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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA AUTISMO E INCLUSÃO ESCOLAR: A IMPORTÂNCIA DA SOCIALIZAÇÃO Por: Maria José Pereira da Silva Orientador Prof.ª Maria Esther de Araujo Rio de Janeiro 2015

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

AUTISMO E INCLUSÃO ESCOLAR:

A IMPORTÂNCIA DA SOCIALIZAÇÃO

Por: Maria José Pereira da Silva

Orientador

Prof.ª Maria Esther de Araujo

Rio de Janeiro

2015

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

AUTISMO E INCLUSÃO ESCOLAR:

A IMPORTÂNCIA DA SOCIALIZAÇÃO

Monografia apresentada ao Instituto A Vez do

Mestre como requisito parcial para obtenção do

título de especialista em educação Especial e

inclusiva.

Por: Maria José Pereira da Silva

Orientadora: Professora Maria Ester de Araujo

Rio de Janeiro

2015

AGRADECIMENTOS

Agradeço a todos que me auxiliaram na

construção desse trabalho, de modo

especial a Instituição Abrigo Teresa de

Jesus, aos amigos e parentes e a

Deus.

DEDICATÓRIA

A meu Pai Sr. Waldomiro Vicente da

Silva, minha Mãe Sr.ª Lenice Pereira da

Silva e de modo especial ao Esposo

Paulo Roberto de Lima.

RESUMO

Quando se fala em “autismo” logo vem à mente a imagem de uma

criança apática que vive no seu mundo, de forma impenetrável, que apresenta

comportamento diferente dos outros e que balança o corpo de um lado para

outro. Mas não é bem assim, quando falamos de autismo, estamos falando de

alguém que apresenta habilidades reveladoras que podem surpreender e que

nos faz refletir sobre aquele que é diferente de nós e quem de fato vive

alienado. A expressão transtorno do espectro é abrangente e agrupa cinco

transtornos específicos. Esses distúrbios apresentam comportamentos

semelhantes, por apresentar problemas de comunicação, dificuldade social e

comportamental. A grande novidade é que, se a criança for estimulada a

descobrir seu potencial, as dificuldades deixam de persistir em tudo que ela

faz, ou seja, ela precisa de novos desafios para aprender a viver com mais

autonomia. E não há lugar melhor para isso do que a escola. Nos

procedimentos para tratar o autismo houve vária mudanças importantes nos

últimos anos, a educação caracterizou-se por um estilo mais natural, mais

integrador, e menos artificioso que nos anos anteriores, mais centrado na

comunicação como núcleo essencial do desenvolvimento, mais respeitoso com

os recursos e a capacidades das pessoas autista. O professor precisa

conhecer seus alunos para melhor atendê-los. Conclui-se que a educação

inclusiva é a forma mais recomendada para o atendimento educacional para

alunos que apresentam Transtorno do Espectro Autista. Cada necessidade é

única, cada caso deve ser estudado com muita atenção. Por isso atualmente

ainda há estudo de reflexão, de experimentação e de busca de modelos

eficazes e eficientes de educação inclusiva para nossa realidade.

Palavras-chave: Espectro Autista, Mediação escolar e Inclusão escolar.

METODOLOGIA

Os instrumentos utilizados para realização da pesquisa serão feitos

através de uma revisão bibliográfica e atualizada do tema, assim como artigos

de revistas, jornais e sites, tendo como referência autores de renome na área

alvo.

Para tanto se buscou embasamento em bancos de dados brasileiros

através de uma pesquisa caracterizada como descritiva com enfoque na

revisão bibliográfica, isto é, na literatura especializada sobre o tema.

Essa metodologia de pesquisa tem como referencial procedimento

técnico a análise de documentos e legislação especifica e dados oficiais

fundamentada na literatura especializada na área de educação especial na

perspectiva da inclusão educacional.

Ao logo da pesquisa, refleti teoricamente sobre os caminhos a percorrer,

apoiando em Deborah Smith (2008), em especial o fator constituinte da

narrativa, os problemas dos alunos com algum tipo de deficiência e da resposta

educativa que se considera mais adequada para compreender a gênese dos

processos comunicativos e mentais do ser humano, além de reforçar a

comunicação sobre a influência decisiva da interação social no

desenvolvimento e na aprendizagem a partir da ótica de Cesar Coll e

Colaboradores (2010), o educador especializado terá que ser ativo, a fim de

estimular experiências e dotar com recursos necessários os processos de

amadurecimento de acordo com os níveis educativos de cada criança, Arribas

(2008) e as diversas faces do universo complexo do autismo de Ana beatriz e

colaboradores (2012). Estes autores e outros fomentam minhas reflexões sobre

autismo e a inclusão destes alunos no contexto educacional, destacando a

necessidade de ações pedagógicas que propiciem um ambiente acolhedor e

motivador que valorize a participação e aprendizagem de todos os alunos.

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 09

CAPITULO I:

Transtorno do espectro autista (TEA) 13

1.1 Causas e características do autismo 20

CAPÍTULO II:

A inclusão escolar dos alunos com autismo:

Um olhar sobre a mediação escolar 23

CAPÍTULO III

A evolução histórica da atenção educativa aos alunos com autismo 28

CAPÍTULO IV

Papel e formação dos profissionais que atuam na educação da

Criança portadora do espectro autista 33

CONCLUSÃO 39

BIBLIOGRAFIA 44

9

INTRODUÇÃO

Quando se fala em “AUTISMO” logo vem à mente a imagem de uma

criança apática que vive no seu mundo, de forma impenetrável, que apresenta

comportamento diferente dos outros e que balança o corpo de um lado para

outro. O autista está associado a alguém que é “diferente” de nós, que vive à

margem da sociedade, tem uma vida limitada e sem muito sentido.

Mas, na verdade não é bem assim, quando falamos de autismo,

estamos falando de alguém que apresenta habilidades reveladoras que podem

surpreender e que nos faz refletir sobre aquele que é diferente de nós e quem

de fato vive alienado. Sabemos das dificuldades que estas crianças têm para

comunicar e conviver com as outras. O que fazer para melhorar a convivência

entre eles? Como fazer com que eles aprendam? Os professores estão

preparados para atendê-los? São questões difíceis de responder. Na verdade,

cada escola deveria ter professores habilitados para trabalhar com estas

crianças para atender suas necessidades individuais através de práticas

educacionais que favoreçam a adaptação destas crianças na vida social.

