unifatos 2014 - 5° edição

16
Jornal Laboratório elaborado pelo 3º ano do curso de Jornalismo da Univel - ano XIII - edição 62 - agosto/setembro de 2014 Renan Kuntz, 18, da cidade de Toledo, mostra que alcançar grandes objetivos é questão de perseverança e interesse. Apesar da pouca idade, o jovem possui um currículo mais extenso que muito universitário. Ele embarcou para Tulsa no dia 14 de agosto e no fim do mesmo mês ele inicia a tão sonhada graduação. Para isso, no entanto, ele teve que fazer uma campanha na internet para arrecadar dinheiro para custear o curso e a viagem. Toledano estuda em Tulsa p. 6 e 7 ARQUIVO PESSOAL

Upload: oficial-unifatos

Post on 21-Jul-2016

225 views

Category:

Documents


4 download

DESCRIPTION

 

TRANSCRIPT

Page 1: Unifatos 2014 - 5° Edição

Jornal Laboratório elaborado pelo 3º ano do curso de Jornalismo da Univel - ano XIII - edição 62 - agosto/setembro de 2014

Renan Kuntz, 18, da cidade de Toledo, mostra que alcançar grandes objetivos é questão de perseverança e interesse. Apesar da pouca idade, o jovem possui um currículo mais extenso que muito universitário.Ele embarcou para Tulsa no dia 14 de agosto e no fim do mesmo mês ele inicia a tão sonhada graduação. Para isso, no entanto, ele teve que fazer uma campanha na internet para arrecadar dinheiro para custear o curso e a viagem.

Toledanoestuda em

Tulsa

p. 6 e 7

ARQU

IVO

PESS

OAL

Page 2: Unifatos 2014 - 5° Edição

2 OPINIÃO agosto/setembro de 2014

Univel (União Educacional de Cascavel) - Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas de Cascavel. Avenida Tito Muffato, 2317 - Bairro Santa Cruz. CEP: 85.806-080 - Cascavel - Paraná. Telefone: (45) 3036-3636. Diretora: Viviane Silva.Unifatos. Jornal laboratório elaborado na disciplina de Técnicas de Reportagem, Entrevista e Pesquisa III do curso de Jornalismo. Coordenadora: Letícia Rosa. Professora orientadora: Wânia Beloni. Acadêmicos (textos, fotos e diagramação): Douglas Trukane dos Santos, Flavia Daniela Duarte dos Santos, Gabriel Ramos Pratti, Heloísa Iara Perardt Pinto, Heloize Lima dos Santos, Janaina Teixeira, Jéssica de Araujo, Jhonathan de Souza D’witt, Kássia Paloma Beltrame Oliveira, Larissa Ludwig, Leandro de Souza, Maicon Roselio dos Santos Camargo, Makelen da Cas Rotta, Marcelo Gartner Machado, Maximiliane Veiga, Rebeca Branco dos Santos, Renan Paulo Bini, Ricardo Pohl, Ricardo Silva de Oliveira, Silmara dos Santos, Thais Padilha Antunes, Walkiria Oliveira Zanatta e Wilian Clay Wachak. Projeto gráfico: Wânia Beloni. Tiragem: 1 mil exemplares. Impressão: Jornal O Paraná. E-mail para contato: [email protected]

Expediente

No dia 12 de junho de 2014, início do mundial de futebol no Brasil, o site da rede norte-americana CNN publicou um artigo em que perguntava: “Irá a Copa do Mundo reconquistar a fé das pessoas no futebol?”. Nem o mais pessimista dos jornalistas estava imaginando o massacre que a seleção brasileira sofreria. 7x1 para os alemães no Minerão. O artigo da CNN debateu sobre a possibilidade de protestos que poderiam ocorrer durante a Copa. No entanto, muito pouco se viu sobre eles, no final. Os gastos exorbitantes do governo (dos 25,6 bilhões de reais totais, 83,6% saíram dos cofres públicos) contribuíram para um “ódio à Copa” e, por conseguinte, ao futebol e ao esporte. Este artigo não visa discutir a necessidade do mundial (em termos políticos e econômicos), mas o quanto a imagem do maior esporte da terra estava desgastada no início do torneio. É inegável que a Fifa (Federação Internacional de Futebol Associado) é a maior instituição relacionada ao futebol, mas o esporte não se limita somente à organização. O esporte, que se viu em campo, jogado, foi um espetáculo. Até a fase semifinal, o mundo inteiro ovacionava partida após partida. Parecia que a resposta para a pergunta do artigo era certa: sim! As pessoas deliciavam-se com os jogos. Nunca a diferença entre as “pequenas” e as “grandes” seleções fora tão pequena dentro de campo. A ameaça de “zebra” era eminente. Mas aí veio o baque, a tempestade, a vergonha. O mundo assistiu à maior goleada da história da seleção brasileira. 7x1 para a Alemanha, e em plena terra “brazuca”. Logo após o quarto gol dos alemães, já se via o discurso nas redes sociais totalmente oposto ao de início do jogo: “Vai Brasil!”, “brasileiro com orgulho!”, deram espaço à “que time imprestável!”, “vergonha de ser brasileiro!”. Infelizmente, no futebol nem todos podem ganhar. Mas uma mudança tão repentina de comportamento, em menos de 40 minutos? São inegáveis os problemas da seleção brasileira - principalmente os cartolas que comandam a CBF (Confederação Brasileira de Futebol), e que foi uma derrota histórica. Mas pessoal, não misturem cidadania com esporte, nação e o torneio de uma instituição privada (Fifa). Subitamente, a resposta para a pergunta se tornou um grande “não” por conta do resultado. A derrota deve servir de lição. Defeitos foram finalmente notados, e logo contra o maior exemplo de trabalho, planejamento e organização: a Alemanha, depois de 14 anos de renovação, se tornou tetracampeã mundial, com direito a um “chocolate” contra a seleção brasileira. Depois da derrota na Eurocopa de 2000, os alemães planejaram uma renovação no futebol do país. Regulamentaram o campeonato nacional (com rigorosos controles financeiros e punição aos clubes), investiram nas categorias de base e se prepararam também para receber o mundial de 2006. Não é por acaso que os alemães ganharam. 14 anos de trabalho refletiram no título. Há 14 anos, os jovens que hoje são tetracampeões (com idade entre 22 e 30 anos) foram trabalhados desde as bases renovadas, e formaram um tremendo time! Logo após a “recuperação” do 7x1 (o que é impossível), a CBF, tão cobrada por uma renovação, anuncia dois nomes: Gilmar Rinaldi, o novo coordenador-geral de seleções e Dunga, como o novo técnico. O primeiro é um ex-agente de jogadores, que anunciou a aposentadoria deste ofício para assumir a nova posição na CBF e o segundo... bem..., o segundo já é velho conhecido. Por um lado, o capitão do tetra; do outro, o técnico “rabugento” da sexta posição na África do Sul. Fato é que nenhum dos lados é sinônimo de renovação. Dunga, em seu discurso de posse, prometeu reverter a “má fama”, mas a visão de futebol “truncado” do treinador não agrada a todos. O futebol em todo o mundo está sendo tratado como uma nova ciência.Técnicos estudam, participam de congressos e se especializam no esporte. A “filosofia” do futebol precisa ser tratada com muito cuidado. Por que não um técnico estrangeiro assumir a seleção canária? Poderia trazer um ar novo e desculpe-me pela síndrome de vira-lata: um ar de “primeiro mundo” ao futebol. O Campeonato Brasileiro é um caos, sem falar nos estaduais! Nós, do “país do futebol”, somos os que nadam contra a corrente evolutiva do esporte. Isso tem que mudar. Quantos mais 7x1 nós precisamos sofrer? Rússia 2018, aqui vamos, infelizmente, nós.

