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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PRÉ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS PROJETO A VEZ DO MESTRE A IMPORTÂNCIA DA LOGÍSTICA COMO MEIO DE AUMENTAR A SATISFAÇÃO E REDUZIR A INSATISFAÇÃO DOS USUÁRIOS DA PONTE RIO-NITERÓI COM OS SERVIÇOS DE MANUTENÇÃO E CONSERVAÇÃO FRANCISCO CESAR BEZERRA DE MELLO ORIENTADORA: YASMIN MARIA RODRIGUES MADEIRA DA COSTA Rio de Janeiro, RJ, dezembro/2001

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDESPRÉ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAISPROJETO A VEZ DO MESTRE

A IMPORTÂNCIA DA LOGÍSTICA COMO MEIO DE AUMENTAR A SATISFAÇÃO EREDUZIR A INSATISFAÇÃO DOS USUÁRIOS DA PONTE RIO-NITERÓI COM OS

SERVIÇOS DE MANUTENÇÃO E CONSERVAÇÃO

FRANCISCO CESAR BEZERRA DE MELLO

ORIENTADORA: YASMIN MARIA RODRIGUES MADEIRA DA COSTA

Rio de Janeiro, RJ, dezembro/2001

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDESPRÉ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAISPROJETO A VEZ DO MESTRE

A IMPORTÂNCIA DA LOGÍSTICA COMO MEIO DE AUMENTAR A SATISFAÇÃO EREDUZIR A INSATISFAÇÃO DOS USUÁRIOS DA PONTE RIO-NITERÓI COM OS

SERVIÇOS DE MANUTENÇÃO E CONSERVAÇÃO

FRANCISCO CESAR BEZERRA DE MELLO

Trabalho Monográfico apresentadocomo requisito parcial para obtençãodo Grau de Especialista emLogística Empresarial.

Rio de Janeiro, RJ, dezembro/2001

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Agradeço a Deus e a meus pais, por sua ajudano meu desenvolvimento técnico e pessoal.E em especial a minha namorada Andrezza, porme compreender e entender nas diversasatividades que estou desenvolvendo comsimilaridade de tempo, motivo pelo qual muitopouco tempo sobra. Aos professores eorientadora deste curso pelas oportunidades ecaminhos que me deram para o meucrescimento profissional

3

Dedico esse trabalho aos meus paispor me criarem em meio de harmonia, fé emDeus, paz e sempre em direção ao crescimentoprofissional e pessoal e em busca da felicidadeplena.

4

“ Determinação, coragem e autoconfiança sãofatores para o sucesso. Não importa quaissejam os obstáculos e as dificuldades. Seestamos possuídos de uma inabaláveldeterminação , conseguiremos superá-los.”Dalai-Lama

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RESUMO

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ..............................................................................................................................8

CAPÍTULO 1A PONTE RIO-NITERÓI..............................................................................................................9

1.1- Breve Histórico ........................................................................................................................91.2- Estruturas e Sistemas ............................................................................................................101.3- Fluxo de Veículos ...................................................................................................................111.4- Vão Central ............................................................................................................................12

CAPÍTULO 2A EVOLUÇÃO ORGANIZACIONAL DA MANUTENÇÃO E CONSERVAÇÃO.............13

2.1- Tipos de Manutenção ............................................................................................................152.1.1- Manutenção Corretiva .......................................................................................................152.1.2- Manutenção Preventiva .....................................................................................................162.1.3- Manutenção Preditiva ........................................................................................................172.1.4- Manutenção Detectiva .......................................................................................................182.1.5- Engenharia da Manutenção ...............................................................................................19

CAPÍTULO 3PLANO DE MANUTENÇÃO E CONSERVAÇÃO DA PONTE RIO-NITERÓI ................20

3.1- Manutenção do Pavimento ...................................................................................................203.2- Manutenção da sinalização Viária .......................................................................................213.3- Conservação e Limpeza .........................................................................................................213.4- Manutenção Elétrica ..............................................................................................................223.5- Manutenção Eletrônica .........................................................................................................223.6- Manutenção Mecânica ...........................................................................................................223.7- Manutenção Estrutural .........................................................................................................23

CAPÍTULO 4APLICAÇÃO DOS FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA NOS SERVIÇOS DEMANUTENÇÃO E CONSERVAÇÃO DA PONTE RIO-NITERÓI ..................................... 244.1- Otimização de Serviços .........................................................................................................254.2- Administração da Rota de Veículos (Roterização) ............................................................264.3- Sistema Logístico de Manutenção .......................................................................................284.4- Pesquisa Quantitativa (Avaliação da satisfação) ...............................................................29

CONCLUSÃO ..............................................................................................................................33

BIBLIOGRAFIA ...........................................................................................................................34

6

RESUMO

A presente monografia se propõe a discutir a importância do planejamento diário e da

aplicação dos fundamentos da logística nas atividades de manutenção e conservação realizadas na

Ponte Rio-Niterói. Este trabalho sugere caminhos para reduzir os índices de retenção do fluxo de

veículos durante a execução dos serviços, com objetivo de disponibilizar aos usuários conforte,

estética e segurança ao trafegar pela ponte.

Para isso são abordados enfoques sobre a evolução da manutenção e conservação e sua

moderna administração. São considerados também os vários tipos de manutenção aplicadas as

estruturas, sistemas, equipamentos e dispositivos de forma que todos estejam em condições ótimas

de operação quando solicitados ou, em caso de defeitos, estes possam ser reparados no menor

tempo possível e da maneira tecnicamente mais correta.

A logística aplicada na realização dos serviços de manutenção e conservação visam a

otimização de equipes e equipamentos, a administração da rota dos veículos de serviço (a

roteirização), a operação dos sistemas integradas de manutenção, o aumento nos índices de

produtividade, o planejamento das atividades, o controle de qualidade e a monitoração constante

das equipes de trabalho e sua influência no comportamento do tráfego na ponte Rio-Niterói.

Esse estudo foi baseado em pesquisa bibliográfica e em estudo de caso na

Concessionária da Ponte Rio Niterói S/A.

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INTRODUÇÃO

O planejamento e a logística são ferramentas fundamentais para o sucesso das

atividades de manutenção e conservação, atividades que no passado eram vistas como as vilãs das

perdas de produção e tempo, pois além de não gerarem riquezas para as instituições sempre eram

responsabilizadas no momento de quebra de um equipamento ou de uma estrutura. Hoje os centros

de manutenção das empresas se modernizaram, adotando um formato administrativo voltado para

a produção, ou seja, visando sempre a satisfação do cliente.