O autismo surgiu na década de 40, sendo que o problema já existia, mas

se tratando de ciência é um diagnóstico recente. Muitos avanços já foram

conquistados, uma vez que pais e pesquisadores buscam soluções para este

transtorno, com o objetivo de que haja inclusão escolar. O educador precisa ver

o aluno como um ser com diferentes habilidades, mas do que alguém com

limitações. Identificar uma prática educacional que contribui com a melhoria da

qualidade de vida dessas crianças, requer uma reflexão sobre a formação dos

profissionais da educação envolvidas no atendimento a essas crianças. Para

10

isso é preciso eliminar as culpas e aprender a valorizar o potencial de cada um,

quebrando todas as barreiras para viabilizar as potencialidades sempre visando

à independência, autonomia, socialização e a auto realização de quem vive e

se expressa dessa maneira. Para que isso aconteça, o profissional de

educação deve avaliar suas práticas educacionais, e aderirem às necessidades

individuais de seus alunos. Ao longo da história, aquele que é diferente nunca

foi bem aceito e nossa tendência é sermos impacientes com aquele que foge

as regras eles incomodam, não obedecem aos comandos e agitam os colegas.

Eles precisam ser incluídos e reintegrados na arena social. As escolas cada

vez mais estão recebendo crianças portadoras de alguma deficiência que

requer do profissional de educação um conhecimento maior do assunto para

poder atendê-lo adequadamente. O professor busca informações, pesquisa,

mas, se torna ainda muito difícil atender essa clientela no meio de outras

crianças que são normais. Como ensinar a turma toda? Como elaborar uma

atividade que atenda a todos? O que fazer para que a aprendizagem seja

significativa? Em muitos momentos ouvimos nossos colegas dizerem: onde

estão os especialistas? A comunidade escolar deixa muito a desejar. Nem

toda escola tem um especialista em educação especial e o professor tem que

dar conta de todos os alunos sem suporte necessário para que o portador de

necessidades especiais tenha realmente uma aprendizagem significativa. Por

isso, há a necessidade dos professores se especializarem para dar suporte

educacional necessário a esses alunos. Assim, como um “Diamante” precisa

ser lapidada para brilhar, uma criança Autista merece e deve ser acolhida,

cuidada e estimulada a se desenvolver. Por isso, são necessárias ações

11

motivadoras para que ela sinta vontade de participar das atividades lúdicas e

pedagógicas e que sejamos pessoas com as quais ele realmente tenha prazer

de estar e ficar. Essas são as primeiras ações encontradas em toda a

bibliografia utilizada como aprofundamento do tema.

O capitulo I abordará a definição do transtorno do espectro autista assim

como suas características e as suas manifestações. As crianças com espectro

autista têm dificuldades para se comunicar, para socializar e apresentam

comportamentos estereotipados, onde as causas ainda não foram descobertas.

O capítulo II irá enfatizar como estes alunos autistas serão incluídos no

ambiente escolar. Apesar dos avanços na legislação para a inclusão desses

alunos, as experiências nessa direção ainda são muitos disseminados. Dentre

os obstáculos encontrados para a concretização da inclusão escolar da criança

autista, destaca-se a ausência de disciplina especifica nos cursos de formação

de professores, agentes de apoio à educação, e o mediador escolar.

No capítulo III, será abordado o que as pesquisas até o momento vêm

colocando em prática para mostrar a evolução histórica da atenção educativa

aos alunos com autismo. O autismo continua ocultando sua origem e grande

parte de sua natureza apresentando os desafios à intervenção educativa.

No capítulo IV, abordará como os profissionais da educação estão

exercendo seu papel como mediador na escolarização de crianças com

aspecto autista. As características apontadas para a formação dos profissionais

que se propõe a responder às diversidades na sala de aula não difere do que

seria para qualquer profissional que intervém no processo educativo infantil,

12

mas que em determinados momento é preciso incorporar uma forma de como

atuar diante desta realidade.

13

CAPÍTULO I

TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA)

A expressão transtorno do espectro autista é abrangente e agrupa cinco

transtornos específicos:

1. Transtorno Autístico ou Autismo.

2. Transtorno Desintegrativo da infância.

3. Transtorno de Asperge.

4. Transtorno de Rett.

5. Transtorno invasivo ou Global do Desenvolvimento: não-

especificado em outra categoria.

1. Transtorno autístico ou autismo

Esses distúrbios apresentam comportamentos semelhantes, por

apresentar problemas de comunicação, dificuldade social e comportamental.

A dificuldade de socialização é a base dos sintomas do funcionamento

autista. Todo o ser humano tem a necessidade desde pequeno de fazer

amigos, conviver com o outro e dividir suas experiências. É através da

socialização que aprendemos as regras da sociedade em que vivemos. Esta

necessidade de conviver com o outro começa na infância, isto é, nas

brincadeiras, brigas e a bagunça que anima a criançada desde pequenos.

14

Na adolescência, ser aceito pelo outro é muito importante, os laços de

amizade, crescem e a cada dia que passa tornando cada ser humano mais

sociável, através da relação entre as pessoas.

Depois que crescem, o grupo social abre portas para o mercado de

trabalho e para vida afetiva. E assim percebe-se que precisam cada vez mais

uns dos outros. Mas com as pessoas com autismo é diferente. Eles

apresentam muitas dificuldades para conviver com o outro. Existem crianças

com variados níveis de gravidade, isto é, com problemas mais severos, que se

isolam em um mundo impenetrável, outras não conseguem se socializar com

ninguém, e ainda tem aquelas que apresentam algumas dificuldades que são

tão sutis que quase ninguém percebe, inclusive para alguns profissionais.

Estas apresentam apenas traços do autismo, não fecham diagnóstico, mas

suas dificuldades devem ser tratadas. Para todos com diagnóstico de autismo

ou traços de autismo uma coisa é certa: o contato social é sempre prejudicado

por que eles não sabem e não aprenderam a arte de interagir e manter vinculo.

Outra dificuldade que os autistas apresentam é a falta de habilidade para

comunicar com outro. Em geral, conversar ou se comunicar com os outros é

tão simples que raramente dá-se conta do quanto isso é fundamental. Imagine

que a comunicação seja muito difícil para algumas pessoas. Mesmo ouvindo

elas falarem não entendem o que elas dizem e não sabem usar outros meios

de comunicação não-verbal, como gestos, ou usar os próprios olhos para se

expressar. Para muitos este é o mundo difícil de imaginar. Mas, para algumas

crianças autistas o mundo é assim. Em um ambiente estruturado e com apoio,

as crianças autistas podem aprender habilidades importantes de comunicação

15

e interação as quais as ajudarão a viver com mais independência. Em muitos

casos, mesmo com muitos estímulos, a criança não fala. Os meses passam e

nada ela não consegue reproduzir os sons ou não sai da fase de “lalação”. Isto

é, a criança autista não consegue perceber o efeito que seus atos causam no

ambiente. Neste caso é preciso persistir com estímulos e criar alternativas,

para que essas crianças consigam se comunicar e interagir de forma mais

eficaz. Segundo Ana Beatriz:

“A comunicação também é prejudicada pela

compreensão da interação das perguntas e das ações. As

pessoas com autismo têm dificuldade de perceber essas

intenções do interlocutor, ” (BEATRIZ, 2012 p.37)

As crianças autistas, em muitos casos não conseguem manter um

diálogo coerente, retornando sempre aos assuntos de seu interesse. Elas não

entendem que a comunicação acontece entre pessoas e que é fundamental a

opinião pessoal para o sucesso da comunicação. Elas não se comunicam com

os outros de maneira comum, repetem palavras que já foram ditas por outras

pessoas, apresentam pouca curiosidade social e por isso não relatam os

acontecimentos de forma espontânea.

