unifatos 2014 - 4° edição

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Jornal Laboratório elaborado pelo 3º ano do curso de Jornalismo da Univel - ano XIII - edição 61 - junho de 2014 Recicle! p. 8 e 9 WILIAN CLAY Uma pessoa produz em média 1,5 kg de lixo diariamente. De todo lixo produzido, apenas 30% é reciclado na maioria das cidades do Paraná. Confira, também, depoimentos de pessoas que trabalham em lixões e veja a importância da coleta seletiva.

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Page 1: Unifatos 2014 - 4° Edição

Jornal Laboratório elaborado pelo 3º ano do curso de Jornalismo da Univel - ano XIII - edição 61 - junho de 2014

Recicle!p. 8 e 9

WIL

IAN

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Uma pessoa produz em média 1,5 kg de lixo diariamente. De todo lixo produzido, apenas 30% é reciclado na maioria das cidades do Paraná. Confira, também, depoimentos de pessoas que trabalham em lixões e veja a importância da coleta seletiva.

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2 OPINIÃO junho de 2014

Univel (União Educacional de Cascavel) - Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas de Cascavel. Avenida Tito Muffato, 2317 - Bairro Santa Cruz. CEP: 85.806-080 - Cascavel - Paraná. Telefone: (45) 3036-3636. Diretora: Viviane Silva.Unifatos. Jornal laboratório elaborado na disciplina de Técnicas de Reportagem, Entrevista e Pesquisa III do curso de Jornalismo. Coordenadora: Letícia Rosa. Professora orientadora: Wânia Beloni. Acadêmicos (textos, fotos e diagramação): Douglas Trukane dos Santos, Flavia Daniela Duarte dos Santos, Gabriel Ramos Pratti, Heloísa Iara Perardt Pinto, Heloize Lima dos Santos, Janaina Teixeira, Jéssica de Araujo, Jhonathan de Souza D’witt, Kássia Paloma Beltrame Oliveira, Larissa Ludwig, Leandro de Souza, Maicon Roselio dos Santos Camargo, Makelen da Cas Rotta, Marcelo Gartner Machado, Maximiliane Veiga, Rebeca Branco dos Santos, Renan Paulo Bini, Ricardo Pohl, Ricardo Silva de Oliveira, Silmara dos Santos, Thais Padilha Antunes, Walkiria Oliveira Zanatta e Wilian Clay Wachak. Projeto gráfico: Wânia Beloni. Tiragem: 1 mil exemplares. Impressão: Jornal O Paraná. E-mail para contato: [email protected]

Expediente

Kássia Beltrame

“Olha o gol, olha o gol, olha gol, é gooooooooooooooooooooooolllllllllll, ééééééééé do Barasillllsilllsillll”. Quem nunca escutou essas palavras sendo “proferidas” pela boca do apresentador esportivo Galvão Bueno? Palavras que certamente sairão repetidas vezes de sua boca em junho de 2014 e também da boca de milhares de brasileiros, que vibrarão na mesma energia e ecoarão o grito simbólico de Galvão. Digo, que até mesmos aqueles que acreditam que a Copa do Mundo é uma perda de tempo e que o Brasil não ganhará. Mas mesmo que inconsciente, esses, ajudarão no coro do “É GOLLLLLL”. Lembro-me que no ano de 2007, quando o país foi ratificado pela Fifa (Federação Internacional de Futebol) como Sede da Copa do Mundo de 2014, os olhos de milhares de brasileiros brilhavam, assim como o “Céu da pátria nesse instante”. A alegria estava exposta, a quem quisesse vê-la. No bar próximo a minha casa, foi o assunto da semana, ou melhor, do mês. Não só homens, mas também mulheres, principalmente a antiga dona, gremista, brasileira, uma “adoradora” do futebol. A felicidade ocorria pelos mais diversos motivos: por receber milhares de estrangeiros, pela reforma dos estádios, pelas mudanças que estavam por vir. Mas isso mudou, e por incrível que pareça mudou nos dois últimos anos e muitos diziam que “o gigante acordou”. Eu diria que deu apenas uma espreguiçada e caiu da cama... Há sete anos o país “vem” se preparando para sediar a Copa do Mundo, os Jogos Olímpicos e as Paraolimpíadas. Estes não muito lembrados por nós brasileiros quanto aquele. A paraolimpíada, evento esportivo que resgata em nós o orgulho de sermos brasileiros, que traz por meio da força, da garra e da esperança medalhas e títulos ao país. Além de tudo isso, comprova que, apesar das limitações que a vida causa, nada é impossível e “conseguimos conquistar com braço forte”. Para termos uma ideia, em 2012 nossos para-atletas conquistaram o 7º lugar, completando o quadro de 43 medalhas, nas Paraolimpíadas. Na modalidade de natação, nove foram de ouro. No entanto, resultados esses que não são reconhecidos por nós brasileiros, ou vai dizer que você sabe que somos o sétimo melhor país nos jogos paraolímpicos? É mais fácil saber a posição em que o TIMÃO está do que saber esses dados, não é mesmo?! Manifestações reivindicam por educação, saúde, transporte e copa do mundo, mas seriam mesmo esses os principais itens que faltam e afetam o desenvolvimento de nosso país? Chegou a hora de analisarmos de maneira coerente todas essas indagações aqui lançadas. A Copa está aí, não tem mais volta, vamos aproveitá-la e torcer para que nossa seleção ganhe e que não nos decepcione. O nosso “gigante” deverá ainda aprender a olhar com outros olhos a sociedade em geral, aprender a respeitar o patrimônio, tratar com dignidade as pessoas, independente de classes sociais e cultura. Aprender a assumir os erros de votos. Não apenas agir por modismo, sem saber o porquê. “Brasil, de amor eterno seja símbolo”. Sejamos nós, também, símbolos de nossa pátria.

