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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
A FAMÍLIA, COMO VAI?
Por: Amanda Maria Aquino de Paula
Orientador
Prof. Mary Sue Pe
Rio de Janeiro 2009
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
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PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
A FAMÍLIA, COMO VAI?
Apresentação de monografia ao Instituto A Vez do Mestre
– Universidade Candido Mendes como requisito parcial
para obtenção do grau de especialista em Psicologia
jurídica
Por: Amanda Maria Aquino de Paula
AGRADECIMENTOS
3
Agradeço em primeiro lugar a Deus por ter
me permitido chegar até aqui com saúde e
a todos que direta ou indiretamente,
contribuíram para a confecção desse
trabalho, e em especial aos colegas de
turma pela amizade
DEDICATÓRIA
4
Dedico esse trabalho a meus pais José
Gregório e Maria das Graças (In Memorian), e
a meus irmãos Evandro e Patrick, pelo apoio e
incentivo, em todos os momentos e por me
fazerem sentir verdadeiramente o que é ter
uma família.
RESUMO
Este presente estudo tem por objetivo levarmos a uma reflexão sobre a família
desde tempos idos até os dias atuais., com suas peculiaridades, sua inovações.
5
A evolução da família com o paternalismo, a figura materna, a infância com
seus papéis bastante definidos. Famílias que modificaram, as mudanças que a
família vem sofrendo, diminuíram de tamanho, família homoafetivas.
A pergunta é? Seria o fim da família?
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METODOLOGIA
A pesquisa foi desenvolvida a partir de investigação bibliográfica que
objetivou revisar todo o tipo de publicação que versasse sobre o tema sugerida na
pesquisa.
Participação em palestras e seminários que tinham o tem como enfoque .
Os registros foram feitos em fichas que me auxiliaram à hora de escrever a
monografia.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I
1 - História da família 11
CAPÍTULO II
2 – Família e responsabilidade com os filhos 18
CAPÍTULO III
3 – Será o fim da família? 26
CONCLUSÃO 36
BIBLIOGRAFIA 40
ANEXOS 43
ÍNDICE 45
8
INTRODUÇÃO
Dia 08 de dezembro, comemora-se o “dia Nacional da Família”. Essa data foi
instituída em 1963. Segundo o texto do decreto 52748, na família ideal existe amor,
confiança, cooperação, respeito, obediência, compreensão e tolerância.
A palavra família, de raiz osca, foi utilizada em sua origem para denotar
exclusivamente os serviçais. Por volta do século XV, seu significado se ampliou,
abarcando todos os membros da casa, tanto os servos como mulheres cativas e a
descendência engedrada pelo chefe de família.
O vínculo mais importante desta família medieval era um acordo tácito de
proteção e lealdade mútuas...Esse acordo recíproco se tornou mais estável à medida
que o tempo foi transcorrendo, e o uso do termo evoluiu progressivamente até os
contratos familiares que temos hoje em conhecemos (SLUZKI, 1997).
À partir dela, adotamos valores e formamos nossa identidade. Existem famílias
de vários tamanhos com diversos costumes e até aquelas que incluem pessoas que
nem são parentes. Mas de qualquer maneira a família é a forma mais básica de
organização da sociedade.
O termo “família” é derivado do latim “famulus” e significa “escravo doméstico”.
Este termo foi criado na Roma Antiga para designar um novo grupo social que surgiu
entre as tribos latinas ao serem introduzidas entre as tribos latinas ao serem
introduzidas a agricultura e também escravidão legalizada.
À família sempre coube o papel de proteção e socialização primárias de
anteparo social, provedora de cuidados aos seus membros, sendo considerada a
instância natural de atendimento `as necessidades sociais. É um espaço de relações
intersubjetivas que propiciam a socialização primária do indivíduo,
instância primordial, lugar da intimidade, construção de sentidos e expressão
de sentimentos. Elementos que também irão influenciar na formação e
conseqüentemente na capacidade em tomar iniciativas em meio à situações
adversas.
Família, instituição social que se altera de acordo com as transformações
históricas de cada sociedade, estando atravessada por relação de poder e
dominação, tais como as demais instituições sociais.
“Família é uma instituição confiável que se contrapõe a tantas outras
instituições brasileiras desvalorizadas como o Estado, representado pelos poderes
executivo, legislativo e judiciário” (Costa, 2007).
“Sistema de membros independentes que possuem dois atributos,
comunidade e interação com outros membros” (Stanhope, 1999, 492).
“A família constitui o primeiro, o mais fundamental e o mais importante grupo
social de toda a pessoa, bem como o seu quadro de referência estabelecido através
das relações e identificações que a criança criou durante o desenvolvimento”
(VARA,1998,p.8).
No livro do Gênesis, na bíblia Sagrada, o primeiro capítulo versa sobre a
criação do mundo e de todas outras coisas feitas por Deus. Nesta criação deus fez o
homem e a mulher, o primeiro casal do mundo, ou seja, a primeira instituição: A
família.
Jesus também teve uma família. Jesus Maria e José formam, para os católicos
a “SAGRADA FAMÍLIA”.
Foi numa festa de casamento, ou seja, numa formação de uma nova família
que Jesus fez o seu primeiro milagre, transformando a água em vinho, milagre esse
conhecido como “BODAS DE CANÁ”.
Independente da religião que se tenha, essas pequenas linhas que enfocam o
tema religião, tem apenas o papel de mostrar a importância da família desde a
criação do mundo até os dias atuais.
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A questão “família” sempre foi tratada por várias entidades, sejam elas
públicas, privadas, religiosas, etc. Dentre essas, destaco a Igreja Católica.
Entidade esta que sempre preocupada com as questões, necessidades e
angústias da sociedade em geral, com a família e seus valores, lançou desde a
criação da Campanha da Fraternidade em 1964 até os dias atuais, 2 campanhas que
falavam diretamente sobre o assunto e nos propunham, juntamente com a
Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), debater sobre o assunto..
Em 1967, com o Tema – Fraternidade na Família e o Lema – Comece em sua
casa, a Campanha da Fraternidade tinha o objetivo de promover os valores da família
e curar suas feridas. Em especial relevância se colocará em prática a influência que a
família possui na manutenção e na fraternidade entre os homens.
Novamente em 1994, com o Tema – Fraternidade e a Família e o Lema – A
Família como vai? A CNBB, com essa pergunta que nos é tão familiar, que fazemos
todos os dias e talvez nem percebamos a grandeza dessa pergunta, vem nos propor
novo debate.O objetivo geral dessa campanha era “Redescobrir os valores da família,
lugar de encontro, espaço de convivência humana, ponto de partida de um mundo
mais humano e de acordo com o Plano de Deus. Ao mesmo tempo, a Campanha
quer colaborar na criação de condições sociais e políticas objetivas para que a família
possa realizar sua missão. Finalmente, pondo em prática o mandamento do amor
fraterno, a CF quer nos ajudar a olhar com confiança para um amanhã novo da
família que já pode ser descortinado” (CNBB, 1994).