Quanto as disfunções comportamentais as crianças autistas apresentam

modelos repetitivos ou anormais. Os padrões de comportamento das pessoas

com autismo não dependem de raça, nacionalidade ou credo, dependem do

desenvolvimento particular de cada uma. Elas repetem os mesmos

movimentos várias vezes. Por exemplo, uma criança com autismo pode se

16

interessar apenas pelo movimento giratório de um brinquedo. Quando tais

modelos de comportamento são violados, ocorre um acesso de raiva para

protestar contra a interrupção. Levando em conta a semelhança

comportamental dos cinco tipos de autismo, o que diferencia cada tipo de TEA?

Cada transtorno incluído no TEA, apresenta um critério especifico para o

diagnóstico. Desta forma é possível definir cada tipo de autismo. Segundo

Moreira:

“Autismo é um transtorno caracterizado por

anormalidades no desenvolvimento da criança, com prejuízo

nas habilidades de socialização e de comunicação e no

comportamento do indivíduo. ” (MOREIRA, 2010, p.11).

O autismo é uma doença crônica, mas com o tratamento pode haver

melhora no comportamento, na capacidade de comunicação e interação social.

Até hoje as causas do autismo não são conhecidas. É um transtorno duradouro

e grande parte dos autistas não conseguem manter uma vida independente e

profissional produtiva. O tratamento varia de acordo com grau de autismo que

cada criança tem e baseia-se em estímulos para que a criança se socialize e

desenvolva a linguagem para controlar as alterações comportamentais.

As crianças que recebem diagnóstico do transtorno autista devem

apresentar anormalidades nas interações sociais e comunicação,

comportamento repetitivo e rotinas rígidas. Elas devem apresentar ao menos

um problema de comunicação e comportamento repetitivo e dois problemas de

socialização. Essas dificuldades devem ser observadas antes da idade de três

anos, em razão de atraso na fala. Apresentam maiores taxas de deficiência

17

mental do que restante da população infantil e não conseguem comunicar por

apresentar dificuldade no uso das diversas ferramentas de comunicação. O uso

de gestos e expressões faciais é pobre ou inadequado, e o contato visual é

evitado por eles.

2. Transtorno Desintegrativo da Infância

O Transtorno Desintegrativo da Infância é pouco conhecido e que

implica uma perda de funções e capacidades já adquiridas pela criança isto é

uma regressão do desenvolvimento. Elas perdem habilidades sociais e

linguística. Essas crianças conseguem se desenvolver normalmente como as

outras até os cinco ou seis anos, quando inicia o quadro de regressão das

habilidades adquiridas. Seus comportamentos tornam-se similares ao das

crianças autistas e suas consequências com o passar do tempo são muito

piores.

3. Transtorno de Asperge

A Síndrome é um transtorno do Espectro autista. Diferencia do autismo

por não apresentar atraso ou retardo no desenvolvimento cognitivo ou da

linguagem verbal. As crianças com síndrome de Asperger tem a maior parte

das características do transtorno autista, inicia a linguagem na mesma idade da

criança em geral e sua disfunção social é geralmente menos grave. Raramente

fazem contato visual, não usam expressões faciais, não entendem posturas

corporais e preferem a companhia de adultos, apresentam habilidades verbais

boas mas focam em assuntos específicos eles tem inteligência normal e não

18

devem ser confundidos com indivíduos autista de auto funcionamento.

Segundo REVIÉRE:

As pessoas com síndrome de Asperger são pessoas

autistas com nível intelectual e linguístico elevado, mas não

existe uma diferença qualitativa em relação aos mais atrasados

ou graves. Para outras a síndrome de Aperger deve ser

distinguida qualitativamente do transtorno autista”. “ (REVIÉRE,

2010. P. 239).

As crianças com Síndrome de Asperger não apresentam nenhuma

dificuldade e nem deficiência estrutural em sua linguagem. Eles podem ter

capacidades linguísticas extraordinárias em alguns casos mas apresentam a

maior parte da característica do transtorno autista. Em muitos casos a

síndrome de Asperger é confundida com autismo.

Embora essas crianças sejam muito verbais, sua linguagem pode ser

expressa de maneira incomum. Quando elas não entendem e não conseguem

responder uma pergunta respondem uma outra que já é capaz de responder,

mas não admite que não sabem. É muito fácil se surpreender com

conhecimento e a compreensão apenas quando se trata de um assunto

específico.

4. Transtorno de Rett

É uma síndrome rara, que acontece primeiramente nas meninas. A

doença possui causas genética, mas não herdada, isto é, a mutação ocorre

especificamente naquela criança. O problema evolui em fases, aparecendo

entre 6 e 18 meses de vida.

19

Para Mayara Bonifácio, as etapas da evolução da síndrome de Rett são:

• Primeiro a criança passa por uma fase de estagnação, caracterizada por

uma parada no desenvolvimento.

• Depois a criança passa por fase de regressão psicomotora, com

irritabilidade e comportamentos parecidos com os do Autismo (perda da

fala e movimentos estereotipados das mãos, crises convulsivas, muitas

vezes com gravidades).

Os sinais da síndrome de Rett aparecem muito cedo, exatamente no

movimento em que tudo parece normal, aí então estaciona. É uma síndrome

mais comum nas meninas e em relação ao comportamento, ele caracteriza por

movimentos giratórios repetitivos da mão, falta de controle muscular, associado

à comunicação e aos déficits sociais. Às vezes, é diagnosticada como Autismo,

que é um erro, a Síndrome de Rett apresenta características diferentes. Os

autistas apresentam melhores habilidades motoras do que aquelas com

Síndrome de Rett. As crianças com essa síndrome apresentam melhores

habilidades sociais comparadas aos autistas. Crianças com síndrome de Rett

apresentam retardo mental e comprometimento cognitivos que são graves do

que os observados nas pessoas com Autismo.

5. Transtorno invasivo ou global do desenvolvimento: não especificado em

outra categoria.

É uma categoria diagnosticada de inclusão, isto é, podemos considerá-la

como “traços” de Autismo, já que pessoas que apresentam não preenchem

todos os critérios do diagnóstico da tríade de base alterada disfunção na

20

socialização, comunicação e comportamento, mas possuem prejuízos

importantes em suas vidas sociais.

Smith, aponta as três características comuns do TEA: “Problemas nas

áreas de comunicação, habilidades sociais e comportamentos incomuns,

inclusive conjunto restrito de interesses. Cada condição do TEA-Autismo,

transtorno Desintegrativo da infância, Síndrome de Asperger e Síndrome de

RET. é diferente em razão dos comportamentos apresentados pelo indivíduo”.