Na Concessionária Ponte S/A, empresa que administra a Ponte Rio-Niterói, esta visão

de satisfação do cliente é muito forte, por este motivo são aplicados os mais modernos e ágeis

conceitos de manutenção e conservação.

Todas as solicitações de serviços são registradas em um sistema informatizado, o

Sistema Informatizado de Manutenção – SIM, que emite as Ordens de Serviço e as encaminha

para as Células (equipes) de manutenção correspondentes à solicitação.

As Ordens de Serviço são identificadas de três modo: OS de Manutenção Preventiva;

Manutenção Planejada e Manutenção Corretiva, estes modelos de OS, como o nome mostra,

exigem ações diferenciadas por parte das equipes, porém o objetivo é o mesmo manter e conservar

os equipamentos e estruturas em perfeito estado de funcionamento.

Após o registro, identificação e a indicação do procedimento de manutenção e

conservação a ser aplicado, a próxima etapa é a mais importante do processo, é o planejamento e a

logística do serviço a ser realizado. É o momento em que será definido o horário de entrada na

pista. Sempre visando o horário de menor fluxo de veículos no local da anomalia, salvo as

emergências, quais os equipamentos e equipes adequadas e aptas a solucionar o problema e a

melhor e a mais curta rota para se chegar ao local indicado. Estes passos são fundamentais para o

sucesso da operação que terá como resultado a satisfação do cliente. Cliente que por sua vez paga

pedágio e por isso exige constantemente, o rápido reparo dos defeitos sem gerar retenção ao fluxo

de veículos.

Com a diversidade de equipamentos, estruturas, sistemas e dispositivos, com a grande

extensão e o fluxo intenso de veículos passando ininterruptamente pela Ponte Rio-Niterói, seria

8

inviável se administrar todas estas atividades de manutenção e conservação sem um sistema de

planejamento e de logística para organizar todas estas atividades.

É fundamental para qualquer empresa ter conhecimento da opinião dos seus clientes

quanto aos seus produtos. Com a Ponte S/A não é diferente, por isso é contratada anualmente a

empresa Enfoque, especializada em pesquisas de opinião para registrar, mapear e divulgar a todos

os setores opinião dos usuários quanto aos serviços prestados.

A Ponte S/A já realizou 6 medições de satisfação entre os usuários:X Abril de 1995;X Dezembro de 1996;X Junho de 1998;X Dezembro de 1999;X Novembro 2000;X Agosto de 2001.

Em todas as pesquisas realizadas a medição de insatisfação com os serviços de

manutenção e conservação vem diminuindo, para isso procura-se utilizar as informações contidas

nas pesquisas e atender as solicitações dos usuários. Porém ainda há espaço para se aplicar as

práticas de planejamento e logística com o objetivo de aumentar a satisfação e reduzir a

insatisfação dos usuários com os serviços de manutenção e conservação da Ponte Rio-Niterói.

Nos últimos anos, uma parte dos recursos voltados para a manutenção e conservação

da Ponte vem sendo aplicados em sistemas de logística, objetivando reduzir o tempo de

permanência dos veículos de serviço na pista.

Desta forma um dos principais motivos de insatisfação dos usuários, a interrupção

parcial do fluxo para obras, vem sendo mitigado. Entende-se que com estas medidas os serviços

são realizados de modo seguro para o funcionário e o usuário elevará seu nível de satisfação com

as atividades de manutenção e conservação.

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CAP.1- A PONTE RIO-NITERÓI

“ A construção da ponte Rio-Niterói foi conduzidacom mentalidade tecnológica.”

Walter Pfeil

A ponte Presidente Costa e Silva, comumente designada como ponte Rio-Niterói faz a

ligação viária entre as cidades do Rio de Janeiro e Niterói sobre a Baía da Guanabara.

1.1- Breve Histórico

Em 1875 o engenheiro Hamilton Lindsay pleiteou e recebeu do Governo imperial do

Brasil a concessão para construir e explorar um túnel que, através a Baía da Guanabara, ligasse

Gragoatá, em Niterói, à ponta do Calabouço, no Rio de Janeiro.

Em 1878, Hamilton Lindsay publicou em Londres um livro contendo o projeto

detalhado do túnel, cuja concessão lhe fora outorgada, e tenta, sem o conseguir, obter

financiamento para a obra, o que implica na desistência do empreendimento.

Em 1943, o deputado Duarte de Oliveira sugere a construção de uma ponte, ainda

entre Gragoatá e Calabouço, mas não consegue demover a preferência oficial por uma ligação em

túnel.

Em 1964, o Ministro da Viação e Obras Públicas determinou a sua assessoria técnica,

que procedesse a um estudo pormenorizando da construção de uma ponte, de que resultou a

criação de um grupo de trabalho. Com base no estudo do grupo de trabalho a Comissão Executiva

da Ponte Rio-Niterói, com representantes do Ministério da Viação e Obras Públicas, do DNER,

dos Governos dos Estados da Guanabara e do Ministério do Planejamento, contratou a elaboração

do projeto da ponte e, pelo edital de concorrência nº 91/68, convocou as empresas construtoras a

apresentarem propostas para a construção da ponte em concorrência pública que se realizou às 14

horas do dia 24 de outubro de 1968, na cidade do Rio de Janeiro.

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A ligação viária entre as cidades do Rio de Janeiro e de Niterói, através da Baía da

Guanabara, que se efetivou em 4 de março de 1974, representou a realização de uma idéia surgida

noventa e nove anos atrás.

1.2- Estruturas e Sistemas

Dentro do Plano Rodoviário Nacional, a ponte faz parte da BR-101, rodovia federal

litorânea que se extende desde Osório, no Rio Grande do Sul, até Natal, no Rio Grande do Norte.

A Ponte apresenta duas pistas de tráfego, uma em cada direção, separadas por uma

mediana de concreto.

Cada pista tem 12,20 metros de largura, correspondente a três e/ou quatro faixas de

tráfego.

A capacidade de tráfego projetada é de 50.000 veículos diários.

A extensão total, inclusive trechos em terra é de 13.290 metros, sendo 8.836 metros

sobre o mar, 4.454 metros sobre a terra.