A controversa respostaGabriel Pratti

ARTI

GO

O Unifatos em mais uma dedicada edição apresenta comportamentos e histórias como a do músico Adriano Moretto e a reportagem sobre a Casa da Sopa, no bairro Morumbi. Além disso, o jornal está recheado de diversas expressões culturais. Mas o que seria uma cultura? Muitos leitores, ainda com pensamentos do século XVIII, acreditam que o termo cultura se refira apenas às noções de etiqueta e educação. Sendo assim, ainda acreditam que uma pessoa para ter cultura tenha que fazer parte de uma elite, seja econômica, seja pensante ou lúdica. Quando se fala em cultura, tem-se em mente vários significados: danças, folclore, comidas típicas, entre outras coisas que remetem ao passado de um povo. Algumas pessoas podem até questionar: cultura não vem do termo cultivo? Sim. Cada povo cultivava determinadas especiarias e carregava com isso, as formas de plantio e de preparação. Sendo assim, exprimia, por meio do plantio, ou seja, da cultura, formas de se alimentar e de sobreviver, que são, no final das contas, formas de expressão cultural. O antropólogo José Luiz dos Santos, em sua obra O que é cultura, colabora com esta ideia, ao dizer que cultura “é o resultado de uma história particular, e isso inclui também suas relações com outras culturas”, explicando, ainda, que a cultura pode se manifestar nos costumes e nas tradições de um povo. Os estereótipos que cada país carrega também fazem parte da cultura que uma comunidade exprime perante as outras. Após o período da Copa do Mundo, estrangeiros que aqui estiveram puderam desmistificar o discurso de que a cultura brasileira é formada apenas por futebol, samba e mulher. Assim, a vinda de milhares de visitantes ao Brasil foi boa, pois eles puderam conhecer o Brasil de verdade, compreender que uma cultura é formada por muito mais aspectos, desde a forma de um povo se exprimir e se alimentar, até a maneira como ele encara as dificuldades e alegrias. Além disso, os estrangeiros puderam conhecer as belezas naturais, o carisma e a ironia do brasileiro, que ao perder a Copa, fazia brincadeiras e sátiras. Partindo para o lado prático de compreender uma cultura, conheça algumas histórias, entre elas a do garoto toledano, que foi aprovado para o intercâmbio nos Estados Unidos. Conheça também como a cultura de um povo está presente em pratos típicos como o sushi itinerante e hobbys como xadrez, que além de arte, também é ciência. Descubra também uma das grandes injustiças de Hollywood na coluna InDica, e por fim não deixe de conferir a sessão especial da coluna Click que retrata os futuros profissionais em práticas laboratoriais.

Conheça algumasexpressões culturaisWilian Clay

Page 3: Unifatos 2014 - 5° Edição

3agosto/setembro de 2014 PERFIL

Papo solto comAdriano Moretto

Como surgiu o gosto pela música?Quando eu tinha cerca de nove anos de idade eu ganhei um violão da minha mãe, mas na época eu não tinha noção de como tocar. Apenas ouvia as outras pessoas. Na escola nós tínhamos aulas de inglês, e para decorar a professora nos fazia cantar para aprender a língua. Além disso, tinha um guitarrista perto de casa, que na época tocava em uma banda. Eu sempre o ouvia e um certo dia ele me ensinou algumas técnicas simples.

Fez algum curso de música?Eu estudei uns dez anos, entre conservatórios e vídeo aulas. Além disso, com as experiências das bandas que passei, por muitos lugares, sempre tinha músicos excelentes e eu “colava” nos caras. A gente vai adquirindo conhecimento e experiência.

O que é a música para você?Acredito que em tudo a gente escuta música. Desde um simples barulho ao acender uma lâmpada, você está escutando um ronco, um chiado ou até um ruído. Tudo tem uma tonalidade ou nota musical, então isso de certa forma também é uma maneira de fazer música.

Qual o estilo de música que você gosta?Eu curto a boa música americana, como o jazz, o blues e a música negra. Eles têm um trabalho de voz maravilhoso. Quando se fala em música brasileira, porém, eu gosto de ouvir bossa nova e

o sertanejo raiz, que normalmente tem uma letra bacana, que conta uma história.

Por que decidiu cursar Administração? Eu sempre me dei bem com a questão de trabalhar em equipe. Além disso, gosto de números. Acho isso interessante.

Por que não se dedicar somente a música?Nós vivemos em um mundo onde o mercado exige cada vez mais capacitação. Talvez eu não tenha me dedicado por acreditar que esse mundo musical estivesse saturado, pois há muitos cantores bons ou pessoas que sabem tocar um instrumento.

O que você almeja?Assim como todas as pessoas: conquistar um espaço digno e honesto na sociedade. Esse é o motivo por eu estar aos 33 anos em uma faculdade, estudando e me dedicando para ser alguém na vida.

Um defeito e uma qualidade.Sou um pouco inflexível, talvez devido a alguns princípios que aprendi na infância ou pelas dificuldades que eu passei. Uma qualidade? (risos). Eu tento sempre fazer o bem para as pessoas que me rodeiam e tento ser sempre empático, ser sincero e me colocar no lugar dos outros.

A pessoa mais importante para você?Minha mãe!

Funcionário e estudante da Univel é um talento musical

Quem apenas observa o funcionário, técnico de áudio, e estudante do curso de Administração matutino, da Univel, Adriano Moretto, nem imagina o talento que este rapaz, de 33 anos, tem. Ele é guitarrista da banda Da Cor do Pecado há dois anos, com a qual se apresenta nos finais de semana em eventos, como casamentos e formaturas, mas também sabe tocar violão e contrabaixo, assim como cantar. Neste ano, o guitarrista tem colaborado muito com o projeto Valores Humanos e Culturais, auxiliando os acadêmicos, professores e funcionários que querem mostrar seus talentos nos intervalos das quartas-feiras. Com um sorriso no rosto ele conta sobre seu amor pela música, assim como sobre seus sonhos e perspectivas.