Assim, quando as crianças não apresentam problemas nessas três áreas ou

quando os problemas são pequenos, será feito um diagnóstico diferenciado.

Neste caso o transtorno é identificado como transtorno invasivo ou

global do desenvolvimento não especificado em outra categoria. Apesar de

dividirem algumas características, o transtorno invasivo é diferente do Autismo

de alto funcionamento e da Síndrome de Asperger.

1.1 - Causas e características do autismo

Os especialistas estão tentando identificar as causas do Autismo, mas

até o momento, não há respostas definitivas. Como ainda não foi identificada

nenhuma causa especifica, é impossível pensar em estratégias de prevenção.

Esta situação é muito frustrante para quem trabalha com crianças Autistas e

mais frustrante ainda para seus familiares.

Essas famílias se preocupam em saber quais as chances de terem

outros filhos com Autismo, por isso os pesquisadores continuam trabalhando

para descobrir se há uma base genética para tais distúrbios. Ainda que as

causas não foram identificadas, várias sugestões e conclusões foram feitas.

21

Para Smith (2008, p. 366) “muitos especialistas concordam que o Autismo é um

distúrbio neurológico vitalício, outros acreditam que algumas formas de

Autismo são causadas por lesões na formação do cérebro e outros que o

Autismo é basicamente uma falha do Lobo Frontal”.

A causa específica do Autismo ainda não foi identificada, várias

pesquisas realizadas sobre um conjunto de possibilidades persistirão. As

causas sugeridas para os últimos anos segundo Smith (2008, p.366) são:

“Toxinas ambientais, anomalias gastrintestinais e Sintomas de sarampo,

caxumba e Vacinas da Rubéola”. Essas especulações causaram pânico em

algumas famílias que passaram a acreditar que o Autismo era provocado por

tais vacinas e deixaram seus filhos sem proteção dessas doenças, permitindo

que eles permanecessem vulneráveis às condições conhecidas por causar

deficiências. Os pesquisadores chegaram à conclusão que a vacinação não

explicava o aumento na incidência de TEA ao longo do tempo. Ter sido

vacinado não aumentava na criança o risco do desenvolvimento de Autismo.

Como as causas não são conhecidas, não há tratamento eficaz. Não há como

negar a influência biológica, é lenta a identificação das reais causas dessas

alterações. No caso do Autismo, pequenas alterações ocorrem ainda na

formação do feto, e aparecerão dificuldades em várias etapas do

desenvolvimento, causando sintomas variados, desde dificuldades leves até

grandes comportamentos disfuncionais.

Ainda não é possível fazer um diagnóstico do funcionamento autístico

através de uma avaliação genética. O diagnóstico do Autismo é basicamente

22

clínico, por meio do histórico do paciente e observações do seu

comportamento.

O Espectro Autista pode se manifestar nas pessoas de diferentes

formas, mas todas apresentam características similares, todos derivam do

mesmo ponto, o Autismo Clássico (grave).

O que precisa ser abolido é a ideia de que o Autismo tenha somente

uma forma. Trata-se de uma variação infinita que vai desde traços leves, que

não permitam fechar diagnóstico, até o quadro clinico complexo com todos os

sintomas.

Para Gaiato (2014, pag. 64) “As variações transitam pela tríade de

deficiências nas áreas social, de comunicação e de comportamento, mas nem

sempre todas dificuldades aparecem juntas ao mesmo caso. No lado mais leve

do espectro, encontramos pessoas com apenas “traços” de autismo, que não

teriam todos os comprometimentos, mas apenas algumas dificuldades por

apresentarem certa características autistas”.

O autismo aparece antes de 3 anos de idade e permanece durante toda

vida do indivíduo. Sua manifestação pode ser diminuída através de

interversões educativas. Esta ajuda para as crianças com autismo, pode vir até

mesmo, de um maior conhecimento da população, quando as suas causas,

características e estratégias de intervenção educativa. Algumas crianças

autistas quando fazem acompanhamento especializado, pode ser treinado a

lidar com suas deficiências, inclusive para que possas desenvolver suas

habilidades e talentos.

23

24

CAPÍTULO II

A INCLUSÃO ESCOLAR DOS ALUNOS COM AUTISMO:

UM OLHAR SOBRE A MEDIAÇÃO ESCOLAR

O sistema educacional vive momentos de muitos questionamentos em

relação a inclusão dos alunos portadores de necessidades especiais. Incluir

todas as crianças nas escolas é assunto do momento.

Movimentos educacionais destacam a importância de adoção de

políticas públicas voltada para inclusão de qualquer pessoa que no decorrer de

sua vida não tenha suas necessidades educacionais atendidas pelo sistema

educacional vigente. Teóricos e profissionais da educação dizem que a escola

é um lugar democrático e que devem estar à disposição de todos os cidadãos.

Assim os alunos com necessidades especiais não devem ser privados do

convívio com outros alunos que não têm necessidades especiais.

Segundo Fonseca (2014, p. 17), afirma que:

“Inclusão é garantia a todos do acesso continuo ao

espaço comum da vida em sociedade, sociedade essa que deve

estar orientada por relações de acolhimento à diversidade

humana, de aceitação das diferenças individuais de esforço

coletivo na equiparação de oportunidade de desenvolvimento, em

qualidade, em todas as dimensões da vida. (FONSECA, 2014,

p.17) ”

O sistema educacional de acordo com a inclusão requer um espaço

escolar modificado organizado e estruturado para atender a necessidades

25

individuais de cada criança. Para que este ambiente seja de inclusão é preciso

também uma prática pedagógica dinâmica, com currículo que contemple a

criança em desenvolvimento através de uma ação mediadora nas relações

entre crianças, professores e seus familiares.

A mediação escolar tem como objetivo dar apoio em todas as atividades

executadas pelo professor contribuindo para que o espaço físico seja

adequado e seguro e a convivência entre alunos seja voltado para o bem-estar

social, físico e emocional das crianças. Não se trata de uma tarefa fácil, mas,

também não se trata de uma missão impossível. É preciso acreditar no

potencial humano; a certeza de que todos podem aprender e de que existe a

vontade de provocar mudanças.

