de talentos a maior retenccedilatildeo

29 Internet httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

42

dos principais talentos o aumento da produtividade dos funcionaacuterios a reduccedilatildeo dos

riscos e as maiores facilidades de financiamento NEMLI (2004) considera que os be-

nefiacutecios devem ser mensurados ao longo de trecircs dimensotildees reduccedilatildeo de custos e au-

mento da lucratividade aumento da reputaccedilatildeo e criaccedilatildeo de diferenciaccedilatildeo crescimento

da empresa em termos de capacidade de inovaccedilatildeo e uso de tecnologias limpas

A perspectiva de geraccedilatildeo de valor econocircmico estaacute acoplada a uma visatildeo mais holiacutesti-

ca do bom funcionamento da economia Nesse sentido HAWKEN LOVINS e LOVINS

(1999) consideram que o capitalismo natural pode ser o gatilho para a proacutexima revo-

luccedilatildeo industrial em que quatro tipos de capital sustentam o bom funcionamento da

economia o capital humano (pessoas conhecimento e cultura) o capital financeiro

(caixa investimentos e instrumentos monetaacuterios) o capital industrial (infra estrutura

faacutebricas e maacutequinas) e o capital natural (recursos naturais sistemas de vida e ecossis-

tema) Conforme SENGE e CARSTEDT (2001) a geraccedilatildeo de valor econocircmico por

empresas sustentaacuteveis depende de forma ampla da adoccedilatildeo de uma realidade eco-

nocircmica que conecta a induacutestria a sociedade e o meio ambiente Por outro lado mes-

mo na realidade atual a reduccedilatildeo do desperdiacutecio e do fluxo destrutivo dos recursos

pode representar uma importante oportunidade de negoacutecios (LOVINS LOVINS e

HAWKEN 1999) 30

15 - Sustentabilidade e responsabilidade ambiental

Vaacuterios autores assinalam a importacircncia da questatildeo da estrateacutegia ambiental das

empresas no acircmbito da sustentabilidade corporativa HART (1997) considera a polui-

ccedilatildeo a exaustatildeo dos recursos naturais e a pobreza como os principais desafios da sus-

tentabilidade Segundo o autor a estrateacutegia ambiental das empresas em geral evolui

segundo trecircs estaacutegios prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo produtos ambientalmente corretos e

produccedilatildeo limpa Aleacutem disso uma estrateacutegia ambiental integrada natildeo deve direcionar-

se somente para o desenvolvimento de competecircncias internas mas tambeacutem conside-

rar o relacionamento com os clientes fornecedores outras empresas agentes gover-

30 Internet

(httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext)

data de acesso 2107201230

43

namentais e acionistas Da mesma forma BARBIERI (2004) cita trecircs abordagens para

a gestatildeo ambiental empresarial controle da poluiccedilatildeo prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo e abor-

dagem estrateacutegica A prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo incorpora duas preocupaccedilotildees ambientais

principais o uso sustentaacutevel dos recursos e o controle da poluiccedilatildeo Os instrumentos

tradicionais para o uso sustentaacutevel dos recursos satildeo referenciados pelo autor como

4Rs reduccedilatildeo da poluiccedilatildeo na fonte reutilizaccedilatildeo reciclagem e recuperaccedilatildeo energeacutetica

HOFFMAN (2000) sugere que a estrateacutegia ambiental determine o alinhamento

entre a proteccedilatildeo ambiental e o crescimento econocircmico da empresa O desenvolvimen-

to da estrateacutegia ambiental deve analisar os concorrentes os parceiros os produtos as

mateacuterias-primas as perdas e os resiacuteduos da empresa O autor considera que a estra-

teacutegia ambiental pode ser direcionada por quatro fatores o mercado (composto pelos

consumidores associaccedilotildees concorrentes e consultores) os provedores de recursos

(clientes seguradoras fornecedores bancos e investidores) os elementos coercivos

(regulamentos locais legislaccedilatildeo internacional) e os elementos sociais (instituiccedilotildees

religiosas organizaccedilotildees natildeo-governamentais comunidade mundo acadecircmico im-

prensa e poder judiciaacuterio) 31

16 - Sustentabilidade e responsabilidade social

Os defensores da responsabilidade social argumentam que as empresas de-

vem assumir um compromisso com o desenvolvimento da sociedade As empresas

devem executar accedilotildees para fomentar o desenvolvimento social a inclusatildeo social e

contribuir para a melhoria das condiccedilotildees de vida da populaccedilatildeo mais necessitada Al-

guns autores consideram que essas atividades natildeo satildeo puramente filantroacutepicas uma

vez que as empresas podem auferir benefiacutecios de negoacutecios em funccedilatildeo delas Outros

sugerem ainda que a responsabilidade social esteja associada agrave proacutepria estrateacutegia

empresarial por exemplo SEABRA LEAL e PASSOS (2005) assinalam que os prin-

31 ) Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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cipais acionistas da Natura consideram que a responsabilidade social estaacute intimamen-

te ligada agrave estrateacutegia de negoacutecios da empresa

PRAHALAD e HAMMOND (2002) observam que aproximadamente 65 da

populaccedilatildeo mundial mdash cerca de quatro bilhotildees de pessoas mdash ganham menos do que

2000 USDano Esse eacute um mercado praticamente inexplorado pelas empresas multi-

nacionais Segundo os autores as empresas que desejam entrar nesse mercado de-

vem repensar seus modelos de negoacutecios praacuteticas gerenciais e indicadores de desem-

penho Eacute um mercado de novas fontes de receita que exige melhoria na eficiecircncia

operacional e fomento da inovaccedilatildeo A atuaccedilatildeo bem-sucedida para atender agrave denomi-

nada populaccedilatildeo na base da piracircmide pode trazer resultados econocircmicos positivos agraves

empresas e simultaneamente contribuir para a melhoria das condiccedilotildees de vida das

pessoas economicamente menos favorecidas

PORTER e KRAMER (2002) consideram que eacute possiacutevel agraves empresas obterem

a convergecircncia de interesses entre as atividades filantroacutepicas e os objetivos de negoacute-

cios A filantropia pode oferecer oportunidades para as empresas melhorarem seu

contexto competitivo considerando que as atividades filantroacutepicas podem potencial-

mente atuar sobre quatro elementos inter-relacionados da competitividade empresari-

al na disponibilidade dos insumos de produccedilatildeo nas condiccedilotildees de demanda nas con-

diccedilotildees de competiccedilatildeo e rivalidade e na presenccedila das induacutestrias de insumos e suporte

Nesse sentido a filantropia deveria ser considerada uma abordagem claramente estra-

teacutegica pelas empresas WADDOCK e SMITH (2000) adotam um raciociacutenio similar

afirmando que a responsabilidade social e o desempenho corporativo financeiro an-

dam juntos e natildeo como trade-offs

HALL et al (2005) constatam que algumas empresas podem ser socialmente

vulneraacuteveis Segundo esses autores a vulnerabilidade social eacute atribuiacuteda agraves empresas

que apresentam grande importacircncia estrateacutegica para o desenvolvimento econocircmico e

social dos paiacuteses onde operam Eles citam empresas cujo papel extrapola a criaccedilatildeo de

valor aos acionistas sendo consideradas como orgulhos nacionais para seus paiacuteses

Satildeo citadas como exemplos a Siemens na Alemanha a Toyota no Japatildeo a Embraer

no Brasil e a Bombardier no Canadaacute Aleacutem da questatildeo econocircmica essas empresas

desempenham importante papel social em seus respectivos paiacuteses Outras empresas

45

brasileiras tambeacutem poderiam ser citadas como a Petrobras a Companhia Vale do Rio

Doce o Bradesco entre outras 32

2 - Gestatildeo da inovaccedilatildeo para a sustentabilidade

A busca da inovaccedilatildeo e a gestatildeo da inovaccedilatildeo em geral satildeo mediadas por as-

pectos essencialmente econocircmicos e estrateacutegicos Entretanto na medida em que ou-

tras restriccedilotildees compotildeem o ambiente de atuaccedilatildeo das empresas outros fatores podem

impulsionar a inovaccedilatildeo Isso tambeacutem eacute vaacutelido ao se considerarem aspectos de susten-

tabilidade como condicionantes da inovaccedilatildeo

HART e CHRISTENSEN (2002) sugerem que as inovaccedilotildees radicais podem

pavimentar o caminho para as empresas combinarem um crescimento sustentaacutevel

com responsabilidade social HART e MILTEIN (1999) consideram que os desafios

impostos pela sustentabilidade global podem atuar como catalisadores para um novo

estaacutegio de destruiccedilatildeo criativa das empresas Eles associam a preocupaccedilatildeo ecoloacutegica

com melhorias contiacutenuas e a sustentabilidade global com melhorias radicais Nesse

sentido argumentam que a sustentabilidade pode criar oportunidades sem preceden-

tes agraves empresas O raciociacutenio de SENGE e CARSTEDT (2001) eacute similar Esses auto-

res consideram que o foco restrito na eficiecircncia ecoloacutegica pode distrair as empresas da

busca de produtos e modelos de negoacutecios radicalmente diferentes dos atuais Eacute a sus-

tentabilidade global que iraacute motivar as empresas a procurarem novos modelos men-

tais a enfatizarem a aprendizagem e atentarem para a gestatildeo de mudanccedilas

PORTER e VAN DER LINDE (1995) consideram que as regulamentaccedilotildees am-

bientais impotildeem pressotildees competitivas nas empresas motivando-as a inovar VOL-

LENBROEK (2002) propotildee um processo que direciona a inovaccedilatildeo para o desenvolvi-

mento da sustentabilidade denominado gestatildeo da transiccedilatildeo Ele considera que a ino-

vaccedilatildeo natildeo gera automaticamente o progresso da sociedade pois precisa ser condi-

cionada para tanto Os esforccedilos para o desenvolvimento sustentaacutevel precisam ser di-

recionados pela sociedade e esta participa das decisotildees visando obter um balancea-

mento adequado entre os objetivos econocircmicos ecoloacutegicos e sociais A inovaccedilatildeo seraacute

decorrecircncia

32 Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

46

HALL e VREDENBURG (2003) afirmam que os gestores tecircm dificuldades para

lidar com as pressotildees do desenvolvimento sustentaacutevel Eles consideram que as estra-

teacutegias de inovaccedilatildeo das empresas geralmente satildeo inadequadas para acomodar as

complexidades e incertezas inerentes agraves novas demandas impostas pelo desenvolvi-

mento sustentaacutevel Dessa forma sugerem que a estrateacutegia empresarial integre tam-

beacutem os objetivos da inovaccedilatildeo e do desenvolvimento sustentaacutevel Em contraponto agrave

abordagem tradicional da inovaccedilatildeo ditada pelo mercado propotildeem que as empresas

adotem a inovaccedilatildeo para o desenvolvimento sustentaacutevel que incorpora as restriccedilotildees

sociais e as pressotildees ambientais bem como contempla as necessidades das futuras

geraccedilotildees Como seraacute visto no texto que segue a inovaccedilatildeo foi tambeacutem um ingrediente

essencial para o desenvolvimento e o sucesso do projeto estudado na presente pes-

quisa33

CONCLUSAtildeO

O objetivo desse estudo foi verificar e compreender o conceito de inovaccedilatildeo e a

sua aplicabilidade nas organizaccedilotildees assim como a vantagem competitiva no modelo

de negoacutecio por meio da co-criaccedilatildeo de valor

33 Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data acesso 21072012

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Inovaccedilatildeo e criatividade satildeo essenciais para o continuo desenvolvimento e competi-

tividade de uma naccedilatildeo

Coisas boas acontecem quando o pensamento inovador comeccedila ele poderaacute

ajudar a criar novos produtos melhoria nos processos novas tecnologias tornando

a empresa mais competitiva Tomando conhecimento da grande variedade de produ-

tos e serviccedilos oferecidos pelas organizaccedilotildees pode se observar que nem sempre se

chega ao resultado em melhores experiecircncias de consumo nesse cenaacuterio certas em-

presas adotam a co-criaccedilatildeo de valor ndash participaccedilatildeo do cliente no processo produtivo ndash

para inovar no modelo de negoacutecio agregando valor a sua oferta buscando assim se

diferenciar das demais empresas Apesar da inovaccedilatildeo indicar um caminho seguro

para obter vantagem competitiva sustentaacutevel e defender posiccedilotildees estrateacutegicas no

mercado o seu sucesso natildeo eacute garantido necessitando que os gestores conheccedilam e

compreendam a dinacircmica dos processos da gestatildeo da inovaccedilatildeo dentro de suas orga-

nizaccedilotildees e realidades especiacuteficas

O modelo de organizaccedilatildeo inovadora sustentaacutevel eacute uma resposta agraves pressotildees

institucionais por uma organizaccedilatildeo que seja capaz de inovar com eficiecircncia em termos

econocircmicos mas com responsabilidade social e ambiental Esse tipo de organizaccedilatildeo

busca vantagem competitiva desenvolvendo produtos serviccedilos processos e negoacutecios

novos ou modificados com base nas dimensotildees social ambiental e econocircmica Ela

reuacutene duas caracteriacutesticas essenciais eacute inovadora e orientada para a sustentabilidade

Tendo em vista o fenocircmeno do isomorfismo institucional (concentraccedilatildeo de for-

mas organizacionais nos diversos setores produtivos) o modelo das organizaccedilotildees

inovadoras sustentaacuteveis vem ganhando rapidamente cada vez mais espaccedilo nas em-

presas liacutederes Esses fatos permitem dizer que o movimento do desenvolvimento sus-

tentaacutevel eacute um dos movimentos mais importantes do nosso tempo e a julgar pela vita-

lidade dos fatores institucionais presentes em praticamente todo o mundo pode-se

inferir que ele continuaraacute se propagando por muitas deacutecadas

Desse modo o aprimoramento dos modelos de organizaccedilatildeo sustentaacuteveis as

diversas formas da sua institucionalizaccedilatildeo em acircmbito global o desenvolvimento de

tecnologias sustentaacuteveis a gestatildeo de inovaccedilotildees para o desenvolvimento sustentaacutevel

seratildeo temas cada vez mais importantes nos estudos futuros Como o sistema opera-

cional produtivo e as inovaccedilotildees de produto e de processo ao atender as trecircs dimen-

sotildees da sustentabilidade devem gerar ganhos para o meio ambiente em termos de

reduccedilatildeo no uso de recursos e de emissotildees de poluentes o aumento da produccedilatildeo pelo

incitamento agrave demanda por novos produtos pode neutralizar ou ateacute superar esses ga-

nhos Levar em conta essa possibilidade dando-lhe um tratamento adequado eacute um dos

48

maiores desafios para o alinhamento das empresas ao modelo de organizaccedilatildeo inova-

dora sustentaacutevel

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

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O que significa vantagem competitiva Internet

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PRAHALAD C K RAMASWAMY Venkatram O futuro da competiccedilatildeo como desen-

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Elsevier 2004

  • AGRADECIMENTOS
  • CAPIacuteTULO III- Aspectos da inovaccedilatildeo e sustentabilidade37
  • Inovaccedilatildeo e sustentabilidade37
  • 32 - Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva
  • 33 - Como implementar vantagem competitiva
  • 34 - Como criar valor e vantagem competitiva
Page 38: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · duzir os processos de inovação dentro da organização. 6 ... CAPÍTULO I - Estrutura da criação de valor e inovação.....11

38

Na opiniatildeo do professor enquanto a sustentabilidade eacute apenas um acessoacuterio agrave

estrateacutegia da empresa ela natildeo vale a pena Para inovar as organizaccedilotildees devem

questionar os modelos de negoacutecio e pensar em modelos totalmente novos

Orsato daacute o exemplo da empresa Better Place que inovou na maneira de co-

mercializar energia renovaacutevel para carros eleacutetricos ldquoO grande salto seraacute conseguir

mudanccedilas radicais nos modelos de negoacutecios As fronteiras entre os setores de energia

e mobilidade por exemplo podem mudarrdquo 26

11- Da teoria para a praacutetica

De maneira geral a inovaccedilatildeo faz sucesso em palestras de ldquoespecialistasrdquo e de

executivosrdquo explica o professor Joatildeo Amato Neto da Fundaccedilatildeo Vanzolini e Escola

Politeacutecnica da USP ldquoMas haacute empresas realmente inovadoras seja em seus produtos

em seus processos de produccedilatildeo e ateacute mesmo em seu posicionamento de mercado

Outras satildeo inovadoras na relaccedilatildeo com o mercado num sentido mais amplo Esse eacute

um grupo restrito no Brasil de empresas de excelecircncia As que tecircm excelecircncia em

inovaccedilatildeo para sustentabilidade estatildeo num grupo mais restrito ainda Do ponto de vista

da sobrevivecircncia da empresa nos proacuteximos anos esse eacute um requisito fundamentalrdquo

O professor exemplifica que no varejo haacute grandes redes como o Wall Mart

Carrefour e Patildeo de Accediluacutecar que iniciaram accedilotildees para contratar fornecedores com base

em requisitos de sustentabilidade Essas accedilotildees ainda satildeo restritas a alguns poucos

produtos e incluem por exemplo exigecircncias de embalagens que possam ser recicla-

das Satildeo accedilotildees que visam a reduccedilatildeo do uso de recursos materiais e energia de uma

forma geral (busca de maior eco eficiecircncia nos processos)

Mas como sair da teoria e colocar em praacutetica Veja os principais pontos que

uma empresa interessada em inovaccedilatildeo e sustentabilidade deve trabalhar

bull Investir no espiacuterito criativo dos colaboradores natildeo soacute daqueles que atuam nas aacutereas

de pesquisa e desenvolvimento (PampD) de produtos ou na engenharia do produto mas

num sentido mais amplo oacutetimas ideias podem surgir no chamado chatildeo de faacutebrica

26 Internet (httpwwwhsmcombrbuscarkeys=inovaccedilatildeo e sustentabilidade) data acesso 19072012

39

bull Buscar praacuteticas de gestatildeo participativa isso pode gerar ideias que trazem inovaccedilotildees

pequenas incrementais mas que no conjunto fazem muita diferenccedila

bull Usar a educaccedilatildeo para transformar paradigmas e gerar maior conscientizaccedilatildeo Natildeo

se deve pensar apenas em treinamentos que satildeo usados em geral para tarefas es-

peciacuteficas ou aplicaccedilatildeo de teacutecnicas As empresas devem investir na formaccedilatildeo dos re-

cursos humanos

bull Questionar o proacuteprio modelo de negoacutecios

bull Inserir sustentabilidade no planejamento estrateacutegico da empresa

E seraacute que eacute possiacutevel aprender a inovar De acordo com o professor Joatildeo A-

mato a inovaccedilatildeo soacute faz sentido se isso significar uma mudanccedila de mentalidade na

empresa Isso vale para induacutestria ou setor de serviccedilos ldquoNo setor financeiro temos mui-

tos exemplos de como os bancos estatildeo descobrindo novas maneira de incluir a sus-

tentabilidade em suas praacuteticas definindo criteacuterios de praacuteticas socioambientais aos

seus clientes Na realidade alguns dos grandes bancos jaacute colocaram isso no seu plano

estrateacutegicordquo conclui 27

12 ndash Sustentabilidade corporativa

Haacute vaacuterias definiccedilotildees para sustentabilidade e desenvolvimento sustentaacutevel na

literatura e organizaccedilotildees que tratam do tema arrolam outras tantas Isso decorre do

fato de a sustentabilidade ser um conceito relativamente novo possuir um caraacuteter mul-

tidisciplinar e envolver diferentes interpretaccedilotildees que refletem diferenccedilas de valor cir-

cunstacircncias localizadas e contextos especiacuteficos Aleacutem disso o conceito acaba incorpo-

rado a vaacuterios assuntos tais como a definiccedilatildeo de poliacuteticas governamentais a gestatildeo

puacuteblica regional a gestatildeo de empresas e ateacute mesmo o nosso estilo de vida (MA-

27 Internet (httpwwwhsmcombreditoriassustentabilidadeinovacao-e-ustentabilidade-de-

maos-dadas) data acesso 19072012

40

WHINNEY 2002) O foco deste artigo eacute a sustentabilidade corporativa ou seja a apli-

caccedilatildeo do conceito de sustentabilidade nas empresas

Algumas empresas brasileiras vecircm sendo citadas como casos mundiais no

acircmbito de algumas das dimensotildees da sustentabilidade corporativa HART (1997)

menciona a Aracruz Celulose como uma empresa que adota a visatildeo de desenvolvi-

mento sustentaacutevel desde o iniacutecio de suas operaccedilotildees com base no modelo de reflores-

tamento das plantaccedilotildees de eucaliptos PRAHALAD (2004) apresenta o caso da Casas

Bahia como uma empresa que atende a populaccedilatildeo de baixa renda por meio de um

modelo inovador de financiamento (SEABRA LEAL e PASSOS 2005 p10) Relatam

o caso da Natura assinalando que seus principais acionistas satildeo enfaacuteticos ao afirma-

rem que a busca da sustentabilidade eacute mais do que uma estrateacutegia de negoacutecios mdash eacute

uma filosofia de vida Outros estudos acadecircmicos nessa aacuterea tambeacutem envolvem em-

presas nacionais SILVA e KULAY (2005) apresentam um caso de aplicaccedilatildeo da Avali-

accedilatildeo do Ciclo de Vida (LCA mdash Life Cycle Assessment) para analisar os potenciais

impactos ambientais do processo de fabricaccedilatildeo de fertilizantes fosfatados em uma

empresa brasileira COSTA e GOUVINHAS (2004) analisam a adoccedilatildeo das estrateacutegias

de projeto ecoloacutegico (ecodesign) no ambiente de negoacutecios de pequenas e meacutedias em-

presas brasileiras HOPKINS (2002) discute a sustentabilidade nas operaccedilotildees internas

das empresas a partir de uma pesquisa exploratoacuteria sobre a aplicaccedilatildeo de indicadores

de responsabilidade social em quatro grandes empresas no Brasil 28

13 - O conceito de sustentabilidade corporativa

Considera-se sustentabilidade corporativa como a gestatildeo empresarial que bus-

ca equilibrar as necessidades econocircmicas das empresas com a responsabilidade pelo

desenvolvimento da sociedade e preservaccedilatildeo dos recursos naturais visando atender

agraves necessidades atuais e futuras dos elementos afetados pela empresa Esses ele-

mentos mdash que satildeo ou podem ser afetados pelos efeitos das operaccedilotildees accedilotildees e deci-

28 Internet httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

41

sotildees da empresa mdash incluem os acionistas e funcionaacuterios clientes e consumidores

fornecedores e parceiros os recursos naturais utilizados pela empresa o meio ambi-

ente e a sociedade

A sustentabilidade corporativa estaacute associada a trecircs macro objetivos a geraccedilatildeo

de valor econocircmico a responsabilidade ambiental e a responsabilidade social A gera-

ccedilatildeo de valor econocircmico estaacute relacionada com a obtenccedilatildeo de resultados econocircmicos

positivos no presente e no futuro A responsabilidade ambiental diz respeito agrave conser-

vaccedilatildeo e ao uso sustentaacutevel dos recursos naturais E a responsabilidade social con-

templa a corresponsabilidade das empresas pelo desenvolvimento da sociedade Con-

forme ELKINGTON (1997) esses objetivos satildeo inerentes aos denominados resultados

tridimensionais da sustentabilidade (triple bottom line) As empresas que adotam a

sustentabilidade corporativa devem buscar um equiliacutebrio entre o compromisso econocirc-

mico a preservaccedilatildeo ambiental e o desenvolvimento da sociedade assumindo respon-

sabilidades pelas condiccedilotildees de vida atuais e futuras29

14 - Sustentabilidade e geraccedilatildeo de valor econocircmico

A literatura ressalta a necessidade de que as iniciativas relacionadas agrave susten-

tabilidade tragam retornos positivos para as empresas REINHARDT (1999) considera

que as justificativas para os investimentos ambientais realizados pelas empresas de-

vem ser similares aos demais investimentos Nesse sentido os investimentos em ges-

tatildeo ambiental devem auferir retornos financeiros positivos ou conduzir agrave reduccedilatildeo dos

riscos SENGE e CARSTEDT (2001) satildeo mais enfaacuteticos ao considerar que o desafio

atual reside em desenvolver negoacutecios sustentaacuteveis compatiacuteveis com a realidade eco-

nocircmica Segundo esses autores novos modelos de negoacutecios e produtos inovadores

no acircmbito da sustentabilidade precisam necessariamente acarretar resultados finan-

ceiros satisfatoacuterios para se viabilizarem

Os benefiacutecios decorrentes das accedilotildees de sustentabilidade podem ser tangiacuteveis

ou intangiacuteveis Willard (2002) identifica potenciais benefiacutecios tangiacuteveis como aqueles

associados agrave reduccedilatildeo de custos na manufatura agrave reduccedilatildeo de custos comerciais ao

aumento do faturamento e ao aumento da participaccedilatildeo no mercado Como benefiacutecios

intangiacuteveis considera a maior facilidade na contrataccedilatildeo de talentos a maior retenccedilatildeo