O gigante acordou!Janaina Teixeira

Morena, mulata, cor de cuia, preta, marrom-bombom, chocolate. Esses são os vários nomes usados para se referir a cor da pele, mas não me parece significar o que realmente sou ou ao menos, me sinto. A minha cor é negra e tenho orgulho disso. Vivo em um país de diversificações e diferenças, onde 97 milhões de pessoas se declaram negras e onde, também, para muitas pessoas, ter mais melanina significa ser inferior. Por que ao se inscrever a uma vaga de universidade é obrigatório colocar a cor da pele? Com todo o respeito à profissão, mas por que uma mulher negra tem como principal atividade ser doméstica? Por que um negro não pode chegar a um cargo importante no país? Por que todo preto é considerado ladrão? Ao longo do tempo observamos que essas perguntas sempre estiveram em discussão na sociedade, mas ninguém sabe responder ao certo qual é o motivo real de tanto preconceito. O preconceito racial sempre esteve presente na sociedade. A atitude de tentar mudar essa realidade é que é recente. A cota racial nas universidades e concursos públicos pode até ter o intuito de ajudar jovens estudantes negros, mas para mim é um exemplo de preconceito, pois os negros podem alcançar seus objetivos sem a ajuda do governo, como qualquer branco. Conheço muitas pessoas brancas, inclusive, que mereceriam mais as cotas do que eu, por terem condições financeiras mais complicadas ainda. Uma coisa que me dói e que passo todos os dias, principalmente quando vou a cidades menores, é o olhar das pessoas. Elas olham como se eu fosse algo diferente e que não deveria estar ali e se falo que trabalho como estagiária e sou estudante de graduação do curso de Jornalismo, aí sim o olhar muda e perguntas do tipo surgem:“como você conseguiu? É um curso caro?”. Apesar de tudo isso, o Brasil é a casa de muitos africanos, haitianos, que se identificam com a cultura brasileira. Na África, assim como em outros países, estão presentes as novelas brasileiras, que refletem uma imagem positiva do negro. No entanto, o que essas pessoas veem na mídia não é a situação real. É claro que a maior parte dos casos mostrados são aqueles que deram certo... Ao chegarem aqui, muitos africanos não recebem o apoio sonhado e idealizado pelas telenovelas. Muitos nem sabem onde estão exatamente e nem como conseguir um emprego. Além disso, sofrem o preconceito de toda a sociedade, inclusive de muitos de nós negros, que os olham e os tratam como algo perigoso. Percebe-se que, a discriminação está ligada muito mais à classe social que a pessoa pertence, da mesma forma que os haitianos, que aqui chegam precisando trabalhar para se sustentar. O que se nota, porém, é que um imigrante branco, de qualquer outro país, provavelmente não será encarado com o mesmo “olhar” que o africano. Este carrega consigo todo o percurso histórico de seus ancestrais escravizados, o que está marcado na cor de sua pele. O certo é que devemos aprender com as instituições sociais, como família, igreja e escolas, que não há diferenças. Não importa a cor, a etnia, a nacionalidade ou a religião. Vivemos todos no mesmo mundo e quando morrermos vamos para o mesmo lugar. Um negro é tão capaz quanto um branco. Podemos encontrar pérolas negras distribuídas em todos os contextos: na política, nas universidades, nas redes de televisão, na música, nas literaturas, nas empresas, entre outros. Assim como Nelson Mandela deixa claro: “ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar”. Mais do que isso: você pode aprender, a pelo menos, respeitar. Cota para mim é um desrespeito.

Divididos pela corED

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3junho de 2014 PERFIL

“A terra tremia, eu queria ajudar e ser ajudado, mas nenhuma opção era possível, alguém poderia estar morto, alguém da minha família poderia ter morrido e eu sem saber de nada, querendo ajudar e ser ajudado...”. Jean Raymond, 25, casado, pai de uma menina de três anos, é nascido no Haiti, em família tradicionalmente cristã. Raymond é filho de pastor. Fala inglês, francês, espanhol, russo, crioulo e português. É formado em Administração e Teologia e no Haiti lecionava inglês em uma universidade. Além disso, toca violão, guitarra, piano e canta. Por que vir ao Brasil? “Nós haitianos gostamos muito de viajar, gostamos de conhecer vários lugares, muitos amigos vinham para cá e diziam que aqui era um país maravilhoso, que não queriam voltar. Eu vim! Sou muito feliz aqui”, enfatiza o haitiano poliglota. Foi difícil escrever sobre Raymond pelo fato de saber que ele ama o Brasil, mas que os brasileiros “não apostam as melhores cartas nele”, apesar do conhecimento cultural que os haitianos trazem para esta terra. “O Brasil é um país maravilhoso, a alegria de vocês contagia, o brasileiro é muito amável, me sinto feliz aqui, não quero ir embora, aqui é fácil para morar, para trabalhar, vou trazer minha família para cá, seremos felizes”, enfatiza o rapaz, lembrando que seu povo gosta muito de estudar. Mas como um país de poliglotas, estudiosos

e trabalhadores pode ser um dos países mais pobres do mundo? O Haiti

conquistou a independência da França em 1804, mas apresenta

um quadro econômico, social e político instável. A pobreza,

de acordo com os olhos do haitiano, é muito grande,

mesmo com fortes ações sociais. Sobre

a violência, Jean clareia: “Há

violência em todo lugar,

em alguns bairros

mais em outros menos, mas nós convivemos com isso igual aqui”, explica Jean, ressaltando a importância da produção interna do país, que é grande produtor de açúcar, manga, banana e legumes. “O Haiti produz muito, as pessoas têm uma visão errada de lá e de nós”. Como cristão Raymond quebra o tabu. “No Haiti não existe só Vodu”, o país que tem origem africana geralmente é conhecido pelos rituais de Vodu, mas Jean explica que isso não é maioria. Além de nunca ter praticado os rituais, ele ousa em dizer que a maioria dos haitianos são cristãos e seguem igrejas como Adventista, Pentecostais, Testemunhas de Jeová e Islâmica. Em tudo o que diz, Jean dá graças. Ele afirma que tudo o que faz é pela graça de Deus e que é abençoado assim como o Brasil. O sorriso fácil e o olhar encantado sobre cada detalhe da cidade assemelham-se a uma criança em um parque de diversões. Agradece encarecidamente pela oportunidade que tem em estar aqui. Além do Brasil, Raymond morou na República Dominicana por dois anos e pretende conhecer outros países. Entre os cinco irmãos e duas irmãs, um irmão também mora no Brasil, na capital do Paraná. Ao ser questionado sobre qual seria a maior qualidade que tem, Jean surpreende: “Ser professor é minha maior qualidade”, contando que leciona língua inglesa e francesa na Casa da Cultura de Cascavel. Apesar de todo o amor às terras brasileiras, é claro que Jean sente falta da terra nativa. “Tenho saudade acima de tudo da minha família, minha filha e esposa. Trarei todos para o Brasil, assim que possível, mas também sinto muita falta dos meus irmãos e pais, como sinto saudade da igreja do meu pai... Sinto saudade da comida, a comida aqui é boa, mas lá há algo diferente que faz a comida mais gostosa, assim como o calor. No Haiti não há frio, aqui é muito frio”, conclui rindo o simpático Raymond. Jean discorre com fala mansa que continuará aqui por no mínimo mais dez anos. “Eu amo o Brasil, amo muito o Brasil”, e conclui: “Be blessed you, God bless Brazil” (Que vocês sejam abençoados. Deus abençoe o Brasil).

“Be blessed you,God bless Brazil”

Haitiano mostra que seu

país vai além das histórias que contam

por aí

Rebeca Branco

DOUG

LAS

TRUK

ANE

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4 CULTURA junho de 2014

Choque de culturas?Como os haitianos se organizam e enfrentam as diferenças e o preconceito no Brasil

Em janeiro de 2010, um forte terremoto leva abaixo metade das edificações do Haiti. A partir de então o país que possui cerca de 10 milhões de habitantes e considerado o mais pobre das Américas sofre uma debandada de habitantes para diversas partes do mundo. No Brasil, pode-se constatar essa imigração em vários municípios. Em Cascavel, por exemplo, cerca de 1,3 mil haitianos viram na cidade o novo lugar para seguir suas vidas. Quando imigrantes chegam a um país, as experiências podem ser diferentes. A reportagem

da página anterior mostra um caso de superação, porém, nem sempre é assim. As dificuldades de adaptação e o preconceito também fazem parte do processo. Mostrar outros lados de uma mesma história é o que faz com que o jornalismo seja reflexivo. Lucson Gubert, que chegou à capital do Oeste há cerca de dois anos, é outro exemplo. Desde então ele segue exercendo a mesma profissão que tinha no Haiti: operador de máquinas pesadas. O rapaz de 28 anos tem como língua materna o crioulo, mas fala francês, espanhol e agora aprende português.