A família, quando bem estruturada e com relações sadias torna-se uma igreja
doméstica e, por assim dizer, o sinal do amor de Deus. A família é uma aliança de
pessoas e nessa aliança são necessários laços solidários.
CAPÍTULO I
HISTÓRIA DA FAMÍLIA
1.1 – A família
No Direito Romano Clássico a família natural cresce de importância – esta
família é baseada no casamento e no vínculo de sangue. A família natural é o
agrupamento constituído apenas dos cônjuges e de seus filhos. A família Natural tem
como base o casamento e as relações jurídicas dele resultantes, entre os cônjuges,
pais e filhos. Se nesta época predominava uma estrutura familiar patriarcal em que
um vasto leque de pessoas começaram a estar ligadas por vínculos matrimoniais,
formando novas famílias.. Dessas novas famílias fazia parte também parte a
descendência gerada que , assim tinha duas famílias, a paterna e a materna.
Numa educação centralizada na formação do caráter moral das pessoas, é
evidente que a família desempenha papel muito importante. O pai é o principal
responsável pela educação dos filhos, mas o caráter prático do povo romano atribui
especial importância à mulher nessa tarefa com outras relacionadas com o lar. A
situação da mulher em Roma era mais elevada do que no restante dos impérios da
Antiguidade. Embora não chegasse a participar da vida pública, a mulher exercia
grande autoridade dentro da família.
No Estatuto Jurídico temos a presença da figura do pai, sob à ótica do direito
romano, como sendo detentor de um poder absoluto era o símbolo do pátrio poder
(pater família). Havia uma idealização da figura paterna. Tal como um deus, sua
autoridade era inquestionável. O pai era aqui o representante
jurídico da lei familiar, tendo uma função de genitor, educador e transmissor do
nome e dos bens.
O sistema originário de família no Código vestia uma família matrimonializada,
hierarquizada e patriarcal. Sendo a única família que ele reconhecia era aquela
estabelecida pelo casamento. No qual o marido era o chefe da sociedade conjugal,
ocupando a mulher um lugar secundário na hierarquia da titularidade dos direitos.
O Estatuto Jurídico no Brasil, recebeu influências do Direito Romano e
também do Código Civil Português e em 1916, surgia o Código Civil Brasileiro
propriamente dito, onde continha o texto que versava sobre o Direito de Família.
O código veio para regular a situação da família, reconhecida como nuclear,
composta de pai, mãe e filhos. Família essa composta nos pilares do
conservadorismo e, vista como fundamental na sociedade, no qual se organizava em
um modelo hierárquico concedendo ao pai diversos direitos sobre sua família.
A família se torna, ao lado das corporações, uma das estruturas de
base da sociedade. Pois sem ela, com efeito, o Estado só poderia lidar com massas
despóticas ou tribais (HEGEL, 2000).
Significativas mudanças aconteceram com a criação do Código Civil Lei do
Divórcio, em 1988 a nova Constituição Federal e em 1990, foi criado o estatuto da
Criança e do Adolescente.
Muitas leis foram criadas entre os anos de 1889 à 1935, período em que o
patriarcado teve seu declínio. Em 1935 foi abolido o “direito de correção paterna.
Esse termo foi substituído por “assistência educacional”, desse modo a imagem do
pai foi questionada, pois passou-se a entender o pai como alguém que precisava ser
assistido. Dez anos depois, a lei foi alterada, um direito instituía os “juízes de infância”
através de uma via de requisição, o direito de decidir sobre a colocação de uma
criança em uma instituição de caridade, ou em uma casa de educação. O interesse
coletivo, que é o da família, sai de casa para entrar o interesse da individual, o da
criança, é nessa época que surgem os especialistas educacionais para cuidarem dos
seus interesses e vigiarem seus pais.
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A família tradicional vista como indissolúvel, começa a ser questionada,
cedendo lugar às individualidades. O pai teve seu papel e funções
redefinidas. O antigo chefe de família passou a partilhar sua autoridade com uma
responsabilidade parental.
Foi com a chegada da Revolução Francesa que a imagem do pater família
começou a desmoronar, sujeitando a todo tipo de fragmentação produzido por
marcantes modificações no seu estatuto de pai. A substituição do poder de Deus pelo
pater família abre caminho para uma nova dialética da emancipação cujas primeiras
beneficiárias serão as mulheres, e depois delas as crianças( ROUDINESCO, 2003).
Em 1938, foi abolido o poder marital. As mulheres conseguiam ter seus
direitos reconhecidos, com o Estatuto de cidadã. A paternidade então se torna mais
uma “função” a ser assumida, do que “poder” a ser exercido. O interesse da criança,
como principal parceiro do casal parental, noção de igualdade entre pai e mãe, que
se anuncia quando o título “chefe de família” se torna atribuível à mãe em 1942 e do
olhar dirigido à mulher e à criança no seio da família deu lugar a um agenciamento
inédito das relações de aliança. Em lugar de ser reduzida a seu papel de esposa ou
de mãe, a mulher foi se individualizando à medida que o acesso ao prazer era
dissociado da procriação. Quanto à criança, projetou-se em uma identidade diferente
da dos seu pais. Com isso a dominação paterna só pôde ser exercida numa partilha
consentida que respeitava o lugar de cada um dos parceiros ligados pela instituição
matrimonial (ROUDINESCO,2003).
Nos primeiros tempos, quando o pai ainda era considerado superior a outros
membros da família, os casamentos arranjados de acordo com interesses financeiros
e ainda não havia a utilização da escrita, a educação era ministrada pela própria
família e, mesmo com o advento da escola, a família ainda continuava exercendo
esse papel, já que a escola era para poucos.
1.2 – O sentimento de infância e o afeto
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A família era vista como a “casa”, o que interessava era a transmissão dos
bens, da vida, do nome e privilegiava a dimensão da sociabilidade. Não havia
sentimento de infância e nem laços afetivos entre pais e filhos. A criança circulava
entre os adultos era tratado como um adulto “miniaturizado”. Se vestia como um
deles. A família se confundia com o patrimônio e com a reputação. Mais o
romantismo europeu do século XVIII, modificou este modelo como o nascimento da
concepção de infância e da educação moderna.. A privacidade passou a ser mais
valorizada, assim como a formação moral, pessoal e espiritual das crianças. A
afetividade tornou-se o principal laço entre cônjuge, pais e filhos.