29 Internet httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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dos principais talentos o aumento da produtividade dos funcionaacuterios a reduccedilatildeo dos

riscos e as maiores facilidades de financiamento NEMLI (2004) considera que os be-

nefiacutecios devem ser mensurados ao longo de trecircs dimensotildees reduccedilatildeo de custos e au-

mento da lucratividade aumento da reputaccedilatildeo e criaccedilatildeo de diferenciaccedilatildeo crescimento

da empresa em termos de capacidade de inovaccedilatildeo e uso de tecnologias limpas

A perspectiva de geraccedilatildeo de valor econocircmico estaacute acoplada a uma visatildeo mais holiacutesti-

ca do bom funcionamento da economia Nesse sentido HAWKEN LOVINS e LOVINS

(1999) consideram que o capitalismo natural pode ser o gatilho para a proacutexima revo-

luccedilatildeo industrial em que quatro tipos de capital sustentam o bom funcionamento da

economia o capital humano (pessoas conhecimento e cultura) o capital financeiro

(caixa investimentos e instrumentos monetaacuterios) o capital industrial (infra estrutura

faacutebricas e maacutequinas) e o capital natural (recursos naturais sistemas de vida e ecossis-

tema) Conforme SENGE e CARSTEDT (2001) a geraccedilatildeo de valor econocircmico por

empresas sustentaacuteveis depende de forma ampla da adoccedilatildeo de uma realidade eco-

nocircmica que conecta a induacutestria a sociedade e o meio ambiente Por outro lado mes-

mo na realidade atual a reduccedilatildeo do desperdiacutecio e do fluxo destrutivo dos recursos

pode representar uma importante oportunidade de negoacutecios (LOVINS LOVINS e

HAWKEN 1999) 30

15 - Sustentabilidade e responsabilidade ambiental

Vaacuterios autores assinalam a importacircncia da questatildeo da estrateacutegia ambiental das

empresas no acircmbito da sustentabilidade corporativa HART (1997) considera a polui-

ccedilatildeo a exaustatildeo dos recursos naturais e a pobreza como os principais desafios da sus-

tentabilidade Segundo o autor a estrateacutegia ambiental das empresas em geral evolui

segundo trecircs estaacutegios prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo produtos ambientalmente corretos e

produccedilatildeo limpa Aleacutem disso uma estrateacutegia ambiental integrada natildeo deve direcionar-

se somente para o desenvolvimento de competecircncias internas mas tambeacutem conside-

rar o relacionamento com os clientes fornecedores outras empresas agentes gover-

30 Internet

(httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext)

data de acesso 2107201230

43

namentais e acionistas Da mesma forma BARBIERI (2004) cita trecircs abordagens para

a gestatildeo ambiental empresarial controle da poluiccedilatildeo prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo e abor-

dagem estrateacutegica A prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo incorpora duas preocupaccedilotildees ambientais

principais o uso sustentaacutevel dos recursos e o controle da poluiccedilatildeo Os instrumentos

tradicionais para o uso sustentaacutevel dos recursos satildeo referenciados pelo autor como

4Rs reduccedilatildeo da poluiccedilatildeo na fonte reutilizaccedilatildeo reciclagem e recuperaccedilatildeo energeacutetica

HOFFMAN (2000) sugere que a estrateacutegia ambiental determine o alinhamento

entre a proteccedilatildeo ambiental e o crescimento econocircmico da empresa O desenvolvimen-

to da estrateacutegia ambiental deve analisar os concorrentes os parceiros os produtos as

mateacuterias-primas as perdas e os resiacuteduos da empresa O autor considera que a estra-

teacutegia ambiental pode ser direcionada por quatro fatores o mercado (composto pelos

consumidores associaccedilotildees concorrentes e consultores) os provedores de recursos

(clientes seguradoras fornecedores bancos e investidores) os elementos coercivos

(regulamentos locais legislaccedilatildeo internacional) e os elementos sociais (instituiccedilotildees

religiosas organizaccedilotildees natildeo-governamentais comunidade mundo acadecircmico im-

prensa e poder judiciaacuterio) 31

16 - Sustentabilidade e responsabilidade social

Os defensores da responsabilidade social argumentam que as empresas de-

vem assumir um compromisso com o desenvolvimento da sociedade As empresas

devem executar accedilotildees para fomentar o desenvolvimento social a inclusatildeo social e

contribuir para a melhoria das condiccedilotildees de vida da populaccedilatildeo mais necessitada Al-

guns autores consideram que essas atividades natildeo satildeo puramente filantroacutepicas uma

vez que as empresas podem auferir benefiacutecios de negoacutecios em funccedilatildeo delas Outros

sugerem ainda que a responsabilidade social esteja associada agrave proacutepria estrateacutegia

empresarial por exemplo SEABRA LEAL e PASSOS (2005) assinalam que os prin-

31 ) Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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cipais acionistas da Natura consideram que a responsabilidade social estaacute intimamen-

te ligada agrave estrateacutegia de negoacutecios da empresa

PRAHALAD e HAMMOND (2002) observam que aproximadamente 65 da

populaccedilatildeo mundial mdash cerca de quatro bilhotildees de pessoas mdash ganham menos do que

2000 USDano Esse eacute um mercado praticamente inexplorado pelas empresas multi-

nacionais Segundo os autores as empresas que desejam entrar nesse mercado de-

vem repensar seus modelos de negoacutecios praacuteticas gerenciais e indicadores de desem-

penho Eacute um mercado de novas fontes de receita que exige melhoria na eficiecircncia

operacional e fomento da inovaccedilatildeo A atuaccedilatildeo bem-sucedida para atender agrave denomi-

nada populaccedilatildeo na base da piracircmide pode trazer resultados econocircmicos positivos agraves

empresas e simultaneamente contribuir para a melhoria das condiccedilotildees de vida das

pessoas economicamente menos favorecidas

PORTER e KRAMER (2002) consideram que eacute possiacutevel agraves empresas obterem

a convergecircncia de interesses entre as atividades filantroacutepicas e os objetivos de negoacute-

cios A filantropia pode oferecer oportunidades para as empresas melhorarem seu

contexto competitivo considerando que as atividades filantroacutepicas podem potencial-

mente atuar sobre quatro elementos inter-relacionados da competitividade empresari-

al na disponibilidade dos insumos de produccedilatildeo nas condiccedilotildees de demanda nas con-

diccedilotildees de competiccedilatildeo e rivalidade e na presenccedila das induacutestrias de insumos e suporte

Nesse sentido a filantropia deveria ser considerada uma abordagem claramente estra-

teacutegica pelas empresas WADDOCK e SMITH (2000) adotam um raciociacutenio similar

afirmando que a responsabilidade social e o desempenho corporativo financeiro an-

dam juntos e natildeo como trade-offs

HALL et al (2005) constatam que algumas empresas podem ser socialmente

vulneraacuteveis Segundo esses autores a vulnerabilidade social eacute atribuiacuteda agraves empresas

que apresentam grande importacircncia estrateacutegica para o desenvolvimento econocircmico e

social dos paiacuteses onde operam Eles citam empresas cujo papel extrapola a criaccedilatildeo de

valor aos acionistas sendo consideradas como orgulhos nacionais para seus paiacuteses

Satildeo citadas como exemplos a Siemens na Alemanha a Toyota no Japatildeo a Embraer

no Brasil e a Bombardier no Canadaacute Aleacutem da questatildeo econocircmica essas empresas

desempenham importante papel social em seus respectivos paiacuteses Outras empresas

45

brasileiras tambeacutem poderiam ser citadas como a Petrobras a Companhia Vale do Rio

Doce o Bradesco entre outras 32

2 - Gestatildeo da inovaccedilatildeo para a sustentabilidade

A busca da inovaccedilatildeo e a gestatildeo da inovaccedilatildeo em geral satildeo mediadas por as-

pectos essencialmente econocircmicos e estrateacutegicos Entretanto na medida em que ou-

tras restriccedilotildees compotildeem o ambiente de atuaccedilatildeo das empresas outros fatores podem

impulsionar a inovaccedilatildeo Isso tambeacutem eacute vaacutelido ao se considerarem aspectos de susten-

tabilidade como condicionantes da inovaccedilatildeo

HART e CHRISTENSEN (2002) sugerem que as inovaccedilotildees radicais podem

pavimentar o caminho para as empresas combinarem um crescimento sustentaacutevel

com responsabilidade social HART e MILTEIN (1999) consideram que os desafios

impostos pela sustentabilidade global podem atuar como catalisadores para um novo

estaacutegio de destruiccedilatildeo criativa das empresas Eles associam a preocupaccedilatildeo ecoloacutegica

com melhorias contiacutenuas e a sustentabilidade global com melhorias radicais Nesse

sentido argumentam que a sustentabilidade pode criar oportunidades sem preceden-

tes agraves empresas O raciociacutenio de SENGE e CARSTEDT (2001) eacute similar Esses auto-

res consideram que o foco restrito na eficiecircncia ecoloacutegica pode distrair as empresas da

busca de produtos e modelos de negoacutecios radicalmente diferentes dos atuais Eacute a sus-

tentabilidade global que iraacute motivar as empresas a procurarem novos modelos men-

tais a enfatizarem a aprendizagem e atentarem para a gestatildeo de mudanccedilas

PORTER e VAN DER LINDE (1995) consideram que as regulamentaccedilotildees am-

bientais impotildeem pressotildees competitivas nas empresas motivando-as a inovar VOL-

LENBROEK (2002) propotildee um processo que direciona a inovaccedilatildeo para o desenvolvi-

mento da sustentabilidade denominado gestatildeo da transiccedilatildeo Ele considera que a ino-

vaccedilatildeo natildeo gera automaticamente o progresso da sociedade pois precisa ser condi-

cionada para tanto Os esforccedilos para o desenvolvimento sustentaacutevel precisam ser di-

recionados pela sociedade e esta participa das decisotildees visando obter um balancea-

mento adequado entre os objetivos econocircmicos ecoloacutegicos e sociais A inovaccedilatildeo seraacute

decorrecircncia

32 Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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HALL e VREDENBURG (2003) afirmam que os gestores tecircm dificuldades para

lidar com as pressotildees do desenvolvimento sustentaacutevel Eles consideram que as estra-

teacutegias de inovaccedilatildeo das empresas geralmente satildeo inadequadas para acomodar as

complexidades e incertezas inerentes agraves novas demandas impostas pelo desenvolvi-

mento sustentaacutevel Dessa forma sugerem que a estrateacutegia empresarial integre tam-

beacutem os objetivos da inovaccedilatildeo e do desenvolvimento sustentaacutevel Em contraponto agrave

abordagem tradicional da inovaccedilatildeo ditada pelo mercado propotildeem que as empresas

adotem a inovaccedilatildeo para o desenvolvimento sustentaacutevel que incorpora as restriccedilotildees

sociais e as pressotildees ambientais bem como contempla as necessidades das futuras

geraccedilotildees Como seraacute visto no texto que segue a inovaccedilatildeo foi tambeacutem um ingrediente

essencial para o desenvolvimento e o sucesso do projeto estudado na presente pes-

quisa33

CONCLUSAtildeO

O objetivo desse estudo foi verificar e compreender o conceito de inovaccedilatildeo e a

sua aplicabilidade nas organizaccedilotildees assim como a vantagem competitiva no modelo

de negoacutecio por meio da co-criaccedilatildeo de valor

33 Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data acesso 21072012

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Inovaccedilatildeo e criatividade satildeo essenciais para o continuo desenvolvimento e competi-

tividade de uma naccedilatildeo

Coisas boas acontecem quando o pensamento inovador comeccedila ele poderaacute

ajudar a criar novos produtos melhoria nos processos novas tecnologias tornando

a empresa mais competitiva Tomando conhecimento da grande variedade de produ-

tos e serviccedilos oferecidos pelas organizaccedilotildees pode se observar que nem sempre se

chega ao resultado em melhores experiecircncias de consumo nesse cenaacuterio certas em-

presas adotam a co-criaccedilatildeo de valor ndash participaccedilatildeo do cliente no processo produtivo ndash

para inovar no modelo de negoacutecio agregando valor a sua oferta buscando assim se

diferenciar das demais empresas Apesar da inovaccedilatildeo indicar um caminho seguro

para obter vantagem competitiva sustentaacutevel e defender posiccedilotildees estrateacutegicas no

mercado o seu sucesso natildeo eacute garantido necessitando que os gestores conheccedilam e

compreendam a dinacircmica dos processos da gestatildeo da inovaccedilatildeo dentro de suas orga-

nizaccedilotildees e realidades especiacuteficas

O modelo de organizaccedilatildeo inovadora sustentaacutevel eacute uma resposta agraves pressotildees

institucionais por uma organizaccedilatildeo que seja capaz de inovar com eficiecircncia em termos

econocircmicos mas com responsabilidade social e ambiental Esse tipo de organizaccedilatildeo

busca vantagem competitiva desenvolvendo produtos serviccedilos processos e negoacutecios

novos ou modificados com base nas dimensotildees social ambiental e econocircmica Ela

reuacutene duas caracteriacutesticas essenciais eacute inovadora e orientada para a sustentabilidade

Tendo em vista o fenocircmeno do isomorfismo institucional (concentraccedilatildeo de for-

mas organizacionais nos diversos setores produtivos) o modelo das organizaccedilotildees

inovadoras sustentaacuteveis vem ganhando rapidamente cada vez mais espaccedilo nas em-

presas liacutederes Esses fatos permitem dizer que o movimento do desenvolvimento sus-

tentaacutevel eacute um dos movimentos mais importantes do nosso tempo e a julgar pela vita-

lidade dos fatores institucionais presentes em praticamente todo o mundo pode-se

inferir que ele continuaraacute se propagando por muitas deacutecadas

Desse modo o aprimoramento dos modelos de organizaccedilatildeo sustentaacuteveis as

diversas formas da sua institucionalizaccedilatildeo em acircmbito global o desenvolvimento de

tecnologias sustentaacuteveis a gestatildeo de inovaccedilotildees para o desenvolvimento sustentaacutevel

seratildeo temas cada vez mais importantes nos estudos futuros Como o sistema opera-

cional produtivo e as inovaccedilotildees de produto e de processo ao atender as trecircs dimen-

sotildees da sustentabilidade devem gerar ganhos para o meio ambiente em termos de

reduccedilatildeo no uso de recursos e de emissotildees de poluentes o aumento da produccedilatildeo pelo

incitamento agrave demanda por novos produtos pode neutralizar ou ateacute superar esses ga-

nhos Levar em conta essa possibilidade dando-lhe um tratamento adequado eacute um dos

48

maiores desafios para o alinhamento das empresas ao modelo de organizaccedilatildeo inova-

dora sustentaacutevel

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

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PRAHALAD C K RAMASWAMY Venkatram O futuro da competiccedilatildeo como desen-

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Elsevier 2004

  • AGRADECIMENTOS
  • CAPIacuteTULO III- Aspectos da inovaccedilatildeo e sustentabilidade37
  • Inovaccedilatildeo e sustentabilidade37
  • 32 - Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva
  • 33 - Como implementar vantagem competitiva
  • 34 - Como criar valor e vantagem competitiva
Page 39: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · duzir os processos de inovação dentro da organização. 6 ... CAPÍTULO I - Estrutura da criação de valor e inovação.....11

39

bull Buscar praacuteticas de gestatildeo participativa isso pode gerar ideias que trazem inovaccedilotildees

pequenas incrementais mas que no conjunto fazem muita diferenccedila

bull Usar a educaccedilatildeo para transformar paradigmas e gerar maior conscientizaccedilatildeo Natildeo

se deve pensar apenas em treinamentos que satildeo usados em geral para tarefas es-

peciacuteficas ou aplicaccedilatildeo de teacutecnicas As empresas devem investir na formaccedilatildeo dos re-

cursos humanos

bull Questionar o proacuteprio modelo de negoacutecios

bull Inserir sustentabilidade no planejamento estrateacutegico da empresa

E seraacute que eacute possiacutevel aprender a inovar De acordo com o professor Joatildeo A-

mato a inovaccedilatildeo soacute faz sentido se isso significar uma mudanccedila de mentalidade na

empresa Isso vale para induacutestria ou setor de serviccedilos ldquoNo setor financeiro temos mui-

tos exemplos de como os bancos estatildeo descobrindo novas maneira de incluir a sus-

tentabilidade em suas praacuteticas definindo criteacuterios de praacuteticas socioambientais aos

seus clientes Na realidade alguns dos grandes bancos jaacute colocaram isso no seu plano

estrateacutegicordquo conclui 27

12 ndash Sustentabilidade corporativa

Haacute vaacuterias definiccedilotildees para sustentabilidade e desenvolvimento sustentaacutevel na

literatura e organizaccedilotildees que tratam do tema arrolam outras tantas Isso decorre do

fato de a sustentabilidade ser um conceito relativamente novo possuir um caraacuteter mul-

tidisciplinar e envolver diferentes interpretaccedilotildees que refletem diferenccedilas de valor cir-

cunstacircncias localizadas e contextos especiacuteficos Aleacutem disso o conceito acaba incorpo-

rado a vaacuterios assuntos tais como a definiccedilatildeo de poliacuteticas governamentais a gestatildeo

puacuteblica regional a gestatildeo de empresas e ateacute mesmo o nosso estilo de vida (MA-

27 Internet (httpwwwhsmcombreditoriassustentabilidadeinovacao-e-ustentabilidade-de-

maos-dadas) data acesso 19072012

40

WHINNEY 2002) O foco deste artigo eacute a sustentabilidade corporativa ou seja a apli-

caccedilatildeo do conceito de sustentabilidade nas empresas

Algumas empresas brasileiras vecircm sendo citadas como casos mundiais no

acircmbito de algumas das dimensotildees da sustentabilidade corporativa HART (1997)

menciona a Aracruz Celulose como uma empresa que adota a visatildeo de desenvolvi-

mento sustentaacutevel desde o iniacutecio de suas operaccedilotildees com base no modelo de reflores-

tamento das plantaccedilotildees de eucaliptos PRAHALAD (2004) apresenta o caso da Casas

Bahia como uma empresa que atende a populaccedilatildeo de baixa renda por meio de um

modelo inovador de financiamento (SEABRA LEAL e PASSOS 2005 p10) Relatam

o caso da Natura assinalando que seus principais acionistas satildeo enfaacuteticos ao afirma-

rem que a busca da sustentabilidade eacute mais do que uma estrateacutegia de negoacutecios mdash eacute

uma filosofia de vida Outros estudos acadecircmicos nessa aacuterea tambeacutem envolvem em-

presas nacionais SILVA e KULAY (2005) apresentam um caso de aplicaccedilatildeo da Avali-

accedilatildeo do Ciclo de Vida (LCA mdash Life Cycle Assessment) para analisar os potenciais

impactos ambientais do processo de fabricaccedilatildeo de fertilizantes fosfatados em uma

empresa brasileira COSTA e GOUVINHAS (2004) analisam a adoccedilatildeo das estrateacutegias

de projeto ecoloacutegico (ecodesign) no ambiente de negoacutecios de pequenas e meacutedias em-

presas brasileiras HOPKINS (2002) discute a sustentabilidade nas operaccedilotildees internas

das empresas a partir de uma pesquisa exploratoacuteria sobre a aplicaccedilatildeo de indicadores

de responsabilidade social em quatro grandes empresas no Brasil 28

13 - O conceito de sustentabilidade corporativa

Considera-se sustentabilidade corporativa como a gestatildeo empresarial que bus-

ca equilibrar as necessidades econocircmicas das empresas com a responsabilidade pelo

desenvolvimento da sociedade e preservaccedilatildeo dos recursos naturais visando atender

agraves necessidades atuais e futuras dos elementos afetados pela empresa Esses ele-

mentos mdash que satildeo ou podem ser afetados pelos efeitos das operaccedilotildees accedilotildees e deci-

28 Internet httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

41

sotildees da empresa mdash incluem os acionistas e funcionaacuterios clientes e consumidores

fornecedores e parceiros os recursos naturais utilizados pela empresa o meio ambi-

ente e a sociedade

A sustentabilidade corporativa estaacute associada a trecircs macro objetivos a geraccedilatildeo

de valor econocircmico a responsabilidade ambiental e a responsabilidade social A gera-

ccedilatildeo de valor econocircmico estaacute relacionada com a obtenccedilatildeo de resultados econocircmicos

positivos no presente e no futuro A responsabilidade ambiental diz respeito agrave conser-

vaccedilatildeo e ao uso sustentaacutevel dos recursos naturais E a responsabilidade social con-

templa a corresponsabilidade das empresas pelo desenvolvimento da sociedade Con-

forme ELKINGTON (1997) esses objetivos satildeo inerentes aos denominados resultados

tridimensionais da sustentabilidade (triple bottom line) As empresas que adotam a

sustentabilidade corporativa devem buscar um equiliacutebrio entre o compromisso econocirc-

mico a preservaccedilatildeo ambiental e o desenvolvimento da sociedade assumindo respon-

sabilidades pelas condiccedilotildees de vida atuais e futuras29

14 - Sustentabilidade e geraccedilatildeo de valor econocircmico

A literatura ressalta a necessidade de que as iniciativas relacionadas agrave susten-

tabilidade tragam retornos positivos para as empresas REINHARDT (1999) considera

que as justificativas para os investimentos ambientais realizados pelas empresas de-

vem ser similares aos demais investimentos Nesse sentido os investimentos em ges-

tatildeo ambiental devem auferir retornos financeiros positivos ou conduzir agrave reduccedilatildeo dos

riscos SENGE e CARSTEDT (2001) satildeo mais enfaacuteticos ao considerar que o desafio

atual reside em desenvolver negoacutecios sustentaacuteveis compatiacuteveis com a realidade eco-

nocircmica Segundo esses autores novos modelos de negoacutecios e produtos inovadores

no acircmbito da sustentabilidade precisam necessariamente acarretar resultados finan-

ceiros satisfatoacuterios para se viabilizarem

Os benefiacutecios decorrentes das accedilotildees de sustentabilidade podem ser tangiacuteveis

ou intangiacuteveis Willard (2002) identifica potenciais benefiacutecios tangiacuteveis como aqueles

associados agrave reduccedilatildeo de custos na manufatura agrave reduccedilatildeo de custos comerciais ao

aumento do faturamento e ao aumento da participaccedilatildeo no mercado Como benefiacutecios

intangiacuteveis considera a maior facilidade na contrataccedilatildeo de talentos a maior retenccedilatildeo

29 Internet httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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dos principais talentos o aumento da produtividade dos funcionaacuterios a reduccedilatildeo dos

riscos e as maiores facilidades de financiamento NEMLI (2004) considera que os be-

nefiacutecios devem ser mensurados ao longo de trecircs dimensotildees reduccedilatildeo de custos e au-

mento da lucratividade aumento da reputaccedilatildeo e criaccedilatildeo de diferenciaccedilatildeo crescimento

da empresa em termos de capacidade de inovaccedilatildeo e uso de tecnologias limpas

A perspectiva de geraccedilatildeo de valor econocircmico estaacute acoplada a uma visatildeo mais holiacutesti-

ca do bom funcionamento da economia Nesse sentido HAWKEN LOVINS e LOVINS

(1999) consideram que o capitalismo natural pode ser o gatilho para a proacutexima revo-

luccedilatildeo industrial em que quatro tipos de capital sustentam o bom funcionamento da

economia o capital humano (pessoas conhecimento e cultura) o capital financeiro

(caixa investimentos e instrumentos monetaacuterios) o capital industrial (infra estrutura

faacutebricas e maacutequinas) e o capital natural (recursos naturais sistemas de vida e ecossis-

tema) Conforme SENGE e CARSTEDT (2001) a geraccedilatildeo de valor econocircmico por

empresas sustentaacuteveis depende de forma ampla da adoccedilatildeo de uma realidade eco-

nocircmica que conecta a induacutestria a sociedade e o meio ambiente Por outro lado mes-

mo na realidade atual a reduccedilatildeo do desperdiacutecio e do fluxo destrutivo dos recursos

pode representar uma importante oportunidade de negoacutecios (LOVINS LOVINS e

HAWKEN 1999) 30

15 - Sustentabilidade e responsabilidade ambiental

Vaacuterios autores assinalam a importacircncia da questatildeo da estrateacutegia ambiental das

empresas no acircmbito da sustentabilidade corporativa HART (1997) considera a polui-

ccedilatildeo a exaustatildeo dos recursos naturais e a pobreza como os principais desafios da sus-

tentabilidade Segundo o autor a estrateacutegia ambiental das empresas em geral evolui

segundo trecircs estaacutegios prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo produtos ambientalmente corretos e

produccedilatildeo limpa Aleacutem disso uma estrateacutegia ambiental integrada natildeo deve direcionar-

se somente para o desenvolvimento de competecircncias internas mas tambeacutem conside-

rar o relacionamento com os clientes fornecedores outras empresas agentes gover-

30 Internet

(httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext)

data de acesso 2107201230

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namentais e acionistas Da mesma forma BARBIERI (2004) cita trecircs abordagens para

a gestatildeo ambiental empresarial controle da poluiccedilatildeo prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo e abor-

dagem estrateacutegica A prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo incorpora duas preocupaccedilotildees ambientais

principais o uso sustentaacutevel dos recursos e o controle da poluiccedilatildeo Os instrumentos

tradicionais para o uso sustentaacutevel dos recursos satildeo referenciados pelo autor como

