unifatos 2015 - 1° edição

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Jornal Laboratório elaborado pelo 3º ano do curso de Jornalismo da Univel - ano XIV - edição 66 - março de 2015 A arte do grafite e da pichação p. 13 A colunista Camila Juviak fala sobre o jogo da educação, ironizando os cortes de verbas que os professores sofreram por parte do governo estadual e apresenta algumas reflexões. EducAção p. 3 As relações pessoais virtuais estão cada vez mais presentes e as relações reais e físicas, com amigos que estão próximos, acabam sendo, muitas vezes, prejudicadas. Dieta cibernética p. 14 Marca página O sangue nos banha ao nascer e nos lava ao morrer. O rastro entregou o esconderijo e levou o assassino até a vítima! Quem matou Mercedes? Descubra, no drama Apartamento 111. p. 16 Balé é coisa para meninos, sim! Fevereiro terminou para o Colégio Estadual Padre Carmelo Perrone, com muita luta e reformulação. Mesmo estando em greve, os professores, funcionários e alunos se reuniram para expressar a arte nas paredes e potencializar talentos. O que antes era visto como vandalismo, hoje vem ganhando admiradores. O Colégio cedeu espaço para que os muros e paredes recebessem a arte do grafite e a ação contou com dois grafiteiros profissionais. Os bailarinos Jackson Silva e Genilson Gomes, ambos com 21 anos e de Cascavel, são combatentes do preconceito. Os dois mostram que a arte da dança clássica, por meio do balé, pode ser praticada sim por homens. Jackson, por exemplo, revela que já enfrentou preconceito dentro de sua própria casa. O bailarino Genilson Gomes conta que fez escondido os primeiros quatro meses de aula. p. 4 e 5 SANDRA ZAMA PATRÍCIA CORDEIRO

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Page 1: Unifatos 2015 - 1° Edição

Jornal Laboratório elaborado pelo 3º ano do curso de Jornalismo da Univel - ano XIV - edição 66 - março de 2015

A arte do grafite e da

pichação

p. 13

A colunista Camila Juviak fala sobre o jogo da educação, ironizando os cortes de verbas que os professores sofreram por parte do governo estadual e apresenta algumas reflexões.

EducAção

p. 3

As relações pessoais virtuais estão cada vez mais presentes e as relações reais e físicas, com amigos que estão próximos, acabam sendo, muitas vezes, prejudicadas.

Dieta cibernética

p. 14

Marca páginaO sangue nos banha ao nascer e nos lava ao morrer. O rastro entregou o esconderijo e levou o assassino até a vítima! Quem matou Mercedes? Descubra, no drama Apartamento 111. p. 16

Balé é coisa para meninos, sim!

Fevereiro terminou para o Colégio Estadual Padre Carmelo Perrone, com muita luta e reformulação. Mesmo estando em greve, os professores, funcionários e alunos se reuniram para expressar a arte nas paredes e potencializar talentos. O que antes era visto como vandalismo, hoje vem ganhando admiradores. O Colégio cedeu espaço para que os muros e paredes recebessem a arte do grafite e a ação contou com dois grafiteiros profissionais.

Os bailarinos Jackson Silva e Genilson Gomes, ambos com 21 anos e de Cascavel, são combatentes do preconceito. Os dois mostram que a arte da dança clássica, por meio do balé, pode ser praticada sim por homens. Jackson, por exemplo, revela que já enfrentou preconceito dentro de sua própria casa. O bailarino Genilson Gomes conta que fez escondido os primeiros quatro meses de aula. p. 4 e 5

SANDRA ZAMA

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Page 2: Unifatos 2015 - 1° Edição

2 OPINIÃO março de 2015

Univel (União Educacional de Cascavel) - Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas de Cascavel. Avenida Tito Muffato, 2317 - Bairro Santa Cruz. CEP: 85.806-080 - Cascavel - Paraná. Telefone: (45) 3036-3636. Diretor Geral: Adriano Coelho. Unifatos. Jornal laboratório elaborado na disciplina de Técnicas de Reportagem, Entrevista e Pesquisa III do curso de Jornalismo. Coordenadora: Patrícia Duarte. Professora orientadora: Wânia Beloni. Acadêmicos (textos, fotos, diagramação e paginação): Adilson Anderle Junior, Alex Sandro Betim Meurer, Alice de Oliveira, Aline Libera Mayer Arriola, Amanda Valeska Cieslak, Ana Claudia Dembinski Kaminski, Ana Talita da Rosa Bonadimann, Anderson Leal da Silva, Andressa Barbon Gimenez, Beatriz Helena da Silva, Camila Juviak dos Santos, Deisy Antoniele Guedes Mayer, Diego Ubiratan Caetano, Ellen Bruna dos Santos, Evelyn Rafaeli de Oliveira Antonio, Gabriel Datsch dos Santos, Graziele Rodrigues de Oliveira da Silva, Juliana Aparecida de Jesus Gregozewski, Lohana Larissa Mariano Civiero, Maiara da Silva Coelho, Mario Sobutka Junior, Matheus Vieira Rocha, Pamella Dayani dos Santos, Patrícia Cordeiro da Silva, Rafaela Ghelfond Bacaltcuk, Renan Cesar Alves, Renan Fabrício Lorenzatto da Silva e Wellen Fernanda Reinhold. Tiragem: 1 mil exemplares. Impressão: Jornal O Paraná. E-mail para contato: [email protected]

Expediente

Novas páginas, novos significadosAline Arriola

Qual o papel do jornal? Parece uma pergunta óbvia, mas se analisar bem há uma infinidade de respostas possíveis, que vão além do sentido de informar o leitor. O Unifatos vai além, pois tem como objetivo não apenas informar, mas também entreter e conquistar o público acadêmico. Este jornal-laboratório é de papel, decorado com letras, histórias, palavras, sentidos e vidas! Aqui a informação é aprofundada, detalhada e mexe com a imaginação e com a reflexão do leitor. Um novo ano iniciou-se, e nós, uma “nova turma”, assumimos o Unifatos em seu 14º ano, repaginando-o, ou seja, dando uma nova aparência. Os principais acontecimentos serão contados quase que mensalmente (duas edições por bimestre), a partir dessa primeira edição de 2015, com um toque todo especial. Neste ano, você, leitor, poderá conferir novas colunas com assuntos voltados para o interesse acadêmico. A coluna EducAÇÃO, na terceira página deste impresso, tem o intuito de sugerir e opinar um pouco sobre os assuntos atuais da educação. A coluna social, 12 Poses, por sua vez, está nas páginas centrais deste periódico, pois a relação humana é o que move a humanidade, o que faz com que interajamos e evoluamos. Na última página, 16, você pode conferir três colunas, as quais dão um toque especial para encerrar cada edição: o #inDICA, que traz a indicação de obras, sejam livros, filmes, séries, sejam discos e artistas do momento. O Varal Cultural tem o intuito de sugerir eventos culturais de Cascavel e região. Já na coluna Marca página você pode conferir nesta primeira edição o primeiro capítulo do conto-novela Apartamento 111. Nesta edição, a reportagem de Cultura, nas páginas 4 e 5, - Balé clássico é coisa para meninos, sim! - apresenta histórias de bailarinos cascavelenses que enfrentaram preconceitos para conseguir realizar o sonho da dança clássica. Além desta matéria especial, outros assuntos estampam as páginas deste impresso, os quais retraram o cotidiano e o entretenimento. Assim, as páginas deste jornal estão cheias de histórias de jovens que sonham além das palavras. Pode ser uma história curta, mas é só o começo. E como desde a primeira edição, uma coisa é certa... A verdade, a busca pela informação, o amor pelo jornalismo e por estar mais perto do leitor por meio de uma folha de papel. Isto você vai encontrar ao folhar esse jornal, além é claro, da busca pelo diferencial. Talvez até erros, mas é assim que se chega ao acerto, não é? E se no fim, para você o significado do jornal ainda for apenas informar o leitor, então saberemos que precisamos pôr mais paixão, até mudar isso!

