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T RANSTORNO DO E SPECTRO AUTISTA - TEA CURSO SOBRE Ler Ebook

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TransTorno do EspEcTro auTisTa - TEa

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eTAPA 2

cLAssIFIcAÇÕes e TerMINoLoGIAs Do AuTIsMo

AuTor: VALérIA becher TreNTIN

orGANIzAÇão: ANA cLArIsse ALeNcAr bArbosA

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APoIo: NuAP - NúcLeo De APoIo PsIcoPeDAGóGIco

e NIA - NúcLeo De INcLusão e AcessIbILIDADeCopyright © UNIASSELVI 2019

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1 INTroDuÇãoOlá, estudante, vamos continuar!

Estamos na segunda parte do nosso estudo, da nossa formação. Estamos

fomentando e trazendo alguns dos aspectos que mais geram interesse e

curiosidade sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA).

Nesse espaço, explanaremos sobre a definição do Transtorno do Espectro

Autismo (TEA), com base no Manual Estatístico e Diagnóstico de Transtornos

Mentais (DSM-IV e DSM-5) e a Classificação Internacional de Doenças (CID-10 e

CID 11).

Inicialmente apresentaremos algumas das principais mudanças que

ocorreram no DSM-5 e suas implicações na avaliação das pessoas com esse

transtorno.

O material exposto a seguir é o primeiro passo de uma longa caminhada

que você, estudante, poderá fazer diante dessa temática tão intrigante e

fundamental para todos que trabalham direta ou indiretamente com pessoas

com Transtorno do Espectro Autista (TEA).

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2 MANuAL esTATÍsTIco e DIAGNósTIco De TrANsTorNos MeNTAIs (DsM-5)

Iniciamos esta etapa buscando compreender o Manual de Diagnóstico e

Estatístico dos Transtornos Mentais (DSM), o qual se apresenta como um dos

principais sistemas de classificação. O referido manual, desde a sua primeira

publicação em 1952, passou por cinco grandes revisões, resultando no DSM-5

elaborado pela American Psychiatry Association (APA, 2014).

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FIGURA 1 - DSM-5 – MANUAL DIAGNÓSTICO E ESTATÍSTICO DE TRANSTORNOS MENTAIS

FONTE: <http://bit.ly/2FYi7Bt>. Acesso em: 10 dez. 2018.

O DSM é regulado pela Associação Americana de Psiquiatria (APA). Nele

são contemplados os aspectos clínicos, estatísticos e epidemiológicos dos trans-

tornos mentais (APA, 2014). Como se visualiza na Figura 1, recentemente, uma

nova atualização do Manual foi feita, denominada como DSM-5 e, provavelmente,

os novos documentos que tratam dos transtornos mentais seguirão esse novo

parâmetro.

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Assim, podemos destacar que as avaliações diagnósticas realizadas pelos profissionais da saúde são pautadas em pelo menos duas grandes referências, a CID-10 (Figura 2) e o DSM-V (Figura 1).

Este Manual (Figura 1) de tempos em tempos passa por um processo de revisão, sendo estas revisões defendidas por alguns órgãos e questionadas por outros devido à sua forma de classificação/categorização.

FIGURA 2 - CID-10 - CLASSIFICAÇÃO DE TRANSTORNOS MENTAIS E DE COMPORTAMENTO

FONTE: <http://bit.ly/2OW0OoJ>. Acesso em: 10 dez. 2018.

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A CID-10 significa classificação Internacional de Doenças e Problemas Rela-

cionados à Saúde (também conhecida como Classificação Internacional de Doenças

– CID 10), foi publicada pela Organização Mundial de Saúde (OMS). A referida clas-

sificação apresenta como objetivo padronizar a codificação de doenças e outros

problemas relacionados à saúde. Ela é geralmente utilizada pelos médicos quando

atestam alguma doença e o que costumeiramente encontramos num diagnóstico

de deficiência de algum indivíduo, por exemplo: F840 (Autismo).

Frente ao conhecimento do DSM-5 e da CID-10, vale ressaltar que estes

apresentam diferenças e semelhanças. O DSM serve como ferramenta para com-

preender os padrões de doenças mentais, e a CID-10 molda a prática mais ampla

da psiquiatria.