Lucson conta que os cascavelenses receberam seus conterrâneos de forma hospitaleira e vê que seu futuro está no Brasil. “Pretendo continuar aqui e constituir família, mas o salário ainda é pouco para isso”, expõe, contando que, no entanto, quando saiu do Haiti, não havia casas suficientes para todos os habitantes. “As pessoas desamparadas moravam nas ruas, por muitas vezes passando fome”, relata. Hoje, estima-se que 60% da população haitiana é subnutrida e mais da metade vive abaixo da linha de pobreza, ou seja, com menos de US$ 1,25 ao dia.

Diferenças Mesmo na capital Porto Príncipe, eram extremamente comuns cenas de violência, como brigas, assaltos e roubos, principalmente devido à situação de miséria na qual se encontrava o país. Lucson comenta que o fato de não ver esses eventos com tanta frequência aqui no Brasil foi algo que chamou sua atenção. “Gostei de Cascavel, pois a cidade não registra ocorrências tão graves como São Paulo ou Rio de Janeiro, por exemplo. Achei muito tranquilo aqui”. Lucson também percebeu diferenças nos costumes: “Quando nós chegamos nos foi avisado que não se pode ouvir música alta no domingo pela manhã, por exemplo. Ao passo que no Haiti, a música faz parte da nossa rotina a todo momento. Somos um povo muito irreverente e alegre”.Nas vestimentas, o haitiano conta que roupas coloridas marcam os costumes: “Várias cores juntas demonstram a alegria e isso é algo que prevalece nas nossas festas. A maioria de nossas roupas são usadas, oriundas de doações”, lembra o haitiano. Lucson ainda relata que outro ponto bastante comum nas ruas haitianas é o comércio de roupas em plena rua, a céu aberto.

A brasileira Nayana Verza, 19, namora o haitiano Wikendy Matin, 30, e conta que percebeu neles a inteligência marcante. “A maioria dos haitianos que estão em Cascavel tem ao menos um curso superior. Porém, muitos não conseguiram concluir a graduação devido ao terremoto que sucumbiu com a estrutura da faculdade”, comenta Nayana. Já o imigrante Wikendy constatou diferenças na qualidade da saúde pública: “Lá se consegue atendimento na hora, enquanto que aqui as pessoas ficam horas e horas numa fila para serem acudidas”.

O haitiano Joe Evens Celintery, relata alguns casos de discriminação que alguns de seus colegas sofrem em Cascavel. “Algumas brasileiros chegam a negar o aluguel do imóvel para meus conterrâneos, alegando que por ser haitiano, jamais iria deixar o imigrante ocupar um bem seu”. Em outro caso ainda mais espantoso, Joe contou à reportagem que por diversas vezes, no ônibus de transporte urbano, foi constatado um vazio em volta de seus colegas. “Nenhuma poltrona ao redor de onde sentava algum haitiano era ocupada”, relata, denunciando assim o preconceito existente em Cascavel.

Para defender os direitos e fortalecer os interesses dos haitianos residentes em Cascavel foi criada no início do mês passado, a Associação de Defesa dos Imigrantes Haitianos. Algumas das funções da associação será, por exemplo, dar auxílio aos imigrantes, informando-os quanto às leis trabalhistas, ajudando-os com a documentação e aprendizado da língua portuguesa.

Segundo o professor Edilson Marques da Silva Miranda, pesquisador da cultura afro, mesmo que a população haitiana aumente com o passar dos anos, dificilmente o preconceito diminuirá. “Os descendentes de africanos estão aqui há 500 anos e até hoje sofrem preconceito, quem dirá os haitianos que chegaram agora. Além do preconceito da descendência afro, eles carregam a rejeição por serem imigrantes”. Mas o educador vê como ponto positivo a criação da associação, uma vez que os imigrantes no Brasil começaram a ser vistos com outros olhos depois que agremiações foram criadas e assim demonstrando à sociedade o propósito do grupo.

Marcelo Machado

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Os haitianos agradecem os cascavelenses que, de maneira geral, receberam bem os imigrantes

Associação Essa realidade deve mudar?

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5junho de 2014 CULTURA FOTOS: RICARDO POHL

O dia 18 de maio é considerado um símbolo da luta pela independência, ocorrida em 1803. Neste dia, no Haiti é feriado, ocorrendo festas com danças típicas para celebrar a data. Em maio, em Cascavel, 120 imigrantes se concentraram em frente à prefeitura da cidade de onde partiram para uma caminhada, ao lado de alguns brasileiros.

Homenagem à bandeira

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ESPECIAL junho de 20146

Heranças obscuras

Heloísa Perardt e Renan Bini

“A ditadura venceu e cumpriu o seu ideal. É o que hoje temos. Uma sociedade periférica, endividada, submetida ao capital externo e incapaz de remover ao menos os bolsões de miséria em que vive grande parcela dos brasileiros”. A declaração é feita por Fábio Campana na aba do livro “Onde foi que vocês enterraram nossos mortos?”, de Aluízio Palmar. Na obra, o autor relata sua dolorosa experiência e as marcas que o Regime Militar deixou em sua vida até hoje. Na edição anterior, o Unifatos dedicou duas páginas em menção ao aniversário de 50 anos do golpe que instaurou a Ditadura Militar no Brasil. Foi apresentado um resumo do que foi o golpe, bem como, o contexto histórico da época. Nesta, o objetivo é mostrar partes de histórias provocadas pela Ditatura, um lado obscuro de uma época que marcou a vida de muitas pessoas, as quais ainda apresentam traumas, consequências por terem militado a favor da pátria e contra a Ditadura Militar. A essência do livro de Aluízio surge a partir de uma vida dedicada ao combate à repressão e às violações dos Direitos Humanos. Por fazer parte do grupo MR8 (Movimento Revolucionário 8 de Outubro), o jornalista foi reprimido, preso, torturado e obrigado a se exilar para fugir da morte. Destino este, cujos companheiros não conseguiram escapar. Alienados por uma falsa anistia oferecida pelos militares, eles voltaram para o território brasileiro, onde foram friamente executados. Palmar procura os corpos até hoje nas regiões Oeste e Sudoeste do Paraná. Paralelo àqueles que lutaram contra os desertores da Democracia brasileira, muitos também tiveram suas vidas extremamente prejudicadas sem terem cometido nenhum crime. Foram vítimas da “queima de arquivo”, resultada de um insano abuso de poder. Esse foi o caso do pai de Marly Rodrigues. Em 1969, a menina de apenas seis anos de idade não sabia o que era Ditadura, mas viu seu pai ser “calado” com cinco tiros no peito: “Meu pai serviu em São Borja, Rio Grande do Sul, era militar. Vendeu suas terras lá porque havia presenciado nos porões dos exércitos o que estava acontecendo.

