unifatos - 48º edição

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E-commerce Você confia nas compras pela internet? Conheça as experiências de quem transformou o computador em loja Carro novo ou usado? A redução do IPI movimenta as conces- sionárias, mas diminui a revenda de carros usados Página 6 Página 12 Sara Peixer Mercado Imobiliário Adquirir o primeiro imóvel antes dos 35 anos é cada vez mais comum. A principal razão são as facilidades do negócio Página 8 Divulgação Empresa Você possui um negócio e ainda não está legalizado? O Programa Empresa Fácil agili- za o processo de formalização das empresas sem tanta bu- rocracia Página 4 Edição Especial Novembro/2012 Ano XI - Edição 48 Cascavel - Pr a a a a

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48º Edição

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Page 1: Unifatos - 48º Edição

E-commerceVocê confia nas compras pela internet?

Conheça as experiências de quem transformou o computador em loja

Carro novo ou usado? A redução

do IPImovimenta as conces-sionárias,

mas diminui a revenda de carros

usadosPágina 6

Página 12

Sara Peixer

Mercado Imobiliário

Adquirir o primeiro imóvel antes dos 35 anos é cada vez mais comum. A principal razão são as facilidades do negócio

Página 8

Divulgação

EmpresaVocê possui um negócio e

ainda não está legalizado? O Programa Empresa Fácil agili-za o processo de formalização das empresas sem tanta bu-

rocracia

Página 4

Edição Especial Novembro/2012Ano XI - Edição 48

Cascavel - Pr

a

a

a

a

Page 2: Unifatos - 48º Edição

2Edição Especial

Novembro/2012

EXPEDIENTE

Jornal Laboratório do Curso de Jornalis-

mo da Univel

Direção Viviane da Silva

CoordenadoraLetícia Afonso Rosa Garcia

OrientadoraMariana Lioto

DiagramaçãoSara Peixer

ReportagensAdilson Janovisk

Bruno SilvaClaudia Verneck

Diego Schiavon GouvêaElaine Marra

Jaques Moreira BarbosaJessica Cavalcante

Karina VenazziKarine WosniakPriscila Baracho

Renan GuexRodrigo Silva

Sara PeixerSuelen VicenteVanessa Gomes

Willian Cezar

CONSULTORIA

Micro e PequenasEmpresasA conversa entre o empresário e o consultor ajuda a modificar a gestão da empresa

Jaques Moreira Barbosa

A vontade de ter a própria empresa é o desejo de gran-de parte dos brasileiros, e nos últimos anos isso vem se tor-nando realidade constante. Muitos começam trabalhan-do por conta própria, o cha-mado trabalho informal; ou-tros utilizam de ferramentas da internet para os seus negó-cios; tem aqueles que iniciam a sua empresa física “na raça”, do jeito tradicional, mas sem

nenhum tipo de auxílio; e ainda os que buscam apoio no Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Peque-nas Empresas).

A empresa Teu Sabor Ali-mentos da cidade de Casca-vel tem 20 anos em serviços de panificação e não conhe-cia os serviços do Sebrae. Foi quando recebeu a visita por meio do Projeto Agentes Lo-cais de Inovação, que é uma parceria do Sebrae/PR com a Seti (Secretaria de Estado

da Ciência Tecnologia e En-sino Superior) e a Fundação Araucária, desenvolvida por jovens profissionais.

Os proprietários Marli de Oliveira e Antonio Val-demir de Oliveira recebe-ram orientações dos agentes durante um ano entre 2010 e 2011. O foco foi a área de marketing, o que trouxe uma nova fachada para a empresa. “Nós, mudamos o nome da marca que antes se chama-va Tropical Massas para Teu

Jaques Moreira Barbosa

Os empresários Marli e Antonio Valdemir de Oliveira mudaram o nome da empresa depois de recebe-rem orientações do Sebrae

EMPRESA

EDITORIAL

O Unifatos traz uma edi-ção especial no mês de No-vembro. Ao invés do jornal com informações de diversos segmentos, como você já está acostumado, formulamos uma edição recheada de in-formações sobre Economia. O objetivo é unir as discipli-nas de Técnicas de Reporta-gem e Formação Econômica do Brasil.

Partimos do fato de a eco-nomia estar em tudo. Faze-mos parte de uma geração totalmente capitalista, mar-cada pela busca incessante da independência financeira. Prova disso são os jovens que arriscaram suas economias e também aproveitaram as facilidades para montar seu próprio negócio.

Na matéria "Minha casa, minha dúvida", por exem-plo, podemos entender me-lhor a respeito do processo feito para realizar esse sonho e porque esta realidade está cada vez mais próxima dos jovens.

Encontrar um profissio-nal especializado em Jorna-lismo Econômico não é fácil, pois a fusão do Jornalismo com a Economia exige que o jornalista tenha amplo co-nhecimento sobre o assunto. Este profissional precisa es-crever traduzindo o "econo-mês". O desafio de elaborar reportagens neste segmento é mostrar aos nossos leitores como esse tema, que parece ser tão distante e complexo, faz parte do nosso dia a dia.

Edição Especial

Page 3: Unifatos - 48º Edição

3Edição EspecialNovembro/2012

Sabor Alimentos”. A mu-dança do nome aconteceu porque outra empresa tinha um nome parecido. Além do marketing, a panificadora foi aconselhada na área admi-nistrativa e em toda a inova-ção da empresa. Este projeto aplicado não teve nenhum tipo de custo ao empresário cobrado pelo Sebrae.

Os empresários comen-taram que este apoio do Sebrae, ajudou a pensar na gestão da empresa e buscar sempre inovar para atrair clientes. “Com essa ajuda aprendemos a manter os nos-sos clientes fiéis, que vem de outros bairros, e a conquistar um novo público”. Depois do apoio, inclusive, os pro-dutos já foram exportados para terras norte-americanas. “Certa vez recebemos uma encomenda de Nova Iorque de uma pessoa que passou as férias em Cascavel e gostou de um dos nossos produtos e entrou em contato para que enviássemos para ela”. Eles consideram os métodos aplicados e o incentivo, fun-damental para que o empre-sário tenha outra visão do seu negócio. “Nós consideramos fantástico o tratamento que o Sebrae nos deu durante este projeto, desde as orientações até o relacionamento”. Consultora do Sebrae explica quais empresas se encaixam no perfil de Micro e Pequena Empresa

Jaques Moreira Barbosa

Jaques Moreira Barbosa

O Sebrae e o empresárioINÍCIO DA EMPRESA

Microempresa:Na indústria e construção: até 19

funcionáriosNo comércio e serviços, até 09 fun-

cionáriosPequena Empresa:

Na indústria e construção: de 20 a 99 funcionários

No comércio e serviços, de 10 a 49 funcionários

Jaques Moreira Barbosa

EMPRESA

Quando os empresários recebem a consultoria do Se-brae é realizado um diagnós-tico da empresa para saber quais são os pontos fortes e os pontos que precisam ser melhorados, isso é feito em uma conversa do Empresário e Consultor. “A gente precisa ouvir muito para saber qual é a dificuldade dele”. Elisânge-la explica que os especialistas apenas indicam o caminho, o processo de prática fica por conta do empresário. “A res-ponsabilidade em dar resul-tados é do cliente, é o empre-sário que tem que tomar para si esta dificuldade e resolver o problema”. Se dependesse somente do consultor, ele se deslocaria até a empresa, re-solveria o problema, e quan-

do terminasse voltaria tudo ao que era antes. A consul-tora fala dos exemplos que já aconteceram no Sebrae, tanto os positivos quanto os negativos. “Tem empresário que vem até o Sebrae, busca consultoria e quer um mo-delo pronto, uma receita de bolo, e isso não existe”. Cada empresário tem a sua caracte-rística própria e a sua forma de trabalhar, é ele quem faz a diferença na sua empresa. “E também temos exemplos de empresários que receberam as orientações, e mudaram a gestão. Isso, a gente percebe nitidamente o resultado que a consultoria ofereceu”. É importante deixar claro, que não importa o tamanho ou o porte da empresa, quem faz a diferença é sempre o dono.