A proposta de educação inclusiva deve ser entendida como um dever, a

ser assumida pelo estado, com parceria com a sociedade no planejamento das

ações quanto na administração de sua implantação. As ações planejadas

devem atender as necessidades identificadas e movidas pelo desejo de fazer

acontecer, em benefício da coletividade. Na escola que é para todos, cada

criança recebe aquilo que precisa. A escola não se resume mais a lápis,

caneta, caderno, giz, lousa e professor. É o lugar da diversidade que se reflete

na quantidade de recursos, que tem por objetivo fazer o aluno progredir. Cada

deficiência requer estratégias e materiais específicos e diversificado. É preciso

reconhecer que cada um aprende de uma forma e em ritmo próprio. Respeitar

a diversidade quer dizer que todos terão oportunidade de aprender os mesmos

conteúdos, fazendo as adaptações necessárias. A escola só ensina a todos

quando fica atenta à necessidade de respeitar o ritmo e observar as

26

capacidades de cada um, em vez de enfatizar as limitações. Por isso, rever

conceitos e práticas é necessário. Professores e gestores devem lembrar que

não há respaldo para recusar a matrícula de quem quer que seja. As leis que

garantem a inclusão já existem há tempo suficiente para que as escolas

tenham capacitado professores e adaptado a estrutura física e a proposta

pedagógica. A legislação brasileira garante indistintamente a todos o direito à

escola em qualquer nível de ensino, e prever, além disso, o atendimento

especializado a crianças com necessidades educacionais. Este atendimento

deve ser oferecido preferencialmente no ensino regular e tem nome de

educação especial. A criança deve ser matriculada na escola comum,

convivendo com quem não tem deficiência e, caso seja necessário, tem o

direto de ser atendida no contra turno em um dessas classes ou instituições,

cujo papel é buscar recursos, terapias, e materiais para ajudar o estudante a ir

bem na escola comum. Quem tem deficiência é capaz de muita coisa: ler,

escrever, fazer conta, correr, brincar e até ser independente. A grande

novidade é que, se a criança for estimulada a descobrir seu potencial, as

dificuldades deixam de persistir em tudo que ela faz, ou seja, ela precisa de

novos desafios para aprender a viver com mais autonomia. E não há lugar

melhor do que a escola para isso. Segundo Lowenthal:

“A inclusão escolar promove às crianças

com TEA oportunidades de convivência com outras crianças

da mesma idade, tornando-se um espaço de aprendizagem

e desenvolvimento social. Possibilita-se o estímulo de suas

capacidades interativa, impedido o isolamento contínuo. ”

(LOWENTHAL, 2013. P.134).

27

Desta forma, são possíveis desenvolver habilidades sociais pelas trocas

que acontecem no processo de aprendizagem social. A oportunidade de

interação com outras crianças é a base para o desenvolvimento de qualquer

criança. Esta consideração deixa claro que crianças sem problemas em seu

desenvolvimento fornecem modelos de interação para crianças com TEA,

ainda que a compreensão social seja difícil.

Acredita-se que a convivência compartilhada das crianças com TEA na

escola possa tornar possíveis contatos sociais e favorecer não só o seu

desenvolvimento, mas das outras crianças, na medida em que estas últimas

aprendam a conviver com as diferenças. Para desempenhar a tarefa de

professor junto a uma criança com transtorno do espectro autista, é

extremamente importante dispor de conhecimento específico na área.

Trabalhar com uma criança com Autismo exige conhecer seus estilos de

aprendizagem, seus perfis de funcionamento cognitivo, saber em que aspecto

ela necessita de mais ajuda em quais requer menor nível de suporte. Além

disso, o profissional deve utilizar vários recursos para melhorar o nível de

aprendizagem dessas crianças.

Como então ensinar as crianças com autismo?

Não existe uma resposta única. Em primeiro lugar é imprescindível que o

diagnóstico de certeza que a criança é autista esteja definido pelo profissional

de saúde. Cada criança com autismo deve ser ensinada de um modo diferente.

O importante é identificar o foco de interesse de cada criança em particular,

pois ele pode ser o único canal entre o educador, em se tratando de autismo.

28

Muitas crianças alguns anos atrás tinham que frequentar escolas

especiais por serem portadores de necessidades especiais. Hoje em dia a

escola regular está substituindo, de maneira geral, os diferentes tipos de

escolas específicas como referencial educativo das crianças com necessidades

especiais. Uma escola especial só era frequentada por crianças com mesmo

tipo de rótulo.

Assim, os surdos só tratavam com os surdos. Os deficientes mentais

com os deficientes mentais, as disléxicas com outras crianças assim

classificadas. Tudo era padronizado neste ambiente escolar. Esta é a grande

desvantagem das escolas especiais. Manter juntas apenas crianças com o

mesmo tipo de déficit, elas não têm outro ponto de referência além desses.

Para Rosera, Serrahima e Elias, (2008, p.320). “O papel da escola regular, que

não é outro senão o de propiciar a todos os alunos a consecução das

finalidades da educação e o máximo desenvolvimento possível, tanto no plano

individual como social”.

Mesmo que as coisas não fluam como planejado, é preciso encontrar

caminhos e criar recursos criativos para que elas possam crescer e se

desenvolver no ambiente escolar de forma satisfatória. O primeiro passo é o

conhecimento especifico autístico. Por isso, é preciso sempre elaborar um

programa educacional específico para cada uma delas. Tudo requer tempo,

persistência e muita dedicação além dos pais, o desenvolvimento dessas

crianças, depende e muito, das instituições de ensino. Esses fatores, em

conjunto, podem garantir um futuro menos caótico e uma vida mais harmoniosa

e produtiva.

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CAPITULO III

EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA ATENÇÃO EDUCATIVA

AOS ALUNOS COM AUTISMO

A palavra “Autismo” deriva do grego “autos”, que significa “voltar-se para

si mesmo”. A primeira pessoa utilizá-la foi o psiquiatra austríaco Eugem

Bleuler, em 1911, para descrever umas das características de pessoas com

esquizofrenia, se referindo ao isolamento social dos indivíduos.

Em 1943 o Austríaco Leo Kanner, psiquiatra infantil publicou um estudo

no qual observou 11 crianças que apresentaram isolamento externo desde o

início da vida, apego as rotinas, preferência por objetos animados em

detrimento das pessoas, ecolalia imediata e tardia, e inversão pronominal.

Descreveu um transtorno da personalidade que incluía falta de empatia, baixa

capacidade de fazer amizades, monólogo, hiperfoco em assunto de interesse

especial e dificuldade de coordenação motora (quadro que ficou conhecido

como síndrome de Asperger).

A partir da década de 1960, a psiquiatra inglesa Lorna Wing, cuja filha

era portadora de Autismo, passa a publicar textos de grande importância para o

estudo deste assunto. Além disso, Lorna Wing, foi primeira a descrever a tríade

de sintoma: alterações na sociabilidade, comunicação/linguagem e padrão

alterado de comportamento.

Na mesma década, o Psicólogo Comportamental Ole Ivar Lovaas

introduziu a ideia de que as crianças autistas aprendem habilidades novas

através da técnica da terapia comportamental. Naquela época a psicologia

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comportamental sofria resistência por parte dos psicólogos que seguiam outra

linha de tratamento. Enquanto não esgotavam todas as modalidades

terapêuticas, o Psicólogo Comportamental não era consultado. Assim, o

comportamento de uma criança Autista tornava-se insuportável para pais e

para elas próprias. Até então, o Autismo infantil ainda fazia parte de um grupo

de psicose infantil. Era considerado uma forma de Esquizofrenia.