Heloize Lima

FOTOS: ARQUIVO PESSOAL

ARQUIVO PESSOAL

Page 4: Unifatos 2014 - 5° Edição

4 CARTÃO POSTAL agosto/setembro de 2014

Cerejeiras sem cereja

A beleza japonesa em Cascavel

FOTO

S: JA

NAI

NA

TEIX

EIRA

Page 5: Unifatos 2014 - 5° Edição

5agosto/setembro de 2014 CARTÃO POSTAL

Entre os meses de julho e agosto, Cascavel pode ser vislumbrada com flores de cor rosa, escuras e claras. As okinawa e as himalaia, de origem japonesa, dão folhas constantemente, mas só florescem duas semanas ao ano, geralmente na última de julho e a primeira de agosto. Essas árvores podem ser vislumbradas em vários pontos da cidade, como na Rodoviária da cidade, no Lago Municipal e na Avenida Rocha Pombo. Kazuio Nichinori Komori, no Brasil batizada com o nome de Elizabeth, japonesa vinda da Província de Kochi no Japão, mudou-se para cá em 1954, fugindo da guerra que assolava o Japão, mudou-se para Cascavel na década de 1980, pelo fato de a cidade possuir bons médicos e um clima agradável.“Em 1985, meu pai me mandou a primeira muda que está plantada na Rua Antonina”, exalta, destacando que em 1993, após a florada das primeiras cerejeiras da qual havia ganhado as sementes de seu pai. Doou cerca de 10 mil sementes de cerejeira para cultivo da planta em Cascavel, durante o governo de Fidelcino Tolentino. Em 1954 a família Komori chegou em Bastos (SP), no Brasil, para trabalhar junto com

conterrâneos no cultivo de cogumelos, renda para sustento e estabilidade financeira da família. Com eles vieram as primeiras sementes de cerejeiras, as quais foram plantadas por uma das irmãs de Kazuio, Ana Maria Kumi, em Atibaia (SP). “Minha mãe gosta muito de ir para Atibaia. Ela lembra muito do meu pai”, diz Kazuio, lembrando que sua irmã, Ana Maria, ainda mantém um jardim em Atibaia com vários outros tipos de plantas. Os dois tipos de cerejeira encontrados em Cascavel têm diferenças, além da tonalidade. A okinawa tem as flores aderidas à árvore, como aquela que pode ser observada próxima a Sema (Secretaria de Meio Ambiente). A outra variação, himalaia, tem os galhos caídos, formando cachos. Esta pode ser vista na ciclovia do lado oposto a Sema. Em alguns lugares de São Paulo é possível encontrar ainda uma terceira espécie da planta: yukiwari, também da cor rosa, porém maior. Os cascavelenses aprovam a beleza das cerejeiras. “Acho lindo, mais lindo ainda é quando as cerejeiras refletem na água do Lago”, diz o bancário Luiz Carlos de Oliveira que costuma aproveitar os fins de tarde para caminhar no Lago Municipal.

No Japão, a sakura, como é chamada a árvore de cerejeira, pode ser encontrada em outras cores. Lá existem mais de 300 espécies da planta, de diferentes cores e tamanhos, entre elas as cerejeiras de flor branca , as quais sobrevivem naquele país pelas condições do ambiente e solo. Elas podem ser encontradas em todo o Japão, principalmente na região do Monte Fuji. A sakura é apreciada pelos guerreiros samurais e está associada à efemeridade e ao código dos samurais, o Boshido, que tem como lema: “viver o presente sem medo”. Assim como o pouco tempo de duração da florada, a vida deve ser aproveitada ao máximo e sem medo.

Saku

ra

De acordo com José Alexandre Penga, que possui floricultura desde 1990 na cidade, as mudas de cerejeira podem ser compradas por cerca de R$15,00, na cor rosa. O enxerto vem do Rio Grande do Sul e Santa Catarina e a planta leva cerca de dois anos para florir, chegando a crescer um metro ao ano. Para quem desejar cultivar essa espécie em sua casa, basta seguir algumas dicas da bióloga Joana Paula Carneiro: “O clima propício para o cultivo é em baixas temperaturas, já que sua origem é asiática. Precisa estar em lugares ensolarados e necessita ser drenado, mas com muito cuidado”. Seguindo esses passos, basta esperar o florescer da cerejeira e relembrar que um pedacinho do Japão está plantado em sua casa.

As mudas na floricultura

Há uma lenda que

a princesa Konohana

Sakuya Hime caiu do céu

perto do Monte Fuji e

que no local nasceu uma

linda planta, com flores

maravilhosas, a qual ficou

conhecida como “Sakura”.

A flor, que dura somente

duas semanas, representa

o fim do inverno e início da

primavera.A le

nda

japo

nesa

Silmara Santos

A primeira carejeira plantada em Cascavel está na Rua Antonina

Kazuio Nichinori Komori, no Brasil chamada de Elizabeth, com sua mãe

Page 6: Unifatos 2014 - 5° Edição

EDUCAÇÃO agosto/setembro de 20146

Tulsa: o sonhoque ultrapassa fronteiras

Ricardo Oliveira

Ciência O jovem que sempre estudou em escola pública pretende cursar Química e atuar na área de Biotecnologia aqui no Brasil. Em Tulsa também é possível concluir duas graduações ao mesmo tempo desde que as disciplinas sejam parecidas, assim Renan pretende se formar em Engenharia Química e Química. O toledano, que sempre quis ser alguém que fizesse diferença na sociedade, pretende retribuir os esforços aplicando as pesquisas realizadas nos Estados Unidos em solo brasileiro. Renan ficou fascinado por esse campo de estudo após assistir um vídeo do pesquisador Hadyn Parry, que desenvolveu um novo tipo de mosquito da Dengue por meio da manipulação genética e em quatro meses conseguiu diminuir em 85% a população de Aedes Aegypti em uma cidade do Nordeste brasileiro. “Eu fiquei muito assustado e empolgado, porque ele conseguiu usar o estudo da vida que envolve a química, para criar algo que atinge e muito a vida das pessoas e para melhor”, ressalta orgulhoso. No Brasil, a Biotecnologia possui um vasto campo de aplicação e envolve várias áreas do conhecimento como a ciência básica que contempla a Biologia Molecular e Celular, microbiologia, Genética e Embriologia, além da Ciência aplicada e outras tecnologias. Aqui no país esses estudos se aplicam com mais frequência na produção de novos medicamentos no tratamento de resíduos e pragas e também na melhoria das colheitas. Membros da Universidade de Tulsa parabenizam Renan pela conquista

FOTO

S: D

IVUL

GAÇ

ÃO

Num país em que há uma grande descrença na educação pública, o toledano Renan Kuntz, 18, está mostrando que alcançar grandes objetivos é questão de perseverança e interesse. Apesar da pouca idade, o jovem possui um currículo mais extenso que muito universitário. Em 2012 foi finalista na Olimpíada de Português, enquanto cursava Informática na UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná). Em 2013, foi premiado na Olimpíada de Paranaense de Química e participou do Milenium Younth Camp, na Finlândia, onde realizou um projeto de Planejamento Urbano para a Universidade local. No fim do ano passado foi selecionado entre 12 mil pessoas para ser um Jovem Embaixador, e logo no começo de 2014 foi aos Estados Unidos. “Foi espetacular ser escolhido entre 12 mil inscritos e ao chegar lá se encontrar com jovens muito parecidos com você”, observa. Além de todas essas atividades, Kuntz ainda participou de projetos de iniciação científica nas áreas de Matemática, Engenharia Civil e Literatura nos anos de 2012 e 2013; foi medalhista também nas Olimpíadas de Astronomia, Língua Portuguesa e Linguística nos mesmos anos. Mas as suas conquistas não pararam por aí. Renan tinha o sonho de estudar Química na Universidade de Tulsa no estado de Oklahoma nos Estados Unidos. “Eu pensei: será que é possível ir para Tulsa? Então resolvi pesquisar”,