A expectativa de vida de-pois dos dois anos de empresa é de 75%. Os dois primeiros anos são considerados a fase crítica, onde o empresário está conhecendo o mercado, se estabilizando e conquis-tando os seus clientes. Mui-tas delas fecham por despre-paro. “O empresário começa um negócio e ainda não o conhece bem, não fez um bom planejamento. Ou ain-da escolheu o público errado, escolheu um determinado tipo de público e começou a trabalhar em cima de outro”, enfatiza Elisângela. Os seto-res de serviços, construção civil e comércio geraram um crescimento de emprego nas MPE nos últimos anos em todo o país.

Saiba quais empre-sas o Sebrae aten-

de O Sebrae que completou

em 2012, 40 anos, oferece consultoria nas áreas de Fi-nanças, Marketing, Recursos Humanos e Gestão da Em-presa para o Empreendedor Individual (EI) e as Micro e Pequenas Empresas (MPE). A consultora do Sebrae de Cascavel, Elisângela Rosa explica as características des-tes três tipos de empresas. O Empreendedor Individual é o que fatura até R$ 60 mil por ano. “No mínimo o EI está empregando a si mesmo, ou seja, é uma pessoa que está fora da marginalidade do mercado com relação à falta de emprego”. A micro em-presa arrecada até R$ 360 mil por ano, composta pelo em-presário e mais um funcioná-rio, podendo ser alguém da família. E a pequena empresa é aquela que fatura R$ 3, 6 milhões ao ano, com uma quantidade de funcionários que pode variar em cada se-tor (veja no Box). Ela destaca o número expressivo de MPE em Cascavel. “Se nós fosse-mos fazer um levantamento na Avenida Tancredo Neves, a maioria delas são conside-radas pequenas empresas”.

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4Edição Especial

Novembro/2012

Que tal legalizar seu negócio?INFORMALIDADE

O Programa Empresa Fácil agiliza o processo de formalização das empresasKarine Wosniak e Vanessa Gomes

“Quero legalizar meu ne-gócio”. Estas são as palavras mais ouvidas pelos atenden-tes do Programa Empresa Fácil, localizado no saguão da Prefeitura de Cascavel. Ele foi fundado em abril de 2010 depois da criação da ca-tegoria de empreendedor in-dividual. Antes do Programa Empresa Fácil, havia o Portal do Empreendedor, mas era pouco conhecido pelo públi-co interessado, porque ainda era muito burocrático.

O objetivo do Progra-ma Empresa Fácil é agilizar o processo de formalização das empresas, para legalizar sem burocracia e com des-pesas reduzidas. Além dis-so, o empreendedor recebe acompanhamento de um contador durante três anos a custo zero, e treinamentos específicos para cada área de atuação são realizados com frequência e o melhor, tudo gratuitamente.

Para se inserir no Progra-ma, é necessário se enqua-drar em a l g u n s requisitos exigidos. A agente de de-s e nv o l -vimento munici-pal, Jane-te Wes-c h e n -felder, explica o que o empreendedor ainda infor-mal necessita fazer para ser

beneficiado. “O empreende-dor precisa ter a receita bruta anual igual ou inferior a R$ 60 mil, atuação na informa-lidade e não possuir ou ser sócio de outra empresa”, afir-ma.

As principais atividades informais registradas pela Empresa Fácil são dos seg-mentos de salão de beleza, pedreiro, costureira, comer-ciante, dentre outros. Estes setores demandam uma pro-cura maior para a formaliza-ção do negócio próprio.

Passo a passoVocê deve estar se per-

guntando: como eu faço para formalizar minha empresa? É simples, basta seguir os crité-rios estabelecidos. “Assim que o empreendedor chega até nós, verificamos qual ativida-de ele se enquadra e quanto é o ganho bruto mensal que não deve ultrapassar R$5 mil ao mês. O trabalhador tem direito a cadastrar mais uma pessoa no programa, é o caso de quem possui um funcio-

nário na em-presa, deta-lha Janete. Além disso, são exigidos documen-tos pessoais (RG, CPF, Título de E l e i t o r ) , c o m p r o -vante de

residência e declaração de imposto de renda. “Depois iniciamos o trabalho de ave-

riguação da atividade infor-mal, onde o fiscal verifica se a empresa é de Cascavel, se tem alvará de licença de funcionamento e se está nos padrões exigidos pela Vigi-lância Sanitária, nesse caso, quando se trata de empresas na área de saúde e alimenta-ção”, reitera.

Segundo dados coletados desde sua criação, o Progra-ma Empresa Fácil já atendeu 6.768 pessoas, destas mais da metade conseguiu o tão almejado CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídi-ca). Dos empreendedores individuais cadastrados no programa, sessenta e nove migraram para microempre-sa e hoje possuem oportuni-dade de expansão do negócio e consequentemente ganhos em maior escala.

ENTENDA A DIFERENÇAEmprEEndEdor IndIvIdual: É o profissional que trabalha por conta própria e tem faturamento anual de, no máximo, R$ 60 mil. Ele pode ter um único funcionário. O empre-

endedor individual é enquadrado no Simples Nacional e está isento de uma série de tributos, como o PIS, Cofins, CSLL, IPI e Imposto de Renda. Esse tipo de empreende-

dor tem direito a benefícios como auxílio-doença, auxílio-maternidade e aposentadoria.

mIcroEmprEsa: É considerada microempresa a sociedade simples e o empresário individual que obtenham uma renda bruta anual de até R$ 240 mil. A microempresa

pode ser enquadrada no Simples Nacional, que unifica os tributos estaduais, federais e municipais e permite

isenções de impostos.

rEcEIta Bruta: É o total arrecadado durante o ano pela empresa.

EmprEsa dE pEquEno portE: É a pessoa jurídica que tenha recolhido receita bruta superior a R$ 120 mil e igual ou

inferior a R$1,2 milhões.

Desde 2010, o Empresa Fácil já atendeu 6.768 pessoas

Karine Wosniak

Antes de abrir um negócio é preciso enten-

der o mercado e o público que se deseja atingir

EMPRESA

Page 5: Unifatos - 48º Edição

5Edição EspecialNovembro/2012

Materializar o sonho de ter o próprio negócio, sem tamanhas burocracias e sem gastar muito dinheiro, pare-ce fora do alcance da grande maioria dos empreendedores! O que ouvimos do empre-sariado são dificuldades de manter o negócio em fun-cionamento, colaboradores, despesas e encargos todos os dias.

No entanto, existe uma maneira de dar uma “ajudi-nha” àqueles que ainda não conseguiram por um motivo ou outro, legalizar o negócio, que gera o“ganha pão” da fa-mília.