Na década de 80, o Autismo recebeu um reconhecimento especial,

diferente de esquizofrenia, proporcionando um estudo científico mais

especifico, recebendo um diagnóstico correto e com critérios específicos.

Desde a definição por kanner em 1943, o Autismo apresentou-se como um

mundo distante e estranho apesar da enorme quantidade de pesquisas

realizadas a mais de meio século, o autismo continua ocultando sua origem e

grande parte de sua natureza, apresentando desafios à intervenção educativa

e terapêutica.

De acordo com Angel Reviere (2010, p.234) “o autismo nos fascina

porque supõe um desafio para algumas de nossas motivações mais

fundamentais como seres humanos. As necessidades de compreender as

outras, compartilhar mundos mentais e do relacionarmos são muito próprias de

nossa espécie, exigem-nos de um modo quase compulsivo. ” Assim o

isolamento característico das crianças autistas é estranho e ao mesmo tempo

fascinante para nós como seria o fato de um corpo inerte, contra a lei da

gravidade. Mas em que consistiam essas peculiaridades fascinantes? Kanner

descreveu-as de modo tão preciso que sua definição do autismo é, em

essência, a que se continua empregando até os dias atuais.

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Poucos meses depois de Kanner publicar seu artigo sobre autismo,

outro médico Vienense, doutor Hans Asferger, tornou público os casos de

várias crianças Autistas em que destacava as mesmas características

descoberta por Kanner: “o transtorno fundamental Autista dizia Asperger é a

limitação de suas relações sociais. Toda a personalidade dessas crianças é

determinada por tais limitações. ” (Riviere, 2010, p.235).

Mesmo apresentando algumas semelhanças entre as observações de Kanner

e Asperger, havia também algumas diferenças entre o enfoque do artigo de

Kanner e a perspectiva do de Asperger. Kanner não se preocupou com a

educação, mas Asperger sim, mesmo que esses interesses educacionais não

prevalecessem nos primeiros 20 anos de estudo e tratamento do Autismo

Infantil. Algumas ideias que no passado prevaleceram como falsas, mas que

foram muito importantes no estudo do Autismo deixaram uma longa esteira de

mitos que persistem até hoje na visão popular desta síndrome. Por exemplo: é

duvidoso que o Autismo seja um transtorno emocional e que os Pais sejam

responsáveis pela trágica alteração de seus filhos.

Nos últimos anos, tem acontecido várias mudanças importantes, que nos

permitem definir uma nova etapa no enfoque do autismo. Essas mudanças

consistem em sua consideração de uma perspectiva evolutiva, como um

transtorno do desenvolvimento. Por isso, é preciso entender este

desenvolvimento, para compreender com profundidade o que é Autismo. Que

ajuda a explicar melhor o desenvolvimento humano, e que torna patentes

certas funções que se produzem nele, capacidades que passam

despercebidas, apesar de sua importância, que se manifesta no Autismo por

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sua ausência. Não é estranho que nos últimos anos o Autismo tenha se

transformado em tema central de pesquisa em psicopatologia; nem que nas

definições diagnósticas, considerada como psicose infantil, tenha sido

substituída por Transtorno Global do Desenvolvimento. Nos últimos anos

aconteceram mudanças que explicam as funções autistas tanto no aspecto

psicológico como no neurobiológico que substituíram os modelos relativamente

inespecíficos nos anos 1960 e 1970 por teorias rigorosas e fundamentadas em

dados.

Nos procedimentos para tratar o Autismo houve várias mudanças

importantes nos últimos anos, a educação caracterizou-se por um estilo mais

natural, mais integrador e menos artificioso que nos anos anteriores, mais

centrado na comunicação como núcleo essencial do desenvolvimento, mais

respeitoso com os recursos e as capacidades das pessoas Autistas.

Antes da Declaração de Salamanca (1994) a Constituição da República

Federativa do Brasil (1998) já dispunha em seu artigo 208, “O dever do Estado

com a educação será efetivado mediante a garantia de: ... III – atendimento

educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na

rede regular de ensino. ”. Da mesma forma o Estatuto da Criança do

Adolescente também estabeleceu, no artigo 54, (...) III – atendimento

educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na

rede regular.

Mas foi com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº

9394, de 1996) que dedica o capítulo V inteiramente à Educação Especial, que

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as políticas públicas nacionais passaram a se pautar pelas perspectivas de

inclusão de alunos com necessidades especiais no ensino regular.

O autismo não fazia parte do cotidiano da maioria das pessoas, mas

tornou-se uma palavra de nossos tempos. Embora seja um assunto muito

discutido, parece que esta deficiência sempre teve entre nós. O autismo

passou a ser uma palavra familiar, muito presente no cotidiano das pessoas.

Mas, o desafio atual encontra-se ligado a escolarização de pessoas com

autismo no ensino regular como forma de inclusão educacional e social.

A educação dessas pessoas deve ser desenvolvida em ambientes

naturalísticos e objetivando não apenas a presença dos alunos no mesmo

local, na sua aceitação, participação e sua aprendizagem. Essas mudanças

nas instituições escolares como foco central de atenção ao autismo,

envolvendo todos aqueles que nela atuam: gestores, professores e alunos.

Para oferecer uma boa qualidade nas experiências educacionais dos autistas

no contesto escolar é imprescindível a apropriação e a integração por parte da

escola daqueles conhecimentos situados fora dela. Por isso, verifica-se a

necessidade da produção de um conhecimento que perpasse o domínio das

disciplinas academicamente estabelecida.

A pessoa Autista requer: atenção, supervisão e apoio durante toda vida

e que atualmente não se cura o Autismo, e sim melhora significativa, graças ao

trabalho da Educação.

Conclui-se que atualmente o tratamento mais eficaz para o Autismo é a

EDUCAÇÃO.

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CAPITULO IV

PAPEL E FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAIS QUE

ATUAM NA EDUCAÇÃO DA CRIANÇA PORTADORA DO

ESPECTRO AUTISTA

Apesar do recente incremento nas matrículas dos alunos com autismo

no ensino comum, sua aprendizagem e participação nas atividades escolares

ainda constitui um grande desafio para os educadores. Considerando as

características das crianças com autismo e as possibilidades de ter um aluno

com essa condição em sua classe, as maiores dificuldades dos professores é

saber como desenvolver práticas de ensino que favoreçam seu processo de

inclusão e aprendizagem.

Com base em estudos realizados em âmbito nacional, fica claro a

necessidade de apontar algumas estratégias de formação de professores que

os capacitem para ajudar essas crianças em seu processo de aprendizagem e

desenvolvimento mais propício para alunos com autismo no contexto da sala

de aula. A partir das manifestações comportamentais e característica das

crianças com autismo é que fica claro qual o tipo de intervenção terapêutica e

psicopedagógico que ele vai precisar para desenvolver suas atividades

escolares. Apesar do diagnóstico autistico ser abrangente, trata-se de seres

únicos, com identidade própria, características e formas diferenciadas de

comportamento.