4Rs reduccedilatildeo da poluiccedilatildeo na fonte reutilizaccedilatildeo reciclagem e recuperaccedilatildeo energeacutetica

HOFFMAN (2000) sugere que a estrateacutegia ambiental determine o alinhamento

entre a proteccedilatildeo ambiental e o crescimento econocircmico da empresa O desenvolvimen-

to da estrateacutegia ambiental deve analisar os concorrentes os parceiros os produtos as

mateacuterias-primas as perdas e os resiacuteduos da empresa O autor considera que a estra-

teacutegia ambiental pode ser direcionada por quatro fatores o mercado (composto pelos

consumidores associaccedilotildees concorrentes e consultores) os provedores de recursos

(clientes seguradoras fornecedores bancos e investidores) os elementos coercivos

(regulamentos locais legislaccedilatildeo internacional) e os elementos sociais (instituiccedilotildees

religiosas organizaccedilotildees natildeo-governamentais comunidade mundo acadecircmico im-

prensa e poder judiciaacuterio) 31

16 - Sustentabilidade e responsabilidade social

Os defensores da responsabilidade social argumentam que as empresas de-

vem assumir um compromisso com o desenvolvimento da sociedade As empresas

devem executar accedilotildees para fomentar o desenvolvimento social a inclusatildeo social e

contribuir para a melhoria das condiccedilotildees de vida da populaccedilatildeo mais necessitada Al-

guns autores consideram que essas atividades natildeo satildeo puramente filantroacutepicas uma

vez que as empresas podem auferir benefiacutecios de negoacutecios em funccedilatildeo delas Outros

sugerem ainda que a responsabilidade social esteja associada agrave proacutepria estrateacutegia

empresarial por exemplo SEABRA LEAL e PASSOS (2005) assinalam que os prin-

31 ) Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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cipais acionistas da Natura consideram que a responsabilidade social estaacute intimamen-

te ligada agrave estrateacutegia de negoacutecios da empresa

PRAHALAD e HAMMOND (2002) observam que aproximadamente 65 da

populaccedilatildeo mundial mdash cerca de quatro bilhotildees de pessoas mdash ganham menos do que

2000 USDano Esse eacute um mercado praticamente inexplorado pelas empresas multi-

nacionais Segundo os autores as empresas que desejam entrar nesse mercado de-

vem repensar seus modelos de negoacutecios praacuteticas gerenciais e indicadores de desem-

penho Eacute um mercado de novas fontes de receita que exige melhoria na eficiecircncia

operacional e fomento da inovaccedilatildeo A atuaccedilatildeo bem-sucedida para atender agrave denomi-

nada populaccedilatildeo na base da piracircmide pode trazer resultados econocircmicos positivos agraves

empresas e simultaneamente contribuir para a melhoria das condiccedilotildees de vida das

pessoas economicamente menos favorecidas

PORTER e KRAMER (2002) consideram que eacute possiacutevel agraves empresas obterem

a convergecircncia de interesses entre as atividades filantroacutepicas e os objetivos de negoacute-

cios A filantropia pode oferecer oportunidades para as empresas melhorarem seu

contexto competitivo considerando que as atividades filantroacutepicas podem potencial-

mente atuar sobre quatro elementos inter-relacionados da competitividade empresari-

al na disponibilidade dos insumos de produccedilatildeo nas condiccedilotildees de demanda nas con-

diccedilotildees de competiccedilatildeo e rivalidade e na presenccedila das induacutestrias de insumos e suporte

Nesse sentido a filantropia deveria ser considerada uma abordagem claramente estra-

teacutegica pelas empresas WADDOCK e SMITH (2000) adotam um raciociacutenio similar

afirmando que a responsabilidade social e o desempenho corporativo financeiro an-

dam juntos e natildeo como trade-offs

HALL et al (2005) constatam que algumas empresas podem ser socialmente

vulneraacuteveis Segundo esses autores a vulnerabilidade social eacute atribuiacuteda agraves empresas

que apresentam grande importacircncia estrateacutegica para o desenvolvimento econocircmico e

social dos paiacuteses onde operam Eles citam empresas cujo papel extrapola a criaccedilatildeo de

valor aos acionistas sendo consideradas como orgulhos nacionais para seus paiacuteses

Satildeo citadas como exemplos a Siemens na Alemanha a Toyota no Japatildeo a Embraer

no Brasil e a Bombardier no Canadaacute Aleacutem da questatildeo econocircmica essas empresas

desempenham importante papel social em seus respectivos paiacuteses Outras empresas

45

brasileiras tambeacutem poderiam ser citadas como a Petrobras a Companhia Vale do Rio

Doce o Bradesco entre outras 32

2 - Gestatildeo da inovaccedilatildeo para a sustentabilidade

A busca da inovaccedilatildeo e a gestatildeo da inovaccedilatildeo em geral satildeo mediadas por as-

pectos essencialmente econocircmicos e estrateacutegicos Entretanto na medida em que ou-

tras restriccedilotildees compotildeem o ambiente de atuaccedilatildeo das empresas outros fatores podem

impulsionar a inovaccedilatildeo Isso tambeacutem eacute vaacutelido ao se considerarem aspectos de susten-

tabilidade como condicionantes da inovaccedilatildeo

HART e CHRISTENSEN (2002) sugerem que as inovaccedilotildees radicais podem

pavimentar o caminho para as empresas combinarem um crescimento sustentaacutevel

com responsabilidade social HART e MILTEIN (1999) consideram que os desafios

impostos pela sustentabilidade global podem atuar como catalisadores para um novo

estaacutegio de destruiccedilatildeo criativa das empresas Eles associam a preocupaccedilatildeo ecoloacutegica

com melhorias contiacutenuas e a sustentabilidade global com melhorias radicais Nesse

sentido argumentam que a sustentabilidade pode criar oportunidades sem preceden-

tes agraves empresas O raciociacutenio de SENGE e CARSTEDT (2001) eacute similar Esses auto-

res consideram que o foco restrito na eficiecircncia ecoloacutegica pode distrair as empresas da

busca de produtos e modelos de negoacutecios radicalmente diferentes dos atuais Eacute a sus-

tentabilidade global que iraacute motivar as empresas a procurarem novos modelos men-

tais a enfatizarem a aprendizagem e atentarem para a gestatildeo de mudanccedilas

PORTER e VAN DER LINDE (1995) consideram que as regulamentaccedilotildees am-

bientais impotildeem pressotildees competitivas nas empresas motivando-as a inovar VOL-

LENBROEK (2002) propotildee um processo que direciona a inovaccedilatildeo para o desenvolvi-

mento da sustentabilidade denominado gestatildeo da transiccedilatildeo Ele considera que a ino-

vaccedilatildeo natildeo gera automaticamente o progresso da sociedade pois precisa ser condi-

cionada para tanto Os esforccedilos para o desenvolvimento sustentaacutevel precisam ser di-

recionados pela sociedade e esta participa das decisotildees visando obter um balancea-

mento adequado entre os objetivos econocircmicos ecoloacutegicos e sociais A inovaccedilatildeo seraacute

decorrecircncia

32 Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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HALL e VREDENBURG (2003) afirmam que os gestores tecircm dificuldades para

lidar com as pressotildees do desenvolvimento sustentaacutevel Eles consideram que as estra-

teacutegias de inovaccedilatildeo das empresas geralmente satildeo inadequadas para acomodar as

complexidades e incertezas inerentes agraves novas demandas impostas pelo desenvolvi-

mento sustentaacutevel Dessa forma sugerem que a estrateacutegia empresarial integre tam-

beacutem os objetivos da inovaccedilatildeo e do desenvolvimento sustentaacutevel Em contraponto agrave

abordagem tradicional da inovaccedilatildeo ditada pelo mercado propotildeem que as empresas

adotem a inovaccedilatildeo para o desenvolvimento sustentaacutevel que incorpora as restriccedilotildees

sociais e as pressotildees ambientais bem como contempla as necessidades das futuras

geraccedilotildees Como seraacute visto no texto que segue a inovaccedilatildeo foi tambeacutem um ingrediente

essencial para o desenvolvimento e o sucesso do projeto estudado na presente pes-

quisa33

CONCLUSAtildeO

O objetivo desse estudo foi verificar e compreender o conceito de inovaccedilatildeo e a

sua aplicabilidade nas organizaccedilotildees assim como a vantagem competitiva no modelo

de negoacutecio por meio da co-criaccedilatildeo de valor

33 Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data acesso 21072012

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Inovaccedilatildeo e criatividade satildeo essenciais para o continuo desenvolvimento e competi-

tividade de uma naccedilatildeo

Coisas boas acontecem quando o pensamento inovador comeccedila ele poderaacute

ajudar a criar novos produtos melhoria nos processos novas tecnologias tornando

a empresa mais competitiva Tomando conhecimento da grande variedade de produ-

tos e serviccedilos oferecidos pelas organizaccedilotildees pode se observar que nem sempre se

chega ao resultado em melhores experiecircncias de consumo nesse cenaacuterio certas em-

presas adotam a co-criaccedilatildeo de valor ndash participaccedilatildeo do cliente no processo produtivo ndash

para inovar no modelo de negoacutecio agregando valor a sua oferta buscando assim se

diferenciar das demais empresas Apesar da inovaccedilatildeo indicar um caminho seguro

para obter vantagem competitiva sustentaacutevel e defender posiccedilotildees estrateacutegicas no

mercado o seu sucesso natildeo eacute garantido necessitando que os gestores conheccedilam e

compreendam a dinacircmica dos processos da gestatildeo da inovaccedilatildeo dentro de suas orga-

nizaccedilotildees e realidades especiacuteficas

O modelo de organizaccedilatildeo inovadora sustentaacutevel eacute uma resposta agraves pressotildees

institucionais por uma organizaccedilatildeo que seja capaz de inovar com eficiecircncia em termos

econocircmicos mas com responsabilidade social e ambiental Esse tipo de organizaccedilatildeo

busca vantagem competitiva desenvolvendo produtos serviccedilos processos e negoacutecios

novos ou modificados com base nas dimensotildees social ambiental e econocircmica Ela

reuacutene duas caracteriacutesticas essenciais eacute inovadora e orientada para a sustentabilidade

Tendo em vista o fenocircmeno do isomorfismo institucional (concentraccedilatildeo de for-

mas organizacionais nos diversos setores produtivos) o modelo das organizaccedilotildees

inovadoras sustentaacuteveis vem ganhando rapidamente cada vez mais espaccedilo nas em-

presas liacutederes Esses fatos permitem dizer que o movimento do desenvolvimento sus-

tentaacutevel eacute um dos movimentos mais importantes do nosso tempo e a julgar pela vita-

lidade dos fatores institucionais presentes em praticamente todo o mundo pode-se

inferir que ele continuaraacute se propagando por muitas deacutecadas

Desse modo o aprimoramento dos modelos de organizaccedilatildeo sustentaacuteveis as

diversas formas da sua institucionalizaccedilatildeo em acircmbito global o desenvolvimento de

tecnologias sustentaacuteveis a gestatildeo de inovaccedilotildees para o desenvolvimento sustentaacutevel

seratildeo temas cada vez mais importantes nos estudos futuros Como o sistema opera-

cional produtivo e as inovaccedilotildees de produto e de processo ao atender as trecircs dimen-

sotildees da sustentabilidade devem gerar ganhos para o meio ambiente em termos de

reduccedilatildeo no uso de recursos e de emissotildees de poluentes o aumento da produccedilatildeo pelo

incitamento agrave demanda por novos produtos pode neutralizar ou ateacute superar esses ga-

nhos Levar em conta essa possibilidade dando-lhe um tratamento adequado eacute um dos

48

maiores desafios para o alinhamento das empresas ao modelo de organizaccedilatildeo inova-

dora sustentaacutevel

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

A importacircncia da inovaccedilatildeo Internet (httpwwwscielobrpdfraev42n2v42n2a16pdf) data de acesso 19052012

A inovaccedilatildeo como funccedilatildeo de aprendizagem organizacional Internet

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20de2520Inova25E725E3o2FArtigos2FInova25E725E3odocampei=Ex32T

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Capital intelectual Internet

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Como implementar vantagem competitiva Internet

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49

Conceito de criatividade Internet

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Criatividade do ponto de vista empresarial Internet (Fonte Criatividade amp

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O que significa vantagem competitiva Internet

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Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva Internet

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Sustentabilidade e geraccedilatildeo de valor econocircmico Internet

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Sustentabilidade e responsabilidade social Internet

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BIBLIOGRAFIA CITADA

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PRAHALAD C K KRISHNAN M S A nova era inovaccedilatildeo Rio de Janeiro editora

Elsevier 2008

PRAHALAD C K RAMASWAMY Venkatram O futuro da competiccedilatildeo como desen-

volver diferenciais inovadores em parceria com os clientes Rio de Janeiro editora

Elsevier 2004

  • AGRADECIMENTOS
  • CAPIacuteTULO III- Aspectos da inovaccedilatildeo e sustentabilidade37
  • Inovaccedilatildeo e sustentabilidade37
  • 32 - Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva
  • 33 - Como implementar vantagem competitiva
  • 34 - Como criar valor e vantagem competitiva
Page 40: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · duzir os processos de inovação dentro da organização. 6 ... CAPÍTULO I - Estrutura da criação de valor e inovação.....11

40

WHINNEY 2002) O foco deste artigo eacute a sustentabilidade corporativa ou seja a apli-

caccedilatildeo do conceito de sustentabilidade nas empresas

Algumas empresas brasileiras vecircm sendo citadas como casos mundiais no

acircmbito de algumas das dimensotildees da sustentabilidade corporativa HART (1997)

menciona a Aracruz Celulose como uma empresa que adota a visatildeo de desenvolvi-

mento sustentaacutevel desde o iniacutecio de suas operaccedilotildees com base no modelo de reflores-

tamento das plantaccedilotildees de eucaliptos PRAHALAD (2004) apresenta o caso da Casas

Bahia como uma empresa que atende a populaccedilatildeo de baixa renda por meio de um

modelo inovador de financiamento (SEABRA LEAL e PASSOS 2005 p10) Relatam

o caso da Natura assinalando que seus principais acionistas satildeo enfaacuteticos ao afirma-

rem que a busca da sustentabilidade eacute mais do que uma estrateacutegia de negoacutecios mdash eacute

uma filosofia de vida Outros estudos acadecircmicos nessa aacuterea tambeacutem envolvem em-

presas nacionais SILVA e KULAY (2005) apresentam um caso de aplicaccedilatildeo da Avali-

accedilatildeo do Ciclo de Vida (LCA mdash Life Cycle Assessment) para analisar os potenciais

impactos ambientais do processo de fabricaccedilatildeo de fertilizantes fosfatados em uma

empresa brasileira COSTA e GOUVINHAS (2004) analisam a adoccedilatildeo das estrateacutegias

de projeto ecoloacutegico (ecodesign) no ambiente de negoacutecios de pequenas e meacutedias em-

presas brasileiras HOPKINS (2002) discute a sustentabilidade nas operaccedilotildees internas

das empresas a partir de uma pesquisa exploratoacuteria sobre a aplicaccedilatildeo de indicadores

de responsabilidade social em quatro grandes empresas no Brasil 28

13 - O conceito de sustentabilidade corporativa

Considera-se sustentabilidade corporativa como a gestatildeo empresarial que bus-

ca equilibrar as necessidades econocircmicas das empresas com a responsabilidade pelo

desenvolvimento da sociedade e preservaccedilatildeo dos recursos naturais visando atender

agraves necessidades atuais e futuras dos elementos afetados pela empresa Esses ele-

mentos mdash que satildeo ou podem ser afetados pelos efeitos das operaccedilotildees accedilotildees e deci-

28 Internet httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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sotildees da empresa mdash incluem os acionistas e funcionaacuterios clientes e consumidores

fornecedores e parceiros os recursos naturais utilizados pela empresa o meio ambi-

ente e a sociedade

A sustentabilidade corporativa estaacute associada a trecircs macro objetivos a geraccedilatildeo

de valor econocircmico a responsabilidade ambiental e a responsabilidade social A gera-

ccedilatildeo de valor econocircmico estaacute relacionada com a obtenccedilatildeo de resultados econocircmicos

positivos no presente e no futuro A responsabilidade ambiental diz respeito agrave conser-

vaccedilatildeo e ao uso sustentaacutevel dos recursos naturais E a responsabilidade social con-

templa a corresponsabilidade das empresas pelo desenvolvimento da sociedade Con-

forme ELKINGTON (1997) esses objetivos satildeo inerentes aos denominados resultados

tridimensionais da sustentabilidade (triple bottom line) As empresas que adotam a

sustentabilidade corporativa devem buscar um equiliacutebrio entre o compromisso econocirc-

mico a preservaccedilatildeo ambiental e o desenvolvimento da sociedade assumindo respon-

sabilidades pelas condiccedilotildees de vida atuais e futuras29

14 - Sustentabilidade e geraccedilatildeo de valor econocircmico

A literatura ressalta a necessidade de que as iniciativas relacionadas agrave susten-

tabilidade tragam retornos positivos para as empresas REINHARDT (1999) considera

que as justificativas para os investimentos ambientais realizados pelas empresas de-

vem ser similares aos demais investimentos Nesse sentido os investimentos em ges-

tatildeo ambiental devem auferir retornos financeiros positivos ou conduzir agrave reduccedilatildeo dos

riscos SENGE e CARSTEDT (2001) satildeo mais enfaacuteticos ao considerar que o desafio

atual reside em desenvolver negoacutecios sustentaacuteveis compatiacuteveis com a realidade eco-

nocircmica Segundo esses autores novos modelos de negoacutecios e produtos inovadores

no acircmbito da sustentabilidade precisam necessariamente acarretar resultados finan-

ceiros satisfatoacuterios para se viabilizarem

Os benefiacutecios decorrentes das accedilotildees de sustentabilidade podem ser tangiacuteveis

ou intangiacuteveis Willard (2002) identifica potenciais benefiacutecios tangiacuteveis como aqueles

associados agrave reduccedilatildeo de custos na manufatura agrave reduccedilatildeo de custos comerciais ao

aumento do faturamento e ao aumento da participaccedilatildeo no mercado Como benefiacutecios

intangiacuteveis considera a maior facilidade na contrataccedilatildeo de talentos a maior retenccedilatildeo

29 Internet httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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dos principais talentos o aumento da produtividade dos funcionaacuterios a reduccedilatildeo dos

riscos e as maiores facilidades de financiamento NEMLI (2004) considera que os be-

nefiacutecios devem ser mensurados ao longo de trecircs dimensotildees reduccedilatildeo de custos e au-

mento da lucratividade aumento da reputaccedilatildeo e criaccedilatildeo de diferenciaccedilatildeo crescimento

da empresa em termos de capacidade de inovaccedilatildeo e uso de tecnologias limpas

A perspectiva de geraccedilatildeo de valor econocircmico estaacute acoplada a uma visatildeo mais holiacutesti-

ca do bom funcionamento da economia Nesse sentido HAWKEN LOVINS e LOVINS

(1999) consideram que o capitalismo natural pode ser o gatilho para a proacutexima revo-

luccedilatildeo industrial em que quatro tipos de capital sustentam o bom funcionamento da

economia o capital humano (pessoas conhecimento e cultura) o capital financeiro

(caixa investimentos e instrumentos monetaacuterios) o capital industrial (infra estrutura

faacutebricas e maacutequinas) e o capital natural (recursos naturais sistemas de vida e ecossis-

tema) Conforme SENGE e CARSTEDT (2001) a geraccedilatildeo de valor econocircmico por

empresas sustentaacuteveis depende de forma ampla da adoccedilatildeo de uma realidade eco-

nocircmica que conecta a induacutestria a sociedade e o meio ambiente Por outro lado mes-

mo na realidade atual a reduccedilatildeo do desperdiacutecio e do fluxo destrutivo dos recursos

pode representar uma importante oportunidade de negoacutecios (LOVINS LOVINS e

HAWKEN 1999) 30

15 - Sustentabilidade e responsabilidade ambiental

Vaacuterios autores assinalam a importacircncia da questatildeo da estrateacutegia ambiental das

empresas no acircmbito da sustentabilidade corporativa HART (1997) considera a polui-

ccedilatildeo a exaustatildeo dos recursos naturais e a pobreza como os principais desafios da sus-

tentabilidade Segundo o autor a estrateacutegia ambiental das empresas em geral evolui

segundo trecircs estaacutegios prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo produtos ambientalmente corretos e

produccedilatildeo limpa Aleacutem disso uma estrateacutegia ambiental integrada natildeo deve direcionar-

se somente para o desenvolvimento de competecircncias internas mas tambeacutem conside-

rar o relacionamento com os clientes fornecedores outras empresas agentes gover-

30 Internet

(httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext)

data de acesso 2107201230

43

namentais e acionistas Da mesma forma BARBIERI (2004) cita trecircs abordagens para

a gestatildeo ambiental empresarial controle da poluiccedilatildeo prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo e abor-

dagem estrateacutegica A prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo incorpora duas preocupaccedilotildees ambientais

principais o uso sustentaacutevel dos recursos e o controle da poluiccedilatildeo Os instrumentos

tradicionais para o uso sustentaacutevel dos recursos satildeo referenciados pelo autor como

4Rs reduccedilatildeo da poluiccedilatildeo na fonte reutilizaccedilatildeo reciclagem e recuperaccedilatildeo energeacutetica

HOFFMAN (2000) sugere que a estrateacutegia ambiental determine o alinhamento

entre a proteccedilatildeo ambiental e o crescimento econocircmico da empresa O desenvolvimen-

to da estrateacutegia ambiental deve analisar os concorrentes os parceiros os produtos as

mateacuterias-primas as perdas e os resiacuteduos da empresa O autor considera que a estra-

teacutegia ambiental pode ser direcionada por quatro fatores o mercado (composto pelos

consumidores associaccedilotildees concorrentes e consultores) os provedores de recursos

(clientes seguradoras fornecedores bancos e investidores) os elementos coercivos

(regulamentos locais legislaccedilatildeo internacional) e os elementos sociais (instituiccedilotildees

religiosas organizaccedilotildees natildeo-governamentais comunidade mundo acadecircmico im-

prensa e poder judiciaacuterio) 31

16 - Sustentabilidade e responsabilidade social

Os defensores da responsabilidade social argumentam que as empresas de-

vem assumir um compromisso com o desenvolvimento da sociedade As empresas

devem executar accedilotildees para fomentar o desenvolvimento social a inclusatildeo social e

contribuir para a melhoria das condiccedilotildees de vida da populaccedilatildeo mais necessitada Al-

guns autores consideram que essas atividades natildeo satildeo puramente filantroacutepicas uma

vez que as empresas podem auferir benefiacutecios de negoacutecios em funccedilatildeo delas Outros

sugerem ainda que a responsabilidade social esteja associada agrave proacutepria estrateacutegia

empresarial por exemplo SEABRA LEAL e PASSOS (2005) assinalam que os prin-

31 ) Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

44

cipais acionistas da Natura consideram que a responsabilidade social estaacute intimamen-

te ligada agrave estrateacutegia de negoacutecios da empresa

PRAHALAD e HAMMOND (2002) observam que aproximadamente 65 da

populaccedilatildeo mundial mdash cerca de quatro bilhotildees de pessoas mdash ganham menos do que

2000 USDano Esse eacute um mercado praticamente inexplorado pelas empresas multi-

nacionais Segundo os autores as empresas que desejam entrar nesse mercado de-

vem repensar seus modelos de negoacutecios praacuteticas gerenciais e indicadores de desem-

penho Eacute um mercado de novas fontes de receita que exige melhoria na eficiecircncia

operacional e fomento da inovaccedilatildeo A atuaccedilatildeo bem-sucedida para atender agrave denomi-

nada populaccedilatildeo na base da piracircmide pode trazer resultados econocircmicos positivos agraves

empresas e simultaneamente contribuir para a melhoria das condiccedilotildees de vida das

pessoas economicamente menos favorecidas

PORTER e KRAMER (2002) consideram que eacute possiacutevel agraves empresas obterem

a convergecircncia de interesses entre as atividades filantroacutepicas e os objetivos de negoacute-

cios A filantropia pode oferecer oportunidades para as empresas melhorarem seu

contexto competitivo considerando que as atividades filantroacutepicas podem potencial-

mente atuar sobre quatro elementos inter-relacionados da competitividade empresari-

al na disponibilidade dos insumos de produccedilatildeo nas condiccedilotildees de demanda nas con-

diccedilotildees de competiccedilatildeo e rivalidade e na presenccedila das induacutestrias de insumos e suporte