Considerado um dentista, ele arrancava dentes durante o período de tortura. Não aguentando, vendeu suas terras e veio para o Paraná”, conta Marly, que nasceu em Capanema. Ela lembra ainda que aos seis anos de idade, diante de mais cinco irmãos, quatro militares pararam na frente deles com um jipe e dispararam cinco tiros no coração do pai. “Hoje, carrego três imagens: uma de quando usei meus dedinhos para tapar os buracos de onde saía o sangue dele, até meu pai ser socorrido. Outra é a hora que ele disse que viraria uma estrela e que cuidaria de todos nós. A terceira imagem é a morte dele em um hospital chamado Cristo Rei em Capanema, enquanto o soro pingava. Essas são as imagens que eu tenho de uma covardia. Logo após, uma mãe lavando roupa dentro de um

riacho para sustentar sete filhos, graças a Deus todos formados. Como arquivados outros crimes da época, o do meu pai foi registrado em Capanema como ‘um compadre que o assassinou’. Mesmo mandada por muitas casas como empregada doméstica aos seis anos de idade, essa é a minha terceira faculdade. Eu consegui estudar. Passei muita fome, assim como todos os meus irmãos. Mas essa foi a maior vitória que nós conseguimos contra essa covardia!”, declara Marly na Audiência Pública da Comissão

Estadual da Verdade na Unioeste em Cascavel, no dia 21 de março. De acordo com o ex-procurador Geral de Justiça do Ministério Público do Paraná e atual membro da Comissão Estadual da Verdade do Paraná, Olympio de Sá Sotto Maior Neto, a sociedade precisa efetivamente tomar conhecimento das atrocidades cometidas pelas autoridades na época da Ditadura Militar, para que com a consciência das mesmas, se possa impedir que esta situação se repita. “O resgate da vida daqueles que resistiram, daqueles que morreram pela resistência, das famílias dessas pessoas deve ser efetivo! É de fundamental importância vivermos em um estado de direito democrático que garanta a liberdade dos direitos individuais, da liberdade de imprensa, do funcionamento adequado do parlamento”, afirma Sotto.

“Meu pai, considerado um dentista, ele

arrancava dentes durante o período de

tortura”

Estudantes sendo presos por militares, no Rio de Janeiro

Mesmo cansados, após seis horas ininterruptas os participantes da Audiência Pública continuaram ouvindo os emocionantes depoimentos

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o A advogada e membro da Comissão Estadual da Verdade do Paraná, Ivete Caribé Rocha, acredita que depois das feridas físicas e psicológicas, a principal perda relacionada à instauração da Ditadura no Brasil, foi na área da Educação. De acordo com ela, a educação estava vivendo um progresso e a Ditadura foi responsável pela sua interrupção. “Houve um desmonte do que estava sendo feito”. Segundo análise realizada pela pesquisadora e doutora em História, Patrícia Sposito Mechi, divulgada na revista Espaço Acadêmico, ao longo dos 21 anos de Ditadura Militar, transparece-se uma das grandes contradições do regime em relação à educação: “produzir mecanismos de desenvolvimento acelerado de acumulação de capital e garantir, simultaneamente, o acesso da população aos direitos de bem-estar social. Esse impasse não encontrou solução e os direitos de bem-estar foram sacrificados em nome do desenvolvimento acelerado”. A pesquisadora diz que, naquela época, foram realizadas grandes modificações no setor educacional, como a reforma nos ensinos fundamental, médio e superior, expandindo a rede física e número de vagas nos estabelecimentos escolares. Com isso, começou a se formar uma pequena elite universitária, desenvolvendo pesquisas de ponta. Porém, “enquanto se formava essa elite

intelectual, milhões de brasileiros continuavam analfabetos e, a cada ano, milhares de crianças não conseguiam ter acesso à escola básica”. Patrícia avalia que o regime tencionava construir um sistema de ensino que fosse capaz de aplacar a pobreza no Brasil, diminuindo a desigualdade social. Mas a questão era: como diminuir a desigualdade num modelo de desenvolvimento econômico que priorizava o enriquecimento da camada mais rica da população? “Essa pergunta não encontrou resposta nos planejamentos educacionais desenvolvidos entre 1964 e 1985; a desigualdade social não diminuiu, ao contrário, aprofundou-se”, responde a historiadora. Essas defasagens educacionais acarretam problemas até hoje. “A análise das políticas educacionais brasileira deixa claro que a má qualidade do ensino nos sistemas públicos não é fruto de algum equívoco ou distorção. O tipo de ensino que se desenvolveu no Brasil atende às demandas impostas pelo grande capital, que exigem mão-de-obra barata e, portanto, desqualificada. Nesse aspecto, sem dúvida, os sistemas de ensino têm logrado bastante êxito”, concluiu. Devido ao descaso com a educação, movimentos revolucionários de todo o Brasil, desejam a troca de nomes de escolas que contêm nomes de presidentes que atuaram nos “anos de chumbo”. Em Cascavel, uma das programações

da Audiência Pública, realizada nos dias 20 e 21 de março passado, foi a troca de nomes das escolas Costa e Silva e Castelo Branco. Na ocasião, o Colégio Costa e Silva foi “rebatizado” com o nome de Edson Luis de Lima Souto, estudante militante assassinado há 46 anos. Em entrevista dada à AppSindicato, o presidente da Associação Cascavelense dos Estudantes Secundaristas, Élio Ribeiro Junior, disse que o ato foi de “repúdio contra um ditador fascista que nunca pagou pelos crimes que cometeu e uma homenagem a Edson Luis, um símbolo da resistência contra a ditadura”, afirma. Porém, segundo a diretora do Colégio, Sirlene Salete Dani, nenhuma ação de conscientização ou palestra de o porquê dessa ação foi realizada com os alunos e que a mudança não será efetivada, pois o processo é muito longo. Em contrapartida, em fevereiro deste ano, um colégio do estado da Bahia realizou a troca de nome. De Escola Estadual Presidente Emílio Garrastazu Médici, que foi o sucessor de Costa e Silva na presidência do Brasil no período de 1969 a 1974, mudou para Colégio Estadual Carlos Mariguella, um dos principais nomes contra o regime militar e chegou a ser considerado o inimigo número um do governo. Neste caso, a mudança foi realizada devido à solicitação de alunos, ex-alunos, pais, professores e da diretoria do Colégio.

Ivete Caribé Rocha, na Audiência Pública em Cascavel

JÚLIO CARIGNANO

ARQUIVO COLÉGIO ESTADUAL COSTA E SILVA

196450 anos de um golpe contra a Democraciaparte 2

“Houve um desmonte do que estava sendo feito”, Ivete Caribé Rocha em relação à Educação

durante a Ditadura Militar

Page 8: Unifatos 2014 - 4° Edição

8 CIDADANIA junho de 2014

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FOTOS: WILIAN CLAY

Uma pessoa produz em média 1,5 kg de lixo diariamente. De todo lixo produzido, apenas 30% é reciclado na maioria das cidades do Paraná

Page 9: Unifatos 2014 - 4° Edição

Renovação, reutilização e redução. Esses deveriam ser os princípios básicos de um cidadão comprometido com o meio ambiente. Todo ano a mesma cena: um famoso ou um político plantando uma arvorezinha em comemoração ao Dia do Meio Ambiente, no dia 5 de junho. Seria interessante mostrar essa mesma pessoa separando o seu próprio lixo, ou seja, realizando a coleta seletiva em casa, no dia a dia. Quem sabe assim as pessoas se conscientizassem e colocassem em prática esse ato em prol ao meio ambiente. Em média, uma pessoa produz 1,5 kg de lixo por dia, o que durante o mês pode chegar a 45. Imagine, então, em uma cidade de pequeno porte com 30 mil habitantes, como Laranjeiras do Sul, que produz por dia 26 toneladas (13 caminhões de pequeno porte) e no mês 510 (255 caminhões). A situação pode ser mais complicada ainda em uma cidade maior, como Cascavel, que tem 305,6 mil habitantes, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), de 2013. Na capital do Oeste do Paraná são recolhidas 240 toneladas diárias. Agora, multiplique isso por 22 dias úteis! Daria para carregar 1.320.000 caminhões! A cidade de Cascavel, além da coleta seletiva, destaca-se com a transformação do gás produzido pelo aterro sanitário em energia elétrica, a qual é utilizada no uso dos equipamentos e iluminação do próprio aterro. Um grande problema para a maioria das cidades do Paraná é que apenas 30% do lixo recolhido é reciclado. Agregado a esse problema, está o prazo da Lei 12.305/10 que finda agora em agosto, a qual determina que todos os municípios tenham um plano de gestão de resíduos sólidos para ter acesso a recursos financeiros do Governo Federal e investimento no setor. Após 2014, o Brasil não poderá mais ter lixões, que serão substituídos pelos aterros sanitários. Além disso, os resíduos recicláveis não poderão ser enviados para os aterros sanitários e os municípios que desrespeitarem a norma podem ser multados, segundo a Agência Brasil. Em Laranjeiras do Sul, assim como em qualquer outra cidade do Brasil,