A ponte é sustentada por 394 conjunto de pilares em concreto, sendo 198 destes

implantados no mar e os demais implantados nos trechos em terra, sendo parte no lado do Rio

parte em Niterói.

A superestrutura dos acessos sobre o mar foi construída por processo segmental, com

elementos pré-fabricados (aduelas), montadas com auxílio de cola e cabos de protenção. Cada

adula tem 4,80 metros de comprimento e foram utilizadas 3.680 segmentos.

Na construção da ponte foram utilizados 481.300 m³ de concreto, aplicados nos pilares

e superestruturas. Na infra-estrutura dos pilares, temos as peças chamadas de tubulões (camisas de

aço com enchimento de concreto) cravados a uma profundidade de até 70 metros abaixo da lâmina

d’água e que fazem a sustentação dos pilaras, nestes foram utilizados 77.600m³ de concreto,

totalizando 237.900 toneladas de cimento. Foram utilizados também 82.000 toneladas de aço entre

perfis, estruturas e vergalhões, e foram aplicados 32.400 m³ de mistura de asfáltico à quente na

pavimentação das pistas de rolamento.

A ponte Rio-Niterói é monitorada por um sistema de controle de última geração, que

proporciona ao Centro de Controle Operacional - CCO - informações sobre tudo o que está

acontecendo na ponte e seus acessos. Este sistema de Controle de Tráfego é chamado - SICONT -

quando ocorre algum evento de tráfego ou meteorológico, o sistema detecta imediatamente e

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disponibiliza para o operador do CCO um conjunto de alternativas e procedimentos operacionais,

tais como voltar a câmera do Circuito Fechado de Televisão (CFTV) mais próxima para o local do

evento, enviar mensagem para o Painel de Mensagem Variável (PMV) e acionar a sinalização

semafórica ao longo da pista informando aos usuários a existência de anomalias na pista. O

SICONT é responsável pela logística dos seguintes sistemas:

ö Subsistema de detecção automática de veículos (DAV) composto por 150 radares

tipo doppler;

ö Subsistema de painéis de mensagens variáveis (PMV), composto por 13 painéis

(Seis na Ponte, três no Rio e quatro em vias de instalação em Niterói);

ö Subsistema de Circuito Fechado de Televisão (CFTV) composto por 20 câmeras

digitais;

ö Subsistema de Meteorologia com quatro estações meteorológicas para medição da

direção e velocidade do vento e visibilidade.

ö Subsistema de controle de semáforos com 34 controladores para operação remota

dos semáforos.

ö Subsistema de Subestações composto por controladores para monitoramento da

corrente elétrica dos circuitos de iluminação da ponte, sinalização aérea e náutica.

ö Subsistema SCO composto por estações Alpha para centralização e armazenamento

de informações dos subsistemas e geração dos automatismos do sistema de controle de tráfego.

1.3- Fluxo de Veículos

A Ponte tem um fluxo de veículos pendular – grande parte dos veículos vão e voltam

de Niterói para o Rio de Janeiro, e vice-versa.

Com um tráfego médio diário de 120 mil veículos transportando cerca de 350 mil

pessoas, a ponte Rio-Niterói tem hoje um fluxo de 10 mil veículos a mais por sentido, do que sua

capacidade projetada, motivo pelo qual freqüentemente surgem retenções ao fluxo de veículos.

Existem estudos que tem como objetivo minimizar o efeito deste fluxo excedente que

demanda a ponte todos os dias. Um destes estudos é o sistema de mediana móvel - Solução capaz

de melhorar a fluidez do tráfego na Ponte Rio-Niterói nos horários de pico. O projeto inclui o

redimensionamento das pistas para a criação de mais uma faixa de rolamento e a substituição da

atual mureta divisória das pistas por outra de formato idêntico, porém formada por blocos de

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concreto interligados por engates metálicos, que são deslocados para a abertura de mais uma faixa

de rolamento no sentido do fluxo dominante.

Outro estudo que está em processos de viabilidade é o de passagem pela Ponte do

Veículo Leve sobre Pneus - VLP -, ou do trem HSST. Projeto no qual está previsto o alargamento

do tabuleiro superior da ponte criando uma faixa a mais por sentido, 2 de acostamentos e a

implantação dos trilhos por fora das pistas em uma estrutura em balanço apoiada em reforços

instalados nos pilares originais da ponte.

1.4- Vão Central

O vão central, superestrutura totalmente construído em aço soldado, de comprimento

total de 848 metros, consta de uma viga contínua de três vãos (200, 300 e 200 metros), com

balanço de 30 metros em cada extremidade, dois vãos metálicos isostáticos, de 44 metros cada um,

apoiados nos balaços de aço e de concreto completam a estrutura metálica.

A seção transversal é formada por duas caixas, de largura constante de 6,86 metros, e

altura variável entre 4, 75 a 13 metros.

A mesa inferior das caixas é formada por chapas de aço soldados com largura de 6,86

metros e espessura variável entre 10 a 45 milímetros.

A laje do tabuleiro é constituída por chapas de aço de espessura variável entre 10 e 25

milímetros e largura total de 25 metros onde sobre o qual, originalmente, foi lançado asfalto e

mais recentemente concreto fazendo a pista de rolamento sobre o trecho metálico da ponte.

13

CAP. 2- A EVOLUÇÃO ORGANIZACIONAL DA MANUTENÇÃO E CONSERVAÇÃO

“ O que conta não o equipamento que a empresaadquiri, mas sim o equipamento que ela conseguemanter.”

Bruce Crowell

O nível da organização da manutenção reflete as particularidades do estágio de

desenvolvimento industrial de um país. A partir do momento em que começa a ocorrer o

envelhecimento das estruturas, estradas, equipamentos e instalações, surge a necessidade de uma

racionalização das técnicas e dos procedimentos de manutenção. Foi nos países europeus e norte-

americanos onde a idéia da organização da manutenção iniciou, devido a maior antigüidade do seu

parque industrial. Surgiu então a palavra:

MAINTENANCE

MANUTENTION

MANUTENÇÃO: De uma forma geral, a manutenção constitui-se na conservação de todos as

estruturas, dispositivos, equipamentos e etc.., de forma que todos estejam em condições ótimas de

operação quando solicitados ou, em caso de defeitos, estes possam ser reparados no menor tempo

possível e da maneira tecnicamente mais correta.