Vagner Dias é exemplo de persistência e otimismo. En-tre o atendimento preciso de um cliente e outro, ele recebe o Unifatos em seu estabeleci-mento comercial. Wagner é dono de uma banca de doces, que fica dentro do Terminal Oeste do transporte coletivo. Wagner retira das vendas di-árias o sustento de sua esposa e cinco filhos. “Trabalho com a venda de doces há cerca de

FORMALIZAÇÃO

Minha empresa dois por doisKarine Wosniak

oito anos, de segunda a se-gunda fico aqui durante o dia todo, e é por causa desse trabalho que consigo suprir as necessidades da minha fa-mília”, completa.

Há aproximadamente um ano, Vagner recebeu uma carta em casa sugerindo que procurasse o Programa Em-presa Fácil da Prefeitura de Cascavel, para regulariza a atividade que até então era informal. “Não foi uma má ideia, eu já estava com von-tade de legalizar o meu traba-lho, foi um incentivo vindo na hora certa”, afirma.

Após assistir uma palestra de abertura e apresentação do Programa Empresa Fácil, Vagner mostrou-se interessa-do em participar. Foi o que fez, no outro dia, retornou a prefeitura com toda a docu-mentação exigida em mãos para se cadastrar na iniciati-va. Legalização oficializada, Vagner viu grandes oportuni-dades de aumentar a compra de mercadorias para revender na banca de doces. “Pelomotivo de eu ser cadastrado

no programa, consigo des-contos nas mercadorias, pois os atacados vendem a menor valor para as empresas forma-lizadas”.

Com essa diminuição no valor total da compra das mercadorias, Vagner afirma ter aumentado os ganhos reais no fim do mês. “Em média tenho 10% de lucro a mais do que antes, quando

comprava informalmente”, justifica.

Além de descontos em pontos de venda, o integran-te do programa tem assistên-cia grátis durante um ano, em caso de dúvidas. “O pra-zo do atendimento dos con-tadores no Empresa Fácil to-talmente gratuito encerra em março do ano que vem, mas depois disso, pretendo conti-

nuar com a empresa formal. Sei que são cobrados algumas taxas, mas acredito que não serão caras, na verdade nem pensei nisso ainda”, conclui.

Despeço-me do vendedor de doces que pede com gen-tileza para o cliente, aguardar um instante, agradece a aten-ção e para não deixar de con-tribuir, compro algumas ba-las para comer no caminho.

Embora exista um grande número de empreendedores formalizados, ainda há mui-tos que desejam legalizar seus negócios.

São muitas as pessoas que planejam abrir seu próprio comércio, mas antes de to-mar qualquer decisão pre-ferem conhecer melhor o

mercado e as preferências dos clientes. Nadir Lina Vicente, de 39 anos, é uma delas. Há aproximadamente dois anos começou a trabalhar com vendas de roupas para ami-gos e demais conhecidos de seu bairro.

Apesar de pouco tempo de experiência ela já pode perceber que seu negócio tem

grandes possibilidades de crescer. “Comecei com pou-ca mercadoria, pois não sabia como ia ser a saída, porém aos poucos fui conquistando clientes. Hoje já não tenho mais medo de não dar certo, já tive uma experiência. Pre-tendo em breve abrir minha empresa”, conta Nadir.

Planejamentos futuros

garantem mais segurança ao empreendedor, é por isso que o Sebrae (Serviço Brasileiro de apoio a Micro e Pequenas Empresas) que já está há 40 anos no mercado, se preo-cupa em orientar os futuros empreendedores a seguir um roteiro para facilitar a abertu-ra de sua empresa.

Antes de abrir um ne-

Vagner trabalha até a noite vendendo doces no Terminal Oeste

Karine Wosniak

EMPREENDEDORISMO

Plano de negócio ajuda quem quer começarVanessa Gomes

gócio é preciso entender o mercado e o público que se deseja atingir. A consultora do Sebrae de Cascavel, Kel-len Gaffuri, explica que para uma boa gestão é necessário criar estratégias de marke-ting, além de criatividade e inovação. “Por isso, o Sebrae contribui antes e depois de abrir a empresa”, conclui ela.

EMPRESA

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6Edição Especial

Novembro/2012

Baixa do IPI gera impacto navenda dos usados

CARROS

Desde março deste ano o imposto sobre os carros novos foi reduzido e quem so-freu com essa baixa foram os donos de garagens

É fato que todos nós pa-gamos impostos sobre tudo o que consumidos. Mas quem imaginaria que o valor des-se imposto é tão grande a ponto de fazer revendedoras de veículos seminovos fecha-rem as portas? É isso mesmo que está acontecendo. O IPI, (Imposto sobre Produto In-dustrializado), que pagamos quando adquirimos um car-ro zero quilômetro variava de 7% a 15% do valor total

do carro. Em março o valor foi zerado ou reduzido, o que afetou o preço do carro usado e deixou as garagens às moscas.

Essa medida tomada pelo governo do país foi para es-timular a economia e limpar os pátios das concessionárias que estavam lotados de carros novos. Para quem estava pen-sando em comprar um carro, essa redução de imposto foi decisiva na hora de escolher entre um novo e usado. “Eu estava querendo trocar meu

carro, mas o preço do novo estava muito além do que eu poderia pagar, com a redução do IPI pude tirar dois carros zero quilômetros esse ano”, conta Ademar Marques, que queria trocar um dos carros e acabou trocando os dois. Um dos carros que Ademar com-prou teve redução de 7,5% e o outro teve 6,5%. Ao total o desconto foi de R$ 4.425 de desconto. “O preço baixo me convenceu a escolher o zero quilômetro”.

O consumidor está feliz,

os vendedores das conces-sionárias mais ainda. Porém quem não está nada contente com essa atitude do governo são os revendedores de carros seminovos. Para esse setor as vendas caíram drasticamente. Segundo a Fenauto (Federa-ção Nacional das Associações dos Revendedores de Veícu-los Automotores) desde mar-ço, quando o governo deci-diu reduzir o IPI, mais 4.500 lojas já fecharam em todo o país. Roberto Cechim esca-pou dessa, antes de fechar as

portas de sua loja ele decidiu se juntar com mais três pro-prietários de garagens. Agora são quatro revendedoras alo-cadas em um mesmo lugar. Porém teve que sair da Ave-nida Brasil, onde pagavam R$ 3.500 de aluguel.

A queda se reflete em nú-meros, Roberto vendia de 30 a 40 carros por mês, hoje não consegue vender mais do que 12. Isso influenciou no nú-mero de funcionários na sua equipe, que diminuiu. “Os carros usados estão muito

Sara Peixer

O pátio das revendedoras estão com carros em excesso

Diego Schiavon Gouvêa e Sara Peixer

IMPOSTOS

Page 7: Unifatos - 48º Edição

7Edição EspecialNovembro/2012

desvalorizados, um carro que a gente pegava por R$ 20 mil, não podemos oferecer mais do que R$ 16 mil. O nosso lucro está cada vez me-nor, mas as contas no final do mês sempre chegam”. Os três vendedores foram dispensa-dos e hoje ele trabalha junto com os outros proprietários.

O outro ladoO IPI é atribuído ao carro

levando em conta a sua po-tência de motor e o imposto também varia de veículo para veículo. O carro popular com motor 1.0 tinha 7,5% de IPI, desde março essa porcenta-gem foi à zero. De 1.0 a 2.0 a redução foi de 13% para

6,5%. Já os carros a cima de 2.0 não alteraram o valor de imposto.