Renan Cesar

O local é conhecido por todos: a faculdade. Todos compreendem os elementos que fazem parte de forma física da sala bem como conhecem os elementos que não estão nesta lista. Vamos então fazer a checagem. Quadro negro (que já não é mais tão negro), ok. Cadeiras, ok. Multimídia, ok. Mesa do professor, ok. Plaquinha que diz que é proibido o uso de celular, ok. Celulares, ok. Mas calma lá. Temos um paradoxo aqui. Como assim “celular, ok”? Se bem me lembro, a Lei nº 18.118/2014 proíbe o uso de celular em salas de aula em todo o estado do Paraná desde junho do ano passado. “Ah, mas a lei não prevê nenhuma punição para quem for pego infringindo-a”. Ok, mas e seu conhecimento? Hipocrisias à parte, eu também sou aluno. Sei como é horrível não conseguir assimilar que os direitos sociais são aqueles que tem por objetivo garantir aos indivíduos condições materiais tidas como imprescindíveis. Da mesma forma que não consigo compreender numa aula muito importante que a Escola de Frankfurt consistia em um grupo de intelectuais que na primeira metade do século passado produzia um pensamento conhecido como Teoria Crítica. Mas sei também que eu preciso muito da irrelevância do grupo do WhatsApp do qual eu participo e está rolando uma conversa muito legal da qual não posso (mas na verdade sei que posso) perder. É nesse meio tempo que o Zé me manda uma mensagem sobre o que vamos fazer no sábado à noite. Mas hoje ainda é quarta. Temos pelo menos três dias para decidir. Vou esperar chegar em casa e só então responder a meu colega, certo? Errado! Sou imediatista e infringidor demais da Lei nº 18.118/2014 para conseguir aguardar até o fim da aula. Olha aqui outro paradoxo. Se sei que isso me prejudica, por que continuar fazendo? Também não sei. Sou aluno e também me pego, às vezes, refletindo sobre isso. Creio que seja comodismo da nossa (você também tem culpa nisso, aluno) parte. Cada um com sua técnica de camuflagem que faria qualquer ninja treinado parecer um simples amador na arte de disfarçar. Ali entre as pernas. Atrás do estojo. No cantinho da cadeira. Um pouco abaixo da carteira do colega da frente, ocultando milagrosamente o aparelho de celular da visão do professor. As mulheres têm, ainda, um bônus em suas técnicas, que é usar o aparelho dentro da bolsa. O que nós alunos não sabemos é que nossos mestres são muito mais avançados que nós e já aprenderam a desfazer estas técnicas. Na próxima vez que meu celular vibrar no bolso vou tentar me controlar um pouco, lembrar que a minha parcela da faculdade sai cara no final do mês e focar na aula. Mas se o Zé continuar insistindo e perguntar porque eu não respondo, não vai ter jeito. Eu não vou me conter. Vou ter que desligar o celular antes que eu veja que o grupo está bombando, que o pessoal de Contábeis está organizando uma cervejada e que saiu na CGN aquele acidente que a gente acabou de ver, indo para a aula. Ih, tarde demais. Vou deixar essa próxima para uma próxima.

Aquela plaquinha aliserve pra quê, mesmo?

Page 3: Unifatos 2015 - 1° Edição

3março de 2015 EDUCAÇÃO

EducAÇÃO

De quatro em quatro anos, o povo volta os olhos e os ouvidos para as promessas de pessoas que se comprometem em fazer do Brasil um país realmente melhor. Em meio a todas essas promessas, cada cidadão tem o direito e dever de escolha. Mas como legítimos seres humanos que somos, por muitas vezes essas escolhas tomam rumos totalmente errados e irreversíveis. De todos os juramentos que parecem carregados de esperança, um deles chama a atenção de muitos dos 142 milhões de eleitores brasileiros: o compromisso de assegurar um futuro melhor para as crianças, garantindo a elas uma educação de qualidade. Mas já é 2015 e quem prometeu que a educação seria prioridade, subiu ao poder. A primeira medida adotada pelo governo reeleito que no ano de eleição estava com as contas sobre controle, foi a de redução da verba para as escolas. O país assiste a isso indignado e os pais das crianças, que foram alvos de tantas promessas, descobrem que foram enganados por aqueles a quem entregaram nas mãos o destino de seus filhos. É o que diz Mara Regina de Oliveira, mãe de Vinicius, que decidiu confiar seu voto a quem assegurasse uma educação de qualidade a seu filho. “Eu apostei neste governo, mas para mim ficou claro que a eleição é o que realmente importa para eles e que a verdadeira preocupação deles está nas urnas e não no futuro do Estado e do País”, lamenta. O Brasil sofreu em 2015 inúmeros cortes no setor educacional e o estado do Paraná contabiliza até agora 29 mil professores contratados temporariamente pelo PSS (Processo Seletivo Simplificado) com atraso no pagamento de salários e 1/3 das férias, desde dezembro de 2014. Além disso, há atrasos no repasse de parcelas do fundo rotativo, que é utilizado para a manutenção e pequenos reparos nas escolas. Esses dados são do APP (Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná), que enumera vários outros problemas enfrentados nas escolas sem qualquer apoio do Governo do Estado. No dia 9 de fevereiro, a espera pelos recursos prometidos aos alunos e professores deixou de ser silenciosa e passou a ter voz. Quem saiu às ruas para reivindicar seus direitos e os direitos dos alunos e dos pais, foram os professores, que decidiram entrar em greve para pedir aquilo que antes era uma promessa. As manifestações pararam as aulas de 950 mil alunos da rede estadual de ensino. Estes alunos, que buscam conhecimento para ter futuro, ficam apreensivos ao perceberem que na prática o governo não dá atenção ao que afirmou na teoria. É o que diz Vinicius de Oliveira, filho de Mara: “Prometer e não cumprir é a única coisa que eles fazem. Essa é a função deles.

Policiais e professores antes do confronto

FOTO DIVULGAÇÃO

Dejavu da educação Novamente professores são confrontados com força policial enquanto buscam uma educação de qualidade

Alice Oliveira e Ana Talita Bonadimann

Temos, ainda, que escolher quem vai mentir pra gente”, ironiza. Vinicius tem 15 anos e sempre teve o sonho de ser professor de biologia, mas sente seu sonho morrer quando vê o abandono que se tem com a classe de trabalhadores que prepara para a vida todas as outras classes trabalhadoras. Em greve, os professores não reivindicam apenas salários dignos, mas também o pagamento dele. O professor Vilson Pruzak leciona na cidade de Lindoeste e decidiu ingressar na faculdade de Direito, na Univel, em busca de um salário melhor, pois apesar de fazer o que ama, ele sabe das limitações que o governo sempre impôs quando o assunto é verba educacional. “Hoje finalmente consegui me tornar um professor do estado concursado, mas e daí?! O que vem agora?! Do que adianta estudar e lutar para chegar aqui e ver esse verdadeiro descaso com a educação?!”, indigna-se. Há 26 anos, mais precisamente no dia 30 de agosto de 1988, policiais militares a mando do governo confrontaram professores que lutavam por melhores salários, condições de trabalho e uma educação de qualidade. Cachorros, bombas e finalmente os cavalos deixaram dez pessoas feridas. Porém, você não está tendo um “Dejavu”. No dia 12 de fevereiro, há poucos dias, policiais militares também confrontaram os “baderneiros” com balas de borracha e bombas de efeito moral resultando em 11 pessoas feridas. Aqueles que por muitas vezes foram conhecidos como a classe da desunião, se tornaram apenas uma voz e decidiram lutar. Afinal como diz o ditado popular: “Quando as aranhas se unem, podem amarrar um leão”. Esse é o objetivo. Para os professores, o governo não está fazendo corte apenas por falta de verba, como eles afirmam, mas sim porque parecem não ter a ambição de desfrutar de um país livre da ignorância e da formação medíocre, afinal, só o conhecimento liberta. Liberta o cidadão e liberta o eleitor.

Nelson Mandela disse: “A educação é a arma mais poderosa que você pode usar no mundo”. Será que é assim? Há a possibilidade de ter um mundo digno sem uma educação de qualidade? Certamente não. O ano de 2015 começou com tudo no Paraná (tudo mesmo). As tesouras vieram afiadas de todos os lados e atingiram a todos. Cortes foram feitos em profissionais da educação. O coração de todos que ainda se preocupam com a “Pátria Educadora” também foi cortado em pequenos pedacinhos. O “tesouraço” degolou a esperança de um Estado com uma educação de qualidade, no novo ano que se iniciou. As vozes que aguentavam caladas, se soltaram. Saíram às ruas e se formaram um mar de gente, grupos nas principais cidades do Estado estão apoiando e clamando por uma educação de qualidade. Quando éramos criança, o jogo “pedra, papel e tesoura” era comum na rodinha de amigos. Porém, deixou de ser apenas uma brincadeira infantil e virou um jogo da realidade. O papel, de maneira figurativa, é a nossa educação que está sendo estraçalhada pelas tesouras estaduais. Os cortes são tão grandes e fortes, que papel nenhum aguenta. O papel foi cortado e a tesoura permanece mais afiada do que nunca. Nesse jogo, só quem ganha da tesoura é a pedra. A pedra que se mobiliza, ganha voz, que sai às ruas e luta pela nossa educação e de seus filhos. A pedra que esmagará a tesoura e trará educação de qualidade para esse país.

Camila Juviak*

Que tal jogar “pedra, papel e tesoura”?

* Camila Juviak é acadêmica do 3º ano de Jornalismo, apaixonada pela literatura e fascinada pela escrita.

Page 4: Unifatos 2015 - 1° Edição

4 CULTURA março de 2015

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Jackson Silva no espetáculo O Lago dos Cisnes

Genilson, fazendo a posição de balé: “plié”

“Os primeiros quatro meses eu fiz escondido.

Eu mentia que ia estudar na escola e ia para

escola de balé”, conta Genilson Gomes

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Bailarino treina na barra

Genilson Gomes no Studio Leandra Vagliatti

Page 5: Unifatos 2015 - 1° Edição

5março de 2015 CULTURA

Balé é coisa para meninos, sim!