No entanto, nesta formação abordaremos o DSM-5, o qual foi publicado

em 18 de maio de 2013, tornando-se um dos principais sistemas de classifi-

cação. Este Manual resultou das pesquisas de profissionais de diferentes áreas,

os quais trabalharam intensamente revisando evidências sobre a validade dos

critérios diagnósticos. Tornando-se assim o DSM-5 “uma fonte segura e cientifi-

camente embasada para a aplicação em pesquisas e na prática clínica” (ARAÚJO;

NETO, 2014, p. 68).

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A partir do exposto, cabe evidenciar o Quadro 1, o qual apresenta os

capítulos e as reformulações para as várias doenças do DSM-IV para o DSM-5.

QUADRO 1 - REFORMULAÇÕES PARA AS VÁRIAS DOENÇAS DO DSM-IV PARA O DSM-5

DSM-IV DSM-5-Transtornos Geralmente Diagnosticados pela Primeira Vez na Infância ou na Adolescência.

-Delirium, Demência, Transtorno Amnéstico e Outros Transtornos Cognitivos.

-Transtornos Mentais Causados por uma Condição Médica Geral não classificados em Outro Local.

-Transtornos Relacionados a Substâncias.

-Esquizofrenia e Outros Transtornos Psicóticos.

-Transtornos do Humor.

-Transtornos de Ansiedade.

-Transtornos Somatoformes.

-Transtornos Factícios.

-Transtornos Dissociativos.

-Transtorno do Neurodesenvolvimento.

-Espectro da Esquizofrenia e outros Transtornos Psicóticos.

-Transtorno Bipolar e Transtornos Relacionados.

-Transtornos Depressivos.-Transtornos de Ansiedade.-Transtornos Obsessivo-Compulsivo.-Transtornos Relacionados ao Trauma e ao Estresse.

-Transtornos Dissociativos.-Sintomas Somáticos e outros Transtornos Relacionados.

-Transtornos Alimentares.-Transtornos de Eliminação.-Transtornos Sono-Vigília.-Disfunções Sexuais.-Disforia de Gênero.

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-Transtornos Sexuais e da Identidade de Gênero.

-Transtornos da Alimentação.-Transtornos do Sono.-Transtornos do Controle dos Impulsos Não Classificados em Outro Local.

-Transtornos da Adaptação.

-Transtornos da Personalidade.Outras Condições quem podem ser foco de Atenção Clínica.

-Transtorno Disruptivo, do Controle dos Impulsos e de Conduta.-Transtornos Aditivos e Relacionados a Substâncias.

-Transtornos Neurocognitivos.

-Transtornos de Personalidade.

-Transtornos Parafílicos.

-Outros Transtornos Mentais.

-Distúrbio do Movimento Induzido por Medicamentos e outros Efeitos Adversos.

-Outras Condições que podem ser foco de Atenção Clínica.

FONTE: Elaborado pela autora com base nos dados do DSM-IV e DSM-5.

Podemos observar no Quadro 1 que o termo Transtornos Geralmente Diagnosticados pela Primeira Vez na Infância ou na Adolescência,

os quais fazem parte do DSM IV, foi substituído por Transtornos do Neurodesenvolvimento no DMS-5. Segundo Rutter et al. (2006), os Transtornos

do Neurodesenvolvimento são apoiados por características fisiopatológicas, as

quais são caracterizadas por um atraso ou desvio no desenvolvimento do cérebro,

influenciando características fenotípicas.

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IMPORTA

NTEFisiopatologia: Estuda os distúrbios funcionais e

significado clínico. A natureza das alterações morfológi-cas e sua distribuição nos diferentes tecidos influenciam o funcionamento normal e determinam as características clínicas, o curso e também o prognóstico da doença (VA-RELA, 2012).

Características fenotípicas sendo a expressão de características no organismo decorrentes da relação entre seus genes e o ambiente (VARELA, 2012).

Os Transtornos do Neurodesenvolvimento, segundo o DSM-5, tratam-se

de um conjunto de condições que se inicia no período de desenvolvimento do

sujeito, geralmente antes do ingresso na escola. Assim, vale destacarmos que

os déficits característicos desses transtornos vão de limitações específicas na

aprendizagem ou no controle de funções executivas a prejuízos em habilidades

sociais ou, até mesmo, Deficiência Intelectual, Transtornos da Comunicação,

Transtorno do Espectro Autista, Transtorno de Déficit de Atenção/hiperatividade,

Transtorno Específico da Aprendizagem, Transtornos Motores e Outros

Transtornos do Neurodesenvolvimento (APA, 2014).

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O anunciado se evidencia no Quadro 2, o qual ressalta os transtornos que compõem o capítulo do DSM-5 sobre Transtornos do Neurodesenvolvimento.