Nesse sentido a filantropia deveria ser considerada uma abordagem claramente estra-

teacutegica pelas empresas WADDOCK e SMITH (2000) adotam um raciociacutenio similar

afirmando que a responsabilidade social e o desempenho corporativo financeiro an-

dam juntos e natildeo como trade-offs

HALL et al (2005) constatam que algumas empresas podem ser socialmente

vulneraacuteveis Segundo esses autores a vulnerabilidade social eacute atribuiacuteda agraves empresas

que apresentam grande importacircncia estrateacutegica para o desenvolvimento econocircmico e

social dos paiacuteses onde operam Eles citam empresas cujo papel extrapola a criaccedilatildeo de

valor aos acionistas sendo consideradas como orgulhos nacionais para seus paiacuteses

Satildeo citadas como exemplos a Siemens na Alemanha a Toyota no Japatildeo a Embraer

no Brasil e a Bombardier no Canadaacute Aleacutem da questatildeo econocircmica essas empresas

desempenham importante papel social em seus respectivos paiacuteses Outras empresas

45

brasileiras tambeacutem poderiam ser citadas como a Petrobras a Companhia Vale do Rio

Doce o Bradesco entre outras 32

2 - Gestatildeo da inovaccedilatildeo para a sustentabilidade

A busca da inovaccedilatildeo e a gestatildeo da inovaccedilatildeo em geral satildeo mediadas por as-

pectos essencialmente econocircmicos e estrateacutegicos Entretanto na medida em que ou-

tras restriccedilotildees compotildeem o ambiente de atuaccedilatildeo das empresas outros fatores podem

impulsionar a inovaccedilatildeo Isso tambeacutem eacute vaacutelido ao se considerarem aspectos de susten-

tabilidade como condicionantes da inovaccedilatildeo

HART e CHRISTENSEN (2002) sugerem que as inovaccedilotildees radicais podem

pavimentar o caminho para as empresas combinarem um crescimento sustentaacutevel

com responsabilidade social HART e MILTEIN (1999) consideram que os desafios

impostos pela sustentabilidade global podem atuar como catalisadores para um novo

estaacutegio de destruiccedilatildeo criativa das empresas Eles associam a preocupaccedilatildeo ecoloacutegica

com melhorias contiacutenuas e a sustentabilidade global com melhorias radicais Nesse

sentido argumentam que a sustentabilidade pode criar oportunidades sem preceden-

tes agraves empresas O raciociacutenio de SENGE e CARSTEDT (2001) eacute similar Esses auto-

res consideram que o foco restrito na eficiecircncia ecoloacutegica pode distrair as empresas da

busca de produtos e modelos de negoacutecios radicalmente diferentes dos atuais Eacute a sus-

tentabilidade global que iraacute motivar as empresas a procurarem novos modelos men-

tais a enfatizarem a aprendizagem e atentarem para a gestatildeo de mudanccedilas

PORTER e VAN DER LINDE (1995) consideram que as regulamentaccedilotildees am-

bientais impotildeem pressotildees competitivas nas empresas motivando-as a inovar VOL-

LENBROEK (2002) propotildee um processo que direciona a inovaccedilatildeo para o desenvolvi-

mento da sustentabilidade denominado gestatildeo da transiccedilatildeo Ele considera que a ino-

vaccedilatildeo natildeo gera automaticamente o progresso da sociedade pois precisa ser condi-

cionada para tanto Os esforccedilos para o desenvolvimento sustentaacutevel precisam ser di-

recionados pela sociedade e esta participa das decisotildees visando obter um balancea-

mento adequado entre os objetivos econocircmicos ecoloacutegicos e sociais A inovaccedilatildeo seraacute

decorrecircncia

32 Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

46

HALL e VREDENBURG (2003) afirmam que os gestores tecircm dificuldades para

lidar com as pressotildees do desenvolvimento sustentaacutevel Eles consideram que as estra-

teacutegias de inovaccedilatildeo das empresas geralmente satildeo inadequadas para acomodar as

complexidades e incertezas inerentes agraves novas demandas impostas pelo desenvolvi-

mento sustentaacutevel Dessa forma sugerem que a estrateacutegia empresarial integre tam-

beacutem os objetivos da inovaccedilatildeo e do desenvolvimento sustentaacutevel Em contraponto agrave

abordagem tradicional da inovaccedilatildeo ditada pelo mercado propotildeem que as empresas

adotem a inovaccedilatildeo para o desenvolvimento sustentaacutevel que incorpora as restriccedilotildees

sociais e as pressotildees ambientais bem como contempla as necessidades das futuras

geraccedilotildees Como seraacute visto no texto que segue a inovaccedilatildeo foi tambeacutem um ingrediente

essencial para o desenvolvimento e o sucesso do projeto estudado na presente pes-

quisa33

CONCLUSAtildeO

O objetivo desse estudo foi verificar e compreender o conceito de inovaccedilatildeo e a

sua aplicabilidade nas organizaccedilotildees assim como a vantagem competitiva no modelo

de negoacutecio por meio da co-criaccedilatildeo de valor

33 Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data acesso 21072012

47

Inovaccedilatildeo e criatividade satildeo essenciais para o continuo desenvolvimento e competi-

tividade de uma naccedilatildeo

Coisas boas acontecem quando o pensamento inovador comeccedila ele poderaacute

ajudar a criar novos produtos melhoria nos processos novas tecnologias tornando

a empresa mais competitiva Tomando conhecimento da grande variedade de produ-

tos e serviccedilos oferecidos pelas organizaccedilotildees pode se observar que nem sempre se

chega ao resultado em melhores experiecircncias de consumo nesse cenaacuterio certas em-

presas adotam a co-criaccedilatildeo de valor ndash participaccedilatildeo do cliente no processo produtivo ndash

para inovar no modelo de negoacutecio agregando valor a sua oferta buscando assim se

diferenciar das demais empresas Apesar da inovaccedilatildeo indicar um caminho seguro

para obter vantagem competitiva sustentaacutevel e defender posiccedilotildees estrateacutegicas no

mercado o seu sucesso natildeo eacute garantido necessitando que os gestores conheccedilam e

compreendam a dinacircmica dos processos da gestatildeo da inovaccedilatildeo dentro de suas orga-

nizaccedilotildees e realidades especiacuteficas

O modelo de organizaccedilatildeo inovadora sustentaacutevel eacute uma resposta agraves pressotildees

institucionais por uma organizaccedilatildeo que seja capaz de inovar com eficiecircncia em termos

econocircmicos mas com responsabilidade social e ambiental Esse tipo de organizaccedilatildeo

busca vantagem competitiva desenvolvendo produtos serviccedilos processos e negoacutecios

novos ou modificados com base nas dimensotildees social ambiental e econocircmica Ela

reuacutene duas caracteriacutesticas essenciais eacute inovadora e orientada para a sustentabilidade

Tendo em vista o fenocircmeno do isomorfismo institucional (concentraccedilatildeo de for-

mas organizacionais nos diversos setores produtivos) o modelo das organizaccedilotildees

inovadoras sustentaacuteveis vem ganhando rapidamente cada vez mais espaccedilo nas em-

presas liacutederes Esses fatos permitem dizer que o movimento do desenvolvimento sus-

tentaacutevel eacute um dos movimentos mais importantes do nosso tempo e a julgar pela vita-

lidade dos fatores institucionais presentes em praticamente todo o mundo pode-se

inferir que ele continuaraacute se propagando por muitas deacutecadas

Desse modo o aprimoramento dos modelos de organizaccedilatildeo sustentaacuteveis as

diversas formas da sua institucionalizaccedilatildeo em acircmbito global o desenvolvimento de

tecnologias sustentaacuteveis a gestatildeo de inovaccedilotildees para o desenvolvimento sustentaacutevel

seratildeo temas cada vez mais importantes nos estudos futuros Como o sistema opera-

cional produtivo e as inovaccedilotildees de produto e de processo ao atender as trecircs dimen-

sotildees da sustentabilidade devem gerar ganhos para o meio ambiente em termos de

reduccedilatildeo no uso de recursos e de emissotildees de poluentes o aumento da produccedilatildeo pelo

incitamento agrave demanda por novos produtos pode neutralizar ou ateacute superar esses ga-

nhos Levar em conta essa possibilidade dando-lhe um tratamento adequado eacute um dos

48

maiores desafios para o alinhamento das empresas ao modelo de organizaccedilatildeo inova-

dora sustentaacutevel

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

A importacircncia da inovaccedilatildeo Internet (httpwwwscielobrpdfraev42n2v42n2a16pdf) data de acesso 19052012

A inovaccedilatildeo como funccedilatildeo de aprendizagem organizacional Internet

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0CEwQFjAAampurl=http3A2F2Fwwwfespprbr2F~bastosjr2FGest25E3o25

20de2520Inova25E725E3o2FArtigos2FInova25E725E3odocampei=Ex32T

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Cadeia de valor e vantagem competitiva Internet

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Capital intelectual Internet

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15072012

Como implantar cultura de inovaccedilatildeo na organizaccedilatildeo Internet

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inova-

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Como implementar vantagem competitiva Internet

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Como criar valor e vantagem competitiva Internet

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49

Conceito de criatividade Internet

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Criatividade do ponto de vista pessoal Internet (Fonte Criatividade amp

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Criatividade do ponto de vista empresarial Internet (Fonte Criatividade amp

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Criatividade e a visatildeo estrateacutegica da empresa Internet

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Funccedilotildees tiacutepicas no processo de inovaccedilatildeo Internet (httpwwwgooglecombrurlsa=tamprct=jampq=ampesrc=sampsource=webampcd=4ampved=0CFkQFjADampurl=http3A2F2Fwwwfespprbr2F~bastosjr2FGest25E3o2520de2520Inova25E725E3o2FArtigos2FInova25E725E3odocampei=sSb2T8eqDYro0QGO7OSLBwampusg=AFQjCNEz7MKNTbjYj81P) data de acesso 04062012

Gestatildeo de inovaccedilatildeo para a sustentabilidade Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

Inovaccedilatildeo nas empresas Internet (httpolhardigitaluolcombrnegociosdigital_newsnoticiascomo-gerar-inovacao-nas-empresas) data de acesso 19052012

Inovaccedilatildeo no Brasil Internet (httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0101-33002007000200002) data de acesso 19052012

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O que eacute inovaccedilatildeo Internet (httpptwikipediaorgwikiInovaC3A7C3A3o) data de acesso 20052012

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O que significa vantagem competitiva Internet

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Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva Internet

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Processos de inovaccedilatildeo Internet httpwwwliincufrjbrfrattachments055_saritalivropdfpage=122) data de acesso 03062012

Processos de inovaccedilatildeo nas organizaccedilotildees Internet

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Ho16zYBgampusg=AFQjCNEz7MKNTbjYj81PrvG) data de acesso 03062012

Sustentabilidade e geraccedilatildeo de valor econocircmico Internet

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51

Sustentabilidade e responsabilidade ambiental Internet

(httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-

21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

Sustentabilidade e responsabilidade social Internet

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BIBLIOGRAFIA CITADA

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PRAHALAD C K KRISHNAN M S A nova era inovaccedilatildeo Rio de Janeiro editora

Elsevier 2008

PRAHALAD C K RAMASWAMY Venkatram O futuro da competiccedilatildeo como desen-

volver diferenciais inovadores em parceria com os clientes Rio de Janeiro editora

Elsevier 2004

  • AGRADECIMENTOS
  • CAPIacuteTULO III- Aspectos da inovaccedilatildeo e sustentabilidade37
  • Inovaccedilatildeo e sustentabilidade37
  • 32 - Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva
  • 33 - Como implementar vantagem competitiva
  • 34 - Como criar valor e vantagem competitiva
Page 41: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · duzir os processos de inovação dentro da organização. 6 ... CAPÍTULO I - Estrutura da criação de valor e inovação.....11

41

sotildees da empresa mdash incluem os acionistas e funcionaacuterios clientes e consumidores

fornecedores e parceiros os recursos naturais utilizados pela empresa o meio ambi-

ente e a sociedade

A sustentabilidade corporativa estaacute associada a trecircs macro objetivos a geraccedilatildeo

de valor econocircmico a responsabilidade ambiental e a responsabilidade social A gera-

ccedilatildeo de valor econocircmico estaacute relacionada com a obtenccedilatildeo de resultados econocircmicos

positivos no presente e no futuro A responsabilidade ambiental diz respeito agrave conser-

vaccedilatildeo e ao uso sustentaacutevel dos recursos naturais E a responsabilidade social con-

templa a corresponsabilidade das empresas pelo desenvolvimento da sociedade Con-

forme ELKINGTON (1997) esses objetivos satildeo inerentes aos denominados resultados

tridimensionais da sustentabilidade (triple bottom line) As empresas que adotam a

sustentabilidade corporativa devem buscar um equiliacutebrio entre o compromisso econocirc-

mico a preservaccedilatildeo ambiental e o desenvolvimento da sociedade assumindo respon-

sabilidades pelas condiccedilotildees de vida atuais e futuras29

14 - Sustentabilidade e geraccedilatildeo de valor econocircmico

A literatura ressalta a necessidade de que as iniciativas relacionadas agrave susten-

tabilidade tragam retornos positivos para as empresas REINHARDT (1999) considera

que as justificativas para os investimentos ambientais realizados pelas empresas de-

vem ser similares aos demais investimentos Nesse sentido os investimentos em ges-

tatildeo ambiental devem auferir retornos financeiros positivos ou conduzir agrave reduccedilatildeo dos

riscos SENGE e CARSTEDT (2001) satildeo mais enfaacuteticos ao considerar que o desafio

atual reside em desenvolver negoacutecios sustentaacuteveis compatiacuteveis com a realidade eco-

nocircmica Segundo esses autores novos modelos de negoacutecios e produtos inovadores

no acircmbito da sustentabilidade precisam necessariamente acarretar resultados finan-

ceiros satisfatoacuterios para se viabilizarem

Os benefiacutecios decorrentes das accedilotildees de sustentabilidade podem ser tangiacuteveis

ou intangiacuteveis Willard (2002) identifica potenciais benefiacutecios tangiacuteveis como aqueles

associados agrave reduccedilatildeo de custos na manufatura agrave reduccedilatildeo de custos comerciais ao

aumento do faturamento e ao aumento da participaccedilatildeo no mercado Como benefiacutecios

intangiacuteveis considera a maior facilidade na contrataccedilatildeo de talentos a maior retenccedilatildeo

29 Internet httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

42

dos principais talentos o aumento da produtividade dos funcionaacuterios a reduccedilatildeo dos

riscos e as maiores facilidades de financiamento NEMLI (2004) considera que os be-

nefiacutecios devem ser mensurados ao longo de trecircs dimensotildees reduccedilatildeo de custos e au-

mento da lucratividade aumento da reputaccedilatildeo e criaccedilatildeo de diferenciaccedilatildeo crescimento

da empresa em termos de capacidade de inovaccedilatildeo e uso de tecnologias limpas

A perspectiva de geraccedilatildeo de valor econocircmico estaacute acoplada a uma visatildeo mais holiacutesti-

ca do bom funcionamento da economia Nesse sentido HAWKEN LOVINS e LOVINS

(1999) consideram que o capitalismo natural pode ser o gatilho para a proacutexima revo-

luccedilatildeo industrial em que quatro tipos de capital sustentam o bom funcionamento da

economia o capital humano (pessoas conhecimento e cultura) o capital financeiro

(caixa investimentos e instrumentos monetaacuterios) o capital industrial (infra estrutura

faacutebricas e maacutequinas) e o capital natural (recursos naturais sistemas de vida e ecossis-

tema) Conforme SENGE e CARSTEDT (2001) a geraccedilatildeo de valor econocircmico por

empresas sustentaacuteveis depende de forma ampla da adoccedilatildeo de uma realidade eco-

nocircmica que conecta a induacutestria a sociedade e o meio ambiente Por outro lado mes-

mo na realidade atual a reduccedilatildeo do desperdiacutecio e do fluxo destrutivo dos recursos

pode representar uma importante oportunidade de negoacutecios (LOVINS LOVINS e

HAWKEN 1999) 30

15 - Sustentabilidade e responsabilidade ambiental

Vaacuterios autores assinalam a importacircncia da questatildeo da estrateacutegia ambiental das

empresas no acircmbito da sustentabilidade corporativa HART (1997) considera a polui-

ccedilatildeo a exaustatildeo dos recursos naturais e a pobreza como os principais desafios da sus-

tentabilidade Segundo o autor a estrateacutegia ambiental das empresas em geral evolui

segundo trecircs estaacutegios prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo produtos ambientalmente corretos e

produccedilatildeo limpa Aleacutem disso uma estrateacutegia ambiental integrada natildeo deve direcionar-

se somente para o desenvolvimento de competecircncias internas mas tambeacutem conside-

rar o relacionamento com os clientes fornecedores outras empresas agentes gover-

30 Internet

(httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext)

data de acesso 2107201230

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namentais e acionistas Da mesma forma BARBIERI (2004) cita trecircs abordagens para

a gestatildeo ambiental empresarial controle da poluiccedilatildeo prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo e abor-

dagem estrateacutegica A prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo incorpora duas preocupaccedilotildees ambientais

principais o uso sustentaacutevel dos recursos e o controle da poluiccedilatildeo Os instrumentos

tradicionais para o uso sustentaacutevel dos recursos satildeo referenciados pelo autor como

4Rs reduccedilatildeo da poluiccedilatildeo na fonte reutilizaccedilatildeo reciclagem e recuperaccedilatildeo energeacutetica

HOFFMAN (2000) sugere que a estrateacutegia ambiental determine o alinhamento

entre a proteccedilatildeo ambiental e o crescimento econocircmico da empresa O desenvolvimen-

to da estrateacutegia ambiental deve analisar os concorrentes os parceiros os produtos as

mateacuterias-primas as perdas e os resiacuteduos da empresa O autor considera que a estra-

teacutegia ambiental pode ser direcionada por quatro fatores o mercado (composto pelos

consumidores associaccedilotildees concorrentes e consultores) os provedores de recursos

(clientes seguradoras fornecedores bancos e investidores) os elementos coercivos

(regulamentos locais legislaccedilatildeo internacional) e os elementos sociais (instituiccedilotildees

religiosas organizaccedilotildees natildeo-governamentais comunidade mundo acadecircmico im-

prensa e poder judiciaacuterio) 31

16 - Sustentabilidade e responsabilidade social

Os defensores da responsabilidade social argumentam que as empresas de-

vem assumir um compromisso com o desenvolvimento da sociedade As empresas

devem executar accedilotildees para fomentar o desenvolvimento social a inclusatildeo social e

contribuir para a melhoria das condiccedilotildees de vida da populaccedilatildeo mais necessitada Al-

guns autores consideram que essas atividades natildeo satildeo puramente filantroacutepicas uma

vez que as empresas podem auferir benefiacutecios de negoacutecios em funccedilatildeo delas Outros

sugerem ainda que a responsabilidade social esteja associada agrave proacutepria estrateacutegia

empresarial por exemplo SEABRA LEAL e PASSOS (2005) assinalam que os prin-

31 ) Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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cipais acionistas da Natura consideram que a responsabilidade social estaacute intimamen-

te ligada agrave estrateacutegia de negoacutecios da empresa

PRAHALAD e HAMMOND (2002) observam que aproximadamente 65 da

populaccedilatildeo mundial mdash cerca de quatro bilhotildees de pessoas mdash ganham menos do que

2000 USDano Esse eacute um mercado praticamente inexplorado pelas empresas multi-

nacionais Segundo os autores as empresas que desejam entrar nesse mercado de-

vem repensar seus modelos de negoacutecios praacuteticas gerenciais e indicadores de desem-

penho Eacute um mercado de novas fontes de receita que exige melhoria na eficiecircncia

operacional e fomento da inovaccedilatildeo A atuaccedilatildeo bem-sucedida para atender agrave denomi-

nada populaccedilatildeo na base da piracircmide pode trazer resultados econocircmicos positivos agraves

empresas e simultaneamente contribuir para a melhoria das condiccedilotildees de vida das

pessoas economicamente menos favorecidas

PORTER e KRAMER (2002) consideram que eacute possiacutevel agraves empresas obterem

a convergecircncia de interesses entre as atividades filantroacutepicas e os objetivos de negoacute-

cios A filantropia pode oferecer oportunidades para as empresas melhorarem seu

contexto competitivo considerando que as atividades filantroacutepicas podem potencial-

mente atuar sobre quatro elementos inter-relacionados da competitividade empresari-

al na disponibilidade dos insumos de produccedilatildeo nas condiccedilotildees de demanda nas con-

diccedilotildees de competiccedilatildeo e rivalidade e na presenccedila das induacutestrias de insumos e suporte

Nesse sentido a filantropia deveria ser considerada uma abordagem claramente estra-

teacutegica pelas empresas WADDOCK e SMITH (2000) adotam um raciociacutenio similar

afirmando que a responsabilidade social e o desempenho corporativo financeiro an-

dam juntos e natildeo como trade-offs

HALL et al (2005) constatam que algumas empresas podem ser socialmente

vulneraacuteveis Segundo esses autores a vulnerabilidade social eacute atribuiacuteda agraves empresas

que apresentam grande importacircncia estrateacutegica para o desenvolvimento econocircmico e

social dos paiacuteses onde operam Eles citam empresas cujo papel extrapola a criaccedilatildeo de

valor aos acionistas sendo consideradas como orgulhos nacionais para seus paiacuteses

Satildeo citadas como exemplos a Siemens na Alemanha a Toyota no Japatildeo a Embraer

no Brasil e a Bombardier no Canadaacute Aleacutem da questatildeo econocircmica essas empresas

desempenham importante papel social em seus respectivos paiacuteses Outras empresas

45

brasileiras tambeacutem poderiam ser citadas como a Petrobras a Companhia Vale do Rio

Doce o Bradesco entre outras 32

2 - Gestatildeo da inovaccedilatildeo para a sustentabilidade

A busca da inovaccedilatildeo e a gestatildeo da inovaccedilatildeo em geral satildeo mediadas por as-

pectos essencialmente econocircmicos e estrateacutegicos Entretanto na medida em que ou-

tras restriccedilotildees compotildeem o ambiente de atuaccedilatildeo das empresas outros fatores podem

impulsionar a inovaccedilatildeo Isso tambeacutem eacute vaacutelido ao se considerarem aspectos de susten-

tabilidade como condicionantes da inovaccedilatildeo

HART e CHRISTENSEN (2002) sugerem que as inovaccedilotildees radicais podem

pavimentar o caminho para as empresas combinarem um crescimento sustentaacutevel

com responsabilidade social HART e MILTEIN (1999) consideram que os desafios

impostos pela sustentabilidade global podem atuar como catalisadores para um novo

estaacutegio de destruiccedilatildeo criativa das empresas Eles associam a preocupaccedilatildeo ecoloacutegica

com melhorias contiacutenuas e a sustentabilidade global com melhorias radicais Nesse

sentido argumentam que a sustentabilidade pode criar oportunidades sem preceden-

tes agraves empresas O raciociacutenio de SENGE e CARSTEDT (2001) eacute similar Esses auto-

res consideram que o foco restrito na eficiecircncia ecoloacutegica pode distrair as empresas da

busca de produtos e modelos de negoacutecios radicalmente diferentes dos atuais Eacute a sus-

tentabilidade global que iraacute motivar as empresas a procurarem novos modelos men-

tais a enfatizarem a aprendizagem e atentarem para a gestatildeo de mudanccedilas

PORTER e VAN DER LINDE (1995) consideram que as regulamentaccedilotildees am-

bientais impotildeem pressotildees competitivas nas empresas motivando-as a inovar VOL-