Lohana Larissa e Renan Lorenzatto

Azul e rosa. Carrinho e boneca. Lutinha e casinha. Heróis e princesas. Futebol e balé. Balé para meninas e futebol para meninos. Mas quem disse isso? Não se sabe como surgiram de fato essas ideologias, mas sabemos que desde sempre isso é falado para as crianças de forma preconceituosa. “Tal coisa é para menino e tal coisa é para menina”. O balé clássico é considerado uma dança de menina, sendo rotulado por muitos como muito “delicado” para os meninos, tanto que eles nunca estão direcionados a isso, e sim, a lutas, a esportes radicais, a futebol, etc. A professora, mestre em balé clássico, bailarina profissional e coreógrafa, Leandra Vagliatti, 49, referência na área da dança em Cascavel, estimula meninos para que façam balé, dando incentivo financeiro. Os meninos em nível iniciante pagam pouco menos da metade da mensalidade e em nível avançado são bolsistas. Mesmo assim, há poucos alunos do sexo masculino que fazem balé nesse estúdio. Vagliatti explica que os meninos procuram mais pelo hip hop, jazz, sem saber ou considerar que o balé é a base para qualquer dança. “Quem dança jazz, só dança jazz. Quem dança hip hop só dança hip hop. Com o balé não, você pode dançar jazz, hip hop, dança moderna, contemporânea. Você pode fazer tudo, porque pela sua base e a estrutura técnica física, você está pronto para inserir e similar qualquer outro tipo de técnica”, revela. Até mesmo em sala de balé é possível se deparar com cenas de preconceito. “Já aconteceram casos de ridicularização. De pessoas rirem, mas você vê que são pessoas pobres culturalmente falando”, aponta Leandra, lembrando que até na plateia de um espetáculo pode-se visualizar o preconceito. “É muito comum ver alguns homens na plateia rindo, satirizando. Mas homem de verdade é aquele que se expõe. É o que está ali dançando”, critica sabiamente. Jackson Silva, 21, de Cascavel, sofreu tal preconceito também dentro de sua própria casa. No

início, quando começou a fazer balé, há seis anos, sua família o apoiou. No entanto, esse quadro mudou alguns meses depois quando sua mãe se colocou contra ele por causa de fofocas e queria que ele parasse com a dança, ameaçando expulsá-lo de casa, o que fez com que ele parasse por um ano. “Depois retornei com o consentimento de minha mãe, que impôs algumas regras como: fazer aulas somente duas vezes por semana e não fazer apresentações. Alguns anos depois, porém, tive total apoio dela e hoje é minha maior fã”, orgulha-se Jackson, que atualmente é professor de balé clássico. Apesar de enfrentar, ainda hoje, preconceito em relação a sua opção profissional, o bailarino acredita que isso esteja diminuindo devido a uma série de fatores: por não ser mais criança, estar concluindo a faculdade de Educação Física e trabalhar na área. “Minhas maiores alegrias e tristezas aconteceram por meio da dança. Hoje, quando descubro que alguém me trata com termos pejorativos eu penso que gostaria que essa pessoa soubesse o que eu passei para estar fazendo essa atividade que eu amo tanto. Desde ser mandado embora de casa até perder amigos. Nunca foi fácil”, relata. Quando questionado sobre o maior sonho de sua vida, ele logo responde: “Hoje percebo que sou muito melhor ensinando do que dançando, então pretendo estudar muito, me atualizar e me tornar um grande e renomado professor na área da dança”. A história do cascavelense Jackson mais parece com o filme inglês de 2000, Billy Elliot. Billy, interpretado por Jamie Bell, é um garoto de 11 anos que vive numa cidadezinha da Inglaterra. O menino é obrigado pelo pai a treinar boxe, mas fica fascinado com a magia do balé, ao qual tem contato por meio de aulas de dança clássica que são realizadas na mesma academia onde pratica boxe. Incentivado pela professora de balé (Julie Walters), que vê em Billy um talento nato, ele resolve se dedicar à dança de corpo e alma, mesmo tendo

que enfrentar a contrariedade do irmão e do pai. Billy Elliot, no início do filme, fazia as aulas escondido e essa parte da narrativa parece com a história do cascavelense Genilson Gomes. O gosto pela dança surgiu quando ele tinha apenas nove anos e começou a ver as garotas de sua escola praticando ginástica rítmica. Depois de alguns anos, Leandra Vagliatti foi até sua escola para um dia cultural, com uma apresentação de balé. Genilson estava na plateia e ficou maravilhado com o espetáculo. Mas foi só aos 14 anos, depois de se matricular e começar a dançar balé, que Genilson realmente percebeu que a dança é a paixão de sua vida. “Os primeiros quatro meses eu fiz escondido. Eu mentia que ia estudar na escola e ia para escola de balé. Quando chegou a apresentação de fim de ano, eu não tinha ninguém para me assistir, então tive que abrir o jogo com a minha mãe e com meu pai”. Depois dos pais descobrirem que Genilson fazia aulas de balé, foi tranquilo. As piadinhas e ofensas não vieram por parte da família. “No começo sempre tem aquelas ‘chacotinhas’, aquelas panelinhas. É normal. Mas com o tempo eu fui me enturmando mais com a galera, com os meninos. Alguns colegas até vieram comigo para saber como era, mas não se identificaram. Eu, no entanto, segui firme”, enfatiza, lembrando que era muito desengonçado e que não tinha musicalidade, ritmo e nem coordenação motora “Foi bem complicado a parte de assimilação da dança dentro de mim”, revela. Mesmo assim, o desfecho de Genilson Gomes, atualmente com 21 anos, também parece com a do filme Billy Elliot, que se tornou um dançarino de sucesso. O bailarino cascavelense está prestes a embarcar para Nova Iorque, onde participará da final mundial do Valentina Kozlova International Ballet Competition, que é uma competição, que seleciona bailarinos para companhias americanas e europeias. “Eu sou o único menino brasileiro a disputar a categoria solo. Então eu estou bem nervoso”, confessa humildemente.

“É muito comum ver homens na plateia rindo, satirizando. Mas homem de verdade é aquele que se expõe. É o que está ali dançando”, Leandra Vagliatti

O balé surgiu no século XVI, nas cortes italianas como forma de diversão para a nobreza local. O termo italiano balletto, que significa bailinho/dancinha, deu origem a palavra francesa ballet. O balé só se desenvolveu, pois chegou aos franceses, que difundiram essa arte. No século XVIII, o balé teve uma grande transformação contendo apenas a dança e a música, e não mais os cantos, a poesia e as orquestras musicais. Foi nessa época que os bailarinos tinham os papéis de mais destaque no espetáculo. As bailarinas tiraram o salto em que dançavam e deixaram as saias mais curtas. No século seguinte, a bailarina Marie Taglioni, italiana, trouxe o romantismo para o balé e criou o sapato de ponta. Foi ela que dançou pela primeira vez na ponta dos pés, uma das principais características do balé clássico ainda hoje.

O projeto Dança para Todos foi criado com o intuito de fazer com que o balé fosse acessível a todas as pessoas que não podem pagar uma mensalidade convencional. O diferencial é apenas a mensalidade, pois o trabalho feito é o mesmo. Atualmente, o projeto conta em média com 100 alunas. “A princípio a idade dos alunos era de 4 a 12 anos. Neste ano estamos atendendo alunos de 4 a 13 anos. Mesmo assim, abrimos possibilidade para alunos mais velhos participarem”, esclarece Leandra Vagliatti. Para se matricular é preciso comparecer ao Studio Leandra Vagliatti munido de um documento que comprove que você está matriculado na rede municipal ou estadual de ensino.

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Page 6: Unifatos 2015 - 1° Edição

TURISMO março de 20156

Para sair da rotina e daquele “corre-corre” diário, sempre estamos em busca de um cantinho sossegado, um lugar para encontrar a paz e a tranquilidade. Queremos tudo isso, no entanto, com facilidade, baixo custo e nas proximidades, certo? Tudo isso podemos encontrar em Nova Aurora, onde há o programa de Turismo Rural Familiar Circuito do Sol, criado em 2005 e oficializado em 2007. Um dos lugares mais visitados no município é o pesque-pague Sandri, que conta com vasta área verde, açudes, piscinas, lanchonete e quiosques, onde pode-se descansar desfrutando das belezas naturais e saboreando as “delícias” oferecidas no local. Geovana Zanela, cliente do estabelecimento, conta que frequenta o pesque-pague há muito tempo. “Somos clientes antigos. Gostamos bastante daqui. Quem quiser tirar um dia de folga com a família é só vir aqui e com certeza será bem atendido”, frisa Geovana. Um estabelecimento de qualidade e com bom atendimento sempre chama a atenção dos clientes, segundo Mirian Esser, que também frequenta o estabelecimento. “Eu e minha família, geralmente nos fins de semana ou feriados, estamos almoçando aqui, desfrutando dos petiscos e das delícias que o pesqueiro oferece. Eu tenho um irmão pequeno e ele adora esse lugar, principalmente a piscina. Sempre que posso indico esse local para as pessoas, pois além do bom atendimento, tudo aqui é de qualidade e isso chama atenção dos visitantes”, comenta Mirian. Além do ótimo atendimento, o pesqueiro oferece uma deliciosa alimentação, com porções fritas, sashimi, peixe recheado e outros. “No começo as pessoas pediam muito a tilápia grelhada, mas resolvemos mudar o cardápio e acrescentar o pacu recheado, grelhado ou com alho e alcaparras, além de acompanhamento de saladas e arroz”, explica Rosemir Avancini Sandri, que administra o local com o marido Altair Roberto Sandri e o cunhado Adenir Sandri. O pesque-pague Sandri fica localizado em Nova Aurora na comunidade Baixo Iguaçuzinho. O local conta com quiosques e mesas de jogos. A música fica por conta dos pássaros que fazem uma verdadeira orquestra. Há muitas árvores e gramado e assim você pode colocar uma rede ou estender um lençol para tirar aquele cochilo da tarde. Há, ainda, várias represas para pesca de varinha. Para se refrescar no verão o local oferece, ainda, piscinas para adultos e crianças. O horário de funcionamento é de quarta a sexta-feira, das 14h às 23h e aos sábados, domingos e feriados das 9h às 23h. Mais informações ou reservas de almoços ou jantas pelo telefone (45) 3243-1106.