Rosseau foi praticamente o primeiro educador a considerar a criança como tal,
com sentimentos, desejos e idéias próprias, diferentes do adulto.Foi o precursor da
psicologia do desenvolvimento, ao dar atenção às diversas fases do desenvolvimento
da criança ao defender uma educação diferente para cada fase, cujo processo seria
determinado pela natureza da criança e do seu crescimento (PILETTI, 2004).
O sentimento de família se estende até hoje à sociedade como um todo e uma
nova organização familiar foi ocupando espaço antes reservado à sociedade para
preparar um membro a ser incorporado à sociedade, de acordo com saberes recém
criados para estabelecer o controle de autoridade parental.
Essa nova forma de família moderna, é caracterizada pela organização da sua vida
em torno da imprescindível presença da criança junto aos pais, e pela importância da
intimidade proporcionada pela vida privada. Na nova família o que une os membros é
o sentimento, o costume de vida.
Esse sentimento da infância pode ainda ser percebido através das reações
críticas que provocou no fim do século XVII e sobretudo no século XVIII. Algumas
pessoas rabugentas consideravam in suportável a atenção que se dispensava às
crianças: sentimento novo também como que negativo do sentimento de infância a
que chamamos de paparicação. Essa irritação é a base da hostilidade de
Montaigne:”Não posso conceber essa paixão que faz com que as pessoas beijem as
crianças recém nascidas, que não tem ainda nem movimento na alma, nem forma
reconhecida no corpo, pela qual possam tornar-se amáveis e nunca permiti de boa
vontade que elas fossem alimentadas na minha frente. Ele não admitia a idéia de se
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amar as crianças “como passatempo”, como se fossem macacos” nem de se achar
graça em “ seus sapateados, brincadeiras e bobagens pueris”. É que, em torno dele,
as pessoas se ocupavam demais com as crianças.
Hoje já se sabe que para a criança, a família tem um papel essencial que é o
da afetividade, pode-se dizer que o alimento afetivo é tão necessário quanto o
alimento material, pois a criança precisa desse afeto do adulto para desenvolver a
confiabilidade e as questões de relacionamento (PILETTI, 2004).
De agora em diante esta não será mais vista apenas como uma estrutura do
parentesco que restaura a autoridade derrotada do pai, ou sintetizando a passagem
da natureza à cultura através dos interditos e das funções simbólicas, mas como um
lugar de poder descentralizado e de múltiplas aparências. Em lugar da definição de
uma essência espiritual, biológica ou antropológica da família, fundada no gênero e
no sexo ou nas leis do parentesco, e em lugar daquela, existencial, induzida pelo mito
edipiano, foi instituída outra, horizontal e múltipla, inventada pelo individualismo
moderno, e logo dissecada pelo discurso dos especialistas(ROUDINESCO, 2003).
O respeito à criança-Que pensar então dessa educação bárbara que sacrifica
o presente a um futuro incerto, que cumula a criança de cadeias de toda espécie e
começa por torná-la miserável a fim de preparar-lhe, ao longe, não sei que pretensa
felicidade de que não gozará nunca? Ainda que supusesse essa educação razoável
em seu objetivo, como ver sem indignação pobres desgraçados condenados a
trabalhos contínuos, como forçados, sem ter certeza de que tantos cuidados lhes
serão úteis algum dia! A idade da alegria passa em meio aos choros, aos castigos, às
ameaças, à escravidão. Atormenta-se o infeliz para seu bem; e não se vê a morte
que se chama e que vai alcançá-lo em meio a essas tristes preocupações. Quem
sabe quantas crianças morrem vítimas da extravagante sabedoria de um pai ou de
um mestre? Felizes por escaparem à crueldade destes, a única vantagem que tiram
dos males a elas impostos é a de morrerem sem saudade da vida, da qual só
conheceram tormentos.
Homens, sejais humanos, é vosso primeiro dever; e o sejais em relação a
todas as situações sociais, a todas as idades, a tudo o que não seja estranho ao
homem. Que sabedoria haverá para vós fora da humanidade? Amai a infância;
favorecei seus jogos, seus prazeres seu amável instinto. Quem de vós não se sentiu
saudoso, às vezes, dessa idade em que o riso está sempre nos lábios e a alma
sempre em paz? Por que arrancar desses pequenos inocentes o gozo de um tempo
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tão curto que lhes escapa, de um bem tão precioso de que não podem abusar? Por
que encher de amarguras e dores esses primeiros anos tão rápidos, que não voltarão
para vós nem para eles? Pais sabeis a que momento a morte espera vossos filhos?
Não vos prepareis desgostos suprimindo-lhes os poucos instantes que a natureza
lhes dá; desde o momento em que possam sentir o prazer de serem, fazei com que, a
qualquer hora que Deus os chame, não morram sem ter gozado a vida.
Quantas vozes vão erguer contra mim! Ouço de longe os clamores dessa falsa
sabedoria que nos bota incessantemente fora de nós, menospreza sempre o
presente e que, visando sempre a um futuro que de nós se afasta na medida em que
avançamos, à força de nos transportar para onde não estamos nos transporta para
onde nunca estaremos.
É, responder-nos-ei, o momento de corrigir as más inclinações do homem; é
na infância, quando as penas são menos sensíveis, que é preciso multiplicá-las, a fim
de poupá-las na idade da razão. Mas quem vos diz que todo esse arranjo está à
vossa disposição e que todas essas belas instruções com que encheis o fraco
espírito de uma criança, não lhe serão um dia mais perniciosas do que úteis? Quem
vos assegura que lhe poupais alguma coisa com as amarguras que lhe prodigalizais?
Por que lhe dais maiores dissabores do que comporta seu estado, sem terdes a
certeza de que esses males presentes aliviarão o futuro? E, como me provareis que
essas más tendências de que a pretendeis curar não lhe vêm de vossos cuidados
mal entendidos, muito mais que da natureza? Infeliz providência que faz um ser
desgraçado no momento, na esperança de torná-lo feliz um dia! Se tais
raciocinadores vulgares confundem a licença com a liberdade, e a criança que
fazemos feliz com a criança que estragamos, ensinemo-los a distingui-los.
Para não correr atrás de quimeras não esqueçamos o que convém a nossa
condição. A humanidade tem seu lugar na ordem das coisas; a infância tem o seu na
ordem da vida humana; é preciso considerar o homem no homem e a criança na
criança. Assinalar a cada um o seu lugar e nele fixá-lo, ordenar as paixões humanas
segundo a constituição do homem é tudo o que podemos fazer para seu bem-estar.
O resto depende de causas estranhas a nós e que não estão em nosso poder
(ROUSSEAU,1968).