A partir de então, todas as grandes e médias empresas na Europa e América do Norte

dedicaram grandes esforços ao treinamento do pessoal nas técnicas de organização e

gerenciamento da manutenção.

No Brasil, no início do seu desenvolvimento industrial, a baixa produtividade

industrial, baixa taxa de utilização anual e os altos custos de operação e de produção, refletiam

justamente um baixo nível ou até inexistência quase total de organização na manutenção.

No entanto, com o passar dos anos e o amadurecimento industrial, fez-se sentir a

pesada necessidade de reestruturação no nível e na filosofia da organização da manutenção, de

modo que hoje, já temos um esforço maior nesse sentido, e podemos até dizer, que a manutenção

ganha o seu destaque no processo produtivo, como não poderia deixar de ocorrer, em benefício

próprio das empresas e indústrias.

14

Nos últimos 20 anos a atividade de manutenção tem passado por mais mudanças do

que qualquer outra. Dentre as principais causas, podemos citar:

a. aumento, bastante rápido, do número e diversidades dos itens físicos (instalações,

equipamentos e edificações) que têm que ser mantidos;

b. projetos muito mais complexos;

c. novas técnicas de manutenção;

d. novos enfoques sobre a organização da manutenção e suas responsabilidades.

A idéia básica por detrás do destaque conferido à manutenção é que não basta investir

e implantar um sistema produtivo; é necessário que o tempo de utilização anual do sistema em

condições de produção próximas da máxima seja o maior possível e simultaneamente sejam

otimizados a duração de vida útil e os custos.

A consecução desta otimização dos processos da produção de um sistema, requer a

existência de um grupo fortemente especializado na manutenção da empresa e implantado, dentro

das técnicas de planejamento e logística, num nível adequado de chefia que lhe permita plenas

condições de trabalho.

ö Uma breve visão da Função da Manutenção nas organizações:

ö Gerenciar Equipamentos;

ö Tratar Solicitações de Serviços:

ö Planejar Serviços:

ö Definir as tarefas de um Serviço;

ö Definir interdependência entre tarefas;

ö Determinar níveis de recurso do Serviço;

ö Orçar Serviços;

ö Gerenciar Recursos;

ö Programar Serviços;

ö Gerenciar o Andamento dos Serviços;

ö Registrar serviços e recursos;

ö Administrar Contratos / Carga de Serviços;

ö Controlar Padrões de Serviços;

ö Administrar Estoques.

15

2.1- Tipos de Manutenção

2.1-1. Manutenção Corretiva:

A manutenção corretiva é a forma mais óbvia e mais primária de manutenção; pode

sintetizar-se pelo ciclo "quebra-repara", ou seja, o reparo dos equipamentos após a avaria.

Constitui a forma mais cara de manutenção quando encarada do ponto de vista total do sistema.

Pura e simples, conduz a:

ö Baixa utilização anual dos equipamentos e máquinas e, portanto, das cadeias produtivas;

ö Diminuição da vida útil dos equipamentos, máquinas e instalações;

ö Paradas para manutenção em momentos aleatórios e muitas vezes, inoportunos por

corresponderem a épocas de ponta de produção, a períodos de cronograma apertado, ou até a

épocas de crise geral;

É claro que se torna impossível eliminar completamente este tipo de manutenção, pois

não se pode prever em muitos casos o momento exato em que se verificará um defeito que

obrigará a uma manutenção corretiva de emergência.

ö Apesar de rudimentar, a manutenção corretiva necessita de:

ö Pessoal previamente treinado para atuar com rapidez e proficiência em todos os casos;

ö Existência de todos os materiais necessários para a ação corretiva;

ö Existência das ferramentas necessárias para todos os tipos de intervenções;

ö Existência de manuais detalhados de manutenção corretiva;

ö Existência de desenhos detalhados dos equipamentos e dos circuitos;

ö Almoxarifado racionalmente organizado, em contato com a manutenção e contendo, em

todos os instantes, bom número de itens acima do ponto crítico de encomenda;

ö Contratos bem estudados, estabelecidos com entidades nacionais ou internacionais;

ö Reciclagem e atualização periódicas dos chefes e dos técnicos de manutenção;

ö Registros dos defeitos e dos tempos de reparo, classificados por equipamentos e por

cadeias produtivas (normalmente associadas a cadeias de manutenção);

ö Registro das perdas de produção (efetuado de acordo com a operação-produção)

resultantes das paradas devidas a defeitos e a parada para manutenção;

ö Planejamento e logística das operação em acordo com os gestores dos processos

solicitantes.

16

2.1-2. Manutenção Preventiva:

A Manutenção Preventiva, como o próprio nome sugere, consiste em um trabalho de

prevenção de defeitos que possam originar a parada ou um baixo rendimento dos equipamentos

em operação. Esta prevenção é feita baseada em estudos estatísticos, estado do equipamento, local

de instalação, condições elétricas que o suprem, dados fornecidos pelo fabricante (condições

ótimas de funcionamento, pontos e periodicidade de lubrificação, etc.), entre outros.

ö Dentre as vantagens, podemos citar:

ö Diminuição do número total de intervenções corretivas, aligeirando o custo da corretiva;

ö Grande diminuição do número de intervenções corretivas ocorrendo em momentos

inoportunos como por ex.: em períodos noturnos, em fins de semana, durante períodos

críticos de produção e distribuição, etc.;

ö Aumento considerável da taxa de utilização anual dos sistemas de produção e de

distribuição.

ö Para que a manutenção preventiva funcione é necessário:

ö Existência de um escritório de planejamento da manutenção (centro de planejamento e

logística) composto pelas pessoas mais altamente capacitadas da manutenção e tendo

funções de preparação de trabalho e de racionalização e otimização de todas as ações.

Daqui advém uma manutenção de maior produtividade e mais eficaz;

ö Existência de uma biblioteca organizada contendo: manuais de manutenção, manuais de

pesquisas de defeitos, catálogos construtivos dos equipamentos, catálogos de manutenção

(dados pelos fabricantes) e desenhos de projeto atualizados (as-built);

ö Existência de banco de dados contendo as seguintes informações:

ö Dados históricas dos equipamentos contendo registro das manutenções efetuadas e

defeitos encontrados;

ö Registro de tempos de reparo, com cálculo atualizado de valores médios;

ö Registro de planejamento prévio normalizado dos trabalhos repetitivos de manutenção.