Pesque-pague Sandri é uma das atrações do Circuito de Turismo no

município de Nova Aurora

O paraíso no Oeste do Paraná

Pamella Santos

A piscina é umas das diversões oferecidas no pesqueiro

Para quem busca paz e tranquilidade o pesqueiro é uma ótima opção para os fins de semana

PAMELLA SANTOS

PAMELLA SANTOS

O pesqueiro existe desde 1993, mas desde que começou a fazer parte do Circuito o estabelecimento teve um aumento no número de visitantes e consequentemente no lucro. “Para entrar no projeto algumas coisas precisaram ser mudadas. Aumentar os banheiros, por exemplo, para melhor atender os clientes”, explica Altair Roberto Sandri. A presidente do Conselho Municipal de Turismo, Nadir Pagnocelli, conta que não houve mudanças apenas no lucro, mas também no dia a dia dos produtores. “A criação deste Circuito mudou muito a vida dos produtores. Os estabelecimentos melhoraram e foram realizados vários cursos de capacitação. Tudo ficou mais organizado. Conseguimos fazer com que os produtores ficassem em suas propriedades ganhando um

pouco mais. Assim, eles conseguiram aumentar a renda familiar e a qualidade de vida. É um dinheiro que gira e fica no município”, afirma. A lucratividade é ainda maior agora no período da quaresma onde a procura pelo peixe cresce, segundo o sócio-proprietário Adenir Sandri. A cliente Geovana Zanela recomenda o local: “Principalmente agora no período quaresmal”, frisa. Para Rosemir, o diferencial do estabelecimento e do atendimento se dá por ser uma agroindústria familiar. “Nós cuidamos do que é nosso e até mesmo os nossos filhos trabalharam aqui. Tudo muda quando fica em família. Isso é muito gratificante e estamos de braços abertos para acolher nossos visitantes”, finaliza.

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O programa de Turismo Rural Familiar Circuito do Sol, de Nova Aurora, conta com a participação de 16 famílias empreendedoras, as quais oferecem serviços de hospedagem, entretenimento, lazer, alimentação, entre outros. O Circuito do Sol existe desde 2005, mas foi oficializado somente em 2007 e a partir disso começou a receber apoio da Prefeitura Municipal e da Emater (Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural). O Circuito conta ainda com o apoio do Conselho Municipal de Turismo, que auxilia os produtores em cursos de capacitação, informações, viagens técnicas, entre outros. O engenheiro agrônomo, José Depieri Gindri, técnico da Emater, esclarece que o nome do programa surgiu a partir de uma inspiração poética. “Sempre que andamos aqui em Nova Aurora é possível ver aquele sol brilhante e forte. Isso nos inspirou muito e como diz Cora Coralina: ‘quem caminha rumo ao sol é sempre o amanhecer’”, ressalta.

O que é o Circuito

Page 7: Unifatos 2015 - 1° Edição

março de 2015 ECOLOGIA 7

Quem passa pelo Lago Municipal de Cascavel não consegue ficar sem notar as capivaras, macacos pregos, saguis, cutias, tatus e veados que vivem naquele espaço. Esses animais vivem na mata que cerca tanto o Lago como o Zoológico Parque Danilo Galafassi e acabam ingerindo alimentos que encontram no caminho e que são oferecidos por visitantes. Por isso, pode-se perceber que muitos macacos estão aparecendo com mais frequência no Lago em busca de comida. A aposentada Celestina Marcelino, 57, afirma que quando viu os animais imaginou que estariam com fome e ofereceu salgadinho industrializado, já que no momento não tinha nenhum outro alimento mais saudável. “Eu estava passeando no Lago quando notei a presença dos bichinhos e acabei ficando com dó. Ofereci o salgadinho e eles pegaram em minha mão. Se pudesse eu levaria um para casa, mas sei que é na natureza que é o lugar deles”, afirma Celestina.

Cada espécie de animal silvestre, que está no Zoológico, recebe uma alimentação apropriada. Além disso, é extremamente proibida a aproximação de pessoas aos animais, conforme Instrução Normativa nº 169 do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).

Segundo Valmor Francisco de Passos, médico veterinário do local, os bichos são nativos e ficam em cada recinto conforme suas espécies, atendendo normatizações do Ibama. Ele ainda orienta dizendo que os animais silvestres que vivem fora das jaulas também podem trazer risco a pessoa que não souber se aproximar. “Eles são ariscos e para se defender podem ferir quem chega perto”, alerta. Portanto, caso você encontre um bicho silvestre solto, evite oferecer alimentos e se aproximar dos mesmos.

Atenção também para quando você faz piquenique no Lago. Procure não deixar migalhas de comida espalhadas pelo chão, pois os animais podem ingerir e serem prejudicados.

ANDRESSA GIMENEZ

Por ser um roedor, a capivara possui uma alimentação bastante simples,

tendo como base o capim, ervas e outros

tipos de vegetação encontrados nas

beiras de rios e lagos.

FOTOS: DIVULGAÇÃO

A presença de capivaras, macacos, saguis, cutias,

tatus e veados tem chamado a atenção

de quem visita o Lago Municipal de Cascavel

Andressa Gimenez e Gabriel Datsch dos Santos

Mico-leão-dourado que vive solto nas redondezas do Zoológico

Alimentos oferecidos a animaissilvestres podem prejudicá-los

Alimentos indicados para animais silvestresSe você realmente deseja oferecer algum alimento para esses animais, saiba alguns alimentos indicados

Milho, verdura verde escura como couve manteiga, espinafre, brócolis e almeirão.

Todas as frutas são permitidas e devem ser dadas sempre com sementes e cascas. É proibido oferecer pão com leite, pois esse

alimento fermenta no papo do animal, prejudicando a digestão e causando uma falsa sensação de saciedade, o que pode

resultar em desnutrição.

PapagaiosMacacosEles comem flores, frutas e plantas e assim ingerem mais sais minerais e vitaminas. É importante lembrar que a dieta do primata não está só relacionada com a banana como muitos imaginam. Na verdade, a banana produzida para consumo humano tem mais açúcar, o que pode causar até mesmo diabeteno animal.

Capivara

Capivaras no Lago de Cascavel

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8 MODA março de 2015

E se o diabo Comumente a moda é vista pelo ópio da futilidade. Tratada como personificação da vaidade, esse mundo – porque é mais abrangente do que apenas a roupa que vestimos –, perde sua real essência para cair no obscuro patamar da indiferença. Para muitos, o único contato com a moda é pelo filme interpretado Maryl Streep e Anne Hathaway, O Diabo veste Prada, em que demonstra dois extremos: o estilo interiorano e inocente de Andy Sachs e o glamour da impetuosa e obcecada Miranda Priestly. A comparação é obvia e superficial: uma mulher que “não sabe se vestir” e uma grande dama do mundo da moda – como se moda se resumisse a isto! Muito embora, apesar das recorrentes manifestações de repuna, moda está em todo lugar e em todas as pessoas – até mesmo naquelas que falam de boca cheia, “eu odeio moda”! É como explica Dyeison Rech, 24, visual merchandising e modelo: “a moda é mais do que pedaços de pano costurados, é

Matheus Roch

estilo de vida, é sobre quem nós somos”. O que muitos confundem é o conceito com o usual. “O que está na passarela, ou seja, aquelas peças estranhas e mirabolantes representam conceitos que estarão nas lojas, como por exemplo, um tipo de estampa, um tecido, uma cintura marcada. Esses detalhes são pincelados e adaptados para as peças do dia a dia”, salienta o modelo e visual merchandising Dyeison. Além das roupas, a moda é uma das mais comuns formas de expressão. O que vestimos fala por si e demonstra personalidade, estado de espírito e incontáveis variáveis. É como se imprimíssemos na roupa aquilo que estamos sentindo, o que queremos que o mundo perceba de nós. “A moda é o que liga passado, presente e futuro em todos os aspectos. Roupas, música, móveis, sociedade e vida”, afirma o fashion stylist Vinicius Gehlen, 27, ao ser questionado sobre o

sentido da moda. “Moda é o que a sociedade em geral dita como uma espécie de regra, do que se deve usar e como, por determinado tempo. Estilo é algo que a pessoa absorve dessa moda em sua vida, de forma pessoal”. Desta forma, em uma comparação simples, o que muita gente pensa da moda é marca. Vestir marcas famosas, de estilistas renomados e transformar isso em sua imagem. Este é um pensamento errôneo, uma vez que “o desconhecido é alvo de críticas”, como explica Vinicius. Estar na moda é estar bem consigo mesmo, é a satisfação com seu eu e com a forma como expressa isso. Os polêmicos desfiles de moda são bem mais profundos, por exemplo. “Quase sempre são sobre questões políticas e culturais, expondo muitas vezes contrastes do que acontece pelo mundo naquele momento, e na maioria das vezes para que as pessoas indiretamente se sintam melhor”, afirma Vinicius.

Amanda Rodrigues, Marília Bristtóti, Dayana Müller, Bruna Franciosi e Willian Torres, calouros de Jornalismo

Valter Monteiro, professor de Jornalismo e Artes

Camila Coninck, 2º ano de Processos Gerenciais

Maiara Araujo e Juliana Lopes, calouras de RH

Odair Lopes e Pamela da Silva, calouros de RH

Juliane Henn e Fernanda Martins, do curso de Pedagogia

Matheus Henrique, calouro de Procesos Gerenciais

Michely Guimarães, do 3º ano de Ciências Contábeis

Natielle Kaiomi e Keslyn Oliveira, do 2º ano de Jornalismo

12 POSES

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9março de 2015 MODA

12 POSES

Alguns vestem marcas, outros personalidade... Mas ninguém pode ficar nu!vestisse Chanel?