LENBROEK (2002) propotildee um processo que direciona a inovaccedilatildeo para o desenvolvi-

mento da sustentabilidade denominado gestatildeo da transiccedilatildeo Ele considera que a ino-

vaccedilatildeo natildeo gera automaticamente o progresso da sociedade pois precisa ser condi-

cionada para tanto Os esforccedilos para o desenvolvimento sustentaacutevel precisam ser di-

recionados pela sociedade e esta participa das decisotildees visando obter um balancea-

mento adequado entre os objetivos econocircmicos ecoloacutegicos e sociais A inovaccedilatildeo seraacute

decorrecircncia

32 Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

46

HALL e VREDENBURG (2003) afirmam que os gestores tecircm dificuldades para

lidar com as pressotildees do desenvolvimento sustentaacutevel Eles consideram que as estra-

teacutegias de inovaccedilatildeo das empresas geralmente satildeo inadequadas para acomodar as

complexidades e incertezas inerentes agraves novas demandas impostas pelo desenvolvi-

mento sustentaacutevel Dessa forma sugerem que a estrateacutegia empresarial integre tam-

beacutem os objetivos da inovaccedilatildeo e do desenvolvimento sustentaacutevel Em contraponto agrave

abordagem tradicional da inovaccedilatildeo ditada pelo mercado propotildeem que as empresas

adotem a inovaccedilatildeo para o desenvolvimento sustentaacutevel que incorpora as restriccedilotildees

sociais e as pressotildees ambientais bem como contempla as necessidades das futuras

geraccedilotildees Como seraacute visto no texto que segue a inovaccedilatildeo foi tambeacutem um ingrediente

essencial para o desenvolvimento e o sucesso do projeto estudado na presente pes-

quisa33

CONCLUSAtildeO

O objetivo desse estudo foi verificar e compreender o conceito de inovaccedilatildeo e a

sua aplicabilidade nas organizaccedilotildees assim como a vantagem competitiva no modelo

de negoacutecio por meio da co-criaccedilatildeo de valor

33 Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data acesso 21072012

47

Inovaccedilatildeo e criatividade satildeo essenciais para o continuo desenvolvimento e competi-

tividade de uma naccedilatildeo

Coisas boas acontecem quando o pensamento inovador comeccedila ele poderaacute

ajudar a criar novos produtos melhoria nos processos novas tecnologias tornando

a empresa mais competitiva Tomando conhecimento da grande variedade de produ-

tos e serviccedilos oferecidos pelas organizaccedilotildees pode se observar que nem sempre se

chega ao resultado em melhores experiecircncias de consumo nesse cenaacuterio certas em-

presas adotam a co-criaccedilatildeo de valor ndash participaccedilatildeo do cliente no processo produtivo ndash

para inovar no modelo de negoacutecio agregando valor a sua oferta buscando assim se

diferenciar das demais empresas Apesar da inovaccedilatildeo indicar um caminho seguro

para obter vantagem competitiva sustentaacutevel e defender posiccedilotildees estrateacutegicas no

mercado o seu sucesso natildeo eacute garantido necessitando que os gestores conheccedilam e

compreendam a dinacircmica dos processos da gestatildeo da inovaccedilatildeo dentro de suas orga-

nizaccedilotildees e realidades especiacuteficas

O modelo de organizaccedilatildeo inovadora sustentaacutevel eacute uma resposta agraves pressotildees

institucionais por uma organizaccedilatildeo que seja capaz de inovar com eficiecircncia em termos

econocircmicos mas com responsabilidade social e ambiental Esse tipo de organizaccedilatildeo

busca vantagem competitiva desenvolvendo produtos serviccedilos processos e negoacutecios

novos ou modificados com base nas dimensotildees social ambiental e econocircmica Ela

reuacutene duas caracteriacutesticas essenciais eacute inovadora e orientada para a sustentabilidade

Tendo em vista o fenocircmeno do isomorfismo institucional (concentraccedilatildeo de for-

mas organizacionais nos diversos setores produtivos) o modelo das organizaccedilotildees

inovadoras sustentaacuteveis vem ganhando rapidamente cada vez mais espaccedilo nas em-

presas liacutederes Esses fatos permitem dizer que o movimento do desenvolvimento sus-

tentaacutevel eacute um dos movimentos mais importantes do nosso tempo e a julgar pela vita-

lidade dos fatores institucionais presentes em praticamente todo o mundo pode-se

inferir que ele continuaraacute se propagando por muitas deacutecadas

Desse modo o aprimoramento dos modelos de organizaccedilatildeo sustentaacuteveis as

diversas formas da sua institucionalizaccedilatildeo em acircmbito global o desenvolvimento de

tecnologias sustentaacuteveis a gestatildeo de inovaccedilotildees para o desenvolvimento sustentaacutevel

seratildeo temas cada vez mais importantes nos estudos futuros Como o sistema opera-

cional produtivo e as inovaccedilotildees de produto e de processo ao atender as trecircs dimen-

sotildees da sustentabilidade devem gerar ganhos para o meio ambiente em termos de

reduccedilatildeo no uso de recursos e de emissotildees de poluentes o aumento da produccedilatildeo pelo

incitamento agrave demanda por novos produtos pode neutralizar ou ateacute superar esses ga-

nhos Levar em conta essa possibilidade dando-lhe um tratamento adequado eacute um dos

48

maiores desafios para o alinhamento das empresas ao modelo de organizaccedilatildeo inova-

dora sustentaacutevel

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

A importacircncia da inovaccedilatildeo Internet (httpwwwscielobrpdfraev42n2v42n2a16pdf) data de acesso 19052012

A inovaccedilatildeo como funccedilatildeo de aprendizagem organizacional Internet

(httpwwwgooglecombrurlsa=tamprct=jampq=ampesrc=sampsource=webampcd=1ampsqi=2ampved=

0CEwQFjAAampurl=http3A2F2Fwwwfespprbr2F~bastosjr2FGest25E3o25

20de2520Inova25E725E3o2FArtigos2FInova25E725E3odocampei=Ex32T

_meBObb6wGds-29Bgampusg=AFQjC) data de acesso 04062012

Cadeia de valor e vantagem competitiva Internet

(httpwwwccontabeiscombrconvt14pdf) data acesso 15072012

Capital intelectual Internet

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15072012

Como implantar cultura de inovaccedilatildeo na organizaccedilatildeo Internet

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BRamplr=ampid=jnka43VmmwsCampoi=fndamppg=PA34ampdq=como+implantar+uma+cultura+de+

inova-

ccedilatildeo+na+organizaccedilatildeoampots=KRvAPG4C6kampsig=rzqbLGM4sLvsQL26N0gLqfOTPOAv=

onepageampq=como20implantar20uma20cultura) data de acesso 04062012

Como implementar vantagem competitiva Internet

(httpwwwstrategy-traineuindexphpid=39ampL=5) data acesso 15072012

Como criar valor e vantagem competitiva Internet

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49

Conceito de criatividade Internet

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Criatividade Internet

Fonte (Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de

acesso 25062012

Criatividade do ponto de vista pessoal Internet (Fonte Criatividade amp

Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de acesso 04072012

Criatividade do ponto de vista empresarial Internet (Fonte Criatividade amp

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Criatividade e a visatildeo estrateacutegica da empresa Internet

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Funccedilotildees tiacutepicas no processo de inovaccedilatildeo Internet (httpwwwgooglecombrurlsa=tamprct=jampq=ampesrc=sampsource=webampcd=4ampved=0CFkQFjADampurl=http3A2F2Fwwwfespprbr2F~bastosjr2FGest25E3o2520de2520Inova25E725E3o2FArtigos2FInova25E725E3odocampei=sSb2T8eqDYro0QGO7OSLBwampusg=AFQjCNEz7MKNTbjYj81P) data de acesso 04062012

Gestatildeo de inovaccedilatildeo para a sustentabilidade Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

Inovaccedilatildeo nas empresas Internet (httpolhardigitaluolcombrnegociosdigital_newsnoticiascomo-gerar-inovacao-nas-empresas) data de acesso 19052012

Inovaccedilatildeo no Brasil Internet (httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0101-33002007000200002) data de acesso 19052012

50

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Inovaccedilatildeo e sustentabilidade Internet

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O conceito de sustentabilidade corporativa Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext)

O que eacute inovaccedilatildeo Internet (httpptwikipediaorgwikiInovaC3A7C3A3o) data de acesso 20052012

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Organizaccedilotildees inovadoras sustentaacuteveis Internet

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O que significa vantagem competitiva Internet

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Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva Internet

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Processos de inovaccedilatildeo Internet httpwwwliincufrjbrfrattachments055_saritalivropdfpage=122) data de acesso 03062012

Processos de inovaccedilatildeo nas organizaccedilotildees Internet

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FjA-

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Ho16zYBgampusg=AFQjCNEz7MKNTbjYj81PrvG) data de acesso 03062012

Sustentabilidade e geraccedilatildeo de valor econocircmico Internet

(httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-

21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

51

Sustentabilidade e responsabilidade ambiental Internet

(httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-

21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

Sustentabilidade e responsabilidade social Internet

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BIBLIOGRAFIA CITADA

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PRAHALAD C K KRISHNAN M S A nova era inovaccedilatildeo Rio de Janeiro editora

Elsevier 2008

PRAHALAD C K RAMASWAMY Venkatram O futuro da competiccedilatildeo como desen-

volver diferenciais inovadores em parceria com os clientes Rio de Janeiro editora

Elsevier 2004

  • AGRADECIMENTOS
  • CAPIacuteTULO III- Aspectos da inovaccedilatildeo e sustentabilidade37
  • Inovaccedilatildeo e sustentabilidade37
  • 32 - Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva
  • 33 - Como implementar vantagem competitiva
  • 34 - Como criar valor e vantagem competitiva
Page 42: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · duzir os processos de inovação dentro da organização. 6 ... CAPÍTULO I - Estrutura da criação de valor e inovação.....11

42

dos principais talentos o aumento da produtividade dos funcionaacuterios a reduccedilatildeo dos

riscos e as maiores facilidades de financiamento NEMLI (2004) considera que os be-

nefiacutecios devem ser mensurados ao longo de trecircs dimensotildees reduccedilatildeo de custos e au-

mento da lucratividade aumento da reputaccedilatildeo e criaccedilatildeo de diferenciaccedilatildeo crescimento

da empresa em termos de capacidade de inovaccedilatildeo e uso de tecnologias limpas

A perspectiva de geraccedilatildeo de valor econocircmico estaacute acoplada a uma visatildeo mais holiacutesti-

ca do bom funcionamento da economia Nesse sentido HAWKEN LOVINS e LOVINS

(1999) consideram que o capitalismo natural pode ser o gatilho para a proacutexima revo-

luccedilatildeo industrial em que quatro tipos de capital sustentam o bom funcionamento da

economia o capital humano (pessoas conhecimento e cultura) o capital financeiro

(caixa investimentos e instrumentos monetaacuterios) o capital industrial (infra estrutura

faacutebricas e maacutequinas) e o capital natural (recursos naturais sistemas de vida e ecossis-

tema) Conforme SENGE e CARSTEDT (2001) a geraccedilatildeo de valor econocircmico por

empresas sustentaacuteveis depende de forma ampla da adoccedilatildeo de uma realidade eco-

nocircmica que conecta a induacutestria a sociedade e o meio ambiente Por outro lado mes-

mo na realidade atual a reduccedilatildeo do desperdiacutecio e do fluxo destrutivo dos recursos

pode representar uma importante oportunidade de negoacutecios (LOVINS LOVINS e

HAWKEN 1999) 30

15 - Sustentabilidade e responsabilidade ambiental

Vaacuterios autores assinalam a importacircncia da questatildeo da estrateacutegia ambiental das

empresas no acircmbito da sustentabilidade corporativa HART (1997) considera a polui-

ccedilatildeo a exaustatildeo dos recursos naturais e a pobreza como os principais desafios da sus-

tentabilidade Segundo o autor a estrateacutegia ambiental das empresas em geral evolui

segundo trecircs estaacutegios prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo produtos ambientalmente corretos e

produccedilatildeo limpa Aleacutem disso uma estrateacutegia ambiental integrada natildeo deve direcionar-

se somente para o desenvolvimento de competecircncias internas mas tambeacutem conside-

rar o relacionamento com os clientes fornecedores outras empresas agentes gover-

30 Internet

(httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext)

data de acesso 2107201230

43

namentais e acionistas Da mesma forma BARBIERI (2004) cita trecircs abordagens para

a gestatildeo ambiental empresarial controle da poluiccedilatildeo prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo e abor-

dagem estrateacutegica A prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo incorpora duas preocupaccedilotildees ambientais

principais o uso sustentaacutevel dos recursos e o controle da poluiccedilatildeo Os instrumentos

tradicionais para o uso sustentaacutevel dos recursos satildeo referenciados pelo autor como

4Rs reduccedilatildeo da poluiccedilatildeo na fonte reutilizaccedilatildeo reciclagem e recuperaccedilatildeo energeacutetica

HOFFMAN (2000) sugere que a estrateacutegia ambiental determine o alinhamento

entre a proteccedilatildeo ambiental e o crescimento econocircmico da empresa O desenvolvimen-

to da estrateacutegia ambiental deve analisar os concorrentes os parceiros os produtos as

mateacuterias-primas as perdas e os resiacuteduos da empresa O autor considera que a estra-

teacutegia ambiental pode ser direcionada por quatro fatores o mercado (composto pelos

consumidores associaccedilotildees concorrentes e consultores) os provedores de recursos

(clientes seguradoras fornecedores bancos e investidores) os elementos coercivos

(regulamentos locais legislaccedilatildeo internacional) e os elementos sociais (instituiccedilotildees

religiosas organizaccedilotildees natildeo-governamentais comunidade mundo acadecircmico im-

prensa e poder judiciaacuterio) 31

16 - Sustentabilidade e responsabilidade social

Os defensores da responsabilidade social argumentam que as empresas de-

vem assumir um compromisso com o desenvolvimento da sociedade As empresas

devem executar accedilotildees para fomentar o desenvolvimento social a inclusatildeo social e

contribuir para a melhoria das condiccedilotildees de vida da populaccedilatildeo mais necessitada Al-

guns autores consideram que essas atividades natildeo satildeo puramente filantroacutepicas uma

vez que as empresas podem auferir benefiacutecios de negoacutecios em funccedilatildeo delas Outros

sugerem ainda que a responsabilidade social esteja associada agrave proacutepria estrateacutegia

empresarial por exemplo SEABRA LEAL e PASSOS (2005) assinalam que os prin-

31 ) Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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cipais acionistas da Natura consideram que a responsabilidade social estaacute intimamen-

te ligada agrave estrateacutegia de negoacutecios da empresa

PRAHALAD e HAMMOND (2002) observam que aproximadamente 65 da

populaccedilatildeo mundial mdash cerca de quatro bilhotildees de pessoas mdash ganham menos do que

2000 USDano Esse eacute um mercado praticamente inexplorado pelas empresas multi-

nacionais Segundo os autores as empresas que desejam entrar nesse mercado de-

vem repensar seus modelos de negoacutecios praacuteticas gerenciais e indicadores de desem-

penho Eacute um mercado de novas fontes de receita que exige melhoria na eficiecircncia

operacional e fomento da inovaccedilatildeo A atuaccedilatildeo bem-sucedida para atender agrave denomi-

nada populaccedilatildeo na base da piracircmide pode trazer resultados econocircmicos positivos agraves

empresas e simultaneamente contribuir para a melhoria das condiccedilotildees de vida das

pessoas economicamente menos favorecidas

PORTER e KRAMER (2002) consideram que eacute possiacutevel agraves empresas obterem

a convergecircncia de interesses entre as atividades filantroacutepicas e os objetivos de negoacute-

cios A filantropia pode oferecer oportunidades para as empresas melhorarem seu

contexto competitivo considerando que as atividades filantroacutepicas podem potencial-

mente atuar sobre quatro elementos inter-relacionados da competitividade empresari-

al na disponibilidade dos insumos de produccedilatildeo nas condiccedilotildees de demanda nas con-

diccedilotildees de competiccedilatildeo e rivalidade e na presenccedila das induacutestrias de insumos e suporte

Nesse sentido a filantropia deveria ser considerada uma abordagem claramente estra-

teacutegica pelas empresas WADDOCK e SMITH (2000) adotam um raciociacutenio similar

afirmando que a responsabilidade social e o desempenho corporativo financeiro an-

dam juntos e natildeo como trade-offs

HALL et al (2005) constatam que algumas empresas podem ser socialmente

vulneraacuteveis Segundo esses autores a vulnerabilidade social eacute atribuiacuteda agraves empresas

que apresentam grande importacircncia estrateacutegica para o desenvolvimento econocircmico e

social dos paiacuteses onde operam Eles citam empresas cujo papel extrapola a criaccedilatildeo de

valor aos acionistas sendo consideradas como orgulhos nacionais para seus paiacuteses

Satildeo citadas como exemplos a Siemens na Alemanha a Toyota no Japatildeo a Embraer

no Brasil e a Bombardier no Canadaacute Aleacutem da questatildeo econocircmica essas empresas

desempenham importante papel social em seus respectivos paiacuteses Outras empresas

45

brasileiras tambeacutem poderiam ser citadas como a Petrobras a Companhia Vale do Rio

Doce o Bradesco entre outras 32

2 - Gestatildeo da inovaccedilatildeo para a sustentabilidade

A busca da inovaccedilatildeo e a gestatildeo da inovaccedilatildeo em geral satildeo mediadas por as-

pectos essencialmente econocircmicos e estrateacutegicos Entretanto na medida em que ou-

tras restriccedilotildees compotildeem o ambiente de atuaccedilatildeo das empresas outros fatores podem

impulsionar a inovaccedilatildeo Isso tambeacutem eacute vaacutelido ao se considerarem aspectos de susten-

tabilidade como condicionantes da inovaccedilatildeo

HART e CHRISTENSEN (2002) sugerem que as inovaccedilotildees radicais podem

pavimentar o caminho para as empresas combinarem um crescimento sustentaacutevel

com responsabilidade social HART e MILTEIN (1999) consideram que os desafios

impostos pela sustentabilidade global podem atuar como catalisadores para um novo

estaacutegio de destruiccedilatildeo criativa das empresas Eles associam a preocupaccedilatildeo ecoloacutegica

com melhorias contiacutenuas e a sustentabilidade global com melhorias radicais Nesse

sentido argumentam que a sustentabilidade pode criar oportunidades sem preceden-

tes agraves empresas O raciociacutenio de SENGE e CARSTEDT (2001) eacute similar Esses auto-

res consideram que o foco restrito na eficiecircncia ecoloacutegica pode distrair as empresas da

busca de produtos e modelos de negoacutecios radicalmente diferentes dos atuais Eacute a sus-

tentabilidade global que iraacute motivar as empresas a procurarem novos modelos men-

tais a enfatizarem a aprendizagem e atentarem para a gestatildeo de mudanccedilas

PORTER e VAN DER LINDE (1995) consideram que as regulamentaccedilotildees am-

bientais impotildeem pressotildees competitivas nas empresas motivando-as a inovar VOL-

LENBROEK (2002) propotildee um processo que direciona a inovaccedilatildeo para o desenvolvi-

mento da sustentabilidade denominado gestatildeo da transiccedilatildeo Ele considera que a ino-

vaccedilatildeo natildeo gera automaticamente o progresso da sociedade pois precisa ser condi-

cionada para tanto Os esforccedilos para o desenvolvimento sustentaacutevel precisam ser di-

recionados pela sociedade e esta participa das decisotildees visando obter um balancea-

mento adequado entre os objetivos econocircmicos ecoloacutegicos e sociais A inovaccedilatildeo seraacute

decorrecircncia

32 Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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HALL e VREDENBURG (2003) afirmam que os gestores tecircm dificuldades para

lidar com as pressotildees do desenvolvimento sustentaacutevel Eles consideram que as estra-

teacutegias de inovaccedilatildeo das empresas geralmente satildeo inadequadas para acomodar as

complexidades e incertezas inerentes agraves novas demandas impostas pelo desenvolvi-

mento sustentaacutevel Dessa forma sugerem que a estrateacutegia empresarial integre tam-

beacutem os objetivos da inovaccedilatildeo e do desenvolvimento sustentaacutevel Em contraponto agrave

abordagem tradicional da inovaccedilatildeo ditada pelo mercado propotildeem que as empresas

adotem a inovaccedilatildeo para o desenvolvimento sustentaacutevel que incorpora as restriccedilotildees

sociais e as pressotildees ambientais bem como contempla as necessidades das futuras

geraccedilotildees Como seraacute visto no texto que segue a inovaccedilatildeo foi tambeacutem um ingrediente

essencial para o desenvolvimento e o sucesso do projeto estudado na presente pes-

quisa33

CONCLUSAtildeO

O objetivo desse estudo foi verificar e compreender o conceito de inovaccedilatildeo e a

sua aplicabilidade nas organizaccedilotildees assim como a vantagem competitiva no modelo

de negoacutecio por meio da co-criaccedilatildeo de valor

33 Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data acesso 21072012

47

Inovaccedilatildeo e criatividade satildeo essenciais para o continuo desenvolvimento e competi-

tividade de uma naccedilatildeo

Coisas boas acontecem quando o pensamento inovador comeccedila ele poderaacute

ajudar a criar novos produtos melhoria nos processos novas tecnologias tornando

a empresa mais competitiva Tomando conhecimento da grande variedade de produ-

tos e serviccedilos oferecidos pelas organizaccedilotildees pode se observar que nem sempre se

chega ao resultado em melhores experiecircncias de consumo nesse cenaacuterio certas em-

presas adotam a co-criaccedilatildeo de valor ndash participaccedilatildeo do cliente no processo produtivo ndash

para inovar no modelo de negoacutecio agregando valor a sua oferta buscando assim se

diferenciar das demais empresas Apesar da inovaccedilatildeo indicar um caminho seguro

para obter vantagem competitiva sustentaacutevel e defender posiccedilotildees estrateacutegicas no

mercado o seu sucesso natildeo eacute garantido necessitando que os gestores conheccedilam e

compreendam a dinacircmica dos processos da gestatildeo da inovaccedilatildeo dentro de suas orga-

nizaccedilotildees e realidades especiacuteficas

O modelo de organizaccedilatildeo inovadora sustentaacutevel eacute uma resposta agraves pressotildees

institucionais por uma organizaccedilatildeo que seja capaz de inovar com eficiecircncia em termos

econocircmicos mas com responsabilidade social e ambiental Esse tipo de organizaccedilatildeo

busca vantagem competitiva desenvolvendo produtos serviccedilos processos e negoacutecios

novos ou modificados com base nas dimensotildees social ambiental e econocircmica Ela

reuacutene duas caracteriacutesticas essenciais eacute inovadora e orientada para a sustentabilidade

Tendo em vista o fenocircmeno do isomorfismo institucional (concentraccedilatildeo de for-

mas organizacionais nos diversos setores produtivos) o modelo das organizaccedilotildees

inovadoras sustentaacuteveis vem ganhando rapidamente cada vez mais espaccedilo nas em-

presas liacutederes Esses fatos permitem dizer que o movimento do desenvolvimento sus-

tentaacutevel eacute um dos movimentos mais importantes do nosso tempo e a julgar pela vita-

lidade dos fatores institucionais presentes em praticamente todo o mundo pode-se

inferir que ele continuaraacute se propagando por muitas deacutecadas

Desse modo o aprimoramento dos modelos de organizaccedilatildeo sustentaacuteveis as

diversas formas da sua institucionalizaccedilatildeo em acircmbito global o desenvolvimento de

tecnologias sustentaacuteveis a gestatildeo de inovaccedilotildees para o desenvolvimento sustentaacutevel

seratildeo temas cada vez mais importantes nos estudos futuros Como o sistema opera-

cional produtivo e as inovaccedilotildees de produto e de processo ao atender as trecircs dimen-

sotildees da sustentabilidade devem gerar ganhos para o meio ambiente em termos de

reduccedilatildeo no uso de recursos e de emissotildees de poluentes o aumento da produccedilatildeo pelo

incitamento agrave demanda por novos produtos pode neutralizar ou ateacute superar esses ga-

nhos Levar em conta essa possibilidade dando-lhe um tratamento adequado eacute um dos

48

maiores desafios para o alinhamento das empresas ao modelo de organizaccedilatildeo inova-

dora sustentaacutevel

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

A importacircncia da inovaccedilatildeo Internet (httpwwwscielobrpdfraev42n2v42n2a16pdf) data de acesso 19052012

A inovaccedilatildeo como funccedilatildeo de aprendizagem organizacional Internet

(httpwwwgooglecombrurlsa=tamprct=jampq=ampesrc=sampsource=webampcd=1ampsqi=2ampved=

0CEwQFjAAampurl=http3A2F2Fwwwfespprbr2F~bastosjr2FGest25E3o25

20de2520Inova25E725E3o2FArtigos2FInova25E725E3odocampei=Ex32T

_meBObb6wGds-29Bgampusg=AFQjC) data de acesso 04062012

Cadeia de valor e vantagem competitiva Internet

(httpwwwccontabeiscombrconvt14pdf) data acesso 15072012

Capital intelectual Internet

(httpwwwaedbbrsegetartigos10327_PDF20Samirapdf) data de acesso

15072012

Como implantar cultura de inovaccedilatildeo na organizaccedilatildeo Internet

(httpbooksgooglecombrbookshl=pt-

BRamplr=ampid=jnka43VmmwsCampoi=fndamppg=PA34ampdq=como+implantar+uma+cultura+de+

inova-

ccedilatildeo+na+organizaccedilatildeoampots=KRvAPG4C6kampsig=rzqbLGM4sLvsQL26N0gLqfOTPOAv=

onepageampq=como20implantar20uma20cultura) data de acesso 04062012

Como implementar vantagem competitiva Internet

(httpwwwstrategy-traineuindexphpid=39ampL=5) data acesso 15072012

Como criar valor e vantagem competitiva Internet

(httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

49

Conceito de criatividade Internet

(httpconceitodecriatividade) data de acesso 25062012

(httpptwikipediaorgwikiCriatividade) data de acesso 04072012

(httpwwwcriaptcriaadminappCRIAuploadscreamanual20creatividade20port

ugues_pt_webpdf) data de acesso 04072012)