Também a psicologia em seus estudos demonstrou a influência da primeira
infância na construção da visão de mundo adulto, influências essas que serão
primordiais nos anos que se seguem.
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A criança tem que descobrir um lugar que lhe é reservado muito antes de seu
nascimento e tem que se inserir num conjunto de redes significantes que vão
determinar sua identidade na qualidade de membro da sociedade particular em que
ela nasceu e de sua família particular.
CAPÍTULO II
FAMÍLIA E RESPONSABILIDADE COM OS FILHOS
È na família onde primeiro aprendemos noções de poder, de autoridade,
hierarquia, e lá onde nossas habilidades são percebidas. Aprendemos com ela a
adaptar-nos a situações diversas, a negociar aprendemos a nos perceber enquanto
membros de uma determinada sociedade. Toda família tem seus valores, rituais e na
família aprendemos a conviver e fazer a fazer e tomar parte deles. As fronteiras que
podem aparecer, servirão para o crescimento, para a individualização dos filhos.
Irmãos em casa, são importantes para criar laços de fraternidade e amizade.
A criança tem direitos -de ser alimentada, abrigada, educada, supervisionada
e de não ser espancada - e que o não dito sobre seus direitos favorece nela a
fantasia de que os adultos tem todos os direitos sobre ela (DALTRO,1988).
Antes dos sete anos de idade a criança suporta seus deveres como
obrigações perante o mais forte, de quem depende a manutenção de sua vida. Seus
deveres enquanto isso tais desligados da obrigação perante o adulto, só se tornam
claros para ela com o advento da idade da razão. (DALTRO,1988).
Por outro lado, quando ela atinge esta idade, os pais, por sua vez, já não tem
perante ela senão deveres e não direitos.
Por fim aos quatorze anos o filho já não tem em relação aos pais outros
deveres que não os de todo cidadão; deveres de solidariedade da família e
solidariedade social (DALTRO,1988).
Compete aos pais com relação aos filhos:
1- Dirigir-lhe criação e educação;
2- Tê-los em sua companhia e guarda;
3- Conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para casar;
4- Nomear-lhes tutor por testamento ou documento idêntico se o outro dos pais
não lhes sobreviver ou sobrevivente não puder exercer pátrio poder;
5- Reclamá-los de quem ilegalmente os detenha;
6- Representá-los nos atos da vida civil;
7- Exigir que lhes prestem obediência, respeitando os serviços próprios de sua
idade e condição.
A lei 6515/77, conhecida como a “Lei do Divórcio” na Seção II, que versa sobre a
proteção da pessoa dos filhos, diz que:
Art. 9º - No caso de dissolução da sociedade conjugal pela separação judicial
consensual (art. 4º), observar-se-á o que os cônjuges acordarem sobre a guarda dos
filhos.
Art. 10 - Na separação judicial fundada no "caput " do art. 5º, os filhos
menores ficarão com o cônjuge que a e não houver dado causa.
§ 1º - Se pela separação judicial forem responsáveis ambos os cônjuges; os
filhos menores ficarão em poder da mãe, salvo se o juiz verificar que de tal solução
possa adv prejuízo de ordem moral para eles.
§ 2º - Verificado que não devem os filhos permanecer em poder da mãe nem
do pai, deferirá o juiz a sua guarda a pessoa notoriamente idônea da família de
qualquer dos cônjuges.
Art. 11 - Quando a separação judicial ocorrer com fundamento no § 1º do art.
5º, os filhos ficarão em poder do cônjuge em cuja companhia estavam durante o
tempo de ruptura da vida em comum.
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Art. 12 - Na separação judicial fundada no § 2º do art. 5º, o juiz deferirá a
entrega dos filhos ao cônjuge que estiver em condições de assumir, normalmente, a
responsabilidade de sua guarda e educação.
Art. 13 - Se houver motivos graves, poderá o juiz, em qualquer caso, a bem
dos filhos, regular por maneira diferente da estabelecida nos artigos anteriores a
situação deles com os pais.
Art. 14 - No caso de anulação do casamento, havendo filhos comuns,
observar-se-á o disposto nos arts. 10 e 13.
Parágrafo único - Ainda que nenhum dos cônjuges esteja de boa fé ao contrair
o casamento, seus efeitos civis aproveitarão aos filhos comuns.
Art. 15 - Os pais, em cuja guarda não estejam os filhos, poderão visitá-los e tê-
los em sua companhia, segundo fixar o juiz, bem como fiscalizar sua manutenção e
educação.
Art. 16 - As disposições relativas à guarda e à prestação de alimentos aos
filhos menores estendem-se aos filhos maiores inválidos.
Uma das funções da vida familiar é a de garantir a segurança emocional e
física da criança e um ambiente em que as tarefas desenvolvimentais normais
possam ser completadas e essa função deve ser mantida, respeitada e praticada
ainda que a separação/divórcio aconteça.
Os filhos devem ser totalmente assistidos. A separação dos pais , sempre é
para criança um momento muito difícil, uma situação penosa. Em muitas delas, a dor
é muito mais sentida pela criança, já que os pais (alguns), pensam estarem fazendo o
que é melhor, só que muitas das vezes é melhor para os pais e não para as crianças.
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O ideal é os pais terem o filho como uma causa pela qual são apaixonados, ao
invés de tê-lo como um compromisso, um trabalho sobre o qual tem que responder.
Tem que ter essa relação de que é algo que se faz por prazer (RYZEWSKI, 2005)
Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder
público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à
vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização,
à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.
Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende:
a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias;
b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública;
c) preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas;
d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a
proteção à infância e à juventude
Art. 19. Toda criança ou adolescente tem direito a ser criado e educado no
seio da sua família e, excepcionalmente, em família substituta, assegurada a
convivência familiar e comunitária, em ambiente livre da presença de pessoas
dependentes de substâncias entorpecentes.
Art. 20. Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção,
terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações
discriminatórias relativas à filiação.
Art. 21. O pátrio poder será exercido, em igualdade de condições, pelo pai e
pela mãe, na forma do que dispuser a legislação civil, assegurado a qualquer deles o
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direito de, em caso de discordância, recorrer à autoridade judiciária competente para
a solução da divergência.
Art. 22. Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e educação dos filhos
menores, cabendo-lhes ainda, no interesse destes, a obrigação de cumprir e fazer
cumprir as determinações judiciais.
Art. 23. A falta ou a carência de recursos materiais não constitui motivo
suficiente para a perda ou a suspensão do pátrio poder.
Parágrafo único. Não existindo outro motivo que por si só autorize a
decretação da medida, a criança ou o adolescente será mantido em sua família de
origem, a qual deverá obrigatoriamente ser incluída em programas oficiais de auxílio.