“Se existe guerra, então exploram as cores... Se existem mortes, exploram as flores; se houver muita paz e religião, então podem explorar conceitos militares, e assim por diante. É assim que nascem as tendências”, completa o fashion stylist. O que é preciso compreender, é que a moda deve ser vista sem preconceito. Claro que ninguém precisa gostar de moda, assim como Dyeison não gosta de futebol, ou Vinicius não é obrigado a pintar o cabelo de preto para se encaixar em determinado grupo. O mundo é cheio de diferenças e é justamente esta a graça. E como todo mundo tem sentimentos, moda nada mais é que outra forma de se expressar. E sempre teremos algo para dizer, para sentir, para expressar. Sendo assim, não importa se vestimos Prada, Chanel ou Renner. O real significado de estar na moda é estar feliz consigo mesmo... O resto é consequência.

Maiara Araujo e Juliana Lopes, calouras de RHBruna Caroline, Maira Port e Carolina Limberger, do 2º ano de Gastronomia

Carolina Demari, do 2º ano de Procesos Gerenciais

Ana Julia e Tati Bosio, calouras de GastronomiaMichely Guimarães, do 3º ano de Ciências Contábeis

Por Matheus Roch & Wellen Reinhold

WELLEN REINHOLD

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10 PERSONALIDADE março de 2015

Geninho é Secretário Antidrogas há seis anos e luta para tirar o filho do mundo das drogas há 17 anos

Um passode cada vez

Diego Caetano

Numa tarde chuvosa de verão, manifestantes em frente à prefeitura de Cascavel deixam o dia ainda mais nublado com suas reivindicações. Chego até a sede do poder e peço ao recepcionista para falar com o secretário Antidrogas e ele rapidamente me diz: “A sala com a porta aberta no terceiro piso é a do Geninho”. Após ser recebido na sala de portas abertas, começamos um papo sobre toda a trajetória desse guarapuavano que começou a vida ajudando “enlonar” caminhões em uma cerealista de Coronel Vivida. Depois de um tempo, no entanto, ele foi para Curitiba em busca de uma oportunidade em uma Multinacional. “Anos depois de muita luta na capital, uma oportunidade me distanciou da minha família. Saí de Curitiba para voltar ao interior e tentar a vida no campo, mas minha esposa e meu filho ficaram na capital até ela completar a faculdade”, explica ele, considerando esse período como um dos motivos que possam talvez ter levado o filho Israel, anos mais tarde, ao mundo das drogas. “Meu caso pessoal é meu principal motivador para a luta contra as drogas”, confessa Eugênio Rozeti Filho. Geninho e a esposa Rita Belúcio Rozeti descobriram que o filho estava no mundo das drogas quando este tinha 15 anos. Essa descoberta transformou naquele momento a vida do casal e fez o pai buscar a partir daí, diariamente e desesperadamente, o fim da dependência daquele que ele mais ama. “Descobri a situação do Israel, mas demorei mais de 200 reuniões de grupos de ajuda para compreender realmente o problema”, admite. Nas incessantes tentativas de internar para tratamento o então menino Israel, Geninho perdeu todos os bens: “Foram mais de 18 internações tentando tirá-lo desse mundo, até que eu percebesse que essa doença só tem cura quando o dependente quer”, analisa. O pai

dedicado está nessa luta há 17 anos: “Estivemos em clínicas simples e em até verdadeiros resorts. Buscamos auxílio de clínicas que tinham como base medicamentos e de outras com tratamentos espirituais”, reconhece. A força de um pai que luta para salvar seu filho e o entendimento sobre esse caminho das drogas fez com que Geninho recebesse um convite para palestrar sobre o problema das drogas em uma reunião de apoio em um colégio. “A discussão foi tão interessante que fiquei mais uma semana dentro dessa escola tentando ajudar a resolver os problemas daquela comunidade”. Essa situação gerou um estímulo para se aprofundar e melhorar ainda mais as técnicas de abordagem com a juventude. Foi a partir disso que Eugênio recebeu o convite para trabalhar na Prefeitura. A partir do trabalho iniciado o secretário detectou desde 2008 mais de 3 mil famílias que têm problemas com crack em Cascavel. “Isso sem contabilizar as outras drogas”, lamenta. Geninho transformou, porém, sua experiência e sofrimento em benefício coletivo. “Busquei formações específicas na área para ter qualidade no trabalho desenvolvido”, esclarece. Com o filho ele aprendeu a lidar com um usuário de drogas em recuperação todos os dias e a máxima de “por apenas hoje” é levada como um mantra. Geninho conta que um dependente tem dois gêmeos idênticos dentro dele: “Um bom e um mal. O lado ruim do dependente é alimentado quando fala-se sobre as drogas com ele, agredindo-o e dando lição de moral. O desafio é alimentar o lado bom dessa pessoa para que ela possa sair dessa doença”. Finalizando quase duas horas de conversa, Geninho diz: “Só por hoje eu estou bem. Essa é a minha máxima”. Ele sabe que a missão dele é grande, mas um passo de cada vez o levará a ajudar muita gente que sofre nesse mundo das drogas.

Dado

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s Dados revelados pelo secretário mostram as pequenas chances de sucesso em tratamentos de dependentes. Segundo ele, “para usuários de crack, por exemplo, qualquer clínica no mundo tem apenas 2% de sucesso nos tratamentos. 28% dos casos são de famílias que têm de aprender a conviver com esse problema, lutando com internações e buscas por ajuda. Outros 70% não tem salvação. O caminho direto é a morte”, afirma entristecido, buscando mais do que entender, compreender e aceitar que a adicção, ou seja, a drogadicção é uma doença que afeta usuário e família. A “Doença do Prazer”, como é descrita pelo secretário, tem números impressionantes. Para entender o sistema de recompensa no cérebro dos usuários de droga, Geninho exemplifica e compara: “Um indivíduo que fica perdido num deserto durante cinco dias sem água e sem comida, ao encontrar suprimentos, seu sistema libera, como forma de recompensa, 150 miligramas de dopamina no corpo. Uma pedra de crack, por sua vez, libera quase 1 mil miligramas de dopamina e uma carreira de cocaína libera quase 800 miligramas. Assim, essa ação abre uma janela gigante de falta de prazer no corpo do adicto quando ele não faz uso”, esclarece.

Maconha A maconha é condenada pelo secretário. Para ele, toda vez que alguém consumir o ilícito, estará ajudando a aumentar o problema e por consequência escravizando crianças e jovens que são manipulados pelo tráfico. Geninho explica que há 30 anos a concentração de THC (tetra-hidrocarbinol) da maconha era de 3% e hoje é de mais de 12%, o que a torna altamente viciante. Além disso, o secretário aponta que um estudante que faz uso dela precisará estudar dez vezes mais que outro e mesmo que consiga se formar, os estragos são irreversíveis. O crack nem foi citado, porque segundo Geninho o futuro de um usuário pode ser definido por três C’s: clínica, cadeia e caixão: “Não há como fugir disso. Não vale a pena!”, enfatiza. Geninho aborda que o assunto está em voga pelo uso de remédios a base da maconha para tratamentos de problemas neurológicos. Segundo ele, algumas pessoas que são defensoras do uso da maconha tentaram se aproveitar dessa situação. Ele se considera favorável à importação do canabidiol, que é o remédio indicado para as famílias que sofrem com o problema de ataques epiléticos, entre outros. Mas em relação à maconha, ele é totalmente contrário: “Criaremos uma geração de zumbis, devido à síndrome motivacional”. Ele aponta, ainda, que 70% das mortes no Brasil ocorrem por causa do álcool, uma droga legalizada. “Se a maconha for legalizada também, esses números podem aumentar, e muito!”.

Eugênio Rozeti Filho se dedica à luta contra as drogas em Cascavel há seis anos

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11março de 2015 SAÚDE E ESTÉTICA

Cansaço, desidratação, anemia, retenção de líquido ou hereditariedade. As olheiras têm diversas causas, mas o resultado é sempre o mesmo: incômodo