conta o rapaz, que mais uma vez correu atrás das suas metas e encontrou na internet a Fundação Estudar, a qual repassou ao estudante como garantir a vaga na tão sonhada Universidade. “Eu fui para Curitiba para fazer como se fosse um Enem (Exame Nacional do Ensino médio) Americano. Precisei provar a proficiência em Inglês, levar cartas de recomendações dos meus professores, fazer redações, tudo para conseguir entrar em Tulsa”, conta. Após a longa jornada de estudos, Renan Kuntz foi aceito na tão sonhada faculdade e ganhou uma bolsa para ingressar na graduação. Mas mais um desafio precisou ser superado: conseguir o dinheiro para manter-se no país. Os custos mensais para viver, destacando moradia, alimentação, plano de saúde, livros e taxas se aproximam aos R$ 113 mil. O jovem recebeu da Universidade duas bolsas de estudo, porém ainda restava R$ 20 mil para que o sonho então fosse realizado. Mesmo assim, Renan não perdeu as esperanças e lançou a campanha “#RenanemTulsa” no Facebook e também no site Benfeitoria.com que foi uma “vaquinha” on-line para angariar fundos e poder enfim partir para os Estados Unidos. Os benfeitores que colaboraram receberam presentes custeados pela Universidade de Tulsa na mesma proporção dos valores doados e caso a campanha não desse certo o site devolveria todo o montante arrecadado à quem colaborou.

No dia 15 de julho, faltando apenas oito horas para que o prazo da vaquinha terminasse e o sonho chegasse ao fim, a meta estipulada foi alcançada e ainda passou da quantidade pedida e enfim Renan irá para Tulsa. O toledano ressalta o sentimento de estar mais perto do seu sonho. “É muita felicidade e gratidão, porque muitas pessoas se envolveram nesta campanha e me apoiaram, seja financeiramente ou na forma de divulgação dela”. Renan Kuntz embarcou para Tulsa no dia 14 de agosto. No fim deste mês de agosto ele inicia a tão sonhada graduação.

Sonh

o re

aliza

do

Page 7: Unifatos 2014 - 5° Edição

agosto/setembro de 2014 EDUCAÇÃO 7

Jovem toledano correu contra o tempo para iniciar graduação nos Estados Unidos

Renan pretende trabalhar com Biotecnologia no Brasil

Page 8: Unifatos 2014 - 5° Edição

8 CIDADANIA agosto/setembro de 2014

Um toque de solidariedade

“Casa da Sopa”, em Cascavel, oferece, desde 1993, à comunidade carente comida, desenvolvimento pessoal e profissionalização

Ajuda, amparo ou caridade. Todas essas palavras servem para expressar um conceito importantíssimo na sociedade atual, exemplificando o que seria a solidariedade. Com tantas guerras, descasos e egoísmo noticiados constantemente pela mídia, instituições, sejam religiosas, públicas ou privadas, acabam realizando ações de cidadania, em meio ao caos presente, resultado da má distribuição de renda. Um grande exemplo de caridade é o IEM (Instituto Educacional Morumbi), mais conhecido como “Casa da Sopa”. A instituição surgiu em 1993 com o objetivo de dar assistência à comunidade carente do bairro Morumbi. “No início, as tarefas eram realizadas ao ar livre, em baixo de um pinheiro próximo a um fundo de vale, que havia sido invadido pelos moradores”, conta Rosângela Ornelas, uma das coordenadoras do projeto. Mardareth Oliveira Dutra, uma das voluntárias espirituais, está há mais de 20 anos ajudando a construir a realidade da Casa da Sopa. “Estou desde o

início participando das atividades. Iniciei quando meu filho tinha apenas dois anos de idade, já faz mais de 20 anos que participo”, conta. Mesmo com todos os desafios do início, Mardá, como gosta de ser

chamada, conta como foi o seu primeiro dia auxiliando na distribuição dos pratos. Ela explica que quando começou a participar, foi chamada para fazer sopa, no Seac (Sociedade Espírita Amor e Caridade). “Tinha uma turma que já estava cozinhando e então comecei a ajudá-los na manipulação dos alimentos. Depois disso, saímos de lá com a sopa pronta dentro de dois galões daqueles de leite, pois era bastante e fomos em direção ao Morumbi”, conta Mardá, lembrando que

era um dia de chuva. “Um dia de muita chuva”, complementa. Mesmo assim, ela recorda que muitas famílias vieram para receber a sopa, devido à fome que estavam passando. “Quando vimos já tinha uma fila de pessoas e de crianças, muitas crianças com vasilhas em mãos” diz ela.

Do combate à fome ao desenvolvimento

de cidadania e dignidade

Daniel, participante das oficinas realizadas na Casa da Sopa

FOTO

S: K

ASSI

A BE

LTRA

ME

E RE

NAN

BIN

I

Kassia Beltrame e Renan Bini

Page 9: Unifatos 2014 - 5° Edição

9agosto/setembro de 2014 CIDADANIA

“Olh

os h

uman

os” O desenvolvimento das atividades e os ensinamentos

importantes à vida, transformou a vida de muitos moradores. Angélica Cavelheiro relata que antes de participar das atividades no IEM, tinha uma visão inferiorizada das pessoas carentes. “Eu os julgava por apresentarem mau cheiro. Meus pais sempre diziam que nossa família era melhor do que eles. Como era criança, eu acreditava em meus pais. Hoje não os vejo mais assim. Faz sete anos que participo das atividades e aprendi a olhar tudo aquilo com outros olhos, olhos humanos e não preconceituosos”, diz Angélica. Além de mudanças na visão de quem não vivia aquela realidade, a Casa da Sopa também proporciona às famílias carentes o desenvolvimento da autoestima, mudanças positivas no comportamento e aumento da renda de algumas famílias, que vem do Bazar e dos cursos profissionalizantes. A iniciativa de agregar valor ao Bazar, ou seja, de cobrar um valor mínimo, vendendo as peças, começou quando os organizadores perceberam que apenas doar roupas às famílias não resolvia o problema. Muitas pessoas as utilizavam até o desgaste e após um tempo jogavam fora, pois não havia a higienização das peças. Para solucionar o problema, com o intuito de desenvolver a

conscientização da maneira correta da utilização das roupas, foi realizada, na instituição, uma reunião com as mães que participavam, e estipulou-se a adesão de um preço simbólico acima das peças das roupas, destinando o dinheiro arrecadado às despesas de água e luz. Maria Aparecida é a coordenadora do Bazar e conta que “após a iniciativa de agregar valor, as pessoas começaram a cuidar mais do que compravam”. O bazar é realizado mensalmente e o valor de cada peça varia de R$ 1.00 a R$ 5.00. Já os cursos profissionalizantes como: corte de cabelo, designer de sobrancelha, panificação entre outros, são realizados nas segundas, quartas e sextas-feiras no período da tarde, em parceria com o Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) e FCT (Fundação Consciência e Trabalho). A participação nos cursos oferece aos participantes tanto opções para o desenvolvimento pessoal e familiar, quanto a maior segurança na hora de adentrar ao mercado de trabalho. “Os cursos não têm custo algum a quem participa. Todo o material é doado. Após o término do curso, ajudamos as pessoas a serem inseridas no mercado de trabalho, tudo graças às nossas parcerias”, esclarece Karen Regina Seeling, também coordenadora do projeto.