Nestas fichas contém-se: composição das equipes de manutenção, materiais, peças de

reposição e ferramentas, PRRT, com a seqüência lógica das várias atividades

implicadas;

ö Existência de planejamento e logística nos quais se mostram os trabalhos em curso e a

realizar no próximo futuro;

17

ö Existência de um serviço de emissão de Ordens de Serviço, contendo a descrição do

trabalho, os tempos previstos, a lista de itens a requisitar e a composição da equipe

especializada;

ö Emissão de mapas de rotinas diárias;

ö A existência de um serviço de logística, habilitado a calcular dados estatísticos

destinados à confiabilidade e à produção;

ö Existência de um serviço de emissão de relatórios resumidos das grandes manutenções

periódicas;

ö Existência de interações organizadas com o almoxarifado e os serviços de produção.

2.1-3. Manutenção Preditiva:

Manutenção preditiva é a atuação realizada com base em modificação de parâmetro de

CONDIÇÃO ou DESEMPENHO, cujo acompanhamento obedece a uma sistemática.

O objetivo deste tipo de manutenção é prevenir falhas nos equipamentos ou sistemas

através de acompanhamento de parâmetros diversos, permitindo a operação contínua do

equipamento pelo maior tempo possível. É a primeira grande quebra de paradigma na manutenção,

e tanto mais se intensifica quanto mais o conhecimento tecnológico desenvolve equipamentos que

permitam avaliação confiável das instalações e sistemas operacionais em funcionamento.

Quando o grau de degradação se aproxima ou atinge o limite estabelecido, é tomada a

decisão de intervenção. Normalmente esse tipo de acompanhamento permite a preparação prévia

do serviço, além de outras decisões e alternativas relacionadas com a produção.

ö Condições básicas:

ö Equipamento, o sistema ou a instalação devem permitir algum tipo de

monitoramento/medição;

ö O equipamento, o sistema ou a instalação devem merecer esse tipo de ação, em função dos

custos envolvidos;

ö As falhas devem ser oriundas de causas que possam ser monitoradas e ter sua progressão

acompanhada;

ö Deve ser estabelecido um programa de acompanhamento, análise e diagnóstico,

sistematizado;

18

ö É fundamental que a mão-de-obra da manutenção responsável pela análise e diagnóstico

seja bem treinada. Não basta medir; é preciso analisar os resultados e formular

diagnósticos.

2.1-4. Manutenção Detectiva:

Manutenção detectiva é a atuação efetuada em sistemas de proteção buscando detectar

FALHAS OCULTAS ou não-perceptíveis ao pessoal de operação e manutenção.

A identificação de falhas ocultas é primordial para garantir a confiabilidade. Em

sistemas complexos, essas ações só devem ser levadas a efeito por pessoal da área de manutenção,

com treinamento e habilitação para tal, assessorado pelo pessoal de operação.

É cada vez maior a utilização de computadores digitais em instrumentação e controle

de processo nos mais diversos tipos de plantas industriais.

São sistemas de aquisição de dados, controladores lógicos programáveis, sistemas

digitais de controle distribuídos - SDCD, multi-loops com computador supervisório e outra

infinidade de arquiteturas de controle somente possíveis com o advento de computadores de

processo.

A principal diferença, é o nível de automatização. Na manutenção preditiva, faz-se

necessário o diagnóstico a partir da medição de parâmetros; na manutenção detectiva, o

diagnóstico é obtido de forma direta a partir do processamento das informações colhidas junto a

planta.

Há apenas que se considerar, a possibilidade de falha nos próprios sistemas de

detecção de falhas, sendo esta possibilidade muito remota. De uma forma ou de outra, a redução

dos níveis de paradas indesejadas por manutenções não programadas, fica extremamente reduzida.

2.1-5. Engenharia de Manutenção:

É uma nova concepção que constitui a segunda quebra de paradigma na manutenção.

Praticar engenharia de manutenção é deixar de ficar consertando continuadamente, para procurar

as causas básicas, modificar situações permanentes de mau desempeno, deixar de conviver com

problemas crônicos, melhorar padrões e sistemáticas, desenvolver a manutenibilidade, dar

feedback ao projeto, interferir tecnicamente nas compras. Ainda mais: aplicar técnicas modernas e

19

a aplicação dos fundamentos da logística, voltada para solucionar problemas no menor tempo e

com o menor custo é estar nivelado com a manutenção de primeiro mundo.

20

CAP. 3- PLANO DE MANUTENÇÃO E CONSERVAÇÃO DA PONTE RIO-NITERÓI

“ Resolva problemas por classe ou categoria nãoproblemas individuais.”

Roger Bohn

Se apenas pelo vulto de suas estruturas já é indispensável um tratamento especial no

que tange a uma “vigília técnica”, abrangente e permanente, quando se considera a situação de

exposição a que a ponte Rio-Niterói constantemente está submetida acrescem-se as efetivas

necessidades de elaboração e colocação em prática plano detalhado de vistoria e manutenção, que

englobe não só as partes estruturais envolvidas com o maior ou menor problema de durabilidade,

como também as áreas elétricas, eletrônicas, pavimentação, sinalização, drenagem e demais partes

a ela inerentes.

Após um primeiro período de recuperação pesada da ponte, depois de ter passado

vários anos de total abandono, é extremamente importante não só para manter a ponte em uma

condição desejada em termos estruturais, mas até para que, no futuro, as recuperações sejam de

monta bem mais diminuída do que a que foi realizada no início desta concessão, para o que os

serviços devem ser realizados com planos de manutenção adequados a qualidade solicitada pelo

usuário da ponte.

A única forma da ponte Rio-Niterói vir a ter uma longevidade a altura de seu porte, é

seguindo o caminho das realizações de vistoria permanente de todos so seus membros estruturais e

sistemas, promovendo um intenso plano de manutenção preventiva.

ö Plano de manutenção e conservação da ponte Rio-Niterói:

3.1- Manutenção do pavimento:

- Consiste na realização de serviços no pavimento, de forma a mantê-lo dentro das

condições exigidas pelas normas rodoviárias.

- Condições de superfície;

- Condições de conforto;

- Condições de deformabilidade;

- Vida restante.

21

ö Atividades planejadas:

- Inspeção diária;

- Ações de manutenção preventiva;

- Ações de manutenção corretiva;

- Ações de manutenção preditiva.

