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UMA RETROSPECTIVA DIDÁTICA E LEGAL

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UMA RETROSPECTIVA DIDÁTICA E LEGAL

A educação “é um fenômeno próprio dos seres humanos significa afirmar que ela é, ao mesmo tempo, uma exigência do e para o processo de trabalho, bem como é, ela própria, um processo de trabalho.”

O trabalho pode ser classificado em material e não material. A educação é caracterizada como trabalho não material ao produzir ideias, conceitos, valores, símbolos, hábitos, atitudes e habilidades, ou seja, a produção do saber, seja sobre a natureza, sobre a cultura, isto é, o conjunto da produção humana.

Segundo SAVIANI, 2013, “o objeto da educação diz respeito à identificação dos elementos culturais que precisam

ser assimilados pelos indivíduos da espécie humana para que eles se tornem humanos. É papel da educação a seleção do essencial e do acessório a ser ensinado na escola (clássico, como fundamental, como essencial)

à descoberta das formas mais adequadas para atingir esse objetivo”. trata-se da organização dos meios (conteúdos, espaço, tempo e procedimentos) através dos quais, progressivamente, cada indivíduo singular realize, na forma de segunda natureza, a humanidade produzida historicamente

Segundo FARIAS et all, 2011, p. 30, “não é demais lembrar que, sendo a educação uma prá-tica social histórica e dinâmica, as tendências pedagógicas não se apresentam de forma estanque e sequenciada por uma cronologia linear. O despontar de uma não significa, necessariamente, o silenciar de outras. A possibilidade da presença de várias orientações em um mesmo período histórico evidencia a contradição, o conflito e o confronto entre diferentes, e até antagônicos, projetos educacionais e sociais”.

Dermeval Saviani toma a categoria "marginalidade" como referência para compreender a educação como instrumento de sua superação (equalização social) ou de sua redução (discriminação social). teorias não críiticas, crítico-reprodutivistas críticas.

José Carlos Libâneo classifica as tendências educacionais em Liberais Progressistas.

A perspectiva positivista concebe a sociedade como uma grande máquina, um corpo vivo, em que cada uma de suas peças ou órgãos - os indivíduos - tem um lugar e uma função que lhe é própria.

Tendência pedagógica tradicional, herança jesuítica.

Tendência pedagógica renovada progressivista, herança do pragmatismo de J. Dewey.

Tendência pedagógica renovada não diretiva, legado da psicologização do ensino.

Tendênca pedagógica tecnicista, transposição dos princípios fabris para o chão da escola (taylorismo e fordismo).

contrapõem-se aos positivistas, porque notam os conflitos sociais (classista: a desigualdade e a exclusão), negam a harmonia e a perfeição do modelo social capitalista;

denunciam a natureza degenerativa deste tipo de sociedade.

Percebem o movimento, a transformação em todas as coisas, defendem a necessidade e a possibilidade de mudança e de criação de outra ordem social.

Para os teóricos crítico-reprodutivistas, a mudança social é necessária e possível, contudo, não realizável nos Aparelhos Ideológicos do Estado (AIE), dado o seu comprometimento com os interesses da classe social detentora dos meios de produção e, por conseguinte, do poder político.

Para estes, a escola - como um dos AIE - é, tão/somente, instrumento que mantém, conserva e reproduz o status quo, um espaço de dominação, alienação e, consequentemente, de morte dos desejos de mudança (SAVIANI, 1985).

Teoria da Violência Simbólica, apresentada por Bourdieu e Passeron.

Teoria da Escola como aparelho ideo-lógico de Estado, formulada por Althusser.

Teoria da Escola Dualista, de autoria de Baudelot e Establet.

Os jesuítas foram os principais educadores no Brasil de 1549 a 1759

Indígenas

catequese

Classe dominante

Ler, escreve e aprender a contar

Excluídos:

Pobres, escravos e mulheres

O plano de instrução: Ratio Studiorum

formação do homem universal, humanista e cristão.

cultura geral, enciclopédico e alheio à realidade da vida de Colônia.

Esses eram os alicerces da Pedagogia Tradicional na vertente religiosa que, de acordo com SAVIANI (1984, p. 12), é marcada por uma “visão essencialista de homem, isto é, o homem constituído por uma essência universal e imutável”.

Estudo privado, em que o mestre prescrevia o método de estudo, a matéria e o horário;

As aulas, ministradas de forma expositiva; a repetição visando repetir, decorar e expor em aula;

O desafio, estimulando a competição;

A disputa, outro recurso metodológico era visto como uma defesa de tese.

Os exames eram orais e escritos, visando avaliar o aproveitamento do aluno.

Marques de Pombal expulsa os jesuítas do Brasil.

Os Professores leigos começaram a ser admitidos para as “aulas-régias”.

Por volta de 1870, o Brasil vive o seu período de “iluminismo - independentes da influencia religiosa”.

Em 1890 aprovada a reforma de Benjamim Constant sob a influência do positivismo.

Inspirou a criação da escola pública, laica, universal e gratuita.

Ênfase ao ensino humanístico de cultura geral, centrada no professor, que transmite a todos os alunos indistintamente a verdade universal e enciclopédica;

A relação pedagógica que se desenvolve de forma hierarquizada e verticalista, onde o aluno é educado para seguir atentamente a exposição do professor;

O método de ensino, calcado nos cinco passos formais de Herbart

preparação,

apresentação,

comparação,

assimilação,

Generalização

aplicação.

A Didática, no bojo da Pedagogia Tra-dicional leiga, está centrada no intelecto, na essência, atribuindo um caráter dogmático aos conteúdos; os métodos são princípios universais e lógicos; o professor se torna o centro do processo de aprendizagem, concebendo o aluno como um ser receptivo e passivo. A disciplina é a forma de garantir a atenção, o silêncio e a ordem.

Escolas Normais inicicou em 1835.

A inclusão da Didática como disciplina em cursos de formação de professores para o então ensino secundário, ocorreu quase um século depois, ou seja, em 1934.

Vamos aprender com Gramsci (1978) e Giroux (1983) que a escola, mesmo na condição de AIE, é também um espaço de luta possível, tanto quanto os movimentos sociais e classistas organizados pelos trabalhadores.

Para as tendências pedagógicas progressistas o papel da escola é

contribuir com a elaboração e consolidação de outro modelo social.

Uma sociedade fundada na igualdade de direitos e oportunidades, na cooperação e na justiça social.

instrumentalizar as classes trabalhadoras com elementos teóricos e práticos essenciais à transformação da realidade.

As tendências pedagógicas progressistas: empenham na defesa de mudanças sociais profundas.

As tendências pedagógicas progressivistas: acreditam na possibilidade de empreender reformas que aperfeiçoem o atual modelo social.

A tendência pedagógica libertadora

Propõe o desafio da promoção de situações educativas que ensejem a capacidade de desvelamento dos véus que encobrem a realidade.

Esta atitude visa a fomentar uma consciência política e, por consequência, desalienar os oprimidos e explorados, conforme nos ensina Paulo Freire (1983).

A tendência pedagógica libertária

Considera a importância da contribuição das experiências coletivas e democráticas de organização grupal e de autogestão pedagógica.

Acredita ser este o primeiro passo para a gestão coletiva e democrática da nova sociedade a ser erguida.

Para a tendência pedagógica histórico-critica

O compromisso fundamental da educação escolar é o de assegurar aos dominados a apropriação crítica do saber científico e universal.

Este constitui um instrumento de luta, por excelência, para a elaboração de um novo projeto social.