Para Mauro Martini que é gerente de uma concessio-nária, as vendas aumentaram 20% porém não houve ne-cessidade de contratar mais colaboradores para vendas porque a fábrica não aumen-tou a produção. Assim quase todos os modelos de carros tem fila de espera que pode chegar a 120 dias. Um re-ceio do consumidor é fazer a encomenda do carro mais barato e quando chegar, o prazo de IPI reduzido estiver acabado. “Aqui na concessio-nária nós garantimos o preço sem IPI” ressalta Mauro.

Os carros estão a espera de um dono

Sara Peixer

A dúvida sempre existe: compro um carro novo ou usado? A comparação foi fei-ta entre dois Peugeot 207. Os dois são quatro portas, 1.4, flex, preto. A diferença está no ano, um 2010 outro 2012, e no preço, R$ 29.800 e R$ 37.500 respectivamen-te.

O pre-ço do carro usado é o principal fa-tor que faz as pessoas o escolherem. Porém o que não dá para esquecer é que a garagem não oferece garantia total. Na hora da compra, o veículo é perfeito, mas depois de pas-sar o dinheiro para o antigo proprietário o carro começa apresentar problemas, é ba-rulho pra cá, um volante com folga pra lá. E vira e mexe param na oficina. Já o carro

novo proporciona mais segu-rança. Ele tem garantia de fá-brica e a possibilidade de ter algum problema no motor é praticamente nula. Então os gastos com manutenção são bem mais baixos.

O que pode gerar muita indecisão é que a partir do emplacamento o carro zero perde cerca de 20% do valor que foi pago. Então o Peuge-

ot 207 ano 2012 que dentro da concessio-nária vale R$37.500, assim que a l g u é m c o m p r a r

o carro, ele passará a valer R$30.000. Conforme for apresentando os defeitos o carro vai se desvalorizando mais e mais. Já o usado não acontece assim, a desvaloriza-ção fica por conta do ano em que foi fabricado o veículo, quanto mais velho, mais ba-rato o carro é.

COMPARAÇÃO

Novo x Usado

O carro novo fora da conces-

sionária vale 20% menos

Diego Schiavon Gouvêa e Sara Peixer

IMPOSTOS

Page 8: Unifatos - 48º Edição

8Edição Especial

Novembro/2012

FINANCIAMENTO

Minha casa, minha dúvidaO jovem não quer esperar a maturidade para comprar a primeira casa própria, saiba quais são as opções de financiamentos

Atualmente a sede de li-berdade e independência tem chegado cada vez mais cedo aos jovens. Realizar o “sonho da casa própria” já virou um termo clichê, mas cada vez mais idealizado. O que antes era comum de se concretizar apenas a partir de uma idade madura, hoje, ter sua própria casa, é um ideal cada vez mais próximo da geração X e Y.

Segundo dados forneci-dos pela Caixa Econômica Federal, 58,10% dos finan-ciamentos da Instituição, são para pessoas com faixa etária abaixo dos 35 anos. Para es-clarecer: um financiamento nada mais é que uma dívida que uma pessoa física (eu ou você) contrai com uma insti-

tuição financeira ou banco, a fim de adquirir um produto ou serviço pré-definido em contrato.

Mas para obter essa faci-lidade não é moleza. O in-teressado em financiar uma casa pela Caixa precisa cor-responder a certos requisi-tos, por exemplo, ter o nome “limpo”, provar a capacidade de quitar a dívida, ser maior de idade ou emancipado (ah vá!), não ter outro financia-mento em qualquer lugar do país e não ter registrado em seu nome nenhum outro imóvel onde more ou tenha intenção de fixar moradia.

Atualmente o “Ás” dos financiamentos imobiliários tem sido o Minha Casa, Mi-nha Vida, o programa ha-

Priscila Baracho eRenan Guex

Milagre sim, esse é o pedi-do das orações de Mirian da Silva (29). Isso porque ela e o marido, Flávio (31), compra-ram um imóvel na planta e torcem para que não atrasem na entrega. “Nós pagamos aluguel, e o valor do aluguel é o valor da parcela que ire-mos pagar um imóvel que será nosso”.

Levando em consideração

À espera de um milagrePRAZOS

Priscila Baracho eRenan Guex a localização do imóvel, a

metragem e após isso, o pre-ço, eles procuravam um lugar para se estabelecer na cidade, já que são naturais de Londri-na. Por ser funcionário públi-co, Flávio teve vantagens em adquirir seu financiamento pela Caixa. O banco ofereceu uma taxa de juros menor no valor do imóvel: 4,5% ao ano e 0,37% ao mês.

Foi amor à primeira vista com o apartamento que fica

localizado numa região no-bre de Cascavel, e então os dois nem pensaram em es-colher outro imóvel pronto. Como ainda não têm planos de aumentar a família ain-da, o tempo que esperam a entrega do apartamento vão pagando o aluguel e econo-mizado para os gastos com a decoração e modificações que planejam, o que não é pouco, já que o valor já está em R$ 10 mil.

bitacional do governo que subsidia parte do valor do imóvel. Para quem tem uma renda bruta de até R$ 5 mil, o Programa oferece algumas facilidades, como descontos, subsídios e redução do valor de seguros habitacionais.

É isso aí: o governo se propõe a pagar parte do seu imóvel para quem recebe até dez salários mínimos e o valor do imóvel não pode ultrapar 20% da sua renda. O quanto se pode ganhar de subsídio dependerá da ava-liação do seu cadastro e suas condições socioeconômicas. Você pode conferir quanto seria o seu subsídio acessan-do o simulador da Caixa, disponível no link: http://migre.me/bP8dO.

Miriam e Flávio espe-ram seu apartamento para maio de 2013

HABITAÇÃO

Arquivo Pessoal

Page 9: Unifatos - 48º Edição

9Edição EspecialNovembro/2012

Para quem atende os requisitos exigidos para adquirir um financiamento pelo Programa Minha Casa Minha Vida, essa pode ser a opção dos sonhos. Foi o caso de Maraísa Galvão (27) e Felipe Makiak (24), que aproveitaram as boas con-dições oferecidas, financia-ram o primeiro imóvel do casal e deram preferência por comprá-lo na planta. “O valor na planta é reduzido, e compramos enquanto está-vamos noivos, portanto não tínhamos tanta pressa em ocupar o imóvel”, afirmou Maraísa.

Para quem não tem pressa em se mudar, as-sim como Maraísa e Felipe, comprar um imóvel na plan-ta pode apresentar pontos vantajosos, e oque poderia ser considerado como uma perda de tempo, pode se ser um ganho em termos de organização e planejamento com os gastos. Afinal, de-pois de entregue, ainda é preciso contabilizar gastos

com móveis, decoração, ele-trodomésticos e mudanças na estrutura da moradia, como pi-sos, pinturas, pedrarias, boxes e vidros.

Imóveis na planta tam-bém apresentam pouco pro-blema de documentações do que quando há necessidade de transferência para outra pessoa. Por ser tudo novo, as chances de gastos com repa-ros hidráulicos, elétricos e es-truturais serão praticamente nulas. Além disso, comprar na planta é uma ótima opção de investimento econômico, já que os imóveis tendem a valo-rizar cada vez mais.

O problema para o casal veio na hora da entrega do apê. E realmente esse é um dos problemas mais comuns para quem compra na planta. Se-gundo Maraísa, “O apartamen-to era tudo o que nos foi falado, do jeito que imaginamos. Mas o prazo que a Caixa tinha para entregar se postergou muito, atrapalhando o nosso planeja-mento de mudança”.