As indisfarçáveis olheiras

Beatriz Helena Da Silva

Os olhos são o espelho da alma. É por meio deles que, além de enxergarmos o que há ao nosso redor, lançamos olhares e seduzimos. O olhar pode ser ofuscado por hiperpigmentações periorbital, conhecida popularmente como olheiras. Estas surgem devido à alta concentração de melanina, substância que dá cor à pele, ou em decorrência do congestionamento dos vasos sanguíneos da região em torno dos olhos. Falar sobre esse assunto se tornou moda depois que Amanda Djehdian, 28, empresária de São Paulo, entrou para o Big Brother Brasil 15. Apesar da beleza, ela virou alvo de críticas e sátiras. A Globo lançou até mesmo um game, onde todos podem interagir e ajudar a integrante do reality show a disfarçar as olheiras indesejáveis. Inimigas declaradas das mulheres, que se identificam com a sister Amanda, que sempre tenta disfarçar as bolsas embaixo dos olhos, as olheiras viraram um sofrimento universal. A preocupação estética, de acordo com o dermatologista Silvan Carlos Welp, está se tornando comum e a busca por tratamento tem se intensificado. É o caso de Rodrigo Freitas, 27, que passou a dar mais atenção à saúde e à aparência após as consequências de noites mal dormidas por causa do trabalho. “Comecei a ficar incomodado com as olheiras que começaram a aparecer e resolvi procurar ajuda de um especialista”. No entanto, as mulheres sofrem um pouco mais em comparação com os homens, pois o tecido da pele

delas fica com o tempo mais escasso nessa região que já é fina. O resultado das olheiras, somadas às marcas de expressão, dão, então, aquele ar de cansaço. Além dos fatores comportamentais, como o estresse e a falta de sono, outros fatores que influenciam no aparecimento de olheiras são a genética, as alergias respiratórias, ingestão de álcool, flacidez na região dos olhos e o acúmulo de gordura na pálpebra inferior. A situação de Amanda é mais complexa, por ter uma flacidez palpebral acentuada e bolsa abaixo dos olhos, o que compromete bastante a sua aparência. Mas não é somente Amanda que se preocupa com isso. O mesmo problema atormenta a enfermeira Larissa dos Santos, 33. “Estou viciada em maquiagem. Faço tudo para disfarçar a escuridão debaixo dos meus olhos”, relata. Para amenizar o desconforto, Larissa vivia fazendo compressas com chás de camomila, o que, segundo o dermatologista Silvan, funciona, porém, é apenas uma solução momentânea, pois depois o processo volta ao normal. Cansada de se dedicar a cuidados sem retorno, Larissa apelou para a medicina, a fim de descobrir uma solução definitiva para o seu problema. “Eu não queria nada que levasse muito tempo e que fizesse com que sentisse dor”. Foi quando descobriu o laser, um método considerado o mais moderno para eliminar olheiras e ótimo

para clarear as partes escuras. Além do laser, os tratamentos estéticos mais comuns são os mecânicos, aqueles no qual necessitam de um aparelho para o procedimento. Um dos mais utilizados é o peeling, que combinado com ácidos ajudam a melhorar o aspecto de cansaço. “Caso seja realizado conforme indicado pelo profissional, o resultado pode ser visto em um prazo de duas semanas a três, claro, dependendo do grau em que se encontra”, afirma a esteticista Audrei Veiga. “Essas tecnologias combinadas e associadas ajudam a evoluir muito a expressão dos olhos. Principalmente por existir várias tecnologias a laser, onde cada uma delas é aplicada para uma utilidade. Por exemplo, quem tiver muita pigmentação terá um tipo de laser destinado. A função do laser é melhorar a pálpebra e principalmente a textura e a firmeza, removendo o pigmento envelhecido naquela área”, conta o dermatologista. Ele ressalta ainda que, na hora da aplicação a laser, é essencial o cuidado com os olhos, e que é de extrema importância para que esse procedimento aconteça com um dermatologista especializado e credenciado para que as córneas não sejam prejudicadas. Custo - o tratamento a laser consiste em cerca de cinco sessões, dependendo de cada pessoa. Silvan explica que cada sessão tem custo de R$ 120,00 a R$ 300,00, o que pode variar dependendo do cirurgião.

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AÇÃO

Amanda Djehdian, participante do BBB atual, vira alvo de críticas e sátiras por causa das bolsas abaixo dos olhos

É sempre importante usar óculos escuros, mesmo quando o sol não está forte. Passar protetor solar, com fator de proteção de no mínimo 30, na região em volta dos olhos também ajuda. “Quanto mais proteger essa área, melhor. A pálpebra é o tecido mais fino de nosso corpo. Em comparação com palma da mão e do pé, podemos ver o quando ela é fina. Hoje em dia, há cosméticos mais agradáveis, que não ardem os olhos e possuem um aspecto mais apropriado para poder aplicar bem na região”, aconselha o dermatologista Silvan Carlos Welp. Alguns truques de última hora podem ser úteis, quando se quer estar linda e se dormiu pouco. Lavar o rosto, massageando com água quente, assim como saunas e banhos quentes são estratégias excelentes para disfarçar as olheiras, declara a esteticista. Ela destaca também que cremes hidratantes e lubrificantes estimulam a circulação e vasodilatação. “Isso é

extremamente benéfico quando a pessoa acorda com os olhos inchados”, esclarece a especialista. Aprender a disfarçar as olheiras usando corretivo em bastão, em creme, ou líquido, é fundamental para a mulher. Escolher produtos de marcas confiáveis, fazer testes na pele para encontrar o tom correto e saber se não lhe causará nenhuma reação alérgica, também é significativo para uma melhor fisionomia, relata a maquiadora profissional Juliane Franck. Ela aconselha também fixar o pó com esponja de espuma umedecida com água, que deixa aparência bem leve e natural, além de alcançar todos os cantinhos do rosto. A maquiagem é indispensável para as mulheres que se afligem com as olheiras. Juliane recomenda que se for preciso, “leve até para uma ilha deserta se precisar”, ou para o reality show!

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12 ESPORTE março de 2015

Capoeira: 400 anosde luta e musicalidade

Camila Juviak

Quando o ritmo do berimbau se mistura com as batidas do atabaque, pandeiro e palmas, todos cantam, dançam e olham atentos para o centro da roda, onde dois combatentes mais parecem dançar. Um calafrio toma conta de todo o corpo. Não há sentimento mais complexo que este, pois é impossível decifrar as maravilhas das vibrações musicais da capoeira. Ainda há controvérsias se a capoeira foi criada na África ou no Brasil, porém a teoria mais aceita pelos adeptos é a de que os escravos angolanos que vieram ao país instauraram a arte na região nordestina brasileira. Foi lá, nos grandes engenhos de açúcar da época, que a luta, que mais parece uma dança, surgiu. A

partir disso, o esporte se disseminou pela Bahia e Pernambuco e chegou até a região sudeste, predominantemente

no Rio de Janeiro. A capoeira iniciou-se desta maneira, como uma válvula de escape entre os escravos, já que estes não poderiam criar artefato algum que representasse violência ou que tivesse semelhança com lutas, pois eram vigiados por capitães do mato e sofreriam mais represálias se fossem pegos praticando. As gingas e

outros movimentos que pareciam com um combate se disfarçavam entre as cantigas, palmas e com o acompanhamento das batidas de tambores, atabaques e do berimbau quando os vigias chegavam por perto. Caso o praticante fosse pego lutando, pesados castigos

e torturas seriam feitos contra ele para que desencorajasse o escravo a agir. A luta dançada foi proibida até o ano de 1930. Após um longo prazo de repressões contra os escravos, mesmo após libertação, o exercício continuou sendo considerado ofensivo. Os nomes mais importantes da época foram de Manoel dos Reis Machado, conhecido como “Mestre Bimba”, e Vicente Ferreira

Pastinha, o “Mestre Pastinha”. Eles incrementaram a capoeira, apresentando-a então para o presidente da República na época, Getúlio Vargas, que permitiu que a capoeira fosse praticada apenas em lugares fechados e com alvará. O esporte conta com dois estilos. O primeiro, de origem africana, chamado de Capoeira Angola, era feito nas ruas. Preservado e divulgado por Mestre Pastinha, tem gingas e golpes e é conhecido por conter violência, assim como o segundo estilo. A outra modalidade, denominada regional, apesar de ser semelhante à primeira, teve adaptações, feitas pelo Mestre Bimba, que incluiu novos golpes e sistematizou a luta para que se aproximasse mais do esporte e tivesse uma ginga brasileira. Para torná-la uma modalidade esportiva, deu-se segmento ao trabalho iniciado por Bimba, em que foram incorporados mais movimentos que vieram de outras lutas marciais, sem perder a marca de dinamismo e musicalidade que possui. No dia 25 de novembro de 2014 a capoeira foi reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura). Essa arte foi reconhecida por conter um alto grau de manifestação cultural entre a África e o Brasil, com valor internacional.

Quatro séculos após a sua criação, no sul do país, precisamente em Cascavel, na região Oeste paranaense, várias pessoas se apaixonam pela arte que mescla dança, música e esporte. Em uma das diversas aulas de um grupo cascavelense, a equipe do Unifatos emocionou-se ao som do berimbau, das palmas e do atabaque. A roda, composta por oito combatentes, reunia pessoas de várias idades, credos e classes sociais, com um único objetivo: jogar capoeira. O professor Rafael Roger Ferrari, 30, conta que este grupo, chamado Capoeira Iuna Cascavel, da Academia Spartacus, existe desde 1994, mas que ele o orienta faz 16 anos, movido pela paixão ao esporte. “A capoeira para mim é sinônimo de amor. Vivo e respiro capoeira 24 horas”, conta. Ele explica que muitos alunos preferem a capoeira ao invés de outros esportes justamente pela musicalidade presente. Os irmãos André e Lara Mazzuti, estudantes, possuem uma paixão em comum: as aulas de capoeira. Ele mais experiente, no auge de seus 22 anos, é capoeirista há três. “Gosto da energia e da complexidade do esporte, pois engloba várias outras artes em uma só, isso é sensacional”, explica. Já ela, aos 11 anos, ingressou no esporte por influência do irmão e é a única menina do grupo. “Já pratiquei ginástica antes, o que me ajudou muito para realizar os golpes. Hoje não penso em largar a capoeira, é muito bom”, diz Lara. Mario Correa de Lima Neto, 42, dentista, faz questão de praticar. Morador de Ibema, a 55 quilômetros de Cascavel, ele vem para a cidade três vezes por semana para participar das aulas de capoeira. “Venho apenas para treinar. Sempre gostei do esporte, porém nunca tive tempo. Agora que tenho, não perco uma aula. O som do berimbau é como se fosse um mantra. A sensação é maravilhosa”, conta entusiasmado.