Ajud

e! A Casa da Sopa desenvolve vários projetos que vão desde a

evangelização até o atendimento médico à comunidade. Com isso, há a

necessidade de voluntários. Para se tornar voluntário basta entrar em

contato com a coordenadoria, diretamente no Seac, localizada na Rua São

Paulo esquina com a Visconde de Guarapuava.

O auxílio material também deve ser valorizado. Em 1996, uma

iniciativa, proposta pela Caixa Econômica Federal junto à Prefeitura

Municipal, mudou a realidade da Casa da Sopa, foi doado um pavilhão

para o desenvolvimento de atividades. O pavilhão e o refeitório estão

sendo ampliados e contarão com salas para o desenvolvimento de cada

atividade. Os coordenadores contam com doações em dinheiro, destinadas

à fabricação voluntária de alimentos como pizzas e pés de moleque. A

transformação do valor arrecado em produtos, possibilita que a instituição

lucre até o dobro do que foi arrecadado.

Insensibilidade Vivemos em um país considerado a nação da solidariedade por muitos. No entanto, de acordo com dados divulgados em 2013, o Brasil ocupa apenas a 94ª posição no ranking, o que mostra total descaso social no país. Grande parte das ações sociais desenvolvidas aqui vêm das instituições privadas e não do governo

Obra em andamento na Casa da Sopa, no Bairro do Morumbi

Page 10: Unifatos 2014 - 5° Edição

10 ESPORTE agosto/setembro de 2014

Jhon Dwitt

e raciocínio lógico no tabuleiro

Clube de Xadrez, de Cascavel, oportuniza também o desenvolvimento de vínculos sociais

Parti

cipe

!!!

Para começar a falar da importância do xadrez para o aluno no ambiente escolar ou em qualquer outro ambiente é necessário que se saiba antes o que é o xadrez e como ele surgiu. Sendo assim, o xadrez é um jogo de estratégia e tática no qual os jogadores movem 32 peças em um tabuleiro de 64 casas divididas igualmente e alternadas entre cores claras e escuras. Há muitas lendas sobre a invenção do xadrez, mas a principal e mais famosa delas é a de que um servo do rei Raja, da Índia, havia criado o jogo para entreter o rei que estava disposto a pagar muito bem a quem conseguisse esse feito. O servo então disse ao rei que queria que o seu feito fosse pago com grãos de trigo. Assim, o rei, então, colocaria um grão na primeira casa do jogo, o dobro na segunda e assim por diante. O rei “esperto” aceitou a proposta e fez o que o servo pediu, no entanto quando chegou à metade do tabuleiro, viu que toda a plantação de trigo já havia sido investida no tabuleiro e que o servo já estava milionário. Nada se pode provar, são lendas contadas aos quatro cantos do mundo.Xe

que-

mat

e!

Arte, ciência

Atletas infantis jovem xadrez gigante

FOTO

S: JH

ON D

WIT

T

Edemilson faz um convite a todos os interessados, de qualquer idade, em

ingressar no Clube de Xadrez, que fica no ginásio Ciro Nardi, Rua Barão do Cerro Azul,

nº 484, com horário de atendimento de segunda a sexta-feira, das 13h30 às 19h30

e aos sábados das 8h às 11h.

O xadrez é algo mais do que um jogo; é uma diversão intelectual que tem um pouco de arte e muito de ciência. É, além disso, um meio de aproximação social e intelectual”. O depoimento do enxadrista cubano José Raúl Capablanca, ex-campeão mundial entre 1921 e 1927, evidencia bem como o esporte contribui para o desenvolvimento de quem joga. O professor do Clube de Xadrez Edemilson Pereira, que também é diretor do Colégio Estadual Jardim Santa Felicidade, explica que além de mais concentração e raciocínio lógico, o xadrez oportuniza a seus praticantes o desenvolvimento de vínculos sociais. “Os alunos aprendem também, lições de vida, como sabedoria para lidar com as vitórias e derrotas, assim como a tomar melhores decisões”, reflete. Maciel Bastos, também professor do Clube, acrescenta que o esporte é uma ferramenta

pedagógica utilizada não só para simplesmente mover peças dentro de um jogo, mas para estimular o raciocínio lógico do aluno, o que auxilia na melhora do aprendizado, assim como na vida social. “O xadrez é um jogo, um esporte, uma arte e uma ciência. Propicia a seus praticantes uma melhora na concentração, no julgamento e no pensamento organizado”, salienta o professor. O atleta Guilherme Pereira, 16, aluno do Clube de Xadrez, aponta que o incentivo da família foi fundamental para que ele começasse a praticar. “Eu comecei a jogar na sexta série. Minha mãe comprou um tabuleiro em um bazar por achar bonito e eu me interessei em aprender aquele jogo por curiosidade. Foi quando descobri que o colégio em que eu estudava tinha aulas de xadrez”, comenta, lembrando que começou a praticar com um grupo de alunos, mais avançados no jogo, na época, e

que já participavam de campeonatos, mas que foi muito bem recebido. “Minha vida mudou muito quando comecei a jogar, porque era um grupo unido que me acolheu mesmo eu sendo novato. Eles me ensinaram as técnicas e as melhores táticas para se sair bem durante os jogos em campeonatos”, explica Guilherme, lembrando que já participou do Jeps (Jogos Escolares do Paraná), realizado em Medianeira, e ficou em quarto lugar. O xadrez é o segundo esporte mais praticado no mundo, abaixo apenas do futebol. O professor Maciel acredita que para aprender a jogar não basta sentar na frente de um tabuleiro e simplesmente jogar. Para ele, é necessário também um jogo pré-enxadrístico, ou seja, mostrar os movimentos em determinada situação, ensinar novas aberturas de jogo para estimular o interesse do aluno. “O xadrez é uma prática que aceita e valoriza as diferenças”, afirma.