Esse tipo de situação

acontece porque imóveis financiados passam por uma rigorosa vistoria feita pela Cai-xa Econômica Federal. Confor-me o banco, para ser aprova-do e a partir daí entregue aos donos, o imóvel precisa estar 100% terminado, ou seja, com reboco, pintada, azulejos, lou-ças, etc. Em caso de rachadu-ras, infiltrações e más instala-ções, são negativas de entrada na certa. Ainda não pode ha-ver paredes de gesso ou di-visórias. Casas em ruas sem calçamento, com corredores e portas estreitas, ou mesmo com paredes com tijolos à vis-ta, também são reprovadas em vistorias.

O casal escolheu financiar o apartamento em 300 parce-las (25 anos), o máximo que o programa oferece. “O Minha Casa Minha Vida apresenta muitas vantagens oferecidas pelo governo e pela Caixa como um subsídio na compra do imóvel e facilidade para o financiamento, pra nós, que tí-nhamos renda comprovada, foi tudo muito rápido e simples”.

Danilo (31) e Danielle de Lara (33) casaram-se há pouco tempo e o filho dos dois, o Davi, de um ano e meio, foi um dos motivos de escolherem comprar o imóvel pronto. “Tínhamos pressa em sair do aluguel, queríamos investir esse dinheiro na educação do Davi”, declara o pai.

A pressa e sair do alu-guel é realmente uma das maiores causas de se comprar um apartamento novo e pronto. A família Lara procurava o tipo de imóvel mais requisitado do mercado: o BBB – bom, bonito e barato. Encontra-ram. E hoje se declaram felizes com o novo lar.

As principais vantagens desse tipo de negócio é a pos-sibilidade de, no ato da esco-lha, conhecer pessoalmente o imóvel, suas instalações e pontos para adaptação, aqui-sição por menor preço que um imóvel usado, e investimento do que antes era pago com o aluguel em uma propriedade sua.

Mas ainda: o ponto positi-vo mais visado é a possibili-dade de mudança quase que imediata ao ato da compra. “Demoramos cinco meses a partir da escolha do imóvel, recolhimento de documentos, validação das informações e assinatura do contrato. Do mo-mentoque fechamos o negó-cio até a mudança, gastamos

Pronto: solução imediataCom um imóvel pronto, Danilo e Dani-elle saíram rapidamente do aluguel e economizam para a educação do Davi

apenas uma semana”, informou Danilo.

Apesar de toda a burocracia para con-seguirem financiar a propriedade pelo Mi-nha Casa Minha Vida, Danilo se diz satisfeito com o programa. “Por ser um produto com valor alto é necessário ter segurança e gerir processos que fortale-

Na Planta: solução imediata

çam essa segurança para evitar que imóveis de valores altos sejam adquiridos por famí-lias que não possuem condição de manter as parcelas e a manuten-ção do mesmo”.

Felipe e Maraísa, sem pressa de sair do aluguel compraram o imóvel na planta e não se arrependeram

HABITAÇÃO

Arquivo Pessoal

Arquivo Pessoal

Page 10: Unifatos - 48º Edição

10Edição Especial

Novembro/2012

Desde criança ouvimos na escola sobre o PIB (Produto Interno Bruto). Os profes-sores explicam que esse é o índice que mede a arrecada-ção do país. São valores ex-tremamente altos. No ano de 2012, nosso PIB chegou a mais de quatro trilhões – R$ 4.000.000.000.000,00! - de reais. E, naturalmente, você vendo tantos problemas de saúde e educação, irá se per-guntar: cadê esse dinheiro?

Tudo é uma questão de administração. Sabe aquele seu vizinho que é bem em-pregado e ganha um super salário, mas não tem nem casa própria? É essa a ques-tão... Falta de organização! É necessário gerir muito bem o dinheiro que se tem para não ficar endividado e ter um conforto. Infelizmente, pa-rece, nosso país não conhece essas regras de administração muito bem.

O Crescimento é o au-mento da capacidade produ-tiva de bens, serviços e capa-cidade de trabalho. Também está relacionado com a recei-

Desenvolver é o melhor parapoder Crescer

QUALIDADE DE VIDA

Moradores avaliam como é o crescimento de suas cidades e a qualidade de vida

Karina Venazzi eSuelen Vicente ta nacional poupada, ou seja,

o valor que “sobrou” e não foi gasto. Já o Desenvolvimento ocorre quando também há melhor ia da qualida-de de vida da popula-ção.

D e a c o r d o com o c o n s u l -tor contábil Itamar Vieira, Crescimento econômico é o aumento do PIB (Produto Interno Bruto), isto é, a ele-vação da produção de rique-zas; já o Desenvolvimento é medido através de indicado-res, como saúde, educação, renda, pobreza. Atualmente o IDH (Índice de Desenvol-vimento Humano), é o in-dicador mais utilizado para comparar o Desenvolvimen-to da economia.

Cascavel, por exemplo, teve em 2008 um PIB de R$ 4,4 bilhões e tem IDH de 0,810, sendo que o máximo seria 1. Já Toledo tem PIB de R$ 2,4 bilhões, mas IDH superior, chegando a 0,827. Quando perguntado sobre

o porquê de nossa cidade ter um bom PIB, mas um valor de IDH relativamente bai-xo, se comparado ao de To-

ledo, seis posições a frente no r a n k i n g, ele escla-rece. “Por-que nossa cidade é considera-

da nova e com topografia pri-vilegiada, teve seu desenvol-vimento planejado, o que lhe deu ruas largas e bairros bem distribuídos. Já quanto ao IDH temos pouco incentivo à educação, o que encontra-mos não somente em Casca-vel, mas em grande parte do nosso país”. Na opinião do analista os políticos focam os investimentos em itens que garantam votos e a educação não está entre eles. “Nos con-centrando mais em educação automaticamente podemos alterar este quadro”, comple-menta.

O acadêmico André Luiz Karpinski mora em Toledo há oito meses para cursar En-genharia Civil, curso integral na Federal. Os pais enviam dinheiro para o aluguel, a

alimentação e as necessida-des básicas. Isso porque ir de Cascavel para Toledo todos os dias, consumiria quase o mesmo valor e colocaria em risco a sua vida, por estar na

A cidade não sobrevive com o que arrecada de

impostos

GOVERNOFonte: Atlas do D

esenvolvimento H

umano do Brasil

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11Edição EspecialNovembro/2012

rodovia por tanto tempo. “São R$ 300 de aluguel

em uma kitinete. Almoço no Restaurante Popular todo dia, porque é mais prático e muito mais barato do que comprar a comida no mer-cado. Sem contar que eu ainda precisaria cozinhar”, conta. André paga esse valor no aluguel morando a 500 metros da faculdade. Aqui em Cascavel, esse valor pode chegar a R$ 500 e somente agora foi inaugurado o pri-meiro Restaurante Popular. O transporte coletivo fun-ciona bem, mas precisaria melhorar ainda. Em Toledo é possível andar de ônibus a R$ 1 nos domingos. A cidade conta também com um par-que aquático público para se refrescar no verão e divertir a criançada.