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Grande parte de crianças autistas apresentam deficiência intelectual,

mas o nível de déficit seja variável. Essas crianças apresentam dificuldades na

organização, generalização e informações, bem como no estabelecimento de

critérios quando os fatos ou conceitos estão isolados. Segundo Gaito e

Reveles:

“Alguns professores estão certos ao reclamar de

um estado contínuo de esgotamento físico e mental, pois

precisam, sozinhos e diariamente, lidar com vinte a trinta

alunos na sala de aula e ainda tentar dar atenção especial para

um aluno de inclusão. Essa tarefa é humanamente impossível,

e um possível primeiro passo seria que toda sala de aula que

tivesse um aluno com necessidades especiais contasse com

apoio de um professor assistente” (GAIATO e REVELES, 2012,

p234 e 235).

Além do preparo técnico e pedagógico, os professores precisam de

suporte psicológico e uma boa relação dos familiares das crianças portadoras

de necessidades especiais, para lidarem com os desafios da inclusão. Uma

união afetiva ajudará cada criança com autismo para que o seu

desenvolvimento, seja sempre com o objetivo de tirar o foco de suas

incapacidades e buscar o verdadeiro potencial. A escola é um lugar fértil para o

treinamento das diversas habilidades.

As quatro ou cinco horas que as crianças passam dentro da escola

devem ser trabalhadas a socialização e estimulação constante, para que a

inclusão seja da melhor forma possível.

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Algumas crianças autistas precisam de ensino especializado, por não

conseguir se desenvolver em escolas regulares. Esta deve ser a exceção, mas

não há nenhum problema se uma criança autista precisar desse recurso por

algum tempo. Talvez ele consiga desenvolver melhor as suas habilidades em

um ambiente controlado e com mais possibilidade de tratamento específico,

desde que seja uma instituição preparada e que saiba o que está fazendo, com

o objetivo de estimulação. Segundo Adriana Menezes:

“Não é incomum que professores verbalizam suas

preocupações quanto aos comportamentos inadequados e à

dificuldade de comunicação geralmente presentes no aluno

com autismo, os quais interferem em sua inclusão, na

aquisição de conceitos e no desenvolvimento de habilidades.

No cotidiano da sala de aula, alguma providencias se tornam

imprescindíveis para favorecer a aprendizagem e a inclusão

desses alunos” (MENEZES, 2013. P.145)

Quando uma criança autista precisar de ensino especial, cabe-lhe o

direito garantido pelo Estado. Quando a Secretaria de Saúde solicita a

matrícula de uma criança em uma escola privada ou pública que tenha

educação especializada para crianças com autismo, o governo tem a obrigação

de conceder a vaga na escola solicitada ou indicar uma escola da rede pública

ou conveniada, com os recursos necessários para o desenvolvimento das

habilidades de cada criança. O que realmente é necessário de leis mais

específicas, que garantam o direito de acesso ao sistema de saúde e

educação, mais que regulamentem toda vida da criança autista, cuidando de

cada etapa o máximo de seu desenvolvimento.

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No processo de inclusão um elemento chave é dar a oportunidade as

crianças autistas de ingressarem na escola regular para que a convivência com

seus pares possa ajudar no seu crescimento. Por meio desta experiência, os

alunos com autismo desenvolvem suas habilidades sociais, enquanto as outras

crianças aprendem a se tornar mais receptivos as crianças consideradas

diferentes.

Quanto ao distúrbio de comunicação dos alunos com autismo na sala de

aula, são caracterizadas por respostas inadequadas a estímulos auditivos ou

visuais e graves problemas de compreensão da linguagem falada. Quando as

coisas não fluem bem, é preciso encontrar caminhos e criar recursos criativos

para que elas possam crescer e desenvolver no ambiente escolar de forma

satisfatória. O desempenho escolar das crianças com autismo depende do

nível do transtorno. As crianças com nível mais grave de autismo podem

apresentar atraso mental e precisar de ajuda durante toda sua vida. Aquelas

que apresentam autismo leve ou traços autísticos, acompanham na maioria

das vezes os conteúdos didático-pedagógico.

Para as crianças que tem Autismo Clássico, isto é, aquelas que

apresentam maiores dificuldades de socialização, comprometimentos na

linguagem e comportamento repetitivos, fica clara a necessidade de atenção

individualizada. Muitas vezes elas apresentam atraso mental e precisam de

acompanhamentos educacionais especializado por não conseguir acompanhar

a demanda pedagógica como outras crianças.

Os profissionais que intervém na atenção de crianças com necessidades

educativas especiais deve ser um professor com formação qualificada que

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possa desenvolver suas atividades profissionais enfrentando as dificuldades do

dia a dia que recaem sobre ele. A sua própria formação garantirá o avanço

necessário no sentido do conhecimento de inovações, conteúdos e métodos

mais adequados para tratar cada criança segundo suas possibilidades de

desenvolvimento. As características apontadas para a formação dos

profissionais que se propõe a responder à diversidade na sala de aula não

diferem do profissional que trabalha com a Educação Infantil, mas que em

certos momentos assume um caráter específico para resolver uma forma de

atuar diante de uma realidade determinada.

Todo o trabalho pedagógico bem-sucedido, requer professores com

formação adequada, que inclui competência técnica e acesso a estratégias

pedagógicas que leve a criança autista a desenvolver suas habilidades para

que os objetivos sejam alcançados. Mas quais os modelos de formação

continuada são mais eficazes para desenvolver as competências desejadas

nos docentes? De acordo com Perrenoud, Paquay, Altet e Charlier (2007, p47)

“...uma boa formação é aquela que leva os profissionais a desejar prosseguir

formando-se através de ações concretas”. A formação continuada pode ser

compreendida como espaço/tempo de aprimoramento docente, consequente

aos estudos realizados em cursos de nível médio ou superior. Desse modo, a

intervenção profissional dos professores junto aos alunos com autismo não se

dá desvinculada de questões de base relacionadas à sua formação, como

organização de ambientes de aprendizagem e a avaliação do processo de

ensino-aprendizagem. A partir do diálogo, a definição de práticas deve ser

coletivamente pensada para um aluno real, e não abstrato. Ou seja, toda a

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formação parte da situação real da sala de aula. O professor precisa conhecer

seu aluno para melhor interagir e se comunicar com ele, atender às suas

necessidades educacionais especiais; só assim professor e aluno evoluirão no

processo de ensino-aprendizagem.