Criatividade Internet

Fonte (Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de

acesso 25062012

Criatividade do ponto de vista pessoal Internet (Fonte Criatividade amp

Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de acesso 04072012

Criatividade do ponto de vista empresarial Internet (Fonte Criatividade amp

Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de acesso 04072012

Criatividade e a visatildeo estrateacutegica da empresa Internet

(httpineiorgbrinovatecadissertacoesCriatividade20e20Inovacao20-

20Marcus20Gurgel20-20COPPE202006pdf) data de acesso 04072012

Da teoria para a praacutetica Internet (httpwwwhsmcombreditoriassustentabilidadeinovacao-e-ustentabilidade-de-maos-dadas) data acesso 19072012

Funccedilotildees tiacutepicas no processo de inovaccedilatildeo Internet (httpwwwgooglecombrurlsa=tamprct=jampq=ampesrc=sampsource=webampcd=4ampved=0CFkQFjADampurl=http3A2F2Fwwwfespprbr2F~bastosjr2FGest25E3o2520de2520Inova25E725E3o2FArtigos2FInova25E725E3odocampei=sSb2T8eqDYro0QGO7OSLBwampusg=AFQjCNEz7MKNTbjYj81P) data de acesso 04062012

Gestatildeo de inovaccedilatildeo para a sustentabilidade Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

Inovaccedilatildeo nas empresas Internet (httpolhardigitaluolcombrnegociosdigital_newsnoticiascomo-gerar-inovacao-nas-empresas) data de acesso 19052012

Inovaccedilatildeo no Brasil Internet (httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0101-33002007000200002) data de acesso 19052012

50

(httpwwwinovacaotecnologicacombrnoticiasnoticiaphpartigo=010175070518)

data de acesso 19052012

Inovaccedilatildeo e sustentabilidade Internet

(httpwwwhsmcombrbuscarkeys=inovaccedilatildeo e sustentabilidade) data acesso

19072012

O conceito de sustentabilidade corporativa Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext)

O que eacute inovaccedilatildeo Internet (httpptwikipediaorgwikiInovaC3A7C3A3o) data de acesso 20052012

(httpwwwpr2ufrjbrinovacaosocialtexto14-01pdf) data de acesso 20052012)

Organizaccedilotildees inovadoras sustentaacuteveis Internet

(httpwwwscielobrscielophppid=S003475902010000200002ampscript=sci_arttext)

data de acesso 04062012

(httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

O que significa vantagem competitiva Internet

(httpwwwstrategy-traineuindexphpid=37ampL=5) data de acesso 5072012

Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva Internet

(httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

Processos de inovaccedilatildeo Internet httpwwwliincufrjbrfrattachments055_saritalivropdfpage=122) data de acesso 03062012

Processos de inovaccedilatildeo nas organizaccedilotildees Internet

(httpwwwgooglecombrurlsa=tamprct=jampq=ampesrc=sampsource=webampcd=1ampved=0CEsQ

FjA-

Aampurl=http3A2F2Fwwwfespprbr2F~bastosjr2FGest25E3o2520de252

0Inova25E725E3o2FArtigos2FInova25E725E3odocampei=Vhr2T9qvHaez6w

Ho16zYBgampusg=AFQjCNEz7MKNTbjYj81PrvG) data de acesso 03062012

Sustentabilidade e geraccedilatildeo de valor econocircmico Internet

(httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-

21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

51

Sustentabilidade e responsabilidade ambiental Internet

(httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-

21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

Sustentabilidade e responsabilidade social Internet

(httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-

21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

BIBLIOGRAFIA CITADA

HAMEL Gary Liderando a revoluccedilatildeo 4 ed Rio de Janeiro editora Campus 2003

PRAHALAD C K KRISHNAN M S A nova era inovaccedilatildeo Rio de Janeiro editora

Elsevier 2008

PRAHALAD C K RAMASWAMY Venkatram O futuro da competiccedilatildeo como desen-

volver diferenciais inovadores em parceria com os clientes Rio de Janeiro editora

Elsevier 2004

  • AGRADECIMENTOS
  • CAPIacuteTULO III- Aspectos da inovaccedilatildeo e sustentabilidade37
  • Inovaccedilatildeo e sustentabilidade37
  • 32 - Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva
  • 33 - Como implementar vantagem competitiva
  • 34 - Como criar valor e vantagem competitiva
Page 43: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · duzir os processos de inovação dentro da organização. 6 ... CAPÍTULO I - Estrutura da criação de valor e inovação.....11

43

namentais e acionistas Da mesma forma BARBIERI (2004) cita trecircs abordagens para

a gestatildeo ambiental empresarial controle da poluiccedilatildeo prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo e abor-

dagem estrateacutegica A prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo incorpora duas preocupaccedilotildees ambientais

principais o uso sustentaacutevel dos recursos e o controle da poluiccedilatildeo Os instrumentos

tradicionais para o uso sustentaacutevel dos recursos satildeo referenciados pelo autor como

4Rs reduccedilatildeo da poluiccedilatildeo na fonte reutilizaccedilatildeo reciclagem e recuperaccedilatildeo energeacutetica

HOFFMAN (2000) sugere que a estrateacutegia ambiental determine o alinhamento

entre a proteccedilatildeo ambiental e o crescimento econocircmico da empresa O desenvolvimen-

to da estrateacutegia ambiental deve analisar os concorrentes os parceiros os produtos as

mateacuterias-primas as perdas e os resiacuteduos da empresa O autor considera que a estra-

teacutegia ambiental pode ser direcionada por quatro fatores o mercado (composto pelos

consumidores associaccedilotildees concorrentes e consultores) os provedores de recursos

(clientes seguradoras fornecedores bancos e investidores) os elementos coercivos

(regulamentos locais legislaccedilatildeo internacional) e os elementos sociais (instituiccedilotildees

religiosas organizaccedilotildees natildeo-governamentais comunidade mundo acadecircmico im-

prensa e poder judiciaacuterio) 31

16 - Sustentabilidade e responsabilidade social

Os defensores da responsabilidade social argumentam que as empresas de-

vem assumir um compromisso com o desenvolvimento da sociedade As empresas

devem executar accedilotildees para fomentar o desenvolvimento social a inclusatildeo social e

contribuir para a melhoria das condiccedilotildees de vida da populaccedilatildeo mais necessitada Al-

guns autores consideram que essas atividades natildeo satildeo puramente filantroacutepicas uma

vez que as empresas podem auferir benefiacutecios de negoacutecios em funccedilatildeo delas Outros

sugerem ainda que a responsabilidade social esteja associada agrave proacutepria estrateacutegia

empresarial por exemplo SEABRA LEAL e PASSOS (2005) assinalam que os prin-

31 ) Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

44

cipais acionistas da Natura consideram que a responsabilidade social estaacute intimamen-

te ligada agrave estrateacutegia de negoacutecios da empresa

PRAHALAD e HAMMOND (2002) observam que aproximadamente 65 da

populaccedilatildeo mundial mdash cerca de quatro bilhotildees de pessoas mdash ganham menos do que

2000 USDano Esse eacute um mercado praticamente inexplorado pelas empresas multi-

nacionais Segundo os autores as empresas que desejam entrar nesse mercado de-

vem repensar seus modelos de negoacutecios praacuteticas gerenciais e indicadores de desem-

penho Eacute um mercado de novas fontes de receita que exige melhoria na eficiecircncia

operacional e fomento da inovaccedilatildeo A atuaccedilatildeo bem-sucedida para atender agrave denomi-

nada populaccedilatildeo na base da piracircmide pode trazer resultados econocircmicos positivos agraves

empresas e simultaneamente contribuir para a melhoria das condiccedilotildees de vida das

pessoas economicamente menos favorecidas

PORTER e KRAMER (2002) consideram que eacute possiacutevel agraves empresas obterem

a convergecircncia de interesses entre as atividades filantroacutepicas e os objetivos de negoacute-

cios A filantropia pode oferecer oportunidades para as empresas melhorarem seu

contexto competitivo considerando que as atividades filantroacutepicas podem potencial-

mente atuar sobre quatro elementos inter-relacionados da competitividade empresari-

al na disponibilidade dos insumos de produccedilatildeo nas condiccedilotildees de demanda nas con-

diccedilotildees de competiccedilatildeo e rivalidade e na presenccedila das induacutestrias de insumos e suporte

Nesse sentido a filantropia deveria ser considerada uma abordagem claramente estra-

teacutegica pelas empresas WADDOCK e SMITH (2000) adotam um raciociacutenio similar

afirmando que a responsabilidade social e o desempenho corporativo financeiro an-

dam juntos e natildeo como trade-offs

HALL et al (2005) constatam que algumas empresas podem ser socialmente

vulneraacuteveis Segundo esses autores a vulnerabilidade social eacute atribuiacuteda agraves empresas

que apresentam grande importacircncia estrateacutegica para o desenvolvimento econocircmico e

social dos paiacuteses onde operam Eles citam empresas cujo papel extrapola a criaccedilatildeo de

valor aos acionistas sendo consideradas como orgulhos nacionais para seus paiacuteses

Satildeo citadas como exemplos a Siemens na Alemanha a Toyota no Japatildeo a Embraer

no Brasil e a Bombardier no Canadaacute Aleacutem da questatildeo econocircmica essas empresas

desempenham importante papel social em seus respectivos paiacuteses Outras empresas

45

brasileiras tambeacutem poderiam ser citadas como a Petrobras a Companhia Vale do Rio

Doce o Bradesco entre outras 32

2 - Gestatildeo da inovaccedilatildeo para a sustentabilidade

A busca da inovaccedilatildeo e a gestatildeo da inovaccedilatildeo em geral satildeo mediadas por as-

pectos essencialmente econocircmicos e estrateacutegicos Entretanto na medida em que ou-

tras restriccedilotildees compotildeem o ambiente de atuaccedilatildeo das empresas outros fatores podem

impulsionar a inovaccedilatildeo Isso tambeacutem eacute vaacutelido ao se considerarem aspectos de susten-

tabilidade como condicionantes da inovaccedilatildeo

HART e CHRISTENSEN (2002) sugerem que as inovaccedilotildees radicais podem

pavimentar o caminho para as empresas combinarem um crescimento sustentaacutevel

com responsabilidade social HART e MILTEIN (1999) consideram que os desafios

impostos pela sustentabilidade global podem atuar como catalisadores para um novo

estaacutegio de destruiccedilatildeo criativa das empresas Eles associam a preocupaccedilatildeo ecoloacutegica

com melhorias contiacutenuas e a sustentabilidade global com melhorias radicais Nesse

sentido argumentam que a sustentabilidade pode criar oportunidades sem preceden-

tes agraves empresas O raciociacutenio de SENGE e CARSTEDT (2001) eacute similar Esses auto-

res consideram que o foco restrito na eficiecircncia ecoloacutegica pode distrair as empresas da

busca de produtos e modelos de negoacutecios radicalmente diferentes dos atuais Eacute a sus-

tentabilidade global que iraacute motivar as empresas a procurarem novos modelos men-

tais a enfatizarem a aprendizagem e atentarem para a gestatildeo de mudanccedilas

PORTER e VAN DER LINDE (1995) consideram que as regulamentaccedilotildees am-

bientais impotildeem pressotildees competitivas nas empresas motivando-as a inovar VOL-

LENBROEK (2002) propotildee um processo que direciona a inovaccedilatildeo para o desenvolvi-

mento da sustentabilidade denominado gestatildeo da transiccedilatildeo Ele considera que a ino-

vaccedilatildeo natildeo gera automaticamente o progresso da sociedade pois precisa ser condi-

cionada para tanto Os esforccedilos para o desenvolvimento sustentaacutevel precisam ser di-

recionados pela sociedade e esta participa das decisotildees visando obter um balancea-

mento adequado entre os objetivos econocircmicos ecoloacutegicos e sociais A inovaccedilatildeo seraacute

decorrecircncia

32 Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

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HALL e VREDENBURG (2003) afirmam que os gestores tecircm dificuldades para

lidar com as pressotildees do desenvolvimento sustentaacutevel Eles consideram que as estra-

teacutegias de inovaccedilatildeo das empresas geralmente satildeo inadequadas para acomodar as

complexidades e incertezas inerentes agraves novas demandas impostas pelo desenvolvi-

mento sustentaacutevel Dessa forma sugerem que a estrateacutegia empresarial integre tam-

beacutem os objetivos da inovaccedilatildeo e do desenvolvimento sustentaacutevel Em contraponto agrave

abordagem tradicional da inovaccedilatildeo ditada pelo mercado propotildeem que as empresas

adotem a inovaccedilatildeo para o desenvolvimento sustentaacutevel que incorpora as restriccedilotildees

sociais e as pressotildees ambientais bem como contempla as necessidades das futuras

geraccedilotildees Como seraacute visto no texto que segue a inovaccedilatildeo foi tambeacutem um ingrediente

essencial para o desenvolvimento e o sucesso do projeto estudado na presente pes-

quisa33

CONCLUSAtildeO

O objetivo desse estudo foi verificar e compreender o conceito de inovaccedilatildeo e a

sua aplicabilidade nas organizaccedilotildees assim como a vantagem competitiva no modelo

de negoacutecio por meio da co-criaccedilatildeo de valor

33 Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data acesso 21072012

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Inovaccedilatildeo e criatividade satildeo essenciais para o continuo desenvolvimento e competi-

tividade de uma naccedilatildeo

Coisas boas acontecem quando o pensamento inovador comeccedila ele poderaacute

ajudar a criar novos produtos melhoria nos processos novas tecnologias tornando

a empresa mais competitiva Tomando conhecimento da grande variedade de produ-

tos e serviccedilos oferecidos pelas organizaccedilotildees pode se observar que nem sempre se

chega ao resultado em melhores experiecircncias de consumo nesse cenaacuterio certas em-

presas adotam a co-criaccedilatildeo de valor ndash participaccedilatildeo do cliente no processo produtivo ndash

para inovar no modelo de negoacutecio agregando valor a sua oferta buscando assim se

diferenciar das demais empresas Apesar da inovaccedilatildeo indicar um caminho seguro

para obter vantagem competitiva sustentaacutevel e defender posiccedilotildees estrateacutegicas no

mercado o seu sucesso natildeo eacute garantido necessitando que os gestores conheccedilam e

compreendam a dinacircmica dos processos da gestatildeo da inovaccedilatildeo dentro de suas orga-

nizaccedilotildees e realidades especiacuteficas

O modelo de organizaccedilatildeo inovadora sustentaacutevel eacute uma resposta agraves pressotildees

institucionais por uma organizaccedilatildeo que seja capaz de inovar com eficiecircncia em termos

econocircmicos mas com responsabilidade social e ambiental Esse tipo de organizaccedilatildeo

busca vantagem competitiva desenvolvendo produtos serviccedilos processos e negoacutecios

novos ou modificados com base nas dimensotildees social ambiental e econocircmica Ela

reuacutene duas caracteriacutesticas essenciais eacute inovadora e orientada para a sustentabilidade

Tendo em vista o fenocircmeno do isomorfismo institucional (concentraccedilatildeo de for-

mas organizacionais nos diversos setores produtivos) o modelo das organizaccedilotildees

inovadoras sustentaacuteveis vem ganhando rapidamente cada vez mais espaccedilo nas em-

presas liacutederes Esses fatos permitem dizer que o movimento do desenvolvimento sus-

tentaacutevel eacute um dos movimentos mais importantes do nosso tempo e a julgar pela vita-

lidade dos fatores institucionais presentes em praticamente todo o mundo pode-se

inferir que ele continuaraacute se propagando por muitas deacutecadas

Desse modo o aprimoramento dos modelos de organizaccedilatildeo sustentaacuteveis as

diversas formas da sua institucionalizaccedilatildeo em acircmbito global o desenvolvimento de

tecnologias sustentaacuteveis a gestatildeo de inovaccedilotildees para o desenvolvimento sustentaacutevel

seratildeo temas cada vez mais importantes nos estudos futuros Como o sistema opera-

cional produtivo e as inovaccedilotildees de produto e de processo ao atender as trecircs dimen-

sotildees da sustentabilidade devem gerar ganhos para o meio ambiente em termos de

reduccedilatildeo no uso de recursos e de emissotildees de poluentes o aumento da produccedilatildeo pelo

incitamento agrave demanda por novos produtos pode neutralizar ou ateacute superar esses ga-

nhos Levar em conta essa possibilidade dando-lhe um tratamento adequado eacute um dos

48

maiores desafios para o alinhamento das empresas ao modelo de organizaccedilatildeo inova-

dora sustentaacutevel

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

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A inovaccedilatildeo como funccedilatildeo de aprendizagem organizacional Internet

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20de2520Inova25E725E3o2FArtigos2FInova25E725E3odocampei=Ex32T

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Cadeia de valor e vantagem competitiva Internet

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Como implantar cultura de inovaccedilatildeo na organizaccedilatildeo Internet

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ccedilatildeo+na+organizaccedilatildeoampots=KRvAPG4C6kampsig=rzqbLGM4sLvsQL26N0gLqfOTPOAv=

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Como implementar vantagem competitiva Internet

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Como criar valor e vantagem competitiva Internet

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49

Conceito de criatividade Internet

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Criatividade Internet

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Criatividade do ponto de vista pessoal Internet (Fonte Criatividade amp

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Criatividade do ponto de vista empresarial Internet (Fonte Criatividade amp

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Criatividade e a visatildeo estrateacutegica da empresa Internet

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20Marcus20Gurgel20-20COPPE202006pdf) data de acesso 04072012

Da teoria para a praacutetica Internet (httpwwwhsmcombreditoriassustentabilidadeinovacao-e-ustentabilidade-de-maos-dadas) data acesso 19072012

Funccedilotildees tiacutepicas no processo de inovaccedilatildeo Internet (httpwwwgooglecombrurlsa=tamprct=jampq=ampesrc=sampsource=webampcd=4ampved=0CFkQFjADampurl=http3A2F2Fwwwfespprbr2F~bastosjr2FGest25E3o2520de2520Inova25E725E3o2FArtigos2FInova25E725E3odocampei=sSb2T8eqDYro0QGO7OSLBwampusg=AFQjCNEz7MKNTbjYj81P) data de acesso 04062012

Gestatildeo de inovaccedilatildeo para a sustentabilidade Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

Inovaccedilatildeo nas empresas Internet (httpolhardigitaluolcombrnegociosdigital_newsnoticiascomo-gerar-inovacao-nas-empresas) data de acesso 19052012

Inovaccedilatildeo no Brasil Internet (httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0101-33002007000200002) data de acesso 19052012

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Inovaccedilatildeo e sustentabilidade Internet

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O conceito de sustentabilidade corporativa Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext)

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Organizaccedilotildees inovadoras sustentaacuteveis Internet

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O que significa vantagem competitiva Internet

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Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva Internet

(httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

Processos de inovaccedilatildeo Internet httpwwwliincufrjbrfrattachments055_saritalivropdfpage=122) data de acesso 03062012

Processos de inovaccedilatildeo nas organizaccedilotildees Internet

(httpwwwgooglecombrurlsa=tamprct=jampq=ampesrc=sampsource=webampcd=1ampved=0CEsQ

FjA-

Aampurl=http3A2F2Fwwwfespprbr2F~bastosjr2FGest25E3o2520de252

0Inova25E725E3o2FArtigos2FInova25E725E3odocampei=Vhr2T9qvHaez6w

Ho16zYBgampusg=AFQjCNEz7MKNTbjYj81PrvG) data de acesso 03062012

Sustentabilidade e geraccedilatildeo de valor econocircmico Internet

(httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-

21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

51

Sustentabilidade e responsabilidade ambiental Internet

(httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-

21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

Sustentabilidade e responsabilidade social Internet

(httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-

21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

BIBLIOGRAFIA CITADA

HAMEL Gary Liderando a revoluccedilatildeo 4 ed Rio de Janeiro editora Campus 2003

PRAHALAD C K KRISHNAN M S A nova era inovaccedilatildeo Rio de Janeiro editora

Elsevier 2008

PRAHALAD C K RAMASWAMY Venkatram O futuro da competiccedilatildeo como desen-

volver diferenciais inovadores em parceria com os clientes Rio de Janeiro editora

Elsevier 2004

  • AGRADECIMENTOS
  • CAPIacuteTULO III- Aspectos da inovaccedilatildeo e sustentabilidade37
  • Inovaccedilatildeo e sustentabilidade37
  • 32 - Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva
  • 33 - Como implementar vantagem competitiva
  • 34 - Como criar valor e vantagem competitiva
Page 44: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · duzir os processos de inovação dentro da organização. 6 ... CAPÍTULO I - Estrutura da criação de valor e inovação.....11

44

cipais acionistas da Natura consideram que a responsabilidade social estaacute intimamen-

te ligada agrave estrateacutegia de negoacutecios da empresa

PRAHALAD e HAMMOND (2002) observam que aproximadamente 65 da

populaccedilatildeo mundial mdash cerca de quatro bilhotildees de pessoas mdash ganham menos do que

2000 USDano Esse eacute um mercado praticamente inexplorado pelas empresas multi-

nacionais Segundo os autores as empresas que desejam entrar nesse mercado de-

vem repensar seus modelos de negoacutecios praacuteticas gerenciais e indicadores de desem-

penho Eacute um mercado de novas fontes de receita que exige melhoria na eficiecircncia

operacional e fomento da inovaccedilatildeo A atuaccedilatildeo bem-sucedida para atender agrave denomi-

nada populaccedilatildeo na base da piracircmide pode trazer resultados econocircmicos positivos agraves

empresas e simultaneamente contribuir para a melhoria das condiccedilotildees de vida das

pessoas economicamente menos favorecidas

PORTER e KRAMER (2002) consideram que eacute possiacutevel agraves empresas obterem

a convergecircncia de interesses entre as atividades filantroacutepicas e os objetivos de negoacute-

cios A filantropia pode oferecer oportunidades para as empresas melhorarem seu

contexto competitivo considerando que as atividades filantroacutepicas podem potencial-

mente atuar sobre quatro elementos inter-relacionados da competitividade empresari-

al na disponibilidade dos insumos de produccedilatildeo nas condiccedilotildees de demanda nas con-

diccedilotildees de competiccedilatildeo e rivalidade e na presenccedila das induacutestrias de insumos e suporte

Nesse sentido a filantropia deveria ser considerada uma abordagem claramente estra-

teacutegica pelas empresas WADDOCK e SMITH (2000) adotam um raciociacutenio similar

afirmando que a responsabilidade social e o desempenho corporativo financeiro an-

dam juntos e natildeo como trade-offs

HALL et al (2005) constatam que algumas empresas podem ser socialmente

vulneraacuteveis Segundo esses autores a vulnerabilidade social eacute atribuiacuteda agraves empresas

que apresentam grande importacircncia estrateacutegica para o desenvolvimento econocircmico e

social dos paiacuteses onde operam Eles citam empresas cujo papel extrapola a criaccedilatildeo de

valor aos acionistas sendo consideradas como orgulhos nacionais para seus paiacuteses

Satildeo citadas como exemplos a Siemens na Alemanha a Toyota no Japatildeo a Embraer

no Brasil e a Bombardier no Canadaacute Aleacutem da questatildeo econocircmica essas empresas

desempenham importante papel social em seus respectivos paiacuteses Outras empresas

45

brasileiras tambeacutem poderiam ser citadas como a Petrobras a Companhia Vale do Rio

Doce o Bradesco entre outras 32

2 - Gestatildeo da inovaccedilatildeo para a sustentabilidade

A busca da inovaccedilatildeo e a gestatildeo da inovaccedilatildeo em geral satildeo mediadas por as-

pectos essencialmente econocircmicos e estrateacutegicos Entretanto na medida em que ou-

tras restriccedilotildees compotildeem o ambiente de atuaccedilatildeo das empresas outros fatores podem

impulsionar a inovaccedilatildeo Isso tambeacutem eacute vaacutelido ao se considerarem aspectos de susten-

tabilidade como condicionantes da inovaccedilatildeo

HART e CHRISTENSEN (2002) sugerem que as inovaccedilotildees radicais podem

pavimentar o caminho para as empresas combinarem um crescimento sustentaacutevel

com responsabilidade social HART e MILTEIN (1999) consideram que os desafios

impostos pela sustentabilidade global podem atuar como catalisadores para um novo

estaacutegio de destruiccedilatildeo criativa das empresas Eles associam a preocupaccedilatildeo ecoloacutegica

com melhorias contiacutenuas e a sustentabilidade global com melhorias radicais Nesse

sentido argumentam que a sustentabilidade pode criar oportunidades sem preceden-

tes agraves empresas O raciociacutenio de SENGE e CARSTEDT (2001) eacute similar Esses auto-

res consideram que o foco restrito na eficiecircncia ecoloacutegica pode distrair as empresas da

busca de produtos e modelos de negoacutecios radicalmente diferentes dos atuais Eacute a sus-

tentabilidade global que iraacute motivar as empresas a procurarem novos modelos men-

tais a enfatizarem a aprendizagem e atentarem para a gestatildeo de mudanccedilas

PORTER e VAN DER LINDE (1995) consideram que as regulamentaccedilotildees am-

bientais impotildeem pressotildees competitivas nas empresas motivando-as a inovar VOL-