Já Priscila Matos, 20 anos, sempre morou em Cascavel e está cursando Processos Ge-rencias. “Me admiro muito com uma cidade como Cas-cavel, que está crescendo a cada dia mais, ainda falta de organização”. Para ela De-senvolvimento e Crescimen-to são palavras que andam por caminhos distintos. Ela

ENQUETE

Você percebeu melhoria na qualidade de vida em Cascavel nos últimos anos?

diz “dar duro” o mês todo para conseguir administrar bem seu dinheiro e conse-guir manter suas contas em dia. Para a acadêmica morar sozinha não era o desejado, mas esta foi a opção. Ter que pagar o aluguel de R$ 450 ao mês, faculdade, transpor-te, alimentação. Quanto à saúde, Priscila prefere pagar consultas e exames médicos pois disse já ter aguardado mais de três horas na fila para marcar uma consulta para o outro dia.

Pelo fato de ter que tra-balhar e estudar Priscila tem um gasto maior com loco-moção, mas ainda acha viá-vel ir e voltar várias vezes do que ter que se alimentar fora de casa. Ela conta que utiliza o vale estudantil e isso tem ajudado muito a diminuir os gastos. O cansaço é o que acaba pesando nessas horas. “Ter que enfrentar ônibus lo-tado todos os dias após a jor-nada de trabalho acaba tiran-do todo o ânimo até chegar à faculdade”.

AdministraçãoExistem cidades pequenas

que, mesmo tendo um PIB

menor, conseguem ser mais desenvolvidas do que as ci-dades maiores. Quem pode explicar melhor essa relação é o prefeito de Ubiratã, Fá-bio D’Alécio. “A cidade não sobrevive com o que arrecada de impostos. Esse valor mal paga a folha de funcionários e as despesas”, explica o pre-feito, aí entra a real função dos gestores. “A dinâmica é bem simples: o papel dos administradores da cidade é correr atrás de verba para po-der realizar as obras necessá-rias”. Mas, claro, com cons-ciência. É melhor já procurar esse valor com um projeto bem elaborado em mãos.

“Você não pode chegar lá e falar que precisa de dinhei-ro. Você tem que mostrar que é mesmo preciso realizar aquela obra para melhorar a qualidade de vida dos seus munícipes”, explica Fábio. E nessa “choração” você acaba conseguindo recursos com o estado ou União. Claro que, para arrumar uma coisa, outra precisa esperar, mas a ideia é não parar.

Ao contrário do que as piadinhas na Internet ale-gam, a presidenta Dilma foi

Jaqueline da Silva 23 anos – acadêmica de Recur-sos Humanos

“Não. Utilizo transporte coletivo, não sou aqui da cidade, mas percebo que há uma grande falta

de respeito para com a população até mesmo da parte da própria população que não se respeita, a

situação fica ainda mais difícil”

Sandra Garcia 26 anos – acadêmica de Recursos Hu-manos

“O principal problema é o serviço na área da saúde está precário. Demora no atendimento, brincam com as pessoas, mandando de um lugar para o outro, só deixam o processo ainda mais lento, sempre depen-

dendo de agendamento”.

Sandra Mara 29 anos – Funcionária da Univel

“Percebi melhora. Faz seis meses que estou morando na cidade, vim do sítio.

Tudo que estou vivendo aqui nesses últimos meses tem sido bom, me propor-

cionando muitas oportunidades”.

GOVERNO

Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano do Brasil

muito feliz na sua frase: “País rico é país sem pobreza”. O significado é muito mais am-plo do que se imagina. De nada adianta ser um país bem cotado lá fora, em ascendên-

cia aos olhos do mundo, se não consegue conter a misé-ria nas periferias das cidades. O dia em que conseguirmos erradicar a pobreza, seremos sim, um país rico.

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12Edição Especial

Novembro/2012

E-COMMERCE

A expansão das compras virtuaisFacilidade e comodidade foram fatores que contribuíram para o crescimento do comércio online

Bruno Silva eWillian Cezar

Foi-se o tempo em que as compras eram feitas apenas nas lojas. Um grande núme-ro de sites especializados em vendas começou a surgir na vastidão da internet. Com a comodidade de receber os produtos em sua própria casa e a praticidade das compras através do clique do mouse, o e-commerce, ou comércio virtual, popularizou-se rapi-damente, principalmente en-tre o público jovem.

Ainda existe um receio de grande parte do público em comprar via internet, mas sistemas que garantem a se-gurança na hora de efetuar o pedido - tais como o Pa-gSeguro e o PayPal - fazem com que esse tipo de comér-

cio ganhe, a cada dia, novos adeptos. O crescimento das lojas virtuais, a variedade de produtos e os preços acessí-veis também são fatores que contribuíram para a amplia-ção deste mercado.

Outro ponto que cola-borou para a expansão do comércio virtual foi a estabi-lidade do dólar. O equilíbrio nas taxas de câmbio facilitou para que o brasileiro tivesse a possibilidade de adquirir produtos importados.

Cliente assíduo, Diego Felipe Fries tem o hábito constante de fazer comprar pela internet, principalmente camisetas de clubes de fute-bol. Segundo o técnico em informática, a facilidade é o principal fator que o levou

a adquirir produtos em lojas virtuais.

“Os bons preços e a en-trega rápida ajudam na hora de comprar. Outra coisa que facilita é o fato de você não precisar se deslocar até a loja. Em caso de problema com a mercadoria, a loja fica en-carregada de fazer a troca”, ressalta ele, que costuma comprar mensalmente pela internet.

A variedade de produtos é outra característica positiva do comércio virtual. “É um jeito fácil de comprar. Além de conseguir produtos a um preço mais barato, achei aquilo que estava procuran-do e não achava nas lojas da região”, comenta Diego Mat-tei, estudante de Tecnologia

Bruno Silva

Mais de 31 milhões de pessoas realizaram compras online no Brasil em 2011

em Processos Gerenciais.Wanderson Luiz foi outro

consumidor conquistado pe-las lojas virtuais. O vendedor de consórcios conta que já chegou a gastar R$ 1.500 em apenas uma aquisição. Wan-derson costuma comprar pela internet, pelo menos, uma vez por mês, geralmente produtos eletrônicos. Segun-do ele, a combinação entre facilidade e preço é o motivo que o leva a adquirir merca-dorias de sites especializados.

“As lojas online, geral-mente, atendem todo o Bra-sil. O estoque de produtos é maior. Essas lojas compram das distribuidoras em gran-

Dicas para uma compra segura pela internet

• Procure comprar em lojas previamente conhecidas ou àquelas indicadas por amigos.

• Pesquise sobre a idoneidade da loja em órgãos de defe-sa do consumidor e em sites de avaliação e comparação de preços nos quais outros usuários analisam os serviços

das lojas e fazem seus comentários sobre a empresa.

• Faça contato telefônico com a loja e verifique se ela tem endereço, telefone fixo ou filial física. Observe informações como razão social, CNPJ e confirme esses

dados no site da Receita Federal.

• Fique atento às formas de pagamento disponíveis, ao prazo de entrega e à política de troca e devolução de

produtos.

• Prefira empresas que aceitem plataformas de pagamen-to garantido via internet ou cartão de crédito de adminis-

tradoras renomadas.

• Proteja seu computador com um antivírus atualizado e procure não inserir dados de pagamentos em computado-

res públicos como os de lan houses.

de quantidade, conseguindo um preço menor e vendendo também por um preço me-nor que uma loja física na cidade”, ressalta ele.

NúmerosSegundo dados do site E-

-commerce, especializado em comércio virtual, em 2011, mais de 31 milhões de pesso-as realizaram compras online no Brasil. Isso corresponde a R$ 18,7 bilhões em transa-ções virtuais. Em 2010, fo-ram 23 milhões de usuários comprando pela internet, gerando um faturamento de R$ 14,8 bilhões.