QUADRO 2 - TRANSTORNOS QUE COMPÕEM O CAPÍTULO DO DSM-5 SOBRE TRANSTORNOS DO NEURODESENVOLVIMENTO

FONTE: DSM-5 (2014)

TRANSTORNO DO NEURODESENVOLVIMENTO DSM-5

Deficiências Intelectuais

Transtornos de Comunicação

Transtorno do Espectro Autismo

Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade

Transtorno Específico da Aprendizagem

Transtornos Motores

Outros Transtornos do Neurodesenvolvimento

Ao se observar o Quadro 2, compreendemos que a nova classificação do DSM-5 vem lançar um olhar longitudinal sobre o curso dos transtornos mentais, estabelecendo algumas mudanças, como a exclusão do capítulo “Transtornos Geralmente Diagnosticados pela Primeira Vez na Infância ou na Adolescência”. Vale ressaltar que a partir desta exclusão, parte dos diagnósticos pertencentes a este capítulo passaram a serem compreendidos como Transtornos do Neu-rodesenvolvimento.

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As revisões de diagnósticos realizadas na nova versão do DSM, segun-do Araújo e Neto (2014), vieram contribuir para a possibilidade de diagnosticar corretamente. Os autores destacam essa contribuição, devido ao fato de que, muitas vezes, os diagnósticos realizados por psiquiatras e psicólogos acerca dos Transtornos do Neurodesenvolvimento encontram-se sem definição (ARAÚJO; NETO, 2014).

Mediante o evidenciado por Araújo e Neto (2014), compreendemos que essa indefinição no diagnóstico pode afetar negativamente o desenvolvimento escolar da criança e/ou jovem, devido ao fato destes sujeitos não estarem utili-zando medicação, ou estarem a utilizando sem necessidade. De acordo com os autores, outro aspecto que envolve negativamente a ausência de diagnóstico de crianças e jovens com Transtornos do Neurodesenvolvimento é a inexistência de adaptação do material didático, ou seja, a não adaptação do material em sala de aula para as condições de desenvolvimento específico para cada sujeito (ARAÚ-JO; NETO, 2014).

Mediante a compreensão aqui elucidada sobre o que significa o DSM-5, e sobre o Transtorno do Neurodesenvolvimento, iniciaremos discussões sobre o objeto de nosso estudo, ou seja, o Transtorno do Espectro Autismo (TEA), o qual, de acordo com o DSM-5 (Quadro 2), se classifica dentro do Transtorno do Neurodesenvolvimento.

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3 TrANsTorNo Do esPecTro AuTIsTAFIGURA 3- TEA – TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA

FONTE: <http://bit.ly/2UpWXGg>. Acesso em: 10 dez. 2018.

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Podemos iniciar as discussões destacando que diante das reformulações,

o DSM-5 propõe que fazem parte do Transtorno do Espectro Autista (TEA) os

Transtornos Mentais, os quais são caracterizados pela presença de alterações

comportamentais, principalmente no que tange à dificuldade de interagir

socialmente, estando esta dificuldade associada a comportamentos, interesses

e atividades restritas e repetitivas (ANDRADE, 2017).

Neste contexto, cabe destacarmos que entre os Transtornos Mentais que compõem o Transtorno do Espectro Autista (TEA), apresenta-se o Transtorno Autista (TA), a Síndrome de Asperger (AS) e o Transtorno Global do Desenvolvimento sem Outra Especificação (TGDSOE) (APA, 2014).

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FIGURA 4 - AUTISMO E AS CLASSIFICAÇÕES

FONTE: <http://bit.ly/2WWAXj5>. Acesso em: 10 dez. 2018.

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Podemos observar na Figura 4 a diferença existente entre o DSM IV e

DSM-5, no que tange ao Autismo. Para entendermos porque foi usado no DSM-5

o termo Transtorno do Espectro Autismo (TEA), vou contar um pouco da história

mais recente sobre este termo.

Até o início do ano de 2013, os manuais em que os profissionais se

baseavam para diagnosticar eram o Manual Diagnóstico e Estatístico de

Transtornos Mentais (DSM-IV) e a Classificação Internacional de Doenças (CID-

10), como já mencionado anteriormente. Esses manuais de classificação utilizam

os termos Transtorno Global do Desenvolvimento (TGD) e Transtorno Invasivo do

Desenvolvimento (TID), respectivamente.