há uma “ferida”, a qual a equipe do Unifatos pôde verificar. Conhecer um lixão a céu aberto, em fase final de adequação à Lei, faz despertar várias sensações: culpa e nojo. Basta rever as imagens captadas para relembrar o mau cheiro e as moscas pousando na pele e na roupa de quem se aproxima. Desse lixo, muitas vivem, assim como milhares de pessoas que realizam este desumano trabalho no Brasil. Lucia Martins, 53, trabalha há quatro anos no lixão e comenta que sobrevive com cerca de R$ 250 por mês, com a separação do lixo para a

reciclagem, o qual vende para uma empresa. “Até cachorro morto vem. Já encontrei até boi morto”, comenta a mulher de rosto sofrido (foto de capa). Com um olhar de recordação, ela lembra que às vezes encontra quantias pequenas de dinheiro, mas não se esquece de quando seu filho encontrou R$ 300 em uma sacola. “Aproveitamos muita coisa do lixo. Tem tapete de gente rica, roupas, calçados”, destacou. Segundo Lucia, o produto mais valioso é o cobre e o cristal. O papelão quase não compensa, pois o valor é muito baixo. Ela relembra, ainda, que os dias mais tristes de trabalhar é quando chove, pois eles acabam ficando em meio ao lixo e queimando panos para se aquecer.

Doraci Fátima Alvas Almeida, 48, trabalha há mais de oito anos no local e comenta a falta de um barracão, o qual poderia evitar o trabalho sob sol e chuva. Para ela, o que tem menos valor é o material misto, como jornais, revista e cupons. “Não vejo a hora de começar a vir o material separado, facilita nosso trabalho”, afirmou. Campanhas educativas sobre a importância da coleta seletiva estão sendo elaboradas na pequena cidade e o foco principal são as escolas. Desde cedo as crianças aprendem a importância e passam para a família. É o exemplo da família de Neuton Moacir Pivatto, 49. Sua filha Bruna, 22, aprendeu ainda no Ensino Fundamental a importância da reciclagem e, ainda mais, separar e lavar o material para a coleta. Pivatto comenta que entrega o lixo lavado e dobrado nos pontos de coletas toda sexta-feira. “Não me importo com o retorno financeiro do lixo reciclável e, sim, em ter a consciência limpa, em sentir o dever cumprido com a natureza”, finaliza.

9junho de 2014 CIDADANIA

Wilian Clay

“Coleta seletiva é o termo utilizado para o recolhimento

dos materiais que são possíveis de serem reciclados,

previamente separados na fonte geradora. Dentre estes

materiais recicláveis, podemos citar os diversos tipos de papéis,

plásticos, metais e vidros”.

Page 10: Unifatos 2014 - 4° Edição

10 VARIEDADES junho de 2014

Dia Internacional do Meio Ambiente será comemorado de forma diferente em Cascavel

Pedalandopara um mundo melhorThaís Antunes

Pedalar já não significa apenas melhorar a saúde e mudar o estilo de vida, significa também transformar o mundo. Foi pensando em um planeta melhor que o Nós Podemos Cascavel, um grupo formado por diversas instituições e empresas de Cascavel, resolveu organizar a Pedalada Sustentável em alusão ao Dia Internacional do Meio Ambiente. A ação, que tem como objetivo promover atitudes sustentáveis, tem como uma das

organizadoras a coordenadora do curso de Tecnologia em Gestão Ambiental da Univel, Elaine Wilges. “Pedalar diminui os poluentes e o índice de emissão de CO2; diminui o ruído e consequentemente os impactos ambientais”, afirma Elaine. O evento, que será no dia 15 de junho e iniciará às 9 horas na Praça do Migrante Florêncio Galafassi, terá como rota: Av. Brasil, Feira do Pequeno Produtor, Av. Calos Gomes, Rua da Lapa e chegada ao Lago

Municipal. Ao fim do percurso os participantes serão recebidos com apresentações culturais, sorteio de brindes e exposição de materiais produzidos por projetos socioambientais. A articuladora do Sesi (Serviço Social da Indústria) Cascavel e uma das organizadoras, Thiana Costa, explica que as inscrições podem ser feitas pelo site www.nospodemosparana.org.br, até o dia anterior à pedalada.

O grupo tem um calendário de ações para 2014 com quatro

macroações que têm como objetivo elucidar as seguintes temáticas: Dia

Internacional da Mulher, Dia Internacional do Meio Ambiente, Dia da Criança

e Dia do Voluntariado. Para abordar o primeiro tema, foi realizada no mês de março a Feira

de Serviços - Mulheres e seus Jeitos de Mudar o Mundo -, a qual contou

com 32 instituições envolvidas. Foram oferecidos serviços gratuitos para a

comunidade, totalizando mais de três mil atendimentos.

A segunda ação será realizada em dois dias. No dia 4 de junho, o

Seminário: Papo Sustentável teve como objetivo trazer para a comunidade

o diálogo sobre a sustentabilidade, com os palestrantes Nelton Friedrich

(Itaipu) e o Norman Arruda (ISAE/FGV). No dia 15, a Pedalada Sustentável

encerrará a abordagem sobre o Meio Ambiente. A terceira ação será par ao Dia das Crianças, em outubro. Já a quarta

temática será abordada com a atividade de voluntariado.

É formado por representantes de instituições

e organizações do município, que atuam para

mobilizar e articular governos, empresas e

comunidades para contribuir com o alcance dos

ODM (Objetivos de Desenvolvimento do Milênio

também conhecido como Oito Jeitos de Mudar o

Mundo) no Estado. “Em Cascavel o Nós Podemos

tem atividades desde 2010. Porém nesta

composição e linha de atuação presentes, estamos

desde o ano passado”, diz Thiana Costa.

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11junho de 2014 SAÚDE

Ouve-se muito falar em deficiências físicas de várias formas. Todos conhecem ou sabem de uma história de alguém que possua uma deficiência ou que enfrente alguma dificuldade. Mas quando se vê um fissurado o que você pensa? A maioria não sabe quase nada a respeito e fica surpreso ao se deparar com uma pessoa com essa anomalia, principalmente nos casos mais severos. A fissura labiopalatal é a má formação congênita na face, que ocorre durante a formação do embrião. Ela atinge a lateral do lábio superior, dividindo-o em dois segmentos, causando uma falha no fechamento das estruturas do lábio, podendo prolongar-se até os dentes incisivo lateral e canino. Além disso, gengiva, maxilar superior e nariz também podem ser atingidos. Não se sabe dizer ao certo quais as reais causas da anomalia, pois os princípios da doença são multifatoriais. Segundo o dentista, especialista em ortodontia e coordenador do Ceapac (Centro de Atenção e Pesquisa em Anomalias Craniofaciais), Amadeu Tomasin Neto, a doença pode ser causada por predisposição genética ou fatores ambientais. “Os fatores são diferenciados. Pode ser por uma deficiência nutricional, alguma doença materna, alcoolismo, fumo, entre outros”, explica, lembrando que cada paciente tem um caso e um tratamento específico.