Torneio misto de xadrez no ginásio Ciro Nardi

Page 11: Unifatos 2014 - 5° Edição

11agosto/setembro de 2014 CULTURA

Quarta-feira, 20h45. Não há mais o murmúrio e as banais conversas rotineiras. Parte das pessoas restritas àquele recinto não estão inertes à tecnologia ou aos costumais grupos. Seus olhares estão voltados para um pequeno palco, no qual vozes esquentam as noites do intervalo com a combinação de ritmo, harmonia e melodia. O fato é que novos talentos estão sendo revelados na Univel, por meio do projeto Valores Humanos e Culturais, coordenado pela professora Deise Rosa. Acadêmicos, professores e funcionários têm demonstrado suas habilidades artísticas. Pamella Santos, aluna do curso de Jornalismo, soltou a voz, no final de julho, junto com o colega de sala Fabio Lima. Para ela, a oportunidade foi gratificante: “É uma forma de colaborar com o projeto. Cantar foi algo que eu sempre gostei de fazer”, afirma a acadêmica, que cantou sucessos “Pra você guardei o amor”, de Nando Reis, “Domingo de manhã”, de Marcos Belutti, e “Deserto”, de Thaeme e Thiago. “É interessante a iniciativa entre os acadêmicos”, completa o aluno do curso de Direito, Henrique Mendes de Souza, que participou no começo de agosto e cantou “Cowboy fora da lei”, de Raul Seixas, além de músicas de O Rappa, Charlie Brown Jr e Engenheiros do Hawai. O público frequente da cantina demonstrou aprovação com aplausos e leves sorrisos que para quem está no palco faz toda a diferença,

lembra Pamella: “O carinho de todos os que estavam presentes foi gratificante”. Os acadêmicos aprovam a iniciativa. A aluna do curso de Direito, Thatiana Kommer, diz que é um bom entretenimento. “É ótimo passar os 15 minutos do intervalo com música boa”, ressalta. Isabela Salles, também do curso de Direito, completa: “É divertido. Além disso, o projeto traz a oportunidade de conhecer novos talentos”. O projeto surgiu no ano passado, com “a proposta inicial de sensibilizar o público por meio de imagens e frases sobre os valores humanos”, explica Deise. Neste ano, porém, com a readequação do projeto, a proposta é “levar cultura e os valores humanos de diferentes formas, visando tanto o público interno, quanto o externo da faculdade”, declara a professora, destacando que o intuito é fazer um Festival de Música da Univel. As apresentações, que ocorrem toda quarta-feira, no intervalo, das 20h45 às 21h, da faculdade, podem ser pré-agendadas e ocorrerão até o final do ano. Deise lembra que ainda há vagas para novos talentos, seja na área da música, da dança, ou outras. Agende sua apresentação pelo e-mail [email protected]. Vale lembrar que as apresentações valem horas extracurriculares.

Talentos da Univelse revelam no intervalo de aulas

Acadêmicos, professores e funcionários têm demonstrado suas habilidades artísticas

Dia das Crianças A professora Deise lembra ainda sobre o projeto para o Dia das Crianças, o qual terá como objetivo prestar auxílio às crianças que saem da Uopeccan (Hospital do Câncer de Cascavel), que precisam continuar tratamento, mas têm dificuldades financeiras. Sendo assim, serão arrecadados leites especiais para doação, que podem ser entregues nas coordenações dos cursos. Com isso, os acadêmicos ganharão horas extracurriculares.

Walkiria Zanatta

Pamella Santos e Fabio Lima

O projeto é aceito pelo frequente público da cantina

GAB

RIEL

PRA

TTI

WAL

KIRI

A ZA

NAT

TA

Page 12: Unifatos 2014 - 5° Edição

12 GASTRONOMIA agosto/setembro de 2014

Restaurante itinerantejaponês atrai cascavelenses

Quando os japoneses imigraram do Japão para o Brasil, no século passado, trouxeram consigo língua, hábitos, músicas, valores e ideias. Entre essas formas de expressões culturais, os hábitos alimentares, ou seja, a gastronomia se destaca na sociedade brasileira. No início, os pratos japoneses eram tidos como peculiares, ou até mesmo “estranhos”. Hoje, mais de 100 anos passados da chegada do navio Kasato Maru, que trazia os primeiros imigrantes japoneses, muitos brasileiros adoram um bom sushi. No Oeste do Paraná existem em média 48 restaurantes de comida japonesa. Em Cascavel há um restaurante diferente, nada convencional aos olhares alheios da população que percorre as ruas de forma distraída. Ele não possui um ponto fixo, ou seja, é itinerante. Depois de vinte anos no Japão, Rosely, e Ricardo Sano, popularmente conhecidos como Senhor e Senhora Sushi, voltaram para o Brasil trazendo na mala algo a mais do que roupas: o conhecimento e a prática da culinária típica do país. Ricardo e Rosely trabalham com a venda do alimento há um ano em Cascavel. “O sushi é o nosso único sustento e não temos do que reclamar”, conta Rosely Sano. O casal preferiu trabalhar com uma franquia, pelo fato de ter

ficado muito tempo fora do Brasil. “Bom, nós ficamos mais de 20 anos no Japão e então ficamos bem desatualizados do mercado. Eu e o Ricardo achamos que seria muito bom ter orientação e assessoria de uma franquia”. A franquia é brasileira e foi fundada em 2007, Click sushi possui três modelos de franquias: quiosque, SushiBar delivery e lounge. O casal conta que assim como o restante da família, resolveu trabalhar com vendas. “Meus pais e os pais de minha esposa trabalharam durante muito

tempo no comércio, pagando funcionários e aluguel de um ponto fixo. Notei que não era viável, pelo fato da franquia ser móvel é supertranquilo trabalhar em dois”, esclarece Ricardo Sano. Apesar de a franquia ser diferente, a população já está acostumada e gostando da ideia de comer sushi na rua. “Há mais ou menos um mês estava andando à noite com meu namorado. Resolvemos experimentar e indicamos a todos os amantes da culinária japonesa”, declara Amália Miller.

Bruno Amorin concorda com Amália: “Os pratos oferecidos são muito mais saborosos que nos restaurantes que eu costumava frequentar. O peixe é muito mais fresco. O atendimento é excelente. Além disso o valor é muito mais em conta”, elogia.

No Oeste do Paraná existem em média 48 restaurantes de comida japonesa

Flávia Duarte

Gastronomia é uma das formas de expressão de uma

cultura

FOTOS: FLÁVIA DUARTE

Na Univel há vários minicursos e um deles é o de Sushi Básico. A duração do curso é de quatro horas, que ocorrem em sábados à tarde. “Ensinamos passos básicos para a confecção de sushis simples. Desde o cozimento do arroz e do tempero, até a montagem propriamente dita do sushi”, explica o professor de Gastronomia, Diogo Schneider. Apesar de o curso não ter o intuito de preparar pessoas para esta área do mercado, Diogo lembra que “o que capacita alguém para entrar no mercado de trabalho é a dedicação e a prática quase que diária”. Mais informações na Pós-graduação da Univel ou pelo telefone (45) 3036-3600.

Curiosidade Por que o sushi foi criado?

Antigamente, para que os

peixes fossem transportados,

eram conservados no arroz.

Este fermentava, o que dava

o ponto do sushi. Hoje, no

entanto, usa-se vinagre e

shoyu, no lugar da fermentação

do arroz.

O restaurante itinerante, Click Sushi, funciona das 18h30 às 23h. Na sexta-feira e no domingo o atendimento é feito na Avenida Brasil com a Rua Pio XII, no Centro, e na segunda-feira em frente à academia Twistter, na Rua Cuiabá, no bairro Alto Alegre. No entanto, no inverno, o atendimento na segunda-feira é feito no mesmo local de domingo. Nas terças, quintas e sábados, em frente à Ford Slaviero, na Avenida Brasil em frente à Feira do Pequeno Produtor.