A versão do DSM-IV apresenta cinco tipos clínicos na categoria TID:

“transtorno autista, transtorno de Rett, transtorno desintegrativo da infância,

transtorno de Asperger e transtorno invasivo do desenvolvimento sem outra

especificação” (BRITO, 2017, p. 11).

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Atualmente o DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos

Mentais, 2013) descreve tais casos como transtorno do espectro do autismo e

não há mais subcategorias como Transtorno de Asperger, Transtorno Autista,

entre outros; todos agora são tratados como Transtorno do Espectro do Autismo

(TEA). Já o Transtorno de Rett e o Transtorno Desintegrativo da Infância não

fazem parte desse espectro (BRITO, 2011).

Assim apreendemos que a nova versão do DSM-5 reuniu todos os

transtornos em um só diagnóstico: o TEA.

A partir do DSM-5 e da junção dos transtornos em um só diagnóstico, este

passou a constar na nova Classificação Estatística Internacional de Doenças e

Problemas Relacionados à Saúde, a CID-11, conforme Quadro 3, lançada no dia

18 de junho de 2018 pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

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QUADRO 3 - AUTISMO NA CID10 E CID 11

FONTE: <http://bit.ly/2I83SO3>. Acesso em: 10 dez. 2018.

Autismo na CID-10 Autismo na CID-11F84 – Transtornos globais do desenvolvimento (TGD)

F84.0 – Autismo infantil;F84.1 – Autismo atípico;F84.2  Síndrome de Rett;F84.3  – Outro transtorno desintegrativo da infância;F84.4 – Transtorno com hi-percinesia associada a re-tardo mental e a movimen-tos estereotipados;F84.5  – Síndrome de As-perger;F84.8 – Outros transtornos globais do desenvolvimen-to;F84.9  – Transtornos glo-bais não especificados do desenvolvimento.

6A02 – Transtorno do Espectro do Autismo (TEA)

6A02.0  – Transtorno do Espectro do Au-tismo  sem deficiência intelectual (DI) e com comprometimento leve ou ausente da linguagem funcional;6A02.1  – Transtorno do Espectro do Au-tismo com deficiência intelectual (DI) e com comprometimento leve ou ausente da linguagem funcional;6A02.2  – Transtorno do Espectro do Au-tismo sem deficiência intelectual (DI) e com linguagem funcional prejudicada;6A02.3  – Transtorno do Espectro do Au-tismo com deficiência intelectual (DI) e com linguagem funcional prejudicada;6A02.4  – Transtorno do Espectro do Au-tismo sem deficiência intelectual (DI) e com ausência de linguagem funcional;6A02.5  – Transtorno do Espectro do Au-tismo com deficiência intelectual (DI) e com ausência de linguagem funcional;6A02.Y – Outro Transtorno do Espectro do Autismo especificado;6A02.Z – Transtorno do Espectro do Autis-mo, não especificado.

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NOTAEspectro (spectrum) envolve situações difer-

entes em níveis de gravidade, que vão da mais leve à mais grave. No entanto, independentemente do grau, estas estão relacionadas com dificuldades de comuni-cação e relacionamento social. (Disponível em: http://bit.ly/2uYLYV7 . Acesso em: 10 dez. 2018).

No entanto, cabe evidenciarmos que a CID-11  será apresentada para

adoção dos estados-membros durante a Assembleia Mundial da Saúde, em maio

de 2019, entrando em vigor em 1º de janeiro de 2022. Vale ressaltarmos que a

versão lançada é uma pré-visualização e permitirá aos países planejar seu uso,

preparar traduções e treinar profissionais de saúde.

A partir deste entendimento, o primeiro passo é começarmos a entender o que são os Transtornos do Espectro Autismo. O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma nova categoria do DSM-5, na qual foi introduzido o conceito de “espectro”, para reforçar a dimensão que o envolve.

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Assim, ressaltamos que a introdução do conceito espectro (spectrum) advém

da validade e da confiabilidade frente aos novos critérios para diagnóstico. Critérios

estes que são potencialmente mais capazes de diferenciar o TEA do desenvolvimen-

to normal e de outros transtornos psiquiátricos (MACHADO et al., 2015).

Esses novos critérios de diagnóstico para o TEA, assim, foram reduzidos

de três para dois domínios de sintomas principais, sendo eles:

• Déficits de comunicação social e interação social e;

• Comportamento, interesses e atividades restritos e repetitivos.