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CONCLUSÃO

No presente trabalho objetiva mostrar uma reflexão sobre os problemas

relacionados ao processo de inclusão de alunos com Transtorno do Espectro

Autista e levantar alguns dados sobre tópicos importantes que estão mudando

o rumo desse processo em nosso País. A forma como as pessoas interagem

com crianças autistas vem se transformando ao longo da história. Muitos foram

considerados como incapazes, inválidos, inferiores, antes que fossem vistos

como cidadãos com direitos e deveres. Com a mudança, graças às Leis e

amparam os com Transtorno do Espectro Autista, tem gerado muitas

discussões e polêmicas.

Conclui-se que a educação inclusiva é a forma mais recomendada para

o atendimento educacional para alunos que apresentam Transtorno do

Espectro Autista. Cada necessidade é única, cada caso deve ser estudado com

muita atenção. Por isso atualmente ainda há estudo de reflexão de

experimentação e de busca de modelos eficazes e eficientes de educação

inclusiva para nossa realidade.

O professor precisa conhecer seus alunos para melhor atendê-los. A

preparação dos professores como mediadores para atender os alunos com

necessidades educativas especiais é uma medida imprescindível para que se

possa oferecer a eles um atendimento compatível com suas necessidades.

É preciso apontar soluções no sentido mais amplo das formulações de

políticas e ações, e apresentar saídas do ponto de vista das práticas do ensino

desenvolvendo o planejamento das ações dos professores quanto a didática,

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avaliação, ao currículo, e as relações no interior da sala de aula, seja relação

professor/aluno, escola/família, funcionário/aluno, em fim é preciso cuidar da

relação gente/gente.

A escola como, lugar de transmitir cultura, saberes e valores de cada

sociedade, não pode se eximir de tais compromisso e ser responsável pela

exclusão escolar dos alunos portadores de necessidades especiais, pois será

incoerente com seus princípios e falhando na sua função social uma vez que a

educação é direito de todos alunos.

A inclusão de alunos portadores de necessidades especiais no cenário

da atualidade tem movimentado discursões no campo educacional, pois pensar

uma educação para todos baseada no princípio igualdade de direitos e de

valorização das diferenças no espaço escolar ainda se apresenta um grande

desafio.

Reconhecendo a evolução da educação voltada para a criança Autista e

acentuando a importância de uma educação comprometida com o princípio da

inclusão, que atenda às necessidades especificas de cada aluno com o

transtorno requer uma gestão comprometida em aceitar a diversidade e a

organização que favoreça o acesso, a participação e o sucesso de todos

alunos.

Mesmo com as mudanças ocorridas no sistema educacional que através

das leis que regem a Educação Especial em nosso País, ainda há algumas

resistências por parte dos professores que atuam na rede regular de ensino.

Nossas escolas ainda reproduzem o modelo tradicional onde os professores

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atuam com um pouco de resistência e dificuldade em transformar as práticas

pedagógicas já existentes, não realizando as adaptações necessárias as

necessidades educacionais especificas dos alunos, em especial dos

educandos portadores de necessidades especiais, tornando-o passivo dentro

desse contexto.

A prática inclusiva implica desafios consideráveis para o professor de

classe comum. Cada vez mais se observa a necessidade do trabalho em

conjunto do professor de classe comum regular e o professor de educação

especial, devendo ser estabelecido objetivos comum para melhorar a

escolarização de todos os alunos. Nesse sentido, o ensino proposto é de

grande importância para atuação de dois profissionais em uma mesma sala de

aula na busca do desenvolvimento de um currículo diferenciado para melhoria

do aprendizado. É preciso conduzir os professores à reflexão sobre a prática

de ensino, abrindo caminhos para uma nova forma de abordar, entender e

praticar a inclusão escolar dos alunos com Espectro Autista.

A formação dos professores para atuar numa proposta de educação

especial com perspectiva inclusiva é parte da ação fundamental desse

processo e precisa acompanhar as demandas educacionais e sociais além de

receber investimentos na mesma proporção das novas estruturas pedagógicas

para confrontar propostas curriculares, avaliativas, metodológicas,

democráticas e ajustá-las às diferentes formas de aprender.

Para Sonia Kramer (1999, p. 70) ‘Essa formação deve ser sistemática e

permanente; não basta apenas um curso o outro de capacitação, já que as

questões da educação são muitas e envolvem reflexões cotidiana” Neste

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enfoque implicará a mudança da pratica pedagógica. É preciso que a equipe

gestora trabalhe essas questões no processo de formação das professoras,

nos planejamentos e repensar a produção de atividades diversificadas que

possa melhorar a aprendizagem desses alunos construindo uma proposta

pedagógica para o reconhecimento dos direitos das crianças autistas.

A formação continuada não é somente os cursos oferecidos aos

professores para se atualizar. São necessários, trazem muitas informações e

novas teorias, mas a experiência mostra que se torna insuficientes se não

houver, como rotinas das escolas, encontro de estudos e discussão sobre o

fazer pedagógicos. O professor pode ter uma boa formação profissional,

dominar o conteúdo e conhecer bem as teorias pedagógicas, mas essas

qualificações não são o suficiente. A sala de aula e o dia a dia na escola

exigem do professor muitos outros conhecimentos e habilidades.

É preciso que o professor saiba planejar, estudar as didáticas, fazer uma

boa gestão da sala, romper o que é tradicional em que todas as crianças fazem

a mesma coisa, na mesma hora, da mesma forma e com os mesmos materiais,

organizar as situações de ensino de uma forma que seja possível personalizar

as experiências de aprendizado, conseguir o maior grau de interação,

participação para atender as necessidades de cada aluno.

Os professores precisam urgentemente olhar para as suas

possibilidades e não ficar paralisados diante das dificuldades. É preciso vencer

os medos e ultrapassar os obstáculos para que a prática pedagógica possa

atender às necessidades dos alunos. O professor é privilegiado por ter a

oportunidade de estar com a criança no memento de maior plasticidade

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cerebral de sua vida, quando se mostra plenamente disponível à

aprendizagem. Cabe ao professor fazer o que é difícil ficar fácil.

Inserir esses aprendizes nas escolas comuns, distribuindo-os pelas

turmas do ensino regular, como “figurantes”, além de injusto, não corresponde

ao que se propõe a educação inclusiva e não vai contribuir em nada para seu

desenvolvimento integral. A escola deve ser sensível a cada situação familiar,

evitando tornar-se uma fonte de estresse. A escola e família quando caminham

juntas abrem um leque de oportunidades para que as intervenções realizadas

sejam de bom proveito para o desenvolvimento das crianças autistas.

É necessário que haja uma boa relação da escola com os pais dos

alunos portadores de necessidade especiais com o objetivo de educar e

socializar o aluno compartilhando colaboração e nível de igualdade que passa

pelo respeito mútuo e certo nível de confiança e negociação para que favoreça

o sucesso de todos.

Então vamos em frente que o assunto é urgente! Que cada um desses

alunos seja especial não apenas por ser único, mas, principalmente, por ter

você como professor.

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