O diagnóstico pode ser feito ainda durante a gravidez, com a realização de ultrassonografia. No entanto, a maioria das mães só descobre quando o bebê nasce. Foi o que aconteceu com a auxiliar de serviços gerais, Isabel Guth, que só descobriu que o filho, Felipe Pelizzone, hoje com 14 anos, tinha a anomalia.

“Eu não conhecia bem a fissura. Achava que era apenas uma cicatriz. Quando descobri foi bem difícil, pois eu não estava preparada”, declara, explicando que a fissura de Felipe era unilateral. “Minha maior dificuldade foi para amamentá-lo, pois ele podia engasgar”, ressalta. Assim como Felipe, as pessoas com lábios fissurados, desde pequenas já convivem com a própria diferença, aprendendo a lidar com ela e observando-a normalmente. Ao descrever como é ter que comparecer ao dentista semanalmente Felipe diz sorrindo envergonhado: “É legal”. Ele conta que na escola tudo é normal e que o difícil é ter que perder aula para fazer o tratamento. “Minha mãe é a que mais me ajuda”, finaliza. Por mais que seja difícil, como a mãe descreve, ele não encontra objeções por ter uma

cicatriz no rosto e parece nem entender o que é o preconceito. “Sempre busquei explicar para o Felipe que é uma diferença, mas não é nada grave, que tem tratamento e solução”, destaca Isabel. Felipe precisou passar por três cirurgias e agora usa um aparelho ortodôntico.

O tratamento que dura uma vida

As diferenças nem sempre são

as principais dificuldades

enfrentadas pelos portadores de

fissuras labiopalatais

Makelen Rotta

O HRAC (Hospital de Reabilitação de Anomalias Crânio Faciais) da USP (Universidade de São Paulo), em Bauru, no estado de São Paulo, é o centro de referência em tratamento de pacientes fissurados no Brasil e possui mais de 52 mil pacientes cadastrados. Em Cascavel, o Ceapac do Hospital Universitário do Oeste do Paraná (HUOP) é o principal centro de atendimento e facilitou a vida de muitos pacientes da região. Ele entrou em funcionamento em fevereiro de 2013 e atualmente possui 248 pacientes cadastrados e já realizou mais de 1.500 procedimentos. Apesar disso, ainda enfrenta dificuldades, pois conta com apenas 15 funcionários. Segundo o coordenador, Amadeu Tomasin Neto, também faltam equipamentos. “Temos carência de profissionais e equipamentos e a principal melhoria está neste sentido”, destaca. Ele explica também que no Ceapac estão sendo realizadas cirurgias ortognáticas e plásticas e que as mais complexas ainda são encaminhadas para os maiores Centros. “Há necessidade de que se haja capacitação e complementação do corpo clínico”, conta o coordenador. Antes, os pacientes tinham que se descolar para Curitiba ou Bauru o que dificultava o tratamento, como conta o professor Adriano Brozozoski, 39, que possui a fissura labiopalatal e precisou fazer quatro cirurgias ainda quando criança. “Quando eu já estava maior precisei colocar um aparelho e tive que ir à Curitiba várias vezes, então acabei desanimando e desistindo do tratamento”, afirma. Ele conta que quando ficou sabendo da abertura do Ceapac, ficou no aguardo para reiniciar o seu tratamento. “Dei entrada novamente nos procedimentos dentários e precisei fazer uma nova cirurgia”, conta o professor.

Procedimentos As fissuras podem ter vários tipos e níveis de severidade. Por isso, dependendo da complexidade que se apresenta a doença, o tratamento pode durar a vida toda. Logo quando bebê, com apenas três meses, é realizada a primeira cirurgia nos lábios, a quiroplastia. Com 12 meses é feita outra cirurgia, onde se fecha o palato. A partir daí cada caso é avaliado e são determinados os procedimentos. A maioria deve fazer o tratamento pelo menos até os 20 anos de idade. Os pais, quando recebem a notícia que o filho é um fissurado, recebem todas as instruções e orientações necessárias de como cuidar do bebê, principalmente como amamentá-lo e o encaminhamento dessa criança para o “centrinho” mais próximo. Esse acompanhamento não é somente dos cirurgiões e dentistas especializados, mas há profissionais de várias aéreas envolvidos: psicólogos, nutricionistas, otorrinolaringologistas e fonoaudiólogos são os principais.

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Em Cascavel, o Ceapac do Hospital Universitário é o principal centro de atendimento

MAKELEN ROTTA

Page 12: Unifatos 2014 - 4° Edição

12 ESPORTE junho de 2014

“Agora que são elas” Para quem acredita que montar álbuns e trocar figurinhas é apenas coisa de

homem está muito enganado. As mulheres, que estão dominando todos os campos,

também são adeptas à nova onda de colecionar os cromos da Copa no Brasil. A

autônoma Taiana Alves, 20, conta que não gosta muito de esporte, mas começou

a colecionar por causa de seu namorado. “Eu comecei a colecionar em abril junto

com o meu namorado que é fanático. Gostei de ajudá-lo e iniciei o meu álbum

também”. Segundo ela há pessoas que dizem que isso é apenas uma perca de

dinheiro, mas Taiana rebate as críticas: “O álbum de figurinhas é uma forma de

ter uma recordação desta Copa”.

A Gestora Financeira Ana Karolina Borges, 23, diz que ganhou o álbum e que a

princípio achava isso uma coisa desnecessária, mas que se deixou levar pela facilidade

de conseguir as figurinhas. Questionada sobre o boato que mulher não entende de

futebol, a moça reitera sua posição: “Eu acho que isso não implica diretamente no

assunto futebol, mas sim no fato de colecionar, no desafio”.

A competição começou bem antes e fora dos campos

- As figurinhas, também chamadas de cromos, são da marca Panini que veio do sobrenome de Giuseppe Panini que fundou a companhia em 1961. Ele produziu os primeiros cards da marca do cigarro Marquis de Lorne, na Itália.- Nem todo mundo frequenta os eventos de trocas de cromos e precisa de métodos mais eficientes para completar o álbum, nem que seja na ilegalidade. Essa notícia chamou à atenção da imprensa... Um furgão que transportava 300 mil figurinhas foi roubado no Rio de Janeiro. Será que deu para terminar o álbum?- Outra bizarrice: no início do mês de maio um professor em Bucaramanga na Colômbia foi acusado por um aluno de 13 anos de roubar as suas figurinhas para completar o álbum. A polícia prometeu investigar o caso de furto.