No que tange aos Déficits de comunicação social e interação social,

compreendemos que estes foram criados a partir da fusão entre dois domínios

que compunham o DSM-IV, sendo eles o “déficit social” e o “déficit de

comunicação”. Essa fusão decorreu da compreensão de que estes dois domínios

são manifestações de um único conjunto de sintomas, resultando em uma dupla

contagem de sintomas (MANDY et al., 2012).

Sobre os Déficits de comunicação social e interação social, o DSM-5 em

seu texto destaca alguns exemplos, sendo eles:

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• Déficits na reciprocidade socioemocional, variando, por exemplo, de

abordagem social anormal e dificuldade para estabelecer uma conversa normal

a compartilhamento reduzido de interesses, emoções ou afeto, a dificuldade

para iniciar ou responder a interações sociais (APA, 2014, p. 94);

• Déficits nos comportamentos comunicativos não verbais usados para interação

social, variando, por exemplo, de comunicação verbal e não verbal pouco

integrada a anormalidade no contato visual e linguagem corporal ou déficits

na compreensão e uso de gestos, a ausência total de expressões faciais e

comunicação não verbal (APA, 2014, p. 94);

• Déficits para desenvolver, manter e compreender relacionamentos, variando,

por exemplo, de dificuldade em ajustar o comportamento para se adequar

a contextos sociais diversos a dificuldade em compartilhar brincadeiras

imaginativas ou em fazer amigos, a ausência de interesse por pares (APA,

2014, p. 94);

Frente aos exemplos expostos que envolvem os déficits de comunicação

social e interação social, o DSM-5 ainda destaca exemplos que envolvem o

comportamento, interesses e atividades restritos e repetitivos, sendo eles:

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• Movimentos motores, uso de objetos ou fala estereotipados ou repetitivos (p. ex., estereotipias motoras simples, alinhar brinquedos ou girar objetos, ecolalia, frases idiossincráticas) (APA, 2014, p. 94).

• Insistência nas mesmas coisas, adesão inflexível a rotinas ou padrões ritualizados de comportamento verbal ou não verbal (p. ex., sofrimento extremo em relação a pequenas mudanças, dificuldades com transições, padrões rígidos de pensamento, rituais de saudação, necessidade de fazer o mesmo caminho ou ingerir os mesmos alimentos diariamente) (APA, 2014, p. 94).

• Interesses fixos e altamente restritos que são anormais em intensidade ou foco (p. ex., forte apego a ou preocupação com objetos incomuns, interesses excessivamente circunscritos ou perseverantes) (APA, 2014, p. 94).

• Hiper ou hiporreatividade a estímulos sensoriais ou interesse incomum

por aspectos sensoriais do ambiente (p. ex., indiferença aparente a dor/

temperatura, reação contrária a sons ou texturas específicas, cheirar ou tocar

objetos de forma excessiva, fascinação visual por luzes ou movimento) (APA,

2014, p. 94).

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NOTAA ecolalia na fala da criança ou jovem com TEA

é um fenômeno persistente que se caracteriza como um distúrbio de linguagem, definida como a repetição em eco da fala do outro (OLIVEIRA, 2003).

Idiossincrática é o uso estereotipado da lin-guagem (Disponível em: http://bit.ly/2Vxkvpg. Aces-so em dezembro, 2018)

Alguns dos critérios de diagnóstico para o TEA, evidenciados no DSM-5,

podem ser visualizados na Figura 5.

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FIGURA 5 - CRITÉRIOS DE DIAGNÓSTICO PARA O TEA, EVIDENCIADOS NO DSM-5

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FONTE: <http://bit.ly/2WVdBL2>. Acesso em: 10 dez. 2018.

Diante do evidenciado pelo DSM-5, entendemos que as pessoas

com TEA apresentam alterações importantes nas áreas da comunicação e

interação sociais, além de outros aspectos, como alterações sensoriais (ex.:

hipo ou hipersensibilidade auditiva, tátil, visual), comorbidades (ex.: deficiência

intelectual, síndrome do x-frágil) e peculiaridades que interferem diretamente

sobre o modo como aprendem (MACHADO, et al., 2015).

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NOTA São alterações importantes na Interação social: • Isolamento social ou comportamento social inade-

quado; • Contato visual pobre; • Ausência de resposta ao chamado (suspeita de surdez); • Dificuldade em participar de atividades em grupo; • Indiferença afetiva ou demonstrações inapropriadas

de afeto; • Falta de empatia social ou emocional.