LENBROEK (2002) propotildee um processo que direciona a inovaccedilatildeo para o desenvolvi-

mento da sustentabilidade denominado gestatildeo da transiccedilatildeo Ele considera que a ino-

vaccedilatildeo natildeo gera automaticamente o progresso da sociedade pois precisa ser condi-

cionada para tanto Os esforccedilos para o desenvolvimento sustentaacutevel precisam ser di-

recionados pela sociedade e esta participa das decisotildees visando obter um balancea-

mento adequado entre os objetivos econocircmicos ecoloacutegicos e sociais A inovaccedilatildeo seraacute

decorrecircncia

32 Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

46

HALL e VREDENBURG (2003) afirmam que os gestores tecircm dificuldades para

lidar com as pressotildees do desenvolvimento sustentaacutevel Eles consideram que as estra-

teacutegias de inovaccedilatildeo das empresas geralmente satildeo inadequadas para acomodar as

complexidades e incertezas inerentes agraves novas demandas impostas pelo desenvolvi-

mento sustentaacutevel Dessa forma sugerem que a estrateacutegia empresarial integre tam-

beacutem os objetivos da inovaccedilatildeo e do desenvolvimento sustentaacutevel Em contraponto agrave

abordagem tradicional da inovaccedilatildeo ditada pelo mercado propotildeem que as empresas

adotem a inovaccedilatildeo para o desenvolvimento sustentaacutevel que incorpora as restriccedilotildees

sociais e as pressotildees ambientais bem como contempla as necessidades das futuras

geraccedilotildees Como seraacute visto no texto que segue a inovaccedilatildeo foi tambeacutem um ingrediente

essencial para o desenvolvimento e o sucesso do projeto estudado na presente pes-

quisa33

CONCLUSAtildeO

O objetivo desse estudo foi verificar e compreender o conceito de inovaccedilatildeo e a

sua aplicabilidade nas organizaccedilotildees assim como a vantagem competitiva no modelo

de negoacutecio por meio da co-criaccedilatildeo de valor

33 Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data acesso 21072012

47

Inovaccedilatildeo e criatividade satildeo essenciais para o continuo desenvolvimento e competi-

tividade de uma naccedilatildeo

Coisas boas acontecem quando o pensamento inovador comeccedila ele poderaacute

ajudar a criar novos produtos melhoria nos processos novas tecnologias tornando

a empresa mais competitiva Tomando conhecimento da grande variedade de produ-

tos e serviccedilos oferecidos pelas organizaccedilotildees pode se observar que nem sempre se

chega ao resultado em melhores experiecircncias de consumo nesse cenaacuterio certas em-

presas adotam a co-criaccedilatildeo de valor ndash participaccedilatildeo do cliente no processo produtivo ndash

para inovar no modelo de negoacutecio agregando valor a sua oferta buscando assim se

diferenciar das demais empresas Apesar da inovaccedilatildeo indicar um caminho seguro

para obter vantagem competitiva sustentaacutevel e defender posiccedilotildees estrateacutegicas no

mercado o seu sucesso natildeo eacute garantido necessitando que os gestores conheccedilam e

compreendam a dinacircmica dos processos da gestatildeo da inovaccedilatildeo dentro de suas orga-

nizaccedilotildees e realidades especiacuteficas

O modelo de organizaccedilatildeo inovadora sustentaacutevel eacute uma resposta agraves pressotildees

institucionais por uma organizaccedilatildeo que seja capaz de inovar com eficiecircncia em termos

econocircmicos mas com responsabilidade social e ambiental Esse tipo de organizaccedilatildeo

busca vantagem competitiva desenvolvendo produtos serviccedilos processos e negoacutecios

novos ou modificados com base nas dimensotildees social ambiental e econocircmica Ela

reuacutene duas caracteriacutesticas essenciais eacute inovadora e orientada para a sustentabilidade

Tendo em vista o fenocircmeno do isomorfismo institucional (concentraccedilatildeo de for-

mas organizacionais nos diversos setores produtivos) o modelo das organizaccedilotildees

inovadoras sustentaacuteveis vem ganhando rapidamente cada vez mais espaccedilo nas em-

presas liacutederes Esses fatos permitem dizer que o movimento do desenvolvimento sus-

tentaacutevel eacute um dos movimentos mais importantes do nosso tempo e a julgar pela vita-

lidade dos fatores institucionais presentes em praticamente todo o mundo pode-se

inferir que ele continuaraacute se propagando por muitas deacutecadas

Desse modo o aprimoramento dos modelos de organizaccedilatildeo sustentaacuteveis as

diversas formas da sua institucionalizaccedilatildeo em acircmbito global o desenvolvimento de

tecnologias sustentaacuteveis a gestatildeo de inovaccedilotildees para o desenvolvimento sustentaacutevel

seratildeo temas cada vez mais importantes nos estudos futuros Como o sistema opera-

cional produtivo e as inovaccedilotildees de produto e de processo ao atender as trecircs dimen-

sotildees da sustentabilidade devem gerar ganhos para o meio ambiente em termos de

reduccedilatildeo no uso de recursos e de emissotildees de poluentes o aumento da produccedilatildeo pelo

incitamento agrave demanda por novos produtos pode neutralizar ou ateacute superar esses ga-

nhos Levar em conta essa possibilidade dando-lhe um tratamento adequado eacute um dos

48

maiores desafios para o alinhamento das empresas ao modelo de organizaccedilatildeo inova-

dora sustentaacutevel

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

A importacircncia da inovaccedilatildeo Internet (httpwwwscielobrpdfraev42n2v42n2a16pdf) data de acesso 19052012

A inovaccedilatildeo como funccedilatildeo de aprendizagem organizacional Internet

(httpwwwgooglecombrurlsa=tamprct=jampq=ampesrc=sampsource=webampcd=1ampsqi=2ampved=

0CEwQFjAAampurl=http3A2F2Fwwwfespprbr2F~bastosjr2FGest25E3o25

20de2520Inova25E725E3o2FArtigos2FInova25E725E3odocampei=Ex32T

_meBObb6wGds-29Bgampusg=AFQjC) data de acesso 04062012

Cadeia de valor e vantagem competitiva Internet

(httpwwwccontabeiscombrconvt14pdf) data acesso 15072012

Capital intelectual Internet

(httpwwwaedbbrsegetartigos10327_PDF20Samirapdf) data de acesso

15072012

Como implantar cultura de inovaccedilatildeo na organizaccedilatildeo Internet

(httpbooksgooglecombrbookshl=pt-

BRamplr=ampid=jnka43VmmwsCampoi=fndamppg=PA34ampdq=como+implantar+uma+cultura+de+

inova-

ccedilatildeo+na+organizaccedilatildeoampots=KRvAPG4C6kampsig=rzqbLGM4sLvsQL26N0gLqfOTPOAv=

onepageampq=como20implantar20uma20cultura) data de acesso 04062012

Como implementar vantagem competitiva Internet

(httpwwwstrategy-traineuindexphpid=39ampL=5) data acesso 15072012

Como criar valor e vantagem competitiva Internet

(httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

49

Conceito de criatividade Internet

(httpconceitodecriatividade) data de acesso 25062012

(httpptwikipediaorgwikiCriatividade) data de acesso 04072012

(httpwwwcriaptcriaadminappCRIAuploadscreamanual20creatividade20port

ugues_pt_webpdf) data de acesso 04072012)

Criatividade Internet

Fonte (Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de

acesso 25062012

Criatividade do ponto de vista pessoal Internet (Fonte Criatividade amp

Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de acesso 04072012

Criatividade do ponto de vista empresarial Internet (Fonte Criatividade amp

Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de acesso 04072012

Criatividade e a visatildeo estrateacutegica da empresa Internet

(httpineiorgbrinovatecadissertacoesCriatividade20e20Inovacao20-

20Marcus20Gurgel20-20COPPE202006pdf) data de acesso 04072012

Da teoria para a praacutetica Internet (httpwwwhsmcombreditoriassustentabilidadeinovacao-e-ustentabilidade-de-maos-dadas) data acesso 19072012

Funccedilotildees tiacutepicas no processo de inovaccedilatildeo Internet (httpwwwgooglecombrurlsa=tamprct=jampq=ampesrc=sampsource=webampcd=4ampved=0CFkQFjADampurl=http3A2F2Fwwwfespprbr2F~bastosjr2FGest25E3o2520de2520Inova25E725E3o2FArtigos2FInova25E725E3odocampei=sSb2T8eqDYro0QGO7OSLBwampusg=AFQjCNEz7MKNTbjYj81P) data de acesso 04062012

Gestatildeo de inovaccedilatildeo para a sustentabilidade Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

Inovaccedilatildeo nas empresas Internet (httpolhardigitaluolcombrnegociosdigital_newsnoticiascomo-gerar-inovacao-nas-empresas) data de acesso 19052012

Inovaccedilatildeo no Brasil Internet (httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0101-33002007000200002) data de acesso 19052012

50

(httpwwwinovacaotecnologicacombrnoticiasnoticiaphpartigo=010175070518)

data de acesso 19052012

Inovaccedilatildeo e sustentabilidade Internet

(httpwwwhsmcombrbuscarkeys=inovaccedilatildeo e sustentabilidade) data acesso

19072012

O conceito de sustentabilidade corporativa Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext)

O que eacute inovaccedilatildeo Internet (httpptwikipediaorgwikiInovaC3A7C3A3o) data de acesso 20052012

(httpwwwpr2ufrjbrinovacaosocialtexto14-01pdf) data de acesso 20052012)

Organizaccedilotildees inovadoras sustentaacuteveis Internet

(httpwwwscielobrscielophppid=S003475902010000200002ampscript=sci_arttext)

data de acesso 04062012

(httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

O que significa vantagem competitiva Internet

(httpwwwstrategy-traineuindexphpid=37ampL=5) data de acesso 5072012

Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva Internet

(httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

Processos de inovaccedilatildeo Internet httpwwwliincufrjbrfrattachments055_saritalivropdfpage=122) data de acesso 03062012

Processos de inovaccedilatildeo nas organizaccedilotildees Internet

(httpwwwgooglecombrurlsa=tamprct=jampq=ampesrc=sampsource=webampcd=1ampved=0CEsQ

FjA-

Aampurl=http3A2F2Fwwwfespprbr2F~bastosjr2FGest25E3o2520de252

0Inova25E725E3o2FArtigos2FInova25E725E3odocampei=Vhr2T9qvHaez6w

Ho16zYBgampusg=AFQjCNEz7MKNTbjYj81PrvG) data de acesso 03062012

Sustentabilidade e geraccedilatildeo de valor econocircmico Internet

(httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-

21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

51

Sustentabilidade e responsabilidade ambiental Internet

(httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-

21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

Sustentabilidade e responsabilidade social Internet

(httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-

21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

BIBLIOGRAFIA CITADA

HAMEL Gary Liderando a revoluccedilatildeo 4 ed Rio de Janeiro editora Campus 2003

PRAHALAD C K KRISHNAN M S A nova era inovaccedilatildeo Rio de Janeiro editora

Elsevier 2008

PRAHALAD C K RAMASWAMY Venkatram O futuro da competiccedilatildeo como desen-

volver diferenciais inovadores em parceria com os clientes Rio de Janeiro editora

Elsevier 2004

  • AGRADECIMENTOS
  • CAPIacuteTULO III- Aspectos da inovaccedilatildeo e sustentabilidade37
  • Inovaccedilatildeo e sustentabilidade37
  • 32 - Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva
  • 33 - Como implementar vantagem competitiva
  • 34 - Como criar valor e vantagem competitiva
Page 45: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · duzir os processos de inovação dentro da organização. 6 ... CAPÍTULO I - Estrutura da criação de valor e inovação.....11

45

brasileiras tambeacutem poderiam ser citadas como a Petrobras a Companhia Vale do Rio

Doce o Bradesco entre outras 32

2 - Gestatildeo da inovaccedilatildeo para a sustentabilidade

A busca da inovaccedilatildeo e a gestatildeo da inovaccedilatildeo em geral satildeo mediadas por as-

pectos essencialmente econocircmicos e estrateacutegicos Entretanto na medida em que ou-

tras restriccedilotildees compotildeem o ambiente de atuaccedilatildeo das empresas outros fatores podem

impulsionar a inovaccedilatildeo Isso tambeacutem eacute vaacutelido ao se considerarem aspectos de susten-

tabilidade como condicionantes da inovaccedilatildeo

HART e CHRISTENSEN (2002) sugerem que as inovaccedilotildees radicais podem

pavimentar o caminho para as empresas combinarem um crescimento sustentaacutevel

com responsabilidade social HART e MILTEIN (1999) consideram que os desafios

impostos pela sustentabilidade global podem atuar como catalisadores para um novo

estaacutegio de destruiccedilatildeo criativa das empresas Eles associam a preocupaccedilatildeo ecoloacutegica

com melhorias contiacutenuas e a sustentabilidade global com melhorias radicais Nesse

sentido argumentam que a sustentabilidade pode criar oportunidades sem preceden-

tes agraves empresas O raciociacutenio de SENGE e CARSTEDT (2001) eacute similar Esses auto-

res consideram que o foco restrito na eficiecircncia ecoloacutegica pode distrair as empresas da

busca de produtos e modelos de negoacutecios radicalmente diferentes dos atuais Eacute a sus-

tentabilidade global que iraacute motivar as empresas a procurarem novos modelos men-

tais a enfatizarem a aprendizagem e atentarem para a gestatildeo de mudanccedilas

PORTER e VAN DER LINDE (1995) consideram que as regulamentaccedilotildees am-

bientais impotildeem pressotildees competitivas nas empresas motivando-as a inovar VOL-

LENBROEK (2002) propotildee um processo que direciona a inovaccedilatildeo para o desenvolvi-

mento da sustentabilidade denominado gestatildeo da transiccedilatildeo Ele considera que a ino-

vaccedilatildeo natildeo gera automaticamente o progresso da sociedade pois precisa ser condi-

cionada para tanto Os esforccedilos para o desenvolvimento sustentaacutevel precisam ser di-

recionados pela sociedade e esta participa das decisotildees visando obter um balancea-

mento adequado entre os objetivos econocircmicos ecoloacutegicos e sociais A inovaccedilatildeo seraacute

decorrecircncia

32 Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

46

HALL e VREDENBURG (2003) afirmam que os gestores tecircm dificuldades para

lidar com as pressotildees do desenvolvimento sustentaacutevel Eles consideram que as estra-

teacutegias de inovaccedilatildeo das empresas geralmente satildeo inadequadas para acomodar as

complexidades e incertezas inerentes agraves novas demandas impostas pelo desenvolvi-

mento sustentaacutevel Dessa forma sugerem que a estrateacutegia empresarial integre tam-

beacutem os objetivos da inovaccedilatildeo e do desenvolvimento sustentaacutevel Em contraponto agrave

abordagem tradicional da inovaccedilatildeo ditada pelo mercado propotildeem que as empresas

adotem a inovaccedilatildeo para o desenvolvimento sustentaacutevel que incorpora as restriccedilotildees

sociais e as pressotildees ambientais bem como contempla as necessidades das futuras

geraccedilotildees Como seraacute visto no texto que segue a inovaccedilatildeo foi tambeacutem um ingrediente

essencial para o desenvolvimento e o sucesso do projeto estudado na presente pes-

quisa33

CONCLUSAtildeO

O objetivo desse estudo foi verificar e compreender o conceito de inovaccedilatildeo e a

sua aplicabilidade nas organizaccedilotildees assim como a vantagem competitiva no modelo

de negoacutecio por meio da co-criaccedilatildeo de valor

33 Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data acesso 21072012

47

Inovaccedilatildeo e criatividade satildeo essenciais para o continuo desenvolvimento e competi-

tividade de uma naccedilatildeo

Coisas boas acontecem quando o pensamento inovador comeccedila ele poderaacute

ajudar a criar novos produtos melhoria nos processos novas tecnologias tornando

a empresa mais competitiva Tomando conhecimento da grande variedade de produ-

tos e serviccedilos oferecidos pelas organizaccedilotildees pode se observar que nem sempre se

chega ao resultado em melhores experiecircncias de consumo nesse cenaacuterio certas em-

presas adotam a co-criaccedilatildeo de valor ndash participaccedilatildeo do cliente no processo produtivo ndash

para inovar no modelo de negoacutecio agregando valor a sua oferta buscando assim se

diferenciar das demais empresas Apesar da inovaccedilatildeo indicar um caminho seguro

para obter vantagem competitiva sustentaacutevel e defender posiccedilotildees estrateacutegicas no

mercado o seu sucesso natildeo eacute garantido necessitando que os gestores conheccedilam e

compreendam a dinacircmica dos processos da gestatildeo da inovaccedilatildeo dentro de suas orga-

nizaccedilotildees e realidades especiacuteficas

O modelo de organizaccedilatildeo inovadora sustentaacutevel eacute uma resposta agraves pressotildees

institucionais por uma organizaccedilatildeo que seja capaz de inovar com eficiecircncia em termos

econocircmicos mas com responsabilidade social e ambiental Esse tipo de organizaccedilatildeo

busca vantagem competitiva desenvolvendo produtos serviccedilos processos e negoacutecios

novos ou modificados com base nas dimensotildees social ambiental e econocircmica Ela

reuacutene duas caracteriacutesticas essenciais eacute inovadora e orientada para a sustentabilidade

Tendo em vista o fenocircmeno do isomorfismo institucional (concentraccedilatildeo de for-

mas organizacionais nos diversos setores produtivos) o modelo das organizaccedilotildees

inovadoras sustentaacuteveis vem ganhando rapidamente cada vez mais espaccedilo nas em-

presas liacutederes Esses fatos permitem dizer que o movimento do desenvolvimento sus-

tentaacutevel eacute um dos movimentos mais importantes do nosso tempo e a julgar pela vita-

lidade dos fatores institucionais presentes em praticamente todo o mundo pode-se

inferir que ele continuaraacute se propagando por muitas deacutecadas

Desse modo o aprimoramento dos modelos de organizaccedilatildeo sustentaacuteveis as

diversas formas da sua institucionalizaccedilatildeo em acircmbito global o desenvolvimento de

tecnologias sustentaacuteveis a gestatildeo de inovaccedilotildees para o desenvolvimento sustentaacutevel

seratildeo temas cada vez mais importantes nos estudos futuros Como o sistema opera-

cional produtivo e as inovaccedilotildees de produto e de processo ao atender as trecircs dimen-

sotildees da sustentabilidade devem gerar ganhos para o meio ambiente em termos de

reduccedilatildeo no uso de recursos e de emissotildees de poluentes o aumento da produccedilatildeo pelo

incitamento agrave demanda por novos produtos pode neutralizar ou ateacute superar esses ga-

nhos Levar em conta essa possibilidade dando-lhe um tratamento adequado eacute um dos

48

maiores desafios para o alinhamento das empresas ao modelo de organizaccedilatildeo inova-

dora sustentaacutevel

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

A importacircncia da inovaccedilatildeo Internet (httpwwwscielobrpdfraev42n2v42n2a16pdf) data de acesso 19052012

A inovaccedilatildeo como funccedilatildeo de aprendizagem organizacional Internet

(httpwwwgooglecombrurlsa=tamprct=jampq=ampesrc=sampsource=webampcd=1ampsqi=2ampved=

0CEwQFjAAampurl=http3A2F2Fwwwfespprbr2F~bastosjr2FGest25E3o25

20de2520Inova25E725E3o2FArtigos2FInova25E725E3odocampei=Ex32T

_meBObb6wGds-29Bgampusg=AFQjC) data de acesso 04062012

Cadeia de valor e vantagem competitiva Internet

(httpwwwccontabeiscombrconvt14pdf) data acesso 15072012

Capital intelectual Internet

(httpwwwaedbbrsegetartigos10327_PDF20Samirapdf) data de acesso

15072012

Como implantar cultura de inovaccedilatildeo na organizaccedilatildeo Internet

(httpbooksgooglecombrbookshl=pt-

BRamplr=ampid=jnka43VmmwsCampoi=fndamppg=PA34ampdq=como+implantar+uma+cultura+de+

inova-

ccedilatildeo+na+organizaccedilatildeoampots=KRvAPG4C6kampsig=rzqbLGM4sLvsQL26N0gLqfOTPOAv=

onepageampq=como20implantar20uma20cultura) data de acesso 04062012

Como implementar vantagem competitiva Internet

(httpwwwstrategy-traineuindexphpid=39ampL=5) data acesso 15072012

Como criar valor e vantagem competitiva Internet

(httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

49

Conceito de criatividade Internet

(httpconceitodecriatividade) data de acesso 25062012

(httpptwikipediaorgwikiCriatividade) data de acesso 04072012

(httpwwwcriaptcriaadminappCRIAuploadscreamanual20creatividade20port

ugues_pt_webpdf) data de acesso 04072012)

Criatividade Internet

Fonte (Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de

acesso 25062012

Criatividade do ponto de vista pessoal Internet (Fonte Criatividade amp

Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de acesso 04072012

Criatividade do ponto de vista empresarial Internet (Fonte Criatividade amp

Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de acesso 04072012

Criatividade e a visatildeo estrateacutegica da empresa Internet

(httpineiorgbrinovatecadissertacoesCriatividade20e20Inovacao20-

20Marcus20Gurgel20-20COPPE202006pdf) data de acesso 04072012

Da teoria para a praacutetica Internet (httpwwwhsmcombreditoriassustentabilidadeinovacao-e-ustentabilidade-de-maos-dadas) data acesso 19072012

Funccedilotildees tiacutepicas no processo de inovaccedilatildeo Internet (httpwwwgooglecombrurlsa=tamprct=jampq=ampesrc=sampsource=webampcd=4ampved=0CFkQFjADampurl=http3A2F2Fwwwfespprbr2F~bastosjr2FGest25E3o2520de2520Inova25E725E3o2FArtigos2FInova25E725E3odocampei=sSb2T8eqDYro0QGO7OSLBwampusg=AFQjCNEz7MKNTbjYj81P) data de acesso 04062012

Gestatildeo de inovaccedilatildeo para a sustentabilidade Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

Inovaccedilatildeo nas empresas Internet (httpolhardigitaluolcombrnegociosdigital_newsnoticiascomo-gerar-inovacao-nas-empresas) data de acesso 19052012

Inovaccedilatildeo no Brasil Internet (httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0101-33002007000200002) data de acesso 19052012

50

(httpwwwinovacaotecnologicacombrnoticiasnoticiaphpartigo=010175070518)

data de acesso 19052012

Inovaccedilatildeo e sustentabilidade Internet

(httpwwwhsmcombrbuscarkeys=inovaccedilatildeo e sustentabilidade) data acesso

19072012

O conceito de sustentabilidade corporativa Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext)

O que eacute inovaccedilatildeo Internet (httpptwikipediaorgwikiInovaC3A7C3A3o) data de acesso 20052012

(httpwwwpr2ufrjbrinovacaosocialtexto14-01pdf) data de acesso 20052012)

Organizaccedilotildees inovadoras sustentaacuteveis Internet

(httpwwwscielobrscielophppid=S003475902010000200002ampscript=sci_arttext)

data de acesso 04062012

(httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

O que significa vantagem competitiva Internet

(httpwwwstrategy-traineuindexphpid=37ampL=5) data de acesso 5072012

Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva Internet

(httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

Processos de inovaccedilatildeo Internet httpwwwliincufrjbrfrattachments055_saritalivropdfpage=122) data de acesso 03062012

Processos de inovaccedilatildeo nas organizaccedilotildees Internet

(httpwwwgooglecombrurlsa=tamprct=jampq=ampesrc=sampsource=webampcd=1ampved=0CEsQ

FjA-

Aampurl=http3A2F2Fwwwfespprbr2F~bastosjr2FGest25E3o2520de252

0Inova25E725E3o2FArtigos2FInova25E725E3odocampei=Vhr2T9qvHaez6w

Ho16zYBgampusg=AFQjCNEz7MKNTbjYj81PrvG) data de acesso 03062012

Sustentabilidade e geraccedilatildeo de valor econocircmico Internet

(httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-

21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

51

Sustentabilidade e responsabilidade ambiental Internet

(httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-

21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

Sustentabilidade e responsabilidade social Internet

(httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-

21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

BIBLIOGRAFIA CITADA

HAMEL Gary Liderando a revoluccedilatildeo 4 ed Rio de Janeiro editora Campus 2003

PRAHALAD C K KRISHNAN M S A nova era inovaccedilatildeo Rio de Janeiro editora

Elsevier 2008

PRAHALAD C K RAMASWAMY Venkatram O futuro da competiccedilatildeo como desen-

volver diferenciais inovadores em parceria com os clientes Rio de Janeiro editora

Elsevier 2004

  • AGRADECIMENTOS
  • CAPIacuteTULO III- Aspectos da inovaccedilatildeo e sustentabilidade37
  • Inovaccedilatildeo e sustentabilidade37
  • 32 - Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva
  • 33 - Como implementar vantagem competitiva
  • 34 - Como criar valor e vantagem competitiva
Page 46: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · duzir os processos de inovação dentro da organização. 6 ... CAPÍTULO I - Estrutura da criação de valor e inovação.....11