- Ações de manutenção detectiva.

3.2- Manutenção da sinalização viária:

- Consiste na realização de serviços de manutenção de modo a mantê-la sempre visível

no horário diurno e noturno;

- Inspeção diária;

- Ações de manutenção corretiva;

- Ações de manutenção preventiva;

- Recobrimento integral das faixas de sinalização horizontal a cada 2 anos;

- Substituição de todas as placas a cada 10 anos;

- Recolocação das faixas de canalização de fluxo;

- Reinstalação de tachas refletivas de sinalização horizontal.

3.3- Conservação e limpeza:

- Consiste na limpeza e varredura das pistas, na retirada de objetos caídos na pista e o

aparo da grama das regiões com vegetação localizadas nos taludes e canteiros em corte

e aterro.

- Varredura mecânizada;

- Varredura manual;

- Recolhimento manual de objetos da pista;

- Inspeção de todo sistema de drenagem,

- Limpeza das placas de sinalização;

- Limpeza de todo sistema de captação de águas pluviais;

- Desobstrução dos dutos e redes do sistema de drenagem;

- Roçada da grama com roçadeira mecânizada.

22

3.4- Manutenção elétrica:

- Consiste na realização de serviços no sistema elétrico da ponte, transmissão,

distribuição, iluminação pública e predial e cargas de força, de forma a mantê-la

sempre em condições de utilização;

ö Atividades planejadas:

- Inspeção diária;

- Ações de manutenção preventiva;

- Ações de manutenção corretiva;

- Ações de manutenção detectiva.

3.5- Manutenção elétrônica:

- Consiste na realização de serviços nos equipamentos eletrônicos e sistemas digitais de

modo a garantir a perfeita operação dos dispositivos utilizados para controlar o tráfego.

ö Atividades planejadas:

- Inspeção diária;

- Ações de manutenção preventiva;

- Ações de manutenção corretiva;

3.6- Manutenção mecânica:

- Consiste na realização de serviços nos veículos operacionais e administrativos modo a

garantir a perfeita operação destes veículos quando solicitados para o atendimento aos

usuários ou atividades administrativas.

ö Atividades planejadas:

- Check-list diária;

- Ações de manutenção preventiva;

- Ações de manutenção corretiva;

- Ações de manutenção detectiva;

- Ações de manutenção preditiva;

- Conservação e limpeza dos veículos.

23

3.7- Manutenção estrutural:

- Consiste na realização de tratamento das anomalias encontradas de forma a preservar a

estrutura e prevenir o aparecimento de defeitos mais graves.

ö Atividades planejadas:

- Inspeção mensal;

- Ações de manutenção preventiva;

- Ações de manutenção corretiva;

- Ações de manutenção detectiva;

- Ações de manutenção preditiva;

24

CAP. 4- APLICAÇÃO DOS FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA NOS SERVIÇOS DE

MANUTENÇÃO E CONSERVAÇÃO DA PONTE RIO-NITERÓI

“ Não há nada mais difícil do que controlar, maisperigoso de conduzir, ou mais incerto no seu sucesso,do que liderar a introdução de uma nova ordem.”

Nicolo machiavelli

Logística é o processo de planejar, implementar e controlar eficientemente, ao custo

correto, o fluxo e armazenagem de materiais básicos, o estoques mínimo necessários para a

realização dos serviços, a otimização de equipes e equipamentos e principalmente apresentar

produtos acabados de qualidade, com integração das informações relativas a estas atividades,

desde o ponto da origem até o ponto de execução, com o propósito de atender aos requisitos do

cliente.

O gerenciamento do processo logístico é caracterizado pela multi-funcionalidade de

suas atividades nas mais variadas ações de manutenção e conservação.

Tal fato concorre para a ocorrência de conflitos de objetivos entre as diversas áreas da

organização e portanto para obter o aumento da eficiência global da cadeia, pois seus elementos

são gerenciados de forma integrada.

Consequentemente os custos logísticos individuais são examinados coletivamente e

balanceados no ótimo.

Assim sendo, a área de manutenção e conservação da ponte Rio-Niterói, estabeleceu

um modelo de gestão orientado para processos e a integração das suas atividades.

O foco em processos, ao invés de funções, possibilita aumentar o valor e ao mesmo

tempo reduzir o esforço necessário para a realização das atividades, promovendo desta forma a

redução dos custos do serviço.

25

4.1- Otimização de serviços

As demandas dos clientes internos e/ou externos e a concorrência forçam as empresas

a mudarem para permanecerem no negócio. Com esta visão a Ponte S/A motiva seus parceiros a

considerarem:

ö reposicionamento do capitalismo

ö evolução do ramo de serviços

ö era do conhecimento

ö paradigmas do futuro

ö terceirizaçãoö capital / conhecimentoö estruturas variantes

As vantagens competitivas podem ser criada de duas maneiras: - liderança em custos

- estruturas de custo significativamente menores do que as dos concorrentes (mercado de

commodities); - diferenciação - algo que pareça ser único no mercado, ressaltando os pontos

fortes e as aptidões da organização para diferenciar seus bens e/ou serviços dos da concorrência

(setor de serviços).

O foco em processos, ao invés de funções, possibilita aumentar o valor e ao mesmo

tempo reduzir o esforço necessário para a realização das atividades, promovendo desta forma a

redução dos custos do serviço.

A otimização de processos visa:

ö Definir e delimitar os processos;

ö Identificar clientes;

ö Identificar fornecedores confiáveis e com menor custo;

ö Reduzir custos;

ö Reduzir desperdícios com falhas, defeitos, retrabalho e acidentes;

ö Reduzir tempo de atendimento ou execução;

ö Aumentar o ciclo de atendimento;

ö Aumentar ciclo de pedidos;

ö Aumentar a satisfação do cliente;

ö Agregar valor econômico ao negócio;

ö Dar maior confiabilidade aos sistemas;

26

ö Identificar sue indicadores de desempenho;

ö Sistematizar informações e dados das atividades;

ö Treinar pessoal;

ö Gerar vantagens competitivas;

ö Dar maior qualidade aos seus serviços;

ö Atender as exigências dos clientes;

ö Atender aos requisitos dos clientes.

A qualidade deve estar sempre ligada a otimização de um processo, pois de nada

adiantará reduzir custos e outros requerimentos se o cliente não estiver satisfeito ou fascinado

com o resultado do produto final.