As alterações na Comunicação afetam:• A habilidade verbal e não verbal de compartilhar in-

formações com os outros;• Aqueles que adquirem habilidade verbal têm fre-

quentemente dificuldade em compreender sutilezas da linguagem, bem como têm problemas para interp-retar linguagem corporal e expressões faciais.

Padrões repetitivos de interesses e atividades envolvem: • Rituais na atividade da vida diária (jeito de vestir,

seletividade de alimentos a ingerir, hora de dormir, apego excessivo a objetos);

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• Resistência a mudança de rotina ou ambiente: recu-sa a ambientes novos;

• Comportamento restrito, limitado a um objeto, ou a uma atividade (ficar somente com aquele objeto).

NOTA

Alguns aspectos descritos acima podem ser visualizados na Figura 6.

FIGURA 6 - ALGUNS SINAIS DO TEA

FONTE: <http://bit.ly/2U3u3Hg>. Acesso em: 10 dez. 2018.

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Outro aspecto a ser destacado é a ausência de menção aos prejuízos

relacionados à comunicação oral. Isto ocorre devido ao fato de que tal característica

não se apresenta em todos os níveis do TEA.

Assim, entende-se que as crianças e jovens com TEA apresentam

dificuldades na linguagem, utilizando-se desta de forma repetitiva, apresentando

um elevado número de expressões ecolálicas. Expressões estas que se traduzem,

algumas vezes, na não compreensão do que lhes foi dito oralmente. Isso ocorre

devido ao fato de que o desenvolvimento da memória auditiva (memória dos

sons que se ouve) não vem acompanhada pela compreensão do significado ou

decodificação dos sons que ouve.

Frente ao contexto apresentado, cabe evidenciarmos que, segundo o

DSM-5, a gravidade do TEA baseia-se em prejuízos na comunicação social e em

padrões restritos ou repetitivos de comportamento, dividindo-se em três níveis,

conforme consta no Quadro 4.

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QUADRO 4 - NÍVEIS DE GRAVIDADE PARA TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA)

NÍVEL DE GRAVIDADE COMUNICAÇÃO SOCIAL C O M P O R T A M E N T O S

RESTRITOS E REPETITIVOSNível 3

“Exigindo apoio muito substancial”

Déficits graves nas habilidades de comunicação social, verbal e não verbal causam prejuízos graves de funcionamento, grande limitação em dar início a interações sociais e resposta mínima a aberturas so-ciais que partem de outros. Por exemplo, uma pessoa com fala inteligível de poucas palavras que raramente inicia as interações e, quando o faz, tem abordagens in-comuns apenas para satisfazer a necessidades e reage somente a abordagens sociais muito diretas.

Inflexibilidade de comportamen-to, extrema dificuldade em lidar com a mudança ou outros com-portamentos restritos/repetiti-vos interferemacentuadamente no funcio-namento em todas as esferas. Grande sofrimento/dificuldade para mudar o foco ou as ações.

Nível 2

“Exigindo apoio substancial”

Déficits graves nas habilidades de comunicação social verbal e não verbal; prejuízos sociais aparentes mesmo na presença de apoio; limitação em dar início a interações sociais e resposta reduzida ou anormal a aberturas sociais que partem de outros. Por exemplo, uma pessoa que fala frases simples, cuja interação se limita a interesses especiais reduzidos e que apresenta comunicação não verbal acentuadamente estranha.

Inflexibilidade do comportamen-to, dificuldade de lidar com a mu-dança ou outros comportamentos restritos/repetitivos aparecem com frequência suficiente para serem óbvios ao observador casu-al e interferem no funcionamento em uma variedade de contextos. Sofrimento e/ou dificuldade de mudar o foco ou as ações.

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Nível 1

“Exigindo apoio”

Na ausência de apoio, déficits na comunicação social causam preju-ízos notáveis. Dificuldade para ini-ciar interações sociais e exemplos claros de respostas atípicas ou sem sucesso a aberturas sociais dos outros. Pode parecer apresen-tar interesse reduzido por inte-rações sociais. Por exemplo, uma pessoa que consegue falar frases completas e envolver-se na comu-nicação, embora apresente falhas na conversação com os outros e cujas tentativas de fazer amiza-des são estranhas e comumente malsucedidas.

Inflexibilidade de comportamen-to causa interferência significa-tiva no funcionamento em um ou mais contextos. Dificuldade em trocar de atividade. Proble-mas, para organização e plane-jamento são obstáculos à inde-pendência.