Art. 24. A perda e a suspensão do pátrio poder serão decretadas
judicialmente, em procedimento contraditório, nos casos previstos na legislação civil,
bem como na hipótese de descumprimento injustificado dos deveres e obrigações a
que alude o art. 22.
Seção II
Da Família Natural
Art. 25. Entende-se por família natural a comunidade formada pelos pais ou
qualquer deles e seus descendentes.
Art. 26. Os filhos havidos fora do casamento poderão ser reconhecidos pelos
pais, conjunta ou separadamente, no próprio termo de nascimento, por testamento,
mediante escritura ou outro documento público, qualquer que seja a origem da
filiação.
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Parágrafo único. O reconhecimento pode preceder o nascimento do filho ou
suceder-lhe ao falecimento, se deixar descendentes.
Art. 27. O reconhecimento do estado de filiação é direito personalíssimo,
indisponível e imprescritível, podendo ser exercitado contra os pais ou seus
herdeiros, sem qualquer restrição, observado o segredo de Justiça.
Seção III
Da Família Substituta
Subseção I
Disposições Gerais
Art. 28. A colocação em família substituta far-se-á mediante guarda, tutela ou
adoção, independentemente da situação jurídica da criança ou adolescente, nos
termos desta Lei.
§ 1º Sempre que possível, a criança ou adolescente deverá ser previamente
ouvido e a sua opinião devidamente considerada.
§ 2º Na apreciação do pedido levar-se-á em conta o grau de parentesco e a
relação de afinidade ou de afetividade, a fim de evitar ou minorar as conseqüências
decorrentes da medida.
Art. 29. Não se deferirá colocação em família substituta a pessoa que revele,
por qualquer modo, incompatibilidade com a natureza da medida ou não ofereça
ambiente familiar adequado.
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Art. 30 A colocação em família substituta não admitirá transferência da criança
ou adolescente a terceiros ou a entidades governamentais ou não-governamentais,
sem autorização judicial.
Art. 31A colocação em família substituta estrangeira constitui medida
excepcional, somente admissível na modalidade de adoção.
Art. 32. Ao assumir a guarda ou a tutela, o responsável prestará compromisso
de bem e fielmente desempenhar o encargo, mediante termo nos autos. (ESTATUTO
DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE).
Com a atual crise qe estamos passando, muitas vezes os artigos desse código
ficam só no papel, não porque os pais não querem, mas muitas vezes porque não
podem.
Os pais saem cedo de casa e deixam seus filhos dormindo. De uns anos para
cá, a mulher também saiu de casa para o mercado de trabalho. Os filhos muitas
vezes, estão sendo deixados a sós, em creches ou com alguma pessoa que nem
sempre é capacitada para cuidar de uma criança.
A luta pelo fortalecimento da renda familiar tem uma grande parcela de culpa
na falta de atenção, de tempo destinado á família, somado a isso encontramos a falta
de diálogo entre os membros. Nem sempre dá tempo...
È importante que os pais promovam situações para maior convívio com os
filhos, para que mesmo com essas dificuldades, sejam dados um mínimo de atenção
aos filhos, o sentar à mesa juntos, a conversa, o diálogo.
Não posso ficar nem mais um minuto com você Sinto muito amor, mas não pode ser Moro em Jaçanã, Se eu perder esse trem Que sai agora as onze horas
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Só amanhã de manhã. Além disso mulher Tem outra coisa, Minha mãe não dorme Enquanto eu não chegar, Sou filho único Tenho minha casa para olhar E eu não posso ficar. (Barbosa, 1965)
Essa letra nos mostra a preocupação do filho com sua mãe, pois ela sabe que
não conseguirá dormir sem que ele chegue. Uma música tão antiga mais com uma
letra, uma proposta, uma fala tão atual.Quem de nós não conhece ou é essa mãe que
“não dorme enquanto o filho não chegar”. Quantos de nós não sabemos da aflição
de uma mãe a qual o filho está nas ruas, pela madrugada, algumas até sabem onde
estão seus filhos, outras apenas imaginam e outras ainda, nem querem imaginar. O
pensamento voa e as mães ficam aflitas e pensando no que pode estar acontecendo
com seus filhos.
Essa é a família que ficará para sempre, aquela que te espera e, mesmo que
muitos digam que não, já que os mais jovens até reclamam da super proteção, da
“monitoria” dos pais, no fundo sabem e gostam de se sentirem protegidos, queridos e
acolhidos.
CAPÍTULO III SERIA O FIM DA FAMÍLIA?
Declaração Universal dos Direitos humanos, art XVI, in verbis:
1- Os homens e mulheres de maior idade, sem qualquer restrição de raça,
nacionalidade ou religião, têm o direito de contrair matrimônio e fundar uma família.
Gozam de iguais direitos em relação ao casamento, sua duração e dissolução.
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Até alguns anos atrás dizia-se que a família se formava com o casamento e
com o nascimento do filho, o que chamávamos de família nuclear, hoje em dia já na
se pode mais dizer isso já que muitos casais não são “casados no papel” ou ainda
temos famílias formadas por mãe e filhos, pai e filhos, avós e netos e por aí vai.
Com a Revoluçâo Industrial surge a família moderna,com seus padrões que
viajaram entre os séculos XIX e XX . A família nuclear representava os patamares da
sociedade industrializada
Deve-se dizer que no passado (e no presente) existiram outros tipos,
concepções de família de acordo com valores e culturas de dado momento histórico .
Família nuclear ou conjugada é aquela com filhos biológicos ou adotados
habitando num mesmo ambiente familiar comum.
Aliás, casar significava uma mudança de status de todos os membros da
família e das gerações, pois com o casamento, o casal negociava outros (novos)
relacionamentos como par, com muitos outros subsistemas: pais, irmãos, avós,
sobrinhas e sobrinhos, assim como amigos. Vale ressaltar que com mais frequência,
as mulheres se aproximavam mais de suas famílias de origem depois
do casamento e os homens se tornavam mais distantes dos seus, mudando o seu
vínculo primário para a nova familiar nuclear.
Em alguns casos, casar significava também emancipar-se, liberar-se da
opressão da família.
Podemos dizer que uma família se forma quando duas pessoas se juntam. No
ciclo de vida familiar, cada período passado (ou ultrapassado) demanda uma
reestruturação. Durante esse período, tem –se a entrada e saída de seus membros
(nascimento, casamento, morte, etc.). Etapas enfrentadas pela família e que
precisam de reestruturação e reorganização do sistema familiar.
A família é um organismo vivo e, como tal, é dinâmica, evolui e se cruza. É
nesse cruzamento, nessa interação, que todos crescem. É claro que esse
relacionamento, é por vezes, complexo, pois cada ser humano é único. Nesse jogo
relacional, há alianças e luta de poder.