4.2- Administração da rota de veículos – Roteirização

Roterização:

ö Estudos Técnicos;

ö Rotas Urbanas e doas trechos de pista;

ö Transporte de equipes e equipamentos em Rotas pré determinadas;

ö Dimensionamento de Zonas;

ö Sistemas Informatizados;

ö Treinamento de Pessoal.

A montagem da rota ou o plano de viagem é o problema encontrado

para direcionar os veículos de serviço através da sua diversidade de atividades na pista. O

movimento pode ser feito pela mínima distância, mínimo tempo ou por uma combinação destes.

Embora possam-se testar várias combinações de trechos de serviço, caso o problema envolva

muitas rotas, viáveis e com afinidade entre si, ou deva ser resolvido freqüentemente, técnicas

matemáticas programáveis em computadores podem ser bastante atrativas. Um método bem

conhecido é o do caminho mais curto, que pode ser calculado tanto manualmente como por meio

de computador.

Um problema de rota também pode envolver múltiplos serviços em

destinos diferentes. Deve ser resolvido considerando-se as restrições das prioridades de cada

serviço para o sistema operacional de gestão do tráfego, assim como os custos associados aos

diversos caminhos e pontos de parada possíveis. É um problema comum, que ocorre ao

27

roteirizador de veículos de serviço é a localização dos defeitos na pista, pois na sua maioria são

defeitos encontrados em pontos distantes entre si. Ele é freqüentemente resolvido mediante

procedimentos matemáticos populares, como programação linear. Esses procedimentos estão

facilmente disponíveis em muitos software comercias.

Uma solução para este problema aparentemente simples é designar a

máxima demanda possível para a rota mais barata. A demanda restante deve ser suprida por um

segundo veículo de menor porte e com custos fixos menores.

ö Roteirizadores:

ö Tem por objetivo gerenciar os embarques, definindo a frota com a quantidade e os tipos

e veículos necessários, a seqüência e o horário previsto das entregas e o melhor roteiro a

ser seguido pelos veículos;

ö Permite a utilização maximizada da frota existente ou a otimização da frota a ser

utilizada;

ö Obedecem a parâmetros de distribuição pelos usuários, como características da frota

disponível, horário de recebimento dos clientes, tempo médio de espera, restrições de

áreas de circulação, tempo de descarga, velocidade média dos roteiros, jornada de

motoristas/ajudantes etc...;

ö Utiliza informações das solicitações de serviço ou Ordens de Serviço (O.S.), evitando

redigitação de dados armazenados.

ö Devem ser observados os seguintes cuidados na implantação de Roteirizadores:

ö Tendo em vista que os referidos softwares devem ser modelados segundo as

peculiaridades de cada usuário deve ser considerado no processo de configuração o

conhecimento das equipes de vendas, motoristas e demais profissionais da empresa

ligados a atividade de distribuição;

ö Assim sendo, tais produtos normalmente demandam de consultoria especializada para

as respectivas atividades de instalação, configuração e implantação;

ö Exemplos de funcionalidades:

ö Cadastro de motoristas e veículos ( capacidade, placa, milhagem, tempos, custos etc);

ö Cálculos dos custos, distancias e tempos das operações de transporte;

28

ö Controle da utilização de veículos e motoristas;

ö Permite a simulação de roteiros.

4.3- Sistema logístico de manutenção

O sistema logístico de manutenção é apoiado por um software específico chamado

Sistema Informatizado de Manutenção – SIM. Este sistema tem como objetivo formalizar o

atendimento da manutenção, aos diversos sistemas e áreas da empresa, gerando informações que

permitem aos processos um melhor atendimento às necessidades dos clientes internos e externos

visando a otimização de recursos equipes e equipamentos necessários para a realização do serviço.

A abrangência deste sistema atinge todas as áreas da ponte e suas estruturas, sistemas

elétricos e eletrônico, equipamentos e veículos, toda a parte de limpeza, conservação e

manutenção predial.

Todas as solicitações dos clientes são registradas no sistema que encaminha a

solicitação (Ordem de Serviço) ao processo responsável pela sua realização.

Neste documento fica registrada a realização do serviço, o aceito do cliente, todo a

apropriação de material utilizado, os procedimentos técnicos efetuados, quando for o caso, a

apropriação de horas e quais os profissionais necessários para a realização do serviço.

O sistema registra outras informações importantes encontradas pelo executante na

realização da tarefa. Por exemplo:

ö Tempo que ficou impedido de atuar;

ö Qual o impedimento;

ö Qual o motivo do impedimento;

ö Os tempos improdutivos;

ö Os tipos de serviço;

ö O grau de urgência;

ö A criticidade do problema;

ö O defeito, a causa e a providência;

ö A parte do estrutura ou dispositivo com problema;

ö A localização do problema.

Todos estes itens buscam criar uma interface amigável com os clientes, demonstrando

atenção e conhecimento sobre os mesmos, atender às necessidades dentro de sua expectativa de

29

tempo, buscar constantemente à capacitação do pessoal em contato com os clientes e internalizar o

sentimento constante de organização focalizada no cliente.

Todas estas ações estão direcionadas para aumentar a satisfação e reduzir a

insatisfação dos clientes internos e externos com os serviços de manutenção e conservação da

ponte Rio-Niterói. A logística tem funções importantes nesta busca incessante pela melhoria dos

das atividades e a evolução do desempenho das equipes, consequentemente a evolução dos

processos esta intimamente ligada à esta função, o que aumenta as chances de desenvolvimento e

refinamento da qualidade dos produtos e serviços.

É através desta ferramenta, aplicada de modo a organizar os processos, otimizar

recursos e a indicar e medir desempenho verificando eficiência, eficácia e efetividade é que a

manutenção e conservação buscará alcançar os altos índices de satisfação dois clientes com seus

serviço.

4.4- Pesquisa Quantitativa – Avaliação da Satisfação

Anualmente a Ponte S/A, Concessionária que administra a ponte Rio-Niterói, realiza

uma pesquisa de opinião com uma amostra dos usuários da ponte. Esta pesquisa tem o objetivo de

medir a satisfação dos usuários com a ponte, identificar a opinião dos usuários sobre o trânsito na

Ponte e a sua percepção em relação às obras e serviços de manutenção e levantar a opinião dos

usuários sobre os demais serviços e sistemas da ponte Rio-Niterói.