FONTE: DSM-5 (2014)

A partir dos níveis apresentados no Quadro 4, ressaltamos que o nível de

gravidade dos sujeitos representa apenas a forma pela qual ele se apresenta

em determinado momento, pois este sujeito pode ter avanços significativos por

meio de terapia adequada. Assim, o diagnóstico não pretende rotular de forma

negativa ou sentenciar a pessoa, ao contrário disso, ele auxilia na comunicação

entre os profissionais, na busca por direitos, ajuda a nortear as intervenções e a

orientar os familiares (BRITO, 2017).

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Segundo Brito (2017), evidências científicas mostram que entender

algumas características comuns às pessoas com Autismo/Transtorno do Espectro

do Autismo pode auxiliar muito a agir em diferentes situações (na escola, em

casa, na terapia).

No entanto, torna-se pertinente lembrarmos que cada pessoa é única

e precisa ter suas particularidades (idade, escolaridade, aspectos sociais,

linguísticos, cognitivos, motores, familiares e socioculturais, grau de autismo,

síndromes ou transtornos associados, etc.), aspectos estes que necessitam ser

levados em consideração.

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Segundo o DSM-5, a idade e o padrão de início também devem ser observados para o transtorno do espectro autista. Os sintomas costumam ser reconhecidos durante o segundo ano de vida (12 a 36 meses), embora possam ser vistos antes dos 12 meses de idade, se os atrasos do desenvolvimento forem graves. No entanto, podem ser percebidos após os 24 meses, se os sinais forem mais sutis (APA, 2014).

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FIGURA 7 - SINAIS DO TEA DURANTE O SEGUNDO ANO DE VIDA (12 A 36 MESES)

FONTE: <http://bit.ly/2UJbP1X>. Acesso em: 10 dez. 2018.

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Podemos destacar que a descrição do padrão de início pode incluir infor-mações sobre atrasos precoces do desenvolvimento ou quaisquer perdas de habil-idades sociais ou linguísticas. Nos casos em que houver perda de habilidades, pais ou cuidadores podem relatar história de deterioração gradual ou relativamente rápida em comportamentos sociais ou nas habilidades linguísticas (APA, 2014).

As características comportamentais do transtorno do espectro autista tornam-se inicialmente evidentes na primeira infância, com alguns casos apre-sentando falta de interesse em interações sociais no primeiro ano de vida. Al-gumas crianças com transtorno do espectro autista apresentam regressão no desenvolvimento, com uma deterioração gradual ou relativamente rápida em comportamentos sociais ou uso da linguagem, frequentemente durante os dois primeiros anos de vida. Tais perdas são raras em outros transtornos, podendo ser um sinal de alerta útil para o Transtorno do Espectro Autista (APA, 2014).

Os primeiros sintomas do Transtorno do Espectro Autista frequentemente envolvem atraso no desenvolvimento da linguagem, em geral acompanhado por ausência de interesse social ou interações sociais incomuns, sendo eles: puxar as pessoas pela mão sem nenhuma tentativa de olhar para elas; surgem tam-bém padrões estranhos de brincadeiras: carregar brinquedos, mas nunca brincar com eles, e padrões incomuns de comunicação: conhecer o alfabeto, mas não responder ao próprio nome (APA, 2014).

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Durante o segundo ano, comportamentos estranhos e repetitivos e aus-

ência de brincadeiras típicas tornam-se mais evidentes. Uma vez que muitas cri-

anças pequenas com desenvolvimento normal apresentam fortes preferências e

gostam de repetição, por exemplo: ingerir os mesmos alimentos, assistir muitas

vezes ao mesmo filme.

No entanto, cabe ressaltarmos que em crianças em idade pré-escolar pode

ser difícil distinguir padrões restritos e repetitivos de comportamentos diagnósti-

cos do Transtorno do Espectro Autista. Assim, podemos inferir que a distinção

clínica baseia-se no tipo, na frequência e na intensidade do comportamento, por

exemplo: uma criança que diariamente alinha os objetos durante horas e sofre

bastante quando algum deles é movimentado (APA, 2014).

Outro aspecto a ser evidenciado é o de que o Transtorno do Espectro

Autista não é um transtorno degenerativo, sendo comum que a aprendizagem

continue ao longo da vida. Os sintomas são frequentemente mais acentuados

na primeira infância e nos primeiros anos da vida escolar, com ganhos no desen-

volvimento tornando-se no fim da infância pelo menos em certas áreas, por ex-

emplo: aumento no interesse por interações sociais (APA, 2014).