A família, em geral, é considerada o fundamento básico e universal das
sociedades, por se encontrar em todos os grupamentos humanos, embora variem as
estruturas e o funcionamento. Se, originalmente, a família foi um fenômeno biológico
de conservação e produção, transformou-se depois em fenômeno social. Sofreu
considerável evolução até regulamentar suas bases conjugais conforme as leis
contratuais, normas religiosas e morais (MARCONI, 1985).
Segundo Marconi, podemos citar 5 tipos de família: Elementar; extensa;
composta; conjugada-fraterna e fantasma.
Família Elementar ou Nuclear - Aquela constituída de pai, mãe e filhos.
Família Extensa – Caracterizada no período anterior ao capitalismo industrial. É
uma estrutura consanguínea, formada por duas ou mais famílias nucleares.
Família Composta – É aquela constituída por 3 ou mais cônjuges e os filhos.
Tipo característico das sociedades monogâmicas,, mais também se refere às
situações onde há um segundo casamento e a figura d madrasta e do padrasto se faz
presente.
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Família Conjugada-Fraterna - formada por dois ou mais irmãos com suas
esposas e filhos.
Família Fantasma – É aquela em que não há o marido(pai) representando seu
papel. É formada pela mãe e os filhos e a função de genitor é exercida pelo filho mais
velho. Esse tipo de família vem crescendo em nossa sociedade, apesar de em nossa
sociedade ainda pesar muito a presença paterna, as mulheres estão cada vez mais,
virando “chefes de família”.
Dentre as décadas de 60 e 80, houve uma tendência a formação de famílias
nucleares. O número de famílias,cresceu, mas diminuiu seu tamanho. As celebrações
de casamento no religioso diminuíram também e aumentaram as uniões livres. As
mulheres, “arregaçaram as mangas” e foram trabalhar fora.
Tempos atrás se definia a família nuclear, como sendo um lar estruturado, e os
demais modelos de família como sendo lares desestruturados. Atualmente essa visão
é vista como mentirosa e preconceituosa, haja vista, que há famílias nucleares onde
os laços de convivência, os valores, nem sequer existem e outras famílias ditas “fora
do padrão”, onde habitam o respeito, a paz e a harmonia.
Nesse sistema social uno, cada indivíduo do grupo possui um papel. Papéis
que podem ser direitos e/ou obrigações.
Assim, aos adultos podemos citar os seguintes: Socialização da criança;
cuidados; suporte familiar; encarregados dos assuntos domésticos; manutenção das
relações familiares; papéis sexuais, papel recreativo e o papel terapêutico.
Quanto ao papel dos irmãos, estes são promotores e receptores, simultaneamente do
processo de socialização na família, ajudando a estabelecer e manter as normas,
promovendo o desenvolvimento da cultura familiar.
Há de se dizer que o ideal seria que, em dado momento os papéis possam ser
trocados, e que haja flexibilidade entre os membros e/ou uma relação mútua.
A Constituição Federal de 1988, veio dar uma nova compreensão nas relações
familiares assentando a família sobre laços/bases de afeto e solidariedade, com isso
emergiu um novo sujeito, a criança e o adolescente. Uma nova redação anunciou um
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novo estatuto, colocando homens e mulheres iguais perante a lei, e o pátrio poder
dava lugar ao “poder familiar” incumbindo ao pai e a mãe executarem igualmente
seus direitos e deveres referentes à sociedade conjugal.
A criança tem que descobrir um lugar que lhe é reservado muito antes de seu
nascimento e tem que se inserir num conjunto de redes significantes que vão
determinar sua identidade na qualidade de membros da sociedade particular em que
ela nasceu e de sua família particular. (HUSTEL,1999)
CAPÍTULO VII - DA FAMÍLIA, DA CRIANÇA, DO ADOLESCENTE E DO IDOSO
.Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.
§ 1º. O casamento é civil e gratuita a celebração.
§ 2º. O casamento religioso tem efeito civil, nos termos da lei.
§ 3º. Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o
homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em
casamento.
§ 4º. Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada por
qualquer dos pais e seus descendentes.
§ 5º. Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos
igualmente pelo homem e pela mulher.
§ 6º. O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio, após prévia
separação judicial por mais de um ano nos casos expressos em lei, ou comprovada
separação de fato por mais de dois anos.
§ 7º. Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da
paternidade responsável, o planejamento familiar é livre decisão do casal,
30
competindo ao Estado propiciar recursos educacionais e científicos para o exercício
desse direito, vedada qualquer forma coercitiva por parte de instituições oficiais ou
privadas.
§ 8º. O Estado assegurará a assistência à família na pessoa de cada um dos
que a integram, criando mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas
relações.
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e
ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à
educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à
liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda
forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
(CONSTITUIÇÃO FEDERAL).
Segundo Durkheim “a construção da família dita “nuclear”, oriunda nas
sociedade germânicas mais civilizadas da Europa, repousa na contramão da antiga
organização patriarcal.
As instituições familiares tendem a se reduzir à medida que as relações
sociais se estendem e que o capitalismo se desenvolve, dando origem ao
individualismo. A família moderna limita-se agora ao pai, a mãe, aos filhos e seus
descendentes. Assim como aos filhos menores e solteiros. Nesse modelo, o pai é
reduzido a uma abstração, pois é a família, e não ele que se encarrega dos conflitos
privados, servindo assim ao mesmo tempo de suporte da individualização dos
sujeitos e muralha para a própria finitude deles. Caso ela não assumisse esse papel,
o sujeito poderia se tornar por seu próprio fim e se suicidar (DURKHEIM,1982).
Não se pode negar que, ao longo da história, o papel da família foi/é de suma
importância, na vida dos seus membros. Tanto com relação aos cuidados primários
como na reprodução e, talvez, manutenção dos valores culturais, morais e sociais. E,
31
grande parte dessa importância que teve a família, deve-se à dedicação, em alguns
momentos de nossa história, exclusiva da mulher.
Na família pós -moderna há um amplo espaço para o indivíduo, ou seja, cada
um tem suas relações sociais independente do outro, como viagens e jantares de
trabalho. Isso pode funcionar normalmente, mas também pode facilitar rupturas e
novas constituições (LINHARES, 2008).
Novos padrões e regras vem sendo ditado pela mídia e contemporaneidade.
Novos modelos são instituídos como ideais a serem seguidos, confundindo valores
éticos e morais da convivência humana, dificultando os relacionamentos familiares.
Hoje percebemos muitos arranjos familiares, e o que chamamos de
irregulares, desestruturadas e outros adjetivos... podem apontar para circunstância de
vida e não, necessariamente, um indicador de problemas.