Com raízes vindas da África, a capoeira mistura esporte com dança e hoje é considerada Patrimônio Cultural da Humanidade

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Professor Rafael tocando atabaque

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13março de 2015 COTIDIANO

A arte urbana que aproxima ruas e escolaOlhe os muros

Ellen Santos e Patrícia Cordeiro

Fevereiro terminou para o Colégio Estadual Padre Carmelo Perrone, com muita luta e reformulação. Mesmo estando em greve em razão dos desmandos governamentais, os professores, funcionários e alunos se reuniram para expressar a arte nas paredes e potencializar talentos. O que antes era visto como vandalismo, hoje vem ganhando admiradores. O Colégio cedeu espaço para que os muros e paredes recebessem a arte do grafite e a ação contou com dois grafiteiros profissionais: Juliano Rodrigues e Anderson Marcos da Silva (Andy), coordenador da Cufa (Central Única das Favelas) de Cascavel. Logo na reunião que antecedeu o ativismo, Anderson deixou claro: “Mais do que a greve, queremos unir a rua e a escola”, evidenciando que a luta é diária e transcende o ambiente escolar e foram distribuídos jornais explicando as motivações da greve dos professores. “Conhecimento”. Essa foi a palavra que Juliano Rodrigues, de forma artística, grafitou na parede da escola. Ele destaca a importância de unir o grafite à escola: “Para você ter a mente de um grafiteiro, ser um escritor da rua, você precisa ter o conhecimento, ler livros, ter uma bagagem”, aconselha, complementando que é necessário ter paciência para criar e pintar um bom desenho e que o grafite pode mudar o sentido da vida: “A arte faz você viver diferente”.

Diferente. Essa é palavra em foco para alunos e professores do Colégio Padre Carmelo, pois eles estão sabendo respeitar as diversidades e despertar talentos. O professor Edson Gavazzoni criou a oficina de grafite, que é uma complementação de um projeto realizado há dez anos, para mostrar aos estudantes, educadores e comunidade que o grafite é uma arte, a qual pode ser vista com um olhar positivo. Além disso, ele frisa que quando se oferecem oportunidades para quem faz grafite, este não precisa ser feito escondido. “Quando criamos esses projetos dando liberdade aos alunos, o vandalismo diminuiu muito. Ainda pegamos alunos pichando, mas fazemos com que eles vejam isso com outros olhos e não façam novamente”, explica o professor. A questão é saber trabalhar com o ser humano. Anderson deixou isso muito claro, afirmando que: “A vida é uma poesia. O menino que risca a carteira pode estar fazendo isso no lugar errado e dali pode surgir um grafiteiro. É preciso direcionar. Esse é o trabalho do professor”, enfatiza e ressalta que com essa oficina de grafite na escola o aluno tem voz e vez. Andy acredita que boa parte da pichação aconteça devido à dificuldade que as pessoas têm para adquirir material, pois cada lata de tinta custa em média 17 reais e um desenho precisa de várias cores, o que inviabiliza, muitas vezes, a criação artística.

Arte finalizada pelo grafiteiro Andy Juliano, grafitando de forma artística, a palavra conhecimento Andy, dando vida aos muros

FOTOS: PATRÍCIA CORDEIRO

A pichação ainda é vista por muitos como vandalismo, entretanto Juliano destaca que não é possível traçar um limite de quando a pichação se torna vandalismo. Ele afirma que depende do ponto de vista e ressalta que muitas vezes é na pichação que o grafiteiro expressa sua revolta, geralmente contra o Governo e a corrupção, contra o Estado. “Algumas pessoas, infelizmente, encontram na pichação a forma de expressar isso, atacando o sistema e depredando o patrimônio público”, lamenta. Juliano traz para a discussão um ponto importante acerca da criminalização, afirmando que mesmo a pichação: “não deveria ser considerada crime, porque você não quebra nada, só pinta a superfície, não desfez. Por exemplo, se for feita uma tag, uma pichação no casco de um orelhão, as pessoas ainda poderão usar, pois ele não vai perder a função”, defende e complementa que é uma questão de ponto de vista. “Há coisas a serem analisadas. Porém, considero falta de respeito fazer pichação em igrejas ou até mesmo no muro de uma casa que a pessoa acabou de pintar. A arte é para passar uma mensagem”, finaliza.

O grafite foi criado em meados dos anos 70 nos EUA e faz parte dos quatro elementos do hip hop, que são: dança urbana (o break), grafite, rap (que é revolução por meio da palavra) e o DJ, que dá a trilha sonora. Juliano destaca que o conhecimento junta os quatro elementos. Foi na periferia de Nova York que o grafite ganhou espaço no mundo inteiro. No Brasil, essa forma de expressão artística foi criando seu estilo conforme os grafiteiros achavam necessário. Hoje, o grafite tem uma identidade própria, o que por sinal muda a visão das pessoas que o veem nas ruas.

“O mundo tá conectado mano. Cada gesto

teu influencia o gesto do outro. Não há

revolução sem a tua ação”, Rapper ValeteHi

stór

ia

Grafite X pichação

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14 TECNOLOGIA março de 2015

Bate-papo Uol. Mirc. ICQ. MSN. Skype. MySpace. Orkut. Facebook. Twitter. WhatsApp. Com os avanços tecnológicos, a sociedade se vê cada vez mais dependente, ou talvez seria melhor dizer “aprisionada” a essas mídias sociais. As relações pessoais virtuais estão cada vez mais presentes e comunicar-se com parentes, amigos e colegas que estão longe é um dos benefícios que a internet propicia, principalmente por meio de uma dessas mídias. Por outro lado, as relações reais e físicas, com amigos que estão próximos, acabam sendo, muitas vezes, prejudicadas, assim como os compromissos e responsabilidades que se tem no dia a dia. O estudante Maycon Douglas, 16, por exemplo, confessa que não consegue ficar sem acessar as mídias durante as aulas. “Além disso, quando não tem nada para fazer procuro as respostas de provas e marco encontros”. Assim como Maycon, podemos notar ao nosso redor colegas de sala e de trabalho prejudicando a realidade que os rodeiam por causa do mundo virtual, o qual poderia ser definido como “internético”, uma mistura de internet com frenético. Essa definição talvez explique tantos estímulos digitais em nosso dia a dia. Mensagens chegam via Messenger, Facobook, WhatsApp, em nossos celulares, o dia todo, e deixam qualquer um sem tempo para a realidade, para a liberdade de concentrar-se e aprofundar-se em uma reflexão. Clay Johnson, em sua obra A Dieta da Informação fala de todos os estímulos digitais que temos no dia a dia, como a televisão, revistas, internet, outdoors, os quais podem ser prejudiciais se as pessoas não souberem administrar suas vidas. Ele diz que a responsabilidade em filtrar, em selecionar a informação é de cada um, comparando a educação informativa com a educação alimentar.

A estudante Miriam Pereira, 16, é um exemplo de disciplina e equilíbrio. Ela consegue utilizar essas mídias de forma moderada e prefere evitar usar celular em sala de aula. Miriam conta, ainda, que as mídias sociais são úteis para marcar encontros ou trocar informações a respeito de trabalhos ou estudos e critica a postura de pessoas que não conseguem se desligar nenhum minuto das mídias sociais. “É um pouco irritante conversar

com pessoas que ficam no WhatsApp toda hora. É desconfortante, pois parece que se está falando sozinha”, desabafa Miriam. Para a professora e psicóloga Caroline Buosi, da Univel, há consequências positivas, como a

possibilidade de se comunicar com pessoas que não vemos há tempo. Ela observa que, no entanto, o uso excessivo é prejudicial, principalmente quando esse uso passa a ser o único para o relacionamento interpessoal. “Quando a pessoa torna-se dependente das redes sociais para se relacionar, ela pode ficar mais ansiosa e vir a desenvolver um quadro depressivo”, alerta a psicóloga, lamentando o fato de as pessoas estarem trocando cada vez mais o mundo real pelo digital. Em meio a todo esse caos virtual, Juliana Martins, 20, tomou uma atitude mais drástica, “cortando o mal pela raiz”: optou por não ter um perfil no Facebook, pois acredita que as pessoas não têm mais convívio umas com as outras, que não conversam mais. “É muito tempo perdido. Eu ficava ali e não fazia nada, só em casa, isolada”, relata Juliana. Claro que vai de cada um controlar o acesso às mídias sociais: “Se a vida do usuário estiver fragilizada, as redes sociais irá agravar esse estado, mas se a vida dela estiver estável nada irá representar”, enfatiza a psicóloga Caroline. Mas e você, conseguiria ficar pelo menos uma semana off-line?

Dieta cibernéticaaos viciados em mídias sociais

O uso exagerado de redes sociais pode prejudicar relações, trabalho e estudo

Mundo cibernético aprisiona usuários Juliana Martins optou por excluir o perfil do Facebook

Miriam Pereira faz uso moderado das redes sociais

A psicóloga Caroline Buosi explica as consequências

Amanda Cieslak e Ana Cláudia Kaminski

FOTOS: ANA CLÁUD

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15março de 2015 AGRONEGÓCIO

Hotéis, restaurantes, comércio e até proprietários de casas lucram com Show Rural

“Ares” de metrópole

Rogério Rizzardi, coordenador do Show Rural Coopavel

A primeira edição do Show Rural Coopavel aconteceu em 1988,

com duração de 12 horas e 110 participantes. Já na última edição,

realizada em fevereiro deste ano de 2015, foram contabilizados o recorde de

230 mil visitantes. Com o crescimento da cidade, o

Show Rural Coopavel segue a mesma linha de desenvolvimento e os planos do evento já estão previstos até 2021. Fica, então, um convite, tanto para você que já conhece, quanto para você que ainda

não visitou a feira.