Ricardo Oliveira

Figurinhas da Copa:a bola da vez Faltando alguns dias para o início da Copa do Mundo no Brasil, o comércio já sente o aquecimento das vendas, mas não pense na comercialização de televisores ou de qualquer outra tecnologia para garantir as melhores imagens do mundial. A compra, a venda e a troca das figurinhas oficiais dos times que irão se apresentar na Copa do Brasil é que o tem movimentado o território nacional, inclusive, Cascavel. Os álbuns que começaram a ser distribuídos no começo do mês de abril causaram euforia e não somente nas crianças. Segundo o empresário César Augusto, 28, que é dono de uma banca de jornal no Calçadão de Cascavel, as crianças não são os maiores compradores. “Os pequenos compram, mas a média de idade de quem vem atrás das figurinhas da Copa é acima de 20 anos”, declara o empresário, que não conseguiu contar quantos cards já vendeu. Mesmo assim, ele diz que as negociações foram grandes: “Nós organizamos desde a Copa do Mundo de 2002 as trocas de figurinhas aqui na banca nos finais de semana. Isso aumenta as vendas, mas tem gente que vem só para trocar, porque chega um momento de ápice, em que falta apenas algumas ou uma figurinha”. A supervisora de escritório Estela Coelho, 38, comprova a tese do jornaleiro e conta que começou a trocar as figurinhas há pouco tempo, mais precisamente há duas semanas. “Eu comecei a colecionar por causa da minha sobrinha que sempre monta os álbuns da Copa. Eu, meus primos e sobrinhos marcamos de ir à Praça da Rua Souza Naves, esquina com a Rua Minas Gerais, para trocar as figurinhas. Nós lotamos a praça de parentes. Meu sobrenome é Coelho, aí você imagina quanto de gente que deu”, brinca.

Paixão pelas redes Numa época em que a tecnologia está aliada a quase tudo, seria inocência acreditar que ela não estaria envolvida na Copa do Mundo. O empresário do ramo de tecnologia Marcos Marchiori, 44, criou recentemente um grupo no Facebook chamado “Figurinhas da Copa 2014-Cascavel-PR”. A ferramenta já tem quase 160 curtidas e serve como ponto de negociação de figurinhas que serão trocadas pessoalmente em uma data combinada. Marcos ressalta o porquê de criar o grupo: “Eu incentivo as trocas, assim como outros amigos meus também. Acho que é muito bom para a socialização dos nossos filhos, ainda mais no nosso tempo em que as nossas crianças ficam muito em casa”. Se você está em busca “daquela” figurinha para terminar o seu álbum, não perca as trocas que ocorrem nos finais de semana em frente às bancas de revistas. Em Cascavel os colecionadores se reúnem em frente à Praça do Migrante ou no Calçadão da Avenida Brasil.

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LARISSA LUDWIG

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13junho de 2014 CARTÃO POSTAL

FOTOS: CLAUDYNEI ZANATTA

Motociclismono deserto do Atacama

Região mais seca do mundo se estende por mil quilômetros do norte do Chile até a fronteira com o Peru

Walkiria Zanatta

Imagine-se em alta velocidade num veículo de duas rodas. Não há sinal de viva alma e o único barulho é do vento que bate no capacete. No chão, que há tempos era rico em tesouros arqueológicos, há areia muito grossa, com muitas pedras. Os raios solares iluminam e aquecem o caminho. O vento anemiza o calor, porque no deserto mais seco do mundo o clima é quente, pelo menos em uma parte do dia. À noite, a temperatura cai bruscamente. A viagem pela estrada é muito boa e um fato curioso é que não há insetos voando por lá. Para você que pensa que uma região desolada pode não ter atrativo nenhum, engana-se, pois as paisagens são deslumbrantes, extasiantes e de tirar o fôlego. Tudo isso supera qualquer expectativa. É como estar em outro planeta. Além disso, estar em duas rodas no deserto do Atacama (na região norte do Chile até a fronteira com o Peru) gera “a sensação de liberdade com o ambiente”, declara o contador e motociclista Claudynei Zanatta, 46. O que parecia, no início do planejamento, uma longa excursão, durou apenas vinte dias entre a saída do Brasil e a chegada de volta. Os custos foram em torno de U$ 2 mil e U$ 3 mil. Tudo estava perfeito: o lugar, as condições, a viabilidade, as motocicletas e a vontade, que

era muita. O cenário, porém, muda, quando os amigos pegam a estrada e chegam aos arredores de Mendoza, na Argentina. “O parafuso que lacra o orifício de entrada de óleo do motor da moto caiu, porque o mecânico não apertou o suficiente e eu me esqueci de verificar, o que sempre faço”, lembra Claudynei. Ele conta, ainda, que as adversidades da viagem não pararam por aí: “Em Punta Del Este, no Uruguai, o pneu dianteiro furou, bem na autoestrada. Quase caí, mas foi só um susto”, comenta. Para terminar os imprevistos, o motociclista completa que perto da cidade portuária de Antofagasta, no Chile, eles pegaram uma tempestade de areia na estrada. Apesar de todas as adversidades que um motoqueiro pode enfrentar nas rodovias, além do Atacama, Claudynei também já foi a outros lugares como: Argentina, de norte a sul e de leste a oeste; Tierra Del Fuego, no final do mundo, em Ushuaia; Chile do norte em Iquique até Santiago; Uruguai; Paraguai; todos os estados do sul do Brasil; Mato Grosso do Sul; e São Paulo. “Resumindo um pouco, conhecer lugares, culturas, pessoas, sair, enfim, viajar é a sensação de estar vivo diante da imensidão do mundo”, conclui o motociclista.

Curio

sida

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- É um grande reservatório de nitrato de sódio, conhecido como salitre.- Em algumas partes do Deserto, nunca foi registrada a ocorrência de chuva.- Já foi palco da gravação do clipe para a música Frozen, da Madonna.- É muito visado para praticar montanhismo, montaria, off-road e mountain bike.- Possui artefatos arqueológicos e históricos, além de salinas, gêiseres, vulcões, lagoas coloridas, vales verdejantes, canyons de água cristalina e também há múmias com mais de mil anos.- É um dos principais campos de observação para o desenvolvimento de pesquisas da Nasa.

Claudynei Zanatta com seus amigos no Atacama

Dicas para viajarsobre duas rodas- Esteja bem preparado fisicamente, porque em certos lugares o desgaste com o calor é enorme e em certos trechos há o problema da altitude. - Tenha uma motocicleta em ótimas condições, com todas as revisões possíveis.- Leve algumas ferramentas para o conserto da moto, caso precise.- Leve sempre alguns remédios de emergência.