Temas polêmicos como a clonagem, a procriação medicamente assistida, a
adoção, a família monoparental, mulheres e homens homossexuais que reivindicam o
direito ao casamento estão sendo estudados e discutidos por juristas e estudiosos do
Direito de Família.
Homoparentais, monoparentais, clonada, gerada artificialmente, a família
ocidental está hoje sujeita a uma grande desordem da qual decorreriam, dizem,
situações não menos catastróficas (ROUDINESCO, 2003).
A família vem mudando, se transformando e se adaptando através dos
tempos, para poder acompanhar as mudanças religiosas, econômicas e
socioculturais do contexto em que se encontram inseridas. Esta é um espaço social
qualquer, e que deve ser visto como um espaço político de natureza criativa e
inspiradora.
32
Álcool, desemprego, drogas, morte, instabilidade financeira, autonomia da
mulher dentre outros, são fatores que podem levar ao término de um
casamento/relação/união, mas que não impedem que outro casamento, outra união
se forme.
A família está fora de seu lugar tradicional; o ente familiar, considerado
primeiramente um dado da natureza, e depois uma construção histórico-cultural, teve
seu espaço ocupado pelos afazeres públicos, sociais e de mercado.
Há uma progressiva infantilização dos jovens sob o fenômeno da adolescência
tardia: de um lado, o ninho familiar rompe com mais dificuldade o cordão umbilical no
amadurecimento dos filhos e de outro, esse abrigo familiar tem operado com
suficiente aptidão por não fazer da democratização familiar um diálogo verdadeiro.
Em 2007, o IBDFAM – Instituto Brasileiro Direito de Família registra o projeto
de lei número 2285, que tem como principal objetivo a atualização legislativa,
trazendo a realidade das novas configurações das famílias no Brasil. Essa lei cria o
“Estatuto das Famílias”. Destaca-se um novo conceito formador da união estável a
partir do estado civil, de “convivente” (art. 63 do Projeto de lei) e não mais do homem
e da mulher, abrangendo assim relações familiares diversas como as
relaçõeshomoafetivas, aplicando-se a estas todos os efeitos jurídicos pertinentes
como; regime de bens, adoção, etc.
O Direito de Família trata do universo familiar seja na dissolução dos núcleos
familiares, ou para consolidar e criar mecanismos que atendam as expectativas
sociais e dos indivíduos, sem no entanto desrespeitar os mais profundos valores da
dignidade humana.
Será que hoje em dia alguém consegue dizer o que é uma família normal?
Depois que a Constituição Federal trouxe o conceito de entidade familiar,
reconhecendo não só a família constituída pelo casamento, mas também a união
33
estável e a chamada família monoparental, formada por um dos pais com seus filhos,
não dá mais para falar em família, mas em famílias.
Casamento, sexo e procriação deixaram de ser os elementos identificadores
da família na união estável não há casamento, mas há família. O exercício de
sexualidade não está restrito ao casamento – nem mesmo para as mulheres- pois
caiu o tabu da virgindade. Diante da evolução da engenharia genética e dos
modernos métodos de reprodução assistida é dispensável a prática sexual para
qualquer pessoa realizar o sonho de ter filho (DIAS, 2008).
Despojado dos ornamentos de sua antiga sacralidade, o casamento em
constante declínio, tornou-se um modo de conjugalidade afetiva. É tardio, reflexivo,
festivo ou útil, e freqüentemente precedido de um período de união livre, de
concubinato ou de experiências múltiplas de vida comum ou solitária.
Cada vez mais freqüentemente concebido fora dos laços matrimoniais, os
filhos assistem, uma em cada três, às núpcias de seus pais, doravante unidos não
para a duração de uma vida, mas, em mais de um terço dos casos, para um período
aleatório que se consumará com um divórcio – consentido, passional, ou litigioso-, e,
para as mulheres, com uma situação dita “monoparental”. Pois são elas que sofrem
inicialmente as conseqüências das rupturas por elas provocadas hoje, com mais
freqüência que os homens. O poder das mães tem dois gumes
(ROUDINESCO,2003).
Nesse contexto, a família deverá ser encarada como um todo que se integra
em contextos mais vastos como a comunidade em que se insere.
As famílias mudaram também sua estrutura e composição. Apareceu um novo
fator imprescindível: o afeto.
34
A afetividade, como princípio jurídico, não se confunde com afeto, como fato
psicológico ou anímico, porquanto pode ser presumida quando este faltar na
realidade das relações. Assim, a afetividade é um dever imposto aos pais em relação
aos filhos e estes em relação àqueles, ainda que haja desamor ou desafeições entre
eles. Por isso, sem qualquer contradição, podemos referir a dever jurídico de
afetividade oponível a pais e filhos e aos parentes entre si, e aos cônjuges e
companheiros enquanto perdurar a convivência (LÔBO, 2008).
O atual conceito de família prioriza o laço de afetividade que une seus
membros, o que ensejou também a reformulação do conceito de filiação que se
desprendeu da verdade biológica e passou a valorizar muito mais a realidade afetiva
(DIAS, 2008).
O afeto pode ser entendido como “núcleos internos atribuidores de significado
às vivências e as relações enquanto essas estão ocorrendo (KLEIN, 2005).
A afetividade, traduzida no respeito de cada um por si e por todos os membros
– a fim de que a família seja respeitada em sua dignidade e honoralidade perante o
corpo social – é sem dúvida nenhuma uma das maiores características da família
atual (OLIVEIRA, 2002).
Daí entende-se que com essa situação estamos diante do que BORDA (2002),
chamou de “estado de família”, que se resume na posição que uma pessoa ocupa
dentro de um núcleo familiar.
Independente de sua formação, que ela não perca sua função educadora,
transmissora de valores morais, sociais, éticos e religiosos,tanto nas relações sociais
quanto emocionais de seus membros.
Essas desordens (clonagens bárbaras, bissexuais ou delinqüentes da periferia
Esse estado seria para nós a família onde imperam o respeito, amor, dignidade,
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compreensão, carinho recíproco entre os membros. concebidos por pais desvairados
e mães errantes) não são novas –mesmo que se manifestem de forma inédita -e
sobretudo que não impedem que a família seja atualmente reinvindicada como o
único lugar seguro ao qual ninguém quer renunciar. Ela é amada, sonhada e
desejada por homens, mulheres e crianças de todas as idades, de todas as
orientações sexuais e de todas as condições (ROUDINESCO,2003).