Aten

dim

ento

Curs

o de

sus

hi

Page 13: Unifatos 2014 - 5° Edição

13agosto/setembro de 2014 ECONOMIA

Compras on-line: a praticidade em um clique

- Dá pra fazer rancho pelo computador? - Dá sim, vó! Ela ficou pasma. Minha avó, no auge dos seus 69 anos, surpreende-se todo dia com a praticidade da internet. Normal, quem poderia adivinhar que um dia poderíamos comprar produtos de qualquer parte do mundo sem sair de casa? Desde o início da década de 90 a competição no comércio aumentou, bem como o número de lojas e a diversificação dos produtos. Sendo assim, os comerciantes vêm utilizando a rede mundial de computadores como uma ferramenta aliada à venda e ao relacionamento com seus clientes. A facilidade que a internet proporciona para os consumidores e os baixos custos aos comerciantes fazem com que alguns empresários mudem o ramo de trabalho das vendas tradicionais, em lojas físicas, para se dedicar apenas às vendas on-line. Segundo dados da ABComm (Associação Brasileira de Comércio Eletrônico), as vendas pela internet cresceram 29% em 2013. Porém, não são apenas as grandes companhias que se especializaram nas vendas on-line. Em Cascavel já tem quem esteja colocando os produtos à disposição dos cliques. A empresa All Imported é responsável por vender suplementos alimentares importados pela internet. Segundo o proprietário Evandro Marasca, a opção de utilizar a rede mundial de computadores veio por ser mais cômodo, diminuir os

gastos e dar mais visibilidade ao produto. “A venda por meio da internet diminui as despesas, se comparada com uma loja física, já que não precisa pagar aluguel, funcionários e toda a logística que uma loja necessita”, explica Evandro, que já possui a empresa on-line há quatro anos. “Além da comodidade, a internet serve como uma grande vitrine disponível 24 horas para seus produtos que podem ser expostos por fotos, reforçando a qualidade com comentários dos compradores e taxados com preço e fretes. Tudo isso a distância e esforço de

um só clique”, observa Evandro. Samantha Bautitz Nesello, sócia-proprietária da empresa PaulSam Import, que está há mais de 11 meses no mercado, cita que hoje em dia as pessoas prezam pela tranquilidade de receber os produtos em casa. “Trabalhamos com perfumes importados e cosméticos em geral. Buscamos

o ramo de vendas on-line porque ele tem se alavancado a cada dia. As pessoas encontram nesse meio a facilidade de adquirir seus produtos preferidos sem sair de casa, optando pela comodidade”, completa Samantha. Aos amantes das facilidades da internet, comprar pela web se torna algo prazeroso. “Adoro comprar no meu tempo, com tranquilidade, e a internet me proporciona isso. A compra on-line me dá conforto e praticidade, além de evitar estresses, a forma de pagamento é sempre facilitada, o prazo de entrega é rápido e o produto chega na sua casa. Muito mais cômodo e prático”, conta a jornalista Jackline Thomann Moreira, que compra pela internet há seis anos.

Maximiliane Veiga

O comércio on-line deu a capacidade de alcançar mercado e conquistar clientes,

sem gastar muito

A falta de informação, no entanto, faz com que as compras não sejam realizadas com sucesso. A má-fé de alguns vendedores podem trazer grandes dores de cabeça aos compradores e desconfianças na hora de encher o carrinho. O professor Vilson Ismério conta que não compra pela internet por medo de ser prejudicado. “Muitos sites mentem na descrição do produto. Você pensa que é uma coisa e é outra e aí para destrocar o produto

é muita burocracia. Algumas empresas ainda pecam em relação aos tamanhos disponíveis e a qualidade do produto. Você não o vê e não o sente e aí se decepciona com o que recebe, prefiro comprar pessoalmente”, explica o professor. Mas em maio de 2013 algumas leis relacionadas a compras pela internet foram atualizadas. Segundo o site e-commerce Brasil, as novas regras colocam que a partir de agora o comércio eletrônico deve ser mais claro e

transparente ao consumidor que quiser adquirir seus produtos e serviços por meio da web. O comerciante deve também respeitar o direito de arrependimento do comprador e apresentar as condições das ofertas e a regulamentação das compras coletivas. Cabe aos fornecedores garantirem aos seus clientes o maior número de informações possíveis relativas ao negócio, porém a fiscalização deve ser feita pelo próprio consumidor, que deve denunciar as empresas virtuais que desrespeitarem qualquer direito.

Perig

o!

As vendas pela internet cresceram

29% em 2013

Page 14: Unifatos 2014 - 5° Edição

14 SAÚDE agosto/setembro de 2014

Fios de sorrisopor Rafa Carvalho “A vida tecelã antenada, que tece também com fios de sorriso, continua a tecer belezas pra quem não fecha o coração para as surpresas”. A frase, da autora Ana Jácomo, cita perfeitamente a realidade de muitas mulheres, que têm sua vaidade cultivada desde a infância. Mas o que fazer quando de repente ela se vê vítima de uma doença como o câncer? A difícil e árdua batalha é capaz de causar sofrimento imensurável. Quem se depara com a doença pode ter sua autoestima abalada, especialmente as mulheres que sabem que podem perder suas madeixas após tratamentos quimioterápicos. Rafa Carvalho, empresário e cabelereiro do salão D’Vani, percebeu não só a importância do cuidado com a vaidade, mas a possibilidade de garantir a qualidade de vida e felicidade de suas clientes. Foi a partir disso que ele resolveu participar do projeto desenvolvido em parceria entre salões de beleza da cidade e a Uopeccan (União Oeste Paranaense de Estudos e Combate ao Câncer), que permitem que os restos de cabelos virem belíssimas perucas. “A ideia de participar nasceu quando eu comecei a ver a importância que isso tinha para as mulheres que sofrem com o câncer. Isso me deixou sensibilizado e comecei a falar com as nossas clientes, para ver se estavam dispostas a doar. A proposta foi muito bem aceita”, esclarece. A acadêmica de Direito da Univel, Jessica Xavier de Souza, 21, conheceu o projeto por meio de publicações no Facebook e resolveu doar os seus fios. “Eu já tinha ouvido falar desses projetos que ajudam pessoas com câncer. Quando cheguei aqui no salão e o Rafa me fez a proposta ‘topei’ na hora”.

A psicóloga Edilaine Lauers explica que esse sentimento é apenas uma construção social aprendida ainda na infância. “A perda dos cabelos causa um grande impacto psicológico na feminilidade da mulher, bem como em sua autoestima, podendo acarretar em implicações negativas até mesmo em seu processo de recuperação. Para muitas mulheres esse é o pior momento do tratamento. O reflexo de uma mulher sem cabelos no espelho altera significativamente sua imagem corporal. É nesse momento em que muitas mulheres tomam consciência da gravidade do câncer.” Para a paciente Regina Cari, 21, os novos fios de cabelo fizeram toda a diferença. “A sociedade, querendo ou não, acaba sendo preconceituosa. Eu mesma sofri muito antes de usar uma peruca. Olhavam-me como se eu fosse um monstro, até duvidaram da minha sexualidade. Derramei muitas lágrimas, mas não era só pelo fato de ter câncer, mas sim a reação das pessoas ao me verem”, lamenta, lembrando ainda que muitas deixavam até de chegar perto. “Algumas crianças ficavam com medo e as mães não gostavam muito que eu chegasse perto. Voltei a viver assim que comecei a usar peruca e agora com o mega hair sou mais feliz. Até arrumei um namorado e as pessoas não me julgam mais pela aparência”, conta. O não reconhecimento desestimula diretamente a sexualidade dessas mulheres e afeta a ideia que tem do que é ser feminino. Para o cabelereiro Rafa Carvalho as perucas devolvem a felicidade. “Os cabelos deixam as mulheres mais femininas. Elas se sentem muito mais desejadas e amadas. É muito bom fazer parte desse processo”.