A Ponte S/A já realizou 6 medições de satisfação entre os usuários:

ö Abril de 1995;ö Dezembro de 1996;ö Junho de 1998;ö Dezembro de 1999;ö Novembro 2000;ö Agosto de 2001.

Em todas as pesquisas realizadas a medição de insatisfação com os serviços de

manutenção e conservação vem diminuindo, para isso procura-se utilizar as informações contidas

nas pesquisas e atender as solicitações dos usuários. Porém ainda há espaço para se aplicar as

práticas de planejamento e logística com o objetivo de aumentar a satisfação e reduzir a

insatisfação dos usuários com os serviços de manutenção e conservação da Ponte Rio-Niterói.

30

Vejamos alguns resultado das pesquisas:

ö Perfil da amostra:

ö Sexo (cotas): - 69% masculino

- 31% feminino

ö Faixa etária: - 17% dos 18 aos 25 anos

- 33% dos 26 aos 35 anos

- 33% dos 36 aos 45 anos

- 17% dos 46 aos 55 anos

ö Freqüência com que passam na ponte:

ö Diariamente - 41%

ö de 3 a 5 vezes - 59%

ö Situação em que passam pela ponte:

ö A trabalho - 86%

ö A passeio - 28%

ö Compras - 8%

ö Estudo - 1%

ö Base média de estudo da amostra para avaliação: 670 usuários

O nível de satisfação geral com a Ponte atingido a partir de 1999 foi mantido e

ampliado em 2001, com 89% dos entrevistados satisfeitos ou muito satisfeitos.

Pesquisa de opinião realizada entre julho e agosto de 2001

500

3,9

4

10

86

Dezembro1999

5204767601100Base

4,03,93,71,9Nota média (*)

361173Insatisfeito/ muito insatisfeito

8112017Nem satisfeito nem insatisfeito

89826910Muito satisfeito/ satisfeito

Julho2001

Junho1998

Dezembro1996

Abril1995

P.1- Grau de satisfação geralcom a ponte

31

ö Os principais motivos para uma boa avaliação estão ligados a:

ö Pistas bem asfaltadas / sem buracos ( Infra-estrutura) e sinalização, itens

ligados a manutenção e conservação ;

ö Serviços (bom socorro médico/ mecânico e socorro médico eficiente/ rápido;

Por que o(a) sr(a) se encontra:

Embora a base de usuários insatisfeitos seja muito pequena, percebe-se uma

tendência de avaliação negativa, causada pela pintura das faixas, sinalização horizontal

das pistas que estão confusas e as pistas estreitas.

A insatisfação com as ondulações nas pistas caiu e as obras em horário de

fluxo não foram citadas na última pesquisa.

- Por que o(a) sr(a) se encontra insatisfeito?

5945Pistas bem asfaltadas / sem buracos

15-Pistas sem lixo

1915Bem iluminada

463428Base

1012Paineis / boletins com mensagens sobre problemas na Ponte

1018Trajeto rápido / trânsito flui bem

1119Socorro médico eficiente / rápido

3531Sinalização bem visível / bem sinalizada

5148Bom socorro mecânico / rápido

2001%

1999%

Muito Satisfeito/Satisfeito

22

17

11 11

6

11

699

1717

26

39

0

10

20

30

40

50

Pinturas das faixasestão confusas

Pistas estreitas Pistas com buracos/ ondulações

Obras em horário defluxo

Socorro médico /mecânico é

demorado / não éconfiável

Limite develocidade baixo

Falta policiamento Preço do pedágio écaro

1999Base:23

2001Base:18

32

Tendo em vista o resultado da pesquisa, quanto aos usuários insatisfeitos com os

serviços de manutenção, fica claro que há espaço de trabalho para se alcançar os índices de

satisfação desejados. Estes índices podem ser elevados utilizando-se, ainda mais, de uma grande

aliada que é a logística, com seus fundamentos de otimização de recursos, equipes e

equipamentos, os programas de roteirização, suas análises de qualidade e seus indicadores de

desempenho, todos estes fundamentos podem contribuir para que a manutenção e conservação da

ponte Rio-Niterói seja executada de forma ótima, e aí sim, fica evidenciada a importância da

logística como meio de aumentar a satisfação e reduzir a insatisfação dos usuários da Ponte com

os serviços de manutenção e conservação.

33

CONCLUSÃO

Portanto, existe uma necessidade continuada de manutenção e conservação da ponte

Rio-Niterói, em todas as suas estruturas, dispositivos, sistemas e equipamentos e que devem ser

realizadas conforme os procedimentos dos diversos tipos de manutenção: a manutenção

preventiva; corretiva, preditiva e detectiva, submetendo-se aos estudos e pesquisas da engenharia

de manutenção.

No entanto não é possível o fechamento integral da ponte para o atendimento das

anomalias. Anomalias estas que surgem devido à grande exposição a todos os tipos de agressão e

intempéries da natureza que uma estrutura pode suportar.

O atendimento das necessidades de manutenção que a ponte solicita somente podem

proceder através de pequenas interdições parciais de suas pistas, devido ao fluxo intenso de

veículos e a proibição da interdição integral por parte dos organismos de proteção ao usuário.

Por este motivo os serviços de manutenção e conservação, que são tão importantes

para ponte e seus diversos membros, tem a necessidade de um planejamento detalhado e de um

sistema logístico que lhe suporte de modo que as equipes não deixem de executar suas atividades e

ao mesmo tempo não impactem no fluxo de veículos e na satisfação do usuário com a ponte.

A aplicação dos fundamentos da logística como o da roteirização, da otimização, da

integração de processos, do controle de qualidade, dos indicadores de desempenho e dos sistemas

informatizados, são ferramentas de pesquisa e ação na busca de um caminho para o pacífico e

amigável convívio entre os serviços de manutenção e conservação e o fluxo de veículos que não

pode parar.

Então concluí-se que o planejamento detalhado e a pesquisa do melhor modo de

realização das atividades são ferramentas da logística que estão sendo aplicadas, porém há espaço

para a um maior desenvolvimento destas práticas como meio de aumentar a satisfação e reduzir a

insatisfação dos usuários da ponte Rio-Niterói com os serviços de manutenção e conservação.

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BIBLIOGRAFIA

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PFEIL, Walter. Ponte Presidente Costa e Silva , Métodos Construtivos. Ed. Livros técnicose Científicos – 1975.

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