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Em geral, indivíduos com níveis de prejuízo menores podem ter maior in-

dependência. No entanto, esses indivíduos podem continuar socialmente ingên-

uos e vulneráveis, com dificuldades para organizar as demandas práticas sem

ajuda, estando estes mais propensos a ansiedade e depressão (APA, 2014).

FIGURA 8 - FIQUE ATENTO!!!

FONTE: <http://bit.ly/2VzE00w>. Acesso em: 10 dez. 2018.

Frente ao anunciado pelo DSM-5 (2014), vale ressaltar que diversos

estudos científicos mostram que quanto mais precocemente a criança com TEA

for avaliada de forma adequada, melhores poderão ser suas oportunidades de

intervenção e de desenvolvimento. A intervenção precoce torna-se fundamental

na evolução de crianças com TEA. Portanto, quanto mais precoce a intervenção,

melhores os resultados para a criança e para sua família (KASARI et al., 2006;

KELLEY et al., 2006).

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Assim apresentamos na Figura 9 um breve resumo do que aprendemos

sobre o TEA, de acordo com o DSM-5.

FIGURA 9 - O QUE É O AUTISMO?

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FONTE: <http://bit.ly/2UmmAYK>. Acesso em: 10 dez. 2018.

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Assim compreendemos que a partir da identificação de sinais, do diagnóstico

estabelecido, pode-se iniciar o processo de intervenção propriamente dito. Para

isso, torna-se imprescindível que cada profissional terapeuta ou professor realize

conjuntamente com a família investigações cuidadosas sobre a criança ou adulto

com TEA em seus diferentes contextos de vida (em casa, na escola e outros).

Esta parceria entre os que já convivem com a pessoa com TEA e os

profissionais é indispensável para compreender as necessidades de todos,

especialmente da criança ou adulto com TEA (BRITO, 2017).

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reFerÊNcIAsANDRADE, S. K. C. A interação no transtorno do espectro autista: a multimodalidade enquanto forma alternativa de comunicação. Revista Prolíngua – Volume 12 - Número 1 - mar/ago de 2017.

APA - American Psychiatry Association. Diagnostic and Statistical Manual of Mental disorders - DSM-5. 5th.ed. Washington: American Psychiatric Association, 2014.

APA - American Psychiatric Association (APA). Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais – 4a edição revisada (DSM-IV-TR). Porto Alegre: Artmed; 2002.

ARAÚJO, C. A.; NETO, L. F. A nova classificação americana para os Transtornos Mentais - o DSM-5. Revista Brasileira de Terapia Comportamental e Cognitiva. V. 16, n. 1. São Paulo, 2014.

BRITO, C. M. Estratégias de Intervenção no Transtorno do Espectro do Autismo. E-Book, 2017.

DSM-IV - Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. Trad. Cláudia Dornelles; 4. ed. rev. Porto Alegre: Artmed, 2002.

KASARI, C.; FREEMAN, S.; PAPARELLA, T. Joint attention and symbolic play in young children with autism: a randomized controlled intervention study. J Child Psychol Psychiatry. v. 47, p. 611-20, 2006.

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KELLEY, E.; PAUL, J. J.; FEIN, D.; NAIGLES, L. R. Residual language deficits in optimal outcome children with a history of autism. J Autism Dev Disord. v. 36, p. 80728, 2006.

MACHADO, J. D.; CAYE, A.; FRICK, P. J.; ROHDE, L. A. DSM-5. Principais Mudanças nos Transtornos de Crianças e Adolescentes. In: Rey JM (ed), IACAPAP e-Textbook of Child and Adolescent Mental Health (edição em Português; Dias Silva F, ed). Genebra: International Association for Child and Adolescent Psychiatry and Allied Professions 2015.

OLIVEIRA, M. T. A Diversidade Sintomática na Ecolalia. Rev. Dist da Comum. 2003;2(4):351-60.

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Clique nos títulos abaixo e assista aos vídeos complementares:

“Coisas que todo autista gostaria que você soubesse”

“15 Sinais de Autismo Leve”

“Autismo na CID 11- O nome no laudo do meu filho mudou?”

Como leitura para complementar seus estudos nesta etapa, indicamos que faça download o artigo intitulado Identificação dos Primeiros Sintomas do Autismo pelos Pais, publicado pelos autores Regina Basso Zanon, Bárbara Backes e Cleonice Alves Bosa. Clique aqui para fazer o download.

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