TECNOLOGIA

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13Edição EspecialNovembro/2012

Com o aumento do comércio virtual no Brasil, diversas lojas já consolidadas no mercado nacional tam-bém aderiram ao movimen-to, criando sites para atingir uma gama maior de consu-midores. Há mais de 20 anos no mercado de sapatos, Ri-cardo e Rafael Reolon segu-iram o mesmo caminho.

Trabalhando apenas em vendas no atacado, os dois irmãos tiveram a ideia de abrir uma loja virtual, para também atender sua clien-tela no varejo. Em março de 2008, eles abriram a Sapato Show, que atende pedidos de calçados sob encomenda e a pronta-entrega.

Após se firmarem no mer-cado online, eles decidiram abrir uma loja física para atender os clientes de Cas-

CONECTANDO

Comércio virtual, o futuro das lojas

cavel. “Começamos em uma estrutura pequena, em casa mesmo. Mas depois foi cres-cendo e chegou ao ponto em que decidimos abrir a loja fí-sica, para atender os clientes da cidade também”, explica Ricardo. “Temos um grande número de acessos de Casca-vel. Mas o site acaba sendo como um catálogo, no qual o cliente da cidade olha e vem até a loja para comprar”, complementa.

Hoje, a empresa vende cerca de 200 pares de sapatos por mês, seja pela internet ou pela loja física.

Ricardo conta que a loja se encarrega de receber o pe-dido e separar o produto. A entrega até a casa do clien-te é terceirizada, feita pelos Correios. “Nós fazemos o pedido, separamos o produ-to e levamos até os Correios, para que eles efetuem a en-trega. Nós acompanhamos

a entrega - com o código de rastreio - para certificar que a mercadoria chegou sem atrasos”, frisa ele.

Com um grande número de clientes, a Sapato Show já realizou entregas para todos os estados brasileiros. Segun-do Ricardo, já houve também

Bruno Silva eWillian Cezar

pedidos internacionais. “Já efetuamos vendas para todos os estados do Brasil. Tivemos, inclusive, pedidos para fora, mas vamos se manter apenas no mercado nacional. Ainda não estudamos uma forma de expandir”, comenta.

Por trabalhar em um

A Sapato Show vende cerca de 200 pares de sapatos por mês

Consolidada no mercado virtual, a Sapato Show tem uma loja física para atender clientes de Cascavel

Bruno Silva

comércio sem fronteiras, a concorrência também é grande. “Há uma grande concorrência, porque você concorre com lojas do Brasil inteiro. Mas é um mercado muito vasto, que permite a ampliação das vendas”, con-clui Ricardo.

Bruno Silva

TECNOLOGIA

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14Edição Especial

Novembro/2012

Preço da soja aumenta vendade maquináriosAdilson Janovski eRodrigo Silva

BONS VENTOS

Nos últimos anos em nos-so país, o preço da soja alcan-çou preços muito vantajosos para os agricultores. Sobretu-do em 2012, a saca do pro-duto está em um patamar elevado, na faixa de R$ 67 na região de Cascavel, o que é festejado principalmente pe-los nossos agricultores. A co-tação da soja anteriormente em nossa região circulava em torno dos R$ 40 a saca.

Os Estados Unidos pas-sam pela pior seca dos últi-mos 100 anos e isso explica por que o preço da soja está ficando tão alto. Os nortea-mericanos são responsáveis

Cenário mundial privilegia nossos agricultores

pela produção de uma gran-de quantidade da soja mun-dial. Os impactos das eleva-ções já podem ser sentidos positivamente no bolso dos produtores brasileiros.

A estiagem afetou dura-mente a Argentina, que é um dos grandes produtores aqui na América do Sul, o que também contribuiu para o significativo aumento do preço no mercado interna-cional.

O gerente de loja da MA Máquinas Agrícolas, do Gru-po John Deere, Fernando Sinegalia, que atende toda a região de Cascavel, acredita que o aumento dos preços é

explicado pela lei da oferta e demanda. “Tivemos uma quebra na safra americana e quebra da safra brasileira, com isto, o estoque mundial de soja de um ano para outro caiu consideravelmente e isto impulsionou o aumento de preço”, nos conta ele.

A expectativa para a pró-xima safra, para ele é posi-tiva. “Esperamos uma safra muito boa, pois o mercado de soja para o próximo ano é para continuar muito bom. Afirmo que se manterá nestes patamares de preços pelo me-nos até a próxima safra, ou seja, a colheita da safra brasi-leira de 2013, após isto ainda

é difícil avaliar”, relata ele.Sobre a venda de máqui-

nas agrícolas (tratores, co-lheitadeiras e implementos), Fernando nos conta que so-freram influências positivas por conta do bom preço do produto. “A moeda do agri-cultor é o soja. Estes pata-mares de preços alavancaram muito as vendas de maqui-nários, porém não é somente isto. As taxas de juros baixa-ram este ano de 5,5% para 2,5% ao ano e isto ajudou nas vendas. Penso que não seja um tempo privilegiado e sim uma oportunidade para se realizar um excelente negó-cio, pois o valor que chegou

a saca de soja este ano foi o mais alto da história, no Bra-sil e no mundo. Para aqueles agricultores que precisavam comprar ou trocar maquiná-rios, juntou o útil ao agradá-vel”, destaca Fernando.

Perguntado sobre a em-presa que é de renome mun-dial e tem um forte mercado aqui na região, ele afirma que o grupo procura valori-zar cada vez mais as parcerias com os agricultores.

“Hoje nós enxergamos os agricultores como empresá-rios do ramo agrícola e não como o homem do campo. Nós comercializamos, com estes empresários, soluções

O campo a todo vapor

Divulgação

AGRICULTURA

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15Edição EspecialNovembro/2012

para seu negócio, não é sim-plesmente vender um trator ou colheitadeira, mas sim vender um benefício para que este agricultor produza mais e, automaticamente, tenha mais lucratividade”. Outro fator positivo está nas linhas de crédito, ele explica que hoje as instituições fi-nanceiras, sejam elas privadas ou públicas, trabalham com repasse de verba proposta pelo governo federal. Esta li-nha de crédito se chama PSI (Programa de Sustentação do Investimento) e financia maquinários de produção nacional com juros de 2,5% ao ano com o prazo de paga-mento de até 10 anos.

O PSI, criado em 2009, é uma linha do BNDES desti-nada a financiar a aquisição de bens de capital, inves-

timento e tecnologia, com uma autorização de crédito de R$ 277 bilhões, dos quais R$ 149 bilhões foram de-sembolsados até o momento.

De acordo com o gerente, em tempos de início de safra, o agricultor investe no ma-quinário que necessita ago-ra e também já está de olho no futuro. “Neste momento estamos comercializando tratores e plantadeiras, pois estamos em pleno plantio. Porém já começamos a co-mercializar colheitadeiras, que serão usadas a partir de fevereiro de 2013”, antecipa.

Mesmo para quem é do ramo, é difícil precisar até quando o preço ficará bom e o que pode influenciar para uma possível queda no preço da soja. “O soja é uma com-modities mundial. O mundo

hoje depende de soja. Acre-dito que, caso o Brasil colha uma super safra em 2013 e os EUA colha também, os pre-ços desta commodities pode-rão se estabilizar. Mas, temos que lembrar que o consumo mundial aumenta considera-velmente ano após ano. Por isso, é muito difícil afirmar o que irá acontecer”, finaliza Fernando.