Show Rural Coopavel, realizado há 27 anos em Cascavel, é o maior evento de agronegócio do país

No dia 31 de janeiro de 2015, começou o 27º Show Rural Coopavel. A feira, que tem como objetivo trazer as novidades tecnológicas do agronegócio para os agricultores, é conhecida também pela movimentação em Cascavel, a qual aumenta a cada ano. Durante o evento, o giro econômico na cidade e até em municípios vizinhos aumenta, a começar pelo setor de hotelaria, em que todos os hotéis da cidade lotam e casas são alugadas. O proprietário do hotel Ibis, de Cascavel, Edson Vasconcelos, afirma que a semana da feira é diferente para a cidade: “O hotel fica lotado. É uma semana muito atípica, a cidade inteira muda. O público alvo nessa época são homens. Um mês antes do Show Rural recebemos equipes de montagens que vêm do Brasil inteiro para expor a sua marca e uma semana antes predominam executivos e gerentes de todo o mundo”, relata. Uma prática muito comum durante o evento são os aluguéis de casas, chácaras e apartamentos para visitantes, já que os hotéis não suprem a grande demanda da semana. Muitos saem da própria casa para disponibilizar pouso a visitantes do Show Rural. É o caso do projetista em arquitetura, André Fernandes: “Aluguei meu apartamento por uma semana motivado pelo fator financeiro, pois posso passar esse tempo na casa da minha mãe e ainda lucrar com isso”, afirma André. O organizador do Show Rural Coopavel, Rogério Rizzardi, compara Cascavel com a alta temporada de cidades praianas. Ele explica que no site oficial do Show Rural - www.showrural.com.br/ - há uma página onde proprietários podem se comunicar direto com interessados em alugar sua residência. “Os alugueis de casas antes eram administrados por imobiliárias. Devido a alta procura, o site da Coopavel disponibilizou, a partir do último evento, um espaço em seu site para a comunicação entre proprietários de imóveis e possíveis inquilinos”.

Empregos temporários Cascavel, com seus 300 mil habitantes, é uma cidade em desenvolvimento, onde se cogita a sua transformação em metrópole. Durante a semana do evento, a cidade entra em contato com as vantagens e desvantagens de uma capital.Rogério Rizzardi enfatiza o que Cascavel ganha com a feira: “São injetados milhões e milhões de reais na nossa região, em uma época que antes era fraca em termos de recursos, faturamento e economia”, afirma Rogério. Além disso, muitos materiais utilizados na infraestrutura da feira são adquiridos em empresas de Cascavel e região, incluindo a hospedagem, alimentação e transporte. A acadêmica de Direito, Renata Segala, trabalhou como temporária no evento pela primeira vez, e diz ser compensatório: “apesar de cansativo, e muitas meninas trabalharem em baixo do sol o

Trânsito caótico Assim como uma grande metrópole, a cidade sofreu com problemas no trânsito. O difícil acesso ao local da feira fez com que alguns visitantes avaliassem o evento de forma negativa. Rogério afirma que o problema do trânsito já é discutido há alguns anos, porém não depende apenas da organização, mas sim da sociedade e do governo. “Mesmo assim, foi fundamental o trabalho feito pela Polícia Rodoviária Federal para a efetivação da feira”, avalia.

Curiosidadedia inteiro, no final compensa, pois o emprego tem duração de uma semana e não atrapalha os meus estudos”, esclarece Renata, lembrando que pretende trabalhar no Show Rural novamente em 2016.

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Adilson Anderle Junior e Rafaela Ghelfond Bacaltchuk

ADILSON ANDERLE JUNIOR

Page 16: Unifatos 2015 - 1° Edição

16 MARCA PÁGINA março de 2015

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A porta fecha num estrondo repentino. Ouço passos distantes, mas a pouca iluminação me impede de enxergar. O ar que entra da janela aberta causa um calafrio momentâneo, obrigando-me a encolher ainda mais atrás do armário da cozinha. O corte no estômago sangra desesperadamente, com certeza formando um rastro por onde me arrastei. De repente a luz da cozinha acende. Tento reprimir o gemido, mas ele escapa da boca antes mesmo de conseguir tapar com a mão ensanguentada. As lágrimas surgem, mas não pela dor onde a faca perfurou a barriga, mas pela certeza de que ela está chegando. - Sangue! O mesmo que nos lava ao nascer, é o que nos banha ao morrer. Seu sangue é a sentença de seus pecados, formando rastros para que possa te encontrar. Tolice, Mercedes, tentar se esconder de mim. Ela caminha em minha direção a passos pesados, a respiração exasperada, arrastando a faca por onde passa. O ruído estridente me causa arrepio súbito com a recordação daquela faca me perfurando. Mais sangue escorre entre meus dedos, à medida que as forças se esvaem de mim. A camisola de seda, que um dia foi branca, gruda em meu corpo em tons rubros de odor pútrido. - Mercedes, Mercedes... – diz a voz serena da assassina – Acabe logo com isso. Se entregue a morte. - Por que está fazendo isso comigo? – sussurro com uma voz trêmula. - Não seja cínica, querida. Você pode até se esquecer de tudo que me causou no passado, mas minha dor está viva em minhas memórias. Chegou a hora de me vingar, chegou a hora de te fazer pagar por toda minha

desgraça. A assassina risca o mármore da pia sobre minha cabeça. Choro, grito e me contorço em minha dor. Meu corpo treme em espasmos constantes, como se a morte estivesse próxima. E de fato está. Ela me encontra escondida em um vão atrás da pia, encolhida, pálida e banhada em sangue. Ela dá gargalhadas a me ver desesperada. Fecho os olhos. A brisa que entra da janela me ataca novamente. Sinto o calafrio chegar, no mesmo instante que a dor da faca em meu peito. É o fim. - Te encontro no inferno, Mercedes! Pensei então, que de algum modo me livraria da morte, mas ela foi cruel. Podia sentir, minha vez havia chegado. Sua faca brilhante foi cravada em meu peito. E aos poucos a dor não é mais um problema, conforme a morte se aproximava.* Poderia apostar que a megera iria gritar e espernear enquanto morria a minha frente. Mas a morte lhe veio silenciosa, nem mesmo lágrimas havia. Lavo a faca, com calma, observando o sangue escorrer do metal direto para o ralo da pia. Seco a mão em uma toalha branca, deixando vestígios do sangue podre da morta. - É Mercedes, está na hora de preparar seu funeral! Apago a luz e saio da cozinha.

CONTINUA!

APARTAMENTO 111Obcecada pelo sangue

Matheus Roch*

*Matheus Roch, estudante do 3º ano de Jornalismo, é apaixonado por moda e litaratura.

O amor é uma competição? Para 35 garotas de Illéa, sim! Em uma civilização dividida por castas, onde a casta um é a real e a oito são os moradores de rua, meninas de castas inferiores veem na Seleção, uma oportunidade de mudar de vida e conquistar a coroa real. Mas o

processo não é simples. Antes de conquistar o título de princesa, as garotas precisam conquistar o coração do irredutível príncipe, em um reality show, transmitido para toda a província. Em uma escrita leve, Kiera Cass constrói seu próprio mundo, novas regras, um governo diferente e personagens cativantes. Triângulos amorosos se formam, mentiras, ciúmes e brigas transformam a seleção da nova princesa de Illéa em um evento eletrizante do início ao fim. Será que America, protagonista de gênio forte será a escolhida?

Você já imaginou descobrir um poder sobrenatural? Tessa também não! Mas despois de perder toda sua família, e se encontrar perdida em uma Londres vitoriana, Tereza Gray descobre que a vida pode ser mais complicada doque perdas.

Com a descoberta de seus poderes, Tessa passa a ser cobiçada por monstros, os mesmos que ela acreditava não existir: vampiros, lobisomens, feiticeiras e outras criaturas do submundo. E assim como os monstros, existem também os Nephilins, descendentes de Deus e que devem proteger a terra. Sem saber quem está do seu lado, Tessa passa a viver em busca do irmão, desaparecido. Ela descobre que apesar de jovem, possui uma missão e que seu dom desconhecido pode ser a chave de tudo. Com um misto de romance e drama, Cassandra Clare escreve a história de Tessa, dos mosntros e dos filhos de anjos de uma forma enigmática e atormentadora. Nas páginas de Anjo Mecânico, primeiro livro da Trilogia As Peças Infernais, você conhece os bonzinhos e os malvados, e outras criaturas que não foram criadas nem por Deus, nem pelo demônio. E são essas criaturas que Tessa e todos devem temer!

Evento: Circuito Cultural Sesi - Espetáculo musical “Traço Básico de Paulinho Schoffen”Local: Centro Cultural Gilberto Mayer Data: 08/05Horário: 20h00Descrição: O intuito do cantor é trazer a tona o ser humano a sua maneira. Com imperfeições, estranhezas, conflitos, falhas. Este questionamento traz a sonoridade que remete a sentimentos que variam desde dúvida até alegria. Ingressos: R$ 6 (inteira) e R$ 3 (meia-entrada) no centro cultural. Podem ser retirados gratuitamente para pessoas que trabalham na indústria e dependentes do Sesi. Informações: (45) 3379-6110

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