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14 ECONOMIA junho de 2014

“Quando a esmola é demaiso santo desconfia”

Para uns, é um dinheiro bem-vindo, para outros um “problemão”. Sabe o famoso FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço)? Aquele que você recebe quando é demitido ou quando se aposenta? Então, se aprovado, esse valor pode aumentar. Fique atento, pois, se você trabalhou desde 1999, pode receber um dinheiro inesperado, mas se você é um beneficiário do programa Minha Casa Minha Vida, não fique tão animado assim! Atualmente, o reajuste do FGTS segue os seguintes critérios: 3% ao ano e mais a Taxa Referencial (TR). Cada trabalhador com carteira assinada tem uma conta do FGTS em que é depositado mensalmente 8% do seu salário, porém em 1999, o valor da TR foi diminuindo e com isso o reajuste não chegava nem perto de se alinhar com a inflação. Se o reajuste for aprovado, todos os trabalhadores que tinham a carteira assinada no final do século passado receberão essa diferença, mas caso você seja um desses trabalhadores não adianta ficar animado, porque o dinheiro não é muito. “Mesmo acrescentando um pouquinho na taxa, não é muito. Tem gente achando que vai receber 10 mil, 20 mil, mas não vem tanto assim, porque a TR não é alta”, explica a economista e professora da Univel, Gressieli Fazoli. A diferença entre o valor da inflação comparado com a TR fizeram com que muitos sindicatos trabalhistas entrassem com ações para atualizar o valor do FGTS, porém a decisão final é do STF (Supremo Tribunal Federal). Caso isso aconteça,

seguindo a taxa da inflação, uma pessoa que tinha, por exemplo, mil reais na conta do FGTS em 1999, terá hoje um pouco mais de dois mil reais. Como nada cai do céu, esse dinheiro tem que vir de algum lugar, explica o advogado trabalhista Roque Sebastião da Cruz: “Já estão sendo levantadas algumas hipóteses no caso de ganho de causa por parte dos trabalhadores e uma delas diz que um resultado positivo poderá impactar os beneficiários do Minha Casa Minha Vida”. Isso não significa que, caso você participe do programa, a sua mensalidade dobrará do dia para noite, não! Apenas serão “enxugadas” as chances de mais pessoas participarem do programa. “O problema maior é que se tiver que mexer no programa Minha Casa Minha Vida, não vai ter tantos financiamentos, porque quem fornece o programa é o FGTS e a poupança. Assim, vai diminuir o crédito para o programa”, esclarece Gressieli. De um lado há pessoas que trabalharam desde 1999 que estão animadas para que o reajuste aconteça, mas do outro existem as que não estavam empregadas nessa época e que estão preocupadas. Nathália Sartorato é jornalista e também faz parte do programa Minha Casa Minha Vida. Ela conta que se o reajuste acontecer, as coisas ficarão difíceis. “Se subir o valor do programa, não terei condições nenhuma de pagar. Eu já pago quase mil reais. Se for aprovado, terei que entrar na justiça e tentar reverter isso”, conta, preocupada.

Maicon Roselio

Reajuste do FGTS: O que parece um pequeno reajuste para os trabalhadores, pode ser um grande problema para os beneficiários

O início No dia 13 de setembro de 1966, foi implantado do Brasil o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). Antes disso, os trabalhadores que cumprissem dez anos de serviços prestados só podiam ser demitidos por justa causa ou com o pagamento de uma indenização, mas como os empregadores não se preparavam para pagar o valor - que para a época era bem alto - muitos trabalhadores eram dispensados antes de completarem uma década na empresa.

MAXIMILIANE VEIGA

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15junho de 2014 inDICA

O que é preciso para

ser feliz?No filme Oz, Mágico e Poderoso o significado de magia vai além

Jhon Dwitt

O que é magia? Pode ser considerada energia, prestidigitação ou meramente ilusionismo. No filme Oz: Mágico e Poderoso, o significado de magia vai além daquelas características. Na fantástica terra de Oz a verdadeira mágica significa, acima de tudo, bondade, amor, coragem e esperança para vencer o mal. A história começa no Kansas em 1905, com a tela em preto e branco e reduzida, em um ambiente de magia e mistério herdado do livro clássico O Mágico de Oz de Lyman Frank Baum lançado em 1º de janeiro de 1939. O filme herda também alguns personagens do livro, como a menina de porcelana, o leão e os macacos alados, além das bruxas, é claro. James Franco, que interpreta Oscar Diggs, o mágico de Oz, inicia sua apresentação de forma tímida, tentando imitar atuações bem sucedidas de Jhonny Deep (que tinha sido cotado para ser Oz). O filme, que é do gênero aventura, ação e fantasia, foi lançado em 14 de fevereiro de 2013, nos EUA, e dirigido por Sam Raimi. Com 127 minutos, numa grande catarse, a trama leva o espectador do riso ao choro, do choro à aflição, e da aflição para o alívio e promove um final feliz e surpreendente. É só assistindo para descrever!!!

Oscar, que era membro de um circo itinerante, começa o seu último espetáculo na cidade que lhe rendeu apenas algumas moedas e objetos jogados nele antes do fim do espetáculo. Por que alguém jogaria objetos em um mágico antes do fim do espetáculo? A resposta está na plateia... Uma pobre garota cadeirante ao ver Oz fazer sua assistente desaparecer, pede para que ele a fizesse andar. Sabendo que não poderia realizar o desejo ele se desculpa e em seguida a plateia se revolta. Após o fracasso da apresentação ele reencontra um antigo amor da cidade, mas é obrigado a fugir de um marido feroz que descobriu que o mágico havia se relacionado com sua esposa. Oz encontra um grande tornado que o leva para uma terra desconhecida, onde é

desafiado a salvar um povo aflito da bruxa má. O local fica conhecido como a terra de Oz, onde existe uma profecia de que um grande mágico cairia do céu e salvaria o povo da vilania da malvada (Evanora) interpretada pela atriz Rachel Weisz. O que o simples ilusionista farsante não esperava é que para salvar aquele povo teria que descobrir a verdade sobre si e agir como o grande líder que as pessoas achavam que ele era. Oscar se maravilha com a beleza do lugar e fica ainda mais encantado ao encontrar a bela Theodora (personagem de Mila Kunis) que lhe ajuda a escapar dos babuínos alados da bruxa má e se apaixona por ele ao longo do caminho até a Cidade das Esmeraldas. A maneira que a história vai se desenvolvendo a partir daí torna o filme muito

mais atrativo devido à trama que se forma. A bruxa má transforma a sua irmã (Theodora), em uma vilã ainda mais odiável e poderosa o que obriga Oscar Diggs e Glinda, desempenhada por Michelle Williams, a tirar um grande coelho da cartola para a batalha final contra as duas feiticeiras. Na visão de Oz enfrentar as duas bruxas seria difícil, mas o que movia sua coragem era a recompensa caso fosse vitorioso. Uma grande fortuna em ouro, rubis e diamantes que pertenceria a quem quer que fosse o rei.Ao longo da preparação para invadir a Cidade das Esmeraldas, Oz continua com o seu lema que o acompanhou desde o início: “Somos poucos, mas com muito poder. Encontraremos dificuldades, mas é só acreditar, porque quando acreditamos qualquer coisa é possível”.

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“Espetacular. Bastante aventura, muitos efeitos especiais e ainda por cima em 3D. Uma ótima história, em um cenário legal. Esse foi um dos melhores filmes de 2013, o qual deveria concorrer ao Oscar!”, Renan Cezar, estudante.

“Espero que tenha sequência desse

filme, pois o segundo pode já trazer o

enredo do Mágico do Oz, com a Doroth,

o Totó, o Espantalho e o Homem de

Lata.... Seria uma boa história...”, Bruno

Tadeu, funcionário da 100% Vídeo.

“Somos poucos, mas com muito poder. Encontraremos dificuldades, mas é só acreditar, porque quando acreditamos qualquer coisa é possível”.

DIVULGAÇÃO

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16 CLICK junho de 2014

Cachorro companheiro de cantina

Fabio André, do 2° ano de Gestão Financeira O casal Monique e Leonardo, dos cursos de

Ciências Contábeis e Direito

O professor Rodrigo Taboas com a turma do 2º ano de Gastronomia

Alexandre, do 1° ano de Tads

Aline e Marielli, do 1° ano de Direito

FOTOS: SILMARA DOS SANTOS