46

HALL e VREDENBURG (2003) afirmam que os gestores tecircm dificuldades para

lidar com as pressotildees do desenvolvimento sustentaacutevel Eles consideram que as estra-

teacutegias de inovaccedilatildeo das empresas geralmente satildeo inadequadas para acomodar as

complexidades e incertezas inerentes agraves novas demandas impostas pelo desenvolvi-

mento sustentaacutevel Dessa forma sugerem que a estrateacutegia empresarial integre tam-

beacutem os objetivos da inovaccedilatildeo e do desenvolvimento sustentaacutevel Em contraponto agrave

abordagem tradicional da inovaccedilatildeo ditada pelo mercado propotildeem que as empresas

adotem a inovaccedilatildeo para o desenvolvimento sustentaacutevel que incorpora as restriccedilotildees

sociais e as pressotildees ambientais bem como contempla as necessidades das futuras

geraccedilotildees Como seraacute visto no texto que segue a inovaccedilatildeo foi tambeacutem um ingrediente

essencial para o desenvolvimento e o sucesso do projeto estudado na presente pes-

quisa33

CONCLUSAtildeO

O objetivo desse estudo foi verificar e compreender o conceito de inovaccedilatildeo e a

sua aplicabilidade nas organizaccedilotildees assim como a vantagem competitiva no modelo

de negoacutecio por meio da co-criaccedilatildeo de valor

33 Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data acesso 21072012

47

Inovaccedilatildeo e criatividade satildeo essenciais para o continuo desenvolvimento e competi-

tividade de uma naccedilatildeo

Coisas boas acontecem quando o pensamento inovador comeccedila ele poderaacute

ajudar a criar novos produtos melhoria nos processos novas tecnologias tornando

a empresa mais competitiva Tomando conhecimento da grande variedade de produ-

tos e serviccedilos oferecidos pelas organizaccedilotildees pode se observar que nem sempre se

chega ao resultado em melhores experiecircncias de consumo nesse cenaacuterio certas em-

presas adotam a co-criaccedilatildeo de valor ndash participaccedilatildeo do cliente no processo produtivo ndash

para inovar no modelo de negoacutecio agregando valor a sua oferta buscando assim se

diferenciar das demais empresas Apesar da inovaccedilatildeo indicar um caminho seguro

para obter vantagem competitiva sustentaacutevel e defender posiccedilotildees estrateacutegicas no

mercado o seu sucesso natildeo eacute garantido necessitando que os gestores conheccedilam e

compreendam a dinacircmica dos processos da gestatildeo da inovaccedilatildeo dentro de suas orga-

nizaccedilotildees e realidades especiacuteficas

O modelo de organizaccedilatildeo inovadora sustentaacutevel eacute uma resposta agraves pressotildees

institucionais por uma organizaccedilatildeo que seja capaz de inovar com eficiecircncia em termos

econocircmicos mas com responsabilidade social e ambiental Esse tipo de organizaccedilatildeo

busca vantagem competitiva desenvolvendo produtos serviccedilos processos e negoacutecios

novos ou modificados com base nas dimensotildees social ambiental e econocircmica Ela

reuacutene duas caracteriacutesticas essenciais eacute inovadora e orientada para a sustentabilidade

Tendo em vista o fenocircmeno do isomorfismo institucional (concentraccedilatildeo de for-

mas organizacionais nos diversos setores produtivos) o modelo das organizaccedilotildees

inovadoras sustentaacuteveis vem ganhando rapidamente cada vez mais espaccedilo nas em-

presas liacutederes Esses fatos permitem dizer que o movimento do desenvolvimento sus-

tentaacutevel eacute um dos movimentos mais importantes do nosso tempo e a julgar pela vita-

lidade dos fatores institucionais presentes em praticamente todo o mundo pode-se

inferir que ele continuaraacute se propagando por muitas deacutecadas

Desse modo o aprimoramento dos modelos de organizaccedilatildeo sustentaacuteveis as

diversas formas da sua institucionalizaccedilatildeo em acircmbito global o desenvolvimento de

tecnologias sustentaacuteveis a gestatildeo de inovaccedilotildees para o desenvolvimento sustentaacutevel

seratildeo temas cada vez mais importantes nos estudos futuros Como o sistema opera-

cional produtivo e as inovaccedilotildees de produto e de processo ao atender as trecircs dimen-

sotildees da sustentabilidade devem gerar ganhos para o meio ambiente em termos de

reduccedilatildeo no uso de recursos e de emissotildees de poluentes o aumento da produccedilatildeo pelo

incitamento agrave demanda por novos produtos pode neutralizar ou ateacute superar esses ga-

nhos Levar em conta essa possibilidade dando-lhe um tratamento adequado eacute um dos

48

maiores desafios para o alinhamento das empresas ao modelo de organizaccedilatildeo inova-

dora sustentaacutevel

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

A importacircncia da inovaccedilatildeo Internet (httpwwwscielobrpdfraev42n2v42n2a16pdf) data de acesso 19052012

A inovaccedilatildeo como funccedilatildeo de aprendizagem organizacional Internet

(httpwwwgooglecombrurlsa=tamprct=jampq=ampesrc=sampsource=webampcd=1ampsqi=2ampved=

0CEwQFjAAampurl=http3A2F2Fwwwfespprbr2F~bastosjr2FGest25E3o25

20de2520Inova25E725E3o2FArtigos2FInova25E725E3odocampei=Ex32T

_meBObb6wGds-29Bgampusg=AFQjC) data de acesso 04062012

Cadeia de valor e vantagem competitiva Internet

(httpwwwccontabeiscombrconvt14pdf) data acesso 15072012

Capital intelectual Internet

(httpwwwaedbbrsegetartigos10327_PDF20Samirapdf) data de acesso

15072012

Como implantar cultura de inovaccedilatildeo na organizaccedilatildeo Internet

(httpbooksgooglecombrbookshl=pt-

BRamplr=ampid=jnka43VmmwsCampoi=fndamppg=PA34ampdq=como+implantar+uma+cultura+de+

inova-

ccedilatildeo+na+organizaccedilatildeoampots=KRvAPG4C6kampsig=rzqbLGM4sLvsQL26N0gLqfOTPOAv=

onepageampq=como20implantar20uma20cultura) data de acesso 04062012

Como implementar vantagem competitiva Internet

(httpwwwstrategy-traineuindexphpid=39ampL=5) data acesso 15072012

Como criar valor e vantagem competitiva Internet

(httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

49

Conceito de criatividade Internet

(httpconceitodecriatividade) data de acesso 25062012

(httpptwikipediaorgwikiCriatividade) data de acesso 04072012

(httpwwwcriaptcriaadminappCRIAuploadscreamanual20creatividade20port

ugues_pt_webpdf) data de acesso 04072012)

Criatividade Internet

Fonte (Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de

acesso 25062012

Criatividade do ponto de vista pessoal Internet (Fonte Criatividade amp

Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de acesso 04072012

Criatividade do ponto de vista empresarial Internet (Fonte Criatividade amp

Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de acesso 04072012

Criatividade e a visatildeo estrateacutegica da empresa Internet

(httpineiorgbrinovatecadissertacoesCriatividade20e20Inovacao20-

20Marcus20Gurgel20-20COPPE202006pdf) data de acesso 04072012

Da teoria para a praacutetica Internet (httpwwwhsmcombreditoriassustentabilidadeinovacao-e-ustentabilidade-de-maos-dadas) data acesso 19072012

Funccedilotildees tiacutepicas no processo de inovaccedilatildeo Internet (httpwwwgooglecombrurlsa=tamprct=jampq=ampesrc=sampsource=webampcd=4ampved=0CFkQFjADampurl=http3A2F2Fwwwfespprbr2F~bastosjr2FGest25E3o2520de2520Inova25E725E3o2FArtigos2FInova25E725E3odocampei=sSb2T8eqDYro0QGO7OSLBwampusg=AFQjCNEz7MKNTbjYj81P) data de acesso 04062012

Gestatildeo de inovaccedilatildeo para a sustentabilidade Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

Inovaccedilatildeo nas empresas Internet (httpolhardigitaluolcombrnegociosdigital_newsnoticiascomo-gerar-inovacao-nas-empresas) data de acesso 19052012

Inovaccedilatildeo no Brasil Internet (httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0101-33002007000200002) data de acesso 19052012

50

(httpwwwinovacaotecnologicacombrnoticiasnoticiaphpartigo=010175070518)

data de acesso 19052012

Inovaccedilatildeo e sustentabilidade Internet

(httpwwwhsmcombrbuscarkeys=inovaccedilatildeo e sustentabilidade) data acesso

19072012

O conceito de sustentabilidade corporativa Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext)

O que eacute inovaccedilatildeo Internet (httpptwikipediaorgwikiInovaC3A7C3A3o) data de acesso 20052012

(httpwwwpr2ufrjbrinovacaosocialtexto14-01pdf) data de acesso 20052012)

Organizaccedilotildees inovadoras sustentaacuteveis Internet

(httpwwwscielobrscielophppid=S003475902010000200002ampscript=sci_arttext)

data de acesso 04062012

(httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

O que significa vantagem competitiva Internet

(httpwwwstrategy-traineuindexphpid=37ampL=5) data de acesso 5072012

Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva Internet

(httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

Processos de inovaccedilatildeo Internet httpwwwliincufrjbrfrattachments055_saritalivropdfpage=122) data de acesso 03062012

Processos de inovaccedilatildeo nas organizaccedilotildees Internet

(httpwwwgooglecombrurlsa=tamprct=jampq=ampesrc=sampsource=webampcd=1ampved=0CEsQ

FjA-

Aampurl=http3A2F2Fwwwfespprbr2F~bastosjr2FGest25E3o2520de252

0Inova25E725E3o2FArtigos2FInova25E725E3odocampei=Vhr2T9qvHaez6w

Ho16zYBgampusg=AFQjCNEz7MKNTbjYj81PrvG) data de acesso 03062012

Sustentabilidade e geraccedilatildeo de valor econocircmico Internet

(httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-

21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

51

Sustentabilidade e responsabilidade ambiental Internet

(httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-

21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

Sustentabilidade e responsabilidade social Internet

(httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-

21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

BIBLIOGRAFIA CITADA

HAMEL Gary Liderando a revoluccedilatildeo 4 ed Rio de Janeiro editora Campus 2003

PRAHALAD C K KRISHNAN M S A nova era inovaccedilatildeo Rio de Janeiro editora

Elsevier 2008

PRAHALAD C K RAMASWAMY Venkatram O futuro da competiccedilatildeo como desen-

volver diferenciais inovadores em parceria com os clientes Rio de Janeiro editora

Elsevier 2004

  • AGRADECIMENTOS
  • CAPIacuteTULO III- Aspectos da inovaccedilatildeo e sustentabilidade37
  • Inovaccedilatildeo e sustentabilidade37
  • 32 - Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva
  • 33 - Como implementar vantagem competitiva
  • 34 - Como criar valor e vantagem competitiva
Page 47: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · duzir os processos de inovação dentro da organização. 6 ... CAPÍTULO I - Estrutura da criação de valor e inovação.....11

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Inovaccedilatildeo e criatividade satildeo essenciais para o continuo desenvolvimento e competi-

tividade de uma naccedilatildeo

Coisas boas acontecem quando o pensamento inovador comeccedila ele poderaacute

ajudar a criar novos produtos melhoria nos processos novas tecnologias tornando

a empresa mais competitiva Tomando conhecimento da grande variedade de produ-

tos e serviccedilos oferecidos pelas organizaccedilotildees pode se observar que nem sempre se

chega ao resultado em melhores experiecircncias de consumo nesse cenaacuterio certas em-

presas adotam a co-criaccedilatildeo de valor ndash participaccedilatildeo do cliente no processo produtivo ndash

para inovar no modelo de negoacutecio agregando valor a sua oferta buscando assim se

diferenciar das demais empresas Apesar da inovaccedilatildeo indicar um caminho seguro

para obter vantagem competitiva sustentaacutevel e defender posiccedilotildees estrateacutegicas no

mercado o seu sucesso natildeo eacute garantido necessitando que os gestores conheccedilam e

compreendam a dinacircmica dos processos da gestatildeo da inovaccedilatildeo dentro de suas orga-

nizaccedilotildees e realidades especiacuteficas

O modelo de organizaccedilatildeo inovadora sustentaacutevel eacute uma resposta agraves pressotildees

institucionais por uma organizaccedilatildeo que seja capaz de inovar com eficiecircncia em termos

econocircmicos mas com responsabilidade social e ambiental Esse tipo de organizaccedilatildeo

busca vantagem competitiva desenvolvendo produtos serviccedilos processos e negoacutecios

novos ou modificados com base nas dimensotildees social ambiental e econocircmica Ela

reuacutene duas caracteriacutesticas essenciais eacute inovadora e orientada para a sustentabilidade

Tendo em vista o fenocircmeno do isomorfismo institucional (concentraccedilatildeo de for-

mas organizacionais nos diversos setores produtivos) o modelo das organizaccedilotildees

inovadoras sustentaacuteveis vem ganhando rapidamente cada vez mais espaccedilo nas em-

presas liacutederes Esses fatos permitem dizer que o movimento do desenvolvimento sus-

tentaacutevel eacute um dos movimentos mais importantes do nosso tempo e a julgar pela vita-

lidade dos fatores institucionais presentes em praticamente todo o mundo pode-se

inferir que ele continuaraacute se propagando por muitas deacutecadas

Desse modo o aprimoramento dos modelos de organizaccedilatildeo sustentaacuteveis as

diversas formas da sua institucionalizaccedilatildeo em acircmbito global o desenvolvimento de

tecnologias sustentaacuteveis a gestatildeo de inovaccedilotildees para o desenvolvimento sustentaacutevel

seratildeo temas cada vez mais importantes nos estudos futuros Como o sistema opera-

cional produtivo e as inovaccedilotildees de produto e de processo ao atender as trecircs dimen-

sotildees da sustentabilidade devem gerar ganhos para o meio ambiente em termos de

reduccedilatildeo no uso de recursos e de emissotildees de poluentes o aumento da produccedilatildeo pelo

incitamento agrave demanda por novos produtos pode neutralizar ou ateacute superar esses ga-

nhos Levar em conta essa possibilidade dando-lhe um tratamento adequado eacute um dos

48

maiores desafios para o alinhamento das empresas ao modelo de organizaccedilatildeo inova-

dora sustentaacutevel

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

A importacircncia da inovaccedilatildeo Internet (httpwwwscielobrpdfraev42n2v42n2a16pdf) data de acesso 19052012

A inovaccedilatildeo como funccedilatildeo de aprendizagem organizacional Internet

(httpwwwgooglecombrurlsa=tamprct=jampq=ampesrc=sampsource=webampcd=1ampsqi=2ampved=

0CEwQFjAAampurl=http3A2F2Fwwwfespprbr2F~bastosjr2FGest25E3o25

20de2520Inova25E725E3o2FArtigos2FInova25E725E3odocampei=Ex32T

_meBObb6wGds-29Bgampusg=AFQjC) data de acesso 04062012

Cadeia de valor e vantagem competitiva Internet

(httpwwwccontabeiscombrconvt14pdf) data acesso 15072012

Capital intelectual Internet

(httpwwwaedbbrsegetartigos10327_PDF20Samirapdf) data de acesso

15072012

Como implantar cultura de inovaccedilatildeo na organizaccedilatildeo Internet

(httpbooksgooglecombrbookshl=pt-

BRamplr=ampid=jnka43VmmwsCampoi=fndamppg=PA34ampdq=como+implantar+uma+cultura+de+

inova-

ccedilatildeo+na+organizaccedilatildeoampots=KRvAPG4C6kampsig=rzqbLGM4sLvsQL26N0gLqfOTPOAv=

onepageampq=como20implantar20uma20cultura) data de acesso 04062012

Como implementar vantagem competitiva Internet

(httpwwwstrategy-traineuindexphpid=39ampL=5) data acesso 15072012

Como criar valor e vantagem competitiva Internet

(httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

49

Conceito de criatividade Internet

(httpconceitodecriatividade) data de acesso 25062012

(httpptwikipediaorgwikiCriatividade) data de acesso 04072012

(httpwwwcriaptcriaadminappCRIAuploadscreamanual20creatividade20port

ugues_pt_webpdf) data de acesso 04072012)

Criatividade Internet

Fonte (Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de

acesso 25062012

Criatividade do ponto de vista pessoal Internet (Fonte Criatividade amp

Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de acesso 04072012

Criatividade do ponto de vista empresarial Internet (Fonte Criatividade amp

Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de acesso 04072012

Criatividade e a visatildeo estrateacutegica da empresa Internet

(httpineiorgbrinovatecadissertacoesCriatividade20e20Inovacao20-

20Marcus20Gurgel20-20COPPE202006pdf) data de acesso 04072012

Da teoria para a praacutetica Internet (httpwwwhsmcombreditoriassustentabilidadeinovacao-e-ustentabilidade-de-maos-dadas) data acesso 19072012

Funccedilotildees tiacutepicas no processo de inovaccedilatildeo Internet (httpwwwgooglecombrurlsa=tamprct=jampq=ampesrc=sampsource=webampcd=4ampved=0CFkQFjADampurl=http3A2F2Fwwwfespprbr2F~bastosjr2FGest25E3o2520de2520Inova25E725E3o2FArtigos2FInova25E725E3odocampei=sSb2T8eqDYro0QGO7OSLBwampusg=AFQjCNEz7MKNTbjYj81P) data de acesso 04062012

Gestatildeo de inovaccedilatildeo para a sustentabilidade Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

Inovaccedilatildeo nas empresas Internet (httpolhardigitaluolcombrnegociosdigital_newsnoticiascomo-gerar-inovacao-nas-empresas) data de acesso 19052012

Inovaccedilatildeo no Brasil Internet (httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0101-33002007000200002) data de acesso 19052012

50

(httpwwwinovacaotecnologicacombrnoticiasnoticiaphpartigo=010175070518)

data de acesso 19052012

Inovaccedilatildeo e sustentabilidade Internet

(httpwwwhsmcombrbuscarkeys=inovaccedilatildeo e sustentabilidade) data acesso

19072012

O conceito de sustentabilidade corporativa Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext)

O que eacute inovaccedilatildeo Internet (httpptwikipediaorgwikiInovaC3A7C3A3o) data de acesso 20052012

(httpwwwpr2ufrjbrinovacaosocialtexto14-01pdf) data de acesso 20052012)

Organizaccedilotildees inovadoras sustentaacuteveis Internet

(httpwwwscielobrscielophppid=S003475902010000200002ampscript=sci_arttext)

data de acesso 04062012

(httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

O que significa vantagem competitiva Internet

(httpwwwstrategy-traineuindexphpid=37ampL=5) data de acesso 5072012

Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva Internet

(httpwwwstrategy-traineuindexphpid=40ampL=5) data acesso 15072012

Processos de inovaccedilatildeo Internet httpwwwliincufrjbrfrattachments055_saritalivropdfpage=122) data de acesso 03062012

Processos de inovaccedilatildeo nas organizaccedilotildees Internet

(httpwwwgooglecombrurlsa=tamprct=jampq=ampesrc=sampsource=webampcd=1ampved=0CEsQ

FjA-

Aampurl=http3A2F2Fwwwfespprbr2F~bastosjr2FGest25E3o2520de252

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Ho16zYBgampusg=AFQjCNEz7MKNTbjYj81PrvG) data de acesso 03062012

Sustentabilidade e geraccedilatildeo de valor econocircmico Internet

(httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-

21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

51

Sustentabilidade e responsabilidade ambiental Internet

(httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-

21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

Sustentabilidade e responsabilidade social Internet

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BIBLIOGRAFIA CITADA

HAMEL Gary Liderando a revoluccedilatildeo 4 ed Rio de Janeiro editora Campus 2003

PRAHALAD C K KRISHNAN M S A nova era inovaccedilatildeo Rio de Janeiro editora

Elsevier 2008

PRAHALAD C K RAMASWAMY Venkatram O futuro da competiccedilatildeo como desen-

volver diferenciais inovadores em parceria com os clientes Rio de Janeiro editora

Elsevier 2004

  • AGRADECIMENTOS
  • CAPIacuteTULO III- Aspectos da inovaccedilatildeo e sustentabilidade37
  • Inovaccedilatildeo e sustentabilidade37
  • 32 - Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva
  • 33 - Como implementar vantagem competitiva
  • 34 - Como criar valor e vantagem competitiva
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maiores desafios para o alinhamento das empresas ao modelo de organizaccedilatildeo inova-

dora sustentaacutevel

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

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20de2520Inova25E725E3o2FArtigos2FInova25E725E3odocampei=Ex32T

_meBObb6wGds-29Bgampusg=AFQjC) data de acesso 04062012

Cadeia de valor e vantagem competitiva Internet

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Capital intelectual Internet

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15072012

Como implantar cultura de inovaccedilatildeo na organizaccedilatildeo Internet

(httpbooksgooglecombrbookshl=pt-

BRamplr=ampid=jnka43VmmwsCampoi=fndamppg=PA34ampdq=como+implantar+uma+cultura+de+

inova-

ccedilatildeo+na+organizaccedilatildeoampots=KRvAPG4C6kampsig=rzqbLGM4sLvsQL26N0gLqfOTPOAv=

onepageampq=como20implantar20uma20cultura) data de acesso 04062012

Como implementar vantagem competitiva Internet

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Como criar valor e vantagem competitiva Internet

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49

Conceito de criatividade Internet

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Criatividade Internet

Fonte (Criatividade amp Inovaccedilatildeo ndash para o quecirc | Portal Carreira amp Sucesso) data de

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Criatividade e a visatildeo estrateacutegica da empresa Internet

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Funccedilotildees tiacutepicas no processo de inovaccedilatildeo Internet (httpwwwgooglecombrurlsa=tamprct=jampq=ampesrc=sampsource=webampcd=4ampved=0CFkQFjADampurl=http3A2F2Fwwwfespprbr2F~bastosjr2FGest25E3o2520de2520Inova25E725E3o2FArtigos2FInova25E725E3odocampei=sSb2T8eqDYro0QGO7OSLBwampusg=AFQjCNEz7MKNTbjYj81P) data de acesso 04062012

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Inovaccedilatildeo e sustentabilidade Internet

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19072012

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O que significa vantagem competitiva Internet

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Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva Internet

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Ho16zYBgampusg=AFQjCNEz7MKNTbjYj81PrvG) data de acesso 03062012

Sustentabilidade e geraccedilatildeo de valor econocircmico Internet

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51

Sustentabilidade e responsabilidade ambiental Internet

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  • AGRADECIMENTOS
  • CAPIacuteTULO III- Aspectos da inovaccedilatildeo e sustentabilidade37
  • Inovaccedilatildeo e sustentabilidade37
  • 32 - Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva
  • 33 - Como implementar vantagem competitiva
  • 34 - Como criar valor e vantagem competitiva
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Conceito de criatividade Internet

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Criatividade Internet

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Criatividade do ponto de vista pessoal Internet (Fonte Criatividade amp

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Criatividade e a visatildeo estrateacutegica da empresa Internet

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Da teoria para a praacutetica Internet (httpwwwhsmcombreditoriassustentabilidadeinovacao-e-ustentabilidade-de-maos-dadas) data acesso 19072012

Funccedilotildees tiacutepicas no processo de inovaccedilatildeo Internet (httpwwwgooglecombrurlsa=tamprct=jampq=ampesrc=sampsource=webampcd=4ampved=0CFkQFjADampurl=http3A2F2Fwwwfespprbr2F~bastosjr2FGest25E3o2520de2520Inova25E725E3o2FArtigos2FInova25E725E3odocampei=sSb2T8eqDYro0QGO7OSLBwampusg=AFQjCNEz7MKNTbjYj81P) data de acesso 04062012

Gestatildeo de inovaccedilatildeo para a sustentabilidade Internet (httpwwwrevistasuspsibiuspbrscielophppid=S0080-21072007000400003ampscript=sci_arttext) data de acesso 21072012

Inovaccedilatildeo nas empresas Internet (httpolhardigitaluolcombrnegociosdigital_newsnoticiascomo-gerar-inovacao-nas-empresas) data de acesso 19052012

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Inovaccedilatildeo e sustentabilidade Internet

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Organizaccedilotildees inovadoras sustentaacuteveis Internet

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O que significa vantagem competitiva Internet

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Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva Internet

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Processos de inovaccedilatildeo Internet httpwwwliincufrjbrfrattachments055_saritalivropdfpage=122) data de acesso 03062012

Processos de inovaccedilatildeo nas organizaccedilotildees Internet

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Sustentabilidade e geraccedilatildeo de valor econocircmico Internet

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Sustentabilidade e responsabilidade ambiental Internet

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Qual eacute a importacircncia da vantagem competitiva Internet

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Sustentabilidade e geraccedilatildeo de valor econocircmico Internet

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Sustentabilidade e responsabilidade ambiental Internet

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Sustentabilidade e responsabilidade social Internet

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  • 34 - Como criar valor e vantagem competitiva
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Sustentabilidade e responsabilidade ambiental Internet

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  • 33 - Como implementar vantagem competitiva
  • 34 - Como criar valor e vantagem competitiva