Heloize Lima

Salões de Cascavel contribuem para a alta estima de mulheres portadoras de câncer

Hoje, cerca de cinco a seis perucas são trazidas do Rio Grande do Sul e Santa Catarina a cada mês. Para bancar esse projeto salões de beleza da cidade participam doando cerca de 10% da renda do último dia do mês para a confecção das perucas, que podem chegar a custar de R$200,00 a R$4 mil reais. As pessoas que descobrem a doença logo no início ainda têm chance de participar do projeto e ganhar uma peruca feita com seus próprios fios de cabelo. Para isso é necessário procurar o salão cerca de 30 dias antes do início do tratamento. Quem tiver interesse em solicitar uma peruca ou quiser colaborar com o projeto pode entrar em contato com a Uopeccan ou até mesmo ir ao salão D’Vani na Rua Marechal Cândido Rondon, 1954, no Centro de Cascavel.Co

nfec

ções

& c

usto

s

Rafa Carvalho, dono do salão e apoiador do projeto

Jessica Xavier, feliz depois da doação

FOTOS: HELOIZE LIMA

Page 15: Unifatos 2014 - 5° Edição

15agosto/setembro de 2014 inDICA

Theodor Herzl

Num futuro ruim para xuxu, Los Angeles não será mais ensolarada. Em 2019 a cidade é iluminada somente por outdoors. As constantes chuvas que banham a cidade são rasgadas por carros voadores - os spinners. A humanidade coloniza outros planetas e a Terra se tornou insalubre diante de tanta poluição. Em meio a isso, androides chegaram ao cúmulo da perfeição se tornando quase indistinguíveis a nós. Seus engenheiros ousaram tanto que, agora eles também compartilham conosco a capacidade de sentir emoções. Alguns nem sabem que são o que são. Fabricados com o único objetivo de servirem a raça humana nas colônias espaciais, os robôs frequentemente fogem para a Terra. Departamentos especiais para caçar os Replicantes, como são chamados, foram criados e Rick Deckard (Harrison Ford) é um dos detetives responsáveis por “aposentar” os invasores. Só se mata o que foi vivo! O interrogatório intitulado Voight Kampff é o único método de descobrir quem é quem. Nele, as memórias do interrogado são postas em prova, visto que nossos clones têm lembranças surreais em suas mentes. Blade Runner, o Caçador de Androides, um filme de ficção científica norte-americano da saudosa década de 1980, dirigido por Ridley Scott, tinha tudo para dar certo, mas não foi um sucesso. Baseado no livro O Caçador de Androides (Do Androids Dream of Electric Sheep?), de Philip K. Dick, uma verdadeira “máquina” de escrever ficções, o longa-metragem estreou em 1982 junto com E.T. O Extraterrestre. Além de ter que competir em bilheteria, o melhor filme de Ridley Scott (segundo o próprio) ainda foi acometido pela péssima versão que os executivos

empurraram goela abaixo do público. Que fique claro, estou me referindo somente à versão do diretor! Harrison Ford personificou Deckard com todos os trejeitos imagináveis e melhor ainda, transpareceu os dilemas éticos com os quais o personagem sofria. Mesmo assim não agradou. A crítica e o público esperavam por outro Han Solo ou Indiana Jones, não o policial soturno de Ford. Por sua vez, Rutger Hauer fez o impensável ao interpretar Roy Batty, o líder dos Replicantes fugitivos. O

clichê de vilão passa longe quando Hauer desperta empatia e nos coloca em dúvida Quem é mesmo o antagonista? O ator dos Países Baixos acrescenta alma através de devaneios para lá de poéticos para um androide. Louros a parte para o diretor de Fotografia Jordan Cronenweth, o diretor de Arte Lawrence G. Paull e o ilustrador Syd Mead que fizeram de Blade Runner ser uma referência em

efeitos, iluminação, cenários e tudo que diz respeito aos quadros com os quais nos deleitamos. Sem esse time, o filme nunca teria a aparência futurista ao mesmo tempo em que noir que o realizador britânico queria transmitir. A narrativa também é outra excelência. É com o roteiro de Hampton Fancher e David Peoples que essa obra cinematográfica fez história e se consagrou Cult. A opção por não adaptar o livro foi um solo fértil para um desfecho que leva ao espanto – mas por contentamento – quem o percebe. O maior mérito de Scott foi colocar uma “cereja” onde Philip, mesmo com sua magnitude, não conseguiu. Ao fazer isso o diretor só reforçou o quão apetitoso é o “bolo”, ou seja, a obra de Philip Dick na qual sua cereja está, respeitosamente, bem posicionada.

Philip K. Dickmerecia mais honras

...E Ridley Scott provou isso há 30 anos

FOTO

S: D

IVUL

GAÇÃ

O

Philip K. Dick

Do Androids Dream

of Electric Sheep? algo

como “Androides sonham

com ovelhas elétricas?” ou

simplesmente O Caçador de

Androides aqui no Brasil, é

um dos inúmeros livros de

Philip K. Dick. Nele, Rick

Deckard caça androides

na pós-apocalíptica San

Francisco. PKD se destaca

como escritor de ficções,

por se aproveitar de mundos

figurados para criticar

temas bem reais. Nesse

caso, o sistema econômico

como causa de problemas

sociais e a religião como

alienação são destacados

paralelamente aos limites

morais que Deckard

enfrenta. 265 páginas que

valem à pena!

“O bolo”

Evite comercialismos. O estado de graça só

é obtido na versão do diretor (The

Director’s Cut)... O resto é palhaçada!

Page 16: Unifatos 2014 - 5° Edição

16 CLICK agosto/setembro de 2014

O técnico Clerison Dona auxilia o aluno do 4º ano de Jornalismo, João

Alves, no Laboratório de TV

Sob o olhar do professor

Diogo Shneider, o aluno Plínio Monteiro, do

2º ano noturno pratica no

Laboratório de Gastronomia

Alunos do 1º anopraticam no

Laboratório de Gastronomia

Alunos do 2º ano de TADS no Laboratório de Informática, com a professora Roberta

Parcianello (dir.)

Alunos do 2º ano de Jornalismo durante atividade no Laboratório

de Rádio

O professor Marco Antônio (meio) avalia

os alunos do 1º ano no Laboratório de Artes

Em la

bora

tório

s da

Uni

vel

FOTOS: GABRIEL PRATTI E WILIAN CLAY