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CONCLUSÃO
Família! Família! Papai, mamãe, titia Família! Família! Almoça junto todo dia Nunca perde essa mania... Mas quando a filha Quer fugir de casa Precisa descolar um ganha-pão Filha de família se não casa Papai, mamãe Não dão nem um tostão... Família êh! Família ah! Família! oh! êh! êh! êh! Família êh! Família ah! Família!... Família! Família! Vovô, vovó, sobrinha Família! Família! Janta junto todo dia Nunca perde essa mania... Mas quando o nenêm Fica doente Uô! Uô! Procura uma farmácia de plantão O choro do nenêm é estridente Uô! Uô! Assim não dá pra ver televisão... Família êh! Família ah! Família! oh! êh! êh! êh! Família êh! Família ah! Família! hiá! hiá! hiá!...
Família! Família! Cachorro, gato, galinha Família! Família! Vive junto todo dia Nunca perde essa mania... A mãe morre de medo de barata Uô! Uô! O pai vive com medo de ladrão Jogaram inseticida pela casa Uô! Uô! Botaram cadeado no portão... Família êh! Família ah! Família! Família êh! Familia ah! Família! oh! êh! êh! êh! Família êh! Família ah! Família! hiá! hiá! hiá!...
(TITÃS, 1980)
Parece que a letra da música está perdendo cada vez mais seu valor nos dias
atuais, dando espaço para novas configurações familiares. Não é que a família esteja
desaparecendo. O que acontece é que ela está ganhando outros significados.
Menor presença dos pais (ocupados com a vida profissional) na criação dos
filhos, separações mais freqüentes e filhos cuidados somente pela mãe ou pelo pai,
são algumas das mudanças mais freqüentes que vão compondo este novo cenário
da família contemporânea Também vão perdendo sentido os papéis atribuídos por
antecedência coma as funções do homem e da mulher bem definidas. Hoje, essas
funções confundem-se cada vez mais. E as pessoas precisam saber compartilhar,
colaborar, compreende e adaptar-se para construir uma nova forma de
relacionamento.
Atualmente a família brasileira é bem pequena, formada em média por 4
pessoas. Na maioria das vezes pais e filhos estão felizes como convivo familiar e o
jovem tem demorado mais tempo para sair de casa, para formar sua própria família.
Olhando mais de perto para a família brasileira contemporânea, percebe-se
que é uma instituição que pode ter diferentes apresentações. Como por exemplo, um
em cada 3 jovens é filho de pais separados, a família nuclear (que podemos chamar
de conjunto de pessoas que moram na mesma casa; uma nova concepção penso, já
que em princípio se dizia que ela era formada por pai, mãe e filhos), pode ser
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formada por mãe, vó e filhos. Ou o pai, madrasta, um filho de cada e um terceiro dos
dois.
Às vezes parece que a família está entrando em colapso. É preciso perceber
que a classe social, educação, raça, etnicidade, sexo e local de residência
influenciam fortemente o ciclo de família. O número de divórcio aumentou, mas isso
não quer dizer que a instituição familiar está sendo desvalorizada. Na verdade,
muitas pessoas que se separam buscam uma nova relação, isso significa que elas
gostam do convívio familiar,somente estão procurando relações que lhes dêem maior
satisfação vide o aumento no número de casamentos nos dias atuais.. Até porque
foi-se o tempo em que as pessoas viviam de aparência, tempo em as mulheres a
tudo suportavam por dependerem financeiramente do marido.
(...) Família é aquele mano que nunca desiste Está contigo na alegria E nos momentos tristes E se cair ela levanta Fala que é nóix Vem comigo agora E solta a sua voz. Constantemente mano Eu tento fugir da guerrilha Porque eu sei Que s salvação Está na minha família, Que nem sempre está comigo aonde eu vou, Mas que sempre mano, me ajudou (...) ( Família, 2008)
‘A família, longe de ser uma intermediária, é a força primária operando em
muitos momentos. Primária não apenas porque é ela e não a cultura, que determina
qualidade emocional dessas ocasiões, mas também porque é a família, mais do que
a cultura que acaba determinando os ritos a serem cumpridos. Pode-se dizer que “a
cultura é o meio através do qual o processo familiar desenvolve sua arte”.
Ao término do trabalho posso dizer que a família passou, passa e passará
ainda por dificuldades, por renovações, podendo até ganhar outro significado mas,
acredito ela nunca se extinguirá, nunca acabará.
Para aqueles que temem mais uma vez sua destruição ou dissolução,
objetivamos, em contrapartida, que a família contemporânea, horizontal e em “redes”,
vem se comportando bem e garantido corretamente a reprodução das gerações
(ROUDINESCO,2003)
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Suspiros nostálgicos podem nos levar a pensar no fim da família. Isso não é
verdade. Mudaram o perfil e o traçado das relações. Estamos presenciando um novo
tipo de família ‘multiforme”. É uma família que retrata a diversidade de paradigmas e
nos expôe à complexidade da ausência de uma verdade única que nos oriente.
Família essa que é criada, vivida, construída e desfrutada por nós.
A família será sempre o lugar onde teremos o nosso esteio.É bom ter um lugar
pra voltar, um colo de mãe, de pai, de vó...enfim! um aconchego, um lar. Seja ela
nuclear, monoparental, homoafetiva, recomposta, etc. O nome não importa, pois o
principal é ser feliz.
A família do futuro deve ser mais uma vez reinventada.(ROUDINESCO, 2003).
BIBLIOGRAFIA
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40
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42
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www.ibdefam.org.br/artigos &artigo=37. Maria Berenice Dias
ANEXOS
ANEXO 1
CAMPANHA DA FRATERNIDADE - 1977
43
Campanha da Fraternidade - 1977
Tema: Fraternidade na família
Lema: Comece em casa
44
ANEXO 2
CAMPANHA DA FRATERNIDADE - 1994
Campanha da Fraternidade - 1994
Tema: A fraternidade e a família
Lema: A família, como vai?!
45
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 02
AGRADECIMENTO 03
DEDICATÓRIA 04
RESUMO 05
METODOLOGIA 06
SUMÁRIO 07
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I 10
HISTÓRIA DA FAMÍLIA 10
1.1- A família 12
1.2- O sentimento de infância e o afeto 15
CAPÍTULO II 19
FAMÍLIAS E RESPONSABILIDADE COM OS FILHOS 19
CAPÍTULO III 27
SERIA O FIM DA FAMÍLIA? 27
CONCLUSÃO 37
ANEXOS
ANEXOS 01 44
ANEXOS 02 45
BIBLIOGRAFIA CITADA 41
ÍNDICE 46
FOLHA DE AVALIAÇÂO 47
46
FOLHA DE AVALIAÇÃO
NOME DA INSTITUIÇÃO – UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
TÍTULO DA MONOGRAFIA – A FAMÍLIA, COMO VAI?
AUTOR – AMANDA MARIA AQUINO DE PAULA
DATA DE ENTREGA - 27 DE JULHO DE 2009
AVALIADO POR - CONCEITO