O plantio de soja este ano deve tomar algumas áre-as que já foram destinadas a outras culturas em anos an-teriores. Assim, fica também uma pergunta: como esta su-pervalorização da soja e seu plantio, irão influenciar di-retamente nos preços dos ou-tros produtos? Cereais, como o milho principalmente, o algodão e o feijão, deverão perder bastante espaço nas

lavouras brasileiras na safra 2012/2113.

Cabe aos agricultores jul-garem e analisarem quais as melhores opções de plantio, pois também vale destacar que o milho está com bons preços, porém não pode ser comparado ao elevado índice

da soja.Com este cenário alta-

mente positivo e com gran-des e bons incentivos do go-verno para o campo, se torna possível uma modernização de máquinas e equipamen-tos agrícolas, aproveitando o bom momento.

Fernando Sinegalia, gerente da MA Máquinas

Adilson Janovski

AGRICULTURA

As famílias precisam batalhar dia a dia para su-prir as necessidades bási-cas, como água, luz, trans-porte, moradia. Um dos itens mais importantes e que não pode ser deixado de lado é a alimentação. Você sabe quais os itens que compõem a cesta bá-sica brasileira? Vejamos... Aproximadamente 6 kg de carne, 7 litros de leite, 4,5kg de feijão, 4kg de ar-roz, a quantidade da bata-ta, da cebola e do tomate é de 6kg por mês. Mais 6kg de pão que pode ser

francês ou fatiado. Um pa-cote de café. Ainda 7,5kg de banana, 3kg de açúcar, 3 li-tros de óleo e 700 gramas de manteiga.

Como você leu, a cesta é composta por 13 itens. Ape-sar do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) tentar montar uma cesta bá-sica nacional “perfeita”, não existe no país, um “padrão” de cesta básica. Algumas pes-soas defendem que a cesta deve ser formulada a partir dos itens mais consumidos pelos brasileiros. Em contra-ponto há aqueles que dizem que a cesta básica deve conter

alimentos que satisfaçam as necessidades nutricionais do ser humano.

Na verdade o que vai de-terminar os itens compostos por essa cesta será o bolso do trabalhador.

Mas quais famílias con-seguem passar o mês inteiro APENAS com esses alimen-tos? Talvez esses itens dessem para uma semana. Ou essa cesta poderia ser baseada no consumo individual de cada pessoa. Mas o cúmulo é que esse cálculo de alimentos é feito para uma família com-posta por quatro pessoas. En-tão só resta uma solução, um milagre para esses itens dura-

rem até o fim do mês.Segundo dados do Die-

ese/PR, a cesta básica dos paranaenses chegou a cus-tar em outubro deste ano, R$ 282,97, com reajuste de 0,91% sobre o mês anterior. O “arroz com feijão” de cada dia são os itens que mais estão pesando no bolso do consumidor. Nos dez primei-ros meses deste ano, o quilo do feijão teve uma alta de 57,34% e o arroz 48,63%. Cortem os biscoitos, os pro-dutos de limpeza, as frutas... Se a cesta já era básica, agora contém só o necessário.

Comparar o salário mínimo com o valor da

A dieta da cesta básicaVocê consegue viver um mês só com produtos da cesta básica?

Jessica Cavalvante cesta básica chega a ser engraçado. O trabalhador necessita de 100h05min de trabalho para poder comprar a cesta básica. Segundo o ICV (Índice de Custo de Vida), o sa-lário mínimo necessário para suprir as necessida-des básicas de uma famí-lia, seria de R$2.617,33.

O “bom” de ter um salário que não consegue suprir nem as necessida-des básicas é que o con-sumidor não precisa se es-baldar no supermercado: é obrigado a fazer a “Dieta da Cesta Básica”.

OPINIÃO

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16Edição Especial

Novembro/2012

CASCAVEL

Da erva-mate à agropecuáriaA cidade que sempre demonstrou que seria o grande polo que é hoje

Claudia Verneck eJessica Cavalcante

O Município de Casca-vel foi criado em 14 de no-vembro de 1951. A origem do nome Cascavel vem de uma variação do latim clás-sico “caccabus”, cujo signi-ficado é “borbulhar d’água fervendo”. Segundo a lenda, o nome surgiu de um grupo de colonos que, pernoitando nos arredores de um rio, des-cobriram um grande ninho de cobras cascavéis, deno-minando então o local como “Cascavel”.

Mas muito antes de 1951, estas terras já eram ocupadas, quando índios caingangues habitavam por aqui. Já em 1557 os espanhóis iniciaram sua ocupação quando fun-daram a Ciudad del Guairá, atual Guaíra.

A partir de 1970 uma nova ocupação foi iniciada com o tropeirismo. Mas foi em 1910 por colonos cabo-clos e descendentes de imi-

grantes eslavos que a área do atual município começou efetivamente a ser ocupada. E eles vieram para ficar, afi-nal o período econômico da erva-mate estava no auge. “Houve um princípio de desenvolvimento econômi-co com a erva-mate, se bem que foi pouco explorado, já que a erva-mate já era muito explorada pelos argentinos”, ressalta Seu Dercio Galafas-si, 77, um dos pioneiros da cidade que chegou aqui em 1950.

Este ciclo durou até me-ados de 1930, quando co-meçou o ciclo da madeira que atraiu grande número de famílias de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, que jun-tos formaram a base popula-cional da cidade. “A indústria extrativa da madeira trouxe a primeira grande riqueza de Cascavel, muitas serrarias fo-ram montadas, havia muito pinheiro, araucária, que foi a principal riqueza da região

na época”, lembra Seu Der-cio. A extração da madeira de forma desordenada provocou grande desmatamento o que modificou a paisagem e alte-rou o equilíbrio ecológico da região.

O ciclo da madeira durou até 1970, a partir daí começa o ciclo agropecuário. “Para a nossa felicidade come-çou a surgir a mecanização da lavoura e o consequente plantio de soja, milho, tudo mecanizado”, comenta Seu Dercio Galafassi. O culti-vo da soja e do milho da-quela época, com o trigo e o gado de hoje, formam a base econômica do mu-nicípio até os dias atuais, onde os frigoríficos tam-bém estão se destacan-do. “O agronegócio se caracterizou como sendo o grande polo do desen-volvimento em toda a re-gião”, destaca Seu Dercio.

A partir de 1970 a ci-dade começou a ser in-

dustrializada. Para seu Der-cio Galafassi o dia 23 de dezembro é uma data que deve ser comemorada, “o ministro da Educação da época (1994), Murilo Unger, veio aqui entregar a portaria da criação da universidade (Unioeste – Universidade do Oeste do Paraná), esse foi o grande fator de desenvolvi-mento de Cascavel”, come-mora Seu Dercio. Cascavel conta atualmente com sete

faculdades presenciais, mais as faculdades a distância que são várias. Hoje existem mais de 20 mil jovens estudando nas universidades do muni-cípio. Sua geografia permitiu a construção de ruas largas e bairros bem distribuídos, o que faz com que Cascavel seja conhecida como a Capi-tal do Oeste, por ser o polo econômico e educacional da região e um dos maiores mu-nicípios do Paraná.

Cascavel atualmente é uma das maiores cidades do Paraná

Divulgação

Cascavel 1968

HISTÓRIAD

ivulgação